Trabalho de Aquicultura Professor: Ricardo Luiz Wagner Aluno: Marco Kaleb Machado Cunha Aqüicultura:
É o processo de produção de organismos aquáticos em cativeiro, peixes, crustáceos, moluscos, quelônios e anfíbios. Pode ser realizado no mar (maricultura) ou em águas continentais (aqüicultura continental). Raceways:
O sistema raceway se baseia no princípio da alta troca de água dos tanques. Ele permite realizar de uma a vinte trocas totais por hora, com adequados padrões de qualidade de água e máxima produção por área. Dentre os vários formatos que os tanques podem apresentar, os mais comuns são os retangulares e circulares, que possuem grande capacidade de suporte (60 a 200 Kg/m3) encontraram ótimo desempenho produtivo com tilápias, na fase de engorda, na densidade final de 67,8 Kg/m3. Reprodução da tilápia:
A tilápia primeiro vai preparar seu ninho para sua ninhada. É sempre uma área limpa na superfície, em água rasa onde o nde a quantidade de oxigênio é abundante. A fêmea então deposita seus ovos no ninho, alcançando em número entre uma dúzia a mais de 2000. Nas espécies que protegem sua cria com co m a boca, o macho fertiliza os ovos e então os pega em sua boca e a incubação oral toma lugar. Isso ajuda os ovos a ficarem altamente oxigenados e os previne de serem atacados por bactérias e fungos. O macho mantém os ovos aerados e livres de bactéria e fungos fazendo a água correr sobre os ovos em sua boca e para fora abaixo das guelras que os cobrem constantemente. Pesca extrativa:
È a retirada de organismos aquáticos da natureza, podendo ser em escala artesanal ou industrial. Quando ocorre no mar é denominada pesca extrativa marinha, quando em águas continentais é denominada pesca extrativa continental. O consumo global per capita em 1961 era de 9 kg por habitante, passando a 16,5 kg em 2003. Nos países industrializados, o consumo de pescados aumentou de 13 milhões de toneladas em
1961 para 27 milhões em 2003, com um aumento no consumo per capita de 20 para 29,7 kg (FAO, 2007). A distribuição heterogênea no consumo de peixes no mundo é marcante. As diferenças ocorrem entre continentes, países ou mesmo entre regiões, sendo que o consumo per capita pode variar de menos de 1kg a mais de 100kg dependendo do costume, disponibilidade e acesso do mercado consumidor ao produto. Sistemas de recirculação de água:
A recirculação, como o nome diz, é uma forma de cultivo em que a água após passar pelos tanques de produção, segue para o tratamento em filtros mecânico e biológico, retornando ao sistema por bombeamento. A única água nova que entra é aquela para repor a que se perde durante os processos de tratamento e por evaporação. Essas perdas devem ser em torno de 5% do volume total do sistema por dia, variando de 2 a 10%. A temperatura da água, os níveis de oxigênio dissolvido, a amônia e o nitrito são controlados pela combinação de troca de água, aeração e biofiltração. Dessa forma, é possível manter sempre um alto fluxo de água passando no sistema sem que seja necessário gasto de água nova e sem que os elementos poluidores sejam lançados para o meio ambiente. Despesca:
A despesca é a atividade de retirada dos peixes dos viveiros após determinado período predeterminado, quando estes atingem o peso e conversão ideal. Há dois tipos de despesca, a total e a parcial. O objetivo do presente perfil é trabalhar com a hipótese de realização apenas da despesca total. Todavia, quando o mercado assim o determinar, ou quando por algum motivo os peixes não apresentarem crescimento uniforme, poderá ser adotado a despesca parcial. Peixes Híbridos:
As justificativas para se produzir um híbrido na piscicultura, são as seguintes: diminuir o tempo de engorda (ganho de peso mais rápido), obter populações monossexo sem a utilização de hormônios, obterem indivíduos mais dóceis e aptos ao manuseio comum na piscicultura, aumentar a resistência à patógenos e a certas condições ambientais, como salinidade, temperaturas altas ou baixas, baixos teores de oxigênio dissolvido, etc... Estas características são alcançadas graças à heterose ou vigor híbrido, ou seja, quando os descendentes provenientes destes
cruzamentos apresentam desempenho maior que a média dos progenitores. Desta forma quanto maior for a divergência genética entre os progenitores, a heterose será mais expressiva. Melhoramento Genético de Peixes:
O desenvolvimento de programas de melhoramento genético em peixes é realizado desde a década de 1970, inicialmente com salmões e trutas obtendo resultados, em termos de ganho genético similares aos de culturas tradicionais como, por exemplo, a variedade melhorada de salmão norueguês, com produção aumentada em mais de 60% e redução do custo médio de produção em mais de 65% de 1985 a 1995 e ainda mais recentemente em espécies tropicais como a tilápia e a carpa. No início deste século, nos anos de 2002 e 2005, foram introduzidas duas linhagens resultantes de programas de melhoramento, a tilápia GenoMar Supreme (GST), produzida por uma empresa Norueguesa – Genomar e introduzida no Brasil pela piscicultura Aquabel e a tilápia GIFT (Genetically Improved Farmed Tilápia) - originária da Malásia, desenvolvida inicialmente pelo ICLARM (International Center for Living Aquatic Resources Management), atual WorldFish Center. A linhagem GIFT foi desenvolvida a partir de 20 anos de seleção, onde foram envolvidas quatro linhagens silvestres de tilápias capturadas em 1988-1989 no Egito, Gana, Quênia e Senegal, e quatro linhagens confinadas, introduzidas nas Filipinas de 1979 a 1984, de Israel, Singapura, Tailândia e Taiwan (BENTSEN, et al., 1998). Foi, então, a partir de um convênio formado entre a Universidade Estadual de Maringá e o WorldFisch Center (Malásia), com apoio da Secretaria de Pesca e aqüicultura (MPA), que em 2005 foram transferidas 30 famílias da linhagem GIFT de tilápia do Nilo, (com aproximadamente 20 indivíduos por família) para o Brasil, e assim se iniciou o programa de melhoramento genético de tilápias em Maringá – PR. Processamento da Carne de Peixe:
O processamento mais aplicado aos peixes comercializados nas peixarias e supermercados é o simples abate, resfriamento ou congelamento, não agregando muito valor ao produto. Entretanto, o peixe propicia diferentes graus de processamento altamente sofisticado. Várias técnicas de processamento podem ser aplicadas aos pescados, visando a sua conservação. A industrialização do peixe se faz através de cortes especiais, conforme a espécie, podendo produzir filés, postas, enlatados e diversos outros tipos
similares àqueles feitos com a carne bovina (embutidos, hambúrgueres, patês). Obtêm-se ainda outros aproveitamentos da carcaça para a produção de farinha de peixe de uso humano (merenda escolar, fabricação de macarrão e pão, complemento de vitaminas). Atualmente, a maior parte da farinha de peixe consumida no Brasil é importada dos Estados Unidos, Canadá e Europa. Há ainda o aproveitamento da carcaça do peixe na fabricação de ração animal e o uso do couro do peixe para a confecção de roupas e calçados, entre outros. Cada tipo de processamento pode ser realizado de acordo com as espécies trabalhadas. Peixes como o pintado e a tilápia são excelentes para a produção de filés, por não apresentarem grande número de espinhas. Peixes nativos como o pacu, o piauçú e o curimbatá podem ser desossados mecanicamente, produzindo matéria-prima para vários produtos como hambúrgueres, croquetes, linguiça, empanados e outros. Estatisticas:
Atualmente a aquicultura representa cerca de 33,5% da produção de pescado produzido no país, com destaque para os estados produtores do Ceará, o maior produtor aquícola do Brasil, destacando-se as tilápias e camarão marinho. Santa Catarina é o maior produtor de mexilhões e ostras, e Rio Grande do Sul ocupa o primeiro lugar na produção de peixes de água doce. A aquicultura é um grande negócio, crescente no Brasil, a exemplo do que ocorre no cenário internacional. O nosso modelo é motivo de estudo em outros países que já têm tradição pesqueira, como a Noruega. O desenvolvimento dessa atividade em complexos hidrelétricos no país também é destaque. Temos, hoje, exemplos de criadouros em tanques-rede, que aliam a economia sustentável com a geração de emprego e renda, de maneira ordenada.