t lA jtü rx
v.n ' v
ü R C W n jU S S O b tU S à TU»lL*Of
t. E/lST&tC* bí lÁ Ji Ofo rti C*n& £»9 V k rM ro c i rmdy tfr
* * c%.
* UnrtU^C Ot CUSTO 0 w>« >tvjscn». y*j jinrj
0 S trr O W O W£>/>CM 5TO \yjzfj Sentar
A EW C fü ttíC tó K JE565 Cíí C T O
0 qud
^xrt/ty, y s >jjn *. f W < % w /^ j 'Jo r t- / !|,«|
â nOPTt M CUSTO & a i*K & i j 06 0 ÍA O rr OÇ
1
W an& to J / l f c A , fM W f L ^ U fc d 5 7
OC CSCTO
Lrs s o rji. tas m m ao »rrcsjro i a
âJkSCIN5AOOICS6TO !
A SttU r€* /W * I* CMSTO to n fc M tit * o M r* rS ' < w w c w n «n a
Curso Preparatório paro a
iB íf , —
-
PROFISSÃO D£ FE 2° edlcdo .é * á á ü > ± 'é < -jjá t e X t u
Curso preparatório para a Pública Profissão de Fé I a parte (lições 1 a 13)
IN TR O D U Ç Ã O ................................................................................................................................1 Lição 1 A PÚBLICA PROFISSÃO DE F É ................................................................................................3 Lição 2 AS ESCRITURAS S A G R A D A S ....................................................................................................7 Lição 3 A TRINDADE ...............................................................................................................................11 Lição 4 A EXISTÊN CIA DE DEUS Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso criador do céu e da terra.............................................. 15 Lição 5 A DIVINDADE DE CRISTO Creio em Jesus Cristo, seu único Filho.................................................................................... 19 Lição 6 0 SENHORIO DE JESUS CRISTO Nosso Senhor...............................................................................................................................23 Lição 7 A ENCARNAÇÃO DE JESUS CRISTO 0 qual foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da virgem M aria......................27 Lição 8 A MORTE DE CRISTO Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao Hades..................................................................................................................... 31 Lição 9 A RESSURREIÇÃO DE CRISTO Ressurgiu dos mortos ao terceiro dia.................................................................................. 35 Lição 10 A ASCENSÃO DE CRISTO Subiu ao c é u .............................................................................................................................39 Lição 11 A REALEZA DE CRISTO Está assentado à mão direita de Deus Pai, Todo-Poderoso...............................................43 Lição 12 A SEGUNDA VINDA DE CRISTO Donde há de vir a julgar os vivos e os mortos....................................................................... 4 7 Lição 13 - RECORDANDO....................................................................................................51
Curso preparatório para a Pública Profissão de Fé Ia parte (lições 1 a 13) INTRODUÇÃO Quando alguém deseja apresentar-se diante da comunidade e declarar formalmente a sua fé para tornar-se um membro da igreja - o que nós chamamos de pública profissão de fé - além de ter a experiência pesso al do novo nascimento, deve ter uma noção geral das doutrinas funda mentais da fé cristã. É nesse último ponto que tantas pessoas encon tram certa dificuldade. Quais são as doutrinas centrais da fé cristã? Reconhecemos a Confissão de Fé de Westminster, juntamente com o Catecismo Maior e o Breve,1 como fiel exposição do sistema de doutri nas ensinado nas Escrituras Sagradas. Mas esses padrões doutrinários não são sempre assimilados com facilidade pelo recém-convertido. Por essa razão, procuramos apresentar algo simplificado e, ao mesmo tem po, reconhecido pela maioria das igrejas cristãs. Escolhemos o Credo dos Apóstolos. Passamos a transcrevê-lo: C re io e m D e u s P a i, T o d o -P o d e ro so , c r ia d o r d o c é u e d a te r r a . C re io e m Je su s C ris to , s e u ú n ic o F ilh o , n o s s o S e n h o r, o q u a l f o i c o n c e b id o p o r o b ra d o E s p írito S a n to ; n a s c e u d a V irg e m M a r ia ; p a d e c e u s o b o p o d e r d e P ô n c io P ila to s , f o i c r u c ific a d o , m o r t o e s e p u lta d o ; d e s c e u a o H a d e s ; re s s u rg iu d o s m o r to s a o te r c e ir o d ia ; s u b iu a o c é u ; e s tá a s s e n ta d o à m ã o d ir e it a d e D e u s P a i T o d o -P o d e ro so , d e o n d e h á d e v ir p a ra ju lg a r os v iv o s e o s m o r to s . C re io n o E s p írito S a n to ; n a s a n ta Ig re ja U n iv e rs a l; n a c o m u n h ã o d o s s a n to s ; n a re m is s ã o d o s p e c a d o s ; n a re s s u r r e iç ã o do c o rp o ; e n a v id a e te rn a . A m é m .
O Credo não foi escrito pelos apóstolos. 0 nome refere-se a sua antigüi dade e, por comum acordo, representa o resumo da fé cristã como os cristãos primitivos a entendiam até o término do 2o século. Outros Cre dos que continham maiores detalhes seguiram esse. 0 objetivo do Credo não é ensinar as verdades reveladas por Deus, mas declarar de forma simples, sistemática e inteligível os nossos próprios sentimentos a respeito da fé cristã.
1 Tanto a Confissão de Fé de W estminster, como o Catecismo M aior e o Breve podem ser adquiridos na Editora Cultura Cristã [0800-141963; (11) 3207-7099; fax (11) 3209-1255; cep @ cep .o rg.br].
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 1
Não sentimos nenhum constrangimento ao adotar o Credo dos Apóstolos como uma expressão dessa fé. O princípio é bíblico. Desde os primórdios da revelação divina, expressões em forma resumida da fé e prática do povo de Deus têm sido reconhecidas. Exemplos notáveis são os dez mandamentos, um resumo de todas as leis de Deus. E os dez manda mentos, por sua vez, são resumidos em dois grandes mandamentos, vistos em Mateus 22.37-40 e Romanos 13.8-10. No Novo Testamento, a confissão do eunuco representava fé suficiente para que ele fosse batizado (At 8.36,37). Outros resumos são as palavras fiéis do apóstolo Paulo em 1 Timóteo 1.15; 3.1; 4.8,9; 2 Timóteo 2.11-13 e Tito 3.4-8. Entendemos que, na Igreja Primitiva, o Credo dos Apóstolos, em sua forma atual ou em outra semelhante, era a fórmula que expressava resumida mente sua fé. Cada aspirante à pública profissão de fé deve memorizar e entender satisfatoriamente o conteúdo dessa declaração da fé cristã. É interessante observar que em tempos passados, esperava-se que cada crente conhecesse de cor os dez mandamentos, a oração dominical e o Credo dos Apóstolos, bem como o Sermão do Monte. Este curso contém uma breve exposição do Credo dos Apóstolos, uma lição sobre a pública profissão de fé, uma sobre as Escrituras Sagradas, uma sobre a Trindade, três sobre o Espírito Santo, três sobre Batismo e Ceia do Senhor e, encerrando os estudos, uma lição sobre o governo da igreja, além de duas lições de revisão (uma para cada trimestre). Este trabalho foi anteriormente publicado como um livro mas o texto original foi completamente revisado e atualizado, sendo preparado no formato de lições, para uso na Escola Dominical ou em outras oportuni dades, a critério da comunidade local. 0 autor ora para que o Senhor da Igreja continue usando esta exposição para a edificação e o fortaleci mento espiritual de seu povo.
2 / IN TR O D U Ç Ã O
LIÇÃO I
A PÚBLICA PROFISSÃO DE FÉ Texto básico: Rom anos 10.8-15 Leitura diária D - C olossen ses 3.8-17-R e v e s tid o s do novo homem S - Lu cas 12.4-9-C o n fe s s á -lo diante dos hom ens T - R om anos 10.8-11-C o n fe s s á -lo com a b oca Q - T ia g o 1.21-27-P ra tic a n d o a P alavra Q - 2 Coríntios 5.17-21 - Nova criatura S - Mateus 13.1-23-S e m e a n d o para frutificar S - E clesiastes 5.1-5 - C u id a d o com o que prom ete
In tro d u çã o
A pública profissão de fé (e o batismo, no caso daqueles que não foram batizados anteriormente) é a maneira bíblica para alguém tornar-se membro comungante da igreja. Antes de receber o batismo, o eunuco evangelizado por Filipe professou sua fé, dizendo: “Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus" (At 8.35-38). As Escrituras enfatizam a necessidade de confessar a fé verbalmente. Foi Cristo quem estabeleceu esse princípio: “Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o Filho do Homem o confessará diante dos anjos de Deus; mas o que me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus” (Lc 12.8,9). O apóstolo Paulo acrescentou: “Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação” (Rm 10.9,10).
Quando uma pessoa deseja fazer a sua pública profissão de fé, quer I. O q u e a afirmar diante da igreja que tem fé viva e bíblica em Jesus Cristo para a p e sso a está p ro fe ssa n d o ou salvação de sua vida. Simultaneamente, quer identificar-se com o povo de Deus e participar ativamente do ministério da igreja local, para glória d e c la ra n d o de Deus. Tal pessoa tem característica dominante: “ ... considera, atentamente na lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso praticante ...” (Tg 1.25). O ouvinte negligente da Palavra é a pessoa que não aceita e nem procura praticar a vontade de Deus como exposta nas Escrituras Sagradas. Por outro lado, o operoso praticante da Palavra é a pessoa que, de coração, faz o máximo para conformar sua vida ao que está escrito na Bíblia. Ninguém pode ser crente verdadeiro sem manifestar transformação em sua vida. Ele deve ser como o "... novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.10; 2Co 5.17). Deve, ainda, apresentar o fruto do Espírito (G! 5.22,23). A Confissão de Fé de Westminster descreve a unidade da fé cristã desta maneira: “A fé, assim
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F I5 5 À O DE FE / 3
recebendo e assim repousando em Cristo e em sua justiça (a sua perfeita retidão), é o único instrumento da justificação (pela qual os pecados são perdoados e a nossa pessoa aceita diante de Deus, decisão baseada sobre a suficiência da obra redentora e substitutiva de Cristo na cruz do Calvário); ela, contudo, não está sozinha na pessoa justificada, mas sempre anda acompanhada de todas as demais graças salvíficas; não é uma fé morta, mas a fé que age através do amor” (Confissão de Fé de Westminster,2 XI.II). II. Admissão à igreja local
Antes de professar ou afirmar publicamente a sua fé, o aspirante será examinado pelo Conselho da Igreja. Nesse exame o pastor e. os presbíteros da igreja abordarão três assuntos: A. Sua fé em Cristo É responsabilidade dos oficiais da igreja discernir a realidade da fé do aspirante. A decisão do Conselho tomará por base seu conhecimento, assiduidade aos cultos, testemunho dentro e fora da Igreja, comportamento cristão em termos de modéstia, e a convicção de sua fé na obra substitutiva de Jesus Cristo, quando morreu na cruz do Calvário. O resultado do exame não pode ser considerado como resposta absoluta (Deus é o Juiz final); os homens vêem apenas o exterior. Portanto, a pública profissão de fé não pode ser vista como uma garantia para entrar no céu. B. Seu conhecimento da Bfblia O crente verdadeiro é uma pessoa apegada às Escrituras Sagradas. Ele aprendeu que não só de pão (coisas materiais) vive o homem, mas de cada palavra que procede da boca de Deus (Dt 8.3). Quem deseja declarar a sua fé diante da igreja farã uso de um sistema de leitura diário e consecutivo da Bíblia. É muito importante que o crente separe um tempo regular para ler a Bíblia e orar. Com esse hábito bem desenvolvido, juntamente com assiduidade às reuniões da igreja, isto é, à escola dominical, aos cultos públicos, aos estudos bíblicos durante a semana e às reuniões de oração, o crente sincero crescerá na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (2Pe 3.18). C. Sua experiência religiosa Antes de declarar publicamente a sua fé, o aspirante precisa de certa vivência cristã, um tempo para confirmar a realidade de sua experiência com Cristo. O novato, sem o necessário tempo para adquirir raízes espirituais, e a criança pequena, não podem fazer a pública profissão de fé porque lhes falta o devido conhecimento. Muitos demonstram "boa vontade” para ser crentes mas, quando aparecem perseguições ou tentações, acabam por deixar Cristo de lado; a preferência é dada a outros interesses. A pessoa que tem experiência religiosa já passou por tentações e, pela graça de Deus, venceu-as ou arrependeu-se após uma queda,
2 Daqui em diante citada com o CFW.
4 / A PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ
comprometendo-se a não cair mais naquele pecado, com a ajuda de Deus. Por causa da experiência, ela tem "... as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal” (Hb 5.14). Enfim, quem deseja declarar formalmente diante da igreja a sua fé manifesta todas as evidências de uma vida arraigada em Cristo Jesus (Mt 13.1-23). III. Deveres dos Quando a pessoa declara diante da igreja a sua fé, não está apenas confessando a Cristo como o seu único e suficiente Salvador, mas está, membros da também, prometendo cumprir as responsabilidades relacionadas à vida igreja
cristã. Estas promessas constituem-se num voto solene na presença de Deus e, portanto, muito sério. Não se brinca com as coisas sagradas. A Bíblia adverte: “Melhor é que não votes do que votes e não cumpras” (Ec 5.1-5). Os principais deveres dos membros da Igreja são os seguintes: A. Viver de acordo com a doutrina e prática da Escritura Sagrada É a essência de Tiago 1.25. B. Honrar e propagar o Evangelho pela vida e pela palavra Nosso testemunho é sempre duplo: falamos de Cristo e vivemos seu evangelho (Ef 4.1). C. Sustentar a igreja e suas instituições, moral e financeiramente As instituições são, entre outras, os seminários e institutos bíblicos. A manutenção, tanto da igreja local como da nacional, é possibilitada pelas contribuições fiéis de seus membros. A norma da contribuição é o dízimo (a décima parte de nossas entradas financeiras). Cada crente deve orar a Deus a respeito desse importante aspecto da vida cristã. O apóstolo Paulo disse que demonstramos a sinceridade do nosso amor a Cristo através das contribuições generosas (2Co 8.1-8). D. Obedecer às autoridades da Igreja (seus concílios, pastores, presbíteros e diáconos), enquanto estes permanecerem fiéis às Sagradas Escrituras. É importante reconhecer que os oficiais da Igreja também estão sujeitos à autoridade das Escrituras (Hb 13.7,17). E. Participar das reuniões de sua igreja, inclusive das assembléias Devemos lembrar que a Igreja foi instituída por Jesus Cristo, a fim de que sejamos mutuamente edificados e auxiliados. Por meio dela, Deus realiza a edificação de seu povo, bem como a evangelização do mundo (Hb 10.24,25; Mt 28.19,20).
Conclusão
Ao declarar formalmente diante da igreja a nossa fé, assumimos a responsabilidade de viver, de fato, a vida cristã. Ao falar sobre os ministros de Cristo, sobre os despenseiros dos mistérios de Deus, a Bíblia diz: “... o que se requer dos despenseiros é que cada um deles Curso Preparatório para a PÚBLICA P Q O F I5 5 Ã O DE FÉ / 5
seja encontrado fiel” (IC o 4.2); isso também é aplicável a todos os outros servos de Deus e, portanto, aplica-se a nós. Vivamos a vida cristã aguardando aquela palavra de aprovação: “Muito bem, servo bom e fiel... entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25.21). Jesus também nos adverte: "Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” (Mt 24.13); ou seja, sua fé em Cristo será confirmada. A pública profissão de fé, portanto, é o início de uma vida fiel a Jesus Cristo, colocando em prática os ensinos das Escrituras, obedecendo a Deus todos os dias. Que seja assim.
A p lic a ç ã o
Você está realmente pronto para viver uma vida comprometida, uma vida caracterizada pela fidelidade a Cristo Jesus? Leia Lucas 14.27-30, que fala sobre assumir a vida cristã, tendo consciência do que está fazendo, e ore pedindo a Deus que o oriente para que você possa ser um servo fiel e viver como um cristão autêntico.
6 / A PÚBLICA P R O F I5 5 À O DE FE
LIÇÃO 2
AS ESCRITURAS SAGRADAS Texto básico: Salm os 19 Leitura diária D - 2 P e d ro 1.16-21 - Movidos p e lo Espírito Santo S - Am ós 2.1-8-Assim diz o Senhor T - Atos 4.23-31 - P or interm édio do Espírito Santo O - Salm o 19.7-14 - A lei d o S enhor é perfeita Ç> - 2 Tim óteo 3.14-17 - Inspirada por Deus S - Mateus 5.17-20 - Nem um i ou um til S - Lu ca s 24.44-49 - Tudo o que de mim está escrito
In tro d u çã o
“Você crê que as Escrituras Sagradas do Antigo e do Novo Testamento são a Palavra de Deus e a única regra de fé e prática dada por ele a sua Igreja?" Essa é uma das perguntas que o crente tem de responder quando declara formalmente diante da igreja a sua fé. As Escrituras Sagradas são a auto-revelação de Deus e “ensinam, principalmente, o que o homem deve crer sobre Deus, e o dever que Deus requer do homem” (resposta da pergunta 5 do Catecismo Maior de Westminster3). Assim, antes de começar este estudo, queremos esclarecer que, embora sigamos os itens do Credo dos Apóstolos, temos como objetivo o estudo das Escrituras Sagradas. Por isso julgamos importante declarar nossa atitude a respeito delas. Em pleno acordo com os padrões doutrinários mencionados, confessamos sem dúvida: “As Escrituras Sagradas - o Antigo e o Novo Testamento - são a Palavra de Deus, a única regra de fé e obediência" (resposta da pergunta 3 do CM).
I. O q u e é a B íb lia ?
É uma coleção de livros que o próprio Deus mandou escrever. Ele escolheu um grupo de homens para realizar essa importante obra, todos com uma credencial qualificativa: “homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21). Esses livros foram “dados por inspiração de Deus para serem a regra de fé e prática” (CFW UI).
3 Daqui em diante citado como CM.
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F I5 5 Ã O DE FÉ / 7
A melhor maneira para entender o termo: “inspiração de Deus” é examinar como Deus comunicou sua Palavra a esses homens santos. Deus prometeu, tanto a Moisés como a Jeremias: "... eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar” (Êx 4.12; Jr 1.9). Há outros textos bfblicos que também nos ajudam a entender a questão da inspiração. Os profetas freqüentemente usavam a expressão: “Assim diz o Senhor” (lR s 21.19; Is 30.15; Jr 2.5; Ez 13.3; Am 2.6; Ob 1.1; Ag 1.7; Zc 8.20), só para citar alguns exemplos. O escritor da carta aos Hebreus, antes de citar um texto do Antigo Testamento, afirma: “... como diz o Espírito Santo” (Hb 3.7); no livro de Atos, após receber a Pedro e João que haviam sido libertos da prisão, a igreja ora: “Tu, Soberano Senhor... que disseste por intermédio do Espírito Santo, por boca de Davi, nosso pai ...” (At 4.24,25), deixando claro que, apesar de Davi ter escrito o Salmo 2, foi Deus quem falou a ele por meio do Espírito Santo. Podemos dar a seguinte definição para resumir o assunto: Inspiração é o ato pelo qual Deus, mediante o Espírito Santo, moveu e guiou os escritores sagrados para que registrassem, de forma fiel e sem erros, toda a sua divina vontade. "... tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4). Portanto, quando lemos a Bíblia, é como se estivéssemos ouvindo as palavras da boca do próprio Deus.
li. Traduções das escrituras
As traduções fiéis das Escrituras devem ser recebidas como a própria Palavra de Deus, no mesmo sentido em que as Escrituras nas línguas originais são recebidas, embora a inspiração divina seja dos originais, escritos em hebraico, aramaico e grego. Sem qualquer constrangimento, o apóstolo Paulo usava o texto do Antigo Testamento traduzido do hebraico para o grego, porque a língua de seus ouvintes gentílicos era o grego. Todos têm o direito a ler a Bíblia na sua própria língua. Por isso, apoiamos e sustentamos a obra de sociedades bíblicas, cuja missão é distribuir ao povo uma tradução correta da Bíblia, na língua em que possam compreender.
III. A revelação da natureza
0 salmista podia observar: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (SI 19.1). O apóstolo Paulo acrescentou: "... os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis” (Rm 1.20). O
8 / AS ESCRITURAS SAGQAD A5
ser humano não pode desculpar-se, afirmando que não obedeceu a Deus por não conhecer a Bíblia, mas que já está condenado por não glorificar a Deus que se mostra na natureza. Devemos obedecer a Deus porque há uma lei, um conhecimento básico gravado em nossos corações, sendo a consciência também uma testemunha dessa mesma lei (Rm 2.11-16).
IV. A n e c e ssid a d e d a s Escrituras
No entanto, a revelação da natureza é incompleta, porque não nos ensina a respeito da vontade de Deus para nossa vida. Por isso, tem os necessidade das Escrituras. A Palavra de Deus nos orienta segundo os propósitos divinos. Essa necessidade de conhecermos a vontade de Deus sempre foi evidente. Desde o primeiro homem até à primeira vinda de Cristo, Deus se revelou de forma especial, verbalmente, falando por meio de anjos e de profetas (Gn 16.7-12; Hb 1.1). Mas ele revelou-se plenamente em seu Filho, o Senhor Jesus Cristo, quando este veio ao mundo (Hb 1.1-3; Cl 2.9). Tudo o que Deus tinha a oferecer aos homens foi confiado a seu Filho (Jo 3.35). Por isso, rejeitamos todas as revelações posteriores, sejam línguas estranhas, visões, sonhos ou profecias. A conclusão da Escritura é final: "... nestes últimos dias, (Deus) nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas... “ (Hb 1.2). O ensino bíblico é este: "... por isso foi o Senhor servido... revelar-se e declarar à sua Igreja aquela sua vontade... foi igualmente servido fazê-la escrever toda. Isto torna a Escritura Sagrada indispensável, tendo cessado aqueles antigos modos de Deus revelar a sua vontade ao seu povo” (CFW l.l). A revelação dada em Cristo foi escrita e, assim, temos o Novo Testamento. A Palavra de Deus, em sua forma escrita e imutável, é tão completa que podemos, sem qualquer receio, depositar nela toda nossa confiança e esperança. Deus falou; cabe a cada um dizer, confiadamente: “Amém. Eu creio”.
V. Os livros da
O próximo passo é verificar quais são os livros que a Bíblia contém. A comunidade judaica, no tempo de Cristo, reconhecia somente os conhecidos 39 livros do Antigo Testamento. A Igreja Cristã, desde seu princípio, adotou o mesmo padrão. Mas com as revelações que Jesus Cristo trouxe, mais livros foram escritos, dando-nos os 27 livros do Novo Testamento e encerrando, desse modo, a revelação divina. A única Bíblia que os evangélicos reconhecem é a que contém 66 livros. Essa é a Bíblia publicada pela maioria das sociedades bíblicas. Talvez haja uma pergunta referente aos livros apócrifos (não reconhecidos como inspirados). Por razões culturais esses livros foram traduzidos para o grego juntamente com o Antigo Testamento no 2° século a.C. Mas não eram reconhecidos como Escritura Sagrada. Não faziam parte da Bíblia que Jesus usou. No 4o século d.C. Jerônimo traduziu as Escrituras para
B íb lia
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 9
o latim. Ele sabia que os tais livros não eram parte da Escritura mas os traduziu assim mesmo e os deixou na coleção - como explicou na introdução de seu trabalho - por respeito à antigüidade e valor histórico deles. Quando ocorreu a Reforma religiosa no século 16 os reformadores denunciaram a presença indevida daqueles livros na coleção sagrada e publicaram traduções das Escrituras que continham, obviamente, apenas os livros inspirados. Mas a Igreja Católica reagiu no Concílio de Trento (1546) incluindo oficialmente os apócrifos entre os livros canônicos. VI. A leitura d a B íb lia
A pergunta 157 do CM diz: “Como a Palavra de Deus deve ser lida?” Ela deve ser lida todos os dias como um exercício espiritual. Veja a resposta que o mesmo Catecismo oferece: “As Santas Escrituras devem ser lidas com um alto e reverente respeito; com firme persuasão de serem elas a própria Palavra de Deus e de que somente ele pode habilitar-nos a entendê-las; com desejo de conhecer, crer e obedecer à vontade de Deus nelas revelada; com diligência e atenção ao seu conteúdo e propósito; com meditação, aplicação, abnegação e oração".
C o n c lu s ã o
A Bíblia nos ensina tudo que devemos crer acerca de Deus, mas também ensina sobre a responsabilidade moral do homem. Os dez mandamentos continuam a valer como padrão moral e espiritual para todas as pessoas. A palavra de Cristo é esta: "... sede vós perfeitos, como perfeito é o vosso Pai celeste" (Mt 5.48). E acima de tudo, o dever de cada pessoa encontra-se em João 6.29: “... que creiais naquele que por Deus foi enviado” (com Jo 3.16). Porque “... não há salvação em nenhum outro ... abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12).
A p lic a ç ã o
Você realmente crê que as Escrituras Sagradas são a única regra de fé e prática? Como devemos encarar as chamadas “profecias" de nossos dias? Devemos crer na Bíblia com a mesma determinação com que o apóstolo Pedro respondeu a Jesus após ele ter dito para que lançassem as redes, após várias tentativas frustradas: “... sob a tua palavra lançarei as redes” (Lc 5.5).
10 / A5 ESCRITURAS SAG RADAS
LIÇÃO 3
A TRINDADE Texto básico: E fésios 1.3-14 Leitura diária D - D euteronôm io 6.4-9 - Ú nico Senhor S - Marcos 12.28-31-A m a rá s o Senhor teu Deus T - Marcos 1.9-11- O Filho am ado O - Mateus 28.16-20-B a tiza n d o -o s em nome... Q - E fésio s 4.4-7 - A g e por m eio de to d o s e está em to d os S - A p o c a lip s e 5.11-14-A o qu e está se n tad o no trono e ao C o rd e iro S - Jo ão 15.26,27-C o n s o la d o r, vindo d o P a i, testem unhando do Filho
In tro d u çã o
“Há três pessoas na deidade: 0 Pai, o Filho e o Espírito Santo; essas três pessoas são um só Deus verdadeiro e eterno, da mesma substância, iguais em poder e glória, embora distintas pelas suas propriedades pessoais” (resposta à pergunta 9 do CM). Por “propriedades pessoais” , entendemos que cada pessoa da Trindade tem a sua contribuição específica na obra da criação e da salvação dos pecadores. O Pai é a fonte de toda a glória e o doador de boas dádivas (Ef 1.3-6). 0 Filho foi enviado pelo Pai para executar a obra da redenção (Jo 3.16; 10.14,15). O Espírito Santo foi enviado para aplicar a obra de Cristo eficazmente nos corações dos eleitos (Jo 14.26; 15.26). 0 Credo dos Apóstolos é fundamentado sobre a doutrina da Trindade de Deus. Observe a tríplice repetição: Creio em Deus Pai ...; Creio em Jesus Cristo, seu único Filho ...; Creio no Espírito Santo.
I. A dou trina e x p lic a d a
A Bíblia ensina que há um só Deus vivo e verdadeiro, que subsiste como Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28.19; 2Co 13.13). Quando falamos das três pessoas da Trindade, temos de ser cuidadosos para não pensar em três indivíduos absolutos e separados. Apesar de reconhecermos certas distinções dentro da Trindade, não há confusão. Por exemplo, todas as três pessoas têm a mesma substância e são iguais em poder e glória. Contudo, o Pai não é o Filho, e o Filho não é o Espírito Santo. Mas ao mesmo tempo, reconhecemos uma ordem, sem que haja qualquer distin çã o de procedência cro nológica nem de procedência de subordinação essencial; é sempre Pai e Filho e Espírito Santo. Essa verdade não é fácil de se compreender. Porém, está na Bíblia e, portanto, deve ser recebida com o mesmo amor e interesse das demais revelações bíblicas. A maneira mais fácil de apreciar essa doutrina é pelo estudo do plano da salvação como se acha em Efésios 1.3-14.
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F I5 5 À O DE FÉ / II
II. A Trin da de no p la n o d a s a lva ç ã o
Há um só Salvador, o Senhor, que é Deus no sentido triúno. "Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador” (Is 43.11). 0 apóstolo Paulo apresenta esse único Salvador em sua expressão triúna. É o Senhor que nos abençoa por meio das operações do Pai e do Filho e do Espírito Santo, como se vê em Efésios 1.3-14. A. 0 Pai opera pela mediação do Filho Assim, as repetidas expressões: “em Cristo”. É de suma importância discernir a centralidade e mediação de Cristo na execução das obras de Deus. 0 Pai nos abençoa com toda sorte de bênção espiritual, em Cristo (v.3). Foi o Pai quem nos escolheu e chamou para sermos adotados na família de Deus como filhos, mas em Cristo (v.4,5). Nele temos a remissão dos pecados (v.7). Sem a mediação de Cristo, não podemos receber coisa alguma da mão do Pai. Por isso, a ênfase bíblica na necessidade de se crer em Jesus Cristo. B. O Filho realizou a vontade do Pai por meio da obra objetiva da redenção Para nos libertar do poder condenatório do pecado, foi necessário que um preço fosse pago. E esse preço foi a morte, porque o salário do pecado é a morte (Rm 6.23). Em termos judiciais, a dívida tem de ser paga, ou pelo próprio transgressor, ou por um substituto aceito por Deus. Quando Cristo morreu na cruz, derramando seu sangue, ele, como nosso substituto, estava pagando a dívida criada pelo nosso pecado (v.7), uma dívida que jamais teríamos como pagar. A história da redenção, de como Cristo morreu no lugar de pecadores, é a mensagem do evangelho. A crença nessa verdade traz salvação para o pecador. C. O selo do Espírito Quando uma pessoa ouve e, de coração, crê na verdade do sacrifício de Jesus Cristo, ela é selada com o dom do Espírito Santo. Esse selo é a prova e garantia de sua eterna salvação e da habitação do Espírito Santo na vida daquele que crê. Essa experiência é tão fundamental que o apóstolo Paulo concluiu: "... se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9). A salvação do pecador é obra do Deus triúno. O Pai chama os que serão salvos, o Filho realiza em favor deles a obra de redenção e o Espírito Santo aplica neles a obra de Cristo. E a unidade é tal que, quando uma das pessoas divinas age especificam ente, as outras duas estão igualmente presentes naquela ação (Jo 14.4-11; 2Co 5.18,19).
III. A n e g a ç ã o d a Trin da de
12 / A TRINDADE
Existem muitas seitas que negam a verdade da Trindade, tais como as testemunhas de Jeová, os mórmons, etc. Além de ferir o ensino explícito das Escrituras Sagradas, a negação da Trindade destrói o plano de salvação. Se Deus não fosse tripessoal, não haveria um Salvador, nem um Espírito Santo para comunicar os propósitos de Deus. Nas seitas
não há um plano de salvação, apenas uma série de obras humanas que jamais justificarão o pecador diante da santa lei de Deus. Há um só Salvador, o Pai, o Filho e o Espírito Santo. O batismo é realizado em nome (não nomes) do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). Pelo batismo, confessamos nossa crença na verdade de que a salvação é obra do Deus triúno, agindo em plena harmonia em nosso favor.
IV. C a ra cte rístic a s d a Trin d a d e
O Pai revela o caráter paternal de Deus. Ele é a Origem de todas as coisas, como nós vimos no plano da salvação. O Filho é o Mediador. O Pai executa os seus planos pela mediação do Filho. Foi o Filho quem efetuou objetivamente4 a redenção do pecador. O Espírito Santo é o Vivificador das obras do Filho, aplicando subjetivamente5 a redenção no homem. Sem essa vivificação, a redenção ficaria sem aplicação e seria totalmente ineficaz. Assim, entendemos cada unidade da Trindade e como ela é necessária. Há um só Deus, vivo e verdadeiro, que subsiste em três pessoas, iguais em poder e glória.
C o n c lu s ã o
“Se não há Trindade, não há encarnação; se não há a encarnação do Verbo, a expiação torna-se apenas uma apresentação teatral sem qualquer significação para nós. Se foi apenas um homem quem morreu na cruz em nosso lugar e em nosso favor, ainda estamos mortos em nossos pecados. Se não dermos a devida importância a essa doutrina, a justificação pelo sangue de C risto fica totalm ente sem sentido. N ossas culpas continuariam conosco, porque um homem simplesmente não pode levar a culpa de outros homens, morrendo na cruz, sem condições de ressuscitar por seu próprio poder. Se não houvesse a Trindade, ainda estaríamos com a dívida por pagar. Poderíamos depender da obra de um homem para ter nossa dívida paga? É porque o Redentor é Deus-homem que podemos ter cancelada a nossa dívida. Se não dermos a devida importância à doutrina da Trindade, o objeto de nossa fé, Jesus Cristo, é apenas um homem, nada mais. Somente a doutrina da Trindade é que faz com que vejamos em Cristo o Verbo encarnado” (Héber Carlos de Campos, O Ser de Deus, Editora Cultura Cristã, São Paulo, 1999, págs. 154, 155).
A p lic a ç ã o
Temos dado o devido valor à doutrina da Trindade? Na história da Igreja, homens e mulheres deram muita importância a essa matéria, porque dela dependem todos os outros elem entos de nossa fé. Temos consciência de que o Cristianismo somente permanece com a confissão da deidade de Cristo e da Trindade? 1 Objetivam ente, isto é, a obra de Cristo foi realizada fora de nós. 5 Subjetivam ente, isto é, a obra do Espírito é realizada dentro de nós.
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 13
TRINDADE
DEUS É UM E SÃO TRÊS Assim diz o SENHOR, Rei de Israel, seu Redentor, o SENHOR dos Exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e além de mim não há Deus. IS AÍAS 44.6 O Antigo Testam ento insiste constantem ente em que há som ente um Deus, o auto-revelado Criador, que deve ser adorado e am ado com exclusividade (Dt 6 .4,5; Is 4 4 .6-45.2 5). 0 Novo Testam ento confirm a-o (M c 1 2 .2 9 ,3 0 ; I C o 8.4; Ef 4.6; lT m 2.5), porém fala de três agen tes p e s s o a is , Pai, Filho e E spírito S anto, que operam ju n to s em form a de equipe para e fe tiva r a salvação (Rm 8; Ef 1.3-14; 2Ts 2.13,14; IP e 1.2). A form ulação histórica da Trindade (derivada da palavra latina trinitas) procura circunscrever e salvaguardar este m istério (não explaná-lo, pois ele está além de nossa com preensão), e nos confronta com a m ais difícil noção talvez que a mente humana já teve de assim ilar. Ela não é fácil; mas é verdadeira. A doutrina origina-se dos fa to s que os h istoriadores do Novo Testam ento relatam , e do ensino revelatório que, hum anam ente falando, decorreu desse s fatos. Jesu s, que orou a seu Pai e ensinou seus discípulos a fazerem o m esm o, convenceu-os de que Ele era pessoalm ente divino, e de que a crença em sua divindade e na retitude de dedicar-lhe adoração e oração é basica à fé neotestam entária (Jo 20.28-31; cf. 1.18; At 7.59; Rm 9.5; 10.9-13; 2Co 12.7-9; Fp 2 .5,6; Cl 1.1517; 2.9; Hb 1.1-12; IP e 3.15). Je sus prometeu enviar outro Paracleto (Ele m esm o tendo sido o prim eiro), e Paracleto sign ifica um m inistério pessoal m ultiform e, com o co n se lh e iro , advogado, ajudador, confortador, aliado, sustentador (Jo 14.16,17 ,26; 15.26,27 ; 16.7-15). Este outro Paracleto, que veio no Pentecostes para cum prir este m inistério prom etido, era o Espírito Santo, reconhecido desd e o início com o uma terceira p e ssoa divina: m entir a ele, diz Pedro não m uito d ep o is do Pen tecostes, é m entir a Deus (At 5.3,4). Assim , C risto prescreveu o batism o "em nome (singular: um Deus, um nom e) do Pai e do Filho e do Espírito S a n to "— as três pessoas que são um Deus, a quem os cristã os se subm etem (Mt 28.19). Portanto, encontram os as três pessoas no relato do próprio batism o de Je su s: o Pai reconheceu o Filho, e o Espírito m ostrou sua presença na vida e no m inistério do Filho (Mc 1.9-11). É assim que lem os a bênção trinitária de 2 C oríntios 13.14, e a oração por graça e paz do Pai, Espírito e Je su s C risto em Apocalipse 1.4,5 (teria João colocado o Espírito entre e o Pai e o Filho, se não re co n h e cesse o Espírito com o divino no m esm o sentido em que e le s sã o ?). E stes são a lgu n s d o s m ais n o tá ve is e xe m p lo s da p ersp ectiva e ê n fase trin itá ria s do Novo Testa m e n to. Em bora a lin gu agem té cn ica do trin ita ria n is m o não seja a í e n co n trada, a fé e op en sa m en to trinitários estão presentes através de suas páginas, e, neste sentido, a Trindade deve ser reconhe cida com o doutrina bíblica: uma eterna verdade a respeito de Deus, que, em bora não explícita no Antigo Testam ento, é clara e m arcante no Novo. A a firm açã o básica desta doutrina é que a unidade de um D eus é co m p le xa . As três " s u b s is t ê n c ia s " p e s s o a is (c o m o s ã o c h a m a d a s ) s ã o c e n tro s c o -ig u a is e c o -e te rn o s de autoconsciência, cada qual sendo “ Eu” em relação aos dois que são “V ó s ", e cada qual participan do da plena essência divina (a “su b stân cia” da deidade, se assim podem os cham á-la) juntam ente com os outros dois. Eles não são três papéis representados por uma pessoa (o que seria m odalism o), nem são ele s três deuses agrupados (o que seria triteísmo); o Deus (“ E le ”) é, igualm ente, “ E les", e “ E le s” estã o sem pre ju n tos e sem pre cooperando, com o Pai iniciando, o Filho aquiescendo e o Espírito executando a vontade de am bos, que tam bém é sua. Esta é a verdade acerca de Deus, a qual foi revelada através das palavras e obras de Jesu s, e que dá suporte à realidade da salvação à medida que o Novo Testam ento a expõe. A im portância prática da doutrina da Trindade é que ela requer que dem os igual atenção e igual honra às três pessoas na unidade de seu gracioso m inistério para conosco. Esse m inistério é o ponto central do evangelho, que, com o dem onstra a conversa de Je su s com N icodem os, não pode se r declarado sem incluir seu s d iferen tes papéis no plano da graça de Deus (Jo 3 .1-15; notem -se especialm ente os vs. 3, 5-8, 13-15, bem com o os com entários expositivos de João, que a B íblia N IV 1 traduz com o parte da própria con versação, vs. 16-21). Todas as fo rm u la çõ e s nãotrinitárias da m ensagem cristã são, pelos padrões bíblicos, inadequadas e, de fato, fundam ental m ente fa lsa s, tendendo naturalm ente a deform ar a vida cristã. 1 Versão inglesa: New International Version. Adaptado de Teologia Concisa de J. I. Packer, Editora Cultura Cristã, São Paulo, 1999, págs. 38-40.
14 / A TRIMDADE
LIÇÃO 4
A EXISTÊNCIA DE DEUS Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso criador do céu e da terra Texto básico: G énesis 1.31-2.3 Leitura diária D - G ênesis 1.1-31-C r io u Deus S - Salm o 104.24-30-Q ue va rie d a d e nas tuas obras T - Rom anos 1.19-21- P o r m eio das coisas criadas Q - Rom anos 16.25-27-P o d e ro s o para vos confirm ar Q - Salm o 93.1-5-F irm o u o m undo S - Mateus 6.28-33- O cu id a d o de Deus S - Jo ã o 20.15-17-Meu e P ai e vosso Pai
In tro d u çã o
Devemos lembrar que o Credo, como nós o temos, é uma tradução de outra língua. Palavras geralmente têm aspectos que dificilmente se traduzem. Existe o sentido mais ou menos literal, porém, há um sentido que nem sempre aparece, pois tem significados culturais. A palavra Credo - eu creio - contém esse aspecto cultural. Portanto, quando usamos o Credo, não estamos meramente dizendo creio que Deus existe, nem tampouco creio naquilo que Deus diz na Bíblia; antes, estamos afirmando: creio que Deus realmente existe, confio nele, tenho esperança em sua misericórdia e em tudo o que ele tem feito por nós pecadores. Devemos nos esforçar para descobrir e experimentar a riqueza do verbo “crer”, pois existe grande consolo espiritual para todos os que confessam com o devido entendimento: Creio em Deus Pai, creio em seu Filho Jesus Cristo e creio no Espírito Santo.
I. A existê n cia
As primeiras palavras da Bíblia são: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). As Escrituras não se preocupam em apresentar provas científicas da existência de Deus; a idéia é de que isso não é necessário, pois todos sabem que ele existe. Esse conhecimento é inato e vem de duas fontes: a imagem de Deus em nós (Gn 1.27) e o conhecimento gravado em nosso coração (Rm 2.15). Nesse sentido, o apóstolo Paulo afirma que Deus “não se deixou ficar sem testemunho de si m esm o” (At 14.17). O mesmo apóstolo, pregando aos atenienses, lançou mão dessa realidade da natureza humana (At 17.22-31). Ninguém consegue fugir definitivamente desse conhecimento inato sem negara realidade de sua própria pessoa.
d e Deus
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F I5 5 Ã O DE FÉ /15
0 homem está sempre buscando explicações que provem a existência de Deus. Porém, não há provas que satisfaçam o incrédulo. Cristo apelou para suas obras a fim de provar que era o Messias (Jo 10.25). Do mesmo modo, a Bíblia descreve as obras de Deus, a fim de demonstrar a sua existência (SI 104.24-30). As questões religiosas são espirituais e, em última análise, são aceitas pela fé. “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (Hb 11.6). Além da auto-revelação de Deus na personalidade humana e na Bíblia, o próprio universo testifica a respeito da pessoa de Deus (SI 19.1; Rm 1.19-21).
li. A n e g a ç ã o d a existê n cia d e D eus
No mundo existem m uitos ateus. Por quê? Além de ser uma manifestação do estado pecaminoso do homem, essa é uma maneira de fugir às responsabilidades da obediência, tanto na área moral quanto na espiritual. Os ímpios dizem: “Não há Deus”. Mas qual a razão dessa atitude? “Corrompem-se e praticam abom inação” (SI 14.1). Os judeus não acreditaram na messianidade de Jesus e, por isso, com os gentios, o mataram, afastando-o de sua presença. A pessoa e a mensagem de Jesus Cristo atingiram a consciência deles, mas, em vez de recebê-lo, o mataram na esperança de conservar a sua consciência tranqüila. 0 ateísmo é um sinal do estado espiritualmente doentio do homem. “Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã ” (Is 1.6). Por ser pecador, ele é o inimigo de Deus, sempre lutando para fugir da presença dele (Rm 8.7; Ef 2.1-3). 0 triste fato é que os homens amam mais as trevas do que a luz (Jo 3.19-21). No momento em que o homem reconhece e confessa a existência de Deus, ele sabe que tem de prestar-lhe sua obediência. 0 ateísmo é a fuga dessa realidade.
III. D eus é C ria d o r
Ouve-se que existem muitos deuses, portanto, temos de identificar o Deus que procuramos. 0 Deus único é o Criador do céu e da terra. Ele é visto não apenas como o criador dos confins da terra, mas também como o criador do próprio homem (Is 17.7; 40.28). Ele é também o Deus da providência, aquele que supre todas as necessidades de sua criação, (Dt 11.14; SI 145.16; At 17.28). Assim, temos a vida, mas somos dependentes de Deus para todo o nosso sustento. Nossos olhos devem estar fixos nele constantemente, a fim de receber esses bens. O salmista expressou essa dependência universal: “Todos esperam de ti que lhes dês de comer a seu tempo. Se lhes dás, eles o recolhem; se abres a mão, eles se fartam de bens. Se ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao seu pó. Envias o teu Espírito, eles são criados e, assim, renovas a face da terra” (SI 104.27-30).
16 / A EXISTÊMCIA DE DEUS
IV. D eus é Tod o- Quando Deus se apresentou a Abraão, ele disse: “Eu sou o Deus TodoP o d e ro s o
Poderoso: anda na minha presença e sê perfeito” (Gn 17.1). Essa autodesignação de Deus comunica verdades preciosas para nós, pecadores. Sim, ele segura o mundo de tal maneira que este não vacila (SI 93.1). Por seu poder, ele dá continuidade a todas as coisas, e pelo poder de sua palavra executa sua vontade (SI 147.18,19). Sua mensagem a Abraão é de interesse pessoal. Deus estava prestes a revelar a seu servo as normas de uma aliança, na qual o patriarca e sua descendência seriam abençoados para todo sempre. Podemos dizer que, em essência, Deus estava afirmando: Eu sou Todo-Poderoso para garantir os termos desta aliança. Abraão teria de andar na presença do Senhor, isto é, ser homem íntegro e reto, temente a Deus e desviando-se do mal. 0 Senhortambém estava dizendo: Eu sou o Deus Todo-Poderoso e lhe darei forças para andar conforme minha vontade. O apóstolo Paulo aplicou essa verdade para todoo povo, quando d isse :"... àquele queé poderoso para vos confirmar... seja dada a glória, por meio de Jesus Cristo, pelos séculos dos séculos. Amém”. (Rm 16.25-27; Ef 3.20,21). Ou, “... Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças” (IC o 10.13).
Nosso Deus é conhecido como nosso Pai celestial. Ele não é uma mera força. É cheio de bondade e justiça, satisfazendo as necessidades de p a te rn id a d e de seu povo e defendendo seus direitos (SI 140.12; Mt 6.28-33). D eus O termo “Pai” descreve a relação entre Deus e a criação, especialmente entre Deus e o homem, que redimiu e adotou. Descreve também a relação com o seu Filho Jesus Cristo (Mt 3.17; 17.5). A paternidade de Deus, o Pai, é subentendida em João 3.16. O título específico: “O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Co 1.3; Ef 1.3) descreve a eternidade da união entre Pai e Filho. Em seu estado humano, Jesus usa os termos “Meu Deus” e “Meu Pai” (Mt 27.46; Jo 20.17). Uma das idéias básicas no título “Pai” é origem, criador e autoridade (IC o 8.6; Ef 4.6). No plano da salvação, o Pai representa a Trindade. O Filho submete-se a ele, dando sua vida em resgate por muitos. O Pai revela sua aceitação do sa crifício su b stitu tivo do Filho, ressuscitando-o de entre os mortos, recebendo-o à sua destra em glória e enviando o Espírito Santo para aplicar a obra redentora de Cristo no coração dos eleitos. Assim, o apóstolo Pedro diz que "... pelo seu divino poder nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade” (2Pe 1.3).
v. A
C o n c lu s ã o
À luz desta exposição, chegamos às seguintes conclusões: Por causa do testemunho, tanto do universo quanto da revelação bíblica, bem como da própria consciência, somos movidos a confessar: “Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra”. Por causa desse tríplice testemunho, ten ius a obrigação de desenvolver conhecimento, nos termos Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ /17
práticos de obediência. Por causa desse testemunho, somos obrigados a reconhecer que somos apenas a criatura. "Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte" (IP e 5.6).
A p lic a ç ã o
Você já descobriu as bem-aventuranças espirituais, podendo confessar: “Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso criador do céu e da terra”? Qual é o sentido da paternidade de Deus em sua vida?
CULPA O EFEITO DA REVELAÇÃO GERAL O que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. ROM ANOS 1.19 A Escritura adm ite, e a experiência confirm a, que os seres hum anos inclinam -se natural m ente por uma forma de religião, em bora falhem em adorar seu Criador, cuja revelação geral de si m esm o o torna conhecido universalm ente. O ateísm o teórico e o m onoteísm o moral são opostos naturais: o ateísm o é sem pre uma reação contra a crença pré-existente em Deus ou deuses, e o m onoteísm o moral som ente surgiu no d esp erta r da revelação esp ecial. A Escritura explana este estado de co isa s dizendo-nos que o pecado do egoísm o e da aversão às prescrições de nosso Criador conduz a hum anidade à idolatria, o que significa tran sfe rir a adoração e reverência a outro poder ou objeto que não o Deus Criador (Is 44.9-20; Rm 1.2123; Cl 3 .5). Desta m aneira, os hum anos apóstatas "suprim iram a verdad e” e “ mudaram a glória do Deus incorruptível em sem elhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e ré p te is” (Rm 1.23). Eles sufocam e extinguem , tanto quanto podem, a consciência que a revela ção geral lhes dá do C riad or-Ju iz tra n sce n d e n te , e com seu inextirpável se n so de deid ade se apegam a objetos indignos. Isto, ao revés, leva a um drástico declínio m oral, com a conseqüente m iséria, com o prim eira m anifestação da ira de Deus contra a apostasia humana (Rm 1.18,24-32). No m om ento atual, no O cidente, as p e ssoa s idolatram e, na realidade, adoram objetos seculares, tais com o a em presa, a fam ília, o futebol e sensações agradáveis de várias esp écies. M as, o declín io moral p e rsiste com o resultado, tal com o ocorreu quando os pagãos adoraram ídolos literais nos tem p os bíblicos. Os seres hum anos não podem suprim ir com pletam ente sua percepção de Deus, bem como de seu julgam ento presente e futuro; o próprio Deus não permitirá que o façam . Algum sentido do que é certo e errado, com o tam bém de ser subm etido a um Juiz divino, sem pre perm anece. Em nosso m undo decaído, to das as m entes que não estão de algum modo a n e ste sia d a s têm uma consciência que, em certos pontos, as dirige e, de tem pos em tem pos, as condena, dizendo-lhes que devem sofrer pelos erros com etidos (Rm 2 .14ss); e quando a consciência fala nestes term os é. na verdade, Deus quem está falando. A hum anidade arruinada é, em certo sentido, ignorante de Deus, uma vez que o que as pessoas gostam de crer, e de fato crêem , sobre o objeto de seu cuito falseia e distorce a revelação de Deus, da qual não podem escapar. Em outro sentido, contudo, todos os seres hum anos perm a necem côn scios de Deus, de modo culpável, com desconfortáveis pressentim entos do julgam ento vindouro, que esperam não se cum pra. Som ente o evangelho de Cristo pode falar de paz a esse aflitivo aspecto da condição humana. Adaptado de Teologia Concisa de J. I. Packer, Editora Cultura Cristã, São Paulo, 1999, págs. 11,12.
18 / A EXISTÊNCIA DE DEU5
LIÇÃO 5
A DIVINDADE DE CRISTO Creio em Jesus Cristo, seu único Filho Texto básico: Jo ão 1.1-14 Leituro ãiária D - Colossenses 1.12-19-Nele reside a plenitude S - H ebreus 5.5-9-M e u Filho T - Jo ão 1.1-4- O V e rb o é Deus O - Jo ão 1.32-36 - E le é o Filho de Deus O - Isaías 61.1-3- O Espírito sobre mim S - Jo ão 14.5-11-E s to u no P ai e ele em mim S - Jo ã o 10.25-30-Eu e o P a i som os um
In tro d u çã o
No Credo, encontramos três vezes a expressão: "Eu creio”: Eu creio no Pai, eu creio no Filho e eu creio no Espírito Santo. A Trindade é uma doutrina presente na Igreja desde o princípio. Ela, porém, não foi formulada tão detalhadamente desde o começo, como a temos em nossos dias. 0 primeiro, assim chamado, “pai da Igreja" a empregara palavra Trindade foi Tertuliano, por volta do ano 190. Foi somente no 4o século, depois de muitas lutas doutrinárias a respeito da Deidade de Cristo, que a Igreja formulou dogmaticamente a verdade trinitária. Por que a Igreja levou tanto tempo, e por que teve de travar tanta luta para formular uma doutrina tão fundamental? Por resposta, reconhecemos a existência de forças espirituais que sempre agiram para destruir a pessoa de Jesus Cristo. 0 inimigo, Satanás, sabe muito bem que, sem Cristo, em toda a glória de sua deidade absoluta, não haveria um salvador para os pecadores. Convém lembrar que Satanás não deseja a salvação de ninguém. 0 plano de salvação depende da plena divindade de Jesus Cristo. Esta foi a luta que a Igreja primitiva travou e venceu.
I. O s nom es d e Cristo
Na Bíblia, os nomes são de suma importância porque, normalmente, descrevem características da pessoa em questão. “Abraão", por exemplo, significa constituído pai de numerosas nações (Gn 17.3-6). Esse princípio é verdade, especialmente quando se refere a nomes divinos. São autorevelações. Jesus significa Salvador (Mt 1.21). Quando refletimos sobre o nome de Jesus, sempre pensamos em termos daquele que nos amou e a si mesmo se entregou por nós (Gl 2.20). Nele temos a redenção e a remissão dos pecados (Cl 1.14). Cristo significa Ungido, e ele foi ungido para executar uma missão específica. No Salmo 2, o Senhor proclamou a seguinte palavra com respeito ao Ungido: “Tu és o meu Filho". No Novo Testamento, esse
Curso Preparatório para a PÚBLICA PBOF155ÂO DE FÉ /19
Ungido, esse Filho, é reconhecido como o Cristo prometido (Mt 3.17; At 4.25-27; Hb 5.5-7). 0 nome de Cristo nos faz lembrar da fidelidade de Deus, e de que ele cumpre suas promessas: “Vindo ... a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho... para resgatar os que estavam sob a lei” (Gl 4.4,5). Portanto, o nome de Jesus Cristo significa Salvador, aquele que foi ungido pelo Espfrito Santo para realizar uma tríplice obra: revelar a vontade de Deus aos homens, remir o povo de Deus pelo sacrifício de si mesmo e interceder por ele.
II. A re la ç ã o d o F ilh o com o Pa i
Jesus Cristo é o único Filho gerado de Deus e, por isso, tem uma relação singular e única com o Pai. Noutro sentido, Deus tem muitos filhos. Em João 1.12, os crentes em Jesus Cristo são chamados filhos de Deus. No entanto, são filhos por adoção (Rm 8.15; Gl 4.5; Ef 1.5). Na declaração do Credo, Jesus Cristo é o único Filho, como nos termos de João 3.16. No Credo, único Filho fala de uma relação por geração mas, muitas vezes, significa semelhança ou igualdade. Tiago e João foram chamados filhos do trovão (Mc 3.17). Eles não foram gerados pelo trovão, mas foram semelhantes ao trovão, como podemos verificar em Lucas 9.54. Barnabé foi o filho da consolação. Esse homem e a consolação foram semelhantes, em sua expressão. Jesus Cristo confessou que Deus era seu Pai e seus ouvintes o entenderam não em termos de geração, mas sim, de igualdade com o Pai (Jo 5.18; 1.1,18). Cristo (o Verbo) é visto "com Deus” e “no seio de Deus”, uma relação de tal igualdade que o apóstolo resume, dizendo: "E o Verbo era Deus”. Assim, vemos Jesus Cristo, o Salvador, no sentido trinitário e, portanto, confessamos: Eu creio em Jesus Cristo, seu único Filho.
III. Provas da d e id a d e d e C risto
Os judeus esperavam um Messias quase sobrenatural. Mas quando ele apareceu como um homem de origem conhecida, foi imediatamente rejeitado como o prometido Salvador (Jo 6.42). A defesa de Cristo foi esta: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim" (Jo 5.39). Portanto, é importante ouvir a voz das Escrituras quanto à deidade de Cristo. A. O testemunho de João Batista Por causa da eminência de João Batista, uma comissão foi organizada para entrevistá-lo: “Quem és tu?” Ele respondeu: “Eu não sou o Cristo”. Outra pergunta é feita: “Declara-nos quem és”. E por resposta, João Batista citou a profecia de Isaías 40.3: “Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor” (Jo 1.19-23). A missão de João Batista foi endireitar (ou preparar) o caminho do Senhor. Na profecia citada, quem é o Senhor para o qual a “voz do que clama no deserto” prepararia o caminho? Ele é Jeová, é nosso Deus. João Batista identificou Jesus Cristo como o cumprimento da profecia de Isaías. Isso
20 / A DIVINDADE DE C R IS TO
se tornou ainda mais claro quando o Espírito Santo, em forma de pomba, pousou sobre Jesus na ocasião de seu batismo. Jesus Cristo foi ungido pelo Espírito Santo. Naquela ocasião, a voz de Deus, o Pai, dirigiu-se a Jesus, dizendo: "... Tu és o meu Filho amado, em ti me comprazo’’ (Lc 3.21,22). João Batista deu seu testemunho: "... eu de fato vi, e tenho testificado que ele é o Filho de Deus” (Jo 1.32-34). O advento de Cristo foi a prometida vinda do Senhor, a vinda do Emanuel, que quer dizer “Deus conosco". Portanto, a profecia de Isaías 7.14 é cumprida em Mateus 1.21; a de Isaías 40.3-5 é cumprida em Lucas 3.4-6 e a de Isaías 61.1-3 é cumprida em Lucas 4.18-21. Outro testemunho importante é a referência ao sacrifício vicário ou substitutivo de Jesus Cristo: "... Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). 0 povo de Deus aguardava um sacrifício superior, o derramamento de um sangue que pudesse remover pecados "... porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hb 10.4, 11-14; 12.24). Cristo satisfez esse anseio quando deu a sua vida em resgate por muitos. Assim, o apóstolo João afirma: "... o sangue de Jesus, o Filho de Deus, nos purifica de todo pecado” (lJ o 1.7). "... Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor" (Ap 5.12; 7.14). B. 0 testemunho do próprio Cristo Aos 12 anos, no caminho de Nazaré, Cristo era procurado por seus pais, que voltaram a Jerusalém e o encontraram no templo, assentado em meio aos doutores. Jesus questionou seus pais, dizendo: "... Por que me procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (Lc 2.49). A inferência é clara: ele desfrutava de uma relação especial com Deus, o Pai. Anos mais tarde, ele afirmou: “Eu e o Pai somo um” (Jo 10.30). E para evidenciar essa verdade, explicou: "... Quem me vê a mim, vê o Pai ... Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim?” (Jo 14.9,10). Cristo foi enviado para manifestar o Pai. Ele é o único que tem esse direito. "Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11.27). Neste pé de igualdade com o Pai, e como executor da vontade do Pai, Cristo declarou: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18). Essa afirmação implica presença de atributos divinos em Jesus, tais como onisciência e onipresença. A autodesignação de Filho de Deus foi uma das causas de sua morte. “Não é por obra boa que te apedrejamos, e sim por causa da blasfêmia, pois sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (Jo 10.33). E, finalmente, quando julgado perante Pôncio Pilatos, a acusação foi esta: “Temos uma lei, e, de conformidade com a lei, ele deve morrer, porque a si mesmo se fez Filho de Deus” (Jo 19.7). 0 mesmo apóstolo escreveu acerca de Jesus Cristo: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome” Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F I5 5 À O DE FE / 21
(Jo 1.11,12). Há muitos outros testemunhos que poderiam ser citados, mas basta ouvir o que o apóstolo disse: “Estes (sinais) ... foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31).
C o n c lu s ã o
A p lic a ç ã o
A verdade fundamental para o cristão é reconhecer a deidade absoluta de Jesus Cristo e confessar com fé sua morte substitutiva como a única base para receber o perdão dos pecados e a esperança da vida eterna. A rejeição ou a ignorância destes princípios impossibilitam qualquer esperança de se ser aceito por Deus. Ele recebe somente aqueles que crêem em Jesus Cristo.
Sua crença em Jesus inclui uma convicção inabalável com respeito à sua divindade absoluta? Que bênçãos você pode encontrar em Jesus?
22 / A DIVIMDADE DE C R IS TO
LIÇÂO 6
O SENHORIO DE JESUS CRISTO Nosso Senhor Texto básico: João 13.12-20 Leitura diária D - Mateus 22.41-46-Disse o Senhor a o meu Senhor S - R om anos 16.17-20-S e rv ir a o Senhor T - Filip en ses 2.9-11-T o d o jo e lh o se dobre O - Rom anos 1.1-6- P a r a serdes de Jesus Cristo Q - Mateus 6 .19 -24 -Não se p o d e servir a dois senhores S - A p o c a lip se 19.11-21-S e n h o r dos senhores S - A p o c a lip se 1.17,18- A s chaves da morte e do inferno
In tro d u çã o
Conforme já estudamos, Jesus Cristo possui deidade absoluta. Essa verdade deve nos levar a confessar o senhorio de Cristo, como afirma o Credo: Ele é “nosso Senhor”. Em Romanos 1.1-7, o apóstolo Paulo realça isso, fazendo um contraste entre “servo” (escravo comprado) e “nosso Senhor” (proprietário absoluto desse servo). A palavra “Senhor” tem um sentido muito mais forte do que percebemos à primeira vista. 0 apóstolo, descrevendo a glória de Jesus Cristo (aquele que se sujeitou à morte de cruz e ao sepultam ento; aquele que venceu o poder do túm ulo, ressurgindo dentre os mortos ao terceiro dia), escreveu: “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai" (Fp 2.9-11). Não existe nome com maior autoridade do que esse que Jesus recebeu. Esse é o “nosso Senhor”, o Senhor do apóstolo Paulo e o Senhor de todos os que confessam o nome de Jesus Cristo. Assim, quando Romanos 1.4 fala de “Jesus Cristo, nosso Senhor” , está dizendo que ele é o supremo Senhor e proprietário de seu povo redimido. Pertencemos a ele. Sua autoridade sobre nós é absoluta, atin gin d o a to ta lid a d e do n o sso ser, c o ra çã o , c o n s c iê n c ia e procedimento exterior. Por isso, o mesmo apóstolo, descrevendo sua atitude diante da comissão recebida de seu Senhor, confessou aos coríntios: “Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alm a” (2Co 12.15). Em grego, a palavra “Senhor” tem um sentido rico e variado. Para entendermos melhor o senhorio de Jesus Cristo, temos de apreciar a riqueza desse termo.
Curso Preparatório para a PUBLICA P P O F I5 5 Ã O DE FE
23
I. Sen h or sig n ifica "proprietário''
II. Sen h or dem anda e xc lu s ivid a d e
III. Sen h or sig n ifica "realeza e so b e ra n ia "
0 proprietário pode ser dono de muitas coisas: terras, casas, animais e até pessoas. Como tal, tem o direito de agir segundo sua própria vontade sobre aquilo que lhe pertence. C risto contou uma parábola sobre um “se n h o r” que tinha uma propriedade. Ele plantou uma vinha, fez uma cerca, construiu um lagar, edificou uma torre e, finalmente, arrendou tudo a uns lavradores. Porém, estipulou deles os devidos frutos (Mt 21.33-46). Semelhantemente, somos propriedade exclusiva do Senhor. Fomos comprados por grande preço, o precioso sangue de Cristo (IC o 6.20; IP e 1.18,19). Se ele nos disser: vá para tal lugar, ou, faça isso ou aquilo, nós o obedecemos. Ele é nosso Senhor, somos seus servos. Fomos eleitos e santificados para a obediência (IP e 1.2). Jesus Cristo é nosso Senhor, nosso proprietário absoluto. Por natureza, fomos vendidos ao pecado e à morte eterna, com todas as misérias dessa situação (Rm 7.13,14). Não existem meios, dentro de nós mesmos, que efetuem nossa própria libertação. Por isso Cristo interveio e, com o seu próprio sangue, nos libertou do pecado (Ap 1.5). Pertencíamos ao pecado e ao domínio dele. Agora, pertencemos a Cristo, que tem todos os direitos de Senhor sobre nossa vida.
0 senhor de um escravo era dono absoluto dele. Esse domínio incluía não somente seus serviços, mas sua própria vida. Nesse sentido, podemos sentir a força das palavras de Cristo, quando advertiu: “Ninguém pode servir a dois senhores (haverá sempre uma preferência decisiva); porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro” (Mt 6.24). O crente reconhece um só Senhor, Jesus Cristo. Entre senhor e escravo não existia necessariamente uma relação de afeto. Mas não é assim entre Cristo e o crente: eles são vinculados pelo amor. O apóstolo Paulo não cansava de confessar: "... vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20). Logo que o crente reconhece o grande amor de Cristo, responde com amor, entregando-lhe sua vida em plena sujeição e obediência exclusivas (Jo 14.15).
0 título pertence aos reis, àqueles que têm poder para lutar e vencer. 0 apóstolo Paulo foi conquistado por Cristo e por isso confessa: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (Fp 3.12). É magnífico o quadro de Jesus Cristo que vemos em Apocalipse 19.1121. Ele está montado em um cavalo branco; seu nome é Fiel e Verdadeiro, e vem para julgar e pelejar com justiça. Mas existe em sua pessoa algo que se destaca: “Tem no seu manto e na sua coxa um nome inscrito: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores” (v. 16). Reconhecer isso nos traz consolo espiritual. Sim, neste mundo sempre haverá circunstâncias difíceis mas,
24 / O S E M liO D IO DE JESUS CR ISTO
ao lado de Cristo, somos mais que vencedores (Rm 8.37; Ap 17.14). Não podemos deixar de acrescentar algo muito importante. Entre o rei e seus súditos tem de existir lealdade total, uma fidelidade que se manifesta por meio de obediência inquestionável. Cristo disse: “Vós sois meus amigos se fazeis o que eu vos mando” (Jo 15.14).
IV. Sen h or sig n ifica "d ivin d a d e a b so lu ta "
No Antigo Testamento, Senhor é a tradução de Yahweh (o grande Eu Sou, a Deidade Absoluta).6 Nomes que se referem exclusivamente a Deus, no Antigo Testamento, são atribuídos a Jesus Cristo no Novo Testamento. Apresentamos apenas um exemplo: “Assim diz o Senhor (Yahweh), Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor (Yahweh) dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus” (Is 44.6). Na ilha de Patmos, o Senhor Jesus disse ao apóstolo João: “Não temas, eu sou o primeiro e o último, o princípio e o fim ” (Ap 1.17, 18; 22.13). Sem dúvida alguma, Jesus Cristo é o pleno cumprimento de Malaquias 3.1. “De repente virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o Senhor (Yahweh) dos Exércitos”. João Batista foi enviado para preparar o caminho para esse Senhor (Lc 1.76). Reconhecer a Jesus Cristo como Senhor é reconhecer sua deidade absoluta (IC o 12.3; Fp 2.9-11). Declaramos com Natanael: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. Ou, com Tomé: “Senhor meu e Deus meu” (Jo 1.49; 20.28). Jesus Cristo é o nosso Senhor, o Dono absoluto que tem todos os direitos sobre nossa vida. Ele é o único a quem devemos lealdade, fundamentada em amor singular. Diante dele, ajoelhemos em plena reverência e submissão.
C o n c lu s ã o
“Se Deus é Kyrios (palavra grega para S en hor), isso im plica obrigatoriamente que todos nós sejamos servos. Não existe a noção de Senhor sem a conseqüente noção de servo. No texto de Lucas 10, Jesus Cristo é chamado de Senhor e os seus discípulos obviamente são os servos que proclamam as boas novas do reino. Os servos realizam os seus deveres de acordo com a ordenança do seu Senhor.” “Portanto, esse nome de Deus confere responsabilidade. Ele nos leva à necessidade de obediência. Esta nós devemos inquestionavelmente a ele. Quando os cristãos entendem que são servos de Deus em Cristo, então, estão prontos para saber que a vontade de Deus é final em sua vida. Como servos que somos, lutamos para conhecer mais e mais a vontade de Deus por meio da leitura de sua Palavra, para term os comunhão com os outros servos e para servir uns aos outros. Quando
6 Na tradução Alm eida a palavra S e n h o r é escrita com m aiú scu las quando o Antigo Testam ento se refere a Yahweh, e é usada com inicial m aiúscula e depois m inúsculas quando traduz Adonai, senhor. Ver, por exem plo, Salm os 8.1.
Curso Preparatório para a PÚBLICA P B O F IS 5 Ä O DE FÉ / 25
fazemos essas coisas somos servos obedientes. É disso que a Igreja precisa e é por isso que todos desesperadamente ansiamos" (Héber Carlos de Campos, O Ser de Deus, Editora Cultura Cristã, São Paulo, pág. 95). A p lic a ç ã o
Você está pronto para confessar: “Jesus Cristo, nosso Senhor", consciente de suas implicações? Pode dizer, assim como Jesus : "... eu faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8.29)? Afinal, ele é nosso Senhor e nós somos seus servos.
O SENHOR SOBERANO
O Novo Testam ento afirma a fé do Antigo Testam ento em um Deus (por exem plo, IC o 8.6; lT m 2.3), mas afirma com clareza, "porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude..." (Cl 1.19). Som os inform ados de que devem os aguardar pacientem ente "a bendita esperança e a m anifes tação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Je s u s ” (Tt 2.13). Nos prim eiros escrito s do Novo Testam ento, as testem unhas apostólicas da divindade de nosso Salvador proibiram claram ente a tendência dos te ó lo go s m odernos de separar o Je su s da história do C risto da fé. Isto, com o se a "in ve n çã o ” de Paulo de Jesus com o Deus fosse diferente do Jesus Cristo descrito pelos próprios discípulos. Se alguém deseja negar a divindade de Jesu s, os Evangelhos tam bém devem ser renunciados. M ais do que isso; o Antigo Testam ento tam bém é igualm ente insistente em que aquele que viria e garantiria a redenção seria nada m enos do que o próprio lavé. O Cristianism o depende inteiram ente da divindade de Cristo, assim com o a antecipação do Antigo Testam ento. Se Je su s não é quem disse ser, não é, tam bém , um guia útii ou um exem plo singular para o que significa ser filho de Deus. Antes, é um dos m aiores charlatões da história, um homem que se iludiu e que, na verdade, foi culpado da m aior blasfém ia, justam ente com o os judeus disseram . Nada do que nosso Senhor diz sobre si m esm o, ou que os apóstolos dizem sobre ele, é desconexo dessa alegação de divindade. Conseqüentem ente, aqueles que tom am o que querem do Novo Testam ento (B eatitudes, o Serm ão do Monte, etc.), não têm razão em acreditar que suas obras estim adas de cristianism o têm m ais validade do que os delírios de um m ascate religioso. Quando o Novo Testam ento, por essa razão, atribui o título de “Senhor" a Jesu s Cristo, o propósito é claram ente teológico. Não são boas m aneiras, m as a afirm ação da divindade de Cristo que leva os a p ó s to lo s a d irig ire m -se de ssa form a a ele. D evem os gu ardar na m ente que os próprios apóstolos eram judeus. Na verdade, Pauio era um judeu da m ais alta ordem acadêm ica e religiosa. Cada um d e le s sabia o que “S e n h o r” significava com o um títu lo , e, o usa dam en te, o aplicaram a Je su s de Nazaré. Je su s era o m esm o Senhor que trouxe o mundo à existência (Jo 1.1) e que o sustenta pelo seu poder (Cl 1.17). Foi ele quem apareceu em sua condição pré-encarnada aos santos do Antigo Testa m ento. Afirmar, sim ultaneam ente, a crença em um Deus (lT m 2.5) e a crença de que Je su s é Deus (Tt 2 .13) é o m esm o que co nfessar a fé no senhorio do Filho como uma expressão necessária da sua natureza, não m eram ente com o um exercício ou papel. Existe um Deus, mas trê s p essoas na Divinda de: trindade em unidade.
J
Extraído de Creio — Fteclescobrindo o Alicerce Espirituai, de Michael S. Horton, Editora Cultura Crista, São Pauio, 2000, págs. 58, 59.
26 / O S E N H O R IO DE JESUS CB ISTO
LIÇÃO 7
A ENCARNAÇÃO DE JESUS CRISTO O qual foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria Textos básicos: Mateus 1.18-25; Lu ca s 1.26-38 Leitura diária D - H ebreus 10.5-10-O f e r t a d o co rp o de Jesus Cristo S - 1T im ó te o 2.1-6-C r is t o Jesus, homem T - G ã la ta s 4.1-5-N a s c id o d e mulher Q - H ebreus 4.14,15 -T e n ta d o , mas sem p e c a d o O - H ebreus 2.14-18-P a rtic ip a ç ã o d e carne e sa ngue S - filip e n s e s 2.5-11- A si mesmo se esvaziou S - Jo ã o 1.9-14- O Verbo se fez carne In tro d u çã o
0 Catecismo Maior de Westminster, respondendo a perguntas relativas à deidade e humanidade de Jesus, apresenta três respostas que merecem nosso interesse e meditação: “Cristo, o Filho de Deus, se fez homem tomando para si um verdadeiro corpo e uma alma racional, sendo concebido pelo poder do Espírito Santo, no ventre da virgem Maria, da sua substância e nascido dela, mas sem pecado” (resposta da pergunta 37). “Era indispensável que o Mediador fosse Deus, para poder sustentar a natureza humana e guardá-la de cair sob a ira infinita de Deus e o poder da morte; para dar valor e eficácia aos seus sofrimentos, obediência e intercessão; e para satisfazer a justiça de Deus, conseguir o seu favor, adquirir um povo peculiar, dar a este povo o seu Espírito, vencer todos os seus inimigos e conduzi-lo à salvação eterna” (resposta da pergunta 38). "Era indispensável que o Mediadorfosse homem, para poder soerguer a nossa natureza e possibilitar a obediência à Lei, sofrer e interceder por nós em nossa natureza, e solidarizar-se com as nossas enfermidades, para que recebêssemos a adoção de filhos, e tivéssemos conforto e acesso, com confiança, ao trono da graça” (resposta da pergunta 39).
I. As Os evangelhos segundo Mateus e Lucas, logo em seu início, apresentam circu n stâ n cia s alguns dados sobre o nascimento de Jesus. d a virgem Maria Maria era uma virgem, uma jovem que temia a Deus e que se tornou
“muito favorecida” (Lc 1.28). A graça de Deus a alcançou de modo muitíssimo especial: "... achaste graça diante de Deus” (Lc 1.30). Maria tinha sido “d e sp o sa d a ” com um homem cham ado Jo sé. Esse compromisso era mais estável do que o noivado dos nossos dias. O contrato era tão obrigatório que, às vezes, a moça era chamada esposa do homem desposado e, para efetuar uma dissolução, o recurso era o divórcio. Uma menina de poucos dias de idade podia ser desposada com um menino através de um entendimento entre os pais interessados. Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FE / 27
Porém, o casamento tornava-se realidade somente quando o homem recebia a mulher em sua casa. Eis a razão por que, na Bíblia, Maria é chamada desposada com José (Lc 1.27) e, ao mesmo tempo, o texto diz que o casal não coabitara. Maria foi virgem antes e durante a gestação, porque até então não havia tido relações sexuais “com homem algum” (v.34). Depois do nascimento de Jesus ela levou uma vida normal de casamento, dando à luz mais alguns filhos (Mt 1.25; 13.55,56; Jo 7.3-10). Durante o resto de sua vida, ela é conhecida apenas como Maria, a mãe de Jesus, e jamais como a virgem Maria (At 1.14).
li. a c o n c e p ç ã o Cristo foi concebido por obra do Espírito Santo. Não houve relação sexual s o b re n a tu ra l entre Maria e um homem para esse fim. A explanação bíblica é linda e
não precisa de comentários. “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra” (Lc 1.35). Citando as profecias messiânicas, o escritor aos Hebreus fala sobre o nascimento sobrenatural de Jesus. Cristo disse a seu Pai: “Sacrifício e oferta não quiseste, antes, um corpo me formaste”. E, vestido com um corpo humano, ele acrescentou: “Eis aqui estou para fazer, ó Deus, a tua vontade” (Hb 10.5,9). Assim vemos Jesus Cristo, um ser humano de verdade, por causa de seu nascimento de mulher e, ao mesmo tempo, perfeitamente divino por causa da ação do Espírito Santo. É de suma importância entendermos as duas naturezas de Jesus Cristo, a divina e a humana. Lembremos que Cristo veio como Salvador. Somente um homem pode carregar os pecados do homem. A sentença é esta: "A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.20). Por causa de seus pecados, o homem é passível de morte e totalmente incapaz de salvar-se a si mesmo. Somente Deus pode salvar o ser humano da morte eterna. Por isso, era necessário que o Salvador fosse simultaneamente Deus e homem. Cristo, como humano, tomou sobre si as conseqüências de nosso pecado e, agindo como nosso substituto, cumpriu a sentença de condenação e tornouse Salvador de todos os que nele crêem. Ao contemplar a perfeição das duas naturezas de Jesus Cristo, o autor de Hebreus conclui: “Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25).
mi. As du as naturezas d e Cristo
Jesus de Nazaré foi verdadeiro homem, concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da virgem Maria, e da substância dela (Lc 1.31; 2.5-7). Ele é chamado Filho de Deus e Cristo Jesus, homem (Mt 8.29; lT m 2.5). Seu corpo foi verdadeiro, experimentando todas as necessidades comuns aos homens: fome, sede, dor, etc. (Mt 26.36-46; Lc 2.52; 24.36-44; Jo 11.33-35). Enfim, ele não assumiu a natureza de anjos, ele tomou sobre si a natureza humana (Gn 3.15; Rm 1.3; Gl 4.4; Hb 2.16). Apesar disso, ele ficou inteiramente sem pecado (Lc 1.35; Hb 4.15; 7.26; IP e 2.22; lJ o 3.5).
28 / A EM CARN AÇÃO DE JESUS CR ISTO
Ele é o Filho de Deus, a segunda pessoa da Trindade, sendo verdadeiro e eterno Deus (Gl 4.4; Hb 2.14). Apesar de ter duas naturezas perfeitas e distintas, a divina e a humana, essa pessoa é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, sendo porém, um só Cristo, o único Mediador entre Deus e o homem (lT m 2.5; Jo 3.13; 6.62; Cl 1.13-20). Cristo jamais começou a existir, ele é desde a eternidade (Jo 1.14; 8.58; lJ o 4.9). Por causa das duas naturezas, Cristo podia agir conforme as respectivas naturezas, porém, sem confusão e sem mistura.
iv. o en sin o d e Filip e n se s 2.6-8
Este é um texto clássico sobre a encarnação de Jesus Cristo. “Subsistindo em forma de Deus.” A “forma” se refere ao caráter específico de algo, não à aparência externa. Quando se afirma que Cristo tem a “forma” de Deus, significa que ele possui a totalidade das qualidades que caracterizam Deus. “Aprouve a Deus que, nele [isto é, em, Jesus], residisse toda a plenitude” (Cl 1.19). Ele é “a expressão exata do seu Ser” [isto é, de Deus] (Hb 1.3). 0 tempo do verbo descreve imutabilidade. 0 que Cristo tinha desde a eternidade, continua a ter, sem qualquer mudança. “Nãojulgou como usurpação o ser igual a Deus." Igualdade é a essência das três pessoas da Trindade. Portanto, a encarnação não iria prejudicar essa igualdade; por essa razão, não houve nenhuma necessidade de ter um apego às prerrogativas de sua deidade. “Antes, a si mesmo se esvaziou.” 0 pensamento não é de perder alguma coisa, é o oposto, como as frases seguintes afirmam. “Assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens." 0 esvaziar-se é a explicação do pensamento no versículo 5: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” Ele nos amou com total ausência de egoísmo e, portanto, assumiu a forma de servo. 0 ato de assumir a forma de servo envolveu o recebimento de todas as circunstâncias do ser humano, ou seja, “a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. Aquele que vivia na forma de Deus, com todas as glórias de Deus, por amor a nós assumiu a forma humana, com todos os seus limites e obrigações. Por um dado tempo, sua glória celestial ficou encoberta, a fim de viver em semelhança de ser humano. Esse é o altruísmo em sua expressão máxima.
C o n c lu s ã o
A doutrina da encarnação de Jesus Cristo não é exatamente fácil de ser entendida. Contudo, sua importância não pode ser subestimada. A integridade do Cristianismo como uma religião revelada depende da encarnação da Segunda Pessoa da Trindade. As doutrinas do nascimento virginal de Jesus Cristo e de sua deidade absoluta são inseparavelmente ligadas. Imagine se o nascimento de Jesus Cristo não tivesse sido sobrenatural e virginal, se tivesse sido algo natural, resultado de uma relação sexual normal entre homem e mulher. Se assim fosse, Jesus seria apenas mais um ser humano. 0 que Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 29
isso significa? Não teríamos um Salvador e ainda estaríamos em nossos pecados, com a sentença da morte eterna pairando sobre nós. Um mero ser humano não pode remir os pecados de outro, pois o preço está fora de suas possibilidades.
A p lic a ç ã o
O apóstolo Paulo, sentindo a realidade de sua situação como pecador, exclamou: “Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor” (Rm 7.25). Você tem sido grato a Deus pela dádiva de Jesus Cristo? Tem meditado sobre as bênçãos que emanam do nascimento virginal de Jesus Cristo?
ENCARNAÇÃO DEU ENVIOU SEU FILHO PARA NOS SALVAR E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como a do unigénito do Pai. JO ÃO 1.14 A Trindade e a Encarnação são tem as que se relacionam . A doutrina da Trindade declara que o hom em Je s u s é verdadeiram ente divino; a da Encarnação declara que o divino Je su s é ve rd a d e ira m e n te hum ano. Ju n ta s, e la s proclam am a plena realidade do S a lva d o r que o Novo Testam ento a p re se n ta , o Filho que veio da parte do Pai, pela vontade do Pai, para to rn ar-se o substitu to do pecador sobre a cruz (Mt 20.28; 26.36-46; Jo 1.29; 3.13-17; Rm 5.8; 8 .3 2 ; 2Co 5.19-2 1 ; 8 .9 ; Fp 2.5-8). A Encarnação é o ponto central do testem unho do Novo Testam ento. É surpreendente que os ju d e u s tenham chegado a aceitar tal crença. Oito dos nove e scrito res do Novo Testam ento, com o os d is c íp u lo s o rig in a is de Je s u s , eram ju d e u s in stru íd o s no a xio m a ju d a ic o de qu e há som ente um Deus e nenhum hom em é divino. Todos e les, no entanto, ensinam que Je su s é o M e s s ia s de D eu s, o filh o de Davi ungido pelo E sp írito p ro m etido no A n tig o T e sta m e n to (p or exem plo, Is 11.1-15; Christos, "C ris to '', é a palavra grega para M essias). E, em outras palavras, todos insistem que Jesu s, o M essias, deve ser pessoalm ente adorado e crido — o que significa dizer que ele é Deus não m enos do que é homem. Observe-se com o os quatro m ais habilitados te ó lo go s do Novo Testam ento (João, Paulo, o escritor de Hebreus e Pedro) falam sobre isto. O Evangelho de João emoldura as narrativas do testemunho visual do escritor (Jo 1.14; 19.35; 21.24) com as declarações de seu prólogo (1.1-18); que Jesus é o eterno Logos (Palavra) divino, agente da Criação e fonte de toda vida e luz (vs. 1-5,9), que, tornando-se “carne", foi revelado como Filho de Deus e fonte de graça e verdade, naturalmente como “o unigénito de Deus” (vs. 14,18). Paulo cita o que parece ser um hino que declara a divindade pessoal de Jesus (Fp 2.6); declara que “nele habita corporalm ente toda a plenitude da D ivindade” (Cl 2.9; cf. 1.19); aclam a Je su s o Filho com o a imagem do Pai e seu agente na criação e m anutenção de to das as coisas (Cl 1 .1 5 -1 7 ). O e scrito r da carta aos Hebreus, pretendendo expor a perfeição do sum o sacerdócio de C risto, com eça declarando a plena divindade e conseqüente única dignidade do Filho de Deus (Hb 1 .3,6 ,8 -1 2 ), cuja plena hum anidade ele então celebra no capítulo 2. Não m enos significativo é o uso que Pedro faz de Isaías 8 .1 2 ,1 3 ( IP e 3.14). Ele cita a versão grega (dos Setenta), estim ulando as igrejas a não tem erem o que outros tem em , m as a santificarem o Senhor. Onde, porém, o texto de Isaías diz, “ a ele [Deus dos Exércitos] san tificai” , Pedro escreve, “santificai a Cristo, com o S enh or” ( IP e 3.15). Adaptado de Teologia Concisa de J. I. Packer, Editora Cultura Cristã, São Paulo, 1999, págs. 9 8 -1 0 1 .
30 / A EN CADM AÇÃO DE JE5US CR I5 TO
UÇÂO 8
A MORTE DE CRISTO Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao Hades Textos bãsicos: Lu cas 23.13-25.44-49 Leitura diãria D - L u c a s 24.25-27-C o n v in h a qu e o Cristo p a d e ce sse S - Isaías 53.1-12 - Ferido por nossas transgressões T - M ateus27.33-44-C r u c if ic a d o n o G ó lg o ta Q - Mateus 27.45-56-E n tre g o u o espírito O - Jo ã o 19.31-37-Verteu ã g u a e sa ngue S - Marcos 15.42-47-B a ix a ra m o co rp o da cruz S - A t o s 2.22-27- V ó s o matastes In tro d u çã o
0 Credo não menciona a infância de Jesus Cristo, nem de seu ministério público de pregações, m ilagres, prodígios e sinais. Antes, trata diretamente da razão principal de sua encarnação, a saber, dar sua vida em resgate por pecadores. Portanto, a morte de Cristo merece toda a nossa atenção, pois nela temos a esperança da vida eterna. De passagem, observamos que a fé cristã é fundamentada sobre fatos verificáveis. Pôncio Pilatos e Jesus Cristo são pessoas cujosnomes estão registrados na História da humanidade. Antes de dar início à explanação, transcrevemos duas respostas do Catecismo Maior de Westminster: “Cristo se humilhou em sua morte porque, tendo sido traído por Judas, abandonado por seus discípulos, escarnecido e rejeitado pelo mundo, condenado por Pilatos e atormentado pelos seus perseguidores, tendo também lutado contra os terrores da morte e os poderes das trevas, tendo sentido e suportado o peso da ira de Deus, ele deu a sua vida como oferta pelo pecado, sofrendo a penosa, vergonhosa e maldita morte de cruz" (resposta da pergunta 49). “A humilhação de Cristo, depois de sua morte, consistiu em ser ele sepultado, em continuar no estado dos mortos e sob o poder da morte até ao terceiro dia, o que, aliás, tem sido expresso nestas palavras: “Ele desceu ao Hades” (resposta da pergunta 50).
I. P ô n c io Pi latos
Ele foi o responsável pelo governo da Judéia entre os anos 26 a 36 da era cristã. Pilatos gabava-se de seu poder para soltar ou crucificar a Jesus. Porém, diante das circunstâncias, ele não exerceu esse poder. Ao contrário, sua autoconfiança foi repreendida quando Jesus lhe disse: “... Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada” (Jo 19.10,11). Destacam-se três coisas que mexeram com a consciência de Pilatos para soltar Jesus (mas ele recusou-se a atendê-las).
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F I5 5 À O DE FE
_•
1. Ele mesmo foi convencido da maldade que reinava no coração dos judeus (Mc 15.10). 2. Houve a advertência de sua própria esposa: "... Não te envolvas com esse justo ” (Mt 27.19). 3. Em seu íntimo, ele foi convencido da inocência de Jesus (Mt 27.24). Por causa das circunstâncias e de sua própria consciência, Pilatos tornouse réu da morte de Cristo. Ele tentou fugir da responsabilidade de suas ações lavando as mãos, mas essa atitude não poderia inocentá-lo. Talvez tenhamos nossos próprios pensamentos a respeito de Pôncio Pilatos, mas convém lembrar a palavra do apóstolo Paulo: “ ... cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus" (Rm 14.12).
II. A morte de Cristo
Sua morte foi uma realidade e o método empregado foi a crucificação. Suas mãos e pés foram cravados numa cruz. Ninguém jamais desceu vivo de uma cruz, nem o Filho de Deus. Ele foi pendurado para sofrer e morrer. Observamos duas coisas: A. A realidade de sua morte Temos o testemunho dos soldados incumbidos de garantir a morte do crucificado. Para que não houvesse dúvidas, um soldado usou uma lança e abriu o lado de Jesus, de onde saiu sangue e água (Jo 19.34). O próprio Pilatos certificou-se e ficou admirado com a rapidez da morte de Cristo (Mc 15.44,45). Sim, Jesus foi crucificado e morreu. B. A razão de sua morte Tudo o que aconteceu com ele, inclusive seu sofrimento e morte, já fora profetizado nas Escrituras do Antigo Testamento (Lc 24.25-27). Isaías 53 é um desses textos específicos. Cristo morreu no lugar de pecadores, oferecendo sua própria vida como substituto. Quando somos exortados a crer em Jesus Cristo para nossa salvação, significa que temos de lançar todas as esperanças de perdão na suficiência da morte substitutiva do Filho deDeus. Devemos buscar compreender o quão significativa éessa morte em nosso favor. “... Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5.8,9). O hino Rocha Eterna descreve com eloqüência singular qual deve ser nossa atitude diante da morte de Cristo: Rocha eterna, meu Jesus, quero em ti me refugiar! O teu sangue lá na cruz, derramado em meu lugar, Traz as bênçãos do perdão: gozo, paz e salvação. Não por obras nem penar, plena paz terei aqui; Só tu podes consolar, há perdão somente em ti. Rocha eterna, só na cruz eu confio, ó meu Jesus!7
32 / A MORTE DE CBI5TO
III. o se pu ltam e nto d e Cristo
Depois de verificada a realidade de sua morte, o corpo de Jesus foi tirado da cruz por um homem bom e justo, e foi sepultado (Lc 23.50-53). Podemos constatar a veracidade do sepultamento de Jesus pelo fato que o túmulo foi guardado por uma escolta de soldados do próprio governo romano (Mt 27.62-66). “Podia parecer que a morte de Cristo foi o último estágio de sua humilhação, especialmente à vista das últimas palavras na cruz: ‘Tudo está consumado’. Mas estas palavras, com toda probabilidade, referemse aos seus sofrim entos ativos. É perfeitam ente claro que seu sepultamento foi também uma parte de sua humilhação. A volta do homem ao pó é parte do castigo do pecado (Gn 3.19). Além disso, diversas passagens na Escritura indicam claramente que a permanência do Salvador na sepultura foi uma humilhação (SI 16.10; At 2.27, 31; 13.34, 35). 0 pecador é apresentado como sendo sepultado com Cristo, e isso se refere à descida, ao despojamento, e à destruição do homem velho (Rm 6.1-6). Isto m ostra claramente que o sepultam ento de C risto é considerado como parte de sua humilhação. 0 sepultamento de Cristo serviu ao propósito de remover os terrores da sepultura para os remidos, santificando-a para eles” (Louis Berkhof, Manual de Doutrina Cristã, Ceibel e Luz Para o Caminho, Patrocínio/MG e Campinas/SP 1985, pág. 173).
IV. A d e s c id a d e No Novo Testamento, Hades descreve o estado dos mortos; deixando a vida, a pessoa entra no estado de morte. Esse estado não é definitivo, C risto ao porque haverá uma ressurreição dos mortos. No salmo 16.10, é dito o Hades
seguinte: “... não deixarás a minha alma na morte (Hades), nem permitirás que o teu Santo veja corrupção". 0 apóstolo Pedro citou esse texto para comprovar a ressurreição de Cristo (At 2.22-36). Em 1 Coríntios 15.55, Hades (morte) não tem uma conotação de sofrimento, como alguns afirmam. Este ponto é muito importante; Cristo não sofreu outros castigos depois da morte; tudo foi encerrado na cruz do Calvário. Em sua Systematic Theology, vol. 2, páginas 616, 617, Charles Hodge comenta a expressão desceu ao Hades: “Continuar no estado dos mortos e sob o poder da morte, tudo o que os Credos antigos afirmaram” (conforme o Catecismo Maior, 50). “Os sofrimentos de Cristo terminaram no momento em que ele entregou o seu espírito aos cuidados do Pai (Lc 23.36) e declarou: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito (Jo 19.30). Assim, depois de ter sofrido, desceu ao Hades, isto é, passou do mundo visível para o mundo invisível."
C o n c lu s ã o
É importante meditar sobre as cinco palavras do Credo: sofrimento, crucificação, morte, sepultamento e Hades. 0 conjunto dessas palavras descreve o preço que tinha de ser pago, a fim de se efetuar o nosso livramento da sentença da lei. Devemos abrir as Escrituras e meditar Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 33
sobre os sofrimentos de Cristo: no Jardim de Getsêmani, onde “aconteceu que o seu suor se tornou como de gotas de sangue caindo sobre a terra” , tão intensa foi a sua angústia (Lc 22.44); no Sinédrio, onde cuspiram nele e deram-lhe murros (Mc 14.65); Perante Pôncio Pilatos que, depois de sentenciá-lo à crucificação, entregou-o aos soldados, os quais feriram-lhe a cabeça com uma coroa feita de espinhos (Mc 15.1517); na cruz, na qual sentiu de tal forma o horror de nosso pecado, que clamou em alta voz: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mc 15.34) 0 sepultamento foi a parte final de seus sofrimentos. 0 resgate foi pago. Agora somos livres para desfrutar da eterna salvação.
A p lic a ç ã o
As palavras-chave na Ceia do Senhor são: “Fazei isto em memória de mim”; em memória do seu sofrimento substitutivo. Neste sentido, o apóstolo Paulo adverte: “Por preço fostes comprados; não vos torneis escravos de homens” (IC o 7.23). O amor se mede em termos de uma vida entregue em favor de outros. Você tem consciência do amor de Cristo por você, e de que foi adquirido por grande preço?
34 / A M OR TE DE C R IS TO
LICÃO Ç
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO Ressurgiu dos mortos ao terceiro dia Texta básico: Mateus 28.1-17 Leitura diária D - Lu ca s 24.1-12-Não está entre os mortos S - Mateus 28.1-10-V in d e ver o n d e ele jazia T - Mateus 28.11-15 - Divulgou-se essa versão Q - Jo ão 20.1-10-V ira m os lençóis Q - Atos 5.27-32 - O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus S - 1Coríntios 15.3-8-R e s s u s c ito u a o terceiro dia S - 1Coríntios 15.12-19- S e não ressuscitou...
In tro d u çã o
“Cristo foi exaltado em sua ressurreição, em não ter visto a corrupção na morte (pela qual não era possível que ele fosse retido), e o mesmo corpo em que sofrera, com as suas propriedades essenciais (sem a mortalidade e outras enfermidades comuns a esta vida), tendo-se realmente unido à sua alma, ressurgiu dentre os mortos ao terceiro dia, pelo seu próprio poder, e por essa ressurreição declarou-se Filho de Deus, por haver satisfeito a justiça divina, ter vencido a morte e aquele que tinha poder sobre ela, e ser o Senhor dos vivos e dos mortos. Tudo isto ele fez em sua capacidade representativa, como Cabeça de sua Igreja, para a justificação, e vivificação dela na graça, apoio contra os inimigos, e para lhe assegurar a sua ressurreição dos mortos no último dia” (resposta da pergunta 52 do CM). A ressurreição de Jesus Cristo é a pedra fundamental de nossa fé. É tão importante que o apóstolo Paulo chegou a dizer: “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé ” (IC o 15.14). A esperança da vida eterna está baseada na realidade da ressurreição de Cristo e no fato de que ele vive eternamente. Por isso, Paulo diz mais uma vez: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (IC o 15.19). Portanto, devemos crer na ressurreição. Primeiro, na ressurreição de Cristo, e depois, na nossa, como afirma o mesmo apóstolo: "... de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem” (IC o 15.20). Falando sobre nossa ressurreição, quando estaremos para sempre com o Senhor, acrescentou: “Consolai-vos ... uns aos outros com estas palavras” (lT s 4.18).
Curso Preparatório para a PÚBLICA P P O F I5 5 À O DE FÉ / 35
I. A e vid ê n c ia b íb lica
Vimos que Cristo morreu mesmo. Três dias se passaram desde seu sepultamento. Ao terceiro dia, as mulheres foram ao túmulo para aplicar aromas e bálsamo no corpo de Jesus, mas encontraram o sepulcro vazio. Surgiram, então, dois homens de vestes resplandecentes, que lhe disseram: “Por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou” (Lc 24.4-6). A ressurreição de Cristo é uma realidade historicamente verificável. Além dos fatos imediatos, observamos três coisas interessantes: A. Houve muitas testemunhas Além de vários encontros com os discípulos, Cristo foi visto por mais de quinhentas pessoas (IC o 15.3-8). Quando foi necessário escolher um novo apóstolo, uma das condições de qualificação do candidato era que ele tivesse sido testemunha da ressurreição de Cristo, como os demais apóstolos (At 1.21,22). B. Houve esforço para encobrir a ressurreição Como podemos ver em Mateus 28.11-15, os guardas não duvidaram da realidade e tremeram, apavorados, ao ver os acontecim entos da ressurreição (Mt 28.3,4). Eles testemunharam os fatos aos principais sacerdotes mas esses, em vez de acreditar nas evidências, endureceram seus corações e pagaram uma grande soma de dinheiro para que os guardas espalhassem uma mentira. Se Cristo não tivesse ressuscitado dentre os mortos, as mentiras e o suborno não teriam nenhum sentido (Mt 28.11-13). C. Houve incredulidade Isto foi real no princípio e continua com toda força maligna até hoje. O autor de Hebreus, fala do "... perverso coração da incredulidade que vos afasta do Deus vivo” (Hb 3.12). Mas, se nós cremos no Deus vivo e Todo-Poderoso, fazemos a mesma pergunta do apóstolo Paulo: “Por que se julga incrível entre vós que Deus ressuscite os m ortos?” (At 26.8). Nós cremos na ressurreição de Jesus Cristo com uma convicção inabalável, “porque para Deus não há impossíveis em todas as suas promessas” (Lc 1.37).
II. A e vid ê n c ia e sp iritu a l
Uma das provas mais conclusivas da ressurreição são as vidas transformadas. Logo depois da crucificação, os discípulos se esconderam por medo das autoridades. Porém, quando o Espírito Santo desceu sobre eles no dia de Pentecostes, tornaram-se poderosas testemunhas da ressurreição de Cristo, chegando ao ponto de desafiar até mesmo as autoridades que, pouco tempo antes, eram tão temidas. Outro exemplo é o de certos incrédulos que, ao verem o Cristo ressurrecto, tiveram uma transformação radical em suas disposições. Tomé, o incrédulo, confessou: “Senhor meu e Deus meu” (Jo 20.28). Saulo, o perseguidor da Igreja, prostrado na presença do Cristo redivivo, perguntou: “Que farei,
36 / A BE55UPPEIÇÃO DE CB I5 TO
Senhor?” (At 22.10). Depois de receber as devidas instruções, tornouse um notável servo do Senhor. O maior desejo de Paulo tornou-se conhecer o poder da ressurreição de Cristo (Fp 3.10).
III. A e vid ê n cia e c le siá s tica
IV. A n atureza d a ressurreição
A ressurreição de Cristo logo se tornou um dos pontos mais abordados nas pregações da Igreja Primitiva. No dia de Pentecostes, a primeira pregação evangélica foi basicamente uma exposição da ressurreição do Senhor Jesus. Começando pelas profecias do Antigo Testamento a respeito do Messias, o apóstolo Pedro encerrou a sua mensagem afirmando: “A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas” (At 2.32). 0 apóstolo Paulo acrescentou que a deidade de Jesus Cristo foi demonstrada por meio da sua ressurreição dentre os mortos (Rm 1.4). Depois da cura de um coxo, uma multidão reuniu-se ao redor dos apóstolos Pedro e João, dando-lhes nova oportunidade para testificar sobre a ressurreição. “Dessarte, mataste o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas” (At 3.15). A defesa dos apóstolos perante o Sinédrio baseou-se na ressurreição, e disseram: “O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro” (At 5.30). As pregações cie Paulo seguiram o mesmo tema. Diante das mais altas autoridades, o preso por causa do evangelho confessou: "... hoje sou eu julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos” (At 24.21). Na maioria de suas cartas, Paulo sempre reafirma a maravilha da ressurreição. Afinal, essa verdade é a base da esperança cristã. Um importante texto sobre a doutrina da ressurreição é 1 Coríntios 15. Falando sobre a ressurreição de Cristo em sua obra, Manual de Doutrina Cristã, Louis Berkhof ressalta sua natureza e seu significado. Os dois próximos tópicos foram extraídos dessa obra.
“A ressurreição de Cristo não consiste no mero fato de ter ele voltado à vida e de se terem reunidos nele o corpo e a alma. Se fosse só isto, ele não poderia ter sido chamado ‘as primícias dos que dormem’ (IC o 15.20), nem ‘o primogênito de entre os m ortos’ (Cl 1.18; Ap 1.5). Consiste, aliás, em que nele a natureza humana, tanto o corpo como a alma, foi restaurada à sua pureza, força e perfeição originais e elevada a um nível superior, enquanto o corpo e a alma se uniram novamente para formar um organismo vivo. Era perfeitamente evidente após a ressurreição que seu corpo tinha passado por uma notável mudança. Era o mesmo e, todavia, tão diferente que não era facilm ente reconhecido. Era um corpo material e genuíno, mas um corpo que podia repentinamente aparecer e desaparecer de maneira surpreendente, um corpo transformado num órgão perfeito do espírito, e portanto, ‘espiritual’ (Lc 24.31,36,39; Jo 20.19; 21.7; IC o 15.50).”
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 37
IV. A n atureza d a ressurreição
"A ressurreição de Cristo tem um trfplice significado: a) Constitui uma declaração do Pai de que Cristo satisfez todas as exigências da lei como obrigação pactuai; b) Simboliza o que acontecerá aos crentes na sua justificação, no seu nascimento espiritual e na sua ressurreição futura (Rm 6.4,5,9; 8.11; IC o 6.14; 15.20-22; 2Co 4.10,11,14; Cl 2.12; lT s 4.14); c) É a causa de nossa justificação, regeneração e ressurreição final (Rm 4.25; 5.10; Ef 1.20; Fp 3.10; IP e 1.3).” (L. Berkhof, Manual de Doutrina Cristã, Ceibel, Patrocfnio, págs. 174,175).
C o n c lu s ã o
Concluímos perguntando: qual é o valor da ressurreição de Cristo em nossa vida? Adoramos um Salvador vivo, que prometeu estar conosco todos os dias até a consumação dos séculos (Mt 28.20). Sabendo que ele está conosco, não há nenhuma tribulação na qual ele não esteja presente para nos dar o auxílio oportuno. A ressurreição de Cristo é a garantia de nossa própria ressurreição, na consumação dos séculos.
A p lic a ç ã o
0 apóstolo Paulo, em sua carta aos Romanos, ensina que, como crentes, ressuscitamos com Cristo para andarmos em novidade de vida (Rm 6.4, 5). Essa "novidade de vida” é evidente a todos que nos conhecem? Paulo também escreveu: "... se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Cl 3.1). Estamos buscando as coisas lá do alto ou as que são aqui da terra?
38 / A RESSURREIÇÃO DE CR IS TO
LIÇÃO 10
A ASCENSÃO DE CRISTO Subiu ao céu Texto básico: Salm o 110.1-7 Leitura diária D - Atos 2.32-36-A sse n ta -te à minha direita S - Efésios 1.15-23 - Sen tado nas lugares celestiais T - Atos 1.6-11 - Foi e le va d o ás alturas Q - Marcos 14.60-65-V ereis o Filh o do Homem Q - H ebreus 7.23-28 - Sumo sa cerdote sem m ácula S - Efésios 2.4-10 - Assentados em lugares celestiais S - Efésios 4.7-16 - É o mesmo que subiu
In tro d u çò o
“Cristo foi exaltado em sua ascensão em ter, depois de sua ressurreição, aparecido algumas vezes aos apóstolos e conversado com eles, falandolhes das coisas pertencentes ao reino de Deus, impondo-lhes o dever de pregar o Evangelho a todos os povos, e em subir aos mais altos céus, no fim de quarenta dias, levando a nossa natureza e, como nosso Cabeça, triunfando sobre os inimigos, para ali, à destra de Deus, receber dons para os homens, elevar nossos afetos para lá e preparar-nos um lugar, onde ele está e estará até à sua segunda vinda, no fim do mundo” (resposta à pergunta 53 do CM).
I. O se n tid o da a sce n s ã o
Esta frase, “subiu ao céu,” fala sobre a ascensão corpórea de Jesus Cristo. Depois de ser crucificado e sepultado, Cristo ressurgiu dos mortos ao terceiro dia. Ele não subiu imediatamente ao céu. Sua ascensão demorou mais quarenta dias, durante os quais ele manifestou-se visivelmente para mais de quinhentas pessoas. Observemos, por ora, três fatos a respeito da ascensão: A. Esse ato culminou e encerrou o ministério de Jesus Cristo aqui na terra, como ele mesmo confessou ao Pai: "Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer” (Jo 17.4). B. Sua ascensão foi corpórea. O mesmo corpo de carne e ossos que ressurgiu dos mortos foi recebido e glorificado no céu (Lc 24.39; IC o 15.35-49; Fp 3.20,21). O quadro não é exatamente de Cristo subindo aos céus, sozinho. Ele foi elevado, dando o sentido de atração; o Pai o atraiu para si mesmo, ansioso por receber seu Filho novamente na plenitude de sua comunhão, embora céu e terra não devam ser comparados fisicamente (Lc 16.19-31).
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S À O DE FÉ / 39
C. Como a terra é um lugar sólido, capaz de comportar vida física, assim também é o céu. Nosso Senhor Jesus Cristo foi transferido de um lugar habitável para outro lugar habitável, próprio a seu corpo glorificado. Vejamos agora a importância dessa verdade sobre a ascensão de Jesus Cristo.
II. A
n e c e ssid a d e de a p re s e n ta ç ã o
III. A
n e c e s s id a d e d e intercessã o
IV. A
n e c e s s id a d e d e sua p re se n ça
V. A
n e c e s s id a d e d e p re p a ra ç ã o
A ascensão de Jesus Cristo foi necessária, a fim de apresentar o sacrifício dele próprio na presença de Deus. No Antigo Testamento, para dar eficácia ao sacrifício, era necessário que o sumo sacerdote entrasse no Santo dos Santos, na própria presença de Deus, com o sangue do cordeiro imolado e, à vista do sangue, os pecados dos ofertantes seriam perdoados. Assim, Cristo também apresentou-se, mas de outro modo: “Não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção” (Hb 9.12; 13.11,12). A ressurreição e ascensão de Jesus Cristo são a prova incontestável da aceitação por parte de Deus do sacrifício do Filho de Deus como o nosso substituto (Rm 8.34).
A ascensão de Cristo foi necessária, a fim de que ele intercedesse na presença de Deus, em favor de seu povo. Desde a entrada do pecado no mundo, o homem tem acesso à presença de Deus somente por meio da intercessão de um mediador. O sistema cerimonial do Antigo Testamento ensina a centralidade desse princípio. Mas Cristo, em virtude de sua ressurreição e ascensão, é infinitamente superior às figuras do Antigo Testamento. “Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). Neste sentido, as palavras de 1 João 2.1,2 nos trazem grande consolo: "... Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação pelos nossos pecados”.
A ascensão foi necessária, a fim de que Cristo enviasse o Espírito Santo. "... convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (Jo 16.7). É o Espírito Santo quem aplica os méritos de Cristo ao coração dos crentes. Se Jesus não partisse, o Espírito Santo não viria. O termo convém explica porque o Espírito Santo, como Vivificador, é a promessa de Deus para conceder aos filhos de Deus as primícias celestiais. O Espírito Santo é o próprio selo da nossa salvação. Sem tal selo, seria impossível desfrutar a certeza da salvação (Rm 8.9; 2Co 1.21, 22).
A ascensão foi necessária, a fim de que Cristo nos preparasse um lugar no céu. Antes de partir, ele afirmou: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos
40 / A RESSURREIÇÃO DE CR IS TO
lugar" (Jo 14.2). Por meio de sua morte, Cristo pagou o preço da nossa redenção e, agora, pela sua ascensão, ele entrou no céu para preparar um lugar eterno para todos os seus redimidos. Sim, o céu realmente existe, e os que crêem em Cristo têm a certeza de uma morada eterna, um descanso verdadeiro.
VI. A n e c e ssid a d e d e uma prova
VII. A n e c e s s id a d e d e dons
VIII. Os b e n e fício s da a s c e n s ã o de Cristo
A ascensão foi necessária, a fim de demonstrar a realidade de nossa entrada no céu. A ressurreição de Cristo foi a prova da derrota da morte. Ele ressurgiu dos mortos, e tal acontecerá conosco também. Mas nossa ascensão não se limita ao futuro; mesmo agora, é uma realidade desfrutada de forma antecipada pela fé, pois Efésios 2.6 ensina que Deus "... nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus”.
A ascensão foi necessária, a fim de equipar homens com capacidades ministeriais. Cristo “concedeu dons aos homens”. E quais são estes dons? “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres”. E qual foi a finalidade desses dons ministeriais? “Com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus” (Ef 4.12,13). Comentando sobre esses dons o apóstolo Pedro disse: "... pelo seu divino poder nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade" (2Pe 1.3).
Resumindo o que Joao Calvino diz em sua obra Instituías da Religião Crista8 sobre os benefícios da ascensão de Cristo, podemos que afirmar que: A. A fé percebe que o Senhor, pela sua entrada no céu, abriu o acesso ao reino celestial que Adão havia fechado. Pois, tendo entrado nele em nossa carne, como se fosse em nosso nome, segue-se, como diz o apóstolo, que, em certo sentido, já estamos assentados nos lugares celestiais (Ef 2.6); não estamos nutrindo uma mera esperança. Ao contrário, temos a plena convicção de nosso lugar no céu. B. A fé percebe que a posição de Cristo, à direita do Pai, traz grandes benefícios para nós. Havendo entrado no sa n tu á rio não fe ito por m ãos, ele está constantemente na presença do Pai como nosso advogado e intercessor, atraindo todo o interesse para sua própria justiça, para que a atenção do Pai seja desviada dos nossos pecados. Assim, ele efetua nossa conciliação, como se estivesse abrindo acesso ao trono por meio de sua 8 João Calvino, Instituías da Religião Crista, III, XVI, 16.
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F I5 5 A O DE FÉ / 41
intercessão, apresentando o trono aos pecadores, como algo repleto de graça e de misericórdia. C. A fé reconhece seu poder, do qual depende toda a nossa coragem, forças, recursos e vitória sobre o maligno. Ora, quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro (Ef 4.8); despojados os inimigos, distribuiu dons a seu povo e, diariamente, o cumula de riquezas espirituais. Assim, Jesus ocupa seu lugar de glória e, de lá, transferindo suas virtudes para nós, vivifica nossa vida espiritual, santifica-nos pelo seu Espírito e adorna-nos com variadas graças. Ele nos protege de todo o mal e, pelo poder de sua mão, confunde os inimigos que pelejam contra a cruz e contra nossa salvação. Enfim, ele tem toda a autoridade no céu e na terra para derrotar seus inimigos - os quais são nossos também - e completar a edificação de sua Igreja. Tal é a verdadeira natureza do reino, e tal é o poder que o Pai conferiu a seu Filho até que chegue o último dia, quando julgará os vivos e os mortos.
C o n c lu s ã o
É bom e edificante reafirmar nossa fé: creio em Jesus Cristo; creio no valor de sua morte substitutiva em nosso lugar; creio na realidade de seu sepultamento; creio em sua ressurreição dentre os mortos; creio em sua ascensão corpórea e sua entrada gloriosa no céu, de onde está intercedendo junto ao Pai, em nosso favor.
A p lic a ç ã o
Embora a doutrina da ascensão de Jesus Cristo não seja muito anunciada nas igrejas, ela é repleta de consolo espiritual. Por meio deste estudo, pode-se sentir algo deste consolo? Quais são algumas das atividades que Cristo exerce em nosso favor? Temos reconhecido a necessidade de sua intercessão?
42 / A RESSURREIÇÃO DE CR ISTO
LIÇÃO II
A REALEZA DE CRISTO Está assentado à mão direita de Deus Pai, Todo-Poderoso Textos básicos: Salm o 2; Atos 2.32-36 Leitura diária D - Salm o 2 - Constituí o meu Rei S - Salm o 24 - Rei da G lória T - E fésios 1.19-23-T u d o d e b a ixo de seus pés Q - H ebreus 1.1-8 - Cetro de e q ü id a d e Q - 1Tim óteo 6.13-16 - Ú n ico S o b eran o S - A p o c a lip s e 17.1-14 - O C o rd e iro os vencerá S - A p o c a lip se 19.1-16 - Rei dos reis
Introdução
“Cristo é exaltado em sentar-se à destra de Deus, em ser ele, como Deus-homem, elevado ao mais alto favor de Deus o Pai, tendo toda a plenitude de gozo, glória, e poder sobre todas as coisas, no céu e na terra, em reunir e defender a sua Igreja e subjugar os seus inimigos; em suprir seus ministros e seu povo com dons e graças, e em fazer intercessão por eles” (resposta da pergunta 54 do CM). “C risto faz in te rce ssã o ap rese n ta n d o -se em nossa natureza, continuamente, perante o Pai, no céu, pelo mérito de sua obediência e sacrifícios cumpridos na terra, manifestando a sua vontade para que seja ela aplicada a todos os crentes; respondendo a todas as acusações contra eles; adquirindo-lhes paz de consciência, não obstante suas faltas diárias, dando-lhes acesso, com confiança, ao trono da graça, e aceitando suas pessoas, e seus serviços” (resposta da pergunta 55 do CM). Um dos textos mais usados para descrever a realeza de Cristo é o Salmo 110.1. “Disse o Senhor ao meu senhor: Assenta-te à minha direita até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés.” O próprio Cristo usou esse texto para provar que ele era mais do que o filho de Davi (Mt 22.41-46). Esse quadro de Cristo à mão direita de Deus aparece claramente no Novo Testamento.
I. A re a le za d e Cristo no pe nsam en to a p o s tó lic o
No primeiro sermão evangélico, o apóstolo Pedro descreveu o Cristo exaltado nestes termos: “A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas. Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis” (At 2.32,33). Em seu desafio aos líderes do Sinédrio, Pedro novamente fala da posição exaltada de Cristo: “0 Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro. Deus, porém, com a sua destra, o exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados” (At 5.30, 31).
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 43
Estevão, sendo apedrejado, "... fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus e Jesus, que estava à sua direita” (At 7.55). Essa visão foi uma das promessas que Cristo fizera a respeito de si mesmo. "... eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do homem assentado à direita do Todo-Poderoso...” (Mt 26.64). Esse pensamento dominava a vida do apóstolo Paulo. Na carta aos Romanos, ao falar sobre a morte e ressurreição de Jesus Cristo, Paulo acrescenta que ele está à direita de Deus, onde também intercede por nós, (Rm 8.34). Em Colossenses 3.1, os crentes são exortados a buscar as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Em Efésios 1.20, ele declara que Deus ressuscitou Cristo dentre os mortos, fazendo-o assentar à sua direita nos lugares celestiais. 0 escritor aos Hebreus, falando da crucificação de Jesus Cristo e da ignomínia que sofreu, fala também de sua exaltação, dizendo que ele está assentado à destra do trono de Deus (Hb 12.2). O apóstolo Pedro também fala da ressurreição e ascensão de Cristo ao céu, onde está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, potestades e poderes (IP e 3.21, 22).
II. A re a le za d e Cristo no céu
Pergunta-se: o que estará implícito na posição de Cristo à destra do trono de Deus? E a resposta: Cristo foi feito soberano sobre os anjos, potestades, poderes, homens e sobre todas as coisas. O cântico celestial é este: "... 0 reino do mundo se tomou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15). Em sua posição à destra de Deus, Cristo é sempre visto como Rei soberano. Ele é o Rei das nações, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis (Ap 15.3; 17.14). 0 apóstolo Paulo, comentando a regência de Jesus Cristo, afirma: “Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés” (IC o 15.25).
III. Im p lic a ç õ e s d essa p o siçã o d e Cristo
Como Rei, Cristo governa e protege sua Igreja por intermédio do Espírito, operando por meio dos oficiais (lembrando dos dons ministeriais que Cristo concedeu aos homens, por ocasião de sua ascensão - Ef 4.7-14; Hb 13.17). Todos os poderes do céu estão debaixo de sua autoridade. Os anjos são seus mensageiros, sempre prontos para ministrar bênçãos aos santos e guardá-los dos perigos que os ameaçam (Hb 1.14). Ele exerce sua autoridade também sobre os poderes da natureza e sobre os inimigos do reino de Deus, havendo de reinar até que o último desses seja subjugado (IC o 15.25).
IV. A d e s c riç ã o b íb lic a d a p o s iç ã o Cristo
Um dos textos mais específicos que descreve a posição de Cristo é Efésios 1.19-23. Veja a enumeração: A. Deus, o Pai, não apenas exerce seu poder por intermédio de seu Filho, mas também lhe conferiu esse poder soberano, “segundo a
44 / A REALEZA DE CR ISTO
eficácia da força de seu poder, o qual exerceu ele em C risto , ressuscitando-o dentre os mortos, e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais” (v.20). B. 0 ato de fazê-lo assentar-se à sua direita significa que Cristo recebeu a mais alta exaltação possível. Não existe nenhum outro que tenha tamanha posição. Cristo “está acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no vindouro” (v.21). C. As implicações dessa exaltação: Cristo é a autoridade suprema sobre todas as coisas. Deus, o Pai, “pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas” (v. 23,24). A igreja é a herança de Jesus Cristo e, por esta verdade, podemos sentir a força de sua determinação: “edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Cristo “amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificada por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.25-27). Dentro desse contexto, temos a obra intercessora de Cristo.
V. A o b ra do intercessor
A obra de Cristo como intercessor limita-se aos interesses de seu povo. Ele mesmo confessou: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus” (Jo 17.9). Essa obra inclui três atividades: A. Ele apresenta seu próprio sangue como a evidência de um sacrifício vicário, como prova de uma expiação pelos pecados de seu povo (Mc 10.45; Hb 9.11,12). Por causa desse sacrifício, temos a redenção e a remissão dos pecados (Cl 1.14). B. Ele responde pelas faltas de seu povo. Apesar das imperfeições dos redimidos, o apóstolo Paulo faz uma pergunta: “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?” Ninguém. Porquê? “É Deus quem os justifica” (Rm 8.33). 0 consolo do povo de Deus é este: "... temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; e ele é a propiciação (o que encobre) pelos nossos pecados... “ (lJ o 2.1, 2). C. Ele é o nosso fiador, aquele que garante todos os termos da nova aliança. Se os redimidos têm uma dívida por causa de qualquer pecado, Cristo paga tudo. Se a nova aliança tem falado de bênçãos, Cristo garante que os redimidos recebam todas elas (Hb 7.22).
VI. O fruto da in tercessã o
Cristo intercede em favor de seu povo e, como resultado desse ministério, eles recebem: A. Justificação. “Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, medi ante a redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Por essa justifica Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F I5 S À O DE FÉ / 45
ção, "... temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1). B. A habitação do Espírito Santo. Tendo crido em Jesus Cristo, fomos “ ... selados com o Santo Espírito da promessa” (Ef 1.13). Por essa habitação, sabemos que somos filhos de Deus (Rm 8.9,16). C. Acesso ao trono da graça, de onde recebemos misericórdia e achamos graça “para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4.16). Com esse encorajamento, podemos lançar sobre ele todas as nossas ansiedades, na segura certeza de que ele tem cuidado de nós (IP e 5.7). D. A perseverança é definida do seguinte modo, na reposta à pergunta 79 do CM: “Os crentes verdadeiros, em razão do amor imutável de Deus, e do seu decreto e pacto de lhes dar a perseverança, da união inseparável entre eles e Cristo, da contínua intercessão de Cristo por eles, e do Espírito e da semente de Deus habitando neles, jamais poderão, total ou finalmente, cair do estado de graça, mas são conservados pelo poder de Deus, mediante a fé para a salvação”.
Conclusão
Olhamos para Cristo, assentado à destra de Deus, e confessamos que ele é digno de todo o nosso louvor, porque é o único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores (lT m 6.15).
A p lic a ç ã o
Temos experimentado em nossa vida a maravilha e as conseqüências da posição de Cristo à destra de Deus? Estevão, enquanto apedrejado, fitou seus olhos no céu e viu a glória de Jesus. Em seguida, orou: "... Senhor, não lhes imputes este pecado...” (At 7.60). Perdoar os outros é mais fácil quando contemplamos a glória de Jesus Cristo.
46 / A REALEZA DE CR ISTO
LIÇÃO 12
A SEGUNDA VINDA DE CRISTO Donde há de vir a julgar os vivos e os mortos Texto básico: Mateus 25.31-46 Leitura diária D - Mateus 19.27-30-Ju lg a r as d oze tribos S - Jo ão 5.25-30 - Au torid a de para ju lg a r T - Atos 17.24-31-E s ta b e le c e u um dia para ju lg a r O - Rom anos 2.1-17-Ju lg a r por m eio de Jesus O - 2 Tim óteo 4.1-8 - P or a q u e le que há de ju lg a r S - 1P e d ro 4.1-6 - C om petente para ju lg a r S - Atos 10.36-43 - Juiz constituído por Deus
In tro d u çã o
Chegamos à última frase referente à pessoa e à obra de Jesus Cristo. Essa frase descreve dois atos simultâneos e inseparáveis: a segunda vinda de Cristo e o que ele fará naquela ocasião. Ele voltará para julgar os vivos e os mortos. Não é objetivo deste estudo a questão das diferentes teorias sobre o fim dos tempos. Cremos que a Bíblia ensina que esses dois atos são indissolúveis, tanto pelos próprios ensinos de Cristo, como pelas demais partes das Escrituras. “Cristo há de ser exaltado em sua vinda para julgar o mundo, em que, tendo sido injustamente julgado e condenado pelos homens maus, virá segunda vez, no último dia, com grande poder e na plena manifestação de sua própria glória e da do seu Pai, com todos os seus santos anjos, com brado, com voz de arcanjo e com trombeta de Deus, para julgar o mundo em retidão” (resposta da pergunta 56 do CM). “Deus já determinou um dia no qual, com justiça, há de julgar o mundo por meio de Jesus Cristo, a quem, pelo Pai, foram dados o poder e o juízo. Nesse dia não somente serão julgados os anjos apóstatas, mas igualm ente todas as pessoas que tiveram vivido sobre a terra comparecerão ante o tribunal de Cristo, a fim de darem conta de seus pensamentos, palavras e feitos, e receberem o galardão segundo o que tiverem feito, o bem ou o mal, por meio do corpo” (CFW XXXIII.I).
I. A certe za da s e g u n d a vinda
Embora não tenhamos idéia referente ao tempo exato do retorno do Senhor, temos plena certeza de que, no devido tempo, ele voltará. Durante seu ministério terreno, Cristo fez repetidas referências à sua volta, sempre acrescentando a necessidade de que nos prepararemos para este encontro. Mesmo na era apostólica, a igreja, por causa da demora, duvidava da.realidade da segunda vinda. Porém, a resposta do apóstolo Pedro foi que o Senhor era longânimo, não querendo que ninguém perecesse e que para Deus um dia é como muitos anos e vice-versa.
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F I5 5 Ã O DE FÉ / 47
Logo depois de fazer esse esclarecimento, acrescentou que o Senhor virá como ladrão, numa hora inesperada e, portanto, deve-se viver em santo procedimento e piedade (2Pe 3.1-13; Mt 24.3,27,37,39; lT s 3.13; 5.23).
li. A m aneira d a se g u n d a vind a
Observamos quatro características bíblicas de suma importância, especialmente levando em conta as múltiplas especulações dos nossos dias: A. Será pessoal "Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (At 1.11). O Senhor Jesus estivera pessoalmente com os discípulos, e subiu aos céus na presença deles. Sua promessa é que ele voltará do mesmo modo, visível a todos. B. Será física Foi o corpo ressurrecto, um corpo verdadeiro de carne e osso, que subiu ao céu. Assim sendo, esse mesmo corpo físico voltará à terra. Como Cristo foi fisicamente conhecido na terra, assim será no tempo de seu retorno (At 3.20, 21; Hb 9.28). C. Será visível Inconfundivelmente visível, visto por todas as pessoas, até aquelas que o crucificaram (Ap 1.7; Mt 24.27; IC o 15.52). A visibilidade da vinda de Jesus Cristo é a maneira que Deus escolheu para não deixar margem de dúvida quanto a sua realidade. Veja o contexto e o contraste das palavras: "Eis aqui o Cristo" é a voz dos falsos profetas e falsos cristãos. Mas a voz das Escrituras é: "... como o relâmpago sai do Oriente e se mostra até no Ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do homem” (Mt 24.23-27; 26.64; Tt 2.13). D. Será gloriosa Cristo será visto “vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória” (Mt 24.30). A essa cena podemos ajuntar o brilho do “relâmpago”; o "grande clangor de trombeta”; a "voz do arcanjo” anunciando a vinda do Senhor; “os anjos de seu poder, em chama de fogo”; e não podemos esquecer da participação dos santos que até lá já terão falecido. Será o momento em que veremos todos os inimigos debaixo dos pés de Jesus Cristo (Mt 24.30; IC o 15.23-25; lT s 4.14; 2Ts 1.7). Enfim, veremos Cristo naquele dia como Rei dos reis e Senhor dos senhores (lT m 6.15).
III. A razã o d a s e g u n d a vind a
O Credo afirma que Cristo há de vir para julgar os vivos e os mortos. A
Bíblia ensina que Deus "... estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça” (At 17.31). Esse dia será a manifestação de Jesus Cristo, o último dia, sua segunda vinda. "... Cristo Jesus, que hã de
43 / A SEGUNDA VIN DA DE CR ISTO
julgar vivos e mortos, pela sua manifestação” (2Tm 4.1). Na consumação dos séculos, no fim do mundo, haverá uma seqüência inseparável de quatro atividades: A. A segunda vinda de Jesus Cristo A repentina intervenção divina na vida deste mundo (a maneira como ocorrerá a Segunda Vinda foi explicada no ponto anterior). B. A ressurreição geral Embora o homem seja corpo e alma, ele é uma unidade. Deus nos criou assim. O homem só está completo se possui corpo e alma. É por isso que, na ressurreição geral, corpo e alma serão novamente reunidos para viverem eternamente. Essa será a experiência de todos os mortos, justos e injustos. A Bíblia afirma que Cristo voltará com poder e todas as nações serão reunidas diante dele (Mt 25.31,32). Todos comparecerão ao tribunal de Cristo, os vivos e os mortos, os justos e os injustos. Ninguém conseguirá fugir desse encontro com o Senhor no último dia, quando a cada um será retribuído segundo o seu procedimento (Rm 2.5-8; 14.12). C. O juízo final Ressurrectos, corpo e alma reunidos, todos serão julgados segundo o bem ou o mal que tiverem feito por meio do corpo (At 10.42; 2Co 5.10; 2Tm 4.1). As parábolas de Cristo sobre o reino de Deus revelam claramente que o juízo segue-se à sua manifestação. Veja a parábola do joio (Mt 13.36-43). 0 tempo dos acontecimentos, “a consumação do século” (v.39); a vinda de Cristo, entendida por sua presença e atuação (v. 41); o ajuntamento ou ressurreição (v. 41); o juízo ou a separação (vs. 30,40) o destino final (vs. 41-43). Veja esta mesma seqüência em Mateus 13.47-50; 24.30,31; 25.31-46. 0 padrão que Deus usará no dia do juízo será a lei (resumida nos Dez Mandamentos), porque esta é a revelação da sua santa vontade para todos os homens (Rm 2.15,16; 3.19, 20; Tg 4.11,12). A lei será usada para discernir a santidade dos feitos do corpo (2Co 5.10; Ap 20.12). 0 ensino de Mateus 25.31-46 destaca claramente esta verdade. A lei específica que determinará a nossa sinceridade será aquela do amor ao próximo. D. A distribuição dos galardões (recompensas) No juízo, cada um receberá de acordo com os feitos por meio do corpo (2Co 5.10). Alguns irão para a vida eterna, enquanto outros irão para vergonha e horror eternos (Dn 12.2; Mt 25.46). No céu haverá o galardão completo (Hb 10.35,36; 11.26; 2Jo 8), que assegura plena e eterna bem -aventurança. Serão galardões, ou recompensas, proporcionais à maior ou menor fidelidade dos crentes na terra (Mt 5.12; 6.1; 10.41, 42; Lc 6.35; IC o 3.8,14,15). No inferno, haverá castigo (Mt 25.46; Rm 9.22; 2Ts 1.7-9), que assegura pleno e eterno sofrimento, mas com graus de intensidade no tormento proporcionais à menor ou maior impiedade do incrédulo Curso Preparatório para d PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 49
na terra (Dt 32.35; Mt 10.15; 16.27; Lc 10.12,14; 12.47,48). Atentemos bem para essa última passagem e para a advertência geral no Salmo 62.12; em Romanos 3.2-10 e Apocalipse 22.11, 12. Devemos ter bem clara na mente essa verdade final: a sentença pronunciada naquele dia, céu ou inferno, será absoluta e irrevogável.
C o n c lu s ã o
0 apóstolo Paulo fala daqueles que amam a vinda de Jesus Cristo. Sim, quando devidamente compreendida, a doutrina da segunda vinda de Jesus é repleta de grande consolo espiritual. “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras”- as palavras que se referem à Segunda Vinda de Cristo em glória e grande poder (lT s 4.18; 5.11,23; 2Ts 2.16,17). Vamos permanecer em segurança e confiança quanto à doutrina da segunda vinda de Jesus Cristo. Ela ocorrerá na consumação do século e se resume numa seqüência de quatro acontecimentos simultâneos: a) a vinda de Jesus Cristo; b) a ressurreição e comparecimento de todos perante o tribunal de Cristo; c) o jufzo final, quando cada um será julgado segundo seus feitos; d) a entrega das retribuições e recom pensas, quando cada um irá para seu respectivo lugar na eternidade: para o céu, ou para o inferno (Mt 25.46).
A p lic a ç ã o
Sabendo que Jesus Cristo há de voltar para julgar os vivos e os mortos, devemos meditar sobre a seriedade de prestar contas a Deus por tudo que temos praticado por meio do nosso corpo. Será que realmente amamos a doutrina da segunda vinda de Cristo e as conseqüências deste dia?
50 / A SEGUNDA V IN D A DE CR ISTO
LIÇÃO 13
RECORDANDO INTRODUÇÃO > 1. 0 que é Pública Profissão de Fé e por que alguém deve fazê-la?
2. 0 que são a Confissão de Fé de Westminster, o Catecismo Maiore o Breve?
3. Você sabe repetir o Credo Apostólico?
4. Por que ele tem esse nome?
5. A Bíblia apresenta a verdade de Deus de alguma forma resumida e sistematizada? Dê exemplos.
Curso Preparatório para a PÚBLICA P K O FI5 5 À O DE FÉ / 51
Lição 1
A PÚBLICA PROFISSÃO DE FÉ 6. Qual é a base bíblica para a pública profissão de fé?
7. O que a pessoa estará professando ou declarando?
8. O que a liderança das igrejas procurará avaliar naquele que deseja tornar-se membro da igreja?
9. Quais são os deveres dos membros da igreja?
52 / R E C O R D A N D O
Lição 2
AS ESCRITURAS SAGRADAS 10. 0 que crê a Igreja Cristã a respeito das Escrituras?
11. 0 que se entende por inspiraçao? Quem fala, na Bíblia?
12. Qual é a vantagem das traduções da Bíblia?
13. Qual é o papel da revelaçao de Deus na natureza?
14. Por que precisamos das Escrituras?
15. Quantos e quais são os livros da Bíblia? Por que os chamados apócrifos devem ser rejeitados? Como eles foram parar nas bíblias católicas?
16. Como se deve ler as Escrituras?
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 53
A TRINDADE 17. Quais são as pessoas da Trindade e quais são as suas funções?
18. Explique a doutrina da Trindade, relacionando-a ao plano da salvaçao.
19. Quais seitas conhecidas rejeitam a doutrina da Trindade? Por quê?
20. Quais são as características da Trindade?
21. Por que nao se pode rejeitar essa doutrina?
54 / Q E C O R D A N D O
Lição 4
A EXISTÊNCIA DE DEUS Creio em Deus Pai, T o d o -P o d e ro so c ria d o r d o céu e d a terra
22. 0 que está implícito na declaração eu creio?
23. Como podemos saber que Deus existe?
24. Se há um Deus, por que existem ateus?
25. 0 que a Bíblia diz sobre o Deus criador?
26. Porque dizemos que Deus é Todo-Poderoso?
27. Qual é para nós o efeito de Deus ser Todo-Poderoso?
28. Como entendemos a paternidade de Deus? Como ela nos relaciona com Jesus Cristo? ..............................................................................................
Corso Prepúratorio para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 55
Lição 5
A DIVINDADE D£ CRISTO C reio em Jesus Cristo, seu ún ico Filho
29. Qual é a importância da deidade de Cristo para o plano da salvação?
30. 0 que os nomes de Cristo revelam sobre a sua pessoa e obra?
31. Qual é a relação do Filho com o Pai?
32. Como as Escrituras testificam a respeito de Cristo?
33. Como o sacrifício de Cristo testemunha a seu respeito?
34. 0 que Cristo disse a seu próprio respeito?
56 / Q E C O Q D AN D O
Lição 6
O SENHORIO DE JESUS CRISTO Nosso S enhor
35. Por que a crença na deidade de Cristo conduz à crença no seu senhorio? E quanto ao inverso?......................................................................
36. 0 que significa dizer que Jesus é nosso Senhor?
37. Por que Jesus é exclusivo?
38. Qual é a relaçao entre o senhorio e a realeza de Cristo?
39. A quem o Novo Testamento aplica os nomes de Deus no Antigo Testamento? O que isso significa?
Curso Preparatório para a PÚBLICA P P O F IS S Ã O DE FÉ / 57
Lição 7
A ENCARNAÇÃO DE JESUS CRISTO O qu al foi con ceb id o por obra d o Espírito Santo, nasceu d a virgem Maria
40. Por que o Mediador deveria ser Deus-homem?
41. Quais foram as circunstâncias da concepção e do nascimento de Jesus?
42. Segundo a Bíblia, como Maria viveu após o nascimento de Jesus? A Igreja Primitiva a chamava de “virgem Maria”? ...........................................
43. Justifique pela Bíblia: Jesus de Nazaré foi verdadeiro homem, concebido pelo poder do Espírito Santo no ventre da virgem Maria, e da substância dela. Como a Bíblia o chama? Como foi o seu corpo? Que natureza assumiu? Isso o levou a p e ca r? ....................................................
44. Como esses textos apresentam Jesus quanto à sua deidade? O fato de possuir duas naturezas implica em que sejam duas pessoas?
45. Quando Cristo começou a existir?
46. 0 que Filipenses 2.6-8 ensina sobre Jesus?
58 / R EC O R D A N D O
Lição 8
A MORTE DE CRISTO P a d e c e u so b o p o d e r de P ô n c io P ila tos, foi c ru c ific a d o , m orto e se p u lta d o, de sce u a o H a d e s
47. Por que a morte de Cristo merece toda a nossa atenção?
48. Qual foi o papel de Pilatos na morte de Cristo?
49. Jesus morreu, mesmo? Ou foi só encenaçao?
50. Por que ele morreu?
51. 0 que a Bíblia relata sobre o sepultamento de Jesus?
52. Por que isso tinha de ocorrer?
53. 0 que significa que Cristo desceu ao Hades?
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 59
Lição 9
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO R essurgiu d os m ortos a o terceiro dia
54. Qual é a importância da ressurreição para a fé cristã?
55. Que efeito a notícia da ressurreição deve produzir em nós?
56. Há evidência da ressurreição de Cristo?
57. Que efeito produz a descoberta da ressurreição?
58. 0 que a ressurreição representou para a igreja?
59. Qual foi a natureza da ressurreição?
60. Qual foi o seu significado?
60 / R E C O R D A N D O
Lição 10
A ASCENSÃO DE CRISTO Subiu a o céu
61. 0 que significa a ascensão de Cristo?
62. Com qual corpo Jesus subiu?
63. 0 que isso nos ensina sobre o céu?
64. Por que Jesus tinha de apresentar-se de volta ao céu?
65. Qual é a relação entre ascensão e intercessão?
66. Por qual outra razao Jesus tinha de retornar ao céu?
67. Apresente um resumo dos benefícios da ascensão de Cristo.
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 61
uçaon
A
REALEZA d e c r i s t o
Está asse ntad o à m ão direita d e Deus P ai, T o d o -P o d e ro so
68. 0 que o Salmo 2 ensina sobre a realeza de Cristo?
69. Como o Salmo 101 descreve a realeza de Cristo?
70. Como o próprio Cristo explicou esse salmo?
71. 0 que os apóstolos ensinaram a respeito da realeza de Cristo?
72. O que está implícito na posição de Cristo à destra do trono de Deus?
62 / R E C O R D A H D O
73. Quais sao as implicações dessa posição de Cristo?
74. Como a Bíblia descreve a posição de Cristo?
75. Qual é a obra de Cristo como intercessor?
76. Quais sao os frutos da intercessão de Cristo?
Curso Preparatório para a PÚBLICA P R O F IS S Ã O DE FÉ / 63
Lição 12
A SEGUNDA VINDA DE CRISTO D o n d e há d e vir a ju lg a r os vivos e os mortos
77. Por que aguardamos a segunda vinda de Cristo?
78. Podemos ter certeza disso? Por quê?
79. Como a Bíblia a descreve?
80. Qual é o motivo da segunda vinda? 0 que ensinam os textos vistos em aula?
64 / R E C O R D A N D O
CONSELHO DE EDUCAÇÃO CRISTÃ E PUBLICAÇÕES
Fernando Hamilton Costa (Presidente) Mauro Fernando Meister (Secretário) Sebastião Bueno Olinto (Tesoureiro) André Luiz Ramos, Francisco Baptista Mello Hyperides Toledo Zorzela CONSELHO EDITORIAL
Cláudio Marra (Presidentè), André Luiz Ramos, Alex Barbosa Vieira, Mauro Fernando Meister, Otávio Henrique de Souza, Ricardo Agreste, Sebastião Bueno Olinto
s
CDITORfl CULTURA CRISTÃ Rua Miguel Teles Júnior, 382/394 C a m b u c i-C E P 01540-040 São Paulo - SP - Brasil Caixa Postal: 15.136 São Paulo - SP - 01599-970 Fone: (0**11) 3207-7099 Fax: (0**11) 3209-1255 ww w.cep.org.br - cep@ cep.org.br
0800-141963 SUPERINTENDENTE
Haveraldo Ferreira Vargas EDITOR
Cláudio Antônio Batista Marra EDITORES ASSISTENTES
Ageu Cirilo de M agalhães Jr. Marcelo Smeets PRODUTORA
Rosem eire M artins Pereira
Curso Preparatório para a PÚBLICA PROFISSÃO DE FÉ AUTOR
Ivan G. Grahan Ross REVISÃO
Solange Cavalcante dos Santos CAPA E DIAGRAMAÇÃO
Expressão Exata