CARA DA FOTO - CURSO DE FOTOGRAFIA E PÓS-PROCESSAMENTO NA PRÁTICA
Rodrigo Polesso & Ricardo Polesso
[ ÍNDICE ] INTRODUÇÃO ................................. .................................................................... ................................................................... ................................ 7 OS 5 PASSOS PARA PARA FOTOGRAFIAS SENSACIONAIS ............................... ........................................ ......... 13 PASSO 1 .............................. ................................................................ .................................................................... ...................................... .... 14 PASSO 2 .............................. ................................................................ .................................................................... ...................................... .... 16 PASSO 3 .............................. ................................................................ .................................................................... ...................................... .... 17 PASSO 4 .............................. ................................................................ .................................................................... ...................................... .... 18 PASSO 5 .............................. ................................................................ .................................................................... ...................................... .... 19 EQUIPAMENTO EQUIP AMENTO FOTOGRÁFICO FOTOGRÁFICO .................................. .................................................................... ...................................... .... 21 CÂMERAS................................. .................................................................... ................................................................... ................................ 22 LENTES ................................ .................................................................. .................................................................... ...................................... .... 26 DISPARADOR DISP ARADOR REMOTO .................................. .................................................................... ............................................ .......... 35 FILTROS FIL TROS ............................... ................................................................. .................................................................... ...................................... .... 36 TRIPÉS ................................. ................................................................... .................................................................... ...................................... .... 40 MOCHILAS ............................... .................................................................. ................................................................... ................................ 42 INTRODUÇÃO AOS 3 PILARES PILARES DA FOTOGRAFIA .............................. ............................................. ............... 44 OS MODOS DA DA CÂMERA.................................. .................................................................... ................................................. ............... 48 PARADA I – JARDIM BOTÂNICO BOTÂNICO.................................. .................................................................... ...................................... .... 52 OS 3 PILARES DA FOTOGRAFIA: ABERTURA ABERTURA DO DIAFRAGMA ....................... 53 PARADA I – JARDIM BOTÂNICO BOTÂNICO (CONTINUAÇÃO) ................................. .......................................... ......... 61 PASSO 1 - ENXERGAR ............................... ................................................................. ................................................. ............... 61 COMPOSIÇÃO................................. .................................................................... ................................................................... ................................ 64
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CRIATIVIDADE CRIA TIVIDADE................................ .................................................................. ............................................................. ........................... 65 TÉCNICA: LINHAS GUIAS ............................... ................................................................. ............................................ .......... 66 TÉCNICA: SIMETRIA................................... ..................................................................... ................................................. ............... 68 TÉCNICA: REGRA DOS TERÇOS VS. GOLDEN GOLDEN RATIO RATIO ................................ 70 O PROCESSO PROCESSO DE SE COMPOR ............................. ............................................................... ...................................... .... 72 ANÁLISE DE COMPOSIÇÃO ................................. ................................................................... ...................................... .... 86 PARADA I – JARDIM BOTÂNICO BOTÂNICO (CONTINUAÇÃO) ................................. .......................................... ......... 92 PASSO 2 – COMPOR (RODRIGO) (RODRIGO) ................................ ................................................................ ................................ 92 PASSO 3 – CONFIGURAR (RODRIGO) ............................. ........................................................ ........................... 96 PASSO 4 – CAPTURAR CAPTURAR (RODRIGO) (RODRIGO) .................................. ............................................................. ........................... 101 PASSO 2 – COMPOR (RICARDO)................................. (RICARDO)................................................................. ................................ 105 PASSO 3 – CONFIGURAR CONFIGURAR (RICARDO) .............................. ......................................................... ........................... 106 PASSO 4 – CAPTURAR (RICARDO).............................. .............................................................. ................................ 109 TAREF AREFA A ................................ .................................................................. .................................................................... ...................................... .... 113 PARADA II – PRAÇA DO JAP JAPÃO ÃO .................................. .................................................................... ...................................... .... 114 OS 3 PILARES DA FOTOGRAFIA: FOTOGRAFIA: VELOCIDADE VELOCIDADE DO OBTURADOR OBTURADOR .................. 115 PARADA II – PRAÇA DO JAPÃO (CONTINUAÇÃO) (CONTINUAÇÃO) .................................. ........................................... ......... 131 PASSO 1 – ENXERGAR (RICARDO) (RICARDO) .................................. ............................................................. ........................... 131 PASSO 2 – COMPOR (RICARDO)................................. (RICARDO)................................................................. ................................ 133 PASSO 3 – CONFIGURAR CONFIGURAR (RICARDO) .............................. ......................................................... ........................... 135 PASSO 4 – CAPTURAR (RICARDO).............................. .............................................................. ................................ 137 PASSO 1 – ENXERGAR (RODRIGO) (RODRIGO) ................................. ............................................................ ........................... 143 PASSO 2 – COMPOR (RODRIGO) (RODRIGO) ................................ ................................................................ ................................ 143 PASSO 3 E 4 – CONFIGURAR E CAPTURAR (RODRIGO) ............................ 145 TAREF AREFA A ................................ .................................................................. .................................................................... ...................................... .... 158 PARADA III – PARQUE BARIGUI............................. ............................................................... ............................................ .......... 159 OS 3 PILARES DA FOTOGRAFIA: SENSIBILIDADE SENSIBILIDADE DO ISO ............................... 160
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PARADA III – PARQUE PARQUE BARIGUI (CONTINUAÇÃO) (CONTINUAÇÃO) .................................. ........................................... ......... 167 PASSO 1 – ENXERGAR (RODRIGO) (RODRIGO) ................................. ............................................................ ........................... 168 PASSO 2 – COMPOR (RODRIGO) (RODRIGO) ................................ ................................................................ ................................ 169 PASSO 3 – CONFIGURAR (RODRIGO) ............................. ........................................................ ........................... 171 PASSO 4 – CAPTURAR CAPTURAR (RODRIGO) (RODRIGO) .................................. ............................................................. ........................... 174 PASSO 1 – ENXERGAR (RICARDO) (RICARDO) .................................. ............................................................. ........................... 176 PASSO 2 – COMPOR (RICARDO)................................. (RICARDO)................................................................. ................................ 177 PASSO 3 – CONFIGURAR CONFIGURAR (RICARDO) .............................. ......................................................... ........................... 179 PASSO 4 – CAPTURAR (RICARDO).............................. .............................................................. ................................ 180 TAREF AREFA A ................................ .................................................................. .................................................................... ...................................... .... 181 INTRODUÇÃO AO PÓS-PROCESSAMENTO PÓS-PROCESSAMENTO ................................. ...................................................... ..................... 182 PÓS-PROCESSAMENTO PÓS-PROCESSAMEN TO NA PRÁ PRÁTICA TICA ............................... ............................................................... ................................ 193 FOTO 1 – JARDIM BOTÂNICO BOTÂNICO (RODRIGO).................................. ................................................. ............... 195 CORREÇÃO DE ABERRAÇÕES DE LENTE ............. ........................... ............................. .......................... ........... 195 CONTRASTE TURBO......................... ........................................ ............................. ............................ ............................. ................... .... 196 REALÇE DE CONTORNOS ............. ........................... ............................. ............................. ............................ ..................... ....... 198 FILTRO GRADUADO ....................................................................................... 199 AJUSTE INDIVIDUALIZADO EM CORES.............. ............................. ............................. ............................ .............. 201 NITIDEZ E REMOÇÃO DE RUÍDOS (NOISE) ............. ............................ ............................. ....................... ......... 201 REMOÇÃO DE OBJETOS E PESSOAS ................................. ................................................ .......................... ........... 202
FOTO 2 – JARDIM BOT BOTÂNICO ÂNICO (RICARDO) .................................. ................................................. ............... 205 VIBRAÇÃO DAS CORES CORES ............. ........................... ............................. ............................. ............................. .......................... ........... 206 RECORTE E ENDIREIT ENDIREITAMENTO AMENTO .................................... .................................................. ............................. ................... .... 207 FILTRO FIL TRO RADIAL.................................. ................................................. ............................. ............................ ............................. ................... .... 208 PRESETS ............. ........................... ............................. ............................. ............................. ............................. ............................ ..................... ....... 209
FOTO 3 – PRAÇA DO JAP JAPÃO ÃO (RICARDO) .............................. ................................................... ..................... 212 PINCEL DE AJUSTE .................. ................................ ............................ ............................. ............................. ............................ .............. 214
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FOTO 4 – PRAÇA DO JAPÃO (RODRIGO) .................................................. 218 CONVERTENDO PARA PRETO & BRANCO ................................................... 220 TONALIZAÇÃO DIVIDIDA & SÉPIA................................................................. 221
FOTO 5 – PARQUE BARIGUI (RODRIGO)................................................... 224 FOTO 6 – PARQUE BARIGUI (RICARDO) ................................................... 229 CONCLUSÃO E PRÓXIMOS PASSOS ................................................................. 235 BÔNUS: COMPARATIVO PRÁTICO DE LENTES ................................................. 237 AUTOFOCO E ESTABILIZADOR DE IMAGEM ............................................. 238 ABERTURA DO DIAFRAGMA ...................................................................... 239 DISTÂNCIA FOCAL ...................................................................................... 241 EXEMPLO: LENTE 18-55MM....................................................................... 242 EXEMPLO: LENTE 18-135MM..................................................................... 243 EXEMPLO: LENTE 10-20MM....................................................................... 246 EXEMPLO: LENTE 50MM............................................................................ 249 COMPARATIVO PRÁTICO............................................................................ 251 RECOMENDAÇÃO DO CARA DA FOTO ..................................................... 253 VANTAGENS DO RAW SOBRE O JPG................................................................ 255 COMPARATIVO PRÁTICO............................................................................ 257
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[ INTRODUÇÃO ] Opa! Seja muito bem-vindo(a) e parabéns por estar dentro do Curso de Introdução à Fotograa e Pós-processamento na Prática do Cara da Foto. Nós somos Rodrigo e Ricardo Polesso, irmãos e fundadores do www.CaraDaFoto.com.br, que acabou se tornando o maior site de fotograa, viagem e paisagem em língua portuguesa no mundo todo. Também somos autores de outros cursos bestsellers de fotograa, dentre eles o famoso Curso Master de Fotograa e Pós-processamento. Nós dois compartilhamos de uma grande paixão por liberdade, viagens, paisagens e fotograa. Acreditamos que viagem e fotograa têm tudo a ver. Hoje em dia, todo mundo viaja e fotografa, então poder capturar todos esses momentos especiais de uma forma que você realmente goste para poder revisitar aquelas cenas através da sua fotograa é, além de muito legal, praticamente uma necessidade. Nós fomos motivados a criar este curso principalmente pelo fato de muitos materiais relacionados a fotograa, internet afora, utilizarem um ensino tradicional, mais quadrado, que talvez te leve para um caminho que você não goste. Portanto, neste curso, nós zemos tudo numa levada mais prática, nos apegando ao que realmente faz diferença na prática. Assim, você pode começar sua jornada na fotograa já seguindo o caminho mais curto e certeiro para fotograas sensacionais e memoráveis, sem ler manuais chatos e independentemente de qual for o seu equipamento fotográco. Logo no começo do curso você perceberá que nossa didática é bem diferente do que você vê por aí. Sinceramente, nós dois aprendemos fotograa de maneira praticamente autodidata, mas também seguindo e aprendendo com os melhores fotógrafos do mundo. Durante nossos primeiros passos nessa jornada, nos deparamos com uma carga teórica muito grande e sentimos falta da prática. Tudo parecia difícil, demorado e complexo demais. Acreditamos que a fotograa é, acima de tudo, uma arte. Uma arte sensacional demais para ser chata e complexa. Ela precisa ser descontraída e divertida. Pensando nisso, decidimos criar este curso de introdução da maneira que nós mesmos gostaríamos de ter aprendido, ou seja, de uma forma descontraída, informal e tranquila. Queremos mostrar o que realmente faz diferença nesse mundo da fotograa, para que você não perca tempo somente com teorias, mas passe a dominar a importantíssima prática.
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Nós costumamos dizer que fotograa é vida...
Que fotograa é uma âncora da memória...
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Que a fotograa é uma verdadeira máquina do tempo…
Que a fotograa eterniza momentos e possibilita que você reviva a mesma experiência sempre que quiser...
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E que talvez o melhor da fotograa, é poder compartilhar isso tudo com as pessoas que você mais gosta...
Você pode marcar todo o trajeto de sua história com fotograas carregadas de emoção, além de gerar reações únicas nas outras pessoas através dessas fotos...
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E como fotograa é arte, não existe certo ou errado. Você tem total liberdade artística para fazer o que quiser.
É por isso que dizemos que uma vida fotografada pode ser revivida.
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Nesse Curso de Introdução à Fotograa e Pós-processamento Na Prática, queremos que tudo seja uma experiência. O que isso quer dizer, é que você já vai começar a ver tudo na prática desde o começo. Nós iremos juntos para o campo, passando individualmente por cada um dos 5 Passos Para Uma Foto Sensacional do Cara da Foto. Ou seja, não vamos somente falar sobre as técnicas e teorias, mas iremos mostrar tudo de maneira simples e prática em situações reais e diferentes. Estruturamos este curso de forma que você se imagine do nosso lado, por um dia inteiro, fotografando conosco. Então, começaremos em casa nos preparando para sair e depois vamos para o campo, passando por três ambientes diferentes, explorando aspectos variados da fotograa em cada um deles. Queremos que você também faça arte com sua câmera! Aqui você vai aprender também a dizer “não” para sua câmera. Chega de seguir a orientação dela nos modos automáticos. Agora você vai parar de ser um passageiro e passará a ser o condutor. Você vai comandar sua câmera por completo, congurando da maneira que você quer, obtendo resultados impressionantes toda vez, sem contar apenas com a sorte. Todas as questões técnicas por trás disso serão desmisticadas e simplicadas ao longo dos capítulos. A nossa expectativa é que você já comece a tirar fotos verdadeiramente incríveis assim que nalizar o curso. Estamos muito animados para começar essa mini jornada contigo! Mas antes de iniciar a primeira aula do curso, tem uma coisa muito importante para ser feita. Entre no site www.CaraDaFoto.com.br e coloque seu e-mail no primeiro campo que aparece. Assim, poderemos manter contato com você para te mandar um montão de dicas que preparamos especialmente para quem nos acompanha. Com isso, estamos prontos para começar essa experiência. Vamos lá?
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OS 5 PASSOS PARA FOTOGRAFIAS SENSACIONAIS
Bem-vindo(a) à primeira parte de sua jornada! Passaremos esse dia fotográco inteiro juntos, para te mostrar tudo na prática, sem esconder o jogo. Agora, antes de sairmos para a rua, queremos que desde já você se familiarize com os famoso 5 Passos Para Fotos Sensacionais: enxergar, compor, congurar, capturar e processar.
É claro que passaremos por cada um desses passos novamente enquanto estivermos em campo. Mas antes disso, vamos falar um pouco sobre cada um deles.
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PASSO 1
O primeiro passo é enxergar . Mas o que isso quer dizer? Todo fotógrafo consegue enxergar uma cena à sua frente, não é? Correto. Portanto, o que queremos dizer com esse passo número um, é que você deve usar o seu olhar fotográco. Queremos que você chegue no local da foto e perceba a cena como um todo, sem se esquecer dos detalhes. Logo, podemos perceber que o processo de tirar uma foto sensacional começa antes mesmo de você encostar na câmera. Quando você começar a desenvolver esse olhar fotográco, a arte realmente começará a acontecer. No Cara da Foto nós costumamos brincar dizendo que um dos superpoderes do fotógrafo é enxergar numa cena “normal” coisas que a maioria das pessoas não enxergam – isso é ter um olhar fotográco. Ele vai car melhor com a prática da arte da fotograa, já que você vai saber exatamente o que quer capturar com sua foto antes mesmo de tocar no equipamento. Quando você começar a evoluir, passará a tirar o que chamamos de “fotos mentais” através de seu olhar fotográco. A partir do momento que isso acontecer, você verá o mundo ao seu redor de maneira diferente. Tudo vai virar foto para você. O olhar fotográco é essa espécie de “consciência” dentro de você. Agora, os turistas tradicionais geralmente tiram fotos de tudo, não é? Muita gente que gosta de fotograa viaja com o olho CaraDaFoto.com.br
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atrás da câmera e se esquece de simplesmente aproveitar o lugar. Já o fotógrafo, gosta de dar um passo para trás e simplesmente olhar a cena. Essa é a única maneira de você de fato entender o que quer capturar com uma foto. Isso permite que você seja grato pelo simples fato de estar ali, presente. Permite também que sua mente perceba o que é especial em uma cena. Seu olho se tornará sua melhor câmera e você passará a viver de uma outra forma. Ou seja, você enxergará sua vida com outros olhos. Sem dar esse passo para trás e analisar a cena com esse olhar artístico, você não vai conseguir capturar uma foto que faça sentido e impressione.
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PASSO 2
O passo 2 desse framework de 5 passos é compor . Veremos ao longo do curso que a composição é onde a arte da fotograa realmente acontece. Acreditamos que o que mais diferencia um fotógrafo do outro é como ele captura determinada cena, através da composição. Se durante o passo 1 você decidiu o que gostaria de capturar em uma cena, agora no passo 2 você precisa compor a foto considerando isso. O que signica que você tem que colocar todos os elementos escolhidos no passo 1, em um espaço limitado – que é a foto. E é nesse passo que aplicaremos a arte (e a ciência) da composição para chegar em resultados melhores. Imagine que você está pintando um quadro. Você precisa encaixar na tela todos os elementos que você enxerga (ou imagina) de uma maneira que agrade seus olhos – e como falamos, existem regrinhas, técnicas e uma ciência por trás disso, que veremos mais a frente.
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PASSO 3
O passo 3 é a conguração. Os passos 1 e 2 são possíveis de serem feitos sem câmera, porém agora você precisa dela na sua mão. Você já enxergou a cena, compôs sua fotograa e agora precisa congurar sua câmera para capturar isso da melhor forma possível (usando os três pilares da fotograa, que veremos mais para frente, na prática). O nosso intuito com esse passo é que você não deixe mais a câmera no controle (modos automáticos). Anal, depois de usar sua energia para enxergar uma bela foto e decidir a sua composição, não deveria caber à câmera escolher como capturar aquele momento. Então, você usará esses três pilares da fotograa para chegar ao resultado que quiser. A técnica fala muito alto durante o passo 3. Ela começará a ser aplicada aqui, e no nal do curso você já estará ninja em tudo isso.
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PASSO 4
E é somente no passo 4 que você vai capturar a fotograa de fato. Esse passo não se limita a simplesmente apertar o botão da máquina. Usando sua visão, composição, os três pilares e acessórios, as possibilidades são innitas. Portanto, nesse passo você vai afunilar suas opções – talvez usando um ltro, um tripé ou até mesmo um disparador remoto. Esse passo vai permitir que você atinja vários resultados – todos eles únicos – usando a mesma cena. Se a sua exposição da foto já está correta, mas você quer tirar uma foto contra o sol (por exemplo), ou criar um efeito de véu de noiva em uma cachoeira, talvez você precise usar uma técnica avançada na câmera para poder capturar essa cena. Todas essas técnicas que vão além dos três pilares da fotograa estarão presentes no passo 4.
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PASSO 5
Continuando a nossa jornada pelos 5 passos, chegamos ao último. A outra metade do trabalho de um bom fotógrafo é o pós-processamento da foto. O passo 5 é justamente processar a foto para que ela não que somente pela metade. Você vai perder muito se pegar as fotos diretamente do cartão de memória e publicar sem nenhuma forma de processamento. Se você zer isso, perde a oportunidade de colocar sua pitada artística e realmente valorizar a cena fotografada. Infelizmente, as câmeras ainda não são tão ecazes quanto nossos olhos. Uma foto jamais sairá da sua câmera perfeitamente exposta, com a dinâmica de luz como deveria ser ou com as cores tão vivas quanto seus olhos viram. É nesse passo 5 que você vai corrigir e ajustar tudo para que os dois quem o mais parecidos possível, ou ainda criar versões totalmente artísticas. O pós-processamento é quando você põe sua câmera de lado novamente. A intenção aqui é deixar as fotos já capturadas mais próximas da sua idéia original lá no passo 1. Talvez você queira deixar a foto em preto e branco, em sépia, ou ainda deixar as cores mais vivas e fortes. O que está no cartão de memória é apenas a melhor tentativa da sua câmera de capturar o que você enxergou, e isso pode deixar muito a desejar. Apesar deste ser o último passo, não se engane! Ele é tão importante quanto os outros quatro passos anteriores, então se não houver atuação sua aqui também, tudo desmorona. CaraDaFoto.com.br
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Por isso, vamos mostrar como o pós-processamento na prática, com alguns poucos minutos usando técnicas corretas, pode inuenciar e muito como as pessoas reagirão às suas fotos. Veja, acreditamos que 100% das fotos que você captura devem ser processadas. Seria um desserviço não fazer isso. No entanto, reconhecemos que esse assunto é quase um tabu. Porém, na nossa opinião, uma foto não processada é uma foto aquém do que ela pode ser. E é por isso que aqui no curso você vai sentar e botar a mão na massa seguindo algumas das principais técnicas que usamos para pós-processar. E a notícia boa, é que você vai adorar essa parte!
Bem, esses 5 passos que acabamos de pincelar sobre resumem todo o processo para se tirar uma foto sensacional. Novamente, que tranquilo(a)! Mostraremos cada um deles na prática e em situações reais, então tudo cará perfeitamente claro. Agora sim, podemos começar a falar um pouco sobre equipamento fotográco e o que levaremos conosco no dia de hoje. Nos vemos no próximo capítulo!
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EQUIPAMENTO FOTOGRÁFICO
Não temos como sair de casa sem nosso equipamento, não é? E como esse é um curso de introdução, queremos falar um pouco sobre equipamento fotográco no geral para claricar algumas das dúvidas mais comuns e cruéis sobre esse assunto (que pode ser muito mais complexo do que precisaria ser, de fato). Aqui passaremos também por todo o equipamento que usaremos durante o nosso dia de prática. lembrando que mais adiante no curso você verá tudo em ação, na prática e em campo, mas antes de sairmos de casa, vamos car na mesma página entendendo os pontos principais de cada item que levaremos hoje.
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CÂMERAS Qual é o principal equipamento necessário para um fotógrafo? A câmera, obviamente! Na verdade, você não precisa de mais nada além de sua câmera para fazer belas fotograas. Os demais equipamentos que veremos se tornarão necessários quando você começar a evoluir. Algumas das perguntas mais comuns que recebemos são: “qual é a melhor câmera: a X ou a Y?”; “será que essa câmera aqui é boa?”; “será que vou conseguir tirar fotos boas com essa outra câmera?”. Veja, a nossa opinião sobre esse assunto é um tanto quanto direta e simples: innitamente mais importante que a câmera, é a competência de quem a usa. Logo, de nada adianta você ter a melhor câmera do mundo se não a usa corretamente, ou não domina os três pilares da fotograa. Uma forma interessante de se encarar toda essa questão, é ao invés de focar no valor e no modelo, entender primeiro como ela funciona, e se terá plenas condições de fazer o que deseja. Isso sim é muito mais importante! Agora, uma recomendação nossa é que, independentemente da marca e modelo, a sua câmera permita que você ajuste manualmente os três pilares da fotograa: o obturador, o ISO e a abertura do diafragma. Com isso em mente, talvez a melhor opção nesse caso sejam as câmeras DSLR (Digital Single-Lens Reex). “DSLR” é um nome complicado para descrever as câmeras que permitem que você troque as lentes conforme a necessidade.
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Nossas câmeras são DSLRs da marca Canon, modelos 60D e 700D. Elas são câmeras de entrada, não são super avançadas nem caríssimas. Isso é uma questão de preferência, nada mais. Existem várias marcas e modelos que possuem especicações semelhantes e que poderiam atender nossas necessidades.
Mas não se preocupe muito com marcas. O importante é você poder manipular os pilares da fotograa através dela. Todas as câmeras do tipo DSLR com certeza possibilitam que você faça isso. Inclusive, esse controle dos pilares é tão fundamental que até mesmo várias câmeras de bolso estão começando a permitir. Mas, lembrando, a nossa recomendação é que se você realmente quiser elevar a sua fotograa para outro nível através do total controle sobre as suas fotos, escolha alguma DSLR (ou alguma mirrorless - nova geração, menores, mais leves e sem espelho) conforme sua preferência e orçamento.
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Sobre a troca ou upgrade, costumamos recomendar que antes de qualquer coisa, tenha certeza de que já está aproveitando ao máximo a sua câmera atual, e caso um dia perceba alguma limitação em algum aspecto, aí sim você pode comprar uma melhor, com funcionalidades extras ou mais avançadas. Dessa forma você age pela necessidade, e não por ilusão. Lembre-se que equipamento caro, não é garantia de fotos melhores. A sua competência, por outro lado, sim, resulta em fotos melhores. Ainda nessa questão, note que a grande maioria do nosso portfólio foi feita com câmeras de entrada e lentes kit (as que vieram junto na compra). Acredite, já cansamos de ver pessoas que tem tanto equipamento que precisam levar uma mala extra só para isso, porém, como resultado, as fotos são muito aquém do esperado. Muitas pessoas, inclusive, já riram da nossa cara quando estávamos em campo, mundo afora, fotografando com essas câmeras de entrada. Mas a reação é sempre a mesma quando vinham espiar no visor: olhos esbugalhados! Agora, os preços das câmeras variam muito como você já pode ter notado. Por isso, é importante conhecer os motivos por trás do preço antes de fazer a escolha. Por exemplo, uma câmera talvez seja mais cara por ter Wi-Fi, ou por lmar em 4K. Talvez essas sejam coisas que você esteja buscando, talvez não, mas saiba que você estará pagando extra por isso. Ou ainda, a câmera X captura 5 fotos por segundo, e a Y até 10, o que a torna muito mais cara e superior nesse quesito. Será que isso é realmente algo que você procura ou precisa? A mensagem é: saiba quais funcionalidades você realmente irá usar e ltre as opções a partir delas.
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Outro aspecto importante, é que na fotograa (como em vários outros hobbies) você precisa pagar 10 vezes mais para melhorar em 1% no nal. Caso você chegue num nível que esse 1% vale a pena em comparação ao investimento, ótimo! Isso acontece com a maioria das pessoas que seguem a fotograa a sério. Vai chegar em um ponto que os mínimos detalhes vão fazer a diferença, mesmo que para a maioria das pessoas isso seja imperceptível. Lembre-se que nesse curso veremos uma grande quantidade de truques, segredos e técnicas que possibilitam que você tire o maior resultado possível com qualquer câmera.
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LENTES Uma câmera sozinha não faz nada sem lentes. Logo, o segundo equipamento mais importante na fotograa não poderia ser outro, não é? Agora antes de qualquer coisa, é importante começarmos falando que você não deve pagar caro em uma lente achando que ela vai, milagrosamente, habilitar você a capturar fotos sensacionais só porque ela foi cara. Dito isso, é claro que se você tiver o dinheiro e estiver disposto à investir logo de cara no melhor do melhor, ótimo. Isso certamente será bastante útil quando chegar em um nível evoluído da arte. Bom, assim como vimos há pouco na parte das câmeras, aqui também existe um universo inteiro à parte de marcas, modelos, tipos, valores e funcionalidades. Portanto um bom ponto de partida, são as lentes que acompanharão a gente durante o nosso dia fotográco de hoje. Vamos começar por uma lente zoom (objetiva) e kit da Canon, a de 18 – 135mm. Essa é uma lente baratíssima que já vem com muitos modelos de câmera de entrada. Caso você for viajar e precisar levar apenas uma lente para fotografar a maioria das cenas que encontrar, essa é uma boa lente para isso. Portanto, além de barata e versátil, já acompanha a maioria das câmeras de entrada/intermediárias que você vai achar no mercado.
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Antes de falarmos sobre as especicações das lentes, se você acabou de comprar uma câmera pela primeira vez, isso pode parecer complicado demais num primeiro olhar. Os tutoriais disponíveis na internet sobre isso têm grandes chances de confundir sua cabeça mais ainda. Esse é um assunto potencialmente complexo e que poderíamos falar aqui sobre a parte física, do vidro, da refração e etc. Mas que tranquilo(a), aqui será diferente. O que realmente interessa nessa etapa do aprendizado sobre lentes é o que veremos abaixo. Mas para conhecimento, façamos um pequeno parênteses para dizer que as lentes mais caras normalmente costumam ser mais caras por terem um vidro melhor, serem à prova de água, abertura do diafragma xa e/ou bastante grande, controles melhores, motor de foco mais rápido, etc. Porém, como prometido, passaremos a parte mais simples e que fará mais sentido agora para você. Bem, anal, o que você realmente precisa saber para comprar uma lente? Primeiramente, o essencial é entender o que signicam os milímetros. De forma clara, isso signica o seguinte: quanto menor a milimetragem da lente, mais elementos você pegará na foto (lentes mais angulares). Quanto mais milímetros, menos elementos você pegará na foto (lentes mais objetivas). Veja a demonstração.
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Caso você queira comprar uma lente diferente da sua, vai uma dica: nós não compramos lentes que tenham uma variação muito grande em milímetros. Como referência, a que apresentamos acima já tem uma boa variação (de 18 a 135mm). Existem lentes que vão de 18 a 300mm, por exemplo. Essas lentes com grande variação nos milímetros tendem a impactar negativamente nas suas fotos em função de distorções. Pense bem – porque não comprar uma lente que vai de 1 a 1000mm caso existisse? Justamente por causa dessas distorções. Em segundo lugar, outra coisa que normalmente encarece uma lente é a abertura do diafragma. Cada lente tem uma abertura mínima e máxima do diafragma. Mas aprenderemos mais sobre isso em breve. Partindo para a outra lente que levaremos, uma super angular de 10 a 20mm da marca Sigma.
Em comparação com a primeira, esta pega muito mais elementos na foto. Essa categoria de lente se chama super angular. A principal característica de lentes assim, é a baixa milimetragem (geralmente 18 ou menos). Em função disso, você consegue capturar muitos elementos na foto. Por exemplo, se você estiver próximo de uma construção grande e deseja capturar ela inteira na foto, você não vai precisar car dando passos para trás (como a maioria das pessoas fazem) porque essa lente vai capturar tudo na foto.
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Agora, não é incomum você concluir que uma lente de 10mm não tenha tanta diferença de outra de 18mm, anal são apenas 8 milímetros de diferença e existem lentes de 100, 200, 400mm, etc. Certo? Errado! Acredite, esses poucos milímetros fazem muita diferença. Principalmente quando falamos de quantidades menores de 18mm, o efeito na foto é gigantesco. À medida que os milímetros das lentes decrescem, você perceberá que a imagem pode também car um pouco distorcida. Por exemplo, uma lente de 6mm (que consegue capturar muitas coisas na foto) vai distorcer bastante os cantos da foto. Isso ca especialmente visível nas lentes Fish Eye (Olho de Peixe), onde as fotos cam quase arredondadas de tão distorcidas. Geralmente, os fotógrafos usam esse efeito como parte da arte na fotograa.
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Agora, para a terceira lente que levaremos, uma Canon de 50mm, passamos para outra categoria de lentes. Categoria essa que tanto fotógrafos amadores quanto prossionais adoram pelo valor e qualidade da imagem – as lentes da categoria prime. Ser prime signica, basicamente, que ela não tem variação de milimetragem – ou seja, não tem zoom.
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“Mas por que me limitar a 50mm se posso ter uma lente que vai de 18 até 135mm? Ou 18 à 300mm?” você pode se perguntar. Simples, como lentes assim não possuem variação de milímetros, elas tem menos componentes físicos dentro delas, o que resulta em imagens muito mais nítidas. Então, além de ter o tamanho e peso menores, a principal vantagem é a qualidade da imagem. Essa Canon de 50mm é também uma lente baratíssima, por isso grande parte dos fotógrafos possuem uma.
Essa lente especíca tem uma abertura de diafragma máxima de f/1.8. Veremos o que essa informação signica mais para frente no curso, mas para que você já que sabendo: isso permite que você desfoque um dos planos na imagem – ou seja, você pode ter uma pessoa nítida em primeiro plano e o fundo completamente fora de foco, borrado. Como esta é uma lente prime (sem variação de milímetros), se você quiser dar um zoom, terá que sicamente dar passos para frente ou para trás – o que pode ser um lado negativo da lente. Porém, lembre-se de que você ganha em qualidade. É assim com todas as lentes prime. Ainda usando esse mesmo exemplo da Canon 50mm, existem versões com abertura de diafragma máxima f/1.8, f/1.4 e f/1.2, por exemplo. Quanto menor for esse número, maior será o valor dela. Lembra do que falamos sobre pagar muito para melhorar pouco? Pois bem, esse é um desses casos. Veremos mais sobre isso na parte prática do curso.
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Bem, essas serão as 3 principais lentes que levaremos hoje: Canon 18-135mm, Canon 50mm e Sigma 10-20mm. Você verá como as usaremos na prática. Veremos por que o zoom é importante; por que a abertura do diafragma máxima de cada uma é importante e por que uma lente prime pode vir a calhar em determinadas situações.
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DISPARADOR REMOTO Outro equipamento importante é o disparador remoto ( shutter release). Ele será muito importante no passo 4, que é o passo da captura.
Esse é um acessório bastantes simples, mas que muitos fotógrafos não conseguem fotografar sem. Esse tipo de acessório é muito barato – o valor chega a ser irrisório em comparação com a câmera e lente. A vantagem principal dele vem na hora da captura, quando você o conecta na câmera para fazer a captura efetivamente. O disparador permite que você capture a foto sem precisar tocar na câmera. Um dos momentos em que isso é indispensável, são em fotos de longa exposição, por exemplo. Nesses casos, um movimento mínimo na foto pode deixá-la completamente tremida. Alguns disparadores oferecem funções extras, como o time-lapse. Essa técnica consiste em fazer várias fotos com um período igual de tempo entre elas. Você pode , por exemplo, tirar 1000 fotos com um intervalo de 1 segundo entre cada uma delas e juntá-las como se fosse um vídeo. O efeito é muito legal, tudo parece passar muito mais rápido. Um outro uso comum para os disparadores remotos, é para capturar de fotos de extrema longa exposição, como 30 minutos, 1 hora, 2 horas,… A maioria das câmeras vêm como limitação de 30 segundos apenas. CaraDaFoto.com.br
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FILTROS Outra parte importante do seu arsenal fotográco são os ltros. Agora veremos a nossa opinião pessoal sobre quais tipos de ltro seriam facilmente descartáveis e quais, de fato, geram resultados interessantes e únicos. Existem muitas categorias deles. Algumas pessoas gostam de usar ltros degradê, para deixar o topo da foto mais escuro e a parte inferior mais clara; ltros para a proteção da lente contra ultravioleta; ou então ltros de cores. Mas a verdade é que esse é o tipo de coisa extremamente fácil de se recriar na pós-produção, logo não usamos nenhum desses ltros. Uma vez que colocamos um efeito desses na foto original no momento da captura, muitas vezes não é possível voltar atrás na pósprodução. Então, você terá mais possibilidades sem eles. Veja, a maioria dos fotógrafos que conhecemos gosta da ideia de usar somente ltros que não podem ser replicados no pós-processamento. Portanto, os ltros que nós realmente gostamos de usar são: ltros de Densidade neutra (ND Filter ) e Polarizadores (Polarizer ).
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O ltro de densidade neutra é uma lâmina escura que vai na frente da sua lente para capturarmos fotos de longa exposição durante o dia. Nesses momentos, como a luz ambiente é abundante, você não iria conseguir tirar uma foto de 5 segundos sem deixá-la completamente branca, por exemplo. Com esse tipo de ltro, você pode deixar o obturador aberto por mais tempo em condições assim. Isso permitirá que você crie efeitos como a uidez de uma cachoeira, movimentação do mar e por aí vai.
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O modelo de ltro de densidade neutra que levaremos conosco nesse dia fotográco é um LEE BIG STOPPER 100mm. Novamente, não ganhamos nada ao mencionar isso, é apenas uma questão de preferência. Existem verias marcas e modelo, escolha a que preferir. Passando agora para a segunda categoria de ltros que usamos, os polarizadores. Eles funcionam como óculos de sol polarizados para a sua lente. Ou seja, quando aplicados, a maioria dos reexos desaparecem. Esse efeito é particularmente interessante quando fotografamos cenas que tenham água, pois sem reexo, o fundo ca mais visível.
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O modelo de ltro polarizador que levaremos conosco nesse dia fotográco é uma LEE CIRCULAR POLARIZER 105mm.
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TRIPÉS Outro equipamento essencial para quem ama fotograa, é o bom e velho tripé. Vamos tirar alguns minutinhos para falar rapidamente sobre alguns aspectos importantes deles. Talvez a situação mais típica onde o uso de um tripé é útil, seria à noite ou quando a luminosidade é baixa. Isso, claro, assumindo que você pretende fotografar sem utilizar o ash. Agora, muitos fotógrafos (nós inclusive) fotografam até mesmo de dia com o tripé para ter total controle sobre o resultado. Abrindo um parênteses rápido sobre ash, você merece saber a nossa honesta opinião sobre eles. Em resumo, não gostamos de usá-los. Para nós, o uso de ash altera demais a luminosidade natural da cena e compromete a beleza natural. Nas fotograas de viagem e paisagem, o ash geralmente não gera um bom resultado. Outra coisa: você nunca conseguirá iluminar uma montanha, por exemplo, com um ash. Porém, por outro lado, isso não quer dizer que você precise descartá-los. O uso do ash pode ser importante em outras situações, e tem fotógrafos que fazem um excelente trabalho dessa forma. Então, para retomar, como falamos há pouco, um tripé é especialmente interessante em situações de baixa luminosidade, já que muito dicilmente você será capaz de segurar a câmera perfeitamente imóvel durante o tempo necessário de exposição (que deverá ser elevado devido a escassez de luz). Além disso, com um tripé você pode manter uma mesma composição por horas, já que ele está apoiado no chão e não vai se mexer.
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Agora, quando você pesquisar sobre tripés, verá que a mesma marca tem várias subcategorias e o preços variando de dezenas, até vários milhares de reais. Isso é normal, infelizmente. Vejamos então algumas coisas que ajudarão você a fazer a escolha certa em meio à tantas opções. Um tipo bastante comum de tripé são os de alumínio. Em tripés assim, o que se ganha em estabilidade (por ser pesado), se perde em praticidade e portabilidade. Logo, eles são difíceis de se carregar nas costas quando se viaja ou em trilhas longas. Por outro lado, eles proporcionam fotos extremamente nítidas em situações de vento e tendem a ter valores mais baixo. Já os modelos de bra de carbono são muito mais leves e muito mais caros também – a marca, material e estrutura física do tripé inuenciam muito no preço. Não recomendamos que você compre logo de cara o tripé mais caro que achar, nem o mais barato. Tenha em mente que o propósito principal de um tripé é manter sua câmera estável, então quando você for escolher o seu em alguma loja, verique se ele ca estável e rme quando armado. Outra vantagem do tripé acontece no Passo 2, que é a composição. Se você colocar seu tripé no chão com a câmera em cima dele, poderá com maior facilidade encontrar a melhor composição e congurar os três pilares com calma, já que a composição não será modicada. O que é muito útil quando você quiser tirar fotos do mesmo lugar em diferentes horários do dia. Levaremos conosco hoje o 055XPROB e o 055CXPRO4, ambos da Manfrotto. Uma marca italiana mundialmente reconhecida pela qualidade. Esses tripés são compostos por duas partes vendidas separadamente: corpo (tripé em si) e cabeça. Você pode comprar a cabeça de outra marca, se quiser. O modelo da cabeça que usaremos é 327RC2. Mas quando você for comprar um tripé e precisar comprar a cabeça separadamente, saiba que isso é normal – apesar de alguns modelos virem com a cabeça já inclusa.
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MOCHILAS Com essa quantidade toda de equipamento, ca impossível levar tudo na mão, não é? Você vai precisar de uma mochila versátil e segura para o transporte do equipamento, principalmente se quiser tirar fotos em viagens. Assim como os outros equipamentos, existem mochilas de vários modelos e tamanhos. Uma mochila de fotógrafo normalmente tem compartimentos especícos para componentes fotográcos. Mas é claro que, se você quiser, pode simplesmente colocar tudo numa sacola e levar. Porém, talvez você queira uma mochila impermeável, leve, e que de acesso fácil e rápido ao seu equipamento. Como exemplo, essa mochila da Manfrotto faz isso. Ela tem um zíper lateral que permite acesso rápido a todo equipamento.”
Já essa outra mochila (da Lowepro), que apesar de também ser especíca para fotograa, mais parece uma mochila de fazer trilha. Nela você pode colocar o tripé do lado e todo o resto do equipamento nos compartimentos internos. Ela é boa porque disfarça um pouco, sem parecer que é de fotograa. Isso pode ser útil quando se viaja para lugares mais perigosos levando um equipamento caro.
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Bem, essas são as nossas mochilas particulares e as usaremos também no dia de hoje, aqui em Curitiba. Elas já nos acompanharam anteriormente na gravação de conteúdos na Islândia, Noruega, Nova Zelândia, Egito, Grécia, Tailândia, Havaí, Australia e por aí vai. Esse é um tipo de investimento que tende a valer bastante a pena, por ser duradouro.
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INTRODUÇÃO AOS 3 PILARES DA FOTOGRAFIA
Estamos agora quase prontos para partir para o nosso dia de fotograa e começar a parte mais emocionante do curso, que é a prática. Mas antes, é de extrema importância que você entenda como os três pilares da fotograa funcionam e como eles interagem entre si. São eles que vão permitir que você tire fotos bacanas, do jeito que você quiser. Não se preocupe se não entender 100% deles agora, pois mais adiante cada um terá o seu próprio capítulo e usaremos todos na prática muitas vezes ao longo do curso.
Queremos começar isso de uma forma bem fácil. Então, vamos lá! Os três pilares são: ISO, Velocidade do Obturador e Abertura do Diafragma. CaraDaFoto.com.br
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O ISO é a sensibilidade do sensor, ou seja, quanto menor o ISO, menos sensibilidade o sensor tem. Quanto maior o ISO, maior a sensibilidade. A Velocidade do Obturador é quantidade de tempo que o sensor cará exposto à luz. Se o obturador abrir e fechar rapidamente, o sensor cará pouco tempo exposto. Caso a velocidade do obturador for lenta, o sensor cará aberto por mais tempo e mais luz atingirá o sensor. A Abertura de Diafragma é como se fosse seu olho. Seu olho mais aberto recebe mais luz e tem menos nitidez, e seu olho mais fechado recebe menos luz e terá maior nitidez. Esses três elementos formam um triângulo, e, portanto, estão conectados. Ao alterar qualquer um deles, você impacta os outros. E ajustando os três corretamente, é possível conseguir exposição de luz e nitidez perfeitas para sua imagem.
Bem, a fotograa é, essencialmente, uma maneira de gerenciar a luz através desses três pilares. No modo automático a câmera regulará todos eles sozinha, de forma que a exposição que correta. Mas nós queremos sempre regular essa exposição de maneira manual ao invés de automática. Na sua câmera DSLR, você terá um diagrama parecido com esse. Ele representa o lado escuro e o lado claro da exposição. A quantidade de luz estará correta quando esse ponteiro estiver no meio dessa escala, ou próximo disso. Ela nem sempre estará correta, mas é um ótimo indicativo de que a exposição de luz está boa para aquela situação.
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Se o ponteiro estiver mais para o lado escuro, você pode regular um daqueles três elementos para colocar o ponteiro de volta no lugar correto. Lembre-se: esses três pilares são regulagens que você faz para que a quantidade de luz correta entre no sensor e sua foto que bem exposta. Da mesma maneira, se o ponteiro estiver mais para o lado claro, a foto pode car clara demais. Com isso, você poderá perder detalhes da foto e as cores podem car muito opacas. Agora pegue seu café para entender como esses pilares são na sua câmera e como eles se relacionam. Tenha em mente que estes valores são os mais comuns e que podem ser diferentes dependendo da marca e modelo da sua câmera. O ISO, por exemplo, vai de 100 até 12800. A Abertura de Diafragma vai de f/1.2 até f/26. F/1.2 signica que a abertura é grande. F/22 signica que a abertura é bem pequena – ou seja, quanto maior o número associado ao “F”, menor o tamanho da abertura do diafragma. Já a Velocidade do Obturador pode ser de 1 segundo sobre 10 (1/10), por exemplo – que é uma velocidade considerada meio lenta. Ou seja, o obturador se abrirá mais lentamente e isso fará com que entre mais luz no sensor. Por outro lado, se a velocidade for de 1 segundo dividido por 5000 (1/5000), ela será muito rápida. Regulando esses três elementos, você pode ter diferentes efeitos na foto: uma foto super nítida; uma foto borrada; uma foto com um borrado somente no fundo com uma pessoa nítida na frente; uma foto escura; uma foto clara; e vários outros efeitos. Tudo será resultado da manipulação dessas três coisas. Isso é fotograa! CaraDaFoto.com.br
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Agora vamos imaginar algumas situações de exemplo: O ISO mais baixo deixa o sensor menos sensível à luz. Então, para ambientes claros, você pode colocar um ISO baixo em vez de um ISO alto. O benefício de ter um ISO baixo é que você terá pouco ruído na foto, deixando a foto mais nítida. O ruído (noise - aquele granulado presente às vezes nas fotos) geralmente acontece quando o ISO é muito alto. Então, uma foto à noite com um ISO de 6400 pode até car mais clara, mas será também menos nítida. O mesmo acontece com a abertura do diafragma. Numa situação com bastante luz, talvez você não precise de um diafragma com abertura f/1.2, mas sim um f/5.6, ou um pouco mais. Falaremos mais sobre isso no módulo especíco. A Velocidade do Obturador é semelhante. Se o dia estiver ensolarado, você provavelmente não usará uma abertura lenta. Isso faria entrar muita luz no sensor e deixaria a foto clara demais. Da mesma maneira, se você deixar a velocidade rápida demais e não tiver luz ambiente, isso faria com que sua foto casse mais escura. Suponhamos agora que você queira tirar uma foto propositalmente escura. Como você poderia fazer? Seria necessário colocar o medidor para o lado escuro. Para isso, você poderia colocar um ISO baixo, uma abertura de diafragma pequena e uma velocidade alta de obturador. Isso resultaria em uma sensibilidade muito pequena do sensor, pouca luz entrando na câmera e pouco tempo de exposição do sensor à luz. Agora vamos pensar na situação oposta. Como faríamos para tirar uma foto bem clara? Para isso, seria necessário um ISO bem alto (o que pode gerar bastante ruído), uma abertura do diafragma bem grande (entrando bastante luz no sensor) e uma velocidade baixa de obturador (para que o sensor que mais tempo exposto à luz). Legal, faz sentido? Lembre-se que isso foi apenas um apanhado geral do assunto para já irmos construindo devagar as bases. Veremos tudo novamente, na prática e com exemplos para facilitar. Seguimos em frente!
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OS MODOS DA CÂMERA
Independente da marca da sua câmera, ela oferecerá diversos modos para você capturar suas fotos. A única diferença é que as câmeras mais amadoras apresentam menos modos, enquanto as mais prossionais apresentam mais.
No modo manual da sua câmera, você tem total controle sobre as três principais regulagens. É justamente esse modo que será o foco do nosso curso, de forma que você tenha o controle completo nas suas fotos. Lembre-se: você é mais esperto que a câmera! Em muitas situações a câmera não sabe qual é a melhor conguração. Entretanto, vamos falar rapidamente sobre os modos presentes na maioria das marcas. Existem muitos modos para iniciantes (modo modo retrato, landscape, macro, esporte e etc.) que podem ser ignorados. Eles servem somente para aquelas pessoas que não estão verdadeiramente interessadas em fotograa. CaraDaFoto.com.br
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As câmeras costumam também vir com um modo totalmente automático (geralmente simbolizado com um quadrado verde). Nesse modo, ela irá tentar adivinhar qual a melhor exposição para determinada circunstância. A maioria das pessoas fotografam assim e nós absolutamente odiamos esse fato. Achamos que isso é um desperdício de criatividade e potencial.
Existem também três outros modos que gostaríamos que você prestasse atenção: AV, TV e Manual - nas Canon; A, S e M - nas Nikon. Estes são modos semi-manuais. Nesta Canon que temos agora em mãos, podemos facilmente achar o modo TV em cima, na rodinha seletora. Esse modo deixa você escolher somente a velocidade do obturador e o ISO. A abertura do diafragma a câmera escolhe automaticamente. Esse modo TV é útil para dar um efeito de movimento nas fotos (aquele efeito de borrão numa cachoeira, por exemplo). Nesse modo, a prioridade é o tempo. Então, quando você quer congelar a imagem ou dar um efeito de movimento, você prioriza o tempo, que é a velocidade do obturador.
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O próximo modo é o AV, que é um dos nossos favoritos – costumamos tirar fotos no modo AV ou manual. Em vez de escolher a Velocidade do Obturador como no modo TV, no modo AV você escolhe a abertura do diafragma e o ISO. A velocidade do obturador será controlada automaticamente pela câmera. Esse modo é muito prático e você entenderá melhor os benefícios dele mais para frente.
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O modo seguinte é o manual. Esse é o modo que você usará quando estiver fera em fotograa. Nesse modo, você tomará controle total da sua câmera, o que pode ser bem confuso se essa é a primeira que opta por ele – você estará totalmente confortável em lidar com ele depois do nosso curso, relaxe.
O desao do modo manual é justamente deixar a foto perfeita levando em consideração as situações do ambiente – ou seja, uma foto nítida, com um bom balanço de cores e uma boa iluminação. Mas não se desespere! Você cará muito confortável com todos os modos ao longo do nosso curso. Como dissemos, esses três pilares são tudo o que você precisa saber para conseguir resultados incríveis com suas fotos. Isso é fotograa!
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PARADA I – JARDIM BOTÂNICO BOTÂNICO
Vamos agora para a nossa primeira parada dessa mini jornada fotográca de hoje: o Jardim Botânico de Curitiba.
Conforme havíamos combinado, aqui e nas outras duas paradas usaremos os 5 Passos do Cara da Foto Para Fotos Sensacionais, na prática e em sequência, até capturarmos todas nossas fotos. Agora, nessa etapa inicial aqui no Jardim Botânico temos também uma excelente oportunidade para exercitarmos o primeiro grande pilar da fotograa: a abertura do diafragma. Portanto, antes de cairmos direto no Passo 1, faremos uma breve pausa para conversar exclusivamente sobre este pilar. Vamos cobrir tudo o que você precisa saber sobre ele para já começar a usá-lo a seu favor nas fotograas, atingindo resultados verdadeiramente incríveis e individualizados.
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OS 3 PILARES DA FOTOGRAFIA: ABERTURA DO DIAFRAGMA
Para facilitar o seu entendimento desde já, você pode vincular o conceito de abertura do diafragma da seguinte forma: distribuição do foco. Ou seja, se você quiser uma foto com foco uniforme (tudo uniforme (tudo em perfeita nitidez), ou desfocar o fundo (blur, depth of eld) você está no lugar certo. É aqui nesse pilar que conguramos a câmera para atingir tais efeitos. A abertura do diafragma talvez seja o mais divertido dos pilares. Muitas pessoas quando veem uma foto com o fundo desfocado, por exemplo, imediatamente pensam: “nossa, o cara que bateu essa foto é prossional!”. Então esse é um conceito bacana de se dominar. Você conseguirá passar melhor sua visão artística. Agora, convenhamos, o termo “diafragma” pode parecer muito técnico (e até assustador), mas imagine o diafragma como sendo a pupila do seu olho. Quanto mais dilatada a pupila, maior a entrada de luz. Da mesma maneira, quanto menor a pupila, menor a entrada de luz. E é basicamente assim que funciona o diafragma da sua câmera. CaraDaFoto.com.br
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Através do controle desse pilar, você regula a entrada de luz que vai atingir o sensor da sua câmera. E essa alteração também afeta diretamente a distribuição de foco na sua foto, como veremos em instantes. Nada melhor que um exemplo prático para demonstrar o efeito, porém antes disso, você precisa saber como a sua câmera entende essa questão toda de abertura de diafragma. A câmera utiliza uma métrica chamada f-stop para determinar a abertura do diafragma.
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Digamos que o diafragma esteja congurado em f/1.8. Isso signica que ele estará super aberto. Com uma abertura de f/5.6 o diafragma estará um pouco mais fechado. Já no f/22, o diafragma estará muito fechado. Talvez isso já tenha criado um pouquinho de dúvida na relação de número f-stop e a abertura do diafragma em si, não é? Pode parecer confuso nesse momento, mas no parágrafo seguinte vem a explicação. Por quê quanto menor o f-stop maior é a abertura do diafragma? Porquê esse, na verdade, é número fracionário. Ou seja, quanto maior o divisor (1.8, 2.8, 3.5, 5.6, 22), menor o resultado (f). Dessa forma as aberturas f/1.2, f/1.4, f/1.8, f/2.5 e f/3.5 são consideradas grandes (já que o “f” resultante será maior) e aberturas como f/8, f/11, f/16, f/22 e f/36 são consideradas menores (já que o “f” será menor).Assim como na matemática básica, quanto maior a divisão, menor o resultado. Agora, além da quantidade de luz que vai atingir o sensor da sua câmera, o f-stop também é responsável por um efeito muito legal: o desfoque nas suas fotos (profundidade de campo). Quanto maior o seu “f” (f/1.8, f/2.8, f/3.5), maior o efeito de desfoque; quanto menor o “f” (f/11, f/16, f/22) menor o efeito de desfoque.
Normalmente as principais marcas de câmera (Canon, Nikon, Sony, Samsung) trabalham com metodologias e nomenclaturas parecidas para se fazer a gestão do f-stop, como você pode ver na imagem abaixo de uma Canon.
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DICA: o modo “AV” nas Canon (“A” nas Nikon) é bastante prático e indicado de se usar em situações onde o principal objetivo é controlar apenas a abertura do diafragma. Como vimos anteriormente, nesse modo você escolhe apenas a abertura desejada e o ISO; a câmera ca encarregada de congurar automaticamente a velocidade do obturador necessária para uma exposição correta de cena. Quando colocamos a câmera nesse modo, ela “esconde” a velocidade do obturador, permitindo que alteremos somente o f-stop e o ISO. Lembrando que cada lente tem uma limitação diferente de f-stop.
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Entendido isso, podemos prosseguir com o exemplo prático. Vamos então usar canecas para começar a brincar com a abertura do diafragma. Essas três canecas estão equidistantes umas das outras e posicionadas de forma a facilitar a percepção do efeito.
Vamos então entender como você pode afetar o foco (nitidez e profundidade do campo) somente ajustando a abertura do diafragma. Começando por uma abertura grande de f/1.8 e foco nessa caneca da Grécia, obtemos o seguinte resultado.
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Dá para ver que a foto saiu perfeitamente nítida somente na caneca desejada, permitindo que você leia todos os detalhes dela. Ao fundo, porém, quase não dá para ler “Cairo”. Já a última caneca, não dá para ler o que está escrito. Esse que é o efeito dia distribuição de foco e profundidade de campo. Conclui-se, portanto, que com a abertura de f/1.8 você terá o foco em uma “fatia” mínima da foto. Ð
DICA: Uma abertura de diafragma grande é muito útil para quando se quer tirar fotos artísticas, onde algum ponto da foto esteja fora de foco e outra perfeitamente nítida. Agora vamos fazer a mesma foto usando uma abertura menor, de f/22.
Note que mesmo focando na caneca da Grécia, quase tudo ca em perfeito foco. Dá para ler “Greece” na primeira, “Cairo” na segunda e “New Zealand” na terceira. Ou seja, com esse f-stop o foco ca mais bem distribuído entre todas as canecas, já que a “fatia” de foco é muito maior. Ð
DICA: Uma abertura de diafragma menor é muito útil para quando se quer tudo em foco, como por exemplo pessoas em frente a uma paisagem distante. Tudo tende a ca com nitidez perfeita em aberturas como f/11, f/13. Agora, usando uma abertura intermediária de f/8.0 por exemplo, obtemos o seguinte resultado.
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Dessa vez, com f/8 dá para ver a palavra “Greece” perfeitamente nítida, a palavra “Cairo” está um pouco menos nítida e “New Zealand” está começando a car fora de foco. Agora algumas dicas mais avançadas sobre o assunto: cada lente tem uma faixa de abertura de diafragma na qual as fotos serão mais nítidas em comparação com as outras faixas. Isso deve ser testado nas diferentes lentes. De modo geral, a faixa ideal ca ideal ca à “paradas” acima do f-stop mínimo da sua lente. Então, para ter maior nitidez, use aberturas do diafragma que sejam da “faixa otimizada” da sua lente (geralmente f/7.1 – f/8). Além disso, as fotos costumam car menos nítidas no geral usando f-stop extremos (como f/22, f/26) em função do fenômeno chamado de difração, que ocorre quando a entrada de luz é muito pequena, o que afeta negativamente a nitidez. O ideal seria simplesmente testar sua lente. Tire uma foto exatamente igual com vários f-stops diferentes para ver qual te dá mais nitidez. A terceira dica avançada serve para aquelas fotos tiradas à noite com luzes estreladas (ex: fotos em que as luzes dos postes parecem estrelas). Esse é um efeito bacana! Você pode pode fazer deixando uma abertura de diafragma bem pequena na sua câmera (f/16 – f/22).
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PARADA I – JARDIM BOTÂNICO (CONTINUAÇÃO)
Nesse momento, de volta ao Jardim Botânico, vamos tomar o nosso framework de 5 Passos Para Fotograas Sensacionais do Cara Da Foto como guia, começando, obviamente, pelo passo número 1 – enxergar.
PASSO 1 - ENXERGAR
O objetivo aqui é andar e imaginar o que gostaríamos de capturar na foto, considerando principalmente que nessa primeira parada queremos exercitar a abertura do diafragma.
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Vamos, portanto, tentar encontrar um enquadramento que permita algo no primeiro e no segundo plano, para ter aquele efeito de desfoque. O passo 1 consiste justamente nisso: analisar a cena. No caso, pessoas andando, ores, o chafariz e os vários outros elementos que podem compor uma bela foto. Precisamos estar cientes de tudo que a cena oferece e o que queremos capturar.
Esse dia de hoje oferece um desao claro, que são as nuvens e sol forte. É importante se atentar a isso, já que em certos locais aqui da cena podem ter luz demais e outros de menos. Então, se por exemplo queremos enquadrar a estufa e mais um elemento para mostrar como a Abertura de Diafragma funciona, temos que tomar cuidado para que os dois elementos não quem com iluminação irregular demais.
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Após alguns minutos andando e internalizando a cena através do passo 1, achamos que seria um pecado não fotografar as cores sensacionais da primavera nessas ores que levam até a estufa icônica aqui do parque. Inclusive, fotografando desse ponto em que estamos agora, conseguimos valorizar na composição a simetria e linha guia que guia que as ores formam. Falando em simetria e linhas guias, façamos mais uma breve pausa de alguns minutinhos para explorar essa que é uma das coisas mais importantes da fotograa: a composição!
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COMPOSIÇÃO
A composição é verdadeiramente uma das áreas mais importantes de toda a fotograa. Não é por nada que ela vem no passo 2 do framework, logo depois de enxergar. Inclusive, este e o quinto passo (pós-processamento) são mais artísticos ao invés de técnicos.
Visando já começar esse módulo do curso com um entendimento fácil e rápido do que seria a composição, entenda ela como sendo o que diferencia uma foto boa de uma foto ruim. É através da composição que você transmitirá para a foto tudo aquilo que você julgar pertinente. Então, se no passo 1 você enxergou os elementos que quer colocar na sua foto, na composição você vai encaixar esses elementos no frame (área da foto) de uma forma que eles valorizem a cena. Ð
Uma foto não vai car legal se a composição não estiver boa, simples assim. Por mais que as cores e o pós-processamento estiverem bons. Isso signica que não adianta você ter toda a parte técnica e pecar na artística.
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Outro ponto importante nessa etapa é o que falamos anteriormente sobre o “olho fotográco” ou “olhar fotográco”. Essa é uma habilidade que evoluirá cada vez mais conforme a sua prática na fotograa. Com o tempo, você passará a enxergar composições usando apenas o seu olho.
CRIATIVIDADE O ser humano gosta de ver perspectivas que não são comuns no seu dia a dia. Por exemplo, a Torre Eiffel em Paris já foi fotografada de todas as formas possíveis. Mas você, usando o passo de enxergar e usando técnicas de composição, pode passar uma emoção completamente diferente para quem ver sua foto. Imagine que você deu um super zoom e capturou somente os detalhes da arquitetura da torre, fazendo uma foto abstrata – essa talvez seria uma foto bem diferente da torre. Agora, encontrar a “composição perfeita” é um processo. Dicilmente você vai conseguir fazer tudo funcionar perfeitamente logo na primeira tentativa. É importante tirar várias fotos como testes (modicando uma coisa ou outra, dando um passinho para cá e outro para lá) até encontrar a melhor composição. É assim que os maiores fotógrafos do mundo fazem, acredite. Ð
DICA: Exercite a sua criatividade através do experimento e trabalho de outros fotógrafos. A inuência pode e deve ser uma grande aliada sua. Como falamos anteriormente, composição além de arte, pode ser entendida como ciência. Existem técnicas e regrinhas que você pode se beneciar muito ao usar em sua fotograa. E é exatamente sobre algumas delas que falaremos agora.
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TÉCNICA: LINHAS GUIAS Essa é uma das nossas técnicas favoritas de composição, pois atém de extremamente fácil de se usar, é muito poderosa. Basicamente, toda vez que sua foto tiver algum caminho (estrada, cerca, linha de árvores, etc) ou qualquer coisa que leve de um ponto até outro, chamamos de linhas guias.
Elas cam boas em fotos porque essencialmente o ser humano é programado para seguir caminhos.
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A linha guia pode ser algo óbvio ou algo subjetivo. Até mesmo nuvens ou marcações do asfalto podem formar um padrão que aponte para algum lugar e forme uma linha guia.
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TÉCNICA: SIMETRIA Outra regrinha bastante poderosa e básica de composição é a simetria. Simetria, como o nome diz, é a arte de se explorar o lado simétrico das coisas. Simetria é, também, um padrão de beleza atualmente, como podemos ver diariamente na televisão e revistas. Agora, para entendermos a simetria na fotograa, imagine um lago com montanhas atrás. Se o lago estiver perfeitamente parado, sem ondas, a água terá um reexo bastante evidente, certo? Nesse caso, ao olhar para ele você teria um reexo simétrico da paisagem toda.
Em fotos que explorem essa técnica, é de extrema importância que você posicione tudo exatamente de forma simétrica, com espaços perfeitamente iguais e proporcionais de todos os lados.
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Não se engane: uma foto que tenta ser simétrica mas não é, de fato, perfeitamente simétrica é automaticamente classicada como uma foto ruim. Nossos cérebros são muito especialistas em reconhecer padrões e a falta deles também. A simetria existe por tudo no mundo. Você tem innitas oportunidades para explorar.
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TÉCNICA: REGRA DOS TERÇOS VS. GOLDEN RATIO Outra regra bastante comum é a regra dos terços. Você provavelmente já deve ter escutado algo a respeito. A regra dos terços pode ser entendida como uma simplicação da regra das proporções douradas (também conhecida como golden ratio ou proporções áureas). A regra das proporções douradas é, em sua essência, um padrão de beleza da natureza. Os rostos das pessoas, os cristais de gelo, as montanhas, as Pirâmides do Egito e várias outras coisas são regidas em torno dessa regra natural. Nossos cérebros não precisam pensar muito para saber se algo é belo. Isso acontece por causa dessas regras que já existem nos nossos cérebros e que podem ser aplicadas à fotograa. Para demonstrar a diferença técnica entre a Regra dos Terços e a Golden Ratio, veja como uma foto é dividida conforme a primeira:
Agora veja como ela seria dividida com a golden ratio (proporções douradas).
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Apesar de serem muito parecidas num primeiro olhar, a diferença prática na fotograa é muito grande. Com o tempo, você vai perceber que a regra das proporções douradas é muito mais poderosa do que a regra dos terços. Isso não quer dizer que você não possa usar a regra dos terços ou que ela seja ruim. Nós preferimos a regra das proporções douradas, mas existem fotógrafos que fazem trabalhos excepcionais usando a regra dos terços – anal, essa regra é usada até mesmo por prossionais que não são fotógrafos. Se tudo isso está parecendo conversa de maluco – sim, isso é conversa de maluco! É algo muito subjetivo. Apesar de existir uma grande base cientíca, não tem como entender isso completamente sem colocar em prática. A partir do momento em que você entender como aplicar isso na composição de suas foto, começará também a identicar facilmente fotos que seguem essas regras ou não. Na verdade, você já sabe identicar quando não acha uma foto bonita. Agora você vai entender o porquê e passará a fazer isso conscientemente. Ð
Dica: até mesmo os melhores fotógrafos do mundo tiram mais fotos ruins do que boas. Então, se você é iniciante e está tirando algumas fotos ruins, ótimo! Quanto mais fotos ruins você tirar, melhor – isso faz parte do processo.
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O PROCESSO DE SE COMPOR Entendidas essas regrinhas e técnicas, vejamos agora alguns exemplos de fotos nossas demonstrando o que chamamos de “processo de se compor”. Anal, quase nunca se chega na composição perfeita de primeira, mas sim através de tentativas. Nesse primeiro exemplo, veremos uma sequência de fotos capturadas na África do Sul, perto da Cidade do Cabo. Na primeira delas, perceba que a tentativa foi de capturar a simetria formada pelas casinhas coloridas.
Apesar de interessante, a foto estava aquém do que poderia. Então, de volta ao passo 1 (enxergar) para explorar o que mais poderia ser explorado. Já nessa outra, o interesse principal foi a linha guia formada pelas mesmas casinhas levanto até o horizonte.
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Continua sendo um resultado interessante, porém não perfeito. Na tentativa seguinte foi tentado “fechar o frame” - preencher mais a foto com o sujeito principal da cena.
Uma tentativa válida, porém o caminho não parece ser esse. Em mais um experimento, novamente explorando as linhas guias, cou claro que o potencial realmente está por aí.
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Agora estamos quase lá. Falta pouco para chegar na composição perfeita, usando tanto da simetria quando de linhas guias.
Decidida a composição vencedora, dá-se continuidade nos passos até obtermos o resultado nal, depois do pós-processamento. Lembre-se: a foto não está nalizada até você processá-la.
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Legal! Agora vamos para o segundo exemplo. Uma sequência de fotos capturadas em um vale no estado de Montana, nos Estados Unidos.
Os elementos são bonitos, porém talvez uma fotograa na horizontal fosse valorizar mais a cena. Então depois de andar um pouco para um lado e para o outro também, foi percebido que a foto caria interessante se aproveitasse mais das linhas guias que as corredeiras faziam. Além disso, o céu poderia car melhor se não estivesse exatamente centralizado na foto, mas levemente acima (uns 60% de corredeira, e 40% de céu).
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DICA: Na regra das proporções douradas, o horizonte tende a não car no centro.
Interessante, porém depois de andar mais um pouco para a direita, as linhas da água caram mais evidentes e a composição mais interessante.
Note que essas fotos foram todas capturadas em longa-exposição, para que as corredeiras cassem com esse efeito de véu na água. Nessa composição, a parte de baixo da foto cou quase toda coberta pela corredeira e pelas linhas guias que ela forma. Essas linhas guias levam até o horizonte, que tem um céu fantástico.
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Decidida a composição vencedora, dá-se continuidade dos 5 passos até chegar na foto nal.
Muito melhor, nem se questiona! Agora como terceiro exemplo do processo de se compor, temos outra sequência de fotos. Dessa vez, capturadas em Bali, na Indonésia. O objetivo principal aqui era capturar uma península de pedra que parecia ser digna de uma boa foto.
Logo de cara deu para ver que esse tipo de composição não era a melhor. Tudo parece aleatório e sem foco especíco. O jeito era tentar tirar um pouco do zoom e ver como cava. CaraDaFoto.com.br
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Pior ainda! Pelo menos após este teste, cou claro que uma foto mais fechada na península seria melhor. Preencher o frame com coisas interessantes ao invés de muitas áreas chatas e sem importância.
A tentativa aqui foi de usar a própria península como uma linha guia, junto com proporções douradas preenchendo o quadrante esquerdo com a parte verde. Um resultado denitivamente melhor. A composição escolhida é, sem dúvidas, essa, então após a continuidade dos 5 passos, obteve-se a seguinte foto nal.
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Uma foto digna para essa paisagem diferente. Dando continuidade aos nossos exemplos, agora uma sequência de fotos capturadas na Grécia, especicamente no Templo do Apollo em Delphi.
Uma cena fantástica! A impressão inicial foi que essa cena seria melhor de se fotografar com a câmera na vertical. Essa era a única premissa, então fotografar novamente valorizando o aspecto da simetria ao posicionar o o templo exatamente no centro da foto, parecia ser uma tentativa válida.
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Interessante, porém não tanto quanto poderia. Fazendo uma composição assim abriríamos mão de uma das coisas mais belas da cena: o pôr-do-sol. Quem sabe fotografar do mesmo ponto de antes, porém na horizontal?
Bacana! As linhas da base do monumento viraram linhas guias até o horizonte, assim como a montanha vindo da direita. Bingo! Essa composição é campeã. Podemos dar continuidade até chegar na foto nal, pós-processada.
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Uma foto verdadeiramente esbugalhadora de olhos e que carrega todas as emoções e lembranças do momento vivenciado. Para sempre! Inclusive, nesse tipo de cena é muito bom ter uma lente super angular. Existem situações nas quais você não pode se distanciar muito para conseguir enquadrar tudo da forma que quer. Usando uma lente normal, certamente não seria possível enquadrar todos as pilastras na foto dessa forma. Então, uma lente com menos de 18mm é muito útil para se tirar fotos de grandes estruturas, pois além de enquadrar tudo, ela valoriza bem dando uma sensação de magnitude. Para nalizar a nossa rodada de fotos ilustrando o processo por trás da composição, temos mais uma sequência. Essa, destacando um camelo no Egito. A primeira tentativa não foi muito feliz, pois muitas coisas irrelevantes apareceram na foto e o camelo não tinha o destaque necessário.
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Como o objetivo principal dessa foto era capturar o máximo possível do camelo, a próxima foto foi uma tentativa vertical.
O pescoço dele acaba formando uma linha guia, mas ainda assim não fechou a composição ideal. Experimentando novamente com a câmera na horizontal, acabou resultando na composição preferida.
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Ela ainda usa da linha guia formada pelo pescoço, a cabeça na intersecção das proporções douradas e a linha ao fundo que seria o nosso “horizonte”, não está centralizado. Decidida a composição vencedora, restava processar valorizando também aquilo que a cena tinha de interessante (clima desolado de deserto e muito calor – portanto cores vivas e quentes).
Um adendo sobre a golden ratio: você não precisa obrigatoriamente colocar os pontos de interesse nas intersecções; você pode simplesmente colocar os elementos em uma das linhas. No caso, a cabeça toda do camelo na linha da direita. CaraDaFoto.com.br
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Já que estamos mostrando um retrato (mesmo que seja de um camelo) vale uma dica extra: nos retratos, é muito importante prestar atenção para onde a pessoa está indo ou para onde ela está olhando. Nesse caso do camelo, ele está praticamente olhando reto, o que gera harmonia na foto. Se o camelo estivesse olhando para fora (direita da foto), caria estranho, pois ele estaria olhando para onde acaba a foto. Fica sempre melhor que o personagem olhe para onde tem mais espaço na foto (no caso, esquerda) ou reto para câmera.
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Outro ponto importante é que olhos estejam alinhados com o nível da câmera. Veja, caso haja um desnível suave, a foto pode gerar desconforto inconsciente em quem olha. Portanto, recomenda-se que ou alinhe os olhos com o nível da lente, ou deixe-os propositalmente muito fora do nível.
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ANÁLISE DE COMPOSIÇÃO Agora vamos dar uma olhada e entender o processo da composição por trás de algumas das fotos do nosso portfólio. Fotos estas, que combinam diferentes regras de composição para carem mais marcantes e impactantes. - Essa foto foi tirada nas montanhas de Hong Kong, na China. Ela foi eleita uma das melhores fotos de 2015 pela comunidade do www.CaraDaFoto.com.br.
A primeira coisa que se nota é o caminho no chão e a cerca, que foram linhas guias até sumirem no centro. Além disso, as rochas e as árvores também levam a um poste que está estrategicamente posicionado próximo a uma intersecção das linhas de interessa da regra das proporções douradas (golden ratio). Nessa foto, portanto, houve uma combinação da golden radio e linhas guias, porém a predominante foi a regra das linhas guia. É uma foto simples, mas que transmite uma carga gigantesca de emoções. Espetacular!
- Já essa segunda foto foi feita no interior da Noruega. Para chegar nessa composição, foram exploradas as técnicas da simetria e linhas guias.
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Note que o barco acaba sendo a principal linha guia, apontando para o centro da foto. Veja também os outros elementos trabalhando em conjunto: caminho de pedras na direita levando até o rio, que leva às montanhas e nalmente ao céu. É uma foto com muitos elementos bonitos, mas que precisavam ser posicionados de forma harmônica através da composição. Se a foto tivesse sido capturada um pouco mais para a esquerda, mais para a direita, mais para baixo ou para cima, o resultado seria confuso, pois esses elementos estariam desconexos. Então, quando se tem muita coisa aparecendo na foto, essas regras ajudam a manter a harmonia. Outra coisa relevante nesta foto, é o fato do horizonte ter sido posicionado 30% ou 40% acima do centro. A parte de baixo é o que realmente domina a foto, tendo o céu como um detalhe. Isso também ajuda no resultado nal. - Nessa próxima foto, capturada em Melbourne, na Austrália, estava chovendo bastante então o passo 1 (enxergar) foi essencial para ajudar a identicar potenciais fotos interessantes. Eis que olhando para o chão, haviam várias poças com folhas boiando. Uma cena bonita, que a maioria das pessoas não percebia ao passar tocando o dia delas normalmente.
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Essa foto é também um exemplo de como usar a regra das proporções douradas já que a folha está posicionada em uma das intersecções (inferior direita). Outro detalhe importante é que ela forma uma echa que aponta para o canto superior da foto. Se ela estivesse virada para o outro lado, caria parecendo que a folha estaria “saindo” da foto. Perceba que ela aponta para a parte que tem mais foto. Essa é uma cena normal e simples, mas que passa exatamente as emoções daquele dia chuvoso em Melbourne. Dá para perceber, então, que a foto combina as regras de composição das linhas guias e golden ratio. - Já essa outra foto capturada na Nova Zelândia, talvez em um lugar que você reconheça, talvez não. É a cidade ctícia de Hobbiton, onde foram gravadas as trilogias do Senhor dos Anéis e do Hobbit.
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Dá para ver pelo céu que não era um dia muito bonito, mas mesmo assim conseguimos nos divertir. Essa foto também foi escolhida como uma das melhores do ano de 2015 no www.CaraDaFoto.com.br. Fica fácil perceber que têm muitas coisas acontecendo na foto. Ela começa na parte inferior esquerda no trapiche de madeira. Na ponta do trapiche temos a vara de pesca que conecta com a casinha. A casinha tem uma luz acessa, um moinho em movimento e um belo reexo na água. Ou seja, quando você chega nesse ponto, seus olhos já foram presenteados com um show de detalhes. Além desses elementos todos, você ainda tem a simetria da casinha reetida na água (o reexo cou suave graças à longa exposição) e a ponte de pedras – que é icônica no lme e também a cereja no bolo dessa foto. É importante mencionar também que a cena foi fotografada mais ou menos do nível normal dos olhos, não muito para baixo ou muito para cima. Por quê? Porque se fosse diferente disso, o trapiche e a grama iriam ocupar espaço demais roubando áreas de maior beleza. Então, posicionar a câmera num nível mais alto nesse caso foi uma ótima ideia. Para resumir, as técnicas principais usadas na foto foram: simetria (reexo na água), linhas guias (trapiche, vara de pesca, ponte) e proporções douradas (posicionamento da casa). Uma combinação que gostamos bastante de usar porque normalmente resultam numa foto legal. Fique atento: lugares lindos como este podem ser estragados com uma foto mal composta. São tantos elementos relevantes que a composição da foto se torna crucial. É triste quando as pessoas visitam lugares magnícos e retratam de uma forma péssima. Para ver como isso acontece, você pode abrir agora mesmo algum site de busca e procurar por “Hobbiton” para ver as fotos comuns aparecem. Você verá fotos amadoras do mesmo lugar que não retratam tão bem a beleza do local e também outras que zeram um bom trabalho. É muito bacana quando sua fotograa transmite tudo aquilo que você sentiu, fazendo também com que as outras pessoas queiram conhecer o local. - Essa próxima foto foi tirada na Islândia. Esse é um outro bom exemplo de como posicionar elementos principais da cena nas intersecções das proporções douradas.
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Note que a queda d’água foi posicionada sobre uma das linhas da golden ratio. Poderíamos ter usado a regra dos terços, mas a cachoeira caria muito para a direita, mais para o m da foto. Na nossa opinião, não iria car tão legal. Para deixar a água uida, foi usada uma exposição mais longa e um ltro densidade neutra. Mostraremos em breve como usar a velocidade do obturador para conseguir um efeito semelhante nas suas fotos. Perceba também que, nesse caso, o horizonte cou bem no centro. Logo, nem sempre você precisa abrir mão de deixar o horizonte no meio. A regra de não colocar o horizonte no centro da foto funciona melhor quando o horizonte é uma parte principal da foto. Nesse caso, é só um detalhe. Inclusive, essa é uma das fotos que zemos inteiramente juntos, explicando o processo ponta-a-ponta no nosso outro curso bestseller gravado na Islândia, o Curso de Fotograa Digital Ponta-A-Ponta do Cara Da Foto.
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- O último exemplo é uma foto que também foi tirada na Islândia.
Dá para ver que teve um grande esforço para chamar atenção ao caminho. A maior parte da foto é grama e brita. Nota-se também que na parte da direita temos umas rochas saindo da água. Essas rochas são um dos principais pontos turísticos dessa cidade, Vík, na Islândia. A casa está bem posicionada nas proporções douradas. Além disso, é mais uma foto que tira proveito do famoso “caminho curvo”, usando-o como linha guia até a casa. Percebe-se também que as montanhas ao fundo levam até o ponto do mar onde estão as pedras icônicas e que o horizonte está perto dos 40% do topo da foto ao invés de perfeitamente centralizado em 50%. Bom, esperamos que esses exemplos tenham mostrado de forma mais clara como essas regras se aplicam à realidade. Agora, você precisa colocar isso em prática para entender e calcicar esse novo conhecimento na sua cabeça. Lembre-se: nada acontece da noite para o dia e ninguém entende tudo sobre composição. O maior desao do fotógrafo é justamente esse, e não congurar a câmera. É aqui onde você separará as suas fotos da categoria “amadoras”.
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PARADA I – JARDIM BOTÂNICO (CONTINUAÇÃO)
Retomando a nossa manhã aqui no Jardim Botânico, vamos então aplicar essas regras e dicas na nossa realidade de agora. Como já havíamos nalizado o Passo 1 antes, pulemos direto para o Passo 2 (compor).
PASSO 2 – COMPOR (RODRIGO)
Conforme havíamos visto antes, aproveitar a simetria e linhas guias formadas por essas ores levando até a estufa, pode ser uma boa oportunidade fotográca para essa cena. Talvez a melhor. CaraDaFoto.com.br
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Agora, a primeira coisa a se falar sobre a situação atual, é que o ideal seria tentar vir bem cedo para cá ou bem mais tarde para evitar que muitas pessoas cassem ao fundo da foto. Na etapa de pós-processamento é possível tirar alguns turistas da foto, mas nesse caso tem demais. Então, não seria o momento ideal para as fotos de portfólio, por exemplo. Porém, nosso propósito hoje é testar a abertura do diafragma. Vamos iniciar o passo 2, que é a composição. Faremos isso agora usando nosso tripé. Você poderia fazer tudo sem usar um, mas ca bem mais fácil assim para mostrar o processo de composição da foto.
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Então vamos lá! Qual é a melhor forma de saber como encaixar esses elementos na composição? Tentativa e erro! A primeira coisa que vamos tentar fazer agora é centralizar, já que buscamos simetria. Use o visor da câmera para fazer o alinhamento ao centro. A lente acoplada agora na câmera é uma super angular de 10 a 20mm, então ela permite um pequeno zoom (de 10mm).
O principal nesse momento é que estejamos centralizados. O interessante dessa composição seria usar também os caminhos paralelos e as ores como linhas guias. Tudo aponta para a estufa, que é o ponto principal aqui do Jardim Botânico. Além disso, dá para perceber que o céu ocupa 40% e o restante, 60%. Essa seria uma composição bacana utilizando a simetria e a foto já estaria legal. Mas como sempre falamos: explore outras composições! Podemos, então, tentar na vertical, por que não?
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O principal dessa composição agora é que temos menos distrações, apesar de seguir os mesmos princípios. Essa é também uma foto de fácil composição, já que as linhas guias estão bem claras. No entanto, a composição na horizontal acaba agradando um pouco mais nesse caso, o efeito é menos claustrofóbico e mais elementos bacanas aparecem. Agora, vamos ver no Passo 3 como os pilares serão congurados na captura dessa foto usando nossa conguração escolhida.
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PASSO 3 – CONFIGURAR (RODRIGO)
Lembrando que alguma nomenclatura ou forma de se congurar pode mudar um pouco dependendo da marca/modelo da sua câmera. Porém, o processo é muito parecido e você não deve ter diculdades para replicar na sua.
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A primeira coisa que faremos será sair do modo automático e colocar o totalmente manual. isso habilitará a conguração manual dos três pilares: velocidade do obturador, abertura do diafragma e o ISO.
Feito isso, precisamos agora deixar a cena corretamente exposta com a luz que temos no momento. Se apertarmos o botão de tirar a foto até a metade, a câmera irá mostrar a situação do medidor de exposição de luz (fotômetro). Nesse caso, a exposição de luz está no “-3”, ou seja, subexposta e a foto caria escura.
Temos então que ajustar os pilares para recuperar essa exposição para o “0”. Diminuir a velocidade do obturador faria isso. CaraDaFoto.com.br
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Alterando a abertura do diafragma conseguimos também afetar o fotômetro. Lembre-se que quanto menor o número do “f” (1.8, 2.8, 4.5), maior a abertura do diafragma, o que resulta em mais luz entrando no sensor. Além de ajustar a abertura do diafragma, podemos também colocar um ISO 100 e conseguir uma maior qualidade de imagem - falaremos mais especicamente sobre o ISO no futuro, que tranquilo(a).
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Bacana! Uma foto assim estaria bem exposta e com boa qualidade de imagem. Deu para perceber que no modo manual é você quem gerencia totalmente a luz através dos três pilares. Porém, como nesse momento estamos focando na abertura do diafragma, usaremos o modo AV, que como vimos anteriormente, é uma excelente alternativa em situações assim.
Nesse modo você escolhe a abertura do diafragma mais o ISO que quiser, e a câmera escolherá a velocidade de obturador que ela julga ideal para ter a exposição exatamente no zero do fotômetro. No momento da captura, vamos testar uma abertura bem grande (f/3.5) para ver como a distribuição do foco cará. Depois testaremos com uma abertura bem pequena (f/22). Vai ser legal ver a diferença! Quando se usa um tripé, você pode também congurar um contador automático (timer) para tirar a foto, caso sua câmera permita. Isso funciona da seguinte forma quando habilitado: ao apertamos o botão para fotografar, a câmera conta 2 segundos e somente depois faz a captura, evitando qualquer trepidação que sua mão possa ter causado ao apertar o botão.
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Com essas congurações prontas, vamos para o Passo 4, que é capturar.
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PASSO 4 – CAPTURAR (RODRIGO)
Uma coisa muito importante ao se capturar a foto é focar corretamente. Tenha certeza de “pegar” o foco onde quer a maior nitidez e atenção. Para isso você pode usar o motor de foco automático, ou o foco manual diretamente na sua lente. Lembre-se de que ao focar manualmente, é necessário olhar pelo visor até que o foco que perfeito. Nesse exercício colocaremos o foco nas ores mais próximas da câmera, para podermos ver claramente a diferença entre as aberturas do diafragma. A primeira será com uma abertura do diafragma bem grande, a máxima dessa lente Sigma de 10-20mm (f/3.5).
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Usando o timer de 2 segundos para não termos trepidação, podemos fazer a primeira captura.
Dá para ver que as ores da frente estão bastante nítidas, mas à medida que seu olho anda por esse caminho de ores, elas vão cando fora de foco. Vejamos como a foto ca diferente usando um f/22, que seria o máximo possível nessa lente.
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Mantendo o foco exatamente na mesma or, podemos fazer a segunda foto teste.
Veja que agora a nossa foto ca muito mais nítida como um todo, tanto na frente quando ao fundo na estufa. Então, se você fosse fazer um retrato de alguém nessa cena usando uma abertura de diafragma em f/22, por exemplo, sua foto teria foco bem distribuído e maior nitidez.
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Vamos agora testar composições diferentes e também outra lente. Como vimos, a atual é uma super angular de 10mm a 20mm. Vejamos como ca se trocarmos para uma prime de 50mm.
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PASSO 2 – COMPOR (RICARDO)
A primeira coisa que faremos agora é tentar uma perspectiva mais de baixo, tentando chegar perto das ores. Usaremos uma lente de 50mm, o que por si só já vai abrir um novo leque de oportunidades de composição. Em lentes assim ca fácil notar que o campo de visão diminui bastante comparando com a de 10mm que estávamos usando antes. Anal, são 40 milímetros de diferença. Com o tripé rebaixado e reposicionado, ao ligar a câmera ca perceptível que a estufa agora ocupa um espaço muito maior no nosso frame, passando a ser o elemento principal da foto e não mais um detalhe como antes. Essa é uma das vantagens de se usar milímetros mais elevados para sua foto.
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Essa composição aqui já tem potencial, podemos car ela logo de cara. Note que pegamos muitas ores no primeiro plano e ainda existe a linha guia até a estufa no fundo. Infelizmente nesse momento tem muitos turistas também, mas vamos em frente para o Passo 3 e as congurarmos ideais dos pilares para essa cena.
PASSO 3 – CONFIGURAR (RICARDO)
Com essa lente que estamos usando agora (50mm), podemos chegar em uma abertura de diafragma máxima de f/1.8, o que é realmente muito grande. Com isso teremos um desfoque bem perceptível nos testes.
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Começaremos usando essa abertura. Usaremos também o modo AV, que com o f/1.8 já congurado vai alterar automaticamente a velocidade do obturador para expor corretamente a cena (neste caso, 1/60). Se fossemos aumentar a abertura do diafragma para f/22, a câmera recalcularia para expor corretamente (nesse caso, 2.5 segundos).
Agora uma dica mais avançada: nos modos AV e TV, algumas vezes a câmera pode sugerir congurações que resultem em uma exposição que você não goste. Quando isso acontece, podemos “enganar” a câmera usando uma técnica chamada de exposure compensation, ou compensação da exposição.
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Através dessa técnica podemos alterar o fotômetro (que é o nosso indicador de exposição) dizendo para a câmera que a exposição correta não é no zero, mas sim no “+1”, por exemplo. O efeito prático disso seria deixar a foto mais clara.
Isso pode ser útil quando a foto está cando escura mesmo quando a câmera acha que a exposição esteja ideal. O que acontece bastante em fotos com neve, uma vez que ela é muito branca e a câmera pode achar que tem muita luz e tentar escurecer a foto. Da mesma maneira, você pode usar do exposure compensation para propositalmente tirar uma foto mais escura, colocando o medidor em “-1”, por exemplo. Isso pode ser útil quando você for fotografar o sol ou o pôr-do-sol. Nessas situações a câmera pode interpretar a cena de forma errada e deixar tudo muito claro. Nesse caso, você pode usar a compensação da exposição para deixar a foto mais escura. Agora nós vamos para o passo 4, que é capturar.
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PASSO 4 – CAPTURAR (RICARDO)
Com tudo congurado, estamos prontos para capturar as fotos. O objetivo agora é experimentar não somente com as aberturas do diafragma, mas também com os pontos de foco. No primeiro teste, usaremos uma a abertura de f/1.8 e o foco bem próximo da lente, nas ores.
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Perceba a diferença drástica de nitidez entre o que está próximo e mais distante. As ores estão nítidas (pois focamos nelas), porém o fundo está borrado. Isso acontece porque usando f/1.8 a nossa “fatia de foco” é muito pequena. Vamos ver que diferença faz manter a mesma abertura e trocar o ponto de foco para mais longe, na estufa.
Agora percebemos o inverso, como previsto: ores borradas e estufa nítida. Bacana! Vejamos o paralelo.
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Para realmente calcicar esse conhecimento na sua cabeça, vamos fazer mais duas fotos usando uma abertura menor, de f/22 e repetir todo o processo.
Veja que apesar do foco estar nas ores, ainda é possível ver a estufa com nitidez ao fundo. Isso acontece porque a distribuição do foco ca muito maior com o obturador fechado. Nossa “fatia de foto” aumentou. Agora vamos trocar o ponto de foco e capturar novamente.
Perceba que pouco muda apesar da troca do ponto de foco. O resultado é muito parecido.
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Com isso nalizamos nossa primeira experiência prática! Esperamos que tenham cado claro para você todos os efeitos que a abertura de diafragma pode te dar. Você tem muita exibilidade para aplicar esse efeito de acordo com a circunstância que você quiser.
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TAREFA
Nada melhor do que a prática para você pegar o jeito da coisa, por isso vamos te dar uma tarefa. Pegue umas canecas (ou qualquer outro objeto) e repita os testes que zemos, mas dentro da sua própria casa. Brinque com a abertura do diafragma e pontos de foco. Quando chegar a hora de fotografar para valer, você já saberá que tipo de efeito você consegue e suas fotos não serão acidentais. Teste bastante e nos vemos no próximo capítulo!
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PARADA II – PRAÇA DO JAPÃO
Agora para a nossa segunda parada do dia de hoje, escolhemos a famosa Praça do Japão em Curitiba. Aqui passaremos novamente pelos 5 Passos Para Fotograas Sensacionais do Cara Da Foto. Porém, aqui também exploraremos separadamente um outro pilar da fotograa, já que no Jardim Botânico focamos na abertura do diafragma. Então, antes de continuar, faremos uma pequena pausa para falar um pouco sobre a tão importante velocidade do obturador.
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OS 3 PILARES DA FOTOGRAFIA: VELOCIDADE DO OBTURADOR
Para facilitar o seu entendimento desde já sobre esse fundamental pilar da fotograa, você pode vincular o conceito de velocidade do obturador da seguinte forma: fatia de tempo. Ou seja, aqui você vai gerenciar a quantidade de tempo que será capturada na sua foto. Esse tempo pode ser muito curto (fatia de tempo pequena), como por exemplo 10 milésimos de segundo, 100 milésimos de segundo, ou essa fatia pode ser mais espessa, como alguns segundos ou até mesmo horas. Então, imagine que se você fotografar um riacho com uma velocidade de obturador rápida, como por exemplo 1/200 (ou 1 segundo dividido por 200), sua imagem “congelará” o movimento da água, já que a fatia de tempo é muito pequena.
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Por outro lado, se a velocidade do obturador for mais lenta como 3, 4 ou 5 segundos, a fatia de tempo será mais espessa e sua foto capturará tudo o que ocorre durante esse tempo. Nessas velocidades, as fotos tendem a car borradas, pois muitas coisas acontecem durante esse período.
Note que a água parece mais suave, como se fosse um véu de noiva. Um efeito muito legal que se obtém facilmente através desse pilar.
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Mas agora, o que de fato é um obturador? O obturador da sua câmera é simplesmente um mecanismo que abre e fecha. Ele dene por quanto tempo o sensor da câmera ca exposto à luz. Podemos, então, imaginá-lo como sendo uma porta que se abre e fecha conforme o seu desejo. E atrás dessa porta, ca o sensor da sua câmera.
Se a velocidade do obturador for rápida (1/150, 1/200, 1/500, 1/1000) a porta abrirá e fechará rapidamente, deixando a luz entrar no sensor por pouco tempo. Portanto, quanto maior a velocidade do obturador, menor será a entrada de luz no sensor, menor será a fatia de tempo capturada e maior será o “congelamento” do tempo.
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Da mesma forma, caso a velocidade do obturador seja lenta (1/6, 1/2, 1’’, 2’’, 10’’), a entrada de luz será maior, assim como a fatia de tempo capturada pela foto, e menor será o efeito de “congelamento” do tempo.
Agora, vamos ver como isso funciona direto na sua câmera. O visor que usaremos no nosso exemplo é de uma máquina Canon, porém nas demais marcas a nomenclatura e o processo são bastante similares. Começaremos congurando uma velocidade do obturador de 1/10, ou seja, 1 décimo de segundo de exposição.
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Você também pode deixar a velocidade do obturador super rápida, chegando a frações minúsculas de segundo, tais como 1/8000 – uma velocidade alta como essa congelaria qualquer movimento na sua foto.
A propósito, a maioria das câmeras vêm com uma limitação de 30 segundos de exposição máxima, sendo necessário usar algum acessório extra para ultrapassar essa barreira. Como um disparador remoto, por exemplo.
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Agora, note que estávamos manuseando o pilar diretamente no modo manual (M) da máquina, por isso a abertura do diafragma e ISO permaneceram iguais durante toda essa variação, em f/16 e ISO500. Poderíamos ter alteado qualquer um deles, se quiséssemos. Mas se mudarmos para o modo TV, poderemos alterar somente a velocidade do obturador e o ISO, pois a abertura do diafragma será automaticamente escolhida pela câmera visando uma exposição correta.
Lembre-se: os três pilares estão conectados. Se você deixar a velocidade do obturador muito rápida, menos luz entrará no sensor, e se você não tiver luz suciente, talvez você precise abrir mais o diafragma ou aumentar o ISO para compensar isso. Visto como a câmera entende tecnicamente essa questão de fatia do tempo, podemos passar para mais um exemplo prático dentro de casa. Dessa vez usaremos uma torneira.
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Vamos tentar capturar fotos que “congelem” o movimento da água e outras que mostrem a uidez dela. Depois que você entender como isso funciona na prática, poderá aplicar onde quiser e fazer fotos impressionantes. Lembrando que para congelar o movimento, precisamos de uma velocidade rápida. Usaremos 1/500 na primeira tentativa.
Ð
DICA: Quando fotografar em velocidades mais lentas, use o timer de 2 segundos (contador) para não correr o risco de mover a câmera ao apertar o botão de captura.
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Habilitado também o timer, podemos capturar a primeira foto teste usando as congurações mencionadas.
Veja como a câmera congelou o uxo d’água. Isso aconteceu porque a fatia de tempo foi muito pequena (1 segundo dividido por 500). Agora, vamos colocar a velocidade do obturador mais lenta (1 segundo) para capturar a uidez da água que está caindo.
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Como conguramos o timer de 2 segundos, sempre que o botão de captura for pressionado, a câmera conta de 2 até 0 antes de efetivamente abrir o obturador. Assim, todo e qualquer movimento causado ao apertar o botão, desaparece.
Perceba como a água ca muito mais uída agora, anal a foto capturou todo o volume de água que saiu da torneira durante esse segundo. Agora no último teste, vamos ver como a água ca com 2 segundos de velocidade do obturador.
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Como previsto, tudo parece ainda mais uido. Vejamos novamente as três fotos em paralelo para facilitar a comparação.
Esse tipo de efeito ca especialmente lindo em cachoeiras, nuvens e etc.
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’ ’ 6 : r o d a r u t b O o d e d a d i c o l e V
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Velocidade do obturador: 1’’
Velocidade do obturador: 3.2’’
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Legal, não é? Recomendamos fortemente que você repita o nosso teste na sua própria cozinha e veja como é fácil dominar o tempo em suas fotos. Agora, aqui vai uma dica mais avançada sobre isso. Uma dica que vai te ajudar muito a fotografar sem tripé, especialmente. Veja, você já deve ter notado que o tripé é essencial para que a foto que mais nítida. Mas existe uma fórmula matemática que você pode usar quando quiser fotos nítidas mesmo sem usar um tripé, anal nem sempre teremos um a nossa disposição. Funciona da seguinte forma: se você for tirar fotos sem o tripé, a velocidade mínima do seu obturador para que a foto que nítida, precisa ser de no mínimo 1 sobre a milimetragem atual da sua lente.
Imagine que você esteja usando uma lente de 10 a 20mm e optou por não dar zoom, então a milimetragem atual cou em 10mm. Nesse caso, se você usar uma velocidade de no mínimo 1/10, a foto cará perfeitamente nítida; 1/20 cará muito nítida; 1/30, 1/100 também. Nessas congurações, a trepidação da sua mão não perturbará a nitidez da sua foto. Agora se a fotograa for capturada em 1/8 ou mais lento ainda, por exemplo, muito provavelmente tudo sairá fora de foco, tremido.
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Outro exemplo: imagine que você esteja com uma lente zoom, que varia de 70mm a 300mm e no momento está usando ela a 200mm. Nesse caso, a velocidade mínima para manter a nitidez da foto seria de 1/200. Da mesma maneira, se você focar em 200mm e tirar uma foto com 1/100 ou 1/150, sua foto tem grandes chances de car tremida e com pouca nitidez.
Mas que tranquilo(a), essa noção ca cada vez mais natural com a prática. Nós já fazemos isso inconscientemente, sem pensar. Em breve você estará assim também!
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Bom, para calcicar ainda mais a importância da velocidade do obturador na sua fotograa, arrumamos espaço para ainda outro exemplo prático, agora em um parquinho de diversões (exemplo clássico!).
Aqui usaremos novamente o modo TV (prioridade à velocidade do obturador) e velocidades variadas para termos resultados diferentes. A começar por 1/1000 e dando um empurrãozinho no carrossel.
Movimento congelado, nem parece que o carrossel estava em movimento. Agora vamos tentar uma velocidade de obturador mais lenta (meio segundo – 0.5’’). CaraDaFoto.com.br
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Veja só que interessante que cou a captura do movimento. Nossa foto “pegou” meio segundo da rotação do carrossel. Bem, como vimos, não há segredos nem mágica por trás desses efeitos. Com isso, acreditamos que você já tem toda a bagagem teórica que necessita para voltamos à Praça do Japão e continuarmos nossa jornada fotográca.
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PARADA II – PRAÇA DO JAPÃO (CONTINUAÇÃO)
Nesse momento, de volta à Praça do Japão aqui em Curitiba, vamos novamente tomar o nosso framework de 5 Passos Para Fotograas Sensacionais do Cara Da Foto como guia, começando, obviamente, pelo passo número 1 – enxergar.
PASSO 1 – ENXERGAR (RICARDO)
Essa é a hora de sair em busca de elementos interessantes de se fotografar. Não tenha vergonha de se agachar e pular de um lado para o outro quando estiver fazendo essa “leitura” inicial do lugar. Isso faz parte do processo! CaraDaFoto.com.br
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Lembre-se que nosso objetivo principal aqui na praça, é buscar cenas legais e fotografá-las explorando especialmente a velocidade do obturador. Aqui conseguimos achar algumas cachoeiras pequenas que são boas candidatas. Vamos tentar explorar a uidez da água nelas, e quem sabe compor uma cena legal ao redor agregando para o resultado. Concluindo o passeio panorâmico do passo 1, chegou a hora de colocar no equipamento aquilo que vimos com os olhos.
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PASSO 2 – COMPOR (RICARDO)
Usando uma lente de 18mm a 135mm, temos agora como desao de composição enquadrar a foto de uma maneira criativa e harmônica. Talvez uma ideia seja aproveitar um pouco do reexo na água.
Ou ainda dar um zoom na cachoeira, focando nos detalhes.
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Mas talvez a composição vencedora aqui seja aproveitar as linhas guias formadas pela água, deixando a câmera na vertical.
Note como a segunda queda d’água ca próxima da intersecção das proporções douradas. Além disso, a cena combina uma certa simetria ao posicionar a queda d’água no centro do frame também. Esse momento não deve ser apressado. Use do tempo que achar necessário para achar a composição perfeita. Alguns fotógrafos cam horas fazendo isso! Com a composição escolhida, é hora de passar ao passo 3 e congurar tudo.
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PASSO 3 – CONFIGURAR (RICARDO)
Usaremos o modo TV, que dá prioridade à velocidade do obturador sobre os outros dois pilares (abertura do diafragma e sensibilidade do ISO). Fazendo isso, perceba que a interface da câmera já habilita a seleção da velocidade desejada e retira da conguração a parte que era da abertura do diafragma, já que isso será calculado automaticamente por ela.
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Nesse caso, se expormos o sensor da câmera por 1/60 segundo, a câmera usará o f-stop f/13 para obter a luminosidade correta.
Caso eu aumente para 1/200, a câmera já baixa o f-stop para f/7.1. Faz sentido, não? Com menos tempo de exposição à luz, uma abertura maior de diafragma compensaria.
É importante mencionar que esses números que estamos vendo agora mudam de acordo com a luminosidade do lugar que você está fotografando. Mesmo uma nuvem que passa no céu interfere nesse cálculo da câmera. CaraDaFoto.com.br
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PASSO 4 – CAPTURAR (RICARDO)
Façamos agora o nosso primeiro teste. Lembrando que para fotos de longa exposição, é sempre bom usar o tripé, como você já sabe. Usaremos também o timer de 2 segundos para capturar a foto, garantindo que ela fique ainda mais nítida.
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Na primeira captura, vamos recriar o efeito de véu na água através de uma velocidade do obturador mais lenta (2 segundos).
Com congurações assim, podemos esperar um resultado onde os contornos da água quem borrados.
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Bacana! Exatamente como o previsto. Vamos agora ver como a foto ca com 0’’8 (0.8 segundo) de exposição.
A água deverá car um pouco mais nítida, porém ainda “riscada”.
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O efeito de véu ainda aparece, mas um pouco menos intensamente. Troquemos agora a velocidade para 1/4 (um quarto de segundo).
A foto agora deverá começar a perder o efeito de véu e car mais nítida.
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Como último teste, vamos usar uma velocidade bem rápida (1/800).
Antes mesmo de apertar o botão, você já pode ter total certeza de que a cena será totalmente congelada. A velocidade é suciente para isso.
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Olhe que legal! Várias gotas aparecendo. Agora, veja um panorama com todas as fotos e perceba as diferenças.
Resultados muito diferentes através da simples mudança na velocidade do obturador. Esse é o poder que você tem em mãos. Agora vamos dar mais uma olhada na praça e quem sabe achar outro lugar legal para testarmos.
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PASSO 1 – ENXERGAR (RODRIGO)
De volta ao passo 1, o objetivo é localizar cenas com potencial para mais testes. Sem muito esforço (a praça é pequena), outra cachoeira candidata surge e estamos prontos para o passo 2.
PASSO 2 – COMPOR (RODRIGO)
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Logo de cara, dar um zoom grande e focar bem de perto parece ser o caminho para isolar a atenção naquilo que interessa, já que a paisagem ao redor não agrega muito (prédios, e pessoas passeando).
Perceba que mesmo assim, a cachoeira não está no meio do foto, f oto, mas, mais para o lado esquerdo, sobre a linha de interesse da golden ratio. Outra tentativa seria tentar enquadrar a cena mais de baixo e posicionar a cachoeira na outra linha de interesse.
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Uma terceira opção é andar um pouco mais para perto e fechar o frame na cachoeira.
Dessa forma quase todos elementos que não agregam foram isolados e a cachoeira ganhou o palco todo para si. Manteremos essa composição por enquanto. Algo que você vai perceber durante o processo de composição, é que dicilmente você vai saber o que fazer logo de cara. Como já falamos, tenha paciência e ande pela cena, se agachando e levantando em busca do melhor ângulo.
PASSO 3 E 4 – CONFIGURAR E CAPTURAR (RODRIGO) (RODRIGO )
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Vamos começar colocando a câmera no modo TV novamente – mas lembre-se de que tudo isso é possível de se fazer no n o modo manual também, para controlar todos os pilares independentemente.
Caso queira usar o modo manual, tente sempre deixar o fotômetro no zero, aumentando ou diminuindo a abertura do diafragma, a velocidade do obturador ou o ISO.
Nesse momento vamos denir somente a velocidade do obturador usando o movo TV. Como estamos tirando uma foto durante o dia, é muito difícil deixar o obturador aberto por um período muito longo CaraDaFoto.com.br
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de tempo, já que tem muita luz ambiente. Por menor que seja a abertura do diafragma ou o ISO, não é possível deixar a exposição muito lenta por causa da luz do sol. A câmera vai te avisar piscando o valor da abertura do diafragma caso isso aconteça.
Se selecionarmos 2’’ de exposição e pressionarmos o gatilho da câmera até a metade, a câmera vai piscar o “F32”, signicando que não existe uma abertura de diafragma sucientemente pequena para conseguir expor essa cena corretamente por dois segundos. Para essas situações onde você quer fazer uma longa exposição mesmo com bastante luz ambiente, existem os ltros de densidade neutra. Como vimos no começo do curso, esses são aqueles ltros escuros que colocamos na frente da lente para que a câmera pense que está escuro no momento. Essa seria uma maneira de tirar uma foto de longa exposição durante o dia.
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Agora, esse é um assunto muito mais avançado. Cobrimos separadamente e em detalhes no nosso outro curso ocial, o Curso Master de Fotograa e Pósprocessamento.
Mas já que esse é um curso de introdução, passaremos também uma ideia de como funciona. O primeiro passo é colocar o adaptador na lente (caso o seu ltro seja também uma lâmina de vidro ao invés de um anel de rosquear). Depois, é só colocar o ltro.
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Perceba que ele é tão escuro que você não consegue nem enxergar do outro lado. Esse ltro especíco é um ltro de densidade neutra de 10 paradas (10 stops), ou seja, reduz a luminosidade ambiente em até 10 vezes. Uma dica adicional é você pegar o foco do que você quer fotografar antes de colocar o ltro, porque depois pode car muito escuro.
Com o ltro posicionado, precisamos ajustar os pilares todos novamente. Por quê? Porque a luz que chega ao sensor da câmera , agora será drasticamente reduzida. Ela precisa atravessar o ltro antes de chegar ao sensor. Na primeira foto teste, vamos buscar uma exposição mais lenta usando valores acima de 1 segundo. Ao fazer isso, a câmera acusou que qualquer que seja a abertura de diafragma escolhida, não será pequena o suciente para expor tanto tempo sem que tudo que muito claro (mesmo com o ltro escuro inserido). É claro que essa não é a verdade, o nosso ltro dá plenas condições. Mas isso pode acontecer e é normal, os modos AV e TV não são os melhores para se usar nessas situações mais avançadas. Vamos então partir para o modo manual. As congurações serão: abertura de diafragma em F/8 (que é uma zona bem nítida dessa lente - Canon 18-135mm); velocidade do obturador em 3.2 segundos e ISO100.
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Nessa etapa do processo é tentativa e erro, já que o fotômetro pode também não ajudar corretamente. Com ltros de densidade neutra, acertar de primeira a exposição clara o suciente é questão de muita prática (ou sorte).
A foto cou escura com aquelas congurações. Podemos então aumentar a abertura do diafragma para entrar mais luz e mitigar o problema. Vamos tentar F/5.
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Ficou mais claro, porém ainda escuro demais. Dessa vez vamos deixar o sensor exposto por mais tempo (6’’).
Está cando legal. Podemos tentar reduzir um segundo de exposição e ver como ca em 5’’.
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Um pouco mais escura, porém perfeita para a foto nal que temos em mente (escura e dramática). Note também que a água está bastante uida, foram 5 segundos de movimento capturados em uma só imagem. Agora na segunda bateria de testes, vamos fazer algumas fotos retirando o ltro da nossa lente, o que permitirá velocidades mais rápidas para o nosso obturador.
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Sem o ltro, podemos voltar para o modo TV e congurar a velocidade conforme nosso desejo. Nesse caso, 1/160 (que é uma velocidade intermediária) e mantendo os demais pilares exatamente como estavam.
A câmera agora deverá começar a congelar um pouco o movimento da água, deixando as gotas mais visíveis.
Quase lá, mas não congelou totalmente. Precisamos de uma velocidade maior mantendo a mesma luminosidade. Podemos fazer isso de duas formas diferentes. A primeira delas é através do Exposure Compensation. CaraDaFoto.com.br
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Usaremos um exposure compensation negativo (para dizer à câmera que a foto precisa ser mais escura, enganando-a ao passar a impressão de que a cena é muito clara), o que habilitará velocidades maiores para o obturador, como 1/400. Antes desse truque, essa velocidade fazia com que nossa abertura do diafragma piscasse no visor, ou seja, não era possível.
Agora podemos retornar a abertura do diafragma para F/5, escolher a velocidade de 1/400 e ver qual é o resultado.
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Legal! Agora sim o movimento foi totalmente congelado e a luminosidade cou parecida. Para nalizar, podemos testar outra composição e repetir o uso do ltro em uma velocidade do obturador lenta, de 6’’.
Vamos tentar expor nosso sensor por mais dois segundos e aumentar o ISO para 400, mantendo a abertura do diafragma em F/5.6. Nossa foto cou escura, então podemos clarear ao abrir mais o diafragma, aumentar o tempo de exposição ou ainda aumentar o ISO.
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Ganhamos bastante em luminosidade, porém perdemos nitidez. Aqui ao lado passam os famosos ônibus bi-articulados de Curitiba, que fazem o chão trepidar. Vamos tentar mais uma vez com obturador a 5 segundos, f/5.6 e ISO 400.
Essa cou ótima! A longa exposição da água cou bem denida e temos nitidez. Vejamos todos os resultados em paralelo para facilitar a comparação.
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Conseguimos tanto congelar a água quanto deixar ela uída. É assim que você pode explorar a velocidade do obturador para obter os efeitos que você precisar!
Ufa! Com isso fechamos mais esse capítulo. Exploramos na prática, aqui na Praça do Japão, os vários efeitos que a velocidade do obturador permite você criar. E agora, é claro, vem a sua parte. Você tem outra tarefa!
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TAREFA
Em sua casa, recomendamos que use também uma torneira para brincar com a velocidade do obturador, como zemos. Tente congelar as gotas e obter a uidez água mudando a conguração desse pilar. Uma vez que isso car claro dentro de casa, você terá plenas condições de atingir resultados realmente incríveis nas suas fotos para valer. Vamos em frente!
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PARADA III – PARQUE BARIGUI
A nossa terceira parada será no famoso Parque Barigui. O sol já está quase se pondo, mas ainda temos muito chão para cobrir por aqui.
Lugar novo, oportunidades fotográcas novas. Principalmente agora, que estamos cavando cada vez mais fundo nas técnicas e truques da fotograa. Mas antes de avançar ainda mais, vamos tirar um tempo para nos aprofundar no último pilar da fotograa que é a sensibilidade do ISO.
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OS 3 PILARES DA FOTOGRAFIA: SENSIBILIDADE DO ISO
Para nossa sorte, esse pilar é muito simples. Ele basicamente controla a sensibilidade do sensor da sua câmera. De maneira simples, podemos dizer que quanto maior o ISO que você selecionar na sua câmera, mais sensível o sensor será e menos qualidade sua imagem terá. Quanto menor for o ISO que você selecionar na sua câmera, menos sensível o sensor será e mais qualidade sua imagem terá.
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Baseando-se nisso, você pode pensar: “Então é melhor tirar fotos com o menor ISO possível, porque assim nós conseguimos uma imagem de maior qualidade, não é verdade?” Sim, é verdade! Se pudéssemos usaríamos sempre o ISO mais baixo. O problema é que nem sempre temos luz ambiente suciente para isso. Ð
DICA: Quanto menor o ISO, melhor! Como falamos, caso você aumente muito a sensibilidade do ISO, você pode ter ruído (noise) na foto. Ruído é a granulação das cores da foto. Você perde a nitidez das coisas, conforme atestaremos em alguns minutos no nosso exemplo prático.
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Uma situação clássica de ISO alto é fotografar no entardecer sem o uso de tripé. Nessas situações, você talvez não consiga usar um ISO 100 ou 50 para tirar a foto segurando a câmera com a mão, já que a velocidade do obturador será lenta demais para expor corretamente a cena de baixa luminosidade. A foto muito provavelmente cará tremida. Você deve, então, aumentar o ISO até que tenha uma velocidade de obturador sucientemente rápida para tirar foto com a mão (lembre-se da dica: velocidade mínima = 1/milimetragem atual) sem que ela que borrada. Ou seja, você precisaria usar um ISO alto (600, 800, 1000). Porém como você aumentará bastante o ISO, perderá em qualidade. O tripé é essencial em ambientes escuros ou de baixa luminosidade. Com ele você conseguirá usar o ISO baixo mesmo com velocidade lenta do obturador, sem ter uma foto tremida. Existem situações em que o ISO mais alto pode ser útil, como medida compensatória. Ele sendo um dos três pilares, não está isolado dos outros, logo, todas as vezes que você alterá-lo, altera também a sensibilidade do sensor à luz, e isso interfere nos outros dois pilares. Se você aumentar muito a sensibilidade do sensor, sua foto pode acabar cando clara demais. Nesse caso você tem que lembrar dos outros pilares, e talvez diminuir a abertura do diafragma para compensar a sensibilidade alta ou então acelerar a velocidade do obturador. Caso esteja à noite (com pouca luz) e deseje usar um ISO alto, você precisa alterar os outros pilares antes de aumentar o ISO. Faça de tudo para não aumentar o ISO! Esse deve ser o último recurso para que você consiga tirar a foto. Se você está com pouca luz ambiente, abra o diafragma o máximo possível. Caso esteja com um tripé, dê o máximo de exposição possível para capturar toda a luz e depois desses passos você pode cogitar aumentar o ISO. Ele é o último recurso já que ele impacta negativamente na foto. Agora vamos para a prática. Testaremos uma mesma cena fotografando com ISO bem baixo e depois bem alto para que você veja claramente a diferença. Então, vamos lá!
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Primeiramente, vamos usar o modo AV novamente e selecionar o ISO mais baixo possível nesta Canon 60D, que é 100. Esse seria o ISO ideal, com a menor quantidade de ruído.
Como o sensor não estará tão sensível à luz, a câmera terá que calcular uma velocidade de obturador adequada para expor tudo corretamente. No caso, 1/20 para a abertura de f/3.5 que escolhemos.
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Vamos então para a primeira foto teste.
Agora vamos aumentar o ISO para 6400, que é o máximo desta câmera. Como o sensor está muito sensível, a câmera precisa adotar outra velocidade do obturador.
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Ela escolheu uma velocidade bem rápida (1/1250), como previsto. Agora perceba como o ruído começa a car visível no resultado apesar da luminosidade ser bastante parecida.
Conseguiu ver? Não se engane! Muitas vezes vemos a foto em tamanho reduzido e tudo ca muito parecido, porém, ao darmos um zoom em 100% do tamanho original, a história muda.
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É exatamente essa diferença de qualidade que você notaria ao imprimir i mprimir ou publicar em tamanho real. Então, para reforçar: sempre que possível, use um ISO baixo e leve um tripé (até mesmo durante o dia).
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PARADA III – PARQUE PARQUE BARIGUI (CONTINUAÇÃO)
Com isso, podemos riscar também na nossa lista a parte teórica do último pilar da fotograa, a sensibilidade do ISO.
Sendo essa a nossa terceira e última úl tima parada do dia, aqui no Parque Barigui, vamos nos aprofundar um pouco no modo mais avançado da câmera: o modo manual. Você está pronto(a) para ver os 3 pilares em ação e como eles interagem entre si nesse modo. Para isso, usaremos novamente os 5 Passos Para Fotograas Sensacionais do Cara Da Foto, anal esse é o mapa do tesouro.
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PASSO 1 – ENXERGAR (RODRIGO)
É uma tarde de bastante sol e clima bom. Temos muitos turistas passeando por aqui, o que pode ser um desao, mas estamos escaneando o lugar em busca de cenas bonitas mesmo assim. Aqueles quatro prédios ao fundo chamam a atenção de quem olha. Se destacam dos demais pelas cores e similaridade entre si.
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Essa cena tem potencial. A água pode ser usada para criar um possível efeito espelhado e a linha de grama que passa cortando pode virar uma linha guia. Podemos ir direto para o Passo 2, um vez que estamos felizes com o que vimos.
PASSO 2 – COMPOR (RODRIGO)
Com auxílio do tripé, analisaremos melhor a cena em busca de uma composição legal. Talvez começar pelo alinhamento dos prédios de uma forma que eles preencham um dos quadrantes das proporções douradas. Perceba que a passarela de grama é uma linha guia que não é reta. Além disso, o reexo no lado de baixo incomoda um pouco.
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O posicionamento dos prédios mais para a direita parece conitar um pouco com as linhas da cena. Podemos experimentar na vertical também, aproveitando mais do reexo na água.
É uma composição bacana, sem dúvidas. Mas o fato da linha central não ser perfeitamente reta, incomoda também nessa composição. Vamos tentar novamente na horizontal e dar um pequeno zoom para retirar esses elementos que não agregam. Além disso, tentar trocar o lado dos prédios.
Legal! Agora os elementos se complementam ao invés de ofuscar uns aos outros. A composição escolhida será essa mesmo. Vamos em frente! CaraDaFoto.com.br
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PASSO 3 – CONFIGURAR (RODRIGO)
Lembre-se: o modo AV é uma ótima ideia na grande maioria dos casos. Os melhores fotógrafos que conhecemos no mundo inteiro também usam. Além da praticidade, você ainda tem grande controle sobre o resultado nal da sua foto. Por isso ele é um grande favorito no ramo. Porém, como prometido, vamos avançar um pouco nessa etapa para que você tenha plenas condições de usar o modo manual sempre que desejar. Nesse modo é você quem escolhe todas as congurações da câmera. E para isso, precisa recorrer principalmente ao fotômetro, que é a barrinha exibida no painel da câmera (normalmente vai de -3 à + 3, incrementando de um em um). É ali que você tem uma projeção da câmera sobre a foto a ser capturada usando qualquer conguração. Isso é bastante útil pois você não precisa, de fato, fotografar para saber se acertou ou não nas congurações. No caso, se usássemos uma velocidade do obturador de 4 segundos, abertura do diafragma F/5.6 e ISO100 veremos o que o fotômetro nos dirá.
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Note que ele indica logo de cara que a foto caria muito clara, movendo o indicador para a direita. Neste caso, 3 paradas (stops) mais clara do que deveria, de acordo com as medições de luminosidade que ela faz quando você aperta o botão de captura até a metade. Da mesma forma, se usarmos uma velocidade do obturador muito rápida e mantermos os outros dois pilares, teremos indicação de que a foto seria escura demais.
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Para fazermos a prova real e atestar a informação que recebemos do fotômetro da câmera, podemos ir adiante e capturar a foto. O resultado deve ser uma foto escura (duas stops abaixo do ideal).
Bingo! Perceba que a foto, de fato cou escura demais. Não tinha como ser diferente, a exposição é mesmo muito rápida para as condições atuais de luz. Podemos então buscar números mais realistas para obtermos resultados melhores, começando pela abertura do diafragma. Como já citamos, as lentes costumam ter melhor nitidez na abertura média de diafragma. Então, usaremos F/8 como boa prática e também reduziremos a velocidade do obturador. Outro detalhe importante é que essa cena tem muita luz ambiente, então o ISO não precisa ser alto. ISO100 é mais que suciente.
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PASSO 4 – CAPTURAR (RODRIGO)
Com essas congurações, o fotômetro se concentra mais próximo ao 0, o que indica uma luminosidade ideal e que estamos no caminho certo. Podemos ir fundo com a certeza de que a foto cará corretamente exposta.
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Show! Ainda que um pouco escura, está ideal se já pensarmos no pós-processamento que faremos em instantes. São sempre melhores de se processar fotos que sejam levemente mais escuras, do que claras. Veremos mais sobre isso juntos logo, logo. Recapitulando: andamos pelo parque buscando uma cena legal; depois zemos a composição da foto com calma; conguramos a câmera no modo manual e nalmente capturamos a foto. Vamos agora explorar outra perspectiva diferente.
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PASSO 1 – ENXERGAR (RICARDO)
Como já estamos no nal do dia, a luz começa a car mais dourada. Essa hora é chamada de “golden hour” (hora dourada), que é quando o sol está bem próximo ao horizonte, deixando as cores mais quentes e bonitas. Seria um pecado não tirar proveito dessa iluminação fantástica. Nesse momento estamos do outro lado do parque, de frente para o sol, tentando identicar uma cena bacana. Daqui temos uma vista interessante do sol se pondo no horizonte. Provavelmente esse será o lugar da vez!
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Agora, sempre que você depende do clima como fator determinante para uma foto, você joga com probabilidades. Ou seja, você tem 50% de chance de acertar e 50% de errar. Mas estamos conantes de que a iluminação vinda do sol irá dar uma cor bonita nas nuvens e resultar em uma bela foto. Agora é a hora de pensar na composição. Vamos adiante!
PASSO 2 – COMPOR (RICARDO)
Com o avanço do pôr-do-sol, a cena torna-se dinâmica e muda a cada segundo. Isso é fantástico! Conforme o sol vai se pondo, começa a iluminar as nuvens de baixo para cima, criando um efeito legal.
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Como primeira tentativa de composição, posicionar o sol na posição inferior direita da golden ration, dando um pequeno zoom, nessa lente de 10-20mm, parece uma boa ideia.
Uma cena muito bonita, sem dúvidas. Como alternativa, podemos tentar enquadrar tudo verticalmente e ver se o resultado tem potencial ou não.
Bonito, mas pior que a composição inicial. Lá tínhamos também a nuvens funcionando como linhas guias até o sol. Podemos seguir adiante para o Passo 3, usando aquela composição inicial. CaraDaFoto.com.br
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PASSO 3 – CONFIGURAR (RICARDO)
Nesse caso, usaremos também o modo manual para ter o controle absoluto sobre tudo. O primeiro passo é, portanto, alterar o modo de TV para Manual e experimentar valores até obtermos uma exposição ideal. Nessa situação de pôr-do-sol, o ISO será muito importante. Precisamos nos certicar de que ele esteja em 100 para que não percamos qualidade de imagem. Como somente o fundo está muito bem iluminado, temos que tomar cuidado para que a área escura não tenha ruído. Usaremos uma abertura do diafragma de F/9, velocidade do obturador de 1/125 e ISO100 para que a nossa foto que propositalmente mais escura. Podemos saber disso antes mesmo de fazer a captura, olhando no fotômetro.
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PASSO 4 – CAPTURAR (RICARDO) Para fazermos a captura, usaremos o nosso tripé e o timer de 2 segundos, como anteriormente.
Seguidos os passos 1, 2 e 3, não temos mais o que fazer, além de dar o comando para a câmera e apreciar o resultado.
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Ficou bacana! As nuvens estão coloridas e “ilha” cou completamente escura. O efeito de silhueta combina perfeitamente. Com isso vamos nalizando o capítulo. Mas não pense que você sairá sem mais uma tarefa!
TAREFA
Essa é uma tarefa muito simples: brinque com os modos AV, TV e Manual da sua câmera. A partir de hoje, você pode esquecer outros modos. Não deixe mais a câmera no controle! Brinque principalmente com modo manual, alterando os três pilares individualmente e percebendo o efeito de cada um deles. Para seguir com a leitura, você precisa saber aplicar bem todas as técnicas que utilizamos até agora. Então, após seus testes, nos vemos no próximo capítulo!
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INTRODUÇÃO AO PÓS-PROCESSAMENTO
Agora que você já testou todos os modos da sua câmera, está pronto para continuar com a gente nessa jornada. É muito importante que você tenha realmente feito os testes, porque é só com a prática que você vai dominar os três modos principais de fotograa – principalmente o modo Manual. A parte do pós-processamento é uma das mais divertidas da fotograa! Além disso, é uma etapa que você não, de forma alguma, pode deixar de fazer. No Passo 1 você enxergou a cena corretamente com seu olhar fotográco. No Passo 2, compôs uma cena legal. No Passo 3, congurou sua câmera da melhor maneira. No Passo 4, capturou a foto. Agora se você não zer um bom pós-processamento no Passo 5, perderá todo esse trabalho! É nesse passo que você vai corrigir coisas como balanço e distribuição de luz, vibração das cores e várias outras coisas. É a etapa em que você coloca tudo o que viu mas sua câmera não conseguiu capturar. Lembre-se de que tudo o que aconteceu até agora é meramente uma interpretação da câmera para a cena que você escolheu. CaraDaFoto.com.br
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Nesse estágio colocaremos novamente nosso estilo na foto. Talvez você queira deixá-la em preto e branco, em sépia, vermelha, dar um zoom, colocar um blur, e etc. Na sequencia veremos algumas das técnicas mais poderosas para deixar as fotos mais impactantes. Apesar disso tudo, essa ainda é uma área muito ignorada até mesmo por professores e ditos “mestres” de fotograa. Não entendemos o porquê. O pós-processamento é 50% da arte, no mínimo! Faça um favor à si mesmo(a) e para a cena fotografada: pós-processe todas suas fotos! Veja, nossa leitura sobre pós-processamento é muito simples: todas as fotos precisam ser pós-processadas. Reconhecemos que muitas pessoas têm uma enorme resistência em relação a isso. No entanto, nós processamos 100% das nossas fotos e instruímos todos nossos milhares de alunos a fazerem o mesmo. Uma foto pós-processada leva uma grande carga emocional e transmite muito mais informações. Não aceite resultados medíocres que a câmera decidiu por você! Aqui agora você vai aprender como somente alguns segundos de pósprocessamento literalmente transformam suas fotos. Vamos ensinar alguns dos truques mais rápidos e ecazes sobre o assunto. Porém, como você pode imaginar, essa etapa é uma das mais avançadas de toda fotograa. Por isso no nosso Curso Master de Fotograa e Pós-processamento temos um módulo inteiro dedicado ao assunto e nos aprofundamos muito mais, demonstrando em vídeo, na prática, o que há de mais poderoso atualmente no mundo todo. Mas seguinte, existem várias “linhas” de pós-processamento. Existem fotógrafos que gostam de alterar a foto completamente, como por exemplo, colocando elementos que não estavam lá. Apesar disso também ser válido, não é o que nós fazemos e incentivamos. Nós pregamos aquele pós-processamento que não altera a essência da foto, mas corrige e retira distrações quando necessário. Aquele prós-processamento que traz de volta o que sua câmera não conseguiu capturar e também ajustes que complementam artisticamente. Existe esse mito que diz que o Photoshop “fabrica realidades”. Porém, nossa losoa é de nunca alterar a natureza. Não nos sentimos bem em alterar uma foto de uma maneira que ela não corresponda com a realidade. O que fazemos é realçar a beleza que já estava lá. Mas aqui não existe a noção de certo ou errado. É uma questão losóca e você poderá decidir a sua! Bem, nessa introdução ao pós-processamento, vamos mostrar algumas fotos da maneira que ela foram capturadas originalmente pela câmera e como caram depois do nosso pós-processamento. Essas são algumas das nossas fotos favoritas! A primeira delas é de um pôr-do-sol sensacional na Islândia, perto da capital Reykjavík. É uma foto legal com composição interessante, mas com problemas de contraste e cor.
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Agora veja como ela cou depois de um pós-processamento rápido.
Muito mais impactante, não é? As cores ganham mais espaço na foto, assim como a iluminação está mais harmônica. A próxima foto é de um amanhecer no Mount Cook, na Nova Zelândia.
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Uma paisagem de tirar o fôlego, porém num primeiro olhar, a foto parece “lavada”, como dizemos. Sem contraste e diferença signicativa na luminosidade. Seria uma perda incrível mantê-la dessa forma, portanto eis o resultado após o pósprocessamento.
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Agora sim, uma foto que faz jus à essa paisagem incrível. As cores estão mais fortes e a iluminação muito mais realista. O exemplo seguinte retrata a Cidade do Cabo, na África do Sul.
Veja que a foto está bem legal mesmo sem processamento. Mas ainda faltava um contraste maior.
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A foto ganha mais dinamismo, impacto e contraste. Ela realmente retrata o sentimento daquela hora. A próxima é uma foto típica da skyline de Seattle, nos Estados Unidos.
Lá no fundo você pode ver o Mount Rainier, que se parece bastante com o japonês, Fuji. Essa montanha raramente ca exposta por causa das nuvens que se formam ao redor dela – então, foi um dia de bastante sorte. Agora sejamos sinceros: para onde foram as cores? Um entardecer como esse, banhado de cores douradas não merece ser capturado desta forma. Um pós-processamento é, de novo, obrigatório.
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Agora sim! É isso que os olhos estavam vendo na hora. No exemplo seguinte, uma foto tirada na pacata porém incrivelmente cênica cidade de Wanaka, na Nova Zelândia.
Um resultado obviamente subexposto (escuro), mas temos total habilidade de trazer luminosidade novamente à cena e recuperar as cores também através do pós-processamento. Vejamos o como cou.
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Incrível! Exposição corrigida e cores realçadas, destacando o amarelo clássico do outono. Muito bacana! Continuando nossos exemplos, veremos agora uma das nossas grandes favoritas. A paisagem ca no Glacier National Park, nos Estados Unidos. Uma cena fantástica com esse cinturão que o lago faz ao redor da montanha.
Logo de cara dá para perceber que a foto é de longa exposição porque as nuvens estão riscadas. Elas funcionam como linhas guias que levam até a montanha. Agora no quesito tonalidade e contraste, a câmera novamente não fez um bom trabalho. Precisamos processar essa foto.
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A foto depois deste pós-processamento é muito mais impactante. Temos cores vivas e uma cena mais dramática. Agora, talvez o exemplo mais impressionante até agora seja o próximo. O lugar da foto é uma igrejinha muito fotografada da Nova Zelândia, a Church Of The Good Shepherd. Destino obrigatório para todos apaixonados por fotograa que estiverem nas redondezas.
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Até mesmo direto da câmera, conseguimos ver a galáxia imediatamente acima da igreja, resultando em uma foto até difícil de se acreditar. Não é por nada que milhares de fotógrafos vão todos os anos até esse lugar. Em alguns segundos conseguimos intensicar ainda mais a luz e garimpar detalhes escondidos na foto, através do processamento.
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Veja como os detalhes da cena voltaram. Tudo isso já estava lá. A câmera capturou, mas não estava mostrando na foto. Como a foto foi tirada no formato RAW, em alguns poucos ajustes você pode trazer a luz de volta e consegue ver todos os detalhes. Não deixe sua câmera te sacanear! Veja quantas cores estavam desperdiçadas nesse céu. Para fechar, mais uma foto do mesmo Mount Cook na Nova Zelândia. Agora, em uma tarde nublada e bem mais fria que aquele amanhecer.
Tons pasteis e foto razoável, apesar da magnitude toda e imponência do morro em relação à estrada. Mas veja como ela cou depois de um pós-processamento rápido.
O impacto é muito maior! Veja quanta cor estava escondida. O amarelo do outono contrasta com esse azul leve da montanha. Gostamos tanto da foto, que temos um quadro de mais de dois metros dela. Lembre-se: todas essas cores e contrates foram capturados por sua câmera. É por isso que conseguimos trazer tudo de volta no pós-processamento. O que estamos dizendo é que não cabe à câmera decidir quanto do amarelo essa foto deveria ter, por exemplo. Anal, ela jamais saberá seu gosto artístico. Esperamos que o poder do pós processamento, que é o quinto e último passo dos nosso framework, tenha cado claro para você! Na sequência, veremos como colocá-lo na prática.
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PÓS-PROCESSAMENTO NA PRÁTICA
Nesse ponto da leitura você já viu inúmeras passagens e exemplos usados por nós para ressaltar o quanto é importante dar a devida atenção para cada um dos 5 Passos Para Fotograas Sensacionais do Cara Da Foto. Agora, veremos como alguns simples truques e ajustes aplicados nas fotos que capturamos juntos na mini jornada fotográca de hoje, resultarão em imagens innitamente melhores, mais impactantes e que façam jus ao nosso esforço todo. Para isso usaremos uma ferramenta muito comum entre os fotógrafos do mundo todo, e que, particularmente, gostamos bastante e recomendamos que considere usar também: o Adobe Lightroom. Esse é um aplicativo pago, terceiro e sem vínculo algum ao Cara Da Foto, portanto ca a seu critério adquirir ou usufruir da versão temporária gratuita de testes (caso ainda disponível) fornecida pela própria Adobe, através de seu site ocial.
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Independentemente da sua escolha, o que veremos ao longo deste capitulo tende a ser aplicável na grande maioria dos programas similares de mesma categoria. Você terá plenas condições de acompanhar. No entanto, recomendamos fortemente que faça esse pequeno investimento. Bem, a ideia aqui nesse curso de introdução é deixar você apto(a) a transformar a suas fotos através do pósprocessamento. Ensinaremos as poucas técnicas que são responsáveis pelos maiores resultados. Mas é claro que nosso Curso Master de Fotograa e Pós-processamento nos aprofundamos muito mais, inclusive combinando o uso avançado do Adobe Lightroom ao Photoshop. O processo que seguiremos agora será bastante simples: cada um de nós escolherá a sua foto preferida dentre as capturadas e fará o pós-processamento completo. Seguindo a mesma ordem que você viu naqueles capítulos. Então, para cada parada, você terá duas fotos totalmente processadas, na prática, comparando a original com a nal.
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FOTO 1 – JARDIM BOTÂNICO (RODRIGO) Para começar, iremos direto às fotos capturadas pelo Rodrigo em nossa primeira parada do dia no Jardim Botânico. O primeiro passo é, obviamente, a transferência das fotos para o computador e a importação das mesmas no Adobe Lightroom. Feito isso, agora vem a decisão de qual foto processar.
Como a fotograa é arte, muito do seu próprio gosto artístico inuenciará as suas preferências e decisões pessoais, mas neste caso a foto escolhida foi a segunda da lista.
CORREÇÃO DE ABERRAÇÕES DE LENTE Na sequência, o primeiro passo do nosso pós-processamento é a retirada de distorções causadas pela lente. Essas distorções podem ser uma vinheta automática ou ainda aberrações cromáticas (o que é comum principalmente em lentes mais baratas). O Adobe Lightroom tem uma funcionalidade que funciona muito bem na retirada desses problemas com um clique apenas. É uma ferramenta bastante poderosa. Para acessa-la, você precisa estar no modo de Desenvolvimento (ou “Revelação” dependendo da versão que você usar, ou ainda “Develop” em inglês) do Adobe Lightroom, e correr para baixo na barra lateral direita até chegar em “Lens Correction” (“Correção da lente”).
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Após essa correção inicial, é sempre bom ter em mente qual efeito você quer criar com a sua foto. Será que você quer algo mais artístico, lembrando pinturas, ou apenas trazer de volta aquilo que seus olhos viram no momento, mas que a câmera não foi capaz de capturar corretamente? Neste caso, a escolha é potencializar as cores, dinâmica de luz e equilibrar a foto no geral
CONTRASTE TURBO O famoso Contraste Turbo do Cara Da Foto é uma sequência simples de passos que você faz em poucos segundos e altera completamente a luminosidade da cena, retirando o excesso de luz e recuperando a falta dela. Para fazer, basta ir na parte dos ajustes “Basic” (ou “Básico”, em português), arrastar para a esquerda o controlador “Highlights” (“Realces”) e arrastar para a direita o controlador Shadows (“Sombras”) até obter o resultado desejado.
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No nosso caso, recuperamos a luminosidade ideal no céu e “abrimos as sombras”, ou seja, trouxemos um pouco de luz para as áreas escuras da foto. O próximo passo é controlar a intensidade dos brancos e dos pretos na nossa foto, isso também contribuirá para um contraste melhor. Existem várias formas de se fazer isso, porém gostamos bastante de fazer assim: ainda na mesma parte de ajustes “Basic”, precisamos agora usar também o nosso teclado do computador e deixar pressionada a tecla “Alt” (ou “Option” no Mac) enquanto arrastamos para a direita o controlador “Whites” (“Brancos”) e depois para esquerda o “Blacks” (“Pretos”).
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Note que ao fazer isso, a imagem ca completamente preta no caso do controlador “Whites” e branca nos “Blacks”, e conforme você vai arrastando o controlador, alguns pontos podem aparecer na sua foto. Isso quer dizer que aquela área da foto está estourada, ou seja, perdida. O ideal é deixar apenas alguns poucos pontos daqueles e depois soltar a tecla “Alt” para ver a imagem novamente. Aplicando dessa forma não destruímos ponto algum da nossa imagem deixando branco ou preto demais. O resultado desse ajuste deverá ser uma foto um mais intensa, com melhor luminosidade.
REALÇE DE CONTORNOS Outro ajuste poderoso que você pode e deve fazer, é realçar ou suavizar contornos em sua foto. Isso ajuda a criar profundidade e destaque nos elementos. O controlador em questão é o “Clarity”, ou “Claridade” em português. Arrastando ele para a esquerda, os contornos carão mais suáveis, nebulosos como se fosse uma foto de sonho. Fazendo o mesmo para a direita, o oposto ocorre, destacando cada item na sua foto. No nosso caso, um pequeno ajuste para a direita (+5) fez o trabalho.
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Ð
DICA: Cuidado para não exagerar aqui, sua foto pode car bastante irreal de acordo com o que zer.
FILTRO GRADUADO Filtros graduados dentro do Adobe Lightroom nos dão mais controle sobre regiões especícas da foto. Para usá-los você precisa clicar no retângulo vertical logo abaixo do histograma no canto superior direito (atalho “M” no teclado), acessando o “Graduated Filter” (“Filtro graduado”). Feito isso, com o botão esquerdo de seu mouse, clique na foto e arraste para cima, para baixo, esquerda ou direta e solte, dependendo de qual direção quer aplicar o efeito. Como com esse ltro de agora queremos deixar a temperatura da cor mais fria nas ores, então o ltro será aplicado somente na parte de baixo. Na sequência arrastamos para a esquerda o controlador “Temp” e para direita o “Tint” (“Colorir”). Isso deixa as cores um pouco mais frias nessa parte.
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Em seguida aplicamos outro ltro graduado, dessa vez no céu e alterando apenas o controlador “Temp” para -12 (mais azul). O resultado são nuvens menos amareladas e naturais.
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AJUSTE INDIVIDUALIZADO EM CORES Passando agora para uma parte um pouco mais avançada do nosso processamento, vamos controlar a intensidade, saturação e luminância de cada cor individualmente. Isso nos possibilita fazer ajustes localizados sem afetar toda a foto. Para tal, precisamos ir para baixo na barra lateral esquerda, até chegarmos no bloco “HSL / Color / B&W”. No momento focaremos apenas na opção “Saturation” (“Saturação”) dentro desse bloco. Faremos ajustes leves nas cores, puxando para a direita o controlador “Red” (o que deixa os vermelhos mais vivos e saturados), para a esquerda o “Yellow” para retirar o excesso de amarelo, um pouco para a direita o “Green” (realçando o verde da grama) e nalizando com um ajuste para a direita também no “Magenta”.
NITIDEZ E REMOÇÃO DE RUÍDOS (NOISE) Outro importante ajuste que precisamos fazer agora é na nitidez e remoção de ruído das nossas fotos. Não se engane se tudo parecer nítido e denido o suciente, um ajuste aqui quase sempre cabe, por mais suave que seja. Para começar, precisamos acessar o bloco “Detail” (“Detalhe”) descendo mais um pouco na nossa barra lateral esquerda. Aqui dentro temos um grupo de ajustes chamado “Sharpening” (“Nitidez”) e outro “Noise Reduction” (“Redução de ruído”). Bastante intuitivo, não é? Aqui começaremos arrastar para a direita os controladores “Amount” CaraDaFoto.com.br
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(“Intensidade”) e “Masking” (“Máscara”) dentro de “Sharpening” para deixar tudo mais nítido. Na parte de redução de ruídos não mexeremos desta vez, já que a foto foi capturada com bastante luz ambiente e usando ISO100, então dicilmente teremos problemas com isso.
REMOÇÃO DE OBJETOS E PESSOAS Parte do seu trabalho é também fazer o que chamamos de limpeza, removendo objetos e/ou pessoas que você julgar estarem encobrindo algo importante ou simplesmente atrapalhando por estarem lá na sua foto. Veja, essa etapa pode levar minutos, horas ou dias e exigir muita paciência sua, então iremos demonstrar para você uma das formas de se fazer para remover um turista da nossa foto. Primeiro precisamos clicar no ícone da circunferência com uma seta para a direta, no topo da barra lateral esquerda, abaixo do Histograma - ou usar o atalho “Q” no nosso teclado. Essa ferramenta é chamada “Spot Removal” (“Redução de manchas”). Aqui vamos usar a opção “Heal” (“Recuperar”) e depois desenhar sobre a pessoa a ser removida, usando o botão esquerdo do mouse.
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E voalá, turista sumariamente apagado. Desculpe, se era você! Com isso, encerramos o pós-processamento desta primeira foto. Mas não se assuste se as alterações pareceram complicadas demais. Assim que você se familiarizar um pouco, tudo fará mais sentido e você vai adorar fazer tudo isso. Portanto, lembramos novamente da importância na prática no seu aprendizado. Vamos comparar o resultado com a foto original.
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Baita diferença, não é mesmo? Perceba como tudo ganha mais vida: o céu, grama, ores e estufa ao fundo. Um trabalho realmente necessário para recriar a imagem que vimos com nossos olhos na etapa da captura.
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FOTO 2 – JARDIM BOTÂNICO (RICARDO) Nessa segunda foto faremos basicamente o mesmo processo de edição. Porém, cada foto tem uma maneira especíca e ideal de se pós-processar, então pegue seu café e vamos juntos. Como anteriormente, o primeiro passo é escolher a foto ideal dentre as demais candidatas. Dentre todas, a segunda vai acabar sendo a vencedora novamente, por coincidência. Nela experimentamos com uma abertura do diafragma bastante grande (f/1.8), o que fez as ores carem borradas no primeiro plano. Um efeito bacana!
O próximo passo, como vimos anteriormente é remover as aberrações de lente no bloco de “Lens Correction” (“Correções da lente”) e na sequencia aplicar o Contraste Turbo usando parâmetros especícos para essa foto. O resultado ca um pouco melhor também quando alteramos o “Contrast”.
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Agora, ao contrário do que foi feito na foto anterior com os “Whites” e “Blacks”, inverteremos a ação, arrastando para a direta o primeiro e para esquerda o segundo. O resultado é uma foto mais “macia”, com iluminação leve e mais uniforme. Adicionalmente vamos de novo puxar para a direita o controlador de “Clarity”.
VIBRAÇÃO DAS CORES Essa alteração consiste em ajustar a intensidade das cores, porém não confunda o controlador “Vibrance” (“Vibração”) com o “Saturation”. Na nossa opinião, quando se usa o primeiro o resultado é mais natural e dedigno à realidade, ao passo que o segundo tende a deixar as cores muito energizadas. Então após arrastarmos um pouco o “Vibrance” para a direita, temos uma foto com cores muito mais vivas.
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Note como o céu ca consideravelmente mais azul e as ores, rosadas. Por enquanto deixaremos dessa forma, mas logo voltaremos nos ajustes individualizados para ajustes pontuais. Agora criaremos um “Filtro Graduado”, para cima. Assim como na foto anterior, o ltro terá o controlador “Tint” arrastado para a esquerda, deixando as cores um pouco mais azuladas e frias. Adicionalmente, algumas alterações foram feitas em mais alguns controladores.
RECORTE E ENDIREITAMENTO Toda foto precisa estar o mais reta possível, sempre! A não ser que você queira criar um efeito proposital. Não é o caso, então vamos checar se está tudo em dia nesse departamento, indo até a ferramenta “Crop Overlay” (“Sobreposição de corte”) - atalho tecla “R” do teclado – e usar do controlador “Angle” (“Ângulo”) para fazer ajustes caso necessário. Adicionalmente, nesta mesma ferramenta, faremos um recorte (crop), clicando nas bordas da foto e puxando até a posição desejada.
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FILTRO RADIAL Outra ferramenta bastante poderosa do seu arsenal, são ltros radiais. Basicamente, são ltros graduados, mas em formato circular. O objetivo de usar um desses ltros agora é fazer ajustes exclusivamente na área central da nossa foto, ao invés de fazê-los de forma global. Para isso, basta clicar no ícone circular dos “Radial Filters” (“Filtros radiais”) - atalho nas teclas “SHIFT” + “M” no teclado - abaixo do Histograma. Agora, ao clicar sobre a foto com o mouse e arrastar, ao invés de linhas você vê um círculo se formando. Posicionaremos um desses círculos sobre o centro da foto, alterando alguns dos controladores para obter essa maior luminosidade naquela região.
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Agora, vamos descer até o módulo de “HSL / Color / B&W” e compensar o ajuste nas cores feito anteriormente no controlador “Vibrance”. Sob a categoria “Saturation”, reduzir a intensidade do “Yellow” e aumentar o “Green” até obtermos tons realistas. Na sequência, agora na categoria “Luminance” mas ainda no mesmo grupo, arrastar para a esquerda o controlador “Purple” (“Roxo”) e também o “Magenta”, resultando em cores menos iluminadas e mais realistas nas ores. Para nalizar essa etapa, faremos o mesmo com o controlar “Blue” (“Azul”), tornando o céu muito mais presente e bonito.
Estamos prontos para fazer os ajustes nais de nitidez e denição no bloco “Detail”. Agora sim temos uma foto muito mais interessante e agradável de se olhar.
PRESETS Preset é um conjunto de ajustes e congurações previamente feitas, que resultam em versões de pós-processamento diferentes nas suas fotos, com apenas um clique. Nós criamos também um pacote de 61 Presets Para Lightroom ociais do Cara Da Foto, com efeitos variados e bacanas de se testar nas suas fotos. Como exemplo, veja a mesma foto após a utilização de um destes presets.
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Com isso encerramos o pós-processamento das fotos que capturamos no Jardim Botânico. Compare, novamente, o poder das versões nais frente à original.
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FOTO 3 – PRAÇA DO JAPÃO (RICARDO) Vamos agora para as fotos capturadas na Praça do Japão, em Curitiba. Uma cena que foi bastante desaadora de se capturar, como você pôde acompanhar no capítulo em questão, mas agora no pós-processamento, que é a outra metade da laranja, conseguiremos injetar personalidade e a nossa visão artística para obtermos fotos muito melhores. Começaremos seguindo a ordem de captura, portanto a primeira edição será de uma foto do Ricardo. Como você já pode ter adivinhado, precisamos antes de qualquer coisa passar por todas as fotos e selecionar a preferida considerando o desejo pessoal.
Depois de selecionada a foto, começaremos removendo qualquer aberração da lente através da opção “Lens Correction”, como zemos nas duas fotos anteriores. Imediatamente após isso, voltaremos ao topo da nossa barra lateral esquerda, até o grupo “Basic”, onde aplicaremos o “Contraste Turbo” diminuindo o “Highlights”, aumentando o “Shadows” e ajustando o “Blacks” e o “Whites” até atingirmos um contraste ideal. Feito isso, aumentaremos também a vibração das cores arrastando para a direita o controlador “Vibrance” e destacaremos um pouco mais os contornos da água e pedras através do aumento suave no “Clarity”. A nossa foto agora terá uma iluminação mais natural e balanceada, que favorece cada elemento da nossa foto. Por exemplo, as pedras estavam muito claras antes dos ajustes, a vegetação, sem vida, e a água sem impacto. Isso não acontece mais. CaraDaFoto.com.br
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Como estes ajustes que acabamos de fazer foram globais, inclusive o da vibração nas cores, acabamos afetando também a tonalidade da água, que passou a ser um pouco demais, quase irreal. Para corrigir isso, podemos facilmente ir até o bloco “HSL / Color / B&W” e ajustar o controlar “Blue”, diminuindo a intensidade da saturação da cor azul.
O próximo ajuste pode ser a inclusão de uma vinheta escura, retirando a atenção das laterais e focando na área central da nossa foto, que é onde queremos que as pessoas olhem primeiro. Para isso, vamos
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até o nal da barra da esquerda, chegando no bloco “Effects” (“Efeitos”). Ali dentro podemos arrastar o controlador “Amount” (“Quantidade”) para a esquerda.
PINCEL DE AJUSTE Outra ferramenta excelente para ajustes localizados, é a “Adjustment Brush” (“Pincel de ajuste”) – atalho “K” no teclado. Assim como se fosse um pincel, você pode pintar sobre as áreas da foto em que quer aplicar algum ajuste especíco, usando o mouse. Para isso, precisamos primeiro clicar no ícone que lembra um pincel, logo abaixo do Histograma. Uma lista de alterações locais aparece quando isso for feito, assim como no “Radial Filter” e “Graduated Filter”. O efeito desejado através dessa ferramenta, agora, é intensicar a luminosidade somente na queda d’água, portanto aumentaremos os controladores “Exposure” (“Exposição”), “Shadows” e “Clarity” e reduziremos o “Highlights”. Após isso, basta clicar com o mouse sobre a foto e “pintar” (mantendo o botão esquerdo do mouse pressionado) as áreas desejadas.
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A água agora está muito melhor, com destaque e impacto. Podemos agora intensicar ainda mais o efeito dramático, criando um “Radial Filter” que escureça nas laterais da foto. Para isso, clicar no ícone da circunferência e depois ajustar os controladores “Exposure”, “Contrast” e “Clarity” até as bordas carem sucientemente escuras.
Com isso atingimos o ponto nal deste pós-processamento de exemplo, com uma foto muito superior à original em todos os aspectos. Conseguimos recuperar informações perdidas e valorizar aquilo que merece atenção. Vejamos o comparativo entre a versão original, a que acabamos de pósprocessar e, novamente, uma adicional usando um dos nossos presets ociais. CaraDaFoto.com.br
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FOTO 4 – PRAÇA DO JAPÃO (RODRIGO) Continuando com mais uma foto da Praça do Japão, agora com uma capturada pelo Rodrigo. Como você ainda deve se lembrar, lá na hora experimentamos com composições diferentes e também com o ltro de densidade neutra. No entanto, apesar dos resultados variarem bastante, a escolha foi fácil visto que algumas fotos estavam tremidas em função do chão trepidando.
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Agora, esta não é uma das melhores fotos que já zemos, obviamente, porém com algumas técnicas de pós-processamento visando “recuperar” e transformar, a foto cará mais agradável e interessante. Primeiramente, faremos o “Lens Corrections” e na sequência o “Contraste Turbo”.
De cara a foto ca melhor exposta e com mais impacto. Agora passaremos a fazer ajustes nos na imagem, usando novamente um “Radial Filter” em cima da água. Aplicaremos ajustes leves aumentando os controladores “Clarity” e “Exposure”, o que destacará mais a água na foto.
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Após a aplicação desse ltro radial, podemos ajustar também as cores já que essa é uma área de bastante deciência na foto original captada pela câmera.
CONVERTENDO PARA PRETO & BRANCO Converter uma foto para preto e branco quase nunca é uma escolha fácil de se fazer, porém quando bem aplicada, resulta em fotos muito melhores. Inclusive, nós tendemos a fazer isso também quando a foto apresenta algum “defeito” que chama muita atenção, como por exemplo, sombras fortes demais, iluminação muito forte, baixa qualidade de imagem (ruído) e etc. Mas não se engane, preto e branco não é um corretivo que você pode aplicar nas suas fotos, mas sim uma outra categoria inteira de pós-processamento. Dito isso, vamos converter a foto atual para Preto e Branco clicando na opção “Black & White”, imediatamente no início do bloco de edição “Basic”. Com apenas um clique aqui o efeito é aplicado. Ð
DICA: Caso queira reverter para cores, basta clicar na opção “Color” ao lado de “Black & White”.
Apesar da foto estar agora em preto e branco, acredite, ainda temos como ajustar (e muito) o impacto que as cores continuam fazendo na nossa foto. Principalmente a luminância delas. Para isso, vamos até o bloco “HSL / Color / B&W” e ajustar os controladores das cores que sabemos que a foto tinha (verde, azul, amarelo).
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Após essas alterações, podemos experimentar também criando tons de sépia ao invés do preto e branco propriamente dito.
TONALIZAÇÃO DIVIDIDA & SÉPIA Esse é o bloco de ajustes dentro do Adobe Lightroom onde você pode alterar totalmente a tonalidade da foto usando cores de sua preferência. Por exemplo: sombras azuladas e luzes douradas, ou sombras avermelhadas e luzes esverdeadas. Enm, toda paleta de cores está disponível para qualquer combinação que tiver em mente. Para iniciar, precisamos ir até “Split Toning” (“Tonalização dividida”). Aqui você tem quatro controladores: “Hue” (“Matiz”) e “Saturantion” dentro de “Highlights” e “Hue” e “Saturation” dentro de “Shadows”. Ou seja, você pode alterar a matiz/tonalidade das cores nas áreas claras e nas escuras da foto, separadamente, ajustando também a intensidade do efeito através do controlador de saturação. Queremos recriar tons de sépia, portanto, cores douradas nas regiões claras e azuladas nas sombras.
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Um efeito bacana e fácil de se obter, não acha? Agora nalizaremos o pósprocessamento com uma vinheta escura pesada, direcionando a atenção para o centro da foto.
Vejamos o resultado do nosso esforço no pós-processamento, comparando com a original.
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FOTO 5 – PARQUE BARIGUI (RODRIGO) Vamos agora para as duas últimas fotos da nossa mini jornada fotográca que processaremos juntos por aqui. Lembre-se que durante a captura lá no Parque Barigui, focamos inteiramente no modo manual da câmera, assumindo total controle sobre o resultado. Com todo aquele empenho do nosso lado, seria injusto passar direto pelo passo 5. Dentre todas as versões e composições exploradas pelo Rodrigo, a escolhida foi a que destacava os prédios na lateral esquerda.
Uma foto nitidamente sub exposta, logo, os primeiros ajustes precisam ser, depois da remoção de aberrações em “Lens Corrections”, corrigir a exposição e aplicar o “Contraste Turbo”.
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Com a iluminação restaurada, podemos também vericar se a foto está perfeitamente reta ou não. A impressão inicial é que não, mas para termos certeza vamos usar a régua, em “Crop Overlay” e traçar uma linha onde acreditamos que seria o horizonte.
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Agora sim! Esta é uma maneira bastante fácil de se endireitar fotos quando se tem linhas óbvias que podem ser usadas como referência. Faremos também um ajuste nas cores, através dos controladores “Temp” e “Vibrance”, diminuindo a temperatura delas através do primeiro, e energizando-as com o segundo. Adicionalmente, um toque leve também no “Clarity” para destacar melhor os contornos.
O caminho é este. A foto está cando mais interessante à cada ajuste. Façamos agora ajustes locais nos prédios usando um “Radial Filter” com “Exposure” maior.
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Quase lá, agora falta apenas um recorte (crop) para deixar a foto mais panorâmica!
Com isso atingimos um resultado satisfatório de pós-processamento! Podemos comparar a foto original com esta que acabamos de editar juntos e também uma terceira versão feita usando um dos nossos presets.
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FOTO 6 – PARQUE BARIGUI (RICARDO) Estamos quase chegando no nal deste importante capítulo sobre pósprocessamento. Vamos então ao último exemplo, agora focando naquele pôr-dosol também no Parque Barigui. A escolhida foi uma propositalmente subexposta, já que o efeito que buscaremos agora é artístico, combinando silhuetas escuras no primeiro plano e um céu mais forte ao fundo.
Abriremos mão do “Contraste Turbo” e também da remoção de aberrações em “Lens Correction”, já que nossa foto está em um bom ponto de partida para o resultado artístico que buscamos. Ao invés disso, faremos um recorte através do “Crop Overlay”, o que deixa tudo mais panorâmico.
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O passo seguinte da nossa edição são ajustes básicos na exposição, sombras, pontos de luz, claridade, brancos, pretos e vibração de cores, portanto, nos controladores “Exposure”, “Shadows”, “Highlights”, “Clarity”, “Whites”, “Blacks” e “Vibrance”. Note que pela primeira vez, arrastaremos para a esquerda o “Shadows”, o que deixará nossas sombras ainda mais escuras.
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Para intensicar as cores do céu, primeiramente, usaremos um “Graduated Filter” com alterações de temperatura da cor, tonalidade, claridade e saturação.
Com essa injeção de cores feitas na parte de cima do horizonte, podemos fazer algo parecido no ponto exato onde o sol se pôs, realçando o calor e intensidade da luz. Para isso, usaremos um “Radial Filter” com alterações em “Temp”, “Tint” e “Clarity”.
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Agora outro ”Graduated Filter” focando exclusivamente na água para recuperar um pouco do brilho do sol reetido ali.
Após isso, podemos passar uma segunda mão nos ajustes globais que zemos anteriormente e concluir mais este pós-processamento.
Bacana! Uma foto bastante artística, sem dúvida. Veja a comparação entre os resultados e também uma terceira versão usando novamente de um dos nossos presets. CaraDaFoto.com.br
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Lembrando que idealmente para fotos de portfólio, você precisa investir mais tempo escolhendo um bom dia de iluminação favorável para a foto que quer capturar. Porém, mesmo nestes exemplos pudemos explorar alguns aspectos diferentes dentro do Adobe Lightroom para injetarmos nossa visão artística. Com isso, encerramos este módulo de pós-processamento na prática. Agora cabe a você praticar e constatar por conta própria também o quão importante é esta etapa na sua fotograa. Você agora tem um arsenal de técnicas, dicas e truques que pode usar para transformar suas fotos!
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CONCLUSÃO E PRÓXIMOS PASSOS
Ufa! Chegamos ao m. Foi uma jornada breve, porém recheada de conteúdo suculento. Esperamos que você não esteja cansado, mas sim animado para colocar as mãos na massa e começar a praticar tudo isso. Durante esse aprendizado, você nos viu colocar os três pilares da fotograa em ação, mostrando como cada um é importante separadamente e como eles se afetam. Mostramos também a importância da composição, que é o primeiro momento onde você coloca sua pitada de arte nas fotos que captura. Ensinamos também os 5 Passos Para Fotograas Sensacionais do Cara da Foto, um a um. Com eles, cou fácil de se entender como capturar fotos incríveis, toda vez, sem precisar de sorte. Como você viu, é um processo muito simples e que sempre dá certo. Não se esqueça também de dar uma olhada nos seus bônus para complementar tudo o que você viu até agora. São conteúdos extras que têm bastante à adicionar. Agora, talvez o mais importante de tudo, seja colocar na prática o que você aprendeu aqui. Faça todos os testes que você quiser em casa e não tenha medo de sair no mundo colocando tudo isso em execução – a prática faz parte do processo de aprendizagem e te ajudará a não esquecer desses passos básicos da fotograa. Além disso, a prática vai fazer você desenvolver o tão precioso olhar fotográco que falamos inúmeras vezes. Você vai car de boca aberta com seus resultados após apenas alguns cliques! O seu Curso de Introdução a Fotograa Digital e Pós-processamento Na Prática acabou, mas isso não signica que sua jornada fotográca precisa acabar também. Nós julgamos que agora você está pronto(a) para encarar o Curso Master de Fotograa e Pós-processamento do Cara da Foto e elevar sua habilidade para o nível MASTER. Gravamos todo ele na Nova Zelândia, em várias situações de clima, em lugares lindos e horários variados. Nele, também, avançamos muito mais na parte de pós-processamento, composição, equipamentos e prática. São mais de 25 horas de curso em mais de 100 vídeo-aulas, com acesso vitalício ao conteúdo e certicado ao concluir! CaraDaFoto.com.br
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Para saber mais sobre o Curso Master e juntar-se aos milhares de alunos, dê uma olhada agora mesmo em www.CaraDaFoto.com.br/MASTER. Foi um prazer ter você por aqui. Esperamos que você tenha aproveitado bastante e não vemos a hora de ver as fotos que você vai tirar. Um grande abraço e nos vemos na próxima! Rodrigo Polesso & Ricardo Polesso
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BÔNUS: COMPARATIVO PRÁTICO DE LENTES
Neste capítulo bônus queremos passar as principais características de algumas das lentes mais comuns entre os fotógrafos brasileiros. Isso pode ser muito útil caso você esteja pensando em adquirir uma nova ou entender melhor as que já possui. Nós poderíamos escrever um livro inteiro sobre óptica e mecanismos físicos por trás das lentes. Mas nosso objetivo aqui é simplicar e não complicar. Então, vamos focar naquilo que realmente faz diferença na prática.
Estas são quatro lentes consideradas comuns. Você as encontrará com facilidade no mercado e muitas vezes alguma delas já acompanha a câmera. Na ordem: Canon 18-55mm, Canon 18-135mm, Sigma 10-20mm e Canon 50mm. CaraDaFoto.com.br
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AUTOFOCO E ESTABILIZADOR DE IMAGEM Agora, dentre todos esses botões e regulagens disponíveis de cada uma, começaremos pelo botão de autofoco. Esse botão permite que você alterne entre o foco manual ou foco automático na sua lente. Todas essas 4 lentes permitem que você faça essa escolha, porém algumas outras não. Ou ainda, a forma de se fazer pode variar um pouco, porém a essência é a mesma.
A notação pode variar também, mas comumente as opções são AF e MF, onde AF signica AUTOFOCUS (foco automático) e MF, MANUAL FOCUS (foco manual). Portanto é aqui onde você pode assumir total controle e escolher o foco manualmente usando o anel de regularem frontal da lente até conseguir o foco desejado, ou contar com o motor de foto automático da sua lente (que costuma fazer um bom trabalho). Note que o motor de foco é uma das coisas que pode encarecer e muito o valor do equipamento, visto que existem várias tecnologias diferentes. Outro botão que você encontrará em muitas lentes é o botão do estabilizador de imagem. O estabilizador ajudará a combater a trepidação normal das nossas mãos ao fotografar. Nem todas as lentes têm isso. Sempre que disponível, use!
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ABERTURA DO DIAFRAGMA Mais um ponto importante nas lentes é a abertura do diafragma máxima disponível. Quanto maior for (ex: f/2.8, f/1.8, f/1.4, f/1.2), mais caro. Importante mencionar que essa diferença de preço pode ser realmente muito grande, por isso até muitos fabricantes fazem versões da mesma lente com aberturas variadas e, portanto, preços menores. A forma de se localizar essa informação varia de lente para lente, porém a maioria mostra diretamente no corpo, como no caso desta lente prime da Canon 50mm, cuja abertura máxima é de f/1.8.
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A abertura máxima dessa outra lente, por exemplo, vai de f/3.5 até f/5.6 – ela tem uma abertura de f/3.5 quando está em 18mm, e f/5.6 quando está em 55mm. Isso signica que essa lente apresenta uma abertura variável do diafragma. As lentes mais caras costumam ter abertura do diafragma xa independentemente do zoom que usar.
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DISTÂNCIA FOCAL Além destes dois aspectos, podemos analisar nas lentes qual a distância focal de cada uma. Isso é um dos fatores determinantes para categorizar uma lente como sendo Macro, propriamente dita, ou não. Essa distância mostra qual é a proximidade máxima de um objeto para que ela consiga focar corretamente. Nessa lente, por exemplo, note que essa distância é 0.45m. Então, se você quiser fotografar uma or e estiver mais perto do que 45 centímetros dela, sua foto não terá foco correto.
Como você pode imaginar, essa medida também pode variar muito entre os modelos, e está diretamente relacionada ao valor da lente. Quanto menor a distância, maior o valor. Lentes Macro costumam ter essa distância muito pequena para que você possa praticamente encostar naquilo que quer. Vamos agora dar uma olhada mais de perto nas 4 lentes de exemplo que temos disponíveis aqui hoje.
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EXEMPLO: LENTE 18-55MM Primeiro, focaremos na mais comum de todas, a Canon 18-55mm. Essa está inclusa na grande maioria das câmeras dessa marca. É uma lente versátil com um “zoom” que vai de 18 a 55mm.
Essa é uma lente baratíssima quando vendida separadamente, o que implica em alguns aspectos de qualidade, como por exemplo, a suavidade dos anéis de foco e “zoom”, que costumam emperrar com o tempo; nitidez limitada nas fotos e motor de foco um pouco demorado. No entanto é um excelente ponto de partida e como veremos em instantes, permite a captura de fotos sensacionais.
Lembre-se: equipamento caro não é sinônimo de fotos boas. A sua competência, sim. Outro aspecto desta lente é a distancia focal reduzida, de 0.25m.
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EXEMPLO: LENTE 18-135MM Nossa segunda lente vai de 18 até 135mm. É uma Canon 18-135mm. Lentes como esta costumam acompanhar vários modelos de câmeras intermediárias Canon. Em função dessa milimetragem máxima ser 135mm, o que é consideravelmente maior que da lente anterior (55mm), temos um “zoom” muito mais potente. Essa é, portanto, uma ótima lente para o uso geral, até mesmo como opção exclusiva na sua mochila de viagens, por exemplo.
A abertura de diafragma é igual a anterior, de f/3.5 até f/5.6. A distância focal é também de 0.45m. Então, comparando com a primeira (que era 0.25m), precisamos de mais distância do objeto para conseguir o foco. Agora, lentes como estas duas que vimos permitem que você faça boas capturas, apesar da crença popular vinculada à elas. Grande parte do nosso portfólio foi feito usando estas lentes. Porém, como parte da sua escada evolutiva de aprendizado e prática, é natural que você desenvolva uma maior exigência por qualidade de imagem ou algum outro aspecto que estas lentes mais simples podem, talvez, não atingir sua expectativa. É nessas horas que acreditamos ser pertinente migrar para modelos melhores, como as séries especiais dos fabricantes (série “L” nas Canon).
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Veja algumas de nossas fotos favoritas que foram capturadas usando essas duas lentes que acabamos de apresentar, a Canon 18-55mm e 18-135mm.
Canon 18-135 (em 75mm)
Canon 18-135 (em 26mm)
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Canon 18-55 (em 35mm)
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EXEMPLO: LENTE 10-20MM Já nossa terceira lente é uma angular, para usos mais especícos, indo somente de 10mm a 20mm (o que é um intervalo pequeno). A abertura do diafragma nesse caso é xa em f/3.5, porém existem versões com aberturas móveis, como nas duas lentes anteriores.
Lentes assim são especialmente úteis para se fotografar paisagens amplas, edifícios altos e quando você quer colocar o máximo possível de informação na sua foto. É por isso que cada um de nós tem uma assim e não saímos de casa sem levá-las. Uma fatia ainda maior do nosso portfólio é resultado do uso dessa lente.
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Lente 10-20 (em 10mm)
Lente 10-20 (em 10mm)
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Lente 10-20 (em 10mm)
Lente 10-20 (em 12mm)
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EXEMPLO: LENTE 50MM Partindo para a nossa quarta e última lente de exemplo, uma outra bastante comum: a Canon 50mm. Essa é uma lente prime, ou seja, não tem variação de milimetragem. Você precisa sicamente se aproximar ou se distanciar dos objetos quando for necessário. O modelo especíco que temos possui uma abertura de diafragma máxima f/1.8, que é bastante grande (existem outros que vão até f/1.2).
Essa lente é ótima para ambientes escuros e para fazer aquele efeito de desfoque no fundo. Além disso, ela é muito usada para retratos e também compõe o nosso portfólio.
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Canon 50mm
Canon 50mm
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COMPARATIVO PRÁTICO Legal, vamos agora colocar as 4 lentes em uma mesma cena e constatar a diferença prática daquilo que julgamos ter maior impacto entre os modelos: a milimetragem. Os demais aspectos (distância focal, abertura do diafragma máxima e regulagens), como vimos, são mais especícos. Começaremos da menor milimetragem que temos no momento, 10mm da nossa lente Sigma 10-20mm. Acoplando-a na câmera, é isso que vemos:
Agora com a lente de 18-55mm em 18mm, temos uma pequena variação de 8mm da foto anterior.
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Como previsto, menos coisas aparecem no nosso frame (foto). Fazendo a troca para a lente prime de 50mm, esse efeito deverá ser muito maior.
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Finalizando agora com a lente de maior alcance, a Canon 18-135mm em zoom total.
Agora sim podemos perceber que praticamente nada da nossa cena aparece. Esse efeito é incrementado quanto maior for a milimetragem selecionada na lente.
RECOMENDAÇÃO DO CARA DA FOTO Antes de fecharmos o capítulo, gostaríamos de propor um método de seleção de lentes (como bônus) usado por muitos fotógrafos no mundo inteiro, quando eles decidem realmente entrar de cabeça na fotograa. Considere que a faixa de milímetros mais comum nas fotos de viagens e paisagens vai de 10 à 200mm. Juntando essa informação com o que aprendemos anteriormente sobre a qualidade de imagem ser pior em lentes que tenham uma variação muito grande de milímetros, o ideal seria ter uma lente para cada faixa/categoria. Cobrindo, assim, em partes o intervalo total. Desta forma, você terá qualidade de imagem absoluta para cada intervalo.
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Independentemente de qual fabricante ou modelo de lente, julgamos que as informações contidas nesse capítulo introduzem o que há de mais importante sobre o assunto. Esperamos que agora essa questão toda de lentes esteja mais clara para você e que as fotos exibidas aqui tenham lhe dado conança total para fotografar usando a lente que você possuir, seja qual for.
Lembre-se: o trabalho feito pelo fotógrafo sempre fará mais diferença que o equipamento usado por ele!
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VANTAGENS DO RAW SOBRE O JPG
Agora vamos falar sobre um assunto muito sério e, infelizmente, pouco abordado por aí. Anal, qual formato de foto você deve usar? JPEG ou RAW? Antes de mais nada, uma forma bastante simples de se começar essa conversa é associando o conceito de RAW a “sem compactação”, e JPG/JPEG a “compactado”. Relaxe, você vai entender exatamente o que isso quer dizer conforme progredimos aqui nesse capítulo. Veja, as câmeras de bolso geralmente fotografam apenas em JPG (“compactado”), então quando você passar as fotos para o computador poderá facilmente localizar os arquivos com extensão “.jpg” ou “.jpeg”. Esse é, também, um formato de baixo tamanho físico em disco devido a compactação feita pela câmera. As fotos costumam ter em média 5Mb (megabytes) ou menos nesse formato. Já a maioria das câmeras DSLR permitem que você escolha também o formato RAW (“sem compactação”), então quando for passar as fotos para o computador, localizará arquivos com extensões variadas conforme o fabricante da câmera (ex: “.CR2”, “.DNG”, “.NEF”). Este formado é muito maior em disco, geralmente acima de 20Mb, anal não houve compactação alguma feita pela câmera. É claro que um formato de arquivo sem compactação ocupará também mais espaço na sua câmera. Então, você pode estar se perguntando agora: “por que ocupar mais espaço no cartão de memória da minha câmera e no computador fotografando em RAW se posso usar JPG?”. A resposta é muito simples: qualidade de imagem e potencial de pós-processamento. Veja, o principal motivo pelo qual o formato JPG ocupa pouco espaço em disco, é porque ele não carrega muita informação. A foto foi compactada, lembra? Isso interfere diretamente no potencial e liberdade na etapa do pós-processamento da foto. Se você tiver uma foto em JPG e notou que está muito escura ou muito clara, você não vai conseguir recuperá-la sem gerar artefatos e pontos mortos (onde toda informação de cor e luminosidade foi perdida) na foto. No formato RAW, sem compactação, você terá uma capacidade muito maior de
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recuperação de detalhes e correções, quando necessário. Então se você preza pela qualidade das fotos que captura, opte sempre (!) pelo RAW. Nas câmeras que trocam as lentes (DSLR), você com certeza terá a opção de escolher o formato RAW em algum lugar do menu.
Caso você não conheça isso muito bem ainda, coloque sua câmera para tirar fotos em formato RAW agora e você será muito agradecido no futuro. Lembre-se que por melhor que seja a sua câmera, ela ainda hoje não vai conseguir capturar perfeitamente as cores, nitidez e todo o resto da maneira como você gostaria, então o pós-processamento é vital na fotograa. Logo, nessa etapa, você quer a maior liberdade e qualidade possível. Depois de adotar o formato RAW, você não conseguirá mais abrir mão dele. Agora, você precisa saber que no começo de tudo, quando estávamos aprendendo, nós mesmos não usávamos esse formato, pois acreditávamos que JPG era tão bom quanto. Mas logo descobrimos a necessidade de pós-processar e consequentemente as vantagens e desvantagens de cada formato. E sem pensar duas vezes, mudamos para o RAW. Não tem nem comparação! Mas recomendamos que você mesmo(a) faça o teste e comprove. Tire uma mesma foto em JPG e RAW e modique-a bastante no Adobe Lightroom ou Photoshop para você sentir a diferença de capacidade de edição das duas fotos. Pode conar! Já batemos muita cabeça em relação a isso.
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COMPARATIVO PRÁTICO Veja algumas fotos aqui visando demonstrar também essa diferença para complementar os seus próprios testes. O primeiro exemplo é de uma foto superexposta (clara demais).
Essa foto foi tirada no vulcão Haleakala, no Havaí. Todos os detalhes do céu foram perdidos. Mas no formato RAW você conseguirá recuperar um pouco deles.
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Vejam os detalhes das nuvens começando a aparecer. Logicamente essa não é uma foto de portfólio, mas demonstra muito bem essa situação. Vamos ver agora como a foto em JPG cou após o término no mesmo processo de recuperação ter sido aplicado.
Muito pior, como previsto. Fica evidente a perda total de informação em algumas áreas. Esse é o resultado típico que se tem ao tentar fazer isso em fotos compactadas.
Vamos para outro exemplo, agora subexposto (escuro). Essa foto foi tirada em Trondheim, na Noruega.
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Tudo aparentemente perdido na escuridão, até abrirmos todas as sombras no pós-processamento, dando vida novamente às áreas perdidas. Primeiro, usando a versão da foto sem compactação (RAW).
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Difícil de acreditar em quão longe conseguimos ir. O resultado cou verdadeiramente incrível após poucos ajustes na iluminação. Agora vejamos o mesmo aplicado na foto com compactação (JPG).
A cor não cou tão legal quando na foto em RAW. Dá para perceber que se perde bastante nitidez na árvore também. Numa impressão, isso faria ainda mais diferença.
A próxima foto, capturada na ilha Kauai no Havaí, mostra também claramente a diferença entre os resultados que se obtém.
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Ela está superexposta e perdemos muitos detalhes do céu. Vejamos como caria no formato RAW, aproximando principalmente no céu, depois de uma alteração drástica na luminosidade.
Fizemos agora a mesma edição nela em JPG mas perdemos muitos detalhes.
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Vejamos o paralelo para facilitar a percepção.
Agora no último exemplo temos, novamente uma foto superescura, com má exposição. Um teste rápido que zemos para ilustrar.
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É possível recuperar muita coisa usando o formato RAW, veja.
Agora, o mesmo feito no formato JPG.
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Apesar da iluminação aparentemente igual, perdemos muita informação nas cores. A tonalidade passou a ser outra. Veja lado a lado para facilitar.
Com isso, esperamos que a superioridade do RAW sobre o JPG tenha cado clara, e que você também adote o hábito de fotografar usando-o. Aproveite o formato de foto que traga todas as informações possíveis. Vale a pena! CaraDaFoto.com.br
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