Depoimentos dos Aprovados no CACD 2011 - Hugo Lins
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Oi pessoal,
Como prometido, aí vai minha contribuição! Esse é um tópico tradicional no Orkut, da Comunidade "Coisas da Diplomacia", cujos depoimentos de aprovados de anos anteriores (2008, 2009 e 2010) muito me ajudaram no início da minha preparação. Como o grupo do Facebook está em franca expansão e cada vez mais movimentado, vamos tentar compar...tilhar depoimentos também aqui no FB!
Uma ressalva: não vou aqui fazer uma receita mágica de como passar no concurso. Vou apenas compartilhar com vocês o histórico da minha preparação. Espero que alguns de vocês possam se identificar com a trajetória. Se eu conseguir agregar alguma coisa de útil na preparação de vocês, valeu a pena ter perdido esses minutinhos aqui.
Sou de Recife e moro em Brasília há dois anos, exatament e o tempo que passei estudando para o CACD. Sou formado em Direito na UFPE e, assim que me formei, em julho de 2009, me mudei pra Brasília pra fazer cursinho e começar a estudar para o concurso. Nunca havia pensado seriamente em ser Diplomata até pelo menos meados da faculdade, quando, desiludido com os estágios na área jurídica (escritórios de advocacia e Ministério Mini stério Público), resolvi fazer um intercâmbio acadêmico e fiz um ano do meu curso em Sevilla (ESP), por um convênio entre as faculdades (2007/2 008). Nesse período, desenvolvi muito interesse pela seara internacionalista, pela vida fora do país, e comecei a pesquisar sobre o IRBr, afinal faltaria apenas 1 ano pra eu me formar quando eu voltasse. Assim que voltei (agosto/2008), decidi que quando me formasse iria morar em Bsb, e foi isso que fiz em julho de 2009.
Fiz meu primeiro concurso ainda no primeiro semestre de 2009, em Recife. Não havia começado a estudar até então, tava enrolado com a monografia e não sabia nem quem era o A mado Cervo direito. Lembro que o corte do TPS desse ano foi 54,7 e eu fiz algo em torno de 42 pontos (bem longe). Quando cheguei a Brasília em julho, um dos primeiros pontos a decidir foi qual cursinho fazer. Como achava os valores do Clio meio absurdos, fiquei entre o JB e O D iplomata e acabei me decidindo pelo JB. Fiz o JB entre agosto de 2009 e fevereiro de 2010 (logo (l ogo após o TPS 2010, que foi em janeiro). Não me arrependo de ter feito o JB, talvez fosse o que eu precisava em um momento inicial (o curso oferecia todas as matérias, em grade fechada, a um preço justo). Tinha alguns bons professores (principalmente Histórias), mas deixava a desejar um pouco em alguns pontos, principalmente na organização de todo o conteúdo em tempo tão curto, já que o TPS 2010 foi muito cedo, em janeiro. No TPS 2010, fiz 51,65, mas o corte foi 53,05 e eu fiquei de fora por 1,4. Foi quando decidi me mudar para o Clio, algo que fiz em março/2010.
No Clio, comecei fazendo 6 matérias do Curso Regular 2010.1, todas de uma vez (HB, HG, Geografia, PI, Economia e Direito), e foi isso que fiz no primeiro semestre de 2010. A base do JB me ajudou muito no acompanhamento dessas aulas, uma vez que o conteúdo no Clio às vezes é visto de forma bem acelerada (o curso Regular inteiro de uma matéria é dado em apenas 20 aulas). No segundo semestre, quando terminaram minhas matérias do Regular, entrei em algumas matérias do curso avançado (História, Geografia, Direito e PI) e comecei c omecei a fazer os BAQO¶s (simulados de TPS) todas as semanas, até a prova de 2011, que foi em abril.
Uma observação sobre os estudos ao longo desse período: minha rotina foi totalmente diferente quando se compara a parte inicial e o final da preparação. No início, no JB, eu tinha aula todos os dias das 1 9 às 22hs, então tinha o dia inteiramente livre para estudar. Foi a época em que eu realizei mais leituras, tentei cobrir boa parte da bibliografia básica (Cervo, Boris Fausto, Mankiw, Rezek, etc). Quando migrei pro Clio, como você escolhe as disciplinas que quer fazer, seu horário fica meio queb rado (um dia eu tinha aula pela manhã e à noite, outro só à tarde, por exemplo), então a rotina de estudos fica meio inconstante. Nesse segundo momento, acho que eu aprendi muito mais com exercícios e aulas que com estudo propriamente dito. Não há formula melhor nem pior: acho que os dois momentos foram complementares e tiveram sua parcela de contribuição no processo.
Quanto ao método de estudo, também não há nenhuma receita infalível: depende das características de cada um. Tenho amigos que não teriam passado sem seus ficha mentos. Eu, particularmente, não fiz nenhum fichamento ao longo de toda preparação, não é meu estilo de estudo. De tão preocupado com a forma, terminaria não prestando atenção no conteúdo. Prefiro ler aquele texto ou livro mais de uma vez, é o que funciona melhor pra mim.
Outro ponto que considerei fundamental na minha preparação pré-aprovação no TPS foi a realização dos simulados semanais no Clio (BAQO¶s). Embora não se assemelhem tanto com o TPS real, o fato de você ter rankings semanais contribui para que pessoas competitivas como eu possam manter o foco. É difícil manter a empolgação nos estudos quando seu foco é uma prova que está 1 ano na sua frente, mas se torna mais fácil se seu objetivo a curto prazo for se manter entre os prim eiros lugares do simulado daquela semana. Além disso, o desempenho nos BAQO¶s (Clio) dava direito aos melhores colocados de participarem do BAD (Bloco Avançado Discursivo), que simulava a realização de questões de 3ª e 4ª fases antes mesmo do TPS, ao longo do 2º semestre 2010. Foi importante ter essa vivência quando cheguei à 3ª Fase em 2011.
Segunda fase: Tinha deixado Redação meio que de lado ao longo do ano de 2010. Como fiquei por pouco no TPS, mesmo não participando da 2ª Fase em 2010 (você só sabe o resultado definitivo na semana da pr ova) terminei fazendo o curso de 2ª Fase com o Jackson lá no JB em fevereiro/2010, o que me deu alguma base sobre os critérios da banca. Depois disso, só retomei Redação em setembro/2010, no Regular 2010.3 com a Adriana, no Clio. Como não fiz o curso exatamente como deveria (deixava de entregar algumas redações), adotei uma estratégia suicida entre a primeira e a segunda fase 2011 (fiz, simultaneamente, curso de 2ª Fase com a Adriana e o Max, no Clio, d urante o dia, e com o Maurício, no Atlas, durante a noite). Foi um período de escrita intensiva, tinha dia que eu chegava a escrever duas redações inteiras. Foi arriscado (muita gente se confunde com as orientações divergentes entre os professores), mas pra mim deu certo. Foi minha fase de melhor desempenho no concurso em comparação com a média, fiquei em 6º lugar na 2ª Fase.
Terceira Fase: Fiz o curso de 3ª Fase do Clio e peguei ainda mais duas matérias no curso de 3ª Fase do Atlas (HB e PI). Aqui, não tem outro jeito: o conhecimento já está razoavelmente consolidado, a estratégia é fazer o máximo de questões discursivas possíveis pra treinar, assistir às aulas de correção das questões, ler cadernos e resumos, e ler Guias de Estudos anteriores pra pegar os detalhes de form a e conteúdo de
uma questão que foi bem avaliada pela banca. Além disso, fiz curso de Inglês com a Sara Walker (já fazia há 1 ano e meio) e peguei aulas em grupo de Direito (Patrick Luna) e Economia (Eliezer).
Quarta Fase: Como havia morado na Espanha, quase não me preocupei com espanhol. A bronca era francês, que tinha feito apenas 1 semestre na UNB e não sabia quase nada. Peguei 2 meses de aulas particulares antes da prova com Francisco, um professor de francês em Bsb, que me ajudaram bastante. Não posso dizer que eu aprendi francês em 2 meses, mas consegui desenvolver o mínimo possível pra fazer uma prova aceitável. Não recomendo essa estratégia, comecem desde já!
Preparação por matérias:
Falei dos cursinhos de modo geral aí em cima, agora vou falar das matérias em específico, bem como outras aulas que fiz fora dos cursinhos ao longo da preparação:
Português: Foi uma matéria que eu não estudei tanto, tinha realmente uma base boa da época do colégio. Não fiz Português no Clio, apesar de muita gente do Clio Bsb falar muito bem do Guilherme. Fiz, no 1º semestre de 2010, enquanto fazia regulares de outras matérias no Clio, um curso de 10 aulas com o Prof. Fernando Moura em Bsb, que dá aulas para concursos Cespe em geral, n ão é específico pro IRBr. Ele é genial. Recomendo bastante.
História: Aqui é uma matéria que acho que a base que eu peguei no JB, no início da preparação, foi essencial. Os professores Rosendo, de HB, e Clayton, de HG, são muito bons. Depois disso, fiz H istória no Regular/Avançado e 3ª Fase do Clio com o João Daniel, em 2010/2011. Como vocês sabem, ele é espetacular, mas acho que talvez tivesse tido alguma dificuldade de acompanhar suas aulas se não tivesse algum conhecimento anterior, porque ele tem um ritmo frenético. Para complementar, fiz HB no Atlas também no curso de 3ª Fase com o Luigi, que é ex-professor do Clio, que também é incrivelmente bom, mesmo nível do JD e, em alguns pontos, até mesmo mais didático.
Geografia: Devo tudo o que sei de Geografia ao Thiago, professor do Clio. O que fiz de Geografia no JB não me ajudou em nada, e com o Thiago fiz os cursos Regular e Avançado (telepresenciais, ele ficava no RJ) e o da 3ª Fase em 2011. Algumas pessoas falam do Telmo, que dá aula no Atlas e no Dip lomata, mas nunca tive aula com ele. Pra mim, em Geografia, Thiago é o cara.
PI:
PI é aquela matéria que ninguém sabe ao certo onde estudar. As aulas que tive no JB com o Igor Barbosa (Diplomata da turma de 2008, hoje no Haiti) foram bastante úteis. No C lio, fiz o Regular 2010.1 com o Igor Trabuco (também Diplomata da turma de 2008), sua didática e sua organização das aulas são elementos essenciais nessa matéria que costuma ficar tão espalhada. O caderno que fiz em suas aulas me acompanhou até as revisões finais para a 3ª Fase. Além disso, fiz o Avançado telepresencial no Clio com o Paulo Afonso no 2º semestre 2010/1º semestre 2011. Também recomendo bastante.
Inglês: Inglês era uma matéria na qual eu me considerava com bastante dificuldade quando comparado com a média e que me surpreendeu positivamente na 3ª Fase (rezava para conseguir tirar mais que 50 e tirei 76!). Fiz cursinhos de inglês na infância/adolescência, dos 8 aos 17 anos, mas nada muito além disso. Parei de estudar inglês durante toda a faculdade (se desde cedo soubesse que queria ser Diplomata, não teria feito isso). Tinha uma base, mas estava bem enferrujado quando comecei a estudar para o concurso. Além disso, não fiz intercâmbio em país de língua inglesa, que considero algo importante para o nível da prova, ainda que não haja provas orais. A Sara Walker (curso próprio) e a Rachel, do Clio, são as grandes professoras de Inglês em Bsb para o concurso. Fiz o curso da Sara W alker por 1 ano e meio, entrei em janeiro de 2010 e fiquei até o final da 3ª Fase, agora em junho de 2011. Ninguém conhece a prova como ela. No entanto, uma observação: ela passa muitos exercícios semanais, uma porrada mesmo, então você vai conseguir aproveitar muito melhor o curso se tiver tempo de fazer todos os exercícios em casa. Eu deixava de entregar algumas tarefas e morria de peso na consciência por isso, mas com o volume de aulas que eu tava tendo era impossível dar conta de tudo. E outra coisa: caí na turma dela meio que por acaso, porque normalmente ela prefere trabalhar co m alunos com um nível mais alto (nível 2). Em seu curso, os alunos do nível 1 têm aulas com o Paulo Kol, que também dizem ser muito bom e mais didático, mais paciente. Também só tenho elogios a fazer à Rachel, do Clio Bsb. Ela é uma pessoa incrível, uma professora extremamente competente, e me ajudou bastante nos 2 meses anteriores à 3ª Fase, quando eu estava desesperado com a prova de Inglês. Graças a Deus deu tudo certo, e Inglês foi minha segunda maior nota na 3ª Fase, só atrás de Geografia.
Economia: Aqui mesclei aulas com o Eliezer, professor que monta grupos próprios em Bsb (segundo semestre 2009, segundo semestre 2010 e 3ª fase 2011) e a Andrea, do Clio (Regular 2010.1, primeiro semestre de 2010, e também na 3ª fase 2011, no próprio Clio). O Eliezer tem um nível incrível de conhecimentos, mas peca um pouco pela didática (seu quadro é um caos). A Andrea parece um pouco confusa às vezes, mas seu nível tem melhorado muito e seu caderno, mais organizado, me ajudou bastante nas revisões. Acho que foram complementares, cada um à sua maneira. Não fiz o Marcelo Caetano, outro professor bastante comentado em Bsb.
Direito: Apesar de ser formado em Direito, foi minha pior matéria na 3ª Fase em termos relativos. Em compensação, fechei Direito no TPS, então fica difícil saber se eu realmente sei a matéria ou não. =P Aqui me limitei basicamente aos professores do Clio, todos em geral muito bons: o Patrick Luna (DIP), a Tatiana (Interno), o Ricardo Victalino (os dois) e o Guilherme Bystronski (DIP). Fiz Reg ular 2010.1 com o Patrick Luna e a Tatiana, Avançado com outro Patrick, o Petiot (mas acho que ele saiu do Clio) e curso de 3ª Fase com todos eles, porque ficavam se revezando. Se a ideia é ter um professor com uma didática impecável, ninguém supera o Patrick Luna (diplomata da turma de 2009, ele tirou 98 em Direito na prova daquele ano).
Espanhol: Não estudei quase nada em específico, pois já tinha um espanhol fluente pelo meu intercâmbio. Sempre assistia às aulas do BAD (turma discursiva que o Clio monta para os melhores colocados nos BAQO¶s, para simular a terceira e quarta fases ainda antes do TPS) e da 3ª Fase com a Márcia, no Clio (muito boa professora), apenas para não perder o contato com a língua, afinal parei de estudar quando voltei em 2008. Não sei se foi a melhor estratégia: minha nota da 4ª fase em espanhol não foi nada espetacular, tirei 33,3/50. A correção foi bem dura, mas talvez se tivesse me dedicado mais poderia ter garantido uma nota maior. Preferi dar prioridade a outras matérias.
Francês: Nunca havia estudado nada de francês até o primeiro semestre de 2010, quando fiz 6 meses do nível mais básico no Centro de Idiomas da UNB. Segundo semestre de 2010 pensei em fazer aulas particulares, mas fui empurrando com a barriga e, com o TPS se aproxi mando, resolvi deixar francês pra depois. Quando passou a 2ª fase, resolvi fazer um intensivão e m 2 meses com o Francisco, professor particular em Bsb. Devo tudo o que fiz na prova a esses 2 meses. Minha nota não foi lá essas coisas (29,35/50), mas foi o suficiente para que minha quarta fase não me derrubasse. Mantive a 18ª colocação que já havia conquistado após os recursos da 3ª Fase. Mas não recomendo que façam isso de forma alguma. Ter feito Francês antecipadamente teria me poupado muitos cabelos brancos...
Bem pessoal, acho que é isso. Qualquer dúvida que tiverem, estou à disposição para aj udar no que for possível. Espero que ninguém interprete esse relato como uma forma de autopromoção pessoal, como já aconteceu outras vezes em Guias de Aprovação de anos anteriores. Como falei, não tenho qualquer pretensão de apresentar aqui formulas mágicas para a aprovação. Espero apenas que a minha trajetória de preparação possa inspirar alguns de vocês nesse árduo percurso, que é d ifícil, não há dúvidas, mas que é possível de ser superado. =)
Abraços a todos!