Mistura de Modos (Kostka, Cap. 21) Introdução O termo mistura de modos refere-se ao uso de notas de um modo (modo aqui refere-se aos modos maior e menor) numa passagem que é predominantemente em outro modo. Geralmente a mistura envolve o colorido de uma passagem no modo maior com notas do seu homônimo menor. A mistura de modos serve para um propósito expressivo e é freq!entemente uma fonte de acordes alterados. Outros termos usados para a mistu ra de modos s"o acordes emprestados e mutação . ... Modulações envolvendo mistura de modos A mistura mistura de modos é geralmente empregada empregada como como um sinal para o ouvinte de que uma modula#"o modula#"o est$ ocorrendo. %o exemplo &'-' uma modula#"o de ó para *ol ocorre. %o comp. +& ,oart usa +
um acorde de l$ em terceira invers"o. /ste acorde poderia certamente ser um vi & em ó. %o próximo compasso a quinta do acorde é a0aixada criando um l$∅. 1sto a2uda a enfraquecer nossa 4
percep#"o do ó como tônica e fa a progress"o seguinte 3 5 -1 mais convincente como modula#"o para *ol. /x. &'-'. ,oart *onata 6. 78 111 9pg. 7+:; A mistura mistura de modos modos tam0ém tam0ém simplif simplifica ica a modula modula#"o #"o para para certas certas tonalid tonalidade adess afasta afastadas das.. *e uma passagem em maior muda para o homônimo menor todas as tonalidades que s"o viinhas ao homônimo menor podem ser facilmente alcan#adas.
*chumann *chumann usa a mistura mistura de modos no ex. &'-'' &'-'' para movermover-se se para a dominante dominante do homônimo homônimo menor= ,i (mi) si. /x. &'-''. *chumann > ?ie0eslied@ Op. 5' %o. 5 9pg. 7+8; O Aorde !apolitano (Cap. 22) Introdução /nquanto a progress"o 1-3-1 é a for#a organiacional 0$sica na harmonia tonal muito do interesse harmônico principal numa passagem tonal pode ser provido pelos meios com os quais a dominante é a0ordada. a0ordada. m dos acordes acordes mais coloridos coloridos que podem ser usados para preceder preceder a dominante dominante é o %apolitano. O acorde Napolitano deriva seu nome de um importante grupo de compositores de ópera do séc. B3111 B3111 associad associados os com a cidade cidade de %$poles. %$poles. /nquanto os compositore compositoress da >/scola >/scola %apolitana@ freq! freq!ent enteme emente nte usavam usavam este acord acordee em sua mCsica mCsica eles eles n"o o origina originaram ram mas o herdara herdaram m de composit compositores ores anteriores. anteriores. /ntretanto /ntretanto o termo %apolitano %apolitano so0reviveu so0reviveu e nós faremos faremos uso de sua a0reviatura %. Apresentado de maneira simples a trDade %apolitana é uma tríade maior construDda escal a . m acidente é requerido para escrever a %apolitana numa so0re o segundo grau abaixado da escala tonalidade menor e dois numa maior conforme ilustrado no ex. &&-'. /x. &&-' 9pg. 75;
d=
%
=
%
"so Convenional do !apolitano O %apolitano é geralmente encontrado no modo menor e em primeira invers"o. e fato a primeira invers"o é t"o tDpica que a trDade %apolitana é geralmente referida como Acorde de Sexta Napolit ana . O ex. &&-& ilustra v$rios contextos nos quais a %4 é geralmente encontrada. Ao piano esta0ele#a a tonalidade de mi menor e toque o exemplo de modo que vocE se torne familiar com a sonoridade distintiva da %4. /x. &&-& 9pg. 75:; O ex. &&-& ilustra v$rias caracterDsticas da %4. '. Fuando uma nota é do0rada geralmente é a ter#a do % 4.
&. O %4 move-se para 3 (ou i
4 +
-3) mas vii o3 pode aparecer entre o %4 e o 3. O %4
geralmente n"o ser$ seguido por iv ou iio. 7. O 0&H (a fundamental do %4) move-se descendentemente especialmente quando ela aparece na melodia. *eu o02etivo é a sensDvel que est$ ao intervalo n"o usual de 7o a0aixo do 0&H (ver as linhas do soprano nos exs. &&-&a e &&-&0). ,as a 7o é preenchida pela nota 4 da tônica quando o %4 move-se primeiro para i + ou viio3 (exs. &&-&c e &&-&d). ' 4 +. Fuando o %4 move-se para i + como no ex. &&-&c quartas paralelas devem ser usadas
para evitar as quintas paralelas. Fuintas paralelas seriam criadas no ex. &&-&c transpondo-se a linha do contralto uma oitava a0aixo. 5. O %4 como o iio4 n"o alterado é geralmente precedido por 13 iv ou i. O ex. &&-7 ilustra o %4 numa textura a trEs partes. %ote o salto na vo do tenor do ?$ & para o ,i7 para 4 prover a ter#a no acorde i + . A redu#"o real#a a ascens"o do 0aixo do 'H para o 5H.
/x. &&-7. IaJdn *onata %o. 74 1 9pg. 758; %o ex. &&-+ o %4 aparece numa textura mais complexa para teclado. Am0os os %apolitanos no exemplo precedem diretamente para o 3. %a resolu#"o do primeiro % 4 o intervalo de 7o na melodia é preenchido por uma nota de passagem supermétrica (o ?$+). %ote que o tratamento mais livre das partes internas permitem que o 0&H (*i0&) na m"o esquerda mova-se ascendentemente para &H. 1sto n"o pertur0a o ouvinte cu2a aten#"o é dirigida para a resolu#"o mais significativa do *i0+ na melodia. /x. &&-+. Keethoven Kagatelle Op. ''8 %o. 8 9pg. 758; Outros "sos do !apolitano O %apolitano é geralmente empregado em primeira invers"o no modo menor e geralmente move-se para 3. /ntretanto muitos outros contextos para o %apolitano podem ser encontrados. '. O %apolitano pode aparecer em posi#"o fundamental (%) ou raramente na segunda 4 invers"o (% + ). /m am0os os casos o 0aixo ir$ provavelmente ser do0rado numa textura
a quatro partes. &. O %apolitano pode ocorrer no modo maior. 7. O %apolitano pode ser toniciado. 1sto pode acontecer na forma de um simples acorde (como 3%) ou pode ser uma modula#"o genuDna para a tonalidade do %apolitano. /m alguns casos 31 pode funcionar como 3%. +. %uma modula#"o o acorde comum pode ser um %apolitano em am0as as tonalidades. Lela#Mes entre tonalidades afastadas podem ser envolvidas em tal modula#"o. 5. O %apolitano pode ocasionalmente servir a uma fun#"o outra que a de um acorde prédominante. 4. /m casos raros o %apolitano pode incluir a sétima (% ,). Os exemplos a0aixo ilustram muitos destes usos do %apolitano. Am0os um 3% e um %apolitano em posi#"o fundamental ocorrem no ex. &&-5. %ote a rela#"o de trDtono entre as fundamentais dos acordes % e 3. /x. &&-5. Nhopin ,aura Op. %o. & 9pg. 74; %o ex. &&-4 Krahms usa o %4 numa tonalidade maior. /ntretanto ele prepara o %4 pelo uso de um 4 acorde iv emprestado. 1ncidentalmente o 1 + no comp. &' é um seis-quatro cadencial que é
interrompido por um compasso e meio retornando somente no comp. &+. /x. &&-4. Krahms >ein Ierlein mild@ Op. 4& %o. + 9pg. 74'; O ex. &&- come#a em ?$ maior e termina em l$ 0emol menor (em0ora nenhuma das armaduras concordem com tal an$lise). O acorde 14 que precede a 0arra dupla é enarmonicamente o mesmo que uma trDade maior de *i00 que é o %apolitano de l$0. /le ent"o move-se normalmente para i
O sinal H depois de um nCmero significa o grau da escala.
&
O acorde no comp. ': do ex. &&-: contém todas as notas de uma acorde %apolitano mas ele n"o move-se para 3. Ao contr$rio como a redu#"o da textura mostra o % 4 serve como um acorde de 0ordadura para o i 4 que aparece em am0os os lados. /x. &&-:. ,oart *onata 6. 7' 1 9pg. 74&; Aordes de #e$ta Aumentada 1 (Cap. 2%) ma maneira de enfatiar uma nota é a0orda-la por semitom tanto superior quanto inferior. %os exemplos &7-'a e &7-'0 a dominante de sol menor é a0ordada por semitons. A0ordar a dominante por semitons superior e inferior ao mesmo tempo refor#a uma a0ordagem mais forte para a dominante o que est$ ilustrado no ex. &7-'c. 3ocE ir$ notar que as duas notas a0ordantes formam um intervalo vertical de sexta aumentada . /ste método de a0ordar a dominante distingue uma categoria inteira de acordes chamados acordes de sexta aumentada . /x. &7-' 9pg. 74:;
a
g=
3
0
c
3
4
P
3
Os elementos caracterDsticos de muitos acordes de sexta aumentada s"o aqueles ilustrados no ex. &7'c. '. O acorde sendo a0ordado é o acorde 3. &. O 4H do modo menor (cromaticamente a0aixado se numa tonalidade maior) aparece no 0aixo. 7. O +QH est$ numa vo superior. O intervalo de 4P formado por estas alturas é enarmonicamente equivalente R uma m mas a diferen#a entre o efeito da 4P e o da m é facilmente detectado pelo ouvido. A m tende a resolver como no ex. &7-&a e a 4P como no ex. &7-&0. Soque am0as as partes do ex. &7-& e note o contraste no efeito destes intervalos. /x. &7-& 9pg. 748; %uma textura a duas partes o acorde de sexta aumentada aparece como nos exs. &7-'c e &7-&0. O sDm0olo analDtico a ser usado é simplesmente 4 P. %ote que o numeral é um ar$0ico 4P e n"o um romano 31P. O intervalo de 4P geralmente resolve externamente por semitom seguindo as tendEncias das notas de conduir R dominante. ,enos comum a altura superior da 4P pode descer cromaticamente para produir a a do acorde 3. 1sto geralmente ocorre somente nos acordes de 4P que tem trEs ou mais classes de notas (ve2a a0aixo) com a altura superior do intervalo de 4P numa parte interna.
após uma modula#"o para deixar claro para o ouvinte que uma modula#"o de fato ocorreu. Nomo o %4 o 4P originou-se no modo menor mas logo foi achado igualmente Ctil no modo maior. Fuando usado em tonalidades maiores ele é geralmente precedido de mistura de modos. O Aorde de #e$ta Aumentada Italiana /m muitos casos os acordes de 4P contém mais de duas classes de notas. Fuando uma terceira classe de notas é incluDda é geralmente a nota da tônica. /sta com0ina#"o de notas é referida como um acorde de sexta aumentada italiana (1t P4) o qual é ilustrado no ex. &7-7. /ste termo geogr$fico como os outros que usaremos n"o tem autenticidade histórica - é simplesmente um rótulo conveniente e Ctil. /x. &7-7 9pg. 748;
P T K0=
4P
1t4P
7
4 O 1tP4 como qualquer outro acorde de 4P resolve em 3 ou 1 + -3. %uma textura a quatro partes a
tônica é do0rada. Lesolu#Mes tDpicas s"o mostradas no ex. &7-+. /x. &7-+ 9pg. 7; O ex. &7-5 inclui uma ilustra#"o de uma 1t P4 numa textura a trEs partes. A maior parte do excerto consiste de sextas paralelas (soprano e 0aixo) cercando um pedal de tônica (alto). %ote que o 0aixo alcan#a o 5H quatro vees com diferentes harmonias em cada caso. /x. &7-5. ,oart A Flauta Mágica 6. 4& A0ertura (redu#"o para piano) 9pg.7; O Aorde de #e$ta Aumentada &ranesa I$ dois acordes comuns de 4P que contém quatro classes de notas e am0os podem ser pensados como acordes de 1t 4P com uma nota acrescentada. *e a nota acrescentada é o &H a sonoridade é referida como um acorde de sexta aumentada francesa (Ur 4P) o qual é mostrado no ex. &7-4. /x. &7-4 9pg.7';
c=
P T P T 4P
1t4P
Ur 4P
A Ur 4P funciona melhor em texturas a quatro partes ou livres. Lesolu#Mes tDpicas s"o ilustradas no ex. &7-. /x. &7- 9pg. 7'; %o ex. &7-: uma Ur 4P prove um colorido harmônico para o clDmax de um movimento inteiro. %este ponto no comp. 7: Keethoven muda para uma textura a sete partes que explica porque o Q+H é do0rado. %o compasso seguinte h$ um retorno sC0ito para piano e uma textura mais rala com a nota da resolu#"o (5H) aparecendo somente no 0aixo. %ote que o 0aixo e o >tenor@ movem-se sempre em ter#as paralelas. /m &7-:. Keethoven *onata Op. ' %o. 7 111 9pg. 7'; O Aorde de #e$ta Aumentada Alemã O outro acorde comum de 4P que contém quatro classes de notas é o acorde de sexta aumentada alemã (Ger 4P n"o G49em portuguEs Al4P;). /le pode ser pensado como uma 1t 4P com a adi#"o do 7H de um modo menor (cromaticamente a0aixado se em uma tonalidade maior). A Al 4P é mostrada no ex. &7-8 /x. &7-8 9pg. 7&;
Nomo com qualquer acorde de 4P as resolu#Mes usuais da Al4P s"o para 3 ou para i
4 +
-3. Fuando a
Al4P move-se diretamente para o 3 quintas paralelas podem resultar como no ex. &7-'. evido ao fato de que o ouvido é distraDdo pela resolu#"o do intervalo de 4P as paralelas n"o s"o t"o o02ecion$veis aqui e podem ser ocasionalmente encontradas. /x. &7-' 9pg. 7&; /ntretanto os compositores geralmente as manipulam ou para esconder as paralelas através de antecipa#Mes ou suspensMes ou para evit$-las através do uso de saltos e arpe2os. %o ex. &7-'' ,oart primeiro evita as quintas saltando do /07 para o K& (uma +o) e ent"o na segunda Al4P arpe2ando do K0& para o G& antes da resolu#"o transformando a Al4P numa 1t 4P. /x. &7-''. ,oart Fuarteto . '7 1 9pg. 77; ma resolu#"o mais simples para o pro0lema das paralelas é retardar o 3 através do uso de um seisquatro cadencial como no ex. &7-'&. /x. &7-'&. 9pg. 77; 3ocE deve ter notado que a Cltima Al 4P no ex. &7-'& est$ escrita de modo diferente das outras em0ora ela soe igual (AQ T K0). /sta é uma escrita enarmônica 0em comum da Al 4P usada somente no modo
+
maior quando a Al 4P est$ indo para 1
4 +
. A ra"o para seu uso é mais para os olhos do que para os
ouvidos= AQ para K parece mais rao$vel do que K0 para K 2$ que nós esperamos que notas suspendidas ascendam e notas a0aixadas descendam. A enarmonia est$ tam0ém envolvida quando nós comparamos a Al 4P com a 3%. O ouvinte só pode distinguir a Al4P de um acorde de sétima da dominante somente pela sua resolu#"o uma caracterDstica que pode levar a algumas modula#Mes interessantes (a serem discutidas no capDtulo &5).
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