FUNAD RELATÓRIO

Universidade Federal da Paraíba Centro de Comunicação, Turismo Turismo e Artes Curso de Licenciatura em Música Departamento de ducação Musical

!LAT"!#$ DA $%&!'A()$ $%&!'A()$ D UMA UM A AULA D M*&#CA #+CLU&#'A #+CLU &#'A

DHIEGO HERÁCLITO PEDRO PABLO DIAS ROBSON CAVALCANTE

$)$ P&&$A-P% D.M%!$-/012

$ 3U 4 A FU+AD5 Referência no serviço de a!i"i#aç$o e rea!i"i#aç$o re"acionado %s &'a#ro for(as de deficiência) is#o *) a f+sica) a in#e"ec#'a") a vis'a" e a a'di#iva) a ,-NAD .,'ndaç$o Cen#ro In#e/rado de A0oio ao Por#ador de Deficiência1 0res#a se's serviços a 's'2rios de #odas as idades e consis#e n'( 3r/$o 0er#encen#e ao Governo do Es#ado da Para+!a) "i/ado % Secre#aria Es#ad'a" de Ed'caç$o4

A 3UM AT+D5 As 0essoas de #odas as idades co( deficiência #e(0or2ria o' 0er(anen#e5 In#e"ec#'a") vis'a") a'di#iva) f+sica) (6"#i0"a) aciden#ados do #r7nsi#o) do #ra!a"o)  0essoas co( #rans#ornos /"o!ais do desenvo"vi(en#o TEA 8 Trans#orno do Es0ec#ro A'#is#a e 0essoas co( a"#as a!i"idades9s'0erdo#aç$o4

C$!D+AD$!#A  +*CL$ C$!D# : Coordenadoria de Tria/e( e Dia/n3s#ico4 A&'i * o 0ri(eiro 0asso4 ; onde as  0essoas co( deficiência #er$o '(a e&'i0e (*dica % dis0osiç$o 0ara dia/nos#icar o /ra' e o #i0o de deficiência 0ara) en#$o) ser enca(inada 0ara '(a coordenadoria es0ec+fica4

+'A- N6c"eo de Vivência e( Ar#es - A#rav*s da dança) das ar#es vis'ais) da (6sica e de #odas as 0"a#afor(as &'e envo"ve( a ar#e) conse/'i(os inc"'ir socia"(en#e) a/'çar  #a"en#os) 0ro(over e<0osiç=es e rea!i"i#ar necessidades ed'ca#ivas es0eciais4

#+T!$DU()$  Nossa visi#a % ins#i#'iç$o foi rea"i>ada e( ?@ de de>e(!ro de @?) n'(a &'ar#a8feira) dia e( &'e era (inis#rada a a'"a de ins#r'(en#os de (e#ais 0ara cadeiran#es) 0e"o 0rofessor Sandova" oreno de O"iveira4 Ce/ando % seç$o reservada ao 'niverso ar#+s#ico) de0ara(o8nos co( corredores orna(en#ados co( fi/'ras co"oridas) den#re e"as desenos fei#os 0e"os 0r30rios 's'2rios4 N$o de(oro' ('i#o 0ara &'e no#2sse(os o &'$o 0resen#e es#ava % (6sica no dia a dia da ,-NAD4 A/'arda(os o in+cio da a'"a de (6sica : &'e s3 ocorreria da"i % '(a ora : e( fren#e % sa"a onde a (es(a acon#eceria) can#o do &'a" 0'de(os o'vir o f'ndo sonoro de '(a a#ividade recrea#iva vo"#ada 0ara o 06!"ico infan#i") !aseada na dança) &'e consis#ia e( canç=es

fo"c"3ricas !rasi"eiras #ocadas e( arranos &'e ia( do sa(!a % sa"sa) o' (es(o ao #an/o4 En&'an#o es0er2va(os) o coordenador do NVA .N6c"eo de Vivência e( Ar#es1) '"iano a(isson) se dis0Fs a nos conceder '(a en#revis#a e( '( es0aço re0"e#o de  0in#'ras ado4

!LAT$ DA $%&!'A()$ DA AULA 2 nos (o(en#os finais dessa conversa) esc'#2va(os as 0ri(eiras no#as de a"/'( ins#r'(en#o ('sica" e 0erce!e(os &'e a a'"a de (6sica es#ava se iniciando e( o'#ra sa"a4 En#$o) a/radece(os ao coordenador e nos diri/i(os % sa"a ao "ado4 Co( a  0er(iss$o do ed'cador ('sica") Sandova" oreno aden#ro' na&'e"e recin#o4 Co(o a a'"a ocorreria no cen#ro da sa"a) a fi( de a"#erar o (+ni(o 0oss+ve" a a#(osfera de cos#'(e da&'e"e a(!ien#e) 0roc'ra(os (an#er(o8nos se(0re nas e<#re(idades do es0aço) ora nos f'ndos) ora na 0ar#e da fren#e) na 0arede o0os#a %&'e"a onde ficava a  0or#a4 D'ran#e a es0era dos a"'nos) !a#e(os '( 0a0o co( o 0rofessor) &'e re"a#o'8nos so!re a e<0eriência de 0assar coneci(en#o e a'dar e( diversos as0ec#os as 0essoas &'e se dis0'na( a #er a'"a de (6sica4 A disci0"ina) a ca0acidade de (an#er a concen#raç$o) e) so!re#'do) a e"evaç$o da a'#o8es#i(a) 0ode ser ci#ada co(o a"/'(as das 0rinci0ais con#ri!'iç=es da (6sica na vida dos 's'2rios4 A0anei ('i#o no in+cio) (as co( o #e(0o) a /en#e a0rende os #er(os convencionaisJ) reve"a Sandova") referindo8se ao 0er+odo e( &'e #ivera os 0ri(eiros con#a#os co( o 'niverso do ensino inc"'sivo) fase e( &'e o 0rofessor 0recisa "idar co( &'es#=es co(o a do voca!'"2rio a ser '#i"i>ado co( os 's'2rios) visando se(0re o

res0ei#o e evi#ando e<0ress=es a#'a"(en#e consideradas de sen#ido de0recia#ivo o' &'e con#ena( a(!i/'idade4 A#os co(o o de co('nicar8se sen#ado s$o de /rande i(0or#7ncia no caso de #ra!a"os co( cadeiran#es) 0or eadas a#rav*s de '(a a!orda/e( !as#an#e 0r2#ica) as a'"as de (6sica con#e(0"a( os ins#r'(en#os de (e#ais e s$o oferecidas a0enas 0ara cadeiran#es4 Ho've (o(en#os e( &'e e"es dissera(5 Kdeiaç$o das sa"as) do #rans0or#e) (as nen'( ins#r'(en#o 0er#ence % ,-NAD) e e"es n$o &'eria( "i!erar4 A+) co(o * &'e você vai se desenvo"ver se( es#'dar e( casa) se( 0ra#icarM ,oi '(a "'#a danada) (as conse/'i(osJ) di> Sandova") "a(en#ando o fa#o de) devido ao conse&'en#e a#raso) n$o #ere( efe#'ado a #$o es0erada a0resen#aç$o de es#r*ia do /r'0o4 As a'sências de a"'nos ao "on/o de a"/'ns 0er+odos devido a even#'ais cons'"#as (*dicas) 0rocessos #era0ê'#icos) e#c4 0ode( ser ci#adas co(o (ais '( dos o!s#2c'"os #+0icos da rea"idade de a(!ien#es co(o a ,-NAD4 Ao fi( do !reve di2"o/o) #endo ce/ado #odos os a"'nos) a a'"a #eve in+cio4 'nida de se's ins#r'(en#os) so! as ins#r'ç=es do 0rofessor) a #'r(a fe> e
C$+&#D!A(6& F#+A#& O 0resen#e re"a#o &'e foi /erado de '(a visi#a a ,'nad nos 0ro0orciono' #er  '(a /rande vis$o de co(o acon#ece o ensino de (6sica 0ara 0essoas co( deficiência e de co(o is#o * i(0or#an#e 0ara nossa docência4 Sa!er "idar co( es#a rea"idade) e es#ar(os 0ron#os 0ara ensinar (6sica 0ara '( 06!"ico !as#an#e diferen#e do con#e<#o e( &'e vivencia(os) rea"(en#e * se( d6vida) '( /rande desafio4 as a 0ar#ir dessa e<0eriência) nos sen#i(os (ais 0re0arados 0ara a#'ar e( '( con#e<#o inc"'sivo) #endo e( vis#a &'e /rande !ase #e3rica a0reendida e( sa"a de a'"a nos fe> ref"e#ir so!re as nossas aç=es e as aç=es do 0rofessor o!servado4 A ca0acidade de ensinar '( a"'no co( deficiência e sa!er #a(!*( co(o so!ressair de cer#as si#'aç=es e( &'e es#a(os s'ei#os a 0assar) novos desafios) (e#odo"o/ias * a"/o &'e deve ser "evado e( consideraç$o) e) so!re#'do #e(os &'e #er a consciência de &'e se(0re es#a(os a0rendendo4

A+7$ ntrevista concedida pelo coordenador do +'A - +úcleo de viv8ncia em artes -, uliano amisson9 “ A FUNAD é uma instituição de referência nacional por trabalhar com as

quatro deficiências, – deficiências fsicas, !isuais, auditi!as e intelectuais " tendo um  flu#o maior de usu$rios com deficiência intelectual% A instituição desen!ol!e um trabalho na perspecti!a da arte como um instrumento de reabilitação e habilitação de  pessoas com deficiência, contando com um quadro de profissionais que transitam na $rea de dança, de m&sica, artes !isuais e artes cênicas% 'rata"se de um trabalho minucioso que !ai desde a questão da produção da arte, que não é o (rande ob)eti!o, até o trabalho de reabilitação, tendo alunos com habilidades, mas, também, alunos com dificuldades de determinados mo!imentos% * uma tarefa que e#i(e e#trema dedicação e empenho, contando com a participação dos familiares, sobretudo das mães% As mães têm uma participação maior nesse processo, é uma questão de (ênero, onde no pas ainda e!idencia a pouca participação da fi(ura paterna% +eralmente, são filhos de mães solteiras, e a a mãe é quem assume e chama pra si a responsabilidade% $ casos de di!ersas situaç-es na fundação como, uma mãe com uma filha deficiente, e mães com dois, três filhos deficientes% .ntão, se encontra uma realidade muito plural%  No aspecto da acessibilidade, a FUNAD é li(ada ao (o!erno e est$ para atender o estado da /araba% 0omo ela fica na re(ião metropolitana, acaba atendendo outras re(i-es, (erando al(umas dificuldades no ponto de !ista da (arantia do direito dessas pessoas com deficiência, e é al(o que transita no uni!erso da in!isibilidade% As  pessoas com deficiência ainda são tratadas como coitadinhas, e esse é o (rande  problema% Durante ao lon(o da hist1ria, a pessoa com deficiência sempre foi tutelada  pelo estado e isso criou pra sociedade um olhar de fra(ilidade perante o deficiente, e isso não é le(al% A (ente fa2 um di$lo(o aqui no sentido não s1 da reabilitação corp1rea, mas também, psicol1(ica e etc%, mas, no ponto de !ista de trabalhar a cidadania e tirar essa fi(ura do 3coitado4, que inclusi!e não é bom nem pra ele mesmo%  5sso acabou criando uma certa cultura nessas pessoas !itimi2adas por essas deficiências de se sentirem, de fato, coitadas% .ntão é um processo que !isa a (arantia de direitos e cidadania para fa2er !aler seus direitos, e nossa sociedade, nesse sentido,  precisa a!ançar muito%

Uma das (randes dificuldades est$ na (arantia das polticas p&blicas% 6s pases que têm mais leis são os pases menos ordenados% Da, as leis se )ustificam na tentati!a de criar uma ordem que, se não se d$ pela !ia da educação, se d$ pela !ia da imposição% Um pas que tem leis não si(nifica um pas or(ani2ado% .ntão, o nosso pas tem muitas leis, mas em contrapartida, tem uma fra(ilidade de fa2er !aler essas leis, e isso é um (rande desafio que est$ para além da pessoa com deficiência% 6utra questão que é interessante colocar é das nomenclaturas% $ um tempo, se reporta!a 7s pessoas com deficiência como 3portador de necessidades especiais4 e isso é muito din8mico% o)e, essa nomenclatura foi mudada por ter um car$ter fle#!el de  portar, que d$ uma ideia de ora est$, e ora não est$% 5sso foi mudado e ho)e tratado como 3 pessoa com deficiência4%  A FUNAD possui dois n&cleos, que são o n&cleo de artes e o n&cleo de esportes% 6s usu$rios passam pelos processos de reabilitação nas de!idas coordenaç-es, onde é  feito um trabalho mais técnico, mais especiali2ado na perspecti!a da deficiência, por  e#emplo, se !ocê tem um problema de bai#a !isão temos a 06DA95 :0oordenação de  Atendimento a /essoa com Deficiência 9isual; que trabalha com essa deficiência, então, l$ temos profissionais da $rea que desempenham esse trabalho no processo de reabilitação% Assim, pra cada deficiência especfica temos uma coordenação% “6 atendimento que a (ente desen!ol!e aqui é diretamente li(ado ao  Nesse (o(en#o '( 's'2rio in#erfere a en#revis#aJ 0ara 0er/'n#ar so!re '(  0rofessor) e o coordenador res0onde &'e esse 0rofessor #eve &'e fa"#ar) 0ois) es#ava doen#e) en#$o e"e con#in'a “* difcil quando um professor não !em por problemas de  sa&de ou se)a l$ qual for o moti!o, porque esses usu$rios, (eralmente, são de outros municpios, então acordam de três, quatro horas da manhã, dependendo da dist8ncia%  Da o municpio não (arante o atendimento local, que é uma das outras (randes dificuldades que n1s temos% 6 municpio não (arante a poltica e simplesmente colocam essas pessoas num ?nibus e manda pra FUNAD% * claro que a FUNAD e#iste nessa perspecti!a, de (arantir um atendimento estadual, mas se isso se centrali2a, acaba con(estionando, e a instituição ho)e !i!e )ustamente esse momento de con(estionamento% 6 (o!ernador no sentido de criar estraté(ias de descentrali2ação,

atra!és da FUNAD a (ente constr1i parcerias, e est$ sendo construda uma outra unidade da FUNAD em A/ora e"e fa"ar2 so!re &'es#=es referen#es ao ensino de (6sica) desenvo"vido  0e"o Prof4 Sandova"4 “.ntão, estamos desen!ol!endo essa ati!idade com o /rofessor A&'i e"e fa"ar2 so!re o &'e * necess2rio 0ara a en#rada das 0essoas &'e necessi#a( desses serviços4 “.#iste o que a (ente chama de flu#o, aqui na FUNAD% A (ente tem um setor  chamado 06D5 :0oordenadoria de 'ria(em Dia(n1stica;, que é o que a (ente chama de 3porta de entrada4% .ntão, l$ n1s temos profissionais " médicos, psic1lo(os, assistentes sociais " onde eles atendem os usu$rios e identificam a deficiência, e#traindo o laudo do portador e encaminhando"o para a coordenação afim%  Dentro da poltica das pessoas com deficiência tem !$rias (arantias que são  (arantidas por lei, como a questão do passe li!re a n!el municipal, estadual e a n!el   federal, que a tem al(umas e#i(ências que eu não saberei precisar% Uma conquista (rande da deficiência do ponto de !ista da le(islação é questão da inserção no mercado de trabalho% .m um momento anterior, a (ente entendia que de!eramos profissionali2ar pra inserir no mercado de trabalho% o)e com as mudanças, a (ente tem outra mentalidade, outra construção em relação 7 acessibilidade, e a pensar a acessibilidade não s1 do ponto de !ista da acessibilidade  fsica, o que chamamos de barreiras fsicas – rampas, parede, estacionamento e etc% –  mas pensar também nas barreiras atitudinais, que !ai pra questão do comportamento, que a sim, são as maiores barreiras a serem transpon!eis% Aqui, estamos falando nessa perspecti!a da acessibilidade e entendemos que não podemos t$ fa2endo esse

mo!imento de concentrar, mas sim de e#pandir, e isso !em na discussão das acessibilidades e a poder (arantir aos deficientes, acesso aos cursos do /6NA'.0, nos cursos técnicos e (arantir formação 7s pessoas com deficiência para que eles  possam che(ar no mercado de trabalho mais qualificados%  A hist1ria de cada um é aquela hist1ria da se(re(ação% Da famlia que tem !er(onha, da superproteção, e a ele acaba ficando preso na redoma dentro de casa, dessa forma ele não estuda, não se forma e não se profissionali2a%  .ssa realidade em que a (ente !i!e, e é uma leitura minha que !ai pra além da  FUNAD, ela é predat1ria, ela é mesquinha, indi!idualista e eu não seiaonde !amos che(ar, pois os resultados não são bons% Acon#ece (ais '(a in#ervenç$o de '(a senora co( deficiência vis'a" &'e re#orno' %s a#ividades na ,-NAD e &'eria se infor(ar so!re as a#ividades de ar#es) 0ois e"a #ocava sanfona4 E a/ora vê( as consideraç=es finais da en#revis#a4 “Fa2er esse trabalho que a (ente desen!ol!e aqui na FUNAD, é dialo(ar com o uni!erso das pessoas que transitam na in!isibilidade% No uni!erso de uma poltica in!is!el de pessoas que precisam estar se fortalecendo no ponto de !ista da informação, da educação, da cidadania pra poder est$ rei!indicando os seus direitos%  5nfeli2mente, a (ente ainda !er em al(uns lu(ares, lo(o que al(umas pessoas,  funcionando como dono de pessoas com deficiência, então, arrebanham pra si e acabam le(islando e se beneficiando em função daquela cate(oria%>