Theodor Herzl
O Estado Judeu Edição comemorativa ao 49º Aniversário do Estado de Israel Maio de 1997. Tradução: Dagoerto Mensc!. Digitado por: Ia Mendes
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CONSULADO GERAL DE ISRAEL EM SÃO PAULO Theodor Her! "#$%&'#(&)* #$ro%eto &ivro &ivre'
Li+ro ,&,
Poeteiro Editor Digital São Paulo - 2015 www.poeteiro.com
PROJETO LIVRO LIVRE
Oh! Bendito o que semeia Livros... livros à mão cheia... E manda o ovo ensar! O livro caindo nalma " #erme $ que %a& a alma' " chuva $ que %a& o mar. (astro )lves
O “Projeto Livro Livre” é uma iniciativa que propõe o compartilhamento, de forma livre e gratuita, de obras literárias já em domnio p!blico ou que tenham a sua divulga"#o devidamente autori$ada, especialmente o livro em seu formato %igital& 'o (rasil, segundo a Lei n) *&+-, no seu artigo ., os direitos patrimoniais do autor perduram por setenta anos contados de / de janeiro do ano subsequente ao de seu falecimento& O mesmo se observa em Portugal& 0egundo o 12digo dos %ireitos de 3utor e dos %ireitos 1one4os, em seu captulo 56 e artigo 7), o direito de autor caduca, na falta de disposi"#o especial, 8- anos ap2s a morte do criador intelectual, mesmo que a obra s2 tenha sido publicada ou divulgada postumamente& O nosso Projeto, que tem por !nico e e4clusivo objetivo colaborar em prol da divulga"#o do bom conhecimento na 5nternet, busca assim n#o violar nenhum direito autoral& 9odavia, caso seja encontrado algum livro que, por alguma ra$#o, esteja ferindo os direitos do autor, pedimos a gentile$a que nos informe, a fim de que seja devidamente suprimido de nosso acervo& :speramos um dia, quem sabe, que as leis que regem os direitos do autor sejam repensadas e reformuladas, tornando a prote"#o da propriedade intelectual uma ferramenta para promover o conhecimento, em ve$ de um temvel inibidor ao livre acesso aos bens culturais& 3ssim esperamos; 3té lá, daremos nossa pequena contribui"#o para o desenvolvimento da educa"#o e da cultura, mediante o compartilhamento livre e gratuito de obras em domnio p!blico ou autori$adas, como este clássico de 9heodor
> isso; Iba Mendes
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ÍNDICE Theodor Herzl: Autobiografia....................................................................... 2 PARTE I
Prólogo.........................................................................................................
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Introdução.................................................................................................... PARTE II
O Problea !udai"o...................................................................................... 24 Como se tentou resolver o problema até agora........................................... As causas do anti-semitismo......................................................................... Efeitos do anti-semitismo............................................................................. O Plano.......................................................................................................... Palestina ou Argentina?................................................................................ ecessidade! "rg#o e comunica$%es...........................................................
25 67 62 66 68 63
PARTE III A Jewish Company Caracter&sticas.............................................................................................. A 'i(uida$#o dos bens im"veis.................................................................... A Compra de terras...................................................................................... Edifica$#o...................................................................................................... )oradias oper*rias...................................................................................... Os trabal+adores sem (ualifica$#o.............................................................. A ,ornada de sete +oras............................................................................... A assistncia pelo trabal+o.......................................................................... )ovimento de mercados............................................................................. Outros tipos de moradias............................................................................. Algumas formas de li(uida$#o..................................................................... arantias da Company############################################################################## Algumas atividades da Company................................................................. /omento 0 ind1stria..................................................................................... Estabelecimento de trabal+adores (ualificados.......................................... )eios de reunir fundos................................................................................
64 64 65 9: 97 97 92 99 98 93 93 94 9: 87 82 86
O$ gru%o$ lo"ai$ O transplante................................................................................................ A emigra$#o coletiva.................................................................................... ossos rabinos............................................................................................. Pessoas de confian$a dos grupos locais....................................................... Planos de cidades.........................................................................................
88 83 8; 84 85
A emigra$#o das classes médias................................................................... O fen
85 8: 36 39
Society of Jews e o Estado Judeu "Negotiorum Gestio".................................................................................... O =estor= dos >udeus.................................................................................. A tomada de posse do pa&s........................................................................... A Constitui$#o............................................................................................... Idioma........................................................................................................... Teocracia...................................................................................................... 'eis................................................................................................................ O Eército..................................................................................................... A @andeira.................................................................................................... Reciprocidade e tratados de etradi$#o....................................................... antagens da imigra$#o >udaica...................................................................
38 3; 35 ;7 ;2 ;2 ;6 ;6 ;6 ;9 ;8
PARTE I E%&logo..........................................................................................................
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O ESTADO JUDEU
THEODOR HERZL: AUTOBIOGRAFIA Nasci em Budapeste, em 1860, perto da sinagoga onde há pouco fui severamente repreendido pelo rabino, por empenhar-me para que os Judeus seam tratados com mais considera!"o e tenham maior liberdade# $om certe%a, daqui a vinte anos, na porta da casa na qual eu nasci, na &aba'gasse, haverá um papel com os di%eres ()luga-se(# N"o posso negar que frequentei a escola# ) princ*pio, mandaram-me para uma escola primária hebraica, onde me tratavam com certa considera!"o, pois meu pai era um comerciante abastado# +ntre as lembran!as que guardo daquela poca est"o algumas surras que levei porque n"o sabia os detalhes do .odo dos Judeus do +gito# /oe, muitos professores gostariam de me bater porque me lembro com e.cessiva frequncia daquele .odo# )os de% anos, fui enviado para uma escola real, onde dava-se preferncia s cincias modernas# Na poca, o homem em evidncia era esseps, e eu concebi o plano de abrir um canal atravs do outro istmo, o do 2anamá# 3as a minha afli!"o pelos logaritmos e trigonometria passou bem depressa por causa de uma tendncia anti-semita que havia na escola real# 4urante uma aula, um dos professores e.plicou o significado da palavra (gentios(, afirmando5 () eles pertencem os idlatras, os maometanos e os Judeus#( +sta defini!"o singular foi motivo suficiente para que eu sa*sse da escola real, optando, ent"o, por uma institui!"o de ensino clássico# $omo meu pai amais interferia no tocante aos estudos, matriculei-me em um 7nstituto +vanglico# Nessa escola, os Judeus eram maioria e, portanto, n"o havia ra%es para quei.as sobre anti-semitismo# +screvi o meu primeiro artigo ornal*stico na stima srie, porm n"o o assinei, pois, se o fi%esse, teria sido condenado reclus"o escolar# 4urante a 9ltima srie, minha 9nica irm" faleceu, aos de%oito anos# ) triste%a tomou conta de meu pai de maneira t"o profunda que, em 18:8, mudamos para ;iena# 4urante a semana de luto, o rabino
discord>ncia concluindo que a carreira de escritor n"o era uma profiss"o propriamente dita# 4a mesma maneira, anos mais tarde, condenou o ?ionismo# +m ;iena, comecei a cursar 4ireito# 2articipava de todas as travessuras estudantis, vivendo s custas da minha associa!"o, at que, quando menos esperava, houve restri!es a novos scios Judeus# @queles que á eram associados foi comunicado, com muita amabilidade, que n"o precisavam dar bai.a# 4espedi-me, ent"o, daqueles ovens generosos e comecei a estudar seriamente# Aormei-me em 4ireito em 188 e, sob as ordens de um ui%, iniciei-me na prática forense# +u atuava na qualidade de empregado n"o-assalariado nos tribunais de ;iena e ?al%burg, uma cidade rodeada por um cenário particularmente bonito# C escritrio no qual eu trabalhava ficava em uma velha e grande torre, e.atamente embai.o do campanário e, trs ve%es por dia, suas vibra!es feriam os meus t*mpanos# 2assei alguns dos momentos mais feli%es de minha vida em ?al%burg# 4eseava poder fi.ar residncia nesta linda cidade mas, sendo Judeu, nunca teria ascendido ao cargo de ui%# 2or isto, parti e abandonei, ao mesmo tempo, a urisprudncia, causando outro sria grande desgostoum ao emprego, rabino decomecei Budapeste# )o invs de optar por uma carreira ou procurar a viaar e a escrever para ornais# 3uitas pe!as de minha autoria estrearam em diversos teatros# )lgumas obtiveram .itos estrondososD outras n"o agradaram# ) diversidade de opinies com que minhas pe!as eram acolhidas me ensinou a n"o considerar nem os aplausos, nem as vaias# +u sempre acreditei que temos de satisfa%er nossos prprios gostos, o resto n"o importa# )tualmente, tenho pouco apre!o por todas as pe!as que escrevi# )t mesmo as que ainda s"o aplaudidas no Burgtheater, de ;iena, á n"o me interessam# $asei-me em 188E# &enho trs filhos, um menino e duas meninas# $reio que meus filhos n"o s"o feios nem bobos# 3as pode ser que estea enganado# 4urante minha viagem pela +spanha, em 18E1, o ornal Neue Freie Presse, de ;iena, ofereceu-me o cargo de correspondente em 2aris# )ceitei apesar de, naquela poca, menospre%ar e detestar a pol*tica# +m 2aris, descobri o que geralmente se entende por pol*tica e e.pressei minhas idias em um pequeno livro intitulado Le Palais Bourbon# +m 18EF, retornei a ;iena# 4urante os 9ltimos meses na capital francesa, escrevi O Estado Judeu# N"o me lembro de haver escrito nada em um estado de t"o solene emo!"o# /eine di%ia que, ao compor certos versos, ouviu um bater de asas de águia por cima de sua cabe!a# 2
+u tambm, ao escrever o livro, acreditava ouvir algo como um bater de asas sobre minha cabe!a# &rabalhava at ficar e.austo# 3eu 9nico descanso consistia em ouvir, todas as noites, m9sicas de Gagner, particularmente sua Tannhäuser, pera a qual eu procurava assistir tantas ve%es quantas houvesse espetáculo# ?omente nas noites em que n"o havia apresenta!"o, sentia-me invadido por d9vidas sobre se minhas idias eram acertadas# No come!o, pensava fa%er circular meu trabalho sobre a solu!"o do problema Judeu e.clusivamente entre meus amigos# ? mais tarde, ocorreu-me a idia de dar maior divulga!"o s minhas opinies# + n"o pretendia come!ar uma campanha em prol da causa udaica e sei que a maioria dos leitores ficará surpresa ao inteirar-se deste fato# 2arecia-me que a causa udaica e.igia a!es, n"o discusses# ) propaganda em p9blico n"o seria sen"o um 9ltimo recurso, no caso de n"o ser ouvido ou de minhas sugestes n"o serem seguidas# &erminado o livro, pedi a um de meus melhores amigos que lesse o manuscrito# 4e repente, durante a leitura, ele rompeu em prantos# ) emo!"o me pareceu muito natural, vinda de um Judeu, pois eu tambm havia chorado algumas ve%es no decorrer do trabalho# 3as fiquei consternado quando me disse que chorava por um bastante diferente# que eu havia enlouquecido, e, pormotivo ser meu amigo, estava aflito +le por achava minha desventura# ?aiu correndo, sem di%er mais nada# )ps passar uma noite preocupado, voltou e tentou convencer-me a desistir de minha meta, pois todos me chamariam de demente# +le estava t"o assustado, que prometi tudo que fosse necessário para acalmá-lo# +m seguida, aconselhou-me a procurar 3a. Nordau, para confirmar que um livro, com as idias apresentadas em O Estado Judeu, poderia ter sido elaborado por um homem mentalmente s"o# (N"o consultarei ningum(, respondi, acrescentado que, (em fun!"o da rea!"o que minhas idias provocaram em um amigo inteligente e fiel, desistirei de meu propsito(# +nfrentei uma crise muito grave, s comparável ao que ocorre ao ogar-se água fria em um corpo aquecido em altas temperaturas# 3as se o corpo for de ferro, converte-se em a!o# C amigo de quem acabo de falar era responsável pela soma de meus gastos com telegramas# Huando me apresentou a conta, que constava de e.tensas colunas, percebi que a soma n"o estava certa# )visei-o e ele refe% a adi!"o# 2orm, s depois de repetir a opera!"o trs ou quatro ve%es obteve os mesmos resultados do que eu# +ste fato, pouco importante por si s, devolveu-me minha autoconfian!a, pois á que eu sabia calcular melhor do que ele, n"o poderia ter perdido a ra%"o# 3
Naquele mesmo, dia comecei a preocupar-me com o +stado Judeu# No decorrer dos dois anos seguintes e tambm depois, passei in9meros dias de grande triste%a# )inda temo que haa mais dias tristes# +m 18EF, comecei a escrever o meu diário, que á conta com quatro tomos volumosos# Huando publicá-los, se vier a fa%-lo, o mundo se surpreenderá ao saber as mágoas que senti, quem se opIs ao meu plano e quem me audou# certo, no entanto, e n"o cabe a menor d9vida, de que o movimento em prol de um +stado Judeu continuará progredindo# 4esde os dias de Basilia, o 2ovo Judeu voltou a ter uma representa!"o nacional# Cu sea, o +stado Judeu nascer em seu prprio pa*s# )tualmente, estou tentando conseguir a funda!"o do Banco e espero que este sea um triunfo igual ao obtido com o $ongresso#
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PARTE I PRÓLOGO ) ideia que desenvolvo neste manuscrito muito antiga5 o restabelecimento do +stado udeu# )ntes de mais nada, necessário enfati%ar que n"o estou inventando nenhum aspecto presente na minha proposta# N"o estou inventando a situa!"o dos udeus, que o resultado do desenvolvimento histrico, nem os recursos para remediá-la# Cs elementos materiais para a obra que dei.o aqui esbo!ada est"o presentes na realidade, s"o tang*veis e qualquer um pode perceb-los# $aso se desee designar com uma s palavra esta tentativa de solu!"o do problema udaico, este termo n"o haverá de ser (fantasia( e sim, no má.imo, (combina!"o(# +m primeiro lugar, essencial que eu defenda o meu proeto contra a qualifica!"o de utopia# ? estou evitando, deste modo, que os cr*ticos superficiais cometam um disparate# N"o seria uma vergonha ter escrito uma utopia filantrpica# +u tambm poderia obter .ito mais facilmente se apresentasse o plano sob a forma irresponsável, por assim di%er, de uma novela para os aficionados da leitura amena# 3as n"o se trata de uma fic!"o feita para dar pra%er, ao estilo daquelas que foram t"o abundantemente produ%idas antes e depois de &homas 3orus# )credito, alm disto, que a situa!"o dos udeus em diversos pa*ses suficientemente cr*tica para que se tornem suprfluos todos os tipos de considera!es mais ou menos ocosas colocadas a t*tulo de introdu!"o# $om o obetivo de ressaltar a diferen!a entre minha proposta e uma utopia, escolho um livro recente interessante5 Freiland KTerra livreL, do 4r# +nrique /er%'a# &rata-se de uma fantasia engenhosa, surgida a partir de um esp*rito completamente moderno e arraigado nas teorias pol*tico-econImicas e, por outro lado, t"o distante da realidade como a montanha equatorial em que está situado aquele +stado imaginário# Freiland um maquinado complicado, com muitos pinhes e rodas que at chegam a engrenarD mas nada prova que possa ser posto em marcha# + mesmo que eu visse as sociedades Freiland, eu n"o as levaria a srio# C presente esbo!o, ao contrário, baseia-se na aplica!"o de uma for!a impulsora que há na realidade# +stou apenas indicando os pinhes e rodas da máquina que deverá ser constru*da, e o fa!o com toda a humildade, assinalando as minhas limita!es e confiando em que haverá mec>nicos melhores do que eu, que saibam reali%ar a ideia# 5
C fator decisivo a for!a motri%# 4efinido este ponto, de onde surge esta for!aM 4a misria na qual vivem os udeus# Huem se atreveria a negar a e.istncia desta for!aM +la será tema do cap*tulo referente s causas do anti-semitismo# &ambm era conhecida a for!a do vapor, a qual, srcinada na chaleira pela ebuli!"o da água, levantava a tampa# +ste fenImeno da chaleira idntico ao que se manifesta tentativas sionistas e muitas outras formas de associa!es contra o pelas anti-semitismo# 4igo, pois, que tal for!a, bem empregada, suficientemente poderosa para impulsionar uma grande máquina e provocar o movimento de homens e fortunas# ?eu aspecto n"o tem a menor import>ncia# +stou profundamente convencido de que tenho ra%"o# N"o sei se terei ra%"o durante toda minha vida# Cs que est"o iniciando este movimento dificilmente ver"o seu glorioso fim# 3as o simples fato de t-lo iniciado enche-os de orgulho e da bem-aventuran!a da liberdade interior# 2ara preservar este manuscrito da suspeita de ser utopia, serei obetivo na sua apresenta!"o# 4e qualquer modo, suponho que os %ombadores precipitados tratar"o de diminuir a import>ncia de tudo o que está aqui indicado, a fim de caricaturi%á-lo# Huando e.pus este assunto a um udeu que era uma pessoa ra%oável no tocante aos demais temas, ele deu a seguinte opini"o5 (Cs detalhes futuros e.postos como se fossem reais s"o os que caracteri%am a utopia(# &al afirma!"o falsa# &odo ministro da Aa%enda inclui no cálculo do or!amento nacional cifras futuras, e n"o somente as que ele dedu% a partir dos pra%os mdios de anos anteriores ou das rendas fiscais de outros +stados nos anos passados, mas fa% constar cifras para as quais n"o e.istem precedentes, como por e.emplo, a introdu!"o de um novo imposto# ?omente n"o tendo nunca visto um or!amento, pode-se ignorar este fato# ?erá considerado utopia um proeto de lei do 3inistrio da Aa%enda, apesar de se saber que aquilo que está estabelecido no or!amento n"o poderá ser cumprido com todo o rigorM No entanto, pretendo dos leitores algo ainda mais dif*cil# +.io das pessoas cultas, s quais me dirio, que voltem a e.aminar e estudar muitas das antigas ideias# 2retendo que ustamente os melhores udeus, os que se esfor!aram para chegar a uma solu!"o do problema udaico, considerem suas tentativas at o presente como errIneas e inefica%es# Na e.posi!"o da ideia, tenho que afrontar-me com um grave perigo# ?e eu falar dos fatos futuros com reservas, parecerá que porque eu mesmo n"o creio que 6
seam reali%áveis# ?e, pelo contrário, anunciar sua reali%a!"o sem quaisquer reservas, tudo pode parecer, talve%, uma quimera# 2or isto, digo clara e categoricamente5 creio na possibilidade da reali%a!"o, sem vangloriar-me, contudo, de haver dado ao pensamento a sua forma definitiva# C +stado udeu uma necessidade universal e, por conseguinte, surgirá# ?e o empreendimento fosse tentado por um s indiv*duo, seria certamente uma utopia# com a participa!"o simult>nea de muitos udeus, perfeitamente ra%oável3as e sua e.ecu!"o n"o apresenta obstáculos dignos de men!"o# ) ideia depende unicamente do n9mero de seus adeptos# &alve% nossos ovens ambiciosos, para quem todos os caminhos á est"o fechados e diante dos quais se abre no +stado udeu a perspectiva sorridente da honra, da liberdade e da bem-aventuran!a, preocupem-se com a difus"o da ideia# No que me di% respeito, considero a minha miss"o cumprida com a publica!"o deste trabalho# ? tomarei a palavra quando os ataques dos adversários me obrigarem, ou quando se trate de refutar obe!es imprevistas ou desfa%er erros# N"o está certo, no presente momento, o que digoM +stou me adiantando a meu tempoM veremos#Cs sofrimentos dos udeus n"o s"o bastante grandesM 7sto o que 4epende, pois, dos prprios udeus para que este proeto de +stado n"o sea por enquanto mais do que uma novela pol*tica# ?e a gera!"o atual ainda indiferente, logo virá outra, superior e melhor# Cs udeus, que o quiserem, ter"o o seu +stado e o merecer"o#
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INTRODUÇÃO ) incompreens"o dos problemas pol*tico-econImicos, observada frequentemente at em pessoas que est"o mergulhadas na vida prática, verdadeiramente desconcertante# ?omente, assim, se e.plica que tambm alguns udeus repitam mecanicamente o refr"o dos anti-semitas de que ganhamos a vida (parasitando outros povos( e, se n"o encontrássemos um povo ao qual vivermos aderidos, ter*amos que morrer de fome# +sse um dos pontos que revela o enfraquecimento de nossa conscincia individual, decorrente de acusa!es inustas# C que quer di%er (viver s custas alheias(M &al concep!"o, se n"o for derivada da velha limita!"o da doutrina fisiocrática, está fundamentada no erro pueril de crer que no movimento de bens circulam invariavelmente as mesmas coisas# 7sto posto, ns n"o precisamos despertar de um longo sonho, como =ip van Gin'le, para reconhecer que o mundo está se transformando por meio de uma incessante produ!"o de novos bens# +m nossa poca, espantosa plos progressos de ordem tcnica, at o mais pobre de esp*rito v, mesmo com os olhos fechados, que surgem novos bens ao seu redor# C esp*rito empreendedor os criou# C trabalho reali%ado sem esp*rito de empresa coisa do estacionário, do primitivo# m e.emplo t*pico o do agricultor, que está e.atamente no mesmo ponto em que estavam há mil anos seus antepassados# &odo bem-estar econImico foi obtido pelo esp*rito de empresa# ) gente quase se envergonha de escrever tamanha trivialidade# 4igo, pois, que mesmo que fIssemos e.clusivamente homens de empresa - como se afirma, e.agerando de um modo ignorante - n"o ter*amos necessidade de povos aos quais (parasitarmos(# N"o contamos somente com a circula!"o dos mesmos bens, pois produ%imos novos# &emos trabalhadores escravos de uma for!a inaudita, cua apari!"o no mundo civili%ado tem sido uma competi!"o mortal para o trabalho manual5 s"o as maquinas# $ertamente s"o necessários trabalhadores para que as máquinas operem, mas para isto temos homens suficientes, talve% demasiados# ? quem n"o conhece a situa!"o dos udeus em muitos pa*ses da +uropa oriental se atreveria a afirmar que os udeus s"o ineptos para o trabalho manual ou relutantes em fa%-lo# No entanto, n"o vou fa%er a apologia dos udeus nesta obra# ?eria in9til# &udo de racional e de sentimental á foi dito sobre o assunto# N"o basta, contudo, encontrar as ra%es pertinentes para o entendimento e a alma# ) condi!"o preliminar que os que ouvem seam capa%es de compreender, pois, de outro modo, seria pregar no deserto# ma ve% que os ouvintes tenham chegado a tal altura, a prega!"o passa a ser suprflua# 8
$reio na ascens"o dos homens a patamares cada ve% mais altos de civili%a!"o, mas a considero de uma lentid"o desesperadora# ?e quisssemos esperar at que o homem mdio chegasse tambm a ter sentimentos humanitários, como aqueles que agiam sobre essing quando estava escrevendo seu Natan, o Sábio, transcorreria nossa vida e a de nossos filhos, netos e bisnetos# )qui o esp*rito universal vem em nossa auda por outra via# +ste sculo nos trou.e magn*fico renascimento com as conquistas de ordem tcnica# 3as este progresso fantástico ainda n"o foi aplicado em benef*cio da humanidade# )s dist>ncias da superf*cie terrestre foram vencidas e, no entanto, continuamos atormentados plos sofrimentos de mentes pequenas# Navegamos agora rapidamente e sem perigo era barcos por mares desconhecidos# $ondu%imos trens seguros at o alto de montanhas s quais em outras pocas sub*amos temerosamente a p# C que acontece em pa*ses que ainda n"o haviam sido descobertos quando a +uropa recolhia os udeus em guetos, sabemos agora em poucas horas# 2or isto mesmo, a misria em que vivem os udeus um anacronismo e n"o por que há cem anos houve uma idade do iluminismo, que na realidade s e.istiu para os esp*ritos mais distintos# $reio que a lu% eltrica n"o foi inventada de modo algum para que certos esnobes iluminem suas lu.uosas casas, mas sim para que nos ilumine em nossas reunies consagradas solu!"o dos problemas da humanidade# m deles, e n"o o menos importante, o problema udaico# =esolvendo-o n"o estaremos trabalhando somente para ns mesmos, mas tambm em favor de muitos miseráveis e oprimidos# C problema udaico e.iste# ?eria tolice negá-lo# um resqu*cio da 7dade 3dia, do qual os povos civili%ados, com a melhor boa vontade, ainda n"o sabem desfa%er-se# $ertamente mostraram sua magnanimidade quando nos emanciparam# C problema udaico e.iste em todos os lugares em que vive um n9mero apreciável de udeus# á onde n"o e.iste, tra%ido plos udeus imigrados# 4irigimo-nos, naturalmente, para onde n"o nos perseguem# + nossa apari!"o provoca as persegui!es# 7sto uma certe%a e continuará acontecendo em todos os lugares, at nos pa*ses mais evolu*dos, como está sendo demonstrado na Aran!a, enquanto o problema udaico n"o for resolvido por meios pol*ticos# Cs udeus pobres levam o anti-semitismo 7nglaterra e á o levaram at a )mrica# )credito compreender o anti-semitismo, que um movimento muito comple.o# $ontemplo este movimento como udeu, mas sem dio, nem medo# $reio poder discernir quanto nele e.iste de farsa, de intoler>ncia religiosa, mas tambm o que e.iste de suposta autodefesa# $onsidero que a quest"o udaica n"o social, nem religiosa, ainda que apresente estes e outros mati%es# + uma quest"o 9
nacional e, para resolv-la, precisamos fa%er dela um problema de pol*tica internacional que deverá ser resolvido no conselho das na!es civili%adas# ?omos um povo, sim, um s# +m todos os lugares, tratamos sinceramente de nos fundir comunidade do povo em cuo seio vivemos, conservando t"o somente a f de nossos pais# N"o nos permitem fa%-lo# +m v"o somos patriotas e, em alguns pa*ses, at patrioteiros# +m v"o sacrificamos vidas e nossos de modo igual ao dos nossos concidad"os# +m v"onossas nos apressamos em bens aumentar a glria de nossas pátrias nas artes e nas cincias, e sua rique%a com o comrcio# +m nossas pátrias, onde tambm á estamos vivendo há sculos, somos tachados de estrangeiros, ami9de por aqueles cuas fam*lias ainda n"o habitavam o pa*s quando nossos antepassados á sofriam ali# ) maioria pode decidir quem ou n"o estrangeiro em um pa*s5 uma quest"o de poder, como tudo nas rela!es entre os povos# )o di%er isto, sob minha prpria responsabilidade, n"o renuncio em absoluto ao nosso direito adquirido por usucapi"o# 3as contra a for!a, n"o há direito no mundo, tal como este hoe e será ainda por muit*ssimo tempo# 2or isto, foi in9til termos sido patriotas em todos os lugares, como os huguenotes, aos quais obrigaram a ir de um pa*s a outro# ?e nos dei.assem em pa%### 3as creio que n"o nos dei.ar"o em pa%# N"o podemos ser aniquilados pela opress"o e persegui!es# Nenhum povo da histria suportou lutas e sofrimentos como o nosso# )cossando-nos, s conseguiram que desertassem os fracos que havia entre ns# Cs udeus fortes retornam orgulhosos a seu povo quando estouram as persegui!es# Cs udeus mais cultos e abastados perderam todo sentimento de solidariedade para com seus irm"os# ?e o bem-estar pol*tico durar algum tempo, ns nos assimilamos em todos os lugares# 2arece-me que isto n"o há de ser qualificado como pouco honroso# 2or isto, um estadista que deseasse para sua na!"o a mistura do sangue udeu, teria que preocupar-se com nosso permanente bem-estar pol*tico# + isto nem sequer um Bismarc' pode conseguir# 2orque na alma do povo est"o profundamente arraigados os velhos preconceitos# Huem quiser dar-se conta disto n"o precisa fa%er mais do que prestar aten!"o quilo que no povo se e.pressa sincera e simplesmente5 o conto de fadas e o provrbio s"o anti-semitas# C homem do povo , em todos os lugares, um menino grande que, naturalmente, pode ser educado# 3as esta educa!"o iria requerer, no melhor dos casos, tanto tempo que, como á disse, muito antes disto poder*amos ter nos audado de outro modo#
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) assimila!"o, sob a qual compreendo n"o somente os elementos e.teriores de vestuário, costumes, hábitos e idioma, como tambm a iguala!"o paulatina dos sentimentos e do modo de ser# ) assimila!"o dos udeus n"o poderia ser conseguida em todos os lugares sen"o por meio do casamento misto# 3as este teria de ser sentido como uma necessidade pela maioria# N"o basta de modo algum declarar que o casamento misto permitido pela lei# Cs liberais h9ngaros que assim o fi%eram, recentemente, est"o cometendo um grave erro# +ste casamento misto, institu*do doutrinariamente, foi bem ilustrado por um dos primeiros casos5 um udeu convertido casou-se com uma udia# 3as as discusses acerca da forma atual de contrair matrimInio agravaram muito as diferen!as entre crist"os e udeus na /ungria e, portanto, preudicaram mais do que favoreceram a mistura de ra!as# )quele que desea a e.tin!"o dos udeus por meio da mistura, n"o pode ver para isto mais do que uma possibilidade5 os udeus teriam que atingir tal poderio econImico que fosse poss*vel eliminar o velho preconceito social# 7sto fica demonstrado atravs do e.emplo da aristocracia, na qual os casamentos mistos s"o proporcionalmente mais frequentes# ) velha nobre%a se dei.a dourar de novo com o dinheiro dos udeus e, assim, algumas fam*lias udias chegam a ser absorvidas# 3as, que forma adotaria este fenImeno nas classes mdias, onde o problema udaico se reveste de maior gravidade, dado que os udeus s"o um povo formado por classes mdiasM +nt"o, a obten!"o do poder econImico, que a condi!"o prvia, equivaleria autocracia econImica dos udeus, que afirmada falaciosamente agora# + se o poder dos udeus á provoca tais gritos de alarme e furor, a que e.ploses n"o daria lugar o acrscimo ulterior de tal poder# $reio que imposs*vel chegar sequer ao primeiro grau de tal reabsor!"o, pois isto implicaria submeter a maioria a uma minoria que, alm de ser despre%ada at há pouco, n"o dispe do aparato blico nem administrativo para tal# 2or isto considero inveross*mil que a absor!"o dos udeus se reali%e por meio do bemestar econImico# Nos pa*ses em que atualmente há anti-semitismo dir"o que tenho ra%"o# Nos outros, naqueles em que os udeus se encontram momentaneamente bem, meus irm"os de ra!a provavelmente combater"o minhas asser!es com veemncia# ? acreditar"o em mim quando forem acossados novamente plos anti-semitas# + quanto mais se fa!a esperar o antisemitismo, tanto maior será o furor com que haverá de estourar# ) vinda dos udeus imigrantes, atra*dos por uma aparente seguran!a, assim como a ascens"o de n*vel nas classes dos udeus autctones, s"o dois fatores que entram perigosamente em ogo para precipitar o desenlace fatal# N"o há nada mais simples do que esta conclus"o# 3as o fato de ter chegado a ela serenamente, atendo-me mais nua verdade, vai me valer, como previs*vel, a oposi!"o e o dio dos udeus cua situa!"o 11
favorável# ?e se tratassem somente de interesses particulares, cuos representantes, por estupide% ou covardia, sentissem-se amea!ados, poder*amos passar por cima do assunto com um sorriso de menospre%o, á que os interesses dos pobres e oprimidos s"o mais importantes# N"o quero, contudo, que me interpretem mal, especialmente no sentido de que, se algum dia este plano se reali%ar, os udeus acomodados perder"o o que deles# 2or isto vou fa%er uma e.posi!"o pormenori%ada do que concerne ao direito patrimonial# 2or outro lado, se a ideia n"o sair do terreno da literatura, tudo ficará na mesma situa!"o que antes# 3ais grave seria a obe!"o de que apoio aos anti-semitas chamando a ns mesmos de um povo, um povo unido, e que impe!o a assimila!"o dos udeus onde está se reali%ando, e que comprometo a mesma onde ela á se reali%ou, se que eu, em minha condi!"o de modesto escritor posso impedir ou comprometer alguma coisa# +sta obe!"o será feita a mim sobretudo na Aran!a# +u a espero em outros lugaresD mas s vou responder de antem"o aos udeus franceses, porque eles oferecem o e.emplo mais instrutivo# 2or mais que eu venere a personalidade, a forte personalidade individual do homem de +stado, do inventor, do cientista, do filsofo ou do estrategista, n"o lamento, todavia, seu desaparecimento# )quele que possa, queira e deva perecer, haverá de se e.tinguir# ) personalidade do povo udeu n"o pode, n"o quer e nem deve desaparecer# N"o pode porque os inimigos e.teriores a mantm unida# Hue n"o quer, á o demonstraram os dois mil anos de indi%*veis sofrimentos# Hue n"o deve, trato de dei.á-lo manifesto nesta obra, depois de muitos outros udeus que nunca abandonaram totalmente a esperan!a# =amos inteiros do uda*smo poder"o morrer e separar-se do troncoD este, porm, continuará vivendo# 2ois bem5 se todos ou alguns udeus franceses protestarem contra este esbo!o, porque á se (assimilaram(, minha resposta será simplesmente esta5 C assunto n"o os afeta# +les s"o franceses israelitas5 perfeitoO 3as este um problema interno dos udeus# )ssim, pois, o movimento tendente forma!"o de um +stado, que eu proponho, n"o preudicaria aos udeus franceses israelitas, nem sequer aos assimilados de outros pa*ses# 3uito pelo contrário, os favoreceráD sim, os favorecerá# 2ois á n"o seriam t"o incomodados no desempenho de sua (fun!"o cromática(, como diria 4arPin# 2oderiam assimilar-se tranquilamente, á que o atual movimento anti-semita seria detido para sempre# 7nclusive acreditar-se-ia que eles estivessem assimilados at o mais recIndito de sua alma, se, apesar da e.istncia do +stado Judeu com suas institui!es superiores, eles continuassem lá onde vivem atualmente#
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Cs udeus assimilados se beneficiariam ainda mais do que os cidad"os crist"os com o distanciamento dos udeus fiis sua ra!a# 2ois que os assimilados ficariam liberados de sua competi!"o incImoda, incalculável e inevitável, do proletariado udeu, que atirado de pa*s em pa*s, de lugar em lugar, pela press"o pol*tica e pela necessidade econImica# +ste proletariado flutuante chegaria a ter moradia fi.a e definitiva# )tualmente, alguns cidad"os crist"os, aos quais se dá o nome de anti-semitas, bem que podem se opor imigra!"o dos udeus estrangeiros# Cs cidad"os udeus n"o podem fa%-lo, ainda que, para eles, a situa!"o sea muito mais grave, pois tm que fa%er frente competi!"o de indiv*duos nas mesmas condi!es econImicas que eles e que, alm disso, introdu%em o anti-semitismo ou agravam o á e.istente# uma pena secreta dos assimilados, que se atenua por meio de institui!es de (beneficncia(# +les fundam sociedades de emigra!"o para udeus imigrantes# +ste fenImeno embute um contra-senso, que poderia ser cImico se n"o se tratasse de pessoas em situa!"o de desgra!a# )lgumas destas sociedades de prote!"o n"o desenvolveram suas atividades a favor mas, sim, contra os udeus perseguidos5 os pobres homens h"o de se afastar o mais depressa e o mais distante poss*vel# &anto assim que, observando atentamente, descobre-se que muitos, aparentes amigos dos udeus, n"o s"o sen"o anti-semitas de srcem udaica, disfar!ados de benfeitores# 3as, at os ensaios de coloni%a!"o reali%ados por homens realmente bemintencionados n"o deram resultado, ainda que caiba reconhecer que eram ensaios interessantes# N"o creio que nenhum destes homens haa considerado tais ensaios como uma espcie de esporte, fa%endo os udeus correrem do mesmo modo que se fa%em corridas de cavalos# C assunto demasiado srio e demasiado triste# )queles ensaios foram interessantes enquanto eram, em pequeno n9mero, os precursores práticos da ideia do +stado udeu# + at foram 9teis, porquanto neles se cometeram erros, a partir dos quais se pode tirar proveito para a reali%a!"o em grande escala# 2or outro lado, estas tentativas n"o foram totalmente incuas# $onsidero o transplante do anti-semitismo para novas regies, que a consequncia inevitável de tal infiltra!"o artificial, como o preu*%o menos importante# C pior que os maus resultados tenham causado d9vidas nos prprios udeus sobre a aptid"o de seu material humano# Nos sensatos, poderse-á dissipar estas d9vidas com o seguinte e simples argumento5 aquilo que, em pequena escala inconveniente ou irreali%ável, n"o tem motivo para s-lo em grande escala# ma empresa pequena pode vir a ser um mau negcio nas mesmas condi!es em que outra grande apresenta-se bastante 9til# m riacho n"o navegável nem mesmo com canoas5 o rio em que este desemboca permite a navega!"o de magn*ficos navios de ferro#
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Ningum forte ou rico o bastante para transportar um povo de uma residncia para outra# ? uma ideia pode fa%-lo# 2arece que a ideia de um +stado possui esta virtude# Cs udeus n"o pararam de sonhar, atravs de toda a noite da sua histria, este sonho divino5 (C ano que vem em JerusalmO(D s"o nossas palavras tradicionais# )gora trata-se de mostrar que o sonho pode transformarse numa ideia clara como o dia# $om tal finalidade preciso fa%er, antes de mais nada, tabula rasa com rela!"o aos muitos conceitos velhos, antiquados, confusos e bitolados# )ssim, por e.emplo, os crebros pouco esclarecidos acreditar"o que a migra!"o tem de sair da civili%a!"o para internar-se no deserto# N"o em absolutoO ) migra!"o se reali%a em meio cultura# N"o se bai.a at um grau inferior e, sim, se sobe a outro superior# N"o nos instalaremos em cabanas de barro e, sim, em casas mais bonitas, que ns mesmos construiremos e possuiremos se n"o ocorrer nenhum perigo# Cs bens adquiridos n"o se perdem, s"o utili%ados# N"o se renuncia a um direito sen"o em troca de outro mais amplo# N"o abandonaremos nossos costumes, mas voltaremos a encontrá-los# N"o se sai da casa velha antes qu a nova estea pronta# +migrar"o somente aqueles que tm certe%a de, deste modo, melhorar sua posi!"o# 2rimeiro, os desesperadosD em seguida, os pobresD mais tarde, os acomodadosD e, por 9ltimo, os ricos# )queles que forem primeiro, se elevar"o a uma classe mais alta, at que esta 9ltima comece a enviar sua gente# )ssim, a emigra!"o fica sendo ao mesmo tempo um movimento ascendente de classes# 4epois do .odo dos udeus, n"o haverá dificuldades econImicas nem crises, nem persegui!es, mas come!ará um per*odo de prosperidade para os pa*ses abandonados# &erá in*cio um movimento interno dos cidad"os crist"os em dire!"o aos postos dei.ados plos udeus# ) emigra!"o se reali%ará gradualmente, sem perturba!es e o seu in*cio á será o fim do anti-semitismo# Cs udeus se despedir"o como amigos respeitados e, quando alguns voltarem mais tarde, ser"o recebidos nos pa*ses civili%ados com tanta benevolncia como dada a quaisquer outros estrangeiros# &al imigra!"o n"o será uma fuga, mas uma marcha ordenada e sob a supervis"o da opini"o p9blica# C movimento n"o s haverá de se iniciar por meios estritamente legais, mas o 9nico modo de reali%á-lo mediante uma amistosa colabora!"o com os governos interessados, que sair"o grandemente beneficiados# 2ara a pure%a da ideia e a puan!a de sua reali%a!"o, ser"o necessárias garantias sua histria, este sonho divino5 (C ano que vem em JerusalmO(D s"o nossas palavras tradicionais# )gora trata-se de mostrar que o sonho pode transformarse numa ideia clara como o dia# $om tal finalidade preciso fa%er, antes de mais nada, tabula rasa com rela!"o aos muitos conceitos velhos, antiquados, confusos e bitolados# )ssim, por 14
e.emplo, os crebros pouco esclarecidos acreditar"o que a migra!"o tem de sair da civili%a!"o para internar-se no deserto# N"o em absolutoO ) migra!"o se reali%a em meio cultura# N"o se bai.a at um grau inferior e, sim, se sobe a outro superior# N"o nos instalaremos em cabanas de barro e, sim, em casas mais bonitas, que ns mesmos construiremos e possuiremos se n"o ocorrer nenhum perigo# Cs bens adquiridos n"o se perdem, s"o utili%ados# N"o se renuncia a um direito sen"o em troca de outro mais amplo# N"o abandonaremos nossos costumes, mas voltaremos a encontrá-los# N"o se sai da casa velha antes qu a nova estea pronta# +migrar"o somente aqueles que tm certe%a de, deste modo, melhorar sua posi!"o# 2rimeiro, os desesperadosD em seguida, os pobresD mais tarde, os acomodadosD e, por 9ltimo, os ricos# )queles que forem primeiro, se elevar"o a uma classe mais alta, at que esta 9ltima comece a enviar sua gente# )ssim, a emigra!"o fica sendo ao mesmo tempo um movimento ascendente de classes# 4epois do .odo dos udeus, n"o haverá dificuldades econImicas nem crises, nem persegui!es, mas come!ará um per*odo de prosperidade para os pa*ses abandonados# &erá in*cio um movimento interno dos cidad"os crist"os em dire!"o aos postos dei.ados plos udeus# ) emigra!"o se reali%ará gradualmente, sem perturba!es e o seu in*cio á será o fim do anti-semitismo# Cs udeus se despedir"o como amigos respeitados e, quando alguns voltarem mais tarde, ser"o recebidos nos pa*ses civili%ados com tanta benevolncia como dada a quaisquer outros estrangeiros# &al imigra!"o n"o será uma fuga, mas uma marcha ordenada e sob a supervis"o da opini"o p9blica# C movimento n"o s haverá de se iniciar por meios estritamente legais, mas o 9nico modo de reali%á-lo mediante uma amistosa colabora!"o com os governos interessados, que sair"o grandemente beneficiados# 2ara a pure%a da ideia e a puan!a de sua reali%a!"o, ser"o necessárias garantias que s"o encontradas apenas nas pessoas chamadas (morais( ou (ur*dicas(# $abe distinguir bem estes dois termos que, na linguagem ur*dica, s"o confundidos com bastante frequncia# $omo pessoa moral, ou sea, um ser ur*dico que go%a de direitos fora da esfera da fortuna privada, proponho a Soiet! of Je"s# )o lado desta, a pessoa ur*dica será a Je"ish #ompan!, que será uma institui$%o finaneira#
C indiv*duo que deseasse conecturar a simples inten!"o de empreender obra t"o gigantesca, poderia parecer um charlat"o ou um demente# C caráter irrepreens*vel da pessoa moral garantido pelo caráter de seus membros# C poder suficiente da pessoa ur*dica ficará demonstrado por seu capital# $om as advertncias precedentes, tentei t"o somente recha!ar a primeira horda de obe!es que as meras palavras (+stado udeu( haver"o de provocar# 4aqui em diante, nos e.plicaremos com serenidade, combatendo outras obe!es e 15
e.pondo mais detalhadamente muitas coisas que apenas insinuamosD embora, na medida do poss*vel, evitaremos torná-la ma!ante, em benef*cio da prpria obra que haverá de circular pelo mundo# 2ara atingir tal meta, o melhor s"o, certamente, breves cap*tulos afor*sticos# ?e eu quiser levantar um edif*cio novo no lugar de um velho, terei primeiro de demolir e depois construir# )ter-me-ei, pois, a esta ordem ra%oável# 2rimeiro, na parte geral, dever"o ser esclarecidos os conceitos, desfeitos um punhado de no!es velhas e vagas, assentadas as condi!es prvias de ordem pol*tica e pol*tico-econImica, e desenvolvido o plano# Na parte especial, que se divide em trs cap*tulos, será e.posta a reali%a!"o# Cs trs cap*tulos s"o5 Je"ish #ompan!, Qrupos locais e Soiet! of Je"s# ) Soiet! deverá ser fundada primeiro e a #ompan! por 9ltimoD mas, no esbo!o será conveniente inverter a ordem, porque as maiores d9vidas surgir"o acerca da possibilidade da e.ecu!"o financeira, as quais, naturalmente, ter"o de ser dissipadas antes de mais nada# No ep*logo será livrado o 9ltimo combate contra as prováveis obe!es restantes# =ogo aos leitores udeus que me acompanhem, pacientemente, at o final# +m muitos surgir"o as obe!es em uma ordem diferente daquela que escolhi para as refuta!es# 3as aqueles, cuas d9vidas seam desfeitas por meio de argumentos lgicos, dever"o abra!ar a nossa causa# )o apelar para a ra%"o, sei muito bem que a ra%"o so%inha n"o basta# Cs antigos prisioneiros n"o saem de boa vontade dos calabou!os# ;eremos se a uventude, da qual necessitamos, estará altura de sua miss"oD a uventude que arrastará consigo, carinhosamente, os velhos em comitivas, transformando o entusiasmo em argumentos lgicos#
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PARTE II O PROBLEMA JUDAICO Ningum negará a situa!"o de desgra!a em que vivem os udeus# +m todos os pa*ses nos quais eles se encontram em n9mero apreciável, sofrem persegui!es de caráter mais ou menos violento# ) igualdade de direitos, ainda que estea garantida pelas leis, na realidade foi abolida por toda parte em detrimento dos udeus# Já n"o lhes s"o acess*veis nem sequer os cargos de mdia import>ncia no e.rcito, nem nas institui!es p9blicas ou privadas# &enta-se suplantá-los na vida comerciai5 (N"o comprem em loas de udeusO( )s agresses nos parlamentos, reunies, imprensa, p9lpitos, na rua, nas viagens - a impossibilidade de aloar-se em certos hotis - e at em lugares de divers"o aumentam a cada dia# )s persegui!es tm um caráter que varia conforme os pa*ses e as camadas sociais# Na =9ssia, saqueiam as aldeias udaicasD na =omnia, matam algumas pessoasD na )lemanha espanca-se ocasionalmenteD na Rustria, os anti-semitas semeiam o terror em todos os setores da vida p9blicaD na )rglia, surgem os pregadores ambulantes, que ficam instigando contra os udeusD e, em 2aris, a chamada boa sociedade vai se distanciando e os erles se fecham diante dos udeus# /á uma infinidade de mati%es# 3as n"o estou tentando fa%er enumera!"o deque todas as afli!es udaicas# N"o meaqui deterei em uma detalhes, por mais lamuriosa angustiantes seam# N"o meu propsito fa%er ningum compadecer-se de ns# &udo isto v"o, in9til e indigno# imito-me a dirigir aos udeus as seguintes perguntas5 N"o verdade que a situa!"o dos advogados, mdicos, tcnicos, professores e empregados udeus de qualquer categoria está se tomando cada ve% mais insuportávelM N"o verdade que toda a classe mdia udaica encontra-se terrivelmente amea!adaM N"o verdade que todas as pai.es das camadas mais bai.as da popula!"o s"o incitadas contra aqueles dentre ns que s"o ricosM N"o verdade que nossos pobres est"o sofrendo muito mais do que todos os demais proletáriosM +u creio que a press"o e.iste em toda parte# 7sto causa um certo mal-estar aos udeus abastados# Na classe mdia, sentido como uma grave e surda ang9stia# Nas camadas inferiores, produ% um profundo desespero# C fato que esta press"o tem, em todos os lugares, a mesma finalidade, que pode ser resumida no clássico grito dos berlinenses5 (Aora com os udeusO( ;ou formular o problema udaico em termos mais concisos5 &emos de ir agora mesmoM + para ondeM Cu será que ainda podemos ficarM + por quanto tempoM 17
;amos responder primeiro pergunta se ainda podemos ficar# 2odemos, com esperan!a de tempos melhores, nos armar de pacincia e, resignados vontade de 4eus, esperar que os governantes e povos da terra se tornem mais benevolentes conoscoM )firmo que n"o podemos esperar nenhuma mudan!a de opinies# 2or quM Cs governantes, mesmo que estivssemos t"o pr.imos do seu cora!"o quanto os demais cidad"os, n"o poderiam proteger-nos# ?e mostrassem (demasiada( benevolncia com rela!"o aos udeus, s contribuiriam para que se intensificasse o anti-semitismo# + esta (demasiada(, neste caso, ainda seria menor do que aquela que qualquer outro cidad"o ou qualquer grupo integrante de uma na!"o poderia reivindicar, natural e ustamente# &odos os povos em meio aos quais os udeus vivem s"o, sem e.ce!"o, antisemitas, avergonhada ou desavergonhadamente# C homem comum carece de compreens"o pelo desenvolvimento histrico e n"o pode t-la# N"o sabe que os pecados da 7dade 3dia est"o sendo purgados, atualmente, plos povos europeus# ?omos aquilo que fi%eram de ns dentro dos guetos# ogramos, sem d9vida, certa superioridade de desempenho nos negcios financeiros, devido a que, na 7dade 3dia, nos empurraram para isto# )gora, o mesmo processo se repete# )o nos e.clu*rem de todas as demais profisses, obrigam-nos novamente a nos dedicarmos s opera!es financeiras, que modernamente se chamam Bolsa# 3as, com a nossa entrada na Bolsa, abre-se para ns uma nova fonte de despre%o# ) isto se acrescenta que produ%imos, sem cessar, intelectuais mdios, para os quais n"o há sa*da e que, por isto constituem um perigo idntico ao das fortunas crescentes# Cs udeus cultos e sem bens aderem todos ao socialismo# ) batalha social será lavrada em todos os casos s nossas costas, porque estamos nos pontos mais avan!ados, tanto no campo capitalista como no socialista# $C3C ?+ &+N&C =+?C;+= C 2=CB+3) )& )QC=) Cs meios artificiais que foram empregados at agora para tirar os udeus de sua situa!"o aflitiva ou foram mesquinhos - como no caso das diferentes coloni%a!es -, ou concebidos erroneamente, como nas tentativas de fa%er dos udeus agricultores em suas pátrias atuais# C que se consegue levando alguns milhares de udeus para outro lugarM Cu eles prosperam, ou o anti-semitismo aumenta proporcionalmente sua fortuna, ou ent"o sucumbem imediatamente# Já nos ocupamos, mais acima, dos procedimentos e.perimentados at agora para afastar os udeus na dire!"o de outros pa*ses# C desvio , em todos os casos, insuficiente e in9til, quando n"o 18
contraproducente# )ssim, a solu!"o retardada, postergada e talve% sea at dificultada# 3as, quem quiser transformar os udeus em agricultores, comete um erro crasso, o agricultor unia categoria histrica, e isto pode ser melhor apreciado na sua maneira de vestir-se, que n"o mudou em sculos, na maioria dos pa*ses, assim como suas ferramentas, que s"o e.atamente as mesmas de seus antepassados remotos# avra com o mesmo arado, sempre tirando o gr"o do avental, ceifa com a foice histrica e usa seu debulhador# ?abemos, porm, que agora e.istem máquinas para todas estas tarefas# C programa agrário tambm somente uma quest"o de maquinário# Cs +stados nidos tm que vencer a +uropa, assim como os latifundiários aniquilam os agricultores r9sticos# C campons, pois, uma figura condenada a desaparecer# ?e conservamos o agricultor artificialmente, isto deve-se a interesses pol*ticos aos quais ele haverá de servir# + uma impossibilidade, e seria uma estupide%, querer fa%er camponeses novos seguindo a receita antiga# Ningum rico ou poderoso o bastante para fa%er a cultura retroceder# ) conserva!"o de certas culturas antiquadas á uma tarefa tremenda, para cua reali%a!"o todos os recursos s"o insuficientes, ainda mais os de um +stado regido segundo princ*pios autocráticos# 2or acaso, pretende-se do intelectual udeu que se torne agricultor moda antigaM ?eria o mesmo que di%er ao udeu5 ()qui tens uma besta5 vai guerraO( $omoM $om uma besta, quando os outros dispem de armas de pequeno calibre e canhes
ncias# ) besta uma arma bonita, que me dei.a melanclico, quando tenho tempo para tais sentimentos# 3as melhor guardá-la nos museus de antiguidades# /á, por outro lado, regies para onde os udeus desesperados querem ir e v"o, para viver no campo# + eis que precisamente estas regies - como o enclave de /esse, na viveiros )lemanha e algumas prov*ncias da =9ssia - encontram-se entre os principais de anti-semitismo# que os reformadores do mundo, que enviam os udeus para lavrar a terra, passam por cima de uma pessoa muito importante e que está particularmente interessada no assunto5 o agricultor# C campons tambm tem muita ra%"o# Cs impostos, os perigos que amea!am a safra, a press"o por parte dos latifundiários, que trabalham mais barato e, sobretudo, a concorrncia norteamericana amargam bastante a sua vida# )lm disto, os impostos sobre a importa!"o de cereais n"o podem ser infinitamente aumentados# + n"o se pode dei.ar os operários das fábricas morrerem de fome mas, ao contrário, mister 19
dar-lhes cada ve% mais considera!"o, á que sua influncia pol*tica está aumentando progressivamente# &odas estas dificuldades s"o bem conhecidas e as menciono s de passagem# 3eu 9nico propsito o de assinalar o pouco valor que tiveram as tentativas feitas at agora para resolver o problema, tentativas reali%adas conscientemente e, na maioria dos casos, com inten!es dignas de elogio# 3as nem o desvio, nem o rebai.amento artificial do n*vel de intelectualidade do nosso proletariado adiantam# Já discutimos o remdio milagroso da assimila!"o# N"o será assim que o anti-semitismo será eliminado# +le n"o pode ser eliminado enquanto suas causas n"o o forem# 3as, será que se pode, na verdade, eliminálasM
)? $)?)? 4C )N&7-?+37&7?3C Já n"o vamos falar das causas sentimentais, preconceitos arraigados e est9pidos mas, sim, das causas pol*ticas e econImicas# N"o se deve confundir o antisemitismo de hoe com o dio religioso que se tinha dos udeus em pocas passadas, embora o dio aos udeus ainda tenha, na atualidade, um mati% religioso# muito diferente a tendncia do movimento anti-semita moderno# Nos pa*ses onde reina o anti-semitismo, este consequncia da emancipa!"o dos udeus# Huando os povos civili%ados se deram conta de qu"o desumanas eram as leis de e.ce!"o, nos puseram em liberdadeD mas a liberta!"o veio mais tarde# Já n"o era poss*vel nos emanciparem legalmente onde hav*amos residido at ent"o# No gueto, nos tornamos um povo formado por indiv*duos da classe mdia e, ao sair de lá, fomos obrigados a fa%er uma terr*vel concorrncia classe mdia# 4e sorte que, pouco depois da emancipa!"o, nos encontramos de repente no c*rculo da burguesia, tendo de suportar uma press"o dupla5 interna e e.terna# ) burguesia crist" n"o teria reparos a fa%er se nos imolássemos no interesse do socialismoD mas isto tampouco resolveria a situa!"o# $ontudo, á n"o se pode anular a igualdade dos udeus perante a lei lá onde esta e.iste# N"o somente porque seria contrário conscincia moderna mas, tambm, porque empurraria todos os udeus, ricos e pobres, para os partidos subversivos# Na realidade, todos os meios empregados contra os udeus s"o inefica%es# +m pocas passadas, tiravam dos udeus suas ias# $omo os e.propriariam, hoe, dos bens mveisM +stes se encontram depositados, em forma de papis impressos, em algum lugar do mundo, talve% em poder dos crist"os# $laro que se pode onerar com impostos as a!es e obriga!es de ferrovias, bancos e 20
empresas industriais de todos os tipos, e lá, onde se cobram impostos de renda progressivos, poss*vel deitar m"o sobre todo o conunto de bens mveis# 3as, todas estas tentativas n"o podem ser dirigidas e.clusivamente contra os udeus e onde, apesar disto, se chega a adotar tais medidas, surgem imediatamente graves crises econImicas, de cuos efeitos n"o s os udeus se ressentem, se bem que estes s"o os primeiros a serem preudicados# 4evido a esta impossibilidade de empreender uma a!"o decisiva contra os udeus, o dio vai aumentando e sendo fomentado# 4ia a dia, hora a hora, aumenta o antisemitismo entre as popula!es porque as causas continuam e.istindo e n"o podem ser eliminadas# C motivo distante está na perda, sofrida na 7dade 3dia, da nossa capacidade de assimila!"oD o motivo recente a superprodu!"o de intelectuais mdios, que n"o encontram sa*da para bai.o e tambm n"o podem elevar-se acima de seu n*vel, isto , n"o há sa*da nem ascens"o normais# Cs componentes de nossas camadas inferiores tornam-se proletários, afiliam-se a partidos subversivos e chegam a ser os funcionários subalternos destes, enquanto aumenta o tremendo poder do dinheiro nas nossas camadas superiores# +A+7&C? 4C )N&7-?+37&7?3C ) press"o e.ercida sobre ns nos torna melhores# N"o somos diferentes das demais pessoas# + verdade que n"o amamos nossos inimigos# 3as somente quem capa% de e.ercer o dom*nio sobre si mesmo tem o direito de censurarnos# ) press"o provoca em ns, naturalmente, sentimentos de hostilidade contra nossos opressores e nossa hostilidade aumenta, por sua ve%, a press"o# + imposs*vel sair deste c*rculo vicioso# (+ n"o obstante, poss*velO( 7sto pode ser obtido infundindo nos seres humanos sentimentos de bondade# ?erá preciso demonstrar o sentimentalismo pueril que se revela com tais palavrasM )quele que, para remediar a situa!"o, precisasse contar com a bondade de todos os homens, estaria escrevendo, com certe%a, uma utopia# Já falei de nossa (assimila!"o(# N"o estou di%endo que n"o a desee# ) personalidade de nosso povo destaca-se demasiado gloriosa na histria e se encontra, apesar de todas as humilha!es, demasiado elevada para tornar sua destrui!"o deseável# 3as poder*amos, talve%, ser totalmente absorvidos plos povos em cuo seio vivemos, se nos dei.assem em pa% durante somente duas gera!es# N"o nos dei.ar"o em pa%O 4epois de breves per*odos de toler>ncia, surge sempre de novo a hostilidade# Nosso bem-estar parece irritar o mundo que, á há sculos, está acostumado a nos considerar como os mais despre%*veis entre os pobres# + os homens s"o 21
demasiado ignorantes e mesquinhos para ver que a prosperidade nos debilita como udeus e apaga nossos tra!os caracter*sticos# ?omente a opress"o fa% com que voltemos a aderir ao velho tronco, s o dio nossa volta nos converte em estrangeiros mais uma ve%# 2or isto somos e continuamos sendo, quer o queiramos ou n"o, um grupo histrico de evidente coerncia# ?omos umcomo povo5 os sucedido inimigos sempre fa%em com que o histria# seamos,)cossados, mesmo contra nossa vontade, tem em nossa untos nos erguemos e, de imediato, descobrimos nossa for!a# ?im, temos S for!a para criar um +stado e um +stado modelo# &emos todos os meios humanos e materiais necessários para isto# ?eria este o lugar para falar do (material humano(, que o termo um tanto grosseiro que se utili%a# 3as, antes, as linhas gerais do plano, ao qual tudo há de referir-se, tm que ser conhecidas# C 2)NC C plano , em sua forma srcinal, e.tremamente simples e assim que deve ser, caso5se sea compreendido por todos# 4eve ser concedida a ns soberana sobre uma por!"o da superf*cie da terra adequada para essas necessidades e as nossas ustas ambi!es de povo5 todo o restante, ns mesmos o proveremos# ) apari!"o de uma nova soberania n"o rid*cula e nem imposs*vel# &emos podido presenciar em nossos dias a outorga de tais direitos a povos que s"o mais pobres e menos cultos e, por conseguinte, mais fracos que ns# Cs governos dos pa*ses afetados pelo anti-semitismo tm o maior interesse em audar-nos a obter a soberania# 2ara esta tarefa, simples a princ*pio, mas complicada em sua reali%a!"o, ser"o criados dois grandes rg"os5 a Soiet! of Je"s e a Je"ish #ompan!# C que a Soiet! of Je"s tiver preparado cient*fica e politicamente, a Je"ish #ompan! colocará em prática# ) Je"ish #ompan! se encarregará da liquida!"o de todas as fortunas dos udeus imigrantes e organi%ará a vida econImica no novo pa*s# $omo á se disse, > emigra!"o dos udeus n"o deve ser concebida como repentina, mas será um processo gradual, que durará dcadas# 2rimeiro, ir"o os mais pobres e lavrar"o pela primeira ve% a terra# ?eguindo um plano 22
preestabelecido, construir"o estradas, pontes, ferrovias e uma rede telegráfica, regular"o os cursos dos rios e estabelecer"o eles mesmos seus lares# ?eu trabalho criará, inevitavelmente, possibilidades de comrcioD o comrcio fará surgirem mercados, e os mercados atrair"o novos imigrantes para o pa*s# &odos chegar"o por vontade prpria, por sua prpria conta e risco# C trabalho que investirem na terra fará o valor da mesma subir# Cs udeus n"o tardar"o em darse conta de que se abriu diante deles um campo novo e duradouro, onde poder"o e.ercitar seu esp*rito empreendedor, que at ent"o havia sido odiado e despre%ado# 2ois bem5 se desearmos fundar uma na!"o, atualmente, n"o se deve fa%-lo do mesmo modo que, há dois mil anos atrás, teria sido o 9nico poss*vel# ?eria uma insensate% regressar a estados de cultura á superados, coisa que queriam alguns sionistas# 2or e.emplo, se fIssemos e.aminar os animais de um pa*s, n"o o far*amos como os europeus do sculo ;# N"o atacar*amos isoladamente os ursos, armados de dardos e lan!as, mas organi%ar*amos uma grande e alegre ca!ada, dando batidas s feras at t-las reunidas e ent"o ogar*amos uma bomba de melinita sobre elas# ?e quisermos edificar, n"o construiremos habita!es lacustres desoladas, mas edificaremos conforme o estilo usado atualmente# evantaremos constru!es mais arroadas e confortáveis que as conhecidas at agora# 2orque dispomos de meios que n"o e.istiram durante a histria# Nossas camadas economicamente inferiores ser"o seguidas quela terra pelas imediatamente superiores# Cs que se encontram mais pr.imos do desespero ir"o primeiro# ?eus guias ser"o nossos intelectuais mdios, que s"o perseguidos por toda parte e que produ%imos em e.cesso# +sta obra tem a finalidade de submeter o problema da migra!"o dos udeus a uma discuss"o geral# 3as isto n"o quer di%er que deveria ser resolvido por meio de uma vota!"o# ?e assim fosse, o assunto estaria perdido de antem"o# Huem n"o quiser aderir ao nosso movimento pode continuar onde está# ) oposi!"o individual indiferente para ns# )queles que quiser marcar conosco, que ure lealdade nossa bandeira e lute por ela por meio da palavra, falada ou escrita e mediante a a!"o# Cs udeus que aceitarem nossa ideia do +stado agrupar-se-"o em torno da Soiet! of Je"s# +sta obterá, deste modo, a autoridade necessária para falar e negociar diante dos governos em nome dos udeus# ) Soiet! será reconhecida para usar uma analogia tomada do direito internacional -como autoridade capa% de construir um +stado# +, ao assim declarar, o +stado á estaria constitu*do#
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+nt"o, se os governos se mostrarem dispostos a conceder ao povo udeu a soberania de algum territrio neutro, a Soiet! entabulará discusses sobre o territrio que haverá de ser tomado como possess"o# 4ois pa*ses devem ser levados em considera!"o5 2alestina e )rgentina# +m ambos os pa*ses foram feitos notáveis tentativas de coloni%a!"o, baseadas no princ*pio equivocado da infiltra!"o paulatina dos udeus# ) infiltra!"o tem que acabar mal, pois chega inevitavelmente o instante em que o governo, sob a press"o e.ercida pela popula!"o que se sente amea!ada, pro*be a imigra!"o de udeus# 2or conseguinte, a emigra!"o s tem sentido quando sua base for nossa soberania garantida# ) Soiet! of Je"s entabulará negocia!es com as atuais autoridades supremas do pa*s, e sob o protetorado das potncias europeias, se a estas o assunto parecer plaus*vel# 2odemos proporcionar enormes benef*cios ao atual governo, assumindo uma parte das d*vidas p9blicas, construindo vias de comunica!"o, que ns mesmos precisamos, e muitas outras coisas# 3as o simples nascimento do +stado udeu será proveitoso para os pa*ses vi%inhos, posto que, em larga ou em pequena escala, a cultura de uma regi"o eleva o valor das regies que a rodeiam#
2)+?&7N) C )=Q+N&7N)M ) qual das duas deve-se dar prefernciaM ) Soiet! aceitará o que lhe derem e aquela em dire!"o qual se incline a opini"o geral do povo udeu# ) Soiet! averiguará as duas# ) )rgentina , por nature%a, um dos pa*ses mais ricos da &erra, de imensa superf*cie, popula!"o escassa e clima temperado# ) =ep9blica )rgentina teria o maior interesse em ceder-nos uma por!"o de terra# ) atual infiltra!"o dos udeus provocou descontentamento5 seria necessário e.plicar )rgentina a diferen!a radical entre aquela e a nova imigra!"o udaica# ) 2alestina a nossa pátria histrica inolvidável# C simples ouvir citar o seu nome um chamado poderosamente comovedor para nosso povo# ?e ?ua 3aestade, o ?ult"o, nos desse a 2alestina, ns nos comprometer*amos a sanear as finan!as da &urquia# 2ara a +uropa, formar*amos ali parte integrante do baluarte contra a Rsia5 constituir*amos a vanguarda da cultura na sua luta contra a barbárie# $omo +stado neutro, manter*amos rela!es com toda a +uropa que, por sua ve%, teria de garantir nossa e.istncia# Huanto aos ugares ?antos da cristandade, poder-se-ia encontrar uma forma de e.traterritorialidade, de acordo com o direito internacional# 3ontar*amos uma guarda de honra ao redor dos ugares ?antos, respondendo com nossa e.istncia ao cumprimento deste dever# &al guarda de honra seria o grande 24
s*mbolo da solu!"o do problema udaico, depois de de%oito sculos de sofrimento para ns# N+$+??74)4+, T=QUC + $C3N7$)VW+? No pen9ltimo cap*tulo, eu di%ia5 () Je"ish #ompan! organi%ará a vida econImica no novo pa*s(# $reio que sea necessário intercalar alguns esclarecimentos a este respeito# m proeto como o presente está amea!ado em seus prprios princ*pios quando as pessoas (práticas( se colocam contra ele# 2ois bemD as pessoas (práticas( s"o aquelas que fa%em as coisas meramente pela prática, por serem rotineiras e s"o incapa%es de sair do estreito c*rculo de no!es antiquadas# 3as, a sua oposi!"o de import>ncia e pode tornar-se muito preudicial quilo que novo, pelo menos enquanto o novo ainda n"o for bastante forte para desfa%er os conceitos caducos das pessoas práticas# Huando se come!aram a construir as ferrovias na +uropa, houve pessoas práticas que qualificaram a constru!"o de certas linhas de loucura, (porque naquelas regies nem a diligncia tinha passageiros suficientes(# Naquela ocasi"o, n"o se conhecia ainda a verdade que hoe nos parece de uma simplicidade infantil5 n"o s"o os viaantes que fa%em surgir a ferrovia e sim, ao contrário, a ferrovia que fa% surgir os viaantes, pressupondo-se, claro, a necessidade latente# )s obe!es de ordem prática de muitos, que n"o conseguem imaginar como se haverá de organi%ar a vida econImica dos recm-chegados ao novo pa*s, que ainda está por conquistar e cultivar, ser"o da mesma espcie que as formuladas contra a constru!"o de ferrovias# &al homem (prático( diria o seguinte5 ()dmitimos que a situa!"o atual dos udeus, em muitos lugares, insustentável e que está se tornando cada ve% piorD admitimos que o deseo de emigrar está surgindoD e chegamos a admitir que os udeus emigrem, efetivamente, para o novo pa*sD como e o qu ganhar"o láM 4e que ir"o viverM ) vida econImica, as comunica!es, as rela!es entre tantos indiv*duos n"o podem ser estabelecidas artificialmente, da noite para o dia#( ) isto respondo5 N"o se trata de modo algum de estabelecer rela!es artificiais, e muito menos se tra*a de fa%-lo da noite para o dia# 3as, ainda que n"o se possam estabelecer rela!es, pode-se, contudo, iniciá-las# $omoM 3ediante o rg"o de uma necessidade# ) necessidade terá que ser reconhecidaD o rg"o deverá ser criadoD e as rela!es se estabelecer"o por si ss#
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?e a necessidade dos udeus de melhorar sua condi!"o for verdadeira e profundamente sentida e o rg"o que houver de ser criado para satisfa%er esta necessidade, isto , a Je"ish #ompan!, for suficientemente poderoso, haverá for!osamente no novo pa*s uma vida econImica ativa e grande anima!"o nas comunica!es e rela!es de toda espcie# Naturalmente, tudo isto será no futuro, assim como aconteceu com o desenvolvimento do tráfego ferroviário, o qual se reali%aria no futuro para os homens do ano de 18S0# $ontudo, as ferrovias foram constru*das# )fortunadamente, n"o se deram ouvidos s pessoas práticas que defendiam a diligncia#
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PARTE III A JEWISH COMPANY $)=)$&+=X?&7$)? ) JePfsh #ompan! foi concebida, em parte, conforme o modelo das grandes companhias coloni%adoras5 uma $hartered #ompan! udaica se quiserem, s que n"o tem faculdade para o uso dos direitos de soberania, e n"o persegue somente fins coloni%adores# ) Je"ish #ompan! será fundada como uma companhia por a!es, com caráter de entidade ur*dica, de acordo com as leis inglesas e sob a prote!"o da 7nglaterra# &erá sua sede central em ondres# N"o posso agora precisar o montante do capital em a!es# Nossos numerosos e hábeis financistas far"o os cálculos correspondentes# 3as, para n"o falar em termos vagos, direi que precisamos de l bilh"o de marcos# ) quantidade que se haverá de desembolsar, ao iniciarem-se as atividades, dependerá da maneira como se procurará o dinheiro, o que e.aminaremos mais adiante# ) Je"ish #ompan! uma institui!"o transitria# + uma empresa puramente comercial, que sempre deverá ser cuidadosamente distinguida da Soiet! of Je"s#
) Je"ish #ompan! tem por obetivo, em primeiro lugar, liquidar os bens imveis dos udeus emigrantes# C modo como isto se reali%ará evitará a crise, assegurará a cada um a sua parte e possibilitará aquela migra!"o interna a que á nos referimos# ) 7H74)VUC 4C? B+N? 73T;+7? Cs bens imveis que dever"o ser levados em considera!"o ser"o5 as casas, as propriedades urbanas ou rurais e a clientela dos negcios# No come!o, a Je"ish #ompan! estará disposta t"o somente a servir de mediadora nas vendas destes bens de rai%# Nos primeiros os udeus vender"oda livremente, se produ%am quedas bruscas tempos, nos pre!os# )s sucursais #ompan!sem , emque cada cidade, vir"o a ser as centrais para a venda dos bens dos udeus# $ada sucursal cobrará somente a comiss"o de que necessitar para cobrir seus prprios gastos# C desenvolvimento do movimento poderá acarretar a bai.a dos pre!os dos bens imveis e, finalmente, a impossibilidade de vender os mesmos# Nesta etapa, a fun!"o da Je"ish #ompan!, na sua qualidade de intermediária na venda dos bens, se ramificará#
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) Je"ish #ompan! se constituirá na administradora dos bens imveis abandonados e esperará o momento prop*cio para a venda# 2erceberá os aluguis, arrendará os prdios r9sticos e criará sub-administra!es, tambm, caso sea poss*vel na forma de arrendamento, porque isto garantirá, de certo modo, sua preserva!"o# ) #ompan! tratará sempre de facilitar a aquisi!"o das propriedades por parte dos arrendatários crist"os# +m geral, a #ompan! preencherá as vagas em seus estabelecimentos europeus com empregados crist"os e profissionais liberais Kadvogados etc#L, e estes n"o dever"o tornar-se, de modo algum, instrumentos dos udeus# )ssim, pois, a popula!"o crist" teria seus escritrios prprios e independentes de intendncia, para que tudo se fa!a como se deve, para que se proceda honestamente e de boa f e para que n"o se tente em nenhum lugar provocar uma crise econImica do povoado# )o mesmo tempo, a #ompan! irá assumir as fun!es de alienadora dos bens imveis, ou melhor, as de permutadora daqueles# +la dará em troca de uma casa, outra casa, ou de uma propriedade imvel, outra propriedade imvelD mas as entregará no novo pa*s# ?e for poss*vel, deverá ser transplantado tudo tal como está nos diversos pa*ses, e aqui surge para a #ompan! uma fonte de grandes e l*citos lucros# +la dará no novo pa*s casas mais bonitas, mais modernas, com todos os progressosD dará propriedades urbanas e rurais melhores, que custar"o, porm, muito menos, posto que terá adquirido as terras por um pre!o bai.o# ) $C32=) 4+ &+==)? C territrio cedido Soiet! of Je"s, de acordo com as leis internacionais, deverá ser adquirido, naturalmente, segundo as normas do direito privado# Cs preparativos que os indiv*duos fa%em para seu estabelecimento n"o entram nestas considera!es# ?erá a #ompan! quem necessitará de grandes e.tenses de terra para suas necessidades e para as nossas# +la se assegurará das terras necessárias por meio da compra centrali%ada# &ratar-se-á, principalmente, da aquisi!"o de dom*nios pertencentes s atuais autoridades supremas do pa*s# ) finalidade entrar na posse de terras do outro lado sem pu.ar os pre!os# N"o preciso temer um aumento arbitrário dos pre!os, posto que a #ompan! será quem dará o valor terra, porque ela dirigirá a coloni%a!"o de acordo com a Soiet! of Je"s e sob a supervis"o da mesma# ) Soiet! tambm tratará de fa%er com que a empresa n"o acabe saindo como a do 2anamá e, sim, como a de ?ue%#
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) #ompan! irá proporcionar > seus empregados terrenos em condi!es equitativasD proporcionará crditos amorti%áveis para eles, no sentido de que construam seus belos lares e descontará de seus salários ou os considerará, com o passar do tempo, como aumentos dos mesmos# 7sto será, alm das prerrogativas que os aguardam, uma forma de recompensá-los plos servi!os prestados# &odo o enorme lucro proveniente da especula!"o com as terras haverá de pertencer #ompan!, porque esta, como qualquer empresário particular, tem que receber uma recompensa ilimitada pelo risco que correu# Huando e.iste risco numa empresa, a maior parte dos lucros deverá ser adudicada com magnanimidade ao empresário propriamente dito# 3as, isto s admiss*vel nestes casos# Na correla!"o entre risco e recompensa que reside a moralidade financeira# +47A7$)VUC ) #ompan! trocará, portanto, casas e outros bens imveis# +la deverá ter lucro e o terá nos terrenos# 7sto fica claro para todos aqueles que tenham observado uma ve%, em algum lugar, a subida dos pre!os dos terrenos em virtude do destino dado aos mesmos, para fins de urbani%a!"o# Cnde podemos observar isto melhor nos prdios r9sticos e urbanos# Cs terrenos baldios sobem de pre!o por sua pro.imidade com uma regi"o cultural# ma especula!"o imobiliária, genial em sua simplicidade, foi a daqueles que alargaram a cidade de 2arisD n"o construindo novos edif*cios unto s 9ltimas casas da cidade, porm comprando os terrenos situados no limite da mesma e come!ando a edificar no limite e.terior# $omo resultado deste mtodo contrário ao usual, o valor dos terrenos destinados edifica!"o subiu com rapide% espantosa e, quando a %ona marginal estava urbani%ada, em ve% de construir sempre novamente nas 9ltimas casas da cidade, edificou-se somente no meio da mesma, ou sea, em terrenos de maior valor# ) #ompan! irá fa%er as constru!es ou encarregará arquitetos e construtoras privadas da e.ecu!"o das obrasM 2oderá fa%er ambas as coisas e as fará# $omo veremos em breve, a #ompan! vai dispor de uma enorme quantidade de trabalhadores, os quais n"o haver"o de ser e.plorados como se fossem um capital e que, embora venham a ser condu%idos a condi!es de vida bemaventuradas e serenas, n"o ser"o caros# Cs materiais de constru!"o ser"o descobertos por nossos gelogos, quando buscarem lugares para a funda!"o das cidades# Hual será o princ*pio que irá reger a constru!"oM
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3C=)47)? C2+=R=7)? )s moradias operárias, onde est"o inclu*das as moradias de todos os trabalhadores bra!ais, dever"o ser constru*das por conta prpria# N"o me refiro de forma alguma aos tristes bairros operários das cidades europeias e nem aos miseráveis corti!os, que se agrupam ao redor das fábricas# Nossas operárias tambm ter"o de apresentar aspecto ve% quemoradias a #ompan! s poderá construir barato se fabricar os uniforme, elementosuma de constru!"o em grandes quantidadesD mas estas casas particulares, com seus pequenos ardins, dever"o se agrupar em belos conuntos nos diferentes lugares# )s condi!es naturais da paisagem inspirar"o nossos ovens arquitetos, de gnio alegre e livres de todos os costumes inveterados e, ainda que o povo n"o compreenda o conunto da grande ideia que os anima, estará vivendo vontade em tal agrupamento natural# C templo será vis*vel desde muito longe, porque tem sido, sem d9vida, somente a velha f que nos manteve unidos# + escolas para as crian!as, de aspecto agradável, instaladas de acordo com os obetivos modernos do ensino# +, alm destas, escolas para adultospara que,que compossam vistas aadquirir fins elevados, haver"o de preparar os trabalhadores manuais os conhecimentos tecnolgicos e os das artes industriais# + tambm casas de divers"o para o povo, nas quais a Soiet! of Je"s e.ercerá vigil>ncia no que se refere moralidade# Aalamos at agora apenas dos edif*cios e n"o do que será feito no interior dos mesmos# 4igo, pois, que, para a #ompan! n"o será muito dispendiosa a constru!"o das moradias operárias# N"o somente porque haverá enormes quantidades de materiais de constru!"oD n"o somente porque os terrenos pertencer"o #ompan! mas, tambm, porque esta n"o terá de pagar os trabalhadores# Cs colonos dos +stados nidos constru*ram suas casas em sistema de auda m9tua# +ste sistema, de uma generosidade pueril, tosco como as casas de madeira que s"o erguidas deste modo, pode ser aperfei!oado# C? &=)B)/)4C=+? ?+3 H)7A7$)VUC K&ns'illed labourersL Nossos operários sem qualifica!"o, que vir"o, inicialmente, dos grandes centros russos e romenos, tambm ter"o que construir mutuamente suas casas# No princ*pio, n"o teremos, claro, nosso prprio ferro e construiremos tambm 30
com madeira# $om o passar do tempo, as constru!es provisrias e insuficientes ser"o substitu*das por outras melhores# Nossos &ns'uled labourers saber"o, de antem"o, que ter"o de construir suas moradias# C seu trabalho os tornará donos destas casas, mas n"o imediatamente e, sim, depois de observar bom comportamento por um per*odo de trs anos# 4esta maneira conseguiremos homens virtuosos e hábeis e aquele que tiver trabalhado com disciplina, durante estes anos, estará educado para a vida# 4isse mais acima que a #ompan! n"o teria de pagar a estes uns'illed# 4e que viver"o ent"oM ?ou contrário, em princ*pio, ao pagamento de m"o de obra em espcie Ktru's!stemL# $ontudo, teria de ser aplicado no caso destes primeiros colonos# ) #ompan! os audará de tantas maneiras que tambm poderá pagar-lhes com v*veres# 4e qualquer modo, o tru's!stem s deverá vigorar durante os primeiros anos e os prprios trabalhadores se beneficiar"o dele, á que o mesmo impede a e.plora!"o dos comerciantes vareistas, proprietários etc# )o mesmo tempo, a #ompan! evitará a possibilidade de que nossos pobres se dediquem, no novo pa*s, ao costumeiro of*cio de vendedor ambulante, ao qual foram obrigados nos seus pa*ses de srcem, t"o somente pela gravita!"o histrica# + a #ompan! vigiará tambm os alcolatras e desocupados# N"o haverá ent"o nenhuma espcie de pagamento nos primeiros tempos de possess"o da terraM )o contrário, haverá um bInus no pagamentoO ) JC=N)4) 4+ ?+&+ /C=)? ) ornada normal a de sete horasO 7sto n"o quer di%er que se podará árvores, cavará a terra, carregará pedras, em suma, se reali%ará os diferentes trabalhos durante apenas sete horas# N"o# C trabalho será feito durante cator%e horas, mas as equipes ser"o substitu*das a cada trs horas e meia# ) organi%a!"o será completamente militar, com cargos, promo!es e penses# +.plicaremos mais adiante de onde se tirar"o as penses# m homem saudável pode produ%ir muit*ssimo em trabalho intensivo por trs horas e meia# 4epois de outras trs horas e meia dedicadas ao descanso, sua fam*lia e amplia!"o de seus conhecimentos, estará novamente perfeitamente disposto para o trabalho# &ais trabalhadores poder"o fa%er o imposs*vel#
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) ornada de sete horasO ela que fará com que sea poss*vel a ornada de cator%e horasD mais do que isto n"o cabe no dia# +stou convencido de que a ornada de sete horas perfeitamente reali%ável# ?"o conhecidas as e.perincias feitas na Blgica e na 7nglaterra# )lguns homens avan!ados em matria de pol*tica social at sustentam que a ornada de cinco horas seria suficiente# ) Soiet! of Je"s e Je"ish #ompan! untar"o muitas e novas e.perincias a este respeito, que ser"o 9teis tambm para os demais povos da terraD e se chegarmos conclus"o de que a ornada de sete horas n"o causa dificuldade de nenhuma espcie, depois de posta em prática, ela será implantada e fi.ada por lei como ornada normal no nosso futuro +stado# ?omente a #ompan! concederá a seus homens a ornada de sete horas# + poderá fa%-lo sempre# ) ornada de sete horas servirá para atrairmos nossos homens do mundo todo, que haver"o de acudir por livre decis"o# Nosso pa*s tem de ser realmente a &erra 2rometida### 7sto posto, quem trabalhar mais de sete horas receberá pelas horas e.tras um pagamento em dinheiro# 2osto que todas as suas necessidades ser"o satisfeitas e os membros de sua fam*lia, que forem incapa%es de trabalhar, ser"o atendidos pelas institui!es centrali%adas beneficentes transplantadas ao novo pa*s, o trabalhador poderá economi%ar alguma coisa# Hueremos estimular o instinto de poupan!a á e.istente na nossa gente, porque facilita a ascens"o do indiv*duo a posi!es superiores e porque deste modo criaremos um enorme fundo de reserva para emprstimo futuros# C e.cesso sobre a ornada de sete horas n"o deverá ser maior do que trs horas e s será permitido com prvio e.ame mdico# 2orque nossa gente estará deseosa de obter trabalho nas novas condi!es de vida, e ent"o o mundo verá qu"o produtivo e trabalhador o nosso povo# 2ara evitar confuses, n"o entrarei agora em detalhes da organi%a!"o do tru's!stem entre os colonos KbInus etc#L, nem tampouco me deterei em outros inumeráveis pormenores# @s mulheres n"o será amais permitido reali%ar trabalhos pesados e nem dever"o trabalhar mais de sete horas# )s mulheres grávidas n"o dever"o reali%ar nenhuma espcie de trabalho e o tru' as proverá abundantemente com alimentos substanciosos# 2orque nossas futuras gera!es haver"o de ser fortes e robustas# +ducaremos as crian!as desde o princ*pio do modo como deseamos que venham a ser# N"o me estenderei agora sobre isto#
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C que acabo de di%er, partindo das moradias operárias, sobre os uns'illed e seu modo de vida n"o uma utopia, como tampouco o todo o restante# &udo isto á e.iste, na realidade, mas em escala t"o pequena que quase ningum percebe ou $ompreende# ) assistane par le travail, que cheguei a conhecer e compreender em 2aris, me foi de grande valia para a solu!"o do problema udaico#
) )??7?&YN$7) 2+C &=)B)/C ) assistncia pelo trabalho, tal como e.iste atualmente em 2aris e outras cidades da Aran!a, 7nglaterra, ?u*!a e +stados nidos, algo insignificantemente pequeno, mas pode-se torná-la grande# Hual o princ*pio da assistane par le travailM C princ*pio consiste em dar labour a todos os uns'illed necessitados, um trabalho fácil e que n"o requeira aprendi%agem, como, por e.emplo, cortar lascas, a produ!"o de margotins, com os quais se acendem as luminárias das casas de 2aris# + uma espcie de trabalho de presidiários antes de cometido o delito, quer di%er que um trabalho nada desonroso# Ningum mais precisará recorrer delito impulsionado necessidade, quiser precisará ao mais haver suic*dios porpela motivo de fome# se +stes s"o,trabalhar# aliás, um N"o dos estigmas de uma civili%a!"o na qual, da mesa, os ricos ogam peda!os de comida gostosa para os cachorros# ) assistncia pelo trabalho proporciona trabalho para todos# 3as ela poderá vender os produtosM N"o# Cu somente em quantidades insuficientes# )qui esta a falha da organi%a!"o e.istente# +ssa assistane sempre fa% mal negcio# 3as está concebida para ter preu*%o em seus negcios porque uma institui!"o de beneficncia C benef*cio consiste na diferen!a entre os gastos da produ!"o e o pre!o obtido na venda# +m ve% de dar dois sous ao mendigo, lhe dá um trabalho no qual ela perde dois sous# 2orm, o mendigo em farrapos, que se converteu em trabalhador honrado, ganha um franco e cinquenta centavos# 2or de% centavos, cento e cinquentaO 7sto equivale a fa%er de um bilh"o, quin%e bilhes# ) assistane perde os de% centavos# ) Je"ish #ompan! n"o perderá um bilh"o e, sim, obterá benef*cios enormes# + preciso considerar tambm o aspecto moral# 2or meio da assistncia limitada, tal como ela e.iste hoe, á se consegue a eleva!"o moral pelo trabalho, at que a pessoa desempregada haa encontrado, quer sea no seu of*cio anterior, quer no novo, algum trabalho adequado s suas aptides# 4esta maneira, ela dispe diariamente de algumas horas para a busca e at nisto recebe auda da assistane, a qual tambm se ocupa de agenciar empregos# 33
) falha da pequena organi%a!"o e.istente de que n"o se deve#, fa%er concorrncia a lenhadores etc# Cs lenhadores s"o eleitoresD protestariam e com ra%"o# &ouco se deve fa%er concorrncia s penitenciárias do +stado5 este deve ocupar e sustentar os delinquentes# +m geral, será dif*cil instituir a assistane par le travail numa sociedade antiga# 3as ela e.istirá na novaO Necessitamos, antes de mais nada, multides enormes de uns'itted labours para os primeiros trabalhos na tomada de posse do pa*s, constru!"o de estradas, saneamento de bosques, obras de terraplenagem, constru!"o de ferrovias e telgrafos etc# &udo isto será feito de acordo com um plano preestabelecido# 3C;73+N&C 4+ 3+=$)4C? )o trasladar o trabalho para o novo pa*s, faremos surgir o movimento de mercados# claro que, no come!o, s será um mercado de artigos de primeira necessidade5 gado, cereais, roupas de trabalho, ferramentas, armas, para citar apenas algumas coisas# No princ*pio, compraremos estas coisas nos pa*ses vi%inhos ou na +uropa, mas teremos que produ%i-las ns mesmos o quanto antes poss*vel# Cs empresários udeus n"o tardar"o em dar-se conta das perspectivas que se abrem diante deles# ) medida que se trasladar o e.rcito de empregados da #ompan!, as necessidades mais refinadas se apresentar"o# K+ntre os empregados dever"o ser contados os oficiais da tropa de prote!"o, que será formada pela dcima parte, apro.imadamente, dos imigrantes do se.o masculino# &al n9mero será suficiente para sufocar qualquer motim de pessoas revoltosas, pois a maioria de amantes da pa%L# )s necessidades mais refinadas, dos empregados que go%arem de uma posi!"o folgada, far"o surgir um mercado de artigos mais finos, que aumentará gradualmente# Cs casados far"o com que suas fam*lias venham mais tardeD os solteiros trar"o seus pais e irm"os, nem bem tenham um lar no novo pa*s# ;emos este movimento entre os udeus que emigram atualmente para os +stados nidos# Nem bem eles tm com que comprar p"o, fa%em com que sua fam*lia venha# &"o fortes s"o os la!os de fam*lia entre os udeus# ) Soiet! of Je"s e a Je"ish #ompan! trabalhar"o untas para fortalecer a fam*lia e cuidar dela# N"o me refiro parte moral - isto á vem naturalmente mas, sim, parte material# C soldo dos empregados será aumentado quando eles se casarem e tiverem filhos# Necessitamos de todas as pessoas, das que vivem e das que nascer"o#
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C&=C? &72C? 4+ 3C=)47)? )bandonei o fio principal destas e.posi!es ao falar da moradia operária constru*da por conta prpria# )gora volto a tratar das outras categorias de moradias# ) #ompan! encarregará seus arquitetos e construtores de constru*rem casas para a classe mdia, que ser"o oferecidas a estas como obetos de troca ou por dinheiro# Cs arquitetos da #ompan! far"o construir uns cem tipos de casas# +stes lindos modelos formar"o, ao mesmo tempo, parte da propaganda# $ada casa terá um pre!o fi.o, e a qualidade da constru!"o será garantida pela #ompan!, que n"o desea ganhar nada na constru!"o de casas# + onde estar"o situadas estas casasM Aalaremos disto no capitulo referente aos grupos locais# 4ado que a #ompan! n"o desea ganhar nada na constru!"o e sim nos terrenos, será bastante conveniente que muitos arquitetos construam por encomenda de particulares# )umenta deste modo o valor da terra, e com isto se introdu% o lu.o no pa*s, e necessitamos o lu.o para diversos fins# )cima de tudo, para as artes, para a ind9stria e, num futuro mais distante, para a desagrega!"o de grandes fortunas# Cs udeus ricos, que agora tm que ocultar amedrontados os seus tesouros e que d"o suas desagradáveis festas a cortinas fechadas, poder"o go%ar livremente o novo pa*s# ?e esta imigra!"o reali%ar-se-á com a auda deles, o capital será restitu*do entre ns no novo pa*sD terá mostrado sua utilidade em uma obra sem precedentes# Huando os udeus mais ricos come!arem a edificar seus palácios, que na +uropa á s"o vistos com olhos t"o inveosos, logo será moda estabelecer-se casas suntuosas no novo pa*s# )Q3)? AC=3)? 4+ 7H74)VUC ) Je"ish #ompan! estará concebida como fiduciária ou administradora dos bens imveis dos udeus# +stas tarefas acabam se tornando muito dif*ceis, tratando-se de casas e terrenos# 3as e quando se trata de negciosM Neste caso, será preciso levar em considera!"o diversas formas, que n"o podem ser redu%idas de antem"o a um esquema# $ontudo, n"o há nisto qualquer dificuldade# 2orque em cada caso particular, se o dono do negcio se dispuser a emigrar por livre decis"o, fará um acordo com a sucursal da #ompan! na sua urisdi!"o, quanto forma de liquida!"o mais favorável para ele#
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Huanto aos comerciantes vareistas, em cuo comrcio o principal a atividade pessoal do proprietário, figurando em segundo lugar os escassos estoques ou o inventário, o transplante de bens pode ser efetuado de maneira mais fácil# ) #ompan! proporcionará ao imigrante um campo de a!"o seguro, e seus poucos
bens poder"o ser pagos no novo pa*s com um terreno e um crdito para a aquisi!"o de máquinas# Nossa gente engenhosa n"o tardará em aprender o novo of*cio# sabido que os udeus se adaptam rapidamente a qualquer espcie de trabalho# 4este modo, muitos comerciantes poder"o se transformar em pequenos industriais agr*colas# ) #ompan! pode at consentir em sofrer perdas aparentes, tomando sobre si os bens imveis dos mais pobres5 pois logra assim o livre cultivo de terrenos, com o que aumenta o valor de seus lotes restantes# 2ara os comrcios de mdio porte, nos quais os estoques s"o mais importantes do que a atividade pessoal do proprietário e cuo crdito entra em considera!"o como fator imponderável e decisivo, pode-se imaginar diversas formas de liquida!"o# +ste tambm um dos pontos principais que facilitará a migra!"o interna dos crist"os# C udeu imigrante n"o perde o seu crdito pessoal mas o leva consigo e se servirá do mesmo estabelecimento no novo pa*s# ) #ompan! abrirá uma conta corrente para ele# &ambm poderá vender livremente o negcio que tinha at agora, ou transferi-lo para procuradores sob a vigil>ncia da #ompan!# C procurador pode tomar o negcio em arrendamento ou vendlo a pra%o# Cs inspetores e advogados da #ompan! cuidar"o da boa administra!"o do negcio abandonado, assim como da usta percep!"o dos pagamentos# ) #ompan! será, neste caso, a procuradora dos ausentes# 3as, se um udeu n"o puder vender o seu negcio e tambm n"o o confiar a algum procurador e n"o quiser, contudo, abandoná-lo, ficará no pa*s em que vive atualmente# Nem mesmo os que ficarem sofrer"o uma piora de sua situa!"o5 sentir-se-"o aliviados da concorrncia dos emigrados, e o lema do anti-semitismo - N"o comprem em loas de udeusO - haverá cessado# ?e o dono do negcio que emigra quiser ter o mesmo negcio no novo pa*s, poderá se preparar para isto de antem"o# 4emonstremos com um e.emplo# C dono da loa Z, um grande negcio de artigos de moda, tem a inten!"o de emigrar# +stabelece de imediato uma sucursal no futuro lugar de residncia, qual ele enviará seus artigos recusados# Cs primeiros imigrantes pobres ser"o a clientela no novo pa*s# 2ouco a pouco, chegar"o pessoas mais e.igentes# +nt"o Z enviará artigos de melhor qualidade e, finalmente, as 9ltimas novidades# ) sucursal se tornará por si s lucrativa, enquanto que a loa central ainda subsiste# Z tem agora dois negcios5 o velho, que ele poderá vender ou entregar 36
a um representante crist"o para que o administre5 ele prprio irá assumir a dire!"o do novo# m e.emplo mais amplo5 [ e Ailho tm um grande negcio de carv"o com minas e fábricas# $omo se haverá de liquidar um comple.o de bens t"o enormeM ) mina de carv"o, com todas as suas dependncias, poderá ser adquirida pelo +stado em que se encontra situada# Cu a Je"ish #ompan! pode comprá-la e pagá-la, em parte com terras no novo pa*s e outra parte em dinheiro# Cu será fundada uma sociedade por a!es, a sociedade [ e Ailho# ma quarta possibilidade seria a de continuar a e.plora!"o como at agora s que, quando os proprietários emigrados retornassem, de ve% em quando, para inspecionar seus bens# seriam considerados estrangeiros, em cua qualidade go%am plenamente da prote!"o das leis nos pa*ses civili%ados# 7nsinuo t"o somente uma quinta possibilidade, especialmente frut*fera e grandiosa, porque ainda há alguns e n"o muito convenientes e.emplos dela na vida, por mais pr.ima que estea da nossa conscincia moderna5 [ e Ailho poderiam transferir sua empresa, mediante reembolso, a todos os seus atuais empregados# Cs empregados formariam uma sociedade com responsabilidade limitada e poderiam talve% pagar a [ e Ailho a quantia de amorti%a!"o, com auda da $ai.a Nacional, que n"o cobra uros usurários# Cs empregados amorti%ariam depois o emprstimo que a $ai.a Nacional ou a Je"ish #ompan! ou os prprios [ e Ailho lhes concederam# ) Je"ish #ompan! liquidará os negcios pequenos assim como os maiores# + enquanto os udeus emigram tranquilamente para fundar a nova pátria, a #ompan! será erigida como a grande pessoa ur*dica, dirigirá o .odo, cuidará dos bens abandonados, garantirá com sua fortuna vis*vel, palpável, a boa ordem com que se levar"o a cabo seus negcios, e sairá como fiadora permanente dos que á tiverem emigrado#
Q)=)N&7)? 4) #O(P)N* 4e que forma a #ompan! garantirá que n"o se produ%a um empobrecimento e n"o se srcinem crises econImicas nos pa*ses abandonadosM Já dissemos que convidaremos os anti-semitas honestos - respeitando o seu critrio independente, que apreciamos muito - a colaborar com nossa obra como autoridades populares de controle# 3as o +stado tambm tem interesses fiscais que podem ser preudicados# 2erde uma classe de contribuintes mal conceituada sob o ponto de vista pol*tico, mas muito apreciada sob o financeiro# ?erá preciso oferecer-lhe uma indeni%a!"o# 37
) ofereceremos indiretamente, dei.ando no pa*s os negcios organi%ados com nossa sagacidade e nosso %elo udaicos, permitindo que os concidad"os crist"os ocupem nossos postos abandonados, possibilitando assim uma ascens"o das massas ao bem-estarD evolu!"o sem precedentes pelo seu caráter inofensivo# ) revolu!"o francesa mostrou, em pequena escala, algo parecidoD mas para isto teve de fa%er orrar torrentes de sangue sob a guilhotina, era todas as prov*ncias da na!"o e nos campos de batalha da +uropa# +, para isto, tiveram de ser invalidados direitos herdados e adquiridos# + s os astutos compradores dos bens nacionais enriqueceram-se com isto# 4ada a esfera de a!"o da Je"ish #ompan!, esta poderá tambm beneficiar diretamente os diversos +stados# +m todos os lugares, pode-se assegurar aos governos a venda dos bens dos udeus em condi!es favoráveis# Cs governos, por sua ve%, podem utili%ar esta e.propria!"o em larga escala, acordada amistosamente para certas melhorias sociais# ) Je"ish #ompan! audará aos governos e parlamentos a dirigir a migra!"o interna dos cidad"os crist"os# ) Je"ish #ompan! tambm pagará grandes impostos# ) sede central seráprivado, em ondres a #ompan! deverá potncia estar, noque quen"o di% respeito ao direito sob aporque prote!"o de uma grande sea atualmente anti-semita# 3as a #ompan!, quando for apoiada oficial e oficiosamente, irá converter-se em todos os lugares num rico fil"o de impostos# +la fundará estabelecimentos, filiais e sucursais em todos os lugares, que poder"o ser onerados com impostos# )lm disto, oferecerá a vantagem de transferir os bens imveis duas ve%es consecutivasD isto significará que ser"o feitas duas escrituras e, portanto, os direitos ser"o cobrados duas ve%es# ) #ompan! aparecerá transitoriamente como compradora at nos casos em que ela n"o intervm, mas como agente de bens imveis# Aigurará por um momento no cadastro como proprietária, ainda que n"o queira possuir nada# +stas s"o coisas de puro cálculo# ?erá preciso averiguar e estabelecer cada lugar onde a #ompan! pode ir sem da colocar em +stes perigover"o a sua e.istncia#a 4iscutirá francamente com os ministros fa%enda# claramente boa f e dar"o em todos os lugares as facilidades que demonstrem ser necessárias para levar a cabo o grande empreendimento# Cutro benef*cio direto será aquele obtido no transporte de cargas e tráfego de viaantes# Cnde as ferrovias forem do +stado, a coisa fica clara# Cnde as ferrovias pertencerem a pessoas particulares, a #ompan! obterá facilidades análogas s que se d"o para qualquer grande empresa de transportes# claro que a #ompan! deverá fa%er a nossa gente viaar e transportar seus obetos pelo pre!o mais bai.o poss*vel, á que cada um fará a viagem por conta prpria# 38
2ara a classe mdia, pode-se adotar o sistema de $oo', para as pessoas pobres o de (porte( de pessoas# ) #ompan! poderia ganhar muito com a redu!"o das tarifas de transportes de pessoas e cargas, mas tambm a este respeito o princ*pio deverá ser o de cobrar somente 5 quantia indispensável para sua prpria conserva!"o# C comrcio de e.pedi!"o, em muitos lugares do mundo, está em m"os de udeus# )s empresas de transportes ser"o as primeiras das quais a #ompan! se servirá e as primeiras que liquidará# Cs proprietários das empresas passam ao servi!o da #ompan! ou s5 estabelecem livremente no novo pa*s# No lugar de chegada ser"o necessários e.pedidores destinatários, e como isto um negcio que se sobressai nesta linha de atividade, n"o faltar"o homens que se dediquem a este empreendimento# desnecessário estender-se a respeito desta e.pedi!"o em massa# +stes dever"o ser fi.ados de acordo com o fim almeado e muitos homens inteligentes dever"o discorrer sobre a melhor maneira de levá-la a cabo# )Q3)? )&7;74)4+? 4) #O(P)N* 3uitas atividades influir"o umas sobre as outras# m e.emplo - um entre tantos5 pouco a pouco a #ompan! produ%irá obetos industriais nas colInias que iniciaram seu trabalho em condi!es primitivas# 2rimeiro para nossos prprios emigrantes pobres5 vestidos, roupas brancas, cal!ados etc#, fabricados em srie, posto que nossa gente pobre será equipada nos pontos de partida da +uropa# $om isto n"o se lhes fa% nenhum favor, porque n"o se deve humilhá-los# ?implesmente se troca sua roupa velha por outra nova# ?e a #ompan! perder algo com isto, o registrará nos seus livros como perda# Cs que n"o possuem nada em absoluto ter"o uma d*vida com a #ompan!5 pagar"o no novo pa*s com horas e.tras de trabalho, das quais ser"o e.imidos se tiverem bom comportamento# Nestes assuntos que as numerosas sociedades de prote!"o aos emigrantes tm de colaborar# elas costumavam fa%er at agora plosoportunidade udeus emigrantes, dever"o &udo fa%-loque futuramente plos colonos da Je"ish #ompan!# )s formas de tal colabora!"o ser"o facilmente encontradas# No prprio ato de equiparar os emigrantes pobres deve haver algo simblico# ;ocs come!am agora uma outra vidaO ) Soiet! of Je"s procurará fa%er com que muito antes da partida - e tambm durante a viagem - se crie um ambiente de solenidade por meio de ora!es, conferncias populares, informa!es sobre o obetivo da empresa, prescri!es higinicas referentes aos novos lugares de moradia, instru!es para o futuro trabalho# 2osto que a &erra 2rometida o pa*s do trabalho, os imigrantes ser"o recebidos, quando chegarem, em um ato 39
solene por nossas autoridades supremas# ?em 9bilo insensato, porque a &erra 2rometida tem de ser conquistada pela for!a do trabalho# 3as aqueles pobres homens á dever"o sentir que est"o em casa# ) ind9stria do vestido, criada pela #ompan! para os emigrantes pobres, n"o produ%irá sem um plano prefi.ado# )travs da Soiet! of Je"s, que terá recebido as informa!es dos grupos locais, Je"ish #ompan! deverá conhecer, em tempo hábil, o n9mero, o dia de achegada e as necessidades dos imigrantes# 4este modo poder-se-á prov-los adequadamente#
AC3+N&C @ 7N4\?&=7) )s tarefas da Je"ish #ompan! e da Soiet! of Je"s n"o podem ser e.postas rigorosamente separadas no presente esbo!o# Na prática, estes dois grandes rg"os ter"o que trabalhar constantemente untos# ) #ompan! se respaldará sempre na autoridade e prote!"o morais da Soiet!, do mesmo modo que esta n"o poderá prescindir da auda material daquela# 2or e.emplo, o fato de que a ind9stria de vestuário sea dirigida conforme um plano racional, nos revela o intento embrionário de evitar a crise naque produ!"o# +mdesta todosmaneira# os ramos em que a #ompan! apare!a como industrial, terá proceder 3as n"o deve de modo algum aproveitar-se de seu predom*nio para afogar as empresas de livre iniciativa# ?omos coletivistas somente quando as enormes dificuldades que a tarefa apresenta assim o e.igirem# 4efenderemos e protegeremos o indiv*duo e seus direitos com e.ce!"o unicamente destes casos# ) propriedade particular se desenvolverá entre ns, livre e respeitada, como base econImica da independncia# Aaremos com que nossos primeiros uns'illed labourers possam go%ar o quanto antes da propriedade particular# C esp*rito empreendedor deverá ser estimulado em todas as suas formas# C estabelecimento de ind9strias será favorecido por meio de uma pol*tica alfandegária prudente, procurando matria prima barata, e de um escritrio de estat*sticas industriais, que publicará boletins informativos# C esp*rito de empresa poderá ser estimulado de um modo s"o# +vita-se assim a desorienta!"o que costuma condu%ir especula!"o# C estabelecimento de novas ind9strias será anunciado oportunamente, de modo que as pessoas que estiverem pensando em dedicar-se a tal ou qual ind9stria dentro de seis meses n"o o fa!am em um momento de crise, na misria# $omo o obetivo de cada novo estabelecimento terá de ser declarado diante da Soiet!, todo mundo poderá se inteirar da situa!"o da ind9stria a qualquer momento#
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)lm disto, será oferecida m"o-de-obra centrali%ada aos empresários# C fabricante se dirigirá bolsa de trabalho, que s cobrara dele uma contribui!"o destinada sua prpria manuten!"o# C empresário enviará o seguinte telegrama5 (Necessito para amanh" e durante trs dias, trs semanas ou trs meses, quinhentos uns'illedO( No dia seguinte, chegar"o sua empresa agr*cola ou industrial os quinhentos homens pedidos, que o escritrio central reuniu aqui e ali, e.atamente lá onde estavam dispon*veis# ) emigra!"o errante se transformará numa institui!"o com fins superiores, chegando a ter a categoria de e.rcito organi%ado# N"o se tratará, evidentemente, de escravos do trabalho, mas somente homens que trabalhar"o sete horas diárias e aos quais, como continuar"o organi%ados, corresponder"o cargos, promo!es e penses por todo o tempo que tenham trabalhado, ainda que tenham se trasladado de um lugar para outro# C livre empresário, se quiser, poderá conseguir trabalhadores de outro modo# 3as será dif*cil para ele# ) Soiet! saberá impedir a entrada no pa*s de escravos do trabalho que n"o seam udeus, sea boicotando aos industriais recalcitrantes, sea criando dificuldades no tráfego e outras coisas do gnero# ?erá obrigado a aceitar aqueles que trabalham sete horas diárias# 4esta maneira nos apro.imamos, sem recorrer a meios coercitivos, da ornada normal de sete horas# +?&)B++$73+N&C 4+ &=)B)/)4C=+? H)7A7$)4C? evidente que, tudo que foi dito a respeito uns'illed ainda mais facilmente aplicado caso se trate trabalhadores qualificados# Cs operários podem ser inclu*dos na mesma categoria# C escritrio central cuidará deles e arranará trabalho# No que toca aos artes"os que trabalham por conta pio e aos pequenos mestres, aos quais queremos alentar e proteger, de um modo especial, em vista dos futuros progressos, proporcionando-lhes conhecimentos tcnicos - mesmo quando n"o forem mais ovens - administrando-lhes os cavalos-vapor, gerados nos cursos deindependentes água, assim tambm como aselu% por meio fios eltricosD trabalhadores procurados e encontrados por estes meio da Soiet!# Nestes casos, o grupo local irá se dirigir $entral5 Necessitamos de tantos e tantos carpinteiros, serralheiros vidraceiros etc# ) $entral fará saber aos interessados, que trasladar"o com suas fam*lias aos lugares onde s"o necessáriosD e se radicar"o ali, posto que n"o s"o oprimidos por u concorrncia desenfreada# ) pátria duradoura, a boa pátria, haverá surgido para eles#
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3+7C? 4+ =+N7= AN4C? &omamos em conta, como capital em a!es da Je"ish #ompan!, uma quantidade que pode parecer fantástica# C montante de capital em a!es, que será realmente necessário, terá de ser fi.ado plos fa%endeiros# 4e todo modo, será soma enorme# $omo se haverá de reunir esta quantiaM 2ara isto há trs maneiras, que ser"o e.aminadas pela Soiet!# +sta, a grande pessoa moral, o gestor dos udeus, irá se compor de nossos melhores homens e daqueles com maior probidade, que n"o poder"o nem dever"o obter ganho algum no assunto# +mbora a Soiet!, no come!o, n"o possa ter mais do que uma autoridade moral, esta será, no entanto, suficiente para creditar a Je"ish #ompan! diante do povo udeu# ) Je"ish #ompan! s terá perspectivas de .ito comercial quando levar o carimbo, por assim di%er, da Soiet!# 7sto quer di%er que n"o poderá se reunir um grupo qualquer de financistas para constituir a Je"ish #ompan!# ) Soiet! e.aminará, escrutinará e imporá suas condi!es e, antes de aprovar a funda!"o, fará com que se dem todas as garantias necessárias para a reali%a!"o conscienciosa deste plano# N"o se dever"o fa%er e.perincias com for!as insuficientes, pois esta empresa terá de dar certo na primeira tentativa# C fracasso comprometerá a ideia por dcadas inteiras e talve% a impossibilitasse para sempre# )s trs maneiras de reunir o capital em a!es s"o5 1L por meio dos grandes capitalistasD ]L por meio dos bancos das classes mdiasD SL por subscri!"o popular# ) funda!"o por parte dos grandes capitalistas seria a mais fácil, rápida e segura# Neste caso o dinheiro necessário poderia ser reunido no m*nimo de tempo, por simples delibera!"o no seio dos grandes grupos financeiros e.istentes# 7sto ofereceria a vantagem de que um bilh"o - para nos atermos quantia que admitimos - n"o teriam que ser desembolsados imediatamente e a outra vantagem de que tambm o crdito daqueles poderosos grupos financeiros redundaria em proveito da empresa# ) potncia financeira dos udeus encerra muit*ssimas for!as pol*ticas latentes ainda n"o utili%adas# +sta potncia financeira , no di%er de todos os inimigos do uda*smo, t"o efica%, como poderia s-lo, mas na realidade n"o o #
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Cs udeus pobres sentem somente o dio que esta potncia financeira provocaD o proveito, o al*vio de seus sofrimentos, que seria poss*vel conseguir, isto n"o atinge os udeus pobres# ) pol*tica de crditos dos grandes financistas udeus teria de ser posta a servi!o da ideia nacional, mas se aqueles senhores, t"o contentes com sua situa!"o, n"o se sentirem impelidos a fa%er algo por seus irm"os de ra!a, aos que inustamente se responsabili%am pelas grandes fortunas que somente algum entre eles tm, a reali%a!"o do presente plano brindará uma ocasi"o para estabelecer com todo rigor uma linha divisria entre eles e os demais setores do uda*smo# N"o será e.igido dos grandes capitalistas que facilitem uma quantia t"o grande por pura caridade# ?eria uma pretens"o insensata# Cs fundadores e acionistas da Je"ish #ompan! haver"o de fa%er um bom negcio e poder"o dar-se conta, de antem"o, de todas as perspectivas que se oferecem a eles# ) Soiet! of Je"s facilitará todos os documentos e e.pedientes para eles, atravs dos quais poder"o conhecer as possibilidades da Je"ish #ompan!# ) Soiet! of Je"s terá averiguado, sobretudo, o alcance do novo movimento #ompan! udaico e poderá fornecer autnticos acerca do n9meroaosde fundadores interessadosdacom que sedados poderáe.atos contar#e $riando a estat*stica udaica moderna, que haverá de abranger todos os aspectos da vida udaica, a Soiet! servirá de soiet+ d,+tudes para a #ompan!, tal como se costuma organi%ar na Aran!a, antes que se passe ao financiamento de uma grande empresa#
&alve% o assunto n"o obtenha, contudo, a aprova!"o t"o preciosa dos magnatas financeiros udeus# poss*vel que estes at cheguem a iniciar a campanha contra nosso movimento udaico por meio de seus servidores e agentes secretos# &al luta, como qualquer outra que nos sea imposta, ns a sustentaremos sem usar luvas de pelica# Cs magnatas do dinheiro, talve%, se contentem em desembara!ar-se do assunto com um sorriso que denuncie a sua reei!"o# +stará ent"o perdida a causaM N"o# +ntraremos, em seguida, na segunda etapa para buscar o dinheiro, recorrendo aos udeus medianamente ricos# Cs bancos das classes mdias udaicas teriam de coligar-se, em nome da ideia nacional, contra os grandes capitalistas, chegando a formar outra formidável potncia financeira# 7sto tem o inconveniente de que, no come!o, n"o se trataria de mais do que algumas transa!es monetárias, posto que um bilh"o teria de ser desembolsado por inteiro - de outro modo n"o se deve nem come!ar - e como este dinheiro s 43
seria empregado pouco a pouco, n"o se fariam, nos primeiros anos, sen"o negcios bancários e emprstimos# N"o está e.clu*da a possibilidade de que esta maneira acabe fa%endo com que caia, pouco a pouco, no esquecimento qual era a meta que se perseguia a princ*pio5 os udeus acomodados teriam encontrado um novo grande negcio e a imigra!"o dos udeus seria estancada# sabido que esta maneira de reunir fundos n"o nada fantástica# +m diversas ocasies tratou-se de reunir o dinheiro catlico para fa%er frente aos grandes capitalistas# )inda n"o se deram conta de que tambm se pode combat-los com o dinheiro udeu# 3as, que crise n"o seria motivada por tudo istoO $omo seriam preudicados os pa*ses onde se sustentassem tais lutas financeiras, e como haveria de acrescentar-se o anti-semitismo como consequncia delasO ) mim, esta solu!"o n"o agradaD cito-a somente porque constitui uma etapa do desenvolvimento lgico do racioc*nio# )lm disto, n"o sei se os bancos mdios far"o eles a iniciativa# +m todo caso, a causa tampouco estará perdida com a recusa por parte daqueles que possuem fortunas mdias# )o contrário# ent"o que será dada a partida# 2orque a Soiet! of Je"s, que n"o se compe de homens de negcios, poderá ent"o tratar de fundar a #ompan! como institui!"o do povo# C capital em a!es da #ompan! poderá ser reunido - sem media!"o de um sindicato dos grandes financistas, nem dos bancos de porte mdio - por meio de uma subscri!"o direta# N"o somente dos udeus pobres mas, tambm, dos crist"os que quiserem se desfa%er dos udeus, que poder"o subscrever com a soma que quiserem, at mesmo a menor delas# ?eria uma forma nova e srcinal de plebiscito, em que todo aquele que quisesse se declarar a favor deste modo de resolver o problema udaico, poderia manifestar sua opini"o por meio da subscri!"o srcinal# ) condicionalidade sua melhor garantia# C pagamento integral estaria subscritoD em caso contrário seriam devolvidas as quotas# 3as, se a quantia total necessária fosse coberta por meio da subscri!"o popular no mundo inteiro, cada uma das pequenas quantias estaria garantida pela infinidade das demais pequenas quantias# Naturalmente, para tudo isto seria necessária a auda oficial e decidida dos governos interessados# OS GRUPOS LOCAIS C &=)N?2)N&+ 44
)t aqui, s assinalamos como a emigra!"o devera ser organi%ada sem que se produ%am transtornos econImicos# +ntretanto, uma imigra!"o desta nature%a tambm será acompanhada por uma srie de agita!es de >nimo fortes e profundas# +.istem costumes antigos, lembran!as atravs das quais ns, seres humanos, estamos intimamente ligados aos lugares# &emos ber!os, temos t9mulos e á sabemos que os t9mulos s"o para o cora!"o udeu# Huanto aos ber!os, ns os levaremos conosco5 neles dormita, rosado e sorridente nosso futuro# &eremos que abandonar nossos queridos t9mulosD creio que o separar-se deles será o que causará mais pena a ns, que somos um povo ávido por bens# 3as isto terá que acontecer# ) necessidade econImica, a press"o pol*tica e o dio social á nos afastam dos lugares em que vivemos e tambm de nossos t9mulos# Já na atualidade, os udeus se trasladam, a cada momento, de um pa*s para outro# ma forte corrente at atravessa o mar para dirigir-se aos +stados nidos, onde tampouco nos querem# Cnde ir"o nos querer at que n"o tenhamos a nossa prpria pátriaM 3as ns queremos dar aos udeus uma pátria# N"o arrancando-os violentamente do terreno a que est"o apegados, mas desenrai%ando-os cuidadosamente para transplantá-los em um solo melhor# 2or mais decididos que esteamos a provocar uma mudan!a na situa!"o pol*tica e econImica, pensamos, porm, quanto a estes sentimentos, em conservar tudo o que antigo como coisa sagrada# imitar-me-ei a algumas indica!es a este respeito# Neste ponto reside o maior perigo de que o plano sea tomado por uma fantasia# +, contudo, tambm poss*vel e reali%ávelD s que na realidade se apresenta como algo confuso e inefica%# 3as organi%ando-o, pode-se fa%er dele uma coisa muito ra%oável# ) +37Q=)VUC $C+&7;) Nossa gente haverá de emigrar em grupos# +m grupos de fam*lias e amigos# Ningum obrigado a se reunir com o grupo do lugar em que viveu at agora# $ada qual, aps haver liquidado seus assuntos, poderá viaar como quiser# 2orque cada um o fa% por conta prpria, na classe de trem e de navio que lhe convenha# Nossos trens e nossos vapores ter"o, talve%, classe 9nica# +m viagens t"o longas, a diferen!a de fortunas deprime um pouco aos pobres# + ainda que n"o esteamos levando nossa gente para se divertir, n"o queremos, porm, que percam o bom humor durante a viagem# 45
Ningum fará a viagem na misria# ?erá feito todo o poss*vel para que os viaantes esteam rodeados por todos os tipos de comodidades# 3uito antes da partida, as pessoas combinar"o sua emigra!"o comum Kno melhor dos casos, transcorrer"o anos at que o movimento tome impulso em certas classes do nosso povoLD as pessoas acomodadas se reunir"o em grupos de viagem# $ada um levará consigo suas rela!es pessoais# ?abemos que, com e.ce!"o dos mais ricos, os udeus quase n"o tm rela!es com os crist"os# +m alguns pa*ses ocorre que os udeus que n"o mantm alguns parasitas, pessoas que sabem pedir dinheiro com ast9cia e pu.a-sacos, n"o conhecem nenhum crist"o# C gueto persiste em seu interior# )s classes mdias se preparar"o com muita antecedncia e cuidado para a partida# $ada lugar constituirá seu grupo# Nas grandes cidades formar-se-"o muitos, um em cada bairro, e manter"o rela!es entre si por meio de representantes eleitos# +sta divis"o por bairros n"o obrigatria, em absoluto# Na realidade, tem por obetivo dar certas facilidades aos economicamente necessitados e evitar que durante a viagem apare!a o descontentamento ou a nostalgia# $ada um livre para viaar s ou unir-se ao grupo local que quiser# )s condi!es s"o, dentro das mesmas classes, iguais para todos# ?e um grupo de viaantes estiver organi%ado em n9mero suficientemente grande, a #ompan! lhe facultará um trem inteiro e, posteriormente, um navio inteiro# C devido aloamento dos pobres estará a cargo do escritrio correspondente da #ompan!# 3ais tarde, quando as pessoas acomodadas emigrarem, a consequente necessidade - por ser fácil de prever - á haverá motivado a constru!"o de hotis por empresários particulares# )lm disto, os emigrantes com fortuna á ter"o mandado construir suas residncias anteriormente, de sorte que n"o ter"o que fa%er mais do que mudar da velha casa abandonada para a nova, que á estará pronta# N"o teremos que assinalar a tarefa a nossos intelectuais# &odo aquele que aderir ideia nacional saberá como trabalhar em seu ambiente para propagá-la e incitar a colabora!"o ativa# )pelaremos, em primeiro lugar, colabora!"o de nossos rabinos# NC??C? =)B7NC? $ada grupo terá seu rabino, que acompanhará sua congrega!"o# &odos se agrupar"o livremente# C grupo local se reunirá em torno do rabino# /averá tantos grupos locais quantos forem os rabinos# Cs rabinos ser"o os primeiros a nos compreender, os primeiros a se entusiasmar com a causa, entusiasmando os demais a partir do p9lpito# N"o preciso convocar assembleias, onde se 46
perde tempo com palavras v"s e ociosas# 7sto será intercalado no servi!o religioso# + assim que deve ser# =econhecemos nossa unidade histrica somente por meio da f de nossos pais, uma ve% que desde há muito tempo nos identificamos, irremediavelmente, com os idiomas das diversas na!es# Cs rabinos receber"o sempre as informa!es da #ompan! e as dar"o a conhecer e as e.plicar"o sua comunidade# 7srael rogará por ns, por si prprio# 2+??C)? 4+ $CNA7)NV) 4C? Q=2C? C$)7? Cs grupos locais nomear"o pequenas comisses de pessoas de confian!a, sob a presidncia dos rabinos# +las deliberar"o e decidir"o sobre as medidas práticas, segundo o que as necessidades locais e.igirem# )s institui!es de beneficncia ser"o transplantadas livremente plos grupos oficiais# Cs donativos ficar"o reservados, no novo pa*s, para o antigo grupo localD os edif*cios, em meu parecer, n"o precisariam ser vendidos e, sim, destinados aos crist"os necessitados das cidades abandonadas# +ssa circunst>ncia será levada em conta quando se repartirem as terras no novo pa*s, de sorte que eostodo grupos receber"o como recompensa terrenos grátis para a constru!"o tipolocais de facilidades para edificar# No transplante das institui!es de beneficncia, como em muitos outros pontos deste plano, será oferecida a oportunidade para fa%er uma e.perincia em benef*cio de toda a humanidade# Na atualidade, nossa desordenada beneficncia privada fa% pouco com rela!"o aos enormes gastos# )s institui!es de beneficncia podem e devem ser organi%adas de acordo com um plano sistemático, para que possam completar-se mutuamente# N"o dif*cil criar tal organi%a!"o numa sociedade nova, baseada na conscincia moderna e em todas as e.perincias pol*tico-sociais# C assunto muito importante para ns, porque temos muitos mendigos# Cs fracos de caráter entre ns entregam-se muito facilmente mendic>ncia, devido press"o e.terna que os desanima e caridade indulgente dos ricos, que os vicia cada ve% mais# ) Soiet!, audada plos grupos locais, prestará a maior aten!"o educa!"o do povo no tocante a este ponto# 2ara muitas for!as, que agora se debilitam sem ser utili%adas, um terreno frtil se abrirá# )quele que tiver apenas boa vontade será empregado convenientemente# N"o ser"o tolerados os mendigos# Huem n"o quiser trabalhar nas condi!es de homem livre, o fará na casa de corre!"o# N"o queremos colocar os ancies no asilo# C asilo um dos benef*cios mais cruis que nossa nscia sociedade inventou# 47
No asilo, os velhos quase morrem de vergonha e humilha!"o# 2ara di%er a verdade, á est"o enterrados nestes institutos# 7remos dei.ar-lhes at o final a ilus"o de sua utilidade, at mesmo aqueles que se encontram nos degraus mais bai.os da inteligncia# Cs que forem incapa%es de fa%er trabalhos bra!ais, far"o trabalhos fáceis# &emos de contar com os pobres atrofiados de uma gera!"o que agora está se debilitando# 3as as gera!es vindouras haver"o de ser educadas de outro modo, na liberdade e para a liberdade# 2rocuraremos para todas as idades, para todos os graus de vida, a satisfa!"o moral que o trabalho proporciona# 4esta maneira, nosso povo recuperará o vigor no pa*s onde vigore a ornada de sete horas# 2)NC? 4+ $74)4+? Cs grupos locais confiar"o a escolha do lugar a seus delegados# )o repartir as terras, prestar-se-á especial aten!"o para que sea poss*vel o transplante cuidadoso de tudo o que legal# Cs planos das cidades ser"o e.ibidos nos grupos locais# Nossa gente saberá de antem"o para onde irá, a quais cidades e em que viverá# Já falamos dos planos de urbani%a!"o e das correspondentes representa!es gráficas, acess*veis a todas as inteligncias, que haver"o de ser entregues aos grupos locais# +nquanto o princ*pio que rege a administra!"o o de uma centrali%a!"o rigorosa, nos grupos locais regerá o de uma completa autonomia# ? deste modo pode-se levar a cabo o transplante sem dor# ) +37Q=)VUC 4)? $)??+? 347)? )s classes mdias ser"o arrastadas, sem querer, pelo movimento# Cs filhos de alguns estar"o no novo pa*s na qualidade de empregados da Soiet! ou da #ompan!#
)dvogados, mdicos, tcnicos de todas as especialidades, comerciantes ovens, todos os udeus que, devido press"o e.ercida sobre eles em suas pátrias, se dirigem a outros lugares do mundo em busca de trabalho para ganhar a vida, todos eles se reunir"o na &erra 2rometida# Cutros ter"o casado suas filhas com homens de obetivos t"o elevados# +m seguida, alguns ovens far"o vir suas noivas, outros a seus pais e irm"os# Nas culturas nascentes, as pessoas se casam ovens# 7sto s pode ser benfico para a moralidade geral e teremos filhos fortes e n"o debilitados, frutos de casamentos tardios, cuos contraentes gastaram suas for!as anteriormente na luta pela vida# Nas classes mdias, cada emigrante trará outro atrás dele# 48
+ntende-se que, aos auda%es corresponderá o melhor do novo mundo# 2arece, contudo, que precisamente neste ponto que se fundamenta a maior dificuldade deste plano# 3esmo que logremos submeter o problema udaico a uma sria discuss"o internacionalD mesmo que desta discuss"o se chegue, sem dei.ar margem para d9vidas, conclus"o de que o +stado udeu uma necessidade universalD mesmo quando a soberania de umsem territrio a auda dos outros governos5 como obtivermos levaremos as massas udias, e.ercercom press"o alguma sobre elas, dos lugares em que vivem atualmente para aquele novo pa*sM ) emigra!"o n"o está concebida como livre, voluntáriaM C A+N^3+NC 4) 3)??) $reio que n"o teremos que nos esfor!ar muito para dar impulso ao movimento# Cs anti-semitas o far"o por ns# Basta que continuem com suas atividades, como tm feito at agora, para que o deseo de emigrar nas!a nos udeus que ainda n"o o tm e se intensifique naqueles em que á e.iste# ?e os udeus permanecem atualmente nos pa*ses de tendncia anti-semita, isto se deve a que, como sabem at os que carecem de conhecimentos da histria, as in9meras mudan!as de lugar no decorrer dos sculos nunca foram de auda duradoura para ns# ?e houvesse atualmente um pa*s onde os udeus fossem acolhidos com simpatia e se lhes brindasse muito menos vantagens do que as que lhes ser"o garantidas no +stado udeu - quando este nascer -, n"o demoraria para produ%ir-se um movimento emigratrio na dire!"o daquele pa*s# Cs mais pobres, que n"o tm nada a perder, se arrastariam para lá# 3as eu digo, e cada um saberá por si mesmo se isto está certo, que o deseo de emigrar devido press"o que pesa sobre ns e.iste at nas nossas classes acomodadas# 2ois bem5 os pobres ser"o capa%es de fundar o +stado por si mesmosD eles s"o, sem d9vida, o material humano mais apto para a tomada de posse de um pa*s, porque para os grandes empreendimentos preciso estar um pouco desesperado# 3as nossos (desesperados(, fa%endo subir o valor da terra por sua pura e simples apari!"o e pelo seu trabalho, ir"o despertando nos que levam uma vida abastada o deseo de emigrar atrás deles# ) emigra!"o será interessante para camadas cada ve% mais elevadas# ) Soiet! e a #ompan! dirigir"o a emigra!"o dos primeiros a partirem, dos mais pobres, e para isto obter"o, com certe%a, a auda das agncias de emigra!"o e das sociedades sionistas á e.istentes# $omo se pode condu%ir uma massa para um ponto determinado sem e.ercer press"o sobre elaM 49
+.istem alguns grandes benfeitores udeus que est"o procurando aliviar os sofrimentos dos outros por meio de e.perincias sionistas# +stes benfeitores tiveram de encarar o problema e acreditam solucioná-lo dando aos emigrantes dinheiro ou meios de trabalho# &al benfeitor di%ia5 (2ago s pessoas para que emigrem(# 7sto algo absolutamente equivocado e n"o pode ser conseguido, nem com todo o dinheiro do mundo# ) #ompan!, ao contrário, dirá5 (N"o pagamos a vocsD fa%emos vocs pagarem# 3as lhes brindamos com algo(# ;ou ilustrar com um e.emplo humor*stico# ?uponhamos que um destes benfeitores, ao qual chamaremos o bar"o, e eu deseemos que, numa tarde calorosa de domingo, uma multid"o se re9na na plan*cie de ongchamps, perto de 2aris# C bar"o, caso prometa 10 francos para cada um, fará com que, por du%entos mil francos, vinte mil infeli%es banhados em suor saiam, maldi%endo-o pelo incImodo que lhes causou# +u, pelo contrário, destino aquela quantia para premiar o cavalo de corridas mais velo% e em seguida impe!o a entrada de pessoas em ongchamps por meio de barreiras# Huem quiser entrar precisa pagar5 um, cinco ou vinte francos# C resultado serádeque reunirei meio milh"o de homensD o presidente da rep9blica chega carro a -a .aumont , a multid"o se rego%ia e se diverte consigo mesma# 2ara a maioria, apesar do calor abrasador e do p, uma atividade recreativa ao ar livre, e eu lhes cobrei plos ]00#000 francos investidos, um milh"o a t*tulo de direitos de entrada e impostos sobre as apostas# +u, quando quiser, conseguirei que as mesmas pessoas se encaminhem para láD o bar"o, n"o5 o bar"o nunca conseguirá por pre!o algum# C fenImeno de massa se revela para ns de um modo mais srio quando se trata de ganhar a vida# Hue algum fa!a o teste de anunciar pelas ruas de uma cidade o seguinte5 ()quele que permanecer de p o dia inteiro em um galp"o de ferro, completamente isolado, aguentando um frio espantoso no inverno, um calor atro% no ver"o e oferecer a todos os transeuntes artigos de camelo, pei.es ou frutas, receberá ] florins ou francos ou o que quer que sea(# Huantos homens se poderá conseguir para tal empresaM + se aceitarem, impulsionados pela fome, quantos dias resistir"oM + se resistirem, que empenho ter"o em atrair os transeuntes para que comprem frutas, pei.es ou artigos de cameloM Ns procedemos de outro modo# Nos pontos onde há mais tráfego, e podemos achar estes pontos mais facilmente quando ns mesmos dirigimos o tráfego para onde queremos, levantaremos galpes espa!osos e os chamaremos de mercados# Nossos galpes poder"o ser piores e menos higinicos que os 50
mencionados acima e, mesmo assim, as pessoas afluiriam# 3as os construiremos mais bonitos e melhores, com toda nossa boa vontade# + estas pessoas, a quem nada prometemos porque nada podemos prometer se n"o quisermos enganá-las, estas pessoas honradas e hábeis nos negcios far"o surgir, em meio alga%arra, um animado movimento de mercados# &entar"o infatigavelmente persuadir os compradores e, ficando de p o dia todo, pode ser que apenas sintam a fadiga# N"o s acudir"o todos os dias para serem os primeiros, mas fundar"o sociedades e verdadeiros trusts, fa%endo todo o poss*vel para continuar ganhando a vida deste modo# + mesmo quando, aps a ornada, o resultado for tal que n"o tenham ganho mais do que um florim e F0 'reut/ers ou trs francos ou o que quer que sea, esperar"o confiantemente pelo dia seguinte, que talve% venha a ser melhor# 7nfundiremos neles novas esperan!as# Huerem saber como faremos para que haa demanda suficienteM ?erá que terei de e.plicar tudo de novoM 3ostrei, anteriormente, porque pela assistane par le travail se obtm um lucro quin%e ve%es maior5 por um milh"o se obtm quin%e milhesD por um bilh"o, quin%e bilhes# 3as será que tudo isto será t"o e.alo em grande escala como o em pequena escalaM Huando forem investidas grandes quantias, n"o aumentará em progress"o decrescente a renda do capitalM ?im, a renda do capital adormecido e covardemente oculto, mas n"o a do capital ativo# C capital ativo produ% uma renda que aumenta de modo lentamente progressivo, mesmo em se tratando de quantias enormes# precisamente nisto que repousa a quest"o social# ?erá que o que estou di%endo está certoM &omo os udeus mais ricos por testemunhas# 2or que eles se dedicam a tantas ind9strias diferentesM 2or que fa%em as pessoas descerem at as galerias subterr>neas para que, por um pagamento escasso e e.postos a perigos terr*veis, e.traiam o carv"oM 2areceme que isto n"o deve ser agradável nem para os prprios donos de minas# N"o creio que os capitalistas seam homens sem cora!"o, nem fino acreditar nisto# N"o quero acirrar os >nimos, mas incliná-los concilia!"o# )inda terei que e.plicar o fenImeno de massa e o modo de atra*-la em dire!"o a pontos determinados, no que concerne s peregrina!esM N"o gostaria de ferir os sentimentos de ningum por meio de palavras, que poderiam ser interpretadas erroneamente# ? recordo o significado que tem 3eca para os maometanos, ourdes e a t9nica sagrada de &rveris para os catlicos e muitos outros lugares de onde as pessoas voltam consoladas por sua f# 51
Ns tambm estabeleceremos metas para a profunda necessidade religiosa de nossa gente# Nossos sacerdotes ser"o os primeiros a nos compreender e ir"o conosco# Hueremos que no novo pa*s cada um sea feli% sua maneira# &ambm, e antes de mais nada, haver"o de s-lo nossos livres pensadores, nosso e.rcito imortal, que abre sempre novos hori%ontes para a humanidade# Nenhuma da necessária para manuten!"o docaso, +stado da ordem, serásuei!"o, imposta alm a ningum# + a medida do anecessário, neste n"oeserá fi.ada arbitrária e alternadamente por uma ou mais pessoas e, sim, por leis de bron%e# $aso se queira dedu%ir, precisamente dos e.emplos tra%idos por mim, que as massas n"o podem ser levadas a n"o ser transitoriamente a tais metas da f, do trabalho e do pra%er, fica fácil refutar esta obe!"o# ma s meta n"o se constituirá mais do que um ponto de atra!"oD untas conseguem ret-las e satisfa%-las permanentemente, pois o conunto destes pontos de atra!"o constitui a grande unidade procurada durante muito tempo e qual nosso povo nunca dei.ou de aspirar e para a qual tem sido conservado pela press"o e.terna5 a pátria livre# ?e o movimento tomar forma concreta, atrairemos uns, faremos seguir os outros, arrastaremos os demais, e os 9ltimos ser"o empurrados atrás de ns# Cs medrosos, os retardatários se encontrar"o na pior situa!"o, tanto nos pa*ses em que residem atualmente como no novo# 3as os primeiros a emigrar, os fervorosos, entusiastas e valentes ocupar"o os melhores postos# NC??C 3)&+=7) /3)NC N"o há nenhum povo acerca do qual haa tantas opinies t"o equivocadas como os udeusD chegamos a nos sentir t"o oprimidos e desalentados, como consequncia dos sofrimentos histricos que at as tornamos nossas e as repetimos como tais# ?egundo uma das falsas afirma!es, ns udeus somos desmedidamente afei!oados pelo comrcio# 2ois bem5 sabido que, quando podemos participar do movimento ascendente de classes, nos afastamos bem depressa do comrcio# ) maioria dos comerciantes udeus fa% seus filhos estudaremD da* vem o predom*nio do elemento udeu nas profisses que requerem estudos universitários# 3as nas classes econImicas inferiores, nossa afei!"o ao comrcio tampouco t"o grande como se supe# Nos pa*ses do leste da +uropa, há grandes massas de udeus que n"o se dedicam ao comrcio e, sim, a trabalhos manuais mais pesados# ) Soiet! of Je"s estará em condi!es de compilar uma estat*stica 52
e.ata das nossas for!as humanas# )s novas tarefas que os esperam e as perspectivas que se abrem diante deles no novo pa*s satisfar"o a nossos trabalhadores bra!ais e far"o com que muitos dos pequenos comerciantes se tornem trabalhadores bra!ais# C vendedor ambulante que atravessa a sua ornada de trabalho com o pesado fardo s costas, n"o se sente t"o feli% quanto supem seus perseguidores# 7mplantada a ornada de sete horas, poderemos converter todos aqueles homens em operários# 3esmo porque a Soiet! of Je"s se ocupará desde o princ*pio em educá-los para serem operários# C af" do lucro será estimulado de um modo s"o# &ais homens se adaptam a qualquer atividade, e bastará tornar improdutivos os pequenos comrcios para que, mesmo os atuais vendedores ambulantes, procurem outro campo de atividade# 2ara isto serviria, por e.emplo, a prote!"o s grandes loas nas quais se consegue de tudo# +ssas loas, que tm sortimento completo, á est"o agora afogando os pequenos comrcios nas grandes cidades# +m uma civili%a!"o nova, aquelas impediriam que estes surgissem# C estabelecimento de grandes loas ofereceria, alm desta, a vantagem de que, tambm, as pessoas que sentissem necessidades refinadas poderiam radicar-se imediatamente no pa*s#
2+H+NC? /RB7&C? - ?erá compat*vel com a seriedade desta obra falar, ainda que rapidamente, dos pequenos hábitos e comodidades do homem mdioM $reio que sim# + at que muito importante# 2ois esses pequenos hábitos s"o como mil fios, cada um dos quais muito tnue e pouco resistente, porm, untos formam uma corda que n"o se rompe# Neste ponto, tambm os pequenos hábitos s"o transplantados, hoe, com facilidade a todos os lugares# + há mais5 os avan!os da tcnica moderna, que este plano gostaria de empregar para o bem da humanidade, tm sido aplicados at agora para satisfa%er principalmente os pequenos hábitos# +.istem hotis no +gito e nos picos das montanhas da ?u*!a, cafs vienenses no sul da Rfrica, teatros franceses, teatros de pera alem"es na )mrica e a melhor cervea de 3unique em 2aris# ?e emigrarmos outra ve% de (itsra!im K)ntigo +gitoL n"o nos esqueceremos das panelas#
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+m cada grupo local, cada qual pode voltar a encontrar e encontrará as pequenas coisas a que estava habituado, mas as achará melhores, mais bonitas e mais agradáveis#
SOCIETY OF JEWS
E O ESTADO JUDEU
0NE1OT-O2&( 1EST-O0
+sta obra n"o dirigida aos uristasD por isto posso me limitar a esbo!ar, em linhas gerais, minha &eoria da =a%"o de +stado# 4evo, contudo, insistir um pouco na minha nova teoria, que poderá ser sustentada, certamente, mesmo em uma discuss"o em que intervenham peritos em assuntos de direito e urisprudncia# ?egundo a concep!"o de =ousseau, que hoe á chega a ser antiquada, a base do +stado o contrato social# =ousseau disse5 ()s cláusulas deste contrato s"o determinadas de tal maneira pela nature%a da negocia!"o, que a menor modifica!"o teria que viciá-las com nulidade e tomá-las sem efeito# 7sto tem por consequncia que aquelas, embora talve/ nuna tenham sido e3pressas laramente4 se5am4 contudo, idnticas em ambas as partes, aceitas tacitamente e reconhecidas em todos os lugares###( ) refuta!"o lgica e histrica da teoria de =ousseau n"o foi e n"o dif*cil, por mais terr*veis e frut*feros que tenham sido os efeitos desta teoria# 2ara C? modernos +stados constitucionais, a quest"o de determinar se antes da $onstitui!"o á e.istia um contrato social com (cláusulas n"o fi.adas e.pressamente mas inalteráveis(, n"o tem nenhum interesse prático# 4e qualquer modo, hoe as posi!es ur*dicas do governo e dos cidad"os est"o fi.adas# 3as, antes de se implantar uma $onstitui!"o, assim como ao surgir um novo +stado, estes princ*pios ur*dicos tambm tm uma import>ncia prática# Hue possam surgir +stados novos, algo que sabemos, que vemos# )s colInias se declaram independentes da metrpole, os vassalos se emancipam do soberano, territrios recm-descobertos se constituem desde o princ*pio em +stados independentes# verdade que o +stado udeu concebido como uma cria!"o totalmente srcinal em um territrio que n"o tenha ainda sido destinado para tal fim# 2orm, n"o s"o as e.tenses de terra que constituem o +stado e, sim, os homens unidos pela soberania# C povo constitui o fundamento pessoal do +stadoD o territrio, o fundamento material# + o fundamento pessoal da maior transcendncia# +.iste, por e.emplo, uma soberania sem fundamento material e que at mesmo a mais respeitada do mundo5 a soberania do 2apa# 54
Nas cincias pol*ticas, a teoria da necessidade fundada na ra%"o tem, atualmente, aceita!"o geral# +sta teoria suficiente para ustificar a srcem do +stado e n"o pode ser refutada historicamente, como o caso da teoria do contrato# No que concerne ao surgimento do +stado udeu, eu me apoio, neste escrito, totalmente na teoria da necessidade fundada na ra%"o# 3as nesta teoria se evita a quest"o da ra%"o de +stado# )s teorias da institui!"o divina do +stado, da supremacia, da srcem patriarcal e patrimonial, assim como a do contrato, á n"o correspondem concep!"o moderna# ) ra%"o do +stado procurada, ora demasiadamente no homem Kteorias da supremacia, da srcem patriarcal e do contrato socialL, ora e.clusivamente acima do homem Kinstitui!"o divinaL, ora abai.o do homem Kteoria da srcem patrimonial, ou sea, puramente materialL# ) teoria da necessidade fundada na ra%"o dei.a de responder, por convenincia ou por prudncia, quest"o# )ssunto este com o qual os filsofos do direito de todos os tempos tm se ocupado tanto, n"o pode ser uma quest"o de todo ociosa# +, com efeito, o +stado se apresenta como uma mistura de elementos humanos e sobre-humanos# 2ara as prela!es, s ve%es tensas, entre os governados e os governantes, tornase imprescind*vel uma ra%"o leg*tima# $reio que esta pode ser encontrada no negotiorum gestio# 2ara o qual preciso considerar o conunto de cidad"os como dominus negotiorum e ao governo como gestor#
Cs romanos, gra!as sua maravilhosamente desenvolvida conscincia do direito, criaram no negotiorum gestio uma preciosa obra-prima# Huando os bens de uma pessoa que n"o pode cuidar deles por si mesma, est"o em perigo, qualquer um tem o direito de intervir para salvá-los# &rata-se do gestor, o administrador dos negcios alheios# +le n"o fa% isto por encargo de ningum, ou sea, de nenhum ser humano# ) ordem ditada a ele por uma necessidade superior# 2ara o +stado, esta necessidade superior pode ser formulada de diversas maneiras e assim , nos distintos graus de civili%a!"o, de acordo com a faculdade conceituai de cada um deles# C gestio foi institu*do em benef*cio do dominus, do povo do qual o prprio gestor, naturalmente, fa% parte# C gestor administra bens dos quais coproprietário# Nesta qualidade, chega a inteirar-se das emergncias que e.igem a interven!"o, a dire!"o, tanto em tempos de pa% como de guerraD o que, em hiptese alguma, lhe confere, como co-proprietário, uma miss"o válida# +le n"o pode sen"o dar por certo, no melhor dos casos, o consenso dos inumeráveis coproprietários# C +stado nasce como resultado da luta de um povo por sua e.istncia# Nesta luta, n"o poss*vel fa%er e.tensas tramita!es para receber determinada ordem# +, mais ainda5 qualquer empreendimento em benef*cio da coletividade 55
estaria de antem"o fadado ao fracasso se fIssemos, primeiramente, obter uma decis"o formal da maioria# )s cises internas privariam o povo da defesa contra os perigos e.ternos# N"o poss*vel por todo o mundo de acordo# 2or isto, o gestor assume o comando e se pe frente de tudo# C gestor do +stado está suficientemente autori%ado quando a coisa p9blica está em perigo e o dominus se acha incapacitado para audar a si prprio, sea por falta de vontade ou por outros motivos# 4evido sua interven!"o, o gestor contrai uma obriga!"o com o dominus, obriga!"o análoga resultante de um contrato, 6uasi e3 ontratu# +ssa a rela!"o ur*dica pree.istente ao +stado, ou melhor di%endo, que nasce com ele# C gestor deve responder, ent"o, por qualquer omiss"o ou negligncia e, tambm, plos assuntos a seu cargo que n"o tenham sido condu%idos a bom termo por sua prpria culpa, assim como pela negligncia de tudo quanto se relaciona com aqueles etc# N"o e.plicarei mais detalhadamente o negotiorum gestio e sua aplica!"o ao +stado# 7sto nos distanciaria demais do assunto que estamos tratando# imito-me a citar o seguinte5 (ma ve% autori%ada a gest"o, esta tem para o dono do negcio os mesmos efeitos que se houvesse sido levada a cabo srcinariamente de acordo com suas ordens(# + o que tudo isto significa no nosso casoM C povo udeu, por viver na diáspora, está atualmente impossibilitado de cuidar ele prprio de seus assuntos pol*ticosD alm disto, em muitos lugares, acha-se sueito a uma press"o mais ou menos forte# 2recisa antes de mais nada de um gestor# $laro está que este gestor n"o deve ser um indiv*duo# &al indiv*duo seria rid*culo ou despre%*vel, á que daria a impress"o de que estaria procurando tirar vantagem da situa!"o em proveito prprio# C gestor dos udeus tem de ser uma pessoa moral, em todos os sentidos da palavra# + assim a Soiet! of Je"s# C (Q+?&C=( 4C? J4+? +ste rg"o do movimento popular, cuas caracter*sticas e fun!es e.aminaremos agora, nascerá, na realidade, antes de todos os demais# ?ua constitui!"o sumamente simples# +sta pessoa moral será composta plos udeus ingleses ativos, em cuos c*rculos eu e.pus o plano# ) Soiet! of Je"s o escritrio central do incipiente movimento udeu#
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) Soiet! persegue fins cient*ficos e pol*ticos# ) funda!"o do +stado udeu, tal como eu o concebo, pressupe uma organi%a!"o moderna, $ient*fica# ?e emigrássemos hoe de (itsra!im, n"o seria poss*vel fa%-lo da maneira ingnua dos tempos antigos# )ntes, ir*amos calcular de outro modo nosso n9mero e nossas for!as# ) Soiet! of Je"s o novo 3oiss dos udeus# C empreendimento do antigo e grande gestor dos udeus naqueles tempos de vida simples , comparada com a nossa, o que um admirável melodrama antigo representa em compara!"o com uma pera moderna# Ns e.ecutamos a mesma melodia com um n9mero muito, muit*ssimo maior de violinos, flautas, harpas, violoncelos, contrabai.os, empregando a energia eltrica, decora!es, coros, um suntuoso aparato cnico e cantores de primeira ordem# ) presente obra tem por obetivo provocar a discuss"o geral sobre o problema udaico# +spero que amigos e inimigos intervenham nela, mas n"o da forma que se costumava fa%er at agora, dos discursos sentimentais e dos insultos grosseiros# No debate haver"o de impor-se a imparcialidade, a grande%a, a seriedade e a compreens"o pol*tica# ) Soiet! of Je"s reunirá todos os pareceres de estadistas, parlamentos, comunidades udaicas e sociedades que se dirigem ao p9blico por meio da palavra falada ou escrita, em assembleias, ornais e livros# 4esta maneira, a Soiet! averiguará e saberá, pela primeira ve%, se os udeus á querem e devem emigrar &erra 2rometida# ) Soiet! receberá das comunidades udaicas do mundo todo os dados necessários para a compila!"o de uma estat*stica completa# )s tarefas pol*ticas posteriores, a e.plora!"o cient*fica do novo recursos naturais, a elabora!"o do plano unificado de estabelecimento no novo pa*s, os trabalhos preliminares administra!"o etc#, haver"o de ser dedu%idos racionalmente a que perseguem#
pa*s e de seus emigra!"o e de legisla!"o, partir dos fins
+.ternamente, a Soiet!, como á disse na parte geral, deve tratar de ser reconhecida comoaos poder constituinte deseumos+stado# obtera aela autoridade necessária frente demais governos, udeus 2ode aderirem por livre decis"o# 7nternamente, vale di%er perante o povo udeu, a Soiet! criará as organi%a!es imprescind*veis no primeiro momento, a clula primitiva - para di%-lo com um termo tomado das cincias naturais - da qual haver"o de formar-se, no desenvolvimento posterior, as institui!es p9blicas do +stado udeu#
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C primeiro obetivo, como á dissemos, conseguir a soberania, reconhecida pelo direito internacional, de um territrio que sea suficiente para satisfa%er nossas necessidades ustificadas# C que deverá acontecer depoisM ) &C3)4) 4+ 2C??+ 4C 2)X? Nos tempos histricos, os povos se dei.avam levar, arrastar e atirar em suas migra!es pelo acaso csmico# 4esciam como nuvens de gafanhotos, em sua marcha inconsciente, em algum lugar# verdade que nos tempos remotos n"o se conhecia a terra# ) nova imigra!"o udaica tem de ser levada a cabo segundo princ*pios cient*ficos# /á uns quarenta anos atrás, a busca do ouro era efetuada de uma maneira particularmente simples# Hue aventuras ocorriam na $alifrniaO $ome!ava a correr o rumor, e acudiam os (desesperados( do mundo inteiro5 roubavam a terra, roubavam o ouro entre si e, em seguida, perdiam-no de uma maneira igualmente prpria de ladres# + hoeM ;eamos como se obtm o ouro no &ransvaal atualmente# Já n"o há vagabundos rom>nticos e sim gelogos e engenheiros prosaicos, os quais dirigem a ind9stria do ouro# 3áquinas engenhosas separam o ouro dos minerais reconhecidos# 4ei.a-se pouca coisa ao acaso# 4evemos e.plorar o novo pa*s dos udeus de maneira idntica e tomar posse do mesmo com todos os recursos modernos# &"o logo estea assegurado o pa*s, o primeiro navio se dirigirá para lá, destinado a tomar posse do mesmo# No navio ir"o os representantes do Soiet!, da #ompan! e dos grupos locais# +stes homens, que tomar"o posse do pa*s, ter"o que cumprir trs tarefas5 1L a investiga!"o e.ata, cient*fica da nature%a do pa*sD ]L a organi%a!"o de uma administra!"o rigorosamente centrali%adaD SL a reparti!"o do pa*s# +stas tarefas se encadeiam entre si e haver"o de ser levadas a cabo sem demora e com eficincia# ? falta esclarecer como se haverá de proceder na tomada de posse do pa*s plos grupos locais# Na )mrica, quando se quer converter algum novo territrio em povoado, procede-se ainda de uma maneira muito ingnua# Cs que v"o tomar posse se 58
re9nem no seu limite e, na hora fi.ada, precipitam-se sobre o terreno, simult>nea e violentamente# N"o assim que se haverá de proceder no novo pa*s udeu# Cs terrenos de prov*ncias e cidades ser"o vendidos em leil"o p9blico_ + o pagamento n"o se dará em dinheiro mas em trabalho# )s ruas, pontes, distribui!"o de águas etc#, que ser"o necessárias para o tráfego, ter"o sido estabelecidas de acordo com o plano geral# &udo isto será feito por prov*ncias# No interior das prov*ncias, os terrenos destinados constru!"o de cidades ser"o leiloados de maneira análoga# Cs grupos locais contrair"o a obriga!"o de e.ecutar tudo como se deve# +les custear"o os gastos impondo contribui!es com absoluta autonomia# ) Soiet! se encontrará em condi!es de saber de antem"o se os grupos locais n"o se est"o e.cedendo nos sacrif*cios a que se comprometem# )s grandes comunidades obter"o amplos campos onde poder"o desenvolver suas atividades# $omo recompensa plos sacrif*cios e.traordinários, ser"o concedidos subs*dios para universidades, escolas profissionali%antes, institutos superiores de pesquisa etc#, e aqueles institutos do +stado, que n"o precisarem ficar na capital, ser"o distribu*dos pelo interior do pa*s# C prprio interesse dos compradores e, em caso de necessidade, as contribui!es dos vi%inhos garantir"o o fiel cumprimento das obriga!es contra*das# 2ois assim como n"o podemos e nem queremos suprimir as diferen!as que e.istem entre um indiv*duo e outro, assim continuará e.istindo a diferen!a entre um grupo local e outro# &udo será organi%ado de modo natural# &odos os direitos adquiridos ser"o garantidos, toda nova energia posta em prática terá suficiente campo livre# Nossa gente saberá todas estas coisas de antem"o# N"o surpreenderemos nem enganaremos os demais e n"o enganaremos a ns mesmos# &udo será estabelecido previamente e conforme um plano# 2ara a elabora!"o deste plano, do qual eu s posso tra%er as linhas gerais, muitos homens mais saga%es ir"o cooperar# &odos os avan!os nas ordens social e tcnica dever"o ser levados em conta, tanto da poca em que vivemos como os das pocas cada ve% mais desenvolvidas em que se venha a e.ecutar o plano, lenta e penosamente# &odas as feli%es inven!es á e.istentes haver"o de ser utili%adas e tambm as que venham a ser feitas mais adiante# 4esta maneira, poderemos reali%ar, de um modo sem precedentes na histria, a tomada de posse de um pa*s e a funda!"o de um +stado com probabilidades de .ito que at agora nunca foram oferecidas#
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) $CN?&7&7VUC ma das grandes comisses que a Soiet! terá de nomear será o conselho de uristas do +stado# +stes ter"o que redigir a melhor e mais moderna $onstitui!"o poss*vel# $reio que uma boa $onstitui!"o deverá possuir uma elasticidade moderada# +m outra obra, e.pus as formas de governo que me parecem as melhores# $onsidero a monarquia democrática e a rep9blica aristocrática as formas de governo mais perfeitas# ) forma de governo e o princ*pio de governo dever"o estar em oposi!"o equilibrada# ?ou partidário por convic!"o das institui!es monárquicas, porque possibilitam uma pol*tica consequente e representam o interesse, intimamente ligado conserva!"o do +stado, de uma fam*lia ilustre por seus feitos histricos, nascida e educada para o governo# Nossa histria ficou interrompida por tanto tempo que á n"o podemos restaurar a monarquia# C simples ato de tentá-lo cairia na maldi!"o do rid*culo# ) democracia, sem o 9til contrapeso de um monarca, procede sem modera!"o no reconhecimento e na condena!"o, leva tagarelice parlamentar e engendra a odiosa classe dos pol*ticos profissionais# $reio, alm disto, que os povos de nossos tempos n"o s"o capa%es de reger-se por uma democracia ilimitada e que, no futuro, o ser"o cada ve% menos, dado que a democracia pura pressupe costumes muito simples, e os nossos se tornam cada ve% mais complicados com o tr>nsito e a cultura# 0L7 ressort d,une d+moratie est -a vertu0, di% o sábio 3ontesquieu# + onde se encontra esta virtudeM =efiro-me virtude pol*tica# N"o creio nessa virtude pol*tica porque ns n"o somos diferentes dos demais homens modernos e porque, recuperada a liberdade, o primeiro que faremos será levantar a crista# $onsidero o referendo insuficiente, posto que, na prática, n"o há questes simples s quais se possa responder meramente com um sim ou n"o# )lm disso, as massas tm a propens"o, em grau maior do que o dos parlamentos, a apoiar qualquer opini"o equivocada, a simpati%ar com qualquer demagogo# )nte o povo reunido, n"o se pode fa%er pol*tica e.terna nem interna# ) pol*tica deve ser feita de cima para bai.o# Nem por isto algum será escravi%ado no novo +stado udeu, pois assim todo udeu poderá ascender e cada um deles irá querer ascender# )ssim, pois, se srcinará no nosso povo um formidável movimento de eleva!"o# $ada indiv*duo acreditará que está elevando apenas a si mesmo, e deste modo a coletividade será elevada# ) ascens"o haverá de ser feita segundo princ*pios morais, 9teis ao +stado e que sirvam ideia nacional#
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2or isto imagino uma rep9blica aristocrática# 7sto corresponde tambm s ambi!es do nosso povo, que degeneraram agora em nscia vaidade# &enho presentes certas institui!es de ;ene%aD mas se haverá de evitar tudo aquilo pelo qual ;ene%a sucumbiu# )prenderemos com os erros histricos dos demais e dos nossos prprios# 2ois ns somos um povo moderno e queremos chegar a ser o mais moderno# Nosso povo, a quem a Soiet! brindará o novo pa*s, aceitará agradecido tambm a $onstitui!"o que lhe sea dada pela Soiet!# 3as onde ela encontrar oposi!"o vencerá# N"o pode dei.ar que seu labor sea dificultado por indiv*duos pouco iluminados ou mal-intencionados# 747C3) &alve% algum opine que haverá um grande inconveniente em que n"o tenhamos ainda um idioma comum# /averemos de falar hebraicoM Huem, entre ns, sabe hebraico suficiente para pedir um bilhete de tremM N"o há quem saiba fa%-lo# $ontudo, a coisa muito simples# $ada qual conservará seu idioma, que a pátria de seus pensamentos# ) ?u*!a constitui um e.emplo definitivo da possibilidade de um federalismo lingu*stico# $ontinuaremos sendo no novo pa*s tal como somos agora, do mesmo modo que nunca dei.aremos de amar com melancolia nossas pátrias das quais fomos e.pulsos# Nos desacostumaremos dos miseráveis e tortuosos arges, idiomas do gueto, dos quais nos servimos atualmente# +stes eram o modo de falar clandestino de prisioneiros# Nossos professores estudar"o atentamente esta quest"o# C idioma que vier a ser o mais 9til na vida cotidiana será imposto, sem violncia, como idioma principal# ) comunidade do nosso povo , por certo, muito singular# Na realidade, nos reconhecemos como pertencentes ao mesmo povo somente pela f de nossos pais#
&+C$=)$7) &eremos, pois, uma teocraciaM N"oO ) f nos mantm unidos, a cincia nos torna livres# N"o dei.aremos, portanto, que suram veleidades teocráticas em nossos sacerdotes# ?aberemos restringi-los aos seus templos, como restringiremos nosso e.rcito profissional aos quartis# C e.rcito e o clero devem ser respeitados tanto quanto suas nobres fun!es o e.igem e merecem# N"o devem intrometer-se de nenhuma maneira no +stado, que os tra*a com distin!"o, posto que eles provocariam situa!es delicadas, tanto com rela!"o ao e.terior como ao interior# 61
$ada qual t"o livre para professar sua opini"o religiosa ou n"o-religiosa como no que se refere sua nacionalidade# + caso pessoas de outra religi"o e de outra nacionalidade venham a viver entre ns, teremos muita honra em brindar-lhes nossa prote!"o e a igualdade de direitos# )prendemos a toler>ncia na +uropa# N"o o digo com ironia# ?omente em pequeno n9mero de lugares pode-se equiparar o anti-semitismo moderno com a antiga intoler>ncia religiosa# Aalando de modo geral, o anti-semitismo há de ser considerado como um movimento com o qual os povos civili%ados tratam de defender-se contra o fantasma de seu prprio passado# +7? @ medida que a reali%a!"o da ideia de +stado for se apro.imando, a Soiet! encarregará um corpo de uristas de iniciar os trabalhos preliminares de legisla!"o# 2ara o per*odo de transi!"o, pode-se aceitar o princ*pio de que cada um dos udeus imigrantes dos diversos pa*ses sea ulgado com as leis do pa*s em que viveu at o momento de emigrar# +m seguida, a tendncia será pela unifica!"o da administra!"o de usti!a# )s leis dever"o ser modernas, utili%ando-se, tambm a este respeito, o melhor# 2ode resultar da* uma codifica!"o modelo, inspirada em todas as ustas e.igncias sociais de nosso tempo# C +Z=$7&C C +stado udeu concebido como +stado neutro# Necessita t"o somente um e.rcito profissional - dotado, certamente, de todos os instrumentos de guerra modernos - para a manuten!"o da ordem, tanto no e.terior como no interior# ) B)N4+7=) N"o temos bandeira# necessário que tenhamos uma# Huando se desea condu%ir muitos homens, preciso levantar um s*mbolo por sobre suas cabe!as# 7magino uma bandeira branca com sete estrelas douradas# C campo branco significa a vida nova, puraD as estrelas simboli%am as sete horas douradas de nossa ornada de trabalho# 2osto que os udeus se dirigem ao novo pa*s sob o signo do trabalho# 62
=+$72=C$74)4+ 4+ &=)&)4C? 4+ +Z&=)47VUC C novo +stado udeu deve ser fundado sobre os princ*pios da honra, pois pensamos em nossa futura honra perante o mundo# =a%"o porque deveremos fa%er frente, honestamente, a todos os compromissos contra*dos nos pa*ses em que vivemos at agora# ) Soiet! of Je"s e a Je"ish #ompan! proporcionar"o viagens com tarifa redu%ida e facilidades para o
estabelecimento no novo pa*s t"o somente s pessoas que apresentarem um certificado das autoridades do pa*s de que procedem, nestes termos5 (3udou de endere!o observando boa conduta(# No +stado udeu, será mais fácil que em qualquer outro lugar pleitear todas as reclama!es concernentes ao direito privado e que provenham ainda dos pa*ses abandonados# N"o esperamos nenhuma reciprocidade# N"o o faremos sen"o por nossa honra# 4esta maneira, tambm nossas reclama!es encontrar"o tribunais mais benvolos do que atualmente achamos aqui e ali# 4e tudo que está sendo dito, depreende-se que faremos a e.tradi!"o de udeus com maior prontid"o do que qualquer outro +stado, at o momento em que administremos a usti!a criminal os mesmos princ*piosdurante que os demais pa*ses civili%ados# /averá, pois, segundo um per*odo de transi!"o, o qual receberemos nossos delinquentes somente depois de cumprir a condena!"o# 3as, se tiverem cumprido a condena!"o, ser"o recebidos sem nenhuma restri!"oD os delinquentes, entre ns, tambm haver"o de come!ar uma vida nova# )ssim, pois, a emigra!"o pode chegar a ser para muitos udeus uma crise benfica# ?er"o suprimidas as más condi!es e.ternas, devido s quais muitos perderam sua firme%a de caráter, e os e.traviados poder"o ser salvos# =elatarei, sucintamente, o episdio que encontrei em um informe sobre as minas de ouro de GitPatersrand# m dia, chegou um homem quele distritoD estabeleceu-se, e.perimentou diversas coisas, menos a busca de ouro e acabou fundando uma fábrica de gelo, que prosperou, sendo respeitado por todos por sua honestidade# )o cabo de alguns anos foi preso# /avia sido banqueiro em Aran'furtD havia cometido fraudes, fugido e come!ado com um nome fict*cio, uma vida nova# +nquanto ele estava sendo levado preso, apareceram, na esta!"o, pessoas as mais qualificadas e lhe disseram (adeus e at logoO( 2osto que voltará# Hue li!"o esta histria encerraO ma vida nova funciona como corretivo at para os delinquentes# + ns temos relativamente poucos delinquentes# =emeto os leitores a uma estat*stica interessante# ) riminalidade dos 5udeus na 63
)lemanha, que foi compilada pelo doutor 2# Nathan, de Berlim, por encomenda
do $omit de 4efesa contra os ataques anti-semitas, e tomando por base os dados oficiais# ? que esta obra estat*stica parte do pressuposto errIneo, como muitas outras (defesas( contra o anti-semitismo, de que este pode ser refutado com argumentos lgicos# + de se supor que somos odiados tanto por nossas idades como por nossos defeitos#
;)N&)Q+N? 4) 737Q=)VUC J4)7$) $reio que os governos, espontaneamente ou sob a press"o dos anti-semitas, prestar"o alguma aten!"o ao presente esbo!o e, talve%, em alguns pa*ses, o plano sea acolhido com simpatia desde o princ*pio e se demonstre essa simpatia Soiet! of Je"s# )s emigra!es udaicas, tais como as concebo, n"o poder"o provocar crises econImicas# )o contrário, tais crises, que teriam de ser srcinadas em todos os lugares como consequncia da persegui!"o aos udeus, ser"o evitadas mediante a reali%a!"o do presente proeto# m longo per*odo de bem-estar seria iniciado nos pa*ses onde atualmente reina o anti-semitismo# $omo á disse repetidas ve%es, uma imigra!"o dos cidad"os crist"os terá lugar em dire!"o s posi!es dei.adas vagas, lenta e sistematicamente, plos udeus# ?e n"o nos contrariarem, mas nos audarem, o movimento terá resultado benfico para ambas as partes# &ambm uma estupide%, que deve ser assinalada como tal, crer que a consequncia da imigra!"o em massa dos udeus haveria de ser a produ!"o de um empobrecimento destes pa*ses# ma coisa a emigra!"o consequente a persegui!es, nas quais bens e propriedades s"o destru*dos, o mesmo que ocorre no caos de uma guerraD e outra coisa a emigra!"o pac*fica e voluntária de colonos, na qual tudo pode ser levado a cabo respeitando-se os direitos adquiridos, com toda a legalidade, livre e abertamente, lu% do dia, vista das autoridades, sob a supervis"o da opini"o p9blica# C movimento udaico faria cessar a emigra!"o dos proletários crist"os para outros pa*ses# )lm do mais, seria oferecida aos pa*ses a vantagem de que o seu comrcio de e.porta!"o aumentaria, posto que os udeus emigrados, tendo que recorrer durante muito tempo aos produtos europeus, teriam for!osamente que importá-los# $hegar-se-ia a um arrano equitativo por meio dos grupos locais, que teriam que cobrir suas necessidades habituais durante muito tempo com artigos procedentes dos lugares de costume# m dos maiores benef*cios seria, sem d9vida, o al*vio social# C descontentamento social poderia ser acalmado por um espa!o de tempo que
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duraria, talve%, vinte anos ou mais, em qualquer caso, duraria todo o tempo pelo qual durasse a emigra!"o dos udeus# C aspecto que a quest"o social vier a tomar dependerá e.clusivamente do desenvolvimento dos meios tcnicos# C vapor reuniu os homens ao redor das máquinas das fábricas, onde se acham apertados uns contra os outros, subindo uns em cima dos outros# ) produ!"o enorme, sem planeamento, e condu%irá, a qualquer momento, a crises graves, que condu%ir"o tanto os fabricantes como os operários ru*na# C vapor mantm os homens apertadosD as aplica!es da eletricidade provavelmente voltar"o a separá-los, assegurando-lhes condi!es de trabalho mais bem-aventuradas# 4e todos os modos, os inventores tcnicos, os verdadeiros benfeitores da humanidade, continuar"o trabalhando, mesmo depois que se iniciar a emigra!"o dos udeus, e de se esperar que inventem coisas t"o maravilhosas como at agora# Hue estou di%endoO coisas cada ve% mais maravilhosas# ) palavra (imposs*vel( parece ter sido suprimida da terminologia tcnica# ?e um homem do sculo passado ressuscitasse, descobriria que nossa vida está cheia de mágicas incompreens*veis# á onde ns, os modernos, aparecemos com nossos recursos, transformamos o deserto em ardim# 2ara a urbani%a!"o, bastam para ns tantos anos quantos eram os sculos que se empregavam na mesma tarefa em pocas passadas da histria5 isto foi demonstrado com inumeráveis e.emplos na )mricaD foi vencido o obstáculo das dist>ncias# )s arcas do esp*rito moderno á contm rique%as incontáveis, que aumentam dia a diaD centenas de milhares de cabe!as imaginam e pesquisam em todos os pontos da terra, e o que um s homem descobre passa a ser, momentos depois, um bem comum /umanidade# Ns mesmos gostar*amos de usar no +stado udeu todas as tentativas modernas, ideali%ar outras e, assim como no caso da ornada de sete horas, em que estamos fa%endo uma e.perincia em prol de toda a humanidade, queremos dar um e.emplo de altru*smo no sentido mais amplo da palavra e, na condi!"o de pa*s novo, ser um pa*s de e.perimenta!"o e um pa*s modelo# 4epois da emigra!"o dos udeus, as empresas por eles criadas ficar"o onde estavam# + nem sequer será sentida a falta do esp*rito empreendedor dos udeus nos negcios, em que se olhe com bons olhos# &ambm, no futuro, se tratará de colocar o capital l*quido dos udeus onde seus proprietários conhe!am bem a situa!"o# + enquanto atualmente o capital udeu busca fora do pa*s as empresas mais distantes, por causa das persegui!es de que obeto, apresente solu!"o pac*fica fará com que aquele volte e contribua para o desenvolvimento ulterior dos pa*ses em que os udeus tm vivido at agora#
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EPÍLOGO $reio que os udeus sempre ter"o muitos inimigos, como qualquer uma na!"o# 3as, quando estiverem radicados em sua prpria terra, amais poder"o ser dispersos pelo mundo inteiro# Huantas coisas foram dei.adas sem e.aminar, quantas omisses, quantos pontos perigosos por haverem sido tocados superficialmente e quantas repeti!es in9teis contm este manuscrito, sobre o qual refleti muito e repassei tantas ve%esO 2ara o leitor de boa f, que tambm saiba ler nas entrelinhas, as falhas n"o provocar"o desalento mas, antes, um sentimento de >nimo em participar, com sua sagacidade e for!a, de uma obra que n"o de um s indiv*duo e aperfei!oála# +.pus coisas que se subentendem, sem dar-me conta das grandes dificuldadesM &ratei de refutar algumas obe!es5 sei que e.istem outras, mais ou menos importantes# +ntre as obe!es importantes, figura a de que a misria dos udeus n"o a 9nica do mundo# +u creio que, em todo caso, devemos por m"os obra para fa%er desaparecer um pouco da misria, ainda que se trate, por enquanto, somente da nossa prpria# )lm disto, pode-se di%er que n"o devemos introdu%ir novas diferen!as entre os homens nem erigir novas barreiras mas que, em ve% disto, dever*amos fa%er desaparecer as antigas# +stou convencido de que aqueles que pensam assim s"o amáveis sonhadores5 mas o p de seus ossos terá sido dispersado plos quatro ventos enquanto a ideia da pátria ainda florescerá# ) fraternidade universal n"o sequer um belo sonho# C inimigo necessário para os mais altos esfor!os da personalidade# $omoM 4ado que os udeus á n"o ter"o nenhum inimigo em seu prprio +stado e como, vivendo folgadamente, se debilitariam e deteriorariam, ustamente ent"o o povo udeu iria desaparecer por completoM $reio que os udeus sempre ter"o muitos inimigos, como qualquer outra na!"o# 3as, quando estiverem radicados em sua prpria terra, amais poder"o ser dispersos pelo mundo inteiro# N"o se pode repetir a diáspora enquanto n"o se destruir toda a cultura deste mundo# ) cultura atual dispe de recursos suficientes para se defender# )s obe!es de menor peso s"o inumeráveis uma ve% que há, sem d9vida, mais homens inferiores do que superiores# &ratei de acabar com alguns conceitos de pouca estatura# )quele que quiser se colocar atrás da bandeira de sete estrelas, tem de tomar parte nesta campanha cultural# C combate talve% tenha de ser 66
livrado primeiramente contra muitos udeus, maus e ego*stas e de vis"o estreita# 4ir"o que proporciono armas aos anti-semitasM 2or quM 2or admitir a verdadeM 2or n"o afirmar que entre ns s e.istem homens perfeitosM 4ir"o que estou indicando um caminho que há de nos preudicarM 2rotesto contra esta obe!"o da maneira mais enrgica# C que proponho s pode ser reali%ado com o livre consentimento da maioria dos udeus# 7sto pode ser e.ecutado contra a vontade de alguns grupos, at contra a dos grupos de udeus mais poderosos na atualidadeD mas nunca, absolutamente nunca, o +stado poderia ser reali%ado contra a vontade dos udeus# ) igualdade dos udeus perante a lei, onde ela e.iste, á n"o pode ser anuladaD pois a sua simples tentativa levaria a que todos os udeus, ricos e pobres, aderissem a partidos subversivos# C mero principiar a cometer oficialmente inusti!as contra os udeus srcina, em todos os lugares, crises econImicas# N"o podem, pois, fa%er nada efica% contra ns se n"o quiserem fa%er mal a si mesmos# 7sto contribui para fomentar o dio# Cs ricos n"o o sentem tanto# 3as os nossos pobresO Hue sea perguntado aos nossos pobres, que desde o recrudescimento do anti-semitismo se pauperi%aram mais terrivelmente do que nunca# )lgumas pessoas acomodadas opinar"o que a press"o ainda n"o t"o intensa para que ustifique a emigra!"o e, mesmo nas e.pulses violentas, pode-se notar a pouca vontade com que nossa gente sai do pa*s# 2orque n"o sabem para onde irO + ns lhes indicamos o caminho que condu% &erra 2rometidaO +, contra a for!a do hábito, preciso que prevale!a a for!a do entusiasmo, levando tudo de rold"o# )s persegui!es á n"o apresentam caráter t"o perverso como na 7dade 3diaM verdadeD mas chegamos a ser mais sens*veis, de maneira que n"o percebemos nenhuma diminui!"o na intensidade dos sofrimentos# ) prolongada persegui!"o tem tido como consequncia um estado de super-e.cita!"o dos nossos nervos# +conseguirmos dir"o que oa pa*s empresa está condenada mesmo quando e a soberania, porque s aos fracassar, mais pobres ir"o conoscoM +stes devem ser os primeirosO ? os desesperados servem para a conquistaO )lgum dirá que, se isto fosse poss*vel, á teria sido feitoM )ntes n"o era poss*vel# )gora # /á cem anos, cinquenta anos atrás, teria sido ainda uma utopia# /oe, uma realidade# Cs ricos, que go%am da vis"o de conunto de todas as conquistas de ordem tcnica, sabem muito bem o que se pode conseguir com dinheiro# + assim sucederá5 precisamente os pobres e humildes, que nem suspeitam do poder que o homem á possui sobre as for!as da
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nature%a, s"o os que acreditar"o mais fervorosamente na novidade# +les n"o perdem a esperan!a de alcan!ar a &erra 2rometida# + isto aqui, udeusO Nada de contos, nem enganosO &odos podem se convencer disto, posto que cada um leva consigo ao novo pa*s algo da &erra 2rometida5 um em sua cabe!a, outro em seus bra!os e, outro, em sua propriedade adquirida# 2oderia parecer que uma coisa que e.ige muito tempo# No melhor dos casos, seria precisoem esperar aindademuitos anos o come!o da funda!"o do +stado# +ntretanto, milhares lugares, os at udeus s"o enganados, mortificados, inuriados, espancados, despoados e assassinados# N"o5 apenas comecemos a por o plano em e.ecu!"o, o anti-semitismo cessará em todos os lugares e de imediato, posto que isto significa a conclus"o da pa%# Huando a Je"ish #ompan! estiver constitu*da, esta not*cia será levada em um dia aos pontos mais long*nquos da &erra, pelo rel>mpago de nossos fios telegráficos# +, no mesmo instante, o al*vio se fará sentir# Nossos intelectuais mdios, que produ%imos em e.cesso, sair"o das classes mdias para integrar nossas primeiras organi%a!es5 eles ser"o nossos primeiros tcnicos, funcionários, professores, empregados, uristas e mdicos# )ssim, seguiremos adiante, rapidamente, mas sem provocar transtornos# Nos templos se re%ará pelo bom .ito do empreendimento# &ambm nas igreasO &rata-se da liberta!"o de uma antiga press"o sob a qual todos sofriam# 2orm, antes de mais nada, as pessoas devem compreender de que se trata# ) ideia tem que voar at as habita!es mais miseráveis em que vive nossa gente# 4espertar"o de sua letargia# 2osto que, a vida de cada um dos nossos se encherá de conte9do novo# $ada um s precisa pensar em si mesmo e, dessa forma, colunas intermináveis ser"o formadas# + que glria aguarda os que lutam pela causa sem interesse pessoalO 2or isto estou convencido de que surgirá, da terra, uma estirpe de udeus admirável# =essurgir"o os 3acabeus# =epetimos as palavras e.pressas ao princ*pio5 Cs udeus que o quiserem ter"o seu +stado# ;iveremos, afinal, como homens livres em nosso prprio torr"o natal e morreremos serenamente em nossa pátria# C mundo se libertará com nossa liberdade, se enriquecerá com nossa rique%a e se engrandecerá com nossa grande%a# + aquilo que ensaiamos em benef*cio prprio terá efeitos poderosos e feli%es em prol de toda a /umanidade#
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