e-T eTec Brasil/CE Brasil/CEMF MF/Unimontes /Unimontes Escola Técnica Aberta do Brasil
Meio Ambiente
Saneamento Ambien Ambiental tal Edna Helenice de Alemida Marag Mar agar aret eth h Almeid Almeida a Figuei Figueired redo o
Ministério da Educação
e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Escola Técnica Aberta do Brasil
Meio Ambiente
Áreas Protegidas Edna Helenice de Alemida Marag Maragar areth eth Almeida Almeida Figuei Figueired redo o
Montes Claros - MG 2011
Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Ministro da Educação Fernando Haddad Secretário de Educação a Distância Carlos Eduardo Bielschowsky Coordenadora Geral do e-Tec Brasil Iracy de Almeida Gallo Ritzmann Governador do Estado de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Alberto Duque Portugal
Coordenadores de Cursos: Coordenador do Curso Técnico em Agronegócio Augusto Guilherme Dias Coordenador do Curso Técnico em Comércio Carlos Alberto Meira Coordenador do Curso Técnico em Meio Ambiente Edna Helenice Almeida Coordenador do Curso Técnico em Informática Frederico Bida de Oliveira Coordenador do Curso Técnico em Vigilância em Saúde Simária de Jesus Soares
Reitor João dos Reis Canela
Coordenador do Curso Técnico em Gestão em Saúde Zaida Ângela Marinho de Paiva Crispim
Vice-Reitora Maria Ivete Soares de Almeida
SANEAMENTO AMBIENTAL e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Pró-Reitora de Ensino Anete Marília Pereira
Elaboração Edna Helenice de Almeida Margareth Almeida Figueiredo
Diretor de Documentação e Informações Huagner Cardoso da Silva Coordenador do Ensino Prossionalizante Edson Crisóstomo dos Santos
Projeto Gráco e-Tec/MEC Supervisão Wendell Brito Mineiro
Diretor do Centro de Educação Prossonal e Tecnólogica - CEPT Juventino Ruas de Abreu Júnior
Diagramação Hugo Daniel Duarte Silva Marcos Aurélio de Almeda e Maia
Diretor do Centro de Educação à Distância - CEAD Jânio Marques Dias
Impressão Gráca RB Digital
Coordenadora do e-Tec Brasil/Unimontes Rita Tavares de Mello
Designer Instrucional Angélica de Souza Coimbra Franco Kátia Vanelli Leonardo Guedes Oliveira
Coordenadora Adjunta do e-Tec Brasil/ CEMF/Unimontes Eliana Soares Barbosa Santos
Revisão Maria Ieda Almeida Muniz Patrícia Goulart Tondineli Rita de Cássia Silva Dionísio
AULA 1 Alfabetização Digital
Apresentação e-Tec Brasil/Unimontes
Prezado estudante, Bem-vindo ao e-Tec Brasil/Unimontes! Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na modalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Ministério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia (SEED) e de Educação Prossional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escola técnicas estaduais e federais. A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geogracamente ou economicamente, dos grandes centros. O e-Tec Brasil/Unimontes leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais. O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação pros sional qualicada – integradora do ensino médio e educação técnica, – não só é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com autonomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação prossional! Ministério da Educação Janeiro de 2010
Saneamento Ambiental
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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
AULA 1 Alfabetização Digital
Indicação de ícones
Os ícones são elementos grácos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual.
Atenção: indica pontos de maior relevância no texto.
Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a denição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: possibilita que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, lmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado.
Saneamento Ambiental
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AULA 1 Alfabetização Digital
Sumário
Palavra do professor conteudista .............................................9 Projeto instrucional ........................................................... 11 Aula 1 - Breve histórico do Saneamento Ambiental ...................... 13 1.1 Abordagem histórica do Saneamento Ambiental................ 13 1.2 Saneamento Ambiental no Brasil ................................. 15 1.3 Quadro desaador .................................................. 18 Resumo ................................................................... 18 Atividades de aprendizagem .......................................... 18 Aula 2 - Sistema urbano de drenagem...................................... 19 2.1 Por que ocorrem enchentes nas grandes cidades? ............. 19 2.2 Sistema de drenagem urbana ..................................... 20 2.3 Sistema de drenagem no Brasil ................................... 22 Resumo ................................................................... 22 Atividades de aprendizagem ........................................... 23 Aula 3 - Sistema de esgoto sanitário ........................................ 25 3.1 Esgoto – problema ambiental ...................................... 26 3.2 Esgoto - problema de saúde pública ............................. 27 Resumo ................................................................... 28 Atividades de aprendizagem .......................................... 28 Aula 4 - Resíduos sólidos: lixo ou matéria-prima?......................... 29 Resumo .................................................................. 31 Atividades de aprendizagem ........................................... 31 Aula 5 - Águas urbanas ....................................................... 33 5.1 Mananciais urbanos ................................................. 35 5.2 Perda de água e suas causas ...................................... 35 Resumo ................................................................... 36 Atividades de aprendizagem ........................................... 36 Aula 6 - Níveis de ruído....................................................... 37 6.1 Conceituando ruído ................................................. 37 6.2 Níveis de ruídos .................................................... 38 Resumo ................................................................... 41 Atividades de aprendizagem ........................................... 41 Aula 7 - Poluição sonora...................................................... 43 Resumo ................................................................... 46 Atividades de aprendizagem ........................................... 46 Aula 8 - Qualidade do ar ..................................................... 47 Resumo .................................................................. 51 Atividades de aprendizagem ........................................... 51
Saneamento Ambiental
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Aula 9 - Poluição atmosférica ............................................... 53 Resumo ................................................................... 55 Atividades de aprendizagem ........................................... 55 Aula 10 - Conforto ambiental ................................................ 57 10.1 Conforto térmico................................................... 59 10.2 Ilhas de Calor e Ilhas de frescor ................................. 59 10.3 Conforto lumínico (luz) ........................................... 62 Resumo ................................................................... 63 Atividades de aprendizagem .......................................... 63 Aula 11 - Saúde Pública....................................................... 65 11.1 Um pouco de história .............................................. 66 11.2 A Saúde pública atualmente...................................... 68 Resumo ................................................................... 69 Atividades de aprendizagem .......................................... 69 Aula 12 - Doenças da saúde pública ........................................ 71 12.1 Dengue .............................................................. 71 12.2 AIDS ................................................................. 73 12.3 Tuberculose ........................................................ 75 12.4 Chagas............................................................... 76 12.5 Desnutrição ......................................................... 77 Resumo ................................................................... 78 Atividades de aprendizagem .......................................... 78 Aula 13 - Saúde ambiental .................................................. 79 13.1 Condições Sanitárias............................................... 83 13.2 Aquecimento global e doenças .................................. 84 13.3 A volta de velhas doenças ........................................ 84 13.4 Malária e dengue .................................................. 85 13.5 Encefalite ........................................................... 86 13.6 Peste Bubônica..................................................... 86 13.7 Doenças causadas pela poluição................................. 87 13.8 Poluição do solo ................................................... 88 Resumo ................................................................... 93 Atividades de aprendizagem ........................................... 93 Referências .................................................................... 94 Curriculos dos professores conteudistas ................................... 95
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Meio Ambiente
AULA 1 Alfabetização Digital
Palavra do professor conteudista
Prezado Cursista, Seja bem-vindo à disciplina de Saneamento Ambiental; com a sua participação, o curso ganhará mais brilhantismo. A disciplina tem como objetivo preparar o cursista para a inserção no mercado de trabalho e para a participação no desenvolvimento da sociedade em que ele se encontra inserido. A instituição está comprometida com a qualidade do ensino e com a seriedade de engajamento na área de EAD. Tenha certeza de que a conança que você deposita nos professo res, tutores e em toda a equipe envolvida no projeto é motivo de orgulho e responsabilidade para os envolvidos, que não medirão esforços na tentativa de corresponder às suas expectativas durante o decorrer da disciplina. Obrigada por escolher nossos cursos; sucesso nos estudos!
Saneamento Ambiental
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AULA 1 Alfabetização Alf abetização Digital
Projeto instrucional
A mbiental (carga horária: 112h). 12h). Disciplina: Saneamento Ambiental Ementa: Sistema urbanos de água, esgoto, drenagem e resíduos sólidos. Saneamento ambiental em áreas periurbanas. Qualidade do ar e poluição atmosférica. Conforto ambiental: acústico, térmico e lumínico. Níveis de ruídos e poluição sonora. Saúde Pública e Saúde Ambiental. Aspectos conceituais, técnico-cientícos, jurídicos e institucionais. AULA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
MATERIAIS
CARGA HORÁRIA
Aula 1. Breve histórico do saneamento ambiental.
1. Ser capaz de traçar uma linha de tempo do saneamento ambiental no Brasil e no mundo.
. Ambiente virtual; . Caderno didático; . vídeo; . data show; . textos.
8h
Aula 2. Sistema urbano de drenagem
1. Reconhecer a importância dos sistemas de drenagem nas áreas urbanas.
.Ambiente virtual . Caderno didático . Revistas sobre o meio ambiente . Chat
8h
Aula 3. Sistema de esgoto sanitário.
1. Compreender a importância do esgoto como problema ambiental.
. Ambiente virtual . Caderno didático . Chat . Textos complementares e artigos
12 h
Aula 4. Resíduos sólidos: lixo ou matéria-prima?
1. Reconhecer a importância dos resíduos sólidos como um problema ambiental.
. Ambiente virtual; . caderno didático; . vídeo; . material para pesquisa.
15 h
Aula 5. Águas urbanas.
1.. 1.. Reconhecer os processos de degradação provocados pela distribuição das águas urbanas e os seus impactos negativos sobre o meio ambiente.
. Ambiente virtual; . caderno didático da disciplina; . vídeo; . Chat.
Aula 6. Níveis de ruído.
1. Identicar os malefícios causados pelos ruídos; Reconhecer os níveis de ruídos no dia a dia.
. Ambiente virtual . Caderno didático . Vídeo . Artigos e textos complementares
Saneamento Ambiental
10 h
5h
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e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
Aula 7. Poluição sonora.
1. Conceituar poluição sonora; 2. Identicar as principais fontes de poluição sonora.
. Ambiente virtual . Caderno didático. - Vídeos . Artigos . Textos complementares
Aula 8. Qualidade do ar. ar.
1. Entender a importância da qualidade do ar que respiramos para a nossa saúde; Conscientizar sobre a importância e as consequências da ação humana no meio ambiente.
. Ambiente virtual . Caderno didático . Vídeos . Textos . Chat
Aula 9. Poluição atmosférica.
1. Enumerar técnicas de controle da poluição; 2. Reconhecer os efeitos dos poluentes na saúde humana.
. Ambiente virtual . Caderno didático . Fotograas e roteiroteiros de ecoturismo . Material para pesquisa
Aula 10. Conforto ambiental
1. Compreender a importância de usarmos os recursos ambientais disponíveis para proporcionar ao ser humano condições necessárias para viver bem em sua habitação.
. Ambiente virtual; . caderno didático; vídeos; . artigos; . textos complementares.
1. Denir Saúde Pública; 2. Conhecer um pouco da história da Saúde Pública.
. Ambiente virtual; . caderno didático; . vídeos; . textos; . chat.
1. Identicar as principais doenças que recebem uma maior atenção do poder público; 2. Enumerar ações de combate e de proliferação do mosquito da dengue; 3. Formas de transmissão da AIDS.
. Ambiente virtual; . caderno didático; . vídeos; . textos; . chat.
1. Compreender como a ação predatória do homem sobre o meio ambiente interfere na saúde ambiental.
.Ambiente virtual; . caderno didático; . revistas sobre meio ambiente; . chat.
Aula 11. Saúde Pública
Aula 12. Doenças da Saúde Pública.
Aula 13. Saúde Ambiental
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5h
5h
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10 h
10 h
10 h
10 h
Meio Ambiente
AULA 1 AulaAlfabetização 1 - Breve histórico do Saneamento Digital Ambiental
Objetivo Ao nal da aula, você deverá ser capaz de: 1. traçar uma linha de tempo do Saneamento Ambiental no Brasil e no mundo.
1.1 Abordagem histórica do Saneamento Ambiental A preocupação do homem com seu bem-estar físico remete ao início da Humanidade, evoluindo de acordo com as diversas civilizações. Algumas vezes, ocorrendo um retrocesso e renascendo em outros tempos. As antigas civilizações já percebiam a importância do saneamento para a saúde do ser humano. Nas ruínas de antigas civilizações, é possível perceber evidências de hábitos sanitários. Foram encontrados, nas antigas residências, banheiros e rede de esgoto, além de um sistema de drenagem muito rudimentar nas ruas das cidades. Relatos do ano 2000. a.C. indicavam que alguns médicos já recomendavam que a água, antes de ser ingerida. deveria passar por processos para torná-la própria para o uso doméstico. Deixar a água sob a luz do sol, ou ainda colocar dentro do vasilhame com água um ferro em brasa, e até mesmo levar a água a ferver antes de ser ingerida evitaria uma série de doenças. A ltração da água também era recomendada usando areia na ou cascalho para fazer a sua puricação. Durante séculos, os homens experimentaram algumas conquistas, mas elas aconteceram sem que chegassem ao conhecimento do povo, uma vez que ter conhecimento era privilégio de poucos. Podemos citar algumas dessas conquistas, descritas a seguir. • O povo hebreu instituiu entre as suas práticas de higiene a lavagem das mãos antes das refeições e após utilizar os sanitários. • Os romanos construíram cloacas para o esgotamento dos dejetos humanos.
Saneamento Ambiental
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Figura 1: Cloaca máxima romana.
Fonte: www.poszukiwanieskarbow.com/arykuly/kolonia/cloaca%20Máxima.jpg Acesso em 07 de fev. de 2011.
O Novo Testamento menciona algumas práticas, como deixar os poços d’água tampados e limpos, e que fossem construídos distantes dos locais de poluição e das árvores. A água era usada para a limpeza do corpo e das roupas sujas. Eles acreditavam que a sujeira poderia causar insanidade. Com o crescimento das civilizações, ocorreu a necessidade do uso da água pura e, com isso, a necessidade de obras para conduzi-las aos centros urbanos. Quando o homem percebeu que a vida em comunidade, além de trazer muitos benefícios, traria, junto com ela, os perigos para a saúde dos indivíduos, foram, então, desenvolvendo práticas conscientes ou inconscientes de formas para reduzir esses perigos. A experiência prática evoluiu para hábitos; estes, para regras e leis; e, nalmente, em uma ação coletiva, foi feito um esboço do que constituiria a Saúde Pública. A Saúde Pública preocupa-se com a prevenção de doenças, com o prolongamento da vida e com a promoção da saúde. Em 1854, Jonh Snow combate a teoria dos miasmas como a única explicação para as epidemias, e antecipa a teoria da presença dos germes. Com a conclusão de sua pesquisa, comprovou cienticamente a associação entre a água consumida em Londres e a incidência de cólera entre a população. Após essa demonstração, importantes sanitaristas passaram a defender o saneamento no combate a várias doenças endêmicas.
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Meio Ambiente
1.2 Saneamento Ambiental no Brasil O rápido processo de urbanização no Brasil trouxe consigo alguns problemas, como a falta de planejamento dos espaços urbanos, moradias inadequadas, inexistência do fornecimento de água tratada, inexistência de rede de esgoto sanitário, assentamentos e invasões, que fazem com que o Brasil apresente os mesmos problemas dos países menos desenvolvidos do mundo. No século XVIII, a captação e a distribuição de água eram de responsabilidade de cada vila; a remoção dos dejetos e do lixo era de responsabilidade de cada família. A hora do “sai de baixo”: as fezes, urina e água servidas eram lançadas em vias públicas, o que provocava muitos atritos entre os habitantes. A solução contou com a instituição do sai de baixo, onde em determinada hora os dejetos eram lançados nas ruas.
Com a chegada da família Imperial no Rio de Janeiro, em 1808, as demandas por abastecimento de água aumentaram, e a eliminação dos dejetos tornou-se um problema. No m do império e no início do período republicano, o Rio de Janeiro passa a adotar um sistema de coleta de esgoto moderno, que seria concluído no ano de 1864. As redes de abastecimento de água e de esgoto sanitário cobriam apenas pequenos núcleos urbanos, atendendo a uma pequena parcela da população. A situação continua até a primeira metade do século XX. Apenas na década de 1970, com a criação das companhias estaduais de saneamento, é que a situação melhora. No Brasil, merecem destaque alguns sanitaristas, como: Saturnino de Brito, Oswaldo Cruz e Emílio Ribas.
Hábitos de Higiene(?) no Mundo e no Rio Antigo Para aqueles que, assim como eu, são admiradores do Rio de Janeiro antigo, pelos idos dos anos de 1701 a 1900, vale conferir este texto. Aqui, estão narrados com humor, os percalços passados pelos cariocas d’outrora, com a falta do que hoje chamamos de tecnologia. A higiene pessoal, tal como é concebida hoje na maioria dos países, só se estabeleceu em efetivo no século XIX. Antes disso, as pessoas não apenas toleravam a sujeira como ainda, muitas vezes, se compraziam com ela.
Saneamento Ambiental
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No Centro do Rio, ou seja, na capital cultural e social do país, no século XVIII e no início do século XIX, não havia nenhuma medida de higiene coletiva por absoluta falta de saneamento público. As casas não tinham banheiros e as necessidades eram feitas quase sempre nos quintais, numa “casinha”, dotada de fossa, simples buraco no chão, sem esgoto, e que era limpa durante a noite por um escravo que recolhia a matéria sólida em tonéis conhecidos como “cabungos”, carregados sobre a cabeça e despejados em terrenos baldios próximos às residências ou no mar. Como eram fabricados em madeira, os tonéis quase sempre vazavam parte da carga sobre os seus carregadores, tingindo-os de listras marrons, deixando-os malcheirosos e apelidados pejorativamente de “tigres”. Durante a noite, principalmente, e também de dia, após usar os urinóis ou bacias, era costume esvaziá-los pelas janelas, gritando antes de arremessar o conteúdo: “água vai”. A exigência do aviso em voz alta era o cumprimento de um decreto de 1776, baixado pelo Vice-Rei Dom Manoel de Portugal da Silva Mascarenhas, o Marquês do Lavradio, almofadinha, típico dândi e, por isso, apelidado de “Gravata”, que havia sido vítima de “águas-servidas”, atingido que fora pelo líquido despe jado de um urinol.
Os “tigres” despejando os dejetos das casas de seus senhores nos rios, lagos e mares.
Quando a “necessidade” apresentava-se em plena rua, não havia como evitar o uso de qualquer canto mais discreto, sem nenhuma manifestação de pudor ou recato, até porque praticamente só existiam homens nas vias públicas, quer fossem livres ou escravos, já que as mulheres somente saíam aos domingos, e sempre acompanhadas dos seus responsáveis, ou seja, pais, maridos ou irmãos. À guisa de curiosidade, cumpre esclarecer que as mulheres grávidas, quando os ventres começavam a se avolumar, resguardavam-se de sair às ruas para não mostrar à sociedade, de forma acintosa, o “sexo praticado”, ainda que com os seus esposos.
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Meio Ambiente
Quando se fala em glutão, o nome que vem à mente é o de Dom João VI.
Também não era de se estranhar o hábito de a população usar a rua para satisfazer as suas necessidades siológicas, quando sabemos que Dom João VI, conhecido edaz, apreciador contumaz de “franguinhos-de-leite”, diabético e doente crônico por má alimentação e falta de higiene, costumava fazer uso do penico nas suas andanças pelas ruas do reino e, sempre que sentia necessidade, punha a cabeça para fora da carruagem e gritava ao cocheiro: “Lobato! Desejo obrar!”, e o cocheiro, por sua vez, gritava avisando: “O Rei quer obrar”, parando em seguida para que fosse montado um pequeno aparato com um penico, cercado por guardas para garantir a “privacidade” de Sua Majestade. Os problemas intestinais de Dom João VI foram herdados por seu lho, Dom Pedro I, que sofria de frequentes diarreias, uma delas certamente histórica, quando, às margens do Riacho Ipiranga, havendo apeado do cavalo, pois, segundo historiadores, tinha de “...se apear de meia em meia hora para obrar”, viu-se abordado pelo mensageiro Paulo Bregaro que lhe entregou a decisão do Conselho de Estado que pedia a nossa Independência. Quanto à falta de higiene pessoal demonstrada por Dom João VI, o melhor exemplo é ter sido, aos 51 anos, obrigado pelo médico da Corte a tomar um banho para debelar uma infecção surgida numa perna devido a uma mordida de carrapato, o que motivou a compra de uma chácara no bairro do Caju, transformando-a em “Casa de Banhos”. Em seguida, providenciou um barril furado dos lados, pois tinha pavor de ser mordido por siris, enou-se nele e, levado por escravos, foi até a praia, sendo arriado dentro d’água, o que contribuiu para a cura. Fonte: Fontes: Guilherme Victor M. de Lima Câmara e Revista Veja, Edição 2038.
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1.3 Quadro desaador • 60 milhões de brasileiros, que residem nas áreas urbanas das cidades brasileiras, não dispõem de coleta de esgoto. • 15 milhões de habitantes das cidades não têm acesso à água encanada. Essa deciência está exposta nos bolsões de pobreza das grandes cidades com até 20.000 habitantes e nas regiões Norte e Nordeste do país. • 75% de todo esgoto coletado é despejado in natura, poluindo os cursos d’água. Então, pessoal, concluímos aqui a nossa primeira aula; agora, encerraremos com uma atividade.
Resumo Nas antigas culturas, já se percebia a importância do Saneamento Ambiental para a manutenção da saúde da população. Existem relatos de alguns historiadores que apontavam medidas para se evitar a contaminação pela água. No Brasil, o Saneamento Ambiental teve início com alguns médicos sanitaristas, como Oswaldo Cruz , Emílio Ribas e Saturnino de Brito. No século XVIII, a captação da água e a sua distribuição eram de responsabilidade das vilas. Em 1864, o Rio de Janeiro adota um moderno sistema de coleta de esgotos, e, somente a partir da década de 1970, começam a ser criadas as companhias de saneamento.
Atividades de aprendizagem Faça uma pesquisa de como teve início o Saneamento Ambiental na sua cidade ou na região onde você vive.
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Meio Ambiente
AULA 1 Alfabetização Digital
Aula 2 - Sistema urbano de drenagem
Objetivos 1. Reconhecer a importância dos sistemas de drenagem nas áreas urbanas.
2.1 Por que ocorrem enchentes nas grandes cidades? As enchentes são calamidades naturais que acontecem quando um rio recebe um volume de água muito superior ao que pode comportar, resultando em transbordamentos. Ocorrem principalmente quando as chuvas são intensas e contínuas. Nas áreas rurais, são menos frequentes, pois o solo e a vegetação se encarregam de fazer a evacuação da água e, mesmo quando acontece algumas enchentes, causam menos prejuízos para a população. Nas cidades, a situação se agrava, pela ocupação humana nos limites dos rios ou as alterações provocadas na bacia hidrográca, por constru ções mal projetadas de diques e bueiros, e o lixo jogado em vias públicas que, com a chuva, causam entupimento dos bueiros. Além do que foi citado, devemos lembrar que, nas áreas urbanas, o solo dessa região é impedido pelo asfalto de absorver a água da chuva, e a falta da vegetação impede que ocorra a sucção da água.
Figura 2: Enchente na área urbana.
Fonte: www.brasilescola.com/geograa/enchentes/htm Acesso em 08 de fev. de 2011.
Saneamento Ambiental
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Vamos começar a nossa aula com a denição do termo Saneamento Básico. Saneamento Básico é um tipo de serviço oferecido às cidades e que compreende: o abastecimento de água, o abastecimento de esgoto sanitário, a drenagem pluvial e a coleta de lixo. Devido à sua importância, esses serviços tornam-se essenciais para elevar a saúde da população beneciada, gerando uma maior expectativa de vida entre a população e maior produtividade da mesma.
2.2 Sistema de drenagem urbana Conceito: “Sistema destinado ao escoamento das águas de chuva no meio urbano”. José Carlos Esteves.
Figura 3: Enchentes.
Fonte: www.presenteparahomem.com.br/por-que-ocorre-enchentes-nas-grandes-cidades/ Acesso em 08 de fev. de 2011.
O sistema de drenagem é de suma importância para as áreas urbanas, principalmente as áreas mais baixas, que estão constantemente sujeitas a alagamentos, ou, ainda, as áreas próximas aos cursos d’água. O problema tende a se agravar devido ao crescimento desordenado das populações. Algumas cidades brasileiras enfrentam sérios problemas com as chuvas que caem no verão, provocando alagamentos e deslizamento de encostas, trazendo prejuízos e riscos de vida para a população. O planejamento urbano dessas cidades deve levar em consideração, ou dar mais importância, o sistema de drenagem. É conveniente para a comunidade que a área urbana seja planejada de forma integrada. Não é aconselhável que se faça um plano urbanístico sem conter um plano de drenagem urbana, devendo dar uma atenção especial às áreas mais baixas e potencialmente inundáveis, a m de se fazer um diagnóstico sob a viabilidade de se ocupar ou não essas áreas. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
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Meio Ambiente
Quais os benefícios de um sistema de drenagem? Além dos benefícios citados anteriormente, vamos conhecer outros. • • • • • •
Recuperação de áreas alagadas. Segurança e conforto para a população. Escoamento rápido das águas da chuva, facilitando o tráfego. Valorização das propriedades existentes nas áreas beneciadas. Redução dos gastos com a manutenção das vias públicas. Eliminação de águas estagnadas e dos lamaçais.
Os sistemas de drenagem criam, ainda, condições para a circulação de veículos e pedestres nas áreas urbanas por ocasião de temporais ou chuvas frequentes, diminuem os riscos de perdas humanas ou danos à propriedade.
2.2.1 Classicação dos sistemas de drenagem urbana Microdrenagem: inclui a coleta e o afastamento das águas subterrâneas, através de galerias.
Macrodrenagem: Retirada do excesso de água acumulada sob o solo em áreas relativamente grande, além de receber as águas da microdrenagem. Os corpos receptores são canais e rios canalizados.
Figura 4: Sistema de microdrenagem.
Fonte: www.naometoques.com.br/web/les/news/612.jpg Acesso em 08 de fev. de 2011.
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Figura 5: Obras de macrodrenagem.
Fonte: www.redeprincesa.com.br Acesso em 08 de fev. de 2011.
2.3 Sistema de drenagem no Brasil No Brasil, a microdrenagem é de responsabilidade dos governos municipais, passando-a para os governos estaduais na medida em que crescem as questões de macrodrenagem. É da responsabilidade das prefeituras oferecer serviços de infraestrutura urbana, como: terraplanagens, guias, sarjetas, galerias de águas pluviais, pavimentação e obras de contenção de encostas para minimizar os riscos a ocupação humana. Quanto à macrodrenagem, algumas situações críticas em ocasiões de cheias urbanas são agravadas pelo crescimento desordenado das cidades, que chegam até mesmo a ocupar várzeas e fundos de vale. O que se percebe é que as cidades brasileiras não possuem uma infraestrutura adequada em relação à drenagem; outros serviços básicos apresentam-se insucientes.
Resumo Os sistemas de drenagem são de extrema importância nas áreas urbanas, onde o crescimento desordenado das populações provocou desmatamentos, destruição da cobertura vegetal natural e ocupações de áreas de inundações.
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Meio Ambiente
No período das chuvas, é comum encontrar cidades debaixo d’água devido à falta de projeto de urbanização adequado. Os projetos de urbanização que levem em consideração o sistema de drenagem tenderiam a diminuir os riscos e os prejuízos aos quais a sociedade está sujeita nos períodos de chuvas, possibilitando, dessa maneira, o desenvolvimento urbano de forma mais harmônica. Os sistemas de drenagem facilitam a vida do cidadão nas áreas urbanas, favorecendo o tráfego de veículos nos períodos de chuvas intensas, diminuindo os riscos de perda e danos às propriedades.
Atividades de aprendizagem 1. Denir Saneamento Básico
2. Classique os sistemas de drenagem
3. Qual o objetivo dos sistemas de drenagem pluvial urbano?
4. Cite alguns benefícios do sistema de drenagem urbano.
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AULA 1 Alfabetização Digital
Aula 3 - Sistema de esgoto sanitário
Objetivo 1. Compreender a importância do esgoto como problema ambiental.
Figura 6: Esgoto a céu aberto.
Fonte: g1.globo.com Acesso em 21 de fev. de 2011.
O Ministério do Meio Ambiente realizou uma pesquisa denominada “Sustentabilidade: aqui e agora”, com o objetivo de saber o que estamos dispostos a fazer pelo meio ambiente entre as respostas que mais apareceram está a reciclagem. Mas será que os problemas relacionados com a contaminação da água e com o esgoto não seriam prioridade? Quem mais sofre com os problemas provocados pelo esgoto são as crianças, pois o esgoto é, ao mesmo tempo, um problema ambiental e de saúde pública.
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3.1 Esgoto – problema ambiental 13/05/2005 - 10h05 Esgoto a céu aberto tem grande impacto na vida da população, arma estudo. PUBLICIDADE JANAINA LAGE da Folha Online, no Rio A presença de esgoto a céu aberto é a alteração ambiental que mais afeta a população, segundo pesquisa divulgada div ulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geograa e Estatística) que investiga o meio ambiente nos 5.560 municípios brasileiros. Existem, no país, 1.159 municípios com taxas de mortalidade infantil superior a 40 óbitos por mil nascidos vivos, v ivos, de acordo com dados do Censo 2000. Neste conjunto, 584 municípios relacionaram as alterações ambientais com os impactos nas condições de vida. A alteração mais frequente foi a presença de esgoto a céu aberto, apontada por 327 municípios, seguida da ocorrência de doença endêmica ou epidemia (304) e pela presença do vetor de doença (266). Entre os municípios com altas taxas de mortalidade mor talidade infantil, infantil, a maioria (1.086) está localizada na região Nordeste. Outros 48 municípios cam na região Norte e 25 no Sudeste, especicamente especicamente em Minas Gerais. A causa mais apontada por 53% dos gestores como a que mais afetava o meio ambiente foi o assoreamento de corpos d’água. A pesquisa constata também que é baixo o número de prefeituras que relacionam problemas ambientais às condições de vida. v ida. Esta relação é mais frequente nos municípios com altas taxas de mortalidade infantil. O Brasil tem 10,4 milhões de domicílios que ainda não têm esgotamento sanitário adequado, segundo dados do Censo 2000. Deste total, quatro milhões estão na região Nordeste. Enquanto a taxa de mortalidade infantil de crianças menores de cinco anos residindo em domicílios adequados chega a 26,1 por mil, a taxa dos que vivem em domicílios sem água e esgoto sobe para 44,8 por mil e, especicamente no Nordeste, para 66,8 por mil. O serviço de esgotamento sanitário é o que tem menor presença nos municípios e nos domicílios brasileiros. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, de 2000, dos 5.507 municípios existentes no Brasil, apenas 52,2% dispunham de algum tipo de serviço de esgotamento sanitário, independentemente da extensão da rede coletora. A situação do país ante o saneamento básico não mudou muito entre a data em que a pesquisa foi a campo e o momento atual, segundo o IBGE. O esgotamento sanitário compõe parte dos indicadores de desenvolvimento humano em que o Brasil está mais atrasado, de acordo com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Desenvolvimento).
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Meio Ambiente
Qual o maior problema ambiental do Brasil hoje? Um dos principais problemas enfrentados pelo Brasil é que a maioria dos domicílios domic ílios brasileiros é desprovida de um sistema de coleta do esgoto es goto sanitário. No Brasil, segundo dados do IBGE, 16,982 milhões de domicílios possuem rede de abastecimento de água, mas não possuem um sistema de coleta de esgoto sanitário produzido pela utilização da água. Então, 16,982 milhões de residências funcionam como minifábricas de esgoto, que é despejado a céu aberto , prejudicando prejudicando a saúde e interferindo na qualidade de vida das populações. A ampliação dos serviços de saneamento básico entre as populações menos favorecidas levaria à recuperação de rios, da ora e da fauna, e afetaria de forma positiva a vida de 100 milhões de brasileiros. No ano de 1990, os chefes de estados de quase todos os países do mundo se reuniram e estabeleceram que o “acesso universal à água limpa e ao saneamento básico” seria uma das metas a serem alcançadas até o nal do séc. XX. Chegamos ao nal do século e, infelizmentem,não alcançamos essa meta.
3.2 Esgoto - problema de saúde pública É importante que se invista em um sistema de coleta, de tratamento e de deposição do esgoto sanitário para que ocorra uma melhoria na qualidade de vida da população brasileira. Entre os problemas provocados pelo esgoto, está a disseminação de doenças , que atingem principalmente as crianças. No Brasil, apenas 8% dos municípios apresentam unidades de tratamento de esgoto; a região Norte possui o mais baixo índice, com apenas 2% dos municípios com tratamento de esgoto sanitário. Qual a origem do esgoto? • Esgoto sanitário: é o esgoto que se origina das residências, das instituições e do comércio. É composto por uma elevada quantidade de água, 99,9%, 99,9%, e pequena quantidade de d e resíduos sólidos;, essa parcela vai conferir ao esgoto uma característica muito peculiar, e passará por transformações constante através do tempo. • Esgoto industrial: é o esgoto que resulta das atividades de diversos tipos de indústrias. i ndústrias. É o esgoto esg oto mais difícil e caro de tratar, tratar, devido à grande quantidade de produtos químicos encontrados em sua constituição. • Águas de chuvas: algumas residências possuem um sistema coletor de água da chuva, que é ligado diretamente á rede de esgoto. inltração: água proveniente do subsolo. • Águas de inltração:
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Resumo A questão do esgoto constitui co nstitui um grande problema de saúde pública no Brasil e no mundo. No Brasil, apenas uma minoria dos municípios possue sistema de coleta, de tratamento e de deposição do esgoto sanitário.
Atividades de aprendizagem 1. Faça uma pesquisa de campo para saber como é tratado o esgoto na sua cidade.
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Meio Ambiente
AULA 1 Digital AulaAlfabetização 4 - Resíduos sólidos: lixo ou matéria-prima?
Objetivo 1. Reconhecer a importância dos resíduos sólidos como um problema ambiental.
Ótima pergunta: o lixo é um resíduo sólido ou uma matéria-prima que pode ser aproveitada? Segundo Galeano (1994), a criação de novas necessidades de consumo, de lazer, entre outras, vem acompanhada de datas especícas para a renovação deste ritual, e a valorização crescente da propriedade, em detrimento do ser e sentir humanos, tem alimentado um pensamento de que “consumindo mais, teremos nossa vida enriquecida”. Vivemos num mundo em que as desigualdades sociais apresentam-se cada vez mais gritantes em nossa sociedade. Os bens de consumo não estão disponíveis de maneira igualitária entre a população, nem todos têm acesso aos bens de consumo; o resíduo produzido por esse metabolismo urbano mostra essas diferenças. Segundo Lacoste (1985), nem todos podem consumir igualmente e, mesmo se conseguissem, nosso planeta não suportaria. Devido às restrições ambientais cada vez mais fortes, os padrões atuais de consumo dos países desenvolvidos não poderão ser estendidos ao conjunto da Humanidade nos países subdesenvolvidos. Alguns dos países desenvolvidos já se conscientizaram de que é inaceitável que o desenvolvimento ocorra a qualquer custo. É preciso que aconteça uma modicação nos modos de vida da sociedade como um todo. O desenvolvimento sustentável ganha força, como um novo modo de vida ou de produção, que tem como apoio as cinco sustentabilidades básicas: a social, a econômica, a cultural, a espacial e a ambiental. Então, para melhor entendermos a questão, vamos partir do momento em que homem utiliza os recursos ambientais nos processos de produção. A partir desse momento, essas matérias recebem o nome de recursos naturais. Assim, entendemos que os recursos naturais são uma parte da natureza que pode ser aproveitada num dado momento. É, portanto, um conceito dinâmico, pois “são o trabalho e a inteligência humanos que fazem com que a matéria passe à condição de recurso” (BENJAMIM, 1990: 10; apud SILVEIRA, 2000). Se, na natureza, “nada se perde, tudo se transforma”, então, nesse sistema fechado, o resíduo é o resultado da transformação da natureza.
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Você Sabia que.... Cada brasileiro, que viva até os 70 anos, Vai produzir 25 toneladas de detritos.
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Vamos usar o termo resíduo no lugar de lixo, que vem carregado de signicados que dão a entender que estamos lidando com o que não tem proveito. Utilizaremos o termo para desmisticar o produto do metabolismo social e urbano. O que fazer com milhares de toneladas de resíduos sólidos produzidos diariamente? Essa é uma preocupação de muitos governantes e ambientalistas. É preciso preocupar-se com o que fazer com a coleta e com o transporte desses resíduos, que chegam a consumir uma boa parcela do orçamento público, e, principalmente, com o destino nal que será dado a esses detritos. Algumas das medidas adotadas pelo poder público para minimizar o problema seriam: a criação de aterros sanitários, os incineradores e as usinas de compostagem que, além de trazer um custo muito alto para o poder público, ainda enfrentam alguns desgastes políticos com as comunidades locais, que se posicionam contrárias à utilização de áreas circunvizinhas para tal nalidade. Dos resíduos sólidos produzidos mundialmente, estima-se que 80% são destinados aos aterros; dos resíduos sólidos produzidos pela atividade humana , dependendo da sua composição e das características, que variam de uma região para outra, a maioria apresenta a possibilidade de servir como via direta ou indireta de vetores de agentes etiológicos de doenças. No Brasil, por falta de uma política ambiental, foi permitida, por décadas, a deposição de resíduos domésticos e industriais, classicados como resíduos perigosos, de forma totalmente inadequada, em ambientes classicados como lixões, sem que fosse feita qualquer scalização por órgãos competentes.
Figura 7: Lixo jogado a céu aberto.
Fonte: /www2.maringa.pr.gov.br/site/index.php?sessao=47693422375547&id=356 Acesso em 11de fev. de 2011.
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A experiência demonstra que uma das alternativas encontradas para reduzir a quantidade de resíduos seria a separação de materiais aproveitáveis aí existentes, reduzindo, assim, a porcentagem de material não degradável que voltaria para o meio ambiente, evitando, consequentemente, a extração de mais recursos naturais. Nesse sentido, foi implantado, na década de 1970, em alguns países, o programa de reciclagem de materiais, conhecido como Programa de Coleta Seletiva do Lixo.
Resumo É necessário que as sociedades conscientizem-se de que, consumindo de forma indiscriminada, estaremos colocando em risco a vida no nosso planeta. Se todos consumissem de forma igualitária, o nosso planeta entraria em colapso. O que fazer com tanto resíduo sólido produzido pela Humanidade? Portanto, é um grande problema que o século XXI trouxe com ele. Precisamos entender que os recursos naturais são uma parte da natureza, e que os resíduos sólidos são o resultado da transformação da natureza.
Atividades de aprendizagem 1. Faça uma lista dos principais problemas enfrentados na sua cidade com relação aos resíduos sólidos.
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AULA 1 Alfabetização Digital
Aula 5 - Águas urbanas
Objetivo 1. Reconhecer os processos de degradação provocados pela distribuição das águas urbanas e seus impactos negativos sobre o meio ambiente.
Figura 8: Fonte de água potável.
Fonte: www.adf.org.br Acesso em 18 de fev. de 2011.
Um grande problema enfrentado pela população urbana é o que fazer com a grande quantidade de resíduos domésticos e industriais. As cidades desenvolvem-se sem um planejamento urbano adequado, o que traz um grande prejuízo para a sociedade. O sistema urbano de uso das águas tem como consequência um ciclo imperfeito. A água é retirada de uma fonte, tratada e utilizada; retorna para os lagos e rios e volta a ser utilizada pela população. Mas será que essa água retorna com as mesmas qualidades iniciais, como foi retirada da natureza? Anal, ela já foi utilizada para outros ns. Quando passada por uma análise, essa água apresentou vários tipos de substancias, como matérias orgânicas, calor e outros resíduos de poluição.
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O resultado do crescimento populacional urbano sem um planejamento resulta em prejuízos para sociedade. Entre os vários problemas ambientais criados pelo crescimento urbano, está o desenvolvimento de doenças, os vários tipos de poluição, o aumento da temperatura e a contaminação das águas subterrâneas. Esse processo agravou-se a partir da década de 1960. Alguns problemas ambientais surgem a partir da urbanização das cidades, tais como: • aumento das vazões máximas; • aumento do sedimento, da produção de resíduos sólidos; • desproteção das superfícies; • deterioração da qualidade da água através da contaminação por materiais sólidos e esgotos clandestinos. Além dos problemas ambientais, existem os problemas provocados pela degradação do meio ambiente, resultando nos impactos ambientais. Esses problemas tendem a se agravar à medida que o crescimento populacional aumenta. O problema torna-se maior nas médias e grandes cidades; associados a eles, encontramos os problemas provocados pelas chuvas de verão, que acontecem todo ano no nosso país. Algumas medidas são tomadas no sentido de evitar as inundações; elas são classicadas em estruturais e não estruturais. Estruturais: quando o homem modica o rio. Não estruturais: quando o homem convive com o rio. Vamos entender as diferenças básicas entre cada uma delas. As medidas de controle estruturais são aquelas feitas através de obras hidráulicas, como as barragens de contenção, os diques, as canalizações etc.
Figura 9: Baragem.
Fonte: www.prociv.pt/.../Pages/RoturadeBarragens.aspx Acesso em 18 de fev. de 2011.
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As medidas de controle não estruturais são feitos através de alertas à população dados pela Defesa Civil, no sentido de prevenir e reduzir os prejuízos; o zoneamento das áreas de inundação deve ser feito pelo Plano Diretor Urbano da cidade. Não existe uma fórmula mais adequada, mas o objetivo, tanto das medidas estruturais quanto das não estruturais, seria no sentido de encontrar uma melhor solução para a redução dos impactos provocados pelas enchentes. O que temos percebido ao longo dos anos é que o Brasil não possui um programa de controle de enchentes, o que se observa são ações isoladas por parte de algumas cidades. Não existe um programa que impeça a ocupação de áreas de risco de inundação no Brasil, existem apenas ações feitas por alguns prossionais no sentido de coibir esse ato. O atendimento às enchentes acontece depois de sua ocorrência. Os problemas provocados pelas enchentes caem no esquecimento após a sua ocorrência, retornando no ano seguinte.
5.1 Mananciais urbanos O que são mananciais? São nascentes de água. Os mananciais são representados pelas fontes, das quais se extrai a água para o consumo da população que a utiliza no abastecimento de suas necessidades. Os mananciais urbanos devem possuir uma água de qualidade, adequada para o uso da população. O uso da água pela população é denominado de consumo doméstico. Com o aumento da população urbana, surgem dois problemas conitantes: como abastecer a cidade com uma água de qualidade e o que fazer para que a produção dos resíduos urbanos não contamine os mananciais? Se a rede de captação de água for contaminada pelo esgoto cloacal e pelo escoamento supercial das chuvas, será necessário que se busque, como alternativa, um novo projeto de captação em áreas mais distantes e não contaminadas. Os principais mananciais urbanos: • águas superciais; • águas subterrâneas.
5.2 Perda de água e suas causas De toda a água consumida em um sistema de abastecimento, as perdas são consideradas iguais ao volume não contabilizado. Envolvendo, dessa maneira, as perdas físicas e não físicas, que correspondem à água consumida não registrada.
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São consideradas perdas físicas aquelas que ocorrem durante o processo de captação e de adução, o tratamento e a distribuição, além da água consumida em volumes superiores por meio da lavagem de ltros e descargas na rede de abastecimentos. A redução nas perdas físicas diminui os custos de produção devido a uma redução no consumo de energia e de produtos químicos.
Figura 10: Hidrante jorrando água.
Fonte: www.oglobo.globo.com/participe/mat/2009/02/13/lei... Acesso em 19 de fev. de 2011.
Perdas não físicas são aquelas que têm origem em ligações feitas de forma clandestina ou não cadastradas, hidrômetros parados ou que foram fraudados, entre outras. A redução nas perdas não físicas pode aumentar o volume da receita, resultando em melhorias para os serviços prestados.
Resumo Um dos grandes problemas que o próximo século irá encontrar pela frente será a crise da água, provocada pelo aumento exagerado do consumo e pela deterioração dos seus mananciais, que possuem capacidade ntita. Além da contaminação dos mananciais urbanos, que ocorre pelo despejamento de euentes, tanto domésticos como industrias, e do esgoto pluvial.
Atividades de aprendizagem 1. Cite alguns problemas ambientais que surgem a partir da urbanização das cidades.
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AULA 1 Alfabetização Digital
Aula 6 - Níveis de ruído
Objetivos 1. Identicar os malefícios causados pelos ruídos; 2. Reconhecer os níveis de ruídos no dia a dia.
6.1 Conceituando ruído Diante do mundo conturbado em que vivemos, não é difícil para as pessoas que apreciam o silêncio identicar um ruído. Podemos denir ruído como uma sensação sonora indesejável, ca paz de nos deixar perturbados, um obstáculo quando pretendemos nos concentrar ou nos comunicar com alguém. A verdade é que, a qualquer horário, o ruído, ou o excesso de ruído é perturbador, isso vai depender do nível de tolerância do indivíduo que está exposto a ele. Por exemplo, o som de uma música para alguns pode ser desagradável, para outros, não, cada ouvinte deverá fazer o seu próprio julgamento.
Figura 11: Charge Barulho.
Fonte: http://o-blog-verde.blogs.sapo.pt/20 07/07/14/. Acesso em 10 de fev. de 2011.
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As cidades estão crescendo e as pessoas se desenvolvendo, com isso, foram buscando melhoria de vida, o desenvolvimento das indústrias, mais conforto e, consequentemente, junto a isso, veio o ruído intenso e nocivo que, aos poucos, vai nos intoxicando e, assim, não percebemos o mal que nos tem causado. Segundo Machado (2004 ), a poluição sonora ofende o meio ambiente e afeta o interesse difuso e coletivo, na medida em que os níveis excessivos de sons e ruídos causam deterioração na qualidade de vida, na relação entre as pessoas, sobretudo quando acima dos limites suportáveis pelo ouvido humano.
6.2 Níveis de ruídos Níveis elevados de ruído podem causar problemas nas pessoas, como transtorno do sono, irritabilidade e, consequentemente, cansaço, problemas de concentração e perturbação do ritmo biológico. Ainda segundo Machado (2004 ), o resultado mais traiçoeiro ocorre em níveis moderados de ruído, porque lentamente vão causando estresse, distúrbios físicos, mentais e psicológicos, insônia e problemas auditivos. Além disso, sintomas secundários aparecem: aumento da pressão arterial, paralisação do estômago e intestino, má irrigação da pele e até mesmo impotência sexual. Os órgãos competentes deverão fazer a scalização e punir as pes soas que descumprirem a lei do silêncio, pois de nada adiantam as leis se esses órgãos continuarem inoperantes.
6.2.1 Analisando alguns níveis de ruído O Departamento de Habitação e Desenvolvimento Urbano dos EUA recomenda, para as áreas residenciais, as seguintes medidas. Tabela 1: Medidas dos níveis de ruído Até 49 dB
Claramente aceitável
Ex: uma conversa tranquila: 40 a 50 decibéis.
De 50 dB a 62 dB
Normalmente aceitável
Ex: agência bancária: 60 decibéis.
De 63 dB a 76 dB
Normalmente inaceitável
Ex: um caminhão trafegando chega a 74 decibéis.
Acima de 76 dB
Claramente inaceitável
Ex: secador de cabelos: 90 decibéis.
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Figura 12: Decibelímetro
Fonte: http://www.aiq.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/350x350/9df78eab33525d0 8d6e5fb8d27136e95/T/H/THDL-400.jpg Acesso em 10 de jan. de 2011.
Aqui no Brasil, no que diz respeito ao ruído, a Tutela Jurídica do Meio Ambiente e da Saúde Humana é regulamentada pela Resolução 001/1990 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente ), que considera um problema os níveis excessivos de ruídos.
CONAMA- Conselho Nacional do Meio ambiente ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR- Normas Brasileiras
Ruídos em nossas casas Muitos eletrodomésticos presentes em nossas casas, muitas vezes, são usados ao mesmo tempo e, com isso, vamos somando os indesejáveis decibéis que estão lentamente afetando a nossa audição sem que nós percebamos. Exemplo: imagine um secador de cabelos, uma televisão e um liquidicador ligados aos mesmo tempo.
Bares e casas noturnas Os ruídos produzidos pelos bares e pelas casas noturnas aumentam a cada dia, perturbando toda a vizinhança e principalmente seus clientes. Esses estabelecimentos deverão se adequar aos padrões xados e previstos na NBR 10152, que determina os níveis de ruídos para bares e casas noturnas.
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Meio ambiente do trabalho O ruído apresenta-se como principal vilão das indústrias siderúrgicas e metalúrgicas, que geralmente produzem muitos ruídos e por tempo muito prolongado; apesar das mesmas fornecerem protetores auriculares, muitos funcionários se recusam a usá-lo, pelo desconforto causado pelo aparelho. Um trabalhador que passa 8 horas por dia exposto a ruídos, após 2 anos, apresentará problemas auditivos. Podemos observar que situações corriqueiras estão prejudicando a nossa saúde, mas é importante ressaltar que ruídos de até 55 dB de intensidade não causam nenhum problema; acima dos 85 dB, a saúde será afetada, dependendo do tempo de exposição.
Figura 13: Ouvido Humano.
Fonte:http://3.bp.blogspot.com/_meYRPtd12wM/S8evr4v623I/AAAAAAAAAKU/zt4ZbdoF1is/s320/ Imagem1.jpg Acesso em 20 de jan. de 2011.
Sabendo-se que os ruídos estão presentes no nosso dia a dia e que podem nos prejudicar, é preciso lutar pelo nosso bem-estar e pelo meio ambiente, exigindo uma scalização frequente, e que se faça cumprir as leis através da avaliação e do controle dos ruídos.
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Resumo Os níveis muito altos de ruídos têm provocado sérios problemas de saúde na população; os principais são: irritabilidade, ansiedade e cansaço. Os eletrodomésticos utilizados em nossa casa, quando ligados ao mesmo tempo, provocam níveis de ruído intensos e nocivos, colocando em risco a saúde da nossa família. Os ruídos acima de 55 dB não provocam danos à saúde do homem, já os ruídos acima de 85 dB podem afetar a saúde do homem e de outros seres vivos.
Atividades de aprendizagem 1- O que é ruído e quais as consequências pela exposição diária a eles?
2- Enumere alguns ruídos inevitáveis no nosso dia a dia.
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Aula 7 - Poluição sonora
Objetivos 1. Conceituar poluição sonora; 2. Identicar as principais fontes de poluição sonora.
Poluição sonora é todo e qualquer ruído perturbador do silêncio em que nos encontramos. Diante das correrias e da modernidade do mundo atual, estamos expostos o tempo todo a qualquer tipo de ruído. Até mesmo durante a noite, as cidades não param para que possamos ter um descanso merecido após um dia estressante e rodeado de ruídos. Tudo isso em excesso prejudica a nossa saúde, que já está precária devido a essas exposições. Apesar de existir uma legislação especíca que regula os limites de emissão de ruídos, é necessária a conscientização da população, juntamente com outras medidas de prevenção, a m de reduzir o ruído nas cidades. Segundo Santos (1996), a poluição sonora, seja ambiental ou ocupacional, é uma forma de poluição bastante disseminada nas sociedades industrializadas, e é causa de perdas auditivas em adultos e crianças, acarretando também comprometimentos não auditivos que afetam a saúde física geral e emocional dos indivíduos. A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que o som deve car em até 50 dB, pois, a partir daí, os efeitos negativos começam. A Resolução 001/90 do CONAMA, nos seus itens I e II, dispõe: I – A emissão de ruídos, em decorrência de quaisquer atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda política, obedecerá, no interesse da saúde, do sossego público, aos padrões, critérios e diretrizes estabelecidos nesta Resolução. II – São prejudiciais à saúde e ao sossego público, para os ns do item anterior, os ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela norma NBR 10.151 - Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas visando o conforto da comunidade, da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT. A NBR 10.151 dispõe sobre a avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade. Esta norma xa as condições exigíveis para a avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades, independentemente da existência de reclamações. Além da NBR 10.151, tem-se a NBR 10.152, que trata dos níveis de ruídos para conforto acústico, estabelecendo os limites máximos em decibéis
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a serem adotados em determinados locais. Exemplicando, em restaurante, o nível de ruído não deve ultrapassar os 50 decibéis estabelecidos pela NBR 10.152. Dentre as várias fontes de poluição sonora, podemos citar os eletrodomésticos, ruas, casas noturnas, bares e o meio ambiente do trabalho, que já discutimos sobre os níveis de ruídos produzidos por eles.
Eletrodomésticos CONAMA- Conselho Nacional do Meio ambiente ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR- Normas Brasileiras IBAMA- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
Segundo a resolução 20/94 do CONAMA, buscou-se minimizar os malefícios causados pelo uso dos aparelhos. Art. 1º Instituir o selo ruído, como forma de indicação do nível de potência sonora, medido em decibel – db(A), de uso obrigatório a partir des ta Resolução para aparelhos eletrodomésticos, que venham a ser produzidos, importados e que gerem ruídos no seu funcionamento. Esse selo deve ser adquirido no IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) pelo próprio fabricante ou representante legal. O selo é para que seja identicado o nível do ruído emitido pelos aparelhos. Você sabia da existência do selo ruído?
Figura 14: Selo de ruído.
Fonte: http://www.ibama.gov.br/qualidadeambiental/conqual/silenc2.jpg Acesso em 10 de jan. de 2011.
As ruas Os grandes vilões da poluição sonora são, sem dúvida nenhuma, os veículos. Desde a aceleração às freadas bruscas, passando aí pelos motores, canos de descarga e outros fatores que interferem nas alterações dos sons emitidos.
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A Resolução 08, de 1993, do CONAMA, estabelece que: Art. 1º. Estabelecer, para veículos automotores nacionais e importados, exceto motocicletas, motonetas, ciclomotores, bicicletas com motor auxiliar e veículos assemelhados, limites máximos de ruído com o veículo em aceleração e na condição de parado. Por sua vez, a Resolução 237/97, do CONAMA, proibiu a utilização de itens de ação indesejável, denindo-os como quaisquer peças, componen tes, dispositivos ou procedimentos operacionais em desacordo com a homologação do veículo, que reduzam ou possam reduzir a ecácia do controle da emissão de ruído e de poluentes atmosféricos, ou que produzam variações indesejáveis ou descontínuas dessas emissões em condições que possam ser esperadas durante a sua operação em uso normal. Ainda podemos citar o Código de Trânsito Brasileiro, que determina, em seu artigo 104, entre outras prescrições, o controle de emissão de ruídos, os quais deverão ser avaliados através de inspeção periódica. Também o artigo 105, inciso V, determinou a obrigatoriedade da utilização de dispositivo destinado ao controle de emissão de ruído, segundo as normas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Trânsito.
Bares e casas noturnas É possível colocar a nossa saúde em risco também quando nos divertimos. Um bar lotado ou uma casa noturna, como as boates ou os shows ao vivo nos barzinhos, são sempre uma forma de exposição, e o pior é que ainda prejudicam o sossego de seus vizinhos. A resolução 1/90, do CONAMA, também se aplica a esses recintos, no que diz respeito ao seguimento da NBR 10151 para controle do som. Tanto os bares como as casas noturnas deverão se adequar aos padrões xados para os níveis de ruídos e vibrações previstos na NBR 10152, além disso, é necessário que o estabelecimento tenha autorização para funcionar; poderá ser cassado caso não cumpra o que determina a lei.
Meio ambiente do trabalho A poluição sonora que se dá através do ruído produzido nos ambientes de trabalho também é prejudicial, principalmente para as pessoas que operam máquinas, gerando insatisfação e fazendo com que a qualidade da produção que comprometida. A Organização Mundial da Saúde, em 1980, cita que o ruído, por menor que seja, pode perturbar o trabalho, o sono, o descanso e a comunicação entre os seres humanos. No trabalho, uma boa concentração é fundamental para que o trabalhador produza o máximo possível, em quantidade e qualidade. A exposição por muito tempo a ruídos pode causar o estresse e ter outras reações no organismo, como nervosismo, impaciência etc.
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As indústrias são as maiores causadoras de poluição sonora, com um índice muito elevado de ruídos e agressão ao homem e ao meio ambiente. Segundo a Sociedade Brasileira de Acústica, os níveis de ruído industrial nas empresas brasileiras são absurdamente excessivos. No campo da prevenção, existem poucas soluções para se ter um ambiente sadio; máquinas menos ruidosas e protetores auriculares não resolveriam, mas poderiam amenizar o problema.
Resumo Poluição sonora é qualquer tipo de ruído perturbador que pode prejudicar a nossa saúde quando camos expostos a ele por muito tempo. Essa exposição pode acontecer em diversos momentos, tais como: em contato com os eletrodomésticos dentro da nossa casa, nas ruas das nossas cidades ou até mesmo quando estivermos nos divertindo em casas noturnas. Mesmo durante a noite, quando as cidades não param, estamos expostos à poluição sonora. A exposição por muito tempo a ruídos pode causar o estresse e outras reações no organismo, como nervosismo, impaciência etc.
Atividades de aprendizagem 1- Discorra sobre poluição sonora.
2- Qual a resolução do CONAMA que regula sobre o meio ambiente e a saúde humana?
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Aula 8 - Qualidade do ar
Objetivos 1. Entender a importância da qualidade do ar que respiramos para nossa saúde; 2. Conscientizar sobre a importância e as consequências da ação humana no meio ambiente.
Figura 15: Charge ruído no trânsito.
Fonte:http://www.dessindepresse.com/images/cartoon_calendar_05_allergy_pollution.jpg Acesso em 02 de fev. de 2011.
A qualidade do ar em nosso planeta está cada vez pior. Nas cidades da nossa região não é diferente, o crescimento rápido tem contribuído para que o ar esteja cada vez mais poluído. Os carros, as indústrias, as próprias pessoas em suas residências têm colaborado para que a qualidade do ar que respiramos esteja piorando. Considerando o previsto na Resolução CONAMA nº 05, de 15.06.89, que instituiu o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar-PRONAR-, resolve:
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Art. 1º - São padrões de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem como ocasionar danos à ora e à fauna, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Parágrafo Único - Entende-se como poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis estabelecidos, e que tornem ou possam tornar o ar: I - impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde; II - inconveniente ao bem-estar público; III - danoso aos materiais, à fauna e ora; IV - prejudicial à segurança. ao uso e gozo da propriedade e às atividades normais da comunidade. Art. 2º - Para os efeitos desta Resolução, cam estabelecidos os seguintes conceitos: I - Padrões Primários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. II - Padrões Secundários de Qualidade do Ar são as concentrações de poluentes abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à fauna, à ora, aos materiais e ao meio ambiente em geral. Parágrafo Único - Os padrões de qualidade do ar serão o objetivo a ser atingido mediante a estratégia de controle xada pelos padrões de emissão, e deverão orientar a elaboração de Planos Regionais de Controle de Poluição do Ar. Art. 3º - Ficam estabelecidos os seguintes Padrões de Qualidade do Ar: I - Partículas Totais em Suspensão a) Padrão Primário 1 - concentração média geométrica anual de 80 (oitenta) microgramas por metro cúbico de ar; 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 240 (duzentos e quarenta) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. b) Padrão Secundário 1 - concentração média geométrica anual de 60 (sessenta) microgramas por metro cúbico de ar; 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 150 (cento e cinquenta) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. II - Fumaça a) Padrão Primário 1 - concentração média aritmética anual de 60 (sessenta) microgramas por metro cúbico de ar;
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2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 150 (cento e cinquenta) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. b) Padrão Secundário 1 - concentração média aritmética anual de 40 (quarenta) microgramas por metro cúbico de ar; 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 100 (cem) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. III - Partículas Inaláveis a) Padrão Primário e Secundário 1- concentração média aritmética anual de 50 (cinquenta) microgramas por metro cúbico de ar; 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 150 (cento e cinquenta) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. IV - Dióxido de Enxofre a) Padrão Primário 1- concentração média aritmética anual de 80 (oitenta) microgramas por metro cúbico de ar; 2- concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de 365 (trezentos e sessenta e cinco) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. b) Padrão Secundário 1 - concentração média aritmética anual de 40 (quarenta) microgramas por metro cúbico de ar; 2 - concentração média de 24 (vinte e quatro) horas de100 (cem) microgramas por metro cúbico de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. V- Monóxido de carbono a) Padrão Primário e Secundário 1- concentração médio de 8 (oito) horas de 10.000 (dez mil) microgramas por metro cúbico de ar (9 ppm), que não deve ser excedida mais de uma vez por ano; 2 - concentração média de 1 (uma) hora de 40.000 (quarenta mil) microgramas por metro cúbico de ar (35 ppm), que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. VI- Ozônio a) Padrão Primário e Secundário 1 - concentração média de 1 (uma) hora de 160 (cento e sessenta) microgramas por metro cúbico do ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano.
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VII - Dióxido de Nitrogênio a) Padrão Primário 1 - concentração média aritmética anual de 100 (cem) microgramas por metro cúbico de ar; 2 - concentração média de 1 (uma) hora de 320 (trezentos e vinte) microgramas por metro cúbico de ar. b) Padrão Secundário 1- concentração média aritmética anual de 100 (cem) microgramas por metro cúbico de ar; 2 - concentração média de 1 (uma) hora de 190 (cento e noventa) microgramas por metro cúbico de ar. Art. 3º - Ficam estabelecidos os seguintes métodos de amostragem e análise dos poluentes atmosféricos a serem denidos nas respectivas Ins truções Normativas: a) Partículas Totais em Suspensão - Método de Amostrador de Grandes Volumes ou Método Equivalente. b) Fumaça - Método da Reetância ou Método Equivalente. c) Partículas Inaláveis - Método de Separação Inercial/Filtração ou Método Equivalente. d) Dióxido de Enxofre - Método de Pararonasilina ou Método Equivalente. e) Monóxido de Carbono - Método do Infravermelho não Dispersivo ou Método Equivalente. f) Ozônio - Método da Quimiluminescência ou Método Equivalente. g) Dióxido de Nitrogênio - Método da Quimiluminescência ou Método Equivalente. § 1º - Constitui-se Método de Referência os métodos aprovados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO – e, na ausência deles, os recomendados pelo IBAMA como os mais adequados e que devam ser utilizados preferencialmente. § 2º - Poderão ser adotados métodos equivalentes aos métodos de referência, desde que aprovados pelo IBAMA. § 3º - Ficam denidas como condições de referência a temperatura de 25ºC e a pressão de 760 milímetros de coluna de mercúrio (1.013,2 milibares). Devemos nos preocupar mais com a qualidade do ar que respiramos, pois vários problemas têm sido causados pela má qualidade do ar; com isso, o homem tem procurado solucionar esses problemas ambientais. Podemos citar algumas fontes emissoras de poluentes, como atividade industrial ou tráfego de automóvel, erupções vulcânicas ou fogos orestais etc.
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Resumo O homem tem promovido alterações no meio ambiente, e o reexo dessas alterações está no ar que respiramos. Alguns fatores contribuem para a alteração do ar que respiramos, como: desmatamentos, gases emitidos por automóveis e indústrias, erupções vulcânicas e fogos orestais.
Atividades de aprendizagem 1- Qual a importância da qualidade do ar que respiramos para a nossa saúde?
2- Quais as consequências da ação irresponsável do homem com o meio ambiente?
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AULA 1 Alfabetização Digital
Aula 9 - Poluição atmosférica
Objetivos 1. Reconhecer os efeitos dos poluentes na saúde humana; 2. Enumerar técnicas de controle da poluição.
Figura 16: Poluição atmosférica.
Fonte: http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/geograa/geograa_ trabalhos/poluicaoatmosferica01.jpg Acesso em 03 de fev. de 2011.
A poluição atmosférica é a contaminação do ar por desperdícios gasosos, líquidos etc., e que ameaçam a saúde das pessoas, dos animais, dos seres vivos de modo geral; ainda podemos citar a deterioração da camada de ozônio, o aquecimento global/alterações do clima, todos muito discutidos pelos malefícios que provocam no meio ambiente. Quanto à saúde do ser humano, ela pode afetar o sistema respiratório, provocando diversas doenças, desde as mais simples, como a asma, até as mais complicadas, como doenças do coração. Segundo reportagem da revista Educar (2003), os países industrializados são os maiores produtores de poluentes, enviando anualmente bilhões de toneladas para a atmosfera. A tabela que se segue mostra os principais poluentes do ar e seus efeitos.
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Tabela 2: Principais poluentes do ar e seus efeitos. Poluente
Principal Fonte
Comentários
Monóxido de Carbono (CO)
Escape dos veículos motorizados; alguns processos industriais.
Limite máximo suportado: 10 mg/m3 em 8 h (9 ppm); 40 mg/m3 em 1 h (35 ppm).
Dióxido de Enxofre (SO2)
Centrais termoelétricas a petróleo ou carvão; fábricas de ácido sulfúrico.
Limite máximo suportado: 80 mg/m3 em um ano (0,03 ppm); 365 mg/m3 em 24 h (0,14 ppm).
Partículas em suspensão
Escape dos veículos motorizados; processos industriais; centrais termoelétricas; reação dos gases poluentes na atmosfera.
Limite máximo suportado: 75 mg/m3 em um ano; 260 mg/m3 em 24 h; compostas de carbono, nitratos, sulfatos e vários metais, como o chumbo, cobre e ferro.
Chumbo (Pb)
Escape dos veículos motorizados; centrais termoelétricas; fábricas de baterias.
Limite máximo suportado: 1,5 mg/m3 em 3 meses; sendo a maioria do chumbo contida em partículas suspensão.
Óxidos de Azoto (NO, NO2)
Escape dos veículos motorizados; centrais termoelétricas; fábricas de fertilizantes, de explosivos ou de ácido nítrico.
Limite máximo suportado: 100 mg/m3 em um ano (0,05 ppm) - para o NO2; reage com hidrocarbonos e luz solar para formar oxidantes fotoquímicos.
Oxidantes fotoquímicos- Ozônio (O3)
Formados na atmosfera devido à reação de Óxidos de Azoto, Hidrocarbonos e luz solar
Limite máximo suportado: 235 mg/m3 em uma hora (0,12 ppm).
Etano, Etileno, Propano, Butano, Acetileno, Pentano
Escape dos veículos motorizados; evaporação de solventes; processos industriais; lixos sólidos; utilização de combustíveis.
Reagem com Óxidos de Azoto e com a luz solar para formar oxidantes fotoquímicos.
Dióxido de Carbono (CO2)
Todas as combustões.
São perigosos para a saúde quando em concentrações superiores a 5000 ppm em 2-8 h; os níveis atmosféricos aumentaram de cerca de 280 ppm, há um século atrás, e para 350 ppm, atualmente, algo que pode estar a contribuir para o Efeito de Estufa.
Fonte: http://educar.sc.usp.br/licenciatura/2003/ee/PoluentesAtmosfericos.htm. Acesso em 03 de fev. de 2011.
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Muitos desses poluentes originam-se de fontes identicáveis; por exemplo, podemos citar o dióxido de enxofre, que tem como origem as centrais termoelétricas a carvão ou petróleo. Algumas técnicas de controle da poluição, tais como planejamento territorial e zoneamento de poluentes, concentração dos poluentes na fonte para tratamento antes de serem lançados, diluição e mascaramento dos poluentes e instalação de equipamentos de controle de poluentes, podem ser usadas e, com isso, implantar áreas de proteção sanitária, alterar o processo de minimização de poluentes, usar exaustores para juntar os poluentes que, após tratamento, serão lançados, empregar em chaminés substâncias que possibilitem reduzir a emissão de poluentes, instalação de equipamentos que removam poluentes antes de serem lançados na atmosfera. É necessário que haja conscientização da população para que o meio ambiente seja mais bem preservado, diminuindo a contaminação e preservando a saúde dos seres vivos.
Resumo A poluição do ar pode ser denida como a degradação da qualidade do ar, como atividade direta ou indireta dos seres vivos. Grandes quantidades de partículas sólidas suspensas e gases tóxicos são lançados na atmosfera todos os dias, principalmente pelos países industrializados. A poluição atmosférica pode, ainda, afetar a saúde do ser humano, comprometendo seu sistema respiratório, provocando desde problemas alérgicos até doenças mais graves, como as doenças do coração.
Atividades de aprendizagem 1- Quais os efeitos dos poluentes na saúde humana?
2- Enumere algumas técnicas de controle da poluição.
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AULA 1 Alfabetização Digital
Aula 10 - Conforto ambiental
Objetivo 1. Compreender a importância de usarmos os recursos ambientais disponíveis para proporcionar ao ser humano condições necessárias para viver bem em sua habitação.
Quando falamos em conforto, estamos falando em proporcionar condições adequadas para a satisfação pessoal. O conforto ambiental vai estudar as condições acústicas, luminosas e térmicas como forma de organização do espaço do homem, utilizando os recursos ambientais disponíveis. O conforto ambiental deve ser planejado na fase do projeto com o objetivo de diminuir o consumo de energia, o que pode gerar uma economia de até 70%. Como isso pode ser feito? Utilizando na construção um tipo de vidro correto, no intuito de controlar a luz e o calor no interior das residências, gerando, ao mesmo tempo, um conforto térmico e luminoso. Utilizar um projeto adequado para cada região do Brasil, evitar utilizar projetos de residência que foram feitas para casas do Sul do Brasil na região Norte, pois as características climáticas são muito diferentes.
Figura 17: Casa ecológica.
Fonte: cdedesigner.blogspot.com Acesso em 19 fev. de 2011.
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Ouvir é preciso !
Figura 18: Bebê tapando os ouvidos.
Fonte: construindosustentavel.blogspot.com Acesso em 20 fev. de 2011.
Segundo Schopenhauer (lósofo alemão do século XIX), “o ruído é o assassino do pensamento”. A poluição sonora ocorre quando, num determinado local, a quantidade de som altera a condição normal de audição. Apesar desse tipo de poluição não deixar vestígios no meio ambiente, como outros poluidores, mesmo assim ela vai provocar danos à saúde da pessoa que ca exposta a esse tipo de poluição. Quando um som difunde num ambiente em um tom muito alto, acima do tolerável pelos organismos dos seres vivos, ele pode provocar danos irreversíveis, como a perda total da audição e até problemas de ordem mental. Estudos estão sendo feitos por especialistas no sentido de controlar o volume do som nas edicações ou de diminuir seus efeitos negativos. Os tipos de ruídos que mais colaboram para que a poluição sonora aconteça são os aéreos e o estrutural. Os aéreos são aqueles que atravessam pisos, paredes, lajes, portas e janelas. Os estruturais são aqueles provocados por indústrias, canteiros de obras, shows de música, espetáculos, práticas de tiros, áreas de recreações. A Organização Mundial de Saúde considera que o som deve car em até 50 db, para não causar prejuízo para o ser humano; a partir de 58 db, os efeitos começam a aparecer, alguns problemas levam anos para aparecer e outros ocorrem a curto prazo.
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Já em 1910, Robert Koch, médico alemão, Nobel de Medicina em 1905, profetizou: “Um dia a Humanidade terá que lutar contra a poluição sonora, assim como lutamos contra o cólera e a peste”. E Koch foi bastante assertivo, infelizmente. As necessidades ambientais que devem ser levadas em conta quando se fala em conforto ambiental estão divididas em: temperatura, luz e acústica.
10.1 Conforto térmico Através da história, o ser humano sempre se mostrou preocupado com as adversidades climáticas. Recentemente, essa busca por condições de bem-estar e conforto tornou-se uma preocupação do homem. Portanto, deve-se levar em consideração o fator climático como denidor na hora de escolher o projeto de construção de sua habitação. Será que as ações humanas sobre o meio ambiente reetem-se também no clima das nossas cidades? A sociedade atual está cada vez mais urbanizada, e cada vez mais preocupada com um consumismo exacerbado; devido às mudanças que aconteceram nos diversos tipos de trabalhos e ao desenvolvimento da tecnologia, houve a necessidade de se encurtar distâncias e evoluir as formas de transporte e comunicação, o que resultou na dispersão da população pelas áreas metropolitanas. Com a transformação do meio natural pela urbanização, alguns problemas surgiram, como a contaminação e a transformação do clima urbano. Com essas transformações, o ser humano tem perdido em muito a qualidade de vida nas cidades.
10.2 Ilhas de Calor e Ilhas de frescor O clima urbano “resulta das modicações radicais que os processos de urbanização produzem na natureza da superfície e nas propriedades atmosféricas de dado local” (OKE, 1978). As atividades antropogênicas provocam alterações no clima e na atmosfera urbana.
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‘Ilhas de calor’ na capital paulista causam temporais mais fortes do que no resto do estado
Inuência das ilhas de calor na precipitação da cidade de São Paulo.
Os fortes temporais ocorridos ao longo do mês de janeiro na cidade de São Paulo estão diretamente ligados ao fenômeno conhecido como ilha de calor. Segundo o meteorologista Fabrício Daniel dos Santos, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a grande quantidade de chuvas no início do ano mostra uma discrepância entre o clima na capital e no restante do estado. O janeiro deste ano foi o mais chuvoso desde 1943, quando o Inmet começou a fazer as medições. Em cidades do interior, como Franca e Presidente Prudente, no entanto, a chuva cou abaixo da média histórica, de acordo com Santos. Mesmo nos locais onde o índice pluviométrico excedeu a média para o mês, cou próximo ao esperado para a época do ano.
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A diferença da capital para o restante do estado está na grande aglomeração urbana que concentra fontes e receptores de energia. “A ilha de calor é muito bem caracterizada na cidade”, ressalta o meteorologista. O professor do Departamento de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo, Edmilson Dias de Freitas, explica que o acúmulo de calor causado pela grande quantidade de edicações e a impermeabilização do solo, além do uso de equipamentos como ar-condicionado e automóveis, ampliam a corrente que leva o vapor de água para a atmosfera. Esse processo acaba por criar nuvens maiores do que o normal. “Quanto mais intensa a corrente ascendente que leva a água lá para cima, mais desenvolvimento vertical essa nuvem vai ter”. Essas grandes nuvens dão origem a tempestades que descarregam em um curto espaço de tempo a precipitação que demoraria várias horas ou até alguns dias para voltar à Terra. “O fato é que chove a mesma coisa em um número menor de vezes”, explica o professor. Com isso, a cidade vai adquirindo uma espécie de clima próprio, “muito particular”, acrescenta Freitas. São Paulo “é a capital brasileira que tem a maior tendência para eventos extremos, principalmente precipitações”, arma Fabrício dos Santos com base nas observações feitas em todo o país pelo Inmet. Isso deve piorar com o acirramento das mudanças climáticas nos próximos anos. “É uma cidade típica que vai estar sofrendo mais por conta do aquecimento [global].” Isso porque a magnitude da ilha de calor está diretamente ligada ao tamanho da cidade, explica Freitas. Segundo ele, é possível amenizar o fenômeno com ações que reduzam a absorção de energia pela metrópole. Entre elas, o professor aponta o aumento das áreas de vegetação e utilização de calçamentos mais permeáveis, no sentido de “permitir que o solo receba mais água, transpire essa água e receba menos quantidade de energia”. Além disso, ajudaria reduzir a circulação de automóveis, principalmente nos horários de pico. Reportagem de Daniel Mello, da Agência Brasil, publicada pelo EcoDebate, 04/02/2011
Fonte: http://axelgrael.blogspot.com/2011/02/ilhas-de-calor-na-capital-paulista.html Acesso em 21 de fev. de 2011.
Quando as condições climáticas se tornam inadequadas, isso vai reetir na perda da qualidade de vida da população, assim, os processos de urbanização procedem em resultados negativos, principalmente nos países onde o desenvolvimento acontece de forma complexa, tendo como resultado a poluição do ar, as inundações, os desmoronamentos dos morros, causando um grande prejuízo social e econômico. O Brasil, incluído nesta condição de desenvolvimento, apresenta uma dinâmica de urbanização que resulta na segregação social e espacial e na exclusão de grande parte de sua população (SANTOS, 1994). A maior parte da população brasileira habita as áreas urbanas, e seu crescimento acontece de forma desordenada; os problemas que surgem a partir desse crescimento desordenado resultam em problemas para a administração pública difíceis de solucionar, pois faltam investimentos públicos para suasolução.
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O baixo índice de qualidade de vida está ligado principalmente à população mais vulnerável, aquela que habita os espaços mais degradados da cidade; essa população é a mais desfavorecida de conforto térmico. Porque o conforto térmico é importante? Porque ele se relaciona à sensação de conforto das pessoas, mas está ligado também à sua saúde e ao desempenho no seu trabalho.
10.3 Conforto lumínico (luz)
Figura 19: Novos óculos de sol.
Fonte: www.sitedefotos.com.br Acesso em 06 de fev. de 2011.
A iluminação adequada interfere de forma direta no nosso bem-estar e está também diretamente ligada ao nosso desempenho no trabalho. A qualidade da iluminação dos postos de trabalho não é denida apenas pelo nível de luz. Devem-se levar em conta também a distribuição da densidade luminosa, a limitação do ofuscamento, a direção da luz e da sombra, a cor da luz e a reprodução das cores. Sempre que possível, deve-se buscar também uma iluminação uniforme. Cosmo Palasio de Morais Junior, autor do artigo online “Considerações sobre Iluminação e Trabalho”, consegue descrever em poucas linhas e palavras a situação e a importância da qualidade de Iluminação em ambientes:
“[...] o processo da visão é bastante complexo e implica em uma série de fatores. Por isso mesmo é de grande importância, tanto para a segurança das pessoas como para a quali-
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dade do produto, que a iluminação do posto de trabalho seja adequada às exigências da tarefa. Iluminação insuciente implica diretamente na perda de desempenho e no aumento do número de acidentes.
Um antigo e interessante estudo feito por Dall - em 1973 – mostrava a inuência da intensidade luminosa sobre o desempenho, refugo e aciden tes.
Resumo O conforto ambiental proporciona condições de satisfação pessoal; é também uma forma de organizar o seu espaço. Os fatores climáticos devem ser levados em consideração na primeira fase do projeto de construção. Construir um ambiente com condições adequadas para a moradia e que proporcione sensações de bem-estar a seus moradores levando em consideração o conforto das pessoas.
Atividades de aprendizagem 1. Explique porque condições climáticas inadequadas reetem de forma ne gativa na condição de vida das pessoas.
2. Relacione danos provocados pela poluição sonora.
3. Justique o aparecimento das “ilhas de calor” nas cidades.
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Aula 11 - Saúde pública
Objetivos 1. Denir Saúde Pública; 2. Conhecer um pouco da história da Saúde Pública.
Figura: 20 Charge atendimento serviço público hospitalar.
http://www.matutando.com/2009/06/03/charge-saude-publica/ Acesso em 23 de mar. de 2011.
A Saúde Pública no Brasil requer certa atenção. Na verdade, basta passar um tempo na porta dos hospitais públicos ou visitar regiões mais pobres do país para saber como está a questão da saúde. Mas, anal, o que é Saúde Pública? Uma das denições mais usadas foi apresentada por Winslow, Charles-EdwarAmory, nos EUA, em 1920. Segundo Winslow, Saúde Pública é “a arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e
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a eciência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade. Abrangendo o saneamento do meio, o controle das infecções, a educação dos indivíduos nos princípios de higiene pessoal, a organização de serviços médicos e de enfermagem para o diagnóstico precoce e pronto tratamento das doenças e o desenvolvimento de uma estrutura social que assegure a cada indivíduo na sociedade um padrão de vida adequado à manutenção da saúde”. A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera como saúde a condição de bem-estar físico, psico e social do ser humano. Quando falamos em saúde, não podemos nos esquecer de que a mesma depende de vários fatores, como salário, moradia, lazer, saneamento básico e muitos outros requisitos, para que se tenha o mínimo na saúde.
11.1 Um pouco de história Nos tempos de colônia, a saúde no Brasil praticamente inexistiu, não havia nada. Não precisava sair para ir a um hospital, passar horas esperando para ser atendido, porque não existiam hospitais. Os curandeiros e raizeiros eram a forma de assistência à saúde.
Figura 21: Atendimento médico hospitalar.
http://www.ecolab.com/br/Ecolab-Saude-Publica.asp Acesso em 24 de mar. de 2011.
Você sabia que . . . Em 1789, havia, no Rio de Janeiro, apenas quatro médicos?
A história da Saúde Pública brasileira tem início em 1808, com a chegada da família real portuguesa, mas o Ministério da Saúde só veio a ser instituído no dia 25 de julho de 1953, com a lei no1920; três anos depois, surge o Departamento Nacional de Endemias Rurais , com o objetivo de organizar e executar os serviços de investigação e de combate à malária, leishmaniose, doença de Chagas, peste, brucelose, febre amarela e outras. O sanitarista Oswaldo Cruz foi nomeado para dar um jeito no problema, quando instituiu a vacina antivaríola, provocando, assim, “a revolta da vacina”.
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A forma como foi feita a campanha da vacina revoltou pessoas de todos os níveis, do mais simples ao mais intelectualizado. Com todos os conitos, o sanitarista ainda conseguiu resolver parte do problema, colhendo informações que ajudariam o seu então sucessor, Carlos Chagas, que conseguiu estruturar uma campanha de educação sanitária. Em 1923, surge a lei Elói Chaves, criando as caixas de aposentadoria e pensão, que eram mantidas pelas empresas que ofereciam esses serviços aos seus funcionários. Cada classe trabalhadora criava a sua própria caixa; os primeiros foram os ferroviários; além da assistência médica ao funcionário e a família, conseguiam preços especiais para os medicamentos, aposentadoria e pensões para os herdeiros. Essas caixas só valiam para os funcionários da zona urbana. A partir de 1930, quando Getúlio Vargas toma o poder, é criado o Ministério da Educação e Saúde, e as caixas são substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), que passam a ser dirigidos por entidades sindicais. As atribuições são semelhantes às das caixas, prevendo assistência médica, e eram geridos pela contribuição sindical, instituída no período getulista. Foi criada, em 1960, a Lei Orgânica da Previdência Social, que unicava os IAPs em um regime único, pela consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), excluindo os trabalhadores rurais, empregados domésticos e funcionários públicos. Em 1963, houve a realização da III Conferência Nacional da Saúde, com o objetivo de reordenar os serviços de assistência médica-sanitária e alinhamentos gerais para determinar uma nova visão das atribuições e responsabilidades entre os níveis político-administrativos da Federação, visando a municipalização. Foi também em 1963 que foi criado o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL), para prever aposentadoria e assistência médica ao trabalhador rural que, por séculos, foi excluído de qualquer auxílio sistemático à saúde. A criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) aconteceu em 1967, pelas mãos dos militares, e, em 1978, foi criado o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), que ajudou na intermediação dos repasses para a iniciativa privada. Podemos observar que o modelo criado pelo regime militar era pautado na medicina curativa, e poucas medidas de prevenção e sanitaristas foram tomadas. Dentre elas, a mais importante, a Superintendência de Campanhas da Saúde Pública (SUCAM), hoje Fundação Nacional de Saúde (FNS). Com o m do regime militar, surgem, então, órgãos que incluem a participação da sociedade civil; assim, a mesma começou a ser ouvida e o sistema privado de saúde teve que arranjar alternativas, com isso, surgem os convênios médicos. A classe média adere rapidamente, respondendo, assim, contra as falhas da saúde pública.
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E nalmente é criado um novo sistema de saúde, que veio para mudar os parâmetros da saúde pública no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS). Com a criação do SUS, ninguém deveria car sem atendimento à saúde, mas sabemos que as pessoas que trabalham e moram na zona rural ainda recebem um atendimento diferenciado, e também a população com características especícas, como os quilombolas e os indígenas.
11.2 A Saúde pública atualmente O povo brasileiro precisa de atendimento médico de qualidade, mas sabemos que isso está longe de acontecer. Nos noticiários, é possível observar que pessoas esperam horas e horas por atendimento, os hospitais estão lotados e não temos médicos. Os planos de saúde não estão atendendo os seus conveniados como deveriam, ou seja, o problema não é apenas público, está em todos os lugares e atinge a todos. Nosso país está entre os piores do mundo em muitos quesitos, como desmatamento, crimes, pobreza e outros; é necessário que o governo faça mais investimentos na área da saúde e da educação porque, por enquanto, a saúde no Brasil é deplorável!
Figura 22: Fila do SUS
Fonte: http://marconipimenta.blogspot.com/2011_01_01_archive.html Acesso em 24 de mar. de 2011.
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Pessoas morrem sem atendimento todos os dias; os corredores dos hospitais estão cheios; a infecção acaba tornando-se corriqueira; salas de espera, o atendimento, os banheiros, a demora em ser atendido, a dicul dade para se conseguir remédios. É preciso priorizar a saúde, criar políticas públicas que realmente visem à melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Resumo
CURIOSIDADE... Você já precisou usar um Pronto Atendimento em um nal de semana ou feriado?
A história da Saúde Pública brasileira tem início em 1808, com a chegada da família real portuguesa. Uma das denições mais usadas foi apresentada por Winslow, Charles-EdwarAmory, nos EUA, em 1920. Segundo Winslow, Saúde Pública é “a arte e a ciência de prevenir a doença, prolongar a vida, promover a saúde e a eciência física e mental mediante o esforço organizado da comunidade”. No ano de 1953, foi instituído o Ministério da Saúde. Três anos após, surge o Departamento Nacional de Endemias Rurais, para combater e investigar doenças frequentes em nosso país, como a doença de Chagas e a leishmaniose. Com o passar dos anos, a saúde pública no Brasil evolui, com a criação de vários órgãos importantes, como o INPS, o SUS, o FUNRURAL e outros. Atualmente, pessoas estão morrendo nas las dos hospitais públicos por falta de atendimento, os corredores dos hospitais estão cheios e existe a diculdade de conseguir remédios; é necessário que o governo dê prioridade ao setor de saúde do nosso país.
Atividades de aprendizagem 1- O que é Saúde Pública?
2- Discorra sobre a história da Saúde Pública.
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AULA 1 Alfabetização Digital
Aula 12 - Doenças da saúde pública
Objetivos 1. Identicar as principais doenças que recebem uma maior atenção do poder público; 2. Enumerar ações de combate e proliferação do mosquito da dengue; 3. Pontuar as formas de transmissão da AIDS.
Algumas doenças recebem uma atenção maior, talvez pelo grau de gravidade ou pelo fato de não terem cura ou estarem fora de controle. Podemos perceber que os meios de comunicação já estão dedicando certo tempo para discutir questões de saúde, ensinando as pessoas como se prevenirem ou como controlar determinadas doenças. Podemos citar, aqui, a dengue, AIDS, tuberculose, Chagas, desnutrição e uma que parece simples, mas mata muitas pessoas durante o ano, a gripe.
12.1 Dengue
Figura 23: Medidas de combate à dengue.
Fonte: http://adrianoecristina.blogspot.com/2011/02/dengue-saiba-como-combater-doenca.html Acesso em 24 de mar. de 2011.
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A dengue tem sido um dos principais problemas de saúde pública não só no Brasil, como em todo mundo. É uma doença infecciosa febril e é transmitida, no Brasil, através do mosquito Aedes Aegypti, também infectado pelo vírus. O mosquito Aedes Aegypti tem origem africana e chegou no Brasil junto com os navios negreiros, dentro dos depósitos de água. Em 1903, Oswaldo Cruz implantou um programa de combate ao mosquito da dengue e, em 1957, anunciou a erradicação da doença, mas os casos continuaram e, em 1982, houve uma epidemia no estado de Roraima. No Rio de Janeiro, principalmente, a doença volta com força total em 2008; foram registrados quase 250 mil casos de dengue e 174 mortos no estado; este ano, os casos de dengue aumentaram em 500% com relação ao ano passado, nesse mesmo estado. Em Minas Gerais, existe no site da Secretaria de Saúde do Estado um espaço reservado para publicações de campanhas sobre a dengue. “A grande frente de batalha agora é dentro de casa. Se cada um cuidar de seu ambiente, evitando que o mosquito se prolifere, estará fazendo muito contra a dengue. Caso contrário, as ações previstas pelo governo de Minas poderão ser insucientes para acabar com os focos da doença”, arma a gerente de Vigilância Ambiental em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Talita Chamone. A dengue pode se apresentar de quatro formar diferentes, descritas a seguir. 1. Infecção inaparente A pessoa não apresenta nenhum sintoma, mas está infectada pelo vírus. 2. Dengue clássica É a forma mais leve da doença e dura de 5 a 7 dias. A pessoa infectada tem febre alta, dores de cabeça, cansaço, dor muscular e nas articulações, indisposição, enjoos, vômitos, manchas vermelhas no abdômen, entre outros. 3. Dengue hemorrágica É grave e se caracteriza por alterações na coagulação sanguínea. Inicialmente, parece com a dengue clássica, depois do quarto dia de evolução, começam as hemorragias, em virtude de sangramento de pequenos vasos na pele, gengivas, gastrointestinais e outros. Pode levar à morte se não for tratada rapidamente. 4. Síndrome de choque da dengue É a mais séria apresentação da dengue; pode causar insuciência hepática, hemorragia digestiva e derrame pleural. Dentre as principais manifestações, podemos citar: delírio, sonolência, depressão, coma, irritabilidade extrema, psicose, demência, amnésia, paralisias e sinais de meningite. Se a doença não for tratada com rapidez, pode levar à morte.
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Ações simples para combater a proliferação do mosquito da dengue:
Figura 24: Folheto produzido pelo Ministério da Saúde Fonte:
Outros cuidados: Piscina: trate a água com cloro e limpe-a uma vez por semana. Se não for usá-la, cubra-a bem. Se estiver vazia, coloque 1 Kg de sal no ponto mais raso. Vasilhas de água para animais domésticos: lave os vasilhames com bucha e sabão em água corrente, uma vez por semana. Ralos: verique se há entupimento. Se houver, providencie o ime diato desentupimento. Se não estiver utilizando, mantenha-os fechados. Calhas: verique se elas não estão entupidas. Remova folhas e outros materiais que possam impedir o escoamento da água. Sanitários em desuso: deixe as tampas sempre fechadas. Lagos, cascatas e espelhos d’água decorativos: mantenha-os sempre limpos, criando peixes ou tratando a água com cloro.
12.2 AIDS Doença que se manifesta em pessoas que adquiriram o vírus HIV (Vírus da Imunodeciência Humana). A pessoa infectada pelo vírus HIV tem o organismo enfraquecido, contribuindo para o aparecimento de várias doenças, conhecidas como oportunistas. Ao contrário do que as pessoas pensam, a AIDS não mata, e sim as doenças oportunistas, que se aproveitam da fragilidade do organismo em se defender para atacá-lo; as infecções trazem sérios riscos à saúde do portador de AIDS.
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Figura 25: Criança doente.
Fonte: http://www.oamigodopovo.com/vida177.html Acesso em 25 de mar. de 2011.
Em 1980, apareceu o primeiro caso de AIDS em São Paulo, e só foi denida com essa denominação em 1982. Em 1988, foi assinada uma portaria pelo Ministro da Saúde adotando o dia primeiro de dezembro como o Dia Mundial de luta contra a AIDS. Como a aids pode ser transmitida? Existem diversas formas de transmissão, que podem ser pelo contato sexual, transfusão de sangue e doação de órgãos, pela gravidez, parto ou amamentação, pela reutilização de seringas e agulhas, por instrumentos que furam ou cortam, se não esterilizados. Precauções Pelo contato sexual, a melhor forma de se evitar a transmissão é usando o preservativo (camisinha) masculino e feminino durante a relação sexual (vaginal, anal e oral). Só podem fazer doação de sangue pessoas saudáveis e que não façam parte dos grupos de risco para adquirir doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue, como hepatite B e C, HIV, sílis e Chagas. As gestantes devem receber um tratamento adequado para evitar a transmissão da doença para a criança na hora do parto e, após o mesmo, a mãe não poderá amamentar a criança, e esta deverá fazer uso de medicamentos até as seis primeiras semanas. Os usuários de drogas injetáveis deverão ter alguns cuidados, como ter material de uso próprio, não compartilhar o local de preparação da droga, não reutilizar as agulhas, não repetir a dose com a mesma seringa e nem mesmo na mesma veia, e descartar os instrumentos em local seguro, dentro de caixas ou embalagens.
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Instrumentos cortantes e que furam devem ser descartados, caso contrário, deverão ser esterilizados, mesmo que se faça uma esterilização mais simples, com água sanitária, álcool ou mesmo fervendo. Em 1996, com a determinação da distribuição gratuita das drogas (usadas para combater o HIV), houve aumento na qualidade de vida e uma sobrevida maior aos soropositivos. Tratamento Existem hoje 17 drogas contra o HIV, mas, mesmo assim, noticia-se, nos jornais, a falta de remédios nos postos de distribuição.
12.3 Tuberculose É uma doença infecciosa que, quando descoberta no início e tratada, tem cura. A tuberculose afeta principalmente os pulmões, os rins, os órgãos genitais, o intestino delgado e os ossos, que também podem ser comprometidos. A doença é causada pelo mycobacterium tuberculosis, ou bacilo de Koch, em homenagem ao seu descobridor, o alemão Robert Koch, em 1882. A transmissão ocorre de pessoa para pessoa, via saliva, transmissão direta. Após a transmissão, o sistema imunológico do indivíduo pode eliminá-lo, ou pode se desenvolver sem causar a doença, ou pode haver a ativação da doença vários anos depois. Várias pessoas não buscam tratamento por confundir os sintomas com os de uma gripe comum. Tosse seca e contínua apresenta-se, logo depois, com secreção e com duração de mais de quatro semanas; suor, cansaço excessivo, falta de apetite, palidez e rouquidão são outros sintomas apresentados pela doença. Em casos mais graves da doença, pode haver eliminação de sangue e acúmulo de pus na pleura pulmonar, além de diculdades de respirar. A radiograa do tórax deve ser feita para diagnosticar a tuberculo se; exames de laboratório das secreções pulmonares e do escarro da pessoa também ajudam a diagnosticar a doença.
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Figura 26: Sintomas da tuberculose.
Fonte: http://www.noticiaki.com/sintomas-da-tuberculose.html Acesso em 26 de mar. de 2011.
O tratamento é feito com antibióticos, e os medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde), através dos postos de saúde. A forma de evitar a contaminação das pessoas é pela vacina BCG, administrada em todos os recém-nascidos, além de tratamento e orientação às pessoas já contaminadas.
12.4 Chagas A doença de Chagas é causada pelo protozoário parasita Trypanosama Cruzi. O nome foi dado pelo seu descobridor, o cientista Carlos Chagas. A doença é transmitida à pessoa quando a mesma coça o local da picada do inseto, e as fezes eliminadas por ele penetram pelo orifício deixado. É uma inverdade pensar que a pessoa é contaminada pelo barbeiro no momento da picada do inseto. NOTA: a recente forma de contaminação desta doença, no litoral do estado de Santa Catarina, por ingestão de caldo de cana contaminado com fezes de barbeiro ou pelo próprio inseto, constitui-se maneira pouco comum, embora possível, de contágio. Pessoas que moram em casas de pau a pique devem ter cautela, pois o inseto vive nas frestas dessas casas, em ninhos, tocas, embaixo de pedras e em troncos de árvores. A doença pode ser transmitida de mãe para lho na gravidez e tam bém pela transfusão de sangue.
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Segundo o médico Dráuzio Varella, o trypanosoma Cruzi, caindo na circulação, afeta os gânglios, o fígado e o baço, depois, localiza-se no coração, intestino e esôfago e, nas fases crônicas da doença, pode haver destruição da musculatura; a acidez provoca o aumento desses três órgãos, o que causa problemas como a cardite chagásica (aumento do coração), megacólon (aumento do cólon, que pode provocar retenção das fezes) e megaesôfago, cujo principal sintoma é a regurgitação dos alimentos ingeridos. Essas lesões são denitivas, irreversíveis. Dentre os sintomas, podemos citar a febre, o mal-estar, a inamação e a dor nos gânglios, a vermelhidão, o inchaço nos olhos, o aumento do fígado e do baço. A pessoa que for portadora do parasita não pode doar sangue. A única forma de erradicar a doença de Chagas é eliminando o inseto transmissor da doença, mantendo-o longe do ser humano.
12.5 Desnutrição
Figura 27: Criança com desnutrição.
Fonte: http://jrpop22.blogspot.com/2008/10/junior-alves-fome-na-africa-junior.html Acesso em 25 de mar. de 2011.
Ocorre quando o organismo encontra-se carente de nutrientes essenciais para o seu funcionamento; geralmente acontece com pessoas de baixa renda que não conseguem se alimentar de forma que o organismo possa funcionar bem. A desnutrição pode provocar apatia, prostração, hipoglicemia, desmaios, aumento da acidez sanguínea, anamento da pele, perda de massa muscular, fragilidade do sistema imunitário e anemia ferropriva, que pode levar o indivíduo à morte.
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As pessoas desnutridas estão mais vulneráveis a ter doenças, devido à debilidade do sistema imunológico. É possível amenizar a situação melhorando as condições de vida da população. Além das políticas compensatórias e de transferência de renda, é necessário investir em saneamento básico, esgotamento sanitário e preservação do meio ambiente, de modo a promover a qualidade de vida das populações mais pobres e de toda a sociedade. Para o ser humano, a saúde é um dos itens mais importantes e que merece uma atenção especial. Segundo dados do IBGE, de cada R$100,00 que as pessoas recebem, R$8,40 são gastos com saúde. O governo criou o site do Ministério da Saúde aonde é possível encontrar várias informações sobre os projetos e os programas para melhorar a Saúde Pública. É necessário reconhecermos que muito se tem feito, mas também temos que admitir que ainda é preciso fazer muito. É de suma importância que terminemos o nosso estudo com uma reexão. Como está a Saúde Pública em sua cidade? Será que os investimentos que estão sendo feitos são sucientes para melhorar ou para resolver os problemas de saúde pública em nossa cidade?
Resumo Ao estudarmos os problemas mais frequentes da Saúde Pública, percebemos que algumas doenças recebem uma atenção maior do que outras. O fato de algumas doenças receberem maior atenção pode ser pelo grau de gravidade ou porque a doença está fora do controle do poder público. Entre algumas dessas doenças, podemos citar: a dengue, a tuberculose, a desnutrição, a tuberculose e a AIDS.
Atividades de aprendizagem 1- Quais são as principais doenças que recebem uma maior atenção do poder público?
2- Quais são as ações de combate e proliferação do mosquito da dengue?
3- Quais as principais formas de transmissão da AIDS? Como se prevenir?
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AULA 1 Alfabetização Digital
Aula 13 - Saúde ambiental
Objetivo 1. Compreender como a ação predatória do homem sobre o meio ambiente interfere na saúde ambiental. Saúde Ambiental Temos de fazer as coisas certas Temos de fazer no lugar certo as coisas certas E temos de fazer as coisas certas da maneira certa Dr. Lee Jong-Wook Diretor-Geral da OMS
Figura 28: Planeta Terra.
Fonte: www.saudeambiental07.blogspot.com Acesso em 23 de fev. de 2011.
Você já estudou, na disciplina de Ecologia, que cada espécie viva possui características morfológicas e anatômicas bastante peculiares, o que vai determinar o lugar que ela ocupará no meio em que vive.
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A vida na Terra depende do equilíbrio existente entre todos os serves vivos. Portanto, esse ciclo não pode ser quebrado. Uma ação que prejudique essa organização ou provoque seu desequilíbrio poderá afetar irremediavelmente o ciclo da vida. Assim, há a necessidade de se estudar todas as questões ligadas de forma direta ou indiretamente aos problemas ecológicos para que se possa estabelecer uma atuação de forma racional, no intuito de manter o equilíbrio e proporcionar condições de satisfação aos seres humanos. O estudo das interações entre os seres vivos tem sofrido transformações ao longo dos anos, pois o estudo do meio ambiente não deve excluir o homem, que é o responsável de forma direta pelas alterações mais signi cativas ocorridas no ambiente. A ação do homem sobre o meio ambiente acontece de forma predatória e agressiva, como podemos perceber pela degradação e pela perda de parte da mata Atlântica, pelo assoreamento dos rios e a erosão da terra. Nessas áreas, antes ocupadas por uma mata exuberante, deu-se lugar às populações vindas de outros continentes e que aqui chegavam com poucos recursos, retirando da mata o seu sustento. Surgem, então, as populações pobres e atrasadas. Nos tempos atuais, vivendo em áreas de subdesenvolvimento, aonde predominam os analfabetos e as endemias rurais, os serviços de saneamento básico são escassos ou inexistentes, e, quando presentes, não alcançam a maioria das populações. Surge, então, o termo poluição da pobreza, para designar o quadro de subdesenvolvimento e do atraso que ainda se encontra presente principalmente no Norte e no Nordeste de nosso país. Em oposição ao quadro retratado acima, surgem áreas, em nosso país, aonde o quadro de subdesenvolvimento e de atraso já foi superado, surgindo, então, nesses locais, concentrações de grandes massas humanas. A concentração humana desencadeou problemas como a poluição e a contaminação da água e do ar, a redução dos espaços, os ruídos e a agitação. Essa degradação afetou a qualidade de vida das pessoas que vivem nessas áreas; e o conjunto dos problemas criados pelo homem recebeu a denominação de poluição da riqueza. Precisamos buscar soluções para que se possa combater ou controlar a poluição da pobreza; mesmo nas regiões nas quais existe mais prosperidade, algumas condições consideradas indispensáveis ao bem-estar do homem já começam a faltar.
A precária saúde ambiental do planeta Nestes tempos em que só se fala em degradação e poluição das mais variadas formas, é importante uma reexão sobre a saúde ambiental de nosso planeta. Como está a degradação de nosso tão sacricado meio ambiente? Como as indústrias devem agir? O que nos espera no futuro? Ve jamos.
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Praticamente todos os dias, a mídia em geral trás notícias alarmantes que envolvem questões ambientais, como fome, poluição, desastres ecológicos, doenças ambientais, destruição de orestas e aí por diante. Têm-se constatado, por exemplo, que a escassez dos recursos hídricos tem se tornado um dos mais graves problemas, pois a falta de água já atinge cerca de 40% da população mundial, faltando este recurso permanentemente em 22 países. Aliás, o racionamento de água já vem se tornando necessário em grandes cidades, como acontece atualmente em São Paulo. Como sabemos, o crescimento demográco, a expansão econômica com os impactos produzidos através, principalmente, das indústrias, o aumento das fronteiras agrícolas, o uso irregular de agrotóxicos, a ocupação irregular do solo, o tratamento sanitário irregular do lixo e a falta de conscientização do problema estão entre as causas principais da degradação crescente dos recursos hídricos. Por sua vez, a falta de água tem trazido problemas para o abastecimento aos reservatórios das hidrelétricas, dicultando a produção de energia elétrica, com as consequências que estamos percebendo “claramente” nestes dias. Quanto às orestas, noticia-se que sua devastação chega a números alarmantes, calculando-se que cerca de 16 milhões de hectares de orestas tropicais são derrubados e queimados anualmente em todo o mundo. Isto contribui para o aquecimento global, já que a decomposição libera dióxido de carbono, metano e óxido de nitrogênio. Além disso, a morte de milhares de animais e plantas e a perda da biodiversidade representam um imensurável prejuízo ecológico e econômico. A qualidade atmosférica também vem sendo comprometida pelos gases emanados principalmente das indústrias e dos automóveis, chegando, em certas cidades, como em Santiago do Chile, Cidade do México, São Paulo e Milão, a atingir graus alarmantes, comprometendo a saúde dos seus habitantes, inclusive com óbitos relacionados direta ou indiretamente à poluição do ar. A deserticação é outro problema grave que vem se acentuando nas últimas décadas. Segundo a ONU, este processo vem colocando fora de produção cerca de 60.000 Km2 de terras férteis por ano, com perdas econômicas mundiais de 10 bilhões de dólares por ano. No Brasil, a mancha de deserticação já se estende pelo Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Bahia, calculando-se em 181.000 km2, com prejuízos de 100 milhões de dólares anuais (Plano Nacional de Combate à Deserticação. Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal). A pobreza também vem se alastrando por todo o globo. São mais de 1,2 bilhão de pessoas vivendo em condições de absoluta pobreza; mais de 1 bilhão são analfabetas, mais de 1,2 bilhão não têm acesso à água potável e milhões de crianças morrem anualmente por problemas de desidratação ou outros relacionados à falta de saneamento. Além disso, são mais de 2 bilhões de pessoas sem acesso à tecnologia, desde a mais complexa até a mais simples. Tudo isso diculta a implantação de políticas ambientais preservacionistas concretas, já que a luta pela sobrevivência é um óbice a preservar a ora e fauna por se traduzirem em potenciais alimentos. Porém, no processo de preservação do meio ambiente, as indústrias têm papel fundamental e determinante. Como já tivemos a oportunidade de escrever anteriormente (Santos, Antonio Silveira R. Emergente administração ambiental. Rev. Meio Ambiente Industrial, jul/ago 98), exige-se atualmente do administrador moderno uma nova visão de trabalho, chamada administração ambiental. Dentro desta nova visão, as empresas devem tentar: minimizar o impacto dos resíduos da produção no ambiente; reciclar e reutilizar produtos, bem como
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elaborar sua contabilidade ambiental, colocando no ativo o imobilizado referente aos equipamentos adquiridos, visando à eliminação ou à redução de agentes poluidores com vida útil de um ano; os gastos com pesquisas e com o desenvolvimento de tecnologias a médio e longo prazos; os estoques relacionados com o processo de eliminação dos níveis de poluição; creches, empregos gerados, áreas verdes etc., e, no passivo, toda agressão que se pratica ou praticou contra o meio ambiente; o valor dos investimentos para reabilitá-lo; as multas; a indenização; os gastos com projetos e licenças am bientais; as restrições a empréstimos, entre outros, conforme normas da Ibracon- Instituto Brasileiro de Contabilidade (NP 11). As empresas deverão também executar programas internos de educação ambiental, visando conscientizar seus empregados das novas diretrizes, sem o que dicilmente conseguirá obter sucesso neste empreendimento. Ante estes dados, não é difícil concluir que a saúde ambiental do planeta Terra está cada vez mais comprometida e caminhando para uma situação que poderá se tornar irreversível, se não tomarmos medidas concretas, desenvolvendo políticas ambientais amplas, contundentes e ecazes, com a colaboração de todos, notadamente das indústrias, pela sua importância no contexto do desenvolvimento. Obs.: Artigo já publicado em: JBA.Gr.Jornal.Ronaldo Côrtes-SP – 8.6.01 etc. Fonte: http://www.aultimaarcadenoe.com/artigo73.htm Acesso em 20 de mar. de 2011.
Um dos grandes desaos dos países em desenvolvimento é o de conviver com os problemas provocados pelo subdesenvolvimento; seres humanos vivendo na linha da pobreza em condições impróprias para a vida humana, enfrentando problemas como a falta de alimentos, abrigo, saúde e saneamento. É consenso entre os povos da Terra a proteção do meio ambiente, pois ele afeta diretamente o modo de vida de toda população. O homem é um ser que possui a capacidade de transformar o mundo que o cerca, fazendo dele um lugar melhor para se viver. Mas a sua busca por novos progressos e a sua capacidade de transformar esse mundo, quando usada de forma adequada, poderá trazer benecios para todo o planeta. Aplicando-a errado, essa capacidade poderá trazer danos incalculáveis para o ser humano e para o seu ambiente. Os problemas ambientais mais comuns que conhecemos são provocados pela intervenção direta do ser humano nos diferentes ecossistemas da Terra, causando desequilíbrios como: os perigosos índices de poluição da água, do ar, da tTerra e dos seres vivos; a destruição e a exaustão de recursos insubstituíveis. Todos esses problemas provocam enormes deciências, prejudiciais à saúde física, mental e social do homem, no seu meio ambiente, sobretudo no meio de vida e trabalho. No prefácio de Truhaut, a monograa de Vettorazzi (1980), ressaltou-se, como uma das características dos tempos atuais, o aumento constante de compostos químicos nos vários ramos da atividade humana. Alguns compostos químicos são utilizados na indústria alimentícia com a nalidade de evitar a degradação bacteriana dos alimentos, ou evitar dano oxidativo, ou mesmo melhorar suas propriedades ou adicionar características especiais ao alimento. São chamados de aditivos intencionais. e-Tec Brasil/CEMF/Unimontes
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Os alimentos podem, ainda, apresentar, em sua composição, compostos químicos provenientes do ecossistema ou originados por uma contaminação acidental. Por exemplo: substâncias utilizadas na agricultura, com o objetivo de impedir o crescimento de insetos ou de ervas daninhas prejudiciais às plantações, ou mesmo certos tipos de substâncias utilizadas no combate aos parasitas do gado. Estes pesticidas apresentam baixa hidrossolubilidade, podendo ser identicados nos alimentos que consumimos, de origem animal ou vegetal. Esses compostos são chamados de aditivos não intencionais. Muitas doenças, como alguns tipos de câncer, têm sido detectadas ao longo de décadas, atribuídas a causas ambientais, predominantemente de natureza química. Os agressores químicos que mais se associam à ocorrência do câncer estão ligados à exposição ocupacional e medicamentosa. As indústrias de alimentos aumentaram o emprego de aditivos intencionais e nãointencionais, ao mesmo tempo que, na agricultura, ocorreu o aumento do uso de pesticidas.
13.1 Condições Sanitárias No Brasil, 80% do esgoto não recebe tratamento e é despejado em lagos, rios, mares e mananciais; a política de saneamento não atende às necessidades da população. Entre 1995 e 1997, 342 mil crianças com menos de 5 anos de idade morrem vítimas de doenças que poderiam ser facilmente combatidas se houvesse uma política de saneamento adequada em nosso país. As regiões mais atingidas pela falta de saneamento são as regiões periféricas das grandes cidades localizadas principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país. As doenças mais comuns que vitimam nossas crianças são provocadas pela falta de higiene, como a dengue e o cólera. A primeira é provocada pela água parada, e a segunda, pelo consumo de alimentos e bebidas contaminados pela bactéria Vibrium cholerae, que se encontra presente em fezes de pessoas infectadas.
Figura 29: Combate a dengue.
Fonte: www.lanotucas.com Acesso em 22 de mar. de 2011. Saneamento Ambiental
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“Entre as doenças relacionadas à contaminação da água, as que mais matam são a leptospirose (transmitida pela urina do rato), hepatite, diarreia e cólera”, diz Aristides. Segundo Aristides, uma medida importante seria investir em programas de educação ambiental, pois a melhoria das condições sanitárias das cidades brasileiras é obrigação de todos. “É preciso ensinar a população carente sobre a necessidade de ferver a água que bebe e a importância de não jogar dejetos perto dos rios e dos riachos”, alerta o especialista.
13.2 Aquecimento global e doenças Com o aumento da temperatura e os fenômenos El nino e El nina, e o aquecimento do planeta, faz-se com que se tornem frequentes os desastres naturais, ondas de tempestades na América do Norte, enchente no México, incêndios na Califórnia, tempestades em S. Paulo, aumentando, assim, a preocupação com a saúde. Esse conjunto faz com que locais que, anteriormente, não eram foco de doenças, passem a o ser. Essas notícias conrmam previsões que repercutem na saúde física e mental da população. Estudos revelam que o aquecimento global tem uma ligação direta com a saúde. As ondas de calor poderão provocar uma duplicação dos casos de infarto e o aumento no número de doenças respiratórias e alérgicas. A incidência de doenças transmitidas por vetores, como a dengue e a febre amarela, terá o seu número duplicado, aparecendo novas formas de desenvolvimento da enfermidade, como alguns tipos mais graves dos casos de dengue. Casos de pessoas envenenadas por alimentos tornaram-se mais frequentes, e infecções virais, tais como a gripe aviária e a pneumonia. Os impactos das alterações climáticas atingem principalmente a parte mais vulnerável da população humana, que inclue as populações mais pobres e que vivem em regiões mais isoladas, as crianças, os doentes crônicos e a população mais velha. A expansão do homem sobre o meio ambiente natural tem provocado um grande impacto sobre o meio ambiente, e essas alterações trouxeram uma grande sombra sobre a saúde dos seres humanos, que repercutirá sobre as nossas vidas e a das gerações futuras.
13.3 A volta de velhas doenças Você já percebeu como algumas doenças que estavam praticamente extintas, como a dengue, a febre amarela, a malária, p cólera, entre outras, têm provocado surtos por nosso planeta. Mas qual a explicação para esse fato? A causa é o aquecimento global; muitas dessas doenças eram relacionadas aos países pobres, e foram consideradas extintas por muitos anos. Com o aumento da temperatura e da umidade, a ampliação do número de roedores e de insetos provocou o avanço dessas doenças.
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13.4 Malária e dengue
Figura 30: Mosquito transmissor da dengue.
Fonte: www.pipocadebits.com/2008/08/aquecimento-global-pode-trazer-de-volta.html Acesso em 13 de mar. de 2011.
A malária e a dengue são doenças transmitidas pela picada do mosquito do gênero Anopheles. O aumento da temperatura e o clima úmido favorecem o desenvolvimento do mosquito transmissor, que se reproduz rapidamente. Pesquisa das Nações Unidas indica que os casos de malária aumentarão em 20% por causa do aquecimento global. No Brasil, os casos de dengue têm aumentado. Estudos feitos nos EUA armam que a dengue avança para regiões temperadas, deixando de ser doença exclusiva dos países tropicais. Alguns países de temperatura extremamente baixa apresentaram casos da doença, onde, tradicionalmente, o ovo e a larva do mosquito morreriam congelados. Conra as diferenças entre malária e dengue O mosquito O mosquito me beijou O verme me comeu A terra me sugou A larva cresceu O mosquito me beijou A borboleta me lambeu O urubu me bicou O lixo era eu O mosquito me beijou O brejo era eu A sanguessuga me chupou O rato me roeu O mosquito me beijou Depois morreu Arnaldo Antunes, Paradeiro, BMG Ariola - 2001.
Fonte: http://vestibular.uol.com.br/ultnot/resumos/ult2765u1.jhtm Acesso em 14 de mar. de 2011.
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13.5 Encefalite É uma infecção do cérebro que, nos casos mais raros, pode evoluir para infecção da medula espinhal. É produzida por vírus diversos, como os da catapora e herpes, além do arbovírus. Este último é um vírus encontrado na natureza e só é identicado quando acontece um surto entre os seres humanos. No ano de 1999, algumas cidades, como Saint Louis e Nova Iorque, sofreram uma epidemia devido ao aumento da temperatura e ao clima muito seco, seguido de fortes chuvas. Portanto, espera-se que novas epidemias ocorram, pois o acúmulo de água e o aumento da temperatura são perfeitos para a reprodução de mosquitos.
13.6 Peste Bubônica Durante a baixa Idade Média, essa doença assolou a Europa e cou conhecida como Peste Negra. Essa doença assustadora pode estar voltando; os transmissores são os ratos e moscas infectados. Estudos mostram que o aumento em 1ºC na temperatura durante a primavera pode aumentar a prevalência da bactéria. Outro estudo comprova que, no estado americano do Novo México, os casos de peste bubônica aumentaram quando a primavera foi um pouco mais úmida.
Figura 31: Peste Negra na Itália.
Fonte: wwwnovas.blogspot.com Acesso em 02 de mar. de 2011.
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O cólera é uma doença causada pela ingestão de água ou comida contaminada com a bactéria Vibrio cholerae. A Organização Mundial de Saúde alerta que o aumento do nível do mar, causado pelo aquecimento global e por fenômenos como o El Niño, pode iniciar uma epidemia de cólera.
13.7 Doenças causadas pela poluição A natureza e os seres vivos vivem em um equilíbrio biológico constante. Os problemas relacionados à poluição são entendidos como um desequilíbrio ecológico. A poluição está relacionada com os processos de urbanização e de industrialização provocados pelo homem. Esse dois fatores explicam os atuais índices de poluição. Com o passar do tempo, no intuito de conseguir condições melhores de vida para o ser humano, o homem buscou o progresso, mas, com ele, surgiram também alguns problemas que nos foram intoxicando aos poucos , provocando doenças de todo tipo, de forma gradativa e constante. Quais as consequências da poluição para o ser humano? Responderemos a essa pergunta com outra: será o homem sucien temente inteligente para presidir a sua própria destruição? Os seres humanos sofrem com os problemas provocados pela poluição atmosférica. Um dos mais graves problemas provocados pela poluição atmosférica é a destruição da camada de ozônio. Esse gás forma uma na camada, que tem como função primordial proteger os seres vivos dos raios ultravioletas do sol. Sem a proteção da camada de ozônio, os raios ultravioletas invadem a Terra e provocam graves tipos de doenças, como: câncer de pele e cegueira, além de o sistema imunológico poder ser atingido, tornando-se vulnerável a vários tipos de infecções oportunistas. Outra consequência da poluição foi o aparecimento da chamada chuva ácida, que é o resultado da composição química de vários gases que são lançados na atmosfera pelas indústrias e veículos automotivos. Esses gases, em contato com o vapor d’água, transformam-se em ácidos altamente corrosivos. A chuva ácida não é mais do que o retorno desses gases sobre a forma de ácidos para a superfície da Terra. Consequências para os seres vivos: os ácidos que caem sobre a superfície da Terra provocam a destruição de monumentos, a morte das o restas e de animais, pois as águas dos rios, lagos e mares tornam-se ácidas, provocando a morte da vida marinha.
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13.8 Poluição do solo A poluição do solo acontece quando adicionamos algum tipo de material capaz de modicar suas características físicas e químicas. A contaminação do solo está presente tanto nas áreas urbanas como nas áreas rurais. Nas áreas urbanas, os resíduos são provenientes de aglomerados, de atividades industriais que são depositadas no solo sem controle e tratamento adequados. Nas áreas rurais, a contaminação acontece através do uso de defensivos agrícolas, usados para aumentar a produção de alimentos.
13.8.1 Doenças transmitidas pelo solo Assim como a água e o ar, o solo também pode servir de via de contaminação e transmissão de doenças. Algumas doenças relacionadas à contaminação do solo são dadas a seguir.
13.8.1.1 Tétano É uma grave doença que pode levar à morte; transmitida por uma bactéria, Clostridium tetani, o bacilo é encontrado sob a forma de esporo (forma resistente da bactéria, semelhante a uma semente), encontrado nos mais variados ambientes: poeira, latas, ferrugens, água suja, espinhos e no solo que utiliza como adubo fezes de animais. A bactéria pode sobreviver muitos anos no solo. A prolaxia é a melhoria da qualidade de vida das camadas mais pobres da população.
Figura 32: Ferrugem em cano.
Fonte: alfredojunior.wordpress.com Acesso em 03 de mar. de 2011.
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13.8.1.2 Esquistossomose - Barriga-d’água Doença também conhecida pelo nome popular de barriga-d’água por causa do aspecto físico que a pessoa adquire com o desenvolver da doença. Esquistossomose é a denominação da doença. No Brasil, a doença é provocada por um tipo de verme de forma achatada que penetra pela pele, principalmente dos pés e pernas do hospedeiro, e se aloja no fígado, podendo provocar complicações hepáticas e intestinais. A forma de contaminação acontece quando as fezes do hospedeiro são depositadas sob o solo e levadas pelas chuvas, contaminando os rios e lagos. O verme passa por várias fases; em uma delas, o desenvolvimento ocorre dentro de um caramujo, muito comum nos rios e lagos da nossa região. Para combater essa doença, é necessário que aconteça uma melhoria das condições socioambientais da população. Melhoria das moradias, que devem ser dotadas de instalações sanitárias, e destruição do caramujo hospedeiro, impedindo a continuidade do seu ciclo.
Figura 33: Ciclo da esquistossomose.
Fonte: bvsalutz.coc.ocruz.br Acesso em 04 de mar. de 2011.
13.8.1.3 Amarelão Doença comum nas regiões de clima quente e úmido. Entre os sintomas provocados pela doença, o que mais se destaca é a anemia, que faz com que o doente apresente uma coloração amarelada na pele.
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A doença é provocada por dois tipos de vermes: Ancylostoma duodenale e o necátor (Necator americanus). As larvas desse verme crescem em locais úmidos e quentes e penetram na pele dos pés descalços dos indivíduos, em algumas situações, são também engolidas. Indivíduos infectados liberam, juntamente com as fezes, os ovos resultantes da reprodução dos vermes. Os ovos contaminados caem sob o solo, liberando as larvas, que penetraram pelos pés de outros indivíduos infestando-os, iniciando um novo ciclo de contaminação.
Figura 34: Ciclo da Ancilostomose.
Fonte: www.mundoeducacao.com.br Acesso em 04 de mar. de 2011.
13.8.2 Doenças tropicais São doenças que aparecem em regiões de clima tropical e subtropical. As doenças aparecem mais nas regiões onde o clima é temperado; isso se explica pela ocorrência de uma estação fria, que permite a hibernação dos insetos. Mosquitos e moscas são agentes que funcionam como vetores de algumas doenças. Eles podem transportar parasitas, como vírus e bactérias contagiosos para os seres humanos e também para os animais. A transmissão acontece quando o inseto pica o hospedeiro, o que faz com que a transferência aconteça através da troca de sangue por via subcutânea. Dentre as doenças mais comuns transmitidas pela picada dos insetos, nenhuma das listadas tem vacinas disponíveis.
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A destruição das orestas tropicais, o aumento da imigração, os desmatamentos e o aumento do turismo para regiões tropicais possibilitaram o aumento da incidência de tais doenças. Entre algumas das doenças tropicais de grande ocorrência poderemos citar: a doença de Chagas, a tripanossomíase ou doença do sono, leishmaniose, lepra, a lariose linfática, a malária, a esquistossomose, a tuberculose, a oncocercose ou cegueira dos rios. Todas as doenças citadas têm uma correlação não só com os ecossistemas, mas também com as condições sociais da população. A população carente também abandona o tratamento da doença antes que ele chegue ao m, dicultando, assim, o m do ciclo da doença. As causas do abandono são as mais variadas, desde o período muito extenso de alguns tratamentos, o sistema deciente de atendimento do doente, a falsa impressão de cura após semanas de iniciado o tratamento, e fatores individuais, como o alcoolismo, etc.
Doenças tropicais - outras doenças tropicais negligenciadas Adicional de doenças tropicais negligenciadas inclue: Doença Ancilóstomo Tricuríase Treponematoses Úlcera de Buruli Homem africano tripanossomíase Dracunculíase Leptospirose Estrongiloidíase Transmitidas por alimentos trematodiases Neurocisticercose Sarna Infecções por avivírus
Agente causador Ancylostoma duodenale e Necator americanus Trichuris trichiura Treponema pallidum pertenue, Treponema pallidum endemicum, Treponema pallidum carateum, Treponema pallidum pallidum Mycobacterium ulcerans Trypanosoma brucei, Trypanosoma gambiense Dracunculus medinensis Leptospira Strongyloides stercoralis Trematoda Taenia solium Sarcoptes scabiei Vírus da febre amarela, vírus do Nilo, vírus da dengue, vírus da encefalite Tick-borne
Algumas doenças tropicais são muito raras, mas podem ocorrer em epidemias súbitas, como a febre hemorrágica Ebola, febre de Lassa e do vírus de Marburg. Existem centenas de diferentes doenças tropicais que são menos conhecidas ou raras, mas que, no entanto, têm importância para a saúde pública.
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Relação de doenças tropicais do clima As chamadas “exóticas” doenças nos trópicos têm sido observadas tanto por viajantes, exploradores etc., bem como pelos médicos. Uma razão óbvia é que o atual clima quente durante todo o ano e o maior volume de chuvas afetam diretamente a formação de criadouros, o maior número e variedade de reservatórios naturais e doenças dos animais que podem ser transmitidas aos seres humanos (zoonoses), e o maior número de possíveis insetos vetores de doenças. É possível também que as temperaturas mais altas possam favorecer a replicação de agentes patogênicos, ambos os organismos biológicos dentro e fora. Fatores socioeconômicos podem ser também favorecedores, já que a maioria das nações mais pobres do mundo está nos trópicos. Os países tropicais, como o Brasil, que tem melhorado a sua situação socioeconômica e investiu em higiene, saúde pública e ao combate às doenças transmissíveis, tem alcançado resultados impressionantes em relação à eliminação ou à diminuição de muitas doenças tropicais endêmicas no seu território. As alterações climáticas, o aquecimento global provocado pelo efeito estufa e o consequente aumento nas temperaturas globais estão causando doenças tropicais e vetores para espalhá-las em regiões montanhosas e latitudes mais elevadas que foram previamente poupados, como o sul dos Estados Unidos, a região do Mediterrâneo etc. Por exemplo, nas orestas de Monteverde, de Costa Rica, o aque cimento global habilita a quitridiomicose, uma doença tropical a orescer e, portanto, em vigor nas populações pelo declínio dos anfíbios e do sapo arlequim de Monteverde. Aqui, o aquecimento global elevou a alturas de formação de nuvens orográcas, e consequentemente, a cobertura de nuvens que possam facilitar as condições ótimas para o crescimento do patógeno implicado, dendrobatidis B..
Prevenção e tratamento de doenças tropicais Algumas das estratégias para o controle de doenças tropicais incluem:
Drenagem de zonas húmidas para reduzir as populações de insetos e outros vetores. A aplicação de inseticidas e / ou repelentes de insetos) para superfícies estratégicas tais como: roupas, pele, construções, habitat de insetos e mosquiteiros. O uso de um mosquiteiro sobre a cama (também conhecido como “rede de cama”) para reduzir a transmissão noturna, já que certas espécies de mosquitos tropicais alimentam-se principalmente à noite. O uso de poços de água e / ou ltragem de água, ltros de água ou de tratamento de água com comprimidos de água para produzir água livre de parasitas.
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Desenvolvimento e utilização de vacinas para promover a imunidade da doença. Prolaxia farmacológica pré-exposição (para prevenir a doença an tes da exposição ao ambiente e / ou vetores). Prolaxia farmacológica pós-exposição (para prevenir a doença após a exposição ao ambiente e / ou vetores). O tratamento farmacológico (para tratar a doença após a infecção ou infestação). Ajudar com o desenvolvimento econômico em regiões endêmicas. Por exemplo, fornecendo microcréditos para permitir que os investimentos em agricultura mais eciente e produtiva. Este, por sua vez, pode ajudar a agricultura de subsistência para se tornar mais rentável, e estes lucros podem ser usadas pelas populações locais para a prevenção da doença e tratamento, com o benefício adicional de reduzir a taxa de pobreza. Fonte: www.news-medical.net Acesso em 05 de mar. de 2011.
Resumo A saúde ambiental do nosso planeta está seriamente comprometida, devido à forma como o homem vem degradando o meio ambiente. Como sabemos, o crescimento demográco, a expansão econômica e os impactos que ela produz, através principalmente das indústrias, o aumento das fronteiras agrícolas, o uso irregular de agrotóxicos, a ocupação irregular do solo, o tratamento sanitário irregular do lixo e a falta de conscientização do problema estão entre as causas principais da degradação em todo o planeta. A volta de doenças que estavam praticamente extintas, como a dengue, a febre amarela, a malária, o cólera, entre outras, tem provocado surtos por nosso planeta. Doenças tropicais são doenças que aparecem em regiões de clima tropical e subtropical. As doenças aparecem mais nas regiões nas quais o clima é temperado; isso se explica pela ocorrência de uma estação fria, que permite a hibernação dos insetos.
Atividades de aprendizagem 1. Relacione algumas doenças que são frequentes nos países de clima tropical úmido. 2. Durante a baixa Idade Média, assolou a Europa e cou conhecida como Peste Negra. Essa doença assustadora pode estar voltando; quem são os transmissores dessa doença? 3. Cite algumas doenças que podem ser transmitidas pela água e pelo solo contaminado.
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Referências CARVALHO, Benjamin de A – Ecologia Aplicada ao Saneamento Ambiental. S. Paulo, ABES, 1980. .....Das Águas da Cidade de Roma. De Aqvis. Urbis Romae. Sexlus Tulius Frontinus, S. Paulo, CETESB, 1983. MENEZES, L.C.C . Saneamento Básico, Saúde Pública e Qualidade de vida. Considerações, S. Paulo. DAE, 136, Mar/1984. CAMARGO, E. P. A malária encenada no grande teatro social. Estudos Avançados, v.24, p.211-28, 1995. FAJARDO, F. O impaludismo. Ensaio de um estudo clínico. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1904. PEIXOTO, A. Clima e saúde. São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre: Cia. Editora Nacional, 1938. PESSÔA, S. B. Ensaios médico-sociais. Rio de Janeiro: Guanabara, Koogan S. A., 1960. ROSEN, George. Uma história da saúde pública, São Paulo: UNESP, 1994. DE PAOLA, Domingos. Câncer e meio ambiente, Rio de Janeiro: MEDSI, 1985. SITES CONSULTADOS http://www.notapositiva.com www.poszukiwanieskarbow.com/arykuly/kolonia/cloaca%20Máxima.jpg : www.brasilescola.com/geograa/enchentes/htm www.presenteparahomem.com.br/por-que-ocorre-enchentes-nas-grandes-cidades/ wwww. g1.globo.com http://www.ecolab.com/br/Ecolab-Saude-Publica.asp http://marconipimenta.blogspot.com www.cdedesigner.blogspot.com
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Curriculos dos professores conteudistas Edna Helenice de Almeida Pós-graduada em Bioética pela Unimontes - Universidade Estadual de Montes Claros -, graduada em Ciências do 1º Grau, licenciada em Biologia e Matemática e Ciências do 1º Grau pela Unimontes. Coordenadora o curso Técnico em Meio Ambiente – e-TEC /Unimontes. Formadora dos professores do Projovem Urbano/ Montes Claros MG.
Margareth Almeida de Figueiredo Pós-graduada em Didática – Fundamentos Teóricos da Prática Pedagógica - pela Faculdade de Educação São Luís. Graduada em Pedagogia – licenciada pela Universidade Estadual de Montes Claros. Professora formadora da UAB – Universidade Aberta do Brasil -, no curso de Biologia/Licenciatura Professora formadora do e-TEC – Estágio do Curso Técnico em Meio Ambiente.
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