DIRETORIA DE ENSINO E CULTURA
CURSO SUPERIOR DE TÉCNICO DE POLÍCIA OSTENSIVA E PRESERVAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA
MATÉRIA : CRIMINALÍSTICA
Departamento de Ensino e Administração Divisão de Ensino e Administração Seção Pedagógica Setor de Planejamento
APOSTILA ATUALIZAD ATUALIZADA A EM JUNHO JUNHO DE 2011 2011 PELO 3º Sgt PM EDNA, EDNA, da CORREGEDOR CORREGEDORIA IA PM
SUMÁRIO CAPÍTULO 1: CONCEITO E EVOLUÇÃO DA CRIMINALÍSTICA............................. CRIMINALÍSTICA............................. 1.1. Conceitos..................................................... Conceitos........................................................................................ ..................................................................... ....................................
6 6
1.1.1. Criminalística.......................................................................................................................
6
1.1.2. Atividades do Instituto de Criminalística (I.C.)..................................................................
6
1.1.3. Perícia..................................................................................................................................
6
Per icial...................................................................................................................... ................. 1.1.4. Laudo Pericial..................................................................................................... 1.2. 1.2. Evolu Evolução ção da Crimi Criminal nalís ístic tica.. a..... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... .....
6
1.3. Superinten Superintendênci dênciaa da Polí Polícia cia Técnico-C Técnico-Cientí ientífica. fica..... .......... ........... ........... ............ ........... .......... .......... .......... ........... ........... .......... .....
7
1.4. Organogram Organograma..... a........... .......... .......... ........... ........... ........... ........... ........... .......... .......... ........... ........... ........... .......... .......... ........... .......... .......... .......... .......... ........... ..........
7
CAPÍTULO 2: RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO Nº SSP 382............................................................................ 382............................................................................ CAPÍTULO 3: CONCEITOS E PROCEDIMENTOS....................................... PROCEDIMENTOS......................................................... .................. 3.1. Corpo de Delito...................................................... Delito................................................................................................ ............................................................ .................. 3.2. Preservação Preservação e Finalid Finalidades. ades....... ........... .......... .......... .......... ........... ............ ........... ........... ........... .......... .......... .......... ........... ........... .......... ........... ........... .......
8
6
13 13
3.2.1. Fases da Preservação.............................................................................................................
13
3.2.2. Classificação da Preservação.................................................................................................
14
3.3. Presença Presença da Autoridad Autoridade..... e.......... .......... .......... ........... ............ ........... .......... ........... ............ ........... .......... ........... .......... .......... ........... ......... .......... ........... .........
14
3.4. Coleta de Vestígios............................................... Vestígios...................................................................................... ............................................................. ......................
14
3.4.1. Vestígios................................................................................................................ Ve stígios................................................................................................................................ ................
15
3.5. Remessa de Vestígios............................................ Vestígios............................................................................ ............................................................. .............................
15
3.6. Indícios...................................................... Indícios............................................................................................ .................................................................... .................................... ......
15
CAPÍTULO 4: LOCAIS DE CRIME...................................................... CRIME.................................................................................... .............................. 4.1. Conceito............................................................. Conceito................................................................................................ ................................................................ .............................
16 16
4.1.1. Área Imediata........................................................................................................................ I mediata........................................................................................................................
16
4.1.2. Área Mediata......................................................................................................................... Me diata.........................................................................................................................
16
4.2. Valor Valor do Local. Local...... .......... .......... .......... ........... ........... ........... ........... .......... ........... ........... ........... ............ ........... ........... .......... .......... ........... ......... .......... ........... ........ ...
16
4.3. Classifica Classificação ção do Local... Local......... ........... .......... .......... ........... ............ ........... ......... .......... ............ ........... .......... ........... .......... .......... ........... .......... .......... .......... .....
16
2
Departamento de Ensino e Administração Divisão de Ensino e Administração Seção Pedagógica Setor de Planejamento
APOSTILA ATUALIZAD ATUALIZADA A EM JUNHO JUNHO DE 2011 2011 PELO 3º Sgt PM EDNA, EDNA, da CORREGEDOR CORREGEDORIA IA PM
SUMÁRIO CAPÍTULO 1: CONCEITO E EVOLUÇÃO DA CRIMINALÍSTICA............................. CRIMINALÍSTICA............................. 1.1. Conceitos..................................................... Conceitos........................................................................................ ..................................................................... ....................................
6 6
1.1.1. Criminalística.......................................................................................................................
6
1.1.2. Atividades do Instituto de Criminalística (I.C.)..................................................................
6
1.1.3. Perícia..................................................................................................................................
6
Per icial...................................................................................................................... ................. 1.1.4. Laudo Pericial..................................................................................................... 1.2. 1.2. Evolu Evolução ção da Crimi Criminal nalís ístic tica.. a..... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... ...... .....
6
1.3. Superinten Superintendênci dênciaa da Polí Polícia cia Técnico-C Técnico-Cientí ientífica. fica..... .......... ........... ........... ............ ........... .......... .......... .......... ........... ........... .......... .....
7
1.4. Organogram Organograma..... a........... .......... .......... ........... ........... ........... ........... ........... .......... .......... ........... ........... ........... .......... .......... ........... .......... .......... .......... .......... ........... ..........
7
CAPÍTULO 2: RESOLUÇÃO RESOLUÇÃO Nº SSP 382............................................................................ 382............................................................................ CAPÍTULO 3: CONCEITOS E PROCEDIMENTOS....................................... PROCEDIMENTOS......................................................... .................. 3.1. Corpo de Delito...................................................... Delito................................................................................................ ............................................................ .................. 3.2. Preservação Preservação e Finalid Finalidades. ades....... ........... .......... .......... .......... ........... ............ ........... ........... ........... .......... .......... .......... ........... ........... .......... ........... ........... .......
8
6
13 13
3.2.1. Fases da Preservação.............................................................................................................
13
3.2.2. Classificação da Preservação.................................................................................................
14
3.3. Presença Presença da Autoridad Autoridade..... e.......... .......... .......... ........... ............ ........... .......... ........... ............ ........... .......... ........... .......... .......... ........... ......... .......... ........... .........
14
3.4. Coleta de Vestígios............................................... Vestígios...................................................................................... ............................................................. ......................
14
3.4.1. Vestígios................................................................................................................ Ve stígios................................................................................................................................ ................
15
3.5. Remessa de Vestígios............................................ Vestígios............................................................................ ............................................................. .............................
15
3.6. Indícios...................................................... Indícios............................................................................................ .................................................................... .................................... ......
15
CAPÍTULO 4: LOCAIS DE CRIME...................................................... CRIME.................................................................................... .............................. 4.1. Conceito............................................................. Conceito................................................................................................ ................................................................ .............................
16 16
4.1.1. Área Imediata........................................................................................................................ I mediata........................................................................................................................
16
4.1.2. Área Mediata......................................................................................................................... Me diata.........................................................................................................................
16
4.2. Valor Valor do Local. Local...... .......... .......... .......... ........... ........... ........... ........... .......... ........... ........... ........... ............ ........... ........... .......... .......... ........... ......... .......... ........... ........ ...
16
4.3. Classifica Classificação ção do Local... Local......... ........... .......... .......... ........... ............ ........... ......... .......... ............ ........... .......... ........... .......... .......... ........... .......... .......... .......... .....
16
2
4.3.1. Local de Crime Interno..........................................................................................................
16
4.3.2. Local de Crime Externo.........................................................................................................
16
4.3.3. Local de Crime Misto...........................................................................................................
17
4.3.4. Locais de Crime Relacionados/Vinculados...........................................................................
17
4.4. Locais Locais de Crime Crime contra contra o Patrimô Patrimônio.. nio...... .......... ........... ......... .......... ........... ........... ........... .......... .......... .......... .......... .......... .......... ........... ........
17
4.5. Locais Locais de Crime Crime contra a Vida..... Vida.......... .......... ........... ........... .......... .......... .......... ........... .......... .......... ........... .......... .......... .......... ........... ........... ......... ....
18
4.6. Levantamento do Local de Crime......................................................... Crime....................................................................................... ..............................
19
4.6.1. Tipos de Levantamento Técnico-Periciais............................................................................
19
4.7. Vestígios encontrados no Local de Crime.......................................................................... Crime..........................................................................
20
CAPÍTULO 5: PRESERVAÇ P RESERVAÇÃO ÃO DO LOCAL DE CRIME............................................... 5.1. Mapa Descritiv Descritivoo de Processo. Processo...... .......... ........... ........... .......... .......... .......... ........... ........... .......... .......... .......... ........... ........... ......... .......... ........... .......... .....
23
5.2. Avaliação Avaliação do Local Local e dos meios meios materi materiais ais necess necessários ários para sua Preserv Preservação. ação...... .......... ........... ......... ...
24
5.3. Ação Ação do Poli Policial cial Milita Militarr para preserv preservar ar o Local Local de Crime..... Crime........... ........... .......... ........... ........... .......... .......... ........... ........
26
5.4. Términ Términoo da Preservaç Preservação ão do Local Local de Crime.... Crime.......... ........... .......... ........... .......... .......... ........... .......... ........... .......... ......... ........... .......... ....
30
CAPÍTULO 6: ARMAS E INSTRUMENTOS DE CRIME................................................ CRIME................................................ 6.1. Classificação de Instrumentos................................. Instrumentos.......................................................................... ............................................................ ...................
32
23
32
6.1.1. Armas Próprias................................................................................................................ Pr óprias...................................................................................................................... ......
32
6.1.2. Armas Impróprias.................................................................................................................. I mpróprias..................................................................................................................
32
6.2. Balística Forense........................................................ Forense............................................................................................... ......................................................... ..................
32
6.2.1. Conceito................................................................................................................ Conceito................................................................................................................................ ................
32
6.2.2. Divisão da Balística..............................................................................................................
32
6.3. Armas de Fogo............................................................ Fogo................................................................................................... ........................................................ .................
33
6.4. Classificação das Armas................................................. Armas..................................................................................... .................................................... ................
34
6.4.1. Quanto à Alma do d o Cano.......................................................................................................
34
6.4.2. Quanto ao Sistema de Carregamento....................................................................................
34
6.4.3. Quanto ao Sistema de Inflamação.........................................................................................
35
6.4.4. Quanto ao Funcionamento....................................................................................................
35
6.4.5. Quanto ao Comprimento do d o cano.........................................................................................
36
6.4.6. Quanto ao Uso.......................................................................................................................
36
6.4.7. Quanto ao Calibre................................................................................................. Calibre.... ............................................................................................................ ...............
36
6.5. Munição......................................................... Munição............................................................................................... .................................................................... ................................
37
6.5.1. Projétil................................................................................................................................... Projétil...................................................................................................................................
37
6.5.2. Estojo, Cápsula ou Bainha.....................................................................................................
37
6.5.3. Pólvora ou Carga...................................................................................................................
38
6.5.4. Espoleta ou Escorva..............................................................................................................
38
6.5.5. Bucha.......................................................................................................................... Bucha..................................................................................................................................... ...........
38
6.6. Mecanismos de Identificação de Armas e Projéteis............................................ Projéteis............................................................ ................
38
6.6.1. Tipos de Identificação........................................................................................................... Identificaçã o...........................................................................................................
38
6.6.2. Elementos de Identificação....................................................................................................
38
6.7. Interligação entre Arma e o Crime................................................................................ Crime...................................................................................... ...... 6.7.1. Identificação do Atirador pela Arma..................................................................................
38 38
3
6.7.2. Identificação da Arma pelo Projétil....................................................................................
39
6.7.3. Identificação da Arma pelo Estojo.....................................................................................
39
6.7.4. Identificação da Arma pela Pólvora...................................................................................
40
6.8. Confronto Microbalístico....................................................................................................
40
6.9. Exame Residuográfico........................................................................................................
41
CAPÍTULO 7: IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO.......................................................... 7.1. Identidade............................................................................................................................
43 42
7.1.1. Identificação.........................................................................................................................
43
7.1.2. Requisitos Técnicos da Identificação....................................................................................
43
7.1.3. Processos de Identificação....................................................................................................
44
7.2. Papiloscopia........................................................................................................................
44
7.2.1. Identificação Datiloscópica...................................................................................................
44
7.2.1.1. Datiloscopia.......................................................................................................................
44
7.3. Tipos Fundamentais do Sistema Datiloscópico..................................................................
45
CAPÍTULO 8: DOCUMENTOSCOPIA............................................................................... 8.1. Definição......................................................................................................................................... 8.2. Objetivos.........................................................................................................................................
48
8.3. Divisão da Documentoscopia.......................................................................................................
48
8.4. Documento......................................................................................................................................
48
8.5. Documento de Segurança.............................................................................................................
48
8.6. Papel.................................................................................................................................................
48
8.7. Grafotecnia.....................................................................................................................................
49
8.7.1. Principais Formas de Falsificação Gráfica.........................................................................
49
8.8. Coleta de Material Padrão para Exame......................................................................................
49
8.9. Documento Contestado................................................................................................................
50
8.9.1. Documento Autêntico.........................................................................................................
50
8.10. Elementos de Segurança............................................................................................................
50
8.10.1. Carteira de Identidade Civil (RG).....................................................................................
50
8.10.2. Carteira Nacional de Habilitação (CNH)..........................................................................
51
8.10.3. Nova RG será mais eficiente............................................................................................
52
8.11. Cálculo do Dígito Controle – RG – CNH - CPF.....................................................................
54
CAPÍTULO 9: IDENTIFICAÇÃO VEICULAR.................................................................. 9.1. Vistoria e o Vistoriador.................................................................................................................
57
9.1.1. Cuidados que devem ser tomados pelo Policial Militar Vistoriador.....................................
57
9.2. Chassi...............................................................................................................................................
58
9.2.1. Elementos Técnicos da Gravação do Número.......................................................................
58
9.2.2. Tipos de Numeração de Chassi.............................................................................................
59
9.3. Tipos de Fraudes na Gravação do Número do Chassi..............................................................
59
9.3.1. Ausência da Numeração de Chassi........................................................................................
60
9.3.2. Regravação............................................................................................................................
60
48 48
57
4
9.3.3. Adulteração Simples..............................................................................................................
60
9.3.4. Recobrimento da Peça Suporte..............................................................................................
60
9.3.5. Colocação de Chapa Metálica...............................................................................................
60
9.3.6. Substituição da Peça Suporte.................................................................................................
60
9.3.7. Ocultação da Numeração Original.......................................................................................
60
9.3.8. Remontagem..........................................................................................................................
60
9.4. Identificação de Veículos quanto à sua Individualidade.........................................................
62
9.5. Identificação de Veículos Importados........................................................................................
63
9.6. Exame das Placas..........................................................................................................................
64
9.7. Exame nos Vidros.........................................................................................................................
66
9.8. Exame dos Selos de Identificação...............................................................................................
66
6.9. Exame na Região de Gravação do Chassi.................................................................................
67
CAPÍTULO 10: PROJETO RENAVAM......................................................................................
68
CAPÍTULO 11: COFICIAÇÃO TÉCNICA .................................................................................
70
CAPÍTULO 11.1: CAMINHÕES E PICK-UPS..........................................................................
71
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................
72
5
1.
CONCEITOS
E
EVOLUÇÃO
DA
CRIMINALÍSTICA 1.1. CONCEITOS 1.1.1. CRIMINALÍSTICA: É um conjunto de conhecimentos técnicos e científicos para descobrir, defender e interpretar os vestígios materiais produzidos e deixados em locais de crime. 1.1.2. ATIVIDADES DO INSTITUTO DE CRIMINALÍSTICA (I.C.): Levantamento de locais de crimes, exames de peças relacionados com crime e elaboração dos respectivos laudos periciais. 1.1.3. PERÍCIA: É um exame realizado no corpo de delito, ou no conjunto de vestígios materiais relacionados com o fato, e que, para tanto, exige conhecimentos específicos, técnicos e científicos, a fim de comprovar a veracidade de certo fato ou circunstancia. 1.1.4. LAUDO PERICIAL: Documento formal escrito e elaborado pelo Perito, que relata o resultado do exame do corpo de delito na exposição da prova material. Composição do Laudo: descrição, exames, pesquisas e investigações. Para uma perfeita interpretação dos fatos criminosos de um local de crime se faz necessário utilizar uma metodologia compreendida nas seguintes etapas: Observação, Interpretação, Descrição, Coleta
e Conclusão.
1.2. EVOLUÇÃO DA CRIMINALÍSTICA Nos primórdios da fase técnico-científica, cabia à Medicina Legal, além dos exames de integridade física do corpo humano, a pesquisa, busca e demonstração de outros elementos relacionados à materialidade do fato penal, como o exame dos instrumentos do crime e demais evidências extrínsecas ao corpo humano. A perfeita caracterização das atribuições legais correspondentes à Criminalística e à Medicina Legal, é dada de 1947, quando da definição de Criminalística no I Congresso Nacional de Polícia Técnica. Verdadeiro elo de ligação entre a Polícia e a Justiça na busca da materialização dos delitos, a Criminalística procura substituir o empirismo do passado, aplicando um universo de conhecimentos e métodos científicos cada vez mais complexos e rigorosos. Hoje em dia ela evoluiu da estática narrativa, sem vida, da forma como se apresentam os vestígios, do latim " visum et repertum", isto é, da simples constatação minuciosa e sistemática daquilo que o perito criminal observou, para a preocupação com as inter-relações dos fatos que ele observa e estuda; com a gênese dos vestígios que encontra e recolhe; com os meios e modos pelos quais foi perpetrado o delito que determinou sua intervenção no caso.
6
Isto é, a Criminalística da atualidade é essencialmente dinâmica e acompanha a evolução do conhecimento humano, o desenvolvimento de todas as ciências. Esta parte científica da busca e da procura de soluções de casos criminais entregue a Criminalística tem seu papel executado pelo Perito Criminal, que materializa seu trabalho através de uma peça técnica denominada Laudo Pericial. Assim sendo, a Criminalística, como disciplina dinâmica que é, acompanha a evolução do conhecimento humano e, na eterna busca da Verdade, fornece os instrumentos fundamentais à administração da JUSTIÇA, retratando assim os anseios e exigências da sociedade em que se vive. A conclusão do laudo pericial fundamenta, na maioria das vezes, a decisão judicial. É por isso que, no dizer de Adalberto J.Q.T. de Camargo Aranha, a perícia é “a lanterna que ilumina o caminho do juiz que, por não poder ater aos locais de crime, está na escuri dão”.
1.3. SUPERINTENDÊNCIA DA POLÍCIA TÉCNICO-CIENTÍFICA Criação – organização e funcionamento. O Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal, com o advento do Decreto n.º 42.847, de 9 de fevereiro de 1998, passaram a englobar a estrutura básica da Superintendência da Polícia Técnico-Científica - SPTC. Anteriormente, integravam o Departamento de Polícia Científica, que era subordinado à Polícia Civil. O Decreto n° 48.009, de 11 de agosto de 2003, dispõe sobre o detalhamento das atribuições das unidades do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico-Legal.
1.4. ORGANOGRAMA
SSP/SP
P. M .
P. C.
DETRAN
I.C.
S.P.T.C.
I.M.L.
2. RESOLUÇÃO SSP/SP N° 382 DE 01/09/99
DIRETRIZES A SEREM SEGUIDAS NO ATENDIMENTO DE LOCAIS DE CRIME
7
Tendo em vista a inobservância de relevantes aspectos da preservação de local, e determinando aprimorar procedimentos que visem á modernização da atuação de todas as polícias envolvidas, a partir de 02 de setembro de 1999, foi decretada pelo Secretário de Segurança Pública esta resolução, que dispõe sobre as diretrizes a serem seguidas no atendimento de locais de crime . O Secretário da Segurança Pública: Considerando que a Resolução SSP-177/92, de 8 de setembro de 1992, necessita ter vários dispositivos alterados, com o escopo de aprimorar procedimentos que visem à modernização da atuação das Polícias Civil e Militar e do Setor de Perícias; Considerando que o rápido e correto atendimento de locais de crime contribui, sobremaneira, para o sucesso da investigação criminal, agilizando a liberação de pessoas e coisas; Considerando que o conhecimento de conceitos sobre local de crime facilita o entendimento das normas relativas à sua preservação; Considerando que da eficiente preservação do local de crime depende o bom resultado dos exames periciais, a fim de serem evitadas irreparáveis dificuldades à consecução do exame pericial e da investigação criminal; resolve:
SEÇÃO I - Da Polícia Militar Artigo 1º - O policial militar ao atender um local de crime deverá isolar e preservar adequadamente a área imediata e, se possível, a mediata, cuidando para que não ocorram, salvo os casos previstos em lei, modificações por sua própria iniciativa, impedindo o acesso de qualquer pessoa, mesmo familiares da vítima ou outros policiais que não façam parte da equipe especializada.
Artigo 2º - O policial militar transmitirá imediatamente a ocorrência ao COPOM que o retransmitirá ao CEPOL e este por sua vez acionará o Instituto de Criminalística, o Instituto Médico-Legal e a Delegacia de Polícia competente, através de breve descrição, contendo: I - nome e RE do policial militar responsável pela transmissão; II - natureza da ocorrência, esclarecendo se é de autoria conhecida ou desconhecida ; III - local, com citação precisa sobre o nome do logradouro (rua, praça, avenida), número, bairro, ponto de referência e outros que facilitem sua localização; IV - esclarecimento sobre o tipo de local, se é aberto ou fechado; público ou privado; se é de utilidade ou necessidade pública; de fácil ou difícil acesso. § 1º - Havendo possibilidade, conhecer sobre as circunstâncias em que o delito ocorreu, exigindo prova de identidade das testemunhas arroladas. § 2º - Tratando-se de ocorrência sobre acidente de trânsito ou crime contra o patrimônio, a descrição deverá sofrer a adequação necessária.
8
Artigo 3º - O registro da ocorrência deverá ser elaborado somente após a transmissão referida no artigo 2º.
Artigo 4º - Enquanto perdurar a necessidade de que o local seja preservado, não poderá este ser abandonado em qualquer hipótese, devendo ficar guarnecido por pelo menos um policial. Efetivadas as medidas atinentes à preservação do local, dever-se-á providenciar o registro no respectivo distrito policial.
Artigo 5º - Deverão ser adotadas as seguintes normas, sob pena de responsabilidade: I - se o local for de difícil acesso, acionar o Corpo de Bombeiros; II - preservar o local, não lhe alterando a forma em nenhuma hipótese, incluindo-se nisso: a) não mexer em absolutamente nada que componha a cena do crime, em especial não retirando, colocando, ou modificando a posição do que quer que seja; b) não revirar os bolsos das vestes do cadáver, quando houver; c) não recolher pertences; d) não mexer nos instrumentos do crime, principalmente armas; e) não tocar no cadáver, principalmente não movê-lo de sua posição original; f) não tocar nos objetos que estão sob guarda; g) não realizar a identificação do cadáver, a qual ficará a cargo da perícia; h) não fumar, nem comer ou beber nada na cena do crime; i) em locais internos, não usar o telefone, sanitário ou lavatório eventualmente existentes; j) em locais internos, manter portas, janelas, mobiliário, eletrodomésticos, utensílios, tais como foram encontrados, não os abrindo ou fechando, não os ligando ou desligando, salvo o estritamente necessário para conter risco eventualmente existente; k) tomar o cuidado de afastar animais soltos, principalmente em locais externos e, em especial, onde houver cadáver. Parágrafo único - a constatação do óbito da vítima torna desnecessária e prejudicial à investigação sua remoção para hospitais.
SEÇÃO II - Do Distrito Policial Artigo 6.º - Recebida a comunicação da ocorrência por meio do CEPOL, a autoridade policial deverá certificar-se, no ato, se foram acionados o COPOM, o Instituto de Criminalística e o Instituto Médico-Legal, dirigindo-se imediatamente para o local. Parágrafo único - Se a comunicação for feita por particular, solicitar, via CEPOL, o apoio da Polícia Militar para efetuar a preservação da área nos moldes previstos no artigo 1º.
9
Artigo 7.º - ao chegar ao local, além do estrito cumprimento às normas prescritas no art. 5.º desta Resolução, deverá a autoridade policial: I - verificar a natureza da ocorrência (homicídio, suicídio, morte natural, morte acidental, acidente de trânsito ou outra); II - tratando-se de crime, verificar se é de autoria conhecida ou desconhecida; III - sendo de autoria conhecida, confirmar o acionamento do Instituto de Criminalística; IV - tratando-se de homicídio de autoria desconhecida, acionar, imediatamente a Divisão de Homicídios, do DHPP que ficará incumbida de requisitar o exame necroscópico; V - tratando-se de crime contra o patrimônio, que deixou vestígios, acionar o Instituto de Criminalística, transmitindo os dados da ocorrência ao CEPOL que o retransmitirá ao DEPATRI.
Artigo 8.º - As comunicações realizadas deverão ser confirmadas por documento. Artigo 9.º - Se a autoridade policial da área não puder, por motivo imperioso, comparecer ao local, deverá acionar, via CEPOL, o Delegado Operacional da Seccional respectiva e, na impossibilidade deste, a autoridade policial do Distrito Policial mais próximo do local.
Artigo 10 - As autoridades policiais referidas no artigo anterior, uma ou outra, deverão comparecer imediatamente ao local e agir nos termos desta seção, informando, ao final, a autoridade policial da área, para formalização da ocorrência.
SEÇÃO III - Da Divisão de Homicídios do DHPP Artigo 11 - Chegando ao local de sua competência, a autoridade policial deverá acionar, via rádio, imediatamente, o carro de cadáver, mesmo antes de iniciar seus trabalhos de levantamento.
Artigo 12 - Desde que a equipe já esteja no local e constatando tratar-se de crime de autoria conhecida, o perito criminal deverá proceder à competente perícia, enviando ao Distrito Policial interessado o respectivo laudo.
SEÇÃO IV - Do Instituto de Criminalística Artigo 13 - Tomando conhecimento da existência da ocorrência de crime do qual resultou morte ou lesões corporais, em especial em via pública ou em casos de grandes tragédias, sendo óbvia a necessidade de realização de exame pericial, deverá o Instituto de Criminalística adotar providências imediatas para que seja designado perito criminal, o qual se dirigirá prontamente ao local, dando conhecimento ao CEPOL, para que este provoque a formalização da requisição do exame pericial.
10
Artigo 14 - o Instituto de Criminalística deve dar prioridade máxima ao local com vítima fatal, em especial em via pública, comunicando o CEPOL, mesmo antes de iniciar seus trabalhos, para acionar o carro de cadáver e provocar a emissão de mensagem pelo Distrito Policial.
Artigo 15 - Havendo necessidade de que perdure a preservação do local após a diligência preliminar, a fim de serem realizados exames complementares, deverá o perito criminal comunicar a necessidade aos policiais incumbidos do atendimento à ocorrência, bem como, incontinenti, ao distrito policial, zelando para que seja esta comunicação ratificada na forma documental, o mais breve possível. § 1.º - Perdurando a preservação do local após a diligência preliminar, continuam prevalecendo as normas prescritas no art. 5.º, ressaltando-se que, sequer entre os intervalos das diligências periciais, poderá ser admitido o acesso de qualquer pessoa estranha ao trabalho do Instituto de Criminalística. § 2.º - o perito criminal incumbido da realização da perícia do local deverá zelar para que este seja liberado o mais prontamente possível, devendo documentar a comunicação do ato, ficando certo que o retardamento injustificado da liberação do local acarretará pena de responsabilidade.
Artigo 16 - Estando a equipe no local e constatando tratar-se de crime de autoria desconhecida, o perito criminal deverá proceder à competente perícia, enviando o respectivo laudo à Divisão de Homicídios do D.H.P.P., nos casos em que for acionada.
SEÇÃO V - Do Instituto Médico-Legal Artigo 17- o Instituto Médico-Legal deve atender às solicitações de carro de cadáver feitas, também por rádio do CEPOL.
SEÇÃO VI - Dos Conceitos Artigo 18 - Local de crime é todo o sítio onde tenha ocorrido um evento que necessite de providência da polícia, devendo ser preservado pelo policial que comparecer até sua liberação pela autoridade.
Artigo 19 - Local de crime interno é todo sítio que abrange ambiente fechado. Artigo 20 - Local de crime externo é todo sítio não coberto. Artigo 21 - Locais de crime relacionados são dois ou mais sítios interligados entre si e que se relacionam com um mesmo crime.
Artigo 22 - Área imediata ao local de crime é aquela onde ocorreu o evento. Artigo 23 - Área mediata ao local de crime é aquela que cobre as adjacências ou cercanias de onde ocorreu o evento.
SEÇÃO VII - Das Disposições Finais
11
Artigo 24 - a polícia como um todo e seus integrantes, individualmente, cada um dentro de sua parcela são responsáveis pelo rápido e correto atendimento de local de crime.
Artigo 25 - Se o primeiro atendimento do local de crime for feito por policial civil, este ficará incumbido, em caráter excepcional, das providências de preservação até a conclusão da perícia técnica.
Artigo 26 - o rápido e correto atendimento do local de crime tem por objetivos contribuir para o sucesso da investigação criminal e minimizar a angústia das partes envolvidas.
Artigo 27 - Qualquer ato que opere contrariamente ao interesse da sociedade, caracterizando o retardamento injustificado no atendimento à ocorrência, em que fase seja, será passível de sanção.
Artigo 28 - a presente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário, em especial a Resolução SSP-177, de 8/9/92 e a Resolução SSP-24, de 3/6/98. (DOE 167, DE 2SET99).
3. CONCEITOS E PROCEDIMENTOS 3.1. CORPO DE DELITO: É o conjunto de vestígios materiais diretamente relacionados com o fato delituoso. Exemplo: fragmento de projétil, faca, vestígios de sangue etc.
3.2. PRESERVAÇÃO: É o isolamento do local de crime, cujo objetivo é manter as evidências na situação de seu encontro, tornando assim o local idôneo.
12
3.2.1. A PRESERVAÇÃO ENGLOBA TRÊS FASES : a) DELIMITAÇÃO - Consiste em uma rápida análise do sítio, visando definir sua área imediata e mediata.
b) ISOLAMENTO – Se faz através da utilização de meios físicos, visando obstruir o acesso de pessoas no ambiente delimitado.
c) PROTEÇÃO – Quando existe o risco de alteração do estado dos vestígios, que possam provocar o perecimento dos mesmos, deverá o Policial utilizar dos meios disponíveis para a sua proteção (telhas, caixas, plásticos etc.) NOTA - Cabe a responsabilidade sobre a idoneidade do local, ao policial que primeiro chegar.
3.2.2. QUANTO A PRESERVAÇÃO PODEM SER: Local idôneo: aquele que não foi violado, ou que foi devidamente preservado pelo Policial.
Local inidôneo: é aquele que foi violado antes da chegada do Policial, ou que não foi devidamente preservado ou que sofreu alterações alheias ao fato criminal (chuva, limpeza etc...).
3.3. PRESENÇA DA AUTORIDADE Art. 6 (l - lX) – Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal, a Autoridade Policial deverá:
13
I - dirigir se ao local, providenciando para que não se altere o estado e a conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com os fatos após a liberação dos peritos criminais; III - colher as provas relacionadas com o fato.
3.4. COLETA DE VESTÍGIOS A coleta de vestígios (amostras e objetos) que de alguma forma vincula-se aos fatos do crime, é feita de forma normatizada, dentro de certos procedimentos e por profissionais da Perícia.
3.4.1. VESTÍGIOS: É todo elemento material encontrado em local de crime que pode ou não estar relacionado aos fatos delituosos. 3.5. REMESSA DE VESTÍGIOS A remessa de vestígios devidamente coletados, embalados e identificados (conforme normas de procedimentos), deverá ser procedida aos departamentos competentes e sempre de forma documental.
3.6. INDÍCIOS É todo elemento material encontrado em local de crime que necessariamente está relacionado ao fato delituoso.
14
4. LOCAIS DE CRIME 4.1. CONCEITO: É todo sítio onde tenha ocorrido um evento que necessite de providências da Polícia.
4.1.1. ÁREA IMEDIATA AO LOCAL DO CRIME: é aquela onde ocorreu o evento. 4.1.2. ÁREA MEDIATA AO LOCAL DO CRIME : é aquela que cobre as adjacências ou cercanias de onde ocorreu o evento.
4.2. VALOR DO LOCAL DE CRIME É de grande importância porque ali residem os primeiros elementos à polícia, oferecendo condições aos Peritos para orientar, eficazmente, suas interpretações.
4.3. CLASSIFICAÇÃO DO LOCAL DE CRIME 4.3.1. Local de Crime Interno : é todo sítio que abrange ambiente fechado. 15
4.3.2. Local de Crime Externo: é todo sítio não coberto.
4.3.3. Local de Crime Misto: quando envolve local interno e externo.
4.3.4. Locais de Crime Relacionados/Vinculados: são dois ou mais sítios interligados entre si e que se relacionam com um mesmo crime.
4.4. LOCAIS DE CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO Classificação dos Crimes Patrimoniais de Acordo com o Código Penal: Os crimes contra o patrimônio, de acordo com o Código Penal, são assim classificados: Furto (Simples ou
16
Qualificado); Roubo e Extorsão; Usurpação; Dano (Simples ou Qualificado); Apropriação Indébita; Estelionato e Outras Fraudes e Receptação. O Furto simples não interessa à perícia, porque não deixa vestígio, não havendo, portanto, formação de local de crime ou local do fato. Porém, podem ocorrer situações que a Autoridade Policial requisita o exame pericial para constatar a possível ausência dos vestígios. Nos casos de Furto Qualificado , considera-se a formação do local do crime ou local do fato e conseqüentemente, impõe-se o exame pericial para que seja constatada qual a qualificadora verificada naquele local, conforme relacionadas no Código Penal (com destruição ou rompimento de obstáculos à subtração da coisa; com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; com emprego de chave falsa e mediante concurso de duas ou mais pessoas).
Instrumentos Utilizados nos Crimes Contra o Patrimônio: Para a realização do delito patrimonial, o(s) meliante(s) faz uso de instrumentos que podem ser enquadrados em duas categorias: Profissionais e Específicos. Os Instrumentos Profissionais são aqueles normalmente empregados em alguma profissão, mas que eventualmente podem ser utilizados na destruição ou remoção de obstáculos. Ex.: chave de fenda, pé de cabra, martelo, serrote, picareta, formão, alicate, bico de papagaio, grifo, macaco hidráulico, maçarico, diamante (cortador de vidro) etc. Os Instrumentos Específicos são aqueles especialmente preparados para a remoção ou destruição de obstáculos. Ex.: gazua, mixa, chave falsa.
O uso dos referidos instrumentos provoca, nos vários tipos de superfícies, impressões que são características do instrumento que as produziu. A análise desses vestígios permite ao Perito Criminal concluir qual o tipo de instrumento e qual a qualificadora do delito presente naquele local ou peça. Assim sendo, tais vestígios devem ser preservados da melhor forma possível.
4.5. LOCAIS DE CRIME CONTRA A VIDA CONCEITO: Dentre aqueles crimes previstos no Código Penal, relativos às infrações penais que atingem o homem física ou moralmente, a Criminalística interessa-se principalmente por
17
aqueles cometidos contra a vida (morte) podendo-se destacar: homicídio, suicídio, genocídio, aborto, infanticídio e os relativos às lesões corporais. Outros locais de morte que interessam à Criminalística são aqueles decorrentes de mortes acidentais, em suas diversas espécies: afogamento, eletroplessão, precipitação, acidente de trabalho, acidente de trânsito, disparo acidental por arma de fogo, entre outros.
4.6. LEVANTAMENTO DO LOCAL DE CRIME Definição: o levantamento do local de crime é a reprodução fidedigna desse local, por meio de diversos processos.
4.6.1. TIPOS DE LEVANTAMENTOS TÉCNICO-PERICIAIS: 1) Descritivo (escrito): consiste na exposição circunstanciada dos trabalhos realizados pelos peritos na forma escrita, com a minuciosa enumeração, caracterização, análise e interpretação dos elementos materiais encontrados no local do fato, com o objetivo de ser elaborado o Laudo Pericial.
2) Fotográfico: é precioso complemento da descrição escrita, é uma reconstituição permanente da ocorrência para futuras consultas; perpetua os vestígios, registrando as condições em que os mesmos foram encontrados no local de crime e tem valor incontestável nos tribunais. As fotografias tomadas no local podem ser: a) fotografias panorâmicas, que ilustram a área onde se verificou o fato. b) fotografias gerais, que poderão ser tomadas do local em geral ou dos vestígios. c) fotografias de detalhe, visando esclarecer e comprovar certas características, todas peculiares à situação ou posição de determinados vestígios, por exemplo, uma foto de detalhe evidenciando a posição de um projétil numa parede, que poderá, posteriormente, fornecer subsídios para traçar a trajetória do tiro, dentre outras teorias.
3) Topográfico: complementa o registro fotográfico, fornecendo a precisão matemática das efetivas distâncias entre os objetos e anulando as possíveis distorções provocadas pela lente fotográfica. Pode-se utilizar um croqui (que é o gráfico feito á mão livre, sem escala, porém conservando as proporções relativas); ou desenho final (que é a planta elaborada com escala e com instrumental de desenho).
4) Dermatoglífico ou Papiloscópico: constitui-se na pesquisa, revelação e moldagem dos vestígios papiloscópicos que são recolhidos no local, por apreensão ou decalque de impressões
18
(digitais, palmares ou plantares), e transportados ao laboratório, para fins de fotografia ampliada, classificação e pesquisa de arquivo.
5) Modelagem ou Moldagens : são técnicas adotadas para a transferência e perpetuação de diversas marcas, como por exemplo, de impressões deixadas por ferramentas, instrumentos de crimes variados, impressões dentais, pegadas, marcas de pneumáticos, entre outras.
6) Residuográfico ou Revelações: técnica importante da aplicação da química forense para diagnóstico de distância e de ângulo de tiro entre o alvo e a "boca" do cano da arma de fogo, dentro do alcance das partículas originadas em decorrência do tiro. Cumpre salientar que alguns locais possibilitam o estudo da trajetória do tiro e para confirmar o embate do projétil em um ricochete, por exemplo, em uma parede, pode-se realizar um levantamento residuográfico.
7) Balístico: vincular arma suspeita ao fato ocorrido, estudo de projéteis e/ou locais dos fatos.
8) Mistos: diversos exames em peças específicas.
4.7. VESTÍGIOS ENCONTRADOS NO LOCAL DE CRIME 4.7.1. Marcas de unhas: Marcam por sua forma, dimensões (comprimento e largura) e cor.
4.7.2. Vestígios de Sangue: São aqueles deixados, na maioria dos crimes, nos objetos, armas, móveis, paredes, pisos e vestes (tanto da vítima quanto do criminoso).
19
4.7.3. Manchas de Esperma : Colhidas para exames nas vestes, toalhas, lençóis ou tecidos em geral.
4.7.4. Manchas de Leite e colostro: Local de aborto
4.7.5. Impressões Dentais e Labiais: As impressões dentais permitem a identificação através da mordida em frutas, na pessoa, entre outros. As impressões labiais são mais difíceis para o confronto.
4.7.6. Vestígios em Lixos ou Lixeiras: Podem conter objetos de interesse, tais como: seringas, remédios, frascos, lâminas, papéis servidos, papéis embebidos de sangue ou secreções.
20
4.7.7. Ricochetes: Podem orientar o estudo de trajetória de disparos de arma de fogo.
4.7.8. Bilhete/Carta: Importante ressaltar a fragilidade da amostra, suscetível a impregnação de impressões digitais, comprometendo o exame de confronto, caso for manipulado, antes da perícia.
4.7.9. Pêlos ou Fibras: A preservação adequada permite a possibilidade de um estudo comparativo de pêlos ou fibras encontradas nos locais.
5. PRESERVAÇÃO DO LOCAL DE CRIME
21
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO DE PRESERV AÇÃO DE LOCAL DE CRI M E POP 2.05.00, 2.05.01 , 2.05.02 E 2.05.03 MAPA DESCRIT IV O DE PROCESSO 2.05.00 NOME DO PROCESSO: PRESERVAÇÃO DE LOCAL DE CRIME. MATERIAL NECESSÁRIO
1. Uniforme operacional 2. Revólver ou Pistola PT-100 com seus respectivos carregadores (Rev.-02 e PT. -03). 3. Algemas com a chave. 4. Apito. 5. BO/PM. 6. Caneta. 7. Colete balístico. 8. Espargidor de gás pimenta. 9. Folhas de anotações (bloco ou agenda de bolso). 10. Lanterna pequena para cinto preto. 11. Rádio portátil, móvel ou estação fixa. 12. Bastão Tonfa. 13. Canivete multi-uso. 14. Luvas descartáveis. ETAPAS
PROCEDIMENTOS
Conhecimento da ocorrência
1. Conhecimento da Ocorrência (V i d e POP Nº 1.01.01) Deslocamento 2. Deslocamento para o local da ocorrência (Vide POP Nº 1.01.02) Chegada 3. Chegada ao local da ocorrência (Vide POP Nº 1.01.03) Adoção de medidas específicas 4. Avaliação do local e dos meios materiais. 5. Ação do PM para preservar o local de crime. 6. Término da preservação do local de crime. Condução 7. Condução da(s) parte(s) (V i d e POP Nº 1.01.07) Apresentação da ocorrência 8. Apresentação da ocorrência na Repartição Pública Competente (V i d e POP Nº 1.01.08) Encerramento 9. Encerramento da ocorrência (V i d e POP Nº 1.01.09).
22
23
24
25
26
27
POL CIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
POP: 2.05.03
28
TÉRMINO DA PRESERVAÇÃO DO LOCAL DE CRIME E REGISTRO DA OCORRÊNCIA
ESTABELECIDO EM: REVISADO EM: 07/12/07 Nº DA REVISÃO: 01
AUTORIDADE RESPONS VEL: Chefe do Estado-Maior PM. NÍVEL DE PADRONIZAÇÃO: Geral. ATIVIDADES CR TICAS 1. Registro das pessoas que realizaram o levantamento do local de crime e daqueles que ficaram responsáveis pelas coisas, objetos do crime (cadáver, armas, instrumentos, etc). 2. Finalizar o trabalho de preservação mediante solicitação da Autoridade competente e devido registro no respectivo distrito policial. SEQÜ NCIA DE AÇÕES 1. Relacionar corretamente os objetos envolvidos mais diretamente à preservação do campo pericial. 2. Passar à Polícia Técnico-Científica (Instituto de Criminalística e/ou Instituto Médico Legal) todos os dados do local de crime para levantamento. 3. Registrar as pessoas que realizaram a perícia do local de crime e aqueles que ficaram com a responsabilidade pelas coisas, ou objetos relacionados ao crime (cadáver, armas, objetos, etc). 4. Finalizar o trabalho de preservação do local, mediante solicitação da autoridade competente e ciência ao seu superior hierárquico. 5. Descartar adequadamente o material utilizado. 6. Providenciar o registro no respectivo distrito policial. RESULTADOS ESPERADOS 1. Que o Policial Militar efetue a comunicação com a autoridade competente. 2. Que o Policial Militar relacione dados, objetos e vítimas com precisão. 3. Que o Policial Militar identifique os responsáveis pela perícia e liberação do local de crime por meio de suas credenciais (identidades profissionais). 4. Que o Policial Militar finalize o trabalho de preservação, mediante solicitação da autoridade competente. 5. Que o Policial Militar solicite a reposição dos materiais descartados. 6. Que o Policial Militar faça o devido registro no distrito policial competente. AÇÕES CORRETIVAS 1. Fornecer, a qualquer tempo, informações que tenha esquecido inicialmente e que possam ajudar na elucidação do crime. POSSIBILIDADES DE ERRO 1. Não realizar registro ou fazê-lo de forma irregular. 2. Finalizar o trabalho de preservação do local antes do levantamento técnico. 3. Não registrar os apoios e quem ficou responsável por coisas, objetos do crime. 4. Passar informações incompletas ou até mesmo incorretas sobre os fatos. 5. Depois da perícia não descartar em local apropriado os materiais utilizados.
29
6. ARMAS E INSTRUMENTOS DE CRIME
30
ARMA:
“é todo objeto que pode aumentar a capacidade de ataque ou defesa do
homem”.
6.1. CLASSIFICAÇÃO DE INSTRUMENTOS 6.1.1. ARMAS PRÓPRIAS = objetos concebidos e feitos pelo homem com o fim específico de serem usados como armas. 6.1.2. ARMAS IMPRÓPRIAS = objetos que não foram concebidos e nem feitos pelo homem visando aumentar seu potencial de ataque ou defesa, sendo, eventualmente, usados para este fim.
6.2. BALÍSTICA FORENSE 6.2.1. CONCEITO: É uma disciplina, integrante da criminalística, que estuda as armas de fogo, sua munição e os efeitos dos tiros por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta ou indireta com infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência.
6.2.2. DIVISÃO DA BALÍSTICA: I) BALÍSTICA INTERNA (ou INTERIOR) = estuda a estrutura, os mecanismos, o funcionamento das armas de fogo e a técnica do tiro, bem como os efeitos da detonação da espoleta e deflagração da pólvora dos cartuchos, no seu interior, até que o projétil saia da boca do cano da arma.
II) BALÍSTICA EXTERNA (ou EXTERIOR) = estuda a trajetória do projétil, desde que abandona a boca do cano da arma até a sua parada final (condições do movimento, velocidade inicial do projétil, sua forma, massa, superfície, resistência do ar, a ação da gravidade e os movimentos intrínsecos do projétil.
31
Na área militar
interesse estratégico: o ângulo de tiro, o alcance útil, alcance máximo
ou alcance real e alcance com precisão.
III) BALÍSTICA DOS EFEITOS = estuda os efeitos produzidos pelo projétil desde que abandona a boca do cano até atingir o alvo (incluem-se: possíveis ricochetes, impactos, perfurações e lesões externas ou internas, nos corpos atingidos).
6.3. ARMAS DE FOGO São armas de arremesso complexas que utilizam a força expansiva dos gases resultantes da combustão da pólvora para expelir seus projéteis. Elementos essenciais:
aparelho arremessador (arma propriamente dita); a carga projeção
(pólvora) e o projétil. A inflamação da carga de projeção dará origem aos gases, que, expandindo-se, produzirão pressão contra a base do projétil, expelindo-o através do cano e projetando-se no espaço, indo produzir seus efeitos à distância.
6.4. CLASSIFICAÇÃO DAS ARMAS Classificação geral das armas: Observe que, por estarmos estudando balística forense, não tratamos aqui das armas brancas.
6.4.1. QUANTO À ALMA DO CANO: 1) Lisas: cuja alma (espaço vazio no interior do cano) não possui raias;
32
2) Raiadas: cuja alma possui raias, que são sulcos helicoidais, destinados a imprimir aos projéteis um movimento giratório em torno do eixo de sua trajetória, cuja função é a de manter a estabilidade dos mesmos, ao longo do seu percurso. Uma das formas de se classificar uma arma raiada é pelo número de raias que possui, por exemplo, revólver de cano com 6 raias. Outra forma de classificá-las é pela orientação (sentido) das raias, só podendo ser de dois tipos, a saber: dextrógiras: giram para a direita e sinistrógiras ou levógiras: giram para a esquerda.
6.4.2. QUANTO AO SISTEMA DE CARREGAMENTO: Sob esse aspecto as armas podem ser de antecarga ou de retrocarga .
a) Antecarga: são as armas que recebem a munição pela parte anterior do cano (boca). Tal modalidade se encontra em desuso. Exemplo: espingarda, bacamarte.
b) Retrocarga: são as armas que recebem a munição pela parte posterior do cano, no pente ou no tambor, “cul atra” (parte posterior da arma). Pertencem a este ti po todas as armas
modernas. Exemplos: revólver, pistola. - Arma Alimentada ou Municiada: quando nela se coloca toda ou parte da munição que comporta. - Arma Carregada: quando contém um cartucho íntegro na câmara, em condições de ser percutido e deflagrado de imediato.
6.4.3. QUANTO AO SISTEMA DE DETONAÇÃO (INFLAMAÇÃO): a) Por Percussão b) Por atrito c) Por mechas d) Elétrica
6.4.4. QUANTO AO FUNCIONAMENTO:
33
a) De repetição: para cada disparo, há a necessidade de haver a ação muscular do atirador, para o completamento do ciclo de funcionamento da arma, e sua ação sobre a tecla do gatilho para um novo ti ro. “Cada disparo depende de uma operação completa de colocação de munição, de acionamento do disparo e de retirada da cápsula para novo municiamento”. Exe mplo:
garrucha.
b) Semi Automática: onde para cada disparo, há a necessidade de haver apenas a ação do atirador sobre a tecla do gatilho, uma vez que o ciclo de funcionamento da arma se faz de forma automática. São as que têm o funcionamento automático, porém o disparo é manual. Exemplos: revólver e pistola semi-automática.
c) Automática: onde tanto o tiro quanto o ciclo de funcionamento da arma são feitos de forma automática, enquanto o atirador mantiver pressionada a tecla do gatilho. Automáticas são aquelas que têm o funcionamento e o disparo automáticos. Só um acionar do gatilho dispara todo o pente ou carga. Geralmente, são armas de guerra. Exemplo: metralhadora pesada.
6.4.5. QUANTO AO COMPRIMENTO DO CANO:
34
a) Arma Longa: aquelas que possuem comprimento de cano maior do que 50 cm. As de cano longo, os fuzis, as metralhadoras, as espingardas e os rifles
b) Arma Curta : ao contrário, são aquelas que possuem comprimento de cano inferior a 50 cm. As armas de cano curto compreendem especialmente as pistolas e os revólveres.
6.4.6. QUANTO AO USO (DIMENSÕES): Sob este aspecto as armas de fogo podem ser portáteis ou não portáteis. a) Individuais: as armas portáteis, também, conhecidas como individuais, são aquelas que podem ser transportadas e acionadas por uma única pessoa. São as mais usadas, e, por isso, as que mais interessam à prática médico-forense.
b) Coletivas: as armas não portáteis ou coletivas são as que não podem ser transportadas ou acionadas por uma só pessoa. Demandam carreta especial ou vários homens para poder ser conduzida. São elas as peças de artilharia, as metralhadoras pesadas. Por serem de uso exclusivamente bélico e agirem mais por explosão, não interessam à prática médico-forense.
6.4.7. QUANTO AO CALIBRE: Classifica-se o calibre em real e nominal.
a) Real: Será real o calibre medido diretamente na boca do cano da arma, através de um instrumento chamado paquímetro.
b) Nominal: O calibre nominal é indicado pelo fabricante da arma, excede ligeiramente o calibre real. Quanto maior o calibre nominal, menor será o calibre real da arma.
6.5. MUNIÇÃO
35
A munição é o que chamamos de “ cartucho ”, é constituída por cinco elementos distintos: projétil; estojo, cápsula ou bainha; espoleta ou escorva; carga ou pólvora e bucha.
1 - PROJÉTIL 2 - ESTOJO, CÁPSULA OU BAINHA 3 - PROPOLENTE, CARGA OU PÓLVORA 4 - ESPOLETA OU ESCORVA
6.5.1. Projétil: é a parte da munição destinada a atingir o alvo. É o verdadeiro instrumento pérfuro-contundente. É quase sempre de chumbo nu ou revestido de maillechort ou de outra liga metálica (níquel, estanho, ferro, antimônio, etc.), que lhes confere maior resistência.
6.5.2. Estojo, Cápsula ou Bainha: parte da munição destinada a receber os demais elementos, e podem ser confeccionado de metal, papelão, plástico, etc.
6.5.3. Pólvora ou Carga: composto químico destinado a gerar pressão no interior do estojo e a impulsionar o projétil à frente. Apresenta-se de duas formas básicas: pólvora branca (sem fumaça) e pólvora negra (com fumaça).
6.5.4. Espoleta ou Escorva: receptáculo que se localiza no fundo da munição e que abriga o misto detonante.
36
6.5.5. Bucha: pode ser um pequeno disco de papelão, pano, papel, ou ainda um corpo plástico, utilizado nas munições de caça, com a finalidade de comprimir a carga de pólvora e impulsionar os projéteis múltiplos de uniformemente, como um êmbolo, em direção ao local desejado.
6.6. MECANISMOS DE IDENTIFICAÇÃO DE ARMAS E PROJÉTEIS 6.6.1. TIPOS DE IDENTIFICAÇÃO a) Imediata: Pelo exame e assinalamento das características diretamente constatáveis na arma (exame direto). b) Mediata: Pelo estudo comparativo dos vestígios característicos deixados pela arma. 6.6.2. ELEMENTOS DE IDENTIFICAÇÃO • Os projéteis - Mais importante. • Os estojos (cápsulas). • As espoletas (escorvas). • As buchas - Pouco valor (identifica o tipo de arma). • Resíduos da pólvora (Sarro). • Mecanismo de Disparo – Sequência de eventos.
6.7. INTERLIGAÇÃO ENTRE E O CRIME 6.7.1. IDENTIFICAÇÃO DO ATIRADOR PELA ARMA A identificação do atirador pela arma baseia-se no encontro de impressões digitais deixadas nas armas. Tais impressões só serão aproveitáveis se houverem se formado em superfícies lisas. Uma vez encontradas, deve-se tomar a precaução de manipular com cautela a arma recolhida no local do crime e realizar uma fotografia das impressões. Se tiver um suspeito as impressões serão comparadas com as dele, caso contrário serão comparadas as do banco de impressões digitais, onde houver.
6.7.2. IDENTIFICAÇÃO DA ARMA PELO PROJÉTIL Em primeiro lugar é necessário achar o projétil, que pode estar no corpo da vítima ou fora dele (no local do crime), sendo mais freqüente o primeiro caso. Em qualquer das hipóteses, o perito
37
balístico irá examinar o projétil, verificando seu peso, formato, comprimento, diâmetro, composição, calibre, raiamento, estriações laterais finas e deformações.
Projétil testemunha ou padrão: é aquele obtido em tiros de prova com a arma suspeita, em alvos que não provoquem danos. Projétil ou Estojo incriminador ou suspeito: são recolhidos no local ou extraídos de cadáveres/vítimas.
6.7.3. IDENTIFICAÇÃO DA ARMA PELO ESTOJO Outra forma de se identificar a arma utilizada no crime é pelo exame do estojo. O estojo pode ser encontrado no local do crime ou no tambor da arma apreendida como suspeita. Em ambos os casos este deve ser apreendido e encaminhado para exame. O perito balístico, ao receber o estojo, determina o seu material, sua marca, seu calibre e suas deformações, para assim determinar que tipo de arma foi usada no crime.
6.7.4. IDENTIFICAÇÃO DA ARMA PELA PÓLVORA A pólvora pode apresentar-se queimada ou não. Sendo encontrada na cápsula, na arma ou no corpo ou vestes da vítima. O seu exame se faz através do exame do sarro, que permite verificar se o disparo foi feito com pólvora negra ou com pólvora piroxilada (branca). No exame químico do sarro: “O cano é lavado internamente com água quente, sendo essa água de lavagem submetida à
análise. O líquido é filtrado e sua reação é verificada com a fenolftaleína: a pólvora negra dá reação fortemente alcalina; a pólvora sem fumaça dá reação neutra.” É graças ao exame da pólvora que os
peritos podem determinar a data aproximada do último disparo da arma.
38
Os elementos que levam os peritos a determinar a data provável do último disparo são baseados nas modificações processadas no depósito da pólvora. O referido exame não constitui meio de certeza, ficando restrito ao campo da probabilidade. Para tal determinação, o perito deverá examinar os resíduos da pólvora existentes na arma ou no local do crime, já que todas as vezes que se atira há um depósito resultante da combustão da pólvora.
6.8. CONFRONTO MICROBALÍSTICO O Confronto Microbalístico é, portanto, a comparação das marcas e microestriamentos deixados pelos canos, percutores e culatras nos projéteis e nas cápsulas visando identificar a arma de fogo que os tenha deflagrado. A análise pode ser genérica ou específica. A genérica permite que se tenha uma identificação do fabricante da arma, modelo, tipo de munição, etc. Já uma análise específica pode constatar se um projétil foi ou não expelido pela arma em questão. Seria como uma análise de impressão digital, onde cada arma produz um conjunto de micro-estrias único. Ao observamos com mais detalhe o mecanismo de disparo de uma arma de fogo, o projétil é expelido pelo cano e sai na direção do alvo. Este projétil, por estar em contato direto com a superfície interna do cano, passa a incorporar marcas e micro-estriamentos em sua superfície.
esquerda da linha preta, o projétil em questão e à direita da mesma linha o padrão de marcas observado nos testes com a arma de fogo. As setas indicam as marcas que coincidem, o que confirma que os projéteis foram expelidos pela mesma arma. [fonte: Revista Perícia Federal, Set/Out 2003]
O confronto microbalístico não se restringe apenas aos projéteis. Se houver cápsulas de cartuchos deflagradas na cena do crime, é possível analisar as marcas do percutor e as ranhuras produzidas na culatra.
Cápsulas de munição percutidas pela mesma arma. Em destaque as marcas promovidas pelo percutor e pela culatra [fonte: Revista Perícia Federal, Set/Out 2003]
39
6.9. EXAME RESIDUOGRÁFICO O exame residuográfico destina-se a revelar, dentre outras substâncias, a presença de micro partículas de chumbo nas mãos das pessoas que fizeram uso de arma de fogo ou são suspeitas de tê-lo feito. É utilizado mais frequentemente pelos Peritos Criminais da Seção Técnica de Crimes Contra a Pessoa, além da Seção Técnica de Pericias Especiais. Àquela relacionada com ocorrências, dentre outras, envolvendo pessoas vítimas de disparo de arma de fogo (Suicídio ou Homicídio) e a outra (Equipe Especial) entre policiais e infratores da lei. O objetivo do exame é, portanto, verificar a existência de partículas de chumbo ou de outras substâncias na pele das mãos. O exame residuográfico com resultado positivo ou não, por si só, não deve ser considerado como prova decisiva ou definitiva para se estabelecer a correlação entre o vestígio detectado ou não, e o fato localizado. Pode apenas servir como orientação técnica que, unido a outros exames de evidência, auxilia na formação da convicção que o caso merecer. Parte desses resíduos sólidos permanece dentro do cano, ao redor do tambor e da câmara de percussão da própria arma. Porém, o restante é projetado para fora, atingindo mãos, braços, cabelos e roupas do atirador, além de se espalharem pela cena do crime. Um resultado negativo desse teste não significa que a arma suspeita não tenha produzido tiro, visto a transformação relativamente rápida de nitritos em nitratos. Já uma constatação positiva não garante, necessariamente, que tais nitritos sejam oriundos de um disparo.
Residuograma: É o resultado da avaliação dos vestígios metálicos e não metálicos oriundos de disparos de arma de fogo. Permite avaliar a distância do tiro, a direção do tiro e o ângulo de incidência.
40
7. IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO 7.1. IDENTIDADE Qualidade que individualiza uma pessoa, um objeto, fazendo-os diferentes dos outros e idêntico a si mesmo, ou seja, conjunto de caracteres que torna uma pessoa ou coisa única e diferente de todas as outras.
7.1.1. IDENTIFICAÇÃO É o ato mediante o qual se estabelece a identidade de alguém ou de alguma coisa, ou seja, o ato de verificar ou fazer patente a identidade de alguém ou algo.
7.1.2. REQUISITOS TÉCNICOS DA IDENTIFICAÇÃO a) Unicidade – os elementos escolhidos para a composição da ficha sinalética precisam distinguir cada elemento de todos os demais.
41
b) Imutabilidade - os elementos sinaléticos devem permanecer idênticos a si próprio a partir do momento em que se constituem; devendo resistir à ação da idade, a doenças, aos estímulos exteriores e aos artifícios.
c) Praticabilidade – as características devem atender a um grande volume de serviço. d) Classificabilidade – ao fim de alguns anos cada serviço de identificação reúne centenas de milhares de fichas. É de praxe guardá-las metodicamente a fim de que qualquer delas possa ser encontrada sem demora. Devem apresentar elementos de classificação que permitam criar um sistema de armazenamento de fácil pesquisa.
e) Perenidade – que existe sempre. Desde o 6º (sexto) mês de vida fetal, o indivíduo possui desenhos digitais que só desaparecerão com a putrefação da pele. f) Variabilidade – um desenho digital só é igual a ele mesmo, variam de dedo para dedo e de pessoa para pessoa.
7.1.3. PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO A- Mutilações, malformações, marcas (cicatrizes, sinais profissionais), tatuagens; B- Descrição empírica; C- Retrato falado; D- Fotografia; E- D.N.A.; F- Antropometria; G- Papiloscopia; H- Ossada e ossos em geral; I- Arcada Dentária; J- Irís.
7.2. PAPILOSCOPIA Divide-se em:
Datiloscopia - é o processo de identificação por meio das impressões digitais, isto é,
impressões das extremidades digitais; 42
Quiroscopia – é o processo de identificação por meio das impressões palmares, isto é,
das palmas das mãos;
Podoscopia – é o processo de identificação por meio das impressões plantares, isto é,
das plantas dos pés.
7.2.1. IDENTIFICAÇÃO DATILOSCÓPICA : Sistema datiloscópico de Vucetich (Juan Vucetich)
7.2.1.1. DATILOSCOPIA: É o processo mais comumente utilizado de identificação humana por meio das impressões digitais. Divide-se em: - Civil, Criminal e Clínica.
Civil – é a que trata da identificação para a cédula de identidade, carteira profissional
Criminal – com as seguintes finalidades:
etc. Identificação do indiciado ou acusado em inquérito policial; Fundada suspeita de falsificação ou adulteração do documento (atestado de antecedentes criminais); Documento de identificação civil desprovido dos caracteres essenciais; Identificação de fragmentos de impressões digitais, coletadas em locais de crime.
Datiloscopia clinica – cuida dos estudos das perturbações que se verificam nos
desenhos digitais em conseqüência de doenças ou do exercício de certas profissões (hanseníase, pedreiros, lavadeiras etc.)
Impressão digital - é a reprodução do desenho em qualquer suporte.
Impressão testemunha - é a encontrada em local de crime.
Impressão suspeita - é a tomada dos dedos do suspeito ou encontrada no arquivo
datiloscópico.
7.3. TIPOS FUNDAMENTAIS DO SISTEMA DATILOSCÓPICO São quatro os tipos fundamentais no sistema de Vucetich, denominados de: Arco – apresenta as seguintes características: a- ausência de delta, b- as linhas atravessam o campo da impressão de um lado para o outro, assumindo forma abaulada,
Presilha interna - têm as seguintes características: a- um delta à direita do observador,
43
b- as linhas nucleares correm para a esquerda do observador.
Presilha externa – Têm as seguintes características: a – um delta à esquerda do observador, b – as linhas nucleares correm para a direita do observador.
Verticilo – têm as seguintes características: a – Têm dois deltas, sendo um à direita e outra à esquerda do observador, b – as linhas nucleares ficam encerradas entre os dois deltas, assumindo configurações variadas.
SÍMBOLOS: As letras representam os tipos fundamentais dos polegares e os algarismos os tipos dos demais dedos. Verticilo......................... V = 4 Presilha externa.............. E = 3 Presilha interna.............. I = 2 Arco.............................. A = 1 Além dos citados, são empregados mais dois: X.............. Cicatriz
44
O.............. Amputação
Fórmula datiloscópica – combinação de símbolos representando os tipos fundamentais. É disposta na forma de fração ordinária, onde o numerador representa os dedos da mão direita e o denominador os dedos da mão esquerda, na seqüência: polegar, indicador, médio, anular e mínimo. Ex:
V- 3434 I - 2332
Pontos Característicos - São acidentes que se encontram nas cristas papilares. Os pontos característicos têm a finalidade de identificar as impressões papilares. Para a identificação de impressões é necessário: a) que haja coincidência de DOZE pontos característicos, no mínimo, idênticos e com a mesma localização; b) que não exista nenhuma discrepância. No serviço de Identificação e na Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo, é usada a seguinte nomenclatura para os pontos característicos:
Ponto - é um pequeno pedaço de crista papilar,
Ilhota – relativamente, quatro vezes o tamanho do ponto,
Cortada – proporcional ao dobro de uma ilhota,
Bifurcação – é um alinha que se divide em duas,
Confluência – são duas linhas que se unem,
Encerro – é uma crista papilar que contorna em espaço e retorna ao rumo de origem,
Crochê ou haste – é um pequeno pedaço de crista papilar ligado a extremidade de
Anastomose – são duas cristas papilares unidas por um pedaço mais ou menos no
Extremidade de linha – é qualquer ponta de crista papilar.
uma maior. centro.
45
8. DOCUMENTOSCOPIA 8.1. Definição: É a parte da Criminalística que estuda os documentos, bem como os elementos de segurança presentes nos impressos oficiais, com o objetivo de caracterizar, ou não, a fraude.
8.2. Objetivos: a) verificar se os documentos são autênticos ou falsos; b) determinar autoria gráfica de lançamentos manuscritos; c) determinar origem de documentos mecanografados.
8.3. Divisão da Documentoscopia: 8.3.1. Grafotecnia: é a parte da documentoscopia que estuda as escritas; 8.3.2. Mecanografia: é a parte da documentoscopia que estuda as escritas produzidas por meios mecânicos (digitação, datilografia, tipografia, xilografia, off-set, etc.); 8.3.3. Exames de Papéis; 8.3.4. Alterações em documentos; 8.3.5. Exames em selos; 8.3.6. Exame em papel moeda.
8.4. Documento: É todo e qualquer suporte que ostenta o registro gráfico de uma idéia ou pensamento escrita sobre papel (mais usual), ou desenhos artísticos, pinturas, esculturas, discos, fitas magnéticas, disquetes, pen drives, etc.
46
8.5. Documento de Segurança: É todo e qualquer documento que guarda um vínculo com valor e/ou identidade. Exemplos: papéis-moeda, cartões de crédito, cheques, “ticket” alimentação, vales transporte, bilhetes aéreos, cédula de identidade, título eleitoral, carteira de habilitação, passaporte, identificação profissional, CNH, CRV (DUT), CRLV (DUAL), certidão de nascimento, etc.
8.6. Papel: aquele fabricado com destinação de ser utilizado em impressos ou documentos que não devem ser copiados ou imitados. O papel oficial e seus principais elementos de segurança:
Insumos: Compreende-se por "insumos" , todos os itens que participam da composição dos documentos oficiais. O Papel - Marca d´Àgua - Fibras Visíveis e Invisíveis.
Calcografia ou Talho Doce: E uma técnica de impressão gravada em baixo relevo. Off- Set: E uma técnica de impressão gráfica. Tipografia: Este processo caracteriza-se pela pressão. Personalização: É um sistema de impressão eletrônica Acabamento: Personalizados os dados e imagens, providencia-se o acabamento das carteiras que englobam as fases de corte no formato final.
8.7. Grafotecnia: É a parte da Criminalística que estuda as escritas visando à identificação da autoria gráfica. A teoria da escrita tem como base o dinamismo dos hábitos gráfico, que é inerente a cada pessoa.
8.7.1. Principais Formas de Falsificação Gráfica: a) sem imitação; b) por imitação servil; c) por decalque; d) por imitação livre; e) por disfarce.
47
8.8. Coleta de Material Padrão Para Exame: Para a solicitação de exames grafotécnicos junto ao Instituto de Criminalística (IC), é necessária a coleta de material (padrão) para confronto com aquele que está sob suspeita de falsificação. Para se coletarem amostras, ou grafismos, recomenda-se o lançamento de 20 (vinte) amostras de um mesmo grafismo, normalmente sob ditado. A coleta do referido material obedece aos seguintes requisitos: 1- Autenticidade, 2- Adequabilidade, 3- Contemporaneidade, 4- Quantidade.
8.9. Documento Contestado: é aquele levado à polícia ou à justiça, sob a alegação de falso, no todo ou em parte. 8.9.1. Documento Autêntico: é aquele que está revestido das formalidades legais, emanadas de quem estava devidamente autorizado para isto.
8.10. ELEMENTOS DE SEGURANÇA 8.10.1. Carteira de Identidade Civil (RG) Digitalizada: O principal documento de identificação no Brasil é ainda o RG (Registro Geral). A verificação e validação do RG é uma operação complexa em função das grandes diferenças nos formatos adotados pelos vários Estados. Os métodos normalmente usados se baseiam na conferência de características próprias dos documentos emitidos em cada Estado e em cada período. Um dos elementos úteis para validação é o nome e a assinatura do diretor do órgão emissor responsável na época da expedição do documento. Outros elementos a serem averiguados é numeração do documento (se, dependendo do Estado de emissão, existe ou não o dígito verificador e se este é correto), a perfuração na foto (quando do caso), a compatibilidade da idade aparente na foto, os dados impressos no espelho do documento, a formatação das informações e, por fim, a compatibilidade dos documentos de origem. É importante notar que não devem ser aceitas cópias de documentos (Xerox, inclusive as coloridas ou autenticadas), pois este é um dos meios mais usados para disfarçar e esconder falsificações. Isso vale para todo tipo de operação que necessite de uma identificação segura, como por exemplo, operações de crédito, contratos, etc.
48
É sempre útil, também, solicitar cópias de outros documentos (CNH, Carteira de Trabalho, Carteira Profissional, Cartão de Banco, etc.) verificando com atenção que todos os dados (inclusive as assinaturas) sejam coincidentes.
8.10.2. - Carteira Nacional de Habilitação (CNH) Digitalizada: A Lei 9.503/97, em seu Art. 159, dispõe que “A Carteira Nacional de Habilitação, expedida em modelo único e de acordo
com as especificações do CONTRAN, atendidos os pré-requisitos estabelecidos neste Código, conterá fotografia, identificação e CPF do condutor, terá fé pública e equivalerá a documento de identidade em todo o território nacional.” A CNH (Carteira Nacional de Habilitação), emitida pelos
Detrans sob as diretrizes do Denatran, é provavelmente o melhor documento de identificação disponível hoje no Brasil. Isso por algumas razões: 1. É um documento com prazo de validade definido, portanto a foto sempre é relativamente recente. 2. É um documento unificado, portanto igual em seu formato e modelo em todos os estados do Brasil, e com numeração única. 3. É um documento de excelente qualidade de um ponto e vista da segurança, com numerosas características de segurança, de difícil reprodução e que usa materiais e recursos avançados e modernos.
49
4. É um documento completo, pois reporta, num mesmo suporte, numero do RG, numero da habilitação, numero do CPF, filiação, nascimento etc. Poderia ser ainda melhorado com a indicação de alguns dados a mais e a inclusão da digital (identificação por datiloscopia). Em 2006 foi lançado o novo modelo de CNH com as principais características de segurança conforme indicado no quadro abaixo. Reproduzimos também um modelo indicativo da nova CNH. Em relação ao modelo antigo, que ainda terá exemplares em circulação até 2011, e que já podia ser considerado um documento de boa qualidade, certamente superior ao RG clássico, indicamos a seguir as principais características de segurança.
8.10.3. - Nova RG será mais eficiente: Depois de tantos anos sem absolutamente nenhuma alteração, a nova carteira de identidade será completamente diferente do RG que conhecemos e utilizamos hoje. Segundo dizem, será um dos documentos de identificação mais modernos em todo o mundo. O novo RG se chamará RIC - Registro de Identidade Civil, e trará o número de vários outros documentos, como RG, CPF, Título de eleitor, entre outros, além de um chip que armazenará informações como tipo sanguíneo, altura, peso, sexo, data de nascimento, cor da pele, informações trabalhistas, previdenciárias e criminais. A tecnologia dificultará a falsificação, com dispositivo antiescaneamento, imagens ocultas, palavras impressas com tinta invisível, fotografia e impressão digital a laser e várias outras tecnologias. Todas as informações pessoais serão enviadas e armazenadas em um banco de dados do Instituto Nacional de Identificação (INI). Moradores de Brasília, Rio de Janeiro e Salvador serão os primeiros a receber o registro de Identidade Civil – RIC -, o novo RG. Eles receberão uma carta informando sobre a troca.
50
De acordo com o Ministério da Justiça, a escola pelos Estados a iniciar a convocação foi aleatória. As cidades de Hidrolândia (GO), Ilha de Itamaracá (PE), Nísia Floresta (RN e Rio Sono (TO) também fazem parte do projeto piloto, que terá início no primeiro semestre de 2011. O Ministério da Justiça estima que a substituição da carteira de identidade será feita gradualmente, ao longo de dez anos.
8.11. CÁLCULO DO DÍGITO CONTROLE BASEIA-SE NO METODO 11 DA ESTATÍSTICA
DÍGITO CONTROLE DO RG 51
O dígito controle é calculado multiplicando-se os algarismos do número, da esquerda para a direita por 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9, sendo a soma dos produtos divididos por 11, o resto da divisão é o dígito controle, se o resto for 10, o dígito controle é "X" e se for zero será "0".
OBSERVAÇÕES: Não dispomos de informações sobre atribuições de números de RG em outros Estados.
EXEMPLOS: Exemplo 1: RG nº 21.471.421 - 4 (9 algarismos) – FORMA CRESCENTE (dígito controle) 2
X
2
=
4
1
X
3
=
3
4
X
4
=
16
7
X
5
=
35
1
X
6
=
6
4
X
7
=
28
2
X
8
=
16
1
X
9
=
9
TO T A L =
117 x 10 = 1170 !_11___ 070
106 4
O dígito controle é calculado multiplicando-se os algarismos do número, da esquerda para a direita por 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3 e 2, sendo a soma dos produtos divididos por 11, o resto da divisão é o dígito controle, se o resto for 10, o dígito controle é "X" e se for zero será "0".
Exemplo 2: RG nº 21.471.421 - 4 (9 algarismos) – FORMA DECRESCENTE (dígito controle) 2
X
9
=
18
1
X
8
=
8
4
X
7
=
28
7
X
6
=
42
52
1
X
5
=
5
4
X
4
=
16
2
X
3
=
6
1
X
2
=
2
TO T A L
=
125 !_11___ 15 11 4
DÍGITO CONTROLE DA CNH Exemplo:
CNH nº 036789396 07 (9 algarismos) (digito de controle)
3
X 2
=
6
6
X 3
=
18
7
X 4
=
28
8
X 5
=
40
9
X 6
=
54
3
X 7
=
21
9
X 8
=
72
6
X 9
=
54
TO T A L =
293 !_11___ 73
23
7
DÍGITO CONTROLE DO CPF Exemplo: CPF nº 235.343.104-62 (11 algarismos)
2
X
1
=
2
3
X
2
=
6
5
X
3
=
15
53
3
X
4
=
12
4
X
5
=
20
3
X
6
=
18
1
X
7
=
7
0
X
8
=
0
4
X
9
=
36
TO T A L =
116 !_11___ 6 10
2
X
0
=
0
3
X
1
=
3
5
X
2
=
10
3
X
3
=
9
4
X
4
=
16
3
X
5
=
15
1
X
6
=
6
0
X
7
=
0
4
X
8
=
32
6
X
9
=
54
TO T A L =
145 !_11__ 35
13
2
9. IDENTIFICAÇÃO VEICULAR Artigo 311 - “Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento”.
Pena – reclusão, de 3(três) a 6(seis) anos, e multa.
9.1. VISTORIA E O VISTORIADOR 9.1.1. CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS PELO POLICIAL MILITAR VISTORIADOR: 1) Disposição e localização correta do número do chassi.
54
Nota: sabe-se que determinados veículos, da mesma marca, possuem diferenças de tipos e localizações do número do chassi. 2) Verificar a correta localização da plaqueta identificadora do VIN. 3) Etiquetas autocolantes tornam-se destrutivas quando se tenta removê-la 4) Atentar ao ano do veículo. 5) Verificar autenticidade documental 6) Observar se a chave de ignição aciona as demais portas, ou se existem chaves múltiplas. 7) Observar o local do combustível. 8) Observar o alinhamento do volante de direção. 9) Verificar se o veículo possui alarme e se o mesmo foi desativado. 10) Verificar se há coincidência nos tipos e marcas dos pneus, bem como se os desgastes são constantes. 11) Evidenciar se há ranhuras no vidro do motorista. 12) Observar a retirada da etiqueta do cinto de segurança. 13) Verificar se as gravações nos vidros dos veículos mais novos apresentam asperezas ou borrões. 14) Verificar a autenticidade da placa traseira e de seu lacre. 15) Verificar se as borrachas dos quebra-ventos foram danificadas e se apresentam mordeduras por pressão.
9.2. CHASSI
55
O chassi é o suporte do veículo. É sobre ele que se montam a carroçaria, o motor, a ele se prendem as rodas, sendo a própria estrutura do veículo. Chassi tem o mesmo significado que suporte, estrutura. Sempre que se monta uma máquina, ou um instrumento, o suporte sobre o qual é montado o conjunto recebe o nome de chassi. Da mesma maneira, em se tratando de automóveis, é necessário que se pense numa estrutura para suportar todo o conjunto de carroçaria, motor, caixa de mudanças, eixo traseiro e dianteiro.
9.2.1. ELEMENTOS TÉCINOS DA GRAVAÇÃO DO NÚMERO A numeração do chassi é uma gravação alfanumérica de identificação veicular, que fica localizada na longarina ou no monobloco dos veículos e possibilita saber qual a procedência do veículo, ou seja, tem a mesma função do RG só que para automóveis. A numeração completa do chassi é muito importante para as montadoras de veículos, porque por meio desse código às montadoras e os órgãos reguladores, como CONTRAN, têm as informações completas dos veículos, como: região geográfica, país de origem, fabricante, modelo, ano de fabricação, e a própria série do chassi. Por definição do CONTRAN, Resolução 659/85, ficou regulamentado que o VIN (Número de Identificação do Veículo) deve ter 17 (dezessete) caracteres, divididos em:
- WMI – WORLD MANUFACTURERS INDENTIFIER Posição 1 a 3 – Identifica o Fabricante e o País de Origem - VDS – VEHICLE DESCRIPTOR SECTION Posição 4 a 9 – Descreve o veículo - VIS – VEHICLE INDICATOR SECTION Posição 10 a 17 – Identifica o veículo.
9.2.2. TIPOS DE NUMERAÇÃO DE CHASSI A numeração do chassi se divide em duas formas:
ORIGINAL: O chassi ORIGINAL é aquele que é gravado mecânica ou manualmente pelas Montadoras.
56
REMARCADO (ou REGRAVADO), que está dividido em duas formas:
a) Legalmente: Podemos definir esta modalidade com exemplo de uma situação onde ocorrerá um furto / roubo do veículo, seguindo de adulteração do número do chassi pelos ladrões. Após a Policia ter recuperado o veículo, após a devida identificação do verdadeiro número do chassi, atestado através de laudo expedido pelo Instituto de Criminalística do Estado, os órgãos de Trânsito autorizam uma empresa credenciada a efetuar a extração do número do chassi falsificado pelo ladrão e a REGRAVAÇÃO ou REMARCAÇÃO do número originalmente gravado pela Montadora. Fato este onde também poderá ocorrer, quando de uma colisão onde se danifique a peça suporte da gravação do número de chassi.
b) Ilegalmente: A própria palavra já é explicativa, ou seja, quando pessoa não autorizada pelos órgãos Públicos ou os ladrões de maneira criminosa, alteram a numeração do chassi gravado originalmente pelas montadoras ou importadoras (este último através de empresa credenciada pelo Detran).
9.3. TIPOS DE FRAUDES NA GRAVAÇÃO DO NÚMERO DO CHASSI Ao longo dos anos, diversos sistemas foram aplicados na adulteração dos caracteres identificadores de veículos automotores, tendo-se atribuído designação aos processos de adulteração, da forma como segue:
9.3.1. AUSÊNCIA DA NUMERAÇÃO DE CHASSI – neste processo a numeração do chassi é removida por meio de uso de instrumento atuante a guisa de abrasivo, de percussão ou de corte, com o objetivo de dificultar a identificação do veículo.
9.3.2. REGRAVAÇÃO – consiste na remoção parcial ou total da numeração de identificação do veículo, normalmente por meio do uso de instrumento abrasivo, para posterior gravação de outra numeração.
9.3.3. ADULTERAÇÃO SIMPLES – é aquela em que um ou mais caracteres sofre a alteração em sua configuração inicial por meio de rebatimento por sobreposição, dando origem a leitura de outro. É o caso da alteração do caractere “3” para “8”, “5” para “6”, “F” para “E”, “P” para “R” e outros.
9.3.4. RECOBRIMENTO DA PEÇA SUPORTE – é o recobrimento parcial ou total a numeração de identificação do chassi por meio do uso de massa plástica, estanho, etc., para posterior gravação de outra numeração.
57
9.3.5. COLOCAÇÃO DE CHAPA METÁLICA SOBRE A SUPERFÍCIE DA GRAV GRAVAÇ AÇÃO ÃO ORIG ORIGIN INAL AL – consiste no recobrimento parcial ou total da numeração de identificação do chassi por meio de chapa metálica (utilizando solda ou material adesivo) onde será efetuada a nova gravação de identificação do veículo.
9.3. 9.3.6. 6. SUBS SUBSTI TITU TUIÇ IÇÃO ÃO DA PE PEÇA ÇA SUPO SUPORT RTE E – neste processo ocorre à substituição parcial ou total da região onde se encontra gravada a numeração de identificação do chassi. Também conhecida no meio policial como “transplante” ou “implante”.
9.3.7. OCULTAÇÃO DA NUMERAÇÃO ORIGINAL E REGRAVAÇÃO PRÓXIM ÓXIMA A AO LOC LOCAL – consiste na remoção da numeração original do chassi e regravação em local próximo. Este processo também é utilizado nos casos em que o local da gravação da numeração de identificação do chassi sofreu alteração pela montadora.
9.3.8. 9.3.8. REMONTAGEM REMONTAGEM – é o aproveitamento de uma das partes do veículo, dianteira ou traseira, onde se encontra a gravação do chassi para ser remontada em veículo produto de furto ou roubo. EXEMPLOS: CHASSI E MOTORES
Identificação do transplante do VIN: Chapa com marcação do chassi WAUZZZ44ZGN082819 transplantada no painel corta fogo (Audi 100, ano 1986)
Recuperação dos dados da marcação do VIN: Marcação original do VIN (WVWZZZ1HZPB007108) no painel corta fogo (VW Golf III, ano 1993)
58
Recuperação dos dados da marcação do VIN: recuperação da numeração do chassi do veículo FIAT FIORI NO ano 1997 destruída totalmente pela corrosão corrosão (CRVA 003, Porto Alegre, RS)
9.4. IDENTIFICAÇÃO DE VEÍCULOS QUANTO À SUA INDIVIDUALIDADE No Brasil, o critério de identificação de veículos está estabelecido em diversas resoluções do CONTRAN. Estão em vigor as Resoluções 282/08 (voltada à verificação da identificação dos motores), 024/98 (estabelece critérios diversos de identificação), 641/07 e 288/08 (estabelece critérios para fabricação e lacração das placas de identificação) do CONTRAN. A Resolução 024/98, em vigor desde 1º de janeiro de 1999, revogou a de número 691/88 do CONTRAN. As principais alterações nela contidas foram:
a obrigatoriedade obrigatoriedade do cumprimento dos critérios critérios de identificação identificação estabelecidos estabelecidos tanto
para os veículos nacionais quanto para os importados;
a obrigatoriedade de duas etiquetas de identificação, e não mais três, e a utilização do
ano modelo ao invés do ano de fabricação na décima posição do número de identificação do veículo (VIN), tendo sido mantidos todos os demais critérios de identificação. A Resolução 282/08 (revogou as Resoluções 199/06 e 250/07), em vigor desde 26 de junho de 2008, estabeleceu estabeleceu critérios para verificação da identificação identificação dos motores dos veículos nacionais e importados, quando da ocorrência de transferência ou após receberem modificações. As Resoluções 641/07 e 288/08 estabelecem os critérios de fabricação e lacração das placas de identificação dos veículos em circulação no Brasil.
59
Desta forma, após detida análise das normas acima mencionadas, pode-se resumir como principais pontos de identificação dos veículos nacionais e importados em circulação no Brasil, os seguintes: a) a gravação do número de identificação do veículo (VIN) na estrutura do veículo, na profundidade mínima de 0,2 mm, em um ou dois pontos, conforme o tipo de veículo. b) a gravação do número seqüencial de produção (setor VIS do número VIN, conforme norma ABNT 6066) em seis dos seus seus vidros (pára-brisa, vidro traseiro traseiro e dois laterais de cada lado), quando existentes, conforme o tipo de veículo. c) a gravação do número seqüencial de produção (VIS) em duas etiquetas destrutíveis quando da tentativa de remoção (localizadas no batente da porta dianteira direita e no compartimento do motor), quando existentes, conforme o tipo de veículo. d) o motor do veículo. e) as placas de identificação do veículo. Em virtude das resoluções não poderem produzir efeito retroativo, cada resolução estipula critérios de identificação que são válidos somente no seu período de vigência, acarretando, dessa maneira, veículos em circulação com critérios de identificação diferentes.
10 10ªª POSIÇ OSIÇÃO ÃO DO CHAS CHASSI SI – destinada ao Ano Modelo do Veículo D E F G H J K L
1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990
M N P R S T V W
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
X Y 1 2 3 4 5 6
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
7 8 9 A B C
2007 2008 2009 2010 2011 2012
As letras que não são codificadas codificadas na décima décima posição do chassi são: I O Q U Z
9.5. IDENTIFICAÇÃO DE VEÍCULOS IMPORTADOS
60
Os veículos importados que não atendem aos critérios de identificação veicular, poderão ocorrer duas situações:
1ª)
GRAVAÇÃO
DO
CÓDIGO
VIN
ENCONTRA-SE
NO
PADRÃO
INTERNACIONAL, PORÉM, A 10 POSIÇÃO NÃ0 CORRESPONDE AO ANO DE FABRICAÇÃO. Os veículos importados que se encontrarem nessa situação serão registrados na tabela MARCA/MODELO/VERSÃO do RENAVAM, mediante os seguintes procedimentos: - O interessado deverá solicitar ao DENATRAN, autorização para a gravação do código VIN conforme norma NBR 3 - 6066/80 da ABNT, em local diferente da gravação estrangeira. - O DENATRAN orientará a formação dos caracteres que compõem o código VIN, sendo a mesma da gravação estrangeira exceto a 10a posição, que será gravada com o caractere de acordo com a tabela contida na NBR 3 – 6066/80 da ABNT (exemplo: M = 1991, N = 1992, P = 1993, R = 1994). - Para os veículos que a legislação determina que possuam gravações, no mínimo em dois pontos, deverá ser autorizada também as gravações suplementares em dois pontos, com base na Resolução 659/85-CONTRAN, alterada pela 691/88. - 0 órgão de trânsito deverá orientar para que as gravações dos vidros e as plaquetas ou etiquetas contenham os caracteres VIS (da 10a a 17a posição) da gravação suplementar.
2ª) GRAVAÇÃO DO CÓDIGO VIN ENCONTRA-SE TOTALMENTE FORA DO PADRÃO INTERNACIONAL (INFERIOR AOS 17 CARACTERES CONFORME NBR 3 6066/80 da ABNT). O interessado deverá solicitar ao DENATRAN, autorização para gravação do Código VIN em local diferente da gravação estrangeira, com base na norma NBR 3 - 6066/80 da ABNT, mediante a seguinte composição: a) - Posições 1ª, 2ª, 3ª - caracterizam o identificador internacional do fabricante - WMI. b) - Posições 4ª a 9ª - caracterizam a seção descritiva do veículo - VDS. c) - As posições 10ª a 17ª - caracterizam a seção que identifica o veículo – VIS.
Para efeito de fiscalização, o órgão de trânsito deverá fazer constar no campo de Observações" do CRV e CRLV a gravação estrangeira. CONDIÇÃO Menos de 17 caracteres
OBRIGATORIEDADE Remarcação total
Com 17 caracteres, porém a 10ª posição não é o Remarcação da 10ª posição por letra ou número do ano de fabricação ano de fabricação
9.6. EXAME DAS PLACAS 61
Placas de identificação – não é raro encontrar em um veículo ilícito (adulterado ou produto de furto/roubo) um par de placas de identificação original, ou seja, a identificação da placa corresponde ao veículo original e foi produzido dentro dos critérios previstos na legislação de sua época de fabricação, inclusive sua lacração, acarretando a existência de dois pares de placa de identificação originais com a mesma série alfanumérica, um instalado no veículo original e o outro no veículo ilícito. Esta circunstância esta diretamente relacionada com o fato de que, na maioria dos Estados da União, o serviço de confecção das placas e de lacração é terceirizado, sendo apenas fiscalizado pelo Governo. No caso do adulterador não conseguir um par de placas com as características originais de fabricação e de lacração, ele será obrigado a modificar os dispositivos de segurança deste ponto de identificação, ou seja, o “lacre” e o respectivo arame e as características de fabricação da placa
previstas na legislação. Estas alterações normalmente são perceptíveis na realização de um exame mais detalhado, contudo, com o veículo em movimento não são facilmente notadas. Em virtude da existência de diversos padrões de lacração nos Estados da União, da falta de disponibilização destes padrões em sistema e do fácil acesso dos adulteradores aos critérios originais de emplacamento, este ponto de identificação dos veículos não apresenta um bom nível de segurança.
ESTADO Paraná São Paulo Minas Gerais Maranhão Mato Grosso do Sul Ceará Sergipe Rio Grande do Sul Distrito Federal Bahia Pará Amazonas Mato Grosso Goiás Pernambuco Rio de Janeiro Piauí Santa Catarina Paraíba Espírito Santo Tocantins
PLACAS AAA 0001 a BEZ 9999 BFA 0001 a GKI 9999 GKL 0001 a HOK 9999 HOL 0001 a HQE 9999 HQF 0001 a HTW 9999 HTX 0001 a HZA 9999 HZB 0001 a IAP 9999 IAQ 0001 a JDO 9999 JDP 0001 a JKR 9999 JKS 0001 a JSZ 9999 JTA 0001 a JWE 9999 JWF 0001 a JXY 9999 JXZ 0001 a KAU 9999 KAV 0001 a KFC 9999 KFD 0001 a KME 9999 KMF 0001 a LVE 9999 LVF 0001 a LVE 9999 LWR 0001 a MMM 9999 MMN 0001 a MOW 9999 MOX 0001 a MTZ 9999 MVL 0001 a MXG 9999
62
Alagoas Rio Grande do Norte Acre Roraima Rondônia Amapá
MUA 0001 a MVK 9999 MXH 0001 a MZM 9999 MZN 0001 a NAG 9999 NAH 0001 a NBA 9999 NBB 0001 a NEH 9999 NEI 0001 a NFB 9999
A distribuição de placas atuais teve início pelo Paraná, em fevereiro de 1990 e o Estado do Amapá as recebeu em junho de 1998.
9.7. EXAME NOS VIDROS De acordo com o § 1º do artigo 2º da Resolução 024/98 do CONTRAN, que estabelece os principais critérios atuais de identificação dos veículos comercializados no Brasil, tem-se que: § 1º Além da gravação no chassi ou monobloco, os veículos serão identificados, no mínimo, com os caracteres VIS (número seqüencial de produção) previsto na NBR 3 nº 6066, podendo ser, a critério do fabricante, por gravação, na profundidade mínima de 0,2 mm, quando em chapas ou plaqueta colada, soldada ou rebitada, destrutível quando de sua remoção, ou ainda por etiqueta autocolante e também destrutível no caso de tentativa de sua remoção, nos seguintes compartimentos e componentes: I - na coluna da porta dianteira lateral direita; II - no compartimento do motor; III - em um dos pára-brisas e em um dos vidros traseiros, quando existentes; IV - em pelo menos dois vidros de cada lado do veículo, quando existentes, excetuados os quebra-ventos.
Processos mais comuns de adulteração : 1º simples destruição da gravação: lixar e por decalque, lixar e por insufilm. 2º lixar e regravar: na maioria das vezes permite levantar o número original - o número original é lixado até sumir visivelmente e dá-se polimento - deixa um sulco que dá para revelar. Se lixar 0,4 mm fica um buraco no vidro
63
9.8. EXAME DOS SELOS DE IDENTIFICAÇÃO Etiqueta contendo o nº VIS = oito últimos números do chassi - autoadesivas - autodestrutível - em papel de segurança
Resolução 691/1988 CONTRAN obrigava 3 selos de identificação: - um no compartimento do motor - um na coluna da porta dianteira direita - um debaixo do banco dianteiro direito A Resolução 24/1998 exclui o item debaixo do banco dianteiro direito, a partir de 1999. No motor: - normalmente no lado direito - GM: esquerda - Mercedes: parede frontal Normalmente, quando uma pessoa qualquer tenta arrancar o selo, não consegue sem destruí-lo. (“mala” consegue arrancar sem quebrar, mas não sem esticar (sem deformá -lo) Rouba-se mais de 400 carros/dia (que podem ter selo original
o selo é da “3M”.
9.9. EXAME NA REGIÃO DE GRAVAÇÃO DO CHASSI - profundidade: 0,3 mm (chapa toda = 0,8 mm) VW após 95 – corte de 0,4 mm - alinhamento / espaçamento: cuidado na consideração- deve-se valer da experiência porque não permite dizer se é ou não fraude - moto Yamaha é originalmente desalinhada - passar acetona!
64
10. PROJETO RENAVAM Em 1985 foi idealizada a implantação de um registro único da frota de veículos em circulação: o RENAVAM - Registro Nacional de Veículos Automotores, que em 1990 tem seu primeiro passo efetivado, com a adesão do Estado do Paraná neste sistema. No Sistema RENAVAM, os veículos são inseridos na Base de Índice Nacional (BIN) pelas informações fornecidas pelas montadoras (pré-cadastramento) e são utilizados pelos DETRANs na emissão dos documentos dos respectivos veículos. O Sistema RENAVAM foi concebido em módulos, com as seguintes finalidades:
a) PRÉ-CADASTRAMENTO – os dados de veículos nacionais são fornecidos pelas montadoras e os de veículos importados pelas unidades aduaneiras da Secretaria da Receita Federal e são inseridos na base de Índice Nacional (BIN);
b) ATUALIZAÇÃO CADASTRAL – registro de todas as atualizações ocorridas com os dados cadastrados do veículo, desde o primeiro registro até a sua baixa final, incluindo mudança de propriedade, mudança de características e transferência para outra Unidade da Federação, com ou sem troca de proprietário;
c) ROUBOS / FURTOS – registro através dos órgãos de segurança estaduais, das informações de ocorrência de roubo/furto, recuperação ou devolução de um veículo; d) MULTAS – permite aos órgãos autuadores o controle e a cobrança efetiva das multas resultantes de infrações cometidas por um veículo em outra Unidade da Federação, que não a de seu licenciamento ou em Rodovias Federais;
e) CONTROLE DE FRONTEIRAS – controla a permanência, em território nacional, de veículos licenciados em outros países, inclusive com a cobrança de multas de infrações de trânsito cometidas por seus condutores, e a saída de veículos licenciados no país para o estrangeiro;
f) ESTATÍSTICAS – a partir das informações disponíveis, são geradas estatísticas, que ficam disponíveis em terminais para consultas e em relatórios editados periodicamente;
65
g) CONSULTAS – permitem o acesso às informações existentes por qualquer usuário devidamente credenciado pelo DENATRAN;
h) CONTROLE GERENCIAL – fornece ao DENATRAN informações atualizadas sobre o processamento do sistema, permitindo o controle sobre quem acessa ou fornece as informações. Com base nas informações existentes no sistema RENAVAM, os diversos DETRANs dos Estados da União emitem os documentos dos respectivos veículos. Os dois documentos existentes são o CRV (certificado de registro de veículo) e o CRLV (certificado de registro e licenciamento de veículo), este último, o de porte obrigatório e renovado anualmente. Desta forma, a partir da implantação do sistema RENAVAM, os DETRANs dos Estados não podem mais inserir veículos na base nacional, sendo tal função execut ada pelo módulo “pré cadastramento”.
Considerando-se o aspecto prático da função fiscalizadora do Governo, foi uma evolução muito significativa, uma vez que antes da implantação deste sistema no Brasil não se conseguia pesquisar nem ao menos sobre a existência de um determinado veículo, o que permitia que este circulasse normalmente com documentos fraudulentos, uma vez que os órgãos fiscalizadores de um Estado não conseguiam obter informações referentes a veículos sob jurisdição de outro Estado. Após sua implantação, basta uma pesquisa à base de índice nacional (BIN) e se obtém uma gama de informações suficientes para a comparação com o documento do veículo apresentado (CRLV) quando de uma atuação fiscalizadora.
66
11. CODIFICAÇÃO TÉCNICA E SUA INTERPRETAÇÃO VEÍCULOS PASSEIO / MISTO
Tabela de Localização da Numeração do Chassi (Fonte: Porto Seguro)
I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII XIII
Veículos Passeio / Misto Painel corta fogo lado direito da bateria. Assoalho dianteiro ao lado do banco do passageiro. Acima do painel corta fogo – entre o pára-brisa e a chapa deste painel. Sob o assento do banco dianteiro. Sob o assento dianteiro – banco do passageiro. Compartimento traseiro do veículo (motor ou porta-malas). Curvão do painel corta fogo – ao lado esquerdo da bateria. Torre do amortecedor lado direito. Pára-lama dianteiro direito – próximo a torre do amortecedor. À frente do banco dianteiro do passageiro. Compartimento do porta-malas – lado esquerdo. Travessa de sustentação do banco traseiro – lado direito. Atrás do banco do passageiro.
Localização de Número de Chassi (Vans) MODELO LOCAL BESTA GS Ao lado do banco dianteiro do passageiro. BESTA Chassi traseiro – lado direito. TOPIC Chassi traseiro – lado direito. KOMBI (NOVAS) Lado direito, embaixo do banco dianteiro do passageiro. KOMBI (ANTIGAS) Próximo ao motor, no lado direito. H 100 Lado direito, embaixo do banco dianteiro do passageiro. MB 180 Próximo ao motor, no lado direito. TRAFIC No degrau, embaixo do banco do motorista. DUCATO Lado direito, embaixo do banco dianteiro do passageiro. SPRINTER Pára-lama dianteiro direito (no chassi, posterior ao pneu). IVE CO Pára-lama dianteiro direito (no chassi, anterior ao pneu). MITSUBISHI Lado direito, embaixo do banco dianteiro do passageiro.
11.1. CAMINHÕES E PICK-UPS 67
Caminhões e Pick-ups
A B C D E F G H I J L M
Longarina lado direito face externa – atrás da cabine. Longarina lado direito face externa – atrás da roda dianteira. Longarina lado direito face inferior – próximo da roda dianteira. Longarina lado direito face externa – próximo do estepe. Longarina lado direito face superior – visto pelo compartimento do motor. Longarina lado direito face inferior – abaixo da cabine. Longarina lado direito face externa – atrás do estepe. Longarina lado direito face externa – abaixo da cabine. Longarina lado direito face externa – a frente da roda dianteira. Longarina lado direito face externa – atrás da roda dianteira. Longarina direita face frontal – atrás da roda dianteira. Longarina direita face externa – direção do eixo. Centro da roda dianteira (meio).
68