Prefácio: Caros Acólitos, Quero começar por afirmar a minha satisfação, ao iniciar um novo ano pastoral, com mais uma melhoria substancial para a nossa formação. Surge 2 anos após o primeiro manual, era um pequeno compêndio de formação. Agora, um ano após o lançamento do Manual II – formação avançada (que continuará a ser um bom complemento deste volume), surge este Manual do Acólito – Volume I Se havia falta de um verdadeiro Manual I, hoje felizmente posso dizer que não. E a prova está neste exemplar, de grande qualidade, com mais de 100 páginas, algo não muito comum, que não tem apenas a parte “prática”, mas também doutrinal, espiritual, tudo isto numa linguagem muito simples. O autor desta boa obra, é o Sr. Pe. José de Leão Cordeiro*, que publicou recentemente “O Livro do Acólito”, um livro indispensável para para todos os Acólitos. Acólitos. Neste manual foram utilizados e melhorados os subsídios elaborados pelo Pe. José de Leão Cordeiro, publicados no Boletim de Pastoral Litúrgica, o próprio Livro do Acólito e o Manual do Acólito do Cónego Armando Duarte. Terminados que estão estes dois documentos essenciais de formação, é tempo de pensar em outras propostas para a formação contínua. Fica lançado o desafio da criação de um CD com documentos de formação, talvez a tempo do ano pastoral 2005/2006, a seu tempo se verá. Os encontros de formação são outra forte possibilidade. O En c o n t r o N a c i o n a l d e P a st s t o r a l L i t ú r g i c a é a oportunidade de formação, sem igual no país, temos de investir na participação de mais Acólitos…não pode faltar a VONTADE! Antes de terminar gostaria de agradecer: ao Cónego Luís Manuel Silva e ao Acólito Carlos Rechestre que me têm ajudado na formação. Aos Acólitos Nuno Pedro e Gonçalo Cabral, pelo seu trabalho incansável de fotógrafos e a todos os Acólitos que se disponibilizaram para tirar as fotografias contidas neste Manual. st a d o a o Deixo-vos este pedido: N u n c a d e i x e m d e v i v e r o A c o l i t a d o ; o s e r v i ç o p r e st M e st s t r e , é o m í n i m o q u e p o d e m o s f a z er er p a r a r e t r i b u i r o s e u i n f i n i t o a m o r . Amem a C Crr i s t o , A m e m o A co co l i t a d o !
Lisboa, 15 de Agosto de 2004 Solenidade da Assunção de Nossa Senhora
* consultar o Capítulo dos Apêndices (contem alusão) 1
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Ca p í t u l o 1 A n o ssa p a r ó q u i a
Antes da Abordagem prática e técnica do Acolitado, temos de conhecer melhor a nossa paróquia. Percebendo desta forma a sua dimensão e a razão pela qual todos se reúnem. Vamos dar início à formação…Boa Aprendizagem! 3
1 . A n o s s a Pa r ó q u i a : Este “curso” destina-se a preparar os acólitos da nossa paróquia. Porquê? Porque a Igreja precisa deles, principalmente na Missa do Domingo. Os Acólitos contribuem para a beleza, alegria e clima de festa da celebração, e, por sua vez, recebem graças que são muitos importantes na sua idade. O que é uma paróquia? É um grupo de cristãos, pertencentes a uma Diocese, e com um pároco, que é o seu pastor próprio. Além das pessoas, uma paróquia tem sempre um território, maior ou mais pequeno, e uma igreja principal, chamada igreja paroquial Pode ter outras igrejas e capelas. Mas uma só é paroquial. É nessa igreja que, habitualmente, se fazem os baptismos. Por isso, uma igreja paroquial tem sempre pia baptismal. A paróquia também pode ter um Centro paroquial e outros serviços. Cada pároco é nomeado pelo bispo da Diocese, e pode estar numa paróquia mais ou menos tempo. Só os padres podem ser párocos, mas numa paróquia pode haver um ou mais padres e um ou mais diáconos que trabalha com o pároco. Os párocos são conhecidos por vários nomes, conforme as terras: senhor padre, senhor prior, senhor reitor, senhor abade. Mas nunca se diz «senhor pároco». Os cristãos de uma paróquia têm muitas coisas em comum: laços familiares, amizade, vizinhança, conhecimento mútuo. Mas sobretudo têm a mesma fé em Jesus. Uma paróquia é, pois, uma família alargada, que tem a mesma fé como elemento de ligação. É na paróquia que as crianças e adultos são baptizados; ali frequentam a catequese, fazem a primeira comunhão, recebem a confirmação, casam, e em cada domingo vão à missa à igreja paroquial ou outra. Em r e s u m o :
A Igreja é universal, encontramos Dioceses e Paróquias, por todo o mundo, este princípio de organização das comunidades, surgiu desde o início da Igreja, onde os cristãos eram assíduos à fracção do pão (cf. Act.) A Diocese é uma porção de território (muitas vezes, com a dimensão de regiões), chefiada por um Bispo, esta tem uma organização muito variada, com paróquias, lugares de vida religiosa, seminários, etc. A S é ( i g r e j a c a t e d r a l ) , é a igreja onde está a cátedra (Cadeira) do Bispo, ela é a igreja Mãe de todas as outras igrejas da Diocese. A P a r ó q u i a , é uma comunidade de fiéis, pertencentes a uma Diocese, com um pároco, pastor próprio. O território de uma paróquia é sempre em muito inferior ao da Diocese, mas o tamanho é variável . Pode ter outras igrejas e capelas, mas apenas uma é paroquial. A paróquia pode ter um centro paroquial e outros serviços.
2 . Questões para r espond er ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5.
Como se chama a nossa paróquia? Como se chama a nossa igreja paroquial? A que diocese pertence a nossa paróquia? Como se chama o nosso pároco? E com o se cham a o nosso Bispo?
3 . O D o m i n g o n a P ar ó q u i a Para os cristãos de todas as paróquias do mundo, o domingo é o dia mais importante da semana. É chamado dia do Senhor, porque foi num domingo que Jesus ressuscitou. Como é no domingo que as famílias cristãs de cada paróquia se reúnem na igreja, chama-se-lhe dia dos cristãos. No domingo não se trabalha nem há escola. Para que se reúnem os cristãos todos os Dommgos na Igreja da sua paróquia? Para tomar parte na Missa, pois o primeiro preceito da Igreja diz assim: «Ouvir Missa inteira e 4
abster-se de trabalhos servis nos Domingos e festas de guarda» (Catecismo da Igreja Católica, n.2042). Para que se reúnem os cristãos todos os domingos na igreja da sua paróquia? Para tomarem parte na missa, pois há um mandamento da Igreja que diz assim: «No domingo e nos outros dias festivos de preceito, os fiéis devem participar na missa». Não se deve faltar à missa por qualquer motivo, e muito menos por não nos apetecer ir. Quem assim faz mostra que ainda não entendeu o que é o domingo e a importância que a reunião desse dia tem para a fé de cada um e de todos em conjunto. Quem preside quase sempre à missa paroquial em cada domingo é o pároco. Há sempre uma hora marcada para a missa. O sino lembra às pessoas essa hora, tocando uma, duas ou três vezes antes. A missa tem vários nomes: eucaristia, ceia do Senhor, fracção do pão, assembleia eucarística, etc. O que acontece durante a missa? Ouve-se a palavra de Deus, canta-se, dizem-se orações, leva-se pão e vinho ao altar, faz-se o que Jesus fez na última Ceia, dá-se a comungar o pão consagrado que é o Corpo de Cristo. Por fim, as pessoas regressam a suas casas e procuram viver cada vez mais de acordo com o que Deus lhes disse na sua Palavra e o Espírito Santo lhes segredou no coração. Os cristãos dos primeiros séculos davam tanto valor à reunião eucarística de cada Domingo, que, para não faltarem, não se importavam de correr o risco de ser presos e mortos. Estou a lembrar-me do caso de um menino chamado Hilariano. Aquele que o prendeu perguntou-lhe se tinha vindo com o pai e os irmãos. O menino respondeu: «Sou cristão, e vim à reunião com o meu pai e os meus irmãos porque quis vir...». Disse-lhe o juiz: «Vou cortar-te o cabelo, o nariz e as orelhas e depois mando-te embora». Ao que Hilariano respondeu com voz clara: «Faz o que quiseres, mas eu sou cristão».
4. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Porque é que o Domingo é o «dia do Senhor» e o «dia dos cristãos»? Onde se reúnem as famílias cristãs no Domingo e para quê? Qual é o primeiro preceito ou mandamento da Igreja? Quem preside quase sempre à Missa paroquial? Q uais são os vár ios nom es da Missa e o que se faz dur ant e ela? És capaz de contar a história de Hilariano?
5 . A A ss e m b l e i a Cr i s t ã d o D o m i n g o Os cristãos reunidos na igreja de cada terra, no domingo, formam uma assembleia. Jesus fez esta promessa aos seus discípulos: Quando dois ou três estiverem reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles (Mt 18, 20). Esta presença de Jesus faz com que a reunião dos cristãos e a sua assembleia sejam muito diferentes de outras reuniões e de outras assembleias. Esta faz-se para celebrar a liturgia, ou seja para escutar Deus que fala, para lhe dirigir cânticos e orações, e para comungar o Corpo de Jesus. Donde vêm as pessoas que se reúnem? Vêm de suas casas. E quem é que vem? Vêm homens e mulheres, rapazes, raparigas e crianças. E porque vêm as pessoas àquela reunião? Porque não podem passar sem celebrar todos os domingos a Ceia do Senhor. Domingo em que não se reúnem é como se fosse um dia sem sol. Quem as mandou celebrar essa Ceia? Foi Jesus, quando disse aos seus Apóstolos: Fazei isto em memória de Mim. Nós hoje chamamos missa ou eucaristia a essa Ceia que celebramos quando nos reunimos, todos os domingos. Essa fidelidade à Eucaristia reforça os laços de amizade entre todos. A presença das crianças e dos jovens na assembleia cristã do Domingo é muito importante. Com a sua alegria e disponibilidade eles dão-lhe mais vida. 5
6. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Como se cham a à r eunião dom inical dos cristão (Conjunt o de pessoas)? 2. Que disse Jesus aos seus discípulos acerca dessa reunião? 3. Donde vêm as pessoas que se reúnem na igreja? 4. Que benefícios traz para todos a fidelidade à assembleia dominical? 5. Porque é que as crianças e os jovens são indispensáveis à assembleia cristã do Domingo?
7. Os ministérios litúr gicos Para que uma assembleia litúrgica possa celebrar a missa, precisa de ministros. Quem são eles? São os encarregados de fazer algum serviço na assembleia. Na assembleia litúrgica cristã, os que fazem as leituras, os que recolhem as ofertas, os que servem ao altar, todos são ministros litúrgicos. Os diversos ministros litúrgicos servem ao mesmo tempo a Deus e às pessoas reunidas. Para que a celebração da missa decorra bem, são precisos pelo menos quatro ministros. Quais são eles? São o presidente, o leitor, o cantor e o acólito. O presidente só pode ser um bispo ou um presbítero (=padre), porque só eles podem fazer o que Jesus mandou aos seus Apóstolos, eles são o garante de Cristo. O leitor é preciso para fazer as leituras. O cantor é preciso para cantar o salmo responsorial e para dirigir o canto da assembleia. Pode e, por vezes, até deve haver mais, como é o caso das celebrações mais solenes ou das assembleias com muitas pessoas. “Os que servem ao altar, os leitores, comentadores e elementos do grupo coral, desempenham também um autêntico ministério litúrgico. (…) É, pois, necessário imbuí-los de espírito litúrgico, cada um a seu modo e formá-los para executarem perfeita e ordenadamente a parte que lhes compete.” (SC 29) Já foi referida a importância de diversos ministérios litúrgicos, falta o Acólito, para que serve ele? Etimologicamente Acólito significa “o que segue”, “ o acompanhante” dos ministros ordenados (diácono, padre, Bispo). O acólito tem o seu lugar no p r e s b i t é r i o , onde tem o dever de facilmente poder desempenhar as funções que lhe estão atribuídas. É por isso um Ministro do Altar. Mais adiante, veremos as funções designadas especificamente e o seu enquadramento na celebração da Eucaristia.
8. Questões para r espond er ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Quem são os m inistérios litúrgicos? A quem servem eles? Quais são os ministros precisos para a celebração da Missa decorra bem? Quando é que pode haver mais do que esses? Que fazem os cantores e os leitores na liturgia? Já alguma vez fizeste um serviço de acólito? O que foi?
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Ca p í t u l o 2 A I g r ej a e su a s « i g r ej as»
Começámos com a nossa paróquia visto ser a qual a igreja com uma relação de proximidade. Neste capítulo vamos conhecer melhor, a Igreja e a igreja. A mesma palavra, mas com significados bem diferentes. 7
1 . A Pa l av r a « I g r e j a » Entre os edifícios das aldeias, vilas e cidades de qualquer país há alguns que se distinguem de todos os outros principalmente pela sua forma e dimensões. São as igrejas. Vamos falar delas neste segundo encontro. A palavra «igreja» quer dizer três coisas: 1) o grupo de cristãos de uma terra reunidos em assembleia; 2) o conjunto dos cristãos de uma terra, de uma região ou do mundo inteiro; 3) os edifícios onde esses grupos de cristãos se reúnem. Quando a escrevemos com um I grande ou maiúsculo (Igreja) referimo-nos, sobretudo, ao conjunto dos cristãos duma região (Igreja particular ou Igreja local do Algarve, de Angra, de Aveiro, de Braga, de Bragança-Miranda, de Coimbra, de Évora, do Funchal, etc.) ou dum país (Igreja de Portugal) ou de todo o mundo (Igreja Católica). Nós que estamos agora aqui reunidos pertencemos à Igreja em vários sentidos: à Igreja Católica, porque somos baptizados e acreditamos em Jesus; à Igreja da Europa, porque vivemos no continente europeu; à Igreja de Portugal, porque somos portugueses; e à Igreja particular ou Igreja local da Guarda, de Lamego, de Leiria-Fátima, de Lisboa, de Portalegre-Castelo Branco, do Porto, de Santarém, de Setúbal, de Viana do Castelo, de Vila Real ou de Viseu, etc., quando alguma destas Dioceses é a nossa. Como as enumerámos todas, ficamos a saber que, em Portugal e nas Ilhas, há vinte Igrejas particulares ou Igrejas locais, também chamadas Dioceses. Pelo contrário, quando a escrevemos com um i pequeno ou minúsculo (igreja), então é para falar dos edifícios onde os cristãos se reúnem, como por exemplo a igreja de Santo António de..., a igreja do Carmo de..., a igreja de Nossa Senhora de..., a igreja de São Francisco de..., e assim por diante. A palavra «igreja» que os cristãos escolheram para designar os seus edifícios sagrados vem da língua grega, de um verbo que significa chamar, convocar. As «igrejas» são, portanto, edifícios onde se reúnem pessoas que foram chamadas, convocadas.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Como se chamam os edifícios que nas cidades, vilas e aldeias se distinguem dos outros pelas suas formas e dimensões? 2. Quais são os vários significados da palavra «igreja»? 3. Quando é que a devemos escrever com « I » grande? 4. E quando é que a devem os escrever com « I » pequeno? 5. Quais são os vários sentidos em qu e todos nós pertencemos à «I greja» ? 6. Explica a razão de os cristãos terem escolhido a palavra «igreja» para designar os seus edifícios sagrados?
3 . Os p r i m e i r o s l u g a r e s d e r e u n i ã o d o s c r i s t ã o s A novidade dos lugares de reunião dos cristãos começou com Jesus. Um dia, ao entrar no Templo de Jerusalém, que era a casa de oração e dos sacrificios dos Judeus, viu que alguns tinham feito dela uma casa de comércio. Então, fazendo um chicote de cordas, expulsou-os a todos. E quando Lhe perguntaram com que direito fazia isso, respondeu: «Destruí este templo, e Eu o levantarei em três dias... Ele falava do templo que é o seu Corpo» (Jo 2, 19.21). Os cristãos sempre precisaram de lugares para se reunir. Onde o faziam eles nos primeiros tempos? Onde se juntavam para celebrar a sua fé? Já teriam igrejas? 8
Sabemos que não. Os primeiros lugares onde os cristãos se reuniram foram as casas de alguns deles, aquelas em que cabiam todos os baptizados dessa terra. Os donos dessas casas, em geral muito simples e pequenas, punham-nas à disposição do grupo dos cristãos dessa terra, ao qual eles próprios pertenciam. Podia às vezes haver um que tivesse gosto em que a reunião fosse em sua casa. Mas se ela era pequena demais, não servia para a reunião, porque não cabiam lá todos os cristãos. O dono dessa casa não ficava aborrecido. Compreendia a razão de não escolherem a casa dele e ia ele à casa que fosse escolhida. Nós sabemos que era assim, porque está escrito na Bíblia. Por exemplo, os Actos dos Apóstolos falam-nos disso. Quando os Apóstolos voltaram de Jerusalém, depois de Jesus ter subido ao Céu, foram todos para o primeiro andar de uma casa onde costumavam reunir-se (Act 1, 12-14); no dia em que foi escolhido um cristão para começar a fazer parte do grupo dos Apóstolos, estavam reunidos nesse lugar cerca de cento e vinte pessoas (Act 1, 15-26); no dia de Pentecostes a comunidade de Jerusalém estava toda reunida no mesmo lugar (Act 2, 1-4); no dia em que Pedro foi libertado da prisão por um anjo, os cristãos estavam a rezar em casa de uma mulher chamada Maria, mãe de João Marcos (Act 12, 12-17).
4. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Com quem começa a novidade dos lugares de reunião dos cristãos? 2. Onde se reuniam eles, nos prim eiros tempos da Igr eja, para celebrar a liturgia? 3. Porque procediam eles assim? 4. Que fazia o dono de uma casa pequena onde a assembleia dos cristãos não se podia reunir? 5. Ainda hoje haverá situações em que os cristãos tenham de se reunir em casas particulares? Dá um exemplo 6. O que é m ais import ante para os cristãos: a comunidade ou as igrej as? Porquê?
5 . A s « i g r e j a s » s ão a s ca sa s d a I g r e j a Esta situação de os cristãos não possuírem edifícios próprios para as suas reuniões e terem de as fazer nas casas uns dos outros, durou todo o tempo em que era proibido ser cristão, ou seja, até ao fim das perseguições romanas. Quando, finalmente, o Imperador Constantino, no ano 313 da nossa era, deixou de perseguir os cristãos e ele próprio se converteu e pediu o Baptismo, os discípulos de Jesus começaram a poder construir as primeiras casas destinadas apenas às suas reuniões e celebrações. E como era sempre aí que eles se juntavam uns com os outros, nos domingos e noutros dias de semana, passaram a chamar a essas casas «igrejas». Compreendemos agora que o verdadeiro nome de cada igreja deveria ser «casa da Igreja» de tal terra. A igreja paroquial de uma terra determinada é a «casa da Igreja», isto é, do grupo dos cristãos dessa terra. Os edifícios, mesmo os mais belos, são sempre construídos de «pedras mortas», ao passo que os corações que aí se juntam podem chamar-se «pedras vivas». O mais difícil em qualquer terra, quer seja cidade, vila ou aldeia, não é construir o edifício de uma igreja, mas sim dar início à vida cristã de uma comunidade, mantê-la viva e ajudá-la a desenvolver-se sempre mais, fazer dela uma comunidade da Igreja. Um edifício fica pronto ao fim de alguns anos de trabalho; a fundação e desenvolvimento duma comunidade de fiéis nunca está terminada. É preciso recomeçar sempre. Porquê? Porque as pessoas nascem, crescem, mudam de lugar, ao passo que o edifício, quando muito, vai precisando de algumas reparações. As pessoas são livres e movimentam-se; os edifícios estão pegados ao solo. As pessoas têm inteligência e vontade própria; os edifícios das igrejas não. 9
6. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Durante quanto tempo é que os cristãos não tiveram casas só para as suas celebrações? 2. A partir de quando começaram eles a ter essas casas? 3. Qual a razão de se ter chamado «igrejas» a essas casas? 4. O que é tem mais valor: a Igreja comunidade ou a igreja edifício? 5. O que é pr eciso para ajudar um a comunidade a crescer? 6. Para que aprendem os acólitos a servir na lit urgia?
7. I grejas de muitos tamanhos Vista do exterior, uma igreja é uma casa grande, feita de pedra, de tijolo ou de cimento, geralmente mais comprida do que larga, onde se reúnem os cristãos, especialmente nos domingos. Também existem igrejas de forma redonda e de forma quadrada. Há igrejas de muitos tamanhos. Regra geral, as das cidades e vilas são maiores do que as das aldeias. É fácil adivinhar porquê: há mais habitantes nas cidades e vilas do que nas aldeias. Nas cidades e vilas há até mais do que uma igreja. As igrejas têm muitos nomes. Vamos aprender alguns: catedral, basílica, igreja paroquial, capela (que é uma igreja mais pequena). As igrejas têm muitos nomes: catedral, basílica, igreja paroquial, capela. A catedral é a igreja principal de uma Diocese, aquela onde está a cadeira ou a «cátedra» do Bispo. Catedral vem de cátedra, e cátedra é a cadeira daquele que ensina, ou seja do Bispo. Os Bispos são os sucessores dos Apóstolos e ensinam os fiéis em nome de Jesus e com o poder que Ele lhes dá. O primeiro de todos os Bispos é o Papa. A sua «cátedra» está em Roma, cidade da qual São Pedro foi o primeiro Bispo. Algumas igrejas chamam-se basílicas, por causa da sua forma ou por lhes ter sido dado esse título. As primeiras igrejas cristãs eram todas em forma de basílica. Igreja paroquial é a igreja principal de cada paróquia. Todas têm capela baptismal. É nelas que se reúne, aos Domingos, a comunidade local. Capela é uma igreja pequena. Existem mais capelas do que igrejas. Nos mosteiros e nos santuários há sempre igrejas grandes. Ao longo dos séculos tem havido muitas formas de construir igrejas e igrejas de muitos modelos. São elas os principais monumentos que os turistas visitam hoje em dia. Os estilos dessas igrejas foram-se sucedendo ao longo dos séculos. As primeiras igrejas foram as basílicas. Eram edifícios amplos, não muito altos. Depois vieram as igrejas bizantinas, em forma de cruz e com uma cúpula circular. Seguiram-se as igrejas góticas, muito bonitas e altas. São assim a maior parte das nossas catedrais. Vieram depois as igrejas de estilo barroco, amplas e com muita talha. E, por fim, as igrejas de estilo moderno.
8. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Quantas igrejas e capelas há na nossa terra? 2. Quais são os seus nomes? 3. Em qu e data foi construída a igreja paroquial? 4. Quantos m etros tem ela de compr iment o e de largura? E quantas entr adas? 5. Explica por palavras tuas, a diferença entre uma catedral, uma igreja paroquial e um a capela. 6. Sabes dizer como se foram sucedendo os estilos das igrejas?
9. A torre da igreja Cada igreja costuma ter uma torre, sempre mais alta que a própria igreja. A torre indica onde está a igreja. Quando nos aproximamos duma cidade, as torres das igrejas chamam-nos a atenção, e até podem levar-nos a pensar em Deus.
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As torres das igrejas e das catedrais apontam todas para o Céu, como que a lembrarnos que a nossa pátria não é na terra, mas junto de Deus, e que os edifícios de que elas fazem parte «não são simples lugares de reunião, mas significam e manifestam a Igreja que vive nesse lugar, e são moradas de Deus com os homens reconciliados e unidos em Cristo» (Catecismo da Igreja Católica, n. 1180). Como a torre me leva a pensar na igreja, pode ajudar-me a ir, em pensamento, até ao lugar onde me reúno todos os Domingos com os meus amigos, ou a elevar, no lugar onde me encontro, o meu coração para Deus, e a rezar-Lhe em silêncio, adorando-O em «espírito e verdade», como Jesus disse à Samaritana (cr. Jo 4, 21-24). Nas torres estão colocados os sinos. «É costume antigo convocar o povo cristão e adverti-lo dos principais acontecimentos da comunidade local por meio de algum sinal ou som. O toque dos sinos exprime de algum modo os sentimentos do povo de Deus, quando exulta ou chora, quando dá graças ou suplica, quando se reúne e manifesta o mistério da sua unidade» (Celebração das Bênçãos, n. 1032). Estes servem para lembrar aos cristãos os acontecimentos principais da vida da comunidade. Tocam-se para a Missa, para as festas, e quando há baptismos, casamentos, funerais, etc. Também servem para o relógio bater as horas. E nalgumas terras, os sinos são utilizados para dar a toda a população sinais importantes. Tocados de certa maneira eles avisam as pessoas de que há incêndio ou outro qualquer perigo, ou então de que chegou à terra alguém importante que se esperava.
1 0 . Q u e st õ e s p a r a r e s p o n d e r ( T .P .C. ) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
O que são as torres das igrejas? Para onde apont am elas e em que n os levam a pensar? Quantos sinos tem a igr eja paroquial da nossa terra? Sabes dizer a razão da importância dos sinos? Em que ano foram feitos os sinos da nossa igreja? Quantos degraus tem a torre?
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Ca p í t u l o 3 O int eri or de um a igrej a
Os lugares interiores de uma igreja são importantes, pois o acólito deve aprender algumas coisas a esse respeito. É neste espaço (interior da igreja) que o Acólito realiza as suas funções.
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1 . A p o r t a p r i n c i p a l e o át r i o Já vimos na lição anterior como são as igrejas por fora. Hoje vamos descobrir como elas são por dentro. Se na terra onde vivemos há igreja paroquial, é essa que vamos visitar; se não houver igreja paroquial mas sim outra igreja ou capela onde se celebra a missa no domingo, é para ela que se dirige a nossa visita. Uma igreja tem a porta principal e pode ter portas laterais. Nós vamos entrar pela porta principal. Se ela estiver fechada, começamos por abri-la. Quem guarda a chave da igreja é o senhor prior, ou o sacristão, ou ainda algumas das pessoas que têm a responsabilidade de arranjar a igreja. Muitas igrejas, logo a seguir à porta da entrada, têm um pequeno átrio, isto é, um espaço vazio. Isso quer dizer que quem vem de fora não entra logo na igreja. Noutras, este átrio é antes da porta principal. Seja duma maneira ou de outra, é bom que haja um espaço para que as pessoas, quando chegam de casa ou quando saem da igreja possam, no caso de estar a chover ou de fazer muito calor, falar aí umas com as outras. Quando o átrio é depois da porta principal, existe um guarda-vento, que faz mais do que guardar o vento, porque também guarda do frio, do barulho da rua, e evita que os animais entrem na igreja, que não é lugar para eles. Quando a igreja tem guarda-vento, é nele que está a porta ou as portas pelas quais se entra directamente na igreja. Em algumas celebrações litúrgicas, como no Baptismo, no Matrimónio e nas Exéquias, os fiéis podem ser recebidos à porta da igreja, por aquele que preside a esses actos. É por essa porta que, em certos dias do ano litúrgico, entram as procissões dos fiéis. A porta das igrejas antigas era muito bonita. A arte com que a faziam queria lembrar que essa porta é um sinal de Cristo, que disse: «Eu sou a porta das ovelhas» (Jo 10, 7), e também daqueles que percorrem o caminho da santidade que conduz à morada de Deus. A colocação de uma nova porta na igreja é ocasião oportuna para recordar: aos fiéis o significado de todo o edifício ao qual a porta dá acesso.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Quais são as dimensões da porta principal da nossa igreja? 2. Além da port a principal há out ras portas laterais? Quantas são? 3. A nossa igreja tem átrio? Como está colocado e para que serve? 4. E tem guarda-vento ou não tem? Quantas portas tem o guarda-vento? Esse guarda- vento serve para quê? 5. Já viste a por ta pr incipal de um a Catedral ou do m osteiro da Batalha?
3. A nave ou lugar dos fiéis Vamos então penetrar no interior da igreja. Antes de avançar olhemos com atenção. Estamos na parte mais ampla da igreja. É um grande salão, não é? Chama-se lugar dos fiéis, porque é aí que os fiéis estão durante a missa; também se chama nave, porque, pelo seu feitio e altura parece um grande navio ou uma grande nave. Esta parte pode ter várias formas: pode ser rectangular, quadrada, ou em semi-círculo. Quase todas as igrejas têm uma só nave. Mas algumas têm mais do que uma. Normalmente, a nave tem bancos ou cadeiras para os fiéis. Quase sempre há capelas laterais ao longo da nave, mas pode não haver. Esta nave ou lugar dos fiéis deve ser construída com particular cuidado. Para quê? Para que os cristãos que participam nas celebrações, principalmente na Missa, o possam fazer com os olhos, com os ouvidos e com o espírito. Nem sempre assim é. Muitas vezes as pessoas, principalmente as que estão no fundo da igreja, não conseguem ver o que se passa no altar, nem ouvir o que se diz. Isso acontece por causa da distância, ou pela 14
forma dos bancos ou cadeiras, ou também porque o altar não está situado numa altura conveniente, ou porque não há uma boa sonorização. Algumas naves são construí das como as salas de cinema, a descer para o altar; outras têm forma mais quadrada do que rectangular; outras têm os bancos dispostos em três corpos ou em semicírculo, e o altar mais perto da assembleia. Todas estas soluções têm como finalidade facilitar a participação. Seja qual for a forma da nave, os bancos ou cadeiras devem estar dispostos de tal modo que os fiéis possam sentar-se, ajoelhar-se ou estar de pé comodamente, e aproximar-se sem dificuldade da Comunhão. Por vezes não acontece assim. Nos primeiros tempos as igrejas não tinham bancos. Depois generalizou-se o costume de os pôr em todas elas, porque estar sentado ajuda a concentração, a escuta e a oração pessoal. Por fim apareceu o costume de reservar lugares especiais para pessoas privadas. O Missal f actual reprova tal costume (IGMR, n. 311). Pessoas privadas são os fiéis enquanto tal, sejam eles quais forem. Há apenas dois casos em que podem reservar-se lugares: para as autoridades civis que estiverem presentes na celebração, e para grupos de pessoas quando se pretende que fiquem juntas. Por exemplo, no dia da Primeira Comunhão, para as crianças e suas famílias, podem reservar-se alguns bancos da frente.
4. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Quantas naves tem a nossa igreja? 2. Quantos são os bancos para os fiéis e quantas pessoas cabem em cada banco? 3. Quando os bancos estão todos cheios ou as cadeiras todas ocupadas, quantas pessoas estão na igreja? 4. A nossa igreja tem capelas laterais? Quantas são? 5. O que quer dizer participar com os olhos, os ouvidos e o espírito? 6. O que diz o Missal sobre o costume de reservar lugares na igreja?
5. O presbitério ou lugar dos m inistros Passemos agora da nave da igreja para a outra parte, mais pequena, onde está o altar. Chama-se a esta segunda parte da igreja o presbitério. Esta palavra vem de presbítero, que é outro nome que se dá aos senhores padres. Então quer dizer que assim como a nave é o lugar dos fiéis, assim o presbitério é o lugar dos presbíteros e de todos os ministros litúrgicos, dos quais já falámos noutra lição. Primeiro que tudo reparem que subimos um, dois ou mais degraus para chegarmos a esta parte, o que quer dizer que ela está em plano superior à nave dos fiéis. É como num teatro, onde o palco também está acima da plateia. Para quê? Para se ver bem o que aí se passa. Na igreja é a mesma coisa. Para se ver bem o que aí se faz, o presbitério está em plano superior à nave. Quais são as coisas que se encontram no presbitério? Encontram-se aí o altar, a cadeira presidencial, o ambão, por vezes o sacrário, bancos para os ministros, e uma mesa, chamada credência, onde se colocam as coisas necessárias para a celebração da Missa. Falaremos de tudo isso noutras lições. Diz assim o Missal: «O presbitério deve distinguir-se da nave da igreja, ou por uma certa elevação, ou pela sua estrutura... Deve ser suficientemente espaçoso para que a celebração da Eucaristia se desenrole comodamente e possa ser vista» (IGMR, n. 295). Regra geral, os presbitérios das nossas igrejas não são suficientemente espaçosos, como pede o Missal, mas bastante pequenos, o que dificulta as deslocações, os gestos e as atitudes dos ministros. Nas igrejas construídas de novo deveria prestar-se atenção especial não só às dimensões do presbitério, mas também à sua forma. Os presbitérios precisam mais de ser largos do que muito compridos. Presbitérios muito compridos, mas pouco largos, como os que existem nalgumas catedrais, não são o ideal. O presbitério é o lugar onde se encontram várias coisas importantes, tais como o altar, que é a mesa da Ceia de Cristo, o ambão, que é a mesa da Palavra de Cristo, e a cadeira, que é o lugar donde preside aquele que faz as vezes de Cristo. Pode ainda haver 15
outras coisas no presbitério: o sacrário, bancos para os ministros, e a credência, sobre a qual se colocam as coisas necessárias para a celebração da Missa. Falaremos de tudo isso noutras lições.
6. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Quais são os dois significados da palavra presbitério? 2. Em que sentido falámos de presbitério nesta lição? 3. Quais são as coisas que existem no presbitério da nossa igreja?
7 . Ba p t i s t é r i o o u c ap e l a b a p t i s m a l Todas as igrejas paroquiais têm um lugar próprio para fazer os baptismos. Chama-se a esse lugar Baptistério ou capela baptismal . É dentro dessa capela que está a pia baptismal. As pias baptismais podem ter muitos feitios: redondas, quadradas ou poligonais. Algumas são divididas ao meio, para de um lado estar a água limpa que se utiliza no baptismo, e no outro se deitar essa água na cabeça dos baptizandos, tanto crianças como adultos. Outras não são divididas: têm apenas um espaço amplo interior, onde uma criança pode ser baptizada por imersão. No princípio não havia pias baptismais, mas verdadeiras piscinas, onde toda a gente era baptizada dentro da água. Todos nós começámos a ser membros do povo de Deus pelo Baptismo. E assim acontecerá sempre com todos os cristãos. Podemos não saber quando fomos baptizados. Mas sabemos que o Baptismo foi e continua a ser o primeiro sacramento, tanto para as crianças como para os adultos. Para significar que o Baptismo é o primeiro sacramento da iniciação cristã, em todas as igrejas antigas e na maior parte das modernas o baptistério está à entrada da igreja. Este facto recorda-nos uma coisa muito simples, mas importantíssima: tal como no edifício da igreja se entra pela porta, na Igreja comunidade entra-se pelo Baptismo. O Baptismo é a porta da salvação. Jesus disse: «Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus» (Jo 3, 5). Podemos dar um beijo na fonte baptismal, pois foi aí que recebemos a vida nova que Deus nos deu pela água e pelo Espírito Santo. Antigamente os fiéis, quando entravam na catedral ou na igreja paroquial, iam sempre beijar a fonte onde tinham recebido a vida de Deus. Era um bonito costume. Nada impede que continuemos a proceder desse modo.
8. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
O que é o bapt istério? De que m aterial é feita a nossa fonte bapt ismal? Qual é o seu feitio: redonda, quadrada ou poligonal? Qual é a altura desde o bordo superior ao chão? Os baptismos sempr e se fizeram, como hoj e, em fontes baptismais? Já part icipaste alguma v ez na celebração de um baptismo?
9 . A c a p e l a d o Sa n t í ss i m o Sa c r a m e n t o o u o S a cr á r i o Nos primeiros tempos da Igreja o pão consagrado para as pessoas muito doentes poderem comungar antes de morrer, guardava-se numa caixa fechada, na Sacristia. Depois veio outro tempo em que, em cada igreja paroquial havia sempre uma capela do Santíssimo Sacramento. Era aí que, depois da missa, se guardava o pão consagrado num cofre, que se chama sacrário ou tabernáculo. Mais tarde o sacrário começou a pôr-se no presbitério. É assim que continua a fazer-se em muitas igrejas. Mas está mandado que, nas igrejas novas, haja uma capela do Santíssimo, que também serve para aí se rezar em silêncio, quando se entra na igreja ou noutros momentos. Como o Corpo de Cristo é a coisa mais sagrada que existe, a esse cofre ou caixa passou a chamar-se sacrário ou tabernáculo, palavras que querem dizer «lugar sagrado» ou «pequena tenda». 16
..«Todos aqueles que entram na igreja nunca devem omitir a adoração i ao Santíssimo Sacramento, seja dirigindo-se à capela do Santíssimo, seja fazendo pelo menos genuflexão» (Cerimonial dos Bispos, n. 71). Entrar na igreja e sentar-se logo num banco pode significar três coisas: falta de educação, falta de cultura cristã ou falta de fé. Um acólito nunca deve proceder desse modo. Numa outra lição diremos como ele faz quando chega à igreja. É para ninguém proceder dessa forma que, diante do sacrário onde está a santíssima Eucaristia, arde continuamente uma lâmpada especial. Já reparaste nela? Sabias a sua finalidade?
1 0 . Q u e st õ e s p a r a r e s p o n d e r ( T .P .C. ) 1. Que palavras disse Jesus acerca dos que comungam o seu Corpo e o seu Sangue? 2. Como faziam os prim eiros cristãos para darem a com unhão aos seus mor ibundos? 3. Qual foi o primeiro lugar da igreja onde se guardou o pão consagrado para os fiéis prestes a morrer? 4. Mais tarde, onde passou a guardar-se o pão consagrado? 5. Que outro nome se dá ao pão consagrado que se guarda nas nossas igrejas? 6. Na nossa igreja paroquial o Santíssimo Sacramento está numa capela própria ou no presbitério?
1 1 . A sa c r i s t i a e o u t r o s l u g a r e s d a i g r e j a Chama-se «sacristia» a uma sala que existe em todas as igrejas, umas vezes do lado direito outras do lado esquerdo do presbitério, mas sempre perto dele. Faz parte do interior do edifício da igreja e tem uma dignidade especial, por estar em contacto imediato ou quase imediato com o presbitério. Sacristia significa «lugar perto do sagrado». É na sacristia que se guarda tudo o que é preciso para as celebrações litúrgicas: a cruz paroquial, os livros litúrgicos, as vestes sagradas, as toalhas dos altares, os cálices e as patenas, o pão e o vinho, os castiçais, os tocheiros e as velas para a procissão, o turíbulo, o incenso e a naveta, o véu de ombros, a campainha, etc. Os acólitos devem saber o lugar de cada uma destas coisas, a fim de que, quando lhas pedirem, eles sejam capazes de as encontrar rapidamente. É também na sacristia que, nos dias ordinários, todos os ministros se reúnem, antes da celebração, e tomam as vestes próprias de cada um; é daí que eles partem para a igreja, umas vezes em procissão solene desde o fundo da igreja, outras vezes passando directamente da sacristia para o presbitério, como acontece nos dias de semana; e aí, por fim, que eles regressam quando termina a celebração e tiram as vestes litúrgicas. Sendo a sacristia um lugar onde se reúnem muitas pessoas, é preciso que todas guardem o silêncio possível ou, então, que falem em voz baixa, para não perturbarem os fiéis que estão na igreja. Está recomendado que as igrejas novas, além da sacristia, tenham também uma sala digna, na medida do possível junto à entrada da igreja, onde os concelebrantes e os ministros, nos dias mais solenes, tomam as vestes litúrgicas e onde se inicia a procissão de entrada. Essa sala também pode servir para atender as pessoas que procuram os serviços da Paróquia, ou desejam ser informadas sobre o que é preciso para baptizar uma criança ou para o casamento de dois jovens. Regra geral, as igrejas têm ainda salas para reuniões, casas de banho e outras dependências. Diz o Missal: «Uma conveniente disposição da igreja e seus anexos, capaz de satisfazer realmente às exigências do nosso tempo, requer que se atenda, não apenas àquilo que directamente se relaciona com a celebração das acções sagradas, mas também a tudo o que possa contribuir para a conveniente comodidade dos fiéis, como se faz habitualmente nos lugares onde o povo se reúne» (IGMR, n. 293).
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1 2 . Q u e st õ e s p a r a r e s p o n d e r ( T .P .C. ) 1. O que é a sacristia e onde fica situada? 2. Quais são as coisas que se guardam na sacristia? 3. Quais são as outras finalidades da sacristia? 4. Qual é a atitude que t odos devem ter n a sacristia e porquê? 5. Quantas salas de reunião tem a nossa igreja? Junt o da ent ra- da há alguma sala para atender as pessoas? 6. Na nossa igreja há inscrições antigas? Que dizem elas?
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Ca p í t u l o 4 O q u e é u m Acó l i t o ?
Já foi dito que para a celebração da missa dominical decorrer sem atropelos, são precisos, pelo menos, quatro ministros: o presidente, o leitor, o cantor e o acólito. Neste capítulo vamos conhecer a razão dos ministros litúrgicos, onde aprofundaremos as funções do Acólito.
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1 . Os m i n i s t r o s l i t ú r g i c o s Imaginem, por exemplo, que num Domingo as pessoas se tinham reunido para a Missa, mas não havia ninguém para fazer as leituras nem para cantar o salmo. O presidente tinha de presidir e, quando chegasse o momento, tinha também de ir ler as leituras, no caso de não haver ninguém na assembleia capaz de as proclamar, e isso faria com que a celebração sofresse um atropelo; se não houvesse cantor, o salmo responsorial teria de ser apenas lido, o que seria outro atropelo, pois o salmo deve ser cantado por um cantor diferente do leitor. Se isso viesse a acontecer muitas vezes, poderia ficar-se com a ideia errada de que a Missa é o que na realidade não é ou não deve ser. Se fosse sempre o presidente da celebração a fazer tudo, alguém poderia pensar que a Missa é só dele, quando isso não é verdade, pois Jesus quis e quer que ela seja de todos os cristãos reunidos em assembleia. Jesus não quer que seja um só a fazer tudo, como também não quer que haja alguns que nunca fazem nada. O que Ele mais gosta é que cada um faça o que deve fazer, para que a celebração seja de todos e todos sintam que são responsáveis por ela. Numa assembleia litúrgica bem constituída deve haver tantos ministros quantos forem precisos, mas não deve haver mais do que esses. Três ministros litúrgicos recebem a ordenação: o Bispo, o presbítero e o diácono. Dois podem ser instituídos ou não: o acólito e o leitor. Um é nomeado: o ministro extraordinário da Comunhão. Todos os outros são escolhidos e chamados pelo pároco: o salmista, os cantores do grupo coral, o organista, o mestre do coro, o sacristão, o comentador, os que fazem a recolha das ofertas, os que acolhem os fiéis à porta da igreja.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Quais são os quatro ministros indispensáveis em cada Missa dominical? 2. Quando falta o leitor; o cantor ou o acólito, e não há ninguém na assembleia capaz de os substituir ; o que acontece? 3. Explica esta frase, com palavras tuas: "Na Missa, cada qual deve fazer tudo o que lhe pertence, m as só isso, e nada m ais ". 4. Qual é a vontade de Jesus a respeito dos ministros litúrgicos? 5. Quais são os m inistros que recebem a ordenação? 6. Pode haver leitores e acólitos não instituídos?
3. O que é o Acólito? A palavra acólito vem do verbo acolitar, que significa acompanhar no caminho. Dado que se pode acompanhar alguém indo à frente, ao lado ou atrás de outras pessoas, acólito é aquele ou aquela que, na celebração da liturgia, precede, vai ao lado ou segue outras pessoas, para as servir e ajudar. A quem é que o acólito acompanha e serve? Em primeiro lugar acompanha e serve o presidente da celebração da Missa, que tanto pode ser o Bispo como o presbítero; em segundo lugar acompanha e serve o diácono, o ministro extraordinário da Comunhão, ou outras pessoas que precisam de ser ajudadas durante a celebração. Noutras celebrações, acompanha e serve as pessoas responsáveis por essas mesmas celebrações, como acontece, hoje em dia, quando um leigo é nomeado pelo Bispo para orientar as celebrações dominicais na ausência do presbítero. Quando é que o acólito começa a ajudar e a servir o presidente da Missa? Quando o Bispo ou o presbítero, na sacristia, tomam as suas vestes. Já então o acólito deve estar vestido e pronto, para poder ajudar. Depois, acompanha-os na procissão de entrada, indo à frente. Durante a Missa, o acólito está sempre atento ao que o Bispo ou o presbítero precisam, para lhes apresentar umas vezes o Missal, outras vezes as coisas que eles hão-de colocar no altar, ou para os acompanhar quando vão distribuir a Comunhão aos fiéis. Por fim, quando o presidente regressa à sacristia, o acólito vai à sua frente e ajuda-o a tirar as vestes e a guardá-las. Só depois de tudo isso feito é que o acólito pensa em si próprio. No fim de ter ajudado o presidente da celebração, também ele tira a sua túnica e guarda. Enquanto faz tudo isso, agradece a Jesus por ter (estado a servi-l'O na pessoa dos seus ministros, e pode 20
lembrar-se daquela palavra do Senhor: «Tudo aquilo que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40). Podemos então dizer que o acólito, desde o princípio até ao fim da Missa, acompanha, ajuda e serve o próprio Jesus. Ele não O vê com [. os seus olhos; mas a fé diz-lhe que é assim. Cada acólito deve ir descobrindo sempre mais estas verdades da fé. Se as não descobre, corre o risco de se cansar de ser acólito. Mas se as descobre e experimenta, então vai desejar ser escolhido muitas vezes para acólito, e que outros o sejam também, para sentirem a mesma alegria que ele sente.
4. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Que quer dizer a palavra « acolitar»? O que é um acólito? E quais são as pessoas que ele acompanha e ajuda na liturgia? Quando é que ele deve começar a ajudar o presidente, na Missa? E quando é que term ina de o servir e ajudar? Que deve fazer o acólito para ser cada vez melhor acólito?
5 . Ac ó l i t o s i n s t i t u í d o s Precisamos de saber o significado da palavra instituir, quem pode ser acólito instituído, quais as responsabilidades que podem ser-lhe entregues, e do que precisam estes acólitos para realizar bem o seu ministério. Chamam-se acólitos instituídos, aqueles que o Bispo duma Diocese chamou e fez acólitos. Este chamamento e esta instituição pelo Bispo querem dizer que um acólito instituído é convidado a participar com muito empenho na celebração da Eucaristia, que é o coração da Igreja, e que o deve fazer sempre que esteja presente e for convidado a fazê-lo pelo responsável da celebração. Também quer dizer que, dentro da mesma Diocese, o acólito instituído pode ser chamado a realizar o seu serviço em qualquer paróquia onde se encontre de passagem, desde que o respectivo pároco o convide ou lho peça, uma vez que o Bispo que o chamou é o Bispo de todas as paróquias dessa Diocese. Quem é que pode ser acólito instituído? Só os rapazes que se preparam para isso durante bastante tempo. É o que acontece com os seminaristas, embora também possam ser chamados outros rapazes ou homens que não sejam seminaristas e vivam nas paróquias. Porque é que um futuro padre, antes ser ordenado presbítero, deve ser instituído acólito? Para que ele próprio, ao longo da vida, sirva bem toda a gente, como bom acólito que foi, e também saiba ensinar os mais novos das suas futuras paróquias a ser bons servidores, ou seja, óptimos acólitos. O acólito instituído tem muitos serviços a seu cargo. Vamos apenas enumerá-los: cuidar do altar, ajudar o diácono e o sacerdote nas acções litúrgicas, tomar parte nas diversas procissões da Missa ou outras e fazer o que for preciso como levar a cruz, as velas, o turíbulo e o incenso, preparar o altar e purificar os vasos sagrados depois da Missa, ajudar a recolher os dons, distribuir a Eucaristia como ministro extraordinário, expor o Santíssimo à adoração dos fiéis e repô-lo, mas sem dar a bênção. Além de tudo isto, o acólito instituído pode ser encarregado, pelo pároco, de cuidar da instrução dos novos candidatos a acólito, como seu catequista. Ora, para levar a cabo estes ofícios, o acólito instituído deve participar na celebração da Eucaristia cada vez com mais piedade, alimentar-se dela na Comunhão e adquirir conhecimentos litúrgicos sempre mais profundos.
6. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
O que é um acólito institu ído? Quem é que institui os acólitos da nossa Diocese? O que significa ser acólito instituído? Quem pode ser acólito instituído? Será que o nosso Pároco foi acólito instituído? Quais são as diversas funções de um acólito instituído? 21
7 . A có l i t o s n ã o i n s t i t u í d o s Os acólitos não instituídos são em muito maior número do que os instituídos. São aqueles que nós conhecemos melhor, porque os vemos, todos os Domingos, a servir na Missa, nas nossas paróquias. Podem ser rapazes ou raparigas. Quem os chama para serem acólitos é o pároco de cada paróquia e não o Bispo da Diocese. Esse chamamento é precedido duma preparação. O Livro do Acólito tem por fim ajudar a fazê-la. Mas será sempre preciso um catequista para explicar melhor cada lição. O próprio pároco pode ser o catequista dos seus candidatos a acólitos não instituídos. Mas, como ele costuma estar muito ocupado, regra geral pede esse serviço a outra pessoa, se na paróquia houvesse um acólito instituído, podia pedir-lhe a ele. Juntamente com o estudo é muito importante praticar o serviço de acólito, procurando fazê-lo cada Domingo com maior perfeição e atenção, mas sobretudo com muito espírito de fé. Podemos dizer que Jesus foi o primeiro de todos os acólitos, pois disse um dia estas palavras: «Eu estou no meio de vós como aquele que serve» (Lc 22, 27). Ora, o acólito, quer seja instituído quer seja não instituído, é e deve ser cada vez mais um rapaz ou uma rapariga que gosta de '"servir a Deus e aos irmãos, na vida (a começar pelos que moram em sua casa e os que com ele convivem mais de perto) e na liturgia. Ser acólito é aprender a servir com delicadeza, prontidão e alegria. Na escola dos acólitos não deve haver lugar para a indelicadeza, a preguiça e a tristeza. Vamos, por isso, prestar atenção à maneira como f queremos servir. O nosso modelo terá de ser Jesus. Ele serviu como ninguém. Por isso todo o acólito deve conhecer muito bem a vida do seu Mestre. Essa vida é narrada nos Evangelhos. Aprende-se a conhecê-la lendo e meditando o que se lê. Um candidato a acólito deveria ler todos os dias algumas linhas de algum dos quatro Evangelhos. Ninguém ama o que não conhece. Para amar Jesus é preciso começar por conhecer a sua vida. Mas não basta conhecer. É preciso imitar. Imitar alguém é tentar ser como essa pessoa foi. Amar como Jesus amou, pensar como Jesus pensou, falar como Jesus falou, viver como Jesus viveu, sentir o que Jesus sentia, sorrir como Jesus sorria e, ao chegar o fim dia, dormir: tranquilo como Jesus dormia. Conheces um cântico com estas palavras, não conheces? Faz um programa de vida com elas.
8. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
O que é um acólito não institu ído? Quem pode ser acólito não instituído? Quem chama os candidatos a acólitos num a paróquia? Quais são as coisas importantes na preparação de um acólito? Jesus foi o pr im eiro de tod os os acólitos? Porqu e dizes isso? O que é preciso para chegar a servir como Jesus?
9 . O s s er v i ç o s d o A c ó l i t o n a M i s s a Esta Lição deve ser dada de maneira prática, como se estivéssemos numa celebração, e como se faz num ensaio geral antes da primeira representação de uma peça. Não deve deixar-se de lado nenhum pormenor. O catequista convidará os acólitos a estar a horas, na igreja paroquial ou noutra que seja apta para esta Lição ao vivo. Poderá também convidar outros acólitos a colaborar. O ideal seria que cada acólito fizesse apenas um serviço. Mas, se isso não for possível, o catequista distribuirá mais do que uma função a cada acólito. Como cada terra tem a sua maneira de viver a liturgia, poderá haver algumas onde quase nunca se faça a procissão solene de entrada, e outras onde não se dê relevo a certos pormenores. Neste dia, porém, será bom que tudo seja feito como se indica nos livros litúrgicos, desde a procissão solene de entrada, até à procissão solene de saída. Vamos enumerar as funções principais que os acólitos realizam na Missa de cada Domingo. Ver página seguinte…
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A n t e s d e co m e ç a r a M i s sa : 1. Prestam todos os serviços ao presidente 2. e vêem se tudo está preparado para a celebração. Ao com eçar a Missa: 3. Na procissão de entrada, um acólito leva a cruz 4. e outros levam os círios acesos, o turíbulo e a naveta. D u r a n t e a M i s s a: 5. Servem o presidente em tudo o que for preciso: 6. apresentam o Missal e o que é preciso para preparar o altar; 7. acompanham o presidente e os ministros extraordinários durante a distribuição da Comunhão aos fiéis; 8. arrumam os vasos sagrados, na credência, depois da purificação. N o f i m d a M i s sa : 9. Acompanham o presidente e ajudam-no a tirar as vestes; 10. só depois disso é que os acólitos tiram as suas túnicas e as guardam.
Quando todos os acólitos estiverem presentes, far-se-á a distribuição dos serviços. A seguir, cada um vestirá a sua túnica e irá preparar aquilo que lhe diz respeito, de acordo com o esquema anterior. O acólito do livro irá preparar o Missal e a Oração dos fiéis, e pô-los-á nos respectivos lugares. E o mesmo farão todos os outros: o da cruz, o das velas (não esquecer de as acender), o do turíbulo. Quando tudo estiver pronto, começará a «celebração». Não se esqueça o catequista de chamar a atenção para cada pormenor: como se pega nas velas, como se apresenta o Missal, como se entrega o turíbulo, como se levam as coisas para o altar, etc. No fim deverá ser feita a avaliação geral.
1 0 . Q u e st õ e s p a r a r e s p o n d e r ( T .P .C. ) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Em que momentos da Missa é que o acólito realiza serviços? Que faz ele antes de a Missa começar? Que faz ele na procissão de entrada e nos ritos iniciais? Que faz ele na Liturgia da Palavra e na Liturgia Eucarística? Que faz ele no fim da Missa? Já sabes como se leva a cruz, as velas e o turíbulo?
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Ca p í t u l o 5 O Al t a r
O Altar é nele que se celebra a Eucaristia. É nele que estamos concentrados durante a Missa, vamos descobrir passo a passo, o porquê neste capítulo. Hoje temos um só Altar… a que os primeiros cristão chamavam mesa do Senhor…vamos saber porquê O saber não ocupa lugar… 25
1 . O q u e é o Al t a r ? Dizem os Evangelhos que, na sua última Ceia, Jesus, depois de Se sentar à mesa com os Apóstolos, tomou o pão e, dando graças, o partiu e o deu aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, todos, e comei: isto é o meu Corpo». No fim da Ceia, tomou o cálice e, dando graças, deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, todos, e bebei: este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de Mim». Os primeiros cristãos chamaram mesa do Senhor (1 Cor 10, 21) à mesa onde celebravam a Ceia que Jesus lhes recomendara que fizessem em sua memória. O altar cristão é, antes de mais, o lugar onde o sacrifício de Cristo se torna presente para nós, em segundo lugar é a mesa da Ceia do Senhor, e em terceiro lugar é o centro da celebração da Missa, como diz o Missal: «O altar, em que se torna presente sob os sinais sacramentais o sacrifício da cruz, é também a mesa do Senhor, na qual o povo de Deus é chamado a participar quando é convocado para a Missa, ...e o centro da acção de graças celebrada na Eucaristia» (IGMR, n. 296). É no altar que se depõe o pão e o vinho que se tornarão Corpo e Sangue de Cristo. É desta mesa que se aproximam os que desejam receber o pão da vida e o cálice da salvação. O altar é, portanto, uma mesa, mas mesa muito especial que deve ser tratada com muito respeito e carinho. Ao princípio esta mesa era de madeira. Mais tarde deu-se a preferência à pedra. Porquê? Porque nalgumas passagens do Novo Testamento se fala de Cristo como «pedra angular» (Ef 2,20) ou como «pedra viva»: «Vós aproximastes-vos de Cristo, pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus» (1 Ped 2, 4). Ora, como o altar é um símbolo de Cristo, não admira que se tenham começado a construir altares de pedra. Actualmente continua a recomendar-se que o altar seja de pedra natural. Mas o Missal diz que é permitido utilizar outros materiais, desde que sejam dignos, sólidos e trabalhados com arte (IGMR. n. 301). O altar é a mesa da Ceia de Cristo. É nele que se celebra a Eucaristia.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Ainda sabes dizer o que é o presbitério da igreja? 2. Que coisas ou obj ectos encontram os no presbitério? 3. Qual desses objectos é o mais importante? Como lhe chamaram os primeiros cristãos? 4. Porque é que o altar é mesa do sacrifício, mesa da comunhão e centro da celebração? 5. Porque é que essa mesa da Ceia do Senhor tem uma significação especial para nós? 6. Sabes dizer porque é que os altares começaram a ser de pedra?
3. Um só Altar Ao começarem a construir-se as primeiras igrejas, a mesa passou a ser fixa, isto é, a estar sempre no mesmo lugar. Já não se punha e tirava como até então. Mas continuou a haver uma só mesa em cada igreja. Para quê? Para mostrar melhor que Jesus tinha feito uma única última Ceia, e que é nessa única Ceia que todos os cristãos, para formarem um só povo, comungam o Corpo e o Sangue do seu único Senhor 1 e Salvador, que morreu e ressuscitou por todos os homens e mulheres. 1 E a essa mesa passou a chamar-se altar. Mais tarde, passou a haver muitos altares nas igrejas. Isso não foi bom, porque às vezes, numa mesma igreja, à mesma hora e em diversos altares, havia vários sacerdotes que celebravam Missa para vários grupinhos de fiéis. Estamos a ver os resultados que daí nasceram: cada grupinho dizia que tinha estado na sua Missa. Até parecia que não pertenciam todos a um só povo cristão, ou então que Jesus não tinha feito uma única última Ceia. Agora o Missal voltou a dizer que, em cada igreja, construí da de novo, é melhor haver um só altar: «Na construção de novas igrejas deve erigir-se um só altar, que significa na assembleia dos fiéis que há um só Cristo e que a Eucaristia da Igreja é uma só» (IGMR, n. 303) 26
E nas outras igrejas? Quando nelas houver «um altar antigo que torne difícil a participação do povo..., construa-se com arte outro altar fixo..., e realizem-se apenas nele as celebrações sagradas. Para não desviar a atenção dos fiéis do novo altar, não se adorne de modo especial o altar antigo» (IGMR, n. 303). Estas orientações do Missal, recordam-nos que a Igreja não quer que se destruam as coisas antigas das nossas igrejas. Muitas vezes, elas são, em cada terra, os edifícios mais belos e que mais chamam a atenção. As coisas que nelas existem, como o altar, a talha dourada, os crucifixos, as imagens, e os quadros de madeira ou de tela podem ser verdadeiras obras de arte. Já imaginaram o que seria a nossa paróquia sem a igreja ou as igrejas que nela existem? Vamos habituar-nos a olhar para elas com outros olhos. Mas não havemos de fazer como os que só gostam delas por causa da arte. Nós gostamos delas por isso mas também por outros motivos muito mais profundos.
4. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
No princípio, o altar cristão era fix o ou m óvel? Quantos altares havia em cada igreja? Depois as coisas mu daram : sabes dizer porquê? Quantos altares deve haver nas igrejas construídas de novo? Quantos altares há na nossa igreja paroquial? Diz, por palavras tuas, quais são as normas acerca dos altares?
5. A Cru z, a Toalha, as Velas e as Flor es do Alt ar Hoje em dia, quando o presidente está junto do altar, volta-se para a assembleia. Mas ainda não há muitos anos que não era assim. Quando o sacerdote celebrava Missa, faziao de costas voltadas para os fiéis. Foi o Concílio Vaticano II que restaurou o costume primitivo, ao dizer que, «onde for possível, o altar deve ser construído afastado da parede, de modo a permitir andar em volta dele e celebrar a Missa de frente para o povo» (IGMR, n. 299). Nas igrejas antigas também se fez essa adaptação. Hoje, todos os Bispos e presbíteros celebram a Missa voltados para os fiéis. Como já dissemos, o altar pode ser de pedra, de madeira, ou de outros materiais sólidos, e as suas dimensões não precisam de ser muito grandes. Por ser no altar que se celebra a Eucaristia e se distribui o Corpo e o Sangue de Cristo aos fiéis, está sempre coberto com uma toalha branca. Isso mostra bem que a Missa é uma festa. Em nossa casa, nos dias de festa, também se cobre a mesa do almoço ou do jantar com uma toalha bonita. Em cima do altar ou à volta dele colocam-se os castiçais com velas acesas, mas de maneira que os fiéis possam ver bem o que se realiza no altar. Porque pomos nós velas acesas junto do altar ou em cima dele? Para recordar que Cristo é a luz do mundo. Além disso, as velas acesas são sinal de festa. Na igreja também deve haver uma cruz com a imagem de Jesus crucificado. Deve ser uma cruz proporcional às dimensões da igreja e bem visível a toda a assembleia. Onde colocá-la? Junto do altar ou noutro lugar conveniente. Sobre o altar, fora da celebração, não se devem pôr outras coisas. Ele é a mesa da Ceia do Senhor, e essa mesa merece-nos muito respeito. As flores devem colocar-se fora do altar. O Missal diz: «A ornamentação com flores deve ser sempre sóbria, e em vez de as pôr sobre a mesa do f altar, disponham-se junto dele» (IGMR, n. 305). O acólito deve saber estas coisas para aperfeiçoar o seu gosto e sensibilidade. Muitas pessoas não as sabem, e por isso não as apreciam de maneira correcta. As normas do Missal são uma boa escola. Por isso cada acólito deveria adquirir para si um livro que se chama Instrução Geral do Missal Romano. É desse livro que são tiradas quase todas as coisas que se dizem nestes capítulos. Por isso o citamos tantas vezes.
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6. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Qual a razão de se constr uir o altar afastado da par ede? De que m ateriais pode ele ser feito? Porque se cobre o altar com u m a toalha? Qual a razão de se acenderem velas para a Missa? Como deve ser a cruz principal duma igr eja? Onde devem pôr- se as flores?
7. O Evan geliár io, o Missal, a Paten a e o Cálice Para poder celebrar-se a Eucaristia são precisas outras coisas no altar, para além das que já vimos no N.º 5. Estamos a referir-nos ao Evangeliário, ao Missal, à patena e ao cálice. Vamos, na Lição de hoje, falar delas e vê-las com os nossos olhos, para lhes fixarmos melhor os nomes e as sabermos distinguir umas das outras. Um dia destes diremos mais pormenores sobre elas. Recomenda-se, ao catequista, que fale de cada um destes objectos litúrgicos mostrando-os, e ensinando os candidatos a pegar-lhes e a entregá-los. Quando a Missa começa, o leitor, que traz o «Evangeliário» na procissão de entrada, coloca-o no altar. O Evangeliário, que também se chama «Livro dos Evangelhos», fica no altar até à proclamação do Evangelho. É aí que o presidente o vai buscar e o leva para o ambão. Estamos a falar duma celebração em que não há diácono. Mas quando o diácono está presente, é ele que traz o Evangeliário na procissão de entrada, que o coloca no altar, que o vai buscar e o leva para o ambão, que o incensa e que lê o Evangelho do dia. No fim da Liturgia da Palavra, quando o presidente vai para o altar, o acólito leva para lá o «Missa». Depois vai entregando nas mãos do presidente várias coisas, e todas são colocadas no altar pelo presidente: o corporal, a patena e a píxide com o pão, o cálice e o sanguinho (ou sanguíneo). Também pode ser o acólito a colocar no altar o corporal, o sanguinho e o cálice. Mas é mais bonito que ele entregue tudo nas mãos do presidente. Voltamos a lembrar que, quando está presente o diácono, é a ele que compete preparar o altar com a ajuda dos acólitos. Se no altar houver um microfone, deve ser de pequenas dimensões. É um acólito que o deve colocar no altar, no momento próprio, tendo o cuidado de o desligar antes de lhe pegar, e de voltar a ligá-lo, depois, dado que os seus ruídos são sempre muito desagradáveis.
8. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Quantas coisas são precisas no altar para celebrar a Missa? 2. Quem coloca no altar o Evangeliário trazido na procissão de entrada? 3. Até quando fica o Evangeliário sobre o altar? 4. Quem coloca o Missal no altar? 5. O que é mais bonito: que o acólito coloque as coisas para a Missa no altar ou que as entregue o presidente? 6. Como se faz na paróquia?
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Ca p í t u l o 6 Ou t r a s c o i s a s p a r a a M i ssa
Existem na Igreja, outros objectos necessários para o normal decorrer das celebrações, entre eles podem-se destacar: os livros, o cálice, a patena, a cadeira presidencial, o ambão, etc. Todos eles são necessários, de tal modo que a Instrução Geral ao Missal Romano determina a sua utilização nas celebrações.
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1. O Evan geliár io, o Missal, a Paten a e o Cálice Para poder celebrar-se a Eucaristia são precisas outras coisas no altar, para além das que já vimos no N.º 5. Estamos a referir-nos ao Evangeliário, ao Missal, à patena e ao cálice. Vamos, na Lição de hoje, falar delas e vê-las com os nossos olhos, para lhes fixarmos melhor os nomes e as sabermos distinguir umas das outras. Um dia destes diremos mais pormenores sobre elas. Recomenda-se, ao catequista, que fale de cada um destes objectos litúrgicos mostrando-os, e ensinando os candidatos a pegar-lhes e a entregá-los. Quando a Missa começa, o leitor, que traz o «Evangeliário» na procissão de entrada, coloca-o no altar. O Evangeliário, que também se chama «Livro dos Evangelhos», fica no altar até à proclamação do Evangelho. É aí que o presidente o vai buscar e o leva para o ambão. Estamos a falar duma celebração em que não há diácono. Mas quando o diácono está presente, é ele que traz o Evangeliário na procissão de entrada, que o coloca no altar, que o vai buscar e o leva para o ambão, que o incensa e que lê o Evangelho do dia. No fim da Liturgia da Palavra, quando o presidente vai para o altar, o acólito leva para lá o «Missa». Depois vai entregando nas mãos do presidente várias coisas, e todas são colocadas no altar pelo presidente: o corporal, a patena e a píxide com o pão, o cálice e o sanguinho (ou sanguíneo). Também pode ser o acólito a colocar no altar o corporal, o sanguinho e o cálice. Mas é mais bonito que ele entregue tudo nas mãos do presidente. Voltamos a lembrar que, quando está presente o diácono, é a ele que compete preparar o altar com a ajuda dos acólitos. Se no altar houver um microfone, deve ser de pequenas dimensões. É um acólito que o deve colocar no altar, no momento próprio, tendo o cuidado de o desligar antes de lhe pegar, e de voltar a ligá-lo, depois, dado que os seus ruídos são sempre muito desagradáveis.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Quantas coisas são precisas no altar para celebrar a Missa? 2. Quem coloca no altar o Evangeliário trazido na procissão de entrada? 3. Até quando fica o Evangeliário sobre o altar? 4. Quem coloca o Missal no altar? 5. O que é mais bonito: que o acólito coloque as coisas para a Missa no altar ou que as entregue o presidente? 6. Como se faz na paróquia?
3 . A c a d e i r a p r e s i d e n c i al Outro objecto importante que também se encontra no presbitério, é a cadeira onde se senta aquele que preside à celebração em nome de Jesus, e que dali dirige a oração da assembleia. Talvez algum de vós esteja a pensar assim: «Porquê falar acerca da cadeira presidencial. Terá ela uma importância que justifique tal destaque»? Penso que sim, pois trata-se de um sinal que ajuda a descobrir as funções daquele que preside à assembleia em nome de Cristo e com a sua autoridade, como diz o Missal: «A cadeira do sacerdote celebrante deve significar a sua função de presidente da assembleia e guia da oração» (IGMR, n. 310). Reparem naquelas palavras: deve significar. Quer dizer que tal significação pode não ser notada. Isso acontece quando a cadeira é insignificante, ou quando não está colocada onde lhe pertence. Em primeiro lugar, para ser significativa, a cadeira presidencial deve distinguir-se, pela sua forma e qualidade, de todas as outras que existem na igreja; isto quer dizer que ela deve ser a mais bela e a mais artística. Em segundo lugar, deve ser única; isso não acontece quando, Por exemplo, dos dois lados da cadeira do presidente se encontram outras duas iguais, destinadas a dois acólitos; se as cadeiras do presidente e dos acólitos forem iguais, pode pensar-se que as funções deles também são iguais, o que não é verdade. Em terceiro lugar, a cadeira presidencial deve estar bem situada, o que nem sempre é fácil: «O lugar mais indicado é ao fundo do presbitério, de frente para o povo, 30
a não ser que a arquitectura da igreja ou outra circunstâncias o não permitam» (IGMR, n. 310). Essas circunstâncias são principalmente duas: a distância excessiva que torna difícil a comunicação entre o sacerdote e a assembleia reunida, e a colocação do sacrário no centro, atrás do altar. A melhor maneira de dar àquela cadeira todo o relevo que ela merece, é ver, com os olhos da fé, naquele que nela se senta, o próprio Senhor Jesus Cristo. De facto, o presidente é um sinal. Sinal de Cristo, o único verdadeiro presidente de cada assembleia litúrgica. Esta é também a razão pela qual, na cadeira do presidente, só ele se deve sentar. Quando uma cadeira presidencial é utilizada pela primeira vez na liturgia, pode fazer-se uma oração, na qual se louva Jesus Cristo por Se dignar estar presente nos seus ministros para ensinar, dirigir e santificar os fiéis (Celebração das Bênçãos, n. 885).
4. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Será que valeu a pena dedicar uma lição à cadeira presidencial? Porquê? O que será uma cadeira presidencial significativa? A cadeira presidencial da nossa igreja é a m ais bonita das que lá existem? Onde está ela colocada? Haveria out ro lugar mais indicado para ela? Qual será a m elhor m aneira de dar à cadeira presidencial todo o seu r elevo?
5. O Am bão Outro lugar muito significativo que também se encontra no presbitério é o «ambão». O que é, para que serve, como deve estar iluminado, a que altura deve estar a sua estante? Eis algumas das perguntas a que iremos responder. A palavra «ambão» não é corrente na nossa língua. Não admira. Trata-se de um termo derivado da língua grega, na qual quer dizer «lugar para onde se sobe». Os ambões antigos tinham sempre degraus. O ambão é o lugar da proclamação da Palavra de Deus. A elevação que lhe corresponde facilita a transmissão da palavra e a visibilidade do leitor, que são duas coisas importantes. A maior parte das igrejas não possuem ambão, mas sim uma estante das leituras, o que não é a mesma coisa. O lugar da proclamação das leituras «deve ser um ambão estável e não uma simples estante móvel» (IGMR, n. 309). É do ambão que se proclamam as leituras e o salmo responsorial. Pode também fazerse do ambão a homilia e a oração dos fiéis. Mas não se devem fazer do ambão os comentários e introduções às leituras, nem dirigir daí o canto da assembleia. A dignidade da palavra de Deus é tão grande que merece um lugar que lhe seja reservado. Para realçar a importância do ambão, convém adorná-lo com sobriedade, colocando junto dele algumas flores. Mas não devem ser tantas que desviem para elas a atenção dos fiéis que escutam a palavra de Deus. É que esta Palavra é muito mais importante do que as flores. E tudo o que possa diminuir ou desviar a atenção dos fiéis durante a proclamação da Palavra, presta um mau serviço litúrgico. Para que as leituras sejam bem ouvidas por todos, a igreja deve estar devidamente sonorizada. E para que os leitores possam ver bem o texto dessas leituras, deve haver luz suficiente no ambão. Embora sejam os leitores que devem ter o cuidado de verificar, antes da Missa, se o Leccionário está aberto na página certa, não fica mal aos acólitos lembrar-lhes isso, se eles se esquecerem de o fazer. Quando, na celebração da Missa dominical, o segundo leitor acaba de proclamar a sua leitura, um dos acólitos vai ao ambão, tira o Leccionário e guarda-o, para que o diácono ou o presbítero que vai ler o Evangelho possa colocar o Evangeliário na estante do ambão. Ao inaugurar um novo ambão (mas não uma estante móvel) pode fazer-se uma pequena celebração na qual se pede a Deus que as suas palavras, proclamadas daquele lugar pelos leitores e salmistas, sejam realmente para nós espírito e vida (Celebração das Bênçãos, n. 908). Q u e st õ e s n a o u t r a p á g i n a
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6. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Qual é o significado original da palavra "am bão"? Na nossa igreja h á ambão ou estante das leitur as? Quais são as acções que devem ou podem fazer-se no ambão? E quais são as que não devemfazer-se? Porquê? Que dizer das mu itas flores junto do am bão? Que coisas pode fazer o acólito entre duas leituras?
7 . Os a ss e n t o s p a r a o s m i n i s t r o s No presbitério devem colocar-se apenas os assentos que sejam necessários para os acó1itos ou outros ministros. Se houver assentos a mais, devem ser retirados. Esses assentos devem ser simples e discretos. Diz assim o Missal: «Para os outros ministros disponham-se os assentos de modo a distinguirem-se claramente dos do clero, e donde possam desempenhar facilmente as funções que 1hes estão atribuídas» (IGMR, n. 310). Já tenho visto assentos para os acólitos que pouco ou nada se distinguem com clareza dos do presidente. Umas vezes são duas cadeiras em tudo iguais à presidencial, colocadas à direita e à esquerda desta; outras vezes três assentos, sem encosto, o do meio para o presidente e os dos lados para dois acólitos, o que não está bem. Atenção especial deve merecer a forma como os acólitos estão sentados e como se comportam. Quando um acólito está sentado, não deve estar de qualquer maneira, a olhar para todos os lados, mas atento e sossegado. Se um acólito não estiver tranquilo, toda a gente olha para ele, e muitas pessoas vão ficar também desatentas, sobretudo as crianças. Ora, um acólito, não deve nunca ser responsável pela falta de atenção de ninguém. Se o fosse, de propósito, estaria a prestar um mau serviço à assembleia cristã.
8. A Cred ência A credência é uma pequena mesa lateral ou encostada à parede, situada de um dos lados do presbitério, onde se colocam, até se levarem para o altar, os diversos elementos da celebração: o pão e o vinho, o cálice e a patena, as píxides e a bandeja, o corporal, o sanguinho e a pala, as galhetas e o que for necessário para lavar as mãos. Nenhuma destas coisas se coloca no altar no princípio da Missa, mas só no momento próprio. Terminada a Comunhão, se os vasos são purificados no altar, o ministro leva-os para a credência. No caso de serem vários, podem levar-se para a credência, colocando-os sobre o corporal e cobrindo-os devidamente. Nesse caso serão purificados imediatamente depois da Missa (cf. IGMR, n. 163). A preparação do cálice também pode ser feita na credência, pelo diácono ou pelo sacerdote, antes da Missa ou no momento da preparação dos dons, misturando ali o vinho e a água, embora esta preparação seja mais expressiva quando se faz no altar, à vista do povo (cf. IGMR, n. 178). Os acólitos não podem fazer esta preparação do cálice.
9. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Quantos assentos devem ser colocados no presbitério? Como devem eles ser e onde devem estar colocados? Como deve comport ar- se um acólito quando está sentado? O que é e para que serve a credência? Já sabes os nomes das coisas que se colocam na credên cia? Também sabes para que serve cada uma delas? Vamos aprender?
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Ca p í t u l o 7 Um Acó l i t o q u e am av a m u i t o a Eu c a r i s t i a
Neste pequeno capítulo, vamos conhecer São Tarcísio, o patrono de todos os Acólitos. Foi há muito séculos que viveu, este nosso amigo Tarcísio, mas o seu testemunho continua vivo na Igreja…vamos conhecer a sua história. Em Lisboa, Santo António, é padroeiro dos Acólitos do Patriarcado.
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1 . U m A c ó l i t o q u e a m a v a m u i t o a Eu c a r i st i a Hoje vamos conhecer a história de um acólito. Já ireis perceber porquê. O seu herói chama-se Tarcísio, que viveu durante o século III (200 D.C). Está sepultado num cemitério de Roma, cidade onde vivia com a família. Sobre o seu túmulo foi escrita esta inscrição, em latim: «Quando a multidão enlouquecida queria obrigar Tarcísio a expor aos olhares profanos os sacramentos de Cristo, que levava consigo, ele, para não entregar o pão consagrado a gente cheia de ódio, preferiu perder a vida, morrendo apedrejado.» Naquele tempo Roma era ainda, na sua quase totalidade, uma cidade pagã. Decorriam as perseguições do imperador Valeriano. A população acreditava em muitos falsos deuses, mas não conhecia nem adorava o Deus verdadeiro. Tarcísio era um jovem que vivia na cidade. Mas tivera a sorte, ao contrário de outros, de nascer numa família que se convertera à fé cristã. Os pais mandaram-no baptizar e foram os seus catequistas. Ele cresceu e foi escolhido para acólito. Nesse tempo ainda não havia igrejas. A Missa celebrava-se nas casas de alguns cristãos. Era aí, ora numa casa ora noutra, que Tarcísio, com cerca de 12 anos, realizava o seu serviço de acólito, sempre com muita alegria, e comungava o Corpo e o Sangue de Jesus, juntamente com todos os outros cristãos. Terminada a celebração, continuava ainda a servir, levando a Eucaristia a uma cadeia da cidade, a pedido do Papa Sisto II, onde estavam alguns fiéis que tinham sido presos quando celebravam a Eucaristia, coisa que era proibida pelas leis romanas daquele tempo. Um dia, quando se dirigia para lá, alguns pagãos quiseram que ele lhes mostrasse o que levava escondido. Tarcísio, em vez de fazer o que eles queriam, comungou rapidamente o pão consagrado, para que não lho tirassem e calcassem aos pés. Ao verem isso, aqueles homens pegaram em pedras e mataram-no. É um mártir da Eucaristia. A força e a coragem de que deu provas, tinha-as recebido da celebração, à qual nunca faltava, e da Comunhão. Ele é o modelo de todos os acólitos e o seu padroeiro em todo o mundo. Ainda hoje Jesus continua a dizer a cada acólito, pela voz da sua Igreja, o mesmo que recomendava então a Tarcísio, e que se resume em quatro coisas: que procure conhecer que diz respeito à liturgia; que não se limite a fazer as coisas só exteriormente, ainda que as faça bem, mas procure compreender o seu significado íntimo e espiritual; que se ofereça, cada dia, totalmente a Deus; e que seja um exemplo, pela sua atitude séria e respeitosa, de atenção pelos mais fracos e doentes da comunidade (cf. Documento sobre a instituição dos acólitos, n. VI). Rezemos sempre, esta pequena oração a São Tarcísio: São Tarcísio, m ártir da Eucaristia, int ercede junt o de Deus, para que todos os acólitos, demonstrem sempre um imenso amor e um infinito respeito pelo Santíssimo Sacramento, onde está o nosso amigo Jesus, com seu Corpo, seu Sangue, sua alma e sua divinidade.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Quem era este rapaz mais ou m enos da tua idade? 2. Sabes o que diz a inscrição do seu túmulo? 3. Que fazia ele quando terminava o seu serviço de acólito? 4. Que foi que lhe aconteceu um dia, a caminho da cadeia? 5. A Missa do Domingo e a comun hão eram im portant es para ele? 6.São Tarcísio, já é o teu ideal de vida?
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Ca p í t u l o 8 Pr e p a r a n d o a M i ssa 1
Quando temos um teste temos de nos preparar para ele, um cristão e para mais Acólito, deve preparar a Missa, tanto interiormente como exteriormente. Neste capítulo vamos ver o que devemos fazer, para a nossa preparação interior e exterior. Nunca nos esqueçamos de São João Baptista, ele preparou o caminho do Senhor. 35
1. O Acólito vai para a igrej a Desde o princípio que os cristãos afirmam não poderem nem saberem viver sem o Domingo e a sua reunião. E igualmente desde o princípio e durante muitos séculos, foi a presença assídua dos fiéis à Eucaristia do Domingo que permitiu à Igreja avaliar a fidelidade dos cristãos a Jesus Cristo. O acólito é um cristão, cuja idade pode ir dos poucos aos muitos anos. Por ser cristão, é importante ir à igreja e participar na Eucaristia no dia do Senhor. Mas há outros motivos que se acrescentam a este. Ele tem um compromisso com o Pároco e com os outros acólitos. Ele sabe que, quando falta à Missa, está a fazer duas coisas más: a falhar a um compromisso e a dar um mau exemplo aos companheiros. Por isso é fiel. Para ele faltar a esta reunião são precisas razões muito graves. A primeira coisa com que o acólito se deve preocupar, todos os Domingos, ao prepararse para a Missa, é em terminar o pequeno almoço cerca de um quarto de hora antes de sair de casa, porque «quem vai receber a santíssima Eucaristia deve abster-se, pelo espaço de ao menos uma hora..., de qualquer comida ou bebida, excepto água ou remédios» (Lei do jejum eucarístico). Além isso, o acólito que vai receber o Corpo de Cristo precisa de estar na graça de Deus. No caso de ter necessidade de se confessar ao senhor Padre, deve sair de casa a tempo de o poder fazer, se não teve oportunidade de lho pedir no sábado à tarde ou durante a semana. Ao dirigir-se para a igreja, o acólito deve ir muito bem vestido e limpo, desde o cabelo até aos sapatos, sem esquecer as mãos e as unhas. E durante o caminho não deve pegar em nada sujo, nem escrever nas mãos com a esferográfica. Todos estes pormenores são importantes, porque ele vai ser visto por todos e, acima de tudo, porque vai pegar no Missal, na patena, no cálice, no corporal e nos outros objectos sagrados. Sozinho ou acompanhado, ele caminha com educação e alegria, mas sem vaidade. Não vai para se mostrar, nem para que olhem para ele, nem para que vejam o seu fato novo. Vai porque é cristão e tem necessidade de louvar o Senhor, de ouvir a sua Palavra, de comungar o Corpo de Jesus. Cumprimenta quem encontra e ajuda alguma pessoa idosa que precise dele. Não faz pouco de ninguém, não chama nomes aos companheiros, não atira pedras aos animais nem lhes faz mal. Tudo isso, aliás, é indigno de um ser humano, grande ou pequeno.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Por quanto tempo se deve estar em jejum antes de comungar? Deverá alguém ir à comun hão se não está na graça de Deus? Como deve fazer o acólito que precise de se confessar? Porque é que o acólito deve ter cuidado com o modo de vestir e o asseio pessoal? Qual deve ser o compor tam ento do acólito ao ir para a igreja? Por que vai ele à Missa, todos os Domingos?
3. O Acólito vai para a igrej a Ao chegar à porta da igreja, o acólito cumprimenta os companheiros e as pessoas que ali estiverem. É bom estar ali um bocadinho, em grupo, contando ou ouvindo alguma novidade. Mas não se deve falar tão alto que se incomodem as pessoas que já estão dentro da igreja. Ao entrar na igreja, o acólito deve começar por ver se há algum cartaz ou notícia nova no guarda-vento ou no expositor, e também se lhe está atribuído algum serviço nesse dia. Por fim, o acólito dirige-se para os primeiros bancos da igreja. É aí o seu lugar, não nos bancos de trás. Porquê? Porque pode ser necessário chamá-lo para algum serviço durante a celebração. Se estiver à frente, isso torna-se mais fácil; se tiver ficado nos bancos de trás, é mais difícil. Além disso é bonito ver os mais novos uns ao pé dos outros, à frente das pessoas mais velhas. Aliás, como os mais novos são também mais pequenos de estatura, quanto mais atrás ficarem, mais dificuldade terão em ver o que se passa lá à frente. Participa, canta e escuta com atenção. Senta-se, levanta-se e ajoelha-se quando os outros o fazem. Não brinca, não faz barulho, não distrai os companheiros. Olha com 36
atenção para aqueles que já são acólitos mais experientes, e aprende, com eles, a Fazer as coisas cada vez melhor, mas também deve ele próprio procurar saber cada vez mais, através dos livros litúrgicos e outros. Mas, acima de tudo, o acólito pede a Jesus, nas suas orações, que ensine a viver em intimidade com Ele. A intimidade com Jesus é o mais importante de tudo para o acólito e para qualquer fiel, em casa, na rua, na escola, na igreja e durante a Missa. Quem cultiva esta intimidade nunca está só. Sente-se acompanhado e seguro. Deus disse a Abraão: «Eu sou o Deus supremo. Anda na minha presença e sê perfeito» (Gen 17, 1). Jesus, o Filho de Deus, diz a cada acólito o que o Pai disse a Abraão: «Anda na minha presença e sê perfeito». Diz-lhe e ajuda-o a conseguir essa amizade com Ele. Mas Deus nunca força ninguém. Dirige convites e deixa que cada um responda em liberdade. Há uma palavra no Evangelho na qual Jesus diz isso mesmo. Vou transcrevêla. Podes copiá-la e pô-la no teu quarto: «Eu estou à porta e chamo: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo» (Ap 3, 20). A Missa é a Ceia de Jesus, com quem Lhe abre a porta.
4. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5.
Deverá o acólito entrar na igreja logo que chega à porta? Porquê? Qual é a prim eira coisa que ele deve fazer ao entrar na igreja? Quais são os vários serviços de que um acólito pode ser encarregado? Para que bancos se deve dirigir o acólito e porquê? Como poderá o acólito aprender a ser sempre m elhor acólito?
5. O Acólit o saúda Jesus Que faz o acólito ao chegar ao seu lugar nos bancos da frente? Ajoelha e saúda Jesus, presente na Eucaristia guardada no sacrário. A nossa primeira palavra deve ser sempre para Ele. Como se saúda Jesus? Primeiro ajoelhando, a seguir inclinando a cabeça, depois fazendo sobre si próprio o sinal da cruz e, por fim, ficando uns momentos em adoração. Expliquemos cada um destes gestos. Como se ajoelha? Com os dois joelhos e conservando o corpo bem direito. Há pessoas que, depois de ajoelhar, se sentam nos calcanhares, o que é muito feio. Porque se inclina a cabeça? Porque essa é uma forma de saudar Jesus, com um gesto de humildade e respeito, que é o significado da inclinação da cabeça. Como se faz o sinal da cruz? Faz-se com a mão direita aberta e os dedos juntos, indo com a mão da testa ao peito e do ombro esquerdo ao direito, ao mesmo tempo que se diz: «Em nome do Pai, 40 Filho e do Espírito Santo». Que diz o acólito durante os breves momentos de adoração? Pode dizer, por exemplo: «Jesus, hoje é Domingo, o dia da tua Ressurreição, e eu estou aqui nesta igreja para celebrar a tua Ceia. Faz-me bom cristão, bom paroquiano e bom acólito». Tudo isto deve ser feito com muita dignidade e sem pressa, pensando n' Aquele que estamos a saudar. Depois de rezar durante alguns momentos o acólito, se nesse dia for ele a acolitar, vai para a sacristia e veste a sua túnica, sempre mantendo o silêncio. Há pessoas que não são capazes de estar uns momentos em silêncio. Não sabem apreciá-lo. O silêncio mete-lhes medo. Mal entram em casa, têm de ligar imediatamente a televisão. Porque será? É que o silêncio é insuportável para o homem e a mulher que vivem dominados pelas coisas «exteriores». Mas é indispensável para quem procura Deus. Todo o acólito deve fazer a experiência de falar com Jesus em silêncio e de O ouvir a responder-lhe em silêncio também. Jesus ouve a oração da fé expressa por palavras, como às do leproso que gritou em voz alta: «Se quiseres, podes curar-me» (Mc 1,40), como ouviu a oração feita em silêncio, só com as lágrimas e o perfume da pecadora: «Colocando-se por detrás dele e chorando, começou a banhar-lhe os pés com lágrimas; enxugava-os com os cabelos e beijava-os, ungindo-os com perfume...» (Lc 7, 38).
6. Questões para r espond er ( T.P.C.) 1. Que faz o acólito quando chega ao seu lugar na igreja? 2. Com que gestos saúda Jesus presente no sacrário? 37
3. 4. 5. 6.
Vam os aprender a fazê-los bem O que significa ajoelhar inclinar a cabeça e o sinal da cruz? Depois de rezar que deve fazer o acólito que não vai acolitar? Gostaste do que a lição diz sobre o silêncio?
7. A Alva e a Túnica Diz o Missal: «A veste sagrada comum a todos os ministros ordenados e instituídos, seja qual for o seu grau, é a alva» (IGMR, n. 336); «Alva» quer dizer veste branca; Deriva da veste antiga com o mesmo nome, que era branca e descia até aos pés. Toda a gente a usava na vida diária, tal como acontece ainda hoje entre os muçulmanos. A partir de certa época deixou de se usar na vida corrente, mas permaneceu na liturgia. É a veste litúrgica dos Bispos, presbíteros, diáconos, leitores e acólitos instituídos. Diz também o Missal: «Os acólitos, leitores e outros ministros leigos podem vestir a alva ou outra veste legitimamente aprovada» (IGMR, n. 339). Isto quer dizer que os acólitos não instituídos tanto podem usar alva, como outra veste aprovada, como apenas a sua própria roupa. A «túnica» é uma das vestes aprovadas. É também uma veste branca, mas mais ajustada ao corpo do que alva. Há terras onde a veste aprovada é outra. Já tenho visto acólitos com túnicas de outras cores. Antigamente, os «meninos de coro» usavam túnicas vermelhas, como era o caso da Congregação dos Meninos de coro de Santo António, na Basílica dos Mártires (Lisboa). O acólito não veste a túnica logo a primeira vez que exerce este serviço. E bom, primeiro, que faça um Curso de preparação para Acólito, de modo, a que aprenda, pouco a pouco, a fazer as coisas que compete ao Acólito. Quando o responsável dos acólitos entender que os candidatos estão preparados para acolitar bem, informa o pároco e num dia marcado, ocorre a Nomeação de Acólitos ou Investiduras. A Alva ou túnica, que será cingida à cintura por um cíngulo ou cordão, também branco. A Alva deve estar sempre muito bem lavada e passada a ferro. As alvas dos acólitos também podem pertencer à paróquia. Nesse caso, deverão ser de tamanhos diferentes, para se adaptarem facilmente à altura de cada acólito. A cor branca da Alva recorda ao acólito que ele é baptizado , e que, por isso, deve viver na graça de Deus, ser puro de coração e servir o Senhor com alegria, dignidade e generosidade. A primeira vez que, na igreja, nos vestiram uma veste branca, foi no Baptismo. Por isso é que a cor principal da liturgia é o branco.
8. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Como se chama a veste branca dos ministros ordenados? Que significa esse nome? 2. E como se chama a veste branca dos acólitos? Que diferença há entre a alva e a túnica? 3. Quando é que o acólito usa pela primeira vez a sua Alva? Antes disso que tem ele de aprender? 4. Quando lhe é entregue a Alva e quando? 5. Além da Alva, que outra coisa lhe é entregue? 6. O que é que a cor branca da Alva recorda ao acólito?
9 . A p r e n d e r a v e s t i r a A l v a e a a t a r o C ín g u l o O acólito deve aprender a vestir a Alva e a atar o cíngulo. As Alvas de todos os acólitos devem ir sempre bem arranjadas. Não se devem vestir nem usar de qualquer maneira, porque isso torna-se muito feio. Quando todas as túnicas vão bem arranjadas, a imagem que os acólitos dão é muito bonita. Quando, pelo contrário, levam as túnicas mal arranjadas, é muito feio. Cada acólito deve ajudar os outros, principalmente os mais pequenos, a compor a sua túnica, e pedir a um mais velho que lhe componha a sua. Todos se devem sentir solidários dos outros neste ponto. A Alva só se pode arranjar bem depois de apertar o cíngulo. Ora, o cíngulo aperta-se com um nó especial. Todo o acólito deve aprender a fazê-lo com rapidez e bem. Este capítulo é para isso mesmo; depois de aprender é preciso praticar várias vezes. Se o acólito estiver à sua frente, para ver como se faz o nó, o catequista deve realizar os 38
gestos e movimentos ao contrário, como ao ensinar uma criança a fazer o sinal da cruz. Mas também pode ensinar coloca-se ele atrás do acólito e guiando-lhe as mãos e os dedos. O acólito nunca deve chegar atrasado nem à igreja nem à sacristia. Isso é falta de educação e impede que a Missa comece à hora marcada. Quando o senhor Padre chega à sacristia, o acólito já deve ter a sua túnica vestida, a fim de poder ajudá-lo a tomar as suas vestes próprias e a arranjá-las. Quando o senhor Padre chega, o acólito cumprimenta-o e, depois de ele vestir a alva, dá-lhe o cíngulo e ajuda-o a arranjar a alva, para ficar à mesma altura, tanto adiante como atrás. O acólito deve aprender a entregar o cíngulo. Há uma só forma de o fazer: o acólito coloca-se por detrás do senhor Padre, dobra o cíngulo e entrega-lho nas duas mãos, com as pontas voltadas para a direita. Explicado parece difícil. Mas depois de praticado toma-se fácil. O lema do acólito resume-se em três palavras, e todas começam por um «A»: AMIGO, ASSEADO, ATENTO. O acólito é amigo de todos mas particularmente do seu pároco, é asseado desde a ponta dos cabelos ao bico dos pés, e está sempre atento ao que é preciso fazer. E é PONTUAL.
1 0 . Q u e st õ e s p a r a r e s p o n d e r ( T .P .C. ) 1. O que devem os acólitos aprender quanto à Alva e ao cíngulo? 2. Cada acólito deverá preocupar-se apenas consigo? 3. O que é arranjar a Alva? Já sabes fazer o nó do cíngulo? 4. O acólito veste a Alva antes ou depois do senhor Padre chegar? 5. Qual é o lema do acólito?
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Ca p í t u l o 9 Ge st o s e a t i t u d e s n a Liturgia
Na Missa e demais celebrações litúrgicas, utilizamos variados gestos e atitudes. É precisamente esses gestos e atitudes que neste capítulo, são tratados de uma maneira mais profunda…claro que a compenente prática neste caso é indispensável. 41
1. O Sinal da Cru z No Baptismo das crianças o sacerdote, dirigindo-se elas, diz-lhes: « N. e N.: É com muita alegria que a comunidade cristã vos recebe. Em seu nome, eu vos assinalo com o sinal da cruz, e, depois de mim, os vossos pais e padrinhos vão também assinalar-vos com o mesmo sinal de Cristo Salvador» (Celebração do Baptismo). E todos lhes fazem o sinal da cruz na fronte. Porquê? Porque o sinal da cruz recorda o Mistério Pascal de Cristo, que tem no centro a cruz onde Ele deu a vida por nós. Na Confirmação, o Bispo humedece o polegar da mão direita no Crisma, traça o sinal da cruz na fronte do confirmando, e diz: « N., recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o dom de Deus» (Celebração da Confirmação). No sacramento da Penitência, o sacerdote faz sobre nós o sinal da cruz, acompanhado destas palavras: «Eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo» (Celebração da Penitência). E o mesmo acontece nos outros sacramentos. O sinal da cruz está presente em todos eles. Todas as celebrações litúrgicas começam pelo sinal da cruz e pelas palavras: «Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo»; nalgumas delas o presidente faz, por vezes, o sinal da cruz sobre as pessoas e as coisas; e quase todas terminam pelo sinal da cruz, em forma de bênção: «Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho, e Espírito Santo»; e enquanto aquele que preside diz estas palavras, traça, com a mão direita, uma cruz sobre toda a assembleia, e cada um dos fiéis faz sobre si próprio o sinal da cruz. Não é só na liturgia que isto acontece. Ao deitar-se e ao levantar-se o cristão faz o sinal da cruz. Como o faz? Colocando a mão esquerda, se está livre, sobre o peito, traça sobre si mesmo uma cruz, com a mão direita aberta, da testa ao peito e do ombro esquerdo ao direito, dizendo: «Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amen. Quando se pode dispor de água benta, começamos por molhar a ponta dos dedos da mão direita na água, e depois benzemo-nos. A água benta recorda-nos a graça do Baptismo. Nos desafios de futebol transmitidos pela televisão, com frequência vemos os jogadores, ao entrarem no campo, a fazer um sinal da cruz..., mas muito mal feito. E não são só eles. Há cristãos que até na igreja fazem o mesmo. Não se pode chamar àquilo o sinal da cruz. Quando muito, será a sua caricatura. Quando te benzeres, não faças assim. O Senhor, que por ti morreu na cruz, merece mais do que isso. Benze-te sempre devagar e com muita dignidade, pensando em Jesus, teu Salvador e Mestre.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Em qu e mom entos da litur gia se faz o sinal da cruz? E quando é que o podemos fazer fora da litu rgia? O sinal da cruz é símbolo de quê? Como fazes sobre ti o sinal da cruz com água benta? Conheces alguns exemplos de sinal da cruz mal feito? Vam os todos reaprender a fazer o sinal da cruz.
3 . Es t a r d e p é e c a m i n h a r n a L i t u r g i a 1 . E s t a r d e p é é a atitude mais própria do homem, e também é sinal da sua dignidade. É de pé que manifestamos o nosso respeito por uma pessoa importante; é pondo-nos de pé que mostramos a alguém a nossa disponibilidade; é de pé que fazemos um juramento; é de pé que um réu escuta a sentença do juiz; é de pé que os sacerdotes suplicam a Deus em nome do povo. Foi também essa a atitude de oração dos judeus e dos cristãos dos primeiros séculos. Depois houve um grande espaço de tempo em que os cristãos gostaram mais de orar de joelhos. Mas, nos nossos dias, voltaram a descobrir a importância do estar de pé. Por isso, e para falarmos só da Missa, é de pé que recebemos o presidente e os ministros no princípio da celebração; pomo-nos de pé para cantar o Aleluia que precede o Evangelho, para escutar o Evangelho, por ser a palavra de Cristo, para a recitação do Símbolo da nossa fé e para a Oração dos fiéis, na qual oramos por todos os homens; é de pé que o sacerdote ora a Deus em nome da comunidade, e que os fiéis o escutam; é ainda de pé que estamos desde o convite «Orai, irmãos» até ao fim da Missa, excepto nos momentos que indicaremos quando falarmos do estar de joelhos (cf. IGMR, n. 43). 42
2. O a c t o d e c a m i n h a r é indispensável para fazer a maior parte das acções na liturgia. Assim acontece nas procissões do sacerdote ao dirigir-se para o altar com os ministros; do diácono, antes da proclamação do Evangelho, ao levar o Evangeliário para o ambão; dos fiéis ao levarem os dons e ao aproximarem-se da Comunhão (IGMR, n. 44). As deslocações dos acólitos são várias: quando vão na procissão de "entrada com o presidente; quando apresentam o Missal ou o turíbulo; quando vão na procissão do Evangeliário; quando preparam o altar; quando vão buscar ou entregar alguma coisa que lhes pediram; quando seguram a bandeja durante a Comunhão; quando, depois de terminada a Missa, regressam à sacristia. O acólito deve ser ensinado a caminhar bem, na liturgia. Mas deve também aprender a caminhar na presença de Deus. Quando caminha na procissão de entrada, quando vai buscar o Missal e o leva ao presidente, quando acompanha a procissão do Evangelho, quando leva os dons ao altar, quando caminha ao lado do presidente segurando a bandeja na comunhão, ou quando regressa à sacristia, o acólito deve fazê-lo sempre na presença do Senhor, como diz o refrão dum Salmo: «Caminharei na terra dos vivos na presença do Senhor».
4. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. I ndica algum as coisas que os homens fazem sem pre de pé. 2. Em qu e m oment os da Missa é que estamos todos de pé? 3. Qual a razão de estarm os de pé em cada um desses mom entos? (Tens de pensar por ti, porque a lição não o explica). 4. Quem cam inha m ais na litur gia: os fiéis ou os ministros? Porquê? 5. Diz quais são os vários moment os em que o acólito caminha, n a liturgia? 6. Há dois modos de caminhar n a liturgia. Quais são?
5 . Es t a r s e n t a d o s e d e j o e l h o s As atitudes que tomamos ao escutar alguém que fala, ao dizer uma oração ou ao realizar um acto simbólico não são indiferentes. Estar de pé ou sentados diante de alguém, rezar de joelhos ou de braços abertos, receber uma prenda com ambas as mãos ou só com uma, não é a mesma coisa. O corpo também fala, tanto na vida social como na liturgia. As atitudes corporais, por um lado exprimem a fé de cada pessoa, e por outro alimentam e favorecem essa mesma atitude. 1 . Uma das posições corporais mais repetidas na celebração litúrgica é e s t a r s e n t a d o s . Nesta atitude, além de descansar, prestamos mais atenção ao que ouvimos (as leituras e a homilia), meditamos melhor nas maravilhas de Deus (salmo responsorial), contemplamos melhor alguns gestos que de si já são belos (preparação do altar e apresentação dos dons), e entramos em conversação mais íntima com o Senhor (depois de recebermos a Comunhão). Por isso é que os fiéis se sentam durante as leituras que precedem o Evangelho, durante a proclamação ou o canto do salmo responsorial, durante a homilia, durante a preparação do altar e, se for oportuno, durante o silêncio sagrado depois da Comunhão (IGMR, n. 43). Mas é bom lembrar aos acólitos que, embora a assembleia esteja sentada durante a preparação do altar, eles estão de pé e a servir. Na liturgia, nem todos estão sempre na mesma atitude ou posição corporal. 2 . O r a r d e j o e l h o s é a atitude mais espontânea de adoração e de súplica humilde. Quando alguém está aflito e se dirige com fé ao Senhor ou à Virgem Maria, não reza de pé, mas de joelhos. Foi assim que Jesus orou ao Pai durante a agonia no Jardim das Oliveiras: «Pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo: "Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice..."» (Lc 22, 41-42). Nos primeiros séculos só se rezava de joelhos nos dias penitenciais. Mas nunca nos Domingos e durante os cinquenta dias do Tempo Pascal. Mais tarde, a partir do século X, a atitude de joelhos passou a ser a mais comum, na Missa, desde o fim da aclamação «Santo, Santo, Santo», até ao fim da Missa, e também no momento da Comunhão. Agora, o Missal diz: «Os fiéis estão de joelhos durante a consagração, excepto se razões de saúde, a estreiteza do lugar, o grande número dos presentes ou outros motivos razoáveis a isso obstarem. Aqueles, porém, que não estão de joelhos durante a 43
consagração, fazem uma: inclinação profunda enquanto o sacerdote genuflecte após a consagração» (IGMR, n. 43).
6. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Qual é a melhor posição corporal para escutar ? 2. Em que momentos da Missa é que os fiéis estão sentados? 3. Porque é que a assembleia e os acólitos não se sentam ao mesmo tempo durante a preparação do altar? 4. Como rezou Jesus no Jardim das Oliveiras? 5. E os cristãos ao longo dos vários séculos? 6. Vamos aprender a f azer u ma inclinação profunda do corpo.
7 . Ge n u f l e c t i r e Pr o s t r a r - s e 1 . G e n u f l e c t i r é dobrar o joelho direito até ao solo e voltar a erguer-se, em seguida ou passados brevíssimos instantes. O corpo deve manter-se direito. Genuflectir significa adorar. Por isso não se deve genuflectir diante das imagens dos Santos, porque os Santos não se adoram; apenas se veneram. Mas podemos estar de joelhos. Ao acto de genuflectir também se chama genuflexão. Fora da celebração da Missa, genuflectimos ao Senhor tanto quando está exposto como quando está reservado no sacrário. Também fazemos genuflexão à santa cruz desde a adoração de Sexta-Feira Santa até ao início da Vigília pascal. Nos dias da Anunciação e do Natal, genuflectimos quando, ao Credo, dizemos as palavras «e encarnou pelo Espírito Santo». Nos outros tempos e festas faz-se apenas uma inclinação de cabeça. Na Missa, o sacerdote faz três genuflexões: depois de mostrar a hóstia, depois de mostrar o cálice e antes da Comunhão. Se o sacrário com o Santíssimo Sacramento estiver no espaço do presbitério, o sacerdote e todos os ministros genuflectem no princípio e no fim da celebração. Os acólitos que levam a cruz ou os círios, em vez de genuflectirem fazem uma inclinação de cabeça (cf. IGMR, n. 274). 2 . P r o s t r a r - s e é estender-se por terra e permanecer assim durante algum tempo. A prostração é um dos gestos mais impressionantes da liturgia. Como acontece poucas vezes, chama sempre muito a atenção. Na Sexta-Feira Santa, o sacerdote que preside à celebração, entra em silêncio e, enquanto a assembleia se ajoelha, ele prostra-se por terra, se puder fazê-lo. Nas ordenações, os que vão ser ordenados diáconos, presbíteros e Bispos prostram-se no solo, enquanto a assembleia canta as ladainhas dos Santos, orando sobre eles. Na bênção do abade e da abadessa e na profissão solene de alguns religiosos e religiosas também se faz a prostração. 3 . A u n i f o r m i d a d e d o s g e s t o s c o r p o r a i s n a l i t u r g i a é sinal de unidade. Para se conseguir essa unidade, é preciso que os fiéis obedeçam às indicações que, no decurso da celebração, lhes forem dadas pelo diácono, pelo ministro leigo ou pelo sacerdote, de acordo com o que está estabelecido nos livros litúrgicos (cf. IGMR, n. 42-43). Porém, a própria liturgia prevê que possa haver uma certa diversidade de gestos por parte dos fiéis, sem que isso se oponha à unidade. É o que acontece quando há dois gestos possíveis para a mesma acção (comungar na boca ou na mão), ou quando alguém fica de pé por não poder ajoelhar à consagração.
8. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
O que é a genuflexão? Que significa? Fazer exercícios de genuflexão e corrigir os defeitos. Quando é que o acólito genuflecte na Missa e fora dela? O que é a prostração? Já viste fazê-la alguma vez? Quais são as celebrações onde há prostração? O que é preciso para a unidade dos gestos e atitudes?
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Ca p í t u l o 1 0 Pr e p a r a n d o a M i ssa 2
Neste capítulo, vamos conhecer alguns nomes dados aos acólitos, com diversas funções e conhecer alguns objectos, porque: “Os que servem ao altar (Acólitos), os leitores, comentadores e elementos do grupo coral, desempenham também um autêntico ministério litúrgico. (…) É, pois, necessário imbuí-los de espírito litúrgico, cada um a seu modo e formálos para executarem perfeita e ordenadamente a parte que lhes compete.” (SC 29) 45
1 . P r e p a r a r a s c o i sa s n o p r e s b i t é r i o Em cada celebração deve haver um acólito responsável pelos ou- tros e pela coordenação de tudo o que a todos diz respeito. Vamos chamar-lhe prim eiro dos acólitos , também conhecido por cerimoniário. Há também os acólitos designados para cada um dos serviços: acólito do turíbulo ou turiferário, acólito da cruz, acólitos dos círios ou ceroferários, e outros acólitos designados para outros serviços (por exemplo, o acólito do livro, os acólitos que colocam no altar o corporal, o sanguinho, o cálice e o Missal ou que os apresentam ao presidente, os que ajudam o presidente a receber os dons do povo, os que lhe entregam a patena ou o vaso com o pão, o vinho e a água, os que lhe apresentam as lavandas, e aqueles que hão-de acompanhar os ministros durante a distribuição da comunhão, segurando a bandeja). Entre todos estes tem função especial o acólito do livro, ou seja, o acólito que apresenta, ao presidente da celebração, o Missal e a Oração dos fiéis. Este acólito deve ter o cuidado de pôr o Missal no seu lugar, devidamente marcado, e de ver qual é a fita que indica as orações do dia, para não as confundir ào apresentar o livro ao presidente. Se o sacristão já tiver posto o Missal no seu lugar, nem por isso o acólito deve deixar de ir verificar onde o deve abrir. Embora a preparação dos outros livros litúrgicos da Missa pertença aos leitores e ao salmista, o primeiro dos acólitos deve verificar se todos eles (Leccionário, Oração dos fiéis e Livro dos Salmos) estão nos respectivos lugares e devidamente marcados. O primeiro dos acólitos deve verificar também se, na credência (ou no fundo da igreja, sobre uma mesa, quando houver procissão com os dons) estão: o cálice, o corporal, o sanguinho e, se for preciso, a pala; a patena e a píxide, se esta for necessária; o pão para a Comunhão do sacerdote, dos ministros e do povo; as galhetas com vinho e água; a caldeirinha com água e o hissope ou um ramo, quando se fizer a aspersão; a bandeja ou bandejas para a Comunhão dos fiéis; e o que é preciso para o sacerdote lavar as mãos (Jarra com água, bacia e toalha ou manustérgio). O cálice pode estar coberto com o véu da cor do dia ou branco. Para que os acólitos aprendam a fazer bem os diversos serviços litúrgicos que lhes dizem respeito, devem-nos realizar rotativamente. Para isso é bom que, na igreja, haja um quadro com os nomes e as funções de cada um em cada domingo e, se for caso disso, também durante a semana.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Quem é o prim eiro dos acólitos (cerimoniário) e quais as suas funções? 2. Qual é o outro nome do acólito do turíbulo? Que faz ele? 3. Que outro nome têm os acólitos dos círios? Que fazem eles? 4. Para que outros serviços se podem designar acólitos? 5. Que cuidados deve ter o acólito do livro r elativament e ao Missal? 6. Como proceder para que todos os acólitos aprendam a fazer bem tudo o que lhes compete?
3 . A s c o i sa s a p r e p a r a r n a S a cr i s t i a Vamos falar de quem prepara e como se prepara na sacristia aquilo que é preciso para a celebração da Missa. Primeiro falamos de quem prepara. Regra geral, em todas as igrejas há um sacristão ou outra pessoa responsável pela própria igreja e pela sacristia. São muitas as coisas de que o sacristão ou essa outra pessoa se encarrega: mantém em ordem a sacristia, o presbitério e a igreja; abre e fecha as portas nos momentos devidos; ocupa-se dos toques dos sinos; vela pela limpeza e bom estado dos livros, utensílios e vasos sagrados; prepara tudo o que é preciso para cada celebração: livros, vestes, iluminação, aparelhagem sonora, pão e vinho da Eucaristia; faz ou manda fazer, no momento próprio, a recolha das ofertas dos fiéis e tem preparados os cestos ou bolsas para essa recolha; vê se tudo, no presbitério, está devidamente arranjado: altar, ambão, cadeira presidencial, assentos para os ministros. É natural que, tendo tantas coisas a seu cargo, o sacristão ou a pessoa que o substitui peça a colaboração de outras pessoas, principalmente nos momentos de mais azáfama. 46
Mas também pode acontecer que o arranjo de tudo o que é preciso para a celebração da Missa, em cada domingo e dia festivo, seja entregue ao grupo de acólitos da Paróquia. Neste caso terá sempre de haver um mais experiente e mais responsável que assuma tal encargo e o leve por diante com o empenho de todos os outros. Falamos agora das coisas que se preparam na sacristia, antes da Missa. Começamos pelas vestes do presidente. Quando elas se dispõem sobre o arcaz ou sobre uma mesa, estende-se primeiro a casula, a seguir a estola, sobre a estola o cíngulo, sobre o cíngulo a alva, e por cima da alva, se for preciso, o amito. Quer dizer: as vestes dispõem-se na ordem inversa daquela em que serão vestidas. Mas também podem tornar-se directamente do guarda-roupa ou das gavetas do arcaz. Nesse caso, os acólitos vão-nas dando, uma após outra, ao sacerdote, a começar pela alva e a terminar pela casula. Além das vestes preparam-se também as coisas necessárias para a procissão entrada. Enumeramo-las pela ordem em que depois serão levadas na procissão: o turíbulo com brasas acesas e a naveta com incenso; a cruz, os castiçais com velas acesas e o Evangeliário. Na maior parte dos domingos não se usa incenso e por vezes também não se leva a cruz. Nesse caso, quem vai à frente da procissão é um leitor com o Evangeliário.
4. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
De que serviços se encarrega o sacristão de uma igreja? A quem pode ele pedir ajuda? Quais são as coisas a pr eparar na sacristia par a a Missa? Em que ordem se dispõem sobre o arcaz as vestes do presidente? Vamos aprender a fazê-lo (todos praticam, até saberem). Quando não há incenso nem cruz, quem vai à frent e da procissão?
5 . A s d u a s p a r t e s d a M i s sa 1 . Vamos aprender quais são os vários momentos da Missa e a ordem em que eles aparecem uns a seguir aos outros. Um candidato a acólito deve sabê-lo com clareza e também onde cada um deles começa e acaba. Diz o Missal: «A Missa consta, por assim dizer, de duas partes: a Liturgia da palavra e a Liturgia eucarística... De facto, na Missa é posta a mesa, tanto da palavra de Deus como do Corpo de Cristo... Há ainda determinados ritos, a abrir e a concluir a celebração)) (IGMR, n. 28). A Missa tem, portanto, duas partes: a Liturgia da palavra e a Liturgia eucarística. A expressão «por assim dizer)) significa que estas duas partes estão de tal modo ligadas uma à outra que as não podemos separar, ou seja, que não pode haver Liturgia eucarística sem ter havido antes Liturgia da palavra. Primeiro, na Liturgia da palavra, Deus fala-nos; depois, na Liturgia eucarística, Cristo dá-nos o seu Corpo em alimento. Cada uma destas partes dura cerca de vinte minutos. Além destas duas partes a Missa tem dois ritos: os ritos iniciais e os ritos de conclusão. O Missal não lhes chama partes, porque ambos demoram breves instantes ou, quando muito, poucos minutos. Têm menos importância do que as duas partes da Missa. Em resumo, a Missa tem quatro momentos (duas partes e dois ritos), e a ordem em que eles aparecem uns a seguir aos outros é esta: ritos iniciais, Liturgia da palavra, Liturgia eucarística e ritos de conclusão. Vamos agora ver quando começa e acaba cada um destes momentos e quais são os elementos de que cada um se compõe. 2 . Os ritos iniciais começam na procissão de entrada e terminam no «Amen» da oração Colecta. Têm seis elementos: entrada, saudação, acto penitencial, Senhor, tende piedade de nós, Glória e oração colecta. A Liturgia da palavra começa na I Leitura e termina no «Amen» da Oração dos fiéis. Tem oito elementos: I Leitura, Salmo responsorial, II Leitura, aclamação antes do Evangelho, Evangelho, homilia, profissão de fé e Oração universal. A Liturgia eucarística começa na preparação do altar e termina no «Amen» da oração depois da Comunhão. Tem nove elementos: preparação do altar, apresentação dos dons, oração sobre as oblatas, Oração eucarística, Oração dominical, rito da paz, fracção do pão, Comunhão e oração depois da Comunhão. Estes cinco últimos chamam-se «ritos da Comunhão». 47
Os ritos de conclusão começam na última saudação «O Senhor esteja convosco» e terminam no «Graças a Deus». Têm quatro elementos: notícias breves, saudação e bênção, despedida da assembleia, beijo no altar e procissão de saída.
6. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Quais são as duas par tes da Missa? E quais são os dois ritos? Quanto começa e acaba a Liturgia da palavra? Quando começa e acaba a Liturgia eucarística? Quando começam e acabam os ritos iniciais? Quando começam e acabam os ritos de conclusão?
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Ca p í t u l o 1 1 O Acó l i t o n o s Ri t o s I n i ci ai s
O capítulo 11 inicia o cerimonial do Acólito, durante a Missa. Tanto para as Missas simples como as solenes, passo a passo vamos conhecer as funções dos acólitos em “cada parte” da Missa. Neste capítulo vamos aprofundar a noção dos Ritos inicias, saber como são constituídos e as maneiras possíveis, de começo da celebração. Podem ser efectuados esquemas para compreender melhor o início da celebração (ver no apêndice das fotos). 49
1. O Acólito nos Ritos I niciais A ordem que vamos seguir é a da própria celebração. Hoje falaremos do acólito dos ritos iniciais. A Missa começa pela procissão de entrada. Esta procissão, pelo menos nos dias mais festivos, parte da sacristia (ou do fundo da igreja), e daí, passando pela coxia central, dirige-se para o presbitério, enquanto o coro canta o cântico de entrada. A procissão organiza-se assim: acólito do turíbulo, com o turíbulo fumegante; acólito da cruz, com a cruz processional; pelo menos dois acólitos dos círios, que caminham ao lado do acólito da cruz, com círios acesos; outros acólitos, de entre os que designámos acima, e que sejam necessários para uma celebração bela e harmoniosa; leitor, com o Evangeliário um pouco elevado (no caso de estar presente um diácono é ele que leva o Evangeliário); concelebrantes (quando estiverem presentes); presidente da celebração (Bispo ou presbítero). Ao chegarem junto do altar, todos fazem inclinação profunda; se no presbitério houver sacrário com o Santíssimo Sacramento, todos genuflectem, excepto o acólito da cruz e os acólitos dos círios, que em vez de genuflectirem fazem uma inclinação de cabeça. Os acólitos colocam a Cruz e os castiçais junto do altar, e o leitor depõe o Evangeliário no centro do altar; se não houver incensação, todos ocupam imediatamente os seus lugares e participam activamente na celebração, cantando e respondendo às saudações do presidente. Acontece que, em muitas terras, e por razões variadas, não é habitual fazer esta procissão solene todos os domingos, mas uma procissão mais simples, que entra directamente no presbitério, vinda da sacristia. Mesmo nesses casos, pode sempre ter uma certa solenidade. Pertence sempre ao Pároco indicar, de cada vez, como se faz a procissão. Os ritos iniciais da Missa terminam pela oração Colecta. Quando o presidente diz ou canta: Oremos, o acólito do livro vai buscar o Missal e apresenta-o, aberto, ao presidente, segurando-o com ambas as mãos. Depois de o povo dizer: Amen, o acólito depõe o Missal no seu lugar. O acólito do livro deve aprender a abrir o Missal e a segurá-lo, à altura devida, mas sem amarrotar ou sujar as folhas. Para isso não se esqueça de lavar muito bem as mãos antes da Missa começar.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Como começa a Missa? Donde pode partir a procissão? 2. Qual é a ordem dos ministros na procissão de entrada? 3. Como se chamam os diversos acólitos que podem tomar parte na procissão de entrada e qu al é a função de cada um ? 4. Que gestos fazem os acólitos ao chegar junto do altar; quando, no presbitério, há sacrário com o Santíssimo? 5. Onde se colocam a cruz, os castiçais ou círios e o Evangeliário? 6. Que coisas deve aprender o acólito do livro?
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Ca p í t u l o 1 2 O Acó l i t o n a Li t u r g i a d a Palavra
A Liturgia da Palavra é o segundo ponto deste cerimonial do Acólito, nele está explicado tudo o que é necessário para a compreensão das tarefas a realizar pelo Acólito, que diga-se de passagem, são muitos poucas. O mais importante para o Acólito é acolher a palavra de Deus, o que nem sempre é fácil…mas vamos aprender.
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1 . O Ac ó l i t o n a L i t u r g i a d a P a l a v r a Terminados os ritos iniciais da Missa, começa imediatamente a «Liturgia da Palavra», que os acólitos devem escutar com toda a atenção, pois é Deus que fala pela voz dos leitores. E como estão num lugar onde são vistos por toda a assembleia, devem aprender a estar sentados, a colocar as mãos sobre os joelhos, e não voltar a cabeça para ver o que acontece na nave da igreja. Cada vez que um leitor ou salmista vai para o ambão, pode ser acompanhado por um acólito. Mas não se deve fazer habitualmente assim. Quando se fizer, o acólito vai até junto do leitor ou do salmista, e acompanha-o até ao ambão; depois vai sentar-se e, quando a leitura ou o canto termina, levanta-se e acompanha de novo o leitor ou o salmista ao seu lugar. Após á segunda leitura, um acólito vai tirar o Leccionário do ambão, para que aí seja colocado o Evangeliário. E, se houver procissão solene com o Evangeliário para o ambão, o acólito do turíbulo e os acólitos com círios acesos tomam parte nela e colocam-se junto do ambão, um de cada lado daquele que proclama o Evangelho. Terminada a proclamação do Evangelho, colocam os castiçais no lugar onde foram buscá-los, e o acólito do turíbulo leva-o para a sacristia. Se não houver procissão solene com o Evangeliário, os acólitos permanecem nos seus lugares, pois não têm nada a fazer. Durante a homilia os acólitos devem escutar com atenção; e se o presidente chamar algum, este deve fazer o que lhe for pedido, com desembaraço e simplicidade, mas sem dar nas vistas. Depois da homilia pode haver uns momentos de silêncio, durante os quais o presidente ou se senta na sua cadeira ou fica de pé, junto do ambão. Se for para a cadeira, é aí que dá início à recitação do Credo, que é proclamado de pé. Terminado o Credo, um acólito apresenta-lhe o livro da Oração dos fiéis, aberto na página do dia, para que ele faça o convite à oração. No fim, leva de novo o livro aberto, ao presidente. Se, depois da homilia, o presidente permanecer no ambão, é aí que ele inicia o Símbolo e convida os fiéis à oração. Neste caso, durante a recitação do Símbolo ou imediatamente depois dele terminar, um acólito retira o Leccionário ou o Evangeliário da estante e coloca lá o livro da Oração dos fiéis, para que o presidente faça o invitatório.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Qual deve ser a atitude dos acólitos na Liturgia da Palavra? 2. Na Litur gia da Palavra, os acólitos devem acom panhar os leitores até ao ambão? 3. Como se organiza a procissão solene do Evangeliário? 4. Se, durante a homilia, o presidente pedir alguma coisa a um acólito, como deve este proceder? 5. Quando o presidente vai para a sua cadeira depois da homilia, como se faz para a Oração dos fiéis? 6. E se o presidente perm anece no ambão depois da homilia?
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Ca p í t u l o 1 3 O A c ó l i t o n a Pr e p a r a ç ã o d o Al t a r
Este capítulo 13, é dedicado ao momento seguinte à Oração dos fiéis, onde se recolhem as ofertas, prepara-se o altar e apresenta-se os dons. É o momento de maior movimentação, nele são realizadas funções que merecem o máximo de apreço e respeito. Pelo que o ensino é fundamental para incutir em todos os acólitos, a consciência do que se realiza.
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1 . O A có l i t o n a P r e p a r a ç ã o d o A l t a r A Liturgia eucarística tem quatro momentos: preparação do altar, apresentação dos dons, Oração eucarística e Comunhão. Em cada um deles os acólitos devem fazer tudo e só que lhes compete. E o que é esse tudo e só? Para tomar as explicações mais fáceis de compreender, nunca nos referiremos à presença do diácono. Mas ele pode estar presente. Sempre que isso aconteça, é ele que orienta os acólitos nas funções de cada um. Logo que termina a Oração dos fiéis, três acólitos vão à credência e levam para o altar o corporal, o cálice e o sanguinho (com ou sem a pala) e o Missal. Pode ser um outro acólito a entregar-lhes cada uma destas coisas, junto da credência. Os acólitos recebemnas com ambas as mãos. Tanto o que as entrega como os que as recebem devem fazê-la muito bem. Mas também pode ser cada acólito a tirar as coisas da credência. É bom ir variando a maneira de fazer. A quem entregam eles essas coisas? Ao responsável dos acólitos, ou ao acólito que, nesse domingo, tiver sido encarregado de preparar o altar. Tal como cada um recebeu as coisas com ambas as mãos, também as entrega com ambas as mãos. E porque devem os ministros, quaisquer que eles sejam, fazer sempre assim? Porque é feio entregar as coisas ou recebê-las apenas com uma das mãos. Isso pode fazer-se na vida corrente. Mas na celebração não é bonito. Assim que recebe o corporal das mãos de quem lho entrega, o responsável dos acólitos desdobra-o no meio do altar. Deve fazê-lo tranquilamente e sem pressas. A seguir dispõe as outras coisas desta maneira: o sanguinho à direita do corporal, o cálice à direita do sanguinho, e o Missal à esquerda do corporal. Se houver microfone, há que colocá-lo no lugar certo e ligá-lo. Entretanto, alguns dos mais novos recolhem as ofertas e trazem-nas, em procissão, até junto do altar, onde o presidente as recebe e entrega aos acólitos. Tais ofertas nunca devem ser colocadas no altar. Diz o Missal: «As ofertas em dinheiro... serão dispostas em lugar conveniente, fora da mesa eucarística» (IGMR, n. 73). O altar é o sinal da mesa da Ceia do Senhor, e sobre ele só devem pôr-se as coisas necessárias para a celebração da Missa, em especial o pão e o vinho. Mas também não é bonito que as ofertas recolhidas sejam postas no chão, diante do altar, por aqueles que as trazem. O presidente deve recebê-las sempre com muita simpatia, das mãos de quem as traz, como se as recebesse dos próprios fiéis. Este gesto da sua parte é um sinal da importância que elas têm.
2. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. Quais são os quatro m oment os import antes da Litur gia eucarística? 2. Que deve fazer o acólito em cada um deles? 3. De qual desses quatro momentos tratámos nós hoje? 4. Que fazem os acólitos logo que termina a Oração dos fiéis? 5. Como recebem e entregam eles as coisas? 6. Enquanto se prepara o altar; quem deve recolher as ofertas dos fiéis? A quem as entregam?
3 . O A có l i t o n a a p r e s en t a ç ã o so l e n e d o s d o n s Já dissemos que a Liturgia eucarística tem quatro momentos importantes. Hoje vamos falar da apresentação dos dons. Essa apresentação pode ser feita de maneira solene ou de maneira simples. O que é a apresentação solene dos dons? É aquela em que são trazidos em procissão, pelos fiéis, pelo menos o pão na patena, e o vinho e a água nas galhetas, juntamente com os outros dons em dinheiro recolhidos pelos mais novos. Diz o Missal: «É de louvar que o pão e o vinho sejam apresentados pelos fiéis. Recebidos pelo sacerdote... em lugar conveniente, são depois levados para o altar. Embora, hoje em dia, os fiéis já não tragam do seu próprio pão e vinho, como se fazia noutros tempos, no entanto o rito desta apresentação conserva ainda valor e significado espiritual» (IGMR, n. 73). Na procissão também podem ser trazidos o corporal, o cálice e o sanguinho (com ou sem a pala), as píxides com partículas para a Comunhão dos fiéis e o que é preciso para o sacerdote purificar as mãos. 54
Se, na procissão solene dos dons, são trazidos só o pão na patena, e as galhetas com o vinho e a água, o presidente recebe-os e entrega-os aos acólitos, que os seguram nas mãos e, depois, lhos entregam de novo, quando ele estiver no altar, que já deve estar preparado com o corporal e as outras coisas. Se forem trazidas também as outras coisas de que falámos, o presidente recebe-as uma a uma e entrega-as aos acólitos, que as guardam nas mãos, até as entregarem de novo ao presidente quando já estiver no altar. Outra forma possível é esta: o responsável dos acólitos recebe o corporal das mãos do acólito que lho entrega, e procede como foi explicado no ponto número um deste capítulo. Neste caso, o sacerdote só vai para o altar quando ele estiver pronto, e faz a apresentação dos dons. Terminada a apresentação dos dons, e no caso de se usar o incenso, um acólito apresenta o turíbulo ao presidente e um outro a naveta. Depois de o sacerdote pôr o incenso no turíbulo, o acólito entrega-lho e acompanha-o na incensação dos dons, da cruz e do altar. Quando termina a incensação, o acólito, ao lado do altar, incensa o sacerdote e, a seguir, o povo. Após a incensação, o sacerdote vai ao lado do altar e os acólitos servem-lhe a água para ele lavar as mãos e apresentam-lhe a toalha para as limpar. Depois voltam a levar tudo para a credência.
4. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. O que é a procissão solene dos dons? 2. Quais são as coisas que podem ser trazidas nessa procissão? 3. Se, na procissão dos dons, só forem trazidos o pão, o vinho e a água, como procede o presidente e os acólitos? 4. E se forem trazidas todas as outras coisas? 5. Como procedem os acólitos no caso de se usar o incenso?
5 . O Ac ó l i t o n a a p r e s en t a ç ão s i m p l e s d o s d o n s O que é esta apresentação simples? É aquela em que os dons são levados da credência, pelos acólitos, e entregues nas mãos do presidente. Quando é que se procede deste modo? Faz-se assim nos dias de semana e nos domingos em que não há procissão solene dos dons. Esta apresentação simples pode ter duas formas. Se o altar já estiver preparado, um ou mais acólitos levam, da credência, primeiro a patena e as píxides com o pão, entregam-nas ao presidente, e este faz a respectiva apresentação. A seguir levam da credência as galhetas com o vinho e a água, e ficam com elas nas mãos, junto do altar. O presidente toma o cálice que está no altar, deita-lhe dentro o vinho ao qual junta um pouco de água e, voltando ao meio do altar, faz a apresentação, dizendo as respectivas fórmulas. Se o altar ainda não estiver preparado, e for o presidente a fazer a sua preparação, os acólitos levam da credência, umas a seguir às outras. Neste caso, os acólitos procedem assim: um deles coloca o Missal no altar; outro entrega o corporal ao presidente, que o desdobra no meio do altar; outro dá-lhe a patena e as píxides com o pão, que ele apresenta ao Senhor, com a respectiva fórmula; outro ainda, o cálice e o sanguinho. O sacerdote coloca o sanguinho no altar e guarda o cálice na mão esquerda. Por fim, o acólito traz as galhetas com o vinho e a água, aproxima-se do lado do altar e apresentaas ao sacerdote para que ele prepare o cálice. É o que ele faz, deitando o vinho no cálice e juntando-lhe um pouco de água. Volta então ao meio do altar e, elevando um pouco o cálice, apresenta o vinho ao Senhor. Em seguida depõe o cálice no altar, inclina-se profundamente diante deste e diz uma oração em silêncio. Quando o sacerdote termina esta oração, endireita o corpo e dirige-se para o lado do altar, onde os acólitos lhe servem a água para ele lavar as mãos e lhe apresentam a toalha para as limpar. A seguir, os acólitos repõem as lavandas na credência e voltam para os seus lugares. Imediatamente o sacerdote convida a assembleia a orar, e diz em voz alta a oração sobre as oblatas. Quando termina, tudo está pronto para começar a Oração eucarística, na qual o pão e o vinho colocados no altar vão tornar-se no Corpo e Sangue de Cristo. 55
6. Questões par a respon der ( T.P.C T.P.C.) .) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
O que é a apresentação simples dos dons? Em que dias é que se usa esta forma de apresentação dos dons? Quantas form as pode ter esta apresentação sim sim ples? ples? Como se realiza realiza ela quando o altar já está está preparado? E quando não está está pr eparado? Como procedem os acólitos acólitos ao servir a água para que o presidente presidente lave as mãos?
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Ca p í t u l o 1 4 A O r a ç ã o Eu Eu c a r í s t i c a
Capítulo 14 e chegámos ao momento central da Missa, a Oração Eucarística, com muito para se conhecer e fixar, não porque o Acólito tenha funções a realizar, mas porque o que se realiza é tão importante, que é o motivo da nossa alegria. Fica aqui uma catequese divida em 3 partes sobre a Oração Eucarística, visto ser muito grande as perguntas estão na última página deste capítulo.
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1. A Oração Eucaríst Eucaríst ica – Part e 1 A Oração eucarística é o coração da Missa, o ponto central de toda a celebração. Diz o Missal: «A Oração eucarística é uma oração de acção de graças e de consagração..., que o sacerdote, em nome de toda a comunidade, dirige a Deus Pai por Jesus Cristo no Espírito Santo... A Oração eucarística exige que todos a escutem com reverência e em silêncio» (IGMR, n. 78). Todos, particularmente os acólitos. Porquê? Porque é durante esta oração que, no altar, ao qual eles servem, acontece o maior milagre da Missa. Que milagre é esse? O pão e o vinho, que os acólitos entregaram nas mãos do sacerdote, e que este colocou no altar, tomam-se no Corpo e no Sangue de Cristo. Foi assim que aconteceu na última Ceia. É assim que acontece todas as vezes que os cristãos fazem aquilo que Jesus lhes recomendou com estas palavras: «Fazei isto em memória de Mim)). Diálogo do Prefácio P. Quando começa a Oração eucarística? R. Começa quando o presidente dialoga com os fiéis, dizendo: «O Senhor esteja convosco», e eles respondem: «Ele está no meio de nós», e depois acrescenta: «Corações ao alto», e a assembleia responde: «O nosso coração está em Deus». E ele continua: «Dêmos graças ao Senhor, nosso Deus», e todos respondem: «É nosso dever, é nossa salvação». P. Como se chama este diálogo? R. Chama-se diálogo do Prefácio. P . Porquê? R. Porque a Oração eucarística começa pelo Prefácio. P r e f á ci ci o e a c l a m a ç ã o « S a n t o » P. Depois do diálogo do Prefácio, que diz o presidente? R. Proclama o Prefácio, que começa assim: «Senhor, Pai Santo, Deus eterno e omnipotente...». P. Como termina o Prefácio? R. Termina pelo «Santo, Santo, Santo» que é cantado por toda a assembleia. Diálogo, Prefácio e «Santo» fazem um todo. Ep i c l e s e o u i n v o c a ç ã o d o Es Es p í r i t o Sa n t o P. A seguir, que diz o sacerdote? R. Diz: «Vós, Senhor, sois verdadeiramente Santo, sois a fonte de toda a santidade». P. Porque diz ele essas palavras? R. Porque a Igreja acredita que só Deus é Santo e que só Ele pode santificar o pão e o vinho colocados no altar. P. Quem pede a Deus que isso aconteça? R. É o sacerdote, quando diz a Deus: «Santificai estes dons, derramando sobre eles o vosso Espírito, de modo que se convertam, para nós, no Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo». P. Que faz o sacerdote quando diz esta palavras? R. Estende as duas mãos sobre o pão e o cálice, e, com a mão direita, faz uma cruz sobre eles. P. Porque estende ele as mãos sobre os dons? R. Para mostrar que o Espírito Santo vem sobre eles e os cobre com a sua sombra, para os santificar.
2. A Oração Eucaríst Eucaríst ica – Part e 2 N a r r a ç ã o d a i n s t i t u i ç ão ão P. A seguir à invocação do Espírito Santo, que fazem os fiéis? R. Põem-se joelhos. P. E que diz o sacerdote logo a seguir? R. Primeiro refere-se à hora ou à noite em que aconteceu o que agora vai ser recordado. P. Que palavras diz ele? R. «Na hora em que Ele Se entregava, para voluntariamente sofrer a morte». P. Quem é a pessoa que o sacerdote designa por «Ele»? R. É Jesus. P. E que diz a seguir? R. Diz que Jesus «tomou o pão e, dando graças, partiu-o e deu-o aos seus discípulos». P. E que faz o sacerdote quando diz estas palavras? R. Toma ele o pão e eleva-o um pouco nas mãos, sobre o altar. P. Porque faz ele isso? R. Para mostrar bem que o que ele diz e faz é em obediência ao que Jesus disse, fez e mandou fazer.
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Co n s a g r a ç ã o d o p ã o e d o v i n h o P. E que disse Jesus enquanto fazia tudo isto? R. Disse: «Tomai, todos, e comei: isto é o meu Corpo que será entregue por vós». P. Depois de dizer e fazer o que Jesus disse e fez, que faz ainda o sacerdote? R. Eleva a hóstia consagrada, mostra-a ao povo, que está de joelhos, depois coloca-a na patena e genuflecte em adoração. P. No fim da Ceia, que fez e disse Jesus? R. Procedeu de igual modo em relação ao cálice. «Tomou-o nas mãos e, dando graças, deu-o aos seus discípulos, dizendo: "Tomai, todos, e bebei: este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos, para remissão dos pecados. Fazei isto em memória de Mim». P. E que faz o sacerdote? R. Faz exactamente o que Jesus fez e diz exactamente o que Jesus disse. Pega no cálice, eleva-o um pouco sobre o altar e diz as palavras de Jesus. P. E depois? R. Depois mostra ao povo o cálice, coloca-o sobre o corporal e genuflecte em adoração. Aclamação P. Que faz então o povo? R. O povo levanta-se. P. E que diz ou canta o sacerdote? R. Canta ou diz: «Mistério da fé». P. Que quer ele dizer com essas palavras? R. Quer dizer que a celebração da Missa é o mistério da última Ceia a acontecer hoje, em cada lugar onde essa celebração se faz. P. E que responde o povo? R. Responde assim: «Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!». P. Que quer dizer esta resposta? R. Quer dizer aquilo em que o povo acredita. P. Em que acredita ele? R. Acredita que, quando celebra a Eucaristia, está a anunciar a morte e a ressurreição de Jesus. P. Então esse anúncio não acontece só quando se prega a palavra de Deus? R. Não, acontece também e principalmente aqui. Por isso, quando o acólito vai para a igreja e participa com fé na Missa, anuncia com os outros este mistério. P. Então o que é, para um acólito, ir à Missa? R. É um acto de fé e um anúncio do Mistério Pascal de Jesus.
3. A Oração Eucaríst ica – Part e 3 A n a m n e s e e o f e r t a d o s a c r i f í c io d e Cr i s t o a o Pa i P. Que faz o sacerdote depois de o povo responder que anuncia a morte e ressurreição de Jesus? R. O sacerdote dirige-se ao Pai celeste, e diz assim: «Celebrando agora, Senhor, o memorial da morte e ressurreição de vosso Filho, nós Vos oferecemos o pão da vida e o cálice da salvação...». P. Que quer isto dizer? R. Quer dizer, em primeiro lugar, que nós estamos a celebrar um memorial: «Celebrando agora, Senhor, o memorial». P. O que e um memorial? R. E uma celebração que recorda e torna presente aquilo que se recorda. P. Que dizem mais; aquelas palavras? R. Dizem que o pão da vida e o cálice da salvação, antes de serem tomados por nós, são oferecidos a Deus Pai: «Nós Vos oferecemos...». A Missa é um grande mistério (verdade que ultrapassa a nossa compreensão) Ep i c l e s e d e p o i s d a c o n s a g r a ç ã o P. Já sabemos o que é a epiclese? R. É uma invocação solene dirigida ao Pai para que o Espírito Santo venha santificar alguém ou alguma coisa. P. Quantas epicleses há na Missa? R. Há duas: uma antes da consagração, e outra depois da consagração. P. Que pedimos nós ao Pai nesta segunda epiclese? R. Pedimos que, «participando no Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos, pelo Espírito Santo, num só corpo» P. E é assim tão necessária esta reunião de todos os cristãos num só corpo? R. É, sim. Jesus rezou por ela, na última Ceia. A Missa é uma súplica forte pela unidade da Igreja e de todo o mundo. Intercessões P. Por quem intercedemos nós na Oração eucarística? R. a) por toda a Igreja: «Lembrai-Vos, Senhor, da vossa Igreja, dispersa por toda a terra»; b) pelo Papa, pelo 59
nosso Bispo, e por «todos aqueles que estão ao serviço» do povo de Deus; c) por todos os que «partiram deste mundo»: d) por todos nós que estamos presentes na celebração. P. E que desejamos para aqueles por quem intercedemos? R. Desejamos, para a Igreja, a perfeição na caridade em comunhão com o Papa, para os defuntos, a luz da presença de Deus, para os que estão na assembleia, a graça de participarem na vida eterna, com a Virgem Maria e todos os Santos. Ninguém é esquecido na Oração eucarística. Doxologia final P. O que é a doxologia final? R. São as palavras que concluem a Oração eucarística: «Por Cristo, com Cristo, em Cristo, a Vós, Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória agora e para sempre» e a resposta do povo: «Amen. Amen. Amen». P. Que quer dizer esta resposta? R. Quer dizer que a assembleia subscreve tudo o que foi dito na Oração eucarística. É como se os fiéis dissessem ao presidente: estamos de acordo com tudo o que foi dito, porque essa é a nossa fé.
4. O Acólit o na Oração Eucaríst ica Antes de começar a Oração eucarística o presidente diz: «Orai, irmãos...» ou «Oremos». Se o sacerdote usa o primeiro convite, todos os fiéis respondem: «Receba o Senhor por tuas mãos este sacrifício, para glória do seu nome, para nosso bem e de toda a santa Igreja». Vamos aprender esta resposta. Logo a seguir, o presidente diz a Oração sobre as oblatas. Ao terminá-la todos respondem: «Amem», palavra que pertence à língua que Jesus falava e quer dizer: «Estamos de acordo», «É verdade». É depois deste «Amem» que começa a Oração eucarística. Todos os acólitos e candidatos a acólitos devem saber responder ao sacerdote. Vamos ver se todos sabem. V. «O Senhor esteja convosco». R. «Ele está no meio de nós». V. «Corações ao alto». R. «O nosso coração está em Deus». V. «Dêmos graças ao Senhor nosso Deus». R. «É nosso dever, é nossa salvação». No fim do Prefácio os ministros e o povo cantam ou dizem em voz alta: «Santo, Santo, Santo». Os acólitos devem cantar ou dizer o «Santo» com toda a assembleia, e não ficar calados, a olhar para quem canta ou a pensar noutras coisas. Depois de o sacerdote impor as mãos sobre o pão e o vinho (à epiclese), um acólito pode dar um toque de campainha, para lembrar aos fiéis que vai começar a consagração. Todos se ajoelham. Recordo aos acólitos que não devem sentar-se nos calcanhares. Os acólitos devem ser um exemplo para toda a assembleia. Se for costume, um acólito pode tocar a campainha à elevação da hóstia e do cálice. Quando se usa incenso, outro acólito incensa a hóstia e o cálice, ao serem mostrados ao povo depois da consagração. Para isso, o acólito deve estar de joelhos, diante do altar, uns momentos antes da consagração começar. Depois da elevação do cálice todos se levantam. Os acólitos não devem começar a limpar os joelhos ou a ajeitar a túnica. Só a presença de Cristo na Eucaristia lhes deve encher o espírito. O sacerdote canta: «Mistério da fé!» e o povo aclama: «Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!». Os acólitos devem cantar com o povo. A partir deste momento fica-se de pé até ao fim da Oração eucarística, prestando atenção a cada gesto e a cada palavra do presidente. Não se devem repetir, em voz baixa, as palavras que ele diz. Devemos, isso sim, deixá-las ressoar no coração. No fim da Oração eucarística o sacerdote toma a patena com a hóstia e o cálice e, elevando-os, diz sozinho a doxologia: «Por Cristo, com Cristo, em Cristo...». O acólito que participou nesta Oração com o coração, a alma e a fé, não pode deixar de cantar com todo o entusiasmo: «Amen», «Amen», «Amen».
5. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5.
O que é a Oração eucarística? Quando começa e quando term ina? Qual é o modo m ais activo de um acólito part icipar nela? Durante esta Oração poderá tocar-se a campainha? Quando? Se se usa o incenso, que faz um acólito e quando? 60
Ca p í t u l o 1 5 O Acó l i t o n o s Ri t o s d a Comunhão
Os Ritos de Comunhão são compostos por vários pontos, como todos os ritos (iniciais e de conclusão). Nos Ritos de Comunhão, incluem-se o Pai-Nosso, o Embolismo do Pai-Nosso, o Abraço da Paz, O Cordeiro de Deus, a Distribuição da Sagrada Comunhão e a purificação das alfaias sacras. De um modo simples vamos aprender a servir com dignidade mesmo em momentos que exigem perspicácia. 61
1 . O A c ó l i t o d u r a n t e o s R i t o s d a Co Co m u n h ã o Quando a Oração eucarística termina, o presidente diz: «Fiéis aos ensinamentos do Salvador, ousamos dizer». Chamar a Deus nosso Pai será sempre uma ousadia. Mas Jesus ensinou-nos assim. O Missal recorda que o presidente diz o Pai-Nosso de braços abertos. Ele pode convidar os fiéis a dar as mãos ou a orar de braços abertos. Se o disser, os acólitos fazem-no com alegria, mas sem barulho. Se não disser, não o fazem. Segue-se uma oração, dita pelo presidente e que termina assim: «...enquanto esperamos a vinda gloriosa de Jesus Cristo nosso Salvador». A resposta é esta: «Vosso é o reino e o poder e. a glória para sempre». Vamos aprender esta resposta e as outras. Depois de respondermos «Amem» a uma oração dirigi da a Jesus Cristo, o sacerdote diz: «A paz do Senhor esteja sempre convosco». Todos respondem: «O amor de Cristo nos uniu». Logo a seguir à nossa resposta, o diácono ou o sacerdote acrescenta: «Saudai-vos na paz de Cristo». Os acólitos saúdam-se uns aos outros e alguns saúdam o presidente, sem barulho. Quando o abraço da paz termina, toda a assembleia canta, três vezes, «Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós». Na última vez diz-se: «dainos a paz». Enquanto todos cantam, o sacerdote faz a «fracção do pão», como Jesus fez. Logo que termina o cântico, o sacerdote toma a hóstia e mostra-a ao povo, dizendo: «Felizes os convidados para a Ceia do Senhor. Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo». E, juntamente com o povo, acrescenta: «Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo». De facto, ninguém é digno de que Jesus entre em sua casa, isto é, no seu coração. Durante a distribuição da Comunhão, cada ministro é acompanhado por um acólito, que leva uma bandeja. Se os fiéis comungam na mão, o acólito nada tem a fazer; se a Comunhão lhes é dada de outro modo, o acólito segura a bandeja por baixo da boca daquele que comunga. Terminada a Comunhão, os acólitos voltam ao altar, trazendo as bandejas com todo o cuidado e respeito. Não as colocam no altar, mas entregam-nas nas mãos dos ministros que vão purificar os vasos sagrados. Depois da purificação, os acólitos recebem as patenas e os outros vasos sagrados e levam-nos para a credência. Terminada a purificação, e após um breve silêncio, o sacerdote diz Oremos. O acólito do livro apresenta-lhe o Missal, aberto na oração do dia. No fim da oração depois da Comunhão, o acólito fecha o Missal e volta a colocá-lo no seu lugar.
2. Questões par a respon der ( T.P.C T.P.C.) .) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Porque é que dizer o Pai-Nosso é uma ousadia? Como se devem saudar os acólitos uns aos outros? Vam Vam os aprender as respostas respostas a dar nos ritos da Comunhão. Que fazem fazem os acólitos acólitos durante a distribuição da Comun Comun hão? Onde colocam os vasos sagrados depois de serem purificados? Como procede o acólito para a oração depois da Comunhão?
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Ca p í t u l o 1 6 O Acó l i t o n o s Ri t o s d e Conclusão
Com estes Ritos, dá-se por concluída a celebração da Missa, mas não a nossa missão, essa ainda agora começou, quando o sacerdote disse: Ide, este “ide” de envio para dar a conhecer Cristo aos outros. O Acólito, sobretudo como cristão, deve ser responsável, não só na missa mas sobretudo fora dela. Centrando novamente neste capítulo, vamos aprender várias possibilidades de bênção e procissão (simples ou solene). 63
1 . O A c ó l i t o d u r a n t e o s R i t o s d e Co Co n c l u s ã o Como estes ritos podem ter uma bênção solene ou uma bênção simples, e também uma procissão solene ou uma procissão simples, explicá-los-emos separadamente. Se forem dadas algumas notícias breves de interesse para a Paróquia, os acólitos devem escutá-las com atenção. A essas notícias segue-se sempre a saudação: «O Senhor esteja convosco», e a resposta: «Ele está no meio de nós». 1 . R i t o s d e c o n c l u s ã o c o m b ê n ç ã o s o l e n e . Logo a seguir à saudação, o sacerdote diz: «lnclinai-vos para receber a bênção». Todos se inclinam. Então o sacerdote, com as mãos estendidas sobre o povo, diz as fórmulas de bênção. E a cada uma delas todos respondem: «Amen». Quando o sacerdote diz: «Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo», traça uma cruz com a mão direita sobre a assembleia, e todos os fiéis fazem o sinal da cruz sobre si mesmos. Imediatamente todos respondem: «Amen». Em seguida, o sacerdote diz: «lde em paz e o Senhor vos acompanhe». Todos respondem: «Graças a Deus». O presidente beija o altar. 2 . R i t o s d e c o n c l u s ã o c o m b ê n ç ã o s i m p l e s . Logo a seguir à saudação e à sua resposta, o sacerdote diz: «Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo». E tudo o mais é igual ao que foi dito antes. 3 . P r o c i s sã s ã o d e s a í d a s o l e n e . Tal como no início da Missa houve uma procissão de entrada, assim há uma procissão de saída no final, com os mesmos ministros. Antes de lhe dar início, se o sacrário estiver no presbitério, todos fazem a genuflexão. A procissão organiza-se assim: à frente vai o acólito com o turíbulo (pode não ir na procissão), a seguir o acólito com a cruz processional, os acólitos dos círios que caminham ao lado do acólito da cruz, com círios acesos, nos castiçais, os outros acólitos que tomaram parte na celebração e, por fim, o presidente da celebração. Ao chegar à sacristia, todos, fazem inclinação à cruz e, depois, o presidente e os ministros saúdam-se mutuamente e ao mesmo tempo. Então, todos depõem as coisas de que se serviram na celebração acabada de realizar. Os acólitos arrumam as vestes do sacerdote e, por fim, tiram e arrumam as suas. 4 . P r o c i s s ã o d e s a í d a s i m p l e s . É aquela que se faz quando se vai directamente do presbitério para a sacristia, com toda a simplicidade. Antes de lhe dar início, se o sacrário estiver no presbitério, todos fazem a genuflexão. A caminho da sacristia vão primeiro os acólitos e por fim o sacerdote. Todos devem ter cuidado em guardar o silêncio possível na sacristia.
2. Questões par a respon der ( T.P.C T.P.C.) .) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Como podem ser os ritos de conclusão? Em que diferem as bênçãos solenes e simples? Como podem ser as procissões de saída? Em que diferem as procissões solenes e simples? Que fazem fazem todos os ministr os ao chegarem chegarem à sacristia? sacristia? E quais são são as fun ções dos acólitos acólitos n a sacristia?
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Ca p í t u l o 1 7 O I n c en so , a n a v e t a e o Turíbulo
O Turíbulo é por ventura o objecto litúrgico que mais cuidados e manutenção necessita, por outro lado, é aquele que mais coisas devemos conhecer para o seu bom manuseamento. É isto que vamos encontrar neste capítulo: Saber cuidar dele, prepara-lo e manuseá-lo. Também a naveta, precisa de preparação, não tanta como o turíbulo mas vamos ver como devemos proceder.
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1 . O i n c en s o , a n a v e t a e o t u r í b u l o O i n c e n s o é uma resina (planta boswellia cartierii ) que, depois de seca, se apresenta sob a forma de pequenos grãos. Extrai-se de uma árvore de origem oriental. Quando se queima produz um cheiro agradável. Entre as coisas que os Magos do Oriente trouxeram, quando vieram adorar o Menino Jesus, contava-se o incenso. Porquê? Por ser um produto caro, que só se queimava diante das estátuas dos deuses ou do imperador, como sinal de adoração. Ao oferecerem incenso ao Menino, os Magos queriam dizer que Ele era Deus. O incenso que se usa na liturgia leva-se na n a v e t a , que tem este nome por ser em forma de nave pequena. Vai sempre acompanhada de uma pequena colher, gue serve para deitar o incenso sobre as brasas acesas. O t u r í b u l o é uma esfera de metal cortada ao meio. A parte de baixo, que é o queimador, é suspensa por três correntes também de metal, que terminam no disco. Dentro da esfera pode haver ou não um pequeno braseiro, que serve para colocar as brasas acesas e para receber o incenso. A parte de cima é em forma de tampa, com muitos orifícios, por onde sai o fumo do incenso. A tampa levanta-se por meio de uma terceira corrente, que passa pelo meio do disco e termina numa argola.
2 . Co m o s e p r e p a r a o t u r í b u l o O acólito do turíbulo chama-se turiferário. Esta palavra, assim como o termo turíbulo, vêm do latim «thus, thuris», que quer dizer incenso. O turiferário é o acólito que, na procissão de entrada da Missa e na procissão com o evangeliário, vai à frente de todos, precedendo a cruz e os círios. Em vez de "turiferário" nós diremos sempre "acólito". A primeira coisa que o acólito faz é preparar o turíbulo. E isso leva algum tempo, pelo que deve chegar à igreja com a devida antecedência, mais cedo do que todos os outros acólitos. No caso de o turíbulo precisar de ser limpo, é por ai que o acólito começa. Depois levao e vai buscar brasas acesas. Para isso precisa de ter combinado a hora com quem as prepara, para estarem prontas. Em vez de brasas acesas podem utilizar-se pastilhas de carvão. Nesse caso acende-se uma vela e coloca-se uma pastilha em contacto directo com a chama. Quando estiver acesa, põe-se no incensador, levanta-se um pouco a tampa, e baloiça-se o turíbulo para que o oxigénio alimente a combustão. Para evitar que as correntes se enrolem, nunca se deve poisar o turíbulo no chão, mas mantê-lo sempre suspenso.
CÁPSULA OPÉRCULO
CADEADO DO OPÉRCULO
CADEADOS
ARGOLA
BASE
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3. Questões par a respon der ( T.P.C.) 1. 2. 3. 4. 5. 6.
O que é o incenso? Donde se extrai? O que é a navet a? De que objecto vai sempr e acompanhada? O que é o turíbulo? Diz os nomes das suas diversas partes. Como se chama o acólito do turíbulo? Em que lugar vai ele nas procissões? Como faz o turiferário para pr eparar e acender o t uríbulo? Como fazer para que as correntes do tu ríbulo não se enrolem?
4 . Co m o s e p e g a n o t u r í b u l o e n a n a v e t a Como se pega no turíbulo e na naveta quando se põe incenso no queimador? O acólito sustenta o turíbulo com a mão esquerda, apertando a extremidade superior das correntes de modo que o disco fique apoiado no polegar e no indicador, e com a mão direita segura a naveta. Quando se aproxima o momento de impor incenso no turíbulo, o acólito entrega a naveta a outro acólito, com a abertura voltada para si. Como se abre o turíbulo? O acólito puxa para cima pela argola, com a mão direita, a corrente que sustenta a tampa, de modo que esta fique levantada cerca de um palmo. A seguir pega com a mesma mão nas correntes, junto da parte superior da tampa, e levanta o turíbulo até à altura devida, pousando sobre o peito a mão esquerda que sustenta a outra extremidade das correntes. Como se impõe o incenso e se fecha o turíbulo? O acólito que tem a naveta apresentaa ao celebrante, com a tampa aberta e voltada para este. O celebrante toma a colher e impõe o incenso, benzendo-o com o sinal da cruz. Então o acólito baixa o turíbulo, e deixa descer lentamente a tampa, de modo a ficar bem adaptada ao queimador, passa a extremidade das correntes para a mão direita, recebe a naveta com a esquerda e vai para a frente da procissão.
5. O tur íbulo e a naveta nas procissões Nas procissões, o acólito leva o turíbulo na mão direita, da forma como se explicou antes, um pouco aberto, para que as brasas não se apaguem nem saltem para fora, e agita-o lentamente da direita para a esquerda. Na mão esquerda leva a naveta, à altura do peito. No caso de serem dois acólitos, o que vai na fila da direita da procissão leva o turíbulo na mão direita e o que vai na fila da esquerda leva a naveta na mão esquerda. Se for este o caso, ambos os acólitos levam a mão livre poisada no peito. Poderá ocorrer o inverso do que foi dito acima, pelo que basta inverter a ordem.
6 . Co m o s e e n t r e g a o t u r í b u l o a o q u e v a i i n c e n s ar Põe-se-lhe na mão esquerda a parte superior das correntes e o turíbulo na direita.
7. A quem i ncensa o Acólito Na ausência do diácono, o acólito apresenta o turíbulo ao celebrante, acompanha-o na incensação e depois incensa o celebrante e o povo.
8. Quando e com o se incensa O incenso pode usar-se em qualquer forma de celebração da Missa: durante a procissão de entrada; no princípio da Missa, para incensar a cruz e o altar; na procissão e proclamação do Evangelho; depois de colocados o pão e o cálice sobre o altar, para incensar as oblatas, a cruz, o altar, o sacerdote e o povo; ao serem mostrados a hóstia e o cálice, depois da consagração. Antes e depois da incensação, o acólito faz uma inclinação profunda para a pessoa ou coisa incensada, e incensa com t r ê s d u c t o s do turíbulo a hóstia e o cálice, o sacerdote e o povo.
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Nota: Sem mover o corpo nem deslocar a mão esquerda, levanta a uma certa distância de si, o turíbulo à altura dos olhos – esta elevação chama-se d u c t o s – e baloiça de frente para cima – este movimento chama-se i c t o s . N ú m e r o d e I n c e n sa ç õ es : A IGMR não define o número de ictos que se deve utilizar na celebração da Santa Missa, portanto para evitar quaisquer dúvidas, fica o excerto do documento sobre a incensação: 2 7 6 . O queimar incenso ou a incensação exprime reverência e oração, como vem significado na Sagrada Escritura (cf. Salmo 140, 2; Ap 8,3). Pode usar-se o incenso em qualquer forma de celebração da Missa: a) durante a procissão de entrada; b) no princípio da Missa, para incensar a cruz e o altar; c) na procissão e proclamação do Evangelho; d) depois de colocados o pão e o cálice sobre o altar, para incensar as oblatas, a cruz, o altar, o sacerdote e o povo; e) à ostensão da hóstia e do cálice, depois da consagração. 2 7 7 . O sacerdote, ao pôr o incenso no turíbulo, benze-o com um sinal da cruz, sem dizer nada. Antes e depois da incensação, faz-se uma inclinação profunda para a pessoa ou coisa incensada, excepto ao altar e às oblatas para o sacrifício da Missa. Incensam-se com t r ê s d u c t o s do turíbulo: o Santíssimo Sacramento, as relíquias da santa Cruz e as imagens do Senhor expostas à veneração pública, as oblatas para o sacrifício da Missa, a cruz do altar, o Evangeliário, o círio pascal, o sacerdote e o povo. Com d o i s d u c t o s incensam-se as relíquias e imagens dos Santos expostas à veneração pública, e só no início da celebração, quando se incensa o altar.
A incensação do altar faz-se com simples ictus do seguinte modo: a) se o altar está separado da parede, o sacerdote incensa-o em toda a volta; b) se o altar não está separado da parede, o sacerdote incensa-o primeiro do lado direito e depois do lado esquerdo. Se a cruz está sobre o altar ou junto dele, é incensada antes da incensação do altar; aliás, é incensada quando o sacerdote passa diante dela. O sacerdote incensa as oblatas com três ductos do turíbulo, antes de incensar a cruz e o altar, ou fazendo, com o turíbulo, o sinal da cruz sobre as oblatas Para o desempenho das nossas funções, utilizamos o seguinte esquema ( u t i l i za d o n a S é Pa t r i a r c a l – L i s b o a ) :
Incensa-se com 3 d u c t u s de 3 i c t o s : • O Santíssimo Sacramento; • À elevação da hóstia e do Cálice; • Durante a bênção do Santíssimo; • As relíquias da Santa Cruz e as imagens do Senhor; • As oblatas para o sacrifício da Missa; • A cruz do altar; • O Evangeliário; • O círio pascal (na vigília); • O que preside, se for o Bispo. Incensa-se com 3 d u c t o s e 2 i c t o s : • O que preside à celebração (presbítero) • Os concelebrantes e o diácono • O povo
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Ca p í t u l o 1 8 N o çõ e s Bá si ca s d e L i t u r g i a
Falamos muito de Liturgia, dissemos que pertencemos a um ministério litúrgico, mas afinal o que é a Liturgia? «O que é a Liturgia, senão a voz uníssona do Espírito Santo e da Esposa, a santa Igreja, que bradam ao Senhor Jesus: «Vem»? O que é a Liturgia, senão aquela fonte pura e perene de «água viva», da qual cada pessoa sedenta pode haurir gratuitamente o dom de Deus?» (João Paulo II, Carta no XL aniv. SC, 1)
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1. O que é a Litur gia? Muitas vezes define-se Liturgia como sendo o culto público que a Igreja presta a Deus. Trata-se, porém, de uma noção incompleta. É que, limitando a Liturgia ao cumprimento objectivo de ritos pelos homens, corre-se o risco de esquecer que as cerimónias são sinais de uma aliança estabelecida entre Deus e o Seu Povo, aliança realizada por iniciativa do próprio Deus. O homem deve começar por acolher a proposta que lhe é feita; e a resposta que dá, compromete toda a sua vida. Já o Papa Pio XII, na Encíclica Mediator Dei (1947), reagia contra uma concepção puramente ritualista e jurídica da Liturgia. Nesse documento considera-se a Liturgia como a continuação, pela Igreja, da função sacerdotal de Cristo. Ora, Cristo é simultaneamente Aquele que manifesta e comunica aos homens os dons do Pai, e Aquele que apresenta ao Pai a acção de graças e as preces dos homens. Existe, pois, na Liturgia, como que um duplo movimento: -o que comunica aos homens o dom de Deus (em ordem à santificação do homem); -o que eleva a Deus o louvor dos homens salvos (o culto). É assim, aliás, que a SC entende a Liturgia (cf. SC, 7): «Com razão se considera a Liturgia como o exercício da função sacerdotal de Cristo», já que: -a santificação dos homens é significada por sinais sensíveis que, cada um à sua maneira, a realizam; -nela, o Corpo Místico de Jesus Cristo -cabeça e membros presta a Deus o culto público integral». É evidente que a santificação e o culto não se opõem, mas se implicam mutuamente. Só o homem santificado pelo Espírito de Deus pode dar glória e louvor.
2 . L i t u r g i a : M e t a e Fo n t e «A sagrada Liturgia não esgota toda a acção da Igreja». É SC que o afirma no número 9. É claro: para poder dar glória a Deus e acolher os seus dons (dupla dimensão da Liturgia), o homem precisa de ser evangelizado. E mesmo aos que já acreditam, a Igreja «tem o dever de pregar constantemente a fé e a penitência, de dispô-los aos Sacramentos, de ensiná-los a guardar o que Cristo mandou, de estimulá-los a tudo o que seja obra de caridade, de piedade e apostolado (...) (SC, 9). Por outro lado, a Liturgia é ponto de partida para o apostolado e para a prática da caridade. A celebração litúrgica é um momento transitório na vida dos cristãos. A pastoral da caridade, como que prolonga aquilo que os cristãos celebram na Liturgia (cf. SC, 10). Resumindo:
A Liturgia pressupõe a evangelização e ordena-se para uma caridade mais operante. Contudo, se a Liturgia não é tudo na vida da Igreja, «ela é simultaneamente a meta para a qual se encaminha a acção da Igreja e a fonte de onde promana toda a sua força» (SC, 10). É a meta: já que a Liturgia antecipa o que todos esperamos – a perfeita comunhão com Deus. É a fonte: Já que não há vida cristã sem a força que vem de Deus, força que nos toca em cada celebração litúrgica.
3 . Ri t o s e f a m í l i a s l i t ú r g i c a s A Liturgia cristã tem várias expressões. A razão original dessa variedade, é de carácter geográfico. É preciso ter em conta os grandes centros da primitiva evangelização: Jerusalém, Antioquia e Alexandria, a Oriente; Roma, a Ocidente. Isto ajudar-nos-á a compreender um pouco a grande diversidade dos ritos litúrgicos. R i t o é a maneira como, numa celebração litúrgica, os crentes exteriorizam a sua fé. O Concílio Vaticano II referiu-se à diversidade de ritos e exprimiu a sua grande estima pelos que são legitimamente reconhecidos: «O Sagrado Concílio, guarda fiel da Tradição, declara que a Santa Mãe Igreja considera iguais em direito e honra todos os ritos legitimamente reconhecidos, quer que se mantenham (...), e deseja que (...) lhes seja 70
dado novo vigor, de acordo com as circunstâncias e as necessidades do nosso tempo» (SC, 4). O Rito Romano, é o nosso. Originariamente era a Liturgia da cidade de Roma, organizada pelos Papas. É hoje praticado por quase toda a Igreja latina. Em Espanha, foi imposto no século XI, pelo Papa S. Gregório VII. Tem algumas variantes, autorizadas pelo Concílio de Trento. Assim acontece em Braga, onde se mantiveram algumas tradições próprias na Missa e no Breviário. Caracteriza-o um estilo sóbrio. Usou a língua grega até princípio do século IV. Depois, a língua latina, obrigatória até ao Concílio Vaticano II. Desde então a Liturgia é habitualmente em vernáculo (idioma da própria nação ou região).
4 . B r e v e sí n t e s e d a h i s t ó r i a d a L i t u r g i a É costume dividir a história da Liturgia em duas partes: -das origens ao Concílio de Trento; -do Concílio de Trento ao Concílio Vaticano II. 1 . D a s o r i g e n s a o Co n c i l i o d e T r e n t o
A) S é c . I - I V : Período da improvisação litúrgica. Os textos de orações para a Eucaristia e Ordenações, que começam a surgir, são modelos, não são fórmulas impostas. O Edito de Milão (313) marcou uma data decisiva para a vida litúrgica da Igreja, que pode, então, começar a manifestar-se publicamente. B) S é c . I V - f i n s d o s é c . V I I : Período da criação de formulários. O Papa S. Gregório Magno (590-604) fixou as grandes linhas da Liturgia Romana. C) Sé c. VI I I - XI I : Embora continue a actividade criadora, compilam-se, adaptam-se e enriquecem-se os formulários já existentes. Ao lado dos formulários para as acções litúrgicas, surgem as orações particulares para os fiéis e o celebrante, bem como tratados com uma interpretação alegórica dos ritos litúrgicos. D) Sé c. XI I - X I V : É o período da fixação da liturgia. No séc. XII, já toda a estrutura da Liturgia está fixada: Ano Litúrgico, Ritual dos Sacramentos, sistema de Leituras e Canto Litúrgico. Neste primeiro período, verifica-se uma intensa evolução mais ou menos paralela, no Oriente. No período seguinte (do Concílio de Trento ao Vaticano II), há uma quase imobilidade nas liturgias orientais. No Ocidente, graças à unificação e à centralização da Liturgia latina, submetida directamente à autoridade da Santa Sé, são possíveis algumas reformas. 2 . D o Co n c i l i o d e T r e n t o a o V a t i c a n o I I
A) A Re f o r m a Li t ú r g i c a p r o m o v i d a p e l o Co n c i l i o d e Tr e n t o ( 1 5 6 2 - 1 6 1 4 ) . O Concílio de Trento põe termo à profunda decadência litúrgica do final da Idade Média. De facto, o Concílio produziu dois frutos da maior importância: o Breviário Romano (1568) e o Missal (1570). Ambos foram acompanhados de rubricas muito rígidas, com a finalidade de uniformizar as celebrações. Estes livros tomaram-se obrigatórios em todas as Igrejas latinas que não tivessem uma tradição litúrgica própria com mais de 200 anos. Da reforma tridentina surgiram ainda o Pontifical Romano e o cerimonial dos Bispos (1596), e o Ritual Romano (1614). B) O s s é cu l o s se g u i n t e s ( 1 6 1 4 - 1 9 0 3 ) Este longo período, que vai até ao Pontificado de S. Pio X (1903) constitui a chamada «era dos rubricistas». Desenvolveu-se com exagero o juridicismo e aumentou desmedidamente o culto dos santos, que se sobrepõe à celebração das Festas do Senhor.
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C) D e 1 9 0 3 a 1 9 6 2 S. Pio X, Pio XII e também Pio XI, preparam a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II. Muito importantes, neste período, são os seguintes documentos: Tra le Sollecitudine (1903), Divini Cultus (1928), Mediator Dei (1947) e Musicae Sacrae Disciplina (1955). Principais reformas deste período: -convite à Comunhão frequente (1907) -Comunhão das crianças (1907) -formulário para os Domingos dias feriais da Quaresma (1913) -tradução do Saltério (1945) -Missas vespertinas (1957) -leccionário bilingue -restauração da Vigília Pascal (1951) e da Semana Santa (1955) -publicação do novo código de rubricas (1960). Merece referência especial a acção do monge Beneditino belga D. Lamberto Beauduin que, em 1909, lança, em Lovaina, o Movimento Litúrgico, que, em Portugal, tem em Mons. Pereira dos Reis a sua figura mais representativa. Na introdução à edição de 1962 do Missal Romano, figurava a afirmação do Papa João XXIII, segundo a qual os princípios fundamentais, relativos à reforma geral da Liturgia, deviam ser propostos aos Padres no pr6ximo Concilio Ecuménico. A reforma global da Liturgia correspondia, de facto, a uma esperança generalizada em toda a Igreja. O espírito do Movimento Litúrgico tinha-se difundido por todo o lado; e, juntamente com ele, o desejo de uma participação activa nos sacrossantos mistérios e na oração publica e solene da Igreja, como também a aspiração de ouvir de maneira mais abundante a Palavra de Deus. Juntamente com a divulgação e reflexão bíblica, com um intenso fervor missionário e com o aprofundamento da investigação eclesiológica, a reforma da Liturgia contribuirá para a renovação global da Igreja. A reforma dos ritos e dos livros litúrgicos foi empreendida quase imediatamente a seguir à promulgação da Constituição Sacrosanctum Concilium ; e realizou-se em poucos anos, graças ao trabalho considerável e desinteressado de um grande número de peritos e de pastores de todas as partes do mundo. Este trabalho foi realizado tendo presente o princípio conciliar: a fidelidade à Tradição e a abertura ao legítimo progresso. Assim, pode afirmar-se que a reforma litúrgica é estritamente tradicional, porque obedece às normas dos Santos Padres (cf. CA, 3 e 4).
5 . O e s p ír i t o d a r e f o r m a co n c i l i a r A reforma e o incremento da Liturgia pretende ser um contributo: -ao progresso da vida cristã entre os fiéis; -a uma melhor adaptação às necessidades do nosso tempo de tudo aquilo que é susceptível de mudança; -à promoção de tudo aquilo que possa ajudar à união de todos os crentes em Cristo; -ao chamamento de todos ao seio da Igreja (cf. SC, 1). É evidente que a reforma não consiste na mudança de algumas rubricas, nem mesmo na utilização do vernáculo ou na colocação do altar e disposição da assembleia. A reforma deve processar-se «por dentro», de modo que cada fiel tenha, na acção litúrgica, uma participação: -Activa Que, naturalmente, se opõe a passiva... deve ter um olhar atento 1sobre o que se está a passar; escutar quando se trata de escutar; agir com a voz, as atitudes, o silêncio sagrado. -Plena Fazendo tudo o que lhe pertence (SC, 28). Plena, também, no sentido de empenhamento total da pessoa (SC, 19). -Consciente O empenhamento total da pessoa exige a compreensão dos ritos sagrados. Não apenas o quê e o como, mas também, o que é mais 1 importante, o porquê. 72
-Piedosa A acção litúrgica não se há-de limitar à execução ritual, ainda que perfeita. Deve levar a uma vivência interior dos mistérios sagrados. -Frutuosa A Liturgia não pode ser algo desligado da vida. Esta há-de ser uma continuação daquela.
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Ca p í t u l o 1 9 O An o l i t ú r g i c o
A santa mãe Igreja considera seu dever celebrar em determinados dias do ano, a memória sagrada da obra de salvação do seu divino Esposo. Em cada semana, no dia a que chamou domingo, celebra a memória da Ressurreição do Senhor, como a celebra também uma vez no ano na Páscoa, a maior das solenidades, unida à memória da sua Paixão. Distribui todo o mistério de Cristo pelo correr do ano, da Encarnação e Nascimento à Ascensão, ao Pentecostes, e à expectativa da feliz esperança e da vinda do Senhor. (SC 102: EDREL 2156)
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1. O Ano litúr gico A nossa vida e a percepção das coisas acontece no tempo. Deus, porém, existe fora e acima do tempo. Mas, ao vir ao nosso encontro para nos salvar, Deus age no tempo dos homens, santificando-o. Assim, o tempo tomou-se tempo de Salvação, ou seja, uma etapa que é necessário percorrer e que terminará no termo da História quando Cristo vier na Sua glória para «julgar os vivos e os mortos». O tempo será para nós tempo de Salvação se, em cada momento da nossa vida, celebramos o mistério pascal, enxertados em Cristo que, pela Sua Morte e Ressurreição realizou, de uma vez por todas, a passagem deste mundo para o Pai. Contudo, porque somos homens, essa passagem consciencializamo-la, de maneira especial, em determinados momentos, na Liturgia. E mesmo as acções litúrgicas não são uniformes. E próprio da natureza humana reconhecer momentos significativos, mudanças e ritmos, tempos mais intensos e tempos de pausa, acontecimentos que emergem da rotina quotidiana. Assim é também o ritmo da Liturgia: há momentos privilegiados nos quais concentramos a nossa capacidade, sempre limitada, de acolhimento. A Páscoa, é o acontecimento por excelência, em relação ao qual todos os outros se ordenam. Celebram-se a um ritmo anual -o Ano Litúrgico -já que, neste mundo, vivemos em ciclos de anos. O s d iv e r s o s e l em e n t o s d o A n o L i t ú r g i c o
O Domingo é o único elemento do Ano Litúrgico certamente de origem apostólica. Desde sempre nos aparece como «o primordial dia de festa». A Igreja apostólica escolheo para a «Fracção do Pão» (Act 20,7), já que o Senhor havia ressuscitado no «primeiro dia da Semana» (cf. Mt 28, 1; Jo 20,1 e 20,19). A Páscoa e o seu ciclo
Na Vigília Pascal, celebra-se toda a História da Salvação, que culmina na Morte e Ressurreição de Cristo. Constitui o núcleo do Tempo Pascal. A Vigília é preparada por «três dias santos»: o Tríduo Pascal. Trata-se de uma espécie de extensão da Vigília. É a passagem do jejum à festa, como foi para Cristo a passagem da Morte à Vida. A Páscoa prolonga-se até ao Pentecostes. Pentecostes significa «o quinquagésimo (dia»>. Este período de cinquenta dias aparece como uma festa continuada, «a festa», o «grande Domingo», simbolizando a felicidade eterna. A P r e p a r a ç ã o d a P á s co a : A Q u a r e s m a
Este Tempo começa com a imposição das cinzas, na Quarta-Feira anterior ao 1.0 Domingo da Quaresma, gesto que, como o jejum, significa que nos reconhecemos pecadores e fracos. Quaresma: apelo à libertação do pecado, a amar a Deus e ao próximo, a alimentarmo-nos mais abundantemente da Palavra de Deus e a rezarmos mais intensamente, à renúncia em favor dos mais necessitados. O Ci c l o d o N a t a l
Natal-Epifania-Baptismo do Senhor: eis o núcleo deste ciclo litúrgico. N a t a l : o nascimento virginal de Cristo é condição para a Páscoa. E p i f a n i a : é a festa da universalidade (catolicidade) da Igreja -a glória do Filho de Deus que brilha nela, é destinada a iluminar todos os povos. B a p t i s m o d o S e n h o r : é, simultaneamente, o início da «vida pública» de Jesus e a primeira revelação do mistério trinitário. Ainda dentro do ciclo do Natal, temos o A d v e n t o . Trata-se de um tempo litúrgico duplamente marcado pela esperança, primeiro porque prepara as festas do Natal, depois porque essa preparação conduz inevitavelmente à expectativa da vinda gloriosa do Senhor no fim dos tempos. Note-se que, embora o ciclo do Natal (com o Advento) abra cronologicamente um novo Ano Litúrgico, não há qualquer lacuna entre o fim e o começo de um novo ano. Na 76
verdade, o espírito das festas do final do Ano Litúrgico (Todos-os-Santos, Fiéis Defuntos e Cristo-Rei) é depois retomado no início do Advento que, como foi dito, nos coloca na perspectiva da vinda do Senhor, na Sua glória, para julgar os vivos e os mortos. O Te m p o Co m u m o u " Pe r A n n u m "
Ao contrário dos outros Tempos Litúrgicos, que celebram diversos momentos da História da Salvação, o Tempo Comum não se fixa num determinado aspecto do mistério de Cristo, mas celebra-o de modo global, especialmente aos Domingos. Distribui-se por dois períodos: o primeiro vai do termo do ciclo do Natal (inicia-se com a celebração do 2º Domingo, pois o 1º é consagrado ao Baptismo do Senhor) até ao início da Quaresma; o segundo vai desde o termo do ciclo da Páscoa (Domingo de Pentecostes) até ao início do Advento. As festas da Virgem Maria – na qual a Igreja «alcançou já aquela perfeição sem mancha, nem ruga que lhe é própria – e as festas e memória dos Santos -que constituem a mais bela manifestação da acção de Cristo na Igreja, através dos séculos situam-se, na sua maioria, no Tempo Comum ou "Per Annum".
2 . A s co r e s l i t ú r g i c a s - Usa-se cor br anca Tempo Pascal e Natal Festas do Senhor (excepto o Domingo de Ramos na Paixão do Senhor e a Exaltação da Santa Cruz) Festas e Memórias da Dedicação de uma Igreja Festas e Memórias de Nossa Senhora, dos Anjos e dos Santos (excepto os Apóstolos e Evangelistas e os Mártires) Festa de Todos-os-Santos, Nascimento de S. João Baptista, S. João Evangelista, Cadeira de S. Pedro e Conversão de S. Paulo Missas Rituais, Missas para Diversas Necessidades e Missas Votivas. - Usa-se cor ver de Tempo Comum ou "Per Annum" - U sa - s e co r v e r m e l h a Domingo de Ramos e Sexta-feira Santa Domingo de Pentecostes Exaltação da Santa Cruz Festas dos Apóstolos e Evangelistas Festas e Memórias dos Mártires. - Usa-se cor rox a Tempo do Advento e Quaresma Missa de Defuntos (também podem usar-se paramentos de cor preta). Podem usar-se paramentos cor-de-rosa nos Domingos «Gaudete» (III do Advento) e «Laetare» (IV da Quaresma), e, por antigo privilégio, nalgumas igrejas, paramentos azuis na solenidade da Imaculada Conceição.
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Ca p í t u l o 2 0 O M i ssa l R o m a n o
O Acólito como ministro do altar, deve conhecer o Missal, para prepará-lo e apresentá-lo quando necessário, desse modo, neste capítulo está resumidamente a constituição do Missal. Inclui várias possibilidades para as celebrações.
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1 . O M i s s al R o m a n o A reforma da Liturgia latina, decidida pelo Concílio Vaticano II, encontra a sua expressão concreta nos livros litúrgicos ou rituais. Os livros são oficialmente publicados pela Congregação do Culto Divino (a chamada «edição típica»), depois de promulgados pelo Santo Padre. A tradução para o português -nem sempre fácil – é feita pelo Secretariado Nacional de Liturgia. Entra em vigor depois de aprovada pela Conferência Episcopal e ratificada pela Santa Sé. Entre nós já estão em vigor numerosíssimos livros litúrgicos. Faça-mos uma referência especial ao Missal Romano, já que um acólito o deve saber utilizar, pelo que necessita de conhecer o seu conteúdo. Após quatro séculos sobre a publicação do Missal Romano Tridentino, promulgado por Bula do Papa Pio V (daí ser conhecido por Missal de S. Pio V), com data de 14 de Julho de 1570. O «novo» Missal (Missale Romanum) segundo o espírito da reforma do Concílio Vaticano II, foi promulgado pelo Papa Paulo VI, na Quinta-feira Santa de 1970, através da Constituição Apostólica Missale Romanum. Entre nós, depois de terem sido utilizadas várias traduções parcelares e provisórias, foi finalmente publicada a versão portuguesa do Missale Romanum (entrou em vigor no Primeiro Domingo do Advento de 1992), em edição comum a Portugal e aos países africanos de língua oficial portuguesa. O Missal, entre os costumados «preliminares», apresenta as Normas Universais do Ano Litúrgico e do Calendário, com o Calendário Romano Geral com o próprio dos países a que se destina. É a partir destes documentos que se elabora, anualmente, o Directório Litúrgico, espécie de agenda que existe em qualquer sacristia, pois a ela temos de recorrer para os preparativos da celebração da Missa. Para cada Missa, o Missal apresenta, além das três orações presidenciais colecta, sobre as oblatas e Depois da Comunhão – as antífonas da entrada e da Comunhão, as quais não sendo cantadas pela assembleia, deverão ser recitadas pelo próprio sacerdote. De notar que o Missal apenas contém as fórmulas a dizer pelo Presidente (excepto o Ordinário da Missa que inclui também as intervenções da assembleia). Para a Liturgia da Palavra – leituras e cânticos intercalares -há que recorrer ao Leccionário. Voltemo-nos para o corpo do Missal. Segue esta ordem: -Próprio do tempo -Ordinário da Missa -Ordinário da Missa com Canto -Próprio dos Santos -Missas Comuns - Missas Ritu ais -Missas e Orações para Diversas Necessidades - Missas Votiv as -Missas dos Defuntos -Completam o Missal quatro Apêndices, com f orm ulários diversos. O Pr ó p r i o d o T e m p o :
O Missal apresenta os diversos Tempos do Ano Litúrgico, do Domingo I do Advento ao Domingo XXXIV do Tempo Comum (Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo), dispostos pela seguinte ordem: Tempo do Advento (p. 103-131), Tempo do Natal (p. 137-164), Tempo da Quaresma (p. 167-241), Sagrado Tríduo Pascal (p. 245328), Tempo da Páscoa (329-391) e Tempo Comum (p. 395-430). Vêm a seguir as solenidades do Senhor no Tempo Comum (Santíssima Trindade, Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo e Sagrado Coração de Jesus) (p. 431-436). Para cada dia do Advento, do Natal, da Quaresma e do Tempo Pascal, o Missal contém a Oração Colecta, a Oração sobre as Oblatas e a Oração depois da Comunhão, e ainda a Antífona de Entrada e a Antífona de Comunhão. Durante o Tempo Comum, as orações e 80
antífonas próprias para cada Domingo, repetem-se depois durante os dias feriais, se outro critério não for usado. O Or d i n á r i o d a M i s s a : Apresenta-se em duas modalidades: uma sem canto (p. 440-549), e outra com canto (p. 576-800). Contém as intervenções do Presidente da assembleia e as respostas do Povo comuns a todas as Missas. Ou seja: 1. Ritos Iniciais (p. 440-445) -Signação -Saudação (várias formas) -Acto Penitencial (três formas) -Invocações Kyrie, eléison (omite-se quando é utilizada a terceira forma ou o Rito da Bênção da Água e Aspersão (Apêndice IV, p. 1359-1365). -Hino Glória a Deus (Oração Colecta) 2. Liturgia da Palavra
Para a Liturgia da Palavra -leituras e cânticos intercalares -é preciso recorrer ao Leccionário. De facto, o Missal, ao contrário daquilo que o nome sugere, não contém todas as partes da Missa. Para a celebração, são necessários dois livros: o Missal e o Leccionário. O Missal, é o livro do Presidente ; o Leccionário, o livro do Leitor . Fica assim mais patente a distinção de ministério e funções na assembleia celebrante. Os elementos da Liturgia da Palavra que constam do Ordinário, são os seguintes: -Profissão de Fé Símbolo Niceno-Constantinopolitano (p. 448) Símbolo dos Apóstolos (449) -Oração Universal ou Oração dos Fiéis Uma rubrica desenvolvida apresenta a estrutura da Oração dos Fiéis, porém, só no Apêndice IV se sugerem alguns formulários (p. 1366-1380), que incluem a exortação introdutória e a oração conclusiva, que são ditas pelo Presidente. Actualmente existe um livro próprio com todos os formulários para a Oração Universal ou dos fiéis. 3. Liturgia Eucarística
-Preparação das Oferendas (p. 450-451) (Oração sobre as Oblatas) -Oração Eucarística São 114 o número de Prefácios, encontrando-se no Ordinário os mais utilizados (p. 453-513); Incluídas no Ordinário, há 4 Orações Eucarísticas (p. 515- 543); porém, no Missal, temos ainda as seguintes: 4 Orações Eucarísticas para as Missas ad diversa (p. 1157-1179); Orações Eucarísticas para as Missas da Reconciliação c (Apêndice I, p. 13141325); Orações Eucarísticas para as Missas com Crianças (Apêndice II, p. 1326-1341). 4. Ritos da Comunhão (p. 544-547) -Pai Nosso -Embolismo -Rito da Paz -Comunhão (Oração depois da Comunhão) 5. Ritos d e Conclusão (p. 548-549) -Bênção Final 81
Em certos dias e em ocasiões especiais, a Bênção Final pode ser precedida de outra forma de Bênção Solene ou da Oração de Bênção sobre o Povo que no Missal vêm a seguir ao Ordinário (p. 553-567 e 569-574, respectivamente). -Despedida
Nota:
-o Apêndice III (p. 1343 - 1357) contém o Ordinário da Missa e a Oração Eucarística II em latim. -O Apêndice IV. Além do que já foi indicado na altura própria (rito para a aspersão dominical da água benta e formulários para a Oração Universal), contém ainda o rito para designar ocasionalmente um Ministro da Sagrada Comunhão (p. 1381) e o Anúncio Solene do Dia da Páscoa a fazer na solenidade da Epifania do Senhor (p. 1382).
O Pr ó p r i o d o s Sa n t o s ( p . 8 0 3 - 9 9 7 )
É o conjunto dos formulários próprios para as solenidades, as festas e as memórias dos Santos desde o dia 2 de Janeiro a 31 de Dezembro, bem como as solenidades e festas do Senhor, exceptuando as que estão incluídas no Próprio do Tempo. Nas solenidades, festas e memórias obrigatórias (MO), os formulários indicados no Missal são obrigatórios. Nas memórias facultativas (MF), deixa-se uma grande margem de liberdade quanto à escolha de formulários. M i s sa s Co m u n s ( p . 1 0 0 1 - 1 0 5 7 ) É um conjunto de formulários que servem indistintamente para comemorações do mesmo tipo. Seguem uma ordem de importância: -Comum da Dedicação de uma Igreja -Comum de Nossa Senhora -Comum dos Mártires -Comum dos Pastores da Igreja -Comum dos Doutores da Igreja -Comum das Virgens -Comum dos Santos e Santas
Por exemplo: é dia de São Brás, Mártir (3 de Fev.). Verificamos no Directório Litúrgico que se trata de uma MF «memória facultativa». A colecta, vem no Próprio dos Santos. As antífonas, o prefácio, a oração sobre as oblatas e a oração depois da comunhão, teríamos de escolher entre os que são propostos no Comum dos Mártires. M i s sa s Ri t u a i s ( p . 1 0 6 1 - 1 1 5 0 ) São Missas próprias para a celebração dos sacramentos (só a Penitência não tem Missa própria) e para algumas outras celebrações de grande importância: catecumenado, viático, bênção abacial, consagração das virgens, profissão religiosa e dedicação de uma igreja ou de um altar. M i s s a s e Or a ç õ e s p a r a D i v e r s a s N e ce s s i d a d e s ( p . 1 1 5 5 - 1 2 5 0 ) Trata-se de uma série de Missas próprias para diversas circunstâncias ou diferentes necessidades. No Missal, vêm distribuídas em 4 grupos: -Pela Igreja (p. 1181-1213) -Pela sociedade civil (p. 1214-1222) -Em diversas circunstâncias a vida social (p. 1223-1242) -Por alguma necessidade particular (p. 1243-1250).
Esta secção do Missal abre com a Oração Eucarística V, que possui 4 prefácios próprios e as intercessões correspondentes às diversas circunstâncias ou necessidades. M i s sa s V o t i v a s ( p . 1 2 5 3 - 1 2 7 4 ) São Missas que podem ser escolhidas segundo a piedade dos fiéis, para celebrar alguns mistérios cristãos. Por exemplo: Na 1ª Sexta-feira do mês, se o Directório Litúrgico não indicar nada em contrário, pode substituir-se a Missa do Próprio do Tempo, pela Missa Votiva do Sagrado Coração de Jesus.
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M i s sa s d e D ef u n t o s ( p . 1 2 7 7 - 1 3 1 2 ) São Missas próprias para as exéquias ou para o aniversário de um falecimento. Além das 3 Missas próprias para o Dia dos Fiéis Defuntos, que, no Missal, vêm no lugar próprio, 2 de Novembro, há mais 38 formulários, que permitem responder a situações diversificadas: quando o defunto é o Papa, ou um jovem, ou alguém que morreu depois de uma longa enfermidade, etc.
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Ca p í t u l o 2 1 O ca n t o n a ce l e b r a çã o
“Quem canta, reza duas vezes” (Santo Agostinho, século I V)
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1 . A i m p o r t â n c i a d o c an t o A importância do canto segundo a IGMR 3 9 . O Apóstolo exorta os fiéis, que se reúnem à espera da vinda do Senhor, a que unam as suas vozes para cantar salmos, hinos e cânticos espirituais (cf. Col 3, 16). O canto é sinal de alegria do coração (cf. Actos 2, 46). Bem dizia Santo Agostinho: “Cantar é próprio de quem ama”. E vem já de tempos antigos o provérbio: “Quem bem canta, duas vezes reza”. 4 0 . Deve ter-se, pois, em grande apreço o canto na celebração da Missa, de acordo com a índole dos povos e as possibilidades de cada assembleia litúrgica. Embora não seja necessário cantar sempre, por exemplo nas Missas feriais, todos os textos que, por si mesmos, se destinam a ser cantados, deve no entanto procurar-se com todo o cuidado que não falte o canto dos ministros e do povo nas celebrações que se realizam nos domingos e festas de preceito. Na escolha das partes que efectivamente se cantam, dê-se preferência às mais importantes, sobretudo às que devem ser cantadas pelo sacerdote ou pelo diácono ou pelo leitor, com resposta do povo, bem como às que pertence ao sacerdote e ao povo proferir conjuntamente. 4 1 . Em igualdade de circunstâncias, dê-se a primazia ao canto gregoriano, como canto próprio da Liturgia romana. De modo nenhum se devem excluir outros géneros de música sacra, principalmente a polifonia, desde correspondam ao espírito da acção litúrgica e favoreçam a participação de todos os fiéis. Dado que hoje é cada vez mais frequente o encontro de fiéis de diferentes nacionalidades, convém que eles saibam cantar em latim pelo menos algumas partes do Ordinário da Missa, sobretudo o símbolo da fé e a oração dominical, nas suas melodias mais fáceis.
Lendo este excerto da IGRM, vemos que a participação na Missa através do canto, é muito útil, pois é a melhor forma de nos introduzir no mistério celebrado. Por todas estas razões, vemos que o Acólito, fazendo parte da assembleia não deve ficar calado, muito pelo contrário, ele deve ser um exemplo para a assembleia. Hoje em dia, muitas das nossas assembleias têm uma participação passiva na celebração, deste modo, o Acólito deve ter a participação activa, não só nas respostas declamadas mas também no canto. A música foi desenvolvida por volta do século VII. Recebeu suas codificações e linhas gerais pelo papa São Gregório Magno, daí o nome “canto gregoriano”. O canto gregoriano é cantado em diversas vozes mas sempre em regime “monofónico”, ou seja, todos cantam sempre as mesmas notas sem alteração contrapontística. Após o Concílio de Trento, no século XI, foi introduzido o canto polifónico na Igreja. Esse, por sua vez, representa a interpolação de diversas vozes, ou conjunto de vozes, caracterizando os tipos vocais, como barítonos, os tenores, os baixos, os contraltos e os sopranos, formando assim um todo harmonioso e belo.
Neste capítulo ficaram patentes algumas ideias sobre o canto, que o próprio Acólito pode e deve saber.
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Ca p í t u l o 2 2 A a r t e sa cr a
Neste capítulo conhecer alguns pontos sobre as imagens sagradas, elas têm aprofundado os grandes temas da nossa fé, de uma maneira simples e objectiva. Esta é uma antiga tradição da Igreja que não se deve perder. Apesar de não ser um tema relacionado com o Acolitado, é um auxílio para compreender melhor as imagens, pinturas e outros, que existem nas diversas igrejas. 87
1. As imagens sagradas 3 1 8 . (…) Por isso, de acordo com a antiquíssima tradição da Igreja, expõem-se à veneração dos fiéis, nos edifícios sagrados, imagens do Senhor, da bem-aventurada Virgem Maria e dos Santos, as quais devem estar dispostas de tal modo no lugar sagrado, que os fiéis sejam levados aos mistérios da fé que aí se celebram. Nota histór ica:
“Rendei-lhe a glória devida ao seu nome. Adorai o Senhor com ornamentos sagrados”. (Sl 28,2)
Poderíamos definir a Arte Sacra como a expressão dos sentimentos religiosos através das obras humanas. A arte na religião tem uma função de representação que leva à identificação com a realidade divina. Podemos também ver na arte religiosa a função de protecção que se atribui a essas representações e sua função didática, ou seja, ensinamse as verdades religiosas através de suas representações. Desde a arte primitiva podemos encontrar esse tipo de manifestações no conjunto de peças de cerâmica, barro, pinturas e outros materiais para o favorecimento da caça e fertilidade. Assim, podemos encontrar em todas as religiões a tradição do culto a uma imagem considerada sagrada, à qual atribui-se geralmente uma origem divina ou mítica. Tanto o islamismo como o judaísmo e o cristianismo proíbem a idolatria. Por isso, os tipos de arte encontradas nessas religiões, principalmente no islamismo, são mais arquitectónicas, decorativas e geométricas. Já no cristianismo, ao contrário, encontramos todas as formas de representação artística, como a música, arquitectura, escultura e pintura. No cristianismo, admite-se a reprodução de representação de personagens nos ícones ou imagens. Devido a isso, encontram-se diversas obras de arte valiosíssimas dentro dos locais de oração, como, por exemplo, na Capela Sistina. N o s p r i m e i r o s s é c u l o s d o c r i s t i a n i s m o , já se desenvolveram diversas representações de Cristo e dos apóstolos. Temos testemunhos delas nas catacumbas romanas e nas antigas igrejas no Oriente Médio. Nessa época já se pintava principalmente Jesus Cristo e sua mãe, a Virgem Maria. N a I d a d e M éd i a , a Igreja Romana incumbiu aos artistas a decoração interna das igrejas. Muitos deles se destacaram na produção de obras de cunho religioso a fim de perpetuar ideias e sentimentos das crenças, de moldá-las em formas plásticas.
Pietá de Michelan elo
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Ca p í t u l o 2 3 Sí m b o l o s Cr i s t ã o s
Este é um brevíssimo capítulo, que ilustra a diversidade de símbolos que os cristãos utilizaram e utilizam para se identificar e celebrar a sua fé.
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1 . O s sí m b o l o s c r i s t ã o s Desde os primeiros tempos da Igreja, os cristãos utilizaram símbolos para se identificarem com a sua religião. Por esta razão este penúltimo capítulo antes dos Apêndices, foi dedicado aos símbolos para percebermos o que alguns querem dizer.
C o r d e i r o – simboliza o próprio Cristo, obediente que se entregou por nós
Fo g o ( L u z ) – simboliza a que Cristo é a Luz, ele ilumina todas as nações
P e i x e s – que em grego é ICTIS, são as iniciais de Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador, com que os primeiros cristãos se identificavam
Cruz – simboliza o Crucificado, o Cristo, o Salvador, o Verbo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade
A l f a e Ó m e g a – estas duas letras gregas são utilizadas para transmitir que Cristo é o princípio e o fim de todas as coisas, a Ele pertence o tempo. Ele é o omnipresente.
XP – é um símbolo de origem grega que quer dizer Cristo
P o m b a – símbolo do Espírito Santo, terceira pessoa da Trindade
P a l m a – símbolo da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém e dos santos mártires, por ter dado a sua vida pela profissão de fé em Cristo.
Decerto existem centenas de outros símbolos cristãos, se algum dia tiveres dúvidas sobre o significado desse mesmo símbolo. Informa-te, pesquisando em diversos livros, nomeadamente um livro dos símbolos.
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Ca p í t u l o 2 4 Se r A c ó l i t o
SERVIR SEM PRE! 91
1 . S er A c ó l i t o “É bom que sejais óptimos acólitos, conscientes do vosso serviço litúrgico, assíduos à vossa assembleia, educados, disponíveis, asseados. Mas ainda é melhor que sejais bons discípulos de Cristo, muito seus amigos. Isso é que é o principal. Ser acólito também é bom, mas é apenas um caminho possível para chegar a ser amigo de Jesus e membro vivo da vossa comunidade paroquial. Porém, há muitos outros caminhos para alcançar essa meta. Alguns dos vossos companheiros não são acólitos, mas são baptizados. E isso é o mais importante. O Baptismo é que é a raiz de todos os chamamentos que nos são dirigidos por Deus ao longo da vida. Diz o Missal: «Se estão presentes várias pessoas que podem exercer o mesmo ministério, nada obsta a que distribuam e desempenhem entre si as diversas partes desse ministério ou ofício» (IGMR, n. 109). No caso dos acólitos, quando estão presentes vários numa mesma celebração, uns preparam o altar, outros ajudam o presidente a receber as ofertas dos fiéis, outros levam-lhe o pão e o vinho, outros acompanham os ministros que distribuem a Comunhão, etc. Além de ser mais bonito, todos têm oportunidade de servir Jesus na pessoa do sacerdote e dos fiéis. Além disso, a celebração torna-se mais viva, mais atraente, mais movimentada.” Pe. José de Leão Cordeiro
2 . Se r n o m e a d o ( i n v e s t i d o ) A có l i t o A nomeação (ou investidura) ocorre dentro da Missa, após o tempo de aprendizagem do Acólito, que deve ser pelo menos de 6 meses. Para preparar a celebração deve consultar-se os formulários próprios no capítulo dos Apêndices. Todos os candidatos devem aprender as respostas, para que no dia da sua nomeação, brilhem pela sua simplicidade. Tudo o que foi aprendido ao longo da formação, deve ser levado mais a sério, a partir do momento em que se é Acólito. Não esquecer toda a preparação necessária para a celebração da Missa, tanto exterior como interior.
3 . Se r A c ól i t o é s e r p a r t e d e u m g r u p o Já vimos que deve haver a divisão de tarefas na Missa. Mas fora disso, muitos grupos, estão estruturados de modo, a que todos os que servem ao Altar têm mais actividades fora da celebração da Missa. Neste aspecto o Acólito deve ser exemplar na sua participação no grupo. Não faltando às reuniões e participando nas actividades propostas, já para não falar no cumprimento da escala de serviço. Entre todas as actividades pode-se destacar a PNA (ENA) – Peregrinação Nacional de Acólitos, anualmente a 1 de Maio, onde todos os Acólitos portugueses renovam o seu compromisso diante de Maria, para que Ela nos ajude a servirmos cada vez melhor e a vivermos cada vez mais para Deus.
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Ca p í t u l o 2 5 Apêndices
Acólit os de Sant o Eugénio 93
1 . O A co l i t a d o n a h i s t ó r i a d a I g r e j a O ministério de acólito remonta aos primórdios da Igreja. Uma carta do Papa S. Cornélio a Fábio de Antioquia, escrita no ano 251, testemunha que, em Roma, nessa altura, o Papa tinha reunidos à sua volta 46 presbíteros, 7 diáconos, 7 subdiáconos, 42 acólitos e 52 exorcistas, leitores e porteiros. Uma outra carta, do final do século IV, do Papa S. Siríaco a Himerode Tarragona, dános conta do acolitado como um serviço generalizado nas comunidades cristãs. Ao longo dos séculos, nas catedrais, à volta do bispo, ou nas comunidades que iam surgindo, jamais se extinguiu este ministério exercido por gerações e gerações de jovens.
2 . P al a v r a s d o P a p a Jo ã o P au l o I I a o s Pá r o c o s s o b r e o s A có l i t o s Precisamente nesta perspectiva, caros irmãos sacerdotes, privilegiai, juntamente com outras iniciativas, a atenção dos acólitos, que constituem uma espécie de «viveiro» de vocações sacerdotais. O grupo de acólitos, bem acompanhado por vós no âmbito da comunidade paroquial, pode percorrer um válido caminho de crescimento cristão, formando quase uma espécie de pré-seminário. Educai a paróquia, família de famílias, a ver nos acólitos os seus filhos, como «rebentos em volta da mesa» de Cristo, Pão da vida (cf. Sal 128 [127], 3). Recorrendo à cooperação de famílias mais sensíveis e dos catequistas segui, com solícita atenção, o grupo dos acólitos para que, através do serviço do altar, cada um deles aprenda a amar cada vez mais o Senhor Jesus, reconheça-O realmente presente na Eucaristia e saboreie a beleza da liturgia. Todas as iniciativas para os acólitos, organizadas a nível diocesano e por zonas pastorais, devem ser promovidas e estimuladas, tendo sempre em conta as diversas faixas etárias. Nos anos de ministério episcopal em Cracóvia, pude constatar como era vantajoso dedicar-se à sua formação humana, espiritual e litúrgica. Quando crianças e adolescentes realizam o serviço do altar com alegria e entusiasmo, oferecem aos da sua idade um testemunho eloquente da importância e da beleza da Eucaristia. Graças à acentuada sensibilidade imaginativa, que caracteriza a sua idade, e com as explicações e o exemplo dos sacerdotes e dos colegas mais velhos, também os miúdos podem crescer na fé e apaixonar-se pelas realidades espirituais. E, por último, não esqueçais que os primeiros «apóstolos» de Jesus Sumo Sacerdote sois vós: o vosso testemunho conta mais do que qualquer outro meio e subsídio. Nas regulares celebrações dominicais e feriais, os acólitos encontram-vos a vós, nas vossas mãos vêem «fazer-se» a Eucaristia, no vosso rosto lêem o reflexo do Mistério, no vosso coração intuem a chamada a um amor maior. Sede para eles pais, mestres e testemunhas de piedade eucarística e de santidade de vida! Carta aos Sacerdotes por ocasião da Quinta-feira Santa de 2004
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V o ca b u l á r i o d o s a có l i t o s Para que os acólitos conheçam melhor as realidades da liturgia, apresentamos a seguir uma lista daquelas com que eles têm mais contacto na celebração ou fora dela. Para ser mais fácil consultar esta lista, as palavras vão por ordem alfabética. A c ó l i t o é o ministro litúrgico que serve o presidente e o altar. A l t a r é o lugar do sacrifício de Cristo e a mesa onde se celebra a Eucaristia. A l v a é a veste branca que cobre todo o corpo e é comum a todos os ministros da celebração litúrgica. A m b ã o é o lugar donde se proclama a Palavra de Deus, nas leituras e no salmo responsorial. A m i t o é um rectângulo de pano branco que se pode colocar por debaixo da alva em volta do pescoço, para cobrir perfeitamente a gola da camisa. A s s e m b l e i a é a primeira realidade visível da liturgia cristã, isto é, são as pessoas reunidas para a celebração. A s s e n t o s para os ministros, são os lugares onde se sentam os acólitos e os outros ministros. Á t r i o é o primeiro espaço à entrada das igrejas. Bacia é um dos três objectos das lavandas. B á c u l o é uma espécie de bastão que o bispo, quando caminha ou quando fala, segura na mão. B a n c o s são os lugares onde sentam os fiéis. B a n d e j a s são uma espécie de tabuleiros, que os acólitos levam quando acompanham algum ministro à comunhão, tem como missão evitar que as pequenas partículas do Corpo de Cristo sejam perdidas (caindo para o chão). B a p t i s t é r i o é o lugar onde está a fonte baptismal para a celebração do baptismo. Basílica é o nome dado às grandes igrejas cristãs. B i s p o é o sucessor dos Apóstolos e o primeiro sacerdote numa diocese; sempre que está presente, é ele que preside às acções litúrgicas. C a d e i r a p r e s i d e n c i a l é aquela donde o bispo e o presbítero presidem à celebração, quando não estão no altar, e na qual se sentam. Cadeiras são os lugares onde sentam os fiéis. C a l d e i r i n h a d e á g u a b e n t a é apresentada ao bispo ou ao presbítero por um acólito. Cálice é a taça ou o copo onde se põe o vinho e um pouco de água, e se faz a consagração. Ca p a d e a s p e r g e s é uma capa usada nalgumas celebrações. C a p e l a b a p t i s m a l é o mesmo que baptistério. Casula é a veste ampla, branca ou de outra cor, aberta dos lados e sem mangas. Usam-na o bispo e o presbítero na missa. C á t e d r a é a cadeira onde, na sua igreja, se senta o bispo. C a t e d r a l é a igreja principal duma diocese, a igreja do bispo. C e r o f e r á r i o s são os acólitos que levam as velas nas procissões. Cíngulo é o cordão branco com que se aperta a alva quando ela não se ajusta completamente ao corpo. 95
Círio pascal é o círio grande, que se acende na Vigília pascal, e que simboliza a luz de Cristo ressuscitado. Co l h e r i n h a d a á g u a é uma colher pequenina com que tira uma gota de água da galheta e se lança no cálice, onde se mistura com o vinho. C o l h e r i n h a d o i n c e n s o é uma colher pequena para tirar o incenso da naveta e o pôr no turíbulo. Vai dentro da naveta, juntamente com o incenso. C o n f e s s i o n á r i o é o lugar onde se celebra o sacramento da penitência ou da reconciliação. C o r p o r a l é o quadrado de linho que o acólito leva da credência para o altar, e que o presidente estende sobre a toalha da mesa do Senhor. C r e d ê n c i a é uma pequena mesa que se coloca num lugar discreto do presbitério e sobre a qual, antes da missa, se põe tudo o que vai ser preciso nalgum momento da celebração. C u s t ó d i a é um objecto de metal, redondo, onde se coloca a hóstia grande consagrada, para que os fiéis adorem o Corpo de Cristo. A custódia usa-se na exposição solene do Santíssimo Sacramento e nas procissões eucarísticas. D a l m á t i c a é uma veste solene, com meias mangas, que o diácono pode usar. D i á c o n o é um colaborador do bispo, e o primeiro de todos os que servem na liturgia. Estola é uma peça comprida e estreita de pano, da cor litúrgica do dia, que se põe sobre a alva. O bispo e o presbítero deixam-na cair sobre o peito, ao passo que o diácono a usa em diagonal sobre o peito. G a l h e t a s são os dois pequenos recipientes com o vinho e a água que os acólitos levam ao altar no momento da preparação dos dons. H i s s o p e é o objecto de metal com o qual se asperge a água benta sobre as pessoas, os lugares e as coisas. Está habitualmente dentro da caldeirinha de água benta. H ó s t i a é o nome do pão da Eucaristia, quer antes quer depois de consagrado. H ó s t i a g r a n d e é aquela que o sacerdote segura nas mãos à consagração e depois mostra aos fiéis. É redonda, feita de farinha de trigo amassada com água, sem fermento nem sal. H ó s t i a s p e q u e n a s são aquelas que, depois de consagradas, se dão em comunhão aos fiéis. São redondas, feitas de farinha de trigo amassada com água, sem fermento nem sal. J ar r a c o m á g u a é um dos três objectos das lavandas. L a v a n d a s são as coisas necessárias para que o sacerdote possa lavar as mãos antes de dar início à Oração eucarística: a bacia, a jarra com água e a toalha. São-lhe apresentadas pelos acólitos. L ú n u l a – Faz parte da Custódia. Trata-se de um pequeno circulo, geralmente de metal precioso, que serve para segurar a hóstia. L e c c i o n á r i o é o livro que contém as leituras bíblicas que se lêem na missa e nas outras celebrações. São oito volumes diferentes. M e s t r e - d e - c e r i m ó n i a s ( C e r i m o n i á r i o ) é o ministro que prepara e dirige, em intima relação com o celebrante, a celebração, para que esta brilhe pelo decoro, simplicidade e ordem. Missal é o livro grande que contém as orações próprias da missa e que diz como se organiza e realiza a celebração. M i t r a é a insígnia com que os bispos cobrem a cabeça em certos momentos das celebrações litúrgicas. N a v e t a é o recipiente onde vai o incenso. 96
Pala é um pequeno rectângulo de pano de linho com que se pode cobrir o cálice. Pálio é um sobrecéu portátil, suspenso por meio de varas, que serve nas procissões para cobrir o Santíssimo Sacramento. P a r t í c u l a s é outro nome que se dá às hóstias pequenas. P a t e n a é um recipiente em forma de prato pequeno, onde se põe o pão que vai ser consagrado. P í x i d e é o recipiente em forma de copo no qual se põem as partículas, e no qual se guardam no sacrário. P l u v i a l é o mesmo que capa de asperges. P r e s b i t é r i o significa o conjunto dos presbíteros de uma diocese, e o lugar da igreja onde estão o altar, o ambão e a cadeira presidencial. P r e s b í t e r o e o colaborador mais directo do bispo, e aquele que mais habitualmente preside às celebrações litúrgicas. Também se lhe chama padre ou sacerdote. R am o d e o l i v e i r a é um pequeno ramo que se pode usar, em vez do hissope, para aspergir a água benta. R i t u a i s são os livros que contêm as celebrações de alguns sacramentos (baptismo, culto eucarístico fora da missa, penitência, unção dos doentes, matrimónio), e dos sacramentais (bênçãos, exéquias, profissão religiosa, etc.). R o q u e t e e s o b r e p e l i z: espécie de alva mais curta que os sacerdotes usam sobre a batina, quando em funções litúrgicas. O roquete tem mangas, a sobrepeliz, não. S a c r á r i o ou t a b e r n á c u l o é o lugar onde se guarda o pão consagrado depois da celebração da Eucaristia, e diante do qual os fiéis podem orar em silêncio, quando entram na igreja ou antes de sair dela. S a c r i s t i a é a sala da igreja onde se guarda tudo o que é preciso para a liturgia e onde os ministros tomam as vestes litúrgicas antes de começar a celebração. Sa n g u i n h o o u Sa n g u í n e o é um pedaço pequeno de pano branco que serve para limpar e enxugar o cálice e a patena depois da Comunhão. S i n o s são os objectos metálicos que estão na torre da igreja e cujo som convoca os fiéis para as celebrações; também servem para o relógio bater as horas. T o a l h a banca é aquela com que a mesa do altar está coberta. T o a lh a d e m ã o é um dos três objectos das lavandas. T ú n i c a é a veste branca do acólito, mais ajustada ao corpo do que a alva. T u r í b u l o é o queimador do incenso. T u r i f e r á r i o é o acólito que leva o turíbulo e a naveta nas mãos durante as procissões. U m b e l a espécie de pálio redondo, parecido a uma sombrinha. Tem a mesma função que o Pálio. V a s o s d o s sa n t o s ó l e o s são os recipientes em que se guardam os santos óleos do Crisma, dos catecúmenos e dos enfermos. Velas são feitas de cera de abelha, acendem-se no altar para o iluminar e levam-se acesas nas procissões. Véu do cálice é um rectângulo de seda com que se deve cobrir o cálice quando está na credência. Pode ser de várias cores. Mas pode usar-se sempre a cor branca. V éu d e o m b r o s o u U m e r a l os sacerdotes utilizam-no na bênção e procissão com o Santíssimo Sacramento
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I n s íg n i a s e p i s c o p a i s
O bispo, nas celebrações litúrgicas, utiliza as vestes sagradas próprias daquele que preside. Além das que são comuns aos presbíteros, usa, na cabeça, o solidéu (pequeno barrete, de cor violeta para os bispos, vermelha para os cardeais e branca para o Papa). As insígnias episcopais usadas pelo bispo são: -a n e l : símbolo da fidelidade à Igreja, sua esposa; -b á c u l o : sinal do múnus pastoral; -m i t r a e c r u z p e i t o r a l ; -p á l i o (usado pelos arcebispos, sobre a casula, nas cerimónias litúrgicas que se realizam no território sob sua jurisdição).
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A p r e n d e r co m a s i m a g e n s A En t r a d a :
Solene: T N Cr C Cr A
A
A
A P
Imagem da es uer da
Disposição no presbitério (reparar nas mãos dos ceroferários)
Ent rada Solene
Ge n u f l e x ã o
I m p o s i çã o d e i n c e n s o ( r e p a r a r n o N a v e t e i r o )
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Passagem do turíbulo (Acólito – Presidente) No decorrer da in censação (v er a disposição dos Acólitos)
Simples:
D u r a n t e o s Ri t o s I n i c i ai s
Genuflexão na entrada simples
Colocação d o Microfone A p r e s e n t a ç ão d o M i s s a l ( d u a s f o r m a s ) 100
Aspersão com Água Benta
Estar d e pé é uma atitude que m e r e c e a t e n ç ão
(utilizada sobretudo no Tempo Pascal)
D u r a n t e a L i t u r g i a d a Pa l a v r a
L i t u r g i a E u ca r í s t i c a
Durante a Liturgia da Palavra (reparar na posição das mãos)
1.
Ceroferários durante a proclamação do Evangelho
Preparação do Altar e Apresentação dos dons
Preparação do Altar
I n c l i n a çã o d e c a b eç a
V i st a l a t e r a l d a p r e p a r a ç ã o d o A l t a r
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Apresentação do lavabo
A p r e s e n t a ç ão d a s g a l h e t a s
(j arro, bacia e manustérgio)
Incensação sobre o povo
I n c l in a çã o p r o f u n d a
2.
D u r a n t e a O r a ç ã o Eu c a r í s t i c a
A c ó li t o a o M i s sa l ( d u a s v i s t a s ) e d o s A có l i t o s n o presbitério
102
Acólitos ajo elh ados à consagração (chamada de atenção com o toque da campainha)
3.
Incensação à consag ração
R i t o s d a Co m u n h ã o
A c ó li t a c o m a b a n d e j a d u r a n t e a c o m u n h ã o (acompanha o ministro)
Acólitos duran te o Abraço da Paz
4.
Acólito recebendo a Sagrada Comun hão
Ritos d e Conclu são
A c ó li t o s d u r a n t e a f o r m a ç ã o d o co r t e j o
V i st a f r o n t a l d o c o r t e j o ( c o m o u s e m t u r í b u lo )
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Ca pa d o Ev an g el i ár i o
Autor: Cónego João Marcos
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Fo r m u l á r i o s p a r a a N o m e açã o ( I n v e st i d u r a ) Renovação do Compromisso: (O Prior ,
após a r ecitação do Credo, senta-se.)
O P r e s i d e n t e da Associação, dir igindo- se ao Prior diz: Senhor Prior: Estão aqui N, N, N, ..., membros da Associação de Acólitos da nossa Paróquia, que desejam renovar, perante vós e a nossa comunidade, o seu compromisso de membros da Associação de Acólitos. A direcção considera-os dignos, e, por isso, pede-vos que os confirmeis no serviço que vêm prestando. (Acólitos -dirigem-se para a frente do Altar) P r i o r -Renovai, então, o vosso compromisso. A c ó l i t o s -Damos graças a Deus que nos chamou ao Seu serviço. Como membros da Associação de Acólitos, estamos na disposição de continuar a servir a comunidade na dignificação das celebrações litúrgicas, especialmente na Eucaristia. Com a ajuda de Deus, vamos esforçar-nos ainda mais por desenvolver a nossa fé, conformarmo-nos com Cristo e sermos apóstolos para anunciar a Boa Nova, no meio em que vivemos. A A ss e m b l e i a manifesta-se, exclamando: R \ Graças a Deu s. (Os que fizeram a renovação do comprom isso, r egressam aos seus lugares).
Investidura de novos membros da Associacão de Acólitos ~
O Pr e s i d e n t e da Associação, diz: Aproximem-se os que vão ser investidos como membros da Associação de Acólitos. Ca n d i d a t o s ( r e s p o n d e m ) - P r e se n t e ! P r i o r -Quereis, como membros da Associação de Acólitos, servir esta comunidade, colaborando na dignificação do culto divino, sobretudo na celebração da Eucaristia? Ca n d i d a t o s - Si m , q u e r o . P r i o r -Estais dispostos, como jovens católicos, a participar na missão de toda a Igreja, especialmente sendo apóstolos dos outros jovens? Ca n d i d a t o s - S i m , c o m a a j u d a d e D e u s . Após as palavras do Prior. Os candidatos aproximam-se do Prior, apresentando a veste litúrgica que irão usar no exercício das suas funções. Com eles, aproximam-se também os que vão ajudá-los a envergar a veste.
O P r i o r abençoa as vestes: Abençoe Deus () estas vestes que ides usar no exercício das funções a que fostes chamados. R\ Am e n . Depois de revestidos com a veste litúrgica, o Presidente da Associação de Acólitos diz:
A partir de agora fazeis parte da nossa Associação de Acólitos.
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NOMEAÇÃO DOS ACÓLITOS 1 . Os ritos iniciais e a liturgia da palavra, até ao fim da homilia inclusive, fazem-se como de costume. 2 . Proclamado o Evangelho, o pároco senta-se na cadeira presidencial e convoca os candidatos, dizendo: A p r o x i m e m - s e o s q u e v ã o se r n o m e a d o s a c ó l it o s .
E chama-os um por um pelos seus nomes. Cada um responde: Presente. E aproximam-se do pároco. 3 . O pároco dirige aos candidatos estas palavras ou outras semelhantes:
Queridos candidatos a acólitos: Daqui por diante ides ajudar o vosso pároco e os outros sacerdotes na celebração da Missa, bem como nas demais celebrações litúrgicas, sobretudo apresentandolhes o missal e servindo-os no que for preciso quando eles estiverem no altar, e ao distribuírem a Comunhão aos fiéis. Procurai, vós próprios, participar com muita fé na celebração da Missa, descobrindo o sentido íntimo daquilo que realizais, e oferecendo-vos todos os dias a Deus para servir a Jesus Cristo com a maior dedicação. Como ides servir ao altar, onde o pão e o vinho se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo, estai sempre preparados para receber a sagrada Comunhão, para a qual. Jesus nos convida ao dizer: «Tomai todos e comei; tomai todos e bebei». Amai muito a vossa comunidade paroquial, e estai ao seu serviço com alegria e disponibilidade, e vivei segundo o mandamento que o Senhor deu aos seus discípulos na última Ceia, ao dizer-lhes: «Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei». 4 . Os candidatos, perto do pároco, ajoelham-se diante dele. O pároco interrogaos acerca das suas disposições: Quereis, como membros do Grupo de Acólitos, servir esta paróquia na sua Liturgia, sobretudo na celebração da santa Missa?
Os candidatos respondem: Sim, quero. O pároco: Quereis comprometer-vos a realizar o vosso serviço de acólitos nos domingos e festas que vos forem indicados? Os candidatos respondem: Sim, quero. O pároco: Quereis dar bom testemunho de Jesus Cristo, na vossa família, na escola e em toda a parte, sendo amigos de toda a gente e apóstolos dos outros jovens? Os candidatos respondem: Sim, quero, com a ajuda de Deus. O pároco: Uma vez que manifestais esses propósitos, apresentai-me as alvas (ou túnicas) que ireis usar no exercício das vossas funções.
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5 . Os candidatos apresentam a alva e o cíngulo Com eles aproximam-se também os que vão ajudá-los a vestir a alva (acólitos já nomeados, escolhidos pelos candidatos). Os candidatos ficam de pé, com a alva e o cíngulo nos braços, em gesto de apresentação. Todos os fiéis se levantam. Então o pároco diz: Oremos.
Todos oram em silêncio durante algum tempo. Em seguida o pároco, de braços abertos, diz: Bendito sejais, Pai santo, que por vosso Filho Unigénito sumo e eterno sacerdote da Nova Aliança chamais alguns fiéis para servirem o vosso povo nas suas celebrações litúrgicas. (Junta as mãos) Fazei que estas alvas, santificadas pela vossa bênção, sejam verdadeiro sinal da piedade destes jovens, e os ajudem a aumentar a sua devoção. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Todos: Amen. 6 . Aqueles que acompanham os candidatos, ajudam-nos a vestir a alva. 7 . Depois de revestidos com a túnica, o pároco, dirigindo-se aos candidatos, dizlhes: A partir de agora fazeis parte do Grupo de Acólitos da nossa paróquia.
A assembleia manifesta a sua alegria, dizendo ou cantando: Gra ças a Deus. 8 . O pároco e os que acompanharam os jovens saúdam-nos com um abraço ou um beijo, e pode cantar-se um cântico apropriado. 9 . Terminada a nomeação, a Missa prossegue na forma do costume. Diz-se o Símbolo bem como a Oração Universal. Nesta, inserem-se súplicas especiais pelos novos membros do Grupo de Acólitos. 1 0 . Na preparação dos dons, os novos acólitos distribuem entre si os vários serviços: um coloca o missal no altar, e outros apresentam sucessivamente ao celebrante o corporal, a patena com o pão, a píxide com as hóstias pequenas, o cálice e o sanguinho, as galhetas com o vinho e a água, dois o turíbulo e a naveta (se houver incensação), e três servem as lavandas Jarro com água, bacia e toalha. 1 1 . Um ou vários acólitos acompanham o presidente e os ministros extraordinários da Comunhão, segurando as bandejas.
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Espaço d a Oração 1 . Or a ç ã o d a m a n h ã
O acólito, de pé, começa por fazer o sinal da cruz, da fronte ao peito e do ombro esquerdo ao direito, dizendo: Deus, vinde em nosso auxílio. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo: Como era no princípio, agora e sempre. Amen. Aleluia. Em seguida, ainda de pé, diz este pequeno hino: Desponta a aurora no céu, Já o dia à terra desce; Toda a escuridão da noite Com a luz desaparece. Glória ao Pai omnipotente, E a Jesus Cristo, Senhor, E ao Espírito Paráclito. Origem de todo o amor. Terminado o hino senta-se, e diz esta antífona, seguida imediatamente do Salmo 62: A n t . Desde a autora Vos procuro, meu Deus, para contemplar o vosso poder e a vossa glória. Aleluia. Sa l m o 6 2 Senhor, sois o meu Deus: desde a aurora Vos procuro. * A minha alma tem sede de Vós. Por Vós suspiro, * como terra árida, sequiosa, sem água.
Quero contemplar-Vos no santuário, * para ver o vosso poder e a vossa glória. A vossa graça vale mais que a vida: * por isso os meus lábios hão-de cantar-Vos louvores. Assim Vos bendirei toda a minha vida * e em vosso louvor levantarei as mãos. Serei saciado com saborosos manjares * e com vozes de júbilo Vos louvarei. Quando no leito Vos recordo, * passo a noite a pensar em Vós. Porque Vos tornastes o meu refúgio, * exulto à sombra das vossas asas. Unido a Vós estou, Senhor, * a vossa mão me serve de amparo. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo * como era no princípio, agora e sempre. Amen.
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E repete a antífona: A n t . Desde a autora Vos procuro, meu Deus, para contemplar o vosso poder e a vossa glória. Aleluia.
A seguir, se tiver tempo, lê duas ou três linhas da Bíblia ou do Novo Testamento e pensa, durante breves instantes, naquilo que leu. Este tempo de oração termina pelo Pai-Nosso: Pai nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem os tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Terminado o Pai-Nosso, o acólito faz de novo o sinal da cruz como no princípio, dizendo: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amen. E agora, fortalecido pela oração que acaba de fazer, pode começar o seu trabalho.
2 . Or a ç ã o d a t a r d e o u n o i t e O acólito, de pé, começa por fazer o sinal da cruz, da fronte ao peito e do ombro esquerdo ao direito, dizendo: Deus, vinde em nosso auxílio. Senhor, socorrei-nos e salvai-nos. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo: Como era no princípio, agora e sempre. Amen. Aleluia. Em seguida, ainda de pé, diz este pequeno hino: Nós Te louvamos, Senhor, Ao terminar este dia. Desce a noite sobre nós Mas a fé nos alumia. Obrigado pelo muito Que neste dia nos deste, E perdoa-nos o pouco Que de nós Tu recebeste. A Ti, Deus Pai de bondade E a Jesus, Nosso Senhor, E ao Espírito Paráclito, Honra, glória e louvor.
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Terminado o hino senta-se, e diz esta antífona, seguida imediatamente do Salmo 26: Ant. O Senhor é minha luz e minha salvação. O Senhor é minha luz e salvação: a quem hei-de temer? O Senhor é protector da minha vida: * de quem hei-de ter medo? Uma coisa peço ao Senhor, por ela anseio: * habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para gozar da suavidade do Senhor * e visitar o seu santuário. Ouvi, Senhor, a voz da minha súplica, * tende compaixão de mim e atendei-me. Diz-me o coração: * «Procurai a sua face». Espero vir a contemplar a bondade do Senhor, * na terra dos vivos. Confia no Senhor, sê forte. * Tem coragem e confia no Senhor. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo * como era no princípio, * agora e sempre. Amen. E repete a antífona: A n t . O Senhor é minha luz e minha salvação.
3 . O u t r a s o r a ç õ es CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA Ó Senhora minha, ó minha Mãe! Eu me ofereço todo a Vós e, em prova da minha devoção para convosco, Vos consagro neste dia os meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo o meu ser. E porque assim sou vosso, Ó .incomparável Mãe, guardai-me e defendei-me como coisa e propriedade vossa. Lembrai- Vos que Vos pertenço, tema Mãe, Senhora nossa! Ah, guardai-me e defendei-me como coisa própria vossa. Amen.
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ORAÇÃO ANTES E DEPOIS DAS REFEIÇÕES A n t e s d a s r e f e i çõ e s
Alimentai-nos, Senhor, com os vossos dons e fortalecei-nos com a vossa graça. Amen. Ou Abençoai-nos, Senhor, e a estes alimentos, que recebemos das vossas mãos. Por Cristo Nosso Senhor. Amen. Depois das refeições
Bendito seja Deus por todos os seus dons e glorificado por todas as suas obras. Amen. Ou Damo-Vos graças, Deus omnipotente, por todos os vossos benefí- cios. V 6s que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amen.
Pequena alusão:
O Padre José de Leão Cordeiro é professor de Liturgia em Évora e pároco de várias paróquias no Alentejo. Tem uma obra ímpar ao nível da pastoral litúrgica, refiro algumas obras preparadas por ele: - Enquirídio dos documentos da reforma litúrgica - Introduções aos salmos de laudes e vésperas - O Livro do Acólito - Artigos publicados no Boletim de Pastoral litúrgica. Para além da habitual (e útil) participação no encontro nacional de pastoral litúrgica.
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Bibliografia:
O Livro do Acólito – Padre José de Leão Cordeiro – SNL Manual do Acólito – Cónego Armando Duarte – Rei dos Livros Introdução Geral ao Missal Romano (IGMR) – SNL Enquirídio dos Documentos da Reforma Litúrgica (EDREL) – SNL Cerimonial dos Bispos - CEP Celebrando o Ano Litúrgico – Josep Ligadas – Paulinas
Fotografia:
Investiduras 2003 – 19 de Junho de 2003 Peregrinação Nacional dos Acólitos a Fátima 2004 – 1 de Maio de 2004 Investiduras 2004 – 10 de Junho de 2004 Encontro de Acólitos para o Manual do Acólito I – 29 de Junho de 2004 Abrindo o que ninguém fechará – Cónego João Marcos – Gráfica de Coimbra
Fontes de pesquisa na Internet: www.acolitoscruz.com.sapo.pt www.liturgia.pt www.vatican.va www.religiaocatolica.com.br www.meloteca.com
Site da Associação: http://acolitosstoeugenio.planetaclix.pt
Parceria GASE – GAC:
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