Economia Internacional Resumos do livro ”Economia livro ”Economia Internacional: Teoria e Pr´ atica” de Krugman e Obstfeld (8 a ed.) e outros textos
Thales Carmo - FGV/EESP June 20, 2017
Contents 1 O Mo delo Ricardiano 1.1 1.1 Conc Concei eito to de vantage tagens ns comp compar araativ tivas . . . . 1.2 Economia de um fator . . . . . . . . . . . . 1.3 1.3 Com Com´erc e rcio em um mundo ndo de um fator ator . . . . 1.3.1 1.3 .1 Determ Determina inando ndo o pre¸ pre¸co relativo . . . 1.3.2 Ganhos do com´ercio . . . . . . . . . 1.4 1.4 Vanta antage gens ns comp compar arat ativ ivas as:: equ equ´ıvoc ıvocos os e mito mitoss 1.5 Conc Conclus lus˜ a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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2 O modelo modelo de propor¸ propor¸ c˜ c˜ ao ao de fatores (Modelo de Heckscher-Ohlin) Heckscher-Ohlin) 2.1 2.1 O mode odelo de uma econo conom mia com com dois dois fato fatorres . . . . . . . . . . . 2.2 Efeitos Efeitos do com´ com´ercio ercio interna internaciona cionall entre entre economias economias com com dois fatore fatoress
6 6 8
3 O mo delo-padr˜ ao de com´ ercio internacional 3.1 O modelomodelo-pad padr˜ r˜ ao a o para para uma uma eco econo nomi mia a com com com com´erci e rcioo . . . . . . . 3.1.1 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2 Tarifas e subs´ subs´ıdios as a`s exporta¸c˜ c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9 10 12 13
4 A Nova Teoria do Com´ ercio Internacional 15 4.1 4.1 Teori eoriaa da conc concor orrrˆenci e nciaa impe imperf rfei eita ta . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 4.2 Conc Concor orrˆ rˆ enci e nciaa mo mono nopol polis ista ta e com com´erci e rcioo . . . . . . . . . . . . . . . . 18 4.3 Discrim Discrimina ina¸c˜ c¸ao a˜o internacional de pre¸cos cos (dumping (dumping ) . . . . . . . . . 19 5 Instrumentos de Pol´ıtica Comercial 5.1 Ana´lise de tarifas . . . . . . . . . . . . . . 5.2 5.2 Cust Custoos e bene beneff´ıcio ıcioss das tarif arifas as . . . . . . . 5.3 Outr Outros os inst instru rume men ntos tos de pol´ pol´ıtic ıticaa come comerc rcia iall 5.4 Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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6 Economia pol´ıtica da pol´ıtica pomercial 6.1 6.1 Argu Argume men ntos tos a fav favor do livr livree com com´erci e rcioo . . . . . . . . . . . 6.2 Argument Argumentos os do do bem-esta bem-estarr nacional nacional contra contra o livre livre com´ com´ ercio ercio 6.3 Distr Distrib ibui ui¸c˜ c¸˜ao a o de rend renda a e pol pol´ıtic ıtica a pom pomer erci cial al . . . . . . . . . 6.4 Negoc Negocia ia¸c˜ c¸˜oes o es int inter erna naci cion onai aiss e pol´ pol´ıtic ıticaa com comer erci cial al . . . . . .
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25 . . 25 . . 26 . . 26 . . 27
7 O Com´ ercio em Valor Agregado 28 7.1 Modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 8 Acordos Preferenciais de Com´ ercio 28 8.1 Conc Conclus lus˜ o˜es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 9 A Nov Nova Geogra Geografia fia Econ Econˆ ˆ omica 30 9.1 9.1 Raz˜ Raz˜ oes oes para a concentra¸c˜ c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 9.2 Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 10 A Economia Pol´ıtica do Com´ ercio 31 10.1 Mo Modelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 10.2 R es esultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
1
O Model odelo o Rica Ricard rdia iano no
Cap´ Cap´ıtulo 3. Krugman & Obstfeld: Economia Internacional (8a ed.)
1.1
Conceito Conceito de vant vantagens agens comparativ comparativas as
Supondo um exemplo em que os Estados Unidos e a Colombia podem produzir tanto flores flor es quanto qu anto compu c omputado tadores, res, o com´ercio erci o internac inte rnacion ional al entre ent re eles el es ´e ben´ b en´efico. efico . Para os Estados Unidos, ´e dif di f´ıcil produzir produ zir flores, pois essa produ¸c˜ cao ˜ao depende de estufas, gastos em energia, investimento em capital e outros recursos escassos. Esses recursos poderiam ser alocados para a produ¸c˜ ao ao de outros bens (trade-off ( trade-off ), ), logo, os EUA deixam de produzir computadores, computadores, por exemplo. exemplo. Esse trade-off Esse trade-off ´e o custo de oportunidade. oportunidade. Essas flores poderiam ser produzidas na Colombia, onde o custo de oportunidade ´ tunidade ´e bem menor (se um mesmo n´ n ´umero umero de trabalhado trabalhadores res deixassem deixassem de produzir flores para produzir computadores, os EUA certamente teriam uma produ¸c˜ c˜ao ao maior, por p or conta da eficiˆ encia encia dos seus trabalhadores). • A diferen¸ diferen¸ca ca entre entre os custos custos de oportunidade oportunidadess dos pa´ pa´ıses ´e o que gera
bene be neff´ıcio ıc ioss m´ mutuos u ´ tuos na produ¸c˜ c˜ao ao mundial. No exemplo, se os EUA focassem na produ¸c˜ cao a˜o de computadores e a Colombia, na de flores, a produ¸c˜ c˜ao ao global de computadores aumentaria. Isso permite pe rmite que os pa´ pa´ıses se especi e specializem alizem na produ¸ produ ¸c˜ cao a˜o de determinado bem que lhe provˆe uma u ma vantagem comparativa. comparat iva. Vantagem comparativa: quando o custo o custo de oportunidade de oportunidade de um pa´ıs produzir certo bem, comparado a outros bens, ´e menor que em outros pa´ pa´ıses. 2
• Colombia tem vantagem comparativa na produ¸c˜ cao ˜ao de rosas. • EUA tem vantagem comparativa na produ¸c˜ ao ao de computadores.
Ambos os pa´ pa´ıses ficam mais ricos, pois eles pro duzir˜ ao ao para ambos os mercados.
1.2 1.2
Econ Econom omia ia de um fato fatorr
Supondo uma economia com somente um fator de produ¸c˜ ao ao - trabalho. trabalho. Essa Essa economia economia produz dois b ens: queijo queijo e vinho, e o trabalhado trabalhadorr divide seu trabalho trabalho entre a produ¸c˜ cao a˜o desses dois bens. b ens. A produtividade pro dutividade ´e invesamente proporcional aos requisitos de unidades de trabalho (quanto mais o trabalhador conseguir produzir em uma hora, menos unidades de trabalho ser˜ao requisitadas), em que aLW ´e o requisito de trabalho em vinho e a LC , em queijo; L queijo; L ´e a oferta total de trabalho. Logo, a produtividade de se produzir queijo ´e 1/a 1 /aLC e 1/aLW , de e produzir vinho. Sendo QW a produ¸c˜ cao ˜ao de vinho e QC , de queijo, a fronteira fronteira de produ¸ produ¸c˜ cao ˜ poss´ poss´ıvel ıv el ´ ´e dada dad a por: po r: aLC QC + aLW QW ≤ L Se a fronteira for uma linha reta, o custo de oportunidade de oportunidade de um bem, relativo ao outro, ´e constante co nstante e ser´ s er´a a inclina¸c˜ cao ˜ao da fronteira (a ( aLC /aLW ).
A fronteira de produ¸c˜ c˜ao ao poss´ p oss´ıvel ıvel mostra m ostra as diferentes di ferentes combina¸c˜ c˜oes oes poss´ po ss´ıveis ıve is que uma economia pode poduzi pode poduzir. r. A produ¸ produc˜ c¸˜ao ao efetiva depende dos pre¸cos cos relativos dos bens, isto ´e, e, o pre¸co co de um em termos do outro. Exemplo: Supondo que: ´ necess´aria aria 1 hora de trabalho para produzir queijo e, posteriormente, • E ele ´e vendido por $4. • S˜ ao ao necess´arias arias 2 horas de trabalho para produzir vinho e, posteriormente, ele ´e vendido por $7. Nesse exemplo, exemplo, os trabalhador trabalhadores es s´ o ir˜ao ao produzir queijo, pois ganhar˜ao a o $4 a hora, enquanto enquanto receberiam $3,50 $3,50 caso produzissem produzissem vinho. Logo, haver´ haver´a uma especializa¸c˜ c˜ao ao desta economia na produ¸c˜ cao a˜o de queijo. 3
Assim, a hora de trabalho para a produ¸c˜ cao ˜ao de queijo ser´a P C C /aLC , enquanto para a produ¸c˜ cao a˜o de vinho, P vinho, P W W /aLW . Logo, como a economia se especializa na ind´ ustria que pagar mais, ent˜ao ustria ao ela se especializar´a na produ¸c˜ cao a˜o de queijo se: P C C /aLC > P W W /aLW P C C /P W W > aLC /aLW E vice-versa. Assim, uma Assim, uma economia se especializar´ a na produ¸c˜ c˜ ao de queijo se o seu pre¸co relativo exceder o seu custo de oportunidade em rela¸c˜ ao ` a produ¸c˜ cao ˜ de vinho. Caso n˜ao ao ha ja com´ercio ercio internacional, internaci onal, os pre¸ pr e¸cos cos relativos dos bens s˜ao ao iguais `as unidades de trabalho requisitadas. as
1.3
Com´ Com´ ercio ercio em um mundo de um fator
Supondo, agora, duas economias (Home e Foreigh) com somente um fator de produ¸c˜ c˜ao ao - trabalho. Ambas as economias produzem dois bens: vinho e queijo. Home, seja aLW o requisito de trabalho em Igual ao exemplo anterior, para Home, vinho e aLC , em queijo, e L a oferta total de trabalho; j´a para Foreigh, Foreigh, seja aLW o requisito de trabalho em vinho e a LC , em queijo, e L a oferta total de trabalho. Assim, supondo que Home ´e mais produtiva em queijo, por´em em menos produtiva em vinho, comparada com Foreign, temos que: ∗
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aLC /aLW < aLC /aLW ∗
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aLC /aLC < a LW /aLW ∗
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O custo de oportunidade de Home produzir queijos ´e menor ( custo de oportunidade = raz˜ ao das unidades de trabalho ). Logo, Home tem vantagens comparativas em produzir queijos. 1.3.1 1.3.1
Determ Determinan inando do o pre¸ preco c¸o relativo
Se Home exportar queijo somente em troca da importa¸c˜ ao ao de vinho, e Foreign exportar vinho somente em troca da importa¸c˜ao ao de queijo, o estudo dos mercados de cada bem isoladamen isoladamente te pode ser equivocado. equivocado. Nesse caso, a an´ alise alise de equil equi l´ıbrio ıbr io geral ger al conecta conecta ambos os mercados. Uma maneira mane ira de ver isso iss o ´e atrav´ a trav´es es da demanda e oferta oferta relativas. Primeiro, vemos que n˜ao ao haveria oferta de queijo caso o pre¸co relativo fosse menor que a que a LC /aLW , pois se P se P C ao Home se especializaria ao C /P W W < aLC /aLW , ent˜ na produ¸c˜ c˜ao a o de vinho vinho.. Logo Logo,, quan quando do P C /P = a C W W LC /aLW , Home se torna indiferente entre produzir queijo e vinho, ofertando qualquer quantidade dos bens, produzindo uma curva horizontal (o mesmo ocorre para Foreign). Depois, vemos que se P C a na produ¸c˜ caao ˜o C /P W W > a LC /aLW , Home se especializar´ de queijo; enquanto se P C a na produ¸c˜ caao ˜o C /P W W < a LC /aLW , Foreign se especializar´ de vinho. Assim, quando quando Home se especializa especializa em queijo, ele produz L/aLC e ∗
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quando Foreign se especializa em vinho, ele produz L /aLW . Logo, para qualquer pre¸co co relativo entre os custos de oportunidade de Home e Foreign, a oferta relativa de queijo ser´a: a: (L/aLC )/(L /aL W ) W ) ∗
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Ou seja, seja, s˜ ao ao as quantidad quantidades es relativ relativas as m´ aximas que Home e Foreign v˜aaoo aximas produzi produzir. r. Nessa Nessa linha linha verti vertical cal,, Hom Homee se especia especializa liza na produ¸ produ¸c˜ cao ˜ao de queijo e Foreign, na produ¸c˜ cao a˜o de vinho. Logo, os pre¸ os pre¸cos cos s˜ao ao definidos somente por componentes da oferta (tecnolo oferta (tecnologia, custo de oportunidad oportunidade). e). E as quantidades s˜ao ao definidas por componentes da demanda da demanda.. Quanto maior a demanda por queijo, mais deslocada para a direita ser´a a RD e maior ser´ a a produ¸c˜ cao a˜o mundial de queijo. Home se especializar´a em queijo e Foreign produzir´a queijo e vinho (mais queijo que vinho). 1.3.2
Ganhos do com´ ercio ercio
Supondo que Home produza queijo e vinho, mas que tenha uma produtividade maior mai or em queijo queijo.. Assim, Assim, ela pode produzir produzir mais queijo queijo e trocar trocar seus queijos queijos por vinhos vinhos,, produzi produzidos dos em Foreign oreign.. Isso Isso aumen aumentar tar´´a a quantidade de vinho dispon´ dispon´ıvel em Home (inclina a fronteira de produ¸c˜ c˜ao ao poss´ po ss´ıvel) ıve l)..
A produ¸c˜ c˜ao ao dos pa´ıses ıse s ser´ s er´a a interse¸c˜ c˜ao ao da reta anterior com a nova. Logo, Home se especializar´a na produ¸c˜ cao ˜ao de queijo (solu¸c˜ c˜ao ao de canto) e importa tudo 5
de vinho.
1.4
Vantagens comparativ comparativas: as: equ´ equ´ıvocos e mitos
• O livre com´ ercio ercio ´e ben´efico efico soment som entee se seu pa´ pa´ıs ´ e suficien sufi cientem tement entee forte fort e
para resistir `a concorrˆencia enc ia estrange est rangeira: ira: • A concorrˆ encia encia estrangeira ´e injusta e prejudica outros pa´ pa´ıses quando se baseia em sal´ arios baixos: • O com´ ercio ercio explora um pa´ pa´ıs e o torna pior se seus trabalhadores recebem recebem sal´ arios muito mais baixos que os de outras na¸c˜ oes:
1.5
Conclus˜ao ao
Um pa´ pa´ıs com baixa remunera¸c˜ c˜ao ao e baixa produtividade possui vantagens comparativas, parativas, logo, o com´ ercio ercio internacional ´e capaz de beneficiar esse pa´ pa´ıs. O problema da redu¸c˜ cao a˜o do bem estar da classe trabalhadora n˜ao est´a no livre com´ ercio, ercio, mas na baixa produtividade dos trabalhadores.
2
O mode modelo lo de pr prop opor or¸¸c˜ c˜ ao ao de fatores fato res (Modelo (Mo delo de Heckscher-Ohlin)
Cap´ Cap´ıtulo 4. Krugman & Obstfeld: Economia Internacional (8a ed.) O trabalho n˜ao ao ´e o unico u ´ nico fator de produ¸c˜ c˜ao, ao, como dita o modelo ricardiano. No mundo real, r eal, o com´ c om´ercio ercio ´e explicad ex plicadoo tanto t anto por p or diferen¸cas na produtividade, quanto por diferen¸cas cas nos recursos nos recursos e e outros fatores de produ¸c˜ c˜ao ao dos pa´ıses. ıse s. • Teoria de Heckscher-Ohlin: enfatiza a interrela¸c˜ cao ˜ao entre as propor¸c˜ c˜oes oes
em que fatore fatoress de difere diferent ntes es produ¸ produ¸c˜ cao a˜o est˜ao ao dispon´ dispon´ıveis em diferentes pa´ pa´ıses e as propor¸ prop or¸c˜ coes ˜oes em que eles s˜ao ao utilizados na produ¸c˜ cao ˜ao de diferentes bens.
2.1
O modelo modelo de uma econ economi omia a com dois dois fato fatores res
Supondo que cada economia possa produzir dois bens (tecidos e alimentos) e que a produ¸c˜ c˜ao ao de cada bem exija o uso de dois fatores de produ¸c˜ cao ˜ao ilimitados (trabalho (trabalho e terra). terra). Definimos Definimos como: • • • • • •
aST : alqueires de terra para produzir um metro de tecido. aLT : horas de trabalho para produzir um metro de tecido. aSA : alqueires de terra para produzir uma caloria de alimento. aLA: horas de trabalho para produzir uma caloria de alimento. L: oferta de trabalho da economia. S : oferta de terra da economia.
O fato de ser a quantidade de terra ou trabalho utilizada e utilizada e n˜aao necess´ o necess´ aria (como (como diz o modelo ricardiano), ricardiano), permite a flexibiliza¸ flexibiliza¸c˜ c˜ao ao do agente escolher a aloca¸c˜ c˜aaoo 6
insumos depende do custo dos insumos que melhor lhe convir. A escolha dos insumos depende relativo de terra e trabalho: sendo w o sal´ario ario por hora de trabalho e r o custo de um alqueire de terra, a escolha depender´a da raz˜aao w o w/r /r.. Pre¸ cos cos de fatores e pre¸cos cos de bens Sendo o mercado em concorrˆ encia encia perfeita, ent˜ao ao a concorrˆ encia encia entre os produtores de cada setor assegurar´a que o pre¸ o pre¸co co de cada bem seja igual a seu custo de produ¸c˜ cao. ao ˜ . J´ a o custo de produ¸c˜ cao ˜ depende dos pre¸cos cos dos fatores, isto ´e, e, se o pre¸co co da terra aumentar, o pre¸co co de qualquer bem relacionado com o uso da terra terr a tamb´em em aumentar´ aume ntar´a. A importˆancia ancia do pre¸co c o de um fator para o custo de produzir um bem depende da quantidade desse fator utilizada na produ¸c˜ao ao desse b em. Isto ´e, e, se a produ¸c˜ c˜ao ao de um bem envolver bastante o uso da terra, o aumento no pre¸co da terra ter´a grande impacto no pre¸co co do bem. Logo, existe uma rela¸c˜ c˜ao ao entre a ra a raz˜ z˜ ao ao sal´ sa l´ ario-renda ario-renda da terra ( terra (w/r w/r)) e a raz˜ao ao dos pre¸cos ( cos (P P T T /P A ). Quando a raz˜aaoo P T ao ao entre terra e trabalho tamb´ tamb´em em T /P A aumenta, a raz˜ aumenta na produ¸c˜ cao a˜ o dos dois dois bens. bens. Quan Quando do a raz˜ raz˜ ao entre terra e trabalho ao aumenta, ent˜ao ao o produto marginal do trabalho em termos daquele bem tamb´em em aumenta. Logo, os trabalhadores descobrem que seu sal´ario ario real est´a mais alto em termos termos de ambos os bens. Por Por outro lado, lado, o produto maginal da terra cai e os propriet´arios arios de terras descobrem que sua renda real reduz em termos de ambos os bens. Portanto, altera¸c˜ coes ˜oes nos pre¸cos cos dos bens n˜ao a o s´ o alteram a distribui¸c˜ c˜ao ao de renda, como aumentam a renda dos trabalhadores e reduz a dos propriet´arios. Recursos e produto Supondo que a economia se encontra em pleno emprego de suas ofertas de terra e trabalho, a aloca¸c˜ c˜ao ao dos recursos em uma economia com dois fatores pode ser caixa. determinada pelo diagrama pelo diagrama de caixa. Dados os pre¸cos cos de tecidos e alimentos e as ofertas de terra e trabalho, a aloca¸c˜ c˜ao ao dos recursos da economia ´e identificada i dentificada pelo cruzamento cruzamento das duas linhas, que representam as raz˜oes oes terra-trabalho. Exemplo: Se a ofeta de terra aumentar , a caixa se torna mais alta e as quantidades de trabalho e terra utilizadas na produ¸c˜ cao a˜o de tecidos caem (leva a queda na produ¸c˜ c˜ao ao do bem b em trabalho-in trabalho-intensi tensivo) vo).. A terra e trabalho trabalho que n˜aaoo s˜ ao ao mais utilizadas no setor textil agora foi alocada para o setor aliment´ aliment´ıcio. Um aumento na oferta de terra expande as possibilidades de produ¸c˜ ao de forma desproporcional na dire¸c˜ cao ˜ de alimentos; enquanto um aumento na oferta de trabalho expande as possibilidades possibilidades de produ¸ produ¸c˜ c˜ ao de forma desproporcional na dire¸c˜ ao de tecidos. Em geral, uma economia tender´a a ser relativamente eficaz na produ¸c˜aaoo de bens que sejam intensiv i ntensivos os nos fatores dos quais o pa´ pa´ıs ´e relativamente relativamente bem b em dotado.
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2.2
Efeitos do com´ com´ ercio ercio internacional internacional entre entre economias com dois fatores
Examinando, Examina ndo, agora, agora , para duas economias, economi as, Local Lo cal e Estrangeiro, Estrangeir o, que fazem com´ercio, ercio, sabe-se que essas duas economias s˜ao ao semelhantes (demandas por tecidos e alimentos idˆenticas enticas e detˆ em em a mesma tecnologia). A ´unica unica diferen¸ diferen¸ca ca consiste nos seus recursos: recursos: Local possui uma rela¸c˜ c˜ao ao trabalho e terra mais alta que em Estrangeiro. Pre¸ cos cos relativos e padr˜ ao ao do com´ co m´ ercio erc io • Lo L ocal ca l ´e trabalho-abundante pois trabalho-abundante pois sua raz˜ao ao trabalho-terra trabalh o-terra ´e mais ma is alta; • Estr E stran angei geiro ro ´e terra-abu t erra-abundante ndante .
Exemplo: Os EUA tˆem em 80 milh˜ oes de trabalhadores e 200 milh˜oes oes o es de alqueires (raz˜ao ao trabalho-terra de 1 para 2,5) e a Gr˜a-Bretanha a-Bretanha tem 20 milh˜oes oes de trabalhadores e tamb´ tamb´em em de alqueires (raz˜ao ao trabalho-terra de 1 para 1). Neste caso a Gr˜a-Bretanha a-Bretanha ´e considerada trabalho-abundante, trabalho-abundante, mesmo tendo menos trabalho-total que os EUA. Note que ”abundˆancia” ancia” ´e definida em termos relativos. Na ausˆ Na aus ˆ enci en cia a de com´ co m´ erci er cio o, o equil´ıbrio ıbrio de Local seria no ponto 1, e, para Estran Estrangei geiro, ro, no ponto ponto 3. O pre¸co co relativo seria menor no Local que no Estrangeiro. ca de com´ co m´ erci er cio o, os pre¸cos J´a na presen¸ na presen¸ca cos relativos convergem (aumenta para Local e declina para Estrangeiro) Estrangeiro) para o ponto 2. O aumento aumento dos pre¸cos cos leva a um aumento na produ¸c˜ cao a˜o de tecidos para Local, que se torna um exportador desse bem; analogamente, Estrangeiro se torna um exportador de alimentos. Teorema eorema de Hecksher Hecksher-Ohlin: -Ohlin: Os pa´ pa´ıses tendem a exportar bens cuja produ¸c˜ c˜ao ao ´e intensiva intensiva em fatores dos quais s˜ao ao dotados abundantemente. 8
Com´ercio erci o e distri dis tribui bui¸ c˜ c¸˜ ao ao de renda re nda Um aumento no pre¸co Um aumento co dos tecidos aumenta tecidos aumenta o poder de compra do trabalho em termos dos outros bens, enquanto reduz o poder de compra da terra em termos dos outros bens. Assim, no Local, se os pre¸cos cos relativos aumentarem , as pessoas que ganham renda via trabalho saem ganhando, enquanto as que ganham renda via terra saem perdendo. perdendo. No Estrangeiro, Estrangeiro, caso os pre¸cos cos relativos relat ivos ca´ ca´ıssem ısse m , os trabalhadores saem perdendo, enquanto os propriet´arios arios de terra ganham. Teorema de Stolper-Samuelson: Os propriet´arios arios de fatores abundantes de um pa´ıs ıs obtˆem em ganhos ganh os do com´ercio, erci o, mas os propri pro priet´ et´arios arios dos fatores escassos saem perdendo. Equaliza¸ c˜ cao a ˜o dos pre¸cos cos de fatores Na presen¸ca ca de com´ercio ercio internacional, internacio nal, os pre¸ p re¸cos cos dos bens convergem. Essa convergˆ ver gˆencia enc ia leva le va `a convergˆ c onvergˆencia enci a dos do s pre¸ p re¸cos cos relativos de terra e trabalho ( equaliza¸ c˜ cao a ˜o dos pre¸ cos cos de fatores). fatores). Se Local e Estrangeiro tiverem os mesmos pre¸cos cos relativos de tecidos e alimentos, ent˜ao ao ter˜ao ao os mesmos pre¸cos cos de fatores. Essa equaliza¸ equaliza¸c˜ c˜ao ao se d´a pela incorpora¸c˜ c˜ao ao dos seus fatores de produ¸c˜ c˜ao ao aos bens produzidos e exportados. Isto ´e, e, Local ”negocia” seus fatores de produ¸c˜ c˜aaoo em abundˆancia ancia incorporando-os nas suas exporta¸c˜ c˜oes. oes. Da mesma mesma forma, forma, Estrangeiro exporta indiretamente suas terras incorporando-a nas suas negocia¸c˜ c˜oes. oes.
3
O modelo-padr˜ mo delo-padr˜ ao ao de com´ co m´ ercio ercio internacional
Cap´ Cap´ıtulo 5. Krugman & Obstfeld: Economia Internacional (8a ed.) At´e agora ag ora vimos v imos trˆes es modelos mo delos que destacam d estacam pontos diferentes entre si: s i: • Modelo ricardiano : As possibilidades de produ¸c˜ cao a˜o s˜ ao ao determinadas pela
aloca¸c˜ c˜ao ao de um ´unico unico recurso (trabalho). Ressalta a importˆancia ancia da vantagem comparativa, mas n˜ao ao permite analisar a distribui¸c˜ cao ˜ao de renda. 9
• Modelo de fatores fato res espec e spec´ ´ıficos : ıficos : Enquanto Enquanto o trabalho trabalho pode ser alocado livre-
mente pelos setores, tamb´ em em devem ser levados em conta outros fatores espec´ıficos ıficos de determinad d eterminadas as ind´ustrias. ustrias. O modelo ´e ideal para entender a distribui¸c˜ cao a˜o de renda, mas inadequado para analisar o padr˜ao ao de com´ co m´ercio erc io.. • Modelo de Hecksher-Ohlin : Hecksher-Ohlin : V´ arios arios fatores de produ¸c˜ cao ˜ao podem ser alocados pelos setores. setores. O modelo leva leva a um entendimen entendimento to mais profundo profundo de como os recursos direcionam os padr˜oes oes de com´ercio, ercio, apesar apesa r de ser mais dif´ dif´ıcil de trabalhar com ele. De modo geral, s˜ao ao casos espec´ espec´ıficos de um modelo mais geral, que descreveria uma economia mundial com com´ ercio. ercio. Cada caso ´e capaz de explicar somente eventos/situa¸c˜ c˜oes oes espec´ esp ec´ıficas. ıfic as.
3.1
O modelo-padr˜ ao ao para pa ra uma economia com com´ ercio ercio
Possibilidades de produ¸ c˜ c˜ ao ao e oferta ofer ta relati rel ativa va Supondo que cada pa´ pa´ıs produza dois bens, alimentos (A) e tecidos (T) e que a fronteira fronteira de possibilidades possibilidades de produ¸c˜ c˜ao ao seja uma curva suave. A quantidade que a economia efetivamente efetivamente produz pro duz sobre a fronteira ´e dada pelos pre¸cos cos pre¸cos cos relativos P T e, e, que maximize o valor do produto pro duto T /P A , isto ´ a pre¸co co de mercado, P T a no ponto em T QT + P A QA . Logo, a economia produzir´ que as linhas de isovalor 1 tangenciar a fronteira de possibilidades de produ¸c˜ao. ao.
Isolando a equa¸c˜ cao a˜o de V, temos que QA = V /P A − (P (P T Portanto, o, T /P A )QT . Portant se o pre¸co co relativo de tecidos aumentar, ent˜ao as isovalores se tornar˜ao ao mais inclinadas, tangenciando a fronteira num ponto mais `a direita (baixo). Isto ´e, e, se o pre¸co co relativo de tecidos aumentar, a oferta relativa de tecidos aumentar´ a . 1
S˜ ao as linhas que mantem o valor da produ¸c˜ ao cao ˜ ao constante (V = P T T QT + P A QA ). Quanto maior for V, mais `a direita as linhas de isovalor se encontrar˜ao. ao.
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Pre¸ cos relativos e demanda cos Supont Supontoo que a quant quantida idade de consum consumida ida seja seja igual igual a quant quantida idade de produzi produzida da na economia, temos que: P T = P T = V T QT + P A QA = P T DT + P A DA = V Em oposi¸c˜ cao ˜ao ao que ser´a produzido, a economia escolher´a consumir consumir no ponto que a linha de isovalor tangenciar a curva de indiferen¸ca mais alta (ponto de maior bem estar poss´ıvel). ıvel).
Como a economia consumir´a menos tecidos que produziu, esse excedente ser´ a exportado; o contr´ario ario acontece com o consumo de alimentos. Caso o pre¸co co relativo P T a mais declinada e, T /P A aumente, a isovalor ficar´ consequentemente, a curva de indiferen¸ca ca tangenciar´a em um ponto ainda mais elevado, representando um ganho social: as pessoas consumir˜ao ao mais de ambos os bens. Aumentar˜ao ao as importa¸c˜ c˜oes oes de alimentos e as exporta¸c˜ coes ˜oes de tecidos. Sendo os termos de troca definidos pela raz˜ao ao do pre¸co co do bem que um pa´ pa´ıs inicialmente exporta exp orta e o pre¸co co do bem que ele inicialmente importa (no caso, P T /P ), um aumento nos termos de troca aumenta o bem estar de um T A pa´ pa´ıs (consumo aumenta), enquanto um decl´ınio nos termos de troca troca reduz reduz o bem estar est ar de um pa´ pa´ıs . Determina¸ c˜ cao a ˜o dos pre¸cos cos relativos Supondo que existam dois pa´ıses: ıses: Local (exporta tecidos) e Estrangeiro (exporta alimentos), os termos de troca de Local ser´a P T T /P A e os termos de troca de Estrangeiro ser´a P A /P T co co relativo de equil´ equil´ıbrio ıbrio ´e dado pela interse¸ inters e¸c˜ cao ˜ T . O pre¸ das curvas de oferta relativa mundial e demanda relativa mundial . mundial . Crescimento econˆ omico omico O cresci c rescimen mento to em outros pa´ pa´ıses ıses ´ e bom ou ruim para o pa´ pa´ıs ıs Local? Local? Quando Quan do uma na¸c˜ c˜ ao faz parte de uma economia faz parte de uma economia mundial integrada, o seu s eu crescimento ´e positivo positi vo ou o u negativo? n egativo? 11
Por um lado, o crescimento no resto do mundo aumenta o mercado para as nossas exporta¸c˜ coes; o˜es; por outro, significa maiores concorrˆencias. encias. Para esclarecer essas contradi¸c˜ coes, o˜es, o modelo-padr˜ao ao de com´ercio ercio explica os diferentes di ferentes efeitos e feitos do crescimento econˆomico omico no mundo com com´ercio. ercio. Crecimento viesado: quando a fronteira de possibilidades de produ¸c˜ c˜ao ao se desloca para fora mais em uma dire¸c˜ cao a˜o que em outra. Isto ´e, e, se o pa´ıs ıs Local Lo cal produzi p roduzirr tecidos, teci dos, um crescimento cresc imento viesado vi esado para tecidos te cidos aumenta a produ¸c˜ cao ˜ao (para qualquer pre¸co co relativo de tecidos dado), enquanto a produ¸c˜ cao a˜o de alimentos alimentos reduz. Assim, Assim, para o mundo todo, a oferta mundial mundial de tecidos aumenta, deslocando a curva de oferta para a direita, reduzindo o pre¸co co relativo dos tecidos (P (P T T /P A ) e, portanto, reduzindo os termos de troca do Local e aumentando os termos de troca de Estrangeiro. Crescimento empobrecedor: Para a Par a determi det erminar nar se um pa´ıs ıs empobrecer´ com o crescimento, devemos olhar para o vi vi´es s do crescime cresciment nto. o. Em suma, suma, se o crescimento for viesado para exporta¸c˜ oes no resto do mundo, Local se beneoes ficia, pois melhora os termos de troca, enquanto um crescimento viesado para importa¸c˜ c˜oes oes no exterior piora os termos de troca. Da mesma maneira, um crescimento viesado para as exporta¸c˜ c˜oes oes em Local piora os termos de troca, enquanto enquanto se fosse viesado para as importa¸c˜ coes, o˜es, os termos de troca melhorariam. 3.1. 3.1.1 1
Resu Resumo mo
Table 1: Efeito no pa´ıs ıs Local Lo cal Crescimento viesado na: Crescimen Crescimento to Termos de troca Exporta¸c˜ cao a ˜o de Local Exporta¸c˜ cao a ˜o de Estrangeiro Importa¸c˜ cao a ˜o de Local Importa¸c˜ cao a ˜o de Estrangeiro
+ Nulo + Nulo
12
+ + -
Efeito l´ıquido Provavelmente + + + -
3.2
Tarifas e subs su bs´ ´ıdios ` as as exporta ex porta¸ c˜ c¸oes o ˜es
A caracter´ caracter´ıstica peculiar das tarifas e dos subs´ subs´ıdios `as as exporta¸c˜ c˜oes oes ´e que eles criam uma diferen¸ca ca entre os pre¸cos cos pelas quais os bens s˜ao ao comercializados no pa´ pa´ıs local l ocal e no exterior. As tarifas As tarifas servem servem para tornar o pre¸co co dos dos importados mais caro dentro do que fora do pa´ pa´ıs e os subs´ subs´ıdio ıd ios s servem servem como um incentivo para exportar. Efeitos das tarifas sobre a demanda e oferta relativa Para analisar o efeito efeito das tarifas tarifas e subs´ subs´ıdios, desejamos desejamos ver de que forma isso afeta a oferta relativa e a demanda relativa como uma fun¸c˜ cao ˜ dos pre¸cos cos externos . Supondo que Local imponha uma tarifa de 20% sobre as importa¸c˜ oes oes de alimentos, o pre¸co co interno de alimentos ficar´a 20% mais caro em Local que no resto do mundo. Da mesma forma, o pre¸co relativo dos tecidos ser´a menor que no resto do mundo. • Porque o pre¸co co relativo dos tecidos est´a mais baixo, os produtores v˜aaoo
deixar de produzir tecidos para produzir mais alimentos, reduzindo reduzindo a oferta relativa mundial de tecidos (OR deslocada para a esquerda); • Da mesma forma, os consumidores deixar˜ao de consumir alimentos para
consumir tecidos (mais baratos), aumentando baratos), aumentando a demanda relativa de tecidos (DR tecidos (DR deslocada para a direita).
13
Logo, os pre¸cos cos relativos de tecidos no mundo aumentam e, portanto, os termos de troca do Local melhoram, relativo ao Estrangeiro. Efeito dos subs´ıdios ıdios as a `s exporta¸ c˜ c˜ oes oes Supondo que Local ofere¸ca ca um subs´ subs´ıdio de 20% sobre o valor de qualquer tecido exportado. exportado. Logo, o pre¸co co interno dos tecidos ficar˜ao ao 20% mais caros com rela¸c˜ c˜aaoo aos alimentos.
co relativo dos tecidos est´a mais alto, os produtores v˜ao ao deixar • Porque o pre¸co de produzir alimentos para produzir mais tecidos, aumentando a oferta relativa mundial de tecidos (OR tecidos (OR deslocada para a direita); • Da mesma forma, os consumidores deixar˜ao de consumir tecidos para con-
sumir alimentos (mais baratos), diminuindo a demanda relativa de tecidos (DR tecidos (DR deslocada para a esquerda). Logo, os pre¸cos cos relativos de tecidos no mundo diminuem e, portanto, os termos de troca do Local pioram, relativo ao Estrangeiro. 14
As tarifas e os subs´ subs´ıdios tem efeitos opostos sobre os termos de troca.
4
A Nova Nova Teoria Teoria do Com´ ercio ercio Internacional Internacional
Cap´ Cap´ıtulo 6. Krugman & Obstfeld: Economia Internacional (8a ed.)
4.1
Teoria da concorrˆ concorrˆ encia encia imperfeita
Em um mercado com concorrˆencia encia p erfeita, as firmas s˜ao ao tomadoras tomadoras de pre¸cos cos , ou seja, os vendedores n˜ao ao influenciam no pre¸co co que se paga pelo produto. Cada produtor individual de determinado bem representa uma fra¸c˜ ao ao muito pequena do mercado desse bem. Por outro lado, caso existam apenas algumas firmas produzindo certo bem, dizemos que elas est˜ao ao em em concorrˆ concor rˆ encia enci a impe i mperfei rfeita ta,, isto ´e, e, quando as firmas s˜ ao capazes de influenciar o pre¸co ao co de seus bens e que conseguem vender mais somente reduzindo seus pre¸cos. cos. Nesse caso, as firmas s˜aao formadoras o formadoras de pre¸cos cos . Um exemplo dessa estrutura de mercado ´e o monop´ olio olio puro, puro, um mercado onde a firma n˜ao ao enfrent en frentaa concorrˆ con corrˆencia. enci a.
Monop´ olio olio Para uma firma monopolista, monop olista, a Demanda ´e negativamente inclinada incli nada (´e poss´ıvel ıvel vender mais unidades ao reduzir o pre¸co) e a Receita Marginal ´e sempre menor que o pre¸co co (para vender uma unidade a mais, a firma deve reduzir o pre¸co de todas todas as unidades).
Receita marginal e pre¸cos: cos: A rela¸c˜ c˜ao ao entre receita marginal e o pre¸co depende (1) da quantidade quantidade de produto que a firma j´a vende e (2) da declividade (elasticidade) da curva de demanda 2 . 2 Quanto mais el´ astica astica (horizontal) (horizontal) for a curva curva de demanda, mais o monopolista monopolista conseguir´ a vender com uma pequena redu¸c˜ cao ˜ a o no pre¸co, c o, de modo que a RMg fique pr´ oxima o xima do pre¸co. co. Analogamen Analogamente, te, quanto quanto mais inel´ astica a stica (vertica (vertical) l) for a demand demanda, a, menor menor a RMg ficar´ a em rela¸c˜ cao ˜ ao ao pre¸co. co.
15
Portanto, seja a demanda dada por: Q = A = A − B · P Em que a A a A e B s˜ao ao constantes. E a receita marginal por: RMg RM g = P = P − Q/B Essa equa¸c˜ c˜ao ao revela o hiato o hiato entre o pre¸co co e a receita marginal , que depende da quantidade Q vendida e da declividade B da curva curva de demanda. Isso implica implica que quanto maior Q, menor RM g, j´ a que uma a diminui¸c˜ cao a˜o nos pre¸cos cos custa mais para a firma. Logo, isso implica: P − RMg RM g = Q/B = Q/B Custo m´ edio edio e custo marginal: margina l: Sendo C Sendo C M e o custo m´ edio edio (custo total da firma dividido pelo seu produto) e CM g o custo marginal, a rela¸c˜ c˜ao ao entre esses dois custos ´e expressa por: C = = F + F + C · · Q Em que F que F ´ ´e o custo cus to fixo e c ´ c ´ e o custo cust o marg m arginal inal.. Logo o cust c ustoo m´edio edi o ´e dado d ado por: por : CM e = C/Q = C/Q = F = F /Q + c Portanto, o custo cus to m´edio edio diminui quando Q aumenta, uma vez que o custo fixo ´e dilu dil u´ıdo com o aumento aume nto na produ¸ pro du¸c˜ c˜ao. ao.
Concorrˆ Conc orrˆ encia enci a monopo mono polist lista a Normalmente, a estrutura de mercado em ind´ustrias ustrias caracterizadas por economias de escala internas ´e a de oligop´ de oligop´ olio, olio, em que existem v´arias arias firmas grandes o suficiente para afetar os pre¸cos, cos, mas que n˜ao ao representem um monop´olio olio incontest´avel. avel. Os oligop´ olios determinam seus pre¸cos olios cos de forma interdependentes , isto ist o ´e, e, cada firma n˜ao ao considera apenas as rea¸c˜ c˜oes oes dos consumido c onsumidores, res, mas tamb´ ta mb´ em em dos seus concorrentes (essas dependem das expectativas dos concorrentes sobre o comportamento da firma). Para tratar o problema da interdependˆ encia, encia, supomos sup omos que (1) as firmas podem diferenciar diferenciar seus produtos produtos em rela¸c˜ cao ˜ao aos concorrentes 3 e (2) cada firma tome os pre¸cos cos cobrados pelos concorrentes como dados, ignorando o efeito dos seus pr´oprios oprios pre¸cos cos nos pre¸cos c os das das outr outras as firmas firmas.. Logo Logo,, o model modeloo de conconcorrˆencia encia monopolista monop olista sup˜oe oe que cada firma se comporte como monopolista, apesar apesa r de estarem enfrentando concorrˆencias. encias. 3 A diferencia¸c˜ c˜ ao assegura que cada firma detenha um monop´olio ao olio do seu produto dentre de uma ind´ ustria ustria e se isole da concorrˆ encia. encia.
16
Hip´ oteses: Supondo oteses: Supondo que as firmas s˜ao ao capazes de vender mais quanto maior for a demanda pelo produto e quanto maiores forem os pre¸cos cobrados pelos concorrentes, ent˜ao ao a demanda pode ser encontrada por: Q = V = V · [1/n [1/n − b · (P (P − P )] P )] Em que V que V s˜ao ao as vendas totais da ind´ustria ustria (medida de tamanho de mercado), n ´e o numero u ´ mero de firmas na ind´ustria, ustria, b ´e a resposta resposta das vendas vendas a seu pre¸co co (constante), P P ´e o pre¸co co cobrado pela pr´opria opria firma e P P pe p e o pre¸ pr e¸co co m´edio edi o cobrado cobrado pelos concorrentes. concorrentes. Se cada firma cobrar o mesmo mesmo pre¸co, co, todas ter˜aaoo um share de 1/n 1 /n e, e, portanto, vender˜aao V o V /n unidades. /n unidades. Equil´ıbrio ıbrio de mercado: mercado : Supondo que todas as firmas da ind´ustria ustria s˜aaoo sim´ si m´etri et ricas cas ,, isto ´e, e, possuem possuem a mesma mesma demanda demanda e fun¸c˜ c˜ao ao custo. custo. Para Para analisa analisarr uma ind´ ustria ustria e os efeitos do com´ ercio ercio internacional, precisamos determinar o n´ umero umero de firmas n firmas n e e o pre¸co co m´edi ed io P que P que elas ela s cobram co bram.. M´etodo eto do de trˆes es passo pa ssos: s: 1. Estebelecer uma rela¸c˜ cao ˜ entre o n´ umero de firmas e o custo m´ edio edio delas: Como as firmas s˜ao ao sim´ sim´etricas, etricas, todas cobram cobram o mesmo mesmo pre¸co, c o, logo logo,, o produto produ to de cada firma ´e Q = Q = V V /n. /n. Portanto CM e = F = F /Q + c = n = n · F/V + c Assim, quanto mais firmas atuarem na ind´ustria, ustria, maior ser´a o custo cus to m´edio ed io.. 2. Estebelecer uma rela¸c˜ cao ˜ entre o n´ umero de firmas e o pre¸co co que cada uma cobra: Como as firmas tomam os pre¸cos cos das demais como dados, ent˜ao ao se ela mudar seu pre¸co, co, as outras n˜ao ao mudar˜ao ao os seus. Assim, reescrevendo a demanda acima: Q = (V /n + V · b · P ) P ) − V · b · P Reescrevendo a f´ormula ormula da receita marginal para uma firma t´ıpica, teremos: RMg RM g = P = P − Q/( Q/(V · b) Logo, as firmas maximizar˜ao ao seus lucros se: RMg RM g = P = P − Q/( Q/(V · b) = c = c = C C M g P = c + Q/( Q/(V · b) Como todas as firmas cobram o mesmo pre¸co co e vender˜ao ao uma quantidade Q = V = V /n, /n, ent˜ao: ao: P = c + 1/ 1/(b · n) Assim, quanto mais firmas atuarem na ind´ustria, ustria, menor ser´a o pre¸co co que cada firma cobrar´a. a. 3. Inferˆencia encia sobre o n´ umero de firmas no equil equil´ıbrio: ıbrio: O gr´afico afico a seguir representa as duas rela¸c˜ coes o˜es citadas: Em n Em n 1 , o pre¸co co ´e maior que o custo m´edio, edio, logo essa ind´ustria ustria ainda tem espa¸co co para para novo novoss concor concorren rentes tes,, uma vez que o lucro lucro ainda ainda est´ est´a posit positiv ivo. o. Em n2 , quando o pre¸co co ´e igual igua l ao custo cust o m´edio, edi o, o lucro luc ro ´e zero. zero . 17
4.2
Concorrˆencia encia monopolista monop olista e com´ ercio ercio
Num setor em que h´a economias de escala, a produ¸c˜ cao a˜o de um bem ´e limitada pelo tamanho de mercado, no entanto, entanto, o com´ ercio ercio internacional i nternacional permite criar um mercado mundial maior que qualquer mercado nacional individual. Com o com´ ercio, ercio, os pa´ pa´ıses podem se especializar na produ¸c˜ cao ˜ao de poucos bens e importar importar bens de outros outros pa´ pa´ıses, aumenta aumentando ndo a variedad variedadee de produtos produtos dispon´ dispon´ıveis - gera oportunidade de ganhos m´utuos. utuos. Model Mo delo o de concorrˆ conc orrˆencia enci a monop mon opol´ ol´ıstica ıst ica:: aumenta a escala e a variedade de bens nos pa´ pa´ıses; ıses; cria um mercado mercado mundial maior que qualquer outro nacional nele compreendido. compreendido. Efeitos do aumento do tamanho do mercado
Pelas rela¸c˜ coes o˜es encontradas anteriormente, vimos que a curva CC era CC era dada por: CM e = n = n · F /V + c
18
Isto ´e, e, quanto mais empresas no mercado, maiores ser˜ao ao os custos m´ edios. edios. No entanto, entant o, tamb´em em vemos ve mos que, que , ceteris paribus , mercados maiores (aumento em V em V )) reduzem os custos m´edios, edios, j´a que, em mercados maiores, haver´a mais empresas e mais vendas, e a pre¸cos cos menores. Uma varia¸c˜ cao a˜o positiva em V em V declina declina a curva CC . CC . Como a curva P curva P P n˜ao ao varia em rela¸c˜ cao a˜o as vendas, ela se mantem constante. Logo, um aumento no tamanho de mercado diminui o pre¸co e aumenta o n´ umero de empresas. Consumidores preferir˜ao ao um mercado grande a um pequeno. Mercado isolado vs Mercado intergrado Comparado ao mercado isolado, o mercado intergrado comporta mais empresas, cada uma produzindo em uma escala maior e vendendo a um pre¸co menor; os consumidores consumi dores tˆem em maior maio r variedade de escolhas. esc olhas.
4.3 4.3
Disc Discri rimi mina na¸¸c˜ c˜ ao ao internaci intern aciona onall de pre¸cos c os (dumping )
Dumping: quando uma firma cobra um determinado pre¸co co quando quando exportam exportam
um bem (geralmente menor) e outro diferente quando o vendem no mercado interno (geralmente maior). Trata-se de uma pr´atica desleal. Para haver dumping , (1) o mercado deve estar em competi¸c˜ao ao imperfeita e (2) os mercados mercados - dom´ dom´estico estico e estrangeir estrangeiroo - devem devem estar segmentados segmentados,, de maneira que os o s residentes res identes dom´esticos esticos n˜ao ao consigam comprar facilmente os bens estrangeiros.
Supondo que uma firma monopolistica fa¸ca ca discrimina¸ discrimina¸ c˜ cao ˜ao internacional de pre¸cos, cos, ela enfrenta duas demandas, D DOM e D EST . Para maximizar os lucros, ela busca igualar o custo marginal CM g as `as receitas marginais de ambos os mercados. Assim, produzir´ a uma quantidade QMONOPOLIO para vender QDOM em dom´estico esti co e exp e xporta ortarr Q MONOPOLIO − QDOM . Para isso, os pre¸cos cos dever˜ao ao ser
19
ajustados pelas respectivas demandas, gerando um pre¸co menor para o exterior e maior para o dom´estico. estico.
5
Instrumentos Instrumentos de de Pol´ Pol´ıtica Comercial
Cap´ Cap´ıtulo 8. Krugman & Obstfeld: Economia Internacional (8a ed.) Anteriormente, Anteriormente, descrevemos as causas e os efeitos do com´ ercio ercio internacional sobre os pa´ıses ıses e como uma economia eco nomia mundial funciona f unciona com o com´ercio. ercio. Agora, analisaremos as diferentes pol´ıticas ıticas comerciais que as na¸c˜ coes o˜es podem adotar.
5.1
An´ alise alise de tarifas
Tarifas espec esp ec´ ´ıficas: ıfic as: Tarifas cobradas como um valor fixo para cada unidade valorem : Tarfias importada do bem ($3 por barril de petr´oleo). oleo). Tarifas ad valorem cobradas como uma fra¸c˜ c˜ao ao do valor dos bens importados (25% sobre caminh˜oes importados). A ado¸c˜ cao a˜o de tarifas ´e uma forma de arrecada¸c˜ cao a˜o governamental e proteger determinados determin ados setores dom´esticos. esticos . Oferta, demanda e com´ ercio ercio com um ´ unico unico setor Supondo dois pa´ pa´ıses, Local e Estrangeiro Estrangeiro,, que consomem consomem e produzem produzem trigo. trigo. Supondo tamb´ em em que a taxa de cˆambio ambio entre as moedas n˜ao ao seja afetada por nenhuma pol´ıtica ıtica cambial. Sendo o pre¸co co do trigo em Local maior que em Estrangeiro, em um mundo sem com´ercio, erci o, os pre¸ pre¸ cos cos se equilib equilibrar rariam iam com a abertur abertura a comerc comercial ial.. Isso ocorre pois, o pa´ pa´ıs Estrangeiro passar´a a transportar trigo para Local; isso aumentar´a o pre¸co co de trigo em Estrangeiro (menos oferta) e diminuir´a em Local. Para encontrar o pre¸co co mundial e a quantidade comercializada, analisamos a demanda por importa¸c˜ c˜oes oes de Local e a oferta de exporta¸c˜ coes ˜oes de Estrangeiro:
Figure 1: Demanda por importa¸c˜ c˜oes oes do Local
20
Logo, ao pre¸co P co P 1 , os consumidores demandam D 1 e os produtores ofertam O1 . Assim, Local importar importar´ a´ (D ( D1 − O1 ), uma vez que h´a um excesso de demanda. A mesma an´alise alise pode ser feita quando o pre¸co co sobe para P 2 . No enta entant nto, o, quando o pre¸co ´e P A , a oferta ´e igual a demanda, logo, n˜ao ao h´a necessidade de se importar mais desse bem.
Figure 2: Oferta de exporta¸c˜ c˜oes oes do Local Analisando agora as exporta¸c˜ coes, o˜es, vemos que existe um excesso de oferta 1 2 quando o pre¸co ´e P ou P ou P . Em P Em P 1 , por exemplo, os produtores do Estrangeiro exportam O exportam O 1 − D 1 . Analogamente ao caso das importa¸c˜ coes ˜oes de Local, quando o pre¸co ´e P A , oferta e demanda s˜ao ao iiguai guaiss na n a ausˆ a usˆencia enci a de d e com´ c om´ercio erci o e n˜ao ao haver´a exporta¸c˜ c˜oes. oes. ∗
∗
∗
Efeitos de uma tarifa Para quem exporta, as tarfias n˜ao ao s˜ao ao nada menos que um custo de transporte (imposto de $t por tonelada de trigo importada, por exemplo).
Na ausˆencia encia da tarifa, o pre¸ p re¸co co em ambos amb os os pa´ pa´ıses seria P W W . Se uma tarifa for implemen implementada tada,, os exportadore exportadoress s´o transportar transportar˜˜ao a o o trigo caso o pre¸co c o do Local exceda o pre¸co co do Estrangeiro em pelo menos $t. 21
4 Portant Portanto, o, a introdu¸ introdu¸c˜ c˜ao ao da tarifa aumenta o pre¸co c o no Local para P T e T 5 diminui o pre¸co co no Estrangeiro para P T T − t . Assim, o volume de trigo comercializado cai de QW para QT e a demanda por importa¸c˜ coes o˜es se iguala `a oferta de exporta¸ exporta¸c˜ coes ˜oes quando P quando P T − P = t. t . T T Se o pa´ pa´ıs for pequeno e impor uma tarifa sobre as importa¸c˜ oes, oes, ele n˜ao ´e capaz de afetar os pre¸cos cos das exporta¸c˜ coes ˜oes estrangeira estrangeiras. s. Da mesma forma, com a tarifa, a produ¸c˜ c˜ao ao do bem importado aumenta, por´ p or´ em em o consumo diminui. Assim, as importa¸c˜ c˜oes oes caem. ∗
5.2
Custos Custos e benef b enef´ ´ıcios das tarifas tarifas
Em suma, as tarifas elevam elevam o pre¸co co de um bem no pa´ pa´ıs importador importador e reduz no pa´ pa´ıs exportador. Assim, os consumidores perdem no importador i mportador e ganham no exportador; exportador; enquanto enquanto os produtores produtores ganham no importador importador e perdem no exportador. expor tador. Portanto, ´e necess´ nec ess´ario ario quantificar os custos e benef´ benef´ıcios das tarifas. Excedent Excedente e do consumidor: consumidor: quantia que o consumidor ganha em uma compra (diferen¸ca ca entre o pre¸co c o que ele paga e o que ele estaria disposto a ´ pagar). E derivado da curva de demanda do mercado . Pela figura 3, quando o pre¸co ´e P 1 , a quantidade quantidad e demandada demandad a ´e Q 1 , logo, o excedente do consumidor ´e dado pela ´area a area a.. Quando o pre¸co co cai para P para P 2 , o excedente passa a ser a + b.
Figure 3: Excedent Excedentee do consumidor consumidor Excedente do produtor: diferen¸ca ca entre o valor que o produtor est´a dis´ derivado da curva posto a vender seu bem b em e o quanto efetivamente efet ivamente ´e cobrado. cobra do. E da curva 1 de oferta do mercado. mercado . Pela figura 4, quando o pre¸co ´e P , a quantidade deman1 dada ´e Q , logo, o excedente do consumidor ´e dado pela ´area c area c.. Quando o pre¸co co sobe para P para P 2 , o excedente passa a ser c + d. 4 Produtores ofertam mais, enquanto a demanda dos consumidores cai, de modo que menos importa¸c˜ c˜ oes oes s˜ ao ao demandadas. 5 O pre¸co co mais baixo reduz a oferta dos produtores, produtores, enquanto enquanto a demanda demanda dos consumidores consumidores aumenta e, desse modo, a oferta de exporta¸c˜ coes ˜ oes reduz.
22
Figure 4: Excedente do produtor
Como quantificar quantifica r custos cus tos e benef b enef´ ´ıcios Os impactos das tarifas para o pa´ıs ıs importador s˜ao dados pela figura 5. Se, ao impor uma tarifa, tarifa, o pre¸co co dom´estico esti co subi s ubirr de d e P W para P T c˜ c˜aaoo W para P T , a produ¸ dom´ do m´esti es tica ca aumenta , por´ po r´em em o consumo cons umo dom´estico esti co cai . Portanto: • H´ a um um g ganh anho o dos d os produto pro dutores res dom´estico est icoss.
O aumento no pre¸co co gera um maior excedente do produtor, representado pela ´area a area a (´area area abaixo do pre¸co, co, mas acima da curva de oferta). • Os consumidores dom´ esticos esticos perdem com a tarifa. tarifa.
O aumento no pre¸co co gera uma redu¸c˜ cao a˜o do excedente do consumidor, represent representado ado pelas ´areas areas a + b + b + + c c + + d d (´area area acima do pre¸co, co, mas abaixo da curva de demanda). • O governo ganha ao arrecadar receita das tarifas .
O governo arrecada o valor da tarifa t (q (que ´e t = P T T − P T ) vezes o 2 2 volume importado Q importado Q T = D − O , representado pelas ´areas c areas c + e. ∗
Efeito l´ıquido das tarifas tarifa s: Perda Perda do consumid consumidor or - ganho ganho do produto produtorr receita do governo Substitu Substi tu´´ındo pelas pela s areas a´reas do gr´afico: afico: (a + b + c + d) − a − (c (c + e) = b + d + e Assim, a perda a perda de eficiˆ efi ciˆenci en cia a ( (bb+d)6 surge quando os incentivos para consumir e produzir sao distorcidos; os ganhos dos termos de troca (e) surge porque a tarifa diminui os pre¸cos cos das exporta¸c˜ coes ˜oes estrangeiras. 6 b ´ e a perda pela distor¸c˜ c˜ ao do produto (produtores produzem em demasia) e d ´ ao e a perd pe rda a pela distor¸ distorc˜ c¸˜ ao do consumo (consumidores consomem pouco do bem. ao
23
Figure 5: Custo/benef Custo/b enef´´ıcio das tarifas para o pa´ıs ıs importador impo rtador & efeitos e feitos l´ıquidos ıquid os sobre o bem-estar bem-estar
5.3
Outros instrumentos instrumentos de pol´ pol´ıtica comercial
Subs´ Su bs´ıdio ıd ioss ` a exp ex porta or ta¸ c¸˜ ao ´ um pagamento `a um empresa/indiv´ E empresa/indiv´ıduo que envia um bem para o exterior. Quando Quando o gov governo erno oferece oferece subs´ subs´ıdios, os exportadore exportadoress exportam exportam o bem at at´e o ponto em que o pre¸co co dom´estico estico excede o pre¸co co estrangeiro pelo montante do subs´ıdio. ıdio. Os efeitos dos subs´ıdios ıdios s˜ ao: ao: • Como o pre¸co co do pa´ pa´ıs exportador expor tador aumenta, os consumidor cons umidores es s˜ ao ao prej-
udicados. udicados. • Da mesma forma, os produtores ganham. ganham.
perde, pois deve gastar dinheiro com o subs´ subs´ıdio. • O governo perde, Al´em em diss di sso, o, os subs´ su bs´ıdio ıd ioss pioram os pioram os termos de troca, uma ve que o pre¸co das exporta¸c˜ c˜oes oes caem no mercado estrangeiro. Logo, esse instrumento geram custos que excedem seus benef´ıcios. ıcios. Cotas de importa¸ c˜ ao ´ uma restri¸c˜ E c˜ao ao direta sobre a quantidade de algum bem que pode ser importado, dado por meio de licen¸cas cas a alguns grupos de empresas. Uma cota de importa¸c˜ cao ˜ sempre eleva o pre¸co co dom´estico estico do bem importado, importado , da mesma forma que as tarifas limitam as importa¸c˜ coes. o˜es. A diferen¸ difer en¸ca ca entre cotas cota s e tarifas tari fas ´e que, nas cotas, cotas , o governo g overno deixa de arrecadar arreca dar receita.
24
5.4 5.4
Resumo sumo Table 2: Efeitos das principais pol´ pol´ıticas comerciais
Excedente do produtor Excedente do consumidor Receita do governo Bem-estar nacional
6
Tarifa
Subs´ Su bs´ıdio ıd io ` a exporta¸ c˜ cao a ˜o
Cota de importa¸ c˜ cao a ˜o
Restri¸ c˜ c˜ ao ao volunt vol unt´ ´ aria aria a ` exporta¸ exporta¸ c˜ ao
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Aumenta
Diminui
Diminui
Diminui
Diminui
Aumenta
Diminui (gasto aumenta)
N˜ ao ao muda (renda para detentores de licen¸cas) cas) Amb´ıguo ıgu o (diminui (di minui para pa´ıs ıs pequeno) peque no)
N˜ao ao muda (renda para estrangeiros)
Amb´ıguo ıgu o (dimi ( dimi nui Diminui para pa´ıs ıs pequeno) peque no)
Diminui
Economia pol p ol´ ´ıtica da pol p ol´ ´ıtica pomercial pomerc ial
Cap´ Cap´ıtulo 9. Krugman & Obstfeld: Economia Internacional (8a ed.)
6.1
Argumentos Argumentos a favor do livre com´ com´ ercio ercio
Livre Li vre com´ com ´ ercio erc io e eficiˆ efi ciˆenci en cia a Uma tarifa gera uma perda p erda l´ıquida ıquida para a economia; ela faz isso ao distorcer os incentivos econˆomicos omicos tanto de produtores como consumidores. Por outro lado, a abertura ao livre com´ ercio ercio elimina essas distor¸c˜ c˜oes oes e aumenta o bem estar nacional. Economias de escala Os mercados protegidos n˜ao ao apenas fragmentam a produ¸c˜ c˜ao ao internacionalmente, internacionalmente, mas, reduzindo reduzind o a concorrˆencia encia e aumentando au mentando os lucros, tamb´em em levam l evam muitas firmas a entrar na ind´us us tria protegida. protegida. Com uma prolifera¸ prolifera¸c˜ cao a˜o de firmas em mercados dom´ esticos esticos restritos, a escala de prote¸c˜ c˜ao ao de cada uma se torna ineficiente. Aprendizagem e inova¸c˜ coes o ˜es Ao incentivar os empres´arios arios a procurar novos caminhos para exportar ou concorrer com importa¸c˜ c˜oes, oes, ele oferece mais oportunidades para aprendiz agem e as inova¸c˜ coes o˜es do que um sistema de com´ercio ercio ”administrado”, no qual o governo dita, em grande medida, o padr˜ao ao das importa¸c˜ coes ˜oes e exporta¸c˜ coes. o˜es. Argumento pol´ıtico ıtico a favor do livre com´ ercio ercio O compromis c ompromisso so pol´ıtico ıtico com o livre l ivre com´ercio ercio pode po de ser s er uma boa b oa id´eia eia na pr´ p r´atica, atica, mesmo que em princ´ princ´ıpio possa haver pol p ol´´ıticas melhores. Com frequˆ encia encia os
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economistas argumentam, que, na pr´atica, atica, as pol´ pol´ıticas comerciais s˜ ao ao mais influenciadas por interesses particulares do que pela considera¸c˜ cao ˜ao dos custos e dos benef´ be nef´ıcios ıci os nacion nac ionais ais.. ` vezes, os economistas conseguem mostrar que, na teoria, um conjunto As espec´ıfico ıfico de tarifas e subs´ıdios ıdios `a exporta¸c˜ c˜ao ao poderia aumentar o bem-estar nacional, mas na realidade qualquer ´org˜ org˜ ao do governo que tentasse se dedicar a ao um pro grama sofisticado de interven¸c˜ ao ao no com´ c om´ercio ercio provavelmente provavelmente s eria e ria tom ado por grupos de interesse e convertido em um meio de distribui¸c˜ao ao de renda a setores politicamente influentes.
6.2
Argumentos Argumentos do bem-estar nacional contra contra o livre com´ ercio ercio
Argumento dos termos de troca a favor das tarifas No caso de um pa´ pa´ıs grande, grande, capaz de afetar afetar os pre¸cos cos dos exportadores estrangeiros, uma tarifa diminui o pre¸co co das importa¸c˜ c˜oes oes e, dessa forma beneficia os termos termos de troca. Esse benef´ benef´ıcio deve ser pesado em rela¸c˜ cao ˜ao aos custos da tarifa, que surgem porque ela distorce os incentivos `a produ¸c˜ cao ˜ao e ao consumo. ´ poss´ıvel, E ıvel, por´em, em, que em alguns casos os benef´ıcios ıcios dos termos de troca proporcionados pela tarifa superem seus custos, de modo que exista um argumento dos termos de troca a favor de uma tarifa. Com tarifas de al´ al´ıquota baixa, o bem-estar bem-es tar de um pa´ pa´ıs grande ´e maior ma ior do que com o livre com´ ercio. ercio. A al´ al´ıquota da tarifa que maximizar o bem-estar nacional ´e a tarifa tari fa ´otima. otima. A al´ al´ıquota da tarifa ´otima otima ´e sempre positiva, mas inferior `a al´ al´ıquota positiva que eliminaria todas as importa¸c˜ c˜oes. oes. Argumento da falha do mercado dom´ estico estico contra o livre com´ ercio ercio Ocorre Ocorre quando quando algum mercado mercado do pa´ pa´ıs n˜ao ao est´a desempenhando sua fun¸c˜ c˜aaoo corretamente. corretamente. Esse argumento ´e um caso particular de um conceito mais geral conhecido na economia como teoria do segundo melhor. De acordo com essa teoria, ria , uma pol´ıtica ıti ca sem interferˆ inter ferˆencias enci as ´e desej´ dese j´avel avel em qualquer mercado somente se todos os outros outros mercados mercados estiverem estiverem funcionando funcionando adequadamen adequadamente. te. Caso eles n˜ao ao estejam, uma interven¸c˜ cao a˜o do governo que pare¸ca ca distorcer os incentivos em um mercado pode efetivamente aumentar o bem-estar ao compensar as consequˆ encias encias das falhas do mercado em outro lugar. A dificuldade de averiguar qual a pol´ıtica ıtica comercial do segundo melhor a ser seguida refor¸ca ca o argumento pol´ıtico ıtico a favor do d o livre com´ercio. ercio.
6.3 6.3
Dist Distri ribu bui¸ i¸ c˜ c˜ ao ao de renda rend a e pol po l´ıtica ıtic a pomerc po mercial ial
De que maneira as preferˆencias encias dos indiv´ıduos ıduos s˜ao ao somadas a fim de produzir a pol´ pol´ıtica comercial que vemos na realidade?
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Concor Con corrˆ rˆ encia enci a eleit el eitora orall Que pol´ pol´ıticas ıti cas econˆ omicas omicas os dois partido partidoss prometer prometer˜ ˜ ao seguir? seguir? Eles tentar˜aaoo encontrar um meio termo, especificamente, ambos tender˜ao a convergir para a al´ al´ıquota preferida pelo eleitor mediano, que est´a exatamente na metade da fila. Logo, os dois partidos partidos acabar˜ ao propondo uma tarifa pr´oxima ao oxima `aquela aquela que o eleitor mediano deseja. A¸ c˜ c˜ ao ao cole co leti tiva va O fato de a pol´ pol´ıtica ser um bem p´ublico ublico significa que as pol´ pol´ıticas que imp˜ oem oem grandes perdas no total, mas pequenas perdas para cada indiv´ıduo ıduo podem po dem n˜aaoo enfrentar uma oposi¸c˜ c˜ao ao efetiv efetiva. a. Trata-s rata-see de um proble problema ma de a¸c˜ c˜ao ao coletiv coletiva: a: embora embora interess interessee ao grupo como um todo pressionar pressionar por pol´ pol´ıticas favor´ favor´aveis, aveis, n˜ao ao interess inter essaa aos indiv´ ind iv´ıduos ıdu os fazˆe-lo. e-lo . Esse Esse proble problema ma pode ser superad superadoo quando quando o grupo grupo ´e pequeno pequeno (de modo modo que cada c ada indiv´ i ndiv´ıduo ıduo venha a auferir uma parcela pa rcela significativa signi ficativa dos benef´ıcios ıcios das pol po l´ıticas ıti cas favor´aveis) aveis) e/ou bem organizado (de modo que os membros do grupo possam ser mobilizados mobilizados para agir em seu interesse interesse coletivo). coletivo). O problema da a¸c˜ cao ˜ao coletiva, ent˜ao, ao, pode po de explicar ex plicar porque pol´ıticas, ıticas , que, qu e, al´ a l´em em de parecer gerar mais custos do que benef´ benef´ıcios, parecem prejudicar muito mais eleitores do que ajudar podem, ainda assim, ser adotadas.
6.4 6.4
Nego Negoci cia¸ a¸ c˜ coes o ˜es internacionais internacion ais e pol´ pol´ıtica comercial
Do GATT ` a OMC Qual Qual a difere diferen¸ n¸ ca c a entr entre e a OMC OMC e o GATT GATT? ? O GATT era um acordo provis´ orio, orio, enquanto a OMC ´e uma organiza¸c˜ c˜ao ao internacional de fato. O GATT aplicava-se somente aplicava-se somente ao ao com´ercio ercio de bens (servi¸cos n˜ao ao eram aplicados). cados). Isso gerava gerava cada vez mais incˆomodo omodo ao acordo, uma vez que os pa´ pa´ıses se concentravam bastante na produ¸c˜ cao ˜ao de servi¸cos cos e bens intang´ıveis. ıveis. Por essa 7 raz˜ ao, ao, a OMC inclui normas sobre o com´ ercio ercio de servi¸cos cos (Gats ). Al´em em da inclus˜ incl us˜ao ao de acordos sobre a produ¸c˜ cao ˜ao de servi¸cos, cos, a demanda pela prote¸c˜ cao a˜o da da propriedade intelectual ta intelectual tamb´ mb´em em foi crescente cres cente nos pa´ıses ıse s avan¸cados. cados. Esses direitos deveriam ser aplicados a n´ıvel internacional e a OMC tamb´ tamb´em em atacou essa quest˜ao ao (Trips8 ). Mais importante, a OMC buscou resolver lit l it´´ıgios (quando um pa´ pa´ıs acusa outro de violar as normas do sistema comercial) de uma maneira mais formal. Antes: tribunai t ribunaiss internaciona inter nacionais is que q ue duravam du ravam anos, ou at´e mesmo d´ecadas. ecadas. N˜aaoo que as normas do GATT n˜ao ao tivessem for¸cas, cas, mas as causas em ´areas areas que n˜aaoo estavam muito claras tendiam a ficar sem solu¸c˜ao. ao. Depois: trˆ amite amite mais formal e eficaz, onde um grupo de especialistas especialistas acompanha acompanhava vam m os processos. processos. O tempo de resolu¸ resolu¸c˜ c˜ao ao dos processos caiu para um ano. 7 8
General Agreement on Trade in Services . Agreement on Trade-Related Aspects of Intellectual Property .
27
7
O Com´ ercio ercio em Valor Valor Agregado
Grossma Grossman, n, G.; E. Rossi-Hansb ossi-Hansber ergg (2007). ”The Rise of Offshoring: Offshoring: It’s Not Wine for Cloth Anymore.” O que ´e e o que causa? Offshoring ´e a especializa¸ especi aliza¸c˜ cao a˜o da produ¸c˜ c˜ao ao na ausˆ encia encia de concentra¸c˜ cao a˜o geogr´ afica. afica. Por conta conta disso, as empresas acabam acabam se aproveit aproveitando ando das diferen¸cas cas de custos de custos de fatores de produ¸c˜ c˜ao ao entre os pa´ıses. ıse s. Ela ´e causada pela revolu¸ c˜ cao a ˜o nos meios de transpor transporte te,, que reduz os custos, e os avan¸ os avan¸ cos dos meios de comunica¸c˜ cos cao. a ˜o.
7.1 7.1
Model odelo o
Hip´ oteses: oteses: O modelo assume que os fatores n˜ao ao podem se locomover entre os pa´ pa´ıses, mas que os produtos produtos podem. Os bens diferem-s diferem-see por intensidad intensidadee dos fatores e que apenas taregas low-skilled podem low-skilled podem ser offshored. Sendo Sen do o ´ındice ınd ice i ∈ [0, [0 , 1], que indexa as tarefas por facilidade de ser performada (quando menor, mais f´acil acil de ser performada no exterior) e β o β o custo de c˜ ao ao de custos de transporte e avan¸ avan¸cos cos nos meios offshoring, offshoring, uma redu¸c˜ de comunica¸c˜ cao a ˜o β ↓ ↓ . Portanto, uma firma s´ o far´a offshoring se: w βt( βt (i) < w ∗
8
Acordos Preferenciais Preferenciais de Com´ ercio ercio
Freund, Freund, C.; E. Ornelas (2010). ”Regional ”Regional Trade Trade Agreements.” Agreements.” CU’s vs FTA’s As CU’s As CU’s (customs (customs union) tratam-se de uma uni˜ ao alfandeg´ aria : livre liv re com´ercio erci o com membros, imp˜oem oem as mesmas tarifas para pa´ıses ıses externos - todos devem concordar com uma estrutura de tarifa externa comum. J´a as as FTA’s (Free Trade Areas) trata-se de ´ areas de livre com´ercio ercio : n˜ aaoo existem tarifas entre eles (ou s˜ao a o bem baixas), e cada um pode impor suas tarifas para fora livremente. OMC No entanto, a OMC imp˜oe oe que, no geral, essas ´areas areas n˜ao ao levem a um aumento das tarifas, para n˜ao ao prejudicar prejudi car pa´ pa´ıses externos. externos . Al´em em disso, n˜ao ao deve ter tratamento discriminat´orio, orio, exceto 9 se for em acordos de livre com´ ercio ercio ou uni˜aaoo alfandeg´ aria (nesses casos deve-se liberalizar quase tudo e todos os bens - tem aria que levar ao free trade). Tanto Tanto FT F TA quanto qu anto CU tˆem em que liberaliza lib eralizarr o com´ercio ercio em todos em todos os os setores. 9
´ Unica exce¸c˜ c˜ ao a o para o artigo artigo 1 da OMC.
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Trade Diversion and Creation Em des Em desvio vio de com´ercio, ercio , h´ a uma mudan¸ca ca da produ¸c˜ c˜ao ao de produtores eficientes externos para produtores ineficientes externos (parceiros). Assim, os pa´ıses ıses mais eficientes dentro do bloco passar˜ao ao a exportar. Gera um efeito negativo; negativo; bem-estar diminui. diminui. J´a na cria¸c˜ cao ˜ de com´ercio, ercio , h´ a uma mudan¸ca ca da produ¸c˜ cao a˜o interna interna ineficiente ciente (produ¸ (produ¸c˜ c˜ao ao local devido devido a, por exemplo, barreiras protecionist protecionistas) as) para uma produ¸c˜ cao a˜o externa (dentro do bloco) eficiente. Gera um efeito positivo; bem-estar aumenta. aumenta. Regra de origem Dentro Dentro de um FTA, FTA, podem haver haver pa´ pa´ıses com menores menores taxas taxas de importa¸ importa¸c˜ c˜aaoo (M´exico) exi co) e outros outr os com co m taxas tax as maior ma iores es (EUA) (E UA).. O pa´ıs ıs com co m menores men ores taxas taxa s (M´exico) exi co) importa de um pa´ pa´ıs de fora (Brasil) (Brasil) a 2% e exporta exporta para o outro outro (EUA) com taxa zero , pois ambos est˜ao ao em um FTA. FTA. O M´ exico, exico, portanto, burlou as taxas maiores. (ROO) , que assePara que isso n˜ao ao aconte¸ca, ca, existe a Regra a Regra de Origem (ROO), gura que o tratamento tarif´ario ario preferencial preferencial se limite somente somente aos produtos produtos extra´ tra´ıdos, colhidos, colhid os, produzi p roduzidos dos ou fabricados fabricad os DENTRO DEN TRO dos pa´ pa´ıses que q ue assinaram ass inaram os acordos. Tarifas Ao entrar em um FTA, o produtor local perde market share para produtores tore s dos outro o utross pa´ıses ıses que s˜ s ˜ao ao mai maiss eficientes efici entes.. Portanto, Porta nto, os o s pa´ıses ıse s tˆem em incenti inc entivos vos a aumentar ent˜ao ao tarifas externas para compensar a perda de bem-estar . b enef´ıcio ıci o margina marg inall (pol´ (p ol´ıtico) ıti co) de O benef´ de aumentar as tarifas externas diminui quando qua ndo vocˆe est´a dentro do bloco. Isso porque os produtores dos outros pa´ pa´ıses dentro do bloco absorvem parte desse benef´ benef´ıcio: demanda interna reduz para produtos de fora do bloco e aumentam para dentro do bloco - tanto domesticamente quanto para os outros produtores do bloco . J´a o custo marginal de aumentar aumentar as tarifas tarifas continua continua o mesmo. mesmo. Por isso agora ago ra vale menos a pena proteger proteger sua ind´ ustria ustria (↓ tari tarifas fas extern externas) as).. Essa Essa redu¸c˜ c˜ao ao nas tarifas aumenta a cria¸ a cria¸c˜ cao ˜ de com´ercio erci o e reduz o des o desvio vio de com´ercio erci o . Comparativamente, as tarifas externas s˜ a o maiores em CU que em ao FTA FTA, pois, em FTA, os governos tem incentivos a abaixar as tarifas para redirecionar as importa¸c˜ c˜oes oes para a fonte de origem.
8.1 8.1
Conc Conclu lus˜ s˜ oes oes
• Se as tarifas externas ajustadas na forma¸c˜ ao ao da CU n˜ao ao afetam afet am o com´ c om´ercio erci o
com os outros, ent˜ao ao a uni˜ao ao necessariamente melhora o bem-estar. • Se os governos estivessem estivessem interessados apenas no bem-estar, s´o teria cria¸c˜ c˜aaoo
de com com´´ercio. ercio. Contudo, Contudo, gov governos ernos influenciados influenciados por interess interesses es de grupos
29
procuraram procuraram por des por desvio vio de com´ercio. ercio . edia, edi a, cria¸ cria ¸c˜ c˜ao ao de com´ercio ercio domina o desvio de com´ercio. ercio. • Na m´ • Grande parte dos FTA s˜ao ao feitos com pa p a´ıses que s˜ao ao parceiros naturais, o
que, provavelm provavelmente, ente, gerar´ a a cria¸c˜ c˜ao ao de com´ercio. erci o. • Cria¸c˜ cao a˜o de um acordo regional regiona l (RTA) (RTA) ´e mais prov´ avel avel quando os quando os pa´ıses ıs es
est˜ ao ao perto, pert o, os pa´ pa´ıses s˜ ao ao remotos do resto do mundo; maiores maiore s s˜ ao os PIB; maior a diferen¸ca ao ca relativa de fatores. fatores. • Redu¸c˜ c˜ao ao das tarifas externas foram maiores em maiores em ind´ ustrias ustrias que experimen-
taram ”trade-diversion”. • Acordos bilaterais podem proporcionar ganhos desproporcionais ao eleitor
mediano, mediano, diminuindo diminuindo o suporte para um acordo multilater multilateral. al. Assim, os pa´ pa´ıses podem perder interesse em liberaliza¸c˜ cao a˜o multilateral uma vez que est˜ ao engajados em iniciativas regionais. ao • ”Trade-diversion” reduz os o s lucros lucro s dos pa´ pa´ıses n˜ n ˜ao ao membros do acordo, pois
esse pa´ıses ıse s tˆem em incentivo inc entivoss para liberar lib erar o com´ercio. erci o.
9
A No Nova Geo Geogr grafi afia a Eco Econˆ nˆ omica omica
Krugma Krugman, n, P.; Elizon Elizondo, do, R.L. R.L. (1996) (1996).. ”Tr ”Trade Policy Policy and the Third Third World World Metropolis” O artigo trata da rela¸c˜ c˜ao ao entre as pol´ pol´ıticas de com´ ercio ercio e a concentra¸c˜ c˜aaoo metropolitana. Portanto, existe uma conex˜ao ao entre o desenvolvimento d esenvolvimento dos pa´ pa´ıses as suas respectivas resp ectivas pol´ıticas de com´ercio ercio adotadas. ad otadas. Sendo assim, as sim, o autor ressalta res salta que parte do desenvolvimento de megal´ opoles opoles foi devido a industrializa¸c˜ cao ˜ voltada para a substitui¸c˜ cao ˜ de importa¸c˜ coes ˜ .
9.1
Razoes ˜ oes para a concentra¸c˜ ao
oes oes para a concentra¸c˜ Dentre as raz˜ cao a˜o nessas metr´opoles, opoles, o autor autor discut discutee a existˆ exi stˆencia enci a de for¸cas ce cas cent ntr´ r´ıpeta ıpe tas s (que (que atraem) e for¸cas cen cas centr´ tr´ıfug ıf ugas as (que (que repelem). Partindo das hip´oteses oteses de que essas for¸cas cas s´o fazem sentido para economias de escala e que as ind´ustrias ustrias s˜ ao ao individualistas (inward-looking (inward-looking ), ), as as for¸cas cas que atraem s˜ ao: ao: • Bom acesso aos consumidores, levando a um melhor acesso ao mercado
dom´ do m´esti es tico co.. oximas acabam fazendo produtos intermedi´arios, oximas arios, sejam para inpara in• Firmas pr´ puts ou ou para consumo.
30
backward and forward linkages, linkages, isto Todas essas raz˜ oes oes s˜aaoo backward i sto ´e, e, s˜ao ao conex˜oes oes entre consumidores e produtores, e vice-versa. Tais raz˜oes surgem da intera¸c˜ c˜aaoo as economias de escala, uma vez que ´e melhor estar em apenas uma localidade (geram custos decrescentes), a produ¸c˜ c˜ao ao voltada volta da para par a o mercado dom´estico estico e os custos custos de transporte. transporte. Apesar Apes ar dos do s benef b enef´´ıcios da concentra¸ co ncentra¸c˜ cao, a˜o, essas metr´opoles opoles n˜ ao ao concentrariam TODAS as pessoas de um pa´ıs ıs num s´o local devido `as for¸ as for¸ cas cas repelentes: repelentes: • Aluguel (espa¸co) co) maior.
em de pagar paga r sal´ s al´arios arios mais altos. altos. • Tˆem • Congestionamento. • Polui¸ c˜ c˜ao. ao.
9.2 9.2
Resu Result ltado adoss
Pelo modelo apresentado pelo autor, em uma economia relativamente fechada, fechada, os backwar backward d and forward forward linkages linkages s˜ao ao fortes o suficiente para criar e desenvolver uma grande megal´opole. opole. Confor Conforme me a econom economia ia vai se abrindo abrindo (reduz (reduz cas centr´ centr´ıpetas se enfraquecem e as for¸cas cas centr´ centr´ıfugas se fortaleρ)10 , tais for¸cas cem, desenhando um cen´ario ario menos concentrado (primeiramente (primeiramente poss´ poss´ıvel, depois necess´ necess´ ario). ario). Portanto, o tamanho das megal´opoles opoles resulta de um processo auto-refor¸cado cado pela aglomera¸c˜ c˜ao. ao. Isto ´e, e, ` a medida medida que a economia economia vai se abrindo abrindo, ela se distancia dos produtos intermedi´arios, arios, que importa, e do consumidor, para quem exporta. H´ a uma quebra no backward and forward linkages. linkages . Al´em em disso, quando um trabalhador mora longe da concentra¸c˜ cao, a˜o, ele tem menores custos de aluguel, por´em em tem um custo de se deslocar at´ e o centro.
10
A Economi Eco nomia a Pol´ Pol´ıtica ıtic a do Com´ Co m´ ercio erci o
Grossman, G.; E. Helpman (1994). ”Protection for Sale”. Em democracias representativas, representativas, os governos governos escolhem a pol´ pol´ıtica econˆomica omica internacional com base n˜ao ao apenas no bem-estar geral do eleitorado em si, mas tamb´ tamb´ em em em grupos de interesse interesse (lobby). (lobby). Por sua vez, vez, os lobistas lobistas contribu contribuem em financeiram financeirament entee para partidos partidos pol´ pol´ıticos, ıticos, que, em troca, lhes prometem prometem maior n´ıvel de welfare esperado. esp erado. Para isso, os partidos se utilizam desses recusros em campanhas eleitorais para se reelegerem. O artigo est´a interessado em saber quais grupos de interesse ser˜ao bemsucedidos em capturar benef´ benef´ıcios privados por p or meio do processo pol´ pol´ıtico (equilibrium structure of trade protection ). protection ). 10
Quanto menor ρ , mai s bem dividia ´e a produ¸c˜ c˜ ao ao dentro do pa´ ıs. ıs.
31
10.1 10.1
Mode Modelo lo
No modelo apresentado, sendo uma economia pequena e competitiva, os donos dos fatores espec´ıficos ıficos de produ¸ pr odu¸c˜ c˜ao ao de cada bem se unem para formar grupos de interesse. interesse. Formados esses grupos, grup os, o governo maximiza o suporte pol p ol´´ıtico composto pelo bem-estar do grupo de interesse e pela perda proveniente da pol´ıtica ıtica imposta, impos ta, com a inten¸c˜ cao a˜o de se reeleger. A fun¸c˜ cao ˜ objetivo do governo consiste em uma m´ edia edia ponderada do total de contribui¸c˜ c˜ oes + o bem-estar agregado da popula¸c˜ oes cao (voters), a ˜o (voters), sendo a o peso para a importˆancia ancia dada `a popula¸c˜ c˜ao ao n˜ao ao representada por um lobby 11 O lobista, por sua vez, deve maximizar o bem-estar total de seus membros, isto is to ´e, e, sua su a renda + excedente do consumidor - contribui¸c˜ coes. o ˜es. Os lobis lobis-tas se beneficiam de qualquer aumento do pre¸co dom´ d om´ estico estico de bens b ens produzidos produ zidos por uma ind´ ustria organizada (bens que geram seu lucro), enquanto se beneustria ficiam tamb´em em da redu¸c˜ c˜ao ao do pre¸cos cos dos bens produzidos por uma ind´ ustria ustria desorganizada (bens que consomem).
10.2 10.2
Resu Result ltad ados os
Caso os lobistas fa¸cam cam contribui¸c˜ c˜oes oes fora fo ra do ponto de equil´ eq uil´ıbrio, ıbrio , ent˜ao ao o governo escolher´ a um n´ıvel de imposto impos to e subs´ıdio ıdio que satisfa¸ satisfa ¸ca: ca: tio /(1 + tio ) = (I i − αL )/(a + αL ) ∗ (z (zio /eio ) Em que tio s˜ao ao as tarifas e subs´ subs´ıdios; eio ´e a elasticidade da demanda por p or o importa¸c˜ c˜ao ao e zi ´e uma proxy para poder pod er pol´ıtico ıtico do setor. Al´em em disso, I i ´e o n´ıvel de organiz org aniza¸ a¸c˜ cao a˜o do setor (1 se setor organizado que participa do lobby, 0 se n˜ ao ao organizado); a organizado); a ´ ´e o quanto o governo governo se preocupa com a popula¸ p opula¸c˜ c˜ao ao e α L ´e a fra¸c˜ cao ˜ao do total da popula¸c˜ c˜ao ao de eleitores que ´e representado representado por um lobby. lobby. Efeitos • Se a Se a ↑ (governo se preocupa mais com a popula¸c˜ ao), ao), ent˜aao t o t diminui diminui (tende
para livre liv re com´ c om´ercio). erci o). • Ainda que a = 0, os lobbi lobbies es n˜ ao ao desejar˜ desejar˜ ao ao altas altas distor¸ distor¸ c˜ c˜oes, oes, pois eles
tamb´ ta mb´em em s˜ao ao consumidores. ıs ´e muito mui to sens´ se ns´ıvel ıve l `as as varia¸c˜ coes o˜es de pre¸cos cos das importa¸c˜ c˜oes oes (e (eio ↑), • Se o pa´ıs ent˜ao ao as tarifas diminuem, para gerar menos distor¸c˜ oes. oes. Quanto Quanto maiores maiores as distor¸c˜ c˜oes oes que seriam seriam geradas geradas pelas tarifas, tarifas, mais dif´ dif´ıcil conven convencer cer o governo a aument´a-las. a-las. Lobby dever´a contribuir com montantes maiores. • Se I Se I i = 1, o setor organizado tem mais chances de ”conversar” com o gov-
erno para aumentar as tarifas (equa¸c˜ ao ao positiva); j´a se I se I i = 0, os lobistas desejar˜ ao ao um subs´ subs´ıdio para as importa¸c˜ coes o˜es dos setores n˜ao ao organizados, 11
a
Caso a → ∞, isso isso implic implica a que o govern governo o se importa bastant bastantee com a popula¸ popula¸ c˜ c˜ ao; a o; caso caso 0, ent˜ ao ao o governo s´ o se importa com os lobistas.
→
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pois os lobbies s˜ao ao consumidores e querem pre¸cos cos menores para os produtos que consomem. (equa¸c˜ cao ˜ao negativa). Se I i = 1 e α e αL = 1, ent˜ao ao todos os setores ter˜ao ao lobby v˜ao ao querer aumentar • Se I as tarifas do seu setor e diminuir diminuir a dos outros setores. setores. No fim, o gov governo erno ganha altas contribui¸c˜ c˜oes oes e n˜ao ao precisa fazer nada (n˜ao ao haver´a efeito e o com´erci er cioo ser´ se r´a livre). • Se α Se α L = 0, ent˜ao ao n˜ao ao haver´a tarifas sobre os bens.
c˜oes oes representarem grande parte do output ((zzio ↓), as tari• Se as importa¸c˜ fas ser˜ao ao menores (para n˜ao ao prejudicar as importa¸c˜ coes). ˜oes). Caso a ind´ ustria ustria o dom´estica est ica seja forte fort e ( zi ↑), o governo governo vai querer proteger mais essa ind´ ind ´ustria, ustria, e portanto, as tarifas ser˜ao ao maiores.
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