PLANTAS MEDICINAIS ANTIDIABÉTICAS
Coordenador: Lui Antonio Raneiro de Bragança Mestre em Endcrinlgia pela Universidade Federal d Ri de Janeir (UFRJ). Pressr assistente de Farmaclgia d Departament de Fisilgia da UniversiUniv ersidade Federal Fluminense (UFF). Fundadr Fundadr d Labratri L abratri de Etnarmaclgia e Prduts Naturais d Institut Bimédic da UFF, nde vem desenvlvend pesquisas sbre plantas medicinais úteis n tratament de denas endcrinas e metablicas. Subchee d Departament de Fisilgia.
Colaboradores: Marília Martins Guimarães, dutra em Endcrinlgia, é pressra e crdenadra adjunta d curs de ps-gradua em Endcrinlgia Endcrin lgia da Universidade Federall d Ri de Janeir. Federa Fernando Cesar Raneiro de Bragança é médic sanitarista e pressr assistente d Institut de Saúde da Cmunidade d Centr de Cincias Médicas da Universidade Federal Fluminense e mestre em Educa pela UFF. Especialista em Hmepatia pel Institut Hahnemannian d Brasil e em Medicina Scial e Preventiva pela UFF. Paulo Cesar Ayres Fevereiro é pressr adjunt de Btânica Terrestre. Atualmente chea Setr de Btânica d Departament de Bilgia Geral d Institut de Bilgia da UFF. Paulo José Siel é mestre em Biquímica pela Universidade Federal d Ri de Janeir e pressr adjunt de Farmaclgia Farmaclgia d Departament de Fisilgia da Universidade Federal Fluminense. Fundadr Fundadr d Labratri de Etnarmaclgia e Prduts Naturais d Institut Bimédic da UFF. Endereço para o envio de contribuiçes (relato de casos, eperincias pessoais etc.):
PRoF. LUIz ANToNIo RANzEIRo DE BRAGANçA Institut Bimédic da UFF (Departament de Fisilgia) Rua Ernani Mel, 101 - Centr - Niteri - RJ CEP 24210-130 - Fa (021) 620-5966 E-mail: mflui@vm.u.br
Luiz Antonio Ranzeiro de Bragança (Coordenador)
PLANTAS MEDICINAIS ANTIDIABÉTICAS uma abordagem multidisciplinar
EDIToRA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Niteri, RJ — 1996
Cpyright © 1996 by Lui Antni Raneir de Bragana Direits desta edi reservads à EDUFF - Editra da Universidade Federal Fluminense - Rua Miguel de Frias, 9 - ane - sbrelja - Icaraí - CEP 24220-000 - Niteri, RJ - Brasil - Tel.: (021) 620-8080 ramais 200 e 353 - Fa: (021) 620-8080 ramal 356 É pribida a reprdu ttal u parcial desta bra sem autria epressa da E ditra. Edi de tet: Ia Quelhas Prjet grác e editra eletrônica: Jsé Lui Stalleiken Martins Capa: Marci André Baptista de oliveira Digita: Khátia M. P. P. Maced, Jussara M. Figueired e Juraciara Ribeir Revis: Sônia Peanha Supervis gráca: Rsalv Pereira Rsa Crdena editrial: Dami Nasciment Ilustraes da capa (n sentid hrári): Ft 1 - Pata-de-vaca (Bauhinia orcata): a planta antidiabética pssivelmente mais usada e já estudada n Brasil. Ft 2 - Plantas medicinais epostas venda: n apenas n interir, mas também ns centrs urbans, plantas s ppularmente cnhecidas cm medicinais e cmercialiadas. É grande a prcura. Ft 3 - Melão-de-são-caetano (Mormodica charantia) : é apntada cm a planta antidiabética mais usada n mund td. Diverss estuds já ram realiads, especialmente na Índia. Ft 4 - Cajueiro (Anacardium occidentale): a t mstra sinais d risc da etin de algumas espécies de plantas medicinais. É etrativism pela divulga ds seus beneícis sem s cuidads de preserva.
Catalogação-na-onte P713
Plantas medicinais antidiabétic asi:iuma abrdagem multidiscip linar. Lui Antni Raneir Raneir de Bragana, crdenadr. — Niteri : EDUFF, EDUFF, 1996. 300 p. ; 21 cm. Bibligraa : p. 285 ISBN 85-228-0168-1 1. Plantas medicinais. I. Bragana, Lui Antni A ntni Raneir, crd. CDD 633.88
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Reitr Lui Pedr Antunes Vice-Reitr Fabian da Csta Carvalh Fabian Diretra da EDUFF Eliana da Silva e Sua Cmiss Editrial Anamaria da Csta Cru Gilbert Pere Cards Gilda Helena Rcha Batista Herald Silva da Csta Matts Ivan Ramalh de Almeida Luia de Maria Rdrigues Reis Maria Guadalupe C. Piragibe da Fnseca Paul Aeved Beerra Rbert Kant de Lima Rbert ds Sants Almeida Vera Lucia ds Reis
SUMÁRIO Preácio .....................................................................................7 Apresentação ............................................................................9 Lui Antni Raneir de Bragana 1 Plantas medicinais: conceitos e beneícios ....................15 Lui Antni Raneir de Bragana 2 Consideraçes sobre o histórico dos medicamentos e plantas medicinais .......................................................27 Fernand Cesar Raneir de Bragana 3 Aspectos botânicos ..........................................................53 Paul Cesar Ayres Fevereir 4 Diabetes mellitus: diagnóstico e recursos teraputicos ...............................................69 Lui Antni Raneir de Bragana e Marília Martins Guimares 5 Aspectos gerais no preparo e controle de qualidade de plantas e toterápicos hipoglicemiantes ............103 Paul Jsé Siel 6 Estudos etnoarmacológicos com plantas medicinais e antidiabéticas .......................................123 Fernand Cesar Raneir de Bragana e Lui Antni Raneir de Bragana 7 Plantas brasileiras usadas no tratamento do diabetes .................................................................143 Lui Antni Raneir de Bragana 8 Plantas antidiabéticas no mundo .................................181 Lui Antni Raneir de Bragana 9 Estudos armacológicos de plantas antidiabéticas .....215 Lui Antni Raneir de Bragana 10 Fitoquímica e mecanismo de ação das plantas antidiabéticas .............................................................241 Lui Antni Raneir de Bragana 11 Consideraçes nais ......................................................261 Lui Antni Raneir de Bragana Sumário de estudos cientícos com plantas antidiabéticas ...........................................273 Reerncias bibliográcas ....................................................285
LISTA DE ABREVIATURAS UTILIzADAS ALAD DMID DMNID GJ EV HbA 1c Ho IP oMS SC STz ToTG UFF UFRJ
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Asscia Latin Americana de Diabetes Diabetes Mellitus Insulindependente Diabetes Mellitus N-Insulindepentende Glicemia de Jejum Endvensa Hemglbina Glicsilada A 1c Hipglicemiante oral Intraperitneal organia Mundial da Saúde Subcutânea Strepttcina Teste oral de Tlerância à Glicse Universidade Federal Fluminense Universidade Federal d Ri de Janeir
PREFÁCIO Diabetes mellitus é um desa mundial à pesquisa. Durante muits ans as investigaes caíram sbre a célula beta pancreática. Se n tip I ist é uma verdade, tal at n pde ser etraplad para tip II, nde a secre de insulina é nrmal, trnand-se anrmalmente elevada para superar a resistncia periérica, seja em nível de receptr u ps-receptr, na tentativa de sustentar uma nrmglicemia. Cm avan da bilgia mlecular, cnseguiu-se avanar estes estuds e bservar sb a tica d ps-receptr, que abre uma lu de cnheciments na etipatgenia desta mléstia e, cnseqentemente, avans na teraputica. os eeits medicamentss em nível ps-receptres reqentemente n s bservads agudamente, já que envlvem uma série de reaes em cadeia, até transcries nucleares em nível de DNA, RNA, dierind de uma secre de insulina, nde blquei de canal de ptássi é suciente para sua secre. Pr este mtiv, s trabalhs realiads pr pesquisadres na tentativa de bter nrmalia da glicse sangínea na rma aguda, cm as plantas medicinais, prvavelmente racassaram e racassar sempre que princípi ativ seja em nível ps-receptr. Este trabalh tra uma valisa cntribui cientíca, cm um desa para que tds s que lidam nesta área se engajem na luta para que pssams alcanar uma u mais alternativas teraputicas, utiliand plantas medicinais que tenham as cnrmaes t bem estabelecidas n Capítul 5, nde pressr Paul Jsé Siel, cm uma linguagem simples, elucida s aspects gerais n prepar e cntrle de qualidade de plantas e tterápics hipglicemiantes. Tenh a cnvic de que este bjetiv será alcanad, prque seu autr é um pesquisadr bstinad pels seus ideais e, cnseqentemente, tds s diabétics ser beneciads, pis eles s, em última análise, s beneciáris nais. Pr. Hnmar Ferreira de Sua Titular de Endcrinlgia da UFF
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“O Senhor produziu da terra os medicamentos. O homem sensato não os desprezará.” Eclesiástico 38, 4
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APRESENTAÇÃO Há séculs as plantas vêm send usadas cm nte de medicaments, muits deles ainda btids de ervas. Atrpina, caeína, clchicina, digital, salicilats, ópi, vincristina, quinina e biguanidas sã apenas alguns entre tants ármacs incrprads as receituáris médics, mas inúmers utrs, de nte vegetal inexplrada, estã à espera d interesse de quem s pssa revelar (AKERELE, 1992). Até mesm hrmônis (cm esteróides sexuais utiliads em preparações de cntraceptivs rais) e antimalárics para rmas resistentes (cm a artemisinina) pdem ser extraíds de plantas. (KoRoLKoVAS, 1978 ; PEREIRA, 1986 ; SoEJARTo, 1978) A despeit d precnceit de muits cientistas, pv permanece utiliand-se de plantas medicinais cm a mesma cnança cm que aceita a prescriçã d dutr. o diabetes mellitus (DM) é uma dença cmum, cuja classicaçã atual inclui, segund a organiaçã Mundial da Saúde, tips cm: insulindependente (DMID), nã-insulindependente (DMNID) e que se asscia cm estads de desnutriçã (LLANoS, 1995). Antes da descberta da insulina, as preparações btidas de plantas eram, praticamente, únic recurs n diabetes além da dieta. Segund Pric (1986), primeir princípi ativ cm prpriedade hipglicemiante, descbert pr mei de pesquisas cientícas i a galegina, um derivad da guanidina, extraíd da Galega cinalis. os resultads desta pesquisa mtivaram estuds subseqüentes e a descberta das primeiras biguanidas. Levantaments bibligráics, realiads em td mund, destacam us de plantas n tratament d diabetes, cm s trabalhs de Shara (Egit, 1963), Csta (Brasil, 1975-1977), Bever (Árica ocidental, 1980), Mrrisn (Jamaica, 1982), Al-Awadi (Kwait, 1985), Pric (Iugslávia, 1986), Yaniv (Israel, 1987), Ivrra (Espanha, 1989). Na medicina ppular de diverss países sã empregads um grande númer de ervas e/u seus extrats. Entretant, apenas uma minria, submetida à investigaçã armaclógica padrniada, apresentu resultads reprduíveis, devid às peculiaridades inerentes as estuds de plantas medicinais que serã discutidas neste trabalh. Muitas plantas sã ppularmente relacinadas a tratament d Voltar para o sumário
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diabetes n Brasil, destacand-se: abagerú, bardana, cajueir, carambla, carqueja, dente-de-leã, estévia, eucalipt, gravila, jamb, jamblã, jucá, melã-de-sã-caetan, pata-de-vaca, pedra-hume-caá, quixaba, rmã e sálvia. A lista destes recurss tterápics varia entre s estads, regiões e países, infuenciada pr questões culturais, climáticas etc. Algumas já mereceram estud cientíc, mas sbre a mairia delas ainda inexistem inrmações quant à armaccinética, rientaçã pslógica adequada, txiclgia e armacdinâmica (mecanism de açã). Até hje, n Brasil, s médics e a ppulaçã em geral carecem de inrmações bjetivas e seguras sbre s recurss tterápics para diabetes mellitus. Enquant iss, inúmers pacientes persistem n us de chás de plantas para ‘tratar’ a dença, baseand-se na chamada sabedria ppular, aguardand quem as queira e pssa estudar, prtant cnhecê-las cienticamente, separand em denitiv mit da realidade quant as seus riscs e beneícis. Algumas teses de mestrad cmprvaram eeit hipglicemiante de plantas brasileiras em animais de labratóri, a exempl ds trabalhs da dra. Úrsula Grüne, em 1979, cm a pedra-hume-caá (Myrcia multifra, Lam.); d dr. Denir Ngueira, em 1984, cm a rmã (Punica granatum, Lin.) e d dr. Giuseppe Presta, em 1986, cm abageru (Chrisbalanus icacc, Lin.), realiads na UFRJ. Merecem destaque s nmes d Dr. Nun Álvares Pereira (Farmaclgia) e d Dr. Walter Mrs (Fitquímica), que dedicam suas vidas a estud cientíc de plantas medicinais. Tive a hnra de ingressar n curs de mestrad em Endcrinlgia, em 1992, mtivad pel desej de prsseguir minha rmaçã cm médic e dcente. Busquei a Universidade Federal d Ri de Janeir pel elevad padrã cientíc e étic que pssui. N decrrer d mestrad, prssegui cm as atividades de pressr auxiliar de Farmaclgia, ltad n Departament de Fisilgia, d Institut Bimédic da Universidade Federal Fluminense. Cm mnitr dessa disciplina, durante três ans, aprendi a respeitar valr das plantas medicinais que, a lng da história da medicina, rneceram inúmeras drgas até hje empregadas na terapêutica. N Institut Bimédic, ui alun e mnitr d sauds pressr Rched Seba, titular de Farmaclgia, ex-diretr cientíc d Institut Vital Brail, que, dentre muits, dedicu-se a estud das prpriedades medicinais d curare e da reserpina. Voltar para o sumário
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Net de diabétics, cnvivi de pert cm drama e as limitações d tratament da dença, em especial cm a triste evluçã da neur e angipatias. Assisti, já acadêmic de Medicina, as relats de us de chás para ‘tratament’ d diabetes mellitus, ignrads pels livrs médics, mas uma realidade n ctidian de milhares de vítimas da dença. Impressina-me, e, de cert md, me causa estranhea a rma cm assunt pde ainda hje ser tratad: cm precnceits, cm se sse puc relevante at de que inúmers pacientes utiliam plantas medicinais há sucessivas gerações. Em verdade, este é um tema merecedr de atenções especiais da Medicina. Neste cntext é que surgiu meu interesse de, cm alun d curs de mestrad em Endcrinlgia, cnciliar a Farmaclgia e estud das plantas medicinais úteis n tratament d diabetes mellitus. o meu bjetiv i cntribuir cm uma revisã sbre assunt, prvcand estuds mais aprundads. Vlt a expressar este pensament nas cnsiderações nais deste trabalh: desej de que este livr seja um cnvite para que grups de pesquisa clabrem n esclareciment de diversas questões sbre as plantas antidiabéticas. Empenh-me em undamentar nsss trabalhs n caminh da ética médica, de cumprir jurament de Hipócrates e seguir as rientações de meu primeir mestre, meu pai, Pr. Waldenir de Bragança (titular de Medicina Scial da UFF), de valriar at médic e a pesquisa cientíca em sua essência ética vinculada à técnica. Cnsiderams que ba parte ds serviçs de Endcrinlgia e Metablgia, cm s da UFF e da UFRJ, abrigam cndições de excelência para a realiaçã de prunds estuds que cntribuam na deniçã ds limites d us das plantas medicinais (até nde sã placebs u drgas ecaes e seguras, pr exempl) n tratament d diabetes e suas cmplicações. Seguims, assim, a recmendaçã da organiaçã Mundial da Saúde, que já sensibiliu pesquisadres em td mund e cntinua estimuland estuds, n mesm sentid, em suas diversas publicações. Nvas pesquisas vêm send desenvlvidas n sentid de cnhecer princípi ativ e mecanism de açã hipglicemiante de plantas, bem cm n de cntribuir n tratament das cmplicações d diabetes. (ALAWADI, 1985 ; SoUzA, 1986 ; MARLES, 1994) Voltar para o sumário
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Bever (1980) sugere que mesm paciente pde ser tratad cm mais de uma planta, capaes de intervir sinergicamente em dierentes sítis d metablism da glicse. Em 1990, i realiad um estud epidemilógic em 9 capitais brasileiras que apntu, na aixa etária de 30-69 ans, maires taxas de diabetes para as cidades mais industrialiadas. A incidência de DMID (insulindependente) em Sã Paul i de 7,6 cass/100 mil habitantes n períd de 1987-1991. (LLANoS, 1995) Pr utr lad, a prevalência d DMNID (nã insulindependente) n Ri de Janeir é de 7, 1%, estudada pel Pr. Jsé Egídi oliveira (Dutr em Endcrinlgia pela UFRJ), em 1992, send semelhante à taxa nacinal, de 7,5%, utiliand-se s critéris da oMS. (oLIVEIRA, 1992) Cerca de 20 bilhões de dólares anuais sã gasts ns EUA (e cm estimativa ainda mair ns demais países da América), cm tratament (direts) e a carga scial (indirets) desta imprtante causa de incapacidade e mrte prematura. (LLANoS, 1995) Ist bastaria para justicar um mair interesse ds pesquisadres na descberta de alternativas terapêuticas para s diverss tips de apresentaçã d diabetes mellitus. Pelas raões expstas anterirmente, destacams s seguintes s bjetivs d presente livr: apresentar as plantas cnsideradas úteis n tratament d diabetes n Brasil e n mund e as que tiveram cnrmaçã experimental; erecer uma sinpse de estuds cientícs realiads cm plantas ‘antidiabéticas’ e s mecanisms de açã já denids; alertar a ppulaçã e a equipe de saúde quant as riscs d us indiscriminad de recurss vegetais n diabetes sem acmpanhament médic e a realiaçã de exames cmplementares. buscar mair api das universidades e centrs de pesquisa d país para estud das plantas brasileiras antidiabéticas. L. A. R. B.
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“A medicina moderna tem muito que aprender com o apanhador de ervas.”
Halfdan Mahler
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1 PLANTAS MEDICINAIS: CONCEITOS E BENEFÍCIOS Lui Antni Raneir de Bragana
1 CONCEITOS GERAIS Entende-se pr planta medicinal qualquer vegetal prdutr de drgas u de substâncias biativas utiliadas, direta u indiretamente, cm medicament. os cmpsts químics (u grups destes) que cnstituem s princípis biativs das drgas n s mers subprduts d metablism secundári das plantas que s prduem. Na verdade, representam respstas químicas ds seus mecanisms de intera cm ambiente. Segund Pires (1984), metablism secundári das plantas seria cmparável a sistema imunlgic u a cmprtament ds animais. A variedade de substâncias químicas prduidas pelas plantas é eplicada pel at de serem elas rganisms estátics e precisarem, cnseqentemente, de utrs agentes. Para a plinia e dispers de sementes prduem atrativs e repelentes para deenderem-se de predadres. Desta rma é que se trnam relevantes as inrmaes sbre nde e quand a planta i btida, uma ve que pdem surgir dierenas marcantes nas cncentraes ds princípis ativs quand nativa de uma regi (aclimatada) u quand cultivada, devid à infuncia d sl. Ist também crre cm a quest sanal, prque vegetal pderá ser clhid num estági de fra desavrável. (MoDESTo-FILHo, 1989) “Para cada dena eiste uma planta” (ANDERSoN, 1983). Quant a diabetes mellitus este prvérbi russ encntra respald em um grande númer de plantas que, pr diversas raes, s utiliadas n tratament e pr iss chamadas de antidiabéticas. Na pini d Pressr Abreu Matts (Titular de Farmacgnsia da Universidade d Ceará), a epress plantas medicinais é, de cert md, inadequada, pr abranger em seu cntet s cnceits de usuáris ds dierentes níveis culturais. Verdadeiramente medicinais s aquelas que, em cnseqncia da eperimenta cientíca, tiveram cmprvadas suas aes armaclgicas e, prtant, pdem ser usadas diretamente na teraputica u servir
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de matéria prima para abrica de medicaments. (MAToS, 1982) Sb critéri da Lei rancesa, s cnsideradas medicinais as “plantas n alimentícias de eeit teraputic cmprvad” e inscritas na sua Farmacpéia. (DADoUN, 1983, p. 86) Segund Bannerman(1982), muits terms s empregads cm sinônims de medicina tradicinal. Na verdade, um cnjunt de práticas de aten de saúde antigas e vinculadas a distintas culturas que eistiam antes de se aplicar a cincia às questes de saúde. Assim, a epress medicina tradicinal é imprecisa, a eempl de: indígena, n rtda, ppular, marginal e n-cial u mesm de curandeira s denminaes inadequadas, pis n aem a devida distin entre sistemas de aten à saúde cmplets e cmples, tais cm a medicina ayurveda e a medicina chinesa tradicinal, de um lad, e s simples remédis caseirs, de utr. Cmumente, s cnundidas duas cincias distintas: a Fitterapia e a Farmacgnsia. A primeira signica estud e utilia de vegetais cm bjetiv de curar enermidades. Já a Farmacgnsia destina-se a cnhecer a rigem ds ármacs, nde rein vegetal assume destaque, rente às ntes minerais e animais. (GUAGLIo, 1985) Neste cas, uma planta é pesquisada cm recurs teraputic, para islament de princípi(s) ativ(s) e utura síntese e prdu industrial. As plantas, isladas u em cmbina, pdem ser empregadas de dierentes maneiras, cm ps e macerads (em geral para us tpic) e inus u decc (para administra ral, ppularmente cnhecidas cm chás). As pssíveis rmas de prepar e utilia das plantas medicinais ser discutidas adiante. os estuds etnarmaclgics baseiam-se na cnsulta ppular sbre us das plantas n tratament de enermidades, cm diabetes mellitus, embra muitas ainda aguardem cnrma cientíca para que se recmenda através de sucessivas geraes. Destacam-se s trabalhs n Egit (SHARAF, 1963), Espanha (IVoRRA, 1988), Israel (YANIV, 1987), Jamaica (MoRRISoN, 1982), países da Árica (BEVER, 1989), Índia (ATIQUE, 1985 ; ALAM, 1990), China (ESSMAN, 1984 ; MAToS, 1989), Guatemala (CÁCERES, 1983), Méic (PÉREz, 1984), Paquist (RAHMAN, 1989) e Inglaterra (BAILEY, 1989). Um bm númer de plantas nacinais s cmercialiadas devid às suas prpriedades medicinais, sem sequer pssuir mngraa
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que permita sua identica adequada. (oLIVEIRA, 1977; PANIzzA, 1982) Recentemente, a Secretaria de Vigilância Sanitária d Ministéri da Saúde, “cnsiderand a situa crítica em que se encntra mercad de tterápics n Brasil”, publicu a Prtaria nº 123, de 19/10/94, estabelecend as nrmas para registr de prduts tterápics em td país e padrniand cnceit de prdut tterápic, drga vegetal, dentre utrs. (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1994) Seguind as recmendaes d Grup de Estuds de Prduts Fitterápics da CRAME (Faculdade de Farmácia da Universidade Federal d Ri Grande d Sul), decret dene alguns terms que d uma vis mais ampla sbre a cmpleidade da tterapia. Prdut tterápic: é td medicament manuaturad btid eclusivamente de matérias-primas ativas vegetais, cm a nalidade de interagir cm meis bilgics, a m de diagnsticar, suprimir, reduir u prevenir estads e maniestaes patlgicas, cm beneíci para usuári. É caracteriad pel cnheciment da ecácia e ds riscs de seu us, assim cm pela reprdutibilidade e cnstância de sua qualidade; é prdut nal acabad, embalad e rtulad. Substâncias ativas isladas u misturas btidas pela adi de substâncias ativas isladas n s cnsideradas prduts tterápics. Prduts que apresentem a adi de substâncias ativas de utras rigens n s cnsiderads prduts tterápics. Adjuvantes armacutics pdem estar incluíds na prepara. Matéria-prima vegetal: drga vegetal u prepara tterápica, empregada na abrica de tterápics. Drga vegetal: é tda planta u suas partes, rescas u que aps srer prcess de cleta e cnserva, pssuam prpriedades que pssibilitem seu us cm medicament. Prepara tterápica: é prdut vegetal triturad, pulveriad, rasurad; etrat, tintura, le essencial, suc e utrs, btid de drgas vegetais, através de peraes de racinament, etra, purica u cncentra, utiliada na bten de prdut tterápic. Princípi ativ: substância u grup delas, químicamente caracteriadas, cuj eeit teraputic é cnhecid e respnsável, ttal u parcialmente, pelas aes armaclgicas da planta medicinal.
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2 AS OPINIõES DA ORGANIzAÇÃO MUNDIAL DA SAúDE E DO MINISTÉRIO DA SAúDE o rein vegetal tem servid cm um das ntes mais antigas de drgas e representa um verdadeir tesur destas em ptencial. (SoEJARTo, 1978) “Desde a aurra ds temps hmem tem se valid de planta e ervas para curar denas e sanar leses”. Sensibiliadas pel valr da tterapia, diversas agncias da organia das Naes Unidas uniram-se para a prdu de um lme “Medicina herblária: realidade u c ?”, visand cnscientiar públic a respeit desta rica nte de saúde. (AKERELE, 1983) Segund Farnswrth (1985), perit da oMS, a fra da mairia ds países em desenvlviment permanece em grande parte ineplrada d pnt de vista de sua utilia prática. A histria mstra que um grande númer de medicaments, preciss, pdem ser etraíds de plantas. o at de serem utiliadas na medicina tradicinal já indica, raavelmente, que elas merecem um estud cientíc. Ns últims ans, s especialistas vm buscand estabelecer lugar das plantas na medicina tradicinal ns sistemas de saúde mderns, nde seria pssível e benéc um enriqueciment recíprc entre as “duas medicinas”. (ALUWIHARE, 1982 ; ANDERSoN, 1983 ; BANNERMAN, 1977 ; DEMEHIN, 1984 ; FARNSWoRTH, 1983 ; LEE, 1982) De 1965 a 1983, Institut Nacinal d Câncer ds EUA eaminu mais de 73 mil plantas em busca de prpriedades antineplásicas. Segund Bannerman, especialista em plantas da oMS, apenas algumas substâncias puderam ser btidas, a eempl ds alcalides da vinca, as pdlatinas e a clchicina. Prvavelmente um melhr cnheciment sbre a bilgia básica d câncer e um cntat mair cm s que eercem a medicina tradicinal (prévi a estud e cm inrmaes mais detalhadas sbre empreg destas ervas) pderiam ter cntribuíd para um mair rendiment cientíc ds estuds. (BANNERMAN, 1982) Em sua mairia, s países em desenvlviment situam-se em áreas trpicais u semitrpicais. Em geral sua fra é abundante e a cultura e a histria d pv s ricas n us de plantas que aliviam u tratam denas. Evidentemente, at de uma planta
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ser cnsiderada útil para uma dena especíca n justica sua aceita cm mei teraputic válid para td país, arma Farnswrth. (1983) Muits Ministéris da Saúde, especialmente ns países em desenvlviment, estimulam a análise cuidadsa de pes e decces, usadas pels chamads curandeirs, para determinar se seus ingredientes tm pderes curativs que a cincia n percebeu. N cnceit da oMS, us judicis de ervas, ungs fres, ruts e raíes em aten primária à saúde pde representar imprtante cntribui à redu das despesas d mund em desenvlviment cm remédis. (MAHLER, 1977) Estima-se que eistam cerca de 250 mil a 750 mil espécies de vegetais superires à fra, das quais muitas ainda n ram bjet de uma descri cientíca. Segund Farnswrth (1984), se n é pssível determinar cm eatid quantas destas espécies s utiliadas na medicina tradicinal, pde-se estimar uma prpr de cerca de 10%, que seriam 25 mil a 75 mil espécies. Entretant s trabalhs cientícs, até 1984, recnheciam um autntic valr teraputic em cerca de 1% destas espécies (de 250 a 750 plantas). N Departament de Farmaclgia e Farmacgnsia da Universidade de Illinis, ns EUA, uncina um banc de dads sbre a química e armaclgia ds prduts naturais, NAPRALERT (Natural Prducts Alert), também utiliad pel prgrama especial da oMS de desenvlviment e rma para a pesquisa em reprdu humana. Muits países, cm: Israel, China, Índia e Arábia Saudita e Brasil pssuem centrs de pesquisa envlvids na busca d islament de princípis ativs de plantas medicinais nativas e estabelecer uma rela cm a indica u empreg teraputic. (ALYAHIA, 1982 ; BETToLo, 1981 ; JINGxI, 1983 ; SILVA, 1982 ; SIMõES, 1979) N Vietnam, 80% ds remédis riginam-se de plantas e cada aldeia cnta cm seu prpri dispensári vegetal. (AMPoFo, 1977) Nas Filipinas, eistem mais de 10 mil espécies de plantas superires, das quais cerca de 1.300 tem sid utiliadas cm medicinais. (BANNERMAN, 1982) As plantas a serem eaminadas pdem ser esclhidas em cada país cm base na etensa dcumenta cletada pela oMS que cmpilu uma lista de cerca 22 mil plantas medicinais presentes em várias armacpéias e em utrs trabalhs realiads a nível reginal e mundial. (BETToLo, 1981) Voltar para o sumário
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As plantas medicinais tm sid tema central de cngresss nacinais e internacinais, cm seminári crrid em Rma, rganiad pel Institut Ítal-Arican de Fitterapia, cm a clabra da oMS e d gvern da Itália, reunind prssinais de inúmers países das áreas de antrplgia, btânica, química, armaclgia, armácia e medicina. (BETToLo, 1981) Em 1989, crreu n Brasil I Simpsi Brasil-China de Prduts Naturais, cm api ds gverns ds dis países, permitind a identica de plantas cmuns e intercâmbi de eperincias. (MAToS, 1989 ; SIMPóSIo, 1989) A cada dis ans s realiads s Cngresss Brasileirs de Plantas Medicinais, cm api da SBPC (Anais d Simpsi), nde é mínima a presena de médics e relats de ensais clínics. os trabalhs reqentemente s vltads para as áreas de Farmaclgia e Fitquímica. Uma das questes que se tem ressaltad é a necessidade de prte das plantas de sua etin quand estas se trnam matéria bruta para ns industriais. Em 1983 i eita uma cmpara quant a númer de plantas medicinais inscritas nas Farmacpéias de alguns países desenvlvids. A Frana, que naquela casi imprtava cerca de 87% das plantas cnsumidas, pssuía 190; a Suécia, 180; a URSS, 140; a Itália, 105; a Alemanha, 85 e a Gr-Bretanha, 80 espécies. (DADoUN, 1983) Um paralel mais ampl entre númer de medicaments, segund as ntes (animal, vegetal, etc), inscrits em trs edies da armacpéia americana (USP) e brasileira (FB), mstru uma redu de 994 espécies da primeira edi da FB para apenas 91 na terceira edi. Ns EUA decréscim i de 331, na x edi, para 103 na sua xIx. (KoRoLKoVAS, 1978)
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Tabela 1 – Número de medicameNTos, seguNdo suas foNTes, iNscriTos em Três edições da farmacopéia americaNa (usp) e Nas Três edições da farmacopéia brasileira (fb)
De tdas as receitas aviadas em armácias ds EUA, entre 1965 e 1980, 25 % cntinham princípis ativs ainda etraíds de plantas. A partir destes dads, a oMS acredita que ns países em que pv ainda recrre à medicina tradicinal, muitas, sen a mairia, das plantas usadas cm remédi eercem reais eeits teraputics em ra da eistncia de princípis ativs. (FARNSWoRTH, 1983) N Brasil, Ministéri da Saúde, através da Central de Medicaments (CEME), elabru um Prgrama de Pesquisas em Plantas Medicinais e patrcinu estuds, em Centrs de Pesquisa n país, sbre a ecácia de algumas de nssas plantas medicinais. (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1982, 1986) Para a oMS, “jg de pderes” n pde impedir a legitimia da medicina tradicinal em dierentes sciedades. Grande parte da atual tecnlgia de pesquisa de prduts naturais está send desenvlvida pelas grandes indústrias armacuticas. Ficarems,
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países d terceir mund, brigads a dispender nssas escassas divisas na reimprta de nssas plantas e etrats vegetais? (AKERELE, 1983 ; LozoYA, 1983) Qualquer que seja a mtiv, n entant, cert é que a medicina tradicinal permanece cm únic recurs teraputic para muits habitantes ds países em desenvlviment. As pessas que eercem a medicina tradicinal e a indígena se baseiam principalmente em plantas e ervas medicinais para a prepara de medicaments.
3 BENEFÍCIOS DO ESTUDO DE PLANTAS A Histria ds medicaments mstra que um ds beneícis das pesquisas envlvend plantas medicinais é que, em muitas casies, ela se inicia para justicar u cmprvar a indica ppular e, n decrrer ds ensais armaclgics, revela prpriedades mais imprtantes. É cas da Catharanthus rseus (pervinca u vinca-rsa), cuj estud de sua atividade hipglicemiante permitiu determinar a leucpeniante e islament de duas imprtantes substâncias, a vincristina e a vinblastina, utiliadas n tratament da leucemia. (FARNSWoRTH, 1983 ; PEREIRA, 1986) os estuds das sumarubáceas, usadas inicialmente cntra disenterias, terminaram pr revelar cmpsts prmissres para a cura da malária, a artemisina. (PEREIRA, 1986) o estud das plantas de cert permitirá ampliar, cm nvs e imprtantes agentes teraputics, s recurss para tratament de patlgias de alta prevalncia, cm diabetes mellitus, a hipertens arterial sistmica e até mesm a malária em algumas regies d planeta. S eempls, as biguanidas, btidas da Galega cinalis; a rsklina, da Cleus rskhlii, cm anti-hipertensiv e a dicrna, islada da Dichra ebriuga, cm antimaláric. (PEREIRA, 1986) Ist n quer dier que a indústria de síntese deva ser despreada, uma ve que ela prpria utilia plantas cm nte de matériaprima. Mesm as civiliaes cm tradi de empreg de plantas, cm a chinesa, cntinuará a se valer de prduts de síntese u semi-sintétics, numa pereita cmbina cntra as denas. (BANNERMAN, 1977 ; zIRVI, 1978) Segund Peigen (1981), caraterísticas cm a ecácia na a Voltar para o sumário
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teraputica, a baia ticidade e eeits claterais trnaram as plantas medicinais e suas preparaes amplamente aceitas em tda a China. Assim, as plantas n apenas eercem um papel imprtante ns servis de saúde pública, cm também erecem uma base segura para a busca de nvas drgas pr mei da mderna pesquisa cientíca. Num país nde a fra medicinal é t rica cm nss, a prdu de medicaments a bai cust cnstituiria também grande vantagem ecnômica. Sua (1986) reprta que dis caminhs vm send seguids na busca de bases cientícas para empreg de ervas medicinais. De um lad, ensai clínic valend-se da clabra daqueles que já se utiliam de plantas medicinais, u que nelas cnam pela cultura ppular, e, de utr lad, s ensais armaclgics pré-clínics cm animais. Segund ele, independente de qual seja caminh, parâmetr cmumente utiliad pels pesquisadres na avalia da ecácia da planta n diabetes mellitus tem sid, quase que invariavelmente, a sua atividade hipglicemiante. Esta mentalidade é incmpatível cm s prgresss sbre a sipatlgia da dena e s nvs recurss sintétics dispníveis para tratament d diabetes mellitus e suas cmplicaes. Alguns prduts vegetais pdem apresentar eeits benécs prvcand um retard na absr intestinal de glicse pela rma de um gel intraluminal. A gma arábica e a glucmannan, carbhidrats n absrvíveis, agem pr este mecanism e reduem as futuaes ps-prandiais da glicemia. (SoUzA, 1986 ; WoLEVER, 1978) Assim send, dentre as nvas estratégias de pesquisa deve-se acrescentar a busca de cmpsts naturais inibidres da aldse-redutase, imunssupressres etc. As plantas s, cmprvadamente, nte de antinas e favnides. Estes últims mnstraram-se, in vitr, ptentes inibidres da aldse redutase n cristalin d rat e d bi. (SoUzA, 1986) Shin et al. (1993) btiveram etrats de 59 plantas amplamente prescritas na Medicina Chinesa e s utiliaram num screening preliminar de seus eeits sbre a aldse redutase d cristalin bvin, cnstatand um ptente eeit inibidr em cerca de 15 plantas e graus variáveis em utras 22. Eistem princípis ativs imunssupressres derivads de plantas, cm a ciclsprina A, etraída da Tlypcadium infatum, que Voltar para o sumário
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vem send pesquisada quant à pssibilidade de blquear a destrui aut-imune da célula beta u inibir a rejei de transplante de ilhtas. (SoUzA, 1986) Naturalmente, cust das pesquisas deste prte pdem limitar imensamente a sua realia, mas alguns destes eeits de plantas medicinais pdem ser uturamente eplrads pela indústria armacutica.
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“A história das plantas medicinais está interligada com a própria história da botânica e da medicina.”
Bragança, F.C.R.
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CONSIDERAÇõES SOBRE O HISTÓRICO DOS MEDICAMENTOS E PLANTAS MEDICINAIS Fernand Cesar Raneir de Bragana
1 PLANTAS COMO FONTE DE MEDICAMENTOS o empreg ds vegetais perde-se n temp, na histria d ser human. Na busca de alívi para suas dres e enermidades, hmem i impelid, através ds séculs, a analisar s enômens da naturea e a buscar slues que ajudassem a minrar seus sriments. Suas eperincias deram lugar a métds empírics que se cristaliaram, cm passar d temp, em dierentes sistemas de prática médica (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1988). o cnsum de plantas medicinais teria sid a primeira rma de us de medicament de que se tem ntícia. Muitas descbertas ram eitas pela necessidade de bter nvas ntes de aliments, mas prvavelmente um númer epressiv deveu-se à curisidade humana. os dcuments arquelgics, hje, à dispsi, s registram ats a partir d an 3.000 antes de Crist, e pssibilitam armar que muits pvs, há milnis, tinham cnheciment d pder de grande quantidade de plantas, seja pelas suas qualidades curativas, seja pr permitirem sensaes anrmais. Diversas espécies ram recnhecidas cm venensas e algumas passaram a ser utiliadas cm auiliares na caa. (IFCRJ, 1985) A histria da tterapia, a eempl da histria da cincia, n é, de rma alguma, um prcess gradual de acumula de dads e rmula de terias. A cntrári, mstra claramente uma naturea cíclica, cm estágis e características dinâmicas e especícas. Este prcess é legítim e as mudanas envlvidas pdem ser cmpreendidas e, até mesm, previstas. (GRoF, 1987) o deus egípci da medicina, Imhtep, teria vivid em trn de 3.000 a.C.. Trabalhu cm escriba, médic, chee ds leitres sagrads, sábi, arquitet, entre utras atividades. os antigs Voltar para o sumário
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egípcis, que desenvlveram a arte de embalsamar s cadáveres, eperimentavam muitas plantas, cuj pder curativ descbriam u cnrmavam. Estavam relativamente adiantads, também, na arte de curar e usavam, além das plantas armáticas, muitas utras, cm a papula, a cila, a babsa, le de rícin etc. “Nascia, assim, a tterapia.” (BALBACH, s.d., p. 597) Admite-se que, na China, a medicina herbária tenha uma histria de quatr mil ans. Cnsiderad pai da medicina chinesa, imperadr Shen Nung teria descbert venens e eeits curativs mais de 300 espécies de plantas e escrit um tratad sbre seu us medicinal, denminad PEN TSAo (livr de ervas) “verdadeira armacpéia que englbava td saber relacinad cm us de plantas cm medicaments” (oCCHIoNI et al., 1979, p. 199). E enômen se repetiu através de inúmers trabalhs realiads pr babilônis, assíris, hebreus, bem cm pr antigas civiliaes gregas e egípcias. Na medicina, s babilônis eram t adiantads quant s egípcis. N cdig de Hamurabi, encntra-se uma imprtante regulamenta sbre eercíci prssinal d médic e a prescri de remédis. A lei previa rigrsa puni para quem eercesse imprpriamente a medicina. (BALBACH, s.d., p. 598) o at de rei Salm (970 a 931 a.C.), que “ecedeu a tds s reis da Terra tant em riqueas cm em sabedria” (I REIS 10, p. 23), arrecadar tributs d transprte de plantas e cndiments é citad na Bíblia. Entre as plantas cmercialiadas estavam a alace (Lactuca sativa, cuja a tranqiliante e imprtância nutricinal s bem cnhecidas na atualidade), a papoula (Papaver smnierum, herbácea, da qual se btém pi, empregad cm analgésic) e a mandrágora (gner de slanáceas que pde cnter atrpina, na épca utiliada em parts e intervenes cirúrgicas cm relaante e hipntic). os assíris incluíam em seu receituári nada mens d que 250 plantas teraputicas, entre as quais aar, a assa-étida, cardamn, a papula e trem. As tabuinhas sumerianas de argila registram us de ervas curativas. Aleandre cstumava agregar espécies de plantas rientais as seus despjs de guerra. (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1988) Na Grécia antiga, Hipcrates (460-361 a.C.), cnsiderad pai da Medicina, empregava deenas de espécies tterápicas. Hipcrates
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era criticad pela sua ecessiva cnana nas ras curativas da naturea: diia que médic deveria apenas clabrar neste prcess natural. Terast (372-285 a.C.) catalgu cerca de 500 plantas empregadas na teraputica. Plíni, Velh, que viveu n sécul I da nssa era, e cuja enciclpédia cnstava de 37 vlumes, catalgu igualmente s vegetais úteis à Medicina. Prvavelmente, i cm base na teria de Plíni – segund a qual haveria para cada enermidade uma planta especíca – que se desenvlveu a dutrina ds signs. (BALBACH, s.d., p. 598-599) Cm a invas rmana, cnheciment acumulad pels gregs i pulveriad pr td impéri e a medicina alcanu um nv patamar. Um marc desse avan crreu em 91 a.C., quand Asclepíades apresentu a n de mléculas e átms, atribuind cnceit de saúde a seu cnstante equilíbri. o médic Pedanis Discrides, que serviu n eércit de Ner, destacu-se pr ter escrit Matéria Médica, uma cmpila de dads sbre substâncias curativas prvenientes de centenas de espécies (BANNERMAN, 1982 ; IFCRJ, 1985; SECCo, 1990). Uma utra precisa cntribui i traida pr Pelácius, médic de Ner, que escreveu seus estuds sbre plantas medicinais, incluind mais de 600 espécies dierentes e que cnstituiu reerncia, inalterada, pr quine séculs. (PIRES, 1984, p. 62) N iníci da era crist, destacu-se, também, na Índia, tet Vrikshayurveda, de Parasara. Autr de muits livrs, inclusive sbre plantas medicinais, Arquiagenes (natural de Apamea, Ásia Menr) viveu entre 53 e 117 antes de Crist, e praticu a medicina em Rma, durante reinad de Trajan. o tratament das denas crônicas, escrit pr Arateus da Capadcia (120-200), utr nme imprtante da medicina rmana, acreditava n pder curativ ds aliments e incluía us de ervas e plantas medicinais. N segund sécul depis de Crist, a histria da Farmaclgia tma ntável relev cm Cláudi Galen (135-201). Nascid em Pérgam, cidade grega prima a mar Egeu, mas residente em Rma, durante suas numersas viagens pela Ásia Menr, Galen clecinu e descreveu muits medicaments e rmulas, cujs métds de prepara deram rigem à ‘armácia galnica’ , designa bastante epressiva que cmprva desenvlviment que imprimiu à arte de curar. (VALLE, 1988) D séc. III, quand cmea a invas bárbara, até an de 476, cm a queda d Impéri Rman, há uma grande retra da Voltar para o sumário
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cincia médica e d saber. os centrs urbans s atacads e destruíds. os cavaleirs echam-se em seus castels e mund acadmic perde seu valr. os médics enrentam descrédit pr n cnseguirem cnter as epidemias recrrentes (peste, clera , varíla, entre utras). A ppula vlta a buscar uma saída n camp d sbrenatural. A astrlgia e s curandeirs retrnam a palc scial, erecend alternativas a cas que se instalava. os msteirs ram transrmads em depsitáris d cnheciment acumulad ns manuscrits e papirs da Antigidade. os mnges eram s únics a terem acess a cnheciment médic e, pr iss, eram a reerncia em cas de necessidade. Surgem as Esclas de Salern e Mntpellier (séc. xIII) e, a partir destas, as universidades, abrind para leig as prtas d cnheciment, até ent reservad as mnges e religiss. De váris setres vieram cntribuies para a prática médica. A retmada da “espnja spríera” (à base de pi), usada pels rmans, deu um nv impuls à cirurgia, assim cm a técnica de cauteria cm g e sangria, emprestada da medicina árabe. A palavra drga surgiu na Antigidade para designar as matérias vegetais, vindas d oriente, empregadas cm remédis u cndiments. Sua etimlgia é cntrversa. Enquant dminavam a Península Ibérica (711-1492), s árabes eerceram e ensinaram a medicina. As mercadrias armáticas e medicinais eram as mais prcuradas n cmérci ns países d Mediterrâne e vendidas a pes de ur. (CRISTINI, 1977) Abd-Allah Ibn Al-Baitar, que viveu n sécul xIII e i mair especialista árabe n camp da btânica aplicada à Medicina, viaju pr muits países em busca ds dads de que necessitava para seu trabalh. Prduiu uma bra muit valisa, descrevend mais de 800 plantas. (BALBACH, s.d.) Pr utr lad, vcábul naturea teria, ent, surgid n sécul xIV (adjetivand “natura”, d sécul xIII, que signica ‘naturea’) cm sentid de “ser natural”. É interessante ntar que term naturea, mdernamente, inclui ambigidades. Designa que é etern a hmem – mei n qual ele se insere – e, também, alg que lhe é intern, denind uma “dimens” d ser human. (LUz, 1988, p. 19-20) os histriadres mstram que a prss de armacutic vinha se estabelecend desde a Idade Média. Em 1240, Frederic II prVoltar para o sumário
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mulga que i a Magna Carta para aqueles prssinais. Essa lei é cnsiderada a primeira reerncia legal eurpéia de um padr armacutic e incluía: 1) separa das atividades armacuticas da prss médica; 2) supervis cial da prática armacutica; 3) briga, sb jurament, de preparar drgas dignas de cnana, de acrd cm a arte, em quantidades unirmes. Desde a reurbania da Eurpa e reaqueciment d cmérci, crrids a partir d sécul xI, s dispensáris clericais e as armácias privadas ceistiam n abasteciment armacutic. A verdadeira divis scial de unes “crria entre as ntes d saber ppular curandeir de aldeia e s rams cmerciais crescentes que se dividiam em herbristas e bticáris.” (CARNEIRo, 1994, p. 50) Assim, na Idade Média, desenvlve-se tant uma prática d us ppular cm um saber erudit (alquímic) sbre as plantas. Um médic suí, Aurel Felipe Terast Bmbastus de Hhenheim, cnhecid cm Paracels (1493-1541), i pai de uma revlu n cnheciment médic e químic. Recusu a teria humral galnica, deendend que as denas n eram desequilíbris de humres, mas sementes eternas que, a entrarem n crp, prduiam cs lcais de enermidade, que n deveriam ser cmbatids cm sangrias e sim cm uma iatrquímica vegetal e mineral. A destila das substâncias serviria para denir a sua essncia – a “quintessncia” – que enrentaria a dena pr uma rela de sintnia, nde semelhante curaria semelhante (Similia similibus curantur, mais tarde, um ds undaments da hmepatia). Desenvlveu, também, a “teria das assinaturas”: tdas as plantas estariam na Terra para beneciar hmem, e “Criadr” lhes teria clcad um sinal, indicand cm deveriam ser usadas. Haveria uma analgia entre aspect ísic da planta e seu pder curativ. Uma planta em rma de cra, pr eempl, teria eeits sbre denas cardíacas, uma de cr vermelha seria ba para sangue, as raíes que lembrassem s rgs genitais pderiam ser indicadas para a esterilidade etc. Cm estud mais prund ds vegetais, essa teria naturalmente i superada. N entant, Paracels trnu-se um mit na cincia, uma gura multidisciplinar invadra que ergueu s alicerces para a revlu cientíca ds séculs seguintes e lanu as bases da medicina natural. Diia que trabalh médic deveria ser de estimular a resistncia d rganism, usand-se remédis naturais e prcurand atingir máim de capacidade de cura d prpri dente. Ressaltava a imprtância de se seguir td um ritual na
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prepara de ervas a serem utiliadas na teraputica, pis cada prcess acrescentaria um tip de substância cm capacidade de absrver (u n) impureas e cnsiderava undamental que dente mantivesse pensament psitiv para que a cura se prcessasse cmpletamente. (SCHüLER, s.d.) A cincia ganhu enrme impuls cm utrs nmes célebres, tais cm Rabelais, Garcia da orta, Andrea Mattili, Laguna, Linneu, Antni de Gussien e tants utrs. Samuel Hahnemann, pineir na hmepatia, retirava das plantas e da naturea máim valr teraputic, em utra dimens, através da dse mínima (dinamia innitesimal). A histria das plantas medicinais está interligada cm a prpria histria da btânica e da medicina. Até sécul xVI, s tratads de Btânica, ent denminads “herbáris”, cnsideravam as plantas pr suas virtudes medicinais. A ascens d prestígi da tterapia pde ser traduida tant pela dius da publica de herbáris cm pela cria da primeira cátedra de btânica na Escla de Medicina de Pádua, em 1533. Antes diss, as plantas eram tidas cm mers ingredientes utiliads na abrica de remédis denminads simplices, cm s quais se prduiam s cmpsts. S em 1542, i elabrada, na Alemanha, a primeira armacpéia, uma lista de 300 espécies de plantas medicinais prvenientes de tdas as partes d mund. N nal d sécul xVI, já haviam sid rganiads jardins btânics em várias universidades. N Renasciment (séc. xVI), há a epress de uma épca de ruptura de vis e rgania de mund. É, a mesm temp, um períd de prundas mdicaes de idéias e cstumes, cmpnd uma série de mments inaugurais imprtantes na cria lsca, cientíca, artística e tecnlgica, que se irradiam para td mund cnhecid. o mment de abertura crrid na Renascena é prcessad em dis níveis: na cultura ppular e n saber erudit. Em ambs, a eperincia cm s vegetais (cm saber herbári, alquímic e teraputic) é um ei central. Seu auge viria a crrer n sécul xVI, quand a epans csmgráca incluiu uma sede universaliante de classica d mund (tainmia), especialmente das nvas terras descbertas que, pela primeira ve, integravam-se num cnheciment de td mund, enm, circunavegad. A imprensa pssibilitu a dius ampliada de inrmaes, através ds livrs sbre btânica, ent cmpreendida cm um ram da Voltar para o sumário
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medicina. (CARNEIRo, 1994) Mesm sem ter limites crnlgics muit preciss, esse renasciment armaclgic pde ser situad desde nal d sécul xV, tend atingid uma culminância na primeira metade d sécul xVI. Um mviment dupl, autônm mas relacinad, prvca um ressurgir de prcediments teraputics erudits e ppulares. De um lad, a retmada da btânica, da classica de plantas, cm parte de um prcess tainômic generaliad que reunda as cincias naturais. De utr, a descberta de plantas nvas na América e n oriente, salt n trác cmercial de especiarias, a retmada d pi n cntinente eurpeu, a dissemina de herbristas (ervanáris) e preparadres de ltrs (eliires). Cntra saber ppular, a rea da Igreja seria vilenta, perseguind esses naturalistas renascentes em diverss lugares da América e da prpria Eurpa. (CARNEIRo, 1994) A btânica mderna teve iníci cm suec Karl vn Linné (17071778). Gethe, que i também btânic de renme, cultivava em seu jardim a Ginkg bilba, uma árvre riginária d oriente, que prduia eeits teraputics cnsiderads espetaculares sbre sistema vascular, em especial, a micrcircula. Em 1815, ele se reere à belea dessa árvre rnamental, utiliada pela medicina hindu cm uma espécie de eliir da lnga vida, num pema dedicad à sua amiga Marianne vn Willemer. (FERRARI, 1987) Na década de 70, d sécul passad, as investigaes de Luis Pasteur (1822-1895) e de utrs cientistas slucinavam apenas parcialmente prblema da rela entre micrbis e denas. Mas a prva cncludente ainda n eistia. Esperava-se a inven de técnicas e métds capaes de permitir cntrle rigrs ds eperiments, em particular islament e manusei de micrrganisms. Um pressr de Btânica da Universidade de Breslau, Ferdinand Chn (1828-1898), recnheceu, inicialmente, a naturea vegetal das bactérias e estabeleceu, cm rmea, sua identidade cm as plantas. Suas investigaes sistemáticas, cm várias descbertas imprtantes, ram respnsáveis pr traer lu e alguma rdem a cnheciment sbre as bactérias, cnsiderand, pr eempl, a necessidade de classicá-las segund gner e espécie (à semelhana ds prcediments btânics). os estuds de Chn já seriam decisivs para estabeleciment da Bacterilgia cm cincia. Juntand-se a ist, n nal de abril de 1876, ele recebe em seu labratri um descnhecid médic que clinicava
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n interir d país, desejand apresentar seus achads sbre a histria de vida d Bacillus causadr d antra. Sb a égide de Chn, i publicad artig de Rbert Kch (1843-1910), médic d interir que esclareceria muits utrs mistéris. Pela primeira ve era recnhecida, sem cntesta, a rigem micrbiana de uma dena e elucidada sua histria natural. (RoSEN, 1994, p. 243) As cncepes atuais d medicament tm rigem n us de substâncias químicas n tratament de determinadas enermidades. Neste sentid, marc inicial da quimiterapia está ligad às descbertas de Pasteur e Kch. A identica de micrrganisms respnsáveis pr uma série de denas eigiu que a pesquisa teraputica se cncentrasse na descberta de instruments capaes de cmbater esses agentes etilgics. (ALMEIDA, 1988)
2 A FITOTERAPIA NO BRASIL DO SÉCULO xVI AO xVIII As primeiras nticaes tlgicas brasileiras s atribuídas a padre Jsé de Anchieta e a utrs jesuítas. Alguns desses manuscrits narravam “pescarias miraculsas” (PIRES, 1984, p. 63) realiadas pels abrígines, que narctiavam s peies cm us de cips que, hje, sabe-se pertencerem as gners Serjania, Derris, Thephrsia entre utrs. Entre s indígenas que habitavam sl brasileir, havia uma cncep mística da rigem de tdas as denas sem causa eterna identicável (eriments, raturas, envenenaments etc.). Acreditand em atres sbrenaturais, s pajés assciavam us de plantas a rituais de magia e seus trataments eram, assim, transmitids ralmente de uma gera a utra. Cntud, s nativs n cnheciam s meis para enrentar as denas traidas pels prtugueses, respnsáveis pr inúmeras mrtes e pela diima de muitas tribs. D sécul xVI a xVIII, atuavam n Brasil s jesuítas da ordem de Sant Ináci de Lyla, que aprenderam us de plantas medicinais cm s pajés e ram gradativamente substituind estes últims n tratament de denas que acmetiam s indígenas catequiads (SCHRoEDER, 1988). o númer de prssinais cialmente habilitads para eercíci da medicina – ‘sics’ – era muit reduid. Pr iss, s jesuítas assumiram a mair parte ds atendiments, inclusive aqueles Voltar para o sumário
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dads as clniadres. Ns prédis da Cmpanhia de Jesus havia enermarias e bticas (d greg apthéke, ‘depsit’), de nde se despachavam remédis. Iniciava-se, assim, a assistncia hspitalar n Brasil. Para a mair parte da ppula, e durante muitas décadas, s cuidads erecids pels jesuítas eram s únics dispníveis. Um prtugus que viveu na Índia é nme que melhr sintetia nv saber herbári. Cm sua bra, editada em Ga em 1563, Clquis ds Simples, das Drgas e Cusas Medicinais da Índia, Garcia da orta prduiu a principal cntribui cientíca de Prtugal para a Renascena eurpéia. A Cntra-Rerma e Cncíli de Trent n agem, cm era antes Cncíli de Rheims, que pribira a cler eercíci da Medicina, mas cialiaram uma armacpéia jesuíta e reestabeleceram cntrle clerical sbre esse camp arriscad, pis nele eercia-se um eperimentalism intrínsec diante de cada nv dente, sempre singular. (CARNEIRo, 1994) Fi um mment de ecepcinal relaament que permitiu a Garcia da orta publicar a sua bra. o iníci d períd clnial mdern cnstituiu-se num temp de impact interétnic, quand a Eurpa n havia ainda estabelecid uma psi denida sbre a América e oriente. A Igreja demrará algum temp para pder legislar e atuar em rela a questes cm a eistncia u n da alma ds índis, a legitimidade de suas ervas de cura e cntrle da rela cm saber indígena american u riental hindu, chins e malai. Garcia da orta i um ds dis únics leigs a terem trabalhs publicads em prtugus na Índia, numa casa impressra que lg seria cntrlada erreamente pels jesuítas. Cabe lembrar cuidad da crte prtuguesa em impedir desenvlviment plític, ecnômic e cultural de suas clônias, de tal rma que, n Brasil, pr eempl, a primeira casa impressra s vei a uncinar, de at, n sécul xIx, cm a transerncia da crte para Ri de Janeir. (CARNEIRo, 1994, p. 61-62) A medicina praticada n cntinente eurpeu assciava astrlgia e alquimia a antigs cnheciments grec-rmans. os médics seguiam as idéias de Hipcrates e Galen, epressas n cnceit de que as denas decrriam das desarmnias e da crrup ds humres e, pr cnseqncia, td esr da medicina curativa visava a reaer esse desequilíbri e eliminar essa decmpsi. Daí as sangrias e s purgantes serem cnsiderads s dis grandes
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remédis a se utiliarem, indistintamente, em tdas as denas. os prcediments eram t temíveis quant as enermidades e, em geral, a sangria era assciada a medicaments etraíds de plantas e minerais (vmitivs, purgativs, sudrícs, diurétics etc.). os receituáris cntinham esta rdena inalterável, que servia para tds s cass: “Depis de sangrar e purgar, cm de direit, aplique...” (RIBEIRo, 1971, p. 141). Uma adlescente cnsiderada “histérica”, eram-na sangrar 200 vees em um an e mei. Calvin (1509-1564) ar-se-ia purgar 161 vees, em 1557. Purgavam-se e sangravam-se também as pessas saudáveis, preventivamente, “para ajudar a naturea”: duas vees a ms recrria-se a barbeir sangradr u a bticári purgadr. (CARNEIRo, 1994) A teraputica, n Brasil Clnial, n ugiu desta rienta e andava lnge da ecácia. N raramente i prejudicial devid, principalmente, as mesms undaments aplicads na Eurpa. Médics, cirurgies, jesuítas, meinheirs (curandeirs) – além ds barbeirs sangradres e bticáris – sangravam e purgavam intensamente. N seu ams Tratad Únic da Cnstitui Pestilencial de Pernambuc, J Ferreira da Rsa deteve-se lngamente sbre s empregs e as vantagens das sangrias, assim cm na crítica as que, “pr ignrância”, desprestigiavam-nas. Smente n m d sécul xVII se tem ntícia de advertncias categriadas cntra us ecessiv dessa teraputica. Em Salvadr, Nun Marques Pereira narru que s prssinais, quand chamads para atender s dentes, lg depis de tmar puls ns dis bras, sem utras indagaes, prescreviam sangrias. Insistiam cm a mesma cnduta nas visitas subseqentes e, se paciente n apresentasse melhra, despediam-se, recrdand: “Teng sangrad, e purgad, Si n quere quedar buen, Hirás para el sacristan, Que asi l manda Galen.” (PEREIRA apud RIBEIRo, 1971, p. 143) A virem para Brasil, s pucs “licenciads” u “ísics” (médics geralmente de baia cndi scial, que estudavam em Cimbra u Salamanca) n cntavam sequer cm as drgas usadas na Península Ibérica, tend que imprvisar medicamentos da fora nativa. Prém, muits indivídus praticavam ilegalmente a medicina: naturalistas viajantes, aendeirs etc. Quaisquer leigs
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que julgassem pssuir nes rudimentares da “arte médica” eram slicitads “a tratar s dentes – eaminavam, diagnsticavam, medicavam e até peravam.” (SCHRoEDER, 1988, p. 10) o ensin da Medicina, até sécul xVIII, era ministrad principalmente em Cimbra, Mntpellier e Edimburg. os “dutres” que chegavam a Brasil haviam deendid recentemente suas “cncluses magnas” (u teses) naquelas esclas. Impunham-se na sciedade clnial entre as persnalidades mais cultas e respeitadas e eram de grande infuncia na rgania scial e plítica, cnstituind um “pder médic” durante sécul passad. (CoSTA, 1983) os primeirs trabalhs de Btânica Médica ram desenvlvids pr Guilherme Pis e Gerg Maregra, quand aqui chegaram as epedies cientícas de 1637, prmvidas pel gvern hlands de Mauríci de Nassau. (PIRES, 1984) Desde a renascena armaclgica emergia uma atitude que permaneceu em autres d sécul xVII, cm Pis: a abertura às nvas drgas indígenas, um eperimentalism relativ diante de um mund nv, nde, embra se devesse manter a reerncia as clássics ciais, devia-se também cnhecer as artes da prpria terra. o invadr era, precisamente, a cragem de recuperar valr da medicina ppular, que na Eurpa era abminada cm arte satânica. Acntece, prtant, “desde a descberta ds nvs munds, uma us d saber btânic-médic, que será cmpst tant da tradi clássica e árabe cm das nvas plantas e saberes”. (CARNEIRo, 1994, p. 66) Na Clônia, havia apenas a instru e rma, em algumas santas casas de misericrdia e hspitais militares, de cirurgies-barbeirs – que passaram a realiar n apenas a cirurgia (predminantemente mutiladra), mas também a eercer a medicina da épca (amputavam, sangravam, aplicavam ventsas e sanguessugas).
3 A ARTE DE CURAR A PARTIR DO SÉCULO xIx Em 1808, cm a vinda d príncipe regente, s inauguradas duas esclas de cirurgia, uma n Ri de Janeir e utra na Bahia, mais tarde transrmadas em academias médic-cirúrgicas, em 1813 e 1815, respectivamente. o títul de “cirurgi-aprvad” era Voltar para o sumário
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reservad àquele que cncluísse, aps 5 ans, s estuds de anatmia, química, silgia, higiene, etilgia, patlgia, teraputica, peraes, bstetrícia e clínica médica. As academias passaram à cndi de aculdades de medicina, em 1832. Agra cm 6 ans, curs cneria títul de “dutr” em medicina. Seu currícul era cmpst de matérias cnsideradas básicas (btânica, anatmia, silgia, ísica e química), auiliares (a patlgia, pr eempl) e as cadeiras de clínica e de cirurgia. N parecer de Clark (1939, p. 9), encntra-se a men de que sécul xIx, em matéria de teraputica, i “sécul da resigna”. o médic, segund ele, n passava de um “uvreur de cadavres”. As idéias de Mrgagni (1682-1771), sábi que lcaliu as denas ns rgs slids d crp human, ainda guiavam as aes médicas. A teria e a prática da Medicina, durante 2.000 ans, caracteriavam-se, respectivamente, pel “dmíni da patlgia humral e pela administra abusiva de drgas de a descnhecida, tiradas de plantas u de rgs animais, em rmulas etremamente cmpleas, para cmbater sintmas de signica igualmente ignrada”. Durante td esse temp, as denas representavam “cnfits de humres estragads”, cncluíam as cnerncias médicas. Fi, ent, que surgiu “cnceit anatômic” de Mrgagni, que deu grande impuls à anatmia patlgica n sécul xIx. As autpsias revelaram leses rgânicas, prestand grande servi a gner human. “Daí ceticism ds grandes clínics d sécul passad em rela as medicaments. S era bm médic que n acreditasse n valr das drgas.” (CLARK, 1939, p. 10) Um ds mais imprtantes precursres da medicina ppular n nss país, naturalista Aleandre Rdrigues Ferreira, nascid na Bahia, em 1756, é uma legítima ece às regras daquele períd. Tend estudad Histria Natural em Cimbra, deiu cerca de 100 bras inéditas sbre btânica, lgia e etnlgia da Amaônia brasileira, dentre as quais apenas a Viagem lsca chegu a ser publicada, pel Cnselh Federal de Cultura, em 1971. (GoELDI, 1982) A cita desse pesquisadr bjetiva destacar desinteresse histric das autridades brasileiras, também n que se reere a este tema. Muits manuscrits de Rdrigues Ferreira, que se encntravam em Prtugal, ram cedids n nal d sécul xIx a gvern brasileir para que s publicasse e devlvesse. “Inelimente, tais bras encntram-se à merc das traas na Bibliteca Nacinal d Ri de Janeir e dentre elas est incluídas Voltar para o sumário
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mais de duentas magnícas pranchas de espécies de plantas da Amaônia”, adverte Pires (1984, p. 64) Cntud, a medicina que hje se cnhece cm cientíca nasceu n sécul passad. Seu desenvlviment tem srid prundas mdicaes, especialmente em rela a seus bjetivs e sua prática. A dena, até sécul xVIII, era cnsiderada uma luta entre a naturea sadia d indivídu e mal que atingia. A interven teraputica era restrita, à semelhana da medicina hipcrática, em que eercíci prssinal tinha cm principais unes diagnstic e prgnstic. As enermidades eram classicadas segund mdels btânics, que n levavam em cnsidera as relaes de causa-e-eeit, a crnlgia ds events, nem mesm seu trajet n crp d dente. A médic cabia identicar a “espécie nslgica” pels detalhes de sua aparncia, separand s sintmas prpris da dena daqueles identicads pelas características individuais d paciente. (SCHRoEDER, 1988, p. 25) Enquant se cnslidava esta “medicina classicatria” u “medicina das espécies”, n Brasil eigia-se a aten d médic para cntrle das epidemias. o registr clínic ds diverss cass se destacava cm uma imprtante nte de saber. N sécul xIx, a vis d médic se aasta d mdel btânic. A dena passa a ser uma cmbina de elements mais simples (s sintmas), num racicíni similiar a da química. É necessári aprender a recnhecer s sintmas mais imprtantes de cada dena. Cnstitui-se uma verdadeira “gramática de sintmas”. Mantm-se, prém, s prcediments da medicina das espécies de classicar tras idntics, mas lhar se rgania de utr md, permitind delinear as pssibilidades e s riscs. Há uma nva identica entre a essncia da dena e cnjunt de sintmas através ds quais ela se maniesta. Entre at perceptiv e element da linguagem, as denas rmam um cdig de saber (mdel lingístic). o ser viv tem uma capacidade nrmativa, de adapta, de instituir nrmas dierentes em cndies dierentes. A mudana d estad ‘nrmal’ para ‘patlgic’ é percebida pel indivídu, quand se sente cm menr ptencial adaptativ. Esta medicina clínica (d greg klíne, ‘leit’), apreendida a partir da bserva à beira d leit d paciente e pela repeti ds enômens nas epidemias, cnsubstanciada numa gramática de sintmas e nas estatísticas de cass, irá assciar-se à anatmia Voltar para o sumário
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e à silgia, cnstituind saber anatmsipatlgic, base da medicina cntemprânea. outrs saberes e utras práticas teraputicas cntinuam eistind, cm a medicina hmepática iniciada pr Samuel Hahnemann. Prém, mesm quand mais ecaes, n cnseguem abalar a hegemnia d reerid saber anatmsipatlgic. (SCHRoEDER, 1988) Desde iníci d nss sécul, debelar as epidemias urbanas era uma quest de ecnmia nacinal, pis s navis se recusavam a atracar em prts (cm de Sants e d Ri de Janeir), nde eram reqentes as epidemias de peste, varíla e ebre amarela. Neste cenári, destacam-se nmes cm de osvald Cru, implantand cmbate de camp e a vacina brigatria; Adl Lut, Emíli Ribas, Vital Brasil (um ds principais respnsáveis pel desenvlviment da armaclgia nacinal); Rcha Lima (especialista em medicina trpical); Carls Chagas e utrs gigantes da medicina brasileira, que cmeava a despntar. Eequiel Crreia ds Sants (1801-1864) cm a pereirina, Thedr Pecklt (1822-1912) cm a análise de centenas de plantas brasileiras, e Pedr Batista de Andrade (1848-1937), acnselhand empreg industrial de váris prduts da fra brasileira, ram s pineirs das cincias armacuticas n Brasil. A mair parte da Bilgia e da Medicina cntemprâneas tem uma vis mecanicista da vida, e tenta reduir uncinament ds rganisms vivs a mecanisms celulares e mleculares bem denids. Esta cncep mecanicista é justicada, em certa medida, segund Fritj Capra (1986, p. 260), pel at de “s rganisms vivs agirem, em parte, cm máquinas. Eles desenvlveram uma grande variedade de peas e mecanisms semelhantes a máquinas”, prvavelmente prque uncinament mecânic teria sid vantajs. A cincia bimédica, na esteira de Descartes, cncentru-se nas prpriedades mecânicas da matéria viva e negligenciu estud de sua naturea de rganism u sistmica. A cncep sistmica v mund em terms de relaes e de integra. os sistemas s ttalidades integradas, cujas prpriedades n pdem ser reduidas a unidades menres. Em ve de se cncentrar ns elements u substâncias básicas, “a abrdagem sistmica enatia princípis básics de rgania. os eempls de sistemas s abundantes na naturea.” (CAPRA, 1986) Td e qualquer rganism, pas-
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sand pela imensa variedade de plantas até ser human, é uma ttalidade integrada e, prtant, um sistema viv. A saúde e enômen da cura tm assumid signicads dierentes, de acrd cm a épca. o cnceit de saúde, tal cm cnceit de vida, n pde ser denid cm precis. De at, s dis est intimamente relacinads. o que se entende pr saúde depende da cncep que se pssua d rganism e de sua rela cm mei ambiente. Cm essa cncep muda de uma cultura para utra e de uma épca para a seguinte, as representaes sbre saúde também se mdicam. A oMS sugere uma refe a denir saúde cm “um estad de cmplet bem-estar ísic, mental e scial, e n apenas a ausncia de dena u enermidade”. Ainda que irrealista, pr descrever a saúde cm se um bem-estar pudesse ser pereit e estátic, em ve de um prcess de mudana e evlu, a deni revela a naturea hlística da saúde, que deve ser apreendida quand se pretende entender enômen da cura. A lng ds temps, a cura i praticada pr curandeirs ppulares, guiads pela sabedria tradicinal, que cncebiam a dena cm um distúrbi da pessa cm um td, envlvend n s seu crp, cm também a sua mente, a imagem que tem de si mesma, sua dependncia d mei ambiente ísic e scial, assim cm sua rela cm csm e as divindades. Esses curandeirs, que ainda tratam de um grande númer (talve a mairia) de pacientes n mund inteir, adtam muitas abrdagens dierentes, e usam uma ampla variedade de técnicas teraputicas. (CAPRA, 1986) Assim, nesta cncisa digress histrica, revisitand brevemente alguns pnts de vista, bserva-se que predmíni de um saber especíc sbre s demais cntemprânes n signica necessariamente a sua superiridade, mas a melhr adequa a uma determinada rdem sciecnômica e plítica. o saber dminante permanece hegemônic através de um prcess t eciente, que passa a ser cnsiderad cm únic saber válid. Elege-se, na sciedade, um saber médic que busca a dena n crp rgânic u em suas partes, empregand-se um métd bjetiv n qual n há espa para ‘discurs d dente’.
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4 NOMENCLATURA E PERSPECTIVAS DAS PLANTAS Utiliand-se de palavras e epresses que s representassem, hmem vem nmeand s vegetais de seu ambiente, desde s primrdis da civilia. Na linguagem crrente, ram acrescids utrs nmes, principalmente durante s períds das grandes viagens ds chamads descbridres de cntinentes e depis ds clniadres, que prpiciaram uma trca de cnheciments entre pvs e raas distintas. (SIMõES et al., 1989) Muitas espécies btânicas receberam mesm nme ppular, pr semelhana cm utras espécies. A Arnica mntana L. é um eempl. Planta tradicinalmente denminada de “arnica” n cntinente eurpeu e utiliada eternamente em cntuses e hematmas, i aqui substituída pr Stenachaenium campestre Backer e Slidag chilensis Meyen, as nssas arnicas-silvestres, usadas cm as mesmas nalidades. Algumas vees, num mesm territri, descbria-se igual us empíric para plantas distintas, cm, pr eempl, capim-lim (Cymbpgn citratus D.C.), a erva-cidreira (Alysia triphylla Britt. u Lippia citridra H.B.K.) e a melissa, utiliadas cm tranqiliantes, tdas cnhecidas ppularmente cm “erva-cidreira”. Diversas utras espécies de distribui mais ampla pssuem muits nmes ppulares, segund as dierentes regies e culturas. É interessante eempl da erva-de-santa-maria (Chenpdium ambrsiides Linné), muit utiliada n nss mei pr suas prpriedades anti-helmínticas (vermíugas), assim cm inseticida, em seu us dméstic. Seus nmes vulgares s bastante variads: pacte e quenpdi (Amanas e Espírit Sant); mentrast, mentrei, mentrust, mentru (Paraíba); mastru u mastru (Giás, Ri de Janeir, Espírit Sant, Ri Grande d Nrte); ambrsia-d-méic, apate, chá-d-méic, cravinh-d-mat, erva-embrsia, erva-rmigueira etc. em utras áreas gegrácas. (CAMARGo, 1985) Estes ats, reqentemente, geram diculdades e levam a cnuses que pdem ser sérias, dependend da ticidade da planta usada. A necessidade de unirmia na nmenclatura das plantas mbiliu btânics, principalmente a partir d sécul xVIII. Desenvlveu-se, ent, um sistema de identica de espécies vegetais que slucinu, em grande parte, s prblemas reerentes à sua identidade. Este sistema baseia-se em um binômi
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latin, cuja cmpsi é única, segund regras internacinais, send rmad pr dis nmes crrespndentes a gner e à espécie, nesta rdem. Acrescenta-se, abreviad u n, nme d btânic que identicu vegetal. Para eemplicar, cita-se lur (Laurus nbilis Linné), que teve sua rigem nas regies d Mediterrâne: Laurus crrespnde a gner, Laurus nbilis a nme cientíc e Linné, a btânic que, aps rigrsa pesquisa, denminu esta espécie. Um gner de plantas reúne espécies cm características semelhantes, mas cada espécie é única. os gners, pr sua ve, s agrupads em amílias btânicas, também segund aspects ans. N eempl citad, a amília é Lauraceae. Ns cass em que uma planta i nmeada e descrita mais de uma ve, as nrmas internacinais estabeleceram a priridade para nme mais antig, n despreand s demais. Pr ist, algumas espécies pssuem mais de um ‘sinônim’ cientíc na literatura. Este sistema de identica i decisiv para um melhr cnheciment d rein vegetal, mas naturalmente n é pereit. Persistem, ainda hje, prblemas de identica, pr eempl, quand da utilia de plantas medicinais cmercialiadas sb a rma de p. (SIMõES et al., 1989) o estud de plantas medicinais n Brasil baseava-se principalmente em inrmaes ppulares. Aps recnheciment d princípi ativ, s pesquisadres passaram a se dedicar a estud de utras plantas pertencentes à mesma amília, buscand utrs análgs bilgicamente mais ativs. Hje, pesquisas quimissistemáticas e tgegrácas, já cnslidadas n Brasil, cntribuem para uma sele mais aprimrada ds vegetais, dentr de suas amílias. (BERGAMASCo et al., 1990) A preerncia pr prduts bilgics naturais, em ve de sintétics, atualmente em vga n país, tem sid uma das raes undamentais da renva d interesse pela medicina ppular. o estud de plantas medicinais certamente n signica um retrn a passad, mas um imprtante avan em dire a utur, através de prgramas de aprveitament dessa rica nte de medicaments representada pela fra brasileira. A evlu cientíca n permite retrcesss. N presente, a mderna e ssticada armaclgia ainda depende muit ds vegetais para bten de recurss que s a naturea sube prver: “Pr iss mesm, pel crescente interesse neste camp, huve um grande Voltar para o sumário
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estímul a estud de plantas cm nalidade teraputica”. (oCCHIoNI, 1979, p. 199). A respsta a interesse despertad para um tratament “mais natural”, praticamente isent de reaes adversas e eeits claterais, implica a análise de váris atres. D pnt de vista cientíc, a tterapia tem sid mais aceita em virtude de trabalhs prtclads e bem estruturads (ainda que em númer reduid), cm a participa eetiva de pesquisadres eperientes, visand a sua legitima pela cmunidade cientíca. Sua mecânica de pera cnsiste, geralmente, em submeter as preparaes de espécies vegetais, tal cm s usadas pela ppula em geral, a uma cmpleta bateria de testes armaclgics, ticlgics, pré-clínics e clínics, através ds quais prcura-se a cnrma (u n) da prpriedade teraputica que lhes é atribuída. Em muitas casies, a pesquisa sbre determinada planta é realiada cm uma nalidade inicial e, n decrrer ds ensais armaclgics e clínics, s descbertas prpriedades mais imprtantes. É interessante eempl da vinca-rsa (Catharanthus rseus, planta ppularmente cnhecida n Brasil cm “maria-sem-vergnha”). o estud de sua a hipglicemiante permitiu determinar prpriedades leucpeniantes e islament de duas substâncias de grande valr: a vincristina e a vimblastina, empregadas n tratament da leucemia. Cm a descberta, em 1960, desses dis agentes antitumrais de cmprvada utilidade clínica, Institut Nacinal d Câncer ds Estads Unids cncentru esrs para selecinar plantas cm atividades anticancerígenas. o “Natinal Cancer Chemtherapy Prgram” vem testand cerca de 120.000 etrats vegetais, de 35.000 dierentes espécies btidas de ntes espalhadas pr td mund. Vale ressaltar que muitas destas plantas ram esclhidas eclusivamente a partir da evidncia lclrica d seu valr medicinal. (CHADHA, SINGH, 1991) Mesm as civiliaes cm tradi de empreg de plantas, cm a chinesa, valem-se de prduts de síntese u semi-sintétics, numa cmbina eciente cntra muitas denas. (BANERMAN, 1977 ; zIRVI, 1978) Alguns desses remédis pdem n ter valr teraputic de destaque, tdavia muits utrs pdem ser bastante valiss. (Mrrisn, 1982) A prcura essencial, agra, é a d pnt de equilíbri entre cnheciment ppular e a cincia mderna, entre natural e a síntese, “sem a nega absluta de um u a luva cega da uVoltar para o sumário
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tra, cm era cmum até recentemente.” (FERRARI, 1987, p. 197) Em muitas plantas medicinais já se cmprvu que s princípis ativs apresentam variaes a lng d dia, dad cnhecid há séculs pels herbristas e curandeirs da medicina indígena. Eempls curiss s s da mrna (etraída d pi u suc de papula, a Papaver smnierum) e a atrpina (btida da Atrpa belladna), cuja prdu d princípi ativ é quatr vees mair pela manh d que durante a nite. Em utrs cass, princípi ativ varia segund a ase de germina da planta (Mdest-Filh, 1988), pdend eplicar prqu d ‘descredenciament’ da prpriedade teraputica de alguns recurss tterápics, classicamente empregads pela ppula. Também tip de sl e clima pder infuenciar n aspect de uma mesma espécie vegetal e, pr cnseguinte, na prdu ds princípis ativs. (HILL, 1967) Um bstácul imprtante à utilia de medicaments vegetais é a ineistncia de armacpéias nacinais em muits países. Enquant a Índia e a China tm elabrad armacpéias cm receitas de medicaments à base de plantas, muits utrs países pssuem apenas antigs manuscrits ns quais descrevem as prpriedades de alguns vegetais, tais cm: atividades, sabr, dr, mdicaes durante a digest e a teraputica especíca. N terceir mund, a utilia destas plantas medicinais limita-se, principalmente, a cnheciments lcais de medicaments tradicinais. (BANNERMAN, 1982) os etrats de plantas, apesar de serem preparads de acrd cm s métds previamente padrniads, pdem, na prática, n bter um cnteúd cnstante d princípi ativ. Há inúmers bstáculs de rdem técnica e ecnômica na pesquisa e prdu de medicaments a partir de vegetais, alguns revists pr Farnswrth (1985), Bnati (1980) e Magistretti (1980). Um deles é a padrnia d métd. Cncentraes variáveis d mesm princípi ativ pdem ser btidas de plantas idnticas clhidas, seja em dierentes habitats u, desprecupadamente, em dierentes estágis de cresciment. (MAGISTRETTI, 1980) A medicina tradicinal respnde a algumas necessidades histricas de saúde psicsscial, ísica e de bem-estar da sciedade mderna. A cnscincia das pssibilidades inerentes à utilia de praticantes da medicina tradicinal, cm agentes de vanguarda n desenvlviment de sistemas de saúde, estaria cndicinada predminantemente pr atres relativs à decis plítica. CmVoltar para o sumário
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pete as gvernantes atribuir a devida imprtância à utilia de seus sistemas de medicina tradicinal, cm as adaptaes e regulamentaes pertinentes. (AKERELE, 1983)
5 A FLORA MEDICINAL DO BRASIL E A POLÍTICA DE MEDICAMENTOS Num país cm nss, nde a fra medicinal é t rica, a prdu de medicaments a bai cust cnstituiria uma grande vantagem ecnômica. (PEIGEN, 1981) Características cm ecácia na a teraputica e baia ticidade trnaram as plantas medicinais e suas preparaes amplamente aceitas. Assim, elas n apenas eercem um papel imprtante ns servis de saúde pública, cm também erecem embasament para a busca de nvas drgas, através da pesquisa cientíca mderna. Acredita-se que Brasil dispnha de 60 a 250 mil espécies vegetais superires, das quais a absluta mairia ainda n i bjet de descri cientíca. Embra 40% delas devam cnter prpriedades teraputicas, país gasta entre 2 a 3 bilhes de dlares, pr an, na imprta das matérias-primas de 90% ds remédis sintétics que a ppula cnsme. (oLIVEIRA et al., 1992) o númer de espécies btânicas nativas n país, de acrd cm Barreir (1981, p. 53), situa-se em trn de 120 mil. Prém, desenvlviment da tquímica brasileira é tid cm recente, apesar de diversas espécies de nssa fra encntrarem “aplicaes teraputicas na medicina tradicinal”. Na leitura de Farnswrth (1984), calcula-se que eistam de 250 a 750 mil espécies de vegetais superires. Cerca de 10% estariam send utiliadas na medicina tradicinal. Até an daquela publica, havia trabalhs cientícs recnhecend valr teraputic em cerca de 1% (de 250 a 750) das espécies cnhecidas. Na primeira edi da Farmacpéia Brasileira – tratad que cntém a rela cial ds ármacs (d greg phármakn, ‘medicament, substância, preparad u matéria-prima cm a teraputica’), em 1929, as plantas eram a nte, quase eclusiva, da mairia ds itens. Na edi de 1976, puc mais de 20 ármacs ativs n eram químics. o Brasil prduia 294 e imprtava s demais, que se transrmavam em cerca de 14 mil marcas de remédis.
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Dentre s ármacs e aditivs, eistentes e usads, as entidades encarregadass d prepar das armacpéias selecinam s necesencarregada sáris e s incluem nesses cdigs ciais. Na literatura cientíca estavam descrits cerca de 4.600.000 cmpsts químics, identicads e caracteriads. Prvenientes das mais diversas ntes, a cada an s acrescids em trn de 100.000 nvs cmpsts. Cntud, númer daqueles cnsiderads básics é muit menr. (KoRoLKoVAS, HARAGUCHI, 1978, p. 250-251). o perl de mrbimrtalidade da ppula deve ser a base para se estabelecer a lista de medicaments de qualquer país, para que as substâncias necessárias a tratament e cntrle das patlgias mais prevalentes estejam dispníveis e a cust acessível. A organia Mundial da Saúde julga que, aprimadam aprimadamente, ente, 300 medicaments, chamads essenciais, sejam sucientes para cumprir tal un. N Brasil, há cerca de 10.000 prduts cmercialiads, “a mairia deles vendids nas armácias sem receita médica.” (RozENFELD, (RozENFEL D, PEPE, 1992, p. 279) Além desse númer ecessiv signicar uma baia qualidade na utilia ds ármacs, a autmedica é um agravante etremamente cmum. o prblema d medicament n Brasil atingiu prpres t inaceitáveis, de acrd cm s princípis sanitáris internacinais, que há divergncias cnsideráveis quant as dads. Segund Fnteles (1995), eistem cerca de 60.000 especialidades armacuticas registradas em nss país. Destas, aprimadam aprimadamente ente 32.000 estariam send cmercialiadas de maneira intermitente, de tal md que, em média, 16.000 remédis circulariam pels balces das armácias. Esse númer pderia ser reduid para mens de 3.000 especialidades, especialidades, das quais há cnsens de que cerca de 300 pderiam cmpr uma lista de medicaments essenciais. A multiplicidade de remédis pde induir s prssinais de saúde a errs e a cnceits equivcads de armaclgia clínica, que s repassads a paciente devid a descnheciment da ttalidade de eeits claterais, armaccinética, interaes medicamentsas e aes agnistas e antagnistas ns dierentes rgs e sistemas. As atividades de saúde, que eram da respnsabilidade d ministéri da Justia e Negcis Interires, em 1930, passaram para âmbit d nv ministéri da Educa e Saúde. Nele, Gvern Federal cncentrava s esrs na prte à maternidade e à inância, além d cmbate às endemias rurais. As rganiaes estatais Voltar para o sumário
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de saúde ram rermuladas e ampliadas. É criad, em 1942, Servi Especial de Saúde Pública, que, n entender de Madel Lu (1986, p. 57-58), representava uma amplia signicativa da a médic-sanitária médic-sanitá ria n Brasil. o pder institucinal, enquant pder d Estad, respnde cncentrand decises e riqueas. “Mantém as cndies de vida da ppula estruturalmente intcadas, mas cncede apsentadria, apsentadria, penses, aten médica.” A miséria e a desnutri permanecem, entretant, as campanhas se instituem em departaments e servis: a tuberculse passará a ser “medicamente cmbatida”. Até a década de 50, Brasil pssuía uma das indústrias armacuticas mais prmissras d mund. Eprtava medicaments e vacinas para a Eurpa e s Estads Unids, quand estes n eram capaes, ainda, de prdui-ls. Muitas empresas brasileiras cntavam cm centrs de pesquisa e desenvlviment prpris. Entre 1957 e 1975, mais de 37 labratris nacinais ram adquirids pr grups estrangeirs. (VIDAL, 1994) A saúde, enquant setr estatal, vai srend um prcess de esvaiament acentuad, acentuad, culminand cm a etin d MES, em 1953, em prveit da Educa. Se, pr um lad, passa a eistir Ministéri da Saúde, ‘independente’, na estrutura rganiacinal d Estad, pr utr lad, mdel de interven curativa e individual, apenas 10 ans depis, atingirá, de at, algumas camadas da ppula urbana diretamente ligadas as setres básics de prdu scial: secundári (industrial) e terciári (administra, (administra , cmérci, nanas). As análises dispníveis sbre a estrutura da indústria armacutica n Brasil apntam períd seguinte à Segunda Guerra Mundial cm decisiv, n que se reere às mudanas que clcam a indústria nacinal em psi bastante deasada, d pnt de vista tecnlgic, tecnlgi c, em rela às estrangeiras. Prém, desde s ans 20, já se delineavam dierenas substantivas de estrutura, n que di respeit à pesquisa e às estratégias de cmercialia. A presena cnstante e macia da prpaganda de remédis, a lng da histria, amplia signicativamente seu pder de impact (e cbertura) cm advent d rádi e da televis. Neste sentid, uma quest a ser aprundada é a ds determinantes n prcess de estrutura da cnscientia sbre saúde e teraputica, assim cm de rma de suas representaes sciais, nas quais s meis de cmunica de massa, através da veicula das men-
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sagens publicitárias, tm cupad um espa bastante epressiv. (TEMPoRão, 1986) o períd ps-Segunda Guerra teria prprcinad as cndies institucinais avráveis avráveis à cnslida da trajetria d medicament. o desenvlviment da indústria armacutica mderna baseu-se nas transrmaes da dinâmica d regime tecnlgic. Sua ecácia cmpetitiva esteve e está diretamente relacinada à quantidade e à qualidade da descberta de nvs prduts, que n pssuem apenas grau temprári de mnpli mnpli e se encntram imunes à cmpeti direta, cm também permitem que sejam praticads pres mais alts, que viabiliam a sua prdu, a qualquer cust. (VIANNA, 1994) As descbertas d períd pré-guerra, principalmente principalmente as da sula e da penicilina, trueram esperana, mas s estiveram dispníveis n nal da década de 40, quand a indústria armacutica cncentra capital e se estrutura para prduir em larga escala. A saúde trna-se um bem a ser preservad, através de atitudes individuais. A idelgia da preven, que acmpanha discurs d direit à saúde, representa um cnvite a cnsum prlátic de medicaments e um grande estímul a marketing da indústria armacutica. (ALMEIDA, 1988)
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“O número de espécies botânicas nativas no Brasil situa-se em aproximadamente 120.000, sendo porém recente o desenvolvimento da ftoquímica moderna brasileira.”
(Acad. Bras. Ciências, v. 53, n o 1, 1981)
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ASPECTOS BOTÂNICOS Paul Cesar Ayres Fevereir
A base de rma estrutural de tdas as plantas é caule. Tdas as plantas, sem ece, pssuem. Partind deste rg primrdial, as plantas pder ter lhas e raíes. Vale salientar que pder eistir plantas sem lhas u cm lhas mdicadas em utras estruturas (cm espinhs, pr eempl) e plantas sem raíes (cm em algumas aquáticas e em algumas epítas). N cas de vegetais Fanergams (ist é, cm fres), tais fres ser, basicamente, lhas que se mdicaram para a un reprdutiva, u seja, cada lha seria uma unidade cmpnente da fr mdicada (seja sépala, pétala, estame u carpel). As plantas pdem ser classicadas de várias maneiras, cm, pr eempl, pela dura de seu cicl vital. Teríams, ent, s vegetais anuais (que cmpletam seu cicl vital em até 1 an); s bianuais u bienais (cm cicls vitais de até 2 ans) e s perenes (cm cicls vitais durand mais de 2 ans). Em un de seus hábits (prtes), s vegetais pder ser classicads em: ervas: plantas prstradas de cnsistncia herbácea, cuj principal tecid de sustenta é a celulse; subarbustos: plantas eretas, sem lignina (substância principal da madeira), cuj tecid de sustenta principal é clnquima (um tecid bastante elástic e resistente à ruptura, em un de seus rers suplementares de celulse); arbustos: plantas lenhsas (cm lignina) eretas, cm ei aére principal ausente u muit curt e ramicaes caulinares partind, prtant, da base da planta. Tais plantas atingem, geralmente, uma altura de até 4 metrs; árvores: plantas também lenhsas, eretas, mas cm um ei aére principal bem denid chamad “trnc”. A partir deste trnc surgem as ramicaes u rams. Pd Pdem em assumir grandes prpres cm é cas das sequias nrte-americanas e de alguns eucalipts na Austrália. Árvres pequenas cm uma altura em trn de 4 metrs u a redr dist s chamadas de arvretas.
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outr tip de hábit pde também ser encntrad cm, pr eempl, nas palmeiras, cuj trnc n ramicad (estipe u estípite) prta n seu ápice uma cra de lhas. Pderems classicar s vegetais em un de utrs parâmetrs, cm, pr eempl, se s fríers u n; n seu tip de habitat etc. Talve, as primeiras classicaes btânicas surgidas tenham sid eitas cm base na utilidade ds vegetais; se estes eram venenss u n; seu us, n cas de serem úteis, u seja, a sua aplica direta u n. Cm rela às plantas de a teraputica, é sabid que estas já eram utiliadas, prvavelmente, pel hmem de Neanderthal, em virtude de descbertas realiadas n síti arquelgic de Shamidar, n Iraque, pel arquelg Ralph Sleki. É sugestiv imaginar a quantidade de plantas que hmem primitiv levu à bca pr pura curisidade u mtivad pr situaes de imediatism desesperad. Ainda hje, tems um grande arsenal de plantas cm múltiplas aes silgicas, que, sem quaisquer estuds químics realiadas, est send utiliadas ppularmente. outr dad interessante é que muitas plantas, de a teraputica já cmprvada pels escales da cincia da Fitterapia, ainda se encntram smente n estági de plantas selvagens, pis n alcanaram nem primeir nível d estági de dmestica. Tais plantas s, pr iss, regularmente cletadas na naturea, sem que se tenham dads de sua bilgia. Tal prcess de cleta geralmente é eit de maneira rudimentar e sem nenhum métd, trnand nssa fra nativa cada ve mais pbre em bidiversidade. A fra brasileira pssui um ptencial químic (prtant, teraputic) antástic que, inelimente, na sua mairia, permanece descnhecid. o primeir estági de dmestica de um vegetal é aquele em que mesm cmea a ser mantid sb cndies articiais, u seja, sb cultiv. A partir deste primeir estági – estági de cultiv – vegetal pderá cmprtar-se de maneira satisatria, desenvlvend-se vegetativamente e chegand até a frescer (n cas das Fanergamas) u emitir utras estruturas de reprdu seuada. Se r bem-sucedida n prcess de reprdu seuada, u seja, n cas de uma Fanergama atingir estági de planta
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adulta (frind) e rmar sementes em seus ruts, pdems armar que tal planta atingiu seu segund estági de dmestica. o terceir estági é atingid quand as plântulas prduidas pela matri u matries, além de se desenvlverem vegetativamente cm it, também cmeam a apresentar palpáveis variaes mrlgicas, em sua clra, estatura u preccidade na fra, entre utrs atres. o quart e talve últim estági da dmestica, é dad pela pssibilidade de sucess n cultiv n qual a sele de tais características puderam eetivamente ser perpetuadas, através das geraes subseqentes. o sucess n cultiv de plantas teraputicas depende de váris atres. Dentre s principais, pdems enumerar alguns, tais cm clima, sl, dispnibilidade hídrica etc. As cndies climáticas d vegetal, clcad sb cultiv, devem ser iguais às cndies em que mesm estava submetid, em sua rigem, u, n send ist pssível, que sejam as mais primas pssíveis. É um dad relevante, em rela a clima, a dura d dia n ambiente de cultiv (eistem dias lngs e curts, dependend da primidade u distância cm a linha d Equadr). Há, prtant, plantas de dias curts, plantas indierentes à dura d dia, e plantas de dias lngs. Estas últimas s frescem em dias que pssuam entre 12 a 14 hras de lu diária. A mair parte das plantas de clima subtrpical s de dias lngs, send as plantas de dias curts as que est mais primas d Equadr, ist é, as de clima trpical. Fatres climátics cm temperatura d ar, temperatura d sl, altitude, vents, evaptranspira, entre utrs, s também relevantes. Ressalte-se que as plantas subtrpicais e de clima temperad, encntradas em baias altitudes em seus lcais de rigem, tm mais chance de vingar sb cndies trpicais d que aquelas riundas de altitudes maires. Cada espécie vegetal pssui uma temperatura cnsiderada ideal para seu desenvlviment plen. Para a mairia das espécies de clima trpical a temperatura cnsiderada tima gira a redr ds 25°C. Algumas espécies também necessitam de uma dierena cnsiderável entre as temperaturas diurna e nturna. S atres cmpensadres, de uma temperatura diurna elevada, a altitude (de 150 a 200 metrs de altitude acima d nível d mar, a temperatura cai em média um grau centígrad), smbreament parcial (inclusive cm a alternância de linhas de plantas cm prte dierente), a rienta
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ds sulcs de cultiv, uma irriga pr aspers nas hras mais quentes d dia (entre as 12 hras até as 14 hras). Vale salientar que uma temperatura tima avrece uma tssíntese mais intensa e, prtant, uma rma mair de cmpsts secundáris de a teraputica. Para cmbater temperaturas elevadas n sl, pdems indicar assentament de material cm baia cndutividade térmica, tais cm palha, casca de arr u serragem, espalhad hmgeneamente, sbre a superície d sl. A mesma recmenda vale para evitar temperaturas muit baias na superície d sl. Temperaturas inadequadas sbre essa superície cultivada cmprmetem uma ba germina das sementes e também um enraiament vigrs de mudas u estacas. Sls e subsls cmpacts s aquecids mais rapidamente d que sls leves e prss, bem arejads e secs. Sls escurs absrvem até 80% da radia slar, enquant sls clars pdem absrver mens de 30% desta radia. (HERTWIG, 1986) Cada espécie btânica tem suas preerncias edácas (ísicas e químicas). Prtant, é imprtante que se cnsultem as preerncias de cada uma delas neste sentid, a m de se evitar decepes. os métds de cultiv mais utiliads para plantas de a teraputica s pr mudas (a partir de sementes), pr planti diret n lcal denitiv (semeadura direta) e pr prpaga vegetativa. N cas de prpaga pr sementes, deve-se cnsiderar a quantidade de sementes necessárias pr área de cultiv. Uma margem de segurana na quantidade de sementes a serem adquiridas (em trn de 3 vees a quantidade mínima necessária ) é recmendável, em virtude de algumas sementes n viáveis, sele das melhres mudas na sementeira (n cas de planti indiret) etc. As sementeiras s canteirs destinads, eclusivamente, à germina das sementes das espécies esclhidas. N cas de plantis direts devem-se testar diverss espaaments e densidades, para que se esclha melhr para cada espécie. Em plantis indirets (cm us inicial da sementeira e psterir transerncia das mudas) decrrer entre 30 a um puc mais de 60 dias, para que as mudas pssam ser transplantadas para lcal denitiv de cultiv. A cmpsi d substrat da sementeira deve ser tal, que permita
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uma suciente ertilidade e permeabilidade, esta última capa de reter umidade pr um determinad períd. Tal cmpsi deve ser cncebida de maneira que, a apertarms na m uma certa quantidade deste substrat umedecid, este rme um blinh cnsistente, que se esarelará a ser esregad entre s deds. o ideal é serem empregads váris tips de cmpsi e testá-ls cm i indicad anterirmente. Entre s ingredientes utiliáveis, pdems citar sl aren-argils u arens, terra vegetal bem decmpsta, esterc bvin bem curtid e peneirad e areia de cnstru (quand sl usad r mais argils). Um ter de cada um ds 3 primeirs ingredientes citads pde ser acrescid, u n, d quart ingrediente, que uncinaria cm um crretiv de cnsistncia, que parece ser prcediment mais aprpriad. Tal sementeira deve ser lcaliada mais prim pssível da utura área d cultiv denitiv e de uma nte de água; deve, também, estar aastada de áreas smbreadas, de lcais muit bais e ecessivamente ventilads. Um leit ecessivamente argils u arens, na sementeira, n é recmendável, já que em ambs s cass apresentam-se incnvenientes na reten de água. Deve-se eliminar plantas daninhas e realiar um psterir desbaste entre as mudinhas que ir surgir, cnservand-se sempre as mais rbustas. o transplante denitiv deve realiar-se quand tais mudas apresentarem entre quatr a seis lhas. Eiste uma clara vantagem a se transplantar a mudinha “cm sede” (ist é, cm trr levemente sec a redr da muda), e n se esquecend de regá-la bem quand a mesma r clcada em seu lcal denitiv. É acnselhável também que a muda etraída da sementeira deva ser retirada cm auíli de uma lâmina de madeira que serve de alavanca a ser clcada pr bai das raíes, puand-se tal muda pelas lhas e n pel caule, cm s deds plegar e indicadr. Uma sementeira cm ecess de adub nitrgenad é indesejável, pis a muda cresce demasiadamente, trnand-se muit tenra e rágil. É recmendável que prpri agricultr prdua suas sementes, pis iss leva cultiv, cm temp, a um padr de inigualável qualidade pr sele das plantas, em un de sua adapta lcal, na realidade uma rma de sele natural.
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Algumas espécies n tleram ser inicialmente germinadas em sementeiras cm a psterir repicagem para lcal denitiv. Tais espécies dever ser semeadas diretamente n lcal de cultiv denitiv (semeadura direta). Estas plantas, geralmente, s mens “eigentes” n iníci de sua germina, e mais tlerantes quant a variaes ambientais. Eistem cass de plantas que s prpagadas vegetativamente, ist é, através de bulbs, estles, rebents, e até mesm de lhas. Tais prpagaes cnsistem, basicamente, em destacar-se uma parte u rg da “planta-me” e clcá-l n sl, para que mesm enraie e cresa. Ressaltams que as mudas, sementes etc., prduidas na mesma regi nde ser cultivadas, prvavelmente, já estar mais adaptadas às cndies lcais, e, pr este mtiv, erecem um rendiment bem superir a similar imprtad, u prveniente prvenien te de uma regi cm características dierenciadas. Cultivand-se espécies que s muit visadas pr pragas e denas cmuns na regi, entre uma u mais culturas dierentes, cnsegue-se diminuir prblema u até eliminá-l. À medida que aastams as plantas de uma mesma espécie, diminuíms s riscs de apareciment de pragas e denas. Uma pda bem rientada em plantas perenes pde ajudar n cntrle de algumas pragas e denas. Uma simples aspers redu a ppula de pulges, trips etc. o impact da água sbre as lhas prvcará a queda ds pulges n sl, nde mrrer pela incapacidade de retrn às plantas.
SECAGEM Ainda a cnsiderar é a realia da secagem das plantas teraputicas que ram clhidas e, psterirmente, armaenadas. A secagem tem dupl bjetiv: de retirar uma prcentagem elevada da água cntida nas células e tecids, e de prprcinar uma cnserva das reeridas plantas pr lngs períds de temp. A evapra da água cntida n vegetal minimia a perda da mairia ds princípis ativs, especialmente em decrrncia da atividade enimática. A secagem d material btânic cletad impede a sua deterira e, cm ist, tal material pssuirá mair temp de cnserva d seu ptencial químic e teraputic.
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Pucs minuts aps crte das plantas, enimas catalisam catali sam reaes químicas que destrem muits princípis ativs nas plantas medicinais. Enquant eistir umidade ns tecids vegetais, tais enimas reagem e cnvertem uma grande quantidade de princípis ativs. A secagem, prtant, cm já dissems, diminui eeit de tais reaes enimáticas, send a mesma imprescindível à manuten ds princípis ativs na drga cletada. Prcura-se reduir ter de umidade das plantas medicinais para cerca de 5%, apesar de, em algumas espécies, tal ter cntinuar send mair, mesm aps a secagem. A a destrutiva catalisada pelas enimas inclui reaes de idaes, redues, rearranjs mleculares, mleculares, hidrlises, rem u adi de radicais etc. Eistem váris tips de secadres destinads à desseca u secagem das plantas cultivadas. A secagem deve ser iniciada imediatamente aps a clheita das plantas e n mesm dia. A cada minut que passa, tal planta está perdend qualidade, pis as enimas estar mdicand muitas mléculas ds princípis ativs, transrmand esses princípis ativs em utras substâncias, sem qualquer valr para usuári. Tal secagem n deve ser nem muit rápida nem muit lenta. Numa secagem muit rápida, é prvcad um ressecament da camada supercial das células d rg vegetal, impssibilitand a evapra da água cntida n seu interir. Tal água, assim retida, permite atividades enimáticas. Em utrs cass, pdem rmar-se blres, de dentr para ra, n rg vegetal. Quand a secagem r lenta, permitirá alteraes enimáticas prejudiciais n interir d rg antes que prcess se cnclua. cncl ua. o apareciment de ungs, em tais cass, também é cmum. Uma ba secagem permite, além da preserva ds princípis ativs, a cnserva de um bm aspect e clra da drga dessecada. Ist se btém quand a secagem é realiada em lcais smbreads e cm ba circula circula de ar n material mater ial a ser dessecad. desse cad. Tal Tal ar circulante cntém algum calr que avrece a etra da umidade. A planta dessecada deve apresentar-se rígida, sem estar quebradia. A dura da secagem pde ser de 3 a 10 dias. Algumas raíes inteiras e grssas pdem ultrapassar 15 dias de secagem. o ideal é que, de psse de uma amstra de material btânic bem desseVoltar para o sumário
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cad, pssa-se chegar, na secagem, a um resultad idntic. De maneira generaliada, há uma rela n pes de 7:2 entre uma planta antes e depis de dessecada.
IDENTIFICAÇÃO BOTÂNICA N cas de plantas cletadas na naturea, um atr primrdial é a certea da identidade da espécie n material cletad. Numa ecurs btânica, realiada cm ns cientícs, material cletad, u parte dele, será geralmente herbriad (s eemplares cletads ser mntads numa prensa de madeira, secads numa estua, que impedirá enrugament de tais materiais), psterirmente numerad e identicads dads relevantes, tais cm lcal de cleta, em que tip de ambiente i encntrad, a data da cleta, nme d cletr, cr, cheir u qualquer utr atr que pssa ser alterad cm prcess de desseca, suas relaes interespecícas, suas preerncias em terms de lu, umidade, tip de sl etc., sua utilia ppular, n cas de uma planta medicinal, cmestível u quaisquer utrs uss lcais s também imprtantes. Na institui btânica a planta terá a sua espécie devidamente identicada e, se pssível, incluída num herbári (cle de plantas desidratadas). Tal identica btânica é eita de maneira seqencial, primeiramente em nível de amília, utiliand-se uma chave u chaves para a identica das amílias btânicas (eistem váris tips de chaves). Chegand-se a recnheciment da amília, identica-se gner, utiliand-se a mesma metdlgia, neste cas, uma chave de identica para gners de uma determinada amília. Eventualmente pder eistir chaves de identica para as espécies de tal gner. N cas de n haver chaves para identica das espécies, material btânic pderá ser cmparad cm material eistente n herbári da institui. Pderá crrer blqueament d prcess de identica, em alguns destes materiais, pr impssibilidade impssibilidadess técnicas, prblemas de inra-estrutura na institui etc. Para tais materiais btânics, nesse cas, recmenda bm sens que sejam enviads a um especialista d grup tainômic em quest. Tal especialista pderá pertencer à institui nde surgiu prblema tainômic Voltar para o sumário
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u, ent, pertencer a utra institui btânica (n Brasil u n eterir). N é rar prpri especialista, n grup tainômic envlvid, sentir também diculdades de determinar material btânic enviad u parte dele. Pde, inclusive, tratar-se de alguma espécie nva para a cincia. Geralmente, tal especialista nmeará a espécie, acrescentand a sua diagnse (descri btânica), em latim (língua cial da Btânica). Tal descri riginal deverá ser publicada numa revista (geralmente a da institui de rigem d btânic sistemata envlvid) cnhecida internacinalmente. o material btânic cletad e enviad para especialista d grup tainômic em quest, e que serviu de base para a descri btânica riginal, será chamad de “tip” “tip ” (Typus) (Typus) e será cnsiderad cnsid erad cm mdel de reerncia tainômica para as prváveis uturas cletas desta espécie, servind de base para uturas determinaes. As determinaes de plantas cletadas na naturea devem ser muit cnsciencisas e eitas pr btânics gabaritads (se pssível cm a cnrma da espécie pr mais de um btânic). A garantia de uma ba determina d material btânic cletad é a base segura para uma utura pesquisa cm a espécie envlvida. Determinaes erradas trnam tdas as ases da pesquisa subseqente sem valr cientíc. Plantas teraputicas, já cnsagradas pela medicina ppular u até mesm pela cincia, e que n apresentam uma garantia na determina btânica btânica eita pr prssinais da área, n devem ser utiliadas em nenhuma instância. Crre-se, inclusive, risc de se estar trabalhand, u até mesm de se estar utiliand uma espécie venensa! Muits medicaments tterápics trnam-se desacreditads, ns cass de determinaes btânicas maleitas, pr n apresentarem s resultads curativs esperads. Vale salientar que material btânic cletad destinad à identica deve ser mais cmplet pssível, u seja, um u mais rams cm lhas em diverss estágis de desenvlviment, cm fres (n cas de Fanergamas) u srs (n cas de Pteridtas). Cm rela às Fanergamas Fanergamas,, a presena de ruts, além das fres, fre s, ajuda bastante na determina btânica. Cas seja pssível, tal material deve ser apresentad em estad de mair rescr re scr pssível (cm se a planta tivesse acabad de ser cletada). Tal rescr
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pde ser mantid pr váris dias, se a planta cletada r guardada dentr de um sac plástic echad (cm um puc de umidade), cnservad dentr de uma geladeira. É imprtante antar a altura da planta, nde i cletada e em que tip de ambiente etc., para que n surjam muitas dúvidas na hra da determina.
BIODIVERSIDADE Certamente nenhum btânic pde erecer um cálcul sequer aprimad das dimenses d rein vegetal. As estimativas atuais variam entre 250.000 a 500.000 espécies. Seja qual r númer aceit, representa uma epressiva bidiversidade. Cada rganism é distint d utr e cmpreende uma especíca “ábrica química”. química ”. Cnseqentemente, Cnseqentem ente, cada um acina um ptencial de interesse d pnt de vista de sua utilia. Atualmente, Atualme nte, acredita-se que haja umas 1.500 espécies de bactérias, de 30.000 a 100.000 espécies de ungs (um miclg american que trabalha cm ungs trpicais acredita que, talve, 200.000 espécies seja um númer mais prim da realidade), entre 19.000 a 32.500 espécies de algas, 16.000 a 20.000 espécies de líquenes, 25.000 espécies de Britas (musgs e hepáticas), em trn de 10.000 espécies de Pteridtas, 700 Pimnspermas e pel mens 250.000 espécies de Angispermas em 10.500 gners dentr de, aprimadamente, 300 amílias. 75% das espécies das Angispermass s Dictiledône Angisperma Dictiledôneas as (classe Magnliatae, segund A.Crnquist 1968), e 25% deste vlume seriam Mntiledôneas (classe Liliatae).
PLANTAS PLANT AS MEDICINAIS As Angispermas s, indubitavelmente, a mair nte de plantas medicinais para hmem. o valr medicinal de uma planta deve-se à presena n seu tecid de uma substância química – princípi ativ – que prdu um eeit silgic. Muits destes princípis s cmples e, eventualmente, ainda se descnhece sua naturea química. Alguns tm sid islads, puricads e, inclusive, sintetiads u imitads. Geralmente, pertencem a uma destas seis categrias químicas:
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alcalides, glicsídes, les essenciais (essncias), gmas e resinas, les gras e substâncias antibiticas. Islaram-se mais de 12.000 princípis secundáris rgânics e muits tm-se mstrad úteis na medicina. os princípis mais imprtantes, sb pnt de vista médic, s s alcalides e s glicsídes. Mais de 90% ds alcalides cnhecids (5.500, aprimadamente) encntram-se em Angispermas. As amílias mais ricas em alcalides s: Slanaceae, Leguminsae, Rubiaceae, Liliaceae, Apiaceae e, sbretud, Apcynaceae, que englba 18% de tds s alcalides cnhecids. Para qualquer um que trabalhe cm a Etnarmaclgia e a Fitquímica, trna-se evidente que nssas descbertas das drgas est apenas cmeand!
ExPEDIÇõES, JARDINS BOTÂNICOS E PLANTAS MEDICINAIS Cm rela a epedies btânicas amsas, s 150 ans psterires a Linneu e td sécul xIx ram um períd de eplra intensa, em muits territris virgens. Ainda hje, muits btânics eplram regies descnhecidas, especialmente ns trpics e, a cada an, descrevem mais de 5.000 espécies nvas para a cincia. Depis d períd de Linneu, estabeleceram-se grandes jardins btânics e herbáris, cm unes e prpsits dierentes das instituies similares d passad. Geralmente, s jardins btânics n s recnhecids cm estruturas vitais para estud das plantas medicinais, mas sim cm elements de un paisagística e cnservacinista (uncinand cm bancs de germplasma para espécies raras u em etin). Atualmente eistem mais de 400 jardins btânics em td mund, em muits ds quais se realiam investigaes sbre aspects cncrets das plantas medicinais. Um destes jardins – “Chelsea Physic Garden” – ainda está em uncinament em Lndres. A imprtância vital ds jardins btânics para estud das plantas medicinais e daquelas cm interesse ecnômic ca bem ilustrada, se recrdarms alguns váris eempls. o caeeir, riginári da Abissínia, i intrduid pela primeira ve n Brasil, n sécul xVIII, vind d Jardin des Plantes, de Paris. Jardins btânics ingleses e hlandeses tiveram grande imprtância na intrdu
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de quineiras na Ásia, cm material cletad ns Andes sul-americans. Sem uma cadeia de ecientes jardins btânics, tais cm s de Kew em Lndres e d Sri Lanka (antig Ceil), a intrdu da seringueira amaônica n Velh Mund jamais pderia ter it. Apesar de Linneu ter sid grande “espírit cngregadr” das tendncias da cincia btânica de sua épca, n i primeir a criar herbári, mas apenas s utiliu para descrever e nmear espécies. Seu livr Species Plantarum, publicad em 1753, é universalmente aceit cm pnt de partida da mderna nmenclatura btânica. Ainda hje, btânics, quand est classicand e nmeand espécies nvas para a cincia, respeitam s parâmetrs estabelecids pr Linneu. Um herbári n smente representa a base de investiga para a btânica sistemática, cm também representa uma nte quase inesgtável de ntas de cletres u herbriadres sbre s uss das plantas nas sciedades primitivas. Estas inrmaes n smente s de “primeira m”, cm também indicam dads sbre sua lcalia etc. Várias pesquisas ns herbáris sbre uss medicinais ppulares de tais plantas tm sid levadas a cntent, recentemente, cm resultads prmissres. As reerncias ds maires herbáris ilustram vast ptencial das descbertas etnarmaclgicas eitas pr cletres. Entre s maires herbáris est de Paris cm 7.200.000 eemplares; Leningrad e Genebra (cada um cm 5.000.000 de eemplares); Ryal Btanic Gardens, em Kew, cm 4 a 5 milhes e da Universidade de Harvard, cm quase 4 milhes.
PLANTAS ANTIDIABÉTICAS A respeit da listagem (na página 275 deste livr) das plantas antidiabéticas que já ram estudadas n mund, pdems armar que: 1º parece n eistir nenhuma liga entre eeit hipglicemiante e um grup tainômic que seja relevante cm essa a; 2º muitas das plantas citadas s cultivadas e há muit temp cnhecidas pel hmem; 3º também é grande númer de espécies citadas cm hipglicemiantes que apresentam utras características teraputicas Voltar para o sumário
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4º
5º 6º 7º
(talve a mairia); é prvável que a amília Myrtaceae seja a que mais cntribua cm espécies hipglicemiantes, em virtude de alguns de seus gners, cm Myrcia, apresentarem espécies cm esta atividade silgica; a-se ntar que certas espécies listadas cm hipglicemiantes sejam também plantas de grande ticidade; a amília Fabaceae parece também pssuir um bm ptencial para plantas antidiabéticas; e alguns gners s prtadres de um elevad númer de espécies, que ns leva a crer que númer de representantes cm a antidiabética pssa ser bem mair (determinads gners pssuem mais de uma espécie de a hipglicemiante).
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“Para cada doença existe uma planta.”
(Provérbio russo)
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4 DIABETES MELLITUS: DIAGNÓSTICO E RECURSOS TERAPêUTICOS Lui Antni Raneir de Bragana e Marília Martins Guimares
A IMPORTÂNCIA DO DIABETES MELLITUS Há pel mens trinta milhes de pessas n mund srend de diabetes mellitus (DM). Mesm em países desenvlvids cm s Estads Unids da América, nde s prgresss de tratament tendem a alcanar um númer mair da ppula, mais mrtes s atribuídas a diabetes d que a câncer de pulm, de mama u pr acidentes de autmveis (MARLES, 1994). Nas Américas, DM é uma das de causas mais imprtante de dena. Em países d primeir mund, a esperana de temp vida das pessas cm diabetes mellitus insulindependente (DMID) é de aprimadamente 75% daquela ds n diabétics. Ns países em desenvlviment, prém, a taa está em trn de 50%. Em rela a DM n-insulindependente (DMNID), s pacientes tm a esperana de vida muits ans mais curta ns países em desenvlviment (LLANoS, 1995). Estes dads estatístics apntam para a necessidade de mair aten as pacientes diabétics em nss mei. Cmparand-se cm s indivídus sem a enermidade, s pacientes diabétics tm um risc de 2 a 4 vees mair de dena crnariana (angina e inart), 2 a 6 vees mair de acidente vascular cerebral (derrame) e 4 vees de transtrns arteriais periérics entre eles a gangrena (MARLES, 1994). Cerca de um quart ds pacientes admitids anualmente para transplante renal u prgramas de diálise crônica tm insucincia renal causada pr nerpatia diabética (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993). Já a retinpatia diabética “é, u será dentr em breve, a mais imprtante causa de cegueira n mund industrialiad” (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993).
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DEFINIÇÃO, TIPOS E ETIOPATOGENIA o diabetes mellitus (DM) é uma dena que reúne uma série de desrdens, clinicamente hetergneas, cm um perl cmum de sinais e sintmas: plidipsia, pliúria e pliagia (respectivamente sede, mic e me ecessivas), emagreciment, raquea muscular e hiperglicemia (aument ds níveis plasmátics de glicse). Estes sintmas ram descrits pels antigs egípcis n Papirus de Ebers, há cerca de 3.500 ans, e pels médics gregs Arateus e Cappadcian (30-90 a.C.) e Galen (130-200 a.C.). Segund a organia Mundial da Saúde (Série de Inrmes Técnics 727 de 1985), a dena pde ser apresentada em trs tips principais: diabetes mellitus insulindependente (DMID), n insulindependente (DMID) e que está assciad cm a desnutri. os pacientes cm DMID, também reerid cm tip I, necessitam de injees diárias de insulina para prevenir uma cascata de events metablics que resultariam na cetacidse diabética, cma e mrte. Este tip da dena é caracteriad pela ausncia de células ß (beta) das ilhtas de Langerhans d pâncreas e ausncia de secre de insulina. A les da célula ß pde ser causada pr agentes químics d ambiente u ingerids através da alimenta, inec viral u pr uma desrdem autimune, em indivídus cm predispsi genética. o diabetes mellitus n insulindependente, DMNID u DM d tip II, reúne uma variedade de estads diabétics nde as células b est em númer reduid cmparad à da célula ala (que secreta hrmôni glucagn - hiperglicemiante) e a secre de insulina é capa de aer rente às aes cetgnicas (prdu de crps cetônics) d glucagn, mas insuciente para evitar a hiperglicemia. o tip II requentemente está assciad à besidade e a cmprmetiment das aes da insulina ns tecids (resistncia periérica). Na verdade, a etilgia d DMNID ainda n i cmpletamente elucidada, send sugerids deeits a nível da célula ß pancreática, d múscul e d ígad. A hiperglicemia d DMNID pde resultar de um deeit na secre da insulina, prdu hepática de glicse elevada, resistncia periérica à insulina u diminui d clearence (elimina) de glicse. Tem sid descrit que de-
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eit primári em diabétics n bess é prejuí da secre pancreática de insulina, enquant que, ns diabétics bess, deeit primári é prejuí da sensibilidade d múscul esquelétic e d ígad à insulina. os pacientes cm DMNID pdem eibir hiperinsulinemia de jejum, decrrente da hiperglicemia que persiste a lng d dia, mas este ecess de insulina é insuciente para nrmaliar s níveis sanguínes de glicse. ocrre, assim, uma decincia relativa e n absluta de insulina.
DIAGNÓSTICO E EPIDEMIOLOGIA A Asscia Latin-Americana de Diabetes – ALAD (1995) recmenda s seguintes critéris diagnstics para DM: 1. Pacientes cm sintmas clars de DM e valres de glicemia de jejum iguais u maires que 140mg/dl u em determinaes realiadas em qualquer mment d dia iguais u maires que 200mg/dl; 2. Pacientes sem sintmas clínics de DM, mas cm níveis de glicemia em jejum iguais u superires a 140mg/dl, cnrmads em duas u mais casies; 3. Pacientes cm valres de glicemia em jejum menres que 140mg/dl, mas cm atres de risc de DM e que também apresentam valres de glicemia iguais u superires a 200mg/ dl duas hras depis de uma ingest de 75g de glicse. 4. o diagnstic de intlerância à glicse aplica-se em pessas cm valres cmpreendids entre 140 e 199mg/dl, duas hras depis de uma ingest de 75g de glicse. Ns cass em que s resultads erecerem interpreta duvidsa, deverá ser eita uma nva prva de tlerância à glicse, cm glicemia basal, 60 e 120 minuts. A presena de dis valres acima de 200mg/dl cnrmam diabetes. Apesar ds prgresss da Medicina, diabetes mellitus é uma enermidade cuja prevalncia (númer de cass eistentes em um dad mment, numa ppula estudada), n Brasil e n mund, aumenta a cada an pr uma série de mtivs. Dentre eles, estil de vida urbana, cm seus errs alimentares e sedentarism, assim cm aument da epectativa de vida da ppula e da sbrevida pels diabétics.
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o Cens Nacinal de Diabetes, realiad na ppula urbana, de 30 a 69 ans, em nve capitais brasileiras mstram uma prevalncia de 7,6%. As taas scilam de 5,2%, em Brasília, a 9,7% em S Paul, tend sid ainda estudadas: Belém, Frtalea, J Pessa, Prt Alegre, Recie, Ri de Janeir e Salvadr (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993). Segund a organia Panamericana de Saúde, a prevalncia d diabetes n insulindependente nas Américas varia de 5% n Canadá, 14, 1% n Méic, passand pr 5,0-5,3%, em Santiag (Chile), 8% na Clômbia, 5-8, 1% na Argentina, 14% na Jamaica, embra cm metdlgias de estud distintas (LLANoS, 1995). Quant à incidncia (númer de cass nvs em um dad mment, em geral um an), DMNID é de mais diícil determina. Ainda em estud, a incidncia d DMID n Brasil está estimada em cerca de 7,8 pr 100.000 indivídus cm mens de 20 ans de idade (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993).
QUADRO CLÍNICO E FISIOPATOLOGIA o quadr clínic d diabetes apresenta uma série de sinais e sintmas, já citads anterirmente, crrend dierenas cnrme a sua apresenta DMID u DMNID. os sintmas clássics mais cmuns a tdas as rmas da dena s a pliagia, plidpsia e pliúria. Cm cnseqncia destes sintmas e sinais, ainda bservams nictúria (urinar durante a nite), bca seca, cansa, prurid genital (cceira nas partes íntimas), raquea, ineces requentes na pele, diculdade de cicatria, perda de pes etc. Ambs s tips reerem emagreciment mas, cmumente, DMNID apresenta-se cm pes acima d nrmal, enquant DMID evidencia um quadr de magrea. Estes sintmas e sinais decrrem da ausncia, decincia u mau aprveitament da insulina, levand à hiperglicemia, pela n entrada da glicse para dentr das células. A hiperglicemia ará cm que rim – que nrmalmente reabsrve a glicse – perca a sua capacidade de reabsrver quantidades t elevadas. o indivídu cmea a eliminar glicse que pr sua ve leva água junt (diurese smtica). A perda hídrica prvca sede para repr a
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quantidade de líquid perdida, daí a plidpsia. Finaliand, a n entrada de glicse na célula smada à perda pel rim, a cm que indivídu sinta me (pliagia). o paciente deve ser tratad t lg é eit seu diagnstic, n s para alívi de sua sintmatlgia, mas também para a preven das cmplicaes d diabetes mellitus. classificaçÃo do DIABETES e ouTras caTegorias afiNs de iNTolerÂNcia À glicose seguNdo a orgaNiZaçÃo muNdial da saúde
CLASSES CLÍNICAS DIABETES MELLITUS: Diabetes mellitus insulindependente Diabetes mellitus n-insulindependente sem besidade cm besidade Diabetes mellitus assciad cm a desnutri outrs tips de diabetes mellitus relacinads cm utrs estads e síndrmes 1) enermidade d pâncreas; 2) enermidade de rigem hrmnal; 3) transtrns prvcads pr ármacs u substâncias químicas; 4) anrmalidade da insulina u seu receptr; 5) certas síndrmes genéticas; 6) transtrns miscelânes. DIMINUIção DA ToLERÂNCIA À GLICoSE: a) sem besidade b) cm besidade c) assciada cm certs estads e síndrmes DIABETES MELLITUS DA GRAVIDEz CLASSES DE RISCO ESTATÍSTICO (indivídus cm tlerância nrmal à glicse mas cm bastante prpens a diabetes)
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ANoRMALIDADE PRÉVIA DA ToLERÂNCIA À GLICoSE ANoRMALIDADE PoTENCIAL DA ToLERÂNCIA À GLICoSE oMS, Inrme Técnic n. 727
O TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS o tratament d diabétic visa n s cntrle metablic imediat (níveis de glicse nrmal), mas também a preven das cmplicaes da dena (chamadas cmplicaes degenerativas), que crrem aps váris ans de dena. Assim, para tdas as rmas de apresenta d diabetes, a dietterapia, s prgramas aprpriads e individualiads de atividade ísica e a educa cntinuada devem rmar a base d tratament. É cmum assistirms alguns pacientes que, a alcanarem glicemias de jejum primas de 100mg/dl, argumentam pela retirada da medica. os resultads de eames labratriais devem ser revists a cada cnsulta médica, cnsiderand-se individualmente cada paciente. os valres para a glicemia em jejum devem ser mais feíveis para s idss e s pacientes cm enermidades crônicas que representem risc de hipglicemia. Na verdade, s s seguintes s parâmetrs e critéris de cntrle metablic, segund a ALAD (1995):
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Quadro 1 – alguNs dos parÂmeTros bioQuÍmicos e criTérios de coNTrole meTabÓlico seguNdo a associaçÃo laTiNo-americaNa de diabeTes
1 DIETA A dieta é etapa inicial e indispensável para qualquer tip de diabetes u intlerância à glicse. A Asscia Americana de Diabetes a, dentre utras, as seguintes recmendaes gerais: 1) atingir e manter pes ideal d paciente; 2) rnecer 55 a 60% das calrias gerais a partir de carbhidrats; 3) limitar a ingest ecessiva de prteínas (ideal: 0,8g/kg de pes crpral); 4) restringir a ingesta de grduras para 30% u mens das calrias ttais; 5) diminuir a ingesta de clesterl para mens de 300mg/d; 6) reduir a ingesta de sdi a 1g pr 1000 calrias e a limite máim de 3g/dia. A mairia ds pacientes cm DM deverá necessitar terapia adicinal cm um agente hipglicemiante ral (Ho) u insulina para bter cntrle glicmic satisatri. (DUNN, PETERS, 1995)
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os DMNID, geralmente bess, necessitam cmplementar a dieta cm hipglicemiantes rais. Nestes pacientes, mair bjetiv é alcanar e manter pes ideal, uma ve que 80% destas pessas tm ecess de pes. Já n tratament d DMID, nde s pacientes aem us de insulina, devem ser bservads alguns bjetivs básics (NATHAN, 1988): 1. ausncia de sintmas ligads à hiperglicemia; 2. um mínim de episdis de hipglicemia; 3. cetnúria mínima (elimina renal de crps cetônics rmads n ígad); 4. cresciment e desenvlviment nrmais das crianas; 5. educa d paciente para permitir sua aut-assistncia e para que seja capa de prevenir uma descmpensa metablica. Em rela à alimenta, a meta principal é bter uma ingesta unirme de carbhidrats e calrias, pssibilitand empreg adequad de insulina e bm cntrle glicmic (BANTLE, 1988). Um ds enques atuais na rienta alimentar d paciente diabétic tem sid em rela a imprtante papel das bras, que pdem prvcar uma redu da glicemia medida aps as reeies (FILHA, et al., 1989 ; LEFèBVRE, SCHEEN, 1992). A bra dietética é denida cm a pr ds aliments de rigem vegetal que n pde ser digerida u absrvida pel intestin d ser human e, desta rma, n pssuem valr calric. S eempls cmuns de bra dietética a celulse, a hemicelulse, gmas, pectina e lignina, send a mairia plissacarídes n digeríveis de plantas, cmpsts de cadeia de glicse, ilse, manse, ácid galacturônic u galactse. os legumes s a nte mais cncentrada de bras, também encntradas em rutas, verduras, grs etc. Pr utr lad, as dietas e s suplements rics em bras pdem ser respnsáveis pr sintmas cm náuseas, distens abdminal e fatulncia (BANTLE, 1988). Quant à relevância de uma dieta balanceada e rneciment adequad de nutrientes, recentes bservaes sugerem que a suplementa de magnési pde cntribuir para um aument tant da respsta da célula b quant da atividade da insulina em
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pacientes cm DMNID (LEFèBVRE, SCHEEN, 1992).
2 ExERCÍCIOS os eercícis ísics pdem erecer diverss beneícis para s diabétics: 1. redu imediata da glicemia e pssível melhra d seu cntrle a lng pra; 2. aument da sensibilidade à insulina, aument d HDL clesterl (lipprteína chamada de “clesterl bm” pr cntribuir para a rem ds lipídes das paredes das artérias) e pssível redu d LDL (“clesterl mau”, pr eercer papel antagônic a HDL) e triglicerídes; 3. melhra da hipertens arterial leve a mderada; 4. aument d cnsum de calrias, auiliand na perda de pes; 5. diminui d númer de batiments cardíacs em repus; 6. aument da capacidade ísica de trabalh; 7. mair sensa de bem-estar e melhr qualidade de vida. N entant, s eercícis eits em cndies inadequadas u mal cnduids também pdem representar riscs (HoRSoN, 1988): 1. hipglicemia durante u aps eercícis mderads u prlngads; 2. hiperglicemia durante e aps eercícis intenss; 3. rápida eleva da glicse e crps cetônics n sangue em pacientes mal cntrlads; 4. aument d risc de denas cardivasculares preeistentes; 5. denas articulares degenerativas; 6. leses de partes mles (tendes, músculs etc.); e 7. pssível pira das cmplicaes a lng pra.
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3 INSULINA os pacientes cm DMID n cnseguem prduir insulina e s dependentes da aplica egena de insulina, para permanecerem vivs. A insulina é um hrmôni prteic (ist é, uma prteína), cnstituída de duas cadeias de aminácids, A e B, ligadas entre si pr pntes de enre. Sua prdu crre nas células beta da ilhta de Langerhans, n pâncreas, nde ca armaenada em grânuls que migram em dire à membrana da célula e se rmpem liberand-a para a circula. Este prcess envlve a participa de um sistema especialiad de micrtúbuls que se cntraem pssibilitand deslcament ds grânuls de insulina. A secre é estimulada principalmente pr glicse, mas também é prmvida pr aminácids (AA), ácids gras, crps cetônics, gastrina, secretina, clecistquinina, peptíde intestinal vasativ, enterglucagn etc. Quand estimulada pela glicse, a secre de insulina é biásica: a primeira, de curta dura, atinge máim aps 1 a 2 minuts; a segunda ase é mais prlngada e tem iníci tardi (KHAN, SCHECHTER, 1991).
3.1 Açes siológicas da insulina As aes d hrmôni insulina, que garantem as unes vitais n rganism, pderiam ser assim resumidas: 1. Aumenta a capta celular de pentses e certas heses (aúcares) d sangue pr ativa d sistema de transprte dentr da membrana plasmática. Certas células captam glicse independente da insulina, a eempl das hemácias, leuccits, medula renal, cérebr e células hepáticas; 2. Prmve transprte através da membrana de íns (cm ptássi e magnési) e certs aminácids e ácids gras; 3. Estimula a glicgnese ( armaenament de glicse na rma de glicgni) nas células sensíveis cm a bra muscular, célula hepática etc. A glicgnese é btida através da ativa das enimas glicgni-sintase e hecinase (gliccinase) e inibi da srilase; 4. Inibe a glicgenlise (quebra d glicgni); Voltar para o sumário
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5. Inibe a glicnegnese (cnvers de aminácids e ácids gras em glicse) hepática; 6. Estimula a lipgnese (síntese de triglicerídes) a partir da capta de glicse, que dá rigem a glicerl-sat que é necessári para a esterica ds ácids gras e rma ds triglicerídes; 7. N tecid adips inibe a lipase intracelular e, cnsequentemente, a liplise (quebra de grduras); 8. Inibe a cnvers de aminácids e ácids gras em crps cetônics n ígad; 9. Estimula a síntese de prteínas. Inibe a prtelise (destrui de prteínas que cmpem s músculs etc.); 10.Estimula a síntese de ácids gras a partir de piruvat (ativa a piruvat desidrgenase); 11. Aumenta ritm de srila da glicse através d ativa da glicquinase hepática; 12. Ativa a enima lipprteina-lipase, que hidrlisa triglicerídes a partir de lipprteínas; Em suma, a insulina pssui aes ANABóLICAS (estimuland síntese e armaenament) e ANTICATABóLICAS (inibind degrada) sbre metablism de aúcares, prteínas, e grduras.
3.2 Mecanismo de ação da insulina A insulina prdu as suas aes através da intera cm receptres especícs da membrana celular. os receptres s encntrads em praticamente tdas as células ds mamíers e em abundância em tecids especialmente imprtantes cm ígad, múscul e tecid adips. o númer de receptres de insulina irá depender da célula send, pr eempl, cerca de 40 na hemácia e 300 mil ns hepatcits e adipcits. (RAMALHo, 1994) o receptr é uma glicprteína que atravessa a membrana celular e pssui duas subunidades, uma etra-celular, chamada de ala ( a) e utra, beta (b), uma prteína (tirsina cinase) transmembrana. Aps a liga da insulina n receptr e sua cnseqente ativa, a subunidade beta se cmprta cm um mediadr intracelular Voltar para o sumário
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que transmite a mensagem que dá iníci a uma série de reaes em cascata. S assim ativadas u inativadas as enimas cm a piruvat desidrgenase, a lipprteín lipase, glicgni sintase etc. A ativa d sistema de transprte de glicse através da membrana é rápida e independe da síntese de prteínas. A insulina parece prmver a mvimenta de transprtadres de glicse para pert da membrana e estimular a sua atividade (KHAN, SCHECHTER, 1991). É imprtante destacar que s receptres pdem ser regulads e infuenciads pr atres diverss: dieta, atividade ísica, hrmônis, agentes armaclgics e a prpria cncentra circulante de insulina. É que se chama de up/dwn regulatin (regula avrável u desavrável para a a da insulina). Assim, s abuss da dieta e a vida sedentária prejudicam, enquant que equilíbri alimentar e a atividade ísica regular cntribuem para a da insulina n receptr.
3.3 Tipos de insulina A insulina i islada, em 1921, pr Frederick Banting, pressr de silgia da Universidade de Trnt e Charles Best, um alun brilhante d 4 an de medicina daquela universidade. Um an mais tarde, utiliaram etrats de pâncreas em um jvem de 14 ans de idade cm glicemia de 500 mg/dl, que vinha urinand de 3 a 5 litrs pr dia e evluía rapidamente para a mrte cm únic tratament dispnível à épca: uma dieta de 450 calrias (SKYLER, 1988 ; KHAN, SCHECHTER, 1991). Cm sucess daquele ensai clínic, ns ans seguintes ram desenvlvids prcesss para islament e prdu em escala cmercial de insulina btida de bi e de prc. As primeiras insulinas, btidas de etrats de pâncreas e cristaliadas cm inc duravam apenas algumas hras, necessitand várias injees pr dia, além de serem impuras. A seqncia de aminácids que rmam a insulina s i btida pr Sanger, em 1960, e trs ans mais tarde bteve-se a síntese cmpleta da prteína. A lng de décadas, ram eitas mdicaes n métd de prdu e btids preparads insulínics cm mair grau de purea e dierentes temps de a. Quant à rigem, as insulinas atuais pdem ser bvina (cm
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trs AA dierentes da humana), suína (um únic AA dierente) e humana. As duas primeiras s btidas daqueles animais, enquant que a humana é btida pr mei de prcesss químics de síntese u pr engenharia genética (síntese pr cepas especiais de bactérias). A vantagem principal desta última está n at de ser mens imungnica (capacidade de induir a rma de anticrps antiinsulina). As insulinas pdem ser misturadas a substâncias que garantam a sua cnserva u mesm que pssibilitem mdicar a dura ds eeits. o quadr 2 apresenta s temps de a das insulinas pr via subcutânea (SC), determinadas pel us de cncentraes distintas de tampes (cm: inc, acetat, sat) u de prteínas mdicadras, cm a prtamina (btida d salm). Daí nme NPH, Neutral Prtamina Hagedrn. As dierenas ds temps descrits num mesm indivídu u entre duas pessas decrrem de atres diverss, cm lcal de aplica (a absr é mais rápida na seguinte rdem decrescente: abdmen, bra, nádegas e ca), atividade ísica etc. Quadro 2 - Tipos, Tempo de açÃo das iNsuliNas
3.4 Indicaçes para o uso das insulinas Destacam-se, a seguir, algumas das indicaes para empreg da insulina n tratament d DM:
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1. pacientes diabétics magrs, cm sinais evidentes de catablism (perda de massa muscular, etc.); 2. pacientes em que as medidas gerais d tratament n armaclgic (dieta etc.), assciadas cm empreg de agentes hipglicemiantes rais (islads u em cmbina), n btém cntrle das glicemias; 3. pacientes d tip II cm alergia u intlerância as agentes Ho; 4. pacientes d tip II em situaes de estresse: cirurgias, inarte, inees graves etc. 5. diabetes gestacinal u pacientes diabéticas d tip II durante a gesta.
3.5 Reaçes adversas com as insulinas A hipglicemia é a principal rea adversa ligada a empreg da insulina, send mais requente ns trataments intensivs. Dentre suas causas pderiam ser relacinadas (KHAN, SCHECHTER, 1991): 1. us de dses inadequadamente elevadas; 2. alha n sincrnism entre mment pic máim n sangue e a ingest de aliments; 3. miss de reei; 4. presena de cndies que aumentam a sensibilidade às aes da insulina, cm insucincia supra-renal u hipsária, implicand em prejuí na secre de hrmônis que elevam a glicemia cm s gliccrticides e hrmôni d cresciment; 5. participa de atres que aumentam a capta de glicse independente de insulina, cm s eercícis. Uma histria de cealéias matinais, sures nturns u sintmas de hiptermia deve despertar para a pssibilidade de hipglicemia nturna em pacientes usand insulina. Esta cndi pde ser diícil de detectar uma ve que é cmumente seguida de hiperglicemia matinal de rebte, chamad eeit Smgyi (KHAN, SCHECHTER, 1991). Voltar para o sumário
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Cm a evlu da técnica de prepar e grau de purea d hrmôni, s atualmente raras utras reaes cm alergia, lipatra, lip-hipertra e edema. A alergia é cmumente restrita a lcal da aplica, send mais cmum cm as insulinas bvina e suína d que cm a humana. A atra da grdura d tecid subcutâne n lcal de aplica (lipatra) parece ser uma variante da respsta imune à insulina, enquant que aument d depsit de grdura subcutânea (lip-hipertra) representa a a lipgnica de altas cncentraes lcais de insulina. o edema ligad à insulina é atribuíd à reten de sdi u a aument da permeabilidade capilar, ntadamente em pacientes metablicamente descmpensads (KHAN, SCHECHTER, 1991).
4 DROGAS HIPOGLICEMIANTES ORAIS os pacientes prtadres de DMNID prduem insulina, mas esta n cnsegue ser eca para manter indivídu cm uma glicemia nrmal. os hipglicemiantes rais (Ho) s drgas que aumentam a secre da insulina, ptencialiam sua a em nível de receptr periéric u diminuem a absr intestinal de glicse. Atualmente, n Brasil, trs grups de agentes hipglicemiantes rais s dispníveis para us clínic: as sulniluréias, as biguanidas e s inibidres da ala-glicsidase. É imprtante rientar paciente para at de que elas n s a insulina, hrmôni indispensável para cntrle da glicemia, síntese de prteínas etc. Cnrme verems a seguir, estes ármacs s empregads cm a nalidade de aumentar a síntese de insulina pel rganism u de cntribuir para melhr eeit d hrmôni.
4.1 Suloniluréias As sulniluréias (SU) s drgas derivadas d ácid sulônic, que estimulam a prdu de insulina n pâncreas. N mment, n mercad brasileir dispms de alguns tips, que variam em rela à ptncia e a temp de a, cm a clrprpramida, glibenclamida, glicaida e glipiida.
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4.1.1 Características gerais das sulniluréias As sulniluréias s bem absrvidas pel trat gastrintestinal. Pr alcanarem cncentraes plasmáticas ideais em puc temp, algumas pdem bter melhr ecácia quand utiliadas cerca de 30 minuts antes da reei. Entre 90 e 99% das SU encntram-se ligadas à prteínas plasmáticas de transprte, cm a albumina e este at pde ser relevante n cas d us cncmitante de utrs ármacs que também se utiliam destas prteínas. Este grup de agentes Ho sre metablism hepátic e elimina renal ds seus metablits (KHAN, SCHECHTER, 1991). Em linhas gerais, s resultads teraputics e cuidads cm us das SU, que dierem entre si quant à ptncia, s semelhantes. A clrprpamida, que cmpe a lista das SU de primeira gera, apresenta algumas características que devem ser bservadas cm: 1. meia-vida plasmática prlngada (24 a 48 hras), cntrastand cm as SU de segunda gera ilustradas acima de 1,5 a 5 hras; 2. metablism hepátic incmplet, havend necessidade de ba un renal para a elimina de cerca de 20% da drga na rma inalterada; 3. mair incidncia de reaes adversas. As SU pdem interagir cm utras drgas administradas simultaneamente. S eempls clássics: a) drgas que diminuem seu metablism hepátic: sulsal e dicumarl; b) drgas que diminuem a ecre renal: enilbutana e aspirina; c) drgas que pssuem eeit hipglicemiante adicinal: aspirina; d) drgas que prmvem deslcament da liga prteica: sulnamida, dicumarl, clbrat, enilbutana e salicilats. A intera entre a clrprpamida e agentes Ho btids das plantas Mrmdica charantia (mel-de-s-caetan) e Allium sativum (alh) i descrita pr Allam e Stckley (1979), que alertaram para a pssibilidade de hipglicemia. Ds pacientes que incialmente btém cntrle adequad da glicemia cm us de uma SU, cerca de 5 a 10% apresentam
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insucess cm a evlu d tratament (KHAN, SCHECHTER, 1991). Algumas causas pdem ser apntadas: 1. mdica individual n metablism da substância; 2. prgress da insucincia endcrina d pâncreas; 3. abandn d esquema incial de dieta; 4. pssível diabetes tip I de iníci lent, inicialmente identicad cm DMNID.
4.1.2 Mecanism de a das sulniluréias As SU prduem essencialmente aes pancreáticas, estimulam a secre de insulina e a degranula das células b. 1. aumentam s níveis de AMPc (imprtante mensageir intracelular), pr estímul das enima adenilciclase e inibi da sdiesterase. Assim, diminuem a capta mitcndrial d cálci (Ca), aumentand s níveis citplasmátics d Ca, que cnsequentemente ativa um mecanism de micrtúbuls e micrlaments respnsáveis pela ecitse (libera para s vass sanguínes ds grânuls cntend insulina). 2. desplaria direta das células b, permitind mair infu d Ca. Alguns trabalhs deendem a pssibilidade da eistncia de aes etra-pancreáticas das SU: de que aumentem númer de receptres insulínics; diminuam a secre d glucagn e a degrada hepática da insulina endgena etc. N entant, parece imprvável que as SU tenham aes etra-pancreáticas imprtantes (KINSLEY, 1994).
4.1.3 Eeits claterais das sulniluréias 1. hipglicemia (é a maniesta mais imprtante, e se asscia à miss u menr ingesta de aliments, desnutri, transtrns hepátics u renais); 2. alergia, tssensibilidade e rash cutâne (vermelhid na pele); 3. reaes de intlerância cm bebidas alclicas (principalmente
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a clrprpamida) pr prejudicar metablism d álcl etílic. o etanl de at pde intensicar a a de tdas as SU a prvcar hipglicemia. 4. queias d aparelh digestiv: gst metálic, náuseas, vômits, diarréia; 5. algumas rmas de anemia, cm aplástica e hemlítica; 6. lassid; 7. depress da medula ssea e leucpenia, anemia e trmbcitpenia; 8. anemia hemlítica; 9. anrmalidade da un hepática; 10. hepatite alérgica e icterícia; 11. hipnatremia (diminui d sdi circulante) e intica hídrica A incidncia de hipglicemia severa cm as SU é estimada em 0,22 episdis pr 1.000 pacientes-an, send 400 vees mens cmum d que cm us regular de insulina. os cass s mais cmuns cm a clrprpamida, devid a temp prlngad de a (KINSLEY, 1994). os hrmônis hiperglicemiantes, também chamads cntra-reguladres, principalmente adrenalina e glucagn tendem a impedir a queda da glicemia a níveis etrems pr antagniar eeit da insulina durante a hipglicemia e induind a prdu hepática de glicse (SHAMooN, 1992).
4.1.4 Cntra-indicaes para empreg das sulniluréias 1. 2. 3. 4. 5. 6.
gravide e lacta; alergia prévia a uma sulnamida; insucincia renal; insucincia hepática; hipersensibilidade as SU; e cntra-indicaes relativas: cirurgia, intercrrncias clínicas de mair gravidade etc.
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4.2 Biguanidas A rmula estrutural das biguanidas assemelha-se à da guanidina, princípi ativ da planta Galega cinalis, de us tradicinal na Eurpa (DUNN, PETERS, 1995). A enrmina, inicialmente cnsiderada cm a drga mais ptente deste grup, i etensivamente utiliada até sua retirada de circula. Ist crreu, junt cm a burmina, na mairia ds países até nal da década de 70, pel aument da incidncia de acidse lática (DUNN, PETERS, 1995). A dimetilbiguanida, u simplesmente metrmina, i intrduida n mercad em 1957 para tratament d DMNID. outra característica das biguanidas é que, a cntrári das sulniluréias e insulina, seu us n está assciad a ganh de pes crpral, uma ve que n aumenta a secre insulínica. o seu empreg é, em geral, prpst para s cass de alncia das sulniluréias ns pacientes cm DMNID, ntadamente s bess. A biguanida também pde ser cnsiderada em cass especiais de DMID, em asscia cm insulina, cm nas rmas instáveis e de insulin-resistncia. Em suma, as biguanidas atuam melhrand a a da insulina e pssuem indicaes especialmente n DMNID. o seu us n DMID é plmic e alguns autres as cnsideram inecaes nestes cass já que sua a depende da prdu de alguma insulina endgena (QUINTAS et al., 1994)
4.2.1 Características gerais d metrmina o metrmina n aumenta a secre pancreática de insulina e, se usada isladamente, n indu hipglicemia, atuand principalmente através d aument da sensibilidade ds tecids periérics (especialmente múscul esquelétic) e d ígad às aes da insulina. Desta rma, antagnia a resistncia insulínica. o metrmina parece pssuir eeits benécs sbre s níveis sérics de lipídes e atividade brinlítica, embra sejam claras as implicaes clínicas destes eeits a lng pra (DUNN, PETERS, 1995). o metrmina pssui ba bidispnibilidade, cm absr gastrintestinal (ntadamente n intestin delgad) em trn de seis hras aps a ingest. A c-administra cm aliment diminui discretamente a sua absr. Cerca de 20 a 30%, n absrvids, s eliminads nas ees. Sre rápida distribui ligand-se Voltar para o sumário
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puc a prteínas plasmáticas. N sre metablism hepátic, uma ve que n ram identicads metablits u cnjugads d metrmina. A meia-vida, aps a administra ral, é de 4 a 8,7 hras send prlngada em pacientes cm eleva da creatinina, pis a sua elimina crre pr via renal (DUNN, PETERS, 1995). As bebidas alclicas s cntra-indicadas durante tratament. Quant à intera cm utras drgas, a acarbse diminui a sua bidispnibilidade. A gma guar diminui a sua absr. A cimetidina pde diminuir a ecre renal d metrmina. (DUNN, PETERS, 1995) A prescri deve ser iniciada cm a dse de 0,5 a 1g/dia, em dses racinadas durante u aps as reeies, cm aument gradual cnrme a necessidade, até máim de 2.500mg u trs cmprimids diáris de 850mg.
4.2.2 Mecanism de a das biguanidas A cntrári d que crre cm as sulniluréias, as biguanidas tm aes essencialmente etra-pancreáticas, n eigind célula b uncinante pis n aetam a prdu de insulina. 1. aument da capta de glicse pels tecids periérics (especialmente múscul esquelétic), desde que haja alguma insulina; 2. estimula da utilia celular de glicse através da gliclise anaerbica. A inibi da ida de glicse até Co² (diid de carbn) aumenta a prdu de ácid látic e pirúvic e, cnseqentemente, s seus níveis sangínes, bem cm de crps cetônics (QUINTAS et al., 1994); 3. a anreígena; 4. redu da absr intestinal de glicse (eeit mens preminente cm a metrmina) e mair utilia pels entercits (células intestinais). Este eeit parece ser dse dependente (QUINTAS et al., 1994); 5. Redu a glicnegnese hepática; 6. Aumenta númer de receptres de insulina (embra eistam dads cnfitantes na literatura); e Voltar para o sumário
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7. Prdu algum grau de inibi da síntese lipídica cm clesterl e triglicerídes (QUINTAS et al., 1994).
4.2.3 Eeits claterais das biguanidas 1. Acidse lática – decrrente d acúmul de ácid látic na circula – é, indiscutivelmente, a cmplica mais temida. Embra rara, parece estar vinculada a us inadequad d medicament, em pacientes prtadres de cmprmentiment renal u hepátic, dena cardivascular u em cndies clínicas de hipia (que predispem a aument da prdu tissular de lactat). o risc de acidse lática cm empreg da biguanida é da rdem de 0,007 a 0,01 episdis pr 1.000 pacientes-an, enquant que a taa de mrtalidade cm esta cmplica é estimada em 35% (KINSLEY, 1994). A incidncia de acidse lática cm a enrmina é cerca de 10 vees mais cmum (MooRADIAN, 1996); 2. Distúrbis gastrintestinais – crrem em 5 a 20% ds pacientes e incluem: náuseas, vômits, diarréia, anreia e gst metálic. Estas maniestaes pdem ser minimiadas cm a sua administra durante u aps as reeies. outr recurs é de reduir a dse, trnand a aumentá-la cnrme a necessidade. os transtrns gastrintestinais pdem surgir aps um lng temp de tratament; 3. N causa hipglicemia u ganh pnderal; 4. Prejuí da absr intestinal da vitamina B12 e lat, cmumente sem mair implica clínica (MooRADIAN, 1996); 5. Redu d apetite (anreia).
4.2.4 Cntra-indicaes das biguanidas 1. Gravide e lacta; 2. Insucincia renal rgânica u uncinal, inclusive cass leves (creatinina sérica 1,5 mg/dl em adults, u ainda menr cnrme a idade e a massa muscular); 3. Enermidades agudas que representem risc de altera da un renal: desidrata (diarréias e vômits), ebre, estads Voltar para o sumário
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4. 5. 6. 7. 8. 9.
inecciss e/u hipics graves (chque, septicemia, inec urinária, pneumpatia); Insucincia hepática; Intica alclica; Descmpensa cet-acidtica, pré-cma diabétic; Úlceras gastrdudenais em atividade; Insucincia cardíaca; Diabétics magrs (QUINTAS et al., 1994).
4.3 Inibidores da ala glicosidase os carbhidrats ingerids na dieta cmeam a sua degrada n duden. De maneira distinta a que crre cm a a-amilase pancreática – que se hidrlisa na lu intestinal – tdas as demais glicsidases se lcaliam na mucsa d intestin delgad. A acarbse inibe as a-glicsidases (CALLE-PASCUAL et al., 1992). Send assim, s inibidres da a-glicsidase, cm a acarbse, reduem a absr gastrintestinal de carbhidrats, send chamadas também de “blqueadres de amid”. Este ármac redu a glicemia e tende a causar perda de pes. Estes agentes s também chamads de anti-hiperglicemiantes, uma ve que usads isladamente n resultam em hipglicemia.
4.3.1 Características gerais ds inibidres da a-glicsidase A absr da acarbse para a circula sistmica n é necessária, uma ve que a drga eerce seus eeits dentr d intestin. Estuds mstram que a sua absr intacta para a circula sistmica é da rdem de 0,5 a 1,7%. N entant, inrmaes btidas sbre a ecre renal apntam para uma absr da rdem de 35% da dse administrada, send principalmente metablits rmads n intestin que pdem também ser encntrads n sangue. o percentual da drga que é distribuída ligada a prteínas plasmáticas é dependente da sua cncentra n sangue, send inversamente prprcinal à mesma. A elimina da acarbse pde crrer pr clivagem pr enimas intestinais u pr bitrans-
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rma pr micrrganisms presentes n aparelh digestiv (BALFoUR, McTAVISH, 1993).
4.3.2 Mecanism de a ds inibidres da a-glicsidase A acarbse é um ligssacaríde que inibe reversivelmente as enimas intestinais chamadas de a-glicsidase, respnsável pela digest de carbhidrats (CH) cmples e dissacarídes para mnssacarídes absrvíveis. Assim, a acarbse retarda a absr ps-prandial de glicse, resultand em atenua ds pics de glicemia, insulinemia e triglicerídes aps as reeies. Cnsiderand-se mecanism de a, seu empreg é deendid tant para s pacientes DMID quant para s DMNID. Embra n parea eercer um eeit diret sbre a resistncia insulínica, ensais clínics apntam que a drga é capa de reduir a glicemia ps-prandial e de jejum respectivamente em 20% e 10%. A queda na glicemia de jejum é atribuída a um eeit indiret (BALFoUR, McTAVISH, 1993). Alguns autres precniam us islad da acarbse n tratament d DMNID (CHIASSoN et al., 1994).
4.3.3 Reaes adversas ds inibidres da a-glicsidase 1. 2. 3. 4.
transtrns gastrintestinais; meterism, fatulncia, distens abdminal; diarréia; eleva das enimas hepáticas em dses superires a 600mg/ dia; 5. anemia. os distúrbis gastrintestinais acima descrits s causads pela ermenta intestinal de carbhidrats n absrvids e pdem ser minimiads cm temp de us u iniciand-se tratament cm dses baias. As maniestaes sistmicas s raras (BALFoUR, McTAVISH, 1993). A redu da ingesta de carbhidrats parece atenuar a severidade ds eeits adverss gastrintestinais da acarbse, pis depende da quantidade de CH presente na alimenta (MooRADIAN, 1996). Na eventualidade da crrncia de hipglicemia, em paciente Voltar para o sumário
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utiliand acarbse em cmbina cm agente Ho u insulina, deve ser administrada glicse, uma ve que a sacarse u um CH cmple n ser prntamente ecaes para revers ds sintmas (MooRADIAN, 1996).
4.3.4 Cntra-indicaes para empreg ds inibidres da a-glicsidase 1. 2. 3. 4.
gravide; lacta; transtrns crônics da digest e absr intestinal; úlceras de instestin grss.
4.4 Outras drogas Nvas ármacs vm send pesquisads, cm grup das tialidinedinas (ciglitana, trglitana etc.) que pssuem eeit antihiperglicemiante, aumentand metablism basal da glicse e a lipgnese e eleva númer de receptres de insulina (KHAN, SCHECHTER, 1991). A trglitana mstru-se capa de melhrar a resistncia insulínica, baiar a prdu hepática de glicse e melhrar as glicemias de jejum e ps-prandial em pacientes DMNID (WoFFENBUTTEL, 1995). A ecácia desta drga i bservada tant n empreg islad quant cm a administra cncmitante cm as SU (MooRADIAN, 1996). os estuds iniciais cm alguns ds agentes deste grup ram interrmpids devid a apareciment de séria ticidade hematlgica (MooRADIAN, 1996).
COMPLICAÇõES AGUDAS E CRôNICAS DO DIABETES MELLITUS N é nss bjetiv detalhament da sipatlgia (mecanisms cm surgem) u tratament das cmplicaes. Este capítul busca ressaltar a imprtância d bm cntrle glicmic Voltar para o sumário
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visand, especialmente, à preven das cmplicaes d DM. Para tant deve clínic mnitrar seu paciente, para que n se surpreenda cm as cmplicaes. Esta mnitria deve ser eita ns pacientes através dsagens de glicemias - requentes, rutsamina (que avalia as scilaes das glicemias nas últimas 2 u 3 semanas), hemglbina glicsilada a cada 2 u 3 meses, micralbuminúrina semestral e und de lh anual, ns pacientes que usam insulina. Devems ainda incentivar a realia de glicemias capilares (testes da glicse eitas cm gta de sangue da etremidade ds deds) n decrrer d dia, para surpreender preccemente qualquer descntrle metablic. A cada cnsulta, paciente deve ser estimulad a ampliar seus cnheciments sbre a dena (s tips, a diversidade d quadr clínic, as cmplicaes etc.) e seu tratament, mesm aqueles que se utiliam apenas da restri alimentar de aúcares e ds chás de plantas medicinais.
1 COMPLICAÇõES AGUDAS As cmplicaes agudas representam risc de vida para s pacientes que as desenvlvem e s as mais temidas pel diabétic e seu médic. S mais cmuns n DMID, mas pdem crrer ns pacientes que aem us de hipglicemiantes rais. Elas pdem crrer pr alta u ecess de glicse na circula. Send a hipglicemia talve a mais temida de tdas as cmplicaes, pela sua apresenta de rma variada e às vees n percebida nem pel dente, nem pels que cercam. Sem tratament, pde evluir rapidamente e levar a mrte. os sinais e sintmas da hipglicemia pdem ser dividids em adrenérgics (causads pela descaga rápida de adrenalina para sangue) e neurglicpnics (decrrentes da diminui da glicse n sistema nervs central). Cmpem primeir grup: palpitaes, taquicardia, tremres, palide, enjôs e sensa de me. Ligads à neurglicpenia: astenia, incerncia, snlncia, vis dupla, distúrbis da cnduta, cnvulses, alucinaes, perda d cnheciment e cma (ALAD, 1995). Em vluntáris nrmais que receberam inuses de insulina, s sintmas hipglicmics surgem quand a glicse cai para cerca de 45mg/dl, mas s mesms pdem crrer em presena de Voltar para o sumário
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cncentraes mais elevadasm dependend da velcidade e da magnitude da altera (KHAN, SCHECHTER, 1991). Seu tratament é basead na administra rápida de aúcar, seja pr via ral – se paciente estiver em cndies de englir –seja pr via intravensa, através da glicse hipertônica (amplas que cntém slu de glicse a 25% u 50%) u sr glicsad (que cntém glicse a 5%). Algumas vees pde ser necessári us injetável de glucagn. A hiperglicemia pde evluir para dis tips de cmplicaes graves: a cetacidse diabética (CAD) e cma hipersmlar n cettic. Estas descmpensaes crrem mais especialmente em pacientes que descnhecem que s prtadres da dena u ns que abandnam tratament e apresentam lngs períds de descmpensa metablica. S causas precipitantes as ineces graves e utras patlgias que prvcam estresse, cm inarte d micárdi, acidente vascular cerebral, cirurgias, traumatisms etc. (ALAD, 1995). N primeir cas, caracteriad pela decincia grave de insulina e mais típic d DMID, paciente apresenta uma acidse metablica (queda d pH d sangue) decrrente d acúmul de crps cetônics u cetácids, desidrata e desequilíbri eletrlític (alteraes ds níveis sanguínes de ptássi, sdi etc.). Além d prejuí das unes cerebrais (ind de snlncia a cma), s encntradas alteraes cm: respira e hálit característics – descrit cm semelhante a “ma pdre”. Já n cma hipersmlar, paciente DMNID apresenta níveis de insulina sucientes para impedir a rma ds cetácids e n há acidse metablica, mas desenvlve um quadr cm níveis bastante elevads de glicemia e uma desidrata imprtante, capaes de levar a cma. Ambs s cass requerem interna hspitar, hidrata abundante e us de insulina de a rápida pr via endvensa u intramuscular.
2 COMPLICAÇõES CRôNICAS As cmplicaes crônicas embra n t temidas, mas s de instala prgressiva, às vees silencisamente, e cm pucas alternativas teraputicas. Pde levar indivídu lentamente à cegueira, à insucincia renal e à mrte. Voltar para o sumário
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As cmplicaes crônicas aparecem em qualquer tip de diabetes depis de alguns ans de evlu de dena e tem-se cnceit de que mau cntrle precipita seu apareciment. Pr ist, melhr tratament para as cmplicaes crônicas d DM ainda é a preven, cm um bm cntrle metablic da dena. Tem sid prpst que a hiperinsulinemia está assciada a utras anrmalidades metablicas vistas n DMNID, incluind a hiperlipidemia (eleva ds níveis de lipídes n sangue), deeits brinlítics e hipertens arterial. Além de iniciar u agravar estes atres de risc cardivasculares, a hiperinsulinemia também pde induir a prliera ds cmpnentes da parede da artéria, atuand cm atr de cresciment e aumentand a predispsi para as denas vasculares.
2.1 Angiopatia A angipatia pde ser de pequens vass (micrangipatia) u grandes vass (macrangipatia). A micrangipatia levaria à retinpatia, nerpatia e neurpatia que descreverems em tpics a seguir (KENN, 1988). A macrangipatia que crre n diabétic é semelhante à que crre em pacientes n diabetics. S casinadas pr prcesss ateresclertics ds vass que dicultam a irriga ds tecids e prvcam a isquemia cardíaca e inart d micárdi, a dena vascular periérica e cerebral. Sabe-se que s hmens diabétics s acmetids numa reqncia duas vees mair que s n diabétics e nas mulheres esta reqncia é ainda mair e acmete mulheres jvens. Ns pacientes cm DMID esta reqncia pde ser cerca de 10 vees mair que na ppula em geral. A dena cardivascular e inart s imprtantes causas de mrte súbita n DMID jvem. A dena vascular periérica pde se maniestar cm claudica intermitente ( paciente anda e sente dr; é brigad a parar de andar, alivia a dr; vlta a andar e assim sucessivamente), úlceras isqumicas principalmente de membrs inerires e gangrenas. Estas s algumas das aeces prmvidas pela angipatia diabética, numa mesclagem de macrangipatia e micrangipatia.
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Precedida u acmpanhada de hipertens, as denas vasculares cerebrais que v desde a isquemia até acidente vascular cerebral (derrame) s de reqncia mais elevada e de pir gravidade ns pacientes cm diabetes. É neste sentid que se trna indispensável bm cntrle da press arterial n diabétic.
2.2 Retinopatia A retinpatia diabética (RP) é cnsiderada uma cnseqncia da hiperglicemia, send prpsta a hiptese de que esta última aeta a circula retiniana e indu isquemia e hipia (respectivamente, fu sanguíne e igena precáris) pr váris mecanisms patlgics (KLEIN, 1988). Aps 10 ans de DM, aprimadamente 50% ds pacientes tm RP; aps 15 ans, 80% deles (MS, 1993). Daí nvamente enatiar a imprtância de manter a glicemia cntrlada através ds ans e eame peridic d und de lh, ntadamente prque a RP n causa sintmas sen em estágis bem avanads e irreversíveis. o Ministéri da Saúde recmenda encaminhament de pacientes diabétics a talmlgista, dentre utras indicaes, ns pacientes sintmátics cm: 1. vis turva que persiste pr mais de um a dis dias u n assciada a scilaes da glicemia; 2. perda súbita da vis de um u ambs s lhs; 3. pnts negrs, linhas u esctmas cintilantes (manchas brilhantes) n camp visual. o lh d diabétic é, ainda, cmumente alv de utras enermidades, cm a catarata (pacica d cristalin) e glaucma (aument da press intra-cular) agud.
2.3 Neropatia A nerpatia diabética (NF) surge em decrrncia da micrangipatia a nível da micrcircula renal. A altera básica da un renal é a perda de seletividade da membrana de ltra d glmérul, permitind a perda de prteínas cm a albumina e utras macrmléculas. Ns primeirs 10 ans aps iníci d DM crre um aument da taa de ltra glmerular, devid à hiperglicemia, e micralbuminúria (ecre de pequenas quanVoltar para o sumário
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tidades de albumina), acmpanhad d aument d tamanh ds rins. Acredita-se que as leses renais nesta ase sejam reversíveis cm cntrle da glicemia. Cm temp cmea a haver a prteinúria em mair intensidade, surgind edema e queda na ltra glmerular. Cerca de 10 ans depis se instala a insucincia renal terminal. A alncia d rim pde ser acelerada, também, pr ineces urinárias, pela hipertens arterial e us de drgas nerticas. A cada an u a intervals menres, cnrme cas, dever ser realiads eames da urina cm cultura, prteinúria de 24 hras e depura de criatinina – avaliand a un renal (MS, 1993). Assim, a epectativa de vida d diabétic pde ser aumentada na medida em que paciente é envlvid num enque preventiv de cnstante aten à saúde.
2.4 Neuropatia A Asscia Americana de Diabetes e a Academia de Americana de Neurlgia denem que, em pacientes cm diabetes mellitus cmprvad, a neurpatia (NP) é a asscia de sintmas de envlviment ds nervs periérics cm sinais anrmais e/u medidas bjetivas (cm a diminui de refes e prejuí da cndu nervsa, respectivamente) sem evidncia de utras causas de NP (e.: cnsum de bebidas alclicas e drgas, hiptireidism, denas hereditárias etc.). Na ausncia de sintmas, mas utiliand-se s mesms critéris, é chamada de NP subclínica. A prevalncia desta cmplica crônica d diabetes, ns EUA, i estimada cm send de até 62% (cm base nas queias subjetivas), de 55% (baseada em sinais) e de 100% ds cass cnsiderand-se a realia de eames, cm a velcidade de cndu mtra. Assim, as anrmalidades da cndu nervsa s etremamente cmuns n diabetes, send que s sintmas crrem em 10 a 50% ds indivídus, tend rela cm a dura da dena (BAYS, 1988). Embra raramente seja repnsável pela mrte d paciente, a NP diabética (NPD) é imprtante causa de incapacita e invalide. Lamentavelmente, já i cmprvad pr alguns estuds que a NPD pssui caráter prgressiv, estimand-se que haja um aument na prevalncia de 8%, n mment d diagnstic, para 50%
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ds cass aps 25 ans de dena. Pr utr lad, é cnsens que a crre da hiperglicemia, e mais que ist, cntrle rigrs da glicemia, tem imprtante papel na preven e n tratament desta e utras cmplicaes d DM. Ilustrand um puc mais, as NP diabéticas pdem ser divididas em dis grandes grups: smáticas e autnômicas. D grup das neurpatias smáticas, s eempls: 1. Indlr: as rmas simétricas (acmetem bilateralmente) distais (ms e pés) sensriais (e. perda das sensaes de dr, temperatura, tat e vibra cm uma distribui típica cm se sse uma luva u meia) e assimétricas (e. nervs intercstais). 2. Dlrsa: a rma simétrica distal é a mais reqente das síndrmes de NP mtras, maniestand-se cm perda da sensibilidade e dres debilitantes; assimétrica, as mnneurpatias aetand nervs cm s ds músculs da ace e culares (quadrs de estrabism e paralisia acial pdem ser bservads) e até s nervs intercstais (simuland denas trácicas e até inart d micárdi). Mais cmumente, n entant, s s acmetiments unilaterais d nerv radial, levand a quadr descrit cm “m caída”; emural e perneal (“pé caíd”). D grup das neurpatias autnômicas, s eempls: 1. Cardivascular: cm pssível intlerância a eercíci, taquicardia de repus, hiptens pstural (queda da press arterial cm a psi de pé); 2. Gastrintestinal, pdend eplicar a gastrparesia (retard n esvaiament gástric) e sintmas cm náuseas, vômits e “má digest”, bem cm algumas rmas de cnstipa e diarréia. 3. Geniturinária: cm reten urinária (diculdade na mic) e, especialmente prblemátic para s hmens, a imptncia seual. Neste cas, é imprtante diagnstic dierencial cm utras causas cm us de medicaments, traumatisms, decincia hrmnal, atersclerse e até mesm a psicgnica (pr atres emcinais). 4. Cntra-regulatria: prejuí das respstas autnômicas refeas em presena de uma hipglicemia; 5. Sudmtra: distúrbis ds mecanisms da transpira. Voltar para o sumário
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N tratament da NPD, além d cntrle rigrs da glicemia, pdem ser utiliadas, dentre utras, drgas analgésicas (ácid acetil salicílic, paracetaml, prpien e até cdeína), antidepressivas (imipramina, nrtriptilina, fuenaina), anticnvulsivantes (que atuam na cndu nervsa, e.: carbamaepina e enitína) e s inibidres da aldse redutase. Este últim grup assume imprtância cnsiderand-se a sipatlgia da NPD (s mecanisms que levam à les d nerv). De rma sucinta, ns nervs ds diabétics crrem alteraes cm aument da entrada de glicse e acúmul d glicgni nas mitcôndrias. A hiperglicemia predispe, na bra nervsa, à glicsila de prteínas de transprte, ist é, a glicse se liga a uma prteína cm a Na/KATPase e prejudica a sua un. Assim, miinsitl (uma rma de aúcar ds aliments que nrmalmente se cncentra e tem imprtante papel n nerv) tem sua capta cmprmetida. Há alteraes na síntese de mielina pela glicsila. ocrre ainda chamad aument da via plil, nde a enima aldse redutase (que cnverte glicse em srbitl) leva nerv a acúmul deste últim e alteraes smticas. Estes enômens levam a respstas celulares anrmais, distúrbis de cndu e disun das bras nervsas (BAYS, 1988 ; MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993). Ns últims ans, diverss trabalhs dedicam-se à identica da atividade inibidra da aldse redutase em prduts de rigem vegetal, cm verems ns capítuls seguintes.
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“A ora da maior parte dos países em desenvolvimento permanece em grande inex plorada do ponto de vista de sua utilização prática.”
Farnsworth, 1985
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ASPECTOS GERAIS NO PREPARO E NO CONTROLE DE QUALIDADE DE PLANTAS E FITOTERÁPICOS HIPOGLICEMIANTES Paul Jsé Siel
INTRODUÇÃO Cnstatu-se, ns últims ans, um ressurgiment d empreg de plantas medicinais e de tterápics. Seja pr mdism u pr uma reaprima cnciliatria d hmem cm a naturea devastada pr ele, at é que a prcura pr estes medicaments, a cada dia ganha mais adepts - leigs, armaclgistas e médics - integrand lclre cm a cincia e a clínica, diminuind, dessa rma a distância que separa quintais e matas ds labratris de pesquisa e cnsultris médics. Para a grande mairia das plantas tidas cm medicinais, altam evidncias labratriais e clínicas cmprbatrias de ecácia e segurana, send que seus supsts mérits teraputics relativs, devem-se principalmente a inrmaes empíricas e subjetivas da medicina lclrica. Grande parte ds trabalhs publicads inspira também puca cnabilidade devid a métds de investiga inadequads. o reestud cientíc das plantas medicinais envlve brigatriamente uma padrnia ds métds de investiga, e sbretud, um eciente cntrle da matéria-prima, desde a cleta até prdut acabad. Embra esta precupa n seja recente, a realidade brasileira mstra que, na prática, a qualidade das drgas erecidas a cnsumidr n é das mais satisatrias, cntribuind nesse sentid para desacreditar a tterapia cm tratament cnável tant para
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s médics quant para s pacientes. (BATISTIC, 1989) Recentemente, a Funda oswald Cru e a Secretaria de Saúde d Estad d Ri de Janeir elabraram uma prpsta de legisla de plantas medicinais e tterápics para garantir sua qualidade, em un de que muits abricantes cnseguem registr destes prduts dits naturais cm aliments, cnseguind burlar a scalia, além de ugir à eigncia de islar princípi ativ e apresentar prvas de sua ecácia. (FoLHA Do FARMACêUTICo, 1994) Lamentavelmente, é precupante que, t prim d sécul xxI, nestas circunstâncias, alguns medicaments ainda sejam cmercialiads cm sua qualidade apiada em prpriedades rganlépticas para ns culináris, e dependam da ba é d abricante para a venda de um prdut hnest. A mairia ds princípis ativs é de naturea química descnhecida, n apenas pr de serem encntrads em cncentraes reduidas, u terem estruturas etremamente cmpleas, mas também pela diculdade de etrair da planta tds s seus cnstituintes. Neste últim aspect, infuem a baia slubilidade, prte pr membranas puc permeáveis, pequena sensibilidade d métd e decmpsi térmica u idativa. (GoTTLIEB, 1968) A prcura de um princípi ativ em uma drga pde ser cmparada, algumas vees, a percurs de um detetive em busca de um suspeit, que nem sempre é culpad. Certas substâncias aparecem e smem subitamente, cm num passe de mágica. Mthes et al (1974) bservaram que nenhum alcalide indlic era encntrad nas sementes de vincapervinca (Catharanthus rseus G.Dn), send detectads, psterirmente, durante a germina, pr nde permaneceram cmpletamente trs semanas na planta, e a seguir, desapareceram quase cmpletamente, para nalmente reaparecer em cerca de it semanas. Durante estud desta planta para investigar seus pssíveis eeits hipglicemiantes, i bservad que um grande númer de rats tratads cm etrats de lhas mrreram pr inec pseudmnica, em cnseqncia de uma severa redu de leuccits (BEVER, 1980). o recnheciment deste eeit levu psterirmente à descberta de dis alcalides antimittics: vimblastina e vincristina (NEUSS et al., 1964). Voltar para o sumário
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Entretant, as investigaes ds eeits hipglicemiantes n ram abandnadas, send identicads utrs alcalides – leursina, vindlina e vindlinina – cm esta prpriedade, que s mais ptentes que a tlbutamida em dses equivalentes. (BEVER, 1980). De utras plantas tidas cm antidiabéticas – e pertencentes a inúmeras amílias – ram islads e puricads princípis ativs das mais diversas classes de cmpsts químics, cm prpriedades hipglicemiantes, tais cm plisacarídes, prteínas, favnides, esterides, terpenides e alcalides. (IVoRRA et al., 1989) Essas substâncias pdem servir de reerncia para cntrle de qualidade ds vegetais, permitind assim análises qualitativas e quantitativas mais aprimradas d que em rela a um etrat ttal u racinad d vegetal. Enquant a Bumelia sartrum (quiaba) tem um cmpnente ativ principal identicad – ácid bássic – (NAIK et al., 1991), em utrs cass, uma mesma planta pde ter váris princípis ativs de mesma prpriedade e de classes químicas dierentes também caracteriads. Ivrra et al. (IVoRRA, 1989), em trabalh de revis, reerem que, da Mmrdica charantia (mel de S.Caetan) s substâncias hipglicemiantes a ‘charantina’ – uma mistura hmgnea de b - sitsterl - D - glicsíde e 5,25 - estigmatadien - 3 -b- l - glicsíde – e também um plipeptíde, ‘plipeptíde - p’. Assim send, princípi ativ adquire imprtância na identica da planta, embra sua presena pssa n ser sempre bservada em etrats nrmalmente btids pel racinament da drga em etraes previamente padrniadas. Pdem ser muitas as variaes em sua cncentra, infuenciadas pr diverss atres, e que alteram signicativamente as prpriedades armaclgicas. Mdest Filh (1989), analisand etrats etanlics de Bumélia sartrum, btids de amstras distintas da mesma espécie, clhidas em dierentes lcais e épcas d an, bservu alteraes nas prpriedades químicas e armaclgicas. De uma amstra, i islada uma substância majritária, caracteriada cm ácid bássic – um ácid triterpnic insaturad – e, da utra amstra, ram etraíds diverss triterpenides, entre eles, espinasterl, taraerl e ácid leanlic. Da primeira amstra i demnstrad eeit hipglicemiante em rats nrmais e diabétics, enquant a segunda amstra apresentu puca atividade. Voltar para o sumário
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Fica assim evidenciad que substâncias isladas em mair prpr de determinada amstra n representam, brigatriamente, s principais cmpnentes ativs da drga, e, prtant, um ensai seqencial armaclgic é prcediment mais crret para a pesquisa d princípi ativ. Assim send, a abrdagem tquímica é imprtante, mas d pnt de vista armaclgic, apenas quand r acmpanhada de ensais que determinem a DE50, de cada ra, para identicar cmpnente principal. A partir d que i epst anterirmente, ca evidente que estud armaclgic de etrats de plantas apresenta características e prblemas n s mais cmples, cm também dierentes daqueles vericads cm ármacs sintétics. Destas diculdades, cnstam principalmente puc cnheciment da naturea d princípi ativ e suas variaes de cncentra, numa amstra vegetal. Apesar d etrat ser preparad cm base num métd padrniad eatamente cm é descrit numa armacpéia, ist n implicará brigatriamente para a cnstância d seu cnteúd, pis, plantas btanicamente iguais, clhidas em estágis dierentes de cresciment e desenvlvidas em lcais distints, pdem cnter cncentraes variáveis de princípis ativs. Em cnclus, se uma determinada planta é necessária em grande quantidade e é btida pr dierentes rnecedres que a cletam em estad silvestre em váris lcais, a invés de ser plantada, ist pderá acarretar um atr adicinal de err nas avaliaes armaclgica e teraputica. Assim send, antes de qualquer abrdagem armaclgica, é imprescindível a padrnia qualitativa e quantitativa d material empregad através d cntrle de qualidade.
CONTROLE DE QUALIDADE BOTÂNICO A classica btânica d material analisad deve ser primeir pass para cntrle de qualidade da drga. Esta deverá ser cmparada macr e micrscpicamente a uma amstra padr, armaenada em herbári, que serve cm reerncia para identica. o vegetal é designad em latim, tant para gner quant para a espécie, seguid d nme d autr, nrmalmente abreviad, cnstituind dessa rma sua nmenclatura cientíca, que é priritária para cntrle da drga. Voltar para o sumário
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Estes cuidads s necessáris, pis n é incmum num país cntinental cm Brasil, a mesma planta antidiabética ter denminaes ppulares distintas cm: Chrysbalanus icac L. (guajeru; guajuru; abageru; bageru); Bauhinia rcata (pata-de-vaca; unha-de-vaca; mrr). ou ent, embra dierentes, pssam apresentar pel mens um nme vulgar cmum: Caesalpinea errea, M. (jucá, jucaína, pau-err); Apuleia errea, M.(pau-err). N ams Dicinári de plantas úteis d Brasil e das eticas cultivadas, de Pi Crra (1931), s relatadas tree espécies da amília das Cmpstas cm nme de carqueja, além de utras derivaes pertencentes a utras espécies d mesm gner cm carqueja amargsa, carqueja de lha grande, carqueja d pântan, carqueja dce, carqueja lhuda e carqueja miúda. A indicada cm antidiabética, e estudada clinicamente pr Bragana (1995), é a carqueja amargsa (Baccharis genistellides P.), descrita minucisamente pr Crra (1931), aqui resumida cm um subarbust eret, rams e sem pls, até 80cm de altura, rams lenhss, trs aéres em tda etens, prém cm as alas seccinadas alternativamente; lhas nulas e capítuls reunids, dispsts a lng ds rams na intersec das alas; fres amareladas; rut aquni linear, sem pls, pequen. A dierencia desta espécie das demais d gner Baccharis deve ser eita através das fres, caule e suas alas. É imprtante enatiar estes aspects, prque a utilia errônea de uma espécie cletada indevidamente pr pessas ignrantes u desnestas implicará, atalmente, na inbservância ds eeits armaclgics prevists. Jaccud (1982) cita a cleta indiscriminada de tds s Slanum cnhecids que se assemelham a Slanum paniculatum (jurubeba). Segund Ruschi (1987), mais de 50% da Thuya ccidentalis que circula n mercad armacutic pde ser Cupressus pyramidalis (cipreste cmum), incluind rmulaes e tinturas. Batistic et al (1989) eaminaram diversas espécies de ‘chás medicinais’, e encntraram algumas alsicaes, tais cm a substitui da Pimpinella anisum (erva-dce) pela Feniculum vulgare (unch). os autres armam ainda interesse cmercial para que nme ppular erva-dce nacinal seja adtad, legalmente, para a espécie F.vulgare. Nesta mesma reerncia, é inrmad que capim-lim u chá-de-estrada (Cymbpgum ctratus) tem sid cmercialiad cm erva-cidreira (Melissa cinalis). Voltar para o sumário
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COLETA DA DROGA. VARIAÇõES DE COMPOSIÇÃO A cleta d vegetal deve ser estabelecida individualmente para cada espécie, em un das partes d material btânic (drga) utiliadas n prepar ds etrats. Para plantas antidiabéticas, algumas recmendaes pdem ser eitas n sentid de utiliar determinadas partes. (ALMEIDA, AGRA, 1986) a) Flhas Annnna muricata L. (gravila); Chrysbalanus icac L. (guajeru); Salvia cinalis L. (sálvia); Bauhinia rcata L. (pata-de-vaca); Cecrpia hlleuca M. (imbaúba); Eucaliptus glbulus Labill (eucalipt); Myrcia multifra (Lam.) D.C. (pedra-hume-caá); Averrha carambla L. (carambla); Juglans regia L. (ngueira); Phyllantus niruri L. e Phyllantus emblica L. (quebra-pedra). b) Casca d caule Anacardium ccidentale L. (cajueir); Tecma curialis Saldanha (ip-r); Curatella americana L. (caju-brav); Caesalpinea errea Mart. (pau-err); Stryphndendrn barbatim Mart. (barbatim); Bwdichia virgilliides, H.B.K. (sucupira-branca); Bumélia sartrum Mart. (quiaba). c) Casca d rut Punica granatum L. (rm). d) Tda planta Baccharis genistellides Pers. (carqueja). e) Rai Taraacum cinale Weber (dente-de-le). ) Frut Mmrdica charantia L. (mel-de-s-caetan). g) Sementes Phaselus vulgaris L. (eij); Ficus glmerata Rb. S undamentais s cnheciments especícs sbre sl, a altitude, a idade da planta, as cndies climáticas de lu e umiVoltar para o sumário
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dade, pis é sabid que estes atres infuenciam a cmpsi da drga. (MoDESTo FILHo, 1989 ; CIêNCIA HoJE, 1989). Num aspect geral, alguns cuidads especiais pdem ser cnsiderads, para que a cleta das plantas seja eita preerentemente em hráris de menr luminsidade e temperatura, em dias n chuvss, ntadamente para vegetais passíveis de cntamina pr afatinas. (RICCIARD, FERREIRA, 1986) Diverss dads de variaes, quantitativas e qualitativas de plantas cntend alcalides, mstram que estes cmpsts n s prduts nais inertes d metablism. (RoBINSoN, 1974) Send assim, s vegetais tm uma épca certa para a clheita, e aqueles envelhecids pdem apresentar uma redu ns seus princípis ativs, que s trnam n apts para prepar de medicaments. Variaes circadianas pdem crrer, e acarretar cncentraes, pela manh, quatr vees maires d que à nite para a mrna e a atrpina. (BANNERMAN, 1982). Sementes de urucum (Bia rellana) s citadas cm hipglicemiantes, embra sem identica de princípis ativs. (IVoRRA et al., 1989). As mesmas sementes entretant, apresentam variaes de seu crante principal – biina – que v de 0,2% a 5%, send este valr máim, bservad em amstras das regies Nrte e Nrdeste brasileiras, atribuíd à mair intensidade de irradia slar e à umidade ambiental destas regies. (CIêNCIA HoJE, 1989). Se tais variaes para princípi ativ hipglicemiante s semelhantes à da biina, smente uma investiga detalhada pderá revelar. A partir dessas inrmaes, ca evidente a imprtância ds cuidads cm a cleta das plantas, cm bjetiv de manter seus princípis ativs de acrd cm as características qualitativas e quantitativas previstas para a devida transrma em tterápics. Entretant, se estas características s sempre preservadas, é diícil de respnder. Marques e Bri (1989) cnstataram que diversas empresas btm seus materiais rescs de 19 distribuidres nacinais, recrrend apenas as nmes ppulares, além de s aerem eames superciais desse material. Inelimente, a qualidade d tterápic já pderá ser prejudicada Voltar para o sumário
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nesta etapa inicial, cas alguns cuidads básics na cleta das plantas n sejam eetuads.
DESSECAÇÃO DAS DROGAS Este prcess tem pr nalidade evitar que as substâncias sejam alteradas cm temp. Para iss, s necessáris cuidads para que, durante sua realia, n crra a destrui ds cmpnentes ativs, devend ser bedecidas algumas nrmas especiais, de acrd cm as drgas empregadas. Basicamente, a desseca da drga é eita a ar livre u em estua. N primeir cas, material deve ser clcad sbre uma superície seca, em ambiente aprpriad cm rela a islament e ventila, evitand a epsi direta ds rais slares. Tais prcediments tm pr nalidade prcessament da desseca num temp tim, de rma hmgnea, sem prvcar a evapra apenas supercialmente. Já na desseca pr estua, embra mens ecnômica que a natural, a temperatura pde ser cntrlada, trnand este últim prcess, particularmente útil, indicad para substâncias bidegradáveis pr ermenta, pis material pde reabsrver vapr de água d ambiente. Send assim, a secagem pr este prcess, cm temperaturas mais elevadas, permite também a a das substâncias, através da desnatura das enimas respnsáveis pel seu metablism. A estabilia das drgas pde ser cnseguida também pr utrs prcesss cm pr arraste de vapr de álcl. A padrnia d prcess de secagem assume grande imprtância n prepar d material para etra. Desse md, d Vale e Leite (1983) n bservaram atividade da Passifra edulis (maracujá) cm etrats de lhas prvenientes d Nrdeste secadas em estua, a cntrári d etrat de lhas secadas à smbra. os autres cncluíram n ser pssível cmparar a atividade de lhas nrdestinas cm etrat riund de S Paul, uma ve que prcediment de secagem i dierenciad.
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CONTROLE DE PUREzA. TESTES QUALITATIVOS Além da caracteria btânica que assegura a identidade d material, é precis determinar a qualidade cm que vegetal u suas partes s apresentadas. Devem ser recusadas amstras sujas de terra e areia, as cletadas em lcais pluíds, e, sbretud, aquelas cntaminadas pr agrtics e metais pesads. A qualidade de qualquer tterápic é undamentada na autentica das drgas em cncrdância cm uma mngraa de armacpéia – a drga cial. De acrd cm Jaccud (1982), em rela à Slanum paniculatum L., a Farmacpéia Brasileira I precnia cm send drga a rai, enquant a Farmacpéia Brasileira II dá também caule, n entant, que é vist n mercad é a drga cnstituída pr caules mais u mens desenvlvids, lhas, e, muitas vees, de ruts e pssivelmente fres. Fats cm estes, s muit cmuns ns tterápics brasileirs, devid à ineistncia de scalia. Batistic et al. (1989), a analisarem 11 espécies de chás medicinais, bservaram que, em amstras de carqueja (Baccharis sp.), havia um predmíni de caules de tamanh e espessuras variáveis, em raras sumidades fridas. Nesse cas, é pssível especular que, se a inten d prepar d chá sse para tratament de distúrbis gástrics, s eeits armaclgics n seriam bservads, já que a parte recmendada para esta indica teraputica é a planta frida. o mesm racass teraputic seria também prvavelmente bservad, cas a indica d chá sse para tratament d diabetes. Para esta indica, embra as partes da planta ssem adequadas, a espécie indicada crretamente seria B.genistellides, e n a mistura de espécies d gner Baccharis. Este mesm trabalh caracteriu alta de higiene em algumas amstras, cm a presena de insets vivs e mrts (carunchs) e também, partículas de areia e terra. Bianchi et al. (1993) destacaram a imprtância da cautela, pr parte da ppula, cm a utilia de chás cm carqueja para emagrecer, pis pde crrer a pssibilidade de inclus de espécies ticas cm B. articulata (Lam.) Pers e B. usterii Hering. oliveira e Akisne (1973) estudaram 100 amstras de drgas vegetais cedidas pr um labratri cmercial, e apntaram algumas adulteraes, entre elas a de uma planta, cm atividade
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antidiabética puc cnhecida – a ngueira (Juglans regia L.) (ALMEIDA, AGRA, 1986) – cm uma utra espécie que dieria undamentalmente das lhas desta. Estes pesquisadres bservaram que, enquant algumas substituies ram de puca imprtância, d pnt de vista armacdinâmic, cm pr eempl Malva silvestris L. pr Sida bradei E.G. Baker, mesm n pderia ser dit da trca de Swetia elegans B. pr Erythryln subersus M., espécie pertencente a gner da E.cca e presumivelmente prdutra de alcalides. Em utras amstras, inclusive de drgas n ciais, ram encntradas cerca de até 35% de material estranh, prveniente de diverss tips de plantas. Esta prática desnesta e criminsa tem pr nalidade adicinar um pes rgânic etra a material verdadeir, acarretand a prdu de etrats alsicads, cm bai u nenhum ter de princípi ativ. Deve car entendid, prtant, que a qualidade da planta medicinal e d tterápic deve ser estabelecida, primeiramente, cm a autentica da drga, cmparand suas características cm padres descrits previamente nas armacpéias. Pdem assim ser realiads testes para determinar as impureas – das mais grsseiras até as micrbianas – ,assim cm as prpriedades ísicas e as características qualitativas e quantitativas ds cmpnentes da drga. Entretant, cm muitas das drgas usadas n cnstam de nenhuma mngraa cial, u ent, quand inscritas, smente em edies antigas, cm a Farmacpéia Brasileira I (1929), ca clar a grande escasse de testes descritivs ciais atualiads para cntrlar a qualidade. Em rela à aparncia, determina de cinas n silgicas (prveniente da calcina de terra e areia), umidade (perda pr desseca) e slubilidade, geralmente s aceitáveis as inrmaes citadas, n havend maires prblemas para cntrle de qualidade. Já para as padrniaes qualitativas e quantitativas, que envlvem também cntrle ds etrats, devem ser realiads métds espectrtmétrics e crmatgrács n descrits ns tets antigs. Estes métds pdem substituir entre utrs, as titulaes em alcalides ttais, t citadas nestas armacpéias, pr determiVoltar para o sumário
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naes especícas de um u mais cmpnentes. N cas particular de uma planta hipglicemiante cm a B.sartrum (MoDESTo FILHo, 1989), sua identica e cntrle de qualidade pdem ser estabelecidas pel cnteúd e cncentra d ácid bássic e utrs triterpenides. Dessa rma, pde ser assegurad que n haverá inclus de drgas estranhas, u de decmpsies idativas u mesm térmica, durante prcess de etra. Ficam também ecluídas as alsicaes ds etrats pr diluies elevadas cm veícul e pr recnstitui d etrat pela inclus de um cmpst cnhecid, que pssa recmpr algum títul da drga. Pr essa ra, é interessante que este cntrle ds tterápics e plantas medicinais seja eit pr mais de uma substância. o rigr n cntrle de qualidade para investigar substâncias estranhas presentes na drga, assegura, principalmente, além da ecácia, a segurana d medicament. Recentemente i cnstatad em Cingapura, que 38 de 140 amstras de pílulas, ps e tinturas preparadas de ervas medicinais rientais, estavam cntaminadas cm quantidades perigsas de metais tics. (oF SANIT. PANAM., 1982) Em uma prepara, i detectada cncentra de mercúri de até 10.000 ppm, quand a máima admissível é de 0,5ppm. Também ram encntradas cncentraes de arsnic, send 1.000 vees mais altas que limite permitid (5ppm), em uma série de prduts para ns pediátrics.
VARIAÇõES QUALITATIVAS Uma das maires diculdades d reestud armaclgic cmparativ de plantas medicinais é justamente at de que muits trabalhs citads – ntadamente s mais antigs – terem empregad metdlgia n cientíca, dicultand em alguns cass sua reprdu atual. Além diss, us de drgas preparadas cm cmpsi descnhecida, sbretud cm grande varia ds seus cmpnentes, prejudica mais ainda a cmpara e a interpreta ds resultads qualitativs, principalmente quand rem cnfitivs. Até mesm ns trabalhs mais recentes, pdem haver tais diculdades, pel grande númer de métds, materiais e animais empregads. o estud de plantas tidas cm antidiabéticas em animais emprega rats (AKHTAR et al., 1981), camundngs (DAY et al., 1990), celhs (AKHTAR et al., 1981), ces (TEoDoSIo et al., Voltar para o sumário
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1958), cbaias (SIxEL, DE MARTINo, 1983), gerbils e langurs (KHANNA et al., 1981). Quant a estad uncinal, estes animais pdem ser nrmais (AKTHAR et al., 1981 ; DAYET et al., 1990 ; SIxEL, DE MARTINo, 1983) u hiperglicmics através de diabetes induida pr alan (AKHTAR et al., 1981) u pr esptrepttcina (DAY et al., 1990) entre utrs mais. A administra ds etrats é eita cm animais em jejum (ATHKAR et al., 1981 ; DAY et al., 1990; SIxEL, DE MARTINo, 1983) u recebend carga ral eterna de glicse (KARUNA NAY AKE et al., 1990). As vias de administra empregadas s a ral (DAY et al., 1990 ; KARUNANAYAKE et al., 1990), subcutânea (KHANNA et al., 1981), intraperitneal (DAY et al., 1990 ; SIxEL, DEMARTINo, 1983), u pr perus intestinal (PRESTA, 1986 ; NoGUEIRA, PEREIRA, 1986). Cm rela à naturea ds etrats, estes pdem ser aquss , metanlic (ALI et al. 1993), etanlic (MoDESTo FILHo et al., 1988), clrrmic (DAY et al., 1990), hidralclic (LEoNCIo et al., 1994) entre utrs. Estuds clínics caracteriaram variaes glicmicas e testes de tlerância à glicse em indivídus nrmais (WANNMACHER et al., 1989 ; ARDUINo, SoARES, 1951 ; MoDESTo FILHo et al., 1988) e diabétics (BRAGANçA, 1995 ; PRESTA, 1986 ; KHANNA et al., 1981). Alguns etrats, quand administrads em dse aguda, n apresentam eeits que seriam esperads, de acrd cm as inrmaes ppulares, mas pdem revelar ecácia aps us prlngad. Nesse sentid, etrat hidralclic da casca d caule da sucupira (Bwdichia virgilliides, K.) n apresentu eeit hipglicemiante em rats, aps quatr hras da administra ral de uma dse de 500mg/Kg, enquant tratament ral crônic, pr 18, na dse de 250mg/Kg/dia, mstru redu ds níveis de glicse plasmática de 33,5% (LEoNCIo et al., 1994). Este resultad mstra que a simula em labratri, cm us crônic, pde revelar uma atividade mitida em eperiment agud. outra situa interessante e que pderia justicar resultads t Voltar para o sumário
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dierentes, é quand n mesm etrat eistem substâncias cm eeits antagônics. Fi bservad que um etrat de Phyllanthus sellwianus (sarandi-branc), administrad em ces, prvcu hiper u hipglicemia, de acrd cm a cndi d animal e a via de administra (REY, 1968). A mesma nte inrma que em pacientes humans diabétics, n i pssível detectar qualquer atividade hipglicemiante signicativa estatisticamente aps ingest da planta. Mc Dnald e Wislicki (1938) islaram de um etrat de cuve 2 raes de eeit pst em rela a metablism glicídic: uma que prvca hiperglicemia e redu d glicgni hepátic, e utra de eeit hipglicemiante. Csta (1975) cita um trabalh antig para determinar a infuncia d envelheciment sbre pder hipglicemiante de etrats vegetais de Galega cinalis L. (galega) e Vicia sativa L. (ava). Fi bservad que estes etrats muit ativs, aps um an, perderam tda atividade, e passaram a prduir, a cntrári, uma hiperglicemia. os métds de etra de princípis ativs infuenciam, também, signicativamente resultad ds eeits. Elisabetsky (1987) cita um estud patrcinad em 1982 pela Central de Medicaments (CEME) para a Bauhinia rcata (pata-de-vaca), n qual dis labratris estudaram simultaneamente esta planta. Um ds labratris n encntru qualquer eeit cm etrat aqus, mas sim cm a ingest crônica (pr 45 dias) d chá; send este resultad cnrmad psterirmente pel primeir labratri. Já etrat hidralclic de Bauhinia mnandra apresentu eeit hipglicemiante, aps 4 hras, em rats alaniads (ANJoS et al., 1994) De tds estes resultads, ca evidente a diculdade de chegar a uma cnclus denitiva e pinar sbre s eeits armaclgics de uma planta medicinal em particular, tants s s atres que pdem intererir. Estes estuds qualitativs para ns cmparativs devem ser ttalmente padrniads para tdas as pssíveis intererncias. N cas particular de plantas hipglicemiantes, é undamental também que s eperiments sejam realiads sempre n mesm hrári – é citad na publica – em ace de variaes circadianas da glicemia, já que a capacidade hipglicemiante da insulina é Voltar para o sumário
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mair pela manh d que à tarde em indivídus de hábit diurn (zIMMET et al., 1974).
PREPARAÇõES A utilia das plantas medicinais é eita pr intermédi de diverss preparads, de acrd cm lclre, indústria u cm a investiga cientíca. o us ppular geralmente emprega s chás, enquant a indústria de tterápics valria as tinturas. Já a pesquisa armaclgica utilia principalmente a drga racinada em váris etrats de dierentes slubilidades, cm a nalidade de descbrir e islar s princípis ativs. A presena seletiva de determinadas substâncias hipglicemiantes em raes de uma drga, apresenta algumas curisidades. os bulbs da cebla (Allium cepa L.) e as lhas verdes d chá (Thea sinensis) tm um cmpnente anti-hiperglicmic – a dienilamina – que, além de ser perdid pr evapra, é inslúvel em água, mas slúvel em ácid acétic. (KARAWYA et al., 1984). Desse md, numa salada de ceblas cm vinagre, i encntrad n slvente, 85% de dienilamina, enquant apenas 9% permaneceram nas atias da cebla. Cm rela a chá, esta substância s está presente nas lhas verdes. o prepar da bebida resulta na perda d princípi ativ. (KARAWYA et al., 1984) Estes detalhes s interessantes, pis revelam que s eeits das plantas tidas cm medicinais s relativs para uma situa especíca, e n crrem de rma generaliada cm muitas vees é divulgad em publicaes ppulares escritas pr leigs. Dessa rma, n é interessante acnselhar a diabétic tmar spa de ceblas u um inus de chá para cntrlar sua glicemia, embra cebla e chá, em circunstâncias especiais, pssam ser tids cm hipglicemiantes. As inrmaes ppulares nrmalmente s cnsideradas adequadas quant à segurana, embra a caracteria da ecácia pssa ser mais cmplea, envlvend inúmeras indicaes teraputicas cm base em utrs aspects étnics e culturais, n send muitas vees reprduida nas simulaes labratriais cm animais de eperimenta.
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Cm s chás s utiliads espntaneamente pela ppula, estuds clínics pdem ser eits paralelamente as ensais armaclgics preliminares em animais. Já a utilia de etrats preparads em labratri, eige brigatria e primeiramente a realia de ensais em animais, pis s etrats empregads pdem n cnter nenhum princípi ativ. A utilia ds terms chá e etrat, embra cnsagrads, tm um signicad um tant imprecis. A palavra chá, tant designa a espécie Thea sinensis (chá pret, chá da Índia), cm reere-se, n us ppular, a qualquer prdut de etra de ervas medicinais, que tem tend cm slvente a água para ser ingerid. os tets mais antigs utiliam term ‘tisana’ para estas slues aqusas de prepar etemprâne, pdend ser adadas u nada, e que, a meu ver, seria a palavra mais aprpriada, embra n a tenha adtad neste reerid capítul. os chás pdem resultar prtant de etraes diversas cm decc, inus, digest e macera. A decc resulta d esgtament da drga pr ciment cm água durante algum temp. A Farmacpéia Brasileira II (1959) recmenda 15 minuts, enquant n prepar ppular de um md geral, este temp n ultrapasse mais d que 5 minuts. Tecnicamente é um prcess de etra n qual slvente atinge seu pnt de ebuli, assim permanecend ns temps estipulads. A Farmacpéia Brasileira II especica sua prepara em 5%: drga em pedas 5g água q.s.p. 100ml o prdut resultante (decct) deve ser espremid e ltrad, send vlume restante cmpletad cm água até atingir s 100ml. Alguns deccts de plantas hipglicemiantes ram empregads em estuds clínics para tratament d diabetes para plantas cm abagerú e carqueja (BRAGANçA, 1995 ; PRESTA, 1986). Para drgas hericas cm acnit, beladna, e utras cm glicsídes carditônics cm a dedaleira, a cncentra é sempre menr (FARM. BRAS. II, 1959). Este prcess n é recmendad para a etra de substâncias vláteis e termlábeis. Seu prepar – cm s demais tips de chás – é para us etemprâne.
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A inus cnsiste em verter água em ebuli sbre a drga pulveriada, permanecend a mistura em cntat pr temp variável, nd qual chá é ltrad (inus). Este é, inclusive, prcess mais cmumente empregad n prepar das bebidas ânticas (chá, caé, mate). Repare que ninguém ala ‘chá de caé’ u ‘chá de chá’, cm crre cm s chás medicinais (chá de pata-de-vaca, chá de carqueja etc.), embra chá pret e caé sejam medicinais, pel cnteúd de metilantinas (caeína e telina) e utras substâncias. A digest cnsiste em misturar as partes d vegetal a veícul (água, n cas d ‘chá’) numa temperatura superir a ambiente, mas sempre inerir a seu pnt de ebuli. Esse prcess equivale a deiar a drga em banh-maria pr temp estipulad. A macera, a cntrári d que muits pensam, n é um prcess de tritura. É a disslu a ri, na qual se deia a drga e veícul em cntat algum temp, em temperatura ambiente, send n nal, btid macerad u macerat. Csta (1974) cita este prcess para bter um ‘chá’ hipglicemiante das sementes cruas de caé – prtant, utr ‘chá-de-caé’ – , cm prpriedades dierentes daquele utiliad cm bebida estimulante. Também d plvilh da lbeira (ruta-d-lb) é eit um macerad cm mesm m medicinal (inrma ppular anônima ral). Cm rela a etrat – palavra de signicad também imprecis – , a Farmacpéia Brasileira II dene- cm uma prepara cncentrada, btida de drgas vegetais (u de animais) rescas u secas, pr mei de um disslvente aprpriad, seguid de evapra ttal u parcial e ajustagem d cncentrad a padres previamente estabelecids. A etra pde ser eita pels prcesss descrits na bten ds chás, e ainda pr percla (liivia), que cnsiste em aer passar um veícul etratr várias vees sbre uma camada da drga da qual se quer retiram s cmpnentes ativs. É um prcess útil n cas ds princípis ativs slúveis cntids na drga serem encntrads em pequenas quantidades. De acrd cm veícul que serve para sua bten, pdem ser aquss, alclics, hidralclics, etérics etc. Repare prtant que ‘chá’, na realidade, é um etrat aqus, preparad pr decc, inus, digest u macera. Ainda de acrd cm a Farmacpéia Brasileira II, quant à cnsistncia, s etrats s dividids em quatr categrias: Voltar para o sumário
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a) etrat fuid (rma líquida) S preparaes cinais cuj ter em princípis ativs deve ser igual a que cntém mesm pes da drga. Assim, pr eempl, um grama de etrat fuid cntém s princípis ativs de um grama da drga. b) etrat mle (cnsistncia de mel espess) Dessecads a 105°C, perda de 15 a 20% d seu pes. c) etrat rme u pilular (cnsistncia de massa pilular) A 105°C, perda de 10-15% de seu pes em água. d) etrat sec u pulverulent (cnsistncia de p) A 105°C n perde mais de 5% d seu pes, pis é muit higrscpic. Em alguns cass é eita a estabilia da planta resca cm a nalidade de evitar a destrui de seus princípis ativs pr a enimática da prpria planta. Para iss, a drga resca é submetida à infuncia d vapr quente de álcl que inativa as enimas. Estes preparads s chamads de intrats. S mais estáveis e s cnservads pr mais temp que s etrats (SoTo, 1951). As tinturas s muit cmuns nas rmas ds tterápics. Pdem ser btidas em temperatura ambiente pr percla u macera, tend cm slvente álcl, a mistura hidralclica e utrs. Pdem ser btidas também pr dilui ds etrats fuids. As tinturas cmuns (n hericas) s preparadas cm álcl de ter variável e na prpr de uma parte da drga pr 5 partes de álcl (FARM. BRAS. II, 1959). Para drgas hericas (que tm alcalides), a cncentra deve ser menr (10%). Este tip de tintura é sempre btid pr percla (FARM. BRAS. II, 1959). As tinturas btidas de plantas rescas s chamadas de alclatura u tintura-me. Devem ser empregadas a 50%, salv indica cntrária. A sua cr varia d vermelh a castanh u verde, e apresentam dr e sabr das drgas de nde prvém (FARM. BRAS. II, 1959). N se cnunda, entretant, alclatura cm alclat, que é btid pr destila alclica na presena da drga. os alclats cntém unicamente as partes vláteis da drga, dierena básica das tinturas e alclaturas, que cntém,
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também, partes as. Analgamente, pr destila aqusa s btids s hidrlats (SCARTEzzINI, 1956). o empreg de substâncias vláteis pde ser eit, também, sb a rma ds les essenciais (essncias, les vláteis, mirles), que s misturas naturais preeistentes na drga, u ent, rmadas espntaneamente pr reaes de substâncias cntidas n vegetal cm a água e ar (FARM. BRAS. II, 1959). S separáveis pr arraste cm vapr d’água, cnstituíds usualmente pr terpenides (mn- e sesquiterpens) e/u lignides (alil- e prpilenis, cumarinas) (GoTTLIEB, SALATINo, 1987). S btids pr epress, disslu u destila à press rdinária u reduida (FARM. BRAS. II, 1959).
CONCLUSõES Em cnclus, s esperadas alteraes de eeits armaclgics entre s diverss tips de ‘chás’ e etrats, devid às dierenas de cmpleidade que cada um eibe, seja pr eempl em cnstituintes s cm s etrats, u cnstituintes vláteis cm s hidrlats. Prtant, para que as plantas, tidas cm medicinais, pssam ser plenamente aceitas pr aqueles que ainda as vem cm descrena e discrimina, é precis investir muit em pesquisa armaclgica – desde planti d vegetal até prdut acabad. Dessa rma, caria assegurad que s medicaments btids cntm realmente seus princípis ativs, tm bidispnibilidade cmprvada e pdem ser avaliads qualitativa e quantitativamente quant a cnteúd, ecácia e segurana, semelhante a padr de qualidade que hje é erecid as medicaments de síntese.
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“E os seus frutos servirão de sustento e as suas folhas de remédio.”
(Ez. 47, 12)
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ESTUDOS ETNOFARMACOLÓGICOS COM PLANTAS MEDICINAIS E ANTIDIABÉTICAS Fernand Cesar Raneir de Bragana e Lui Antni Raneir de Bragana
ETNOFARMACOLOGIA Aspects antrplgics devem ser cnsiderads e melhr cnhecids a partir d estud de plantas medicinais. É interessante bservar que, tradicinalmente, um signicativ númer de pessas, a us de plantas cm teraputica alternativa e cmplementar. N apenas n diabetes, mas para um bm númer de denas, eiste um elenc de plantas que, na sua mairia, n recebeu cnrma cientíca de suas aes e eeits. Mesm sem haver inrmaes bjetivas e seguras determinand se s vegetais s recurss ecaes, aumenta númer de pessas submetidas a trataments cm plantas medicinais, pssivelmente de rma indiscriminada. N eercíci da Medicina, cm reqncia, médic é surpreendid cm perguntas acerca da ecácia de determinads vegetais, cujas indicaes, nmenclatura e características apresentam variaes impressinantes. Inicialmente mtiv de curisidade, us de espécies btânicas, vm send, a lng ds ans, bjet de estuds e levantaments bibligrács. Acredita-se que ba parte das plantas empregadas cm ns medicinais pde ainda n estar registrada ns cmpndis de teraputica e armaclgia, mas se encntra viva nas frestas e hrtas, ns camps e jardins, cnhecidas e eperimentadas pela ppula, cm suas ‘armácias caseiras’. A medicina caseira u ppular n cntradi a cial, na medida em que n crrespnde a uma alternativa ecludente, na mairia ds cass, mas apenas atua cm um recnhecid cmplement teraputic. (BRAGANçA,F., 1995)
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o estud armaclgic de plantas pde ser dividid em: armaclgia de prduts naturais e etnarmaclgia. Enquant a primeira abrdagem usa s vegetais cm bjet de estud da armaclgia clássica, a segunda leva em cnsidera as inrmaes cletadas dentr de uma determinada ppula, culturalmente denida (grup étnic), usuária ds prduts (ármacs) a serem estudads. É imprtante estabelecer esta dierencia, tend em vista que “s medicaments tradicinais já n s prduts naturais e sim arteats humans, ist é, uma certa espécie, preparada e ingerida de maneira especíca, tem uma determinada a teraputica.” (ELISABETSKY, 1987, p. 687). A partir dessa cncep, as inrmaes etnarmaclgicas s usadas cm base para delineament de prjets de pesquisa eperimentais que bjetivam estud das espécies enquant ármacs. Uma breve refe acerca d papel desempenhad pelas rmas tradicinais e indígenas d cnheciment médic (em grande parte empíricas na sua rigem), na aten à saúde, deve recnhecer a sua imprtância a lng ds séculs e ainda n presente. Ns últims ans, Brasil tem assistid à prcura pel ‘natural’, que pde ser bservada n epressiv aument d númer de ljas especialiadas em prduts naturais e na cnquista de espa nas grandes redes de supermercads. Verica-se uma “prliera na utilia de ervas” n apenas na culinária, mas também na rma de medicaments. (PIRES, 1984, p. 61) N se lvide que muchs de ls cncimients cmunes de la vida ctidiana sn empirics. Puest que la medicina tradicinal se sigue ejerciend cn eects psitivs, n deberia ser cialmente recncida, estimulada, pereccinada e integrada en ls sistemas nacinales cntempránes de atencin de salud? (LANTUM, 1982, p. 18)
Segund Nbrega, pressr titular de Pediatria da Escla Paulista de Medicina (1995), atendiment ambulatrial vem send recnhecid cm imprtante e privilegiad para a prática de pesquisas, que devem ser incentivadas e desenvlvidas. o ambulatri pssibilita acess à inrmaes que, de utra rma, n pderiam ser btidas. (SANToS, 1995) Cnstitui-se, prtant, n ambiente prpíci para investiga e estud detalhad, cm bjetiv de descbrir u estabelecer ats relativs as recurss medicinais de rigem vegetal. Pr assistir a dierentes Voltar para o sumário
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segments da ppula, trnam-se viáveis s estuds multicntrics, cm amstras grandes e representativas, a bserva de diabétics de diversas aias etárias, em dierentes estágis de evlu, num cntat pessal cm s clientes e suas amílias, a lng de muits ans. Na sua essncia, as representaes ppulares crrespndem a enômens sciais que pdem cntribuir para a cnstru de uma realidade cmum e pssibilitar a cmunica. (SPINK, 1993). Pde-se, ent, cmpreender que cnheciment prátic - de sens cmum - tra um manancial de dads para a cnstru d cnheciment cientíc. N eiste, prtant, supremacia, mas sim trca entre cnheciment cientíc e cnheciment prátic e, nessa trca, ambs se mdicam. (RANGEL, 1993, p. 9)
Frente à tarea, que n é pequena, de estudar as representaes ppulares d us de plantas n tratament d diabetes mellitus, muitas vees se a necessári delimitar um enque: da preven, tratament da hiperglicemia, dislipidemias assciadas e, especialmente, das cmplicaes crônicas da dena. N a parte das pretenses deste trabalh abranger a ttalidade ds seus aspects, mas sim lembrar a sua imprtância e sugerir alguns caminhs.
A AUTOMEDICAÇÃO E AS PLANTAS MEDICINAIS As causas da autmedica precisam ser melhr analisadas e discutidas. os bstáculs enrentads pela ppula para receber assistncia médica, númer etrardinariamente menr de servis de saúde em rela a de armácias (trnand-as gegracamente mais primas), a scalia insuciente das vendas de ármacs (que envlvem riscs na utilia, sem apresenta da receita médica), a publicidade ecessiva e veicula indiscriminada de medicaments na mídia, entre utrs atres n mens imprtantes, tais cm a alta de pessal habilitad (cm cnheciment adequad ds riscs de inticaes e interaes na administra de drgas) apntam para a necessidade de cnscientia d prblema pels prssinais e autridades d setr. (CAMPoS, 1985, p. 311) observa-se uma distin básica entre us de medicaments prduids pr labratris daqueles integrantes da armacpéia Voltar para o sumário
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ppular. Estes, mesm quand encntram aclhida pr parte da ppula e apresentam resultads satisatris (muits pssuind, em sua cmpsi, princípis ativs de cmprvada ecácia), n aem parte d receituári médic, salv raras ecees. (BRAGANçA, 1995) Se essa dierena, entre s prduts cnsiderads cientícs e aqueles dits ‘ppulares’, acmpanha a ‘curva’ ds níveis sciecnômic e cultural da ppula, este é um aspect relevante que deve, ser melhr demnstrad. Há rtes indícis, n entant, de que cnsum de medicaments e de servis de saúde varia, de md signicativ, segund as categrias sciais. A esse respeit, está em debate, em primeir lugar, a quest da ecácia ds medicaments para aumentar nível de saúde de tda a ppula, medid através ds indicadres de mrbidade, mrtalidade e da melhria da epectativa de vida. Eistem dierenas marcantes na rma cm as pessas da área rural e da cidade tratam a quest. o cnheciment da ppula da cidade sbre assunt tende a ser muit restrit, muitas vees limitad às inrmaes de bulas u prpagandas de tterápics e, até mesm, d ‘pseudraieir’ urban (muits deles, apenas vendedres ambulantes da cidade, que puc u nada entendem de tterapia). Este prcediment pde causar dans incalculáveis à saúde, pis é beneciad pela curisidade ppular e pela alta de scalia sanitária sbre s prduts cmercialiads, muits sem qualquer ecácia e, até mesm, ptencialmente perigss. os dads estatístics mstram que a cmpra de medicaments sem receita, cnsiderada pr Bltanski (1989) um bm indicadr da imprtância da medicina amiliar, raramente crrespnde a um cmprtament islad. Em tds s grups sciais, aqueles que adquirem medicaments, sem receita e aparentemente pr iniciativa prpria, cmpram também remédis sb prescri e cnsultam s médics. Na medida em que esse prcediment avana muit além da mera utilia de prduts tterápics, traduind-se pela cmpra livre e pel cnsum descntrlad de prduts armacutics, ainda assim n estaria caracteriada independncia absluta em rela à medicina cial. Ficu cmprvad que cnsum de medicaments sem receita aumenta, praticamente, na mesma prpr, de um an para utr, d que cnsum de prduts cmprads sb prescri médica pels segurads sciais. “A prpr ds prduts armacutics cmprads sem receita
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permanece relativamente estável e representa, qualquer que seja a classe scial, 40% aprimadamente d cnsum armacutic ttal.” (BoLTANSKI, 1989, p. 16) Prém, se é pereitamente pssível a uma pessa de padr nanceir mais elevad eperimentar certs prduts tterápics, sabe-se cm é dicil as membrs das camadas de baia renda, u seja, à imensa mairia da ppula, acess as medicaments de que necessita. (LoYoLA, 1978) É imprtante cmpreender a un scial que cumprem esses agentes. A presena histrica da medicina ppular, em epans ns grandes centrs urbans, pde representar uma alternativa às receitas médicas ‘inacessíveis’ e sinaliar para a urgncia de uma nva prática ds prssinais de saúde. A ecincia da medicina n depende eclusivamente d seu prgress cientíc e técnic u das iniciativas empreendidas n sentid de ampliar e elevar a qualidade ds atendiments. Se n rem respeitads e cnsiderads, atres de naturea cultural pdem signicar bstáculs a sucess das aes de saúde. Neste sentid, a crena ns resultads da tterapia, suas representaes e dimenses scilingísticas devem cnstituir bjet de refe na prpria rela médic-paciente. A descberta, n territri brasileir, de plantas raras e de grande utilidade teraputica desperta interesse de inúmers pesquisadres estrangeirs, que islam e etraem s princípis ativs n eterir e registram suas patentes. “Depis, Brasil paga ryalties para ter aquele prdut.” (FERNANDES, 1993, p. 26) Na leitura de especialistas, as inrmaes mais valisas prceder de plantas que crescem ns países em desenvlviment, uma ve que us da medicina tradicinal é geralmente aceit. A descberta de agentes ecaes prvenientes da fra desses países “cm temp se revelará ecnmicamente benéca” (SoEJARTo, 1978, p.18), a pass que necessári apereiament de pessal e a cmpetncia cientíca rtalecer sua capacidade de pesquisa. É prtun ressaltar que, nde a medicina mderna se cnverteu n sistema dminante, a medicina tradicinal “tende a persistir cm segund recurs u cm métd preerid para reslver uma limitada série de prblemas.” (PoLUNIN, 1982, p. 21) os esrs de pesquisas refetem a precupa cm tema, merecend uma epressiva alca de recurss e a implanta Voltar para o sumário
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urgente de mderns hrts de plantas medicinais, além de se prceder à sua adequada dius cientíca e cultural. (RICCIERI, 1989)
O MEDICAMENTO NO CONTExTO ATUAL Cm se n bastasse sriment ísic inerente à prpria enermidade, nsss dentes padecem da angústia de se sentirem inúteis, abandnads u pesads para aqueles que amam. outrs prblemas pdem ser acrescentads: alt cust d tratament, remédis etc., justamente quand a pessa, pela prpria dena, se acha incapacitada de prver as suas necessidades nrmais e, sbretud, a alncia d nss sistema de saúde. (CNBB, 1994, p. 23)
Um mercad caracteriad pr rte interven gvernamental – assim tem sid setr armacutic, praticamente em td mund. Iss resulta d valr d seu papel scial e, principalmente, ds cnstantes cnfits entre empresas nacinais, estrangeiras e sistemas nacinais de saúde, sbretud estes últims, bastante sensíveis as alts pres ds medicaments. A prdu de medicaments essenciais cngura uma quest estratégica de sberania nacinal, tend em vista que a aquisi ds reerids prduts em caráter de emergncia crrespnde crrespnde a uma série de diculdades, send uma delas a de infuir, diretamente, n padr de saúde da ppula. Há que se cnsiderar, pr utr lad, além da indiscutível quest scial, que a aut-sucincia também signica um prblema ecnômic, pis mvimenta um mercad psicinad entre s de maires d mund. Assim, n parece ser pssível avanar na cnstru de um sistema únic de saúde (direit de tds e dever d Estad), que estende prpri cnceit (de saúde) a cndies dignas de trabalh, mradia, bem-estar e, eetivamente, priria a descentralia das aes, sem que s insums necessáris a essas aes, aqui incluíds s medicamentss essenciais, aam parte de um prgrama de assismedicament tncia armacutica gvernamental que assegure a sua inclus na assistncia adequada à saúde, cm rma de melhrar as cndies de vida da ppula. (CNBB, 1994, p. 22) Trna-se indispensável superar a estratégia desenvlvida pel mama rketing da indústria, assim cm rerientar currícul e discurs acadmic, em primeir lugar para atender adequadamente às Voltar para o sumário
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epectativas da ppula, em especial a que prcura s servis públics etra-hspitalares. Em segund lugar, para desaer a imagem de que médic seria mair respnsável pel quadr atual de cnsum de medicaments. (ALMEIDA, 1988) Alguns dads mstram que uma grande parcela da ppula n tem acess à assistncia à saúde, e utra parcela, mair ainda, n tem acess à assistncia armacutica. o aturament anual d setr armacutic n Brasil passu de cerca de U$ 1,8 bilh, em 1986, para mais de U$ 3 bilhes em 1990, situand- entre s de maires d mund capitalista. Deste ttal, 80% ram aturads pr 50 empresas estrangeiras. “os demais 20% s dividids entre empresas nacinais, das quais as 300 menres aturam, juntas, mens de 1%.” (GoNTIJo, 1994, p. 139) Entretant, cnsum per capita scila sci la em trn ds U$ 14 anuais, nível prim a de países cm Méic e a Turquia, Turquia, enquant en quant ns EUA e n Jap, n nal da década de 80, ele era de U$ 182 e U$ 256, respectivamente. Mais grave ainda é a eistncia de um mercad cnsumidr cm distribui bastante cncentrada, n qual 23% da ppula brasileira cnsmem 60% de tda a prdu e restante “n utilia regularmente nenhum tip de medicament.” (VIANNA, 1994, p. 216) A imprta de matérias-primas matérias-prim as para mercad gvernamental representava, na épca, em trn de U$ 100 milhes anuais e seu ptencial de epans a d Brasil um verdadeir paraís para as empresas multinacinais multinacina is aqui implantadas. Em 1994, aturament da indústria armacutica teria sid de U$ 4,7 bilhes. (VAITSMAN, 1995) Vianna (1994), a analisar desempenh acumulad da indústria armacutica durante a década de 80, revela númers ainda mais impressinantes, impressinan tes, embra a taa de cresciment d PIB tenha sid nula naquele períd: “ aturament anual d setr duplicu de valr, passand de quase U$ 2,3 bilhes em 1982 para U$ 5 bilhes em 1990” (1994, p. 214), enquant as imprtaes permaneceram permanece ram na aia de U$ 300 a 400 milhes. os labratris ciais apresentaram uma cisidade média de 50% em 1993, an em que a evlu de pres de 20 remédis cnsiderads essenciais i acmpanhada pel Cnselh Reginal de Farmácia d Ri de Janeir. Cnstatu-se um aument médi de 3.793%, enquant a infa d períd alcanava 2.567%. (SÚMULA, 1994) Voltar para o sumário
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Um rg assessr d Cngress nrte-american (oTA - oce Technlgy Assesment) reeriu-se, em publica de abril de 1993, as resultads de um estud pr ele crdenad, para eaminar as bulas de drgas abricadas pr multinacinais (cm sede ns Estads Unids), que s vendidas em países em desenvlviment. Para cleta de dads ram esclhids quatr países, entre eles Brasil, tend-se cmprvad que, entre 241 medicaments estudads, dis ters apresentaram alhas “n que di respeit às inrmaes necessárias para seu us segur e eciente.” (KoPELMAN, 1994, p. 62) Cnsiderand-se que a legisla nrte-americana n permite a intererncia d FDA (Fd and Drugs Administratin) na prpaganda eita em utrs países, “eistem grandes pssibilidades da crrncia de séris prblemas de saúde, entre s quais de tratament ineciente u risc de mrte.” (KoPELMAN, 1994) A recmenda principal da cmiss que estudu prblema i t-smente que se eigisse, para prduts prduids naquele país, uma bula riginal u sua tradu em língua “aprpriada”. A indústria armacutica brasileira, a partir de deembr de 1993, deveria estar cumprind Decret-Lei 793/93, que determina deter mina que a embalagem de um medicament traga seu nme genéric em destaque mair d que nme antasia. Prém, nas cndies atuais de regulamenta, há riscs para paciente. Eistem medicaments que, embra pssuam mesm sal básic, seus diverss radicais encntrads apresentam imprtantes dierenas armaccinéticas armaccinétic as e/u armacdinâ armacdinâmicas. micas. É precis um reerencial cuidads quand se pta pr medicaments cm ptencialidade e ticidade distintas. Há que se especicar as nrmas em rela à bula e mesm se esta será brigatriamente erecida. Há, também, que se unir ras para reduir s custs ds medicaments e ablir a cmercialia cmercialia de assciaes irracinais de prduts. Mas, para atingir estes bjetivs, precisam ser implementadas medidas quant à qualidade ds remédis e deendids, em tdas as instâncias, s interesses da saúde da ppula, além de “redbrads s esrs es rs na educa educa das amílias”. amílias” . (SBP, (SBP, 1993, p. 1) outr aspect da mair imprtância imprtânci a é da educa armaclgica ds estudantes de medicina, dntlgia, veterinária, enermagem, enermagem, nutri etc., especialmente s trs primeirs (pr ser indispensável a adequada prescri de medicaments), “que se submetem à pletra cada ve mair de nmes de antasia. Daí a imprtância ds genérics”. (FoNTELES, 1995, p. 75) Voltar para o sumário
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os medicaments alpátics (também cnhecids cienticamente cm drgas), em especial s de a analgésica, analgésica , est de tal rma generaliads n nss mei que chegam a ser erecids cm trc em algumas armácias (u drgarias). o sistema vigente levu médic a um trabalh despersnaliad, desmtivand- e cnduind- a “estressante pliempreg” (RoCHA, 1994, p. 60), em busca da sbrevivncia, desse md, realia atendiments rápids ‘cntra temp’. N nal, sabe-se de um médic sem nme atendend um paciente pacien te que é um númer. Desta rma, a assistncia médica estatal n Brasil tem cm uma de suas características marcantes prduir uma “medicina sintmática” (RoCHA, 1994) cm atendiments impessais e superciais. A mairia das queias apresentadas pels pacientes limita-se a pucs sintmas relatads, e médic n cnsegue atender a tdas as epectativas d cliente, que incluem a cmpreens d seu prblema, a cnsidera adequada adequada pela sua pessa e interesse slidári pel seu sriment, sb respald d cnheciment técnic e da seriedade ética da prss. cnheciment A indústria armacutica, pr utr lad, mnplia n apenas a prdu industrial, mas a pesquisa e a inrma sbre a mairia ds ármacs. o quadr de utilia de medicaments é rtemente marcad pela “idelgia d nv ármac”. A realiar trabalh de marketing, mais d que respnsáveis pela transmiss d cnheciment, s prpagandistas aplicam uma série de técnicas ensaiadas para cnseguir a aten médica e, assim, pder repassar s acnselhaments teraputics. A mesm temp em que anuncia as prpriedades d seu prdut, a indústria também prdu saber sbre a situa alv para a qual ármac se destina (psicinad na “aia de cmpetncia” de determinads médics), cntand que uma parcela epressiva de prssinais, para se atualiar, l as revistas e material pr ela rnecid. (ALMEIDA, 1988) o at de prescrever crretamente crretamente prduts naturais, cntud, n é uma tarea simples. É precis mais d que embasament cientíc para sua administra adequada quant à rma, qualidade, dsagem etc. Há também que se vencer s precnceits, tend em vista que muits ainda cnsideram a tterapia cmpletamente ineca. Talve nem mdiquem suas pinies se suberem que, ns Estads Unids, “25% de tdas as receitas médicas, de 1959 a 1980, Voltar para o sumário
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cntinham etrats de plantas u princípis ativs preparads de plantas superires.” superire s.” (ELISABETSKY, 1987, p. 697) Nem mesm acreditem n at de que, na Frana, nde esse índice se aprima de 50%, cnsum de plantas dbru de 1970 a 1980 e as imprtaes ram multiplicadas pr 2,5 – levand as autridades a tmarem prvidncias para acilitar cultiv de plantas nativas (87% das plantas cnsumidas naquele país s imprtadas). A partir destes dads, a oMS acredita que, ns n s países em que pv ainda recrre à medicina tradicinal, muitas, sen a mairia das plantas usadas cm remédi, eercem reais eeits teraputics em ra da eistncia de princípis ativs. (FARNSWoRTH, 1983) A revlu prdutiva, as inúmeras mudanas tecnlgicas e despertar ds reginalisms ns ans 90 ram analisads pr Dreiuss (1991, p. 126), n cntet da Nva ordem Mundial. Para ele, a inrma é a ‘grande chave’ nessa véspera de sécul xxI. os países industrialiads teriam interesse na Amaônia n eatamente pr ela ser “pulm” d mund, u pels riscs de suas queimadas cntribuírem para aumentar eeit estua. Cbiariam a selva amaônica pel que sabem nela eistir: seu “banc de dads genétic - l da indústria armacutica”. Há, segund autr, entre 5 e 30 milhes de rganisms a serem ainda classicads (descrits e decdicads). o que implica que na Amaônia estaria a nte de td prcess de cria de nvs materiais; “ utur da bitecnlgia e da engenharia genética”. Cm está dividida a ppula brasileira em rela à assistncia médica? 82.000.000 (59%) dependem da Assistncia Pública; 35.000.000 (25%) dependem d ependem da Assistncia Privada; e 23.000.000 (16%) s desassistids. (CNBB, 1994, p. 23)
o sistema de saúde, gravemente enerm, apresenta uma sintmatlgia cmplicada, cm a ausncia de uma plítica nacinal de pesquisa e desenvlvimen desenvlviment, t, prdu, cntrle e distribui de medicaments e insums que atendam às necessidades necessidade s d SUS (Sistema Únic de Saúde), insucincia de cbertura assistencial, assistencia l, que se agrava dramaticamente nas regies mais carentes; nase nas atividades curativas e hspitalares, em detriment das preventivas, ambulatriais e de reabilita, cnstituind um mdel assistencial inadequad às necessidades da ppula; sucateament e desqualica tecnlgica e prssinal da grande mairia ds servis públics e privads cntratads pel pder públic.
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Há estimativas de que 90% ds medicaments dispníveis nas armácias s desnecessáris e que aprimadamente 70% ds prescrits s sintmátics u placebs. Além d us de drgas n cntrladas (aquelas que aem parte d acerv amiliar, tais cm analgésics e vitaminas), virtualmente, td jvem utilia medicaments (prescrits u n). (GoMES, 1993, p. 131) Assinala-se, pr utr lad, que uma parcela representativa da ppula brasileira tem nas ervas medicinais sua única nte de recurss teraputics. Vive em estad de pbrea u miséria, em cndies precárias de saúde e saneament básic, agravadas pr um quadr scial nde pucs tm acess à assistncia médica especialiada e um númer cada ve menr btém s medicaments de que necessita. Este aspect d us de plantas medicinais i muit bem delinead pels sujeits n estud das representaes sciais. (BRAGANçA, F., 1995) “É melhr pra saúde e pr bls, ainda mais cm esse salári miserável que a gente recebe...” “Fa bem. Tenh n quintal.” “Prer n usar remédis e prduts químics, quand pssível.”
o cultiv de um pequen númer de plantas medicinais selecinadas pderia minrar a gravidade dessa situa. Na verdade, a descri d perl ds “ecluíds” se amplia de tal rma que, neste trabalh, seria impssível dar cnta de tds s tips de angústia e eclus que encntrams na nssa sciedade.
A ABRANGêNCIA DO ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO A utilia de plantas cm ns medicinais vem cnstituind “um vast camp de pesquisas que rnecer imprtantes subsídis geradres de mudanas” (BEVILÁCQUA, 1985), na sistematia da assistncia e d ensin da saúde, que dever refetir na identica e n prepar de plantas medicinais valisas, além d seu us aprpriad quant à dsagem, indicaes, limitaes e riscs de utilia. Fi recmendada, na Cnerncia Internacinal sbre Cuidads Primáris de Saúde em Alma Ata, cidade nde i realiad Voltar para o sumário
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event, (1978), a incrpra ds remédis tradicinais de ecincia cmprvada, tend em vista a amiliaridade e anidade ds sistemas médics ppulares, a ecácia de inúmers prcesss ppulares de cura e at de que a medicina tradicinal, além de integrar a cultura d pv, é cnsiderada mais acessível. Naquele mesm an, a organia das Naes Unidas, através d Setr de Desenvlviment Industrial, realiu um encntr em Lucknw, Índia, cm a nalidade de discutir a prdu de drgas etraídas de plantas medicinais. Uma das cncluses i dirigida as gvernantes e autridades respnsáveis pela saúde pública ds países pbres, n sentid de “que estimulassem a pesquisa cm plantas e rientassem a ppula n us de plantas medicinais nativas.” (oCCHIoNI, p. 200). Cerca de 80% da ppula da Terra n tm cndies nanceiras para cmprar remédis. N Brasil, estima-se que 60% ds habitantes recrrem às plantas medicinais, principalmente pr alta de recurss. Sétim mercad mundial de prduts armacutics, 60% ds remédis s cnsumids pr apenas 23% da ppula. (VAITSMAN, 1995) o trabalhadr prcura atendiment na unidade de saúde, nde raramente encntra s remédis de que necessita. Vai à armácia, mas n tem cm cmprá-ls. Estariam as pessas recrrend integralmente à tterapia se dispusessem de tds s medicaments essenciais? A epectativa é de que elements btids ns estuds etnarmaclgics pssam servir a utras investigaes mais abrangentes e ecundas. o estud das relaes entre um camp de prcediments cientícs e as práticas sciais a ele relacinadas tem sid empreendid pr um númer crescente de “disciplinas viinhas, mas distintas”. (AYRES, 1995, p. 85) Quase uma necessidade hje, diálg e as intersees entre essas disciplinas n pssuem limites. A diversidade de cncepes justicariam a busca de um desenh muit mais ampl, pel alcance ds sujeits, situaes, perspectivas de análise, relaes e variáveis, segund grups e circunstâncias das representaes em medicina ppular. (RANGEL, 1993) A imprtância scial das plantas medicinais tem sid abrdada pela organia Mundial da Saúde, especialmente a partir de 1978, quand publicu uma reslu determinand a cria de um prgrama mundial para avaliar as espécies vegetais utiliadas
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na medicina ppular, cm a nalidade de estimular sua utilia. (MPAS, 1982) Evidencia-se a pssibilidade d saber cial e das leis da sciedade cnciliarem-se cm a cultura ppular. Cnhecend-a muit puc, e insensível às dierentes epresses dessa cultura, Estad deia de perceber as cntribuies especícas pr elas traidas, a partir de suas eperincias cncretas. (oLIVEIRA, 1991) Em ve de se ecluírem, parecem cmplementares: a prática médica cial (recurs a médic, bserva de seus cnselhs e prescries) e a da medicina tradicinal. Esta, livre de imprvisaes, tende a se cnter n interir de rnteiras estritamente delimitadas, bedecend a nrmas que denem s meis teraputics que ela pde u deve empregar. Acmpanhand pacientes, é pssível encntrar epresses representativas, que justicam prqu d empreg de plantas medicinais: “Pr tradi (amiliar) e prque cn, mesm!” “Prer tentar s remédis naturais antes ds utrs.” “S passadas de gera para gera (que eu me entenda, desde a minha bisav), cm bns resultads.” “Sempre uvi dierem que é muit bm.” “Surte eeit melhr que essa água cm aúcar que é remédi pr aí.”
Puc mdicada na sua essncia, a medicina natural sbreviveu, pela tradi e pel lclre, transmitind-se de gera a gera. Esses cnheciments ram prduids através de uma cnstante bserva da naturea assim cm pr infuncia de indígenas, escravs e imigrantes. Pr raes histricas e geplíticas, prtant, e pela etensa área verde que ainda sbrevive, a ppula brasileira representa uma das mais ricas ntes d saber tterápic e de nvs medicaments para a Medicina d utur. A quest d aprveitament human d cnheciment ainda n i reslvida, nem pels cmputadres, vist que s seres humans prduem um imens vlume de cnheciments, eigind muitas vees uma rermula ds antigs. A sciedade civil tem instruments pderss para divulgar inrmaes que a instruem, esclarecem e também infuenciam. À medida que um mair númer de pessas tem acess a inrmaes melhres e
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mais diversicadas, elas enriquecem seu quadr de reerncias e pdem aer cmparaes mais cnscientes. “Pder, enm, se trnar pessas mais críticas, mais eigentes. E rmar um públic que será capa de demcratiar direit à inrma.” (KoNDER, 1992, p. 6) A persistncia da medicina ppular em grandes centrs urbans, n entender de Lyla (1978, p. 228), demnstra que ela n é rut eclusivamente d islament gegrác e da alta de aten médica. Além de uma alternativa pssível às lngas las ds servis públics de saúde e “às receitas inacessíveis ds médics ciais”, ela representa “uma rea a esta prática autritária da ‘medicina cientíca’.” A princípi, uma das aplicaes mais diretas deste livr dar-se-á ns setres de Fitterapia, cm s que vm send implantads ns servis de saúde pública, bem cm pderá ajudar a situar s diverss prssinais ligads às plantas medicinais assim cm atender a desa de tratar diabetes mellitus (btânics, enermeirs, armacutics, médics) e àqueles que tm demnstrad interesse em adquirir um cnheciment mais aprundad acerca das plantas e ervas utiliadas pr seus pacientes. Há pssibilidade de se abrirem nvs caminhs e aplicar, na prática, cnheciment crític sbre a administra de prduts naturais n diabetes mellitus. os autres acreditam que n presente trabalh seja de at invadr n prpsit, ainda preliminar, de reunir esrs ds diverss rams da cincia, de cngregar s estuds de plantas ligads a uma enermidade em particular. Seriam ecnmiads muits recurss se n se discriminasse a eperincia e s cnheciments ds chamads raieirs tradicinais. Assim, primeir pass cnsistiria em eetuar-se estuds etnbtânics detalhads, através ds quais se registrariam as partes precisas, as estaes d an e a idade em que as plantas devem ser cletadas, assim cm a maneira adequada de prceder quant a seu prepar e us. o segund pass deveria cnsistir em selecinar, dentre as várias centenas de ervas dispníveis, um pequen númer das mais prmissras, cm bjetiv de estudá-las e pesquisá-las cm intensidade, além de estabelecer-se a dse eca incua e descartar as ervas ptencialmente perigsas. Pderiam, nalmente, ser elabrads manuais ilustrads sbre cultiv e a utilia de plantas aprvadas; treinads agentes de aten primária à saúde e criadas hrtas de ervas medicinais. Voltar para o sumário
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(CHEN, 1982) Um valis estud sbre s métds interdisciplinares para trabalh de camp cm a etnarmaclgia i apresentad pr Frank Lipp (1989), d Departament de Antrplgia da New Schl r Scial Research de Nva Irque. Numa cnsulta à ppula, pder ser btidas inrmaes de grande interesse cientíc. Algumas, especialmente, pdem pssibilitar a abertura de nvas rentes de pesquisa sbre agentes hipglicemiantes e teraputics, pr mecanisms diverss. outras, pdem alertar quant as riscs inerentes a cnsum de chás e plantas. Vale recrdar depiment de um paciente, usuári de chás repassand ensinament de que “carqueja demais pde aer mal p’ra vista”. É cert que há muit ainda a ser triad, mas s estuds etnarmaclgics, a análise criterisa d dit ppular sbre diabetes, pde cntribuir para a medicina cidental de diversas rmas. De um lad, ajudar a traer as núcles de pesquisa interesse públic crrente sbre s remédis da fra dentr de uma perspectiva cientíca. (SMET,1989) Deste md, epresses ppulares justicand us de plantas – cm; pr eempl, “pr n ter eeits claterais” e “prque é mais pur, ist é, sem química” evidenciam a necessidade de esclareciment de ba parcela ds pacientes que descnhecem imensa quantidade de agentes químics eistentes em vegetais. Pr utr lad, pder servir cm instrument para a descberta de nvas drgas. Em td mund, inúmeras publicaes cmpilam nmes de plantas e ervas medicinais usadas para ‘tratar’ DM, embra muitas ainda aguardam cnrma cientíca para que ppularmente se recmenda através de sucessivas geraes. Destacam-se s trabalhs n Egit (SHARAF,1963), Espanha (IVoRRA,1989), Israel (YANIV,1987), Jamaica (MoRRISoN,1982), países da Árica (BEVER,1980), Índia (ALAM,1990), Guatemala (CÁCERES,1983), Méic (PÉREz,1984), Paquist (RAHMAN,1989), Inglaterra (BAILEY,1989). Alam et al. (1990), na regi rural da Índia, nde é epressiva a utilia da tterapia, encntraram um grande númer de plantas, pertencentes a diversas amílias, send pssível caracteriar que seu prepar e administra dá-se de rma muit variada. Também na Índia, Atique et. al. (1985), identicaram a rma de empreg ds ruts da Annna squamsa L. (“custard apple”) e da Piper nigrum L. (pimenta negra) sugeVoltar para o sumário
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rind estuds armaclgics cmplementares. N Brasil, s pucs s estuds d gner, cm realiad pr Martins (1989), n Amanas; Cimbra-Teieira et al. (1992), n Ri Grande d Sul; Annichin et al. (1986), em S Paul; Hirschmann et al. (1990), em Minas Gerais e Sampai et al. (1974) e Braga (1984), na Regi Nrdeste. N i encntrada alguma reerncia que tratasse especicamente das plantas empregadas n estad d Ri de Janeir. Mtivads pr estas cnsideraes, elabrams um questinári para levantament das plantas cnsideradas úteis n tratament d diabetes mellitus em nss mei. Ele visa bter respstas para perguntas cm: Quais s as mais usadas n Estad d Ri de Janeir? Cm s btidas, cletadas, preparadas e ingeridas? Qual a cncentra ideal? Qual a reqncia de us, pslgia? Quais s princípis ativs, aes armaclgicas, eeits tics? Que resultads teraputics e reaes adversas s bservads pela ppula? Despertariam interesse um melhr cnheciment ds recurss tterápics reginais, bem cm as rientaes sbre a parte empregada, md de prepar e administra as pacientes, dentre utras inrmaes relevantes, que é um trabalh a que se destina a etnarmaclgia. Pr este mtiv, i criad Labratri de Etnarmaclgia e Prduts Naturais, ligad a Institut Bimédic da Universidade Federal Fluminense, nde iniciams a cleta de dads reerentes às plantas antidiabéticas d Estad d Ri de Janeir. os resultads deste levantament etnarmaclgic ser úteis para a deni de priridades e estratégias da pesquisa cientíca sbre papel das plantas n diabetes. os autres acreditam que devem ser tmadas medidas gvernamentais n sentid de amparar, cm recurss humans, materiais e nanciaments, desenvlviment ds váris núcles de pesquisas de prduts naturais para estud de nssa fra.
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE - INSTITUTO BIOMÉDICO LABORATÓRIO de ETNOFARMACOLOGIA E PRODUTOS NATURAIS PLANTAS ÚTEIS no TRATAMENTO do DIABETES MELLITUS ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO I - IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE: 1 - nome:_____________________________________________________ 2 - pront:_________________________ 3 - nasc.: ____/____/____ 4 - naturalidade:_________________________________________________________ 5 - end.: ________________________________________________________________________________ _____ 6 - escol: analfabeto ( ), 1º grau ( ), 2º ( ), superior ( ) 7 - tel.: _________________________________
II - TRATAMENTO do DIABETES: 1 - tempo de diagnóstico (anos) : _______________________; 2 - tempo de tratamento: ____________________; 3 - história de diabetes na família? N ( ), S ( ); Quem? _________________________________________ 4 - como trata? Só dieta ( ); dieta + medicação ( ); dieta + planta ( ); dieta+insulina ( ); outro ; __________ 5 - quem orienta a dieta: ninguém ( ), nutricionista ( ), médico ( ); 6 - medicamento HO em uso: nome:_________________________, nº de comp. vezes/dia: __________________; 7 - apresentou algum efeito colateral? S ( ) N ( ) qual (is)? _________________________________________; 8 - Como usa insulina? tipo ________________vezes/dia _______________ dose diária ___________________ 9 - Usou HO antes da insulina? S ( ) N ( ) Qual(is) ? ______________________________________________ 10 - Qual método utilizado para monitorização domiciliar ? glicosúria ( ) glicemia ( ) Nenhum ( ) Ambos ( ) 11 - Qual a freqüência de intervalo entre as consultas? ________________________________________ meses 12 - acredita no benefício das plantas no diabetes? S ( ), N ( );
III - SOBRE AS PLANTAS MEDICINAIS: 1 - usa plantas no tratamento do diabetes? S ( ), N ( ); 2 - quais plantas ouviu dizer que seriam úteis? _____________________________________________________; Quais já utilizou ? ________________________________________________________________________ ______; 3 - Com que nalidade as emprega? baixar a glicose ( ), adoçante ( ), melhorar complicações ( ), outros ___ 4 - quantas utiliza habitualmente? uma ( ), duas ( ), três ou mais ( ); nenhuma ( ); 5 - há quanto tempo faz uso de plantas para este m (anos)? __________________________________________ 6 - quem recomendou? parentes ( ), amigo ( ), curandeiro ( ), leitura ( ), atendente de farmácia ( ), médico ( ), outro __________________________________________________________________________________ _____; 7 - o uso das plantas medicinais pode trazer algum risco? S ( ) N ( ); 8 - foi alertado para esta possibilidade? S ( ) N ( ); Quem orientou? ___________________________________; 9 - seu médico sabe que utiliza plantas? S ( ) N ( ); 10 - a opinião do médico? contra ( ), aprova ( ), indiferente ( ); 11 - gostaria de colaborar num estudo sobre plantas antidiabéticas? S ( ) N ( ); 12 - em quais etapas? coleta da planta ( ), usando a planta ( ), outro _________________________________ ;
IV - COMO USA PLANTAS NO DIABETES: 1 - freqüência (dias/semana): a. todo dia, b. dias alternados, c. eventual, d. outro ___________________________; 2 - como obtém: a. cultiva, b. colhe, c. ganha, d. farmácia, e. feira, f. outro ________________________________ 3 - parte usada: a. toda, b. folha, c. caule, d. raiz, e. casca, f. fruto, g. semente, h. outro _____________________; 4 - como está na hora do uso? a. seca, b. fresca, c. misturada, d. pronta, e. outro __________________________; 5 - maneira de usar: a. infusão (chá), b. decoração (cozinha), c. mistura à comida, d. extrato (gotas), e. garrafada, f. triturada, g. outro ___________________________________________________________________________ 6 - quantidade empregada/dia? 7 - freqüência de uso (vezes/dia)? a. 1x ( ), b. 2-3x ( ), c. toda hora ( ), d. outro _________________________; 8 - horário (relação com refeições)? a. antes ( ), b. durante ( ) c. depois ( ) d. indiferente ( ); 9 - obteve resultado? (S/N) vericou com exame? S ( ) N ( ) 10 - outros usos medicinais / indicações da planta: (use o verso, se necessário) 11 - conhece efeitos colaterais desta planta? Quais?
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“Nenhum país do mundo abriga uma ora tão rica e variada como o Brasil.”
Friedrich Tobler
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PLANTAS BRASILEIRAS USADAS NO TRATAMENTO DO DIABETES Lui Antni Raneir
N Brasil, eiste um grande númer de plantas utiliadas para tratament d diabetes mellitus. N entant, a mairia, sen a ttalidade destas ntes, n descreve a pslgia a ser empregada, mecanism de a u s eeits adverss. S apenas citaes d empreg de ervas em algumas regies d país e n eterir. Muitas destas reerncias n inrmam sequer a metdlgia utiliada para a cleta de dads. Neste capítul, s apresentads resums ds trabalhs realiads cm as nssas plantas antidiabéticas, assim cm que diem s livrs de Fitterapia sbre tema. Precupava-me abrdar tema de rma mais ampla, n deiand de citar qualquer estud. Curis é que ui encntrar cnsl a cnsultar uma das primeiras e mais cnsagradas reerncias sbre Fitterapia n Brasil, livr de Meira Penna de 1921: N bstante incmplet, prestará este trabalh grande servi, se ds mestres, cnhecedres ds thesurs que se cultam na rica fra brasileira, vierem depis bras de ôleg (PENNA, 1921)
Em 1931, Pi Crra publicu um lng estud sbre as plantas medicinais n Brasil, ainda hje cnsiderada uma bra de reerncia, um verdadeir “Dicinári de plantas úteis” (1984). Est relacinadas, a seguir, algumas plantas reeridas n Brasil cm úteis n diabetes mellitus, send destacadas em negrig as mais cmuns e/u sbre as quais ram encntrads estuds cientícs:`
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erva-de-são-joão
nogueira
agrião
erva-pombinha
t--v
alcaçuz
pau-d’arco
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barbatimão
galega
bardana
gerânio
briônia-branca
nn v
-h- qx ã
ipecacuanha-branca
saião
pau-tenente
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canafístula
j
soja
carambola
jambolão
sucupira
carqueja
jambo-vermelho
umbaúba
cebola
jucá (pau-ferro)
urtiga
centáurea
jucareúba
valeriana
centeio
linho
vara-de-ouro
damiana
ã--ã-tn
vassourinha
dente-de-leão
mirtilo
vinca-rosa
jaborandi
sálvia
É da autria de Almeida Csta (1975, 1977) uma revis sbre aspects btânics e tquímics d Anacardium ccidentale (cajueiro), Bauhinia rcata (pata-de-vaca), Chrysbalanus icac (abageru), Crtn cajucara (sacaca) e Myrcia sphaercarpa (pedra-hume-caá). o Anacardium cidentale parece ter sid uma das primeiras a ser estudada cienticamente. Segund Csta (1975, 1977), sbre essa planta eistem diverss trabalhs mas a primeira cnrma eperimental d eeit hipglicemiante é atribuída a Arduín e Sares. (ARDUÍNo, 1951) Arduín (1951, p. 307) realiu um ensai clínic agud cm 2 grups de vluntáris, 1 de 5 pacientes internads “prtadres de denas que n aetam metablism ds hidrats de carbn” e utr de 5 estudantes de Medicina “aparentemente nrmais”. Fi erecida uma dieta padr, incluind leite, p, 20g de aúcar e caé ad libitum. Fram clhidas 5 amstras de sangue, send: em jejum, 30, 90, 150 e 210min aps desjejum. N segund dia, Voltar para o sumário
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s vluntáris tmaram 80 gtas de tintura de casca de cajueir, prduid pela “Flra Medicinal”, quine minuts antes de repetir a curva glicmica nas cndies já descritas. N grup de estudantes, a curva glicmica basal i realiada aps a ingesta de 100g de glicse, pr Vo, e cleta de sangue ns temps 0, 60, 120 e 180min. N segund dia, repetiram a curva, send que, 20min antes da administra de glicse, s pacientes eram us de “uma cápsula amilácea cntend 0,10g de etrat sec de casca de cajueir”. os resultads mstram uma queda máima ns temps 60 e 90min, que perduru pr 3 hras e meia. Baseads n us ppular de plantas d Nrdeste, Sampai e cl. (1974), da Universidade Federal d Ceará, realiaram estuds armaclgics pré-clínics cm 15 espécies cnsideradas antidiabéticas. o grup adtu seguinte prtcl: 1º) cleta d material e clca da planta em estua pr 30min (estabilia); 2º) secagem a ar livre ambiente. o material sec e triturad (12,5g) i etraíd cm água a 90°C, pr 3 vees cnsecutivas, send s etrats reunids e cncentrads até 50ml (0,25g da planta pr mililitr). os estuds armaclgics cmpararam alguns etrats vegetais (500mg/kg) entre si e cm a clrprpramida (100mg/kg) administrads a rats albins machs (de 150-250 g). os autres cncluíram que apenas a Annna muricata (graviola) e a Pithecelbium multifrum (canaístula) demnstraram eeit hipglicemiante, send a primeira ainda mais ptente que a clrprpamida e a Pithecelbium multifrum nas dses empregadas. Dentre as demais plantas estudadas, estavam a Averha carambla Lin. ( carambola), Caesalpinia errea Mart. ( jucá), a Persea americana (abacate) e a Psidium guajava Lin. (goiaba). o eeit hipglicemiante da estévia, Stevia rebaudiana Bertni, i estudad pr Schmeling et al. (1977) em celhs alaniads. Fram usads 18 animais da raa Chinchila, dividids em 3 grups de 6, send diabétics (cm us d alan) e nrmais recebend decct e um grup cntrle de animais nrmais. o etrat i preparad na prpr de 100g de lhas mídas, secas a sl, em 1,5l de água em ciment, durante 10 minuts. obteve-se, também, amstras seriadas de sangue para glicemia ns temps basal, 30min, 60min e 90min. N ram encntrads eeits hipglicemiantes, u claterais, ns animais nrmais.
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os animais diabétics mstraram uma queda mais acentuada da glicemia aps 60 minuts. o eeit d etrat aqus das lhas da Stevia rebaudiana Bertni sbre teste ral de tlerância à glicse (ToTG) i investigad pr Curi et al. (1986), em 16 vluntáris nrmais. o etrat a 5% i administrad a intervals regulares de 6 hras pr 3 dias. o ToTG i realiad antes e aps us da planta. Um segund grup, de 6 vluntáris nrmais que ingeriram uma slu aqusa de arabinse, i também estudad para eliminar pssível eeit d stress. o etrat da estévia aumentu a tlerância à glicse e diminuiu s níveis plasmátics de glicse, durante teste e aps jejum nturn em tds s vluntáris. Almeida e Agra (1986) relacinaram 68 plantas antidiabéticas brasileiras, apntand nme cientíc e vulgar (12 ds quais n identicads), a parte usada, e elabraram um estud eperimental cm s 4 vegetais mais cmuns da Paraíba. Fram elas, cm nme ppular, parte da planta e tip de etrat utiliad: Bauhinia rcata Link (mrr u pata-de-vaca, lhas, etrat etanlic); Bumelia sartrum Mart. (quiaba, casca d caule, etrat etanlic); Caesalpinea errea Mart. ( jucá u pau-err, casca d caule, etrat etanlic) e Licania rigida B. ( oiticica, casca d caule e lhas, etrat aqus). N eperiment, ram empregads rats albins Winstar nrmais, (10 animais para cada planta), de ambs s ses. os etrats, etanlic u aqus (decct), ram administrads pr via ral em dse única de 1mg/kg. Nestas cndies, apenas a Bumelia satrum apresentu a signicativa sbre a glicemia, cm queda de 24%, cmparada cm grup cntrle tratad cm sr silgic (salina a 0,9%). os autres n descartam a pssibilidade de bter-se eeit hipglicemiante cm as utras 3 plantas em em cndies distintas às utiliadas. (Almeida, 1986) A Bumelia sartrum vem send bjet de estuds mais ampls, envlvend ensais pré-clínics, ticlgics e clínics. o eeit hipglicemiante d princípi ativ, ácido bássico (Naik, 1991), i cmprvad em camundngs, utiliand-se etrats etanlic e aqus, administrads pr Vo e IP em cncentraes variadas. Fi registrada a crrncia de dierentes resultads cnrme a idade da planta e tip de sl. (MoDESTo FILHo, 1986, 1988, 1989)
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N ensai clínic cm a quiaba, 30 diabétics recém-diagnstirecém-diagnsticads ram dividids em 3 grups de 10, nde primeir recebeu placeb, segund, um cmprimid cm 370mg d etrat etanlic e, terceir, a dsagem de 740mg, para a avalia da curva glicmica de 5 hras. As mesmas substâncias ram dadas a um grup de indivídus duas hras antes da realia de um ToTG, cm cleta de sangue ns temps 0, 30, 60, 120, 180 e 240 minuts. Calculu-se média e desvi-padr, e a análise estatística i eita cm teste de student. os autres bservaram eeit hipglicemiante dse-dependente, dse-dependente, mas n cnsideram s dads da pesquisa sucientes para assegurar seu empreg pela ppula. (MoDESTo FILHo, 1990) Sbre a pata-de-vaca, Bauhinia rcata, s animais, usand etrat aqus (deccct) nas dses de 500 e 1.000mg/kg, n sreram altera signicativa signicativa na glicemia e n huve cmprtament anrmal u atividade tica até a dse de 3.000mg/kg de pes. Paralelamente, Mdest-Filh et al. ereceram chá das lhas da B. rcata, em dses que variaram de 0,5 a 1 grama/dia, grama/di a, a 4 vluntáris diabétics. Embra sem eeits tics evidentes, a planta mstru-se ineca sbre a glicemia nas cndies empregadas. (MoDESTo FILHo, 1988, 1989) o etrat hidralclic (EHA) das lhas de uma utra espécie d mesm gner, também cnhecida cm pata-de-vaca – a Bauhinia mnandra Kur –, i administrad a rats diabétics dividids em dis grups (cm alan 150mg/kg, via IP). Anjs et al., (1994), d Departament Departame nt de Farmaclgia Farmaclgia da Universidade Univers idade Federal de Pernambuc, Pernambuc, cmpararam cmpa raram eeit hipglicemiante hipglicemi ante d EHA (500mg/kg, Vo) cm insulina (20UI/kg IP) e slu salina (grup cntrle) em 3 grups de 6 animais. Clhidas glicemias hrárias, bservu-se n quart e últim temp um eeit mais preminente da B. mnandra em rela à insulina. Num estud seguinte, EHA i administrad a rats nrmais e diabétics dividids em dis grups, cntrle e diabétics (pel alan). observads s parâmetrs: glicemia, água ingerida e vlume urinári, s pesquisadres. Anjs et al. (1995) bservaram queda signicativa ns níveis glicmics em ambs s grups (16% ns nrmais), send mais preminente dentre s alaniads. os animais diabétics, n entant, n sreram altera ns demais parâmetrs. Sb patrcíni da CEME, Russ et al.(1990), da disciplina de Voltar para o sumário
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Endcrinlgia da Escla Paulista de Medicina, realiaram ensais clínics dupl-cegs, cm a Bauhinia rcata e a Myrcia unifra (pedra-hume-caá) administrand-as a vluntáris diabétics e nrmais (identicads pr ToTG). As lhas ram trituradas e acndicinadas em pactes individuais de 1g e preparads pr inus (chá). N i detalhad temp de ervura u de cntat das lhas cm a água. Na primeira etapa – ensai agud – i administrad chá (1g) e ram btidas amstras de sangue durante 4 hras. N estud d eeit crônic (6 semanas), s indivídus eram us diári de 3g d chá. A pesquisa i rganiada de maneira que, na primeira ase d ensai dupl ceg, a metade ds diabétics recebeu chá preparad cm 1g das lhas, enquant a utra metade tmava chá placeb, cm a Imperata brasiliensis (sap). o sangue i clhid aps jejum nturn para dsagens de glicse, insulina e testes labratriais de rtina. Aps desjejum e a ingest de uma inus cm 1g das lhas, ram btidas para medi da insulina e glicse amstras seriadas de sangue (1, 2, 3 e 4 hras). Aps alm, i ingerid utr cp de chá cm 1g das lhas e nvamente ram clhidas amstras 2 hras aps (6 hras aps primeir chá). Numa segunda ase – a de avalia d eeit crônic –, as plantas ram administradas às principais reeies, 3 vees a dia, durante 8 semanas, send determinadas glicemia e insulinemia a cada 2 semanas. Nesta casi, s grups (diabétics e nrmais) se reveavam na planta utiliada (placeb vs. medicinal). A HbA1c i dsada aps 8 semanas de tratament, bem cm a revis de bilirrubinas, alanina amintranserase, aspartat amintranser amintranseraase, satase alcalina, prteínas ttais, albumina, amilase, sdi, ptássi, uréia, creatinina, clesterl, triglicerídes e hemgrama cmplet. N estud da Bauhinia rcata, rnecid pel Departament de Farmaclgia d Centr de Cincias da Saúde da UFRJ, ram bservads 10 indivídus (apenas um hmem), nrmais a ToTG, cm idades entre 22 e 28 ans (média de 24 ans). o grup diabétic era cmpst de 16 pacientes d tip II (2 hmens e 14 mulheres), cm idade entre 40 e 67 ans (média de 58) e cm 1 a 11 ans de dena (média 5 ans). De pacientes estavam cm a glicemia cmpensada apenas cm dieta e quatr necessitavam de Ho. Ds testes cm a Myrcia unifra participaram 10 indivídus nrVoltar para o sumário
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mais, send 6 hmens e 4 mulheres, mulhere s, cm idade entre 21 e 27 ans (média de 24 ans), cm ToTG nrmal. o grup g rup de diabétics era cmpst de 18 pacientes tip II, 5 hmens e 13 mulheres, cm idade entre 39 e 71 ans (média 56), cm 2 a 9 ans de dena (média de 5 ans). Deste númer, 13 pacientes estavam cm a glicemia cntrlada apenas cm dieta e cinc usand Ho. A M. unifra i cletada pel Departament de Farmaclgia da Universidade Federal d Pará. os autres bservaram uma redu ds níveis de insulinemia n grup diabétic aps a M. unifra, e sugerem que a mesma decrra da diminui da absr de aliments u d aument da sensibilidade d receptr à insulina. os níveis de satase alcalina mstraram-se elevads ns indivídus nrmais aps a M. unifra e placeb, mas n ram vists n grup de pacientes diabétics. diabéti cs. os eeits prvcads antes e aps us de cada planta ram analisads pel métd de Wilcn, enquant s resultads ds grups nrmais e diabétics ram cmparads pel teste de Mann-Whitney. N ram encntradas dierenas estatisticamente signicativas na glicemia e insulinemia, entre s grups nrmais e diabétics que receberam M.unifra e B. rcata, quand cmparads entre si e cm placeb (Imperata brasiliensis). (Russ, 1990) Curisamente, embra eperiments pré-clínics e clínics recentes n cnrmem eeit hipglicemiante, a pata-de-vaca cntinua send uma das mais usadas pela ppula ppula e, em 1929, n 10º Cngress Médic n Ri de Janeir, Carmela Juliani (1942) demnstru resultads satisatris satisatris ns eperiments cm ces e celhs submetids à “hiperglicemia adrenalínica” e à etirpa de 2/3 d pâncreas. os resultads animadres levaram à abrica d cmprimid “bauintrat”. outrs autres também descrevem eeit hipglicemiante da Bauhinia rcata, cm Almeida Csta (1942) e Caricati-Net (1985). Cimbra-T CimbraTeieira et al. (1992) (199 2) eram uma investiga invest iga etnaretn armaclgica cm pacientes diabétics ds hspitais liads à Universidade Federal d Ri Grande d Sul, para identicar as plantas mais utiliadas, a rma de bten, prepar e us, cnstatand que jambolão é utiliad pela mairia ds pacientes. Amstras ram levadas a Departament de Btânica Btânic a que recnheceu duas espécies: a Syygium cumini e a Syygium jambs. L. Skeels e a S. jambs L. Alst. Voltar para o sumário
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N questinári, respndid pr 100 diabétics d tip I u II, huve a precupa cm a cleta de dads cm: tip e parte da planta usada; númer, tip e grau de hidrata das lhas usadas (seca e/u resca; esta e mei de bten; rma de prepar – pr inus u decc), tip de cnserva e temperatura d chá, assim cm a dsagem empregada. os resultads mstraram que 72 pacientes utiliavam jambolão, predminand us d chá na dilui média estimada de 2,5g/litr (0,2-6,9g) uma ve a dia, paralelamente a us de insulina, hipglicemiantes rais e/u utrs chás. observu-se que S. cumini é mais cmumente preparad pr inus, enquant S. jambs, pr decc, cm lhas secas e/u rescas, send cnsumid cm substituts da água. Aps a pesquisa ppular, um estud clínic cm vluntáris nrmais usu a decc de 2,5g de lhas d S. cumini pr litr de água. Embra n tenham encntrad eeit hipglicemiante, Teieira et al. (1992) acreditam que mesm pssa vir a crrer cm us crônic. Dentre as pesquisas cm plantas antidiabéticas n Brasil, merecem ainda destaque as teses de Mestrad de Úrsula Grne (1979) e Denir Ngueira (1984), respectivamente, sbre as lhas da Myrcia multifra (pedra-hume-caá), e epicarp (casca d rut) da Punica granatum (romã). Utiliadas em eperiments armaclgics pré-clínics, ambas ram capaes de inibir a absr intestinal de glicse em animais. A pedra-hume-caá (Myrcia multifra Lam., Lam. , antes chamada de M. sphaercarpa u Eugenia multifra) i submetida a um estud químic e pré-clínic. A parte ativa da planta está nas lhas, da qual se bteve um etrat aqus. o eperiment islu inúmers cmpnentes n etrat, cm tanins, aminácids e aúcares, mas princípi ativ antidiabétic da planta é uma glicprteína. Grne (1979) bservu semelhana ns seus resultads, res ultads, cm a M. multifra, e s encntrads cm algas verdes d gner Vlv. os glicpeptídes islads da planta, cm pes mlecular em trn de 700 daltns, mstraram-se inibidres da absr intestinal de glicse n intestin de rats. os animais, cm pes de 120 a 160g, ram deiads em jejum durante 20 a 24 hras e, depis, anestesiads cm pentbarbital sdic (30mg/kg d animal), pr via IP, IP, para evitar que a manipula mani pula d animal anima l prvcasse reaes re aes adrenérgicas d stress. A seguir, i eita uma perus cm sr silgic em um segment intestinal de 20cm, para eliminar s Voltar para o sumário
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detrits d barbitúric. os resultads da absr intestinal btids aps us da M. sphaercarpa ram cmparads cm uma curva padr de absr apenas cm pentbarbital. (GRüNE, 1979) outra espécie cnhecida cm pedra-hume-caá –, a Myrcia citrilia –, mstru eeit hipglicemiante n estud de Arruda (1978). o etrat alclic d epicarp da romã – Punica granatum L. – causu hipglicemia dse-dependente, cm eeit máim cerca de 4 a 6 hras aps a administra IP d etrat. Visand a avaliar pssível mecanism de a d epicarp da rm, i utiliad prpranll, beta antagnista inespecíc, anuland s eeits da glicse administrada EV para bter hiperglicemia sbre s receptres beta. o prpranll agrava a hiperglicemia hiperglicemia,, prvavelmente pr inibir a libera de insulina. o etrat etanlic i usad na dse de 100mg/kg de pes crpral IP 4 hras antes da administra EV de glicse. Fram empregadas ainda: glicse hipertônica a 25% (na dse de 2,5g/kg de pes, btend glicemias glice mias da rdem de 400mg/dl, que duram cerca de 60-80 minuts); prpranll (IP, na dse de 10mg/kg, 30 minuts antes da glicse), camundngs albins machs (cm cerca de 20g, mantid cm água ad libitum, mas em jejum n dia d eperiment). Fram usads 4 grups de animais, cada qual cm 10 camundngs: grup I, cntrle, recebend apenas glicse; grup II, recebend etrat da rm além da glicse; grup III, cm prpranll mais glicse e grup IV, cm epicarp da rm, além de glicse e prpranll. A administra da glicse EV prvcu hiperglicemia aps 15 minuts (417 +u - 11,4mg/dl), mantend-se elevada n grup cntrle aps 45 minuts. o us d etrat da rm prvcu queda mais rápida na glicemia, já bservad 15 minuts aps a administra da glicse. o prpranll n infuiu signicativamente n eeit da rm para diminuir a glicemia. Cnsiderand que empreg da glicse prvca libera da insulina pel pâncreas e que prpranll inibe esta libera, Ngueira (1984) acredita que a hiperglicemia mais elevada ns animais tratads cm prpranll seria devida a blquei da libera de insulina. Cnclui que eeit da rm n parece ser mediad pela libera de insulina, pis a prvcu uma queda mais rápida ns níveis glicmics mesm ns animais tratads cm prpranll. o etrat aplicad previamente blqueia eeit hipglicemiante da insulina administrada SC na dse de 1,0 UI/ kg pes. (NoGUEIRA, 1984)
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Um estud mais abrangente i realiad pr Giuseppe Presta (1986), envlvend aspects armaclgics pré-clínics e clínics, cm a Chrysbalanus icac Lin. ( abageru), planta cmum n litral fuminense, em especial da Regi ds Lags. Vinte pacientes (11 hmens e 9 mulheres) ram acmpanhads pr Presta durante 18 semanas cm us d chá das lhas (previamente mídas e acndicinadas em pactes de 5g). o prepar, pel paciente, seguia a recmenda de ervura em 100ml de água ltrada durante 3 minuts, para ser cnsumid lg em seguida. os pacientes ram avaliads a cada 2 semanas quant a pes, glicemia de jejum e hemglbina glicsilada e, a cada 6 semanas, alternavam esquema de tratament (apenas dieta u esta acmpanhada d us da planta). Cmparand s resultads da 6ª semana (aps a estabilia da glicemia cm dieta) cm valres da 12ª semana, bservu-se que a administra d chá de abageru i capa de reduir a glicemia média em 12,61%. Em mdel eperimental, cm camundngs nrmais e diabétics (cm alan), chá d C. icac a 5% prduiu 64,20% de blquei na absr intestinal de glicse. (PRESTA, 1986) outrs vegetais ram também submetids a estuds armaclgics pré-clínics, na tentativa de validar us pels diabétics, cm a Periandra mediterranea Taubert, ( alcaçu) pr oga (1980), a Calphilum brasiliense ( jacareba vermelha) pr Ramôa (1977), a Eugenia edulis (cambucá), pel pr. Paul Siel (1983) e a Bignnia tuira (1992), mas apenas estas duas últimas causaram queda na glicemia ds animais, nas cndies eperimentais utiliadas. Etrats fuids d alcaçu d Brasil, a Periandra mediterranea (Vell) Taubert, ram utiliads em ensai armaclgic quant à ticidade e aes antiinfamatria e hipglicemiante. (oGA, 1989) o etrat fuid i preparad cm raíes e rimas clhidas na cidade de Ps de Caldas, Minas Gerais. o álcl é empregad cm cnservante, participand da slu nal numa cncentra de 25%. Em um mililitr da slu est s cnstituintes de 1.000mg de drga, de acrd cm a segunda edi da Farmacpéia Brasileira. Dierentes grups de rats Wistar machs ram submetids a epinerina e alan para indu da hiperglicemia. Tant ns
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animais tratads cm slu silgica (cntrle) quant ns alaniads, etrat fuid d alcau pr Vo n acarretu mdica apreciável na glicemia. Entretant, huve signicativa redu da glicemia ns animais cm hiperglicemia induida pela adrenalina que receberam a P. mediterranea, quand cmparads cm seu grup cntrle (s adrenalina). oga et al. (1980) sugerem aument da secre de insulina u a inibi das atividades crtic-adrenais u a inibi da hequinase (lcal especíc de a da epinerina) cm pssíveis mecanisms de a da planta. A ticidade pr Vo i baia e mesm em vlumes elevads n i letal. A snlncia bservada em alguns rats pde estar ligada à presena d etanl u mesm a eeit depressr d SNC pr utr princípi ativ eistente n etrat. (oGA, 1980) Utiliand animais adults n-alaniads, Siel e Martin, d Departament de Fisilgia da Universidade Federal Fluminense, vericaram a infuncia d deccct de lhas dessecadas de Eugenia edulis (cambucá), Myrtaceae, sbre a glicemia de cbaias. os animais ram submetids à administra intraperitneal de uma slu btida pel decct da planta (cncentra n antada) aps 4 hras de supress de aliment e ram clhidas amstras de sangue aps 5, 10 e 20 hras. A glicse, determinada pel métd de glicse-idase, apresentu maires quedas aps 20 hras. N i bservada queda signicativa da glicemia ns demais temps quand cmparads cm grup cntrle. (SIxEL, 1983) Medeirs et al. (1991), d Departament de Fisilgia e Farmaclgia da Universidade Federal d Ceará, estudaram a Bignnia turia, da regi Amaônica, utiliand etrat u inus a 10% em rats Wistar albins machs. Alguns animais ram submetids a alan na dse de 150mg/kg para prvcar diabetes mellitus. Clhidas n ms de utubr, 25g de lhas secas ram ervidas em 250ml de água destilada durante 10 minuts e depis ltradas. A seguir, i adicinada água destilada para cmpletar 250ml (slu a 10%). Rats nrmais e diabétics receberam a dse diária de 10ml/kg, pr um períd de 4 dias, send a dse denida empiricamente a partir d us ppular. Amstras de sangue ram clhidas aps jejum nturn e 2 hras aps a administra d chá. os animais ram distribuíds em 4 grups de 5, send: nrmal tratad e n tratad, diabétic tratad e n tratad. A queda ds níveis glicmics (58,7%) i mair ns diabétics, em rela as nrmais (12,8%). o mecanism de a n i denid, mas s autres sugerem que a queda na glicemia tenha Voltar para o sumário
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sid independente de insulina, e aventam a pssibilidade de que eeit da planta seja através da regenera da célula beta lesada. A Snchus asper (L.) Hill, cnhecida ppularmente cm dente-de-leão, tem sid usada pels diabétics na cidade d Ri Grande (RS). Espindula et al. (1994) induiram diabetes em 13 rats albins cm empreg da estrepttcina (65mg/kg IP) que eram ingesta espntânea da inus das lhas verdes da planta na dse de 20mg/kg durante 7 dias. Aps 24 h d términ d tratament, vericu-se uma diminui ds níveis iniciais de 1106,75 para 664,73mg/dl (p<0,05), média semelhante as valres glicmics nrmais (655,98mg/dl). Segund Leônci et al. (1994), da Universidade Federal de Pernambuc, uma árvre pequena e mediana, a Bwdichia virgiliides Kunth (sucupira) reqente n Nrdeste, é empregada na medicina ppular cm anti-reumática, anti-silítica, e n tratament de aeces cutâneas e gástricas. Send a casca d caule também usada n diabetes mellitus, i testad eeit hipglicemiante em rats adults nrmais submetids a etrat hidralclic da sucupira. N tratament agud (500mg/kg Vo), cm a bserva ds animais pr 4 hras, n se bservu queda na glicemia. Entretant, cm a dse de 250mg/kg/dia Vo a glicemia mstru queda de 33,5% a términ de 18 dias cm acmpanhament. Embra a carqueja (Baccharis sp.) seja ppularmente indicada para tratament d diabetes mellitus em nss país, s escasss s estuds sbre seu eeit hipglicemiante. A m de cntribuir para melhr cnheciment ds eeits da Baccharis genistellides var. trimera sbre a glicemia, realiams um ensai agud de 2 hras cm 13 DMNID e 13 vluntáris n-diabétics (segund critéris da oMS). Ns diabétics, send 10 hmens e 3 mulheres, cm idades entre 41 a 68 ans e média de 54,6 ans, temp de dena i de 3 a 14 ans (média de 6,8a). one pacientes já utiliaram plantas antidiabéticas, eventualmente mais de uma, send citadas: “pata-de-vaca”, pr 8 pacientes; “carqueja”, pr 4; “jamel” e “gravila”, pr 3; e, apenas uma ve, “bagirú”, “carambla”, “tamarind” e “mel-de-s-caetan”. (Bragana, 1995) o grup de vluntáris cnstituiu-se de 13 indivídus, send 10 d se masculin e 3 d se eminin, cm idade entre 31 e 79, cm média de 44,5 ans. A planta, ra d estági de fra, i cletada na cidade serrana
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de Nva Friburg, Estad d Ri, em evereir, n seu habitat natural, n tend sid cultivada. Fram enviadas amstras para a identica btânica, quand ent cntams cm a clabra d pr. Paul Cesar A. Fevereir, chee d Setr de Btânica da UFF. o material i selecinad, retirand-se a rai, lhas queimadas, parasitadas pr insets u cm alteraes grsseiras. Aps a lavagem para a rem de peira e pequens insets, prcedeu-se à secagem a ar livre, na ausncia de vapres u peiras ambientais, sem epsi à lu slar. N ensai clínic agud cm a B. genistellides var. trimera, chá i preparad n dia d eperiment cm a ervura de pedas de cerca de 10-15 cm (da planta inteira, ecet a rai) em recipiente echad, durante 5 minuts. Fi usada uma prpr de 5% d arbust para água ltrada (25g para 500ml) send prdut da decc cad e vlume cmpletad (nvamente 500ml) de rma a preparar um etrat aqus na cncentra de 5%. o autr cnsultu pr. Nun Álvares Pereira, d Departament de Farmaclgia da UFRJ, rientadr de teses de Mestrad sbre plantas medicinais (Grne, 1979; Ngueira, 1984; Presta, 1986), quant à metdlgia d prepar d etrat. o chá i administrad na mesma pslgia, 20ml (cerca de 1000mg da planta) para indivídus de ambs s grups que, n dia d teste, se apresentaram cm jejum nturn e cm repus de, aprimadamente, 20 minuts antes da primeira cleta de sangue vens. Amstras ram btidas pr punes n temp er, 60 e 120 minuts aps, para a dsagem de glicemia e insulinemia. N se bservaram alteraes estatisticamente signicativas (análise pel métd de Kruskal-Wallis) ns valres da glicemia e insulinemia ds grups de nrmais e diabétics, ns temps de 60 e 120 minuts, quand cmparads cm s níveis basais, nas cndies apresentadas. N bstante, huve diminui da glicemia em 12 ds 13 diabétics. Cmparand-se as médias das glicemias ds temps er (basal), 60 e 120 minuts, destaca-se a eistncia de valres 7,09% mais bais na primeira hra, e 11,24% (taas individuais de 3,98% a 23,80%) em 120min. Enquant ist, 7 ds vluntáris nrmais apresentaram valres mais alts u inalterads rente a basal e, praticamente, n huve mdica nas médias das suas glicemias (a queda máima i de 1,47% na segunda hra). Apenas 1 diabétic apresentu níveis glicmics (prvavelmente pel Voltar para o sumário
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eeit d stress das sucessivas cletas), pdend ser um indíci de que a planta seja hipglicemiante para certs cass. Cmparads s níveis basais cm s da segunda hra, a insulinemia aumentu em 6 pacientes, de 2,08% a 57,14%, e sreu queda em 7, de 18,18% a 60%. Ns vluntáris n – diabétics, as insulinemias sreram diminui em 76,92% ds cass na primeira hra e em 53,84% ds indivídus na segunda hra. A queda na insulinemia de diabétics cm us de plantas i registrad previamente pr Russ et al. (1990) os resultads das médias das glicemias e insulinemias ds diabétics e vluntáris nrmais e a análise estatística pel métd de Kruskall-Wallis encntram-se na Tabela 1. Tabela 1– aNálise dos resulTados do eNsaio agudo com a BAcchArIS gEnISTElloIDES pelo méTodo NÃo-paraméTrico de KrusKal-Wallis
Iniciams, apenas, estud da carqueja e desta rma n pderíams recmendar, sequer as pacientes que participaram d nss trabalh, seu us cm eca u segur. Indiscutivelmente, s necessáris estuds armaclgics cmplementares sbre a pslgia, eeits teraputics (incluind hipglicemiante) e tic d us crônic das plantas usadas n diabetes, cm a Baccharis genistellides, bem cm sbre mecanism de a das inúmeras espécies vegetais.
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Tabela 2 – eNsaios clÍNicos com plaNTas brasileiras aNTidiabéTicas*
NOTAS DE FITOTERAPIA Cnrme i anterirmente destacad, cerca de 70 espécies vegetais s cnsideradas úteis para tratament d diabetes, segund levantament bibligrác de Almeida (1986). N entant, aps um levantament etnarmaclgic, é pssível que um númer ainda mair seja btid para a elabra de prtcls de pesquisa que melhr assegurem empreg pela ppula. S apresentadas, a seguir, as características das plantas antidiabéticas brasileiras mais citadas ns livrs de tterapia. É bem prvável que, de acrd cm a regi d país, utras espécies aqui mitidas assumam mair relevância.
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ABAGIRU Sinonímia popular: abageru, guajeru, guajuru, uajuru. (PENNA, 1921) Nome cientíco: Chrysbalanus icacc Lin. (CoRRêA, 1931); Família: Rsaceas (CoRRêA, 1931). Parte usada: lhas. (PENNA, 1921) Origem: América trpical e cultivada na Árica cidental (CoSTA, 1977) Estados onde é encontrada : abundante “ às brdas d mar, ds estads d Nrte” (PENNA, 1921, p. 106), u, segund Csta , “nasce a cada pass ns bsques árids marítims” . (1977, p. 73) Época do ano em que foresce : n encntrad nas reerncias cnsultadas. Outras indicaçes populares : a decc é usada para reumatism, diarréias crônicas, blenrragia, leucrréia. (PENNA, 1921) Segund rev Csta (1977), rut é aucarad, a rai, a casca e as lhas s também adstringentes, send usadas nas diarréias, leucrréias além d diabetes. Princípios ativos: * Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: ensais pré-clínics e clínics, pel pr. Antni Giuseppe Presta, tese de Mestrad em Farmaclgia, Universidade Federal d Ri de Janeir, sb rienta d pr. Nun Álvares Pereira. (PRESTA, 1986) BARDANA Sinonímia popular : Bardana, pega-massa, carrapich-grande, carrapich de carneir, labaa, relha gigante. Nome cientíco: Arctium lappa, Arctium minus, Lappa cinalis, Lappa majr, Arctium bardana, Lappa tmentsa. (CoRRêA, 1978) Família: das Cmpstas. (CoRRêA, 1931) *
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Parte usada: Rai (BALMÉ, 1982 ; LoRENzI, 1981; PENNA, 1921), lhas (BALMÉ, 1982 ; LoRENzI, 1981), sementes. (CoRRêA, 1978) Origem: Eurpa. Estados onde é encontrada :* Época do ano em que foresce : Ver. Outras indicaçes populares : o decct da rai é “tônic, sudríc” (3), diurétic (CoRRêA, 1978), anti-reumátic (BALMÉ, 1982 ; CoRRêA, 1978) e antidispéptic. Da mesma rma que das lhas, é utiliad para cmbater “(...) tinha, sílis, estrula, diversas aeces cutâneas em us intern e etern, dermatse, gta, urúncul, abscess, clica hepática, cálcul nerític, biliar e da beiga, debilidade d ígad, gastrite, hidrpsia, pris de ventre, queda de cabels”. (BALMÉ, 1982), brnquite e “catarr d estômag” e intestin (CoRRêA, 1978; CoIMBRA, 1958 ; CRUz, 1982 ; LoRENzI, 1981). Cm a bardana prepara-se tisanas, decces e inuses, para prevenir a crsta láctea, as urunculses e as hemrridas (BALMÉ, 1982). Princípios ativos: Reservas hidrcarbnadas em rma de insulina, ácid palmític, tsterina (FoNT-QUER, 1962). Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: * CAJUEIRO Sinonímia popular : acaju, cajueir, caju, acajaíba (PENNA, 1921), cajumans e cacaju (CoIMBRA, 1958). Nome cientíco: Anacardium ccidentale Lin. (PENNA, 1921 ; CoSTA, 1977). Família: Anacardiáceas. Origem: Brasil. Estados onde é encontrada :* Época do ano em que foresce : agst. Outras indicaçes populares : a casca é adstringente e tônica. o *
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rut – a castanha – rnece substância lesa cntend cardl, ácid anarcádic e tanin, send empregad cntra verrugas, úlceras ds pés e utras dermatses (CoIMBRA, 1958 ; CRUz, 1982). Sb a rma de decc é usad para cansa ds pés e rieira (BALMÉ, 1982). As cascas, cnhecidas pr cascas antidiabéticas, s usadas em banhs cntra inchaes de pernas (PENNA, 1921). o receptácul d rut, quand madur, erece um ds melhres rerigerantes cnhecids, cm prpriedades “anti-syphiliticas” (PENNA, 1921). Cntra s tenesms e as escandescncias prdu um rápid alívi. A rai pde ser utiliada cm laante, das lhas nvas btém-se suc muit utiliad cntra ata, prém é na plpa d caju que vams encntrar sua grande riquea: a vitamina C (CRUz, 1982 ; PENNA, 1921). É empregad cntra a “raquea rgânica, astenia, clrse, debilidade muscular, glicse na urina; em gargarejs, para garganta (infamaes), cm também cntra aeces catarrais, tsse rebelde, brnquite, escrbut, etc”. (CoSTA, 1977; CoRRêA, 1984) Eeitos tóicos: As prpriedades ticas s devidas a uma substância lesa (cardl), de eeits irritantes, encntrada principalmente na casca da semente. o caju pssui também agentes alergiantes. A castanha assada é incua. Prém a mastiga u ingest da castanha crua pde determinar sintmatlgia digestiva intensa, caracteriada pr dres cm queima na bca, regi retresternal u gástrica; edema de lábis, língua e gengivas; sialrréia intensa, disagia e vômits. (TESKE, TRENTINI, 1994) Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: ensai clínic agud, pel pr. Francisc Arduín, na antiga Faculdade Nacinal de Medicina, Ri de Janeir. (ARDUÍNo, 1951) CARAMBOLEIRA Sinonímia popular: carambla, camerunga, caramba.(CoRRêA, 1984) Nome cientíco: Averrha carambla, L. (CoRRêA, 1984) Família: oalidáceas. (CoRRêA, 1984) Parte usada: raíes e lhas; “ rut serve para cnserva em vinagre” (CoRRêA, 1984). Origem: Ásia (CoRRêA, 1984). Estados onde é encontrada : Intrduida primeiramente n Brasil
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em Pernambuc, espalhand-se, mais tarde, pr td litral. (CoRRêA, 1984) Outras Indicaçes populares : us empíric cntra ebres; diurétic recmendad nas aeces ds rins e beiga. os ruts s pderss remédis para debelar s ecemas (CRUz, 1982). É “reputad ecitante d apetite, antidysentéric, antiescrbútic e ebríug, sbretud nas ebres bilisas”. (CoRRêA, 1984) Princípio ativo: ácid álic (CoRRêA, 1984 ; CRUz, 1982). Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante : Incluída num screening de plantas d Nrdeste, realiad pel pr. Edile de Medeirs Sampai et al. da Universidade Federal d Ceará, n mstru eeit hipglicemiante. (SAMPAIo, 1974)
CARQUEJA Sinonímia popular : Bacrida, bacanta, cacália amara, cacália-amarga, carque, carqueja-amarga, carqueja-amargsa, quina-de-cndamine, vassura (RS), vassura-de-bt, tiririca-de-babad (BA) (PENNA, 1921 ; MARTINS, 1989), vassurinha (HoENE, 1939) Nome cientíco: Barrs (1976) realiu um abrangente estud btânic das dierentes espécies de Baccharis eistentes n Brasil. o trabalh descreve, detalhadamente, cada vegetal, tra ilustraes da distribui gegráca ns estads d país, bem cm na América Latina, as primeiras descries btânicas e s nmes vulgares. Dada a multiplicidade de espécies vegetais, é dicil apresentar uma lista cm a crrela eata de cada um ds nmes ppulares cm nme cientíc. Para as diversas “carquejas” s apresentads nmes cientícs cm: Baccharis trimera, Mlina trimera Less, Baccharis genistellides var. trimera Baker., B. triptera, Martius (CRUz, 1985 ; MARTINS, 1989) B. gaudichaudiana, De Candlle, Cacalia decurrens (PENNA, 1921); B. juncirmis, D.C., B. lundii, D.C., B. genistilia, D.C., B. articulata, D.C., B. glaivuback. (MAToS, 1982) Para que se tenha uma n da cmpleidade d tema, a chamada Baccharis genistellides var. trimera (Less.) é sinônim de B. trimera (Less.) A B. genistellides pssui algumas variedades, cm: trimera, millefra, cylindrica, marycephala e crispa. Voltar para o sumário
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(BARRoSo, 1976) Família: Cmpstas (carqueja amarga) (CRUz, 1985). Leguminsas (carqueja dce). (CRUz, 1985) Descri da Baccharis genistellides var. trimera: Arbusts u subarbusts de 0,8-3 metrs de altura, cm rams alads; alas mais u mens cntínuas u interrmpidas, rmand artículs de cmpriments variáveis, cm a mesma estrutura das lhas, cnstituind-se em rgs assimiladres, esliantes nas pres inerires ds rams; caule em geral desprvid de alas; lhas esparsas, sésseis u curtamente peciladas, de lanceladas a blngas u vais, cm base aguda, sagitada u crdirme, u lhas reduidas a brácteas diminutas, u atradas; capítuls dispsts em rams espicirmes curts u mais u mens lngs, u rmand pequens grups aastads, rdenad sem infrencncias simples u ramicadas; invlucr ds capítuls de campanulads a blngs u cilíndrics, cm 3-5 séries de brácteas invluncrais; fres em geral numersas; crla da fr eminina lirme-cilíndrica[...] (BARRoSo, 1976)
A descri btânica abrange ainda uma série de detalhes para pssibilitar a identica precisa da planta. o nme trimera, dad a uma das espécies, deve-se à eistncia de rams trialads. (BARRoSo, 1976) A B. triptera, Mart. é um “arbust eret, de caule lenhs, bastante ramicad, quase sem lhas, medind de 1 a 3 metrs de altura e apresentand fres amarelas, reunidas em capítuls”. (MARTINS, 1989) Parte usada: a planta inteira; planta frida (CoIMBRA, 1958). Origem: segund Martins,(MARTINS, 1989) a carqueja (B. triptera, Martius) é riginária d Brasil. Estados onde é encontrada: Bahia, Ceará, Espírit Sant, Giás, Maranh, Mat Grss, Mat Grss d Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuc, Piauí, Ri de Janeir, Ri Grande d Sul, Santa Catarina, S Paul. Época do ano em que foresce : Agst ( PENNA, 1921). Ver e invern. (CoRRêA, 1984) Outras indicaçes populares : Cmumente, uma determinada planta n é utiliada apenas em uma única enermidade. Sbre a carqueja s descritas diversas prpriedades cm “cura de chagas Voltar para o sumário
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ulceradas” (CoRRêA, 1984) e utras que transcrevems a seguir pela diculdade de interpretar epresses cm “estmáquic” u “depurativa”. tônica, estmáquica, anti-reumática, vermíuga, armática, antigripal, diurética, depurativa, aperiente, sudríca. Nas diversas dispepsias que traem má digest e debilidade e n mau uncinament ds intestins, sempre prdu tims resultads. É também útil nas diarréias, enermidades d ba, beiga e ígad, infama das vias urinárias, hidrpsia, icterícia e para disslver cálculs biliares”. (FoNT-QUER, 1962)
Segund Martins (1989), a carqueja é empregada ppularmente ns distúrbis d estômag, ba e ígad, bem cm em cass de verminses, inapetncia e resriads. Na Amaônia, tda a planta é usada n tratament da imptncia seual masculina e na esterilidade da mulher, além de ser empregada na alimenta d gad para que melhre a ertilidade d rebanh. A B. megaptamica apresenta prpriedade antibitica. (JARVIS, 1981) Rque et al. (1994) realiaram estuds armaclgics cm a espécie B. ilinita. A carqueja é usada n estad d Ri de Janeir na rma de chá acreditand-se, sbretud, ns eeits emagrecedr, digestiv e antidiabétic.(BRAGANçA, 1995) A B. ilinita DC mstru atividade prtetra da mucsa gástrica cntra úlcera induida pr álcl 75% e atividade antiedematgnica em rats. (FINAU, 1994) Gamberini et al. (1995), d Departament de Farmaclgia da Escla Paulista de Medicina, cmprvaram, em ensai cm rats, que a B. trimera pssui aes antiulcergnica e antiácida. o eeit parece ser mediad pr uma substância plar d etrat aqus da planta. Princípios ativos: A carqueja cntém le essencial, n qual s encntrads acetat de carquejila, álcis, terpens, acetat de carquejl, sapninas, “-spinasterl u chndrilasterl, quercetina e kaemperl”. (DAILY, 1984) Eeitos tóicos: Cas crra uma superdsagem, pde acntecer redu da atividade mtra. (TESKE, TRENTINI, 1994, p. 61) Segund revis recente, de Bianchi et al. (1993), dentr d gner Baccharis tm sid relatads eeits tics em animais cm as espécies cridilia, megaptamica, halimiliam, anmala, ptermiides, erigerides, glmerulilia, stencephala. Fram realiads estuds cm amstras de arbusts semelhantes a B.
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trimera cletadas em municípis d RS, encntrand-se ticidade em animais nas espécies B. articulata e B. usterii. Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: ensai clínic agud, tese de Mestrad em Endcrinlgia, Universidade Federal d Ri de Janeir. (BRAGANçA, 1995)
DENTE-DE-LEÃO Sinonímia popular: alace-de-c, salada de tupeira, taraac (CRUz, 1982), dente-de-le-ds-jardins, amargsa (Lreni). Nome cientíco: Taraacum cinale, Weber (CoRRêA, 1984), T. alpinum Kch, T. aureum Fisch., T. wallichii DC., T.vulgare (Lan.) Shrank (LoRENzI, 1981), Snchus asper (L.) Hill (ESPINDULA, 1994) Família: das Cmpstas. Parte usada: raíes, lhas (CRUz, 1982). Origem : Eurpa (CRUz, 1982 ; LoRENzI, 1981), Prtugal (CRUz, 1982). Estados onde é encontrada : sul d País (LoRENzI, 1981), MT, MS, Go, BA, SE, MG, SP, PR, SC e RS. Td Brasil. (CoRRêA, 1931) Época do ano em que foresce : td an (BALMÉ, 1982). Outras indicaçes populares : recmendada cntra “enermidades d ígad”, icterícia, “puricadra d sangue”, sudríca, diurética, ativadra da secre biliar, tônica, cntra ecess de ácid úric, reumatism, antiescrbútica, pris-de-ventre, cnstipa, “ba”, mléstia da pele e n tratament da acidse (LoRENzI, 1981). É de us empíric, empregad em aeces d aparelh urinári, nas denas d ígad, n tratament d escrbut e “cm energétic d sangue”(CoRRêA, 1978 ; CRUz, 1982). Cnsumidas rescas em salada cm chicria, bardana e centáuria, tem “prpriedade depurativa d sangue”. Balmé ainda recmenda sua ingesta em grandes quantidades na primavera (BALMÉ, 1982), e que prepar de decces u inuses deve ser eit na primavera, quand a cleta das lhas e raíes está mais rica de uma substância lactescente e viscsa. As lhas e raíes devem ser dessecadas à smbra e a ar livre (BALMÉ, 1982). Suas prprieVoltar para o sumário
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dades mais aceitas s as de “puricar sangue”, as “aperitivas e diurétics” (FoNT-QUER, 1962). Princípios Ativos: substâncias resinsas, mucilaginsas, ácids rgânics e taraicina. o suc é ric em ptássi. (CoRRêA, 1931) Pesquisas Realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: Estud preliminar cm dente-de-le, Snchus asper (L.) Hill i realiad pr Espindula et al. (1994), d Labratri de Farmaclgia da Universidade Federal de Ri Grande, RS.
ESTÉVIA Sinonímia popular: caá-he, em Guarani (SCHMELING, 1977) Nome cientíco: Stevia rebaudiana Bertni (SCHMELING, 1977) Família: Cmpstas (CURI, 1986) Parte usada: lha (CURI, 1986). Origem: Paraguai. Estados onde é encontrada : * Época do ano em que foresce : * Outras indicaçes populares: carditônic e cntraceptiv (CURI, 1986). Princípios ativos : Stevisíde (SCHMELING, 1977); rebaudisíde A e B, estevilbisíde e estevil (CURI, 1986). S prduts da hidrlise de glicsídes: bisíde de epistevil, stevil, isstevil, tend primeir atividade ‘antiedematgnica’ (ANDRÉ, 1995). Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: ensai pré-clínic cm celhs alaniads, pr Gila Vn Schmeling et al. (1977), Faculdade de Medicina Veterinária e ztecnia da Universidade de S Paul. Ensai clínic, pr Curi et al. (1986), d Departament de Farmácia-Biquímica da Universidade de Maringá.
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EUCALIPTO Sinonímia popular : Árvre da ebre. Nome cientíco: Eucalyptus glbulus (Labillardire) (BALMÉ, 1982 ; CRUz, 1982 ; MoRGAN, 1982 ; PENNA, 1921). Família: Myrtaceas. Parte usada: lha (CoIMBRA, 1958 ; CRUz, 1982 ; PENNA, 1921). As lhas ds rams adults, cletadas n ver e utn (BALMÉ, 1982). Origem: Austrália. Estados onde é encontrada :* Época do ano em que foresce : * Outras indicaçes populares : Balsâmic, antisséptic, mdicadr das secrees brônquicas, empregad nas brnquites etc. Cm balsâmic é ainda empregad nas aeces das vias urinárias (uretrites, cistites etc.). Usad cm tônic e adstringente. Empregad cm antitérmic. Eternamente utilia-se água de eucalipt em gargarejs e a tintura e alclatura, em rices, cm parasiticida e desinetante. A essncia é também usada em inalaes, cm balsâmic e antisséptic, u sb a rma de rices (CoIMBRA, 1958). outras indicaes: asma, estmatite, resriad, ulceraes (BALMÉ, 1982). Princípios ativos : eucaliptl (cinel u cajeputl), acmpanhad de pinen, canen, enchen, eudesml etc. Substâncias aldeídicas, tanin, resinas. Eeitos tóicos: Na gravide e na lacta, seu us n é recmendável. Seus princípis ativs pdem acelerar metablism hepátic de alguns tips de analgésics e tranqiliantes. os sintmas da intica s queimaduras epigástricas, náuseas, vômits, surde, raquea muscular, dermatite, mise, taquicardia e sensa de sucament. Pdem crrer cianse, delíris e cnvulses. Fram relatadas mrtes cm dses variand de 3,5 a 21ml. (MARTINDALE) Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: há registr de um estud n Méic, pr Pére et al. (1984) *
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GALEGA Sinonímia popular : als anil. Nome cientíco: Galega cinalis. Família: Leguminsas - Papilináceas. Parte usada: tda a planta, cletada em plena fra e dessecada à smbra (BALMÉ, 1982 ; CoIMBRA, 1958,). Origem: * Estados onde é encontrada :* Época do ano em que foresce : primavera, pdend prlngar-se até ver (FoNT-QUER, 1962). Outras indicaçes populares : A planta inteira é estimulante da secre láctea, além de ser um bm especíc cntra as ssuras d sei. Empregada também cm sudríc, diurétic e anti-helmíntic (BALMÉ, 1982 ; FoNT-QUER, 1962 ; CoIMBRA, 1958 ; CoRRêA, 1978). Princípios ativos : Galegina, tanin, galutelina, sais minerais. GRAVIOLA Sinonímia popular: Gravila d Nrte, A.d grande, A.mans (BA), Ata, Cra de rainha, Jaca de pbre (MG). Nome cientíco: Anna muricata Lin. (CoRRêA, 1984) Família: Annáceas. (CoRRêA, 1984) Parte Usada: rai, rut, lhas. (CoRRêA, 1984) Origem: Antilhas. Estados onde é encontrada: principalmente da regi amaônica. Época do ano em que foresce : * Outras indicaçes populares : N estad verde, rut “é antidisentéric e cura atas de crianas. A decc da rai é antídt ns envenenaments pr estupeaciantes. As fres, lhas e s brts s béquics e peitrais send que as lhas tm a *
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principalmente antiespasmdica e antidisentérica. As sementes s adstringentes e eméticas (CoRRêA, 1978). o rut verde é usad para cmbater as diarréias. o suc da plpa d rut tem a diurética. Princípios ativos : ácid cianídric (CoRRêA, 1984). Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: Incluída num screening de plantas d Nrdeste, realiad pel pr. Edile de Medeirs Sampai e clabradres da Universidade Federal d Ceará, evidenciu ptente eeit hipglicemiante. (SAMPAIo, 1974)
JAMBO Sinonímia popular : Jamb da terra (PENNA, 1921). Há algumas espécies mais ppulares: Jamb d’água, Jamb vermelh e jamb rsa (CRUz, 1982). Nome cientíco: Eugenia jamblana (BALMÉ, 1982), Eugenia jambsa (PENNA, 1921), Jambsa aquea R (jamb d’água), Jambsa malaccensis De Candlle (jamb vermelh) e Jambsa vulgaris De Candlle (jamb rsa). (CRUz, 1982) Família: das Myrtáceas. Parte usada: Alguns tm usad a plpa d rut, utrs s car (PENNA, 1921). Origem: Índia. Estados onde é encontrada :* Época do ano em que foresce : setembr (PENNA, 1921). Outras indicaçes populares : “Catarr, cealalgia, cnstipa de ventre, talmia, quilúria, tsse” (PENNA, 1921). Acredita-se que a rai d jamb d’água é purgativa. Aprveita-se jamb vermelh para “cmbater a pris de ventre, tsses, catarr d pulm, dres de cabea, etc” (CRUz, 1982). Princípios ativos : *
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JAMBOLÃO Sinonímia popular : Jambl, jambul, jamel, jal (CoRRêA, 1984 ; CRUz, 1982 ; PENNA, 1921). Nome cientíico : Syygium jamblanum (CoRRêA, 1984), S. cuminii (KLUEGER, 1995); S. jambs Lin. (CoIMBRA-TEIxEIRA, 1992) Família: das Myrtáceas. Parte usada: lhas (CoIMBRA-TEIxEIRA, 1992); rut. Origem: Índia. Estados onde é encontrada : diverss, incluind MG, RJ, RG, SP. (CoRRêA, 1984) Época do ano em que foresce : rutica em evereir. Outras indicaçes populares : Adstringente. Recmenda-se este vegetal “n cmbate às hemrragias, disenterias, leucrréia, perturbaes d estômag e gases intestinais” (CRUz, 1982). “Estmáquic, carminativ e adstringente”; para úlceras crônicas da pele (PENNA, 1921). Eternamente decct é empregad em gargarejs, nas infamaes da bca e da garganta, e em “irrigaes” vaginais, nas leucrréias, etc. (CoIMBRA, 1958). As raíes de S. cuminii s usadas n tratament de epilepsias. (KLUEGER,1995) Princípios ativos : Antimelina (glucside), ácid gálic, le essencial. Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: ensai pré-clínic e clínic pr Cimbra Teieira et al. (TEIxEIRA, 1989, 1992), Institut de Bicincias da Universidade Federal d Ri Grande d Sul. Na Índia, S. jamblanum i estudada pr Bramachari et al. (1961). JUCÁ (PAU-FERRO) Sinonímia popular: Jucaína (PENNA, 1921), Ibirá-bi, Imirá-itá, miureitá (CoRRêA, 1978). Cm mesm nme, pau-err, eiste utra espécie da mesma amília, a Apuléia érrea, cm indicaes teraputicas diversas (CoIMBRA, 1958). Pau de Jucá, miurá, obi, Voltar para o sumário
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Muirá, Itá (CRUz, 1982). Nome cientíco: Caesalpinea errea Martius (Jucá). Família: Leguminsas - Casalpiniáceas. Parte usada: cascas (CRUz, 1982 ; PENNA, 1921), semente (CoRRêA, 1978), raíes (CoRRêA, 1978), pedas de madeira e avas (CRUz, 1982). Origem: Brasil (CRUz, 1982). Estados onde é encontrada : PE, CE (PENNA, 1921), PI, AL, BA, RJ (CoRRêA, 1978). Estads d nrte, principalmente PE e CE (CRUz, 1982). Época do ano em que foresce : janeir e evereir (CoRRêA, 1978). Outras indicaçes populares : “Aeces ds pulmes” (CoIMBRA, 1958 ; PENNA, 1921), “Tsse cnvulsa, cntuses, aeces da garganta” (PENNA, 1921). As sementes s utiliadas para clicas e as cascas e ruts n biabetes (CoRRêA, 1978 ; PENNA, 1921). As raíes s ebríugas e andiarréicas (CoRRêA, 1978). A decc da madeira é anticatarral e serve para cura das eridas. o Jucá: antidiabétic, tônic, adstringente, sedativ, raquea geral, anemias, clrse, aeces pulmnares, tsses, asmas, cqueluche, hemptise (ecelentes resultads), cm hemstátic nas hemrragias em geral (CoIMBRA, 1958). Eternamente utilia-se a tintura em cntuses, glpes, eriments, e decct nas aeces da bca e da garganta, n tratament de úlcera, etc. (CoIMBRA, 1958). o Pau-err (Apuléia errea, M.): depurativ, antidiabétic, adstringente, anti-silític, secundária”, principalmente nas rmas reumáticas (CoIMBRA, 1958). Anti-hemrridári (CoIMBRA, 1958). É, geralmente, prescrit assciad a jambl. o ciment de pedas de madeira é usad para a cicatria de eridas e cm epectrante (CRUz, 1982). Uma tintura eita cm avas – Jucaína – servia para tratar hemrragias, eriments e “infamaes ds lhs” (us etern), e, pr via ral, cntra aeces ds pulmes e da garganta. As cascas, cidas, na asma e “tsses cnvulsivas”. Estud recente cm a C. errea sugere a presena de cmpsts ptencialmente úteis cm anti-histamínics. (RoSSI-FERREIRA, 1995) Princípios ativos : mal cnhecids (CoIMBRA, 1958). Voltar para o sumário
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Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: Incluída num screening de plantas d Nrdeste, realiad pel pr. Edile de Medeirs Sampai et al. da Universidade Federal d Ceará. (SAMPAIo, 1974) Ensai pré-clínic pr Reinald Nbrega de Almeida, d Núcle de Pesquisas em Prduts Naturais da Universidade Federal da Paraíba. (ALMEIDA, 1986) Em ambs s eperiments n se bservu eeit hipglicemiante. MELÃO-DE-SÃO-CAETANO Sinonímia popular: “ruta de cbra, erva-de-s-caetan, erva de lavadeira, ruta de negrs, mrmdica (d verb mrder, mastigar)”. (PENNA, 1921) Ainda, segund MEIRA PENNA (1921): Armam que s primeirs negrs que trueram as sementes as plantaram numa capela clcada sb a invca de S Caetan, prima à cidade de Mariana, em Minas e assim recebeu ela nme d sant, dad pels prtuguees que também chamavam ‘Mel de S Caetan’, pela semelhana d rut cm mel em miniatura. (p. 264)
Nome cientíco : Mrmdica charantia Lin. (PENNA, 1921; CoRRêA, 1984) Família: Cucurbitáceas (CoRRêA, 1984). Parte usada: planta herbácea, uma trepadeira bela e rnamental, planta de jardim. Flhas, hastes, ruts, sementes (PENNA, 1921; CoRRêA, 1984). Origem: Árica. Encntrada em inúmers países de inúmers cntinentes, incluind Ásia (Índia), Brasil, América Central. (CoRRêA, 1984) Estados onde é encontrada : intrduida da Árica, e naturaliada em quase td país. (CoRRêA, 1984) Aclimad n Brasil (BRAGA, 1984). Época do ano em que foresce :* Outras indicaçes populares : os banhs s indicads para dena de pele. A rai é “cnsiderada purgativa; em dse mair, vmitiva”. (PENNA, 1921) Curis apntar que rut entra na cmpsi de cnservas em alguns países, cm a Alemanha, *
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Ceil e Índia, na de caril e mlhs picantes (Ásia e Árica). A semente tem us csmétic em muits países. (CoRRêA, 1984) Inúmeras virtudes cnrme a parte usada cnrme cmpilu Crra (1984): Pde ser purgativa, emet-catártica, ebríuga, antileucrréica, anticatarral, vermíuga, anti-reumática, supurativa, anticarbunculsa e ainda útil nas infamaes d ígad, embaras gástrics, clicas abdminais, menstruaes diíceis, queimaduras, cravs e até cntra a mréia. Tais virtudes, prém, embra já tenham precupad alguns médics, n se acham denitivamente recnhecidas. (v. 5, p. 184)
Princípios ativos: as lhas cntém alcalide mrmdicina, princípi amarg mrmdipicrina e ácid mrmdic. (CoRRêA, 1984) Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: Inúmers estuds pré-clínics e clínics ram realiads na Índia, nde seu empreg n diabetes é cnsagrad. S eempls s trabalhs de Akthar (1981), Day (1990), Karunanayake (1990), Ali (1993). PATA-DE-VACA Sinonímia popular : pata-de-vaca, pata-de-bi, unha-de-vaca, unha-de-bi, mirr, mrr, unha-de-anta. Nome Cientíco: Bauhinia rcata L.K., Bauhinia aculeata Vell, Bauhinia brasiliensis Vg. Família: Leguminsas - Cesallpiniáceas (CoRRêA, 1978). Parte usada: tda (CoRRêA, 1978 ; CRUz, 1982). Origem: Ásia (CRUz, 1982). Estados onde é encontrada : BA, MG, RJ, RS (CRUz, 1982). Época do ano em que foresce : * Outras indicaçes populares : o us da planta é empíric, send utiliada para “cmbater a eleantíase e as mléstias da pele, inclusive as de und silític” (CRUz, 1982). Úteis nas aeces urinárias (CRUz, 1982 ; LoRENzI, 1981). Redu a ecre urinária às prpres nrmais e “impede apareciment d aú*
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car na urina, regulariand, prtant, a glicemia” (CRUz, 1982). Princípios ativos: A B. macrstachya pssui alcalides, tanins, favnides e esterides. (MAToS, 1982) As espécies Bauhinia candicans e B. hlphyla pssuem galactmananas. (FELDMAN, 1995) Inibidres de tripsina ram etraíds de sementes de Bauhinia variegata var. candida e var. Lilás, em slu salina e puricads pr slu acetônica.(DI CIERo, 1995). Lectinas, uma classe de prteínas capaes de interagir de rma reversível e especíca cm aúcares.(SILVA, 1995) As lhas, fres e sementes da B. variegata s ricas em antranides e cmpsts plienlics (favnides). (WAzLAWIK, 1994). Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: A pata-de-vaca é, prvavelmente, a planta mais estudada n Brasil. S diverss trabalhs de pré-clínics e clínics muitas vees cm resultads divergentes: Juliani (1942), Csta (1942), Caricati-Net (1985), Almeida(1984), Mdest-Filh (1990), Russ (1990). Anjs et al. (1994, 1995), estudaram a Bauhinia mnandra.
PEDRA-HUME-CAÁ Sinonímia popular: cambuhy (CoRRêA, 1984); insulina vegetal (PENNA, 1921; CRUz, 1982). Nome cientíco: Myrcia sphaercarpa, De Candlle (CoRRêA, 1984), Myrcia specisa (CoIMBRA, 1958,). Myrcia unifra. (RUSSo, 1982) Família: Myrtáceas. (PENNA, 1921) Parte usada: tda (CRUz, 1982), lhas (CoIMBRA, 1958 ; CoSTA, 1975). Origem: * Estados onde é encontrada : Pará, Regi Amaônica, Minas Gerais (CRUz, 1982). Época do ano em que foresce :* Outras indicaçes populares : Adstringente (CRUz, 1982). Tdas as partes da planta, em inus, ciment u etrat s usadas para tratar diabetes (CRUz, 1982). *
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Princípios ativos : Tanin respnsável pelas prpriedades adstringentes (PENNA, 1921 ; CRUz, 1982); Glicpeptíde (GRüNE, 1979); alcalide (mircina). (CoSTA, 1975) Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: Diverss trabalhs realiads n Brasil, n iníci d sécul, ram revists pel pr. Almeida Csta (CoSTA, 1975). Mais recentemente a Dra. Úrsula Grne desenvlveu estuds tquímics e armaclgics da planta apntand a capacidade de reuir a absr intestinal de glicse. (GRüNE, 1979) QUIxABEIRA Sinonímia popular : quiaba, rmpe gib (CoRRêA, 1984); Nome cientíco: Bumelia sertrum Mart. (CoRRêA, 1984) Família: Saptáceas. (CoRRêA, 1984) Parte usada: A árvre, de 10-15m de altura, pssui ruts cmestíveis (adcicad); cascas também s empregadas. (CoRRêA, 1984) Flhas (MoDESTo-FILHo, 1989). Origem: Brasil. Estados onde é encontrada : “privativa ds sertes” (PENNA, 1921, p. 332), “d Piauí até nrte de Minas Gerais” (CoRRêA, 1984). Regi nrdeste d Brasil. (BRAGA, 1984 ; NAIK, 1991) Época do ano em que foresce : * Outras indicaçes populares : “ ciment da entrecasca é empregad para cmbater bubas” (PENNA, 1921, p. 332) A casca pssui prpriedades adstringentes. (CoRRêA, 1984) Princípios ativos : ácid bássic (NAIK, 1991). Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: ensais pré-clínics pr Reinald Nbrega de Almeida, d Núcle de Pesquisas em Prduts Naturais da Universidade Federal da Paraíba. (ALMEIDA, 1986) Ensais pré-clínics e clínics, pr J Mdest Filh et al. (1986, 1988, 1989), d Departament de Medicina Interna da mesma Universidade. *
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ROMÃ Sinonímia popular : Rmeira (CoIMBRA, 1958 ; CRUz, 1982), rut da rmaneira (CoIMBRA, 1958), Punica de muits grs (PENNA, 1921). Nome cientíco: Punica granatum Linné. Família: das Myrtáceas. Parte usada: casca d caule e da rai (Farm. Bras.) (CoIMBRA, 1958), fres e ruts (MoRGAN, 1982). Origem: Árica (BALMÉ, 1982 ; CRUz, 1982 ; PENNA, 1921); Ásia ocidental (CoRRêA, 1978, p. 97). Estados onde é encontrada : aclimatada em td país. Época do ano em que foresce : ver (BALMÉ, 1982), junh e julh (PENNA, 1921). Outras indicaçes populares : a casca d rut é adstringente e utiliada, em rma de decc, cntra a diarréia, as fres s também adstringentes. A casca da rai “é um ds melhres remédis que tems cntra a teníase. o suc ds ruts é rerescante e pssui grandes virtudes medicinais. o ciment das lhas serve para lavar s lhs infamads. A casca da ruta tem recnhecida a antidiarréica. As lhas secas e pulveriadas, cidas, cmbatem a metrrragia; as lhas se empregam eternamente, amassadas em cataplasma nas leses cutâneas echadas; teníug; infamaes da bca”; infamaes da gengiva e da garganta; diurétic; intestin (clicas e diarréia). Princípios ativos: tda planta cntém tanin em grande quantidade; entre s princípis ativs ds quais é rica, tems: pelieterina, ispelieterina e ácid gálic, para citar alguns (BALMÉ, 1982). Peletierina, ispelieterina, pseud-peletierina; metilpeletierina, amid, ácid gálic e granadtânic, manita, matérias resinsas pécticas, etc. (CoIMBRA, 1958 ; CoRRêA, 1978). Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: ensai pré-clínic d epicarp, tese de Mestrad em Farmaclgia, Universidade Federal d Ri de Janeir, pr Denir Ngueira, sb rienta d pr. Nun Álvares Pereira. (NoGUEIRA, 1984, 1986)
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SÁLVIA Sinonímia popular: sálvia, selima na, salva das bticas, salva ds jardins, salva rdinária. Nome cientíco: Salvia cinalis. Família: Habiadas. Parte usada: tda a planta. Origem: Brasil. Estados onde é encontrada : * Época do ano em que foresce : a partir d ms de mai (FoNT-QUER, 1962). Outras indicaçes populares : é utiliada na asma, bca (estmatite, infama), brônquis (catarr), cansa, cqueluche, cra, diabetes, esgtament nervs, digest, eridas, galactrréia (PENNA, 1921), estimulante. Princípios ativos: ácids rgânics, le essencial, substâncias gamsas, resinsas, tânicas (BALMÉ, 1982). Pesquisas realiadas sobre o eeito hipoglicemiante: * Eeitos tóicos: Pde causar bradicardia e ser tic para sistema nervs. Cntra-indicad para gestantes (estimula as cntraes uterinas), nutries (redu a secre d leite matern) e lactentes. (TESKE, TRENTINI, 1994, p. 212). Na Tabela 1 é apresentada uma sinpse das plantas brasileiras mais citadas nas reerncias bibligrácas. (BALMÉ, 1982 ; CoIMBRA, 1958 ; CoRRêA, 1984 ; MARTINS, 1989).
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Tabela 3 – plaNTas brasileiras aNTidiabéTicas*
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“ O
reino vegetal, fonte dos
alimentos que nós comemos e do oxigênio que respiramos, anunciará à humanidade a medicina do futuro.”
Fletcher Hyde, 1982.
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PLANTAS ANTIDIABÉTICAS NO MUNDO Lui Antni Raneir de Bragana
Neste artig s resumids alguns ds principais estuds armaclgics pré-clínics e clínics cm plantas antidiabéticas, realiads n mund. Em alguns deles i pssível bter inrmaes mais detalhadas sbre a metdlgia, tip de agente usad para induir diabetes u a hiperglicemia (sbrecarga de glicse, adrenalina etc.). outrs dads que buscams antar ram a parte da planta, a rma de prepar, a via de administra e utras indicaes ppulares. os trabalhs realiads n Brasil encntram-se n artig Plantas antidiabéticas n Brasil. Se um vegetal é utiliad tradicinalmente para um mesm prpsit em mais de um país, este at pde sugerir a pssibilidade de que tenha crrid intercâmbi cultural entre s mesms, u que a indica teraputica tenha sid uma descberta independente. o cnheciment ds recurss tterápics de utrs países pderá revelar nvs agentes, undamentar nvas pesquisas e, até mesm, embasar seu empreg em determinadas regies de um país cntinental cm Brasil. Marles e Farnswrth (1994) apntam as vinte espécies vegetais antidiabéticas mais usadas em td mund, a partir das inrmaes catalgadas pel NAPRALERT (Natural Prducts Alert). Este banc de dads inrmatiad está lcaliad na Universidade de Illinis, Chicag. Na lista dessas plantas (tabela a seguir), das quais deessete s encntradas na Índia, muitas também eistem n territri brasileir. plaNTas aNTidiabéTicas mais usadas No muNdo Adaptad de Marles e Farnswrth (1994)
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1. ENSAIOS FARMACOLÓGICOS PRÉ-CLÍNICOS Sementes, lhas e brts da Achyranthes aspera L., Amarantaceae, tm sid usads há séculs para variads ns (de aeces renais e brônquicas). Diversas dses d p da planta inteira e certs etrats aquss e metanlics ram usads n Paquist para estud ds eeits sbre a glicemia em celhs nrmais e alaniads. Nas dses de 2, 3 e 4g/kg p da planta bteve eeit hipglicemiante dse-dependente, tant em animais sadis quant alaniads. os etrats aqus e metanlic também ram ecaes. o estud da ticidade aguda (7 dias), em celhs, n revelu qualquer eeit advers até a dse de 8g/kg pr via ral (Vo) Akhtar et al. (1991) acreditam que a planta atue pr rnecer elements necessáris à célula ß cm cálci, inc, magnési, mangans e cbre. Cnsiderad na Eurpa um adjunt útil n tratament d diabetes mellitus, Agricus bisprus (cgumel cmestível cmum) aumentu a sensibilidade à insulina em camundngs e uma lecitina dele etraída estimulu a secre d hrmôni, em utr estud cm rats nrmais. o princípi ativ n i identicad (BAILEY, 1989). outrs cgumels s também empregads, cm a Amanita phallides (“stinking amanita”), que causu queda na glicemia de indivídus nrmais. Ns cass de envenenament, prvavelmente eeit é devid à neurglicpenia pr deple d glicgni hepátic e necrse hepática. outr cgumel “antidiabétic”, n cultivável, Cprius cmatus (ink cap u lawyer’s wig) também baiu a glicemia em rats e camundngs nrmais, mas, se r cnsumid em ecess, pde acumular metais pesads e cnseqentemente ter a tica. (BAILEY, 1989) Muitas algas tm sid reprtadas cm úteis n tratament d diabetes mellitus, cm, pr eempl, certas espécies de Sargassum, Cystseira (Phaephyceae), Crallina e Ptercladia (Rhdphyceae). Algumas espécies de Laminaria, tidas cm úteis n tratament d bci, também prvcam queda ns níveis de clesterl e pressrics. Espécies de Fucus tm sid usadas cntra bci, besidade e diabetes. (LAMELA, 1989) A Crallina rubens i submetida a estuds tquímics e armaclgics que revelaram a eistncia de dierentes raes prteicas, cm prpriedades liplíticas e hipglicemiantes. Seus cnstituintes s,
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dentre utrs, lipídes e vitamina B 12. (GüVEN, 1975) o cnsum de diverss medicaments vegetais reduiu a taa de hiperglicemia em camundngs cm diabetes induid pela estreptcina. Dentre eles est: lhas de Agrimnia eupatria (“agrimnia”), lhas de Eucalyptus glbulus (eucalipt), sementes de Criendrum sativum (“criander”) e ruts (“berries”) de Juniperus cmmunis (“juniper”) (BAILEY, 1989). Na Espanha, s etrats etanlics das algas Laminaria chrleuca, Saccrhia plyschisdes e Fucus vesiculsus ram administrads pr Vo e slues cruas de plissacarídes e prteínas de Himanthalia elngata e Cdium tmentsum, pr via EV, num estud da prpriedade hipglicemiante em celhs, bservand-se, ainda, eeit sbre triglicerídes sérics. os etrats etanlics ram dads nas cncentraes de 5, 10 e 20g/kg pes e as cletas de sangue basal, 1, 3, 6 e 8 hras. N ram encntrads resultads signicativs cm s etrats etanlics das 3 primeiras algas nas reeridas dsagens. Já s plissacarídes e prteínas etraíds da H. elngata causaram uma signicativa redu na glicemia 8 hras aps a administra EV. Na dse de 5mg/kg/ EV, plissacaríde cru baiu a glicemia em cerca de 18% em celhs nrmais e em 50% ns celhs alaniads, enquant que a slu de prteína da mesma alga (200mg-400mg/kg) prvcu queda de cerca de 30% em celhs diabétics. Na dse de 10mg/kg, a queda da glicemia cm a H. elngata i menr. N se bservu qualquer resultad signicativ cm a Cdium tmentsum. (LAMELA, 1989) Jain et al. (1973) apresentam resultads de estuds em que Allium cepa (cebla), que pssui eeit hiplipemiante e atividade brinlítica, e A. sativum (alh) causaram queda ns níveis glicmics de celhs, num estud que utiliu 4 grups: água destilada (cntrle), suc de 25g de alh, suc de cebla (25g) e a tlbutamida. os percentuais máims de redu na glicemia btids pels grups ram, respectivamente, 1,8 ± 0,5; 7,1 ± 1,4; 12,4 ± 1,2; 19,6 ± 2,3 (tlbutamida a 0,25/kg). Um estud prévi mstrand eeit hipglicemiante d alh, utiliand a dse de 2,5g (Vo) em celhs, i desenvlvid pr Brahmachari et al. (1962), na Índia, em 1962. A substância hipglicemiante presente na Allium cepa (cebla), APDS, mstru-se, também, capa de prvcar a queda ds ácids gras livres n sangue ds animais. (AKTHAR, 1985) outras bservaes cm as espécies de Allium
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s discutidas em ensais clínics. os eeits aguds e crônics d eudat das lhas da ale, Ale barbadensis Miller (sinnímia, Ale vera L., n Brasil cnhecida cm babsa), e princípi amarg (PAm) sbre a glicemia em camundngs alaniads ram estudads pr Ajabnr et al. (1990). A ále i administrada pr Vo na dse de 500mg/kg, e princípi amarg, via IP (5mg/kg). o eeit hipglicemiante de uma única dse ral i insignicante, enquant PAm prduiu eeit signicativ e que se estendeu pr 24 hras, tend um pic aps 8 hras. Ns estuds crônics, a ale i administrada duas vees a dia, e PAm em dse única pr 4 dias. o máim de queda na glicemia i bservad n 5º dia, em ambs s cass. o mecanism de a parece envlver estímul à síntese e/u libera de insulina da célula ß de Langerhans. A Ale vera cntém diverss plissacarídes que s hipglicemiantes em camundngs, e a ingest crônica da seiva seca dessa planta baiu as cncentraes de glicse em camundngs diabétics. o mesm crreu cm cinc pacientes cm diabetes mellitus tip II acmpanhads pr períds de 4 a 14 semanas. (GHANNAM, 1986 ; BAILEY, 1989) o decct da Artemisia abyssinica, planta inteira, causu signicativa queda na glicemia em camundngs alaniads, durante um períd de 6 hras, cm uma única dse administrada pr Vo. Entretant, huve um aument na glicemia, 2 e 4 hras aps a administra d decct, em camundngs nrmais (atribuíd a stress da cleta). A mesma bserva i eita nestes animais quand tratads cm slu salina (grup cntrle). (MoSSA, 1985) A Artemisia herba alba, da amília das Cmpstas, eiste em diversas regies d mund, cm nrte da Árica, Sinai, Jrdânia, Síria, Iraque, Ir e Aeganist. N Iraque, a decc de suas lhas e de seus gravets rescs é empregada n diabetes. Em utrs países d oriente Médi essa planta é tida cm anti-helmíntica. Fat curis é que já ram cnrmadas, eperimentalmente, as seguintes prpriedades: antibacteriana, antimalárica e inseticida de utras espécies de Artemisia. Cm parte de um screening de plantas reginais, a Artemisia herba alba i cletada na primavera e empregada à parte aérea, aps secagem, pulveria e etra cm 500ml de água destilada,
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cm psterir ltra e evapra d ltrad a 40°C. o etrat btid, cnstituind 17,04% d material inicial, i disslvid em água e administrad via intragástrica cm a ajuda de uma cânula (2ml/kg). Administru-se a dse de 0,39g/kg (equivalente a 2,3g/ kg da planta crua) pr via ral. os celhs, pesand de 1.000 a 1.300g, ram mantids cm dieta regular de alaa e água. o etrat i administrad em animais nrmais e diabétics (glicemia entre 300 e 500mg%) cm 150mg/ kg de alan, 48 hras antes d estud e s testes cntrle cm slu salina. Amstras de sangue ram clhidas da veia auricular ns temps 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6 hras, aps a administra d etrat e s resultads, analisads pel teste t de Student. A DL 50 i calculada pel métd de Litcheld e Wilcn (1949), 1 send utiliads 6 grups de 6 rats albins machs (25 a 30g), ns quais i administrad etrat aqus pr via intraperitneal. A DL 50 btida i de 3,6g/kg d etrat, que representa 21,3g/kg da planta crua pulveriada. Investigaes tquímicas já islaram, da A. herba alba, santninas, lactnas sesquiterpens, favnides e cmpnentes d le essencial. o estud cncluiu que a A. herba alba causa queda signicativa ds níveis glicmics, tant em celhs nrmais quant ns diabétics. A hipglicemia, temp-dependente, i máima na 6ª hra, send de 30% ns nrmais e de 20% ns alaniads, cmparads cm cntrle (slu salina). N crreram mudanas signicativas na atividade mtra espntânea, na temperatura retal, n cmprtament, na ingesta de água u aliments u na mrlgia visceral. Embra trabalh endsse us ppular da planta, Twaij et al. (1988) cnsideram que nvas pesquisas s necessárias para islament d princípi ativ e a caracteria d mecanism de a, ainda descnhecid. Al-Kharaji et al. (1993) rganiaram um prtcl nde dierentes partes da A. herba alba ram administradas em rats adults Wistar sadis, e btidas amstras de sangue ns temps 0 e 1, 2, 3, 5 e 7 hras, aps s etrats na dse de 390mg/kg. N i btid eeit hipglicemiante n etrat aqus das raíes, mas ram ntads melhres resultads cm as lhas d que cm caule. Um grup de animais, submetid a etrat metanlic da parte aérea da planta, n apresentu alteraes signicativas ns níveis glicmics, quand cmparad cm slu cntrle, em animais sadis em jejum. Há pssibilidade de a ausncia de Voltar para o sumário
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respsta estar vinculada à incapacidade da etra d princípi ativ pel metanl u a presena de algum antagnista d agente ativ n etrat metanlic. Al-Kharaji et al. sugerem nvs eperiments cm etrats cm utrs slventes rgânics, antes que se aa uma cnclus nal sbre as características químicas ds agentes hipglicemiantes deste vegetal. A DL 50 encntrada i de 4,4958g/kg, pel métd de Litcheld e Wilcn, que crrespnde a 20,54g d p da parte aérea da planta crua/kg de pes crpral. As divergncias entre s resultads de Al-Kharaji (1993) e s de Twaij (1988) pdem ser eplicadas pels seguintes atres distints ns dis estuds: lcal nde a planta i cletada, a sua maturidade e temp que i armaenada e métd de etra. Além d diabetes mellitus, a Anemarrhena asphdelides é também empregada na medicina riental cm antitérmic, sedativ, anti-infamatri e diurétic. Etrats aquss da planta crua administrads pr via ral prvcam queda na glicemia de camundngs e celhs nrmais e diabétics pel us d alan. Takahashi et al. (1985) empenharam-se n islament ds princípis ativs, identicads cm glicans, send chamads de anemarans A, B, C e D. Administrads em camundngs nrmais e alaniads nas cncentaes de 10, 30 e 100mg/kg pr via intraperitneal, estes glicans mstraram eeit hipglicemiante dse-dependente, send mais ptente anemaran B. As glicemias ram btidas entre as 7 e 24 hras aps a administra d princípi ativ. Fernand et al. (1989), n Sri-Lanka, pesquisaram eeit agud d etrat aqus da Asteracanthus lngilia em rats machs. A planta inteira, incluind as raíes, i crtada em pedas, ervida cm 800ml de água destilada durante 3 hras. A seguir líquid i ltrad, e vlume nal reduid a 200ml pr ervura. o prtcl criu 3 grups, cm 6 animais cada um, administrand a grup cntrle 10ml/kg de água destilada. o grup II recebeu etrat da planta a 10ml/kg, e III i tratad cm tlbutamida 10ml/kg (slu cm 150mg da drga em 100ml de água destilada). o estud abrangeu, também, eeit da A. lngilia sbre teste ral de tlerância à glicse (ToTG) n animal. os autres cnrmaram a prpriedade hipglicemiante da planta, especialmente aps 4 hras da sua administra e melhr respsta a ToTG, prvavelmente pr mecanism de a similar a das sulniluréias.
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A Aadirachta indica (“neem”) é uma planta de us cmum na Índia pr pssuir diversas prpriedades, tais cm hipglicemiante, anti-séptica, antiulcersa e antiinfamatria. A ra hidrsslúvel d etrat aqus das suas lhas mstru-se um ptente agente hipglicemiante em rats hiperglicmics pel us de glicse u adrenalina, mas i ineca em rats nrmais u cm diabetes induid pela estreptcina (STz). (CHATToPADHYAY, 1993) o etrat aqus das lhas da Bambusa dendrcalamus causu signicativa queda na glicse plasmática, tant em celhs nrmais quant ns alaniads. o eeit persistiu pr 96 hras. Já etrat alclic da Barleria cristata causu hipglicemia em rats albins. (RABMAN, 1989) A Brassica leraceae var. gngyldes (“knl-khl”), Crucierae, é ingerida cm aliment em tda a Índia, tant pr diabétics quant pr indivídus nrmais. o etrat aqus da planta i administrad a rats nrmais e diabétics, send preparad cm 200g d bulb resc, crtad em pequens pedas e submetid a decc cm 400ml de água destilada até bter 100ml. o cncentrad i, a seguir, ltrad em pan n e se bteve uma cncentra equivalente a 2 gramas da planta pr mililitr. Nv etrat era preparad a cada 3 dias e mantid n rerigeradr. (SRINIVAS, 1993) A hiperglicemia i prvcada n animal cm alan (60mg/ kg) na veia da cauda, e, 3 hras depis, 100mg de glicse IP para antagniar hipglicemia severa pela drga. Fram cnstituíds 3 grups, cada qual cm 6 rats. o primeir recebeu a B. leraceae na dse de 36g/kg (calculad segund tabela de cnvers descrita pr Paget, 1964, p. 143-145), crrespndend a dbr ds 200g ingerids pr seres humans, em média. o segund, tlbutamida (45mg/kg, crrespndend a 500mg em humans) e terceir, grup cntrle, recebeu apenas um vlume crrespndente de água. Amstras de sangue ram clhidas ns temps basal, 30 minuts, 1, 2, 4, 6 e 8 hras aps a administra da planta e as glicemias medidas cm glicsímetr. A atividade hipglicemiante surgiu na 2ª hra e se estendeu até a 6ª hra n grup de n diabétics, enquant ns alaniads a queda iniciu-se na 1ª hra ind até 8 hras. N se islu princípi ativ e n i dsada insulinemia, mas, cnsiderand s resultads cm animais mantids em jejum, acreditam s autres que mecanism seja independente d cmprmetiment da absr intestinal de
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glicse. (SRINIVAS, 1993) A Caesalpinia bnducella, sinônim de C. crista, Leguminsa, é também usada na Índia cm antipirétic, anti-infamatri, antidiarréic. Utiliand dses empiricamente baseadas n us tradicinal, i administrad p da semente da planta a celhs (grups de 6). Ds quatr grups de celhs nrmais (pes de 1,52kg), trs receberam 20ml de suspens cm, respectivamente, 0,5, 1 e 1,5g d p da semente/kg de pes, e um grup cntrle recebeu apenas 20ml de água destilada. os 4 grups ram bservads num ensai agud, cm cletas de sangue basal, 4, 12 e 24 hras aps. Trs grups de 6 animais ram submetids a alan (150mg/kg) para indu d diabetes (glicemias acima de 200mg%) e acmpanhads num estud de 10 dias. o primeir grup recebeu slu cm p da semente da C. bnducella na dse de 1,5g/kg pes; 2º, enrmin (125mg/dia/ celh) e últim apenas água destilada. o prtcl n avaliu a respsta aguda à administra da planta as animais diabétics, mas caracteriu mair queda na glicemia (36,5%), aps 12 hras, n grup de celhs nrmais que receberam dse única da planta, na dse máima. o eeit hipglicemiante i mderad, aps quatr (22,3%) e 24 hras (20,4%). Ns animais tratads pr 10 dias, recebend água ad libitum e ra padr, cnstatu-se prgressiva queda na glicemia (dsada n basal e aps 3, 5 e 10 dias), send menres s valres n últim dia d eperiment. o grup que recebeu a biguanida (enrmin) também mstru queda na glicemia, mas que recebeu água destilada apresentu aument. N grup de celhs nrmais, Ra et al. (1994b) acreditam que huve eeit hipglicemiante indiret, prvavelmente pel aument da secre de insulina, enquant ns celhs alaniads a a parece estar ligada à redu da absr intestinal da glicse. Eplica semelhante para eeit anti-hiperglicemiante i sugerid em trabalhs realiads na Índia cm as sementes da Cajanus cajan e as lhas da ocimum santun. N há registr da dsagem de peptíde C (pdend-se questinar pssível eeit residual de estimula da célula beta), nem d pes inicial e nal ds animais n grup alaniad (pr eempl, há mdica n vlume alimentar ingerid e, cnseqentemente, n pes cm us da planta?). N se deniu mecanism de a. (RAo, 1994b)
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Na Índia, um estud cmpara eeit hipglicemiante da A Cassia alata cm a glibenclamida 0,025mg/kg e discute pssível mecanism de a da erva e temp necessári para a. Fram utiliads 50 animais, send 10 pr grup, e dierentes cncentraes da C. alata: 100, 200, 400mg/kg. Cnstatu-se que etrat n prdu eeit sbre s níveis glicmics em animais nrmais, mas i eca em ces cm diabetes induid pela estrepttcina. (MoRRISoN, 1982) Palanichamy et al. (1988) administraram etrat das lhas, também em rats nrmais diabétics (cm a st) e cmpararam s resultads cm a glibenclamida. Semelhante a estud anterir, etrat s prduiu eeit sbre s níveis glicmics ds diabétics. Inuses e decces da Catharanthus rseus (“periwinkle”, n Brasil, cnhecida cm vinca-rsa) já ram muit utiliadas n diabetes. A administra crônica de etrats aquss das lhas n aetu equilíbri da glicse em camundngs saudáveis e ns diabétics (pela STz). Entretant, muits ds principais alcalides islads, incluind leursina, vindlina, vindlinina e catharanthina, eibiram eeit hipglicemiante mderad dentr de 2-5 hras em rats nrmais, mas nenhum resultad sucientemente ptente para encrajar investigaes psterires. Além dist, us clínic da planta resulta em eeits cittics e neuttics. (BAILEY, 1989) Etrats das lhas e fres da Centaurea crubinensis reduiram s níveis de glicmics em rats cm hiperglicemia glicse-induida, mas n i registrad qualquer eeit em animais alaniads. (RAHMAN, 1989) A Cccinia indica é remédi caseir na Índia, send suc resc das raíes, caule e lhas usad para tratar DM. Brahmachari et al. (1963) administraram etrats alclics e aquss da rai em celhs e cmpararam cm eeit da tlbutamida (sulniluréia). Na dse de 1,25g/kg, s etrats ram erecids pr via ral e apresentaram eeit dse-dependente. (MINGoIA, 1967) Segund revis de Mel-Lima e Ribeir-da-Silva (1995), a Cn A é uma lecitina vegetal, que interere n metablism ds carbidrats e mimetia eeits da insulina em células grdursas isladas. Curisamente, i demnstrad que as alteraes glicmicas que prdu s dependentes d se d animal, nde s machs tm hiperglicemia e as meas hipglicemia. Estudand s grups-cntrle e tratad cm a Cn A, s autres evidenciaram que as Voltar para o sumário
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alteraes na glicemia de rats s dse e temp-dependentes, mduladas pel SNA e envlvend s prduts da cicligena d ácid araquidônic. o eeit hipglicemiante das sementes da Cuminum nigrum i avaliad pr um prtcl de estud pré-clínic muit interessante, mntad pr Akhtar et al. (Paquist, 1985), utiliand celhs nrmais e alaniads, dividids em 20 grups cm 6 animais cada um. Amstras de sangue ram clhidas ns temps 0, 4, 8, 10, 12, 16, 20 e 24 hras aps a planta. os de grups, I a xII, de animais nrmais (n diabétics) receberam seguinte tratament: 1. Grup I, apenas água; 2. Grup II a V, cncentraes de 1, 2, 3 e 4g da semente em p/ kg de pes crpral suspens em 20ml de água; 3. os animais ds grups VI a VIII receberam 4, 6 e 8g/kg d etrat aqus; 4. Grups Ix e x, etrat metanlic equivalente a 4 e 8g/kg; 5. Grups xI e xII, 200mg/kg de tlbutamida. o grup xIII, cmpst pr animais alaniads (150mg de alan/kg), tmu apenas 20ml de água, a eempl d que crreu cm grup I. os grups xIV e xV: 2 e 4g/kg das sementes em 20ml de água. os grups xVI e xVII: etrat metanlic nas cncentraes de 4 e 8 g/kg. os restantes receberam tlbutamida na dse de 250 a 500mg/kg de pes crpral. (AKHTAR, 1985; RAHMAN, 1989). os resultads mstram um eeit hipglicemiante, estatisticamente signicativ, cm as sementes d C. nigrum, em animais alaniads e nrmais. N se cnstataram alteraes relevantes ns valres ds lipídes ttais antes e aps us da planta, u eeits tics nas dsagens utiliadas, até 7 dias aps eperiment. Segund Akhtar (1985), as sementes da planta parecem cnter um u mais princípis ativs hipglicemiantes, agind cm mecanism semelhante à insulina, em animais alaniads. Ns celhs nrmais, a substância talve apresente a estimuladra sbre a secre de insulina, bem cm eeit diret insulina-símile. A ra aqusa d etrat metanlic ds riphres de Discera japnica e Discera batatus eerceram eeits hipglicemiantes
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variads na administra IP. Glicans A, B, C, D, E e F mstraram eeits imprtantes em rats nrmais e trnads hiperglicmics cm alan. (RAHMAN, 1989) o etrat cru da Discera dumetrum Kunth, Discreacea, mstru-se agente hipglicemiante eca em rats e celhs. Ds tubérculs desta planta aricana i etraíd princípi ativ – a discretina –, que cnrmu s eeits d vegetal em celhs diabétics. (IWU, 1990b,c) Brahmachari (1961) analisu s eeits de duas plantas cnceituadas na Índia n tratament d diabetes mellitus: a Eugenia jamblana Lam. (sementes) e Ficus bengalensis Linn. (casca). o etrat etanlic i administrad a grups de celhs nrmais, em dses de 500mg a 3g pr animal, e s resultads cmparads cm a tlbutamida, tend sid cnrmad eeit hipglicemiante. Um glicsíde favnide, bengalensíde, islad d etrat aqus da casca da Ficus bengalensis (“banyan tree”), tradicinalmente utiliada na Árica, eerceu mderad eeit na glicemia de celhs nrmais e diabétics (pel alan). o etrat aqus i ineca em animais pancratectmiads e dses mdestas ram ticas em algumas espécies. (BAILEY, 1989) o etrat aqus da casca da rai da Ficus religisa, Linn. i aplicad em celhs e mstru-se eca em cntrlar a hiperglicemia induida pela administra ral de glicse. (BRAHMACHARI, 1962) N sécul set, médic indian Sushurta prescreveu uma mistura de vegetais, para s pacientes diabétics, incluind a Gymnema sylvestre (“gurmar”). A planta é, ainda hje, usada n tratament d DM II na Ásia e i estudada em celhs nrmais e alaniads. o vegetal parece atuar em parte pel aument da secre de insulina, send ineca em animais pancreatectmiads. o eeit hipglicemiante i lentamente gerad, mantid e atribuíd a um glicsíde. Em celhs diabétics, pel us d alan (cnsum de 250mg/kg/d de lhas pulveriadas), a glicemia i reduida à metade aps 24 hras. Fram bservads eeits, tais cm: aument da glicgnese e d anablism prteic, aument das atividades de enimas insulin-dependentes cm a hequinase e a glicgni-sintase. A dsagem de enimas e bservaes histlgicas n sugerem les em animais diabétics tratads cm a planta, mas, clinicamente, a G. sylvestre pde ablir u reduir as sensaes gustativas de dce e amarg. (SHANMUGASUNDARAM, 1981) Voltar para o sumário
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A Gymnema sylvestre i estudada recentemente, e etrat alclic hidrsslúvel das lhas prvcu queda na glicemia de rats em trs cndies: nrmais em jejum, cm hiperglicemia pr sbrecarga de glicse e diabétics, quand cmparads cm grup tratad cm placeb. os resultads revelaram queda máima aps duas hras de tratament cm etrat na dse de 500mg/ kg. o eeit hipglicemiante i dierente nas diversas dses d etrat, n ensai agud que duru apenas 3 hras. Chattpadhyay et al. (1993) cncluíram que a planta pntencialia a libera de insulina pela célula beta. A administra d etrat etanlic na Hammada salicrnica, cletada na prvíncia central da Arábia Saudita, apresenta alcalides, glicsídes cardíacs, antraquinnas, favnides, sapninas, cumarinas, esteris, tanins, les vláteis e bases vláteis, identicads pr estuds tquímics. os camundngs nrmais tiveram uma discreta eleva na glicemia, enquant que s alaniads sreram queda, cm pic d eeit na primeira hra. (AJABNooR, 1984) Usada na Índia cm antidiabética, analgésica, antiinfamatria e antibitica, a Ipmea pescaprae pssui alcalides e resinas. Um estud cm rats albins mstru que etrat de suas lhas pssui atividade insulingnica e hipglicemiante. o eeit estimulatri sbre a secre de insulina, in vitr, na cncentra de 100µg/ml, i de 58% de aument (µU/5 ilhtas/hra), send dse-dependente, cmparável as resultads btids cm a clrprpramida n mesm estud. Aps 7 dias de administra, s animais apresentaram aument n depsit de glicgni hepátic e diminui da atividade da glicse-6-satase. (KHAN, 1994) o p da semente da Leucaena leucphala Lam. (k-babul na Índia), leguminsa, apresentu atividade hipglicmica e hipclesterlmica em rats. Suas sementes pssuem valr nutricinal pela presena de prteínas, aminácids, minerais, vitaminas e carten. (SINGHAL, 1982) A Lupinus termis (“lupin”), usada pr judeus Yenemitas, pssui uma ra rica em alcalides quinliidina, que eerce um eeit hipglicemiante uga em rats diabétics alaniads, mas n em rats nrmais. (SHANI, 1974 ; BAILEY, 1989) A Lythrum salicaria (“willwstrie”) tem prescri medicinal desde a Grécia e Rma antigas. Na dse de 4 a 6g/dia, encntra
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empreg ppular n diabetes. Fram utiliadas diversas partes da planta, em estági de fra, para se cmparar eeit sbre a glicemia. A fr e tal ram mais ecaes d que a prepara btida das lhas. A rai é inativa, btend-se a duplica da insulenemia aps 4 hras, em celhs nrmais. (ToRRES, 1980 ; BAILEY, 1989) A Phaselus vulgaris (“harrit bean”; eij, n Brasil) i usada antes da dispnibilidade de insulina. Um etrat aqus btid da sua vagem, chamada de phaselan, mstru atividade hipglicemiante em rats e celhs cm diabetes alan-induid. (BAILEY, 1989) Uma prepara usada n Kwait, cntend pres iguais de Nigella sativa, Cmmphra mlm, Ale vera (ale u babsa d Mediterrâne), gma arábica e gma asetida i capa de reduir a glicemia em rats nrmais e diabétics (cm a STz), sem alterar as cncentraes de insulina. (BAILEY, 1989) Em celhs nrmais, rut da Mrmdica charantia n prduiu hipglicemia na dse de 250mg/kg, mas apenas cm 500mg, 1g u 1,5g/kg. o eeit máim crreu na 10ª hra, e, a partir daí, cmeu a diminuir gradativamente. Em animais alaniads, as dses de 250mg e 500mg ram inecaes. Entretant, a empregar 1g e 1,5g a respsta hipglicemiante i dse-dependente, send máima aps um interval de 10 hras. (AKHTAR, 1981) os eeits ds etrats ds ruts da M. charantia também ram bservads pr Day et al. (1990), utiliand camundngs nrmais e diabétics (pela STz). Ns nrmais, etrat aqus i capa de diminuir pic de glicemia induid pela glicse (administrada Vo u IP), sem alterar a prdu de insulina. o etrat aqus e resídu, aps a etra cm clrrmi alcalin, reduiram a hiperglicemia em camundngs diabétics em uma hra. os resultads sugerem que etrat planta, administrad pr Vo, redu a glicemia independente da absr intestinal de glicse e envlve um eeit etrapancreátic. É sugerida a eistncia de, pel mens, dis tips de princípi ativ hipglicemiante: um cmpst, mais rapidamente eca, hidrsslúvel, e, um segund, cm a mais lenta, pssivelmente um alcalide. Etrats da plpa d rut, da semente e de tda a Mrmdica charantia, ram testads em mdels cm rats nrmais e diabétics. os resultads mstram que, durante ToTG, s pics de
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glicemia s btids mais preccemente em rats (15-45 minuts) d que em humans (nestes, em aprimadamente 60 minuts). o suc da plpa d rut prvcu queda na glicemia de rats nrmais (p<0,05 em 120min). o eeit i mais prnunciad cm etrat metanlic sem sapnina (p<0,05 as 60min e p<0,01 as 120min). Este suc também bteve eeit hipglicemiante signicativ em rats nrmais, quand etrat i administrad 45 minuts antes de uma sbrecarga de glicse. o percentual de aument, acima d valr basal (média “± SE” desvi padr), i de 85 ± 10, n grup cntrle cntra 54 ± 7 n que recebeu suc (p<0,01). Ns rats cm DMID (pela STz), suc da plpa d rut n teve eeit signicativ sbre a glicemia, n jejum e n períd ps-prandial (PPP). Ns mdels de animais cm DMNID, etrat metanlic d rut isent de sapnina prduiu um intens eeit hipglicemiante, tant em jejum (p<0,05 em 120min) quant n PPP. os etrats metanlics das sementes e de tda a M. charantia (bem cm etrat metanlic livre de sapninas) n prduiram qualquer eeit hipglicemiante ns rats nrmais e naqueles cm DMID, nem ns estads de jejum, nem aps a sbrecarga de glicse. Etrats da semente e de tda a planta mstraram um eeit rac, mas de tendncia à eleva da glicemia em rats nrmais, pssivelmente ligad à eistncia de a,a-trehalse, em grandes quantidades, nestas partes da planta. Ali et al. (1993) sugerem a eistncia de cmpsts, dierentes ds glicsídes sapnínics que, também, pssuam eeit hipglicemiante. os eperiments de Karunanayake et al. (1990), d Sri Lanka, cm rats diabétics (STz, 50mg/kg), cm a administra pr 30 dias d suc da Mrmdica charantia na dse de 10ml/kg, n evidenciu eeit signicativ, agud u cumulativ, sbre a tlerância à sbrecarga de glicse. As cncentraes da hemglbina glicsilada se mantiveram altas, n grup que recebeu suc e n cntrle. os autres cncluem que é necessária uma reserva pancreática, para que a planta prdua eeit sbre a glicemia. outrs estuds cm a Mrmdica ser discutids adiante. Curisamente, até mesm rut verde da bananeira – Musa spientum, Musaceae – é tid na Índia cm pssuidr de prpriedade antidiabética, além de adstringente, antiescrbut e antiulcergnica. Ra et al. (1994a) utiliaram celhs saudáveis e alaniads, dividids em grups de 6, e dierentes cncentraes d p da ruta
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verde administrada em prtcl semelhante a utiliad pels mesms autres cm a planta Cesalpinia bnducela. A respsta máima i btida na 4ª hra, na dse de 1,5g/kg, havend queda de 32,3% ns índices glicmics. o cnstituinte da M. sapientum eerce um eeit hipglicemiante, dse dependente, em celhs nrmais pel aument da secre de insulina. N huve eeit hipglicemiante em celhs diabétics, a eempl d que crreu cm utras plantas cm a Ficus bengalensis, Euphrbia prstata e Fumaria parvifra. A Mrmdica etida é utiliada na Árica ocidental. Estuds cm celhs nrmais revelaram um mderad eeit hipglicemiante. Um glicsíde cmum à M. charantia, a charantina, parece ser respnsável pels eeits da planta. (BAILEY, 1989) o npal, opuntia streptacantha Lemaire, é um cact tradicinalmente utiliad pela ppula meicana para tratament d diabetes mellitus. Ibaes-Camach et al. (1979) estudaram eeit de dierentes rmas de prepar d etrat e suc d npal em celhs saudáveis e pancreatectmiads, submetids a cletas seriadas ns temps 0, 1, 2, 3, 4 e 5 hras, aps a sua administra, havend diminui da glicemia mesm em animais cm decincia de insulina. Baseand-se ns resultads de Sisisi, que descbriu a eistncia de glicse-6-sat ismerase na opuntia cus, i assim eplicad mecanism de a d princípi ativ n metablism ds carbidrats. Sabend das limitaes ds ensais armaclgics pré-clínics, Ibae-Camach et al. (1983) avaliaram eeit d o. strepatacantha em dierentes animais (c, celh e rats) e, também, em alguns cass nde alan i administrad aps a pancreatectmia (visand eliminar cmpletamente respsta residual da célula ß). os dads cnrmam a altera ns níveis glicmics, apenas ns animais cm hiperglicemia induida pela sbrecarga de glicse. o npal i ineca ns animais nrmglicmics u pancreatectmiads. oryarans A, B, C e D das raíes da orya sativa (arr) causaram signicativa redu ds níveis de aúcar em camundngs nrmais e ns alaniads. Um etrat aqus d arel de arr, administrad pr via IP, causu hipglicemia em camundngs nrmais e alaniads. (RAHMAN, 1989) o Pana ginseng (“ginseng radi”) é empregad pelas medicinas
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creana, chinesa e japnesa. Um grup de pesquisadres de Tqui islu cmpnentes lipsslúveis, sapninas e um terceir cm atividade hipglicemiante. Utiliand a ra hipglicemiante d ginseng em camundngs e rats (mantids em jejum pel períd de 18 hras antes d eperiment), huve diminui de glicemia ns animais alaniads, que n crreu em animais sadis. Em dses maires, princípi ativ inibiu a hiperglicemia induida pela adrenalina. Além dist, i reprtada a sua infuncia sbre nível séric ds crps cetônics e parece acelerar metablism de carbidrats e lipídes pr mecanisms direts e/ u indirets. Kimura et al. (1981) sugerem que a a d ginseng sbre a glicemia seja indireta em grande parte e dependente da secre de insulina pela célula ß. Um cmpnente hipglicemiante d ginseng radi (DPG-3-2), parcialmente puricad, i btid a partir de váris métds de racinament. o DPG-3-2 elevu s níveis sérics de insulina em camundngs alaniads, bem cm a secre de insulina glicse-induida, e estimulu a libera de insulina pel pâncreas perundid d rat. Waki et al. (1982) btiveram estas inrmaes medind grau de incrpra da leucina radiativa na insulina e utras raes prteicas durante 2 hras de perus d pâncreas d rat e dentr da insulina durante 3 hras de incuba de ilhtas de camundngs. N se bservu aument da incrpra em animais nrmglicmics, mas cu cnstatad um estímul na bissíntese da insulina, em cerca de 1,5-1,8 vees, ns animais cm hiperglicemia. Algumas raes d ginseng radi (hakusan) causam hipglicemia em camundngs alaniads. Kimura et al. (1981) cnseguiram ablir este eeit pela aplica EV de anti-sr cntra a insulina bvina ( que n crre cm ármacs que atuam pel mecanism de a das biguanidas), sugerind uma a indireta, pel aument da secre de insulina. Cm DPG-3-2 na dse de 10-50mg/ kg a insulinemia subiu ns camundngs diabétics. A libera de insulina pel pâncreas perundid de rat i estimulada pela ra d ginseng (0,2mg/ml), mas a ptncia n i mair que as sulniluréias. o us da ciclheimida (que inibe a bissíntese da insulina) n mdicu, signicativamente, aument da secre da insulina prmvida pela mistura DPG-3-2/glicse, administrada pela artéria celíaca d animal, sugerind que seu mecanism de a seja distint das sulniluréias. Pr últim, a libera de insulina glicse-induida i mair em presena d Voltar para o sumário
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ginseng, cuj princípi ativ parece ser prmissr na melhria ds quadrs em que há prejuí n mecanism glicrreceptr. Kat et al. (1993) investigaram s eeits de dierentes dses da Plygnati rhima em camundngs nrmais e diabétics (pela STz). Um ds cmpnentes ativs i identicad cm espirstanl glicsíde (Po-2). o etrat metanlic, na dse de 800mg/kg, prmveu hipglicemia 4 hras aps a sua administra IP. Ns animais cm metablism nrmal da glicse, a queda i de 202 ± 7 para 144 ± 13mg/100ml. Ns diabétics, a respsta i ainda mais intensa, ind de 589 ± 34 para 396 ± 15mg/100ml. A hipglicemia n i acmpanhada de altera na secre de insulina, mas cnrmu-se uma inibi da hiperglicemia induida pela epinerina. Embra mecanism de a intracelular n esteja esclarecid, cnstatu-se a diminui da glicemia e aument d glicgni hepátic ns animais submetids à adrenalina. Em estud prévi cm a mesma planta, estes autres demnstraram a redu da prdu de glicse n ígad de rat islad. o chá da Ptercarpus marsupium Rb., Leguminsae, é reprtad cm útil n diabetes. Quatr hras aps a aplica Vo de etrats da planta, a glicemia caiu em 25%. Sheehan et al. (1983) bservaram que etrat da casca e a (-)-epitatechin nrmaliaram a glicemia de animais alaniads, 4 dias aps a administra d alan. Entretant, um at relevante i que a (-)-epitatechin, injetada pela via IP em rats Wistar (30mg/kg, 3 vees a dia, pr 3 dias), s i capa de reverter diabetes induid quand aplicada até 24 hras aps alan. Aquele cmpst n impediu desenvlviment da les da célula ß, quand prcediment i realiad tardiamente. Ahmad et al. (1991) encntraram resultads semelhantes cm rats albins alaniads e a sua inecácia em animais sadis. Celhs, nrmais e hiperglicmics (pel alan), ram submetids a etrats da Rubus ruticsus, usada na Espanha pela prpriedade adstringente (pssui elevad ter de tanins). Para diabetes, a inus preparada cm as lhas é tmada duas u trs vees a dia. Este ensai pré-clínic rneceu um dad curis: a hipglicemia i mair n grup submetid à planta na cncentra de 5g/kg, 17%, d que nas dses de 10g/kg e 20g/kg, nde a queda i de 13% e 06%, respectivamente, sem dierena signicativa para grup cntrle. Fi registrad um aument prgressiv na secre de insulina, aps a administraVoltar para o sumário
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da inus, chegand a 115% na 4ª hra. Alns et al. (1980) acreditam que este eeit seja devid à presena de substâncias hiperglicemiantes na planta (que diminuiriam u anulariam a atividade hipglicemiante) e viram resultads semellhantes cm utras espécies, cm a Vaccinium myrtillus. Várias raes d etrat alclic das raíes da Salacia macrsperma Wight, Hippcrataceae, ram dadas a rats alaniads durante 8 dias, send bservads s parâmetrs: glicse, prteínas, lipídes, clesterl e ácids gras livres, cmparads cm grup cntrle (animais cm a mesma dieta mas sem a Salacia). Em ensais pré-clínics aguds prévis cm celhs em jejum, Venkateswarlu et al. (1993) já haviam revelad eeit hipglicemiante n etrat alclic das raíes e lhas. o bjetiv i de bservar s eeits da ra metanlica da planta sbre utras alteraes metablicas prvcadas pela decincia de insulina, além da hiperglicemia, cm a diminui da cncentra de prteínas, eleva ds níveis sérics de lipídes, clesterl e ácids gras livres. A planta, encntrada nas regies cidentais da Índia e usada cmumente n DM e em hepatpatias, mstru-se capa de melhrar, signicativamente, tdas as alteraes metablicas bservadas n grup cntrle (n tratad), embra n tenha apresentad resultads equivalentes cm a nrmalidade. Venkateswarlu et al. cncluem pela eistncia de um eeit semelhante à insulina, vist que s animais eram diabétics pel us d alan, e sugerem estuds cmplementares. A revis da literatura apntu a eistncia ds seguintes cmpsts da rai: quinna, magnierina, quinnemetina, prestimerina tingenna e hidritingenna. A atividade hipglicemiante da Salvia ruticsa Mill. i pesquisada pr Perumi et al. (1991) d Institut de Farmaclgia da Universidade de Camerin, na Itália. A planta é cmum na regi d Mediterrâne e a amstra para a pesquisa i btida em Chipre, a 1.500 metrs de altitude. As lhas ram secas à temperatura ambiente, reduidas a p e armaenadas até us. Uma inus a 10% i btida de acrd cm a Farmacpéia ocial Italiana de 1985. A inus i ltrada e usada n teste, sem purica, na dse ral de 0,250g/kg de pes crpral. os celhs machs da Nva zelândia (2 a 3kg) ram submetids a cletas seriadas (basal, 30, 60, 90 e 102 minuts), aps a administra d chá. o diabetes i induid cm alan na dse de 120mg/kg.
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Dses únicas d chá de S. ruticsa n mdicaram a glicse plasmática ns celhs de ambs s grups. N entant, aps 7 dias de tratament cm a inus, cnstatu-se redu da glicemia ns animais alaniads. o eeit i muit mais intens ns animais submetids a ToTG cm a planta, simultaneamente. Perumi et al. cncluíram que as lhas da S. ruticsa n intererem cm metablism da glicse, mas, prvavelmente, atuam através da inibi ds mecanisms de transprte intestinal ds carbidrats. Da Swertia chirayita, Karst, Gentinianaceae, encntrada na regi d Himalaia, i btida a swerchirina, uma antna, que bteve marcad eeit hipglicemiante em mdels eperimentais de camundngs em jejum, nrmalimentads e cm sbrecarga de glicse. (BAJPAI, 1991) A Teurcrium liverianum cletada na regi central da Arábia Saudita i administrada, na rma de decct e etrat etanlic, a camundngs nrmais e alaniads. Ambas as preparaes, usadas Vo, s ram ecaes para prvcar queda na glicemia de animais alaniads. o mecanism de a n i caracteriad. o únic eeit clateral encntrad cm us da T. liverianum i uma a semelhante à atrpina. S alguns ds cnstituintes da planta, btids a partir de estuds tquímics: alcalides, glicsídes cardíacs, favnides, esteris/triterpens, le vlátil, cumarinas, tanins e sapninas. (AJABNooR, 1985) A Teucrium plium L., Labiatae, das clinas pedregsas e ds deserts ds países d Mediterrâne, é utiliada na rma de decc resca cm agente hipglicemiante. É tida, também, cm antiúngica, anti-reumática, carminativa (antisética) e agente favriante. Dentre s seus cnstituintes, já islads, encntra-se um le vlátil (pssui váris cnstituintes mn-e sesquiterpens, incluind guail) cm prpriedade espasmlítica cmprvada. (GHARAIBEH, 1988) Para a bten d decct i descrita uma metdlgia bastante peculiar: a parte aérea da T. plium (btida n ms de mai) secu durante uma semana à smbra e i, psterirmente, estcada em recipientes de vidr, permanecend em slu de água destilada durante uma hra e, a seguir, send ervida pr 5 minuts num recipiente echad; pr últim, i ltrada e resriada para ensai bilgic. o ensai i realiad em rats Fisher nrmais (glicemia 90 a 110mg/d) e hiperglicmics (400 a 500mg/dl, através d empreg de 65mg/kg de STz). A decc, utiliada Voltar para o sumário
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para eperiment ral, era equivalente a 0,04g d material sec inicial, enquant que para us IP e EV 1ml era equivalente a 0,2g. Para estabiliar cnteúd slid da decc, 10ml de 20% da mesma, ram clcads para evapra até a secagem em temperatura ambiente num recipiente plan e ras, rnecend 175mg de cnteúd slid. Alimentads cm dieta padr e água ad libitum, s animais receberam decct a 4% da T. plium (clcada n lugar d recipiente de água). Para us IP e EV, receberam slu cntend 5ml d decct. A cleta de sangue i aps 24 hras n us IP e, aps 4h, n grup EV (que cu em jejum neste períd). o grup cntrle recebeu 5 ml de slu salina nrmal. A análise estatística ds dads i eita usand as rmas pareada e n pareada d teste de Student’s. os resultads mstram decréscim, estatisticamente insignicativ, da glicemia ns animais cuja erta se deu pr via ral, embra se pssa atribuir a pequena ingesta da slu a 4% a gst amarg da slu. A queda i evidente nas demais vias de administra, send de 29% IP e de 44% EV. Acredita-se que mecanism de a decrra de eeits periérics, cnsiderand empreg da STz. N há relat de eeits claterais, além d anreignic 24 hras aps us IP. (GHARAIBEH, 1988) o etrat aqus d caule da Tinspra crispa i administrad a rats albins Wistar alaniads (35 a 40mg/kg). A planta i clhida d jardim de ervas da Universidade de Serdand, na Malásia. os caules ram lavads, crtads em pequens pedas, secads a ar livre, pulveriads e 100g misturads cm 1 litr de água destilada e ervida cm refu pr 4 hras. Aps centriuga, para separar etrat aqus da massa slida, sbrenadante i ltrad e sec em reeer. (NooR, 1989a) o etrat usad em tds s animais crrespnde a 32% d material sec riginal e i empregad pr Vo e EV em animais dividids em 3 grups, classicads pr Nr et al. (1989a) em: nrmais, “mderadamente” e “severamente” diabétics, para que sse pssível avaliar eeit a lng pra d etrat. o eeit hipglicemiante i bservad apenas ns animais d segund grup, cm evidente melhra d estad geral d rat. Estuds subseqentes evidenciaram que etrat da planta melhra ToTG ns animais tids cm “mderadamente” diabétics. A ausncia de respsta levu à cnclus de que a T. crispa atua pr estímul diret na célula beta. os rats que n receberam Voltar para o sumário
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alan n sreram mdica signicativa da glicemia. Este at talve decrra de “um aument ds receptres de insulina ns animais diabétics alaniads” (GRoDSKY, 1982 apud NooR, 1989). Assim, um pequen aument na insulinemia pde ser capa de causar mair eeit hipglicemiante ns rats “mderadamente” diabétics d que ns nrmais. outra eplica para a ausncia de respsta nestes últims pde decrrer da cncentra insuciente da drga pel at de que a prcura da água (cntend princípi ativ) é cerca de 8 vees mair pels animais diabétics, apesar d gst. A respsta i mair aps a segunda semana de tratament. Uma atividade insulintrpica i bservada mesm em animais nrmais submetids à administra EV de 50mg/kg d etrat. o pentbarbital sdi i anestésic utiliad neste estud e é sabid que “causa um deeit na assimila periérica da glicse, prvcand intlerância à glicse e hiperglicemia, apesar de níveis adequads de insulina”. (DAVIDSoN, 1971 ; AYNSLEY-GREEN, 1973) o aument da glicemia basal em cerca de 7,8 a 10,8 mM também i cnstatad pr PETTERSSoN (1988 p. 37-50) quand rats anestesiads cm TIoPENTAL s inundids cm salina. os autres n encntraram nenhum eeit tic ns animais; a cntrári, huve evidncia de ganh de saúde (aument d pes) cnstatad aps 2 semanas de us da planta. (NooR, 1989a) o etrat alclic das lhas de Tribang shila causaram uma mínima altera na glicemia de rats nrmais, mas prduiram signicativa redu em animais hiperglicmics. (RAHMAN, 1989) Uma das justicativas para empreg da Trignella enumgraecum (“enugreek”) n DMNID pde ser a elevada cncentra de bras (50-60%) nas sementes. Estas eerceram ainda eeit hipglicemiante mdest e transitri em diverss estuds cm animais nrmais e cm glicemias puc elevadas, mas ram inecaes em animais cm diabetes sever. A atividade tem sid atribuída a um alcalide n caracteriad, denminad trignellina, embra tenham sid islads utrs agentes cm ácid nictínic. N eistem evidncias de que as sementes causem um aument da secre de insulina, mas a administra crônica de uma ra desengrdurada reduiu as cncentraes de glucagn e smatstatina em ces saudáveis. (SHANI, 1974 ;
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BAILEY, 1989) o etrat cru das sementes da xanthium strumarium L. eibiu ptente atividade hipglicemiante em rats. Fram empregadas dierentes vias de administra (SC e IP), a m de descartar a pssibilidade de que a drga atue diretamente n ígad quand administrada n peritôni. o princípi ativ puricad (cntend apenas carbn, hidrgni, enre e igni) prvcu eeit máim em 3 hras e persistiu até a 5ª e a 7ª hra. (KUPIECKI, 1974) o estilete da zea mays (milh), cuj us era tradicinalmente advgad na Eurpa, Árica e Américas, demnstru pssuir uma ra rica em mineral capa de prvcar hipglicemia em celhs. o milh cntém uma elevada cncentra de ácid indlacétic, que parecia ser princípi ativ. N entant, dses mdestas d ácid indlacétic, d ácid gibberelic e ácid abscisic n eibiram atividade em rats e camundngs nrmais. Apenas ácid indlacétic causu queda na glicse, send que em dses que pdem ser ticas cm administra pr repetidas vees. (BAILEY, 1989) o zingiber cinale Rsce (ginger; gengibre, n Brasil), Rinberaceae, i investigad quant as eeits antiinfamatri, analgésic, antipirétic, antimicrbian. o etrat prduiu queda ns níveis glicmics em celhs. (MASCoLo, 1989) Um etrat alclic da ziyphus sativa Gaertn. u z. vulgaris, Rhamnaceae, i testad em rats nrmais e alaniads. Dses rais de 100-400mg/kg d etrat em animais nrmais mstraram uma queda, dse-dependente, estatisticamente signicativa, ns temps 2, 4 e 6 hras (eeit máim) aps a drga. Huve retrn da glicemia a nrmal aps 24 hras. Ns rats alaniads n se bservu nenhum eeit signicativ nem cm etrat, nem cm a tlbutamida. A dse mínima em camundngs i mair que 3g/kg. (ANAND, 1989) Rman-Rams et al. (1995) estudaram eeit anti-hiperglicemiante de 12 plantas cmestíveis em celhs nrmais através de teste de tlerância à glicse, cmparand resultad cm a administra de água e tlbutamida. os autres bservaram que a Cucurbita cilia (abbra), Phaselus vulgaris (eij), opuntia streptacantha (npal), Spinacea leracea (espinare), Cucumis sativus (pepin) e Cuminum cyminum (cminh) diminuem sig-
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nicativamente pic hiperglicemiante aps a administra da glicse. Também ereceram bm resultad s seguintes vegetais: Brassica leracea var. btrytis (cuve-fr), Allium cepa (cebla) e Allium sativum (alh). Um cardápi ric destas plantas deve ser estimulad para que s pacientes diabétics tenham melhr cntrle da dena. A atividade hipglicemiante de um chá, cmumente utiliad n Egit, preparad cm uma mistura de sementes da Trignella enum graecum, Nigella sativa, Lepidium sativum, Cleme drserilia, Ambrsia maritima e Centaurium pulchellum i estudada pr El-Shabrawy e Nada (1996). os autres bservaram queda ns índices glicmics da creatinina e da bilirrubina ttal ns rats aps 30 dias de tratament cm dse única a dia.
2 ENSAIOS CLÍNICOS A Allium cepa (cebla) e a Allium sativum (alh) s tradicinalmente utiliadas n tratament d diabetes, em países da Ásia, Eurpa e oriente Médi. (JAIN, 1973 ; BAILEY, 1989) A administra ds etrats aqus e etanlic da cebla e d alh, na dse de 10g/kg, em animais e humans nrmais e diabétics, melhru as glicemias de jejum e s ToTG em cerca de 7-18% dentr de 1-2 hras. Este eeit i atribuíd as les vláteis alilprpil-dissult e a id de dialildissult que, em quantidades elevadas, pdem traer eeits prejudiciais sbre metablism hepátic. As espécies de Allium n ram ecaes em animais pancreatectmiads u ns diabétics cm dses elevadas de STz, mas um eeit insulinsecretr, também, parece imprvável. Especula-se que s dissults pssam retardar a degrega da insulina u acilitar a sua a (BAILEY, 1989) e que a dienilamina seja um princípi hipglicemiante destes vegetais. (KARAWIA, 1984) A Asteracanthus lngilia Linn., Acanthaceae, e a Artcarpus heterphyllus Lam., Mraceae, ram administradas a vluntáris nrmais e diabétics n Sri Lanka. os 20 nrmais pssuíam idade média de 35,5 ans e s 20 diabétics (DMNID), idade média de 51,4 ans. Fram usadas lhas maduras (A. heterphyllus) e a planta inteira (A. lngilia), e preparad decct pr 3 hras, numa prpr que bteve a cncentra de 1g/ml. os resultads reprtam melhra signicativa na tlerância à glicse de Voltar para o sumário
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indivídus nrmais e na glicemia de pacientes DMNID, cm dse ral equivalente a 20g/kg. (FERNANDo, 1991) Durante muits ans, talve décadas, s pacientes diabétics valeram-se d empreg da Catharanthus rseus L., na rma de inus u decc, para bter melhres glicemias. A atividade hipglicemiante i registrada cm diverss alcalides dela etraíds. (MARLES, 1994) Entretant, acmpanhament clínic pssibilitu a bserva de eeits cittics e neurlgics, além de leucpenia e aument d risc de ineces, causads pels alcalides eistentes na planta. (BAILEY, 1989) o eeit anti-hiperglicemiante da Cccinia indica i demnstrad num ensai, dupl ceg, cm pacientes DMNID. o cnsum de 6 cmprimids a dia (a dse n i especicada), preparads cm as lhas, causu uma diminui nas cncentraes basais da glicemia, em cerca de 20%, e melhru ToTG aps 6 semanas. o etrat alclic e aqus das raíes diminuiu a glicemia em mais de 50%, quand administrad a celhs nrmais na dse de 1,25g/kg, e um alcalide tem sid sugerid cm princípi ativ. (BAILEY, 1989) As sementes da Cyampsis tetragnlbus (“indian cluster bean”), que na Ásia é recmendada ppularmente para tratar diabetes, s nte de gma galactmannan (usad para engrssar prduts alimentícis e csmétics). o eeit viscs da gma é um adjunt dietétic para retardar a taa de absr da intestinal de glicse e reduir a hiperglicemia ps-prandial. (WoLEVER, 1978) Além das sementes, acredita-se que a casca da vagem da C. tetragnlbus pssua um princípi antidiabétic. (BAILEY, 1989) A Amrphphallus knjak (“knjac”) é utiliada pela medicina tradicinal japnesa. A planta pssui, em seus tubérculs, plissacaríde glucmannan que age de rma semelhante à gma arábica (“guar gum”). A ecácia, md de a e precaues assciadas cm us de gma e utrs suplements dietétics cm bras ram revists pr Vinik e Jenkins (1988, p. 160-173 ; BAILEY, 1989) Ds ruts verdes da Blighia sapida (“ackee ruit”), da América Central e Árica, já ram isladas as hipglicinas A e B. Estes derivads d ácid aminprpilprpiônic s ecaes em seres humans e animais nrmais e diabétics, prmvend us periéric da glicse e inibind a glicnegnese secundária à inibi
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da ida de ácids gras de cadeia lnga. (SHERRATT, 1969) os eeits tics, especialmente neurglicpenia se cnsumid em jejum, desanimaram estuds cmplementares. A ncividade d eeit hipglicemiante d prdut já resultu em inúmers cass atais. As crianas, especialmente susceptíveis, apresentam um quadr de desaten, náuseas e cnvulses, cnhecida na Jamaica cm “dena d vômit”. (BAILEY, 1989) Na csta este da Árica, a Bridelia erruginea, Euphrbiaceae, é indicada para diabetes e hipertens arterial. o acmpanhament clínic-labratrial de diabétics tip II, em us de dses diárias d etrat aqus de suas lhas, cnstatu a nrmalia da glicemia de jejum (GJ). Na Nigéria, Iwu (1984) mnitriu 12 pacientes (cm mais de 5 ans de DM), mantids na dieta, além de um cp de 30ml d etrat (50mg/100ml, uma inus empregand 100g d p da B. erruginea em 2 litrs de água) durante, n mínim, 8 semanas. A pslgia i mdicada cnrme a necessidade de cada cas. (Iwu, 1984) Dis ram ecluíds prque, n tend apresentad melhra, passaram a tmar também etrat das raíes da Anthcleista djalnensis. oit ds 10 pacientes que usaram a B. erruginea btiveram queda nas médias das glicemias de 250 para 120mg%. N se bservu eeit clateral u tic, tend apenas crrid intlerância cm 1 paciente. Paralelamente, Iwu (1984) realiu um ensai pré-clínic cm etrat aqus e metanlic, ambs cm eeit hipglicemiante, tend cnstatad que s rats tratads cm a B. erruginea, antes da administra d alan, ram prtegids d eeit da les pancreática. o mecanism de a d princípi ativ parece envlver a libera u a ativa da insulina endgena. os relats preliminares sbre s cnstituintes químics da planta apntaram a eistncia de tanins e carbidrats na B. erruginea, enquant que na espécie B. mntana encntru-se ß-sitsterl, heacsanl e tsteris, além de um triterpen n identicad. N seu eperiment ram islads favnides. Já data de 1930 a inrma de que a Gymnema sylvestre, usada n Jap para cntrle da besidade e d diabetes mellitus, prdu queda na glicemia quand em presena de alguma un residual de célula ß. o mascar das lhas able paladar dce (devid a uma ra chamada ácid gymnemic), daí nme ppular “gumar” (“destruidr de aúcar”). o etrat aqus das lhas, chamad de GS4, i administrad na Voltar para o sumário
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dse de 400mg/dia a 27 diabétics insulindependentes, enquant que grup cntrle, de 37 pacientes, permaneceu apenas cm hrmôni. As necessidades diárias da insulina caíram, bem cm a glicemia de jejum, hemglbina glicsilada A1c (HbA1c), prteína glicsilada, amilase e níveis sérics de lipídes. A HbA1c i acmpanhada durante 10-12 meses. A terapia cm GS 4 parece aumentar a insulina endgena pssivelmente pela regenera da célula ß residual ns pacientes DMNID. Alguns pacientes tratads cm GS4 pr um períd de 3 ans desenvlveram episdis de hipglicemia e diminuíram a dse de insulina em até 10 Ul/d. A lng deste períd, alguns pacientes bservaram alívi de dres ns membrs inerires e aument d bem-estar. Shanmugasundaram et al. (1990) destacam as diculdades da eecu deste prtcl junt as pacientes de um hspital rtd, mas argumentam que us da planta pde ser mais um instrument na busca de melhr cntrle glicmic e preven da micrangipatia e de utras cmplicaes crônicas. A ecácia d GS4 (400mg/dia) também i investigada em 22 diabétics d tip II em us de hipglicemiantes rais (Ho). Durante períd de 18-20 meses, s pacientes mstraram redu na glicemia, hemglbina glicsilada e prteína glicsilada, e a dse da drga cnvencinal pde ser reduida. Cinc indivídus puderam dispensar Ho e cntrlar a glicemia, apenas cm cmpst btid da Gymnema sylvestre. Baskaran et al. (1990) interpretaram aument das insulinemias cm indicadr de que as células beta pssam ter regenerad ns pacientes diabétics tip II em us d GS 4. o us tradicinal da Galega cinalis (“gat’s rue” u “rench lilac”), na Eurpa medieval, é eplicad pel seu ric ter de guanidina, substância hipglicemiante. Embra a guanidina tenha-se mstrad muit tica para us clínic, as alquil-diguanidas (sintalina A e B) ram intrduidas cm agentes hipglicemiantes rais, na Eurpa, na década de 20, tend sid relegad a segund plan cm a descberta da insulina. As eperincias cm a guanidina e as diguanidas pssibilitaram a descberta das biguanidas e us atual d metrmin. outra planta rica em guanidina é a lle guayusa, cujas lhas s ainda usadas n tratament d diabetes pels índis curandeirs Amaguajes da América d Sul. o seu etrat causu um retard n apareciment d diabetes em camundngs que receberam estreptcina. (BAILEY, 1989)
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Apesar d seu gst amarg, s ruts da Mrmdica charantia (“karela”; “abbra amarga”, na Índia; “mel-de-s-caetan”, n Brasil) s muit utiliads na Ásia e Australásia, acreditand nas prpriedades prláticas e curativas sbre DM. Na América Central, as partes aéreas de uma espécie silvestre (“cerasee”) s preparadas pr decc. Na Índia e na China, rut é triturad e desidratad para rmar cmprimids. (BAILEY, 1989) Imigrantes da Ásia e da América Central intrduiram na Eurpa cm alternativa para tratament cnvencinal d DMNID, cntribuind para que a M. Charantia seja vegetal mais empregad n mund cm este m. (MARLES, 1994) o cnsum de 50ml de um etrat aqus da karela cm um teste de tlerância cm 50g de glicse causu redu em cerca de 20% nas glicemias ds pacientes tip II, e uma respsta similar i ntada aps 2 a 3 meses de seu cnsum diári. A rma crua u etrat aqus também true hipglicemia em animais saudáveis e alaniads. A administra ral da karela n aumentu a libera de insulina, mas num estud in vitr cm ilhtas isladas huve eeit estimuladr. o rut parece inibir a glicnegnese hepática, além de diminuir a capta intestinal de glicse. Acredita-se que cntenha um peptíde similar à insulina, capa de diminuir as cncentraes da glicse em pacientes tip I quand administrada pr via subcutânea. Uma ra islada – a charantina –, é uma mistura de glicsídes, principalmente ß-sitsterl-D-glicsíde e glicsíde estigmandina. o racinament da karela tem indicad pel mens 2 princípis ativs: um rapidamente eca (n caracteriad) e utr, de a lenta, que está presente em uma ra rica em alcalide. Eeits tics também ram demnstrads cm us de grandes quantidades, cm a les testicular em ces (“karela”) e a infama prtal hepática (“cerasee”). (BAILEY, 1989) o plipeptíde-p, inicialmente chamad de insulina-p, i islad d rut, semente e tecids da Mrmdica charantia. A sua análise indicu um pes mlecular mínim de 11000 e 17 aminácids cm um ttal de 166 resídus. Khanna et al. (1981) cmpararam plipeptíde cm a insulina e destacaram a eistncia de um aminácid etra, a metinina. Em estuds subseqentes em animais, de eeit duradur e pic entre 4-8 hras, n se registru eeit clateral n ensai clínic. Na pini de Khanna et al., at de que princípi ativ deriva de planta representa menr pssibilidade de crrncia de reaes antignicas (especialmenVoltar para o sumário
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te prque s seus resultads s cmparads a us clínic da insulina bvina). A opuntia streptacantha Lemaire é uma espécie de cact (“npal”, n Méic), send seu tal muit utiliad pels diabétics. Quand cnsumid, assad, antes das reeies, pr 10 dias, crreu uma queda média ns níveis glicmics de 63,4mg/dl. A ingesta d cact também diminuiu a eleva ds níveis glicmics em humans e em animais de eperimenta submetids a detrsl. Na dse de 100g d npal, pr Vo, n se bservu dierena signicativa na GJ u ns testes intravenss de tlerância à glicse, levand a acreditar que seus eeits decrram da presena de bras. Eeits semelhantes as btids nesta dse crrespndem as btids cm simples aument da ingesta de bras na dieta. (FRATI-MUNARI, 1988 ; BAILEY, 1989) Frati-Munari et al. reslveram empregar dses mais elevadas da o. Streptacantha (500g) num ensai clínic cm trs grups semelhantes quant à idade d paciente e dura d DM, para bservar se seu eeit era dse-dependente. o cact i clhid e armaenad a 4°C pr mens de uma semana. o grup I, cm 16 indivídus (12 usavam Ho), ingeriu 500g d vegetal (assad imediatamente antes). N grup II, 10 pacientes (tds cm Ho) tmaram apenas 300ml de água. o grup III, cm 6 pacientes (4 em us de gliburida), recebeu s 2 esquemas anterires (tmu água e npal), bem cm um teste cm placeb. Para se avaliar se eeit sbre a glicemia dependia apenas da bra, i empregada uma abbra (“ucchini”), cuja cmpsi (bras, prteínas, carbidrats etc.) é prima à d npal. os Ho ram retirads 72 hras antes d ensai e dsadas glicemia e insulinemia ns temps 0, 1, 2 e 3 hras. N grup I, a queda na glicemia i prgressiva a partir de uma hra, cm redues nas médias de 19,0mg/dl (1h); 23,8mg/dl (2h) e 39,1mg/dl (3h). Curisamente, s níveis sérics de insulina também reduiram prgressivamente ns temps estudads, send atribuída a menr estímul para secre (níveis bais de glicemia). os indivídus d grup II n apresentaram mudanas aps a ingesta d vlume de água equivalente a que eiste em 500g d npal. Tant placeb quant npal pssuem cerca de 20kcal/g e teres semelhantes de bra, mas últim n causu eeit hipglicemiante. os autres destacam que a diminui da rela insulina/glicse sugere um aument da sensibilidade às aes da insulina e um pssível eeit
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hipglicemiante decrrente d aument da utilia intracelular da glicse. Fram discutidas algumas hipteses para eplicar a ausncia de respsta n estud prévi (usand 100g): 1. eeit hipglicemiante surge apenas em diabétics u, apenas, quand a hiperglicemia está presente; 2. dse insuciente; 3. apenas algumas espécies de opuntia, cm npal, tm eeit hipglicemiante; 4. npal pde ter uma a hipglicemiante prpria, ainda descnhecida, além da presena de bra. (FRATI-MUNARI, 1988) o us clínic, n Méic, das lhas da Tecma stans encntru embasament cientíc cm a descberta de seus alcalides hipglicemiantes, a tecmina e a tecstanina. (HAMMoUDA, 1964 ; MINGoIA, 1967) Estes agentes eercem eeit rápid, dentr de 2 hras, quand administrads pr via EV em celhs nrmais e alaniads, mas ram inecaes em celhs pancreatectmiads. Além dist, estes alcalides apresentaram raca estabilidade e necessitariam de grandes dses para us clínic. (BAILEY, 1989) Braggi et al. (1995), um grup de armaclgistas e biquímics da USP, btiveram etrat alcalídic ds ruts verdes da Tecma stans, Juss submetids à etra cm clrrmi. os alcalides ram administrads em rats nrmais e diabétics (cm STz na dse de 30mg/kg EV) na dse de 250mg/kg (estud de 2 hras d eeit agud) e de 500mg/kg/dia, em duas tmadas, durante 15 dias. A cntrári d grup cntrle, s animais diabétics apresentaram queda na glicemia, send encntrad eeit hipglicemiante apenas n ensai agud. Na era pré-insulina, as lhas da Vaccinium myrtillus (“billberry”) eram muit utiliadas n tratament d diabetes, mstrand-se eca na redu da glicsúria e hiperglicemia ps-prandial na mairia ds pacientes adults, mas, raramente eca ns pacientes jvens. Ficu cmprvad que etrat aumenta a a hipglicemiante da insulina egena e redu as necessidades d hrmôni. A planta é bem tlerada e n prdu eeits adverss durante us prlngad. Fi islad um princípi ativ glicsíde, a nemyrtylina. (BAILEY, 1989) A m de investigar eeit d ginseng sbre pacientes DMNID Voltar para o sumário
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recém-diagnsticads, um grup de pesquisadres da Universidade de oulu, Finlândia, realiu um ensai clínic dupl-ceg cm 36 pacientes. Dividids em 3 grups, estes pacientes eram us alternad – randmiad – de ginseng (100 u 200mg) u placeb. A atividade ísica ds indivídus, que também receberam um minicurs de 14 hras e rienta dietética, i acmpanhada pr 8 semanas anterires a iníci d us da planta. os resultads d estud apntam para a melhra d estad de humr, da capacidade psicmtra, redu da glicemia de jejum e d pes crpral. Na dse de 200mg de ginseng, huve melhra da hemglbina glicsilada e da atividade ísica. Cm placeb bteve-se apenas a perda pnderal e diminui ds lipídes sérics. (SoTANIEMI, 1995)
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“A resolução da 31ª Assembléia da Organização Mundial da Saúde recomenda o completo inventário, avaliação da efcácia e segurança, bem como a padronização de plantas medicinais.”
(Gharaibeh, 1988)
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ESTUDOS FARMACOLÓGICOS DE PLANTAS ANTIDIABÉTICAS
Lui Antni Raneir de Bragana Alguns levantaments sbre plantas antidiabéticas merecem especial registr. Rahman (1989), d Institut de Pesquisa em Química, Universidade de Karachi, d Paquist, apresentu 383 trabalhs n mund, entre 1907 e 1988, em que 343 plantas antidiabéticas mstraram atividade armaclgica cmprvada. Sua revis erece uma tabela cm inrmaes sbre a parte da planta empregada, a naturea ds etrats usads, nme de alguns princípis ativs já islads e prvável mecanism de a. N mesm an, Bailey e Day (1989), da Unidade de Pesquisa em Diabetes, da Universidade de Alstn, Inglaterra, publicaram em cnceituada revista diabetlgica, a Diabetes Care, a estimativa de que mais de 400 plantas representam “a pedra angular d tratament d diabetes mellitus em muits países” (BAYLEY, 1989), muitas das quais cm mecanism bem denid. Já estud de Ivrra et al. (1989), que reúne armaclgistas das Universidades de Valncia e Madri, Espanha, divide as plantas cmprvadamente hipglicemiantes cnrme princípi ativ e a amília vegetal. Para acilitar cnheciment das plantas cnsideradas úteis n tratament d diabetes e que já ram pesquisadas, Ane 1 apresenta uma listagem cm nme cientíc, ppular, país nde i empregada, tip de estud e reerncia(s) bibligráca(s). Estams cnvencids de que é indispensável agrupar e cnvergir, sbre cada espécie vegetal usada cm antidiabética, s trabalhs agrnômics, btânics, tquímics, armaclgics (ensais pré-clínics e clínics), ticlgics, armactécnics etc. Este capítul erece uma vis das etapas envlvidas até a descberta e utilia de nvs ármacs e uma cletânea preliminar de estuds cientícs realiads cm plantas úteis n tratament d diabetes mellitus. S apresentads alguns mdels de ensais armaclgics pré-clinics e clínics, as recmendaes da Crdena de Pesquisa e Desenvlviment Cientíc da CEME e, pr últim, as bservaes sbre alguns ds eeits tics de plantas antidiabéticas já descrits. Voltar para o sumário
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ESTUDOS FARMACOLÓGICOS Cerca de 240 milhes de dlares s investids n desenvlviment de um únic medicament nv. Este mntante se deve as gasts na pesquisa de mléculas úteis (cerca de 5.000 a 10.000 mléculas pdem surgir a cada nva drga útil intrduida n mercad) e a custei de estuds básics e clínics detalhads até que se alcance uma mlécula nal (BERKoVITz, KATzUNG, 1994 ; FERREIRA, 1994). Pr esses mtivs, a mairia ds nvs ármacs é desenvlvida ns labratris das grandes indústrias armacuticas que, bviamente, s investiriam em prduts naturais mediante a garantia de retrn nanceir. Aprimadamente 90% ds nvs ármacs s btids nessas indústrias cntra 9% de universidades e entidades acadmica send apenas 1% pels labratris de pesquisa ciais (FERREIRA, 1994). Marles e Farnswrth (1994) sugerem que a revis ds critéris gvernamentais sbre s métds para a cmprva da ecácia e segurana de prduts naturais tradicinalmente usad, reduiria substancialmente s custs das pesquisas. Berkvit e Katung (1994) e Ferreira (1994) erecem uma revis sbre as avaliaes básica e clínica ds nvs medicaments. os candidats a nvs medicaments s identicads, em geral, a partir de uma das seguintes abrdagens:
1 Modicação química de uma molécula conhecida A partir de uma drga mdel as pesquisas se destinam a sintetiar nvas substâncias cm mair ecácia u seletividade. A mdica estrutural de um ármac é um métd de cust mais raável e que erece bas perspectivas para a descberta de nvas drgas e muit superires a prttip utiliad. Fi assim que surgiram as sulniluréias, agentes antidiabétics rais clássics, a partir da bserva de hipglicemia em pacientes cm ebre tiide, tratads cm as primeiras sulas e s diurétics tiaídics, a partir de inibidres da anidrase carbônica.
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2 Pesquisas de produtos naturais Inúmers s s eempls rnecids pela histria ds medicaments btids de prduts naturais: acid acetilsalicílic u aspirina (mdel para s analgésics e antiinfamatris), atrpina (imprtante antiespasmtic), eedrina, caeína, ccaína (mdel para anestésics lcais), curare, digital, emetina, mrna, pilcarpina etc. Investiments macis tm sid destinads às pesquisas de prduts naturais para tratament d câncer, AIDS, hipertens arterial etc. os prduts naturais representam uma nte praticamente inesgtável de nvs medicaments. Estima-se que mens de 10% das plantas ram estudadas cienticamente d pnt de vista da sua utilia medicinal. N Brasil, puc mais de mei pr cent das 120 mil de suas espécies vegetais nativas i submetida a pesquisas químicas e armaclgicas.
3 Planejamento racional Baseia-se na cmpreens ds mecanisms bilgics das denas e n cnheciment das macrmléculas ns tecids que est envlvidas e cupam psi chave (alv), buscam-se, ent, as substâncias endgenas que atuam sbre alv (eetres). Estes eetres, pr sua ve, ser usads cm mdel para a pesquisa de nvas pes de ármacs, mais especícs para tratament da dena. Apenas um númer pequen de drgas surgiu pr esta via. Independentemente da nte da mlécula, é necessári que, antes da sua prescri para a ppula, ela passe pr uma sequncia de estuds armaclgics em diverss níveis: a) Molecular, buscand cnhecer a anidade e seletividade pels receptres e seus subtips; identicar a pssível intera cm enimas e metablism (e. citcrm P-450); b) Celular, evidenciand s eeits da drga sbre receptr e uncinament da célula. Também s usads tecids islads, para melhr cnhecer as repercusses sbre um rg u aparelh; e c) Sistemas e modelos de doença . Estuds in viv, para avaliar a ecácia da drga, inicialmente em mdels animais.
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Em rela a diabetes mellitus, as substâncias s testadas, na busca de um eeit hipglicemiante, através d aument da secre de insulina. N bstante seja cnsiderad primeir e mais imprtante eeit a ser pesquisad numa planta antidiabética, é cert que muits utrs mecanisms devem ser aventads. Cabe lembrar, cm eempls, cmple metablism ds carbhidrats, as inúmeras aes da insulina e ds hrmônis cntra-reguladres, a regula d receptr de insulina e s mecanisms que geram resistncia às aes d hrmôni; bem cm mecanism de a das drgas usadas para cntrle da glicemia: sulniluréias, biguanidas, acarbse e s resultads de alguns estuds cm plantas revists anterirmente.
ESTUDOS FARMACOLÓGICOS COM PLANTAS ANTIDIABÉTICAS Modelos pré-clínicos e clínicos sugeridos pela CEME N Brasil, a Crdenadria de Pesquisa e Desenvlviment Cientíc da Central de Medicaments – CEME estabeleceu cndies gerais e diretries básicas para estuds pré-clínics e clínics em plantas medicinais e recmenda algumas reerncias bibligrácas relevantes sbre tema. os métds de estud para análise de drgas hipglicemiantes ram dividids em eperiments in viv e in vitr. Ns estuds in viv, a a de substâncias sbre a hmestasia da glicse pde ser avaliada sb váris parâmetrs ns animais anestesiads (send recmendads ces, gats e rats). Pder ser bservads s parâmetrs: glicemia de jejum (GJ), insulinemia, teste de tlerância à glicse (GTT) e teste de tlerância à insulina (ITT). Para melhr caracteriar quadr de hiperglicemia e s eeits da planta, seria útil registrar ainda: cnsum de água, vlume urinári, glicsúria e cetnúria, pes ds rgs (rins, pâncreas, grdura epididimal e perineal), glicgni hepátic. Em seres humans dever ser registrads s parâmetrs relacinads cm a GJ, Insulinemia, GTT ral e GTT endvens. Ns eperiments in vitr, cm a nalidade de cmpletar as inrmaes cnsideradas indispensáveis para esclareciment Voltar para o sumário
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denitiv d mecanism de a de drgas hipglicemiantes, prgrama de pesquisa de plantas medicinais hipglicemiantes sugere s seguintes testes: 1 - Incrpra da glicse ns tecids adips e muscular; 2 - Quantica de receptres de insulina; 3 - Fisilgia de Ilhtas de Langerhans isladas: a) secre de insulina; b) metablism da glicse e utrs substrats; c) incrpra de íns (istps K +, Ca++ etc.); d) efu ds reerids íns; e) atividade elétrica das células b; ) síntese prteica (síntese de insulina); e g) cntrle da secre de insulina e demais parâmetrs: pel AMPc; pr mediadres d simpátic e d parassimpátic.
Ensaios armacológicos realiados no Brasil e no mundo Ns inúmers ensais armaclgics raliads cm animais, a parte da planta é, em geral, esclhida cnrme us ppular (rai, caule, ruts, brts, sementes, planta inteira etc), daí a relevância d estuds etnarmaclgics. Sabedres das pssíveis dierenas na cncentra d princípi ativ, alguns autres precupam-se em inrmar sbre as cndies de cleta (lcal, épca d an etc.) e cnserva d vegetal. Em certs eperiments, ram cmparads s eeits das diversas partes da planta, u ds dierentes estágis de fra, para se avaliar a infuncia sbre a glicemia, cm s trabalhs de Al-Kharaji (1993), Ali (1993), Atique (1985) e Trres (1980). Quant à rma de prepar, ram usads etrat aqus u decc (mais reqentemente), etrat etanlic (AJABNooR, 1984a, b ; BRAHMACHARI, 1963 ; MASCoLo, 1989 ; VENKATERSWARLU, 1993), etrat metanlic (AKHTAR, 1985, VENKATERSWARLU, 1993 ; UR-RAHMAN, 1989) u mesm suc da planta crua (AKHTAR, 1985 ; IBAñEz-CAMACHo, 1989 ; JAIN, 1973). A administra d material se deu mais cmumente pr via
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ral, send também utiliadas as vias IP, EV e SC especialmente ns prtcls interessads em eliminar pssível eeit sbre a absr intestinal de glicse (ESSMAN, 1984 ; GHARAIBEH, 1988 ; KATo, 1993; KUPIECKI, 1974 ; NoGUEIRA, 1984b ; NoGUEIRA, 1986 ; NYARKo, 1993 ; TAKAHASHI, 1985). o eeit de plantas sbre ToTG i pesquisad pr alguns autres (FERNANDo, 1989, 1991 ; PIRES, 1984). Diverss animais ram empregads ns ensais armaclgics pré-clínics: camundngs, rats, celhs e ces, sadis e/u hiperglicmics. Em alguns cass a hiperglicemia i prvcada pela sbrecarga de glicse u pela administra de adrenalina (ALI, 1993 ; BAJPAI, 1991; BRAHMACHARI, 1961; CHATToPADHAY, 1993 a, b e c ; KATo, 1993 ; KIMURA, 1981a ; oGA, 1980). o diabetes mellitus i induid pr drgas que lesam a célula da ilhta de Langerhans, cm alan (AKERELE, 1992 ; AKHTAR, 198, 1985 ; IWU, 1990 a, b, c ; JAIN, 1973, 1975, LAMELA, 1989 ; PRESTA, 1986 ; RAo, 1994 ; SHANI, 1974) e a estrepttcina, também chamada de estreptcina, STz (ALI, 1993 ; CHATToPADHYAY, 1993a, c ; KARAWYA, 1984 ; KATo, 1993 ; MoRRISoN, 1982 ; PALANICHAMY, 1982) u pr mei de pancreatectmia. (HAMMoUDA, 1964 ; IBAñEz-CAMACHo, 1979, 1983). Alguns estuds evidenciaram que etrat da planta pde ser capa de melhrar ToTG ns animais “mderadamente” diabétics. A ausncia de respsta levu pesquisadr Nr (1989a) à cnclus de que a planta atua pr estímul diret na célula beta da ilhta. os rats que n receberam alan n sreram mdica signicativa da glicemia: “ocrre um aument ds receptres de insulina ns animais diabétics alaniads” (GRoDSKY,1982 apud NooR 1989a). Assim, um pequen aument na insulinemia pde ser capa de causar mair eeit hipglicemiante ns animais “mderadamente” diabétics d que ns nrmais. Segund Rerup (1970, p. 485-581) apud Sheehan (1983), eeit diabetgnic d alan é imprevisível pr muits dias aps a administra, send reqentemente caracteriada uma respsta triásica: hiperglicemia inicial, hipglicemia pr 24-48 hras e, ent, uma hiperglicemia em geral permanente. Assim, quand se deseja estudar a ecácia de uma drga sbre a glicemia n animal cm diabetes tip I, s eeits devem ser avaliads smente aps Voltar para o sumário
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a 3ª ase. Um eperiment destacu-se pr avaliar eeit da planta em dierentes animais (c, celh e rats) e também pr bservar a respsta da glicemia em animais nde alan i administrad aps a pancreatectmia, visand eliminar cmpletamente a respsta residual da célula b (IBAñEz-CAMACHo, 1983). Alguns ensais ram realiads cm pâncreas u célula b islads (ALI, 1993 ; CoSTA, 1975 ; KHAN, 1994 ; NooR, 1989a, b ; WAKI, 1982). As glicemias ram btidas em temps diverss, send eitas, reqentemente, múltiplas cletas, para bten de curvas de 20 a 24 hras, aps a administra d etrat. Huve cas em que eeit i bservad pr apenas 3 hras (CHATToPADHYAY, 1993) e utrs que estenderam pr 96 hras (UR-RAHMAN, 1989). Alguns eperiments valeram-se da dsagem cncmitante de insulina. os animais ram distribuíds em grups de 5 a 10, e alguns prtcls utiliaram dierentes cncentraes da drga vegetal, cmpararam cm slu salina e/u cm ármacs hipglicemiantes rais (Ho) cnvencinais, cm a clrprpamida (KHAN, 1994; MoDESTo-FILHo, 1989 ; SHANI, 1974), tlbutamida (AKHTAR, 1985 ; BRAHMACHARI, 1961, 1962, 1963 ; JAIN, 1973 ; MINGoIA, 1967 ; SIRINIVAS, 1993); glibenclamida (PALANICHAMY, 1982) e enrmin ( RAo, 1994b). Na literatura cnsultada ram encntrads pucs ensais ticlgics de plantas antidiabéticas em que a dse letal (DL50) i determinada. (AKHTAR, 1991; ANAND, 1989 ; MoDESTo FILHo, 1989 ; TWAIJ, 1988 ; YWU, 1990) o tip de tratament dad a animal durante ensai pde infuenciar ns resultads, devid a stress que pde ser prvcad pela manipula (MoSSA, 1985) e até pel us de anestésic: “o pentbarbital sdi causa um deeit na assimila periérica da glicse, prvcand intlerância à glicse e hiperglicemia, apesar de níveis adequads de insulina.” (DAVIDSoN, 1971, AYNSLEY-GREEN, 1973 apud NooR, 1989a)
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ENSAIOS CLÍNICOS CLÁSSICOS As investigaes clínicas tm bjetiv principal de estudar valr teraputic u prlátic de uma drga, seus riscs e eeits claterais e a cne relativa destas avaliaes. os estuds cm seres humans devem ter especial precupa cm a rela risc beneíci. A pesquisa de uma nva drga deve estar assciada cm a máima aten as direits, à segurana, e a bem-estar ds indivídus. A seqncia clássica de etapas de ensais clínics recmendadas para nvas drgas pdem ser cnsultadas em Berkvit e Katung e Granville de oliveira (1994). Neste últim encntra-se ainda uma discuss sbre a sele ds pacientes, métds de avalia das respstas, as mdalidades de ensais e as estratégias para melhrar a cmpliância ( d term cmpliance, ades d paciente a tratament). A histria está repleta de descbertas que n teriam sid eitas cas a investiga tivesse sid blqueada pr métds estabelecids”. Neste sentid, é interessante que se evitem s mdels infeíveis de pesquisa, que pderiam “levar à perda de ruts de idéias riginais. (MURAToRI, D’ÁVILA, 1985) obviamente, qualquer aspect de um estud individual, naturea e reqncia ds testes de labratri , períd de bserva da drga, interval entre as visitas etc... embra delineads de rma geral, devem permanecer aberts à mdica de acrd cm melhr interesse a paciente (MURAToRI, D’ÁVILA, 1985).
Cm a histria natural da mairia das denas é bastante variável, em especial d diabetes mellitus, reqentemente recmenda-se que um númer cnsiderável de indivídus seja acmpanhad pr um lng temp. Sempre que pssível, e para evitar errs de interpreta ds resultads, s estuds prlngads devem ter um planejament crss ver. Neste sentid, em seqncias variadas, s grups de pacientes e/u vluntáris sadis devem ser acmpanhads pr períds utiliand placeb (substância sem eeit teraputic), medicament pesquisad e/u um ármac padr (e. uma sulniluréia) alternadamente. Granville oliveira (1994) argumenta que s ensais cm trataments múltipls induem a surgiment de sérias diculdades estatísticas e, assim, planejament deve cnter menr númer pssível de medicaments. A imprtância de se cnsiderar eeit placeb está n at de que mesm crre, estatisticamente, em 20 a 40% ds pacientes
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em quase tds s estuds (BERKoVITz KATzUNG, 1994). Este enômen deve ser avaliad pela administra de material inerte, dentre utrs cm aparncia, dr, cnsistncia eatamente iguais à da rma armacutica ativa. Se levarms em cnta us tradicinal das plantas antidiabéticas, em geral cm chás (muitas vees cm sabr e arma característics), a bten de um placeb trna-se, assim, muit diícil. A tendencisidade d paciente e d eaminadr é utr aspect de grande relevância quand da realia de ensais clínics. os chamads estuds cegs simples permitem, cm a deni de grups cntrle, aastar a tendncia ligada a paciente. A equipe cnhece medicament que indivídus recebe aleatriamente (50% usará placeb e 50% ármac estudad). Para diminuir a pssibilidade de que médic u a equipe passem a paciente as suas epectativas e cmprmetam s análises ds dads btids, surgem s chamads estuds dupl-ceg. Neste cas, tant pesquisadr quant indivídu descnhecem se está em us drga u placeb, permitind anular envlviment de ambs até que a términ d estud cnhecem a identidade da medica, guardada pr uma terceira pessa.
ESTUDOS CLÍNICOS COM PLANTAS ANTIDIABÉTICAS “os mdels de diabetes eperimental n pdem ser ttalmente cmparads às cndies humanas da dena” (IBAñEz-CAMACHo, 1983). Desta rma, as pesquisas em seres humans para testar a ecácia de chás de plantas medicinais trnam-se necessárias. Eliabetsky (1987) argumenta que, bedecend as nrmas estabelecidas para eperiments clínics, estes ensais s justicads, uma ve que us tradinal pela ppula, pr sucessivas geraes, já teria detectad ticidades sérias. A prpsta de se estudar a ecácia d chá da planta, n esperand pel islament ds princípis ativs, undamenta-se em algumas bservaes: 1. esta é a rma de empreg pels pacientes e a cnrma ds resultads acilitaria a sua distribui cm bai cust; 2. s eeits de chás reerids pela ppula nem sempre s
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cnrmads cm estuds cm etrats (ELIzABETzKY, 1987). Baseand-se n at de que as plantas selecinadas em suas rmas mais usuais de utilia n demnstraram, através de seu us ppular, aes ticas e devid à necessidade de cmprva na espécie humana, a cmiss admite que s ensais clínics em cndies denidas pssam ser desenvlvidas em paralel as testes pré-clínics tant armaclgics cm ticlgics. (CEME, CoPESQ, s.d., p. 2)
os estuds de plantas antidiabéticas já realiads cm a participa de seres humans cntaram mais reqentemente cm pacientes diabétics d tip II, n insulindependentes (DMNID) (BAILEY, 1989 ; BASKARAN, 1990 ; FERNANDo, 1991 ; FRATI-MUNARI, 1988 ; GHANNAM, 1986 ; IWU, 1984 ; MoDESTo FILHo, 1989,1990 ; PRESTA, 1986 ; RUSSo, 1986, 1990). Mais raramente s encntrads relats cm pacientes d tip I, insulindependentes, (DMID) (KHANNA, 1981; SHANMUGASUNDA RAM, 1988). Um destes ensais, de lnga dura, cm vluntáris prtadres de DMID, cnstatu a necessidade de diminui da dse diária de insulina (SHANMUGASUNDARAM, 1988). As plantas ram preparadas na rma de decc u inus em estuds aguds, de algumas hras (BAILEY, 1989 ; FRATI-MUNARI, 1988) u de pucas semanas (GHANNAM, 1986 ; IWU, 1984 ; PRESTA, 1986 ; RUSSo, 1986, 1991, send rar us pr temp prlngad (BASKARAN, 1990), SHANMUGASUNDARAM, 1990). Alguns prtcls intercalaram períds de acmpanhament ds pacientes tratads eclusivamente cm dieta e dieta mais a planta (MoDESTo FILHo, 1989 ; PRESTA, 1986 ; RUSSo, 1990). Ns ensais cm humans devem ser cuidadsamente cnsideradas as infuncias da dieta, atividade ísica diária e eercícis, empreg de autmedica (vitaminas, analgésics, antiespasmtics e utras drgas cm a sbre trat digestiv etc.), distúrbis emcinais, stress n deslcament d indivídu para s centrs de pesquisa, cndies de cleta e jejum nturn. Estes e utrs atres intererem sbre cntrle glicmic e a interpreta ds resultads que crreriam em ensais clínics de média a lnga dura (semanas a meses). Testes aguds, cm dse úniVoltar para o sumário
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ca, pdem ser realiads, assemelhand-se as testes dinâmics cmumente empregads pela Endcrinlgia na avalia da reserva de secre hrmnal (investiga da un tireideana, hipsária etc.). Neste cas pderiam ser realiads para averiguar pssível estímul d chá da planta sbre a secre de insulina (mecanism de a principal das sulniluréias). Na sele da casuística, s vluntáris nrmais devem ser submetids a teste ral de tlerância à glicse (ToTG) para ecluir a presena de DM, send usad critéri da organia Mundial da Saúde u d Diabetes Data Grup. Na rma mais simplicada, s cnsiderads nrmais s indivídus que apresentam glicemia de jejum (GJ) e duas hras aps 75 g de detrsl 140 mg/dl. os diabétics mstram GJ 140 u 200 mg/dl n segund temp (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1993). os dis grups, diabétics e n-diabétics (quand prevists para participar d ensai), devem ser submetids a uma minucisa anamnese para registr de idade, pes, sintmatlgia d diabetes e utras queias atuais, histria patlgica pregressa (denas prévias), histria scial (hábits, hbbies e estil de vida), histria amiliar (para diabetes, dislipidemias e predispsi para denas diversas inclusive neplasias), inrmaes sbre us prévi e/ u atual de chás e plantas medicinais e utrs medicaments. A seguir, s indivídus devem passar pr eames clínics de rtina e detalhads eames cmplementares. Sbre s diabétics devem ser btidas inrmaes detalhadas quant a temp de dena e perl d tratament, ades e tip de dieta e sbre us ds hipglicemiantes rais (tip, pslgia) e/u insulina. Diverss s s desenhs de estuds visand a cnrma da ecácia das plantas medicinais para diabetes. Cm a nalidade de que se ampliem as discusses a respeit, s apresentadas, a seguir, as prpstas de cndies para a partipa ds vluntáris n ensai clínic: 1. Ser paciente prtadr de DMNID u vluntári n diabétic identicad pel ToTG cnrme s critéris acima descrits; 2. Histria patlgica pregressa negativa para denas hepáticas e renais, alclism, inarte agud d micárdi, cnsum de drgas diabetgnicas (diurétics, gliccrticides etc.) e/u stress cirúrgic há pel mens 6 meses; Voltar para o sumário
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3. N ter eit us de chá de plantas (u utra rma de apresenta) pel períd mínim de 15 dias u qualquer medica hipglicemiante ral pr, pel mens, 72 hras; 4. os indivídus dever ser inrmads acerca da naturea e riscs da pesquisa e assinar dcument autriand a sua inclus (CoNSELHo NACIoNAL DE SAÚDE, 1988).
ESTUDOS DE TOxICIDADE ESTUDOS TOxICOLÓGICOS CLÁSSICOS Se de um lad já é “impssível a determina eata d grau de segurana n us de drgas” (ARAÚJo, 1994), cnsiderand-se uma substância isladamente, muit mais cmple seria armar que cnsum de chás de plantas (cntend inúmeras substâncias) n envlve riscs. Berkvit e Katung (1994) sugerem que s uturs ármacs, que passam pels prcesss iniciais de pesquisa e caracteria, precisam ser cuidadsamente avaliads quant as dans ptenciais antes mesm de cmearem s testes clínics. Nenhum cmpst químic é isent de pssíveis reaes e muit mens se pde dier “cmpletamente segur”, ist prque uma gama de atres pdem estar envlvids, sejam eles ligads à drga (prpriedades ísicas, absr, distribui, metablism, elimina e mecanism de a); às características d paciente (idade, pes, se, unes: hepática, renal, cardivascular etc.) e também à dena. N entant, é pssível estimar-se risc assciad à epsi a um agente químic sb cndies especícas através de testes adequads. A oMS cnsidera que muits eeits das drgas bservads em animais tm valr para a espécie humana sugerind, assim, um larg empreg ds testes ticlgics na determina da segurana das drgas. Uma valisa revis a respeit i elabrada pr Araúj (1994). Em linhas gerais, s estuds ticlgics pdem ser dividids em:
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1. Ticidade aguda os estuds de ticidade aguda btém a dse aguda letal em 50% ds animais (DL50) - cncentra capa de prvcar a mrte de metade ds animais submetids à drga, buscand cnhecer a dse máima tlerada em uma única tmada u em algumas dses administradas em pequens intervals. Parâmetrs cm: cmprtament, tremres, cnvulses, lcm, respira, vômits, perda de cntrle de esíncter etc. devem ser antads (pr duas semanas u mais) pis pdem sinaliar a causa mrtis d animal. Estes sinais apntam para s eames cmplementares (histpatlgic, necrpsia etc.) cm rgs pssivelmente envlvids. Habitualmente s estudadas duas espécies e dierentes vias de administra em grandes dses únicas. Quand a drga se destina a crianas s adtads critéris ainda mais rigrss. 2. Ticidade subaguda Esse estud tem cm bjetiv bserva s eeits de dses múltiplas, em duas espécies animais em trs dses, send especialmente imprtante na análise de medicaments destinads a us prlngad – crônic – em seres humans. Pde haver necessidade de cerca de 6 meses antes d ensai clínic. Quant mais demrada r a previs de temp para este últim, mair deve ser a dura ds testes subaguds. Nesta etapa s utiliads estuds de sangue (biquímica, hematlgia etc.), da urina e de tecids (histlgia, autpsia e micrscpia eletrônica) na busca de rgs-alv de ticidade. 3. Ticidade crônica Durante períd de um a dis ans, s animais s submetids, diariamente, a medicament para se identicar, pr mei ds testes descrits acima, quais s rgs susceptíveis à ticidade da nva drga. Pel mens duas espécies de animais devem ser usadas – uma redra e utra n redra –, devend ser acmpanhads regularmente s seguintes parâmetrs: aparncia e cmprtament; ganh u perda de pes; cnsum de água e aliment; alteraes culares;
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alteraes cardivasculares e de utrs sistemas. De md geral, as espécies animais dierem muit nas respstas às drgas devid às particularidades quant as mecanisms de absr, distribui, bitransrma e ecre. Fatres ligads à dieta (qualidade, ter prteic, cntaminantes cm s inseticidas), qualidade da água cnsumida, cndies ambientais cm temperatura e umidade, ineces, parasitses etc., também pdem causar alteraes ns resultads. Ns estuds ticlgics crônics s tecids de tds s animais epsts à drga devem ser eaminads macr e micrscpicamente. Estes acmpanhaments crônics, s especialmente relevantes n cas de ármacs destinads a us prlngad pel hmem, send eventualmente realiads em paralel a ensai clínic. A presena de leses patlgicas induidas pr dses ecessivas em animais n impede a realia de ensais clínics, mas é indispensável para se estabelecer critéris de mair segurana para sua administra a seres humans.
4. Eeits sbre as unes reprdutras: Estuda s eeits sbre cmprtament d acasalament animal, reprdu, parturi, prgnie e deeits cngnits (teratgnese). Estuda, prtant, as infuncias da drga, desde a ertilidade até períd ps-natal e a lacta. 5. Ptencial carcingnic: Avalia, pr dis ans, em duas espécies animais, a pssível capacidade d medicament induir câncer. S realiads estuds de hematlgia, histlgia e autpsia. 6. Ptencial mutagnic: Analisa eeit da drga sbre a estabilidade genética das bactérias (teste de Ames) u das células cultivadas de mamíers. outras medidas de investiga incluem a dse sem eeit, a dse limite nde determinad eeit tic n é bservad; a dse letal mínima, a menr dse capa de prvcar a mrte para qualquer animal. A DL50 é empregada para cmparar as ticidades ds cmpsts em rela as dses teraputicas. As “dses” descritas acima s úteis para cálcul das dses iniciais a serem testadas em humans. (BERKoVITz, KATzUNG, 1994) Voltar para o sumário
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os estuds pré-clínics s indispensáveis para a cmpleta avalia de uma nva drga, minimiam s riscs para s seres humans, mas apresentam limitaes tais cm: 1. Demra, pdend durar de dis a cinc ans; 2. Cust elevad. Para cada medicament bem-sucedid estima-se um gast de milhes de dlares, em estuds pré-clínics armaclgics e ticlgics; 3. Necessidade de utiliar de um grande númer de animais, encntrand a resistncia de alguns segments da ppula; 4. Limitaes de transerir para seres humans a cnabilidade ds estuds ticlgics realiads em animais; 5. Impssibilidade de identica de eeits claterais rars.
ESTUDOS TOxICOLÓGICOS RECOMENDADOS PELA CEME ESTUDOS TOxICOLÓGICOS EM ANIMAIS N Brasil, as nrmas que regem s ensais pré-clínics ticlgics de nvs prduts, cnstantes na reslu nrmativa n 1/78, da Câmara Técnica d Cnselh Nacinal de Saúde, cntém inrmaes de caráter geral sbre s testes a serem realiads. A deni e a especica ds eperiments ram elabradas pela Crdenadria de Pesquisa e Desenvlviment Cientíc (CoPESQ) da CEME, cm a participa de cientistas brasileirs e transcritas a seguir:
CONSIDERAÇõES GERAIS SOBRE ExPERIMENTOS TOxICOLÓGICOS: ESPÉCIE ANIMAL: As dierentes espécies animais devem pertencer a linhagens bem denidas, n devem ser utiliadas linhagens cm prpriedades genéticas especiais.
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DETALHES ExPERIMENTAIS: os animais a serem utiliads devem ser jvens cm saúde, e parâmetrs idntics cm rela a pes e idade; As cndies d ambiente e alimenta devem permanecer cnstantes, durante a realia ds eperiments; N usar inseticidas n bitéri, nem usar qualquer tip de antibitic, durante transcrrer ds eperiments; Distribui, a acas, ds dierentes grups; Cm regra, a via de administra da drga deve ser aquela pretendida para us clínic. GRUPoS-CoNTRoLE: Sempre requerids, pdem receber placeb u veícul usad na cmpsi da substância.
TOxICIDADE AGUDA OU EFEITO DE UMA DOSE úNICA OU EFEITO DE VÁRIAS DOSES ADMINISTRADAS NO PERÍODO DE 24 HORAS: ESPÉCIE ANIMAL: 2 u 3, send 1 de n-redr. SExo E NÚMERo DE ANIMAIS: 10 machs e 10 meas (redres); 3 machs e 3 meas (n redres). IDADE: Animais adults u também recém-nascids, quand cmpst tem sua utilia prpsta para períd perinatal. VIA DE ADMINISTRAção: Usar aquela prpsta para us n hmem e, em uma das espécies, uma utra via. PERÍoDo DE oBSERVAção: Acima d períd durante qual s sintmas aparecem u s esperads. Pel mens uma semana. Voltar para o sumário
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DETERMINAção DE DL50: Este parâmetr deve ser btid cm s respectivs limites duciais. o Cmit bserva que, acima de 5g/kg pr Vo e 2g/kg parenteral a DL50, n deve ser realiada pr n representar parâmetr dedign. DoSES: Várias (2 u 3). A mais alta mata tds u quase tds s animais. A mais baia n prvca nenhum eeit signicativ; Dse teraputica (DT), cnrme us ppular; Cntrle: utiliand-se veícul. PARÂMETRoS A SEREM oBSERVADoS: Sinais tics de carárer geral, eeits sbre a lcm, cmprtament e respira; Númer de mrtes u sua crrncia; Disseca e eames histpatlgics.
TOxICIDADE SUBAGUDA E CRôNICA OU EFEITO DE DOSES REPETIDAS: ESPÉCIE ANIMAL, SExo E NÚMERo DE ANIMAIS: vide ensais aguds. DURAção DoS ExPERIMENToS: guarda rela cm temp previst para us em seres humans. Administra n hmem Períd de bserva em animais alguns dias 4 semanas (subagud) um ms 13 semanas (crônic) acima de um ms 26 semanas u mais (crônic) VIA DE ADMINISTRAção: cnrme us ppular. PERÍoDo DE oBSERVAção: durante transcrrer d eperiment. PARÂMETRoS A SEREM oBSERVADoS: Mudana de cmprtament e ganh de pes (cncmitantemente
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à análise d cnsum de aliments e de água); Análises clínicas de sangue e urina: hemgrama cmplet, creatinina, uréia, transaminases (TGo, TGP), satase alcalina, glicse, prteína ttal e bilirrubina; EAS. Respsta lcal e tecidual; Eames histpatlgics. RECoMENDAçõES CoMPLEMENTARES: Eame de und de lh; Realia de testes de suprte, quand crrer eeits n prevists; Investiga de reversibilidade ds pssíveis eeits tics em alguns ds animais eperimentais; Determina de eeits adverss sbre a ertilidade e a perrmance reprdutiva causada pr drgas administradas, durante a gametgnese e ecunda (uma espécie de mamíer); Determina de eeits adverss sbre a me e prdut, durante s últims estágis da prenhe, part e desenvlviment ps-natal, pr drgas administradas durante este períd (uma espécie de mamíer); Determina de carcingenicidade, quand a drga em estud: a) Pssuir analgia cm substâncias sb suspeita u que sejam recnhecidamente cancerígenas; b) aetar mitse; c) aparentemente, retida em tecids crpres pr lngs períds; d) r usada pr lngs períds, especialmente em jvens. Determina da mutagenicidade quand a drga em estud: a) r usada pr lngs períds (acima de um an); b) pssuir analgia cm substâncias que se suspeita u que sejam recnhecidamente mutagnicas; c) prvcar depress da medula ssea em dses tleráveis; d) deprimir a gametgnese u reduam a ertilidade;
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e) prduir eeits cancerígens.
TOxICIDADE DERMAL: para cmpsts administrads sbre a pele. ESTUDOS TOxICOLÓGICOS EM VOLUNTÁRIOS NORMAIS Pr recmenda d Prgrama de Pesquisas em Plantas Medicinais da CEME, s estuds ticlgics em vluntáris nrmais (identicads aps detalhad eame clínic e registr de sinais vitais, eletrcardigrama – ECG e eames cmplementares de sangue e urina) s dividids em duas etapas: ensais aguds e sub-aguds u crônics. Ns ensais aguds, s indivídus recebem dses da planta que variam de metade a duas vees a de us ppular, send a seguir submetids a revises seriadas ds sinais vitais, eames labratriais, escala de eeits adverss e eletrencealgrama – EEG (cnrme a planta u cndi estudada), pr temps diverss, num períd mínim de 24 hras aps a administra d vegetal. os eames cmplementares básics para avalia de pssíveis eeits claterais prvcads pel us de medicaments dever cnstar de hemgrama cmplet e EAS (pesquisa de elements anrmais e sedimentscpia da urina). Além destes, utrs parâmetrs s recmendads cnrme segue: Gerais: glicemia, lactat desidrgenase (LDH), creatinina-squinase (CPK), triglicerídes, clesterl, lipídes ttais, HDL e LDL-clesterl (eventualmente), amilase pancreática, sdi e ptássi. Função hepática: transaminase glutâmic-alacétic (TGo), transaminase glutâmic-pirúvic (TGP), Bilirrubina ttal e raes, satase alcalina, prteína ttal, albumina, eletrrese de prteínas séricas (eventualmente). Função renal: creatinina, uréia, clearence de creatinina (eventualmente) e ácid úric. Ns ensaios subagudos ou crnicos , as plantas medicinais s utiliadas pr temp prlngad, seguind as mesmas precaues e eames cmplementares ds ensais aguds. Aps administra Voltar para o sumário
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da chamada “planta-drga”, s parâmetrs denids cm basal s revists em váris temps, segund prtcl utiliad. Esta ase pderá ser realiada em pacientes em tratament, cnrme a planta em estud. o prtcl da CEME prgramu rneciment de quantidades adequadas da parte útil da planta, seguramente identicada, bem cm a padrnia da distribui d material estabiliad as núcles de pesquisa. Dis Centrs de Pesquisa independentes, “preerencialmente capacitads a desenvlver tdas as ases ds ensais”, deveriam realiar estuds sbre uma mesma planta “cncmitantemente u n”.
EFEITOS TÓxICOS DE PLANTAS ANTIDIABÉTICAS JÁ DESCRITOS os vegetais s seres vivs cmples d pnt de vista químic e, desta rma pdem cnter, além d princípi bilgicamente ativ, substâncias ticas pdersas. os eeits claterais u indesejáveis n est restrits à armaclgia de medicaments sintétics. É, assim, indispensável cnheciment cientíc da ticlgia ds prduts naturais e medicaments btids de ervas. Muitas vees s s prpris usuáris que reerem estes cuidads. os prduts tterápics tm sid apresentads cm recurss teraputics alternativs, cmpletamente isents de cntra-indicaes. N entant, muitas plantas medicinais abrigam substâncias ptencialmente ticas e essas inrmaes precisam ser repassadas à ppula que as emprega. A representa de que “ natural n a mal” precisa ser melhr analisada. Bragana (1995) ilustra eempl das raíes e lhas d cnrei (Symphytum cinale L.) – administrad ppularmente n tratament de diarréias, disenterias, brnquite, hematmas e para cicatria de eridas (Simes et. al., 1989) – que cntm sintina e equimidina, alcalóides pirroliidínicos (PA’s), que pdem acarretar severs distúrbis “hepattics cumulativs, pneumtics e carcingnics cmprvads” (p. 53). Desde 1955, há estuds químics e armaclgics evidenciand a ticidade ds PA’s e apesar de a oMS já haver publicad, a partir de 1988, livrs sbre características e riscs daqueles alcalides (grups de substâncias cm a silgica, encntrads ns Voltar para o sumário
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vegetais, em geral básics e nitrgenads), recentemente chá de cnrei cntinuava send vendid ns supermercads brasileirs. Entretant, seu us deve ser apenas etern, para tratament de “cntuses, reumatism, eriments e trmbfebites” (SANToS et al., 1988, p. 77). A maneira de a sciedade reagir, em cas de epsi a agentes tics – aliments ncivs e animais penhents – evluiu histricamente, desde a épca em que hmem primitiv s descbria na naturea, representads pr Aprendeu a evitá-ls e a empregá-ls nas suas atividades de caa e para se deender. Nas cidades era cmum envenenament causad pr hmicídi, suicídi, acidente (prvadres das crtes) e eecu. Ns papirs de Ebers (1500 a.C.), há reerncias, desde us d pi, através d láte de uma variedade de papula (Papaver smniera) – capa de impedir uma criana de chrar – à pena de mrte cm amndas amargas. Na Grécia antiga, venen eleit era a cicuta (Cicuta virsa), planta cuja dse letal é de aprimadamente 50 a 100 mg/70 kg, cm a qual Scrates i eecutad (ALCÂNTARA, 1985). A ticlgia mderna pssui bjetivs cada ve mais ampls, denind s limites de segurana ist é, a “prbabilidade de uma substância n prduir dans em cndies especícas” (SCHVARTSMAN, 1985, p. 4), ds agentes químics e se precupand cm estud de tda e qualquer substância capa de prduir uma respsta prejudicial num sistema bilgic, cmprmetend uma un u até destruind uma vida. É sabid que muitas plantas cnhecidas cm curativas, quand utiliadas em dse ecessiva u de maneira errada, pdem trnar-se prejudiciais, causar séris transtrns e até prvcar a mrte. É curis cnstatar que, algumas dessas espécies também se encntram n cnjunt de vegetais benécs e ecaes (nas dses recmendadas). Eistem “plantas etremamente ticas e que se parecem muit cm aquelas que curam; prtant, é muit imprtante distinguir umas das utras” (YARSA, 1982, p. 162). Neste sentid, trna-se undamental a participa de btânics nas equipes de pesquisa cm plantas medicinais e ns prjets de Fitterapia. É muit cmum uvir-se que “tud que é natural é bm”. N entant, alguns eeits tm sid atribuíds a cmpsts altamente tics islads de plantas. S eempls: a hepatticidade
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prvcada pr alguns taninos e as reaes adversas n rganism de alguns alcalóides. (RAHMAN, 1989) Dentre as plantas brasileiras, Pressr Walter Mrs adverte quant à eistncia de ungs nas raíes de algumas espécies de carqueja que pdem causar hepatticidade. (MoRS, 1986) Segund Marles e Farnswrth (1994), mais de um ter das plantas assciadas cm tratament d diabetes s cnsideradas ticas, tmand-se pr base s estuds ticlgics pré-clinics realiads cm injees IP de etrats em redres. o cnheciment da parte da planta a ser utiliada pssui grande imprtância. A eempl d que crre cm a Abrus precatrius L., cujas lhas e raíes pssuem eeit edulcrante em aliments, enquant as sementes cntém uma glicoproteína, abrina, uma das mais ptentes tinas btânicas cnhecidas. Mascar uma única semente desta planta pde ser atal para hmem. (MARLES, 1994) Simes et al. (1989) recmendam que a Ale vera L. (Babsa) n deve ser administrada internamente em crianas. Pde causar diarréias graves. A ingest ecessiva (u cntínua) de cmpsts antraquinônics pde causar náuseas, vômits, diarréia, tenesm, enterrragia, dres abdminais, cngest pélvica e nerite. N deve ser utiliada pr gestantes, pr estimular cntraes da musculatura lisa uterina, nem pr mulheres que estejam amamentand, pis s princípis ativs (laantes etc.) pdem ser ecretads pel leite. Pde causar irrita dérmica e cular, “além de intica aguda, pdend levar à mrte” (TESKE, TRENTINI, p. 36). A Ephedra distachya pde ter eeit hiperglicemiante pr mei ds cnstituintes simpatmimétics, s alcalides da eedrina. (KoNNo, 1985) os ruts verdes da Blighia sapida Kenig (“ackee ruit”) pssuem hipglicinas A e B que prmvem us periéric de glicse e inibem a glicnegnese. A planta é capa de causar quadr neurlgic pr neurglicpenia caracteriad pr desaten, náuseas e cnvulses. (SHERRAT, 1969) A Cea arabica pssui 3 dierentes glicosídeos, semelhantes a agente hipglicemiante (atractilsíde) eistente nas plantas Atractylis gummiera e Callileps laurela, capaes de prvcar marcada hipglicemia em rats, cm cnvulses típicas, acidse e cma. Em estuds in vitr, bservu-se que princípi ativ
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prvca inibi da srila idativa (FoNTANA, 1994). A Catharanthus rseus (“periwinkle”), n Brasil cnhecida cm vinca-rsa, causa eeits cit e neurtics. (BAILEY, 1989) Sbre a Arthemisia absinthium L. (lsna), i relatad que as alteraes psiclgicas cm a tujna e s tetrahidrcanabinis, princípis ativs respectivamente d licr de absint e da macnha, seriam similares, pstuland-se que interagem cm um receptr cmum n sistema nervs central. N deve ser utiliada em crianas. (SIMõES, 1989) Seu us prlngad u em dses altas pde causar perturbaes da cnscincia e cnvulses (SANToS et al., ), e levar a um prcess de degenera nervsa irreversível, que se maniesta pr grandes perturbaes psíquicas, mtras e sensriais. o tratament n deve eceder a 3 semanas (TESKE, TRENTINI, 1994, p. 161). As reaes alérgicas e de tssensibilia s aspects da ticidade das plantas que cmumente n s bservads em testes aguds. N entant, Marles e Farnswrth (1994) reprtam que algumas amílias vegetais cntém substâncias cm esse ptencial: Anacardiacea (urushil), Asteraceae (thienas, lactnas sesquiterpenas), Hypericaceae (hypericiina) e Apiaceae (urancumarinas) (MARLES, 1994). Segund Nr (1989), us secular de plantas pela ppula é uma evidncia de que a mairia das prescries cm ervas s raavelmente seguras e n s esperads eeits adverss dramátics. Cntud, eames ticlgics s necessáris para a grande parte ds prduts tterápics atualmente utiliads. Testes ticlgics detalhads devem ser eits tant cm etrats da planta crua quant cm substâncias puricadas que eercem atividade hipglicemiante. A mesm temp, n deve ser ignrada a pssível a sinérgica de dierentes substâncias químicas n etrat cru de uma única planta. Mesm estuds ampls em animais pdem n eliminar pr cmplet a pssibilidade crrerem eeits ncivs n previsíveis cm as drgas derivadas de plantas. (RAHMAN, 1989)
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VISÃO CRÍTICA DOS ESTUDOS COM PLANTAS ANTIDIABÉTICAS Cm base nas cnsideraes acima, a leitura de relats de estuds sbre plantas usadas n tratament d diabetes deve atentar para alguns aspects e prcediments básics: 1. A espécie vegetal i identicada pr Btânic tanmista? 2. Qual a épca d an em que i btida? 3. Huve tratament adequad d material clhid ? 4. Qual a rma de apresenta, administra e pslgia empregads? Crrespnde a us tradicinal pela ppula? 5. Qual bjetiv d estud? 6. Quais s temps de cleta de sangue para glicemia, insulinemia etc.? 7. Qual a dura d estud? 8. Huve cmpara cm cntrle psitiv (e. sulniluréia, biguanida)? Fi cnsiderad eeit placeb? 9. Fi empregad um planejament crss-ver ? 10.Qual a casuística (critéris, númer de pacientes e vluntáris etc.)? 11.o métd estatístic para a avalia ds resultads i adequad? 12. Fram bservads eeits adverss? 13.o estud erece dads sucientes para justicar empreg da planta pels diabétics?
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“Embora seja improvável a existência de substituto botânico de uso oral para a insulina, novas moléculas para estimular a biossíntese de insulina endógena e secreção (e promover a ação da insulina) são possibilidades realistas.”
(Bailey, 1989)
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10 FITOQUÍMICA DAS PLANTAS ANTIDIABÉTICAS – NOÇõES GERAIS Ns últims 25 ans, inúmeras pesquisas tquímicas ram desenvlvidas, e apntaram a eistncia de uma variedade de cmpsts hipglicemiantes (RAHMAN, 1989). É interessante bservar que, reqentemente, s princípis ativs s batiads cnrme nme cientíc da espécie vegetal. Mais recentemente, uma imprtante revis sbre plantas n diabetes mellitus (DM), cm enque na crrela entre s cnstituintes tquímics e mecanism de a, i apresentada pr Rbin Marles, d Departament de Btânica da Universidade de Brandn, Canadá e Nrman Farnswrth, da Faculdade de Farmácia, Universidade de Illinis, Estads Unids e perit da oMS. (MARLES, 1994) Está além ds bjetivs deste trabalh a discuss prmenriada sbre a naturea e as características tquímicas ds princípis ativs já islads das plantas antidiabéticas. Seria de grande interesse uma abrdagem detalhada, pela equipe da Fitquímica, sbre signicad, as semelhanas e a cmpleidade das estruturas químicas, métds para islament, a sua identica e síntese, as diculdades para a prdu em larga escala, s eeits tics esperads pela naturea química etc. Cabe apenas ilustrar s grups distints a que pertencem estas substâncias hipglicemiantes: S eles: 1) glicsídes, 2) triterpens, 3) glicans, 4) plissacarídes, les e vitaminas, 5) alcalides, 6) sapninas, 7) glicprteínas; 8) aminácids e plipeptídes; 9) favnides. S destacadas, a seguir, algumas destas substâncias cm a hipglicemiante cmprvada pr estuds armaclgics pré-clínics: 1. Glicosídeos, islads das Famílias Caesalpinaceae, Cmpsitae, Cnvlvulaceae, Ericaceae, Mraceae, Myrtaceae, Papaveraceae, Ranunculaceae, Rhamnaceae e Scrphulaceae . o ß-sitsteryl-D-glicsíde, da casca d Ficus religisa. A estévia, Stevia rebaudiana, trrnu-se cnhecida pr cnter Voltar para o sumário
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um glicsíde 300 vees mais dce que aúcar.(PANIzzA, 1982) A mranlina é um agente hipglicemiante btid da amra, Mrus alba. (MARLES, 1994) 2. Triterpenos na Família Ranunculaceae. A Eribtrya japnica Linde, Rsaceae, é um pequen arbust utiliad n tratament de dermatses e d diabetes n qual se identicaram glicsídes sesquiterpens e triterpenides plihidrilads hipglicemiantes. (ToMMASI, 1991) A planta s causu eeit signicativ sbre a glicemia de celhs nrmais, send ineca n diabetes causad pel alan. (NoREEN, 1988) 3. Glicans, das amílias Ranunculaceae e Graminae. Um grup de pesquisadres da Universidade de Thku, n Jap, realiu um screening cm inúmeras gramíneas, encntrand glicans que, administrads a camundngs, mstraram eeit hipglicemiante. S eempls: acnitans A,B,C, e D das raíes da Acnitum carmichaeli (KoNNo, 1985a, HIKINo, 1989), anamerans A,B,C e D d rima Anemarrhena asphdelides (TAKAHASHI, 1985), atractans A, B e C, da Atractyldes japnica (KoNNo, 1985d); cians A,B e C, das raíes da Ci lachryma jbi (TAKAHASHI, 1985), Discrea japnica Thumberg (HIKINo, 1986), lithspermans A, B e C, das raíes da Lithspermum erythrrhin (KoNNo, 1985b), quinquelan A, B e C , das raíes d orya sativa L.(HIKINo, 1988); quinquelans A,B e C da Pana quinquelium (oSHIMA, 1987 apud RAHMAN, 1989), sacarans A, B, C, D, E e F da Saccharum cinarum (TAKAHASHI, 1985), trichsans A, B, C, D e E, das raíes da Trichsanthes kirilwii (HIKINo, 1989), dentre muits utrs. 4. Polissacarídeos, óleos e vitaminas, da amília Gramineae. Tmda et al. estudaram a rela entre a estrutura ds plissacarídes e a sua prvável atividade hipglicemiante. os autres apntam a eistncia desta prpriedade em 20 mucilagens de plantas. (ToMoDA, 1987) A mucilagem e prdut deacetilad d Plantag mucilage revelaram prpriedade hipglicemiante. (RAHMAN, 1989) A vitamina E crre em les de sementes e vegetais lhss verdes. Cumarinas e ácid nictínic s eempls de vitaminas eistentes na Trignela enum-graecum. (MARLES,
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1994) 5. Alcalóides, das Famílias Apcynaceae, Papaveraceae, Rahmnaceae e zygphyllaceae s particularmente ecaes n diabetes (RAHMAN, 1989). A Catharanthus rseus é uma recnhecida nte de alcalides armaclgicamente ativs. A trignellina é um alcalide hipglicemiante inibidr d cresciment da planta Trignella enum-graecum. (MARLES, 1994) 6. Saponinas, da Família Araliaceae. 7. Glicoproteínas, em Malvaceae. Glicprteínas cm eeit hipglicemiante ram btidas da Myrcia sphaercarpa (GRüNE, 1979), e da Mrus alba (HIKINo, 1985). 8. Aminoácidos e Polipeptídeos, das Famílias Papipilinaceae e Rubiaceae. Uma imprtante espécie vegetal, a Mrmdica charantia, uma das mais usadas n mund para tratament d diabetes, pssui peptídes e terpenides hipglicemiantes. Aminácids, cm ciclprpanide, e as hipglicinas A e B, eistentes n rut da Blighia sapida Kenig, Sapindaceae, s ptentes agentes hipglicemiantes e emétics (MARLES, 1994). 9. Flavonóides, d Ficus bengalensis (BAILEY, 1989), Garcinia kla (IWU, 1990), Artermisia helba (TWAIJ, 1988), Teucrium liverianum (AJABNooR, 1985). (-)-Epicatechin, favnide de crrncia natural. (Sheehan, 1983) A administra ral de favnides A, B, C. A seiva leitsa da mesma planta causu queda da glicse plasmática de animais. 10. Compostos contendo enore. Váris tips de mlécula cntend enre (sulde mlecules) s respnsáveis pel eeit hipglicemiante de plantas cm Allium cepa e Allium sativa, Liliaceae. 11. Íons inorgânicos: crm e mangans s alguns ds minerais encntrads em diversas espécies vegetais. o ter de crm em algumas plantas antidiabéticas brasileiras i estudad pr Trist, em 1986, (ver: mecanism de a). A Atriple hallinus, Chenpdiaceae pssui, dentre utrs, crm, mangans, níquel, cálci, cbre e err nas suas lhas. (MERTz, 1973) 12. Guanidinas: as sementes da Galega cinalis L., Fabaceae, cntém galegina precursr das biguanidas atualmente empregadas. Voltar para o sumário
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A glicse é mais imprtante precursr bissintétic das plantas e é submetida a armaenament e a cntrle hrmnal, cm crre ns animais. As plantas pssuem reguladres de cresciment cm ácid-3-indl-acétic e ácid nictínic, que inibem a insulinase in vitr e s hipglicemiantes in viv em rats nrmais. Assim, cnstituintes vegetais reguladres da glicse nas plantas pdem também se cmprtar desta rma em animais e seres humans. (MARLES, FARNSWoRTH, 1994)
MECANISMO DE AÇÃO DAS PLANTAS HIPOGLICEMIANTES Cm base na silgia e armaclgia endcrinas, pderíams enumerar algumas pssibilidades de mecanism de a das plantas usadas n tratament d diabetes: 1. diminui da digest e absr de carbidrats; 2. estímul à síntese e/u secre de insulina; 3. aument da anidade e/u cncentra de receptres de insulina; 4. intererncia sbre a bitransrma da insulina; 5. aes periéricas sbre metablism ds carbidrats, cm a inibi da glicnegnese, estímul à glicgnese etc.; 6. eeit prtetr sbre a célula beta da ilhta de Langerhans; 7. inibi da célula ala da ilhta de Langerhans u de agentes hiperglicemiantes; 8. eeit benéc u prtetr sbre a ner, angi, retin e/u neurpatia diabéticas; 9. substitui d aúcar da dieta; 10.rneciment de nutrientes; Algumas plantas medicinais já tiveram a caracteria d seu mecanism de a pr mei de pesquisas cientícas. A seguir, prcurams erecer alguns eempls, segund este critéri, embra muitas permaneam cm princípi ativ e mecanism de a indeterminads.
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DIMINUIÇÃO DA DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE CARBOIDRATOS Antigas dietas vegetais s ntes valisas de carboidratos compleos, rics em bras, cuj eeit anti-hiperglicemiante se deve a retard e à diminui da taa de absr intestinal de glicse. (BAILEY, 1989 ; WoLEVER, 1978) Entretant as lhas de Brassica leracea (replh) e Letuca sativa (alace) e as raíes de Brassica rapa (nab) parecem pssuir ainda utrs cnstituintes ativs n brss, alguns ds quais causaram queda na glicse aps a administra parenteral. (BAILEY, 1989) Alguns tips de bra dietética distints da celulse, cm as galactmananas da Ceratnia siliqua L. e a Cyampsis tetragnlba L. diminuem a absr intestinal de glicse pel mecanism de barreira sbre as vilsidades intestinais. (MARLES, 1994) o etrat aqus das lhas de uma planta brasileira, a pedra-hume-caá, Myrcia multifra, pssui tanins, aminácids e aúcares. o princípi ativ hipglicemiante da planta parece ser uma glicoproteína, inibidra da absr intestinal de glicse n intestin de rats. o eperiment i eit antes e aps a perus, cm sr silgic, de um segment intestinal de redres. (GRüNE, 1978) A castanospermina, um alcalide islad da Castanspermum australe A. Cunn, Fabaceae, é um eempl de inibidr de enima intestinal cm atividade hipglicemiante. A substância blqueia a respsta hiperglicemiante à dse ral de sacarse, através da inibi da dissacarase, mas n redu a hiperglicemia induida pela administra de glicse. (MARLES, 1994) A moranolina, islada da casca da rai da amreira (Mrus alba L.), e prdut micrbian acarbose (islad d Actinplanes sp.) inibem as enimas ala-glicsidase, -amilase, sucrase e maltase. Esta a redu a libera de glicse ds carbhidrats, resultand num retard (u redu) da eleva da glicemia e trigliceridemia ps-prandiais, bem cm num aument da liga da insulina n múscul. (MARLES, 1994) Dses únicas d chá das lhas de Salvia ruticsa n mdicaram a glicse plasmática ns celhs nrmais. N entant, aps 7 dias de tratament cm a inus, cnstatu-se redu da glicemia ns animais alaniads, sugerind que a planta inibe s mecanisms
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de transprte intestinal ds carbidrats. (Perumi, 1991)
ESTÍMULO à SÍNTESE E/OU SECREÇÃO DE INSULINA A mairia das plantas s estudadas, inicialmente, na busca de um eeit de estímul à síntese u secre de insulina. Em geral, s utiliads prtcls ns quais animal é submetid à les da célula beta, cm alan u estrepttcina (STz) e pucs lanaram m da pancreatectmia. S eempls de plantas que atuam pr mei desse mecanism: Ale barbadensis (AJABNooR, 1990), Bumelia sartrum (MoDESTo FILHo, 1990), Eribtrya japnica (NoREEN, 1988), Musa sapientum (RAo, 1994a), Rubus ructicsus (ALoNSo, 1980), Mrmdica charantia (ALI, 1993), Centaurea crubinensis (CHUCLÁ, 1988); Centaurea seridis (IVoRRA, 1988); Aadirachta indica (CHATToPADHYAY, 1993). Em mdels in vitr, cm ilhtas de Langerhans u célula isladas, i cnrmad estímul à secre de insulina cm us de algumas espécies vegetais, cm a Cleus rskhlii (BAILEY, 1989), Ipmea pescaprae (KHAN, 1994), Pana ginseng (WAKI, 1982 ; KIMURA, 1991) e a Tinspra crispa (NooR, 1989a, b). A rsklina, um diterpeno etraíd da Cleus rskhlii (Pir.) Briquet, Lamiaceae é um ptente estimuladr da adenilciclase e aumenta AMPc intracelular. N cnsta que a Cleus rskhlii tenha sid usada na medicina tradicinal para tratar diabetes, mas a rsklina i capa de estimular in vitr a secre de insulina glicse-induida. (BAILEY, 1989) Metilantinas derivadas de plantas cm a Camellia sinensis (L.) Kunte, Theaceae e a Ile guayusa Lesner, Aquiliaceae e a papaverina, etraída da Papaver smnierum L., Papaveraceae s inibidras da sdiesterase e inibem a degra d AMPc. o favonóide (-)-epicatechin, princípi ativ islad da Ptercarpus marsupium Rb., Fabaceae, mstru-se capa de prvcar um aument, ATP-dependente, da secre de insulina estimulada pela glicse em ilhtas isladas. A eleva da insulinemia também i cnstatada em rats in viv e estes resultads parecem estar relacinads cm a inibi d AMPc-sdiesterase e a
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estímul à bissíntese da insulina. (MARLES, 1994) o princípi ativ da Bumelia sartrum (quiaba), ácido bássico, parece atuar mediante aument da secre de insulina. (NAIK, 1991) A substância, um ácid triterpeno islad d etrat etanlic da casca da rai, causu signicativa queda na glicemia e alteru padr da curva de tlerância à glicse de rats alaniads. (MoDESTo-FILHo, 1990) Ali et al. (1993) n acreditam que s eeits d etrat da Mrmdica charantia pr via ral decrram da a direta d princípi ativ, embra destaquem s estuds de Khanna (1981), cm a administra via SC e utrs ensais cm adipcits islads que cnrmam a eistncia de cmpsts insulinmimétics. Eistem trabalhs que sugerem a eistncia de um aument da secre de insulina, pr mecanism distint d estímul silgic, que parece estar ligad à eistncia de glicosídeos sapgenina, cm s eistentes n suc da plpa d rut da M. charantia. Ali et al. (1993), n entant, remveram estes cmpsts d etrat metanlic e cnrmaram a eistncia de utrs agentes hipglicemiantes na planta, agind prvavelmente pel aument da capacidade secretra pela célula u através de melhr a da insulina. Muitas espécies de Centaurea s usadas na medicina ppular espanhla para tratar diabetes mellitus. A Centaurea seridis L. var. maritima Lge. pssui -sitosterol 3--glicosídeo, um princípi ativ anti-hiperglicemiante. os eeits deste cmpst e seu aglicna ram investigads pr Ivrra et al. (1988) em rats nrmais e hiperglicmics. os resultads revelaram aument ds níveis plasmátics de insulina em jejum, cm queda crrespndente na glicemia e melhra n ToTG. Entretant, quand s cmpsts ram administrads pr Vo, s eeits d glicsíde duraram mais que s d -sitsterl aglicna (sem 3--glicsíde). os autres cncluíram que a planta atua pel aument ds níveis plasmátics de insulina pel estímul d -sitsterl. Etrats das lhas e fres da Centaurea crubinensis reduiram s níveis glicmics em rats cm hiperglicemia glicse-induida, mas n btiveram qualquer eeit em animais alaniads. (CHUCLÁ, 1988 ; RAHMAN, 1989) outras plantas pssuem sitosterol na sua cmpsi: Centaurea seidis, Ficus religisa (IVoRRA, 1988); Bridelia erruginea (IWU, 1984); Mrmdica charantia (BAILEY, 1989).
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A atividade hipglicemiante e insulintrpica da Tinspra crispa i estudada pr Nr et al. (1989) valend-se de 3 mdels de estud in vitr. Em ilhtas de Langerhans de rats e células isladas de animais (célula HIT-T15), etrat da planta induiu uma estímul dse-dependente e a ptencialia da secre basal e estimulada pela glicse, respectivamente. o eeit insulintrpic semelhante i evidente em ilhtas humanas isladas. Uma das cncluses i a de que a libera de insulina induida pela T. crispa decrre de estímul silgic e n d simples efu devid à ticidade. o etrat cru utiliad da planta parece ser uma mistura cmplea que pde cnter secretaggs de insulina. os autres cnrmaram, ainda, que, nas cncentraes utiliadas, n eistem quantidades signicativas de substâncias estimuladras da secre de insulina, cm glicse, ptássi e cálci. (NooR, 1989b) Estuds cm etrat aqus das lhas da Aadirachta indica (neem), de us cmum na Índia, demnstraram sua a hipglicemiante em rats hiperglicmics, pela administra de glicse u pel us de adrenalina, mas i ineca em rats nrmais u cm diabetes induid pela estreptcina. Ficu evidente que a planta age apenas em presena de reserva de célula . Assim, Chattpadhyay et al. (1993a) utiliaram mdels eperimentais cm base ns mecanisms silgics que infuenciam a secre de insulina: a) estímul parassimpátic prmvid pel nerv vag e pel estímul b adrenérgic; b) inibi d simpátic pels nervs esplâncnics, através ds receptres a-adrenérgics e via sertnina. Aps ensais armaclgics que descartaram a infuncia d etrat sbre s sistemas simpátic e parassimpátic, s pesquisadres realiaram eperincias que cmprvaram eeit anti-sertninérgic da A. indica. os autres especulam que etrat blqueia a a inibidra da sertnina intracelular e assim ptencialia a secre de insulina prvcada pela administra parenteral de glicse u adrenalina. Em utr eperiment, para avaliar se a crre da hiperglicemia (pela adrenalina u sbrecarga de glicse) estava relacinada a aument da glicgnese u à intensica da gliclise tissular, Chattpadhyay et al. (1993b) pesquisaram cnteúd de glic-
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gni n múscul e n ígad de rats. o estud, in vitr, sugere que etrat pr si s n aumenta a síntese de glicgni e n infuencia avravelmente as aes da insulina egena, n havend evidncias de que pssua eeit diret insulina-símile. Já in viv, etrat n alteru nível de glicgni em rats nrmais. A sbrecarga de glicse aumentu signicativamente cnteúd de glicgni hepátic, enquant a insulina diminuiu ns animais mantids em jejum. Em animais hiperglicmics (pela sbrecarga de glicse), a insulina administrada manteve glicgni hepátic dentr d limite nrmal, enquant a Aadirachta indica causu queda. A ra para a deple d glicgni hepátic aps us da planta em presena da erta de glicse n é clara, tend sid aventads trs caminhs: a) uma estimula direta da libera de glicse u glicgenlise hepática cm rápida utilia; b) um eeit secundári seguind aument da capta periérica de glicse pels tecids; e c) a sma de eeits da insulina etra liberada e a a da drga sbre s hepatcits. os autres acreditam que etrat pssa agir através da ptencialia da secre de insulina em respsta a utr estímul cm a sbrecarga de glicse. (CHATToPADHYAY, 1993b)
AÇõES PERIFÉRICAS Algumas plantas prduem eeits periérics (etra-pancreátics) sbre metablism ds carbidrats sem alterar s níveis de insulina. o eempl clássic é apresentad pelas guanidinas, hipglicemiantes rais btids da Galega cinalis. A galegina blqueia a dehidrgenase succínica e a citcrm idase, aumentand a gliclise anaerbica e diminuind a glicnegnese, resultand n aument da capta da glicse e hipglicemia. As biguanidas também inibem a absr intestinal de glicse. (MARLES, 1994) Das raíes da Acnitum carmichaeli Debeau, Ranunculaceae, planta antidiabética usada n riente i etraíd glican acnitan A. N Jap, Knn et al. (1985) utiliaram camundngs para avaliar s eeits da substância sbre metablism ds carbiVoltar para o sumário
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drats e cncluíram que a mesma n aeta s níveis plasmátics de insulina ns animais nrmais, nem naqueles cm sbrecarga de glicse e ns alaniads. o acnitan A na dse de 100mg/kg/IP, mstru queda na glicemia ns temps 3, 5, 7 e 24 hras aps a sua administra. N huve nenhum eeit sbre a hequinase hepática, glucquinase, glicse-6-satase e glicse-6-satase dehidrgenase, enquant aumentu signicativamente a atividade da srutquinase hepática. Embra a atividade da glicgni-sintase hepática tenha mstrad tendncia à eleva, a atividade da srilase hepática e cnteúd de glicgni hepátic n se alteraram. N huve infuncia sbre s triglicerídes e clesterl plasmátics e hepátics. Além de aumentar a insulinemia em camundngs nrmais e hiperglicmics pela sbrecarga de glicse, glican (ganderan B) etraíd da Ganderma lucidum Karsten, Plypraceae, aumenta a atividade da glicquinase hepática, srutquinase e glicse-6-sat desidrgenase e redu a atividade das enimas glicse-6-satase hepática e glicgni-sintase e diminui a cncentra hepática de glicgni. (MARLES, 1994) A administra ds etrats da Cccinia indica (lhas) e Mrmdica charantia (ruts) em rats nrmais e diabétics (pela estrepttcina) causaram queda na glicemia de 23% e 27%, respectivamente, quand cmparads as grups cntrle (água destilada). Paralelamente, as enimas hepáticas glicse-6-satase (G6PH) e rutse-1, 6-bisatase (F1,6BP) apresentaram queda em ambs s grups. Shibib et al. (1993) cncluíram que essas plantas prvcam hipglicemia pela depress da síntese de glicse pelas enimas glicnegnicas glicse-6-satase e rutse-1, 6-bisatase e pel aument da ida da glicse pela via de shunt das pentses, através da ativa da sua principal enima, a G6PDH. o mecanism de a da Cccinia indica também i cnsiderad pr Kumar et al. (1993) que administraram em rats a pectina islada d rut da planta na dse de 200mg/100g de pes, encntrand um signicativ eeit hipglicemiante em animais nrmais. Pectinas isladas de muitas utras plantas tm sid também reprtadas cm pssuidras de a hipglicemiante. Huve aument: na atividade da glicgni sintase e d glicgni hepátic, da incrpra da glicse marcada a glicgni hepátic. Pr utr lad, huve uma signicativa redu na atividade
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da srilase ns animais que receberam a C. indica. Em suma, a pectina islada da planta eerce seu eeit hipglicemiante pel aument da gliclise, glicgnese e diminui da glicgenlise. Além da a nas células , ácid bássic, da Bumelia sartrum (quiaba) também revelu as prpriedades de aumentar a capta de glicse e síntese de glicgni n diaragma islad d rat e inibir a glicgenlise hepática. (MoDESTo FILHo, 1990) A Salvia ruticsa, utiliada tradicinalmente em Chipre cm bebida antes d desjejum e durante dia, i ineca ns celhs submetids à administra intravensa de glicse, enquant mstru a hipglicemiante em animais submetids a ToTG. A planta n mstru qualquer infuncia sbre a secre de insulina. os autres aventam utrs mecanisms hipglicemiantes para as plantas úteis n DM, cm envlviment de aes hepáticas (cm eempl, a ativa da glicgni sintase) u hrmnais, cm a libera de smatmedina cm atividade insulina-símile u a inibi da libera de glucagn. (PERFUMI, 1991)
EFEITO DE PROTEÇÃO OU REGENERAÇÃO DA CÉLULA BETA Princípis ativs imunssupressres derivads de plantas, cm a ciclsprina A, etraída da Tlypcadium infatum, vm send investigads quant à pssibilidade de blquear a destrui aut-imune da célula beta u inibir a rejei de transplante de ilhtas. (SoUzA, 1986) o pssível eeit de regenera das ilhtas de Langerhans pr plantas i estudad pr Shanmugasundaram et al. (1990a, b) utiliand etrats hidrsslúveis das lhas da Gymnema sylvestre R.Br. Substâncias btidas de dierentes cncentraes d ltrad d etrat etanlic das lhas da planta, GS3 e GS4, ram testads em rats que receberam estreptcina e a GJ retrnu as níveis nrmais aps 60 dias de GS3 e 20 dias de administra de GS4. Ambs prduiram aument ns níveis sérics da insulina aprimads a valr nrmal em jejum. N estud d pâncreas d animal i pssível dbrar númer de ilhtas e de células. A Cassia alata prvcu eeit semelhante na ilhta, cm estímul sbre a libera de insulina pela célula beta regenerada u
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aument da celularidade da ilhta e recupera ds grânuls na célula beta. A planta também causu a regenera d epitéli tubular renal, mstrand n ser nertica. (MoRRISoN, 1982 ; PALANICHAMY, 1988) Acredita-se que etrat aqus das lhas da planta Amaônica Bignnia turia, Bignniaceae, também prmva a regenera da célula. Estuds ram realiads em camundngs alaniads e se bteve uma queda de 58,7% ns níveis glicmics, cm ausncia de eeit em animais sadis. (MEDEIRoS, 1992)
INIBIÇÃO DA ATIVIDADE DA ALDOSE REDUTASE Nvas estratégias est send adtadas para a investiga de plantas medicinais n tratament d diabetes e de suas cmplicaes, dentre elas a pesquisa de cmpsts inibidres da aldse redutase (AR). As plantas s, cmprvadamente, nte de antinas e favnides. Estes últims mnstraram-se, in vitr, ptentes inibidres da aldse redutase (AR) n cristalin d rat e d bi. (SoUzA, 1986) Shin et al. (SHIN, 1993) realiaram um screening cm etrats aquss de 59 plantas, utiliadas na medicina chinesa, quant as seus eeits sbre a AR d cristalin bvin. Dentre elas, a Arctium lappa, que n Brasil tem nme ppular de bardana, usand as sementes. os autres cnstataram um ptente eeit inibidr em cerca de 15 plantas e graus variáveis em utras 22. As pesquisas destinam-se, mais recentemente, a islament d princípi ativ ds vegetais cm eeit mais preminente. Das raíes da Angelica dahurica i identicada uma uranocumarina cm princípi ativ que, além da inibi da AR, mstru signicativa inibi da rma de catarata em rats in viv. É útil bservar que muitas plantas desta listagem s cmuns a Brasil e à China. (MAToS, 1989) A Garcinia cla Heckel (Guttierae) é uma árvre cultivada em muitas partes da Árica Central e ocidental pr rnecer sementes cnhecidas cm bitter cla, uma alternativa para a n verdadeira da Cla nitida u C. Acuminata. Investigaes preliminares cm as sementes identicaram a eistncia de uma mistura cmplea de cmpnentes enlics, incluind bifavnides d tip GB, antnas e benennas, bem cm ciclartenl, seu derivad Voltar para o sumário
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24-metilen e triterpens. o bifavonoide da G. kla, klavirn, pssui raca atividade inibidra da AR n cristalin d rat, se cmparad cm antagnistas mais ptentes, mas pssui a vantagem de assciar eeit hipglicemiante (tant n us ral quant parenteral). (IWU, 1990) Estuds cm (klavirn) cnstataram eeit hepatprtetr cntra as tinas d cgumel Amanita em camundngs. o klavirn, prduiu eeit signicativ na dse de 100mg/kg quand administrad pr via IP em celhs nrmais e alaniads. A GJ ns animais nrmglicmics i reduida de 115mg/100ml para 65mg/100ml aps 4 hras. Ns celhs alaniads, a glicemia caiu de 506mg/100ml para 285g/100ml em 12 hras, levand à hiptese de uma a direta (etrapancreática). A atividade hipglicemiante i cmparada cm a tlbutamida, que n prduiu hipglicemiante n últim grup. (IWU, 1990)
SUBSTITUIÇÃO DO AÇúCAR DA DIETA Já é cnhecida a prpriedade adante da Stevia rebaudiana (estévia), utiliada pela ppula cm substitut d aúcar. (HUMBoLDT, 1978 ; BoECKH, 1978) A planta cntém um glicsíde (estevisíde) que é 300 vees mais dce que a sacarse. (PANIzzA, 1982)
FORNECIMENTO DE NUTRIENTES Segund Bailey (1989) e Singhal (1982), algumas plantas antidiabéticas usadas em regies subdesenvlvidas pdem ser úteis em tips n clássics da dena, cm DM trpical, tip “J”, tip “K” e utras rmas de diabetes da desnutri. A alga Crallina rubens pssui, além de raes prtéicas (cm a liplítica e hipglicemiante), clesterl, vitamina B12 e agar. (GüVEN, 1975) A Pterium spinsum é rica em err, send usada pels nômades Beduíns em regies desérticas n oriente Médi. Fi descrit que cnsum da inus preparada cm a rai, pr 1 u 2 meses parece eliminar s sintmas d diabetes pr pel mens um an. (BAILEY, 1989) Voltar para o sumário
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Akhtar et al. acreditam que s eeits da Achyranthes aspera decrram d rneciment de nutrientes necessáris à célula , cm cálci, inc, magnési, mangans e cbre. (AKHTAR, 1991) o eeit metablic da inus cm as lhas da Medicag sativa (alaa), na Árica d Sul, pde estar assciad a alt ter de mangans, uma ve que eerce a hipglicemiante em pacientes cm DMID. A un pancreática é aetada adversamente na decincia deste ligelement (HENKIN, 1976), que é tid cm um c-atr necessári para a srila d ATP da subunidade beta d receptr de insulina. (BAILEY, 1989) Um “eeit antidiabétic” da Medicag sativa, encntrad em camundngs submetids à STz, pde estar também ligad à alta cncentra de vitamina K. Um análg sintétic, a vitamina K 5, pde agudamente mimetiar certas aes da insulina. (BAILEY, 1989) Derivads cumarínics presentes na Trignella enum-graecum pssuem atividade hipglicemiante. (SHANI, 1974) o diundid empreg da Saccharmyces cerivisae (levedura) cm tratament tradicinal d DM pde ser justicad, em alguns cass, pr crrigir decincias de vitaminas d cmple B e crm. A carncia d crm tem sid cnsiderada um atr cntribuinte na gnese da resistncia da a da insulina em certs tips de DM. Acredita-se que cromo seja chamad atr de tlerância à glicse eistente na levedura. (BAILEY, 1989 ; MARLES, 1994) A decincia de cromo tem sid assciada a prejuí d metablism da glicse, lipídes e prteínas. Eperiments sugerem que crm atua cm um catr que aumenta a a da insulina a nível de receptr e a carncia de crm pde ser um atr cntribuinte na resistncia da a da insulina em certs tips de diabetes mellitus. Acredita-se que crm seja chamad atr de tlerância à glicse eistente na levedura.(BAILEY, 1989) Já i evidenciada a revers ds sintmas de diabetes mellitus tant em animais quant em seres humans cm suplement dietétic de crm (SCHWARz, 1959 ; MERTz, 1976). Despertads pr estas inrmaes e pela escasse de estuds cientícs sbre as plantas “antidiabéticas” brasileiras, Trist e Felcman (TRISTão, 1986) analisaram a cncentra d crm em algumas plantas brasileiras. Na lista das antidiabéticas estavam: pau-err (Caesalpinia errea), carqueja (Baccharis genistellides), pata-de-vaca (Bauhinia acuVoltar para o sumário
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leata), cajueir (Anacardium ccidentale), bagiru (Chrisbalanus iccac), pedra-hume-caá (Myrcia sphaercarpa), pau-tenente (Simaruba cinalis) e “cascas antidiabéticas (mistura cmercial)”. N há registr da participa de btânics na identica das reeridas espécies. As plantas ram btidas de drgarias e s prduts cmerciais apresentavam-se cm a parte útil (lhas, sementes u casca) já separada, cnrme é utiliada pela ppula. Tdas as plantas estudadas apresentavam crm, mas i cnstatad que as plantas antidiabéticas pssuíam mair cncentra (1-4g/g) em rela a utrs vegetais (0, 5 a 1, 5g/g), ecet pr uma espécie d segund grup. Uma cnseqncia da alta cncentra de crm pde ser a rea cm substâncias presentes na planta e a rma de cmples estáveis que, melhr absrvids d que crm inrgânic, bteriam mair atividade bilgica. N se pde armar que eeit hipglicemiante destas plantas seja devid a crm, mas a pesquisa sugere esta pssibilidade. o eeit hipglicemiante da Atriple halimus n é destruíd pela sua queima. A partir desta bserva i analisada a presena de um princípi ativ de naturea inrgânica e nas cinas da planta ram encntrads, dentre utrs, alumíni, crm, mangans, inc, cbre, níquel, magnési, cálci em cncentraes acima de 1g/g. (MERTz, 1973)
MECANISMO DE AÇÃO DESCONHECIDO OU NÃO DEFINIDO Muitas espécies de plantas antidiabéticas apresentaram eeit hipglicemiante em ensais armaclgics pré-clínics e clínics, mas aguardam nvas pesquisas para esclarecer quant a mecanism de a. As lhas de Rubus ructicsus (“blackberry”) ram ecaes em baiar a glicemia em rats alaniads mas, em utr eperiment cm camundngs cm diabetes induid pela estreptcina, n se btiveram s mesms resultads. (BAILEY, 1989) o us já tradicinal de Cuninum nigram, Lavandula stechas, Salvia lavandulilia e Sygium jamblana (java plum u jambl), i cmprvad pr estuds cm rats e celhs alaniads, mas eat mecanism de a permanece descnhecid. (BAILEY, 1989)
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Al-Awadi et al. realiaram pesquisa cm a Nigella sativa, Myrrh, que em iguais pres cm a Gma arabica, Gma asaetica e Ale s usadas n Kwait pels diabétics. Rats albins Wistar machs sadis e diabétics (cm empreg da estreptcina) receberam durante uma semana 10 ml/kg pes pr Vo (pr entuba gástrica). A dse i empiricamente baseada na us pela ppula. Utiliand um mdel eperimental cm intestin islad (um segment de 40cm a partir d esíncter pilric), s autres cncluíram que a planta n prejudica a absr intestinal de glicse, ecet se administrad cm uma sbrecarga de glicse. N huve altera signicativa d pes ds animais diabétics e sadis quand cmparads cm s grups cntrle. Embra n tenha causad eeit estimuladr diret sbre a secre de insulina bservu-se melhra d teste ral de tlerância à glicse, sugerind a realia de nvas pesquisas (AL-AWADI, 1985). o suc d alh e da cebla causaram melhr utilia da glicse em celhs submetids a teste de tlerância à glicse. Jain acredita que a atividade hipglicemiante de váris etrats de alh pde ser direta – pr ptencialiar eeit da insulina n plasma –, u indireta, aumentand a sua libera pancreática. (JAIN, 1975) Acnitum carmichaeli, Atractyldes japnica, Discrea japnica, Eleuthercccus senticsus, Ephedra distachya, Ganderma lucidum, Lithspermum erythrrhin, oyra sativa (arr), Pana ginseng, P. quinquelium e Saccharum cinarum, s plantas rientais antidiabéticas que cntém polissacarídeos e peptidoglicans. Em dses acima de 100mg/kg de pes crpral, s glicans etraíds destas plantas prvcaram queda na glicemia de camundngs nrmais e diabétics (cm alan) dentr de 7 hras. os princípis ativs ram administrads pr via IP e plissacaríde u peptideglican mais cmum de cada planta reduiu as cncentraes glicmicas em mais de 20% em camundngs alaniads, tend eeit durad 24 hras. Estes dads sugerem que mecanism de a é dierente da ingesta de bra alimentar, cm crre cm a gma e a glucmannan. Embra se saiba que utrs etrats destas plantas pssuam dierentes eeits armaclgics, cm s eeits hipertensivs e estimula d SNC pela eedrina, etraída da Ephedra sp. e a estimula d SNC pela Pana sp., a ticlgia ds princípis hipglicemiantes já islads n i ainda revelada. (BAILEY, 1989) A Myrcia citrilia é usada na regi amaônica para tratar
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diabetes. o etrat aqus da casca da rai i btid a partir de 285g de p deste material, deiand-a inicialmente 12 hras em macera, a seguir 60 minuts em percla. Administrada via IP em animais tratads cm alan prvcu queda na glicemia e dela i islada uma favna (mas n se acredita que crrespnda a princípi ativ). (GRüNE, 1978) Acredita-se que mecanism de a da Teucrium plium bem cm da Salvia lavandulilia, ambas da amília Labiatae, decrram de eeits periérics da substância, uma ve que ns rats i empregada a estrepttcina – que destri irreversivelmente a célula beta (GHARAIBEH, 1988).
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“Não obstante incompleto, prestará este trabalho grande serviço, se dos mestres, conhecedores dos thesouros que se ocultam na rica óra brasileira, vierem depois obras de fôlego.”
Meira Pena, 1931
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11 CONSIDERAÇõES FINAIS Cm hmem cmeu a usar plantas n tratament d diabetes mellitus? Quais mtivs levaram a esclher determinads vegetais, num vast cnjunt de pes? Uma busca desesperada da cura u um alívi para mal? E hje, quand a medicina cnta cm tecnlgia avanada para a bten de nvs ármacs e dispe de insulinas humanas puricadas, pr que cntinuams a assistir inúmers pacientes eperimentand u tradicinalmente utiliand plantas? Estariam as mtivaes para esses prcediments ligadas à busca de menres taas glicmicas e à melhria da sua qualidade de vida? Seria a crena ns ensinaments ppulares transmitids através de geraes? Seria cust d tratament cnvencinal u med das reaes adversas cm prduts alpátics? Seria a esperana de que n venham a necessitar de injees de insulina (temidas pel descnheciment ds prgresss alcanads e ds seus verdadeirs beneícis)? É pssível que n se encntrem tantas respstas. o at é que inúmers vegetais s empregads pels diabétics em td mund. Marles e Farnswrth (1994) armam que mais de 1.100 espécies de plantas tm sid usadas para tratar s sintmas d DM e que mais de 80% destes medicaments tradicinais, usads pel seu eeit hipglicemiante, tiveram cnrma armaclgica. Mais de 1/3 de tdas as plantas descritas tm sid reprtadas cm ticas, que enatia a necessidade de um cuidads planejament das pesquisas cientícas dessas plantas hipglicemiantes, cm verdadeira ecácia teraputica e segurana. (MARLES, 1994) N Brasil, nde a tradi d us e a cnana ns tármacs s indiscutíveis, cerca de 70 espécies s utiliadas para “tratar” a dena (CoSTA, 1977). Neste cnjunt, destacam-se algumas espécies que já ram submetidas a estuds cientícs, tais cm: abagirú (Chrisbalanus icacc), cajueir (Anacardiun ccidentale), carqueja (Baccharis genistellides), estévia (Stevia rebaudiana), gravila (Annna muricata), jambl (Sygium cumini), pata-de-vaca (Bauhinia rcata), pedra-hume-caá (Myrcia unifra), quiaba (Bumelia sartrum), rm (Punica granatum). N entant
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pucas ram submetidas à seqncia desejada para a avalia plena das plantas medicinais.
OBSTÁCULOS PARA AS PESQUISAS COM PLANTAS ANTIDIABÉTICAS De at, s muitas as diculdades eistentes n estud de plantas tidas cm antidiabéticas, algumas das quais pderiam ser enumeradas: 1. A adequa teraputica das ervas medicinais esbarra na cmpleidade d cnheciment ppular a seu respeit, quand as relacina cm as denas. (PEREIRA, 1986) Até mesm para uma cndi cm diabetes mellitus, que lg recnhecems em epresses cm “aúcar n sangue”, eistem tips bem distints de pacientes e abrdagens, ind da simples restri de aúcar e calrias, ns bess cm hiperglicemias puc elevadas, às múltiplas aplicaes diárias de insulina, ntadamente ns indivídus magrs e cm tendncia às cmplicaes agudas e crônicas. 2. Um ds percals em tterapia é a multiplicidade de nmes vulgares que acmpanha cada espécie vegetal, bem cm a sua crrela precisa cm nme cientíc. (BoNATI, 1980) N Brasil, pdem ser usads cm eempls, a Bauhinia rcata, denminada “unha-de-bi”, “pata-de-vaca” u “mrr”, de acrd cm a regi d país. Pr utr lad, para um mesm nme ppular, cm a “pata-de-vaca”, eistem diversas espécies de Bauhinias (galpini, rcata etc.), tdas guardand semelhanas n rmat da lha. (CoRRêA, 1984) Alguns trabalhs, cm s de Barrs (1979) e Branch (1983), minimiam prblema, dada a etensa variedade de espécies da fra brasileira 3. A esclha adequada d lcal (tip de sl) d temp (esta d an e idade da planta), assim cm também d temp para a cleta, a rma de prepar ideal, a parte d vegetal a ser empregada e a presena de denas n mesm. Muitas plantas medicinais apresentam varia d(s) princípi(s) ativ(s) a lng d dia. Eempls curiss s da mrna (etraída d pi u suc de papula, a Papaver smnierum) e da atrpina (btida da Atrpa belladna), cuja cncentra d princípi ativ é 4 vees mair pela manh d que durante a nite.
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(PRoFozIC, 1986) Alguns autres destacam, ainda, a imprtância da unirmidade e da qualidade das ervas cletadas, bem cm a padrnia de parte da planta a ser utiliada ns eperiments. (AKERELE, 1992 ; BoNATI, 1979, 1980) Em utrs cass, princípi ativ varia segund a ase de germina da planta e a sua maturidade n mment da cleta (PRoFozIC, 1986 ; MoDESTo FILHo, 1989b). Também a lcalia gegráca e as cndies climáticas pder infuenciar uma mesma espécie vegetal na prdu ds princípis ativs (PRoFozIC, 1986). Em seu livr, Hill (1967) erece uma interessante tgraa que permite bservar s dierentes entips de um mesm vegetal, de acrd cm sl em que se encntra, levand a variaes na cncentra de ligelements. Smente estas cnstataes já pderiam eplicar prque alguns trabalhs cncluem pr um “descrédit” das prpriedades teraputicas de recurss tterápics, tradicinalmente empregads pela ppula. 4. A deni da pslgia e a bten de um placeb. A primeira, prque s diversas as cncentraes e rmas de us pels pacientes. A segunda, prque s chás em geral tm sabr prpri e este at pde cmprmeter um estud ceg. Além dist, a planta placeb, a rigr, deve ser brigatriamente incua e n pde intervir n metablism da glicse. Também n é pssível cmparar e denir a ecácia das plantas antidiabéticas pr estuds cm chás a 5% u a 10% apenas. Se assim sse, 15mg de clrprpramida (dse diária de 125 a 500 mg/d) seriam despreads, numa cmpara cm a dse diária (máima) de 15mg de glibenclamida. 5. A deni ds temps adequads para a bten das amstras de sangue. Pderíams usar s mdels ds hipglicemiantes rais (sulniluréias e biguanidas) u, ent, bedecer empiricamente s intervals de utrs eperiments. N entant, cm cada espécie vegetal pssui características químicas prprias e princípi(s) ativ(s) distint(s), seriam necessáris estuds armaccinétics (absr, distribui, bitransrma e elimina) para melhr estudar in viv mecanism de a. A ausncia de insulinemias mais elevadas aps us d chá de antidiabéticas, apesar da queda na glicemia, pde ser justicada pela esclha inadequada d temp para as cletas de sangue. Estuds armaccinétics sbre a absr, distribui e bitransrma d(s) princípi(s) ativ(s) seriam necessáris. outr at imprtante a ser lembrad é a meia vida curta da insulina (GooDMAN, GILMAN, 1991) e
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a utilia periérica de glicse (FRATI-MUNARI, 1988). Além dist, é pssível que a planta seja benéca pr um mecanism de a distint d aument da secre de insulina, cm vem send bservad cm diversas drgas btidas de vegetais, cm as biguanidas. 6. A deni ds grups de pacientes e vluntáris, que dever ser unirmes, deve cnsiderar grande númer de variáveis que pderiam crrer, cm: idade, pes, atividade ísica, histria amiliar de DM, us prévi (u paralel) de medicaments e plantas medicinais cm eeit residual sbre metablism ds carbhidrats, ntadamente ns ensais clínics pr temp prlngad. o númer de indivídus que devem participar ds ensais clínics, cm plantas antidiabéticas, é um aspect que merece discuss detalhada. Qual númer necessári de vluntáris para dar validade a eperiment? Na pini d pr. Mári Vaisman (chee d Servi de Endcrinlgia da UFRJ), numa dena cmum cm diabetes mellitus a casuística deve ser crrespndente à sua elevada prevalncia. N entant, prvavelmente pelas diculdades já listadas, s ensais clínics d eeit hipglicemiante da Bauhinia rcata (pata-de-vaca) e da Myrcia unifra (pedra-hume-caá), de Russ et al. (1990), cm api da CEME, cntaram, respectivamente, cm 16 e 18 diabétics tip II. Embra pequena, a casuística ainda supera a encntrada em muits trabalhs realiads n Brasil e n eterir. Neles, a insulinemia e a glicemia ds diabétics e vluntáris n mstraram altera signicativa aps a administra d chá cm 1g da B. rcata e da M. unifra. A casuística de utrs estuds cm plantas antidiabéticas brasileiras est na parte Y. os resultads de alguns ensais assemelham-se na queda btida nas médias das glicemias, cm Chrysbalanus icac (abagiru), pr Giusepe Presta (1986) e que realiams cm a Baccharis genistellides, var. trimera (carqueja). outrs ensais clínics cm a M. unifra realiads pr Russ et al. (1986, 1990) e cm a Bauhinia rcata, pels mesms autres e Mdest-Filh et al. (1988, 1989), n encntraram eeit hipglicemiante signicativ. Talve um eeit mais preminente dependa d empreg de dses mais elevadas (FRATI-MUNARI, 1988 ; MoDESTo FILHo, 1989) u de utrs atres já listads. Frati-Munari (1988) sugere que eeit hipglicemiante de algumas plantas crra apenas em diabétics cm hiperglicemia.
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7. A permiss e clabra ds indivídus para múltiplas cletas de sangue, eventualmente em dierentes séries e dias. Para s n diabétics, descnrt de serem submetids a ToTG cm detrsl (que para alguns é nauseante), cm 2 hras de repus e cleta de sangue – parâmetr para a sua inclus n grup de nrmais. Ns ensais aguds, cnvencer s vluntáris nrmais e diabétics da necessidade de múltiplas picadas de agulha, permanecend em jejum e em repus, aps us da planta, pr 2 hras u mais. Ns ensais prlngads, de semanas u meses, cm é esperad, ampliam-se as diculdades para manter acmpanhament regular (semanal u quinenal) ds indivídus. Geralmente, também causa plmica atr dieta. 8. outr dad peculiar é que alguns chás s de sabr amarg em cncentraes mais altas, cm da carqueja. Ns ensais clínics, preparar deccct numa cncentra de 10% (pr eempl 50g para 500ml de água) e administrar 2g da planta (pr eempl, 20ml da slu acima) a um grup de indivídus pde ser impraticáveis. Nestas cndies, chá de carqueja (Baccharis trimera) dicilmente seria utiliad pela ppula, pis deia um eeit residual prlngad sbre a sensibilidade gustativa. Talve seja pr este mtiv que a ppula emprega na besidade. Para us de dses maires d que 5% seria necessária a lilia d etrat (trnar p) e prepar de uma rma galnica estável. N encntrams registr de estuds sbre a varia ds princípis ativs u agentes tquímics da Baccharis sp. submetids à lilia. 9. Além diss, s escasss s estuds ticlgics e as inrmaes sbre s eeits claterais das plantas brasileiras antidiabéticas. Sbre gner Baccharis, pr eempl, cerca de uma deena de espécies s cnhecidas cm “carqueja”, e muitas s cmprvadamente ticas. 10. A padrnia d métd de prepar e a estabilia d princípi ativ em preparaes armacuticas, questes revistas pr Farnswrth (1985), Bnati (1980), Crippa (1978, 1980) e Magistretti (1980). os etrats de plantas, apesar de serem preparads de acrd cm s métds previamente padrniads, pdem, na prática, n bter um cnteúd cnstante d princípi ativ. o armaenament d chá pr temp prlngad pde causar uma
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diminui da sua prpriedade hipglicemiante e cmprmeter s resultads da pesquisa cm algumas plantas, devid à a de bactérias, u pr mei de utr mecanism ainda descnhecid (FERNANDo, 1989). S deenas de cmbinaes pssíveis para as variáveis acima. Tmand pr base essas cnsideraes, pdems cmpreender prqu de algumas divergncias de resultads u insucesss de trabalhs interessads em cmprvar s eeits teraputics n Brasil e n eterir. Esses atres pderiam eplicar as discrepâncias eventualmente encntradas entre us crrente e s resultads btids n labratri.
PERSPECTIVAS PARA AS PLANTAS ANTIDIABÉTICAS N nss entender, eiste muit a ser esclarecid sbre as diversas espécies brasileiras antidiabéticas. Devems ressaltar que a mairia ds ensais pré-clínics, que cmprvaram eeit hipglicemiante, n tiveram cntinuidade cm a bserva ds eeits da planta sbre seres humans. Pr utr lad, algumas pesquisas cm pacientes diabétics necessitam de cmplementa cm estuds ticlgics. Sbre algumas espécies vegetais, nvs eperiments dever ser desenvlvids, cnsiderand as inúmeras variáveis (algumas das quais descritas acima), antes que se arme que uma planta n tra beneícis para s distúrbis d metablism da glicse u para as cmplicaes d diabetes mellitus. Este perl também pde ser btid a partir das plantas medicinais utiliadas em utrs países d mund. As plantas medicinais n cnstituem retrn a passad, mas imprtante avan em dire a utur através de prgramas de aprveitament de uma rica nte de medicaments representad pela fra brasileira (KoRoLKoVAS, 1978 ; LozoYA, 1983). A ppula rural (e mesm a urbana) cntinuará a usar a medicina tradicinal para curar enermidades. Estams de acrd cm a pini de Mrrisn (1982), de que alguns desses remédis pdem n ter valr teraputic de destaque, mas utrs s valiss e necessitam de metdlgia cientíca para sua avalia (VESEL, 1991). N cnceit da oMS, us judicis de ervas, ungs, fres, ruts e raíes em aten primária à saúde pde representar
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imprtante cntribui à redu das despesas d mund em desenvlviment cm remédis (AKERELE, 1983, 1992 ; FARNSWoRTH, 1983). N Brasil, a Central de Medicaments (CEME) patrcinu estuds, em centrs de pesquisa, sbre a ecácia de algumas de nssas plantas medicinais (MINISTÉRIo DA SAÚDE, 1982, 1986). Inelimente, s parcs recurss destinads a prjet e, principalmente, a descntinuidade de uma plítica de saúde adequada parecem ter cntribuíd para que estas inrmaes praticamente n saíssem ds labratris, nde ram realiadas as pesquisas u ds gabinetes ministeriais. Enquant ist, a ppula cm um td e a mairia ds médics, cntinuam a descnhecer valr teraputic, risc e a ticidade das plantas medicinais crrentemente empregadas, n apenas n diabetes, mas também num grande númer de denas. Especialistas armam que muitas drgas da cincia mderna pderiam ser manuaturadas pels prpris países em desenvlviment (BETToLo, 1981 ; FARNSWoRTH, 1983 ; DEMEHIN, 1984 ; AKERELE, 1992 ; MARLES, FARNSWoRTH, 1994). É undamental para ist que haja cntinuidade nas pesquisas destinadas a separar mit da realidade, cmprvar eeit de nsss prpris recurss e, nalmente, permitir que a sciedade cm um td pssa ter acess a melhres cndies de saúde e assistncia. É necessária a integra de cnheciments das diversas áreas que hje (via de regra) trabalham isladas, em etapas distintas de estuds que pderiam permitir empreg segur de plantas medicinais pela ppula. Alguns estuds limitam-se à descri btânica das múltiplas espécies e suas sinnímias cientícas e vulgares, u apenas a islament de princípis ativs; utrs, as eeits armaclgics em animais. Muit puc se bserva de parceria u intercâmbi. Um estud cientíc de plantas medicinais precisa envlver uma equipe multidisciplinar. É indispensável a clabra das áreas d cnheciment cm btânica, tquímica, armácia e medicina, dentre utras, dada a cmpleidade de variáveis eistentes e s prgresss tecnlgics dispníveis. Pr este mtiv, a universidade deve se rganiar n sentid de dar seqncia as estuds já desenvlvids, integrand as muitas “ilhas” d cnheciment sbre s recurss teraputics eistentes na fra brasileira, uma das mais ricas de td mund. Voltar para o sumário
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Este estud n é pineir n grande desa para adequad cnheciment ds recurss tterápics utiliads n diabetes. N se trata de um prjet ambicis para a descberta de nvs ármacs. Destina-se a reduir a distância entre a ppula e s médics que, pr sua rma (tecnlgia e cnheciment imprtads), cntinuam a assistir, cm passividade, us de chás pels pacientes. É um esr para que se diminua a grande lacuna de estuds ainda necessáris, em muits ds quais se cnsidera imprescindível a participa d médic para justicar e assegurar us de ervas pels diabétics. É um cnvite para que grups de pesquisa clabrem n esclareciment de inúmeras questes sbre as plantas cnsideradas úteis n tratament d diabetes mellitus e de suas cmplicaes.
CONSIDERAÇõES FINAIS SOBRE O EMPREGO DE PLANTAS MEDICINAIS NO BRASIL Cm base n levantament bibligrác realiad sbre as plantas cnsideradas úteis n tratament d DM, é pssível cncluir que: 1. as inrmaes eistentes ns livrs que tratam d tema ainda n permitem seu empreg cm segurana, pela escasse de estuds sbre: parte da planta, épca e habitat prpícis para a cleta; pslgia adequada, mecanism de a e, principalmente, sbre a sua ticlgia; 2. us indiscriminad destas plantas medicinais cnstitui risc, enquant n se denir u n huver cnsens sbre indica teraputica, rma de prepar, pslgia crreta e pssíveis eeits adverss u cntra-indicaes; 3. estas plantas, chamadas “antidiabéticas”, representam imprtante nte de pesquisa, pels resultads btids n us ppular de algumas delas e a prvável ecnmia que representariam para nss país; 4. há evidncias claras d aprveitament da tterapia n DM, cmprvaes eitas através de ensais armaclgics desenvlvids em centrs de pesquisa e publicads em peridics, abrind a pssibilidade d seu empreg, cm mais uma p, para s trataments atualmente estabelecids, inclusive das cmplicaes crônicas da dena; Voltar para o sumário
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5. há necessidade de prteger as plantas de sua etin, que pde crrer pela divulga sem critéris de seus beneícis, u quand se trnam matéria bruta para ns industriais; 6. a investiga das plantas medicinais antidiabéticas precisa ser estimulada em tds s níveis – d btânic, tquímic, etnarmaclgic, armaclgic (pré-clínic, clínic e ticlgic) a armactécnic. Urge que s centrs de pesquisa étics se empenhem na elabra de prtcls que dem cntinuidade e integrem s estuds de plantas reginais úteis n tratament d diabetes mellitus.
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SUMÁRIO DE ESTUDOS CIENTÍFICOS COM PLANTAS ANTIDIABÉTICAS
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