Faculda culdade dede Ciê Ciências Apli Aplica cada dass Doutor Le L eão Sam Sampai paio
A busca da Flor de Ouro Como os textos clássicos chineses de alquimia interior podem influenciar a prática clínica de um acupuntor no moderno mundo ocidental
Auto utor: J oão Car Carlos Baldan Baldan Acupun cupunturista turista– Ass ssociaçã ociação B Bra rasil sileira eira de de A Acup cupun untura tura– ABA 349 349 Sindicato dos Acupunturistas e Terapeutas Orientais – Satosp 736 Terrapeuta – Sin Te Sind dica icato dos Tera Terapeutas – CRT CRT 31.53 .535
Monografia de Conclusão do Curso de Especialização em Ciências Clássicas Chinesas
Orie Or ienta ntado dorr: Orle Or ley y Dulce Dulcetti tti J r São Paulo – Primeiro Semestre – 2007
A busca da Flor de Ouro
I lustração Wishe Wi sheng Sheng Shengllixue mi mingzhi ngzhi Tra Tr atad tado de Alquim Alquimia ia y M edicin icina a Tao Taoísta ísta Zhao Biche Bi chen n
“ O pressupos pressuposto to ini inici cial al da cosmovisão ovisão é a de queo cosmo e o homem homem, no fundo, fundo, obedecemàs mesm mesmas llei eis; s; o hom homemé umcosm cosmo em miniatura, não estando separado do macrocosmo por barreiras intransponíveis. São regidos pelas mesmas leis e há uma passagem ligando uma situação à outra. O homem participa por sua natureza de todo acontecimento cósmico e está entretecido a ele, ele, inte interrna e externam externamen ente” te”.. Richard Wilhelm
“ A parti partirr do fundo, o fogo fogo sobe sobe e pene penetr tra a a semente, nte, incubando ncubando--a, de tal modo, que uma grande flor de ouro cresce da vesícula seminal. Esta simbólica refere-se a uma espécie de processo alquímico de purificação e de enobrecimento; a escuridão gera a luz e a partir do ´chumbo da região da água` cresce o ouro nobre; o inconsciente torna-se consciente mediante um processo de vida e crescimento. Desse modo se processa a unificação de consciência e vida”. Carl Gust Gustav J ung
“Se quise quiserres completar pletar o corpo corpo diam diamantino antino sem semefluxõe efluxõess Deves aquecer diligentemente a raiz da consciência e da vida. Deves iluminar a terra bem-aventurada e sempre vizinha E nela deixar sempre escondido teu verdadeiro Eu “. H ui Ming M ing Ging
“ Quando a soberania soberani a está centr centrada ada e em emorde ordem m, todos os heróis subversivos se apresentam com as lanças de ponta para baixo a fim de receber ordens” Richard Wilhelm
Esta monografia, embora não pretenda atingir a forma e a constituição de uma resenha, segund segundo o sua ace acepção pção clás clássi sica, ca, ela ela se se aproxi aproxim ma b bas astan tante te di disto. Af A final nal, não se trata, trata, aqui de um ´resumo crítico´ de determinada obra, conforme reza os parâmetros da resenha. No entanto, como tal permite, tecemos comentários ao longo deste trabalho, bem como emitimos opiniões e realizamos julgamentos de valor, além de realizarmos comparações com outras obras de áreas afins, seguidas das devidas avaliações. Apresenta presentam mos as as lilinhas nhas de um raciocí raciocíni nio o compl complexo exo sobre diversos diversos assun assuntos tos pertinentes e apresentados logo na introdução deste trabalho, baseado em textos clássicos chineses e em um trabalho de uma colega psicóloga, sem, no entanto, finalizarmos com a pretensão científica da defesa de uma tese abalizada em experiências empíricas. De fato, este trabal trabalho não não ffecha echa questõe questões. s. Ante A ntes, s, ao contrário, contrário, ele ele pretende pretende formul ormular propostas propostas para para futuros futuros estudos e reflexões. Neste sentido, foram estudadas duas obras principais. “O Segredo da Flor de Ouro” ( Ta Tai I Gin Gin Hua Hua Dsu Dsung Dsc Dschï ), ), texto clássico chinês em uma edição específica que conta com comen comentá tári rios os de de Carl Gustav Gustav Jung J ung e Richard chard Wil Wi lhel helm e “Wisheng Shenglixue mingzhi – Tra Tratado de de Alqu Alquimia imia y Med Medicin icina a Ta Tao oíst ísta” de de Zhao Bichen, Bichen, com tradução e introdução de Cather atherine Despeu Despeux x na versão para o castelhano deF de Francis rancisco co F. Vill Vil lalba. lba. Um outro texto clássico – Hui Ming Ging ou o ´livro da Consciência e da Vida` foi bastante utilizado nas pesquisas e citado no decorrer do trabalho.
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Antes ntes de tudo, tudo, porém, porém, para para ambien bientar tar e contextual contextualiizar o es escopo copo da discussã discussão o proposta, o autor apresenta e propõe uma meditação – seguida de avaliação despojada de valores préconcebidos – sobre o que, de fato, representou o contato entre civilizações tão díspares, quanto a ocidental e a oriental, sobretudo para os primeiros. Principalmente no tocante aos seus reflexos sob a análise do ponto de vista psicológico. Mais ais uma uma vez não não se pretend pretendeu eu fechar questã questão. o. Antes, ntes, porém porém, abri abrirr hori horizontes para para o pensamento, a cultura e a informações futuras.
Na trajetória, não nos esquecemos de questões didáticas relacionadas ao objetivo proposto, de tal sorte que foram apresentados alguns conceitos básicos da cultura e medicina chinesas, de forma menos aprofundada, é certo – não por desmerecimento dos temas e sim para não corrermos riscos de perda no foco prático, ou mesmo da finalidade desta monografia. Destarte, realizado tal alerta, tratamos de conceitos como Ta como Tao o, dualidade primordial, Tch Tchi ou Qi, além de apresentarmos considerações, não menos importantes, sobre energias e seu ´engendramento ´engendramento`` no homem. homem. Seguindo por esta linha de raciocínio, apresentamos os ciclos de geração e dominância, tratamos de numerologia chinesa – sobretudo do número cinco e não deixamos de comentar sobre sua simbologia – estabelecemos paralelos entre medicina chinesa e física quântica, bem como comentamos os fatores de adoecimento. Dedicamos um capítulo especial às ´entidades viscerais` e falamos, ainda que rapidamente, sobre o Shen, Shen, o Espírito, assunto vasto e profundo que mereceria, seguramente, outro trabalho de igual monta. No entanto, como se trata de assunto absolutamente importante e inerente aos objetivos desta monografia, o tratamos da melhor forma possível, sem perdermos o referencial primeiro deste trabalho. Com isso, encerramos a primeira parte. Na segund segunda, a, adentram adentramos nossos estudos estudos expli explicando cando porque porque nossa nossa pref preferê erênci ncia a por J ung, citamos seus estudos e práticas clinicas relacionadas às pesquisas sobre alquimia e seus reflexos refl exos psicológi psicol ógicos cos nas nas fa fases ses da busca busca do do El Elixir xir da Long Longa a Vi Vida, da, segund segundo o o modo modo ocide ocidenta ntall de pensar. Demos um salto para o oriente e fizemos referência, com maior ênfase aos textos clássicos propriamente ditos, de como eles indicam as aplicações e recomendações rumo à obtençã obtenção o do ´Eli ´El ixir xir da Long L onga a Vi Vida`, da`, ou o cami caminho para para a longe longevi vida dade de median diante te fórm fórmula ulas e exercícios apresentados pela chamada alquimia interior, segundo a concepção chinesa. Estudam studamos o cam caminho da da medi editação, tação, bem como como a fisiol siologi ogia a Taoí aoísta sta,, os Vas Vasos os Extraordinários, ou Maravilhosos, bem como realizamos um resumo das etapas propostas pelos textos clássicos na obtenção de tal alquimia. Apresenta presentam mos a conclusã concl usão o de Zhao Bichen, Bichen, bem como de outros taoístas, além de propormos uma discussão – e reflexão – de como todo este embasamento teórico pode refletir-se na prática clínica moderna ocidental.
Encerramos, conforme já dito, não propondo questões fechadas e sim indicando uma possível abertura para novos estudos e caminhos que poderão propiciar ao moderno terapeuta acupunturista – por intermédio de um olhar bastante individual sobre seus pacientes – uma tentativa de visar algo mais e maior do que a simples retirada de sintomas ou a cura de males ou doenças.
Pala Pal avras Cha Chaves: ves: Medicina Tradicional Chinesa – MTC, Acupuntura, O Segredo da Flor de Ouro, Alquimia Ocidental, Alquimia Chinesa, Alquimia Interior, Medicina Taoísta, Meditação, Entidades Viscerais.
Sumário
Introd ntroduç uçã ão ................. ......................... ................ ................ ................ ................. ................. ................ ................ ................ ................. ............. ....
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Primeira Parte
Capí Capítul tulo I – Ponto Ponto deParti Partida: da: Contato Contato ou Choque Choque?? ........ ............ ....... ....... ....... ....... ........ ....... ....... ....... .....
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Cap Ca pítulo ítulo II I I – Do Do Ta Tao o à Dual DualidadePrim Primordi ordial ................ ......................... ................. ................ ................ ............
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Capí Capítul tulo I II - Dois Doi s pól pólos: os: ant anta agônicos, gônicos, mas complementa ntares res ........ ............ ........ ........ ........ ........ ...... xx Capítulo IV – Tc – Tch hi ou Qi – Um sopr sopro o a serea realizar zar ............... ....................... ................ ................ ..........
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Capí Capítul tulo V – Concei Conceitos importa portant nte es sobre sobre Energias nergias ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ....
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Capí Capítul tulo VI – Patol Patolog ogiias Mode odernas rnas versu versuss Patol Patolog ogiias Anti ntigas gas ........ ............ ........ ........ ........
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Capí Capítul tulo VII - Ciclos Ci clos de Gera Geraçã ção o e Domi Dominânci ncia ................. ......................... ................ ................ ..........
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Capítulo VIII – O número Cinco e sua Simbologia .........................................
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Capí Capítul tulo IX – Pa Para rallelo co com m a Física Fí sica Quân Quântica ............... ....................... ................ ................ ................ ........
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Capí Capítul tulo X – Fatore Fatoress deadoe doecim cimento, nto, segu segund ndo o a MTC ....... ........... ....... ....... ........ ....... ....... ........ ....
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Capí Capítul tulo XI – Entidad Entidades Visce cera raiis ................ ........................ ................ ................ ................ ................. ................. ........
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Cap Ca pítulo ítulo XI XII – Shen, Shen, o Espí Espírito.......................... rito................................................. ............................................. ........................
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Segunda Parte Capí Capítul tulo XIII – Apêndices dices Psicológicos à chi chinesa ................ ........................ ................. ................. ..........
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Capí Capítul tulo XIV – O Porqu Porque deJ ung ung ................ ........................ ................ ................ ................. ................. ................ ............ ....
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Capí Capítul tulo XV – Al Alqui quimia, pela Alquimi uimia mesma ............... ....................... ................ ................ ................ ........
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Capí Capítul tulo XVI – Fisiol Fi siolog ogiia Taoístae Alquimi uimia Interi terior or ................ ........................ ................ ............. .....
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Capí Capítul tulo XVII – Os Oito Oito Vasos sos Extraord Extraordiinários rios,, ou Maravi ravillhoso hososs ................ ..................
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Cap Ca pítul tulo XVIII – A Flor Fl or de Ouro Ouro é o Eli El ixir da da Vida ............................................ ............................................ xx Capí Capítul tulo XIX – A Flor Flor deOuro Ouro é a L uz do Céu ................ ........................ ................. ................. ............ ....
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Capí Capítul tulo XX – O Caminho nho da Meditaçã ditação o ................. .......................... ................. ................ ................ ................ ........
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Capí Capítul tulo XXI – As As Etapa tapass da Alqui quimia Inte nterior rior na L eitura tura Chine Chinesa sa....... ........... ........ ......
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Capí Capítul tulo XXII – Subl Sublimaçã ção o da Essê Essência ................. ......................... ................ ................ ................ ................ ............ .... xx Capí Capítul tulo XXIII – Subl Sublimaçã ção o do Sopro Sopro ................ ........................ ................ ................ ................ ................ ................ ........ xx Capí Capítul tulo XXIV – Subl Sublimaçã ção o daEnerg Energiia Espi Espiritu ritua al .......... ................... ................. ................ ................ .......... xx Capítulo XXV – Conclusão: Zhao Bichen& Bichen & Taoístas ................ ........................ ................ ............... ....... xx Cap Ca pítul tulo XXV – Conclus Conclusã ão Fin Final.......................................... ................................................................ ........................ ..
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Referê Referên ncias Bibli Bi bliog ográ ráfifica cass............... ........................ ................. ................ ................ ................ ................ ................ ............... .......
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I ntroduçã ntrodução o
A idéi déia para para a rea reallização desta desta monografi onografia para para a conclusã conclusão o do curso de es espe peci cial aliização em Ciências Clássicas Chinesas pela Faculdade de Ciências Aplicadas Doutor L eão Sampa Sampaiio partiu da necessidade de o autor estabelecer alguns parâmetros entre sua prática clínica – como terapeuta acupunturista ocidental – face à riqueza e profundidade da filosofia, pensamento e espiritualidade chinesas. Para ampliar o assunto em referência e tratando-se da origem do autor – descendente de italianos, nascido e criado no bairro do Bom Retiro, próximo ao centro da cidade de São Paulo, SP – buscou-se, então, levantar como foram, e de fato ainda é, para os cidadãos das diversas culturas e formações os primeiros contatos do homem ocidental com a civilização oriental. Antes de tudo, é preciso preciso destacar destacar que tais tais contatos se deram deram em diversos diversos momentos momentos históri históricos cos e de varied variedad ade e muito uito grande de de forma formas. s. Mui M uitas tas del delas, as, de manei aneira ra absol absolutam utamente ente específica e individual, como foram os casos de alguns renomados sinólogos, sem contar a experiência própria de G. Soulié de Morrant que, literalmente, mergulhou na cultura chinesa de modo a apreender os cânones mais profundos da Medicina Tradicional Chinesa – MTC e da Acupuntu Acupuntura ra para transform transformar-se ar-se,, posteri posteriorme ormente nte,, em se seu u introdutor introdutor às mentes entes da civilização ocidental. Dito isto, e excetuando-se tais sinólogos e o próprio Soulié de Morrant, pode-se perguntar como foram os contatos entre estas duas civilizações hemisféricas? Como ocidentais, cabe formular algumas perguntas. – Como foi este impacto para nós, diante de uma cultura milenarmente mais evoluída? Como este contato modificou – e ainda está modificando – sua prática clínica mediante a apl aplicação cação da Acupuntu Acupuntura, ra, por exem exemplo? plo? Com Como o fforam oram as prim primeiras eiras relaçõe relaçõess entre entre ´o ´o estado estado da alma` dos ocidentais com este mesmo estado dos orientais e vice-versa? Em um trecho trecho do do lilivro ´O Segred Segredo o da Flor de Ouro, Um Um L ivro de Vida Chinês` hinês`, com come comentári ntários os de C. G. J ung ung e R. Wil Wi lhel helm1, o primeiro reconhece que o conhecimento do 1
J UNG, UNG, Carl Carl Gusta Gustav v e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. O texto original Ta original Taii I Gin Hua Hua Dsu Dsung Dsc Dschï provém ï provém de um circulo esotérico da China cujo teor foi transmitido
Oriente implicou em um conhecimento de uma civilização milenar, “edificada “edificada organicamente sobre instintos primitivos, a qual nada tem a ver com a moralidade brutal dos germanos bárbaros, recentemente civilizados que somos (referindo-se aos europeus). Por isso, os chineses não têm tendência à repressão violenta dos instintos, que envenena nossa espi spiritual tualidade dade, imprim primindo-l ndo-lhe he um umexage xagerro histé histérico” co”2, escreve escreve Jung J ung3. Uma repressão, como veremos no decorrer desta monografia, capaz de causar uma ferida na psique que necessitará ainda de algum tempo antes de fechar-se totalmente. Note-se, entretanto, que esta é apenas uma das premissas básicas, o ponto de partida desta monografia que tem a presunção de analisar um outro tópico importante da filosofia chinesa que, em seus ditames mais profundos, relaciona-se à alquimia antiga, por exemplo, e sua possível importância na prática clinica do profissional acupunturista. – Existem conceitos, até mesmo pontos de acupuntura que devem ser levados em conta na hora de se aplicar uma agulha em tratamento de patologias comuns que podem atingir o amplo conceito da alquimia? – Como a alquimia prevê a unificação de consciência e vida? – Como se deve atentar aos pontos específicos, durante a anamnese, de modo a escolher a melhor terapêutica, segundo tais princípios? De fato, estas foram as primeiras perguntas surgidas ao se pensar sobre o tema desta monografia e que se somaram a muitas outras relativas a tal proposta. Principalmente se levarmos em conta a possibilidade de um corpo teórico – tão vasto e profundo quanto o da Medicina Tradicional Chinesa – MTC, que conta com registros há pelo menos cinco mil anos – que visa inclusive tratar de patologias consideradas contemporâneas e modernas de estudos e relatos bem mais recentes. – Haveriam patologias tão similares na época antiga? – Como o conhecimento filosófico pode auxiliar nesta prática clínica? Estas são algumas das questões que procuraremos responder e também propor para uma reflexão conjunta ao longo deste trabalho. oralm oralmente ente durante durante muito uito tempo. tempo. Mais M ais tardetambém bém por por intermé ntermédio dio de man manuscri uscritos. tos. A prim primeira eira publ publiicação cação data da época deKiën-Lung de Kiën-Lung(sécul (século o XV X VIII ), e em em1920 1920 este este texto texto foi foi reim reimpresso presso emPequim Pequim, aparecen aparecendo do num numa edi edição ção de 1000 exemplares, junto com o Hui Ming Ging. 2 J UNG, UNG, Carl Carl Gusta Gustav v e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 60. 3 Carl Gustav Jung Jung,, il ilustre médi édico suíço nasceu nasceu em1875. 1875. No No princi principi pio o de sua carreira carreira dedicou-se dicou-se à psiquiatri psiquiatria ae à compreensão da psique psique humana. C Contem ontemporâneo de Freud, Jung J ung foi considerado considerado um de seus seus discí discípul pulos os favoritos. Porém com o tempo, diferenciou-se, pois acabou discordando e ampliando alguns de seus conceitos princi principa pallmente ente no no tocante ao des desen envol volvi vim mento ento da sexualidade dade e seus distúrbios. distúrbios. J ung não não satisfeito satisfeito foi f oi além. além. Observando Observando os sonhos dese seus us paci pacien entes tes,, mitos das mais diversas di versas culturas e rel reliigiões giões,, J ung constatou constatou aexistê existênci ncia a de uma uma estrutura psíqui psíquica ca comuma todahumanidade anidade. A isto chamou deInconsciente nconsciente Coleti oletivo. vo.
Primeira Parte
Capítulo I Ponto onto de Partida arti da.. Contato ou Choque?
O contato entre as civilizações oriental e ocidental – logo após tomarem conhecimento uma uma da outra – pode ser ser ana anallisado sado sob diversos diversos ângul ângulos os e face acetas tas.. Af A final nal, fal falam amos de culturas culturas de natureza absolutamente diferentes, de formas e costumes totalmente díspares e, até então, autônomos diante de um conhecimento que deve ser analisado, aliás, como tudo, em sentido de mão dupla. De ida e de vinda, como tão bem preconiza a filosofia oriental, em especial a chinesa. É fato que foram – e ainda são – muitas as dificuldades, segundo a ótica do mundo ocidental, para que se possa entender o âmago dos conceitos filosóficos – e, por conseguinte, da própria Medicina Tradicional Chinesa –MTC em toda a sua magnitude. A começa começarr pela pela linguage nguagem m do mundo mundo orien oriental tal.. P Peg egue uem mos, em princí princípi pio, o, este fato, o da linguagem. É fato que não pretendemos adentrar aqui na complexa concepção filosófica dos ideogramas, fato que daria, certamente, uma outra monografia. No entanto, iremos apenas ressaltar que os ideogramas representam idéias e símbolos, ao contrário das palavras, sinais e signos, conforme as conhecemos nos diversos idiomas ocidentais. Vamos aqui aqui nos ater ater às dif dificulda culdade dess de interpretação nterpretação dos textos orien orientai taiss segund segundo oo ´ponto de partida`, a inicial de um texto e da defesa das idéias, algo semanticamente diferente do que estamos acostumados a lidar.
O Centro como Partida
Uma diferença básica – e de fundamental importância – é que o autor chinês, normalmente, parte do centro de suas idéias. Ele inicia seu texto, sua defesa teórica, jus justamente pelo as assunto pr princ incipa ipal, pe pelo ma mais importante. Dep Depois, is, co confor forme o ca caso, ele ele vai explicando, de maneira simbólica, o âmago apresentado logo no início.
É o que o ocidental denomina de ápice, meta, ou o último fato a ser conhecido em uma explan explanaçã ação, o, seja seja textual textual, seja seja oral. oral. É a conclusã conclusão o teóri teórica. ca. Ape Apena nass para para dar dar um exem exemplo plo prático prático do que isto significa, é como se iniciássemos uma monografia pela sua conclusão. Portanto, enquanto o oriental inicia sua explanação pela parte mais importante, nós, ocidentais, damos inúmeros volteios até atingir o clímax do texto, ou apontar a conclusão de todo o raciocínio teórico anteriormente apresentado.
Entre outros tantos exemplos, neste sentido, podemos citar duas frases inicias do texto denominado Hui Ming Ging4:
“O que existe por si mesmo se chama Tao” Tao”. Uma outra: “O segredo mais sutil do Tao é a essência e a vida” vida”5.
A tradução tradução do chinê chinêss para para o português, português, como como se vê, indi i ndica ca uma série ri e de pal palavras que que podem podem sugeri sugerirr grande profundi profundida dade de e magni agnitude tude teórica teórica e filosófi osófica. Lem L embremos bremos de um detalhe importante, já dito acima e que convém repetir. Não há única tradução para os ideogramas, principalmente aos temas filosóficos, aos ligados à cosmogênese e no tocante à Medicin dicina Trad Tradicional cional Chinesa Chinesa– MTC. Basta citar as traduções existentes relativas ao Ta Tao, ideograma que possui, na linguagem chinesa, dois sinais: cabeça e caminhar. Por conta disso, muitos autores traduzem Ta traduzem Tao o por ´cam ´caminho` ou ´provi ´providê dênci ncia a`. Al A lguns guns jessuíta je ítas o adaptaram para `Deu Deus´ e Rich Richard Wilhe Wilhelm, lm, po por se seu lad lado, tr traduz o termo Ta Tao por ´sentido`. 4
Essência (sing) e consciência (hui) – Hui Ming Ming Ging, Ging, texto citado no livro O Segredo da Flor de Ouro – Um L ivro de V idaChinê Chinêss – C.G.J C.G.J ung ung e R.Wi R.Willhelm, Editora Editora Voze Vozes, s, 2ª. Edição Edição,, Pe Petrópol trópoliis, 1984 1984,, traduç traduçã ão deDora Ferreira erreira daSil Si lva e Maria aria Luí Luíza za Appy, Appy, pági página na 36. Na pági página na 83 des desta ta mesma obra, obra, Ri Richard chard Wi Wilhel helm es escreve creve que que o Hui Min Mi ng Ging, Ging, ou li livro da Consci Consciê ência e da da Vi Vida, da, foi foi editado por por Li L iu Hua Ya Y ang, ng, em1794 1794.. Nat Natura urall de Hukou, província província de K iangsi, angsi, L iu Ya Y ang tornou tornou-se -se poste posteri riorm ormen ente te monge onge no no Cla Cl austro ustro da Dupla Dupla Flor Flor de L oto (Shuang (Shuang Liën Si) Si) na proví provínci ncia a deA nhui nhui. A tradução foi foi base basead ada a num numa nova edição, dição, que alguém, sob o pseudôn pseudôniimo de Hui Dschen Dsï (aquele que se tornou consciente da Verdade), imprimiu juntamente com o Segredo da Flor de Ouro, numa tiragem de mil exemplares em 1921. 5 J UNG, UNG, Carl Carl Gusta Gustav v e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 36.
Diante disso, comprova-se, mais uma vez, que a tradução pode variar muito, segundo o tradutor, sua filosofia, experiência de vida, raciocínio, formação didática e orientação filosófica osófi ca etc. etc. Vale V ale le lembrar que, que, no cam caminho da da tradu tradução, ção, também bém se pode pode uti utilizar a am ampli plitude do raciocínio analógico – que, aliás, vai muito além das simples comparações como as utilizamos no decorrer do aprendizado nas escolas acadêmicas ocidentais –, de modo a ampliarmos os conceitos inerentes ao nosso objeto de estudo. Desta forma, para o conceito de ´cabeça`, por exemplo, pode-se fazer analogias com o termo consciência, da mesma forma que com ´caminhar` para, juntando-se os dois símbolos, ser ser traduzido traduzido como como ´cam ´caminho conscien consciente` te`.. Ai A inda recorren recorrendodo-se se à anal analogi ogia, a, T Ta ao também pode pode ser livremente traduzido como a ´luz ´luz do céu` céu`6, uma vez que a essência e a vida estão contidas na luz proveniente do céu. Como se vê, mais uma vez, ficam patentes as diferenças entre as culturas do Oriente e do Ocidente, bem como de sua escrita e interpretação simbólica. Enquanto aqui no ocidente o raciocínio e o pensamento seguem um determinado sentido e de forma linear, reto e plano, no Oriente ele é mais parecido com o universo, redondo, circular e global. Como se pode ver no exemplo que se segue:
“ Se quise quiserres completar pletar o corpo corpo diam diamantino antino sem semefluxõe efluxõess7 Deves aquecer diligentemente a raiz da consciência e da vida. Deves iluminar a terra bem-aventurada e sempre vizinha E nela deixar sempre escondido teu verdadeiro eu”
Hui Ming Ging8
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id. ibid ibid., ., página 36. Eflúvio – sm – Fluido sutil que emana dos corpos; emanação; perfume, aroma fragrância. Dicionários da L íngua nguaPortuguesa – Soares Soares Am Amora – 6ª. Edição E dição – Editora ditora Saraiv Saraiva a – Evita vitarr a efluxã efluxão o refere-se à proteç proteção ão da da unidade da consciência contra a fragmentação provocada pelo inconsciente. 8 J UNG, UNG, Carl Carl Gusta Gustav v e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 37. 7
Segundo Segundo Carl Carl Gustav ustav J ung, na obra obra citad citada, a, estes estes versos versos contém uma uma indi indicaçã cação o alquímica, já que indica um método, ou mesmo caminho para a geração do ´corpo diamantino`, que estudaremos a seguir:
“ Para ara isso, isso, é neces necessári sário o um´aque ´aquecim cimento`, nto`, ou sej seja, elevação da consciência, a fim de que a morada da essência espiritual seja ´iluminada`. Assim, pois, não é apenas a consciência, mas também a vida que deve ser elevada ou exaltada. A união de ambas produz ´a vida consciente`. Segundo o (texto) Hui Ming Ging, os antigos sábios conheciam o modo de suprimir a separação entre consciência e vida, pois cultivavam as duas. Deste modo o ´scheli´ (corpo imortal) se funde e se completa o grande Tao” 9
Como omo escrevemos para o homem homem ocide ocidenta ntall – e concordamos concordamos com Jung J ung quando quando ele ele ressalta a seriedade de se ter a concordância entre os estados psíquicos e o simbolismo do Oriente e do Ocidente –, tais analogias abrem um extenso caminho que nos conduz “à “às câmaras interiores do espírito oriental, caminho que não pede sacrifício de nossa própria manei aneira de ser ser. Isto sim sim, se serria uma ameaça de des desen enrraizam aizamento” ento”,, escreve escreve Jung J ung10. Destarte, referindo-se aos que não sabem onde estão as verdadeiras fontes da força secreta, diz Gu De: De: “As pessoas mundanas perderam as raízes e se atêm às copas das árvores” árvores”.11 Neste ponto é possível destacar que estas analogias não são, nem um telescópio, nem um microscópio intelectuais capazes de abrir uma perspectiva indiferente, pelo fato de nada represen representarem tarem de fundamental ental.. Ao contrári contrário, o, trata-se de um caminho que indica ndica certo sofrimento na busca e na luta comum a todos os povos civilizados; “trata-se “trata-se da tremenda experiência da natureza de tornar-se consciente, outorgada à humanidade, e que une as culturas mais distantes numa tarefa comum” comum”.12 Assi ssim m, com bas bastan tante te propried propriedad ade, e, Jung, J ung, na obra citad citada, a, expli explica que o homem homemeuropeu, europeu, “ um ger germânico ânico recé ecém m-civi civillizado” zado” (uma vez que há apenas mil anos vivia ainda sob os 9
id. ibid ibid., ., página 37. id. ib ibid., página 36 11 id. ib ibid., página 62 12 id. ib ibid., página 66 10
ditames do politeísmo), invadiu o Oriente, em especial a China, defrontando-se com uma civilização, em diversos aspectos, milenarmente mais evoluída. Entre outras análises possíveis, o psiquiatra e psicanalista destaca que, justamente, sob o ponto de vista psíquico e espiritual reside o aspecto e o ponto de vista onde esta invasão física sica teve teve um, tal talvez entre entre os mais caros, preço. Af A final nal, por conta desta desta tenta tentatitiva va de colonização e exploração, o homem branco – ocidental e europeu – precisou assimilar uma cultura – e também um valor espiritual – de maneira muito mais intensa do que ele pudesse, talvez, estar preparado. Faltou-lhe, então, estrutura. Nes este te sen sentitido, do, para Jung, J ung, o homem homem orien ori ental tal chinê chinês, s, por intermé ntermédi dio o de seu seu modo de vida muito mais natural, sempre conviveu de maneira muito mais harmônica com seus próprios instintos. Enquanto o europeu, sobretudo depois deste contato – e conhecimento – precisou precisou repri reprim mir estes estes insti instintos, ntos, a duras pena penas, s, diga diga--se se.. Insti I nstintos ntos que que foram guardados guardados ´em ´embai baixo do tapete` tapete` se sem m, no entanto, entanto, perderem perderem a sua sua força origi ori gina nall. Af A final nal, ainda ainda que no inconsciente – colocado aqui como se lata de descarte fosse – eles continuaram vivos e fortes. Princi rincipa pallmente porque porque o proble problema do progres progresso so espir espiriitual tual rel reliigioso, gioso, para para Jung J ung,, deve ser tratado com as diferenças entre o Oriente e o Ocidente, quanto ao modo de tratar a ´jóia`, isto é, o seu símbolo central. “Enquanto o Ocidente enfatiza a encarnação humana, a personalidade e a historicidade do Cristo, no Oriente se diz: ´sem começo, sem fim, sem passado, sem futuro`. Ou seja, enquanto o cristão subordina-se à pessoa divina e superior, à espera de sua graça; o oriental sabe que a redenção depende de sua própria obra” obra”. 13 Diante disso, este tópico mostra que o contato realizado entre tais civilizações causou uma repressão dos instintos, uma ferida, do homem ocidental que ainda deverá levar muito tempo para ser curada. O psiquiatra e psicólogo faz uma interessante analogia do homem branco branco europe europeu u com Amfortas, ortas, o re rei pesca pescador dor feri ferido do na viri virillha pel pela lança de L onginus – a mesma que feriu o Cristo. Os anjos confiaram e concederam a honra da guarda dos sagrados objet objetos os (a lan lança ça e o cál cálice que que recolhe recolheu u o sangu sangue e do do Just J usto) o) para Tituriel, turiel, pai pai de Amfortas, ortas, de quem quem a lança foi mais tarde surrupi surrupiada por Kl K lingsor, ngsor, o cavalhe cavalheiiro que fazia zia oposi oposição ção à comunidade dos santos guerreiros de Monte Salvat (Monte Saúde). Sua oposição advinha pelo fato dele não ser admitido na Ordem dos Santos Cavalheiros.
13
id. ib ibid., página 66
K lingsor, então então rouba a lança ança de de Amfortas e o fere fere na viri virillha que, que, em se tratando tratando de figuras mitológicas, representa a própria humanidade agrilhoada ao sexo. Só depois de Parsifal ter percorrido todos os arcanos maiores por duas vezes – na primeira vez ele deixa de fazer a pergunta redentora ao se defrontar com o Graal – nosso cavalheiro tolo-inocente-herói, na segunda oportunidade, consegue realizar a pergunta e libertar todo o reino da magia de Klingsor. Só depois depois disso disso e elle conseg consegue ue curar a ferida feri da de Amfortas tocandotocando-a a com a lan lança. ça. Interessa nteressante nte si simbologi bologia a e ana anallogia ogia já já que que ape apena nas, s, e tão somen somente, te, o objeto obj eto que feriu eriu será capa capazz de curar. Mas esta é uma uma outra hi históri stória que, sem dúvida, dúvida, mereceri mereceria a esfor esforços ços para a redação de de outra monografia, assunto que, no entanto, foge muito de nossos objetivos aqui traçados. Então, retomando-se a pergunta título deste primeiro capítulo – Ponto de Partida, Contato ou Choque? – deixemos a resposta aos nossos leitores, lembrando, entretanto, que o raciocínio global, redondo, oriental caminha em contraponto ao modelo linear e cartesiano ocidental. Podemos também destacar que, se por um lado, o homem branco europeu invadiu fisicamente a China, ele foi invadido interiormente por uma cultura milenarmente superior à sua, sua, o que lhe lhe val valeu a ferida erida do do rei Amfortas, segundo segundo Jung, J ung, e que agora agora se encontra encontra emuma uma busca incessante para tornar-se consciente do processo de cura de maneira ampla do inconsciente de todo o mundo ocidental.
“Há pouco mais de mil anos caímos de um politeísmo cru numa religião oriental, altamente desenvolvida, que impeliu o espírito imaginativo de semibárbaros a alturas que não correspondem ao seu desenvolvimento espiritual. Para manter de um modo ou de outro essa altura, era inevitável que a esfera do instinto tivesse que ser duramente reprimida. Dessa forma, a prática religiosa e a moralidade assumiram um caráter decididamente brutal, para não dizer maligno. Os elementos reprimidos obviamente não se desenvolveram, mas prosseguiram e ainda prosseguem vegetando no inconsciente, em sua barbárie primitiva... A ferida de Amfortas e o dilaceramento fáustico do homem germânico ainda não estão curados. Seu
inconsciente ainda permanece carregado de conteúdos que, em primeiro lugar, deverão ser trazidos à tona da consciência, para que a libertação seja possível” possível”14, escreve escreve Jung J ung..
Em um outro outro trecho, em sua concl conclusão sobre este assunto, assunto, J ung reconhece que “a invasão européia do Oriente foi um ato de violência em grande escala e nos legou - ´noblesse oblige`- a obrigação de compreender o espírito do Oriente. Isto é talvez mais importante para nós do que parecemos pressentir” pressentir”.15
14 15
id. ib ibid., página 60. id. ib ibid., página 69.
Capítulo II Tao à Dualidade Primordial Do Tao
Como dito, em seu âmago, o conhecimento tradicional chinês traz em seus símbolos – e linguagem próprios – muito conteúdo a que nossas mentes ocidentais ainda não estão acostumadas, até por questões semânticas e culturais, a discernir e entender. Como se sabe, todo símbolo abrange além dos objetos palpáveis e visíveis e o que eles podem significar, o que implica em sentidos ocultos em uma só expressão. Por isso é que a sua interpretação permite riqueza variada de uma gama de significados que podem implicar em uma série de associações que não podem ser reduzidas, simplesmente, e definidas em única direção ou sentido. Aliás, definição, em última análise, significa colocar um fim. E o símbolo caminha justamente em sentido contrário, ou seja, amplia significados. Em outras palavras, a interpretação do símbolo depende de quem o interpreta, em qual contexto e em qual momento se localiza, local, história, cultura, níveis de informação etc.
Polaridade em tudo
Ainda que que de certa forma forma basta bastante nte popul populari arizada zada – e até até mes mesm mo banal banalizada nos nos últi últim mos tem tempos por por determ determiinados nados meios e mí mídia dias – a fil fi losofia osofi a do do Yi Y in e do Ya Y ang – as duas duas ene energia rgias opostas, mas complementares – o fato é que se trata, ainda, de uma teoria de difícil compreensão em toda a sua abrangência e utilizando-se apenas a nossa habitual e linear forma de raciocínio ocidental. Afinal nal de conta contas, s, tratatrata-se da pol polari arida dade de pri prim mordia ordial res respon ponsá sável vel pel pela construçã construção o do universo e das dez mil coisas, inclusas aí as pessoas, bem como a interpretação da filosofia dos cinco cinco elem elementos entos – Água, gua, T Terra, erra, Meta M etall, Fogo Fogo e Mad Madei eira ra – que aprese apresenta ntam m uma di dimensã ensão o bastante ampla e simbólica. O Ta Tao, em sua forma originária, como explica Wilhelm – que o traduz como ´sentido do mundo` - consiste consiste “em uma cabeça, que deve ser interpretada como ´começo`, e em um sinal para ´ir` (ou andar), precisamente em seu duplo significado que implica também o de
´trilho`: além disso, ainda um sinal para ´deter-se` que desaparece na grafia posterior... O pensamento subjacente é o de que ele, mesmo sendo imóvel, transmite todos os movimentos outorgando-lhes a lei. Os caminhos do céu são aqueles através dos quais os astros se movimentam; o caminho do homem é a via pelo qual ele deve andar” andar”.16 Ao tratar tratar da consci consciê ência ncia ce celleste, ste, ou ´luz ´luz do céu`, céu`, Wilhelm lembra e cita o Mestre Lü Dsu Dsu que dizia: aquilo que é por si mesmo denominamos sentido ( Tao Tao).
“O sentido não tem nome, nem forma. É o ser uno, o espírito originário e único. Ser e vida não podem ser vistos, estão contidos na luz do céu. A luz do céu não pode ser vista, está contida nos dois olhos. Hoje serei vosso guia e revelar-vos-ei o Segredo da Flor de Ouro do Grande Uno” Uno”.17
Se estabelecermos paralelo com os dias atuais, podemos reconhecer que muito já se caminhou nesse sentido, sobretudo nos avançados estudos sobre holografia, física quântica (ora energia, ora partícula material), universos paralelos etc., onde se estabelece que uma parte – pequena que seja – sempre possui em si o Todo em potencial, em um quantum suficiente para auxiliar um possível processo de reconstituição após fragmentação.
No entanto, há muito ainda para se marchar diante da necessidade de se ter uma visão poética do universo capaz de nos permitir adentrar ao hermetismo da linguagem chinesa. Tal, fato, ato, acredi acredita tam mos, possibi possibillita cham chamar a Acupu Acupuntu ntura ra até até de Arte Tera Terapê pêuti utica ca – uma arte/ci arte/ciên ênci cia a, com absoluta praticidade, indicada para o tratamento de diversos males, inclusive de origem psíquica, mas unindo a visão da natureza, do cosmos e do homem, em único organismo que é, a um só tempo, fisiológico e anímico – portanto psíquico – e também espiritual.
Holismo – raiz de holístico – quer dizer a capacidade de sintetizar unidades em totalidades organizadas. A filosofia oriental reza que o homem é um todo indivisível, cujos componentes distintos não podem ser considerados separadamente. Assim como no holograma, qualquer parte de uma imagem é 16 17
id. ib ibid., página 92. id. ib ibid., página 97.
capaz de reconstruir a imagem inteira. Karl Pribam, neurocientista norteamericano, faz interessante associação analógica do holograma com os estudos de imagens do cérebro, o que explica que não se pode determinar uma região exata para a memória, já que a mesma pode estar espalhada por diferentes regiões do cérebro e que, ao se reconstituir, seria possível reconstituir o todo. O símbolo funciona como um holograma ao evocar imagens diversas para reconstituir o todo original, levando em conta pólos opostos e conceitos diversos.18
Seguindo esta linha de raciocínio, então, pode-se afirmar que o homem representa sim simboli bolicamente todo o universo universo e a natureza. natureza. Ai A inda que que cada cada parte parte representa representada da (pessoa) (pessoa) seja seja única e individual, a soma delas é sempre diferente do total inicial, acrescida das características – e experiências, diríamos, principalmente pelas vivências individuais – que irão auxiliar, sobremaneira, na interpretação dos fatos e da própria vida na história de um indiví ndivíduo. duo. Segund Segundo o Soares Soares Am Amora, em seu seu Dici Di cioná onári rio o da L íngua ngua Portuguesa Portuguesa,, o termo termo indivíduo quer dizer: indiviso; o que não se pode dividir. dividir. Portanto, o indivíduo, analogicamente, é a parte única que não se pode mais dividir. E é justamente na alma do indivíduo onde se encontram as sedes das duas funções mais importantes da alma humana: a emoção e o pensamento. Geralmente contraditórias, portanto com forças distintas, uma vez que uma busca o prazer, enquanto a outra o raciocínio. Além disso disso,, pode-se pode-se tam também bém traçar traçar um para parallelo anal analítico tico (e (e a ana nallógico ógico como como dito dito acim acima) com com Pathos, enquan enquanto to emoção, emoção, sensações sensações e senti sentim mentos; entos; e Logos, Logos, enquanto enquanto raci raciocí ocíni nio o lógico ógico e pensam pensamentos. A patologi patologia, a, então, pode ser ser encarada como um termo que merece ser ser anal analiisado sado sob a ótica ótica do dese desequi quillíbrio brio entre Pathos e L ogos, a emoção e o pensa pensam mento, ento, responsáveis pela vida anímica nesses dois campos de consciência do indivíduo.
18
CAMPIGLIA, Helena, Psique e Medicina Tradicional Chinesa - MTC, Ed. Rocca, São Paulo, 2004. A autora é médi édica acupunturi cupunturista sta e pós-graduada emPsicol Psi cologi ogia a Ana Anallítica. tica.
Capítu Capítulo lo II II I Dois pólos: antagônicos, mas comple compleme ment ntar are es
O Y in é feminino, nino, passiv passivo, o, inte interno, rno, sombra, sombra, ma mal, obscuro, terra, terra, útero, útero, incons i nconsci cie ente, nte, ana analogicam ogicamente ente rel relacionad acionado o a Eros, emoção. oção. J á o Yan Y ang g é masculi sculino, ati ativo, externo, externo, vida vi da,, luz, l uz, bem bem, cla claro, céu, céu, o fa falo, o conscie consciente, nte, rel rela aciona cionado do a Logos Logos,, portanto, portanto, a razão. razão. Nem um um nem nem outro tem conceito ou valor de bem ou mal no sentido de avaliação moral ou estética, é preci preciso so ressa ressalltar. tar. Ambos sã são pólos pólos gerad geradores ores do do Uni Universo verso que, que, ali aliás, não exi existi stiri ria a um se sem mo outro, seu oposto-complementar. E é justamente deste conflito – amistoso, é preciso dizer – gerado por estes opostos é que surge a fonte da vida vida e toda a sua diversi diversida dade de.. Vida e construção ou doença, doença, morte e destruição. É assim que os chineses propõem a resolução dos conflitos mediante uma análise das enormes possibilidades criativas do relacionamento de ambos os pólos. Quando Quando o Y in e o Ya Y ang se unem, form formam amo uni universo – dif diferente rente do está estági gio o ini inici cia al – a exemplo do que ocorre com os gametas masculinos e femininos que geram uma criança autônoma e diferente dos pais, aliás também relacionado à física quântica que trataremos mais a frente.
Diz o Su Wen, um dos mais antigos livros sobre MTC:
“O Yin corresponde à falta de movimento e sua energia simboliza a terra. O Yang corresponde ao movimento e a sua energia simboliza o céu; portanto, o Yin e o Yang são caminhos da terra e do céu. Como o nascimento, o crescimento, o desenvolvimento, a colheita e o armazenamento são levados a efeito de acordo com a regra de crescimento e declínio do Yin e do Yang, então o Yin Yin eo Yang são são os princí pri ncípi pios os que que norteiam norteiamtodas as coisas coisas”” .19
19
– O Li L ivro do Im Imperad perador or Am A mare arello - Trad Traduçã ução o dos dos 34 34 capítulos pítulos do do Huang Huang Ti Nei Ching Ching Su Wen, Wen, Editora Editora Terrceiro Te iro Milên Milênio. io.
Notável no símbolo do do Ta Tao o ou do Ta do Taii Ch Chi (acima), é que não há apenas e tão somente a presença da polaridade, mas encerra-se também a idéia de que um pólo está contido no outro, em seu seu oposto. oposto. Al A lém disso disso,, o sím símbolo bolo do Yi Y in e Yan Y ang g dá uma clara clara idéi déia de de movim ovimento e transformação, portanto, não se trata de algo estático, conforme, aliás, explica o I Ching, Ching, o L ivro das Mutaçõe utações. s. No No está estági gio om má áxim ximo do Yi Y in, (e (extremi xtremidade dade infe nferior) rior),, há a se sem mente ente do Ya Y ang, e no ponto máximo imo do Y ang (extremida idade superior ior), está a semente do Y in. in. Em outras palavras – e em uma clara alusão à analogia já citada – à meia-noite ocorre o início de um novo dia. E, ao meio dia, há o início de uma nova noite. Ainda em em se se tratando tratando do T do Ta ao, Wilhelm explica que do T do Ta ai Gi Gi (símbolo acima) surgem os princípios da realidade, o pólo luminoso (yang) e o pólo obscuro ou sombrio (yin). “O “Os círculos estudiosos europeus pensaram primeiramente em relações sexuais. No entanto, os sinais se referem aos fenômenos da natureza. Yin é sombra, portanto o lado norte de uma montanha e o lado sul de um rio (uma vez que o sol durante o dia ocupa tal posição e faz com
que a montanha vista do sul pareça escura). Yang mostra em sua forma originária pálpebras pestanejando e é – em relação ao sinal yin – o lado sul da montanha e o lado norte do rio” rio”.20 Entretanto, ntretanto, deve-se desta destacar car que Y in e Yan Y ang g são são só atuante atuantess no domí domínio nio do fen fenôm ômen eno o e têm têm sua orige ori gem m comum comum no Uno, Uno, sem dual dualidade dade,, onde Yan Y ang g é o princi principi pio o ativo ativo condi condici ciona onante e Y in o pri princípi ncípio o pa passi ssivo e condi condiciona cionado. “Menos abstratos do que Yin e Yang são os conceitos do criativo e do receptivo que procedem do Livro das Mutações. Eles são simbolizados pelo Céu e pela Terra. Mediante a união de ambos e através da ação das forças originárias duais dentro dessa cena (segundo a lei originária uma do Tao) se originam as ´dez mil coisas`, isto é, o mundo exterior” exterior”.21
20
WILHELM, Richard, O Segredo da Flor de Ouro, Ouro, (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 92 21 id. ib ibid., página 92.
Capítulo Capítulo IV IV Tch Tchi ou Qi – Um sopro a se realizar
Como dito anteriormente, a linguagem chinesa utiliza ideogramas que transmitem ´idéias` e pensamentos. E o ideograma que representa Tc representa Tch hi, como os demais, possui diversas representações e traduções possíveis. De “respiração”, “sopro” e até de “arroz cru” ou “não cozido”. Para melhor entendermos isso, é preciso recorrer à gênese do Cosmos, a Cosmogênese, ou seja, a explicação do surgimento do mundo, segundo os chineses. O ´arr ´arroz oz cru` cru` ou `nã `não o cozido`, cozido`, segund segundo o enten entende dem mos, possui a indicaçã ndicação o de um alimento que ainda necessita ser preparado. Trata-se de uma representação bastante profunda e ampla já que ali, além do processo mecânico de exalar o ar, busca-se também atingir (no sentido de buscar) a essência que está por trás do ato em si, a essência enquanto ´sopro`. E é da polarida polaridade de origi origina nall e prim primordia ordial na cria criação ção do Unive niverso rso – Y in e Y ang – é que que surgem os cinco sopros primordiais que irão, depois, ´engendrar` (no conceito filosófico de criar e manter), os cinco órgãos, as cinco vísceras e, por conseguinte, as cinco matrizes das emoções que veremos veremos oportunam oportunamente. ente. É por isso isso que, que, quando se trata de Medici edicina na Tra Tradicio icion nal Ch Chine inesa – MTC, o símb ímbolo da escrita ita é de fun fundamental importância, ia, cuja leit leitu ura e interpretação dos ideogramas dependem dos indivíduos em questão e da época dos leitores, conforme já foi dito. Assim é, é, por exemplo, plo, com Chen, Chen, termo que representa a palavra espírito e os sopros universais. O sopro enquanto energia celeste, sopro divino, força transformadora, força vital que engendra cada órgão do ser humano, segundo as suas especificidades. Um outro conceito, que ainda pode ser destacado para auxiliar a explicar esta ampla linha de raciocínio, é o do Tc do Tch hi, ou Qi, que penetra todas as funções do ser vivo e é responsável pela formação e transformação de toda a vida. Segundo preconiza a Medicina Tra Tradicio icion nal Chin Chine esa – MTC, os padrões de fun funcion ionamento do corpo devem ser int interpretados segund segundo o um agrupam agrupamento ento reali realizado em em torno dos cinco ci nco elem elementos entos – Água, gua, Mad M adei eira, ra, Fogo, Fogo, Terrra e Met Te Metal.
É a partir das inter-relações dos cinco elementos e de seus princípios é que resulta a compreensão das determinações das etiologias das doenças, síndromes e também a formulação de diagnósticos, bem próprios, diga-se, segundo explica a Medicina Tradicional Chinesa – MTC.
Além dos cinco elementos, a Medicina Tradicional Chinesa – MTC leva em conta e traba traballha com com oito oito princípi princípios: os:
Yin Y in Ya Y ang Profundo Superficial Deficiente (Vazio) Ple Pl enitude (Exce (Excess sso) o) Frio Calor
Capítulo V Conce onceitos importante importantess sobre sobre Ene E nerrgias
Entre as interpretações possíveis – bem como o estabelecimento da cultura oriental da Medicina Chinesa – MTC e o conhecimento ocidental é preciso destacar alguns conceitos importantes que devem ser levados em conta, por exemplo, no decorrer da realização da anamnese pelo terapeuta/acupunturista, tanto na busca da etiologia das doenças, como na elab elaboração oração do diag diagnósti nóstico co e também bém na espe especi cifficação cação da lilinhado tratamento. ento. A sabe saber: r:
Oposição – um se opõe a outro, entretanto por intermédio de uma visão que visa o seu próprio complemento – masculino e feminino, terra e céu, lua e sol, quietude e movimento, calor e frio etc. – complementado pelo princípio da interdependência.
I nter nterdepe dependê ndência ncia – um não não vive vive sem sem o outro. Não há há di dia se sem m noite, noite, nem nem sombra sombra sem luz etc.
Consumo – excesso de um consome o outro. Exemplo. Fogueira – fogo é yang, mas a lenha é yin. Um aumenta, o outro diminui.
Tra Tr ansform forma ação – Y in transfor transform ma-se em em Y ang e vice-versa vice-versa – tem tempesta pestade de ecalmari calmaria. a.
Capítulo VI Patol atologi ogias M oder odernas ver versus Patolog Patologiias Antig Anti gas
Há cinco mil anos não havia na China microscópios para detectar vírus e bactérias. No entanto, se falava em energias perversas. Elas podem ser o vento, calor, frio, umidade ou secura. De acordo com os cinco elementos, Água, Madeira, Fogo, Terra e Metal que, por sua vez, vez, tam tambémagrupam uma séri série e de determinadas determinadas doenças. Além disso, disso, o conceito conceito de saúde saúde para para os chine chinese sess tradici tradiciona onaiis anti antigos gos parte parte da harmoni harmonia a do do Yi Y in e do Yan Y ang g e de se seus us movim ovi mentos, entos, em cinco cinco direções, direções, emcinco cinco elem elementos entos ou símbolos. Os cinco movimentos são chamados de Wu Xing, Xing, onde Xing significa o que se movimenta, os pés que se alternam – direita e esquerda – andar, caminhar, conduzir, agir. Esses movimentos implicam nos elementos, nas cores, sabores, sons e também nos órgãos, vísceras e suas funções no corpo e na mente do homem. Vamos anal analiisar sar cad cada a um dos cinco cinco elem elementos, entos, indi i ndicand cando o rapida rapidam mente ente o seu seu movimento, a direção, imagem, ideogramas, órgãos e vísceras, aspectos, atitudes etc.
Fogo Movimento: culminar, chegar ao máximo Direção: multidirecional Imagem agem: estouro, imagem agem de umraio raio Ideograma: deograma: Huo Huo Dinâmica: explosão Órgão: Coração Víscera: ID – Intestino Delgado Estação stação:: Ve V erão Manifestação externa: tez, cor do rosto
Abertura: língua Aspecto specto menta entall/emoci /emociona onall: Shen – espí spírito rito,, consc consciiênci ncia Atitude titude:: extroversão, xtroversão, comunic comunica abil bilidade dade,, se seduçã dução o Emoção: Alegria Fatores de adoecimento: hiperexcitação, choques emocionais, bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos, perda de sangue
Madeira Movimento: para cima, dirige-se ao alto Direção: brota e cresce. Evoca. I magem gem: algo algo duro, duro, fi fixo e linear near I deograma: deograma: Mu Dinâmica: direção ao alto Órgão: Fígado Víscera: VB – Vesícula Biliar Estação: Primavera Manifestação externa: unhas Abertura: olhos Aspecto men menta tall/emoci /emociona onall: alma, inconsci nconscie ente, nte, força emociona ocionall Atitud titude e: ação, ação, conqui conquista, sta, plan planejam ejamen ento to Emoção: Raiva
Fatores de adoecimento: frustrações, alimentação gordurosa, álcool, raiva contida, irritação Fogo (C – Coração e ID – Intestino Delgado) e Madeira (F –Fígado e VB – Vesícula Biliar) são são caracte caracterí rísti sticas cas Y ang, portanto, portanto, com movim ovimentos para para cim cima e para para fora. fora. Água Á gua(R – Rim e
B - Be Bexiga xiga)) e Metal tal (P - Pul Pulm mão e IG – Intest ntestiino Grosso) – caracte caracterí rísticas sticas Y in – apres aprese enta ntam movimentos para baixo e para dentro.
M etal Movimento de uma superfície lisa e brilhante Direçã Di reção: o: retorno retorno Imagem agem: se sepa paração ração do puro puro e do im impuro, es estrati tratifficação cação I deograma: deograma: J J in Dinâmica: retração e decantação Órgão: Pulmão Víscera: IG – Intestino Grosso Estaçã stação: o: Outono Respiração, nariz e intestinos Manifestação externa: pele e pêlos Abertura: nariz Atitude: introspecção, acúmulo, instinto, reflexo Emoção: Tristeza Fatores de adoecimento: cigarro, poluição, falta de líquidos, ambientes secos, luto, pesar, perdas importantes
Água Movim ovimento ento que conduz conduz à aproxi aproxim mação ação e à oscil oscilação ação emtorno de seu seu eixo eixo Direção: para baixo I magem agem: regeneração regeneração Ideograma: deograma: Shui
Dinâmica: descida Órgão: Rins Víscera: B - Bexiga Estação: Inverno Clima: Frio Vital talidade dade e ancestra ncestrallidade dade Ouvidos e força de vontade Manif nifes esta tação ção externa externa:: cabe cabelos Abertura bertura:: ouvidos Aspecto specto mental ental/emoci /emociona onall: força orça de vontade vontade e capa capaci cida dade de de ada adapta ptação ção Atitude: titude: perseverança, perseverança, corage coragem m e autopreserv autopreservação ação Emoção: Med M edo, o, adap adaptaçã tação o Fatores de adoecimento: envelhecimento, doenças crônicas, excesso de atividade sexual, excesso de trabalho, deficiência de energia hereditária
Terra Te rra Movimento: alto, como um altar que fica no centro do Templo Direção: multidirecional Imagem gem: li l imite entre entre o Céu e a Terra – Mundo undo Inte I nterno rno e Mund Mundo o Externo Externo I deograma: deograma: Tu Tu Dinâmica: função transmutação, centrar e fixar Órgão: Baço e Pâncreas Víscera: E - Estômago Estação stação:: Ve V erão Manifestação externa: lábios
Abertura: Boca Atitude titude:: refl reflexã exão, o, introve introversão rsão,, comed comediimento Emoção: Pensamento, Reflexão Fatores de adoecimento: pensamentos repetitivos, excesso de trabalho, ambientes úmidos e frios, alimentos crus, alimentação desregrada
Capítulo VII Ciclos de Geraç ação ão e Domi Dominânci nância
Conhecidos os cinco elementos – os cinco órgãos e as cinco vísceras – agora é preciso citar e destacar a importância dos ciclos de geração e de dominância entre eles, fundamental conceito para que se possa entender o conceito de saúde e de doença, segundo os critérios e o conhecim conhecimento ento chine chinese ses. s. Antes ntes porém, porém, é preci preciso so e expl xpliicar e enten entende derr que há os cicl ciclos os naturai naturaiss de geração: geração: água água gera madeira, que gera fogo, que gera a terra, que gera o metal, que gera a água. Assim, temos: temos:
A água água irri rriga aplan planta ta (mad (madei eira), ra), que ali alimenta enta o fogo, fogo, que quei queima a madei adeira ra e dep deposi osita ta as cinzas – que alimenta a terra – que gera em seu interior os metais e também a água que brota da pedra e das fontes minerais. Já J á o ciclo iclo de dominâ inância imp implica lica não apenas no controle, le, mas, também, no domínio ínio de um elemento sobre outro, o que, em última instância, impede o crescimento descontrolado de qualquer um deles. Desta forma, a água controla o fogo, que controla o metal, que controla a madeira, que controla a terra, que controla a água.
Simbolicamente temos: A água água apag apaga a o fogo, o fogo fogo forj forja a o metal etal, o metal metal corta corta a madei adeira, ra, a mad madei eira ra tira tira da terra seus nutrientes para crescer e a terra absorve a água. E é justamente no jogo e na correlação entre as forças dos ciclos de geração e de dominância que deve haver um equilíbrio – saúde – e, caso entre em desequilíbrio, ocorre a doença. Quer dizer, a patologia ocorre quando um elemento agride outro – a água agride a terra, a terra a madeira, a madeira o metal, o metal o fogo e o fogo agride a água. É o chamado ciclo de contra-geração e de desorganização interna.
Capítu Capítulo lo VI I I O núme número Ci Cinco e sua Sim Simbologi bologia
Em chinês, o ideograma para homem é o pentagrama, a estrela de cinco pontas, que entre outros tantos significados podemos destacar a figura de um homem em pé de braços e pernas abertos. O quinto ponto é, justamente, a cabeça.
O número cinco também indica dois movimentos e um retorno.
As cinco cinco posi posiçõe çõess sã são: esquerda, direita, alto, baixo e centro Tra Trata-se -se de uma int interpretação simb imbólica lica das posiçõ ições – e dos eixo ixos – de de respeitá itável importância para a realização de uma interpretação psicológica. No eixo horizontal, por exemplo, pode-se fazer uma associação com o mundo interno e o mundo externo do ser humano. O Eu e o Outro, o que é Self e o não-Self. No consultório, dirí diríam amos nós, este este ei eixo pode se serr associad associado o ao paci pacien ente te dei deitad tado o na maca. aca. J á no ei eixo vertical verti cal,, a representação recai sobre o mundo da terra e o mundo do céu, as raízes e o crescimento, bem e mal, corpo e espírito. Novamente no consultório, pode-se fazer uma analogia com o terapeuta/acupunturista colocando as agulhas em seu paciente. Na intersecção dos dois, bem no centro, se encontra a figura do homem que está entre o céu e a terra. Aspectos importantes do número três A importânci portância a da da tríad tríade e, segundo segundo a filosofia osofi a chi chinesa nesa impli plica em em uma sé série rie de de interpretações deste número na Medicina Tradicional Chinesa – MTC. De fato, a tríade permite uma gama enorme de interpretações sintetizadas no corpo, alma e espírito no homem.
Além disso, disso, grande número número de reli religiões giões tem a tríad trí ade e como como base base da sua filosofi osofia e prática, a exemplo do catolicismo – Pai, Filho e Espírito Santo – os Egípcios – Osíris, Ísis e Hórus –, –, Hindus ndus – Brahm rahma, Vishnu shnu e Shiva Shiva –, –, e mes esm mo na Cabal Cabala juda judaica onde onde se d des esta taca, ca, na árvore se sefirotal, rotal, a trípl trípliice coroa – K ether, ther, Chokma hokmah e Binah, nah, entre entre outros outros tantos tantos exemplos. plos. Simbolicamente podemos dizer que as energias celestes são captadas pela respiração, enquanto as telúricas pelos alimentos. E claro está que esta é apenas uma visão simplista deste posicionamento filosófico e prático prático com como se verá adiante adiante.. Mui M uito to embora, embora, nem todos autores estudados estudados em em nosso curso curso de especialização em ciências clássicas chinesas estabelecem essa leituras paralela, conforme é o caso de René ené Guénon, Guénon, com como o destaca destaca em sua obra A Gran Grande de Tríad rí ade. e. Al Ali o autor autor alerta, alerta, sobretudo, as diferenças existentes entre ternário e a trindade cristã. “Antes “Antes de abordar o estudo da Tríade extremo-oriental, convém pôr-se, cuidadosamente em guarda contra as confusões e as falsas assimilações que circulam em geral no Ocidente e que provêm, sobretudo, de se querer achar, em seja qual for o ternário tradicional, um equivalente mais ou menos exato da Trindade cristã. Esse erro não é apenas de teólogos, que seriam ao menos perdoáveis por querer reduzir tudo a seu ponto de vista especial. especial...22” Embora, mais a frente, e na mesma obra, o próprio Guénon reconheça que é possível estabelecer comparações, desde que “dois “dois ternários pertencentes a formas tradicionais distintas é a possibilidade de estabelecer entre eles, de maneira válida, uma correspondência temo a termo; noutras palavras, é preciso que seus termos estejam entre si, realmente, uma relação equ equiival valenteou simi similar” ar”.23 Claro está, portanto, que se ocorre a possibilidade de correspondência – termo a termo – em nosso modo de entender, se avaliarmos a ´função` de cada elemento em determinado momento histórico, inclusive da vida dos terapeutas e também dos pacientes, então é possível estabelecer paralelos então entre Pai, Mãe e Filho com a trindade cristã e a trimurti das dive diversa rsass reli religiõe giões. s.
22 23
GUÉNON, René, A Grande Tríade, Editora Pensamento – Tradução de Daniel Camarinha da Silva, página 13. id. ib ibid., página 14.
Capítulo Capítulo IX IX Paralelo com com a Física Quântica Quântica
Para a física quântica, o átomo e os seus componentes ora são partículas sólidas, ora são ondas. Portanto, não há uma representação única e estanque, pois sua natureza é a própria transformação, o movimento. Pode-se, em nossa opinião, estabelecer uma certa analogia com o Yi Y in e Y ang, ang, sobretudo se se avali valiarmos armos sob o ponto ponto de vista vista de sombra sombra e luz, matéri atéria ae espí spírito. rito. A matéri téria a equi quival valeria ria, nesta nestaleitura, tura, à pa partícula rtícula (Y in) e o esp espíírito rito à onda onda (Y ang). ng). Destarte – e além disto – o moderno e atual modelo subatômico quântico, portanto, serve como importante auxílio para a nossa compreensão, uma vez que não são, em sua totalidade, aquilo que representam. Portanto, acreditamos ser justo ampliar a dimensão do mundo psíquico que está por exigir uma transcendência do pensamento linear e racional, de modo a tornar-se capaz de promover a possibilidade de se entrar no mundo intuitivo e holográfico dos símbolos. Como se vê, a holografia é uma interpretação que demonstra – por intermédio de figuras e ‘projeções’ de imagens – que se pode partir de cada uma das partes e se chegar ao todo; no entanto, e ao mesmo tempo, o Todo que chega a transcender a simples soma de suas partes individuais. Podemos entender aqui como o Todo, por pequeno que seja o elemento ou a ´co ´coiisa em em si` si` como umpequeno Ta Tao o que se expr expressa essa iigual gualm mente emsuas pequenas pequenas partes. partes. Anal nalogia ogia e bas bastan tante te inte interessa ressante nte do Ta Tao e da própria humanidade. I sto porque porque,, segui seguindo ndo na na lliinha psi psicológi cológica, ca, para para os chi chinese neses, s, o Tc o Tch hi é aquilo que movimenta o homem em direção ao mundo, no entanto, é mais do que simplesmente a libido, conforme o conceito freudiano do termo. O Tc O Tch hi, segundo os chineses, molda o homem e pode torná-lo mais ou menos neurótico. Pode tanto libertar, quanto prender. Assim, o Tc o Tch hi proporciona também a formação da estrutura psíquica, por ser o homem o resultado das “impressões energéticas” ao longo da vida, como o amor, a atenção, o vazio, a falta de contato, a contenção da criatividade etc.
Capítulo X Fatore atores de adoeci adoecime mento, segundo segundo a MT MTC
A Medicina Tradicional Chinesa – MTC aponta para duas direções para explicar os fatores de adoecimento: um interno e outro externo. Entre as causas externas podem ocorrer aquelas tanto por deficiência do sistema de defesa (imunológico) ou por causa de um indivíduo sofrer muitas agressões do ambiente em que vive. Elas não são excludentes e podem, inclusive, ser concomitantes. Variam ariammuito, uito, de caso caso para para caso, caso, de indiví ndivíduo para para indiví ndivíduo. duo. Em se tratando dos fatores internos podemos destacar a estrutura genética e hereditária, bem como outros pontos que devem ser levados em conta, como o modo de vida e também como a pessoa lida e convive com os seus próprios sentimentos. Em se tratando dos fatores externos, pode-se citar o clima, as estações e o meio ambiente. Também se deve considerar ainda que se pode adoecer no físico, na mente ou em ambos. Nesta linha de raciocínio devemos lembrar que a partir do surgimento da medicina psicossomática – e também das terapias com abordagem corporal no Ocidente – passou-se a acreditar que as doenças físicas como gastrites, doenças articulares, cefaléia, doenças intestinais e até mesmo o câncer teriam como base alterações emocionais. É fato que ocorreu até um certo exagero neste sentido, uma vez que uma pessoa pode apresentar gastrite sem ser nervosa, ou desenvolver um câncer sem ser uma pessoa ressentida ou muito magoada. O fato é que pessoas bem resolvidas sob o ponto de vista emocional também podem ter câncer, obesidade, gripe, dor etc. No entanto, é preciso ressaltar, segundo a Medicina Tradicional Chinesa – MTC, os fatores causadores da doença podem agir de forma diferente em um corpo mais frágil ou em um mais ais fortal fortaleci ecido. do. A abordage abordagem m de de que a saúde saúde depe depende nde de inúmeras inte interações rações possí possíveis veis entre o ambiente, emoções, alimentação, estilo de vida e inevitável vulnerabilidade do ser mostra que na condição humana também se deve incluir a doença e a morte. É por isso que há tipos de doentes que têm apenas doenças mentais e outros, somente doenças físicas, uma abordagem, no entanto, que deve ser cuidados para não cindir, uma vez
mais, corpo e mente, dois aspectos de um mesmo organismo que não podem ser divididos, ou separados. Outro fa fato im importante portante levado vado emconta pel pelos chine chinese sess é que que o equi equillíbrio brio entre entre Yi Y in e Y ang, ang, entre o indivíduo e o meio não é estático, mas dinâmico como a própria natureza. No processo de adoecimento leva-se em conta:
•
Redução da energia vital e do Tc do Tch hi correto quando o corpo não possui resistência adequada para defender-se.
•
Excesso de agentes patogênicos – também chamados de energia perversa ou Xué.
O desequilíbrio que leva à doença depende da interação entre o ´correto` e o ´perverso`. O T O Tcchi correto depende de alguns fatores como:
•
Alimentação.
•
Resistência adquirida por treinamento (exercícios).
•
Consti onstituição tuição fí física sica (here (heredi dita tari rie edade dade). ).
•
Meio circunvizinho (estabilidade ambiental).
•
Estado mental.
Fatores de adoecimento externos
Entre estes fatores ressaltamos as alterações no clima, as estações do ano, vírus, bactérias e aos chamados seis excessos como Vento, Frio, Calor ou Fogo, Umidade, Secura e Canícula. Sabe-se que, quando o homem é capaz de se adaptar às variações climáticas, os fatores externos não são considerados patogênicos. Caso contrário, ele adoece. Por isso, a importância de identificar cada doença em cada pessoa examinando cada paciente como único, com sua história, que exige exame físico, de língua, pulso etc. No livro O Físico, o autor, Noah Gordon, traça a história romanceada da medicina. No texto, cita
Avicena vicena – que alguns alguns julga ulgam m como figura fi gura len lendá dáriria, a, outros, entretanto, entretanto, admiteme aposta apostam m que ele de fato existiu. O importante nesta monografia e destacar uma frase que li no livro de Gordon e que que me marcou mui muito, to, então de autori autoria a de de Avicena vicena, o ´Prí ´Príncipe ncipe dos Méd Médiicos` dirigida aos estudantes de medicina: “Os “Os pulsos não mentem jamais”, jamais”, disse ele. Uma frase de efeito, curta, objetiva e absolutamente correta. Afinal, um paciente pode dissimular um sentimento, uma emoção, ocultar ou tentar esconder um sintoma do terapeuta, disfarçar um sinal do médico, do analista etc. No entanto, quando se apalpam os pulsos, as batidas revelam até mesmo o indizível, o escondido, o oculto, e permite um diagnóstico próprio própri o da Medi edicina cina Chine hinesa sa e es espe peci cial alm mente ente para para a Acupuntura. cupuntura. Para se medir o pulso, com os três dedos – indicador, médio e anular – de ambas mãos – o médico/terapeuta/acupunturista ´mede` uma série de órgãos, avaliando se estão, basi basicam camente, ente, excitad excitados os ou enf enfraque raqueci cidos. dos. O Acupunturista cupunturista mais ais experi experien ente te é capaz capaz de aval avaliiar mais detalhes em cada um desses estágios. No entanto, para não sairmos do foco dessa questão, é importante citar os órgãos avaliados numa tomada de pulso que antecede a aplicação das agulhas. Ao todo são são 12 funções unções aval avaliiadas adas::
I ntesti ntestino no Grosso e Pulm Pulmão Estômago e Baço Pâncreas (para os chineses os dois órgãos formam um meridiano) Trip Triplo lo Re Rea aquecedor e Circ Circulaç lação e Sexualida lidade * I ntesti ntestino no Delga Delgado do e Coração oração Vesícul sícula Bil Bi liar e Fíg Fígado Bexiga e Rim
Fatores de adoecimento internos
Referem-se às emoções, fato que faz parte integral da vida humana. Quando muito intensas, ou porque permanecem por longo período, podem tornar-se fatores de adoecimento, uma uma vez que podem gerar desarmoni desarmonia a nos órgãos e vísceras. ví sceras. Assi A ssim m como as desarmoni desarmonias as nos nos órgãos órgãos e vísceras vísceras tambémgeramemoções alterada alteradass e distor distorções ções da reali realidade. Assi A ssim m, um af afeta
o outro, assi assim como como o Y in af afeta eta o Yan Y ang g e vice-versa vice-versa.. As A s princi principa paiis em emoções oções estu estuda dada dass na MTC são: alegria, raiva, tristeza, pesar, preocupação, medo e choque.
Nem externos, nem internos
Há uma gam gama variada variada que a MT MTC leva em conta como al alimentação, entação, ocupação, ocupação, excessos em geral, de trabalho, de exercícios físicos, de relações sexuais, sem contar os traumas e epidemias.
Capítulo XI Entidades ntidades Vi Visce cerrais
“O coração é, segundo a concepção chinesa, a sede da consciência emocional, que é despertada através da reação emotiva dos cinco sentidos para as impressões do mundo exterior” exterior”,24 Wilhelm.
Não se pode estudar o aspecto alquímico da Medicina Tradicional Chinesa – MTC sem estudar as entidades viscerais: Shen, Hun, Po, Yi e Zhi. São estas entidades, assunto de grande importância para o entendimento da psicologia e da alquimia em se tratando ao que dizem os textos clássicos chineses, que tornam possíveis não apenas utilizar os seus conceitos para o diagnóstico, como também para o tratamento dos pacientes com queixas psicológicas. Por intermédio da anamnese e do diagnóstico de excessos ou insuficiências de determinado órgão (ou função e, conseqüentemente, ´entidade visceral` que engloba também associações entre funções), bem como de sua representação psíquica é possível determinar quais as melhores linhas de tratamento que devem ser seguidas. Sem aprofundar-se neste estudo – aqui caberia outra monografia – destacaremos, rapidam rapi damente, o que que representa cada uma del delas, sem esquecer que todas rrepresentam epresentam a consciência (Shen (Shen,, que é o grande maestro) e os aspectos da alma, da intenção, do pensamento, dos instintos, vontade de viver, entre outras. Abai baixo, um resumo das colocaçõe colocações, s, aspectos aspectos e caracterí característi sticas cas das das denom denomiinada nadass enti entida dade dess visce viscerai rais: s:
Shen é o espírito, a consciência, ligado ao elemento Fogo, ao verão, também
com a claridade e a expansão. Também responsável pela razão, poder de síntese, inteligência global com influência direta sobre as demais entidades 24
WILHELM, Richard, O Segredo da Flor de Ouro, Ouro, (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 94
viscerais. O Shen individual é o que a pessoa recebe no céu anterior (antes da concepção).
Hun é a al alma, Mad M adei eira, ra, prim primavera, avera, ascens ascensão, ão, abertur abertura a e crescim crescimento. ento.
Imagina ginação ção e condi condici ciona onam mento. ento. Memória ória rápi rápida e não não discri discrim minati nativa va como como ocorre em Y i.
Po é a alma corporal, Metal, outono, movimento de descida e recolhimento.
Autopreservação, utopreservação, preserv preservaçã ação o da espéci espécie e e se sexual xualiidade dade..
Yi, raciocínio e lógica, Terra, movimento de centrar ou dar referência. Intuição
e memorização, aprendizado consciente necessário para o amadurecimento do ser hum humano.
Zhi, elem elemento ento Água Água,, inverno, inverno, forç força a e vontadede viver. viver. Dete Determi rmina nação ção do do
prazer, vontade de realizar as tarefas. Disfunções – sentimento de culpa = destrutivo e autopunição
*
O Hun Hun está ligado ao Fígado e tem características associadas ao movimento e ao fluxo de energia. Pode-se analisar como é a expressão do paciente (ou como está em determinada fase da vida) mediante a análise do funcionamento deste órgão e a presença deste elemento em seu quadro geral. L igado gado aos sonhos sonhos e a capaci capacida dade de de plan planej ejam amento ento e de traçar traçar objeti objetivos vos na vida vida,, es esta ta entidade visceral também é responsável pelo inconsciente, pelos sonhos, arquétipos e fantasias. O Hun Hun é o que separa e distingue o que é prazer de desprazer e nos mobiliza em função unção do prim pri meiro. eiro. L igado gado direta diretam mente ente aos aos múscul músculos os e à tensã tensão o ou rel relaxa axam mento, ento, es essa sa
função/órgão (e entidade visceral) relaciona-se também às couraças conforme especificou Willliam Re Wi Reiich. ch. O Hun Hun também es está tá liligado gado com a agress agressiivida vidade de e o olho ol ho é a sua expressã expressão. o. Assi ssim m, o olhar do paciente deve ser analisado pelo médico/terapeuta para avaliar este importante item durante a anamnese inicial e em todas as demais sessões de tratamento.
*
Po é a camada mais primitiva da consciência instintiva e também chamada de alma corporal. Reações de luta e fuga, ataques de pânicos ou impulsivos, além dos controles esfincterianos são realizados por esta função. Aloja-se no Pulmão, fonte de energia do ar (energia celestial) que gera a energia suficiente para a queima dos alimentos e sua distribuição pelo corpo todo. É o espírito estruturante que condensa a energia para a formação de cada ser. Dá a orientação para a manutenção da vida – necessidades de alimento, sono, preservação de perigos (instintos) – e ajuda na estruturação também da consciência do Ego. Emoções como a tristeza e o pesar podem afetar o Po Po,, ligado também à pele. Helena Campiglia25 estabelece ligações do Po com o Id I d da psicanál psicanálise e ao ao cérebro cérebro repti reptiliano. ano. Atitud titude es como como explosõe explosões, s, sustos, sustos, sobres sobressa salltos, re reações espon espontâ tâne neas as,, irraciona rracionaiis ou inst i nstiintivas ntivas estão ligadas ao Po.
*
A enti entida dade de visce visceral ral Yi Yi está ligada com a intenção e a ideação, sugestão, opinião, idéias e pensamentos. Relacionada ao meridiano Baço-Pâncreas, esta função dá lucidez ao pensamento e à consciência. É a compreensão, o julgamento e pode proporcionar a sabedoria. Não à toa, representa o centro. Doenças psicológicas como a bulimia e a anorexia também estão relacionadas aos distúrbios do meridiano Baço-Pâncreas. Também as memórias corporais estão intimamente
25
CAM CA MPIGL PI GLII A , He Helena, Psiqu Psique e eMedicina Tradiciona Tradicional Chinesa Chinesa- MTC, TC , Ed. Ed. Rocca, São Paulo, Paulo, 2004 2004
ligada gadass a es essa sa função unção que guarda guarda as as im imagen agens, s, ide i deai aiss e as intenções. ntenções. Inspi Inspiração ração e criati cri ativi vida dade de,, pensamentos e a capacidade de decorar – memória – estão relacionadas ao Yi ao Yi.. Pensamentos obsessivos são desequilíbrios dessa função. Por excesso. Quando há deficiência, a pessoa não consegue se concentrar (ou tem dificuldades) de memorizar ou ter raciocí raciocíni nio o lógi lógico. co. A asteni stenia a menta entall tam também bém está inclusa nclusaness nessa a enti entida dade de visce visceral ral..
*
Zhi pode ser ser trad traduzi uzido do como como a força força de vontade ou a capaci capacida dade de de rea reallização. Gera o movimento do Tao, portanto é a base do funcionamento do Shen. Shen. Aloja-se nos Rins, órgão responsável pela energia ancestral, também chamada de “bateria do corpo”. Pode-se, entre outras maneiras, avaliar como está a função de um indivíduo, analisando sua capacidade de realizar projetos e de concretizar idéias. Alterações do Zhi podem gerar medo, sentimento de inferioridade, timidez, desconfiança e, no pólo oposto, sentimento de superioridade, autoritarismo e falta de limites. Tam Ta mbém se relac lacion iona aos objet jetivo ivos, int intensida idade e dire irecion ionamento da da atenção e energia nos projetos de vida.
A tabel tabela aba abaiixo estabe estabellece algum algumas relaçõe relaçõess entre entre entida entidade dess viscera visceraiis e reações reações emocionais.
Entidade Yi
M eridiano
Exce xcesso
I nsufi nsuficiê ciência ncia
Baço
Calma excessiva,
Falta de memória, esquecimento
Pâncreas
tranqüilidade exagerada,
freqüente, ansiedade
fixação no passado, idéias
crônica, falta de desejo e
fixas, pode virar obsessão
desgosto
Shen
Coração CS
Hun Hun
Fígado
Excitação mental, alegria exagerada, riso constante e
Abati batim mento, tim timidez, dez, mui muitas tas queixas, incapacidade de
exagerado
esforços físicos e mentais
Cólera, raiva, ira e irritabilidade
Falta de imaginação, de concentração, de coordenação de idéias, falta de iniciativa
Zhi
Pó
Rins
Pulmão
Autoritarismo, temeridade,
I ndeci ndecisã são, o, medo, medo, angústi angústia, a,
pode gerar hiperplasia de
aperto no peito, ausência de
próstata
propósitos, fraqueza de caráter
Agressividade seguida de
Desinteresse total, perda do
triste tristeza, (bi(bi-polar), polar), obse obsess ssã ão
instinto de conservação,
pelo futuro, romântico nas
expõe-se a riscos
artes
desnecessários
Capítulo XII Shen – o Espírito
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa – MTC, o Shen forma-se no momento da união do óvulo com o espermatozóide, do encontro da energia da mãe com a energia do pai, quando se forma um novo ser, uma nova consciência. É da união da essência ( J J ing ing) dos pais que cada órgão for form mado terá uma uma parte do Shen. Shen. A força do Shen depende da força da essê essênci ncia a dos dos pai pais, represe representa ntada da,, sobretudo, sobretudo, no encontro encontro prim primordia ordial do Ya Y ang (pai (pai) com o Y in (mãe). Assim, o Shen é responsável pela mente e por suas funções como vigília, percepção, alerta, julgamento, interpretação, associações, memória, inteligência cognição, capacidade exploratória, domínio dos impulsos, sono, insighths, insighths, juízo, humor, conhecimento, assimilação de experiências, criatividade, armazenamento e uso das informações, autoconhecimento e evolução.
Pulmão – Po Baço – Y – Yii Rim – Zhi Fígado – Hun Hun Coração – Shen
A caracteri caracterização zação em em cada órgão e víscera víscera do do Shen realmente ocorre, mas é preciso ressaltar que o Shen também é a capacidade de síntese de todas elas, além de origem energética. Em outras palavras, o Shen está ligado à consciência individual e coletiva das pessoas, além de ser a única ´entidade visceral` capaz de atuar e interferir nas demais.
“ O que é es espí pírrito? O espí espírito (Shen) (Shen) não pode pode se ser es escutad cutado o nem nem ouvido. O olho deve ser brilhante de percepção e o coração deve ser aberto e
atento para que o espírito se revele subitamente pela consciência de cada um. Não se pode exprimir pela boca, só o coração sabe exprimir tudo quanto pode ser observado. Ao se prestar muita atenção, pode-se saber subitamente, mas também se pode perde de repente esse saber. Mas Shen, o espírito, torna-se claro para o homem como se o vento tivesse varrido as nuvens. Por isso se fala dele como espírito”. Capítulo 26 do Su Wen, pertencente ao Nei Ching – a Bíblia dos Acupunturistas
Segunda Parte
Capítu Capítulo lo XI I I Apêndices Psicológicos à chinesa
“O corpo é animado pela participação conjunta de duas estruturas anímicas: 1. hun, que eu traduzi por animus, uma vez que pertence ao princípio Yang e 2. po, traduzido por anima, uma vez que pertence ao princípio Yin. Yin. Ambos são rep repres resentações obtida idas median iante a observação do processo da morte, tendo o sinal característico do demônio do morto (gui) (gui)”” 26 , escreve Wilhelm.
Ju J ung, coleg lega e co-au -autor jun junto co com Wilhe Wilhelm do livr livro O Segredo da da Flo Florr de de Ou Ouro, acredita ser adequada esta tradução uma vez que o caractereh caractere hun é composto do sinal ´nuvens` associado ao sinal ´demônio`. Portanto, ´demônio das nuvens`, é um princípio, o sopro da alm alma que que perten pertence ce a ao o Yan Y ang, g, portan portanto to mas mascul culiino. “Após “Após a morte, hun se eleva e se torna Shen, ´espírito ou deus que se expande e manifesta` manifesta`”27, diz J ung. ung. Já J á a anima ima, chamada de Po Po,, se escreve com caracteres correspondentes a ´branco` e a ´dem ´demônio`, ônio`, portanto o ´f ´fantas antasm ma b branco`, ranco`, que pertence pertence ao Yi Y in, à al alma corporal, corporal, inf i nferi erior or e que é feminina. “Após “Após a morte, ela desce tornando-se ´gui`, demônio freqüentemente chamado ´aquele que retorna `( à terá): o fantasma ou espectro” espectro”28, escreve escreve Jung J ung.. Destarte, animus e anima na concepção chinesa se separam após a morte, seguindo cada qual o seu próprio destino. “O “O animus está no coração celeste; de dia, mora nos olhos (isto é, na consciência) e, de noite, sonha a partir do fígado” fígado”.
26
WILHELM, Richard, O Segredo da Flor de Ouro, Ouro, (Tai I Gin Gin Hua Dsun Dsung g Dschï) Dschï) Editora Voze Vozes; s; 2ª. 2ª. Ediçã Edição, o, Petrópolis. 1984. Página 94 27 Página 52 28 Id. Ibidem
A ani anima, pel pelo contrário, contrário, é ´a força do pesa pesado do e turvo`, presa ao coração coração corporal corporal,, carnal. “Suas “Suas atuações (efeitos) são os ´desejos carnais e os ímpetos de cólera`” cólera`”29, escreve Ju J ung. Aqui se pode recorrer recorrer a um uma outra di difere erença nça fundamental ental entre entre as culturas culturas orien oriental tal e ocidental na concepção filosófica e religiosa entre ambas civilizações (conforme assunto tratado em capítulos anteriores) que é a doutrina yoga chinesa a qual rejeita os conteúdos da fantasia, assim como nós, ocidentais. Porém, por motivos diferentes. “No Oriente, imperam concepções e doutrinas que permitem a plena expressão da fantasia criadora; lá, é necessário proteger-se contra seu excesso. Nós, pelo contrário, consideramos a fantasia como um pobre devaneio subjetivo. As figuras inconscientes não aparecem, naturalmente, de um modo abstrato, despojadas de todo ornamento. Pelo contrário, elas são engastadas e entrelaçadas num véu de fantasias, de um colorido surpreendente e de uma perturbadora plenitude. O Oriente pode rejeitar essas fantasias, porque há muito que já tirou seu extrato, condensando-as nos ensinamentos profundos de sua sabedoria. Nós, porém, não experimentamos tais fantasias uma só vez, e tampouco extraímos sua quintessênia. Ainda temos de recuperar uma larga faixa de vivências experimentais e somente então, quando houvermos encontrado o conteúdo sensato na aparente insensatez, poderemos separar o que é valioso daquilo que não tem valor. Estejamos seguros de que a essência que extrairmos de nossas vivências será diversa da que o Oriente hoje nos oferece”, oferece”, escreve J ung. ung.30
29 30
Id. Ibidem Idem dem, Pág Págiina 56
Capítulo Capítulo XI V O Porque P orque de J ung “A alquimia encontra-se no limiar da religião e da ciência e é a mãe da química. Surge como produto da tecnologia religiosa egípcia e a filosofia grega”. Fátima Brazão Alquim quimia procede procede da pal palavra árab árabe e K imyâ (pedra (pedra fil fi losofal). osofal). Em grego grego Khym Khyméia éia – quer dizer mistura de vários líquidos. Podemos destacar, entretanto, que a palavra ´curar` significava, originalmente, ´serviço a Deus`, portanto, a cura ocorria num contexto sagrado. Na Grécia, os pais da alquimia foram os filósofos pré-socráticos tais como Empedócles, Tha Thales les de Milet Mileto, Zénon de Eléa Eléa, He Herráclito lito, Dem Demócrito ito, Zózimo imo de Pa Pan nápolis lis.. No trabalho, “Al “Alquim quimiia – Um processo processo de trans transfor form mação da Alm Alma”, a”, a psicóloga jun junguian iana Fát Fátima ima Bra Brazão ressalta lta que a grande busca humana é encontrar um sign ignifica ificado de existir, existir, “e “ e a procura procura de um umse senti ntido do para para o mundo e o unive univerrso que equi equival vale e à busca busca para para um sentindo sentindo de si mesmo”. o” . Em seu trabalho, Brazão lembra que a psique conta com um princípio estrutura estruturador dor que unif unifica os conte conteúdo údoss arque arquetítípi picos, cos, o que Jung J ung den denom omiinou de de Sel Self ou SiSiMes esm mo. “O Self é o centro ordenador e unificador da psique total (consciente e inconsciente), assim como o eu é o centro da personalidade consciente ou ego” ego”31. Brazão lem lembra que Jung J ung observ observou ou a existê existênci ncia a de um uma meta meta,, uma direção, direção, uma finalidade na psique em direção ao Self. “A “A esse esse process processo o el ele desi designou gnou de Indivi ndividuação, duação, que significa tornar-se uno uno”. ”. Em linguagem chinesa, podemos recorrer ao caminho de retorno ao Tao Ta o. Esta Esta é uma uma das das razões porque damos especial cial ênfase ênfase ao que J ung fal falava ava por ser o médico, psiquiatra e psicanalista ocidental que mais se aproximou dos estudos relativos à Alquimia oriental e ocidental.
31
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma.
“Cedo percebi que a psicologia analítica coincidia de modo bastante singular com a alquim alquimiia... a... Foi F oi,, com efeito, feito, uma descober scoberta marcante arcante:: eu encon encontr trar ara a a contr contraparte aparte hi histórica stóri ca da minha psicologia do inconsciente. A possibilidade de comparação com a alquimia, bem como a cadeia intelectual ininterrupta que remontava ao Gnosticismo, davam-lhe substância... todo o procedimento alquímico pode muito bem representar o processo de individuação num indivíduo particular, embora com a diferença não desprovida de importância de que nenhum indivíduo particular abarca a riqueza e o alcance do simbolismo alquímico” 32. Ainda segui seguindo ndo nossos nossos estudos estudos no trabal trabalho ho de Brazão, encontra-se uma reflexã refl exão o interessante. “A “A alquimia encontra-se no limiar da religião e da ciência e é a mãe da química. Surge como produto da tecnologia religiosa egípcia e a filosofia grega. O patrono desta arte é o Deus egípcio Toth, divindade da sabedoria que fora posteriormente identificado pelos gregos como Hermes, para os latinos Mercúrio”. Mercúrio”. Destarte, os egípcios desejavam assegurar a imortali ortalidade dade por inte intermé rmédi dio o da técnica técnica e magi agia. Assi Assim m, mumificavam se seus us mortos para se tornarem divindades cósmicas, Queriam ser um com o universo. Eles acreditavam que o espírito caiu na matéria e que precisavam libertá-lo.
32
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma.
Capítulo XV Alquimia, pela Alquimia mesma
O processo clássico do trabalho dos alquimistas era criar uma substância transcendente e miracul raculosa conhecida conhecida como como o ´Eli ´El ixir xir da Longa Longa Vida`, da`, percorr percorrer er o caminho da da busca busca da Pedra Filosofal. O procedimento, em primeiro lugar, era tentar descobrir qual o material adequado, adequado, a cham chamada Prim ri ma Maté Matériria, a, depois depois submetê-la, etê-l a, em seguida, seguida, a uma série ri e de de operações que a transformariam em pedra filosofal. Quando nos referimos aos estados mitológicos, que tratam da evolução da consciência, cada um deles tem uma referência aos quatro elementos e com a própria operação alquímica. Desta forma temos:
Calcinatioé Calcinatio é a operação do fogo; Solutio– Solutio – a da água; Coagulatio – a da terra; Sublimatio – a do ar.
Comentaremos, a seguir, brevemente cada um deles:
Calcinatio
A calci calcina nação ção envol envolve ve inte intenso nso aque aqueci cim mento ento de um sól sóliido, destina destinado do a retirar retirar a água água e todos os demais elementos passíveis de volatilização. Resta um fino pó seco, cinza branca. São si simboli bolizados zados por por inte interm rmé édio dio de três nívei níveiss de Fogo na na alquim quimia ocide ocidenta ntall: o Lobo, L obo, o Le L eão e o Rei. Rei.
“ J ung demonstrou rou que o fo fogo sim simboliza liza a libid libido o, ne nesse sentido ido o lob lobo re repres resenta o desejo e os instintos; o Leão é o impulso egocêntrico objetivo e o Rei é a consciência objetiva”33.
Solutio
Em termos essenciais, esta é a operação que transforma um sólido em estado líquido. O sólido desaparece no solvente, como se tivesse sido engolido. Solutio, Solutio, então, significa o retorno da matéria diferenciada ao seu estado indiferenciado original – isto é, à Prima Matéri atéria. a. Se se conside considerarm rarmos os a água água como como o útero, a solutio é uma espécie de retorno a ele, no entanto, com interpretação aqui de um ´renascimento`. Já J á em se tratando do processo de transfor formação da consciên iência, ia, ist isto ocorre quando os aspectos fixos e estáticos da personalidade não admitem mudanças. O inconsciente coloca em questão as atitudes estabelecidas do ego. Uma receita alquímica desolutio de solutio diz : “ Disso ssollve então então sol e lua lua em em nossa nossa água sol solve vente nte,, que é fami familiar e amigável, gável, cuja cuja natureza mais se aproxima deles, como se fosse um útero, uma mãe, uma matriz, o princípio e o fim de sua vida. E esta é a própria razão pela qual eles são melhorados ou corrigidos nesta água, porque o semelhante se rejubila no semelhante... Assim, convém te unires aos consangüíneos ou aos de tua espécie... E como sol e lua têm sua origem nesta água, sua mãe, é necessário, portanto, que nela voltem a entrar, isto é , no útero de sua mãe, para que possam ser regenerados ou nascer de novo, e com mais saúde, mais ais nobreza nobreza emais ais força.” força.”(( Secret Book of Arte Artephius) phius)34
*
A solutio, solutio, de fato, tem duplo efeito: provoca o desaparecimento de uma forma e também o surgimento de uma nova, desta vez, regenerada. Psicologicamente, é o sentido de
33
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma. 34 Idem.
que o velho princípio dirigente, que passou pela solutio, pede para voltar a ser coagulado numa nova forma e com uma certa quantidade de energia à sua disposição. De certa forma, o batismo tem o antigo significado da provação pela água. Significa uma conversão total, na morte da velha vida e o renascimento de uma outra pessoa na comunidade de crentes religiosos. No batismo cristão, o indivíduo é unido com Cristo; quer dizer, vincula-se o ego com o SiSi-Mesmo. L ao Tsé T sé de descreve: screve: “O melhor elhor dos homens écomo como a água. A água a todas as coisas beneficia. E com elas não compete. Ocupa os (humildes) locais vistos por todos todos com comdesdém. Nos quais se assemelha ao Tao. Em sua morada ama a terra. Em seu coração, ama a profundidade. Em suas relações com os outros, ama a paz; No trabalho, ama a habilidade; Em suas ações, ama a oportunidade. Porquanto não querela, Vê-se livre de reparos”
Já J á J ung, diz: iz: A análise e a interpretação dos sonhos confronta o ponto de vista da consciência com as declarações do inconsciente, com o que lhe amplia o horizonte limitado. Esse afrouxamento de atitudes rígidas e restritas corresponde à solução de elementos pela aqua permanens”35.
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BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma.
Para ara o profes professor sor He Henrique nri que J osé de Souza, Souza, ililustr ustre e conheced conhecedor or das ciên ciênci cias as de todas as Idades, diz diz em um de seus seus escri escritos que não são os rrem emédios édios que curam curam, mas o magneti magnetism smo que se estabelece entre o médico e o paciente36.
Coagulatio
A coagulatio pertence ao simbolismo do elemento terra. Refere-se, portanto, à experiência no laboratório onde o resfriamento transforma um líquido em sólido. Em termos essenciais, a coagulatio é o processo que transforma as coisas em terra. “Terra”, por conseguinte, é um dos sinônimos decoagulatio de coagulatio.. “Pesada e permanente, tem forma e posição fixa. Não desaparece no ar por meio da volatilização, nem se adapta facilmente à forma de qualquer recipiente, ao contrário da água. Psicologicamente, tornar-se terra significa concretizar-se numa forma localizada particular - isto é, tornar-se algo ligado a um ego” 37. Fátima Brazão, em seu trabalho, explica que nos mitos este processo aparece na imagem agempel pela ação (mergul (mergulho, ho, batedura, batedura, movi movim mento ento emes espi piral ral)). “O “O Tu Turb rba a Philo Philossophorum rumdá a seguinte receita: To receita: Tom ma o mercú rcúrio, rio, co coagula-o la-o no no co corpo rpo de de Mag Magnésio, io, no no ch chumbo ou ou no no Enxofre que não queima etc. etc.” Sob o ponto de vista psicológico, a coagulatio significa que o Espírito fugidio de Mercúrio é o espírito autônomo da psique arquetípica. “Significa “Significa nada menos que ligar o ego com o Si-Mesmo, realizar a individuação. A assimilação de um complexo é, portanto, uma contribuição a coagulatio do Si-Mesmo”, Si-Mesmo”, escreveu Brazão, ao estabelecer as seguintes analogias em seu trabalho: Atribuí tri buíam amtrês age agente ntess dacoagulatio da coagulatio:: o magnésio, o chumbo e o enxofre.
1. O M agné agnéssio que significava vários minérios metálicos crus ou misturas impuras. Psicologicamente, isto pode ser uma referência à união do transpessoal com a realidade humana corriqueira. 36
Id. Ibidem BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma.
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2. O Chumbo é pesado, sombrio e incômodo. É associado ao planeta Saturno, carrega as qual qualidade dadess de depress depressão, ão, mel melan ancol coliia e da limitação. tação. Assi A ssim m se sendo, ndo, o tran transcen scende dente nte deve vincular-se com a pesada realidade e com a limitação das particularidades pessoa pessoaiis. Isso ocorre ocorre qua quando ndo o indi indiví víduo duo assum assume responsab responsabiilidade dade pessoa pessoall pel pelas suas suas fantasias. É diferente da idéia pensada e a falada.
3. O Enxofre tem sua cor amarelada e seu caráter inflamável o associa ao sol. Por outro lado, seus vapores têm mal cheiro e escurecem a maioria dos metais, é representado como como uma uma caracte caracterí rísti stica ca do do inf infe erno. J ung em Mysterum Coniunctionis, Coniunctionis, sintetiza o enxofre:
“O enxofre constitui a substância ativa do sol ou, em linguagem psicológica, a força impulsionadora da consciência: de um lado, a vontade, melhor concebida como um dinamismo subordinado à consciência; do outro, a compulsão, uma motivação ou impulso involuntário, que vai desde o simples interesse até a compulsão propriamente dita. A compulsão é o grande mistério da existência humana. É o cruzamento da nossa vontade consciente e da nossa razão por uma entidade inflamável que esta dentro de nós, manifestando-se ora como um incêndio destruidor, ora como um calor que gera vida”, vida” , escreve Fátima Brazão.
Sublimatio
Sublimatio é a operação que pertence ao ar, transformando os materiais por intermédio da elevação e volatilização. O sólido, ao ser aquecido, passa diretamente para o estado gasoso e sobe até a borda do vaso, onde volta a assumir o estado sólido na região superior, mais fria. A desti destillação ação é um processo em em que o lí líquido quido se torna vapor ao ser ser aque aqueci cido do e volta volta a condensar-se. Desta forma, “o termo “sublimação” vem do latim sublimis, que significa “elevado”. A terra se transforma em ar; um corpo fixo se volatiliza; aquilo que é inferior torna-se algo superior. Todas as imagens referentes ao movimento para cima, escadas, degraus, elevadores, alpinismo, montanhas, voar, e assim por diante- pertencem a esse simbolismo.
Em termos psicológicos isso corresponde a uma forma de lidar com um problema concreto”38. Por isso é que nas imagens da alquimia asublimatio a sublimatio aparece como aquilo que sai da terra e é transportado para o céu. É a fase descrita como purificação. Quando são misturados num estado de contaminação inconsciente, a matéria e o espírito devem ser purificados pela separação. O simbolismo da sublimatio permanece no cerne de todos os esforços humanos voltados para o dese desenvol nvolvi vim mento. ento. Afinal nal, tudo tudo aqui aquillo que evoca nossos nossos melhores elhores aspe aspectos ctos de nossa nossa natureza, natureza, “mais elevada” é, com efeito, toda a moralidade, ética e partilham do conjunto de imagens vinculado a ela.
Mortificatio
Segundo Segundo J ung, ung, a opus alquímica tem três estágios: nigredo, albedo e rubedo: o enegrecimento, o branqueamento e o avermelhamento. A nigredo, nigredo, ou escurecimento, pertence à operação denominada de mortificatio. Significa, literalmente, “matar”, sendo pertinente, portanto, à experiência da morte. É a mais negativa operação da alquimia. Está vinculada ao negrume, à derrota, à tortura, à mutilação, ao apodrecimento. Todavia, estas imagens sombrias com freqüência levam a imagens de crescimento e ressurreição. “Em termos psicológicos, o negrume refere-se à sombra. Em nível pessoal é positivo ter consciência do próprio mal, porque a negrura é o começo da brancura”. De acordo com a lei dos opostos, uma intensa consciência de um dos lados constela seu contrário. A partir do negrume, nasce a luz” 39.
Separatio
Considerava-se como aprima a prima matéria um composto, composto, mistura stura de com componentes que são são indif ndifere erenci nciad ados os e opostos entre entre si e que que reque requeriria a um processo de se sepa paração. ração. A mistura passa passa,, então, por uma discriminação de suas partes e componentes. Produz-se a ordem a partir da confusão em um processo análogo ao do nascimento do cosmos a partir do caos nos mitos da criação.
38
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma. 39 Idem. Idem.
Aliás, o prim primeiro ato da da criaçã criação o é, é, portanto, portanto, a sepa separaçã ração o do casa casall divi divino, no, Pa Pai Céu e MãeTerra, que os af afasta asta o bastan bastante te para para que sej seja a criad criado o um es espa paço ço para o resto da cri criaçã ação. o. Na tradição chinesa, do do Ta Tao o surgem surgem o Yi Y in e o Ya Y ang. Em Em term termos os psi psicol cológi ógicos, cos, o resul resulta tado do da da separatio pela divisão em dois é a consciência dos contrários. “Desta forma, a separatio é o elemento que dá ensejo à existência consciente e a separação entre sujeito e objeto, entre o eu e o não eu; esse é o primeiro par de opostos” 40. Na medida em que os opostos permanecem inconscientes e não-separados, vivemos num estado de participation mystique mystique,, já tratado anteriormente e que significa a identificação com um dos lados de um par de opostos e a projeção de seu contrário como um inimigo. “O espaço para a existência da consciência surge entre os opostos, o que significa que nos tornamos conscientes de sermos capazes de conter e de suportar os opostos em nosso interior”. A criação por intermédio da separatio também é descrita como divisão em quatro (os quatro elementos). O motivo desta divisão corresponde, em termos psicológicos, à aplicação das quatro funções do ego. “São “São elas: a sensação que nos dias quais são os fatos; o pensamento, que determina os conceitos gerais em que os fatos podem ser situados, o sentimento, que nos diz se gostamos ou não dos fatos; à intuição, que sugere a possível origem dos fatos, aquilo para onde podem levar e os vínculos que podem ter com outros fatos e apresenta possibilidades, e não certezas”41. Ainda sob o ponto ponto de de vista vista psi psicológi cológico, co, Brazã Brazão o lem lembra que que as caracte caracterí rísti sticas cas ligada gadass à separatio são: são: LogosL ogos-C Cortador, espada espadas, s, faca facas, s, lâm lâminas nas bem bem afiad afi adas as.. O L ogos é o grande grande agente deseparatio, de separatio, aquele que traz a consciência e exerce poder sobre a natureza – interior e exteri exterior or – graças graças à sua capacida cidade de de divi dividi dir, r, nomea nomearr e categ categori orizar. zar. Ao sepa separar rar os opostos, o L ogos traz cla clareza; reza; mas mas,, ao torná torná--lo visí visível vel,, evide evidenci ncia a tam também bém o confli confl ito. No No texto texto do Evangelho, podemos encontrar : “Eu “Eu não vim trazer a paz, mas uma espada...” espada...” J esus sus: “ Ta Talve lvez os homens pensem pensem que eu vim vim para para trazer trazer paz paz à terr terra. El Eles não sabem que eu vim vim para para trazer discórdia...” Um processo de separatio pode ser anunciado pelo aumento do conflito e do antagoni antagonism smo o num relaci relaciona onam mento ento antes antes amigável gável.. Isso será será provável, provável, em es espe peci cial al,, se o relacionamento for o de identificação inconsciente. Um outro importante aspecto da separatio é vinculado ao termo “extractio” “extractio”. A extração é a separação entre a parte essencial e seu corpo. E preciso extrair o espírito da 40 41
Id., herdem Id., herdem
matéri atéria, a, al alm ma do do corpo. corpo. Isto I sto represen representa, ta, sob o ponto ponto de vista vista psicol psicológi ógico, co, à reti retirada rada de uma uma projeção, normalmente seguida pelamortificatio pela mortificatio.. O produto da purif purificação cação da terra é a chamada ada “terra “terra branca foli oliada”. ada”. Esta é então então unida ao “sol” purificado ou ao princípio do “ouro” pela receita: “ Sem Semeia teu teu ouro na terra terra branca”. Os dois protagonistas – Sol e Lua, marido e esposa, terra e espírito – representam todos os pares de opostos. Devem ser purificados por inteiro da contaminação mútua, o que significa um diligente e prolongado escrutínio dos próprios complexos de cada pessoa. Termina inada a separat ratio, io, os opostos purific rifica ados podem ser re reconcilia iliad dos na coniun iunctio, io, que é o al alvo vo da da opus. opus. “ Só pode pode se unir aquilo aquil o que que foi devi devidam damente se separado.” parado.”42
Coniunctio
A coniunctio é o ponto culminante da opus. opus. Destarte, os alquimistas ocidentais chegaram a testemunhar em seus laboratórios exemplos variados de combinações químicas e físicas, na qual duas substâncias se unem para criar uma terceira com propriedades distintas, uma espécie de conjunção entre homem e mulher. Este fato forneceu diversas imagens para a fantasia alquímica. “Quando se tenta compreender o rico e complexo simbolismo da coniunctio, é aconselhável distinguir duas fases: uma inferior e uma superior. A coniunctio inferior é uma união ou fusão de substâncias que ainda não se encontram completamente separadas ou discriminadas. É sempre seguida pela morte ou mortificatio. A coniunctio superior, por outro lado, é o alvo da opus, a suprema realização. A experiência da união é quase sempre uma mistura dos aspectos inferiores e superiores. Todavia útil distinguir entre os dois para propósitos descritivos. A união dos opostos que foram separados de maneira imperfeita caracteriza a natureza inferior”. É justamente o objetivo da opus a criação de uma entidade miraculosa que recebe vários nomes como “Pedra Filosofal”, “Nosso Ouro”, “Água Penetrante”, “Tintura” etc. Sua produção resulta da união dos opostos purificados, e como combina os opostos, retifica toda unilateralidade. Descreve-se a Pedra Filosofal como: “ uma pedra pedra que tem tem o poder de amolecer olecer todos todos os corpos duros e de endurecer todos os corpos moles”, moles”, a pedra comSapientia com Sapientia Dei que diz de 42
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma.
si mesma: “Eu “Eu sou a mediadora dos elementos, que faz um concordar com o outro; aquilo que é quente torno frio, e vice-versa, aquilo que é seco torno úmido e vice versa, o duro em mole. Sou o final e o meu amado é o começo. Sou toda a obra, e toda a ciência oculta-se em mim”43. Tam Ta mbém o te termo “Pe “Ped dra Filos Filosofal” fal” é a união ião de de opostos. A filos filosofia, fia, o am amor pe pela sabedoria, é um empreendimento espiritual, ao passo que uma pedra é realidade material, dura e crua. Assi Assim m, o termo termo sugere sugere al algo como como a ef eficácia cácia práti prática ca e concreta da sabe sabedori doria a ou da da consciência. Ju J ung descreve o seguint inte, sobre este assunto: “Eros é um kosmogonos, um criador e pai-mãe de toda consciência superior. Por vezes sinto que as palavras de Paulo –“ainda –“ ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, mas não tivesse amor” – podem muito bem ser a primeira condição de todo o conhecimento e a quintessência da divindade. Qualquer que seja a interpretação erudita da frase “Deus “ Deus é amor” amor” , as palavras palavras afir afi rmamo compl complex exo o opposi oppositorum torumda cabeça cabeça de Deus.. Deus...... Somos, no senti sentido do mais ais profundo, profundo, as víti vítim mas e os instr instrum umentos entos do “am “amor” or” cosmogôni cosmogônico. co.... Sendo uma parte parte um umhomemnão pode captar captar o todo. El Ele se encontra encontra a mercê ercê do todo. Pode obedecer a ele ou rebelar-se contra ele; mas sempre é tomado por ele e contido dentro dele. Depende dele e é por ele sustentado. O amor é sua luz e sua treva, cujo final fi nal ele não pode pode ver ver. “O “ O amor amor não ter termina” – que o homem fale fal e com as “l “línguas nguas dos dos anjos” anjos” ou persi persiga, ga, comexatidão xatidão cien cientitififica, ca, a vida vida da da cél célula ula em emsua fonte últi últim ma. ... ... Se possui possui um grão grão de sabedor sabedora, a, ele ele depor deporá á as armas armas e nomeará o desconhe desconheci cido do pel pelo ainda ainda mais ais desconhecido, ignotum per ignotius - isto é, como o nome de Deus. Essa é uma confissão de humildade, de imperfeição e de dependência; mas, ao mesmo tempo, um testemunho da liberdade do homem para escolher entre a verdade e o erro.” 44
Não poderíamos encerrar esta parte da monografia sem citar um dos textos conside considerados rados entre entre os mai maiss sagrados sagrados da alqui alquim mia, conhecido conhecido como ´A ´A Tábua ábua da da Esm Esmera erallda` da` de Hermes, o Trimegistro, o três vezes grande, escrita em latim, embora em 1923 fora descoberta também tambémumaversão versão na lílíngua árabe.
43
Id. Ibidem J ung, Mem Memorie riess, Dre Dreams, Reflec lection ions, p. 353s
44
1 – Verdadeiro, sem enganos, certo e digníssimo de crédito. 2 – Aquilo que está embaixo é igual àquilo que está em cima, e aquilo que está em cima é igual àquilo que está embaixo, para realizar os milagres de uma só coisa. 3 – E, assim como todas as coisas se originaram de uma só, pela mediação dessa coisa, assim também todas as coisas vieram dessa coisa, por meio da adaptação. 4 – Seu pai é o sol; sua mãe, a lua; o vento a carregou em seu ventre, sua ama é a terra. 5 – Eis o pai de tudo, a complementação de todo o mundo. 6 – Sua força é completada se for voltada para dentro da terra. 7 – Separa a terra do fogo, o sutil do denso, com delicadeza e com grande ingenuidade. 8 – Ela ascende da terra para o céu, e desce outra vez para a terra, e recebe o poder do que está es tá emcim cima e do que que está está embaixo. baixo. E, E, assi assim m, terás terás a glór glóriia de todo todo o mundo. mundo. Des esse se modo, toda a treva fugirá de ti. 9 – Eis o forte poder da força absoluta; porque ela vence toda coisa sutil e penetra todo sólido. 10 – E assim o mundo foi criado. 11 – Daqui virão as prodigiosas adaptações. à feição das quais ela é. 12 – E assim sou chamado Hermes Trismegistus, tendo as três partes da filosofia de todo o mundo. 13 – Aquilo que eu disse acerca da operação do sol está terminado.
Capítulo Capítulo XVI XV I Fisiologia isiologia Tao T aoísta ísta eAlquimia Inte I nterrior
Nos textos sobre fisiologia taoísta de alquimia interior, estudados no decorrer de nosso curso de especialização em Ciências Clássicas Chinesas, sobretudo no Weisheng Shenglixue mingzhi 45 aparecem as palavras campo de cinábrio46 e os meridianos curiosos, meridianos singulares ou, como melhor chamamos, vasos maravilhosos. Estes termos aparecem segundo uma interpretação do corpo humano e de seu funcionamento, segundo uma forma taoísta de encará-lo. Os campos de Cinábrio (dantian (dantian)) são alguns locais do corpo humano reconhecidos como sedes das transformações e das mutações, segundo aponta o citado texto. “O “O cinábrio, o sulfureto de mercúrio, é uma forma inferior de uma pedra vermelha que, em alquimia chinesa, é a matéria prima da pedra filosofal. Em outros termos, o cinábrio é a matéria de base para a elaboração do ouro em alquimia externa, a droga (no sentido de remédio ou medicamento) da imortalidade em alquimia interior” interior”.47 Este mesmo texto cita o Shuowen, Shuowen, fazendo referência à lembrança de que o cinábrio (dan), representa um poço, um agujero (agulheiro ou buraco) que contém uma pedra, garantindo e lembrando que o cinábrio é muito abundante no sul da China, realizando, entretanto, importante ressalva. “Os “Os campos de cinábrio não são, pois, nem depósitos e nem lugares ordinários, e sim campos onde se transformam certos materiais segundo a alquimia interior” interior”.48 E, muito embora o texto original chinês não dê nenhuma precisão onde se localizam os campos de cinábrio, conta que a respiração penetra desde o fundo da cabana (choupana) no campo de cinábrio, onde a essência e o alimento são mantidos na busca da longevidade.
45
Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – traducción Del chino al francês, introducción y notas de Catherine Despeux – versión al castellano de Francisco F. Villalba – Miraguano Ediciones. 46 Optamos emmanter anter a pal palavra Ci Cinábri nábrio o uma vez quena língua portuguesa há: Zinab Zi nabre re - sm Azi Azinhavre. nhavre. A zinha zi nhavre vre – sm– Substânci Substância a verde que que seforma nos nos objetos objetos decobre expostos expostos ao ar ou umi umidade dade,, conform conforme Dici Di cioná onário rio daL íngua ngua Portuguesa – Soares Soares Am Amora – Editora E ditora Sarai Saraiva. 47 Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – página 19. 48 id. ib ibid., página 19.
Apena penass por volta volta dos dos séculos culos II II I e IV IV é que que apa aparecem recem três cam campos de de ciná cinábri brio. o.
A saber:
•
O inferior, embaixo do umbigo.
•
O mediano, ao nível do coração.
•
O superior, na cabeça.
Note-se que há alguma discrepância entre a localização exata do campo de cinábrio inferior entre textos mais recentes – Baopuzi neipian e Dengzhen yinjue, yinjue, do século IV – e os mais antigos como Ta como Taix ixii jing jing e Xiuzhen shishu. shishu. Enquanto os primeiros o localizam a 2,4 polegadas abaixo do umbigo, os mais antigos referem-se ao mesmo campo a 1,3 polegada abaixo do umbigo, sendo que a medida de 2,4 polegadas, segundo o texto estudado, é a medida edida adotada adotada pela pela maiori aioria a dos dos taoístas taoístas contemporâne porâneos. os. Vol V oltarem taremos os a este assunto assunto mai maiss adi adiante. ante. Ao A o contrário contrári o de outros outros campos campos de ciná cinábri brio, o, onde se discute discute com detal detalhe hess sua localização e função, o inferior é raramente citado e encontrado nas obras clássicas chinesas.
“Raros são os textos que dão outras precisões sobre sua localização. Se pode citar um texto das Seis Dinastias, de Laozi zhongking (Yunji qiqian), que o descreve da seguinte maneira: ´O campo de cinábrio (inferior) é a raiz do homem. É onde se acumula a essência e a energia espiritual. É o lugar da origem dos cinco alentos, o palácio do embrião. É onde se acumula a essência do homem e a menstruação da mulher. Preside o nascimento e é a porta da união do Yin e do Yang, e se situa a três polegadas abaixo do umbigo” umbigo”.49 Este mesmo texto dá forma e cores:
49
•
É vermelho no centro.
•
Verde àesquerda esquerda eamarelo arelo à direi direita. ta.
•
Branco acima, negro abaixo. Quadrado e redondo.
Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – página 20.
•
Medequatro polega pol egadas das e tem tem como como modelo modelo o céu, a terra terra e o homem homem.
•
As cinco cores tomo como modelo os cinco elementos.50
No entanto, segundo Zhao Bichen no texto que ora estudamos, ocorre uma leitura que acima confunde o cinábrio inferior com o útero e com o sexo. “Pelo “Pelo que se refere às cores, sua distribuição não corresponde com a repartição corrente das cores no espaço conforme se segue: amarelo no centro, vermelho no sul, negro no norte, branco no oeste e verde no leste” leste”51. Ainda segund segundo o Zhao Bichen, Bichen, na alquimia interior os campos de cinábrio são lugares de transformação da essência, dos sopros e da energia espiritual. São três regiões do corpo onde se concentram três etapas do trabalho psicofisiológico. Conforme o Tratado dos Três Campos e os Três Cinábrios52, “a energia espiritual que nasce no seio do sopro53, se situa no cinábrio superior; o sopro que nasce do seio da essência, se situa no cinábrio mediano; e a união da água e o sopro verdadeiro forma a essência que se situa no cinábrio inferior. No campo superior é a morada da energia espiritual, no campo mediano o palácio dos sopros e no campo inferior é a região da essência” essência”54. Outro clássico chinês – Dacheng jiejing55 – também cita os campos de cinábrio e os nomeia. “O campo de cinábrio superior o Niwan, se situa no centro da cabeça. Também chamado Tanque (ou reservatório) do Loto Superior (shang lian-chi), e é onde está contida a energia espiritual. O campo de cinábrio mediano, também chamado Caldeirão da Terra (tu fu) o Tanque do Loto Mediano (zhong lianchi), se encontra a 3,6 polegadas por debaixo do centro do corpo. Mede 1,2 polegadas, e é o lugar onde se alimenta o embrião. Está situado a direita da Morada do Arcana (dongfang), e a esquerda do Minstang. O campo de cinábrio inferior nferior,, também bém chamado Tanque Tanque Flore orecido cido (huachi (huachi)) ou Oceano Oceano dos Sopr Sopros (qihai (qihai)) se situa situa a 1,3 polegadas por debaixo do umbigo. Está a mesma distância do cóccix que dos rins e 50
Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – página 20. id. ib ibid., página 20. 52 Xiuzhen shishu, compliacion de los Song, Song, número 263 – página 6b. 53 sm1 hálito, bafo, alento. 2 vigor. 3 esforço. 4 figânimo. ig ânimo. Do espanhol aliento pode-se traduzir para o souffle, em francês – sopro, conforme utilizamos a tradução nesta monografia. 54 Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – página 20. 55 Dacheng jiejing, jiejing, escrito por Liu Huayan Huayang g no ssé éculo culo XV X V II I 51
corresponde às gônadas. É onde está encerrada a essência e é o lugar onde se recolhe o remédio. Também está situado a esquerda do Mingtang e a direita da Morada do Arcano56”. Segundo Zhao Bichen, Bichen, os textos de alquimia interior não fazem mais do que descrever a circulação dos sopros internos pelos vasos maravilhosos de uma maneira mais ou menos velada, citando o Nanjing – O Li L ivro das das 81 81 Dif Dificulda culdade dess que que tem tem três capí capítulos tulos sobre sobre os oitos oitos meridianos curiosos, extraordinários ou, como preferimos chamar, de vasos maravilhosos. “Li Shizhen, célebre médico da dinastia dos Ming, retoma o exposto no Nanjing e ressalta que o essencial para um médico conhecer bem o papel destes oito meridianos, com o fim de não buscar vagamente a causa de uma enfermidade, e que um taoísta, graças a estes meridianos, irá assegurar o bom funcionamento do forno e da caldeira” caldeira”57. Ainda segund segundo o este este mes esm mo texto, para os taoísta taoístas, s, os oito oito meri meridi dian anos os curiosos curiosos desempenham um papel diferente na circulação da energia ancestral já que postulam que estes meridianos estão bloqueados nos homens comuns que, entretanto, podem funcionar plenamente por intermédio de exercícios e esforços que estimulariam o seu funcionamento.
56 57
Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – página 21. id. ib ibid., página 21.
Capítu Capítulo lo XVI XV I I Os Oito Vasos Extraordinários, Curi uriosos osos ou Maravil Maravilho hossos
Os Vas V asos os Mara Maravi villhosos, como pref preferi erim mos cham chamar, são tam também bém conhecidos conhecidos como como meridianos Extraordinários ou Curiosos e possuem características muito próprias, principalmente porque são virtuais, isto é, no estado normal do organismo eles encontram-se como ´adormecidos`. Enquanto os vasos da grande circulação transportam a energia de forma continua continuada da,, os Vas V asos os Mara Maravi villhosos só só apare aparecem cememes estad tados os patol patológi ógicos. cos. “ To Tod do tran ranstorno rno de energia rgia que não pode ser ´a ´absorvid rvido o` pela ´pequena circu irculaç lação` e seu mecanismo regulador, irá buscar drenar em algum Vaso Maravilhoso” Maravilhoso”58. Além de seu seu funciona funci onam mento ento em es estad tados os patol patológi ógicos, cos, contrariam contrari amente, ente, eles eles são são poderosos aliados no tratamento por intermédio da acupuntura. Diferentemente dos demais meridi eridian anos os de ene energi rgia, a, os Vas V asos os Maravi Maravillhosos possuem possuempontos mes mestres tres que abrem abrem os vasos e assim o reconectam à grande circulação de energia. Além disso, disso, eles eles não não precisa precisam m de pontos próprios, próprios, já j á que que es estes tes pontos pontos mes mestres tres fazem fazem parte de outros meridianos conforme o caso. Existe xistem m oito oito Vas Vasos os Mara Maravi villhosos hosos – se sendo ndo quat quatro ro de nature natureza za Ya Y ang e quatro de nature natureza za Yi Y in. Sã São os seguintes seguintes::
Os qua quatro tro Va Vasos Maravilhos ravil hosos os Y in:
1. Tc Tchron rong-Mo -Mo – Ponto Mestre – BP 4 (Kong-Soun (Kong-Soun)) 2. Inn-Oe– Inn-Oe – Ponto Mestre – CS 6 (Nei-Koann (Nei-Koann)) 3. J enn-Mo -Mo – Ponto Mestre – P 7 ((Lie-Tsiue Lie-Tsiue)) 4. Inn-Tsia-Mo – Ponto Mestre – R 6 ( Tc Tchao-Ra -Rae) 58
Acupuntura – Teoría y Práctica – La Antigua Terapêutica China al Alcance Del Medico Practitco – David Sussmann – Décima Terceira Edicion – Editor Editorial ial K Kie ierr – Los Vasos Vasos Marav Maraviilhoso hososs – Página 271.
Os quatro quatro Va V asos Maravilhos ravil hosos os Y Ya ang: ng:
1. Ta Tae e-Mo -Mo – Ponto Mestre – VB 41 (Linn-Trsi (Linn-Trsi)) 2. Iang-Oe– Iang-Oe – Ponto Mestre – TR 5 (Oae-Koann (Oae-Koann)) 3. To Tou u-Mo -Mo – Ponto Mestre – ID 3 ((Reou-Tsri Reou-Tsri)) 4. Iang-Tsiao-Mo – Ponto Mestre – B 62 (Chenn-Mo (Chenn-Mo))
O Vaso Maravilhosos J Maravilhosos J enn-Mo -Mo e To Tou u-Mo -Mo são distintos não bilaterais como os demais e relacionam-se com a pequena circulação. Os demais se relacionam e se agrupam em pares:
Prim Pri meiro Par 1. Tch Tchron rong-Mo -Mo – BP 4 2. Inn Oe– Oe – CS 6
Segundo Par 1. Ta Tae e Mo– Mo – VB V B 41 41 2. Iang-Oe– Iang-Oe – TR 5
Terrceiro Te iro Pa Parr 1. To Tou u-Mo -Mo – ID 3 2. Iang-Tsia-Mo– Iang-Tsia-Mo – B 62
Quarto Par 1. J enn-Po– -Po – P 7
2. Inn-Tsiao-Mo– Inn-Tsiao-Mo – R 6 A es escol colha ha de um determ determiinado nado Vas Vaso o Mara Maravi villhoso se se dá conforme conforme a patol patologi ogia a apresentada pelo paciente e de acordo com a experiência clínica do acupuntor. “Existe “Existe até um índice terapêutico, com os pontos sintomáticos de cada enfermidade, figurando o Vaso Maravilhoso correspondente. Ademais, os Vasos Maravilhosos podem ser usados conforme o critério clínico geral” geral”59.
Depois de escolhido o Vaso Maravilhoso, a sessão de acupuntura deve ser iniciada pelo ponto mestre, deste vaso, seguido dos pontos sintomáticos e se encerra com o ponto mestre do vaso par correspondente. Abai baixo cita citam mos al algumas indica ndicações ções60 deste destess Vas Vasos os Mara Maravi villhosos, sem entrarmos entrarmos nos trajetos já que isto iria demandar muitas explicações que fogem do escopo principal desta monografia.
Assi ssim m temos:
1 – Tch Tchron rong-Mo -Mo – BP4 (Kong-soun (Kong-soun)) Indicaçõe ndicações: s: Transtornos Transtornos di digesti gestivos, vos, aerofag aerofagiia, todas todas as as enf enferm ermiidade dadess do estôm estômag ago o como hiperacidez, inapetência, gases estomacais. Todas as enfermidades intestinais, diarréia e icterícia. Angina, palpitações, taquicardia, arritmia, endocardites, miocardites, pericardites. Hipotensão. Em resumo: indicado para dores da região cardíaca, males digestivos, transtornos hepáticos e transtornos relacionados ao tubo digestivo.
2 – Inn-Oe– Inn-Oe – CS 6 (Nei-koann (Nei-koann)) Indica ndicações ções::
Indige ndigestã stão, o,
consti constipa paçã ção o
es espa pam módica, ódica, convul convulsõe sões, s,
hipe hiperten rtensã são, o,
arteriosclerose, artrites, varizes, hemorróidas. Obesidade, depressão mental, melancolia, tristeza, timidez, neurastenia, emotividade, inquietude, angústia, ansiedade, temor, agitação, riso nervoso, amnésia, sonhos, pesadelos, transtornos mentais e delírio. 59
Acupuntura – Teoría y Práctica – David Sussmann – Décima Terceira Edicion – Editorial Kier – Página 273. Conforme indicações de David Sussmann, em sua obra, Acupuntura – Teoría y Práctica – La Antigua Terap rapêutica ica Chin China a al Alc Alca ance Del Del Me Medico ico Prac Practitc itco. 60
3 – Ta Tae e-Mo -Mo – VB V B 41 (Linn-tsri) Linn-tsri) Indicaçõe ndicações: s: Artr A rtriites e artroses, reumatism atismo o articul articular ar agudo, agudo, contratura das das mãos ãos,, pé e dedos. Tremores nos quatro membros, especialmente do pé. Cefaléias e vertigens. Dores e edemas na face, olhos, ouvidos e garganta. Dores e nevralgias dos quatro membros, inchaço do abdômen, vômitos. Menstruação insuficiente, inflamação das mamas, anemia, debilidade física e mental profundo com esgotamento, enfraquecimento.
4 – Ya Yan ng-Oe -Oe – TR T R 5 (Oae-koann) Oae-koann) Indica ndicações ções:: Dores Dores na nas articul articula ações ções dos membros, fri frio o nos joe joellhos, ma mal estar star nos braços braços e pernas, enxaquecas, lombalgias e dores na coluna vertebral, no pescoço, cabeça e nas órbitas dos olhos. Calor e paralisia dos membros. Suores noturnos, dores oculares, prurido generalizado, dermatites, acnes, otites, sangramento do nariz, excesso de menstruação.
5 – Tou-mo – Ponto Mestre ID 3 (Reou-tsri (Reou-tsri)) Indicações ndicações:: Temores, contratura dos mem membros, confusã confusão o mental mental,, enxaque enxaqueca, ca, edem edemas nos olhos com lacrimação, dor lombar, joelhos, dentes, glaucoma, conjuntivite, estomatite, gengivite, amidalite, angina, surdez, epilepsia, alucinações. Em resumo: transtornos artríticos, reumáticos, nervosos e cerebrais.
6 – Iang-Tsiao-Mo – Ponto Mestre – B 62 (Chenn-mo (Chenn-mo)) Indicaçõe ndicações: s: Contração Contração da coluna coluna vertebral vertebral, edem edema nos maléol aléolos, os, cefal cefaléi éia a com dor nos olhos, dificuldades para estender ou flexionar os membros, abscesso na mama, zumbido nos ouvidos, ouvidos, dores arti articul culare ares, s, edem edemas. as. Af A fecções ecções paralí ralíticas ticas nos membros, conge congestã stão o cerebral cerebral,, hemorragia cerebral, afasia.
7 – J enn-Mo– -Mo – Ponto Mestre P 7 ((Lie-tsiue Lie-tsiue)) Indicações: Dermatites, eczemas, cefaléia occipital, insuficiência pancreática, diabetes, todas as enfermidades pulmonares, tosse, bronquite, congestão pulmonar, broncopneumonia, gripe, coqueluche, tuberculose pulmonar, enfisema, asma. Todas as
enfermidades do nariz: rinite, sinusite, alergias, faringites, laringites, astenias e todas as inflamações da mucosa.
8 – Inn-Tsiao-Mo – Ponto Mestre R 6 ( Tc Tchao-ra -raé) Indicações: Todos os transtornos da micção, enurese, cistite, frigidez, impotência, esterilidade, prostatite, corrimento vaginal, dores e congestão ovárica, transtornos da menstruação, regras abundantes, ameaça de aborto, insônia, constipação crônica. Em resumo: todos os transtornos genito-urinários.
Cap Ca pítulo ítulo XVI I I A Flor de Ouro é o Elixir li xir da Vida
O significado literal de deGi Gin n Dan Dan é esfera de ouro, a pílula de ouro, ou o Elixir da Vida, a Flor de Ouro, que se obtém por intermédio das transformações da consciência espiritual que, por sua vez, dependem do coração. E, muito embora, seja exata, tal magia é secreta, é fluida e exige extrema inteligência e lucidez, bem como aprofundamento e tranqüilidade. “As “As pessoas desprovidas dessa extrema inteligência e compreensão não encontram o caminho da utilização, ao passo que as pessoas desprovidas do extremo aprofundamento e tranqüilidade não conseguem estabilizá-lo” estabilizá-lo”.61 Assi ssim m como como existe existem m céu e terr terra, a, també também m existe xistem m doi doiss coraçõe corações. s. O coração de carne, carne, embaixo, tem a forma de um grande pêssego e é encoberto pelas ´asas` do pulmão. É sustenta sustentado do pel pelo fí fígado gado e se serv rviido pel pelas víscera vísceras. s. Dep Depen ende de do mundo mundo exterior. exterior. J á o coração celeste, que reside na cabeça não deve comover-se. “Se “Se isto ocorresse, não seria bom. Quando as pessoas comuns morrem, ele se comove, mas isso não é bom. Evidentemente, é muito melhor que a luz já se tenha firmado num corpo-espírito e que sua força vital penetre pouco a pouco os impulsos e movimentos. Mas este é um segredo silenciado há milênios” milênios”.62 O coração inferior é um general forte e poderoso que despreza o senhor celeste e usurpa-lhe a liderança. Quando, entretanto, consegue-se fortalecer o castelo originário, o soberano forte e sadio ocupa o seu trono. “Os “Os olhos impelem ao movimento circular como dois ministros, um à direita, outro à esquerda, apoiando o soberano com toda a sua força. Quando a soberania está centrada e em ordem, todos os heróis subversivos se apresentam com as lanças de ponta para baixo, a fim de receber ordens” ordens”.63 E só quando o espírito originário ultrapassa as diferenças polares de luz e obscuridade é que o discípulo não irá mais permanecer nos três mundos (céu, terra e inferno), embora no caminho para para o El Elixir xir da Vi V ida reconhe reconhece ce--se a água água-se sem mente ente,, o fogo-esp fogo-espíírito rito e a terraterrapensamento.
61
J UNG, UNG, Carl Carl Gu Gustav tav e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 99. 62 id. ib ibid., página 100. 63 id. ib ibid., página 101.
Para explicar melhor este assunto Wilhelm estabelece algumas comparações importante portantess e mui muito to útei úteis aos prof profiissionais ssionais da Acupu Acupuntu ntura: ra:
1. Águagua-se sem mente ente – uma força força (Eros) (Eros) uma uma everdadei verdadeira ra do céu céu prim primeiro. eiro. 2. Fogo-espírito é a luz (Logos). 3. Te Terrra-pe -pensamento é o coração celes leste da morada do meio (int (intuiçã ição).
Des esta ta forma forma poderem poderemos faze fazerr inte i nteressa ressante nte ana anallogia ogia com todas as funções Y in. Dissemos a pouco que o coração terrestre é como um grande pêssego apoiado no Fígado e tem como asas os Pulmões. Porta Portanto, nto, tem temos três três funçõe funçõess Yi Y in: Coraçã Coração, o, Fí Fígado gado e Pulm ulmõe ões. s. Agora, Wilhelm fala da água-semente, analogia possível aos Rins, Fogo-espírito (Logos (L ogos ou Fogo Im Imperad perador) or) anal nalogia ogia poss possíível com o Coraçã Coração o ou com o Me Mestre do do Coraçã Coração o (CS), e terra-pensamento, Baço-Pâncreas, tão importante e citado na filosofia de esvaziar-se a mente e pensar com a barriga. Acreditam creditamos que tais tais ana anallogias ogias fazem azem muito uito senti sentido, do, princi pri ncipa pallmente ente ao ao desta destacar car um outro trecho de Wilhelm, na obra citada, conforme se segue. “Usamos “Usamos o fogo-espírito para agir, a terra-pensamento como substância e água-semente como fundamento” fundamento”.64
“O Grande Uno contém em si a verdadeira força (prana), a semente, o espírito, o animus e a anima. Quando os pensamentos se tranqüilizam plenamente, de modo a ver-se o coração celeste, a inteligência espiritual, por si mesma, atinge a origem. Este ser habita, sem dúvida, o verdadeiro espaço, mas o lampejo da luz habita nos dois olhos. Portanto, o mestre ensina o movimento circular da luz, a fim de alcançar o verdadeiro ser. O verdadeiro ser é o espírito originário. O espírito originário é
64
WILHELM, Richard, O Segredo da Flor de Ouro, Ouro, (Tai I Gin Gin Hua Dsun Dsung g Dschï) Dschï) Editora Voze Vozes; s; 2ª. 2ª. Ediçã Edição, o, Petrópolis. 1984. Página 101.
jus justamente ser e vid vida a, e quando nis nissso se se rec reconhece o re real, aí aí está a força originária. E é justamente isto o grande sentido”.65
65
L ong ong Ye Y en – Suram Suramgam gama-sutra budista budista.. JU J UNG, NG, Ca Carl Gusta Gustav e WIL WI L HEL HEL M, Ri Richa chard, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Gin Hua Dsun Dsung g Dschï) Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 99.
Capítulo Capítulo XI X A Flor de Ouro Our o é a Luz L uz do do Céu Céu
Ao entender entender e buscar compreender compreender o que é Ta é Tao o, sobretudo se o encararmos como um método ou caminho consciente que deve unir o que está separado, chegaremos próximo ao conceito psicológico da linguagem chinesa e de se realizar o que propõe o T o Ta ao. Segundo o texto Hui Ming Ging, Ging, “é necessário um ´aquecimento`, ou seja, uma elevação da consciência, a fim de que a morada da essência espiritual seja ´iluminada`. Assim, pois, não é apenas a consciência, mas também a vida que deve ser elevada ou exaltada. A união de ambas produz a ´vida consciente`. ... os antigos sábios conheciam o modo de suprimir a separação entre consciência e vida, pois cultivavam as duas” duas”.66 Segundo a concepção junguiana, a união dos opostos em um nível mais alto de consciência não é um processo mental ou racional, menos ainda uma questão de desejo ou vontade, e sim um processo de desenvolvimento psíquico que se exprime por intermédio dos símbolos. “Quando “Quando as fantasias tomam a forma de pensamentos, emergem formulações intuitivas de leis ou princípios obscuramente pressentidos, que longo tende a ser dramatizados ou personificados” personificados”67. Em sua prática prática clí clínica nica e em suas suas pesqui pesquisa sas, s, J ung pôde pôde comprov comprovar ar que as fantas antasiias desenhadas pelos seus pacientes podem aparecer em símbolos que pertencem ao tipo ´mandala`. “Mandala “Mandala significa circulo e praticamente circulo mágico. Os mandalas não se difundi difundirram somente ente atravé atravéss do Or Oriente, ente, mas mas também bém são encontrados entr entre e nós. A Idade Média e em especial a baixa Idade Média é rica de mandalas cristãos” cristãos”.68, escreve escreve Jung J ung.. Nestes mandalas é importante ressaltar que o ponto central também pode ser represen representad tado o por J es esus us Cri Cristo rodeado rodeado pel pelos quatro quatro evangel evangeliistas stas nos pontos pontos cardeai cardeais. s. Entre Entre os egípcios também Hórus e seus quatro filhos foram representados da mesma forma e o centro mostra o local do ´olho filosófico`, ou ´espelho da sabedoria` conforme algumas tradições. Precisamos ainda ressaltar que diversas tradições, a chinesa inclusive, leva em conta no seu JUNG J UNG,, Ca Carrl Gu Gustav e WILHELM, Rich Richard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 37 67 id. ib ibid., página 38 68 id. ib ibid., página 38
processo de cosmogênese os quatro pontos cardeais com um quinto ponto no centro, que depois se desloca acima e à direita, representando a Terra. Na prática, podemos estabelecer que há os quatro pontos cardeais no consultório e no centro, onde reside a luz, está o terapeuta/acupunturista e o paciente buscando a vivência alquímica de se partir do corpo físico buscando atingir a luz do espírito, a descoberta e o próprio incentivo do Shen. Outra analogia possível é que se forma a cruz mundana, de quatro braços iguais, sendo que o paciente deitado na horizontal, forma este braço da cruz, enquanto que o vertical é representado pelo terapeuta-acupuntor trabalhando.
A flor de ouro é a luz. Tao. E a luz do céu é o Tao
Ju J ung, na na obra cita itada, afir afirm ma que a Flor Flor de de Ouro é um símb ímbolo mandálico lico, ta também encontrado em uma série de desenhos de seus pacientes. Trata-se de um ´ornamento ´ornamento geometricamente ordenado` ordenado` como uma flor irrompendo do fundo da obscuridade em luz colorida e incandescente. Tais desenhos exprimem o nascimento da flor de ouro, pois, segundo o Hui Ming Ging, Ging, a vesícula germinal` é o ´castelo de cor amarela`, o ´coração celeste`, ´os terraços da vitalidade`, ´o campo de uma polegada da casa de um pé`, ´a sala purpúrea da cidade de jade`, ´a passagem escura`, ´o espaço do céu primeiro`, ou também chamado de ´o castelo do dragão no fundo do mar`. Ela é também chamada ´a região fronteiriça das montanhas de neve`, ´a passagem primordial`, ´o reino da suprema alegria`, ´o país sem fronteiras` e o altar sobre o qual consciência e vida são criadas. “Se “Se o agonizante não conhecer este lugar germinal”, germinal”, diz Hui Hui Ming Ging, Ging, “não encontrará a unidade de consciência e vida nem mesmo em mil nascimentos, ou dez mil eons”, eons”, cita cita J ung. ung.69 No princípio, quando tudo ainda é informe e ligado ao um, tudo jaz no fundo do mar, na escuridão do inconsciente. Uma só unidade, inseparavelmente misturada como a semente do fogo fogo no forno forno da puri purifficação. cação. A parti partirr deste fundo é que surge o ffogo ogo que sobe e p pen enetra etra a semente, incubando-o para que uma grande flor de outro nasça e cresça da vesícula germinal.
69
id. ib ibid., página 40
Diz Diz Ju J ung. ““Esta Esta simbólica refere-se a uma espécie de processo alquímico de purificação e de enobrecimento; a escuridão gera a luz e a partir do ´chumbo da região da água` cresce o ouro nobre; o inconsciente torna-se consciente, mediante um processo de vida e crescimento. Desse modo se processa a unificação de consciência e vida” vida”.70 Ainda segundo segundo o psicanal psicanaliista, essas essas im imagens agens surgem espontanea espontaneam mente de duas duas ffontes: ontes: o inconsciente e a plana devoção que proporciona um pressentimento do si-mesmo, da própria essê ssência ind i ndiividu vidua al.
“Um clarão de luz circunda o mundo do espírito. Esquecemo-nos uns dos outros, puros, silenciosos, vazios e onipotentes. O vazio é atravessado pelo brilho do coração celeste. Lisa é a água do mar e a lua se espelha em sua superfície. Apagam-se as nuvens no espaço azul; lúcidas, cintilam as montanhas. A consciência se dissolve em contemplação. Solitário, repousa o disco da lua”
Hui Ming Ging71
“A meta evidente da imagem é traçar um ´sulcus primigenius`, um sulco mágico em redor do centro que é o templo ou temenos (área sagrada) da personalidade mais íntima, a fim de evitar uma possível ´efluxão`, ou preservá-la, por meios apotropaicos, de uma eventual distração devido a fatores externos”, externos”, escreve J ung. ung.72
70
id. ib ibid., página 39 Hui Ming Ging, obra citada. 72 id. ib ibid., página 40 71
Ainda sob o ponto ponto de vista vista psicol psicológi ógico, co, podemos podemos lem lembrar do movim ovi mento ento da roda do sol, que quando começa a girar se vivifica, e a partir daí inicia o seu caminho. “O “O Tao começa a atuar e assume a direção. A ação converte-se em não-ação; tudo o que é periférico é subordinado à ordem que provém do centro”, centro”, le l embra J ung ung73. Ao inte interpretarm rpretarmos os e este ste texto podem podemos util utilizar a via via do do estág estágiio de plen pleniitude como como um estado estad o aním anímico caracterizado caracterizado pel pelo desprend desprendiimento ento da consciên consciênci cia a em em relaçã relação o ao mundo. mundo. Ao Ao mesmo tempo uma consciência vazia e não-vazia, plena. A consciênci consci ência a dei deixa xa de se preocupar preocupar com com as im imagens agens das das coisas coi sas para, apenas, apenas, as conter. Pode-se ter acesso à abundância anterior do mundo, imediata e premente, onde nada perde de sua riqueza e maravilha, porém também não domina mais a consciência. “O Tao começa a atuar e assume a direção. A ação converte-se em não-ação; tudo o que é periférico é subordinado à ordem que provém do centro”, centro”, lembra J ung ung74. É nesta hora que desaparece a participation mystique 75 responsável pelo entrelaçamento da consciência com o mundo. É quando a consciência deixa de ser dominada por inte intençõe nçõess compul compulsi sivas vas e pas passa sa a contem contempla plar, conform conforme e expri exprim me o texto texto chinê chinês. s. Af A final nal, a partici participat patiion mys mysti tiqu que e aponta para o grande e indeterminado remanescente da indiferenciação entre sujeito e objeto, de tal monta entre os primitivos, que não pode deixar de espantar os homens de consciência européia ou ocidental. “O homem civilizado considera-se naturalmente bem acima destas coisas. No entanto, não raro, passa a vida inteira identificado com os pais, com seus afetos e preconceitos, culpando impudicamente os outros pelas coisas que não se dispõe a reconhecer em si mesmo. E guarda também um remanescente da inconsciência primitiva da não-diferenciação entre sujeito e objeto. Por isso mesmo é influenciado magicamente por inúmeros seres humanos, coisas e circunstâncias, isto é, sente-se assediado de modo irresistível por forças perturbadoras, muito apreciadas com as dos primitivos; do mesmo modo que estes últimos necessita de encantamentos ou feitiços apotropaicos.... ...O homem ocidental não manipula
id. ib i bid., página 41 74 id. ib ibid., página 41 75 Participation Mystique Mystiqueé é umtermo utili util izado por por LévyL évy-B Bruhl quedesi designa gnao sinal característi rí stico co da mentali entalida dade de primitiva.
mais com amuletos, bolsas medicinais e sacrifícios de animais, porém com soporíferos, neuroses, racionalismo, culta da vontade etc. etc.”76, conf conforme orme Jun J ung. g.
76
id. ib ibid., páginas 58 a 60.
Capítulo XX O Cam C amiinho da M editaçã ditação o
Citando o Hui Ming Ging, Ging, Wilhelm lembra que a obra trata de instruções budistas e taoístas de meditação como parte de um pressuposto fundamental das duas esferas anímicas que surgem a partir do nascimento: consciente e inconsciente, separadas uma da outra. “O consciente é o elemento de diferenciação individual (ego freudiano) e o inconsciente, o elemento da união cósmica. O princípio da obra se baseia na integração de ambos os elementos, pelo caminho da meditação. O inconsciente deve ser como que fecundado pela submersão do consciente, deve ser trazido à consciência; juntamente com o consciente assim ampliado, acede então a um plano de consciência suprapessoal, na forma de um renascimento espiritual” espiritual”77, escreve Wilhelm. Destarte, se o indivíduo conseguir reconhecer o inconsciente como fator codeterminante do modo mais amplo possível, então o centro de gravidade da personalidade total irá se deslocar. Não persistirá no eu, que é apenas o centro da consciência, mas passará para um ponto, por assim dizer, virtual entre o consciente e o inconsciente: o si-mesmo, o self. “Se a mudança for bem sucedida isto significa o fim da ´participation mystique`, surge, então, uma personalidade que só sofrerá nos andares inferiores, uma vez que nos andares superiores estará singularmente desapegada, tanto dos acontecimentos penosos, quanto dos felizes”, felizes”, di diz Ju J ung78. O advento e nascimento dessa personalidade superior é o que tem em mira nosso texto ao falar do ´fruto sagrado`, do ´corpo diamantino`, ou de qualquer outra espécie de corpo incorruptível. No entanto, há um perigo quando ocorre o encontro da consciência individual – delimitada – com a enorme extensão do inconsciente coletivo, já que este último tem um efeito efeito diss dissol olven vente te sobre sobre a consci consciên ênci cia a. Para Jun J ung g os ensi ensina nam mentos conti contidos noHui no Hui Ming Ging dizem respeito ao cultivo da ioga chinesa.
77
J UNG, UNG, Carl Carl Gu Gustav tav e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 83. 78 Idem dem, Pág Págiina 38.
Aliás, ás, a ililustração ustração que consta da capa do O Seg Segredo redo da Flor de Ouro mostra mostra um sábi sábio o em contemplação e de sua cabeça sai chamas e delas surgem cinco formas humanas que, por sua vez, se dividem em vinte e cinco formas menores.
Diz uma advertência do Hui Ming Ging: Ging: “As “As formas que se configuram através do fogo do espírito são formas e cores vazias. A luz da essência brilha de volta ao originário, que é o verdadeiro” verdadeiro”,79 referindo-se à quarta etapa da meditação quando deve ocorrer as rememorações das encarnações anteriores, conforme esquema que se segue:
Primeira etapa de meditação Conce oncentraç ntr ação ão da luz
Segunda etapa de meditação Começo do renascimento no espaço da força
Te Terce rceira etapa de medita itação L iber bertação tação do cor corpo-es po-espír pírito para para uma uma exi exisstência tência autônom autônoma
Quarta etapa de meditação O Centro em meio às circunstâncias
Segundo o livro O Segredo da Flor de Ouro ( Ta Tai I Gin Hua Hua Dsu Dsung Dsc Dschï ), ), a prática da ioga chinesa permite a libertação dos grilhões do mundo exterior ilusório, aliás, objetivo de diversas seitas que surgiram na China em diversos momentos históricos, sobretudo os de penúria econômica. No entanto, o mais alto grau desta atitude meditativa é tender ao nirvana budista “ou “ou então prepara a possibilidade de continuação da vida depois da morte, não com decomposição no decaído mundo das sombras, mas como espírito consciente; é isto que
79
Hui Ming Ging, citado na página 46 da edição consultada de O Segredo da Flor de Ouro.
propõe o presente texto, conectando o princípio espiritual do homem com forças psicogênicas correspondentes” correspondentes”80, escreve Wilhelm. Segundo ele, com este processo pode-se fortalecer o processo vital obtendo rejuvenescimento e normalização energética de modo a superar a morte. Esta passa ser um processo harmônico e natural da conclusão da vida. “O “O corpo terrestre será, então, abandonado pelo princípio espiritual (apto a prosseguir uma vida independente no corpo espiritual (criado por seu sistema energético), tal como ocorre com a cigarra ao abandonar sua casca seca” seca”81, escreve Wilhelm. Na época Ta Tang – no decorrer do século VIII – a tradição oral fala do Elixir de Ouro da Vida (Gin (Gin Dan Giau), Giau), fundada pelo adepto taoísta Lü Yen (Lü Dung Bin), Bin), considerado como um dois oito imortais em “uma “uma época que todas as religiões autóctones e estrangeiras eram toleradas e praticadas praticadas””82, até a última perseguição movida pelo governo manchú em 1891 quando mais de 15.000 de seus adeptos foram cruelmente massacrados. Na busca histórica, Wilhelm cita Guan Yin Hi, Hi, o Mestre Yin Mestre Yin Hi do Desfiladeiro que, segundo a lenda, foi para ele queLao que Lao Tse escreveu o Ta o Tao o Te King King, onde é possível encontrar uma série dos ensinamentos místicos, ocultos e esotéricos. “Na época Han, o taoísmo degenerava cada vez mais em práticas mágicas externas; os mágicos da corte, de procedência taoísta, procuravam obter a pílula de ouro (a pedra filosofal) por meios alquímicos, que produzisse ouro a partir de metais vis, conferindo ao homem a imortalidade física” física” 83. Além disso, disso, as desi designa gnações ções al alquím químicas começa começaram ram a tomar tomar força e também passaram a representar símbolos de processos psicológicos e se aproximar dos pensamentos originais deLao de Lao Tse. Tse. Houve importante influência do budismo, sobretudo o praticado na escola Tiën Tiën-Ta -Tao de Dschï Kai, Kai, de origem Mahayana (que antes desta época dominou fortemente a China) e sutras que foram repetidos no Gin Dan Giau. Giau. “Numa página é descrito com detalhes o cultivo da ´Flor de Ouro`, e em outra são introduzidos pensamentos nitidamente budistas, que deslocam a meta com toda a evidência para a obtenção do nirvana através do repúdio do mundo” mundo”84, escreve Wilhelm, admitindo que 80
WILHELM, Richard, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 86. 81 Idem dem, Pág Págiina 86. 82 Idem dem Página 87. 83 Idem, página página 88. 84 Idempágina 88.
algumas seções foram suprimidas da edição utilizada para esta monografia, embora nas primeiras fases é que se trata o trabalho do renascimento interior através do movimento circular da luz e a geração da semente divina.
“A luz é a vida dos homens. O olho é a Luz do corpo. O renascimento espiritual do homem pela água e pelo fogo, ao que se deve acrescer a terra (pensamento), enquanto regaço materno ou campo arado. arado. Com Comparemos com as palavras palavras de J oão (após (apóstol tolo). o). “Eu vos batizo batizo com o água; depoi depoiss de mim vir virá algué alguém m que voz batizará batizará como Esp Espíírito Santo Santo e fogo” ou “que “quemnão nascer nascer de novo novo da água e do espírito não entrará no Reino do Céu”.85, compara Wilhelm. Wilhelm.
Wilhelm explica que o processo vital descendente – o movimento direto e habitual – leva em conta dois fatores – o intelectual e o animal – que, em geral, relaciona-se a anima ou vontade insensível, aprisionada pelas paixões que, praticamente, obriga o animus, animus, ou intelecto, a trabalhar para seus serviços (ou satisfações das emoções). O ser volta-se para fora e as forças do animus e da anima se esvaem e a vida se consome. Gera-se novos seres e o ponto final é a morte.
“A anima mergulha, o animus se eleva e o eu é privado de sua força, numa situação dúbia. Quando esta ´externalização` se afirma, ocorre em conseqüência o peso e o mergulho na surda aflição da morte e o eu só se alimenta miseravelmente das imagens ilusórias da vida que ainda o atraem, sem que, no entanto, possa participar ativamente delas (inferno, almas famintas). Se apesar disso, houve um esforço par ao alto, recebe-se uma vida relativamente beatífica, de acordo com os méritos, pelo menos durante algum tempo, enquanto se é fortalecidos pelas forças dos sacrifícios dos sobreviventes” sobreviventes”.86
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Idempágina 89 Richard Wilhelm, O Segredo da Flor de Ouro, página 95
No entanto, ressalta Willhelm, quando se consegue durante a vida iniciar um movimento ´reversivo` e ascendente das forças vitais, quando a anima é dominada pelo animus, animus, ocorre uma espécie de libertação das coisas exteriores que passam a ser reconhecidas, mas não cobiçadas, com o conseqüente rompimento da ilusão.
“Ocorre um movimento circular ascendente das energias. O eu retira-se dos emaranhados do mundo e permanece vivo depois da morte, uma vez que a ´interiorização` impediu as forças vitais de se derramarem para fora; pelo contrário, estas últimas criaram um centro vital na rotação interior da mônada, que não depende da existência corporal. Um tal eu é um Deus, um Schen. O sinal para Schen significa: expandir-se, atuar, em suma, é o contrário de gui. Em sua grafia antiga, Schen ´pe representado por um meandro duplamente sinuoso, que também pode significar trovão, raio, excitação elétrica” elétrica”.87
Em um outro trecho, Wilhelm escreve: “E “Eter terna é apenas apenas a Fl Flor de Ouro, Ouro, que brota da libertação interior de todos os envolvimentos com as coisas. O homem que alcança este estágio ultrapassa seu eu. Não se limita mais à mônada, mas penetra no circula da dualidade polar de todos os fenômenos e retorna ao Uno, isento de dualidade: o Tao” Tao”.88 Além disso, Wilhelm assinala a diferença entre o budismo e o taoísmo. No primeiro há retorno ao nirvana, quando ocorre uma extinção total do eu, que é apenas ´ilusório`, assim como o mundo é ilusório. Já J á no ta taoísm ísmo, oc ocorre o co contrário, io, a me meta é conservar na na transfigu figuração a idé idéia da pessoa e os ´vestígios` das vivências. “É “É a luz que com a vida retorna a si mesma, simbolizada no nosso texto pela Flor de Ouro” Ouro”89.
87 88 89
Richard Wilhelm, O Segredo da Flor de Ouro, página 95 id. ibid., página 96 id. ibid., página 96
Capítulo Capítulo XXI XX I As Etapas Etapas da Alquim Alquimia ia I nter nterior na Le L eitura itur a Chine Chinessa
Zhao Bichen, Bichen, que pertencia à escola Wu Liu, Liu, estabelece três etapas para o trabalho psicof psicofiisiol siológi ógico co da Alquimia quimia Inte Interi rior or efetuada efetuadass em em cada cada um dos três três cam campos de de ciná cinábri brio o90. Parte do campo inferior, onde se sublima a essência para transformá-la em sopro, no campo médio, onde o sopro, ou alento se transforma em energia espiritual, e o campo de cinábrio superior, onde se volta a vacuidade (lian (lian jing hua qi, lian qi hua shen, lian shen huan xu). xu). São três fenômenos que podem ser observados durante a realização destas três etapas, segundo apontaZhao aponta Zhao Bichen. Bichen. No primeiro, quando a essência é sublimada não se experimentam desejos sexuais. Quando o sopro é sublimado não se sente fome ou desejos, e quando a energia espiritual está subli sublimada não se sente sono ou necessi necessidade dade de descanso. descanso. Esta di divisão visão em em três etapas etapas ocorre ocorre ao redor de três conceitos diferentes: essência, sopro e energia espiritual.
Essência, sopro e energia espiritual
Como os caracteres chineses são signos e emblemáticos, para compreender estas noções fundamentais da alquimia interior o conteúdo semântico pode variar segundo a língua ocidental utilizada na tradução e a época em que o contexto é analisado. “Os três tesouros do corpo são a essência, o sopro e a energia espiritual. A intuição clara e perspicaz é a energia espiritual; aquela que penetra todas as partes e se move em círculos é o alimento; os humores e os líquidos que embebem o corpo é a essência. Se queres distingui-los segundo sua função, a energia espiritual controla e governa, o sopro preside a aplicação das ordens, a essência preside a transformação e a geração. Cada um tem uma função específica e segue as ordens do chefe. Se queres distingui-los desde o ponto de vista de sua utilização, a essência pode transformar o sopro, o sopro pode transformar a energia
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Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 35.
espiritual. Ali onde chega a energia espiritual, chega o sopro. Ali onde chega o sopro, chega a essência” essência”.91
A Essência
No Neijing, Neijing, obra médica dos Han, o jing tem as vezes o sentido de essência seminal, e as vezes o sentido de quintessência dos órgãos, ou as vezes o sentido de gérmen da vida. Diz o Lingshu. Lingshu. “No começo, durante a concepção, o primeiro que se forma é a essência; uma vez formada a essência aparecem o cérebro e a medula”, medula”, conta no Wisheng Shenglixue mingzhi Tra Tratado de Alqu lquimia y Med Medicin icina a Taoíst ísta - Zhao Bich ichen. Em um outro trecho, da mesma obra, encontramos: “Quando “Quando o sopro do céu anterior se põe em movimento, se transforma em essência do céu anterior invisível, a qual se transforma em essência material do céu posterior. O trabalho consiste em evitar que a essência se converta em essência do céu posterior e em fazer uma maneira que a essência do céu anterior volte a converter-se em sopro primordial. Este trabalho se efetua graças a respiração” respiração”92.
O Sopro
No Shuowen, Shuowen, o sopro ou alento refere-se aos vapores que ascendem. Há quatro grafias diferentes, cada uma com seu próprio significado. Na primeira, encontra-se o vapor com o fogo embaixo. Na segunda, antiga da época da dinastia Son, é o sopro do céu anterior em oposição ao sopro do céu posterior. Na terceira, escreve-se apenas o ideograma relacionado a vapor e, por último, a mais corrente é o vapor embaixo do elemento arroz, ou seja, transformação do sopro por intermédio da nutrição física e do alimento. Aproveitamos proveitamos outro trecho de Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen, Bichen, onde se compara sopro celeste com a respiração humana. “O sopro está no céu, e o que o coloca em movimento é o vento, e o seu movimento são as
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Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 36. id. ib ibid., página 37.
transformações, a respiração, o rápido e o que ascende (sobe), e o que volta, o que se dispersa, o que abre e o que brilha é a luz. O fogo pode oculta a sombra e conter a forma” forma”.93
A Ener nergia Es E spiritua pirituall
“O Sheng é a divi divindade ndade celes celeste te de de onde onde surgemas dez dez mil coisas” coisas”,, diz diz o Shuowe Shuowen. n. J á no I Ching, o livro das Mutações, se define assim: “Quando o Yin e Yang são insondáveis, se fala de Sheng”. Sheng”. No Nijing está escrito o seguinte: “Oh “Oh Sheng, inaudível e invisível, quando o coração se abre a ti, não mais pensamento, a intuição cognitiva nos faz compreender de pronto pronto que que tu és és ine inexpressáv xpressável el”” .94 E dá continuidade a essa explicação lembrando que, em alquimia interior, o Sheng é o embrião imortal que se fabrica no corpo, deve ser sempre Yan Ya ng, já que se subsist iste um pouco de Yin, Yin, se converte rteria como pres resa dos demônios ios (gui)95”, em uma clara alusão de queSheng que Sheng–– espírito, encontra-se no céu e se contrapõe aos demônios, espíritos da terra.
93
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 38. id. ib ibid., página 38. 95 id. ib ibid., página 38. 94
Capítu Capítulo lo XXI XX I I Sublimação da Essência
A prim pri meira eira etapa, etapa, a ´subl ´subliimação da essê essênci ncia` a` também também é conhecida conhecida como como a fase fase de ´colocar ´colocar os ci cimentos entos nos cem di dias` as` conforme conforme consta de um uma passa passage gem m do do Sutra Sutra Budi Budista sta `L `L oto da Boa Lei`96 e que visa que a essência volte para o cérebro depois de estabelecer, nos canais das funções, o controle da circulação circular ou pequena revolução celeste. Segundo o Tratado de Alquimia e Medicina Taoísta, de Zhao Bichen, Bichen, para que esta essência retorne ao cérebro cita-se práticas antigas e que foram muito utilizadas durante a dinastia Ha Han n. É fato que alguns autores de textos sobre a alquimia interior recomendavam utilizar a energia sexual – quando aparece durante a meditação – ou ´nas práticas de dormitório`, como dizem os textos clássicos. Nas práticas sexuais, mesmo nas horas de máxima excitação, recomendava-se ao homem não chegar ao clímax e ejacular. É fato também que alguns autores afirmaram que ´cabalgar` (cavalgar, montar) as mulheres seria uma uma técni técnica ca heréti herética ca e recomendavam recomendavam não pensar pensar nas práticas práticas sexuai sexuais. s. Outro Outross não não estab es tabel elece ecem m um paral paralel elo o entre entre jijing (a es essê sênci ncia) a) e o espe esperma rma.. ... ... “devedeve-se atuar no momento em que ocorre a ereção e se põe em movimento a energia sexual, momento em que os textos taoístas chamam de ´período Del Zi vivo`(huozishi)97. Isto se diz diz porque, porque, se segund gundo o alguns alguns taoí taoístas stas,, a ereção ereção não não está apen apenas as liligada gada à ativi ativida dade de sexual e sim às boas condições da função vital e demonstra que esta energia circula bem e em quantidade suficiente, lembrando que ela pode ocorrer com bebês dormindo, por exemplo, que nada têm a ver com a busca do sexo. Recomenda-se aproveitar este momento de fluxo de energia pra se trabalhar mediante a pequena revolução celeste e cultivar o Tao. Segundo Zhilun98, “apenas o sopro que está profundamente enterrado pode inverter a essência e transformá-la em sopro do céu anterior, quando a essência não pode sair e devese fazê-la subir e estabelecer a circulação circular nos canais de função e de controle mediante diante umtrabal trabalho ho mental ental e respi respiração rí rítmica. I sto é a peque pequena na re revolução volução celeste”.
96
Wu Liu xianzong quanji, quanji , página 53. Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 39. 98 Zhilun, Zhilun, capítulo 8, emWu em Wu Liu xianxong quanxi, quanxi , página 206, citado emWisheng em Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 39. 97
Pequena revolução celeste
Para se estabelecer a pequena revolução celeste, dizem os textos clássicos chineses, devedeve-se se colocar colocar em movim ovimento ento a Roda Roda da L ei, ei, de fato, uma expressã expressão o budista budista que que represe representa nta o momento da iluminação, em que Buda percebeu bem ser ele um Santo e se pôs a praticar e divulgar sua doutrina. “Para estabelecer a comunicação circular deve-se unir os canais abaixo e acima; por baixo pressionando o canal da uretra e por cima colocando a ponta da língua no palato. O cir circulo culo dos canai canaiss de controle control e ede função estão dividi divididos dos em emdoze doze pontos pontos seg segund undo o a jor jornad nada a de vinte vinte e quatro quatro horas horas – 12 horas horas chine chinesas sas – que corr corres esponde pondem m aos inte interrvalos valos de tempo e respiração.... O microcosmo que é o corpo humano tem um tempo e um ritmo calcado no macrocosmo. Psicologicamente, situa-se no centro do corpo e move-se no tempo no lugar desta revolução circular onde se situa muito além do tempo” tempo”99.
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Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 43.
As doze seçõe seçõess são são desi designada gnadass conforme conforme o período período cícl cícliico e são são denom denomiinados nados:: Zi, Chou, Yin, Mão, Chen, Si, Wy, Wei, Shen, Yu, Xu e Ha Haii que designam também os intervalos de tempo das respirações. Diz o Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia e Medicina Taoísta que o sopro verdadeiro do círculo formado pelos canais de função e de controle devem ser estimulados e acompanhados pela respiração externa – chamada de fogo militar – oposta ao fogo civil – que é o pensamento criador. A respiração respiração deve deve se segui guirr um ritm ritmo o preciso preciso de acordo com as as seções seções dos cana canaiis atravessados pelo fluxo da essência invertida. “No “No começo da inspiração a essência invertida (quer dizer, o sopro verdadeiro), recorre ao ponto Zi do canal de controle, depois sobre ao ponto Chou, ao mesmo tempo em que se conta nove inspirando. Sem parar de inspirar, se conta de novo nove, enquanto que a essência invertida passa por Yin, depois passa por Mão ao mesmo tempo que se retém a inspiração. Se inspira de novo enquanto se conta duas vezes nove quando a essência passa por Chen, depois por Si e deve ter chegado ao limite da inspiração quando a essência chega a Wu” Wu”100. Para baixo deve-se seguir de maneira análoga. Se expira contando duas vezes seis quando a essência recorre os pontos Wei e Shen, Shen, se marca uma pausa pausa durante durante Yu, Yu, depois se continua a expiração e se conta durante Xu e Ha Haii.
“Depois de cem dias desta prática, efetuada em cada ereção, a essência se transforma continuamente em sopro, e já não se observa perda nenhuma da essência seminal. Então se
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Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 43.
recupera o estado de indistinção do embrião, estado marcado pela indiferença dos órgãos dos sentidos e, portanto, da percepção. Segundo Nan Huaijin, a continuidade desta prática se constitui uma estimulação das funções hormonais, se observa uma retração do sexo, assim como uma ascensão a partir do campo do cinábrio inferior de uma força que se une a uma outra força proveniente do estômago, e um intercâmbio de ambas forças como base da segunda etapa” etapa”101.
101
id. ibid ibid., ., página 43.
Cap Ca pítulo ítulo XXI I I Subli Sublimaç ação ão do Sopro
Mesmo em menores detal detalhes, o Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia e Medi edicina cina Taoí aoísta sta dem demonstra que que a prática prática é muito uito mai maiss m men ental tal com o des desen envol volvi vim mento, ento, durante dez meses, do cambo de cinábrio mediano, do embrião imortal surgido após o casamento da energia espiritual com o sopro verdadeiro que deve ocorrer na primeira etapa do trabalho. Há referência nos textos de alquimia oriental que há uma cópula entre o ´fogo do coração`, representado pelo trigrama Li – Fogo (onde dois dois traços traços Yan Y ang g ence encerram rram um Y in) e a ´água dos rins`, representado pelo trigrama Ka Kan n – Água(onde traços Y in ence encerram rram um Y ang), de forma que o fogo (céu) desce e a água (terra) sobe. “O movimento para o alto da linha Yang de Kan representa a purificação e a dissolução da essência; o movimento para baixo da linha Yin de Li representa a cristalização da luz, o que corresponde as estadas solve e coagula da alquimia ocidental. Se poderia dizer também que ocorre uma fusão progressiva entre a parte fisiológica (a essência original do sopro) e a psique(energia psique (energia espiritual do indivíduo)”.102 “O verdadeiro licor do coração e dos pulmões é atraído pelo verdadeiro sopro descendente. Deve-se visualizar progressivamente a união até que a luz do chumbo brilhe em forma de lua e que o sopro de mercúrio se eleve como um sol. O sol e a lua copular e se fundem em forma de um círculo vermelho que ilumina o alto e o baixo (do corpo). Então se perde a consciência de si, das coisas e do universo, e se vive como um sono, com se estivesse embriagado. Este estado é fugidio como um relâmpago e deve ocorrer rapidamente” rapidamente”103.
Noção de embrião
A noção do em embrião brião da imortali ortalidade dade está está previ prevista sta no no desen desenvol volvi vim mento ento de umembrião brião humano que, segundo os chineses, demora 10 meses. Ele é formado a partir do sopro verdadeiro, também chamado como ´parcela da luz verdadeira´. Em alguns textos seu 102 103
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 44. id. ibid ibid., ., página 44.
desenvolvimento é descrito como pérola-embrião que deve ser aquecida e alimentada. “N “No começo, o caos, no seio do Vazio e do Não-Ser se encontra o sopro luminoso que, uma vez chegado ao seu apogeu, engendra a umidade, a qual, quando chega a seu apogeu, se transforma em bruma e em rocio (não sei a tradução)”104. Diz o Nei King, capítulo 20. “Aqueles “Aqueles que buscam a imortalidade devem respirar o sopro original... Convém controlar a essência e alimentar a matriz para regenerar o corpo físico. Se conservar o embrião e se detiver a essência, se pode viver muito tempo” tempo”.105
Embri brião do Sopr Sopro oe Respiração Embrionária
A formação ormação do em embrião brião do sopro sopro no campo campo de ciná cinábri brio o está ligada gada a concepção concepção da respiração respiração em embrioná brionáriria. a. Al Alguns termos termos podem podem se serr associad associados os ao Ta ao Taii Chi Chi como ´respiração embrionária`, `respiração do embrião`, ou `respiração da matriz´. “O sopro do Uno é a respiração embrionária. A matriz do palácio que encerra a energia espiritual, a respiração é o ponto de partida da transformação em embrião. A respiração engendra a respiração e a energia espiritual é o embrião; o embrião não pode realizar-se em a respiração; a energia espiritual a respiração não tem governador. Assim, a energia espiritual é a que governa a respiração, a respiração é a raiz do embrião, e a matriz é a morada da respiração” respiração”.106 Adian diante, te, este mes esm mo texto aponta aponta um comen comentári tário o publi publicado no Yun Yunji qi qian ian localizando este embrião a três polegadas debaixo do umbigo, referindo-se a este ponto como o local onde acontece a união entre a energia espiritual e o sopro, engendrando assim o embrião misterioso.
104
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 48. id. ibid ibid., ., página 48. 106 id. ibid ibid., ., página 49. 105
Capítu Capítulo lo XXI XX I V Sublim Sublimaç ação ão da Ener Energia Es Espiri pir itual tual
Depois de iniciar no campo de cinábrio inferior e encerrada a segunda etapa, no campo de cinábrio mediano, ocorre o nascimento e, para tal, deve-se elevar a mente até o campo de cinábrio superior. “É “É como se o praticante se banhasse em um calor suave acompanhado de um es esque queci cim mento ento do corpo corpo e do espí espírrito que parece parece fundir fundir-se em um halo halo de luz. “E “ Esta sensação é mais intensa no nível da cabeça” cabeça”107. Em uma tradução livre, relato abaixo as fases desta etapa.
1. As fl flores se reúnem reúnem quando quando o espí espíririto to alcança alcança a extr extrem ema qui quietude etude e depoi depoiss de reuni reunirr Xing e Ming, Ming, os três remédios – essência, sopro e energia espiritual – florecem, sendo que a energia espiritual aparece na flor de ouro. “Corpo, “Corpo, espírito e pensamento são as Trê Trêss Fam Família íliass. Qu Quando os os três rês se encontram ram o embrião rião es está co consumado (formado). Essência, sopro e energia espiritual são as três origens. Quando os três retornam ao Uno, o cinábrio está consumado. Para retornar os três ao Uno deve-se estar em quietude e o espírito estar vazio” vazio”108.
2. Os cinco sopros rendem homenagem à origem. Os cinco sopros das cinco vísceras ou dos cinco elementos cujas interpretações podem variar de autor para autor nos textos clássicos chineses. O sopro original da unidade se divide e engendra os princípios prim primários: ários: Y in e Y ang. ang. Este Estess se se divi divide dem m nas nas cinco cinco dire direções e se o corpo está está imóvel, óvel, a essência é reforçada e a água retorna a sua origem, sendo que o sopro é reforçado com o fogo fogo retornando à sua sua orige origem m. Acalm calmado ado o mundo, mundo, todas as as coisa coisass voltam vol tam ao se seu u princípio.
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 52. Chuan dao ji, citado emWisheng em Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 52. 108
3. Amamentar entar a criatura cri atura durante durante três anos. anos. Um Uma frase frase que nos leva leva à análi nálise ao plano plano mais alto dos sentidos e do conhecimento apenas discursivo. Há inclusive uma advertência neste sentido. ´Muitos ´Muitos perigos acercam o adepto neste estado`, estado`, dizem os textos clássicos chineses. O embrião tende a sair pela porta do céu, acima da cabeça. Alémdisso, disso, o recémnasci nascido do não não é forte o suf suficien ciente te para para voltar voltar e a ´ene ´energi rgia a es espi piriritua tuall Yin Y in`` deve se ser alim alime entada du durante três an anos no no ca campo de de cin ciná ábrio su superior ior. “Neste “Neste período deve-se conseguir transformar a energia espiritual Yin em energia espiritual Yan Ya ng. Nã Não há que se pensar qu que o rec recém nascido ido se encontra no campo de ciná inábrio superior. É apenas necessário que esta entidade ilumine o campo de cinábrio e se funda com a Grande Vacuidade: este é o começo da criança” criança”.109 Neste momento, os referidos textos ressaltam o cuidado que o adepto deve ter já que há uma total transforma transformação ção da da energi energia a Y in em em Ya Yan ngshen, ou o esp espíírito rito Ya Y ang, ng, o espí espíri rito to da da luz. “A “A aparição de um grande número de demônios para atacar o Yang é um dos múltiplos perigos desta etapa sobre o que insiste Wu Chongxu. Se recordarmos que os demônios pertencem ao mundo Yin da terra, seu ataque pode interpretar-se como uma última defesa do Yin antes de seu desaparecimento completo” completo”.110 Uma destas armadilhas é a das ilusões, com o surgimento de fenômenos luminosos ou de visões de belas mulheres tocando instrumentos delicados e com todo tipo de coisas agradáveis de modo a fazer com que o adepto desista de sua busca e intento de iluminar-se.
4. Meditar defronte ao muro por nove anos. Nesta etapa, a energia espiritual – o Shen – sublima-se e cristaliza-se. Se trata aqui da contemplação surgida de uma grande concentração concentração que conduz conduz à fusã fusão o na vacuida vacuidade de........ A expressã expressão o ´med ´mediitar nove anos anos defronte a um muro` refere-se a lenda na qual Bodhidharma, primeiro patriarca na China do Budismo Zen, meditou por nove anos frente a um muro evitando um só momento de sonolência.
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Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 54. id. ibid ibid., ., página 55.
Capítulo Capítulo XXV XX V Conclusã onclusão: o: Zha Zhao o Biche Bichen & T ao aoíístas
Tod To do o co conteúdo ta tanto as as de descriçõ ições fisio fisioló lóg gica icas de de Zhao Bichen quando texto de taoístas, sobretudo da escola Wu Liu, Liu, provocaram muita ironia e espanto nos ocidentais que o acusaram de inexatidão, de ´erros grotescos` etc. No entanto, a fisiologia taoísta está baseada, fundamentalmente, na observação de repetições dos mecanismos psicofisiológicos importantes que provocam sensações e percepções que, claro, é de caráter absolutamente subjetivo. Com muita propriedade, Zhao Bichen coloca em questão da importância das secreções humorais do corpo como saliva, lágrimas, mucosidades, sêmen etc. com o fato de elas estarem ligadas à fascinação que exercem sobre os taoístas. Defende-se, em seus postulados, que a essência pode ser invertida graças à concentração concentração mental ental capaz capaz de aum aumentar entar a luz inte interirior. or. “Graças à concentração pode-se aumentar a luz interior. Aqui aparece o laço estreito que para os taoístas existe entre o fisiológico e o psicológico, entre matéria e espírito: toda troca espiritual origina uma troca fisiológica (e sobre isto se trata a alquímica ocidental, convencida de que pode trocar a matéria com o espírito)”111, destacando-se que, para os taoístas, não há separação entre corpo e espírito. Segundo esta concepção taoísta, a primeira troca energética ocorre quanto os gametas do pai se unem aos da mãe para juntos formarem um novo alento, um novo sopro que dará orige ori gem m ao e em mbrião brião propriam propriamente ente dito. dito. A se segund gunda a troca ocorrer ocorrer quando quando o embrião brião de dez dez meses (nove meses de gestação) respira o sopro da vida e quanto o espírito assume sua própria própri a natureza natureza e se está está prepa preparado rado para para vir vir ao mundo mundo (nascer) (nascer).. A terceira terceira troca, depoi depoiss de sua evolução e que vai até 16 anos, quando sua essência e sopro alcançam seu apogeu. “A “A primeira passagem é a sublimação da essência e sua transformação em sopro. A segunda passagem é a sublimação do sopro e sua transformação em energia espiritual, e a terceira passagem é a sublimação da energia espiritual e seu retorno a Vacuidade” Vacuidade”112.
111 112
Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 57. Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 57.
A imortali ortalidade dade,, ou mel melhor, a longe longevi vida dade de é um uma das das meta metass destas destas práticas, práticas, mas mas não é a única: os problemas essenciais da vida recebem uma solução original. No curso das três etapas do trabalho alquímico, o taoísta aprende a suprimir seu desejo sexual que turva a paz interior de um indivíduo e melhora sua saúde e talvez chega a adquirir a longevidade. A partir partir da segunda segunda etapa etapa reduz o consum consumo o de al alimentos. Podem Podemos llem embrar que o taoísmo antigo comportava um grande número de práticas que permitiam abster-se de cereais (alimentos) alimentando-se do sopro e alcançar assim a imortalidade. Aqui a perda do apetite aparece durante a sublimação do sopro. E, por último na terceira etapa, a necessidade de dormir diminui. Estes fenômenos vão acompanhado por um aumento da temperatura interna; as roupas perdem assim sua importância. O ideal taoísta é poder ter uma vida frugal, com abrigo das necessidades fisiológicas mais elementares como sono, alimento e sexualidade. Também nã Tam não se po podem es esquecer os tex textos e os alqu lquimis imisttas ocide identais, is, inc inclus lusive ive citados no Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta que bem estabeleceram comparações e analogias entre o microcosmo e o macrocosmo, conforme se segue: “O “O paralelo entre macrocosmos e microcosmo é constantemente estabelecido nos textos de alquimia ocidental e Fulcanelli insiste bem sobre isto quando diz “O alquimista deve seguir o mais fielmente possível sua realização microcósmica, todas as circunstâncias que acompanham a Grande Obra do Criador” Criador”113
113
Fulca Fulcane nellli, Lã L ãs mora orada dass fil filsofofales, sofofales, vol II – página página 3232 - Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – página 59.
Capítulo Capítulo XXVI XV I Conclusã onclusão o fina finall:
É certo que nem todos pacientes estão prontos, ou desejam chegar a uma solução original de voltar à infância, voltar à mãe, chegar à origem e, portanto, a imortalidade, ao Ta ao Tao o, a vacuidade original. No entanto, a questão que se propõe nesta monografia é exatamente esta. E se houver um paciente que busca no acupunturista/terapeuta suas iniciações nos mistérios possíveis? Pode-se auxiliá-lo ? Quais conceitos que deveremos levar em conta na hora de se aplicar uma agulha? Estudando-se a figura publicada na página 41 do Wisheng Shenglixue mingzhi – Tra Tratado de de Alqu lquimia y Med Medicin icina a Ta Taoíst ísta - Zh Zhao Bic Bich hen podemos fazer analogias livres de modo a picar pontos que possam auxiliar a fechar o circuito na pequena circulação que, associadas aos métodos apresentados acima, sobretudo os da respiração e da fixação da consciência em determinados pontos corporais, podemos destacar, em uma livre associação de acupontos:
Wu – VG 20 (Pae-Roe (Pae-Roe)) Zi – VC V C 1 (Roe-Inn) Roe-Inn) Yu Yu – VG V G 7 ( Tch Tchong-Su -Su) Mao Mao – VC V C 12 12 ( Tc Tchong-Koa -Koann) Chen– Chen – VC V C 17 ( Tra Trann-Tc -Tchong)
Com as seguintes características de localização e tratamento de sintomas:
Wu – VG 20 (Pae-Roe (Pae-Roe)) – Ponto de reunião reunião de todos todos os meridi ridia anos Ya Y ang. Sintomas: Sem força espiritual, preocupação com o passado, descuido com o futuro. Demasi asiadas adas idé idéiias e preocupa preocupações, ções, Am A mnési nésia, a, perda de objeto, objeto, face face verme vermellha e sensa sensação ção de congestão depois de ingerir vinho.
Indicado ndicado para para es estados tados de excitaçã excitação, o, depressã depressão, o, epil epilepsi epsia, a, iinsôni nsônia, a, med medo, o, fal falta ta de de concentração, concentração, histeria, neurastenia, cefaléia, anemia cerebral, hemiplegia e afasia. Obstrução nasal, sangramento pelo nariz, hipoacusia, gazes e rinites. Hemorróidas, prolapso retal e palpitações.
Zi – VC V C 1 (Roe-Inn) Roe-Inn) – Ponto de reuni reuniã ão com o Vas V aso o Governa Governador dor e Va Vaso T so Tcchron rong-Mo -Mo. Atua sobre sobre o fí fígado, gado, cab cabeça eça e todas todas as as afecções dor órgãos geni genitai tais. s. Sintom Sintomas: debi debillidade dade geral geral,, afecções Y in. He Hemorróida orrói das, s, prurido prurido ana anall, retençã retenção o de urina urina e distúrbios menstruais.
Yu– Yu – VG V G 7 ( Tch Tchong-Su -Su) Sintomas: dores na parte baixa do tórax e na região lombar, gastralgia e visão reduzida.
Mao Mao – VC 12 ( Tc Tchong-Koa -Koann) – Ponto de alarme do meridiano do estômago. Ponto de reunião com os meridianos do pulmão, fígado, circulação e sexualidade, triplo reaquecedor, intesti ntestino no del delgado gado e está está rel rela aciona cionado do com os Va Vasos Ma Maravil ravilhosos hosos : Inn-Oe (CS 6 – BP 4) e Tch Tchron rong-Mo -Mo (BP 4 – CS 6). Sintomas: Todas as enfermidades e disfunções gástricas, náuseas, inapetência, vômitos, gastralgia, diarréia, úlcera gástrica, meteorismo, aerofagia.
Chen– Chen – VC 17 ( Tra Trann-Tc -Tchong) – Ponto de alarme respiratório e do meridiano do triplo reaque rea quecedor. cedor. Vas V asos os secundá secundáririos os se relaci relacionam onam com os meri meridi dian anos os do coração, do inte intesti stino no delgado, rim, circulação e sexualidade, triplo reaquecedor, fígado, pulmão, intestino grosso, baço-pâncreas, bem como dos vasos maravilhosos Ya maravilhosos Yan ng-Ts -Tsiao iao Mo (B 62 – ID 3) Tc 3) Tch hron rong-Mo -Mo (BP 4 – CS 6) 6) e Inn- Oe(CS Oe (CS 6 – BP 4) Sintomas: Transtornos energéticos por excesso ou por carência. Tosse, asma, dispnéia, dores no peito, angina, vômitos, espasmos no esôfago, lactação insuficiente, infecção nas mamas.
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Acreditam creditamos, fi firmem rmemente, ente, que a Acupuntura cupuntura como como m método étodo terapê terapêuti utico co praticado praticado com constância, leva os indivíduos e os pacientes a retornarem, objetivamente, aos seus próprios princípios, fato que permite a possibilidade do desenvolvimento das etapas da alquimia interior como preconizavam os chineses antigos. Atingir tingir tudo tudo por inte interm rméd édiio do vazi vazio o ple pleno, da vacui vacuidade dade.. A proposta proposta para para refle refl exão, constante constante na inici nicia al desta desta monografi onografia, a, diz diz res respe peiito jus justamente à es esta necessida idade em estudarmos os os po pontos ac acima ima cit cita ados na na bu busca de de maior ior consciência espiritual das pessoas que se submetem à Medicina Tradicional Chinesa – MTC, sobretudo à acupuntura, desde que assim o desejarem. Nes este te senti sentido, do, acreditam acreditamos que os acupontos acupontos VG VG 20 (Pae-Roe (Pae-Roe), ), VC 1 (Roe-Inn (Roe-Inn), ), VG 7 ( Tc Tchong-Su -Su), VC 12 ( Tc Tchong-Koa -Koann) e VC 17 ( Tra Tran nn-Tc -Tchong) podem facilitar a transformação energética, sem contar que alguns deles situam-se exatamente nos campos de cinábrio, citados anteriormente, que poderão facilitar tal trabalho. Quanto ao empirismo de tais afirmativas, apenas a experiência prática e clínica – levando-se em consideração esta assertivas – exigirá ainda um certo tempo de modo que se comprove ou se rechace tais possibilidades. Certos de que fizemos nossa parte, com tal estudo e proposta, aguardemos então o que o tempo – e a prática clinica – dirá.
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I ntroduçã ntrodução o
A idéi déia para para a rea reallização desta desta monografi onografia para para a conclusã conclusão o do curso de es espe peci cial aliização em Ciências Clássicas Chinesas pela Faculdade de Ciências Aplicadas Doutor L eão Sampa Sampaiio partiu da necessidade de o autor estabelecer alguns parâmetros entre sua prática clínica – como terapeuta acupunturista ocidental – face à riqueza e profundidade da filosofia, pensamento e espiritualidade chinesas. Para ampliar o assunto em referência e tratando-se da origem do autor – descendente de italianos, nascido e criado no bairro do Bom Retiro, próximo ao centro da cidade de São Paulo, SP – buscou-se, então, levantar como foram, e de fato ainda é, para os cidadãos das diversas culturas e formações os primeiros contatos do homem ocidental com a civilização oriental. Antes de tudo, é preciso preciso destacar destacar que tais tais contatos se deram deram em diversos diversos momentos momentos históri históricos cos e de varied variedad ade e muito uito grande de de forma formas. s. Mui M uitas tas del delas, as, de manei aneira ra absol absolutam utamente ente específica e individual, como foram os casos de alguns renomados sinólogos, sem contar a experiência própria de G. Soulié de Morrant que, literalmente, mergulhou na cultura chinesa de modo a apreender os cânones mais profundos da Medicina Tradicional Chinesa – MTC e da Acupuntu Acupuntura ra para transform transformar-se ar-se,, posteri posteriorme ormente nte,, em se seu u introdutor introdutor às mentes entes da civilização ocidental. Dito isto, e excetuando-se tais sinólogos e o próprio Soulié de Morrant, pode-se perguntar como foram os contatos entre estas duas civilizações hemisféricas? Como ocidentais, cabe formular algumas perguntas. – Como foi este impacto para nós, diante de uma cultura milenarmente mais evoluída? Como este contato modificou – e ainda está modificando – sua prática clínica mediante a apl aplicação cação da Acupuntu Acupuntura, ra, por exem exemplo? plo? Com Como o fforam oram as prim primeiras eiras relaçõe relaçõess entre entre ´o ´o estado estado da alma` dos ocidentais com este mesmo estado dos orientais e vice-versa? Em um trecho trecho do do lilivro ´O Segred Segredo o da Flor de Ouro, Um Um L ivro de Vida Chinês` hinês`, com come comentári ntários os de C. G. J ung ung e R. W Wiilhel helm114, o primeiro reconhece que o conhecimento do 114
J UNG, UNG, Carl Carl Gusta Gustav v e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. O texto original Ta original Taii I Gin Hua Hua Dsu Dsung Dsc Dschï provém ï provém de um circulo esotérico da China cujo teor foi transmitido
Oriente implicou em um conhecimento de uma civilização milenar, “edificada “edificada organicamente sobre instintos primitivos, a qual nada tem a ver com a moralidade brutal dos germanos bárbaros, recentemente civilizados que somos (referindo-se aos europeus). Por isso, os chineses não têm tendência à repressão violenta dos instintos, que envenena nossa espi spiritual tualidade dade, imprim primindo-l ndo-lhe he um umexage xagerro histé histérico” co”115, escreve escreve Jung J ung116. Uma repressão, como veremos no decorrer desta monografia, capaz de causar uma ferida na psique que necessitará ainda de algum tempo antes de fechar-se totalmente. Note-se, entretanto, que esta é apenas uma das premissas básicas, o ponto de partida desta monografia que tem a presunção de analisar um outro tópico importante da filosofia chinesa que, em seus ditames mais profundos, relaciona-se à alquimia antiga, por exemplo, e sua possível importância na prática clinica do profissional acupunturista. – Existem conceitos, até mesmo pontos de acupuntura que devem ser levados em conta na hora de se aplicar uma agulha em tratamento de patologias comuns que podem atingir o amplo conceito da alquimia? – Como a alquimia prevê a unificação de consciência e vida? – Como se deve atentar aos pontos específicos, durante a anamnese, de modo a escolher a melhor terapêutica, segundo tais princípios? De fato, estas foram as primeiras perguntas surgidas ao se pensar sobre o tema desta monografia e que se somaram a muitas outras relativas a tal proposta. Principalmente se levarmos em conta a possibilidade de um corpo teórico – tão vasto e profundo quanto o da Medicina Tradicional Chinesa – MTC, que conta com registros há pelo menos cinco mil anos – que visa inclusive tratar de patologias consideradas contemporâneas e modernas de estudos e relatos bem mais recentes. – Haveriam patologias tão similares na época antiga? – Como o conhecimento filosófico pode auxiliar nesta prática clínica? Estas são algumas das questões que procuraremos responder e também propor para uma reflexão conjunta ao longo deste trabalho. oralm oralmente ente durante durante muito uito tempo. tempo. Mais M ais tardetambém bém por por intermé ntermédio dio de man manuscri uscritos. tos. A prim primeira eira publ publiicação cação data da época deKiën-Lung de Kiën-Lung(sécul (século o XV X VIII ), e em em1920 1920 este este texto texto foi foi reim reimpresso presso emPequim Pequim, aparecen aparecendo do num numa edi edição ção de 1000 exemplares, junto com o Hui Ming Ging. 115 J UNG, UNG, Carl Carl Gusta Gustav v e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 60. 116 Carl Gustav Gustav J ung, ung, il i lustre ustre méd médiico suíço nasceu nasceu em 187 1875. 5. No No principi principio o de sua sua carrei carreira ra dedicoudedicou-se se àpsi psiqui quiatri atria a e à compreensão compreensão da psi psique que humana. ana. Contem Contemporâneo de Freud, J ung foi considerado considerado um de seus discí discípul pulos os favoritos. Porém com o tempo, diferenciou-se, pois acabou discordando e ampliando alguns de seus conceitos princi principa pallmente ente no no tocante ao des desen envol volvi vim mento ento da sexualidade dade e seus distúrbios. distúrbios. J ung não não satisfeito satisfeito foi f oi além. além. Observando Observando os sonhos dese seus us paci pacien entes tes,, mitos das mais diversas di versas culturas e rel reliigiões giões,, J ung constatou constatou aexistê existênci ncia a de uma uma estrutura psíqui psíquica ca comuma todahumanidade anidade. A isto chamou deInconsciente nconsciente Coleti oletivo. vo.
Capítulo I Ponto onto de Partida arti da.. Contato ou Choque?
O contato entre as civilizações oriental e ocidental – logo após tomarem conhecimento uma uma da outra – pode ser ser ana anallisado sado sob diversos diversos ângul ângulos os e face acetas tas.. Af A final nal, fal falam amos de culturas culturas de natureza absolutamente diferentes, de formas e costumes totalmente díspares e, até então, autônomos diante de um conhecimento que deve ser analisado, aliás, como tudo, em sentido de mão dupla. De ida e de vinda, como tão bem preconiza a filosofia oriental, em especial a chinesa. É fato que foram – e ainda são – muitas as dificuldades, segundo a ótica do mundo ocidental, para que se possa entender o âmago dos conceitos filosóficos – e, por conseguinte, da própria Medicina Tradicional Chinesa –MTC em toda a sua magnitude. A começa começarr pela pela linguage nguagem m do mundo mundo orien oriental tal.. P Peg egue uem mos, em princí princípi pio, o, este fato, o da linguagem. É fato que não pretendemos adentrar aqui na complexa concepção filosófica dos ideogramas, fato que daria, certamente, uma outra monografia. No entanto, iremos apenas ressaltar que os ideogramas representam idéias e símbolos, ao contrário das palavras, sinais e signos, conforme as conhecemos nos diversos idiomas ocidentais. Vamos aqui aqui nos ater ater às dif dificulda culdade dess de interpretação nterpretação dos textos orien orientai taiss segund segundo oo ´ponto de partida`, a inicial de um texto e da defesa das idéias, algo semanticamente diferente do que estamos acostumados a lidar.
O Centro como Partida
Uma diferença básica – e de fundamental importância – é que o autor chinês, normalmente, parte do centro de suas idéias. Ele inicia seu texto, sua defesa teórica, jus justamente pelo as assunto pr princ incipa ipal, pe pelo ma mais importante. Dep Depois, is, co confor forme o ca caso, ele ele vai explicando, de maneira simbólica, o âmago apresentado logo no início.
É o que o ocidental denomina de ápice, meta, ou o último fato a ser conhecido em uma explan explanaçã ação, o, seja seja textual textual, seja seja oral. oral. É a conclusã conclusão o teóri teórica. ca. Ape Apena nass para para dar dar um exem exemplo plo prático prático do que isto significa, é como se iniciássemos uma monografia pela sua conclusão. Portanto, enquanto o oriental inicia sua explanação pela parte mais importante, nós, ocidentais, damos inúmeros volteios até atingir o clímax do texto, ou apontar a conclusão de todo o raciocínio teórico anteriormente apresentado.
Entre outros tantos exemplos, neste sentido, podemos citar duas frases inicias do texto denominado Hui Ming Ging117:
“O que existe por si mesmo se chama Tao” Tao”. Uma outra: “O segredo mais sutil do Tao é a essência e a vida” vida”118.
A tradução tradução do chinê chinêss para para o português, português, como como se vê, indi i ndica ca uma série ri e de pal palavras que que podem podem sugeri sugerirr grande profundi profundida dade de e magni agnitude tude teórica teórica e filosófi osófica. Lem L embremos bremos de um detalhe importante, já dito acima e que convém repetir. Não há única tradução para os ideogramas, principalmente aos temas filosóficos, aos ligados à cosmogênese e no tocante à Medicin dicina Trad Tradicional cional Chinesa Chinesa– MTC. Basta citar as traduções existentes relativas ao Ta Tao, ideograma que possui, na linguagem chinesa, dois sinais: cabeça e caminhar. Por conta disso, muitos autores traduzem Ta traduzem Tao o por ´cam ´caminho` ou ´provi ´providê dênci ncia a`. Al A lguns guns jessuíta je ítas o adaptaram para `Deu Deus´ e Rich Richard Wilhe Wilhelm, lm, po por se seu lad lado, tr traduz o termo Ta Tao por ´sentido`. 117
Essência (sing) e consciência (hui) – Hui Ming Ging, Ging, texto citado no livro O Segredo da Flor de Ouro – Um L ivro de V idaChinê Chinêss – C.G.J C.G.J ung ung e R.Wi R.Willhelm, Editora Editora Voze Vozes, s, 2ª. Edição Edição,, Pe Petrópol trópoliis, 1984 1984,, traduç traduçã ão deDora Ferreira erreira daSil Si lva e Maria aria Luí Luíza za Appy, Appy, pági página na 36. Na pági página na 83 des desta ta mesma obra, obra, Ri Richard chard Wi Wilhel helm es escreve creve que que o Hui Min Mi ng Ging, Ging, ou li livro da Consci Consciê ência e da da Vi Vida, da, foi foi editado por por Li L iu Hua Ya Y ang, ng, em1794 1794.. Nat Natura urall de Hukou, província província de K iangsi, angsi, L iu Ya Y ang tornou tornou-se -se poste posteri riorm ormen ente te monge onge no no Cla Cl austro ustro da Dupla Dupla Flor Flor de L oto (Shuang (Shuang Liën Si) Si) na proví provínci ncia a deA nhui nhui. A tradução foi foi base basead ada a num numa nova edição, dição, que alguém, sob o pseudôn pseudôniimo de Hui Dschen Dsï (aquel (aquele que que se tornou consci conscien ente te daV erdade erdade), ), imprim primiu junta juntamente ente como Segredo Segredo da Flor Flor de Ouro, numa tiragem de mil exemplares em 1921. 118 J UNG, UNG, Carl Carl Gusta Gustav v e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 36.
Diante disso, comprova-se, mais uma vez, que a tradução pode variar muito, segundo o tradutor, sua filosofia, experiência de vida, raciocínio, formação didática e orientação filosófica osófi ca etc. etc. Vale V ale le lembrar que, que, no cam caminho da da tradu tradução, ção, também bém se podeutil utilizar a am ampli plitude tude do raciocínio analógico – que, aliás, vai muito além das simples comparações como as utilizamos no decorrer do aprendizado nas escolas acadêmicas ocidentais –, de modo a ampliarmos os conceitos inerentes ao nosso objeto de estudo. Desta forma, para o conceito de ´cabeça`, por exemplo, pode-se fazer analogias com o termo consciência, da mesma forma que com ´caminhar` para, juntando-se os dois símbolos, ser ser traduzido traduzido como como ´cam ´caminho conscien consciente` te`.. Ai A inda recorren recorrendodo-se se à anal analogi ogia, a, T Ta ao também pode pode ser livremente traduzido como a ´luz ´luz do céu` céu`119, uma vez que a essência e a vida estão contidas na luz proveniente do céu. Como se vê, mais uma vez, ficam patentes as diferenças entre as culturas do Oriente e do Ocidente, bem como de sua escrita e interpretação simbólica. Enquanto aqui no ocidente o raciocínio e o pensamento seguem um determinado sentido e de forma linear, reto e plano, no Oriente ele é mais parecido com o universo, redondo, circular e global. Como se pode ver no exemplo que se segue:
“ Se quise quiserres completar pletar o corpo corpo diam diamantino antino sem semefluxõe efluxõess120 Deves aquecer diligentemente a raiz da consciência e da vida. Deves iluminar a terra bem-aventurada e sempre vizinha E nela deixar sempre escondido teu verdadeiro eu”
Hui Ming Ging121
119
id. ibid ibid., ., página 36. Eflúvio – sm – Fluido sutil que emana dos corpos; emanação; perfume, aroma fragrância. Dicionários da L íngua nguaPortuguesa – Soares Soares Am Amora – 6ª. Edição E dição – Editora ditora Saraiv Saraiva a – Evita vitarr a efluxã efluxão o refere-se à proteç proteção ão da da unidade da consciência contra a fragmentação provocada pelo inconsciente. 121 J UNG, UNG, Carl Carl Gusta Gustav v e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 37. 120
Segundo Segundo Carl Carl Gustav ustav J ung, na obra obra citad citada, a, estes estes versos versos contém uma uma indi indicaçã cação o alquímica, já que indica um método, ou mesmo caminho para a geração do ´corpo diamantino`, que estudaremos a seguir:
“ Para ara isso, isso, é neces necessári sário o um´aque ´aquecim cimento`, nto`, ou sej seja, elevação da consciência, a fim de que a morada da essência espiritual seja ´iluminada`. Assim, pois, não é apenas a consciência, mas também a vida que deve ser elevada ou exaltada. A união de ambas produz ´a vida consciente`. Segundo o (texto) Hui Ming Ging, os antigos sábios conheciam o modo de suprimir a separação entre consciência e vida, pois cultivavam as duas. Deste modo o ´scheli´ (corpo imortal) se funde e se completa o grande Tao” 122
Como omo escrevemos para o homem homem ocide ocidenta ntall – e concordamos concordamos com Jung J ung quando quando ele ele ressalta a seriedade de se ter a concordância entre os estados psíquicos e o simbolismo do Oriente e do Ocidente –, tais analogias abrem um extenso caminho que nos conduz “à “às câmaras interiores do espírito oriental, caminho que não pede sacrifício de nossa própria manei aneira de ser ser. Isto sim sim, se serria uma ameaça de des desen enrraizam aizamento” ento”,, escreve escreve Jung J ung123. Destarte, referindo-se aos que não sabem onde estão as verdadeiras fontes da força secreta, diz Gu De: De: “As pessoas mundanas perderam as raízes e se atêm às copas das árvores” árvores”.124 Neste ponto é possível destacar que estas analogias não são, nem um telescópio, nem um microscópio intelectuais capazes de abrir uma perspectiva indiferente, pelo fato de nada represen representarem tarem de fundamental ental.. Ao contrári contrário, o, trata-se de um caminho que indica ndica certo sofrimento na busca e na luta comum a todos os povos civilizados; “trata-se “trata-se da tremenda experiência da natureza de tornar-se consciente, outorgada à humanidade, e que une as culturas mais distantes numa tarefa comum” comum”.125 Assi ssim m, com bas bastan tante te propried propriedad ade, e, Jung, J ung, na obra citad citada, a, expli explica que o homem homemeuropeu, europeu, “ um ger germânico ânico recé ecém m-civi civillizado” zado” (uma vez que há apenas mil anos vivia ainda sob os 122
id. ibid ibid., ., página 37. id. ibid ibid., ., página 36 124 id. ibid ibid., ., página 62 125 id. ibid ibid., ., página 66 123
ditames do politeísmo), invadiu o Oriente, em especial a China, defrontando-se com uma civilização, em diversos aspectos, milenarmente mais evoluída. Entre outras análises possíveis, o psiquiatra e psicanalista destaca que, justamente, sob o ponto de vista psíquico e espiritual reside o aspecto e o ponto de vista onde esta invasão física sica teve teve um, tal talvez entre entre os mais caros, preço. Af A final nal, por conta desta desta tenta tentatitiva va de colonização e exploração, o homem branco – ocidental e europeu – precisou assimilar uma cultura – e também um valor espiritual – de maneira muito mais intensa do que ele pudesse, talvez, estar preparado. Faltou-lhe, então, estrutura. Nes este te sen sentitido, do, para Jung, J ung, o homem homem orien ori ental tal chinê chinês, s, por intermé ntermédi dio o de seu seu modo de vida muito mais natural, sempre conviveu de maneira muito mais harmônica com seus próprios instintos. Enquanto o europeu, sobretudo depois deste contato – e conhecimento – precisou precisou repri reprim mir estes estes insti instintos, ntos, a duras pena penas, s, diga diga--se se.. Insti I nstintos ntos que que foram guardados guardados ´em ´embai baixo do tapete` tapete` se sem m, no entanto, entanto, perderem perderem a sua sua força origi ori gina nall. Af A final nal, ainda ainda que no inconsciente – colocado aqui como se lata de descarte fosse – eles continuaram vivos e fortes. Princi rincipa pallmente porque porque o proble problema do progres progresso so espir espiriitual tual rel reliigioso, gioso, para para Jung J ung,, deve ser tratado com as diferenças entre o Oriente e o Ocidente, quanto ao modo de tratar a ´jóia`, isto é, o seu símbolo central. “Enquanto o Ocidente enfatiza a encarnação humana, a personalidade e a historicidade do Cristo, no Oriente se diz: ´sem começo, sem fim, sem passado, sem futuro`. Ou seja, enquanto o cristão subordina-se à pessoa divina e superior, à espera de sua graça; o oriental sabe que a redenção depende de sua própria obra” obra”. 126 Diante disso, este tópico mostra que o contato realizado entre tais civilizações causou uma repressão dos instintos, uma ferida, do homem ocidental que ainda deverá levar muito tempo para ser curada. O psiquiatra e psicólogo faz uma interessante analogia do homem branco branco europe europeu u com Amfortas, ortas, o re rei pesca pescador dor feri ferido do na viri virillha pel pela lança de L onginus – a mesma que feriu o Cristo. Os anjos confiaram e concederam a honra da guarda dos sagrados objet objetos os (a lan lança ça e o cál cálice que que recolhe recolheu u o sangu sangue e do do Just J usto) o) para Tituriel, turiel, pai pai de Amfortas, ortas, de quem quem a lança foi mais tarde surrupi surrupiada por Kl K lingsor, ngsor, o cavalhe cavalheiiro que fazia zia oposi oposição ção à comunidade dos santos guerreiros de Monte Salvat (Monte Saúde). Sua oposição advinha pelo fato dele não ser admitido na Ordem dos Santos Cavalheiros.
126
id. ibid ibid., ., página 66
K lingsor, então então rouba a lança ança de de Amfortas e o fere fere na viri virillha que, que, em se tratando tratando de figuras mitológicas, representa a própria humanidade agrilhoada ao sexo. Só depois de Parsifal ter percorrido todos os arcanos maiores por duas vezes – na primeira vez ele deixa de fazer a pergunta redentora ao se defrontar com o Graal – nosso cavalheiro tolo-inocente-herói, na segunda oportunidade, consegue realizar a pergunta e libertar todo o reino da magia de Klingsor. Só depois depois disso disso e elle conseg consegue ue curar a ferida feri da de Amfortas tocandotocando-a a com a lan lança. ça. Interessa nteressante nte si simbologi bologia a e ana anallogia ogia já já que que ape apena nas, s, e tão somen somente, te, o objeto obj eto que feriu eriu será capa capazz de curar. Mas esta é uma uma outra hi históri stória que, sem dúvida, dúvida, mereceri mereceria a esfor esforços ços para a redação de de outra monografia, assunto que, no entanto, foge muito de nossos objetivos aqui traçados. Então, retomando-se a pergunta título deste primeiro capítulo – Ponto de Partida, Contato ou Choque? – deixemos a resposta aos nossos leitores, lembrando, entretanto, que o raciocínio global, redondo, oriental caminha em contraponto ao modelo linear e cartesiano ocidental. Podemos também destacar que, se por um lado, o homem branco europeu invadiu fisicamente a China, ele foi invadido interiormente por uma cultura milenarmente superior à sua, sua, o que lhe lhe val valeu a ferida erida do do rei Amfortas, segundo segundo Jung, J ung, e que agora agora se encontra encontra emuma uma busca incessante para tornar-se consciente do processo de cura de maneira ampla do inconsciente de todo o mundo ocidental.
“Há pouco mais de mil anos caímos de um politeísmo cru numa religião oriental, altamente desenvolvida, que impeliu o espírito imaginativo de semibárbaros a alturas que não correspondem ao seu desenvolvimento espiritual. Para manter de um modo ou de outro essa altura, era inevitável que a esfera do instinto tivesse que ser duramente reprimida. Dessa forma, a prática religiosa e a moralidade assumiram um caráter decididamente brutal, para não dizer maligno. Os elementos reprimidos obviamente não se desenvolveram, mas prosseguiram e ainda prosseguem vegetando no inconsciente, em sua barbárie primitiva... A ferida de Amfortas e o dilaceramento fáustico do homem germânico ainda não estão curados. Seu
inconsciente ainda permanece carregado de conteúdos que, em primeiro lugar, deverão ser trazidos à tona da consciência, para que a libertação seja possível” possível”127, escreve escreve Jung J ung..
Em um outro outro trecho, em sua concl conclusão sobre este assunto, assunto, J ung reconhece que “a invasão européia do Oriente foi um ato de violência em grande escala e nos legou - ´noblesse oblige`- a obrigação de compreender o espírito do Oriente. Isto é talvez mais importante para nós do que parecemos pressentir” pressentir”.128
127 128
id. ibid ibid., ., página 60. id. ibid ibid., ., página 69.
Capítulo II Tao à Dualidade Primordial Do Tao
Como dito, em seu âmago, o conhecimento tradicional chinês traz em seus símbolos – e linguagem próprios – muito conteúdo a que nossas mentes ocidentais ainda não estão acostumadas, até por questões semânticas e culturais, a discernir e entender. Como se sabe, todo símbolo abrange além dos objetos palpáveis e visíveis e o que eles podem significar, o que implica em sentidos ocultos em uma só expressão. Por isso é que a sua interpretação permite riqueza variada de uma gama de significados que podem implicar em uma série de associações que não podem ser reduzidas, simplesmente, e definidas em única direção ou sentido. Aliás, definição, em última análise, significa colocar um fim. E o símbolo caminha justamente em sentido contrário, ou seja, amplia significados. Em outras palavras, a interpretação do símbolo depende de quem o interpreta, em qual contexto e em qual momento se localiza, local, história, cultura, níveis de informação etc.
Polaridade em tudo
Ainda que que de certa forma forma basta bastante nte popul populari arizada zada – e até até mes mesm mo banal banalizada nos nos últi últim mos tem tempos por por determ determiinados nados meios e mí mídia dias – a fil fi losofia osofi a do do Yi Y in e do Ya Y ang – as duas duas ene energia rgias opostas, mas complementares – o fato é que se trata, ainda, de uma teoria de difícil compreensão em toda a sua abrangência e utilizando-se apenas a nossa habitual e linear forma de raciocínio ocidental. Afinal nal de conta contas, s, tratatrata-se da pol polari arida dade de pri prim mordia ordial res respon ponsá sável vel pel pela construçã construção o do universo e das dez mil coisas, inclusas aí as pessoas, bem como a interpretação da filosofia dos cinco cinco elem elementos entos – Água, gua, T Terra, erra, Meta M etall, Fogo Fogo e Mad Madei eira ra – que aprese apresenta ntam m uma di dimensã ensão o bastante ampla e simbólica. O Ta Tao, em sua forma originária, como explica Wilhelm – que o traduz como ´sentido do mundo` - consiste consiste “em uma cabeça, que deve ser interpretada como ´começo`, e em um sinal para ´ir` (ou andar), precisamente em seu duplo significado que implica também o de
´trilho`: além disso, ainda um sinal para ´deter-se` que desaparece na grafia posterior... O pensamento subjacente é o de que ele, mesmo sendo imóvel, transmite todos os movimentos outorgando-lhes a lei. Os caminhos do céu são aqueles através dos quais os astros se movimentam; o caminho do homem é a via pelo qual ele deve andar” andar”.129 Ao tratar tratar da consci consciê ência ncia ce celleste, ste, ou ´luz ´luz do céu`, céu`, Wilhelm lembra e cita o Mestre Lü Dsu Dsu que dizia: aquilo que é por si mesmo denominamos sentido ( Tao Tao).
“O sentido não tem nome, nem forma. É o ser uno, o espírito originário e único. Ser e vida não podem ser vistos, estão contidos na luz do céu. A luz do céu não pode ser vista, está contida nos dois olhos. Hoje serei vosso guia e revelar-vos-ei o Segredo da Flor de Ouro do Grande Uno” Uno”.130
Se estabelecermos paralelo com os dias atuais, podemos reconhecer que muito já se caminhou nesse sentido, sobretudo nos avançados estudos sobre holografia, física quântica (ora energia, ora partícula material), universos paralelos etc., onde se estabelece que uma parte – pequena que seja – sempre possui em si o Todo em potencial, em um quantum suficiente para auxiliar um possível processo de reconstituição após fragmentação.
No entanto, há muito ainda para se marchar diante da necessidade de se ter uma visão poética do universo capaz de nos permitir adentrar ao hermetismo da linguagem chinesa. Tal, fato, ato, acredi acredita tam mos, possibi possibillita cham chamar a Acupu Acupuntu ntura ra até até de Arte Tera Terapê pêuti utica ca – uma arte/ci arte/ciên ênci cia a, com absoluta praticidade, indicada para o tratamento de diversos males, inclusive de origem psíquica, mas unindo a visão da natureza, do cosmos e do homem, em único organismo que é, a um só tempo, fisiológico e anímico – portanto psíquico – e também espiritual.
Holismo – raiz de holístico – quer dizer a capacidade de sintetizar unidades em totalidades organizadas. A filosofia oriental reza que o homem é um todo indivisível, cujos componentes distintos não podem ser considerados separadamente. Assim como no holograma, qualquer parte de uma imagem é 129 130
id. ibid ibid., ., página 92. id. ibid ibid., ., página 97.
capaz de reconstruir a imagem inteira. Karl Pribam, neurocientista norteamericano, faz interessante associação analógica do holograma com os estudos de imagens do cérebro, o que explica que não se pode determinar uma região exata para a memória, já que a mesma pode estar espalhada por diferentes regiões do cérebro e que, ao se reconstituir, seria possível reconstituir o todo. O símbolo funciona como um holograma ao evocar imagens diversas para reconstituir o todo original, levando em conta pólos opostos e conceitos diversos.131
Seguindo esta linha de raciocínio, então, pode-se afirmar que o homem representa sim simboli bolicamente todo o universo universo e a natureza. natureza. Ai A inda que que cada cada parte parte representa representada da (pessoa) (pessoa) seja seja única e individual, a soma delas é sempre diferente do total inicial, acrescida das características – e experiências, diríamos, principalmente pelas vivências individuais – que irão auxiliar, sobremaneira, na interpretação dos fatos e da própria vida na história de um indiví ndivíduo. duo. Segund Segundo o Soares Soares Am Amora, em seu seu Dici Di cioná onári rio o da L íngua ngua Portuguesa Portuguesa,, o termo termo indivíduo quer dizer: indiviso; o que não se pode dividir. dividir. Portanto, o indivíduo, analogicamente, é a parte única que não se pode mais dividir. E é justamente na alma do indivíduo onde se encontram as sedes das duas funções mais importantes da alma humana: a emoção e o pensamento. Geralmente contraditórias, portanto com forças distintas, uma vez que uma busca o prazer, enquanto a outra o raciocínio. Além disso disso,, pode-se pode-se tam também bém traçar traçar um para parallelo anal analítico tico (e (e a ana nallógico ógico como como dito dito acim acima) com com Pathos, enquan enquanto to emoção, emoção, sensações sensações e senti sentim mentos; entos; e Logos, Logos, enquanto enquanto raci raciocí ocíni nio o lógico ógico e pensam pensamentos. A patologi patologia, a, então, pode ser ser encarada como um termo que merece ser ser anal analiisado sado sob a ótica ótica do dese desequi quillíbrio brio entre Pathos e L ogos, a emoção e o pensa pensam mento, ento, responsáveis pela vida anímica nesses dois campos de consciência do indivíduo.
131
CAMPIGLIA, Helena, Psique e Medicina Tradicional Chinesa - MTC, Ed. Rocca, São Paulo, 2004. A autora é médica acupunturista e pós-graduada em Psicologia Analítica.
Capítu Capítulo lo II II I Dois pólos: antagônicos, mas comple compleme ment ntar are es
O Y in é feminino, nino, passiv passivo, o, inte interno, rno, sombra, sombra, ma mal, obscuro, terra, terra, útero, útero, incons i nconsci cie ente, nte, ana analogicam ogicamente ente rel relacionad acionado o a Eros, emoção. oção. J á o Yan Y ang g é masculi sculino, ati ativo, externo, externo, vida vi da,, luz, l uz, bem bem, cla claro, céu, céu, o fa falo, o conscie consciente, nte, rel rela aciona cionado do a Logos Logos,, portanto, portanto, a razão. razão. Nem um um nem nem outro tem conceito ou valor de bem ou mal no sentido de avaliação moral ou estética, é preci preciso so ressa ressalltar. tar. Ambos sã são pólos pólos gerad geradores ores do do Uni Universo verso que, que, ali aliás, não exi existi stiri ria a um se sem mo outro, seu oposto-complementar. E é justamente deste conflito – amistoso, é preciso dizer – gerado por estes opostos é que surge a fonte da vida vida e toda a sua diversi diversida dade de.. Vida e construção ou doença, doença, morte e destruição. É assim que os chineses propõem a resolução dos conflitos mediante uma análise das enormes possibilidades criativas do relacionamento de ambos os pólos. Quando Quando o Y in e o Ya Y ang se unem, form formam amo uni universo – dif diferente rente do está estági gio o ini inici cia al – a exemplo do que ocorre com os gametas masculinos e femininos que geram uma criança autônoma e diferente dos pais, aliás também relacionado à física quântica que trataremos mais a frente.
Diz o Su Wen, um dos mais antigos livros sobre MTC:
“O Yin corresponde à falta de movimento e sua energia simboliza a terra. O Yang corresponde ao movimento e a sua energia simboliza o céu; portanto, o Yin e o Yang são caminhos da terra e do céu. Como o nascimento, o crescimento, o desenvolvimento, a colheita e o armazenamento são levados a efeito de acordo com a regra de crescimento e declínio do Yin e do Yang, então o Yin Yin eo Yang são são os princí pri ncípi pios os que que norteiam norteiamtodas as coisas coisas”” .132
132
– O Li L ivro do Impe Imperador rador Am A mare arello - Trad Traduçã ução o dos dos 34 34 capítul capítulos os do do Huang Huang Ti Nei Ching Su Wen, Editora Editora Terrceiro Te iro Milên Milênio. io.
Notável no símbolo do do Ta Tao o ou do Ta do Taii Ch Chi (acima), é que não há apenas e tão somente a presença da polaridade, mas encerra-se também a idéia de que um pólo está contido no outro, em seu seu oposto. oposto. Al A lém disso disso,, o sím símbolo bolo do Yi Y in e Yan Y ang g dá uma clara clara idéi déia de de movim ovimento e transformação, portanto, não se trata de algo estático, conforme, aliás, explica o I Ching, Ching, o L ivro das Mutaçõe utações. s. No No está estági gio om má áxim ximo do Yi Y in, (e (extremi xtremidade dade infe nferior) rior),, há a se sem mente ente do Ya Y ang, e no ponto máximo imo do Y ang (extremida idade superior ior), está a semente do Y in. in. Em outras palavras – e em uma clara alusão à analogia já citada – à meia-noite ocorre o início de um novo dia. E, ao meio dia, há o início de uma nova noite. Ainda em em se se tratando tratando do T do Ta ao, Wilhelm explica que do T do Ta ai Gi Gi (símbolo acima) surgem os princípios da realidade, o pólo luminoso (yang) e o pólo obscuro ou sombrio (yin). “O “Os círculos estudiosos europeus pensaram primeiramente em relações sexuais. No entanto, os sinais se referem aos fenômenos da natureza. Yin é sombra, portanto o lado norte de uma montanha e o lado sul de um rio (uma vez que o sol durante o dia ocupa tal posição e faz com
que a montanha vista do sul pareça escura). Yang mostra em sua forma originária pálpebras pestanejando e é – em relação ao sinal yin – o lado sul da montanha e o lado norte do rio” rio”.133 Entretanto, ntretanto, deve-se desta destacar car que Y in e Yan Y ang g são são só atuante atuantess no domí domínio nio do fen fenôm ômen eno o e têm têm sua orige ori gem m comum comum no Uno, Uno, sem dual dualidade dade,, onde Yan Y ang g é o princi principi pio o ativo ativo condi condici ciona onante e Y in o pri princípi ncípio o pa passi ssivo e condi condiciona cionado. “Menos abstratos do que Yin e Yang são os conceitos do criativo e do receptivo que procedem do Livro das Mutações. Eles são simbolizados pelo Céu e pela Terra. Mediante a união de ambos e através da ação das forças originárias duais dentro dessa cena (segundo a lei originária uma do Tao) se originam as ´dez mil coisas`, isto é, o mundo exterior” exterior”.134
133
WILHELM, Richard, O Segredo da Flor de Ouro, Ouro, (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 92 134 id. ibid ibid., ., página 92.
Capítulo Capítulo IV IV Tch Tchi ou Qi – Um sopro a se realizar
Como dito anteriormente, a linguagem chinesa utiliza ideogramas que transmitem ´idéias` e pensamentos. E o ideograma que representa Tc representa Tch hi, como os demais, possui diversas representações e traduções possíveis. De “respiração”, “sopro” e até de “arroz cru” ou “não cozido”. Para melhor entendermos isso, é preciso recorrer à gênese do Cosmos, a Cosmogênese, ou seja, a explicação do surgimento do mundo, segundo os chineses. O ´arr ´arroz oz cru` cru` ou `nã `não o cozido`, cozido`, segund segundo o enten entende dem mos, possui a indicaçã ndicação o de um alimento que ainda necessita ser preparado. Trata-se de uma representação bastante profunda e ampla já que ali, além do processo mecânico de exalar o ar, busca-se também atingir (no sentido de buscar) a essência que está por trás do ato em si, a essência enquanto ´sopro`. E é da polarida polaridade de origi origina nall e prim primordia ordial na cria criação ção do Unive niverso rso – Y in e Y ang – é que que surgem os cinco sopros primordiais que irão, depois, ´engendrar` (no conceito filosófico de criar e manter), os cinco órgãos, as cinco vísceras e, por conseguinte, as cinco matrizes das emoções que veremos veremos oportunam oportunamente. ente. É por isso isso que, que, quando se trata de Medici edicina na Tra Tradicio icion nal Ch Chine inesa – MTC, o símb ímbolo da escrita ita é de fun fundamental importância, ia, cuja leit leitu ura e interpretação dos ideogramas dependem dos indivíduos em questão e da época dos leitores, conforme já foi dito. Assim é, é, por exemplo, plo, com Chen, Chen, termo que representa a palavra espírito e os sopros universais. O sopro enquanto energia celeste, sopro divino, força transformadora, força vital que engendra cada órgão do ser humano, segundo as suas especificidades. Um outro conceito, que ainda pode ser destacado para auxiliar a explicar esta ampla linha de raciocínio, é o do Tc do Tch hi, ou Qi, que penetra todas as funções do ser vivo e é responsável pela formação e transformação de toda a vida. Segundo preconiza a Medicina Tra Tradicio icion nal Chin Chine esa – MTC, os padrões de fun funcion ionamento do corpo devem ser int interpretados segund segundo o um agrupam agrupamento ento reali realizado em em torno dos cinco ci nco elem elementos entos – Água, gua, Mad M adei eira, ra, Fogo, Fogo, Terrra e Met Te Metal.
É a partir das inter-relações dos cinco elementos e de seus princípios é que resulta a compreensão das determinações das etiologias das doenças, síndromes e também a formulação de diagnósticos, bem próprios, diga-se, segundo explica a Medicina Tradicional Chinesa – MTC.
Além dos cinco elementos, a Medicina Tradicional Chinesa – MTC leva em conta e traba traballha com com oito oito princípi princípios: os:
Yin Y in Ya Y ang Profundo Superficial Deficiente (Vazio) Ple Pl enitude (Exce (Excess sso) o) Frio Calor
Capítulo V Conce onceitos importante importantess sobre sobre Ene E nerrgias
Entre as interpretações possíveis – bem como o estabelecimento da cultura oriental da Medicina Chinesa – MTC e o conhecimento ocidental é preciso destacar alguns conceitos importantes que devem ser levados em conta, por exemplo, no decorrer da realização da anamnese pelo terapeuta/acupunturista, tanto na busca da etiologia das doenças, como na elab elaboração oração do diag diagnósti nóstico co e também bém na espe especi cifficação cação da lilinhado tratamento. ento. A sabe saber: r:
Oposição – um se opõe a outro, entretanto por intermédio de uma visão que visa o seu próprio complemento – masculino e feminino, terra e céu, lua e sol, quietude e movimento, calor e frio etc. – complementado pelo princípio da interdependência.
I nter nterdepe dependê ndência ncia – um não não vive vive sem sem o outro. Não há há di dia se sem m noite, noite, nem nem sombra sombra sem luz etc.
Consumo – excesso de um consome o outro. Exemplo. Fogueira – fogo é yang, mas a lenha é yin. Um aumenta, o outro diminui.
Tra Tr ansform forma ação – Y in transfor transform ma-se em em Y ang e vice-versa vice-versa – tem tempesta pestade de ecalmari calmaria. a.
Capítulo VI Patol atologi ogias M oder odernas ver versus Patolog Patologiias Antig Anti gas
Há cinco mil anos não havia na China microscópios para detectar vírus e bactérias. No entanto, se falava em energias perversas. Elas podem ser o vento, calor, frio, umidade ou secura. De acordo com os cinco elementos, Água, Madeira, Fogo, Terra e Metal que, por sua vez, vez, tam tambémagrupam uma séri série e de determinadas determinadas doenças. Além disso, disso, o conceito conceito de saúde saúde para para os chine chinese sess tradici tradiciona onaiis anti antigos gos parte parte da harmoni harmonia a do do Yi Y in e do Yan Y ang g e de se seus us movim ovi mentos, entos, em cinco cinco direções, direções, emcinco cinco elem elementos entos ou símbolos. Os cinco movimentos são chamados de Wu Xing, Xing, onde Xing significa o que se movimenta, os pés que se alternam – direita e esquerda – andar, caminhar, conduzir, agir. Esses movimentos implicam nos elementos, nas cores, sabores, sons e também nos órgãos, vísceras e suas funções no corpo e na mente do homem. Vamos anal analiisar sar cad cada a um dos cinco cinco elem elementos, entos, indi i ndicand cando o rapida rapidam mente ente o seu seu movimento, a direção, imagem, ideogramas, órgãos e vísceras, aspectos, atitudes etc.
Fogo Movimento: culminar, chegar ao máximo Direção: multidirecional Imagem agem: estouro, imagem agem de umraio raio Ideograma: deograma: Huo Huo Dinâmica: explosão Órgão: Coração Víscera: ID – Intestino Delgado Estação stação:: Ve V erão Manifestação externa: tez, cor do rosto
Abertura: língua Aspecto specto menta entall/emoci /emociona onall: Shen – espí spírito rito,, consc consciiênci ncia Atitude titude:: extroversão, xtroversão, comunic comunica abil bilidade dade,, se seduçã dução o Emoção: Alegria Fatores de adoecimento: hiperexcitação, choques emocionais, bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos, perda de sangue
Madeira Movimento: para cima, dirige-se ao alto Direção: brota e cresce. Evoca. I magem gem: algo algo duro, duro, fi fixo e linear near I deograma: deograma: Mu Dinâmica: direção ao alto Órgão: Fígado Víscera: VB – Vesícula Biliar Estação: Primavera Manifestação externa: unhas Abertura: olhos Aspecto men menta tall/emoci /emociona onall: alma, inconsci nconscie ente, nte, força emociona ocionall Atitud titude e: ação, ação, conqui conquista, sta, plan planejam ejamen ento to Emoção: Raiva
Fatores de adoecimento: frustrações, alimentação gordurosa, álcool, raiva contida, irritação Fogo (C – Coração e ID – Intestino Delgado) e Madeira (F –Fígado e VB – Vesícula Biliar) são são caracte caracterí rísti sticas cas Y ang, portanto, portanto, com movim ovimentos para para cim cima e para para fora. fora. Água Á gua(R – Rim e
B - Be Bexiga xiga)) e Metal tal (P - Pul Pulm mão e IG – Intest ntestiino Grosso) – caracte caracterí rísticas sticas Y in – apres aprese enta ntam movimentos para baixo e para dentro.
M etal Movimento de uma superfície lisa e brilhante Direçã Di reção: o: retorno retorno Imagem agem: se sepa paração ração do puro puro e do im impuro, es estrati tratifficação cação I deograma: deograma: J J in Dinâmica: retração e decantação Órgão: Pulmão Víscera: IG – Intestino Grosso Estaçã stação: o: Outono Respiração, nariz e intestinos Manifestação externa: pele e pêlos Abertura: nariz Atitude: introspecção, acúmulo, instinto, reflexo Emoção: Tristeza Fatores de adoecimento: cigarro, poluição, falta de líquidos, ambientes secos, luto, pesar, perdas importantes
Água Movim ovimento ento que conduz conduz à aproxi aproxim mação ação e à oscil oscilação ação emtorno de seu seu eixo eixo Direção: para baixo I magem agem: regeneração regeneração Ideograma: deograma: Shui
Dinâmica: descida Órgão: Rins Víscera: B - Bexiga Estação: Inverno Clima: Frio Vital talidade dade e ancestra ncestrallidade dade Ouvidos e força de vontade Manif nifes esta tação ção externa externa:: cabe cabelos Abertura bertura:: ouvidos Aspecto specto mental ental/emoci /emociona onall: força orça de vontade vontade e capa capaci cida dade de de ada adapta ptação ção Atitude: titude: perseverança, perseverança, corage coragem m e autopreserv autopreservação ação Emoção: Med M edo, o, adap adaptaçã tação o Fatores de adoecimento: envelhecimento, doenças crônicas, excesso de atividade sexual, excesso de trabalho, deficiência de energia hereditária
Terra Te rra Movimento: alto, como um altar que fica no centro do Templo Direção: multidirecional Imagem gem: li l imite entre entre o Céu e a Terra – Mundo undo Inte I nterno rno e Mund Mundo o Externo Externo I deograma: deograma: Tu Tu Dinâmica: função transmutação, centrar e fixar Órgão: Baço e Pâncreas Víscera: E - Estômago Estação stação:: Ve V erão Manifestação externa: lábios
Abertura: Boca Atitude titude:: refl reflexã exão, o, introve introversão rsão,, comed comediimento Emoção: Pensamento, Reflexão Fatores de adoecimento: pensamentos repetitivos, excesso de trabalho, ambientes úmidos e frios, alimentos crus, alimentação desregrada
Capítulo VII Ciclos de Geraç ação ão e Domi Dominânci nância
Conhecidos os cinco elementos – os cinco órgãos e as cinco vísceras – agora é preciso citar e destacar a importância dos ciclos de geração e de dominância entre eles, fundamental conceito para que se possa entender o conceito de saúde e de doença, segundo os critérios e o conhecim conhecimento ento chine chinese ses. s. Antes ntes porém, porém, é preci preciso so e expl xpliicar e enten entende derr que há os cicl ciclos os naturai naturaiss de geração: geração: água água gera madeira, que gera fogo, que gera a terra, que gera o metal, que gera a água. Assim, temos: temos:
A água água irri rriga aplan planta ta (mad (madei eira), ra), que ali alimenta enta o fogo, fogo, que quei queima a madei adeira ra e dep deposi osita ta as cinzas – que alimenta a terra – que gera em seu interior os metais e também a água que brota da pedra e das fontes minerais. Já J á o ciclo iclo de dominâ inância imp implica lica não apenas no controle, le, mas, também, no domínio ínio de um elemento sobre outro, o que, em última instância, impede o crescimento descontrolado de qualquer um deles. Desta forma, a água controla o fogo, que controla o metal, que controla a madeira, que controla a terra, que controla a água.
Simbolicamente temos: A água água apag apaga a o fogo, o fogo fogo forj forja a o metal etal, o metal metal corta corta a madei adeira, ra, a mad madei eira ra tira tira da terra seus nutrientes para crescer e a terra absorve a água. E é justamente no jogo e na correlação entre as forças dos ciclos de geração e de dominância que deve haver um equilíbrio – saúde – e, caso entre em desequilíbrio, ocorre a doença. Quer dizer, a patologia ocorre quando um elemento agride outro – a água agride a terra, a terra a madeira, a madeira o metal, o metal o fogo e o fogo agride a água. É o chamado ciclo de contra-geração e de desorganização interna.
Capítu Capítulo lo VI I I O núme número Ci Cinco e sua Sim Simbologi bologia
Em chinês, o ideograma para homem é o pentagrama, a estrela de cinco pontas, que entre outros tantos significados podemos destacar a figura de um homem em pé de braços e pernas abertos. O quinto ponto é, justamente, a cabeça.
O número cinco também indica dois movimentos e um retorno.
As cinco cinco posi posiçõe çõess sã são: esquerda, direita, alto, baixo e centro Tra Trata-se -se de uma int interpretação simb imbólica lica das posiçõ ições – e dos eixo ixos – de de respeitá itável importância para a realização de uma interpretação psicológica. No eixo horizontal, por exemplo, pode-se fazer uma associação com o mundo interno e o mundo externo do ser humano. O Eu e o Outro, o que é Self e o não-Self. No consultório, dirí diríam amos nós, este este ei eixo pode se serr associad associado o ao paci pacien ente te dei deitad tado o na maca. aca. J á no ei eixo vertical verti cal,, a representação recai sobre o mundo da terra e o mundo do céu, as raízes e o crescimento, bem e mal, corpo e espírito. Novamente no consultório, pode-se fazer uma analogia com o terapeuta/acupunturista colocando as agulhas em seu paciente. Na intersecção dos dois, bem no centro, se encontra a figura do homem que está entre o céu e a terra. Aspectos importantes do número três A importânci portância a da da tríad tríade e, segundo segundo a filosofia osofi a chi chinesa nesa impli plica em em uma sé série rie de de interpretações deste número na Medicina Tradicional Chinesa – MTC. De fato, a tríade permite uma gama enorme de interpretações sintetizadas no corpo, alma e espírito no homem.
Além disso, disso, grande número número de reli religiões giões tem a tríad trí ade e como como base base da sua filosofi osofia e prática, a exemplo do catolicismo – Pai, Filho e Espírito Santo – os Egípcios – Osíris, Ísis e Hórus –, –, Hindus ndus – Brahm rahma, Vishnu shnu e Shiva Shiva –, –, e mes esm mo na Cabal Cabala juda judaica onde onde se d des esta taca, ca, na árvore se sefirotal, rotal, a trípl trípliice coroa – K ether, ther, Chokma hokmah e Binah, nah, entre entre outros outros tantos tantos exemplos. plos. Simbolicamente podemos dizer que as energias celestes são captadas pela respiração, enquanto as telúricas pelos alimentos. E claro está que esta é apenas uma visão simplista deste posicionamento filosófico e prático prático com como se verá adiante adiante.. Mui M uito to embora, embora, nem todos autores estudados estudados em em nosso curso curso de especialização em ciências clássicas chinesas estabelecem essa leituras paralela, conforme é o caso de René ené Guénon, Guénon, com como o destaca destaca em sua obra A Gran Grande de Tríad rí ade. e. Al Ali o autor autor alerta, alerta, sobretudo, as diferenças existentes entre ternário e a trindade cristã. “Antes “Antes de abordar o estudo da Tríade extremo-oriental, convém pôr-se, cuidadosamente em guarda contra as confusões e as falsas assimilações que circulam em geral no Ocidente e que provêm, sobretudo, de se querer achar, em seja qual for o ternário tradicional, um equivalente mais ou menos exato da Trindade cristã. Esse erro não é apenas de teólogos, que seriam ao menos perdoáveis por querer reduzir tudo a seu ponto de vista especial. especial...135” Embora, mais a frente, e na mesma obra, o próprio Guénon reconheça que é possível estabelecer comparações, desde que “dois “dois ternários pertencentes a formas tradicionais distintas é a possibilidade de estabelecer entre eles, de maneira válida, uma correspondência temo a termo; noutras palavras, é preciso que seus termos estejam entre si, realmente, uma relação equ equiival valenteou simi similar” ar”.136 Claro está, portanto, que se ocorre a possibilidade de correspondência – termo a termo – em nosso modo de entender, se avaliarmos a ´função` de cada elemento em determinado momento histórico, inclusive da vida dos terapeutas e também dos pacientes, então é possível estabelecer paralelos então entre Pai, Mãe e Filho com a trindade cristã e a trimurti das dive diversa rsass reli religiõe giões. s.
135 136
GUÉNON, René, A Grande Tríade, Editora Pensamento – Tradução de Daniel Camarinha da Silva, página 13. id. ibid ibid., ., página 14.
Capítulo Capítulo IX IX Paralelo com com a Física Quântica Quântica
Para a física quântica, o átomo e os seus componentes ora são partículas sólidas, ora são ondas. Portanto, não há uma representação única e estanque, pois sua natureza é a própria transformação, o movimento. Pode-se, em nossa opinião, estabelecer uma certa analogia com o Yi Y in e Y ang, ang, sobretudo se se avali valiarmos armos sob o ponto ponto de vista vista de sombra sombra e luz, matéri atéria ae espí spírito. rito. A matéri téria a equi quival valeria ria, nesta nestaleitura, tura, à pa partícula rtícula (Y in) e o esp espíírito rito à onda onda (Y ang). ng). Destarte – e além disto – o moderno e atual modelo subatômico quântico, portanto, serve como importante auxílio para a nossa compreensão, uma vez que não são, em sua totalidade, aquilo que representam. Portanto, acreditamos ser justo ampliar a dimensão do mundo psíquico que está por exigir uma transcendência do pensamento linear e racional, de modo a tornar-se capaz de promover a possibilidade de se entrar no mundo intuitivo e holográfico dos símbolos. Como se vê, a holografia é uma interpretação que demonstra – por intermédio de figuras e ‘projeções’ de imagens – que se pode partir de cada uma das partes e se chegar ao todo; no entanto, e ao mesmo tempo, o Todo que chega a transcender a simples soma de suas partes individuais. Podemos entender aqui como o Todo, por pequeno que seja o elemento ou a ´co ´coiisa em em si` si` como umpequeno Ta Tao o que se expr expressa essa iigual gualm mente emsuas pequenas pequenas partes. partes. Anal nalogia ogia e bas bastan tante te inte interessa ressante nte do Ta Tao e da própria humanidade. I sto porque porque,, segui seguindo ndo na na lliinha psi psicológi cológica, ca, para para os chi chinese neses, s, o Tc o Tch hi é aquilo que movimenta o homem em direção ao mundo, no entanto, é mais do que simplesmente a libido, conforme o conceito freudiano do termo. O Tc O Tch hi, segundo os chineses, molda o homem e pode torná-lo mais ou menos neurótico. Pode tanto libertar, quanto prender. Assim, o Tc o Tch hi proporciona também a formação da estrutura psíquica, por ser o homem o resultado das “impressões energéticas” ao longo da vida, como o amor, a atenção, o vazio, a falta de contato, a contenção da criatividade etc.
Capítulo X Fatore atores de adoeci adoecime mento, segundo segundo a MT MTC
A Medicina Tradicional Chinesa – MTC aponta para duas direções para explicar os fatores de adoecimento: um interno e outro externo. Entre as causas externas podem ocorrer aquelas tanto por deficiência do sistema de defesa (imunológico) ou por causa de um indivíduo sofrer muitas agressões do ambiente em que vive. Elas não são excludentes e podem, inclusive, ser concomitantes. Variam ariammuito, uito, de caso caso para para caso, caso, de indiví ndivíduo para para indiví ndivíduo. duo. Em se tratando dos fatores internos podemos destacar a estrutura genética e hereditária, bem como outros pontos que devem ser levados em conta, como o modo de vida e também como a pessoa lida e convive com os seus próprios sentimentos. Em se tratando dos fatores externos, pode-se citar o clima, as estações e o meio ambiente. Também se deve considerar ainda que se pode adoecer no físico, na mente ou em ambos. Nesta linha de raciocínio devemos lembrar que a partir do surgimento da medicina psicossomática – e também das terapias com abordagem corporal no Ocidente – passou-se a acreditar que as doenças físicas como gastrites, doenças articulares, cefaléia, doenças intestinais e até mesmo o câncer teriam como base alterações emocionais. É fato que ocorreu até um certo exagero neste sentido, uma vez que uma pessoa pode apresentar gastrite sem ser nervosa, ou desenvolver um câncer sem ser uma pessoa ressentida ou muito magoada. O fato é que pessoas bem resolvidas sob o ponto de vista emocional também podem ter câncer, obesidade, gripe, dor etc. No entanto, é preciso ressaltar, segundo a Medicina Tradicional Chinesa – MTC, os fatores causadores da doença podem agir de forma diferente em um corpo mais frágil ou em um mais ais fortal fortaleci ecido. do. A abordage abordagem m de de que a saúde saúde depe depende nde de inúmeras inte interações rações possí possíveis veis entre o ambiente, emoções, alimentação, estilo de vida e inevitável vulnerabilidade do ser mostra que na condição humana também se deve incluir a doença e a morte. É por isso que há tipos de doentes que têm apenas doenças mentais e outros, somente doenças físicas, uma abordagem, no entanto, que deve ser cuidados para não cindir, uma vez
mais, corpo e mente, dois aspectos de um mesmo organismo que não podem ser divididos, ou separados. Outro fa fato im importante portante levado vado emconta pel pelos chine chinese sess é que que o equi equillíbrio brio entre entre Yi Y in e Y ang, ang, entre o indivíduo e o meio não é estático, mas dinâmico como a própria natureza. No processo de adoecimento leva-se em conta:
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Redução da energia vital e do Tc do Tch hi correto quando o corpo não possui resistência adequada para defender-se.
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Excesso de agentes patogênicos – também chamados de energia perversa ou Xué.
O desequilíbrio que leva à doença depende da interação entre o ´correto` e o ´perverso`. O T O Tcchi correto depende de alguns fatores como:
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Alimentação.
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Resistência adquirida por treinamento (exercícios).
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Consti onstituição tuição fí física sica (here (heredi dita tari rie edade dade). ).
•
Meio circunvizinho (estabilidade ambiental).
•
Estado mental.
Fatores de adoecimento externos
Entre estes fatores ressaltamos as alterações no clima, as estações do ano, vírus, bactérias e aos chamados seis excessos como Vento, Frio, Calor ou Fogo, Umidade, Secura e Canícula. Sabe-se que, quando o homem é capaz de se adaptar às variações climáticas, os fatores externos não são considerados patogênicos. Caso contrário, ele adoece. Por isso, a importância de identificar cada doença em cada pessoa examinando cada paciente como único, com sua história, que exige exame físico, de língua, pulso etc. No livro O Físico, o autor, Noah Gordon, traça a história romanceada da medicina. No texto, cita
Avicena vicena – que alguns alguns julga ulgam m como figura fi gura len lendá dáriria, a, outros, entretanto, entretanto, admiteme aposta apostam m que ele de fato existiu. O importante nesta monografia e destacar uma frase que li no livro de Gordon e que que me marcou mui muito, to, então de autori autoria a de de Avicena vicena, o ´Prí ´Príncipe ncipe dos Méd Médiicos` dirigida aos estudantes de medicina: “Os “Os pulsos não mentem jamais”, jamais”, disse ele. Uma frase de efeito, curta, objetiva e absolutamente correta. Afinal, um paciente pode dissimular um sentimento, uma emoção, ocultar ou tentar esconder um sintoma do terapeuta, disfarçar um sinal do médico, do analista etc. No entanto, quando se apalpam os pulsos, as batidas revelam até mesmo o indizível, o escondido, o oculto, e permite um diagnóstico próprio própri o da Medi edicina cina Chine hinesa sa e es espe peci cial alm mente ente para para a Acupuntura. cupuntura. Para se medir o pulso, com os três dedos – indicador, médio e anular – de ambas mãos – o médico/terapeuta/acupunturista ´mede` uma série de órgãos, avaliando se estão, basi basicam camente, ente, excitad excitados os ou enf enfraque raqueci cidos. dos. O Acupunturista cupunturista mais ais experi experien ente te é capaz capaz de aval avaliiar mais detalhes em cada um desses estágios. No entanto, para não sairmos do foco dessa questão, é importante citar os órgãos avaliados numa tomada de pulso que antecede a aplicação das agulhas. Ao todo são são 12 funções unções aval avaliiadas adas::
I ntesti ntestino no Grosso e Pulm Pulmão Estômago e Baço Pâncreas (para os chineses os dois órgãos formam um meridiano) Trip Triplo lo Re Rea aquecedor e Circ Circulaç lação e Sexualida lidade * I ntesti ntestino no Delga Delgado do e Coração oração Vesícul sícula Bil Bi liar e Fíg Fígado Bexiga e Rim
Fatores de adoecimento internos
Referem-se às emoções, fato que faz parte integral da vida humana. Quando muito intensas, ou porque permanecem por longo período, podem tornar-se fatores de adoecimento, uma uma vez que podem gerar desarmoni desarmonia a nos órgãos e vísceras. ví sceras. Assi A ssim m como as desarmoni desarmonias as nos nos órgãos órgãos e vísceras vísceras tambémgeramemoções alterada alteradass e distor distorções ções da reali realidade. Assi A ssim m, um af afeta
o outro, assi assim como como o Y in af afeta eta o Yan Y ang g e vice-versa vice-versa.. As A s princi principa paiis em emoções oções estu estuda dada dass na MTC são: alegria, raiva, tristeza, pesar, preocupação, medo e choque.
Nem externos, nem internos
Há uma gam gama variada variada que a MT MTC leva em conta como al alimentação, entação, ocupação, ocupação, excessos em geral, de trabalho, de exercícios físicos, de relações sexuais, sem contar os traumas e epidemias.
Capítulo XI Entidades ntidades Vi Visce cerrais
“O coração é, segundo a concepção chinesa, a sede da consciência emocional, que é despertada através da reação emotiva dos cinco sentidos para as impressões do mundo exterior” exterior”,137 Wilhelm.
Não se pode estudar o aspecto alquímico da Medicina Tradicional Chinesa – MTC sem estudar as entidades viscerais: Shen, Hun, Po, Yi e Zhi. São estas entidades, assunto de grande importância para o entendimento da psicologia e da alquimia em se tratando ao que dizem os textos clássicos chineses, que tornam possíveis não apenas utilizar os seus conceitos para o diagnóstico, como também para o tratamento dos pacientes com queixas psicológicas. Por intermédio da anamnese e do diagnóstico de excessos ou insuficiências de determinado órgão (ou função e, conseqüentemente, ´entidade visceral` que engloba também associações entre funções), bem como de sua representação psíquica é possível determinar quais as melhores linhas de tratamento que devem ser seguidas. Sem aprofundar-se neste estudo – aqui caberia outra monografia – destacaremos, rapidam rapi damente, o que que representa cada uma del delas, sem esquecer que todas rrepresentam epresentam a consciência (Shen (Shen,, que é o grande maestro) e os aspectos da alma, da intenção, do pensamento, dos instintos, vontade de viver, entre outras. Abai baixo, um resumo das colocaçõe colocações, s, aspectos aspectos e caracterí característi sticas cas das das denom denomiinada nadass enti entida dade dess visce viscerai rais: s:
Shen é o espírito, a consciência, ligado ao elemento Fogo, ao verão, também
com a claridade e a expansão. Também responsável pela razão, poder de síntese, inteligência global com influência direta sobre as demais entidades 137
WILHELM, Richard, O Segredo da Flor de Ouro, Ouro, (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 94
viscerais. O Shen individual é o que a pessoa recebe no céu anterior (antes da concepção).
Hun é a al alma, Mad M adei eira, ra, prim primavera, avera, ascens ascensão, ão, abertura abertura e cres cresci cim mento. ento.
Imagina ginação ção e condi condici ciona onam mento. ento. Memória ória rápi rápida e não não discri discrim minati nativa va como como ocorre em Y i.
Po é a alma corporal, Metal, outono, movimento de descida e recolhimento.
Autopreservação, utopreservação, preserv preservaçã ação o da espéci espécie e e se sexual xualiidade dade..
Yi, raciocínio e lógica, Terra, movimento de centrar ou dar referência. Intuição
e memorização, aprendizado consciente necessário para o amadurecimento do ser hum humano.
Zhi, elem elemento ento Água Água,, inverno, inverno, forç força a e vontadede viver. viver. Dete Determi rmina nação ção do do
prazer, vontade de realizar as tarefas. Disfunções – sentimento de culpa = destrutivo e autopunição
*
O Hun Hun está ligado ao Fígado e tem características associadas ao movimento e ao fluxo de energia. Pode-se analisar como é a expressão do paciente (ou como está em determinada fase da vida) mediante a análise do funcionamento deste órgão e a presença deste elemento em seu quadro geral. L igado gado aos sonhos sonhos e a capaci capacida dade de de plan planej ejam amento ento e de traçar traçar objeti objetivos vos na vida vida,, es esta ta entidade visceral também é responsável pelo inconsciente, pelos sonhos, arquétipos e fantasias. O Hun Hun é o que separa e distingue o que é prazer de desprazer e nos mobiliza em função unção do prim pri meiro. eiro. L igado gado direta diretam mente ente aos aos múscul músculos os e à tensã tensão o ou rel relaxa axam mento, ento, es essa sa
função/órgão (e entidade visceral) relaciona-se também às couraças conforme especificou Willliam Re Wi Reiich. ch. O Hun Hun também es está tá liligado gado com a agress agressiivida vidade de e o olho ol ho é a sua expressã expressão. o. Assi ssim m, o olhar do paciente deve ser analisado pelo médico/terapeuta para avaliar este importante item durante a anamnese inicial e em todas as demais sessões de tratamento.
*
Po é a camada mais primitiva da consciência instintiva e também chamada de alma corporal. Reações de luta e fuga, ataques de pânicos ou impulsivos, além dos controles esfincterianos são realizados por esta função. Aloja-se no Pulmão, fonte de energia do ar (energia celestial) que gera a energia suficiente para a queima dos alimentos e sua distribuição pelo corpo todo. É o espírito estruturante que condensa a energia para a formação de cada ser. Dá a orientação para a manutenção da vida – necessidades de alimento, sono, preservação de perigos (instintos) – e ajuda na estruturação também da consciência do Ego. Emoções como a tristeza e o pesar podem afetar o Po Po,, ligado também à pele. Helena Campiglia138 estabelece ligações do Po com o Id I d da psica psicanál nálise e ao ao cérebro cérebro repti reptilliano. Atitud titude es como como explosõe explosões, s, sustos, sustos, sobres sobressa salltos, re reações espon espontâ tâne neas as,, irraciona rracionaiis ou inst i nstiintivas ntivas estão ligadas ao Po.
*
A enti entida dade de visce visceral ral Yi Yi está ligada com a intenção e a ideação, sugestão, opinião, idéias e pensamentos. Relacionada ao meridiano Baço-Pâncreas, esta função dá lucidez ao pensamento e à consciência. É a compreensão, o julgamento e pode proporcionar a sabedoria. Não à toa, representa o centro. Doenças psicológicas como a bulimia e a anorexia também estão relacionadas aos distúrbios do meridiano Baço-Pâncreas. Também as memórias corporais estão intimamente
138
CAM CA MPIGL PI GLIIA , He Helena, Psiqu Psique e eMedicina Tradiciona Tradicional Chinesa Chinesa- MTC, Ed. Rocc Rocca a, São Paulo, Paulo, 2004 2004
ligada gadass a es essa sa função unção que guarda guarda as as im imagen agens, s, ide i deai aiss e as intenções. ntenções. Inspi Inspiração ração e criati cri ativi vida dade de,, pensamentos e a capacidade de decorar – memória – estão relacionadas ao Yi ao Yi.. Pensamentos obsessivos são desequilíbrios dessa função. Por excesso. Quando há deficiência, a pessoa não consegue se concentrar (ou tem dificuldades) de memorizar ou ter raciocí raciocíni nio o lógi lógico. co. A asteni stenia a menta entall tam também bém está inclusa nclusaness nessa a enti entida dade de visce visceral ral..
*
Zhi pode ser ser trad traduzi uzido do como como a força força de vontade ou a capaci capacida dade de de rea reallização. Gera o movimento do Tao, portanto é a base do funcionamento do Shen. Shen. Aloja-se nos Rins, órgão responsável pela energia ancestral, também chamada de “bateria do corpo”. Pode-se, entre outras maneiras, avaliar como está a função de um indivíduo, analisando sua capacidade de realizar projetos e de concretizar idéias. Alterações do Zhi podem gerar medo, sentimento de inferioridade, timidez, desconfiança e, no pólo oposto, sentimento de superioridade, autoritarismo e falta de limites. Tam Ta mbém se relac lacion iona aos objet jetivo ivos, int intensida idade e dire irecion ionamento da da atenção e energia nos projetos de vida.
A tabel tabela aba abaiixo estabe estabellece algum algumas relaçõe relaçõess entre entre entida entidade dess viscera visceraiis e reações reações emocionais.
Entidade Yi
M eridiano
Exce xcesso
I nsufi nsuficiê ciência ncia
Baço
Calma excessiva,
Falta de memória, esquecimento
Pâncreas
tranqüilidade exagerada,
freqüente, ansiedade
fixação no passado, idéias
crônica, falta de desejo e
fixas, pode virar obsessão
desgosto
Shen
Coração CS
Hun Hun
Fígado
Excitação mental, alegria exagerada, riso constante e
Abati batim mento, tim timidez, dez, mui muitas tas queixas, incapacidade de
exagerado
esforços físicos e mentais
Cólera, raiva, ira e irritabilidade
Falta de imaginação, de concentração, de coordenação de idéias, falta de iniciativa
Zhi
Pó
Rins
Pulmão
Autoritarismo, temeridade,
I ndeci ndecisã são, o, medo, medo, angústi angústia, a,
pode gerar hiperplasia de
aperto no peito, ausência de
próstata
propósitos, fraqueza de caráter
Agressividade seguida de
Desinteresse total, perda do
triste tristeza, (bi(bi-polar), polar), obse obsess ssã ão
instinto de conservação,
pelo futuro, romântico nas
expõe-se a riscos
artes
desnecessários
Capítulo XII Shen – o Espírito
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa – MTC, o Shen forma-se no momento da união do óvulo com o espermatozóide, do encontro da energia da mãe com a energia do pai, quando se forma um novo ser, uma nova consciência. É da união da essência ( J J ing ing) dos pais que cada órgão for form mado terá uma uma parte do Shen. Shen. A força do Shen depende da força da essê essênci ncia a dos dos pai pais, represe representa ntada da,, sobretudo, sobretudo, no encontro encontro prim primordia ordial do Ya Y ang (pai (pai) com o Y in (mãe). Assim, o Shen é responsável pela mente e por suas funções como vigília, percepção, alerta, julgamento, interpretação, associações, memória, inteligência cognição, capacidade exploratória, domínio dos impulsos, sono, insighths, insighths, juízo, humor, conhecimento, assimilação de experiências, criatividade, armazenamento e uso das informações, autoconhecimento e evolução.
Pulmão – Po Baço – Y – Yii Rim – Zhi Fígado – Hun Hun Coração – Shen
A caracteri caracterização zação em em cada órgão e víscera víscera do do Shen realmente ocorre, mas é preciso ressaltar que o Shen também é a capacidade de síntese de todas elas, além de origem energética. Em outras palavras, o Shen está ligado à consciência individual e coletiva das pessoas, além de ser a única ´entidade visceral` capaz de atuar e interferir nas demais.
“ O que é es espí pírrito? O espí espírito (Shen) (Shen) não pode pode se ser es escutad cutado o nem nem ouvido. O olho deve ser brilhante de percepção e o coração deve ser aberto e
atento para que o espírito se revele subitamente pela consciência de cada um. Não se pode exprimir pela boca, só o coração sabe exprimir tudo quanto pode ser observado. Ao se prestar muita atenção, pode-se saber subitamente, mas também se pode perde de repente esse saber. Mas Shen, o espírito, torna-se claro para o homem como se o vento tivesse varrido as nuvens. Por isso se fala dele como espírito”. Capítulo 26 do Su Wen, pertencente ao Nei Ching – a Bíblia dos Acupunturistas
Segunda Parte
Capítu Capítulo lo XI I I Apêndices Psicológicos à chinesa
“O corpo é animado pela participação conjunta de duas estruturas anímicas: 1. hun, que eu traduzi por animus, uma vez que pertence ao princípio Yang e 2. po, traduzido por anima, uma vez que pertence ao princípio Yin. Yin. Ambos são rep repres resentações obtida idas median iante a observação do processo da morte, tendo o sinal característico do demônio do morto (gui) (gui)””139, escreve Wilhelm.
Ju J ung, coleg lega e co-au -autor jun junto co com Wilhe Wilhelm do livr livro O Segredo da da Flo Florr de de Ou Ouro, acredita ser adequada esta tradução uma vez que o caractereh caractere hun é composto do sinal ´nuvens` associado ao sinal ´demônio`. Portanto, ´demônio das nuvens`, é um princípio, o sopro da alm alma que que perten pertence ce a ao o Yan Y ang, g, portan portanto to mas mascul culiino. “Após “Após a morte, hun se eleva e se torna Shen, ´espírito ou deus que se expande e manifesta` manifesta`”140, diz J ung. ng. Já J á a anima ima, chamada de Po Po,, se escreve com caracteres correspondentes a ´branco` e a ´dem ´demônio`, ônio`, portanto o ´f ´fantas antasm ma b branco`, ranco`, que pertence pertence ao Yi Y in, à al alma corporal, corporal, inf i nferi erior or e que é feminina. “Após “Após a morte, ela desce tornando-se ´gui`, demônio freqüentemente chamado ´aquele que retorna `( à terá): o fantasma ou espectro” espectro”141, escreve escreve Jung J ung.. Destarte, animus e anima na concepção chinesa se separam após a morte, seguindo cada qual o seu próprio destino. “O “O animus está no coração celeste; de dia, mora nos olhos (isto é, na consciência) e, de noite, sonha a partir do fígado” fígado”.
139
WILHELM, Richard, O Segredo da Flor de Ouro, Ouro, (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 94 140 Página 52 141 Id. Ibidem
A ani anima, pel pelo contrário, contrário, é ´a força do pesa pesado do e turvo`, turvo`, presa presa ao coração corporal, corporal, carnal. “Suas “Suas atuações (efeitos) são os ´desejos carnais e os ímpetos de cólera`” cólera`”142, escreve Ju J ung. Aqui se pode recorrer recorrer a um uma outra di difere erença nça fundamental ental entre entre as culturas culturas orien oriental tal e ocidental na concepção filosófica e religiosa entre ambas civilizações (conforme assunto tratado em capítulos anteriores) que é a doutrina yoga chinesa a qual rejeita os conteúdos da fantasia, assim como nós, ocidentais. Porém, por motivos diferentes. “No Oriente, imperam concepções e doutrinas que permitem a plena expressão da fantasia criadora; lá, é necessário proteger-se contra seu excesso. Nós, pelo contrário, consideramos a fantasia como um pobre devaneio subjetivo. As figuras inconscientes não aparecem, naturalmente, de um modo abstrato, despojadas de todo ornamento. Pelo contrário, elas são engastadas e entrelaçadas num véu de fantasias, de um colorido surpreendente e de uma perturbadora plenitude. O Oriente pode rejeitar essas fantasias, porque há muito que já tirou seu extrato, condensando-as nos ensinamentos profundos de sua sabedoria. Nós, porém, não experimentamos tais fantasias uma só vez, e tampouco extraímos sua quintessênia. Ainda temos de recuperar uma larga faixa de vivências experimentais e somente então, quando houvermos encontrado o conteúdo sensato na aparente insensatez, poderemos separar o que é valioso daquilo que não tem valor. Estejamos seguros de que a essência que extrairmos de nossas vivências será diversa da que o Oriente hoje nos oferece”, oferece”, escreve J ung. ung.143
142 143
Id. Ibidem Idem dem, Pág Págiina 56
Capítulo Capítulo XI V O Porque P orque de J ung “A alquimia encontra-se no limiar da religião e da ciência e é a mãe da química. Surge como produto da tecnologia religiosa egípcia e a filosofia grega”. Fátima Brazão Alquim quimia procede procede da pal palavra árab árabe e K imyâ (pedra (pedra fil fi losofal). osofal). Em grego grego Khym Khyméia éia – quer dizer mistura de vários líquidos. Podemos destacar, entretanto, que a palavra ´curar` significava, originalmente, ´serviço a Deus`, portanto, a cura ocorria num contexto sagrado. Na Grécia, os pais da alquimia foram os filósofos pré-socráticos tais como Empedócles, Tha Thales les de Milet Mileto, Zénon de Eléa Eléa, He Herráclito lito, Dem Demócrito ito, Zózimo imo de Pa Pan nápolis lis.. No trabalho, “Al “Alquim quimiia – Um processo processo de trans transfor form mação da Alm Alma”, a”, a psicóloga jun junguian iana Fát Fátima ima Bra Brazão ressalta lta que a grande busca humana é encontrar um sign ignifica ificado de existir, existir, “e “ e a procura procura de um umse senti ntido do para para o mundo e o unive univerrso que equi equival vale e à busca busca para para um sentindo sentindo de si mesmo”. o” . Em seu trabalho, Brazão lembra que a psique conta com um princípio estrutura estruturador dor que unif unifica os conte conteúdo údoss arque arquetítípi picos, cos, o que Jung J ung den denom omiinou de de Sel Self ou SiSiMes esm mo. “O Self é o centro ordenador e unificador da psique total (consciente e inconsciente), assim como o eu é o centro da personalidade consciente ou ego” ego”144. Brazão lem lembra que Jung J ung observ observou ou a existê existênci ncia a de um uma meta meta,, uma direção, direção, uma finalidade na psique em direção ao Self. “A “A esse esse process processo o el ele desi designou gnou de Indivi ndividuação, duação, que significa tornar-se uno uno”. ”. Em linguagem chinesa, podemos recorrer ao caminho de retorno ao Tao Ta o. Esta Esta é uma uma das das razões porque damos especial cial ênfase ênfase ao que J ung fal falava ava por ser o médico, psiquiatra e psicanalista ocidental que mais se aproximou dos estudos relativos à Alquimia oriental e ocidental.
144
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma.
“Cedo percebi que a psicologia analítica coincidia de modo bastante singular com a alquim alquimiia... a... Foi F oi,, com efeito, feito, uma descober scoberta marcante arcante:: eu encon encontr trar ara a a contr contraparte aparte hi histórica stóri ca da minha psicologia do inconsciente. A possibilidade de comparação com a alquimia, bem como a cadeia intelectual ininterrupta que remontava ao Gnosticismo, davam-lhe substância... todo o procedimento alquímico pode muito bem representar o processo de individuação num indivíduo particular, embora com a diferença não desprovida de importância de que nenhum indivíduo particular abarca a riqueza e o alcance do simbolismo alquímico” 145. Ainda segui seguindo ndo nossos nossos estudos estudos no trabal trabalho ho de Brazão, encontra-se uma reflexã refl exão o interessante. “A “A alquimia encontra-se no limiar da religião e da ciência e é a mãe da química. Surge como produto da tecnologia religiosa egípcia e a filosofia grega. O patrono desta arte é o Deus egípcio Toth, divindade da sabedoria que fora posteriormente identificado pelos gregos como Hermes, para os latinos Mercúrio”. Mercúrio”. Destarte, os egípcios desejavam assegurar a imortali ortalidade dade por inte intermé rmédi dio o da técnica técnica e magi agia. Assi Assim m, mumificavam se seus us mortos para se tornarem divindades cósmicas, Queriam ser um com o universo. Eles acreditavam que o espírito caiu na matéria e que precisavam libertá-lo.
145
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma.
Capítulo XV Alquimia, pela Alquimia mesma
O processo clássico do trabalho dos alquimistas era criar uma substância transcendente e miracul raculosa conhecida conhecida como como o ´Eli ´El ixir xir da Longa Longa Vida`, da`, percorr percorrer er o caminho da da busca busca da Pedra Filosofal. O procedimento, em primeiro lugar, era tentar descobrir qual o material adequado, adequado, a cham chamada Prim ri ma Maté Matériria, a, depois depois submetê-la, etê-l a, em seguida, seguida, a uma série ri e de de operações que a transformariam em pedra filosofal. Quando nos referimos aos estados mitológicos, que tratam da evolução da consciência, cada um deles tem uma referência aos quatro elementos e com a própria operação alquímica. Desta forma temos:
Calcinatioé Calcinatio é a operação do fogo; Solutio– Solutio – a da água; Coagulatio – a da terra; Sublimatio – a do ar.
Comentaremos, a seguir, brevemente cada um deles:
Calcinatio
A calci calcina nação ção envol envolve ve inte intenso nso aque aqueci cim mento ento de um sól sóliido, destina destinado do a retirar retirar a água água e todos os demais elementos passíveis de volatilização. Resta um fino pó seco, cinza branca. São si simboli bolizados zados por por inte interm rmé édio dio de três nívei níveiss de Fogo na na alquim quimia ocide ocidenta ntall: o Lobo, L obo, o Le L eão e o Rei. Rei.
“ J ung demonstrou rou que o fo fogo sim simboliza liza a libid libido o, ne nesse sentido ido o lob lobo re repres resenta o desejo e os instintos; o Leão é o impulso egocêntrico objetivo e o Rei é a consciência objetiva”146.
Solutio
Em termos essenciais, esta é a operação que transforma um sólido em estado líquido. O sólido desaparece no solvente, como se tivesse sido engolido. Solutio, Solutio, então, significa o retorno da matéria diferenciada ao seu estado indiferenciado original – isto é, à Prima Matéri atéria. a. Se se conside considerarm rarmos os a água água como como o útero, a solutio é uma espécie de retorno a ele, no entanto, com interpretação aqui de um ´renascimento`. Já J á em se tratando do processo de transfor formação da consciên iência, ia, ist isto ocorre quando os aspectos fixos e estáticos da personalidade não admitem mudanças. O inconsciente coloca em questão as atitudes estabelecidas do ego. Uma receita alquímica desolutio de solutio diz : “ Disso ssollve então então sol e lua lua em em nossa nossa água sol solve vente nte,, que é fami familiar e amigável, gável, cuja cuja natureza mais se aproxima deles, como se fosse um útero, uma mãe, uma matriz, o princípio e o fim de sua vida. E esta é a própria razão pela qual eles são melhorados ou corrigidos nesta água, porque o semelhante se rejubila no semelhante... Assim, convém te unires aos consangüíneos ou aos de tua espécie... E como sol e lua têm sua origem nesta água, sua mãe, é necessário, portanto, que nela voltem a entrar, isto é , no útero de sua mãe, para que possam ser regenerados ou nascer de novo, e com mais saúde, mais ais nobreza nobreza emais ais força.” força.”(( Secret Book of Arte Artephius) phius)147
*
A solutio, solutio, de fato, tem duplo efeito: provoca o desaparecimento de uma forma e também o surgimento de uma nova, desta vez, regenerada. Psicologicamente, é o sentido de
146
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma. 147 Idem.
que o velho princípio dirigente, que passou pela solutio, pede para voltar a ser coagulado numa nova forma e com uma certa quantidade de energia à sua disposição. De certa forma, o batismo tem o antigo significado da provação pela água. Significa uma conversão total, na morte da velha vida e o renascimento de uma outra pessoa na comunidade de crentes religiosos. No batismo cristão, o indivíduo é unido com Cristo; quer dizer, vincula-se o ego com o SiSi-Mesmo. L ao Tsé T sé de descreve: screve: “O melhor elhor dos homens écomo como a água. A água a todas as coisas beneficia. E com elas não compete. Ocupa os (humildes) locais vistos por todos todos com comdesdém. Nos quais se assemelha ao Tao. Em sua morada ama a terra. Em seu coração, ama a profundidade. Em suas relações com os outros, ama a paz; No trabalho, ama a habilidade; Em suas ações, ama a oportunidade. Porquanto não querela, Vê-se livre de reparos”
Já J á J ung, diz: iz: A análise e a interpretação dos sonhos confronta o ponto de vista da consciência com as declarações do inconsciente, com o que lhe amplia o horizonte limitado. Esse afrouxamento de atitudes rígidas e restritas corresponde à solução de elementos pela aqua permanens”148.
148
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma.
Para ara o profes professor sor He Henrique nri que J osé de Souza, Souza, ililustr ustre e conheced conhecedor or das ciên ciênci cias as de todas as Idades, diz diz em um de seus seus escri escritos que não são os rrem emédios édios que curam curam, mas o magneti magnetism smo que se estabelece entre o médico e o paciente149.
Coagulatio
A coagulatio pertence ao simbolismo do elemento terra. Refere-se, portanto, à experiência no laboratório onde o resfriamento transforma um líquido em sólido. Em termos essenciais, a coagulatio é o processo que transforma as coisas em terra. “Terra”, por conseguinte, é um dos sinônimos decoagulatio de coagulatio.. “Pesada e permanente, tem forma e posição fixa. Não desaparece no ar por meio da volatilização, nem se adapta facilmente à forma de qualquer recipiente, ao contrário da água. Psicologicamente, tornar-se terra significa concretizar-se numa forma localizada particular - isto é, tornar-se algo ligado a um ego” 150. Fátima Brazão, em seu trabalho, explica que nos mitos este processo aparece na imagem agempel pela ação (mergul (mergulho, ho, batedura, batedura, movi movim mento ento emes espi piral ral)). “O “O Tu Turb rba a Philo Philossophorum rumdá a seguinte receita: To receita: Tom ma o mercú rcúrio, rio, co coagula-o la-o no no co corpo rpo de de Mag Magnésio, io, no no ch chumbo ou ou no no Enxofre que não queima etc. etc.” Sob o ponto de vista psicológico, a coagulatio significa que o Espírito fugidio de Mercúrio é o espírito autônomo da psique arquetípica. “Significa “Significa nada menos que ligar o ego com o Si-Mesmo, realizar a individuação. A assimilação de um complexo é, portanto, uma contribuição a coagulatio do Si-Mesmo”, Si-Mesmo”, escreveu Brazão, ao estabelecer as seguintes analogias em seu trabalho: Atribuí tri buíam amtrês age agente ntess dacoagulatio da coagulatio:: o magnésio, o chumbo e o enxofre.
4. O M agné agnéssio que significava vários minérios metálicos crus ou misturas impuras. Psicologicamente, isto pode ser uma referência à união do transpessoal com a realidade humana corriqueira. 149
Id. Ibidem BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma.
150
5. O Chumbo é pesado, sombrio e incômodo. É associado ao planeta Saturno, carrega as qual qualidade dadess de depress depressão, ão, mel melan ancol coliia e da limitação. tação. Assi A ssim m se sendo, ndo, o tran transcen scende dente nte deve vincular-se com a pesada realidade e com a limitação das particularidades pessoa pessoaiis. Isso ocorre ocorre qua quando ndo o indi indiví víduo duo assum assume responsab responsabiilidade dade pessoa pessoall pel pelas suas suas fantasias. É diferente da idéia pensada e a falada.
6. O Enxofre tem sua cor amarelada e seu caráter inflamável o associa ao sol. Por outro lado, seus vapores têm mal cheiro e escurecem a maioria dos metais, é representado como como uma uma caracte caracterí rísti stica ca do do inf infe erno. J ung em Mysterum Coniunctionis, Coniunctionis, sintetiza o enxofre:
“O enxofre constitui a substância ativa do sol ou, em linguagem psicológica, a força impulsionadora da consciência: de um lado, a vontade, melhor concebida como um dinamismo subordinado à consciência; do outro, a compulsão, uma motivação ou impulso involuntário, que vai desde o simples interesse até a compulsão propriamente dita. A compulsão é o grande mistério da existência humana. É o cruzamento da nossa vontade consciente e da nossa razão por uma entidade inflamável que esta dentro de nós, manifestando-se ora como um incêndio destruidor, ora como um calor que gera vida”, vida” , escreve Fátima Brazão.
Sublimatio
Sublimatio é a operação que pertence ao ar, transformando os materiais por intermédio da elevação e volatilização. O sólido, ao ser aquecido, passa diretamente para o estado gasoso e sobe até a borda do vaso, onde volta a assumir o estado sólido na região superior, mais fria. A desti destillação ação é um processo em em que o lí líquido quido se torna vapor ao ser ser aque aqueci cido do e volta volta a condensar-se. Desta forma, “o termo “sublimação” vem do latim sublimis, que significa “elevado”. A terra se transforma em ar; um corpo fixo se volatiliza; aquilo que é inferior torna-se algo superior. Todas as imagens referentes ao movimento para cima, escadas, degraus, elevadores, alpinismo, montanhas, voar, e assim por diante- pertencem a esse simbolismo.
Em termos psicológicos isso corresponde a uma forma de lidar com um problema concreto”151. Por isso é que nas imagens da alquimia a sublimatio aparece como aquilo que sai da terra e é transportado para o céu. É a fase descrita como purificação. Quando são misturados num estado de contaminação inconsciente, a matéria e o espírito devem ser purificados pela separação. O simbolismo da sublimatio permanece no cerne de todos os esforços humanos voltados para o dese desenvol nvolvi vim mento. ento. Afinal nal, tudo tudo aqui aquillo que evoca nossos nossos melhores elhores aspe aspectos ctos de nossa nossa natureza, natureza, “mais elevada” é, com efeito, toda a moralidade, ética e partilham do conjunto de imagens vinculado a ela.
Mortificatio
Segundo Segundo J ung, ung, a opus alquímica tem três estágios: nigredo, albedo e rubedo: o enegrecimento, o branqueamento e o avermelhamento. A nigredo, nigredo, ou escurecimento, pertence à operação denominada de mortificatio. Significa, literalmente, “matar”, sendo pertinente, portanto, à experiência da morte. É a mais negativa operação da alquimia. Está vinculada ao negrume, à derrota, à tortura, à mutilação, ao apodrecimento. Todavia, estas imagens sombrias com freqüência levam a imagens de crescimento e ressurreição. “Em termos psicológicos, o negrume refere-se à sombra. Em nível pessoal é positivo ter consciência do próprio mal, porque a negrura é o começo da brancura”. De acordo com a lei dos opostos, uma intensa consciência de um dos lados constela seu contrário. A partir do negrume, nasce a luz” 152.
Separatio
Considerava-se como aprima a prima matéria um composto, composto, mistura stura de com componentes que são são indif ndifere erenci nciad ados os e opostos entre entre si e que que reque requeriria a um processo de se sepa paração. ração. A mistura passa passa,, então, por uma discriminação de suas partes e componentes. Produz-se a ordem a partir da confusão em um processo análogo ao do nascimento do cosmos a partir do caos nos mitos da criação.
151
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma. 152 Idem. Idem.
Aliás, o prim primeiro ato da da criaçã criação o é, é, portanto, portanto, a sepa separaçã ração o do casa casall divi divino, no, Pa Pai Céu e MãeTerra, que os af afasta asta o bastan bastante te para para que sej seja a criad criado o um es espa paço ço para o resto da cri criaçã ação. o. Na tradição chinesa, do do Ta Tao o surgem surgem o Yi Y in e o Ya Y ang. Em Em term termos os psi psicol cológi ógicos, cos, o resul resulta tado do da da separatio pela divisão em dois é a consciência dos contrários. “Desta forma, a separatio é o elemento que dá ensejo à existência consciente e a separação entre sujeito e objeto, entre o eu e o não eu; esse é o primeiro par de opostos” 153. Na medida em que os opostos permanecem inconscientes e não-separados, vivemos num estado de participation mystique mystique,, já tratado anteriormente e que significa a identificação com um dos lados de um par de opostos e a projeção de seu contrário como um inimigo. “O espaço para a existência da consciência surge entre os opostos, o que significa que nos tornamos conscientes de sermos capazes de conter e de suportar os opostos em nosso interior”. A criação por intermédio da separatio também é descrita como divisão em quatro (os quatro elementos). O motivo desta divisão corresponde, em termos psicológicos, à aplicação das quatro funções do ego. “São “São elas: a sensação que nos dias quais são os fatos; o pensamento, que determina os conceitos gerais em que os fatos podem ser situados, o sentimento, que nos diz se gostamos ou não dos fatos; à intuição, que sugere a possível origem dos fatos, aquilo para onde podem levar e os vínculos que podem ter com outros fatos e apresenta possibilidades, e não certezas”154. Ainda sob o ponto ponto de de vista vista psi psicológi cológico, co, Brazã Brazão o lem lembra que que as caracte caracterí rísti sticas cas ligada gadass à separatio são: são: LogosL ogos-C Cortador, espada espadas, s, faca facas, s, lâm lâminas nas bem bem afiad afi adas as.. O L ogos é o grande grande agente deseparatio, de separatio, aquele que traz a consciência e exerce poder sobre a natureza – interior e exteri exterior or – graças graças à sua capacida cidade de de divi dividi dir, r, nomea nomearr e categ categori orizar. zar. Ao sepa separar rar os opostos, o L ogos traz cla clareza; reza; mas mas,, ao torná torná--lo visí visível vel,, evide evidenci ncia a tam também bém o confli confl ito. No No texto texto do Evangelho, podemos encontrar : “Eu “Eu não vim trazer a paz, mas uma espada...” espada...” J esus sus: “ Ta Talve lvez os homens pensem pensem que eu vim vim para para trazer trazer paz paz à terr terra. El Eles não sabem que eu vim vim para para trazer discórdia...” Um processo de separatio pode ser anunciado pelo aumento do conflito e do antagoni antagonism smo o num relaci relaciona onam mento ento antes antes amigável gável.. Isso será será prováve provávell, em es espe peci cial al,, se o relacionamento for o de identificação inconsciente. Um outro importante aspecto da separatio é vinculado ao termo “extractio” “extractio”. A extração é a separação entre a parte essencial e seu corpo. E preciso extrair o espírito da 153 154
Id., herdem Id., herdem
matéri atéria, a, al alm ma do do corpo. corpo. Isto I sto represen representa, ta, sob o ponto ponto de vista vista psicol psicológi ógico, co, à reti retirada rada de uma uma projeção, normalmente seguida pelamortificatio pela mortificatio.. O produto da purif purificação cação da terra é a chamada ada “terra “terra branca foli oliada”. ada”. Esta é então então unida ao “sol” purificado ou ao princípio do “ouro” pela receita: “ Sem Semeia teu teu ouro na terra terra branca”. Os dois protagonistas – Sol e Lua, marido e esposa, terra e espírito – representam todos os pares de opostos. Devem ser purificados por inteiro da contaminação mútua, o que significa um diligente e prolongado escrutínio dos próprios complexos de cada pessoa. Termina inada a separat ratio, io, os opostos purific rifica ados podem ser re reconcilia iliad dos na coniun iunctio, io, que é o al alvo vo da da opus. opus. “ Só pode pode se unir aquilo aquil o que que foi devi devidam damente se separado.” parado.”155
Coniunctio
A coniunctio é o ponto culminante da opus. opus. Destarte, os alquimistas ocidentais chegaram a testemunhar em seus laboratórios exemplos variados de combinações químicas e físicas, na qual duas substâncias se unem para criar uma terceira com propriedades distintas, uma espécie de conjunção entre homem e mulher. Este fato forneceu diversas imagens para a fantasia alquímica. “Quando se tenta compreender o rico e complexo simbolismo da coniunctio, é aconselhável distinguir duas fases: uma inferior e uma superior. A coniunctio inferior é uma união ou fusão de substâncias que ainda não se encontram completamente separadas ou discriminadas. É sempre seguida pela morte ou mortificatio. A coniunctio superior, por outro lado, é o alvo da opus, a suprema realização. A experiência da união é quase sempre uma mistura dos aspectos inferiores e superiores. Todavia útil distinguir entre os dois para propósitos descritivos. A união dos opostos que foram separados de maneira imperfeita caracteriza a natureza inferior”. É justamente o objetivo da opus a criação de uma entidade miraculosa que recebe vários nomes como “Pedra Filosofal”, “Nosso Ouro”, “Água Penetrante”, “Tintura” etc. Sua produção resulta da união dos opostos purificados, e como combina os opostos, retifica toda unilateralidade. Descreve-se a Pedra Filosofal como: “ uma pedra pedra que tem tem o poder de amolecer olecer todos todos os corpos duros e de endurecer todos os corpos moles”, moles”, a pedra comSapientia com Sapientia Dei que diz de 155
BRAZÃO, Fátima, psicóloga clinica junguiana em seu trabalho acadêmico Alquimia – Um processo de transformação da Alma.
si mesma: “Eu “Eu sou a mediadora dos elementos, que faz um concordar com o outro; aquilo que é quente torno frio, e vice-versa, aquilo que é seco torno úmido e vice versa, o duro em mole. Sou o final e o meu amado é o começo. Sou toda a obra, e toda a ciência oculta-se em mim”156. Tam Ta mbém o te termo “Pe “Ped dra Filos Filosofal” fal” é a união ião de de opostos. A filos filosofia, fia, o am amor pe pela sabedoria, é um empreendimento espiritual, ao passo que uma pedra é realidade material, dura e crua. Assi Assim m, o termo termo sugere sugere al algo como como a ef eficácia cácia práti prática ca e concreta da sabe sabedori doria a ou da da consciência. Ju J ung descreve o seguint inte, sobre este assunto: “Eros é um kosmogonos, um criador e pai-mãe de toda consciência superior. Por vezes sinto que as palavras de Paulo –“ainda –“ ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, mas não tivesse amor” – podem muito bem ser a primeira condição de todo o conhecimento e a quintessência da divindade. Qualquer que seja a interpretação erudita da frase “Deus “ Deus é amor” amor” , as palavras palavras afir afi rmamo compl complex exo o opposi oppositorum torumda cabeça cabeça de Deus.. Deus...... Somos, no senti sentido do mais ais profundo, profundo, as víti vítim mas e os instr instrum umentos entos do “am “amor” or” cosmogôni cosmogônico. co.... Sendo uma parte parte um umhomemnão pode captar captar o todo. El Ele se encontra encontra a mercê ercê do todo. Pode obedecer a ele ou rebelar-se contra ele; mas sempre é tomado por ele e contido dentro dele. Depende dele e é por ele sustentado. O amor é sua luz e sua treva, cujo final fi nal ele não pode pode ver ver. “O “ O amor amor não ter termina” – que o homem fale fal e com as “l “línguas nguas dos dos anjos” anjos” ou persi persiga, ga, comexatidão xatidão cien cientitififica, ca, a vida vida da da cél célula ula em emsua fonte últi últim ma. ... ... Se possui possui um grão grão de sabedor sabedora, a, ele ele depor deporá á as armas armas e nomeará o desconhe desconheci cido do pel pelo ainda ainda mais ais desconhecido, ignotum per ignotius - isto é, como o nome de Deus. Essa é uma confissão de humildade, de imperfeição e de dependência; mas, ao mesmo tempo, um testemunho da liberdade do homem para escolher entre a verdade e o erro.” 157
Não poderíamos encerrar esta parte da monografia sem citar um dos textos conside considerados rados entre entre os mai maiss sagrados sagrados da alqui alquim mia, conhecido conhecido como ´A ´A Tábua ábua da da Esm Esmera erallda` da` de Hermes, o Trimegistro, o três vezes grande, escrita em latim, embora em 1923 fora descoberta também tambémumaversão versão na lílíngua árabe.
156
Id. Ibidem J ung, Mem Memorie riess, Dreams, Reflec lection ions, p. 353s
157
1 – Verdadeiro, sem enganos, certo e digníssimo de crédito. 2 – Aquilo que está embaixo é igual àquilo que está em cima, e aquilo que está em cima é igual àquilo que está embaixo, para realizar os milagres de uma só coisa. 3 – E, assim como todas as coisas se originaram de uma só, pela mediação dessa coisa, assim também todas as coisas vieram dessa coisa, por meio da adaptação. 4 – Seu pai é o sol; sua mãe, a lua; o vento a carregou em seu ventre, sua ama é a terra. 5 – Eis o pai de tudo, a complementação de todo o mundo. 6 – Sua força é completada se for voltada para dentro da terra. 7 – Separa a terra do fogo, o sutil do denso, com delicadeza e com grande ingenuidade. 8 – Ela ascende da terra para o céu, e desce outra vez para a terra, e recebe o poder do que está es tá emcim cima e do que que está em embaixo. baixo. E, E, a assi ssim m, terás terás a glór gl óriia de todo o mundo. Des esse se modo, toda a treva fugirá de ti. 9 – Eis o forte poder da força absoluta; porque ela vence toda coisa sutil e penetra todo sólido. 10 – E assim o mundo foi criado. 11 – Daqui virão as prodigiosas adaptações. à feição das quais ela é. 12 – E assim sou chamado Hermes Trismegistus, tendo as três partes da filosofia de todo o mundo. 13 – Aquilo que eu disse acerca da operação do sol está terminado.
Capítulo Capítulo XVI XV I Fisiologia isiologia Tao T aoísta ísta eAlquimia Inte I nterrior
Nos textos sobre fisiologia taoísta de alquimia interior, estudados no decorrer de nosso curso de especialização em Ciências Clássicas Chinesas, sobretudo no Weisheng Shenglixue mingzhi 158 aparecem as palavras campo de cinábrio159 e os meridianos curiosos, meridianos singulares ou, como melhor chamamos, vasos maravilhosos. Estes termos aparecem segundo uma interpretação do corpo humano e de seu funcionamento, segundo uma forma taoísta de encará-lo. Os campos de Cinábrio (dantian (dantian)) são alguns locais do corpo humano reconhecidos como sedes das transformações e das mutações, segundo aponta o citado texto. “O “O cinábrio, o sulfureto de mercúrio, é uma forma inferior de uma pedra vermelha que, em alquimia chinesa, é a matéria prima da pedra filosofal. Em outros termos, o cinábrio é a matéria de base para a elaboração do ouro em alquimia externa, a droga (no sentido de remédio ou medicamento) da imortalidade em alquimia interior” interior”.160 Este mesmo texto cita o Shuowen, Shuowen, fazendo referência à lembrança de que o cinábrio (dan), representa um poço, um agujero (agulheiro ou buraco) que contém uma pedra, garantindo e lembrando que o cinábrio é muito abundante no sul da China, realizando, entretanto, importante ressalva. “Os “Os campos de cinábrio não são, pois, nem depósitos e nem lugares ordinários, e sim campos onde se transformam certos materiais segundo a alquimia interior” interior”.161 E, muito embora o texto original chinês não dê nenhuma precisão onde se localizam os campos de cinábrio, conta que a respiração penetra desde o fundo da cabana (choupana) no campo de cinábrio, onde a essência e o alimento são mantidos na busca da longevidade.
158
Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – traducción Del chino al francês, introducción y notas de Catherine Despeux – versión al castellano de Francisco F. Villalba – Miraguano Ediciones. 159 Optamos Optamos emmanter anter a palavra Ci Cinábrio nábrio uma vez que que na na línguaportuguesa há: Zinabre Zi nabre - sm Azi Azinhavre. nhavre. A zinha zi nhavre vre – sm– Substânci Substância a verde que que seforma nos nos objetos objetos decobre expostos expostos ao ar ou umi umidade dade,, conform conforme Dici Di cioná onário rio daL íngua ngua Portuguesa – Soares Soares Am Amora – Editora E ditora Sarai Saraiva. 160 Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – página 19. 161 id. ibid ibid., ., página 19.
Apena penass por volta volta dos dos séculos culos II II I e IV IV é que que apa aparecem recem três cam campos de de ciná cinábri brio. o.
A saber:
•
O inferior, embaixo do umbigo.
•
O mediano, ao nível do coração.
•
O superior, na cabeça.
Note-se que há alguma discrepância entre a localização exata do campo de cinábrio inferior entre textos mais recentes – Baopuzi neipian e Dengzhen yinjue, yinjue, do século IV – e os mais antigos como Ta como Taix ixii jing jing e Xiuzhen shishu. shishu. Enquanto os primeiros o localizam a 2,4 polegadas abaixo do umbigo, os mais antigos referem-se ao mesmo campo a 1,3 polegada abaixo do umbigo, sendo que a medida de 2,4 polegadas, segundo o texto estudado, é a medida edida adotada adotada pela pela maiori aioria a dos dos taoístas taoístas contemporâne porâneos. os. Vol V oltarem taremos os a este assunto assunto mai maiss adi adiante. ante. Ao A o contrário contrári o de outros outros campos campos de ciná cinábri brio, o, onde se discute discute com detal detalhe hess sua localização e função, o inferior é raramente citado e encontrado nas obras clássicas chinesas.
“Raros são os textos que dão outras precisões sobre sua localização. Se pode citar um texto das Seis Dinastias, de Laozi zhongking (Yunji qiqian), que o descreve da seguinte maneira: ´O campo de cinábrio (inferior) é a raiz do homem. É onde se acumula a essência e a energia espiritual. É o lugar da origem dos cinco alentos, o palácio do embrião. É onde se acumula a essência do homem e a menstruação da mulher. Preside o nascimento e é a porta da união do Yin e do Yang, e se situa a três polegadas abaixo do umbigo” umbigo”.162 Este mesmo texto dá forma e cores:
162
•
É vermelho no centro.
•
Verde àesquerda esquerda eamarelo arelo à direi direita. ta.
•
Branco acima, negro abaixo. Quadrado e redondo.
Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – página 20.
•
Medequatro polega pol egadas das e tem tem como como modelo modelo o céu, a terra terra e o homem homem.
•
As cinco cores tomo como modelo os cinco elementos.163
No entanto, segundo Zhao Bichen no texto que ora estudamos, ocorre uma leitura que acima confunde o cinábrio inferior com o útero e com o sexo. “Pelo “Pelo que se refere às cores, sua distribuição não corresponde com a repartição corrente das cores no espaço conforme se segue: amarelo no centro, vermelho no sul, negro no norte, branco no oeste e verde no leste” leste”164. Ainda segund segundo o Zhao Bichen, Bichen, na alquimia interior os campos de cinábrio são lugares de transformação da essência, dos sopros e da energia espiritual. São três regiões do corpo onde se concentram três etapas do trabalho psicofisiológico. Conforme o Tratado dos Três Campos e os Três Cinábrios165, “a “a energia espiritual que nasce no seio do sopro166, se situa no cinábrio superior; o sopro que nasce do seio da essência, se situa no cinábrio mediano; e a união da água e o sopro verdadeiro forma a essência que se situa no cinábrio inferior. No campo superior é a morada da energia espiritual, no campo mediano o palácio dos sopros e no campo inferior é a região da essência” essência”167. Outro clássico chinês – Dacheng jiejing168 – também cita os campos de cinábrio e os nomeia. “O campo de cinábrio superior o Niwan, se situa no centro da cabeça. Também chamado Tanque (ou reservatório) do Loto Superior (shang lian-chi), e é onde está contida a energia espiritual. O campo de cinábrio mediano, também chamado Caldeirão da Terra (tu fu) o Tanque do Loto Mediano (zhong lianchi), se encontra a 3,6 polegadas por debaixo do centro do corpo. Mede 1,2 polegadas, e é o lugar onde se alimenta o embrião. Está situado a direita da Morada do Arcana (dongfang), e a esquerda do Minstang. O campo de cinábrio inferior nferior,, também bém chamado Tanque Tanque Flore orecido cido (huachi (huachi)) ou Oceano Oceano dos Sopr Sopros (qihai (qihai)) se situa situa a 1,3 polegadas por debaixo do umbigo. Está a mesma distância do cóccix que dos rins e 163
Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – página 20. id. ibid ibid., ., página 20. 165 Xiuzhen shishu, compliacion de los Song, Song, número 263 – página 6b. 166 sm1 hálito, bafo, alento. 2 vigor. 3 esforço. 4 figânimo. ig ânimo. Do espanhol aliento pode-se traduzir para o souffle, em francês – sopro, conforme utilizamos a tradução nesta monografia. 167 Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – página 20. 168 Dacheng jiejing, jiejing, escrito por Liu Huayan Huayang g no ssé éculo culo XV X V III 164
corresponde às gônadas. É onde está encerrada a essência e é o lugar onde se recolhe o remédio. Também está situado a esquerda do Mingtang e a direita da Morada do Arcano169”. Segundo Zhao Bichen, Bichen, os textos de alquimia interior não fazem mais do que descrever a circulação dos sopros internos pelos vasos maravilhosos de uma maneira mais ou menos velada, citando o Nanjing – O Li L ivro das das 81 81 Dif Dificulda culdade dess que que tem tem três capí capítulos tulos sobre sobre os oitos oitos meridianos curiosos, extraordinários ou, como preferimos chamar, de vasos maravilhosos. “Li Shizhen, célebre médico da dinastia dos Ming, retoma o exposto no Nanjing e ressalta que o essencial para um médico conhecer bem o papel destes oito meridianos, com o fim de não buscar vagamente a causa de uma enfermidade, e que um taoísta, graças a estes meridianos, irá assegurar o bom funcionamento do forno e da caldeira” caldeira”170. Ainda segund segundo o este este mes esm mo texto, para os taoísta taoístas, s, os oito oito meri meridi dian anos os curiosos curiosos desempenham um papel diferente na circulação da energia ancestral já que postulam que estes meridianos estão bloqueados nos homens comuns que, entretanto, podem funcionar plenamente por intermédio de exercícios e esforços que estimulariam o seu funcionamento.
169 170
Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen – página 21. id. ibid ibid., ., página 21.
Capítu Capítulo lo XVI XV I I Os Oito Vasos Extraordinários, Curi uriosos osos ou Maravil Maravilho hossos
Os Vas V asos os Mara Maravi villhosos, como pref preferi erim mos cham chamar, são tam também bém conhecidos conhecidos como como meridianos Extraordinários ou Curiosos e possuem características muito próprias, principalmente porque são virtuais, isto é, no estado normal do organismo eles encontram-se como ´adormecidos`. Enquanto os vasos da grande circulação transportam a energia de forma continua continuada da,, os Vas V asos os Mara Maravi villhosos só só apare aparecem cememes estad tados os patol patológi ógicos. cos. “ To Tod do tran ranstorno rno de energia rgia que não pode ser ´a ´absorvid rvido o` pela ´pequena circu irculaç lação` e seu mecanismo regulador, irá buscar drenar em algum Vaso Maravilhoso” Maravilhoso”171. Além de seu seu funciona funci onam mento ento em es estad tados os patol patológi ógicos, cos, contrariam contrari amente, ente, eles eles são são poderosos aliados no tratamento por intermédio da acupuntura. Diferentemente dos demais meridi eridian anos os de ene energi rgia, a, os Vas V asos os Maravi Maravillhosos possuem possuempontos mes mestres tres que abrem abrem os vasos e assim o reconectam à grande circulação de energia. Além disso, disso, eles eles não não precisa precisam m de pontos próprios, próprios, já j á que que es estes tes pontos pontos mes mestres tres fazem fazem parte de outros meridianos conforme o caso. Existe xistem m oito oito Vas Vasos os Mara Maravi villhosos hosos – se sendo ndo quat quatro ro de nature natureza za Ya Y ang e quatro de nature natureza za Yi Y in. Sã São os seguintes seguintes::
Os qua quatro tro Va Vasos Maravilhos ravil hosos os Y in:
5. Tc Tchron rong-Mo -Mo – Ponto Mestre – BP 4 (Kong-Soun (Kong-Soun)) 6. Inn-Oe– Inn-Oe – Ponto Mestre – CS 6 (Nei-Koann (Nei-Koann)) 7. J enn-Mo -Mo – Ponto Mestre – P 7 ((Lie-Tsiue Lie-Tsiue)) 8. Inn-Tsia-Mo – Ponto Mestre – R 6 ( Tc Tchao-Ra -Rae) 171
Acupuntura – Teoría y Práctica – La Antigua Terapêutica China al Alcance Del Medico Practitco – David Sussmann – Décima Terceira Edicion – Editor Editorial ial K Kie ierr – Los Vasos Vasos Marav Maraviilhoso hososs – Página 271.
Os quatro quatro Va V asos Maravilhos ravil hosos os Y Ya ang: ng:
5. Ta Tae e-Mo -Mo – Ponto Mestre – VB 41 (Linn-Trsi (Linn-Trsi)) 6. Iang-Oe– Iang-Oe – Ponto Mestre – TR 5 (Oae-Koann (Oae-Koann)) 7. To Tou u-Mo -Mo – Ponto Mestre – ID 3 ((Reou-Tsri Reou-Tsri)) 8. Iang-Tsiao-Mo – Ponto Mestre – B 62 (Chenn-Mo (Chenn-Mo))
O Vaso Maravilhosos J Maravilhosos J enn-Mo -Mo e To Tou u-Mo -Mo são distintos não bilaterais como os demais e relacionam-se com a pequena circulação. Os demais se relacionam e se agrupam em pares:
Prim Pri meiro Par 3. Tch Tchron rong-Mo -Mo – BP 4 4. Inn Oe– Oe – CS 6
Segundo Par 3. Ta Tae e Mo– Mo – VB V B 41 41 4. Iang-Oe– Iang-Oe – TR 5
Terrceiro Te iro Pa Parr 3. To Tou u-Mo -Mo – ID 3 4. Iang-Tsia-Mo– Iang-Tsia-Mo – B 62
Quarto Par 3. J enn-Po– -Po – P 7
4. Inn-Tsiao-Mo– Inn-Tsiao-Mo – R 6 A es escol colha ha de um determ determiinado nado Vas Vaso o Mara Maravi villhoso se se dá conforme conforme a patol patologi ogia a apresentada pelo paciente e de acordo com a experiência clínica do acupuntor. “Existe “Existe até um índice terapêutico, com os pontos sintomáticos de cada enfermidade, figurando o Vaso Maravilhoso correspondente. Ademais, os Vasos Maravilhosos podem ser usados conforme o critério clínico geral” geral”172.
Depois de escolhido o Vaso Maravilhoso, a sessão de acupuntura deve ser iniciada pelo ponto mestre, deste vaso, seguido dos pontos sintomáticos e se encerra com o ponto mestre do vaso par correspondente. Abai baixo cita citam mos al algumas indica ndicações ções173 deste destess V Vas asos os Mara Maravi villhosos, sem entrarmos entrarmos nos nos trajetos já que isto iria demandar muitas explicações que fogem do escopo principal desta monografia.
Assi ssim m temos:
1 – Tch Tchron rong-Mo -Mo – BP4 (Kong-soun (Kong-soun)) Indicaçõe ndicações: s: Transtornos Transtornos di digesti gestivos, vos, aerofag aerofagiia, todas todas as as enf enferm ermiidade dadess do estôm estômag ago o como hiperacidez, inapetência, gases estomacais. Todas as enfermidades intestinais, diarréia e icterícia. Angina, palpitações, taquicardia, arritmia, endocardites, miocardites, pericardites. Hipotensão. Em resumo: indicado para dores da região cardíaca, males digestivos, transtornos hepáticos e transtornos relacionados ao tubo digestivo.
2 – Inn-Oe– Inn-Oe – CS 6 (Nei-koann (Nei-koann)) Indica ndicações ções::
Indige ndigestã stão, o,
consti constipa paçã ção o
es espa pam módica, ódica, convul convulsõe sões, s,
hipe hiperten rtensã são, o,
arteriosclerose, artrites, varizes, hemorróidas. Obesidade, depressão mental, melancolia, tristeza, timidez, neurastenia, emotividade, inquietude, angústia, ansiedade, temor, agitação, riso nervoso, amnésia, sonhos, pesadelos, transtornos mentais e delírio. 172
Acupuntura – Teoría y Práctica – David Sussmann – Décima Terceira Edicion – Editorial K ier – Página Página 273 273.. Conforme indicações de David Sussmann, em sua obra, Acupuntura – Teoría y Práctica – La Antigua Terap rapêutica ica Chin China a al Alc Alca ance Del Del Me Medico ico Prac Practitc itco. 173
3 – Ta Tae e-Mo -Mo – VB V B 41 (Linn-tsri) Linn-tsri) Indicaçõe ndicações: s: Artr A rtriites e artroses, reumatism atismo o articul articular ar agudo, agudo, contratura das das mãos ãos,, pé e dedos. Tremores nos quatro membros, especialmente do pé. Cefaléias e vertigens. Dores e edemas na face, olhos, ouvidos e garganta. Dores e nevralgias dos quatro membros, inchaço do abdômen, vômitos. Menstruação insuficiente, inflamação das mamas, anemia, debilidade física e mental profundo com esgotamento, enfraquecimento.
4 – Ya Yan ng-Oe -Oe – TR T R 5 (Oae-koann) Oae-koann) Indica ndicações ções:: Dores Dores na nas articul articula ações ções dos membros, fri frio o nos joe joellhos, ma mal estar star nos braços braços e pernas, enxaquecas, lombalgias e dores na coluna vertebral, no pescoço, cabeça e nas órbitas dos olhos. Calor e paralisia dos membros. Suores noturnos, dores oculares, prurido generalizado, dermatites, acnes, otites, sangramento do nariz, excesso de menstruação.
5 – Tou-mo – Ponto Mestre ID 3 (Reou-tsri (Reou-tsri)) Indicações ndicações:: Temores, contratura dos mem membros, confusã confusão o mental mental,, enxaqu enxaqueca eca,, edem edemas nos olhos com lacrimação, dor lombar, joelhos, dentes, glaucoma, conjuntivite, estomatite, gengivite, amidalite, angina, surdez, epilepsia, alucinações. Em resumo: transtornos artríticos, reumáticos, nervosos e cerebrais.
6 – Iang-Tsiao-Mo – Ponto Mestre – B 62 (Chenn-mo (Chenn-mo)) Indicaçõe ndicações: s: Contração Contração da coluna coluna vertebral vertebral, edem edema nos maléol aléolos, os, cefal cefaléi éia a com dor nos olhos, dificuldades para estender ou flexionar os membros, abscesso na mama, zumbido nos ouvidos, ouvidos, dores arti articul culare ares, s, edem edemas. as. Af A fecções ecções paralí ralíticas ticas nos membros, conge congestã stão o cerebral cerebral,, hemorragia cerebral, afasia.
7 – J enn-Mo– -Mo – Ponto Mestre P 7 ((Lie-tsiue Lie-tsiue)) Indicações: Dermatites, eczemas, cefaléia occipital, insuficiência pancreática, diabetes, todas as enfermidades pulmonares, tosse, bronquite, congestão pulmonar, broncopneumonia, gripe, coqueluche, tuberculose pulmonar, enfisema, asma. Todas as
enfermidades do nariz: rinite, sinusite, alergias, faringites, laringites, astenias e todas as inflamações da mucosa.
8 – Inn-Tsiao-Mo – Ponto Mestre R 6 ( Tc Tchao-ra -raé) Indicações: Todos os transtornos da micção, enurese, cistite, frigidez, impotência, esterilidade, prostatite, corrimento vaginal, dores e congestão ovárica, transtornos da menstruação, regras abundantes, ameaça de aborto, insônia, constipação crônica. Em resumo: todos os transtornos genito-urinários.
Cap Ca pítulo ítulo XVI I I A Flor de Ouro é o Elixir li xir da Vida
O significado literal de deGi Gin n Dan Dan é esfera de ouro, a pílula de ouro, ou o Elixir da Vida, a Flor de Ouro, que se obtém por intermédio das transformações da consciência espiritual que, por sua vez, dependem do coração. E, muito embora, seja exata, tal magia é secreta, é fluida e exige extrema inteligência e lucidez, bem como aprofundamento e tranqüilidade. “As “As pessoas desprovidas dessa extrema inteligência e compreensão não encontram o caminho da utilização, ao passo que as pessoas desprovidas do extremo aprofundamento e tranqüilidade não conseguem estabilizá-lo” estabilizá-lo”.174 Assi ssim m como como existe existem m céu e terr terra, a, també também m existe xistem m doi doiss coraçõe corações. s. O coração de carne, carne, embaixo, tem a forma de um grande pêssego e é encoberto pelas ´asas` do pulmão. É sustenta sustentado do pel pelo fí fígado gado e se serv rviido pel pelas víscera vísceras. s. Dep Depen ende de do mundo mundo exterior. exterior. J á o coração celeste, que reside na cabeça não deve comover-se. “Se “Se isto ocorresse, não seria bom. Quando as pessoas comuns morrem, ele se comove, mas isso não é bom. Evidentemente, é muito melhor que a luz já se tenha firmado num corpo-espírito e que sua força vital penetre pouco a pouco os impulsos e movimentos. Mas este é um segredo silenciado há milênios” milênios”.175 O coração inferior é um general forte e poderoso que despreza o senhor celeste e usurpa-lhe a liderança. Quando, entretanto, consegue-se fortalecer o castelo originário, o soberano forte e sadio ocupa o seu trono. “Os “Os olhos impelem ao movimento circular como dois ministros, um à direita, outro à esquerda, apoiando o soberano com toda a sua força. Quando a soberania está centrada e em ordem, todos os heróis subversivos se apresentam com as lanças de ponta para baixo, a fim de receber ordens” ordens”.176 E só quando o espírito originário ultrapassa as diferenças polares de luz e obscuridade é que o discípulo não irá mais permanecer nos três mundos (céu, terra e inferno), embora no caminho para para o El Elixir xir da Vi V ida reconhe reconhece ce--se a água água-se sem mente ente,, o fogo-esp fogo-espíírito rito e a terraterrapensamento.
174
J UNG, UNG, Carl Carl Gusta Gustav v e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 99. 175 id. ibid ibid., ., página 100. 176 id. ibid ibid., ., página 101.
Para explicar melhor este assunto Wilhelm estabelece algumas comparações importante portantess e mui muito to útei úteis aos prof profiissionais ssionais da Acupu Acupuntu ntura: ra:
4. Águagua-se sem mente ente – uma força força (Eros) (Eros) uma uma everdadei verdadeira ra do céu céu prim primeiro. eiro. 5. Fogo-espírito é a luz (Logos). 6. Te Terrra-pe -pensamento é o coração celes leste da morada do meio (int (intuiçã ição).
Des esta ta forma forma poderem poderemos faze fazerr inte i nteressa ressante nte ana anallogia ogia com todas as funções Y in. Dissemos a pouco que o coração terrestre é como um grande pêssego apoiado no Fígado e tem como asas os Pulmões. Porta Portanto, nto, tem temos três três funçõe funçõess Yi Y in: Coraçã Coração, o, Fí Fígado gado e Pulm ulmõe ões. s. Agora, Wilhelm fala da água-semente, analogia possível aos Rins, Fogo-espírito (Logos (L ogos ou Fogo Im Imperad perador) or) anal nalogia ogia poss possíível com o Coraçã Coração o ou com o Me Mestre do do Coraçã Coração o (CS), e terra-pensamento, Baço-Pâncreas, tão importante e citado na filosofia de esvaziar-se a mente e pensar com a barriga. Acreditam creditamos que tais tais ana anallogias ogias fazem azem muito uito senti sentido, do, princi pri ncipa pallmente ente ao ao desta destacar car um outro trecho de Wilhelm, na obra citada, conforme se segue. “Usamos “Usamos o fogo-espírito para agir, a terra-pensamento como substância e água-semente como fundamento” fundamento”.177
“O Grande Uno contém em si a verdadeira força (prana), a semente, o espírito, o animus e a anima. Quando os pensamentos se tranqüilizam plenamente, de modo a ver-se o coração celeste, a inteligência espiritual, por si mesma, atinge a origem. Este ser habita, sem dúvida, o verdadeiro espaço, mas o lampejo da luz habita nos dois olhos. Portanto, o mestre ensina o movimento circular da luz, a fim de alcançar o verdadeiro ser. O verdadeiro ser é o espírito originário. O espírito originário é
177
WILHELM, Richard, O Segredo da Flor de Ouro, Ouro, (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 101.
jus justamente ser e vid vida a, e quando nis nissso se se rec reconhece o re real, aí aí está a força originária. E é justamente isto o grande sentido”.178
178
L ong ong Ye Y en – Suram Suramgama-sutra budista budista.. J UNG, UN G, Ca C arl Gusta Gustav e WIL WI L HEL HEL M, Ri Richard, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Gin Hua Dsun Dsung g Dschï) Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 99.
Capítulo Capítulo XI X A Flor de Ouro Our o é a Luz L uz do do Céu Céu
Ao entender entender e buscar compreender compreender o que é Ta é Tao o, sobretudo se o encararmos como um método ou caminho consciente que deve unir o que está separado, chegaremos próximo ao conceito psicológico da linguagem chinesa e de se realizar o que propõe o T o Ta ao. Segundo o texto Hui Ming Ging, Ging, “é necessário um ´aquecimento`, ou seja, uma elevação da consciência, a fim de que a morada da essência espiritual seja ´iluminada`. Assim, pois, não é apenas a consciência, mas também a vida que deve ser elevada ou exaltada. A união de ambas produz a ´vida consciente`. ... os antigos sábios conheciam o modo de suprimir a separação entre consciência e vida, pois cultivavam as duas” duas”.179 Segundo a concepção junguiana, a união dos opostos em um nível mais alto de consciência não é um processo mental ou racional, menos ainda uma questão de desejo ou vontade, e sim um processo de desenvolvimento psíquico que se exprime por intermédio dos símbolos. “Quando “Quando as fantasias tomam a forma de pensamentos, emergem formulações intuitivas de leis ou princípios obscuramente pressentidos, que longo tende a ser dramatizados ou personificados” personificados”180. Em sua prática prática clí clínica nica e em suas suas pesqui pesquisa sas, s, J ung pôde pôde comprov comprovar ar que as fantas antasiias desenhadas pelos seus pacientes podem aparecer em símbolos que pertencem ao tipo ´mandala`. “Mandala “Mandala significa circulo e praticamente circulo mágico. Os mandalas não se difundi difundirram somente ente atravé atravéss do Or Oriente, ente, mas mas também bém são encontrados entr entre e nós. A Idade Média e em especial a baixa Idade Média é rica de mandalas cristãos” cristãos”.181, escreve escreve Jung J ung.. Nestes mandalas é importante ressaltar que o ponto central também pode ser represen representad tado o por J es esus us Cri Cristo rodeado rodeado pel pelos quatro quatro evangel evangeliistas stas nos pontos pontos cardeai cardeais. s. Entre Entre os egípcios também Hórus e seus quatro filhos foram representados da mesma forma e o centro mostra o local do ´olho filosófico`, ou ´espelho da sabedoria` conforme algumas tradições. Precisamos ainda ressaltar que diversas tradições, a chinesa inclusive, leva em conta no seu JUNG J UNG,, Ca Carrl Gu Gustav e WILHELM, Rich Richard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 37 180 id. ibid ibid., ., página 38 181 id. ibid ibid., ., página 38
processo de cosmogênese os quatro pontos cardeais com um quinto ponto no centro, que depois se desloca acima e à direita, representando a Terra. Na prática, podemos estabelecer que há os quatro pontos cardeais no consultório e no centro, onde reside a luz, está o terapeuta/acupunturista e o paciente buscando a vivência alquímica de se partir do corpo físico buscando atingir a luz do espírito, a descoberta e o próprio incentivo do Shen. Outra analogia possível é que se forma a cruz mundana, de quatro braços iguais, sendo que o paciente deitado na horizontal, forma este braço da cruz, enquanto que o vertical é representado pelo terapeuta-acupuntor trabalhando.
A flor de ouro é a luz. Tao. E a luz do céu é o Tao
Ju J ung, na na obra cita itada, afir afirm ma que a Flor Flor de de Ouro é um símb ímbolo mandálico lico, ta também encontrado em uma série de desenhos de seus pacientes. Trata-se de um ´ornamento ´ornamento geometricamente ordenado` ordenado` como uma flor irrompendo do fundo da obscuridade em luz colorida e incandescente. Tais desenhos exprimem o nascimento da flor de ouro, pois, segundo o Hui Ming Ging, Ging, a vesícula germinal` é o ´castelo de cor amarela`, o ´coração celeste`, ´os terraços da vitalidade`, ´o campo de uma polegada da casa de um pé`, ´a sala purpúrea da cidade de jade`, ´a passagem escura`, ´o espaço do céu primeiro`, ou também chamado de ´o castelo do dragão no fundo do mar`. Ela é também chamada ´a região fronteiriça das montanhas de neve`, ´a passagem primordial`, ´o reino da suprema alegria`, ´o país sem fronteiras` e o altar sobre o qual consciência e vida são criadas. “Se “Se o agonizante não conhecer este lugar germinal”, germinal”, diz Hui Hui Ming Ging, Ging, “não encontrará a unidade de consciência e vida nem mesmo em mil nascimentos, ou dez mil eons”, eons”, cita cita J ung. ung.182 No princípio, quando tudo ainda é informe e ligado ao um, tudo jaz no fundo do mar, na escuridão do inconsciente. Uma só unidade, inseparavelmente misturada como a semente do fogo fogo no forno forno da puri purifficação. cação. A parti partirr deste fundo é que surge o ffogo ogo que sobe e p pen enetra etra a semente, incubando-o para que uma grande flor de outro nasça e cresça da vesícula germinal.
182
id. ibid ibid., ., página 40
Diz Diz Ju J ung. ““Esta Esta simbólica refere-se a uma espécie de processo alquímico de purificação e de enobrecimento; a escuridão gera a luz e a partir do ´chumbo da região da água` cresce o ouro nobre; o inconsciente torna-se consciente, mediante um processo de vida e crescimento. Desse modo se processa a unificação de consciência e vida” vida”.183 Ainda segundo segundo o psicanal psicanaliista, essas essas im imagens agens surgem espontanea espontaneam mente de duas duas ffontes: ontes: o inconsciente e a plana devoção que proporciona um pressentimento do si-mesmo, da própria essê ssência ind i ndiividu vidua al.
“Um clarão de luz circunda o mundo do espírito. Esquecemo-nos uns dos outros, puros, silenciosos, vazios e onipotentes. O vazio é atravessado pelo brilho do coração celeste. Lisa é a água do mar e a lua se espelha em sua superfície. Apagam-se as nuvens no espaço azul; lúcidas, cintilam as montanhas. A consciência se dissolve em contemplação. Solitário, repousa o disco da lua”
Hui Ming Ging184
“A meta evidente da imagem é traçar um ´sulcus primigenius`, um sulco mágico em redor do centro que é o templo ou temenos (área sagrada) da personalidade mais íntima, a fim de evitar uma possível ´efluxão`, ou preservá-la, por meios apotropaicos, de uma eventual distração devido a fatores externos”, externos”, escreve J ung. ung.185
183
id. ibid ibid., ., página 39 Hui Ming Ging, obra citada. 185 id. ibid ibid., ., página 40 184
Ainda sob o ponto ponto de vista vista psicol psicológi ógico, co, podemos podemos lem lembrar do movim ovi mento ento da roda do sol, que quando começa a girar se vivifica, e a partir daí inicia o seu caminho. “O “O Tao começa a atuar e assume a direção. A ação converte-se em não-ação; tudo o que é periférico é subordinado à ordem que provém do centro”, centro”, le l embra J ung ung186. Ao inte interpretarm rpretarmos os e este ste texto podem podemos util utilizar a via via do do estág estágiio de plen pleniitude como como um estado estad o aním anímico caracterizado caracterizado pel pelo desprend desprendiimento ento da consciên consciênci cia a em em relaçã relação o ao mundo. mundo. Ao Ao mesmo tempo uma consciência vazia e não-vazia, plena. A consciênci consci ência a dei deixa xa de se preocupar preocupar com com as im imagens agens das das coisas coi sas para, apenas, apenas, as conter. Pode-se ter acesso à abundância anterior do mundo, imediata e premente, onde nada perde de sua riqueza e maravilha, porém também não domina mais a consciência. “O Tao começa a atuar e assume a direção. A ação converte-se em não-ação; tudo o que é periférico é subordinado à ordem que provém do centro”, centro”, lembra J ung ung187. É nesta hora que desaparece a participation mystique 188 responsável pelo entrelaçamento da consciência com o mundo. É quando a consciência deixa de ser dominada por inte intençõe nçõess compul compulsi sivas vas e pas passa sa a contem contempla plar, conform conforme e expri exprim me o texto texto chinê chinês. s. Af A final nal, a partici participat patiion mys mysti tiqu que e aponta para o grande e indeterminado remanescente da indiferenciação entre sujeito e objeto, de tal monta entre os primitivos, que não pode deixar de espantar os homens de consciência européia ou ocidental. “O homem civilizado considera-se naturalmente bem acima destas coisas. No entanto, não raro, passa a vida inteira identificado com os pais, com seus afetos e preconceitos, culpando impudicamente os outros pelas coisas que não se dispõe a reconhecer em si mesmo. E guarda também um remanescente da inconsciência primitiva da não-diferenciação entre sujeito e objeto. Por isso mesmo é influenciado magicamente por inúmeros seres humanos, coisas e circunstâncias, isto é, sente-se assediado de modo irresistível por forças perturbadoras, muito apreciadas com as dos primitivos; do mesmo modo que estes últimos necessita de encantamentos ou feitiços apotropaicos.... ...O homem ocidental não manipula
id. ib i bid., página 41 187 id. ibid ibid., ., página 41 188 Participation Mystique Mystiqueé é um umtermo util utilizado por por Lévy-B L évy-Bruhl ruhl quedesi designa gnao sina sinall característi rí stico co da mentali entalida dade de primitiva.
mais com amuletos, bolsas medicinais e sacrifícios de animais, porém com soporíferos, neuroses, racionalismo, culta da vontade etc. etc.”189, conform conforme e Jun J ung. g.
189
id. ibid ibid., ., páginas 58 a 60.
Capítulo XX O Cam C amiinho da M editaçã ditação o
Citando o Hui Ming Ging, Ging, Wilhelm lembra que a obra trata de instruções budistas e taoístas de meditação como parte de um pressuposto fundamental das duas esferas anímicas que surgem a partir do nascimento: consciente e inconsciente, separadas uma da outra. “O consciente é o elemento de diferenciação individual (ego freudiano) e o inconsciente, o elemento da união cósmica. O princípio da obra se baseia na integração de ambos os elementos, pelo caminho da meditação. O inconsciente deve ser como que fecundado pela submersão do consciente, deve ser trazido à consciência; juntamente com o consciente assim ampliado, acede então a um plano de consciência suprapessoal, na forma de um renascimento espiritual” espiritual”190, escreve Wilhelm. Destarte, se o indivíduo conseguir reconhecer o inconsciente como fator codeterminante do modo mais amplo possível, então o centro de gravidade da personalidade total irá se deslocar. Não persistirá no eu, que é apenas o centro da consciência, mas passará para um ponto, por assim dizer, virtual entre o consciente e o inconsciente: o si-mesmo, o self. “Se a mudança for bem sucedida isto significa o fim da ´participation mystique`, surge, então, uma personalidade que só sofrerá nos andares inferiores, uma vez que nos andares superiores estará singularmente desapegada, tanto dos acontecimentos penosos, quanto dos felizes”, felizes”, di diz Ju J ung191. O advento e nascimento dessa personalidade superior é o que tem em mira nosso texto ao falar do ´fruto sagrado`, do ´corpo diamantino`, ou de qualquer outra espécie de corpo incorruptível. No entanto, há um perigo quando ocorre o encontro da consciência individual – delimitada – com a enorme extensão do inconsciente coletivo, já que este último tem um efeito efeito diss dissol olven vente te sobre sobre a consci consciên ênci cia a. Para Jun J ung g os ensi ensina nam mentos conti contidos noHui no Hui Ming Ging dizem respeito ao cultivo da ioga chinesa.
190
J UNG, UNG, Carl Carl Gusta Gustav v e WIL WI L HELM HEL M, Rich Ri cha ard, rd, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Vozes; 2ª. Edição, Petrópolis. 1984. Página 83. 191 Idem dem, Pág Págiina 38. 38.
Aliás, ás, a ililustração ustração que consta da capa do O Seg Segredo redo da Flor de Ouro mostra mostra um sábi sábio o em contemplação e de sua cabeça sai chamas e delas surgem cinco formas humanas que, por sua vez, se dividem em vinte e cinco formas menores.
Diz uma advertência do Hui Ming Ging: Ging: “As “As formas que se configuram através do fogo do espírito são formas e cores vazias. A luz da essência brilha de volta ao originário, que é o verdadeiro” verdadeiro”,192 referindo-se à quarta etapa da meditação quando deve ocorrer as rememorações das encarnações anteriores, conforme esquema que se segue:
Primeira etapa de meditação Conce oncentraç ntr ação ão da luz
Segunda etapa de meditação Começo do renascimento no espaço da força
Te Terce rceira etapa de medita itação L iber bertação tação do cor corpo-es po-espír pírito para para uma uma exi exisstência tência autônom autônoma
Quarta etapa de meditação O Centro em meio às circunstâncias
Segundo o livro O Segredo da Flor de Ouro ( Ta Tai I Gin Hua Hua Dsu Dsung Dsc Dschï ), ), a prática da ioga chinesa permite a libertação dos grilhões do mundo exterior ilusório, aliás, objetivo de diversas seitas que surgiram na China em diversos momentos históricos, sobretudo os de penúria econômica. No entanto, o mais alto grau desta atitude meditativa é tender ao nirvana budista “ou “ou então prepara a possibilidade de continuação da vida depois da morte, não com decomposição no decaído mundo das sombras, mas como espírito consciente; é isto que
192
Hui Ming Ging, citado na página 46 da edição consultada de O Segredo da Flor de Ouro.
propõe o presente texto, conectando o princípio espiritual do homem com forças psicogênicas correspondentes” correspondentes”193, escreve Wilhelm. Segundo ele, com este processo pode-se fortalecer o processo vital obtendo rejuvenescimento e normalização energética de modo a superar a morte. Esta passa ser um processo harmônico e natural da conclusão da vida. “O “O corpo terrestre será, então, abandonado pelo princípio espiritual (apto a prosseguir uma vida independente no corpo espiritual (criado por seu sistema energético), tal como ocorre com a cigarra ao abandonar sua casca seca” seca”194, escreve Wilhelm. Na época Ta Tang – no decorrer do século VIII – a tradição oral fala do Elixir de Ouro da Vida (Gin (Gin Dan Giau), Giau), fundada pelo adepto taoísta Lü Yen (Lü Dung Bin), Bin), considerado como um dois oito imortais em “uma “uma época que todas as religiões autóctones e estrangeiras eram toleradas e praticadas praticadas””195, até a última perseguição movida pelo governo manchú em 1891 quando mais de 15.000 de seus adeptos foram cruelmente massacrados. Na busca histórica, Wilhelm cita Guan Yin Hi, Hi, o Mestre Yin Mestre Yin Hi do Desfiladeiro que, segundo a lenda, foi para ele queLao que Lao Tse escreveu o Ta o Tao o Te King King, onde é possível encontrar uma série dos ensinamentos místicos, ocultos e esotéricos. “Na época Han, o taoísmo degenerava cada vez mais em práticas mágicas externas; os mágicos da corte, de procedência taoísta, procuravam obter a pílula de ouro (a pedra filosofal) por meios alquímicos, que produzisse ouro a partir de metais vis, conferindo ao homem a imortalidade física” física” 196. Além disso, disso, as desi designa gnações ções a allquím químicas começa começaram ram a tomar tomar força e também passaram a representar símbolos de processos psicológicos e se aproximar dos pensamentos originais deLao de Lao Tse. Tse. Houve importante influência do budismo, sobretudo o praticado na escola Tiën Tiën-Ta -Tao de Dschï Kai, Kai, de origem Mahayana (que antes desta época dominou fortemente a China) e sutras que foram repetidos no Gin Dan Giau. Giau. “Numa página é descrito com detalhes o cultivo da ´Flor de Ouro`, e em outra são introduzidos pensamentos nitidamente budistas, que deslocam a meta com toda a evidência para a obtenção do nirvana através do repúdio do mundo” mundo”197, escreve Wilhelm, admitindo 193
WILHELM, Richard, O Segredo da Flor de Ouro (Tai I Gin Hua Dsung Dschï) Editora Voze Vozes; s; 2ª. 2ª. Ediçã Edição, o, Petrópolis. 1984. Página 86. 194 Idem dem, Pág Págiina 86. 86. 195 Idem dem Pági Página 87. 87. 196 Idem, página página 88. 197 Idempágina 88.
que algumas seções foram suprimidas da edição utilizada para esta monografia, embora nas primeiras fases é que se trata o trabalho do renascimento interior através do movimento circular da luz e a geração da semente divina.
“A luz é a vida dos homens. O olho é a Luz do corpo. O renascimento espiritual do homem pela água e pelo fogo, ao que se deve acrescer a terra (pensamento), enquanto regaço materno ou campo arado. arado. Com Comparemos com as palavras palavras de J oão (após (apóstol tolo). o). “Eu vos batizo batizo com o água; depoi depoiss de mim vir virá algué alguém m que voz batizará batizará como Esp Espíírito Santo Santo e fogo” ou “que “quemnão nascer nascer de novo novo da água e do espírito não entrará no Reino do Céu”.198, compa compara ra Wil Wi lhel helm.
Wilhelm explica que o processo vital descendente – o movimento direto e habitual – leva em conta dois fatores – o intelectual e o animal – que, em geral, relaciona-se a anima ou vontade insensível, aprisionada pelas paixões que, praticamente, obriga o animus, animus, ou intelecto, a trabalhar para seus serviços (ou satisfações das emoções). O ser volta-se para fora e as forças do animus e da anima se esvaem e a vida se consome. Gera-se novos seres e o ponto final é a morte.
“A anima mergulha, o animus se eleva e o eu é privado de sua força, numa situação dúbia. Quando esta ´externalização` se afirma, ocorre em conseqüência o peso e o mergulho na surda aflição da morte e o eu só se alimenta miseravelmente das imagens ilusórias da vida que ainda o atraem, sem que, no entanto, possa participar ativamente delas (inferno, almas famintas). Se apesar disso, houve um esforço par ao alto, recebe-se uma vida relativamente beatífica, de acordo com os méritos, pelo menos durante algum tempo, enquanto se é fortalecidos pelas forças dos sacrifícios dos sobreviventes” sobreviventes”.199
198 199
Idempágina 89 Richard Wilhelm, O Segredo da Flor de Ouro, página 95
No entanto, ressalta Willhelm, quando se consegue durante a vida iniciar um movimento ´reversivo` e ascendente das forças vitais, quando a anima é dominada pelo animus, animus, ocorre uma espécie de libertação das coisas exteriores que passam a ser reconhecidas, mas não cobiçadas, com o conseqüente rompimento da ilusão.
“Ocorre um movimento circular ascendente das energias. O eu retira-se dos emaranhados do mundo e permanece vivo depois da morte, uma vez que a ´interiorização` impediu as forças vitais de se derramarem para fora; pelo contrário, estas últimas criaram um centro vital na rotação interior da mônada, que não depende da existência corporal. Um tal eu é um Deus, um Schen. O sinal para Schen significa: expandir-se, atuar, em suma, é o contrário de gui. Em sua grafia antiga, Schen ´pe representado por um meandro duplamente sinuoso, que também pode significar trovão, raio, excitação elétrica” elétrica”.200
Em um outro trecho, Wilhelm escreve: “E “Eter terna é apenas apenas a Fl Flor de Ouro, Ouro, que brota da libertação interior de todos os envolvimentos com as coisas. O homem que alcança este estágio ultrapassa seu eu. Não se limita mais à mônada, mas penetra no circula da dualidade polar de todos os fenômenos e retorna ao Uno, isento de dualidade: o Tao” Tao”.201 Além disso, Wilhelm assinala a diferença entre o budismo e o taoísmo. No primeiro há retorno ao nirvana, quando ocorre uma extinção total do eu, que é apenas ´ilusório`, assim como o mundo é ilusório. Já J á no ta taoísm ísmo, oc ocorre o co contrário, io, a me meta é conservar na na transfigu figuração a idé idéia da da pessoa e os ´vestígios` das vivências. “É “É a luz que com a vida retorna a si mesma, simbolizada no nosso texto pela Flor de Ouro” Ouro”202.
200 201 202
Richard Wilhelm, O Segredo da Flor de Ouro, página 95 id. ib ibid., página 96 id. ib ibid., página 96
Capítulo Capítulo XXI XX I As Etapas Etapas da Alquim Alquimia ia I nter nterior na Le L eitura itur a Chine Chinessa
Zhao Bichen, Bichen, que pertencia à escola Wu Liu, Liu, estabelece três etapas para o trabalho psicof psicofiisiol siológi ógico co da Alquim quimia Inte Interi rior or efe efetuada tuadass em em cada cada um um dos três três cam campos de de ciná cinábri brio o203. Parte do campo inferior, onde se sublima a essência para transformá-la em sopro, no campo médio, onde o sopro, ou alento se transforma em energia espiritual, e o campo de cinábrio superior, onde se volta a vacuidade (lian (lian jing hua qi, lian qi hua shen, lian shen huan xu). xu). São três fenômenos que podem ser observados durante a realização destas três etapas, segundo apontaZhao aponta Zhao Bichen. Bichen. No primeiro, quando a essência é sublimada não se experimentam desejos sexuais. Quando o sopro é sublimado não se sente fome ou desejos, e quando a energia espiritual está subli sublimada não se sente sono ou necessi necessidade dade de descanso. descanso. Esta di divisão visão em em três etapas etapas ocorre ocorre ao redor de três conceitos diferentes: essência, sopro e energia espiritual.
Essência, sopro e energia espiritual
Como os caracteres chineses são signos e emblemáticos, para compreender estas noções fundamentais da alquimia interior o conteúdo semântico pode variar segundo a língua ocidental utilizada na tradução e a época em que o contexto é analisado. “Os três tesouros do corpo são a essência, o sopro e a energia espiritual. A intuição clara e perspicaz é a energia espiritual; aquela que penetra todas as partes e se move em círculos é o alimento; os humores e os líquidos que embebem o corpo é a essência. Se queres distingui-los segundo sua função, a energia espiritual controla e governa, o sopro preside a aplicação das ordens, a essência preside a transformação e a geração. Cada um tem uma função específica e segue as ordens do chefe. Se queres distingui-los desde o ponto de vista de sua utilização, a essência pode transformar o sopro, o sopro pode transformar a energia 203
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 35.
espiritual. Ali onde chega a energia espiritual, chega o sopro. Ali onde chega o sopro, chega a essência” essência”.204
A Essência
No Neijing, Neijing, obra médica dos Han, o jing tem as vezes o sentido de essência seminal, e as vezes o sentido de quintessência dos órgãos, ou as vezes o sentido de gérmen da vida. Diz o Lingshu. Lingshu. “No começo, durante a concepção, o primeiro que se forma é a essência; uma vez formada a essência aparecem o cérebro e a medula”, medula”, conta no Wisheng Shenglixue mingzhi Tra Tratado de Alqu lquimia y Med Medicin icina a Taoíst ísta - Zhao Bich ichen. Em um outro trecho, da mesma obra, encontramos: “Quando “Quando o sopro do céu anterior se põe em movimento, se transforma em essência do céu anterior invisível, a qual se transforma em essência material do céu posterior. O trabalho consiste em evitar que a essência se converta em essência do céu posterior e em fazer uma maneira que a essência do céu anterior volte a converter-se em sopro primordial. Este trabalho se efetua graças a respiração” respiração”205.
O Sopro
No Shuowen, Shuowen, o sopro ou alento refere-se aos vapores que ascendem. Há quatro grafias diferentes, cada uma com seu próprio significado. Na primeira, encontra-se o vapor com o fogo embaixo. Na segunda, antiga da época da dinastia Son, é o sopro do céu anterior em oposição ao sopro do céu posterior. Na terceira, escreve-se apenas o ideograma relacionado a vapor e, por último, a mais corrente é o vapor embaixo do elemento arroz, ou seja, transformação do sopro por intermédio da nutrição física e do alimento. Aproveitamos proveitamos outro trecho de Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – Zhao Bichen, Bichen, onde se compara sopro celeste com a respiração humana. “O sopro está no céu, e o que o coloca em movimento é o vento, e o seu movimento são as
204 205
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 36. id. ibid ibid., ., página 37.
transformações, a respiração, o rápido e o que ascende (sobe), e o que volta, o que se dispersa, o que abre e o que brilha é a luz. O fogo pode oculta a sombra e conter a forma” forma”.206
A Ener nergia Es E spiritua pirituall
“O Sheng é a divi divindade ndade celes celeste te de de onde onde surgemas dez dez mil coisas” coisas”,, diz diz o Shuowe Shuowen. n. J á no I Ching, o livro das Mutações, se define assim: “Quando o Yin e Yang são insondáveis, se fala de Sheng”. Sheng”. No Nijing está escrito o seguinte: “Oh “Oh Sheng, inaudível e invisível, quando o coração se abre a ti, não mais pensamento, a intuição cognitiva nos faz compreender de pronto pronto que que tu és és ine inexpressáv xpressável el””.207 E dá continuidade a essa explicação lembrando que, em alquimia interior, o Sheng é o embrião imortal que se fabrica no corpo, deve ser sempre Yan Ya ng, já que se subsist iste um pouco de Yin, in, se converte rteria como pres resa dos demônios ios (gui)208”, em uma clara alusão de queSheng que Sheng–– espírito, encontra-se no céu e se contrapõe aos demônios, espíritos da terra.
206
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 38. id. ibid ibid., ., página 38. 208 id. ibid ibid., ., página 38. 207
Capítu Capítulo lo XXI XX I I Sublimação da Essência
A prim pri meira eira etapa, etapa, a ´subl ´subliimação da essê essênci ncia` a` também também é conhecida conhecida como como a fase fase de ´colocar ´colocar os ci cimentos entos nos cem di dias` as` conforme conforme consta de um uma passa passage gem m do do Sutra Sutra Budi Budista sta `L `L oto da Boa L ei`209 e que visa que a essência volte para o cérebro depois de estabelecer, nos canais das funções, o controle da circulação circular ou pequena revolução celeste. Segundo o Tratado de Alquimia e Medicina Taoísta, de Zhao Bichen, Bichen, para que esta essência retorne ao cérebro cita-se práticas antigas e que foram muito utilizadas durante a dinastia Ha Han n. É fato que alguns autores de textos sobre a alquimia interior recomendavam utilizar a energia sexual – quando aparece durante a meditação – ou ´nas práticas de dormitório`, como dizem os textos clássicos. Nas práticas sexuais, mesmo nas horas de máxima excitação, recomendava-se ao homem não chegar ao clímax e ejacular. É fato também que alguns autores afirmaram que ´cabalgar` (cavalgar, montar) as mulheres seria uma uma técni técnica ca heréti herética ca e recomendavam recomendavam não pensar pensar nas práticas práticas sexuai sexuais. s. Outro Outross não não estab es tabel elece ecem m um paral paralel elo o entre entre jijing (a es essê sênci ncia) a) e o espe esperma rma.. ... ... “devedeve-se atuar no momento em que ocorre a ereção e se põe em movimento a energia sexual, momento em que os textos taoístas chamam de ´período Del Zi vivo`(huozishi)210. Isto se diz diz porque, porque, se segund gundo o alguns alguns taoí taoístas stas,, a ereção ereção não não está apen apenas as liligada gada à ativi ativida dade de sexual e sim às boas condições da função vital e demonstra que esta energia circula bem e em quantidade suficiente, lembrando que ela pode ocorrer com bebês dormindo, por exemplo, que nada têm a ver com a busca do sexo. Recomenda-se aproveitar este momento de fluxo de energia pra se trabalhar mediante a pequena revolução celeste e cultivar o Tao. Segundo Zhilun211, “apenas o sopro que está profundamente enterrado pode inverter a essência e transformá-la em sopro do céu anterior, quando a essência não pode sair e devese fazê-la subir e estabelecer a circulação circular nos canais de função e de controle mediante diante umtrabal trabalho ho mental ental e respi respiração rí rítmica. I sto é a peque pequena na re revolução volução celeste”.
209
Wu Liu xianzong quanji, quanji , página 53. Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 39. 211 Zhilun, Zhilun, capítulo 8, emWu emWu Liu xianxong quanxi, quanxi , página 206, citado emWisheng em Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 39. 210
Pequena revolução celeste
Para se estabelecer a pequena revolução celeste, dizem os textos clássicos chineses, devedeve-se se colocar colocar em movim ovimento ento a Roda Roda da L ei, ei, de fato, uma expressã expressão o budista budista que que represe representa nta o momento da iluminação, em que Buda percebeu bem ser ele um Santo e se pôs a praticar e divulgar sua doutrina. “Para estabelecer a comunicação circular deve-se unir os canais abaixo e acima; por baixo pressionando o canal da uretra e por cima colocando a ponta da língua no palato. O cir circulo culo dos canai canaiss de controle control e ede função estão dividi divididos dos em emdoze doze pontos pontos seg segund undo o a jor jornad nada a de vinte vinte e quatro quatro horas horas – 12 horas horas chine chinesas sas – que corr corres esponde pondem m aos inte interrvalos valos de tempo e respiração.... O microcosmo que é o corpo humano tem um tempo e um ritmo calcado no macrocosmo. Psicologicamente, situa-se no centro do corpo e move-se no tempo no lugar desta revolução circular onde se situa muito além do tempo” tempo”212.
212
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen - página 43.
As doze seçõe seçõess são são desi designada gnadass conforme conforme o período período cícl cícliico e são são denom denomiinados nados:: Zi, Chou, Yin, Mão, Chen, Si, Wy, Wei, Shen, Yu, Xu e Ha Haii que designam também os intervalos de tempo das respirações. Diz o Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia e Medicina Taoísta que o sopro verdadeiro do círculo formado pelos canais de função e de controle devem ser estimulados e acompanhados pela respiração externa – chamada de fogo militar – oposta ao fogo civil – que é o pensamento criador. A respiração respiração deve deve se segui guirr um ritm ritmo o preciso preciso de acordo com as as seções seções dos cana canaiis atravessados pelo fluxo da essência invertida. “No “No começo da inspiração a essência invertida (quer dizer, o sopro verdadeiro), recorre ao ponto Zi do canal de controle, depois sobre ao ponto Chou, ao mesmo tempo em que se conta nove inspirando. Sem parar de inspirar, se conta de novo nove, enquanto que a essência invertida passa por Yin, depois passa por Mão ao mesmo tempo que se retém a inspiração. Se inspira de novo enquanto se conta duas vezes nove quando a essência passa por Chen, depois por Si e deve ter chegado ao limite da inspiração quando a essência chega a Wu” Wu”213. Para baixo deve-se seguir de maneira análoga. Se expira contando duas vezes seis quando a essência recorre os pontos Wei e Shen, Shen, se marca uma pausa pausa durante durante Yu, Yu, depois se continua a expiração e se conta durante Xu e Ha Haii.
“Depois de cem dias desta prática, efetuada em cada ereção, a essência se transforma continuamente em sopro, e já não se observa perda nenhuma da essência seminal. Então se
213
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 43.
recupera o estado de indistinção do embrião, estado marcado pela indiferença dos órgãos dos sentidos e, portanto, da percepção. Segundo Nan Huaijin, a continuidade desta prática se constitui uma estimulação das funções hormonais, se observa uma retração do sexo, assim como uma ascensão a partir do campo do cinábrio inferior de uma força que se une a uma outra força proveniente do estômago, e um intercâmbio de ambas forças como base da segunda etapa” etapa”214.
214
id. ibid ibid., ., página 43.
Cap Ca pítulo ítulo XXI I I Subli Sublimaç ação ão do Sopro
Mesmo em menores detal detalhes, o Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia e Medi edicina cina Taoí aoísta sta dem demonstra que que a prática prática é muito uito mai maiss m men ental tal com o des desen envol volvi vim mento, ento, durante dez meses, do cambo de cinábrio mediano, do embrião imortal surgido após o casamento da energia espiritual com o sopro verdadeiro que deve ocorrer na primeira etapa do trabalho. Há referência nos textos de alquimia oriental que há uma cópula entre o ´fogo do coração`, representado pelo trigrama Li – Fogo (onde dois dois traços traços Yan Y ang g ence encerram rram um Y in) e a ´água dos rins`, representado pelo trigrama Ka Kan n – Água(onde traços Y in ence encerram rram um Y ang), de forma que o fogo (céu) desce e a água (terra) sobe. “O movimento para o alto da linha Yang de Kan representa a purificação e a dissolução da essência; o movimento para baixo da linha Yin de Li representa a cristalização da luz, o que corresponde as estadas solve e coagula da alquimia ocidental. Se poderia dizer também que ocorre uma fusão progressiva entre a parte fisiológica (a essência original do sopro) e a psique(energia psique (energia espiritual do indivíduo)”.215 “O verdadeiro licor do coração e dos pulmões é atraído pelo verdadeiro sopro descendente. Deve-se visualizar progressivamente a união até que a luz do chumbo brilhe em forma de lua e que o sopro de mercúrio se eleve como um sol. O sol e a lua copular e se fundem em forma de um círculo vermelho que ilumina o alto e o baixo (do corpo). Então se perde a consciência de si, das coisas e do universo, e se vive como um sono, com se estivesse embriagado. Este estado é fugidio como um relâmpago e deve ocorrer rapidamente” rapidamente”216.
Noção de embrião
A noção do em embrião brião da imortali ortalidade dade está está previ prevista sta no no desen desenvol volvi vim mento ento de umembrião brião humano que, segundo os chineses, demora 10 meses. Ele é formado a partir do sopro verdadeiro, também chamado como ´parcela da luz verdadeira´. Em alguns textos seu 215 216
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 44. id. ibid ibid., ., página 44.
desenvolvimento é descrito como pérola-embrião que deve ser aquecida e alimentada. “N “No começo, o caos, no seio do Vazio e do Não-Ser se encontra o sopro luminoso que, uma vez chegado ao seu apogeu, engendra a umidade, a qual, quando chega a seu apogeu, se transforma em bruma e em rocio (não sei a tradução)”217. Diz o Nei King, capítulo 20. “Aqueles “Aqueles que buscam a imortalidade devem respirar o sopro original... Convém controlar a essência e alimentar a matriz para regenerar o corpo físico. Se conservar o embrião e se detiver a essência, se pode viver muito tempo” tempo”.218
Embri brião do Sopr Sopro oe Respiração Embrionária
A formação ormação do em embrião brião do sopro sopro no campo campo de ciná cinábri brio o está ligada gada a concepção concepção da respiração respiração em embrioná brionáriria. a. Al Alguns termos termos podem podem se serr associad associados os ao Ta ao Taii Chi Chi como ´respiração embrionária`, `respiração do embrião`, ou `respiração da matriz´. “O sopro do Uno é a respiração embrionária. A matriz do palácio que encerra a energia espiritual, a respiração é o ponto de partida da transformação em embrião. A respiração engendra a respiração e a energia espiritual é o embrião; o embrião não pode realizar-se em a respiração; a energia espiritual a respiração não tem governador. Assim, a energia espiritual é a que governa a respiração, a respiração é a raiz do embrião, e a matriz é a morada da respiração” respiração”.219 Adian diante, te, este mes esm mo texto aponta aponta um comen comentári tário o publi publicado no Yun Yunji qi qian ian localizando este embrião a três polegadas debaixo do umbigo, referindo-se a este ponto como o local onde acontece a união entre a energia espiritual e o sopro, engendrando assim o embrião misterioso.
217
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 48. id. ibid ibid., ., página 48. 219 id. ibid ibid., ., página 49. 218
Capítu Capítulo lo XXI XX I V Sublim Sublimaç ação ão da Ener Energia Es Espiri pir itual tual
Depois de iniciar no campo de cinábrio inferior e encerrada a segunda etapa, no campo de cinábrio mediano, ocorre o nascimento e, para tal, deve-se elevar a mente até o campo de cinábrio superior. “É “É como se o praticante se banhasse em um calor suave acompanhado de um es esque queci cim mento ento do corpo corpo e do espí espírrito que parece parece fundir fundir-se em um halo halo de luz. “E “ Esta sensação é mais intensa no nível da cabeça” cabeça”220. Em uma tradução livre, relato abaixo as fases desta etapa.
5. As fl flores se reúnem reúnem quando quando o espí espíririto to alcança alcança a extr extrem ema qui quietude etude e depoi depoiss de reuni reunirr Xing e Ming, Ming, os três remédios – essência, sopro e energia espiritual – florecem, sendo que a energia espiritual aparece na flor de ouro. “Corpo, “Corpo, espírito e pensamento são as Trê Trêss Fam Família íliass. Qu Quando os os três rês se encontram ram o embrião rião es está co consumado (formado). Essência, sopro e energia espiritual são as três origens. Quando os três retornam ao Uno, o cinábrio está consumado. Para retornar os três ao Uno deve-se estar em quietude e o espírito estar vazio” vazio”221.
6. Os cinco sopros rendem homenagem à origem. Os cinco sopros das cinco vísceras ou dos cinco elementos cujas interpretações podem variar de autor para autor nos textos clássicos chineses. O sopro original da unidade se divide e engendra os princípios prim primários: ários: Y in e Y ang. ang. Este Estess se se divi divide dem m nas nas cinco cinco dire direções e se o corpo está está imóvel, óvel, a essência é reforçada e a água retorna a sua origem, sendo que o sopro é reforçado com o fogo fogo retornando à sua sua orige origem m. Acalm calmado ado o mundo, mundo, todas as as coisa coisass voltam vol tam ao se seu u princípio.
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 52. Chuan dao ji, citado emWisheng em Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 52. 221
7. Amamentar entar a criatura cri atura durante durante três anos. anos. Um Uma frase frase que nos leva leva à análi nálise ao plano plano mais alto dos sentidos e do conhecimento apenas discursivo. Há inclusive uma advertência neste sentido. ´Muitos ´Muitos perigos acercam o adepto neste estado`, estado`, dizem os textos clássicos chineses. O embrião tende a sair pela porta do céu, acima da cabeça. Alémdisso, disso, o recémnasci nascido do não não é forte o suf suficien ciente te para para voltar voltar e a ´ene ´energi rgia a es espi piriritua tuall Yin Y in`` deve se ser alim alime entada du durante três an anos no no ca campo de de cin ciná ábrio su superior ior. “Neste “Neste período deve-se conseguir transformar a energia espiritual Yin em energia espiritual Yan Ya ng. Nã Não há que se pensar qu que o rec recém nascido ido se encontra no campo de ciná inábrio superior. É apenas necessário que esta entidade ilumine o campo de cinábrio e se funda com a Grande Vacuidade: este é o começo da criança” criança”.222 Neste momento, os referidos textos ressaltam o cuidado que o adepto deve ter já que há uma total transforma transformação ção da da energi energia a Y in em em Ya Yan ngshen, ou o esp espíírito rito Ya Y ang, ng, o espí espíri rito to da da luz. “A “A aparição de um grande número de demônios para atacar o Yang é um dos múltiplos perigos desta etapa sobre o que insiste Wu Chongxu. Se recordarmos que os demônios pertencem ao mundo Yin da terra, seu ataque pode interpretar-se como uma última defesa do Yin antes de seu desaparecimento completo” completo”.223 Uma destas armadilhas é a das ilusões, com o surgimento de fenômenos luminosos ou de visões de belas mulheres tocando instrumentos delicados e com todo tipo de coisas agradáveis de modo a fazer com que o adepto desista de sua busca e intento de iluminar-se.
8. Meditar defronte ao muro por nove anos. Nesta etapa, a energia espiritual – o Shen – sublima-se e cristaliza-se. Se trata aqui da contemplação surgida de uma grande concentração concentração que conduz conduz à fusã fusão o na vacuida vacuidade de........ A expressã expressão o ´med ´mediitar nove anos defronte a um muro` refere-se a lenda na qual Bodhidharma, primeiro patriarca na China do Budismo Zen, meditou por nove anos frente a um muro evitando um só momento de sonolência.
222 223
Wisheng Shenglixue mingzhi - Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 54. id. ibid ibid., ., página 55.
Capítulo Capítulo XXV XX V Conclusã onclusão: o: Zha Zhao o Biche Bichen & T ao aoíístas
Tod To do o co conteúdo ta tanto as as de descriçõ ições fisio fisioló lóg gica icas de de Zhao Bichen quando texto de taoístas, sobretudo da escola Wu Liu, Liu, provocaram muita ironia e espanto nos ocidentais que o acusaram de inexatidão, de ´erros grotescos` etc. No entanto, a fisiologia taoísta está baseada, fundamentalmente, na observação de repetições dos mecanismos psicofisiológicos importantes que provocam sensações e percepções que, claro, é de caráter absolutamente subjetivo. Com muita propriedade, Zhao Bichen coloca em questão da importância das secreções humorais do corpo como saliva, lágrimas, mucosidades, sêmen etc. com o fato de elas estarem ligadas à fascinação que exercem sobre os taoístas. Defende-se, em seus postulados, que a essência pode ser invertida graças à concentração concentração mental ental capaz capaz de aum aumentar entar a luz inte interirior. or. “Graças à concentração pode-se aumentar a luz interior. Aqui aparece o laço estreito que para os taoístas existe entre o fisiológico e o psicológico, entre matéria e espírito: toda troca espiritual origina uma troca fisiológica (e sobre isto se trata a alquímica ocidental, convencida de que pode trocar a matéria com o espírito)”224, destacando-se que, para os taoístas, não há separação entre corpo e espírito. Segundo esta concepção taoísta, a primeira troca energética ocorre quanto os gametas do pai se unem aos da mãe para juntos formarem um novo alento, um novo sopro que dará orige ori gem m ao e em mbrião brião propriam propriamente ente dito. dito. A se segund gunda a troca ocorrer ocorrer quando quando o embrião brião de dez dez meses (nove meses de gestação) respira o sopro da vida e quanto o espírito assume sua própria própri a natureza natureza e se está está prepa preparado rado para para vir vir ao mundo mundo (nascer) (nascer).. A terceira terceira troca, depoi depoiss de sua evolução e que vai até 16 anos, quando sua essência e sopro alcançam seu apogeu. “A “A primeira passagem é a sublimação da essência e sua transformação em sopro. A segunda passagem é a sublimação do sopro e sua transformação em energia espiritual, e a terceira passagem é a sublimação da energia espiritual e seu retorno a Vacuidade” Vacuidade”225.
224 225
Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 57. Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta - Zhao Bichen – página 57.
A imortali ortalidade dade,, ou mel melhor, a longe longevi vida dade de é um uma das das meta metass destas destas práticas, práticas, mas mas não é a única: os problemas essenciais da vida recebem uma solução original. No curso das três etapas do trabalho alquímico, o taoísta aprende a suprimir seu desejo sexual que turva a paz interior de um indivíduo e melhora sua saúde e talvez chega a adquirir a longevidade. A partir partir da segunda segunda etapa etapa reduz o consum consumo o de al alimentos. Podem Podemos llem embrar que o taoísmo antigo comportava um grande número de práticas que permitiam abster-se de cereais (alimentos) alimentando-se do sopro e alcançar assim a imortalidade. Aqui a perda do apetite aparece durante a sublimação do sopro. E, por último na terceira etapa, a necessidade de dormir diminui. Estes fenômenos vão acompanhado por um aumento da temperatura interna; as roupas perdem assim sua importância. O ideal taoísta é poder ter uma vida frugal, com abrigo das necessidades fisiológicas mais elementares como sono, alimento e sexualidade. Também nã Tam não se po podem es esquecer os tex textos e os alqu lquimis imisttas ocide identais, is, inc inclus lusive ive citados no Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta que bem estabeleceram comparações e analogias entre o microcosmo e o macrocosmo, conforme se segue: “O “O paralelo entre macrocosmos e microcosmo é constantemente estabelecido nos textos de alquimia ocidental e Fulcanelli insiste bem sobre isto quando diz “O alquimista deve seguir o mais fielmente possível sua realização microcósmica, todas as circunstâncias que acompanham a Grande Obra do Criador” Criador”226
226
Fulca Fulcane nellli, Lã L ãs mora orada dass fil filsofofales, sofofales, vol II – página página 3232 - Wisheng Shenglixue mingzhi – Tratado de Alquimia y Medicina Taoísta – página 59.
Capítulo Capítulo XXVI XV I Conclusã onclusão o fina finall:
É certo que nem todos pacientes estão prontos, ou desejam chegar a uma solução original de voltar à infância, voltar à mãe, chegar à origem e, portanto, a imortalidade, ao Ta ao Tao o, a vacuidade original. No entanto, a questão que se propõe nesta monografia é exatamente esta. E se houver um paciente que busca no acupunturista/terapeuta suas iniciações nos mistérios possíveis? Pode-se auxiliá-lo ? Quais conceitos que deveremos levar em conta na hora de se aplicar uma agulha? Estudando-se a figura publicada na página 41 do Wisheng Shenglixue mingzhi – Tra Tratado de de Alqu lquimia y Med Medicin icina a Ta Taoíst ísta - Zh Zhao Bic Bich hen podemos fazer analogias livres de modo a picar pontos que possam auxiliar a fechar o circuito na pequena circulação que, associadas aos métodos apresentados acima, sobretudo os da respiração e da fixação da consciência em determinados pontos corporais, podemos destacar, em uma livre associação de acupontos:
Wu – VG 20 (Pae-Roe (Pae-Roe)) Zi – VC V C 1 (Roe-Inn) Roe-Inn) Yu Yu – VG V G 7 ( Tch Tchong-Su -Su) Mao Mao – VC V C 12 12 ( Tc Tchong-Koa -Koann) Chen– Chen – VC V C 17 ( Tra Trann-Tc -Tchong)
Com as seguintes características de localização e tratamento de sintomas:
Wu – VG 20 (Pae-Roe (Pae-Roe)) – Ponto de reunião reunião de todos todos os meridi ridia anos Ya Y ang. Sintomas: Sem força espiritual, preocupação com o passado, descuido com o futuro. Demasi asiadas adas idé idéiias e preocupa preocupações, ções, Am A mnési nésia, a, perda de objeto, objeto, face face verme vermellha e sensa sensação ção de congestão depois de ingerir vinho.
Indicado ndicado para para es estados tados de excitaçã excitação, o, depressã depressão, o, epil epilepsi epsia, a, iinsôni nsônia, a, med medo, o, fal falta ta de de concentração, concentração, histeria, neurastenia, cefaléia, anemia cerebral, hemiplegia e afasia. Obstrução nasal, sangramento pelo nariz, hipoacusia, gazes e rinites. Hemorróidas, prolapso retal e palpitações.
Zi – VC V C 1 (Roe-Inn) Roe-Inn) – Ponto de reuni reuniã ão com o Vas V aso o Governa Governador dor e Va Vaso T so Tcchron rong-Mo -Mo. Atua sobre sobre o fí fígado, gado, cab cabeça eça e todas todas as as afecções dor órgãos geni genitai tais. s. Sintom Sintomas: debi debillidade dade geral geral,, afecções Y in. He Hemorróida orrói das, s, prurido prurido ana anall, retençã retenção o de urina urina e distúrbios menstruais.
Yu– Yu – VG V G 7 ( Tch Tchong-Su -Su) Sintomas: dores na parte baixa do tórax e na região lombar, gastralgia e visão reduzida.
Mao Mao – VC 12 ( Tc Tchong-Koa -Koann) – Ponto de alarme do meridiano do estômago. Ponto de reunião com os meridianos do pulmão, fígado, circulação e sexualidade, triplo reaquecedor, intesti ntestino no del delgado gado e está está rel rela aciona cionado do com os Va Vasos Ma Maravil ravilhosos hosos : Inn-Oe (CS 6 – BP 4) e Tch Tchron rong-Mo -Mo (BP 4 – CS 6). Sintomas: Todas as enfermidades e disfunções gástricas, náuseas, inapetência, vômitos, gastralgia, diarréia, úlcera gástrica, meteorismo, aerofagia.
Chen– Chen – VC 17 ( Tra Trann-Tc -Tchong) – Ponto de alarme respiratório e do meridiano do triplo reaque rea quecedor. cedor. Vas V asos os secundá secundáririos os se relaci relacionam onam com os meri meridi dian anos os do coração, do inte intesti stino no delgado, rim, circulação e sexualidade, triplo reaquecedor, fígado, pulmão, intestino grosso, baço-pâncreas, bem como dos vasos maravilhosos Ya maravilhosos Yan ng-Ts -Tsiao iao Mo (B 62 – ID 3) Tc 3) Tch hron rong-Mo -Mo (BP 4 – CS 6) 6) e Inn- Oe(CS Oe (CS 6 – BP 4) Sintomas: Transtornos energéticos por excesso ou por carência. Tosse, asma, dispnéia, dores no peito, angina, vômitos, espasmos no esôfago, lactação insuficiente, infecção nas mamas.
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Acreditam creditamos, fi firmem rmemente, ente, que a Acupuntura cupuntura como como m método étodo terapê terapêuti utico co praticado praticado com constância, leva os indivíduos e os pacientes a retornarem, objetivamente, aos seus próprios princípios, fato que permite a possibilidade do desenvolvimento das etapas da alquimia interior como preconizavam os chineses antigos. Atingir tingir tudo tudo por inte interm rméd édiio do vazi vazio o ple pleno, da vacui vacuidade dade.. A proposta proposta para para refle refl exão, constante constante na inici nicia al desta desta monografi onografia, a, diz diz res respe peiito jus justamente à es esta necessida idade em estudarmos os os po pontos ac acima ima cit cita ados na na bu busca de de maior ior consciência espiritual das pessoas que se submetem à Medicina Tradicional Chinesa – MTC, sobretudo à acupuntura, desde que assim o desejarem. Nes este te senti sentido, do, acreditam acreditamos que os acupontos acupontos VG VG 20 (Pae-Roe (Pae-Roe), ), VC 1 (Roe-Inn (Roe-Inn), ), VG 7 ( Tc Tchong-Su -Su), VC 12 ( Tc Tchong-Koa -Koann) e VC 17 ( Tra Tran nn-Tc -Tchong) podem facilitar a transformação energética, sem contar que alguns deles situam-se exatamente nos campos de cinábrio, citados anteriormente, que poderão facilitar tal trabalho. Quanto ao empirismo de tais afirmativas, apenas a experiência prática e clínica – levando-se em consideração esta assertivas – exigirá ainda um certo tempo de modo que se comprove ou se rechace tais possibilidades. Certos de que fizemos nossa parte, com tal estudo e proposta, aguardemos então o que o tempo – e a prática clinica – dirá.
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