True OuTspeak (Sinceridade de Fato) Olavo de Carvalho, 5 de fevereiro de 2007.
Sumário Assuntos Assuntos
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- Marco Bernardini, Espionagem, Telecom Itália, Daniel Dantas, Dantas, Lulinha, Abin, Roberto Abdenur.................... ............................ 02 - Teoria do conhecimento, Andre Marc: “A dialética da afirmação” (Livro), Jacques Maritain, Santo Tomás de Aquino, Bernard Lonergan: “Insight: a comprehensive commentary” (Livro)................... ............................ ............................. ............................ ......... 03 - Ditadura........................ ............................ ............................. ............................ ............................. ............................ ........................... 03 - Comunidade Comun idade norte-americana, Robert Mandel, Moeda mundial, Eutanásia........................ ............................ ............................. ... 04 - Socialismo cristão, Movimento ideológico moderno, Movimento revolucionário messiânico, João Amós Comenius, Nova Ordem Mundial, Juízo Final, Eternidade, Futuro perfeito, Goethe, Manuel Bandeira, Estrutura falsa do Tempo, Quartim de Moraes, Capitão Chandler, Distorção da consciência moral, Movimento fascista europeu........................ ............................. ........................... 05 - Obesidade infantil................. ............................. ............................ ............................. ............................ ............................. ................... 08 - Partido Democrata americano, Congresso, Perda da percepção da realidade...................... ............................ ............................. ...... 08 - Teoria dos Quatro Discursos, Quatro elementos............................. ............................. ............................ ............................. ................ 09 - Conceitos jurídicos indeterminados.................... ............................ ............................. ............................ ............................. ................. 10 - John Cornwell: “O Papa de Hitler” (Livro)..................... ............................. ............................ ............................. ............................ ..... 10 - Pio XII, Concílio Vaticano II, Teologia da Libertação, Grupo pré-conciliar, Gustavo Corção, Julio Fleichman: “A crise é de fé e é grave” (Livro).................. ............................. ............................ ............................. ............................ ............................. ........................... 10 - Rússia, Claire Sterling: “Thieves World: the threat of the the New Global Network Network of organized crime” (Livro), Máfia russa, KGB... 12
True OuTspeak (Sinceridade de Fato) Olavo de Carvalho, 5 de ffeve evereiro reiro de 2007.
Boa noite, amigos. Estamos aqui começando novamente um True OuTspeak. É... Nós temos uma infinidade aqui de e-mails interessantes. Mas, eu só queria pedir um favor aos remetentes: que quando me enviarem e-mails não enviem e-mails compridos, longos porque daí fica impossível impossível lê-los no ar. São Sã o muito interess interessantes antes pra mim, mas daí eu tenho que fazer faz er algum algum resumo, alguma coisa assim e vocês perdem a oportunidade de falar ao público com as suas próprias palavras. Agora, esta semana me enviaram aqui uma série de coisas muitíssimo interess interessantes. antes. A mais linda delas é esse caso desse espião italiano Marco Bernardini que trabalhava para um esquema de espionagem espionagem a serviço da d a Telecom Itália 1 . E este sujeito foi preso e fez um acordo lá com a polícia p olícia e contou tudo que sabia a respeito de um esquema de corrupção da Telecom Italia. Esse esquema de corrupção incluiu inclu iu uma verba de 2 milhões de dólares, que qu e estava sendo usada no Brasil, porque a Telecom Italia estava disputando a Brasil Telecom com o Grupo Opportunity do banqueir o Daniel Dantas Dantas. Eu agora começo a entender porque que o Daniel Dantas Danta s foi tão demonizado. Porque Porque a Telecom Italia disputava a Brasil Telecom com c om ele. Também quem tava disputando disputando era o filho do 2 Lula, o Lulinha . Então, pra tirar o Daniel Dantas do caminho, fizeram o diabo contra ele, demonizaram o sujeito, o transformaram tra nsformaram num verdadeiro monstro. E o detalhe detal he interessante da história é que entre os envolvidos nesse esquema de corrupção estava o então chefe da d a Abin Abin,, seu seu Mauro Marcelo Marcel o. Ora, o caso é escabroso. Mas, vocês querem saber o que vai acontecer? Não vai acontece a contecerr absolutamente nada. Todos eles vão ser premiados pelo mal que fizeram, como sempre tem acontecido. Não vai haver investigação alguma. Outra coisa interessante interessante é que o Francisco José Domingues me manda ma nda uma entrevista entrevista que saiu na Veja, que eu não havia percebido, não havia lido na Veja, entrevista 3 do Roberto Abdenur, que era o embaixa embaixador dor aqui nos Estados Estados Unidos. É bom b om vocês saberem que o Roberto Abdenur tinha fa ma de ser um sujeito sujeito governista governista ou pelo menos muitíssimo bem comportado, compor tado, ele não tem nada de direitista, direit ista, de antipetista nem coisa coisa nenhuma. O fato fa to é o seguinte: ele ele saiu do cargo acusando o governo, primeiro, de fazer fa zer uma espéci espéciee de lavagem la vagem cerebral em todo o corpo. Diz que o govern g overnoo promove uma unif ormização ideológic ideológicaa dos diplomatas, dipl omatas, uma uma coisa que, diz ele, não aconteceu ac onteceu nem nem mesmo no tempo da ditadura. ditadu ra. No tempo da ditadura ditad ura o governo naturalmente nat uralmente determinava determinava os rumos da política externa e esperava esperava que os diplomatas agissem agissem em conformidade. Mas não os doutrinava, não os força va a, vamos dizer, alinhar-se alinha r-se pessoalmen pessoalmente te com a política do governo. governo. Deixa o sujeito representar o Brasil de acordo com aquilo aq uilo que tinha sido determinado, tá tudo bem. Mas, agora, não. Agora você tem que se enquadrar ideologicamente. E daí, da í, diz o Roberto Abdenur que os diplomatas brasileiros hoje em dia são promovidos promovidos de acordo com sua afinidade política e ideológica, e não por competência.
True OuTspeak (Sinceridade de Fato) Olavo de Carvalho, 5 de ffeve evereiro reiro de 2007.
Boa noite, amigos. Estamos aqui começando novamente um True OuTspeak. É... Nós temos uma infinidade aqui de e-mails interessantes. Mas, eu só queria pedir um favor aos remetentes: que quando me enviarem e-mails não enviem e-mails compridos, longos porque daí fica impossível impossível lê-los no ar. São Sã o muito interess interessantes antes pra mim, mas daí eu tenho que fazer faz er algum algum resumo, alguma coisa assim e vocês perdem a oportunidade de falar ao público com as suas próprias palavras. Agora, esta semana me enviaram aqui uma série de coisas muitíssimo interess interessantes. antes. A mais linda delas é esse caso desse espião italiano Marco Bernardini que trabalhava para um esquema de espionagem espionagem a serviço da d a Telecom Itália 1 . E este sujeito foi preso e fez um acordo lá com a polícia p olícia e contou tudo que sabia a respeito de um esquema de corrupção da Telecom Italia. Esse esquema de corrupção incluiu inclu iu uma verba de 2 milhões de dólares, que qu e estava sendo usada no Brasil, porque a Telecom Italia estava disputando a Brasil Telecom com o Grupo Opportunity do banqueir o Daniel Dantas Dantas. Eu agora começo a entender porque que o Daniel Dantas Danta s foi tão demonizado. Porque Porque a Telecom Italia disputava a Brasil Telecom com c om ele. Também quem tava disputando disputando era o filho do 2 Lula, o Lulinha . Então, pra tirar o Daniel Dantas do caminho, fizeram o diabo contra ele, demonizaram o sujeito, o transformaram tra nsformaram num verdadeiro monstro. E o detalhe detal he interessante da história é que entre os envolvidos nesse esquema de corrupção estava o então chefe da d a Abin Abin,, seu seu Mauro Marcelo Marcel o. Ora, o caso é escabroso. Mas, vocês querem saber o que vai acontecer? Não vai acontece a contecerr absolutamente nada. Todos eles vão ser premiados pelo mal que fizeram, como sempre tem acontecido. Não vai haver investigação alguma. Outra coisa interessante interessante é que o Francisco José Domingues me manda ma nda uma entrevista entrevista que saiu na Veja, que eu não havia percebido, não havia lido na Veja, entrevista 3 do Roberto Abdenur, que era o embaixa embaixador dor aqui nos Estados Estados Unidos. É bom b om vocês saberem que o Roberto Abdenur tinha fa ma de ser um sujeito sujeito governista governista ou pelo menos muitíssimo bem comportado, compor tado, ele não tem nada de direitista, direit ista, de antipetista nem coisa coisa nenhuma. O fato fa to é o seguinte: ele ele saiu do cargo acusando o governo, primeiro, de fazer fa zer uma espéci espéciee de lavagem la vagem cerebral em todo o corpo. Diz que o govern g overnoo promove uma unif ormização ideológic ideológicaa dos diplomatas, dipl omatas, uma uma coisa que, diz ele, não aconteceu ac onteceu nem nem mesmo no tempo da ditadura. ditadu ra. No tempo da ditadura ditad ura o governo naturalmente nat uralmente determinava determinava os rumos da política externa e esperava esperava que os diplomatas agissem agissem em conformidade. Mas não os doutrinava, não os força va a, vamos dizer, alinhar-se alinha r-se pessoalmen pessoalmente te com a política do governo. governo. Deixa o sujeito representar o Brasil de acordo com aquilo aq uilo que tinha sido determinado, tá tudo bem. Mas, agora, não. Agora você tem que se enquadrar ideologicamente. E daí, da í, diz o Roberto Abdenur que os diplomatas brasileiros hoje em dia são promovidos promovidos de acordo com sua afinidade política e ideológica, e não por competência.
Isso é um escândalo escânda lo monstruoso. monstruoso. Porque é o próprio embaixador bra sileiro sileiro nos Estados Estados Unidos, aposentado, a posentado, que qu e está dizendo isto. O sujeito saiu do d o cargo por causa ca usa disso. Simplesment Simplesmentee 4 não aguentou! Diz que a situação situaç ão entre ele e o Ministro Celso Amorim foi ficando cada vez pior. Chegou uma hora, o nego não aguentou, foi embora. Mas isso tá assim mesmo. mesmo. O Brasil inteiro tá virando escolinha do MST MS T 5 . Se você não disser amém a toda esta porcariada petista, marxista, comunista, você tá roubado. Muito bem. Aqui tem uma outra carta. ca rta. João Paulo Ocke de Freitas: “Prezado Olavo, sou professor professor de história do ensino médio do Colégio Suíço-Brasileiro S uíço-Brasileiro de Curitiba. Neste ano de 2007, ( ) teoria do conhecimento, que faz parte do bacharelado internacional – Organização Internaciona Interna cionall do Bacharelado. O programa da disciplina é amplo e está está predeterminado predeter minado de forma forma rígida. Gostaria que q ue o senhor indicasse indica sse algumas obras referentes referentes à História da Filosofia e Teoria do Conhecimento”. Olha, João Paulo, não dá pra gente fazer fa zer uma lista de livros aqui. Mas, Ma s, para o meu gosto, gosto, o melhor livro de Teoria do Conhecimento que alguém já escreveu chama-se A Dialética do Conhecimento, La dialectique de la connaissance 6, escrito por André André Marc. Marc . André Marc era um padre francês que foi, no meu entender, o maior dos pensadores neoescolásticos neoescolásticosdo do Século Sécul o XX. Infelizmente, eclipsado dentro do conjunto do movimento por figuras muito menores, como aquele ridículo sr. sr . Jacques Maritain, Maritain, que aí no Brasil exerceu uma influência imensa. O André Marc, pode-sedizer que praticamente p raticamente só só estudiosos estudiosos e eruditos leram isso isso aí. Não é um autor a utor pra público púb lico em geral. Ele escreveu escreveu apenas quatro livros, mas esse esse livro Dialética do Conhecimento, que é em dois volumes. volumes. Pra mim, aquilo a quilo é uma verdadeira maravilha, porque ele ele vai cotejando todos os princípios da teoria teoria do conhecime conhecimento nto escolástico escolástico de São Tomás de Aquin Aquinoo 7 com as abordagens aborda gens mais modernas modernas e científicas. E... Olha, Olha , leia. Não há muito que dizer do livro. Você tem que estudar mesmo. Não é um livro fácil fá cil de ler, não é um u m livro agradável agradá vel pra leitura do público em geral, mas para quem é do ramo é uma delícia. Então, a partir disso aí, ele vai te abrir, vamos dizer, uma infinidade de caminhos. Um outro livro que q ue eu também ta mbém considero considero indispensáve indispensávell pra isso é o clássico do Bernard Lonergan, Insight . Insight pode Lonergan, pode querer dizer intuição, intelecção intelecção e também é um livro bastante bastante volumoso, volumoso, que estuda o processo pelo qual você intelige alguma coisa. Esse Esse aqui também também considero indispensável. indispensável. Então, eu acho ac ho que com esses esses dois você se vira. São mil páginas pá ginas cada um. Você vai ter aí muito assunto pra pensar durante bastante tempo. Muito bem. Vamos lá. É... Olha, aqui aq ui tem uma carta muito interessante interessante do Felipe Cola, discutindo o problema da/ É que, como ele leu ali no Jardim das Aflições ou ouviu aqueles depoimentos ao Yuri ao Yuri Vieira – O Garganta de Fogo –, eu mencionava menciona va o problema, problema , vamos vamos dizer, da disputa entre a Igreja Ig reja Católica Católi ca e a Maçonaria como um dos elementos formadores importantes da da história mundial. Essa briga entre cristianismo e maçonaria seria no meu entender uma das linhas principais da sucessão sucessão histórica nos últimos dois séculos. Dois ou mais, né? Então, ele faz uma discussão muito interessante das possibilidades de acordo entre Maçonaria e Igreja Católica, mas eu não vou poder ler a carta dele porque é muito comprida. Então, eu realmente não sei o que fazer. fa zer. Eu vou responder isso isso por e-mail? Eu não tenho tempo. Eu teria que escrever, quatro, cinco laudas pra isso. É impossível. E, vamos dizer, aqui no programa eu teria que ler a carta inteira. Então, se for possível você me mandar uma versão resumida eu agradeço.
Muito bem. Vamos ver o que mais. Também alguém me envia aqui esta matéria da Folha, que diz “Papéis da ditadura somem dos arquivos. Arquivo do Serviço Nacional de Informações, que estava sob a guarda da União, sofreu uma limpeza na qual foram suprimidos documentosque deveriam constar dos arquivos federais” 8 . Muito bem. A esta altura, a quem interessa sumir isso aqui? Porque tudo quanto é “crime da ditadura” já foi alardeado, usado, abusado e transformado em dinheiro. Todo mundo sabe disso, né? Quer dizer, os crimes reais e imaginários. Então, a essa altura, a quem interessa o sumiço dessa coisa? Digo: é essa própria cambada esquerdista, cê tá entendendo? Quer dizer, porque a parte deles jamais foi revelada, né? Parece que arquivo aqui, o arquivo é sempre/ Todos os documentos que aparecem são sempre contra o mesmo lado. E, agora, o pessoal militar tá dizendo: “Não, nós queremos que abram os arquivos, sim, mas que abra pros dois lados, né? Que conte tudo!” Então, como isso não convém, já sumiu a papelada toda 9 . Aliás, nunca esperei outra coisa também. Aqui, nos Estados Unidos, aquele negócio da Comunidade Norte-Americana, que fundiria o México, o Canadá e os Estados Unidos 1 0 , está já num processo avançadíssimo de implementação. Agora, estão começando a discutir também: já que vai abrir as fronteiras e ter uma unidade territorial, deveria ter também uma unidade monetária. Aliás, eu nem sei como eles não tiveram a ideia de começar justamente por aí, como começaram na Europa, onde fizeram o euro. Agora, aqui estão já discutindo uma moeda que se chamaria o amero. Que seria a moeda única para esses três países. No fim, vão ter que terminar com a moeda mundial, né? O Robert Mandel, que foi Prêmio Nobel da Economia, ele já confessa que o objetivo do CFR, o Council Foreign Relations, é exatamente esse. Diz ele: “Uma economia global requer uma moeda global”. E a moeda melhor, moeda excelente, não seria a da norte-americana, mas a moeda do mundo, né? Então, como é que ia chamar essa porcaria? O mundero? Tem o euro, o amero, vamos ver o mundero, o globero, sei lá como é que vai chamar essa porcaria. Mas, se vocês veem que tudo isto é muito grave, porque todo o processo de implantação dessa coisa não passa pela discussão pública. Isso aí é decidido em pequenas comissões técnicas e do dia pra noite aparece implantado e como lei vigente. E ninguém tem a chance de dizer não. Quando você diz não é tarde, porque a coisa já tá implantada. Vocês vejam que aparece uma ideia, aparece uma sugestão na mídia como se fosse apenas uma ideia para ser discutida. Por exemplo, a eutanásia: “Vamos legalizar a eutanásia”. Quando aparece a ideia, seis meses depois a eutanásia não apenas está legalizada, mas a oposição à eutanásia é perseguida e criminalizada. Você veja que a ONU faz pressão em cima de vários países. Eu ouvi foi esta semana, estava pressionando Portugal porque não tinha legalizado a eutanásia. Então, daqui a pouco, você não legalizar a eutanásia, você ser contra a eutanásia será crime. Do mesmo modo o aborto, o casamento gay etc., etc. Quer dizer, você/ A população mal começou a receber informação e mal começou a desenvolver alguma opinião a respeito, a desenvolver alguma preferência e, repentinamente, aquela coisa não apenas é obrigatória, mas o seu contrário se torna crime.
Quer dizer, este é o processo, vamos dizer, legislativo mais tirânico que já existiu na história do mundo. Porque não dá tempo de você discutir. Você nem sabe daonde apareceu a ideia e não dá tempo nem de saber que ela já é lei. Quer dizer, antes de você saber que a coisa já é obrigatória, você já tá indo pra cadeia porque você é contra. Você veja que a... Recentemente, a Nicarágua/ A Nicarágua/ Tava o pessoal da ONU já se mobilizando para processar o governo da Nicarágua por atentado contra os direitos humanos por ser contra o aborto! Quer dizer, você ser contra o aborto é um crime contra os direitos humanos. Do mesmo modo o casamento gay. Você falou contra você vai pra cadeia. Já tem muita gente indo pra cadeia por causa disso. Na Europa e até em alguns Estados americanos isso também acontece. Aqui varia porque a legislação é muito diferente de Estado pra Estado. Mas, tem alguns Estados americanos que você não pode abrir a boca contra o movimento gay. Porque já consideraram um direito humano. O casamento gay é um direito humano já proclamado e em pleno vigor. Então, você não pode ser contra. É... Vamos lá. O que mais temos aqui? Ah, aqui recebi uma carta de um sujeito que a ssina assim:
[email protected]. E pergunta: “Pesquisando no Google, me deparei com alguém falando a questão de você ser um nazista. Gostaria de saber se você realmente aprecia a filosofia de Al Nazi, pois eu sou apreciador da filosofia de Al”. Eu, olha, eu tenho aqui uma sugestão pra você Fuher. A sugestão é a seguinte: “Vai tomar no olho do cu!” Cê tá entendendo? Então, quem quer que venha me mandar cartinha fake, aqui... Olha, se eu descobrir quem é, eu vou dar o seu nome e endereço, tá entendendo? Pro pessoal infestar sua caixa postal com merda como você tá querendo infestar a minha. Tá bom? Agora, se eu não souber quem é, eu pelo menos dou aqui o e-mail do fulano, que é um email fake, evidentemente:
[email protected] r. Ai, ai, ai! Então, aqui, Kial Mercasoti me escreve: “Muito me chocou há uma semana atrás quando ouvi de um pastor, falando em um programa de rádio, que o ponto máximo da evolução do cristianismo seria o perfeito comunismo”. E daí, ele me pergunta aqui: “O que de fato é comum às duas doutrinas, cristianismo e comunismo? Cristo era comunista? Você ( ) cristão-comunista ou comunista-cristão?” Bom, algumas semanas atrás eu já expliquei no artigo 1 1 do Diário do Comércio a origem de todos esses movimentos ideológicos modernos. Eles se originam dentro da Igreja, tá certo? Mas se originam de um movimento que é evidentemente herético. Esse movimento começa a aparecer, vamos dizer, entre os séculos/ Se desenvolvem do século XIII ao século XVI. São chamados movimentos revolucionários messiânicos, que visavam/ Tinha meia dúzia de monge, teólogo etc. que, desesperados com a confusão que havia na época, foi uma confusão causada sobretudo pelo surgimento dos Estados Nacionais. Na medida que cada nação começou, vamos dizer, a ter ambições imperiais por sua conta, aquilo quebrou a unidade do império medieval e aí criou uma bagunça geral. Dentro dessa bagunça, evidentemente, surgiu a corrupção, o ateísmo, o banditismo etc. Então, meia dúzia de monges, desesperados com isso, decidiram criar uma espécie de Nova Ordem Mundial. Aliás, usaram esse termo. Esse termo foi inventado por João Amos Commenius, que é um educador, um cara importante na evolução da pedagogia, mas que também foi um teórico político da mais alta importância, que é inventor da expressão Novus Ordo Seclorum, que seria, então, a Nova Ordem Mundial cristã. Quer dizer, os caras iam implantar, vamos dizer, o reino do Cristo na Terra a ferro e fogo. E, com isso, desenvolveram a ideia de um tempo futuro, um tempo histórico futuro que seria, então, o Reino de Deus na Terra. E, portanto, seria já o efeito do Juízo Final.
Quer dizer, com isso, veja a sutileza do negócio, é que transforma o Juízo Final/ O que que é o Juízo Final na Bíblia? O Juízo Final é o fim dos tempos históricos. Quer dizer, é a absorção da totalidade dos tempos na eternidade. A eternidade é, como definia Boécio 1 2 , a posse plena e simultânea de todos os momentos. É a somatória de todos os momentos transcorridos e transcorríveis, momentos reais e possíveis, tá certo? Mas, agora, na Bíblia, o Juízo Final se dá precisamente na eternidade. Quer dizer, dentro do esgotamento do tempo histórico o tempo é absorvido, então, na eternidade, e os atos e acontecimentos transcorridos no tempo são então rebatidos no plano da eternidade. Ora, o que esse pessoal revolucionário messiânico fez foi trocar a ideia de eternidade pela ideia de um tempo futuro perfeito. Notem bem que, na perspectiva da Bíblia, o sentido da história aparece somente na eternidade. Quer dizer, a história é um transcurso de acontecimentos – um transcurso mais ou menos anárquico –, mas visto, rebatido no plano da eternidade, esse transcurso histórico adquire uma forma total. E como ele adquire uma forma total, justamente porque acabou – quer dizer, quando acaba o tempo, então tudo que transcorreu dentro dele deixa de ser um fluxo e adquire uma figura. Quer dizer, mais ou menos como uma partitura de música, né? A música transcorre no tempo, mas na partitura todas as notas estão ali ao mesmo tempo. Então, nesta passagem do transcurso temporal para a eternidade a história humana total adquire uma figura e pode portanto ser julgada. Esses fulanos não entenderam bem isso e fizeram do Juízo Final um momento futuro do tempo, a ser alcançado mediante a ação humana. Quer dizer, pela nossa ação, nós vamos acabar aqui com a bagunça terrestre e instaurar o Reino Final do Cristo, que durará eternamente. Então, esse momento futuro... Né? Qualquer momento futuro, você sabe perfeitamente que quando ele chegar ele não vai ser mais futuro, ele vai ser apenas mais um momento do tempo. Então, o que esses camaradas fizeram foi atribuir a um momento do tempo futuro o prestígio, o valor e a autoridade da eternidade. O que é um simples erro lógico, mas um erro lógico monstruoso. Nenhum momento futuro pode ser um momento eterno. Qualquer momento futuro, quando ele chegar, ele vai passar como todos os momentos. E a coisa mais característica de viver dentro do tempo histórico, como nós vivemos, é de que ninguém conhece o movimento da história na sua totalidade. A gente só conhece um pedaço da parte que já transcorreu e você é capaz um pouco de conjecturar o futuro. Então, na medida em que fizeram isso, eles inverteram radicalmente o sentido do Juízo Final bíblico, tá certo? Então, em vez de o Juízo Final ser uma passagem da eternidade, ele é um momento do futuro a ser alcançado mediante a construção de uma sociedade perfeita. Isto é a maior perversão que pode existir da doutrina cristã! Porque, primeiro atribui a esses mesmos monges e reformadores um papel de Deus, que é desfazer o Juízo Final. Segundo, ele inverte as relações entre tempo e eternidade, atribuindo a um momento do tempo o prestígio e o valor da eternidade. Então, isto aqui não é uma doutrina cristã. Isso é uma doutrina anticristã, que aparece numa certa época e adquire por força da ação política um poder extraordinário. Essa é a origem de todas as ideologias revolucionárias modernas. A característica das ideologias revolucionárias é desejar alcançar esse momento de perfeição da sociedade através da construção de uma sociedade ideal, uma sociedade perfeita. Seria alcançar dentro do tempo, mas ao mesmo tempo seria, vamos dizer, o momento eterno, seria o fim dos tempos. Ou o fim da história, como depois disse textualmente Karl Marx. Confundir isso com o cristianismo foi exatamente o que esses monges fizeram, esses malucos dos séculos XIII e XVI. Isto foi, vamos dizer, a maior perversão que já houve de dentro do cristianismo. Isso é uma traição interna. Isso é destruição do cristianismo. E não só isso é
destruição do cristianismo. Isso é destruição da inteligência humana. Porque se você não tem uma visão correta da estrutura do tempo você tá fora da realidade, tá certo? Você tá vivendo num tempo hipotético, numa estrutura hipotética, destinada a culminar num momento que magicamente não vai passar mais. Tem até o famoso poema do Goethe sobre o momento supremo, quer dizer, aquele momento que é tão bonito que se diz: “Ah, não passe mais. Fique aí, f ique parado no ar”. Mais ou menos aquele poema do Manuel Bandeira, que ele fala do quarto em que ele morava, no apartamento. Que iam derrubar o prédio, mas que o quarto dele ia ficar eternamente, intacto, suspenso no ar. Então, esse momento perpétuo é mais ou menos que nem o apartamento perpétuo do Manuel Bandeira. É uma impossibilidade pura e simples. Vamos dizer, uma mera figura de linguagem. Desde essa época, toda essa intelectualidade ativista, ela está pensando/ Tudo que ela raciocina é dentro dessa estrutura falsa de tempo. Então, é por isso que dentro desta inversão, q uando você inverte eternidade e tempo você inverte tudo o mais, tá certo? Inclusive, você inverte o bem e o mal. Se você está conferindo ao tempo o valor da eternidade, então a inversão lógica é tota l. E não é só inversão lógica, é inversão de percepção. Se o sujeito pode perceber um simples momento do flux o temporal como se fosse uma eternidade, então todo o esquema de percepção dele está alterado. E daí que esse pessoal chega a confundir o bem com o mal. Esta inversão, ela aparece em tudo. Como, por exemplo, esta semana tinha uma entrevista deste professor da Unicamp, esse cretino chamado João Carlos [Kfouri] Quartim de Morais 1 3 , que é o sujeito que ele fundou na Unicamp um núcleo de estudos marxistas, transformando a Unicamp numa escolinha do MST. Na época em que fundaram isso eu sugeri, escrevi à Unicamp, dizendo: “Por que vocês não fundam também um núcleo de estudos antimarxistas?” Seria até mais interessante, porque todos os filósofos que interessam ao século XX são antimarxistas. Então, um núcleo de estudos antimarxistas forneceria um material de estudo muito mais valioso pra meninada, né? É claro que eles não me responderam. Mas, esse seu João Carlos [Kfouri] Quartim de Morais, ele está dizendo que a esquerda atual, ela não pode, vamos dizer, tentar obter o apoio, a simpatia dos militares atuais à custa de esquecer os nossos mortos. Então, ora, falando em nossos mortos, é muito bonito esse negócio, porque esse seu João Carlos era um dos membros daquele Comitê de Justiça autonomeado que condenou à morte um capitão americano que morava no Brasil, chamado capitão Chandler. E o assassinaram na porta de casa, na frente do filho e da mulher. Então, ( ) um comitê de três filhos da puta que condenaram à morte um sujeito que não tinha absolutamente nada a ver com a disputa política brasileira. Eles inventaram toda uma história, toda uma mitologia de que o sujeito era um agente perigosíssimo que estava aí ensinando técnicas de tortura, o que era um absurdo total. O sujeito estava apenas fazendo um estágio, estudando no Brasil. Quer dizer, um cara que confiou na hospitalidade brasileira, foi aí pra estudar e, de repente, é crivado de balas na porta de casa. Isso é obra de seu Quartim de Morais. Esse seu Quartim de Morais é um assassino! E ser um assassino político a favor do lado politicamente correto, vamos dizer, é a mais alta glória
curricular para a universidade brasileira. E por isso mesmo ele tem a sua importância na Unicamp. Então, quer dizer, um assassino que fica chorando dos nossos mortos e trata o morto do outro lado como se fosse, vamos dizer, um detrito numa lixeira, evidentemente é um sujeito que tem uma consciência moral completamente torta, distorcida, doente, tá certo? É um sociopata. É obviamente. E justamente por ser um sociopata adquire uma importância, um prestígio universitário fora do comum. Então, é o nego que chora os nossos mortos. Os seus mortos que se danem, tá entendendo? Os seus mortos são lixo! Quer dizer que, veja, a condição humana, salvo engano, é uma condição biológica da qual todos nós participamos. Nenhum ser humano pode conferir a condição humana a outro. Mas, na perspectiva desse seu João Carlos Quartim de Morais, a condição humana, ela depende da sua condição política. Conforme a sua posição política você é gente, então você merece ser pranteado e homenageado porque morreu. Agora, se você tá do lado errado, isso não existe. Então, só existem os nossos mortos. Os seus mortos são lixo! Isso é uma distorção monstruosa da consciência moral e essa distorção é comum a uma infinidade de intelectuais ativistas, militantes. São todos eles assim. Todos eles choram porque morreu ou desapareceu 376 terroristas brasileiros, eles choram pra caramba. Agora, se Fidel Castro mata 500 mil pessoas no continente inteiro, ah isso não é pra chorar. Isso não é nem pra ligar. Isso é um detalhe de somenos. É um detalhe na história como os judeus que morreram na Segunda Guerra eram um detalhe para o tal do sr. [Jean-Marie] Le Pen 1 4 , que é outro, evidentemente, também um cara de uma perspectiva revolucionária. Quer dizer, esse movimento fascista europeu é também um movimento revolucionário utópico que visa a criar uma sociedade que seja perfeita no entender deles. Então, a perda da estrutura real do tempo é a perda da noção de realidade e a distorção completa da percepção humana. Então, vamos dizer que isso é cristianismo? Eu digo, bom, é cristianismo no sentido de que uma nota falsa de cem dólares é uma nota de cem dólares. Não deixa de estar escrito cem dólares. Ela imita, né? Só que ela não vale cem dólares. Ela não vale nada. Então, do mesmo modo, esse pretenso cristianismo socialista. Quem quer que fale isso ( ) socialismo cristão você pode ter certeza ou é um idiota completo ou é um sociopata como esse seu Quartini de Morais. Muito bem. É... Vamos ver aqui. Artur Henz. Quem escreve é Artur Henz, de Fortaleza: “Ontem eu estava assistindo ao canal de televisão Fox News quando vi uma notícia que achei interessante comentar. A notícia tratava da questão de enquadrar a obesidade infantil no rol dos abusos de criança”. É isto mesmo! É o fat police 15 . Você tome cuidado porque daqui a algum tempo se o seu filho for gordo você pra cana! Eu mesmo comentei num artigo 1 6 umas semanas atrás da lista de produtos que na Inglaterra já é proibido anunciar na televisão, como, por exemplo, ketchup, mostarda, uma série de bolinhos, alguns refrigerantes etc., etc. tudo isso já tá sendo criminalizado, como os cigarros já foram criminalizados. Agora, ao mesmo tempo, você veja que coisa interessantíssima. A ascensão dos democratas aqui ao Congresso Americano – a vitória dos democratas nas eleições para o
Congresso –, trouxe para o Congresso um tal de deputado seu Kucinich – esqueci o primeiro nome dele [Dennis] –, que é o grande apóstolo da liberação da maconha. De maneira que a liberação da maconha já entrará em linha de discussão para os próximos anos. E pode ter certeza de que daqui a a lguns anos quem for contra a maconha será um criminoso. Agora, se você fumar um cigarro na rua ou der um sanduíche com ketchup para o seu filho você vai para a cana. Não se espantem de que todas essas... novos regulamentos e novas leis, que estão aparecendo dentro do contexto desse projeto globalista Nova Ordem Mundial, todos eles têm um aspecto psicótico. Tá certo? E, evidentemente, grotesco. Então, isso se deve exatamente ao que eu estava falando agora. Quer dizer, todo o movimento revolucionário moderno, ele se baseia numa perda da noção da realidade. Uma destruição da estrutura do tempo e, portanto, a destruição da percepção da realidade. Então não é de estranhar que apareçam leis aberrantes umas atrás das outras. Agora, o terrível é que as pessoas que não compartilham dessa doença da percepção, dessa perda da percepção da realidade vão ter que viver dentro da realidade inventada por esses psicóticos. E nós vamos ter que declarar que todas essas loucuras que eles inventaram são tudo realidade. Quer dizer, o sujeito vai dizer pra nós assim, olha: “Dois mais dois é cinco”. E você vai ter que repetir: “É cinco, sim senhor” Cê tá entendendo? Né? “Os rios correm para trás”. E você vai dizer: “Os rios correm para trás”. “Os urubus voam de costas”. E você vai ter que repetir tudo isso. “Sim, senhor, sim, senhor, é verdade”. E se você disser o contrário, você será não apenas um criminoso como você também será um desajustado social. Quer dizer, é muito difícil você se ajustar dentro de um mundo psicótico como esse, mas é isso realmente que eles estão obrigando – né? – a fazer. Então, é esse mais ou menos o mundo em que vocês vão ter que viver no futuro. Me deem um momentinho que eu vou procurar aq ui mais um e-mail aqui. Aqui, o Marcos Vinícius Monteiro andou estudando lá minha Teoria dos Quatro Discursos e pergunta se existe uma analogia entre os quatro discursos – o discurso poético, retórico, dialético e lógico – e os quatro elementos, tais como compreendidos na cosmologia antiga e medieval. Existe, sim! Quer dizer, não é apenas uma analogia, uma curiosidade. Eu até cheguei a escrever todo um capítulo explicando isso, mas não houve tempo de colocá -lo no livro que escrevi sobre o Aristóteles. Talvez numa segunda edição eu possa aumentar com este capítulo. Espero que sim. Agora, aqui, o Márcio Umberto Bragaglia1 7 : “Inicialmente, agradeço pela iniciativa do talk show, está excelente”. Muito obrigado! “Sou juiz em Santa Catarina, leitor assíduo do seu site desde 1999” pá-pá-pá-pá ((cantarola apressadamente, pulando trechos do texto)) E ele faz aqui um comentário sobre os tais dos conceitos jurídicos indeterminados, que eu mencionei no último programa. Diz ele: “Essas indeterminações, essas expressões sem significado constante se empilham umas sobre as outras no ordenamento jurídico brasileiro. Muitas vezes quando preciso sentenciar, aplicando a lei ao caso concreto, me deparo com indeterminações as mais vagas, as mais abstratas, que, propositada ou involuntariamente, se oferece ao intérprete de algo que deveria ser ao máximo possível objetivo e previsível um nível altíssimo de subjetividade”. Em resumo, dá pra decidir do jeito que se quer.
Bom, a ideia é exatamente esta. Quer dizer, quanto mais con/ Eu já expliquei: conceito indeterminado não existe, o que existe é termo com significação indeterminada. Porque, se uma coisa é um conceito, conceitualizar é determinar. Conceito vem do latim conceptus. Quer dizer, con quer dizer junto e ceptus quer dizer pegar, agarrar 18 . Então, o que significa conceito? É, vamos dizer, uma estrutura verbal que lhe permite ao mesmo tempo agarrar uma ideia que está dentro da sua mente e você agarrar também o objeto, a referência objetiva dele no mundo exterior, no mundo objetivo. Então, falar em conceito indeterminado é o quadrado-redondo. É pior que o quadradoredondo, na verdade, né? Porque seria o quadrado não quadrado. Mas, na hora que inventaram esse negócio, quer dizer, onde a própria expressão já é errada e a ideia mais ainda, inventaram isso de propósito, para tornar toda a lei um conjunto de mecanismos que estejam à mercê das pressões políticas e das decisões arbitrárias dos grupos de poder, de maneira que elas possam fazer da lei o que elas quiserem. Isso aí é uma das muitas técnicas de guerra cultural. A inspiração longínqua disso é o próprio Antonio Gramsci, onde você vai derrubar todo o edifício das leis sem mudar lei nenhuma. Você simplesmente esvazia ela de conteúdo, daqui a pouco você põe o conteúdo inverso. Assim, tudo que era proibido se torna obrigatório, tudo que era obrigatório se torna proibido sem que você precise mudar a letra de uma única lei. É pra isso que serve essa ideia idiota dos conceitos indeterminados, né? ((volta a ler o e-mail)) “Analisando o problema, tenho considerado a hipótese de que a forma de redação das normas jurídicas positivas é propositadamente assim usada como instrumento revolucionário adicional, já que percebo que não apenas a maioria dos políticos mas também uma boa parte dos magistrados é de esquerda”. Você tem toda razão, oh, Márcio Umberto. É exatamente isso que acontece. Quer dizer, tudo isso aí é instrumento de empulhação a serviço de um esquema de poder político. Vamos ver se tem alguém aí. Tem alguém na... Tá bom, não tem ninguém na fila aí pra falar. Vamos ver. Alguém me manda aqui um artigo escrito em 1999 – Hermes Rodrigues Nery 1 9 – falando sobre o livro do John Cornwell 2 0 . Ele diz que as colocações bem contundentes contra Pio XII, as candentes indagações de Cornwell são bem argumentadas, apesar de altamente manipuladas. Claro, isso aí foi uma empulhação muitíssimo bem feita. Esse Cornwell é simplesmente um vigarista. Quer dizer, o nego que diz que “Ah, fiz profundas pesquisas na Biblioteca do Vaticano”, quando você vai ver parece que a ficha lá assinalava três passagens dele por não mais de duas horas cada uma. Esse sujeito foi lá só para maquiar, né? Inventou um monte de besteiras e foi maquiar com uma aparência de pesquisa. É... Vamos ver... pã-pã-pã-pã ((cantarolando)) Muito bem, o que mais que nós temos aqui. Ahmmm... Também uma outra carta perguntando se faz sentido – aqui, Márcio Oliveira – a expressão socialismo cristão. Digo, faz exatamente no sentido da nota falsa de cem dólares, que é, de certo modo, uma nota falsa de cem dólares. Então, o socialismo cristão é de certo modo cristão, no sentido de que é uma falsificação do cristianismo. Agora, tá aqui, uma outro pergunta. Vamos lá. Leonardo: “Estou cada dia mais interessado nos movimentos tradicionalistas, no entanto, já posso citar algumas besteiras ainda pregadas por esses arautos da pureza católica. Desde já digo que sou um conservador, tenho um profundo respeito à tradição da doutrina da Igreja, que tomei como minha, independentemente
do Concílio Vaticano II. Mas, como não aceitar o ecumenismo, a união entre os cristãos para um diálogo e entendimento, buscando o que mais une que os desune?”. Bom, aí é o seguinte. Eu de fato eu vejo que muitos desses grupos tradicionalistas, eles têm, até por uma questão reativa, quer dizer, até pelo escândalo que sofreram durante o Concílio Vaticano II, eles às vezes se apegam a uma noção um pouco tacanha do que seja a doutrina e ficam imbuídos de um sacrossanto horror ao protestantismo, à igreja ortodoxa etc., etc. É claro que estão, vamos dizer, errados nisso, tá certo? Mas, eu acho que o valor que têm esses grupos/ Na verdade, chamar esses grupos de tradicionalistas é errado. Tradicionalismo é mais um geral que se aplica aos discípulos de René Guénon, Frithjof Schuon etc., etc. Esse outro grupo, especificamente católico, o mais certo seria c hamá-lo de católico préconciliar, uma coisa assim. Note bem que o grupo ligado ao Monsenhor [Marcel] Lefebvre, eu conheci algumas dessas pessoas, tenho o máximo respeito por elas. Quer dizer, não posso ac ompanhá-las em todo o seu julgamento, mas eu acho que essas pessoas eram o que havia de melhor na Igreja Católica e justamente esses foram jogados fora. Não sei se você sabe, mas esse pessoal, por exemplo, da Teologia da Libertação, que é o pessoal que propunha a inversão do cristianismo, nenhum foi jamais excomungado, no máximo se pediu lá ao Leonardo Boff o que se cha ma o silêncioobsequioso. Quer dizer, você ficar quietinho durante um tempo, depois você volta a falar aquela besteirada toda. O silêncio obsequioso foi exatamente o que se pediu ao Galileu: “Olha, você fica quieto durante três meses e depois volta a falar tudo do mesmo jeito”. Agora, o pessoal conservador, pré-conciliar, eles foram excomungados mesmo. O Dom Castro Mayer foi excomungado, o Marcel Lefebvre foi excomungado 2 1 . Mas, foi excomungado por quem? Foi excomungado por gente que já estava autoexcomungada pelo Pacto de Metz. Então, essa excomunhão não vale absolutamente nada. Então, vamos dizer, no Rio de Janeiro havia um grupo tradicionalista criado – tradicionalista conservador ou pré-conciliar – pelo Gustavo Corção. E, depois, foi continuado por um amigo meu, Dr. Júlio Fleichman. O Dr. Júlio Fleichman era um judeu que se converteu ao catolicismo por influência do seu amigo Gustavo Corção e que, qua ndo morreu o Corção, ele que ficou com o encargo de continuar a liderança desse grupo pré-conciliar. O Dr. Júlio foi uma das melhores pessoas que eu conheci na minha vida. Era um homem d’uma honestidade e d’uma coragem, d’uma sinceridade à toda prova. E um homem fiel não só à Igreja que ele escolheu, como também à memória do seu mestre Gustavo Corção. Só agora eu fiquei sabendo que o Dr. Júlio morreu recentemente. Olha, não precisa concordar com todas as ideias e interpretações que o seu Júlio f azia sobre todos os itens da disputa eclesiástica. Mas, eu sei o seguinte, eu sei que qualquer coisa que se dissesse contra esse grupo era mentira, porque eram as pessoas mais honestas que tinha no Rio de Janeiro. E, no entanto, a arquidiocese do Rio na época fez o diabo com essa gente. Perseguiu, mentiu, quer dizer, oprimiu. O Dr. Júlio conta isso no seu livro de memórias que se cham a A crise é de fé e é grave , que foi editado pela Editora Permanência. Vocês podem ter notícia disso atra vés do site – eu não me lembro se é permanência.com.br ou permanência.org, mas é um dos dois. Deem uma olhada nisso. Então, eu tomei por norma o seguinte: eu não discuto doutrina com esse pessoal tradicionalista. Quer dizer, eu não os sigo, mas eu não admito que ninguém fale mal deles, tá entendendo? Porque, vamos dizer, a pessoa tem pra f alar isso aí ou criticar, até alguma autoridade moral tem que ter, tá certo? E eu não conheço dentro da Igreja Católica quem tenha mais
autoridade moral do que esta gente, que, vamos dizer, pagou, que sofreu pela sua f é, que viveu num espírito de sacrifício e de fidelidade à Igreja Milenar. A gente tem que aprender a, vamos dizer, respeitar os valores efetivos, tá entendendo? E, também, veja, eu não vou ficar discutindo detalhes doutrinais com um grupo minoritário que está perseguido e oprimido. ( ) isso eu não fa ço. O dia que este grupo tiver reconquistado o lugar que merece dentro da Igreja – merece muito mais do que esse pessoal que está na alta hierarquia hoje –, o dia que eles tiverem sua liberdade, sua segurança e seus direitos assegurados talvez eu possa discutir com eles, mas a té lá, não. Então... Parece que há uma pessoa na linha aí. Vamos ver quem é. - Alô? - Alô? - Alô? - Sim. Quem tá na linha? - É João Paulo, aqui de Santos. - Oi, tudo bem? - Tudo bom. É... Olavo, além do seu site e algumas coisas que você escreve no jornal e também alguns outros sites da internet, às vezes eu fico na dúvida e tem pessoas que acham que, na verdade, o grande, assim “perigo” que a sociedade ocidental enfrenta hoje seria o radica lismo islâmico. Mas, tem gente que acha que não, que na verdade continua sendo a Rússia e a China. Eu queria saber o que que você acha. Qual é o papel da Rússia hoje e como é que você vê essa questão? - Bom, você precisa ver o seguinte: existem vários planos de dominação mundial que estão ou concorrendo ou colaborando no mundo atual. O velho plano comunista, ele continua aí. Quer dizer, o risco que a Rússia e a China ofereciam, ele continua presente. Mas ele tá concorrendo, vamos dizer, com o esquema globalista desse pessoal milionário, os Rockefellers e Morgans etc., que são os inventores do globalismo neossocialista, que seja, o globalismo dos organismos mundiais, como ONU, UNESCO etc., etc. E você tem em terceiro, vamos dizer, o projeto islâmico, também explicitamente voltado a dominar o mundo, ahm? Não tem sentido você me perguntar qual desses é o mais perigoso porque o perigoso é a concorrência entre eles. Quer dizer, quer eles concorram, quer colaborem, são planos de dominação mundial. Existir um plano de dominação mundial já é um absurdo! - hum-hum. - Você veja, por exemplo. Se você pegar dois milênios de história da Igreja Católica, a Igreja Católica jamais quis dominar o mundo. Quer dizer, a base do império medieval era o reconhecimento da diferença entre a autoridade espiritual e o poder temporal. - Sim. - Quer dizer, o poder temporal é que podia se organizar então internacionalmente, nacionalmente do jeito que ele bem entendesse. Claro que a Igreja queria espalhar a sua influência por todo o mundo. Mas esse espalhar a influência por todo o mun do era simplesmente obedecer à ordem do Cristo: “Ide por toda a parte e fazei prosélito”. Isso a Igreja já fez. Mas ela jamais quis criar um sistema político mundial que ela estivesse no topo. E hoje em dia, para ter um esquema de dominação mundial parece que é uma banalidade, todo mundo quer. Daqui a pouco eu vou inventar o meu plano de dominação mundial também! - ((ouvinte rindo)) E como é que você o Vladimir Putin, o futuro da Rússia?
- Olha, eu acho que qualquer país que tenha passado pelo comunismo, eu acho que não se recupera mais. Eu acho que a Rússia hoje é uma extensão da máfia . E falar governo russo e máfia russa é exatamente a mesma coisa. Eu sugiro que você leia o livro da Clair Sterling, é uma repórter da Seleções do Reader’s Digest , uma excelente repórter, que foi a mulher que descobriu a trama da KGB para assassinar o Papa 2 2 . Ela escreveu esse livro chamad o Thieve’s World , O mundo dos ladrões, em que ela mostra que já na primeira metade da década de 90 as várias máfias locais que tinha no mundo – máfia italiana, máfia chinesa etc., etc. – já tinham sido todas unificadas sob o comando da máfia russa. Então, a partir desse momento, acabou as guerras de máfia, não sei se você percebeu. - Certo. - Não tem mais guerra de máfia. Agora é tudo irmãozinho. E quem manda é a máfia russa. Isso é o próprio governo russo. Porque era o esquema da própria KGB. A economia soviética, ela se constituía assim: de metade de economia estatal e metade de economia capitalista subterrânea, subjugada e controlada pelo terror pelo pessoal da KGB. E o banditismo russo/ Olha, também não havia banditismo avulso, tudo quanto é banditismo na Rússia estava sob o comanda da KGB. O pessoal às vezes não mede de falar KGB como quem fala CIA ou q uem fala M-16. Não é nada disso! A KGB foi a maior organização de qualquer tipo que já existiu na história humana 2 3 . A KGB controlava todos os aspectos da vida social russa. Então, ela também era dona das massas. Quando acabou o “comunismo”, não fez diferença nenhuma porque os caras que estavam no poder são os mesmos que estão até hoje. Usando meios bastantes parecidos com os que usavam na época. Então, eu não vejo outro futuro pra Rússia senão continuar sendo roubada eternamente. Não consigo conceber. Espero que não seja assim, porque é um grande povo. O povo russo é um povo maravilhoso. E espero que haja uma luz no fim do túnel, que a Rússia ainda possa ter alguns dias de paz, de liberdade, mas eu não sei como. Deus talvez saiba, mas eu não sei. - Tá joia. - Tá bom? - Tá bom. Muito obrigado. - Obrigado eu. Tem mais alguém na linha aí? Então, vamos encerrando o programa, que já completamos o nosso tempo. Muito obrigado a todos e até a semana que vem.
As transcrições dos programas True OuTspeak e respectivas notas de rodapé estão disponíveis para download gratuito na fanpage: https://www.facebook.com/trueoutspeaktranscriptions?ref=h l
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Veja on-line, Diogo Mainardi, Edição 1977, 11.10.06: "O cas o est ourou duas semanas atrás. Os promotores p úblicos milanes es desco briram que a Telecom Italia tinha um esquema de pagamentos ilegais a autoridade s brasileiras. O lulismo realmente ganh ou o mundo. Em s ua forma mais autêntica: o dinheiro su jo" - O lulismo es tá indo para a cadeia. Na Itália. - O caso estourou duas semanas atrás. Os promotores públicos milaneses desco briram que a Telecom Italia tinha um esquema de p agamentos ilegais a autoridades brasileiras. O es quema era s imples. A Telecom Italia do Brasil remetia dinheiro a empresas de fachada sed iadas nos Estados Unidos e na Inglaterra. A dos Estados Unidos era a Global Security Services. A da Inglaterra era a Business Security Agency. O dinheiro depos itado nas contas dess as duas empresas era imediatamente repas sado a intermediários brasileiros, qu e o distribuíam a terceiros. / A Business Securi ty Agency era administrada por Marco Bernardini, cons ultor da Pirelli e da Telecom Italia. Ele entregou todos os seus documentos bancários à magistratura italiana. Há uma s érie de pagamentos em favor do advogad o Marcelo Ellias: 50.000 dólares em 13 de julho de 2005, 200.000 em 5 de janeiro de 2006, 50.000 em 2 de fevereiro de 2006. De acordo com Angelo Jannone, out ro funcionário da Telecom Italia, Marcelo Ellias era o canal usado pela empresa para pagar Luiz Roberto Demarco, aliado da Telecom Itali a na batalha contra Daniel Dantas , e parceiro dos petistas que controlavam os fundos d e pensão es tatais. / Entre 11 de julho de
2005 e 6 de janeiro de 2006, Marco Bernardini deu dinheiro ta mbém à J.R. A ss essoria e Análise. Em se u depoimento ao s promotores públicos , Marco Bernardini diss e que ess es pagamentos eram redirecionad os à cúpula da Polícia Federal. Paulo Lacerda e Zu lmar Pimentel, números 1 e 2 da Polícia Federal, d evem estar muito atarefados no momento, investigando a origem do dinhe iro usado para comprar o s Vedoin. Mas quand o sobrar um tempinho na agenda eles podem procurar seus colegas italianos. / Outro nome que está sendo investigado pela Justiça milanesa é A lexandre Paes dos Santos. Conhecido como APS, ele é u m dos maiores lobistas de Brasília. Foi contratado pela Telecom Italia para prestar ass ess oria política. Segundo uma fonte c itada pela revista Panorama, APS tinha de s er pago clandes tinamente porque é cunh ado de Eunício Oliveira. Na época dos paga mento s, Eunício Oliveira era o ministro das Comunicações d e Lula, respons ável direto pela área de interess e da Telecom Italia. Eunício Oliveira acaba de ser eleito depu tado federal co m mais de 200.000 votos. Lula já es palhou que, em caso de segu ndo mandato, ele é um forte candidato para presidir a Câmara. É bom saber o que nos espera. / A revista Panorama recons truiu também um cas o denunciado por VEJA: aqueles 3,2 milhõe s de reais em dinheiro vivo retirados da Telecom Italia em nome de Naji Nahas . Um dos enca rregados pelo pagamento conta agora que o dinheiro foi entregue a deputado s da base do governo, do PL, membros da Comissão de Ciência e Tecn ologia. / Lula se orgulha de seu prestígio internacional. Orgulha-se a ponto de roubar aplausos dirigidos ao s ecretário-geral da ONU. O caso da Telecom Italia permite dizer que o lulismo realmente ganhou o mundo. Em sua forma mais autêntica: o dinheiro sujo. (http://veja.abril.com.br/111006/mainardi.html) 2
Veja on-line, Alexandre Oltramari, Edição 1979, 25.10.06: “Porque não pod e todo mundo ser o Ronaldinho" - Eis a explicação do presidente Lula para o tremendo s uces so de seu filho Fábio Luís, que coincide com o mandato presidencial do pai - Como aconteceria com qualquer pai, o presidente Lula tem demonstrado o orgulho que s ente pelo suces so de seu filho Fábio Luís Lula da Silva. A os 31 anos , Lulinha, apelido que ele detes ta, é um empresário bem-sucedido. É s ócio de uma produ tora, a Gamecorp, que, com um capital de apenas 100.000 reais, co nseguiu fazer um negócio extraordinário: vend eu parte de suas ações à Telemar, a maior empresa d e telefonia do país, por 5,2 milhões de reais. Como a Telemar tem capital público e é uma concess ionária de serviço público, a sociedade com o filho do presidente sempre ca usou estranheza. Na seg unda-feira passa da, em entrevista ao programa Roda Viva, Lula teve de falar em público s obre os negócios do filho. "Não posso impedir qu e ele trabalhe. Vale para o meu filho o que vale para os 190 milhõe s de brasileiros. Se têm alguma dúvida, acionem ele", afirmou. Dois dias depo is, em entrevista à Folha de S. Paulo, o ass unto Lulinha voltou ao foco. Os jornalistas lhe apresentaram uma questão formulada por um leitor do jornal, que não foi identificado. A pergunta dizia o s eguinte: "Tenho 61 anos , sou pai de quatro filhos adultos, todos com curso s uperior, mas com dificuldades de bons empregos ou de empreender. Como é que o seu filho conseguiu virar empresário, sócio da Telemar, com capital vultoso de 5 milhões de reais?". / Em s ua respos ta, o presidente Lula começou explicando que seu filho virou sócio da Gamecorp quando a empresa, fundada por alguns amigos em Campinas, já tinha mais de dez anos de vida. "Eles fizeram um negócio que deu certo. Deu tão certo que até muita gente ficou com inveja", disse. Em s eguida, o presidente fez menção às s uspeitas qu e cercam a s ociedade da Gamecorp com a Telemar . "Se alguém souber de alguma coisa que meu filho tenha cometido de errado, é simples: o meu filho está subordinado à mesma Constituição a qu e eu es tou", disse o presidente, fazendo logo dep ois uma divagação comparativa que já nasceu imortal: "Porque deve haver um milhão de pais reclamando : por que meu filho não é o Ronaldinho? Porque não po de todo mundo ser o Ronaldinho" . Os entrevistadores gostaram do paralelo es tabelecido pelo pres idente entre se u filho e o as tro do futebol e perguntaram se não seria mais fácil virar um Ronaldinho quan do se é filho d o presidente. Lula res pond eu: "Não é mais fácil, pelo con trário, é muito mais difícil. E eu tenho orgulho porque o fato de ser presidente da República não mudou um milímetro o hábito dos meus filhos". / Pouco ou nada se sab e dos hábitos dos filhos de Lula antes ou de pois de o pai receber a faixa presidencial. Mas a trajetória profiss ional de Fábio Luís mudou e muito. Foi s ó depois da posse que seus dons fenomenais começaram a se e xpressa r – e com tal intensidade a ponto de o pai ver nele um Ronaldinho dos ne gócios. Ele mostrou talento para as comunicações e, como se lerá nes ta reportagem de VEJA, para a atividade de lobista junto ao governo. A reportagem revela que o filho do presidente ass ociou-se ao lobist a Alexandre Paes dos Santos , um personag em explosivo, que responde a três inquéritos da Polícia Federal, po r s uspeitas de corrupção, contrabando e tráfico de influência. Esse dom do filho do presidente se revelaria ainda no episódio de su a associação com a Telemar. / Sabe-se agora que os 15 milhões de reais investidos pela Telemar na empresa de Lulinha n ão foram um investimento qualquer. As circuns tâncias sugerem que o objetivo mais óbvio seria comprar o acess o que o filho do presidente tem a altas figuras da República. O s etor de telefonia estava e es tá em uma g uerra em que, a se repetir a tendência mundial, haverá apenas um ou dois vencedores . Ganhar fatias do ad versário é vital. Houve uma corrida entre grandes empresas de telecomunicações p ara ver quem conse guia alinhar o filho do pres idente entre seu time de lobistas. A Telemar venceu. A maior empresa de telecomunicações do Brasil em faturamento e e m número de telefones fixos instalados, e com 64% do território nacional coberto por ela, a Telemar é uma empresa cujo faturamento anual supera 7 bilhões de dólares. A apos ta na asso ciação com Lulinha acabou não s endo muito produtiva para a Telemar porque o escândalo veio à tona. Mas foi por pou co. O governo negociava a queda de barreiras legais que impedem a a tuação nacional de empresas de telefonia fixa. Além disso , por orientação do gov erno, fundos de pen são de estatais preparavam-se para vender fatias relevantes de sua participação acionária no set or. Quem estivess e mais perto do poder se sairia melhor. / O Ronaldinho do presidente Lula é mesmo um fenômeno. Formado em biologia, ele ainda era chamado de Lulinha, apelido que os amigos hoje evitam, quando trabalhava como monitor no zoológico de São Paulo, com um sa lário de 600 reais por mês. Para reforçar se us ganh os, dava aulas de inglês e computa ção. Do ponto de v ista profissional e financeiro, vivia u ma situação que parece s er muito semelhante à do s quatro filhos co m curso s uperior do leito r da Folha. Em dezembro de 2003, no enta nto, quand o Lula est ava em via de completar seu primeiro ano no Palácio do Planalto, Lulinh a começou sua decolagem rumo à galeria exclusiva dos indivíduos fenomenais. Junto com Kalil e Fernando Bittar, filhos de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas e um velho amigo do presidente, Fábio Luís tornou-se sócio da Gamecorp, empresa de games qu e ainda se chamava G4 Entretenimento e Tecnologia Digital. A té aqui a trajetória de Fábio Luís lembra a dos geniozinhos americano s do Vale do Silício que se enfurnam em uma garagem e s aem de lá com uma idéia matado ra de vanguarda como o Google ou o YouTub e, projetando-se para o est relato dos negócios multimilionários . A Gamecorp continuou a expand ir-se. Em junho des te ano, fechou um contrato com a Rede Bandeirantes para alugar s eis horas de programação diária no Canal 21. Depois que o contrato foi firmado, a emiss ora mudou de nome: de Canal 21, pass ou a chamar-se PlayTV. Oficialmente, trata-se de um arrenda mento de horário. / Em janeiro de 2005, apen as um ano depois da chegada de Lulinha à empresa, a Gamecorp já estav a recebendo o aporte milionário de 5,2 milhões de reais da Telemar – e Lulinha já era um empreendedor de raro sucesso. A Gamecorp dera um salto estratosférico, coisa rara mesmo num mercado em expansão , como é o cas o da internet e dos jogos eletrônicos . A sociedade entre a Telemar e a Gamecorp se materializou por meio de uma operação complexa, que envolveu uma terceira empresa e uma compra de debêntures seguida de conversão quase imediata em ações . O procedimento visava a o cultar a entrada da Telemar no negócio. VEJA revelou a ass ociação em julho do ano pas sad o. / O caso de Lulinha tem uma complexidade maior. Sua relação com a Telemar nã o se esgota nos interesses de ambos na Gamecorp. O filho do presidente foi acionado para defender interesses maiores da Telemar junto ao governo que o pai chefia. Em especial, em s etores em que s e estudava uma mudança na legislação d e telecomunicações que be neficiava a Telemar . VEJA des cobriu agora que a mudança na lei foi tratada por Lulinha e seu só cio Kalil Bittar com altos funcionários do g overno . O assunto levou a dupla a três encontros com Daniel Goldberg, titular da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça (SDE). Em um dess es encontros, ocorrido no início de 2005, Lulinha e Kalil, já então sócios da Telemar, sondaram o secretário so bre
a posição que a SDE tomaria cas o a Telemar comprass e a concorrente Brasil Telecom – fusão que a lei proíbe ainda hoje. Goldberg , ciente do obs táculo legal, disse que o negócio só s eria poss ívelmediante mudança na lei. O es touro do escândalo Lulinha abortou os esforços para mudar a legislação e favorecer o s ócio do filho do presidente. / Quando a Telemar fez uma oferta de compra à Brasil Telecom, o mercado interpretou o movimento como um sinal de que a mudança na lei era dada como certa. Paralelamente à oferta, estavam em plena e fervescên cia os encontros de Lulinha e Kalil com Goldberg para tratar dos bas tidores da negociação entre duas gigantes da telefonia. Oficialmente nada diss o ocorreu. O asses sor de Lulinha e Kalil, o jornalista Cláudio Sá, diz que, se houve encontros com Goldberg, foram co ntatos meramente sociais. Mas do que eles falaram? "Encontros sociais. Aperta a mão. Como vai? Tudo bem? Tudo certo? Esse tipo de coisa", respo nde o ass essor. Goldberg diz que não foi nada disso. Ele conta que conversou com Lulinha e Kalil p ara acon selhá-los a contrat ar uma "co nsultoria tributária e um escritório de advo cacia". É bastan te improvável que ess a seja toda a verdade porque, nes sa época, a Gamecorp já tinha cons ultor. Era Antoninho Marmo Trevisan, amigão do presidente. / A constatação que se esconde por trás disso é a de que Lulinha, depois de receber a bolada da Telemar, começou a comportar-se como lobista da empresa junto ao governo de seu pai. Pode-se afirmar com certeza que em pelo menos um encon tro oficial Lulinha tratou de ajudá-la. Antes de entrar o dinheiro da Telemar o lobby da dupla Lulinha-Kalil era feito justamente em favor da concorrent e, a Brasil Telecom. Com a ajuda de Lulinha e Kalil, Yon Moreira da Silva, da Brasil Telecom, cons eguiu ser recebido pelo pres idente Lula em uma audiência que, curiosamente, não constou da agenda oficial do Palácio do Planalto. Ela foi marcada por César Alvarez, ass ess or especial da Presidência, e durou quase duas horas – s em mais ninguém na sala. Sobre o qu e Yon Moreira e o presidente conversaram? Segundo Yon Mo reira, s obre o projeto Computador Conectado, que visaria difundir a venda d e computadores populares e o aces so gratuito à internet. "Lula ficou impressionad o com o projeto que aprese ntei a ele", diz Yon. "Houve uma s intonia entre nós. Mas não falamos nenhuma palavra sobre o filho dele." Yon Moreira completa: "Lula queria que os pobres do Brasil tivessem acesso à internet, e eu tinha o melhor projeto para realizar ess e sonho". O auxílio de Lulinha e Kalil ao então diretor da Brasil Telecom é grave à luz d e uma informação adicional: o encontro ocorreu no mesmo período em que o representante da empresa paga va 60.000 reais mensais a Lulinha e Kalil a pretexto de patrocinar um programa de games da dupla exibido pela Rede Bandeirantes . Ess a é a mais simples e clara demonstração de um lobby empresarial junto ao gove rno: a Brasil Telecom patrocinava Lulinha e Kalil e, ao mesmo tempo, a dupla abria as portas da sala do presidente da Repúb lica à Brasil Telecom. Parece inocen te. Não é. Como es ses encontros ocorreram a portas fechadas e como os interess es das teles eram (e s ão) bilionários, qualquer simpatia do governo por um ou outro contendor é decisiva. / Em s uas visitas a Brasília, Lulinha e Kalil ocupavam uma sa la no esc ritório d o lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido como APS (veja reportagem). O escritório de APS está instalado em uma imponente mansão com quatro andares e elevador na sofisticada região do Lago Sul. Ali, com regularidade mensal, Lulinha e Kalil des pacharam por quase dois anos, entre o fim d e 2003 e julho do ano pas sado. A sala usada pela dupla tem 40 metros quadrados . Fica bem ao lado da sala do lobista APS. Há algumas s emanas, es tava mobiliada com duas mesas. Todas as cad eiras eram vermelhas. Havia dois computadores, duas linhas telefônicas, uma impressora e um único quadro na parede. Lulinha e Kalil tinham ramais p rivativos, o 8118 e o 8130. Sobre sua relação com a dupla Lulinha-Kalil, APS diz apen as: "Eu emprestei a s ala, mas não tenho a menor idéia do que eles faziam lá". Seria ingênuo esperar que disses se alguma coisa mais comprometedora sobre os vizinhos d e sala e colegas po r dois anos . / A lém da sala, APS também colocou su a frota à dispos ição da dupla. Quando Lulinha e Kalil começaram a freqüentar o escritório do lobista, seus deslocamentos por Brasília eram feitos em Ford Fiesta. Com ce rca de 1,90 metro de altura, Kalil reclamou que o Fiesta era desco nfortável e disse que gos taria de um carro mais espaço so. APS substituiu o Fiesta por u m Omega. Enquanto despachav am na mansão d e APS durante o dia, Kalil e Lulinha eram hospedados na Granja do Torto ou no Palácio da Alvorada, res idências oficiais da Presidência da República. Quando isso não era possível, Kalil ia para o hotel Blue Tree, a menos de 1 quilômetro do Alvorada. Não s e conhecem bem as razões p elas quais Lulinha e Kalil mantinham uma sala no esc ritório d o lobista de métodos heterodoxos. O que faziam ali? Por qu e des pachavam dali? Em bus ca des sas resp ostas, VEJA desc obriu que a sala foi cedida a Lulinha e Kalil como parte de um ac ordo dele com a france sa Arlette Siaretta, dona d o grupo Casablanca, um cong lomerado de 54 empresas que, entre outras atividades , faz produção de filmes e eventos, gravaçã o de comerciais e distribuição de DVDs. / Em 2002, Arlette Siaretta e APS s e tornaram sócios num projeto de transmiss ão de imagens digital via satélite. Desde então, a mansão do lobista pas sou a funcionar como filial informal da empresa Casab lanca em Brasília. "Ela me ped iu a sala e eu cedi", diz APS. Mas por que a Casablanc a teria interesse em instalar Lulinha e Kalil em sua filial informal em Brasília? Apesar de ser dona de metade do mercado de finalizaçã o de comerciais no país, Arlette Siaretta tinha um problemão no início do governo de Lula. Ligada ao PSDB e produtora das últimas três campanhas presidenciais tu canas, a empresária encontrou no PT uma muralha que lhe barrava n egócios com o governo federal e as estatais, até então uma de s uas grandes fontes de receita. Arlette Siaretta precisava de alguém para lhe abrir as portas do governo. / No fim de 2003, o s ócio de Lulinha apareceu em s eu es critório, em São Paulo, prometendo exatamente aquilo de que a empresária precisav a – portas abertas . "Você tem uma grande empresa. Eu t enho aces so às pes soas que decidem. Podemos ganhar dinheiro juntos ", teria d ito Kalil, conforme o relato feito a VEJA por uma tes temunha do encon tro. Arlette Siaretta adorou a idéia. Fechara m negócio: Kalil receberia 5% das trans ações no governo que a Casablanca con seguisse por seu intermédio. Não pod eria haver es colha melhor. Os "meninos" do presidente entregaram o que prometeram. Pois bem, Siaretta continuou tendo no governo petista a mesma participação que tinha no mercado nos oito anos dos tucanos , algo em torno d e 50% de todos os contratos de filmes feitos para a s empresas de publicidade que p restam serviço ao governo. / Não se s abe por que Arlette Siaretta c onfiou em Kalil. Procurada por VEJA em cinco opo rtunidades, a empresária não quis dar entrevista. Sabe-se, porém, que uma das melhores credenc iais de Kalil para dizerse influente foi sua proximidade com Lulinha – que, registre-se, não es teve presente na negociação com Siaretta. A pedido de Kalil, a empresária até con cordou em trabalhar com Alberto Lima, conhecido como Beto Lima, amigão de Kalil (há quinze anos ) e de Lulinha (há nove anos ). Dono de um bar em Campinas que falira em agos to de 2003, Beto Lima pas sou a des pach ar diariamente na sede da Casablanca, em São Paulo. Siaretta mandou imprimir cartões de visita com seu nome e a custear suas despesas com pass agens aéreas e hospedag em no triângulo São Paulo–Brasília–Rio de Janeiro. As sim como Kalil e Lulinha, Beto Lima também pas so u a usar o es critório de APS em Brasília, que lhe s ervia de apoio para suas visitas às principais agências de publicidade que trabalham para o governo e para estat ais. Beto Lima dá s ua versão: "Minha função é prospectar novos neg ócios para a Casablanca. Usei o es critório como bas e operacional, apenas para dar e receber telefonemas" . / Em julho de 2004, a turma d eu uma grande exibição de su a influência para Arlette Siaretta. O cineas ta Aníbal Mas saini Neto, diretor de Pelé Eterno, um d ocumentário sobre a vida do craque, queria exib ir seu trabalho ao presidente Lula, mas nã o cons eguia romper o bloqueio. Arlette Siaretta, qu e produziu o filme, colocou em moviment o su a engrenagem: acionou Beto Lima, que acionou Kalil, que acionou Lulinha – que marcou uma sessão de cinema no Alvorada com a presença do pai. A exibição aconteceu na noite de 13 de julho de 2004. Depois, houve um jantar, com arroz, feijão, peixe e farofa , além de uísque e charutos cubanos . Estavam todos lá: Lulinha, Kalil, Beto Lima, além de Siaretta. A ce rta altura, já empolgado, Lula fez um discurso no qual começou afirmando admirar duas pess oas na vida. A platéia aposto u que uma s eria Pelé, o astro do filme e presente à festa. Mas não. Lula diss e que admirava Abraham Lincoln e – tchan, tchan, tchan , tchannn - Kalil Bittar. Era a gratidão po r tudo de bom que Kalil já fizera por Lulinha. A empresária Arlette Siaretta ficou muito s atisfeita com o resultado do jantar, pelo acesso que cons eguira e pelo pres tígio de seus colaboradores. / Lulinha e Kalil mantêm-se mergulhado s no mutismo s obre a real dimens ão dos negócios e interesses que ajudaram em Brasília. Não falam também sobre seus des pachos na sala ao lado da d o lobista APS, be m como sobre suas andanças p or empresas privadas e gabinetes federais. O as ses sor da dupla, procurado p or VEJA, conversou com a revista. Disse q ue Kalil esteve na mansão do lobista APS, mas que Lulinha jamais colocou os pés lá. APS d esmente o ass ess or de
Kalil e Lulinha. Ele confirma que o filho do presidente despachava no escritório cedido por ele. Quando VEJA quis saber so bre outros detalhes, o ass ess or diss e que Lulinha e Kalil não prestariam nenhum esclarecimento adicional. As investidas d e lobista de Lulinha em Brasília e suas conexões empresariais merecem um esclarecimento mais pormenorizado. Todo pai tem direito de ver no filho u m Ronaldinho e na filha uma Gisele Bündchen. Da mesma forma é vital tentar enten der o mistério p or trás de certas transformações extraordinárias dos filhos de presidentes , em especial quando elas ocorrem durante o ápice de poder dos pais. (http://veja.abril.com.br/251006/p_060.html 3
Veja.com, Otávio Cabral, Edição 1994, 07.02.07: Entrevista: Roberto Ab denu r - Nem na ditadura - O diplomata diz que a política externa do governo Lula é contaminada pelo antiamericanismo e pela orientação ideológica - Roberto Abden ur, 64 anos , era um dos mais experientes diplomatas do quadro do Itamaraty até a s emana pas sada, quando s e aposentou depois de 44 anos de carreira. Seu último pos to foi o de embaixador brasileiro nos Estados Unidos. Amigo do chancele r Celso Amorim há décadas , nos últimos meses desen cantou-se com ele e com s ua política. As d ivergências começaram depo is que Abdenur diss e publicamente que era u ma ilusão o fato de o Brasil co nsiderar a China c omo parceiro comercial, isso depo is da decisão do governo brasileiro de reconh ecer aquele país como uma economia de mercado. A morim exigiu uma retratação de Abden ur. Ela n unca veio. Em entrevista a VEJA, o ex-embaixad o r preferiu n ão falar sobre o embate entre ele e o chanceler, mas não economiza palavras para criticar a política externa e a doutrinação ideológica em curso no Itamaraty. As decisões hoje, segundo ele, são p autadas pela miopia de um grupo de es querdistas. As promoções internas têm como critério a afinidade de pensamento, e n ão a competência. Os acordos de coop eração privilegiam países menos desen volvidos. Diz ele: "Um process o de doutrinação ass im no Itamaraty não aconteceu nem na ditadura". / Veja – O s enhor está se apose ntando de pois d e 44 anos de trabalho no Itamaraty e parece muito incomodado com a situação da diplomacia brasileira. / Abdenur – Existe um elemento ideológico muito forte prese nte na política externa brasileira. A idéia do Sul–Sul como eixo prepon derante revela um antiamericanismo atrasado. Isso tem se manifestado d entro do Itamaraty de diversas maneiras. Está havendo uma doutrinação. Diplomatas de categoria, não apenas jovens, s ão forçados a fazer certas leituras qu ando entram ou s aem de Brasília. Livros que têm viés des sa post ura ideológica. É uma coisa vexatória. O Itamaraty n ão é lugar para bedel. / Veja – De que outras maneiras a dout rinação ideológica se manifesta no Itamaraty? / Abdenur – Há um sen timento g eneralizado de que os diplomatas hoje são promovidos de acordo com sua afinidade política e ideológica, e não por competência. Eu vi funcionários de competência indiscutível ser pass ados para trás porque não s ão alinhados. Há intolerância à pluralidade de opinião. O Itamaraty s empre teve um prestígio singular na diplomacia internacional p ela continuidade da política externa, pelo equilíbrio, pela excelência de seus qua dros e pelo apa rtidarismo. O Itamaraty precisa resgatar o profiss ionalismo a s alvo de po sturas ideológicas, de atitudes intolerantes e de identificação pa rtidária com a força política dominante n o momento. / Veja – Essa situação que o sen hor descreve já acontece u antes? / Abdenur – Nunca, nem na ditadura militar. De 1964 até o início do governo Ernesto Geisel, na primeira década do regime militar, adotou-se uma política externa s implória, b aseada na ideologia anticomunista . Isso foi imposto à força pelos militares. Mas nu nca houve tentativa de convencer os diplomatas dess a ideologia. O rumo foi imposto e se exigia o seu cumprimento, mas não s e cobrava dos profiss ionais nenhu ma afinidade com a ideologia que definia aquele rumo. Do governo Geisel até o fim do governo FHC, a pressão ideológica d esapareceu. Agora, infelizmente, as decisões s ão permeadas por elementos ideológicos. / Veja – A difusão des sa política externa ideologizada é respons abilidade do ministro Celso Amorim ou do secretário-geral Samuel Pinheiro Guimarães? / Abdenur – Samuel, Celso e eu fomos grande s amigos , e eu tenho recordaçõe s muito gratas do tempo em que fomos amigos . / Veja – O senh or diss e que foi amigo de Celso Amorim e de Samuel Guimarães . Com o verbo no pas sad o. / Abdenur – Fica no pas sad o. Fomos grandes amigos . / Veja – O s enho r ficou magoado com a maneira como saiu da embaixada de Was hington ? / Abdenur – Acho que já falei demais. / Veja – Subs tantivamente, houve pontos positivos na política externa b rasileira n o primeiro mandato do pres idente Lula? / Abdenur – Sim, sem dúvida. O Brasil en gatou uma parceria com Índia, Japão e Alemanha para obter uma cadeira definitiva no Conselho de Segurança da ONU. É luta válida, que vai trazer resultados. Acho muito bom o que o governo tem feito para abrir novas frentes de comércio com países árabes, com o Sudeste Asiático, com a Ásia Central, com a África. Acho muito positiva também a forma inovado ra de trabalho com o Ibas (grupo que reúne Índia, Brasil e África do Sul). É a primeira vez que três países grandes, de três continentes diferentes, se unem para buscar iniciativas conjuntas. Acho que o Brasil tem conduzido com amplo equilíbrio e proficiência as negociações da Rodada de Doha. O Brasil é um jogador decisivo, tem uma atuação de liderança no G20 muito importante. Há ainda a questão do Haiti, onde lideramos pela primeira vez uma ação de países latino-americanos em favor da paz. Enfim, houve acertos... / Veja – E os erros sub stantivos? / Abdenur – A minha maior crítica à atuação do Itamaraty e stá na dimensão exagerada dada à coop eração entre os países menos d esenvo lvidos como eixo básico da nos sa diplomacia. Com a q ueda do Muro de Berlim, des apareceu completamente o paralelo que dividia o mundo em Ocidente e Oriente. O meridiano Norte-Sul não desap areceu de todo, mas se desvaneceu. O diálogo Norte-Sul é uma realidade. A esta altura da vida, com o mundo em transformação vertiginosa, não vale mais valorizar tanto a dimens ão Sul-Sul. Iss o é um subs trato ideológico vagamente anticap italista, antiglobalização , antiamericano, totalmente superado. A noss a relação com a China e com a Índia também apresenta equívocos. É preciso ter parceria com os dois países , mas eles não podem ser cons iderados nos sos aliados. / Veja – Há u ma tendência no Itamaraty de priorizar as relações co m os países da América do Sul em detrimento dos Estado s Unidos? / Abdenur – Não é po sitivo supe restimar o valor das afinidades ideológicas . Tem prosperado no Itamaraty uma idéia de que uma maior afinidade ideológica entre os governo s da América do Sul tornaria noss a vida mais fácil. Estamos vendo que não. Apesar das afinidades que existem entre o Brasil e o utros países da região, estamos enfrentando problemas para consolidar o Mercosul. / Veja – É crescente a influência de Hugo Chávez em países como Bolívia e Equado r. Como o sen hor avalia essa mudança de pod er na América Latina? / Abde nur – Fui embaixador no Equad or de 1985 a 1988 e, durante aqueles anos, a popu lação mais pobre, de origem indígena, não tinha pode r nem influência na vida política. A ascens ão dessas camadas indígenas da popu lação, como oc orre no Equador, na Bolívia e no Peru, é positiva. Mas há uma diferença bás ica entre Evo Morales e Hugo Chávez. O Morales vem de baixo, é um líder camponês que virou presiden te da República. Mal comparando, u ma trajetória semelhante à do presidente Lula. Já Chávez caiu de pára-quedas, tentou um golpe, depois chegou ao p oder pela via democrática. Infelizmente, ele es tá acab ando com a democracia na Venezuela. / Veja – O que o senhor acha da de fesa feita pelo governo brasileiro a favor da entrada da Venezuela n o Mercosul? / Abdenur – Foi um erro ter incorpo rado de chofre a Venezue la ao Mercos ul. Devíamos ter privilegiado o aperfeiçoamento do Mercosul sobre a expansão a qu alquer custo. Foi vexatório ver Chávez na última reunião dizendo que o Mercosul era um corpo que precisava s er enterrado. Chávez tem idéias s obre economia qu e não se coadunam com os p ressup ostos do Mercosul. Ele tem idéia de regresso ao escambo, de troca de mercadorias. Isso obviamente é um pas so p ara trás. O Mercosu l tem u m compromiss o d emocrático. Democracia, é bom lembrar, não é só realização de eleições. Acho que o Brasil te m a respons abilidade de soltar a voz para tornar menos cômoda a v ida de governos autoritários e ditatoriais na região. Não se pode ignorar o que es tá acontecendo na Venezuela. O Brasil deve express ar claramente seu compromiss o d emocrático amplo, profundo e irrestrito e denunciar situações como a que Chávez criou na Venezuela. / Veja – Como o s enhor avalia a relação do Brasil com os Estados Unidos no s três anos em que s erviu como embaixador em Was hington? / Abdenur – Pode parecer p aradoxal, mas a relação do Brasil com os Estados Unidos pros perou significativamente nos últimos anos. Graças a uma pess oa que manda muito no governo brasileiro, uma pess oa de extremo pragmatismo e lucidez, que é o presidente Lula. Ele não es conde seu desagrado com algumas coisas que o governo Bush tem feito, particularmente no Iraque. Mas Lula sabe que uma relação melhor com os Estados
Unidos é de interess e do Brasil. Quando fui ass umir a embaixada, ele me diss e: "Roberto, quero deixar como legado para o futuro bas es ainda mais sólidas e mais amplas na relação entre os do is países ". Como embaixador, tive algumas dificuldades , mas nada que foss e impeditivo. / Veja – O senho r não deixou o cargo de embaixador espont aneamente, correto? / Abden ur – Há no Brasil setores, embora minoritários, que têm aversão aos Estados Unidos, inclusive dentro do gove rno e do Itamaraty. Há es se ranço, mas iss o não atrapalhou meu trabalho. A relação Brasil-Estados Unidos n unca este ve tão bem. Lula inclusive d eve visitar o presidente Bush nos próximos meses. / Veja – Apesar des sa relação forte com os Estad os Unidos, a Alca está em compas so de espera. / Abdenu r – O Brasil está, na melhor das hipóteses, deixando de ganhar dinheiro. O mercado americano está se aproximando dos 2 trilhões de dólares. Seria vital para o Brasil ter vantagens preferenciais, de parceria, com os Estado s Unidos. Não es tou dizendo qu e deveríamos ter ass inado a Alca de qu alquer jeito, mas deveríamos ter s eguido com a negociação. Os Estados Unidos têm ass inado vários acordos de comércio bilaterais, e nós temos perdido competitividade no mercado americano. Nós es tamos es tacionados há dez anos em 1,4% do mercado americano. Há vinte anos, nossa participação era de 2,2%. Eu lamento que o único aspecto da relação Brasil-Estados Unidos em que não hou ve progresso tenha sido o comércio. Foram mínimos os recursos alocados para promoção comercial nos Estados Unidos pelo governo brasileiro. / Veja – Qual é a imagem do pres idente Lula nos Estados Unidos? Ele a inda é um político res peitado ou sua imagem foi deteriorada p elos escândalos de corrupção? / Abdenur – É uma imagem positiva, os escân dalos de corrupção não repercutiram muito po r lá. Ele é o líder de u ma democracia est ável, um gove rnante que tem uma biografia louvável. O governo Lula tem merecido respeito mundo afora por conciliar uma política econômica pragmática com políticas sociais efetivas e uma política externa s éria. Iss o começou com Fernando Henrique, mas o gove rno Lula avançou. / Veja – O senho r diss e em um evento no ano pas sado em São Paulo que a China é nos sa concorrente, não nossa parceira. O senhor mantém essa avaliação? / Abdenur – Fui nomeado embaixador na China no governo Sarney, trabalhei quatro anos e meio lá, tenho au toridade para falar dess e país. Nós não podemos ter uma visão romântica daquela China do passado, pobre, atrasada, camponesa, isolada do mundo. A China deu um salto extraordinário e hoje é uma potê ncia. Tem um comércio exterior de 1,8 trilhão de dólares, oito vezes o do Brasil. Nós temos de atualizar a visão da China e ver que, sem deixar de s er parceira valiosa, é cada vez mais nos sa conc orrente dentro do mercado bras ileiro e no exterior. Isso não quer dizer que devamos construir uma muralha e nos fechar aos chinese s. Pelo contrário. É preciso manter uma parceria es tratégica com a China em novos termos e não ter ilusões. Quando criamos mitos e queremos dar a impressão de que a China é nossa aliada, que nós a lideramos, é uma bobagem. A China hoje busca o capitalismo, a globalização, o mercado. / Veja – O senhor acha que o Brasil errou ao reconh ecer a China como eco nomia de mercado? / Abdenur – Acho que foi precipitado. Embora o Esta do chinês como produto r e empreendedor es teja diminuindo d e tamanho , ele ainda interfere muitíss imo na economia, usa instrumentos arbitrários. Ao reconhecermos a economia de mercado, nós abrimos mão de us ar mecanismos de defesa contra os produtos chineses. Iss o tornou inevitável uma entrad a cada vez maior d e produtos chineses no Brasil. O prejuízo é inevitável. / Veja – A divulgação dessa pos ição do senh or sobre a China caus ou problemas dentro do Itamaraty? / Abdenur – Causou, sim. / Veja – É verdade que s eu amigo antigo, o ministro Amorim, exigiu que o sen hor se retratasse publicamente? / Abd enur – Não quero fulanizar es sa discuss ão. (http://veja.abril.com.br/070207/entrevista.shtml ); *Veja.com, blog do Reinaldo Azevedo , 05.09.10: “A preocu pação maior do Itamaraty tem sido armar palanqu es para o presidente” - Este escriba tem alguns orgu lhos profissionais. Um de les é jamais ter-se deixado en ganar por Celso Amorim, o Megalonanico das Relações Exteriores. “Nunca” quer dizer “nun ca”. Já em 2003 a revista Primeira Leitura a pontou a parolagem terceiro-mundista ou pobrista dess e gigante e o des ejo de transformar a p olítica externa em palanque para o g uia de Elio Gaspari. Desde 2003 a esta data, fui colecionando as suces sivas derrotas de Amorim e todas a s besteiras que fez. Imaginem: uma votação de coleguinhas, em 2004 acho, o cons iderou “o melhor ministro de Lula”. Uau! / Vale a pena ler a entrevista de Roberto Abd enur, que foi embaixador do Brasil em Was hington no primeiro mandato de Lula, n as Páginas Amarelas da VEJA desta semana. Não es tou dizendo que pensemos rigorosamente a mesma coisa, mas parece que as críticas que s empre fiz nes te blog à política externa tinha m fundamento. Leia m trechos: / Por Diogo Schelp: “Aceita um copo d’água, um café ou, quem sabe, um pouco do caviar que me envia sempre um certo amigo iraniano?”, oferece Robe rto Abdenur, de 68 anos , ao receber a reportage m de VEJA em se u agradável apartamento no Rio de Janeiro, No humor característico dos diplomatas, a referência ao caviar é apenas uma ironia sobre um dos temas que deixam estupefatos esp ecialista s em política externa, a estreita relação do gove rno brasileiro com o regime do iraniano Mahmoud Ahmadinejad. As ambições nucleares e a violação as sumida de direitos humanos, como o apedrejamento de mulheres por adultério, fizeram do Irã um pária internacional. Com s eus 44 anos de carreira diplomática, três deles como embaixador em Was hington durante o primeiro mandato do p residente Lula, Abdenur é uma das pess oas mais habilitadas para avaliar o Brasil no quadro diplomático mundial. Na entrevista a seg uir, ele demonstra o s eu asso mbro diante da maneira como os preconceitos ideológicos e o gosto de Lula por um palanqu e prejudicaram a imagem do Brasil n o exterior. / Que balanço o senhor faz da política externa do governo Lula? / (…) A po lítica externa brasileira, nos últimos oito anos atuou com base na visão de que no mundo ainda há claramente uma contrapos ição entre ricos e pobres, norte e s ul. Iss o não faz mais sentido em um mundo g lobalizado (…) Apes ar dessa nova realidade, a política externa de Lula tem procurado apresentar o Brasil como líder dos países pobres . É preciso abandon ar essa visão. / O senho r escreveu que a diplomacia brasileira precisa recup erar o seu “lado ocidenta l”. Por quê? / O Brasil, n os últimos anos , relegou a um plano de quase irrelevância o compromisso com dois valores fundamentais para a política externa: a democracia e os direitos humanos. Estes são valores ocidentais e, também, brasileiros. (…) / O chanceler Celso Amorim disse que “negócios são negócios” ao justificar a visita de Lula a uma ditadura africana. Esse é o pragmatismo de que o senhor fala? / Não. Há limites para a diplomacia presiden cial. Quando o presidente entra em cena, atribui-se à relação com det erminado pa ís um pes o político muito maior. O presidente é a instância mais elevada da diplomacia, e é preciso dos ar a sua exposição, pois ela traz co nsigo o endoss o e a imagem de todo o pa ís. O problema é que o Itamaraty não sabe dizer “não” a Lula, e isso cria situações como as que envolveram recentemente o Brasil e o Irã. (…) Não há benefício algum, no entanto, em aproximar-se do Irã, muito menos em nível presidencial. Ahmadinejad é o líder de um regime teocrático, violento e isolado internac ionalmente. Apesar disso . Lula diz que tem uma relação de carinho com o iraniano. / (…) / O que explica ess a atitude? / Há um palanquismo na política externa, algo que reflete muito a n atureza pess oal de Lula. A preocupação maior do Itamaraty tem sido armar palanqu es para o presidente. Essa diplomacia ce nográfica tinha até pou co tempo atrás um bom público lá fora. Até a eleição de Barack Obama, nos Estados Unidos, em 2008, Lula era o go vernan te mais respe itado e estimado no exterior. Ele acumulou um bom capital político, principalmente pela con juntura econômica favorável. (…) / Como Lula us ou esse prestígio? / Lula, por sua sofreguidão em ser popular com todo o mundo e por ignorar as circunst âncias das situações em que se meteu, pôs a perde r uma parte considerável do capital político adqu irido para s i e para o Brasil. Quando Ahmadinejad veio a Brasília e disse apoiar a cand idatura do Brasil a uma v aga permanente no Conselho de Segurança, nós perdemos muito v oto. (…) Dói imens amente ver as credenciais do Brasil para ocupar uma vaga permanente n o Conselho de Segurança da ONU serem seriamente prejudicadas por todos es ses erros de política externa. (…) / Como o s enhor avalia as relações do gov erno brasileiro com o p residente venezuelano Hugo Chávez? É uma aberração diplomática. O Brasil é condesce ndente com Chávez, com Evo Morales, da Bolívia, e com Rafae l Corrêa, do Equad or, apenas por repres entarem regimes identificados como de esquerda. Isso é um erro. Porque não existe política externa de esqu erda. A diplomacia tem de refletir os interes ses do estado, não de um partido. O governo brasileiro é ativamente solidário e conivente com Chávez, um líder que está em etapa adiantada na consolidação de uma ditadura (…) (http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/roberto-abdenur )
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Site Mídia s em Máscara, Ipojuca Pontes , 13.06.05: Diplomacia bélica: Celsinho & Samuca - A “diplomacia ideológica” do Itamaraty representa uma grave ameaça para o Brasil. O problema é saber até quando ela vai perdurar. - Era as sim que Leon Hirszman, o cineasta do “centralismo democrático” no cinema n acional, se referia à dupla Celso Amorim/Samuel Pinheiro Guimarães (“parentes afastados ”), hoje à frente do Ministério das Relações Exteriores de Lula mas, no início do s anos 80, nomeada pelo gene ral Ludwig, ministro da Educaçã o e Cultura, para to mar conta da Embrafilme. Golbery, o chefe da Casa Civil d os Governo s Geisel e Figueiredo , diante da intens a disputa pela direção da estatal do cinema, depois de receber s ugest ões da cooptada esquerda cinematográfica, terminou por ass egurar aos aliados do esqu ema militar a canina fidelidade da dupla Celsinho & Samuca ao ideário de 64. Eminênci a parda do regime, Golbery, o “Gênio da Raça” (apud Glauber Rocha), tinha conven cido o próprio Figueiredo qu e, segu ndo a lenda, descan sava sob re os ombros d e apetecidas divas do nos so universo fílmico. / - Nem fica Roberto (Farias) nem ent ra Jece (Valadão). O homem da Embrafilme agora é Amorim – bateu o martelo o general Joã o Baptista Figueiredo, o último presiden te do ciclo dos militares. / As peripécias da dupla Celsinho & Samuca, n a direção da Embrafilme, em nad a ficam a dever à ges tão de Celso Amor im & Samuel Pinheiro Guimarães no Itamaraty de Lula: elas primavam (e primam) pelo se rvilismo ideológico, completa d iscriminaçã o política, a exacerbação do protecionismo g rupal (“patotismo”), a invencionice e a megalomania como práticas cons agradas para esconder a mediocridade administrativa, a retórica “afirmativa” delirante e, culminando tudo, a sedimentação da incompetên cia generalizada. / Um dos primeiros atos da dupla do barulho na gestão da antiga estatal do cinema foi extinguir a norma que instituía o “adicional de bilheteria”, único mecanismo de estímulo realmente democrático criado até então na área do cinema (levantado pelo antigo INC e empresários da atividade), e que cons istia em devolver ao produtor, depois do filme exibido, parcela de 10% sobre a renda da b ilheteria, independentemente de qualquer discriminação ou preconceito – se ja de cor, credo ideológico ou class e social. Fomentava-s e, na ponta, o desempenho da produção : se o filme rendes se mais, o adicional era s ignificativo; s e o filme rendes se menos, o adicional se rvia p ara resgatar os débitos mais prementes d a empreitada – e com tal mecanismo, vigente como norma, o cinema nacional ultrapassou a produção dos 100 filmes anuais, conso lidou sua infra-estrutura indust rial e, se m depender em larga es cala dos cofres públicos (leia-se dinheiro do cont ribuinte), afirmava-se como atividade auto-sustentável. / Bom militante, Celso Amorim - com a ass essoria intramuros do an tigo mentor Leon Hirszman, o homem d o “centralismo democrático” no cinema e de qu em foi ass istente nos “revolucionários” anos 60 – liquidou com o “adicional de bilheteria” e partiu para o financiamento político-ideológico, massivo, da produção. Logo de saída enfiou 10 milhões de cruzeiros (cerca de US$ 3 milhões , hoje) no filme experimental “A Idade da Terra”, panfleto caó tico do cooptado Glauber Rocha, de fato, uma mixórdia impene trável (hostilizada em Veneza) que poderia ser feita em preto e branco, 16 mm, por q ualquer bagatela. / Logo a s eguir, enq uanto entrava de sola nas produçõ es milionárias (norteada s pela estética moscovita do “realismo socialista ”) de Hirszman, a dupla do barulho ataco u com o financiamento de “Prá frente Brasil”, o falso filme político, cujo argumento partia de es quema dramático falacioso (a prisão do “homem errado”), feito para “denu nciar o regime” e acicatar o qu e resta va de brio nos militares , - aos quais Amorim devia fidelidade ao assu mir a direção da Embrafilme - mas que, no entan to, como ato de conse ntida provocação, só cons eguiu ao término postergar a abertura democrática (“lenta e gradual”) preconizada por Geisel & Cia. A o tomar conhecimento da ação dos subordinados Celsinho & Samuca, o general Ludwig, s entindo-se lesado, subiu nas bot as e enfrentou, no Planalto, o próprio “Gênio da Raça”, então quase cego (des colara a retina) e idiotizado: Ministro Golbery, cons idero o gesto de seus apadrinhados como de “alta traição”! / E em s eguida demitiu a dupla Celsinho & Samuc a da es tatal do cinema, ne ss a altura dos acont ecimentos uma empresa completamente desmoralizada, transformada numa espécie de feudo (célula) do esq uerdismo militante, voltada para a “denúncia do capitalismo selvag em” e o exercício do patotismo institucionalizado, e cujo cadáver, em elevado grau de putrefação, só foi enterrado no governo Collor de Mello para a histeria do cinema ideológico e parasitário, eternamente depen dente dos recursos saca dos do bolso da mass a ignara. / Não se pode dizer, conforme dizia Nelson Rodrigues de alguns dos se us personagens, que a dupla Celso A morim & Samuel Pinheiro Guimarães “baba na gravata”. Muito pelo contrário. Amorim, por exemplo, é um mestre na flexibilidade “camaleônica” para se manter no poder diplomático. No governo Sarney dirigiu o Departamento Cultural do Itamaraty. No período Collor foi Embaixador em Genebra. Chanceler no Governo Itamar (tido por Collor c omo “Shirley”). Embaixador na ONU e em Londres n a Era FHC. E logo em seguida, no des astroso governo Lula, nomeado de nov o ministro das Relações Exteriores – o que lhe confere grau de excelência máxima na arte da “cav ação” e do carreirismo. / No entanto, na âns ia de ativar uma “d iplomacia ideológica”, ainda que compartilhada com o chanceler de fato Marco Aurélio Garcia (e, por vezes, o próprio Zé Dirceu), a dupla do barulho só tem conduzido a política externa brasileira para os desvãos do fracas so e da desconfiança internacional. Na dura realidade, com Amorim & Samuca o livre comércio, os “negócios da China”, Mercosul, União Européia, Alca e até o mero relacionamento diplomático com o mundo desenvolvido tornou-se uma miragem confus a, com retoques nítidos de beligerância, como eviden cia sobejamente o repúdio do primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, ao apoio dado pelo governo Lula a países terroristas do mundo árab e. / Enfim, não é preciso dizer que a “diplomacia ideológica” do Itamaraty representa uma grave ameaça para o Brasil. O problema é saber até quando ela vai perdurar. (http://www.midiasemmascara.org/arquivos/4114-diplomacia-belica-celsinho-samuca.html ); *Site Mídia sem Más cara, Ipojuca Pontes , 27.07.08: O desastre Amorim - A Rodada Doha, em essência, foi inútil. Pois para o Itamaraty Vermelho a pendenga não é de caráter comercial, mas, sim, ideológica. E aí vale tudo, inclusive o uso da mentira revolucionária. - “Cons idero o ato do seu protegido como de alta traição” (do gene ral Ludwig, ministro da Educação e Cultura, para o chefe da Casa Civil do governo Figueiredo, g eneral Golbery do “Colt” e Silva, antes de demitir Celso Amorim da Embrafilme) / Como esc revi em algum lugar, Celso Amorim, o antigo Celsinho da Embrafilme, é o diplomata de “carrière” que o Brasil teria obrigação de des terrar mas que nenhum país democrático do mundo desejaria receber. Amorim, como se sabe, é um desas tre diplomático – por ond e pas sa deixa a marca letal da incompetência, má-fé e arrogância. O seu (dele, lá) mentor intelectual – com o qual se en volveu como ass istente de direção nos tempos do Cinema Novo - foi o cineasta co munista Leon Hirszchman, introdutor do leninesco “centralismo democrático” nas relações político-instituciona is do cinema brasileiro. / Nomeado ministro das Relações Exteriores pelo aéreo Itamar Franco, Celsinho, d igo, Amorim, viu-se às voltas em 1993 com a ação terrorista da FARC, que fez explodir 200 quilos de dinamite (pu ra) na embaixada do Brasil em Bogotá, num atentado no qual morreram 43 colombianos e saíram feridas cerca de 350 pess oas, entre oito funcionários e diplomatas lotados na n oss a representação[*]. Mesmo ass im, instad o a respon der em data recente se co nsiderava a guerrilha colombiana uma o rganização terrorista, o vo ss o chanceler tergiversou do seg uinte modo : “O Brasil não faz classificação de quais organizações s ão terroristas e, p or isso, não iria discutir se as FARC en tram ou não nes ta categoria”. / A posteriori, durante o primeiro mandato do s indicalista Lula, sempre dando a entender aos Estados Unidos qu e laborava em favor da criação da Alca, a Área de Livre Comércio das Américas , segun do ele num “formato à la carte”, o ministro do Itamaraty Vermelho pass ou a sabotar as negociações que nos abriria mercado de mais de 800 milhões de pes soas. E para s epultar de vez a perspectiva de u ma zona de livre comércio, depois de procras tinar o quanto p ossível acordo que nos levaria a participar de um PIB (Produto Interno Bruto) continental na ordem de US$ 12 trilhões, o chanceler de Lula, n o seu antiamericanismo doentio, deixou que um funcionário do MRE ass ociasse a Alca ao fulgor de uma “odalisca de cabaré barato”. / Agora, em Genebra, mais insolente do que nunca, o des ast rado diplomata, no afã de sa ir-se como líder vo luntarioso do emergente G-20, procurou deto nar no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio) a c hamada Rodada Doha, que se arrasta há s ete longos anos e que tem por objetivo estabelecer negociações multilaterais entre países ricos e pobres (cujos governos es tão ficando mais ricos do que os dos países ricos), a partir da eliminação de s ubs ídios e barreiras qu e dificultam o livre trâns ito das commodities agrícolas, serviços e produtos industrializados . /
Ligado o dispositivo totalitário, A morim de saída acus ou os países ricos de adotarem na Rodada uma estratégia nazista na condução das negociações , que incorpo raria a máxima de Joseph Goebbels, ministro da Propagan da de Hitler, segund o a qual “uma mentira muitas v ezes repetida torna-se verdade”. A coisa pegou mal, na mesa em que a presen ça de vítimas do nazismo é bem n ítida. Na ordem prática das co isas, no entanto, o chanceler de Lula d iz que os p aíses desenv olvidos protelam a redução dos seus s ubsídios agropecuários – o que impediria as nações emergentes de comercializarem seus produtos agrícolas. / Os países desen volvidos, por sua vez, ao anunc iarem cortes de subs ídios na área da agricultura, acusa m os países membros do G-20, dos quais Amorim é uma das lideranças, de não promoverem, em reciprocidade, a respectiva abertura nas áreas industriais e de se rviços. M esmo levando em consideração que a Rodada n ão é apen as so bre agricultura, Amorim atravanca as n egociações “fincando o pé” na velha pos ição de que só c ortando mais subs ídio na área agrícola po deria av entar alguma co isa no terreno industrial – numa manobra onde o s aldo de confiança é zero. Ag ora me digam: quem diabo top a, numa Rodada de hienas , fazer negócio assim? / Ao citar a máxima de Goebb els sobre a mentira, o ministro do Itamaraty Vermelho esq ueceu de mencionar a recomendação do estrategista Lenin, segundo a qual, instalado o quadro de conflito, o comunista deve “acusar o outro do crime que ele mesmo comete ou pens a”. Com efeito, p ara aplicar o golpe sobre o Governo Provisório de Kerens ky e dos ex-aliados mencheviques, na Rúss ia de 1917, o mentor da sa ngrenta revolução acons elhava aos súditos a adoção sem limites da mentira como arma, imputando aos adversários as tramas criminosas que praticava. / De fato, para c hegar à vitória d os s eus ob jetivos, Lenin era ca paz de empreender qualquer tipo de trapaça, tais como calúnias, fraudes, delações, atentados , chantagens, aliciamentos e falsificação de doc umentos . Marxista de carteirinha, ele acreditava, como de resto todo comunista, que em no me do porvir revolucionário o militante pode cometer tod os os crimes pos síveis, tendo como álibi a mentirosa verdade (utópica) revolucionária. / Para estudiosos isentos da história moderna, não há mais dúvida: a única diferença entre os ob jetivos d o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (Nazi) e dos diversos partidos comunistas é qu e o primeiro prega a implantação do socialismo nos limites nacionais e o seg undo o quer estabelecido internacionalmente. Para dominar a propriedade p rivada e o controle dos meios d e produç ão, os nazistas fizeram do judeu (na Alemanha) o bo de expiatório, enqu anto os comunistas apontam os “burgues es capitalistas” como alvo de s uas inculpações . O próprio Hitler, quando entre pares, cos tumava revelar q ue aprenderá muito, para atingir o poder, lendo Marx e observando Lênin e Mus solini. / Quanto à Rodada Doha, decerto que ela, em ess ência, foi inútil. Pois para o Itamaraty Vermelho a pendenga não é de caráter comercial, mas, sim, ideológica. E aí vale tudo , inclusive o us o da mentira revolucionária. / Notas : / [*] A Farc, d esde outu bro de 1986 mantinha negócios com o Cartel de Medellin , de Pablo Escoba r , intensificando a guarda do narcotráfico no primeiros anos da década d e 1990. Os dados s ão do Nati onal Security Archive, do Pentágono. (http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/7004-o-desastreamorim.html ); *Blog do Aluízio Amorim, 30.09.09: CELSO A MORIM, O NOVO FILIADO DO PT - O Ministro das Relaçõ es Exteriores , Celso Amorim, agora é um petralha de carteirinha. Acaba de se filiar ao PT, abandonando o PMDB, p artido ao qual havia se filiado por causa do ex-deputado Ulyss es Guimarães, embora nun ca tenha s e dedicado à militância partidária, coisa que s ó começou a fazer depo is que foi abduzido pelo pa rtido do mensalão. / A militância política de Celso Amorim na verdade começou d epois que ass umiu o cargo d e Ministro no gov erno Lula demonstrando uma completa adaptação e o bediência ao seu chefe, Lula, a ponto de s e transformar no mais eminente capacho dos tiranetes latino-americanos . / A foto acima, do site do Estadão, é um flagrante d urante a recente reunião da as sembléia geral da ONU, nos Estados Unidos. Notem como ele olha para o Chefe. (http://aluizioamorim.blogspot.com.br/2009/09/celso-amorim-o-novo-filiado-do-pt.html ); *Veja.com, blog do Reinaldo Azevedo, 17.01.10: Celso Amorim é só um homem ridículo - Leiam um texto intitulad o “Rottweile r sem dentes ”, que está hoje na Folha. Volto em seg uida: O Brasil mudou de complexo. Antes, abrigava n’alma o de vira-lata, s egundo Nelson Rodrigues , o notáve l escafandrista da alma brasileira. Ag ora, na crise haitiana, most ra complexo de rottweiler. / Pena que não tenha dentes. Refiro-me à ciumeira de autoridades brasileiras em relação a rápida e decidida ação do governo norte-americano. O ministro da Defesa, Nelson Job im, reage com pura masturbaçã o diplomática, a o dizer que se trata de “ass istenc ialismo unilateral”. / Qualquer pes soa que não tenha perdido o s enso c omum sabe que os haitianos não es tão preocupados com a cor do assistencialismo, se unilateral, bilateral, multilateral. Querem que funcione. / No aeroporto da capital, está funciona ndo, conforme relato desta Folha : “Depois que os americanos assumiram o aeroporto, os voos aumentaram e também o envio de medicamentos e alimentos”. / É claro que precisa haver co ordenação, como cob ra o ch anceler Celso Amorim, mas é bob agem resmungar s obre os Estados Unidos assumirem um papel mais relevante que o das forças da ONU. É brigar com os fatos da vida. Os EUA podem mais que qualquer outro país, o que é escand alosamente óbvio. / Ajuda-memória aos resmungõ es, extraída do texto de Sérgio Dávila: os EUA enviaram vários navios da Guarda Costeira com helicópteros , o porta-aviões Carl Vinson , com 19 helicópteros, 51 leitos hospitalares, três centros cirúrgicos e capacidade de tornar potáveis centenas de milhares de litros de água por dia. / Nos próximos dias, chegam mais dois navios com helicópteros e uma força-anfíbia co m 2.200 fuzileiros e um nav io-hospital. / O Brasil tem condições de cheg ar a um décimo disso? Não. Então que pare de rosnar e reforce o seu pess oal no Haiti, qu e fez e está fazendo n otável trabalho, dentro de seus limites bem mais modesto s. / Comento / Não é meu, não. É de Clóvis Rossi, da Folha. Quando se trata de avaliação política, não me lembro de ter concordad o com Ross i antes. E ele e seus admiradores podem ficar tranqüilos: não pretendo macular a sua reputaç ão junto a certo leitorado — e, eventualmente, eleitorado — elogiando-o. Em benefício de Ross i, farei de tudo para que iss o não aconteça. E sei que alguns se esquecerão de ligar a tecla SAP para ler o texto. / Ocorre que há circunstâncias em que as pessoas que têm compromiss o com os fatos — independentemente do lugar que ocupem no es pectro ideológico ou das opiniões que tenham sob re isso ou aquilo — são obrigadas a constatar… os fatos!!! / A canalha esquerdopata se fingiu de chocada quando escrevi o texto “Haiti: palco e atoleiro”, em que acusei, de pronto, o ass anhamento protagonista de Lula. Escrevi depois um ou tro texto afirmando que não será a tragédia a me impedir de pens ar. Alguns pes soas até de boa fé e muitos bocós vieram me dar conselhos: “Pô, numa h ora como ess a, você diz es sas coisas ; os haitianos est ão precisando …” Como se eu estivess e contra o auxílio àqueles pobres coitados, vítimas dos homens , vítimas da natureza… / Não! Eu so u favorável à ajuda, é evidente. Eu só percebi a mobilização assan hada para tentar desempenhar o papel de um grande líder — e nada poss o fazer, a não s er relatar a v ocês o que vejo, se fui mais rápido do que os outros; admito que tem acontecido com freqüência. Acontece que a tragédia era imensamente maior do que a jactância de Lula e Celso Amorim. Pedia a intervenção de alguém acos tumado a se comportar co mo sed e do Império (alguns ach am ruim; eu, como sou imperialista, acho bom). Em ques tão de horas , os EUA tinham cons eguido mobilizar recurso s para nós inimagináveis porque intangíveis — não, melhor us ar uma palavra mais forte: INEXISTENTES. / E Celso Amorim fez o quê? Começou a ros nar. Ficou à beira de gritar: “Abaixo o imperialismo” quan do os EUA resolveram botar ordem no caos do espaço aéreo, uma precondição p ara se tentar fazer alguma coisa no esp aço terrestre, onde o inferno persiste. E pas sou a bater os pezinhos de a não enciumado (refiro-me à sua estatura interna, não à externa, como sempre). A inenarrável tragédia haitiana abria uma janela de oportunidades para o nosso… protagonismo!!! Ou melhor: “deles ”. Abro uma janela para falar nos so ldados bras ileiros e retorno ao ponto. / Os soldad os brasileiros Não! Iss o nada tem a ver com o duro trabalho, certamente he róico, dos no ss os soldado s naquele país. Muitos perderam a vida. Mesmo antes do terremoto, faziam um trabalho meritório, embora lutassem, NÃO POR VONTADE DAS FORÇAS ARMADAS, a guerra errada. Já estava m lá por c ausa des se complexo de rottweiler des dentado, enviados pelo governo Lula. Nelson Jobim d iz agora que o Brasil deve ficar mais cinco anos por lá… Ele está chut ando. Se não sab ia, no caos relativo, quanto tempo permaneceríamos nos comportando como polícia em Cité Soleil, como vai sab er agora, no caos abs oluto? Ele fala o que lhe dá na telha. / A ONU, para não variar, largou o Haiti ao Deus-dará. E o Brasil ficou pendurado na brocha. Nos quas e seis anos de intervenção, quas e nada havia
mudado por lá. O pa ís continuava praticamente sem instituições. As tropas da ONU, lideradas pelos so ldados brasileiros, já se viam obrigadas a intervir, militarmente mesmo, em con frontos armados entre gangues . Antes des se terremoto, houve outros, só que políticos. A pá de cal no país foi jogada por um ex-padre esq uerdista, doidivanas e, tudo indica, ladrão também chamado Jean-Bertrand Aristide, que governou o país, pela última vez, entre 2001 e 2004. A grande idéia des te cretino para evitar a instabilidade militar foi extinguir as Forças Armadas … Sabem o que isso significava e significa? Que as forças da ONU h aviam assumido ess e papel. Cinco anos? Jobim não tem noção do que está falando. Agora, Aristide diz es tar pronto para deixar seu conforto na África do Sul, ond e es tá exilado, e voltar ao país. Será que s obrou alguma cadeia na parte do país não atingida pelo terremoto? / Retorno ao pon to / A crítica política — ass im como a econ ômica, a gastronômica ou outra qualquer — não deve s er insens ível aos dramas humanos . Ao contrário: a rigor, eles s ão a razão ess encial que nos leva a escrever sobre qualquer ass unto: de um tratado de engenharia a um tratado moral. Em tes e ao menos , esta mos todos empenhados em melhorar a vida do homem. / E uma das formas que a crônica e a aná lise política têm de demonstrar a sua sensibilidade é acusar a manipulação, a marquetagem, a patifaria. O mundo viu o senhor Celso Amorim tentando medir forças com o governo dos EUA para ver quem iria liderar a ajuda ao Haiti. O gigante não entendeu, até agora, o que é integrar forças da ONU. Por q ualquer razão, ele pass ou a se co mportar como uma es pécie de governo de fato do Haiti, cobrando que os EUA lhe des sem satisfações sobre os seu s atos. É um des pautério. / O Haiti pede todo s os es forços que estiveremao nos so alcance. Mas nem aquela tragédia terá feito o número de mortos que um terremoto humano no Sudão chamado Omar Hass an al-Bashir já fez. Este é o nome do ditador daquele país: respond e por, ATENÇÃO!!!, 300 MIL MORTOS. E o Brasil de Celso Amorim, não o nos so, nega-se sistematicamente a votar contra o dés pota na ONU. Ao contrário: já at uou para protegê-lo. Por quê? Porque quer o apoio dos países islâmicos, esp ecialmente árabes , para ser membro permanente do Conselho de Seguranç a. Entenderam? / Em nome do protagonismo, o governo Lula tan to pode ignorar os 300 mil mortos de Darfur como pode reivindicar uma espécie de mando s obre os estimados 100 mil mortos do Haiti. Montanhas de cadáveres não sã o fronteira para as ambições de Lula e Celso A morim. / E eu continuarei a chamar as coisas pelo nome qu e as coisas têm. A inda que iss o aborreça muita gente. É o compromisso que tenho firmad o com os meus leitores. (http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/celso-amorim-e-so-um-homem-ridiculo ); *Veja.com, Mu ndo, 05.07.10: Diplomacia - Amorim defen d e encontro de Lula com ditador : “Negócios são negócios” - O ch anceler Celso Amorim defendeu nesta segund a-feira que o Brasil amplie s uas relações co m a Guiné Equatorial, país acus ado de graves violações de direitos humanos, argumentando q ue “negócios são negócios”. A declaração foi feita pouco antes de o presidente Lula se encontrar com o ditador Obiang Nguema. / Nguema, que tomou o pode r do país há 31 anos po r meio de um g olpe de Estado, recebe Lula p ara discutir a ampliação do comércio bilateral e oportun idades de invest imento brasileiro na Guiné Equatorial. “Negó cios são negócios. Nós estamos em um con tinente em que os países ficaram independentes h á pouco tempo. Isso é uma evolução que tem a ver com o social, o político”, afirmou Amorim. / “Temos de imaginar que esta é uma área importante, rica e m petróleo, com grandes pos sibilidades de cons trução. Há 20 anos , esse era um dos países mais pobres do mundo. Melhorando socialmente, melhora politicamente”, pontuou A morim. / A visita, porém, vem s endo duramente criticada por g rupos de defes a de direitos h umanos. De acordo com a organização Human Rights Watc h, o presidente Obiang Nguema é um dos líderes mais criticados por corrupção e violação aos direitos humanos do mundo. Já Amorim nega q ue o governo brasileiro esteja promovendo a ditadura: “Quem resolve os problemas d e um país é o povo de cada p aís”. / Mais c edo, o d iretor do Departamento de Comércio e Inves timentos do Itamaraty, Norton Rapes ta, chegou a citar a ditadura militar brasileira (1964-1985) na defesa dos negócios com a Guiné. Ele afirmou que, naque la ocasião, grandes países negociavam com o Brasil. "Quando a gente tinha ditadura no Brasil, n inguém ia negociar com a gen te? O fato de o Brasil se aproximar (da Guiné Equatorial), trazendo o s eu exemplo, pode ser uma contribuição política", diss e, "A gente tem que ser pragmático." / Segundo Rapes ta, o Brasil tem interes se em exportar tratores , máquinas agrícolas, produto s de alumínio, bebidas e confecções para a Guiné Equatorial. / Petróleo - Desde que foram des cobertas imensas reservas de petróleo nos ano s 90 na Guin é Equatorial, o país tem s ido alvo de uma reaproximação com nações ocidentais como a Espanh a e os Estado s Unidos . No entanto, entidades de direitos humanos dizem que a riqueza petroleira não melhorou os indicadores s ociais do país, cu ja pop ulação de 600.000 habitantes é composta de 60% d e pobres, segun do estimativas. Em vez diss o, acusam os críticos, o dinheiro ob tido com a exploração de petróleo teria ajudado o pres idente Ngema a eng rossar sua fortuna, estimada em 600 milhões de dólares, de acordo com cálculos da revista Forbes. (http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/amorim-defende-encontro-de-lula-com-ditador-negocios-sao-negocios ); *Veja.com, Desafios bras ileiros , 30.08.10: Diplomacia brasileira: muitas embaixadas e afagos a ditadores - Sob a batuta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério das Relações Exteriores inaugurou 62 represe ntaçõ es diplomáticas e cons ulares pelo mundo - outras 17 est ão em p roces so d e ab ertura. Atualmente, o p aís c onta com 212 pos tos . Muitos deles não têm qualquer relevância no cenário político e econômico internacional. Mas fazem parte de uma estratégia deste governo, que tem priorizado as relações com nações africanas e emergentes. Nos últimos oito anos , por exemplo, Lula visitou 27 nações da África, contra três de seu anteces sor, Fernando Henrique Cardoso. Analistas acreditam que o método pode es tar ligado ao des ejo brasileiro d e co nsegu ir uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. / Uma segu nda característica da política externa da atual gestão é a pretens ão de mediar conflitos em regiões distant es. Em julho, o chanceler Celso Amorim foi ao Oriente Médio, onde envolveu-se em conversações sobre o processo de paz. Meses antes, palestinos e israelenses já haviam dispensado a intromissão brasileira no complicadíssimo conflito. O Irã também entrou na agenda brasileira. Na contra-mão do que pedia a comunidade internacional, o Brasil queimou parte de s ua credibilidade ao respaldar um acordo que pretendia garantir aos aiatolás o aces so a urânio enriquecido para fins medicinais. Nenhuma nação, exceto a Turquia, aceitou o tratado, que fracassou: os líderes mundiais sabem que o s onho do radical Mahmoud Ahmadinejad é destruir Israel - e o caminho para isso são as armas atômicas. / Em outro momento, Lula deixou de repreender o opresso r governante iraniano em questõ es relacionadas aos direitos humanos. Foi o ca so da con denação por apedrejamento da iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, acus ada de adultério. Esquivando-se de censu rar publicamente o c olega, Lula apenas ofereceu refúgio a Sakineh. Teerã s e negou a entregá-la, dizendo que "não hav ia necess idade de criar problemas ao presidente bras ileiro". Acres centou ainda que "Lula tem um te mperamento muito humano e emotivo e provavelmente não recebeu informações suficientes sobre este cas o". / Não foi a primeira vez em que Lula p referiu afagar colegas ditadores a zelar pe los direitos humanos. Em fevereiro, o presidente recebeu uma carta de 50 do s 75 presos po líticos cuban os detidos na onda de repressão que ficou conhecida como Primavera Negra. Os d issidentes pediam que o g overno brasileiro advogas se em favor d e su a libertação e, principalmente, falasse sobre a situação de Orlando Zapata, que es tava em greve de fome havia mais de 80 dias. Nada diss o foi feito. Zapata morreu. E Lula ainda comparou os perseguidos pelo regime cas trista a criminos os comuns detidos em prisões brasileiras. / Além dos irmãos Castro e Ahmadinejad, Lula encerra o seu mandato com uma lista de pelo menos outros s ete ditadores-amigos. O último agraciado com o título foi Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, presidente de Guiné Equatorial, durante visita oficial em julho. O con junto da obra faz mal à imagem do Brasil. / Há ainda ou tras questões relevantes a discutir. É o caso dos rumos do c omércio exterior. O Brasil deve seguir financiando projetos em naçõ es vizinhas e até em Cuba? E os grand es acordos comerciais, deve mos retomar negociações com blocos regionais? Qual a atual situação do Mercosul e também as suas perspectivas? (http://veja.abril.com.br/noticia/mundo/diplomacia-brasileira-muitas-embaixadas-e-afagos-a-ditadores ); *Blog do Jamil Chade, 29.12.14: Insatisfeitos, diplomatas abandonam Brasília - GENEBRA - A diplomacia brasileira vive uma situação inédita: jovens funcionários da carreira estão "des ertando", pedindo licenças temporárias ou simplesmente solicitando remoções para deixar Brasília e cumprir alguns anos de serviço no exterior. A onda seria um reflexo da falta de perspectivas e de mudanças no sistema de promoção, além da falta d e recurs os no Itamaraty para cumprir co m suas obrigações no exterior. A chancelaria
já aviso u, porém, que críticas públicas contra a cúpula se riam punidas . / Acumulando uma dívida milionária com a ONU, o Itamaraty viu seu orçamento pass ar de R$ 3,3 bilhões em 2010 para apenas R$ 1 bilhão. Até as miss ões diplomáticas para "v ender o País" foram reduzidas de mais de 180 em 2013 para apen as 50 neste ano. Em 2014, o Itamaraty recebeu meros 0,2% do orçamento na cional para promover uma diplomacia de um país emergente. Mas a crise vai além d o dinheiro. Sem u m plano de carreira e, segundo o sindicato dos funcionários, "desp rezados pelo Palácio do Planalto" , o Itamaraty também vive um mal-estar generalizado na ins tituição que sempre foi con siderada como o local de excelência do s erviço público do estado. / Outros tantos es tão pedindo licença temporária e a grande maioria decidiu desistir de se rvir em Brasília e se inscreveu para candidatar-se a algum posto no exterior ou mesmo em outros ministérios. / Nunca antes n a história do Itamaraty estão p edindo "remoção" tan tos diplomatas: neste s emestre, 68 terceiros secretários somam-se a outros 19 diplomatas mais graduados na disputa por vagas esp alhadas pelo mundo. O aumento em relação aos números de 2013 chega a ser de 70%. Ap enas 32 foram escolhidos na última quinta-feira, abrindo uma guerra declarada den tro do Itamaraty e azedando ainda mais o clima. Além d as portas fechadas aos terceiros-secretários, a cúpula abriu o utra crise ao ignorar candidaturas de dois che fes de divisões , chefes de gabinete e outros diplomatas mais graduados. / "Estamos vivendo um momento dramático", declarou Eduardo Saboia, diplomata que retirou da Bolívia o senado r Roger Pinto em 2013. Depois d e pas sar por uma sindicância na chancelaria e que jamais resultou em uma definição sobre sua carreira, ele está hoje no Departamento Financeiro do Itamaraty em Brasília. Mas confess a que está estudando para a prova da OAB. " Já passei na primeira fase. Não pos so descartar outras pos sibilidades" , justificou. Segundo Saboia, muita gente dentro da chancelaria também es tá tomando esse caminho. "Mu itos de meus colegas estão pens ando em se aposen tar antes do tempo ou bus car opções fora do Itamaraty", disse. "Ess a é uma realidade cada vez mais presente" . / Em todos os casos , o argumento é o mesmo: não se promove no Itamaraty quem merece, mas sim aqueles que completam uma quan tidade de anos em cada cargo. Pior: quem chega a p ostos mais elevados descobre que não tem dinheiro ou estratégia traçada para promover a política externa. "Reparamos que tem havido relativa freqüência de servidores das carreiras de oficial e ass istente de chancelaria pedindo vacância, para as sumir outro cargo p úblico, ou aposen tadoria voluntária", confirmou a presidente do Sinditamaraty, Sandra Maria Nepomuceno Malta dos Santos. "Neste ano, cinco diplomatas pediram vacância, o que antes era raríss imo de ocorrer, esp ecificamente nesta carreira", completou. / A revolta da classe que se considera como "a na ta do Estado" ganho u força diante da recusa do cha nceler Luiz Alberto Figueiredo em atender às demandas dos diplomatas por reformas . Ao ass umir, em 2013, ele reuniu os diplomatas e anu nciou mudanças nos critérios de promoção. Figueiredo anun ciou que as promoções sob sua g estão seguiriam o s critérios de antiguidade: 30 anos de carreira seriam neces sários p ara qu e u m ministro de segun da class e seja promovido a embaixador; 18 anos para qu e um cons elheiro pudess e ascender a Ministro e 15 anos para que um primeiro-secretário pudess e aspirar a tornar-se Conselheiro. A velha guarda comemorou e velhos amigos de Figueiredo escaparam por p ouco d e s erem colocados na "res erva". Entre eles estava o côns ul do Brasil na cidade portugues a do Faro, que acabou s endo promovido a embaixador por antiguidade. / Para diplomatas ouvidos pelo Estado, ess e comportamento de Figueiredo seria um reflexo de s ua própria trajetória. O chanceler tardou mais tempo do que outros colegas seus a s er promovido a embaixador, o que ocorreu apenas em 2009. Em grande parte, ess a demora se deveu pela aus ência de "pos tos de sacrifício" em sua carreira. Figueiredo preferiu pas sar mais tempo nos EUA e Canad á, tendo s ervido no triângulo W ash ington, Nova York e Ottawa, além de um ce rto te mpo e m Paris. O pos to de maior "sa crifico" d e Figueiredo foi Santiago, no Chile. / Mas o resultado prático des se caso e do alerta de que seria a antiguidade que p esaria foi a desmotivação generalizada d os jovens diplomata, especialmente os quas e 400 no vos diplomatas novos recrutado s pelo governo Lula para apoiar maior projeção da política externa do Brasil nos ano s seguintes . / Figueiredo também d eixou claro que não implementaria uma lei aprov ada durante a ges tão do ex-ministro Antonio Patriota e que permitiria um fluxo maior na carreira diplomática. Com p romoções previsíveis e engess adas, sem chances de que o s melhores se des taquem, ficou claro para eles que tardarão muito pa ra subir na carreira. Alguns dess es mestres e doutores já sabem que precisarão de 10 a 15 para ch egar a Segundo Secretários. M uitos correm o risco, n este ritmo, de cair na "res erva" porque atingirão a idade limite prevista na lei para cada class e da carreira diplomática. / Em carta o chan celer Figueiredo, 350 terceiros s ecretários explicaram s ua situação. Mas a resp osta foi um "não" , nada diplomático. " As perspectivas para os jovens d iplomatas atualmente não s ão as mais promissoras" , disse Sandra. "As promoções na carreira estão muito lentas. Um diplomata precisa es perar quinze anos para poder ter a su a primeira promoção. Já nos casos dos oficiais e assistentes de chancelaria, o quadro é ainda mais obscuro", alertou. "Há pouca ou nenhuma perspectiva de promoção". / Enquanto iss o, uma série de embaixadores já ultrapas saram a "idade-limite". Mas , nem as sim, tem ace itado aban donar seus postos, o que permitiria uma maior renovação dos quadros . Pela lei, o embaixador sai do chamado Quad ro Ordinário de pess oal aos 65 ano s, entrando para o Quadro Especial, uma espécie de b anco de reserva. Na prática, a maioria só larga os Postos quando completa a idade da apos entadoria compulsória do serviço público: 70 anos . / O que mais jovens alegam é que nenhum moviment o foi feito para fazer valer a renovação ." Os exemplos dess es embaixadores mantendo os pos tos são inúmeros: Gelson Fonseca, com 68 anos no Porto, Luiz Henrique Fonseca com 69 anos em Istanbu l, And ré Amado com 68 anos em Bruxelas, Valdemar Leão com 69 anos em Pequim, ou Pedro Bastos com 69 anos em Ottawa. / Desa fios / - Para diplomatas ou vidos pelo Estado, uma mudança nessa situação não ocorrerá apenas por conta de uma even tual queda do chanceler e a troca de ministros. A solução para a crise no Itamaraty pas sa, para muitos , por uma mudança de comportamento da presiden te Dilma Rouss eff em relação ao serviço diplomático. "O Ministério das Relações Exteriores, lamentavelmente, tem perdido a importância que já teve para o País e isso se reverte para os servidores em grande des estímulo no ambiente de trabalho", alertou a presidente do sindicato. "Houve um profundo des prezo que se nutriu, nos últimos quatro anos , pela diplomacia como instrumento do desen volvimento e da projeção nacionais" , explicou. " A ans iedade por resu ltados de curto prazo prejudicou as es tratégias que caracte rizavam a política externa brasileira. Com iss o, a presença global do Brasil perdeu p rofundidade", disse Sandra. / Para ela e tantos outros que preferem n ão dar declarações para não s erem punidos, a sen sação é de que houv e nos últimos anos "um es vaziamento do Itamaraty". / Itamaraty alerta diplomatas: n ão usem o Facebook para se queixar / Para tentar abafar a crise, ass ess ores de Figueiredo reuniram os jovens diplomatas para, com menos diplomacia e mais ordens, dizer que a porta do Itamaraty estava aberta para quem quisess e sair. Recomendou-se que n ão usas sem o Facebook para reclamar e até que seria visto com maus olhos um incremento do número de diplomatas sindicalizados . Os representantes da diplomacia brasileira pass aram a apagar até mensagen s enviadas entre eles por meio de redes so ciais, evitam usar o e-mail do ministério para fazer co mentários e, informalmente, pas saram a criar grupos de contato para debater a crise. / Para Sandra Maria Nepomuceno Malta dos Santos , presidente do SindItamaraty, a es tratégia de ab afa da cúpula do Itamaraty não funcionou. "Nos últimos três meses, o número de diplomatas filiados ao sindicato dobrou", conta. "Tivemos mais filiações de diplomatas em 2 meses do que nos 5 anos de existência d o SindItamaraty". "A hierarquia existe para a formulação e execução das funções . Quando s e trata de direitos do servidor e de relação de trabalho, o sindicato é o meio legítimo e constitucionalmente reconhecido para a negociação", defendeu. Nos últimos três meses , o chanceler brasileiro s e reuniu com o sindicato em a penas uma ocas ião, enquanto s eus ass essores indicaram aos diplomatas mais d escont entes que cada caso seria tratado "individualmente". / Um dos principais problemas - o atraso nos pagamentos de aluguéis das cas as de diplomatas no exterior - foi solucionada depois que o ass unto chegou aos jornais. Mas a presidente do sindicato alerta que "muitos outros temas preocupan tes continuam sem resposta e sem proposta de solução ". / Entre eles está o fluxo das carreiras do serviço exterior, a regulamentação das 893 novas vagas de Oficial d e Chancelaria criadas em 2012 e a maior transparência dos process os de remoção e promoção. " Esperamos que es te ou o p róximo Ministro mantenha ab erto o canal de diálogo com o s indicato para que pos samos encontrar soluções para os diversos problemas que afetam nos sas carreiras", pediu. / Itamaraty diz que segu e leis e que está trabalhando para aprimorar gestão / GENEBRA / - O Itamaraty rebate as críticas do funcionários
e garante que "as promoções na carreira de diplomata seguem rigorosamente a legislação pertinente, a qual estabelece diversos mecanismos de avaliação e critérios objetivos para a habilitação à promoção". Em nota ao Estado, o ministério das Relações Exteriore s insiste que "entre os mecanismos, cabe desta car a existência de três colegiados compostos por todas as c hefias de unidades em Brasília e de representan tes dos Chefes de Miss ão Diplomática no exterior, que s e reúnem semestralmente para av aliar todo s os diplomatas". "Entre os critérios, cabe mencionar antiguidade, tempo de classe e tempo de serviço no exterior, todos medidos s egundo regras detalhadas, para o des conto de períodos em licença e ou tras situações" , explicou. / Para diplomatas consu ltados pela reportagem, o Itamaraty "confunde deliberadamente " critérios para promoção" e "requisitos". A antiguidade seria apenas um " requisito". O go verno também se defende quanto à ges tão do Itamaraty. "A atual administração adotou diversos mecanismos de con sulta interna para aperfeiçoar a gestão da política externa e das práticas administrativas" , explicou a chancelaria. / Entre eles es tá uma cons ulta interna para a elaboração do Livro Branco da Política Externa , consu lta interna para a modernização das g estão do Ministério das Relações Exteriores e a criação de um Conselho de Gest ão, destinado à integração entre as " áreas-fim" e as "áreas -meio". Diplomatas cont estam a no ta do Itamaraty, a legando que ess e "Livro Branco da Política Externa" jamais aconteceu e qu e o Conselho de Gestão ainda não tomou nenhuma decisão. "Isso foi tudo para inglês ver", declarou um diplomata, na con dição de anonimato. / O Itamaraty també m contes ta que o número d e remoções esteja em alta. "Não há au mento s ignificativo de inscritos no atual mecanismo. Os números para os mecanismos anteriores foram: 151, 173 e 175", indicou a nota. O governo, porém, não s eparou os números por grau dentro da carreira. "Em particular, o aumento de inscritos nos últimos mecanismos de remoção é co nsequ ência direta das turmas d e 100 diplomatas corresp onde ntes aos concursos de 2006 a 2010. Os diplomatas d essas turmas permanecem, em média, cerca de 4 anos na Secretaria de Estado antes de pleitear sua primeira remoção", insistiu. / "O número de funcionários que entraram em licença s em vencimentos não desto a da média histórica", completou. Brasília ainda alerta que a idade d e apos entadoria compulsória pa ra embaixadores é 70 anos, e não 65. (http://www.jamilchade.net/621) 5
Nos vários textos, a seg uir, será expos ta, com a máxima clareza, profundidade e detalhamento, a cho cante dimens ão des sa organização criminosa e, até o momento, abs olutamente impune, chamada Movimento d os Trabalhadores Rurais sem Terra – MST. *Site do Professor Olavo d e Carvalho, Seção Leituras recomendadas – 59 - Carta de uma Sem-Nada - GAZETA DO POVO/Curitib a, 21 Mar 98 - Tenho 60 anos e vivi os últimos 12 anos em Colmeia, numa fazenda, es tado de Tocantins. Sou cas ada há 40 anos , meu marido é engenheiro agrônomo, 65 anos. Meu filho que trabalhou conos co até 1995 também é engenh eiro agrôno mo e tem 34 anos . / Éramos, talvez, a única família razoavelmente educada que morava naquele fim de mundo. A nos sa casa era lá, era lá que pas sávamos as festas em família, lá estavam as noss as árvores, noss as flores, a cas inha da noss a neta. Há 20 anos , periodicamente, dou aulas de arte no exterior (desenho, composição, p intura em porcelana). Ass im conciliei a v ida do Terceiro Mundo (ou no avess o do Terceiro Mundo) com três ou qu atro viagens po r ano aos Estados Unidos e Europa. Tenho o prazer de dar aulas a g rupos realmente interess ados e enfrento o " stress " de ter que explicar a inflação, a destruição da Amazônia, a violência etc. a pes soas qu e faziam perguntas até por delicadeza. Pareciam preocupadas com uma "v ery nice person" , "pes soa muito simpática", sofrendo tanto. / Na realidade, n ão havia sofrimento. Vida dura, sim. Imagine q ue, em 1986, q uand o nos mudamos para lá, não havia luz elétrica – a cidade co ntava apenas com um gerador. Não havia manteiga, frutas e verdu ras. A não ser as que eram produzidas localmente. / Escrevi um livro s obre pintura de flores e tive que pintar os dez originais em placas de porcelana e transpo rtá-las "molhadas " para serem queimadas em Goiânia, onde havia um forno. / Era uma aventura? Talvez um pouco tarde na vida. Ma s o meu marido gos tava muito daquilo, do trabalho. Via grande s poss ibilidades de melhorar aquela região e o rebanho... / Subitamente, no dia 6 de janeiro de 1994, fomos invadidos por um grupo de 48 "sem-terra", liderados por um empregado noss o, encarregado de tomar conta de um retiro mais distanciado da sede. / Como se vê, a invasã o deu-se "pelos fundos" . De bicicleta ou a pé, eles iam até o Retiro da Pompéia, acampavam nas casas o u curral (para que barracas de lona?) e, de lá, perpetravam as barbaridades q ue só quem as viveu pode avaliar. Imposs ível imaginar. / Tenho um levantamento das violências de cada mês. Ness a diabólica tática de agir pesa damente uma vez por mês e manter o clima de terror pelo resto dos 30 dias, pode-se detectar a mão de um movimento organizado. / Cito alguns exemplos: meu marido recebeu um tiro no rosto, quatro empregados foram baleados , duas pontes foram queimadas, serraria e cas a do serrador totalmente q ueimadas, duas casas de alvenaria destruídas à marretadas, curral queimado até o chão. / Fui apedrejada. Tudo isso em meio a ameaças, tiros nos veículos, matança de gado, derrubada de cercas, fogo na reserva florestal d o Ibama. / E daí? Nada aconteceu para acabar com a violência. Mas tudo aconteceu c ontra os violentados . Mas tudo mesmo! / A lgum dia alguém vai procurar saber o que realmente está acont ecendo fora das cidades . Talvez a imprensa. É preciso revelar o qu e existe atrás da "ge nerosidade" e do " heroísmo" do MST e sob a batina protetora da Igreja. / Eu própria só ente ndi as garras deste movimento quan do li na Folha-SP de 9/3/97 u ma página inteira com o esquema de organização d o MST. Compreendi então todo o abs urdo da situação que se abateu s obre nós. Entendi, de repente, os elos entre aquelas coisas misteriosas, o descas o (na melhor das h ipóteses) e a perseg uição daquela que d everia s er a nos sa proteção – a Justiça!!! / ... Paranóia? Tenh o todas as provas, documentos em cartório, poss o mostrar as cicatrizes dess a desgraça que s e abateu sobre uma família que apenas queria ser feliz... / Perdi tudo, não tenho mais cas a, vivo apertad a num apartamentozinho em Goiânia, onde mal posso trabalhar. Meu filho – agrôno mo, pós -graduado, fluente em inglês – é agora ven dedo r de carros. E está feliz. Simplesmente porque escapamos com vida. / Meu casa mento de 40 anos acabou. Meu marido, des de que se formou em 1954 na Esalq (Esco la Superior de Agronomia Luiz de Queiroz, da USP, em Piracicaba) só tinha um sonh o: sua fazenda. Não resistiu às agress ões e às humilhações. O pes o das injustiças desabou todo sobre ele e desenvolveu uma síndrome bipolar (psicose maníaco-dep ress iva)... Ele me co nsidera "s eu fracasso": não so ube reagir, não s oube atirar, não sou be conservar o qu e tinha. / Eu q ue n ão fui abençoada com nenhu m distúrbio – talvez o único meio de alguém se s entir bem neste país – esto u tentando me organizar para morar nos Estados Unidos, onde tenho minha reputaçã o como professora de arte. Nossa única saída é sair deste Eldorado... / A razão de sta carta? Tenho dois neto s, filhos das duas filhas que moram em São Paulo (uma é enge nheira, outra é médica). Na cidade grande tudo é violento, mas não é uma violência p ess oal, dirigida, como es sa que apontaram contra nós . Na cidade, a violência é gratuita, às vezes até sem ódio. A violência contra nós, planejada cuidadosamente para nos atingir e liquidar, resultou de um ressentimento, terrível e aleatório... / Gostaria que meus netos soube ss em que a avó não se deixou abater... / Marô de Freitas / Caixa Postal 197, 74001-970, Goiânia, GO. (http://www.olavodecarvalho.org/convidados/semnada.htm); *Site do Professor Olavo de Carvalho, Seção Leituras Recomendadas – 17, artigo escrito po r Carlos Soulié do Amaral, O Estado de S. Paulo, 20-22 de junho de 1999: MST mostra que a meta é a tomada d o poder - Decorrido já quase u m ano d a publica ção desta notável série de reportagens, o governo, os empresários e a mídia elegante continuam empenhados em dar ao MST a aparência pací fica e nobil itante de um movimento legal, comprometido apenas com a defesa dos delicados sentimentos do ser human o contra a dureza do mundo mau. Reprodu zo-a nesta homepage como um lembrete p ara todas aquela s pessoas maravilhosas que acredi tam que o comunismo morreu e que, mesmo se não t ivesse morrido, não nos ofereceria o menor perigo, pois São Pentágono vela por nós . -O. de C. / I - Antes de de flagrar a ação, a preparação. Antes de mobilizar a massa , é preciso fortalecer as convicções dos militantes , reacend er a mística que os anima para a luta, configurar como ilegítimo "o que está aí", ou seja, o sistema jurídico e representativo vigente. É preciso chamar a atenção da mídia e d as pop ulações urbanas para a causa. A luta pela terra é coisa do pas sado. O Movimento dos Sem-Terra (MST) e a Coordenadoria Latino-Americana de Organizações do Campo (Cloc) , unidos, jamais serão vencidos . Pois Nota do trans critor –
unidos vão d etonar, com a aceleração da luta de classes , a democracia capitalista e o neoliberalismo que sufocam as esquerdas progres sistas. / Somados à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag ), à Central Única dos Trabalhado res (CUT), ao Partido dos Trabalhadores (PT) e valendo-se do apoio de entidades religiosas "úteis" como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Igreja Católica, além de múltiplas organizações não-governamentais (ONGs) nacionais e estrangeiras, dinheiro não é ne m será problema para bloquear estradas, promover invasões, ocup ações e acampamentos em todo o País, so b o comando da CoordenaçãoGeral. A meta é a tomada d o poder. "Hasta la victoria siempre!" / Estas foram algumas das normas e diretrizes ministradas e m portug uês e espan hol aos 93 participantes do Curso de Capacitação de Militâncias do Cone Sul, realizado numa chácara de Sidrolândi a (MS), cidade de 18 mil habitantes , limpa e pacata, situada 70 quilômetros ao sul de Campo Grande, a capital do Estado, no início de maio. / Agora, os formados - 44 brasileiros, 21 paraguaios, 17 argentinos, 6 bolivianos e 5 chilenos - aguardam os grandes protestos prometidos pelo MST e pela Cloc, p romotores do curso , para "materializar a prática individual e coletiva da Mística". / Os documentos obtidos com exclusividade pelo Estad o foram confirmados por Marcial Congo, represen tante da Cloc no Brasil, e por Sérgio Reis Marques, do MST e coordenador do curso. / A chácara (um s eminário de sativado) escolhida para s ediar o encon tro identifica-se como Centro Cultural São Francisco de As sis. É dirigida por dois frades capuchinhos , conta com algumas vacas leiteiras, um belo açude onde se criam grandes carpas he rbívoras, um pomar de frutas variadas e altas mangueiras. Os militantes lembram-se com saudades do curso e dos dias em que gritaram nu ma só voz, como um pelotão militar, as "ques tões do coração " que animam a Mística. / O chefe pergun tava: "Qual é no ss a grande caus a?" E eles respo ndiam: "A libertação do proletariado." Pausa. Nova pergun ta: "Quais são os caminhos para chegar a es sa caus a?" Resposta: "A reforma ag rária e o socialismo." Então vinha a ques tão-chave: "Quais s ão as formas para realizar isso?" Resposta: "Todas as formas de luta po ss ível, tendo sempre em mente o poder." Exigente, o chefe insistia: "Como?" E os militante s, (formados ) numa só voz, repetiam: "Tendo sempre em mente o poder." / Os frades forneciam o café da manhã , o almoço e o jantar. A comida era farta e a diária, barata: apenas R$ 8 por dia e po r pes soa. / O MST por ele mesmo - Ao explicar-s e para os companheiros nacionais e hispan o-americanos, durante o Curso de Capacitação de Militante s do Cone Sul, o MST es clarece: "Defendemos a idéia d e que s omente as grandes mobilizações de massa podem alterar a co -relação de forças atuais na s ociedade brasileira e colocar na pauta o projeto popu lar - e não apenas medidas paliativas, como querem setores moderados da oposição; estimulamos todas as formas de luta de massas por neces sidade imediata, como ocu pações de terras, de moradias, mobilizações de desempregados e ocupações de fábricas; es timulamos outros seto res para que também o façam." / Todo o trabalho do governo federal e dos go vernos estadu ais relativo à reforma agrária é omitido, n ão existe. "Ao longo de s ua trajetória, o MST organizou-se co mo um movimento social de massas, mas é também u m movimento p olítico, porque, ao lutar pela reforma agrária no Brasil, atinge diretament e os interesses da oligarquia rural e d o Estado", diz o d ocumento, preparado pela Coordenação Nacional do MST. Após lembrar que a entidade foi confirmada como movimento nacional em 1984, o documento des taca que "nesses 15 anos de lutas conquistamos terras para mais de 200 mil famílias de trabalhad ores rurais em área eq uivalente a 7 milhões de hectares, depo is de mais de 2 mil ocup ações massivas de latifúndios". / Em seg uida, sutil, mas orgulhos amente, afirma: "Nas áreas reformadas tenta mos des envolver um novo método de ed ucação, garantindo que todos tenham acesso à esco la e s ejam aplicados conhecimentos vo ltados para as neces sidades dos trabalhadores." / Para o MST, os cinco primeiros anos do go verno Fernando Henrique Cardoso significam "cinco anos de uma política econômica neoliberal, irresp ons ável e entreguista, q ue só trouxe mais dificuldades para o povo , aumento do atraso e da depe ndência externa do País". / Para provar, o MST abo rda o caso específico da dívida externa: "Em 1994, a dívida somava US$ 14 6 bilhões e, atualmente, soma US$ 212 bilhões; só de 1989 a 1997 o Brasil desembolsou (juros e amortizações ) US$ 216 bilhões ; vejam, portan to, que a dívida era de US$ 115 bilhões ; pagamos US$ 216 e continuamos dev endo US$ 212 bilhões." / A conta é atrapalhada, mas a Coordenação Nacional parece des prezar detalhes. Prefere atu ar como uma profética p itonisa: " Este mandato do governo FHC (99-2002) será d e muita crise eco nômica e de piora nas condições de vida do povo; resta s aber se o povo vai aceitar iss o de braços cruzados ." / Via Campones a - Preocupado com a adoção de políticas econômicas neoliberais em q uase todo s os países do Terceiro Mundo, com a a bertura de mercado para as grandes empresas multinacionais e co m as altas taxas de juros, o M ST está const ruindo uma grande articulação chamada Via Campones a, da qual fazem parte mais de 80 organizações em todo o mundo, "para defender uma alternativa a esse modelo neoliberal, de globalização excludente, que só interessa ao capital financeiro internacional". / Em novembro ocorrerá a 2ª Conferência Internacional da Via Camponesa , na Índia. Na América Latina, o MST atua com a Cloc, com quem planeja realizar uma grande marcha do Canal do Panamá até a fronteira do México com os Estados Unidos, numa manifestação co ntra a dominação imperialista norte-americana. No Brasil, participa da campanh a Jubileu 2000 c oletando ass inaturas contra o paga mento da dívida externa brasileira e preparando um tribunal internacional para julgá-la. Esse julgamento já tem data marcada. Será no Rio de Janeiro, entre 26 e 28 de abril do ano que vem. / Acima de tudo iss o, porém, "o MST se empenha p ara que as organizações s ociais e políticas de esquerda retomem o trabalho de formação de militantes, com uma nova concepção: a de que é pos sível implantar o socialismo". / Em Sidrolândia, enq uanto obs ervavam o farfalhar das folhas das altas mangueiras q ue orlam o auditório dos frades capuchinhos, os militantes do MST aprendiam o já sabido. Aprendiam que, em meados do século passado, um estudioso alemão chamado Karl Marx analisou os mecanismos de funcionamento da so ciedade capitalista e elaborou uma p roposta ch amada "s ocialismo científico". Aprendiam que, s egundo es sa proposta, os meios de produção (terras, máquinas, fábricas, etc.) deixam de s er propriedade particular e passam a ser cont rolados pelos próprios trabalhado res, que também decidem como será feita a partilha dos frutos da produção. Que para alcançar o s ocialismo, os trabalhadores dev em, em primeiro lugar, organizar-se para, mobilizando as mass as, conquistar o pod er político e o controle do Estado . Dirigindo o Estado, o s trabalhadores farão a minoria capitalista submeter-se às suas von tades. Começa então a cons trução do socialismo. / Um militante chileno gritou: "Hasta la victoria!" E um argentino completou: `Siempre!" Ambos foram advertidos que a cons trução do socialismo é u m processo demorado. As folhas das mangueiras continuavam farfalhando. Um mugido de vaca veio de longe, demorou no ar por se gundos e, antes que a atenção dos militantes se dispersas se, eles aprenderam que os revolucionários têm de concentrar-se em ganhar o controle dos meios de produção, de comunicação e de distribuição em nível local, regional e nacional. "Os movimentos devem definir, em primeiro lugar, seus papéis em relação ao sistema econômico c omo classes e não nos termos da distinção legal de cidadãos, que existe no sistema eleitoral; em s egundo lugar, devem identificar as divisões de class es que definem a `soc iedade civil' e rechaçar a ideologia que homogeneiza tod as as classes como membros da mesma `sociedade civil' no regime neoliberal vigente." / Também aprend eram - e este tema foi trabalhad o durante dois dias inteiros - que "a igualdade de gênero é u m pré-requisito para a transformação s ocial que o MST e os movimentos revolucionários propõem". A questão de gêne ro foi ministrada pela profess ora Izabel Green. Em s íntese, as au las ens inaram que a luta dos sem-terra e demais "progress istas" por igualdade entre homens e mulheres, entre o gênero masculino e o feminino, "se bas eia na solidariedade de classes para a reforma agrária, a soc ialização dos bancos , dos meios de comunicação e do Estado" . / E ainda que " os movimentos revolucionários e su as líderes femininas propõem uma aliança de mulheres d entro da luta de classe s por reforma agrária contra a propos ta neoliberal que subordina mulheres c ampones as a mulheres burgue sas ". II - O Curso de Capac itação de Militantes de Base do Cone Sul promovido e ministrado pelo Movimento d os Sem-Terra (MST) e pela Coordenadora Latino-Americana de Organizações do Campo (Cloc) no início de maio, em Sidrolândia (MS), c ontou com a presença do governad or do Estado, Zeca do PT, na sua inauguração. A Metodologia e a Mística tiveram des taque especial. Segundo a definição do texto-base que conduziu o curso, Metodologia "é um conjunto de técnicas e procedimentos educativos ligados a uma visão de mundo e a uma opção política; é o caminho qu e percorremos para alcançar d eterminados objetivos". / A Mística foi definida como a "alma das esqu erdas", como "a paixão que anima a militância", como " palavra de origem religiosa, alimentad a pela esperança de um objetivo a ser alcança do" . / Seja
o que for, o importante é que a Mística se transforme em " uma causa" e o militante pass e a viver por ela. No entender do MST, a materialização da Mística dá-se pela prática individual e coletiva. "Por isso , é neces sário manter, em nível nacional e estad ual, equipes treinadas para alimentar a Mística." / Na aprazível chácara denominada Centro Cultural São Francisco de As sis, na periferia de Sidrolândia, a 70 quilômetros da capital do Estado, os militantes do MST vindos de São Paulo, Paraná, Mat o Gross o, Mato Gross o do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Rondôn ia e Brasília, juntaram-se a companhe iros paraguaios , argentinos, bolivianos e chilenos, formando um contingente de 93 "agentes de transformação social". / Símbolos - Ali aprenderam que, "na Mística, os símbolos desempenham o papel de guias que representam o esforço coletivo; não são mitos, são reais e, por isso, cantar o Hino (Nacional) com os pu nhos fechados não é um simples gesto, representa desobe diência à ordem estabelecida". A bandeira e a foice s ão os p rincipais símbolos do MST e dev em s er exibidos com o rgulho e destaque nas ca minhadas, ocupações de prédios públicos, marchas, acampamentos e invas ões de terra. " A militância precisa de um templo que cons olide seu caráter e o compromisso com os ideais de uma nova s ociedade: a Mística tem es sa função!" / Quem dec ide as linhas, as formas e as co res da Mística? "Ess a é uma tarefa desen volvida pelos dirigentes que, por lógica, pos suem a visão do futuro com clareza e vivem a es perança de transformações co m maior intensidade." Por esse motivo cabe aos militantes manter a disciplina no cumprimento dos acordos coletivos feitos pelos dirigentes e nunca os entender como uma ordem de cima. / "A disciplina brota do interior do militante como uma postura de zelo e segurança pela própria vida e pela vida d o movimento; as orientações cons truídas co letivamente ajudam a combater dentro de cada um o vício de amparar-se nos outros , a mania d e improvisação e a idéia da co ncorrência." E para q ue as brasas da Mística permaneç am rubras e ardentes é preciso jamais esque cer o objetivo - a libertação do proletariado e a to mada dos bens d e produção. Ao mesmo tempo, os militantes não podem deixar de acreditar que " são válidas todas as formas de luta poss ível, tendo sempre em mente o poder". / Luta pela terra - No âmbito da Me todologia, a Coordenação-Geral do MST cons idera "fundamental" tornar claro "quais sã o as relações já superadas na ques tão da luta pela terra e pela reforma agrária". Nesse ponto s e tornam escombros as tentativas do governo, da Justiça e de todos os qu e tentam resolver os conflitos p ipocados pelo MST em diversos ponto s do território nacional. "A reforma agrária ganhou out ra dimensão e já não deve s er feita por `razões econômicas' como no p ass ado e, sim, por `razões po líticas' o u, se quisermos, por `razões ideológicas', tendo em vista que vivemos um tempo de disputas mais amplas", decreta o texto-base oficial intitulado Lições Históricas da Luta Pela Reforma Agrária no Brasil, es pecialmente redigido para ser estud ado durante o curso. / O documento é claro e direto. "Ap enas ocupar a terra para trabalhar é uma posição já superada; ess a posição se esgotou na luta pela conquista da terra vivenciada pelo MST na décad a passad a e isso se comprova por duas razões: primeira - pela `facilidade' de ocupa r latifúndios, tend o em vista a queda do p reço da terra (no co meço dos anos 80, uma ocupaçã o era uma verdadeira operação de guerra, enquanto hoje qua lquer líder um pouco inteligente conseg ue organizar o cupações em todo o Brasil); s egunda - a dispu ta fundamental não se dá mais entre sem-terras e fazendeiros, mas, sim, entre os sem-terra e o Estado." / Desenvolvendo o tema, o documento apres enta o atual exercício dialético do MST. "No fim d a década de 80, quan do formulamos o grito de guerra `Ocupar, Resistir e Produzir', a resistência era uma neces sidade fundamental para conse guir permanecer nas áreas ocupadas o u para garantir um lugar para acampar depo is da retirada, mas, ago ra, a resistênc ia em si mesma já n ão se justifica; precisamos combinar novas formas d e luta na soc iedade. A ação militar sem orientação e controle político é como uma árvore sem raízes. Precisamos articular no ss a resistência com a sociedade local, nacional e internacional para conseguir vitórias econômicas e políticas importantes, com a participação do maior número de pes soas possível", informa o texto. / "A fase da luta pela terra como neces sidade da categoria dos `sem-terra' foi importante na década pas sada e no início des ta, para dar identidade ao movimento. Mas, se ficar restrita à catego ria dos `sem-terra', a batalha perderá força rapidamente e não s e suste ntará nem se trans formará em verdadeira luta s ocial. A luta corporativa, mesmo que cons iga alguma vitória, não s erá duradoura; as con tradições serão cada v ez maiores entre os trabalhadores e a bu rguesia e isso s ó se resolve quando a luta adq uire um caráter político e de classe." / Exercício - O exercício dialético prossegue tratando do marxismo ("o marxismo é nada mais que a ciência da história em des envolvimento , uma ciência ines gotável que se alimenta da própria realidade," etc. etc. etc.); des taca a necessidade de promover ações para aparecer na imprens a, utilizando-a, mas sem se deixar dirigir po r ela; salienta que "a luta p ela reforma agrária chegou ao po nto de tornar-se uma verdadeira arte," porque é "um movimento de massas qu e tem a característica de apresentar-se como verdadeiras ondas, ou seja, depois de grandes enfrentamentos, ela desaparece para `descans ar', recuperar as forças e vo ltar em outro momento"; ress alta que "um movimento de massas s e sus tenta por longo período e se mantém em ascens ão se a sua sigla o rganizativa tiver maior expressão que o no me d e seus líderes porque, assim, os líderes locais adqu irem significado e n ão só o `líder' nac ional, pois a express ão nacional deve ser o nome da organização, o que facilita q ue muitas pes soas a repres entem em muitos lugares ao mesmo tempo e, além diss o, derrotas ou erros de `um líder' não po dem comprometer o cresc imento e a credibilidade da organ ização." / Ao concluir ess a "lição", a Coorden ação-Geral do MST avisa que os militantes não podem esq uecer-se do objetivo final da organização (o poder) e "deve m saber combinar táticas para atacar em diferentes pont os do País, ass egurando o potencial de força da organização". Como de costume e p raxe, o nov o grito de guerra, em es panhol (numa demonstração de s olidariedade aos co mpanheiros do Chile, Argentina, Paraguai e Bolívia presentes ), coroou os trabalhos: Hasta la victoria siempre! / Os Cursos de Capacitação d e Militantes multiplicam-se e têm dupla finalidade: prop orcionar o intercâmbio d e informações entre age ntes de regiões d iversas , além de atualizar as lideranças ativas (e remuneradas) quanto às metas, a d outrina e a estratégia do MST. Tratam com d esvelado carinho um tema em torno do qual "a organização" empenha s eus melhores esforços: Como Mobilizar a Mas sa. / Manual - A p ormenorização de e tapas e procedimentos chega a se r exagerada. A s eguir, alguns itens pinçados do manual elaborado pelo MST so bre essa ciência: Tudo se extrai da massa - A massa é fonte inesgo tável de tudo o que s e necessita para a organização. Depende apenas da capacidade e d a criatividade dos dirigentes. / Combinação de diferentes formas de luta - A organização de massa não d eve bitolar-se e m des envolver uma forma de luta e de pres são apenas . Deve bus car a combinação de diferentes formas p ara confund ir o inimigo e atacar em diferentes frentes . Embora os objetivos táticos se jam diversos, devemos combinar nossos objetivos estratégicos com outras organizações para atuar na terra, nas fábricas, nas escolas, nos bancos, no Parlamento ou naqu ela luta mais avanç ada ainda. / A est ruturação orgânica - Mobilizar é diferente de organizar. O movimento de massa, além de mobilizado, deve es tar profundamente organizado. Sem mobilizar é difícil organizar. Uma coisa depende da outra. A mass a cresce e se educa quando se mobiliza. Qualifica os militantes e atrai os indecisos. / A massa tem necess idades e aspirações próprias - Muitas vezes as asp irações do dirigente não são as mesmas da massa. Ness e cas o, é preciso des envo lver um trab alho ideológico para fazer com que as aspirações da massa adquiram caráter político e revolucionário. / Os dirigentes - É fundamental reconhecer a importância da direção, que tem a responsabilidade de conduzir a organização, elaborar métodos de trabalho, formular propos tas , analisar a realidade, bus car recurso s, programar as atividades , colocar bem as lideranças ou quad ros, formar mais companheiros para a luta, distribuir as tarefas de acordo com as ca pacidades, controlar a organização e aplicar todos os p rincípios revolucionários. / A educação da massa - O co nteúdo ideológico e político a ser pas sado para as massas deve ser planejado antes e transmitido nos momentos de mobilização - ou por meio dos meios d e comunicação. / Articulação das lutas - Nenhum movimento , por mais forte que seja, p ode sobreviver s em articulação com outros movimentos ou outras forças importantes . A articulação das diversas lutas desen volvidas por diferentes forças d eve primar pelo caráter classista procurando atingir o bjetivos táticos imediatos e estratégicos a longo prazo. / A massa precisa de vitórias - Ninguém se mobiliza de forma permanente se as mobilizações não traze m resultados conc retos. As vitórias, mesmo que p equenas , devem ser comemoradas para servir de estímulo. A s v itórias precisam també m ser materiais. Não podem s er apenas políticas po rque as reinvindicações são concretas (econômicas) e é p or elas que ocorrem as mobilizações. / Grupo e massa - Trabalho de grupo e trabalho de massa s ão duas faces d a mesma moeda. A mbos se complement am.
Trabalhos de grupo, para nós , é fundamentalmente a organização de núcleos, os grupos-motores , d entro dos ass entamentos onde está constituída a ba se do MST. O trabalho de massa refere-se às mobilizações e às ações programadas visando à conquista da terra, dos meios de produção e do poder, reinvindicações que complementam ess a atividade. / III - As manifestações d e protes to deflagradas pelo M ovimento dos Sem-Terra (MST) e seu s aliados prosseguem pipocan do no Paraná, em São Pau lo, Brasília, Pará, Bahia, Ma to Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás. Ao promover saques, seqüestros, invasões, marchas, bloqueios de estradas, ocupações de bancos e prédio públicos, a "organização" está apenas desenvolvendo a "prática diária d a Mística que anima os militantes" . / Ao ameaçar, como fez o líder João Pedro Stedile dias atrás, reunido com a cúpu la do PT na Câmara dos Deputados, "levar o povo para a rua e quebrar tudo" , o MST es tá apenas se utilizando da imprensa a favor de seu projeto político, "que é revolucionário e tem por meta a conquista do poder para cons truir, sobre os escombros do capitalismo, uma so ciedade socialista". / No Curso de Formação de Militantes de Base que o MST e a Coordenadora Latino-Americana de Organizações do Campo (Cloc) promoveram em Sidrolândia (MS), o s alunos aprenderam que "a Agitação e a Propaganda têm dois canais: o indireto, através dos meios d e comunicação e o direto, que é pes soal, mais vivo, mais eficiente para formar a cons ciência do povo". / Ocorre que o pov o, avalia o MST, "nã o tem modo de pens ar próprio" e, por es sa razão, "precisa ser trabalhado po r meio da agitação e da propaganda" . Para tornar o conceito mais claro: " Não dá para fazer uma sem a outra, mas a propaganda s e volta (em pichações, rádios, jornais, palestras , panfletos , etc.) para a formação de uma cons ciência que o povo não tem porque está com a cabeça feita pela idéia da s ocial-democracia, ao pas so que a agitação se volta para uma experiência pess oal, direta, q ue s e traduz na luta: é o exemplo." / Sigla - Embora contrariando a norma p ela qual é obrigatório dar maior de staque à sigla da "organização" do que à figura de s eus líderes, o MST acata todas as b ravatas e ameaças, concretas ou não , de Stedile e alguns o utros ch efes como Gilmar Mauro, do Paraná, Gilberto Portes, de Brasília, e Egídio Bruneto, de São Paulo. / Os militantes submetem-se à regra da obediência e "os dirigentes, como já estão num nível mais avançado", situam-se acima das críticas, "pois necessitam de uma Mística diferenciada para não fraquejar e continuar lutando ", como reza o capítulo IV da cartilha intitulada Como Organizar a Mas sa. / Os dirigentes s ão o oráculo que guia os militantes, que devem guiar a mass a, "qu e é a fonte inesgotá vel de tudo o que se neces sita para a organização e que, para s er mobilizada, depende apenas de capacidade e da criatividade d os dirigentes" . / Neste fim de semestre e antes das eleições municipais do próximo ano, o MST não só reformulou seu grito de guerra (que pa ss a a ser Até a Vitória, Sempre!), como també m atualizou o que considera seu "p rincipal desafio". Este resume-se na " ocupação de múltiplos espaços na sociedade" . O fundamento teórico que a organização apresenta para alicerçar seu novo direcionamento é o segu inte: "Ocupar e controlar espaço s é ter poder; a ocupação de es paços deixa de s er uma ação o portunista para trans formar-se em atitude revolucionária, se es tiver dentro de uma estratégia de acúmulo d e forças para alcançar um objetivo." / O programa para vencer " o desafio" desenv olve-se s em nenhum disfarce ou timidez, até pô r o MST e o pretexto da "reforma agrária" na cabeça e no comando da vanguarda revolucionária. / Os postu lados iniciam-se com um ges to amigo, prop ondo a tese da Vangu arda Compartilhada , uma composição de forças que pod em manifestar-se em forma d e partido, organização política, exército revolucionário ou frente ampla. "Portanto, não é a organização que se intitula vanguarda, mas a aceitação da capacidade que ela tem para dirigir o process o revolucionário é que a torna expressão e referência política", defend e o programa. E afirma, em s eguida: "Ess e espaço está v azio no Brasil po r dois motivos fundamentais, que são: os desvios d e princípios e a incapacidade de formular métodos corretos, que envolvam toda a sociedade em lutas de mass as." / Ap ontando provas , o MST declara: "A Central Única dos Trabalhadores (CUT) faz propaganda e agitação ; a diferença com o PC do B é que este não tem tendência e, portanto, tem unidade; o PT tem muitas tendências e, por isso, não tem jornal nem eficiência na propaganda; o MST está zelando pa ra manter a unidade e s ua sigla representa a mesma coisa em qualquer lugar." / Na seqüê ncia, o programa lembr a que "a força de transformação está nas mass as organizadas e, por isso, não basta criar um partido ou uma organização qualquer, é preciso sab er se esta tem influência e está enraizada na mobilização de massas ; por outro lado, para s er vang uarda, a organização deve formular e segu ir sempre a teoria revolucionária para ter condições de realizar a revolução" . / Tarefa - O coroamento dos argumentos e justificativas precede ntes , finalmente emerge, s eco e enérgico: "Nos sa tarefa é colocar a Reforma Agrária no centro da luta e tornála a bandeira capaz de un ificar a s ociedade em relação a um objetivo es tratégico maior." / O complemento des sa tarefa é eleger o MST como " a organização", cegamente, "sem nos preocuparmos em s aber quem são s eus líderes". E, para concluir, " depois disso, devemos procurar quais são as organizações que têm caráter e princípios vo ltados para a preparação revolucionária do povo e, assim, est abelecer critérios em torno de pontos convergentes." / Seguem-se algumas diretrizes básicas para que uma vanguarda revolucionária s e conso lide. Dentre elas, "capacidade de propor, organizar e conduzir diferentes formas de lutas, para acumular forças, mantendo as pes soas disciplinadas; capacidade de conduzir dispu tas nos terrenos econô mico, p olítico e ideológico; cuidar da formação ideológica de quadros e n úcleos em todos os n íveis; s aber enfrentar disputas com forças reformistas que vierem a desviar o rumo da luta de classes; ocupar o espaço da divulgação e da prática dos princípios políticos revolucionários". / De repente, aflora esta máxima: "Como a águ a é capaz de fazer s eu caminho de acordo com as circunstân cias naturais que enco ntra, também o militante e a organização d evem preparar a v itória a pa rtir da ubiquaçã o do inimigo, para alcançar os objetivos fixados ." / A Mística volta a ser exaltada como "a arte de incentivar e manter o s lutadores animados e felizes" , como "a força que vence a depress ão depois de uma derrota" e co mo "a razão para lutar com outros por u ma grande caus a coletiva, o socialismo, caus a pela qual vale a pena lutar e morrer!" / Na ocup ação de novos esp aços que propõe a si mesmo, o MST quer " vincular a reforma agrária como `uma luta de todos ' nas áreas o ficiais que dão forma orgânica à sociedade" . Para atingir ess e objetivo, ajusta sua mira na direção das "p refeituras dos municípios do interior q ue podem ter influência dos as sen tados, onde geramos renda e dinamizamos a economia". / Também "a s Câmaras Municipais pod em ser um es paço para contribuir, solucionando os problemas da sociedade local". A lém dess es alvos, a mira aponta para "os s indicatos de trabalhadores rurais, q ue na maioria dos lugares s e dispersaram, mas ainda pos suem força moral e referência p olítica". / Escolas - O MST não se esquece das escolas, faculdades e igrejas, p rincipalmente as igrejas. A imens a importância logística de milhares de paróqu ias espalhad as por todo o território nacional, interligadas e conectadas , "muito contribuiu para des envo lver o MST, através de suas p astorais", reconhece a organização. A meta é o po der, "é ocupar os espaç os que se conformam na superestrutura da sociedade". / No fim d o curso, um aviso aos naveg antes: "Se alguém disse r que ess es esp aços não devem ser ocupa dos por noss a organização, pois ess es temas não nos competem, digamos sem receio de es tarmos equivocado s: os audazes sempre prevalecem sobre os medrosos!" / Até a vitória, sempre! (http://www.olavodecarvalho.org/convidados/mst.htm); *Site do Professor Olavo de Carvalho, Seção Leituras recomendadas – 20, artigo escrito por Carlos Soulié do Amaral, O Estado de S. Paulo, 04.05.00: O fascismo vermelho e o presidente - Com certeza foram os á rduos compromiss os da rotina, os dias programados minuto a minuto por s ecretárias, ass ess ores, chefes de cerimonial e agentes de seg urança. A necess idade de atender urgências, cumprir protocolos, fazer discurs os conve ncionais em cerimônias marcantes, entrar e s air de aviões guardando o zumbido de motores na cabeça, a atenção sob re alerta às intrigas das an te-salas, o esforço contínuo de afogar bocejos em sorrisos, a sub stituição de ministros, os 500 anos e, de no vo, a subs tituição de ministros. Tudo isso cans a, tudo iss o pesa e o presidente, frágil criatura como todos nós , não escapo u das conseqüên cias. Sua percepção, antes atilada e rápida, dá s inais de embaçamento e de cans aço - dizem un s e outros. / Foi no 22 de abril que tudo começou. Ao comentar as depredações , invasõ es, tumultos e pornofonias desencad eadas pelo Movimento dos Sem-Terra (MST) no Brasil inteiro, co m o olhar circunvagand o entre o pas mo e o perplexo, o presidente indagou: "Ess a gente tem mentalidade fascista?" A data do d escob rimento teve o condão de levar o pres idente, intelectual neo-hegeliano, d edicado por formação e temperamento à indagação metódica e à constatação científica dos fenômenos, a esse recente descobrimento. Ainda que interrogativo, ele percebeu, finalmente, que o MST " está des cambando para a baderna" e " tem mentalidade fas cista". / Ocupadíssimo
sempre, o pres idente, que não é s em-terra, é, s eguramente, sem-tempo. Talvez por isso não tenha tomado conhecimento d os cursos de capacitação de militantes que o MST organiza e des envolve em todo o território nacional. Ness es cursos , as apostilas e os mestres ensinam que "apenas o cupar a terra para trabalhar é uma posição já sup erada", esclarecem que "a disput a fundamental não s e dá mais entre os sem-terra e fazendeiros, mas, sim, en tre os sem-terra e o Estado" , e avisam que "o MST tem um projeto político revolucionário cuja meta é a conquista do pode r". Os mestres insistem que o o bjetivo do movimento "é ocupar os esp aços que se conformam na superes trutura da sociedade" e advertem: "se alguém diss er que esses espaço s não devem ser ocupados por nos sa organização, pois ess es temas não nos competem, digamos, s em receio de equívocos, que os audazes sempre p revalecem sob re os medrosos !" / Este é o velho MST, paroleiro e quebrador, perfeitamente enquadrado na configuração do "fascismo vermelho" detectado pelo cineasta comunista Pier Paolo Pasolini, como um grupo d e pressão que violenta a sociedade e o direito instituído por não s er capaz de co nsegu ir representatividade democrática. O cineasta italiano, após a denúncia dos campos de conc entração e dos crimes em mass a na União Soviética durante o governo de Stalin, feita por Kruschev no 20º Congresso Comunista Internacional, declarou-se "privado da esperança" . Sua referência a o "fascismo ros so" baseia-se na de finição configurada pelo ps icanalista e filósofo Wilhelm Reich, expulso da Alemanha pelos nazistas e, depo is, pelos comunistas . / Diz Reich: " O fasc ismo vermelho, forma particular da peste emocional, utiliza como instrumento básicos a dissimulação, a cons piração e a cortina de ferro, que lhe permitem explorar as atitudes pato lógicas das pes soas simples; assim é que a pes te emocional politicamente organizada s e aproveita da peste emocional não organizada para satisfazer suas n ecess idades mórbidas." As neces sidades do MST, apoiadas pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), braço políticorural da Igreja Católica no Brasil, concentram-se ago ra em "pegar o Malan", como determinou Gilmar Mauro, um dos coordenadores nacionais do movimento, ao lado do ex-seminarista João Pedro Stétile (que dizem s er cunhado do bispo Tomás Balduíno , presidente da CPT). A nova meta leva os militantes a ocupar e depredar prédios do Ministério da Fazenda e do BNDES para atingir o setor financeiro d o governo, espaço " que os co nforma na s uperestrutura da sociedade". / Na organização militarizada do MST, as ordens de comando ress oam de forma idêntica a dos nazistas antes da con quista do poder: pegar, quebrar, invadir, forçar, marchar, bloquear ou - como aconteceu em Belém, na depredação da Secretaria da Seguranç a Pública - "matar, matar!" O pretexto d e Hitler foi o mesmo do MST, ou seja, espaço vital: terra e mais terra e mais terra. Wilhelm Reich fez uma incisão profunda no organismo do fascismo vermelho para chegar a um diagnóstico transparente: "A dissimulação, a consp iração e a subve rsão precedem todos os alvos políticos que s ão inventados para servir de biombo às atividades dess es grupos, cujo único ob jetivo é a conquista do poder sem nenhuma finalidade social espec ífica." Mas o presidente demorou a entender. Tempos atrás o deputad o Francisco Graziano Neto alertou o general Alberto Cardoso s obre os cursos de formação de militantes. Nenhuma providência foi tomada. A s milícias se ampliaram e agora o p residente declara: "O MST ultrapass ou o limite da legalidade." Bom sinal. Os árduos compromiss os da rotina e do cerimon ial já não cons eguem embaçar a lucidez do presidente. / Observações de Olavo de Carvalho - Uma das tendências mais cretinas da mente humana é a de inven tar simulacros da realidade e dep ois explicar a realidade pelos s imulacros. No Renas cimento era moda os intelectuais explicarem o movimento dos astros pela analogia c om os po nteiros de um relógio, esq uecendo que o relógio é que tinha sido inventado como imitação dos movimentos celestes. / Chamo a isso "analogia retroativa". É o tipo da e xplicação que não explica nada e ainda desvia as atenções dos fatos para as fantasias. / É a es se tipo de explicação que o presidente Fernando Henrique Cardoso recorre diante do fenômeno da violência cres cente do MST. Chamar os comunistas de fasc istas é dizer qu e o Sol e a Lua imitam os relógios. Ou, o que dá rigorosamente na mesma, que os rabos abanam os cachorros. / O fascismo nasceu como mera imitação nacionalista de tradicionais métodos d e ação co munistas. O comunismo não precisou es perar o advento de s eu s imulacro fascista para ser aquilo que é: um movimento intrinsecamente terrorista, assassino e genocida. E, como o original é sempre superior à cópia, o fascismo, com todo o seu apetite por violências espetacu losas, jamais pôde competir com as realizações do s eu modelo no campo da crueldade organizada. Somem as vítimas de um e de outro, e verão que, com guerra e tudo, o fascismo não cons eguiu matar a quarta parte do número de pes soas que o comunismo matou em te mpo de paz. E notem que nes sa co nta consinto em misturar fascismo e nazismo nu m só bloco, uma absurdidade histórica comunista inventada para inflar artificialmente a imagem do "perigo direitista": na verdade o primeiro país agredido por Hitler tinha um regime fascista (Áus tria), e na guerra houve governos fascist as pró-Eixo (Itália, Hungria, Romênia), contra o Eixo (Brasil) e neutros (Portugal e Espanha). Cadê o "bloco"? Distinguidos do nazismo e arcand o somente pelos crimes que lhes s ão próprios, os regimes fascistas, ao lado do comunismo, são um punhado de trombadinhas da Praça da Sé em comparação com a máfia internacional das drogas . / Após ter inventado a ficção histórica do "bloco direitista" – no qual, de hipérbole em hipérbole, até mesmo as democracias capitalistas do Ocidente acabam entrando na categoria de nazifascistas --, a propag anda comunista demonizou histrionicamente o termo "fas cismo" com a finalidade única de encobrir por trás dele a monstruos idade dos métodos qu e Lênin ensinou a Mus solini e Stálin a Hitler. O truque funcionou, a finta verbal impregnou-se na linguagem comum – e hoje, quando vemos um comunista agir como comunista, não conseguimos expressar o horror daquilo que enxergamos senão chamando-o "fascista". Ao denunciar o criminoso, recusamo-nos a revelar s ua identidade e ass im nos tornamos seus cú mplices. / Não, o MST não é fas cista. É simplesmente comunista. Ao chamá-lo "fascista", o nos so presidente mostra que nem mesmo no instante em que se vê acoss ado pela violência comunista ele tem a coragem de s e livrar do es querdismo residual que domina sua linguagem e p aralisa s ua inteligência. / Mas o presidente não é paralítico só no discurso. No plano dos atos ele também cons pira com seus inimigos, implorando que lhe amarrem as mãos para que nada poss a fazer cont ra eles. A prova mais e vidente é que, enquanto se queixa da violência revolucionária do MST, ele consente que o Ministério da Educação distribua, a título de literatura pedagógica, milhões de cartilhas de marxismo-len inismo que induzem as nov as gerações a ansiar por violências revolucionárias ainda maiores . Durante um tempo acreditei que ele fazia isso de cas o pensado, para as segurar para si uma s obrevivência política em caso de virada geral à es querda. Agora já não acredito mais. Acho mesmo é que é desen contrado e sonso, perdido entre o que vê, o que pens a, o que quer e o que fala. / Já o governador Mário Covas não tem esses problemas. Ele tem a inteligência afiada e a língua dócil. Ele sabe o que quer e s abe usar as palavras para obtê-lo. Ele quer o apoio das esquerdas e mais que depress a lhe v em aos lábios a mentira necess ária para comprá-lo. O MST, no discurso dele, surge embelezado como um justo movimento social que luta por terras para os pobres, quando os próprios documentos internos do movimento, já abundan temente divulgados pela imprensa, declaram que terras e reforma agrária não lhe s ervem, que o que ele quer é tomar o p oder mediante u ma revolução e instaurar no Brasil a ditadura comunista. / A linguagem do presidente está comprometida com o s eu passado , a do governador com o qu e ele gost aria que foss e o seu futuro. Por isto nenhum dos do is pode dizer co m hones tidade e realismo o que s e pass a no presente. / 06/05/00 (http://www.olavodecarvalho.org/convidados /presidente.htm); *Olavo de Carvalho, Zero Hora, Porto Alegre, 20.05.00: O son o de um justo - Uma vez o sr. João Pedro Stedile disse que ninguém compreendia o MST, entidade “sui generis” a vess a a todas as classificações. A pressei-me a contes tá-lo, proclamando que não via ali nada que não fos se rigorosamente igual à es trutura dos sovietes – um movimento revolucionário empenhado em tomar p ela força grandes parcelas do território e instalar nelas uma ad ministração paralela que acab aria p or s e substituir aos ó rgãos do Estado. / Hoje percebo que levei em co nta s ó a p arte d e cima, a cúpula e a organização do movimento, sem prestar aten ção na s ua bas e: a o rigem social e a mentalidade de seus militantes. Pintei o MST com as feições do sr. Stedile, sem reparar que o barco podia carregar pas sageiros bem diferentes da carranca que lhe servia de proa. / Uma pes quisa rece nte dos órgãos d e seg urança demonstrou que a maioria dos militante s d o MST não só acredita em propriedade privada da terra como também a des eja ardentemente para si. A horda de des erdados não sonha em atear fogo no mundo, num paroxismo de vingança s uicida, mas em con quistar a plácida estabilidade de uma pequena-burguesia rural. / Minhas observações sobre a ideologia e a estratégia do movimento continuam válidas, mas com
significação alterada no quadro maior q ue, infelizmente, percebi com atraso. Tal como avaliei no início (cinco anos antes de que a imprens a em geral desse o primeiro sinal de perceb ê-lo), o MST não luta por terras, e sim por uma revolução comunista. A diferença é que o faz usan do militantes que não têm a menor idéia do abismo que existe entre su as asp irações pes soais e a estratégia adotada nominalmente para atendê-las. Sim, o MST é “su i generis”: é um exército comunista co mposto de adeptos do capitalismo. A prova de que o ob jetivo da estratégia traçada pelos seu s líderes não é a po ss e de terras es tá no fato de que, qu anto mais terras lhes dão, mais eles se revoltam, mais s e ampliam s uas ambições e mais des caradamente político-ideológico se torna o seu discurso . Ademais, quem quer terra trata de cuidar dela quando a adquire, e o MST vai deixando no s eu rastro acres e mais acres na devas tação e no abandono (isto quando não destrói a obra já pronta nas fazendas que usurpa), enquanto parte para a ocupação de prédios urbanos que, por definição, não poderiam servir de moradia para lavradores instalados a milhares de quilômetros de distância. / Se ess a estratégia aumenta formidavelmente o poder e a capacidade intimidatória da liderança emeess etista, o fato é que ela leva o movimento para longe de s eus objetivos declarados de início. Ela adia a realização dos so nhos de milhares de agricultores pob res para o d ia em que o sr. Stedile, elevad o à cond ição de governante da futura República Socialista So viética do Brasil, tend o liquidado todos os inimigos de classe e derrubado todos os obs táculos internos e externos à co nstrução do n ovo regime (uma operação que na URSS du rou oitenta anos e nunca terminou), tenha enfim, numa tarde estival, na varanda de sua “dátcha”, os lazeres de um ditador bem s ucedido e possa voltar seus olhos para o p ass ado, tentando puxar do limbo do esquecimento a respos ta a uma pergunta evanesce nte: o que era que queriam mesmo aqu eles velhos companheiros que o ajudaram, com tantos sofrimentos, a alcançar tão alta glória? Mes mo que ele encontre a respos ta, o que será um feito notável em tão avançada idade, não será mais preciso lhes dar terras nes te mundo, pois já as terão com ab undância no outro. E o sr. Stedile, com as pá lpebras pesadas do es forço de memória, t ombará lentamente no sono dos justos, com a cons ciência tranqüila de só não ter feito aquilo que o tempo tornou des necessário. (http://www.olavodecarvalho.org/textos/justo.htm ); *Olavo de Carvalho, Jo rnal da Tarde, 30.08.01: Qual é o crime? - Num momento em que os narcoguerrilheiros das Farc invade m nossas escolas para ensinar sua doutrina genocida às crianças brasileiras; num momento em que uma entidade envolvida em propag anda de guerrilhas ens aia o seu poder de ação es tratégica, bloqueando simultaneamente quas e todas as est radas do País - nesse momento, jornalistas e procuradores se juntam numa o peração destinada a criminalizar e ab ortar as investigações que o Exércit o empreende em torno de atividades ilegais do MST e das ONGs esqu erdistas . / Se isso não é um ato de des informação revolucionária, no melhor estilo KGB, então é pelo menos u ma ajuda sub stancial oferecida, com prod igiosa incons ciência e leviandade, ao plano de Fidel Castro de "reconquistar na América Latina o que foi perdido no Leste Europeu". / Entorpecida por 40 anos de "revolução cultural", q ue sem en contrar a mínima resistência fez gato e sapato da s ua capacidade de raciocínio, a opinião pública parece aceitar pelo valor nominal as denú ncias contra a investigação, sem nem mesmo se perguntar se o crime inves tigado não é um milhão de v ezes mais grave do que meras palavras, por ofensivas que sejam, encontradas num relatório do investigador. / Ao protestar contra o uso da expressão "força adversa", o ministro do Superior Tribunal Militar (STM), Flávio Bierrenbach, um homem que deve u sua carreira política ao apoio es querdista, mostra não considerar que a propag anda ou a preparação de guerrilhas sejam coisa advers a ao regime democrático. / Se o Exército cons entir em "dar explicações", em vez de acus ar os que amarram a mão das forças legais para dar caminho livre à agress ão comunista, então esta rá instau rada neste país, da noite para o dia, num passe de mágica, uma no va ordem legal, na qual a pregação das guerrilhas s erá feita sob a proteção do Estado, e opo r-se a ela s erá crime. Adormecemos nos braços de uma democracia em decomposição, despertaremos entre a s garras de u ma nascen te ditadura comunista. / Pergunto-me se o jornal que, de parceria com os procuradores, criou essa situação kafkiana não está consciente de que, com isso, foi muito além da mera difamação jornalística das Forças A rmadas e s e tornou um instrumento d a mutação revolucioná ria do regime. Pergun to-me, e res pondo: ele não pode estar incons ciente do que faz, pois, na sua edição de 7 d e julho de 1993, ele próprio noticiou, em tons alarmantes , a infiltraçã o de agentes da esquerda na Polícia Federal e no Ministério da Justiça. Que pretexto terá agora para ignorar que se acumpliciou com ess as mesmas p ess oas para fazer o que temia que elas fizessem? / Em vez de parar suas investigações, intimidado pela mídia, o Exército deve é aprofundá-las. Deve é inves tigar quem são es ses procuradores que, num inquérito feito "s ob segredo de justiça", convidam jornalistas a violar o segredo. Qual a ligação des sa gente com a CUT, o PT, o MST? O s erviço de esp ionagem do próprio MST não colaborou na o peração? Ou é lícito ao MST es pionar o Exército, mas não a este espionar o MST? E aq ueles jornalistas , po r sua vez, não são colaboradores, militantes ou "c ompanheiros de viagem" das mesmas entidades acusad as nos relatórios do Exército ? Em s uma: sob a aparência de um mero es cândalo jornalístico, o que es tamos vendo não s erá um golpe mortal destinado a neutralizar de antemão qualquer pos sibilidade de resistência nacional anticomunista? / Ou s erá proibido fazer ess as perguntas? O simples fato de enun ciá-las basta rá para fazer de mim uma "força adversa" ? Estaremos já no novo Brasil anunciado por Fidel Castro, no qual será crime opor-se à ação comunista? / Duas reações promiss oras su geremque não. O corajoso pronunciamento do comandante do Exércit o no Dia do Soldado mostra que a força terrestre não está dispos ta a fazer-se cúmplice da trama urdida contra ela. E a decisão da Justiça, que determinou a devo lução ao Exército da documentação apreendida em Marabá, mostra qu e o Poder Judiciário também não quer ser instrumento da sua própria destruição. / Mas – que ninguém tenha dúvidas – o escân dalo armado em torno dos d ocumentos de Marabá pode s er apenas um primeiro capítulo. Afinal, foi através da indús tria do es cândalo que Adolf Hitler p ôs de joelhos a s Forças Armadas alemãs e transferiu para o s eu partido o con trole dos se rviços de inteligência. E, se existe um traço qu e define inconfundivelmente a mentalidade dos movimentos revolucionários de todos os matizes, é sua capacidade de tentar outra vez. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/qcrime.htm ); *Site do Professo r Olavo de Carvalho, Seção Leituras recomendada s – 101, artigo es crito por Pedro Paulo Rocha, 09.12.01: A violência no campo - Para citar um caso atual da atu ação da ONG "Human Rights Watch" , sabemos que ela prontamente enviou seu represe ntante para exigir a pu nição de policiais que, num confronto contra os "se m terra", em Eldorado, no Pará, mataram 19 pes soas. / Sem dúvida a Polícia é, frequentemente, violenta e corrupta e, à miúde, age com crueldade e se excede no cumprimento de suas miss ões , envo lvendo-s e com band idos. Porém as cen as apresen tadas pela TV mos tram, claramente, que 2.800 "s em terra" investiram contra 155 policiais, provoca ndo a reação , sob a pena de serem trucidados a foiçadas, como foi um policial militar, degolado pelo MST, em Porto Alegre, sem qu e disto resultass e qualquer condenação. Ad emais não s e justifica esta intromissão, nos ass untos internos do país. / Cabe indag ar por quê, em 12/6/96, quan do 600 famílias de "sem terra", bem armados , conforme testemunho s, (* O Globo de 15/6/96) invadiram a fazenda Cikel, no Maranhão , e mataram três empregados , um deles a pancad as (conforme laudo pericial) e seqüe straram um qu arto, supos tamente morto, não lhes de u nenhum apoio? Muito ao con trário, o Movimento Nacional dos Direitos Humanos imediata e precipitadamente se manifestou, em um "relatório de sete páginas, assinado simultaneamente pelo PT, Pastoral da Terra e CNBB, justificando que o conflito havia sido provocad o por pistoleiros da fazenda" (* O Globo, pg. 11 d e 18/6/96). Versão que é desmentida por investigações procedidas pelas autoridades e testemunhos. Este fato demonstra serem estas organizações e agitadores de es querda, "batatas de um mesmo saco" , e desmoraliza seus alegados propós itos humanitários. / Tecnicamente, o desresp eito à lei e às instituições, a qualquer pretexto, co mo as invas ões agrárias, s ob a pueril alegação de q ue precisam de terra para trabalhar, está abrindo precedentes altamente perigosos. Quem acha qu e alguém po de ter a prerrogativa de transgredir uma lei, es tá lhe dando o d ireito de que decida quais leis d eve cumprir e quais des respeitar. É equivalente a que "s em teto" invadam s uas cas as, por não terem onde morar, "sem carro" os assaltem, por não terem um veículo, ou "sem mulher" estuprem, por não terem esposa. São violências e arbitrariedades injustificáveis. As alegações apresentad as, só podem ser aceitas por mentecaptos. / A lém disto, é preciso considerar que durante muitos s éculos o homem se conce ntrou nos campos, onde produzia artesanalmente, apenas os produtos que
necess itava para seu s ustent o e de sua família. Contudo, com a modernização, esta situação se modificou completamente. A industrialização concentrou, nas vilas e cidades, enormes mass as humanas que outrora produziam s eu próprio alimento, e que agora apenas cons omem. Os meios de produção da ag ropecuária se to rnaram, então, tão importantes para o aba stecimento das cidades, quanto a produção industrial. É uma contingência do progresso. Isto forçou a atividade no campo a se mecanizar e se organizar empresarialmente, para a tornar mais produtiva e atender à cres cente demanda. Sem o que a fome seria generalizada, como a que matou milhões de pes soas na Rússia, no início do s éculo, e está se repetindo, nos dias de h oje, na Coréia do Norte, e teríamos um caos. Despreparados, os "sem terra" n ão têm recursos para atender a esta demanda tecnológica. / O problema agrário tem que s er, portanto, abordado em função da produt ividade e das necessidades globais de alimentaç ão do país e n ão de interess es particulares, de partidos ou grupos que querem se promover ou implantar, na marra, o comunismo no país, como se evidencia pelas band eiras vermelhas e retratos de Karl Marx, Che Guevara e do anarquista Bakunin, que ornamentam os s eus acampamentos, conforme fotos exibidas em tod os os jornais. (* O Globo, 29/9/96) / As ferramentas da agricultura artesa nal, utilizadas pela mão d e obra des preparada e de sprovida de recursos, exceção feita ao cinturões verdes que circulam as cidades e as abastec em de hortigrangeiros, só permite o abastec imento familiar e a própria s ubsistência, o que s e conflita c om os interesse s coletivos. A d istribuição de vast as áreas aos sem terra não s ó não resolverá nenhum problema agrícola, como cus tará ao país vas tos investimentos, que irão agravar o seu coloss al déficit orçamentário, p ois cada "sem terra", custa ao governo nada menos que R$50 mil. É, portanto, uma solução infrutífera e nociva. A maioria dos "s em terra" não só apresenta baixíssima produção, como freqüentemente ven de s uas propriedades a terceiros, e vai gastar o dinheiro facilmente ganho. Mesmo o M.S.T. reconhece qu e 40% dos as sentados o fazem. Sobretudo, as invasões s ão atos criminoso s, infelizmente incentivados pela mídia e s etores que se proclamam "prog ress istas" do país. (http://www.olavodecarvalho.org/convidados/0101.htm ); *Site do Profess or Olavo de Carvalho, Seção Leituras recomendadas – 168, artigo escrito por Carlos Ilich Santos Azambuja: O movimento dos trabalhadores s em-terra: um pequeno enfoque - O "Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra" é definido por alguns cientistas soc iais como "uma escola itinerante, em face da importância dada pelo principal movimento social do continente à formação, tanto de seu s militantes como do conjunto de seus milhões de s eguidores". / Edgard Kolling, pedagogo e educa dor, pertencente à Coordenação Nacional do MST, por s ua vez, diz estar convencido que os Sem-Terra devem ser pos tos ombro a ombro, junto com os operários e outros setores sociais para a "construção de uma nova sociedade . Socialista, evidentemente. Prossegue Kolling: "A História nos mostra que os ca mpones es foram peças importantes nos process os revolucionários, desde a Rússia e China, até Cuba e Nicarágua. Coincidimos também na idéia de que o trabalho coletivo supera o individual e por isso incentivamos a formação de coop erativas, pois ass im as famílias alcançam um maior d esenvolvimento de con sciência política". / O MST integra uma rede mundia l de organizações campones as coordenada pela "Via Campesina", com atuação em todos os continentes, bem como uma rede latinoamericana deno minada " Coordenadora Latino-Americana de Organizações Campones as (CLOC)". / A maioria dos atuais dirigentes chegou ao MST através de um trabalho prévio junto à Igreja, n a Pastoral da Terra e em Comunidades Eclesiais de Base, e uma boa parte dess es dirigentes tem experiência pes soal como profess or. / Cerca d e 200 mil jovens , filhos de pais ligados ao Movimento, es tão recebendo educaç ão em todos os níveis (esco lar básico, superior e formação política) em escolas o rganizadas p elo MST que funcionam com o apoio de prefeituras e do Estado. Essas es colas estão localizadas em as sentamentos e nos acampamentos do MST, de acordo com o conceito de "escola itinerante". Tão logo se constitui um acampamento, estabelece-se automaticamente umaescola, logo reconhecida pelo Esta do. Cerca de 500 militantes cursam, atualmente, Pedagogia e Magistério. / O MST tem cerca de se is mil pes soas dedicadas ao trabalho de Educação. Mas q ue tipo de Educação? / Segundo uma longa reportagem publicada pela revista " Isto É", de 17 de agost o de 1998, relatando o que foi visto na Escola Agrícola de Primeiro Grau 15 de Maio, próxima aos ass entamentos rurais de Faxinal dos Domingues e União da Vitória, no interior de Santa Catarina, " embalados pela música e ngajada da cantora argentina Mercedes Sosa, um grupo de crianças aprende a traduzir d o espanho l frases aguerridas de ícones da Revolução Cubana, como Che Guevara e José Martí, numa cena que parece saída da décad a de 60. Mas não é s ó. As aulas na língua falada na pátria de Fidel Castro vão além de simples traduçõe s. Os alunos também ap rendem a discutir conce itos complicados como luta de c lasses , reforma agrária e exclusão social". / Pross egue a reportagem: "Essas crianças s ão formadas pela pedagogia linha-dura do MST, des envolvida pelo s eu setor de Educação, que hoje faz a cabeça d e um exército de 40 mil crianças em cerca d e mil escolas de Primeiro Grau em acampamentos e ass entamentos. O projeto de Educação do M ST nasceu há 10 anos e amplia-se a cada dia. A pedag ogia dos profess ores vai das idéias do educado r pernambucano Paulo Freire às de Che Guevara, e inclui ainda c láss icos da filosofia comunista como Karl Marx, Fiedrich Engels, Mao Tsé-Tung e Antonio Gramsci. Alunos e profess ores cantam músicas que evocam ideais revolucionários. As letras defendem a famigerada união operária e campones a e de queb ra ainda criticam a burgues ia e o latifúndio. O ritmo é marcado pelos braços erguidos e os punh os fechados" . / Raul Jungman, que foi Ministro da Reforma Agrária, nes sa mesma reportagem ass inalou: "A fixação de modelos como estes no fundo está voltada para a formação de quadros para um projeto político, para a continuidade do movimento e não para a formação de cidadãos. A cabeça do povo não é lata. Esse é um modelo fracassad o, como o usado na antiga União Soviética e em Cuba, país que leva zero em matéria de democracia. Falo isso como soc ialista que sempre fui e continuo sendo". / Essa rede de escolas do MST, as quais constituem verdadeiros "sovietes", foram montadas com dinheiro dos contribuintes, de ONGs internacionais e de certas ordens religiosas estrangeiras. E as au las são ministradas em es panhol. Objetiva m trans crever literalmente o pens amento de Che Guevara. / Tod avia, em todo esse trabalho existe um enorme abismo entre os "Acampamentos " e os "As sentamentos" no que diz respeito à formação do "ho mem nov o", pois nos "A campamentos" o MST bus ca engendrar "o novo". Entretanto, quando o homem p ass a a ter acesso à terra, o germe do "novo " evapora-se, dissolvendo-se, pois a luta pela s obrevivência e a bus ca pelo trabalho pass am a ocupar todos os esp aços, su focando "o novo", e a luta cotidiana para produzir melhores cond ições de vida é a luta de todos em qualquer tempo e espaço. Como não há nad a de novo em todo ess e processo, alguns cientistas s ociais já ass inalaram que o M ST pode estar reproduzindo relações sociais que engen dram homens bu rgueses . / No início de maio de 2000 o MST concretizou uma de suas ações mais espetaculares des de que foi criado. Cerca de cinco mil militantes ocup aram prédios públicos em 14 capitais. Outros 25 mil realizaram invasões pelo interior e pass eatas. Em três localidades foram atacadas s edes regionais do INCRA. Em outras onze, o MST invadiu es critórios do M inistério da Fazenda." Agora vamos pegar o Malan. A von tade de noss o povo é pegar a foice e des cer o cacete", diss e Gilmar Ma uro, um dos d irigentes do Mo vimento (revista "Veja", de 10 de maio de 2000). / Em uma palavra, o MST não quer mais terra. Ele quer "toda a terra". Quer tomar o poder por meio de uma revolução e, feito iss o, implantar um soc ialismo tipo aquele que foi derruba do a partir de novembro de 1989, após a queda do Muro de Berlim. Quem diz isso são os próprios líderes do MST. / Num primeiro momento o inimigo do MST era o latifúndio improdutivo. Com o tempo, os latifúndios produtivos pass aram a ser também ataca dos. Ness as invasões registram-se sempre ocorrências de roubo de gado e de grãos estocados, depredação de tratores e houve, até mesmo, um caso em que uma fazenda foi incendiada. Em u ma fase seguinte, o MST deixou a área rural mas permaneceu nas pequen as cidades do interior, organizando s aques a s upermercados, invadindo delegacias de p olícia para libertar companheiros p resos e ocu pando agên cias bancárias como forma de protes to. / Tal é o empenh o d o MST em en fatizar suas reivindicações que seus integrantes não hes itam em violar o Código Pen al e m vários artigos, invadindo repartições públicas e impedindo-as de funcionar, mantendo servidores do Estado em cárcere privado, danificando bens pú blicos e propriedades p articulares. Como con sidera ilegítimo o Estado, o MST des considera suas leis. / Eis alguns pont os extraídos de uma cartilha do MST que orienta a formação política de seus militantes: " devemos lutar pela tomada do s bens de produç ão; os caminhos a trilhar para a libertação d o proletariado sã o a reforma agrária e o socialismo, e para isso são válidas todas as
formas de luta ; a luta pela terra pass ou do plano da conquista econômica para o da luta política contra o Estado; apenas ocupar a terra para trabalhar é uma pos ição já superada; o nos so sonho revolucionário é construir sobre os escombros do capitalismo uma s ociedade socialista; é preciso desenvolver um trabalho ideológico para que as aspirações das massas adquiram um caráter político e revolucionário". / Após receber 22 milhões de hectares de terra, área equivalente a cinco Dinamarcas, o MST acrescentou um novo item ao seu tradicional d iscurso. Agora, a tônica de reivindicações do Mo vimento d eixou de s er a distribuição de terras e pas sou a ser a distribuição do dinheiro público. Ness e sentido, a pauta completa d e pedidos feita pelo MST ao governo tem 50 itens, entre os quais a diminuição da taxa de juros, conces são de créditos especiais e financiamentos para a construção de casas. / Existem duas interpretações conflitantes pa ra as no vas práticas do MST. Uma é a do Grande-Timoneiro, João Pedro Stédile: " Nossas ações são a única forma de chamar a atenção para a política s ocial que empobrece o pa ís". Stédile é pós -graduado em Economia, no México , aprecia os textos de Lenin, Marx e Mao Ts é-Tung e, em sua o pinião, as ações radicais e a indisposição ao diálogo são a forma adequada de apresentar à sociedade as mazelas do atual sistema de governo. Em s uma, os governos todos são um Mal e o MST é um Bem. / Os pobres, que, na aus ência de alternativas, segu em a bandeira do MST, querem um peda ço de chão, todavia as lideranças encaram a luta pela te rra apen as como um instrumento político para atingir uma so ciedade socialista. / Em março de 2002, após a invasão, roubo e depredação da fazenda dos filhos do Presidente da República, em Buritis, vemos, em abril, um dirigente do MST, financiado com dinheiro d a "Via Campesina", dentro do "bu nker" de Iasser Arafat, apresentand o "a solidariedade" do MST à luta dos palestinos . / Ao mesmo tempo, no dia 3 de abril, em Brasília, após uma pass eata do MST à Embaixada de Israel, o líder José Rainha que há muito tempo não é mais sem-terra declara apoio aos atentados contra alvos civis israelenses: "Os atentados co ntra Israel são a arma de defesa dos palestinos. Muitas vezes as vítimas são civis, mas não há outra saída". / Pergunta-se: o que mais deveremos esperar de um movimento como o do MST? (http://www.olavodecarvalho.org/convidados/0168.htm ); *Site do Professor Olavo de Carvalho, Seção Leituras recomendadas – 85, artigo escrito pelo Tem. Cel. R/1 Osmar José Barros Ribeiro, 25.10.01: As madraças do MST - Reportagem recentemente pub licada numa revista semanal nos fala d as madraças , escolas existentes nos países islâmicos e bas icamente des tinadas ao ensino da população mais pobre. Nelas, além da ministração d e matérias bás icas, é também feito o e stu do do A lcorão Sagrado, ú nica lei existente n aquelas naçõ es, haja vista subs tituir qualquer código d e Direito. Daí a importância dos líderes religiosos, a um só tempo sacerdotes, governantes e juízes, conforme vemos em várias nações, entre elas o A feganistão. Hoje, em b oa parte daqueles países on de instalou-se o radicalismo religioso, as madraças ensinam apenas o Corão e , deturpando seus princípios, impregnam os alunos de uma forma rígida de pensa r, transmitindo uma educação de fundo ideológico e voltada para a ação contra aqueles considerados inimigos do Islã. O resultado deste processo outro não é que a cega crença nos valores transmitidos pelos religioso s e o ódio irracional aos considerado s como infiéis. / Também no Brasil já temos no ssas madraças: s ão as es colas dos acampamentos e as sentamentos do MST, em cujas paredes proliferam os retratos de Lênin, de Mao Tsé Tung, e de Guevara, representantes de uma ideologia que derrotou a si mesma, deixando o sang rento rastro das vítimas dos Gulags , da Revolução Cultural, do s tubarões e das tormentas do Mar do Caribe. / Nestas “madraças bras ileiras” ensinam-se os valores de uma ideologia vencida, de u ma luta s em sentido. E o mais ass ustador é que ainda não acordamos para o perigo que ronda nos sas p ortas. Ass istimos, como se nã o nos diss ess e respeito, a formação de milícias armadas, a invasão de propriedades particulares e de p rédios públicos , a desmoralização da autoridade, sem atent armos para o fato de esta rmos, com a nossa inação, validand o o emprego da força para o a lcance de objetivos esp úrios, tudo de acordo com os ens inamento s ministrado s nas “nos sas madraças”. / Obviamente, se chegarmos às últimas cons eqüê ncias, a lei e a ordem terminarão por serem restau radas . Mas a que preço! Como afirmou o jurista Paulo Brossard em artigo recente , publicado no jornal “Zero Hora” de Porto Alegre/RS: Quando alguém s e arroga o direito de afrontar a lei em nome de opiniões pess oais, políticas ou filosóficas, abre o en sejo a qu e seus direitos fundamentais s ejam igualmente violados. / Aqui, vale transcreve r trecho de um parágrafo do artigo “A legalização da violência”, publicado no jornal Folha de Londrina/Folha do Paraná (edição de 27 Out 2001), de autoria de Maria Lucia Victor Barbosa, socióloga, escritora e professo ra universitária: o MST não osten ta a bandeira da reforma agrária justa e neces sária, mas a da violência, da ilegalidade, do d esmando, dos objetivos revolucionários ultrapass ados que s e ligam à mentalidade do atraso e mantém o s ubdes envolvimento. / Até quan do suportaremos, autoridades e cidadãos, que nas madraças do MST sejam incubados os ovos d as serpentes com as quais o Movimento intenta envenenar-nos a todos? (http://www.olavodecarvalho.org/convidados/0085.htm ); *Olavo de Carvalho, Revista Época, 27.10.01: Um novo Brasil - O regime des te país mudou e ninguém foi avisado - Pess oas que só sabem por ouvir dizer juram que o comunismo morreu. Eu e o senho r Antonio Negri, que estudamos o ass unto por décadas e que decerto não s eremos acu sados d e combinar no ss as falas por trás do pano , ass eguramos que ele es tá mais vivo que nunca. Também o senhor Fidel Castro, que está por dentro das preparações subterrâneas, anuncia para breve a rentrée espetacular da sangrenta pantomima a cujo serviço de dicou sua porca vida. / Dois fato s recentes dão razão a mim e a esses ilustres cav alheiros. / 1. Um juiz d o Rio Grande do Sul, solicitado a devolver aos proprietários uma fazenda invadida pelo MST, negou a reintegração de po ss e sob a alegação de que n ão havia provas da “função so cial” do imóvel. / 2. Um notório terrorista dos ano s 70, que nunca s e arrependeu de seus crimes, que antes se orgulha deles e que no máximo admitiu ter algumas dúvidas quanto à conveniência de repeti-los hoje, foi nomeado ministro da Justiça. / Quanto ao primeiro fato, cinco detalhes evidenciam o espírito da coisa. (1) A falta da “função social” não precisou ser provada: a falta d e provas bas tou como prova da falta. (2) Ess a “p rova” s erviu para legitimar n ão uma des apropriação legal, feita pelo Estado, mas sim a ocupação do imóvel por particulares. (3) O juiz reconheceu que sua decisão foi política. (4) Os novos proprietários ficaram dispensad os d e provar por sua v ez a utilidade social de s ua pos se ou a de qu aisquer outros imóveis tomados pelo MST, aos quais nenhu ma produção é exigida e, para ser reconhecidos como propriedades legítimas, bas ta que sejam usados para treinamento de guerrilhas. (5) A sentença foi mantida pelo Tribunal de Justiça do Estado e elogiadíssima pelo douto r Dalmo Dallari, do qual ninguém aliás es peraria outra coisa. / Quanto ao se gundo fato, ele o correu (1) num país em qu e a simples acusação de hav er torturado um comunista basta para expelir do cargo, n o ato e sem a menor n ecess idade de provas , qualquer funcionário pú blico de escalão alto, baixo ou médio; (2) num momento em que o consenso internacional proclama a necessidade de perseguir e punir todos os terroristas e s eus protetores. / O sentido do primeiro acontecimento é claro: o direito à propriedade adq uirida por meios legais depende da prova de s ua “função s ocial”, mas o direito à propriedade tomada pela força depende somente da co loração política d os novos proprietários. Sem desa propriação, sem indenização, qualquer imóvel pode ser imediatamente trans ferido para o primeiro particular que o tome para si, com a única cond ição de q ue o faça so b um pretexto politicamente agradável a Suas Excelências – Dallaris e tutti quanti. / O princípio ass im firmado deve valer para toda propriedade imobiliária – rural ou urbana, residen cial, comercial ou industrial –, exceto aquela que tenha utilidade estratégica ou publicitária para a cau sa comunista, única função social que se exige dos imóveis do MST. / O segundo acontecimento também é claro: (1) o crime de tortura, mesmo não provad o, e bas tando que se ja imputa do a anticomunistas, é impedimento ao exercício de cargo público; já o de terrorismo praticado p elos comunista s, mesmo quando confess o, não o é; (2) ao adota r ess a es cala de valores, o Brasil se alinha o ficialmente, declaradamente, entre os países que protegem e legitimam a prática do terrorismo. Nada pode atenuar ou c amuflar o sen tido dess a opção. / Quem conheça a história das revoluções comunistas reconhecerá que, desde a semana pass ada, o Brasil já não é uma democracia capitalista. É um país e m plena trans ição para o comunismo, o nde o atestado de ideologia vale como es critura de propriedade imobiliária e crimes de terrorismo cometidos com a motivação ideológica apropriada são láureas curriculares para o exercício d e função ministerial. Poucas revo luções comunistas começaram de maneira tão eficaz, tão direta e sem encontrar a mínima resistência. Mas como explicar isso a pess oas que,
por nada sab erem do comunismo, se crêem autorizadas a proclamar que ele não existe ? (http://www.olavodecarvalho.org/semana/novobrasil.htm ); *Olavo de Carvalho, Zero Hora, 1º.06.03: O império da ordem - Que militantes armados do MST invadam, s aqueiem e ateiem fogo a uma, duas , três ou mil p ropriedades particulares é coisa que não me espan ta. Ninguém ensina guerrilha até às crianças se não tem a intenção de fazer guerrilhas jamais. / Muito menos est ranho que em vez de ser detidos pela po lícia eles entreguem a ela, como criminosos, os vigias que tiveram o d esplante de lhes resistir. Ninguém s e intoxica da doutrina de que todos os males advêm da propriedade se não pretend e tomar todas as propriedades e punir como band ido quem ous e defendê-las. / Também não me parece surpreendente que a polícia, mesmo agredida a pedradas, colabore com seus agressores e obedeça servilmente às suas ordens, prendendo quem eles mandam prender. Ela s implesmente se cans ou de levar chicotadas da mídia, e, extenuada, con sen tiu em obedecer ao adestrador. / Também não é digno de surpres a que o governo federal, s em explicações , tome do proprietário uma fazenda g aúcha altamente produtiva, sem explicações, para dá-la de mão-beijada à organização g uerrilheira, como que para premiar o crime que ela cometeu no outro extremo do país. Afinal, o presente go verno segue à risca a receita do Foro de São Paulo, coordenação do movimento comunista no continente, que criou a articulação es tratégica perfeita dos meios legais e ilegais para a co nquista do poder abso luto. / O que me espan ta, sim, é que haja pes soas ca pazes de acreditar que tud o iss o sejam desmandos ocasionais, irregularidades, exageros que as auto ridades con stituídas, confiáveis como elas só, tê m a mais nobre intenção de punir ou corrigir. / Pois o bviamente n ada disso é anormalidade, nada d isso é exceção, nada disso é radicalismo avulso. / Tudo isso é norma, regularidade, lei. Tudo isso é a n ova ordem social brasileira, que va i sendo instau rada progres sivamente, inexoravelmente, diante de milhões de olhares acovarda dos, eston teados ou cúmplices que insistem em apeg ar-se a slogans tranqüilizantes e esperanças insens atas para não ad mitir a profundade do abismo que se ab re à sua frente. / Quantas vezes s erá preciso repetir que o nos so atual presidente foi fundador e dirigente do Foro de São Paulo, que ele mesmo ajudou a con ceber e subs creveu uma estratégia global para a instauração do s ocialismo no continente por meio da articulação engenhos a de discursos anest ésicos e cortes c irúrgicos p rofundos ? / Quando a nos atrás o STJ do Rio Grande recusou a reintegração de pos se de uma fazenda invadida pelo MST, alegando que o proprietário anterior não provara a " utilidade social" do imóvel mas sem exigir p rova idêntica dos nov os ocupantes , anun ciei que o regime de propriedade agrária no Brasil tinha mudado e nunca v oltaria a s er o mesmo. / A propriedade agrária é agora uma con cess ão provisória, revogável a qualquer instante por mera exigência do MST. E quem resistir irá para a cadeia. / Neste mesmo instante, milhares de teóricos do "direito alternativo" estão remoldando a interpretação de cada artigo d a constituição e dos códigos , para que a reviravolta s e con sume hipnoticamente, s em a mudança ap arente das leis, apenas de seu s entido, que pas sa a ser o contrário do que era, exatamente como no "1984" de Orwell. / Da noite para o dia, o que era u m direito s e tornará uma ameaça, o que era garantia se tornará condenação, o que era certo s e tornará errado, o que era de um será de outro. / Ou vocês vão me dizer que não sa biam que "socialismo" era isso? (http://www.olavodecarvalho.org/semana/030601zh.htm ); *Olavo de Carvalho, Zero Hora, 27.07.03: A solução final - Primeiro, a popu lação foi levada a engolir, contra toda evidência econômica, a balela d e que a distribuição de terras aos pequenos agricultores acabaria com a miséria no campo. Contornando o debate franco, condenando a priori as mais fundadas e razoáveis objeções como pretextos malvados a s erviço de interesses vis indignos d e atenção, a tes e conseg uiu se impor s em dificuldade. / Logo em s eguida, pelos mesmos métodos, p ersuadiu-se o público a ace itar as invasões de terras "improdutivas" . / Na terceira etapa , tratou-se de legitimar o MST, juridicamente inexistente, co mo entidade qualificada para embolsar bilhões em verbas federais, com direito a usá-las a salvo de qualquer fiscalização e sem nenhuma obrigação legal explícita. / Depois levou-se o povo a e ncarar como normais e d ecentes as invasões de terras produtivas e a completa destruição de fazendas organizadas e rentáveis, enaltecendo como obra de caridade s ocial a sua transformação em favelas rurais. / Tratou-se então de justificar o us o de meios violentos pelos invaso res como ato de "resistência" -- argumento que, embora baseado na inversão da ordem temporal das ações e reações , também foi aceito s em maiores controvérsias. / Mais ad iante, os órgãos de s egurança que obs ervavam discretamente o movimento foram co nden ados pela mídia como quadrilhas de olheiros ilegais, enqu anto a presença de espiões do MST em todos os es calões da administração pública não sus citava a indignação de ninguém. / Então começaram os bloqueios de estradas , as ocupações de prédios do governo, os seq ües tros de funcionários públicos. Jamais punidos , tornaram-se um direito co nsuetu dinário. / A revelação de que muitas terras tomadas pelo MST não es tavam sendo us adas para fins agrícolas e nem mesmo como abrigos de des ocupados, mas como ca mpos d e treinamento de guerrilhas, já não sus citou nenhum escând alo, nenhuma investigação: o Brasil e stava pronto para aceitar tudo, tudo, desde que v iesse co m a chancela do MST, bande iras vermelhas e posters de Che Guevara. / Agora, por fim, o líder do MST confessa que seu objetivo não é obter apenas terras suficientes para os camponeses pobres, mas dominar a agricultura brasileira inteira, extinguindo por completo os direitos de propriedade atualmente existentes e matando to dos os fazendeiros: " A luta camponesa a briga hoje 23 milhões de pes soas . Do outro lado há 27 mil fazendeiros. O que n os falta é nos unirmos, para cada mil pegarem um. Não vamos dormir até acabarmos com eles." / Um plano revolucionário e genocida não poderia ser exposto em termos mais claros, mas quem liga? Prometendo transformar o Brasil num Zimbábue, a declaração do sr. Stedile é criminosa em s i, independen temente de que venha ou n ão ser traduzida em atos . Mas o Brasil foi ades trado para não perceber nada, não s entir nada, não pensar em nada. Em vez disso , prefere condenar os que pe rcebem, pens am e sentem. Quem qu er que ouse entender as palavras do sr. Stedile com o sentido qu e têm será ac usado de exagero paranóico. Afinal, quando Hitler anunciou pela primeira vez a "s olução final", toda a Alemanha tomou suas palavras como mera figura de retórica. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/030727zh.htm ); *Olavo de Carvalho, Zero Hora, 10.08.03: Truculências - Noss o embaixador em Havan a louva os fuzilamentos de dissidentes como exemplo a s er imitado, o líder do MST promete "acab ar com todos os fazendeiros", e a menor sus peita de que haja niss o alguma indução à violência é condenada como delírio paranóico. Em contraposição, a TFP faz uma inofensiva passeata em São Paulo -- e imediatamente pululam advertências apocalípticas contra o ress urgimento da "d ireita trucu lenta". / Truculento, isto sim, é desnível entre as abordagens , que trai de imediato a es colha prévia, o pa rtidarismo louco que não qu er saber da verdade ou da justiça, mas apenas de es magar o adv ersário, seja lá ao preço que for. / Se a diferença do grau de "truculência" entre as duas organizações estivesse apenas nos discurs os, ela já seria grande o b astante para que qualquer tentat iva de inverter-lhe as proporções já s e denunciasse, instantaneamente, como falsificação malévola. / Mas a diferença não é só de palavras. É de atos. / O MST, além de invadir, saquear e incendiar propriedades, já seqüestrou funcionários do governo, matou guardas de fazendas, degolou um cidadão em plena praça pública. / Nada de longínquamente parecido cons ta do "curriculum" da TFP. Por que e ntão ela é que é "truculenta" enquanto o MST é um lindo e respeitável "movimento social"? / Respos ta: o s entido do termo "truculência" muda conforme o acus ado se desloque de um lado para outro no espectro ideológico. O grau máximo de truculência não cons iste em invadir, saq uear, aterrorizar e matar. Podese fazer tudo isso s em truculência nenhuma. Pode-se fazer tudo isso com delicadeza, bondade, etéreo idealismo e ton eladas de "ética". Truculência, mesmo, é s er direitista. / Mas onde se publicam aquelas advertê ncias? Em jornalecos de partido? Em p anfletos de propag anda? Nada disso. Publicam-se nos grandes jornais, ass inadas por articulistas tidos como profiss ionais sérios, sem compromiss o ideológico, devotado s tão somente à prática do melhor jornalismo. / Quand o Antonio Gramsci d izia que as ordens do Partido revolucionário deveriam pairar sobre o universo mental coletivo com a autoridade invisível e oniprese nte "de um imperativ o categ órico, de um mandamento d ivino", era a iss o que ele se referia: a opinião mais partidária q ue se poss a imaginar, a distorção ideológica mais extrema já não poderiam ser identificadas co mo tais e seriam aceitas co mo os protót ipos mesmos do pens amento isento, equilibrado, suprapartidário -- a encarnação pura da voz da razão. Na mesma medida, a opinião adversa, mesmo expressa com
serenidade, mesmo ap elando à autoridade dos fatos e argumentando da maneira mais racional po ss ível, estaria impugnada a priori como extremismo, fanatismo e -- para cúmulo de ironia -- "preconceito". E é claro que a simples exigência d e um confronto honesto seria tomada como criminosa adesão às opiniões condena das -- uma regra que a lguns leitores não deixarão de aplicar a este mesmo artigo, fazendo de seu autor um partidário da TFP malgrado as reiteradas e inúteis express ões d e sua discordância com os princípios dess a organização. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/030810zh.htm); *Olavo de Carvalho, O Globo, 28.08.04: Extinção anun ciada - Poucos mese s depois de lançada a campanh a de entrega das armas , sem que nenhum efeito objetivo tenha vindo legitimar suas pretensões de abrandar a sanh a dos criminosos, o governo já se ap ressa não s ó em alardear seu s bons resultados, mas em es tender a área de s ua aplicação, levando-a da cidade para o campo. / Como até agora não se viu nenhum ladrão, narcotraficante ou homicida comparecer às filas repletas de velhinhas devotas e honrados trabalhadores, o ún ico resultado a que a autoridade pode estar-se referindo com isso é o suces so que obtev e em desarmar p oss íveis vítimas, não seus virtuais ass altantes, agressores e assas sinos. / Os prometidos efeitos ap aziguantes a ser extraídos dess a vitória do governo sobre o povo são ainda demasiado imaginários para poderem justificar, por si, a extensão da campanha à zona rural. Resta o argumento da prioridade: quando o caso é extremo, há quem ache lícito arrisca r um remédio mal testado, não tes tado de maneira alguma ou mesmo reprovado nos tes tes como o desarmamento civil já o foi em ou tras nações que o aplicaram. / Mas , no caso, o apelo a es se argumento é inviável. Num p aís onde, pelos cálculos da ONU, morrem a tiros 40 mil pess oas por ano, a cont ribuição da zona rural à taxa anual de mortes cruentas não pass a de umas quarenta pess oas, segundo o governo federal, ou , na matemática hiperbólica da Pas toral da Terra, 82. Em toda es sa extensão d e terras, h abitada por trinta po r cento da população bras ileira, a q uantidade de crimes de morte não corresponde a trinta por cento, a vinte por cento, a dez por cento, a um por cen to do total nacional. Corresponde -- us ando na conta os números inflados da Pastoral -- à quadringentésima nonag ésima parte des se total. Para cada homicídio na região rural, há 490 nas cidades. / Em números abs olutos , 82 mortes s ão muitas mortes, mas, na comparação co m outras áreas do país mais assassino do mundo, o campo é uma zona de relativa paz e tranqüilidade. / Qual a urgência, então , de experimentar nela um remédio que ainda nem passou pelo teste? / A urgência existe, sim, mas é bem outra. Não tem nada a ver com a taxa atual de crimes. Tem a ver com a correlação de forças nu m poss ível confronto entre os s em-terra e os fazendeiros. Como observou o sr. João Pedro Stedile com ameaçadora exatidão, há dez mil s em-terra para cada fazendeiro. Um fazendeiro, com cinqüenta auxiliares equipados de armas automáticas , pode repelir uma invasão de mil, cinco mil ou até dez mil militantes do MST armados de facões, foices e uma ou outra carabina de caça. Suprimidas as armas d e fogo, a vantagem se inverte: no combate com armas brancas, prevalece a quantidade de braços . Nenhuma fazenda pode sustentar o contingente apto a enfrentar, com faca, porrete ou machado, um as salto maciço de milhares de sem-terras. Implantado o desarmamento civil no campo, a disputa estará decidida. O governo alega o intuito de “eliminar a tensão”, mas, obviamente, n ão s e trata de acalmar ânimos: trata-se de abolir a tens ão desativando um dos seus pólos: a propriedade particular da terra, no Brasil, está com os dias contad os. Se os proprietários em pes soa morrerão ou não com ela, depen de. Depende de ten tarem um corpo-a-corpo de um contra dez mil, ou, ao contrário, correrem para buscar abrigo sob as as as do Incra, o qual nã o lhes garante nenhuma proteção contra invasões , mas promete a devo lução das terras invadidas s e e quando , após os devidos trâmites burocráticos, elas se demonstrarem produtivas . Em su ma: só não morrerão como os do Zimbábu e e da África do Sul s e cons entirem em ceder suas terras ao primeiro invasor que as exija e depois confiar-se do cilmente à benevo lência das autoridades -- aquelas mesmas auto ridades que os desarmaram para obrigá-los a es se vexame. É ass im que começa, na es tratégia marxista, a extinção de uma classe. / *** / E por falar em extinção: camisas -pardas do PT, armados de barras de ferro, invadiram o Diretório Metropolitano do PMDB em Porto Alegre, quebrando tudo e ferindo gravemente d ois militantes . No dia seguinte, voltaram à carga, agred indo mais três. Leia em http://www.pmdb-rs.org.br . (http://www.olavodecarvalho.org/semana/040828globo.htm ); *Site Mídia sem Máscara, Nivaldo Cordeiro, 16.05.05: Por que marcha o MST? - Por que marcha o MST? Por tud o, menos pela Reforma Agrária. - Não é pela reforma agrária que marchou sobre Brasília o MST. Ela, a reforma agrária, está em curso , a des peito da s ua inutilidade e do desperdício de recursos es cass os em que incorre. Também não é po rque os seus militantes não es tejam no governo. Seus membros são “o” governo, vez que o PT é a sua expressão política e tem a Presidência da República e o órgão que cuida do as sunto, o INCRA, foi integralmente aparelhado pelo movimento, pondo-se a s eu serviço. / Então, por quê? Por muitos motivos e aqui poss o listar alguns; 1- pelo ativismo político inerente à sua dinâmica; 2- pelo palanque para a s uas lideranças, que ass im podem apa recer na mídia e também para o seu público interno; 3- p orque essa é a s ua profiss ão, o ativismo p olítico. Muitos dos que marcham nunca viram uma roça de perto e até s ão remunerados como “marchadores”, a se crer no relato da imprensa; 4- porque acreditam na revoluçã o socialista nos termos feitos n a China (maoismo); 5- porque o espetáculo fanfarrão faz parte do processo político do movimento, que se alimenta de bravatas co ntra ordem e stabelecida; 6- porque a organização da marcha tem muito de empreitada militar e o movimento nunca descartou o recurso à força para alcançar seus ob jetivos, daí seu s contatos e apoios com guerrilheiros da Colômbia (FARC) e a manifesta simpatia por Cuba e Fidel Castro. / Então o que se vê é uma des ordem pública “organ izada”, que sob o império da lei não deveria acontecer. Do mesmo modo que organizam a marcha insensata, organizam invas ões às propriedades privadas, rasgan do a Constituição. Não podemos esq uecer que se organizar em grupo para violar a lei é crime. Mais uma vez a omiss ão das a utoridades é gritante, chegando ao inverso de gov ernos bancarem com apoio logísticos e recursos de toda ordem a marcha da insensatez. Vemos o maior, o Poder Público, reclinar-se diante do menor, um grupo que outra coisa não pleiteia que não a des truição da ordem estabelecida. / O M ST é como uma corda esticada sobre um abismo, qual o funâmbulo de Nietzsche. A qualquer momento poderá acontecer o acidente fatal, se Satã quiser repetir a peça que pregou ao filósofo amalucado: saltar sob re os marchadores, tirando-lhe o equilíbrio e precipitando a tod os, e não apenas o s marchadores, mas todo o País, no abismo. O Cão sempre atenta, diz o a ntigo brocardo. / É preocupante ver os aderentes de toda sorte, como a queles ligados à ala es querda da Igreja, políticos d os partidos es querdistas de um modo geral, os bem pensantes es querdistas de salão, que acham qu e ass im podem acalmar a su a má cons ciência, tornando-se agentes da revolução, marchando alguns metros como se marchassem em busc a de um d estino glorioso. Todos na corda bamba s obre o precipício, feitos palhaços de circo do interior, só que não há aqui salvaguardas nem rede protetora: um d esequilíbrio que seja e s erá o fim da linha. É tu do que a comunalha des eja; é tudo que as pess oas de bem receiam e rezam para não acontecer. (http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/4030-por-que-marcha-o-mst.html ); *Olavo de Carvalho, Zero Hora, 27.11.05: Cons olo geral - O Prêmio Imbecil Coletivo, que instituí em 1995 e distribuí generosamente a es critores, professores, artistas e jornalistas brasileiros até 2001, foi s uspe nso no ano se guinte por excess o de concorrentes. Para fazer justiça seria preciso atribuí-lo ao co njunto dos intelectuais públicos des te país, o que s ó po de s er feito em intenção e não de corpo p resente. O cobiçado galardão tornou-se então uma entidade metafísica, um a priori kantiano qu e precede a manifestação material das opiniões e já vem anexado à s imples intenção de dizer o que quer que seja, mesmo quando não se ch egue a dizer coisa alguma. / A comiss ão julgadora, constituída da minha pess oa, deu-se por derrotada ante a avalanche de pan egíricos ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Proclamando a identidade abs oluta de estupidez pess oal e sab edoria infusa, e ss es borbulhos de entusias mo eleitoral transc endiam infinitamente o fenômeno descrito no meu livro, qu e pressupunha ao menos uma certa precaução de salvar as aparências . A partir do momento em que a ojeriza ao conhecimento foi assumida abertamente, o Imbecil Coletivo p assou da potência ao ato e tornou-se o estado n atural de to da a classe falante, não tendo mais motivo p ara ser premiado. / Contribuiu também para a minha decisã o o desencanto, a mágoa profunda que s e apos sou da minha alma diante de tantas insinuaçõe s pérfidas de que eu havia recebido propinas do dr. Emir Sader para premiá-lo todos os anos . O próprio dr. Sader piorou formidavelmente a situação quando escreveu qu e eu não existia, o que foi interpretado pelos maliciosos como tentativa deses perada de camuflar o s uborno negando
a materialidade física do su bornado. / Ess as coisas acabam com o ânimo d a gente. Um dia acordei com a pá virada e dei um fim no raio do Prêmio. / No entanto, nem tudo es tá perdido. / Extinto o certame, o vácu o na alma dos s audos os pode agora ser preenchido vantajosamente por um des ses diplomas do s curso s especiais que a Universidade d e São Paulo planeja dar aos membros do MST. A pos se de um des ses ob jetos tubulares, não totalmente des providos de sex appeal para senhoras carentes e gays s olitários, dará ao s eu portador, mesmo imune a ess es encantos suplementares, as honras do título superior sem neces sidade de exame escrito, tendo em vista o reconhecimento, por parte d aquela instituição de ensino, do direito de todos ao analfabetismo doutoral, até aqui s ó reservado a uns poucos privilegiados como o s r. p residente da República e o s eu ministro da - como era mesmo o n ome daqu ilo? - Cultura. / É o equivalente perfeito do Prêmio, com a vantagem adicional de não ser conferido desd e fora, por um palpiteiro leigo como eu , mas desde a origem, desd e a raiz, desde a fonte e centro produtor do fenômeno em s i, do qual o meu livro n ão deu s enão uma imag em apagada, distante e evanes cente como as sombras na c averna de Platão. Fora, névoas da imitação barata! Do fundo das brumas da ilusão já s e ergue o Sol da estup idez genuína, que por fim vai brilhar para todos . / Alegrai-vos, pois, candidatos a intelectuais ativistas do Terceiro Mund o! Nada tend es a pe rder exceto a vergonha na cara, propriedade p rivada qu e, segu ndo o ideal socialista, já abolistes em pensamento há muito tempo. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/051127zh.htm ); *Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 28.11.05: Mais sábios que Deus - Ao chegar à América em 1623, o governado r William Bradford encontrou a colônia de Plymouth numa s ituação desesperadora: magros, doentes , em farrapos, sem atividade econômica organizada, o s peregrinos es tavam à beira da extinção. Muitos, depois de v ender aos índios to das as s uas roupas e demais ben s pess oais, tinham lhes vendido sua liberdade: eram escravos, vivendo de cortar lenha e carregar água em troca de uma tigela de milho e um abrigo contra o frio. / Interrogando o s líderes da comunidade em bus ca da caus a de tão deplorável estado de coisas , Bradford d escobriu que a origem dos males tinha um nome bem característico. Chamava-se “s ocialismo”. / Os habitantes de Plymouth, revolucionários puritanos exilados , trouxeram para a América as idéias sociais es plêndidas que os haviam tornado ins uportáveis na Inglaterra, e tentaram cons truir seu paraíso coletivista no Novo Mun do. As terras eram propriedade comunitária, a divisão do trabalho era decidida em ass embléia e a colheita se dividia igualitariamente entre todas as bocas. O sistema havia resultado em confus ão geral, a lavoura não produzia o suficiente e aos poucos a miséria havia se transformado naturalmente em anarquia e ódio d e todos c ontra todos. / A um pas so do extermínio, a comunidade aceitou então a s ugestã o de mudar de rumo, voltando ao execrável sistema de propriedade privada da terra. “Iss o teve muito bons resultados ”, relata Bradford. “Muito mais milho foi plantado e até as mulheres ia m voluntariamente trabalhar no campo, levando s uas crianças para ajudar.” O s urto de prosp eridade que se seg uiu é bem c onhecido historicamente: ele permitiu que os colonos fincas sem raízes na América e começas sem a construir o país mais rico do mundo . / Homem de fé, Bradford não atribuiu a salvaçã o da colônia aos méritos dela ou dele próprio, mas à mão da providência divina. O suces so do sistema capitalista, escreveu ele, “bem mostra a vaidade daqu ela presun ção de que tomar as propriedades pode tornar os homens mais felizes e prós peros, como se foss em mais sábios que Deus” . / Encontrei essa história na co luna de Mike Franc no semanário Human Event s. Para mim ela era no vidade completa, mas depois descobri que por aqui até os meninos de esc ola a conh ecem. O documento cláss ico a respeito é o livro do próprio Bradford, Of Plymouth Plantati on, 1620—1647. Uma edição confiável é a de Samuel Eliot Morison (New York, Modern Library, 1967). / A experiência socialista em dose mínima teve no corpo da América o efeito de uma imunização homeopática. A arraigada ojeriza d o povo americano às experiências coletivistas dura até o s dias de hoje, malgrado as tentativas cíclicas de reintroduzi-las subrepticiamente por meio de manobras b urocráticas que escapam ao controle do eleitorado, as qu ais terminam sempre no fracass o geral e no subs eqüente retorno à constataç ão de Bradford: “Deus, na sua sab edoria, viu um ou tro rumo melhor para os homens.” / Há muita gente que, não gosta ndo do socialismo, se cu rva de bom grado à s ua pretensa necess idade histórica, sob a alegação de que o povo “precisa pass ar por isso” para ap render com a experiência. Uma das pou cas coisas de que me gabo é nunca ter apelado a essa des culpa idiota para justificar meus erros. Adotei como divisa a máxima atribuída pelo povo gaiato ao ex-presidente Jânio Quadros -- “Fi-lo porque qui-lo” -- e, s em nada conceder ao fatalismo retroativo, c ons idero-me o único autor de minhas próprias cacas (afinal, a gente tem de se orgulhar de alguma coisa na vida). / O problema com a experiência é a dos e: a quantidade de veneno de cobra numa vacina não é a mesma da mordida real. O que edu ca não é propriamente a experiência , mas a rememoração meditativa depois dela. A condição para iss o é que você saia da experiência vivo e não muito d anificado. Uma coisa é a miniatura d e socialismo nu ma colônia de peregrinos . Outra são décadas de ditadura so cialista em extens ões t erritoriais continentais como a da Rús sia e a da China. O Brasil ainda não chegou a esse ponto, mas já pass ou muito além do limite em que a experiência pode ensinar alguma coisa em vez de lesar o aprend iz para se mpre. O vício es tatista e coletivista é muito antigo e pertinaz, a intromissão do Estado na econo mia é muito vasta e profunda para que s e poss a simplesmente parar tudo de uma hora para a outra e meditar s obre o fracass o da experiência. Nem se pode designar com esse nome o que já s e tornou um estilo de vida, uma cosmovisão, uma religião, um imperativo categórico investido de fatalidade quase cósmica: um empresário brasileiro sem subsídio estatal se sente tão desa mparado quanto um inglês sem guarda-chuva, um russo sem vodc a ou um italiano sem mãe. Inversa e complementarmen te , não cheg ou a ser uma experiência a tentação de capitalismo liberal do brevíss imo gov erno Collor, punida exemplarmente pelo superego estatista sob o pretexto de crimes jamais provados e abortada na gestão su bseqüente pelo escând alo das pseudo-liberalizações monopolistas, que um presidente socialista, patrono da revolução no campo e membro de carteirinha da Internacional temporariamen te disfarçado em adepto da liberdade econômica, forçou para dar a seus correligionários o prete xto que queriam para voltar correndo aos braços do Est ado-babá. / A imersão do Brasil na poção miraculos a do es tatismo já durou tempo d emais para que um mergulho ainda mais profundo e durado uro poss a valer como experiência didática, exceto no sentido em que é didático trancar-se nu ma jaula com um tigre faminto pa ra averiguar se come ge nte. / Mas até es sa advertência é tardia: já demos es se mergulho, já es tamos dentro d a jaula. O tigre já está lambendo os beiços. Os que quiserem es perar para s ó tirar conclusõ es quando ele começar a palitar os den tes não terão tempo para isso , pois estarão espetados no palito, reduzidos à condição de fiapos de si mesmos. / Não há covardia mais torpe que a covardia da inteligência, a burrice voluntária, a recusa de juntar os pontos e enxergar o sentido geral dos fatos. Toda a chamada “opos ição” nacional é cu lpada desse pecado q ue terminará por matá-la. Não faltam aí po líticos e intelectuais qu e protestem contra afrontas isoladas, mas não há um só que cons inta em apreender a unidade estratégica por trás delas, clara e manifesta, no entanto, para quem tenha algum es tudo, por modesto que s eja, da técnica das revoluções s ociais. / Muitos são os que se s entem insultados pela proposta inde cente de cursos esp eciais p ara o MST em universidad es públicas, com c oncess ão de diploma superior e dispensa de exame escrito, tendo em vista o direito dos doutores ao analfabetismo, já con sagrado como um mérito na pes soa do sr. presidente da República e em p arte na do próprio ministro da Cultura (seja isto lá o que for). Mais ainda s ão os que s e revoltam contra a obs tinada impos sibilidade de punir qualquer mandatário petista, mesmo com provas cabais de crimes incomparavelmente superiores ao de um juiz Lalau, de um Maluf e de um P. C. Farias, todos somados. / O que não percebem é que, em ambos os cas os, se trata da aplicação de um mesmo princípio básico da estratégia revolucionária, qu e é a progress iva subs tituição do sistema de legitimidades vigente por um nov o sistema fundado na solidariedade partidária mafiosa. Não s e trata nem de sugar vantagens ocasionais para o M ST, nem de proteger improvisadamente um criminoso v ermelho d e colarinho branco . Estas sã o apenas opo rtunidades para a aplicação do princípio. Ao pos tular abertamente vantagens ilícitas para seus protegidos ou festejar descaradamente a impunidade do corrupto-mor, o esquema esque rdista dominante es tá enviando à nação uma mesma mensagem, que os an alistas de plantão podem não perceber, mas que cala fundo no s ubcons ciente do povo e impõe, com a força do fato cons umado, o império da nova lei. Traduzida em palavras, a mensage m diz: “A velha ordem cons titucional acabou. O Partido-Príncipe está acima de todas as leis. Ele é a fonte única de todos os direitos e obrigações.” / Em t odas as revoluções so cialistas, essa mudança d o eixo da autoridade é ao mesmo tempo o mecanismo básico e o
objetivo e ss encial. Na Rússia, anos de boicote à administração oficial e de paras itagem das s uas prerrogativas pelos sovietes antecederam a proclamação explícita de Lênin ao voltar do exílio: “Todo o poder aos sovietes ”. Há décadas o MST, que tem uma estrutura e composição interna abso lutamente idênticas às dos s ovietes – não constituindo uma organização ag rícola, mas um todo político-militar complexo, com esp ecialista s em toda s as áreas, do marketing à técnica de guerrilhas – já v em habituando a opinião pública a aceitar pas sivamente a s ua cínica usurpação de direitos au to-legados, pass ando por cima da lei. Desde o instan te em que o governo do sr. Fernando Henrique Cardoso – cúmplice consciente de um proces so que ele conhece mais do que ninguém – aceitou alimentar com uma pletora de verbas públicas uma entidade legalmente inexistente, estava instaurado o direito à ilegalidade em nome da superior legalidade revolucionária. Des truindo voluntariamente a ordem estab elecida, o sr. Cardos o teria sido objeto de impeach ment se sua pantomima de “neoliberal” não tives se ento rpecido as lideranças p olíticas e empresariais hipoteticamente direitistas, tornando-as insensíveis ao desmantelamento da ordem, porque era preferível que viesse “de um de nós” em vez do espan talho petista. Cardoso elegeu-se com o simples endos so da frase “Esqueçam o que eu escrevi”. Poucos meses depo is, seu conluio com o MST trouxe a prova de que ele próprio não se esquecera de nada. / Com a ajuda de uma popularíssima novela da Globo, as invasões de terras foram então legitimadas : a entidade sem registro recebia o regist ro daquilo que roubav a. Muito mais importante d o que a po ss e das terras era, para o MST, ess a imposição da sua vonta de como força supe rior às leis. Era, já, a trans ferência tácita do poder aos sovietes . / As terras podiam não servir de grande coisa, excluída a sua posição estratégica ao longo das estradas , nem sempre boa para o plantio, mas apta a paralisar o p aís n uma futura e talvez até des necessária hipótes e insurrecional. Usá-las para plantar jamais e ntrou em cons ideração exceto no mínimo suficiente para jogar areia nos olhos da opinião pública. A prova é que, transformado pelo roubo oficializado no maior p roprietário de terras q ue já houv e neste país, o MST não produz se quer o necess ário ao sus tento dos seus membros, que se nutrem de alimento muito mais subs tancioso: verbas públicas, direitos u surpados , ocupação do espaço aberto pela legalidade acov ardada que recua. / Quan to à impunidade do sr. José Dirceu, é extens ão lógica da transformação do STF e m asses soria jurídica d o Partido-Príncipe. Não é um improviso espertalhão: é um capítulo previsível da história da impos ição do poder revolucionário pelos meios esquivos e anes tésicos conceb idos por Antonio Gramsci mais de s ete décadas atrás. Desde 1993 ven ho tentando chamar a aten ção do empresariado, das Forças Armadas dos intelectuais não comprometidos com o poder esque rdista para a obviedade da aplicação do esq uema gramsciano não s ó pelo PT, mas pelo conjunto dos partidos esquerdistas aglomerados no Foro de São Paulo. Passo por pass o, etapa por etapa, anu nciei antecipadamente cada no vo lance da implementação da estratégia. Em vão. Excetuando cinco ou s eis homens sens atos que c ompartilharam imediatamente das minhas preocupações , mas cujo n úmero e poder eram inversa mente proporcionais ao mérito da sua coragem intelectual, a respos ta que recebi foi sempre a mesma, vinda das mais variadas fontes . Neste país de gente pomposa e bu rra, o es tudo mais extenso, o conhecimento mais p reciso dos fatos, a descrição mais exata do seu encadeamento racional nada valem diante do apelo a um chavão tranqüilizante. Despediam-se do problema por meio do rótulo “teoria d a cons piração” -- e iam descan sar seus traseiros gordos e sua s consciências balofas no leito macio da traição pas siva. Não perdôo n inguém: ricaços presunçosos, generais perfumados , senado res de musical pornô. E não me venh am com patacoadas pseudo -evangélicas: Jesu s ordenou perdoar as ofens as feitas a nós pe ss oalmente; jamais nos deu procuração para perdo ar as ofensas feitas a terceiros, muito menos a uma nação inteira. Por isso lhes digo: vocês todos s ão culpados da degradação sem fim qu e este país está sofrendo. Tão culpados quanto qualquer José Dirceu. E nem falo d aqueles que, percebendo claramente a debacle, se adap taram gosto samente a ela, distribuindo medalhas a criminosos, s ubsídios a vigaristas, afagos a quem s ó não os mata p orque não chegou a hora. Esses não pecaram por omissão: ao contrário, nunca agiram tanto. Alguns já colheram o fruto amargo da bajulação: foram esmagados s ob o pes o dos s acos que puxavam. Outros não perdem por esperar. Quando a injustiça s e eleva ao e statuto de norma geral, ironicamente sobra s empre um pou co de justiça nos detalhes. / Mas , cavando um pouco mais fundo no es tudo dos fenômenos acima apontados , descobre-se que a imposição cínica de direitos auto-arrogados n ão é nem mesmo um simples instrumento da es tratégia de tomada do poder: é u m traço co nstan te e uniforme da mentalidade revolucionária, nascido muito antes de qu e esse instrumento fosse concebido por Lênin no contexto da via insurrecional e adaptado po r Gramsci à estratégia capciosa da revolução anes tésica. / Norman Cohn, em The Pursuit of the Millenium (Oxford University, 1961), ass inala uma característica proeminente de certas s eitas gnósticas medievais: seus ade ptos sentiam-se tão intimamente unidos a Deus que s e imaginavam libertos da pos sibilidade de p ecar. “Isto, por sua vez, os liberava de toda restrição. Cada impulso que sen tiam era vivenciado como uma ordem divina. Então podiam mentir, roubar ou fornicar s em problemas de cons ciência.” / Enquanto ess as seitas se refugiavam em círculos estreitos de iniciados esotéricos, a pretensão de imunidade ess encial ao pecado não passou de um delírio de auto-adoração grupal. Na entrada da modernidade, porém, como observou Eric Voegelin em The New Science of Politics (University of Chicago, 1952), ess as seitas se exteriorizaram em poderoso s movimentos de massas. Foi quando começou a Era das Revoluções . Transpos ta para a esfera da ação política, a autobeatificação permiss iva deu origem à moral revolucioná ria que isenta o militante de todos os deve res morais para com a sociedade existente, s antificando as su as mentiras e seus crimes em nome dos méritos de um e stado s ocial futuro que ele se autoriza a exib ir des de o prese nte como salvo-condu to para praticar o mal em nome do bem. / Uma das primeiras manifestaç ões des sa transmutação de uma falsa sabedoria esotérica em movimento revolucionário de massas foi, precisamente, a Revolução Puritana na Inglaterra. Nela já es tão presen tes todos os elementos da autobeatificação petista – e não s ó petist a, mas esquerdista em geral, com especial destaque para a “teologia da libertaçã o”: a absoluta ins ens ibilidade moral aliada à reivindicação de méritos sublimes; a idealização do “pobre” como portador de uma s abedoria excelsa não apesar mas em razão de sua incultura mesma; a vontad e férrea de impor seu próprio critério grupal de justiça acima de tod a consideração pelos direitos dos outros ; o mito da propriedade coletiva; a pseud omística de um Juízo Final te rrestrializado e identificado co m o tribunal revolucionário. / Pois bem, foram es ses mesmos puritanos que, fracas sado o intento revolucionário na Inglaterra, vieram criar s eu simulacro de paraíso no Novo Mundo. A resistência da sociedade, que encontraram na Europa, ainda podia ser explicada como ob stinação dos maus que n ão se rendiam à autoridade dos “Santos”. Mas o que os “Santos ” encon traram do ou tro lado do o ceano n ão foi nenhuma discordância humana: foi a resistência implacável da natureza material, a es trutura da realidade -- ou, em linguagem teológica, a vontade de Deus. A ela soub eram no entan to conformar-se, diante da s egunda derrota, os teimosos puritanos. Trocando s eu orgulho pe la humildade q ue lhes ensinava o s ábio Bradford, tornaram-se mansos e herdaram a Terra. / No Brasil, a s oberba dos revolucionários, alimentada pela cov ardia geral e pela cumplicidade de muitos Cardoso s, ainda vai levar muito tempo para s e chocar de encontro aos limites da realidade. Comparadas as p roporções entre a experiência dos p uritanos e a deles, não é p rovável que iss o aconteça s em uma d ose d e sofrimento superior àquela da qual pode res ultar algum aprendizado. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/051128dc.htm ); *Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 17.05.06: A eloqüência dos fatos - Mes mo depois que a insurreição geral do crime organizado, com o apoio do MST e das Farc, subjugou e humilhou a maior capital latino-americana, ainda haverá quem negue o avanço da s ubversão comunista no con tinente e, desviando a atenção pública das verdadeiras forças ativas por trás des se desc alabro, bus que entorpecer as consciências com as explicações "s ociológicas" de sempre. / Mas , apes ar de todo o prestimoso divers ionismo da mídia e dos bem-falantes, é muito difícil não enxergar, nos acontec imentos das últimas semanas, um complexo de ações coordenadas do Foro de São Paulo para qu ebrar a esp inha da nação brasileira e entregar o nos so povo, de joelhos, aos agentes da revolução continental. / Se os líderes da insurreição criminosa que esp alhou o terror na cidade de São Paulo admitem franc amente ter sido treinados e ajudados pelo MST, e se o dirigente máximo des te movimento, ao mesmo tempo, oferece os tens ivamente a ajuda da sua militância ao ag ressor estrangeiro que sob os olhos complacentes do noss o presidente invadiu os posto s da Petrobrás, a mensagem dess a conjunção de fatores é bem nítida: não há autoridade, não há soberania, não h á ordem nem lei acima do comando sub versivo
continental. / Pouco falta para que a Nação, atônita e amedrontada, aceite essa mensagem com a naturalidade de quem s e curva a "um imperativo categórico, um mandamento d ivino", para usar as palavras com que Anton io Gramsci definia a auto ridade do partido revolucionário. / A articulação e o timing foram perfeitos: com poucos dias de distância, o governo da República ensina o país a curvar-se s ervilmente ao insulto que venha d a fonte ideológica apropriada, o MST proclama orgulhosamente seu direito de lutar contra o país, o indulto presidencial solta 12 mil presos e a "d emocracia direta" dos homens armados impõe o toque de recolher a vinte milhões de brasileiros. Alguém ainda é idiota o bastante para achar que foi tudo uma coincidência fortuita, que ações enormemente complexas como es sas q ue estamos vendo podem ser improvisadas do dia p ara a no ite, sem nenhuma comunicação entre os vários focos geradores da revolução continental? / Pelo menos o líder dos criminosos rebelados, que confess a ter estudado muito Lênin, s abe que iss o é imposs ível. Também o sa be o fundador e presidente crônico do Foro de São Paulo, temporariamente afastado para exerce r o papel de presidente do Brasil. / Os fatos estão visíveis, mas muitos brasileiros ainda insist em em não tirar deles as conclusões mais óbvias e incontornáveis. É que, nes sas criaturas, o medo da chacota cínica superou o instinto de sobrevivência. O cérebro delas está chegando àqu ele ponto de entorpecimento em que já não é po ss íveldistinguir o v ivo do morto. / Psicologicamente, é es clarecedor que essa explosão de brutalidade e arrogância so breviess e nos mesmos d ias em que o seminário Democracia, Liberdad e e o Império das Leis rompia um s ilêncio de décad as. A longa e sistemática s upress ão das idéias liberais e co nservadoras criou o vazio no qual o establishment es querdista plantou o complexo de preconceitos e inibições que desarma a sociedade e instila nos d elinqüentes a confiança ilimitada – e, como bem se viu, justificada - no seu poder de ação. / Nós todos , participantes do seminário, est ávamos consc ientes de que é noss o dever tirar o País das mãos dos criminosos que o d esgov ernam e o atormentam. Cada palavra que ali se disse refletia um s entimento de urgência q uase des esperada. Em to rno de nós, os fatos , com a eloqüencia cruel dos tiros e do sangu e, nos davam mais razão do que desejaríamos ter. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/060517dce.html ); *Olavo de Carvalho, Jornal do Brasil, 20.07.06: Fato cons umado - Uma revolução não con siste em “tomar o poder”. A tomada d o poder é apenas um elo numa cad eia de transformações que começa muito antes e termina muito depois dela. Uma revolução é um proces so complexo, que s e estende por décadas e s e des enrola com ritmos des iguais, entre fluxos e refluxos, às vezes simulando ter cess ado por completo, às vezes precipitando-se em crises espas módicas que parecem o fim do mundo. Durante muito tempo, a unidade do process o só é visível aos que o planejaram e a u ns poucos obs ervadores qualificados. O restante da população se deixa confundir pela variedade polimorfa dos acon tecimentos, sem atinar com a lógica por trás da confus ão aparente. / Uma das linhas de força essen ciais que compõem uma revolução é a lenta e gradativa subs tituição da ordem legal por um novo critério legitimador, injetado sutilmente, de início, mas depois impondo-se de maneira cada vez mais des carada, até que o apelo à antiga norma se torne reconhecidamente impotente, redu zindo-se a objeto de chacota. / O MST poderia, sem dificuldade, ter-se registrado como ONG e solicitado legalmente a ajuda financeira do Estado. Se não o fez, não foi tanto para escapar à responsabilidade civil e penal, mas por um cálculo estratégico muito preciso: mais importante até do que instituir a violência e o terror como meios válidos de acesso à propriedade da terra era subjugar e u sar o próprio Estado c omo instrumento legitimador do proce ss o. Desde o momento em qu e o governo federal aceitou financiar com dinheiro dos impostos os crimes praticados por uma entidade legalmente inexistente, inimputável portanto , a antiga estrutura jurídica d o Esta do cess ou de existir. Discreta e impercebida, mas nem por isso menos pos sante, a nova hierarquia legal que e ntão pas sou a vigorar baseia-se na imposição tácita da ideologia revolucionária como fonte de todos os direitos e obrigações , revogadas as disposições em contrário. Ess a invers ão radical do critério de legitimidade é muito mais decisiva do que a subs eqüente tomada do poder, que não faz sen ão dar expressão v isível ao fato cons umado. / Não há p ortanto nada de estranho em que um órgão tão representativo do pens amento das elites nacionais como a Escola Superior de Guerra s e disponha a ouvir com humildade e respeito as lições do sr. João Pedro Stedile . O chefe do MST é algo mais do que mera autoridade: como primeiro cidadão oficialmente liberado pelo Estado para pass ar por acima d as leis e remoldá-las à sua imagem e se melhanç a, ele é a célula-mãe, o símbolo gerador, o modelo v ivo da nova ordem. A ESG tem mesmo é de bater-lhe continênc ia e, se poss ível, beijar-lhe os pés, se conse guir erguer-se para alcançá-los. / Em contraste com ess e auto-aviltamento masoqu ista, o brigadeiro Ivan Frota, ao tomar posse na presidência do Clube da Aeronáutica, advertia dias atrás contra “grupos paramilitares extremados, travestidos de ‘movimento s sociais’, desencadeando uma orquestrada programação de vandalismo indiscriminado, ante a inação e até o velado apo io de autoridades governamentais do mais alto es calão”. É sinal ausp icioso de que n em todos, nas Forças Armadas, es tão contentinhos de viver no “mundo às avess as”. / Mas , no mundo civil, proliferam os sinais de adapt ação feliz à ordem invertida. O juiz Ricardo Aug usto Soares Leite, da 10ª Vara Federal, por exemplo, induzido pelo governo a soltar os 32 bade rneiros do MLST, baixou sen tença alegando que a culpa pela depredação da Câmara não foi deles, e sim da própria Câmara, que, advertida da chegada dos militantes , não se preveniu contra o ataque . / Pela lógica do magistrado, se eu pub licar aq ui um aviso de que vou lhe fazer uma v isita e ele não contratar de imediato um segurança para proteger sua cabeça oca, estarei no direito de rachá-la a pauladas com plenas garantias de que semelhant e truculência não me será imputada judicialmente. A sorte de S. Excia. é que não há nada na s ua caixa craniana que valha o esforço de quebrá-la. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/060720jb.html ); *Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 27.07.06: Proposta indecente - Se há um assunto sobre o qual não faltam informações, é o MST. Há os livros e discursos do sr. João Pedro Stedile. Há uma infinidade d e panfletos, sites da internet, notícias, artigos e entrevistas de jornal, bem como documentários da TV nac ional e internac ional. Há os relatórios da polícia e d o Ministério da Reforma Agrária. Há, para quem deseje saber algo contra, os livros de Xico Graziano (O Carma da Terra n o Brasil) e Nelson Ramos Barreto ( Reforma Agrária — O Mito e a Reali dade), sem contar os relatos de observação direta do advogado paulista Cândido Prunes . / Mes mo supon do-se, para raciocinar por abs urdo, que nenhum dos militares que freqüentam a Escola Superior de Guerra tivess e jamais acess o a dados colhidos pelos órgãos de inteligência, ainda as sim o material existente sobre os sem-terra é abund ante, e o tempo que todos os interessado s tiveram para estudá -lo foi bem longo. O general Barros Mo reira, c omandante d a ESG, está e s empre es teve ciente de que uma simples palestra, pronunciada por uma criatura que não prima p ela erudição nem pela criatividade d a inteligência, não poderia acrescentar algo de subs tancial e novo ao que ele próprio e os demais membros da Escola já s abiam de cor e salteado. Não poderia e não acrescentou: o sr. João Pedro Stedile nada disse ali que já não tives se dito pelo menos uma dúzia de vezes. Em compens ação, acres cento u um novo brilho ao s eu próprio curriculum: de chefe de uma organização ilegal e criminosa, foi elevado à condição de porta-voz de uma corrente de o pinião legítima, merecedora não só de discus são respeitosa nos altos círculos intelectuais da naçã o como também do s aplausos entus iásticos que a platéia esguiana não lhe regateou. O general sabe hoje, como s abia ao formular o conv ite, que esse seria o único efeito previsível da recepção dada ao ch efe do MST nu ma instituição que, afinal, já foi bas tante respeitável no pass ado. / Ao alegar que “a ESG tem de ou vir os dois lados” e que se Stedile é criminoso “isso é problema da Justiça e não d a ESG”, o gene ral só forneceu a prova cabal de que, na s ua op inião, entre o lado da Jus tiça e lado do crime a instituição que ele preside deve s er imparcial e s oberanamente indiferente. Ele apenas se es queceu de esclarecer que esse nivelamento é a ess ência mesma do crime, o qual não seria crime se respeitass e o primado da lei em vez de ombrear-se co m ela. / Apagar a diferença entre a legalidade e a ilegalidade é aliás a estratégia deliberada e con stante do próprio MST, conforme expliquei em artigo recém-publicado (http://www.olavodecarvalho.org/semana/060720jb.html ): “O MST poderia, sem dificuldade, ter-se registrado como ONG e solicitado legalmente a ajuda financeira do Estado. Se não o fez, não foi tanto para escapar à responsabilidade civil e penal, mas por um cálculo estratégico muito preciso: mais importante até do que instituir a violência e o terror como meios válidos de acesso à propriedade da terra era su bjugar e usar o próprio Estado como instrumento legitimador do processo... Essa inversão radical do critério de legitimidade é muito mais decisiva do que a su bseqü ente tomada do poder, que não faz senão dar expressão visível ao fato
consu mado.” / Que um governo que coloca sua s alianças revolucionárias acima das leis e da Constituição a jude o M ST a implementar ess a transição não é, em si, nada de es tranho. A novidade é que um alto oficial das Forças Armadas, personificando uma instituição reconhecida como expressão do pen samento militar, se disponha tão bisonhamente a colaborar nes sa empreitada s inistra, fundada num dos mais pérfidos cálculos es tratégicos da elite gramsciana q ue conduz o process o da revolução continental. / Segundo o Art. 142 da Constituição, incumbe às Forças Armadas garantir os pod eres constitucionais, e não ajudar a corroê-los por meio de ardis maliciosos como es se no qual o sr. Stedile s e tornou o su premo expert . / Mas o general Barros Moreira não se limitou a pass ar por cima da Constituição. Tomando uma decisão que ele não p odia deixar de saber que iria chocar a s ensibilidade de quase todos os s eus companheiros de farda, e le infringiu ostens iva e conscientemente o Regulamento Disciplinar d o Exército, que, no seu Anexo 1, proíbe “concorrer para a discórdia ou a des armonia ou cultivar inimizade entre militares”. / Se ele o fez com cara de inocência, das duas uma: ou foi por s er idiota o bas tante para acreditar que não hav ia niss o nada de mais, ou foi p or saber que a camuflagem anestés ica é indispens ável à transição indolor pretendida pelo M ST. Nos dois cas os a indignação qu e tantos oficiais militares vêm mostrando contra ele é mais do que justa: é moralmente obrigatória. O que ess e homem lhes pe diu foi que se curvas sem alegremente à desonra conse ntida, depois de tant as humilhações já impostas às Forças A rmadas. Foi a p roposta mais indecente q ue um oficial brasileiro já fez à corpo ração militar. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/060727dce.html ); *Olavo de Carvalho, Jornal do Brasil, 03.08.06: Os motivos do general - Se alguém ainda tem dúvida quan to aos motivos que levaram o general Barros Moreira a transformar a Escola Superior de Guerra em agência de publicidade do MST , por favor informese sobre a palestra que ele deu na Faculdade Boa Viagem, no Recife, em novembro de 2005. O homem é obv iamente um chavista devo to, um servidor do Foro de São Paulo. / Oficiais militares presentes à palestra ficaram chocados de ver até que ponto a infiltração comunista havia colocado a ESG a s erviço da revolução continental, lutando contra a qual to mbaram tan tos so ldados brasileiros cuja memória, para os Moreiras, parece não s ignificar n ada. Recebi pela internet o depo imento de um daq ueles oficiais. Se o gen eral vier com desconversa, publico o documento na íntegra. [...]. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/060803jb.html ); *Olavo de Carvalho, Jornal do Brasil, 18.01.07: Lição repetida - Se vocês ainda têm dúv idas de que existe neste país um poderoso e bem armado esquema revolucionário, subo rdinado ao Foro de São Paulo, ass ociado às Farc, protegido pelo governo federal e pronto para dominar num insta nte vastas parcelas do território nac ional, leiam o o fício número 052/P2/2006 enviado pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul à 3ª. Vara da Comarca de Carazinho em 18 de maio de 2006. / Entre os municípios g aúchos de Palmeira das Miss ões , Iraí, Nonoaí, Encruzilhada Natalino, Pontão e Pass o Fundo, há 31 acampamentos do MST, articulados uns com os outros como uma rede d e vas os comunicantes. Com técnicas aprendidas da guerrilha colombiana, há anos eles mantém a população local sob a cons tante ameaça de roubos e invasões, mas de há muito a coisa já pas sou da etap a das ações avulsas. Segundo a Brigada Militar, “o arrojado plano estratégico do MST, sob a orientação de operadores estrangeiros, é adotar nes sa rica e produtiva região o método de controle territorial branco tão lucrativamente us ado pelas Farc na Colômbia”. / O primeiro pas so seria dominar a zona entre as rodovias RS-324 e BR-386, avançando depois até à fronteira com o Uruguai e ad quirindo o controle total do tráfego rodoviário nessa área. / Perigo idêntico vai crescendo em outras regiões. Um estud o feito pelo advogado paulista Cândido Prunes , mapeando criteriosamente os acampamentos do MST n o nordeste do país, mostrou que as zonas ocupadas n ão são predominantemente locais de plantio, mas áreas estratégicas à b eira das rodovias . / Mas, des de que existem guerras e revoluções, a fórmula da sua preparação é a mesma: robustecer os meios de ataque e enfraquecer as defesas do adversário. Esta segun da parte consiste basicamente em privá-lo das informações que ele neces sitaria para articular a resis tência e alimentá-lo, ao contrário, de mentiras sedutoras que o induzam à pas sividade suicida ante o des enlace sangrento qu e se ap roxima. / Os planos revolucionários do M ST seriam inofens ivos perante uma sociedade consciente do perigo comunista e organizada para enfrentá-lo. A sociedade brasileira não é n ada diss o. Mantida em es tado de alienação e ignorância, ela acredita q ue o comunismo morreu, que o Foro d e São Paulo é “teoria da cons piração” e que as nossas instituições são indestrutíveis. Os “formadores de opinião” que a estupidificaram para torná-la indefesa são co laboradores ativos da revolução em marcha. Ap lanando o caminho p ara a tragédia, criaram toda uma cultura da rendição, onde qualquer veleidade de anticomunismo é cond enada como crime hediond o ou pelo menos s intoma de doença mental. Tiraram da vítima o des ejo de resistir. Foi a lição que aprenderam de Anto nio Gramsci e do próprio Lênin. / Ma s quem escreveu a conclusão deste artigo foi Winston Churchill, meio século atrás: “A incapacidade de p revisão, a falta d e vontad e para agir quan do a ação dev eria se r simples e efetiva, a escas sez de pensamento claro, a confusão de opiniões até o momento em que o salve-se quem puder soa o seu gong o estridente – tais são os traços qu e cons tituem a infindável repetição da História.” (http://www.olavodecarvalho.org/semana/070118jb.htm ); * Veja.com, Blog do Reinaldo Azevedo , 20.01.07: O MST é muito eficiente: invad e e ocupa até página do Estadão - Abaixo, às 6h23, vocês enco ntram um post de matéria do Estadão sobre conflitos entre s em-terra e s egurança de proprietários rurais. Lê-se lá: “A temperatura v oltou a subir na zona rural e já preocupa as autoridades e as lideranças dos movimentos sociais. No espaço de duas semanas, entre os dias 3 e 16 des te mês, eclodiram em diferentes p ontos do País três conflitos com a participação d e homens armados e ligado s a milícias particulares.” / Vejam só: invasores de terra são tratados como “lideranças so ciais”. Seguranç as de proprietários const antemente ameaçados pelo MST são chamados de “milícias particulares”. Em quatro linhas, há t oda uma história de ades ão do jornalismo a uma caus a: de um lado, o do Bem, estão o governo e “lideranças sociais”. Eles se mostram “preocu pado s” co m a violência. Do outro lado, o do Mal, as “milícias particulares”, que aparecem como promotores d a violência. / Continuemos com o texto: “’Se não houver uma pronta reação das autoridades, esse tipo de ação vai s e espalhar’, diz o c oordenador do Movimento dos Sem-Terra (MST), no Paraná, José Damasceno .’ ‘Estamos preocupados com a diss eminação do us o de armas ilegais entre esses grupos’, confirma a secretária de Justiça e Direitos Humanos do Pará, Socorro Gomes”. / Viram? O MST, que promove invasõ es, que decide quando e ond e vale a propriedade privada, q uer a “pronta reação das autoridades”. Traduzo para vocês : quer invadir co m proteção policial. O secretário de Jus tiça do governo do Pará, petista , está “preocu pado ”. Não lhe ocorre ga rantir a lei em seu Estado, mas se mostra ass ustado com as “armas ilegais” — as da s “milícias”, é claro. Aqu elas empregadas para invadir propriedade alheia devem lhe parecer p arte do jogo político. / Que es sa gente pense ess e lixo, acho normal. São militantes a s erviço de uma causa. Que um dos principais jornais do país caia nes sa conversa e passe a fazer lobby para o MST, aí já pass a um pouco da conta. Ou o Estadão se trans formou agora num panfleto dos sem-terra? (http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/mst-muito-eficiente-invade-ocupa-ateuma-pagina-estadao/); *Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 19.11.07: Cartas a um amigo americano – I - Quand o você estev e no Brasil trinta an os atrás, o pano rama de miséria, atraso, opres são e taxas altíssimas de mortalidade infantil por des nutrição parecia ser o resultado inevitável de um regime político dominado por oligarcas rurais co rruptos e de uma eco nomia agrícola latifundiária e monoculturista. / A reforma agrária, com distribuição de terras e ajuda estatal aos pequenos proprietários, parecia ser o remédio mais adequado para a s ituação desesperadora de milhões de brasileiros, mas os sen hores do poder opunham à sua aplicação uma resistência obstinada, através do Congress o e da mídia. / Nos grupos políticos, intelectuais e militares livres de compromisso s co m os oligarcas , não havia muita divergência nem quan to ao diagnós tico, nem quan to à terapêu tica. A neces sidade da reforma agrária era admitida pelo cons enso geral, só restando sa ber quem iria promovê-la, a esq uerda ou a direita. Esta última, subindo ao poder em 1964, tomou logo a dianteira, promulgando o Estatuto da Terra e fundand o em 1970 o Ins tituto nacional de Colonização e Reforma Agrária, que é até hoje o centro de comando da reforma agrária no Brasil. / No mesmo ano, a oposição comunista criou o Mo vimento dos Sem-Terra, para lutar por um modelo alternativo de reforma. Enquanto o governo preferia distribuir terras sem dono , aproveitando a reforma como instrumento de colonização das imensas áreas des ocupadas do país, os comunistas preferiam invadir e ocupar as fazendas dos oligarcas, dando ao
empreendimento o teor de luta de classes . / De início, o pretexto para fazer isso foi que s e tratava de terras improdutivas, mas logo a distinção se tornou puramente aca dêmica, pois fazendas altamente produtivas – algumas consideradas modelares pelos padrões da FAO – p ass aram a ser também invadidas. Invadidas, queimadas e totalmente destruídas. Iss o mostrava claramente que o objetivo do MST não era a produção agrícola, mas sim a ocupação de es paços es tratégicos que lhe dessem o controle sobre o sistema rodoviário, como acabou de fato acontecendo . / Outra d iferença é que o modelo g overnamental privilegiava a exportação, enquanto o s comunistas chamavam iss o de conces são ao imperialismo e diziam preferir o mercado interno, embora jamais explicass em co mo abasteceriam o mercado interno (ou qua lquer outro) queimando os meios de produção. / Antes , porém, que a d istribuição de terras, seja pelo modelo governamental, s eja pela via comunista, pu dess e obter qualquer resultado economicamente sens ível, sobreveio na d écada de 80 uma suces são de fatos extraordinários que modificaram todo o quadro. No centro-oeste do Brasil há uma imensa extensão de terras que são as mais férteis do País. Uma p arcela significativa d ess a área foi ocupa da pelo MST, cujos militantes, embora su bsidiados pelo governo, não cons eguiram -- é claro -- administrá-la, pass ando então a vender suas propriedades. Estas foram compradas, em pa rte, pelos antigos oligarcas, mas s obretudo por peq uenos prop rietários d o Sul, que as sim s e tornaram g randes proprietários no centrooeste. / Usando técnicas agrícolas aprimoradas, eles con seguiram em pou cos anos aumentar de tal modo a produção agrícola das grandes fazendas, qu e o preço dos alimentos básicos se tornou muito barato e o p roblema da fome praticamente desapa receu da cena brasileira. / Decerto, o c andidato pres idencial Luís Inácio Lula da Silva venceu as eleições de 2002 e 2004 anunciando um programa chamado Fome Zero, voltado aos "cinqüenta milhões de brasileiros que pass am fome", mas, após um dos c omícios em que voltava a esse ass unto, foi filmado declarando a seu s ass essores, na intimidade , q ue esse número era pura mentira. / E era mesmo. No Brasil u m frango cus ta um dólar, um litro de leite meio dólar, o quilo de carne b ovina dois dólares e meio, uma baguette cinqüenta centav os de dólar. Com cinqüenta ou ses senta dólares por mês você come san duíches de carne e toma leite todos os dias. As mortes infantis po r des nutrição, que eram endêmicas u ns anos atrás , tornaram-se praticamente inexistentes . / O dinheiro distribuído pelo Fome Zero pode ajudar as pessoas a comprar sapatos ou a pagar a conta de luz, mas quase ninguém precisa dele para comprar comida. O MST, ricamente subsidiado pelo governo, continua clamando pela reforma agrária, mas é o maior latifundiário d o País e sua produç ão é irrisória. / Cada v ez mais o movimento se dedica a objetivos puramente político-estratég icos, invadindo e queimando fazendas produtivas ao longo das rodov ias, para poder paralisar o tráfego quan do bem entende e ass im exigir mais e mais dinheiro do gov erno. / Sua militância compõe-se em grande parte de d esempregados urbanos que perceberam as vantagens de transmutar-se em falsos agricultores sem-terra para poder viver de verbas es tatais ou, melhor ainda, de receber de graça terras do Incra, vendê-las e entrar novamente na fila. / Não esp anta que, ness as con dições, o objetivo declarado do MST, hoje, seja o de des truir precisamente a parte mais produtiva e próspe ra da agricultura nacional, o chamado a gronegócio. / É preciso acabar com es s a bête noire porque ela p roduz comida ba rata, alimenta o país e des moraliza não só o MST como também, n o fim d as contas , a própria idéia de reforma agrária. / A segun da parte da carta, na próxima segu nda. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/071119adc.html ); *Site Mídia sem Máscara, Ipojuca Pontes, 13.03.09: MST e a mídia global - Ao s e reportar à ação criminosa do exército paramilit ar do MST, a mídia brasileira, na s ua quase totalidade, procurando esconder da opinião pública o óbvio ululante nu nca revela ao leitor o que s e opera por trás das suces sivas invasões. Para ela, segund o se depreende da opinião dos seus editoriais, o avanço da programada violência rural pelas tropas do MST, a demonstrar a clara ameaça de co munistização do País, nã o pass a de soma de acidentes isolados, ainda que no civos, sem vínculos com a vontade de um governo que – opina - apen as con cilia “alianças p olíticas e ideológicas ecléticas. / Ao contrário do que se deixa entrever, o farto apoio e a ampla co bertura econômica, política, moral e ins titucional que o governo Lula presta ao MST não são fatos aleatórios: eles fazem parte do projeto de “transição para o s ocialismo” arquitetado pelo Foro de São Paulo, e ntidade representativa de organizações es querdistas transnacionais, fundada pelo próprio Lula e Fidel Castro, em 1990, com o objetivo de articular a “retomada na América Latina do que foi perdido no Leste Europeu”. (Quem porventura duvidar do aqui exposto , bas ta entrar no site “Mídia Sem Mascara” e cons ultar as atas oficiais da referida entidade). / À época, o d ito Foro congregava em reunião na capital paulista cerca de 300 organizações d e esq uerda (entre elas, o PT, as Farc e a Igreja da Teologia da Libertação , “mãe es piritual” do MST). O próprio Fidel Castro, em pessoa, durante a pos se de Collor de Mello, tramou com o ex-metalúrgico o avanço estratégico das forças comunistas (radicais ou não) em toda América Latina, a começar pelo campo. / A maneira ambígua de como o governo Lula trata o Movimento dos Sem Terra (MST), braço armado do projeto FSP, é também atitude premeditada: sem retoques, ela reedita a plena execução da velha tática bo lchevique do “morde e s opra”, adotada contra o governo Kerenski no golpe pela completa tomada do poder, na Rússia, em 1917. / Assim, quand o o “comissário” Tarso Genro, ministro da Jus tiça, considera que os quatro as sas sinatos cometidos em duas fazendas no interior de Pernambuco pelos líderes do MST, não pass a de açã o “arrojada”, e o presidente Lula, em c ontraposição, diz que, diante das mortes, “a afirmação de legítima defesa” alegada pelo movimento revolucionário é s implesmente “inaceitável” - não há aí ne nhuma contradição: tudo se encadeia no jogo de c ena para s e estabelecer o caos e co nfundir a opinião púb lica. Quem é do ramo, sabe. / Imaginemos a segu inte situação: um grupo de s ujeitos tidos como de “direita”, pertencente a um hipotético Movimento dos Sem Dinheiro (MSD), ganha passagens do erário público, viaja à Brasília e adentra no Ministério d a Justiça. Lá, uma vez no gabinete ministerial, um dos membros do g rupo dá uns bofetões na cara d e Tarso Genro e toma a sua carteira. / Enquanto ocorre a agress ão, em outro ministério, o da Fazenda, Guido M anteg a, eufórico, libera polpudas verbas para o Movimento dos Sem Dinheiro, via ONGs e ass ociações “legais” – visto que, tal como o MST, o MSD não te m personalidade jurídica e nem pod e recebe r recursos diretos do governo. / Pergunta-se : como reagiria o comissário Tarso Genro diante de tais acontecimentos? Diria que t udo não pas sa de atitude mais “arrojada” de um bando de po bres excluídos? Ou de tratar-se tão somente da neces sária mobilização de “se gmento da sociedade” empenhado em restab elecer justiça so cial? / Qualquer ana lista cons ciente sabe que a reforma agrária nunca foi o objetivo do MST. De fato, muito além de mero pretexto para es poliar (com voracidade) os cofres públicos, o es petáculo san grento das invasões de terras te m por meta primordial destruir a propriedade p rivada, cerne do cap italismo. Ass im, des de sempre, s eguindo programa traçado pelo Foro d e São Paulo, o q ue pretende João Pedro Stedile, líder do terror vermelho, é, como ele próprio confess a, confrontar o agronegócio, os transgênicos e o reflorestamento – para não falar nos banco s e nas empresas estrangeiras atuantes no País. / No entan to, um dado escandaloso s e abate sobre o fenômeno: ao se reportar à ação criminosa do exército paramilitar do MST, a mídia bras ileira, na sua quase totalidade, procurand o esconder da opinião pública o óbvio ululante nu nca revela ao leitor o que se opera por trás das su cess ivas invasõ es. Para ela, segu ndo se depreende da opinião dos seus editoriais, o avanço da programada violência rural pelas t ropas do MST, a d emonst rar a clara ameaça de comunistização do País, não pass a de soma de acidentes isolados, ainda que nocivos, sem vínculos com a vontade de um gov erno que – opina - apen as concilia “alianças políticas e ideológicas e cléticas”. / Tomemos, por exemplo, a leitura do editorial do “O Globo”, na sua edição de 03/03/09. Nele, por q ues tão de afinidade ideológica, o jornal prefere encarar o avançado proces so de trans ição para o socialismo, detonado primordialmente pela aç ão das esquerdas dentro da máquina do Estad o, co mo s imples ques tão de “má interpretação” d o presidente engajado. / Neste andamento, depo is de chamar a atenção para o contraditório depoimento de Lula sobre o as sas sinato dos quatro seguranças , em que o mandatário a um s ó tempo elogia e crítica a ação do MST, o jornal ponde ra em tom de alvíssaras que o exmetalúrgico “pelo menos fez aquilo que os ministros - Tarso Genro, da Justiça; e Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário – deveriam ter feito, e de forma enfática” – isto é, “O Globo” livra a cara de Lula pelo que ele cons idera “inaceitável”, mas não traduz em ação : ou seja, suspend er a doação do dinheiro público e mandar p rocessar e combater o bando paramilitar com os rigores da lei e da força d a Polícia Federal. / No mesmo editorial, av aliando o repasse de v erbas para o braço armado do proces so revolucionária e m andamento, “O Globo” o bserva, cheio de pudo res: “Não surpreende, mas assusta, que Guilherme Cassel e Dilma Rouss eff defendam,
a priori, a legalidade do s repasses , sem que haja uma investigação séria e isenta dos destino dos milhões liberados para entidades usada s como laranjas pelo MST”. / Mu ito sono ro e ponderado, já se vê , mas por que “ O Globo” n ão denuncia à opinião pública o projeto maquiavélico do Foro de São Paulo, a programar periodicamente metas da violência revolucionária no campo e, de forma camuflada, dentro do próprio aparelho do Estado, tomado ministerialmente pelos seus filiados ? / Por muito menos Roberto Marinho, em 1964, cons ciente do perigo, combateu firmemente o des governo Jango, cem vezes menos ameaçador do que o levado ad iante hoje por Lula da Silva, o manhos o criador (ao lado de Fidel Castro) do Foro t otalitário. (http://www.midiasemmascara.org/mediawatch /o globo/34-mst-e-a-midia-global.html); *Site Mídia sem Máscara, Nivaldo Cordeiro, 10.10.09: MST é o PT em ação - Os leitores do Esta dão foram no vamente ludibriados. O editorial deveria atacar Lula, por ter no MST um braço político, e José Serra, por se acovardar e não pôr a polícia para fazer o que precisav a ser feito. / Quem leu o editorial d a edição de ontem (8) do Estadão (Vandalismo sem limite) pode ficar c onfus o, se for leitor desatento do jornal. Certo, o editorial condena de forma clara os acontecimentos na fazenda de propriedade da e mpresa Cutrale, que teve 7 mil pés de laranjas d est ruídos de forma criminosa, sob o olhar complacente da polícia e da Justiça. O MST tem feito isso reiteradas vezes, sempre des afiante, sempre dando um pas so adiante na sua ousadia revolucionária. / O que o jornal fez, no entanto, foi desv incular os atos de ba nditismo do partido go vernante, o PT, co mo se o MST n ão foss e uma de suas facções mais proeminentes. Ao condena r a facção sem condenar o governo que tem o movimento como base política o jornal levou s eus leitores a pensar o mesmo, a achar que um nada tem a ver com o outro. Ora, o MST é cria do PT, vive de gordas verbas públicas e já foi recebido pelo Lula enquanto pres idente da República. Na ocasião, Lula c hegou a colocar o boné do MST, sua marca registrada, tanto quanto a s inistra band eira vermelha que en cima todo s os seus acampamento e que est á na vangua rda de suas marchas. / MST é também PT. Claro, é a facção mais comprometida com as ações bolivarianas. Seus membros jamais aceitaram o Esta do de Direito e entende m que a propriedade p rivada , em e special a fundiária, é roubo, seg uindo a linha revo lucionária inaugurada p or Rouss eau. Quando vejo es sas ações não p oss o deixar d e me lembrar das pág inas escritas pelo filósofo genebrino, que fascina nos sos revolucionários tupiniquins. O problema fundamental des sa gente é que, embora cevados como porcos em chiqueiro, com verba pública, eles acreditam nes sas sandices. Seu desejo é ch egar ao poder mediante um g olpe de Estado, como es tão tentando agora em Honduras. Seu grande devaneio é implantar o so cialismo, entendido no sentido maoísta do termo. / Essa gent e é perigosa e só mesmo o aparato repressivo do Estado para lhe co locar limites . Mas o gov ernador José Serra não quer correr o risco de ficar no caminho dos alucinado s. Aquartelou a trop a, não cumpriu seu dev er de expulsar os invasores e de prender os vândalos. Assim, acha que vai ganhar a simpatia dos facínoras sem perder a dos que s ão vítimas do vand alismo. / Os leitores do Estadão foram novamente ludibriados . O editorial deveria atacar Lula, por ter no MST um braço político, e José Serra, p or s e acovardar e não pôr a polícia para fazer o q ue precisava ser feito. Em troca, o editorial ficou no lero-lero de sempre, des informativo, soporífero, minimizando os fatos graves. O jornal Esta dão é mentiroso quando trata desse ass unto. (http://www.midiasemmascara.org/mediawatch/o-estado-de-sao-paulo/9428-mst-e-o-pt-em-acao.html ); *Site Mídia sem Máscara, Ubiratan Iorio, 31.03.10: As Damas de Branco e o MST - Enquanto as Damas de Branco se rebela m contra a tirania socialista em Cuba, no Brasil o MST faz de t udo para que aqui seja implantada uma ditadura vermelha. / Quer con hecer um país? Procure sa ber se nele existem presos políticos. Se houver, não vale a pena s equer visitá-lo. / O verbo transitivo indireto diss idiar significa, s egundo os dicionários, ser dissidente, divergir, dissidir. Vem do subs tantivo feminino latino dissensione, definido como divergência de opiniões ou de interess es, des avença, des inteligência, dissidência e, em sentido figurado, discrepância, contraste, opos ição. Todas es sas a cepções têm uma coisa em comum: são detes tadas pelos regimes totalitários de qualquer matiz ideológico, principalmente pelas ditaduras d itas "s ocialistas" . Como a de Cuba, por exemplo. / Podemos perfeitamente divergir - com parentes dentro de noss a casa, com colegas n o trabalho, com pes soas com quem encontramos na rua, com opiniões que s ão manifestadas em jornais ou na televisão - a res peito de qualquer as sunto e isso é abs olutamente normal, porque te r noss os próprios princípios faz parte do con ceito de liberdade de consc iência e d e pluralidade, que são elementos da individualidade e da dignidade da pes soa humana. Mas nenhum regime realmente ditatorial jamais tolerou nem tolera a existência de dissidentes, de pessoas que, pensando por conta própria, se opõem aos que s e aposs aram do Estad o e pretendem impor o s eu próprio conceito de "felicidade" a toda a popu lação. / As Damas de Branco de Havana - a s mulheres cubanas que têm parentes pres os pelo simples fato de discordarem do regime to talitário imposto por Fidel ao país e que pass aram a fazer protestos p úblicos para que o governo dito "popular e democrático" os ponh a em liberdade - merecem não apenas o noss o respeito: merecem o apoio de quem quer que p reze as liberdades individuais e o próprio ser humano. Mulheres de coragem, que não temem a opress ão, não têm medo de ameaças, não receiam a reação violenta d a polícia castrista e querem proclamar ao mundo o que ele há muito tempo já s abe, apesar dos esforços da mídia gramsciana para esconder a podridão do regime cubano: que sufocar as liberdades individuais, que incluem a de opiniões , é um crime bárbaro contra o ser humano e que tais regimes não podem mais ter cabimento no mundo atu al. / Cuba, China, Coréia do Norte, Vietnã do Norte, Irã e, no compasso atual, a Venezuela, bem como alguns acólitos latino-americanos do ridículo Chávez, s ão países que têm pres os políticos, diss identes. Pesso as que não conco rdaram com as atrocidades cometidas pelos que se apoderaram do Estado, a maior das quais o des respeito à liberdade de consciência e de opinião. De minha parte, há muitos anos decidi que não poria os pés em Cuba enquanto o regime comunista co ntinuasse dando as cartas. Não es tou perdendo n ada com essa at itude, embora torça para que os cubanos , oprimidos há cinco décadas , se libertem do sistema tirânico imposto por Castro n a época da Guerra Fria. / Mas , enquanto as valorosas Damas de Branco rebelam-se destemidamente contra a tirania, pinçamos do jornal Estado de Minas a notícia publicada no último dia 26 de março: "Cerca de 150 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) ocu param, na madrugada de ontem, a centená ria fazenda Fortaleza d e Sant'Anna, em Goianá, n a Zona da Mata, a 287 quilômetros de Belo Horizonte. A propriedade de 4,2 mil hecta res pertence aos des cend entes da família Tostes , uma das fundado ras do município de Juiz de Fora. A coordenação do MST alega que um laudo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma A grária (Incra), emitido há dois meses, aponta que a fazenda é improdutiva" (frisemos que tal "argumento", como sempre, é apenas um p retexto para a agress ão aos direitos de propriedade, pois o tal laudo não é verdadeiro). E pros segue : "Ocupamos para acelerar o proces so de des apropriação. A propriedade não es tá cumprindo sua função social", justificou um dos co ordenadores do MST. / Em outro trecho da notícia, o referido senho r alega que os proprietários da fazenda no sé culo XIX eram d onos de es cravos, o que por si só já justificaria a invas ão... Mesmo se houv ess e argumentos para sustentar agres sões a qualquer direito de propriedade es tabelecido legalmente, trata-se de um raciocínio de um primarismo e de uma bronquice ass ustadores! E que revelam o que todos o s que pens am com a própria cabeça já sabem, há b astante tempo, que é o fato de que a reforma agrária de que tanto falam n ão pas sa de mera fachada para encobrir o verdadeiro objetivo des ses radicais, o d e implantar um socialismo ca quético, decrépito e comatoso no Brasil. / Prefiro não perder mais o meu tempo co mentando as dec larações do chefe dos invasores. Vou apenas sa lientar o c ontraste: enquanto em Havana um grupo valoroso defende o retorno da liberdade, aqui no Brasil ess es verdadeiros bandos de deso cupados, manipulados politicamente e que co stumam s er carinhosa mente tratados pela mídia de "movimentos sociais", lutam pelo ingress o na servidão! Os maquinadores do totalitarismo que estão por trás do MST são os mesmos que tentaram - e ainda tentam - empurrar goela abaixo dos brasileiros uma verdadeira aberração jurídica, econômica e ética, denominada eufemisticamente de PNDH-3. / Se v ocê ama o Brasil e, mais do que isso, se ama a liberdade e respeita a verdadeira dignidade da pess oa humana, não fique quieto: apóie do jeito q ue puder as Damas de Branco e rechace veementemente, também de todas as maneiras que estiverem ao s eu alcance, es sas tentativas do MST e dos que, a pretexto de defender direitos ditos "humanos" (um pleonasmo claro), querem instituir em nos so país a servidão do indivíduo ao Estado. / A esperança dos que prezam a liberdade é que nenhuma ditadura é eterna. Podem durar décad as, mas um dia, terminam. O fim do regime cubano e a derrota de Chávez e de
outros chefes totalitários é líquida e certa. Na antiga URSS, nem houv e necess idade de disparar tiros. Bastou o esfacelamento n atural do regime e o co nsequ ente clamor popular. Fidel, Raul, Chávez e outros súcub os da servidão sabe m que seus regimes estão com os dias contados . Mais cedo do qu e se pens a - e do que desejam a mídia gramsciana e os "movimentos sociais" - a brisa suave da liberdade voltará a s oprar sobre os milhões de seres hu manos q ue oprimem. / Saudaçõ es efusivas às Damas de Branco ! (http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/10957-as-damas-de-branco-e-o-mst-.html ); *Site Mídia sem Máscara, Percival Puggina, 19.04.10: A língua de sogra do MST - Estamos no qu arto mês do ano, tempo de destruição, tempo do "Abril Vermelho" do MST. O crime é permitido pelas autoridades, com a mesma tolerância que seria dada a traficantes, e outras espécies de ladrões. / Imagine se os traficantes de droga, como forma de ampliar o número de u suários, criassem um mês de promoções , tipo "Seu pó a preço de farinha!", ou "Compre u ma pedra e leve duas !". E suponha que ess es fatos fossem abordados com naturalidade pela mídia e pe los poderes de Estado . Ou, então, imagine que os ladrões de carro p rogramass em ações em âmbito nacional, como, por exemplo: "Curta a primavera andando a pé" , e realizassem um grande tour de force para aumentar o furto de veículos. E as autoridades não esboç assem reação alguma. Escândalo? / Pois é iss o que acontece em noss o país, há mais de uma décad a, no mês de abril. O MST, nes tes dias que correm, rememora os episódios de Eldorado dos Carajás com um Abril Vermelho, desenc adeando operações agressivas que incluem invasõ es de propriedades privadas e de prédios públicos e bloqueio de ruas e estradas. Até o último fim de semana, o mês em curso já conta bilizava 42 ações praticadas em 16 estados . E tudo é cons iderado muito normal, porque, afinal de contas , trata-se de um movimento social cuja cond uta criminos a não pode ser criminalizada sem grave ofensa a... A q ue mesmo? Ao direito de invadir? Ao direito de prejudicar o trânsito? Ao direito de destruir os bens alheios? Ao direito de cometer crimes e permanecer incógnito? / Note-se que não es tamos perante uma gama de atividades lúdicas d o tipo "Pas se um dia no campo com o MST", ou de celebrações cívicas, a exemplo das qu e são promovidas em lembrança às vítimas da Intentona Comunista de 1935. Não, não é isso. Em abril, o MST eleva o tom daquilo a que s e dedica d urante o ano inteiro: a ação des trutiva impos ta pelo DNA dos movimentos revolucionários. Trata-se de destruir o d ireito à propriedade privada, os bens alheios e as instituições do Estado Democrático de Direito - entre elas o conjunto dos poderes de Estado. E de fazê-lo com a leniência deles, verdadeiros bobos da corte do movimento. Distraídos, como quase sempre, os Três Poderes (qu alquer semelhança com Mo e, Larry e Curly, os Três Patetas, corre por conta do leitor), vão da tolerância à inação, da perda de vigor à flacidez extrema. Sabem por quê? Porque eles su põem, no Olimpo onde vivem, que o movimento se volte apenas co ntra os "pod erosos latifundiários do agronegócio". No entanto, de modo muito especial, é para cada um deles, mais do que para proprietários e propriedades, que o MST e organizações conexas apontam as línguas de s ogra de seu deboche. / Eis porque o tema, há muito tempo, deixou de ser coisa de u m grupo social para se tornar pauta neces sária das escas sas reservas de inteligência do país, ainda capazes d e compreender co mo operam os movimentos revolucionários e d e be m avaliar seu poder de des truição. Porque s aiba, leitor, aquilo que os des norteados bispos da Comissão Pastoral da Terra, surdos à voz dos pontífices , fingem não saber: a primeira tarefa dos movimentos revolucionários é a destruição; o que vem depo is fica para depois (inclusive aca bar com o clero, como sempre fizeram ao longo da história). Eles já estão na fase de, sem receio algum, apon tar a língua de sogra para os poderes de Estado. (http://www.midiasemmascara.org/artigos/movimento-revolucionario/11005-a-lingua-de-sogrado-mst.html); *Site Mídia sem Máscara, Bruno Pontes, 03.12.10: MST e novilíngua - Se o s pagadores do s impost os que o governo federal repassa ao MST ao menos sugerirem que alguma coisa aí está errada, serão automaticamente acus ados de "criminalizar" o movimento e olhados com nojo por jornalistas , ongu eiros e professores un iversitários. / Em 2007, o MST fechou duas vezes a Estrada d e Ferro Carajás, operada pela Vale, impedindo o trans porte de minério de ferro do Pará ao Maranhã o. Os sem-terra incend iaram dormentes , cortaram cabos de fibra ótica e de energia e des montaram trilhos. Meses depois, o juiz Carlos Henrique Hadd ad conde nou líderes do band o a paga r multa de R$ 5,2 milhões à Vale. A resposta do MST, em nota: a sen tença representava a "criminalização dos movimentos sociais que lutam por um Brasil melhor". / Ao longo de 2007, o MST invadiu três vezes a fazenda Boa Esperança, no Pontal do Paranapanema, São Paulo, e ignorou uma ordem de reintegração de pos se. A juíza Marcela Papa ordenou que o MST pagass e indenização de R$ 150 mil ao don o da fazenda. Escutem a reação do líder do MST no Pontal, Jos é Rainha: "Condenar u m movimento social é condenar a democracia". / Se os pagad ores dos imposto s que o governo federal repassa ao MST ao menos sugerirem que alguma coisa aí es tá errada, s erão auto maticamente a cus ados de "criminalizar" o movimento e olhad os com nojo por jornalistas, ongu eiros e p rofess ores universitários plena mente cons cientes de que a noção de crime é relativa: se for praticado por grupos abençoados pela esquerda, nem crime é, pra começo de conv ersa. / Esta semana, o Ministério Público de Pernambuco promoveu um Termo de Ajustamento de Conduta contra a Ass ociação dos Militares de Pernambuco (AME) e a empresa de outd oors Stampa, que deve rão exibir 21 outdoo rs com elogios ao MST a partir de março de 2011. A AME terá ainda qu e publicar retratações públicas a o MST no Diário Oficial de Pernambuco, no jornal interno da polícia militar e no site da as sociação. / O crime cometido pela As sociação dos Militares de Pernambuco foi hediond o: em 2006, a entidade espalhou pelas principais ruas do Recife e nas rodovias de Pernambuco outdoors e jornais com palavras consideradas difamatórias pelo MST. Tirem as crianças da sala e sintam o ódio secretado pelos malditos militares: "Sem Terra: sem lei, s em respeito e sem qualquer limite. Como isso tudo vai parar?" / Os comunistas da Comiss ão Pas toral da Terra e do Movimento Nacional de Direitos Humanos chiaram. Segundo eles, os outdoors patrocinados pelos militares "tinham o claro objetivo de criminalizar o movimento". / O MST não seria o que é hoje sem a colaboraçã o da intelectualidade de esque rda. Nenhuma ONG foi consolar as famílias dos vigias executados por integrantes do MST durante o Carnaval do ano pas sado, em Pernambuco. Nenhum pad re de passea ta da Teologia da Libertação foi conso lar os órfãos. A turma dos direitos humanos tirou férias. O terror é legitimado como resistência ao "s istema", ao "ne oliberalismo", à " mídia go lpista", ao "agronegócio". É o que está s endo ensinado aos estudantes de Jornalismo, Direito, Ciências Sociais, História, Geografia, Pedagogia etc. em to das as universidades bancadas pelos imposto s dos malditos fazendeiros que produzem comida barata e farta e geram empregos no campo e na cidade. (http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/11652-mst-e-novilingua.html ); * Veja.com, Blog do Reinaldo Azevedo , 30.11.10: Canonizem João Pedro Stéd ile, extingam a liberdade de expressão, rasguem a Constituição e jogue m no lixo! - Esta é de lascar! Pub lico trecho de um post do jornalista p ernambucano Jamildo Melo, do Blog de Jamildo. Volto em seguida: O Ministério Público de Pernambuco promoveu Termo de Ajustamento de Conduta no qual a As sociação dos Oficiais, Sub tenentes e Sargentos da Polícia Militar/Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco – AOSS (atua lmente d enominada AME – As sociação dos Militares de Pernambuco) e a STAMPA, empresa de outdoo rs, promoverão uma co ntrapropaganda, veiculando 21 outdoors com mensage ns de promoção e defesa do s direitos humanos e da Reforma Agrária, c onforme arte definida pelo Movimento dos Trabalhado res Rurais Sem Terra (MST) e aprova da pelo Ministério Público. A As sociação terá ainda que publicar retratações públicas ao MST no Diário Oficial, no jornal interno da Policia Militar e no site da ass ociação. A contrapropag anda deve ser veiculada a partir de março de 2011. / A decisão é resultado do Termo d e Ajustamento de Conduta n o proced imento administrativo Nº 06008-0/7, no Ministério Público de Pernambuco, apres entado pela organização de direitos humanos Terra de Direitos, pelo Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), pela Comissã o Pas toral da Terra (CPT) e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) por danos morais e direito de res pos ta contra a AOSS, em virtude da “campanha publicitária” contra o MST, realizada pela Ass ociação em 2006. / Voltei / Pô, mas o que a as sociação fez de tão errado? Em 2006, espalhou alguns outdo ors pelas ruas do Recife e em es tradas estadu ais com críticas ao movimento, que foram consideradas “difamatórias e preconceituosas ”. O texto dos outdoors era este:“Sem Terra: s em lei, sem respeito e sem qualque r limite. Como isso tudo vai parar?” Segundo informa Jamildo, “o Ministério Público cons iderou a campanha u m abuso aos direitos humanos e um desresp eito aos princípios constitucionais de
liberdade de reivindicação e de ass ociação e, acima de tudo , uma ofensa à dignidade da pess oa humana.” / Cadê a ofensa? O MST respeita a lei? O MST tem limite? Como notam, o movimento se torna não apenas imune à ordem legal — nem existe como pessoa jurídica —, mas também à crítica. É um es culacho! Ess e é um dos efeitos d eletérios da tal “ trans versalidade ” (lembram-se? Já falei a respeito aqui): alguns temas atrave ss ariam todas as esferas da vida e sobre elas teriam primazia. Liberdad e de express ão? Sim, des de que não fira os direitos hu manos. Propriedade privada no campo? Sim, des de que não fira os direitos h umanos. Imprens a livre? Sim, desde que não fira os direitos h umanos. / Há dias, militantes ficaram furiosos c omigo — s ó os que não sab em ler o que es tá escrito — porqu e classifiquei o PL 122, a tal Lei da Homofobia, de “AI-5 gay” . Alguns, na ou tra ponta, também ficaram chate ados porque acho que gay já n asce feito (nem esco lha nem doença), porque não vejo nada de errado na un ião civil e p orque não me oponho à adoção de crianças por pares homossexuais que tenham cond ições materiais e p sicológicas para tanto. Mas ess es foram poucos. Aqueles, muitos. Em nome da igualdade, dos direitos das minorias, do fim da discriminação — e não acho nada disso ruim —, instituir-se-ia no país um verdadeiro mecanismo de caça às b ruxas, que feriria a liberdade de express ão, a liberdade de crença religiosa e o princípio da igualdade perante a lei. Expliquei por quê. Não vou repetir argumentos . / Caminha-se para o estrangulamento dos chamados direitos fundamentais — DE TODOS OS HOMENS — em nome da proteção dispensada a grupos . No cas o do MST, observem que o Ministério Público federal cons iderou uma ofensa aos direitos humanos a denún cia daquilo que cons titui, no fundo, o marketing do próprio movimento. Ou alguém seria capaz de provar que o movimento se criou respeitando a lei? / Amanhã, por indicação do depu tado Brizola Neto (PDT-RS), João Pedro Stedile será um do s agraciados no Congresso com a Meda lha do Mérito Legislativo . Por s eus relevantes serviços prestados ao país! A lista de medalhados é grande. Não enco ntrei nenhum produtor rural lá. Arar, plantar e colher não rendem medalhas. Desrespeitar a lei, invadir e depredar, bem, isso engrandece a nação. Mas não s aiam dizendo iss o por aí. O Ministério Público de Pernambuco pode se zangar e vo cê pode ter de pe dir desculpas a este grande patriota chamado Stedile… (http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/canonizem-joao-pedro-stedile-extingam-a-liberdade-de-expressao-rasguem-aconstituicao-e-a-jovem-no-lixo/); *Veja.com, 1º.05.11: "Abril vermelho" chega ao fim co m 70 invasões – MST comemora, mas o esvaziamento do movimento é evidente - Em um cen ário de crise, em que os números apo ntam o esvaziamento da sua luta po r reforma agrária, o Movimento dos Sem-Terra (MST) proclamou o "abril vermelho" d e 2011 como "uma das jornadas co m mais ocup ações des de 2004". No balanço do mês, o MST menciona "70 ocupações de terras", numa operação que mobilizou 19 Estados . / O relatório des taca a invasão de 14 s edes do Ins tituto Nacional d e Reforma Agrária (Incra), " além de fechamento de estradas , acampamentos nas c apitais, deb ates com a sociedade, distribuição de alimentos sem agrotóxico e audiências públicas". / Em Brasília, o Incra d iz que "não tem condições de confirmar" os números. Na prática, o recém-emposs ado p residente do instituto, Celso Lisboa de Lacerda, agu arda ainda uma orientação mais precisa da presidente Dilma Rousseff sobre como tratar as ações do movimento. / O MST relata invasõ es de 36 fazendas na Bahia, 15 em Pernambuco e 6 em São Paulo, entre outras . Também inclui entre seus "êxitos " contatos com políticos no Congresso e acampamentos em praças urbanas. Nesta quinta-feira, um protesto em Belo Horizonte terminou em encontro com o governador Antonio Anastas ia (PSDB). / O relatório não inclui os diss identes paulistas d o movimento, ligados a José Rainha Jr. – que, até o dia 20, promoveram 40 invasões de fazendas, segundo o próprio Ins tituto de Terras de São Paulo (Itesp). Até s exta-feira , no entanto , apenas três áreas continuavam ocupadas . As invasõ es, em sua maioria, foram rápidas e terminaram com a chegada da polícia. / O pano de fundo des sas jornadas, no entanto, é desanimador para as lideranças do MST. A militância, que já chego u a 400 mil agricultores, encolheu para 100 mil no ano passado, esvaziada pelo Bolsa-Família e pelo aumento dos empregos nas cidades . Segundo levantamento da Comissão Pas toral da Terra (CPT), as 290 ocupaç ões de 2009 caíram para 180 em 2010 – o menor índice da década. (http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/abril-vermelho-chega-ao-fim-com-70-invasoes ); *Site Mídia sem Máscara, Bruno Pontes, 31.08.11: MST: Jornalistas , sigam noss a pauta! - Em 2007, o MST fechou duas vezes a Estrada de Ferro Carajás, queb rando tudo e impedindo o transporte de minério de ferro do Pará ao Maranhã o. O juiz Carlos Henrique Haddad condenou líderes do ba ndo a pag ar multa à Vale. O MST respondeu em no ta: a sentença representava a “criminalização dos movimentos s ociais que lutam por um Brasil melhor”. / Naquele ano, o MST invadiu três vezes a fazenda Boa Esp erança, no Pontal do Paranapanema, São Paulo, e ignorou uma ordem de reintegração de p oss e. A juíza Marcela Papa ordenou que o MST pagasse indenização ao dono da fazenda. Jo sé Rainha, líder do MST no Pontal, reagiu ass im: “Condenar um movimento social é cond enar a democracia”. / Em fevereiro de 2009, integrantes do MST executaram qu atro seguranças de uma fazenda em Pernambuco que o bando já tinha invadido e queria invadir de novo . João Arnaldo da Silva e Rafael Erasmo d a Silva foram mortos com tiros na cabeça. Wagner Luís da Silva e José Wedson da Silva tentaram fugir, mas foram p erseguidos e também levaram balas na cabeça . / Se, diante dessas e outras ocorrências semelhantes, o brasileiro normal ous ar dizer que quem comete crime é criminos o, s erá repreendido por tamanha ignorância e olhado com nojo por jornalistas e profess ores universitários que ens inamseus pupilos a falar s obre o MST em novilíngua, do jeito que o Partido gosta. / Semana passada, durante mais uma sessão de invasões dos ditos sem-terra pelo país, jornalistas esquerdistas lançaram em Brasília o relatório “Vozes Silenciadas”, que chega a uma cons tatação revoltante depois de analisar 300 matérias em três jornais (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo), três revistas (Veja, Época e Carta Capital) e dois telejornais (Jornal Nacional e Jornal da Record): Quas e 60% das matérias ut ilizaram termos negativos para se referir ao MST e su as ações. O t ermo que predominou foi ‘invasão ’ e s eus derivados , como ‘invas ores’ ou o verbo ‘invadir’ em s uas diferentes flexões. A maioria dos textos do universo pesquisado cita atos violentos , o que significa que a mídia faz uma ligação direta entre o Movimento e a violência”. / Hoje em dia você não pode invadir propriedades, aterrorizar o povo do campo, des truir o fruto do trabalho alheio e lutar por um Brasil melhor qu e vem um jornalista e trata iss o como se fosse violência. Controle soc ial da mídia já! Enquanto es se dia não chega , os agentes do Partido na Acade mia vão instruindo estu dantes de jornalismo moldáveis a des figurar a língua e negar a realidade em troca do Prêmio MST de Consciência Social. (http://www.midiasemmascara.org/ artigos/governo-do-pt/12376- ms t jornalistas-s igam-nossa-pauta.html); *Veja.com, 02.11.11: PF prende em São Paulo ex-coordenad or do MST foragido - Antônio Carlos dos Santos participava, ao lado de José Rainha Júnior, de um es quema de desvio de dinheiro p úblico que movimentou 5 milhões de reais - O ex-coordenador do Movimento d os Sem-Terra (MST) no Pontal do Paranapanema, Antônio Carlos dos Santos , foi preso segu nda-feira por agentes da Polícia Federal, em Teodoro Sampaio, no extremo oes te do estado de São Paulo. Sem oferece r resistên cia, ele recebeu voz de prisão no As sentamento Dona Carmem, onde é do no de um lote. "A nos sa equipe chegou ao assentamento às 7 horas, ele foi p reso sozinho e não ofereceu resistência", diss e José Ribamar Pereira Silva, d e 54 anos , asses sor de Comunicação Soc ial da Polícia Federal, e m Presidente Prudente. / O ex-coordenador era o único foragido da Operação Desfalque, realizada em junho pela Polícia Federal. Santos e outras oito pes soas , entre elas José Rainha Júnior, s ão acusados de envo lvimento em um esquema de des vio de dinheiro público repas sad o pelo governo federal para a reforma agrária no Pontal do Paranapan ema. O grupo pretend ia des viar cerca de 5 milhões de reais, segun do a PF de Presidente Prudente. "Ele era uma das peças-chave do esq uema, estávamos em s eu encalço desde junho, só faltava ele", contou o as ses sor, acrescentando que Santos foi submetido ao exame de corpo de delito n a s ede d a Polícia Federal. / Uma parte do dinheiro, calculada e m mais de 200 mil reais, chegou a ser desviada para ao menos s eis associações de assentados da reforma agrária no Pontal do Paranapanema ligadas ao líder dissidente do MST, José Rainha Júnior. Dos nove presos , seis já foram libertados. Apenas três acus ados continuam atrás das grades: Rainha, Claudemir Silva Novais, líder do MST na região de Araçatuba, ambos presos em Presidente Venceslau, e, agora, Santos . Ele foi trans ferido para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caiuá. Na próxima sexta-feira, Santos será ouvido pelo juiz titular da 5ª Vara da Jus tiça Federal, em Presidente Prudente , Joaquim Eurípedes
Alves Pinto. Ass im como o s outros ac usado s, o ex-coordenador respo nderá por seis crimes, entre os quais formação d e q uadrilha e desvio de dinheiro público. (http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/ex-coordenador-do-mst-foragido-e-preso-no-pontal--2 ); *Veja.com, Hugo Marques , 04.11.13: Rouband o dos pobres - Dirigentes de uma coop erativa ligada ao Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) são presos. A acusação: eles desviaram dinheiro público que deveria ser usado para comprar alimentos p ara creches, escolas e hospitais. / Os velhos coronéis se mpre usaram a pobreza e a miséria como trampolim para fazer política, manter o poder e amealhar fortuna. Essa tradição brasileira e stá em pleno proces so de transformação — mas não na direção que o país gostaria. Entidades que historicamente empunharam bandeiras em defesa da d istribuição de renda e da redução da desigualdade passaram a agir exatamente como os caciques qu e combatiam, surrupiando recursos que deve riam ser destinados à melhoria da qualidade de vida do s mais carentes . É o caso do Movimento dos Trabalhadores sem Terra. Hoje vivendo à cus ta de verbas governamentais, o MST já foi flagrado vendendo lotes d e terrenos, destruindo mata n ativa protegida pelas leis ambientais e cometendo uma série de outros de litos . Agora, membros do MST ligado s à Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária Avan te (Coana) foram mais fun do no Código Penal. A Coana deveria comprar arroz e leite d e pequen os agricultores e destinar os alimentos a crianças de creches , escolas e hospitais. / O problema é que a Coana recebia do governo, mas não entregava toda a con trapartida. Ou s eja: não comprava os alimentos dos pequeno s produtores, muito menos levava a mercadoria à mesa de quem aguardava por ela. O dinheiro simplesmente des aparecia. O centro das fraudes era o município de Querência do Norte, no Paraná. Lá, a coop erativa do MST mostrou qu e aprendeu rapidamente com as rapos as com as quais du elava no pass ado. Uma investigação da Polícia Federal mostrou que a Coana forjou um cadas tro de fornecedores e deixou de d istribuir os alimentos às crianças da região na medida acordada. Há cas os de produtores de leite ca dastrados pela cooperativa que nem sequer tinham v acas. A falcatrua levou Marli Brambilla, a principal co ordenadora da Coana à prisão. Seu marido Jaime Dutra Coelho, u m dos líderes do MST no oes te do Paraná, também foi detido para prestar esclarecimento. Coelho já havia frequentado as páginas policiais dos jornais em 1999 quando foi flagrado em escutas telefônicas ameaçan do uma juíza de morte. / A PF começou a inves tigar esse esque ma criminoso em 2011 quan do foram desco bertos negócios fictícios entre a cooperativa e a estatal Companhia Nacional de Abas tecimento (Conab). No inquérito, há fartas evidências das irregularidades e pistas sobre cúmplices eventuais. Em meio ao material apreendido na casa dos coordenadores da Coana, a Polícia Federal encontrou cópia de uma carta endereçada a Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência. No texto. Marli e Jaime avisam a Carvalho que já con seg uiram "colocar" na Conab 1 600 ton eladas de arroz. O significado do verbo "colocar" usado na carta é incerto. Os criminosos, porém, informam o ministro Carvalho sobre o apoio do petist a Silvio Porto, diretor de política agrícola da estatal. Em setembro, Porto foi indiciado pela PF pela autoria de quatro crimes no esq uema Coana-Conab. / Na ca rta, os coordenadores da Coana lembram que nego ciavam também com a então senadora Gleisi Hoffmann — a atual ministra da Casa Civil e pré-candidata ao governo do Paraná — e com o deputado federal Zeca Dirceu, ex-prefeito de Cruzeiro do Oeste (PR) e filho do mensaleiro José Dirceu. A PF descobriu ainda o registro de uma reunião — "dentro de um contexto eleitoral"" — entre os coordenado res da Coana e o gerente de Programação Operacional da Agricultura Familiar, Paulo Coutinho. Segundo a PF, Porto e Coutinho foram alertados das fraudes praticadas , mas, mesmo ass im, avalizaram as operações . Procurados por VEJA, o MST e a Coana diss eram que Marli e Jaime estavam viajando e não comentariam o cas o. Os dois muito p rovavelmente v ão receber o mesmo tratamento dispensad o ao companheiro Silvio Porto. Quando as fraudes entre as sentad os e Conab foram reveladas, o ministro da Agricultura, Antô nio Andrade, anunciou a d emissão d e Porto, cujo maior sonho é ass umir a presidência da Conab. A exoneração foi barrada pela Secretaria-Geral da Presidênc ia e pela Cas a Civil. O recado foi claro: o companheiro Porto es tá ajudan do as Marlis e os Jaimes a "co locar" co m respaldo de cima. Os aproveitadores da miséria continuam usando os mesmos métodos de outrora. Só que agora são todos companheiros. (http://www.asmetro.org.br/portal/plano-de-sa ude/instituicoes -parceiras/21-clipping/2315-revis taveja-os-segredos-do-poder-roubando-dos-pobres ); *Veja.com, Laryss a Borges, 12.02.14: MST "invade" Brasília e entra em conflito com a polícia - Integrantes do MST tomaram a Esplanada dos Ministérios, bloquearam vias e de rrubaram grades de proteção do Supremo Tribunal Federal - Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invad iram a Esplanada dos Ministérios n esta quarta-feira e entraram em confronto com a Polícia Militar na Praça dos Três Poderes , em Brasília. Segundo a PM, 22 policiais ficaram feridos por pedras e pedaços de madeira arremess ados pe los se m-terra. / De acordo com a PM, cerca de 15.000 sem-terra estão espalhados nos arredores da Praça dos Três Poderes, que interliga o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Por volta das 16h30, houve tumulto e a PM u sou b ombas d e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes . / A segurança do p rédio do Congresso Nacional, q ue terá sess ão noturna para vota r a cas sação do manda to do dep utado-presidiário Natan Donadon (RO), foi reforçada. O Palácio do Planalto está cercado por grades de co ntenção. / A presidente Dilma Rousseff, que não es tá no Palácio do Planalto nes ta tarde, prometeu recebe r líderes do MST na quinta-feira. Eles participam de um congres so do MST em Brasília e reclamam de "es tagnação" da reforma agrária no país. / A s ess ão do Supremo Tribunal Federal (STF) ch egou a s er interrompida pelo ministro Ricardo Lewandowski, q ue a presidia, em razão de um alerta da seg urança de risco de invas ão da Corte. Ao passarem em frente ao tribunal, alguns manifestantes derrubaram grades de proteçã o. / O MST, como já mostrou VEJA em diversas reportagens , é comanda do por a gitadores profissionais que, a pretexto d e lutar pela reforma agrária, se v alem de uma multidão de des validos como massa de manobra pa ra atingir seus objetivos financeiros. Sua arma é o terror contra fazendeiros e também contra os próprios as sentad os que se recusam a cu mprir as ordens dos chefões do movimento e a participar d e saq ues e atos de vand alismo. Com os anos, o movimento pas sou por um proces so de mutação. Foi-se o tempo em que seus militantes tentavam diss imular as ações criminosas do grupo invocando a caus a da reforma agrária. Há muito iss o não acontece mais. Como uma praga, o MST ataca, destrói, saque ia – e seus alvos, agora, não são mais apenas os chamados latifúndios improdutivos. (http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/brasilia-entra-e malerta-com-invasao-do-mst ); *Veja.com, 13.02.14: Após confronto, Dilma recebe MST e ganh a presentes - Nesta quarta-feira, sem-terra a rremessaram pe daços de madeira e pedras con tra policiais militares e ameaçaram invadir o prédio do Supremo - Um dia depois de integrante s do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) promoverem um tumulto em Brasília, cercando os prédios dos três Poderes e ferindo p oliciais, a presidente Dilma Rouss eff recebeu líderes dos sem-terra na manhã desta segunda-feira, no Palácio d o Planalto . / Além da presidente, participaram do encontro o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e o ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas. Dilma ganhou uma cesta com p rodutos produzidos nos ass entamentos do MST. / Nesta q uarta, os sem-terra arremessaram pedaços de madeira e ped ras contra policiais militares – 22 ficaram feridos – e ameaçaram inv adir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), que teve a ses são s uspensa por um alerta d a se gurança. / Os líderes dos s em-terra entregaram uma carta à presidente reclamando "da necess idade urgente de fazer mudanças nas políticas agrárias" do governo. " O governo foi incapaz de resolver esse grave problema social e político. A média de famílias ass entad as por des apropriações foi de apenas 13.000 por ano, a menor média após os governos da ditadura militar. É neces sário ass entar, imediatamente, todas as famílias acampadas ", diz trecho da carta. / O MST, como já most rou VEJA em diversas reportagens , é comandado por agitadores profiss ionais que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, se valem de uma multidão de des validos como massa de manobra para atingir seus objetivos financeiros. Sua arma é o terror contra fazendeiros e ta mbém contra os p róprios ass entados que se recusam a cu mprir as ordens dos chefões do movimento e a participar de saq ues e atos de van dalismo. Com os anos , o movimento pass ou por um proces so de mutação. Foi-se o tempo em que seus militantes tentavam dissimular as ações criminosas do grupo invocando a causa da reforma agrária. Há muito isso
não acontece mais. Como uma praga, o MST ataca, destrói, saqueia – e s eus alvos, agora, não são mais apenas o s chamados latifúndios improdutivos. (http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/apos-confronto-dilma-recebe-mst-e-ganha-presentes ); *Site Mídia sem Máscara, Colombo Mendes , 21.08.14: MST, s us his e os bundas-moles de nosso tempo - Ler o editorial de 17 de agos to de 2014 da Gazeta do Povo é como há de ser uma experiência de quas e-morte: o su jeito cheg a muito próximo do óbito, sabe que ainda não es tá morto mas antevê aquilo que em alguns minutos ou em alguns anos será inevitável. / E o lhar em volta, para nos sos coetâneos , só torna a s ituação mais deses peradora. / Não exatamente sobre o que informa o editorial, mas sobre como lidamos co m fatos apavorantes como ess es, meu amigo Hermano Zanotta assev erou: Quero ver como ess a geração mimada com p et shop, sushi e Punta Cana vai sobreviver daqui a 10 anos. Metade do Brasil vai se matar. / De fato, noss a geração se tem es forçado em amolecer as nádegas e fortalecer a tibieza. Não sabemos lidar com reveses mínimos, fugimos dos problemas reais e refugiamo-nos em frivolidades. / A s principais atividades do jovem-adulto con temporâneo n ão são más per se; o problema é não fazer nada além disso, despendendo todo tempo e dinheiro tão -somente em cuidar de animaizinhos , divertir-se com as modas do dia e fazer turismo [*]. / Enquanto boa parte de nossa geração torra s ua vida em fugas , uma parcela mínima, porém articulada e ativa, aproveita-se p ara conduzir as grandes decisões con forme s uas âns ias, seus ress entimentos e s uas es tupidezes. / Quase toda a gente s e tem ocupado em ser desocup ada. A des ocupação aqui é intelectual, moral e de atitude, pois iss o vale para quem trabalha também; em geral, o trabalho é visto como um sacrifício quase sem sentido, quase insupo rtável, cujo único sentido (e só por isso se o s uporta) é financiar divertimentos. Nesse entrementes , uma minoria cada vez mais h egemônica política e culturalmente subverte as bas es do direito de propriedade, da liberdade individual e do Estado Democrático de Direito, sobre as quais nos sa civilização se firmou. / Aproveitem enquanto é pos sível. Temo que não nos divertiremos por mais muito tempo. / Nota: [*] Não, viajar não correspon de diretamente a adquirir cultura e conhecimento. Peça para qualquer turista profiss ional de sua relação (há cada vez mais deles por aí – relacionam-se muito bem com os baladeiros profissionais, aqueles q ue, entre uma festa e outra, adoram dar pitacos nas redes sociais s obre ecologia, relações internacionais, econ omia, religião...), enfim, peça para qualquer turista contumaz de sua relação des crever as características arquitetô nicas do último lugar que v isitou e comprove que viagem e cultura não formam um binômio necess ário, como se co stuma sus tentar. / Chesterton (de novo ele) disse que "Só ir à Igreja nã o te faz mais cristão do que ficar parado na sua garagem te faz ser um carro"; da mesma forma, só viajar não te torna mais culto do que ir a um aeroporto te faz ser um avião. / Íntegra do editorial da Gazeta do Povo (17/8/14): Convite ao conflito / Decisão do STJ em solicitação de intervenção federal agrava a insegurança jurídica e acirra os ânimos no campo / No dia 6 de agosto, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) divulgou o acórdão de uma decisão tomada no início de julho, em que a corte negou um pedido de intervenção federal no Paraná, em um caso que envolve a reintegração de pos se de uma área invadida anos atrás pelo Movimento dos Sem-Terra (MST). É uma decisão que, analisada com cuidado, abre perigoso s precedentes . / Em 2008, o Sítio Garcia, propriedade de 58,50 hectares integran te da Fazenda São Paulo, no município de Barbos a Ferraz, foi invadido pelo MST pela s egun da vez em dois anos. Os proprietários pediram na Ju stiça a reintegração de pos se, conced ida ainda em 2008, por meio de liminar, e confirmada em maio de 2011 por sen tença de mérito – mas qu e até hoje não foi cumprida. Em 2012, os proprietários fora m ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) solicitando intervenção federal no es tado, baseados no artigo 34 da Constituição Federal, que prevê interven ção em caso de descumprimento de decisã o judicial. O TJ-PR reconheceu a omissão do poder público e remeteu o caso ao STJ. / No STJ, o relator do processo, ministro Gilson Dipp, pediu o indeferimento do pedido de intervenção. Em seu voto, argumentou que “parece manifestar-se evidente a hipótese de perda da propriedade por ato lícito da administração, não remanescendo outra alternativa que respeitar a ocupação dos ora possuidores como corolário dos princípios constitucionais da dignidade da p ess oa humana; de con strução de sociedade livre, justa e so lidária com direito à reforma agrária e acess o à terra e co m erradicação da p obreza, marginalização e desigualdade social”, ou seja, s ó restaria aos proprietários resignar-se a perder a área e receber indenização do governo federal, tivessem ou não interesse em negociar o sítio. O voto de Dipp foi seguido por todos os ministros presentes à ses são de 1.º de julho. / O acórdão, publicado na s emana pass ada, afirma que uma ev entual reintegração de posse seria um “ato do qual vai resultar con flito social muito maior que o su pos to prejuízo do particular”, p ois já have ria quase 200 semterra na propriedade; além diss o, afirma que, “pelo princípio da proporciona lidade, não deve o Poder Judiciário p romover medidas que causem coerção ou sofrimento maior que sua justificação institucional e, assim, a recusa pelo Estado [em promover a reintegração de pos se] não é ilícita”. / A argumentação do ministro Dipp, as sim, parte de um pres supo sto verdadeiro – a neces sidade de uma verdadeira reforma agrária, e a situação indigna de muitos trabalhadores rurais que não têm aces so à terra – para chega r a uma conclusão perigosa, pois a decisão permite que os sem-terra se beneficiem de um ato ilícito cometido por eles mesmos, o que viola um princípio cons agrado do direito. É pos sível perceber o caráter utilitarista do raciocínio q ue guia o ministro: tendo levado em consideração única e exclusivamente o conflito entre o prejuízo de quase 200 sem-terra (com a reintegração de posse) e o prejuízo de uns po ucos p roprietários (com a pe rda do sítio), Dipp e seus pares do STJ optaram por es te em vez daq uele, independentemente do caráter dos atos cometidos pelos invaso res. Não é difícil perceber que es sa linha de pens amento é praticamente um con vite a novos conflitos no campo, abrindo as portas à invas ão indiscriminada de propriedades , com a p ermanência dos invaso res send o garantida sob o argumento do pos sível dano social causado p or uma reintegração de pos se. / Aqui é preciso ressaltar que não se trata de defender o direito à propriedade como absoluto, pois de fato não o é. A propriedade p recisa ter uma função social, e quando ela não é cumprida justifica-se uma ação do Estado para que ess a terra seja redistribuída a quem dela neces sita. Este process o está bem regulamentado no Brasil. No entanto, não é ess e o caso do Sítio Garcia. Durante a análise do pedido de intervenção, o STJ pediu informações ao Incra, que respond eu dizendo que s e tratava de uma propriedade produtiva, que não se encaixava nos critérios para a reforma agrária. Mesmo ass im, o STJ permitiu, com s ua decisão, que os invasores lá pe rmanecess em. / Ora, os princípios democráticos e as garantias constitucionais existem justamente para prevenir arbitrariedades como a que es tamos agora presenciando no caso do Sítio Garcia, e para ass egurar que não seja o mero u tilitarismo a g uiar as decisões de Estado. Por mais que a reforma agrária seja uma ne ces sidade, ela não pode ser feita à bas e da lenta erosão dess es princípios e garantias, so b risco de agravar os conflitos no campo. Eles já não são de fácil resolução; e o STJ, com sua decisão, s ó contribui para agravar a insegurança jurídica e acirrar os ânimos entre os sem-terra e os proprietários rurais. (http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/15396-mst-sushis-e-os-bundas-moles-de-nossotempo.html); *Veja.com, coluna do Rodrigo Constantino , 08.11.14: Uma visita muito sus peita: bandeira vermelha - Graças ao vídeo divulgado pelo p róprio gov erno ven ezuelano, por meio d e u m can al estatal de TV, ficamos sab endo d os v erdadeiros motivos para a mais q ue sus peita visita de Elías Jaua, cuja babá foi p resa com uma arma no aerop orto. O intuito era fechar uma bizarra parceria com o MST para fortalecer a “revolução socialista” em nos so país. Até o Itamaraty teve de se pronun ciar e cobrar explicações do gove rno “camarada”. / Uma excelente reportagem de Veja esta semana, ass inada por Leonardo Coutinho e Nathalia Watkins , esmiuça o pas sado do venezuelano para jogar luz sobre a gravidade des ta visita suspeita. O que emerge é um especialista em atividades clandestinas. Esteve, em 1992, entre os mais de mil consp iradores envolvidos na sa ngrenta tentativa de golpe de Estado do coronel Hugo Chávez. Quando es te finalmente chegou ao p oder, Eliás Jaua pas sou a fazer parte da cúp ula do novo governo. / Sua missão sempre foi cooptar, articular e treinar “movimentos sociais” e milícias armadas para implantar o “socialismo do século XXI”, não só na Venezuela, como em outros países latino-americano s. O elo com o MST, portanto, seria natural para alguém com tais “credenc iais”. O es tranho é ele ter vindo escon dido do governo brasileiro. O cas o veio à tona com a prisão da babá de seus filhos. / Junto ao revólver, ela trazia documentos que o delegado class ificou como sendo de “cunho eleitoral e d outrinário”. O teor foi descrito por alguns que tiveram acess o como “forte”, “preocu pante” e “explosivo”. “Identificar e neutralizar o inimigo” seriam os objetivos ensinad os pelo
obscu ro venezuelano. João Pedro Stédile, líder do MST e aquele que fez ameaças de gu erra cas o Aécio Neves fosse eleito, é próximo de Nicolás Maduro . É o bolivarianismo entrando no Brasil pela porta dos fund os. A reportagem conclui: “Militares v enezuelanos com acess o a informes da inteligência entrevistados po r VEJA não têm dúv ida de que a atuação de Jaua e da Frente não s e restringe à Venezuela. ‘Jaua se mpre es teve dedicado a reunir-se com grupos s ubversivos em todo o continente’, diz o general Raúl Salazar , ministro da Defesa no p rimeiro ano d o governo Chávez. Jaua definiu o co nvênio assinado com o MST como algo ‘essencial numa revolução socialista, que é a formação, a conscientização e a organização do pov o para defender o que foi alcançado e avançar na cons trução de uma so ciedade socialista’. Ao mentir até o limite sobre o real motivo de s ua visita ao brasil, ele demonstrou ter muito a esconder - possivelmente uma grave ingerência em assuntos internos brasileiros. A resposta pode estar no cofre da PF em Guarulhos .” / Jaua era membro de uma facção clandestina de um movimento marxista chamado Bandera Roja, ou Bandeira Vermelha. Sua meta era convence r pess oas a pegar em armas para lutar contra o regime democrático ven ezuelano. É es se o tipo que ve m clandes tinamente ao Brasil fechar acordo s com o MST, “movimento s ocial” próximo do PT. Mas há quem chame de paranoia falar em risco bolivariano po r aqui. / Inocentes , não sabem de nada! O que os chavistas que rem já es tá evidente. Quem são seu s braços armados no Brasil também já sabemos. Que o próprio PT não deseja oferecer obstáculo algum a ess a quadrilha vermelha, isso também é notó rio. Ou se ja, podemos contar com outras entidades na luta contra a maré vermelha, não com aquelas que dependem diretament e da influência d o gov erno. / E temos a obrigação de cobrar investigações e punições contra esse s que tratam nosso país como a cas a da mãe Joana, como um q uintal para suas confabulações e conspirações antidemocráticas. O que é isso , companheiro? Não pas sarão! (http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/tags/mst ); *Veja.com, coluna do Rodrigo Constantino , 26.07.14: MST: invas ão de propriedad es produtivas como profiss ão. Ou: A seita marxista no campo - A revista Veja des ta semana traz uma excelente repo rtagem sobre a ous adia do MST que, com o apoio de um grupo ligado ao PT, resolveu retomar a invasão de fazendas produtivas. Eis como Robson Bonin começa seu texto: As roupas, os carros e a s caminhonetes es tacionados ao lado das barracas cons truídas com toras de madeira revelam qu e o perfil dos militantes do MST que invadiram há duas semanas as terras de uma indústria de reflorestamento no interior do Paraná mudou radicalmente nos últimos anos. É a nova geração de invaso res, que usa tênis de marca, tem celular, motos e caminhões para ajudar no trabalho pes ado. Cobertos por lonas n ovas, mais resistentes d o que no p assado, os barracos são esp açosos e estão fartamente abas tecidos de suprimentos enviados pelas cooperativas ligadas ao movimento. O s emblante des enganado dos desafortunados de u lugar a um ar confiante e a um discurso mais arrumado sobre o que eles entendem por reforma agrária. A maioria tem endereço fixo e a lona é nada mais q ue um ritual de pas sagem. A ocupação é o atalho pelo qual muitos filhos de ass entados es peramdeixar a cas a dos pais para construir o próprio patrimônio. Antes inimigos declarados do Estado, que não lhes prov ia condições dignas de vida no campo, o s jovens sem terra agora pos am na internet abraçado s com lideranças políticas de Brasília. Só uma coisa não mudou: a tática e os métodos criminosos para se apossar de propriedades alheias. [http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/politica-cia/baderna-a-cidade-de-quedas-do-iguacu-no parana-foi-praticamente-tomada-pelo-mst-a-invasa o-tem-apoio-de-grupo-ligado -ao-pt-alguma-surpresa/ ] / A empresa Araupel, uma das maiores indústrias de reflorestamento da região, que emprega um q uarto da força de trabalho na cidade, corre o risco de fechar as portas . Um grupo de criminosos armados com facões e foices ocu pou o local e se recusa a sair. Ao contrário: torce para que a po lícia venh a fazer cumprir a decisão da Justiça de reinteg ração de posse, para reagir, o que traria dividendos políticos em ano eleitoral: o governador do Estado é tucano. / O líder dos invasores , que atende pelo apelido de Cabeludo, é filho d e as sentado s e descobriu na invasão de propriedades uma “profiss ão” – lucrativa, po r sinal. É o dono de um supermercado que vende produtos aos as sentad os,e não es conde s eu desejo de es trangular a empresa porque ela “exporta p ara os Estado s Unidos”. / Em entrevista à Veja, seu autoritarismo vem à tona quando diz que a empresa tem direito de produzir celulose, mas em outro lugar: “Se ela quer plantar madeira para exportar para os Estados Unidos, q ue faça iss o em o utro lugar”. Quem decide? Ele, o Cabeludo, Danilo Ferreira, “don o do pedaço ” e ditador autoproclamado. / Como o próprio criminoso reconhece, o MST é “tipo uma religião”. É sim: uma seita marxista, retrógrada, criminosa, que vive da s verbas públicas, ou seja, do dinheiro dos noss os impost os. O PT, sob o comando do ministro Gilbert o Carvalho, alimenta ess e cordão umbilical há anos , fomentando o crime no campo (e agora nas cidades também, com o MTST, do mimado Guilherme Boulos , “filósofo” da USP). / A legião do s sem-terra v ive da renda de programas s ociais, como o Bolsa Família, o que retira gente do mercado de trabalho – trabalho de verdade, não invas ão de propriedade alheia. A dona de um dos principais restaurantes da região invadida con fessa: “Meu garçom, que g anhava 1.100 reais aqui, pediu a conta e está lá acampado ag ora. Como o governo dá de tudo para ess a gente, por que trabalhar, né?” / De fato: n ess e Brasil comandado pelo PT, em q ue o mérito é punido e a vagab undagem, o crime e a choradeira pública são premiados , po r que trabalhar, n ão é mesmo ? (http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/lei-e-ordem/mst-invasao-de-propriedades-produtivas-como-profissao-ou-a-seitamarxista-no-campo/); *Veja.com, 24.02.14: Evento do MST é financiado com dinheiro público da Caixa e do BNDES, d iz jornal - BNDES doou R$ 350 mil e Caixa liberou R$ 200 mil para mostra. Congress o do grupo terminou em tumulto e que bra-queb ra - A Caixa Econômica Federa l e o Banco Nacional de Dese nvolvimento Econômico e Social (BNDES) fecharam contratos sem licitação nos valores de 200.000 reais e 350.000 reais, res pectivamente, com ent idade ligada ao Movimento dos Sem Terra para even to realizado no 6.º Congresso Nacional do MST. O ev ento aconteceu há duas s emanas e terminou em confronto com a Polícia Militar na Praça dos Três Poderes, em Brasília . No quebra-quebra, 32 pes soas ficaram feridas , sendo trinta policiais. Na ocas ião, membros do MST tentaram invad ir o Sup remo Tribunal Federal. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo. / A Associação Brasil Popular (Abrapo) recebeu os recursos para a Mos tra Nacional de Cultura Campones a, atividade qu e s erviu de centro de gravidade para os integrantes do congres so do MST. As entidades têm relação próxima. Para se ter uma ideia, a conta-corrente da A brapo no Banco do Brasil aparece no s ite do MST como des tino de depósito para quem des eja assinar publicações do movimento social, como o jornal Sem Terra. / O contrato de patrocínio da Caixa, no valor de 200.000 reais, es tá publicado no Diário Oficial da União de 3 de fevereiro de 2014. Foi firmado pela Gerência de Marketing de Brasília por meio de contratação direta, sem licitação. A oficializaç ão do acordo do BNDES com a mesma entidade foi publicada três dias depois. O montante é de até 350.000 reais. A contrata ção também ocorreu sem exigência de licitação e foi ass inada pela chefia de ga binete da presidência do banco de fomento . / Leia também: Reinaldo Azevedo: CEF promove invasões e recorre à Just iça contra invasões / A Mostra Nacional de Cultura Camponesa, objeto dos patrocínios, ocorreu na área externa do ginás io Nilson Nelson, em Brasília. O cong ress o teve s uas plenárias na área interna. / Leia também: MST 'invade' Brasília e entra em con fronto com a polícia - Após confronto, Dilma recebe MST e ganha presentes / Tumulto e feridos - O congres so foi realizado e ntre os dias 10 e 14 de fevereiro e reuniu 15.000 pes so as. No dia 12, uma marcha organizada pelo movimento saiu do g inásio e p ercorreu c erca d e cinco quilômetros até a Esplanada dos Ministérios. O ob jetivo declarado era a entrega de uma carta ao secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, com compromissos não cumpridos pela presidente Dilma Rousseff na área da reforma agrária. / No decorrer da pas seata, o grupo de sem-terra integrou-se a petistas acampados em frente ao STF des de as prisões do mensalão, ameaçando invadir a Corte. Na presidência dos trabalhos, o ministro Ricardo Lewandowski sus pendeu a ses são que ocorria no momento. / Um cordão de isolamento feito por p oliciais e s eguranças da Corte impediu os manifestantes de avançar em direção ao Supremo. Eles então se dirigiram ao outro lado da Praça dos Três Poderes, rumo ao Palácio do Planalto. Quando os s em-terra romperam as grades c olocadas na Praça o conflito co meçou. / Manifestantes atiravam cruzes q ue faziam parte da marcha, pedras e rojões contra a polícia, q ue uso u bombas de efeito moral, gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os militantes . Ao todo, trinta policiais e dois manifestante s ficaram feridos . / Visita presidencial - No dia seguinte ao conflito,
a p residente Dilma Rousseff recebeu líderes do movimento para debater a pau ta de reivindicações, a titude que sofreu críticas de parlamentares da oposição e ligados ao agronegócio. / O MST, como já mostrou VEJA em diversas reportagens , é comandado por agitadores profiss ionais que, a pretexto de lutar pela reforma agrária, se valem de uma multidão de des validos como massa de manobra para atingir seus objetivos finance iros. Sua arma é o terror co ntra fazendeiros e também contra os próprios ass entad os que se recus am a cumprir as ordens dos chefões do movimento e a participar de saqu es e atos de vandalismo. Com os a nos, o movimento pass ou por um process o de mutação. Foi-se o tempo em que seus militantes tentavam dissimular as ações c riminosas do grupo invocando a causa da reforma agrária. Há muito iss o não acontece mais. Como uma praga, o MST ataca, des trói, saqueia – e seus alvos , agora, não são mais apenas os c hamados latifúndios improdutivos. (http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/marcha-do-mst-e-financiada -c o mdinheiro-publico-da-caixa-e-do-bndes ); *Veja.com, Blog do Reinaldo Azevedo , 16.12.14: O MST, Kátia A breu e Lula: o falso e o verdadeiro nes sa equação - O MST esteve ontem com a presidente Dilma Rouss eff para pressioná-la a não nomear a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) para o Ministério da Agricultura. Duas dissidên cias do movimento invadiram a sede da CNA (Confederação Naciona l da Agricultura e Pecuária) para protes tar contra es sa possibilidade. Nesta segund a, Kátia ass umiu um novo mandato na pres idência da en tidade, do qual deverá se afastar se for mesmo para o ministério. Dilma compareceu à s olenidade e deixou claro que era uma de ferência à confederaç ão, mas também “foi uma forma de ho menagear uma mulher que se distingue na direção da CNA e que honra o Brasil”. Afirmou ainda que as duas es tarão “mais próximas do que nunc a”. / Assim como s etores do mercado — e da imprensa — veem a presença de Joaquim Levy na Fazenda co mo uma aposta — s e garantia não puder ser — de racionalidade, vejo a ev entual presença da senado ra no comando da Agricultura como um investimento na competência. Ela entende do riscado. Se terá ou não condições objetivas para fazer o melhor, bem, iss o é o que s e verá. A dmiro a sua dedicação ao s etor e a sua capacidade de trabalho, n unca escond i iss o, e é evidente q ue não pas sarei a hos tilizá-la só porque integra um gov erno que não é do meu agrado. Se acertar, vou elogiar. Se errar, criticar, como s empre faço — segun do os critérios com os quais opero. / Que o MST e as semelhados sejam contrários à sua eventual nomeação, eis o que eu chamaria de bom começo. Pelo meu gos to pessoal, nem Levy nem Kátia emprestariam seu s respectivos talentos ao governo Dilma. Mas es sas s ão escolhas deles, não minhas . Guilherme Boulos, o sedizente líder de sem-teto, me quer no Ministério d a Cultura. Mas eu não quero, hehe. A diante. / Na conversa com Dilma, os sem-terra foram leva r o chororô à moda Gilberto Carvalho: Kátia representaria o op osto d as forças que teriam realmente contribuído para eleger Dilma — os ditos “movimento sociais”. Ess a é uma daquelas tolices repetidas por aí sem qu e a gente s e dê c onta do seu real significado. É mesmo? Quantos milhões de voto s têm os “movimento s sociais”? Iss o é conve rsa para boi dormir. Basta peg ar o mapa de votação de Dilma e cruzá-lo com o pagamento do Bolsa Família, e se vai ter claro o que realmente fez a diferença. / Os movimento s sociais não elegeram ninguém — ou, conven ham, o desempenho das es querdas nos governos estaduais e mesmo na s eleições legislativas teria sido ou tro. Práticas eleitorais francamente terroristas fizeram a diferença, num país que tem 50 milhões de pes soas — coisa de que Dilma se orgulhou na campanha eleitoral — pend uradas no Bolsa Família. “Então pobre não sabe votar?” A pergun ta é t ola. Cada um vota seg undo as s uas cond ições. Numa democracia, e ss a pergunta é descabida. Mas nem por isso s e deve deixar de apon tar o óbvio. A propósito: se saber votar derivasse só de con dições financeiras e de es colaridade, não haveria tantos eleitores de esquerda entre universitários. A elite intelectual brasileira, ou o que deve ria s er a elite, vota bem pior d o que o povo . / Se Dilma realmente achass e que a eventual presença de Kátia no ministério iria tirar aquela parte do eleitorado qu e lhe garantiu a vitória — como afirmam os MSTs e MTSTs da vida —, é claro que ela não faria essa escolha. Ocorre que a presidente sabe que a rede de apoios de que dispõe Kátia, com milhões de agricultores — estes, sim, produtores de comida, não de mistificações ideológicas —, é muito maior do que os gatos-pingados e barulhentos do s senhores João Pedro Stedile e Guilherme Boulos, que apenas lideram máquinas de cons umir recursos públicos. / Dilma deve levar a senadora para o governo para ampliar sua base de s usten tação, não para diminuí-la. Kátia faz aumentar o apoio ao go verno; quem o subtrai é gente como Stedile e Boulos. (http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/tag/katia-abreu/ ); *Site Revolta Brasil, 06.01.15: Novo Ministro de Dilma ligado ao MST defend e revisão no direito de propriedade - Segundo o novo ministro do Desenvolvimento Agrário do governo Dilma, Patrus Ananias, ligado a movimentos sociais que defendem a reforma agrária, como o MST: “o direito de propriedade não pode, em nosso tempo, ser um direito incontrastável, inquestionável e que prevalece s obre todos os demais direitos ”. / Segundo o ministro, o direito deve ser revisto con forme a função s ocial da propriedade. / No entan to, em co letiva apó s a transmiss ão do cargo, o ministro recuou d os argumentos de seu d iscurso, dizendo que maioria das propriedades, estão se ndo corretamente exploradas . / Veja o vídeo da e ntrevista :https://www.youtube.com/watch?v=N0xtUpCX2N E (http://www.revoltabrasil.com.br/politica/5586-novo-ministro-de-dilma-ligado-ao-mst-defende-revisao-no-direito-de propriedade.html); *Site do Movimento dos Trabalhado res Rurais s em Terra, artigo escrito por José Coutinho Júnior: Jaime Amorim: “2015 será o ano de retomar as grande s mobilizações pela Reforma Agrária” / Em en trevista ao Jornal Sem Terra, Jaime Amorim, da coordenação nacional do MST, analisa a conjuntura política de 2014. Do 6° Congress o do MST ao período eleitoral, abre-se um es paço para um novo ciclo de lutas pela Reforma Agrária. / Para ele, o ano de 2015 será de extrema importância “para fazer ocupações de latifúndios, retomar o process o de massificação da luta pela terra, exigir do gove rno questões fundamentais para o desen volvimento da Reforma Agrária Popular, do s ass entamentos e para a des apropriação de terras”. / Abaixo, co nfira a entrevista: (http://www.mst.org.br/node/16847) 6
Nota do transcr itor – O professor Olavo equivocou-se em relação ao nome do livro, que, na verdade, chama-se Dialectique de L'affirmation: Essai de Métaphy sique Réflexive. Este título, inclusive, aparece entre as tags do programa: http://www.olavodecarvalho.org/midia/070205true.html 7
Olavo de Carvalho, Caderno d e Cultura do IDEAS – Instituto de Estu dos e Ações Sociais – da UniverCidade . Ano I, número I, Outubro de 2001 (a Antônio Donato Rosa e Júlio Fleichman): Sto . Tomás, a vaca voadora e nós - Nenhum histo riador profiss ional do mundo aceita hoje em dia a lenda s etecentista que deprecia a Idade Média como "Idade das Trevas" , mas ela continua firmemen te arraigada no credo universitário brasileiro e é repassad a de geração em geração po r sociopatas militantes e analfabetos funcionais aos quais um abus o de linguagem confere o es tatuto de intelectuais acadêmicos. / Só isso já ba staria para ilustrar a imensidão do abismo mental que se alarga dia a dia entre as nações cultas e aquelas onde a negligência o u cumplicidade dos governantes permitiu que as instituições de ens ino foss em monopolizadas por propagandistas e demagogos a serviço de grosseiras ambições d e poder. / O d iscurso de dep reciação da Idade Média foi c riado po r beletristas e agitadores do século XVIII como expediente de ocas ião para a p ropaganda anti-religiosa, destinada a minar as bases morais e ideológicas da monarquia. M algrado a imensa penetração que obte ve na mitolog ia popular, graças ao respaldo de toda s orte de organizações políticas e s ociedades pseudo-iniciáticas, o fato é que ela jamais existiu como teoria h istórica aceitável nos meios científicos e hoje subs iste apenas em círculos de ativistas semiletrados do Terceiro Mundo, à margem das correntes vivas do pens amento mundial. / No Brasil ou na Zâmbia, "medieval" ainda p ode ser usad o como te rmo pejorativo nas polêmicas da mídia, mas qu em quer que se deixe impress ionar po r iss o mostra que é escravo de uma atmosfera menta l provinciana, sem a mínima abertura para o ho rizonte maior da cultura universal. / Em con trapartida, não há estudios o sério que hoje pos sa contest ar a afirmação de Schelling , segu ndo a qual a transição da filosofia medieval para a atmosfera moderna inaugurada por
Descartes assinala a queda do pensamento filosófico para um nível pueril. (2) / Essa queda revela-se da maneira mais escandalosa na simples perda d a técnica filosófica cu jo domínio distingue o filósofo do beletrista e do ideólogo. / A longa prática d a disputatio nas universidades havia dotado o s intelectuais eu ropeus de uma habilidade lógica extraordinária, capaz de ap reender num relance o se ntido dos co nceitos, a distinção entre vários níveis de abordagem, os pressu postos embutidos nas discussões, o senso das relações entre a parte e o todo, a hierarquia de credibilidade das premissas , enfim, toda s as condições indisp ens áveis para uma investigação filosófica consistent e. / De repente, tudo isso s e perdeu. Descartes, malgrado sua alegação de aprendizado escolástico, recai em erros lógicos primários que nenhum estudante medieval cometeria, como o de não perceber que uma noção pontual do ego pensante é um conc eito abstrato e não uma intuição direta. (3) / O show de inépcia prossegue ao longo de dois séculos com a disputa de racionalistas e empiristas , que qualquer escolástico treinado resolveria em vinte minutos . / Malgrado a introdu ção meritória de novos temas e a persistência de alguma habilidade escolástica notada em casos esparsos, o ciclo filosófico moderno é em geral de uma gros seria sem par e o pouco que dele se aproveita reside precisamente n os sistemas que, nadando a contracorrente, conservam o ess encial do legado escolástico, como é o caso dos de Leibniz e Schelling. Não por coincidência, esses sistemas foram os que encontraram menos compreensão entre seus contemporâneos, tendo de esperar o século XX para que o mundo acadêmico percebesse sua importância incomum. / Também não é de es tranhar que, em plena ascen são do estilo moderno, algumas antecipações geniais feitas pelos escolásticos remanescen tes, es pecialmente na Espanha e em Portugal - como a teorização da econ omia de mercado dois s éculos antes de Adam Smith e a formulação do indeterminismo físico três séc ulos antes d e Heisenberg -, pass ass em completamente desp ercebidas, enqu anto a moda mecanicista, hoje totalmente des moralizada, pos ava como a encarnaçã o mesma do es pírito científico em opos ição às "trevas " escolásticas. / Tudo isso revela o q uanto a história da filosofia, como a h istória de tudo o que é humano, está sujeita a oscilações inteiramente irracionais e fortuitas, e o quanto é imprudente tentar enxergar na s ucess ão temporal das filosofias algo como uma progress iva vitória da luz s obre as trevas. Habet mundus iste noct es suas, "este mundo tem suas noites", dizia S. Bernardo de Clairvaux, e nad a o ilustra melhor do que as crises de regress ão e de esq uecimento que pontilham a história da filosofia, obrigando cada geração de estud iosos a desencavar dos escombros os tes ouros que suas antecessoras, imbuídas da ilusão de es tar no pináculo da evolução humana, atiraram ao esquec imento. / Um dess es tesouros, ciclicamente esqu ecido e reencontrado, sempre diferente a cada reencontro, é a filosofia de Sto. Tomás de Aquino. / O que ela tem a dar ao mundo de h oje já não coincide exatamente com aqueles aspecto s seus qu e foram trazidos à luz pelo renouveau tomista inspirado pelo Papa Leão XIII. O neotomismo do século XX, com todas as contribuições esplêndidas que trouxe à reconquista de uma perspectiva cristã na filosofia, talvez cons titua, hoje em dia, até mesmo um obs táculo a uma tomada de consc iência do s ângulos da filosofia tomística que mais urgentemente a atu al geração necess ita redescobrir. / Mas algumas outras dificuldades, mais elementares, se apresentam des de logo ao estudan te que se aventura nas páginas de Sto. Tomás. Examinarei aqui duas delas. / A primeira é que a filosofia de Tomás não pode ser facilmente resumida em alguma fórmula como "Pens o, logo existo", " Todo o real é racional e todo o racional é real" ou "A existência precede a es sência", com que o público moderno se acos tumou a gravar na memória a imagem vulgar dos sistemas mais badalados. Nenhuma filosofia verdadeiramente grande s e deixa aprisionar nes ses rótulos. Eles servem para condens ar universos filosóficos pobres ou fictícios pobres como o d e René Des cartes ou fictícios como os de Hegel e Sartre --, mas não s ervem para Aristóteles, Leibniz, Schelling ou Huss erl, cujos sistemas não se fecham nas fórmulas de uma geometria imaginária mas permanecem ab ertos à complexidade do real vivente, cheio de surpresas. Também não servem para Tomás de Aquino, pela mesmíssima razão. É relativamente fácil conceber, a partir de certas fórmulas resumidas, o que Descartes ou Hegel teriam dito sobre isto ou aquilo quando não se conhece o que disseram efetivamente. Mas o que Tomás tem a dizer n ão é nunca inteiramente previsível, porque seu sistema tem a complexidade orgânica de uma criação da natureza, que não é linearmente coerente mas contém s empre incoerências superficiais abso rvidas numa coerência mais profunda. / Ess a dificuldade leva muitos estudioso s a simplificar o pen samento do grande s anto, espremendo-o numa logicidade um tant o estereotipada que, se o to rna mais digerível desd e os princípios do próprio intérprete - freqüentemente mais interess ado numa apologé tica paroquial do que em filosofia -, aca ba por eliminar a variedade e o elemento surpresa que constituem um dos encantos maiores da obra tomística. / Um exemplo característico é a eliminação habitual do componente astrológico, ess encial à obra e à sua compreens ão. A justa rejeição magisterial da astrologia como técnica preditiva levou co m freqüência a jogar a criança fora junto com a águ a do banho, e no cas o de Tomás a "criança" era nada menos que to da uma filosofia da n atureza e da liberdade. Para ele, Deus move os corpos inferiores por meio dos s uperiores; logo, todos os fenômenos da ordem natural terrestre s ão reflexos dos movimentos dos as tros. Como o corpo humano faz p arte da ordem na tural, ele es tá tão sujeito às influências dos as tros quanto qualquer outra coisa que s e mova sobre a Terra; e co mo as mutações s ofridas pelo corpo interferem na condu ta por intermédio dos se ntidos e das paixões , está claro que tudo quanto na cond uta humana seja d e ordem puramente pas sional, isto é, independente da influência ordenadora da inteligência e da vont ade racional, pode muito bem ser compreendido com bas e na influência dos astros . Essa clara reivindicação de uma as trologia natural soa demasiado escan dalosa aos o uvidos dos crentes, e por isto foi freqüentemente s uprimida d as exposições "oficiais" da filosofia tomista, o que se to rnou no entanto indefensável depois do es tudo definitivo de Thomas Litt. (4) Não ob stante, a edição eletrônica da Summa Contra Gentiles no s ite do Jacques Maritain Center omite ainda os capítulos concernentes à influência dos as tros, que se contam entre os mais notáveis d a filosofia tomística da n atureza. (5) / Esses arranjos e supress ões, criando uma facilidade enganos a, acabam por dificultar a compreensão do que existe de mais característico no pensa mento de Tomás, que é precisamente a coexistê ncia de uma poderosa inteligência metafísica com a boa-fé q uas e simplória com q ue sua alma san ta se abria aos dados do real e da ciência do s eu tempo, sem nenhuma prevenção d ogmática. A h istória da vaca v oadora é p rovavelmente fictícia, mas reflete bem o es pírito de Tomás. O santo es tava estudando quando um monge o cha mou às pressas para ver uma vaca que pass ava voando diante da janela. Tomás saltou da cadeira e , reclinado ao parapeito, vasculhou os céus em bus ca da vaca, enqu anto em torno os outros monges explodiam numa gargalhada coletiva. Surpreendido, o sa nto se explicou: " É que achei mais razoável uma vaca voar do que um monge mentir." O q ue é certo é que Tomás, alertado para qualquer fenômeno, por mais es quisito e alheio a suas crenças, jamais recusaria examiná-lo com a maior boa-fé, mesmo que isto o levass e a conc lusões bem diversas d as esperadas . Nada poderia contrasta r mais en faticamente com a imagem de um sistema hierárquico fecha do, que se consagrou na imaginação do leitor contemporâneo por obra de apologistas ingênuos e adversários astut os. Diz Eric Voege lin: "Ess e sistema frouxamente atado , em certos pontos repleto e abun dante de excess os de digress ão, é o perfeito símbolo d e uma mente qu e não é nem apriorística nem empirista, mas em si mesma um ser histórico vivente, experienciando sua harmonia com a manifestação de Deus no mundo histórico." (6) Não por coincidência, prossegue Voege lin, algumas das idéias mais interess antes de Tomás se enc ontram espa lhadas nas digressões e não no corpo cent ral dos argumentos. / Entre perder-se na riqueza inesgotável do s istema vivente e recortá-lo segun do um esquema didático prévio, o leitor moderno optará, decididamente, pela última alternativa, preferindo an tes conformar-se com "manuais de t omismo" quando não com aquelas reduções pejorativas tão caras à mentalidade uspiana (7) -- do que lançar-se a uma leitura direta que o atemoriza e confunde. / Uma seg unda dificuldade, diretamente ligada à p rimeira, é a resistência obstinad a que a mente moderna oferece a uma proposta filosófica que pretenda s er ao mesmo tempo realista e c ristã. Mentes forjadas no molde do preconceito kantiano segu ndo o qual Deus, po r estar infinitamente separado da esfera da nos sa experiência sens ível, só pode se r objeto de crença e não de conhecimento -- preconceito que s e incorporou na cultura universitária contemporânea com uma autoridade dogmática intolerante a avas saladora --, dificilmente podem conceber que a referência a Deus seja senão o apelo a um artigo de fé, totalmente sep arado do conhecimento do s fatos da ordem sens ível e até da especu lação filosófica racional. Essa mente acabará p or dividir a filosofia de Sto. Tomás em dois compartimentos estanq ues, se parando "filosofia" de " teologia" s egundo no ções estereotipadas de uma e da outra. Com
isso, perderá justamente o es sencial dessa filosofia, que é a un idade tensional e viva d o imanente e do trans cendente. / Tomás, embora rejeitando a convicção de seu amigo S. Boaventura de que Deus é u m da do intuitivo imediato, e embora subs crevendo tudo quanto a doutrina da Igreja afirma sobre o papel decisivo da fé para a s alvação das almas, jamais se conformou com um Deus que foss e simples objeto de crença ou mesmo a pura conclusão de um silogismo. Deus para ele é ineludivelmente uma presença, e esta presença se manifesta de maneira prioritária nos dado s do mundo sens ível. Ele estava persu adido de que os fatos da ordem sens ível, sendo expressões diretas do Verbo criador, jamais poderiam mentir. Por isto ele não hes ita em sacrificar a coerência superficial do sistema em favor da variedade dos fatos, que têm para ele uma autoridade divina. Daí seu realismo, insepa rável do seu cristianismo. No universo tomístico, o verso do salmista, Coeli enarrant g loriam Dei -- "Os céus exibem a glória de Deus " -- significa, da maneira mais enfática, que as tronomia, geologia, zoologia e demais ciências d a ordem sen sível não são, em última instância, sen ão teologia simbólica. Na Summa Contra Gentiles ele enuncia a fórmula mesma da hermenêutica simbólica da natureza: "Nós falamos por meio de palavras, Deus fala por meio das coisas." Logo, a transmiss ão da mensagem divina, p ara Tomás, não s e esgota no conteúdo verbal explícito da Bíblia e na doutrina formal que dele extrai o magistério da Igreja; ela pross egue, diante de nós, no des dobramento inesgotável dos fatos d a ordem natural e histórica. Entre a verdade que "des ce" na revelação do Sinai e na encarnação de N. S. Jesus Cristo e a verdade que "s obe" dos fatos s ensíveis ao s entido eterno que neles se manifesta, aí residem precisamente o desafio e a tarefa do filósofo, erguido assim ao es tatuto de pon tifex, de con strutor de pontes entre os dois mundos qu e o homem habita s imultaneamente . Que a construção seja trabalho inesgotável e altamente problemático, que ele seja sistêmico e orgânico por vocação mas jamais redutível a um sistema perfeito e fechado, eis o q ue dá à filosofia tomística a peculiar tens ão intelectual que o torna, para nós, de uma rara força estimulante. / Essa tensão reaparece, sob formas diversas, em mil e um pontos da doutrina tomística. Um deles, realçado no belo estudo que Luiz Jea n Lauand antepôs à sua tradução (de parceria com Mário Bruno Sproviero) de duas "ques tões disputadas" do mestre, é que a noção mesma de "co nhecimento", ness a doutrina, tem seu fundamento último na teologia da criação: "Não é poss ível apreender o núcleo da expressão 'verdade das coisas' - ele simplesmente nos escapa - se nos recusarmos a pensar as coisas expressamente como criaturas, projetadas pela intelecção de Deus, que pensa-o-ser... O ser-pensado das coisas por Deus fundamenta a sua inteligibilidade para o homem." (8) / Na entrada do ciclo moderno, Desc artes, ignorando por completo es se item da doutrina tomística, retornará à noção de Deus como fundamento do conhe cimento, mas compreendendo-O apenas como garantia externa da conexão en tre o ego pens ante e o mundo físico. Que diferença entre essa justapo sição mecânica de três fatores e a reabso rção tomística de su jeito e objeto na sua condição originária d e criaturas! / Por isso mesmo é pu ramente metonímica - e, se tomada ao pé da letra, até insultuosa - a noção vulgar que apresenta Tomás como o homem que se dedicou a "harmonizar teologia cristã e filosofia grega". Harmonizar doutrinas seria antes trabalho de um erudito de ga binete, não de um filósofo. Tomás é um filósofo, e não menor do que seu mestre Aristóteles, justamente porque o que ele bus ca não é a harmonia entre doutrinas prontas , mas o elo pe rdido entre dois universos de experiência: a experiência do apelo divino, a experiência do mundo s ensível. O que ele bus ca é a abs orção de toda a realidade num sentido espiritual, e não a solução de um problema dogmático-administrativo. / Que ess e empreendimento tivesse também, no contexto histórico imediato, u ma tremenda importância política que pas sou despercebida a seus contemporâneos, os quais por isto precipitaram a Igreja numa longa sucessão de quedas e humilhações que ainda está longe de ter-se esgotado, é um d esses casos de engano geral ante um acerto individual, que mostram, acima de toda pos sibilidade de dúvida, que a verdade aparece com mais facilidade à alma do homem singular empenhado em conhecê-la do que à autoridade coletiva, mesmo quando respaldada em garantias divinas de última instância. / Tomás c ompreendia, mais que ninguém, que da t ensão harmônica entre o espiritual e o s ensível dependia a s obrevivência da própria Igreja enquanto instituição, e mais ainda a d o sacrum imperium que deveria representar a forma histórica por excelência da civilização cristã, a encarna ção da Igreja na história. / Por iss o ele insistia na compreensã o simbólica da natureza, que integra as ciências do mundo físico numa visão metafísica que é, em es sência, a mesma que s e depreende da revelação evangélica. (9) / A diss olução da síntes e civilizacional da Idade Méd ia e a quebra da unidade da Igreja acompanha m pari passu a divisão irrecorrível de " ciências sag radas" e "ciências profanas" , que, a partir do século XIII, e contra a intenção manifesta de Tomás, foi s uprimindo des tas últimas toda s ignificação espiritual, até torná-las independentes e hos tis a qualquer consideração de ordem metafísica, para não dizer teológica, de modo que não resta ao apologeta cristã o senão tentar harmonizar a posteriori ciência e teologia, num esforço vão de reduzir a uma linguag em comum conclus ões obtidas por métod os incompatíveis e mutuamente excluden tes. No século XIX, a ciência da natureza já s e declara inimiga aberta da religião c ristã. Acuad os, os cristãos mal conseg uem resistir, no século seguinte, à tentação de apegar-se, in extremis, à conciliação falsa e oportunista elaborada pelo Pe. Teilhard de Chardin, prostituindo a religião no leito da ciência e vice-versa. (10) / Ao mesmo tempo, o simbolismo da natureza, expelido do mundo católico "oficial", era açambarcado pelas seitas heréticas e gnó sticas, que o modificaram a seu belprazer -- embaralhando as criteriosas distinções que nele Tomás havia estab elecido entre o racional e o supers ticioso, entre o divino, o natural, o humano e o demoníaco -- e fazendo dele a bas e de não sei quantas concepções mágicas e loucas que deram origem às sociedades s ecretas revolucionárias do sécu lo XVIII, (11) ao florescimento mórbido d e pseu do-es piritualismos no século XIX (12) e por fim à grande farsa da New Ag e nos anos 60 do século XX. (13) / Tal como a divisão de racionalismo e empirismo - cuja unidade dialética, no entanto , transparece tão nitidamente na filosofia do próprio Tomás --, a ruptura entre religião e ciência solapava a bas e mesma do sacrum imperium e da inserção da Igreja no mundo como Mater et mag istra do dev ir histórico. / Perdido o elo es sencial entre o es piritual e o sens ível, era inevitável que se rompess e mais cedo ou mais tarde a unidade d a Igreja com o co rpo político da s ociedade, como de fato veio a aco ntecer com o advento das monarquias nacionais, condenadas à morte já no nas cedouro, e, em seguida, do moderno Estado leigo, no qual a autoridade religios a recua para o domínio privado enquanto a esfera pública é entregu e à guarda daquela mistura inextricável de cientificismo, ocultismo e ideologias revolucionárias milenaristas , que compõe a fórmula da típica mixórdia mental do intelectual moderno. / Paralelamente , o credo cristão, ao perder su a função orgânica na s ociedade, perde também, s obretudo no meio protestante, a flexibilidade e a sab edoria medievais, enrijecendo -se num moralismo incompatível com a vida prática moderna e impondo às almas uma carga pesada demais, que elas acabam po r rejeitar ante as ofertas tentadoras de uma vida mais fácil e confortável no seio do agnos ticismo e da indiferença espiritual. / O humilde pároco de aldeia de Bernanos, encarnação de valores da França medieval no seio do clero moderno, compreendia ainda, como a Igreja de São Luís e de Joan a d'Arc, que numa paróqu ia -- e a paróquia simboliza o mundo humano em geral --, o pecado e a graça vivem num estado de equilíbrio instável cujo centro de gravidade, no entanto, é "baixo, muito baixo". Ele compreende isso, mas não cons egue transmitir essa v erdade a seus superiores, típicos representantes do clero moderno, tão enrijecidos numa moral monástica incomunicável com a complexidade do mundo quan to, por outro lado, flácidos e complacente s ante o atrativo intelectual de idéias modernas cuja periculosidade lhes e scapa porque elas não ofendem diretamente o receituário moral em que se resume o s eu cristianismo. / Estud ando a história dos co stumes medievais, (14) surpreende-nos obs ervar o quanto a Igreja daq ueles tempos era tolerante e compass iva com fraquezas humanas qu e, num período p osterior, bastariam para expor u m pecador à execração geral, principalmente no ambiente protestante cujo advento condensa simultaneamente as dua s tendên cias opostas e inseparáveis nascidas da queb ra da unidade medieval: o recuo da religião para a esfera privada e a adoção de rígidos critérios de moral monástica para toda a sociedade civil. Um cas o como o de Jimmy Swaggart, o pregador fervoroso sub metido a humilhação pública e obrigado a abandonar o magistério por conta de um s imples pecado ca rnal, seria impensá vel na Idade Média: o pecador confessaria seu erro e voltaria ao púlpito com mais entus iasmo ainda, arrebatado pela efusão da Graça. Seu arrependimento seria propagado de cidade em cidade e, no ambiente fortemente emocional da épo ca, sus citaria lágrimas de comoção entre os fiéis. / É um erro enorme, criado pela propag anda anticristã, imaginar a "igreja institucional" como s ede do moralismo autoritário e portanto a supressão da autoridade
pública da Igreja como uma libertação da cons ciência pess oal. A religião medieval, justamente por sua participação imediata no mundo social e político, podia ser mais compreens iva e flexível justamente porque arcava com parte da resp ons abilidade pela esfera mundana, onde o centro de gravidade é "baixo, muito baixo". Recuando para a esfera privada, ela se imbui de um monasticismo deslocado e intolerante, ao mesmo tempo qu e, para piorar as coisas, o Estado, prevalecendo-se de s eu prestígio de libertador e progres sista, se aproveita da ocas ião para impor a popu lações d esmemoriadas toda sorte de exigências tirânicas que elas aceita m porque não vêm sob a chancela de um dogma religioso, mas sob a band eira d a liberdade e das luzes. Qualquer papa medieval consideraria u m pecado contra a ordem divina d o mundo humano tenta r derrubar um governante bom e eficiente sob a acus ação de vida disso luta ou corrupção pes soal, pois sabia que, na paróquia como n o mundo, o bem comum está acima das exigências de perfeição individual. Uma igreja se m resp ons abilidade de governo não tem por que se preocupar com isso , e pode, a pretexto de moral, ajudar a des equilibrar a ordem s ocial e facilitar a ascens ão de insens atas ambições revolucionárias. / Tudo iss o já estava, de certo modo, previsto e remediado na filosofia de Tomás. Quando ele sonda os "processos ocultos da natureza", (15) admite a existência de fundamento na quirologia e na alquimia, (16) distingue entre adivinhação natural e demoníaca (17) ou estabe lece os limites entre u m estud o científico e uma abordagem s upersticiosa da influência dos as tros na conduta humana, (18) só a extrema covardia ante a hegemonia do cientificismo moderno pode levar um intérprete cristão a dep reciar tudo isso co mo meros pass os obscu ros de um precurs or canhestro da ciência materialista . Bem ao contrário, esses as pectos que muito tempo foram tidos como menores e marginais na interpretação do tomismo representam, para nós hoje, a mais bela promessa de um resgate cristão do simbolismo da natureza, que já por tempo demasiado permanece refém de feiticeiros, gnós ticos e heréticos , parceiros ocultos do cientificismo dominante. / Felizmente, ainda está em tempo de reconquistar o terreno perdido. Para isso, é preciso apenas reencont rar o sentido da filosofia cristã da natureza, sem a qu al uma filosofia cristã da sociedade e da política não pas sará nunca de um arranjo improvisado ex pos t facto e sempre s ujeito a ser explorado em benefício de ideologias anticristãs. Mas ess a reconquista pressupõe inteligências capazes de insp irarse no exemplo de Tomás - capa zes de s uportar a ten são criadora entre o imanente e o trans cendente, entre o n atural e o es piritual, e de s e abrir à variedade dos fatos com a certeza ab soluta de que, malgrado suas ap arências contrastante s e assustadoras, por eles fala a voz do Divino Salvador. Mu itos dizem q ue a Igreja de hoje precisa de s antos. Mas o próprio Tomás d izia que um po uco de san tidade com muita s abedoria era preferível a muita sa ntidade com pouca sabe doria. Talvez o que a Igreja de hoje precise é de inteligências desas sombradas, capazes de não recuar nem mesmo ante a hipótes e da vaca v oadora. / Olavo d e Carvalho / 19 de maio de 2001 / 1 Diretor d o Seminário de Filosofia do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade). Autor de Aristóteles em Nova Persp ectiva (Rio , Topbooks, 1998), O Imbecil Coletivo: Atua lidades Inculturais Brasileiras (Rio, Fac uldade da Cidade Editora, 1997), O Futuro do Pensamento Brasileiro (Rio, Fac uldade da Cidade Editora, 1998), Como Vencer um Debate Sem Precisar Te r Razão: a Dialétic a Erística de Arthur Schopenhauer (Rio, Topbo oks, 1999), O Jardim das Aflições. De Epicuro à Ressurreição de César: Ensaio so bre o Materialismo e a Religião Civil (Rio, Diadorim, 1995; 2a. ed., São Paulo, É Realizações , 2000) e outras obras . Colunista dos jornais O Globo (Rio de Janeiro), Zero Hora (Porto Alegre) e Jornal da Tarde (São Paulo) e das revistas Época e Bravo!. Website: http://www.olavodecarvalho.org . / 2 F. W. J. von Schelling, On The History of Modern Philosophy, transl. Andrew Bowie, Cambridg e University Press , 1994, p. 42. / 3 V. Olavo de Carvalho, "René Desc artes e a Psicologia da Dúvida", comunicação apres entada no Colóquio Descartes da Acad emia Brasileira de Filosofia, Faculdade da Cidade , Rio de Janeiro, 9 de maio d e 1996. Trans crição completa no website do autor. / 4 Les Corps Célestes dans l'Univers de Saint Thomas d'Aquin, Louvain, Publications Universitaires, 1963. / 5 Jacque s Maritain Center: http://www.nd.edu/Departments/Maritain/etext/gc.htm . / 6 Eric Voegelin, History of Political Ideas , vol. II, The Middle Ag e to Aquinas, ed. Peter vo n Sievers , Columbia, Univers ity of Missouri Press , 1997, p. 215. / 7 V. a propós ito Olavo de Carvalho, O Jardim das Aflições . De Epicuro à Ress urreição de César: Ensaio sobre o Materialismo e a Religião Civil, 2a. ed., São Paulo, É Realizações , 2000, Cap. I, §§ 2-3. / 8 "Introdução" a: Sto Tomás d e Aquino, Verdade e Conhecimento. Questões Disputad as "Sobre a Verdade" , "Sobre o Verbo" e "Sobre a Diferença entre a Palavra Divina e a Humana" , trad. Luiz Jean Lauand e Mário Bruno Sproviero, São Paulo, Martins Fontes , 1999. / 9 V. Seyyed Hoss ein Nasr, The Encount er of Man and Nature. The Spiritual Crisis of Modern Man, London, Allen & Unwin, 1968. / 10 V. Wolgang Smith, Teilhardism and the New Religion. A Thorough Analysis of the Teachings of Pierre Te ilhard de Chardin, Rockford (Illinois), Tan Books, 1988. / 11 V. James H. Billingto n, Fire in The Minds of Men. Origins of the Revolutionary Faith, NewYork, Basic Books, 1980. / 12 V. René Guénon, Le Théo sophisme. Histoire d'une Pseudo -Réligion, Paris, Éditions Traditionnelles, réed. 1978, e Peter Wash ington, O Babuíno de Madame Blavats ki. Místicos , Médiuns e a Invenção do Guru Ocidental, trad. Antônio Machado, Rio, Record, 2000. / 13 V. Russel Chandler, Compreendendo a Nova Era, trad. João Marques Bentes, São Paulo, Bompas tor, 1993, assim como Olavo de Carvalho, A Nova Era e a Revolução Cultural. Fritjof Capra & An tonio Gramsci, Rio, IAL e Stella Caymmi Editora, 2a. ed., 1997 (há trans crição completa no webs ite do autor). / 14 V. Life in the Middle Ages, selected and anno tated by G. G. Coulton, Cambridge University Pres s, 4 vols., 1954. / 15 Cf. De occultis operibus naturae, Opera, 27, 504-7. / 16 Meteor., III, 9. / 17 Summa, II, ii, 95, art. 5. / 18 Contra Gentiles , III, 82-87. (http://www.olavodecarvalho.org/textos/s totomas.htm); *Site do Padre Paulo Ricardo: 194. Afinal, Santo Tomás d e Aquino es tá ultrapassad o? – vídeo, áudio e trans crição (https ://padrepauloricardo.org/episodios/afinal-santo-tomas-de-aquino-esta-ultrapass ado ) 8
Folha Online, Mário Magalhães , 04.02.07: Papéis da ditadura somem dos arquivos - O arquivo do extinto Serviço Nacional de Informações (1964-90), sob guarda da União, sofreu uma "limpeza" na qual foram s uprimidos documentos que deveriam constar de acervos federais. É o que revela investigação da Folha feita por um mês e meio em órgãos públicos. / O Arquivo Nacional emitiu certidão de "nada const a" em respos ta ao pedido de pap éis do SNI de 1975. A Abin (Agência Brasileira de Inteligênc ia) afirma que não os tem. / A des coberta do sumiço comprova, d e maneira inédita, relatos de a ntigos funcionários da chamada " comunidade de informações " do regime militar (1964-85). / Em conv ersas reservad as em anos recentes , eles diss eram ter havido um "banho " no material produzido pelo SNI. / Em 2005 o governo anunciou com pompa que a ida para o A rquivo Nacional de todo o acervo do SNI que estav a com a Abin seria um marco no acess o à memória do país. / O decreto de transferência foi ass inado por uma du pla de antigos opositores da ditadura: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rouss eff (Casa Civil). / A cons iderar o pronunciamento de duas repartições s ubordinadas a órgãos da Pres idência da Repúb lica, o que a Abin entregou não correspond e ao acervo integral do SNI. / Em outras palavras, o governo deu a conhecer somente parte da história. A Abin se vincula ao Gabinete de Segurança Institucional. O Arquivo Nacional, à Casa Civil. / A busca pelos papéis começou com um pedido feito pelo jornal à Abin no dia 15 de dezembro: a cópia das "Ap reciações Sumárias" do SNI elaboradas em outu bro (mês em que o jornalista Vladimir Herzog foi morto por tortura em São Paulo) e nove mbro de 1975. / A Abin sublinhou diversas vezes: tod o o acervo do SNI, em obediência à legislação de 2005, foi para o Arquivo Nacional. Este, p or s ua vez, ass egura que não recebeu as "Apreciações" requisitadas pela Folha. / A certidão é firmada por três servidores. Uma funcionária disse que só cheg aram à instituição as " Apreciações" de 74. / Acaso / A comprovação de que documentos de relevo histórico sumiram s ó foi poss ível com o cruzamento das informações da Abin e d o Arquivo Nacional e graças a um acas o: os papéis es tão à dispo sição de qualquer interess ado no bairro carioca de Botafogo. / A filha do presidente Ernesto Geisel (1974-79) doou o arquivo particular do pai ao CPDOC (Centro de Pesquisa e Documentação d e História Contemporânea do Brasil), da Fundação Getúlio Vargas. / Dele fazem parte as "Apreciações Sumárias" dos anos d o governo Geisel. Elas eram informes semanais endereçados pela Agên cia Central do SNI (em Brasília) ao presidente e, eventualmente, às Agências
Regionais. / Falavam de política, economia, movimento estudantil, Igreja, Forças Armadas e outros assuntos. / Inicialmente com o carimbo de "con fidencial" e depois com o de "sec reto", mais rigoroso, acompanhavam-se da rubrica "Campo Interno". / O pacote de outu bro e novembro de 1975 soma oito edições e 105 folhas. A cópia em pap el de cada página do microfilme sai por R$ 1,00 no CPDOC. Para ler, é de graça. / As "Apreciações " foram citadas em dois livros: " A Ditadu ra Encurralada" (2004), de Elio Gasp ari, e "Dos siê Geisel" (2002), de Celso Castro e Maria Celina D'Araújo. / O expediente p adrão do SNI era manter pelo menos uma cóp ia do que produzia. Para destruir um documento s em cometer ilegalidade, é preciso cons ignar em ata no livro específico para esse fim. / A Abin, herdeira do arquivo do SNI, diz não ter como identificar registro de destruição. Nos últimos dias, em contato com o Arquivo Nacional, b uscou de novo os papéis, s em sucesso. A agência não diz quando houve o desa parecimento --se so b a ditadura ou depois. / Se o general Geisel não guardass e cópias, talvez ainda ho je não houves se conhecimento público s obre as "Apreciações" e seu conteúdo. Se o s umiço deu cabo de alguns doc umentos , é poss ívelque tenha dado de o utros. / O arquivo do SNI, agora so b guarda do Arquivo Nacional, é esperança de cerca de 140 famílias para encontrar os corpos de des aparecidos políticos. Pesqu isadores esperam obter nele novos dados para contar a história do regime militar. (http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u89279.shtml ); 9
Nota do trans critor – Fatos como ess e, como po de ser lido no artigo a baixo, da revista Veja, ass umem cons iderável dimensão e relevância quand o se con fere o escan daloso resultado da Comissão Nacional da Verdade: * Veja.com, Gabriel Castro e Felipe Frazão, 10.12.14: Comissão da Verdade aponta 377 respons áveis por crimes na ditadura Relatório pede ainda que Lei de A nistia seja deixada de lado. M as só para pun ir agentes públicos da época. Crimes dos grupos de esque rda são ignorados - Após mais de dois ano s e meio de trabalho, a Comissão Nacional da Verdade (CNV), que investigou os abus os do regime militar, divulgou nes ta quarta-feira s eu relatório final. O material entregue à imprens a tem cerca de 4.400 páginas e contabiliza 434 mortos e desaparecidos , principalmente no regime iniciado em 1964 e encerrado em 1985. A prática de execuções , ocultações de cadá ver, estupros e torturas por parte de agentes do governo é detalhada. A comiss ão respons abiliza o s cinco presidentes do período militar por violações de direitos humanos e pede que a Lei de A nistia seja deixada de lado para q ue agentes públicos da época pos sam ser punidos. Crimes cometidos por grupos de esquerda, contudo, são ignorados pelo texto – que ass im omite uma parte da história daqueles anos cinzentos. / O coordenador da comissão , Pedro Dallari, entregou o relatório à Ordem dos Advo gados do Brasil (OAB), na sede da entidade, em Brasília. Represen tantes de familiares das vítimas, de sindicatos e de entidades como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil es tavam presentes. Em todo s os discursos, surgiram apelos para que os res ponsá veis pelos abuso s s ejampunidos apes ar da Lei de Anistia. O presidente da OAB, Marcus Vinícius Coêlho, prometeu que a entidade vai “perseg uir a resp onsab ilização dos agentes do Estado q ue perpetraram crimes de lesa-humanidade”. / Durante a cerimônia, os membros da comissão foram constrangidos por um imprevisto : Joel Câmara, que afirma ter sido militante da Vangu arda Leninista em Pernambuco , subiu ao púlpito sem s er convidado e pediu que a comiss ão investigass e também os crimes cometidos por terroristas de es querda. Ele foi vaiado e obrigado a deixar o auditório. / O relatório conclui que as violações aos direitos humanos eram uma prática siste mática durante a ditadura. “Ao debruçar-se sobre as graves violações de direitos h umanos praticadas en tre 1946 e 1988, a CNV não se d eparou com atos isolados , mas, no curso do regime militar, com prática diss eminada em larga escala”, afirma. Entre as vítimas, es tá a presidente Dilma Rouss eff – que, em depoimento à co miss ão, relatou ter sido colocad a em um pau de arara. / [...] / Dilma recebeu o relatório na manhã des ta quarta-feira. Ela parabenizou os integ rantes do órgão pelo trabalho – e voltou a afirmar que as investigações não se tratam de “revanchismo”. Dilma afirmou que, da mesma forma q ue reverencia os que lutaram pela democracia, o país “reconhece e valoriza os p actos políticos que no s levaram à redemocratização”. “A verdade não s ignifica a bus ca de revanche. A verdade não precisa s er motivo para ó dio ou acerto de contas ”, diss e. “A verdade produz consciência, aprendizado, con hecimento e respeito”, afirmou. “A verdade significa, acima de tud o, a opo rtunidade de apaziguar cada indivíduo cons igo mesmo e um povo co m a sua história”, prosseg uiu. “A verdade é uma homenagem a um Brasil que já trilha três década s de um caminho democrático. E que lutaremos s empre e mais pata qu e assim persista”, finalizou. / Responsabilidades – O docu mento apres enta 377 nomes de figuras que, de acordo com a comiss ão, são respo nsáveis pelos crimes da ditadura, em su a concepção política ou na execução direta. Na lista estão os cinco presidentes militares, os ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica do período e figuras poderosas co mo Golbery do Couto e Silva, que foi chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), as sim como comandante s dos serviços reservados militares e de batalhões. Há ainda de legados de Polícia Civil, suboficiais e praças , médicos e legistas a quem se atribuiu a responsab ilidade direta na auto ria dos crimes. Este grupo soma ao menos 240 pes soas. / É a primeira vez que um órgão oficial res pons abiliza os ditadores do período militar. "No âmbito de cadeias de comando solidamente estruturadas, ess es agentes estiveram ordenados em escalões suce ss ivos, por vínculo de autoridade, até o comando máximo da Presidência da República e dos ministérios militares. É pos sível afirmar, des se modo, que as ações que resultaram em graves violações de direitos humanos estiveram sempre sob monitoramento e controle por parte dos dirigentes máximos do regime militar”, afirmam os integrantes da comiss ão. / Anistia – A CNV justifica a defes a da revogação da an istia aos 377 apontados com base em jurisprudências de cortes internacionais como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) , ligada à Organização d os Estados Americanos (OEA), que rejeita as disposições da legislação de autoanistia em vigor no Brasil. Promulgada em 1979, a Lei da Anistia perdoo u crimes po líticos co metidos por militares e civis – ou seja, por agentes da ditadura e por guerrilheiros – durante o período de setembro de 1961 a agos to de 1979. A lei também resta beleceu os direitos políticos s uspensos durante a ditadura militar e permitiu o retorno dos exilados . Em decisão de 2010, o Supremo rejeitou uma açã o da Ordem dos Advogado s do Brasil (OAB) que pedia a revisão do texto. / “A extensão da an istia a agen tes públicos que deram cau sa a d etenções ilegais e arbitrárias, tortura, execuções , desa parecimentos forçados e ocultação de cadáveres é incompatível com o direito brasileiro e a ordem jurídica internacional, pois tais ilícitos, dadas a escala e a sistematicidade com que foram cometidos , constituem crimes contra a humanidade, imprescritíveis e não passíveis de anistia”, escrevem. / A CNV faz, contu do, uma ilação difícil de comprovar: a de que a anistia tem relação causal com violações , prisões arbitrárias, torturas e mortes ainda hoje cometidas n o país. / Recomendações – A primeira das 29 recomendações da CNV é que as Forças A rmadas reconheçam, instituciona lmente, a respon sab ilidade pelos crimes na ditadura militar. Também des ejam a des militarização das PMs, a revogaçã o da Lei de Segurança Nacional e a proibição de comemorações o ficiais do Golpe de 1964. A comiss ão sugere que o governo federal cobre dos to rturadores, na Jus tiça, o ressarcimento d e indenizações pagas a familiares e vítimas de perse guição política praticada por agentes públicos. E recomenda que seja criado um órgão permanente para dar seguimento aos trabalhos iniciados. / A comissão indicou no texto 230 instalações usadas para tortura, prisões de inimigos do regime – 25 delas, unidades policiais ou militares. O relatório final também lista locais c edidos por civis usado s como cativeiros e centros clandestinos de tortura e repressão , a exemplo da Casa da Morte, cas arão em Petrópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro. Ess es esp aços funcionavam como uma estrutura paralela às unidades militares e policiais, e até navios-prisões, onde ocorreram violações . / Os trabalhos da comissão foram iniciados em março de 2012. O grupo colheu 1.116 depo imentos, dos quais 633 se deram a po rtas fechadas . Em sua compos ição final, a CNV tinha co mo membros o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, a psicanalista Maria Rita Kehl, o embaixador Paulo Sérgio Pinheiro e os juristas Pedro Dallari, Rosa Maria da Cunha e José Paulo Cavalcanti Filho. O ex-ministro do STJ Gilso n Dipp participou da formação inicial, mas afastou-se por motivos de s aúde. O ex-procurador da República Claudio Fonteles pediu afastamento da comissão no an o pass ado por divergênc ias com o grupo. / Instalada em 2012 para apurar “graves violações de direitos hu manos entre 1946 e 1988”, a Comissão Nacional da Verdade concentrou-se no período do regime militar, de 1964 a 1985. Apes ar de a presidente Dilma Rouss eff ter declarado
que a CNV não era movida por "ódio", "revanchismo" ou "des ejo de reescrever a história", fica claro que inclinações ideológicas pes aram na se leção de quais episó dios seriam objeto de investigação. Embora o texto da lei qu e criou a CNV sugerisse que todas as violações d everiam s er apuradas, tanto as cometidas po r militares quanto as cometidas por grupos de extrema esqu erda, os casos protagonizados p elos grupos g uerrilheiros foram deixados de lado. / Guerrilhas – Os ass ass inatos, atentados, sequestros e ass altos promovidos por grupos gu errilheiros de es querda s ão ignorado s. Dess a forma, líderes democráticos, cidadão s comuns e integrantes de grupos armados são tratados da mesma forma, apesar de uns terem lutado pela d emocracia e outros des ejarem também uma ditadura – muito embora, comunista. As sim, o Grupo dos Onze, entidade liderada por Leonel Brizola e que planejava at aques violentos ainda antes do golpe, é c hamado apenas de "um es forço de organização e mobilização popular". Outras entidades que faziam uso da violência, como a Aliança Libertadora Nacional (ALN) e o VAR-Palmares, são chamadas apenas de "organizações políticas". / Eufemismos como ess es não deveriam ter lugar no documento de uma co missão instituída, por batismo, para buscar a verdade. Isso em nada enfraqueceria ou relativizaria as informações acumuladas na s muitas páginas do relatório. Ao relembrar o Golpe de 64 às véspe ras de seus cinquenta anos, VEJA observou: "No regime de 64, os radicais, s ob o apoio ou o s ilêncio de comandantes militares , endu receram o regime a ponto de implantar o terrorismo de Esta do para combater o terrorismo de esquerda. Explodiram bombas e colocaram p resos no pau de arara. (...) A força bruta desca rnou o regime. Até hoje, meio séc ulo depo is do golpe, num Brasil em quase tudo diferente do de 1964, os comandantes militares não admitem que 'fugitivos ', 'desaparecidos ' e 'suicidas' foram, na verda de, ass ass inados. Sendo uma instituição basead a na ética, na honra e na lealdade, as Forças A rmadas ainda precisam reconhecer pa ra a sociedade que es se pass ado é condenado também pelos militares." (http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/comissao-da-verdadeaponta-377-responsaveis-por-crimes-na-ditadura ) 10
Olavo de Carvalho, Diário do Comércio (editorial), 23.06.06: Diss olvendo os EUA - Entre os cons ervado res americano s, o escând alo do mês é o relatório do Council on Foreign Relations (CFR) que propõe – nad a mais, nada menos – a abolição das fronteiras entre os EUA, o México e o Canadá. O plano seria implantado com rapidez fulminante. Por volta de 2010 a nação de Was hington e Jefferson s implesmente teria deixado de existir, sen do substituída por uma "Comunidade Norte-Americana" multilíngue e sem identidade cultural. / O do cumento é de dois an os atrás: a novidade chocant e é que o presidente Bush, d iscretamente, as sinou em 2005 um acordo com os gove rnos dos d ois países vizinhos p ara implementá-lo. Ninguém até agora tinha prestado atenção n isso. E ninguém poderia imaginar que o governante eleito por uma maioria de cons ervadores e nacionalistas tivess e se deixado envo lver tão profundamente numa trama globalista anti-americana. / A proposta é nitidamente ins pirada na idéia do velho Morgenthau, de chegar ao governo mundial por meio de suces sivas integrações regionais, e se harmoniza às mil maravilhas c om a cons tituição simultânea de uma União das Repúblicas Socialistas Latino-Americanas , inevitavelmente mais dependent e de ajuda internacional do que nenhum país cap italista jamais foi. / Só mesmo n ess e templos da igno rância que são a univers idade brasileira, a Folha de S. Pau lo e a Escola Superior de Guerra pode have r ainda qu em acredite q ue globalismo é "imperialismo americano". O relatório pode ser lido, na íntegra, no site cfr.org. / *** / Primeira Leitura fechou por falta de anunciantes , enqu anto o governo alimentava com verbas oficiais uma revista de propaganda lulista. Tal é o estado de co isas na mídia nacional. / Trinta anos atrás, a distinção entre o jornalismo profiss ional e o sub jornalismo de partido era um ponto de honra para os membros da class e. Cláudio Abramo, mais comunista que Che Guevara, jamais tento u transformar a Folha de S. Paulo nu m órgão de propa gand a esquerdista. Roberto Marinho, um dos mentores d o regime de 1964, proteg ia os comunas do Globo, porque sab ia que colocava m a ética da profiss ão acima d o partidarismo. / Hoje em dia um sujeito trabalha para o gove rno cubano, faz pregação comunista em pa nfletos eletrônicos com foice e martelo no logotipo, e nã o só é reconhecido como jornalista profiss ional mas também ganha um cargo na diretoria da ABI. Depois, chamado de "agente de influênc ia", que é precisamente o que ele é, se finge de ofendido e processa o jornal qu e disse a verdade. Não s ou de fazer alusões sem dar nome aos bu rros. Que tal "Mário Augusto Jacobskind "? / Já tive meus arranca-rabos com Janer Cristaldo, mas subscrevo integralmente o que ele d isse no seu último artigo: "Jornalista que ven de sua capacitação para ideologias ou partidos não pas sa d e um venal. Uma vez que optou pela prostituição, deveria ser sumariamente excluído, e para sempre, das redaç ões de jornal." / Na realidade do Brasil atual, excluídos são os outros. O próprio Janer, por exemplo. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/060623dce.html ) 11
Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 29.01.07: A autoridade religiosa do mal - Neste momento, a diretoria d a PETA – People for the Et hica l Treatment of Animals, empombadíss ima ONG que em nome dos direitos dos animais diz horrores das pess oas que comem carne, us am casacos de pele o u vão ao circo – es tá sendo processada pela matança de milhares de gatos e cachorros. Funcionários da organização recolheram o s bichos em depós itos públicos, dizendo que iam arranjar famílias para adotá-los. O pess oal dos dep ósitos nem pensou em duvidar dos agentes de uma instituição famosa e politicamente correta. Dias depo is os homens da PETA foram s urpreendidos jogando os cadáv eres de 14.400 animais num terreno baldio, em sacos de lixo. Leia a h istória completa em https://www.petakillsanimals.com/. / Também neste momento os remanescentes do KhmerVermelho, a organização gen ocida liderada pelo famigerado Pol-Pot, es tão sendo julgados por um tribunal em Phnom Penh, Camboja, depois de tudo o qu e a bondo sa ONU fez para livrá-los de tão desumano cons trangimento. Ess es te rroristas chegaram ao poder com a ajuda de milhões de jovens militantes americanos e europeus qu e, manipulados por uma rede de organizações es querdistas e um exército de pop stars das artes e letras, marcharam “pela paz” nos anos 60 sob lindos pretextos idealistas e hu manitários, forçando os EUA a desist ir de uma gu erra vitoriosa, sair do Vietnã do Sul e deixar o caminho livre para que os comunistas armados pela China invadissem esse país e o vizinho Camboja. Resultado final do massacre: três milhões de civis mortos, mais de três vezes o total das vítimas da guerra. Leia a história completa em Mark Moyar , Triumph Forsaken . The Vie tnam War , 1954-1965 (Cambridge University Press, 2006). / O paralelo entre a matança de animais e a de seres humanos não é fortuito: em ambos os casos um discurs o atraente, condensado em slogans de grande impact o repetidos ad nauseam pela mídia, recobriu com o manto do prestígio moral uma g angu e de sociopatas ass assinos, criminalizando os que se o punham a seu s planos macabros e trans formando cidadãos inocentes em cú mplices daquilo q ue existe de pior no mundo. O fundo ideológico, nas duas ocas iões, é o mesmo: a inversã o revolucionária dos sentimentos morais, a impos ição do mal em nome do bem. / Educado nos princípios do relativismo, que entrou na moda quando eu era adoles cente (embora os adoles centes de hoje acreditem s er os primeiros a tomar conhecimento dele), demorei muito para des cobrir por experiência – e tive enorme dificuldade de admitir – q ue no mundo há pes soas muito boas e p ess oas muito más, sepa radas por um abismo irredutível. Hoje em dia, quem quer que proclame em v oz alta a existência des sa diferença que s alta aos olhos na vida diária é imediatamente acusado de “maniqueísmo”. Mas iss o não é senão uma invers ão a mais, pois o maniqueísmo, historicamente, c ons iste em equa lizar o bem e o mal c omo princípios, neutralizando a diferença de valor que os s epara. E eu não sou covarde o bastante para me abster de dizer as co isas como as vejo, só por medo de uma rotulação pejorativa cuja falsidade já se reve la na própria s emântica do termo. / Mais doloroso ainda, p orém, foi desco brir que tod os os mestres-pensado res e líderes políticos que encarnavam os ideais pomposamente alardeados pela militânc ia intelectual esq uerdista – todos , sem exceção -- pertenciam inequivocamente à s egunda categoria. Quem que r que estude as vidas de cada um deles desco brirá que Voltaire, Diderot, Je an-Jacqu es Rouss eau, Sade, Karl Marx, Tolstoy , Bertolt Brecht, Lênin, Stálin, Fide l Castro, Che Guevara, Mao Dzedong, Bertrand Russel, Jean-Paul Sartre, Max Horkheimer, Theodor Ado rno, Georg Lukács, Anto nio Gramsci, Lillian Hellman, Michel Foucault, Louis Althus er, Norman Mailer, Noam Chomsky e tutti quanti foram indivíduos sádicos, obses sivamente mentirosos, aproveitadores cínicos, vaidosos até à demência, desp rovidos d e qualquer sen timento moral superior e de
qualquer boa intenção por mais mais mínim ínima que fosse, exceto, exceto, talvez, talvez, n o sentido de usar as palavras mais mais nobres para nomear os a tos mais torpes. Muitos cometeram as sas sinatos pessoalmente, pessoalmente, s em jamai jamaiss demonstrar remorso. remorso. Outros foram es tupradores ou exploradores exploradores d e mulheres, opress ores vis de seus empregados empregados , agresso res de su as e spos as e filhos. filhos. Outros, orgulhosamente pedófilos. pedófilos. Em suma, suma, o panteão pant eão do s ídolos d o e squerdismo sq uerdismo universa l era uma g aleria aleria de deformidade deformidadess morais morais de fazer inveja à lista de vilões da literatur literatur a universal. De fato, não se encontrará entre os person agens de Shakespeare, Balz Balzac, ac, Dos toiévsti e demais demais clássicos nenhum que se compare, em malícia malícia e crueldade, crueldade , a um Stálin, Stálin, a um u m Hitler Hitler ou a um Mao Dzedon Dzedong. g. Um dos motivos d a crise crise p ermanen ermanente te do gênero gêne ro “romance” no s éculo XX foi, precisamente, o fato de que a maldade maldade real ultrapas ultrapas so u a imaginaçã imaginaçãoo d os ficcionist ficcionistas. as. / Em contrapa co ntrapartida, rtida, os representantes das correntes opos tas, co nservadoras ou reacionárias, reacionárias, co nforme nforme fui descob rindo rindo com ainda ainda maior surpresa, eram quase invariavelm invariavelmente seres humanos de alta qualidade qualidade moral, oral, atestada não s ó na idoneidade idoneidade do seu trabalho intelectual, intelectual, onde n ada se encontrará enco ntrará das fraude fraudess mons mons truos as perpetrad as por um Voltaire, um Diderot Diderot ou um Karl Karl Ma rx, rx, mas também nas circuns tâncias tânc ias do do cotidiano e nos teste s mais mais rigorosos rigoros os da existênc existênc ia. Difici Dificilm lmente ente se encontrará enco ntrará algum capítulo vergon hos o na biografia de Pasca l, de Leibniz, Leibniz, d e Bos Bossu suet, et, de Donos o Cortés, de Jos eph de Maist Maistre, re, de John Henry Newm Newman, an, de Edmund Edmund Burke, Burke, d e Vladim Vladimir ir Soloviev, de Nikolai Nikolai Berdiaev, Berdiaev, de Alexis Alexis de Tocqu eville, eville, de Edmund Edmund Huss erl, de Ludwig von Mises M ises,, de Benjamin Benjamin Disraeli, Disraeli, de Russ el Kirk, Kirk, de Xavier Zubiri, de Louis Lavelle, Lavelle, de Garrigou-L Garrigou-Lagrang agrange, e, de Jos eph Maréchal, de Victor Frankl, Frankl, d e Marcel De Corte e de tant os outros. Ao contrário, essas vidas transbordavam de exemplos de grandeza, generosidade, coragem e humildade. E mesmo aqueles que reconhecidamente reconh ecidamente pecaram, como Dost oiévski oiévs ki,, Winston Churchill, Churchill, Charles Charles de Gaule, Gaule, Ronald Rona ld Reagan ou Maurice Barrès, Barrès, jamais jamais ostentaram orgulho disso como um Rousseau ou um Brecht, nem muito menos trataram de encobrir suas vergonhas com uma engenho enge nhosa sa teia de mentiras mentiras au tolisonjeiras como como o fizeram fizeram Voltaire e Diderot. Para levar a comparação até s uas últimas últimas cons eqüências, eqüê ncias, até os mais mais notórios notó rios ditadores reacionários, Franco, Salazar e Pinochet, com todo s os crimes crimes polí po líticos ticos que qu e cometeram, mantivera m em s uas vidas pes soais um padrão de moralidade oralidade incomparavelm incomparavelmente ente mais elevado que o dos tiranos revolucionári revolucionários. os. Pelo Pelo menos não mandavam matar s eus mais mais próximos próximos amigos amigos e companh eiros de luta, luta, co mo Stalin, Stalin, Hitler Hitler e Fidel Fidel Castro, Cas tro, nem estup ravam garotas menores de idade como o fazia Mao Dzedong. / Por favor, não me entendam mal. Há, é claro, um bom número de patifes entre os escritores e sobretudo os políticos políticos de direita, direita, e os descob rirem riremos os facilm facilmente se alargarmos alargarmos o esp ectro em exam examee para abranger os de médio e peq ueno porte. Mas, numa numa comparação comparação en tre os pe rsonagens maxim aximamente amente influentes influentes d os dois campos, não é po ss ível deix deixar de notar a s uperioridade uperioridade moral moral dos direiti direitistas stas e a au sência completa completa de um s ó tipo tipo moralm oralmente bom entre os esq uerdistas: são todos maus, sem exceção. exceção. / À medida medida que fui acumulando acumulando leituras leituras e o c onhecimento onhecimento das biografias biografias dos autores lidos, lidos, não tive tive mais como escapar da conclusão : era era imposs imposs ível que o estofo moral moral des ses dois grupos não se refletisse refletisse de algum modo nas sua s idéias. idéias. Idéias, afinal, afinal, não são formas formas platônicas platônicas pairando em abs trato na eternidade. eternidade. São atos da inteligênci inteligênciaa humana, são reações de pes soas de carne e os so a situações con cretas e são também também express express ões de seus desejos, temores temores e ambições./ ambições./ Havia, por outro lado, o teste evangélico: os frutos. As idéias idéias dos grandes gurus revolucionários revolucionários não tinham produzido produzido por toda parte senão devas tação e morte em proporções proporções jamais jamais v istas ao longo de toda a História História an terior e nem de longe comparáveis a qu alquer malefí malefício cio que pudess pude ss e algum algum dia ter resultado das idéias idéias co nservadoras. Só a Revolução Francesa Francesa matou em u m ano dez vezes mais mais gente do que a Inquisição Espanhola em quatro argumentandum, até mesmo excluindo o nazismo da tradição revolucionária a que ele séculos. Feitas as contas – e, ad argumentandum, inequivocamente inequivocamente pertence --, os regimes regimes inspirados inspirados nas idéias dess es gurus s uperaram, uperaram, em número número absoluto de vítimas, vítimas, não s ó o total dos morticí morticínios nios anteriorm anteriormente ente ocorridos ocorridos em todas as civiliz civilizações ações conhecidas, mas mas também também as t axas axas de óbitos registradas em todas as epidemias, epidemias, terremotos terremotos e furacões do s éculo XX. XX. Mesmo con siderado só do ponto de vista quan titativo, titativo, o “ideal “ideal revolucionári revolucionário”, o”, enfim, foi o maior maior flagelo flagelo que já se abateu sobre a es pécie humana. Mesmo q ue olháss olháss emos os pens adores reacionários reacionários só pelo pelo mal que pos sam ter prov ocado ocad o voluntária ou invo luntariamente luntariamente,, seus se us feitos, no co njunto, não nã o poderiam pod eriam jamais jamais competir, nem de longe, co m ess a pletora pletora cósmica cósmica do sangrento e do macabro macabro que é o curriculum curriculum vitae dos mestres mestres da revolução. / Se idéias nascidas de almas almas disformes proliferaram proliferaram em conseqüê cons eqüências ncias nefas tas , seria se ria absoluta mente imbecil imbecil teimar teimar em ver nisso um mero mero acúmulo de coincidências, coincidênc ias, que teria teria de ser ele próprio a coincidência coincidênc ia das coincidênc ias, o mais mais inexplicável inexplicável misté mistério rio da d a Hist História ória humana. humana. / É claro que não tem sen tido refutar idéias idéias alegando a má má qualidade qualidade humana de s eus autores. Elas Elas t êm de ser examinadas examinadas em s i mesmas mesmas e submetidas ao teste da realidade, realidade, não da moral. moral. Mas também não tem s entido confundir confundir o exam examee crítico crítico da cons istência e veracidade fática fática das idéias idéias com a compreensão compreensão do s eu signifi significado cado histórico, histórico, do papel que exercem exercem no desenrolar dos acontecimentos acontecimentos . Neste último caso, a simples afirmação em si mesma óbvia de que as más intenções de homens perversos produzem geralmente efeitos malignos é amplamente confirmada pelos exemplos citados, e essa confirmação pouco ou nada tem a ver, logicamente, com o problema d e se ess as intençõe s se realizaram realizaram por meio meio de erros filosófico-científicos filosófico-científicos ou de verdades v erdades co locadas a serviço do mal. mal. Dito de outro modo, a con denação radical que as obras dess es homens merecem merecem desde o p onto de vista moral é independen independen te da crítica crítica lógica lógica da veracidade ou falsidade falsidade parcial ou total das suas teo rias, rias, e esta é independente daquela. Estou Estou avisando isto porque sei que infali infalivelm velmente ente aparecerão os es pertinhos pertinhos de sempre, alegando que es tou refutando refutando teorias por meio meio de argumentos ad ho minem – alegação que pas sa longe do ass unto que esto u discutindo aqui. / Mas, por outro lado, tudo isso não quer dizer dizer que, fora fora de qualquer intenção de julgamento julgamento moral, oral, aquelas idéias idéias já não tenham sido bastan te exami examinadas nadas desd e o ponto de vista lógico-crí lógico-crítico, tico, nem que tenham tenh am se saído muito muito bem no exame. exame. Teo rias como o “contrat o social” de Rous Rous sea u, a “mais-valia” “mais-valia” de Ma rx, rx, a “cons “co nsciência ciência pos sível” de Lukács, a “pers onalidade autoritária” de Max Horkheimer, Horkheimer, etc., já viraram p oeira atômica atômica no laborató laborató rio crítico crítico e hoje só sobrevivem so brevivem como como capítulos ca pítulos exemplar exemplares es na história histó ria da pseud ociência universal. Não é preciso nenhum argumento argumento ad hominem hominem para p ara dar cabo do que já está morto. morto. / O que é quas e inevitáv inevitável el é que a visão de tamanha miséria miséria intelectual somada à baixeza baixeza moral das intenções e à natureza catastrófica dos efeitos efeitos a cabe por sus citar a pergunta: Como Como foi poss ível que idéias tão inconsistentes , tão maldosas e tão desas tradas tenham adquirido adquirido a autoridade moral de que ainda des frutam nos setores nominalm nominalmente ente mais cultos da popu lação? / A res pos ta é longa e s ó p osso os so aqui a qui fornecê-la em ab reviatura. / A origem do fenômeno remonta à mutação do senso se nso histórico histórico so brevinda por ocasião das revoluções messiânicas das quais falei no artigo anterior. Até en tão a est rutura do tempo tempo histórico histórico era geralmente geralmente compreendida, compreendida, no Ocidente, Ocidente, segun do a distinção agostiniana agostiniana das “duas cidades”. Para Agostinho, só a história história es piritual piritual da humanidade – a história história da criação, criação, da qu eda e da redenção – tinha verdadeira unidade e s entido. Esse sentido, porém, porém, se realizava realizava no Juízo Final, Final, nu m suprate mpo localizado localizado para além da história material: material: o nexo nexo un ificado ificadorr da Hist História ória esta va na Meta-Histó Meta-Histó ria. Por baixo baixo da narrativa esp iritual, iritual, porém, des enrolava-se enrolava-s e a h istória social, so cial, polí po lítica tica e econ ômica ômica da humanidade. Essa históri histó riaa adqu adquiri iriaa algum sen tido na medida em qu e se articulava, ainda q ue de maneira maneira ambígua e problemática, problemática, com a história da reden reden ção. Mas, considerada em si mesma mesma e isoladamente, isoladamente, não tinha forma, forma, unidade nem sentido: era a s ucess ão caótica dos im impérios périos e das c astas , dos dos esforços e derrotas, dos sofrim sofrimentos e desvarios da humanidade humanidade na s ua luta luta interm interminável pelo pão, pelo abrigo, pela s egurança e, sobretud so bretudo, o, pelo pod poder. er. / Ess Ess a ausên cia de unidade é um fato empiricam empiricamente ente comprovável: comprováve l: civiliz civilizações ações inteiras nasc eram, cres cresceram ceram e morreram orreram sem ter qualquer contato entre si, deix deixando vestígios que só vieram a ser des enterrados depois de mil milênios, ênios, saltando sobre muitas muitas civil c iviliz izaçõe açõess e culturas intermediárias. intermediárias. Ade Ademai mais, s, a continuidad e histórica histó rica não acompanha automaticamente a suce ss ão biológica biológica das gerações . Depende Depende da transmiss transmiss ão cultural, cultural, que é tên ue em s i mesma mesma e freqüentemente freqüentemente interrompi interrompida da pelas guerras, pelas invasões, pelas ca tás trofes naturais e p elo s imples imples esquec es quecim imento ento.. O fio fio da história hist ória puramente hu mana não nã o é contínuo c ontínuo : é escand ido pela morte . Daí que, até hoje, todas as tentativas de “filosofia “filosofia da história”, história”, ambicionando ambicionando reunir numa visão unificada unificada e num sentido de totalidade totalidade o conjunto conjunt o da experiência experiência humana na n a Terra, tenha m falhado falhado miserav miserav elmente. elmente. Chega a ser tragicômico tragicômico que o recon reconhecimento hecimento de sse fracass fracass o, na seg unda metade do século XX, XX, tenha provocado tanto es tupor e deses pero. Agostinho, no século V, já havia de monstrado que toda visão totalizante totalizante da História História material material está conden ada de antemão, antemão, no mínim mínimoo porque a História História ainda n ão acabo u e ninguém, ninguém,
de dentro dent ro dela, pod e enxergá-la enxergá-la como um todo ou fechá-la fechá-la nu m esquema esqu ema lógico acabad o. Cada Cada novo no vo “fim “fim da História”, História”, anun anunciado ciado orgulhosamente pelos pelos filósofos filósofos , é s ó mais mais um capítulo da História História que pross egue e o desmente. De De tudo o que estu dei a respeito, a conclusão conc lusão é inevitável: Agos tinho tinha tinha uma visão muito muito mais realista realista do d o proces so histórico do que Vico, Vico, Hegel, Karl Marx, Marx, Comte Comte e tutti quanti. Se Se desco ntarmos ntarmos a lgumas lgumas ob ras mais mais recentes que beberam abundantemente em Agos tinho (por exem exemplo plo as d e Christoph Christoph er Ci dadee de Deus ainda é o melhor Dawson Daws on e Eric Eric Voeg elin), A Cidad melhor livro livro de filos filosofia ofia da d a Hist História. ória. / Acon teceu que, entre os sécu los XIV XIV e XVII, XVII, o surgim su rgimento ento dos d os impérios impérios nacionais naciona is rompeu rompeu o equilíbrio equilíbrio medieval e es palhou por toda parte a ambição ambição dos gan hos fáceis, a corrupção, a imoral imoralidade, idade, as gue rras, rras, o banditismo banditismo e a desordem. Deses Deses perados, e imbuídos imbuídos do qu e lhes parecia a melhor das intenções, vários vários monges, pregadores e teólogos teólogos acharam que es tava na hora de acabar com a bag unça e im implantar, à força, o reino reino de Deus na Terra. Notem que a própria Igreja nunca tivera ambição tão alta, limitando-se a cultivar os jardins da Cidade de Deus no meio da confusão e so frim frimento ento da Cidade Cidade dos Homens, Homens, dando a Deus o que era de Deus e no máxim máximoo fornecendo alguma alguma ajudinha e spiritual spiritual a César para que cuidass e do que era de César. César. A separação dos poderes entre Igreja Igreja e Impéri Impérioo foi a bas e mesma mesma do cons enso medieval medieval,, que s e esboroou no instante em que cada pequen o césar quis quis ter seu próprio próprio impéri impérioo e até s ua própria própria igreja. igreja. Em respos ta ao desmoronamento desmoronamento da ordem cristã, cristã, a ambição ambição de muitos muitos líderes líderes e pens adores religi religiosos osos subiu ainda ainda mais mais alto que a dos cés ares: acima acima do emaranhad emaranhad o de nov os reinos devia erguer-se, erguer-se , no prazo mais mais b reve pos sível, o reino mund mundial ial de Cristo, Cristo, a Nov a Ordem Mundial, Mun dial, Novus Novu s Ordo Secl orum, orum , expressão expressão que remonta remonta a um dess es reform reformadores radicais, radicais, o pedagogo João Amos Comenius (1592-1670). Entre Entre eles havia s ábios e loucos, sant os e crim criminosos, organizadores organizadores geniais geniais e des organizadores organizadores furibundos furibundos . No No conjunto, sua ação consistiu em tomar nas próprias próprias mãos o chicote da Justiça divina divina e ten tar apressar o Juízo Juízo Final. Final. E tão longe es tava o mundo mundo da perfeição a que q ue aspiravam, as piravam, qu e não n ão viram outro meio de alcançar o s eu ideal num prazo aceitável aceitáve l s enão p ela violência e p or uma anarquia ainda mais mais completa completa do que aqu ela contra a qua l reagiam reagiam.. A Reforma Reforma luterana, luterana, so brevindo no rastro rastro d ess a avalanche, foi no fim fim das contas o contra-movim contra-movimento ento que d eteve a revolução e permiti permitiuu que o cristianismo cristianismo s obrevivesse em algumas algumas das áreas onde ele ameçava ameçava reduzirreduzir-se, se, com quatro séculos de antecedê ncia, a uma espécie de teologia teologia da libertação, libertação, co m padres enfurecidos enfurecidos pregando a revolução permanente permanente e a matança geral dos ricos. ricos. M as, po r toda parte em to rno, as sementes da revolta continuaram germinando, germinando, condens ando-se em novas formulações formulações ideológicas ideológicas e espou cando aqui e ali em morticí morticínios nios ocasionais, até que viesse a explosão explosão maio r de 1789 1789 na França. / Toda ess a form formidável idável s ucess ão de efeitos efeitos políticopolítico-sociais, sociais, no entanto, foi foi nada em comparação comparação com a marca indelével indelével que o advento do mess ianismo ianismo deixou deixou na imaginação imaginação e na cultura dos p ovos europeus . Num relance, relance, o eixo eixo vertical vertical da História tinha virado de cab eça para baixo. baixo. A transfiguração trans figuração geral do mund mundo, o, o advento adve nto do reino reino d e Justiça que a Bíbli Bíbliaa e Agos Ag ostinh tinhoo situav am num su pratempo espiritual espiritual para pa ra além da História, tinha sido puxado puxado para dentro dent ro da História, História, tornando-s tornan do-se, e, na imaginação imaginação dos d os revolucionári revolucionários, os, o cap ítulo ítulo s eguinte na suces são dos tempos, a ser produzido produzido à força pe la ação s ocial e política. política. Mas o fim fim dos tempos, tempos, reduzindo-se reduzindo-se a uma uma fração do tempo d estinada a passar e des aparecer como qualquer outra, conservava, pelo pelo conte údo ideal que a esperança revolucionária nele projetava, o prestígio da eternidade. Era como se aquele fragmento especial do tempo estivesse destinado a congelar-se, congelar-se, a ser arrebatado para além do mundo mundo da geração e corrupção, como como um quadro que fixass fixass e para sempre a imagem imagem do instante. A eternidade eternidade enq uanto tal, presença presença s imultânea imultânea d e todos os momentos omentos , como a definia definia Boécio, a eternidade eternidade que abarcava o tempo e da qual, seg undo Ago stinho, o tempo tempo cons tituía tituía a imagem imagem móvel, desparecera da imaginação imaginação ocidental, substituída substituída pela asp a spiração iração impos impos sível do d o instante insta nte perpétuo, perpétu o, cristalizado cristalizado no ar. / Essa mudan ça foi u ma ruptura tot al e radical da cultura européia europé ia com a es trutura do tempo, o qu e vale dizer: dizer: com a es trutura da realidade. realidade. Precisamente Precisamente na época em que o progresso das ciências naturais começava começava a fornecer obs ervações e medições mais precisas dos dados materiai materiaiss em torno, a inteligência inteligência se tornava incapaz de articulá-los com a ordem do real. Daí o contraste patético entre a qualidade crescente da investigação científica e a proliferação de filosofi filosofias as pueris, montadas em cima cima de contradições e imposs imposs ibili ibilidades dades patentes , e tão pretens iosas nas s uas ambições ambições quanto ingênuas ingênuas e des providas do menor menor se nso crítico crítico ao lançar os alicerces alicerces de barro de suas cons truções supostamente supostamente eternas. O mito mito do instante perpétuo perpét uo está por p or ba ixo ixo da “pa z eterna” de Kant, do “fim da História” de Hegel, da “democracia “de mocracia p lebiscitária” de Rouss eau, da “lei dos três Estado s” de Comte, Comte, da ideologia cientificista-materiali cientificista-materialist staa do “progres so” so ” e, é claro, da teo ria ria marxista marxista da história como luta luta de class es destinada a des embocar no esplendor do mil milênio ênio proletário. proletário. Mas estar por baixo baixo significa significa estar invisível invisível.. Nenhuma Nenhuma dessas conc epções epçõ es filosóficas filosóficas exami examina na criticamente criticamente o instante instant e perpétu o. Se o exami examinas nas se, se , veria v eria que era uma bobag em sem par. Ele Ele não nã o é um “conteúdo ” dess as filosofi filosofias: as: é a premissa premissa inques tionada, intocável, intocável, em cim cima da qua l se erguem, erguem, inconscientes da sua presença , como castelos co nstruídos sobre um buraco buraco sem fundo. / Ass im, im, toda a v ivência ivência moderna do tempo histórico histórico foi determinada determinada pela autoridade onipresente onipres ente e invisível invisível de um ilogismo ilogismo cretino. Protegido ao mesmo te mpo pelo manto manto sacral sa cral da sua origem religiosa, o mito mito do apocalipse apocalipse intratemporal intratemporal ganhava ainda mais mais força por s e tornar, através das ideologias do progresso e da revolução, o instrumento instrumento por e xcelência para des truir a religião estabelecida. est abelecida. Subs tituída a et ernidade pela pe la imagem imagem hipnótica hipnót ica do instan te perpétuo, perpét uo, na mesma medida Deus e o Juízo Final já não podiam ser concebidos s enão através da expectativa expectativa mess mess iânica iânica da “justiça social” a s er im implantada no mundo por meio meio do genocídio genocídio s istemático. istemático. / Foi ass im que a ideologia ideologia dos mais mais descarados e brutais se elevou às alturas, não digo de uma uma religião, mas da própria autoridade divina. divina. Ess a mudan mudan ça afetou tão p rofundamente a imaginação imaginação ocidental, ocident al, que nem a própria religi religião ão escapo u da sua influênci influência. a. A confusão entre eternidade e instante p erpétuo, paramentada paramentada co mo “teologia da História”, História”, perpassa todo o pensamento católico que levou ao Concílio Vaticano II e, através dele, agindo desde dentro em parceria com os inimigos de fora, destruiu o que pôde da autoridade da Igreja. Igreja. / Hoje em dia, bilhões de pes soas no mundo, independen independen temente temente de s uas crenças e ideologias, ideologias, já não po dem conceber o Bem Bem senão so b a forma forma de uma s ociedade futura, futura, o pecado senão como op osição ao advento advento dess a sociedade, a eternidade eternidade s enão como algum tipo de “justiça social” (as con cepções variam) variam) a ser alcançada no instante perpétuo perpétuo do s éculo seguinte, do milêni milênioo segu inte ou s abe-se lá quando. Como, Como, porém, porém, os instantes pass am e o futuro jamais jamais chega porque continua futuro futuro por definição, definição, ninguém pode olhar para trás e co nfessar os pecados e crim crimes hediondos que cometeu para alcançá-lo. alcançá-lo. O culto invisível do instante perpétuo não apenas ab solve por decreto decreto tácito as matanças, os genocídios, o horror e a desumanidade dos regimes regimes revolucionári revolucionários, os, mas dá a to dos os ativistas ativistas do mundo a licença para co ntinuar oprim oprimindo e matando indefinidam indefinidamente, ente, sempre em nome das lindezas hipotéticas de um futuro impossível. / Essa é a força, intrinsecamente anti-humana e diabólica, que faz as multidões multidões servirem ao mal em nome do bem. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/070129dc.html ) 12
Olavo de Carvalho, Carvalho, O Globo, Globo, 1º.06.02: 1º.06.02: A proibição da realidade – “Sentimus experimurque experimurque nos aeternos es se”, se ”, dizia dizia Spinoza: Sp inoza: “Sentimos “Sentimos e experi experim mentamos que so mos eternos.” Tal é a mais básica vivência vivência humana, aquela que no s constitui como como homens, que nos diferenci diferenciaa dos animais, animais, que estrutura o quadro inteiro inteiro da nos sa percepção e da nos sa linguagem linguagem.. Tal é o fundamento da pos sibilidade sibilidade mesma de exist existir ir uma s ociedade, ociedad e, uma civilização, civilização, uma “história”. “his tória”. Eternidade não é simples simples duração duraçã o s em fim. fim. Eterno, definia definia Boécio, é o se r que detém “a pos se plena e simultânea simultânea de todos os s eus momentos momentos ”. Não temos temos ess a poss e. Noss Noss os momentos momentos são vividos em s ucess ão, fugindo fugindo irreparavel irreparavelm mente. Não obs tante, sabemos que o fogo-fátuo que brilhou um instante na superfície das aparências, desaparecendo em seg uida, nunca mais mais será revogado, nunca mais mais poderá tornar-se tornar-se “um nada”. O ac ontecido não desacontece: passado e esquecido, o que uma vez ingressou no real está inscrito para sempre no registro do ser. Cada momento é, ness e sentido, eterno. Se não tivésse mos uma clara antevisão disso, não haveria haveria consc iência iência de tempo histórico. Se Se não s oubés semos semos que para além do horizonte horizonte que lembram lembramos os há milhões milhões de coisas a s er lem lembradas, bradas, tão reais quanto as que lembram lembramos, os, não haveria haveria memóri emóriaa humana. Muito menos haveria o s istema istema dos tempos verbais que, em to das as línguas, organiz organizam am as vivências de tempos diversos, pass ados e futuros, reais reais e po ss íveis, íveis, em torno de um “não-tempo” “não-tempo” qu e é o p resente eterno. / Não pos suímos suímos a eternidade no
noss o ser temporal, temporal, mas mas não poderíamos poderíamos sequer apreender a temporalidade temporalidade se nada p oss uíssemos da eternidade eternidade intelectivam intelectivamente. ente. É uma pos se precária, imperf imperfeita. eita. Mas , sem se m ela, não sab eríamos eríamos nem n em mes mesmo mo da nos sa própria imperfeição imperfeição e precariedade. Não pod emos nem alcançar a eternidad e nem pular fora dela. Por isso , dizi diziaa Platão, vivemos num território território intermediário, intermediário, num entremundo . / Tal é a es trutura ess encial da noss a existência existência e, ao mesmo tempo, tempo, a experi experiência ência básica na qual es sa estrutura se revela: revela: se r homem homem é viver na tens ão entre o tempo tempo e a eternidade; ser homem homem humanamente humanamente é experi experim mentar ess a tensão de maneir maneiraa consc iente e saber que ela é esse . / Por isso registros inescapável: sentimus experimurque nos aeternos esse. registros des sa experi experiência ência observam-se observam-se em to das as épocas , em todas as culturas, sem exceção. exceção. Sob uma variedade variedade inesgotável de simboli simbolizações, zações, o sens o da eternidade e, em opos ição complem complementar entar a ele, a con sciência da precariedade precariedade da sua pos se são as mais mais velhas e infalí infalíveis veis “cons tantes do espírito espírito humano”. humano”. / Não s e trata, pois, de uma “doutrina”, de uma “idéia”, “idéia”, d e uma “c osmovisão”. Trata-se Trata-se da realidade realidade b ásica que símbolos, símbolos, doutrinas, idéias idéias e cosmovisões expres expressam sam de maneiras maneiras ilim ilimitadamente itadamente variadas , imperfei imperfeitas tas , provisó rias rias.. Não é algo que se poss a “discu tir”. Tudo o que se discute são as express express ões. A es trutura da e xistência está suben tendida em tudo o que é humano. Ela Ela institui a form formaa lógica, lógica, lingüística lingüística e existencial existencial das disputas, e por isto não é nunca matéri matériaa da disputa. Porque Porque toda discuss ão depende dela, dela, ela não pode ser discutida. / Pode, no entanto, s er ignorada. ignorada. Pode ficar ficar “fora” do âmbito d e cons ciência ciência de indivíduos indivíduos ou épocas, e isso tende mesmo a acontecer na medida medida em qu e esse âmbito âmbito de cons ciência, ciência, alcançando sua plena plena expressão expressão cultural, cultural, tenda a se tomar como como auto-suficiente auto-suficiente e, desprezando soberanamente os outros indivíduos ou épocas, se substitua à estrutura da realidade, instituindo em lugar dela uma “crença ”, uma uma “idéia”, uma “d outrina” ou um “cons ens o”. É o império império das ideologias. / De início, início, o esq uecimento ou desprezo da realidade realidade é impl implícito, ícito, quas e incon incon sciente. scient e. Locke ou Hume Hume não tinham a menor menor intenção de negar a estrut ura da existê existê ncia: apen as a reduziam a uma “idéia geral”. As sim a realidade realidade já nã o era mais mais o quadro qua dro existenc existenc ial das da s discuss discu ss ões : era uma uma idéia em discu ss ão. E os filósofos filósofos est e stavam avam maduros p ara acreditar que, dominand dominand o a idéia, dominavam dominavam a realidade. realidade. / A reação de Marx, Marx, prometendo prometen do abolir ess e estado de alienação, só fez agravá-lo. agravá-lo. Seu apelo a “transformar “transformar o mundo em v ez de interpretá-lo” interpretá-lo” propun ha-se libertar libertar os homens da prisão da idéia não mediante um retorno à realidade — um arrependimento ou metanóia — mas mediante a instauração de uma novaa realidade nov realidade que, produzida pela aç ão social soc ial deliberada, não poderia pod eria ser sen ão filha filha da idéia. Aí a idéia já não se s ubs tituía à realidade realidade somente so mente na imaginaçã imaginaçãoo dos homens, homens , mas na própria situaçã o social so cial criada para isolá-los legalmente legalmente da experiência experiência da realidade. realidade. Co m o materiali materialismo smo científico, científico, o hos pício idealist idealistaa deix de ixava ava de ser um projeto, projeto, um “ideal”: torna va-se va-s e uma “Segunda Real Realidade” idade” como a chamava Rober Robertt M usil usil,, capaz capa z de encobrir enco brir a primeira primeira e torná-la to rná-la inacessível. inaces sível. / Mas uma coisa co isa é a estrutura es trutura da existên existência cia humana; h umana; outra coisa a co nsciência dela. dela. A consc iência iência pode ser evitada, contornada ou falseada. falseada. A realidade, realidade, não . Aquele que foge da cons ciência ciência da es trutura não escapa de viver viver ness a estrutura. Continua Continua dentro dela, isolado isolado de la pelo Ersatz Ersatz ideológico que criou, criou, mas suportandolhe o pes o sob o impacto impacto d e s ucess ivos “choques de retorno”, ora sob a forma forma de fracass os e decepções que, na ausência da dispos dispos ição ição para o arrependimento, a rrependimento, serão s empre explicados explicados como meras meras falhas de percurso, percurs o, ora s ob a forma do envo lvimento lvimento em crimes cada vez mais mais hediondos cu ja culpa culpa se rá im imputada não a s eus autores, mas à obs tinada resistência das vítimas vítimas q ue se voltam, voltam, irracional irracionalm men te ou por interesses malignos, contra a promessa de um mundo melhor. / No último estágio da alienação, os crimes tornaram-se notórios e já ninguém crê seriamente seriamente no “mund “mundoo melhor”. melhor”. Mas então, ent ão, como a realidade realidade já ficou ficou muito d istante istan te para poder po der ser recuperada, recupe rada, só resta uma op ção: tapar as últim últimas frestas frestas pelas quais pudes sem entrar o s enso do real real e o apelo ao arrependimento; arrependimento; banir os últim últimoo s sinais de uma co nsciência da estrutura da existência. existência. Isto pode ser obtido pelo expediente expediente de rebaix rebaixar ess es sinais ao estatut o ddee “produtos culturais” e, desviando o olhar humano da realidade realidade que havia por trás deles, impugná-los impugná-los a tod os como criações criações arbitrár arbitrárias ias de ideologias ideologias pretéritas. É o derradeiro derradeiro pass o da marcha marcha da s ideologias: reduzir reduzir tudo a ideologia, ideologia, discurso, cons trução social. social. É a Terceira Realidade, infinitamente infinitamente plástica, dócil, manipulável manipulável como um texto texto em e m preparação, dent ro da qual já já s e acredita q ue proibir proibir palavras e mudar o gênero gên ero dos d os s ubs tantivos s ão formas formas perfeitamente eficazes de mudar a natureza n atureza d as coisas . O apelo ap elo à realidade realidade torna-se então um mero “modo de dizer” entre muitos, e um modo especialmente abominável, pois carrega em si o “ranço autoritário” das ideologias ideologias arcaicas. arcaicas. Está, portanto, condenado a des aparecer do repertório repertório das poss ibili ibilidades dades humanas s ocialm ocialmente admitidas. admitidas. A pas sagem sa gem do veto informal informal que vigora nos círculos acadêmi acadê micos cos até a proibição oficial e geral é apenas apen as uma ques tão de tempo. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/06012002globo.htm ) 13
Olavo Olavo de Carvalho, Carvalho, Diário do Comércio, Comércio, 06 06.02 .02.07: .07: O destino dos homens de farda farda - Os mili militares tares que, s egun do expliquei expliquei no meu meu artigo artigo de segun da-feira, da-feira, esperam livrar livrar as Forças Armadas da máquina máquina de d ifam ifamação ação esquerdista fazendo fazendo delas co laboradoras laboradoras voluntá rias rias e servis s ervis do movimento movimento revolucionário cha vista, podem pod em tirar o cavalo da chuva. Um dos mais mais respe itados luminares luminares d o esquerdismo nacional, João Quartim de Moraes, já avisou em entrevista ao site http://www.vermelho.org que “perante a memória histórica histó rica do povo brasil bras ileiro, eiro, cometeríamos cometeríamos a pior das infideli infidelidade dadess à memóri memóriaa de nos sos so s mortos se conse ntíssemos em pagar, paga r, pelas boas relações com os mili militares tares de hoje, o preço d o esquecim esque cimento ento d os crimes crimes cometidos pe la ditadura”. ditadu ra”. A mens mens agem é clara: p ux uxem em o saco vermelho vermelho o quan to queiram, queiram, os homens de farda continuarão sendo chamados de torturadores fascistas fascistas , servos do im imperialis perialis mo e filhotes filhotes da ditadura, ou pelo menos serão obrigados obrigados , para para demonstrar fideli fidelidade dade a s eus novo s patrões, a designar por esses nomes os os seus colegas de farda que não se mirarem nos exemplos edificantes do coronel Andrade Nery e do brigadeiro Ferolla, talvez os primeirões primeirões na fila fila à esp e spera era de uma uma o portunidade portun idade de servir sob o comando d o general gene ral Hugo Hugo Chávez Cháv ez n a grande guerra pat riótica riótica contra cont ra o imperiali imperialismo smo ianque. / Quartim, Quartim, profess or da Unicamp, Unicamp, é o pai espiritual e fund fundador ador do tal “ Núcleo de d e Estudos Estudo s Marxistas Marxistas ”, ao qual não se p ode negar o mérito mérito de ter elevado ess a universidade ao nível acadêmico acadêmico de uma escolinha escolinha do MST. Na ocasião em que se inventou invento u essa es sa geringon geringon ça, des afiei a reitoria reitoria da d a Unicamp Unicamp a ab rir, rir, ao lado dela, um “Núcleo de Estu Estu dos Antimarx Antimarxistas istas ”, provan do as intenções altamente altamente científi científicas cas e sup ra-ideológicas ra-ideológicas que a instituição alegava, e que teria ademais ademais a vantagem de poder es tudar os maiores maiores pens adores do séc ulo XX XX – Edmund Edmund Huss erl, Karl Jaspe rs, Max Scheler, Scheler, Xavier Zu biri, biri, Ludwig von Mise Mises, s, Eric Eric Voegelin , Bernard Lonergan, Leszek Kolakowski e outros – em vez de ter de cingir-se a microcéfalos como Poulantzas, Régis Débray, Caio Prado Júnior, Che Guevara, Nelson Werneck Sodré, Istvan Meszaros e outros a quem os comunistas, por fidelidade partidária, cons ideram o nec plus ultra ultra da d a inteligência inteligência h umana, mesmo po rque jamai jamaiss estudaram est udaram nada além dess es autores auto res (mentira: (mentira: na USP USP e talvez até na própria Unicamp Unicamp os carinhas são tão cultos que até leram na íntegra as vinte páginas de “A política política como v ocação” de Max W eber, citando-as regularm regularmente ente em solenidades acadêmicas, acadêmicas, discursos presidenciais e festinhas de aniversário). aniversário). A Unicamp, Unicamp, na época, tratou a minha minha suge stão com o maior maior desprezo, mostrando que não ac eita provocações direiti direitistas stas nem muito muito menos quer discuss discu ss ões de espécie alguma, exceto exceto entre pes soas so as de comprovad comprovadaa filiação filiação marxista. marxista. Não pude pu de deix deixar d e cumprimentá-la cumprimentá-la por essa demonstração de pureza ideológica, ideológica, que co nfere a s eus profess ores a honra insigne insigne de continuar parecendo parecendo cultíssimos cultíssimos na au sência de qualque r des afio intelectu intelectu al mais mais a meaçador. / O prof. Quartim, Quartim, por exemplo, exemplo, é bastante basta nte esp ertinho, o que cons titui nos círculos círculos marxistas marxistas o equivalente s uperior da inteligência inteligência hu mana. A o afirmar afirmar que, “nos paíse s sul-americanos sul-americanos s ubmetidos ao terrorismo terrorismo de Estado, Estado , só no Brasil os torturado res não somente so mente permanecem totalm tota lmente ente impun impunes es,, mas também continu am a receb receber er elogios elogios ”, ele teve o cuidado de se referir s omente à América América do Sul e não à América América Latina em ge ral, o que o colocaria colocaria na d olorosa contingên cia capit a , todos eles – exceto de ter de abrir abrir exceção exceção para Cuba, Cuba, recordista recordista con tinental absoluta de torturadores e terroristas terroristas de Estado per Estado per capita exceto os falecidos -- ainda em se us postos post os e carregado s de honrarias. / O prof. Quartim Quartim é um exemplo exemplo da idon idoneidade eidade intelectual da s elites elites mandantes comunistas comunistas sob cujas ordens e cuspa radas alguns dos nos sos mil militar itares es estão an siosos para servir. servir. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/070206dce.html );
*Olavo de Carvalho, Jornal do Brasil, 08.02.07: Apagand o o pas sado - “Cometeríamos a pior das infidelidades à memória de nos sos mortos se cons entíssemos em pagar, pelas boas relações com o s militares de ho je, o preço do esqu ecimento dos crimes cometidos pela ditadura”, adverte o ideólogo comunista João Carlos Kfouri Quartim d e Moraes . / A recíproca não é verdadeira. Para torna r-se queridinhos da revolução bolivariana, o general Andrade Nery, o brigadeiro Ferolla e outros oficiais inflados de ódio anti-american o conse ntem em jamais estragar a festa co m menções constranged oras às vítimas do terrorismo. Nos conclaves esq uerdistas de que participam, nas pu blicações comunistas em que brilham, eles se derramam em sorrisos e afagos ao esq uema revolucionário continental, o mesmo que ainda ontem s e esmerava em matar s oldados brasileiros. E nem uma recordação amarga brota do fundo de suas almas. / A soberba inflexibilidade de Quartim de Moraes não me su rpreende. Ele está especialmente qu alificado para humilhar seu s velhos inimigos, de vez que ele p róprio matou um deles. Man dante do assa ss inato do capitão americano Charles Chandler -- alvo escolhido a esmo como símbolo do execrado “imperialismo ianque” --, o orgulhos o professor da Unicamp sab e que, na falta de realizaçõe s intelectuais, o homicídio político é uma glória curricular mais que suficiente pelos atuais critérios do establishment universitário brasileiro, os mesmos que o embaixador Roberto Abdenur denuncia como vigentes no Itamaraty. / Mas Quartim não é um c aso singular. Nada mais característico dos a pósto los da igualdade do que a des igual distribuição da dignidade hu mana: para os “seus” mortos, honra e glória; para os do o utro lado, e squecimento e des prezo, quando não o tapa na cara, o insulto dos miseráveis trezentos reais mensais oferecidos pelo governo à família do sargen to Mário Kozel Filho depois de trinta anos de espera e humilhações. / Para os c omunistas, es sa de sigualdade é natural, justa e de direito divino. Os cem milhões de vítimas do comunismo são um detalhe irrisór io no majestos o percurso da História. Os trezentos terroristas mortos pela ditadura brasileira são monumentos imperecíveis na memó ria dos tempos. Norman Cohn já ass inalava, entre os traços inconfund íveis da mentalidade revolucionária, a autobeatificação delirante que redime e embeleza a priori todos os seus crimes enquanto torna os do o utro lado eternamente imperdoáveis. / A mídia chique ajuda a cons olidar a diferença, alardeando os p ecados da ditadura e apa gando do registro histórico os crimes dos t erroristas , isto quando não os debita também na con ta das vítimas, a título de reações compreensíveis e até meritórias do idealismo juvenil a uma situação desagradável. / A no vidade é a afoiteza obsce na com que certos militares brasileiros, em nome das boas relações com os ass ass inos de seus colegas de farda, se curvam docilmente a es sa dupla moral, calando o que deveriam berrar des de cima dos telhados. / *** / PS – Errei ao dizer que ninguém na imprens a bras ileira escreveu sobre o livro do rabino David C. Dalin. Hugo Esten ss oro publicou uma excelente resen ha na falecida Primeira Leitura. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/070208jb.html); *Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 12.02.07: O tempo dos ass assinos – [...] - Escravos fujões - Graça Salgueiro, minha amiga e editora do admirável blog Nota Latina (www.notalatina.blogspot.com ), me chama a atenção para mais um detalhe maravilhoso na entrevista do professor-assassino João Carlos Kfouri Quartim de Moraes que já comentei aqui e também no Jornal do Brasil (v. http://www.olavodecarvalho.org/semana/070206dce.html e http://www.olavodecarvalho.org/semana/070208jb.html ). Fazendo ironia com os fazendeiros do Império que julgavam a escravatura uma instituição benévola, afirma o elemento: "Os escravos, teimando em não compreender as motivações filantrópicas de s eus proprietários, fugiam em mass a das sen zalas e das p lantações". / Bem, os escravos b rasileiros não s ão as únicas pes soas incompreensivas que fugiram de s eus benfeitores . Seis milhões de cubanos escapu liram de Cuba, expondo-se ao risco de morrer afogados ou de ser comidos pelos tubarões caso não fossem metralhados antes pela polícia de Fidel Castro. Seu exemplo abominável foi seguido por dois milhões de vietnamitas que fugiram da generosidade vietcongue em barquinho s, jangadas e até bóias de borracha. Algumas dezenas de milhares de alemães mal a gradecidos saltaram o M uro de Ber lim para expor-se ao s horrores do capitalismo na parte oes te da cidade. O fluxo de refugiados da Polônia, d a Rússia, da Hungria, da China e de outros templos da bondade comunista jamais cessou de superlotar as ruas de Nova York, Paris e Londres e até de São Paulo, dando tes temunho onipresente da ingratidão humana. E eu mesmo, cínico e indiferente à ternura qu e jorra do coração d o prof. Kfouri, fugi para os EUA antes que dess e na veneta filantrópica d o indigitado a idéia de con stituir às pressas mais um tribunal revolucionário e me mandar para o beleléu como fez com o capitão Charles Chandler. / [...]. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/070212dc.html ); *Olavo de Carvalho, artigo enviado ao s ite www.vermelho.org.br com pedido de Direito de Respos ta, 24.08.07: Resposta a um blefe colossal - “Se minto, prova-o; se digo a verdad e, por que me bates?” (João: 23:18). - Em menções espalhadas por meus artigos na imprens a paulista e carioca, eu diss e três verdade s bem comprovadas so bre João Carlos Kfouri Quartim de Moraes : (1) que foi mandante de um homicídio, cond enado pela Just iça em 1977, com sentença trans itada em julgado; (2) que tenta obter o apoio dos militares brasileiros para o comunismo continental, mas sem abdicar de ataques revanchistas contra eles; e (3) que, usando as fugas de es cravos como provas d a crueldade dos p roprietários d e terras no Brasil-Império, se o mite de enxergar maldade análoga nos regimes comunistas , embora as fugas de lá ocorram em n úmero incomparavelmente maior do que todas as evas ões de escravos já registradas neste país e no mundo inteiro ao longo de muitos séculos. / Nada tend o a respo nder a essas afirmações, e por isso esquivando-se ardilosamente até mesmo d e tentar fazê-lo, as organizações comunista s que dominam as univers idades no Brasil ape laram ao velho e bobo recurso do “manifesto de intelectuais”, bus cando suprir pelo número de assinatu ras a sua completa falta de meios intelectualmente válidos para contest ar o incontestáv el. / Somando à covardia o cinismo, os autores do manifesto imputaram a “falta de argumentos” a mim, em vez de a s i próprios, como s e a raiva qu e voltam contra a minha pess oa não tivess e sido provocada justamente pelos três argumentos acima e p ela abs oluta impos sibilidade de refutá-los. / Esquivand o-se, pois, à discuss ão dos fatos apontados nos meus artigos, preferiram apelar à chantagem emocional corporativa, agitando-se e contorcendo -se em simulações de escând alo ante a mera poss ibilidade de que algo foss e dito contra Quartim de Moraes, como se es te fosse mais sa crossan to e inatacável do que a verdade mesma, incluindo a v erdade sobre os atos qu e cometeu e as palavras que pronunciou. / Invertendo maliciosament e o sentido do artigo 138 do Código Penal, acus am-me de “calúnia”, como se calúnia fos se a imputa ção verdadeira e não falsa de crime, como aquela que eles praticam contra mim ness e mesmo ato. / Como se isso não bastas se, acrescentam ao cinismo as fantas ias mais rebuscadas sobre a minha vida pesso al, afirmando que fui “reprovado por uma ban ca da USP” (onde jamais me apres entei para esse fim ou para qualquer outro), que so u empresário falido (de empresa da qual me retirei pelo menos d ez ano s antes do seu encerramento), e outras coisas pelo gênero, comprovando a cima de qualquer poss ibilidade d e dúvida a intenção caluniosa e difamatória de um documento cujo tom po mposo de dignidade ofendida é uma das e ncenações histriônicas mais grotes cas já obs ervadas na cena nac ional. / Nem menciono, é claro, as rotulações de “fascista”, “agente da CIA”, etc ., tão usuais ness e gênero de p alhaçada que, se faltass em, eu mesmo protes taria contra ess e lapso de redação. / Para culminar, deram interpretação pos tiça e deses peradoramente teatralizada ao fato, mais que previsível, de qu e sua panto mima fosse resp ondida por piadistas anônimos com gracejos obsceno s mas não imerecidos. Ness a reação obviamente espontânea e anárquica de um público cans ado das su as mentiras, fingiram ver u m complô organizado da “direita” -- even tualmente planejado e dirigido po r mim --, homenageando deste modo a si próprios com a presença ameaçad ora, truculenta, de um pode roso e bem treinado exército inimigo, infelizmente imaginário. E ainda produ ziram em cima dela diagnós ticos pseudo -sociológicos de um ridículo sem par, apontando como procedimento característico da “direita fas cista” a invas ão de mensagens desb ocadas, como se há mais de uma década eles próprios -- comunistas -- já não tivess em usado e abusado des se expediente contra mim, estufando não com trezentas, mas com milhares e milhares de intervenções insultuos as o fórum de debates que eu mantinha na internet, ao ponto de torná-lo inviável e me obrigar a fechá-lo; e como se desde então não tivessem repetido centenas de vezes a operação em cada endereço meu de e-mail e em cada comunidade que abri no site Orkut, obrigando-me a limpezas diárias do lixo que me enviam às ton eladas, acompanhado aliás rotineiramente de ameaças de ag ressão e morte. / Mas não é só a d ireção d e ataque dos
invasores contumazes que é aí falseada. A minha própria identidade pess oal também o é. O aspecto mais torpe e desp rezível desse tratado de hipocrisia é a força que s eus autores e s ignatários fazem para da r a impress ão de que não es tão combatendo um adversário isolado, solitário, sem apoio institucional nem recursos financeiros, mas forças po líticas organizadas e milionárias, concebidas à imagem e semelhança daqu elas que eles próprios represen tam -- o PT, o PC do B, o governo federal, o diabo a quat ro. Se admitisse m a realidade da situação, por um momento que foss e, veriam que a s imples des proporção de meios entre eles e o adversário que bus cam destruir já é a prova cabal da injustiça que cometem, da covardia que os inspira e do vexame colossal a que s e expõem com todo esse fingimento, com toda es sa afetação de honradez e co ragem. Mas ess a visão lhes é insu portável. Tendo ap ostado a vida numa farsa, só lhes resta duplicar e reduplicar o blefe indefinidamente, mesmo à cu sta de dar visibilidade involuntária àquilo que mais des ejariam ocultar: seu medo de reagir individualmente, sua ne cess idade compulsiva de juntar pelo menos s eiscentos para enfrentar um s ó. / A baixeza indescritível do seu discurso -- sem cont ar a pletora de solecismos nas mensagens de profess ores universitários que acompanham o texto do manifesto -- revela a mentalidade depravada, sociopática e criminosa de seus redatores, signatários e cúmplices em geral, us urpado res que fizeram da inépcia corporativamente prot egida um instrumento de luta pe la vida, logrando não só do minar as instituições de cultura mas conquistar os altos p ostos do governo federal, engordar com dinheiro público como n enhuma geração de p olíticos corruptos jamais o fizera antes, e ainda chamar a iss o “avanços s ociais”, como se o enriquecimento deles fosse um benefício maravilhoso para o povo inteiro e não merecesse deste último senão gratidão e respeito. (http://www.olavodecarvalho.org/textos/blefe_colossal.html ); *Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 27.08.07: Roendo a Grande Barreira - O segredo tenebroso por trás do manifesto em prol de Quartim de Moraes - Três mençõ es nada honrosas mas inteiramente justas que, de passagem, fiz a João Carlos Kfouri Quartim d e Moraes nos meus artigos suscitaram da intelectualidade comunista que domina as universidades neste país uma reação absurda, grotesca, desproporcionalmente histérica: um manifesto ass inado por mais de seiscentos ativistas acadêmicos, que me acusam d e caluniador, fascista, agente p ago do gove rno americano e até “p erseguidor político” do professor da Unicamp (maiores e xplicações no meu website, www.olavodecarvalho.org , sob o título “Respos ta aos pu xa-sacos d e Quartim de Moraes ”). / Os signatários enaltecem em termos canden tes as virtudes intelectuais d o referido, sem dizer qu ais são, é claro, mas contrastando -as com a total ausência delas na minha pes soa; e, sem respond er a uma só das acus ações que fiz a ele, ainda têm o imens urável cinismo de alardear que a mim, não a eles próprios, faltam argumentos para uma discus são séria do ass unto. / O manifesto, publicado na internet, não só angariou automaticamente a adesão do s comunistas mais n otórios, mas foi endos sado pela direção nac ional do PT e reproduzido no s ite oficial do partido, com as ass inaturas dos srs . Ricardo Berzoini e Marco Au rélio Garcia. Tudo indica, portanto , que mexi num ves peiro, que o prof. Quartim é mais importante e mais intocável do que todos os outros es querdistas que critiquei ao longo dos tempos. / Que é qu e há de tão n otável, de tão sacross anto no professor da Unicamp para q ue até o partido governante assu ma as d ores dele e cons inta em participar de um empreendimento ridículo no qual nenhu ma au toridade respeitável jamais se deixaria envolver? / O cas o merec e investigação. / Vejamos, em bus ca de pistas para a soluçã o do enigma, a obra es crita do prof. Quartim. Para uma carreira ac adêmica de quarenta anos , ela é pífia e composta q uase que inteiramente de obras que ele apenas organizou, não escreveu (detalhe que s ua bibliografia tem em comum com a do dr . Emir Sader ). No conteúdo, a quas e totalidade compõe-se de material de interesse exclusivo da militância (quand o não de mera p ropaganda comunista), sem relevância cultural para pe ss oas cujo horizonte mental vá um pou co além disso. Olhando o co njunto, só uma conclusão é poss ível: a produção intelectual do prof. Quartim não pode ser nem mesmo motivo de orgulho pessoal, quanto mais de adoração geral. Logo, não foi por ter atacado um gênio, uma glória intelectual nacional, que meu artigo provocou tan ta ira e escând alo. / Outra explicação poss ível é que feri os brios da tradição es querdista, blasfemei contra o culto da “luta armada”. Mas esta hipótese também não funciona, porque já escrevi coisas piores contra outros ex-guerrilheiros e ninguém perdeu o so no por iss o. / Resta a po ss ibilidade de qu e as acu sações em si se jam absu rdas, infundadas e aptas a provocar uma justa revolta. Vejamos uma por uma. Tudo o que escrevi do prof. Quartim foi o seguinte: 1) Tendo sido um dos mandantes do ass ass inato do capitão Charles Chandler , ele é um as sas sino comsentenç a transitada em julgado, e chamá-lo de as sas sino é um direito elementar de qualquer cidadão brasileiro. Rotular isso de “calúnia” é inverter criminosamente o sentido do Código Penal, que define como tal a imputação falsa e não verdadeira de crime. Na letra e no espírito da lei, quem comete calúnia – contra mim – s ão os signatários do manifesto. / 2) Quartim quer a aproximação entre os esquerdista s e os militares, mas com a condição de que os crimes cometidos pelos primeiros continuem esquecidos, se não premiados, e os dos s egundos s ejam investigados e punidos. Afirmei isso e repito, p ois é traslado fiel de s uas próprias palavras e atitudes. / 3) A o apontar como indício da desumanidade do regime escravagista no Brasil as constan tes fugas de escravos, o prof. Quartim se omite de dizer que sinal idêntico se obs erva, em quan tidade incomparavelmente maior, n a deban dada geral de refugiados do regime comunista, de cuja maldade des comunal o mesmo Quart im não diz jamais uma palavra, preferindo, em vez disso, fazer a apologia de Stálin (“ Um outro olhar sobre Stalin ”, http://www.revan.com.br/produto/resenhas/1679 ). / São afirmações óbvias em si mesmas, irrespon díveis. Que é que Quartim e seus seiscentos protetores têm a objetar a elas? Nada, absolutamente nada. Daí a raiva, o ódio impotente que, sem ter meios de agir, recorre a esse expediente pueril do “manifesto de intelectu ais” para tenta r impress ionar pelo número e intimidar pela exibição de força. / A coleta de assinatu ras, é claro, já virou palhaçada. A molecagem foi respondida com molecagem. Centenas de anô nimos invadiram o espaço do ab aixo-assinado, es tourando com piadas escatológicas, ofensivas mas não imerecidas, o grotes co arremedo d e s eriedade com que s eiscentos palhaços tent avam ludibriar o pú blico. / M as toda a trapaça que arriscaram é nada, e m comparação com o a rdil logo em seguida montado pela direção nacional do PT ao publicar sua versão do episódio (v. http://www.pt.org.br/sitept/index_files/noticias_int.php?codigo=2710 ). Registrando que minhas críticas ao prof. Quartim começaram em respos ta a uma entrevista dad a por ele ao site www.vermelho.org, o p artido pross egue: “Ness a entrevista, [Quartim] aventava a pos sibilidade de estab elecimento d e novos vínculos entre set ores das Forças Armadas e a esquerda brasileira em torno de um programa nacional e democrático... Diante d os mínimos sinais de que poss a haver tal diálogo democrático entre a esquerda e os militares na atualidade, Olavo de Carvalho vocifera...” / Com evident e malícia, o PT omite, d o seu relato, justamente a única frase d o prof. Quart im que critiquei na sua e ntrevista: “Cometeríamos a pior das infidelidades à memória de nos sos mortos se consentíss emos em pagar, pelas boas relações com os militares de hoje, o preço do esq uecimento d os crimes cometidos pela ditadura.” / Essa frase é uma promess a explícita de continuar tratando de maneira des igual os crimes da esquerda e os d a direita, isto é, premiando os primeiros e punindo os segun dos . Ao omitir es se trecho, o PT tenta dar a impressão de que tudo ia às mil maravilhas no relacionamento amoroso entre os comunistas e as Forças Armadas. Coloquem a frase no lugar e verão que esse relacionamento não pas sava de uma fachada montada pela liderança comunista para enganar os militares e ob ter, deles, tudo em troca de nad a. Com ess as palavras fatídicas, Quartim deu com a língua nos dentes , evidenciando a verdadeira intenção dos comunistas , e eu, em vez de deixá-las pass ar despe rcebidas num site que só comunistas lêem, lhes dei um destaq ue medonho num jornal d e circulação nacional. / Eis aí a razão da histeria que o meu artigo provoc ou. O prof. Quartim, em primeiro lugar, não é um “intelectual esq uerdista” comum e so bretudo não é um membro do PT. É um dirigente do Partido Comunista – organização internacional infinitamente mais poderosa do que mil PTs . É regra básica do movimento comunista q ue a s ua atuação se des envolva sempre em d ois planos simultâneos: um, notório e público; o outro, discreto e, em caso de necess idade, clandestino. O comando es tratégico está sempre, po r definição, na p arte discreta, mesmo em épo cas de tranqüila liberdade. Quando uma figura de intelectual comunista aparentemente secundária e modesta como a do prof. Quartim se revela, de repen te, mais valorizada do que o próprio presidente da República (a quem chamei até de parceiro de narcotraficantes sem que ninguém perdess e o sono por isso), o qu e o e pisódio torna claro é que o personagem tem alguma função
essencial na parte discreta da estratégia comunista. Ele não é um garoto-propaganda como o nosso presidente ou uma Angela Guadagnin qualquer. Ele está no centro obscu ro de onde emanam as grandes operações q ue, a longo prazo, buscam decidir o curso da História. Ele não está no show, brilhando a nte os holofotes. Está n o coração das trevas . / O papel específico do p rof. Quartim n o presente es tado d e coisas acabo u sendo revelado pela própria nota do PT. Independen temente de outras funções qu e possa te r no esquema comunista, ele era o homem encarregado de restaurar a esq uerda militar que existia antes de 1964, fazendo das Forças Armadas, ou de uma parcela delas, um instrumento da revolução continental. Ele se preparou longamente para isso, promovendo os estudos que depois publicou na série “A Esquerda Militar no Brasil” e em vários artigos de jornais e revistas. Que a infiltração comunista nas Forças Armadas conseguiu alguns resultados efetivos nos últimos anos, é a coisa mais evidente do mundo. A trans formação da ESG em megafone d a esq uerda prova-o da maneira mais evidente. A pass ividade dos militares ante a escalada subvers iva, que em épocas mais saudáv eis eles já teriam interrompido com um simples p ronunc iamento de gen erais, mostra que a intoxicação comunista conseg uiu, pelo menos, espalhar no meio castrense uma es pécie de paralisia. Mas a co nquista ainda estava longe de ter a lcançado s eus ob jetivos. A maioria abs oluta dos militares brasileiros continua patriota e cons ervadora como o era em 1964. Ainda faltava muito para que a obra de en genharia concebida pelo p rof. Quartim alcançass e o suc ess o pretendido, pondo abaixo, mediante lisonjas e promess as, a “Grande Barreira” – como a chamou, num livro memorável, o general Agnaldo Del Nero Augu sto - qu e sempre se opôs à transformação das Forças Armadas em instrumentos da subv ersão comunista. A Grande Barreira foi roída, mas não derrubada. / Ao evidenciar as intenções maliciosas e traiçoeiras com que Quartim e seus co laboradores tentavam sed uzir os militares, coloquei em risco uma das operações mais d elicadas e ambiciosas de infiltração comunista já tenta das nesse país. Eis o motivo do pânico que meus artigos esp alharam entre os a tivistas acadêmicos. / Confesso que, ao escrever aquelas menções a o prof. Quartim, eu ainda não tinha me dad o conta de nada diss o. Se violei um segredo tenebroso, foi inteiramente sem querer. Foi a própria reação desproporcional e psicótica dos comunistas que me fez notar que eu havia acidentalmente tocado em algum ponto muito sec reto e muito dolorido do esquema revolucionário comunista. Deus escreve direito por linhas tortas. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/070827dc.html ); *Olavo de Carvalho, Jo rnal do Brasil, 30.08.07: Promessa aos leitores - Em entrevista ao Jornal da Unicamp , João Carlos Kfouri Quartim de Moraes , indagado sobre o atentado terrorista que matou o capitão americano Charles Chandler em 1968, responde u: “Essa ação me valeu dois anos de condenação .” (v. aqui). Confiando ness a informação, repassei-a aos leitores do JB, e por isso fui acus ado, pelo p róprio Quartim, de publicar “uma mentira des lavada”. Em entrevista ao jornal eletrônico www.vermelho.org , reprodu zida no site oficial do PT, o referido jura, agora, que não foi conde nado por essa ação terrorista , mas por outro motivo. Não vou me perguntar se ele tem falta de memória ou falta de vergonha. A mbas ess as deficiências aparecem s intetizadas na mentira esqu ecida, atribuída retroativamente a qu em teve a imprudência de acreditar nela. / Ainda nas declarações à Unicamp, Quartim afirmou sobre o caso Chandler: “Boa parte dos indiciados morreu nos porões do Doi-Codi.” / Bem, da lista total de indiciados (pu blicada na Folha da Tarde de 28 de nove mbro de 1969), Carlos Marighela morreu em tiroteio de rua; Dulce de Souza foi trocad a por um embaixador seqües trado, viajou pelo mundo e v oltou ao Brasil depois da anistia; Diógenes Jos é Carvalho prosp erou como presidente do Clube de Seguros da Cidadania e tornou-se tristemente célebre com o apelido de “Diógenes d o PT”; João Leonardo d a Silva Rocha foi para Cuba; Ladislau Dowbor continuou vivo, dando aulas na PUC de São Paulo; Onofre Pinto morreu em co mbate na fronteira com a Argentina, em 1974; Marcos An tonio Brás de Carvalho foi morto em tiroteio, na sua própria casa, em 1969; Pedro Lobo de Oliveira trabalhou como segurança do advogado Luís Eduardo Greenhalgh até pelo menos 1986, quando o vi pela última vez; João Carlos Kfouri Quartim de Moraes es tá vivo e, aparentemente, passa bem, pelo menos até ler este artigo. Só não sei de Manoelina d e Barros, mas sus peito que ela também não “morreu nos porões do Doi-Codi”, pois seu nome não cons ta de nenhuma das listas de mortos e des aparecidos que circulam pela internet. Dorava nte – prometo ao s leitores -- d arei a qualque r declaração de Quartim de Moraes a mesma q uota de credibilidade que cabe à expressã o “boa parte dos indiciados” . / Sugiro a mesma precaução aos militares brasileiros – pou cos, espero – que ap arentemente aceitam es se indivíduo co mo interlocutor c onfiável no “diálogo” que ele orquestrou entre as Forças Armadas e as organizações comunistas . / A final, esse diálogo – um novo nome para aquilo que a ntigamente s e chamava infiltração -- é composto de s orrisos e lisonjas, em público, mas entrecortado de ameaças veladas. / Às vezes a dup licidade não é só de palavras, mas de atos . / Matar prisioneiros inermes é um crime monstruoso em qualquer circunstância. Mas a liderança comunista tem-se esforçado para que aqueles que o cometeram s ob as ordens d o Estado b rasileiro sejam objeto de castigo, enquanto os que fizeram o mesmo a mando d e organizações terroristas s ão homenageados como heróis. / A última dess as ho menagens glorificou a figura macabra de Carlos Lamarca – tão macabra quanto a de qualquer torturador do Doi-Codi --, que não só matou um prisioneiro amarrado, mas o fez em pessoa, com suces sivas coronhadas, es magando-lhe metodicamente o crânio. / Naturalmente, esperar que crimes iguais tenham tratamento igual é extremismo de direita. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/070830jb.html ); *Olavo de Carvalho, Jornal do Brasil, 06.09.07: Mais de mil palhaços - Desculpem insistir no assunto, mas é preciso documentar o episódio antes q ue a pas sagem do tempo o to rne retroativamente inacreditável. - O s r. Quartim de Moraes tornou-se o Rei dos Palhaços, ao mobilizar mais de mil foliões comunistas p ara defendê-lo contra uma “mentira des lavada” (sic)... espalhada por ele mesmo. Querendo posar de h erói da guerrilha perante uma platéia da Unicamp, alardeou qu e fora conden ado à prisão p elo assas sinato do capitão americano Charles Rodney Chandler em 1968. Quando repass ei a informação a um público mais va sto , que poderia não ver o homicídio com b ons olhos, mais que depressa o es pertinho saiu choramingando que era tudo uma calúnia, que ele não havia sido cond enado por isso , mas por algo de menos truculento . / Todos os Comitês Centrais dispon íveis correram em auxílio da infeliz vítima da “mídia fascista”. Produziram a toque de caixa um “manifesto de intelectuais” (o gên ero literário mais cultivado nes se meio), co m apoio internacional e as as sinaturas de mais de mil professores universitários, acusan do-me, em português hediondo, de ser um joão ninguém sem força nenhuma e de ser um temível ag ente a soldo do imperialismo (você decide). / Como es ses fulanos têm o dom de ficar v alentes tão logo percebem que estão em mais de quinhentos contra um, o entus iasmo belicoso da patota foi crescendo com o número de adesões , multiplicando-se em ameaças ap ocalípticas: fazer e m picadinho a minha reputaçã o, botar-me n a cadeia, o diabo. / Quando divulguei a fonte da informação, de repente a onda guerreira arrefeceu. O vo zerio baixou, o inchaço de as sinatu ras parou de crescer, o manifesto sumiu das manchetes dos s ites do PC do B e do PT, bus cando discreto refúgio nas páginas internas. / É uma lástima. Quantas penas de amor perdidas, quanta vela q ueimada p or um defunto chinfrim, para tudo aca bar num punha do de cinzas varrido às press as para baixo do tap ete. / O auto desmentido do p alhaço Quartim, camuflado d e respos ta indignada a acus ações caluniosas, não melhora em n ada a sua biografia real. Se ele não foi cond enad o como auto r de homicídio, foi co nden ado como dirigente da entidade terrorista que constituiu ilegalmente o tribunal as sas sino e lhe deu força para executar sua s entença macabra. Organizações terroristas existem, por definição, pa ra matar pes soas . / A desculpa de que foram forçadas à violência pela ditadura é porca e mentirosa como tudo o que sai da boc a de comunistas. A gu errilha, iniciada em 1963 s ob as ordens d e Fidel Castro e a ajuda cúmplice do próprio João Goulart, não foi efeito do golpe de 1964: foi uma de suas cau sas . E os terroristas nunca lutaram pela de mocracia, e sim para instalar aqui uma ditadura igual àquela que as comandava , protegia e financiava, mil vezes mais cruel que a dos militares locais. Todos os comunistas sabem disso, e na intimidade riem dos tolos burgue ses que acreditam na desculpa “democrática”. / Para mim, o manifesto serviu ao menos para recordar uma vez mais a extensão da rede de contatos internacionais do comunismo brasileiro -- o Comintern sem nome, ativo hoje como nos tempos de Stálin, bons tempos segundo Quartim -- e avaliar o v olume de recursos de que essa gente dispõe para mobilizar contra qualquer inimigo isolado, pobre, e ainda chamá-lo de agente pago do capital. A desprop orção
seria cômica, s e não tivesse, ao longo das décadas , ajudado os comunistas a matar mais gente do que todos o s terremotos e epidemias do s éculo XX, s omados a duas guerras mundiais. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/070906jb.html); *Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 03.10.07: Entre tiros e afagos - O que escrevi aqui dias atrás so bre a incompatibilidad e entre as pretensões da esquerda e as tradições constitutivas das Forças Armadas teve logo em seguida a mais significativa das confirmações qu ando fiquei sab endo que os três clubes que congregam a oficialidade nacional – o Clube M ilitar, o Clube Naval e o Clube da A eronáutica – estão movendo, juntos , uma ação judicial contra a promoção post mortem do terrorista Carlos Lamarca ao pos to de corone l de um Exército que ele traiu. / A pe tição, redigida pelo advogado carioca Nina Ribeiro, não foi noticiada pela grand e mídia, empenhada em fazer parecer que toda a encrenca entre o governo e os militares é apenas uma rusga pass ageira entre um ministro fanfarrão e alguns oficiais magoados. / O sr . Nelson Jobim é de fato presunços o e mandão ao ponto de tornar-se insuportável, mas sua conduta grotesca não faz senão trazer à mostra um con flito bem mais profundo, estrutural e, a longo prazo, sem so lução. / A s Forças Armadas estão b em conscientes de que não s ervemao governo, muito menos a g overnantes, mas ao Estado brasileiro. Toda a estratégia petista, ao contrário, cons iste em submeter o Estado não só ao governo, mas ao partido gove rnante e, através des te, ao esq uema revolucionário continental protagonizado pelo Foro de São Paulo, com todas as entidades es trangeiras que o compõem e que , através dele, s e sentem autorizadas a interferir nos as suntos nacionais co m a mesma natu ralidade amoral, quas e candura sociopática, com que o sr. Luís Inácio co nfessa ter us ado o governo brasileiro como instrumento para dar uma ajudinha ao sr. Hugo Chávez no plebiscito venezuelano. / O que há aí n ão é uma querela de ocas ião, mas uma co ntradição antagônica que s ó pode ser resolvida mediante a eliminação de um dos termos: ou o PT d esiste de suas alianças com o movimento comunista latino-americano e consente em tornarse u m partido burguesmente inofensivo, submiss o à o rdem capitalista democrática que ele jurou s ubstituir por u m paraíso socialista, ou as Forças Armadas d esistem de ser o que s ão e aceitam s ervir so b as ordens do Foro de São Paulo, juntando-se às tropas de Hugo Chávez e de Fidel Castro na “guerra anti-imperialista do povo inteiro” contra os EUA. / As duas hipóteses são des astrosas:a primeir a jogaria contra o PT a totalidade da esq uerda revolucionária continental, sujeitand o os líderes petist as à ameaça dos seq ües tros, atentados e demais truculências q ue eles acha m lindas quando praticadas contra os ou tros. A segund a transformaria as n oss as Forças Armadas não s ó em servidoras de seus inimigos mas em cúmplices de uma aventura revolucionária q ue só pode resultar na to tal destruição da nossa soberania, se não das bases materiais da existência nacional. / Consciente dessas tremendas dificuldades, a liderança esquerdista tem procurado ganhar tempo, adiando o confronto enquanto busca persistentemente levar para dentro dos quartéis a “revolução cultural” incumbida de transmutar as Forças A rmadas no s eu oposto, pelos meios ardilosos, lentos, delicados e anestés icos criados pelo gênio maligno de An tônio Gramsci. Sabemos que um dos cérebros mais ativos por trás dess a operação é o sr. João Carlos Kfouri Quartim de Moraes, s endo este o motivo pelo qual eu ter pisado no calo d ess a figura apagada e d iscreta suscitou uma reação tão histérica d a parte da intelligentzia esque rdista. / O antagon ismo entre o futuro d a revolução continental e o pass ado histórico das Forças Armadas é s imbolizado de maneira eloqüente pelo contraste entre duas cenas que s e repetem de tempos e m tempos: de um lado, noss os soldados das tropas de fronteira trocando tiros com os g uerrilheiros das Farc na Amazônia, de outro o presidente da República, em Brasília, afagando as cabeças dos líderes da organização. O sr. Luís Inácio é um mestre na arte de empurrar com a barriga, mas há contradições objetivas cujo pes o resiste até mesmo à resp eitável protuberância ventral de S. Excia . (http://www.olavodecarvalho.org/semana/071003dce.html ); *Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 08.10.07: São Ricardo Mus se - Resenhando na Folha de S. Paulo do dia 23 de s etembro os meus livros A Dialética Simbólica e O Futuro do Pensamento Brasileiro (É-Realizações, 2007), o sr . Ricardo Musse distingue-se do seu anteces sor Wilson Martins porque os leu, fez um esforço s incero de compreendê-los e até que obteve niss o algum sucess o. Nas presentes condições do ambiente cultural brasileiro, e principalmente cons iderando-s e que o resen hista é profess or da USP, semelhant es feitos justificam a abertura de um process o de canonização, que já encaminhei ao Vaticano. Louvemos São Ricardo Musse. / O resumo que ele fornece dos livros é exato e fidedigno, e só dois pontos restariam a objetar à su a resenh a . O primeiro é a afirmação de que juro fidelidade a Mário Ferreira dos Santo s, Otto Maria Carpeaux, Gilberto Freyre e Miguel Reale. Honrar exemplos ilustres não é o mesmo que s ubscrever suas idéias. Propus esses grandes nomes como modelos para a educação brasileira, não necess ariamente para mim mesmo. Uma coisa é selecionar os melhores no panorama nacional, outra é escolher num catálogo universa l os mestres para um estudan te em particular -- no caso , eu. A lista do s meus gurus está no meu site, http://www.olavodecarvalho.org , e do s quatro citados só o p rimeiro se encon tra entre eles. / O segu ndo ponto é a importância exagerada que a resenha atribui a esses dois livros no co njunto do meu trabalho, cuja órbita de interess es os transc ende formidavelmente. É erro inocente que não provém d e o crítico os ter lido mal, mas de não pos suir conhecimento su ficiente dos meus demais livros nem muito menos dos meus cursos transcritos – mais de vinte mil páginas, a esta altura. Medida na régua des ses dois livros, minha v ida de filósofo parece ter por objetivo supremo a crítica cultural, que, na verdade, é apenas o seu ponto de partida. / Num escrito já antigo, de 1997, Esboço de um Sistema de Filosofia, eu resumia o conjunto até então circulante (em livros, apostilas e gravações de aulas) como uma co nstrução em onze etapas ou círculos, dos quais o primeiro e mais exterior era justamente a crítica cultural, ali qualificada como a provocação inicial a todo esforço filosófico. / Ensaios críticos, quase tod os eles anteriores ao Esboço, compõem justamente o miolo dos do is livros o ra publicados, os qua is não po dem, por iss o mesmo, ser con siderado s uma expos ição ad equada do meu projeto intelectual, mas apen as dos motivos mais externos e ocasionais que o determinaram. / Nos d ez anos que decorreram desde então, não só o meu pensamento ass umiu direções imprevistas e s ofreu upgrades subs tanciais, mas o plano mesmo que o orientava foi bas tante alterado e ampliado. / Como, por outro lado, a crítica cultural, praticada geralmente à moda frankfurtiana ou então desconstrucionista, representa hoje o horizonte máximo da intelectualidade bras ileira – que em geral não chega nem a iss o, limitando-s e à propagan da pura e simples --, o fato de qu e a rese nha encare o meu p ensamento sob ess a vertente exclusiva, ad equando-o portanto às medidas us uais da esquerda acadêmica, pode dar a milhares de bocós a ilusão de que o compreenderam mediante a simples leitura daquelas trinta linhas, e então correremos o risco de que, após tê-lo rejeitado como um produto estranho e incatalogável, saiam pontificando a respeito com a naturalidade d e velhos clientes da cas a. / A propensão brasileira ao histrionismo intelectual é mais que propensão : é compulsão. O excelente Ricardo Mus se não terá nen huma culpa por iss o, é claro, mas terá servido de arma do crime. / O problema que a esq uerda acadêmica tem comigo é a sua inferioridade intelectual monstruosa, que ela busca compensar pela supremacia burocrática, pela voraz ocupação de es paços , pelo con sumo pantagruélico de verbas públicas, pelo controle da mídia cultural, p ela afetação histriônica de desprezo olímpico e por uma suscetibilidade autoritária que raia a demência pura e simples. Se a inveja material pode ser curada pela vaga esperança de um dia possuir bens equivalentes aos que a despertaram, a inveja intelectual não dispõe desse atenuante e é o equivalente terrestre de uma condenação eterna. O caráter abstrato e impalpável do objeto invejado torna-o tanto mais inacessível quanto mais a alma do interessad o se debate, como é próprio do invejoso, entre o desejo e o ód io, entre a a dmiração rancorosa e o desprezo fingido. / A s portas do es pírito só s e abrem à perfeita s inceridade de propós itos. Minha obra, como q ualquer outra criação espiritual, e stá perfeitamente protegida contra a curiosidade dos maliciosos , aos quais não resta s enão o pobre con solo de tentar roer pelas beiradas a reputação do autor, mediante rotulações abs urdas ou intrigas. Sonhar que mentes raquíticas e doentes como as dos srs . Emir Sader e Quartim de Moraes che garão algum dia a compreender o que é filosofia – conditio sine qua non para um diálogo com a minha filosofia – é esperar que brotem rosas de um porco-espinho. Não cabe a menor dúvida de que num futuro não muito distante ess es nomes só s erão lembrados – como é hoje o do outrora badaladíssimo José Américo Motta Pessanha – pelas menções lhes concedi nos meus escritos. / A única hipótese de que as coisas não se pass em ass im é a instalação de u m rígido controle estatal da memória pública, como se fez na URSS, com a proibição total de citar autores condenado s – mas mesmo es se expediente não fará,
a médio e longo prazo, senão realçar grotescamente a impotência intelectual d e seu s ben eficiários, enaltecendo a honra de s uas vítimas. A maior glória de qualquer esc ritor russ o, ao longo do regime comunista, foi a de s er excluído da Enciclopédia Soviética. / A presente intelectualidade esque rdista apost ou tudo no tráfico de influência e no poder dos truques s ujos, nada na bu sca s incera, no esforço de compreender a realidade. Pas sadas as disputas po líticas do dia, esquecida a trama atual de interesses , ficará nítido que s ua contribuição intelectual ao futuro é nula de pleno direito. Sem o suporte do poder político, sua influência se desfará no ar como um pum (digo isso sem d esdou ro dessas saudáveis efusões da gastrenterologia humana). / A melhor prova diss o é o manifesto pró-Quartim, ass inado por 1.300 mentecaptos acad êmicos. Tomado no conjunto das anotaçõ es que o reforçam, o documento é um mostruário de misérias intelectuais que, em comparação, fariam d a Zâmbia uma nova Atenas . Desde a exibição des pudorada do analfabetismo endêmico na classe dos professores universitários brasileiros até a pletora de chavões pueris extraídos diretamente da retórica stalinista – sem mencionar um ou outro doente mental que se finge de meu íntimo, po rtador de informações privilegiadas -, o documento é uma confissão de inépcia coletiva como nunca se v iu, coisa de um ridículo tão patente e doloroso que, malgrado a profusão de medalhões que a ass inam, os grandes jornais preferiram antes escondê-la, de modo que o ú nico a lhe dar ali alguma divulgaçãozinha, por caridade (ou talvez por sadismo), fui eu. / O que temo é que a ótima resenha da Folha d ê a es sa gente uma enganos a impressão de facilidade , tornando-lhe aparentemente acess ível o que na verdade es tá e estará para sempre fora do seu alcance, exceto n a hipótese remota de uma metanóia, de uma crise espiritual curativa. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/071008dc.html ); *Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 24.03.08: Detalhes interes san tes : a morte do capitão Chandler - Um amigo american o pede-me detalhes s obre o e pisódio Quartim de Moraes . Se aproveito a ocas ião para fornecê-los também aos leitores do Diário do Comércio, é porque, embora o cas o tenha se pas sado vários meses atrás, há aspe ctos nele que nunca foram discutidos na mídia brasileira. / Em três momentos da sua carreira as atividades do personagem aqui mencionado tiveram relação direta co m os EUA: 1) Nos últimos anos , junto com tipos como Noam Chomsky, Danny Glover, Rigoberta Menchu, Ramsey Clark e outros cuja presença é infalível nes se gênero de empreendimentos, ele é um des tacad o participante da campanha organizada pelo movimento comunista mundial para exigir a libertação de cinco es piões cubanos presos no território americano (v. http://dc.indymedia.org/newswire/display/135233/index.php ). / 2) Ele é o principal mentor e engen heiro de uma vas ta operaçã o des tinada a rest aurar a “esq uerda militar” no Brasil. Med iante infiltração, propag anda e lisonja, es sa operação visa a tranformar as Forças Armadas brasileiras em instrumentos da política comunista, alinhando-as com as Farc e o “exército bolivariano” de Hugo Chávez numa frente militar anti-americana. / 3) Em 1968, ele era um dos três dirigentes máximos da VPR, Vanguarda Popular Revolucionária, organização terrorista qu e ass assinou o capitão do e xército americano Charles Rodney Chandler, s ob o pretexto, jamais provad o e aliás intrinsec amente a bsurdo, de que o oficial estava no Brasil “ens inando tortura” aos soldados bras ileiros. / Ess a criatura apareceu nos meus artigos nas segu intes circunstâncias : Em 2001, em entrevista ao jornal da Universidade Estadual de Campinas, Quartim, interroga do sobre o ass assinato do oficial americano, afirmou: “ Essa ação me valeu dois anos de cond enação. Não participei diretamente, mas eu era da direção do g rupo.” / Se Quartim q uises se modificar ou corrigir essa declaração, não teria a menor dificuldade para isso, já que trabalha na mesma universidade como professor e dirigente de um “Núcleo de Estudos Marxistas” e é ali considerado uma das glórias maiores da intelligentzia esq uerdista . Mas ele não teve o menor interess e em fazê-lo, pois, decorridos sete anos, a d eclaração, inalterada, ainda cons ta da página des se jornal na internet (v. a entrevist a “O inventário inacabado”), sem qualquer adendo ou retificação. Foi ali que a encontrei em janeiro de 2007, enten dend o-a como qualquer pessoa alfabetizada e no pleno domínio das s uas faculdades mentais entenderia: Quartim, dirigente da organização respons ável pelo ass assinato do capitão, tinha sido condenado como mandante do crime, do qual foram executo res materiais os militantes Pedro Lobo, Marco Antonio Braz de Oliveira e Diógen es Jos é de Carvalho (v. nota sobre este último no fim do artigo). A brevidade do tempo de prisão para crime tão grave explicava-se automaticamente pela anistia, sob revinda em 1979. / Aconteceu que, tão logo publiquei em 8 de fevereiro de 2007 a informação tal qual a colhera da própria boca do declarante, este s e encrespou todo, dizendo q ue tinha sido “caluniado” e acusand ome de ser um “extremista de direita”. Quan to a es ta rotulação, des afio Quartim e o mundo a encontrar em toda a minha obra publicada uma s ó linha ou palavra que s ugira ou apóie medidas po líticas extremadas de qualquer natureza co ntra quem quer que s eja ou o que quer que seja. Quartim, por seu lado, além de sua militância terrorista direta, nã o hesita (v. Um outro olhar sobre Stalin ) em se proclamar adepto de Jos ef Stálin -- coisa que a maioria dos es querdistas teria pudor de fazer em público mas que ele se gaba de s er “um ato de coragem intelectu al” -- e é hoje membro de um partido maoísta, ad epto do regime culpado de as sas sinar pelo menos 75 milhões de pess oas . Um exemplo de moderação e tolerância. / Quanto à “calúnia” que supos tamente lhe fiz, Quartim alega que não foi condenado pelo assas sinato do capitão e s im por outros crimes, menos g raves. Mas, se é ass im, por que ele permitiu que sua confissão falsa permanecess e no ar por sete longos anos , tendo todos os meios de corrigi-la se quises se? A respos ta é s imples: no ambiente entusiasticamente esquerdista da Universidade Estadual d e Campinas, pass ar por mandante do ass assinato político de um representan te do “imperialismo” é vantajoso, cobre o sujeito de uma aura de heroísmo guerrilheiro. Quando , por meu intermédio, a informação vazou para o público maior e politicamente mais neutro do Diário do Comércio e do Jornal do Brasil, ela se tornou retroativamente p rejudicial à imagem do declarante, que então tratou de atribuir a mim a mentira da qual ele mesmo fora o único inventor e respons ável. / Mais s ignificativo ainda é que, mesmo depois de publicados os meus artigos do começo de 2007, o infeliz não teve nenhuma press a em des mentir a declaração falsa que lhes servira de fonte, mas esperou para fazê-lo só em agost o daquele ano, em entrevista ao jornal do partido maoísta (Quartim: acus ação pela morte de Chandler é deslavad a mentira), bem depois de colocar em circulação um manifesto furioso contra mim, ass inado por 1.500 militante s e simpatizantes c omunistas . No meio de tantas e tão eloqüentes palavras de indignação fingida (v. Solidariedade a João Quartim de Moraes ), esse singular documento ainda se esquivava es pertamente de des mentir a balela de 2001, preferindo manter no ar a impressão de que o a utor dela fôra eu, e não o próprio Quartim. / Entre ou tras assinaturas, o manifesto trazia as do presidente nacional do partido governante, sr. Ricardo Berzoini, e do asses sor esp ecial da presidência da República, sr. Marco Au rélio Garcia, agen te de ligação entre o presidente Luís Inácio Lula da Silva e o Foro de São Paulo, coordenaçã o estratégica do movimento comunista na América Latina e be rço da “revolução bolivariana” do sr. Hugo Chávez. / Mas ainda há um detalhe interessante a obs ervar. A auto-acusação falsa que João Carlos Kfouri Quartim de Moraes fez ante os es tudantes da Unicamp foi uma mentira em sen tido estrito ou um “ato falho” freudiano? Sendo um dos três dirigentes máximos da organização terrorista que determinou o ass ass inato do capitão Chandler, ele não pode ter ignorado essa decisão, da qual foi portanto, na mais branda das hipóteses , cúmplice moral pass ivo. E a maior prova disso é que at é hoje ele justifica o homicídio, alegando que “mortes são da lógica dos conflitos armados ” e vo ltando a insistir na história de que o oficial estava no Brasil como “instru tor de tortura”. Em e ntrevista ao jornal Zero Hora em 12 de dezembro de 2005 (v. Os órfãos da ditadura), o filho do capitão assas sinado, Todd Chandler, explicou o óbvio dos óbvios: seu pai não estava no Brasil n em com a missão alegada por Quartim de Moraes nem aliás com missã o alguma. “Pensem nisto: os EUA jamais mandariam a família civil junto com um oficial que estivess e em qualquer tipo de missão.” Isso é a bsolutamente irrespon dível. Charles Rodney Chandler estava n o Brasil como estuda nte, num dos p rogramas de intercâmbio que prosse guem até hoje entre as es colas militares brasileiras e americanas. Ess e es tudante foi ass ass inado a sangu e frio, diante dos olhos de s ua espos a e de se u filho, e o d irigente da quadrilha que fez iss o, depois de confes sar o crime ante uma p latéia qu e o aplaudia p or ess e feito macabro, se diz “caluniado” quando suas próprias palavras s ão levadas a s ério. Até hoje Todd Chandler pergunt a: “Por que levaram meu p ai? Por que destruíram uma família?” A única resposta, sr. Chandler, é que à mentalidade revolucionária tudo é permitido: mentir, trap acear, matar, caluniar as vítimas e dep ois ainda se fazer de coitadinh a, principalmente se com b ase nisto pod e colher alguma vantagem publicitária ou financeira. Sob est e último asp ecto, conv ém lembra r
que um dos participantes do ass ass inato do capitão, Diógenes José d e Carvalho, q ue mais tarde se tornaria ainda mais tristemente célebre com o apelido de “Diógenes d o PT” quando de seu envolvimento num es candaloso caso de corrupção em 2002, foi o mesmo que em 20 de março de 1968 jogo u uma bomba na biblioteca do cons ulado dos EUA em São Paulo, arranc ando a perna de um trans eunte inocente, Orlando Lovecchio Filho. Recentemente, o criminoso recebeu uma inden ização de aproximadamente duzentos mil dólares do governo, como ex-prisioneiro político, ao pas so que Lovecchio jamais recebeu indenização ne nhuma. Por esses detalhes, sr. Chandler, o senho r pode imaginar que tipo de pes soas a sra. Condoleezza Rice, durante sua viagem ao Brasil, disse considerar parceiras leais dos EUA na guerra contra o terrorismo. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/080324dc.html); *Olavo de Carvalho, Mídia se m Máscara, Carta aberta a Quartim de Moraes , 05.12.11: Nota: Respon dend o a Quartim de Moraes Já faz dois dias que o fundador do MSM enviou es ta carta, e o Vermelho.org ainda n ão deu sinal de vida. Aquele jornal eletrônico maoísta tem mais pressa em publicar insultos do que em respeitar o direito de resposta. - Carta aberta a Quartim de Moraes / Prezado senho r, / 1. A Folha de S. Paulo não me " incluiu como colunista", nem seq uer como colaborador, se é q ue o s enhor sabe a diferença. Apenas s olicitou-me um artigo, único e isolado. Fique po rtanto o senh or tranqüilo, que o predomínio esquerdista nas páginas de opinião daquele jornal não foi abalado. Bem s ei que o predomínio não bas ta para contentá-lo, já que é compatível com a presença esporádica de uma o u outra opinião divergente, miúda e apertada no meio de t antos luminares de esquerda que ali, como bem ass inalou o seu correligionário Caio Navarro de Toledo, ocu pam espaço mais que confortável. Ao protestar contra ess a presença, o sen hor revela, acima de toda possibilidade de dúvida, que só ficará satisfeito quando o mero predomínio se transmutar em domínio. Como o próprio Karl Marx, segund o depo imento de su a empregad a e amante, fazia uns ritos estranhos nos quais acendia velas, não será vexame nenh um o sen hor acender duas a Lúcifer e Belial para que o s eu sonho se realize, s eja com o nome de "Marco Regulatório da Mídia" ou qualquer outro. / 2. O rótulo de "extremista", que o senhor cola na minha testa, aplica-se mais propriamente à sua. Isto não é uma opinião, muito menos um insulto: é um fato objetivo empiricamente verificável. Extremista é, por definição, o s ujeito que, na luta para impor suas preferências políticas , cheg a a medidas e xtremas. A medida mais extrema que existe, depois da qual o extremis ta não tem mais para onde avançar, consiste em matar o adversário. O senhor foi dirigente de uma organização que se dedicava precisamente a isso , ou s eja, não somente legitimou em teoria o as sas sinato político, mas aprovou ao menos tacitamente a sua prática em casos concretos . Da minha parte, nunca fiz uma coisa nem a outra. Limito-me a falar contra certos partidos e perso nagens , sem propor contra eles nenh uma medida mais drást ica do que a sua merecida des moralização intelectual, por v ezes também moral. Por que seria eu en tão o extremista, e não o s enhor? Por que desmantelar o s enso das proporções mediante uma inversão e um exagero forçado? Por que, aliás, autodesmoralizar-se mediante o apelo a um recurso estilístico tão pueril e de mau gosto e depois ainda alegar que quem o injuria sou eu e não o senhor mesmo? Se o s enhor não tem nenhum respeito por si mesmo, respeite ao menos o título universitário qu e lhe deram. / 3. O senho r diz que adquiri notoriedade "rosnando insultos contra a esquerda". Não s enhor. Adquiri notoriedade com uma polêmica em torno de Aristóteles, na qu al levei a melhor contra altos sacerdotes d o establishment universitário nacional sem tocar nem de raspão em matéria po lítica. Foi es se episódio que me colocou nas primeiras páginas da "grande mídia" e levou O Globo a me contratar como colunista, fazendo da minha obscura pessoa, sem que eu lhe pedisse nem o desejasse especialmente, uma figura de certa projeção nacional. Poss o, depois disso, ter proferido julgamentos qu e seus alvos, não sabendo o que lhes respon der, fingiram c onsiderar injuriosos . Se h ouves se um pingo de sinceridade n a s ua alegação de injúria, teriam me proces sad o, coisa qu e nunc a fizeram. Aqueles julgamentos, aliás, jamais foram simplesmente rosnados : foram fundamentado s com sobra de razões, às quais os pretens os insultados jamais sou beram responder exceto com rotulações pejorativas des acompanhadas de qualquer argumentação lógica ou prova factual que as sustentasse, exatamente como o senhor faz no seu artigo. Por vezes esses esperneios histéricos vinham subscritos por milhares de ad esões solidárias, na esperança de que o número de signatários compensasse a miséria de s eus argumentos . Digo "miséria" por condes cendência, porque aquilo que não existe não chega seque r a ser miserável. / 4. Por fim, não me cab e defend er a Folha, mas há três pontos no seu artigo que não podem pas sar sem correção. / Primeiro: Não é verdade que a mudança de orientação daqu ele jornal tenh a sido uma manobra maquiavélica d o "Sr. Frias", como o senho r o chama, para adaptar-se aos ventos novos que então s opravam de Brasília. Aquela mudan ça reflete somente a troca de cabeças na direção do jornal e, logo depo is, na presidên cia da empresa inteira. O sen hor aí mistu ra, sob u m mesmo nome, dois personag ens . Na sua imaginação, Octávio Frias e Octávio Frias Filho s ão a mesma pess oa, unidade subs tancial de genitor e gerado que s ó tem precedente, que eu saiba, na teologia. O velho Frias era, de fato, um reacionário de marca, mas o filho dele é um esquerdista soft, esquerdista demais para o meu gosto, soft demais para o s eu. O jornal s implesmente adaptou-se à orientação do novo diretor, n ão a uma mudança de identidade política do velho. / Segun do: Por mais que Frias pai gos tasse do governo militar, é falso que transformass e seus jornais num reduto de direitismo militante. Ao c ontrário, respeitava a autonomia da redação ao po nto de manter nos pos tos de direção e chefia dos vários jornais da empresa os mais notórios esquerdistas, como Cláudio Abramo, Celso Kinjô, Jorge de Miranda Jordão, Múcio Borges da Fonseca e não sei mais quantos . / Direitistas nos altos postos , ali só houve três. O primeiro foi Jean Mellé, que já dirigia o Notícias Pop ulares quando este pertencia ao então dep utado Herbert Levy e foi mantido no cargo, como exigência co ntratual, quando a Empresa Folha da Manh ã S/A comprou o jornal. Notícias Populares era um jornal de crimes, esp etacu loso ao ponto do ridículo, co m uma redação minúscula e sem qualquer relevância política. (V. Nota sobre Jean Mellé no final desta carta.) / Depois de Mellé vieram Antonio Aggio Júnior e Sérgio Paulo Freddi, colaboradoradores ostens ivos dos órgãos de repress ão e protegidos do governo milita r, devendo a es ses dois fatores e não a seus es cass os talentos a ascens ão que tiveram na empresa. A scens ão modestíss ima, no entant o. Frias (pai) começou por tirá-los da redação principal, a do chamado "Folhão", onde representavam um perigo imediato, e isolá-los na chefia de um jornal regional de circulação irrisória, o Cidade de Santos. Quando esse jornaleco fechou, foram chamados de volta a São Paulo, mas, de novo, en costad os numa publicação menor, a vespertina Folha da Tarde, ond e subs tituíram os esquerdistas radicais que, sob as bênção s do Sr. Frias (pai), a haviam dirigido até então. A dupla ass umiu o cargo quando o jornal, também de circulação mínima, já estava agon izante. Idêntica mudan ça de orientação ideológica aconteceu simultaneamente, e também às pres sas, em outro jornal anêmico da empresa, a Última Hora, cuja d ireção Jean Mellé acumulou com a de Notícias Populares por um período fugaz até à extinção daqu ele diário. A Gazeta, que a empresa também havia comprado, foi entregue a um esq uerdista histórico, Múcio Borges da Fons eca. / Fracos, moribundos , sem leitores, a Folha da Tarde e a Última Hora foram os sos s ecos que o velho Frias atirou aos cães governistas, para ap lacá-los num momento de c rise e temor s ubseq üente ao A I-5, preservando ao mesmo tempo a relativa independência do seu jornal principal, o "Folhão", que continuou sob a direção de Cláudio Abramo e su perlotado de es querdistas na redação . / Como arremedo de prova do direitismo radical daquele jornal na época, o sen hor menciona a pres ença do prof. Plínio Correia de Oliveira entre os articulistas d a sua página de opinião, como s e um mero colaborador ocasional, no meio de tanto s outros, pudess e por si só definir a orientação ideológica de toda uma pub licação . Muito mais significativas que os artigos de colaboradores externos são, em qualquer jornal, as colunas fixas, nas quais então s e destacavam, entre outros esq uerdistas notórios, Lourenço Diaféria, Jânio de Freitas, Newton Carlos , Flávio Rangel, Ruy Cast ro, Samuel Wainer, Antôn io Callado e Paulo Francis (muito antes da virada liberal). O s enhor não deveria dar p alpites sob re jornalismo se n ão conhece sequer a distinção entre colaboradores e colunistas, que o senhor confunde por duas vezes. / Terceiro ponto: Que a Folha emprestasse carros ao Doi-Codi, é possível, mas, num momento em que a press ão do governo ia assu mindo as feições de ameaça direta, emprestar uns carros à p olícia política ou ceder aos colaboradores dela dua s publicações falidas, enqu anto os esquerdistas permaneciam ilesos na redação do jornal principal, foi cálculo que, visto de hoje, parece antes ter obedecido ao princípio de en tregar os anéis para s alvar os dedos. Se mostra uma certa esperteza oportun ista da parte do velho Frias, o beneficiário maior d ela não foi, d ecerto, o governo militar: foram aqueles que
sobreviveram nos seu s pos tos, com seus altos s alários, em vez de ser reduzidos ao mutismo impotente, à marginalidade ou à condição de não-pes soas, como ocorre, nos países comunistas, com todos os inimigos do regime. / Ademais, o único índício a confirmar o empréstimo do s carros veio numa carta do ativista político Ivan Seixas, q ue, recusada pela Folha, recebeu ampla divulgação na revista Carta Maior. / Diz ali Seixas: "A Folha empregava carros para nos capturar e entregar para sessões de interrogatórios, como sofremos eu e meu pai. Ninguém me contou, eu vi carro da Folha na porta da Oban/Doi-Codi." / Astúcia proposital ou ato falho freudiano, a redação ambígua confere ao depoimento um valor que não tem. Na primeira sen tença , quem foi capturado pela Folha e entregue para interrogatórios? " Nós." Quem é "nós "? O fim da frase s ugere que se tratava do próprio Seixas e d e seu pai: "entregar para sess ões de interrogatório, como s ofremos eu e meu pai". Na sentença seg uinte, porém, Seixas dá com a língua n os dentes, afirmando que "ninguém me contou , eu vi carro da Folha na porta da Oban/Doi-Codi". Ora, s e ele próprio houves se sido transportado num carro da Folha, não veria o veículo es tacionad o na porta, mas o veria des de dentro, em movimento. Se viu o carro da Folha na entrada do DoiCodi, é que chego u ali trazido por outro meio de trans porte. Com toda a evidência, Seixas nem foi levado àquele órgão policial e m veículo da Folha nem cita o nome d e um s ó prisioneiro que o tenha s ido: em vez disso, redige a frase ambígua que p ass a ao leitor uma impressão logo desmentida na frase segu inte. / Não digo que Seixas mentisse d e cas o pensado, nem nego que fatos como os alegados pos sam ter acontecido, mas um de poimento vago e contraditório não serve de prova do que q uer que s eja. O tom de certeza ab soluta com que o senho r dá a coisa por provada é, no mínimo, sinal de leviandade. / Quase encerrando esta gentil mensage m, pergunto, sem esperança de uma respos ta: Por que o s enhor, mencionando a minha presença meteórica n a Folha como prova do direitismo crônico do jornal, puxa discus são com o anônimo autor do editorial de 2 de novembro, em vez de fazê-lo comigo? E foi por inépcia literária ou pseudo -astúcia de moleque que nas linhas finais o s enhor deu a impressão de falar de mim, quando esta va apenas respondendo àquele fracote? É do s eu costu me bater em ursinho de pelúcia para pensa r que está batendo num leão? / Agora, ence rrando mesmo, faço-lhe um convite que é também um desafio, ou desafio que é também um convite. Se o senhor tem alguma diferença comigo que pos sa s er resolvida sem a minha supress ão do mundo dos vivos , ven ha pas sar uns dias na Virginia e tirar o assunto a limpo . Discutiremos a coisa exaus tivamente, gravaremos tudo e colocaremos em circulação no Vermelho.org e no meu site Mídia Sem Máscara. Caso o senh or aceite, prometo pagar do meu próprio bo lso a s ua pass agem, mais a de um(a) acompanhante e todas as despes as de hospedagem em hotel modesto mas decente. Colocarei ainda um carro à s ua disposição, sem ônus da sua parte exceto o consu mo de gas olina. A região é linda e dará ao s enhor a oportunidade altamente pedagógica de contemplar em pess oa os horrores do capitalismo. Não diga qu e os EUA não deixam comunistas entrarem no território. Deixaram até ent rar um na presidên cia. / Nota -Mellé, que com Ag gio e Freddi compunha para mim na épo ca um trio de bêtes noires, era um exilado romeno, que vivera s ob o regime Ceaucescu e tinha excelentes razões -- que então eu não conhecia -- para odiar comunistas . As palavras can dentes com que o senhor verbera as crueldades da ditadu ra brasileira s ugerem-me que deveria fazer uma comparação entre o Doi-Codi e o "cent ro de reeducação" de Pitesti, na Romênia natal de Jean Me llé, tal como des crito nos depoimentos de Dumitru Bacu e do pastor Richard Wurmbrand (v. http://myocn.net/gulag-of-pitesti-romania/ e http://pt.scribd.com/doc/31067286/Marx-and-Satan-RichardWurmbrand). Nenhum prisioneiro do Doi-Codi teve jamais se us dentes arrancados a sangue frio, um a um até o último, e isto não para obter alguma declaração d ele e sim de o utro prisioneiro que, amarrado, era obrigado a presenciar a cena e acus ado, aos be rros, de s er o respons ável por ela. Isso era prática us ual em Pitesti, e aplicada es pecialmente em religiosos de confissões diferentes: arrancavam os dentes de u m padre ortodoxo diante dos olhos de u m rabino, depois os do rabino diante de um pastor protestante etc. etc. O senhor, que é abertamente um apolog ista do estalinismo (v. http://www.revan.com.br/cata logo/0269c.htm), acha tudo isso um preço módico a ser pago pelo advento de um reino da justiça que jamais veio nem virá, mas se es candaliza d e que eu con sidere a nossa ditadura militar um preço módico que a nação pagou para evitar que viess em a ocorrer entre nós horrores semelhantes , que ultrapass am a denominação genérica de "tortura" e entram no campo do puro satanismo militante. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/111205msm.html ); *Site Mídia s em Máscara, Guilherme Calderazzo, 11.11.11: Justiça extingue proces so contra DC e Olavo de Carvalho - Quartim ficou preso por ser dirigente da VPR. Não pela morte de Chandler. " Escrevi o artigo com bas e em uma mentira que ele próprio divulgara em entrevista que dera ao jornal da universidade", disse Olavo de Carvalho. / Sentença do juiz Klaus Marquelli Arroyo, da 23ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, em São Paulo, extinguiu o proces so no qual o diretor de redação do Diário Comércio , Moisés Rabinovici, era acusado de crime contra a honra – calúnia, injúria e difamação – p or João Quartim de Moraes, profess or de Filosofia da Unicamp. O magistrado acatou a argumentação de que não havia bas e legal na acus ação contra o jornalista, devido à extinção da Lei de Imprens a, pelo Supremo Tribunal Federal, e ess a semana encerrou o litígio. / O litígio começou em 2007, quando Quartim recorreu à Justiça por cons iderar sua honra ofendida em artigo de colunista do DC Olavo de Carvalho, ta mbém publicado no Jornal do Brasil. / No artigo, Carvalho taxava Quartim de ass assino, por ele próprio ter informado, em 2001, em entrevista ao Jornal da Unicamp, que pas sara dois anos preso durante o regime militar por ter sido um d os mandantes do ass ass inato do capitão norteamericano Charles Chandler, na época em que fora um dos dirigentes do grupo de guerrilha urbana Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). / Quartim ficou preso por ser dirigent e da VPR. Não pe la morte d e Chandler. "Escrevi o artigo com bas e em uma mentira que ele próprio divulgara em entrevista que dera ao jornal da universidade" , diss e Carvalho. / Ex-combatente das Forças Armadas dos EUA n o Vietnã, Chandler mudou-se com a família para o Brasil em 1967, oficialmente para participar de programa de intercâmbio entre militares dos do is países. Segundo os grupos de guerrilha urbana VPR e Aliança Libertadora Nacional, ens inava tortura a militares brasileiros. Por isso, os dois grupos o assassinaram, em 1968, em São Paulo. / Como Carvalho mora no s Estados Unidos, Quartim e seus advogado s decidiram proces sar Rabinovici. Iniciaram o proc esso por crime contra a honra com base na Lei de Imprens a, em 2007. Mas no ano segu inte, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou essa lei, cons iderando-a incons titucional. / Diante dess a decisão, o advogado do diretor do DC, Luiz Flávio Borges D'urso, s usten tou que "com a mudança feita pelo Supremo, o proces so perdeu o balizamento legal. Houve a extinção da punibilidade". / Segundo D'urso, ao tomar a decisão, o STF não deu pos sibilidade de os proces sos por crime contra a honra apoiados na Lei de Imprensa pas sarem a ser julgados com bas e no Código Penal. / Já o advogado de Quartim, Alexandre Crepaldi, diss e que analisa a sen tença do juiz Arroyo e, co m o cliente, decidirá o caminho a seguir. (http://www.midiasemmascara.org/artigos/direito/12564-justica-extingue-processo-contra-dc-e-olavo-decarvalho.html) 14
Olavo d e Carvalho, O Globo, 04.05.02: Os mesmos, os mesmíssimos - Não conheço detalhes da ideologia do sr. Le Pen, mas, do que tenho lido, concluo que ele é menos anti-semita do que a média da esq uerda mundial que tanto o demoniza. Dizer que o Holocausto foi “apenas u m detalhe na História” é uma brutalidade, mas será tão insultuoso qua nto dizer que foi igualzinho ao que os judeus estão fazendo na Palestina? / A primeira dess as afirmações custou ao seu autor a perda de um mandato e a exposição ao v ilipêndio internacional. A s egunda é repetida ad nauseam por celebridades cuja reputação não s ai nem um pouco arranhada por isso. / Dez mil Le Pens, com s uas tiradas de oratória infame segu idas de desculpas esfarrapadas , não fariam a os judeus um mal comparável ao que a mídia “iluminada” fez nas últimas semanas. Ele diss e grosserias, mas nunca chamou os judeus de nazista s. Nunca aplaudiu, incentivou ou glamourizou meninas-bombas palestinas que explodem supermercados em Tel-Aviv. Nunca disse que os judeus têm uma religião satânica inventada para legitimar crimes e pec ados. / A mídia bem pen sante que agora adverte contra ele fez tudo isso -— e e ste é o seu ú nico título de autoridade para con denar quem fez muito menos. / Significativamente, o vocabulário u sado c ontra o chefe do Front
Nati onal é o mesmo que, poucos dias antes , se despejava como óleo fervente sobre as co stas do primeiro-ministro Sharon. Le Pen é um “extremista de direita”? Sharon também. Le Pen é “xenófobo”? Sharon também. Le Pen é “nazista”? Sharon também. Le Pen é “genocida”? Sharon também. / É preciso ser um idiota profissional para explicar toda ess a uniformidade pela mera coincidência. Mas palavras não são tudo. Le Pen diss e coisas que agradam aos inimigos de Israel, mas nunca lhes deu 70 milhões de dólares para comprar armas, como a União Européia, s egundo docu mentos recém-divulgados pelo g overno israelense, d eu a Yasser Arafat. / Por que os judeus hav eriam de confiar numa entidade que os adverte contra um inimigo des armado ao mesmo tempo que ajuda o inimigo armado? Por que a es querda mundial e staria tão ans iosa para protegê-los contra um perigo futuro e hipotético na França, quan do se esforça com igual denod o para entregá-los às garras de um pe rigo real e imediato na sua própria te rra? / A dura realidade é es ta: os que procuram alarmar os judeus quanto à ascensão de um político anti-semita na França são os mesmos, os mesmíss imos que co nvocam o mundo a uma gue rra santa contra o Estado de Israel. / Muta tis muta ndis, e como que para compensar, os que agora se fazem de advogado s da causa muçulmana são os mesmos, os mesmíssimos que ainda há pouco instigavam gays, feministas e progressistas em geral ao ódio antiislâmico, fomentando-o por meio de invencionices prodigiosas e preconceitos imbecilizantes . / Ma s, como vimos na semana pas sada, os que pos am de guardiães da inocência infantil supos tamente ameaçada pelo clero católico s ão também os mesmos, os mesmíss imos que durante décadas se empenharam galhardamente em des truir todos os impedimentos morais à prática da pedofilia. / A esqu erda, como se vê, não discrimina ninguém: ela mente p or igual contra judeu s, cristã os e muçulmanos. Daí sua facilidade de jogá-los uns contra os o utros — e até contra si mesmos — pelo s imples expediente de alternar, conforme as demandas do momento , os objetos de bajulação e de calúnia. / Para que m conhece História, nada disso é novidade. Mudar de discurso com a des envoltura de quem troca de meias é o traço mais constan te e inconfundível do feitio mental e squerdista, em tudo e por tudo idêntico à inocência pervers a de sociopatas juvenis. / Não é nova , em es pecial, a d uplicidade cínica no modo d e tratar os judeus . Lenin já cond enava da boca p ara fora o anti-semitismo, ao mesmo tempo que movia contra os judeus uma guerra econômica e cultural e enviava à cadeia seus líderes religiosos. Mas, ao longo d os tempos, es sa du plicidade foi-se ampliando até a completa malevolência de um jogo diabólico que, sem nenhum problema de consciência, combina a mais açucarada lisonja com a prática do homicídio em massa. No pós-guerra, enquanto o beautiful people esquerdista de Nova York carimbava como “anti-semita” quem quer que pretendes se averiguar os fatos sobre a espionagem nuclear pró-soviética praticada pelo cas al Rosen berg, do outro lado d o mundo, na Romênia, protegidos de críticas ocidentais pelo véu de filojudaísmo tecido pela mídia, os comunistas da vam início a uma campanha de perseguição antijudaica qu e, segundo relata Richard Wurmbrand, veio a ultrapassar em violência e crueldade tud o o que os judeus daq uele país tinham pas sado sob a ocupaçã o nazista. / Hoje, aq ueles mesmos que se empenham em conjeturar sinais de anti-semitismo nas leituras juvenis de Pio XII fazem o diabo para es cond er que Fidel Castro, no início de su a militância anti-Batista, anda va com um exemplar de “Mein Kampf ” debaixo do b raço e babava de admiração pelo seu au tor. A significação des se dado pode ter sido minimizada p or intelectuais levianos, mas não pelos 23 mil judeus que, de um tota l de 30 mil que moravam em Cuba, preferiram fugir para Miami quan do o governo revolucionário tomou su as propriedades — um filme a que muitos deles já tinham as sistido na Europa. / Por ironia, em alguns países do Leste da Europa o folclore político ac usa os judeus de respons áveis pelo advento do regime comunista. Contes tando es sa alegação, os comunistas, no entanto, sempre tent aram aproveitá-la como arma de ch antagem para env olver o povo judeu nos interess es da causa comunista, nã o importando qu antos dos seus ela matass e. Essa p rática diss eminou n o mundo ocidental uma crença folclórica análoga e complementar à de romenos e hún garos: a lenda da afinidade natural entre os intelectuais judeus e o esque rdismo. Autenticada por uma bela relação de nomes — Lukács, Horkheimer, Benjamin, Marcus e e tutti quan ti — a lenda se impôs com tal força que acabou por tornar invisível a lista imens amente maior de judeus célebres anticomunistas, de Arthur Koestler a Irving Kristo l, de Walter Krivitsky a Josep h Gabel, de Raymond Aron a David Horowitz, de Menachem Begin a Daniel Bell e mais não sei quantos. Eu mesmo só compreendi iss o quando , lendo “Not Without Honor — The History of American A nticommunism”, de Richard G. Powers, descobri que o movimento anticomunista americano tinha sido, no es sencial, uma iniciativa de judeus . Desde minha juventude, esse fato de importância medular pa ra a compreensão da História d o séc ulo XX tinha me escapad o por completo. Para todos os que o ignoram, a associação corrente entre anticomunismo e anti-semitismo, reforçada diariamente pela mídia, ainda soa como a co isa mais natural do mundo. / Mas esse fenômeno, por sua vez, é que é natural: não existe um único argumento esquerdista cuja credibilidade não se fundamente, por inteiro, na ignorância fabricada e na exploração do esquecimento. (http://www.olavodecarvalho.org/semana/05042002globo.htm ) 15
Nota do transcritor – Fat police é uma expressã o em inglês que, no contexto usado pelo Professor Olavo de Carvalho, não quer dizer polí cia gorda ou policia l gordo, e sim algo como policia mento da g ordura alheia , para designar aqueles vigaristas malintencionados de sempre que pretendem introduzir mais um elemento de perturbação e domínio social: vigiar a obesidade dos outros, introduzindo normas para controlá-la, como se tivessem as melhores das intenções, quando, na verdade, estão visando à própria subjugação da família e ao controle social. 16
Nota do transcritor – Encontra-se na transcrição do programa True OuTs peak de 08.01.07: Segund a notinha. / Anúncios que o governo trabalhista de Sua Majestade acaba de proibir n a tevê britânica em horário acess ível às crianças: queijo cheddar, flocos de farelo de trigo, queijo camembert, bolinhos com cobertura de açúcar, mingau de aveia, maionese, cereais de grãos variados, creme semidesna tado, nuggets de galinha, waffles, iogurte grego, presunto, lingüiças, bacon , patês va riados , amendoins e creme de amendoim, castanh as de caju, pistache, uvas-pas sas, gros elha, chips d e b atatinha, azeite d e o liva, manteiga, pizza, hambúrguers, ketchup , chocolate, molho inglês, Coca-Cola (e similares) e sod a limonada. O que seria das criancinhas se não houves se burocratas zelosos p ara protegê-las contra o pecado da gula? Mas – cá e ntre nós – vo cês já viram, na Inglaterra ou no / Brasil, alguma camisinha com aviso go vernamental de que s exo anal pode dar câncer do reto? Ah, isso não! Perigoso mesmo é mingau de aveia. 17
Nota do transcritor – Uma curiosidade: trata-se ess e ouvinte de um juiz que, anos mais tarde, foi citado pelo Professo r Olavo de Carvalho (trecho do vídeo em: https://www.youtube.com/watch?v=jlG1O8SgQdk ) por ter criado o Projeto Reeducação do Imaginário , a respeito do qual se pode ler no artigo escrito por ele próprio, por Grasiele Juliana Christ e Augu sto César Becker e publicado no site Mídia sem Más cara em 19.03.15: Reeducação do Imaginário: primeiras impressões e resultado s - O projeto é diretamente ins pirado nas lições do filósofo Olavo de Carvalho, expos tas em magistrais aulas dos primeiros anos d o Curso Online de Filosofia. - Em fevereiro de 2013 foram realizadas as primeiras entrevistas de avaliação dos presos participantes do primeiro módulo do “Projeto Reeducação do Imaginário”, diretamente no pres ídio de Joaçaba/SC. / Conforme já divulgado, o projeto, implementado na Vara Criminal da Comarca de Joaçaba, visa a reeducação do imaginário dos apena dos pela leitura de obras que ap resentam experiências humanas s obre a respo nsabilidade pess oal, a percepção da imortalidade d a alma, a s uperação das situações difíceis pela bus ca de um s entido na vida, os valores morais e religiosos tradicionais e a redenção pelo arrependimento sincero e pela melhora progressiva da personalidade, que a educação pela leitura do s clássicos auxilia. / É s empre co nveniente mencionar que todos os presos participantes do projeto també m trabalham em atividades internas ou, excepcionalmente externas sob fiscalização, portanto não se trata, a leitura como forma de diminuição de pena , de ocupação em tempo integral. A o contrário, os apenados vo luntariamente reservam ho ras de seu desca nso para
a leitura, pois exercem uma série de funçõe s no presídio, como traba lhos na cozinha, limpeza, artesanato, fabricação de sapa tos em parcerias com empresas locais fisca lizadas pelo Juízo etc. Um d os objetivos indiretos do projeto é exatamente ocupar o tempo livre com alta cu ltura, após o trabalho, tempo es te que talvez foss e dedicado a futilidades ou mesmo ao planejamento de novos crimes . Segundo os relatórios e prestaçõ es de contas d o Conselho da Comunidade local, q ue participa ativamente da gestão do presídio e que apóia o projeto, os valores obtidos pelos presos com seu trabalho sã o usad os em parte no próprio s ustento interno (aquisição de comida e objetos de higiene pes soal) e em parte s ão remetidos aos seus familiares. / Ainda, é importante registrar que os livros usados no projeto não c ustam um centavo ao cont ribuinte. Quem paga são pes soas que cometem pequenos delitos, des de que sem anteceden tes criminais. Autores de delitos como lesões culposas, ameaças s em consequên cias outras, delitos de trânsito, como condição para evitarem a deflagração de uma ação penal, pelo instituto legal da transaç ão penal. Adquirem as obras em edições d e bolso e as entregam no prazo es tipulado, acompanhadas d a nota fiscal. Após , os livros s ão remetidos ao presídio. Ou seja, os au tores de pequeno s delitos ajudam arcando com as des pesas d a educação dos que cometeram delitos mais graves. / As entrevistas com os presos , todas gravadas em áudio, foram condu zidas pelo juiz de Direito Má rcio Umberto Bragag lia e pelos as sess ores jurídicos Grasiele Juliana Christ e Augusto Cesar Becker. Os detento s (todos voluntários) tinham a prazerosa miss ão de ler 'Crime e Castigo', de Dostoiévs ki, obra escolhida por seus evidentes efeitos “terapêuticos” no campo da tomada de consciência profunda e do arrependimento sincero. O projeto é diretamente ins pirado nas lições do filósofo Olavo de Carvalho, expostas em magistrais aulas do s primeiros anos do Curso Online de Filos ofia. Ensinou o profess or Olavo que para o exercício de qualquer atividade intelectual s éria, e mesmo para a orientação pes soal e prática do indivíduo no curso de s ua vida, é imprescindível u m prévio trabalho de fortalecimento do próprio caráter, e que a grande literatura é um instrumento poderoso neste sentido porque permite que a experiência humana do real, conforme percebida e registrada pela voz dos mais talentosos e sinceros autores, seja abs orvida e refletida ao máximo. / Inspirados na idéia de educaç ão do imaginário pes soal, resolvemos adaptá -la ao nos so universo de trabalho, qual seja a Execução Penal na Vara Criminal de Joaçaba SC, em especial no Presídio Regional que atende também diversos municípios vizinhos, e des envolvemos o projeto Reeducação do Imaginário (Portaria n. 1/12/GJ), que con cede remição (diminuição) de dias de pena pela leitura, com aproveitamento , de obras cláss icas da literatura, selecionadas a partir principalmente das seguintes fontes: a 'Histó ria da Literatura Ocidenta l', de Otto Maria Carpeaux, 'Como ler livros', de Mortimer J. Adler e Charles Van Doren e 'O Cânone Ocidental', de Harold Bloom, além das diversas indicações em aulas, artigos e obras publicadas pelo próprio profess or Olavo de Carvalho. / Já foram publicados quat ro editais referentes às obras já es colhidas e adquiridas para leitura dos deten tos . Os primeiros livros , pe la ordem, são: 'Crime e Castigo' de Dosto ievski, 'O Coração das Trevas ' de Konrad, 'Othello' de Shakespe are e 'Moby-Dick' de Melville. / Registramos que a Corregedoria-Geral de Jus tiça de Santa Catarina, após ter sido noticiada da existênc ia do projeto e após analisá-lo, recomendou sua divulgação como “boa-prática” do Poder Judiciário Catarinense, conforme decisão proferida nos autos. n. 0013295-90.2012.8.24.066. / A equipe do Gabinete da Vara Criminal se dirigiu at é o ergás tulo com esperança nas idéias d o projeto mas, ao mesmo tempo, sem muita certeza do qu e lá ouviria dos apenados , se eles realmente haviam s e dedicado, se haviam trocado idéias s obre o livro, se haviam captado de alguma forma importante a mensage m da o bra. E mais, se a ob ra havia tido tempo de, nos apenados , causar algum efeito catártico. Prorrogou-s e o período de leitura d e 30 para 60 dias, no intuito de deixar 'Crime e Castigo' agir no íntimo de cada leitor, “para que o livro exerça a profundidade do seu impacto”, conforme recomendou o professor Olavo de Carvalho. / Pois bem. Já na primeira conv ersa com o primeiro leitor veio a grata surpres a: relato contu nden te do complexo enredo, com detalhes , elementos chave bem captados e, pasmem, em uma folha de caderno, uma errata, uma lista de erros encontrados pelo pres o leitor no livro - erros ortográficos ou frases que, pela tradução, ficavam sem sentido. Na verdade, os dois primeiros entrevistados, companheiros de cela, apresentaram a “revisão o rtográfica”, anotaram as dúvidas (geralmente palavras que não enc ontravam no dicionário que sempre acompanha a e ntrega de cada livro, por exemplo nomes próprios), o que nos d eixou muito s atisfeitos já de plano, pois restou claro que hou ve dedicação e mesmo deb ate interno sobre a história de Raskólnikov. Incentivar a conversa sobre a obra foi também u m objetivo indireto alcançado . / Na seqüê ncia das entrevist as (foram 16 homens e 7 mulheres) na primeira rodada, noss as esperanças foram florescend o ainda mais, pois sentíamos qu e os detentos realmente se interess aram por 'Crime e Castigo' e o leram, alguns duas vezes, porque respondiam às perguntas d a equipe com conhecimento de caus a, ainda que com dificuldade algumas vezes, em especial pelos nomes russ os. Alguns, ainda, demons travam grande entusias mo com tudo aquilo, como um s enho r já idoso, conden ado por tráfico de entorpecentes e que cumpre pena h á um bom tempo, qu e chegava a se levantar da c adeira para nos contar sobre os motivos que levaram “Ródia” a cometer o crime, sobre seu “coração bom no final das contas ”, sobre as razões da prostituição de Sônia etc. Isso se repetiu em relação à vários de tentos, merecendo des taque o grau de identificação pess oal de alguns deles (nos vem à mente o relato de uma presa em es pecial) que às vezes chegava ao p onto das lágrimas quando s e aprofundava a discussão sobre arrependimento real e p oss ibilidade de perdão, inclusive com menções expressas ao crime por ela cometido. / Somente três dos dezess eis homens entrevistados na primeira ses são apresentaram sinais ev identes de capacidade intelectual reduzida ou de capacidade de express ão precária. Um nos apres entou resumo escrito, p ois est ava nervos o e não cons eguia lembrar de detalhes específicos do livro por problemas d e memória, o q ue pareceu verdadeiro, pois lhe foram feitas perguntas sobre alguns detalhes periféricos , e ele conseg uiu se recordar, demonstrando que efetivamente houve leitura, s endo as dificuldades mais de relato do q ue de apreens ão. O que c omeçou com a tenta tiva de entrega de um relato es crito acabou gerando uma entrevista delicada mas proveitosa. / Outros dois tinham s érios problemas n a comunicação propriamente dita, e não cons eguiam se express ar com o grau esperado de qualidade , mas também foram aprovados po r conseguirem expor a problemática d a obra n os s eus pon tos estritamente ess enciais, e isso sob adv ertência de qu e na etapa seguinte o rigor d a avaliação seria redobrado e com o compromisso de se es forçarem para repas sar melhor a informação do próximo livro, que é inclusive bem mais curto, embora também bas tante denso em termos substanciais (afinal o Coração das Trevas de Jos eph Conrad não lida com os efeitos d o meio maléfico numa alma talvez nob re?). Iss o porque o objetivo do Projeto não é cobrar memorização por parte dos apenad os, mas sim compreensão do conteú do, dos símbolos, na b usca por algum efeito no campo da tomada de consciência. / Com as mulheres, da mesma forma, a experiência foi interessante. Todas, sem exceção, apresentaram relatos sólidos da obra, com opiniões pess oais e dando a clara s ensação de que haviam feito um debate em conjunto so bre a história. Inclusive, algumas apenadas confidenciaram que ao final d o dia todas se reuniam e faziam um peq ueno grupo de e studo e de leitura conjunta, além de que enquanto trabalhavam na cozinha (quase todas a s participantes têm este s erviço d entro do presídio) discutiam o livro. Vejam só : detentas debatendo Dostoiévski na cozinha do ergástu lo público. Com certeza es tão lendo melhor que a expressiva maioria dos universitários brasileiros! / Outro pon to que chama a atenção é como os participantes utilizam, ainda que inconscientemente, experiências de suas próprias vidas para integrar ou interpretar o texto. Houve relatos no sentido de que Raskólnikov era um rapaz muito pobre vindo do interior, mas que passou a beber em demasia, o que teria sido a origem de seus problemas. Sabe-se que o personag em principal não era dado ao vício da embriaguez, mas apenas que freqüen tava as tabernas , motivo pelo q ual alguns dos leitores já fizeram a ligação c om o álcool e sua s cons equências às vezes devastadoras, experiências qu e muitos vivenciaram n a pele, seja com os pais e parentes ou consigo mesmos. Outros registravam em tom bastante pess oal as experiências com pob reza, tentação para a prática de crimes, arrependimento. Questionamos a certo preso o seg uinte: “Raskólnikov praticou um crime praticamente perfeito, não foi visto por ninguém e provavelmente sairia impune. O que h ouve? Como acabou pres o?” A res pos ta: “não há crime perfeito doutor. A consciência também fala...” / O t ópico pres ença e intervenção de Deus , que é muito óbvio e marcante na história, seja pelos símbolos ou mesmo pelas passag ens mais explícitas (a divisão d a pena en tre Sônia e Raskólnikov, simbolizada pelas posses simultâneas de dois crucifixos , d uas cruzes para juntos carregarem; à alusão à intermediação da Santíssima Virgem durante a primeira
confissão do protagonista, ajoelhado, aos pés de Sônia etc) foi percebida por praticamente todos os apenad os, que demonstraram acreditar na pos sibilidade de salvação por Sua intervenção, e na própria existência Dele. Da mesma maneira, e les demons traram noções a respeito do arrependimento e da poss ibilidade de mudança do ser humano, inspiradas no relato da res surreição de Lázaro, presente em 'Crime e Castigo'. Questionada sobre o porquê de tal narrativa inte grar a história, uma apenada responde u que “també m nós pod emos voltar da morte para a vida”. / As respo stas foram em alguns momentos tão s urpreendentes que ficamos aliviados em ter gravado, em áudio, to das as entrevistas, como provas da autenticidade de tão incríveis ou inesperados relatos. O material gravado integra os processos de execução penal de cada detento e funciona como subsídio para a decisão de redução da pena pelo aproveitamento d a leitura, podend o ser fiscalizado pela Corregedoria-Geral da Justiça, pelo Ministério Público, pela OAB e pela própria Defesa do a penado, resguardado o sigilo. / O fato é q ue ninguém es pera muito em termos de edu cação d e quem está preso. Alguns mal sab em ler e s ó o aprendizado do manus eio de um dicionário já foi algo inédito em s uas vidas. Porém, o qu e vimos como primeiro resultado foi algo s urpreendente: detentos em quem não s e depo sitava muitas esperança s deram entrevistas contunde ntes, demonstrando que leram a o bra atentamente e, mais que iss o, se interess aram pela leitura, pedindo mais. É claro que a remição de alguns dias na pena é um po deroso incentivador, tanto é que ouvimos algumas vezes “p reciso de stes dias, pois minha cadeia é grande”, mas é só isto mesmo, apenas um incentivo. Afinal, o que são meros 4 dias de pena para quem tem que cumprir 10, 20 anos? Nenhum dos p articipantes tentou en ganar a equipe de av aliação, ao contrário, todo s procuraram respon der os ques tionamentos da maneira mais exata pos sível. / Entre os participantes há homicidas , es tupradores, traficantes . Por mais q ue o sentimento so cial geral, e também o nos so em particular, s eja de repúdio pelo crime, de respeito às vítimas, d e rigor no sentido de que haja o total cumprimento das penas impostas , uma coisa é certa: algum dia es sas pes soas, por pior que tenham sido seus crimes, sairão livres de volta à sociedade, ainda mais se levarmos em cons ideração a verdadeira desgraça que é a legislação penal e process ual penal brasileira, pró-bandido, levíss ima para muitos crimes graves . Hoje se mata cruelmente e e m pouco tempo se está novamente nas ruas, por culpa tanto de leis c ons truídas por p seu do-intelectua is que vivem distantes da realidade de insegurança e medo que reinam no país, quanto da própria Justiça que, por vezes, abranda a legislação de formas as sustadoras ao interpretá-la (penas alternativas para traficantes ? Progress ão de regime para crimes hediondos ?). Ainda que se administre a Jus tiça Criminal com rigor, cuidado e atençã o preferencial aos direitos das vítimas, o certo é que a prevenção específica e concreta que a prisão representa pelo fato de o autor do crime ser retirado por um tempo de circulação é uma s ituação transitória, e de regra curta. Logo estarão todos s oltos, então é melhor tentar algo em termos de reeducação também. / Hoje mais de 60 preso s participam vo luntariamente do projeto. É muito cedo para dizer se os objetivos d e formação e aprimoramento do caráter, bem como ampliação do horizonte de cons ciência moral dos detentos foram ou serão atingidos . A educação, como tantas vezes já explicou o citado filósofo, é um p rojeto s em qualquer garantia de resultados. Entretanto, já s e pode perceber que há um ar de reflexão por trás da leitura que os apenados fazem, d e modo que é poss ível acreditar que es tes grandes livros poderão ajudá-los a ter n ovas impressõ es e perspectivas acerca de si mesmos e da realidade concreta que a todos abarca. / Concluindo: nossas primeiras impress ões são no sentido de que mais um vez e como de cos tume acertou em seu prognós tico o professo r Olavo de Carvalho ao comentar o projeto e a primeira obra escolhida no programa TrueOut speak de 28 de novembro de 2012: “vai funcionar”. / Se entre as centenas de presos qu e terão ess a opo rtunidade única de lerem Shakespeare, Dostoiévski, Konrad, Castelo Branco, Goethe, etc., sair meia dúzia de pess oas um pouco mais conscientes das respons abilidades de seus atos, fortalecidas no caráter e mais habilitadas para o inevitável retorno ao corpo social, já terá valido à pena. Afinal, como bem se mpre n os lembra o Prof. Olavo, não é uma alma imortal humana mais duradoura e portanto mais importante do que tod a a su cess ão histórica? (http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/13954-reeducacao-do-imaginario-primeiras-impressoes-e-resultados.html ) 18
Nota do tr anscri tor – Fiquei algo inseguro no que s e refere a es te trecho da transcrição, onde o Professor Olavo oferece a etimologia da palavra conceito. É que do áudio capta-se a palavra conceptio, mas s ó cons egui encontrar conceptus. 19
Nota do transcritor – Muito provavelmente, trata-se este ou vinte do querido Professo r Hermes Rodrigues Nery, do Movimento Legislação e vida: http://hermesnery.com.br 20
Site do Profess or Olavo de Carvalho, Seção Leituras recomenda das – 65 - A Difamação de Pio XII - Joseph Sobran http://www.lewrockwell.com/sobran/sobran189.html - http://www.oindividuo.com - Como milhões de outros idiotas no mundo, também eu me deixei impressionar pelo livro de John Cornwell , O Papa de Hitler , que parecia dar respaldo historiográfico às acusações lançad as contra Pio XII pela peça de Ro lf Hochhuth, O Vigário . Cheguei a dar eco a essas acu sações num artigo em O Globo, coisa de que muito me arrependi, mais tarde, ao saber que o sr. Cornwell era u m belo vigarista, capaz de ga bar-se de pesquisar por anos a fio na Biblioteca do Vaticano , onde na verdad e só estiv era dua s vezes, e de apresenta r como descobertas sua s inédi tas alguns documentos que copiara de publicações acadêmicas. É verdade que a demonstração cabal da desonestidade de um pesqu isado r não impugn a, por si, os resultad os da sua pesquisa. Mas, desde logo, coloca-os sob uma suspei ta bem mais funda mentada do que aque la que tentavam lançar sobre o personagem que investi gavam. / Nem Hochhuth nem Cornwell são judeus. Se o fossem, poder-se-ia alegar em seu favor o at enua nte do zelo patriótico. Mas são apenas falsos c ristão s, que querem semear a i ntriga entre a Igreja e os judeu s mediant e a dimafação de u m homem i nocente e santo . Um homem que os judeus conh eceram e a respei to do qual deixaram os depoimentos reunidos no livro recente de Ralp h McInerny , onde o jornalista Joseph S obran recolheu as amostras transcritas neste artigo. / O leitor pode, portanto , escolher. Ou acredita naqueles que presenciaram a açã o de Pio XII durante a II Guerra Mundi al, ou acredita naqueles que tentaram reconstruí-la a seu modo, seja p elos artifícios da arte cênica, seja pelo s de uma historiografia fraudulenta. / Traduzo e publico aqui este artigo d e Joseph Sobran em sinal de meu expresso arrependimento de ter dito qualquer palavra contra o grande Papa, confiado na pretensa aut oridade de Hochuth s ou Cornwells. – O. de C. / Nada, ao que parece, cons egue diss ipar a cren ça de que Pio XII manteve um “vergonhoso silêncio” em to rno da pers eguição dos judeus durante a II Guerra Mund ial. Mas Ralph McInerny, no seu livro The Defamation of Pius XII (“A Difamação de Pio XII”), cita o que judeu s, famosos ou não, diss eram naquele tempo. / “Só a Igreja Católica protestou c ontra o as salto hitlerista à liberdade”, diss e Albert Einstein. / Em 1942, o jornal Jewish Chronicle , de Londres, observou: “Uma palavra de sincera e profunda apreciação é devida pelos judeus ao Vaticano por su a intervençã o em Berlim e Vichy e m favor de seus correligionários to rturados na França... Foi uma iniciativa incentivada, honrosamente, por um bom número de católicos, mas para a qu al o próprio Santo Padre, com sua intensa humanidade e sua clara compreensão das verdadeiras e mortais implicações dos ass altos contra o povo judeu, não precisou s er incentivado por ninguém.” / O Dr. Alexandre Safran, rabino-chefe da Romênia, escreveu em 1944: “Nestes tempos duros , nos sos pensamentos, mais que nunca , voltam-se com resp eitosa gratidão ao Soberano Pontífice, qu e fez tanto pelos judeus em g eral... No nos so pior moment o de provação, a generos a ajuda e o nobre apoio da Santa Sé foram decisivos. Não é fácil encontrar as palavras adequ adas para expressar o alívio e o conso lo que o magnânimo gesto do Supremo Pontífice nos deu, o ferecendo vastos s ubsídios para aliviar os sofrimentos dos judeus depo rtados. Os judeus romenos jamais esquec erão ess es fatos de importância histórica.” / Quando os Aliados libertaram Roma, uma Brigada Judaica afirmou em seu Boletim: “Para a glória peren e do povo de Roma e da Igreja Católica Romana, pode mos afirmar que o destino dos judeus foi aliviado pelas s uas ofertas verdadeiramente cristãs de as sistência e abrigo. Mes mo ago ra, muitos
ainda permanece m em lares religiosos que abriram s uas portas para protegê-los da depo rtação e da morte certa.” / Um s obreviven te, citado num diário hebraico de Israel, d isse: “Se fomos resgatados , se os judeus ainda es tão vivos em Roma, venham conos co e agradeçamos ao Papa no Vaticano.” / Um Comitê da Junta Judaica Americana de Bem-Estar Social escreveu ao próprio Pio XII: “Recebemos relatórios de nos sos capelães militares na Itália sobre a ajuda e a proteção dos judeus italianos pelo Vaticano, pe los padres e pelas instituições da Igreja durante a ocupação nazista do país. Estamos profundamente comovidos diante dessa extraordinária manifestação de amor cristão – tanto mais porque sab emos dos riscos corridos p or aqueles que s e prontificaram a abrigar os judeus. Do fundo de nos sos corações env iamos a V. Santidade a e xpressã o de nos sa imorredoura gratidão.” / Os veteranos de um campo liberado foram a Roma e apresentaram a Pio XII a seguinte carta: “Agora que os Aliados vitoriosos queb raram noss as cadeias e nos libertaram do cativeiro e do perigo, que nos seja permitido expressar noss a profunda e devota gratidão pelo conforto e ajuda que Voss a Santidade se dignou de nos garantir com paternal preocupação e infinita ternura ao longo dos anos de nosso internamento e perseguição... Ao fazê-lo, Vos sa Santidade, como a primeira e a mais alta autoridade na Terra, ergueu sua voz universalmente respeitada, em face de nossos perigosos inimigos, para defender abertamente nossos direitos e a dignidade humana... Quando estávamos ameaçados de dep ortação para a Polônia, e m 1942, Voss a Santidade estendeu s ua mão paternal para nos proteger, e deteve a transferência dos judeus internados na Itália, com isto s alvando-nos da morte quase certa. Com profunda confiança e esperança de que a obra de Voss a Santidade será coroada com suces so continuado, expressamos nos sos agradecimentos de coração e rogamos ao Todo-Poderoso: Que Vossa Santidade poss a reinar por muitos anos na Santa Sé e exercer sua benéfica influência s obre o des tino das nações .” / Poucos meses depois, o Congress o Judaico Mundial enviou um telegrama à Santa Sé, agradecend o pela proteção dada “sob cond ições difíceis, aos judeus perseguidos na Hungria sob domínio a lemão”. / O rabino-chefe de Jerusa lém, Isaac Herzog, diss e: “Agradeço ao Papa e à Igreja, do fundo do meu coração, por toda a ajuda que nos deram.” / Mos he Sharett, um eminente sionista, resumiu ass im sua entrevista pessoal com o Papa: “ Eu diss e a ele que meu p rimeiro dever era agradecer-lhe, e através dele a toda a Igreja Católica, em nome do púb lico judeu, por tudo o que fizeram em todos os países para res gatar judeus -- para s alvar as crianças e os judeus em geral. Estamos profundamente ag radecidos à Igreja Católica pelo que ela fez naq ueles países para s alvar nossos irmãos .” / O Dr. Leon Kubowitzky, do Cons elho Mundial Judaico, ofereceu uma vast a doação em dinheiro ao Vaticano, “e m reconhecimento pela obra de Santa Sé ao resgatar judeus das perseguições fascista e nazista”. / Raffaele Cantoni, do Comitê Judaico de Bem-Esta r Social da Itália, afirmou: “A Igreja Católica e o papado deram prova de que salvaram tantos judeus quan to puderam". / Ess as nobres e comoventes palavras requerem pou cos comentários. Registro-as aq ui em honra de Pio XII, da Igreja Católica e dos homens bons que as pronunciaram. (http://www.olavodecarvalho.org/convidados/sobran.htm); *Site do Padre Paulo Ricardo (vídeo, áudio e texto): A difamação contra Pio XII (https://padrepauloricardo.org/episodios/adifamacao-contra-pio-xii ); *Site Católicos Online, Seção Pergunte e Respond eremos, 543, setembro de 2007: Autor de "O Papa de Hitler", JOHN CORNW ELL RETIRA SUAS ACUSAÇÕES A PIO XII - Em s íntese: O escritor inglês John Cornwell retirou as acusa ções que ele levantou contra Pio XII, alegando não poder ter tido a cess o à documentação neces sária quando escreveu o livro "O Papa de Hitler". Esta alegação é contestada pelo historiador Matteo Luigi Napolitano. / * * * / A revista SUPERINTERESSANTE de maio pp. à p. 66, apres enta o Papa Pio XII com as mãos a v endar os seus olhos para não ver as tropas nazistas que invadiam a Europa e não tomar consciência da perseguição aos judeus; repete acusações que o principal acus ador de Pio XII já havia retirado, como cons ta do documento abaixo. Isto mostra como são , por vezes, falhas ou preconceituosas as informações que nos sas revistas ilustradas apresentam em matéria de religião. Já aos 10/2/05 foi publicado o des mentido que J. Cornwell fez às s uas ac usações , como diz o documento a se guir. O periódico "Correspondance européenne - Agence d'information" em sua edição de 10 de fevereiro 2005 publica uma notícia de grande importância, que PR recebeu abaixo e publica em tradução portugues a. / "O HISTORIADOR JOHN CORNWELL RETI RA SUAS ACUSAÇÕES - O historiador inglês Joh n Cornwell, conh ecido como autor do livro " O Papa de Hitler", que ganhou ampla publicidade no mundo inteiro, retirou as acus ações que ele havia levantad o contra Pio XII. O histo riador fizera do Papa Pio XII u m seguidor de Hitler desde que foi Núncio Apos tólico na Alemanha. / Num artigo pu blicado por "The Economist" o s r. Cornwell reconheceu que se enganou; s ustentou q ue Pio XII não podia ser acus ado d e s impatia ou co nivência com o regime nacional-socialista nem antes nem depois do acesso ao Pontificado; podia sim ter procedido mais energicamente contra Hitler. O historiador tentou descu lpar o s eu erro, a legando que os documentos que refutavam as suas acusaçõ es ainda não tinham sido publicados. Numerosos estud iosos entraram na polêmica após a pu blicação do seu livro. / M atteo Luigi Napolitano, analista do s Arquivos do Vaticano, em artigo publicado em "II Giornale" (14 de dezembro 2004), deu contu do a saber que tais documentos não somente des de muito eram acess íveis a os pesquisadores, mas eram também muito con hecidos pelos especialistas da temática; por con seguinte, afirma Napolitano, se Cornwell os ignorou, foi simplesmente por caus a da tese preconceituosa que Cornwell qu eria incutir mediante seu livro; ele fechou os olhos aos do cumentos que desmentiam tal tes e. / Na verdade, o historiador retirou suas acusaçõ es, mas entrementes a figura de Pio XII foi enxovalhada; pode-se recear que a re-habilitação da mesma não tenha tão ampla divulgação quanto a calúnia alcançou. Sobre John Cornwell e s eu famos o livro ver PR 454/2000; pp. 98ss . / Como se vê, notícias desmentidas em 20/2/05 ainda era m publicadas como verídicas por SUPERINTERESSANT E em maio 2007. (http://www.pr.gonet.biz/kb_read.php?num=96 ) 21
Site da As sociação Cultural Montfort, Orlando Fedeli, 18.01.15: "Glória a Dom Lefebvre e a Dom Mayer, heróis da fé" - Acab a de ser declarada “s em efeitos jurídicos, a partir de hoje, o Decreto publicado naquela época” – isto é, juridicamente nula -- pelo Papa Bento XVI a excomunhão injustamente lançad a em 1988 con tra Dom Lefebvre e Dom Mayer, e dos quatro Bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X por eles sagrados , a fim de que fosse perpetuado o s acerdócio católico, celebrando a Missa de s empre. / Essa excomunhão foi declarada “sem efeitos jurídicos” -- como nula e não acontecida, porque ela teria sido aplicada por um suposto ato cismático dess es dois Bispos , transmitindo o episcopad o a quatro sacerdotes sem permissão do Papa João Paulo II. / Mas, para que uma excomunhão seja válida, d eve ter antes hav ido o crime que ela comina. / No caso des ses do is heróicos Bispos, o crime teria sido o de cisma. Ora, q uando sagraram os Bispos da Fraternidade de São Pio X, Dom Lefebvre e Dom Mayer publicaram u m documento no qual reconheciam o Papa João Paulo II como Pontífice supremo da Igreja, a quem eles deviam submissão. Por isso, os quatro Bispos sagrados por eles não recebiam jurisdição, que s ó o Papa pode dar, e eles só sagraram Bispos , por necess idade absoluta, a fim de manter o sacerdócio e a Missa de sempre. / Dom Lefebvre e Dom Mayer conduziram heroicamente a resistência católica aos erros do Concílio Vaticano II e da Missa de Paulo VI, nascida do espírito des se Concílio, e que tanta confus ão e tanto mal trouxeram à Igreja. / Dom Lefebvre e Dom Mayer foram “excomungados” pelo Soberano Pontífice Joao Paulo II sem ter cometido o pecado de cisma. Foi o zelo pela dout rina católica de sempre que os levou a sagrar os quatro Bispos da FSSPX. Durante anos , eles foram tidos e etiquetados — eles que foram fidelíssimos ao Papa e à Fé – como hereges e cismáticos. Suportaram com fortaleza e paciência heróicas a marca vergonhos a dessa excomunhão injusta e não procedente, para manter vivas a Fé, e a Missa de s empre. Sua memór ia foi injustamente manchada, durante 21 anos, com a pecha de cismáticos. / Quanto maior é a injustiça sofrida, maior a glória merecida. Serem tidos até como hereges , quan do dava m exemplo heróico de ortodoxia; serem tidos como cismáticos, quando davam exemp lo heróico de fidelidade; s erem tidos como rebeldes, quando davam exemplo insigne de obediência, essa foi a ess ência heróica do magnífico testemunho de Fé e de virtudes h eróicas dado por ess es dois ilustres A ntístites. / Nunca a Igreja Católica caiu em tão grande confus ão doutrinária como no Concílio Vaticano II. Jamais, na História da Igreja, s e viu algo igual: erros modernistas do Vaticano II,
que deveriam ter sido condenados , foram aprovados por Papas; os des vios anárquicos e profanadores da Nova Miss a de Paulo VI foram universalmente aplaudidos. / E só dois Bispos mantiveram a Fé impoluta. E só dois Bispos foram sentinelas fidelíssimas da Fé. Durante vinte e u m anos a nódo a de hereges e de cismáticos co briu d e lama a alma e a fama g loriosa d ess es dois Confess ores da Fé. Durante quarenta anos, des de a Missa nova, su a obra foi vilipendiada por todo o mundo. / Agora, o Santo Padre Bento XVI fez o gesto de justiça e de coragem devolven do honra de católicos fidelíss imos a es ses gloriosos mártires da fidelidade. Bento XVI, enfrentando a fúria dos lobos modernistas traves tidos de pastores, teve a coragem heróica de anular a injustiça feita a Dom Lefebvre e a Dom Mayer e d e receber em plena comunhão os Bipos por eles s agrados. / Deus s eja louvado! / Ao mesmo tempo que os declara inocentes, implicitamente o ato de justiça de Bento XVI proclama que eles tiveram razão em se opor aos erros do Vaticano II e da Missa Nova. Bento XVI, implicitamente declara que não só foi lícito lutar contra as novidade s modernistas sancionadas pelo Vaticano II e contra os erros graves da Nova Miss a, mas que fazer isso foi ato de virtude he róica por parte d e Dom Lefebvre e de Dom May er. / Além diss o, o ato de justiça ass inado pelo Papa Bento XVI, sem dizê-lo, aprova a resistência heróica da Fraternidade Sace rdotal São Pio X e d aqueles poucos padres de Campos q ue continuaram fiéis a Dom Mayer, porque, desgraçadamente, outros sacerdotes de Dom Mayer renegaram a sua herança de luta, e chegaran a acusá-lo de os ter levado a uma posição praticamente cismática. Abandonaram o Confess or heróico n as vésperas de sua vitória. / Ess e ato de justiça qu e Bento XVI teve a co ragem de fazer trará conseqü ências profundas ainda em no ss os dias e para a História da Igreja. Ele é um marco que determina uma mudança radical d e orientação c om relação ao Concílio Vaticano II e à Nova Mis sa. / Daí a reação furiosa dos modernistas expressa no s ite Golias e já nas primeira s manifestações dos s ede vacantistas declarados ou disfarçados. / Como reagirão os Cardeais e Bispos modernistas a ess e novo passo de Bento XVI para restau rar a Fé? / Graves acontecimentos se erguem no horizonte da Histó ria... / Nessa crise imensa, os nomes de Dom Marcel Lefebvre e de Dom Antô nio de Castro Mayer serão — agora mais a inda -- luminares que guiarão os verdadeiros católicos na defesa da Fé e do Papado. / Glória eterna a Dom Lefebvre e a Dom Mayer, porque, contra tudo e contra todos , sozinhos, heroicamente mantiveram acesa a tocha da Fé n as trevas que caíram sobre o mundo após o Concílio Vaticano II e a Nova Missa de Paulo VI. / Glória in Excelsis Deo. / São Paulo, 23 de Janeiro de 2008. / Orlando Fedeli / DECRETO DA CONGREGAÇÃO PELOS BISPOS / Por meio da carta do dia 15 de dezembro de 2008, dirigida à Sua Eminênc ia, Cardeal Dario Castrillón Hoyos , o presidente da Comissão Pontifical Ecclesia Dei, Dom Bernard Fellay em nome próprio e em nome dos outros três bispo s sagrados no dia 30 de junho de 1988, solicitava novamente o levantamento da excomunhão latae sententiae formalmente d eclarada pelo Decreto do Prefeito des ta mesma Congregação para os Bispos na data de 1 de julho de 1988. Na carta anteriormente mencionada, Dom Fellay afirmava , entre outras coisas: "Nós estamos também aferrados à vonta de de permanecer católicos e de pôr todas a s nos sas forças a serviço da Igreja de Noss o Senhor Jesus Cristo, que é a Igreja Católica Apos tólica Romana. Nós aceitamos s eus ensinamentos filialmente. Nós cremos firmemente no Primado de Pedro e nas s uas prerrogativas e é por iss o que a situação atual nos faz sofrer tanto”. / Sua Santidade Bento XVI – paternalmente sens ível ao mal es tar espiritual manifestado pelos interess ados por causa da sanção de excomunhão e confiando no compromisso expressad o por eles na carta citada de n ão poup ar nenhum esforço para aprofundar nas neces sárias conversações com as Auto ridades d a Santa Sé sobre as que stões ainda abertas, e de poder deste modo chegar rapidamente à uma plena e s atisfatória s olução do problema posto n a origem – decidiu reconsiderar a situação canônica do s Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamso n e Alfonso de Galarreta relativa à sua sag ração episcopal. / Este ato expressa o des ejo de conso lidar as relações recíprocas de c onfiança, de intens ificar e de tornar estáveis as relações da Fraternidade São Pio X com a Sé Apostólica. Este dom de paz, no fim das celebrações do Natal, quer ser também um sinal para promover a un idade na caridade da Igreja Universal e, deste modo, retirar o escând alo da divisão. / Desejando que este pas so s eja seguido sem demora pela comunhão com a Igreja de toda a Fraternidade São Pio X, em testemunho de uma verdadeira fidelidade e de um verdadeiro reconhecimento do Magistério e da autoridade do Papa pela prova de uma unidade visível. / Conforme as faculdades que me foram expressamente concedidas pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, em virtude do presente Decreto, eu levanto aos Bispos Bernard Fellay, Bernard Tissier de Mallerais, Richard Williamson e Alfons o de Galarreta a censura de excomunhão latae sententiae declarada por esta Congregação no dia 1 de julho d e 1988, do mesmo modo qu e declaro s em efeitos jurídicos, a partir de hoje, o Decreto publicado naqu ela época. / Roma, da Congregação para os Bispos , dia 21 de janeiro de 2009 / Card. Giovanni Battista Re / Prefeito d a Congregação pelos Bispos / [00145-01.02] [Texto original: Italiano, trad uçao DICI http://www.dici.org ] / [Fonte: site do Vatican o em http://212.77.1.245/news_services/bulletin/news/23251.php?index=23251&lang=it ] (http://www.montfort.org.br/old/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=gloria_lefebvre_mayer&lang=bra ) 22
Olavo de Carvalho, Diário do Comércio, 22.11.10: Às aves sas - Se você lê com a dos e esp erada de ingen uidade as declarações de Mehmet Ali Agca na versão que O Globo publicou no último dia 11, fica com a nítida impressão de que descobriu finalmente a verdade sobre o atentado que quas e matou o Papa João Paulo II em 13 de maio de 1981. Quem enco mendou o crime, diz Agca, não foi a KGB, mas o s ecretário de Estado do Vaticano, cardeal Agos tino Casaroli. O jornal carioca descreve Agca como “membro de um grupo de extrema-direita” e Casaroli como “uma das figuras centrais do esforço do Vaticano para defende r a Igreja nas nações do bloco soviético”. / A conclusão, implícita mas nem po r iss o menos eloqüente, só pode s er uma: a maldita direita católica tramou o ass ass inato para frustrar a abertura diplomática do Vaticano para com o governo so viético. / Se ainda restas se um pingo de consciência jornalística no Globo, uma breve pesq uisa teria bas tado para informar ao autor da matéria que: 1. O cardeal Casaroli pode ter es crito no s eu livro de memórias umas coisinhas quanto ao sofrimento d os cristãos na URSS, mas, no campo da ação prática, muito mais decisivo para o conh ecimento das intenções humanas do q ue meras palavras, foi ele próprio o grande articulador da “abertura para o Leste”, um dos maiores respons áveis pelo ingresso em massa de comunistas no clero e, last not least , o cérebro por trás da grande operação de engenharia política destinada a esvaziar a Igreja da sua missão espiritual tradicional e transformá-la numa agência da Nova Ordem Mund ial. Nos esc alões s uperiores da hierarquia vaticana , ele era o p rotetor por excelência da Companh ia de Jesus, criadora da “Teologia da Libertação” e quartel-general dos comunistas infiltrados na Igreja. De todos os altos dignitários da Igreja Católica na época, nenhum teve mais contatos com os governos comunistas do que ele. Se algo ele fez em favor dos cató licos perseguidos , muito mais fez para submeter a Igreja Católica ao jogo c omunista. / 2. Embora Mehmet Ali Agca tivess e realment e participado de uma organização de extrema-direita, os “Lobos Cinzentos ”, no s meses que precederam o c rime ele es teve em intenso contato, não com a KGB diretamente, mas com o serviço secreto da Bulgária comunista. Contratar as sassinos que serviram ao outro lado é p rática quase obrigatória de organizações dess e tipo quando desejammatar algum personag em famoso. O envolvimento búlgaro no aten tado foi abundantemente provado pela repórter Claire Sterling n o livro The Time of the Assassins (Henry Holt & Co., 1983), e uma negativa genérica de participação “da KGB”, sem qualquer menção à Bulgária, é com toda evidência mera desc onversa. / 3. O estado de guerra entre Casaroli e João Paulo II durante to do o reinado deste último é fato universalmente conhecido, e nes sa guerra a “maldita direita” era representada pelo Papa, não pelo cardeal, que o grande conhecedor de intrigas vaticanas, Malachi Martin, no roman à clef que publicou sob o título Windswept House (“A Casa Batida pelo Vento”) retrata, sob o nome de Cosimo Maestroianni, como um ateu puro e s imples. / Mesmo admitindo-se que a denún cia de Mehmet A li Agca contra o ex-secretário d e Estado s eja verdadeira, co isa que não tenho a menor condição de afirmar ou negar, resta o fato de q ue o crime foi cometido a favor dos interesses comunistas e não contra eles. Com ou s em Casaroli, a mão ass assina atacou pelo lado esquerdo. Mais uma vez O Globo brinda seus