Parmênides INTRODUÇÃO A passagem da consciência mítica e religiosa para a consciência racional e filosófica não foi feita de um salto. Esses dois tipos de consciência coexistiram na sociedade grega. De acordo com os conhecimentos históricos, a fase inaugural da filosofia grega, onde Parmênides está inserido, é conhecida como período pré-socrático. Esse período abrange o conjunto das reflexões filosóficas desenvolvidas desde Tales de Mileto (623546 a.C.) até Sócrates (468-399 a.C.). Os antigos filósofos se preocupavam em buscar os caminhos da verdade filosófica e suas correlações com a palavra, ou seja, procuravam o significado do não-oculto, nãoescondido, não-dissimulado. não-dissimulado. O verdadeiro é o que se manifesta aos olhos do corpo e do espírito; a verdade é a manifestação daquilo que é ou existe tal como é. O verdadeiro se opõe ao falso, pseudos, que é o encoberto, o escondido, o dissimulado, o que parece ser e não é como parece. O verdadeiro é o evidente ou o plenamente visível para a razão. Apesar da filosofia ter-se erigido pelos caminhos da alétheia, esta permanece, ainda, misteriosa desde a época do filósofo em pauta neste trabalho acadêmico – Parmênides até os nossos dias. Parmênides de Eléia (530 - 460 a.C.) viveu do final do séc. VI ao começo do séc. V a.C. Legislador, deixou suas idéias filosóficas em poema, Sobre a Natureza, que seria o discurso de uma deusa. Sua poesia é dividida em três partes: proêmio, em que ele descreve a experiência de ascese e de revelação; primeira parte, a via da verdade; e segunda, a via da opinião. É a doutrina mais profunda de todo o pensamento socrático, mas também a mais difícil interpretação. 1. O CAMINHO DA VERDADE: O SER É Parmênides indica que na via da verdade, o homem se deixa conduzir apenas pela razão. Nessa primeira via, via, ele afirma o princípio lógico-ontológico lógico-ontológico da identidade. identidade. Este princípio pode assumir assumir a formulação: O ser ser é, o não-ser não não é. Só por meio da razão é possível desvelar a verdade e a certeza. Isso quer dizer que a razão é instrumento fundamental e único com o qual o homem pode deixar-se conduzir à dupla evidência: O que é é, e o que é não pode deixar de ser. Nessa segunda segunda formulação, formulação, o princípio evidenciado evidenciado é o da imutabilidade. imutabilidade. O ser é demonstrado com todo rigor lógico com o raciocínio: "o que é é", sendo o que é, tem que ser único: "além do que é" só existiria, se possível fosse, o diferente dele, "o que não é" – hipoteticamente absurdo, pois isso desembocaria desembocaria na atribuição de existência ao não-ser, impensável e indizível. Como os mortais hesitam em escolher, ficam a meio caminho, a vaguear, em função "do hábito multiexperiente" da observação, apenas podem ter um olhar que a nada se dirige, seus ouvidos apenas percebem sons sem significado.
Parmênides diz que ao se comprometer com a via da verdade, o homem sábio perceberá que há indícios sobre o que é; seus atributos são revelados como uma necessidade absoluta, necessidades que são a um só tempo do ser e do pensamento, já que ambos são idênticos. O ser é, portanto, alheio a todo devir, está além de toda geração e corrupção; é uno e contínuo, porque a razão não permitiria nascer algo além dele, determina-o, pois, indivisível, igual ao todo, não pode ser maior ou menor que ele mesmo e caso houvesse mais de um ser, à unidade retornaria, já que por imposição lógica ente a ente adere. O ser é imóvel e, pousado em si mesmo, permanece imobilizado em seus limites. O ser é perfeito, pois não é carente; se de nada é carente, não é possível que seja imperfeito e inacabado. Em Parmênides, o um é o todo e o todo é um. Se existissem dois todos, um limitaria a abrangência do outro. Como o ser é infinito, ilimitado, só pode ser um. Ele refere-se a uma esfera. Não se pode deduzir daí que o ser tem o atributo da corporeidade. Trata-se de uma simples imagem, evidentemente influenciado pelas idéias cosmológicas de Anaximandro que geometrizou o espaço, até então aritimetizado. No caso, a esfera dá mais a noção de infinitude, de algo que nunca termina. Quando o poema fala de uma "verdade bem redonda", a imagem que nos vem à mente é a do ser "esférico", ou seja, sem começo e sem fim, sem dobras, sem quebras, indivisível, imutável, sempre idêntico a si mesmo. Historicamente, Parmênides extraiu a noção de unidade das cosmogonias precedentes tanto míticas quanto filosóficas, mas elaborou-a a sua maneira. Em todas essas cosmogonias, antes de a unidade originária gerar a multiplicidade, tem-se a afirmação de uma unidade perene que reina solitária e absoluta. Parmênides tirou desses princípios cosmogônicos seu rigor lógico que se centraliza na noção de unidade. A evolução histórica das concepções cosmogônicas atingiu seu ponto de maior elaboração com Anaximandro, que colocou a incompatibilidade entre a unidade originária de um lado e do outro a multiplicidade e o movimento que estão intimamente relacionados ao mundo sensível. Diante dessa incompatibilidade, Parmênides optou pela unidade, pelo absoluto, pelo ser, rejeitando tudo que pudesse se contrapor. Da noção de unidade, ele nega o valor racional, a legitimidade racional da multiplicidade, do movimento e da mudança. Da noção de unidade ele também afirma a imobilidade e a imutabilidade do ser. Enfim, o ser é eterno, perene, imóvel, infinito, imutável, pleno, contínuo, homogêneo, indivisível. 2. O CAMINHO DA OPINIÃO: PENSAR X PERCEBER Percebe-se que para Parmênides não existe ilimitada possibilidade de investigação, há poucos requisitos a se levar em consideração para o conhecimento da verdade, mas são requisitos sem os quais não se chega à verdade. Além desse caminho, apenas resta a via da opinião, a via do engano, da qual ele manda afastar o pensamento, pois não se chega à verdade, permanecendo no nível das opiniões. Ele foi o primeiro filósofo a afirmar que o mundo percebido por nossos sentidos é um mundo ilusório, de aparências, sobre as quais formulamos opiniões. Com ele nasce a
distinção entre verdade e aparência. Ele também foi o primeiro a contrapor a esse mundo mutável a idéia de um pensamento e de um discurso verdadeiros referidos àquilo que é realmente, ao ser. A aparência sensível das coisas da natureza não possui realidade. As coisas, das quais percebemos a aparência sensível, não existem realmente. Parmênides foi o primeiro a contrapor o ser ao não-ser, concluindo que o não-ser não é. A Filosofia torna-se egoísta, tomando para si a Via da Verdade e negando a realidade e o conhecimento à Via da Opinião, em virtude dessa última se ocupar com as aparências, ou seja, com o não-ser. O que o filósofo de Eléia afirmava era a diferença entre pensar e perceber. Perceber é ver aparências. Pensar é contemplar a realidade como idêntica a si mesmo. Portanto, pensar é contemplar o ser. Assim, multiplicidade, mudança, nascimento e perecimento são aparências, ilusões dos sentidos. O poema parmenídico declara que ser, pensar e dizer são uma só coisa. Essa é a via da verdade - alétheia - e a da doce persuasão que a acompanha. Já a via da opinião não pode ser percorrida porque não pode ser pensada nem dita. Parmênides estabelece a identificação entre o que é o ser, o que é o pensar e o que é o dizer, de modo que "o que é" é o que pode ser pensado e dito, enquanto que "o que não é" não pode ser pensado nem dito. Traduzindo as palavras poéticas de Sobre a Natureza: o ser pode ser pensado e dito; o não-ser não pode ser pensado nem dito. Nesse sentido, o pensamento parmenídico tornou a cosmologia impossível ao afirmar que o pensamento verdadeiro exige a identidade, a não-transformação e a nãocontradição. Considerando a mudança de uma coisa em outra como o não-ser, ele afirmava que o ser não muda e não tem no que mudar, porque, se mudasse, deixaria de ser o que é, tornando-se oposto a si mesmo, o não-ser. Conseqüentemente, mostrou que o ser é uno e único e que o pensamento verdadeiro não admite a multiplicidade ou pluralidade, não admitindo, portanto a cosmologia. Impossível também uma cosmologia nas idéias parmenídicas, porque só o ser é; o cosmos não é. Impossível enfim, porque não há movimento possível. Ao abandonar as idéias de multiplicidade, de mudança, de nascimento, de vir-a-ser e perecimento, sua filosofia deu uma virada radical passando da cosmologia à ontologia. Ao estudarmos a história da filosofia e a poesia Sobre a Natureza, constatamos que foi ele o precursor da ontologia e da lógica. Pois dos outros filósofos pré-socráticos que o antecederam ou até mesmo aqueles que foram seus contemporâneos, investigaram o ser, tão pouco, chegaram a conclusões definitivas indubitáveis sobre o ser. E é isto que pretende a ontologia, a investigação do ser enquanto ser. CONCLUSÃO Após a construção deste trabalho acadêmico, podemos afirmar que o filósofo Parmênides – o eleito como aquele beneficiado pelas deusas - garantiu para a posteridade a ousadia de afirmar o ser único, absoluto e idêntico a si mesmo. A razão, aqui também de forma inequívoca, afirmava uma dialética do pensamento que deixaria para a posteridade a radicalidade das idéias puras. Apesar da sua ontologia e do seu
pensamento lógico e preciso, este pensador foi alvo de críticas sendo, inclusive, detectados, pelo filósofo Aristóteles, erros no seu poema no campo da metafísica. Mas é ao mesmo tempo um dos maiores monumentos da história do pensamento do mundo ocidental. À primeira vista o seu poema não parece mais do que uma extravagância de um filósofo, mas a verdade é que só por causa dele, Parmênides merece um lugar especial entre os grandes pensadores de todas as épocas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRUN, J. Os pré-socráticos. Rio de Janeiro: Edições 70, 1991. MOREIRA, M. Sobre Literatura e Psicanálise. Disponívelem: http://www.psicanalitica.com.br/moreira.htm NEF, Frédéric. A Linguagem - Uma abordagem filosófica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1995. PARMÊNIDES. Disponível em: http://www.antroposmoderno.com/biografias/Parmenides.html ROSA, Garcia. Palavra e Verdade: na filosofia antiga e na psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar Editor Ltda, 1990. Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/parmenides/2673/#ixzz2JqAfowMo Nascido por volta do ano de 515 a.C., na cidade de Éleia, ao sul da Magna Grécia (Itália), Parmênides é considerado pelos historiadores da Filosofia como o pensador do imobilismo universal. Em seu poema, Parmênides narra o que disse ter ouvido das musas que por uma carruagem puxada por corsas, conduzem-no à luz da verdade ( alethéia). A verdade é, pois, o caminho do pensamento, já que o ser, o que existe é tudo aquilo que pode ser pensado. Dessa forma, o que não é, o não ser, o que não existe, não pode ser pensado nem, portanto, dito, sendo este um caminho ilusório. A via da verdade é o pensamento que Parmênides identifica com o ser. Mas o ser para existir tem de ser dito, logo, há uma identidade entre SER, PENSAR E DIZER. Sendo a verdade exclusiva dos deuses, entre os mortais há a via da opinião ( dóxa), causada pelas ilusões dos nossos sentidos. Hoje podemos dizer que a ontologia (estudo sobre o ser) de Parmênides refere-se a uma lógica material, como se o discurso estivesse compactado à experiência física. Assim, podemos ver porque ele disse que “ o ser é, o não ser não é ”. O filósofo apontava para unicidade do ser acreditando que toda forma de movimento era ilusória (e só Newton, no séc.XVIII, com a física conseguiu resolver esse problema!). Parmênides julgava o ser uno, imóvel, indestrutível, ingênito (isto é, incriado, não nascido, não gerado) e eterno. Segundo seu modo de pensar, o não ser, o nada não existe e não pode ser nem dito nem pensado. Portanto, o ser não pode ter surgido, porque ou
teria surgido do nada, o que é impossível, ou teria surgido de outro ser, justificando que o ser já era e sempre será; logo, é eterno. Nem também o ser pode se movimentar, pois se se altera (o movimento em grego era tido como deslocamento, crescimento, diminuição e alteração) será outro ser, mesmo continuando a ser e, por isso, dois seres são impensáveis, apenas um ser é pensável. E se não foi criado, nem gerado, também não pode ser destruído, já que se destruído, algo ficará e assim permanecerá sendo. Por mais que se possa acreditar que Parmênides seja o iniciador da lógica, sua lógica ainda é vinculada à ontologia, isto é, ao ser, não podendo ser considerada formal. Em linguagem moderna, poderíamos dizer que Parmênides fala da MATÉRIA, amorfa, de modo geral e que tudo o que existe é matéria, não podendo existir o vácuo nem o vazio. E que apesar das suas mudanças em vários elementos, substâncias, coisas e pessoas, ela, a matéria, é o princípio uno e total, causa de toda a realidade. Pode-se também pensar que a filosofia de Parmênides, isto é, a do imobilismo universal ou teoria do repouso absoluto, foi usada pelas tradições religiosas (principalmente a cristã) para descrever Deus e o céu. Notem que, em geral, os mortos são enterrados com máximas que dizem: “Aqui jaz (repousa) fulano...”. Deus seria esse princípio Uno e Todo sem partes divididas ou vazias que deveria ser compreendido, através do pensamento, como princípio de todo o conhecimento. É também interessante notar como a identidade entre SER e PENSAMENTO e LINGUAGEM, de Parmênides também associa-se com a tradição do Antigo Testamento. Neste, Deus se revela como o VERBO. Em grego, o verbo é o LÓGOS, é palavra, discurso e razão. E se para Parmênides o lógos é também o pensar e o ser, então é a divindade que fala e que fornece a base para conhecermos, isto é, a via da verdade é a razão, o lógos divino. Por isso, Parmênides concebe o ser de forma circular, pois é, entre os gregos, a forma da perfeição
Parménides de Eleia (em grego Παρμενίδης ὁ Ἐλεάτης) foi um filósofo grego. Nasceu entre 530 a.C. e 515 a.C.[1] na cidade de Eleia,[2] colónia grega do sul da Magna Grécia (Itália), cidade que lhe deveu também a sua legislação. Segundo Estrabão, foi graças à influência dos filósofos Parménides e Zenão de Eleia que a cidade foi bem governada, e o bom governo garantiu seu sucesso contra os Leucani e os Poseidoniatae, mesmo tendo Eleia território e população menores.[2] Foi um dos representantes da escola eleática juntamente com Xenófanes, Zenão de Eleia e Melisso de Samos. Parménides escreveu uma só obra, um poema em verso épico, do qual foram preservados fragmentos em citações de outros autores. Os especialistas consideram que a integridade do que conservamos é consideravelmente maior em comparação com o que foi preservado das obras de quase todos os restantes filósofos pré-socráticos, e por isso a sua doutrina pode ser reconstruída com maior precisão. Apresenta o seu pensamento como uma revelação divina dividida em duas partes: •
A via da verdade, onde se ocupa «do que é» ou «ente», e expõe vários argumentos que demonstram seus atributos: é estranho à geração e corrupção e portanto é inegendrado (incriado) e indestrutível, e é o único que verdadeiramente existe — com o que nega a existência do nada — é homogéneo, imóvel e perfeito.
•
A via das opiniões dos mortais , onde trata de assuntos como a constituição e localização dos astros, diversos fenómenos meteorológicos e geográficos, e a origem do homem, construindo uma doutrina cosmológica completa.
Enquanto que a via da opinião se assemelha às especulações físicas dos pensadores anteriores, como os milésios e os pitagóricos, a via da verdade contém uma reflexão completamente nova que modifica radicalmente o curso da filosofía antiga: considera-se que Zenão de Eleia e Melisso de Samos aceitaram as suas premissas e continuaram o seu pensamento. Os físicos posteriores, como Empédocles, Anaxágoras e os atomistas, procuraram alternativas para superar a crise a que tinham sido atirado o conhecimento do sensível. Também a sofística de Górgias acusa uma enorme influência de Parménides, na sua forma argumentativa. Tanto a doutrina platónica das formas como a metafísica aristotélica guardam uma dívida incalculável em relação à via da verdade de Parménides. É por esta razão que muitos filósofos e filólogos consideram que Parménides é o fundador da metafísica ocidental.
Índice •
1 Biografia 1.1 Procedência o
o
1.2 Datação
•
1.2.1 Data de nascimento
2 Obra o
2.1 Datação
o
2.2 Transmissão textual
o
2.3 A forma de poema épico didáctico
o
2.4 Conteúdo
2.4.1 Prefácio 2.4.2 As vias da indagação
•
3 O Pensamento de Parmênides
•
4 O Vir-a-Ser
•
5 O Ser-Absoluto
•
6 Referências
•
7 Bibliografia
•
8 Ligações externas
Biografia Procedência Parménides nasceu em Eleia, situada na Magna Grécia. Diógenes Laércio diz que o seu pai foi Pires e que pertenceu a uma família rica e nobre. [3] Também é Laércio quem transmite duas fontes divergentes no que se refere ao mestre do filósofo. Uma, dependente de Sócion, assinala que primeiro foi aluno de Xenófanes,[4] mas que não o seguiu, tendo depois se associado com um pitagórico, Amínias, que preferiu como mestre. Outra tradição, dependente de Teofrasto, indica que foi discípulo de Anaximandro.[5]
Datação
Hipótese sobre o ano de nascimento de Parmênides e data de composição do seu poema. Tudo o relativo à datação acerca de Parmênides — a data do seu nascimento, da sua morte, assim como a época de sua actividade filosófica — está envolta em irremediável obscuridade; os estudiosos baralham conjecturas a partir de dados de duvidosa veracidade relativos à data de nascimento e floruit do filósofo, sem que pareça ser possível estabelecer data firme para além de aproximações.
Data de nascimento Todas as conjecturas sobre a data de nascimento de Parménides baseiam-se em duas fontes antigas. Uma procede de Apolodoro, transmitida por Diógenes Laércio: esta fonte marca a 69ª Olimpíada (entre 504 a.C. e 500 a.C.) como o momento de
maturidade do filósofo, situando o seu nascimento 40 anos antes ( 544 a.C. – 540 a.C.).[6] A outra é Platão, no seu diálogo Parménides. Nesse diálogo, Platão compõe uma situação em que Parménides, de 65 anos, e Zenón, de 40 anos, viajam até Atenas para assistir às Grandes Panateneias. Conhecem então, nessa ocasião, Sócrates, que era ainda muito jovem segundo o texto platónico.[7]
Obra Desde a antiguidade que se considera que Parménides escreveu uma só obra ,[8] intitulada Sobre a natureza.[9] É um poema didáctico escrito en hexâmetros. A língua em que foi escrito deriva da expressão épica, utilizada no dialecto homérico.
Datação O verso 24 do fragmento 1 contém una palavra que serviu de início a especulações sobre a datação da composição do poema. Nesse verso, a deusa fala ao destinatário da mensagem, presumivelmente o próprio Parménides, chamando-lhe κο ῦρε ( koûre, «jovem»). Pensou-se que esta palavra faz referência a um homem com idade inferior a trinta anos e, tendo em conta a sua data de nacimiento, podemos colocar a criação do poema entre 490 a.C. e 475 a.C.[10][11] Mas objectou-se que a palavra deve ser entendida no seu contexto religioso: indica a relação de superioridade da deusa em relação ao homem que recebe a revelação. [12] Guthrie apoia esta ideia, sustentando-a com uma citação (Aristófanes, Aves 977) na qual o vocábulo justamente assinala não a idade de um homem (que não é um jovem), mas a sua situação em relação ao intérprete de oráculos por qual está a ser interpelado. A sua conclusão é que é impossível dizer em que idade Parménides escreveu o poema. [13] Eggers Lan, para além de citar outro uso de κοῦρε (Homero, Il. VI, 59) onde a palavra pode aludir não a um homem de trinta anos mas a um adolescente, assinala que o menos provável é que o poema tenha sido composto inmediatamente depois da experiência religiosa que relata. [14]
Transmissão textual O poema de Parménides, como obra completa, considera-se perdido de maneira irremediável. A partir da sua composição, foi copiado muitas vezes, mas a última referência à obra completa deriva de Simplício, no século VI: escreve que esta obra já se havia tornada rara naquela época ( Física, 144).[15] O que nos chega do poema são citações fragmentárias, presentes nas obras de diversos autores. Nisto Parménides não se diferencia da maioria dos filósofos pré-socráticos. O primeiro que o cita é Platão, depois Aristóteles, Plutarco, Sexto Empírico e Simplício, entre outros. Por vezes um mesmo grupo de versos é citado por vários de estes autores, e com estes dados os especialistas podem determinar mais facilmente qual é a cópia que se assemelha mais ao original. Noutras ocasiões a situação é diferente, e a citação é única .[16] A reconstrução do texto, a partir da reunião de todas as citações existentes, começou en no Renascimento e culminou con a obra de Hermann Diels, Die Fragmente der Vorsokratiker , em 1903, que estabeleceu os textos da maioria dos filósofos anteriores a Platão.[17] Nesta obra figuram um total de 19 «fragmentos» presumivelmente originários de Parménides, dos quais 18 estão em grego e um consiste numa tradução rítmica em latim. Do poema foram conservados 160 versos. Segundo estimativas de Diels, estes versos representam cerca de nove décimos da primeira parte (a «via da verdade»), mais
um décimo da segunda (a «via da opinião»). [18] A obra de Diels foi reeditada e modificada por Walther Kranz em 1934. A edição teve tanta influência nos estudos que hoje se cita Parménides (assim como aos outros pré-socráticos) segundo a ordem dos autores e fragmentos desta. Parménides ocupa ali o capítulo 28, pelo que se citar com a abreviatura DK 28, adicionando depois o tipo de fragmento (A = comentários antigos sobre a vida e a doutrina; B = os fragmentos do poema original) e finalmente o número de fragmento (por exemplo, «DK 28 B 1»). Ainda que esta edição seja considerada canónica pelos filólogos, têm aparecido numerosas reedições que propuseram uma nova ordem dos fragmentos, e alguns especialistas, como Allan Hartley Coxon e Néstor Luis Cordero, realizaram comparações sobre os manuscritos onde se conservam algumas das citações, e colocaram em dúvida a fiabilidade da leitura e o estabelecimiento do texto de Diels.[19]
A forma de poema épico didáctico Muito se tem escrito acerca da forma poética da sua escrita. Plutarco considerou que era apenas uma maneira de evitar a prosa, [20] e criticou a sua versificação.[21] Proclo disse que apesar de utilizar metáforas e alegorias, forçado pela forma poética, a sua escrita não deixa de ser mais parecido com prosa que com poesia. [22] Simplício da Cilícia, ao qual devemos a conservação da maior parte do texto que chegou até aos nossos dias, tem uma visão semelhante: não há que se admirar da aparição de motivos míticos na sua escrita, devido à forma poética que utiliza. [23] Para Werner Jaeger , a escolha de Parménides pela forma de épico didático é uma inovação significativa. Ela envolve, em primeiro lugar, a rejeição da forma de prosa introduzida por Anaximandro. Por outra forma, significa um vínculo com a forma da Teogonia de Hesíodo. Mas o vínculo não afecta apenas a forma, mas também alguns elementos de conteúdo: na segunda parte do poema de Parménides (fragmentos B 12 e 13) aparece o Eros cosmogónico de Hesíodo ( Teogonia 120) juntamente com um grande número de divindades alegóricas como a Guerra, a Discórdia, o Desejo, [24] cuja origem na Teogonia não se pode colocar em dúvida. No entanto, há que notar que a colocação destes elementos cosmogónicos na segunda parte, dedicada ao mundo da aparência, também envolve a rejeição desta forma de entender o mundo, forma estranha à Verdade para Parménides. Hesíodo apresentou o seu poema teogónico como uma revelação procedente de seres divinos. Tinha usado da invocação às musas, uma convenção épica, o relato de uma experiência pessoal de iniciação numa missão única, a de revelar a origem dos deuses. Parménides, no seu poema, apresenta seu pensamento sobre um Ente uno e imóvel como uma revelação divina, como para derrotar Hesíodo no seu próprio jogo. [25]
Conteúdo Prefácio O poema de Parménides começa com um prefácio de carácter simbólico de que existem 32 versos. Os primeros trinta versos foram conservados por Sexto Empírico, que os transmitiu na sua obra Adversus Mathematicos VII, 111ss. Por sua vez, Simplício da Cilícia transmite na sua obra de Caelo 557, 25ss, os versos 28 a 32. O prefácio figura como o primeiro fragmento na recompilação de Diels (DK 28 B 1).
No prefácio, Parménides descreve a viagem que faz «o homem que sabe»: uma viagem de carro, puxado por um par de éguas, e impulsionado pelas Helíades (versos 1–10). O caminho por qual é conduzido, distante do caminho usual dos mortais, é a via da noite e a via do dia, caminho que é interrompido por um enorme portal de pedra, cuja guardiã é Dice (deusa da justiça). As filhas do sol persuadem-na, e esta abre a porta para que passe o carro (vv. 11–21). O narrador é recebido por uma deusa, cujo discurso, que começa no verso 24, é o conteúdo do resto do poema. Esta lhe indica, em primeiro lugar, que não foi enviado por um destino funesto, mas pela lei e pela justiça (vv. 26– 28). À luz disto, segue, é necessário que conheça todas as coisas, tanto "o coração inabalável da verdade persuasiva" como "as opiniões dos mortais", porque, apesar de que nestas «não existe convicção verdadeira», no entanto gozaram de prestígio (vv. 28– 32).
As vias da indagação Proclo conserva, em Timeu I 345, 18–20, dois versos do poema de Parménides, que junto com seis versos transmitidos por Simplício da Cilícia, em Física, 116, 28–32–117, 1, formam o fragmento 2 (28 B 2). Aí, a deusa fala de duas «vias de indagação que se podem pensar». A primeira é expressa da seguinte maneira: «que é, e também, não pode ser que não seja» (v. 3); a segunda: «que não é, e também, é preciso que não seja» (v. 5). A primeira via é a «da persuasão», que «acompanha a verdade» (v. 4), enquanto que a segunda é «completamente inescrutável» ou «impraticável», visto que «o que não é» não se pode conhecer nem expressar (vv. 6–8). Um fragmento (B 3) conservado por Plotino, Enéada V, 1, 8, faz referência a este último: o que tem que ser pensado é o mesmo que tem que ser.
O Pensamento de Parmênides Seu pensamento está exposto num poema filosófico intitulado Sobre a Natureza e sua permanência, dividido em duas partes distintas: uma que trata do caminho da verdade (alétheia) e outra que trata do caminho da opinião ( dóxa), ou seja, daquilo onde não há nenhuma certeza. De modo simplificado, a doutrina de Parmênides sustenta o seguinte:
•
Unidade e a imobilidade do Ser; O mundo sensível é uma ilusão;
•
O Ser é Uno, Eterno, Não-Gerado e Imutável.
•
•
Não se confia no que vê.
Devido a essas , alguns veem no poema de Parmênides o próprio surgimento da ontologia. Ao mesmo tempo, o pensamento de Parmênides é tradicionalmente visto como o oposto ao de Heráclito de Éfeso. Para alguns estudiosos, Parmênides fundou a metafísica ocidental com sua distinção entre o Ser e o Não-Ser. Enquanto Heráclito ensinava que tudo está em perpétua mutação, Parmênides desenvolvia um pensamento completamente antagônico: “Toda a mutação é ilusória”.
Parmênides vai então afirmar toda a unidade e imobilidade do Ser. Fixando sua investigação na pergunta: “o que é”, ele tenta vislumbrar aquilo que está por detrás das aparências e das transformações. Assim, ele dizia: “Vamos e dir-te-ei – e tu escutas e levas as minhas palavras. Os únicos caminhos da investigação em que se pode pensar: um, o caminho que é e não pode não ser, é a via da Persuasão, pois acompanha a Verdade; o outro, que não é e é forçoso que não seja, esse digo-te, é um caminho totalmente impensável. Pois não poderás conhecer o que não é, nem declará-lo.” [26] Numa interpretação mais aprofundada dos fragmentos de Heráclito e Parmênides, podemos achar um mesmo todo para os dois e esta oposição entre suas visões do todo passa a ser cada vez menor. Parmênides comparava as qualidades umas com as outras e as ordenava em duas classes distintas. Por exemplo, comparou a luz e a escuridão, e para ele essa segunda qualidade nada mais era do que a negação da primeira. Diferenciava qualidades positivas e negativas e, esforçava-se em encontrar essa oposição fundamental em toda a Natureza. Tomava outros opostos: leve-pesado, ativo passivo, quente-frio, masculino-feminino, fogo-terra, vida-morte, e aplicava a mesma comparação do modelo luz-escuridão; o que corresponde à luz era a qualidade positiva e o que corresponde à escuridão, a qualidade negativa. O pesado era apenas uma negação do leve. O frio era uma negação do quente. O passivo uma negação ao ativo, o feminino uma negação do masculino e, cada um apenas como negação do outro. Por fim, nosso mundo dividia-se em duas esferas: aquela das qualidades positivas (luz, quente, ativo, masculino, fogo, vida) e aquela das qualidade negativas (escuridão, frio, passivo, feminino, terra, morte). A esfera negativa era apenas uma negação da esfera positiva, isto é, a esfera negativa não continha as propriedades que existiam na esfera positiva. Ao invés das expressões “positiva” e “negativa”, Parmênides usa os termos metafísicos de “ser” e “não-ser”. O não-ser era apenas uma negação do ser. Mas ser e não-ser são imutáveis e imóveis. No seu livro: Metafísica, Aristóteles expõe esse pensamento de Parmênides: “Julgando que fora do ser o não-ser é nada, forçosamente admite que só uma coisa é, a saber, o ser, e nenhuma outra... Mas, constrangido a seguir o real, admitindo ao mesmo tempo a unidade formal e a pluralidade sensível, estabelece duas causas e dois princípios: quente e frio, vale dizer, Fogo e Terra. Destes (dois princípios) ele ordena um (o quente) ao ser, o outro ao não-ser.”
O Vir-a-Ser Quanto às mudanças e transformações físicas, o Vir-a-Ser, que a todo instante vemos ocorrer no mundo, Parmênides as explicava como sendo apenas uma mistura participativa de ser e não-ser. “Ao vir-a-ser é necessário tanto o ser quanto o não-ser. Se eles agem conjuntamente, então resulta um vir-a-ser”.
Um desejo era o fator que impelia os elementos de qualidades opostas a se unirem, e o resultado disso é um vir-a-ser. Quando o desejo está satisfeito, o ódio e o conflito interno impulsionam novamente o ser e o não-ser à separação. Parmênides chega então à conclusão de que toda mudança é ilusória. Só o que existe realmente é o ser e o não-ser. O vir-a-ser é apenas uma ilusão sensível. Isto quer dizer que todas as percepções de nossos sentidos apenas criam ilusões, nas quais temos a tendência de pensar que o não-ser é, e que o vir-a-ser tem um ser.
O Ser-Absoluto Toda nossa realidade é imutável, estática, e sua essência está incorporada na individualidade divina do Ser-Absoluto, o qual permeia todo o Universo. Esse Ser é onipresente, já que qualquer descontinuidade em sua presença seria equivalente à existência de seu oposto – o Não-Ser. Esse Ser não pode ter sido criado por algo pois isso implicaria em admitir a existência de um outro Ser. Do mesmo modo, esse Ser não pode ter sido criado do nada, pois isso implicaria a existência do “Não-Ser”. Portanto, o Ser simplesmente é. Simplício da Cilícia, em seu livro Física, assim nos explica sobre a natureza desse SerAbsoluto de Parmênides: “Como poderia ser gerado? E como poderia perecer depois disso? Assim a geração se extingue e a destruição é impensável. Também não é divisível, pois que é homogêneo, nem é mais aqui e menos além, o que lhe impediria a coesão, mas tudo está cheio do que é. Por isso, é todo contínuo; pois o que é adere intimamente ao que é. Mas, imobilizado nos limites de cadeias potentes, é sem princípio ou fim, uma vez que a geração e a destruição foram afastadas, repelidas pela convicção verdadeira. É o mesmo, que permanece no mesmo e em si repousa, ficando assim firme no seu lugar. Pois a forte Necessidade o retém nos liames dos limites que de cada lado o encerra, porque não é lícito ao que é ser ilimitado; pois de nada necessita – se assim não fosse, de tudo careceria. Mas uma vez que tem um limite extremo, está completo de todos os lados; à maneira da massa de uma esfera bem rotunda, em equilíbrio a partir do centro, em todas as direções; pois não pode ser algo mais aqui e algo menos ali.” O Ser-Absoluto não pode vir-a-ser. E não podem existir vários “Seres-Absolutos”, pois para separá-los precisaria haver algo que não fosse um Ser. Consequentemente, existe apenas a Unidade eterna. Teofrasto relata assim esse raciocínio de Parmênides: “O que está fora do Ser não é Ser; o Não-Ser é nada; o Ser, portanto, é.
Referências ↑ Sobre as dificuldades no estabelecimento da data do seu nascimento, ver a secção «Data de nascimento». 2. ↑ Estrabão, Geografia, Livro VI, Capítulo 1, 1 1.
a b
3. ↑ (DK) A1 (Diógenes Laert, IX 21)
4. ↑ O dado do vínculo de Parménides com Xenófanes remonta a informações de Aristóteles, Met. I 5, 986b (A 6) e de Platão, Sofista 242d (21 A 29), mas actualmente descarta-se tal possibilidade. 5. ↑ Tradição que testemunha Suídas (A 2). 6. ↑ Diógenes Laércio, IX, 23 (DK A 1). 7. ↑ Platão, Parmênides 127 a–c (A 5). 8. ↑ Diógenes Laércio, I 16 (A 13). 9. ↑ Diógenes Laércio, VIII 55 (A 9) e Simplício, De caelo 556, 25 (A 14) 10. ↑ Cornford, Plato and Parmenides, p. 1. 11. ↑ Raven, Los filósofos presocráticos, p. 376; Marcovich, Real – Encyclopädie, col. 249 12. ↑ Burkert, «Das Proëmium», p. 14, n. 32; 13. ↑ Guthrie, Historia de la filosofía griega, II, p. 16 14. ↑ Eggers Lan, Los filósofos presocráticos, p. 423 n. 12 15. ↑ Cordero, Siendo, se es, p. 26. 16. ↑ Cordero, Siendo, se es, p. 27. 17. ↑ Cordero, Siendo, se es, p. 28. 18. ↑ Guthrie, Historia de la filosofía griega, II, p. 18. 19. ↑ Tudela, Poema, Introducción, p. 7. 20. ↑ Plutarco, Quomodo adol. poet. aud. deb. 16c (A 15). 21. ↑ Plutarco, De aud. 45a–b (A 16). 22. ↑ Proclo, Parménides I p. 665, 17 (A 18). 23. ↑ Simplicio, Física, 144, 25 – 147, 2 (A 20). 24. ↑ Cícero, de deor. nat., I, 11, 18 (A 37). 25. ↑ Jaeger, La teología de los primeros filósofos griegos, pp. 95s. 26. ↑ Parmênides de Eleia , Sobre a Natureza, Verdade ( Aletheia), Fragmento 2, 1-
8 [em linha]
Bibliografia SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da Ciência Grega . 2ª edição. Porto Alegre: Edipucrs, 2003, pp. 273-349.
Capítulo 2, artigo 2 – Parmênides
23/01/2009
Parmênides (540 AC) Sucessor e discípulo de Xenófanes, Parmênides é o metafísico da escola eleata . Seu mérito principal consiste no descobrimento do ser. Parmênides inaugura o pensamento que a primeira coisa que se deve dizer da realidade é o que é, que é o ser. O que é esse ser? Antes de tudo ele deve ser. Daí o princípio: o ser é. Este princípio se contrapõe ao seu par: O não-ser, não é . Destes dois princípios deduz todo seu sistema. Em efeito, se só o ser é, deve ser único, pois, se existir algo junto ao ser, só poderia ser o não-ser e o não-ser não é, não existe. Deve também ser imóvel porque o ser que muda não é ser. Finalmente o ser é não-criado já que ao contrário só poderia preceder do não-ser e o não-ser não é. Então o ser é, para Parmênides, uno, imóvel, e não-criado . Ainda que infinito ou eterno, espacialmente é delimitado e finito. Parmênides concebe o ser como uma esfera compacta e contínua cujas partes desde o centro para qualquer direção têm o mesmo peso. Desenvolve o conceito do ser sem fixar-se na experiência, pois ela dirá o contrário. Então, de que parte está a verdade? Na experiência ou na razão? Parmênides não duvida em responder que está na razão. O mundo que nos oferece a experiência é todo de multiplicidade e movimento, é um mundo aparente, que nada tem a ver com a razão, sendo somente alimento dos pensamentos ilusórios dos mortais. Esta é a arquitetura da antologia parmenidiana. No fundo deste sistema está o princípio do racionalismo exagerado que Parmênides enuncia assim: “a mesma coisa é pensar e ser”. O erro fundamental de Parmênides é considerar o mundo conceitual tão ligado com a verdade que deixa o mundo real reduzido a mera aparência ilusória. Ao mesmo tempo o grande mérito não é só a descoberta do ser, mas também ter desenvolvido de tal forma sua metafísica que só se pode chegar a Deus para que seja verdadeira. Santo Agostinho, séculos depois, reproduz seu mesmo conceito “não foi nem será, porque de uma só vez tudo é” . Obs.: Há um bom resumo de Parmênides que se encontra na Wikipédia baseado no livro Filósofos Pré-Socráticos. Primeiros Mestres da Filosofia e da Ciência Grega do autor Miguel Spinelli. Aconselho para quem se interessar em aprofundar o estudo aqui. Há também um resumo mais sintético no site da PUC SP. Um texto mais completo sobre Parmênides pode ser encontrado na WebArtigos.com escrito por ROSA, Garcia .