EMILITÃO, Albigenor Rose. S.O.S dinâmica de grupo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.
S.O.S. Dinâmica de Grupo Mais de 90 técnicas de Apresentação, Apresentação, Integração Integração & Conhecimento, Recreação, Recreação, Aprendizagem e Estórias & Fábulas, que ajudarão você a conduzir, de forma mais eficaz, palestras, workshops, workshops, grupos de estudo, reuniões reuniões e outros encontros encontros grupais.
Dedicamos e agradecemos pela realização deste trabalho aos nossos maiores incentivadores, seres especiais que têm estado conosco na nossa caminhada: Deus, nosso impulsor maior; Joaquim Brito e a Turma de Maceió, primeiros companheiros de grupos; Juventude de Monte Castelo, Grupos dos Encontros de Casais, Jovens e Amigos — Amigos — Fortaleza, Fortaleza, Natal, São Luís e Belém; Edilson Padilha, Eleazar Ribeiro, Lydia Brito, Rita de Cássia e Zé Carlos, parceiros de aprendizado no começo em Fortaleza; Companheiros do Curso de Formação de Facilitadores em Processos Grupais ( 1º Turma 96/97), exemplos de experiência e crescimento; Empresas, Instituições e amigos que nos oportunizaram o crescimento contínuo, especialmente especialmente SEBRAE-CE/MA, CDL-Fortaleza e SENAC-Regional Ceará. Carinhosamente, Carinhosamente, com afeto, fazemos menção honrosa a duas pessoinhas a quem amamos de paixão (e como é vazia a nossa casa sem elas!): Daniele e Diogo. Nós “cinco”: “cinco” : certamente, somos uma equipe. Com carinho, de nós dois... Albi & Rose. Fortaleza, setembro/97. (página sem numeração)
Índice - De nós dois... pra você, XI - Introdução, XV - Dicas Importantes, XIX S.O.S. UM Dinâmicas de Apresentação - As primeiras Impressões, 3 1. Entrevista, 5 2. Memorização de nomes, 6 3.O salto,7 4. Entregando o crachá, 8 5. Eu sou você, 9 6.Cartaz, 11 7. Minha outra metade está em você, 12 8. Abrindo janelas, 13 9. Gravuras, 16 10. Caminhando e cantando, 18 11. Minha característica maior, 19 12. As cores dos sentimentos, 21 13. Expectativas e metas, 22 14.O boneco,23 S.O.S. DOIS Dinâmicas de Integração E Conhecimento - Quem conhece, ama 29 1. Autógrafos, 31 2. Ataque & defesa, 33 VIII 3. Rompendo o cerco, 35 4. Posso entrar?, 37 5. O presente da alegria, 38 6. Despertando o conhecimento, 40 7. Descoberta do outro, 41 8. Abrigo subterrâneo, 43 9. Círculo & beijo, 45 10. Espelho, 46 11. Relâmpago, 47 12. Costa com costa, 49 13. Cabecinha no ombro, 50
14. Esquentando os motores, 52 15. O melhor de mim, 53 16. Revirando minha bolsa, 55 17. Em busca do olhar; 56 18. Beijos & carícias, 57 19. O pêndulo, 59 20. Encontro com o mar, 60 21. Papel amassado, 62 S.OS. TRÊS Dinâmicas de Recreação - Lazer é, também, Integração, 67 1. Terra, céu e mar, 69 2. Estourando balões, 70 3. Balões no ar; 71 4. As três garrafas, 72 5. A dança da laranja, 73 6.O quartel, 74 7. O feitiço caiu em mim, 75 8. O viúvo, 76 9. Retirando as cadeiras, 77 10. O trem, 78 11. O presente, 79 12. Caixinha de surpresas, 80 13. Laranja no pé, 81 14. Tudo com a mesma letra, 81 15. Você me ama?, 82 16. Briga de galo, 83 17. Encontrando os sapatos, 83 18. Zorba, 84 VIII S.O.S. QUATRO Dinâmicas de Aprendizagem
- Brincando e Aprendendo: não dá pra dormir, 89 1. Vou pra Ilha,91 2. Zero a cem, 92 3. Cruzada ou descruzada, 92 4. Nove pontos, 93 5.O repolho, 94 6. Formando grupos, 95 7. Mural, 97 8. Brainstorming, 98 9. Pichação, 99 10. Telegrama, 100 11.O avestruz, 101 12. Azares de uma festa de aniversário, 103 13. Exercício da Nasa, 105 14. O jogo dos quadrados, 109 15. A corrida de carros, 110 16. Comida, 112 S.O.S. CINCO Estórias & Fábulas - Aprendendo e ensinando através de parábolas, 117 1.O feixe de lenha, 119 2. Os lenhadores, 121 3.O buraco, o sapo e o sapinho sapeca, 123 4.O passarinho, 125 5. A bicicleta, 127 6. Mapa-múndi, 128 7. Os sons da floresta, 129 8.O gole d’água, 131 9. Os três filtros, 133 10. A frigideira, 134 11.O elefante e os cegos, 135 12.O maior talento, 137 13. Águia ou galinha?, 138
14. A rebelião contra o estômago, 140 15. Alface ou mangueira?, 142 16. A menina e os monges, 144 17.A caneca de chá, 145 IX 18. Almoços grátis, 148 19. Perseverar... sim!, 149 S.O.S. SEIS O que dizer sobre isto? - Mudar... e crescer, 155 1. Frases & previsões que deram errado, 157 2. Frases que aquecem o coração e deliciam a alma, 159 3.O presidente que não desistiu, 162 4. Começaria tudo outra vez... se eu pudesse!, 164 5. Eu me conheço?, 165 6 Dez dicas para fazer o coração parar, 166 7. Não andeis ansiosos, 167 8.O bebê enjeitado, 168 9. Permita-nos um minutinho do seu tempo, 169 10. Páscoa é... Renovação, Libertação, Comunhão, Vida!, 172 11. A oração de Jesus, 173 Bibliografia, 175 X
De nós dois... pra você! Há muito que estamos numa caminhada junto a pessoas. Os caminhos percorridos e os lugares por onde passamos nos proporcionaram magníficas experiências. Foram caminhos de terra batida, poeirentos, chuvosos e cheios de lama, pedregosos, túneis escuros e úmidos... todos atravessados. Mas, também, estradas com li ndas paisagens, verdes e floridas, riachos perenes e brisas suaves, fontes de água cristalina, cheiro de terra batida pela chuva caída, pedras e montanhas, muros e portas. Vitórias alcançadas e desafios vencidos.
TEM sido um aprendizado constante. E, como disse o poeta: “cada pessoa sente as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas ”. ESSA caminhada, estamos nela bem antes de nos encontrarmos, os dois. O encontro mesmo do nosso “grupo de dois” foi em Paripueira (uma das praias mais bonitas de Alagoas), por ocasião de um congraçamento de jovens. Ali começou tudo: a paixão, o amor, a vontade de estar juntos. Ali começaram a surgir os primeiros amigos comuns a nós dois. Os amigos de um passavam a ser, agora, dos dois e, cada vez mais, essas pessoas foram somadas a tantas outras, que estão hoje, que passaram e que marcaram nossas vidas nos lugares onde estivemos. NAS atividades com pessoas sempre surgia a necessidade de algo para aquecer ou motivar, naquele momento, o grupo. Aí... usávamos uma Dinâmica de Grupo. Sempre, para cada momento, a estratégia para atingir melhor os objetivos, era dosar com uma Dinâmica de Grupo. Palestras, reuniões, treinamento e desenvolvimento junto às empresas, lazer, têm nos oportunizado utilizar, como recurso imprescindível, a Dinâmica de Grupo. XI VÁRIOS livros e revistas sobre o assunto, com exercícios e técnicas as mais variadas, foram pesquisados e utilizados por nós. Algumas copiadas na sua íntegra, outras adaptadas, outras criadas da nossa própria experiência, mas sempre partindo de quem mais nos motivou: as pessoas com as quais convivemos. A propósito de muitas dessas pessoas, vale ressaltar (e destaca-las) que a inspiração para o S.O.S. Dinâmica de Grupo — a partir do título — veio delas: “Oi, bicho! Tô numa fria. Fui convidada para um chá-de-panela de uma amiga minha e me disseram que eu vou ter que fazer algumas brincadeiras lá, pra aquecer o ambiente. Pensei em você prá me dá algumas dinâmicas. Te ligo daqui a trinta minutos, tá legal?” (Lucineide/ da casa de alguma noiva, janeiro/97). “Vou dirigir toda aparte social da nossa noite de Ano Novo e tô precisando de umas dicas prá animar o pessoal.”
(Nelbe/Igreja Presbiteriana Nova Jerusalém – Fortaleza, dezembro/94). “Quero fazer um evento que reúna todos os fu ncionários do SEBRAE. Algo assim, que seja bem dinâmico e que reacenda a motivação de todos” (Dr.
Antônio
Albuquerque/Superintendente
do
SEBRAE-CE,
agosto/96,
quando
elaborávamos o esboço da 1ª Convenção do SEBRAE). Inventei um provão aqui na escola e convoquei todos os alunos e professores para estarem aqui no sábado. Só que é uma desculpa para a inauguração da quadra. Me dá umas idéias para aplicar algumas dinâmicas, no início no final. .. Te ligo daqui prá’manhã.” (Falone/Diretor da Escola Santa Amélia-AL, maio/97) “Albi, aceitei o desafio de dirigir o acampamento dos jovens da minha igreja, no período do carnaval Agora, tô precisando de um favorzão: prepara algumas dinâmicas bem legais prá eu utilizar lá! Me avisa quando estiverem prontas e eu vou pega r.” (Anne Mary/Igreja Presbiteriana Nova Jerusalém, Carnaval/97) “É um projeto e tanto! O presidente já aprovou e quer que aconteça no Banco todo, antecedendo o processo de reestruturação das agências. Agora, eu preciso de você prá gente estruturar toda a seqüência de vivências e dinâmicas, para a etapa de sensibilização !” (Magui, no embrião do Programa de Humanização Dinâmica/BANCO DO NORDESTE, maio/1995) “R oseane, tá um tédio aqui! Nem parece que é um jantar de Natal. Preciso fazer jus ao meu aprendizado no Curso de Facilitadores. Te Ligo daqui a cinco minutos.., é urgente mesmo. Faz com Albigenor algumas sugestões prá eu levantar o astral do pessoal aqui!” (Cidinha/participante do CURSO DE FORMAÇÃO DE FACILITADORES EM PROCESSOS GRUPAIS, jantar de Natal/1996) XII
“Albi, me deu um branco agora, bem na hora de começar a vivência da tesoura. Lembrei de você. Me passa, por telefone mesmo, as etapas bem direitinho, ok?” (Zé Carlos, em Teresina, conduzindo o PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES, 1995) “Eu e Angelino estamos com uma missão: elaborar todo o conteúdo e realizar o segmento de integração de um seminário para os representantes de vendas do Norte-Nordeste. Precisamos de ajuda.” (Ana Glória/Analista de RH – FINOBRASA-Fortaleza, abril/97) “Eu preciso fazer uma sacudida em toda a equipe gerencial aqui, a começar pelos Diretores. O que você me diz? Sugira e vamos marcar a data.” (Portela/Gestor da Área de Informação - SEBRAE-MA, na preparação do I Encontro de Gestores Operacionais do SEBRAE/MA, agosto/96) “Vou ter quinze minutos para minha apresentação e quero fazer alguma coisa bem diferente do convencional. Qual é a sugestão que você me dá?” (Souza Filho/Gerente-Geral da CAJUÍNA SÃO GERALDO - Fortaleza, preparando material para apresentação durante almoço com empresários da FIEC - Federação das Indústrias do Estado do Ceará, maio/97) “Rose, estamos idealizando um grande encontro para todos os professores do colégio, do primeiro grau menor ao pré-vestibular, e uma das coisas que eu gostaria que fosse incluída é um curso relâmpago de Dinâmica de Grupo para os professores.” (Prof. Adelmir Jucá/Coordenador de Desenvolvimento e Pesquisa - COLÉGIO SETE DE SETEMBRO - Fortaleza, no inicio do planejamento do I Educador – Simpósio de Desenvolvimento Educacional, novembro/96) ÚTIL e gratificante: é o nosso desejo que seja este livro pra você! Albigenor & Rose Militão Setembro, 1997. XIII
Introdução - “Como trabalhar bem com os outros? - Como entender os outros e fazer-se entender por eles? - Por que os outros não conseguem ver o QUE eu vejo, COMO eu vejo... por que não percebem a clareza das minhas intenções e ações? - Por que os outros interpretam erroneamente meus atos e palavras, e complicam tudo? - Por que não podemos ser objetivos no trabalho e deixar problemas pessoais de fora? - Por que não ser práticos e deixar as emoções e os sentimentos de lado?” É natural que todos nós passemos ou tenhamos passado por momentos de questionamentos como esses. Geralmente, ficamos tateando no escuro e temos dificuldades em achar respostas ou soluções para problemas de RELACIONAMENTO. Estamos, então, sempre condenados a sofrer com os outros? Podemos ter esperanças de alcançarmos uma convivência harmoniosa, satisfatória e produtiva no dia-a-dia com os outros? FOI pensando em questões assim que Charles Fourier, Émile Durkheim, Kurt Lewin e outros se preocuparam em dar atenção especial ao ESTUDO DE GRUPOS. Bem mais na nossa época, Carl Rogers foi o primeiro a utilizar técnicas de trabalho com grupos, em seu livr o “Grupos de Encontro”. XV Dinâmica de Grupo: Surgimento, definição e objetivos A expressão Dinâmica de Grupo surgiu pela primeira vez num artigo publicado por Kurt Lewin, em 1944, onde tratava da relação entre teoria e prática em Psicologia Social. O que é Dinâmica de Grupo? Dynamis é uma palavra grega que significa força, energia, ação. Quando Kurt Lewin utilizou essa expressão e começou a pesquisar os grupos, seu objetivo era o de ensinar às pessoas comportamentos novos através da DINÂMICA DE GRUPO, ou seja, através da discussão e de decisão em grupo, em substituição ao método tradicional de transmissão sistemática
de
conhecimentos.
O que se espera alcançar de resultados, com a utilização da Dinâmica de Grupo? Vejamos, portanto, alguns objetivos bem gerais: a) Desinibir a capacidade criadora dos participantes, levando- os a se tornarem bastantes desenvoltos; b) Aumentar as transformações no grupo, alterando a sua produtividade; c) Aumentar a coesão do grupo; d) Proporcionar um aperfeiçoamento do trabalho coletivo, procurando atingir, através dos grupos, metas socialmente desejáveis, podendo, também, aumentar sua eficiência, fundamentando-a num firme conhecimento das leis que governam a vida do grupo; e) Transformar o potencial do grupo, fazendo-o crescer em igualdade harmônica de relacionamento interpessoal. Na Dinâmica de Grupo o comportamento e as atitudes individuais serão mudados num trabalho de grupo, isto, porque, os participantes se sentirão profundamente sensibilizados por aquilo que acontecerá, por sentirem e por observarem processos que eles aprenderão a conceituar. TOMAMOS a liberdade de classificar as dinâmicas apresentadas neste livro em cinco grandes grupos: 1. Dinâmicas de Apresentação: para apresentação e conhecimento imediato das pessoas do grupo; 2. Dinâmicas de Integração e Conhecimento: voltadas para grupos já iniciados, objetivando um maior entrosamento, “quebra-gelo” e aprofundamento do conhecimento inicial; XVI 3. Dinâmicas de Recreação: podem ser utilizadas em intervalos de grandes eventos, jantares, almoços, aniversários, encontros sociais de qualquer natureza, puramente para
descontração;
4. Dinâmicas de Aprendizagem: neste capítulo apresentaremos “dicas” rápidas, pequenas técnicas para estimular o raciocínio e exercitar a percepção; 5. Estórias & Fábulas: para abertura e fechamento de eventos (reuniões, palestras, cursos, congressos) ou para ilustrações, visando enriquecer algum tema que está sendo abordado. PARA cada capítulo, selecionamos em média 15 (quinze) dinâmicas, que poderão ser aplicadas na sua forma apresentada ou adaptada/recriada pelo próprio facilitador, de acordo com seu contexto ou conveniência. Toque & Afeto: a saúde começa por aí... também. Abraçar é... segurar, envolver alguém com os braços, especialmente de modo afetuoso, manter próximo. É uma forma de carinho, de apoio e compreensão. Nós somos defensores de que as relações entre as pessoas devem ser as mais cordiais, espontâneas e afetivas. Um cheiro, um cumprimento mais caloroso, um abraço, um sorriso, um toqué de “conta comigo!”, um telefonema só prá dizer “ai! “, um cartão com uma palavra de agradecimento ou incentivo, tudo isso são formas de expressar para o outro que ele é importante. POR conta disso, não poderiam deixar de constar no nosso S.O.S. Dinâmica de Grupo algumas considerações sobre esse gesto aconchegante e terapêutico: o abraço. - Algumas verdades terapêuticas sobre o abraço: - É uma forma de dizer: “conte comigo!” - Fala uma linguagem universal. - A linguagem do abraço alimenta o espírito. - Cria um círculo de cooperação que promove o crescimento e a cura.
- Abraçados... nós nos ajudamos uns aos outros. - A tecnologia ergue barreiras, um abraço as derruba. - Deixe que um abraço fale por você, quando as palavras parecerem inoportunas ou saírem com dificuldade. - Um abraço nunca diz: “A culpa é sua!” - Um abraço terapêutico nunca tem conotação sexual. XVII - Um abraço diz. “Eu quero a sua amizade!” - A linguagem do abraço é a tradução da linguagem do coração. - É comemoração, é celebração. - Significa apreço, afeição, reconhecimento. -
“Você
é maravilhoso, valoroso, simpático, inteligente. Além disso,
merece um abraço!” - Significa confiança, empatia, segurança. - Abrace sempre. Abrace muito. Abrace. - PARA SOBREVIVER, são necessários quatro abraços por dia. - PARA SOBREVIVER COM SAÚDE, são necessários oito abraços por dia. - PARA MANTER-SE GENTE, GOSTAR MAIS DE SI, RELACIONAR-SE MELHOR, ESTAR DE BEM COM A VIDA E UM POUCO MAIS FELIZ, são necessários doze abraços por dia. XVIII Dicas importantes SER convidado para proferir uma palestra, dirigir uma reunião, conduzir um grupo de estudo ou ministrar um treinamento é, naturalmente, motivo para preocupação, ficar atento
para as
providências
(logísticas e
de
conteúdo) que deverão
ser
tomadas.
COMO facilitador, é imprescindível que haja um prévio planejamento, objetivando segurança e tranqüilidade no processo de condução do grupo — seja uma sala com poucos participantes ou um auditório a partir de cinqüenta pessoas. CONSIDERANDO a nossa própria experiência vivenciada, achamos providente listar alguns aspectos que, certamente, ajudarão você ANTES de qualquer trabalho com grupos. São “dicas” que têm sido úteis para nós e que você, como facilitador, poderá adequálas à sua realidade: 1. Visitar, preferencialmente, o local do evento, com antecedência, para checagem de equipamentos — conforme a necessidade: a) TV/Vídeo ou projetor de vídeo (telão). b) Projetos multimídia, com computador e vídeo/DVD. c) Retroprojetor (verificar foco, lâmpadas e ventilador interno). d) Flip-chart (cavalete com papel 40kg). e) Equipamento de som (microfones, tape-deck, CD, etc.). f) Mesa de apoio para material didático-instrucional. g) Tribuna (para o caso de apresentação tipo discurso). h) Mesa com cadeiras para prováveis apresentações do tipo “formação de mesa”. XIX i) Carteiras ou cadeiras — fixas ou não. j) Luminosidade (onde acende as luzes), ventilação, cortinas.
k) Tamanho compatível com a quantidade de pessoas e para o tipo de atividade que irá ser desenvolvida. 2. Elaborar, previamente, o roteiro/seqüência do conteúdo que irá trabalhar com o grupo (vivências, músicas, intervalos, etc.). 3. Chegar ao local com, pelo menos, uma hora de antecedência, para ‘energizar” a saia, conforme a sua crença e metodologia (respirar, reiaxai deixar música tocando suave). 4. Revisar roteiro elaborado e fazer checagem final dos equipamentos e material que será utilizado. 5. Manter sempre consigo um kit de “Primeiros Socorros do Facilitador”, contendo: pincéis (quadro branco e papel), tesouras, canetas, barbante, cola, filmes de vídeo/DVD, fitas de áudio e/ou CD’s, vendas/máscaras, etc.) - tudo de acordo com o estilo e necessidades mais comuns. 6. Manter na “cartola”, sempre, uma ou duas vi vências/dinâmicas para eventuais imprevistos ou mudanças de planos com o grupo. 7. Evitar confiança plena na memória: anotar, portanto, a seqüência da(s) dinâmica(s) que vai usar ou aquilo que vai dizer. 8. Procurar não se comprometer, no início dos trabalhos, em passar crenças pessoais, ou polemizar com alguém que está ali contra a vontade ou que já chega discordando. Seja prudente, relaxe e deixe que o próprio grupo (que é sempre sábio) estabeleça e componha o clima do encontro. 9. Evitar “forçar a barra” para algum membro do grupo participar, falar ou opinar sobre alguma coisa, se esse não estiver a fim. 10. Trabalhar em DUPLA, preferenciaimente (proporciona maior segurança na condução de qualquer grupo, no processo de acompanhamento, divisão de “quem faz o quê’, inclusive anotações). 11. Ter cuidado com a aparência (roupa, higiene, postura, etc.) — Lembre-se: você é aquilo que diz e faz e, no momento com o grupo, você estará sendo exemplo.
12. Utilizar músicas para momentos de relaxamento, escolhendo-as criteriosamente: instrumentais, que não tenham sido temas de XX novelas ou filmes conhecidos, nem tocadas exaustivamen te em FM’s, enfim, não é aconselhável músicas instrumentais populares. Às vezes, algumas músicas com letra são importantes para algum “fechamento”. 13. Habituar-se a trabalhar proativamente, fazendo, sempre de véspera, um “check list das tarefas/providências que envolvem você e as demais pessoas ligadas ao evento. Toque em frente e... sucesso! Ver, também, “Jogos, binamicas & Vivências Grupais” Capítulos 5 e 6, Qualitymark Editora, dos mesmos autores. XXI
S.O.S. UM – DINÂMICAS DE APRESENTAÇÃO “Abrir -se para o amor pode ser o começo de uma relação de companheirismo, ou pode ser uma iluminação momentânea daquilo que é possível, quando pessoas se encontram de coração aberto”. Kathleen Keating 1 As primeiras impressões O contato inicial entre pessoas gera o que denominamos primeira impressão. Essa primeira impressão está relacionada a inúmeros fatores psicológicos da experiência anterior de cada pessoa, suas expectativas, medos, ansiedades e motivação no momento do encontro. AS primeiras impressões já modificam, por exemplo, o que cada um pensava de um determinado ambiente: como é o local? É sala, auditório, tem cadeiras ou carteiras, tem
almofadas, ar-condicionado ou ventilador, quem serão as pessoas que estarão lá? Será que elas são antipáticas? Eu conseguirei me entrosar com elas? E é exatamente no momento do encontro das pessoas que toda pré-concepção é alterada ou confirmada. EXISTE o que consideramos primeiras impressões positivas ou negativas. Quando positivas de ambos os lados, a tendência é que haja relações de simpatia e aproximação que facilitarão o relacionamento interpessoal e as atividades em comum. É o processo da empatia. Quando o impacto do encontro é positivo apenas de um lado, o relacionamento tende a ser difícil, tenso, exigindo que ambas as partes se esforeem bem mais para um conhecimento maior que possa modificar aquela impressão. NÃO há unilateralidade na interação humana; tudo o que acontece no relacionamento interpessoal decorre de duas fontes: Eu e o(s) outro(s). Dizem os filósofos do dia-a-dia que a “a primeira impressão é a que fica”, entretanto poderia ser assim: a primeira impressão é a que realmente fica, mas não é a que necessariamente deve permanecer. 3 DIFICILMENTE, alguém terá uma SEGUNDA OPORTUNIDADE para causar uma PRIMEIRA IMPRESSÃO. PARA este capítulo, selecionamos 14 (quatorze) dinâmicas que tratam justamente do encontro de pessoas. Pessoas que se conhecem superficialmente, pessoas que nunca se viram antes, pessoas que convivem bastante mas não trabalham em grupo, realizando alguma tarefa específica. ENFIM,
são
dinâmicas
que,
com
muita
praticidade
e
competência
do facilitador, substituirão o tradicional: “Foi um prazer conhecer você!”. 4
1 ENTREVISTA - Objetivos a) Iniciar o processo de integração do grupo, partindo da forma mais elementar de estabelecer-se um relacionamento: a conversa a dois;
b) Dar oportunidade aos membros do grupo para apresentarem seus valores e características pessoais, através da verbalização feita pelo seu parceiro de conversa; c) Quebrar o”gelo”. A quem se destina Esta é uma das dinâmicas mais simples sobre apresentação de pessoas e pode ser aplicada a qualquer grupo (quantidade de participantes), desde que haja pouco ou nenhum conhecimento entre os seus membros. É importante que o ambiente seja o mais amplo possível, a fim de acomodar todas as pessoas agradavelmente — no chão, almofadas ou em cadeiras. Tempo previsto Em torno de cinqüenta minutos (para grupos de até trinta membros). Procedimentos O facilitador deve dar todo o esclarecimento necessário, antes de iniciar a dinâmica: 5 OBSERVAÇÃO: (AS PÁGINAS 6 E 7 NÃO FORAM XEROCADAS PELO PESSOAL DA WR). - Procedimentos a) Forma-se um grande círculo, todos em pé, soltos. b) Cada participante deve dar um impulso, correndo, até o centro do círculo, saltar, dando um soco no ar e gritar o seu nome. c) Pode-se fazer repetidas vezes, em tons e formas diferentes, cada participante. d) No final, após todos terem se apresentado, saltam, juntos, gritando (cada um), o seu nome, ao mesmo tempo.
4 ENTREGANDO O CRACHÁ - Objetivo Aproximar os participantes, dois a dois, caraterizando foi um prazer conhecer você. - A quem se destina A um grupo novo, que se encontra para um trabalho específico, onde os seus membros não são conhecidos ou pouco se conhecem. Cabe muito bem fazendo uma seqüência, aplicando as Dinâmicas 1,2, 3 e 4. - Tempo previsto Em torno de dez minutos. - Material utilizado Crachás com os nomes dos membros do grupo, impressos previamente. 8 - Procedimentos a) Espalhar todos os crachás no chão da sala, com os nomes virados para baixo; b) Formar um círculo com os participantes ao redor dos crachás. c) Solicitar que cada pessoa pegue um crachá, que não seja o seu próprio e entregue ao seu dono (ou prenda na roupa), abraçando-o e dando-lhe as boas-vindas ao grupo. 5 EU SOU VOCÊ - Objetivos a) Promover o conhecimento dos membros do grupo, sem o provável constrangimento de uma auto-apresentação; b) Exercitar a técnica do saber ouvir cuidadosamente, durante uma conversa; c) Explorar os sentimentos que surgem ao ser outra pessoa (colocar-se no lugar de).
- A quem se destina Esta dinâmica é aplicável a grupos formados por pessoas que não se conhecem ou pouco conhecidas. Pode ser adaptada a sua aplicação para aprofundar o conhecimento dos membros do grupo. - Tempo previsto Num grupo entre vinte e cinco a trinta pessoas, a duração pode variar de cinqüenta a sessenta minutos.Vejamos aqui: 9 * Dez minutos para o encontro a dois * Dois minutos para a apresentação - Procedimentos É importante que haja espaço para acomodar todos, de forma que as duplas possam conversar bastante à vontade. O facilitador sugere a formação de duplas, devendo a escolha ser, preferencialmente, entre pessoas que não se conheçam. Não deve antecipar as etapas seguintes. Etapas: a) Formar as duplas. b) Cada participante deve verbalizar informações a seu respeito, de forma objetiva, enquanto o outro apenas ouve atentamente. c) Ao final de dez minutos, todos voltam ao grupão para efetuar as apresentações. d) Forma-se um grande círculo com cadeiras: um membro da dupla fica em pé às costas do parceiro, que está assentado na cadeira. e) O que está em pé deve fazer a sua apresentação, como sendo o outro. Ex.: “Meu nome é fulano. ...gosto...faço...sou.. .etc... “.
OBSERVAÇÕES 1) Primeiro, falam todos os que estiverem em pé; depois, inverte-se o processo (quem estiver em pé, ficará sentado). 2) Quando conclui, o parceiro apresentado (que ficou em silêncio, até então) acrescenta, retira ou ajusta o que foi dito a seu respeito. 3) Quando todas as duplas tiverem se apresentado, o facilitador dá oportunidade para quem quiser acrescentar algo a respeito de alguém do grupo. 10 6 CARTAZ - Objetivos a) Favorecer a desinibição; b) Aprofundar o conhecimento entre os membros do grupo; c) Estimular a criatividade. - A quem se destina Esta é uma dinâmica de apresentação bastante simples, aplicável a grupos desconhecidos ou que seus membros pouco se conheçam, mesmo já havendo convivência. É preferível que o grupo seja pequeno. - Tempo previsto Em torno de sessenta minutos. - Material utilizado Papel e lápis (podem ser lápis coloridos). - Procedimentos
a) Distribuir papel e lápis para cada participante do grupo, que estará posicionado em círculo. b) Orientar que cada pessoa deverá fazer um desenho — qualquer desenho — que represente algo de si. Não importa que não se saiba desenhar; deve ser bastante espontâneo. c) Marcar um tempo de dez minutos para cada um confeccionar o seu cartaz. d) Uma vez concluídos os cartazes, cada pessoa deve sair do seu lugar, mostrar o cartaz, de forma visível, aos demais membros do grupo e proceder a sua apresentação: nome e explicação do desenho. 11 Ao final, o facilitador dá oportunidade para quem quiser fazer mais alguma referência a alguém acerca de sua apresentação. 7 MINHA OUTRA METADE ESTÁ EM VOCÊ - Objetivos a) Promover a aproximação das pessoas do grupo; b) Incentivar o diálogo e novas amizades. - A quem se destina Dinâmica própria para eventos de médio porte, agrupando acima de cinqüenta pessoas (seminários, congressos, simpósios. retiros, etc.). - Tempo previsto Trinta minutos, aproximadamente. - Procedimentos a) Recortar cartelas de cores variadas, tamanho aproximadamente de 10cm x 5cm, em número suficiente, de modo a não faltar pra ninguém. b) Escrever em cada cartela, uma frase significativa (pode ser parte de uma música, versículo bíblico, um pensamento, uma palavra apenas, etc.).
13 Exemplos: “Eu, sem você, sou só desamor” “Você é especial para mim.” “Nada se compara à nossa amizade.” “Amigo é coisa pra se guardar...” d) Cortar as cartelas ao meio, de modoque a frase fique dividida. e) A dinâmica, propriamente dita, inicia-se com a distribuição das duas metades, tendo o cuidado para que todos recebam. f) Estabelecer um tempo para as pessoas procurarem as suas metades. g) À proporção que cada dupla se encontrar, procurará um lugar para conversar o ponto de partida é a frase escrita na cartela. h) Após dez minutos, mais ou menos, o facilitador solicita que algumas duplas falem sobre a experiência (o que sentiram, como foi o encontro, etc.). 8 ABRINDO JANELAS - Objetivos a) Promover a aproximação dos membros do grupo, através de um diálogo direcionado; b) Permitir maior conhecimento pessoal. - A quem se destina Uma boa dinâmica para fortalecer os laços afetivos de um grupojá conhecido, bem como útil para primeiros encontros. 13 - Tempo previsto
Aproximadamente sessenta minutos (até 30 participantes). - Material utilizado Folha de papel de “ABRINDO JANELAS”, contendo a seguinte seqüência de frases: 1. Quando penso no futuro, eu me vejo... 2. Quando estou num grupo novo, eu me sinto... 3. Quando entro numa sala cheia de pessoas estranhas, eu... 4. Quando estou preocupado, numa situação nova, geralmente eu... 5. As normas sociais me fazem sentir... 6. Sinto-me mais feliz quando... 7. Neste momento, estou sentindo que... 8. O que mais me inibe em reuniões é... 9. Eu me sinto integrado num grupo quando... 10. Quando alguém atrapalha a realização de um plano meu, eu... 11. No dia do meu aniversário, eu... 12. Fico muito alegre quando... 13. Tenho uma vergonha enorme de... 14. O que mais me entristece é... 15. Minha maior esperança é, um dia... 16. Às vezes eu me sinto como se... 17. Sinto-me mais próximo de alguém quando...
18. Para mim, receber ordens de outra pessoa me causa... 19. A emoção que mais dificuldade dif iculdade sinto de controlar é a... 20. Quando os outros, num grupo, permanecem em silêncio, eu... 21. Quando alguém fica muito magoado comigo, eu... 22. Não ser compreendido por outras pessoas me causa... 23. Quando, num grupo, alguém fala o tempo todo, eu... 24. Tenho muito medo de... 25. Meu ponto forte é... 26. O que mais me irrita é... 27. Adoro... 28. Detesto... 14 29. Meu ponto fraco, mesmo, é... 30. Produzo muito mais, quando... 31. Agora, estou querendo muito... 32. Quando penso na morte, eu... 33. Fora do ambiente de trabalho, t rabalho, eu... 34. Quando sou repreendido injustamente, eu... 35. Quando tenho uma grande dificuldade, eu... 36. Num grupo estranho, sinto medo de...
37. Tenho vontade de retirar-me de um grupo, quando... 38. Aqueles que realmente me conhecem, sabem que eu... 39. Acredito... 40. Quando as pessoas ainda não me conhecem, pensam que eu... 41. Quando eu estou sozinho diante de um espelho, eu me acho... 42. Quando criança, eu pensava que o mundo era... 43. Senti que já não era mais uma criança, quando... 44. Ao receber uma tarefa de muita responsabilidade, eu... 45. Uma pessoa, para ser minha amiga, tem t em que... 46. Quando estou começando a gostar de alguém, eu... 47. Se não me falha a memória, a última vez em que eu chorei foi... 49. Percebo que alguém gosta de mim, quando... 50. A coisa mais importante do mundo, para mim, é... 51. (...) - Procedimentos a) Inicialmente, o facilitador orienta que se faça dois círculos, um dentro do outro, de modo que cada pessoa do círculo de dentro fique de frente para outra pessoa do círculo de fora. 15
b) Caso o grupo grupo seja ímpar, alguém alguém poderá ficar com duas duas pessoas. pessoas. c) Distribuir, com cada participante, a folha “Abrindo Janelas”.
d) Orientar que cada pessoa deverá escolher, aleatoriamente, um dos itens da folha “Abrindo Janelas”. e) Uma vez escolhido o item, a pessoa o lerá, em voz alta e, imediatamente, o parceiro completará a frase, como sendo dele. f) Completar a frase com o que surgir na mente, no momento. g) Não precisa anotar nada. h) A dinâmica prossegue: a pessoa do círculo de fora escolhe um item, que será imediatamente completado pela pessoa do círculo de dentro que, por sua vez, também escolhe e a outra pessoa completa e, assim, sucessivamente. i) Após perceber que as duplas já compreenderam o espírito da dinâmica, o facilitador dará o seguinte comando: “RODA!” (significa que o círculo de fora avança uma pessoa para a direita); os itens podem ser repetidos ou escolhidos novos. j) Prosseguir até que todas as duplas tenham “conversado”. Ao final, pode-se fazer uma breve avaliação do exercício: a) Na nossa vida, o que significa “Abrir Janelas”? b) Como foram os encontros? Teve alguém em quem você percebeu algo novo? e) Você se prendeu apenas aos itens do “Abrindo Janelas”? 9 GRAVURAS - Objetivos a) Facilitar a apresentação pessoal; 16 b) Transmitir ao grupão, de forma indireta, gostos ou preferências pessoais; c) Exercitar o falarem público.
- A quem se destina Esta é uma dinâmica que se aplica a qualquer grupo, dependendo do direcionamento do facilitador. - Tempo previsto Cinqüenta minutos, aproximadamente, para uma média de vinte a vinte e cinco participantes. - O Procedimentos Ao entrar na sala, o grupo já encontra as cadeiras posicionadas em círculo e as gravuras espalhadas pelo chão. Quando todos estiverem acomodados, o facilitador inicia as instruções: a) Cada pessoa deve escolher apenas uma gravura com a qual tenha se identificado ou despertou atenção por alguma outra razão; b) Uma vez escolhida a sua gravura, cada participante se apresentará, dizendo o seu nome e por que escolheu aquela gravura, até que todos tenham terminado. Ao final, pode-se conversar um pouco mais a respeito do que foi vivenciado: 1. Houve alguma revelação que surpreendeu alguém (o que foi dito pela pessoa que se apresentou)? 2. O que você sentiu no momento de escolher a sua gravura? 3. Gostaria de ter escolhido alguma que outra pessoa pegou? OBS: Essas gravuras você poderá fazer de recortes derevistas. Coisas as mais diversas. Lembre-se de preparar um kit de, pelo menos, setenta gravuras, para dar liberdade de escolha ao grupo. É importante que essas gravuras sejam coladas em papel branco, tipo 60kg, ou cartolina. 17 10 CAMINHANDO E CANTANDO
a) Facilitar o contato entre os membros de um grupo grande, através de um clima de humor e alegria; b) Promover a aproximação e o conhecimento pessoal. - A quem se destina Esta dinâmica pode ser utilizada tanto para grupos conhecidos, como para aqueles em que os seus membros pouco se conhecem. - Tempo previsto Em torno de sessenta minutos, para grupos de até vinte e cinco participantes. - Material utilizado Papeletas em quantidade equivalente ao número de membros do grupo, contendo títulos ou trechos de cânticos conhecidos (devem ser quatro ou cinco músicas, para facilitar a formação dos grupos). - Procedimentos O facilitador inicia exaltando a capacidade musical que, com certeza, existe em todos daquele grupo. Deixar implícito que haverá um concurso de “calouros” e iniciar o processo da dinâmica: a) Distribuir com cada pessoa uma papeleta dobrada. b) Pedir que ninguém abra a sua papeleta até que todos tenham recebido. c) Solicitar que todos leiam para sio que está escrito na papeleta e ter a certeza de que todos conhecem o cântico ali indicado. d) Sugerir uma caminhada pela sala, onde cada pessoa vai cantarolando a música da papeleta, ao mesmo tempo em que vai descobrindo outros companheiros que estão cantarolando a mesma melodia. e) Formar subgrupos das músicas iguais e procurar um local da sala para conversarem sobre questões do tipo:
1. Qual o seu “hobby” predileto? 2. Qual o tipo de música que mais curte? 3. Tem filhos? O que gostam de fazer quando estão juntos? 4. O que faz? Gosta? 5. Está lendo algum livro? f) Acrescentar, criativamente, outras questões. Ao final, o facilitador abre para discussão, onde as pessoas podem falar um pouco de sua experiência umas com as outras e da dinâmica em si. 11 MIINHA CARACTERÍSTICA MAIOR - Objetivos a) Favorecer a comunicação verbal; b) Criar um clima de empatia; c) Estimular o processo de conhecimento do outro. - A quem se destina Esta é uma das dinâmicas para grupos de pessoas que não se conhecem ou pouco conhecidas. 19 - Tempo previsto Em torno de trinta minutos, para grupos não superiores a trinta e cinco participantes. - Procedimentos a) O facilitador explica que “todos nós temos características que são mais marcantes e visíveis aos oufros”.
b) Distribuir uma folha de papel grande (tamanho ofício), onde, cada pessoa, escreverá uma frase que resume aquilo que ela é e o que faz de melhor. Ex.: (José) “Sou um batalhador incansável pela justiça.” (Roberta) “Sou sensível à miséria e não me canso de ajudar os pobres.” c) Fixar os papéis no peito, e todos, ao som de uma música (suave), passeiam pela sala, lendo as frases dos demais. d) O facilitador pede que formem pares ou tríades com as pessoas cujas frases lhes chamaram a atenção. e) Orientar para que dialoguem a respeito do que cada um é, o que faz, por que esta ali, etc. f) Retornar após (mais ou menos) uns quinze minutos para o grupo maior, onde os membros de cada dupla (ou tríade) apresentam um ao outro, salientando os aspectos positivos do encontro. 12 AS CORES DOS SENTIMENTOS - Objetivo Promover a identificação pessoal, possibilitando, de forma descontraída, o abrir-se para alguém, estabelecer contato. - Material Tiras de papel crepom de várias cores (de acordo com o número de subgrupos que se quer formar. Ex.: branco, lilás, vermelho, azul, amarelo, preto, verde = 7 subgrupos). - A quem se destina Para grupos parcialmente conhecidos. - Tempo previsto Em torno de quarenta minutos, para um grupo de até cinqüenta participantes.
- Procedimentos
a) O facilitador deve explicar que quando saímos para um encontro (reunião, passeio, aniversário, conferência, etc.) escolhemos uma roupa, sapatos, acessórios. O que nos diz, nesse momento, a cor da roupa que nós resolvemos colocar? b) Pede para que os participante fechemos olhos e procurem, dentro de si, associar o que estão sentindo com uma cor. 21 c) Passados alguns segundos o facilitador pede que cada pessoa escolha no chão, em silêncio, uma tira de papel, relacionando a cor desse papel com os sentimentos do momento. d) A seguir, formam-se subgrupos, de acordo com as cores das tiras de papel crepom, onde cada pessoa irá explicar para o seu grupo a relação encontrada entre a escolha da cor e o seu sentimento. Esse momento dura, aproximadamente, de quinze a vinte minutos. e) Iniciada essa etapa, os membros do grupo irão encontrar uma palavra, consensual, que caracterize a cor e o momento do grupo. Escolhe-se um apresentador que irá colocar para o grupão o processo resumido da escolha da cor, com relação ao sentimento. Ao terminar a apresentação, todos os membros do grupo se colocam em forma de círculo, unem (cada um) uma das mãos, de modo que todas fiquem superpostas (uma sobre a outra), bem esticada para cima, no centro do grupo. f) A um sinal do facilitador (ou de um dos membros), todos dizem, juntos, em forma de grito de guerra, a palavra-chave escolhida. 13 EXPECTATIVAS E METAS - Objetivos a) Ajudar o facilitador a trabalhar mais realisticamente as expectativas do grupo; b) Aliviar tensões do primeiro contato grupal. 22 - A quem se destina Grupos novos, primeiro encontro.
- Tempo previsto Aproximadamente vinte minutos, para grupos de vinte e cinco a trinta pessoas (até mesmo grandes grupos). - Procedimentos Após se apresentar, o facilitador pede que cada participante faça o mesmo, dizendo o nome que gostaria de ser chamado, quais as suas expectativas em relação ao grupo, que metas pretende atingir na companhia do grupo e, ao término dos trabalhos, o que pretende aprender, etc. 14 O BONECO - Objetivos a) Identificar a reação das pessoas, diante de um objeto desconhecido; b) Refletir sobre a forma de tratamento que damos às pessoas; c) Colher informações conceituais sobre um determinado tema. - A quem se destina A qualquer tipo de grupo, qualquer tamanho — é bem interessante o processo com grupos grandes, posicionados em auditórios. Não importa o nível de conhecimento interpessoal existente. 23 - Tempo previsto O processo inteiro dura em torno de 50 (cinqüenta) minutos, incluindo a dinâmica inicial de “passar o boneco” e as respostas às perguntas, na etapa seguinte. - Procedimentos Estando posicionado em forma de auditório ou círculo, o processo é o mesmo, uma vez que o boneco vai pra frente, pra trás, pra todos os lados. A seqüência é a seguinte:
a) Escolher um boneco de pelúcia (ursinho ou similar). b) Entregar o boneco para alguma pessoa, após perguntar “quem quer ganhar este boneco?”. c) Informar que precisa efetuar algumas perguntas e não gostaria de fazê-las diretamente, por isso “eu vou colocar uma música e, à proporção que a música for tocando, vocês devem ir passando o boneco, de mão em mão ” d) Colocar uma música acelerada (chorinho, samba; pagode, axé music, etc.). e) Ficar de costas para o grupo e dar pausa, de vez em quando. f) O próprio facilitador ou uma pessoa do grupo deverá anotar o nome de quem ficou com o boneco, no momento em que parou a música. g) Continua, parando outras vezes, até o final da música. h) Recolher o boneco. i) Pedir que todos escrevam as perguntas que serão respondidas, individualmente (as perguntas podem já vir prontas e só entregar a folha para serem efetuadas as respostas). j) Dar um tempo (em torno de 15 minutos) para que todos possam responder. k) Começar as respostas exatamente pelas pessoas onde parou o boneco.
Observação: As perguntas a que nos referimos podem ser sobre o assunto-tema do evento, de cunho pessoal (objetivando maior conhecimento entre os participantes), sobre as expectativas, etc. Sugestões: -Sobre CLIENTE 1.O que representou (ou simbolizou) o boneco? 2. Quais diferença entre tratamento e atendimento?
3. Existe cliente ruim? 4.O que é cliente interno? O que é cliente externo? O que é cliente intermediário?
-Sobre FILHOS (semelhante) 1.O que representou o boneco? 2. Como você tem tratado os seus filhos? 3. Quais as características meis marcantes dos nossos filhos? 4. Existe filho ruim? Por quê? O que faz os filhos tomarem-se “ruins”? 5. Como os pais devem se relacionar, hoje, com os filhos? Importante: É bom lembrar ao grupo que, da mesma forma que fizeram com o boneco, passando de mão em mão, querendo se livrar dele o mais rápido possível, semelhantemente faz-se com o cliente, com os filhos, com aquelas pessoas a quem mais amamos, etc. 25 S.O.S. DOIS Dinâmicas de Integração & Conhecimento “Nossos sentimentos nos possibilitam participar da experiência de outra pessoa como um igual. Sentir-se ‘um’ com o outro constitui uma consciência extraordinária”. 27 Quem conhece, ama QUANDO chegamos em algum lugar, onde não conhecemos ninguém, sentimos uma verdadeira solidão em meio a pessoas. Chegar, por exemplo, numa festa, num ambiente cheio de gente que não conhecemos, provoca em nós uma sensação de impotência, de isolamento.
Em momentos assim, se nos depararmos com alguém que conhecemos no dia-a-dia fora dali, e que esse alguém não nos é muito agradável, encontramos aí, por incrível que pareça, a nossa “tábua de salvação”. APROXIMAMO-NOS, como quem não quer e querendo, esbarramos e... “Você aqui...!?” “Pois é, né?”. Ambos descobrimos, então, que somos tão parecidos, que temos tanto em comum e que foi muito bom acabar com essas diferenças bobas. NUM ambiente novo, normalmente os extrovertidos ficam tímidos e os tímidos ficam morrendo de medo. “Será que alguém vai me perguntar alguma coisa? Tomara que não.” Os extrovertidos só precisam de uma brecha, e aí ninguém segura. NESTE capítulo, vamos tratar de entrosamento, vamos apresentar dinâmicas que possibilitam desenvolver o nível de auto-aceitação para, conseqüentemente, aceitar o outro. São dinâmicas que, ao mesmo tempo que descontraem, favorecem o aflorar de sentimentos e emoções. Selecionamos 21 (vinte e uma), que podem ser utilizadas como simples exercícios de dinâmica de grupo, como também podem ser aprofundados e explorados todos os sentimentos e emoções surgidos. E, ao mexer com sentimentos, muitas pessoas acham difícil ou embaraçoso expressá-los. Afeto, carinho, palavras de estímulo e conforto são algumas expressões de sentimentos que as pessoas têm dificuldade de exteriorizar. Diante disso, o facilitador tem um 29 papel fundamental: estabelecer um clima de confiança mútua — grupo e facilitador. Atingindo esse estágio, uma coisa é certa: as emoções fluirão. A propósito, ainda, deste capítulo, é importante que esses medos e a dificuldade de estarem grupo sejam totalmente eliminados. Tem um trecho lindo, na Bíblia (no final do Salmo 139, de Davi — parafraseado), que diz: “Sonda — me. Ó Deus... conhece o meu coração, se tem alguma coisa nele que te desagrada e Çae com que ele seja melhor.” QUEREMOS, portanto, dizer pra você que, se você quiser, Deus será o melhor instrumento de motivação de que você pode lançar mão. É ele quem nos diz que se a gente “o
buscar Ele estará pronto para nos ajudar”. (II Crônicas 15:2.) É Ele quem nos diz que, mesmo que a gente “ande por um lugar escuro, como a própria morte, Ele estará conosco “. (Salmo 23:3.) É Ele quem nos diz pra gente amar o nosso próximo como a nós mesmos...E quem são os nossos próximos mais próximos? Filhos, esposa, esposo, mãe, pai irmãos, companheiros de trabalho... amigos. SE a gente aprender a “curtir” e agradecer a Deus por essas pessoas estarem tão próximas de nós, aprenderemos, também, a valorizá-las e, naturalmente, poder dizer pra cada uma delas: Você é especial para mim! 30 1 AUTÓGRAFOS - Objetivos a) Quebrar o “gelo”; b) Descontrair e promover o conhecimento entre os participantes; c) Aproximar as pessoas; d) Identificar diferenças e semelhanças. - A quem se destina Para grupos desconhecidos, podendo ser aplicada, também, para aprofundamento do conhecimento. - Tempo previsto Em torno de quarenta minutos, para grupos de até trinta participantes. - Material utilizado Folha de autógrafos e lápis ou caneta. Selecione apenas dez... e colha o autógrafo!
1 É uma pessoa criativa 2 É sonâmbulo 3 Prefere trabalhar sozinho 4 Toma vinho às refeições 5 Gosta de ler revistas em quadrinhos 6 É assinante jornal/revista 31 7 É chefiado por alguém incompetente 8 Gosta de tomar banho de chuva 9 Gosta de cuidar; pessoalmente, do carro 10 Costuma cantar no chuveiro 11 É perfeccionista 12 Gosta de “ficar” 13 Gosta de caminhar pela manhã 14 Curte os Beatles e os Rolling Stones 15 É um bom gourmet (gosta de comer) 16 Toca algum instrumento musical 17 Leva trabalho para casa 18 Entrou na onda da ginástica 19 Possui moto cicleta
20 Tem medo de dormir no escuro 21 Faz poesias quando está apaixonado(a) 22 É um(a) tremendo(a) barbeiro(a) ao volante 23 Entra em pânico diante de uma “simples” barata 24 Adora filmes de terror 25 Gosta de passear no shopping 26 Tem medo de viajar de avião 27 Gosta de praia 28 Ronca alto ao dormir 29 Ao tomar banho, leva mais de meia hora no chuveiro 30 É contrário ao casamento 31 Acredita em amor à primeira vista - Procedimentos a) Distribuir a “folha de autógrafos”. b) Solicitar que cada pessoa escolha e assinale, da forma que quiser (personalizado ou escolha aleatória), apenas dez itens. c) Quando todos tiverem assinalado, cada pessoa irá em busca dos autógrafos/assinaturas das pessoas que se enquadrem nos itens assinalados. d) Uma pessoa pode se enquadrar em vários itens. e) Um mesmo item pode se adequar a várias pessoas.
f) Deve-se ser direto. Ex.: Você é um tremendo barbeiro no volante? Se “sim”, a pessoa deve assinar o seu nome na folha da pessoa que perguntou; 32 g) Pode-se sugerir um prêmio para quem conseguir maior número de assinaturas; h) Portanto, quanto maior o número de assinaturas, maior o conhecimento entre as pessoas. Ao final, o facilitador conduz alguns comentários e depoimentos do grupo: -O que foi mais curioso ou surpreendente pra você? -Teve alguém que você se identificou? -Qual o objetivo desse exercício? -Quem conseguiu mais assinaturas? 2 ATAQUE & DEFESA - Objetivos a) Promover a integração do grupo; b) Favorecer a aproximação entre as pessoas do grupo; c) Analisar as diferenças existentes; d) Quebrar resistências ou preconceitos. - A quem se destina “Ataque & Defesa” é uma dinâmica aplicável a grupos em fase de conhecimento, bem como aqueles que já estão entrosados, para favorecer, mais ainda, o processo de conhecimento de seus membros. É aconselhável que o grupo seja par; não sendo, o facilitador (ou o observador/auxiliar) poderá formar o par com a pessoa que ficar isolada. Preferencialmente, o facilitador deve ficar de fora, só conduzindo. 33 - Tempo previsto
Dez a quinze minutos (o tempo deformação das duplas e a dança em si); mais, aproximadamente, trinta minutos (para os comentários e reflexões). Numa média de até vinte e cinco participantes - Material utilizado Equipamento de som (tape-deck ou CD), com fita ou CD pré- gravado/selecionado com músicas variadas, ritmadas. - Procedimentos O grupo deverá estar de pé, com as cadeiras bem encostadas, para que o salão fique amplo. O facilitador estimulará a participação de todos nesse exercício e inicia as instruções: a) Pedir que as pessoas se olhem e cada uma escolha alguém e fique de braços dados com ele. b) Orientar para que todas as duplas se posicionem num espaço livre, pois, agora, “vocês vão dançar! “. c) “Vou colocar uma música. Enquanto a música estiver tocando, vocês dançam; quando a música parar, vocês se empurram, fortemente” (colocar as mãos espalmadas, uma de encontro à outra e... empurrar). d) Dar palavras de ordem, durante o momento do empurrão, do tipo: “Derruba
ele(a)!,
Ele
(a)
quer
tomar
o
teu
lugar !,
Destrói
ele!
Puxa
o tapete dele! Ele é fraco... Empurra ele que ele cai!”. e) Após alguns segundos, volta a tocar a música e, quando as duplas se recuperam e retornam à dança, dar um novo comando: “Trocar de par!”. f) Continuar o processo, colocando músicas diferentes, orientando a troca de pares, até que tenha havido um maior número possível de troca de pares. g) A última música (ou última rodada) deve tocar toda. h) Ao final, dar os comandos (substituir imediatamente a música de dança por uma de relaxamento/reflexão):
-“Assente-se ou deite no chão!” -“Fique o mais confortável possível.” 34 -“Deixe a sua respiração voltar ao normal.” -“Relaxe um pouco.” -“Pense no que você fez agora, o que significou este momento.” Depois, pedir que todos se assentem, formando um círculo, ali mesmo no chão e proceder às reflexões: -Qual foi o significado desta atividade? -Quais os objetivos? -Houve dificuldade em participar desta atividade? -O que acontecia quando você trocava de par? -Quando alguám sabia dançar mais que o seu parceiro, o que acontecia? -Qual a correlação que fazemos com o nosso dia-a-dia? 3 ROMPENDO O CERCO - Objetivos a) Constatar as dificuldades existentes quando queremos ultrapassar alguma dificuldade, enquanto as pessoas ao nosso redor dificultam mais ainda ou não ajudam; b) Observar a perseverança e resistência dos participantes, diante de uma situação de pressão; c) Trabalhar relacionamento
- A quem se destina Grupos que já se conhecem, porém algum(ns) participante(s) não está (ão) ainda entrosado(s). Para grupos desconhecidos, também é interessante. 35 - Tempo previsto Dez a quinze minutos, aproximadamente. Se o grupo for grande, pode- se dividir em subgrupos de até dez participantes. - Procedimentos a) Formar um círculo, de modo que os membros fiquem com os braços entrelaçados e firmes. b) Pedir um voluntário, sem dar explicações. c) Explicar que a dinâmica tem duas orientações básicas: -O voluntário deverá tentar, por todos os meios, sair do círculo, em 15a 20 segundos; -Cabe aos demais, que estão firmemente no círculo, Impedir que o voluntário sala. -Pedir que o de dentro troque com outra pessoa, repetindo o procedimento mais algumas vezes. Ao final, seguem-se alguns comentários para reflexão do grupo: 1. O que você sentiu ao ser voluntário, tentando sair do círculo e enfrentando tamanha dificuldade? 2. Qual o sentimento do grupo? Houve vontade de ceder? Surgiu sensação de sadismo? Compaixão? 3. O que significa romper o cerco? 4. O que isso tem a ver com a realidade do nosso dia-a-dia?
5. Quais as palavras “mágicas” do relacionamento humano? - Licença - Desculpe - Por favor - Obrigado - Amo você! - Volte sempre! - Disponha! 4 POSSO ENTRAR? a) Promover o entrosamento dos membros do grupo que estiverem mais “deslocados”; b) Levar os participantes a refletirem sobre as razões que levam um grupo a ser “fechado”, de dificil acesso. - A quem se destina É mais aplicável a grupos paicialmente conhecidos, onde alguns membros ainda não estão entrosados. - Procedimentos a) Uma vez percebido quem está deslocado no grupo, o facilitador orienta a formação de um círculo (ou mais de um, se for o caso), onde os participantes ficam com os braços entrelaçados fortemente. b) As pessoas que formarão o círculo devem ser convidadas uma a uma pelo facilitador, justamente para deixar fora aquelas que irão tentar entrar no círculo. c) Após a formação do círculo, cada pessoa que estiver fora vai tentar entrar.
d) A função dos que estiverem formando o cfrculo é não permitir, sob hipótese nenhuma, que o “intruso” penetre no círculo. e) Tendo conseguido ou não, o facilitador deve substituir a pessoa que tentou entrar no círculo (se for mais de uma que ficou assentada), até que todas tenham participado. 37 Ao final, o facilitador sugere que todos se assentem no chão e abre espaço para questionamentos: -Quais os sentimentos experimentados durante o exercício? -Qual a sensação de não ser escolhido para participar do círculo que estava sendo formado? -O que você sentiu ao não conseguir entrar no grupo? -O que você sentiu ao conseguir? Durante os questionamentos o facilitador deve (se não tiver acontecido) promover o entrosamento, de forma calorosa, dessa(s) pessoa(s) ao grupo. 5 O PRESENTE DA ALEGRIA - Objetivos a) Exercitar a verbalização das qualidades do outro, num clima de confiança pessoal; b) Mostrar que um presente não tem que ser, necessariamente, algo material. - A quem se destina Esta é uma dinâmica de aprofundamento das relações no grupo, portanto deve ser aplicada a grupos já conhecidos. - Tempo previsto Em torno de uma hora, para grupos de até vinte e cinco participantes.
38 - Procedimentos Estando o grupo assentado em círculo — cadeiras/carteiras ou no chão: a) Distribuir uma papel e um lápis para cada participante. b) Fazer uma exposição sobre a importância de dar e receber presentes. Continua: “Queremos, com esta dinâmica, mostrar que um presente pode ser uma palavra, um gesto, um carinho, um incentivo, um beijo, enfim, coisas do nosso comportamento para com os outros e que têm um valor incalculável”. c) “De modo que vamos dizer para a pessoa que está aqui conosco quais as qualidades, quais os aspectos do seu comportamento, da sua maneira de ser que nós admiramos.” d) “Portanto, agora, cada pessoa escreverá na sua papeleta, de uma a três qualidades — algo que você percebe do seu nível de relacionamento ou que percebeu aqui no grupo — para a pessoa da sua direita.” e) Orientar, também, que a papeleta não deverá ter nem destinatário nem remetente, ou seja, nem escrever o seu nome nem o nome da pessoa para a qual você está oferecendo. g) É importante escrever uma mensagem que se enquadre bem na pessoa, ao invés de um comentário generalizado. h) O facilitador deverá recolher todas as papeletas, dobradas. i) Redistribuir as papeletas, de modo que nenhuma pessoa pegue a sua própria (todos deverão ficar nessa etapa, com as papeletas trocadas). j) Desse momento em diante, cada pessoa deverá ler o que está escrito na papeleta da sua mão, oferecendo, como presente, a qualquer pessoa do grupo. k) Deve sair do seu lugar e dar um abraço nessa pessoa. l) Todas as pessoas do grupo oferecerão os seus “presentes” às demas.
m) Uma pessoa poderá receber vários “presentes”. n) Alguém poderá não receber nada. Ao final, quando todos tiverem verbalizado o que escreveram, poderão ser feitos alguns comentários adicionais, sobre quais os sentimentos de cada um, em relação ao que aconteceu. 39 6 DESPERTANDO O CONHECIMENTO - Objetivos a) Desenvolver a autenticidade no grupo; b) Agilizar o processo de conhecimento mútuo do grupo; c) Exercitar o ouvir e o falar. - A quem se destina É mais eficaz para grupos parcialmente conhecidos, porém pode ser aplicada a grupos que se encontram pela primeira vez, desde que sejam pessoas que irão desenvolver algum trabalho juntas, apartirde então. - Material utilizado Papeletas com perguntas em número superior aos componentes do grupo, previamente elaboradas. - Procedimentos Os participantes poderão estar assentados em cadeiras, carteiras ou no chão: a) O facilitador deverá distribuir — sorteio ou aleatoriamente — uma a duas papeletas entre os membros do grupo.
b) Cada pessoa deverá ler e responder à pergunta que lhe coube, podendo ser acrescentado algum questionamento acerca da pergunta/resposta, por um ou mais membros do grupo. c) Uma vez lida/respondida a pergunta, os participantes poderão — se houver tempo — responder a novas perguntas. 41 Perguntas sugeridas: Qual a pessoa do grupo que lhe é mais significativa? Porquê? Quem do grupo você escolheria para líder? Você gosta do seu nome? Quem do grupo você escolheria para pasar as suas férias? Qual a comida que você menos gosta? Q que mais o aborrece? Qual o seu “hobby”predileto ou como você preenche o seu tempo de lazer? Quais são algumas das causas de falta de relacionamento entre pais e filhos? Quem é Deus para você? O que mais o aborrece? Como você acha que os outros lhe vêem? Qual a sua característica mais marcante?, etc., etc.... Ao final, seguem-se alguns comentários: a) O que lhe surpreendeu nas respostas dos colegas (ou de algum colega)?
b) Quais os aspectos positivos que você destacaria destes momentos vivenciados? c) Existe alguém, aqui que, a partir deste momento, você passou a verde outra forma (ou que gostaria de aprofundar o relacionamento)? Quem? Dê um abraço nessa pessoa agora. 7 DESCOBERTA DO OUTRO - Objetivos a) Aprofundar as relações entre os participantes de um grupo; b) Eliminar o preconceito ocasionado pelas “primeiras impressões”. 41 - A quem se destina Esta é uma dinâmica para grupos de pessoas que já convivem e que tenham afetividade. - Tempo previsto Aproximadamente, uma hora e meia (para grupos de até vinte pessoas). - Material utilizado Pequenas papeletas contendo perguntas (pode ser utilizado papel flip-chart ou quadro de giz). - Procedimentos O facilitador deverá explicar, de forma generalizada, o que será a dinâmica; em seguida, dividir o grupão em pequenos subgrupos (6 a 7 participantes). Durante, aproximadamente, quarenta e cinco minutos os subgrupos responderão às perguntas abaixo — entre si — , de modo a que cada membro possa perguntar, responder e verbalizar a sua opinião a respeito do outro: a) Como eu vejo você?
b) Como eu penso que você me vê? c) Como realmente você me vê? Este é, também, um exercício de feedback, por isso ser necessário, após os primeiros quarenta e cinco minutos, cada pessoa ficar a sós consigo para refletir sobre o que ouviu a seu respeito. Para este momento de reflexão, o facilitador reserva em torno de dez minutos. Após o período de reflexão individual, o grupão volta a reunir-se para comentários e reflexões grupais: a) Qual foi o seu sentimento ao ouvir o que o outro pensa a seu respeito? b) Que postura você poderá adotar a partir desse exercício? 42 8 ABRIGO SUBTERRÂNEO - Objetivos a) Questionar sobre conceitos e valores morais; b) Trabalhar a questão do preconceito no grupo; c) Exercitar uma atividade de consenso. - A quem se destina Qualquer tipo de grupo. - Tempo previsto Em torno de uma hora, para grupos de, aproximadamente vinte e cinco pessoas. - Material utilizado
a) Caneta ou lápis. b) Cópia do “Abrigo Subterrâneo” para cada participante. - Procedimentos a) Dividir em subgrupos de cinco pessoas. b) Distribuir uma cópia do “Abrigo Subterrâneo” para cada participante. c) Orientar que cada pessoa deverá proceder a sua decisão individual, escolhendo até seis pessoas (da lista do abrigo) de sua preferência. 43
d) Em seguida, cada subgrupo deverá tentar estabelecer o seu consenso, escolhendo, também, as suas seis pessoas. e) Ao final de trinta minutos, o facilitador sugere retornar ao grupão, para que cada subgrupo possa relatar os seus resultados. f) Proceder os seguintes questionamentos: -Quais as pessoas escolhidas de cada subgrupo? -Qual o critério de escolha/eliminação? -Qual(is) o(s) sentimentos que vocês vivenciaram durante o exercício? Abrigo Subterrâneo - (instruções específicas) Você está correndo um sério perigo de vida. Sua cidade está sendo ameaçada de um bombardeio. Você recebe a ordem de que deverá acomodar em um abrigo subterrâneo apenas seis pessoas, entretanto há doze precisando entrar no abrigo. Abaixo, estão quais as pessoas e suas características. Faça a sua escolha. Apenas seis poderão entrar no abrigo: -Um violinista, 40 anos, viciado.
-Um advogado, 25 anos. -A mulher do advogado, 24 anos, que acaba de sair do manicômio. Ambos preferem ou ficar juntos no abrigo, ou fora dele. -Um sacerdote, 75 anos. -Uma prostituta, com 37anos. -Um ateu, 20 anos, autor de vários assassinatos. -Uma universitária, 19 anos, que fez voto de castidade. -Um físico, 28 anos, que só aceita entrar no abrigo se puder levar consigo sua arma. -Um declamador fanático, 21 anos, baixo QI. -Um homossexual, 47anos, geólogo. -Um débil mental, 32 anos, que sofre de ataques epilépticos. -Uma menina, 12 anos, baixo QI. 44 9 CÍRCULO & BEIJO - Objetivos a) Promover a aproximação entre os participantes; b) Quebrar preconceitos; c) Estimular o toque e o afeto; d) Exercitar a motricidade. - A quem se destina
Esta é uma dinâmica mais apropriada para grupos que já estão juntos há algum tempo, uma vez que desencadeiam aspectos de afetividade, carinho e aproximação mais íntima. - Tempo Previsto Pode variar entre dez e quinze minutos, para qualquer grupo acima de dez participantes (com grupos grandes o exercício torna-se mais animado). - Procedimentos a) Formar um círculo de mãos dadas. b) Cada pessoa dirige-se, sem soltar as mãos, a uma outra pessoa do grupo, no sentido oposto e beija-a no rosto (ou não). c) As pessoas com as quais ela está de mãos dadas resistem em acompanhá-la, puxando-a para irás, porém vão cedendo aos poucos (sensação de resistência e, ao mesmo tempo, alongamento muscular). 45 d) A pessoa escolhida dá continuidade à dinâmica, obedecendo o mesmo procedimento, até que todos tenham repetido o exercício. Ao final, sempre é bom o facilitador sugerir uma boa sessão de abraços. 10 O ESPELHO - Objetivos a) Exercitar a percepção do outro, através do olhar; b) Estabelecer empatia; e) Quebrar resistência de proximidade. - A quem se destina
A qualquer tipo ou tamanho de grupo, desde que exista o espaço para o alcance dos objetivos sugeridos, haja vista ser uma técnica onde se experimenta o afeto e o carinho mútuos. - Tempo previsto Entre quinze e vinte minutos, para grupos a partir de oito participantes (grupos menores, naturalmente que o tempo pode ser reduzido). - Procedimentos a) Formar duplas. b) Os membros de cada dupla devem se colocar frente a frente, e cada um unirá a palma da sua mão à palma da mão do outro. c) Colocar uma música bem suave, instrumental. 46 d) Orientar os participantes, dizendo-lhes que eles estão diante de um espelho e que irão passar suas mãos ao longo de todo o espelho. e) Fazer movimentos circulares bem alongados e abrangentes. f) Ficar olhando nos olhos um do outro. g) Após alguns segundos, o facilitador sugere que cada dupla se despeça (com um abraço, um “oi”, ou apenas se desprenda, enfim, cada um fique à vontade na sua “despedida”). h) Procurar outra pessoa e formar nova dupla, repetindo o exercício (até que todos tenham se revezado). * Variação de procedimentos Depois do período de várias trocas, o facilitador pode sugerir juntar duas duplas e estas farão o exercício a quatro; depois, um grupo de quatro se junta a outro grupo de quatro;
os oito se juntarão a outro grupo de oito; até que, ao final, forme-se um círculo único, criando uma sincronia nos movimentos. Na finalização,o facilitador sugere que todos aplaudam, utilizando a mão do outro. 11 RELÂ MPAGO - Objetivos a) Desfazer as “panelinhas”; b) Formar novas parcerias e amizades; c) Descontrair e “acordar” o grupo. 47 -A quem se destina Qualquer tipo de grupo, de qualquer tamanho pode utilizar esta dinâmica. Pode-se aplicá-la para grupos que estão posicionados em círculo ou estilo auditório (inclusive, grandes auditórios — fica bem animado). - Tempo previsto Como o próprio título sugere, é muito rápido, é relâmpago. Em cinco minutos, todos já estão, novamente, acomodados em lugares diferentes. - Procedimentos a) O facilitador solicita que todos peguem as suas “bagagens” (bolsos, pastas, m aterial do evento, etc.). b) “Obser ve e grave quem é a pessoa que está à sua direita e à sua c) “Vou contar, regressivamente a partir de cinco e todos deverão trocar de lugar, de modo que ninguém fique perto de quem estava antes.”
d)
“Quem
Quando
se todos
sentar
por
último
estiverem,
paga
uma
novamente,
prenda”. acomodados:
”Cumprimente e dê as boas-vindas aos seus novos vizinhos.” 48 12 COSTA COM COSTA - Objetivos a) Desencadear no grupo o processo de descontração; b) Facilitar o entrosamento; c) Alongar o corpo, despertando-o e criando maior disposição para os trabalhos grupais. - A quem se destina Todo e qualquer tamanho de grupo (ideal para auditórios/grupos grandes). - Procedimentos a) Formar duplas. b) Cada dupla deve ficar posicionada costa com costa, bem juntinha. e) Pegar as mãos um do outro, por cima, de modo a ficarem bem esticados os braços. d) Segurando as mãos, dobrar bem devagar para a frente, ficando com o corpo do parceiro sobre as costas. e) “Ter cuidado com os limites e a ‘idade’ do outro!” 49 f) Dobrar para a direita e para a esquerda, também. g) Efetuar cada movimento mais de uma vez (pelo menos três).
h) Soltar as mãos, sem descolar os corpos. i) Começar a virar, lentamente, sem descolar, de forma que os dois de cada dupla fiquem frente a frente, bem juntinhos. j) Juntar as mãos, palma com palma. k) Ir abrindo os braços, com as mãos coladas, bem devagar, forçando para a frente (forças opostas), ficando em forma de cruz (braços abertos). l) Deslizar as mãos e fechar os braços em tomo do corpo do companheiro, abraçando-o. Todo esse ritual... só para um abraço. Que bom! “Aproveite e abrace tantas pessoas quantas você queira e possa.” VIDE, AGORA, PÁGINAS XVII E VXIII 13 CABECINHA NO OMBRO - Objetivos a) Criar um clima de empatia e ajuda mútua; b) Estabelecer uma maior aproximação; c) Exercitar o carinho e o afeto; d) Fortalecer o relacionamento interpessoal; e) Estreitar os laços de companheirismo e parceria. 50 - A quem se destina Para grupos já em processo de maior intimidade, que já quebraram as barreiras iniciais e, também, para grupos quejá caminham juntos há algum tempo. E uma boa opção para consolidação de amizades ou processos de reconciliação.
- Tempo previsto Em tomo de dez a quinze minutos, para grupos a partir de dez pessoas. Quando o grupo é grande, pode-se estender mais o tempo. - Procedimentos a) “Escolher pessoas, inicialmente aquelas que você se sinta mais próximo a elas, e formar dupla.” b) Cada pessoa da dupla pega na mão uma da outra, como se estivesse se cumprimentando. c) Junta os pés direitos (ou esquerdos, dependendo do lado que escolher) de ambos, ficando opostamente paralelos e deita a cabeça — literalmente — no ombro uma da outra. d) A mão que fica livre pode ficar nas costas do(a) companheiro(a), fazendo movimentos de carinho. e) O facilitador, durante esse momento, coloca uma música bem suave e reflexiva (instrumental). f) Todos devem ficar totalmente em silêncio, só “curtindo” a música. g) Após alguns segundos, o facilitador dá comando para ‘trocar de par”. h) Quando tiver acontecido umas três ou quatro trocas, colocar a música “Cabecinha no ombro” (Opções com Fagner & Roberta Miranda - CD “Duetos” ou Pirilampo & Saracura - CD “O Rei do Gado”/VoI. 2 ou CD “O Melhor do Vídeo Show”). Terminar o exercício, sugerindo que todos os pares dancem a música. O facilitador promove alguns comandos de troca de par, até o final da música, de modo que todos (ou o máximo
possível)
tenham
a
oportunidade
de
estar
com
Pode-se conversar sobre sentimentos & emoções que a dinâmica provocou. 51 14 ESQUENTANDO OS MOTORES
várias
pessoas.
- Objetivo Estabelecer um clima de confiança e descontração, em um grupo recém-formado. - A quem se destina Qualquer tamanho de grupo — início de evento (palestra, workshop, convenção, etc.). - Tempo previsto Pode-se variar de dez a vinte minutos, a depender das etapas utilizadas pelo facilitador. - Procedimentos O facilitador informa que vai fazer um teste de tacio ínio com as pessoas da platéia. As pessoas que mais participarem ganharão um prêmio ao final (bombons, canetas, souvenirs, etc.). Se o facilitador puder utilizar o recurso brinde, como premiação, eis a dica: a) Convida uma pessoa qualquer da organização do evento, que não tenha participado dos testes. b) Solicita que todos os acertadores venham à frente (ou ao palco, se foro caso). c) Quando todos estiverem juntos, o facilitador entrega uma taça (ou copo) ao convidado do item “a”, enche com água, champanhe (!?)ou refrigerante e oferece um BRINDE aos acertadores. d) Certamente, será muito engraçado e “aquecedor”. 52 Etapa Um “Dizer rapidamente, uma palavra que se relaciona com...” (Exemplos: céu-estrela; casa-porta; carro-motorista; brinquedo-criança, etc.) O facilitador diz a primeira palavra e as pessoas complementam, dizendo a segunda.
Etapa dois “Completar as frases, de modo que fiquem bem relacionadas.” (Exemplos: “No dia do meu aniversário, eu...”; “Quando corro...”; “Quando vejo uma barata...”; e, assim, sucessivamente.) Etapa três “Vou dizer a palavra e vocês cantam uma música que contenha essa palavra.” (Exemplos: NADA, AMOR, CASA, etc.) ESQUENTANDO OS MOTORES é uma dinâmica que incita à criatividade. O facilitador pode adaptá-la, criando várias etapas diferentes e “aquecer”, no seu estilo, a sua platéia. 15 O MELHOR DE MIM - Objetivos a) Proporcionar aos participantes uma auto-avaliação; b) Projetar a auto-imagem, utilizando criatividade e recursos lúdicos; c) Oferecer aos demais companheiros um pouco de si; c) Estabelecer empatia. 53 - A quem se destina É bastante proveitoso para grupos que caminharam juntos ou que vão estar juntos algum tempo (treinamentos, viagens, congressos, projetos realizados, etc.). - Tempo previsto A dinâmica é realizada em duas etapas: início do evento (primeiro dia) e ao final (último dia). Na primeira etapa, o tempo gasto é em torno de quarenta minutos e em torno de uma hora, na segunda etapa.
- Material utilizado Cartolinas de cores variadas e suaves, revistas usadas, cola, tesouras, fita gomada, pincéis coloridos. - Procedimentos ETAPA UM (início do evento) a) Colocar o matenal à disposição dos participantes e dizer-lhes que “vocês vão construir um cartaz, utilizando todos esses recursos, que retrate ou represente o MELHOR DE VOCÊS”. b) “Durante quarenta minutos, aproximadamente vocês vão usar toda a sua criatividade e elaborar com frases, figuras, aquilo — em forma de cartaz - que diga ou sintetize o MELHOR DE VOCÊS.” c) Ao ser concluído, o facilitador orienta que cada participante deve fixar o seu cartaz na parede. d) Os cartazes deverão ficar afixados at o final do evento. ETAPA DOIS (final do evento) a) O dono de cada cartaz deve retirá-lo da parede e dizer para o grupo oque significa. b) Em seguida, deve oferecer o seu “MELHOR DE MIM” a um dos participantes do grupo, ressaltando o quanto aquela pessoa é especial, por isso merece o seu cartaz (naturalmente, que a entrega deve ser a mais solene e alegre possível — abraços, beijos e etc.). c) Escolher uma boa música de fundo para o momento de entrega de cartazes. d) Se for possível, comentar sobre o sentimento de ter sido escolhido e/ou de estar preparando algo para alguém. 54 16 REVIRANDO MINHA BOLSA
- Objetivos a) Criar um clima de cumplicidade entre os membros; b) Favorecer o feedback no grupo; c) Trabalhar valores individuais; d) Quebrar barreiras de comunicação; e) Trabalhar diferenças individuais; f) Trabalhar ética. - A quem se destina É importante realizar essa dinâmica com um grupo que já caminhe junto por algum tempo e que seus membros já tenham desenvolvido um certo grau de “camaradagem”. - Tempo previsto Cinqüenta e cinco minutos, aproximadamente, para um grupo de até vinte pessoas. - Procedimentos a) Essa experiência, se bem conduzida, é extremamente rica, podendo o facilitador encontrar diversos elementos, para trabalhar. b) Cada participante coloca sua bolsa (ou carteira) no centro do grupo, onde todos estarão sentados no chão, em forma de círculo. Um voluntário pega uma bolsa que não seja a sua e vai esvaziando seu interior, fazendo o que quiser dos objetos encontrados. 55 c) Quando essa pessoa se der por satisfeita, recoloca os pertences de volta à bolsa/carteira e outro pegará uma nova bolsa e se repetirá o processo. É importante lembrar que cada pessoa só poderá abrir uma única bolsa, e que não seja a sua.
d) Cada pessoa deverá passar pela experiência de sentir e ver sua bolsa remexida, assim como causar essa situação no outro, revirando a bolsa. e) Quando todos estiverem passado pela experiência, abrir para análise e comentários do que foi vivenciado. O facilitador observará que umas pessoas foram discretas, caladas, ruidosas, outras metódicas, curiosas, brincalhonas, constrangidas, etc. O importante é não perder nenhuma dessas reações, onde cada um vai dizer como se sentiu vendo sua bolsa/carteira revirada, a reação do outro e a sua própria, ao mexer noutra bolsa/carteira. 17 EM BUSCA DO OLHAR - Objetivos a) Trabalhar o aprofundamento da integração no grupo; b) Incentivar o toque; c) Exercitar a comunicação não-verbal. - A quem se destina A grupos que tenham algum tempo juntos e quejá desenvolvam empada e sensibilidade entre seus membros. - Tempo previsto Quarenta minutos, para até trinta pessoas. 56 - Procedimentos a) O facilitador solicita ao grupo que todos fiquem de pé em círculo a uma distância razoável. Em seguida, pede-se que as pessoas se concentrem e busquem olhar para todos no círculo.
b) O facilitador poderá escolher uma música sentimental, leve, que favoreça o encontro não-verbal, tipo “Enya “, “Lorena Mckennit” “Vangelis”, “Enio Morri cone”, etc., até sintonizar numa pessoa cujo olhar lhe foi significativo. c) Ao encontro desses olhares, as pessoas se deslocam lentamente umas para as outras, indo se encontrar no centro do grupo. Abraçam-se, tocam-se e cada uma irá se colocar no lugar da outra. d) O exercício prossegue, até que todos tenham se deslocado em busca de alguém, podendo, ainda, cada pessoa fazer seus encontros com quantas pessoas sinta vontade. Normalmente, essa experiência é de uma riqueza extraordinária. Barreiras são quebradas, pedidos de perdão são feitos, tudo isso sem que se diga uma palavra. Cabe ao facilitador ter sensibilidade para a condução de troca de experiências não verbais. Essa dinâmica também é excelente para encerramentos de atividades grupais em que pessoas passaram algum tempo juntas. 18 BEIJOS & CARÍCIAS - Objetivos a) Levar as pessoas a ver o beijo como manifestação de afeto, quebrando tabus sociais; 57 b) Trabalhar a afetividade bloqueada. - A quem se destina Apesar de ser uma dinâmica simples, o facilitador deve aplicá-la com cautela, principalmente em grupos em que as pessoas não desenvolveram a afetividade e aceitação do outro. É excelente para grupos de casais, famílias, em casa com os filhos, esposo(a), mães, etc. - Tempo previsto Quarenta minutos, aproximadamente.
- Procedimentos a) O facilitador contextualiza o beijo na nossa sociedade, onde é impregnado de tabus e preconceitos. “Existem pessoas que nunca, ou pouco, beijaram os filhos, homens que não se beijam na face, o tapinha nas costas, casais que se afastaram um do outro pela ausência do beijo, irmãos que não se beijam, enfim, colocamos no beijo uma carga tão grande de sexualidade, que crescemos desprovidos de compartilhar com o outro essa forma de contato, tão terapêuticas tão simples e tão ao alcance de todos.” b) Dito isso, o facilitador pede que cada pessoa pegue seu par, onde se inicia a experiência um buscando tocar o outro no rosto, beijando-lhe a face, os cabelos, as mãos, a testa, os lábios. Depois inverte-se a posição, sendo de fundamental importância a troca de parceiros, e que o exercício seja realizado independentemente do sexo. IMPORTANTE: Preparar um fundo musical para ambientar os participantes no exercício. Lembrar, também, que é de fundamental importância respeitar o limite do outro, não lhe impondo um toque em que ele não está se sentindo em condições de receber ou dar. c) Por fim, o facilitador analisa com o grupo a experiência em relação a bloqueios, dificuldades e facilidades de contato. 58 19 O PÊNDULO - Objetivo Estabelecer um clima de confiança e segurança entre as pessoas. - A quem se destina É mais apropriado para grupos que já estão convivendo há algum tempo, onde já existe um certo grau de afinidade e empatia. - Tempo previsto
Em torno de trinta minutos, para grupos entre vinte e trinta participantes. - Procedimentos a) Pedir que as pessoas caminhem, devagar, passando umas pelas outras, olhando-se. b) Formar subgrupos de três participantes. c) Dois devem ficar em pé, frente a frente e o terceiro ficará entre os dois (de frente para um e de costas para o outro). d) O do meio deve ficar bem ereto, pernas juntas, braços esticados e colados às pernas. e) Os outros dois devem se posicionar com uma das pernas um pouco atrás, bem firmes, e as mãos espalmadas, em posição de apoio. f) O do meio deve, de olhos fechados (preferencialmente), jogar o corpo inteiro — não flexionar apenas da cintura para cima, é o corpo inteiro mesmo! — para frente e para trás, formando um pêndulo. 59 g) Depois de alguns minutos, revezar, até que os três tenham participado do exercício. Variação desta dinâmica: Os mesmos procedimentos podem ser aplicados para subgrupos maiores (entre cinco e sete participantes). Desse modo, a pessoa que estiver no centro deve pender para todos os lados, suavemente. Ao final, proceder alguns momentos de comentários: - Como foi estar no meio? - Você teve medo? - Confiou plenamente?
- Acreditou que poderia cair? - O riso (se tiver acontecido) dos que estavam segurando lhe deixou inseguro? - Teve dificuldade de se entregar totalmente? Por quê? 20 ENCONTRO COM O MAR - Objetivos a) Favorecer maior integração e descontração do grupo. b) Proporcionar relaxamento e alívio de tensões. c) Favorecer um contato especial com a natureza e/ou o mar. - A quem se destina Qualquer tipo de grupo que precise alcançar os objetivos acima, principalmente para trabalhos ao ar livre. - Tempo previsto Indeterminado. A critério do facilitador. 60 - Procedimentos É necessário que o facilitador tenha um contato de véspera com o grupo, para conscientizar a todos da experiência, que poderá acontecer numa noite de luar ou à tardinha, da seguinte forma: a) Todos deverão vir de roupa de banho e desprovidos de jóias ou outro objeto que cause desconforto. Essa experiência é excelente, principalmente se for realizada numa noite de lua cheia, com todos os participantes deitados na areia da praia.. b) O facilitador inicia um período de relax com o grupo, para depois pedir que abram os olhos e contemplem o céu, a infinidade das estrelas, procurem escutar o som do mundo
naquele momento, o barulho gostoso das ondas, o farfalhar das folhas dos coqueiros, o canto de um ou outro pássaro noturno, a respiração dos demais colegas, a sua respiração, perceber como está o seu ritmo, etc. c) Passar um bom tempo nesse contato gostoso com a areia da praia e tudo o que o cerca. d) O facilitador pede que todos andem lentamente em direção ao mar e, num dado momento, na metade do caminho, todos se agacham e vão, de quatro, movimentando-se silenciosamente ao encontro das ondas, até tomar um gostoso banho de mar ao luar. Algum tempo depois, todos se reúnem para uma boa luarada, ao som de um violão, ou para trocarem idéias acerca da experiência. 61 21 PAPEL AMASSADO - Objetivo Levar os participantes a refletir sobre o seu aprendizado e avaliar a experiência vivenciada — o quanto foi válida e o quanto agregou de novo ao nível dos seus conhecimentos anteriores. - A quem se destina Pode ser aplicada a qualquer grupo que esteve algum tempo junto — (encerramento de seminários, simpósios, congressos, palestras, etc.). - Tempo previsto Não dura mais do que cinco minutos — é o tempo total do ritual, para qualquer tamanho de grupo. - Material utilizado Uma folha de papel em branco, som com CD ou tape-deck e a gravação da música Como uma onda (Lulu Santos ou Leila Pinheiro).
- Procedimentos a) Informar que todos se preparem, pois “iremos realizar a nossa prova final, de mensuração do nível de aprendizado do grupo”. b) Distribuir uma folha de papel em branco para cada participante. c) Pedir-lhes que deixem todo o material sobre as cadeiras, inclusive as canetas ou lápis, e “venham para formarmos um grande círculo”. d) Orientar para que amassem, o máximo que puderem, a folha de papel. 62 e) Iniciar a música e, em seguida, solicitar que “voltem as suas folhas ao que eram antes, ou seja, desamassem-nas”. f) Deixar a música tocar um bom pedaço. g) Diz o facilitador: “Ninguém, jamais, consegue tomar banho num mesmo rio duas vezes... isso signfica que, por mais simples, elementar ou superficial que uma experiência possa nos parecer, sempre é possível aprender-se algo novo com ela. Espero que vocês tenham aprendido algo diferente aqui e que a folha de papel das suas vidas nunca mais sejam as mesmas de quando vocês entraram aqui, no início desse evento. Que saiam modificados por algum aprendizado.” Criar oportunidade para abraços e despedidas. 63 S.O.S. TRÊS Dinâmicas de Recreação “Dentro de muito grande que afirme em crescimento.”
cada de o
um ter nosso
(Kathleen Keating “Terapia do abraço”)
de
nós
há um uma forma de potencial como,
desejo contato pessoas
Lazer é, também, integração UM dia desses nós estávamos conversando com uma pessoa donosso círculo de amizades e um dos temas lá ventilados foi alcance de objetivos. Que metas especiais cada um, ali, tinha? E surgiu o seguinte questionamento sobre o objetivo de cada um: para atingir esse seu objetivo, se você tivesse que afastar do seu caminho o que fosse motivo de empecilho, o que você afastaria? “— Amizade, familia e lazer”, respondeu ele. NÃO vamos questionar aqui a resposta (aé porque esse ponto de vista dele já foi trabalhado e alterado — para melhor). O que vamos dar ênfase é à necessidade vital do ser humano parar e ter momentos de descontração. Uma espécie de recarregar baterias. Em grupos de trabalho, estudo, comunidades, encontros informais é necessário o momento de recreação, de brincadeira. É importante, porque todos se vêem fora do formalismo, desnudados, infantis e espontâneos. Depois de momentos de lazer, os grupos tornam-se mais energizados, mais cúmplices, mais integrados. Um simples momento de lanche, como intervalo de uma seqüência enfadonha de debates ou estudo, já proporciona uma descontração. Promove novas amizades, aprofunda outras. Possibilita maior companheirismo, gera amor. COMO utilizar as dinâmicas deste Capítulo EM relação ao item “Objetivo”, das dinâmicas, não achamos necessário explicitar em cada uma delas, uma vez que o objetivo macro deste capítulo é um só: descontrair, brincar, fortalecer os elos de ligação entre os seus membros. 67 TODAS as dinâmicas aqui sugeridas (num total de dezoito) podem ser realizadas para quaisquer grupos — grandes, pequenos, desconhecidos. O tempo de duração de cada uma é bem variado, haja vista que podem ser aplicadas com a participação de algumas pessoas ou como grupo todo. ENFIM, o que este capítulo tenciona é: participação, integração e coesão, para crescimento e busca de metas comuns.
68 1 TERRA, CÉU E MAR ESTE é um exercício muito bom para aquecer e exercitar o senso de direção, percepção de espaço e, naturalmente, descontrair. É uma brincadeira bem animada. Pode-se fazer com o grupo todo (se for até vinte pessoas, mais ou menos) ou parte dele, em duas ou mais etapas. Os vencedores de cada etapa poderão ser os finalistas. - Procedimentos a) O facilitador sobe em alguma cadeira. b) Convidar um grupo de quinze a vinte pessoas e pedir que formem uma fila única, uma atrás da outra, alinhadas da menor para a maior. c) A fila deverá formar-se a partir de uma distância de, mais ou menos, um metro da cadeira onde está o facilitador. d) Começa a orientação: “A fila onde vocês estão é denominada TERRA, à sua direita é o CÉU e à sua esquerda é o MAR”. e) “Quando eu disser TERRA!, todos irão para a terra... CÉU!, todos irão para o céu... MAR!, todos irão para o mar. Aqueles que ‘titubearem’ ou deixarem de ir, vão sendo excluídos.” f) Aos vencedores (ou aos três finalistas) oferecer um prêmio. 69 2 ESTOURANDO BALÕES ESTE é um exercício de competição, onde vencerá aquele que conseguir manter-se, até o final, com os balões cheios, presos à cintura (ou, pelo menos, um). - Procedimentos a) Distribuir dois balões (bexigas) para cada participante.
b) Distribuir, também, um pedaço de barbante suficientemente grande para amarrá-lo à cintura, junto com os balões. c) Encher os dois balões e prendê-los ao barbante, um de cada lado da cintura. d) Cada pessoa deve tentar estourar os balões da outra, protegendo, ao mesmo tempo, os seus balões. e) Deve-se utilizar, apenas, as mãos — evitar, portanto, objetos que possam provocar acidentes (pailitos, unhas, alfinetes, etc.). 70 3 BALÕES NO AR PODE-SE considerar esta brincadeira, também, como um excelente momento para integração do grupo, processo de reencontro, congraçamento, celebração. É ideal para grandes auditórios (palestras, congressos, etc.). - Procedimentos a) Distribuir um balão para cada pessoa (sendo possível, o facilitador, com uma boa ajuda, poderá prender, com um minúsculo pedaço de fita gomada, os balões sob as cadeiras). b) Orientar para que todos encham, do tamanho que quiserem, os seus balões. c) O exercício consiste: OPÇÃO UM -Jogar os balões para cima; não os deixando cair, APENAS utilizando a cabeça. -Efetuar troca de balões com outras pessoas, tantas quantas forem possível. OPÇÃO DOIS -Jogar os balões para cima; não os deixando cair, utilizando UMA das mãos. -Efetuar troca de balões com outras pessoas, tantas quantas forem possível.
d) Ao final, realizar um momento de “celebração”, estourando todos os balões ao mesmo tempo. 71 4 AS TRÊS GARRAFAS ESCOLHER, previamente, para este exercício, o seguinte material: três garrafas (preferencialmente, utilizar garrafa descartável) e uma venda (máscara). - Procedimentos a) Colocar as três garrafas no chão, numa distância, entre si, de, aproximadamente, um passo “forçado”. b) Solicitar três voluntários e dois assessores. c) Certificar-se de que nenhum dos três conhece a brincadeira. d) Orientar para que um dos assessores encaminhe-se para uma sala isolada, para “tomar conta” de dois dos voluntários — apenas um fica para a primeira etapa da brincadeira. e) Desafiar o primeiro voluntário, perguntando-lhe se é capaz de passar por cima das três garrafas, sem tocar nelas (normalmente a resposta é positiva). f) Pedir que treine uma vez. g) Instigar-lhe a, se ele for capaz, passar sobre as garrafas, de olhos fechados. h) Pedir, também, que ele treine uma vez. i) Colocar a venda e posicioná-lo diante das garrafas. j) Estimular o grupo a torcer por ele. k) Sinalizar para o segundo assessor, para que retire as garrafas do chão, cuidadosamente. l) Orientar a “largada”.
72 m) Colocá-las de volta no chão, rapidamente, à proporção que ele for pisando no “vazio”, sem que ele perceba que estava esticando e levantando as pernas desnecessariamente... e que fez um grande papel de bobo. n) Chamar o segundo e o terceiro voluntários, respectivamente, repetindo procedimento. o) Quem participou primeiro, cai na real (sempre espera-se que ele entre no espírito da brincadeira e não se irrite). 5 A DANÇA DA LARANJA É uma atividade para ser realizada em duplas. Afinal, é um exercício de equilíbrio: quem conseguirá ficar mais tempo segurando a laranja. A(s) dupla(s) vencedora(s) ganhará(ão), como prêmio, a laranja para saborear (chupar ou fazer suco, naturalmente). - Procedimentos a) Formar duplas ou sugerir que os casais presentes fiquem juntos e sejam os protagonistas (participantes). b) Entregar a cada dupla uma laranja. c) Orientar que a laranja ficará presa entre as testas deles e cada pessoa deverá ficar com as mãos para trás. d) O facilitador colocará uma música (deve ser preferencialmente, agitada, ritmada) e todos dançarão, de acordo com o ritmo. e) Quem derrubar a laranja vai sendo eliminado. f) A dupla (ou as duas finalistas) ganhará(ão) um prêmio: a laranja. 73
6 O QUARTEL ESTE é um exercício, ao mesmo tempo, de descontração, de atenção e de percepção. Têm os participantes e torcida organizada. - Procedimentos a) O facilitador desempenha a patente de “Marechal”. b) Convidar uma quantidade de participantes conforme as patentes a seguir: faxineiro, cozinheiro, motorista, corneteiro, soldado, cabo, sargento, tenente, capitão, major, coronel e general. c) Todos deverão assentar-se, lado a lado, iniciando pelo faxineiro, da esquerda para a direita (cadeiras ou calçada — no chão não é muito bom, por conta do excesso de movimentos que a brincadeira exige). d) O facilitador inicia: “Passei revisão no meu batalhão e faltou... Cabo!”. e) Imediatamente, o cabo deve responder: “Cabo não... Tenente!” f) Com a mesma rapidez, o tenente responde: “Tenente não... Coronel!” E assim, sucessivamente. g) Se alguém demorar a responder ou responder errado, é rebaixada a sua patente. h) Sempre que ocorrer rebaixamento de patente, é importante o marechal recordar para os participantes a seqüência do batalhão: “faxineiro, cozinheiro, motorista...” i) Em seguida, recomeça: “Passei revisão no meu batalhão e faltou...!”. j) Prosseguir com a brincadeira durante o tempo que achar conveniente. 74 7 O FEITIÇO CAIU EM MIM ESTA dinâmica pode ser considerada um exercício de integração, no entanto, é mais adequada para grupos que já se conhecem, objetivando o lazer e a descontração.
- Procedimentos a) Orientar para que todos fiquem assentados em círculo. b) Distribuir papeletas e lápis para cada participante. c) “Cada pessoa escreverá na sua papeleta alguma coisa que gostaria que o vizinho da direita realizasse. Pode ser qualquer coisa: imitar alguém, cantar uma música, imitar um animal, etc.”. d) “Você deve assinar o seu nome.” e) Recolher todas as papeletas. f) Após recolher as papeletas, dar o mote: “Aquilo que você não quiser para si, não deve desejar para os outros... portanto, o que você escreveu na sua papeleta, quem vai executar é você!”. g) Iniciar por voluntários, até que todos tenham concluído. 75 8 O VIÚVO EXCELENTE para grupos formados por casais, uma vez que favorece à descontração e leva a uma reflexão (sutil) sobre o valor, a importância... o quanto “eu te quero comigo!”. Esquenta mesmo! - Procedimentos a) Formar um círculo com cadeiras. b) Solicitar que todas as mulheres fiquem assentadas e que os respectivos “maridos” fiquem em pé, por trás delas. c) Uma das cadeiras ficará vazia, caracterizando que a pessoa que está atrás, em pé (na primeira rodada, os homens), está “viúva”. d) Os homens devem ficar com as mãos para trás.
e) O exercício consiste em... “os homens em pé, devem — sutilmente — piscar para alguma das mulheres que estão assentadas, seduzindo-a, convidando-a a mudar de parceiro”. f) Bastante rápido, o homem — que estava com as mãos para trás — deve tentar impedir que a companheira (esposa, namorada, amiga) corra para o outro. g) Não é necessário segurar fortemente; basta um toque e a parceira já entende que não deve ceder à sedução do outro. O exercício segue durante algum tempo, conforme disponibilidade e interesse do grupo, ou orientação do facilitador (aliás, este é um exercício que não é necessário que tenha um facilitador; ele pode estar também, participando da brincadeira). Inverte o processo e as mulheres, então, passam a ser as guardas, conseqüentemente, viúvas. 76 9 RETIRANDO AS CADEIRAS É uma dinâmica para exercitar a agilidade, percepção e, quem sabe, até o preconceito (sentar no colo do outro?!.., isso não vai dar certo!) - Procedimentos a) Formar um círculo com cadeiras, todas voltadas para fora (como se as pessoas estivessem assentadas olhando para fora do círculo). b) A quantidade de cadeiras deve ser o equivalente ao número de participantes, MENOS UMA. c) Sugerir que todas as pessoas fiquem circulando ao redor das cadeiras, ao som de uma música bem ritmada,. d) Quando a música pára, todos procuram sentar; sobrará alguém, que deverá assentar-se, de alguma forma — ninguém pode ficar em pé, fora do círculo.
e) Volta a música, o grupo reinicia a caminhada circular e o facilitador tira mais uma cadeira... pára a música e todos procuram sentar de novo. f) A cada etapa repete-se o procedimento, até que só exista UMA CADEIRA. Afinal, este é o desafio: um objetivo único para todos. Criatividade, companheirismo e determinação são ingredientes imprescindíveis para aplicação desta técnica. 77 10 O TREM ESTA é uma dinâmica adequada, também, para apresentação ou conhecimento interpessoal, além de ter características e sentido de recreação e confraternização. - Procedimentos a) Formar duas fileiras de cadeiras, paralelas, de modo a comportar todos os participantes assentados, dois a dois. b) O facilitador fará o papel de “maquinista” do trem e dará os comandos. c) Colocar uma música (se conseguir uma com ritmo ou barulho de trem, melhor a.inda). d) Todos ficam atentos: na parada da música, o “maquinista” diz: -“A fila da minha direita pula dois vagões para trás!” -“O trem virou e os vagões se descarrilharam!” (todos trocam totalmente). -“Nesta estação vamos todos descer, tomar um cafezinho e beber água!” * Deve ter água e café na sala e cada pessoa servirá água e café ao seu companheiro de viagem – de cadeira. Quando o trem apitar (se tiver um som de apito de trem, ótimo!), todos voltam para as suas cadeiras... e o trem continua a viagem. 78
O facilitador pode criar as mais diversas formas de “paradas do trem “. Com certeza, ao final, a viagem terá sido muito legal e muitas amizades novas terão surgido. 11 O PRESENTE ESTA dinâmica é boa para ser aplicada após intervalos longos (depois do almoço ou após uma seqüência de atividades que venham a provocar cansaço mental). - Procedimentos a) Formar um círculo, bem amplo, o mais espaçado possível, com cadeiras. b) Sugerir que todos guardem o seu material, tudo o que estiver sobre as cadeiras ou no colo, não esquecer de colocar os nomes nas suas pastas ou apostilas,, porque “isso aqui vai virar uma grande confissão”. c) Solicitar um voluntário e orientar que ele fique no centro do grupo, em pé. d) Retirar do círculo a cadeira que ele (o voluntário) estava sentado. e) Proceder o início do exercício dizendo que “sempre ficará alguém sobrando, uma vez que foi retirada uma cadeira”. f) “Quem ficar no centro, deverá dizer — sem demora, agilmente — , bem alto (todos devem ouvir) o seguinte”: “— Eu trouxe um presente para uma pessoa que... Exemplos de opções: estiver de óculos.” tem olhos.” estiver de jeans.” 79
tem mãos, ou boca, olhos, cabelos, pés, estiver de sapatos ou bri ncos”e, assim, sucessivamente, usando toda a criatividade possível. g) “Todas as pessoas que se enquadrarem no que for dito, devem trocar de lugar rapidamente, inclusive a que estiver no centro; sobrará sempre alguém, que deverá continuar a brincadeira”. h) “As pessoas que sobrarem no centro, a partir de duas vezes, pagarão uma prenda especial, ao final, a critério do grupo”. * O facilitador pode já ter, estrategicamente, uma “prenda” certa – pode ser imitar algum animal, dançar uma música bem constrangedora, etc. 12 CAIXINHA DE SUSPRESAS É uma dinâmica para exercitar a criatividade no grupo. Quando há pessoas em processo de paquera, torna-se bem interessante, uma vez que perguntas de cunho sentimental, amoroso, podem surgir. - Procedimentos a) Preparar uma caixinha com tarefas engraçadas, fechando-a bem. b) Pedir que os participantes do grupo fiquem sentados em círculo. c) A caixinha deverá circular de mão em mão, até um sinal dado, ou ao som de uma música que pára simultaneamente. 80 d) Aquele que estiver com a caixinha no momento em que a música parar, deverá tirar de dentro uma papeleta com a tarefa e executá-la. e) Continuar a brincadeira até enquanto estiver interessante. 13 LARANJA NO PÉ
ESTA dinâmica é agradável, aguça o nível de atenção nas pessoas e estimula o espírito de solidariedade. Além disso, o toque é exercitado. - Procedimentos a) Organizar os participantes, assentados em duas alas de cadeiras. b) Uma laranja é colocada sobre os pés (que estão unidos) da primeira pessoa de cada ala, que procurará passar a laranja sem a deixar cair, para os pés da segunda pessoa e assim por diante. c) Se a laranja cair, a brincadeira prosseguirá, do ponto em que caiu, utilizando o tempo que for preciso. d) Será vencedor o grupo que terminar primeiro. 14 TUDO COM A MESMA LETRA AQUECER raciocínio. Estimular a criatividade. É uma dinâmica que exercita o nível de agilidade mental, para grupos pequenos ou até trinta pessoas. 81 - Procedimentos a) Todos em círculo, o facilitador pede um voluntário, que fica em pé e que irá responder às perguntas com palavras que comecem com a letra que ele pedir. Ex.: João com a letra R. -Seu nome: Ricardo -Profissão: Radialista -Cidade onde nasceu: Rio -Onde vai morar: Ribeirão -Nome de três irmãos: Rafael, Rebeca, Rodolfo...
b) Qualquer hesitação na resposta, erro, procura-se outro voluntário, até onde for interessante continuar com a brincadeira. 15 VOCÊ ME AMA? ESTA é outra dinâmica boa para ser aplicada após intervalos longos, utilizando-se o mesmo princípio da técnica númem onze — “O pr esente”. - Procedimentos a) Todos sentados em círculo, pedir um voluntário e retirar a cadeira dele. Esse voluntário deverá perguntar a alguém do círculo o seguinte: Você me ama? A pessoa interrogada responderá: Sim, amo você. O voluntário pergunta: Porquê? O outro responderá alegando alguma coisa que o voluntário usa: Ex.: Porque você usa óculos. b) No momento em que disser que ele usa tal coisa, todos do círculo que estiverem usando também, deverão mudar de lugar, inclusive o voluntário. c) O participante que ficar sem cadeira reinicia a brincadeira, dirigindo-se a outra pessoa: “Você me ama?” “Sim, amo você”.— “Por quê?” “Porque você está de tênis...” e assim por diante. 82 16 BRIGA DE GALO ÓTIMA brincadeira para estimular competição no grupo. Não pode deixar de ter uma boa torcida. - Procedimentos a) Pedir dois voluntários. Colocar nas costas de um deles um papel com a expressão “Galo 1” e nas costas do outro “Galo 2”, sem que eles saibam o que está escrito; b) Ambos deverão descobrir o que está escrito nas costas do outro, sem utilizarem as mãos, que deverão estar cruzadas para trás;
c) É interessante e divertido perceber que os movimentos dos dois lembram, realmente, uma briga de galo. 17 ENCONTRANDO OS SAPATOS EXERCITAR a agilidade e promover bons encontros. É descontração pura e é bom ter torcida e prêmio para os três primeiros vencedores. Pode-se realizar a dinâmica com 20 a 30 participantes. 83 - Procedimentos a) Pedir que todos tirem os sapatos, colocando-os no centro do círculo, misturando bem. A um sinal dado, todos correm para o local onde estão os sapatos, procurando os seus e calçando-os. b) Será permitido atirar para longe os sapatos dos outros. c) O vencedor será aquele que conseguir colocar o par primeiro. 18 ZORBA ESTA dinâmica é excelente para ser aplicada após intervalos longos (depois do almoço ou após uma seqüência de atividades que venham a provocar cansaço mental), ou início de dia, objetivando o aquecimento da musculatura. Descontrai muito, também. - Procedimentos a) Sugerir que todos fiquem descalços (ou sem os sapatos, sandálias, mantendo as meias). b) Informar que “vamos dar uma caminhada”. c) “Vou colocar uma música e vocês devem acompanhar o ritmo e o nível de aceleração dela... à proporção que ela aumenta, vocês devem aumentar também.”
d) Colocar a música Zorba (CD Golden pan Flute — Vol. 1), que foi a música-tema do filme Zorba, o Grego. e) A partir do momento em que a música vai ficando mais acelerada, o facilitador pode dizer alguns comandos, do tipo: -“Vamos todos pedalando... andando de bicicleta!” -“Escalando montanhas!” -“Nadando, com braçadas largas!” -“Pisando sobre brasas!” -“Saltando poça de lama!” -“Passando por debaixo de uma cerca de arame, bem no chão!” 84 -“Você está atrasado para o seu casament o!” f) Ao terminar a música, todos podem se deitar ou sentar no chão, o mais confortável possível, SEM FALAR. g) O facilitador coloca música bem suave, proporcionando um momento de relax para o grupo. h) As luzes podem (de preferência) ficar apagadas. i) “Procure relaxar... permita que a sua respiração volte ao normal. ” j) Depois de uns três a cinco minutos, colocar uma música bem “quente” (samba pagode, chorinho, frevo). k) “Vamos acordar?! Todo mundo de volta às cadeiras (ou formar círculo no chão, assentados)!”
Proceder alguns momentos de comentários, sobre como o grupo está se sentindo, após os momentos dc agitação e relaxamento. 85 S.O.S. QUATRO Dinâmicas de Aprendizagem “Aprender é descobrir o que já se sabe. Praticar é demostrar o que se sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você. Todos são alunos, praticantes, professores.” Richard Bach. 87 Brincando e Aprendendo: não dá pra dormir “Viver e não ter a vergonha de ser feliz... cantar, e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz ...” Gonzaguinha Viver é aprender. Para aprender é preciso o querer, é preciso viver a vontade para a busca desse aprendizado. Aprender é perceber e a percepção varia de pessoa para pessoa e, numa mesma pessoa, o nível dessa percepção pode alterar-se. Dependendo do contexto, do momento, do nível de interesse, a pessoa pode estar ou não mais propensa a aprender. PODE-SE aprender ouvindo, lendo, vendo um filme, olhando a natureza, contemplando o firmamento estrelado, viajando, conversando, fazendo novas amizades, estudando, brincando, dormindo Basta estar aberto, disponível, acessível. NESTE capítulo, nós vamos oferecer algumas técnicas para facifitar a aprendizagem, para estimular o raciocínio, exercitar a percepção e orientar fonnação de grupos para estudo. A partir da sua própria experiência e criatividade, muito você poderá fazer num grupo, para possibilitar o aprendizado e os participantes permanecerem acordados. E., para mexer com o seu raciocínio, descubra e responda esta questão: “O pai do padre é filho único do meu pai. O que é que o padre é meu?”
PS: Não é nada, se é filho único, não pode ser filho do meu pai. 89 Como utilizar as dinâmicas deste Capítulo SEMELHANTEMENTE ao capítulo “Recreação” não vamos explicitar o item “Objetivo” de cada dinâmica, uma vez que todas elas têm o caráter de favorecer o aprendizado. TODAS as dinâmicas aqui sugeridas (num total de dezesseis) podem ser realizadas para quaisquer gntpos — grandes, pequenos, desconhecidos e níveis intelectuais diferentes. O tempo de duração de cada uma é bem variado, haja vista que podem ser aplicadas com a participação de algumas pessoas com o grupo todo ou através de demonstração “ao vivo” pelo facilitador. O objetivo macro, portanto deste capítulo é oferecer às pessoas instrumentos que lhes ajudarão no processo de ensino-aprendizagem. 90 1 VOU PRA ILHA ESTA é uma dinâmica para exercitar a percepção no grupo. - Procedimentos a) Regra 1: Iniciar com o seguinte mote — “Eu vou pra ilha e vou levar uma bicicleta... o que é que você leva?” Cada participante terá que descobrir que só entra na ilha quem levar algo ou alguém que comece com a letra “b”. O facilitador pode repetir a mesma regra, ou seja, utilizando palavras que comecem com “c”, ou “f”. Aqueles que forem acertando, não devem revelar para o vizinho. É importante que cada um “saque” e perceba.
b) Regra 2: “Eu vou pra ilha e vou levar um óculos... o que é que você leva?” A regra agora é algo que o vizinho da direita esteja usando (se estiver sendo usada a ordem da esquerda para a direita). c) Regra 3: “Eu vou pra ilha e vou levar um avião... ou um remo... o que é que você leva?” A regra agora é qualquer palavra que comece com a primeira letra do nome da pessoa (A, de Albigenor e R, de Rose). Ao final, faz-se a revelação e conversa-se sobre o exercício, tirando- se as conclusões que forem convenientes para o momento. As pessoas que não conseguiram acertar não significa, necessariamente, que não têm percepção ou que têm menos que as demais. Basta botar a mente para criar e poderão surgir as melhores idéias: palavras com mesma inicial, objeto do vizinho da direita, iniciais do nome, alguma palavra da sala, etc. 91 2 ZERO A CEM ESTA é, também, uma dinâmica para exercitar a percepção no grupo. - Procedimentos a) O facilitador diz: “De ZERO a CEM, quantos algarismos nove têm?” b) Deixar que o grupo fique tentando, durante algum tempo. Ao
final,
o
facilitador
faz
“coro”
com
o
grupo
e
começa:
“9... 19... 29... 39... 49... 59... 69... 79... 89... 90... 91... 92... 93... 94... 95... 96... 97... 98... 99 =20 (vinte) noves”. 3 CRUZADA OU DESCRUZADA ESTA é outra dinâmica para exercitar a percepção no grupo. a) Formar um círculo, como grupo assentado nas cadeiras.
b) O facilitador f acilitador mostra uma tesoura e diz que irá passá-la para ovizinho, que passará para o outro vizinho vizinho e, assim, até chegar chegar ao último. 92 c) Ao passar a tesoura, cada pessoa deve verbalizar a palavra “CRUZADA” ou “DESCRUZADA”. d) A tesoura pode estar aberta (cruzada) ou fechada (descruzada). e) O segredo, na verdade, verdade, está na posição posição das PERNAS do vizinho: vizinho: quando for dito “CRUZADA”, “CRUZADA”, mesmo que a tesoura esteja fechada, se as pernas do vizinho, para quem estiver sendo passada a tesoura, estiverem descruzadas, será dita a palavra “descruzada” e, assim, sucessivamente. sucessivamente. 4 NOVE PONTOS ESTE é um exercício já conhecido de muitas pessoas. Talvez, até de você. Se você ainda não conhece a resposta, certamente poderá “penar Um bocado”. POR outro lado, o exercício mostra que é possível resolver os problemas mais complicados, quando saímos da “mesmice”, quando nos distanciamos da nossa área de ação e colocamo-nos vendo vendo de fora. Tem muito de percepção, mas tem muito mais de ousadia. - Procedimento a) Distribuir uma folha de papel contendo o exemplo dos nove pontos (vide a seguir) para os participantes participantes fazerem a tentantiva. b) Utilizando apenas QUATRO RETAS, tocar os nove pontos sem, no entanto, tirar ti rar o lápis do papel. 93 c) Após algumas tentativas, mesmo surgindo alguns que acertam, vale a pena comentar: “Imagine que, nem sempre, a solução para os nossos problemas está DENTRO da nossa área de ação. Portanto, seja criativo. Ouse”.
d) Você tem de sair do quadrado. Porque ninguém disse que as linhas não podiam ir ou iniciar além dos pontos. Ninguém disse que você não devia ultrapassar os limites, romper barreiras ou superar superar obstáculos. Portanto, Portanto, motive-se afazer afazer diferente! 5 O REPOLHO ESTA é uma forma bem criativa para mensurar o nível de conhecimento das pessoas, em relação a determinado assunto ou tema. - Procedimentos a) Elaborar, previamente, questionamentos (perguntas, afirmativas para as pessoas concordarem ou discordarem, etc.) em folhas de papel — um um em cada folha. 94 b) Enrolar cada folha, uma após a outra, de modo que todas fiquem como que envolvendo uma a outra, formando uma bola, assemelhada a um “repolho”. c) Levar para a sala de aula e passar o “repolho” para alguém específico ou o u solicitar um voluntário. d) Colocar uma música bem ritmada e ficar de costas para o grupo. e) Parando a música, quem estiver com o “repolho” deverá retirar a primeira folha, ler o que está escrito e responder. f) Se não souber a resposta, passa para o próximo. g) E, assim, sucessivamente, até que a última últ ima folha seja respondida. Variação desta dinâmica: - Pode-se dividir o grupo em dois grandes subgrupos. - Proceder conforme as alíneas anteriores. - Na alínea “f”, ao invés de passar pare o vizinho, deve-se passar para o grupo oponente.
- Cada resposta certa valerá 10 pontos para o acertador e, consequentemente, para o grupo. - O grupo vencedor poderá ganhar um prêmio (uma caixa de chocolates, por exemplo). 6 FORMANDO GRUPOS ESTA é uma forma aquecida para preparar e, até mesmo, estimular os participantes — principalmente principalmente os mais sonolentos — para para o estudo de algum tema ou tópicos de alguma apostila. Pode-se utilizar esta dinâmica para formação f ormação de subgrupos de projetos, de modo que sejam evitadas as “panelinhas”. 95 - Procedimentos (opção um) a) Cada pessoa escolhe uma pessoa e fica de braços dados com ela. b) Caminhar dois a dois pela sala, sala, fazendo de conta que estão estão passeando passeando numa praça. c) Após algumas voltas, o facilitador dá o comando: “Grupos de três!” (todos procuram, rapidamente,fonnar rapidamente,fonnar o grupo grupo conforme o orientado). orientado). d) “Grupos de quatro!” “Grupos de cinco!” c inco!” E, assim, até que a quantidade desejada de grupos esteja formada. Então, começa-se o trabalho. - Procedimentos (opção dois) a) Todos assentados em círculo ou em forma de auditório (não iinporta o formato do grupo). b) Numerar os participantes, supondo que se queira formar CINCO grupos: 1,2,3, 4, 5... 1, 2, 3,4, 5... 1,2,3,4,5.... c) Ao final, com todas as pessoas tendo recebido um número, orientar que sejam formados os grupos: “Todas as pessoas que têm o número um, ficam neste canto... as que têm o número dois, ficam neste canto... as que têm o número três, ficam neste canto... “, etc.
- Procedimentos (opção três) a) O facilitador coloca no chão (ou numa mesa ou cadeira) cartelas com cores variadas, de modo que seja na quantidade de participantes do grupo. b) As cartelas devem ser em quantidades iguais (ou quase iguais, considerando quando o grupo for ímpar). c) Todas as cartelas deverão estar viradas para baixo, não permitindo que os participantes vejam as cores. d) Sugerir que cada pessoa pegue uma cartela e fique com ela. e) “As pessoas que estiverem com as cartelas vermelhas, fiquem aqui... cartelas verdes... cartelas amarelas... “, etc. Orientar que cada grupo nomeie um relator para apresentação do resultado do grupo (se for o caso). 96 7 MURAL ESTA dinâmica é baseada nos fundamentos da Andragogia (Educação de Adultos Abordagem “DESENVOLVIMFJITO INTERPESSOAL” -Moscovici, Fela). É uma forma “quente” e eficaz para assimilação de determinados conteúdos e conceitos. - Procedimentos a) Inicialmente, distribuir o texto ou material de leitura, onde será embasada a elaboração do mural. b) Separar a turma em pequenos subgrupos, de até seis participantes. c) Orientarparaque cada pessoa faça uma leitura bem geral, destacando os aspectos mais significativos do texto (ou material recebido).
d) Em seguida, fazer os destaques junto com o grupo, de modo as estabelecer um consenso. e) Utilizando revistas, cola, fita gomada, pincéis, enfim, usando toda a criatividade possível, elaborar um “Cartaz Andragógico “, representando a idéia central estabelecida pelo grupo. f) Podem ser acrescentados títulos, frases de legenda, desenhos à mão livre, etc. g) Estimar um tempo total em torno de uma hora. h) Cada subgrupo, ao final, elegerá um relator e fará sua apresentação. O facilitador deverá estar preparado em relação ao assunto abordado, uma vez que irá fazer os devidos acréscimos e destacar, com o grupo, os principais aprendizados. 97 8 BRAINSTORMING ESTA é uma forma andragógico-construtivista (Educação de Adultos), onde o facilitador procura explorar o máximo a experiência acumulada e o interesse dos parlicipantes. - Objetivos a) Propor rapidamente os objetivos de determinado exercício; b) Estimular o interesse pela novidade, pela aventura de criar algo, enfim, estimular a criatividade; c) Criar clima esportivo, agradável e provocante, de expectativa; d) Criar diretrizes e normas; e) Aglutinar idéias (chegarà síntese das melhores). - Procedimentos
a) Definir o tema-assunto. b) Escolher alguém ou solicitar um voluntário (ou o próprio facilitador) para fazer as anotações no flip-chart. c) Instigar os participantes a falarem sobre o assunto ou questionamento proposto. d) Efetuar, em voz alta, com o grupo, a leitura do que foi gerado. Normas do exercício a) Ninguém julga ninguém. Ninguém critica ninguém. b) Elimine a autocrítica: todos podem errar. c) Vale mais errar do que omitir-se e calar. d) Quanto mais idéias, melhor. 98 e) Seja breve. f) Proposto o problema, cada um escreve numa folha, durante 2 ou 3 minutos, todas as soluções que lhe ocorre. Depois as folhas começam a circular. Cada um lê as soluções de cada folha, e acrescenta outras. Os participantes podem falar enquanto as folhas circulam: o estímulo é maior. Convém criar o hábito de fazer brainstorming diante dos problemas do dia-a-dia. Em geral, entramos na rotina, recorrendo sempre às mesmas soluções para os problemas que enfrentamos. Variação desta dinâmica: O mesmo processo de brainstorming pode ser utilizado ESCREVENDO. O facilitador dá o tema central (ou puxa do grupo sugestões para o tema a ser estudado, etc.) e todos “tocam...em três minutos, o máximo que puderem escrever sobre o assumo”. Depois é só ouvir, um a um, e relacionar num “flip-chart” (cavalete, álbum seriado).
9 PICHAÇÃO A “pichação” é um recurso didático muito eficaz para se estabelecer uma avaliação do que somos (ou dizem de nós) e o que queremos ser. É, na verdade, um ensaio de planejamento. Normalmente, é aplicada em grupos que estão insatisfeitos com o Sistema de trabalho, com as diretrizes, funcionamento ou para avaliar um processo. 99 - Procedimentos a) Colar, numa das paredes da sala, três a quatro cartolinas ou papel quarenta quilos (tip flip-chart), um ao lado do outro. b) Noutra parede, oposta à primeira, também colar outros papéis (cartolinas), obedecendo ao mesmo estilo. c) Distribuir pincéis coloridos às pessoas. d) Nas cartolinas que estão numa das paredes, orientar o grupo a escrever TUDO o que for dito ou o que se pensa de negativo sobre o tema, empresa, setor, etc. e) Colocar música que caracterize “tensão”. f) Pedir que todos leiam, juntos, em voz alta, o que foi escrito nas cartolinas. g) O facilitador questiona: “É isto que nós queremos ser?” Sugere que as cartolinas sejam destruídas. h) Escrever, no outro lado (parede com as outras cartolinas), aquilo que QUEREMOS SER. Colocar fundo musical com uma música de “vitória»’, tipo “Carruagens de Fogo (Vangelis)”. i) Ao final, ler tudo, em voz alta, como grupo. O facilitador deverá estar preparado em relação ao assunto abordado, uma vez que irá fazer os devidos, acréscimos e destacar, como grupo, os principais aprendizados.
10 TELEGRAMA ESTA dinâmica estimula o raciocínio e proporciona competitividade. - Procedimentos a) Escolher uma palavra — pode ser o tema central objeto do estudo, nome de um personagem, localidade, etc. b) Cada participante deverá formar uma mensagem lógica, utilizando as iniciais da palavra escolhida - Ex.: DINÂMICA: “Devo Insistir Nas Avaliações, Mesmo Indo Contra as Armas “. 100 c) Pode-se utilizar partículas apassivadoras, artigos, pronomes (termos de ligação entre palavras) — só serão levadas em conta as palavras principais. d) Promover um concurso, para escolha do melhor TELEGRAMA. 11 O AVESTRUZ ESTA dinâmica deve ser utilizada para ilustrar formas de comunicação — estilo autoritário ou participativo. É realizada em duas etapas. - Procedimentos a) Sugerir que todos tenham papel em branco e caneta à mão. b) O exercício é desenvolvido em duas etapas. c) Na primeira etapa, o facilitador demonstra muito autoritarismo. d) Na segunda etapa, já demonstra flexibilidade, fluidez na comunicação e bom relacionamento com as pessoas. PRIMEIRA ETAPA
e) Iniciar de forma autoritária: “Estou trazendo uma recomendação da Diretoria, para ser realizado um projeto dentro das diretrizes que passarei a colocar para todas, a partir de agora... Todas as orientações estão muito claras, forain feitas com a mais criteriosa segurança, portanto não aceito questionamentos, nem perguntas... tudo está muito claro!” f) “Vamos, portanto, às orientações do projeto — lembramos, ainda, que não gostaríamos de ser questionados, uma vez que já está tudo muito claro”: 1. No centro da sua folha de papel, desenhar um elipse, com, aproximadamente, 5cm de diâmetro. 101 2. Na parte interna, superior, à direita, desenhar o sinal matemático “maior que”, tendo, aproximadamente, 0,5cm (meio centímetro) de raio. 3. Tocando a linha externa, direita, do elipse, iniciar duas retas paralelas, ascendentes, levemente inclinadas pare a direita, com uma distância entre si de 0,7cm (zero, vírgula sete centímetros) e 2,5cm de comprimento. 4. Ligando (ou tocando) a parte superior das duas retas, desenhar um círculo com — mais ou menos — 1cm de diâmetro. 5. Dentro do círculo, desenhar um outro círculo, bem menor, com — mais ou menos — 3mm do diâmetro. 6. Iniciar na parte inferior externa, um pouco à direita, do círculo maior, duas retas de 0,5cm (meio centímetro), cada, que se juntarão formando um vértice. 7. Tendo como vértice a parte externa, esquerda, do elipse, iniciar três retas de 0,7cm (zero, vírgula sete centímetros), de modo que uma fique reta, uma inclinada pare cima e a outra inclinada para baixo. 8. Iniciando na parte inferior, externa, do elipse, tocando-o, dosenhar duas retas, descendentes, paralelas entre si em 2cm e comprimento de 3cm.
9. Tendo como vértices as extremidades inferiores das retas, iniciar, em cada um dos vértices, três retas de 0,5cm — a primeira é extensão da reta maior e as outras duas, uma inclinada para a direita e a outra inclinada para a esquerda. SEGUNDA ETAPA g) Iniciar de forma bem descontraída, dizendo que “vamos realizar um grande projeto e preciso da ajuda de todos vocês. Portanto, vou transmitir algumas diretrizes que recebi da Diretoria, mas que poderemos fazer os ajustes que forem necessários para que o projeto seja um sucesso. Daí, gostaria de ter a participação e a crítica de todos vocês. Vamos lá?” h) “No centro da sua folha de papel, desenhar um elipse, com, aproximadamente, 5cm de diâmetro.” i) Com certeza, surgirá a pergunta: “O que é um elipse?” É um “círculo oval”, meio inclinado. 102 j) A partir daí, todas as etapas, da alínea 1 a 9, serão repetidas, porém sendo demonstradas e tiradas todas as dúvidas. k) Com certeza, a construção do “projeto” será bem mais participativa e mais fácil, surgindo, assim, a figura do Avestruz. AO final, o facilitador monitora alguns questionamentos, levando o grupo a refletir sobre as formas de comunicação, que podem facilitar ou emperrar um processo de trabalho. 12 OS AZARES DE UMA FESTA DE ANIVERSÁRIO ESTA é outra dinâmica, que deve ser utilizada para ilustrar formas de comunicação. “Os azares de uma festa de aniversário” é uma história verídica, que aconteceu na Alemanha, especificamente, cidade de Bohn. Torna-se bem mais interessante quando aplicada para grupos acima de vinte pessoas. Vale destacar, após o exercício, quais os fatores essenciais para uma comunicação eficaz.
- Procedimentos a) Solicitar cinco voluntários. b) Ficar na sala apenas um dos voluntários. c) Os demais ficam do lado de fora, de modo que não ouçam o que for dito na sala. d) O facilitador conta a história – transcrita a seguir - e pede que o voluntário ouça-a com bastante atenção e que, em seguida, ele deverá transmitir, exatamente como ouviu, para a pessoa seguinte e, assim, sucessivamente, até que todos tenham ouvido e contado a história. e) O último voluntário deverá contar para ogrupão. 103 f) Após o último, o facilitador desafia “quem ousa contar a história, exatamente como eu contei?” g) Eis a história (contada pelo facilitador ao primeiro voluntário): “Este episódio ocorreu na cidade de Bohn, Alemanha. A vítima foi um cidadão, operário de uma siderúrgica que, no dia da comemoração dos seus 29 anos de idade, levou um corte na mão, queimou um braço e parte do rosto, sofreu uma colisão no trânsito que provocou um corte profundo na testa e quebrou o outro braço. Era um sábado de multo sol, pela manhã, quando o jovem casal estava efetuando os preparativos da festa de aniversário do marido. Enquanto ele estava numa mesa, na área de serviço, preparando a carne para o churrasco, a esposa estava na cozinha fazendo algumas saladas e frituras. Inadvertidamente, o jovem aniversariante resvala a faca e provoca um corte profundo porentre os dedos da mão. Imediatamente, pega uma camiseta que estava pendurada no varal e enrola a mão, para estancar o sangue. Corre até à cozinha e avisa à esposa que está indo para o hospital fazer um curativo e que logo estaria de volta. Entra no seu carro e se encaminha para o hospital, onde é prontamente atendido: o corte precisou de alguns pontos — e ele voltou pra casa com a mão enfaixada.
Durante o período em que ele estava no hospital, a sua esposa derramou uma quantidade de azeite fervendo no vaso sanitário do lavabo da sala. Quase que nesse exato momento, o marido retoma e se dirige diretamente para o dito lavabo. Limpou o resto de sangue que havia escorrido pelo braço, jogou o papel-toalha no cesto de lixo, tirou um cigarro do bolso, acendeu-o e jogou o fósforo, ainda aceso, na lixeira. Caindo no chão, ele se abaixou, pegou o fósforo aceso e jogou-o dentro do vaso sanitário. Uma grande labareda levantou, atingindo-lhe o braço e parte do rosto. Desesperado, entrou de novo no carro e, dirigindo com apenas uma das mãos, saiu em grande velocidade. Faltando apenas um quarteirão para chegar ao hospital, arriscou cruzar um sinal vermelho e bateu em cheio num outro carro que cruzava simultaneamente. O corpo foi todo pra frente, batendo violentamente contra o pára-brisa do carro e provocando um corte profundo na testa. Desceu do carro e, cambaleando, dirigiu-se, a pé, para o hospital. Chegando no hali do hospital, foi atendido pela mesma equipe de plantão, que cuidou do seu ferimento. Quando eles viram ‘aqui104 lo ficaram surpresos, colocaram-no sobre uma maca e, indo pelo corredor, riam descontroladamente, pelo ‘azar’do pobre homem. Numa curva do corredor, a maca tombou, ele caiu... quebrou um braço.” Ao final, depois que todos tiverem contado a história, levar o grupo a refletir e escrever quais os “fatores essenciais para uma comunicação eficaz”: saber ouvi r, demonstrar atenção e interesse, ter clareza, boa dicção, tom de voz adequado, demonstrar conhecimento e segurança, não distorcer o assunto-objeto da comunicação, evitar o uso de gírias e termos técnicos, etc. 13 EXERCÍCIO DA NASA – “PERDIDOS NA LUA” ESTA é uma dinâmica que visa estabelecer critérios de comparação entre uma decisão grupal e individual, diagnosticar o nível de desenvolvimento realizado numa tarefa grupal dirigida, trabalhando o alcance de consenso grupal. Indicada para grupos em geral, visando ao aspecto recreação (estabelecendo a competição) ou para grupos que buscam o
alcance de objetivos através de consenso (enfoque de negociação). O tempo de duração das etapas deve ser: sete minutos para a decisão individual, doze minutos para a decisão grupal. Fica mais dinâmico sendo aplicado em grupos entre quinze e trinta participantes. - Material -Lápis ou caneta. -Folha de instruções. -Quadro de itens para a decisão individual. 105 -Quadro de itens para a decisão grupal. -Tópicos do “acordo” com a NASA. -Escore da NASA e Avaliação Final (ATENÇÃO: este item só deve ser entregue depois de todas as discussões). - Procedimentos a) Dividir o grupão em quatro ou cinco subgrupos (ideal até seis pessoas em cada grupo). b) Cada subgrupo deverá estar sentado em cadeiras colocadas em forma de círculo. c) Cada participante receberá uma cópia do exercfcio para as decisões individual e grupal. d) Informar o tempo para cada etapa. e) Realizaras contagens de pontos, anotando os escores de cada grupo. f) Distribuir os tópicos do acordo com a NASA (escores). g) Distribuir a folha de avaliação, para mensuração dos resultados.
- Instruções Você é membro da tripulação de uma nave espacial que programou um “encontro” junto com outra nave na superfície iluminada da lua. Entretanto, dificuldades mecânicas obrigaram sua nave a uma descida forçada, num ponto distante 100km do planejado. A maior parte do equipamento, na descida forçada, ficou avaziado. Sua sobrevivência e dos dois outros tripulantes depende da capacidade em escolher os itens mais essenciais para esse percurso. (Vide quadro abaixo.) A seguir, há uma lista de quinze itens de coisas que não ficaram estragadas na descida. Seu trabalho será enumerar esses itens, pela ordem de importância, para alcançar a nave-mãe. Coloque o número 1, para o item mais importante, o número 2, para o segundo mais importante, e assim, sucessivamente, até o número 15, para o menos importante. Distribuir cópia deste quadro para cada pessoa/grupo ( ) Caixa de fósforos ( ) Alimento concentrado 106 ( ) 100m corda náilon ( ) Pára-quedas ( ) Um aquecedor portátil ( ) Duas pistolas de calibre 45 ( ) Uma caixa de leite em pó ( ) Um mapa estrelar ( ) Uma balsa salva-vidas ( ) Dois tanques de oxigênio de 100 libras cada um ( ) Uma bússola
( ) Cinco galões de água ( ) Pistola de sinais luminosos ( ) Um estojo de primeiros socorros ( ) Um FM receptor e transmissor, movido à força solar. Instruções para a decisão grupal Este é um exercício de decisão grupal. Seu grupo deverá conseguir a decisão, usando o método do consenso, o que significa que antes de marcar a seqüência dos itens para a sobrevivência da tripulação espacial, é preciso procurar conseguir o consenso dos demais membros do grupo. Um consenso, normalmente, é difícil de se obter. Nem sempre a ordem na decisão individual terá a aprovação de todos para a marcação da seqüência, na decisão grupal. Procure, com a ajuda de todos os membros do grupo, ao menos uma concordância parcial. Eis como se pode conseguir esse consenso: - Procurar evitar discussões com a finalidade de simplesmente impor a própria idéia, usando mais a lógica. - Procurar não ajudar o pensamento pela simples razão de querer concordar ou de evitar conflitos. Apoiar, preferencialmente, aquelas soluções com as quais há condições de alguma forma. - Evitar técnicas de votação, ou a procura de média, etc... Folha de escores do “acordo” com a NASA Cada grupo procurará fazer o escore final, observando o que segue: - A diferença entre a decisão individual e o escore da NASA dará a resposta certa. 107 - Se na decisão individual, em algum item, alguém colocar o 9 e a resposta correta for 12, então o escore certo será a diferença, isto é, 3.
- Faça a soma dos escores, para comparar com o resultado do grupo. - Ao final, compare a média individual com a média/resultado da decisão grupal. - Faça, também, as avaliações individual e grupal. Escore da NASA 15 Caixa de fósforos 5 Alimento concentrado 2 l00m corda náilon 8 Pára-quedas 13 Um aquecedor portátil 11 Duas pistolas de calibre 45 12 Uma caixa de leite em pó 3 Um mapa estrelar 9 Uma balsa salva-vidas
1 Dois tanques de oxigênio de 100 libras cada um 14 Uma bússola 6 Cinco galões de água 10 Pistolas de sinais luminosos 7 Um estojo de primeiros socorros 4 Um FM receptor e transmissor, movido à força solar.
Quadro de avaliação: 0 a 20 - Excelente 21 a 30 – Bom 31 a 40 - Médio 1 a 50 - Fraco Acima de 50 - Insuficiente 108 14 O JOGO DOS QUADRADOS A prática desta dinâmica revela alguns fatores muito importantes num trabalho grupal, ou melhor, de equipe. Leva os participantes a refletirem sobre a necessidade de cooperação, comunicação clara, formas de tratamento, flexibilidade e negociação. - Procedimentos a) Formar cinco grupos (utilizar a metodologia da dinâmica “Formando Grupos”- nº 6, deste capítulo). b) Preparar os envelopes, previamente, de modo que o de número 5 fique normal (todas as peças juntas) e que nos outros quatro as peças sejam EMBARALHADAS, misturadas entre os envelopes. c) Distribuir os envelopes, aleatoriamente, pedindo que “não abram, ainda”. d) “Da atenção de vocês, dependerá quase 100% da eficácia desse exercício.” e) “Se alguém já conhece o método ou o resultado desta atividade, por favor, não revele... deixe que as pessoas descubram”. f) O facilitador pode utilizar as pessoas que, porventura, conheçam a dinâmica, para fazerem o papel de observadores.
g) Proceder às instruções: “Quaisquer outros aspectos que não estiverem enquadrados nas regras que vamos lhes passar serão permitidos.” h) “Regra nº 1: Não pode falar! Qualquer outra forma de comunicação, que não seja verbal, é permitida.” i) “Regra nº 2: Não pode rasgar, dobrar, amassar, quebrar ou riscar nenhuma das peças nem o envelope.” 109 j) “Missão: Vocês vão construir cada grupo, um quadrado, com o material que está dentro dos envelopes de vocês.” k) Se os grupos não perceberem que TERÃO QUE EFETUAR TROCAS, o facilitador pode dizer depois de algum tempo: “Nem sempre a solução para os nossos problemas está nas nossas mãos!”... até que todos se movimentem, EM SILÊNCIO, e concluam o exercício, formando os cinco quadrados. l) Os quatro grupos que estão “trocados” ficam intrigados porque um grupo terminou tão rápido (justamente o grupo que não estava com as peças trocadas). Depois que todos tiverem terminado, voltar ao grupão original e proceder aos comentários, sentimentos, aprendizados. 16 A CORRIDA DE CARROS É uma dinâmica para exercitar a competição, além de demonstração de rapidez num trabalho de equipe; “aquecer” a agilidade mental e a capacidade de raciocínio, bem como desenvolver a imaginação e a criatividade. 110 Formar diversos subgrupos de cinco a sete membros cada um. Dura, aproximadamente, vinte minutos. - Material - Uma cópia da corrida de carros (no final do exercício);
- Lápis ou caneta. - Procedimentos a) A tarefa de cada subgrupo consiste em resolver, na maior brevidade possível, o problema da corrida de carros, conforme explicação na folha, que será entregue a cada pessoa do grupo. b) A seguir, lê-se, em voz alta, o conteúdo da folha, e formam-se os diversos subgrupos para o início do exercício. c) Todos os subgrupos procurarão resolver o problema da corrida de carros, com a ajuda de toda a equipe. d) Obedecendo às informações constantes da cópia da corrida de carros, a solução final deverá apresentar a ordem em que os mesmos carros estão dispostos com a respectiva cor, conforme chave anexa. e) Será vencedor da tarefa o subgrupo que apresentar primeiro a solução do problema. f) Terminado o exercício, cada subgrupo fará uma avaliação acerca da participação dos membros da equipe, na tarefa grupal. g) O facilitador poderá formar o plenário com a participação de todos os membros dos subgrupos, para comentários e depoimentos. A corrida de carros - enunciado Oito carros, de marcas e cores diferentes, estão alinhados, lado a lado, para uma corrida. Estabeleça a ordem em que os carros estão dispostos, baseando-se nas seguintes informações: 1. O Clio está entre os carros vermelho e cinza. 2. O carro cinza está à esquerda do Vectra. 3. O Mercedes é o segundo carro à esquerda do Clio e o primeiro à direita do carro azul. 4. O Corsa não tem carro à sua direita e está logo depois do carro preto. 5. O carro preto está entre o Corsa e o carro amarelo. 111
6. O Tempra não tem carro algum à esquerda: está à esquerda do carro verde. 7. À direita do carro verde está o Golf. 8. O Vectra é o segundo carro à direita do carro creme e o segundo à esquerda do carro marrom. 9. O Fiesta é o segundo carro à esquerda do Pálio. Solução: 1. O Tempra, cor azul 2. O Mercedes, cor verde 3. O Golf, cor vermelha 4. O Clio, cor creme 5. O Fiesta, cor cinza 6. O Vectra, cor amarela 7. O Pálio,cor preta 8. O Corsa, cor marrom. 17 COMIDA Esta dinâmica é muito boa para momentos de descontração, ao mesmo tempo em que trabalha, com muita propriedade, conceitos de motivação. Utiliza-se um equipamento de som (CD ou tape -deck) , com a música “Comida”. - Procedimentos a) Indagar ao grupo: “Vocês querem comida?” b) Distribuir cópia da música “Comida”.
c) Sugerir que todos fiquem em pé e “vamos circular pela sala, cantando a música, ao som...” (da Mansa Monte ou Titãs). c) Colocar a música para rodar (CD ou tape-deck). 112 Ao final, o facilitador levará o grupo a alguns comentários e questionamentos: - o que esta música/letra fala pra você? (fazer o mesmo questionamento para várias pessoas). - se fosse você o autor dessa música, que título você daria a ela? - qual é o fator que existe dentro de cada um de nós e que, uma vez desencadeado, colocado pra fora, faz-nos realizar, ter garra? (deixarsurgir várias palavras — naturalmente surgirá que o fator é a motivação). - e o que é motivação? - quem ou o quê motiva você? Letra da música “Comida”: ARNALDO ANTUNES/MARCELO FROMER/SÉRGIO BRITO Bebida Você A
é tem
gente
não
água...
sede quer
de só
Comida
quê?
comida...
Você
A
gente
é
tem quer
pasto.
fome
comida,
de
diversão
quê? e
arte.
A gente não quer só comida... A gente quer saída para qualquer parte. A A
gente
não
quer
só
comida...
A
gente
quer
bebida,
diversão,
balé.
gente não quer só comida .. A gente quer a vida como a vida quer!
A gente não quer só comer... A gente quer comer e quer fazer amor! A gente não quer só comer... A gente quer prazer pra aliviar a dor! A
gente
não
quer
só
dinheiro...
A
gente
quer
dinheiro
e
felicidade!
A gente não quer só dinheiro... A gente quer inteiro e tido pela metade! Bebida é água... Comida é pasto... VOCÊ TEM SEDE DE QUÊ? VOCÊ TEM FOME DE QUÊ?
113 S.O.S. CINCO Estórias & Fábulas “Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é um hábito feito, mas, um hábito.” Aristóteles 115 Aprendendo e ensinando através de parábolas “Todas estas coisas disse Jesus às multidões por parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia.” (Mateus 13:34) ESTE capítulo é bem especial pra nós, porque somos apaixonados por parábolas, histórias. Sempre, em nossos treinamentos, começamos ou terminamos contando alguma historinha para o grupo. Para nós, elas são o resumo perfeito de horas de vivêcias ou teorias. É interessante perceber como Jesus, ao longo do Seu ministério, falou para grupos os mais variados, até multidões, e falava, geralmente, por parábolas. VOCÊ percebeu que, quando escuta fala dessa pessoa lhe desperta uma atenção especial, no momento em que ela introduz um testemunho ou uma historinha no contexto daquilo que está falando? Pois é. Se o facilitador tiver a sensibilidade de escolhê-la, adaptá-la ao grupo e à atividade a ser vivenciada, será alguém, numa palestra, sermão, workshop, a de uma riqueza extraordinária. É importante que, ao contar a “historinhas”, você, facilitador, incorpore de tal forma os personagens, o lugar, a época, que transmita aos presentes a sensação de que eles viajam também com você no contexto daquilo que está contando. Era assim que Jesus fazia: podemos lembrar, na Bíblia, as parábolas do Semeador, do Joio, do Grão de Mostarda, do Bom Samaritano, da Ovelha Perdida e tantas outras. É impossível não se transportar com Ele para aquela
época,
ver
e
sentir
o
semeador
saindo
a
semear:
“Um lavrador estava semeando os seus campos. Enquanto espalhava a semente pelo solo, um pouco caiu ao lado do caminho, e vieram as aves e a comeram. Outro tanto caiu em solo cheio de pedras, onde a terra era pouco profunda; as plantas brotaram muito depressa no solo
117 raso, mas o sol quente logo queimou tudo e elas murcharam e morreram, porque tinham pouca raiz. Outras sementes caíram entre espinhos, e os espinhos sufocaram asfrlhas novas. Mas algumas caíram em solo bom, e deram uma colheita que era 30, 60 e, até mesmo, 100 vezes tanto o que ele tinha plantado.” NÃO são assim as pessoas para quem falamos, ministramos treinamentos, proferimos palestras? Será que todas absorvem o que foi ministrado, saem por aí modificando o mundo (leia-se: seus ambientes, seus lares, seus locais de trabalho, etc.)? É claro que não, porque a riqueza de trabalhar com pessoas talvez esteja no fato de elas serem tão únicas, tão diferentes. Ao todo, foram 19 (dezenove) estórias, fábulas & parábolas selecionadas para este capítulo. 118 1 O FEIXE DE LENHA Conta-se de um próspero fazendeiro, dono de muitas propriedades e que estava gravemente enfermo. Algo que lhe preocupava muito era o clima de desarmonia que reinava entre seus quatro filhos. Pensando em dar-lhes uma lição, ele chamou os quatro para fazerlhes uma revelação importante. Ao chegarem à casa do pai, viram-lhe assentado numa cadeira de balanço. O pai chamou-os para mais perto e comunicou-lhes a seguinte decisão: “— Como vocês sabem, eu estou velho, cansado e creio que não me resta muito tempo de vida. Por isso, chamei-os aqui para avisá-los que vou deixar todos os meus bens para apenas um de vocês.” Os filhos, surpresos, se entreolharam e ouviram o restante que o pai tinha, ainda, para lhes dizer: “— Vocês estão vendo aquele feixe de gravetos ali, encostados naquela porta? Aquele que conseguir partir o feixe ao meio, apenas com as mãos, este será o meu herdeiro.”
Cada um deles teve a sua chance de tentar quebrar o feixe, mas nenhum, por mais esforço que fizesse, foi bem sucedido na sua tentativa. Indignados com o pai, que lhes propusera uma tarefa impossível, começaram a reclamar. Foi quando o fazendeiro pediu o feixe e disse que ele mesmo iria quebrá-lo. Incrédulos, os filhos deram o feixe de gravetos para o pai, que foi 119 retirando, um a um, os gravetos, quebrando-os, separadamente, até não mais restar um único graveto inteiro. E depois concluiu: “— Eu não tenho o menor interesse em deixar os meus bens para só um de vocês. Eu quero, na verdade, que vocês, juntos, sejam os sucessores do meu trabalho, com garra, dedicação e, acima de tudo, repletos de amor uns pelos outros.” Disse, ainda: “— Enquanto vocês estiverem unidos, nada poderá pôr em risco tudo que construí para vocês. Nada, nem ninguém, os quebrará. Mas, separadamente, vocês serão tão frágeis quanto cada um desses gravetos.” Assim como dois pedaços de madeira podem sustentar mais peso do que a soma de cada um pode sustentar separadamente, da mesma forma o ser humano chegará à conclusão que um ajudando o outro, todos irão muito mais longe do que o famoso “cada um por si e Deus por todos...” Afinal, TRABALHANDO EM EQUIPE, todos chegarão melhor e mais rapidamente ao objetivo delineado. 120 2 OS LENHADORES Conta-se que um jovem lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez com que um velho e experiente lenhador da região onde morava, cortava e empilhava madeira das árvores que derrubava. O velho lenhador era um homem tranqüilo, saudável, bem relacionado com todos e era tido como uma pessoa de coração bom, além de ser considerdo o melhor lenhador de toda a redondeza.
O jovem admirava-o e o seu desejo permanente era de,um dia, tornar-se tão bom, senão melhor, que aquele homem, no ofício de cortar madeira. Certo dia, aquele jovem, finalmente, decidiu ir procurar o velho lenhador no propósito de aprender com quem mais sabia, e assim tornar-se o melhor lenhador que aquela cidadezinha já tinha ouvido falar. Passados alguns dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que já sabia tudo e que aquele velho não era tão bom quanto falavam. Sendo assim, o jovem decidira afrontar o velho lenhador, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho, quem cortaria mais árvores. Aquele velho lenhador aceitou, sabendo que seria mais uma oportunidade de dar uma lição no jovem arrogante. E assim fizeram. Reuniram testemunhas, formaram comissão julgadora, organizaram torcida, delimitaram as áreas onde seriam cortadas as árvores e, no dia escolhido para o confronto, lá se foram os dois decidir quem seria o melhor. 121 De um lado, o jovem, forte, robusto e incansável, mantinha-se firme, cortando as suas árvores. Do outro, o velho lenhador, desenvolvendo o seu trabalho, silencioso, tranqüilo, também firme e sem demonstrar nenhum cansaço. Num dado momento, o jovem olhou para trás a fim de ver como estava o velho lenhador e qual não foi a sua surpresa, ao vê-lo sentado. O jovem riu e pensou: “Além de velho e cansado, está ficando tolo; por acaso não sabe ele que estamos numa disputa?” E assim, ele prosseguiu cortando lenha sem parar, sem descansar um minuto. Ao final do tempo estabelecido, encontraram-se os dois e os representantes da comissão julgadora foram efetuar a contgem e medição e, para admiração de todos, foi constatado que o velho havia cortado quase duas vezes mais árvores que o jovem desafiante. Este, espantado e irritado, ao mesmo tempo, indagou-lhe qual o segredo para cortar tantas árvores, se, uma ou duas vezes que parara, apenas para olhar, lhe vira sentado bem tranqüilo, enquanto que ele não parou um só minuto. O velho, sabiamente, lhe respondeu: “Todas as vezes que você me via assentado, eu não esta va simplesmente parado, descansando; eu estava amolando o meu machado!” *DICAS PARA REFLEXÃO:
O que é “amolar o machado”? - Repensar as ações e estruturas internas. - Dar uma parada nas áreas de trabalho, possibilitando maior e melhor reflexão sobre o desempenho das tarefas do dia-a-dia. - Treinar... treinar.., treinar — buscar o autodesenvolvimento. 122 3 O BURACO, O SAPO E O SAPINHO SAPECA Um dia, nasceu um sapinho e, quase que no momento do seu nascimento, ingênua e inadvertidamente, caiu num buraco: poft! Ali ficou. Era razoavelmente amplo, tinha água, era escunnho, aquecido, livre dos perigos, havia o necessário para a sua sobrevivência, enfim, era um mundo maravilhoso aquele seu buraco. O tempo foi passando, o sapinho transformou-se em sapo, em sapão... e um sapão gordo, inchado e numa zona de conforto, daquela que ele pediu a Deus. Num certo dia, ele acorda em meio a um barulho estranho e novo, para o mundo em que vivia: caiu bem perto dele, um bicho estranho e meio peçonhento. “— Ué! Quem é você?!” — pergunta ele, assustado. “— Sou um sapo, ora!” — respondeu o estranho visitante. “— Mas, sapo sou eu!” — questionou o habitante do buraco. “— Meu amigo, existem milhares de sapos no mundo lá fora.” — retrucou o outro. “— Mundo lá fora?! Como assim?” — indagou o dono do buraco. “— É, meu amigo... o mundo lá fora é maravilhoso. E uma das coisas que faz com que ele seja mais maravilhoso ainda, são umas criaturinhas especiais, razão maior da nossa vida de sapo: as sapinhas. 123
Além disso — continuou ele — é magnífico o entardecer quando ficamos todos juntos, cantando nas lagoas e nos alimentando dos mosquitos que voam desgovernados.” “—Lagoas?! Mosquitos?!” — mais surpresas para o velho e acomodado sapo. “— E tem mais: quando anoitece, é lindo océu cheio de estrelas!” — ressaltou, romanticamente, o sapinho sapeca. “— Epa! Aí você não me pega. Eu, também, todas as noites, consigo contar quatro a cinco estrelas, vistas daqui de casa.” — gabou-se o acomodado. “— Pois é, meu amigo. Aí é que está a nossa diferença: eu posso contar aliás, nem posso, pois são milhões e milhões de estrelas...” E, assim, o sapinho sapeca foi dissertando sobre as belezas e vantagens do mundo lá fora. Mas, parou um pouco e, reflexivamente, prosseguiu: “ - Por outro lado, tem um bicho terrível, do qual precisamos ter muito cuidado e que não tem reconhecido o quanto somos úteis no processo de equilíbrio do meio-ambiente... quando a gente menos espera, ele chega, de repente e chuta a gente e a gente rola, rola, que parece uma bola murcha... joga sal no nosso dorso... coloca álcool em nossas costas e depois (ai!) ateia fogo e a gente sai pulando, pulando, no desespero das labaredas queimando o nosso corpo: é o bicho-homem. Além do homem, tem outro bicho traiçoeiro, peçonhento, e que precisamos estar sempre em alerta: as cobras. Mas, é bom. Bom, não... é maravilhoso viver e amar nesse mundão todo lá fora!... Bem, tá ficando tarde; eu vou dar um pulinho e continuar meu passeio.” “— Pulinho?!” — surpreendeu-se, mais uma vez, o sapo do buraco. “— Sim, meu amigo. Sapo pula. E, a propósito, você não gostaria de ir comigo?” “— Pensando bem, com esse negócio de ‘homem’... de ‘cobra’... desses perigos todos que você falou, acho melhor não. Prefiro ficar por aqui. Pelo menos, aqui eu já sei qui tá bom. Pode ir... eu tô muito bem aqui.” 124
E assim, termina o encontro do sapo do buraco com o sapinho sapeca: um, acomodado, preguiçoso, enfumado no seu mundinho limitado, curtindo a felicidade ao seu modo; o outro, entusiasmado, ágil, criativo, buscando sempre coisas novas, ambientes novos, novos amigos, novas realizações. *Pra você refletir: - Que tipo de sapo você está sendo? 4 O PASSARINHO Existia, próximo a uma pequena cidade, uma casinha bem simples, no alto da serra, onde morava um velho, sábio, contador de estórias, uma pessoa querida e respeitada por todos que viviam naquela região. Certo dia, um grupo de garotos, travessos, sonhadores e com energia transbordando, tiveram uma “brilhante” idéia: “— Hoje, nós vamos desbancar aquele velho! Vamos mostrar pra ele que ele é capaz de errar.. A gente pega um passarinho, bem pequenininho, coloca entre as mãos, vai até ele e pergunta o que é que a gente tem na mão. Como ele é sábio, facilmente vai responder. Aí é que a gente ferra ele: vamos perguntar depois que ele acertar que é um pássaro, se o passarinho está vivo ou está morto. Se ele responder que está vivo, a gente aperta a mão e força o pescoço do pássaro, em seguida, mostrando pra ele que está morto; se responder que está morto, a gente 125 abr e a mão e o bichinho sai voando. De todo jeito ele vai sair perdendo.” E assim fizeram. Pegaram o passarinho e dirigiram-se, eufóricos, até à casa do velho. Aproximaram-se, todos contentes, e foram perguntando, já subestimando a capacidade do homem: “— O que é que a gente tem aqui entre as mãos?” Ele olhou... olhou... ,observou bastante e respondeu:
“— Um passarinho.” “— Muito bem! Acertou. Agora, diga-nos: este passarinho está vivo ou está morto?” Olhando bem nos olhos de cada um dos garotos, com voz serena e cheia de autoridade, respondeu: “— Depende de vocês!A vida ou a morte deste passarinho está na s suas mãos.” Quantas vezes ficamos reclamando, acusando e dando desculpas, querendo que as coisas nos aconteçam prontas, sem que façamos nenhum esforço para obtê-las! A verdade é que, muitas vezes, grandes realizações são iniciadas pelas pequenas coisas, que estão ao nosso alcance, que dependem de nós, que estão nas nossas mãos. Por isso, para realizar, não é preciso esperar por estímulos e orientações que venham de “cima”... É agir, ter iniciativa, acreditar. 126 5 A BICICLETA Um amigo nosso, lá por volta do ano de 1990, tinha um filho, então com de 12 anos, que insistia muito para que o pai lhe comprasse uma bicicleta de demito marchas. E estava bem no período da febre dos “bike clubs” e outros “bikes”. Ele não agüentando mais os repetidos pedidos do filho, lá se foram, os dois, num sábado pela manhã, comprar a dita “bike”. O Zé (como o chamamos na intimidade — “Zé” de Zé Carlos) ficou tão fascinado pela bicicleta, que não resistiu e comprou uma pra ele também. E os dois foram realizar o seu primeiro passeio, juntos. Eles moravam nas imediações da Praça Portugal (Fortaleza-CE) e o roteiro do passeio foi exatamente descendo a Av. Desembargador Moreira, em direção à praia. O garoto adiantou-se um pouco e o Zé foi mais atrás. Começou, a partir desse momento, a angústia do Zé: “Meu Deus... esses carros todos!... Como vai ser lá embaixo no sinal do Náutico?!... E se ele chegar na praia primeiro do que eu e algum marginal tomar a bicicleta dele?!... E se ele bater em alguém no calçadão?! Como vai ser pra subir a ladeira de volta?!”
Em meio a essas inquietações, ele não percebeu que o passeio havia terminado e que já estavam de volta, sãos e salvos, a casa... e ele não tinha “curtido” o passeio. 127 Esta é uma boa historinha para ser contada, se o facilitador perceber pessoas anciosas no grupo, querendo saber o que vem pela frente: “A que horas vai terminar? Olha o cafezinho! Amanhã vai até que horas?” Pra quê subir a ladeira, antes de curtir o passeio todo? 6 O MAPA-MÚNDI Um executivo de uma grande empresa, com a necessidade de se isolar para terminar alguns relatórios de clientes, resolveu se “esconder” no lugar menos provável de ser encontrado: sua própria casa. Voltou pra casa antes das 16h e se trancou no seu escritório caseiro. Estando ele tranqüilo, em casa, celular desligado, sem sinal de fax ou a secretária indagando se “o senhor pode atender Dr. Fulano?”, percebeu a porta do escritório abrindo, devagarinho. “Oba!” Ecoou o grito de felicidade da sua filhinha de seis anos, por ver o pai (figura tão difícil!) àquela hora em casa. Foi logo perguntando... perguntando... — afinal, seis anos é aquela fase das intermináveis perguntas. O pai, ao mesmo tempo em que precisava continuar fazendo o seu trabalho, não poderia se furtar em aproveitar, também, aquele momento com a sua “pirrota”. Mas, estrategicamente, pensou numa maneira de “livrar -se” dela por algum tempo. Pincelou o olhar pela estante e retirou um livro — era um atlas geográfico — , abriu-o bem na página central e deu de cara com um “mapa-múndi”. Destacou-o, pegou uma tesoura, picotou-o em alguns pedaços, embaralhou-o, chamou-a e disse, satisfeito: “Filhinha, o papai tem um 128 desafio pra você...Você vai ganhar esta caixa de chocolates (mostrou uma caixa que havia em sua pasta), assim que voltar com esse quebra- cabeças (o dito mapa) todo consertado, tá
certo?” Ela aceitou o desafio do pai, saiu na carreira e ele respirou, aliviado, pois iria ficar um bom tempo sem ela perguntando. Pouco mais de trinta minutos após, irrompe a elétrica criaturinha na sala onde estava o pai, ainda às voltas com os seus relatórios: “Painho! Painho! Terminei.., agora eu quero minha caixa de chocolates, inteirinha!” Ao que ele retrucou, surpreso (contendo a sua decepção, pois ele imaginava que ela demoraria bem mais tempo): “Muito bem, minha filha! E como foi que você conseguiu, tão rápido?” Ela mostrou uma grande folha de papel - tipo papel manteiga, meio transpainte -, onde estavam os recortes do mapa, colados no seu ‘estilo’ e disse: “Foi fácil... Eu vi que do outro lado tinha a figura de um homem, aí eu pensei... se eu consertar o homem, eu conserto o mundo.” 7 OS SONS DA FLORESTA Um rei mandou o seu filho estudar no templo de um grande mestre, com o objetivo de prepará-lo para ser um grande administrador. Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre o mandou sozinho para uma floresta. Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever os sons da floresta. 129 Retornando ao templo, após um ano, o mestre lhe pediu para descrever os sons de tudo aquilo que conseguira ouvir. Disse o príncipe: “Mestre, pude ouvir o canto dos cucos, o roçar das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo na grama, o zumbido das abelhas, o barulho do vento cortando os céus.” Ao terminar o seu relato, o mestre pediu que o príncipe retornasse, novamente, à floresta, para ouvir tudo o mais que fosse possível. Apesar de intrigado, o príncipe obedeceu à ordem do mestre, pensando: “Mas eu já não distingui todos os sons da floresta?” Por dias e noites ficou sozinho na floresta ouvindo, ouvindo, ouvindo... mas não conseguiu distinguir nada de novo, além dos sons já mencionados, anteriormente, ao mestre.
Então, certa manhã, começou a distinguir sons vagos, diferentes de tudo que ouvira antes. Quanto mais atenção prestava, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. Pensou: “Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse.” E, sem pressa, ficou ali ouvindo e ouvindo, pacientemente. Queria ter a certeza de que estava no caminho certo. Quando retornou ao templo, o mestre lhe perguntou o que mais conseguira ouvir. Paciente, e respeitosamente, o príncipe disse: “— Mestre, quando prestei mais atenção, pude ouvir o inaudível som das flores se abrindo, o som do sol aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da manhã.” O mestre, sorrindo, acenou a cabeça, em sinal de aprovação, e dis se” “- Ouvir o inaudível é ter disciplina necessária para se tornar um grande administrador. Apenas quando se aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, os medos não confessados e as queixas silenciosas, um administrador pode inspirar confiança à sua equipe, entender o que está errado e atender às reais necessidades de cada pessoa. A morte de um país começa quando os líderes ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem mergulhar a fundo na alma das 130 pessoas, para ouvir os seus sentimentos, desejos e opiniões reais. É preciso, portanto, ouvir o lado inaudível das coisas, o lado não mensurado, mas que tem o seu valor, pois é o lado do ser humano... lembrando-se de que atrás de uma máquina tem dois olhos, e atrás dos dois olhos tem um SER HUMANO.” 8 O GOLE D’ÁGUA Existia um homem que vivia insatisfeito, estressado e bastante infeliz, pelo relacionamento sofrível que tinha com a esposa. Todos os dias, ambos chegavam cansados dos seus respectivos trabalhos e o que acontecia entre os dois era um total desentendimento, desarmonia e impossível haver diálogo.
No momento em que ele chegava em casa, normalmente já encontrava a esposa que, indignada e não menos estressada com os afazeres do dia e mais o acúmulo do “terceiro expediente”, começava a falar e reclamar, sem parar. O marido, por sua vez, não agüentava a pressão e, impaciente, impaciente, respondia respondia em cima de cada cada palavra — palavra — quer quer gostasse, quer não gostasse. Na verdade, os dois não conseguiam conseguiam se entender entender e ele, esbravejando, saía saía batendo a porta e só retomava bem tarde da noite. E, assim, aconteceu durante muito tempo. Um amigo, com o qual normalmente desabafava, aconselhou-o a procurar um homem que era tido como uma pessoa muito boa e capaz, especialista em aconselhamento de casais. Certamente, ele teria alguma solução para o seu problema com a esposa. Meio cético, o machucado marido foi procurar o tal homem. 131 Chegando lá, deparou-se com um local muito bonito, uma casa simples, fincada em meio a muito verde, pássaros soltos nas árvores, cânticos das cigarras e uma brisa suave, com cheiro
de
terra
batida
e
verde
silvestre.
Foi ao encontro do homem e contou-lhe o seu problema com a esposa. Após ouvi-lo, o velho homem adentrou na casa e voltou com duas garrafas - uma maior e uma pequenina. A garrafa maior continha um líquido transparente. A menor estava vazia. Entregou ao visitante as duas garrafas
e
deu-
lhe
a
seguinte
orientação:
“— Mantenha Mantenha com você sempre, esta garrafinha pequena (por ser mais prática de carregar), cheia deste líquido que está na garrafa garrafa maior. No exato momento em que você você for chegando em casa, tome um gole bem grande do liquido e fique com ele na boca, sem engolir, durante trinta minutos. Faça essa receita por dez dias consecutivos e, depois, volte aqui.” O homem achou estranho, mas resolveu seguir à risca a orientação do outro. Foi embora e, como estava mesmo na hora de voltar pra casa, percebeu que já era o momento de fazer o primeiro teste. De fato, no exato momento de entrarem casa, levou a garrafinha à boca e deixou o gole durante o tempo que o velho havia lhe ensinado fazer, não engolindo. Sua esposa fez o de sempre: começou a falar, reclamar, soltando “cobras & lagartos” e o marido — no no seu desespero de querer responder — não não dizia nada. Ao final dos trinta minutos, ele engoliu e aí.. tudo o que ele queria responder, já não fazia mais sentido. Conversou outras coisas com a esposa e até dormiram juntos (ficaram
ACORDADOS também). Durante todos os outros dias, repetiu a receita e lá pelo oitavo dia, a esposa recebeu-o recebeu- o com ar de preocupação: “— Meu “— Meu filho.., o que é que você tem?! Eu fico o tempo todo falando sozinha, digo, digo e digo e você... nada, não reage, não fala. Por outro lado, eu tenho sentido que estamos conseguindo conversar. O que é que está acontecendo ? ” Bem feliz, agora, com os resultados alcançados, retornou no décimo primeiro dia à casa do velho. Lá chegando, indagou-lhe qual era o conteúdo milagroso que ele tinha lhe dado, ao que o velho respondeu: “— Água... Água... Com apenas um gole d’água na boca, você conseguiu fazer uma coisa que é o calo de muita gente: saber ouvir.” 132 9 OS TRÊS FILTROS Pai e filho, na tentativa de purificar a água que utilizavam em casa, resolveram construir três filtros com carvão. Depois de prontos, fizeram o teste e o pai comentou: “— Veja Veja como a água está limpa! Todas as impurezas ficam nos filtros. O sujo que consegue passar por um, um, fica no outro ou no outro e o resultado resultado final é maravilhoso!” A mãe, ouvindo o comentário do esposo, aproveitou a oportunidade e disse: “— Há, Há, também, três filtros que podemos construir dentro de nós, e são aquilo que de mais precioso alguém pode ter, ao pensar que está ajudando ou prejudicando alguém. E não precisa ser de carvão. São os filtros da VERDADE, da BONDADE (ou amor) e da UTILIDADE. Assim como você, meu filho, viu o resultado do uso do filtro de carvão, um dia vou lhe mostrar o que acontece quando utilizamos esses outros filtros que carregamos dentro de nós. Passado algum tempo, um dia, o menino, voltando da escola, veio comentar com a mãe um fato, num tom sensacionalista: “— Mãe, Mãe, sabe o que disseram da família do Nelsinho?!” “— Bem, Bem, meu filho, chegou a hora de usar os três filtros internos de que lhe falei naquele dia. Comecemos com o filtro da VERDADE: você tem certeza de que o que vai me contar é verdade?”
133 “— Bem...não Bem...não sei, não... só estou repetindo o que disseram.” “— Agora, Agora, vamos passar pelo filtro da BONDADE: se isso que estão falando fosse algo acerca da nossa família, você gostaria que fosse espalhado . contado?” “— Ah! Ah! Não! Se fosse com a nossa família, de jei to nenhum!” “- Finalmente, usemos o filtro fi ltro da NECESSIDADE: você acha útil e necessário passar essa notícia adiante?” “— Não, mamãe. Pois é... agora compreendo os nossos três filtros internos e procurarei lembrá-los lembrá-los sempre.” * Nenhuma qualidade nos proporcionará mais amigos do que a disposição para admirar as qualidades dos outros, ao invés de divulgar as suas fraquezad. Por que disseminar uma fofoca, quando podemos – podemos – utilizando, utilizando, no momento, os três filtros – filtros – eliminá-la? eliminá-la? 10 A FRIGIDEIRA Conta-se que um jovem, recém-casado, ficou curioso, ao perceber a forma com que a sua esposa preparava peixe para fritar: cortava a cabeça (bem cortada) e o rabo, até quase o meio
do
peixe.
Indagou-lhe
o
porquê
daquilo,
ao
que
ela
respondeu:
“— Mamãe sempre fez assim e eu aprendi com ela... naturalmente, deve ser a melhor maneira.” E assim, sempre que a esposa ia fritar peixe, procedia daquela forma. Afinal, quem era ele pra contestar os dotes culinários da sogra?! Num dia de 134 domingo (os filhos sempre costumam papar a bóia das mães ou sogras aos domingos), estando eles na casa da mãe dela, coincidiu de observar a sogra preparando peixes para fritar. Viu que ela não cortava tanto como a sua esposa... que dissera ter aprendido com ela e, imediatamente,
questionou.
A sogra riu e lhe respondeu: “— Meu Meu filho, eu sempre cortava o peixe daquela maneira porque a minha frigideira era pequena... só isso!”
* Esta é uma boa reflexão sobre a eterna repetição das coisas, dos procedimentos, das formas de realização, sem questionamentos: “Sempre fizemos assim! Pra que mudar?” 11 O ELEFANTE E OS CEGOS Chegou um grande circo a uma cidade. Quatro cegos, passeando juntos, aproximaram-se do local onde o domador estava cuidando de um dos elefantes do circo. Pararam e perguntaram ao domador se podiam tocar no animal, ao que ele concordou. Um deles, mais alto, de braços erguidos, bateu na orelha do elefante; outro, encontrou a barriga; outro, apalpou a perna e o quarto segurou a tromba. Logo depois voltaram ao seu passeio satisfeitos, porque agora sabi135 am o que era um elefante. E foram conversando, até que pararam numa pracinha, assentaramse e começaram a discutir sobre o elefante: “— Elefante é apenas uma espécie de ventarola grande, felpuda no meio, e rugosa” — disse o cego alto. “— Nada disso — retrucou o que examinou a tromba — eu examinei cuidadosamente o bicho. Trata-se de um tubo maleável, pesado, forte e que se movimenta o tempo todo.” “— Tudo errado! — falou o que tocara a perna. Eu constatei que é uma pilastra firme e grossa.” “— Eu acho que vocês estão loucos — corrigiu o que apalpara a barriga — não perceberam que o elefante é como um enorme casco de um navio, áspero e vivo!?” E as discussões foram até altas horas, sem, é claro, chegarem a nenhuma conclusão. * Quanto menos parcial for a nossa percepção da realidade, mais chances temos de nos aproximar do todo e melhor entendermos a realidade à nossa volta. E, ainda, se não formos flexíveis, e procurarmos entender as razões do outro, não poderemos rever as nossas percepções e chegar a novos aprendizados.
136 12 O MAIOR TALENTO Deus, no momento em que terminou a criação, viu que precisava ter um cuidado especial com o que de melhor havia criado: o homem. Pensou, refletiu e resolveu dar a esse homem um talento muito especial, mas que somente os que fossem suficientemente esforçados para encontrá-lo, teriam o privilégio dos benefícios desse talento. Mas, onde esconder tal preciosidade? Primeiro, Ele pensou: “— Vou esconder o talento do homem nas profundezas da terra.” Depois, refletiu melhor e achou que nas profundezas do oceano ele estaria mais bem escondido. Continuou achando que o oceano não era um bom lugar e repensou: “— Creio que, no espaço, em meio aos planetas e estrelas, estará bem guardado e será bem mais difícil ser encont rado por qualquer um.” Mesmo assim, voltou a refletir e concluiu, finalmente: “— O homem é muito curioso. Fatalmente acabará criando aparelhos para explorar os mares, para cavar o planeta e investigar os céus. Acabará encontrando... Vou esconder o maior talento do homem num lugar muito especial: no interior dele próprio. Será, com certeza, o último lugar em que ele buscará.” E assim Ele fez. 137 * O melhor de mim, portanto, está dentro de mim. Cabe a mim, esforçar-me em ser cada vez melhor – criativo, competente e talentoso. 13 ÁGUIA OU GALINHA?
Um certo homem, enquanto caminhava por uma floresta, encontrou um filhote de águia, machucado e desprotegido. Levou-o para casa, colocou no seu galinheiro, onde ele cresceu e aprendeu a se alimentar como as galinhas e a se comportar como elas. Um dia, um biólogo que ia passando por ali, perguntou-lhe por que uma águia, a rainha de todos os pássaros, deveria ser condenada a viver no galinheiro como as galinhas. “— Depois que lhe dei comida de galinha e a eduquei para ser uma galinha, ela nunca aprendeu a voar — replicou o dono. — Comporta-se como uma galinha, portanto não é mais uma águia.” “— Mas — insistiu o biólogo — ela tem coração de águia e certamente poderá aprender a voar.” Depois de falar muito sobre o assunto, os dois homens concordaram em tentar mudar o comportamento da águia. Cuidadosamente, o cientista pegou a águia nos braços e disse: 138 “- Você pertence aos céus e não à terra. Bata bem as asas e voe!” A águia, entretanto, estava confusa; não sabia quem era e, vendo as galinhas comendo, pulou para ir juntar-se a elas. Inconformado, o biólogo levou a águia, no dia seguinte para uma alta montanha. Lá, segurou a rainha dos pássaros bem no alto e encorajou-a de novo, dizendo: Você é uma águia. Você pertence ao céu e à terra. Bata bem as asas, agora, e voe! A águia olhou em torno, olhou para o galinheiro e para o céu. Ainda não voou. Então o cientista levantou-a na direção do sol e a águia começou a tremer e, lentamente, abriu as asas.
Finalmente,
levantou
vôo
para
o
céu.
Pode ser que a águia ainda se lembre das galinhas, com saudades; pode ser que ainda, ocasionalmente, torne a visitar um galinheiro. Mas até onde foi possível saber, nunca mais voltou a viver como galinha. Ela era uma águia, embora tivesse sido mantida e domesticada como galinha.
Será que, sendo águias, muitas vezes não estamos vivendo entre galinhas e agindo como galinhas? *Viver é ter coragem, é assumir, é ser consciente, é ser alguém, ser ser apenas mais um. Precisamos, na vida, de alguém que nos leve a realizar o que podemos fazer, ou seja, a voar como águias. Nisso, também, reside a função de um amigo. O resto é o nosso querer, pois a ação de mudar é nossa. 139 14 A REBELIÃO CONTRA O ESTÔMAGO Variações desta história existem desde a antigüidade clássica. O Apóstolo Paulo emprega uma delas em em sua primeira epístola aos Coríntios 12:14-16. Uma vez um homem sonhou que suas mãos, pés, boca e cérebro começaram todos a se rebelar contra o estômago. “— Sua lesma imprestável! — as mãos disseram. — Nós trabalhamos o dia inteiro, serrando, martelando, levantando e carregando. De noite estamos cobertas de bolhas e arranhões, nossas juntas doem e ficamos cheias de sujeira. Enquanto isso, você só fica aí sentado, pegando a comida toda.” “— Nós concordamos! — gritaram os pés. Pense só como nos desgastamos, andando para lá e para cá o dia inteiro. E você só fica se entupindo, seu porco ganancioso, cada vez mais pesado para a gente carregar.” “— isso mesmo! — choramingou a boca. De onde você pensa que vem toda a comida que você tanto ama? Eu é que tenho que mastigar tudo e, logo que termino, você suga tudo aí para baixo, só para você. Você acha que isso é justo?” “— E eu? — gritou o cérebro. — Você acha que é fácil ficar aqui em cima, tendo que pensar de onde vai vir a sua próxima refeição? E ainda por cima, não ganho nada pelas minhas dores todas.” 140
Uma por uma, as partes do corpo aderiram às reclamações contra o estômago, que não disse coisa alguma. “— Tenho uma idéia! o cérebro finalmente anunciou. Vamos todos nos rebelar contra essa barriga preguiçosa e parar de trabalhar para ela.” “— Soberba idéia! — todos os outros membros e órgãos concordaram. — Vamos lhe ensinar como nós somos importantes, seu porco! Assim, tal vez você também acabe fazendo algum trabalho.” E todos pararam de trabalhar. As mãos se recusaram a levantar ou carregar coisas. Os pés se recusaram a andar. A boca prometeu não mastigar nem engolir nem um bocadinho. E o cérebro jurou que não teria mais nenhuma idéia brilhante. No começo, o estômago roncou um pouco, como sempre fazia quando estava com fome. Mas, depois, ficou quieto. Nesse ponto, para surpresa do homem que sonhava, ele descobriu que não conseguia andar. Não conseguia segurar nada mais nas mãos. Não conseguia nem abrir a boca. E, de repente, começou a se sentir bem doente. O sonho pareceu durar vários dias. A cada dia que passava, o homem se sentia cada vez pior. “— É melhor que essa rebelião não dure muito — ele pensou — senão vou morrer.” Enquanto isso, mãos, pés, boca e cérebro só ficavam à toa, cada vez mais fracos. No início se agitaram um pouquinho, para escarnecer do estômago de vez em quando; mas, pouco depois, não tinham mais energia nem para isso. Por fim,o homem ouviu uma vozinha fraca vinda da direção dos pés. “— Pode ser que estivéssemos enganados — eles diziam — talvez o estômago estivesse trabalhando o tempo todo, ao jeito dele.” “— Estava pensando a mesma coisa — murmurou o cérebro. — É verdade que ele fica pegando a comida toda, mas parece que ele manda a maior parte de volta para nós.” 141
“— Devemos admitir nosso erro — disse a boca — o estômago tem tanto trabalho afazer quanto as mãos, os pés, o cérebro e os dentes.” “— Então, vamos todos voltar ao trabalho!” — gritaram juntos. E, nisso, o homem acordou. Para seu alívio, descobriu que os pés estavam andando de novo. As mãos seguravam, a boca mastigava e o cérebro agora conseguia pensar com clareza. Começou a se sentir muito melhor. “— Bem, eis aí uma lição para mim... — ele pensou, enquanto enchia o estômago de café e pão com manteiga, de manhã. - ... Ou funcionamos todos juntos, ou nada funciona mesmo.” Por mais simples ou aparentemente incapaz que uma pessoa possa ser, ela é importante num grupo. Celebrar e aproveitar as diferenças de cada um é uma atitude sábia. As pessoas são diferentes, têm ritmos diferentes, pensam e agem diferentemente, mas são capazes. Basta estarem colocadas no lugar certo. 15 ALFACE OU MANGUEIRA? Numa pequena cidade do interior, morava uma senhora, viúva, mãe de um único filho, com a idade — aproximadamente — de dezessete anos e que trabalhava, junto com ela, numa pequena lavoura, que lhes proporcionava o sustento. Chegou o dia da sua conclusão (atingida de forma sacrificada) do segundo grau (atual “Ensino Médio”). Aproximou-se da mãe e lhe falou da necessidade de ir embora daquele lugar, pois deveria continuar os seus estudos. A mãe recebeu a notícia como uma bomba: como ficar sem aquele filho? Quem iria ajudá-la na lavoura? Se ele fosse embora, além de ter que contratar outra pessoa, ainda teria que custear as despesas do filho na cidade grande. Tudo isso foi terrível para aquela senhora. Em meio ao seu desespero, lembrou de um professor que morava, também, ali, e que havia sido o mestre de toda uma geração daquela cidade. Correu a procurá-lo, na esperança de conseguir uma maneira que evitasse o seu filho de ir embora.
Chegando até à casa do professor, este ouviu, pacientemente, o seu conflito. Ao terminar de ouvi-la, levantou-se e convidou-a a acompanhá-lo. Conduziu-a até os fundos de sua casa e ela viu, maravilhada, um grande sítio, ao longo de todo o terreno e, num canto, uma pequena horta. O professor dirigiu-se até à horta, aproximou-se de um canteiro de alface e arrancou um pé, dizendo-lhe: “— Está vendo este pé de alface? Tanto ele quanto estas mangueiras nasceram de uma semente, um dia plantada por alguém. A alface cresce e nos fornece apenas uma refeição, e só. A mangueira, também cresce, vai ficando frondosa, floresce e vêm as mangas, os frutos... e, ano após ano, cada vez mais, vai produzindo. Diante disso, gostaria de lhe fazer a seguinte pergunta: a senhora gostaria que o seu filho fosse alface ou mangueira? Retendo-o aqui, certamente ele irá se acomodar e ficar limitado, não passar do que ele já é hoje. Permitindo que ele se vá, a senhora terá, no flsturo, frutos, que agradecerá sempre a Deus pelo filho que Ele lhe deu.” 143 16 A MENINA E OS MONGES Dois monges, em peregrinação, iam passando por um no. Lá avistaram uma menina que necessitava atravessar aquele rio, porém a correnteza estava muito forte e ela ficou com medo. Um dos monges, vendo-a, pegou-a no braços, atravessou-a e depositou-a em solo seco do outro lado. E continuaram seu caminho. Porém, o outro monge, ao longo das duas horas seguintes, ficou a reclamar: “— Com certeza não é certo tocar uma mulher; é contra os mandamentos ter contato íntimo com mulheres... Como você pode ir contra as leis da nossa ordem?! Você pecou fortemente!...” O monge que carregara a menina, seguia junto como companheiro, em silêncio, mas, finalmente, observou:
“— Eu a deixei no rio há duas horas, por que você ainda a está car regando?” Irmgard
Schloegl
The Wisdom of The Zen Masters. 144 17 A CANECA DE CHÁ Era uma vez... um homem que se dizia muito inteligente. Considerado — por ele próprio — tão inteligente, ao ponto de não admitir que existisse alguém que fosse mais inteligente do que ele. Sobre qual assunto ou tema fosse, ele prontamente se dizia sabedor: era o melhorem ciências, matemática, astrologia, conhecia como ninguém os aspectos do comportamento humano, estava atualizado em todos os conceitos de informática, as pesquisas científicas lhe eram claras e as dominava todas, era fluente em diversos idiomas e conhecia profundamente as culturas e os povos mais variados. Enfim, ele era, realmente, muito bom. Em tudo. Com essa forma de ser, ao longo de sua vida, ele sempre se conduziu com arrogância e auto-suficiência. Duvidava e desafiava, portanto, que alguém pudesse ser melhor ou mais inteligente do que ele. Num certo dia, entre uma estória e outra da sua vida de tanta sabedoria, ele se deparou com um outro homem, que se aproximou e lhe falou, tranqüilamente: “— Você sabia que eu conheço um homem que é muito melhor do que você?” Imaginemos a reação dele — ficou grosso, irritado, começou a falar alto... “— Não é possível!!! Eu duvido que esse, ou qualquer outro cara, 145 possa conhecer alguma coisa a mais do que eu. Afinal, eu sou muito bom. Eu sou o melhor!” O outro homem, mais uma vez, lhe disse, calmamente: “— Pois bem, eu vou lhe dizer como chegar até ele e aí vocês se duelam e decidem, finalmente, quem é o melhor.” “— Então, diga logo, porque eu vou lá e mostro que ele não é de nada.” — retrucou.
Após colher todas as informações de como chegar até onde morava o “tal melhor do que ele”, o homem preparou-se todo, reciclou-se, fez revisão no seu carro e escolheu o dia da viagem. Era uma manhã de muito bonita, temperatura suave, quando ele pegou sua pouca bagagem, entrou no seu carro e dirigiu por várias horas. Lá por volta do meio-dia, estancou num local, às margens de um rio, onde teve que alugar um barco, para continuar sua viagem. Navegou pouco mais de uma hora, desembarcou, procurou um lugar que tivesse uma boa refeição e, após descansar um pouco, continuou seu trajeto. Desta vez, a cavalo. Cavalgou quase duas horas — subindo e descendo montanhas, planícies... tudo muito verde e bonito. Ao entardecer, ele chegou, finalmente, a um lugar bem descampado, poucas árvores, onde ele só ouvia o som do vento, o canto dos pássaros e barulho das águas de um riacho. Apeou do cavalo, por alguns momentos, inspirou profundamente aquele ar puro, lavou-se do cansaço nas águas límpidas do riacho, montou, de novo, no seu cavalo e se dirigiu para o local que, supostamente, poderia ser a moradia do tal homem. O vento soprava um pouco mais frio. Avistou, numa montanha um pouco à frente, um pequeno casebre, onde percebeu fumaça e deduziu, confiante: “— Deve ser ali.” Aos poucos, foi se aproximando e falando consigo: “Morar num lugar desses... tá certo que é muito bonito, tranqüilo.., mas, é longe de tudo, de todos — da tecnologia, das pessoas, da TV, dos shoppings, da praia, das festas, enfim, morar num lugar desses só sendo muito burro, alienado. Com esse pressuposto, foi chegando perto da casa e constatou que havia uma fogueira acesa, sobre o fogo uma chaleira bem preta pela fumaça, ao lado da fogueira um tronco de árvore, sobre o tronco uma 146 única caneca bem surrada e, perto do fogo, percebeu, também, pelas costas, um homem assentado no chão, aparentando uma idade já avançada, bem agasalhado e de chapéu. A poucos metros, ainda sobre o cavalo, foi falando: “- Ei, você! Eu vim aqui saber em quê você é melhor do que eu!” O homem, mesmo assentado, virou-se, lentamente, e lhe sugeriu: “-Você
não
gostaria
de
descer
do
seu
cavalo?”
Ele desceu e, arrogante, repetiu: “- Olhe aqui, eu não posso perder tempo. Me disseram que você é muito inteligente, sábio e eu vim pra saber onde ou em que você é mais inteligente do que eu.” Outra vez, com a mesma calma, o homem sugeriu: “-
Você
não
quer
sentar
”- Sentar... onde? Aqui não tem nenhuma cadeira!” – ironizou.
um
pouco?”
“ – Sente aqui, no chão, perto de mim” – respondeu o homem. Ele aceitou o convite, mas foi logo falando a razão de estar ali. Dissecou e dissertou sobre tudo o que supostamente sabia. Falou minutos a fio, sem parar, e o velho homem apenas ouvindo, ouvindo. Concluiu, finalmente, dizendo: “- Bem, agora que eu já lhe disse parte do que eu sei e sou, gostaria que você ousasse dizer algo que provasse ser melhor do que eu, porque, como já lhe afirmei, eu sou melhor do que você”. Mantendo a mesma tranqüilidade de antes, o velho, desta vez, lhe sugeriu: “- Você não gostaria de tomar um chá comigo?” “- Tomar em quê?! Só tô vendo esta caneca velha e surrada aqui”. – retrucou, apontando para a caneca sobre o tronco. “- Tomemos nesta mesmo” – respondeu. Assim, o velho lhe entregou a caneca, pegou a chaleira de chá, fervendo, e começou a derramar o chá na caneca. E foi derramando, derramando, 147 ( pág. 148 e 149 não foram xerocadas pela W.R.) Insatisfeito com a sacrificada rotina de ser vendedor, um dia sugeriu à esposa que gostaria de vender tudo o que tinham, comprar um pedaço de terra e começar a fazer algo diferente. Depois de muito insistir, ela terminou cedendo. E assim fizeram: venderam a casa, algumas outras posses e adquiriram uma área bem razoável de terra. Lá construíram uma outra casa, cavaram um poço e começaram a trabalhar na terra. Num belo dia, ele bateu com a enxada numas pedras estranhas e... pretensiosamente, lavou-as, colocou-as numa mochila e foi até à cidade vizinha, onde procurou um ourives. O ourives analisou cada uma das pedras e, finalmente, curioso, perguntou ao Deby: “— Onde o senhor conseguiu estas ped ras?” Ao que ele respondeu:
“— Olhe, moço... elas estavam no fundo de um baú lá em casa e me disseram que faziam parte de uma herança de minha avó... daí eu querer saber se elas têm algum valor” O ourives voltou a falar e disse: “— Pois é..., elas valem um bom dinheiro... isto é ouro!” O Deby ficou numa felicidade contida, mal esperando chegar em casa para contar à esposa a grande notícia. Chegando em casa, pegou-a pela mão e saiu, com a enxada na outra mão, e foram até o local onde ele havia achado as outras pedras. Cavou e achou mais. Cavou noutro... e noutro lugar, achou de novo. Ao que a esposa, sabiamente, disse: “— Se nós dermos com a língua nos dentes, vamos ficar ilhados. Vai ser uma corrida louca pra cá. Acho melhor a gente tentar convencer algumas pessoas da nossa família a fazer o que nós fizemos. Compraremos máquinas, conseguiremos licença para mineração, contrataremos quem for necessário e aí nós vamos ficar muito ricos!” E assim fizeram: em menos de três meses estavam de vento em popa, garimpando ouro, muito ouro. Mas, em pouco tempo, o ouro começou a ficar escasso e, naturalmente, o sonho milionário foi se desmoronando. E as cobranças ao Deby e 150 sua esposa eram constantes: “-Vocês disseram que nós íamos ficar ricos... e, agora, o que produzimos só está dando para cobrir despezas de manutenção e pagamento dos trabalhadores!” Depois de muitas críticas, Deby resolveu: “-Sabem de uma coisa: vamos vender tudo. Pelo menos, a gente recupera o capital empregado... Cada um retorna ao seu antigo trabalho, inclusive eu, que vou voltar pra minha vidinha de vendedor.” E assim foi feito: venderam as terras, meio imprestáveis, e cada um retornou às suas origens. Por volta de um mês depois, Deby estava andando por uma calçada, segurando a sua pastinha de vendedor, e ficou curioso ao ver uma manchete no jornal: “DESCOBERTO O MAIOR FILÃO DE OURO DO PLANETA!”
Como ele havia trabalhado com ouro até pouco tempo, nada mais natural a curiosidade. Aproximou-se e viu uma foto que lhe fez acelerar o coração: reconheceu uma das suas máquinas e o novo proprietário das terras. Embaixo da foto, uma legenda: “Se os antigos donos tivessem sido perseverantes, não tivessem desistido e, por outro lado, tivessem cavado um metro a mais, de onde eles pararam, teriam encontrado o que nós encontramos.” Naquele momento, ele tinha duas opções: dar um tiro na cabeça ou... levantar sacudir a poeira, dar a volta por cima e dizer com muita convicção: “a partir de hoje, em qualquer situação da minha vida, jamais deixarei de CAVAR UM METRO A MAIS!” Esta história veio à tona, anos depois, numa entrevista sua à Revista Fortune (EUA). A repórter, em meio à entrevista, indagou- lhe: “— Qual a razão do seu sucesso?” Ele lhe respondeu, mostrando uma pequena placa de ouro que estava numa prateleira da sua estante: “VOCÊ QUER TER SUCESSO NA VIDA? ENTÃO... CAVE UM METRO A MAIS!” 151 * Há pessoas que desistem fácil, estão sempre achando que as coisas são muito difíceis, que não vai dar certo. É preciso persistir, acreditar que você é capaz, que Deus está com você e que Ele nos dá as bênçãos por inteiro. Projetos, mudanças internas, idéias novas, troca de opiniões, retomada de ações que estavam no esquecimento... na hora de desistir, é bom refletir, buscar ajuda, parceria... é hora de CAVAR UM METRO A MAIS – na relação com o cônjuge, no diálogo com os filhosm no âmbito profissional, naquele projeto que está esquecido e inacabado, no relacionamento com os amigos, nos medos de prosseguir, na vontade
de
desistir...
na
relação
com
Deus!
152 S.O.S. SEIS O que dizer sobre isto? “Se você pensa que pode, ou se pensa que não pode, de qualquer modo você tem toda razão.” Henry Ford
Mudar... e crescer - “Vamos deixar como está, pra ver como é que fica...” - “Mudar, pra quê?!” - “Não se deve mexer em time que está ganhando!” (Será que está?) - “Daqui não saio, daqui ninguém me tira!” ESTAS são frases proferidas, quase que a todo momento, por pessoas que não se dão bem com MUDANÇAS. E o mundo está mudando, as coisas estão mudando. É o momento das maiores transformações da História. TUDO está acontecendo muito rapidamente. Não há mais espaço para pessoas “286”, “386” ou “486”... pessoas lentas. Estamos em tempos de “586”, aliás... “pentium” (por enquanto)! Este é, portanto, o MELHOR MOMENTO para se estar vivo. É tempo de MUDANÇA! Todos conhecemos uma música do Lulu Santos em parceria com Nelson Motta,, que diz: “Nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia... Tudo passa, tudo sempre passará. A vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito. Tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu a um segundo... Tudo muda o tempo todo, no mundo...” VIVER hoje é, pois, um desafio muito maior do que foi viver tempos atrás: nos é exigido, a cada instante, uma grande adaptação às mudanças. E as características marcantes desse momento são: 155 Comprometimento, dinamismo, iniciativa, eficácia, qualidade... excelência. ESTE é, portanto, um capítulo que julgamos importante e útil estar no nosso “S.O.S. Dinâmica de Grupo”. São exemplos, situações aparentemente irreversíveis, depoimentos de pessoas que não desistiram, reflexões e dicas para “fechamento” de reuniões (assim como as Estórias & Fábulas do Capítulo 5), encontros, eventos em geral.
156
1 FRASES & PREVISÕES QUE DERAM ERRADO - Após o primeiro teste cinematográfico de Fred Astaire, o memorando do diretor de testes da MGM, datado de 1933, dizia: “Não sabe representar! Ligeiramente calvo! Dança um pouco!” Astaire conservou este memorando pendurado sobre a lareira, em sua casa de Beverly HilLs. - Sócrates foi chamado de “corruptor imoral da juventude”. - Beethoven segurava o violino desajeitadamente e preferia tocar suas próprias composições, em vez de aperfeiçoar sua técnica. Seu professor julgava-o um compositor sem futuro. - Os pais do famoso cantor de ópera Enrico Caruso queriam que ele fosse engenheiro. Seu professor lhe disse que ele não tinha voz e não podia cantar. - Charles Darwin, pai da Teoria da Evolução, abandonou a carreira médica e ouviu, de seu pai: “Você não se importa com nada além além de cães, caçar ratos e atirar” Em sua autobiografia, Darwin escreveu: “Fui considerado, por todos os meus mestres e por meu pai, um garoto muito comum, bem abaixo do padrão intelectual normal”. - Walt Disney foi despedido pelo editor de um jornal por falta de idéias. Também faliu várias vezes, antes de conseguir construir a Disneylândia. - Os professores de Thomas Edison disseram que ele era burro demais para aprender alguma coisa. 157 - Albert Einstein não falou antes dos quatro anos de idade e não leu antes dos sete. Seu professor o descreveu como “mentalmente lento, insociável e eternamente mergulhado em seus sonhos imbecis”. Sua admissão na Escola Politécnica de Zurich foi recusada.
- Louis Pasteur foi apenas um aluno medíocre nos estudos de primeiro grau. Ficou em décimo quinto lugar entre os 22 alunos de química. - Henry Ford fracassou e faliu cinco vezes, antes de ser, finalmente, bem sucedido. - Dezoito editores recusaram a história de 10.000 palavras de Richard Bach sobre a gaivota sublime, Fernão Capelo Gaivota, até que a Macmillan finalmente a publicou em 1970. Em 1975, já havia mais de sete milhões de cópias vendidas, apenas nos Estados Unidos. - “O cinema será encarado por algum tempo como uma curiosidade científica, mas não tem futuro comercial.” Augusto Lumière, 1895, a respeito do seu próprio invento. - “Recuso-me a acreditar que um submarino faça outra coisa além de afundar no mar e asfixiar sua tripulação.” H. G. Wells, escritor Inglês, 1902. - “A televisão não dará certo. As pessoas t erão de ficar olhando sua tela, e a família americana média não tem tempo para isso.” The New YorkTimes, 18/04/1939, na apresentação do protótipo de um aparelho de TV. - “O avião é um invento interessante, mas não vejo nele qualquer utilidade militar.” Marechal Ferdinand Foch, titular de estratégia na Escola Superior de Guerra da França, 1911. - “Até julho sai de moda.” Revista Varlety, a propósito do Rock and Roll, março/1956. - “Quando a exposição de Paris encerrar ninguém mais ouvirá falar em luz elétr ica.” Erasmus Wilson, da Universidade de Oxford, 1879. - “O Raio-X é uma mistificação.” Lord Kelvin, físico e presidente da British Royal Society of Science, 1900. 158 - “É totalmente impossível que os nobres órgãos da fala humana sejam substituídos por um insensível e ignóbil metal.” Jean Bolland, da Academia Francesa de Ciências, a respeito do fonógrafo de Thomas Edison, 1878.
- “Eles não têm futuro... são mais um grupo barulhento.” Diretor de uma gravadora, ao ouvir uma fita para teste dos Beatles. 2 FRASES QUE AQUECEM O CORAÇÃO E DELICIAM A ALMA - “Esforça-te e tem bom ânimo. Não temas, nem te espantes... pois o Senhor teu Deus será contigo, por onde quer que andares.” (Josué 1:9) - “Jamais prive uma pessoa de esperança. Pode ser que ela só tenha i sso.” - “Um erro aqui outro lá... fazem parte da descoberta de novos caminhos. Mas, para perder, perder mesmo, você tem de ser perseverante nos erros.” - “Os campeões são guerreiros amorosos que conseguem, por meio da sua realização, criar riqueza para todos.” - “Ache tempo para ser amistoso... pois é a estrada que leva à felicidade.” - “Ache tempo para amar e ser amado... pois isto é privilégio das pessoas redimidas.” - “Há tempo para todo o propósito embaixo do céu e na terra.” (Eclesiastes 3:1) 156 - “Cria em mim, Deus, um coração puro e renova, dentro de mim, um espírito inabalável.” (Salmo 51:10) - “Se alguém está em Cristo é uma nova pessoa; as coisas antigas já passaram e, agora, tudo é novo.” (II Coríntios 5:17) - “Você já pensou??? Precisamos nos interessar pelo futuro... É lá que vamos passar o resto de nossas vidas.” - “O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as nossas necessidades...” (Filipenses 4:19) - “O degrau da escada não foi inventado para repouso, mas, apenas, para sustentar o pé, durante o tempo necessário para que o homem coloque o outro pé um pouco mais alto.”
- “A vida é como se fosse um espelho: devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos, crenças e entusiasmos.” - “Não há distância que não se desfaça, diante da persistência da caminhada.” - “O amor é a melhor música na partitura da vida. Sem ele, você será um eterno desafinado.” - “Não desperdices o presente, ele éo único ponto em que podes reparar o passado e construir o futuro.” - “Ache tem po para Deus... pois Ele é o único investimento que dura a vida inteira.” - “A maior parte das pessoas tende a identificar-se demais com suas ações. Portanto, você poderá mudar o seu comportamento, se tiver uma auto-imagem positiva.” - “Os melhores anos de minha vida ainda estão à minha frente.” - “O amor supera dificuldades, soluciona conflitos, dá força, cria cooperação, repara erros, produz confiança, encontra alegria, traz paz... une todos os seres.” - “O amor acolhe generosamente todos os sentimentos — empolgação, medo, alegria, tristeza, saudade...” - “Amar consiste em escolher com responsabilidade, palavras e atos que tragam o bem maior e a felicidade de todos os envolvidos.” - “Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tivesse amor seria como o bronze que soa ou como o címbalo que reti ne.” (I Coríntios 13:1) - “Ainda que eu ande por um vale, escuro como a própria morte, não temerei, pois Tu, ó Deus, estás comigo...” (Salmos 23:4) 160 - “Você tem a tinta e os pincéis. Pinte um quadro do paraíso e, depois, entre e viva nele.”
- “O sucesso não depende do dinheiro que se acumula, mas, sim da resposta que se puder dar a esta pergunta: o que eu fiz para deixar este mundo um pouco melhor... qual foi a minha contribuição?” - “Eu gostaria nunca fez nada... Eu experimentarei fez grandes coisas... Eu quero faz milagres.” - “Escolha um trabalho que goste e jamais trabalhará um dia, sequer, na sua vida.” - “Alguém está sempre fazendo o que o outro alguém disse que não podia ser feito.” - “Acreditamos, muitas vezes, que Deus não escuta as nossas perguntas. Ao contrário: nós é quem não ouvimos as Suas respostas.” - “Ninguém morre quando fica no coração de alguém.” Antes de subir ao céu, após Sua ressurreição, Jesus, junto ao Mar da Galiléia, disse aos Seus discípulos: “Não ficareis órfãos... Eu vos mandarei do céu o Espírito Santo consolador e sempre estarei convosco, até ofim do mundo.” (Atos 1:4 e Mateus 28:20). “Ser entusiasta... é ter Deus dentro de si.” 161 3 O PRESIDENTE QUE NÃO DESISTIU “O senso do de ver de continuar está presente em todos nós. A obrigação de lutar é obrigação
de
todos
nós.
Eu
senti
o
apelo
desta
obrigação.”
Abraham Lincoln Provavelmente o maior exemplo de persistência é o de Abraham Lincoln. Se você quiser aprender sobre alguém que não desistiu, não procure mais. Nascido na miséria, Lincoin defrontou-se com a denota, ao longo de toda a sua vida. Perdeu oito eleições, fracassou duas vezes nos negócios e teve um colapso nervoso. Poderia ter desistido muitas vezes, mas não desistiu e, por não ter desistido, tornouse um dos maiores presidentes na história dos Estados Unidos.
Lincoln era um vencedor e jamais se entregou. Aqui está um resumo do caminho percorrido por ele até à Casa Branca: 1816 — Sua família foi forçada a sair de sua casa. Ele teve que trabalhar para sustentá-la. 1818 — Sua mãe morreu. 1831-Fracassou nos negócios. 1832 — Concorreu a deputado estadual e perdeu. Perdeu também o emprego. Quis entrar na escola de Direito, mas não conseguiu ser admitido. 162 1833 — Tomou dinheiro emprestado a um amigo para começar um negócio e, um ano depois, estava falido. Passou os dezessete anos seguintes de sua vida pagando essa dívida. 1834 — Candidatou-se novamente a deputado estadual e ganhou. 1835 — Estava noivo, sua noiva morreu e ele ficou desolado. 1836 — Teve um colapso nervoso e ficou de cama durante seis meses. 1838 — Indicado para porta-voz da Câmara Estadual: foi derrotado. 1840 — Indicado para o Colégio Eleitoral: foi derrotado. 1843-Candidato ao Congresso: perdeu. 1846-Candidato ao Congresso novamente: desta vez ganhou. Foi a Washington e fez um bom trabalho. 1848 — Candidato à reeleição para o Congresso: derrotado. 1849 — Indicado para o Cartório de Registro de Imóveis em seu Estado: rejeitado. 1854 -Candidato ao Senado dos Estados Unidos: perdeu.
1856 — Solicita a indicação para Vice -Presidente na convenção nacional do seu partido: obteve menos de cem votos. 1858 — Candidato ao Senado dos Estados Unidos, novamente: perdeu. 1860 — Eleito presidente dos Estados Unidos. “O caminho foi difícil e escorregadio. Um de meus pés escorregou, empurrando o outro para fora da estrada, mas eu me levantei e disse a mim mesmo: “É apenas um deslize e não uma queda.” Abraham Lincoln disse isto, depois de perder uma candidatura ao Senado. 163 4 COMEÇARIA TUDO OUTRA VEZ... SE EU PUDESSE! Entrevistas com doentes terminais e idosos não revelam se as pessoas se arrependem das coisas que fizetam, mas a maioria fala sobre o que se arrependeu de não ter feito. Foi o caso de Nadine Stair, aos 85 anos, em seu leito de morte. 164 5 EU ME CONHEÇO? “Eu não sei quem sou: Tu, Senhor, é quem me conheces... Sabes quando me assento e quanto me levanto; sabes, antes de mim, quais os meus pensamentos. Conheces todos os meus caminhos, bem antes de eu percorrê-los. As palavras ainda não as pronunciei e Tu já sabes o, que irei dizer. Portanto, ó Deus... vem sondar o mais profundo do meu interior, esquadrinhar os sentimentos do meu coração... vê se há em mim alguma coisa ruim, algum caminho mau e dá-me a direção certa.” Paráfrase do Salmo 139, de Davi.
Ser pessoa é estar num processo dinâmico, experimentar mais da vida, encontrar e vivenciar novos sentimentos, sofrer, alegrar-se... estar diferente. Em outras palavras: se você
me conheceu ontem, não pense que eu sou a mesma pessoa, hoje. É certo que mudei. É certo que tenho coisas novas a lhe oferecer e você a mim. “Nada é mais importante do que conhecer a si mesmo. Depois que consegui saber o que queria e me livrar do que não queria, reconciliei-me comigo mesmo e aprendi a viver em paz em minha própria companhia.” Anwart Sadat “Existe alguém... que poderá fazê -lo imensamente feliz... Que tal conhecer esta pessoa mais intimamente? Para começar, olhe-se no espelho. Sorria... e diga olá!” Autor Desconhecido 165 6 DEZ DICAS PARA FAZER O CORAÇÃO PARAR I) CUIDE de seu trabalho, antes de mais nada. As necessidades pessoais são secundárias. II) VÁ ao escritório, também, aos sábados à tarde. III) SE não puder ir ao escritório à noite, leve para casa os assuntos pendentes. IV) NUNCA diga não, mas diga sempre sim a tudo que lhe pedirem. V) PROCURE fazer parte de todas as comissões ccnselhos, comitês, etc. e aceite todos os convites para reuniões, conferências e o que lhe aparecer. VI) NUNCA se permita um café da manhã ou uma refeição tranqüila; aliás, aproveite as horas das refeições para reuniões importantes, sempre acompanhadas de bebidas e cigarros. VII) PESCAR, nadar, jogar futebol, ler um bom livro, ir ao cinema, são formas de perder tempo e dinheiro. VIII) É PÉSSIMA política tirar as férias que lhe são devidas. Lembre-se de que você é um homem de aço bem temperado.
IX) NUNCA delegue aos outros parte de suas tarefas e responsabilldades você deve realizar tudo sozinho. X) Se você precisar viajar por razões de trabalho, trabalhe dia e noite, aproveitando a noite para locomover-se e durante a viagem preparar a sua entrevista da parte da manhã. Experimente... e poft! Você já era! (Desconhecido) 166 7 NÃO ANDEIS ANSIOSOS Por isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário? Olhai para as aves do céu; não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros, e contudo, o vosso Pai Celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? Qual de vos poderá, com as suas preocupações, acrescentar uma única hora ao curso da sua vida? Quanto ao vestuário, por que andais ansiosos? Observai como crescem os lírios do corpo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, porém, vos digo que, nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vestirá muito mais a vós, homens de pequena fé? Portanto, não andeis ansiosos, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? Pois os gentios procuram todas estas coisas. De certo, vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas elas. Mas, buscai primeiro o Seu reino e a Sua justiça, e todas as coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não andeis ansiosos pelo dia de
167 amanhã, pois o amanhã se preocupará consigo mesmo... Basta a cada dia o seu próprio mal. Trecho dc.. “Sermão da Montanha”, Jesus Cristo — Mateus 6:25-34. 8 O BEBÊ ENJEITADO Será que é assim na sua empresa? Vamos ver. Um bebê foi colocado à porta de uma grande empresa. Alguém o encontrou e levou-o até à Direção. Foi nomeada uma comissão para apurar se o “achado” era de responsabilidade de alguém da casa. De: Diretoria Para: Comissdo Investigadora Acusamos o recebimento de uma criança recém-nascida, de origem absolutamente desconhecida. Exigimos, portanto, uma investigação para esclarecer: a) Se o achado é um produto da casa. b) Se algum funcionário da casa está envolvido. De: Comissão Investigadora Para: Diretoria Após quatro semanas de buscas incessantes, concluímos que o BEBÊ enjeitado não pode ser “produto da casa”. Motivos: 1. Em nossa empresa nunca foi feito nada com prazer, nem amor. 2. Aqui nunca foi feito nada que tenha pé, nem cabeça. 168 3. Em nossa empresa, jamais duas pessoas colaboraram tão intimamente entre si. 4. Aqui jamais aconteceu de uma coisa ficar pronta num período de nove meses. 5. Aqui, ninguém pensaria em oferecer o que quer que fosse aos membros da Diretoria.
9 PERMITA-NOS UM MINUTINHO DO SEU TEMPO até porque... “Há tempo para todo o propósito, embaixo dos céus e na terra.” Imagine que você tenha uma conta corrente e, a cada manhã, você acorde com um saldo de R$ 86.400,00. Só que não é permitido transferir o saldo para o dia seguinte. Todas as noites o seu saldo é zerado, mesmo que você não tenha conseguido gastá-lo durante o dia. O que você faz? Você irá gastar cada centavo, é claro! Todos nós somos clientes deste banco que estamos falando: o banco do Tempo! No começo de cada dia, cada pessoa recebe um crédito de 86.400 segundos. Todas as noites o saldo é debitado, como perda. Lembre-se: todo dia é tudo novo, de novo. Pela manhã, a sua conta começa de novo, com 169 crédito... À noite, as sobras do dia se evaporam. Não há volta. Você precisa gastar vivendo no presente o seu depósito diário. Invista, então, no que for melhor: na saúde, felicidade, sucesso, no amor, no aconchego de casa, no projeto que você está amando. Você escolhe. O relógio está correndo... O tempo está no seu curso normal. E o pêndulo do relógio (TEMPO) não “vai-e-volta”; ele “vai-e-vai”. Portanto, faça o melhor para o seu dia-a-dia. VEJA SÓ, AINDA... PARA VOCÊ PERCEBER O VALOR DE UM ANO, - pergunte a um estudante que repetiu de ano. PARA VOCÊ PERCEBER O VALOR DE UM MÊS, - pergunte para uma mãe que teve o seu bebê prematuramente. PARA VOCÊ PERCEBER O VALOR DE UMA SEMANA, - pergunte a um editor de um Jornal semanal.
PARA VOCÊ PERCEBER O VALOR DE UMA HORA, - pergunte aos amantes que estão esperando para se encontrar. PARA VOCÊ PERCEBER O VALOR DE UM MINUTO, - pergunte a uma pessoa que perdeu um trem. PARA VOCÊ PERCEBER O VALOR DE UM SEGUNDO, - pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente. PARA VOCÊ PERCEBER O VALOR DE UM MILISSEGUNDO, - pergunte a alguém que venceu a medalha de prata em uma Olimpíada. 170 Portanto, valorize cada momento que você tem! E valorize mais, quando você dividir com alguém especial, especial o suficiente para gastar o seu tempo junto com você. Lembre-se: O TEMPO NÃO ESPERA POR NINGUÉM. Ontem é história. O amanhã é um mistério. O hoje é uma dádiva. Por isso, é chamado PRESENTE!!! 171 10 PÁSCOA É... RENOVAÇÃO, LIBERTAÇÃO, COMUNHÃO, VIDA! Antes de subir ao céu, tendo sido visto por várias pessoas, Jesus apareceu aos Seus discípulos, perto do Mar da Galiléia, e lhes disse: “Todo o poder foi dado a mim, tanto na terra como no céu. Portanto, vão e façam discípulos em todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo... Ensinem-lhes tudo o que lhes ensinei e tenham a
certeza de que Eu sempre estarei com vocês, até o final dos séculos.” (Paráf rase de Mateus, Capítulo 28, Versículos 19 e 20) Todos
conhecemos
ou
temos
ouvido
falar
sobre
tantas
PESSOAS
EXTRAORDINÁRIAS que fizeram e são, hoje, parte da História. Pessoas que foram aclamadas ou odiadas pelo povo, pessoas simples, cultas, religiosas, políticas, artistas, pessoas que foram celebridades e até endeusadas por tantas milhares de outras pessoas. Todas já mortas... Abraão, Moisés, Davi, Salomão, ,Maria, Paulo de Tarso, Maomé, Buda, Gandhi, Padre Cícero, Antonio Conselheiro, Hitler, Elvis Presley, John Lennon, Elis Regina, Ayrton Senna, Princesa Diana... e tantos outros. 172 Certamente, em seus túmulos, ou onde eles desapareceram, existe alguma inscrição, do tipo: “Aqui jaz fulano!” ou “Descansa em paz fulano!” No túmulo de Jesus... “NÃO ESTÁ ESCRITO AQUI, PORQUE RESSUSCITOU!” * A ORAÇÃO DE JESUS Portanto, vós orareis assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Teu nome, venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. Não nos deixeis cair em tentação, mas livra-nos do mal... Porque Teu é o reino, o poder, e a glória, para sempre. Amém. Trecho do “Sermão da Montanha”/Jesus Cristo. Mateus 6:9-13 173