CUBISMO Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Para Cézanne, a pintu pintura ra não não podia podia desvi desvinc ncula ularr-se da natu nature reza, za, tampo tampouco uco copiav copiava a a natur natureza eza;; de fato, fato, a transformava. transformava. Ele dizia: !udo a "gua em vin#o, o mundo em pintura$. E era verdade. Em suas telas, a "rvore da paisagem ou a fruta da natureza morte não eram a "rvore e a fruta %ue con#ecemos & eram pintura. Preservavam-se as refer'ncias e(teriores %ue as identi)cavam como "rvore ou fruta, ad%uiriam outra subst*ncia: eram seres do mundo pict+rico e não do mundo natural. Por isso, é correto dizer %ue Cézanne pintava numa zona limite, na fronteira da natureza natureza e da arte. Entretanto, os cubistas foram mais longe do %ue Cézanne. Passaram a representar os obetos com com toda todass as suas suas part partes es num num me mesm smo o plan plano o. como como se eles eles esti estive vess ssem em aber aberto toss e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relaão ao espectador. /a verdade, essa atitude de decompor os obetos não tin#a nen#um compromisso de )delidade com a apar'ncia real das coisas. 0 pintor cubista tenta representar os obetos em tr's dimens1es, numa superf2cie plana, sob formas geométricas, com o predom2nio de lin#as retas. /ão representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou obetos. 3epresenta-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os *ngulos visuais, por cima e por bai(o, percebendo todos os planos e volumes. Principais caracter2sticas:
4 geometrizaão das formas e volumes 4 ren5ncia 6 perspectiva 4 o claro-escuro perde sua funão 4 representaão do volume colorido sobre superf2cies planas 4 sensaão de pintura escult+rica 4 cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castan#o suave 7ra%ue e Picasso, seguindo a lião de Cézanne deram inicio 6 geometrizaão geometrizaão dos elementos da paisagem. 7ra%ue enviou alguns %uadros para o 8alão de 0utono de 9<, onde !atisse, como membro do 5ri, os viu e comentou: Ele despreza as formas, reduz tudo, s2tios, )guras e casas, a es%uem es%uemas as geom geométr étrico icos, s, a cubos$ cubos$.. Essa Essa frase frase,, citad citada a por por =ouis =ouis >au(cel au(celles les,, em artigo artigo
publicado,
dias
depois,
no
?il
7las,
daria
o
nome
ao
movimento.
0 cubismo se divide em duas fases:
Cubismo Analítico - @9A caracterizado pela desestruturaão da obra em todos os seus elementos. Becompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da )gura, e(aminado-a em todos os *ngulos no mesmo instante, através da fragmentaão dela. Essa fragmentaão dos seres foi tão grande, %ue se tornou imposs2vel o recon#ecimento de %ual%uer )gura nas pinturas cubistas. cor se reduz aos tons de castan#o, cinza e bege.
Cubismo Sintético - @999A reagindo 6 e(cessiva fragmentaão dos obetos e 6 destruião de sua estrutura. 7asicamente, essa tend'ncia procurou tornar as )guras novamente recon#ec2veis. Dambém c#amado de Colagem por%ue introduz letras, palavras, n5meros, pedaos de madeira, vidro, metal e até obetos inteiros nas pinturas. Essa inovaão pode ser e(plicada pela intenão dos artistas em criar efeitos pl"sticos e de ultrapassar os limites das sensa1es visuais %ue a pintura
sugere,
despertando
também
no
observador
as
sensa1es
t"teis.
Principais artistas:
Pablo Picasso - @9<<9-9FA Dendo vivido G anos e pintado desde muito ovem até pr+(imo 6 sua morte passou por diversas fases: a fase zul, entre 99-9, %ue representa a tristeza e o isolamento provocados pelo suic2dio de Casagemas, seu amigo, são evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o desespero #umanos; a fase 3osa, entre 9-9, o amor por Iernande origina muitos desen#os sensuais e er+ticos, com a pai(ão de Picasso pelo circo, iniciam-se os ciclos dos saltimbancos e do arle%uim. Bepois de descobrir as artes primitivas e africanas compreende %ue o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com a tend'ncia de um determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito maior. Picasso desenvolveu uma verdadeira revoluão na arte. Em 9, com a obra =es Bemoiselles dJvignon comea a elaborar a estética cubista %ue, como vimos anteriormente, se fundamenta na destruião de #armonia cl"ssica das )guras e na decomposião da realidade, essa tela subverteu o sentido da arte moderna com a declaraão de guerra em 99, c#ega ao )m a aventura cubista. Dambém destacamos a obra ?uernica %ue foi mostrada pela primeira vez na E(posião Knternacional de Paris, em 9F. Ioi concebido e e(ecutado
com grande rapidez em seu est5dio em Paris. Picasso pretendia %ue seu %uadro fosse uma den5ncia contra a s mortes %ue estavam destruindo a Espan#a na terr2vel ?uerra Civil @9FLFA, e contra a perpétua desumanidade do Kn2ciom. motivaão imediata do %uadro foi a destruião de ?uernica, capital da região basca, no dia da feira da cidade, GL de abril de 9F. Em plena luz do dia, os avi1es nazistas, sob as ordens do general Iranco, atacaram a cidade indefesa.
Be
seus
mil
#abitantes,
9LM
foram
mortos
e
<<
feridos.
lgumas das frases de Pablo Picasso: N obra de um artista é uma espécie de di"rio. Ouando o pintor, por ocasião de uma mostra, v' algumas de suas telas antigas novamente, é como se ele estivesse reencontrando )l#os pr+digos - s+ %ue vestidos com t5nica de ouro$. N rte não é a verdade. rte é uma mentira %ue nos ensina a compreender a verdadeN. 7ra%ue sempre disse %ue na pintura s+ conta a intenão. verdade. 0 %ue conta é a%uilo %ue se faz. isso o importante. 0 %ue era a)nal o mais importante no cubismo, era a%uilo %ue se %ueria fazer, a intenão %ue se tin#a. E isso não se pode pintar$. /ada pode ser criado sem a solidão. Criei em meu redor uma solidão %ue ninguém calcula. muito dif2cil #oe em dia estar-se sozin#o, pois e(istem rel+gios. " alguma vez se viu um santo com
rel+gioQ$
/ão sou nen#um pessimista, não detesto a arte, pois não poderia viver sem l#e dedicar todo meu tempo. mo-a como a min#a 5nica razão de ser. Dudo %ue fao relacionado com a arte d"me a maior alegria. !as por isso mesmo não veo por %ue razão todo o mundo pretende interrogar a arte, e(igindo-l#e certi)cados, dei(ando correr livremente sua estupidez em
relaão
a
este
tema$.
Georges Braque - @9<
pintura.
Juan Gris - @9<<-9GA, pintor espan#ol %ue aderiu ao cubismo em 99G, era um Kn2ciom muito l5cido em cua arte o fator racionalizante tin#a grande peso. Por essa razão, não conseguiu entregarse totalmente 6 liberdade inventiva de Picasso e 7ra%ue, mantendo seu cubismo preso a uma composião formal muitas vezes r2gida e fria. /ão obstante, d" uma contribuião importante ao introduzir no cubismo uma visão nova do espao como espao-tempo, ao decompor o obeto no plano, buscando e(primir as v"rias etapas de sua apreensão no tempo.
Fernand éger - @9<<9-9MMA se desenvolveu o seu cubismo numa direão diferente de 7ra%ue e Picasso. 8e também ouviu a frase de Cézanne, %ue c#amava a atenão para a geometria contida nos obetos naturais, passou a pint"-los não como se fossem cubos, mas como cilindros e cones, tal como se observa em seu %uadro /us dans la for't$ @9-9A. =éger nunca atingira o grau de abstraão
dos
dois
mestres
cubistas,
Picasso
e
7ra%ue.
Be origem modesta, de fam2lia de camponeses normandos, desde cedo se interessou pelo desen#o, o %ue o leva a Caen, capital da lta /ormandia, Irana, aos dezesseis anos, onde trabal#ou como aprendiz de ar%uiteto. Em 9, mudou-se para Paris, onde em um escrit+rio de ar%uitetura e reto%ues fotogr")cos trabal#ou como desen#ista. 3eprovado no e(ame de ingresso da Escola de 7elas-rtes de Paris, estudou na Escola de rtes Becorativas e na
cademia ulien; fre%uentando ainda v"rios ateli's, entrando em contato com a arte de Cézanne. pro(ima-se dos cubistas em 9, con#ecendo os poetas pollinaire, !a( acob, 7laise Cendrars, os pintores lbert ?leizes, 3obert BelaunaS e, mais tarde, ?eorges 7ra%ue e Pablo Picasso. Em 999, e(pRs no 8alão dos Kndependentes e, no ano seguinte, participa da 8ection BJ0r, e publica seu ensaio T=es origines de la peinture contemporaineJ, na revista Ber 8turm. Em contato com o Cubismo, =éger não aceitou sua representaão e(clusivamente conceitual, suas abstra1es curvil2neas e tubulares contrastavam-se com as formas retil2neas preferidas por Picasso e 7ra%ue, e preconizavam uma apro(imaão 6s imagens org*nicas surrealistas.
!obert "elauna# @9<illes$, suas primeiras telas cubistas. /elas, ele abdica das cores vivas %ue marcaram sua pintura anterior. Ele cria um novo repert+rio de signos @ou obetos )gurativosA. Como =éger, ele c#ega rapidamente a uma linguagem abstrata, %ue se apro(ima do decorativo, mas de %ue ele se afasta imprimindo em sua pintura a preocupaão de e(pressar o dinamismo da vida moderna. partir de 99G, BelaunaS recorre 6 cor como seu meio de e(pressão. Knteressa-se pela lei dos contrastes simult*neos de C#evreul, %ue servir" de prete(to para suas frases crom"ticas$ e outras obras, fundadas na e(ploraão da%ueles contrastes.
"$S"OB!AM$%&OS "O CUBISMO %O B!ASI Bos artistas brasileiros destacamos:
&arsila do Amaral - @9<
!ego Monteiro - @9<-9A Iez grandes obras p+s-cubistas. Uma de suas mais famosas é !ul#er Biante do Espel#o$, de 9GG. !in#a pintura não poderia e(istir antes do cubismo, %ue me legou as no1es de construão, luz e forma$, disse !onteiro certa vez. !orando em Paris desde 999 @c#egou l" com 9G anosA, participou efetivamente de seu ambiente art2stico e se tornou membro do 8alon d's Kndépendants, onde e(pRs diversas vezes. Em meados da década de G, o pintor foi convidado a integrar o famoso ?rupo da ?aleria =JeVort !oderne, de =éonce 3osenberg, %ue reunia a trinca de ouro do cubismo$ @Picasso, 7ra%ue e ?risA, mais ?leizes, !etzinger, =éger, Herbin e 8everini. >oltou ao 7rasil em 9FF, aos F anos.
CUBISMO' O ($!"A"$I!O I%ICIO "A A!&$ CO%&$MPO!)%$A Be fato, do cubismo nasceu a arte geométrico-construtiva, uma vez %ue nele se inspirou Piet !ondrian para criar o neoplasticismo, de %ue derivaria a arte concreta, a arte neoconcreta brasileira e a optical art; o papier collé, introduzido nos %uadros cubistas por 7ra%ue e Picasso, estão na origem das colagens de Wurt 8c#Xitters %ue, mais tarde, com seus merzbilder, criaria as primeiras Tinstala1esJ; também, através de Picabia e Buc#amp, %ue aderiram ao cubismo, d" origem ao dada2smo e ao futurismo, movimentos %ue tiveram grande inYu'ncia do desenrolar da arte moderna, principalmente o primeiro, inspirador da arte pop americana. 0 cubismo inYuiu sobre as vanguardas russas do comeo do século, desdobrando-se ali no suprematismo, de !alevitc#, no construtivismo, Pevsner e ?abo, bem como nos contra relevos de Datlin e 3odc#enZo. Beve-se acrescentar ainda a antecipaão, ali veri)cada, da arte obeto, uso de novos materiais e a reciclagem dos c#amados obetos do cotidiano, de %ue são e(emplos as TesculturasJ @bandolins, guitarras, etc.A constru2das por Picasso por volta de 999 e 9G. Em face de tão raro fenRmeno, cabe perguntar por %ue teve o cubismo papel tão decisivo e fecundador a arte do século G. resposta est" obviamente na natureza desse movimento, nos fatores %ue o engendraram, na nova atitude em face a arte, adotada pelos seus dois protagonistas, o espan#ol Pablo Picasso e o franc's ?eorges 7ra%ue. Be nen#um movimento art2stico é poss2vel dizer em %ue data e(ata nasceu, uma vez %ue se trata de um processo, de uma s2ntese de fatores convergentes %ue vão aos poucos gan#ando corpo e se de)nindo. Com o cubismo não foi diferente. Cr2ticos e #istoriadores, na sua maioria, admitem %ue dois fatores mais importantes %ue determinaram o nascimento do cubismo foram, de um lado, a inYu'ncia de Cézanne sobre 7ra%ue e, de outro, a descoberta da escultura negra por Picasso. /aturalmente, a aão desses fatores foi estimulada esgotamento da linguagem impressionista. ssim, o sentido de construão formal, comum 6 pintura de Cézanne e 6 escultura negra, forneceu aos ovens 7ra%ue e Picasso as armas necess"rias para agirem 6 linguagem invertebrada do impressionismo agonizante. Beve admitir, com ?uillaume pollinaire, %ue o fauvismo de ndré Berain e Henri !atisse " #avia aberto o camin#o para uma arte mais constru2da e menos sueita 6 imitaão do mundo e(terior. 0 pontil#ismo de 8eurat, por sua obetividade construtiva, também de algum modo preparou o terreno para a mudana futura. !as nem um nem outro tocava no cerne da %uestão %ue deYagrou a reviravolta estética promovida pelo cubismo.
Ionte: #ttp:[[XXX.#istoriadaarte.com.br[lin#a[cubismo.#tml