Ministério da Igreja
I BADEP Institut Institutoo B íbl íblico ico da Assembléia Assembléia de Deus Deu s Ensino e pesquisa
IBADEP
IBADEP - IInstituto nstituto B íbli íblico co da A ssemb léi léiaa de Deus E nsino e Pesquisa Pesquisa Av. Brasil, S/N° - Eletrosiü - Cx. Postal 248 85980-000 - Guaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 / 3642-6961 / 3642-5431 E-mail: íbadep a ibadep.com Site: www.ibadep.com A l u n o ( a ) :............. :.................... .............. .............. .............. ............... ............... .............. .............. .............. .............. ......... DIGITALIZAÇÃO
ESDRAS ES DRAS DIG ITAL
E
PASTOR DIGITA L
I BADEP Institut Institutoo B íbl íblico ico da Assembléia Assembléia de Deus Deu s Ensino e pesquisa
IBADEP
IBADEP - IInstituto nstituto B íbli íblico co da A ssemb léi léiaa de Deus E nsino e Pesquisa Pesquisa Av. Brasil, S/N° - Eletrosiü - Cx. Postal 248 85980-000 - Guaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 / 3642-6961 / 3642-5431 E-mail: íbadep a ibadep.com Site: www.ibadep.com A l u n o ( a ) :............. :.................... .............. .............. .............. ............... ............... .............. .............. .............. .............. ......... DIGITALIZAÇÃO
ESDRAS ES DRAS DIG ITAL
E
PASTOR DIGITA L
Hermenêutica e Homilética
Pesquisado e adaptado pela Equipe Redatorial para Curso Curs o exclusivo do IBADEP - Institut Inst itutoo Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná.
Com auxílio de adaptação e esboço de vários ensinadores
4a Edição - Agosto/2004
Todos os direitos reservados ao IBADEP
Diretorias CIEADEP Pr. José Pimentel de Carvalho - Presidente de Honra Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Israel Sodré - I o Vice-Presidente Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presi dente Pr. Ival Theodoro da Silva - Io Secretário Pr. Carlos Soares - 2o Secretário Pr. Simão Bilek - I o Tesourei ro Pr. Miri slan Douglas Scheffel - 2o Tesoureiro
AEADEPAR - Conselho Deliberativo Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator Pr. Israel Sodré - Membro Pr. Moisés Lacour - Membro Pr. Carlos Soares - Membro Pr. Simão Bilek - Membro Pr. Mirisl an Douglas Scheffel - Membro Pr. Daniel Sales Acioli - Membro Pr. Jamerson Xavier de Souza - Membro
AEADEPAR - Conselho de Administração Pr. Perci Fontoura - Presidente Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente Ev. Gilmar Antonio de Andrade - I o Secretário Ev. Gessé da Silva dos Santos - 2o Secretário Pr. José Polini - I o Tesoure iro Ev. Darla n Nylton Scheffel - 2o Tesourei ro
IBADEP Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Administrativo Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financeiro Pr. Walmir Antonio dos Reis - Coord. Peda gógico
Cremos Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). Na inspiração verba] da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). Na pecam ino sidade do hom e m que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que o pode re staurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). Na necessidade absoluta do novo nascimento pela fé em Cristo e pelo poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8). No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação das almas recebidas gratuitamente de Deus pela fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9). No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). Na necessidade e na p ossibilidade que temos de viver em santidade mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14; IPe 1.15). No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas,
conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). Na atualidade dos dons espirituais dis tribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade (ICo 12.1-12). Na Segunda vinda premilenia l de Cristo, em duas fases distintas. Prim eira - invisível ao mund o para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação. Segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (lTs 4.16,17; ICo 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). Que todos os cristãos comparecerão ante o tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10). No juízo vindouro que recompensará os fiéis (Ap 20.11-15). E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento para os infiéis (Mt 25.46). Equipe Redatorial
Metodologia de Estudo Para obter um bom aproveitamento, o aluno deve estar consciente do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua formação. Lembre-se que você é o autor de sua história e que é necessário atualizar-se. Desenvolva sua capacidade de raciocínio e de solução de problemas, bem como se integre na proble m ática atual, para que possa vir a ser um elem ento útil a si mesmo e à igreja em que está inserido. Consciente desta realidade, não apenas acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro sugerido abaixo e comprove os resultados: 1. Devocional: a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua salvação e por proporcionar-lhe a oportunidade de estudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para o Reino de Deus; b) Com a sua hum ildade e oração, Deus irá ilum inar e direcionar suas faculdades mentais através do Espírito Santo, desvendando mistérios contidos em sua Palavra; c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que ser organizados, ler com precisão as lições, meditar com atenção os conteúdos. 2. Local de Estudo: Você precisa dispor de um lugar próprio para estu dar em casa. Ele deve ser: a) Bem arejado e com boa iluminação (de preferência, que a luz venha da esquerda); b) Isolado da circulação de pessoas; c) Longe de sons de rádio, televisão e conversas.
3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar voluntariamente, sem imposições. Conscientize-se da importância dos itens abaixo: a) Estabelecer um horário de estudo extradasse, dividindo-se entre as disciplinas do currículo (dispense mais tempo às matérias em que tiver maior dificuldade); b) Reservar, diariamente, algum tempo para descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará desligado de outras atividades; c) Concentrar-se no que está fazendo; d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa, tronco ereto), para evitar o cansaço físico; e) Não passar para outra lição antes de dominar bem o que estiver estudando; f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. Quando perceber que está cansado e o estudo não alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa pa ra descansar. 4. Aproveitamento das Aulas: Cada disciplina apresenta características próprias, envolvendo diferentes comportamentos: raciocínio, analogia, interpretação, aplicação ou simplesmente habilidades motoras. Todas, no entanto, exigem sua participação ativa. Para alcançar melhor aproveitamento, procure: a) Colaborar para a manutenção da disciplina na sala-de-aula; b) Participar ativamente das aulas, dando colaborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro; c) Anotar as observações complementares do monitor em caderno apropriado. d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos.
5. Estudo Ext racla sse: Ob ser va nd o as dicas dos itens 1 e 2, você deve: a) Fazer diariamente as tarefas propostas; b) R ever os c onteúdos do dia; c) Preparar as aulas da semana seguinte (constatando alguma dúvida, anote-a para apresenta-la ao monitor na aula seguinte. Não deixe que suas dúvidas se acumulem). d) Materiais que poderão ajudá-lo: • Mais que uma versão ou tradução da Bíblia Sagrada; • Atlas Bíblico; • Dicionário Bíblico; • Enciclopédia Bíblica; • Livros de Histórias Gerais e Bíblicas; • Um bom dicionário de Português; • Livros e apostilas que tratem do mesmo assunto. e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente: • A necessidade de dar a sua colaboração pessoal; • O direito de todos os integrantes opinarem. 6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações: a) Revise toda a matéria antes da avaliação; b) Pe rm a neça calm o e seguro (você estudou!); c) Concentre-se no que está fazendo; d) Não tenha pressa; e) Leia atentamente todas as questões; f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis; g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a prova. Bom Desempenho!
Currículo de Matérias 1. Educação Geral £□ História da Igreja 00 Educação Cristã CQ Geografia Bíblica 2. Ministério da Igreja B3 Ética Cristã / Teologia do Obreiro <■111 Homil éti ca / Herm enêutic a CO Família Cristã 03 Administração Eclesiástica 3. Teologia £□ Bibliologia CO A Trindade CO Anjos, Homens, Pecado e Salvação. CQ Heresiologia CO Eclesiologia / Missiologia 4. Bíblia £Ql Pentateuco CO Livros Históricos CO Livros Poéticos £Q Profetas Maiores ICO Profetas Menores »CO Os Evangelhos / Atos *03 Epístolas Paulinas / Gerais CO Apocalipse / Escatologia
Abreviaturas a.C. - antes de Cristo. ARA - Almeida Revista e Atualizada ARC - Almeida Revista e Corrida AT - Antigo Testamento BLH - Bíblia na Linguagem de Hoje c. - Cerca de, aproximadam ente, cap. - capítulo; caps. - capítulos, cf. - confere, compare. d.C. - depois de Cristo. e.g. - por exemplo, gr. - grego hb. - hebraico i.e. - isto é. lit. - literal, literalmente . LXX - Septuaginta (versão grega do Antigo Testamento) m - Símbo lo de metro. MSS - manuscritos NT - Novo Te sta m ento NVI - N ova Versão Internacional p. - página. ref. - referência; refs. - referências ss. - e os seguin tes (isto é, os versíc ulos con secut ivos de um capítulo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss, significa IPe 2.1-25). séc. - século (s). v. - versículo; vv. - versículos. ver - veja
Lição 1 A Hermenêutica 1
E t i m o l o g i a 1 d a pa l av ra “ H e r m e n ê u t i c a ” . O termo “hermenêutica” vem (transliterado2) do adjetivo grego “ H e r m e n e u t i k e ” que, por sua vez, deriva do verbo “ H e r m e n e u o ” (“interpretar, explanar” seja uma palavra, uma doutrina ou um evento). O verbo “ H e r m e n e u o ” também aparece no Novo Testamento (Lc 24.27; ICo 14.27; Hb 7.2). Definição de Hermenêutica. Literalmente, Hermenêutica é a arte de “ H e r m e n e u e i n ” (interpretar) , mas é com ume nte empregada para designar a teoria desta arte. Algumas definições: • “Herme nêutic a é a ciência da inte rpreta ção” ; • “He rme nêu tica é a ciência e arte de interpretar” ; • “Prin cíp ios, as leis e os méto dos de int erp ret aç ão” . Tipos de Hermenêutica. • Geral: aplica-se à interpretação de qualquer obra escrita. 1 O e s t u d o d a s p a la v r a s , d e su a h i st ó r i a , e d a s p o s s í ve i s mudanças de seu significado. Origem e evolução histórica de um vocábulo. 2 Re pre sen tar (os caractere s de um vo cábu lo) por caracteres diferentes no correspondente vocábulo de outra língua.
15
• Especial: aplica-se a determ inados tipos de produç ão literária (Leis, História, Filosofia, Poesia, etc.)- Uma das Hermenêuticas especiais é a Hermenêutica Bíblica (Sacra, Sagrada), objetivo do nosso estudo. Ela é especial porque trata de um livro pec ul ia r1 no campo da literatura: As Sagradas Escrituras. Algumas definições de Hermenêutica Bíblica. • “É a ciên cia da in terpre taçã o das Sagra das Escrituras, do Antigo e Novo Testamento”. • “É o estudo metódico dos princípios e regras de interpretação da Bíblia”. O Lugar da Hermenêutica nos estudos teológicos. • A He rme nêu tica perte nce ao grupo de estudos que se centralizam na Bíblia (Estudos Bibliológicos). • Segundo Berkhof, a Herm enê utic a segue a Filologia Sacra (Línguas Bíblicas) e precede imediatamente a Exegese. Filoso fi a S acra <=> Herm enêutica <=> Exe gese • Hermenêutica e Exegese se relacionam na mesma forma que a teoria se relaciona com a prática. A Hermenêutica é a teoria (ciência) e a exegese a prática (arte). O que a Hermenêutica Bíblica não é. 1. Crítica Textual. Esta procura determinar quais são as palavras realmente escritas pelo autor no texto original (O que está escrito?). Mas a Hermenêutica procura descobrir o sentido destas palavras (O que queria dizer o autor?). 1 Q u e é a t r i bu t o p a r t i c u l a r d e u m a p e s s o a ou c o is a ; e s p e c i al , próprio.
2. Exegese. Esta aplica os princípios e regras estabelecidas pela Hermenêutica. Obs.: O exegeta ou intérprete serve-se dos conhecimentos fornecidos pela Crítica Textual e a Hermenêutica. 3. Exposição Bíblica (Homilética). Esta se preocupa com a comunicação da Palavra, enquanto que a Hermenêutica se preocupa em estudar a Palavra.
O Propósito da Hermenêutica 1? _ W / De sco bri r o signifi cado do texto bíblico na época em que foi escrito (O que o autor queria dizer aos seus contemporâneos?). Obs: Disto surge a necessidade de estudar as palavras usadas, as implicações gramaticais, a história do autor e dos seus contemporâneos, a história dos povos relacionados, a geografia, a tradução (se é correta ou não), etc. Aplicar a mensagem descoberta no estudo do texto, do povo relacionado e as nossas vidas.
A Necessidade da Hermenêutica O pecado obscureceu o entendimento do homem e ainda exerce influência perniciosa1sobre sua vida (Por isso é necessário um esforço especial para evitar o erro). A partir de que interpretamos? “Não se interpreta a partir do nada. Há condicionamentos culturais: língua, história, religião, ideologia, etc... de que ninguém escapa. Normalmente funciona ao nível 1Mau, nocivo, ruinoso; perigoso.
de pré-conhecimento, ao nível não crítico de compromissos herdados ou até assumidos. Nossos p a ra d ig m a s 1 de interpre ta ção fluem de nossa cosmologia. O problema aparece quando os critérios que surgem de nossos pré-conhecimentos se tornam normativos para interpretar a fé cristã”. “A primeira razão porque precisamos aprender como interpretar é que, quer deseje, quer não, todo leitor é ao mesmo tempo um intérprete. Ou seja, a maioria de nós toma por certo que, enquanto lemos, também entendemos o que lemos. Tendemos, também, a pensar que nosso entendimento é a mesma coisa que a intenção do Espírito Santo ou do autor humano. Apesar disto, invariavelmente trazemos para o texto tudo quanto somos, com todas as nossas experiências, cultura e entendimento prévio de palavras e idéias. As vezes, aquilo que trazemos ao texto, sem o fazer deliberadamente, nos desencaminha, ou nos leva a atribuir ao texto tudo quanto é idéia estranha a ele”.
A Importância da Hermenêutica Surgem conseqüências fúnebres de más interpretações de fatos e textos. Exemplos: • Deus de ira e de amor. • O Cristo “frág il” da igreja católi ca Rom ana . Se a Bíblia é a Palavra de Deus, norma para a nossa fé e prática, ela exige um cuidado todo especial. Precisamos saber o que Deus de fato disse. A Hermenêutica sadia diminui o risco de incorrermos no erro de fazermos acréscimo ou um decréscimo da Palavra de Deus (Ap 22.18,19; 2Pe 3.16) e de torcê-la. 1Modelo, padrão.
• Interpretação errada - Aplicação errada • Interpretação correta - Aplicação correta • 2Ti móte o 2.15. A base da interpretação da Bíblia é a própria Bíblia. Ela interpreta a si mesma: 1. Pelo seu conteúdo e ensino geral; 2. Pelo ensino geral do escritor de cada livro; 3. Pelos seus textos e contextos, paralelos, precedentes ou que se seguem; 4. Pelo que conhecemos de seus escritores, os homens santos de Deus, que falaram e escreveram todos inspirados pelo Espírito Santo, embora fossem de diferentes culturas e posições sociais: a) Legislados, como Moisés; b) Historiador, como Josué; c) Sábios, como Salomão e Paulo; d) Sacerdote como Esdras; e) Profetas, como Isaías e Jeremias, e outros; f) Pastores, como Amós; g) Reis, como Davi; h) Estadista, como Daniel; i) Pescadores, como Pedro e João; j) Médico, como Lucas. E tantos outros ( I C o 2.4,8; At 2.22; 7.22; Js 1.7,9). Na interpretação do livro de Deus torna-se necessário: 1. Comparar as coisas espirituais com as espirituais (Cl I.9; IPe 2.5; ICo 2.15; 3.1); 2. Procurar conhecer a realidade e a verdade (2Tm 2.25; 3.7; lTm 2.4; Cl 1.5; Ef 4.15,21); 3. Ser sensato e saber raciocinar (Pv 2.3,5; Tg 1.5; Pv II.2; Rm 12.16);
4. Ser simples, modesto, sem alt ive z1 (Pv 11.2; SI 119.130; Mt 11.25)*; & 5. Saber que as Escrituras tratam principalmente de Cristo, que é seu centro, porém apresentam assuntos materiais e espirituais: tempo e eternidade, terra e céu, passado, presente e futuro (lCr 16.36; Ne 9.5,6; SI 41 .1 3; Is 57.15 ).Sabemos que para esses import ante s assuntos, nos é muito útil a Hermenêutica Bíblica; lembremo-nos, porém, de que a Palavra do Senhor é que permanece para sempre (IPe 1.25; SI 12.6; SI 119.40; Mt 24.35).
Iniciação à Interpretação Conhecimentos importantes. Línguas originais. Sendo as línguas originais da Bíblia o ^Hebraico e o Grego, deve-se saber procurar aí o sentido verdadeiro, o significado das palavras, do texto ou da p assagem da Escritura da qual quere mos a interpretação certa. Paulo sabendo do valor do hebraico, ao ser preso em Jerusalém falou aos ju de us nessa língua, e os que o ouviram “guardaram o maior silêncio” (At 21.40; 2 2 . 1 , 2 ). Interpretação de textos isolados. Na linguagem bíblica não se devem interpretar palavras e textos isoladamente; quando as palavras ou os textos apresentarem sentidos diferentes, devemos preferir o mais compreensível aos ouvintes, o que não lhes ofereçam dúvidas.
1Qualidade de altivo; arrogância, orgulho, amor-próprio.
Textos obscuros. Uma base segura para interpretar as passagens obscuras é saber que as Escrituras Sagradas foram dirigidas ao povo em geral; assim, deve-se ter em vista o que os escritores queriam dizer; quando a Bíblia registra: “Noé, entra na arca, tu e tua casa” (Gn 7.1); “Ordena a tua casa” (Gn 18.19); “Eu e minha casa” (Js 24.15); “salvação poderosa na casa de Davi” (Lc 1.69); “Creu ele e toda a sua casa” (Jo 4.53), essa pala vra não significa moradia, mas descendentes, filhos, família. Sentido usual e comum das palavras. Deve-se dar preferência ao sentido comum e usual das palavras, sempre que possível; podemos verificar o que diz Paulo aos tessalonicenses: “A obra da vossa fé e o trabalho de caridade, e a paciência da vossa esperança”, isto é, a vossa obra fiel, vosso trabalho caridoso e vossa esperançosa paciência (lTs 1.3; Mt 24.15; Mc 13.14); Jesus, falando aos seus discípulos em linguagem natural e ao alcance deles, disse: “Qualquer que a mim me receber, recebe não a mim, mas ao que me enviou” (Mc 9.37); o significado certo é: recebe não somente a mim, mas também ao que me enviou; Moisés diz: “As vossas murmurações não são contra mim, mas contra o Senhor” (Ex 16.8); outros exemplos: ISamuel 8.7; Lucas 10.20; 14.12; João 5.22; Atos 5.4; ICoríntios 1.17; Efésios 6.12; Hebraísmos. Na Bíblia há muitas expressões hebraicas com significado próprio. Por exemplo, a passagem: “se alguém vier a mim e não aborrecer a seu pai, e mãe... não é digno de mim” (Lc 14.26), pode ser esclarecido
com esta outra: “quem ama o pai, mais do que a mim, não é digno de mim” (Mt 10.37); veja-se, ainda: Gênesis 29.31; Deuteronômio 21.15; Malaquias 1.2,3; Romanos 9.13.
Interpretação em Sentido Geral - Ia Parte A Bíblia é o seu próprio intérprete. Esta é a grande verdade, a principal regra a ser seguida. Existem outras formas que auxiliam a interpretação bíblica (Êx 4.15; Dt 17.19; Js 1.8; Pv 30.6; Lc 24.27,32; Jo 5.39; At 17.11; ICo 2.6,16; 2Tm 3.15; IPe 1.11; 2Pe 1.19,21). Considerações: É de absoluta necessidade examinar o verdadeiro sentido, a finalidade a que se propôs o autor sagrado ao escrever. Em Provérbios 1.1,6, por exemplo, Salomão diz com que fim o escreveu; no Evangelho de Lucas 1.1,4 igualmente o escritor esclarece; do mesmo modo em Mateus 1.1; em Marcos 10.45; em João 20.31; em Atos 1.1,2 e em Romanos 3.28. É ponto firme e real que qualquer interpretação de ensino ou doutrina só pode ser verdadeira, se não houver passagem contrária nas Escrituras (Dt 29.29; Is 8.20; Rm 2.29; 7.6; 2Co 3.6; Cl 4.16; lTs 5.27). Vocabulário. A Escritura Sagrada apresenta expressões próprias de seus escritores, e de seu autor (Êx 20.1; Nm 16.22; At 3.15; Hb 2.10; 12.2). Considerações: 1. A Escritura é rica em expressões simbólicas, figuras de retórica e em muitas frases do chamado hebraísmo (Os 12.10; ICo 3.21; 4.6).
2. Quando se quer entender um livro presta-se atenção às expressões, às figuras e aos símbolos; muito maior cuidado deve-se ter em conhecer isso na Bíblia, para não interpretá-la erradamente (Jr 29.8,9; Rm 16.17; 2Co 11.13,15; Cl 2.4,8,10,18; Ef 4.14 e 5.6). Ainda que o estudante tenha alcançado um bom conhecim ento aparecem muitas passagens de obscura compreensão. Para interpretá-la acertadamente, há outras regras na santa Bíblia (Is 34.16; Êx 24.7; 32.32; At 17.11). Considerações: 1. O melhor intérprete da Escritura, além da própria Escritura, é o Espírito Santo (Jo 16.13; 14.26; ICo 2.10; lJo 2.20,27). 2. Orar a Deus, suplicando a iluminação do Espírito Santo para a compreensão certa da passagem obscura. 3. Verificar quem escreveu ou disse; para quem escreveu ou disse e porque escreveu ou disse (lRs 3.9; 11.12; Pv 2.3,6; Tg 1.5,6; Mc 11.24; Jo 15.7).
Questionário • Ass inal e com “X” as altern ativa s corretas 1. Uma das definições de hermenêutica a)l I C iê nc ia da pre ga ção b)l I C iência e arte de cantar c)| | Pri ncí pios , leis e mé todo s da ora tóri a d)| I Ciê nc ia de int erp ret ar 2. Quanto às necessidades na interpretação do livro de Deus, é incorreto dizer que, devemos a)| I Sa be r que as Esc rit ura s tra ta-se da história, principalm ente, do passado, que é seu centro b)|~l Procurar conhecer a realidade e a verdade c)| | Se r sensa to e sabe r rac ioc ina r d)l I Comparar as coisas espirituais com as espirituais 3. São as línguas originais da Bíblia a)| | O La ti m e o He brai co b)| I O Aramaico e o Latim c )P k 1 O Hebraico e o Grego d)[ | O Gr ego e o La ti m • Ma rqu e “C ” para Certo e “E ” para Errado 4.fcl Um dos propósitos da hermenêutica é descobrir o significado do texto bíblico na época em que foi escrito 5 . m O me lhor intérprete da Escritura, além da própria Escritura, é o Pastor da igreja
Interpretação em Sentido Geral - 2a Parte Interpretação no sentido literal e espiritual (Cl 1.9; IPe 2.2; ICo 2.14,15). Considerações: 1. É necessário certificar-se bem do sentido das palavras, frases, texto e contexto, c om parando as passagens referentes ou semelhantes ao mesm o assunto (At 17.11; ICo 2.13). 2. Examinar e procurar ter um melhor conhecimento da própria Bíblia, a fim de rejeitar qualq uer citação ou interpretação errada (Gn 2.17; 3.1,9; Mt 4.3,6,11; Jo 5.39; 8.44). As Palavras e seu Significado. 5? O si gni fic ad o das pala vras deve ser tom ad o V ' con forme o senti do da frase. Nas Esc ritu ras, as palavras variam muito em suas significações. Exemplo: 1. Salvação. • Salvação: ato ou efeito de salvar; Jacó abe nç oa seus filhos, faz uma pausa e diz: “A tua salvação espero, ó Senhor” (Gn 49.18); salvação, aqui, é o mesmo que Salvador esperado: “Ele é o autor da Salvação de Deus” (Hb 2.10; 5.9; SI 3.8; 50.23). • Salvação c omo livramento: Moisés cantou: “O Senhor é o meu cântico; ele me foi por Salvação” (Ex 14.13; 15.2). “Estai em pé e vede a salvação do Senhor...” (2Cr 20.17). • Salvação como cura da enfermidade: Tiago diz: “A oração da fé salvará o doente” (Tg 5.15). • Salvação com o compl eta revelação do Evan gelh o, e de bênçãos para o crente na vida atual, na vinda de Cristo e na glória eterna (Hb 2.8; Rm 13.11; IPe 1.5,9).
25
2. Fé. Tem muitos significados na Escritura; fé: confiança na lealdade, no saber e na veracidade de alguém; Jesus é o autor e consumador da fé (Hb 11.1,6; 12.2; Ef 3.12; Rm 14.23). Significações da fé: • Fé: signific a doutri na do e vangel ho, pregação , mensagem (Cl 1.23; 3.2; Rm 10.8); • Fé: sign ifica verdade e fid elid ade ( lT m 3.9; 4.1; At 24.24); • Fé: significa base do perdão e justificação (Rm 3.28,30; G1 3.8). 3. Graça. Favor que se dispensa ou se recebe; favor que não merecemos, mas que Deus livremente nos concede (2Tm 1.9; IPe 5.10; Tt 2.11). Considerações: • Graç a como prova do pro pós ito divino de reden ção e revelação: “Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor” (Gn 6.8; Ef 2.7,8; At 15.8); • Graça como justificação: “justificados pela graça, gratuitamente” (Tt 3.7; Rm 3.24); • Graça como força e santidade: “a minha graça te b a sta ” (2Co 12.9). “Pela graça de Deus sou o que sou e sua graça para comigo não foi em vão”, “mas graças a Deus, temos vivido” (ICo 15.10; 2Co 1.12); • Graça como a palavra do evangelho: “a palavra de sua graça” (At 14.3); “evangelho da Graça de Deus” (At 14.3; 20.24; Tt 2.11); • Graça como doutrina do evangelho: “é bom que o coração se fortifique com a graça” (Hb 13.9; At 13.43; IPe 1.12; 2Pe 3.18); • Graça como sa lvação e glória eterna: “da graça que nos foi dada”; “a graça que se vos ofereceu na revelação de Cristo Jesus” (IPe 1.10,13; Ap 21.6).
Salvação, fé, e graça apresentam-se ainda na Bíblia com muitas outras significações e interpretações. Há passagens, frases e palavras das Escrituras cujo sentido não entendemos bem. Para encontrarmos o sentido certo, temos de interpretar o texto de conformidade com o contexto.
Textos e Contextos O sentido das palavras no contexto. Para compreender o texto, é preciso examinar as palavras que o precedem e as que seguem depois dele; é necessário verificar o que indica o contexto. Exemplos: 1. Mãos impuras. “Comiam pão com as mãos impuras”; isto não quer dizer que comiam com as mãos sujas, por falta de higiene; o sentido é que os discípulos não cumpriam a cerimônia exigida pelos rabinos, de lavar as mãos, conforme a tradição (Mc 7.2; compare com Mt 15.2). 2. Mãos purificadas. “Purificai as mãos, pecadores”; isto não quer dizer lavar as mãos; pelo contexto compreende-se que o sentido é submeter-se a Deus, manter-se leal ao Senhor, de mãos purificadas (Tg 4.8; SI 24.3,4; IPe 1.22; lJo 3.3; Is 1.15,16). 3. Perfeição. “O mantimento sólido é para os perfeitos”; pelo contexto, perfeito, aqui, significa apropriar-se de um claro e verdadeiro conhecimento da verdade divina (Hb 5.14; ICo 2.6; F1 3.15).
4. Perfeito. Em Tiago 1.4, significa completo na maneira de viver; no Antigo Testamento, perfeição aparece como retidão, sinceridade (SI 37.37). Palavras com sentido contrário. Às vezes, o significado é precisamente o oposto ao sentido ou idéia apresentada. Exemplos: Vejamos as expressões: “Vai e serás próspero” (lRs 22.15); “Andai e clamai aos deuses” (Jz 10.14); o verdadeiro sentido dessas palavras é inverso, pois, se alguém as cumprisse literalmente, sofreria as conseqüências de não observar o que antes fora esclarecido; “Porque o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23) não fala da morte natural - caminh o de todos mas da morte eterna, separação de Deus; no entanto, a parte seguinte do versículo 23 traz uma verdade sublime: “o dom gratuito de Deus é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor”; “Estando nós ainda mortos”: a idéia aqui é provar que agora temos vida; o verdadeiro sentido dessa expressão está na continuação do versículo e do assunto (Ef 2.5; Ef 2.1; Rm 4.5; Jo 3.36). A interpretação do texto pelo contexto bíblico. Qualquer expressão de sentido natural ou figurado deve ser submetida ao contexto geral da Bíblia (SI 119.130; Is 8.20; ICo 2.14,15). Exemplos: 1. O Deus Trino não revela qualquer ensino ou doutrina que não se possa compreender (Dt 29.29; SI 119.18; Lc 24.45). 2. Sobre a doutrina da justificação pela fé, lemos: “a saber, a justiça que vem de Deus, pela fé” (Rm 3.22); mas essa doutrina é explanada pelo contexto e
28
por muitas outras passagens das Escrituras (Gn 15.6; Hb 2.4; At 13.39; Rm 1.17; 3.28; 4.3,8; G1 2.6; 3.8,24); 3. A doutrina da ressurreição: o autor aos Hebreus, referindo-se a doutrinas diversas, inclui a da ressurreição (Hb 6.2) que é comprovada nas seguintes passagens: “Anunciava a Jesus e a ressurreição” (At 1.22; 4.2,33; 17.18); “ressuscitou para nossa ju stific a ç ã o ” (Rm 4.25); “ somos semelhantes na sua ressurreição” (Rm 6.5; Fp 3.10,11; Jo 11.25); 4. Para uma interpretação verdadeira de um ensino ou doutrina, muitas vezes temos de recorrer ao ensino da Bíblia toda (ICo 15.3,4; At 3.18; 26.22,23).
Interpretação da Linguagem Figurada A linguagem figurada nas Escrituras é muito variada. E de suma importância estudá-la, para interpretar as figuras corretamente. Considerações: • Os p ov os a nt ig os u sa ra m b a st a nt e a n a l o g i a 1 comparação das coisas espirituais com as materiais explicando, assim, fatos espirituais por símbolos materiais. • Deus sabe da nossa dificuldade em compreender as coisas celestes e, por isso, nos proporciona a compreensão delas pelas coisas que estão ao nosso alcance. Deus se apresenta nas Escrituras através das linguagens figuradas, compreensíveis à mente humana, mas nessa linguagem nos dá apenas uma pálida imagem daquilo que realmente Ele é, da sua grandeza, sabedoria e pureza. Considerações: 1Ponto de semelhança entre coisas diferentes.
Ele apresenta-se como o Deus que vive e vê; como a luz; como tendo mãos, pés, olhos; como pai, rei e criador (SI 42.2; Jr 10.10; lTm 4.10; Gn 16.13; ISm 16.7; Jz 2.15; Hb 10.31; 2Rs 2.12; Mt 6.9; 5.48; SI 4.6; 27.1; 89.15; Is 40.28; 43.15; Jo 1.5). Comparem-se estas passagens (lTm 6.16; Ex 33.20; Êx 33.11); qual o sentido e a interpretação destas afirmações: “Nenhum homem viu nem pode ver Deus” e “Moisés falava cara a cara com Deus”, há nelas contradições? a primeira quer dizer que nenhum homem terá uma revelação, uma visão integral da glória e da majestade divina, e a segunda significa que Deus, na sua onipotência, manteve com Moisés um contato direto, sem intervenção de outra pessoa, não havendo, portanto, contradição alguma. Em Gênesis 6.6 lemos: “arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem” e em Números 23.19: “Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa”; alguém dirá que nisso há patente contradição, mas a interpretação real, com base na própria Escritura é que Deus já não tinha prazer na sua obra, pois o homem se tornara desag radáv el a Ele por caus a do pecado; de igual modo, quando diz que Deus se arrepende, desviando de alguém o mal com que o ameaçara, isso significa que Deus não mandou o mal por ter esse alguém se humilhado, como se vê dos casos de Nínive e de Zedequias. Mais exemplos: “e Eu vos falei, madrugando e falando” (Jr 7.13); “descerei e verei” (Gn 18.21); “e segundo a sua vontade Ele ope ra” (Dn 4.35); Ele esconde de nós o seu rosto (SI 69.17); “para onde fugirei da tua fa ce ?” (SI 139.7). Pe la lin gua ge m figurada pode-se conhecer a onipotência divina: “o veremos como Ele é” (ICo 13.12).
Lingu agem Figurada - Figuras Classificadas Pela Gramática Figuras de retórica. As figuras de linguagem, que aparecem na Bíblia, são as mesmas classificadas pela gramática. í) 1 1. Metáfora. ""Semelhança entre duas coisas que se aplicam a um termo. Vejamos estas expressões do próprio Cristo: “Eu sou o caminho”; “Eu sou a videira”; “Vós sois a luz do mundo”; “Vós sois as varas” (Jo 14.6; 15.1,5; Mt 5.14). 2. Sinédoque Quando são mencionadas duas coisas entre as quais não há semelhança, mas uma certa relação. Em ICoríntios 11.27, lemos: “beber o cálice do Senhor”. Aqui se menciona cálice por aquilo que contém; “A minha carne repousará segura” (SI 16.9), quando se deveria dizer: o meu corpo, ou o meu ser, estará seguro. 3. Metonímia b i o Relação de uma coisa não visível, formada apenas na mente: a causa do efeito ou sinal pela coisa significada. Como vemos nas palavras de Cristo a Pedro: “Se eu não te lavar, não tens parte comigo” (Jo 13.8). A palavra lavar significa aqui purificar ou limpar. Pedro confunde ao símbolo com a realidade, pedindo ao Senhor que lhe lave não somente os pés, como também as mãos e a cabeça. Em João 13.7-10 a significação da lavagem dos pés expressa purificação completa.
4. Prosopopéia Personificação de coisas inanimadas, atribuindo-lhes os efeitos e ações das pessoas (SI 85.10,11; Is 55.12; ICo 15.55; IPe 4.8). 5. Ironia. Expressão que significa o contrário do que se está pensando ou sentindo; é usada para diminuir e depreciar1; mas, às vezes, é empregada para louvar e engrandecer (lRs 18.27; Jó 12.2; 2Co 11.5,13; 12.11). 6. Hipérbole. Figura que engrandece ou diminui exageradamente a verdade das coisas (Nm 13.33; Dt 1.28; Jo 21.25). 7. Fábula Narração em que seres irracionais e mesmo objetos inanimados são apresentados falando, com paixão e sentimento humano para ensinar lições morais. A fábula narra o que é imaginário. No Novo Testamento há diversas recomendações referentes a certas fábulas de falsos mestres para enganar o crente (lTm 1.4; 4.7; 2Tm 4.4; Tt 1.14; 2Pe 1.16). 8. Enigma. A palavra, nas Escrituras, significa uma expressão que só se entende com muito esforço mental (Nm 12.8; SI 78.2). 9. Alegoria. Exposição de um pensamento sob forma figurada; ficção que apresenta um objeto para dar idéia 1Perder a estima, a consideração; aviltar-se, desacreditar-se.
de outro. Veja-se na Epístola aos Gálatas, capítulo 4, uma alegoria referente a fatos importantes da história de Abr aão e Israel, onde os dois conce rtos - o da Lei e 0 da Graça - são apresentados a legorica mente em Sara e Agar. 10. Símile. Significa analogia, semelhança, comparação que se faz de uma coisa com outra que se assemelha. A palavra símile aparece escrita em nossa Bíblia somente uma vez e está no livro do profeta Oséias (12.10), porém, como figura gramatical, é muito apresentada e é de uma extraordinária beleza para a compreensão e a interpretação da Palavra de Deus. 11. Antítese. Antítese significa contraste, oposição de p ensam entos ou de palavras. É encontrada em muitas partes das Escrituras e quase sempre apresenta o contraste existente entre o mal e o bem, e entre o falso e o verdadeiro. 12. Apóstrofe. E a interrupção que o orador faz para dirigirse a coisas ou pessoas, é a interp elaçã o1 direta e rep en tin a, o dito mo rd az 2 e impr evis to. A apó stro fe é comumente usada pelos oradores sagrados a fim de chamar atenção para alguma coisa presente ou ausente, real ou imaginária. 13. Clímax ou gradação. Clímax ou gradação refere-se a grau máximo, a ponto culminante. Aparece na Bíblia 1Dirigir a palavra a alguém para perguntar alguma coisa. 2 Co rro siv o, destru tivo.
constituído por palavras, por um capítulo inteiro, ou por um livro. 14. Interrogação. “Ação de interrogar, perguntar. Figura pela qual o orador se dirige ao seu adversário ou ao público em tom interrogatório, sabendo que não terá resposta”. 15. Provérbio. “Sentença ou máxima expressa em poucas palavras e que se tornou vulgar e c o m u m ” . Os provérbios constantes das Sagradas Escrituras são adágios da sabedoria divina aplicados às condições do povo de Deus. Contêm orientação sábia e podem ser aplicados à vida prática. Salomão foi inspirado a escrever um livro de provérbios, cujo objetivo está expresso em Provérbios 1.2-6, que deve ser lido pelos estudantes para melhor entendimento. Nas páginas sagradas encontramos muitos provérbios. Alguns foram proferidos pelo próprio Senhor Jesus, tais como: “Médico, cura-te a ti mesmo” (Lc 4.23); “Não há profeta sem honra, a não ser na sua pátria e na sua casa” (Mt 13.57). Para uma correta interpretação dos provérbios, deve-se saber que eles norm alm ente , não têm contexto. Deve-se também verificar a que classe pertence, visto que podem apresentar-se como metáfora, símile, parábola ou alegoria. Exemplo, em Provérbio 1.20,33 e Eclesiastes 9.13,18, apresenta-se como parábola. 16. Acróstico. Acróstico é uma composição poética em que o conjunto de letras iniciais, mediais ou finais de cada versículo formam um nome de pessoa ou de coisa. Esta figura é comum nas Escrituras (no hebraico), mas a sua
tradução não é possível. Os Salmos 111 e 112, por exemplo, formam um par de poesias acrósticas 1 que descreve os caminhos do homem e os de Deus; o Salmo 119 está dividido em vinte e dois grupos de oito versículos cada um; cada grupo tem os seus versículos iniciados por uma letra, segundo o alfabeto hebraico, como pode ser visto em algumas traduções. 17. Paradoxo. Paradoxo é a proposição que, ou que parece ser contrária à opinião comum; é sinônimo de desconchavo, de contradição.
Tipos Tipo é a representação de pessoa ou coisa espiritual por pessoa ou coisa material. A palavra tipo significa, literalmente, marca ou impressão e pode ser traduzida, segundo o contexto, por figura. Exemplo: modelo, etc. A palavra Antítipo, literalmente, quer dizer: corresponder ao tipo, e é a realidade. Jesus faz diversas referências a tipos do Antigo Testamento, sendo Ele mesmo, por vezes, o antítipo. E impossível apresentar toda a tipologia do Antigo Testamento referente a Cristo e à sua Igreja. O estudioso da Bíblia deve conhecer os tipos, os quais para uma correta interpretação, devem ter aprovação no Novo Testamento. O tipo é inferior ao antítipo, à realidade que aquele representa.
1 Com pos ição poética na qual o conjunt o das letras iniciais (e por vezes as mediais ou finais) dos versos c o m p õ e ve rtic a lm e n te uma palavra ou frase.
Tipos Pessoais: Antigo T estam ento Adão (Gn 1.26; 2.7) Abel (Gn 4.8,9) Abraão (Gn 17.5) Davi (2Sm 8.15; SI 89.19,20) Isaque (Gn 22.1,2) Jacó (Gn 32.28) José (Gn 50.19,20) Josué (Js 1.5,6) Moisés (Nm 12.7; Dt 18.5) Arão (Ex 30.7,10) Sansão (Jz 16.30) Zorobabel (Zc 4.7,9)
Novo Testam ento Rm 5.14; ICo 15.45; Hb 12.24; Ef 3.15; Hb 9.7,24; At 7.45; 13.34,36; Fp 2.9; Hb 11.17,19; Jo 11.42; Hb 7.25; Hb 11.11,22; Hb 4.8,9; Hb 3.2; At 3.20,22; Hb 9.6,7; Cl 2.14,15; Hb 10.20.
Tipos, Ritos e Coisas: Antigo Testamento A expiação e os sacrifícios (Lv 16.15,16) As ofertas queimadas (Lv 2.4) As ofertas dos leprosos (Lv 14.47) As ofertas pelas transgressões (Lv 7.1-7; Is 53.10) As ofertas pelo pecado (Lv 4.2,3) O cordeiro pascal (Ex 12.3,46) A
Novo Testam ento Hb 9.12,24; Hb 10.10; Rm 4.25; At 8.23;
Hb 13.11,12; Jo 19.36; ICo 5.7; 25.16; Hb 9.4,5;
A arca da aliança (Ex SI 40.8; Is 42.16) O altar de bronze (Ex 27.2) O altar de ouro (Ex 40.5,26,27) As cidades de refúgio (Nm 35.6) O c an de la br o de ouro (Ex 25.31) A pia de bronze (Ex 30.18,20) O maná (Ex 16.11-15) O propiciatório (Ex 25.17-20) A rocha de Horebe (Ex 17.6; Nm 20.11) O tabernáculo (Ex 40.2,34) A mesa dos pães da proposição (Êx 25.23-30) O Templo (lRs 6.1-38) O véu do tabernáculo e o do templo (Êx 40; 2Cr 3.14)
Hb 13.10; Ap 8.3; Hb 6.18; Jo 8.12; Ef 5.26,27; Jo 6.32,35; Hb 4.16 ICo 10.4; Hb 9.11; Jo 6.48; Jo 2.19-21; Hb 10.20.
Questionário • Assin ale com “X ” as alternat ivas corretas 6.
O significado das conforme o sentido a)l I Da letra b)[x] Da frase c)[ | Do ca pít ul o d)| I Do livro
palavras
deve
ser
tomado
7. Figura que engrandece ou diminui exageradamente a verdade das coisas a)| IParadoxo b)| | Metáfora c)l IProvérbio d ) 0 Hipérbole 8. A palavra Antítipo, literalmente, quer dizer a)í71 Corresponder ao tipo, é a realidade b)| I Contra por ao tipo, é a falsidade c)| | Co nc orr er ao tipo, é a fle xib ili dad e d)| I Co ntr ari ar ao tipo, é a ob scu rid ade • Marqu e “C ” para Certo e “E” para Errad o 9.[T] A s figuras de linguagem que aparecem na Bíblia, são as mesmas classificadas pela gramática 10.0 A Metonímia é uma composição poética em que o conjunto de letras iniciais, mediais ou finais de cada versículo formam um nome de pessoa ou de coisa
Lição 2 A Hermenêutica 2
J
Parábolas
Parábolas são narrações alegóricas ' destinadas a transmitir verdades importantes. Nas Escrituras, as parábolas ensinam verdades celestiais. Exemplos: “O reino dos céus é semelhante a uma rede que, lançada no mar, recolhe os peixes de toda espécie” (Mt 13.47). O significado desta parábola é semelhante ao da parábola do joio. E, portanto, uma figura do que acontecerá: “Assim será na consumação dos séculos: virão os anjos e separarão os maus de entre os justos” (Mt 13.49). Segundo outros comentários, a rede lançada pelo evangelista apanha os que realmente se convertem, e também traz os que, apenas, vêm acompanhar a vida social da igreja. Vá ri as ve rda de s são e l uc i da d as 1 nas parábolas. Jesus fez uso contínuo delas no seu ministério: “E com muitas parábolas lhes dirigia a palavra, segundo o que podia m compreender. E sem parábolas nunca lhes falava; porém tudo declarava em particular aos seus discípulos” (Mc 4.33,34). Na interpretação das parábolas, o proble ma é saber quais os detalhes que têm significação, e quais os Tornar compreensível; esclarecer; explicar.
incidentes sem sentido real na história apresentada. Ordinariamente, a parábola tem por escopo1mostrar um fato importante; dela não devem ser tiradas, à força, lições de cada pormenor, pois algumas partes são apenas complementos da história apresentada. Nunca devemos esquecer: as parábolas não são para produzir doutrinas: seu objetivo é ilustrar as verdades que Jesus quis ensinar. Há nos evangelhos onze parábolas citadas somente por Mateus (Mt 13.24,47; 20.28; 22.2; 15.1,14-31); duas só por Marcos (Mc 4.2; 13.34); sete apenas por Lucas (Lc 7.41-19.12), e três unicamente por M ateus e Lucas (Mt 7.24; 13.33; 18.12; Lc 6.47; 13.20; 15.4); sete são citadas por Mateus, Marcos e Lucas: Mateus 5,9,13,21,24; Marcos capítulos 2,4,12,13 e Lucas capítulos 5,8,13,20,21. Além das muitas parábolas citadas nos V evangelhos, há também parábolas no Antigo Testamento. Exemplos: duas em 2Samuel 12.1-4; 14.111; uma em IReis 20.35,40; uma em Isaías 5.1-7, e três em Ezequiel 17.3-10; 19.2-9; 24.3-14.
Símbolos C v . r
\ Símbolo: “emblema, figura, sinal, que representa objeto ou alguma coisa; imagem com que se designa uma coisa puramente moral”. Teologicamente, é “sinal externo da ceia do Senhor; é formulário dos principais artigos de uma religião”; em retórica é “substituição do nome de uma coisa pelo nome de um sinal”. A simbologia da Bíblia é riquíssima tanto no Velho quanto no Novo Testamento, daí a necessidade 1Alvo, mira, intuito; intenção.
de um estudo aprimorado dos símbolos bíblicos para interpretar o que o escritor apresenta. : Profecias, parábolas, milagres, e men sage ns foram, muitas vezes, apresentadas em linguagem simbólica. Os símbolos do Velho Testamento são base para as doutrinas do Novo. De modo geral, símbolos devem ser estudados no sentido literal em relação ao contexto, e não forçando o texto a uma particular interpretação. O intérprete não deve extremar-se nos mínimos detalhes dos símbolos, pois isso pode trazer confusão. A seguir apreciaremos os símbolos com suas diversas classificações: Céus e terra. “No princípio criou Deus os céus e a terra... e chamou Deus à expansão céus... e chamou Deus à porção seca terra” (Gn 1.1,8,10). Significação: 1. Céus: o firmamento que se estende como uma tenda sobre a terra; é também compreendido como o universo (Gn 1.14; Jó 37.18; SI 104.2; Is 40.22; Jr 23.24; Mt 5.18); 2. Céus e terra: um conjunto de poderes políticos de um país; céus sim bolizando os governantes, e terra, o povo (Gn 6.11); 3. Céus: lugar onde Deus habita com seus exércitos (SI 2.4; 115.3; 123.1; Is 66.1; Mt 24.36; 28.2; Mc 13.32; Lc 22.43); 3. Céus: lugar da habitação dos remidos do Senhor e dos santos apóstolos e profetas (2Co 5.1; Ef 3.15; Fp 3.20; IPe 1.4; Ap 19.1); 5. “Céus abertos” e “portas e janelas do céu”: bênçãos e proteção de Deus para os seus servos fiéis, e também juízo para os infiéis (Gn 28.17; Ml 3.10; Jo 1.51; Ap 4.1; 19.11).
Elementos, fenômenos e coisas diversas. Significação: 1. Água: regeneração, Palavra de Deus (Jo 3.5; 4.10,11; Ef 5.26); 2. Luz: verdade, sabedoria, gozo; glória e pureza de Deus; felicidade (SI 104.2; Jo 12.35; lTm 6.16; 2Co 4.6; 2Pe 1.19); 3. Trevas: mentira, ignorância, cegueira espiritual (Mt 6.23; lJo 1.6); 4. Sol: autoridade superior (Gn 1.16); 5. Lua: a autoridade secundária (Gn 1.16; 37.9,10); 6. Estrela: sinal, aviso, juízo, autoridade sujeita ajuízo de Deus; a “estrela resplandecente da manhã” simboliza Cristo (Gn 1.14; Jd 13; Ap 2.28; 8.10,11; 22.16); 7. Chuva: influência divina, beneficência de Deus para todos, bênçãos para o seu povo; significa também julg a m e n to e castigo para os desobedie ntes ( l R s 8.35; SI 65.10; Mt 5.45; At 14.17; Tg 5.7,18); 8. Vento, vento impetuoso1: conturbação; vento detido, tranqüilidade, estrondo ou som de vento veemente e impetuoso é conturbação para os infiéis, mas, para os fiéis no cenáculo, foi gozo e enchimento do Espírito Santo (SI 55.8; Ez 1.4; Mt 7.27; 8.26,27, At 2 . 2 ); 9. Montanha: grandeza e estabilidade (Is 2.2; Dn 2.35); 10. Bosque: cidade ou reino; suas árvores altas representam regentes e governadores (Is 10.18,34; 32.19; Jr 21.14; Ez 20.46); 11.Pó: fragilidade dos homens (Gn 2.7; Jó 30.19; Ec 3.20); 12.Rocha: fala de fortaleza, abrigo, refúgio, Deus, Cristo (Dt 32.31; ISm 2.2; SI 61.2; Mt 7.24; Rm 9.33; IPe 2.8). 1Que se move com ímpeto. Arrebatado, veemente, fogoso.
Plantas, flores e frutos. Significação: 1. Arvores: as altas, os governantes e as baixas, o povo (Ez 31.5-9; Ap 7.1); 2. Espinhos e abrolhos: as más influências (Mt 13.22; Hb 6.7,8); 3. Fruto: as manifestações das atividades da vida (Mt 7.16); 4. “Frutos maduros de verão”: aproximação do fim; frutos bons são o exemplo dos piedosos, a conversa santa, as recompensas dos santos, os convertidos das Igrejas, os efeitos do arrependimento, as boas obras, as doutrinas de Cristo, a operação do Espírito Santo, o louvor a Deus (SI 72.16; Pv 11.30; 12.14; 18.20; Is 3.10; Mt 3.8; 7.17,18; G1 5.22; Ef 5.9); Frutos maus são a conduta, e conversa dos perversos (Mt 7.17; 12.33); 5. Jardim: a igreja; jardim cercado, a natureza frutífera e segura da Igreja; jardim bem regado, a prosperidade espiritual da Igreja; jardim seco, os ímpios (Ct 4.12; 6.2,11); 6. Uvas: as maduras simbolizam pessoas prontas para o castigo (Ap 14.18,20; Is 63.2; Lm 1.15); 7. Vinha: grande fecundidade. Vindimar significa destruição (Jr 2.21; Os 14.7; Ap 14.18,19); 8. Sega, messe1ou ceifa: tempo de destruição e também símbolo de campo para os trabalhos da Igreja (Is 17.5; Mt 9.37; Ap 14.18); 9. Ramos ou rebentos: filhos ou descendentes (Is 11.1); ramo frutífero simboliza os santos e ramo infrutífero, os maus professores (Jo 15.2,6); 10. Palmeiras, palmas: realeza, vitória, prosperidade (SI 92.12; Ap 7.9); 1Seara em bom estado de se ceifar. Ceifa, colheita.
43
11. Cedro: força, perpetuação (SI 104.16); também, o cristão (SI 92.12); 12. Romeira: os santos e seus frutos (Ct 6.11; Ct 4.13); 13. Videira: Cristo, Israel (Jo 15.1,2; SI 80.8; Is 5.2-7); sen tar -se sob a p róp ri a - videir a sig nif ica paz e prr o s p e r i d a d e ( l R s 4 . 2 5 ; M q 4 . 4 ; Z c 3 . 1 0 ) ; p 14. Vara: comando, correção; vara de Arão (Êx 7.9,12; Nm N m 1 7 . 3 , 1 0 ; Pv 10. 13; 13. 24; I C o 4 . 2 1 ; 2 C o 11.25; SI 23.4; Is 10.5; SI 2.9; Ap 2.27; 12.5); simboliza também os crentes (Jo 15.5); 15. Figueira: paz e prosperidade (lRs 4.25; Zc 3.10); 16. Figos: figos bons e maduros, as obras dos santos (Jr 24.2,3,5); Figos maus e fora de tempo, ímpios maduros para o julgamento de Deus (Is 34.4; Jr 24.8). Metais. Significação: 1. Ferro: severidade, força, resistência (Dt 4.20; Jó 40.18; SI 107.10; Ap 9.9); 2. Bronze: força e firmeza (Is 48.4; Jr 6.28; SI 107.16); 3. Prata: resgate, redenção (Êx 26.21); 4. Ouro: glória de Deus, realeza e poder (Gn 41.42; Êx 28.36; 25.17,18; Ap 3.18); ouro refinado pelo fogo simboliza a verdadeira riqueza espiritual; 5. Cobre: resistência ao fogo (Êx 27.2-6; 30.18); Pedras. Significação: 1. Pedras preciosas: magnificência e formosura (Êx 28.9-21; Ap 4.3; 21.11): 2. Crisóprazo: Crisópr azo: paz qu quee sobrep uja1 todo entendiment entendimentoo (Ap 2Í.20); 3. Topázio: alegria do Senhor.
1Exceder em altura; sobrelevar:
44
Animais. Significação: 1. Boi: submissão; o ato de trilhar o grão sem ter atada à boca significa o direito que tem o obreiro do evangelho ao seu sustento (Is 30.24; ICo 9.9,10); 2. Bode: os reis macedônios, especialmente Alexandre (Dn 8.5,7,21); é também símbolo dos ímpios e dos falsos pastores (Zc 10.3; Mt 25.32,33): 3. Besta: poder tirano e usurpador, porém, às vezes simboliza um poder temporal qualquer (Dn 7.3-17; Ez 34.28); 4. Cavalo: equipamento de guerra e de conquista; rapidez (J1 2.4); domínio: (Dt 32.13; Is 58.14); 5. Carneiro: os reis em geral, especialmente dos reis pee r s a s ( D n 8 . 3 , 7 , 2 0 ) ; p 6. Cordeiro: simplicidade e mansidão; pureza de Cristo; Cristo como sacrifício; o povo do Senhor; crentes fracos (Is 5.17; 40.11; 53.7; Jo 21.15); 7. Cão: impureza, apostasia (Pv 26.11; Fp 3.2; Ap 22.15); também símbolo de vigilância, falsos mestres e ministros infiéis (Is 56.10); 8. Leão: majestade, força, ferocidade; símbolo de poder enérgico e dominador; de realeza soberana do Messias (Dn 7.4; Am 3.8; Ap 5.5); 9. Leopardo (tigre): inimigo cruel e enganoso (Jr 5.6; Dn 7.6; Hb 1.8; Ap 13.2); 10. Jumento: selvagem, os ismaelitas, a instabilidade do homem natural, os ímpios em busca do pecado; Israel e seu amor pelos ídolos (Gn 16.12; Jó 11.12); j juu m e n t i n h o s i m b o l i z a a p a z - C r i s t o e n t r a n d o e m Jerusalém como Rei da Paz (Zc 9.9; Mt 21.5,7); 11. Raposa: engano, astúcia, falsos profetas (Ez 13.4; Lc 13.32); 12. Touro: inimigo forte e furioso (SI 22.12); 13. Novilhos: povo comum; casas e povoações (Jr 50.27);
45
14. Urso: inimigo feroz e temerário1; governantes ímpios, e também juízo de Deus contra os ímpios (Pv 17.12; 28.15; Lm 3.10; Os 13.8; Ap 13.2); 15. Lobo: egoísmo e avidez2; os ímpios e governantes ímpios; falsos mestres; Satanás (Ez 22.27; Mt 7.15; Mt 10.16; Lc 10.3; Jo 10.12); 16. Dragão: reis cruéis; perseguidores; inimigos da Igreja, os ímpios e o diabo (Ez 29.3; SI 44.19; Ap 13.2; 20.2). Aves. Significação: 1. Águia: poder, vista penetrante, movimento no sentido mais elevado (Dt 32.11,12); sabedoria, selo dos ministros de Deus (Ez 1.10; Ap 4.7); 2. Pomba: o Espírito Santo, mansidão de Cristo, influência suave e benigna do Espírito de Deus, inocência, pureza (SI 68.13; Ct 6.9; Mt 3.16; 10.16; Jo 1.32); 3. Aves do céu: reis cruéis, nações, povos de diferentes nações, o diabo (Is 46.11; Jr 12.9; Ez 31.6; Lc 8.5). Insetos e Répteis. Significação: 1. Abelha: os reis da Síria (Is 7.18); às vezes simboliza um poder invasor cruel (Dt 1.44; Jz 14.8; SI 118.12); 2. Gafanhotos: calamidade (Am 7.1,2); inimigos destruidores, governantes ímpios, falsos mestres, apostasia, destruição dos inimigos de Deus (Jz 6.5; 7.12); 3. Crocodilo (ou dragão): Egito e, em geral de todo poo d e r a n t i c r i s t ã o ( SI 4 4 . 1 9 ; I s 2 7 . 1 ; 5 1 . 9 ; E z 2 9 . 3 ; p Ap 12.13); 1 A r r is i s c ad a d o , i m pr p r u d en e n t e , p e r ig i g o s o. o . A rr r r o ja j a d o , a u da d a c i os os o , atrevido; precipitado. 2 Desej o a rdente, imod erado , ve ement e, de alguma coisa. cois a. A n s i e d a d e , s o f r e g u i d ã o . C o b i ç a , a m b i ç ã o . V o r a c i d a d e, s e d e .
46
4. Peixes: governadores das gentes (Ez 29.4: Hc 1.14); 5. Formi ga: di li gê n ci a1, tra balh o, cui dado (Pv 6.6; 30.25). Cores. Significação: 1. Azul: céus, montes, distância, perfeição; 2. Branco: formosur a, santidade branco resplandecente era a cor real e sacerdotal entre os judeus (Ec 9.8; Mc 9.3; Ap 3.4); 3. Amarelo: enfermidade mortal, pestilência (Ap 6.8); 4. Carmesim: identificação, pecado, purificação (Js 2.18; Is 1.18; lJo 1.7); 5. Púrpura: real eza - era a cor real dos romano s (Jo 19.2,5); 6. Preto: angústia, aflição e fome (Jó 30.30); 7. Vermelho: guerra, derramamento de sangue e também vitória (Zc 6.2; Ap 12.3). Diversos. Significação: 1. Varão: homem respeitável, valoroso, anjos, Jesus (Gn 2.23; 6.4; At 1.10; 17.31); 2. Homem: toda a humanidade (At 17.26); homem velho - sentido terreno; hom em novo - sentido espiritual (ICo 15.45); 3. Mulher: mãe da raça humana; mulher vestida de sol e montada numa besta representa Israel (Ap 12.1; e 17.3, 4,9); 4. Virgem: servos fiéis que não se mancharam com a idolatria; símbolo da Igreja (Ap 14.4); 5. Primogênito: Israel e os crentes (SI 89.27; Rm 8.29; Hb 1.6; 12.23; Ap 1.5); 6. Criança: humildade e dependência (lRs 3.7; Jr 1.6; Mt 18.4); Cuidado ativo; zelo, aplicação. Atividade, rapidez, presteza.
47
7. Braços: força e poder; braço nu e estendido símbolo de poder em exercício (Êx 6.6); 8. Mãos: atividade, poder, comunhão, ajuda; mão direita - símbolo de honra e distinção, poder, apoio e proteção (Êx 15.6); 9. Pés firmados numa rocha: estabilidade (SI 40.2); 10. Pés colocados num lugar amplo: liberdade (SI 31.8); 11. Pés lavados ou mergulhados em azeite: abundância (Jó 29.6); 12. Pés mergulhados em sangue: vitória (SI 68.23); 13. Sentado aos pés de alguém: situação de humildade; aprendiz (Lc 7.38); 14. Lavar os pés: ato de hospitalidade e também de humildade (Gn 18.4; Jo 13.5,8,10); 15. Pés escorregando: ceder à tentação (Jó 12.5; SI 38.16); 16. Sangue: vida ou alma (Lv 17.11); Isaías diz de Cristo: “Derramou a sua alma na morte para fazer expiação pelas nossas almas”; 17. Morte: separação, separação de Deus, insensibilidade espiritual (Ef 2.1); 18. Casamento: união perfeita e fidelidade (Ef 5.23,32); 19. Adultério: infidelidade, infração do pacto, idolatria (Jr 3.8,9); 20. Pão: alimento espiritual; representa também o corpo de Cristo (ICo 11.23,26); pão da vida simboliza Cristo (Jo 6.35); 21. Vinho: sangue de Cristo (Mt 26.28); 22. Maná: o verdadeiro pão do céu para vida e sustento dos que são de Cristo (Jo 6.31,35,48); 23. Fermento: maldade ou corrupção (ICo 5.7,8); 24. Azeite: o Espírito Santo (SI 133.2); 25. Incenso: oração (SI 141.2);
48
26. Fogo: elemento purificador; simboliza também juízo divino (Is 6.6,7; 9.18,19); N úmeros Sim bólicos. A simbologia dos números nas Escrituras é muito importante para o estudante da Bíblia. Os hebreus deveriam escrever os números por extenso, pois não existe prova de que usassem algarismos. Para representar os números, empregavam as letras do alfabeto. Por exemplo, a primeira letra “ A l e f ’ era o núm ero “u m ” ; a segun da, “ B e it ”, o número “dois” e assim por diante. Também a expressão de Jesus em Apocalipse: “Eu sou o Alfa e o Omega (primeira e última letra do alfabeto grego), o primeiro e o derradeiro”, mostra a grande importância da simbologia dos números.
49
Questionário • Ass ina le com “X” as alter nativas corretas 1. Narrações de Jesus destinadas a transmitir e ensinar verdades importantes e celestiais a)l I Os Prov érbi os b)[X1 As Parábolas c)l | As Pr of ecia s d)| | Os Acr óst ico s 2. Emblema, figura, sinal, que representa objeto ou alguma coisa a)| IParábola b)l I Paradoxo c)F1 Símbolo d)| | Hi pé rbo le 3. Quanto aos diversos símbolos e seus significados, assinale a incorreta a)| I Varão: homem respeitável, valoroso, anjos, Jesus b ) D Vinh o: sangue de Cristo c)[ | Maná: o ver da dei ro pão do céu par a vida e sustento dos que são de Cristo d ) Q Azeite: alimento espiritual; representa também o corpo de Cristo • Mar que “C ” para Certo e “E ” para Errado 4 . 0 Há parábolas citadas nos evangelhos, e também parábolas no Antigo Testam ento 5 . m Profecias, parábolas, milagres e mensagens foram, muitas vezes, apresentadas em linguagem simbólica
50
Auxílios Externos Várias matérias ou ciências extrabíblicas precisam ser estudadas, tendo em vista os subsídios valiosos à correta interpretação da Palavra de Deus. Essa contribuição não pode ser dispensada, sob pena de perdermos uma visão mais ampla dos fatos narrados na Escritura. Dentre essas matérias ou ciências podemos ? r considerar: Geografia Bíblica. A ' ^ Oferece auxílio indispensável à compreensão dos acontecimentos narrados na Bíblia. Um acontecimento está sempre estreitamente ligado a um determinado ambiente geográfico. O conhecimento da Geografia da Palestina, seus climas, acidentes geográficos, riquezas minerais e vegetais, muito auxiliará a interpretação da Palavra de Deus. Hi stór ia.
;^ Conhecer a história das nações circunvizinhas da Palestina, os seus costumes, o seu progresso cultural e econômico, fornece muitos esclarecimentos de fatos narrados na Bíblia; confirma mesmo a veracidade dela. Como se pode ver, pois a história é de transcendental importância no estudo da interpretação das Escrituras. Outros auxílios. Conhecer o reino vegetal e mineral, os costumes do povo hebreu e os de seus vizinhos: a alimentação, o modo de vestir, as habitações, é auxílio valioso no estudo da Bíblia. O estudo da arqueologia também oferece fonte importante, considerando que essa ciência confirma fatos e lugares narrados na Bíblia; que antes eram completamente desconhecidos.
51
Profecia Uma definição considerada simplista afirma que a profecia é a predição de acontecimentos futuros e a base da mensagem de Deus ao homem (Gn 49.1; Nm 24.14; Is 38.5,6; 39.6,7; Hb 1.1). Deus é o autor da profecia. Os homens de Deus eram inspirados pelo Espírito Santo (2Pe 1.19,20; IPe 1.10,11; Is 61.1,2). Tendo em vista a sua procedência, a profecia assume grande importância na Bíblia: 1. É qual candeia a iluminar o nosso caminho na escuridão desta vida; 2. É guia seguro para a vontade de Deus, se a soubermos interpretar; 3. É necessária em todo o tempo, até que venha o dia quando serão consumadas as promessas feitas à Igreja. Se tivermos em mente que a Palavra de Deus tem objetivo certo e único - à salvação dos homens através da revelação de Jesus Cristo, observaremos que o propósito principal das profecias é o próprio Senhor Jesus Cristo. Muitas profecias a respeito do Senhor Jesus já tiveram seu pleno cumprimento: 1. Sua humildade (Gn 3.15; Is 7.14; Gn 12.3; Mt 1.21,22; Lc 2.7; G1 4.4; Hb 2.16,17); 2. Sua divindade (SI 2.7; Is 9.6; Zc 13.7; Mt 17.5; Jo 10.30; Fp 2.6); 3. Sua linhagem (Gn 12.3; 21.12; 28.14; 49.10; 2Sm 7.14,16; Is 11.1; G1 3.16); 4. Seu precursor (Is 40.3; Ml 3.1; 4.5; Lc 1.17; 1.76; Mt 3.3); 5. Seu nascimento (Is 7.14; Mq 5.2; Mt 1.18,21; Lc 2.4,7);
52
6. Suas funções (Dt 18.15; SI 110.4; Zc 9.9; Lc 4.16,20; 9.35; Hb 5.5,6); 7. Sua humilhação (Zc 13.6,7; SI 69.8; 22.1,21; Is 53.1,7; Mt 6.3; 26.31,67; Jo 18.1). Dificuldades cronológicas das profecias. Uma das maiores dificuldades na interpretação das profecias é a colocação dos fatos previstos em ordem cronológica. Às vezes, o mesm o profeta viu o sofrimento e a glória do Messias, sem poder com preender o fator dentro da revelação do Espírito. Princípios a serem observados na interpretação. 1. As profecias devem ser entendidas em sentido literal. Todas as profecias cumpridas ao longo dos tempos bíblicos tiveram seu cumprimento rigorosamente literal; 2. As profecias, muitas vezes, foram enunciadas através de símbolos, tipos, parábolas, etc, por isso há necessidade de se conhecer a exatidão dessas figuras para poder entendê-las; 3. Nenhuma profecia é de particular interpretação, logo, devem ser interpretados observando as regras do contexto e do ensino geral das Escrituras e o ensino sobre o assunto específico, objetivo da profecia; 4. Nunca devemos julgar entender tudo concernente às . profecias; nossa mente finita jam ais poderá V/ c o m p r e en d e r os d e s í gn i o s 1 de D eu s e m sua plenitude; sejamos humildes e pacientes, dependentes da revelação do Espírito Santo! Intento, intenção, plano, projeto, propósito.
53
No estudo da profecia, cabe dar-se o devido valor aos profetas. No Velho Testamento, os profetas eram os oráculos de Deus em favor dos homens. Considerações: Os profetas eram chamados de: • Servos do Senho r (Dt 34.5); • Hom ens de Deus (I S m 9.6); • Videntes (I S m 9.9); • Prof etas de Deus (Ed 5.2); • Men sage iro s de Deus (Ml 3.1); • Sant os prof etas (Lc 1.70; Ap 18.20; 22.6); • Hom ens santos de Deus (I P e 1.21). A ordem dos profetas. Em um sentido lato, os primeiros profetas foram os patriarcas, de Adão a Moisés (Gn 5.21,24; 7.4; 9.1; 9.25,27; Êx 7.1; Dt 18.18); porém, no sentido restrito, somente em Samuel é que começa o ministério profético; entre estes profetas encontr am-se Elias, Eliseu, Davi, e outros (ISm 30.20; lRs 17.1; 19.16; 2Rs 17.13; SI 16.8,11). Há duas categorias de profetas: • Profetas não-canônico s; • Profetas canônicos. São classificados como profetas nãocanônicos os que não escreveram livros proféticos; Moisés, considerado o maior de todos os profetas, escreveu o Pentateuco, porém seus livros não são classificados como proféticos. Moisés não é profeta canônico. Há no Antigo Testamento, conforme estudiosos da Bíblia, uma lista de 37 a 39 profetas nãocanônicos, inclusive alguns anônimos, começando por Enoque, Noé (2348 a.C.) até a profetiza Hulda (624 a.C.) (Gn 5.21,24; 9.25,27; 2Rs 22.12,14,20; Jd 14,15; 2Pe 2.5); profetas canônicos são os que escreveram os livros proféticos. Vão de Isaías (760 a.C.) a Malaquias
(54'
(367 a.C.), o último profeta do Antigo Testamento; estes se classificam ainda em: profetas maiores, em número de quatro: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel; e profetas menores, em número de 12, fazendo um total de 16 profetas canônicos (Nm 12.6; Ml 1.1; Is 1.1). Há ainda, no Novo Testamento o ministério geral profético: Cristo, o grande profeta; os apóstolos, que receberam do próprio Cristo; e João Batista (Mt 10.5; At 1.22; ICo 9.1,2; Ef 4.11; Lc 3.4; Rm 3.12; ICo 2.13; 14.31; 2Ts 2.13; 2Tm 3.16; 2Pe 1.21; 3.15,16; lJ o 1.5; Ap 1.1) - Jesus e os apóstol os afirmaram a verdade das profecias do Antigo Testamento. Quer no Velho Testamento, quer no Novo Testamento, em qualquer tempo houve também falsos profetas, pois, falsificar o que é verdadeiro, sempre foi, é, e será o artifício de Satanás; por esta razão, precisa o intérprete ou leitor da Bíblia, precaver-se do disfarce do impostor, cujo interesse é sempre de falsificar, Entre os falsos profetas do Velho Testamento: Balaão, Acabe, filho de Calaias e Zedequias, filho de Maaséias (Jr 29.21; 2Pe 2.15; Ap 2.14). Há dois princípios para julgar a veracidade da mensagem de um profeta: o primeiro diz respeito ao cumprimento da profecia enunciada (Dt 18.22); o segundo ensina que nenhuma mensagem pode contradizer as profecias existentes ou qualquer sã doutrina já estabelecida.
Dificuldades de Interpretação Apresentam-se nas Escrituras Sagradas, dificuldades para a interpretação de muitas passagens.
55
Na maioria das vezes essas discr ep ân cias1 são aparentes e devidas à falhas humanas. Por outro lado, deve-se ter em consideração que a criatura humana é finita e fraca, e que Deus é infinito e sábio. Logo, nunca poderemos alcançar os desígnios de Deus em sua plenitude. Por isso Paulo exclamou: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão in son dáv eis 2 são os seus juí zos , e quão ine scru táve is3 os seus camin hos! Por que quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a Ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele e por Ele, e para Ele, são todas as coisas; glória pois a Ele eternamente. Amém” (Rm 11.33-36). Algumas passagens requerem interpretação profunda e, ao que parece, nem sempre se consegue esgotar o assunto. Citamos abaixo algumas dessas dificuldades dando idéias sobre as alternativas de interpretação mais conhecidas: Os sete dias da criação. Muito se tem discutido sobre o significado exato da palavra dia nos primeiros versículos do livro de Gênesis. Para muitos os dias da criação (Gn 1.1,31) são longos períodos, que, inclusive, devem coincidir com as Eras Geológicas. Outros, no entanto, interpretam esses dias como períodos de vinte e quatro horas. Essa incerteza em nada afeta a veracidade da Palavra de Deus. Ele é o criador de todas as coisas. A Bíblia resume a criação nestas sublimes palavras: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). 1 D e s a c o r d o , d i v e r g ê n c i a , d i s c ó r d ia . 2 Inexpli cáve l, in comp reen sível . 3 Não escrutá vel; impene trável.
56
Realmente, a palavra dia aparece com vários sentidos. Por exemplo, em Gênesis 2.4: “Estas são as origens dos céus e da terra quando foram criados: no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus”. Neste versículo a palavra dia parece compreender o período todo de criação, isto é, os seis dias. Os que advogam a palavra dia como sig nific ando um longo período, afir ma m que até o 3o dia (Gn 1.1,13) não existiam o Sol e a Lua para reger o tempo, definindo o dia e a noite, à semelhança de hoje. Os que afirmam que os dias da criação compreendem um período de vinte e quatro horas apegam-se a Êxodo 20.11. Moisés teria se referido a dias de 24 horas, aplicando-os à criação. Em muitas outras referências bíblicas, a palavra dia tem significados diferentes, o que dificulta a compreensão exata do assunto. Pedro leva isso mais longe, quando diz que “um dia, para o Senhor, é como mil anos e mil anos como um dia” (2Pe 3.8). Deus, pela sua Palavra, poderia ter feito todas as coisas num só dia, mas, para Ele, tempo não é impedimento. O dia longo de Josué. Josué fora designado por Deus para sucessor de Moisés, e para isso, revestido da graça e do poder de Deus (Êx 33.11; Nm 13.8; Dt 31.14,23; 34.9; Js 1.1). Tendo assumido o comando dos exércitos de Israel obteve vitórias extraordinárias, e Deus fez maravilhas por seu intermédio. Dos muitos milagres que Deus realizou no período de Josué, a Bíblia registra vários, como a travessia do Jordão pelo povo, em época de cheia, tendo as águas que vinham de cima parado em montão de modo miraculoso, e a destruição de Jericó, cujos muros ruíram sem que houvesse interveniência dos exércitos de Israel (Js 6.1,27).
57
Porém, o milagre mais extraordinário registrado pela Bíblia, e realizado por Deus nesse período, foi quando Deus, ouviu a oração de Josué, fez o sol e a lua pararem tornando aquele dia mais longo, a fim de que o povo pudesse vingar-se de seus inimigos. Muitos querem discutir o assunto a partir da maneira com está escrito e dizem: “Não havia necessidade de o sol e a lua deterem-se, bastaria a terra diminuir ou parar o seu movimento de rotação”. Tal argumento não tem sentido, pois a Bíblia utiliza-se da linguagem usual ou comum. E é usual dizer-se que o sol é que se movimenta (aparece e desaparece no horizonte). Hoje, cientistas têm comprovado a falta de quase um dia de vinte e quatro horas no calendário terreno, sem saber explicar o motivo, “porque, para Deus, nada é impossível” (Lc 1.37). Jonas no ventre do peixe. Jonas (filho de Amitai), profeta de Deus, foi chamado a profetizar contra os habitantes da cidade de Nínive devido à corrupção moral e espiritual reinante naquela cidade. Inicialmente, temeu as conseqüências da missão, e resolveu fugir da presença, da direção de Deus. Quando viajava para Tarsis, já em alto mar, sobreveio uma tempestade de tal magnitude1 que grande parte da carga do navio teve de ser lançada ao mar e, como a tormenta não cessava, Jonas reconheceu que a causa era a sua desobediência, e pediu que o lançassem ao mar. A Bíblia narra que Deus preparou um grande peixe, que engoliu o profeta, e Jonas esteve três dias e três noites no ventre do peixe. 1 Q u a l i d a d e d e m a g n o ; g r a n d e z a . I m p o r t â n c i a , g r a v i d ad
58
Algumas traduções da Bíblia traduzem por baleia, ao invés de grande peixe, mas isso é incorreto, pois, no hebraico, a palavra significa grande peixe. Alguns intérpretes, baseando-se na tradução por baleia, dizem que esse cetáceo não teria capacidade de engolir um homem, devido à forma da sua garganta. Todavia, a tradução certa é um grande peixe. Sobre a possibilidade de Jonas ter-se mantido vivo e consciente no ventre do peixe, durante aproximadamente 72 horas, a explicação mais p la u s í v el 1 é que foi um milagre, e milagre não pode ter explicação natural, pois, do contrário, deixaria de ser milagre. Sobre a veracidade dessa história, encontramos a referência que a ela Jesus fez em Mateus 12.39,40. Se não fosse verídica, o Senhor não a teria citado. Muitas outras narrativas bíblicas merecem prudência, humildade e reverência na sua interpretação, para não se cometerem erros nem se tirarem conclusões precipitadas. É bom reafirmar que a Bíblia não é um livro de ciência, é a Palavra de Deus, a revelação do Criador aos homens. Foi inspirada pelo Espírito Santo e sua mensagem é correta e perfeita. Dificuldades com referências a lugares. Alguns acidentes geográficos ou cidades são encontrados na Bíblia com mais de um nome. Isto dificulta o entendimento, porém é perfeitamente explicável pela influência de línguas e dialetos dos povos vizinhos sobre a língua escrita pelos autores bíblicos. 1Razoável, aceitável, admissível.
59
Em Gênesis 31.46, um montão de pedras que serviu de testemunho para o pacto entre Labão e Jacó; como era costume da época, recebeu dois nomes diferentes: Labão chamou-o de Jegar-Saaduta e Jacó de Galeede. Labão falava o arameu e Jacó o hebraico; daí a diferença. Outros exemplos: 1. O monte Hermom (Dt 3.8) é chamado de Siriom pelos sidônios; de Senir pelos amorreus (Dt 3.9), e de Siom em Deuteronômio 4.48; em lCrônicas 5.23 e Catares 4.8, a palavra Hermom refere-se a diferentes picos da mesma montanha; 2. Laís ou Lessem, em Josué 19.47 e Juizes 18.29, é Dã em IReis 12.29; 3. Mizpa de ISamuel 7.11 parece ser o mesmo Mizpe de ISamuel 22.3; 4. O nome Mar Morto não é registrado nas Escrituras, é chamado Mar de Sal em Gênesis 14.3; Mar Salgado em Números 34.3; Mar da Campina em Deuteronômio 4.49; Josué 3.16; e Mar Oriental em Joel 2.20, Zacarias 14.8; 5. Jerusalém é designada por Ariel, em Isaías 29.1,2,7; 6. Babilônia é intitulada de Sesaque (Jr 25.26); 7. O lago Genezaré também é conhecido nas Escrituras como Mar de Quinerete, Mar de Tiberíades e Mar da Galiléia (Mt 4.18; Jo 21.1). Dificuldades com relação a nomes de pessoas. Encontramos uma mesma pessoa designada com nomes diferentes. Alguns desses nomes não passam de títulos nobres. Exemplos: 1. Dodanim (Gn 10.4), é o mesmo Rodanin (lCr 1.7); 2. Jó, filho de Issacar, em Gênesis 46.13, é chamado Jasube em Números 26.23,24; 3. Deuel, em Números 1.14, é o mesmo Reuel em Números 2.14;
60
4.
Oséias em Deuteronômio 32.44, é Josué em Deuteronômio 34.9 e em outras passagens; 5. Azarias de 2Reis 15.1 é o mesmo Uzias de 2Reis 15.13 e de 2Crônicas 26.1; 6. Jeocaz, filho de Josias, de 2Reis 23.30,31, é Joanã em lCrônicas 3.15; e Salum em Jeremias 22.11; 7. Reuel, sogro de Moisés (Êx 2.18), é Jetro em Êxodo 4.18, e Hobabe em Juizes 4.11; 8. Isvi, filho de Saul, em ISamuel 14.49, é chamado de Abinadabe: ISamuel 31.2; 9. Quileabe, filho de Davi, em 2Samuel 3.3, é chamado de Daniel em lCrônicas 3.1; 10. Mateus, apóstolo do Senhor Jesus (Mt 9.9), também é chamado de Levi em Lucas 5.27,29; 11. Lebeu, apelidado Tadeu em Mateus 10.3, é também Judas, filho ou irmão de Tiago em Lucas 6.16; 12. Silvano (2Co 1.19 e IPe 5.12), é Silas em Atos 15.22; 13. Herodes, César e Faraó são títulos nobres de muitos homens.
61
Questionário • Assin ale com “X ” as alternat ivas corretas 6. Subsídios valiosos à correta interpretação da Bíblia a)l I Lite ratu ra e histó ria bíblica b ) 0 Geografia bíblica e história c)l | Bi ol og ia bíb lic a e quí mic a d)l I Astro logia e arqueologia bíblica 7. Quanto aos princípios a serem observados na interpretação é errado afirmar que a)l | As prof ecia s devem ser en tend ida s em senti do literal b)[01 Nunca devemos julgar entender tudo concernente às profecias c)[V] Toda profecia é de particular interpretação d)| I As profecias, muitas vezes, foram enunciadas através de símbolos, tipos, parábolas, etc 8. Não é uma passagem bíblica considerada difícil na compreensão a)| I Os sete dias da criação b)l I O dia longo de Josué c)| | Jo nas no ven tre do peix e d)[71 Os dez mandamentos • Mar que “C ” para Certo e “E ” para Errado
9.Í&1 Os primeiros profetas foram os patriarcas, de Adão a Moisés, porém, somente em Isaías é que começa o ministério profético 10.|T] Oséias em Deuteronômio 32.44, é Josué em Deuteronômio 34.9 e em outras passagens
62
Lição 3 A Homilética Fundamental
Antes propriamente de começarmos a estudar a homilética é bom que analisemos algumas idéias básicas iniciais. Precisamos com preender a origem da palavra, do discurso e das ciências estudadas pelos povos clássicos que influenciaram o surgimento de um estudo técnico a respeito de como transmitir a Palavra do Senhor.
A Palavra A palavra é o veículo de comunicação qu( Deus deu ao ser humano. Ela pode ser expressa por: • Sinais corporais (gestos); • Sina is sonor os (fala); • Sinais gráficos (escrita); • Sinais lumino sos (luzes); De todas estas expressões a mais empregaé na transmissão da mensagem do evangelho é a palavr falada (sonora), que é um fenômeno que pode sc analisado em quatro aspectos: • Biológico; • Psíquico; • Social; • Espiritual.
63
Podemos dizer que a palavra possui dois elementos básicos: o material (som), que recebe o nome especial de “vocábulo”, e o imaterial, o qual é denominado de “termo”. Com a invenção do alfabeto, a escrita passou a ser uma outra forma material da palavra. Um dos maiores privilégios do ser humano como coroa da criação de Deus é o domínio da palavra. E foi a part ir disso que ele pôde se comu nicar, conversando com seu semelhante, e com seu próprio criador.
A Origem da Conversa Deus vendo que não era bom que Adão vivesse sozinho criou Eva, pois queria que o homem se socializasse. Daí, vêa g ra d a ç ã o 1 com que p ossivelm ente o Senhor viabilizou isso: primeiro dotou o homem com a capacidade para a linguagem e assim o ser humano inventou a palavra; depois ele produziu frases; em seguida criou a conversa, o diálogo. Etimologicamente “conversa” vem do latim “ conversatio ” formada de “cum”, com + “ versare ” , virar. Trocar idéias com outrem. Por outro lado, “diálogo” vem da língua grega “ d iá ”, através + “logos”, palavra - comunic ação através da palavra. Os gregos davam à conversa o nome de “ h o m i l i a ” (de onde nos veio o termo “homilética”). E os romanos a chamavam de “ s e r m o n i s ” (de onde nos veio a expressão “sermão”). Assim, vemos que “ h o m i l i a ” e “ sermonis ” são simples sinônimos que significam apenas “conversa”. 1Aumento ou diminuição gradual.
64
A Origem do Discurso O convívio social que produziu a palavra, a frase e a conversa, também produziu o “discurso”. Enquanto que a conversa é um diálogo em que o interlocutor tem uma participação direta e real, o íH discurso é um diálo go em que essa p art icip ação é direta, mas imaginária. No discurso, a pessoa que fala imagina que está trocando idéia e está sendo entendida pelos seus ouvintes. Podemos imaginar como o discurso surgiu no cenário da humanidade. Foi quando alguém, (podemos exemplificar com um pai, um general, um rei, etc.) que teve que alterar a intensidade de sua voz para se comunicar com um grupo de pessoas. Por essa razão o discurso tem duas marcas de ident idade: a pes soa fala a um grupo, a uma coletividade; e por causa disso, o discursante tem que aumentar a intensidade ou tonalidade de sua voz. Assim, a altura da voz, evidentemente, teria que ser proporcional à distância entre o orador e o seu último ouvinte.
O Estudo do Discurso A retórica. Os primeiros a se preocuparem com o estudo do ato de falar em públic o fora mos gregos. A democracia foi inventad a por eles. Nesse sistema político de governo, os cidadãos se reuniam para participar diretam ente nas discussões e nas deliberações sobre os problemas urbanos comuns. Assim, saber falar em público e convencer os ouvintes passou a ser uma necessidade de ascensão
65
social e assim os gregos passaram a se preocupar com o estudo da arte e das técnicas de discursar. Então surgiu a “retórica”. Dos homens mais famosos da Grécia antiga, no estudo do discurso, podemos citar: Córax, Sócrates, Platão e Demóstenes. A retórica grega estava dividida em política, forense, epidítica (demonstrativa). Nada havia entre eles semelhante à retórica sacra. A oratória. Os romanos, que sofreram grande influência cultural dos gregos, não podiam deixar de se empolgar com a retórica, que logo a observaram com o nome de oratória (de “ oris ”, boca). Cícero e Quintiliano foram os maiores oradores romanos. Os romanos também nunca usaram a oratória para fins religiosos. A eloqüência. A palavra “eloqüência” vem do latim “ eloquentia ” e significa o ato ou o efeito de se falar bem. Na oratória romana, era a parte que tratava da propriedade, disposição e elegância das palavras. Na verdade, a eloqüência é mais do que apenas falar bem (com palavras certas, bem colocadas e elegantes). A eloqüência é a capacidade de atrair a atenção dos ouvintes, convencendo-os pelo uso da linguagem.
A Homilética O Cristianismo foi, na verdade a primeira religião universal que o mundo conheceu. Por outro lado, as religiões pagãs eram exclusivistas voltadas
66
somente para as nações ou tribos a que pertenciam, por isso, não havia espaço para a pregação. Os próprios gregos que inventaram a retórica e os romanos que aprimoraram com a oratória nunca utilizavam o discurso verbal na religião. Mesmo entre os hebreus, que deviam ser as testemunhas do Senhor Deus de Israel (Is 43.10-12), não havia preocupação com a pregação da Lei. Essa tarefa era desenvolvida informalmente pelos pais em suas casas. A mensagem efetivamente era transmitida em forma de “homilia”. Embora bem mais tarde a seita dos fariseus p asso u a fazer um trabalho p ro se li ti st a1. Mas não estudavam o aprimoramento do discurso. No início do Cristianismo, seguindo o exemplo da sinagoga, os cristãos se limitavam a ler as Escrituras, no culto, e exortar o povo segundo as lições que podiam tirar do texto (At 13.14,15; 15.21). Os sermões de Pedro, de Estevão e de Paulo registrados em Atos dos Apóstolos são de caráter narrativo (At 2.14-42; 7.1-53; 13.16-48). A homilética nasceu quando os pregadores cristãos começaram a estruturar suas mensagens, procurando aprimorá-las com as técnicas da retórica grega e da oratória romana. Na Idade média, quando a Igreja Cat ólica Romana dominava quase todo o mundo de então, a homilética era quase a única forma de oratória conhecida. Nesse tempo ela era a arte de pregar sermões no templo. A partir da Reforma Protestante, quando a Bíblia passou a ser o centro da pregação e quando os sermões deixaram de ser apenas discursos éticos ou litúrgicos e formais, em latim, para se transformarem 1Converter os pagãos à doutrina dos judeus.
67
em mensagens verdadeiramente evangélicas, a homilética passou a ser o estudo da arte e das técnicas de melhor expor as idéias que o Espírito Santo concedia aos pregadores do evangelho. Lutero e os demais reformadores por valorizarem muito a pregação da Palavra de Deus levaram para dentro dos templos o púlpito. Em virtude dessa valorização da atividade de anunciar a Palavra de Deus passou-se a valorizar também o modo de anunciála. Logo, esforçaram-se para estudar a retórica e a eloqüência gregas e a oratória romana, aplicando as suas técnicas à prática da pregação do evangelho. Daí, surge a homilética. A origem da palavra. Como já vimos anteriormente, o vocábulo em foco deriva do verbo grego homiléo, que aparece em Lucas 24.14,15 e Atos 20.11; 24.26, como significado de conversar ou falar. Em ICoríntios 15.33, a expressão conversações é uma tradução do termo grego homilias. Desse modo, a palavra homilética origina-se de h o m i l i a , que significa conversação entre amigos ou companheiros. Portanto, a pregação da mensagem devia ser feita sempre em tom de conversação familiar e jamais com uma torrente de palavras desconexas, estridentes e ininteligíveis. Para os gregos, a homilia significava um diálogo familiar, informal. Por sua vez, os romanos a denominavam de “sermo ”, donde se origina o vocábulo sermão. Assim sendo, depreendemos que as prim itivas pregações da m ensagem do Evangelho eram feitas em tom de conversação familiar, conforme se registra em Atos 20.11. O pregador conversava com
68
seus ouvintes, ao pregar. Fazia uma exposição das Escrituras de modo lógico, claro e convincente. Não agredia com gritos estridentes e irritantes os ouvidos dos ouvintes. O Novo Testamento registra inúmeros exemplos de sermões onde os apóstolos Pedro e Paulo expuseram as Escrituras com sabedoria, lógica e poder, sob a égide1do Espírito Santo, e foram compreendidos por todos (At 2.14-41; 17.22-34); de modo que sempre houve salvação de almas, mesmo entre os pagãos que jamais tinham ouvido a respeito de Jesus Cristo e da salvação.
Os Problemas da Homilética A palavra de Deus afirma que “a fé vem pela pregação e a pregação pela palavra de C risto ” (Rm 10.17). Como é possível, então, que surjam dificuldades quando esta palavra é proclamada? O problema não está na palavra em si, porque “ a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do co ração” (Hb 4.12). O problema não está na Palavra de Deus, mas em sua proclamação, quando feita por pregadores que não admitem suas imperfeições homiléticas pessoais! Atualm ente, as dificuldades mais comuns da pregação bíblica encontr am-se nas seguintes áreas: 1. Falta de preparo adequado do pregador; 2. Falta de unidade corporal na prédica; 3. Falta de vivência real do pregador na fé cristã; 1Escudo; defesa, proteção. Abrigo, amparo, arrimo.
69
4. Falta de aplicação prática às necessidades existentes na igreja; 5. Falta de equilíbrio na seleção dos textos bíblicos; 6. Falta de prioridade da mensagem na liturgia; 7. A característica principal de um culto evangélico é a pregação da Palavra de Deus; 8. Falta de um bom planejamento ministerial. O bom pregador deve fazer um planejamento anual, incluindo mensagens para os dias especiais (Natal, Páscoa, aniversário da igreja etc.). Dessa forma, ele alimentará seu rebanho com uma dieta sadia e balanceada. Outros motivos que resultam em problemas para a homilética, além das dificuldades já mencionadas, devemos lembrar que a pregação vem sendo desvalorizada pela secularização que atinge nossas igrejas. Muitas famílias preferem assistir aos programas televisivos, em vez de ouvir uma mensagem simplesmente exortativa e moralista. Há também a questão da grande diversidade de igrejas e pregadores evangélicos, o que facilita à família recém-chegada optar entre o pregador eloqüente e popular e a igreja com status. Além disso, o estresse do dia-a-dia faz com que, mesmo no domingo, não haja mais o sossego necessário para reflexões espirituais profundas.
As Características da Homilética Na realidade, porém, as características da homilética evangélica não devem restringir-se somente aos pólos mensageiros - mensagem . Três elementos, no mínimo, participam da prédica: o pregador, o(s) ouvinte(s) e Deus.
70
Podemos representá-los por meio de um triângulo, cujos vértices simbolizam o autor, o comunicador e o receptor. Neste triângulo, o pregador dirige-se a Deus, na preparação e na proclamação da mensagem, e ao ouvinte, sua comunidade evangélica. O ouvinte recebe a mensagem da Palavra de Deus através da comunicação pelo pregador ou por sua própria leitura. Deus, por sua vez, é autor, inspirador e ouvinte de Sua Palavra. Entretanto, é bom lembrar que o triângulo só se completa com um núcleo: este âmago1 é a Palavra do Cristo crucificado (ICo 2.2). O triângulo, então, deve ser aperfeiçoado da seguinte forma. Para os evangélicos, Cristo é o centro da Bíblia. Luteroensinou enfaticamente: “A Escritura deve ser entendida a favor de Cristo, não contra Ele; sim, senão se refere a Ele não é verda deira Escritu ra... Tire-se Cristoda Bíblia, e que mais se encontrará nela?”
Benefícios da Homilética A homilética desenvolve a arte de expressão. o Sem dúvida, a hom ilética contribui „ y eficazmente para que o pregador desenvolva a habilidade de falar, isto é, a arte de expressão. Nem todos possuem o dom natural da palavra, mas aqueles que exercem o ministério ou a ele aspiram devem buscar o aprim oram ento no falar. E verdade que o sucesso de um pregador depende dos seus valores espirituais, mas também é 1A parte fundamental; o principal, a essência.
71
certo que os valores físicos muito influem. O pregador que se expressa mal é ouvido em desinteresse, porém, o que se expressa bem é ouvido com prazer. A arte de expressão constitui-se de vários aspectos, entres os quais, a voz, a técnica oratória e o conhecimento da língua usada. A voz é o principal veículo da comunicação verbal. É ela, em suma, o som ou conjunto de sons produzidos na laringe pela vibração das cordas vocais sob a ação do ar vindo dos pulmões, modificados pelos órgãos da fala. A voz pode ser educada, para que os sons saiam livres e agradáveis. A técnica oratória pode ser aprendida na escola, e desenvolvida através da observação e da experiência. Aprimorar a arte de expressão não anula a inspiração divina; pelo contrário: dá sentido e perfeição às locuções emitidas. Para que os pensamentos sejam expressos com nitidez e perfeição, o pregador deve desenvolver essa arte. A arte de exp ress ar- se exige bo a d ic çã o 1, que é a utilização artística da voz. Para que o pregador seja entendido ao falar, a articulação dos sons emitidos deve ser perfeita, isto é, ele deve pronunciar cada palavra e com som nítido. A homilética desenvolve o raciocínio. O segredo do sucesso da pregação está em o pregador colocar-se como um canal do qual flui a unção do Espírito Santo. E ele não deve deixar que essa unção seja superada por seus impulsos emocionais, como fazem muitos iniciantes. Só a prática ensina aquel e que prega a co me di r2 o ardo r espir itu al que faz estremecer o coração. 1 A r t e de d iz e r, r e ci t a r, f a l ar , c o m a r t i c u l a ç ão e m o d u l a ç ã o apropriadas. 2 R e g u l a r c o n v e n i e n t e m e n t e ; m e d ir . M o d e r a r ; c o n t e r .
72
O pregador não deve deixar de ser emotivado, mas tem de compreender que é necessário dosar esse sentimento, para que as suas pregações produzam resultados positivos e perm anentes. Um pregador desequilibrado em ocionalm ente pode perd er o objetivo da pregação. A homilética aprimora os conhecimentos gerais. A Bíblia incentiva a busca de conhecimentos gerais: “Bem aventurado o homem que acha sabedoria, e o que adquire conhecimento” (Pv 3.13). Já estudamos anteriormente que a homilética é a arte de preparar e expor um sermão. Tanto a preparação quanto a exposição são enriquecidas com o grau de conhecimento do pregador. Os conhecimentos não são as principais razões de um sermão, mas é o esqueleto que lhe dá forma. Eles enriquecem um sermão com variedade de pensamentos que, transmitidos sob a unção do Espírito Santo, muito contribuem para o sucesso da pregação. Todo pregador deve adotar um sistema de estudo, para seu maior aproveitamento no ministério da Palavra. », O proc es so de estu do, o ap ri m or am en to dos conhecimentos gerais, e dos bíblicos, envolvem três aspectos: observação, consulta, e discussão. í) „ > 1. A obs erv ação real iza-s e em duas direções: ' ^ • Para fora, quando colhemos im pressões do que se passa ao nosso redor. O pre gador deve estar sempre atento ao desenvolvimento da ciência e aos acontecimentos no mundo, para tirar lições e idéias. O hábito de anotar as observações feitas dará ao pregador a oportunidade de enriquecer seus sermões com o resultado de observações feitas em casa, na rua, na igreja e viajando.
73
• Para dentro, quando o pregador faz introspecção, isto é, quando examina seus próprios pensamentos e sentimentos, para verificar o que se passa dentro de si mesmo. 2. A consulta é um método eficaz no aprimoramento dos conhecimentos gerais. Uma palavra, uma idéia, um assunto qualquer, poderá levar-nos a livros de pesquisas. Todo pregador tem por obrigação possuir uma boa biblioteca particular para consultas: livros teológicos, dicionários, enciclopédias, comentários dos livros da Bíblia, geografia e arqueologia bíblica, história geral e da igreja, livros devocionais etc. 3. A discussão é outra forma de buscar conhecimento. O resultado das observações e consultas pode ser também feito em “estudo em grupo” que é o estudo em cooperação. Quando o pregador não consegue sozinho entender determinado assunto, nada melhor que discuti-lo com outros pregadores. A homilética desenvolve a vida espiritual. Não pode haver verdadeiro sucesso na pregação sem o cultivo de uma vida espiritual dinâmica. Não basta conhecer as regras homiléticas, saber fazer um esboço de sermão, ter facilidade de expressão, nem possuir grandes conhecimentos seculares, pois a pregação exige também uma vida de consagração a Deus. O pregador, antes e depois de tudo, é um servo que faz a vontade do seu Senhor. E também um embaixador que precisa estar em contínuo contato com o seu governo, para dizer somente aquilo que interesse ao país.
74
É impossível separar a pregação da devoção. A pobreza espiritual de muitas pregações está em não orar e na falta de meditação na Palavra de Deus. É a oração que movimenta toda a maquinaria de um sermão. Questionário
• Assin ale com “X ” as alter nativa s corretas 1. A palavra é o veículo de comunicação que Deus deu ao ser humano. Ela pode ser expressa por sinais a ) 0 Corporais (gestos); sonoros (fala); gráficos (escrita) e luminosos (luzes) b)| I Expressio nistas (letra); sociais (leitura) e p síq uicos (conhecimento) c)l~1 Sonoros (fala); sociais (leitura); psíquicos (conhecimento) e luminosos (luzes) d ) D Sociais (leitura); corporais (gestos); gráficos (escrita) e expressionistas (letra) 2. Nasceu quando os pregadores cristãos começaram a estruturar suas mensagens, procurando aprimorá-las com as técnicas da retórica grega e da oratória romana a)i I A Her menêu tica b)| | A Palavra c ) 0 A H om il éti ca d)| I O Discurso 3.
O processo de estudo, o aprimoramento dos conhecimentos gerais, e dos bíblicos, envolvem três aspectos a)| I Consult a, prudência e moral b)l I Restrição, reflexão, e altercação
75
c)| | Dis cuss ão, consult a, e ressalva d)@-Observação, consulta, e discussão • Marq ue “C ” para Certo e “E” para Errado 4.[3 O discurso é um diálogo em que o interlocutor tem uma participação direta e real 5 - 0 Sem dúvida, a homilética contribui eficazmente para que o pregador desenvolva a habilidade de falar, isto é, a arte de expressão
76
O Conteúdo da Homilética Com a Palavra de Deus, é nos dado o conteúdo da pregação. Pregamos esta Palavra, e não meras palavras humanas. Na comunicação da Palavra de Deus, lembramo-nos de que nossa pregação deve consistir nessa mesma Palavra: “Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus” (IPe 4.11). Este falar não é o nosso falar, sendo antes um Dom de Deus, um charisma. No poder de Deus, nosso falar torna-se o falar de Deus. “...tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homem, e sim, como, em verdade é, a Palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes” (lTs 2.13; cf. ICo 2.4s.; 2Co 5.20; Ef 1.13). Concluímos, pois, que o conteúdo da homilética evangélica é a Palavra de Deus. Com ela, é nos confiado um “tesouro em vasos de barro” (2Co 4.7). E a responsabilidade dos “ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus” (ICo 4.1), que anunciam “todo desígn io1 de Deu s” (At 20.27). O conteúdo da pregação apostólica testifica a plenitude do testemunho bíblico. Isto se torna evidente ao analisarmos os sermões de Pedro e de Paulo, no livro de Atos (mensagens de Pedro: At 2.14-40; 3.12-26; 4.8-12; 5.29-33; 10.34-43; mensagens de Paulo: At 13.16-41; 14.15-17; 17.22-31; 20.18-35; 22.1-21; 24.10-21; 26.123; 26.25-29). Nestes sermões, encontramos um testemunho de seis faces que, com palavras diferentes, repete-se: 1Intento, intenção, plano, projeto, propósito.
77
1. O testemunho da perdição do homem (o pecado e seu julgam ento); 2. O testemunho da história da salvação efetivada por Deus em Jesus Cristo (sua humilhação, encarnação, sofrimento, morte, ressurreição, exaltação e segunda vinda); 3. O testemunho da Bíblia e da própria experiência; 4. O testemunho da necessidade imperativa de arrependimento e dedicação da vida a Jesus Cristo (confissão dos pecados, fé salvadora, vida santificada); 5. O testemunho do julgamento sobre a incredulidade; 6. O testemunho das promessas para os fiéis. As mensagens apostólicas dirigem-se ao homem integral e convidam-no a uma entrega absoluta a Cristo (consciência, razão, sentimento e vontade).
A Importância da Homilética
f i y
A igreja viva de nosso Senhor Jesus Cristo origina-se, vive e é perpetuada pela Palavra de Deus (Rm 10.17). Pre gar o eva ngelh o signi fica de spe rt ar, confirmar, estimular, consolidar e aperfeiçoar__a_fé (Ef 4.11ss.). Por essa razão, a prédica é a característica marcante do cristianismo. “Nenhuma outra religião jamais tornara a reunião freqüente e regular de massas humanas para ouvir instrução religiosa e exortação, uma parte integrante do culto divino”. Para o seminarista e futuro pregador do evangelho, “a homilética constitui a coroa da preparação ministerial”, porque para ela convergem todas as matérias teológicas, a fim de originar, vivificar, caracterizar, renovar e perpetuar o cristianismo autêntico. Além de importante, a homilética é também nobre, “porque se interessa exclusivamente pelo bem
78
das almas”, que são objetivo do amor infinito, da graça remidora e do poder renovador de Jesus. Durante o COMIBAM 87 (Congresso Missionário iberoamericano), o líder evangélico René Zapata (El Salvador) disse: “A pregação é o principal meio de difusão do cristianismo, mais poderosa do que a página escrita, mais efetiva do que a visitação e o aconselhamento, mais importante do que as cerimônias religiosas. E uma necessidade sobrenatural, convence a mente, aviva a imaginação, move os sentimentos, impulsiona poderosamente a vontade. Mas, depende do poder do Espírito Santo. É um in strum ento divino; não é o resultado da sabedoria humana, não descansa na eloqüência, não é escrava da homilética”. A homilética é importante devido a seu conteúdo (a proclamação do ministro evangélico e seu objeto, o bem-estar do homem, criado por Deus).
A Natureza da Homilética É a teoria e prática da pregação do evangelho de nosso bendito Senhor Jesus Cristo, que revela o poder e a j ustiça de Deus para todo homem que n ’Ele crê (Rm 1.16). O teólogo alemão Trillhass define a natureza prática da homilética como “a voz do evangelho na época atual da igreja de Cristo”. Os termos pregação e pregar vêm do latim p r a e d i c a r e , que significa “proclamar”. O Novo Testamento emprega quatro verbos para exemplificar a natureza da pregação. Kerysso, proclamar, anunciar, tornar conhecido (61 ocorrências no Novo Testamento). Está relacionado com o arauto ( keryx ), “que é comissionado pelo seu soberano... para anunciar em
alta voz alguma notícia, para assim torná-la conhecida”. Assim, pregar o evangelho significa fazer o serviço e cumprir a missão de um arauto. João Batista era o arauto de Deus. Para sua atividade, os sinóticos empregam o termo kerysso (Mt 3.1; Mc 1.4; Lc 3.3); Jesus, por sua vez, era arauto de Seu Pai (Mt 4.17,23; 11.1); e os doze discípulos, Paulo e Timóteo, arautos de Jesus (Mt 10.7,27; Mc 16.15; Lc 24.47; At 10.42; Rm 10.8; ICo 1.23; 15.11; 2Co 4.5; G1 2.2; 2Ts 3.16; 2Tm 4.2). Estas referências bíblicas mostram que a natureza da pregação consiste em quatro características principais: 1. Um arauto fala e age em nome do seu senhor. O arauto é o porta-voz de seu mestre. E isto que dá à sua palavra legitimidade, credibilidade e autenticidade; 2. A proclamação do arauto já é determinada. Ele deve tornar conhecida a vontade e a palavra de seu senhor. O não-cumprimento desta missão desclassifica-o de sua função e responsabilidade; 3. O teor principal da mensagem do arauto bíblico é o anúncio do reino de Deus (Mt 4.17-23; 10.7; 24.14; Lc 8.1; 9.2); 4. O receptor da mensagem do arauto bíblico é o mundo inteiro (Mt 24.14; 26.13; Mc 16.15; Lc 24.47; Cl 1.23; lTm 3.16). Evangelizomai, evangelizar. Quem evangeliza transmite boas novas, uma mensagem de alegria. Assim se caracteriza a natureza da prédica evangélica. O pregador do evangelho é o portador de boas novas, de uma m ensagem de salvação e alegria. Ele anuncia estas boas novas de salvação ao homem corrompido por seu pecado (Is 52.7; Rm 10.15). O conteúdo do evangelho é a salvação realizada
80
por Jesus Cristo (Lc 2.10; At 8.35; 17.18; G1 1.16; E f 3.8; R m 1.16; IC o 15.1 ss.), e seu alca nce é o m un do inteiro. O evangelho não deve limitar-se a uma classe especial. Ele é para todos. Todos têm direito de ouvir a mensagem de Jesus Cristo (At 5.42; 11.20; ICo 1.17; 9.16). M a rty rein , testemunhar, testificar, ser testemunha. O test emu nho de Jesus Crist o é outr a característica autêntica da prédica evangélica. Jesus convidou seus discípulos para serem Suas testemunhas do poder do Espírito Santo (Lc 24.48; At 1.8). Neste sentido, os apóstolos compreenderam e executaram seu ministério (At 2.32; 3.15; 5.32; 10.39; 13.31; 22.15; 23.11; lJ o 1.2; 4.14). A test emu nha qualif ica-se através da comprovação de sua experiência. Isto lhe dá credibilidade, convicção e liberdade no cumprimento de sua missão (Jo 6.69). Isto significa que somente aquele que exper iment ou pess oalm ente o poder salv ado r e tra nsfo rma dor de Cristo, por meio da fé em Sua pessoa e obra, é qualificado para ser testemunha evangélica. Por isso, a testemunha do Novo Testamento testifica para outras pessoas aquilo que apropriou pela fé (2Tm 2.2). D idaskein , ensinar. Encontramos este verbo 95 vezes no Novo Testamento. Seu significado é sempre ensinar ou instruir. O Novo Testamento apresenta-nos Jesus como um grande educador (Mt 7.28,29). Concluímos, portanto, que a natureza da mensagem evangélica é explicar a história da salvação, transparecer a revelação e o plano de Deus para o mundo, a igreja e o incrédulo (At 2.42; 20.20s.; lTm 3.4b; 4.13; 2Tm 2.24). Note bem que o alvo do ensino
81
apostólico não é a cogn ição1 nem simplesmente o conhecimento intelectual, mas o conhecimento místico, prático, salvador e transform ador de vidas, para que sejam santificadas e preparadas a fim de produzirem as boas obras que o Senhor dispõe de antemão para que andassem nelas (ICo 1.5; Ef 2.10; 2Ts 2.15; 2Jo 9).
O Alvo da Homilética Qual o alvo da mensagem evangélica? Podemos ficar satisfeitos com a mera preparação e apresentação da prédica? Quais os objetivos de tanto esforço na preparação, estruturação, meditação e, finalmente, pregação do sermão? Para T. Hwkins, “o objetivo da homilética é auxiliar na elaboração de temas que apresentam em forma atraente uma mensagem da Palavra de Deus, com tal eficiência que os ouvintes compreendam o que devem fazer e sejam movidos para fazê-lo”. 1-:(Ú Em geral, po dem os dizer que o objet ivo da mensagem evangélica é a conservação, nutrição, comunhão, motivação e santificação para a vida cristã. O alvo primário de toda e qualquer mensagem bíblica é a salvação de pecadores perdidos (Rm 1.16). “Em toda pregação, Deus procura primariamente, mediante Seu mensageiro, trazer o homem para a comunhão Consigo”. É por meio da mensagem anunciada, ouvida e crida que os homens são salvos da perdição, da escravidão do pecado e da morte (Rm 10.10,17; Jo 8.34-36). Isso vale tanto para os povos que já ouviram e creram no evangelho quanto para os povos pagãos. O desejo de Deus é de que “todos os homens sejam salvos 1Aquisição de um conhecimento.
82
e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (lTm 2.4). Toda pregação do evangelho, portanto, deve incluir nitidamente a oferta da salvação. A prédica evangélica também não pode silenciar quanto à situação e ao destino dos perdidos (Jo 3.18,36; Ap 22.15). Ao mesmo tempo, a pregação bíblica anuncia com convicção a necessidade de reconhecer, confessar e deixar todo e qualquer tipo de pecado e idolatria, convertendo-se ao Deus vivo e verdadeiro (Pv 28.13; Rm 10.10; lTs 1.9s.). Concluímos, pois, que é necessário salientar: 1. Testemunho da perdição eterna e depravação total que vive sem Deus ou contra Deus; 2. O testemunho da salvação em Cristo Jesus pela fé; 3. O testemunho da importância do arrependimento e da conversão ao Deus vivo e verdadeiro; 4. O testemunho da regeneração pelo poder do Espírito Santo; 5. O testemunho da vida nova e transformada em Cristo; 6. O testemunho do senhorio de Cristo em nossas vidas; 7. O testemunho da esperança viva nos discípulos autênticos. A pregação do evangelho, porém, não se dá por satisfeita em apenas cham ar à com unhão viva com o Senhor Jesus Cristo. Após a conversão, a ênfase deve estar sobre as coisas que acompanham a salvação (Hb 6.9). Nutrição, motivação, doutrinamento, perfeição, edificação, consolidação, consagração e santificação devem complementar a pregação evangelísticami ssi on ári a (Cl 1.28; 2.6s., E f 3 .1 7 ; 4.11 ss., IC o 3.11). Isto deve acontecer individual e eclesiasticamente (Rm 15.2; ICo 14.3s.; Ef 2.21; IPe 2.5s; ICo 3.9). Como indivíduo, o cristão precisa ser aconselhado (At
83
20.20ss.; Jo 21.15-17; 2Tm 4.2). Este processo da edificação e consolidação seria impossível sem o doutrinamento (Ef4.14;Cl 1.11). O terceiro alvo da pregação evangélica visa a ação diaconal de cada membro do corpo de Jesus Cristo (Ef 4.11ss.; lTs 1.9; Tt 3.8). Faz parte da mensagem neotestamentária que o cristão envolva-se no serviço de Deus (ICo 9.13; 2Co 5.15; G1 2.20). A verdadeira mensagem evangélica estimula o cristão para as diversas possibilidades ministeriais, sociais e diaconais (At 20.28; IPe 5.2; 4.10; Rm 12.4-8).
Relação Entre Homilética e Outras Disciplinas ' Com o disciplina teológica, a hom ilética pertence à teologia prática. As disciplinas que mais se aproximam da homilética são a hermenêutica e a exegese. Enquanto a hermenêutica é a ciência, arte e técnica de interpretar corretamente a Palavra de Deus, e a exegese a ciência, arte e técnica de expor as idéias bíblicas, a h o milética é a c iência, arte e té cn ica de comunicar o evangelho. A hermenêutica interpreta um texto bíblico à luz de seu contexto; a exegese expõe um texto bíblico à luz da teologia bíblica; e a homilética comunica um texto bíblico à luz da pregação bíblica. A homilética depende amplamente da hermenêutica e da exegese. Uma homilética sem hermenêutica bíblica é trombeta de som incerto (ICo 14.8) e uma homilética sem exegese bíblica é a mera comunicação de uma mensagem humanista e morta. A homilética deve valer-se dos recursos da retórica (assim como da eloqüência), utilizar os meios e métodos da comunicação moderna e aplicar a
84
avan çada e st il ís ti ca 1. Não se pode ig norar o perigo de substituir a pregação do evangelho pelas disciplinas seculares e de adaptar a pregação do evangelho às demandas do secularismo. A relação entre a homilética e as ciências modernas são de caráter secundário e horizontal; pois as Escrituras Sagradas são a fonte prim ária, a revelação vertical, o fundamento básico de toda a homilética evangélica. Por isso, o apóstolo Paulo escreveu aos coríntios: “Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem, ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em ling uage m pe rsu asi va2 de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana; e sim, no poder de D eu s” ( I C o 2.1-5).
1Disciplina que estuda a expressividade duma língua, i. e., a sua capacidade de sugestionar e emocionar mediante determinados p r o c e s s o s e e fe itos de e stil o. Fazer adquirir certeza; obrigar a convencer-se.
85
Questionário • Assin ale co m “X ” as alternati vas corretas 6. Significa “proclamar”. É um dos verbos do Novo Testamento que exemplifica a natureza da pregação a)l I D id askein b)| | Evangelizomai c ) Q Kerysso d)f I M ar ty rein 7. A homilética é a ciência, arte e técnica de a)l | E x po r as idé ias bíbl ica s b)|x[ C om un icar o evangelho c)| | Inte rpr eta r corr eta ment e a Palavr a de Deus d)| I Ma nif estar os diversos afetos da alma mediante ao som 8. Como disciplina teológica, a homilética pertence à a)l | Te ol og ia me tó dic a b)IXl Teologia prática c)l | Te ol og ia teó ric a d)| I Teologia doutrinária • Ma rqu e “C ” para Certo e “E” para Erra do 9 m Pregar o evangelho significa despertar, confirmar, estimular, consolidar e aperfeiçoar a fé 10.[£] Em geral, podemos dizer que o objetivo da mensagem evangélica é a conservação, nutrição, comunhão, motivação e santificação para a vida cristã
86
Lição 4 A Homilética Material, Forma do Conteúdo e Forma do Sermão
O Sermão Dá-se o nome de “sermão” ao discurso cristão pregado no púlpito. Prédica, admoestação com fim de moralizar ou anunciar Jesus Cristo como salvador da humanidade, ou expor as doutrinas cristãs. A base do sermão. N unca o pregador deve pregar algo que não seja a Bíblia Sagrada. Ela é a fonte que deve inspirar nossas mensagens, pois através da palavra, Deus manifesta sua vontade para com o homem. Neste sentido, é de suma im portância reconhecermos pela fé a inspiração plena das Sagradas Letras. Assim, o que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo é a sua inspiração divina (2Tm 3.16; 2Pe 1.21). Outra grande diferença entre a Bíblia e as demais literaturas é que ela, além de ser inspirada por Deus, é também viva. Jesus disse “as palavras que eu vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6.63); o escritor aos Hebreus disse que a Palavra de Deus é viva e eficaz (Hb 4.12). Portanto, a base de todas as mensagens da igreja deve ser a Palavra do Senhor.
87
O
A classificação dos sermões. Nós podemos fazer uma distinção entre as diversas espécies do sermão. Para isto, podemos classificá-los quanto ao conteúdo, isto é, o assunto, a matéria que eles transmitem; e também podemos classificá-los com relação à sua forma, ou seja, no que diz respeito ao modo de estruturá-lo e pregá-lo. Dessa forma, vamos analisar os tipos de sermão nestes dois aspectos: 1. Quanto ao conteúdo. É muito importante que o pregador saiba identificar os tipos de sermão quanto ao conteúdo, pois quando ele pode' fazer isso, jamais pregará sem ter em mente o objetivo geral da sua mensagem. Pregador que prega sem objetivo não está seguindo o padrão de Cristo e dos apóstolos. Podemos citar os objetivos gerais da pregação como sendo: o de evangelizar; o de doutrinar; o de intensificar a devoção do crente; o de incentivar a consagração; o de moralizar; o de consolar; pod emo s dizer ainda que o casi ona lm ente o . sermão pode também ser misto. a) Sermões evangelísticos. Em bora estes sermões apresentem um conteúdo doutrinário (salvação), podemos classificá-los destacadamente, pois eles ] o enfa tiz am a men sag em do Evan gelh o, as Boas Novas t de Deus para a humanida de. A matér ia que eles devem transmitir é a obra de Jesus Cristo, a saber: que Ele salva, cura, liberta, batiza com Espírito Santo e breve arrebatará seus escolhidos. Vale y lembrar que pelo fato de que o pregador quando transmite a mensagem evangelística necessita levar os ouvintes a decisões rápidas, é correto que ele apele para a emoçã o de seus inte rl oc uto re s1. 1 A q u e l e q u e f a la c o m ou t ro ; c o l o c u t o r. A q u e l e q u e fa la e m nome de outro.
88
b) Sermões doutrinários: Neste tipo, o conteúdo referese às doutrinas da Palavra de Deus. Pela natureza da mensagem que eles transmitem o pregador deve apelar para a razão (intelecto, entendimento) dos ouvintes. c) Sermões devocionais: O conteúdo desse tipo de sermão tem o objetivo de intensificar nos cristãos o amor para com Deus. Também incutem1no ouvinte a verdadeira forma de cultuar a Deus, ou seja, “em espírito e em verdade”. d) Sermões de consagração: Este sermão tem como propósito de esti m ular o crente a dedicar seus talentos, tempo e influência a serviço de Deus. e) Sermões de consolação: Este tipo de mensagem tem como alvo fortalecer e dar consolo e alento ao crente em meio às provações e crises de sua vida pessoal. f) Sermões de conteúdo ético: Têm como objetivo principal moralizar o com portam e nto dos ouvintes, através da pregação ungida pelo Espírito Santo. Toda moralização desprovida da meiga unção do Espírito Santo será um mero discurso ditatorial, ti ra no 2 e rep ress or. g) Sermões mistos: As vezes, em algumas circunstâncias específicas um sermão pode ter mais de um objetivo geral. 2. Quanto á forma. Os estudiosos do assunto apresentam várias classificações dos sermões quanto à forma. Veremos adiante os três tipos de sermões quanto à análise de sua forma. a) Sermões temáticos: Neste tipo de sermão, o pregador utiliza somente o tema, isto é, o assunto central do 1Infundir no ânimo de; insinuar, sugerir, inspirar, suscitar. 2 Indi víduo que abusa de sua auto ridad e. I ndiv íduo cruel, impiedoso, tirânico.
89
texto bíblico lido como base da mensagem, sem contudo, apegar-se estritamente ao contexto anterior e posterior da passagem Bíblica. Neste tipo de sermão, dada à ênfase ao tema delimitado pelo pregador, ele não precisa necessariam ente demorarse na contextualização histórica do versículo ou versículos lidos. b) Serm ões textuais: Neste tipo de sermão, o pregador, ao contrário do sermão temático, apega-se estritamente a um único texto bíblico, extraindo dele de forma ordenada e lógica as lições ou verdades espirituais que o Espírito Santo lhe concedeu. Existem dois tipos de sermão textual: aquele que aborda vários assuntos e aquele que apresenta um único assunto. c) Sermões expositivos: É aquele em que uma porção mais ou menos extensa da Escritura é interpretada em relação a um tema ou assunto. De um modo mais explícito, um sermão expositivo tem a função prim ária de colocar à vista o que está obscuro, de declarar a verdade que está inserida na Palavra de Deus.
Elementos Estruturais do Sermão (Mc 6.30) ? ~X Para que o nosso ouvinte entenda a ' men sagem que pregamos, devemo s saber estruturar as idéias que o Espírito Santo nos concede pelo seu poder^ P A estr utu ra básica de um serm ão é um requisito importantíssimo para que nossa pregação seja inteligível1. Adiante analisaremos cada um dos elementos estruturais do sermão.
1 Q u e s e c o m p r e e n d e b em .
90
Título. É o nome do sermão. Através desse elemento o pregador pode já começar conquistando a atenção dos seus ouvintes. Daí, a importância de ser criativo no momento de dar o nome à mensagem. As vezes, o título será o mesmo que o tema. Embora haja muita polêmica, entre os estudiosos da matéria, a respeito do que é realmente tema e muita divergência acerca da distinção entre “tema”, “título” e “assunto”. Texto. E a matéria prima do céu para aqueles que ministram a Palavra. Jamais nossa mensagem terá proveito se não for essencial e fu ndam entalm ente bíblica. A introdução. A introdução é que vai determinar o conteúdo e o tom da mensagem, através dela o pregador ganhará ou perderá a atenção do ouvinte. Pela introdução o pregador pode anunciar aos seus ouvintes como irá trabalhar o assunto, a importância do mesmo para os nossos dias. Se ele fizer isto bem feito certamente ganhará a atenção dos ouvintes. Uma mensagem sem uma boa introdução é como uma casa muito boa e bonita internamente, mas com uma fachada horrível, por certo nenhum corretor terá facilidade em vendê-la. Existem diferentes formas de introduzir um sermão, são elas: • Por uma declara ção inicial; • Pela divisão de análise de elementos em conjunto, ora dos elementos separadamente, ora pela análise progressiva ou comparativa dos elem entos; • Por uma citação;
91
• Por uma ilustração; • Por uma definição; • Por uma proposição: Frase em que o pregador demonstra seu ponto de vista sobre determinado assunto. Também chamada de tese. É uma frase altamente carregada de opinião pessoal; • Por uma pergunta; • Por um convite: o pregador propõe que o ouvinte participe de alguma fo rma da pregação, procurando captar sua atenção; • Através de uma afirmação: que cause suspense no ouvinte. Este tipo de introdução supõe alguma informação negada que, acrescida a certa passagem de tempo, faz aumentar a curiosidade do ouvinte do que o pregador vai continuar falando. Frase de Transição. É aquela frase que expressa um pensamento completo. Normalmente, constituída de uma oração verbal. Localiza-se entre a introdução e o desenvolvimento do sermão. A frase de transição tem como objetivo anunciar para o ouvinte a forma com que o preletor1irá desenvolver seu raciocínio. Por isso, ela tem um forte efeito didático e pedagógico na mensagem. O ouvinte consegue guardar com maior facilidade os tópicos desenvolvidos pelo pregador. Na frase de transição, o pregador p o d e ^ utilizar uma palavra chave, a qual estará presente no en un ci ad o2 de cada tópico. Essa e strat égia au menta a clareza e a objetividade da mensagem.
1Aquele que preleciona; prelecionador, professor. 2 Exp ress o, declarad o.
92
O Desenvolvimento. Esta é a maior parte do sermão, através da qual o pregador vai fazer seus comentários, desenvolver seu ponto de vista sobre o assunto que ele se propôs a pregar. É preciso que o mensageiro transmita toda a mensagem que o Espírito Santo lhe concedeu. Daí, a importância de ele refletir e meditar antes de pregar. Processos retóricos. No mom ento de desenvolver a m ensagem é que o preletor deverá lançar mão dos chamados processos retóricos para desenvolver sua pregação. Esses recursos são utilizados consciente ou inconscientemente pela maioria dos pregadores. Eles passam a ser imensamente mais úteis no desenvolvimento nos seus pontos principais; e ajudam a responder a pergunta conhecida no meio dos pregadores: “Como colocarei carne sobre os ossos do meu esboço?”. Os seis processos retóricos principais: • Narração; • Interpretação; • Ilustração; • Aplicação; • Exortação; • Dissertação. Neste item do livro, apenas enum eraremos algumas formas dissertativas de desenvolver-se um sermão. As formas de dissertar em um sermão, dentre muitas outras são: 1. Por exemplificação; 2. Causa/efeito; 3. Por enumeração de:
93
4. 5. 6. 7. 8.
• causas; • efeitos; • razões; • finalidades; • requisitos; • de neg ati vas por in fe rê nc ia 1, etc.; • de caracter ístic as de det erm ina do assunto. Comparação por: • contraste (elemento diferente) • sem elha nça (elementos iguais ou semelhantes) Dados estatísticos Por citação Por definição Contra-argumentação ou Refutação.
A conclusão. A conclusão deve ser usada como meio de retomar o ponto de vista inicial do sermão. O pregador pode nela recapitular as idéias centrais da m ensagem que pregou. A conclusão deve ser viva, enérgica, clara e precisa. Ela é o elemento que amarra a introdução e o desenvolvimento do sermão. Apelo. Muitos manuais de homilética não destacam o apel o, o que é uma gra nde perda, visto a gran de ^ importância deste elemento estrutural da mensagem. Alguns confundem o apelo com a conclusão da mensagem.
1Ato ou efeito de inferir; indução, conclusão, ilação.
94
Questionário • Assinal e co m “X ” as alter nativas corretas 1. Enfatizam a mensagem do Evangelho, as Boas Novas de Deus para a humanidade a)| | Ser mõ es de con sagr ação b)| I Sermões devocionais c ) D S e rm õ e s d ou t ri ná ri o s d)|yl Sermões evangelísticos 2. É aquele em que uma porção mais ou menos extensa da Escritura é interpretada em relação a um tema ou assunto a ) 0 S erm õe s tem át ico s b)[/l Serm ões expositivos c)l I Sermões textuais d)| | Ser mõe s evan gel íst ico s 3. Não é elemento estrutural do sermão a ) 0 Esboçár io b ) D Título c)| ITexto d)| I A introd ução • Mar que “C ” para Certo e “E” para Errado 4.RH Dá-se o nome de “homilética” ao discurso cristão pregado no púlpito 5.[C~1 A estr ut ura bá si ca de um serm ão é um r eq ui si to importantíssimo para que nossa pregação seja inteligível
95
O Preparo e a Entrega do Sermão (Tt 2.11-15) O nosso espírito sempre está apto a receber a revelação de Deus, mas o nosso entendimento (alma) nem sempre está em condições de assimilá-la e muito menos nosso corpo (no caso, nossa fala) consegue transmitir toda a vontade de Deus para o ouvinte. Três fases distintas para o preparo e a entrega do sermão. São elas: a fase de meditação; fase de elaboração do esboço; fase de entrega do sermão.
Primeira Fase: Meditação É falsa a idéia de que toda a mensagem deve ser de impr ovis oe que todo pregador, em todos os momen tos, recebe uma men sagem no instante que ele saúda os ouvintes e abre a boca no púlpito. Obviamente, que, em alguns casos, pela vontade de Deus, o Senhor nos inspira de uma forma sobrenatural dessa maneira. Mas isso não é via de regra. Assim, não podem os nos acomodar, não estudando a Palavra de Deus e não meditando n’Ela, pois somente desse modo teremos condições de manejar bem a palavra da verdade, como Paulo admoestou a Timóteo (2Tm 2.15). Por não ente nde rem isso é que muitos interpretam erroneamente as palavras de Jesus, quando disse: “...O Espírito Santo... vos fará lembrar de tudo quanto tenho dito”. Eles iriam lembrar as palavras que Jesus havia lhes ensinado em três anos de ministério. Contudo, hoje, se a pessoa não ler a Palavra de Deus de modo que a sua alma (intelecto) entre em contato com a Palavra, como o Espírito Santo poderá lembrá-la de algo que foi depositado na sua memória pela leitura e estudo? Nesta fase de preparo da mensagem, que
96
denominamos de meditação, é que descobrimos, em nosso espírito, o que devemos pregar. Por outro lado, neste instante corremos o risco de escorregarmos, saindo fora da vontade de Deus e conseqüentemente, escolher assunto que não é o que o Senhor quer. A escolha do texto. Pregando submetido a um tema, escolhido previamente por aqueles que nos convidaram, nossa responsabilidade quanto à escolha do assunto é diminuída. Pressupondo que as pessoas o tenham escolhido mediante oração e, conseqüentemente, de acordo com a vontade de Deus. Dessa forma, uma das maiores dificuldades quando estamos livres para escolhermos o que pregar. Este problema só é resolvido quando recebemos de Deus a orientação. Isto pode acontecer de cinco formas diferentes: 1. Através do Espírito Santo dentro do nosso espírito; 2. Através da revelação do Espírito Santo, de modo audível - form a muito primitiva e rara; 3. Através da manifestação do dom espiritual da palavra do conhecim ento; 4. Através da manifestação de um dom ministerial; 5. Racionalmente, pelas próprias circunstâncias e pela conhecida necessidade dos ouvintes. Em todos estes casos, a revelação do texto ou assunto é dada ao nosso espírito e não, simplesmente, ao nosso intelecto. Entretanto, em algumas vezes, como vimos no item “5” acima, em reuniões circunstanciais, o nosso espírito pode dirigir-se, de acordo com a vontade de Deus, buscando um tema que se refira à motivação do culto. Isso acontece racionalmente nos cultos em ação de graças, funerais, cerimônias de casamento, reuniões cívico-religiosas, etc.
97
Finalmente, é preciso enfatizar que muitas vezes, a revelação divina a respeito do assunto é muito ampla, profunda e genérica. É preciso que delimitemos, nestes casos, qual aspecto do tema abordaremos. Delimitação do tema. Para fazer-se a delimitação do tema, ou seja, a especificação do que abordaremos, é preciso distinguir “texto” do “tema” (que às vezes pode até ser o mesmo que o título da mensagem). Por exemplo, em Lucas 19.10, vemos a seguinte passagem: “Porque o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” . Acima, temos o texto; o tema pode ser definido como: “O Plano da Salvação”; mas, temos várias possibilidades de delimitação, isto é, alternativas de enfoque, tais como: • “Busca e Salvam ento” ; • “Objetivos da vinda de Cr ist o” ; • “A operação resgate que veio do céu ” ; ® “ O r es ga te do p e r d id o ” ; • “O fim da perd ição ” ; • “Duas missões do filho do ho m em ” . Observe que a mesma idéia que delimitamos (especificamos) do tema poderá ser (embora nem sempre seja) o título, isto é, o nome da mensagem. No caso acima, temos um sermão temático. Outro exemplo: • Texto ISamuel 1.9-28; • Tema: “Nascimen to e consagra ção de Sam uel” • Possí veis delim itaç ões do tema: “As atitudes de uma mulher aflita”; “Ana o exemplo de mulher de fé”; “O poder da oração”; “Uma família em torno da vontade de Deus”; “O padrão bíblico de mãe, pai e filho”.
98
Estabeleça o objetivo geral do sermão. Tendo em mente o tipo de sermão que iremos desenvolver automaticamente estaremos estabelecendo objetivo geral de nossa mensagem. Estabeleça o objetivo específico do sermão. Estabelecendo o objetivo específico, qual o alvo determinado que o pregador quer atingir jamais ele div ag ar á1, fugi rá do assunto pro post o ou correr á o risco de suas idéias não apresentarem uma progressão lógica. Ter em mente o objetivo específico da mensagem é o primeiro passo para alcançar objetividade na exposição da mensagem que o Espírito Santo nos dá. Exemplos: 1. Persuadir o ouvinte para que ele creia que o acesso à salvação é simples, a partir do convite de Cristo: “Vinde a mim todos vós que estais cansados... Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração...” 2. Convencer as autoridades que eles precisam de Deus para governar, a partir do exemplo do nobre que procurou a Jesus (Jo 4.46-53). 3. Incutir na mente do crente que ele precisa desenvolver, pelo Espírito Santo, sua visão espiritual. 4. Motivar a fé do cristão para que ele compreenda que seus bens materiais na verdade não são dele, mas sim do Senhor - o crente é apenas um administrador, um mordomo, daquilo que Deus lhe dá. Escolha da Estrutura do Sermão. E preciso lembrar que dos vários tipos de estrutura existentes, enfocamos apenas três: o sermão 1Andar sem rumo certo; vaguear.
99
temático, textual e expositivo. Estudaremos somente os dois primeiros, pelo fato de que estes tipos de sermão são de uso mais freqüente. É bom definir a estrutura que terá o sermão, antes do levantamento de idéias na meditação, a fim de poder aproveitar ao máxim o os pensamentos que o texto básico da mensagem oferece. Norm alm ente, enquanto analisamos o texto, identificamos o tema e fazemos a delimitação que lhe daremos; automaticamente, já estamos definindo se o nosso sermão será temático ou textual. Pelo que você percebeu quando estudamos acerca da escolha do texto, da identificação do tema e de sua delimitação, a determinação do tipo de estrutura formal do sermão vem ao seu intelecto simultaneamente. Portanto, não há dificuldades nenhuma para saber qual a estrutura de sua mensagem. Neste sentido, é interessante constatar que o próprio Espírito Santo se encarrega disso. Levantamento de idéias. Este é um momento de grande importância, na preparação do sermão, visto que o nosso campo de ação é muito amplo e que a Palavra de Deus é uma fonte inesgotável de idéias. Assim, quanto mais idéias você extrai d’Ela, mais idéias surgem ao seu espírito e à sua mente. É no momento deste levantamento de idéias que estarão sendo colocados em práticas os requisitos espirituais do pregador. Vamos relembrá-los: fé; santificação; estudo da Palavra; oração e profundo amor e respeito pelos ouvintes. Todos estes requisitos devem agir juntos e simultaneamente, quando estamos meditando, a fim de transmitirmos aos nossos interlocutores a genuína mensagem de Deus.
100
É bom ressaltar que, para realizarmos este levantamento de idéias, o procedimento a ser utilizado será de acordo com a estrutura do sermão. Por isso, o ato de determinar o tipo de sermão quanto à sua estrutura formal pode facilitar a realização do levantamento de idéias. Mas é preciso fazer uma observação importante: você pode mesclar dois, ou até três tipos de sermões quanto à estrutura. Levantamento de idéias para o sermão temático. Nossa mente é m aravilhosa e misteriosa. Quando estamos meditando, normalmente, temos inúmeras idéias ao mesmo tempo. As vezes, elas são tantas e tão variadas que nos perdemos e, infelizmente não conseguimos aproveitar em uma só mensagem tudo que havíamos meditado. Podemos dizer que, em nossa mente, acontece um verdadeiro turbilhão1de idéias que pode ser aproveitado ou rejeitado. Na verdade, pr ecisamos nos esforçar para aproveitar ao máximo as idéias que refletimos, pois, muitas vezes, enquanto estamos preparando uma mensagem, desperdiçamos idéias, pelo fato de não dirigirmos corretamente nosso pensamento. Todavia, elas acontecem de modo desorganizado e esparso2. Aquele que medita mistura e, às vezes, até bagunça idéias de causa, efeito, exemplificação, comparação, contra-argumentação de versículos que poderiam ser muito bem utilizados no desenvolvimento da mensagem, o que não acaba acontecendo por causa do desperdício de idéias. Mas, como solucionar este problema? É simples, precisamos aprender a pensar e meditar, categorizando nossas 1Aquilo que excita ou impele violentamente. 2 Sol to , d isp ers o.
101
idéias em campos associativos comuns (afins, semelhante). Chamamos esses pensamentos de Categorias de Idéias. Vejamos abaixo alguns exemplos de categorias de idéias como se elas estivessem sendo “processadas” de modo organizado por um pregador que está meditando: 1. Categoria de exemplo: • José no Egito é um exemplo de que se formos fiéis ao Senhor, ele nos honra; \ / • A Nazaré dos tempos de Jesus é um exemplo de que em um ambiente de incredulidade Deus não pode operar; • O Cant ar do galo para Pedro é um a ilus traç ão de que Deus usa coisas simples para falar conosco. 2. Categoria de definição: • Podemos conceituar tribulação como sendo “luta de caráter físico, material, emocional ou até espiritual”; • Longan imidad e significa “capacidade para suportar ofensas”; • A palavra “Mara nata ” quer dizer “Vem Senho r!” . 3. Categoria de Causa/ Fator/ Motivo: • A caus a da mort e é o pecado; • Em virtude do poder do batismo com o Espírito Santo é que o crente recebe autoridade para ser testemunha de Jesus; • A igreja é viva porque a cabeça dela está lhe governando. 4. Categoria conseqüência: \ / • Em conseqü ência da increduli dade o amor de muitos tem esfriado; • O efeito principal de se ter uma visão total do reino de Deus é o desejo de ganhar almas;
102
• O resul tado da oração em secreto é a rec om pe nsa do Senhor, que “vê em oculto”. 5. Comparações. Comparação por semelhança: ^ , • O crente que ^ u v e ^ c r ê y k (pratica a P al av ra ;do Se nh or é com o o construtor""qúíf edif ica sua ca sa sobre a rocha; • Do mesmo modo que a ferrugem corrói o forte ferro, o pecado destrói o caráter do ser humano. Categoria de comparação por contraste: • Em Babel a soberba, a bagunça e a confusão predominaram. Por outro lado, no D ia de Pentecostes, em Jerusalém, o quebrantamento, a unção e a recompensa do Senhor se manifestou em línguas e fogo; • Na primeira vinda de Jesus, Ele veio como um cordeiro; mas na segunda virá como Leão da tribo de Judá. 6. Categoria de ordenação cronológica: • Antes de Adão pecar, Deus estabeleceu uma aliança que podemos chamar de Edênica. Com a entrada do pecado, Deus firma outra aliança denominada Adâmica. Depois, Deus estabelece um pacto com Noé. Em seguida, Deus chama Abraão e estabelece consigo um concerto. Quando, o povo de Israel estava em escravidão no Egito, Deus firma um pacto com Moisés. Após isso, Deus celebra uma aliança com Davi. Depois, Deus, através do sangue de Cristo, estabelece um testamento novo com todos nós; • No ano 4, Jesus nasce em Belém e em seguida foge para o Egito. Depois que Arquelau morreu volta a Nazaré. Aos doze anos debatia no templo com os doutores. Aos trinta anos inicia seu ministério terreno, com trinta e três anos entrega-
103
se por todos nós e consuma a obra redentora da salvação. Depois de três dias que jazia na sepultura ele ressuscita. Hoje quase 2005 anos depois, todos recebemos a influência de sua vida em nosso coração. 7. Categoria de dados estatísticos: • A situação religiosa de Moçambique é bastante dividida. Apenas 6,4% da população é evangélica. O pa ga ni sm o1 africano alcança 59,9% e 13% dos habitantes são muçulmanos. O restante do povo é ateu, católicos ou integrantes de seitas, conforme publicou a SEARA de dezembro/96. 8. Categoria de citação: • Segundo M yer Pearlman “A ascensão de Cristo é a linha divisória entre dois períodos da vida de Cristo: do nascimento à ressurreição, Ele é o Cristo da história humana, aquele que viveu uma vida humana perfeita sob condições terrenas. A partir da ascensão, Ele é o Cristo da experiência espiritual, que vive no céu e toca os homens através do Espírito Santo.” 9. Categoria de análise: • Análise psicológica: O homem se não confessar seus pecados, pode ocultá-los através de mecanismos de defesa que a psicanálise diz estar no seu inconsciente; • Análise filosófica: As tradicionais perguntas do ser humano: “de onde vim?”, “quem sou eu?”, “para onde vou?”. Somente podem ser respondidas na Bíblia Sagrada e não pela sabedoria humana; • Análise teológica: Teologicamente o salvo em Cristo pode talvez ser definido como a catedral ambulante da Santíssima Trindade na Terra. 1O conjunto dos que não foram batizados. Religião pagã.
104
• Análise política: Em algumas cidades brasileiras, os jornalistas afirmam que a união dos evangélicos define o resultado das eleições. • Análise econômica: Parece que o mod elo econômico atual tem sido uma bênção de Deus paa r a q u e a i g r e j a e v a n g é l i c a b r a s i l e i r a ( o g r a n d e p gigante adormecido) desperte-se para contribuir com a obra missionária. 10. Categoria de refutação: • Rom anism o prega que o s que não estiverem salvos irão para o purgatório. Entretanto a Bíblia, não diz nada sobre esse lugar fictício, pois seria uma invenção de Gregório, o grande. Jesus não disse que o ladrão de sua direita ia ao purgatório, mas declarou que “hoje estará comigo no Paraíso”. Seleção de idéias. O passo seguinte a esse levantamento é a seleção de idéias que serão aproveitadas no sermão. Isto irá depender da natureza da mensagem, seus objetivos, circunstâncias em que será transmitida, o tempo que se disporá para pregar, entre outros fatores. Daí vemos a importância da delimitação do tema. Esta atividade deve ser feita com muita atenção e com a unção do Espírito, a fim de não desperdiçarmos idéias que o Senhor deseja que falemos ao Seu povo e aos pee c a d o r e s . p Levantamento de idéias para o sermão textual. Como fazê-lo: De certa forma, o levantamento de idéias para a mensagem textual tornase mais fácil de ser realizado que propriamente aquele feito para o sermão temático. Isto se dá pelo fato de que no caso do sermão temático, o mensageiro precisa ter mais criatividade para meditar sobre as idéias, pois
105
ele somente dispõe de uma sentença, ou seja, possui apenas um pensamento para desenvolver toda a mensagem. Por outro lado, o levantamento de idéias para a mensagem textual deve ser feito à luz do texto e, normalmente o texto escolhido já é rico em idéias. Assim, é preciso que o pregador desenvolva um prr o f u n d o s e n s o d e o b s e r v a ç ã o , s e n s i b i l i d a d e e s p i r i t u a l p e capacidad e de ler le r e dis sec ar1 o texto Bíblico, com prr o f u n d i d a d e . P o d e m o s c h a m a r i s s o d e c a p a c i d a d e de p ler homileticamente a passagem. Somente conseguimos realizar isto com dedicação e treino. Capacidade de ler homileticamente: Existem vários níveis de leitura: a primeira leitura que fazemos é a linear; a segunda, codificatória; a terceira, interpretativa; a quarta, interativa; a quinta, intertextual e a sexta leitura é a homilética. Leitura Homilética é aquela leitura mais prr o f u n d a e m q u e o l e i t o r ( n o c a s o , q u e m e s t á p prr e p a r a n d o a m e n s a g e m ) a n a l i s e m i n u c i o s a m e n t e o p texto, tentando extrair dele, de modo ordenado, lógico e atrativo pensamentos que possam possibilitar uma meditação aos ouvintes. Esta leitura funciona como um dissecamento do texto pensando na melhor forma de entendimento aos interlocutores. Para que o pregador consiga fazer uma leitura homilética ele precisa subdividir os enunciados do texto, de maneira que cada item da subdivisão poo s s i b i l i t e u m a a n á l i s e , q u e c o n f r o n t e o t e x t o e m f o c o p com as verdades expostas em todo o contexto bíblico. Vamos verificar isto na prática: Abra sua Bíblia em ISamuel 1.9-28. Leia atentamente esta paa s s a g e m . V e j a o a s s u n t o c e n t r a l : é a o r a ç ã o d e A n a , o p 1 A n a l i s a r m i n u c i o s a m e n te te
106
nascimento e consagração de Samuel. Mas vamos delimitar o tema, dando o enfoque a pessoa de Ana e não a Samuel. Assim, em toda a leitura que fizemos daremos o seguinte enfoque (especificação ou delimitação) ao texto: “Às atitudes exemplares de uma mulher de fé”.
Segunda Fase: Elaboração do Esboço N e s t a f a s e , o p r e g a d o r i r á e f e t i v a m e n t e Ne materializar organizadamente a mensagem que recebeu de Deus, meditou e selecionou as idéias para pregar. Assim o mensag eiro irá escrever um esboço que contenha sistematicamente o que ministrará. Esboço é o roteiro da mensagem, no qual o prr e g a d o r p o r á o s t ó p i c o s f r a s e a i s , q u e s ã o a s i d é i a s p controladoras de cada um dos elementos estruturais do sermão, isto é, a idéia central da introdução do desen volvim ento, da conclusão, e do apel apelo. o. Para facilitar a leitura, o pregador pode enumerá-los ordenadamente e com logicidade, e ainda subdividi-los, conforme achar conveniente, aproveitando as reflexões meditadas no levantamento de idéias. O pregad or deverá escrever o esboço da maneira que mais lhe auxilie na transmissão da mensagem. Há pessoas que gostam de esboços bem completos e detalhados, ou mais sintético. Vantagens do esboço: Como diziam os romanos “a palavra voa, mas a escrita permanece”. Podemos aplicar este provérbio latino às vantagens do esboço. Dentre várias delas destacaremos apenas oito: 1. Possibi Possibilita lita administrar admi nistrar com ma mais is parcim ônia1 o tempo que dispõe para pregar a palavra. 1Ato ou costume de economizar, de poupar; economia.
1077 10
2.
Re gi str and o suas mensa gens, o obreiro tem condições de formar um rico acervo. 3. Possibilita melhorar mensagens já pregadas, ou aplicá-las a outros sermões. 4. Dificulta o esquecimento e desperdício de alguma idéia levantada durante a fase de meditação; 5. Evita o risco, durante a sua exposição, de que a mensagem caia na falta de coesão e coerência; 6. Para os pregadores que têm dificuldade de memorização, dá maior segurança; 7. Pos sib ili ta o uso conj unto tanto de passos enumerados na elaboração do sermão textual, como nos passos do sermão temático, ou seja, pode-se através da escrita do esboço, fazer uma mescla de ambas as modalidades de mensagem, sem que ela perca a organicidade, coesão e coerência; 8. Com o esboço, há possibilidade de ajudar outros pregadores, auxiliando-os no ministério da Palavra. Desvantagens do esboço: Tornar o pregador preso e sem condições de ter um a relação mais direta, de olhar nos olhos dos ouvintes. Há um consenso entre os pregadores que a pregação sem anotações é melhor. A esse respeito é bom fazermos algumas ponderações.
Terceira Fase: Entrega do Sermão Esta é, possivelmente, a etapa mais complexa, árdua e difícil para o servo de Deus que ministra a Palavra de verdade. Orientações no aspecto espiritual e material: 1. Pregue com fé; 2. Demonstre a convicção que você tem na sua mensagem; 3. Nunca desobedeça ao Espírito Santo; 4. Desenvolva sua sensibilidade espiritual;
108
5. Ame os seus ouvintes e demonstre isto; 6. Renuncie a si mesmo, em favor do nome de Jesus; 7. Conjugue em sua vida autoridade, humildade e coragem; Não se subestime. Você é um filho de Deus e m em bro do corpo de Cristo. Conselhos de aspecto material: 1. Module sua voz e não grite; 2. Cuide de sua aparência, sem jactância; 3. Evite prender-se demasiadamente ao esboço; 4. Nunca use linguagem chula; 5. Procure melhorar sua pronuncia e o seu português; 6. Evite gesticulação excessiva ou cacoetes; 7. Seja sensível às reações dos ouvintes; 8. Use adequadamente o tempo e procure não violá-lo; 9. Aprenda a usar os conectores de discursos; 10. Não se subestime pelas suas limitações, ninguém nasceu sabendo tudo.
Questionário • Assin ale com “X ” as alternat ivas corretas 6. Não é uma das três fases distintas para o preparo e a entrega do sermão a ) 0 A f ase do c ân t ic o b)| IA fase de med ita ção c)[ IA fase de el ab or aç ão do esb oço d)| IA fase de en tr eg a do ser mão 7. Não é uma das formas de receber de Deus a orientação para a escolha do texto a)| | Através do Espírito Santo dentro do nosso espírito
109
b)| I Através da revelação do Espírito Santo, de modo audível - forma muito primitiva e rara c)| I Através da manif estação do dom espiritual da palavr a do conhecimento d) [^H So me nt e atra vés da pro fe ci a 8. Tornar o pregador preso e sem condições de ter uma relação mais direta, de olhar nos olhos dos ouvintes a)[ | Des va nta gen s da her m enê uti ca b)E71 Desvantagens do esboço c)| | Desv anta gens do hom ilét ica d)| | Desv anta gens do mic rofo ne • Ma rqu e “C” para Certo e “E ” para Errado 9.l€rI E falsa a idéia de que toda a mensagem deve ser de improviso e que todo pregador, em todos os momentos, recebe uma mensagem no instante que ele saúda os ouvintes e abre a boca no púlpito 10.[O O pregador deverá escrever o esboço da maneira que mais lhe auxilie na transmissão da mensagem
110
Lição 5 A Homilética e o Pregador
Pregador é alguém que recebe a mensagem de Deus e a entrega aos homens. É o que trata com Deus dos interesses dos homens e, com os homens, dos interesses de Deus. O pregador não é um entregador de recados. É um porta-voz da mensagem de Deus aos homens. O Novo Testamento diz claramente que o crente é uma testemunha de Cristo no sentido de fazer conhecido o poder salvador de Jesus. O livro sagrado não diz que todos os crentes seriam pregadores e ensinadores: só alguns o são. Na realidade, pregar e ensinar são dois ministérios importantes, destacados no Novo Testam ento. A habilidade de pregar ou ensinar em público é um dom de Deus.
Princípios Básicos São três os princípios básicos que regem a pregação e o pregador. 1. Objetividade. Qualidade necessária ao pregador para que a mensagem alcance resultados positivos. Se o pregador tiver objetividade ao pregar, se visar unicamente à salvação das almas, o sucesso não lhe subirá à cabeça e a mensagem não perderá o seu alvo. O sucesso da pregação verifica-se quando a m ensagem redunda em
111
louvor e glória a Cristo, e não ao pregador. O propósito da pregação não é a exibição do pregador, mas a transmissão da mensagem divina com o fim de alcançar o resultado desejado. O pregador não deve chamar a atenção para si. O objetivo da pregação é Cristo, e o seu desenvolvimento deve ser em torno da pessoa de Cristo, e o resultado deve ser Cristo. A objetividade envolve três aspectos de pregação: o alvo, o sucesso e o resultado. 2. Transmissão. O pregador deve receber a mensagem de Deus e transmiti-la aos homens. O pregador não pode ocultar a mensagem de Deus. Ele tem de transmiti-la ao povo. Seu alvo é o povo. Sua m ensagem é para o povo. 3. Experiência. A mensagem pregada, antes de tudo, deve ser sentida e experimentada na vida do pregador. Ele não poderá convencer o povo sem que ele próprio tenha experimentado a eficácia de sua pregação. O pregador não é um mercador. Ele dá ao povo aquilo que recebeu de Deus: dá de comer da comida que já saciou a si próprio.
Termos Relacionados Prédica é a prática que, além de instruir o pregador, anuncia verdades religiosas. Pregar no conceito popular, é ralhar, fazer discurso maçador, ou repreensão. Noutro sentido, é anunciar sob forma de doutrina, bradar, proclamar, apregoar.
112
“ K e r u x ” , no grego s ig nif ic a h e ra ld o 1, proclamad or, mensageiro ou pregador. O substantivo de “Kerux” significa, originalmente, o proclamador imbuído da autoridade do seu superior, seja ele rei, governador ou comandante militar, para levar a mensagem oficial aos seus súditos. O pregador do Evangelho tem a autoridade oficial do Espírito Santo, para levar a m ensagem de Cristo aos súditos do reino de Deus. “Presbeuo ”, no grego é o embaixador. Esse significado é atribuído aos pregadores do Evangelho, que são embaixadores da parte de Cristo. Paulo deu ênfase a esse título no seu ministério (Ef 6.19; 2Co 5.20). “Kerysso ”, no grego significa o anúncio na qualidade de arauto; é uma palavra sempre com o sentido de pregar (Mt 10.7).
“ D ia le g o n a i ” é outro vocábulo grego que quer dizer discorrer, raciocinar, discutir. Implica mais em argumentar a boa nova com o sentido de defendê-la contra os adversários (At 17.20). “ L a le o ” é um verbo grego, que significa simplesmente falar a palavra, ou pregar (Mc 2.2). “ Oi k on o mo s ”, no grego é despenseiro. É aquele que trata de assuntos domésticos. E um mordomo2. O pregador é um despenseiro dos mistérios de Cristo para os homens (ICo 4.1,2).
1Arauto. Emissário, mensageiro; pregoeiro; núncio. 2 Ad min ist rad or dos bens de uma casa; ec ónomo.
113
Requisitos Indispensáveis para o Pregador (2Tm 4.1-5) O pregador tem de ter experimentado em sua própria vida à obra regeneradora do Espírito Santo. Como poderá alguém pregar a mensagem de salvação sem ser regenerado? Mas há os profissionais: os falsos pregadores que nunca nasc eram de novo, pregam por interesse próprios. Não basta ter curso de teologia, nem conhecer oratória, nem saber as regras de homilética para ser um verdadeiro pregador do Evangelh o. E preciso ter “nascido de n o v o ” (Jo 3.3). Inteligência, moral, eloqüência e simpatia não fazem de um homem um pregador. Ao pregador é necessário que tenha a chamada de Deus. Dois tipos de chamadas aparecem na Bíblia - a coletiva e a individual. A chamada coletiva abrange todos os crentes em Cristo (At 1.8). Já na chamada individual o Espírito Santo fala diretamente a determinada pessoa e a separa para o trabalho que Deus quer que ela faça. Entre esses trabalhos está o ministério da pregação que a Bíblia chama de “o ministério da Palavra”. Ter a chamada especial de Deus para pregar implica na responsabilidade de ser portador de uma mensagem capaz de transformar os seus ouvintes, e manter a si próprio puro. Os requisitos para sermos pregadores da Palavra de Deus, aprovados pelo Senhor, são dois: os requisitos espirituais e os requisitos materiais.
Requisitos Espirituais Dentre muitas exigências espirituais que condicionam o trabalho eficaz de um pregador do
114
evangelho, vamos destacar apenas seis requisitos de natureza espiritual. Fé. A Bíblia Sagrada nos diz que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). Um pregador que não consiga agradar ao Senhor possivelmente fracassará. Mas é preciso que atentemos para as diversas modalidades de fé nas Escrituras para entendermos amplamente esta necessidade. Podemos enumerar estas modalidades de fé da seguinte forma: • Fé natural; • Fé, como parte do fruto do Esp írito (G1 5.22 - AR C) - que é propriamente fidelidade; • Fé sal vad ora (Ef 2.8; Rm 10.17; At 14.9); • Fé como dom espiritu al (I C o 12.9; Mt 17.20). Santificação. A palavra “santificação” biblicamente apresenta-se em cinco acepções: (1) Consagração; (2) Separação; (3) Purificação; (4) Dedicação; e (5) Serviço. Nós nunca conseguiremos a santificação necessária para pregarmos a Palavra de Deus por nossas próprias forças. Por isso, o Senhor nos proporcio na meios para andarmos na santificação, que são: • A fé na expia ção pro du zid a pelo sangue de Jesus; • A lavag em espiritual pela Pala vra de Deus; • Submi ssão ao Espírito Santo. Estudo da Palavra de Deus. Este terceiro requisito espiritual vai além da simples leitura Bíblica devocional do pregador, que deve ser uma prática diária. Chamamos de “estudo da Palavra de Deus” a atitude zelosa e aplicada à
115
aprendizagem sistemática das doutrinas bíblicas e, de modo geral, de toda a Palavra de Deus. Somente com o estudo da Bíblia Sagrada poderemos conhecer a Deus; e como não há possibilidade de pregar a Palavra sem conhecer o seu autor, o estudo da Bíblia Sagrada tornase imprescindível. Espiritualidade. N inguém melh or que o apóstolo Paulo expressou a necessidade desse requisito, em sua prim eir a carta aos Coríntios ( I C o 1.17; 2.1-5; 2.11-13; 4.20). Para ter espiritualidade, o crente que deseja pregar deve entender que mais do que qualq uer outra qualidade, precisa ser uma pessoa de oração, com nítida consciência de sua missão, e cheio do Espírito Santo. O maior pregador que o mundo já teve nos deixou o exemplo de uma vida de oração (Mt 14.23; Mc 1.35; 6.46). Os apóstolos da igreja reconheceram claramente a necessidade da oração para a execução do ministério da pregação da Palavra. Isto ficou evidente em Atos 6.4,5a, quando declararam: “Mas nós perseve rarem os na oração e no ministério da Palavra. O pare cer agradou a todos...” . Em seu trabalho homilético, o pregador não pode deix ar de buscar a Deus. Podemos dividir essa busca absolu tamente imprescindível em quatro momentos na vida daquele servo de Deus que deseja transmitir a Palavra do Senhor: 1. Antes de abrir a sua Bíblia (SI 119.18); 2. Antes de preparar o sermão (SI 119.7); 3. Antes de entregá-lo (SI 119.38,43,130); 4. Depois de pregar a mensagem (SI 119.132,136).
116
Profundo amor e respeito pelos ouvintes. Jesus Cristo, o modelo de pregador, tinha um profundo amor e respeito pelos seus ouvintes (Mc 8.2; Mt 9.36; Mt 15.32; Jo 13.1). Eloqüência. Já vimos que a eloqüência é área da oratória que orientava o discurso para os romanos em seu aspecto estético, dando-lhe beleza e aumentando sua capacidade de persuasão. Podemos definir eloqüência como “o conjunto de qualidades de um orador, que leva seus ouvintes a acatarem as suas palavras”. São três os elementos de comunicação pessoal, que torna um pregador eloqüente: 1. Domínio do assunto. O pregador domina o assunto porque tem convicção. Convicção é a certeza absoluta do que está falando, é a verdade absoluta. 2. Saber se comunicar. 3. Uso adequado das palavras. Podemos adotar nesse aspecto a divisão estabelecida pela oratória romana, que se dividia em cinco aspectos: Propriedade, disposição, fluência, elegância e emoção.
Requisitos Materiais Boa Apresentação. A boa apresentação diz respeito à postura agradável que o pregador deve ter para com os seus ouvintes. Nela inclui-se os seguintes aspectos: • Roupa conveniente; • Cuid ado com o corpo; • Asseio; • Uso adequ ado da voz; • Educação.
117
Inteligência. Paulo diz que temos “a mente de Cristo” (ICo 2.16). Inteligência é uma bênção que Deus nos dá, mas ela precisa ser cultivada e desenvolvida com esforço e dedicação. Observamos Jesus no seu relacionamento com os doze sempre os fazendo pensar. O pregador que se esforça para preparar-se para sua atividade de anunciar o evangelho descobrirá que precisa desenvolver-se nos seguintes aspectos: • Senso de observaç ão da realidade mundial; • Sensibilidade; • Gosto pelas leituras diversas; • Estud o da linguagem e das normas gramaticais; • Estud o da natureza humana.
O Pregador e seu Comportamento Etico Como usar o corpo e a voz. Um fator bastante negativo para o pregador, em relação aos ouvintes, é a sua maneira extravagante de se portar no púlpito, ou em qualquer outro lugar ocupado por ele durante a pregação. Paulo recomendava aos seus leitores que evitassem tal prática e ação (ICo 10.32). O pregador deve tentar vencer o mal, em vez de procurar um meio de esconder as suas manifestações externas, como gestos grosseiros e deselegantes. Para esse fim, a prática é um grande remédio, e um tratamento mais poderoso é a fé em Deus. É preciso também, de acordo com sua p ersonalidade, que o pregador se acostume com o povo; então ele fica à vontade, porque está à vontade, sentese em casa.
118
Os maus hábitos. Spurgeon fala-nos destes maus hábitos e nos adverte contra eles. Ora, freqüentemente, o hábito pode levar os pregadores a movimentos singulares, e a estes ficam tão apegados que não podem falar sem eles. Alguns mexem num botão do paletó, ou brin cam com os dedos, outros ajeitam o nó da gravata dezenas de vezes. A postura do pregador. A postura do pregador deve ser natural, mas sua natureza não deve ser do tipo grosseiro; deve ser uma natureza bem educada e elegante. Deve, o pregador, evitar especialmente aquelas posições nada naturais, num orador, por obstruírem os órgãos de comunicação e por comprimirem os pulmões.
Posição Correta O corpo. Todo o nosso corpo fala quando nos comunicamos. A posição dos pés e pernas, o movimento do tronco, braços, mãos e dedos, a postura dos ombros, o balanço da cabeça, as contrações do semblante e a expressão do olhar, cada gesto possui um significado próprio, e encerra em si uma mensagem. Por estas e outras razões, deve o pregador usar o senso comum e não dificultar o seu falar, inclinando-se para frente sobre a Bíblia ou sobre o púlpito; inclinando-s e como se fosse falar confidencialmente com as pessoas que estão imediatamente embaixo. Alguns outros oradores erram na outra direção, e atiram a cabeça para trás, como se estivessem discursando aos anjos ou como se
119
estivessem olhando um manuscrito no teto. Isso também é prejudicial tanto ao pregador como aos ouvintes. A posição da cabeça. John Wesley opina quanto esta parte, e diz: “A cabeça do orador não deve ser mantida para cima, nem comicamente lançada muito para frente, nem deve descair e ficar pendendo, por assim dizer, sobre o peito; nem deve ficar inclinada para um lado ou para o outro; mas deve ser mantida modesta e decentemente ereta, em seu estado de posição natural”. A posição do pescoço. Esticar o pescoço durante a pregação é antiético e penoso para a voz. O rosto. O
semblante talvez seja a parte mais expressiva de todo o corpo. Funciona como uma espécie de tela, onde as imagens do nosso interior são apresentadas em todas as suas dimensões. Cada sentimento possui formas diferentes para ser apresentado pelo semblante. O queixo, a boca, as faces, o nariz, os olhos, a sobrancelha e a testa trabalham isoladamente, ou em conjunto, para demonstrar idéias e sentimentos transmitidos pelas palavras e, muitas vezes, sem a existência delas. A boca semi-aberta, com os olhos abertos, indicará estado de espanto, surpresa, sem que uma única palavra seja pronunciada. O semblante trabalha também como indicador de coerência e de sinceridade das palavras. Deve demonstrar exatamente aquilo que estamos
120
dizendo. Se falarmos de um assunto que deve provocar tristeza, não podemos demonstrar uma fisionomia alegre ou indiferente. Os olhos. Os olhos representam o poder mais enérgico que a pessoa humana tem para influenciar outrem, e até mesmo para exercer influência sobre as demais pessoas que a rodeiam. Muitas são as razões que explicam esta situação. Por exemplo, a primeira coisa a olharmos em outra pessoa, quando estamos próximos e queremos ser educados e atenciosos, será precisamente os olhos dos que nos olham e de quem nos ouve. As pessoas que usam meios e práticas associativas à palavra, não deixam de educar os olhos, para que, tendo mais facilidade de mante rem a sua autoridade, venham persuadir seus ouvintes. Muitas impressões são transmitidas através dos olhos, de seguinte maneira: • Pisca r de olhos: malícia, esperteza, conquista; • Olhos semicerrados e mordendo levemente o canto do lábio inferior: entendimento, compreensão, descoberta; • Olhos semicerrado s: pouco caso, desconfianç a, vingança; • Olhos abertos, boca pouco mais aberta e testa franzida: espanto, surpresa; • Olh ar fixo no infinito: idiotice; • Mord er levem ente todo o lábio inferior, com o olhar fixo para baixo: pensativo; Portanto, de todo o semblante, os olhos possuem im p o rtân cia mais evidenciada para o sucesso da expressão verbal.
121
Tanto psicológica como biblicamente falando, isso é significativo. Pedro disse ao coxo: “Olha para nós” (At 3.4b). Paulo também usava de autoridade divina por meio dos olhos (At 13.9; 14.9). Mexer com os ombros. O hábito de encolher, levantar e abaixar os ombros, chega a dominar alguns pregadores. Certo número de homens tem ombros largos por natureza, e muitos outros mais parecem determinados a dar essa impressão, pois quando não têm algo de peso para transmitir, apoiam-se, elevando as costas. Spurgeon afirma ter visto um pregador em Bristol, que quando falava fazia ressaltar a corcova. Quintiliano diz que “algumas pessoas levantam os ombros quando falam, mas isso é um erro na gesticulação. Para curar-se disso, Demóstenes costumava ficar numa tribuna estreita e praticar a oratória com uma lança pendurada sobre o ombro de modo que, se no calor da elocução ele deixasse de evitar aquele defeito, seria corrigido ferindo-se contra a ponta”. Este método de disciplina é perigoso, mas se assemelha àquele recomendado para os glutões. Aqui é mais rigoroso: “...põe uma faca à tua garganta, se és homem glutão” (Pv 23.2b).
Questionário • Assinale com “X” as alternativas corretas 1. É errado dizer a)| | Preg ado r é algu ém que recebe a men sag em de Deus e a entrega aos homens b)| I O pregador não é um entregador de recados
122
c)l I A habilid ade de pregar ou ensina r em públi co é um dom de Deus d ) 0 A Bíblia Sagrada diz que todos os crentes seriam pregadores e ensinadores 2. São três os princípios básicos que regem a pregação e o pregador a)l | Subj eti vid ade , tra nsmi ssã o e ex per iên cia b ) ® Objetividade, transmissão e experiê ncia c ) Ü Objetividade, transformação e experiência d)| I Subjetividade, transformação e experiência 3. Não é um requisito espiritual do pregador a ) D Fé b ) D Santificação c ) 0 B oa ap re se nta çã o d)| I Estud o da Palavra de Deus • Mar que “C ” para Certo e “E ” para Errado 4 . [g ~1
Podemos definir pregação como “o conjunto de qualidades de um orador, que leva seus ouvintes a acatarem as suas palavras” 5 . 0 A postura do pregador deve ser natural, mas sua natureza não deve ser do tipo grosseiro; deve ser uma natureza bem educada e elegante
123
Os Movimentos do Pregador A estética. A estética na oratória torna-se um dos elementos de extrema beleza. O pregador bem disciplinado não deve permanecer imóvel como se fosse uma estátua, nem estar continuamente em movimento e lançando-se para todos os lados como se fosse um palhaço. Para evitar ambos os extremos, deve voltar-se gentilmente, conforme a ocasião, ora para um lado, ora para outro; noutras ocasiões deve permanecer fixo, olhan do direto para frente, para o meio do auditório. Algumas técnicas são necessárias, conforme j á tivemos ocasião de estudá-las; mas nunca nos esqueçamos que a naturalidade torna-se o primeiro eleme nto a ser usado pelo pregador. A mensa gem do pre gador deve estar baseada na inspiração e não unicamente na gesticulação. A verdadeira veemência nunca se degenera, transformando-se em violência e vociferação1. É a força da inspiração que deve predomin ar, e não a do furor. Não se manif esta nos guinchos2, no espumar frenético, no bater dos pés e nas contrações do excesso vulgar. Em seu mais intenso entusiasmo, é varonil e nobre; eleva, não degrada3. N unca se rebaixa ao tom dos gritos. É vulgaridade dos sons guturais4? À ênfase dos berros esganiçados, ao histórico êxtase da entonação, às atitudes de valentão, e aos punhos cerrados da paixão extravagante.
1Proferir em voz alta ou clamorosa; clamar, bradar, exclamar. 2 Som agudo e inarti culado , do homem e de alguns a nimais. 3 Estr agad a, d eterio rada, de sgasta da. 4 Relat ivo ao ponto de artic ulaç ão de um som, comp ree ndi do como produzido na garganta.
124
O uso das mãos. Outro fator importante para o pregador é saber usar suas mãos para a glória de Deus. John Wesley em sua obra “Orientações Sobre Pronúncias e Gestos”, orienta o pregador quanto ao uso correto das mãos, dizendo: “Nunca esmurrando e dando pontapés na Arca, ou no Propiciatório. Raramente as mãos devem elevar-se acima dos olhos”. Quando o seu sermão exigir um pouco de ação imitativa, seja vigilante para não usar alguma parte do seu corpo (especialmente as mãos) de maneira incorreta. Em nossa própria cultura universal, determinados gestos com partes de nosso corpo transmitem aquilo que queremos expressar. j? vJX E verdade que a mov im entação expressa menos coisas do que a linguagem, mas é possível expressar essas poucas coisas com maior força ainda. Por exemplo: Abrir com indignação uma porta e apontar para ela é uma ação quase tão enf átic a1 como dizer: “Saia da sala!” Negar a mão quando outro estende a sua é marcante declaração de má vontade, e p rovavelmente produzirá amargor mais duradouro do que as palavras mais severas. Um pedido para fazer silêncio sobre certo assunto, pode ser transmitido muito bem cruzando os lábios com o dedo. Um meneio de cabeça indica desaprovação de modo marcante. Sobrancelhas erguidas expressam surpresa em estilo categórico. E cada parte do rosto tem sua eloqüência, exprimido prazer ou pesar. Que volumes podem ser condensados num encolher de ombros, e que lamentáveis danos esse mesmo encolher tem produzido! 1Que tem, ou em que há ênfase.
125
1. Os gestos e a entonação das palavras. Os gestos e as expressões do pregador devem se harmonizar em cada detalhe! Por exemplo, um prr e g a d o r p que prega uma mensagem sobre acontecimentos futuros, não deve coloc ar constantemente suas mãos para trás; como, de igual modo, se seu sermão está baseado num fato histórico do passado, não deve usar suas mãos apontando para frente. Tudo deve ser compatível com o acontecimento. Isso deve ser feito para evitar os extremos. 2. Direção correta. Alguns pregadores sempre dão ordens com as mãos espalmadas, que continuam movendo para cima e paa r a b a i x o a o r i t m o d e c a d a s e n t e n ç a . O r a , e s t e p movimento é excelente a seu modo, se não for executado de maneira muito monótona. Se o orador continua a mover a mão para cima e para baixo, corre grande perigo de apresentar uma aparência com implicações deploráveis. O objetivo da ação é o simbolismo, mas, infelizmente, o símbolo está um tanto vulgarizado, e tem sido descrito como “por o dedão do despeito no nariz da desfeita”. Daí, visto que a gesticulação e a poo s t u r a p o d e m f a l a r p o d e r o s a m e n t e , d e v e m o s t e r . o p cuidado de fazê-las falar de modo correto. 3. No contexto da visualização. São vários os métodos e técnicas de aplicação no campo da comunicação gesticular. • Expressa-se a idéia de grandeza, estendendo-se as mãos. • A idéia de ir a alguma parte pode ser expressa, colocando-se a mão direita no peito e depois a estendendo.
126
• Se dirigir a mente a algum conceito (como Deus), poo d e - s e l e v a n t a r a s m ã o s . p • A idéia de extens ão (como a exte nsã o do d o Eva nge lho até aos confins da terra) se expressa colocando-se as mãos unidas sobre o peito e, a seguir, estendendo-as ao nível dos ombros. • Oferecer algo se expressa inclinando-se para os ouvintes com os braços estendidos e as palmas das mãos voltadas para cima. • Ao explicar alguma coisa, deve-se ter as mãos afastadas uns 30 cm uma da outra, com os dedos ligeiramente separados, etc. 4. O uso dos dedos. O professor Polito nos orienta que não somente o uso correto das mãos é necessário, mas também como parte complementar o uso dos dedos. Então ele diz: • O de do indi cad or, em ri s te 1, amea ça, acusa; levantado, alerta, pede atenção; ligado ao polegar indica autoridade, conhecimento quanto ao assunto. Para orientar e explicar, basta deixar os três dedos: médio, indicador e polegar abertos. • A mão fechada, com o polegar pression ando o dedo médio, indica força, energia, vigor. Quando o poo l e g a r p r e s s i o n a a p a r t e l a t e r a l d o d e d o i n d i c a d o r , p ainda com a mão fechada, seu significado passa a ser o de poder. • A mão aberta, co m a pal ma volt ada para cima e os dedos levemente unidos, indica recebimento, doação, súplica. Com a palma voltada para baixo, com pee q u e n o s m o v i m e n t o s , s i g n i f i c a p e d i d o d e c a l m a , p paa c i ê n c i a , e s p e r a , s i l ê n c i o . p 1Em posição erguida.
127
• A mão aberta esticada com a palma voltada para a lateral e sobre a outra aberta com a palma voltada paa r a c i m a , c o m o s e u m a f o s s e c o r t a r a o u t r a , p significa separar, dividir... • As mãos abertas co m as as palm as voltadas para cima, com os dedos abertos um pouco curvados e com pee q u e n o s e e n é r g i c o s m o v i m e n t o s , s i g n i f i c a m p renascer, aflorar e despertar. • A mão aberta, aber ta, com a palma voltada para baixo e com movimentos laterais, indica afastar, tirar e remover. • As pontas dos dedos unidas, voltadas para baixo, com pequenos movimentos, significam plantar, pee n e t r a r , t e m p o p r e s e n t e e l o c a l p r ó x i m o . p • A mão aberta, com os dedos afastados, a palma voltada para a lateral, num movimento para dentro, prr ó x i m o a o c o r p o , f e c h a n d o - a a o m e s m o t e m p o , p indica reunir, juntar, etc.
O Estilo em Geral O vocábulo estilo do grego styles e do latim stylus - instr umen to po ntiagudo , de fer ferro, ro, com que os os romanos escreviam sobre tabuinhas cobertas de cera foi muitas vezes empregado por Cícero para detonar a maneira de se expressar o pensamento na escrita; e, em época posterior, mui naturalmente se estendeu tal vocábulo ao discurso. Na obra “O Estilo na Comunicação”, de autoria de M.R. Nunes, Rio de Janeiro, 1973, ele apresenta sete qualidades essenciais quanto ao estilo de qualquer comunicação, quer oral, quer escrita. Então ele diz em alusão ao orador: Correção. O conceito de correção pode variar, conforme a situação, porque a mensagem precisa
128
adaptar-se aos receptores. O critério, embora não muito preciso, deve ser, ta mbém aqui, o da língua comum. Clareza. Clareza em lugar de emprego de expressões ou vocábulos inexatos, ambíguos, inexpressivos, de floreiros e atavios de longas ou repetidos intercalações, desconexas...etc. Originalidade. Em lugar de vulgaridade, de trivialidade, de expressões consagradas, de frases feitas, de vícios de linguagem, de termos ambíguos sem nenhuma significação coloquial para o tempo ou para o espaço. Conciso. Concisão em lugar de prolixidade, de pormenores abundantes, generalidades, co nd or ei ris mo s1, sinonímias ou repetições desnecessárias, copiosas adjetivações, etc. E preciso, todavia, não exagerar a preocupação de ser conciso, para não incorrer no vício da estéril secura, como defeito da concisão. Vivacidade. Vivacidade em lugar de frouxidão, inexpressividade, anemia e morosidade. O estilo deve ser dinâmico, vivo, enfático, vigoroso, atraente e sugestivo. Harmonia. Harmonia em lugar da aridez de vocábulos e expressões, do uso repetido de vogais fortes ou 1Diz-se do estilo elevado ou guindado, hiperbólico, ou do poeta que tem esse estilo.
129
semelhantes, da acumulação de monossílabos, abuso de pontuação, nasala ções de sons parecidos, etc. Naturalidade. N atu ralidade em lugar de precio sismos, arcaísmos pedantes, neologismos extravagantes e desnecessários, de formas rebuscadas, exageros petulantes, imagens ou metáforas ridículas. Qualquer mensagem que tenha o caráter de novidade, chamamos de mensagem informativa. A comunicação escrita pode restringir-se a um estilo meramente informativo, já que o leitor tem condições de, constantemente, retomar a uma passagem anterior para conferir detalhe. O mesmo, entretanto, não acontece na comunicação oral, seja de que gênero for. Tanto a conversa informal quanto a aula, a prédica ou a conferência carecem de redundância. O bom senso ditará a dimensão da redundância, que, evidentemente não deve levar a uma comunicação enfadonha. Redundância ocorre quando a informação é remastigada (ruminada pela ovelha), comentada, i'i reenfocada sob diversos aspectos e de diversas formas, v A tendên cia da grande maioria dos pregadores modernos é exagerar a informação e negligenciar a redundância. Recursos de redundâncias são: metáforas, ilustrações, comparações, citações, narrações e outras formas de expressão. O estilo de um homem pode ser fascinante como o de alguém que disse escrever com pena de cristal molhadas em orvalho, em papel de prata, e para secá-lo usava pó de asa de borboleta. Mas para um auditório cujas almas estão em perigo iminente, o que será a mera elegância, se esta não se encontrar mesclada pela graça divina? Nada!
130
Um outro fator que deve ser preponderante em nossas mensagens é a exatidão. Devemos também usar palavras e frases que expressem exatamente aquilo que pensamos. Os termos podem ser inteligíveis ao auditório e mesmo assim não terem para ele o significado que lhes damos. Podem ser vocábulos ambíguos e, assim, o ouvinte pode estendê-lo nos dois sentidos, ou num deles, e daí não compreenderá p ronta mente o que desejamos dizer. Até mesm o os escritores sagrados, empregando um estilo fácil e coloquial, às vezes nos legaram “...pontos difíceis de entender...” Torna-se importante, portanto, que o pregador, por amor a Deus e as almas, use expressões coloquiais, pois somente assim haverá receptividade na teoria e na prática.
A Beleza Tomás de Aquino define o belo como id q uo d v i su m pl a ce t — o que agrada ver. Os filósofos aristotélicos faziam uma definição do belo, encerrando dois elementos essenciais: A beleza é o objetivo de inteligência ou de conhecimento intuitivo, enquanto que resulta de condições que não são acessíveis senão à inteligência. Essas condições são: • A integ ridad e do objeto; • A propo rção ou unidad e na variedade. Enfim, a clareza ou resplendor da inteligibilidade. É certo também que a beleza sensível é acessível aos sentidos e os põe num estado de bemestar e de satisfação: o ouvido se encanta com uma linda música, os olhos se comprazem nas belas formas plásticas. A beleza é fonte de satisfação, defendia Tomás de Aquino. O belo é deleitável; encanta e
131
arrebata; gera o desejo e o amor. A saciedade que pode produzir, às vezes, não vem senão das condições subjetivas de sua percepção. Em si mesmo, o belo é fonte de satisfação constantemente renovada. No Antigo Testamento, era exigência de Deus que seus ministros (os sacerdotes) fossem um tipo de beleza. Os requisitos para tal seleção estão declarados em Levítico 21.16-21. Em o Novo Testamento, o conceito em relação a isso, não mudou. O apóstolo Paulo diz que a perfeição deve estar em foco naquele s que desejam o episcopado. “...Para que o homem de Deus seja perfeito, a perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3.17). É claro, evidentemente, que esta beleza, hoje, não se trata de dotes físicos, e, sim, de beleza espiritual. Contudo, é indispensá vel que o pregador se apre sente com elegância e respeito para com o auditório e para com Deus. Quando aplicamos a beleza para o campo homiliasta, especialmente no que tange1ao estilo, clareza e vigor na pregação da Palavra de Deus, ela produz três coisas importantes no auditório: 1. Satisfação. A coisas belas proporcionam satisfação (id quod visum placet). Diz-se comumente, também, que ela são fontes de prazer. 2. Admiração. As coisas belas provocam a admiração, isto é, o espanto e o respeito. Elas espantam pelo que comportam de perfeição inesperada, de visão original e penetrante, de associações singulares, de combinações audaciosas. Insiram uma espécie de respeito sagrado, pela manifestação do poder que exercem sobre a 1Dizer respeito; referir-se, concernir, tocar.
132
inteligência humana. A polícia do templo testemunhou do estilo e beleza que as palavras de Jesus continham, dizendo: “...nunca homem algum falou assim como este homem” (Jo 7.46b). Os guardas se sentiram subjugados pela beleza e reverência da força espiritual que aquelas palavras demonstravam. 3. Simpatia. O sentimento estético aparece como eminentemente social. Ele é fator de simpatia ou de gozo em comum. Quem quer que goze a influência que a beleza traduz, aspira a comunicar a outro sua emoção, a compartilhar sua admiração. A beleza duma mensagem inspirada por Deus e bem apresentada pelo pregador, consegue realm ente fazer vibrar as almas sedentas, criar uma espécie de unidade espiritual, em virtude justamente de seu caráter gratuito. A beleza, como tal, está além das causas de diversões e de conflitos.
Questionário • Assinale com “X ” as alternativas corretas 6. Na oratória torna-se um dos elementos de extrema beleza a)l | A clar eza b)pT| A estética c ) D a conclusão d)[ | O apel o 7. É errado afirmar a)l I Fator impor tante para o pregado r é saber usar suas mãos para a glória de Deus
133
b ) 0 Em nossa própria cultura universal, determinados gestos com partes de nosso corpo transmitem aquilo que queremos expressar c)IT1 É verdade que a movimentação expressa mais coisas do que a linguagem d)| I Os gestos e as expr ess ões do pre gad or devem se harmonizar em cada detalhe 8. Quando aplicamos a beleza para o campo homiliasta, especialmente no que tange ao estilo, clareza e vigor na pregação da Palavra de Deus, ela produz três coisas importantes no auditório a)[y] Satisfação, admiração e simpatia b)l I Satisfação, admiração e empatia c)| I Santificação, admiração e empat ia d)l I San tif ica ção , adm ira ção e sim pat ia • Mar que “C ” para Certo e “E” para Errad o 9.RH Se o orador continua a mover a mão para cima e para baixo, corre grande perigo de apresentar uma aparência com implicações deploráveis 1 0 . 0 A tendência da grande maioria dos pregadores modernos é exagerar a informação e negligenciar a redundância
134
Homilética / Hermenêutica Referências Bibliográficas FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. N ovo A u rélio Século XXI. 3a Ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999. STAMPS, Donald C.; B íb lia de E stu d o P e n teco sta l. Rio de Janeiro: CPAD, 1995. BOYER, Orlando. P eq u en a E nc i cl o pé d i a B í bl i ca . Pindamonhangaba: IBAD. DOUGLAS, J. D.; O Novo Dicionário da Bíblia. 2 Ed. São Paulo: Edições Vida Nova, 2001. ANDRADE, Claudionor Corrêa de. D ic io n á rio Teológico. 6o Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1998. CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e filo s o fia . 3a Ed. São Paulo: Editora Candeia, 1975. Volume 3. STEIN, Robert H. Guia Básico para a Interpretação da B íblia. Rio de Janeiro: CPAD, 1999. OLIVEIRA, Raimundo de. Como Estudar e Interpretar a Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2000. VIRKLER, Henry A. H erm e n êu tica A va n ça d a . São Paulo: Editora Vida, 1987. FEE, Gordon D. & Stuart Douglas. Entendes o que Lês? 2 Ed. São Paulo: Edições Vida Nova. 1997 NELSO N, E. Lund/P. C. H erm en êu tica . São Paulo: Editora Vida, 1999. REIFLER, Hans Ulrich. Pregação ao Alcance de Todos. 1 Ed. São Paulo : Ediç ões Vid a Nov a. 1993 BRITO, Robson José. N o çõ e s de H o m ilética . Maringá. SILVA, Severino Pedro da Silva. H o m ilé tic a , o Pregador e o Sermão. Rio de Janeiro: CPAD, 1993.
135