Marcondes
História
Propaganda Brasileira e lh o r e s c a m p a n h a s
Génios
Edição
criação
Personagens
Um Pouco
História
Este não é um livro de história.
ão nasceu co
essa pretensão.
as tem, sim, o objetivo de traçar uma
linha do tempo, em que se sucedem os principais
momentos da propaganda brasileira e
ua relação co
uma influenciando
nossa sociedade,
outra, e a duas
publicitária. Em 1908,
realizado um concurso (possivelmente
pri-
meiro) de cartazes publicitários, com a utilização de poesias, para o Bromilum, xaro pe contra tosse. Participa dele, entre outros p oetas coanúncio, formato tão habitual na mídia impressa contemporânea, nasce assim de uma colagem de recursos conhecidos.
ciedade moderna e da comunicação de massa. final do século XIX, essa evolução apenas começa. Os anúncios deixam de ser meros classificados para assu mirem um
nhecidos, Olavo Bilac.
existentes
origem que se transforma rá, por si próprio, num ícone cultural da so-
manifestações pre-
literatura e do jornalismo,
publicidade
personalidade
mais parecida com a que conhecemos hoje. Crescem de tamanho
ganham qualidade gráfica. início de 1900, aparecem no país as primeiras revistas, menos
importou o texto; do desenho e da pintura, trouxe as ilustrações
voltadas
dando origem a algo diverso e novo, mas de certa forma já incorpora-
sonetos, fatos diversos comentados. Aí vamos encontrar os primeiros
do ao universo conhecido da pessoas.
anúncios de páginas inteiras, com ilustrações apura das, em até duas
armadilha para assegurar
eficácia ao objetivos publicitários de comunicar Ao longo de sua história, no entanto,
nhar ta personalidade
vender.
anúncio publicitário vai ga-
independência em relação
suas formas de
notícia clássica
mais
crónicas sociais, sátiras, charges,
cores. Também o espírito do anúncio já é outro, bem mais leve (como veículo no qual se insere e
sociedade para
qual se dirige), irreve-
rente, solto, eventualmente com um toque de humor e
sença daquilo qu
primeira pre-
mais tarde se chamaria de criatividade publicitária:
não mais a mensagem com forma e conteúdo de um comun icado di-
DEIXA
reto, mas embrulhada num pacote de elementos, que requerem a par-
ticipação inteligente e
cumplicidade do consumidor para decifrá-los.
agência de
propaganda
Um modelo importado de comunicação
comercial invade
Brasil.
registros históricos dão conta de que a primeira agência de propaganda brasileira, surgida especifiAntárctica: o mais importante dos
camente com o fim de produzir comunicação co-
anunciantes nacionais
mercial, foi fundada um pouco antes da Primeira Guerra
uma campanha, com peças em sequência e
Mundial, por volta de 1913, em São Paulo. Cham ava-s
objetivo estratégico planejado.
Eclética. Depois da guerra, havia já outras quatro em funcionamento.
Do
General Motors começa a s
profissionalizar
anunciantes nacionais que conhecemos hoje,
mais importante dos primeiros dez anos do século XX é
cervejaria Antárctica, que produziu no período peças de qualidade, com espírito
Também
forma inspirados no art-
nouveau. São todas feitas pela própria com panhia e pro-
duzidas internamente.
mantém um departa-
mento de propaganda em operação
desde 1925. Credita-se a ela um importante passo na profissionalização
da propaganda feita no Brasil naquele período.
Genericamente, os anúncios da
Nesse primeiro quarto do século passado, surgem
companhias internacionais são já de
também os primeiros grandes anunciantes multinacio-
melhor padrão do que a maior parte
nais, entre eles Mappin
da comunicação das empresas brasilei
Webb (nosso conhecido
extinto magazine que, embora estivesse no país há al-
ras. Importam know-how e técnicas de-
gu
senvolvidas nos Estados Unidos, onde
tempo, começa a anunciar apenas nesse período),
Nestlé, Colgate-P almolive, Gen eral Electric, Souza Cru (British Am erican Tobacco)
Ford.
Bayer faz um tra-
publicidade consolidou modelos
pro-
nos primeiros anos do século XX
Sem jeito de Brasil or se assim,
propaganda
as empresas estrangeiras, embora
correta para os padrões da época, não tem muito a ver com a cultura
brasileira, nem com os hábitos de consumo n acionais. Funcionava porque a comunicação publicitária tende a gerar resultados, mesmo
ff
(campanhas publicitárias de baixa elaboração ou campanhas globali-
zadas, elaboradas nos grandes centros, acabam por produzir, ainda assim, algum efeito sobre o público-alvo). O consumidor brasileiro desenvolveria seu repertório particular anos depois (nas décadas de
1960 e 1970, mais propriamente), a partir do interesse de alguns Em 1916,
Nestléjá fa propaganda de sua farinha láctea
í'-!""
consagrado
presíigío das afamadas meias
náo se Iteifa somcwfe á» aristocráticas reumdfes os grandes o«de «tias já eonquiafaram um togar proeminente definido. Mesmo nos bosques ou «as florestes a sua radiante belleza
anunciantes e do trabalho específico de algumas agências (e profissionais de criação) nacionais, que tentarão, teimosamente, descobrir
como é quese az propaganda tado - comsotaque
formato
comu nicação imp or
Brasil.
Por volta de 1930, c h e g a ao país
primeira agê nci de propagan-
da norte-am ericana, a Ay er, que vem para atende r a Ford, seu cliente
internacional, roubando
conta pu blicitária da pioneira Eclética. Tam-
bém a GM faz seu movimento, trazendo ao Brasil su
co
dial, a J.
Thompson,
parceira mun-
mais antiga agê ncia de propaganda hoje
operação no país. Me smo assim, não estamos ainda diante de u m negócio constituído.
propaganda não é, como viria a ser chamada
depois, uma "indústria". Até porque a indústria de verdade, base de sustentação
razão da existência da pu blicidade, ape nas se insinua no
Brasil, como um setor. Estamos, portanto, diante de uma atividade
embrionária, que vai sofrer nesse período economia e país baque crise de 1930 e constitucionalista de 1932.
CALÇA AMERICANA
Em novo tipo especial
m\m-m
'Andar pelo mato... Bondar
os poucos, no entanto, va evoluir se
de
cavalo...
pescarias, èxcorsões, piqueniques,,. Fenos!...
Um par das maéics Alpiargatas. Roda "nos pés, calças arnericanas bem fortes e confortáveis...
'f..
§•'''
"deixe o barco correr".)
k m m t m à o suos moos... não esqueço Alpargatas Roda Calças Americanos For-West!
Boas
para as férias... boas para
grtançes
oeasiõol
PAULO 41PAR6ATAÍS
Paulo Ru Ot, AlmeWa Um 1130 Ru Beo, t223 - B e C — R b d e janeiro Ru do» AhaVadas, 1409- Porto Alegre
como,
1929, parar.
resto, toda
revoluç ão ge tulista
cara
e a voz
primeiras fotos e a chegada do rádi mudam o rosto da propaganda no Brasil. (WARNER)
atam dessa época turbulenta as primeiras fotos não mais apenas ilustrações
brasileiros. Tanto
começam
traço - dos anúncios
Ayer como a J. W. Thompson
recurso, já consagrado e m s e u pafs
utilizar
de origem.
Uma vez mais,
conquistas
propaganda incorpora os avanços e as
sociedade, e os coloca
nicação comercial.
serviço
comu-
evolução as técnicas e dos recursos
da fotografia produz um impacto enorme na sociedade
O jornalismo incorpora rapidamente esses avanços e, em pouquíssimo tempo, tem sua própria forma de abordagem fotográfica,
fotojornalismo.
propaganda ainda
não. Utiliza fotos padrão, pré-produzidas, ainda com modelos norte-americanos. Algo como as fotos de arquivo (stock photos) que a propaganda us
Iríamos começar jeito, caras
cores
hoje.
nossa produção fotográfica co Brasil ainda nesse início
ma
grande inovação para
seria
chegada
país
para
década,
propaganda
rádio, que se insinuou no final da dé-
um
evolução paulatina
gradual, como os veículos impressos. Cres-
Ctrla de forma vertiginosa, numa velocidade at
então desconhecida,
arrebataria, em suas ondas, gerações de fãs, constituindo audiência de massa do século. Para
primeira
propaganda, isso significou
maior impacto de desenvolvimento de sua ainda incipiente história. Representou, também, um desafio inovador sem precedentes, até
Novo
porque,
•ERFUMADfSSfMO Sabonete
Lever
partir daquele momento,
propaganda teria voz.
tocaria música. Teria, portanto, qu Como na vida real lons.
aprender
falar e
teria tocar,
no discos.
propaganda, sabe, poij el« tunbcm um A» estrflas. time teu «tonce, novo Leva envolve Unte perfume, sais mdorável, m»i$ adviote, noite ««mói D* «MMiiM pureza Und* ettb*I*gem to», «m sempre com fi€QHÒiilÍ€K* heitKf al bí «tbooete anis tuxaoto pMchMclo do que Q O T O t*K*i. Agor» «aã «UBaãfco».
Inbonete «k
bete*
bem da verdade, não Contribuiria com novas descobertas, nesse inílO de história do rádio
como meio
comuni-
cação no Brasil. Iria, •O
poucos, incorporar conquistas de forma que ele
descobriria po conta própria ou importaria da Europa e dos Estados Unidos.
rádio po
aqui seria, em seu início, um grande palavrório.
Noticiários, crónicas, posteriormente radionovelas e, claro, música. propaganda foi tímida e, em seu primeiro movimento, apenas reproduziu na nova mídia os mesmos textos desenvolvidos para os jor-
nais e as revistas.
em graça e sem imaginação.
empresas falam ^
Em dois ou três anos, contudo,
linguagem publicitária no rádio
criaria seus primeiros formatos próprios: os spoís (peças co
textos
Interpretados, acompanhados ou não de música) e os jingles (trilhas
idílio c x c r i c griindf j s < / n / o
sobre vida brasileira desde os anos 1930, lançando artistas e exercendo pape! de primeiro grande veiculo de comunicação de massa
mar;
No rádio, as grandes indústrias já presentes na economia brasileira encontrariam espaço privilegiado para su
nomes encontrados nos jornais
comunicação.
mesmos
revistas, seguidos de outros que
chegariam aos poucos (Coca-Cola, entre eles), eles), estariam est ariam também preGessy: uma das primeiras marcas anunciadas em jornais revistas que se torna grande beneficiada c o m a chegada do rádio (ver também página seguinte)
sentes no novo meio, utilizando-se utiliz ando-se não só d dos os recém-chegados spofs jingles como, também, de uma nova modalidade de presença comercial na mídia:
patrocínio. As novelas Gessy e
Repórter Esso se
transformariam em marcos dessa nova fórmula, em que o anunciante
Urabs
apresenta e oferece oferec e aos telespectadores telespe ctadores o conteúdo editorial e/ou ar-
tístico
programação
veiculo. Ficaram décadas no ar, sendo que co
Su
absoluto sucesso para a TV, assim que ela s
primeiro migrou co instalou no país.
Já se sabia então que, quanto mais próximo estiver
nome
anunciante do conteúdo veiculado no meio, mais eficaz tende a ser comunicação comercial. ia ao ar e ao longo mente
consumidor
patrocínio, citado sempre que o programa
toda a sua duração, registrava co imagem
marca,
simpatia
eficácia na seriedade.
sã
«punw, »t
Um do primeiros anúncios de Coca-Cola: mares americana invade não só as publicações, c o m o também meio radiofónico
la transforma tudo.
nunca mais seríamos
os mesmos.
om
acontecera no
cionaria
Estados Unidos, a T
mais que o rádio -
portamento,
revolu-
cultura,
com-
economia e, consequentemente,
publicidade brasileira de uma forma como nunca havíamo
visto. No
ia 18
setembro
ra de W do Brasil,
quarto
atraso
1950, co
horas, às 22h, em São Paulo, nasceu
PRF-3 PRF-3,, ou a TV Tupi.
mundo
duas
primeira emisso-
país seria
transmitir imagens de televisão.
responsável pela façanha foi Assis Chateaubriand, proprietário do
maior
Diários Associados,
portante rede brasileira de rádios e, com a chegada do rádio,
mais im
jornais. desafio era dar voz às
mensagens publicitárias, agora se tratava do desafio fi-
primeira metade da década seguinte.
propaganda, apesar de conti-
nuar sua natural evolução no país, país, aprimorando linguagem também seria afetada.
técnicas,
volumes investidos investidos cairiam, c airiam, e o setor experi-
mentaria uma estagnação considerável, como negócio negócio e nos números de seu desempenho comercial.
nal: da imagem. E em movimento. Assim como no rádio, contudo,
início fo apenas ex-
perimental, e
propaganda criou um
comunicador,
garota-propaganda (sempre mulher, já
que as mulheres eram
figura básica de
público-alvo preferencial da pu-
VIDA PARECE
mulheres cabe ficar em casa, conversando com as garotas-propaganda, enquanto seu adónis não vem. Ou, ainda, ir ao paraíso das compras, o supermercado, que introduz grandes novidades da culinária no rte-americana, como os alimentos enlatados e os de preparo Instantâneo. versão de mulher moderna da época é a da que sabe fazer compras, domina o uso dos mais novos lançamentos eletroeletrônicos (ba»tedeiras, enceradeiras, liquidificadores, todos novos personage ns da [.cozinha) e... atualiza-se sobre as novidades, vi garotas-propaganda. Mas lá fora, na ruas da grandes metrópoles qu começam surno mapa do Brasil, principalmente no bailes vespertinos noturfftos, um importante mudança de compo rtamento começa a aconteICêr. Uma jovem rebeldia ocupa espaços, num cenário social até então previsível bem-comportado. Tipões...
ão os homens que vão começar quebrar os primeiros tabus. darlon Brando James Dean são os modelos da nova raça, que es•nja virilidade, adora velocidad e não respeita o status quo. São no-
causa. eles. De eu canto, também elas irão em busca de um comportamento •nos servil. Para desespero do pais e da moral vigente, passam Br calças compridas justas no corpo, pintam-se co maquiagem imDrtada, usam ousados m aio na praias (alguns feitos já com as noIS fibras sintéticas, o náilon e o rayorí), além de andarem lado a lado 9m os "brilhantinados" garotões em seus carrões. Todos vão, juntos, rebolar ao som de um novo ritmo, qu mudará história da juventude para sempre: rock and mil. Elvis Presley é fiodelo e, no requebro de sua cintura, dezenas de anos de compos|ura e correção irão bailar. Garotos e garotas nunca mais serão os ismos. Adeus, inocência perdida. No B rasil, na mesm a época em que rock destrói modelos de comBrtamento com sua batida qu parece buscar inspiração na violêní l l ,um outro movimento, totalmente intimista, ocupa as salas bem
Todas essas imagens são,
claro, um grande estereótipo
que, no
entanto, têm o didatismo e o poder de síntese dos valores e costumes
!STE CASAL IASCEU
iLUMENAUJ CATARINA.
Você percebe, B» hora, qiw s» ttftte ", de um «asai roper-avançudo, Sempre pronto a lançar ideia» novas, ou um desenho totalmente inédito. ou uma cA mais arrojada. somente em duas coisas ste easal te
(HMístao de manter twdiçftw, (Is padtm»$ tí q u < " ser Impecáveis. cores Ja toalha dête.tèm qu comWnar perfeitamente com as
cores e o desenhos da toalha cielt. Como acontece com lodo» os casai» d» nova colecto Artex El» El*'.
juarrmx
da época.
Uma vez mais, ça
propaganda va reproduzir todas essas mudan-
um pouco depois. A publicidade da época cuida de venerar o
bom-mocismo dos homens e difundir os padrões convencionais da dona-de-casa-modelo para as mulheres. Sexo antes ou fora do casamento, nem pensar. Anunciavam-se já os recém-in-
ventados absorventes higiénicos femininos (Modéss),
as
nã
se dizia claramente para
qu
eles serviam. Confiava-se
na sutileza e na capacidade de
dedução da moças. ...e
seus
/l/í///, (/(/i vitt.t se ,i ni.iitn d// torci (},) Anu" !!! ,i
,1
carrões
A industrialização toma conta do país no governo Juscelino
Kubitscheck, que prometeu (e medida cumpriu) 50 inos em 5. O espírito desenvolVlmentista invade as empresas, tm bo
•S cidades,
casa e
tamento da
compor-
pessoas.
pla-
no de metas ousado te
como
foco a infra-estrutura da economia (energia, transportes, indústria de base). Enquanto os costumes eram abalados pelos novos modismos do consumo e do
compo rtamento mais liberal, JK tratava de mudar po dentro.
Brasil po baixo
presidente também planeja e constrói Brasília, símbolo concreto
Latino, (oni(\.i SUd <3tUit(,J<) (OD)
lançamento do
Pato Donalcí
Alegria, alegria, de Caetano V eloso, composta em 1967 para um dos
famos os festivais da música pop ular, levados ao ar ao vivo do audi-
tório da W Record, em S ão Paulo, sintetizaria a déca da e sua confusão: "O so l se reparte em crimes, espaçon aves, guerrilha s..." A (são várias as redes nacionais, ago ra) se transforma no grande veículo de comunicação
cultura,
cultura diversa da académica,
que receberia o nome de cultura de massa.
massa" porque não
mais difundida para poucos, nos bancos da escola, mas para muitos,
de forma homogénea e nivelada pela média (para muitos, pela mediocultura nã
cridade).
mais voltada para
saber,
para
pro-
saico e cotidiano. Não mais para construir conhec imento, mas para entreter e divertir.
O novo veículo, assim como a técnica já evoluída da publicidade, servirá c o m o
luva para
tomou
m o v i m e n t o militar,
poder
no país, em 1964. O ufanismo nacionalista, a ideologia progressista, busca pela criação de um sentimento pátrio profundo são temas e conceitos
os quais
propaganda va aderir, mais
menos, depen-
dendo ocasião, da importância política do interlocutor ou do t a m a nho da verba anunciante. O governo, aliás,
toda a s u a estrutura centralizada
poder
e suas ramificações, como estatais, autarquias, ministérios, secreta-
pois todos querem dizer algo
população brasileira -, transfor-
ma-se no ma ior anunciante do país (e assim o é até hoje). Graç as ele, muitas empresa s do setor de comun icação p rogredirão. A propaganda, como negócio, vai crescer. lei que criou a propaganda
agências
p r o p a g a n d a t i n h a m então
força
riam substancialmente anos depois. Reuniram-se co
perde-
quem decidia
regras do j o g o e, usando seu poder de pressão, fizeram aprovar,
ALMANAQUE
1965, a Lei 4.680 - marco importantíssimo da história da propala definia que a r e m u n e r a ç ã o - b a s e agências
ganda brasileira. saltaria
17,65%, pagos até então sobre as verbas investidas
p e l o s a n u n c i a n t e s n a mídia, p a r a 20%. Esse p e q u e n o p e r c e n t u a l
--->:?*.
movimenCo to feminista, mulher conquista espaço busca assumir uma posição independente em relação ao homem (ver também página seguinte)
seria classificada por muitos como "a década p e r d i d a " . Nela, quatro
planos económicos mirabolantes e as oscilações inflacionárias f o r a m m a r c a registrada na economia, e n q u a n t o uma falta de inventividade geral contagiava os guetos criativos país.
entanto,
onde menos
costuma espe rar inovação ou seja,
política, foi de onde vieram os ma is vigorosos sinais d e m u d a n ç a e a v a n ç o . Em 1982, o país realizou as primeiras eleições diretas para o Executivo desde Jango, na década de 1960, e a nação elegeu em massa g o v e r n a d o r e s
mais forte partido
oposição:
PMDB,
m a c l a r a d e m o n s t r a ç ã o d e repúdio a o s a n o s d a d i ta d u r a militar. Em 1984, teve início
ruas
grandes cidades brasileiras
m o v i m e n t o p e l a s Diretas já c a m p a n h a p e l a e l e i ç ã o d i r e t a t a m b é m para presidente da R epública. Dois dos mais express ivos líderes do
m o v i m e n t o , Ulysses G u i m a r ã e s e T a n c r e d o N e v es , i ri a m à s p r a ç a s pú blicas p a r a d e f e n d e r n o s s o d i r e i t o voto, m a s n o s i n te r v a l o s d o s c o -
consegue manter seus feitos com tal destaque verdade é que,
impacto. Mas a
partir do anos 1980, com_cr[se oj em e l a , _ o _ B _ r a _ s i l
nunca mais deixaria de ser reconhecido com
um do países; mais c ria
tivos da propa ganda m undial. Com erciais como Morte
(1981), da DPZ para
Orelhão
Telesp, sobre van dalism o contr os orelhões,
Primeiro Soutien (1978), da W/GGK para
Valisère, sobre
emoção
quintal
llobalização propaganda
tconoma e
flilleira atrelam seus
destinos ao
ipltal internacional.
de uma menina ao ganhar seu primeiro soutien, ficariam registrados como alguns do melhores comerciais brasileiros de todos
tempos.
Primeiro Soutien extrapolou, sendo relacionado entre os cem co-
merciais mais criativos do mundo, em todos os tempos.
fato mais importante dos anos 1990 é a consolidação da World Wide Web, a internet para todos. as o cenário internacional tamb ém é agitado por
novo
amplo mapeamento da Europa, pós-queda
muro de Berlim. Fragmentam-se em novas nações como lugoslávia, Bulgária parece toda
Tchecoslováquia.
União da Repúblicas Socialistas
o-
as (URSS), com a conquista da independência de
"repúblicas". 'lnquanto novos países surgem
antigas nações
economia internacional ad
pela fusão
pela aquisição
a n o s 1990 empresas
o mundo. G igantes conglom erados dos mais
i-
setores se u n e m p a r a f o r m a r m e g a c o r p o r a ç õ e s movimento de aglutinação do poder nômico cujo porte se desconhecia até então. O feglobalização se multiplica, t e n d o c o m o tno df seus motores
rn
forte excedente
poupança
Estados Unidos, provocado pela expan são
Grandes
Momentos Toda história é um emaranhado de fatos e personagens.
Eles não acontecem como nu
livro, onde cada capítulo separa
um assunto do outro. Na verdade, não se separam nunca.
as vale
pena olhá-los de perto, um por um. Nesta e nas demais
partes deste livro, você vai acompanhar alguns dos momentos
de maior destaque da história da propaganda brasileira.
co
lente de aumento.
conhecer seus personagens como
eles
W sai da DPZ Washington Olivetto
deixa
que trabalhou por 14 anos
nova
história
agência para
propaganda
inaugurar
brasileira.
seus ro destino sempre prega peças té hoje Paulo. É por isso teiros urbanos, na imensa el às vezes ainda passa em frente ao prédio mais importante da sua vida. O prédio continua lá, branco como sempre, co aquelas três letrinhas na porta, que para maioria dos que circulam por ali não significam grande coisa, mas que para ele tinham sido todo um alfabeto todo aprendizado. po isso que, ainda hoje, quando pára no sinal de trânsito da esquina, nã consegue controlar emoção. mais forte. A DPZ é mais forte que ele. as ele enga ta a marcha, e o prédio branco vai ficando no retrovisor. Fo onde passou estar desde aquele almoço os Jardins, bairro nobre paulistano, anos antes; no retrovisor e na história. cara amassada de sono, passo meio trôpego té eito banheiro imenso apartamento, ajeitada cabelos desgrenhados enganariam o observador afoito. le estava bem. Tinha dormido muito bem. Não
Nizan deixa
W/Brasil
W / G G K . Eram então parceiros e amigos. A relação entre os dois passaria por um estremecimento definitivo tempos depois,
O b a i a n o mais veloz do mundo volta pra
as isso nã
importante para a história da propaganda recente. Importante é que
Bahia, para voltar para o m undo.
Nizan voltou para a DM9, recusando num erosos convites nacionais internacionais. Dizia que o Duda Mendonça havia oferecido a ele mais
que uma sociedade: centenas de quilómetros de praia, centenas de igrejas e ladeiras, mais de quatrocentos anos de história. Duda lhe
havia proposto toda a Bah ia. Foi irrecusável. sair e iniciar sua vida de empresário na terra do acarajé, Nizan
estava dando, sem querer
sem saber, continuidade a um novo mo-
delo de agência e a um novo jeito de se criar propaganda no país:
jeito inaugurado
Washington,
herdeiros, do quais Nizan seria sempre lu própria, qu
daria filhotes mais ilustre.
geraria
herdeiro co
montou a sua própria DM9 e escreveu uma das mai
avassaladoras histórias de sucesso empresarial e criativo desses os vinte anos.
epois de Jorge Amado, ele provavelmente é o baiano mais internaciona l do mundo. Sem deixar de ser o baiano mais baiano da Bahia (talvez nesse quesi-
to perca, na chegada, para António Carlos Magalhães). oi po
causa dessa baianidade toda qu
seguiu
letra de Gilberto Gil, que diz: "Eu vim da Bahia, volto pr
risca
as
lá."
Depois de anos entre o Rio de Janeiro e São Paulo, anos após te
deixado
terra santa, onde começou na
DM9 de Duda Mendonça como estagiário, depois de haver passado pela Artplan, pela DPZ e pela W/GGK , ele voltou pr Essa
Bahia, em 1988.
volta e sua saída da W/GGK são o segundo epi-
sódio mais importante da moderna propaganda brasileira. Nizan saiu deixando sau dades na agência do então
amigo Washington, que fez para ele um anúncio cujo título era exatamente "Eu vim da B ahia, mas eu volto
ra l á " .
final, assinava assim: "Querido Nizan. Você
voltou pra lá. Mas ficou aqui: dentro do nosso c o r a ç ã o . "
criação
dupla
O modelo que hoje é padrão em qualquer agência do mundo passou
existir
década de 1950.
publicidade apenas
mudou tudo.
1982,
Almap, de Alex Periscinotto, um dos res-
ponsáveis pela introdução da Brasil, decidiu acabar co
duplas de criação no
elas em sua agência, qu
na época tinha nada menos do que 15. Derrubou as baias onde elas se isolavam
criação,
qual, se
abriu
paredes, passou
departamento de operar em equi-
pes. A MPM fez o mesmo, naquele ano.
derrubada da paredes,
instituição da equipes,
criação em grupo, sem dúvida, quebraram o antigo mo-
nopólio da dupla como formato único para se criar propaganda. Isso, no entanto, não fez as duplas desaparecerem de vez. E é muito possível qu
isso jamais venha
acontecer. Rapidinho, no entanto, vale contar como qu
elas chegaram ao Brasil.
Júlio Cosi ir., um dos nomes de peso da criação brasileira no anos 1950
1960, na época na Standard, foi
primeiro publicitário brasileiro dison Avenue,
colocar os pés na Ma-
Nova York, na agência mais impor-
tante de propaganda de todos os tempos:
D D B . Nela
C-D
Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada Um simples jingle para atinge
calça jeans
as paradas de sucesso e s
transforma
nu
vira música
popular
marco:
propaganda
brasileira.
coisa comercial. peça fonográfica, criada profissionais do meio publicitário, para vender produtos. É um recurso da propaganda para convencer consumidor, cantando no seu ouvido. Algo, portanto, que é veiculado no espaços comerciais da emissoras de rádio, como pano de fundo do filme, na TV. Muitos deles fazem sucesso entre público. Muitos sã cantarolados na ruas e nos ônibus, como se fossem canções de autoria de ídolos populares. as música tema do filme Graffiti (criado em 1980, pela DPZ, para seu cliente Levi's), da produtora MCR, foi um fenómeno parte. Alcançou, literalmente, as paradas de sucesso. Saiu dos espaços comerciais para entrar de cabeça no espaço artístico da emissoras de rádio, qu passaram programá-la como um hi musical qualquer. sucesso fo acontecendo ao poucos, e jingle teve que ser gravado em disco. (Um compacto simples, quem se lembra deles?) compacto ficou meses na lista do mais executados na rádios AM e FM de São Paulo. Fe sucesso, ingle por
do muros foram traduzidas para inglês interpretadas po f o n y Osanah, então integrante do grupo de música latino-americana Raices de America. disco vendeu 500 mil cópias. Sérgio Mineiro, autor da peça em conjunto com o compositor de PB também sócio da produtora, Renato Teixeira, cham ava a atenão para algo, no mínimo, curioso: "Não citamos nome do produnenhum momento
obteve
maior índice
Levi's registrou para seus comerciais at hoje." lição que fica é sintetizada por Sérgio Campanelli, o C da MCR: "Quando você tiver qualquer dúvida sobre o que dizer em sua campanha, cante." reca//que
Brasil
virou Primeiro
Mundo como quem não era nada virou uma das mais respeitadas nações criativas do
" P l a n e ta P r o p a g a n d a " .
iver neste país
concorde comigo, caro leitor - às
vezes desanima. Mas há vezes -
raríssimo - em
que a gente té sente orgulho de ser brasileiro. Isso acontece, para citar o óbvio, quando vemos a se-
leção em cam po e ela ganha (tem sido raríssimo, mas
acontece). Mesmo que o Brasil perca , torcendo nos transformamos na tal pátria de chuteiras, o que é uma
experiência única.
Infelizmente, não temos muitas sensações assim. In felizmente, há pouca coisa que podemos esfrega r na cara do mundo
dizer com orgulho: isso aqui fomos
nós que fizemos. Pois temos algo assim com a p r o p a g a n d a b r a s il e ir a . ponto de vista económico, o Brasil é um dos dez
maiores países do mundo. de
negócios,
nossa
ponto de vista do volume
propaganda está entre
maiores. Mas quando se fala
seis
qualidade criativa da
nossa publicidade, nos sentamos ao lado dos Estados
Unidos e da Inglaterra, com o restante da
nações lá
grandes nações qu
Foram
da p r o p a g a n d a , p a r a c om p a r a r tários
redor do mundo.
inventaram os prémios internacionais desempenho do
mercados publici-
verdade, elas inventaram
premiações
internacionais para premiarem a si mesmas, tamanha su excelência publicitária. Mas desde a década de 1970, expressivamente na década de 1980 e, com mais destaque ainda, dei 995 a 2000, em todos esses festivais premiações,
Brasil costuma ir muito bem, obrigado.
No maior e mais representativo desses eventos, o festival da Screen Awards
Association (Sawa), realizado em Cannes todos os anos,
temos nosconsagrado
pelo menos duas décadas
últimos cinco anos do século
sendo quenos
ficamos entre os três países mais pre-
primeiro Leão de Ouro do Brasil em Cannes, em 1971: Homem co mais de 40, da DPZ
década de 1990 quebrou encanto. Nunca ma is Ca nnes teria frescor de antes. Brasil teria - como todas as demais nações sul-americanas, aliás - que mostrar seu talento, apesar da má vontade dos países líderes. 1992, no entanto, foi introduzida no festival uma inovação que auxiliaria Brasil, embora poucos pudessem então supor que seria assim. Criou-se Festival de Mídia Impressa, Press Póster Festival, que começou sem graça, com poucas inscrições e baixa representati vidade, mas que se firmou já no ano seguinte. No primeiro ano, Brasil não foi bem. Na verdade, com exceção dos trabalhos da D PZ e de muito poucas outras peças, a publicidade brasileira nã detinha grande história gráfica. Certamente, ão havia como nos compa rarmo s aos europeus e aos norte-americanos, donos de uma indiscutível excelência histórica nas artes gráficas. Apesar disso, no ano seguinte, começamos a criar uma história de grandes conquistas para propaganda brasileira na mídia impressa. Com um trabalho de Marcello Serpa e Nizan Guanaes para o guaraná Antárctica Diet (da nova agência de Nizan, a DM9), o Brasil conquisto nada menos que o Grand Prix do Press & Póster. Foi o primeiro Grana Pm brasileiro em Cannes, em toda a sua história. Fizemos mais. Como agora estava em jogo um número maior de Leões (soma os dois festivais), começam os escalada permanente - e, aparentemente, sem volta para um novo estágio de nossa participação. país trouxe 12 Leões, sendo seis para filmes seis para mídia impressa. Mas o Grand Prix seria mesmo grande marco. e o Brasil vinha longo dos anos 1980, a expansão na crescendo em ritmo lento mídia impressa mostrou que, além da boas ideias, fazia-se po aqui um trabalho gráfico de indiscutível qualidade. Neste caso, qualidade qu poderia começar a ser comparada com as escolas mais sofisticadas do mundo. Em 2000, o país se supera e atinge a ma rca dos 36 L eões conquistados em Can nes, seu maior e melhor desempenho desde sempre (o melhor resultado a nterior havia sido em 1998, com 35 Leões). É um marco histórico.
orno
cã
Diet
Pepsi:
bebe
e não 'gan ha nada, wer' ESCOlU
pelo
sabor
Agoi «>»'
Maiores
Melhores
Agências propaganda, em toda parte,
vivos, de carne
feita
gente. Sã personagens
osso, qu constróem - ou destroem -
profissão
sua arte. Mas uma outra entidade divide o centro do palco e da
imaginação criativa da publicidade:
agência de propaganda.
ela, os personagenscentrais dessa história nã
exerceriam o melhor de seu talento. Embora elas nã sejam
Sem
DPZ,
não ia dar certo la foi a primeira agência brasileira
apostar na criação como diferencial
negócio. Mais
trinta
anos depois,
continua ganhando dinheiro assim.
gora vamos fazer história andar para trás. este capítulo começa como muitos trabalhos na propaganda: copiando. Vou copiar aqui um trecho do texto de um anúncio da DPZ sobre ela mesma, publicado em julho de 1988, ano em que a agência comemorava duas décadas de acabava fundação receber prémio Melhor Agência Últimos 20 Anos. A peça m ostrava uma seleção do trabalho criativo da DP naquele período e falava um pouco de como tudo tinha começado: "Nestas fotos, vinte anos desabarão sobre su cabeça como se fossem segundos. Tudo co meçou no dia 1° de julho de 1968, fundação da DPZ. plena década onde Neil Armstrong passeava na lua, o livro vermelho de Mão virava a China de cabeça para baixo, os estudantes faziam barricadas na ruas de Paris, Kennedy morria no Texas e minissaia florescia pernas acima. O mundo estava a todo o vapor. Quem ficasse patinando no obscurantismo que assolava Brasil não ia
pois um unidade negócios independente, para atendimento empresas pontocom. Fez mem oráveis cam panha s pa ra o Subma rino e contrário para então Zip.net. Criou um estrutura interativa que, maioria das agências brasileiras, resultava da percepção de que a internet maior do que apenas mais um alternativa mídia. todo comércio e comunicação. um novo mercado empresário ano, pelo 2000, Fábio Fernandes fo eleito Prémio Caboré, mais respeitado mercado para empresas profissionais da comunicação. E em 2001, a F/Nazca deixou o Festival Cannes com o invejadíssimo almejadíssimo prémio Agência do Ano. criativo brilhante, agência genial, empresário re conhecido pela comunidade em que a tua. Se quisessem parar, Fabinho e F/Nazca já poderiam. Ainda bem que isso ne passa pela cabeça deles.
Skoí, "a cerveja que desce redondo": campanha de grande apelo
da F/Nazca.
desce redondo", para Skol, "Refresca té pensamento", para tudo isso é de um time primeira, numa agênBrahma. mérito ia de espírito jovem, onde a ousadia é sempre bem-vinda. Mas, inegavelmente, cabem ao F os maiores méritos. Fábio Fernandes, um dos criação brasileira nos anos 1990, recormais importantes nomes rente ganhador Leões no Festival Cannes, mostrou-se um empreendedor esperto, ágil e com a consistência necessária para não só conquistar grandes clientes como também cativá-los. trabalho recall (memorização) alto impacto na mídia transformou índice cerveja a que atende nu fenómeno. S e m a n a s da duas marcas após semanas, ambas mais lembradas marcas figuraram entre pelo consumidor brasileiro. Para qualquer anunciante, um património quase sem preço Fabinho, carioca peitudo, que não leva desaforo para casa, recusa-
em toda história de 42 anos do Clio Awards, não entregue para um filme anglo-saxão. ponto de vista empresarial, o modelo W contempla ainda baixa rotatividade de seus clientes. Esse é seu ponto de equilíbrio. base de faturamento da agência está lá há mais de dez anos. É a trinca Grandene, Bombril Grupo Unibanco. ainda Folha de 5. Paulo O Boticário. Recentemente, houve a Antárctica, que ficou oito anos e saiu. SBT, que, depois do regulares de anos, fo trocado pela Globo. Mas a maioria va ficando. E rentabilidade do negócio também. Washington inaugurou modelo ue teria seguidores de montão. Profissionais de criação em busca de poder e de um sonho pessoal. Muitos quebraram a cara. Pou cos dariam tão certo como ele. Grand Pm
la veio do Sul
tomou
país, para
construir uma história sem precedentes propaganda brasileira.
seudónimos, códigos sec retos, encontros sigilosos, viagens internacionais às escondidas. Os ingrediente pareciam mais parte de um thri/lerde suspense do que de uma transação empresarial. No dia 20 de janeiro de 1991, conta história, um conversação em compromissos mantida durante almoço no re stauran te Paddock, no centro de São Paulo, teria dado origem maior fusão entre agências da propaganda brasileira. Três pessoas presentes ao encontro: Petrônio Corrêa, presidente da MPM, maior agência brasileira; se sócio Luiz Macedo, chefe da operação carioca do grupo; Ivan Pinto, presidente da Lintas: Brasil, braço nacional de um dos maiores grupos da propaganda mundial. No almoço, contam as versões publicadas na imprensa, frase aparentemente casual dita por um dos longo presentes negociações, que duraria dez meses. O conteúdo exato
Contemporânea Uma das poucas a gências cariocas
disputar a lidera nça da c riação nacional, a Contemporânea personalidade
exemplo de
génio imaginativo.
«w
um quadro na parede da sala de reuniões da agência, daqueles oferecidos aos ganhadores de Leões no Festival de Cannes, em que o diretor de criae çã redator da peça premiada são, respectivamen te, pai e filho. É um trofeu, muito provavelmente, inédito no mundo. Ninguém tem. Silvio, filho, aparece como redator, e Mauro, o pai, como diretor de criação. Esse é apenas um indicador da agência, quando estamos na Contemporânea. janeiro de 1984, ao sair de seu cargo de diretor técnico da Propaganda E strutural, Arm ando Strozenberg fundaria própria agência, Com unicação Contemporânea, que teria também como sócio Mauro Mattos, o homem de criação da dupla. Contemporânea nascia ali para se projetar como um referência obrigatória da criatividade carioca brasileira. Ao longo desses 18 anos de atuação, ganhou um dezena de Leões em Cannes, além de outros prémios internacionais nacionais. É , sem dúvida, agência com a mais permanen-
w.
putado diretor de criação, devidamente incorporado paisagem etropolitana da Grande Sã Paulo e (vice-presidente) de Criação da j. NewComm Bates -, como também para pelo menos duas outras gê rações anteriores ele. Contemporânea extrapolou as fronteiras de seu mercado regional, fechou parceria com a SLBB, de São Paulo, em 1996, para ganhar porte internacional em 1998, co venda de seu controle acionário ao Grupo Interpublic. Nesse novo patamar de operação, agência passou definitivam ente figurar entre as vinte maiores do país, sem ter deixado nunca de estar entre, pelo menos, as dez mais criativas nacionais. f-
você, premiada campanha
d e s e n m M d a peia
Contemporânea
Globo
Almap agência
história
dupla
trouxe
criação para
mais parou
Brasil
nunca
crescer.
conta publicitária da Volkswagen mudou a história da Alcân tara Machado Propaganda, Almap para os
íntimos. A Almap, por sua vez, mudou a história da propaganda brasileira, porque fo nela qu
nasceram as
primeiras experiências com as duplas de criação no país. Não é assim nenhuma
Brastemp: série clássica da Talent
mente no mercado pub licitário brasileiro como mento estratégico. Por sua vez,
sábio
génio do planeja-
suficiente para ter perce-
bido, ao longo de sua extensa carreira de sucesso, qu
sem criação de pela Talent tê çã
planejamento
linha funciona, ma funciona menos. Assim, passado alguns do
mais destacados nomes da cria-
publicitária brasileira, sempre sob o coman do de Ana Carm em
quem mudou
história da
duas foi um freelancer
contratado por José Alcântara Machado, então único sócio da agência. em 1960, um
free lancer tinha
campanha para
empresa automotiva alemã.
outra: Alex Periscinotto,
missão de criar,
conquista da conta da
assim um
coisa foi levando
free lancer, ajudou
Almap
conta da Volks; José de Alcântara Machado con-
Longobardi, sócia e diretora de criação da agência. São eles, funda-
ganhar
mentados no planejamento inteligente de Júlio Ribeiro, que vêm
vidou-o a ser sócio em 15% da Almap; Alex tornou-se o
transformando propaganda da agência numa da mais be radas consistentes do mercado.
das principais empresas da propaganda brasileira; e, tem-
elabo-
principal executivo da agência;
agência tornou-se um
pos depois, propaganda brasileira seria uma das melhores do mundo. Se
essa
cia que as coisas aconteceram, fica d ifícil dizer. Mas não se
Grandes
Nomes Eles são, basicamente, diferentes entre i.
Talvez exatamente po isso compõem
um bom painel da publicidade brasileira,
qu
originalidade
ndispensável.
as há um ponto
cada um deles,
história
comum:
propaganda
que um dia lideraram
Petrônio Corrêa
ranking nacional eram sempre de São Paulo).
Nunca foram chegados ao holofotes. Costuravam no bastidores.
líder sem o qual seria difícil
Petrônio começou esse negócio de associações sendo presidente de uma delas em seu estado,
propaganda chegar onde chegou.
ganda (ARP). Pegou gosto porte nacional,
Associação Rio-Grandense de Propa-
emplacou em seguida um
entidade já de
Federação Brasileira de Propaganda (Febrasp).
abril de 1979, foi eleito presidente da Associação Brasileira de Pro-
paganda (Abap), dando a ela uma estrutura e uma representatividade nunca vistas. Em 1980, tornou-se também presidente do Conselho Nacional de Auto-Regulame ntação Publicitária (Conar), cargo para qual foi reeleito quatro vezes. Deu à entidade conformação jurídica
uma infra-estrutura profissional que a entidade mantém até hoje. Voltou
presidência da Abap
fato inédito na entidade, essa sua re-
eleição - dez anos depois da primeira gestão. fato inédito uma vez mais
quando intermediou a comp lexa ouve um tempo na propaganda brasileira que foi o da
entidades. T udo se discutia nelas ou por meio
delas. Muitos hoje duvidam, mas a indústria da co-
municação como
conhecemos hoje deve su existên-
cia a esse tempo. E a maior parte dessas entidades deve
um pedaço da sua história de
Petrônio Corrêa.
as gran-
publicidade se for-
lideranças históricas, quando
mava como setor, Petrônio talvez tenha sido
atuante
mais
aquele que maior número de cargos ocupou
nesses órgãos representativos do negócio. Ele é gaúcho -
quem sabe está nas veias
característica de tomar
pulso as situações e as conquistas. Fo peitando um mercado ainda pequeno e em ex-
pansão, o do Rio Grande do Sul, que Petrônio dois sócios, António Mahfuz
seus
Luiz Macedo, em Porto
Alegre, deram início à MPM, em 1957. Cerca de 18 anos depois, a MPM atingiria
agências brasileiras Se fosse um
topo do ranking das
ficaria por lá uma década inteira.
agência do Nordeste, alguém diria qu
isso
voltou ao cargo pela terceira vez,
demorada negociação entre anun-
ciantes, agên cias, veículos de comunicação
governo, para criar as
chamadas normas padrão do setor publicitário.
Brasil,
FischerAmerica Comunicação Total
1998,
perda de seu
sócio e a de uma de suas mais importantes contas, a da cerveja Brahma (a que atendeu com competência durante oito anos), foram um ba-
que, e o processo de latinização deu uma parada. Mas ele se refez. Anunciou
conquista de novas contas em 1999
já retomou o rumo planejado de crescimento para se trans form ar na primeira companhia de capital aberto dentre
Geraldo Alonso Contraditório,
em dúvida.
as quem se importa?
líder nato.
agências brasi-
leiras, em 2002. Muitos podem questioná-lo. Poucos duvidam de que fará.
atólico, conservador, moralista crítico do erotismo na publicidade, defensor de uma raça brasileira pura, na
cionalista convicto, apólogo do regime militar que go-
vernou o Brasil de 1964
1986, inflexível em seus pontos
de vista, duro na argumentação e, principalmente, duro na
queda. Co
esse perfil, difícil imaginar que ele tenha sido
uma das mais importantes lideranças de um mercado como
o da propaganda, do qual se tem a imagem de liberal avançadinho. Pois nem o mercado é tão liberal assim, nem Geraldo Alonso, nascido em Pedreiras, interiorzão de São Paulo, foi um líder tão mordaz que dele a publicidade precisasse se resguardar. Muito pelo contrário,
propaganda
também uma a tividade conservadora, e Geraldo Alonso foi um de seus mais importantes pilares, num mom ento vital d seu desenvolvimento -
início de sua modernização empre-
sarial -, quando pilares era tudo de que ela precisava. Dele,
propaganda tem muito o que se orgulhar. Sócio fundador de uma das mais antigas agências brasileiras, fundada em 1946,
Norton Propaganda
Roberto Duailibi que o D, da DPZ,
muito
mais do
a p e n a s o D, da DPZ.
maioria
os textos sobre Roberto Duailibi começa
dizendo que ele é o D da DPZ. A m aioria deles poderia term inar por aí. Ser qualquer uma das três letras da DPZ seria suficiente para qualquer um. Na forma sucinta das três consoantes estão resumidos vários do
capítulos ma is instigantes da história da propagan-
da no Brasil. Só para constar, vamos em frente aqui para registrar
qu
esse "turquinho de Mato G r o s s o " , c o m o
le mes-
mo se definiu mu itas vezes, foi bastante além de ser o
como a Associação dos Dirigentes de Vendas do Brasil (ADVB), o Co n-
C e n a de um dos
selho N acional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) e a Asso-
comerciais c r i a d o s pela DP para se eterno cliente Itaú.
ciação Brasileira da
da DPZ. Duailibi esteve sempre po volta q u a n d o foram negócio publicitário brasileiro:
gulamentação da publicidade nacional,
auto-re-
eterna polémi-
ca das taxas de rem uneração das agências ou o roteiro da
histórias em qu adrinhos que escrevia para uma pe-
quena editora do bairro da Vila Maria, e m S ã o Paulo, onde m o r o u depois
migrar
Campo Grande.
Momentos históricos como esses foram muitos na vi-
oi Publicitário
Líder Empresarial do
diversas vezes, por vários anos.
discutidas algumas das questões básicas para o desenvolvimento
Agências de Propaganda (Abap)
do Ano, Empresário da Propaganda do Ano história institucional ve
política
setor publicitário
Brasil tal-
não fosse a mesma sem Duailibi. Como Alex Periscinotto, saltou
da área da criação para o comando empresarial de sua agência, em bora nunca tenha deixado de conduzir traba lhos criativos em toda a su
carreira. Numa agência c o m o
DPZ, isso não é só diletantismo.
Outros pedaços da história desse turquinho você pode ler no capítulo sobre a DP Z. Porque, entre outra s coisas, afina l de contas, Duailibi
o D da DPZ.
inúmeros
Mareei Io
Serpa
Metros
de
metros
genialidade.
Nizan
Guanaes
"E
tempos de crise, há os que choram e os que vendem lenços. Prefiro vender lenços."
om mais de dois metros de altura, ele é o maior diretor de arte da propaganda brasileira. Seria, ainda assim, com a estatura que fosse. Na verdade, muitos (principalmente gente que não mora no Brasil) consideram-no um dos maiores diretores de arte do mundo. le mesmo. Não por outro motivo, foi convidado para presidir os festivais de Cannes (o maior festival publicitário do mundo), o de Londres e o de Nova York, os outros dois mais importantes. Foi ele quem ganhou primeiro Grand Brasil para Amé rica Latina, em Cannes, em Prix para 1993, com uma campanha para Guaraná Diet, da Antárctica. É o diretor de arte bra sileiro mais premiado no Art Directors de Nova York. Volta e meia também é chamado para fazer campanhas internacionais para entidades europeias e norte-americanas. Graduado em comunicação visual e artes gráficas na Alemanha, depois de conquistar vários prémios na DPZ do Rio e de S ão Paulo e na DM9, ganhou o prémio de sua vida: ser sócio da Almap/BBDO. Aí além de ter ajudado levar se negócio condição de
apenas uma das centenas de grandes frases qu Nizan Guanaes te dito ao longo de sua vida. Ma esse om baiano, filho de pai médico, é bom em muitas outras coisas, além de belas frases. Po exemplo: sabe vender bichinhos de pelúcia como ninguém. Fez isso na cola de uma das mais memoráveis campanhas da nossa publicidade, Mamíferos, para Parmalat, e fez isso de novo com o cachorrinho do ÍG personagem símbolo do portal de internet qu ajudou criar presidiu. ambos os casos, os bichinhos eram apenas para re forçar a consolidação e difusão da imagem das duas marcas. Transformaram-se em fenómenos de venda. Aliás, para se justo com sua história e com o que sempre diz de si mesmo, o que Nizan melhor faz na vida mesmo é vender. E le vende lenços para os que choram e leite, refrigerantes, cervejas, carros, serviços bancários, seguros de vida eletrodomésticos, entre utras tantas coisas, para todo mundo. É um camelo moderno, um mascate da comunicação de massa. E uma ssa
C o m 5 2 a n o s , c o o r d e n o u a v i t o r io io s a c a m p a n h a d e T a n c r e d o Neves
presidência
República pelo colégio eleitoral. C o m a
morte d e T a n c r e d o e a p o s s e d e S a r n e y , f o i c h a m a d o p a r a asses-
sorar
novo p r e s i d e n t e .
automóveis.
para
aceitou. Voltou posição
da propaganda brasileira.
p r o p a g a n d a e aos
as m a i s d e s t a c a d a s no negócio
Márcio Moreira mais bem-sucedido executivo internacional da publicidade brasileira.
Padrão
Nova York.
qualidade
iação Garcia
muito medo. Sã
essas as duas lem-
branças ainda guardadas na memória de Márcio
Moreira sobre o dia em que seu pai,
administra-
dor de fazend as Joaquim Pedro Moreira, Moreira, colocou-o no ônibus em Santa Cruz do Rio Pardo, interior de São Paulo, com destino
capital.
le voltaria algumas vezes à ci-
dade natal. Seu destino, nenhum dos dois sabia ainda então, não era só a maior cidade do Brasil mas, em pou-
co tempo, um nela,
outra:
mais importante do mundo.
maior cargo mundial da criação, no qual dirigiria
as camp anhas internacionais da Coc a-C ola e uma equi
pe de criativos espalhados em mais de 12
países, trans-
formando-se no publicitário brasileiro com a m ais destadestacada carreira internacional do setor.
Márcio morou nu
quarto de pensão, na Associação
Cristã de Moços, fo office-boy
Mackenzie.
estudou al perto, no
li perto também conheceu muita gente da
classe artística
teatral. Participou, quem diria, do espe-
1917, como repórter do Correio
Assis Chateaubriand génio autoritário
história
mudou
comprar se
visionário, qu
cultura
M a n h ã e do Jornal
próprio jornal, em 1924:
O Jornal'foi, assim,
Brasil at
Jornal.
primeiro veículo do Diários Associados, pri-
meiro grande império de comunicação da história do setor no Brasil
Brasil.
(maior que ele, só as Organizações Globo, de Roberto Marinho). Associados chegaram a reunir 34 jornais em 18 estados e 23 cidades do país. Mais tarde, a cadeia estendeu-se para o rádio e, finalmente, para a W. Chegou a congregar 36 estações de rádio e 18 de televisão, além de algumas revistas, entre elas dois dos mais importantes títulos brasileiros da primeira metade do século passado: A Cigarra
O Cru-
zeiro, além de 16 revistinhas infantis.
Intempestivo, reacionário, amante do poder, Chateaubriand també
fundou
Museu de A r t e de São Paulo (Masp),
mais importante
museu bras ileiro de arte. E poderíamos concluir po aqui, uma vez mais, este pequeno resumo da história desse homem qu história brasileira, ao mudar po completo le trouxe
concluir
nu
televisão para aqui
livro sobre
poderíamos
Brasil.
capítulo Assis Chateaubriand, comunicação no Brasil.
té por-
que não dá para imaginar algo mais importante do que isso nessa história. A
aliás, é
fato cultural mais
portante da história moderna, no Brasil ou em qualquoi
outro lugar. Então, dizer que foi ele o responsável ela devia bastar. Mas vale
pena ir só um pouquinho além
quem qui
ser saber mais sobre essa figura mítica e vital na evolução
dos meios de comunicação e no jornalismo brasileiros
nã
pode deixar de ler Chato, de Fernando Moraes, d.
Editora Companhia
Letras, obra qu
registra tudo
para contar que, antes de ele inaugurar a ão Paulo, em 1950, era já
Tupi, em
mais importante homem de
comunicação na história brasileira. Paraibano de Umbuzeiro, nascido em 1891,Francisco
de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo formou-se em
direito em Pernambuco. Já durante o s estudos, iniciou
da cultura nacionais. Aliás,
melhor mesmo ficar
que ele fez não cabe em livro algum.
mudou
história da comunicação
or aqui.
tudo
Anunciante Eles pagam
eles nã
conta. E que conta.
existiria propaganda. E que propaganda.
Não há livro sobre publicidade
publicidade de quem justifica
existência da propaganda.
Um minuto para os nossos comerciais.
om vocês, os maiores
mais criativos
Souza Cruz Marketing, distribuição
promoção cultural serviço história da marca.
udo começou com um português, o seu Albino. O homem tinha vindo lá de Santo Tirso, norte de Portugal, para Brasil, para trabalhar numa fábrica de tabaco do então renomado produtor de fumo na Europa, conde de Agrolongo. Albino chegou aos 14 anos, aprendeu ofício e, em 1903, resolveu montar seu próprio negócio, um fábrica cigarros já enrolados em papel, ue levou, claro, se sobrenome, Souza Cruz. Albino fo dono negócio té 1914, quando aceitou a oferta da British American Tobacco (BAT) - que indústria. e? se instalava Brasil para vender isso, continuou na presidência at 1962, quando retornaria definitivamente Portugal, co mais de noventa anos de idade, e uma vigorosa sensação de pael cumprido. fabriquinha do seu Albino transformou-se, como todos sabemos, na maior comp anhia produtora de ci-
Derby transformaram-se em líderes se rivais desse mercado, qu teve grande expansão no país na década de 1970. Hollywood, po exemplo, nascida no Brasil, pode hoje se encontrada em todo mundo. Souza Cruz dona mais de 90% do mercado brasileiro cigarros. É assim há décadas. E s s a liderança se deve não só ao pioneirismo de seu Albino, também os avanços tecnológicos e d distribuição implantados pela companhia no país. Parte importante nessa história avassaladora de sucesso, a comunicação comercial Souza Cruz soube sempre aliar,
centemente,
marca Hollywood foi
u m d o s carroschefes da Souza Cruz, empresa que está na lista dos mais fortes anunciantes
no Brasil
compra grandes ca pitais como mais distantes botequins interior Brasil. as vilas empresa soube ainda criar atributos v a l o r associados a algumas de suas marcas, apostando eventos culturais ligados música e dança, como é caso Free Jazz Hollywood Rock, Festival e do Carlton D a n c e . difícil hoje elogiar uma compa nhia de cigarros, por motivos óbreconhecer que a Souza C r u z , vios. Mas não seria justo deixar enquanto isso nã "transgredia" códigos vigentes, teve competência construir uma das mais competentes histórias de marketing comunicação Brasil.
Unibanco A coragem de acreditar na comunicação.
Unibanco não figura com frequência entre os maiores anun ciantes brasileiros. É u anunciante de porte médio, mas de uma competência de tiaproveitamento de sua v e r b a marra chapéu keting comunicação. le hoje terceiro maior banco do país. Cheg ou aí porque família Moreira Salles extremamente talentosa na condução de seus negócios - também porque publicidade foi uma arma utilizada com sabedoria, principalmente nos últimos dez anos, quando a conta propaganda instituição fo entregue W/Brasil Propaganda Registrada, empresas sob o comando criativo e a ma rca do talento d e Wa shington Olivetto. Casal Unibanco é um marco da nossa publicidade Idem esse nome, que começou a ser construído 1975, quando União de Bancos Brasileiros insoriginal Seção Bancária Moreira tituição derivada banco Salles, criada pela família controladora 1924 transformou-se em Unibanco.
produtos sete dias po semana, os serviços bancários. família 30 horas como Pocket 30 Horas, Micro 30 Horas e o Fax 30 horas - se expandiria, sempre com forte suporte publicitário em sua divulgação e conceito. consolidação Fo também hábil controle da ferramentas do marketing e da comunicação qu auxiliou corporação superação do desentendimentos na compra, em 1995, Banco Nacional, envolvido na época em denúncias sobre su saúde financeira. Unibanco te sido um prova de que nem sempre sã cessárias verbas gigantescas para se construir um caso excelênci comunicação. Basta um administração competente.
Itaú Mesmo na crises, anunciar é sempre preciso. caso
anunciante
nunca parou.
edra preta. assim que se c h a m a segundo Brasil. Um nome indígena para maior banco um instituição financeira avançada estatura tecnológica. ua marca te sido mesmo um pedra Brasil. Por um simples história Itaú toque sistema financeiro brasimotivo: é corporação leiro qu mais investindo propaganda nas últimas décadas. grande condutor dessa agressiva stratégia de com unicação e marketing, o diretor da área, Jacinto Matias, costuma afirmar que o banco ão entende seus investimentos nessa área como algo qu deva administrado sabor sobe-e-desce economia, como um política permanente presença relacionamento com o consumidor, faça chuva ou faça sol. Nenhum outro banco pensou ou pensa assim. Ou pelo menos nã expressa um postura semelhante prática do mercado. Itaú te figurado insistentemente
O u s a d i a e fé na criatividade como armas
mercado.
não é só um dos maiores anunciantes da história moderna-da propaganda brasileira. É u marco da indústria brasileira (d cada dois carros qu circulam no país, um é produzido pela empresa), um ícone da publicidade internacional e um símbolo de ousadia em nossa propaganda. Foi a VW do Brasil qu aprovou as peças brasileiras qu davam continuidade aqui às revolucionárias campanhas da Doyle, Dane Bernbach, inquieta DDB dos anos 1960, qu criou um nova linguagem e um novo formato de sefazer propaganda em VW
Itaú é a instituição financeira brasileira que mais vem
investindo em propaganda na últimas décadas
Mas não é apenas essa expressão quantitativa qu demonstra a solidez e o arrojo da postura de comunicação mercadológica do Itaú. leitor certamente conhece tão bem quanto qualquer publicitário bem informado
de nós de
trabalho
propaganda
dessa
marca, qu
está presente
na vida de todos forma sempre elegante próxima, mesclando de maneira tã equilibrada tecnologia seres humanos. essa fórmula todos nós, quando nã somos sucesso que dá inveja um cliente Itaú. Há outras (como DM9DDB, or exemplo), mas tem sido a DPZ a agência de propaganda que é a grande parceira na hismais de tória de construção consolidação dessa marca. Juntas vinte anos, as duas empresas vê criando colocando no ar campanhas publicitárias de um bom gosto e um apelo de simpatia impecáveis. Tinha uma pedra no meio do caminho. Uma pedra preta. Que
todo tiva
para
mundo. Por aqui,
de Alex
Almap, sob a condução cria-
Periscinotto, importava
construir
marca que,
at
essa
hoje,
automóvel como nenhuma outra, no
mesma ousadia sinónimo
de
Brasil.
1988, a VW chegou ocupar topo do ranking do anunciantes brasileiros. la esteve também, no últios anos, entre os maiores investidores do setor publicitário nacional. Mas o grande destaque para história de
Gessy
Lever
poder gigante.
Na..
mais de uma década na liderança dos investimentos publicitários no Brasil,
prova
Gessy Lever é
mais destacada representante de um modelo de
posicionamento mercadológico e de uso do marketing em que a eficácia, o planejam ento e a busca técnica
A Volkswagen é
u m a d a s maiores anunciantes de toda a história da propaganda
brasileira
da mesma linguagem e irreverência dos anúncios (principalmente na
po
mídia impressa) da agência de Bill Bernbach, a dupla de diretores de
publicitárias desse que é um dos maiores fabricantes de
criação brasileira Marcello Serpa
alimentos, produtos
A l e x a n d r e G a m a repetiu
dose
um conjunto de peças que, além de n umeros os prémios na cionais
resultados são as grandes estrelas.
mundo dificilmente
limpeza, higiene
campanhas beleza
subirão ao palco das premia ções
internaciona is, nos deu um saboroso gostinho de revival daqueles ve-
internacionais de criatividade. Mas têm a competênc ia
lhos e bons tempos.
de gara ntir ao conglom erado
Double Check, comercia l criado por Marcello Serpa para a VW, em
que o V e o W da marca sã graficamente reproduzidos numa lista de
presença na mente
uma sólida e histórica
donas-de-casa brasileiras.
Um dos traços marcantes dessa estratégia vencedora
checagem de qualidade da companhia, valeu para o Brasil um Leão de
da companhia é
Ouro em Cannes.
gadora ma ioria de suas verbas de mídia para a W.
ua mais recente campanha de varejo (outro ponto forte da
marca), a da CPI do Gol - "Preços tão baratos que vão querer investig ar" -, é a melhor campanha do varejo brasileiro, do ponto de vista
criativo, em muitos anos.
Lever é
destinação,
no após ano, da esmaGessy
maior anunciante brasileiro do meio de comuni-
cação da Talvez co
também há uma década. raras exceções, qualquer pesquisa realizada
entre a classe média feminina no país trará como resposta
presença de multinacionais, como McCann-Erickson, J. W. Thompson, Lintas e Ogilvy & Mather),
Gessy Lever
respons ável pela maior
mais
Parmalat
duradoura campanha testemunhal de don as-de-casa do mundo, a de
Acreditando na sensibilidade
Orno, qu
do
garante
presença da marca na mídia há décadas.
Além da m arca líder e sinónimo de sab ão em pó no Brasil, ela fabrica produtos como Comfort, Minerva, Impulse, Dove, Rexona, Pond's, companhia incorporou ainda, em Close-up, Axe e sabão Brilhante. 1995, brasileira Cica optando por extingui-la -, mantendo operantes apenas marcas mais tradicionais, como o extrato de tomate Elefante.
fabricante é um dos maiores geradores
produtos
mercado
de consumo brasileiro, lançando ou relançando nas gôndolas dos supermercados cerca de cinquenta marcas todos os anos. Po qualquer ângulo que se olhe para essa corporação
para essa
marca - que na verdade é um dos maiores conjuntos de marcas do mercado brasileiro -, o que se vê é uma faceta de sua grandiosidade. Po trás dela, um
companhia
ue acredita, investe e faz crescer
cul-
tura m ercadológica em que estratégia, planejamen to e gran des inves-
Parmalat, maior e mp resa de laticínios do mundo,
história de ousadia italiana
Brasil. Do pon-
timen tos publicitários, ce rtamente, são o caminho seguro pa ra a cons-
um
trução de um império, versão moderna.
to de vista empresarial, essa ousadia e
quente expansão
e m p r e s a no país sã
pela aquisição fulminante nios em todo
pequenos
consemarcadas
médios laticí-
território nacional, desde 1989, quando
grupo optou or diversificar suas operaç ões.
cante de leite
segmentos
derivados,
fabri-
empre sa partiu para os
biscoitos, extratos
tomate
carne
industrializada. Em dez anos, incorporou 19 e m p r e s a s , entre elas marcas tradicionais
mercado brasileiro, co
Etti, Mococa, Duchen, Batavo de muito certo.
Neugebauer. Nã
resultado financeiro do grupo nos úl-
timos anos da década de 1990 e em 2000 obrigou os
acionistas a limpar
área, excluindo de seus quadros pre-
sidente, vice-presidentes e superintendentes, poderosos importantes executivos nesses anos todos da companhia no Brasil.
presença
presentou o ingresso da criatividade publicitária brasileira numa área em que ela nunca se sentira muito bem, a do caráter singelo. An unciantes
Kaiser investir
agências brasileiras que se aventuraram nesse difícil campo
da abordagem publicitária geralmente se deram mal. Produziram
o-
mentos pífios, bobões e patéticos, numa clara demonstração de que propaganda brasileira
baixinho
deu tão certo.
ão sabia conviver c o m o delicado momento
dramático da sutileza e das m e n s a g e n s de carinho que não caíssem na baboseira. DM9DDB e
sensibilidade
Parma lat produziram então, em
1996, Mamíferos, um conjunto de anúncios, comerciais, peças ponto-de-venda, promoções
merchandising que não só t o m o u con-
ta do Brasil como também invadiu dez outros mercados internacionais
onde
Parmalat atua.
bichinhos foram lançados em pelúcia e s
transformaram em desejo de consumo de dez entre dez crianças país.
empresa teve qu
montar
operação de importação
dis-
tribuição que se transformou, durante meses, numa estrutura praticamente independente
grupo. Um fenómeno da comunicação
massa que não evitou que a c o m p a n h i a vivesse momentos
Kaiser não tem uma longa história na propaganda
dificul-
brasileira. Tem uma pequena,
dade no mercado nacional, mas permitiu que a criatividade publicitária no Brasil pudesse se despir de preconceitos e se deliciar com o gato,
porco e
leão.
as graaaa nde história,
baseada num pequeno, mas graaaande personagem.
Baixinho da Kaiser m u d o u mostrou
ue c a m p a n h a s
imagem da m a r c a
cerveja nã
precisam se
feitas apenas de mulheres gostosas, bundas, sambão mesa de bar. E
slogan " g r a a a a a n d e K a i s e r " tomou
conta da história da publicidade nacional, conquistando
para
Brasil ao menos um grande prémio internacional
um Leão de Ouro, no Festival de Cannes, em 1987. Fo assim que o Baixinho, obra de Francesc Petit e Was hing-
to
Olivetto, da DPZ, se transformou num dos mais ca
rismáticos personagens da propaganda nacional A empresa
relativamente jovem. Nasceu em 1982
da visão empresarial de um empreendedor mineiro, Otá-
vi
Possas Gonçalves, engarrafador de produtos Coca-
Cola. Foi com os engarrafadores do mais vendido refrigerante
te
mundo
Otávio m o n t o u sociedade,
hoje participação ainda
Heineken e da própria
mercado de cervejas, durante décadas dominado pela Brahma
pela
Antárctica. Em meados da década de 1990, transformou-se definitivamente na terceira maior cervejaria do Brasil. Em 1996,
companhia aprovou para
campanha da mesma DPZ, qu
rádio, inicialmente, um
criava um novo bordão radiofónico
para a marca: "Dá pra tomar um
Brastemp or que investir numa poltrona deu tão certo.
Kaiser antes?". Os personagensda
campanha, sempre envolvidos em situações difíceis
bem-humora-
das, antes de enfrentá-las pediam: "Dá pra tomar um
Kaiser antes?".
Outro grande momento da marca no cenário da propaganda e da comunicação na mídia. Kaiser, originalmente um
pequena empresa do interior das Mi-
nas Gerais, graças a seu arrojo mercadológico e a sua excelente rela-
ção com a publicidade, transformou-se numa grande empresa. E, sem
dúvida, numa graaaaande cerveja.
uem tem mais de quarenta anos hoje deve se lem-
brar do esquimó que, durante muitos anos, foi o personagem-símbolo da marca Brastemp no anos 1970.
bonequinho esteve na mídia impressa e na W,
ajudando
construir
imagem da marca qu
esteve
sempre na disputa da liderança do mercado de refrigeradores
eletrodomésticos da linha branca no Brasil.
Grupo Brasmotor, fabricante dos produtos Brastemp, desde se
início, adotou
propaganda como
uma das suas armas de expansão
consolidação de
mercado. Cerca de vinte anos depois de ter colocado bonequinho, digamos, na geladeira, el voltou em julho de 2000, para protagonizar um
mídia,
série de vi-
nhetas da Brastemp, como patrocinadora da transmissões da
Olimpíadas da Rede Globo.
voltou porque
pesquisa da empresa apontava ainda considerável ín-
dice de
recall
simpatia com o esquimó, anos após el
te saído de circulação. Brastemp mereceria destaque entre os grandes
1990,
primeira série
nenhuma Brastemp,
comerciais criação
antológica campanha
Talent e que ficou no ar dez anos
Bombril investir
consecutivos.
Outro dos mais famosos e duradouros bordões da história da propaganda,
"Não
nenhuma Brastemp" invadiu
cotidiano
todos
envergonhado
deu tão certo.
nós, transformando-se em sinónimo de coisas que, ao contrário da Brastemp, são uma porcaria.
Adquirida pelo grupo norte-americano Whirpool, Brasmotor fo mais hilariante série comerciais pro-
responsável pela criação
paganda brasileira. Uma boa decisão, uma decisão que foi assim... uma Brastemp.
identidade da marca Bombril vem se c o n f u n d i n d o com a imagem do Garoto Bombril há décadas. Mas
pouco reduzir a Bombril ao Garoto Bombril, mesm o q u e o mais a n t i g o personagem
história
propa-
ganda mundial seja tão grande e tão importante. Ainda assim, a Bombril é maior do que ele.
história dessa marca mereceria
(Washington Olivetto lançou Revista,
publicitária
Negócio, sobre
Garoto,
livro
livro
parte
Contra Capas
personagem e
história
ainda assim falta
sobre
essa marca ). Outras m ereceriam livros à parte, m as o qu
faz da B o m b r i l um m o m e n t o especial para
propagan-
brasileira é sua coragem e sua capacidade em transformar
verba publicitária
raras vezes esteve
entre as maiores da publicidade n acional num projeto de sucesso para da
m a r c a , qu
figura entre
mais lembra-
pelo consumidor brasileiro, em qualquer pesquisa
que se f a ç a .
claro que o talento
agências ue t r a b a l h a r a m
da marcas na cabeça do consumidor. verdade que o ator Carlos Moreno contribuiu muito para tudo isso também. Contribuíram os diretores do comerciais, os fotógrafos do anúncios, enfim, todo o rol de profissionais que se envolveram na cuidadosa confecção da peças publicitárias e de todas campanhas da Bombril, em todas essas décadas. as foi a própria Bombril responsável maior pela condução de uma política de marketing comunicação, que é uma verdadeira história de homenagem força eficácia da publicidade. Bombril nasceu, em 1948, da iniciativa do empresário Roberto Sampaio Ferreira, com o lançamento de seu único produto, a palha de aço Bom Bril. sucesso foi imediato gigante. Bo Bril virou sinónimo de palha de aço. Na verdade, mesmo com a sofisticação da concorrência nesse segmento de mercado, ainda hoje. resultados empresariais da operação permitiram Roberto Sampaio ocupar outros espaços no mercado de limpeza doméstica. Em 1961, a Bombril compra a marca líder de saponáceos no país, Radium. Passa liderança também do segmento de detergentes líquidos, com o lançamento de Limpol anos depois, já em 1978. Nesses anos todos, a Bombril investiu em publicidade, mas ça
Mesmo antes da participação do ator Carlos Moreno, os "reclames" da Bombril já eram bem-humorados
imagem
talento do
Pouco tempo depois, com a morte do seu fundador, em 1981, empresa passa às mãos do grupo italiano Feruzzi e, dez anos depois, às mãos de outro grupo italiano, o Cragnotti & Partners. Em 1997, a Bombril compra 80% da participação a cionári da empresa de produtos alimentícios Cirio no Brasil, passando a operar sob a designação de Bombril-Cirio, numa operação para captação de recursos na Bolsa de Nova York. Toda essa história, no entanto, nã seria mesma se não fosse respeito e a competência da Bombril na gestão de sua política de comunicação publicidade. Bombril é o anunciante ao qual toda agência de propaganda gostaria de atender.
abordagem fora do padrões. É Um negro como
isso
ícone
de
marca.
não é ousadia,
ousadia é o quê?
varejo e propaganda no Brasil aliás, no mundo têm uma relação de amor e ódio. Os grandes anunciantes setor adoram propaganda, investem pesado nela, mas nunca acreditaram muito nessa coisa de propaganda com criatividade. Preferem colocar suas fichas em comerciais anúncios em que as ofertas preços são os apelos centrais. e sua agressiva política Nada inovações ou ideias muito originais. Preço é ue vende. pronto. louváveis exceções nessa história, como as campaMesbla, na década 1970. existe muito nhas particular história C & A : anunciante varejo brasileiro que, sem dúvida, mais investiu na originalidade e na ousadia publicitárias. Desde 1975 empresa holandesa está presente na mídia de forma sempre diferenciada. Faz as mesmas ofertas que os demais anunciantes do varejo fazem, as mesmas campanhas em que o preço é grande destaque, mas sem abrir mão da coragem criativa.
responsabilidade dele também ,\ da política da e
os serviços de uma agência de propaganda de mercado. A sua house grande orquestradora dessa política de agency, Avanti, tem sido comunicação inusitada, tornando-se responsável pelo planejamento pela mídia, além de reunir em torno de si os mais diversos profissionai criação, que são chamados para fazer as campanhas da empresa, no regime de freelance. É de um deles, Woody Gebara, por exemplo, criação Sebastian, alegre bailarino personagem da marca, ue protagoniza seus principais comerciais há mais de dez anos. 2001, Sebastian dividiu seu espaço exclusivo com um avião, a modelo Gisele Bundchen, que recebeu cerca de US$ 2,5 milhões para protagonizar comerciais peças impressas da nova campanha do grupo no Brasil. Gisele fez com que todas as peças iguais usadas or ela simplesmente desaparecessem, em poucos d ias, das prateleiras da 65 lojas da rede, espalhadas pelo país, num fenómeno de vendas não esperado pela companhia. preço que se paga po investir em um pouco de originalidade ousadia.
Veículos Há milhares de veículos de comunicação
na história da publicidade brasileira.
centenas muito importantes.
dezenas realmente de peso.
há alguns excepcionais, cuja história
em nada se parece com as outras.
anos, esse conjunto de mudanças transformou o SBT no segundo maior negócio, em faturamento, da
brasileira, o que é até hoje.
índices de audiência, que caíram vários pontos com a mudança na programação, voltaram lentamente
anos, e
subir ao longo do
rede apresenta hoje vários momentos em que bate
últimos líder.
Por tudo isso, não é exagero dizer que a entrada do SBT no palco
da televisão brasileira foi um show.
brilho da paupérie.
Globo No início, er quase
caos.
de como a Globo virou
Globo,
numa história de supremacia se precedentes na comunicação brasileira.
misto de amadorismo desconhecimento
da lin-
guagem, falta de estrutura e u m a programação
absolutamente indefinida foi ao ar, na forma de
W, ao som de Moon River, em 26 de abril de 1965. Er mais nova emissora do Brasil. Chamava-se Canal 4, cobria apenas o Rio de Janeiro
como seria de se esperar,
liderou a lanterninha da audiência local, não impressionando ninguém quando surgiu. Embora aquele início não denunciasse isso, a empresa
controladora do Canal
contava com o apoio de capital
internacional, do grupo Time-Life, o que seria fundamental para su consolidação e seu desenvolvimento no
meiros anos de atuação.
Esse
pri-
suporte financeiro não era
permitido permitido pela legislação das telecomunicações telecomunicações brasileiras (não é até hoje), por isso o grupo norte-americano teve que deixar se
investimento no Brasil
própria sorte,
partir de 1971. Mas o primeiro impulso fora dado. Talvez tenha sido isso. Talvez tenha sido
espírito
empreendedor do dr. Roberto. Talvez o talento da primeira equipe
Walter Clark, Boni, João Saldanha
Viberti e Fábio Oliveira, tornaram-se diretores da StarMedia e, dois anos depois da aquisição, como rezava
donaram
Cada
contrato de compra, aban-
constituíram um fundo de investimento para apoio
iniciativas brasileiras de internet. Mesmo sendo um serviço esp ecífico de busca,
Pioneiro na rede e na construção do maior fenómeno da internet brasileira.
Cadê
hoje
quarto maior endereço on-line em volume de tráfego do país, disputando acirradamente com portais de grande nome OL
Terra
posição de liderança
como UOL,
preferência
os inter-
nautas brasileiros.
ar
muitos internautas brasileiros, UOL é sinóni-
mo de internet. Não é por acaso. Ele foi
pri-
meiro e é o maior de todos os portais da inter-
net no país. Maior número
tudo: tráfego, f a t u r a m e n t o ,
páginas, volume
de parceiros
conteúdo, n ú m e r o
enfim, em praticamente todos os ín-
dices c o s t u m e i r a m e n t e o b s e r v a d o s , q u a n d o se quer medir algo na
web.
Nascido em 1986 de uma inédi-
ta parce ria de dois gigantes do m ercado da comu nicação
Brasil, Grupo Folha e Editora Abril, o UOL
m a i s i m p o r t a n t e e, historicamente, representativa opera ção de internet no país, com parada em vo-
lume de t r á f e g o tais
alguns
os mais destacados por-
mundo. modelo do UOL criou um paradigm a no Brasil:
de que os conteúd os e ditorial e jorna lístico são o esteio da internet e
grande foco de interesse do in-
t e r n a u t a . D e fato, parte dos usuários iniciantes da internet no Brasil começo u sua exp eriência consul-
Grandes uranaes
Personagens Eles são a ponta mais visível da comunicação.
São eles que nos conquistam,
nome da empresas.
Caso típico de "me engana que eu gosto".
garoto
teste
Tímido, d esajeitado e mais antigo do mundo.
arota-propaganda
é uma expressão cunhada
quando a TV ainda era em preto-e-branco e os comerciais eram chamados de "reclame". Diziase "reclame" porque as mensagens publicitárias entra-
vam no meio da programação e as pessoas reclamavam disso.
dizia-se "garota-propaganda" porque
parte dos comerciais era ao vivo VT -
maior
ainda não havia
quem anunciava os produtos eram apresenta-
doras, as garota s da propaganda ou, simplesmente, garotas-propaganda. Algumas delas ficaram famosas no Brasil, e sua
a-
gem se identificava com os produtos que anunciavam. Mais do que vendedoras, elas eram amigas das consumidoras. Podiam morar ali, no bairro. Tinham com seu público um identidade e uma intimidade invejáveis. Gente de marketing percebeu, anos depois, que toda essa empatia, esse tipo de comunicação (em que alguém
fala alguma coisa, de frente para a câmera, dirigindo-se,
olhos no olhos, ao consumidor) poderia se usado inten-
nejada, características desejáveis butos daquele produto.
imagem daquela marca ou aos atri-
personagens começaram a ser fabricados.
A propaganda é uma fábrica infinita de personagens para a moderna comunicação de massas. Perde só para Hollywood. Pesquisas mais pesquisas são feitas antes, durante
depois que uma persona-
gem é veiculada na televisão. Antes, para compor su
personalidade
com as características que a gradem ao público consumidor; durante, para ve como foi a recepção da audiência; depois, para checar se está tudo bem com a imagem da personagem criada, se ela já cansou
beleza de seu público destinatário ou se precisa de correções de rota no seu "caráter". Personagens facilitam
comunicação
economizam
verba de
propaganda do cliente, pelo efeito cumulativo que produzem no te-
Carlos M o r e n o :
o Garoto Bombrií em cerca de trezentos comerciais
nhou
companhia de Gisele Bundchen, nu
outro gesto de ousa-
Cofap
dia e pertinência, que fez com que t o d a s as roupas usadas pela en
Basset
tão top model brasileira mais famosa do mundo tivessem suas ven-
Ele freia na hora.
da esgotadas em poucos dias. Gisele foi embora, pode ser que volte. M as o Sebastian está lá, com su
simpatia, garantindo
sempre leva
melhor.
sucesso da C&A há mais de dez anos.
le inaugurou um
nova categoria. Em vez de ga-
roto-propaganda, cachorro-propaganda.
cãozinho
C o f a p , um basset tipo salsicha insuportav e l m e n t e s e m e l h a n t e a um a m o r t e c e d o r conquisto
espaço
desde
mídia e na mente do c o n s u m i d o r e s
primeiro dia em que a p a r e c e u
televisão,
em 1991. Criação de Washington Olivetto, Tetê Pacheco, Jarba Agnelli e Ruy Lindenberg,
criar para
marca todo
fiabilidade qu
personagem consegui
agregado de segurança
con-
qualquer fabricante de amortecedores
desejaria. Durante três anos,
cachorrinho fugiu de ca-
chorros maiores, enfrentando terríveis perseguições, das quais saía sempre ileso, enquanto seus inimigos se esborrachavam contra paredes ou terminavam corrida mergulhando nu qu
lago.
analog ia explícita sobre
pode acontecer na vida real co
quem não usa
amortecedores Cofap. A marca ficou fora da mídia durante quatro anos,
Fernandinho bonita ideia e ficou
basset
da
segurança e confiabilidade ao amortecedores, esbanjando simpatia
travam simpatia consumido r pela marca, como se ela estivesse no ar. Tudo por causa do personagem. três primeiros filme campanha foram considerados por Doda Leo nald Gun, Burnett Chicago, autor mais respeitado confiável ranking criatividade propagand a internacional, como melhores da categoria de produtos automotivos da época. Mais um Washington livetto, se dúvisucesso com a marca da W/Brasil e da um dos mais competentes criadores propaganpersonagem brasileira.
história qu contar.
meio envergonhado, tem uma cara comum, as engraçada, simpático, sem dúvida, facilmente confundível com o funcionário bobão escritório. Mas de bobão não tem nada. Usando as camisas US Top ele se diferencia do outros, qu usam sempre as camisas iguais às do chefe. Para azar coro puxa-sacos, chefe gosta da camisas do Fernandinho. E e todos os comerciais da marca, nã passa se exclamar: "Bonita camisa, Fernand inho!" graças a ela que Fernandinho va ficando cada ve mais perto chefe, na mesa de reunião, até q ue todos no escritório não resistem imitam a novidade. Fernandinho é sucesso da firma. E um dos personagens marcantes da história da publicidade brasileira. le teve cinco anos vida, de 1985 1990, mas foi responsável, já no primeiro ano, pelo aumento em 30% da vendas da marca, pertencente Alpargatas. eu criador, um dos mais destacados nomes da criaçã brasileira, uy Lindenberg, na época atuando na Tale
Cofap associa
para
camisa,
Baixinho le começou
criou
fama
Kaiser
fazendo
xixi.
falar nada.
r x íi^S?M ?*
'*•$•"<
Depois da
expressão "Bonita camisa, Fernandinho!", nunca mais os puxa-sacos foram
os mesmos
para Singer, estes dois vencedores de Leões em C a n n e s . Fernandinho faz parte, portanto, de uma família nobre, descendente da pena de Lindenberg. expressão "Bonita camisa, Fernandinho!" caiu no uso popular em todo Brasil e é usada at hoje, mais de 15 anos depois, para elogiar o bom gosto da camisa de alguém. É o máximo qu qualquer campanha, publicitário ou anunciante pode desejar: ser transformado em ditado popular no país inteiro. 1990, fabricante tinha dados de pesquisa qu apontavam pa ra cansaço do slogan (não do personagem). Preocupado com isso, tirou Fernandinho do ar. Talvez pudesse s upor que a imagem da sua marca, o slogan e o personagem sobreviveriam muito bem à decisão, permanecendo no imaginário do consumidor mais de uma década e meia depois, s empre ass ociado qualidade e ao bom gosto. Halterofilistas,
le pequenino, mas criou um graaaande conceito para a marca qu representa. Ele não fala, mas sua imagem te valido para Kaiser, ao longo desses mais de anos de vida - é segundo personagem mais antigo da propaganda brasileira -, mais que um milhão de palavras. Toda s boas. O B aixinho trouxe já um Leão de Ouro, de Cannes, para publicidade brasileira excelentes res ultados para cervejaria que o emprega. O Leão veio em 1986, primeiro ano de vida do personagem, co o comercial Banheiro, em que aparece num banheiro masculino, ao lado de outros hom ens, fazendo xixi. Todos espantam com o Baixinho, terminam e, antes de sair, qu fica sozinho po ali, fazendo o seu enoooorme xixi! O xixi de uma grande cerveja. projetou no m ercado n acional de cerveKaiser ja co ele, partir de 1986, quando briga acirrada entre Antárctica e Brahma não deixava espaço para mais ninguém. Pois Baixinho talvez por ser baixinho
Casal Unibanco casal que são muitos.
Sempre
consumidor.
mente
les nasceram de uma coisa que não existe at
hoje:
interatividade n a W . Explico. A W/Bras il foi a primeira agência brasileira
usar a TV e sua força para esco-
lher os personagens de uma cam panha publicitária. Isso
aconteceu em 1993, para
concurso de um casal" qu
seria o p orta-voz publicitário do Unibanco. A agência selecionou e colocou no ar comerciais com dois finalistas, Baixinho da Kaiser, sem ser ator profissional,
é um sucesso absoluto em
termos de personagem de campanha publicitária
para
criadores do personagem são, também eles, dois clássicos da propagan da brasileira, Was hington Olivett dupla, criadora também
Francesc Petit, da DPZ.
Garoto Bombril, imaginou
perso-
nagem que, aparentemente, não faz quase nada para aparecer comerciais. Ao contrário, parece
coadjuvante,
e x a t a m e n t e esse sujeito calado, que só faz t o m a r un imenso prazer, de Kaiser, ue t r a n s f o r m o u
quilo que se desejava: um g r a n d e cerveja.
falas. M a s é
goles, co
imagem da marca a-
grande opção entre as g r a n d e s . la sim,
audiência escolher.
resposta para
tos.
telespectadores enviavam
empresa e uma auditoria contava os vo-
primeiro C a s a l Unibanco entrou no ar no mesmo
ano e, de lá para cá, ao
de praticamente uma dé-
cada, foi a imagem da marca na mídia. Um dos pontos fortes da W/Brasil é sonagens.
agência
particularmente
criação de per-
eu fundador,
Washington Olivetto, acreditam profundamente na força de imantação
personalização que os personagens
podem exercer para
marca.
conseguindo, antes mesmo de
sofisticou essa crença campa nha entrar no ar,
fórmula
um patnmônio inestimável: publicitários que ajudaram
carinho e eficácia de personagens conquistar novos clientes, cativaram
os já existentes conseguiram sustentar marca, com suas características de banco moderno com atendimento humanizado
Casal umbanco é um dos melhores mom entos de nossa publicidade. No caso, em dose dupla.
para trocar
casal, de quando em vez. Isso garantiu
sucesso manteve ainda vantagens da renovação.
fórmula de
instituição Casal Unibanco no ar, com as
Foram quatro casais até hoje - os três primeiros, encarna dos por atores de comerciais, mas não prop riame nte c onh ecido s do
Campanhas memoráveis anúncios, filmes
campanhas que marcaram época.
Você, certamente, faria
uma lista diferente.
Não faz mal.
Não é assim nenhuma Brastemp diálogos e a interpretação num dos mai altos momentos da propaganda brasileira.
eia boca, quebra-galho, mais ou menos, médio.
Durante a década de 1990 praticamente inteira, quem quisesse dizer qu qualquer objeto, fato ou situação não era lá essas coisas, em vez das expressões mais popularmente utilizadas para isso, mandava: "Não assim nenhuma Brastemp."
pronto, resolvida
ques-
tão. Todo mundo entendia. E ria. (O bordão tornou-se tã popular quanto um outro, da mesma Talent,
"Bonita
camisa, Fernandinho!".) eu autor, o premiado redator e diretor
Ricardo Freire, conta qu
co
cada pedaço
criação
fantásti-
diálogos ou monólogos que foram criados para
os primeiros comerciais da c a m p a n h a , em 1991, saiu
da vida real. Quer dizer, das discussões com consumidores, na
pesquisas de grupo que a agência
promoveu, para entender qual
real avaliação que os
compradores faziam das máquinas de lavar roupas Brastemp. Esses estudos revelaram que os c o n s u m i dores inventavam desculpas por não terem comprado
dia-a-dia em que o número 51 estivesse presente. Todos eles bem-humorados assinados co "Caninha 51, uma boa ideia". campanha, apesar extremamente brasileira, lançando um apelo muito próprio da nossa cultura popular, ganhou prémios internacionais, como fo caso do Festival Ibero-Americano de Publi-
morte
orelhão
Telefone também gente, si Embora exista quem pense diferente.
cidade (Fiap). Transformou-se, como outros exemplos de campanhas populares citados neste livro, em ditado chavão de uso disseminado em todo país. glória para qualquer ideia publicitária. máximo para essa que é, definitivamente, uma boa ideia, que já completou mais de vinte anos no ar.
elefone público não é gente. Por isso, não morre. Se não é gente e não morre, não merece atenção especial. Afinal, po quê? apenas um peça do mobiliári urbano, se muita importância. Está ali, tudo bem. Ma se não estiver, tudo bem, também. Difícil imaginar, mas há quem pense assim. Quando os orelhões começaram a ser instalados na grandes cidades, na década de 1970, um grupo considerável de pessoas pensava assim. E por pensar assim, de quando em ve detonava um orelhão. Por esporte, lazer ou outra desconsideração qualquer. Transformou-se num pequeno drama social. Estado investia, um pouco qu fosse, na infra-estrutura de comunicação das cidades e uma parte da população municipal ia lá e... matava orelhão. Morte do orelhão, como ficou conhecido, ou Vandalismo, se nome original de batismo, foi o comercial criado em 1980 po Neil Ferreira, José Zaragoza Nelo Pi mentel, todos da DPZ, para Telesp, com o objetivo de tentar sensibilizar os autores denunciar o problema
Vem pra Caixa você também Quando
Caixa EconómicaFederal
fez um sucesso federal.
'et!
uase não dá para descrever co
simples,
fórmula qu
entusiasmo, de tão
levou ao sucesso
campanha
da Caixa Económica Federal, criada pela Artplan, ou mais propriamente po Nizan Guanaes em sua época de Morte do orelhão, ou Vandalismo; depredação de um telefone público desperta sentimentos provoca comovidas reações de quem passa pela rua
tantes da classe média, que têm televisão na sala. E, certamente também, um sem-número de desgarrados sociais, que a classe alguma pertencem e que nunca tiveram
oportunidade de assistir ao trabalho
desses mestres tão dedicados. Mas o que fazer? Nem tudo
perfeito.
Ou melhor, o comercial é. Morte do ore/hão tem umasensibilidade inédita para época em função de sua direção (do mago dos efeitos especiais daqueles anos 1970, Domingos Utimura).Tratar
telefone
público como se fosse gente é grande sacada. Enquanto ele vai definhando na tela, as pessoas na rua vão passando esboçando as reações usuais qu
esboçariam quando assistem a uma pessoa caída na
calçada: uns indiferentes, outros fingem que não vêem, há os que re-
pudiam, os que acendem vela, os que cobrem o corpo com um jornal os que se desesperam. Não há como ficar indiferente ao comercial,
Artplan. Um repórter pára as pessoas na rua, pergunta para elas onde é que aplicam suas economias
que aplicam na Caixa.
elas respondem
comercial assinado pelo conceito
"Vem pra Caixa você também".
sso. Dito assim, se gra-
ça. Vistos com a atuação do então ator-revelação Luís Fer-
nando Guimarães e os textos e as situações criados po Nizan, os comerciais são impagáveis. O talento e o achado criativo estão na soma dessas duas coisas. Nizan assistiu grupo
Luís Fernando na encenações teatrais do
iniciou Case outros), Asdrúbal Trouxe o Trombone. E viu nele algo único. Sem Luís Fernando, a campanha não teria o apelo de humor que teve. Sem os textos, a imaginação e o senso de oportu-
Banheiro grande xixi do Baixinho.
é só um destaque dentre tantos bons momen-
ss
tos da campanha protagonizada pelo Baixinho da Kaiser, um dos nossos mais simpáticos persona-
gens.
Banheiro traz
Baixinho em seu melhor momen-
to quando entra para fazer xixi nu
banheiro público.
Enquanto vários outros pe rsonagens entram e saem, concluindo su tarefa no tempo habitual que se leva pa
ra fazer essas coisas,
Baixinho fica lá, fazendo xixi. Coi-
sas que só uma graaande cerveja pode proporcionar,
para um
certa inveja de quem obse rva aquele enorme
xixi, que não acaba mais. em texto,
diálogos, só com o tema musical sen-
do entoado pelo personagem principal.
Banheiro
ganhou
ouro no Festival de Cannes em 1987. Foi o come rcial qu acabou po definir
Baixinho como
personagem cen-
tral de todas as campanhas da cervejaria.
José Zaragoza
Neil Ferreira.
criação é d
ator não era um ator
..IS"
Calvin Klein
Formigas da Philco
Nudez, censura
E l a s entraram
nossas mentes voando
se esborrachando.
Mas nem elas nem nós
ousadia têm nome.
vimos qualquer problema nisso.
falamos aqui, ao descrever
las são as primeiras personagens co
carreira de Eduardo Fis-
cher e de sua agência, dessa campanha qu
animação em 3D a conquistarem públic
marcou
dar temas pouco usuais na propaganda.
campanha, qu
delas com uma novidade de
em seguida, após um baque surdo, surgem voando pe
lo alto do vídeo, até se esborracharem do outro lado
enfoque ou de abordagem cinematográfica, esteve no ar
da sala, muito contentes co
de 1981
fazem tudo de novo, mais felizes ainda.
1987.
todo esse ciclo, Eduardo Fischer cha-
ção de Fábio Fernandes, co
Ele conta que o estilo surgiu de uma conversa com o pró-
tudo. Tã
contentes qu
formiguinhas dos comerciais da Philco, um
mou de fase "comportamental" da sua carreira como dire-
tor de criação.
crítica.
Surpreendentes, aparece m correndo pelo chão e,
época por sua ousadia e pelo seu estilo direto de abor-
teve várias fases, cada um
técnicas de
ro
encantaram nã
cria-
realização da Vetor
e-
somente as plateias brasileiras
prio Calvin Klein, em que o estilista dizia que não fazia mo
como também as de todos os festiva is internaciona is
da, mas traduzia o comportamento dos jovens em roupas.
do quais participaram. Fábio Fernandes fo responsável
Da Fischer buscou
pela c r i a ç ã o de algo, de fato, inovador para aquele
inspiração para criar comerciais em que,
po exemplo, assistimos a um bebé sendo parido de uma
momento da publicidade mundial. As formiguinhas
calça jeans ou jovens falando para
eram diferentes de tudo. E se t r a n s f o r m a r a m na m a r -
câmera sobre ódio,
amor, raiva, tristeza, comportamento sexual
relacionamen-
to entre eles, sempre numa abordagem nada ortodoxa.
primeiro nu total da publicidade brasileira aconteceu
ca da marca.
Identificadas com a Philco desde o primeiro momento, voltaram protag onizando uma segunda ver-
primeiro soutien Aquele que a gente nunca
mais
As formigas "curtem um so ganham "um tapa na orelha" da verPhilco. dade, um "tapa" de criatividade
tapa orelha. não é um som. É campanha da Philco teve mesmo efeito em todos qu pudetapa imaginação, provocado por um tapa ra assistir ela. de criatividade.
vai
esquecer.
oucas vezes, muito poucas mesmo, propaganda imita vida co sucesso. Isso ocorre porque, na maioria da vezes, propaganda não tem a menor intenção de imitar vida. em sempre essa é fórmula para vender mais ou comunicar melhor. Ocorre também porque todos os envolvidos na criação e na produção de peças publicitárias sabem bem que é muito difícil imitar vida em publicidade fazer alguma coisa distante do piegas e do falso. Propaganda não é vida pronto. Assumindo-se como é, propaganda faz coisas memoráveis que funcionam para o seu devido fim. Muito bem. Não é este caso. Primeiro soutien é um dos poucos (pouquíssimos) achados em que a propaganda imitou vida, reproduziu co sensibilidade beleza suas verdades e, de quebra, ainda emprestou-lhe um cuidado estético, que resultou no melhor filme da história da propaganda brasileira (n opinião deste hu milde autor).
la aprovado, enfim; Júlio Xavier, para muitos mais competente completo diretor do cinema publicitário brasileiro. dele sutil elegante direção da protagonista da história, da fotografia sobre qual aparentemente há um véu (os semióticos interpretariam como (cone do onírico) e escolha da música final, do gran finale, melhor dizendo. filme é de 1987 ganhou, além do Leão de Ouro Cannes, todos os prémios que um come rcial pod desejar. as isso pouco importante quando se está diante de uma obra-prima.
primeiro gente nunca esquece. Muito menos a campanha vitoriosa em Cannes, com o Leão de Ouro soutien
sente deixado em cima da sua cama: é primeiro soutien. u, ainda, história do dia seguinte, quando ela sai à rua e chama imediatamente atenção do rapazes qu passam. Sobe, em primeiro plano no áudio, um ópera de Puccini. É seu momento de glória. Dela e de toda propaganda bras ileira. Duas mulheres criaram comercial, Camila Franco Rose Ferraz. Duas excelentes profissionais de criação. Cam ila, particularmente, um dos grandes nomes da atividade. Certamente po isso é que o filme não é "uma visão" sobre tema. É o tema, real como le ocorre na vida, tratado com linguagem publicitária. Homem não teria feito aquilo.
Hitler como transformar humanista
grande todos os
maior canalha
tempos em um minuto.
você deseja realizar
feito,
fórmula é de
Wa shington Olivetto. Pode copiar, ele não vai reclaar (até porque muitos já tentaram, se
sucesso).
Para transformar uma aparente grande figura huma-
na nu
5. Para terminar, você assina
canalha, siga os passos:
comercial dizendo que há uma
forma bastante eficaz de contar mentiras, que é construí-las com
1. Enalteça as qualidades indiscutíveis da figura
em questão. N ão exc lua nada, tentando diminuí-las.
t o d o s 05 t e m p o s
6. Para encerrar de vez, você assina com o nome do produto
no caso, Folha de S.Paulo, ou outro produto que você queira
falando. Feche bem o enquadramento da câme ra
colocar no lugar e que dependa de credibilidade para se consu-
(estamos brincando de fazer um filme, certo?) na fo-
mido - e diz que ele é um jornal absolutamente comprometido com a verdade, coisa tal. Matador, não é?
guns pontos pretos e outros branco s (a retícula, para Pode tentar fazer aí em casa. Ou no escritório. Mas, nã
quem sabe o que é uma ret(cula). 3. Continue enaltecendo
grande homem,
i-
zendo que ele é um pintor, um poeta, um cara cheio de dotes pessoais etc.
comece
afastar
câmera, iniciando uma s util revelação de quem es-
tamos falando.
desanimá-lo, se não. Acho difícil você conseguir. Hitler único. Figurou na lista mundial do todos os tempos durante m uitos anos.
querendo antológico.
em melhores comerciais de
um come rcial para vender jornal. Mas, para quem quiser enxe rga algo
mais,
integrou
lista dos em m e l h o r e s comerciais de
base em um monte de verdades.
Não mostre imediatamente de quem você está
to do dito-cujo, para que a audiência veja ape nas al-
noer
também um exemplo de como
propaganda pode
Mãe e filha Duas mulheres peladas num banheiro.
é um dos mais sensíveis
belos
comerciais da propaganda brasileira. sacanagem nenhuma.
ua mulheres peladas nu banheiro. você acaba de ler a pior descrição do comercial Mãe e filha, que alguém jamais escreveu. Embora, reconheçase seja exatamente isso o que vemos no comercial. ãe filha, nuas, num banheiro. A mãe cuidando da pele co Seiva de Alfazema da Phebo (o produto), e filha acompanhando os gestos da mãe, co curiosidade admiração. Ninguém fala nada. Não há locução. É só isso. acabou. você acaba de ler, uma vez mais, uma das piores descrições que alguém pode fazer sobre o filme e filha. té porque ele é só isso mesmo porque impossível de ser descrito qualquer lugar. vendo, mesmo. Como ão podemos fazer isso aqui, quem não viu tem de acreditar que é legal. E que é de uma sutileza de uma beleza sedução raramente encontradas propaganda brasileira. Po isso, afinal, ele é citado neste
mido apenas po senhoras de meia-idade para cima. Durante anos (cinquenta, para ser mais exato), foi anunciado estampando como modelos mulheres maduras idosas. Resultado: após tanto tempo ba nunca acons elhou par tendo nessa tecla, consumidora acreditou. suas filhas o seu uso. destino de um produto num estágio assim é morte, certo? fabricante junto. comercial revigorou imagem da marca colocar menina en cantada com os cuidados da mãe ao som de /'// never be the same, cantada po Billie Holiday. E Phebo nã desapareceu, tendo sido comprada depois pela Procter & Gamble. Os criadores sã Wander Cairo Levy Tião Bernardes, ambos "cobrões". direção impecável - quem se deve creditar, no mínimo, metade do mérito pelo sucesso do filme - é de João Daniel Tikomiroff. comercial fo ouro em Cannes, entre outras coisas. Infelizmente, caro leitor, só vendo mesmo para entender qu maravilha é.
Semana comercial
fora
padrões,
feito
de uma colagem fotos, dá ao Brasil Grand Prix do Clio Awards, partir
mídia propaganda brasileira.
o maior prémio internacional em eletrônica
sequência de imagens em preto-e-branco vai sendo apresentada na tela, enquanto sobre elas vamos lendo um letreiro aparentemente sem neconstituído de raciocínios aparentemente soltos. or exemplo: "... para um doente, mais sete dias...", "... para um rosa, morte...", ainda "... para otimista, sete oportunidades..." Tudo, é claro, tem nexo sim. está na linha qu liga fatos acontecimentos ao tempo da coisas. medida de tempo do comercial é a semana aliás, o tempo que uma nova edição da revista Época, para qual W/Brasil fez o filme, chega às bancas. Um tempo em que muita coisa acontece. E uma soma de tempos que, digamos, tudo aconteceu té hoje. Filosofias parte - filme provoca gente, é um emaranhado ontológico de dramas e situações humanas, do qual não se escapa se pensar numas bobagens mais sérias -, comercial fo feito partir imagens existentes ou especialmente produzidas de Alexandre fotos preto-e-branco. Concebido
Prix em filmes da nossa história, o do Clio Awards. É o maior prémio da publicidade brasileira. para registrar, festivais publicitários nasceram como mostras exclusivamente de filmes. Mais tarde, foram incluídas as peças impressas. Para bo parte do publicitários da área de criação, ganhar prémios em mídia impressa muito importante. as ganhar em filmes muito mais. Po isso. Semana um dos marcos mais importantes de nossa história publicitária. Aliás, trata-se de um feito particularmente importante na história do próprio Clio Awards, já que foi o primeiro trabalho nãoanglo-saxão conquistar prémio em 42 anos de existência do festival. Washington Olivetto, sócio diretor de criação da W/Brasil, subiu ao palco para receber trofeu emocionado como um criança. Ou como se, mesmo tendo ganho centenas centenas de outros, aquele fosse se primeiro prémio na vida. Quebrar um bloqueio de 42 anos tinha que ter algum efeito colateral. Deu no que deu.
Semana: trofeu para Washington Olívetto no Clio Awards