DRENAGEM LINFÁTICA Para um melhor entendimento da drenagem linfática necessitamos definir alguns elementos.
LINFA: É o líquido encontrado nos "vasos" linfáticos. Era "Líquido Intersticial" que, por sua vez era “Líquido Intracelular” Intracelular” ou ainda "Sangue Arterial". É importante entender que os líquidos, no corpo, recebem o nome em função do lugar onde estão. É como a água : Quando cai do céu, chamamos de chuva, quando brota da terra, chamamos de vertente. As vertentes formam riachos que formam rios que
formam lagoas ou deságuam no mar. Tudo é água mas nomes e propriedades diferentes. Da mesma forma os líquidos de nosso corpo vão trocando de nome e características de acordo com o local onde estão. Quando sai do coração chamamos "Sangue Arterial", quando entra no interstício interstício celular chamamos de "Líquido Intersticial", quando penetra numa célula chamamos de "Líquido Intracelular" Intracelular" ao sair da célula volta a chamar-se “Líquido Intersticial”. Existem duas maneiras do “Líquido Intersticial” deixar i interstício celular. Pode sair por uma vênula e será chamado de Sangue Venenoso ou pode sair por um capilar linfático linfático recebendo o nome de "Linfa" que mais tarde se juntará ao "Sangue Venenoso” pouco antes de sair do coração. Portanto a “Linfa” deve ser definida pelo local onde se encontra, nos vasos linfáticos.
COMO É A LINFA? Sendo que sai do interstício celular é desprovida dos glóbulos vermelhos que lá não penetram. Portanto é praticamente incolor tendo quase a mesma composição do plasma sanguíneo. Carrega consigo o que encontramos no interstício celular, em especial aquilo cujo peso molecular molecular ou tamanho seja grande de mais para sair por uma vênula, as “Macro moléculas" formadas por proteínas ou toxinas mas não apenas toxinas e sim todas as substâncias que se encontraram no "Interstício celular" por ocasião de seu esvaziamento esvaziamento como "sais”, hormônios, proteínas, energéticos, energéticos, etc. e os elementos pertinentes ao "Sistema Linfático" como os glóbulos brancos (Linfócitos) produzidos nos Gânglios Linfáticos e Tecidos Linfáticos. Sendo que os vasos linfáticos são maiores que os sanguíneos as macromoléculas de gordura, capturadas no intestino, aproveitam este caminho para chegarem até o fígado. Neste percurso a linfa adquire uma aparência leitosa. No corpo o sistema tem, resumidamente, duas funções: Defender e Limpar. Na drenagem linfática nos deteremos na função de "Limpeza" onde compõe a chamada "Circulação de Retorno (Venosa e Linfática) colaborando na desintoxicação do organismo, em especial, no que diz respeito as "Macro Moléculas"(sujeira Moléculas"(sujeira grande). Contudo, sua função na defesa será levada em consideração ao decidirmos sobre suas indicações e contra-indicações. GÂNGLIOS LINFÁTICOS : São estruturas ovais nas quais os vasos linfáticos penetram trazendo a
linfa e seus componentes. Constituídos de tecido linfático são cobertos por uma cápsula de tecido fibroso.
Formam os gânglios : Trabéculas, vasos aferentes (que trazem a linfa), seios linfáticos, vasos eferentes (por onde sai a linfa), nódulos corticais, córtex, centro germinativo, cordões medulares, artérias e veias. Temos de 400 a 600 gânglios agrupados em cadeias no corpo. As principais cadeias são: cervical, axilar, fossa olicraniana, ducto torácico, pré-aórtico, inguinais e losango poplíteo. Tem por “entranhas” (este processo, as vezes, forma ínguas) e são verdadeiros laboratórios produzindo defesas na forma de linfócitos e “anticorpos”.
Estrutura de um Linfonodo
Centenas desses pequenos órgãos em forma de feijão agrupam-se ao longo de vasos linfáticos. Cada linfonodo é envolvido por uma cápsula de divide-se em compartimentos por meio de trabéculas. Esses compartimentos contem uma rede de fibras que sustentam os linfócitos e os macrófagos que filtram microrganismos estranhos e resíduos. Esse processo “limpa” a linfa à medida que ela flui através do linfonodo.
COMO A LINFA SE MOVIMENTA PELO CORPO? Para respondermos esta pergunta temos de saber algo sobre os vasos linfáticos. Estes possuem camadas semelhantes às paredes das veias e válvulas (valvas) em maior número que nas veias o que permite a linfa fluir em uma só direção, a do coração. Estas válvulas dão aos vasos linfáticos uma aparência característica de colar de contas. A linfa é propelida ao longo dos vasos linfáticos pelos seguintes mecanismos: a. O estiramento e a contração do segmento de um vaso linfático entre duas válvulas. b. A formação de nova linfa por pressão interna ou externa nos interstícios celulares, empurrando a antiga para frente. c. Ação massageadora dos músculos esqueléticos sobre os vasos linfáticos. d. Ação reflexa ao batimento das artérias (os vasos estão próximos das artérias e “sentem’ o batimento)”. e. A sucção formada pelos movimentos respiratórios. f. Na região, acima do pescoço, colabora a força da gravidade. Observando os mecanismos de movimentação da linfa notamos a formação de nova linfa, a ação massageadora dos músculos sobre os vasos , o reflexo dos batimentos das artérias sobre os vasos linfáticos e a sucção promovida pelos movimentas respiratórios mantêm uma relação entre si. Quando o primeiro aumenta os outros mecanismos tendem a acompanhar este aumento. Havendo um aumento de atividades metabólicas intracelulares que ocasiona uma pressão interna nos interstícios celulares pela presença de toxinas e "macro-moléculas° ou uma pressão externa que "espreme" os interstícios superficiais desencadeando a abertura para as vias linfáticas, os demais mecanismos responsáveis pela movimentação da linfa também aumentam proporcionalmente. Ex: quando aumentamos a atividade física correndo, esprememos os interstícios celulares da “planta” do pé, os movimentos musculares aumentam os batimentos das artérias como também os movimentos respiratórios. Sendo assim, toma-se evidente que a formação e transporte de linfa, efetuada por estes mecanismos, não é constante, podendo variar de acordo com a situação. COMO FAZER A DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL? a. Pressão: A linfa que vem ao coração procede de todas as partes do corpo, desde as mais
profundas até as periféricas (camadas da pele e tecido adiposo). Na drenagem linfática manual procura-se atuar nos tecidos mais periféricos forçando, por pressão, seu líquido intersticial a tomar se linfa que acabará impulsionando a linfa dos vasos mais profundos. Sendo assim ela terá de ser “suave” o suficiente para não interferir no tecido muscular e tão pouco no sistema venoso, mas com pressão suficiente para manipular os interstícios dos tecidos superficiais espremendo-os para que se forme linfa que será recolhida pelos capilares e conduzida para os vasos mais profundos. Isto significa que a direção da linfa superficial é a de "aprofundamento". b. Direção: Se considerarmos as vias linfáticas como componentes da circulação de retomo usadas para "esvaziar” o interstício celular de "Macro-moléculas” (sujeira grande) que não conseguiram sair pelas vênulas, deveríamos fazê-la no sentido de colaborar com esta articulação. Significa então que temos de ir direciona-la para o coração? Alguns afirmam que a Drenagem Linfática deve começar próximo ao coração e ir afastando-se dele gradativamente. Parece que o lugar onde tem início a drenagem é Irrelevante, pois, no "processo natural”
Drenagem Fisiológica -, a Drenagem ocorre na área que se está movimentando (lembrar que entre os mecanismos "naturais" da Drenagem temos a pressão interna ou externa nos interstícios celulares que formam nova linfa e massagem muscular. Isso ocorre nas áreas onde temos atividade). Além disso é importante compreender que a Drenagem Linfática Manual se dá pelo esvaziamento dos interstícios para os vasos mais profundos onde, como nova linfa, empurrarão a linfa que ali se encontra (as válvulas impedem o refluxo). Nesta etapa (mais profunda) não atuamos pois nossa pressão é superficial. Prova de que o quesito "Proximal Distal' não é significativo está na atuação dos aparelhos de drenagem mecânica que na maioria, iniciam a Drenagem pelos pés. Outros autores de "Métodos” igualmente não observam este principio e conseguem resultados. Se entendermos os princípios entenderemos os resultados. Contudo devemos ter uma metodologia de trabalho. Se a Proximal Distal for a mais conveniente, não há motivo para não utiliza-la. Porém, isto seria uma “OPÇÃO”, não uma "OBRIGAÇÃO". Sendo assim, não se apresse em
condenar outros métodos. c. Velocidade: Sobre a "velocidade" estipulou-se que ela deva ser lenta mas, como vimos na consideração dos mecanismos envolvidos, há ocasiões em que a linfa se encaminha com maior rapidez (uma pessoa em atividade física deve processar mais linfa do que em repouso). A drenagem lenta pode apresentar benefícios secundários. Woddern, (precursor da Drenagem Linfática) salientava que a lentidão provocava uma "indução" ao estado "Parassimpático" do SNA (Sistema Nervoso Autônomo) que é estado propício para a recuperação e o tratamento do STRESS. Contudo, novamente, a lentidão parece mais uma questão de "OPÇÃO" do que "OBRIGAÇÃO". d. Manobras : Para entendermos as manobras e seus motivos necessitamos rever a parte anatômica e fisiológica do Sistema Linfático. A linfa que é conduzida para or coração freqüentemente passa por expansões nodulares chamadas de "Gânglios Linfáticos” ou Linfonódos, geralmente dispostos em cadeias, nos quais ela é purificada. Células fagocitárias fazem a "filtragem" da linfa eliminando as Macro-moléculas ou diminuindo seu tamanho. Estes Gânglios também desempenham importante papel na defesa do organismo agindo como barreira contra agentes agressores que ali chegam trazidos pela linfa. Nos gânglios são aprisionados ou destruídos. 4s gânglios linfáticos também são centros germinativos de linfócitos (um tipo de célula de defesa do organismo). A existência destes gânglios, geralmente dispostos em cadeias, e suas múltiplas funções devem ser levadas em consideração por ocasião da administração de uma Drenagem Linfática. As principais cadeias ganglionares encontradas nas áreas manipuláveis pela Drenagem Linfática Manual são: cervicais, axilares, oli-crânianas, inguinais e as dos losangos poplíteos. Todas se encontram em articulações. Sendo assim, ao movimentarmos pernas, braços e boca estamos "massageando” estas cadeias ganglionares, esvaziando-as. Esta é a maneira natural de intervir nas cadeias ganglionares, flexionando as articulações e, dada a complexidade das estruturas envolvidas, parece-nos que, na Drenagem Linfática Manual, deveríamos imitar estes movimentos em vez de usarmos nossas mãos ou dedos. Assim evitaremos danificar suas delicadas estruturas ou libertar algum agente ou célula perigosa ali "aprisionada".
e. Condução: A Drenagem Manual é feita por manobras superficiais que devem pressionar o tecido superficial (camadas da pele e tecido adiposo) sem atingir a musculatura. Toda vez que um tecido intersticial recebe um aumento de pressão (pode ser interna ou externa), forma-se a linfa. Não é necessária uma condução visto que a linfa procurará os vasos profundos, abaixo do local onde ocorre a "leve pressão”. Lembre-se, a linfa superficial é conduzida para "DENTRO", para o interior da região "Drenada", e não para o Coração . Benefícios da Drenagem Linfática Manual: De acordo com Emil Wodder (1936), fisioterapeuta dinamarquês, grande estudioso da Drenagem Linfática Manual, podemos conseguir com esta técnica uma estimulação da produção e movimentação da linfa, "drenando' líquido e macromoléculas do interstício celular. Isto propicia a absorções de edemas visíveis e os menos visíveis. Sendo assim, esta indicada para os edemas pós-traumáticos como os que surgem em contusões e é igualmente eficiente nos edemas que provocam dores de cabeça ou dores na coluna vertebral. É a massagem mais indicada no combate ao reumatismo, celulite e efeitos da menopausa. À osteoporose pode ser combatida, com excelentes resultados, com este método de massagem. Quando existe uma diminuição na produção de hormônios os poucos produzidos podem ficar "perdidos" em interstícios celulares que não são o seu destino. Isto causa uma falta de comunicação entre os órgão,s, o sistema nervoso e o glandular endócrino.. A Drenagem Linfática faz com que os líquidos do corpo circulem e, como conseqüência, uma atenuação ou desaparecimento dos sintomas da diminuição hormonal. A Drenagem linfática Manual também estimula os imunitários, por sensibilizar na zona cortical dos gânglios linfáticos a produção de linfócitos. Favorece a regeneração dos tecidos. Isto pode ser explicado pela eliminação do edema intersticial que, quando presente, diminui a velocidade da micro-circulação. Exerce efeitos sobre o sistema nervoso de forma tranqüilizante, relaxante e analgésica. Neste aspecto a Drenagem Linfática Manual é parecida com a Massagem Sueca feita de maneira lenta e superficial O efeito relaxante estimula a predominância do Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático, que influi na recuperação das forças e o dos tecidos. Pode-se ainda citar benefícios nos casos de acne,
rosácea, pós-operatório de cirurgias plásticas. Obs.: Apesar de a Drenagem Linfática Manual poder ser combinada com um grande número de tratamentos, não seria indicado uni-la, na mesma área, à técnicas de massagem hiperemiantes como a Massagem Sueca Rápida e Profunda que tem efeito de circulação venosa. Levando em consideração que a Drenagem Linfática Manual, como a m Sueca, gera um incremento de toxinas na circulação cardiovascular, deve-se ter o cuidado de não faze-la de maneira prolongada em especial nos casos de insuficiência renal quando poderá estar contra indicada. Nos casos em "Drenar" o corpo inteiro fazer por partes, em diferentes ocasiões ou diminuir a quantidade de manobras (geralmente usamos 4 e poderemos usar 2). Considerações finais. A DL deverá ser preferencialmente lenta para poder influenciar no Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático. Recomendamos iniciá-las com uma harmonização respiratória (lenta e profunda) e dando água para o paciente (1 copo). Ambiente silenciosa. A linfa deve ser "direcionada" para o interior do corpo ( aprofundamento) e não para o coração. Deve-se ter uma seqüência de partes a serem drenadas. Se preferir a "proximal distal" não há objeções. As flexões das articulações deverão ser feitas ao iniciar e finalizar a drenagem do segmento.
INFLUÊNCIA DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL SOBRE A CICATRIZAÇÃO O excesso de líquido intersticial é prejudicial à cicatrização, pois cria condições locais desfavoráveis à proliferação celular e à síntese protéica (baixo PH; alta tensão de C02; baixa concentração de Oz). O resultado será a maior freqüência de infecção e a formação de tecido cicatricial mais exuberante. As cicatrizes não perfeitamente niveladas com a superfície da pele constituem um sério transtorno estético. Sob esse aspecto, a massoterapia e a drenagem linfática manual são úteis desde a fase conjuntiva até a fase madura. Os objetivos são: melhorar a capacidade linfática, visando o restabelecimento da corrente circulatória periférica da lesão, a fim de manter o edema nas proporções mais discretas possíveis;
eliminar os resíduos metabólicos; estimular o trofismo da região; e, nas cicatrizes maduras, suprimir aderências e amolecer os tecidos. O tratamento massoterápico é fundamental após a primeira fase, em tomo do vigésimo dia, e as manobras de drenagem linfática manual iniciadas precocemente se efetuarão, de preferência diariamente, primeiro sobre os linfonodos regionais e os tecidos vizinhos da lesão, sempre com manobras finas e indolores, com intensidade leve e sem deslocamento de tecidos. Quando a cicatriz está na fase madura, as manobras de drenagem linfática devem sempre preceder manobras específicas desfibrosantes, vibratórias, de trações múltiplas e de mobilizações.
INDICAÇÕES, CONTRA-INDICAÇÕES E DOSAGEM É importante deixar claro que as indicações adiante relacionadas são compatíveis com a formação e as atribuições do técnico esteticista, pois estão interrelacionadas, em todos os casos, com alguma alteração estética. As indicações da drenagem linfática manual, no entanto, vão muito além, sendo de âmbito da atuação do fisioterapeuta.
INDICAÇÕES: A drenagem linfática manual é indicada nos seguintes casos: lipodistrofia ginóide e gordura localizada, pré e pós-cirurgia, plástica e póslipoaspiração; cicatrizes hipertróficas e retrateis; relaxamento; síndromes vasculares, telangiectasias, microvarizes e varizes. É absolutamente necessária a autorização médica, pois, enquanto a drenagem linfática manual apresenta grandes benefícios no caso de algumas patologias, como as varizes com etiologia hereditária de fragilidade venosa por insuficiência valvular, em outras ela é totalmente contraindicada, como o caso de flebites. CONTRA-INDICAÇÕES: Em algumas situações, o emprego da drenagem linfática manual é absolutamente contra-indicado: câncer (suspeita ou em tratamento); febre; afecções cutâneas; processos infecciosos; asma; hipertireoidismo; insuficiência cardíaca. A contra-indicação também pode se verificar no caso de outras patologias. Por isso, quando há suspeita de qualquer alteração no paciente o correto é encaminhá-lo ao médico e iniciar a técnica somente após sua autorização.
DOSAGEM: Diversos fatores determinam a dosagem de drenagem linfática manual corporal. Os principais são a indicação e os resultados visados. No pós-cirurgia plástica, o início e o número de sessões por semana normalmente fica a critério do médico. No entanto, deve ser o mais precoce possível, para ajudar na penetração do líquido excedente nos capilares sanguíneos e linfáticos intactos da região adjacente à lesão. O ideal seria que a primeira drenagem linfática manual fosse realizada logo após o termino da cirurgia, somente nas áreas próximas à incisão e sobre os linfonodos regionais. Na lipodistrofia ginóide e na gordura localizada, o ideal é que a massagem seja feita três vezes por semana, sempre antes de tratamentos outros tratamentos estéticos. Nas síndromes vasculares, a determinação está a cargo do médico responsável pelo paciente. Nos casos de relaxamento, e como coadjuvante em tratamentos de estrias, como não existe um envolvimento metabólico que desprenda de continuidade, fica a critério do paciente e do massagista a determinação da dosagem, segundo o que for mais conveniente.
Seqüência
Drenagem Linfática Facial DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL A drenagem linfática através de manobras realizadas com as mãos é conhecida desde 1982, quando Winiwarter primeiramente a descreveu tomando como base os conhecimentos que tinha na época. Em 1936, o Dr. Voder, por ocasião de uma conferência sobre saúde, apresentou o primeiro relato escrito sobre a técnica de massagem específica, a que ele chamou de drenagem linfática manual. Desde então, vários profissionais da área médica interessam-se pela técnica, que atualmente é de grande utilidade na área estética. O objetivo básico da massagem é drenar o excesso de fluido acumulado nos espaços intersticiais, de forma a manter um equilíbrio de pressões tissulares e hidrostáticas, agindo no edema linfático.
PROCESSOS Dois processos visam remover e transportar esse líquido de volta à circulação sanguínea. CAPTAÇÃO 0 primeiro deles, denominado captação, é realizado no nível da zona com edema visando aumentar a absorção de líquidos pelos capilares linfáticos. O aumento da pressão tissular exercida pela massagem irá induzir o processo de captação. LIBERAÇÃO 0 segundo processo, denominado liberação ou evacuação, não se dá no nível da zona com edema, mas sim no nível de précoletores e coletores linfáticos, que transportarão a linfa captada pelos capilares. . Em estética, a drenagem linfática manual representa um mecanismo capaz de retirar o excesso de líquido da substância fundamental, bem como desintoxicá-la, tanto através da remoção de proteínas e resíduos metabólicos quanto através da renovacão do líquido intersticial e aumento em oxigênio e nutrientes. INDICAÇÕES · Tecido com edema · Circulação sangüínea de retorno comprometida · Pele irritada · Musculatura tensa · Sistema nervoso abalado EMPREGO EM TRATAMENTOS ESTÉTICOS · Acne
· Peles seborréicas · Couperose · Revitalização · Pré e pós cirurgia plástica · Relaxamento de clientes tensos Na acne grau II, caracterizado pela presença de pápulas e pústulas (o que significa ter ocorrido rompimento dos folículos, a drenagem linfática é a única manobra capaz de promover a normalização do tecido afetado). Qualquer outro tipo de massagem aumentaria a quantidade de líquido filtrado, em vez de retirar o excedente, como seria o indicado. Nas peles seborréicas, a drenagem substitui com vantagem a massagem comum, pois esta aumenta a atividade das glândulas sebáceas, o que não seria indicado. Nas peles com couperose, a drenagem substitui a massagem comum, porque qualquer manobra mais vigorosa seria prejudicial, pois as peles acometidas pela patologia são muito sensíveis. Na revitalização, salvo em peles seborréicas, é possível a drenagem linfática ser praticada tanto quanto outro tipo de massagem, porém os efeitos calmantes, de desintoxicação, de aporte de oxigênio e de enriquecimento de nutrientes nos tecidos não podem faltar em nenhum tratamento de pele involutiva que visa retardar os processos de desgaste biológico. No pré-operatório, assim como na revitalização, a drenagem e a massagem comum podem completar-se, porém no pós-operatório a drenagem linfática é absoluta e tem o objetivo de manter nas proporções mais discretas possíveis o edema pós-cirúrgico, já que um edema volumoso dificulta a regeneração do tecido pelo aumento da distância a ser percorrida por nutrientes e resíduos em sentido inverso. A primeira drenagem pode ser feita no mesmo dia da cirurgia abrangendo os précoletores e coletores próximos à área operada, sem tocar as regiões descoladas. Após 24 horas, a drenagem pode avançar cuidadosamente sobre a área operada com pressões levíssimas, sem contudo haver qualquer deslocamento da pele. O ideal é que a drenagem seja diária até completar um mês, ou, no mínimo, duas vezes por semana.
CONTRA INDICAÇÕES DA DRENAGEM LINFÁTICA PARCIAIS · Câncer diagnosticado e tratado · Pré-canceroses de pele
· Pós-trombose e tromboflebite · Hipertiroidismo · Asma brônquica · Inflamações crônicas · Estados febris · Insuficiência cardíaca congestiva Em todos os casos, só poderá ser empregada a drenagem linfática com autorização médica.
ABSOLUTAS · Câncer (suspeito ou ainda não tratado) · Inflamações agudas · Trombose
COMPONENTES DA DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL A direção deve ser sempre centrípeta acompanhando a direção da circulação linfática venosa, porém a massagem deve ser iniciada na porção proximal do membro, e não na distal; no entanto, a pressão dada deve ter a direção centrípeta ou a mesma do fluxo linfático e venoso, mesmo que a sucessão de movimentos seja em direção contrária, o que garantirá o livre escoamento da linfa. Antes de promover a drenagem da cabeça, é necessário drenar o pescoço, pela disposição anatômica dos vasos e gânglios linfáticos. Todas as vias linfáticas da cabeça e do pescoço desembocam na.fossa supraclavicular, sendo nos gânglios desta região o início da drenagem do pescoço. Após a drenagem dos gânglios supraclaviculares, sobe-se com o movimento paralelo e anteriormente ao músculo esternocleidomastoideu terminando no nível do processo mastóideo. Em seguida, paralela e posteriormente ao músculo, partindo dos gânglios supra-claviculares até os gânglios occipitais, localizados na linha média da nuca junto à inserção do músculo trapézio. A drenagem da face inicia-se nos gânglios parótideos, respeitando-se as vias aferentes. Todas as manobras de drenagem linfática manual são repetidas em sentido e ordem contrárias, retornando-se ao ponto de partida. A pressão também é componente importante desta massagem. Enquanto a seqüência, o ritmo e a mecânica dos movimentos independem de fatores individuais, por obedecerem a um esquema fixo, a pressão adequada varia conforme as condições do tecido no momento da drenagem. A pressão adequada deve ser suficiente para impulsionar o líquido intersticial para dentro dos capilares linfáticos, restabelecendo o equilíbrio entre a filtração e reabsorção, porém deve ser mantida abaixo do
valor da pressão interna dos capilares, visando manter a integridade do mesmos. Isso significa que a pressão da massagem deve ser: · Leve em caso de: Edema e tônus muscular rígido · Moderada em caso de: Turgor e tonus muscular normal A pele não deve ficar avermelhada e as manobras não devem em hipótese alguma provocar dor. O ritmo da massagem deve sempre ser constante e lento. A seqüência das manobras deve ser rigorosamente respeitada, só podendo-se passar para a região subseqüente (distal) depois de terminada a região proximal, com o objetivo de garantir o livre escoamento da linfa. A posição do cliente é fundamental para o resultado. Como se sabe que a gravidade afeta o fluxo linfático e venoso, a maca deverá estar elevada o suficiente para que esta força auxilie a drenagem, porém sem atrapalhar o conforto do cliente e do profissional.
SISTEMA LINFÁTICO DA CABEÇA E COLO 1 - Frontais; 1 - Parietais; 1 - Occipitais; 2 - Nariz; 2 - Dos Lábios; 2 - Mento; 3 - Gânglio Pré-Auricular; 4 - Gânglios Parotídeos; 5 - Gânglios Mastóideos; 6 - Gãnglios Sub-Occipitais; 7 - Gânglios Cervicais; 8 - Gãnglios Sub-Maxilar; 9 - Veia Linfática que se abre; 9 - Veia Subclávia
MANOBRAS DE DRENAGEM LINFÁTICA
Deslizamento bi-lateral simultâneo com os polegares em direção aos gânglios parótideos. Deixando os polegares nesta posição, separar os dedos indicadores indo até as asas do nariz e deslizando-os para os parótideos novamente, indo encontrar o polegar e o dedo médio. Retirar os polegares para o mento, deslizando-os para os gânglios do sub-mento, passando pelos sub-mandibulares indo até o fim da mandíbula. Descer pelo pescoço, drenando os supra-claviculares (3 vezes cada movimento, 1 vez só a drenagem final no supra-clavicular). Fazer pressão na região orbicular dos olhos, com as duas mãos deitadas sobre os mesmos, após ter friccionado bem as mãos.