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Fazenda Ilha Grande
APRESENTAÇÃO Este documento apresenta as informações necessárias para nortear ações visando a reconstituição da flora na área de reserva legal da Fazenda Ilha Grande, zona rural do município de Governador Valadares. Adicionalmente apresenta os aspectos ambientais existentes na referida fazenda, bem como as propostas de medidas mitigadoras voltadas para garantir a proteção dos solos e conservação da água e ampliar as condições favoráveis para a conservação da biodiversidade local. 1. DA ÁREA DO EMPREENDIMENTO 1.1. Informações Gerais 1.1.1. Do Empreendedor Hugo Alexandre Resende Rua Israel Pinheiro, nº 2229, Bairro São Pedro, Governador Valadares - MG, CEP: 35.020-220.
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A área do empreendimento refere-se a Fazenda Ilha Grande, situada na zona rural do município de Governador Valadares, cuja área total é de 39,2348 hectares e áreas produtivas onde pratica-se a silvicultura de eucalipto totalizam 25,7934 hectares. 1.1.2.2. Descrição do Empreendimento O empreendimento refere-se a uma fazenda situada na zona rural do município de Governador Valadares, que tem como objetivo econômico principal a silvicultura de eucalipto para produção de madeira a ser comercializada para produção de celulose, cujos plantios são fomentados por indústria situada na região. Os demais usos do solo existentes na referida fazenda, são infraestrutura de estradas associada à atividade silvicultural, terras sob linhas de transmissão de energia elétrica e, em pequena proporção, áreas remanescente que objetivam a conservação ambiental. 1.1.2.3. Roteiro de Acesso O acesso à Fazenda Ilha Grande se dá, partindo de Governador Valadares em direção
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1.1.2.4. Área Total da Propriedade A Fazenda Ilha Grande possui uma área total de 39,2348 hectares (Trinta e nove hectares, vinte e três ares e 48 centiares). 1.1.2.5. Área de Intervenção e do Empreendimento A área de intervenção considera aquelas áreas onde serão realizadas as ações de reconstituição da flora, que totalizam 8,2713 hectares e correspondem à integralidade da área de reserva legal da propriedade. A área do empreendimento, por se tratar de propriedade rural, considera todas as áreas da propriedade com usos econômicos, que totalizam 25,7934 hectares. 1.1.2.6. Localização das Áreas de Interferência na Vegetação As áreas de interferência na vegetação estão inseridas na área de reserva legal da
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2. OBJETIVOS DO EMPREENDIMENTO 2.1. Geral O empreendimento denominado Fazenda Ilha Grande objetiva a produção silvicultural em uma área de 25,7934 hectares, onde é cultivado eucalipto a ser comercializado para indústria de celulose e para outros usos, tais como construção civil, construção de cerca, produção de carvão vegetal e comercialização como lenha. 2.2. Específicos Produção madeireira; Conservação de vegetação nativa; Conservação de fauna nativa; Conservação de recursos hídricos; Conservação de solos.
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3. CARACTERIZAÇÃO GERAL 3.1. Caracterização Edáfica 3.1.1. Tipos de Solos e Processos Erosivos Em toda a extensão da Fazenda Ilha Grande os solos são profundos e bem estruturados, predominado latossolos. Pontualmente ocorrem cambissolos com abrangência muito restrita. Existem processos erosivos significativos e de grande porte com formação de ravinas. Estas ravinas originaram-se a partir do uso pastoril intensivo, que foi abolido na propriedade. Contribuiu também para a formação das ravinas os incêndios florestais que ocorreram na propriedade, devido, sobretudo à proximidade desta com a rodovia BR 381. Atualmente, com a reversão das pastagens para a atividade silvicultural, eliminou-se o pisoteio e compactação causada pelos animais, ampliando a infiltração de água no solo com conseqüente estabilização das erosões.
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O clima regional tem como característica marcante a ocorrência de duas estações principais, assim definidas: Um verão quente, com chuvas intensas e um inverno ameno, muito seco. Esta característica do clima regional é comum em quase todo o Estado de Minas Gerais quando as máximas temperaturas ocorrem nos meses de outubro a março e as mínimas ocorrem nos meses de maio a agosto. 3.3.1. Clima Local O clima de Governador Valadares caracteriza-se pela presença de invernos secos e verões chuvosos e, é classificado como Aw, conforme a classificação de Köppen (tropical chuvoso). Possui média anual de precipitação da ordem de 1.350 mm, sendo as chuvas praticamente concentradas de outubro a março (estação chuvosa), podendo ocorrer períodos superior a um mês sem chuvas no inverno (estação seca). No mês mais frio (julho) ocorrem mínimas de 25°C e nos meses mais quentes (dezembro e janeiro) ocorrem máximas de 42.5ºC. A temperatura média anual é de 33,4ºC, a média máxima anual é de 42,5ºC e média mínima anual é de 25,3ºC. Há em Governador Valadares uma região com o clima temperado, denominada Pico
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Em grande parte da região onde se insere a Fazenda Ilha Grande ocorrem ambientes alterados pela ocupação antrópica, onde predominam atividades agropastoris, sobretudo a pecuária bovina. Nestes locais as condições para a existência de populações da fauna silvestre são limitadas, favorecendo apenas aqueles grupos de espécies mais adaptadas às áreas antropizadas. Neste grupo estão incluídas as aves que ocupam áreas abertas, como pássaros, urubus, anus, gaviões, corujas e andorinhas. Ainda neste grupo, os mamíferos são representados por pequenos roedores, cachorros-do-mato, tapeti, gambás e tatus. 3.4.2. Flora A vegetação original da região onde se insere o município de Governador Valadares, Estado de Minas Gerais, recebeu diferentes denominações segundo cada classificação proposta. O Atlas Florestal do Brasil, empregando classificação de HENRIQUE VELOSO (1966), denominou-a Floresta Pluvial Estacional Tropical. De acordo com a classificação do Projeto RADAM (1982), tratava-se de uma Floresta
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A Figura 2 apresenta as tipologias vegetais da Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais e a localização do município de Governador Valadares.
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4. ALTERAÇÕES NO MEIO AMBIENTE É consenso que as intervenções antrópicas trazem impactos ambientais, tanto negativos quanto positivos e benefícios sócio-econômicos. Todavia, os impactos ambientais negativos podem ser minimizados e aqueles positivos podem ser potencializados. Adicionalmente, pode-se ainda compensar aqueles impactos ambientais negativos que não podem ser integralmente eliminados. No empreendimento a que se refere este PTRF ocorrerão apenas intervenções que impactarão positivamente o meio ambiente, significando importantes melhorias das condições ambientais, notadamente devido às ações voltadas para a recuperação da vegetação arbórea nativa na área de reserva legal. As intervenções, sobretudo na fase de implantação, quando os impactos são mais significativos, são qualificadas com relação aos efeitos sobre os fatores ambientais dos meios físico, biótico e sócio-econômico. A avaliação adotada consiste em listar os impactos pertinentes das intervenções, atribuindo-lhes critérios de valor. Os critérios adotados na avaliação foram: Probabilidade de ocorrência: confronta o impacto com as intervenções do
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•
c) Magnitude: desprezível.
•
d) Transitoriedade: temporário.
Minimização de processos erosivos e assoreamentos; •
a) Probabilidade de ocorrência: alta, considerando que as intervenções consistem em aumentar a proteção dos solos.
•
b) Caráter: positivo.
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c) Magnitude: média.
•
d) Transitoriedade: permanente.
4.2. Danos Biológicos: Fauna e Flora Remoção da vegetação nativa, para realização do empreendimento; •
a) Probabilidade de ocorrência: desprezível, considerando que a vegetação nativa que poderá ser alterada é representada apenas por espécies herbáceas e arbustivas.
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5. PROJETO TÉCNICO DE RECONSTITUIÇÃO DA FLORA - PTRF 5.1. Justificativas do PTRF A execução do PTRF consiste em medida que visa mitigar os impactos de intervenções ambientais e sua elaboração é necessária para documentar as ações que deverão ser implantadas visando a reconstituição da flora e permitir a orientação dos monitoramentos de tais ações. A autorização para intervenção ambiental e a supressão de vegetação prevêem a apresentação do Projeto Técnico de Reconstituição da Flora - PTRF. O PTRF fornece as diretrizes para realização da reconstituição da vegetação, visando, além de vários aspectos voltados para a mitigação e compensação ambiental, a busca da sustentabilidade das atividades econômicas realizadas nas propriedades rurais. 5.2. Reconstituição da Flora 5.2.1. Definição da Área de Reconstituição da Flora
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de espécies arbóreas. Este processo pode demorar décadas para o estabelecimento de vegetação arbórea em uma área, principalmente em locais distantes de fontes de propágulos naturais e com alta incidência de espécies vegetais invasoras, como capins e plantas daninhas. A sucessão ecológica refere-se a uma seqüência de mudanças estruturais e funcionais que ocorrem nas comunidades vegetais. Estas mudanças que, em muitos casos, seguem padrões definidos, são fundamentadas por conceitos ecológicos importantes, quais sejam: a) Sucessão primária: Ocorre em substratos recém-formados. Envolve modificações substanciais no ambiente causadas direta ou indiretamente pelos organismos pioneiros. b) Sucessão secundária: Ocorre em comunidades preexistentes seguindo um certo distúrbio natural ou não. c) Estágio sucessional: Toda seqüência sucessional envolve a existência de estágios mais ou menos definidos ao que se convencionou chamar de estágio sucessional. O ponto de convergência seria o estágio final ou clímax. Cada região tem um clímax definido basicamente pelas condições climáticas regionais, condições edáficas,
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leucocephala ), que possui alto poder de infestação e a espécie angico ( Anadenanthera macrocarpa ) que apresenta restrições para a regeneração de outras espécies vegetais
na proximidade de sua projeção de copa, devido a efeitos alelopáticos. Na Fazenda Ilha Grande há um grande potencial de regeneração natural de espécies arbóreas e as áreas a serem reconstituídas já possuem árvores isoladas que atraem aves silvestres. Este fato potencializa o processo de regeneração natural devido ao aporte de propágulos vegetais trazidos pelas aves. Como ação principal para promoção da regeneração natural deve ser garantido o isolamento das áreas a serem recuperadas visando bloquear o pastoreio de bovinos, que danifica a regeneração natural e compacta o solo, o que faz aumentar o escoamento superficial das águas pluviais, acarretando aumento de processos erosivos. Após esta etapa devem ser interrompidas as atividades de roçadas nas áreas com pastagens visando aumentar o volume da cobertura vegetal. Após o término desta etapa, que deverá ter duração de pelo menos um ano, uma avaliação deverá ser feita para determinar o espaçamento médio da regeneração natural das espécies arbóreas. Caso seja encontrado um número menor que uma árvore em regeneração a cada vinte e cinco metros quadrados, recomenda-se a realização de
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5.3.2.1. Desvio do Escoamento Superficial de Águas Pluviais Esta ação deve ser feita por meio da construção de canais para desvio de águas pluviais. Estes canais devem ser construídos em nível, de forma que, após o recebimento das águas, possibilite também a infiltração no solo. A quantidade de canais a serem construídos dependerá da infiltração de água à montante das erosões e ravinas. Recomenda-se construir canais com profundidade de aproximadamente 30 centímetros e com distância entre canais de cerca de cinco metros. Durante a estação chuvosa deve-se observar se ocorre o transbordo de águas nestes canais e, se sim, deve-se proceder duas medidas fundamentais, quais sejam: ampliar o comprimento dos canais e construir novos canais à montante. 5.3.2.2. Disposição de Material de Roçada no Interior das Erosões A condução da regeneração natural prevê a realização de roçadas para diminuir a competição de plantas invasoras (gramíneas, cipós, ervas e arbustos). O material vegetal gerado pelas roçadas deve ser lançado no interior das erosões e ravinas,
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Rápido desenvolvimento;
•
Fácil propagação;
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Baixo custo de implantação;
•
Pouca exigência nas condições dos solos;
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Pouca exigência de manutenção.
a) Seleção das Espécies Herbáceas A seleção das espécies baseou-se em critérios de adaptabilidade edafoclimática, rusticidade, capacidade de reprodução e perfilhamento, velocidade de crescimento e facilidade de obtenção de sementes. As espécies herbáceas selecionadas pertencem a duas famílias botânicas, Gramineae (Poaceae) e Leguminosae (Fabaceae), que possuem as seguintes características de interesse: Gramíneas Apresentam crescimento rápido, baixa exigência em fertilidade do substrato e alta capacidade de perfilhamento. Contribui para a estabilidade do sistema através do
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apresenta uma lista de espécies de gramíneas e leguminosas recomendadas para hidrossemeadura e as quantidades de sementes a serem semeadas por hectare. Quadro 1. Relação de espécies recomendadas para revegetação e quantidades de sementes a serem utilizadas. QUANTIDADE DE SEMENTE – (Kg / ha)
NOME COMUM NOME CIENTÍFICO
FAMÍLIA
Aveia-preta
Avena strigosa
Gramineae
15
Braquiária
Brachiaria decumbens
Gramineae
30
Feijão-guandu
Cajanus cajan
Leguminosae
15
Crotalária
Crotalaria spectabilis
Leguminosae
10
As sementes a serem utilizadas deverão ter poder germinativo mínimo de 80%, devendo-se, se necessário, aumentar as quantidade preconizadas no Quadro 1 visando obter esse percentual. b) Técnica de Semeio Manual
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Estas árvores poderão ser plantadas em espaçamento de 1,5 por 1,5 metros ao longo do fundo das ravinas. 5.3.3. Plantio de Árvores Nativas 5.3.3.1. Áreas de Plantio de Enriquecimento As áreas onde poderão ser plantadas árvores nativas serão as clareiras onde a regeneração natural de vegetação arbórea não for bem sucedida. Após a avaliação da necessidade de plantio, que deverá ocorrer decorrido pelo menos um ano após o isolamento da área, serão identificados os locais adequados para o plantio de enriquecimento. 5.3.3.2. Relação de Espécies Arbóreas para Plantio de Enriquecimento No Quadro 2 estão listadas as espécies recomendadas para plantio de enriquecimento em áreas situadas em encostas em solos bem drenados ou secos. Estas espécies
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Quadro 2. Relação de espécies arbóreas recomendadas para plantio em áreas degradadas. NOME COMUM NOME CIENT FICO
FAM LIA
ECOFISIOLOGIA
Aleluia
Senna multijuga (Rich.) Irwin et Barn.
Fabaceae
Secundária
Araçá
Psidium cattleianum Sabine
Myrtaceae
Pioneira
Araticum
Rollinia silvatica (St.Hill.)Mart
Annonaceae
Secundária
Aroeirinha
Schinus terebinthifolius Raddi
Anacardiaceae
Pioneira
Canafístula
Cassia ferruginea (Schrad.) Schrad. ex DC.
Fabaceae
Secundária
Caroba
Jacaranda cuspidifolia Mat.
Bignoniaceae
Secundária
Cassia
Cassia lepdophylla Vog.
Fabaceae
Secundária
Caviúna
Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth.
Fabaceae
Secundária
Cedro
Cedrela fissilis Vell.
Meliaceae
Clímax
Copaíba
Copaifera langsdorffii Desf.
Fabaceae
Secundária
Embaúba
Cecropia hololeuca Miq.
Cecropiaceae
Pioneira
Embaúba
Cecropia pachystachya Trec
Cecropiaceae
Pioneira
Farinha-seca
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub.
Fabaceae
Pioneira
Fedegoso
Senna macranthera (Collad.) Irwin
Fabaceae
Pioneira
Goiaba
Psidium guajava L
Myrtaceae
Pioneira
Ipê-branco
Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sand
Bignoniaceae
Secundária
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a) Materiais necessários Mudas de espécies nativas; Composto orgânico ou fosfato natural e calcário; EPI (perneiras / botinas etc.); Isca formicida (Sulfluramida, faixa verde ou de baixa toxicidade); Ferramentas (enxadas, foices e enxadões); •
•
•
•
•
b) Limpeza da área A limpeza da área deve ser criteriosa, de forma a aproveitar a vegetação arbórea nativa bem como a regeneração natural existente na área. Nos locais das covas realizar o coroamento, eliminando cipós, capim, e vegetação herbácea. c) Controle de formigas cortadeiras Deverá ser feito controle de formigas cortadeiras na área para que estas não comprometam o sucesso do plantio. A quantidade e forma de aplicação do formicida serão indicadas mediante vistoria técnica na área na ocasião do plantio, seguindo os procedimentos adequados e observância ao receituário agronômico. O formicida
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Figura 3. Distribuição espacial recomendada para o plantio das mudas de acordo com a ecofisiologia das espécies a serem plantadas, em que: P = espécie pioneira; S = espécie secundária; e C = espécie clímax.
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f) Coroamento Consiste na eliminação da vegetação, num raio de 50 cm ao redor das mudas para protegê-las de espécies invasoras, evitando a competição por luz, água e nutrientes. Esta etapa é fundamental para o estabelecimento das mudas. O coroamento contribui também para o aumento da porosidade do solo na região da muda. Este coroamento deve ser feito com enxada e a vegetação cortada deve ser colocada sobre o solo para mantê-lo protegido contra o impacto de águas pluviais e da insolação. g) Plantio As mudas devem ser plantadas evitando-se quebrar o torrão, na vertical, com o torrão ficando totalmente coberto e formando um pequeno abaulamento ao redor das mesmas para facilitar o acúmulo de água e a infiltração na região da cova. h) Adubação Para o estabelecimento e desenvolvimento das mudas recomenda-se aplicar o adubo NPK 6-30-6, até 30 dias após o plantio das mudas, na dosagem de 200 gramas por planta, divididas em duas porções e distribuídas em duas covetas laterais ao lado da
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i) Replantio Dois meses após o plantio, replantar as mudas que morrerem, preferencialmente das mesmas espécies anteriormente plantadas ou do mesmo grupo ecofisiológico. j) Manutenção Aos um, dois e três anos após o plantio, serão feitas vistorias na área. Nesta ocasião, serão identificadas necessidades de capina em coroamento para suprimir a vegetação invasora, de roçadas de cipós e outras plantas indesejáveis e de controlar novamente a infestação de formigas cortadeiras. 6. QUANTIDADE DE MUDAS A PLANTAR A quantidade de mudas a serem plantadas dependerá da avaliação do processo de regeneração, que deverá ocorrer após pelo menos um ano de isolamento da área. Considerando que as áreas a serem recuperadas possuem alta resiliência, o bloqueio de fatores que impedem a regeneração natural, como o controle de formigas cortadeiras, a proteção contra incêndios florestais e o impedimento da entrada de
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7. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO As ações visando à reconstituição da flora na área de reserva legal da Fazenda Ilha Grande, propostas neste Projeto Técnico de Reconstituição da Flora, caso sejam validadas pelo Instituto Estadual de Florestas, serão implantadas conforme o cronograma apresentado a seguir: PRIMEIRA ETAPA ATIVIDADES
2012 J
F
M
A
M
J
J
A
S
O
N
D
A
S
O
N
D
Isolamento das áreas Controle de ervas daminhas e capins Controle de formigas cortadeiras SEGUNDA ETAPA ATIVIDADES Avaliação da regeneração natural
2013 J
F
M
A
M
J
J
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8. METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE RESULTADOS A avaliação da efetividade das ações que compõem a técnica de regeneração natural deverá ocorrer após a passagem de pelo menos um período chuvoso após a aplicação da referida técnica. Esta avaliação deverá preceder o próximo período chuvoso e, se o resultado julgar ser necessária a realização de plantio de enriquecimento, deverá haver tempo hábil para o preparo do solo para realização deste plantio. Esta avaliação deverá ser feita por meio da contagem de árvores em regeneração em parcelas de 200 metros quadrados (10 x 20 metros). Caso o número de árvores em regeneração seja menor que uma árvore a cada vinte e cinco metros quadrados, recomenda-se a realização de plantio de enriquecimento nos locais onde ocorrerem clareiras. Caso a avaliação indique a necessidade de realizar plantio de enriquecimento, este deverá ser avaliado de seis em seis meses durante os dois primeiros anos. Nestas ocasiões, deverão ser observados o desenvolvimento das mudas, a ocorrência de formigas e a necessidade de controle, a necessidade de roçadas e de coroamento. É importante o registro fotográfico da situação inicial das áreas a serem recuperadas
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9. LITERATURA CONSULTADA ANDRADE, M. A., Aves Silvestres de Minas Gerais. 1998. CARVALHO, André, (org.). Enciclopédia dos Municípios Mineiros. Ed. Armazém das Idéias, vol. 1, Belo Horizonte, 1998. p. 183. CONSERVATION INTERNATIONAL. Planejando paisagens sustentáveis: A Mata Atlântica brasileira. Conservation International. Center for Applied Biodiversity Science. 27 p. 2001. CULLEN Jr. et al . 2004. Métodos de Estudo em Biologia da Conservação e Manejo da Vida Silvestre. Ed. UFPR; Fundação Boticário de Proteção à Natureza. DRUMMOND et al ., 2005. Biodiversidade em Minas Gerais - Um Atlas Para Sua Conservação. 2005. Belo Horizonte: Fundação Biodiversitas, 94p.
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LANA, J. M. Ecologia da paisagem de Mata Atlântica na bacia do Rio Doce, Estado de Minas Gerais. 2006. 129 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, 2006. METZGER, J.P. Estrutura da paisagem e fragmentação: análise bibliográfica . Anais da Academia Brasileira de Ciências. V. 71 n. 3-1. p. 445-463. 1999. METZGER, J.P. O que é ecologia de paisagens. Biotaneotropica. V. 1 n.1 p. 1-9. 2001. MMA. Fragmentação de Ecossistemas: Causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas. Marçal, D.M. & OLIVEIRA, D.A.S. (orgs.) Brasília: MMA/SBF, 2003. MOREIRA, J. L. B. Estudo da Distribuição espacial das Chuvas em Minas Gerais . UFMG, Belo Horizonte, Abril de 2002. Dissertação de Mestrado.
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