Coleção ENCICLOPÉDIA DE CONHECIMENTOS FUNDAMENTAIS Sob a direção de Mário Ferreira dos Santos 1) CONVITE À CIÊNCIA I — de Júlio Minhan Minhan 2) CONVITE CONVITE A CIÊNCIA II — de Júlio Minh Minhan an 3) CONVITE CONVITE A CIÊNCIA CIÊNCIA IH — de Júlio Minh Minhan an 4) CONVITE CONVITE A CIÊNCIA IV — de Yolanda Lhullier dos Santos 5) CONVITE CONVITE A FILOSOFIA FILOSOFIA — *de Mário Ferreira dos Santos 6) CONVIT CONVITE E A FILOSOFIA PRATICA — ' de Mário Mário Ferreira dos Santos 7) CONVITE CONVITE A ESTÉTICA E A DANÇA — de Mário Mário Ferreira dos Batitofl o N&dia Santos Nunes Galv&o 8) CONVITE CONVITE A HISTORIA HISTORIA I — de Yolanda Lhullier dos Santos » ) CONVITE CONVITE A HISTORIA H — de Yolanda Lhullier dos Santos
ENCICLOPÉDIA DE CONHECIMENTOS FUNDAMENTAIS II
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e n c i a 2.o VOLUME
DE JÚLIO MINHAN
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LIVRARIA E EDITÔRA LOGOS LTDA. Bua 15 de Novembro, 137 — 8.® andar — Tel.: 35-6080 SAO PAULO
1.a edição, agôsto de 1961 2.» edição, agôsto de 1962
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS Êste livro foi composto e impresso para a Livraria e Editora LOGOS Ltda., na Gráfica e Editôra MINOX Ltda., à av.‘ Conceição, 645 — SÃO PAULO
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CAPITULO I — Raças Humanas Antropolo Antropologia gia e História História As Gr Gran ande dess Interrog Interrogações ações Um Pouco de Antropologia As Eras Eras do Homem Homem
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UAP1TULO II — Classificação Racial Os Grupos Sanguíneos As Grand randes es Divis Divisões ões ou Troncos Troncos Primár Primários ios
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CAPITULO III — Os Hominídeos Neandertalóides Caracteres do Homo Neanderthalensis Europa . . . O Crânio Steinheim África Os Fósse Fósseis is da Pale Palest stin inaa . . . . , Os Homens de Java
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CAPITULO IV — O «Homo Sapiens» Tipo de Cro-Magnon Tipo de Chancelade Homens Homens do Paleolítico Superior Os Homens Fósseis da África Austral Austral Fósseis da África Oriental . Os Homens de Pequim Os Homens de Wadsar Wadsar
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CAPITULO V — O Homem Não Surgiu na América Nunca Houve Antropóides na América . Pesquisas Atrasadas O Mito da Raça Pura Como Surgem as Diferenças . Civilização Megalitica Como a Civilização se Espalhou è ...
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CAPITULO VI — Fraudes e Fantasmasda Fantasmas da Evolução Fraudes Premeditadas O Synanthropus O Método do C-14 Os Argumentos da Natureza Uma Teoria Absurda A Doutrina Doutrina da Criação Criação
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CAPITULO VII VI I — Mistérios Desvendados Desvendadospela pela Paleontologi Paleontologiaa . . . CAPITULO VH VHII — Lendas Lendas Antigas Incertezas Etimológicas Etnologia Antiga e Moderna Conceito de Raça A Ünica Ünica Raça
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CAPITULO IX — Interpretações Gerais Gerais eConclusões O Aparecimento da Moeda no Mundo Moedas Atuais
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CAPITULO X — Um Pouco de História O Transiormismo Cristão
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CAPÍTULO I RAÇAS HUMANAS Com êste tomo, entraremos na “CIÊNCIA DO HO MEM” ainda muito obscura quanto à origem e os fins a que tend tende. e. Apesar da incerteza incerteza da origem orig em humana, humana, o fascínio que ela exerceu e continua a exercer sôbre nós, é mais do que justificado, pois descobrindo o caminho que a nature za trilhou para chegar ao “Homo sapiens" muitas das nos sas interrogações serão respondidas. Trataremos o assunto tal como a Ciência o encara; con cordaremos com o que seja possível concordar, e quando ela enverede por suposições, hipóteses ou teorias, nós as denunciaremos com franqueza. Singelamente pode dizer-se que a Antropologia é a ciên cia do homem (em grego, anthrópos, homem, e logos, ciên cia) ci a).. Entretanto, não estuda apenas apenas o homem, homem , enquanto homem, mas também as suas obras, suas realizações no mun do exterior, enfim tudo quanto traz impressa a marca que revela o espírito do homem, pelo que se vê que a Antropo logia pode tomar um sentido muito amplo, e abranger cam pos que formam o objeto de outras disciplinas, que não podem ser consideradas como subdivisões dela, como por exemplo, a Biologia. Biologia . Uma síntese síntese geral muito mu ito nos no s facilitará facilitará a boa compreensão e permitirá que distingamos com niti dez o campo específico da Antropologia.
ANTROPOLO ANTR OPOLOGIA GIA E H ISTÓ IS TÓR R IA Prescindindo Prescindindo de nós mesmos, mesm os, mas m as incluindoincluindo-nos nos no acontecer cósmico, observamos que os fatos sucedem uns aos outros. Mas, entre os fatos, nota-se, nota-se, desde logo, que apresentam semelhanças entre si, bem be m com co m o diferenças. Or Ora, a, êsses fatos novos, que se dão, semelhantes, iguais em mui tos aspectos aos outros que já se deram, são novos fatos. O que sucedeu passou, e o que sobrevêm vai sucedendo ao que acontece. Dá-se, assim, com o acontecer cósmico, o mesmo que se dá com co m o tempo. tem po. Cada instant instante, e, que vem, substitui substitui o que se deu. deu. Um minuto de tempo não permanece ao lado de de outro ou tro minuto. Êle Êle passa, passa, é um constante fluir, um cons co ns tante substituir-se, ficando apenas a marca que permite me morizarmos os que passaram, pois, na verdade, só penetra mos no passado pela memória escrita, ou gravada em nós mesmos, nunca fazendo-o retomar e transformar-se em pre sente, sente, com co m o algo que novamente novame nte fluísse. Dessa Dessa forma, form a, não é difícil ver que tudo que acontece dá-se nó tempo e, por is so, tem um carácter histórico, porque ser histórico é dar-se -se nó tempo. Conseqüent Conseqüentement emente, e, tudo é histórico no acon tecer cósmico, e o cosmos pode ser visto como história. Como o homem pertence ao cosmos, é êle também his tórico. tórico . A parte da ciênci ciênciaa que que estudas estudasse se o homem hom em com o ser histórico, e analisasse as suas obras, seria, então, a Antro An tropo po-h -hist istor orio iolo logi gia, a, enqu en quan anto to a que qu e estuda est udasse sse as relaçõe rela çõess entre a Antropologia e a Sociologia, cujo conteúdo, como ciência, estudamos em outra parte, seria, então, a Antroposociologia. Ora, o saber humano, de empírico foi-se tomando teó rico, e, à proporção que o homem verifica nos fatos certa
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coerência, que entrosa as diversas partes, e que há perfeita concordância entre êles, surge, então, um objeto específico de observa obs ervação ção e, e, conseqüentemente, conseqüenteme nte, uma ciência nova. As sim, a Antropologia foi, aos poucos, destacando-se do saber teórico em geral para tomar-se, já em nossos dias, uma dis ciplina independente. Não só as obras humanas, mas as diferenças que entre cias se verificam, como as diferenças de raças, de costumes, de habitat, etc., passaram a interessar os estudiosos que, através da observação e ao descobrir o nexo que as ligava, puderam construir essa ciência tão necessária que é a An tropologia. tropolog ia. Não Nã o abrange ela o estudo de tôda a ciência do homem, mas apenas um campo bem delimitado que, à pro porção que penetramos em seu estudo, tornar-se-á perfeita mente claro para todos. Não é a Antropologia uma ciência meramente descritiva das condições cond ições do homem e das suas suas obras. Ela procura saber os “porquês” dos fatos, ligar uns com os outros, com pará-los, para, através dessa comparação, captar os nexos que ligam uns aos outros. outro s. Assim, estuda, estuda, além dos do s elemen tos orgânicos, também os sociais. Com o auxílio auxílio da B iolo gia, que lhe dá valiosas contribuições, estuda, através das manifestações biológicas, tudo quanto possa colaborar para a constituição de um conhecimento acabado dos fatos que pertencem ao campo da Antropologia. O estudo analítico do corpo humano e as suas diversas manifestações oferecem-lhe dados importantes. E para maior desenvolvimento do seu campo, temos a colaboração da Fisiologia, da Paleontologia, e de tôdas as ciências afins. As ciênc ciê ncias ias hist hi stór óric icas as e soci so ciai aiss o fere fe rece cem m elem ele m ento en toss à Antro An tro pologia. pologia. Por isso isso os aspectos aspectos cult culturai uraiss do homem são in separáveis do estudo antropológico, porque aquêle se reve la como é, através de suas obras, e um conhecimento do homem é inseparável de suas obras. Nenhuma ciência é suficiente por si mesma para des vendar tôdas as suas maravilhas e nenhuma nos dá respos tas totais a muitas perguntas que o homem pensante é obri gado a fazer diante dos mil e um mistérios que a CIÊNCIA (aqui tomamos o têrmo na sua amplitude), ainda nos oculta. Para entendermos melhor a Antropologia, mister se faz conhecerem-se bem muitas outras ciências e especialmente Geografia.
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O estudo da Geografia nos mostra quão complexo e imenso é o Universo, quantos mistérios ainda estão ocultos ao homem, e quantas maravilhas ainda estão por ser des cobertas. coberta s. Mas, Mas, a par disso tudo, o conhecimento conhecim ento humano humano é uma grande realização, que levou milênios de sacrifícios, de sublimes esforços, de investigações perigosas e difíceis. E, no entanto, êsse infinito mistério do mundo sideral é perscrutado por um minúsculo ser dêste minúsculo planêta: o homem.
AS GRANDES GRANDES INTERROGAÇÕES Quem é o homem? hom em? De onde ond e veio? vei o? Que faz aqui? Para Para onde vai? A Ciência e a Filosof Filo sofia ia pr procu ocura ram m respon res ponder der a essas per guntas. Insatisfeito sempre em relação a tôdas as respostas, êsse minúsculo e frágil animal, transformando em potência a sua fraqueza, usando uma arma poderosa: a inteligência, aproveitando um instrumento de trabalho gigantesco: o pen samento, invade o infinito.
Uma chimpanzé com sua cria
No entanto, êsse homem de hoje, civilizado, é evidente que não foi o homem h omem de de sempre. sempre. Tempos houve em que enfrentava êle a natureza numa das lutas mais desiguais e imensas. De onde veio o homem? A ciência ciên cia pr proc ocur urou ou respon res ponder der a essa pergunta, porém, por ém, ainda está longe de o conseguir.
UM POUCO DE ANTROPOLOGIA Os antropólogos, que são os cultores da Antropologia, ""ciência do homem”, tomam como ponto de partida a idéia de que o homem deriva de outra forma animal mais primi tiva. tiva. É conhec con hecida ida a doutrina doutr ina do fam fa m oso os o naturalist naturalistaa inglês, inglês, Darwin, segundo a qual o homem, como os antropóides (isto é, os símios superiores, os que têm forma parecida à huma na, como o nome está indicando) são provenientes de um antecessor comum.
Gorila Gibão Muitos Mu itos julgam que o Homem Ho mem é pa paren rente te dêsses dês ses animais. animais.
Essa é a doutrina aceita pelos antropólogos: o homem e os antropóides (do grego, anthropoeidés, isto é, que tem a forma de homem) derivam de um ser comum, que já de sapareceu da superfície da Terra.
AS ERAS ER AS DO HOMEM HOM EM O homem, segundo a evolução, deve remontar a quase um mUhão de anosf partmaò ao i i d q chamadS1ifhõmém de Neandertal”, Neandertal” , que estudaremo estuda remoss aiiida aiiida.. Os dãrwinistas dãrwinistas nos dize dizem m que num erosos tipos d e ’ anim animai ais, s, que vivera viveram m sôbre a superfície da Terra, e hoje já não mais existem, devido às transformações por que passou a crosta terrestre, tiveram o homem como contemporâneo, considerando-se êste em um dos seus estágios anteriores. Assim, o hom ho m em conheconhe-
Homens Hom ens prim pr imitivo itivoss caçando caçando
ceu, como contemporâneos seus, em um dos estágios do seu desenvolvimento antropológico, sêres colossais, como os mamutes, mamu tes, p or exemplo. Çom o desaparecimento desaparecimento dos giga gigan n tescos animais, o antropóide desceu das árvores, e a partir daí, foi que apareceu, certamente, o Pitecântropo erecto, do qual (se cr crê) ê) proveio pro veio diretame diretamente nte o homem. homem . E êst êste, e, depois
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de milênios de luta constante contra a natureza e contra os animais, conseguiu, finalmente, tornar-se o rei dos sêres que habitam a superfície da Terra, influindo para a sua supre macia o descobrimento do fogo e a criação dos objetos rús ticos (machado de pedra, por exemplo), atingindo, a pouca e pouco, maior técnica, que o elevaria até à situação em que hoje se encontra. As idade ida dess (o u eras er as)) anter an terior iores es à atual, pelas pel as quais qua is o homem passou, foram as seguintes: a) era da pedra lascada, lascada, chamada também paleolítica (do grego: palaiós, antigo, e lithos, pedra), na qual o ho mem se aproveitou do sílex (pedra que é uma variedade do quartzo) para fabricar os instrumentos com que trabalhava: os machados, as facas, os perfuradores; b ) era da pedra polida, em que que o homem já consegui conseguiu u utilizar a pedra, polindo-a, para fabricar os seus instrumen tos de trabalho; c ) era dos do s metais, que se se subdividiu em duas duas idades: idad es: a do bronze e a do ferro, esta a mais próxima de nós, cujos aspectos pertencem mais ao estudo da História do que ao da Antropologia.
CAPÍTULO II CLASSIFICAÇÃO RACIAL Em seu "Antropologia Geral”, escreve A. L. Kroeber: "Quase todos chegamos a interessar-nos pelo problema da origem das raças humanas e pela história do seu desen volvimento. Vem os que a humanidade está está dividida em corto número de variedades que diferem notàvelmente em seu seu aspecto. aspec to. Na hipótese hipótes e de estas variedades serem modi mo di ficações de uma única forma ancestral, que é que os fêz al terar, e qual foi a história desta mudança? No estado atual da ciência, não podemos responder com segurança absoluta a estas perguntas tão importantes. Sabemos muito pouco acêrca das causas que modificam os tipos humanos; e a respeito da história das raças somente possuímos uma informação informaç ão incompl incompleta. eta. Os poucos pou cos frag mentos das procas apresentam-se demasiadamente dispersos para para ofere cer suficientes suficientes indícios útei úteis. s. O homem hom em mais an tigo, segundo os fósseis encontrados, não se coaduna com qualquer das variedades viventes. viventes. É excessivamente primi prim i tivo para conectar-se de um modo claro e definido com as raças existentes, tôdas as quais podem considerar-se como variedade intergraduais de uma única espécie — a do “Hom o sapiens” . Nos fósseis fós seis da segunda metade m etade da Antig Antigaa Idade da Pedra, no período Aurignacense, entre vinte ou vin te e cinco mil anos atrás, encontramos indícios que parecem antecipar antecipar as raças modernas. O tipo humano huma no chamado de Grimaldi possui, desde êste período, afinidades negróides; o tipo de Cro-Magnon e talvez o de Brünn, que são-lhe con temporâneos, tem mais afinidade com ò tipo caucasóide. Contudo, não conhecemos nem a origem nem a descendên cia destas raças fósseis. fóss eis. Apare ApareCem Cem e logo log o se desvanecem desvanecem da cena. cena. Tudo Tud o o que a Ev Evoluç olução ão pode deduzir dêstes dêstes frag
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mentos eomprobatórios é que as raças humanas, tal e como se distribuem atualmente sôbre a terra, devem ter-se for mado no transcurso de dezenas de milhares de anos pelo menos. Quando foi fo i o efeito que os fêz difer diferenci enciarem-s arem-se? e? sôbre que parte da superfície terrestre adquiriu cada uma suas peculiaridades? Com Co m o se subdividiram mais tarde, tarde, quais foram suas transições e que ocorreu com êstes sêres perdidos? — são perguntas que a Antropologia ainda não respondeu de maneira satisfatória. Sendo evidente possuir todo ser humano um grande número de traços ou feições diversas, o primeiro passo para classificar as raças é determinar a importância que se deva dar a cada um dêstes traços.
Homens Hom ens prim itivos itivo s cuidando cuidando do fogo fo go
Muitos aceitam que a estatura ou altura do corpo é o mais signifi significati cativo vo de todos todo s os traços. traços. Mas, Mas, conform e a ex periência já demonstrou, a estatura é de valor relativamen te limitado limitado para para os propósitos propó sitos da classificação. classificação. É fácil a imaginação enganar-se por uns tantos centímetros, ao con siderar-se a parte superior de um indivíduo, tornando-o meia cabeça mais alto ou mais mais baixo que outro qualquer. qualquer. Com exceção de poucos grupos, que, numèricamente, são bem mais insignificantes, não há raça humana cujo promédio de estatura seja menos de l,52m, e não existe promédio mais alto que o de l,77m l,77m.. Isto significa que, que, pràticamente, a
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variabilidade total da estatura humana, desde o ponto de vista racial, apresenta uma amplitude de 25cm, mais ou me nos. A maioria dos prom édios das populações não difere difere mais de 5cm, do promédio humano geral de l,64cm. Adem Ad emais ais,, é com co m p rov ro v a d o ser se r a estatu est atura ra basta ba stante nte influ in fluen en ciável ciável pelo m eio ambiente. ambiente. Quando nos levantamos levantamos pela pela manhã somos uma fração de centímetros mais altos que pela noite. Duas raças podem diferenciar-se hereditàriamente por cinco centímetros, mas, se todos os indivíduos da raça mais baixa estivessem bem nutridos e rodeados de um meio am-
0 HOMEM DE CRO-MAGNON Do crânio que aparece apar ece na gravura, gravur a, os evolucionistas evolucio nistas idea ram essa pretensa raça que por certo não se limitou à França Fran ça e muito menos men os a Cro-Magnon, mas espalhou-se p or tôãa a Europa, Ásia e até pela África.
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biente favorável, e se todos aquêles do grupo mais alto es tivessem mal alimentados com sobrecarga de trabalho, a ra ça, que de um modo natural é mais baixa, bem poderia ser realmente a mais alta e vice-versa. A medi me dida da a ntro nt ropo poló lógi gica ca,, que qu e pr prov ovàv àvelm elmen ente te seja se ja a mais mai s usada, é o índice cefálico, que expressa em forma de per centagem a proporção entre a longitude e a largura da cabe ça. O índice é quase quase o m esmo numa pessoa viva viva que o apresenta no crânio, ou é facilmente convertível no outro. Isto permite a comparação das gerações presentes e passa das. Ademais, o índice é virtualmente virtualmente o mesmo mes mo para os homens que para as mulheres, para as crianças e para os adultos. adultos. Finalme Finalmente nte parece que é pouc po ucoo afetado pelo meio ambiente. O resultado a que se chegou chego u depois de muito mu ito se se pesquisar, foi de que são poucos os grupos de população cu jo promédio prom édio de índice cefálico não se se conhece bem. A dificuldade que o índice cefálico apresenta sob o ponto de vista da classificação racial, é o de não produzir resultados suficientemente amplos. Muitas vêzes o índice é útil para distinguir subtipos, para distinguir uma nação, ou tribo, de outras; mas as raças primárias não são uniformes. Não existe, por exemplo, uma forma de cabeça típica do tronco caucasóide, pois existem caucasóides de cabeça estreita, mé dia e larga. larga. O mesmo mes mo se pode po de dizer dos do s índios americanos, americanos, que, de uma maneira geral, são bastante uniformes, mas variam muito no formato da cabeça. O índice nasal, que exprime a relação existente entre a longitude e a largura do nariz, é muito mais constante nas grandes raças. Praticamente, Praticamente, tod os os negróides negró ides são de na riz largo, e todos os caucasóides são de nariz estreito, sen do que a maioria dos grupos de afinidades mongolóides são de nariz nariz mediano. Mas o índice nasal nasal varia varia de acôrdo acô rdo com c om a idade da pessoa, e é totalmente diferente no ser vivo e no crânio. Parece refletir a herança de uma maneira maneira menos direta que o índice cefálico, e, finalmente, nada nos diz acêrca da elevação, perfil ou formação geral do nariz. O prognatismo, ou o grau de projeção dos maxilares, é um conspícuo aspecto do perfil, e poderia parecer de al guma importância histórica como um sinal primitivo, con siderando-se que todos os outros mamíferos são mais prognatos que o homem. homem . Êste Êste traço tem também uma corre corr e lação laç ão geral geral com co m os tipos raciais raciais fundamentais. Quase toto-
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•dos os negros são prognatos, os indivíduos de tipo mongolóide o são moderadamente, e os caucasóides ligeiramente. Não obstante, o prognatismo é difícil de ser medido ou de ser colocado em cifras. Desenharam-se vários modelos, mas sem resultados completamente satisfatórios. Medimos a capacidade do crânio, enchendo-o com mu nição niçã o òu com semente semente de milho. O prom édio masculino
ASC A SC E N S ÃQ BIO BI O LÓ G IC A DO H O M EM
A p a rtir rt ir do protoplasm protop lasmaa prim itivo até o "hom "homo^ o^sa sa/p /pie iens ns”” , vemos aqui toda a escala zoológica .
universal, conseguido pelo método da munição, é cêrca de 1,450 a l,500cc, com 10% menos para o sexo feminino. O tipo de cabelo é, atualmente, considerado como uma das bases mais valiosas para a classificação das raças, e,
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talv talvez ez,, com co m o a mais significa significativa tiva de tôdas. O cabelo dis tingue-se como crespo no negróide, liso no mongolóide e on dulado no caucasóide. Esta textura textura depende, de uma ma neira geral, dos diâmetros de cada cabelo, conforme revela o exame do corte transversal visto ao microscópio; em par te, também, da retitude ou curvatura dos sacos da raiz do cabelo cabe lo que se encontram dentro da pele. A textura textura do ca belo parece guardar um paralelo bem mais rígido com as linhas raciais hereditárias, e não ser influenciada pelos fatôres idade, sexo, clima ou alimentação. A pilo pi losi sida dade de corp co rpor oraa l em geral, gera l, é outr ou troo traç tr açoo ao qual se tem dado cada vez maior ma ior atenção. atenção. A abundância ou es cassez da barba, e o grau do desenvolvimento da pilosidade do baixo ventre, são as suas manifestações mais notáveis. Os caucasóides constituem, com tôda claridade, um grupo de grande pilosidade, os mongolóides e a maior parte dos negróides são de pele lisa lisa.. É pela pilosidade, em grande parte, que se diferencia a raça dos australianos da dos ne gróides, e os ainos dos japoneses. Excetuando a estatura, com tôda probabilidade, é a côr o traço mais característico de qualquer uma das raças. raças. De pois da côr, deve-se incluir a pele, o cabelo e os olhos. Não obstante, todos êstes traços apresentam dificulda des ao antropólogo. Na pele humana, não há mais que um único pigmento; portanto, difere somente em quantidade. quantidade. Por esta razão, contamos com uma série completa de tons de transição, e torna-se difícil expressar quantitativamente essas diferenças. Impressionam muito o observador, mas transformá-los em números, com exatidão, é uma tarefa dificílima de se con cluir. cluir. O meio me io ambiente também afeta notavelmente a côr cô r da pele, pois, exposta mais ou menos prolongadamente, obscurece-se curece-se em vários tons. Não obstante as dificuldades apresentadas, a côr da pele continua sendo suficientemente importante como fator para qualquer classificação. A c ô r d o cabe ca belo lo e a c ô r d o s olho ol hos, s, pratic pra ticam ament ente, e, são sã o imunes à mudança direta direta do meio m eio ambiente. É, sem sem dúvi da, uma das melhores bases hereditárias, apesar de oferece rem muita resistência à medição, tal como a côr da pele. Entretanto, a utilidade dêstes traços tra ços encontra-se limitada por outro fator; ou seja, sua estreita distribuição: os olhos
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azuis e o cabelo louro são, somente, características raciais de uma simples sub-raça, a do norte da Europa; no centro da Europa, o tom já é muito mais forte; ali o tipo predominan te é o moreno. mor eno. No sul da Europa, os olhos azuis azuis e o cabelo louro abundam muito pouco e são resultados da mistura com os povo po voss do norte. Fora do tronco tron co caucasóide caucasóide,, a regr regraa universal para a humanidade é: olhos negros e cabelos ne gros. É evidente que a prática mais simples para chegar-se a uma classificação bem definida, seria agrupar todos os po vos da terra de acôrdo com um único traço, tal como a for ma do nari narizz ou a côr. Contudo, uma classificação classificação com o esta seria artificial e muito defeituosa, justamente porque omite om ite a maioria ma ioria dos caracteres. caracteres. A única classificação, que que pode pretender apoiar-se numa base natural ou verdadeira, é aquela que tome em consideração tantos traços quantos seja possível, e no qual se conceda importância a êles tal qual merecem . Se com co m o resultado resultado de tal tal agrupação, algu alguns ns povos ficam como intermédios, ou de lugar incerto na clas sificação, não sendo congruente êste resultado, o leitor tem o direito de o aceitar ou rejeitar, conforme seus estudos e tendências.
OS GRUPOS SANGUfNEOS Uma das novas informações ao estudo das raças, tal vez a mais interessante, refere-se aos grupos sanguíneos, ra mo da fisiologia de grande importância médica em relação às transfusões sanguí sanguíneas neas.. T odo od o ser humano human o pertence a uma das quatro classes ou “grupos” AB, A, B e O, de acôrdo com as substâncias específicas que contenha o sôro e os glóbulos sanguíneos, substâncias que causam a aglutina ção dos glóbulos, quando se injeta sôro de indivíduos de certos tipos no sangue em outros. Em realidade, entre a maior parte das populações, exis te variabilidade variabilidade local local maior. No sul e no oeste da Europa, a m aior parte é do tipo A. A. O tipo B predomina, em excesso, excesso, na índia e na área perto per to do d o norte da Chin Chinaa e Manchúria. Manchúria. En tre a maior parte dos negros, malaios e indochineses, as percentagens de A e de de B são mais equilibradas. equilibradas. Os povos pov os que apresentam uma grande percentagem do tipo O são quase sempre os de continentes ou ilhas longínquas, ou da queles que vivem em grupos isolados. Há os que acreditam ser o tipo O o original na humani dade, e que os tipos A e B originaram-se depois com mu tações separadas, o A na Europa e o B na índia, e que de pois se propagaram pela mescla racial, acusando pessoas da classe AB tanto o carácter A como o B em seus antepas sados. Não obstante, é difícil de compreen com preender der a razão de de o norte da China e Manchúria terem derivado da índia gran de parte de seu sangue, e se assim aconteceu, como explicar o sul da China e o Japão reterem um excesso de A em pro po rç rçõe õess quase quase idênticas idênticas à Rússia Rússia e Polônia? Por outro la do, os ciganos, que historicamente são conhecidos como um grupo emigrado da índia, conservam as típicas proporções hindus. hindus. Ressalta à tôda prova prov a que não se encontra uma explicaçã exp licaçãoo satisfatória, integral, a êste assunto. É possível possív el que ao lado das supostas mutações simples A e B, e das mis turas posteriores, tenham intervindo atôres desconhecidos.
AS A S GRAND GRA NDES ES D IVIS IV ISÕ Õ E S OU TRONCOS TRON COS PRIM PR IMÁR ÁRIO IOS S Pode-se ver que existem três grandes divisões, das quais podem tomar-se como representantes o europeu, o negro e o chinês. chinês. Estas três classes primárias geralmente se deno den o minam Caucasóide, Caucasóide, Negróide Negróide e Mongolóide. Mong olóide. Também Tam bém se usa, freqüentemente, os têrmos de côr Branca, Negra e Ama rela, mas é necessário recordar que se emprega somente por convir conv ir à brevidade sem valor descritivo. Há milhões milhões de de «aucasóides que são de côr mais escura que milhares de mongolóides”. “A classificação, de Blumenbach, exposta em 1775, é a mesma no essencial, exceto pela adição de uma quinta va riedade, a Oceânica. Por outro lado, o critério de que a humanidade poderia dividir-se satisfatoriamente em troncos Caucasóide, Negrói de e Mongolóide, é resultado de trabalhos feitos por antro pólog pó logos os franceses. Aquêles Aquêles que adotaram êste êste princípio, trataram de ajustar tipos divergentes como o dos austra lianos e o dos polinésios a um ou outro dêstes grandes gru po s. Pouco Pou co valor deram a êste êste processo, process o, cheg chegand ando-s o-see mes mo a não estimar como valiosos alguns dados importantes. Por esta razão, melhor nos convém não façamos aqui de masiado mas iado pormenorizada porme norizada essa essa classificação triparti tripartida. da. Es ta classificação, evidentemente, absorve de modo indevido a grande massa da humanidade, mas o melhor é reconhecer que, mesmo considerada fundamental, requer certa margem de extensões a mais das linhas indicadas nas três divisões. A cla cl a ssif ss ific icaç açãã o feita fe ita p o r Denike Den iker, r, antr an troo p ó log lo g o fran fr ancê cês, s, •é uma das das mais elaboradas que até agora se formulou. form ulou. Con sidera 6 grandes divisões, 17 menores e 29 raças separadas. A cla cl a ssif ss ific icaç açãã o se base ba seia ia funda fun dame ment ntalm almen ente te na textur tex turaa d o cabelo. Temos de notar que a Antropologia usou o vocábulo _raça*no seu sentido biológico, para um grupo unido pelo
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sangue sangue ou pela herança. . Uma raça é uma subdivisão subd ivisão de uma espécie e corresponde a uma casta nos animais do mésticos. Popularmente, a palavra se emprega num senti senti do diferenteTJ ou seja, no de uma população que tem alguns traços em comum, quer hereditários ou não hereditários, Biológi Bio lógicos cos ou sociais, iti costum cost ume, e, mas cientificamente cientificam ente ine ine xato, falar da raça francesa, da raça anglo-saxã, da cigana e da judia. Os franceses constituem uma nação naç ão e uma nacio nac io nalidade, com uma língua substancialmente comum, mas sob o ponto de vista biológico, pertencem a uma raça mui to mesclada, mesclada, mas imperfeitamente imperfeitamente fundida. O vocábulo vocá bulo anglo-saxão se refere em primeiro lugar à linguagem, e incidentalmente a um grupo de costumes, tradições e pontos de vista que mais ou menos estão associados com a linguagem. Os ciganos formam uma casta autoconstituída, com costu mes, ocupações ocupaç ões s idioma próprio pró prios. s. Atualm Atualment ente, e, os judeus, que formaram uma nacionalidade, outrora constituíam um corpo religioso, que, algo variável em parte pór coesão in terna e em parte por pressão externa, também tendem a constituir constituir uma casta. casta. Evidenciam pouc po ucoo o tipo racial racial here ditário e as medições indicam que em cada país se aproxi mam ao tipo físico da população. É possível que pareça de pouca importância que a pa lavra raça se restrinja ao seu sentido estritamente biológi co ou que se use com co m maior liberdad liberdade. e. Não obstante, obstante, a am bigüidade na terminologia termin ologia transcendeu ao raciocínio racio cínio.. Quan do se fala uma centena de vêzes da “raça francesa”, inevitàvelmente estamos tentados a considerar os habitantes da França com co m o uma unidade unidade biológica, o que não são. A ba se do êrro é a confusão dos traços e processos orgânicos, com os superorgânicos ou culturais; da herança com a tra dição ou a imitação” . • Como no capítulo sétimo, voltaremos a falar das raças e do significado que se lhe tem dado, aqui, nos demoraremos nas considerações já apresentadas dos diversos traços com os quais essas raças foram for am e estão sendo classificadas. classificadas. Na verdade, não há traço característico que nos permita desig nar êste ou aquêle fóssil como pertencendo realmente a uma raça definida e separada em si mesma mesm a das outras. Os tra ços apenas poderão definir alguns tipos. Nos dois capítulos que se seguem, veremos que os pró prios antropólogos estão em grande perplexidade quanto aos caracteres estudados e que êles mesmos confessam estar confusos.
CAPÍTULO III OS HOMINÍDEOS NEANDERTALÓIDES O que sabemos sabem os dos hominídeos hom inídeos de Neandert Neandertal al é que eram rudes, tanto pelo físico como pelas capacidades inte lectuais, conclusão esta tirada das indústrias grosseiras que não ultrapassavam o estágio do assim chamado — aprendi zagem. A A n tropo tro polo logi giaa mund mu ndia iall p o ssiu ss iu p o u c o s docu do cum m ento en toss osteológicos dos artífices das primeiras indústrias quatemáxias, ao contrário dos homens do Paleolítico médio que nos são perfeitamente conhecidos através de um número quase astronômico de crânios e uns poucos esqueletos em muito boas bo as condições. cond ições. Com o veremos,_ é um tipo um tanto dife rente que muitos julgam não sé aproximar ãõ dõ “Homo sapiens”, e que, no sentido lógico do têrmo, pode ser con siderado cõm cõ m ó uma espécie distin distintã. tã. Por êste êste fato, recebeu recebeu o nome de “Homo neanderthalensis”, vocábulo tirado do lo cal oridé fóí encontrado (Neanderthal). Esta espécie humana apresenta um número de caracte res anatômicos que a aproxima de outros primatas e, par ticularmente, ticularmente, dos antropóides. As descobertas dêstes dêstes últi mos tempos mostram-nos que a sua área de extensão abran gia iima grande parte do velho mundo, onde estava repre sentado p or diversos d iversos tipos. Portanto, na história história do sur gimento gim ento do humano, trat trata-s a-see de um estágio estágio diferente diferente do “Homo sapiens fossilis” talvez mais primitivo e, sem dúvi da, mais antigo. antigo. Por Po r êste êste fator, Schwalbe prop ôs que se chamasse “Homo primigenius”, que lhe convém melhor do que o mencionado “neanderthalensis”, que temos conserva do apenas em respeito às leis de prioridade.
CARACTERES DO HOMO NEANDERTHALENSIS Temos, para estudo, vários esqueletos do "Homo neanderthalensis”. derthalensis” . Entre os mais importantes pela sua conser cons er vação, podemos incluir os de La Chapelle-aux-Saints e os de La Ferrasie. Ferrasie. O primeiro prim eiro foi fo i descob des coberto erto a 3 de agôsto de 1908, pelos abades A. Bouyssonnie e J. Bardom, no fundo de uma gruta com sedimentos do mustierense, perto de La Chapelle-a Chapelle-aux-Sa ux-Saints ints CCorrèze). CCorrèze). O segundo segu ndo fo i encont enc ontrad radoo pelos senhores Capitam e Peyrony em sedimentos mustierenses também, de um abrigo que ficava sob uma rocha, nas vizinh vizinhança ançass de de Buque (D ordonh ord onh a). A esta estass é preciso acrescentar a do crânio de La Quina (Charente), que foi ter às mãos mã os do Dr. Henri Marti Martin. n. Tod os os achados foram fei tos em condições que não deixam dúvida acêrca das condi ções em que foram encontrados os fósseis, e o sedimento em que jaziam. jaziam. Há, porém, porém , certa controvérsia (não (nã o podia deixar de existir) sôbre que indivíduo representam. A desc de scri riçã çãoo d o esque esq uele leto to de La Chapelle-aux-Sai Chapell e-aux-Saints nts f o i publicada entre 1911 e 1913, por Boule, de quem tomamos as afirmações que seguem: A estatur esta turaa d o s hom ho m ens en s de Neand Ne anderta ertall é relativa rela tivame mente nte baixa: a média estabelecida, a partir dos ossos longos de di versas procedências, não ultrapassa l,55m, o que a coloca abaixo da média méd ia dos homens hom ens atuais, atuais, que é 1,65 ,65. Já a cabeça cab eça mostra o contrário: é volumosa e apresenta um extraordi nário desenvolvimento da face; os membros têm proporções humanas, mas o antebraço e a perna são relativamente cur tos em relação ao braço bra ço e à coxa. Mencionaremos Mencionarem os diversa diversass disposições anatômicas, as quais nos permitirão supor que êstes homens, possuindo a posição bípede, deviam ter uma altitude menos ereta que temos hoje. A CABEÇA CAB EÇA:: a cabe ca beça ça dêste dês te tipo ti po é volu vo lum m osa os a e desp de spro ro porcionada em relação à estatura um tanto curta do esque
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leto. leto. Conform Con formee as dimensões do comprimen comp rimento to (208mm) e da largura (156mm), ultrapassa bastante a média dos crâ nios modernos. mod ernos. É releva relevante nte pelo desenvolvimento desenvolvimento da face com respeito ao crânio cerebral e pelas arcadas superciliares extraordinariamente desenvolvidas, reunidas entre si por um rebordo contínuo e caído para a frente tal como uma viseira, que pode comparar-se ao “tórus” circum-orbital dos maca cos antropóides. O crânio ósseo é dolicocéfalo dolico céfalo;; visto por cima, seu contômo é também ovóide; na retaguarda, o re bordo orbital apresenta uma forte constrição frontal; de perfil, apresenta um achatamento considerável na região fronto-parietal; a fronte é baixa, algo arqueada, mais fugidia do que em qualquer outro ou tro tipo atua atual. l. A secção secç ão transvers transversal al é deprimida, formando uma curva regular e de tipo perfei tamente humano.
Do D o homem mais prim itivo, através atra vés do de Neanderta Nea ndertall ao de Cro-Magnon
A regi re gião ão p o ster st erio iorr do crân cr ânio io form fo rm a uma um a saliênc sali ência ia p roe ro e minente, enquanto qua a face occipital apresenta um acha tamento, que dá a idéia de um antropóide. O rebord reb ordoo trans trans versal, que limita nas duas partes da escama occipital, está, tal como nos homens e contrariamente ao que se passa nos antropóides, antropó ides, separada separada da crista supramastóide. O buraco bur aco occipital encontra-se um pouco mais atrás do que nos ho mens atuais. Estas disposições permitem presumir que a cabeça, em vez de repousar firme sôbre a extremidade da coluna verte-
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bral, devia estar ligeiramente inclinada para a frente. Isto parece estar confirmado pela morfologia das vértebras cervicais. A regi re gião ão tem te m pora po rall aprese apr esenta nta cara ca ract cter eres es que qu e lem le m bram br am certas disposições antropóides: a sutura têmporo-parietal é menos arredondada que nos homens, o rochedo do tempo ral assemelha-se ao dos chimpanzéz e as apófises mastóides são extremamente reduzidas; finalmente, em frente ao bu raco auditivo auditivo externo, externo, uma apófise post-glenóide. post-glenóide. Já a fos sa glenóide é nitidamente limitada e do tipo humano. A capa ca paci cida dade de endo en docr cran ania iana na é para pa ra o espé es péci cim m e de La Chapelle-aux-Saints de 1.600cc, e que corresponde às “ra ças” ças ” modernas mais elevad elevadas. as. Esta cifra pod e ser ser um má ximo individual, uma vez que em outros indivíduos do lote a capacidade é sensivelme sensivelmente nte mais baixa (1.300 (1.3 00cc) cc).. Como Com o vemos, a média aproxima-se de 1.450 cc, que é ainda uma cifra que entra nos limites dos tipos atuais, especialmente dos negros. Na realidade, êste valor absoluto da capacidade só se refere às grandes dimensões do conjunto do crânio e não a poderemos considerar como índice do desenvolvimento inte lectual lectual do tipo em consideração. Fica, Fica, porém poré m , algo algo abaixo abaixo da cifra que poderá atingir um indivíduo do tipo moderno, cujo crânio, apresentando as mesmas dimensões em com primento e largura, estivesse normalmente desenvolvido em altura: a capacidade relativa é, com efeito, reduzida em vir tude da extrema platicefalia (largura) do crânio. Aliás, as da cavid ca vidad adee endo en docr cran ania iana na revelam reve lam,, na m o r fo lo gia geral do encéfalo encé falo do homem hom em de Neandertal, Neandertal, uma mistura de estruturas humanas e simiescas, sendo as últimas as mais numerosas, segundo afirmam os antropologistas. Assim, Ass im, pela pe la simpl sim plici icida dade de geral ger al e o aspe as pect ctoo das circu cir cunnvoluções, a redução do lobo frontal, o desenvolvimento da 3.a circunvolução frontal frontal e o lobo lo bo occipital, occipital, são outros tan tan tos índices possíveis de inferioridade intelectual e de relati va predominância das zonas sensitivo-motrizes sôbre as cha madas de “associação", que são a sede das faculdades in telectuai telectuaiss e do pensamento. Pelo contrário, o volume do encéfalo, a desigualdade dos dois hemisférios cerebrais e di versos outros detalhes estruturais são totalmente humanos.
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A face fa ce é p rop ro p orci or cion onal alm m ente en te enor en orm m e e pr proe oem m inen in ente te ao mesmo tempo, baixa, larga e, sobretudo, notável pela sua ausência de fossas caninas nos maxilares e pela reunião dêstes, segundo uma superfície plana e contínua com os ossos malares. As órbi ór bita tass são sã o notáv no távei eiss pela pe la grandez gran deza, a, c o m saliên sal iência cia redonda e contínua que as encima.
CRÂNIO DE KROMDA1 Na localidad localidadee de Kromdai Krom dai f o i achado o crânio da gravura. gravu ra. Com êsse crânio poderemos construir qualquer símio supe rior, antropopitecos ou mesmo um, "homo-sapiens".
A abertu abe rtura ra nasal é alta e larga, larg a, mas ma s o s oss os s os nasais nas ais são sã o do tipo inteiramente humano, com a raiz do nariz mergu lhada em uma profunda depressão, também do tipo essen cialmente humano. A mand ma ndíbu íbula, la, extrem ext remam amen ente te robu ro bust sta, a, disting dis tingue-s ue-see ime im e diatamente pela forma de sua região sinfisária, onde não
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existe queixo e cujo perfil é, ou fugidio para a retaguarda, como no tipo de La Chapelle-aux-Saints, ou vertical, como na de La Ferrasie. Ferrasie. Em todo tod o o caso, a ausência ausência de tal sa sa liência tão constante no “Homo sapiens”, é um dos traços mais característic carac terísticos os no homem hom em neandertha neanderthalens lensis. is. O resto da maxila é maciço; os ramos ascendentes são, como nos antropóides, largos e baixos; a parte interna da região sinfásia (articulação imóvel) apresenta, na sua morfologia e na disposição das impressões musculares, um certo número de caracteres distintos, que lembram, atenuados, os antro póides.
SURGE A INTELIGÊNCIA 0 troglodita aprende a usar uma alavanca.
A DENT DE NTIÇ IÇÃO ÃO — As arca ar cada dass dentár den tárias ias são sã o largas, larg as, a sua forma é do tipo humano com algumas pequenas diferenças, que podem derivar das deformações devidas à fossilização. Os dentes são mais fortes e também do tipo inteiramente humano, não há diástemas (interstícios) onde se alojam os caninos das feras, uma vez que os caninos não ultrapas sam o nível dos outros; os molares estão todos igualmente desenvolvidos, e lembram, pela sua estrutura e pelo número dos seus dentículos, os das populações negróides atuais.
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COLUNA VERTEBAL — É, sobretudo, notável pela eS' trutura das vértebras cervicais nas quais as apófises espi nhosas, em lugar de serem como nos homens atuais, curtas e rebatidas para trás, são, ao contrário, relativamente lon gas e dispostas perpendicularmente ao eixo da coluna; a 6.a e a 7.a 7.a, sobr so bretu etudo do,, são típicas típic as neste pont po nto; o; assemelham-se aos antropóides antrop óides,, em especial, especial, ao chimpanzé. As superfícies articulares são, também, menos oblíquas que nos homens modernos. mo dernos. Tôdas estas estas disposições disposiçõe s são índice de uma m e nor curvatura da região cervical e da posição da cabeça li geiramente em falso na extremidade da coluna vertebral co-
UM SÍMIO SUPERIOR Sua atitude parece humana, mas nem por isso adquiriu o direito que a evolução lhe conferiu: ser ancestral do homem.
m o deixamos dito. Parece que a curvatura curvatura lombar lom bar era igualmente menos pronunciada do que nos homens mo dernos. OS MEMBROS — Começaremos por dizer que as cin turas, escapular e pélvica, são nitidamente humanas, embo ra algu alguns ns pormenores m orfológicos orfoló gicos especiai especiaiss permitam permitam a um anatomista distingui-los dos seus homólogos modernos.
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Os membros têm proporções perfeitamente humanas, mas os posteriores são relati relativame vamente nte curtos. O úmero úm ero é humano, o rádio arqueado aproxima-se do dos antropóides e o cúbito dos outros macacos; a mão é absolutamente hu mana mana nas suas suas propor pro porçõe çõess e na forma. form a. Os m embros em bros infe infe riores são interessantes pela forma típica do fêmur, que é maciço e fortemente arqueado, como o dos gorilas e dos chimpanzés. chimp anzés. As tíbias são curtas e grossas; grossas ; a sua face ar ticular superior superio r (prato-tibial) (prato-tib ial) está inclinada inclinada para trás. trás. Es ta retroversão muito rara nos homens atuais estabelece a relação entre a tíbia dos antropóides e dos macacos; pa rece indicar que a posição vertical e articulação tíbio-femural devia estar estar ligeiramente ligeiramente arqueada. Finalmente, o pé, pé , totalmente humano, apresenta, nas diversas partes, caracte res simiescos atenuados, que fazem pensar em uma ances tral adaptação arborícula. arborícu la. Sem dúvida, se houve essa essa an an cestral adaptação arborícula, as conclusões ficaram mais difíceis para os antropólogos, pois, na escala zoológica do homem, não nos consta que tenha existido um ancestral com essa tendência. Os caracteres, que temos resumido, foram especialmen te encontrados pelo estudo do esqueleto de La Chapelle-aux-Saints; encontram-se em outros indivíduos europeus e atual mente conhecidos (que vamos mencionar), porém, com va riantes individuais. Por Po r exemp exe mplo, lo, a saliência das arcadas supraciliares e o seu espessamento podem ser mais ou me nos pronunciados. São mais reduzidos no indivíduo indivíduo de Gibraltar e mais ainda no de M. Moustier, o que pode mais provir da sua idade ainda jovem; a forma da testa varia também no homem de La Quina, que é mais plana do que nos outros indivíduos. Vem Ve m os, os , c o m efeito efe ito,, que qu e êste tipo ti po corr co rres espp onde on de a um ser que, pelo seu desenvolvimento cerebral, pela disposição bí pede, pelas proporções dos membros e diferenciação fun cional das suas faculdades de invenção, coloca-se, incontestàvelment tàvelmente, e, entre os homens. Pode Pod e diferir dos que atua atuall mente vivem ou dos que vamos estudar ainda por uma sé rie de disposições anatômicas, cuja amplidão ultrapasse em muito as simples variações morfológicas em que assenta a distinção entre os diversos tipos.
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Mesmo admitindo que constitua verdadeiramente um tipo estrutural particular, quer pela soma dos caracteres, bem como pelo seu psiquismo retardado, não poderíamos', chegar ao extremo de compará-lo, e muito menos catalogá-
A FAM FA M OSA OS A CHET CH ETA A Vemo-la aqui fingindo que escreve. Pela inteligência revelada por p or certo ce rtoss animais a evolução fê z m uitos castelos castelo s de cartas.
-Io -Io com co m um chimpanzé ou gorila. gorila. O tipo está está espalhado por po r todo o velho mundo e, rapidamente, vamos examinar a dis tribuição, assim como as características dos principais re presentantes.
EUROPA Os primeiros fósseis autênticos dêste tipo de hominídeo são as ossadas descobertas em 1908, numa gruta do va le chamado chama do de Neandert Neandertal, al, nos arredores arredor es de Dusseldorf. Ci taremos só para lembrar o crânio de Constandt, descoberto em 1710, perto de Estugard, e estudado por Quatrefages e Ilamy, Ilamy , cuja antiguidade antiguidade é m uito duvidosa. Cr Crê-s ê-see que dêste dêste tipo sejam as ossadas descobertas em 1856, em uma gruta do vale de Neandertal, perto de Dusseldorf, entre as quais um crânio característico, foi escolhido para representar a espécie. Depois, aparecem os crânios cr ânios encontrados encontrado s em Gibraltar, e, em 1864, os esqueletos de Spy (Bélgica) em 1886, que apesar de fragmentados, foram durante muito tempo os melhores fósseis conhecidos do Homo Neanderthalensis, e foram objeto de demorado estudo por parte de Fraipon e Lohest; surgiu, logo a seguir, a série de crânios e ossadas de Krapina (Croácia), estudados e descritos por Gorjanovic Kramberger; finalmente, em 1908, deu-se a descoberta do esqueleto, já mencionado, de La Chapelle-aux-Saints (Corrèze), ze ), que Boyle nos fêz fêz conhecer pela pela sua sua monografia. No mesmo ano, aparecia, na gruta de Moustier (Dordonha), um esqueleto adquirido depois pela Alemanha. É preciso assinalar, ainda, alguns achados mais recen tes: os dois crânios de Laccopastore, perto de Roma, desco bertos por Sérgio Sergi, em 1929 e 1935, o de Monte Circeu, achado por Blane, em 1939; os vestígios humanos de Kiik, na Criméia, Criméia, e os esqueletos de Baissoun, Baissoun, na Sibéria. Sibéria. Êstes Êstes diversos fósseis não foram ainda objeto de monografias detalhadas, porém, acredita-se tratar do "Homo neander thalensis". Pela Pela enumeração, enum eração, vê-se vê-se que o neandertal neandertal é co nhecido na Europa por uma série de documentos provenien tes em sua maior parte de jazidas bem demarcadas do Paleolítico médio. As peças de de Weimar-Ehringsdorf são um pouco mais antigas, pois estão associadas a uma indústria mustie mustieren rense* se* Dizem que esta esta série, notável notá vel pela sua sua h om o geneidade, geneidade, está de acôrd ac ôrdoo com a unidade específica. O úni co que os antropologistas não nos tem dito é a que espécie se referem, pois, há quatro: neandethalensis, mustierensis, krapinensis e chringsdorfensis.
O CRÂNIO STEINHEIM A descoberta feita em 1933 por Berckhemer merece uma descr de scriçã içãoo especial. especial. Um crânio apareceu na saibreira de Steinhei Steinheim m — sôbre sô bre o Mur, perto pert o de Estugard. Estugard. Convém, Convém, di gamos logo, que esta peça não foi devidamente estudada e se foi, seu estudo não se divulgou suficientemente; apenas pou cos antropologistas a examinaram. examinaram. TrataTrata-se se de um do cumento datado pela estratigrafia e pela fauna, proveniente do último interglaciário, quer dizer, mais antigo dos que te m os mencionado. Sendo assim, assim, pela idade, idade, confunde-se confunde-se com os pitecantropídeos.
O crânio é de um indivíduo feminino ainda ainda jovem. jovem . £ notável pelas dimensões absolutas, mais fracas que a dos outros neanderthalensis, pela menor espessura de seus os sos, e de uma maneira geral, pelo aspecto mais grácil e me nos no s brutal. Os antropologistas antrop ologistas atribuem estas diferenças ao sexo. É uma maneira de fugir às evidências que desdestroem todo tod o o castelo de cartas cartas po r êles arquitetado. arquitetado. Mister Mister seria que confessassem que, pelo aspecto “mais grácil e me nos brutal", não pertencia a êsse tipo, porém se isso decla rassem ficariam mal parados, pois, sendo contemporâneo com os pitecantropídeos e “mais grácil” que os neandertha lensis, estaria provado que os arqueólogos, por vêzes, se con fundem pelos efeitos geológicos já apresentados no primei ro tomo dêste Convite à Ciência. Há, certamente, na morfologia dêste crânio, algumas das características dos neanderthalensis: a dolicocefalia, o desenho do contômo horizontal do crânio cerebral, o tórus circum-orbital fortemente proeminente, a contrição frontal post-orbital, a platicefalia mais pronunciada, mesmo do que nos outros neanderthalensis, a pequenez dos ossos nasais, a forma da abertura nasal, a fraca capacidade endocraniana, que, neste caso, é somente de l:070cc, achando-se, assim,
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em valor absoluto muito abaixo dos mínimos humanos atuais. atuais. O que nos dá direito a duvidar de tudo o que se escreveu sôbre os neandertalóides é que êstes caracteres primitivos são apanhados de um certo número de traços não habituais nos neandertalóides, e que lembram os traços do “ H om o sapiens”. sapiens”. É assim que, apesar apesar da sua pronuncia da platicefalia, a testa é algo mais arqueada que nos outros indivíduos; a curva do perfil occipital é também mais re gularmen gularmente te arredondada, arredondada, sem form ar “ cocur coc urut uto” o” . A sutu sutu-ra têmporo-parietal é regularmente arqueada e, de qualquer forma, menos maciça do que a dos homens de La Chapelle-aux-Saints ou de La Ferrasie; está, também, menos pro jetad jet adaa para pa ra a fren fr ente te.. Apresen Apr esenta, ta, enfim en fim,, foss fo ssas as caninas cani nas b em desenvolvidas, e não tem o aspecto de focinho que nos ou tros temos assin assinala alado. do. Do mesm o m odo, odo , a dentição em grande parte conservada, é interessante pelo fraco volume dos dentes, em contraste com a habitual macrodontia (den tadura muito grande) dos indivíduos classificados como ne andertalóides e pela redução do último molar superior. Por tôdas essas diferenças, muitos antropólogos trata ram de separar o crânio de Steinheim do grupo de Nean dertal, e ver nêle um antepassado direto do “Homo sapiens". Se assim fôr, é claro que há muita confusão e pouca ciência nessas classificações, sendo como é, no tempo, contempo râneo do pitecântropo, e apresentando traços do “Homo sa piens” piens ” , e até quase do homem hom em moderno. modern o. O certo é que há em tôda essa série de neandertalóides, entre um tipo e ou tro, aspectos que p or certo não têm fácil explicação. Por Po r não cair na armadilha que a Arqueologia parece ter-nos ar mado, os arqueólogos, que êsse crânio estudaram, voltam ao argumento anterior de serem diferentes de sexo e que o crânio prova ser de uma mulher e com esta explicação, um tanto canhestra, dizem que o único traço que distingue o crânio de Steinheim do dos neandertalóides é a existência das fossas caninas, mas que êsse detalhe morfológico não se podia opor ao conjunto das outras características que, se gundo seus defensores, o classificam incontestàvelmente no “stock neandertalensis”.
A GARG GA RGAN ANTU TUA A ODEIA OD EIA OS HOMENS HOM ENS
ÁFRICA ÁFR ICA Arqu Ar queo eolò lògi gica came ment nte, e, a Á fric fr icaa é uma um a fon fo n te escass esc assa, a, p ois oi s , até aqui tem fornecido poucos documentos osteológicos sô bre o homem do paleolítico paleolítico superior superior e médio. Muito em bora as indústrias que se creditam a êsse tipo estejam muito distribuídas, não pode êste fator ter nada com antigos tipos de hominídeos, uma vez que tudo pode ser creditado à pou ca cultu cultura ra que aind aindaa h oje têm milhões de africanos. Veja mos o que se encontrou. O CRÂNIO DE RABATE O fóssil africano mais antigo, que atualmente possuí mos, é um crânio muito fragmentado, descoberto nos arre dores de Rabate (Marrocos francês) em terrenos de grês, que, pela sua posição estratigráfica e pela fauna, parece do Paleolítico Paleo lítico superior. supe rior. Êste Êste docum docu m ento é, é, infelizmente, muito mu ito incompleto, reduzindo-se sua parte essencial a um fragmen to de mandíbula mandíbula e de pálato com co m a dentição. A ausênc ausência ia do queixo, o volume dos dentes, a espessura dos ossos indicam um tipo certamente primitivo, que pode aproximar-se dos neanderthalensis, ou talvez, de sêres mais arcaicos ainda, tais como os pitecantropídeos; mesmo assim, sabendo que não corresponde ao tipo neanderthalensis, os paleontólogos teimam em colocá-lo com os outros fósseis que atribuem a êsse tipo. O CRÂNIO DE BROKEN HILL Nesta localidade da Rodésia, em 1921, fêz-se uma des coberta, em uma mina, na qual encontrou-se um crânio em bom estado de conservação acompanhado de vários ossos que, com tôda evidência, pertenciam a diversos indivíduos.
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À
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FA F A N T A S IA EVOL EV OLUC UCION IONIST ISTA A Êste Ê ste é o híbrido qtte qtte os evolucion evolu cionistas istas julgam julga m ter te r dado dado origem orig em ao verdadeiro verdadeiro homem. Para termos êsse híbrido híbrido teríamos de acasalar um símio com um homem .
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As con co n diç di ç ões õe s da jazi ja zida da e da fauna, faun a, que qu e acom ac ompa panh nhav avam am êstes êst es ossos, eram tais, que não nos permite atribuir-lhes uma al ta antiguida antiguidade. de. Em contrapartida, os caracteres do d o crânio têm semelhança com os neandertalóides e ATÉ EXAGERA DOS: o aspecto geral é, ainda, mais brutal que nos espécimes europeus; o tórus circum-orbital mais espêsso e mais sali ente, o achatamento do crânio e da fronte é mais acentuado. Apres Ap resent entaa até cer ce r tos to s cara ca ract ctere eress m ais simies sim iescd cds, s, tal c o m o o esbôço de uma saliência sagital na região frontal e a forma de sua secção transversa, onde o maior diâmetro correspon de ao nível nível submastóide. submastóide. Mas convém notar que o crânio crân io de La La Quina Quina assemel assemelha-s ha-see ao que estamos estam os descrevendo. P or isso, certos antropologistas tendem a considerar o homem de Broken Hill como um tipo mais primitivo do que o de Neandertal e, por isso, criou-se, só para êle, o nome gené rico de Kyphantropus. Kyphantropus. Porém, a idade, idade, com certez certeza, a, re cente, leva a admitir que se trata de uma sobrevivência tar dia de um grupo de neandertalenses que teria encontrado um refúgio nessa nessa vasta região da África. Esta idéia, idéia, sal vadora da hipótese evolucionista, resolve muito bem o pro blema, porém, está em contradição com o que se sabe do papel representado pela África na distribuição de certos animais. ASIA AS IA Contrariamente à África, a Ásia deu lugar a descober tas importantes no que diz respeito ao homem do Paleolí tico tic o médio. Estas Estas descobertas tiver tiveram am lugar lugar em duas re giões muito distantes uma da outra — Palestina e Ilha de Java.
OS FÓSSEIS DA PALESTINA O primeiro crânio encontrado é o conhecido com o no me de TABCHA, ou crânio da Galiléia que, em 1925, veio à luz no lago de Genezar Genezaré. é. Depois, com as buscas sistemáti cas, que se continuaram a fazer desde 1931, sob a orienta ção das Escolas inglêsa e americana de Investigações PréHistóricas, nas grutas de Mougharete-el-Sukhul a primeira, e gruta de Mougharete-el-Tabum Monte Carmah) a segun da, bem como o Instituto de Paleontologia Humana na gru ta de Djebel Kafzeh, perto da cidade de Nazaré, encontra ram-se uma série de fósseis humanos de interêsse conside rável. Pretende-se que as condições das jazidas, onde êstes fós seis foram encontrados, não deixam lugar a dúvidas quanto à sua antiguida antiguidade. de. As indústrias indústrias ou traços traç os que acompa acom pa nham êstes fósseis são, incontestàvelmente, do tipo paleolí tico médio. O crânio da Galiléia consiste num frontal com as órbi tas cujas características são nitidamente neandertalenses, se bem que menos acentuada do que nos indivíduos euro peus. Os outros outr os fósseis que que podem pod emos os mencionar são: da gruta de Sukhul, um crânio de criança de 4 anos, e restos de nove esqueletos dos quais seis são adultos; da gruta de Tabum, um jovem esqueleto feminino e uma mandíbula; da gruta de Kafzeh, dois crânios com vários esqueletos. Esta série é importante pela mistura que apresentam os diversos exemplares de caracteres tipicamente neander talenses talenses,, associado asso ciadoss ao do Hom o sapiens sapiens.. A “ mistura” mistur a” é, sobretudo, acentuada nos indivíduos da gruta de Sukhul e nas de Djebel Kafzeh, embora possuam o tórus circum-occipital, a platicefalia, a projeção da face para a frente (que são características neandertalenses) a ausência de fossas caninas e o achatamento dos ossos malares, a sua testa é,
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contudo, um pouco mais arqueada, o tórus tende a subdi vidir-se, a face é menos prognata, o contômo da parte tra seira do crânio é mais regularmente arredondado, a sutura têmporo-parietal é mais humana; finalmente, a mandíbula apresenta em alguns dêles uma saliência queixai, e já vimos que essa saliência no indivíduo de La Ferrasie, o desclassi fica dentro do tipo neandert neandertale alense. nse. Já no indivíduo fem i nino de Tabum, os caracteres neandertalenses são mais acentuados e predominantes: na região frontal, o desenvol vimento relativo da face, a abertura nasal, a sínfise medu lar fugidia, e a ausência do queixo, tão típicas, assim como a fraca frac a capacidade capacid ade endocraniana, avaliad avaliadaa em 1.260cc. 1.26 0cc. A estatura dêstes diversos indivíduos femininos varia entre 1,51 ,51 até l,57m e n os mascu ma sculino linoss de 1,6 1,688 até l,78m. l,78m . A coluna vertebral, as costelas, a bacia, são neandertalenses, porém, já o s fêm fê m u res re s dize di zem m que qu e são sã o perf pe rfeit eitam amen ente te huma hu mano nos. s. Vem V emos os,, assim as sim,, que qu e êste êst e gr gru u po dá m arge ar gem m a que qu e cr crie ie mos um tipo, diríamos, de uma nova “raça”, se nosso con ceito de raça fôsse fôss e o que q ue alguns alguns antropólo ant ropólogos gos têm. têm. Isto prova-nos que. de ter realmente existido o tipo neanderta lense, a distância que o separa do homem atual é bem me nos da que geralmente geralmente muitos mu itos antropó ant ropólogos logos pensam. pensam. Os homens ou fósseis da Palestina, que preenchem essa lacuna, são o elo entre os dois tipos e por isso — alguns estudiosos querem provar que a Palestina é o berço da humanidade —, interessante é observarmos como certo ou não o lugar do início da humanidade, pois esta questão não influi na uti lidade arqueológica quanto ao aparecimento do "Homo sa piens”, mas, evolucionisticamente falando, tem interêsse e muito, por desmentir o processo evolucionístico.
OS HOMENS DE JAVA A ilha de Java, que qu e já m enci en cion onam am os ao fala fa larm rmos os d o ho m em de Wadjak, forneceu forneceu-nos -nos uma importante série. série. De vemos essa descoberta a Oppenoorth que, em 1931, encon trou dez crânios humanóides adultos e um de adolescente de talve talvezz doze anos, perto per to da localidade de Ngandorg. Ês tes fósseis estavam enterrados nas saibreiras de um terre no aluvial a uns 20 metros de profundidade, sedimento que pertencia ao Pleistoceno; portanto, mais recente do que as camadas de Triniu, onde apareceu o pitecantropo. Os crânios apresentam tôdas as características de Nean dertal. dertal. O volum e é considerável e antropólogo antrop ólogoss há que acreditam que ultrapassa ultrapassa os seus congêneres. As dimen dimen sões variam muito, entre 192mm de comprimento por 148mm. de largo e 221 por 157mm; medidas que ultrapas sam as dimensões dos maiores crânios conhecidos. Em resumo, os crânios de Ngandorg entram entram dro geral dos Neandertalenses, porém, com certo de traços primitivos que os aproxima da variante cana dêste tipo, que se liga quase diretamente aos tropóides anteriores.
no qua número sul-afriPitecan-
Como estamos a ver, os tipos selecionados como sendo neandertalenses têm as características misturadas que os aproximam dos pitecantropóides e do “Homo sapiens”, que vamos vam os descrever. De tudo isto, concluím con cluím os que, na reali reali dade, êsses tipos tipo s nunca existiram. existiram. Se fizerm os essas essas com co m parações com crânios modernos, acharemos a mesma mis tura. tura. É difícil encontrarm encon trarmos os dois crânios crân ios igua iguais, is, e, mais difícil ainda, é fazer com que todos concordem com as mes mas características. Os prcprios antropologistas não estão mais certos quanto ao tipo neandertalense, pois, se estivessem, não mais
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o procurariam. Como Co mo ainda ainda há expedições, a sua sua procura procu ra é para para nós a prova pro va de que não há muita segur seguranç ança. a. Pre sentemente, quatro antropólogos norte-americanos estão viajando pelo norte do Iraque com o fim exclusivo de en contrar con trar restos fósseis dos neandertalóides neandertalóides e sua sua cultura cultura.. A expedição visitou a grande caverna do vale tie Shanidar, lo cal onde, em 1953, fôra encontrado um esqueleto de uma criança pré-histórica, e quatro anos mais tarde, trés de ho mens que que também se julgaram julgaram pré-históricos. T od o o esesfôrço desta expedição centralizou-se na obtenção dos restos de um esqueleto esqueleto adulto. adulto. Essa peça fôra descoberta d escoberta em 1957, porém, não foi possível retirá-la naquela ocasião, por encontrar-se sob várias toneladas de rochas. O Dr. Ralph Solecki, antropólogo da Universidade de Colúmbia dirigirá esta expedição, tal como fêz com as três anteriores em 1951, 1953 e 1956-57: sua espôsa, superin tenderá as escavações de Zawl Chemi Shanidar, povoação antiga antiga,, que fica perto per to da caverna. Há indícios de que êsse êsse povo ocupava a caverna em diferentes estações do ano, há mais ou menos 10.800 anos. A povoa pov oaçã çãoo parece conter in formações que projetarão luz sôbre o período da História da humanidade em que o homem "começou a emergir da etapa etapa da caça para uma etap etapaa agrícola” . A expedição que conta com a colaboração do Dr. Stewart, curador de Antro pologia Física do Instituto Smithsoniano, e responsável pela restauração do crânio do homem de Neandertal que se jul ga ter 46.000 anos, tem licença de levar consigo tôdas as possíveis poss íveis duplicatas duplicatas que venham a encontrar. encon trar. Se só apare cer uma, ficará guardada como relíquia nacional nos mu seus de Iraque.
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CAPÍTULO IV O “HOMO SAPIENS” O aparecimento, em nosso Globo, dos primeiros repre sentantes do “Homo sapiens” remonta a uma antiguidade que alguns alguns calculam em vários milênios. Cr Crê-s ê-see que, que, desde desde o fim da retirada das últimas geleiras Würmenses, a humanidade compreendia uma considerável variedade de tipos nos quaxs já apareciam os carâcíêres das grandes unidades raciais modern mo dernas. as. A partir do Neolítico, a distribuição distribuiçã o geo gráfica dêstes dêstes tipos estava estava realizad realizada. a. Ós estudos dos do cumentos humanos que reportam ao Neolítico, pertencem, portanto, mais à Pré-história do que à Paleontologia huma na; e, apesar de todo interêsse que empenhamos para ten tar compreender a formação de grupos étnicos modernos, devemos limitar-nos aos grupos desaparecidos e à investi gação de suas origens e relações zoológicas entre si. Remontemo-nos ao início do Paleolítico superior; isto é, ao período glacial pleno para estudarmos os mais antigos fósseis humanos que sem dúvida pertenceram ao “Homo sapiens” sapiens”.. Mencionaremos um pequeno número cuja anti anti guidade, infelizmente, não resiste a um exame aprofundado e por isso mesmo nenhum dêles pode ser mantido como do cumento fidedigno dêsse dêsse estudo. estudo. O primeiro é o homem de “ La Denise” , achado acha do nas vizinhanças de Puy-en-V Puy-en-Vela elay. y. Pes quisando-se entre as cinzas do vulcão dêste nome, cuja ida de parece vir provàvelmente, do fim do último interglacial, encontraram-se restos de vários indivíduos que tinham to dos os traços do tipo “homo sapiens”; porém, a sua relação com os depósitos onde se encontraram — e mesmo a sua autenticidade autenticidade — são algo duvidosas. O segundo docum ento compõe-se comp õe-se das descobertas descobe rtas feitas na África Orie Oriental ntal,, por po r Reck nas ravinas de Oldway, confirmadas depois por Lea-
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key em Kanan e Kanfera, na Quenia, onde se encontraram vestígios humanos igualmente do tipo “homo sapiens” em camadas geológicas, que datam do Paleolítico antigo ante r io r ). Quanto aos fósseis fósse is de Oldway, constatou-se, semsemdúvida alguma, que se trata, com certeza, de uma sepultura recente e as condições das jazidas das outras indicam tratar-s tar-see também de fósseis de pouca idade. Estas descobertas dão-nos uma idéia de tipos distintos, mas, com diferenças menos pronunciadas das que existem entre os diversos divers os tipos tipo s atuais atuais.. Nenhum dos do s tipos tipo s que a Paleontologia estudou subsiste hoje integralmente, porém vários de seus traços encontram-se disseminados e variàvelmente associados entre os diversos povos modernos, enquan to que outros caracteres, que lhe eram próprios, desapare ceram. Limitadas primeiro à Europa as descobertas de fósseis humanos do Paleolítico superior, nestes últimos anos, estenderam-se a várias regiões do Mundo Mu ndo antigo. Examinare mos, sucessivamente, cada tipo assim reconhecido.
TIPO DE CRO-MAGNON Em 1868, ao ser instalada a linha férrea entre as ci dades de Perigueux e Agen, encontraram-se cinco esquele tos humanos perto de Uyzies, no lugar denominado Cro-Magno -Magnon. n. Êstes esqueletos jaziam em sedimentos arqueo lógicos lóg icos de procedênc proce dência ia aurignacens aurignacense. e. Compreendiam restos restos de três homens, de uma mulher e um feto, que foram estu dados em primeiro lugar por Broca, Pruner Bey, e, mais tarde, tarde, por po r Quatrefage Quatrefagess e Hamy. Os quatro paleontólogos paleont ólogos reconheceram nêles traços que representavam uma raça par ticular, à qual deram o nome do lugar em que jaziam: Cro-Magnon. Depois dêstes fósseis terem sido estudados e “cataloga dos”, encontraram-se numerosos esqueletos em diversas lo calidades da França e de outros países da Europa, que ja ziam em camadas do Paleolítico superior. As belas séries séries recolhidas na gruta do litoral mediterrâneo de Grimaldi, perto de Menton, foram as que mais permitiram aos dois arqueólogos mencionados, e, sobretudo a Veameau, fixarem de forma definitiva as características dêsslTTTpcTfóssil. Os caracteres dêsse tipo eram: alta estatura, conforme o provam os esqueletos, robustos, cabeça de face ortognata e de aspecto moderno. modern o. Tudo revela revela nêles nêles uma poderosa organização física e um desenvolvimento cerebral superior. A estatura, estat ura, c o m p ouca ou cass exce ex ceçõe ções, s, atingia ating ia l,80m. l,80 m. Os de Gri maldi aproximavamaproximavam-se se dos dois metros! Os mem bros com pridos e fortes, os inferiores muito desenvolvidos no seu comprimento com relação aos superiores, a perna demasia do longa longa com relação à coxa. Êstes Êstes caracteres caracteres diferem dos que achamos nos europeus modernos, mas lembram ou mesm o ampliam o que sucede com os negros. negros. As extremi extremi dades eram grandes grandes e robustas robustas.. Todos To dos os o s ossos osso s são índice índice de uma pode po derosa rosa musculatura. musculatura. O desenvolvimento desenvolvimen to das das eses-
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póduas, segundo Vemeau, Vemea u, afastou afastou êste tipo dos do s europeus modernos, aproximando-o dos tipos negróides. O crânio era dolicocéfa dolico céfalo lo (ova (o va l). A fronte larg largaa e ele vada, formando (quando vista de perfil) uma curva regu lar acima das arcadas orbitais. A região occipital, em al guns indivíduos, apresenta um achatamento característico, que é acompanhado por uma saliência da nuca em carrapito (co coru co ru to). to ). As apófises apófises mastóides mastóides estão fortemente fortemente desen desen volvidas. volvidas. As maxilas maxilas bem com o a dentição já eram eram de tipo moderno. mod erno. O maxilar superior apre apresen senta ta um prognatismo alveolar variáve variável, l, con form for m e os indivíduos. A mandíbula mandíbu la era robusta, com as apófises ascendentes largas e baixas, apre sentando sempre um queixo bem desenvolvido, triangular e saliente. Vem V em os que qu e êste êst e tip ti p o aprese apr esente nte cara ca ract cter eres es m uito ui to m is turados e podemos compará-lo com europeus ou negróides. Sua distribuição foi arbitrariamente fixada na Europa Oci dental e como é lógico admitir, na França, particularmente. Limitemo-nos Limitemo-nos a enumerar enumerar as descobertas: depois dos encontrados em um abrigo de Cro-Magnon, foram as grutas de Grimaldi que deram maior número de esqueletos, bem com co m o os mais completos. comp letos. Seguem Seguem-s -se, e, cronologicamente, os restos humanos de Laugerie Basse, no vale de La Vezère, do abrigo que fica sob a rocha de Durathy, perto de Sarde (Landes) da gruta dos Hatteaux, de Combe Capelle, cujo esqueleto (estudado por Klastsch, foi comprado pelo Museu de Berlim), que o classifícõu“como uma espécie particular (Homo aurignacensis Hauseri), e tido como descendente de orangotango, e, finalmente, vêm os de La Madeleine (Dordonha don ha), ), de Placard Placard (Charente) e Solutré. Solutré. Tudo isso na na França. Fora da França, encontramos o esqueleto da caverna de Paviland (País de Gales) e o de Galley Hill, na Bélgica; os crânios de Eugis e de Engihoul na Alemanha; os esque letos de Obercassel, perto de Bonn e os de Stetten, perto de Ulm, os de Bruxn e Podhaba, na Boêmia, de Bruun e de Predmost, na Moróvia, dos quais vários antropólogos fi zeram um tipo especial. Se isto fôr exato (pelos traços característicos dos tipos mencionados, há muita confusão), a chamada raça de Cro-Magnon teve grande papel no povoamento da Europa.
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Porém, sua área de extensão não se limitou à Europa so mente. Tôda Tôd a a África do Norte, N orte, desde M arrocos arr ocos à Tuní Tunísi sia, a,,, foi povoada, durante o Paleolítico superior, por homens es treitamente ligados com os de Cro-Magnon. A form fo rm a africa afr icana na,, h o je perfe pe rfeita itam m ente en te conh co nhec ecid ida, a, gra ças a 50 crânios crân ios e 7 esqueletos encontrad encon trados os na gruta de de Afalu-bú-R Afalu -bú-Rhum hum-mel, -mel, n o litor lit oral al d o G ô lfo lf o de Bong Bo ngis, is, é desig des ig nada pelos antropologistas com o nome do tipo de Mecha-el-Arbi, localidade que fica perto de Setif, onde foi encon trado o prim eiro crânio desta desta série. série. Os prim eiros vestígios vestígios apareceram em jazidas “íbero-marusianas”, que, cronologi camente, eqüivalem ao período aurignacense magdalenense da Europa. Europ a. Nestes cro-magnóides cro-mag nóides africanos, encontram-se a alta estatura e robustez, bem como os caracteres cranianos
Um esquimó
e esqueléticos do tipo europeu, porém diferem bastante dos caracteres secundários: maior variedade na forma do crâ nio que em alguns indivíduos, hiperdolicocéfalos (muito ovalado), em outros mesocéfalo (queixada protuberante), nariz muito mu ito longo e mais largo. largo. Além dêste último caráter, caráter, os outros podem entrar no tipo de Cro-Magnon, se formos indulgentes, aceitando-lhes as variedades. O tipo norte-africano teve uma considerável duraçã dur açãoo que se estende por todo o Paleolítico superior e Neolítico.
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Além Alé m dêles, dêle s, enco en con n tram tr am os traç tr aços os nas na s pop po p u laçõ la ções es barb ba rbár árie iess atuais, que parecem ter derivado dêsse tipo, tal como os antigos guanchos das ilhas Canárias. Tudo o que temos dito, deixa claro que o homem de Cro-Magnon corresponde a um tipo elevado de organização física. Deixaram seus vestígios na sua indústria e nas suas suas manifestações artísticas; traços de um psiquismo superior, qualitativamente comparável ao das populações modernas mais evoluídas. Reduzidos Red uzidos pelo pe lo rigor rig or do clima clima glacial glacial à vida precária das cavernas, encontraram nos recursos da sua inteligência o meio de adaptar-se aos lugares do seu “habitat” ou de procurar outros para sobreviver, como o fizeram os guanchos das Canárias, que são espécimes vivos dêsse tipo, que a Antropologia julgava extinto. De repente, o tipo cro-magnóide criou e elevou ao mais alto grau de perfeição a variada atividade que a sua vida de caçadores caçador es árticos exi exigi gia. a. Ao mesmo mesm o tempo o seu gôstp pelo vestuário e pela ornamentação, o zêlo que devotava a sepulturas, são testemunhos suficientes do desenvolvimento intelectual que atingiu êsse homem, que modelou os bisontes de argila de Tuc D’Audoubert, ou pintou os frescos das ca vernas da Dordonha e Altamira. Concomitantemente com os restos humanos do tipo de Cro-Magnon, encontrou-se no Paleolítico superior da Euro pa um pequeno número de espécimes de um tipo diferente que anula totalmente a “espécie única”, pois se ambas eram contemporâneas não podemos admitir a evolução de uma dessas espécies e retrocesso da outra, mas examinemos êsse novo tipo.
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TIPO DE CHANCELADE O esqueleto dêste tipo foi descoberto em 1888, no lugar denominado Chancelade, perto de Perigueux, na Dordonha, França França.. O estudo que dêle fêz o Dr. Testut (o fam oso ana ana tomista) revelou uma série de diferenças importantes com relação ao tipo anterior. anterior. A estatura estatura é pequena e não ultra ultra passa 1, 1,55. Os m embro em bross são sã o extremamente robustos robu stos e ata atacarrados, com fortes forte s crist cristas as de insecções musculares: musculares: os anteriores relativamente são muito longos, superiores mes m o, neste pont po ntoo de vista vista,, aos dos negros. O crânio é volu moso, muito dolicocéfalo (ovalóide) e notàvelmente alto, sobretu sob retudo do na sua região mediana; sua capacidade capacidad e atinge atinge 1.70 .700 cc. A face fac e é alta alta e larga, larga, com co m os o s pom po m os salientes: salientes: órbitas quadrangulares, quase quadradas, o nariz é compri do e estreito com base pouco afundada; não há qualquer prognatismo subnasal e, finalmente, a mandíbula é forte, o queixo salie saliente nte.. Êstes Êstes caracteres lembram lemb ram de m od o impres impre s sionante, como o notou o Dr. Testut, os caracteres dos esqui m ós da Groenlândia e d o Alaska. Alaska. Daqui surge surge uma per gunta: êstes habitantes de um meio biológico, que corres ponde ao da época glacial, não serão os descendentes emi grados grad os de algumas tribos tribo s magdalenenses? Os traços traç os etno gráficos concordam perfeitamente, pois, há grandes seme lhanças entre o gênero de vida e os utensílios dos esquimós atuais com os homens que viveram no período magdalenense. Adm Ad m itim it imos os que qu e seria ser ia tem te m erár er ário io tirar tir ar con co n clus cl usõe õess neste nes te sentido, de modo absoluto, partindo do único espécime de Chancelade; por isso, alguns antropólogos combateram esta maneira de ver; porém, é necessário notar que um certo número de outros fósseis humanos, datando da mesma épo ca, e geralmente atribuídos à raça de Cro-Magnon, parecem colocar-se pelo menos em grande parte de seus caracteres, ao lado d o tipo de Chance Chancelad lade. e. Entre êstes, êstes, contam os com
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os esqueletos de Obercassel, perto da capital da Alemanha — Bonn — já mencionados, e os da gruta de Duruthy, per to de Sorde, S orde, bem com c om o os crânios da Baixa Baixa Lauger Laugerie. ie. O próprio esqueleto de Combe-Capelle, que é um pouco mais antigo (aurignacense), embora do tipo de Cro-Magnon no seu conjunto, apresenta alguns traços do tipo de Chancela de, bem como caracteres etiópicos; finalmente, alguns dos crânios de Predmost (Morávia) lembram também êste tipo, principalmente pela altura de suas órbitas. Êstes diversos espécimes tendem a encurtar a distân cia que, à primeira vista, parece separar os dois tipos — Cro-Magnon e Chancelade, — e demonstram que para o fim dos períodos glaciais, tendo um junco cromagnóide comum, havia já grande número de variações familiares e até indi viduais, que mais tarde, pelo isolamento geográfico, se fi xaram nos tipos atuais. TIPO GRIMALDI Conjuntamente com os esqueletos de Cro-Magnon, que descrevemos, em uma das grutas de Grimaldi (a conhecida com o a “ das crianças” ) encontra encontraramram-se se restos de dois in divíduos que pertencem a um tipo diferente diferente.. Vem eau rereconhecendo-lhe alguns dos caracteres negróides, descreve-os como sendo uma nova “raça” — a de Grimaldi. Trata-se de tuna mulher idosa e de um adolescente, que tinha 15 anos mais ou menos, que jaziam em uma mesma sepultura, fixada por meio dos depósitos arqueológicos que os cobriam cobria m e que eram do início do Aurignac Aurignacense ense.. Êstes Êstes indivíduos distinguem-se dos de Cro-Magnon antes de tudo pela sua estatura menor (l,60m); sua cabeça mais desarmônica apresenta um crânio muito ovalado (hiperdolicocéfalo) e uma face particularmente baixa, a fronte é direita e a abóbada craniana mais elevada; a capacidade craniana atinge 1.580cc; no adolescente a abertura nasal é larga (platirrínea), com um prognatismo subnas subnasal. al. A dentição, que é maciça e de um tipo primitivo, lembra os australianos atuais. atuais. Finalmente, Finalmente, a bacia é d o tipo negrito, acontecen acon tecendo do o mesmo com as proporções relativas aos membros. Portanto, êstes dois indivíduos reúnem caracteres que sem permitirem confirmar que se trata de verdadeiros ne
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gros, indicam, contudo, a existência no litoral mediterrâneo, (lesde o princípio do Paleolítico superior, de indivíduos que possuam caracteres caracteres negróides. É preciso pre ciso não esquecer que nos próprios homens de Cro-Magnon encontramos, princi palmente nas proporções de seus membros, caracteres que lembram ou mesmo exageram os negros; por outro lado, a considerável capacidade e a altura do crânio, a desarmonia da cabeça, a forma retangular das órbitas, assim como o prognatismo, encontram-se nos tipos de Cro-Magnon Cro-Magnon.. Por tudo isso, Vejneau, ao concluir seu estudo dos homens de Grimaldi, escrevia: “As particularidades que chamam a atenção dos antropólogos, quando se encontram perante o velho crânio de Eyzies, existiam já nos nossos negróides de Grimaldi em estado mais ou menos rudimentar. rudimentar. Por con co n seqüência, em qualquer ponto de vista que nos coloquemos, vemos que nada se opõe a que êstes sejam os antepassados dos caçadores da Idade da Rena”. Antes Ant es de pass pa ssar ar ao h om em d o Paleo Pa leolít lítico ico,, limitar-noslimitar-nos -emos a ressaltar que, entre os diversos tipos humanos que temos descrito, existe um conjunto de particularidades co muns a algumas espécies, além de outras que estão disse minadas entre os diversos tipos que nos dão a idéia de que nunca houve um tipo realmente definido.
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HOMENS DO PALEOLÍTICO SUPERIOR Além Al ém d o s cr crom om agnó ag nóid ides es d o tip ti p o de Mecha-el-A Mech a-el-Arbi, rbi, que qu e comentamos atrás, a Africa forneceu certo número de ou tros fósseis. Infelizmente, Infelizmente, a posiç po sição ão estratigráfica estratigráfica dêstes diversos documentos está longe de permitir fixar com pre cisão rigorosa (como aparentemente nos outros tipos) a sua idade entre o Paleolítico superior e o Neolítico. Neo lítico. Qual quer que seja a causa da incerteza, o seu interêsse é, con tudo, certo, em virtude das diferenças que apresentam com relação aos atuais habitantes das mesmas regiões, bem como pelos traços que revelam entre certos grupos étnicos hoje separados. O CRÂNIO DE KANAN Estamos, pois, a ver que há muita incerteza quanto aos traços traç os característicos caracte rísticos dos tipos já estudados. Nenhum dêdêles se aprese apresenta nta antropológico. antrop ológico. Ainda Ainda há pouco, pou co, o crânio de Kanan fêz com que um eminente antropólogo recuasse no tempo e no espaço. O fóssil em questão é um antig antigoo maxilar encontrado na África, e que tem intrigado os cien tistas tistas durante muitos mu itos anos. Tinha sido identificado com o pertencendo a uma criatura intermediária, entre a forma antiga como a atlantropos e o homem moderno; também se suspeitou que pertencesse a algum “homem-macaco” da Áfric Áf rica. a. C om o até h o je êsses êss es hom ho m ensen s-m m acac ac acos os n ã o fora fo ram m encontrados, o Dr. Phillip V. Tobias, antropólogo da Uni versidade de WitwatersrandTde Johannesburgo, em entre vista concedida à revista “Nature”, informa que o queixo é, na realidade, realidade, uma excrescência ósseas causada por po r um câncer do osso, que absolut absolutamente amente não„ não„ é humano” hum ano” . Como Com o êste osso parece ser de um queixo, os cientistas que o estu daram em primeira mão julgaram que pertencia a um ho-
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inera moderno, porém o local do achado indicava que o iinimal viveu no início do período Pleistocênico, que se julga ter sido form for m ado ad o há um milhão milhã o de anos. anos. Os cientist cientistas as não podiam acreditar (com muita razão) que o homem mo derno viesse de tão longe. Sendo Send o assim, recomendou-se recomendo u-se que fôsse pôsto de lado, e desde 1935 estêve em “suspenso”. Esperava-se encontrar novos fósseis capazes de auxiliar a desvendar o enigma e por isso o Dr. Tobias disse: “Agora estamos em condições de calcular a idade do espécime de Kanan, Kanan, livres de qualquer idéia errada” errad a” . E já vimos vimo s que que nem se acredita que o fóssil seja humano.
O ESQUELETO DE ASSECLAR Os senhores Bernart e Morod, que eram membros da missão saariana Angrieras-Draper, encontraram êste esque leto em 1927, a uns 400 quilômetros ao noroeste de Tombutu, na bacia b acia de Tilemsi, afluente do rio Nigere. Está enterrado nos depósitos arenosos de depressão lacustre de Assecl Ass eclar, ar, que qu e p o d e ser cons co nsid ider erad adaa co m o perte pe rtenc ncen ente te a o Pa leolítico superior. superior. O fóssil, que foi fo i descrito po r Boule e Vallo Va llois, is, aprese apr esenta nta cara ca racte ctere ress que qu e o rela re lacio ciona nam m simultâneasimultân eamente com os negróides de Grimaldi e com os homens de Cro-Magnon, bem como com os atuais tipos sul-africanos: P^Boximanes P^Boximanes e Hotentotes. Hoten totes. No conjunto conjun to das suas suas disposições TOnít&s7qTi^^rat?^mám as “raças” melanodérmicas: dolicocefalia, hipsicefalia, nariz longo, prognatismo mais acentua do. Além disto, todos todo s possuem traços traço s exis existen tentes tes nos ho mens de Cro-Magnon: abaixamento considerável da face que produz uma desarmonia crânio-facial, pouca altura nas ór bitas, alongamento acentuado dos segmentos distais dos mem bros, antebraços e pernas. pernas. Tem-se Tem-se a impressão de que se trata de um grupo de formas provenientes de um tipo com um ” . Isto é o que disse disse Boule, e o estudo dos fósseis humanos da África está a confirmar.
OS HOMENS FÓSSEIS DA ÁFRICA AUSTRAL Nestes últimos trinta anos, a África Austral têm-nos fornecido um grande número de restos humanos, que têm certa importância. importância. Êstes Êstes fósseis foram fora m descobertos descober tos em ní veis muito diferentes, cujos equivalentes europeus é muito difícil estabelecer. estabelecer. Tendo Tend o em conta somente a idade rela rela tiva, é possível distinguir-se entre êles um grupo antigo que se pode, com alguma certeza, considerar contemporâneo com os fósseis do Paleolítico superior. Os principais fósseis, que dizem respeito a êste grupo, são os conhecidos pelo nome de esqueletos de Boskap, de Tzitzikama, de Springbock Flats, Fish Hock, de Kuysma e Zuuberg. São os crânios crânio s chamados cham ados australóides australóides da região do Cabo aos que é preciso acrescentar o de Florishald, des coberto recentemente. É claro que, pertencendo a diversos tipos, tenham que diferir na aparência, porém, apresentam de comum um cer to número de caracteres que simultâneamente nos lembram os homens de Cro-Magnon e os negróides sul-africanos atua atuais is.. As suas suas relações relações com os homens do Paleolítico su perior na Europa foram assinalados com os esqueletos de Boskop e de Springbock Flats, que se referem a homens de alta estatura, grande capacidade cerebral e cujo crânio se assemelha assemelha aos homens homen s de Cro-Magnon. Cro-Magnon. O m esmo esm o acontece com os crânios australóides de Bayville, Mistkral, de Gabe, que se assemelha assemelham m ao crânio de Predmost. Por outro ou tro lado, as afinidades negróides são muito numerosas e os diversos antropologistas, que os estudaram, estão de acôrdo em aproximà-los dos do s Boximanes e Hotentotes Hoten totes atua atuais. is. Alguns Alguns osteólogos, embora êsses fósseis sejam diferentes em muitos as pectos, crêem que pela sua pequena estatura, as duas “ra ças” Boximanes e Hotentotes sejam descendentes dos an tepassados, cujos fósseis estamos comentando. O tipo
Neg N egro ross africanos africa nos
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“au§tralóide” encontramo-lo ainda nos Korannos atuais, tríbo Hotentote, que vive no vale do Waal. A estreita relação rela ção étnica de povo po voss tão afastados afasta dos entre si, com os da Europa e da Árica do Sul não é tão paradoxal com o pode parecer. parecer. Desde Desde há muito tempo sabemos que se estão a manifestar influências negróides sul-africanas entre as populações egípcias e a linguagem dêstes últimos apre senta senta certas relações com a dos Hotentotes. Ainda Ainda mais, mais, tudo o que sabemos da aparência física exterior dos habi tantes da Europa, no último período glacial, milita igual mente a favor favo r desta desta aproximação. aproximação . As inúmeras inúmeras estatuet estatuetas as femininas pré-históricas encontradas lembram de modo es tranho, quaisquer que sejam as regiões de onde provenham — Europa Central ou Mediterrânea — as formas plásticas de mulheres mulheres do Contin Continent entee negro: têm têm o mesmo aspecto aspec to maciço geral, com adiposidade desenvolvida, forma, pêso e posição afastada dos seios, a graciosidade das pernas, con trastando com a grossura das regiões do tronco, o que, em certos casos, como no das estatuetas de Menton, lembram a mesma inchação das mulheres boximanes e hotentotes. Todos os pré-historiadores, que se dedicaram ao estudo das produções artísticas dos homens do Paleolítico superior, têm insistido sôbre as notáveis semelhanças que apresen tam com as pinturas e gravuras rupestres boximanes, que ligam geograficamente a África Austral por uma série coní tínua que se pode po de seguir pelos pel os Pirineus, sul da Espanha, África Áfr ica do Norte, Saara, Sudão Sud ão e África Áfr ica Austral. Austral. Não Nã o te riam êsses diversos tipos sua origem em um único tronco? Tudo faz crer que assim foi!
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FÓSSEIS DA ÁFRICA ORIENTAL Mínima foi a contribuição da África Oriental em fósseis. Os poucos fragmentos humanos que temos não são do mes mo período. Os únicos que que merecem assim assim ser ser considera dos foram obtido obt idoss por po r Leakey Leakey.. Além de alguns alguns esqueletos do Neolítico, em uma gruta chamada “Bambles Cave”, situa da nos lagos de Reft Valley, que é uma depressão produzida por um medonho afundamento, encontrou-se uma série de indivíduos que indicam a existência, já nessa época, de ho mens muito diferentes diferentes dos do s verdadeiros verdadeiro s negros. TrataTrata-se se de um tipo de estatura alta (l,80m), de cabeça grande, muito dolicocéfalo, face estreita e comprida, com prognatismo maxilar, as órbitas angulosas, porém altas, o nariz relati vamente vamente estreito. Embora Em bora sejam se jam diferentes diferentes dos homens que hoje vivem na mesma região, apresentam como êles muitos traços iguais e se assemelham especialmente com as popu lações hamíticas do vale do Nilo. N ilo. Como Com o estamos a ver, não se pode falar, por enquanto, como tendo existido negros no Paleolítico superior africano, o que realmente é um misté rio; pois todos os tipos estudados têm traços negróides mais ou menos pronunciados. HOMENS FÓSSEIS DA ÁSIA E AUSTRÁLIA Pouco sabemos dos homens que viviam na Ásia conti nental nental nos no s tempos tempo s das das geleiras geleiras.. Em contrapartida, por achados bastante numerosos, sabemos que a partir do Neo lítico, os principais tipos humanos se encontravam mais ou menos localizados tal como aconteceu na África. 4,Asia fgrngceu-nos um certo número de espécimes hu manos, cú.ia descoberta se deve a escavãções feitas nà Pa lestina por~Miss Garrod em Sukhah e no Monte Carmelo,
JÜLIO MINHAN <% e p o r R1_Neuville em Er Erêê-el el-A -Ahma hmar. r. Os acha a chados dos,, na reali reali-dàde, dàde,““ sã õ materiais materiais de uma épócà ép ócà apenas apenas relativame relativamente nte re cente — época de transição do Paleolítico para o Neolítico, — porém que demonstram a extensão e tardia sobrevivên cia nesta nesta região de tipos provindos provind os do mesm m esmoo tronco. Nêles Nêles se encontra, com efeito, a forma alongada do crânio e a face larga e baixa, assim como as órbitas retangulares dos cromagnóides, associados a um bom número de caracteres ne gritos, em especial um acentuado prognatismo subnasal. Portanto, êste é um tipo diferente dos de Mecha-el-Arbi, em virtude de suas tendências mais francamente africanas, em bora em estreita relação com o grande grupo circum-mediterrâneo. No Extremo Oriente, os fósseis do "Homo sapiens” mais antigos são os da recente descoberta na China, nas proximidades de Pequim, e dos da Insulândia, que foram recolhidos recolh idos em Java Java,, p or Dubois. Êstes Êstes não merecem mui to crédito, pois, Dubois teve-os fechados a sete chaves du rante trinta anos. 64
OS HOMENS DE PEQUIN O homem pequinensis provém de uma gruta escavada nos calcáreos da famosa colina Chu-Ku-tien, que continha as jazidas do Sinantropus, que apresentaremos novamente. Esta gruta é conhecida como “gruta superior” tem sua en trada na direção do cume da Calona e nela distinguem-se sinais dos seus antigos moradores, tanto pela natureza do conteúdo, com o pela fauna e instrumentos instrumentos que contém. Na fauna podemos encontrar ossos de muitos animais que cer tamente serviram de alimento aos que a gruta habitavam e que vam os chamar chamar de Ninantropus. Há ossos osso s de cervícervídeos, ursos, hienas, restos de ovos de avestruz, que corres pondem à camada de Loss da China e revela a idade do Paleolítico superior da jazida. Os instrumentos são quase quase iguais aos encontrados nos Aurignacense e Magdalenense da Europa. As peça pe çass humana hum anass cons co nsis iste tem m n os rest re stos os de sete indiví ind iví duos pelo menos (quatro adultos, um adolescente e duas crianças), pertencendo, provàvelmente, a uma mesma famí lia, mostrando que houve enterramento premeditado, ou por parte dêles ou algum inimigo. Entre as peças peça s estão parti cularmente bem conservadas um crânio masculino mais ve lho lh o e os de duas mulheres mais jovens. Tendo entre si muitos traços comuns, os três crânios apresentam notáveis diferenças que se assemelham curiosa mente a certas “ raças” modernas. Os caracteres comuns são: pronunciada dolicocefalia, face baixa e larga larga,, órbitas triangulares, larga abertura abertu ra nasal. Nestes caracteres cara cteres en contramos as características cromagnóides essenciais ao "H om o sapie sapiens ns fossilis” . Caracteres Caracteres que estão acentuados no velho e manifestam-se, além disso, na saliência globular (espaço entre as orelhas) no afundamento da raiz do nariz, no perfil da parte traseira do crânio, na robustez e forma da mandíbula, que o fozem aproximar de forma flagrante
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dos do s homens de Cro-Magnon, Cro-Magnon, Obercassel e de Mecha. Mecha. Sua estatura estatura poderia pod eria atingir l,74m. No entanto, entanto, diferenciam-se dos tipos mencionados por um bom número de detalhes se cundários da face e não deixa de ter umas relações com os Ainou, Ain ou, o s velh ve lhos os abor ab oríg ígen enes es japo ja ponê nêse ses, s, pert pe rten ence cent ntes es a o gru po europeu. As mulhe mu lheres res,, ao cont co ntrá rári rio, o, apres ap resent entam am uma um a série sér ie de ca racteres que nos lembram, em uma, os caracteres melanésios; em outras, os esquimós, e o tipo fóssil do Chancelade. Estariam todos os tipos juntos? Supondo-se não se tratar de indivíduos vivendo em co mum, e provavelmente membros de uma mesma família, se os vestígios tivessem sido descobertos em pontos afastados uns dos outros, certos antropologistas não hesitariam em ver néles tipos sub-raciais distintos, pois, há antropólogos que não se embaraçam muito com estas questões de famí lia, e Saller, por exemplo, separa até o par de Obercassel, apesar^dos caracteres evidentes de consangüinidade, em duas “raças” distintas: o homem que segundo êle forma o tipo da raça de Obercassel e a mulher que pertence a de Brünn!...
OS HOMENS DE WADSAE Neste lote, temos dois crânios em que um, feminino, está quase completo e o segundo muito fragmentado, ambos encontrados por E. Dubois um pouco antes do seu famoso Pitecantr Pitecantropus, opus, que~ãprêsènta que~ãprêsèntamos mos no próxim p róxim o capítulo. capítulo. Co mo temos dito, Dubois só permitiu que estudassem seus fósseis demasiado tarde para que tivessem algum valor ar queológico, pois se não são examinados logo após o achado, perdem seu valor como prova. Êstes fósseis encontrados em uma gruta da Campotug, de terreno, provavelmente, mesolítico, apresentam certo interêsse em virtude da associaçã associ açãoo de caracteres. O aspecto mais saliente do crânio feminino é a sua desarmonia crânio-facial, a forma angulosa das órbitas e a saliência globular, caracteres que, em certa medida, lembram, assim como a grande capacidade do crânio (1.500cc), os cro-magnons da Europa Euro pa e, em particular, particular, os de Predmost. Mas a platicefaplaticefalia (cabeça larga), o prognatismo subnasal, e o seu achatamento, são caracteres diferentes, que, pelo contrário, se encontram no atual tipo australiano, o que levou a consi derar o homem de Wadlek como um possível antepassado direto do tipo australiano. CONCLUSÕES Os diversos tipos tipos que se estudaram estudaram para idealizar idealizar o “Homo sapiens” estavam, na realidade, espalhados pelo mundo inteiro, e como os fósseis que temos têm os caracte res misturados, dando a entender que, na verdade, nunca houve um tipo único, é difícil acreditar em uma “evolução na escala escala zoológica do ser humano. PareceParece-nos, nos, que que se hoje ho je estudássemos vários esqueletos, sem que conheçamos sua
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procedência, ficaríamos perplexos, como ficaram os antro pologistas do passado, ao notar que todos os documentos examinados têm certa relação entre si. O essencial, que podemos retirar dos fósseis acima des critos, é uma impressão de unidade: é incontestável que, apesar das diferenças apresentadas, algumas das quais se jam ja m talvez individuais, existe entre todo to doss os homens hom ens do Paleolítico um conjunto de caracteres comuns, que lhes dão um ar rio e qUe qUe ihes justificam justif icam o nome nom e que lhes foi SAPIENS”. podemos pensar que o Homo Sapiens, desde seu início, formou um grupo homogêneo, contendo em po tência as grandes unidades da raça humana, quer ela se ma nifeste branca, negra, ou amarela, que, devido a evolução do tempo, à localização geográfica e aos meios telúricos encon trados, operou-se a divisão de caracteres que hoje as dife renciam. A form fo rmaç ação ão progres pro gressiva siva dos do s tipos tip os diferentes, h o je en contrados, vieram de um tronco comum, conforme a lei paleolítica geral, cuja aplicação se manifesta na história de todos os grupos zoológicos. Depois de tudo que comentamos nestes dois últimos ca pítulos, concluímos que nunca chegaremos a um acôrdo an tropológico, se tão-sòmente nos aferrarmos às idéias evolucionistas, pois elas não nos provarão a origem certa do homem; nunca explicarão qual foi o lugar que serviu de berço à Humanidade, como se povoaram as Américas e o porquê de terem existido negros na Europa antes de sur girem na África. Vamos estudar isso por po r partes. partes.
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CAPÍTULO V O HOMEM NÃO SURGIU NA AMÉRICA Muito se tem falado sôbre “As Origens do Homem America Am ericano” no” , mas, na verdade, há uma linha incerta traça da sôbre o Paleolítico superior e o Mesolítico inferior, marcando, muito hesitante ainda, o momento em que o ho mem teria chegado chega do à América. Isto Is to há mais de 20.0 20.0000 anos. Êste período, muito ínfimo para a Evolução, abrange vários fatôres a serem examinados em separado: 1.® — Por qué o homem não podia ter surgido na América? 2.® — Por que o continente americano era despovoado no tempo em que nos outros continentes havia raças, povos e culturas já bem nítidas? 3.® — Por que as primeiras migrações migrações não vieram vieram pelo Atlântico? Atlântic o? 4.® — Por que povos antigos e mais adiantados da Eu ropa, do Norte da África ou da Ásia não podiam ter sido os primeiros povoadores da América? 5.° — Por que os povos menos adiantados da África também aqui não chegaram? Esclarecidos êstes pontos e mais alguns pormenores sô bre as fontes pré-históricas americanas (sambaquis, grutas, lapas, índios), restará apenas mostrar como poderiam ter chegado à América levas humanas da Ásia e da Oceania e que povos eram. MISTÉRIO Em grande parte é ainda tom mistério o povoamento da América pré-histórica. pré-histórica. Há muitas suposições suposiçõe s e fanta sias; há conjeturas e hipóteses de trabalho, algumas, que
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vão sendo reforçadas e corrigidas nesta última parte do pro grama antropológico. Nada, cientificamente falando, permite admitir o apa recimento do Home H omem m na terra antes antes do Quaternário. Quaternário. Nisso estão de acôrdo, por enquanto, a Paleontologia, a Geologia, a Pré-Históri Pré-História, a, a Zoologi Zoo logiaa e a Antropologia. Mais ou me nos recentemente, a Geologia clássica foi abalada pela teo ria da Isostasia de Wegener, com base na hipótese de Edward Swess, pela qual a crosta da Terra flutuaria sôbre uma passa pastosa, o sima ou pirosfera. Wegener, Wegener, notan do as linhas litorais dos continentes, viu que elas se adap tavam com co m o um quebra-cabeças, quebra-cabeças, encaixando-s encaixando-see os bord bo rdos os impressionantemente. impressionantemente . Assim, o continente contine nte original, pelas alturas do Cretáceo se quebrara e isso se documenta ainda com a similitude da flora e da fauna, iguais em zonas afastadíssimas umas das outras, mas que teriam estado ligadas entre si, como se explica em “Maravilhas da Ciência” e “Mis térios da da Biologi Bio logia” a” . Mesmo confirmada confirmad a a teoria da união dos continentes, nenhum interêsse tem para o nosso caso, por que a subdivisão geológica se teria dado no Cretáceo, quer dizer, há cêrca de 100 milhões de anos e o Homem surgiu há apenas um milhão de anos, conforme a Evolução. O interêsse é, pois, da Geologia e não da Antropologia. Até as glaciações, no fim do Terciári Terc iário, o, na hora hor a em que sur gia o primeiro antropiano, as únicas ligações com o conti nente americano seriam pelo extremo norte, mas aí havia, tanto do lado da Europa, quanto da Asia, Asia, uma barreira imensa de gêlo que fechava qualquer passagem, razão pela qual o próprio norte da Europa só começou a povoar-se no Mesolítico. Os animais animais que atravessa atravessaram ram do Plioceno Plioc eno para trás não podiam pod iam voltar vo ltar e vice-ve vice-versa. rsa. O ser ou sêres huma huma nos que haviam surgido na Ásia ou na África chegaram à Europa, viram fundirem-se os gelos das glaciações, assisti ram às chuvas torrenciais do Oriente médio e do norte da África, Áfric a, que são possivelmente possivelm ente as causadoras causado ras do Dilúvio, bem elucidado nas “Maravilhas da Ciência”, e em outros traba lhos nossos.
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NUNCA HOUVE ANTROPÓIDES NA AMÉRICA Mas, não poderia ter o homem surgido também na América? Não, porq po rque ue a América Amér ica nunca teve antropóide antro póides. s. O Homem é um mamífero da ordem dos Primatas: Tarsídeos, Lemurianos, Lemurianos, Símios e Homem. Hom em. Os Símios subdividem-se em Catarrinos, que têm a separação nasal estreita e 32 dentes, e Platirrinos, com separação nasal larga e possuem até até 36 36 dentes. dentes. Os macacos maca cos mais vizinhos dêle são os Antro A ntro póides, macacos sem rabo, cuja família compreende o Go rila, o Orangotango, o Chimpanzé e o Gibão, êste considera do família à parte: os Hylobatídeos. Hylob atídeos. Conhecem-s Conhecem-se, e, aind ainda, a, cêrca de 20 antropóides fósseis. Marcellin Boule demonstrou que, a partir dos estágios mais primitivos, lemurianos e platirrinos, a evolução do grupo que findou no Homem não prosseguiu nem na Amé rica do Norte, onde os primatas desapareceram no Oligoceno, nem na do Sul, Sul, onde só existiram platirrinos. Quer dizer, nunca houve antropóides na América, sem os quais não se pode po de chegar à linha linha hominídea. Esta afirmativa afirmativa só pareceu abalar-se com a notícia da descoberta de um ma caco misterioso, em 1917, pelo geólogo François Loys que, nos sertões da Venezuela, o havia abatido e o fotografara, embora embo ra se perdesse o esquelet esqueleto. o. Esta fotografia fotogra fia foi fo i publi cada e alvoroçou a ciência por algum tempo, mas depois che gou-se à conclusão de tratar-se de uma mistificação, como tantas no campo científico. Heuvelmans demonstrou a gran de fraude com provas prov as exuber exuberant antes. es. As provas antropológi antropológ i cas contra uma origem americana do Homem acumulam-se tanto do lado da Paleontologia quanto quanto da Etnologia. Tudo quanto se achou até hoje na América, são restos humanos do Mesolítico e Neolítico, no máximo dos últimos momentos do Paleolítico Paleolítico superior. superior. Nenhum Nenhum fóssil fóss il encontrado até até ago ra vai a vinte mil anos. anos. Atribuem-se 23 23 mil anos aos a os restos re stos de Tule Springs, no Nevada, mas isso não está bem confir-
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m ado ad o ainda ainda.. O Carbono Ca rbono 14 tem desfeito m uito sonh o e fantasia de cientistas latino-americanos e norte-americanos, am bos criadores de grandes e freqüentes exageros. exageros. Ve ja mos as principais datas, com referência à América do Norte, as corrigidas definitivamente pelo Carbono 14: Local dos Achados
Idade em Anos
9.053 (350 para para menos) 9.883 (350 para Clovis, New México para menos) Barbeau Creek Rock Sheelter 10.651 (650 para para «nenos) «nen os) 10.493 (1.500 para Medicine Creek, Nebraska para menos) 9.524 (450 para Lime Creek, Nebraska para menos) Falron, New México 7.000 ( — ) 6.390 (300 (300 para Tlatilco, México para menos) 4.445 (280 para La Perla, Tamaulipas para menos) Tepexpan, México 4.118 (300 para para menos) Fort Rock Cave, Oregon
mais o u mais ou mais ou mais ou mais ou
mais o u mais o u mais o u
Material Examinado Ossos queimados Carv&o Carv&o Carv&o Carv&o Madeira ie carv&o Esqueleto e carv&o Crâni Crânioo e car carv&o v&o Crânio
Para êste último crânio, de Tepexpan, o otimismo latino-americano dava uma idade entre 12 e 15 mil anos. As A s data da tass m a is rec re c u a d a s d a A m é ric ri c a d o Sul Su l sã o : Local dos Achados Grutas de Pallialke
Homem de Maratuá, S&o Paulo (Santos)
Idade em Anos 8.639 (450 para mais ou para menos)
7.327 (1.300 para mais ou para menos)
ldem, ldem, ldem
7.803 (1.300 para mais ou para menos)
Tale de Chicama, Peru
4.380 (270 para mais ou para menos)
Material Examinado Ossos de animais e humanos queima dos Carvão e ossos hu manos Carv&o e ossos hu manos Madeira usada pelo Homem
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Há ainda a acrescentar os achados de Emperaire, na Patagôni Patagônia, a, que deram entre 5 e 6 mil anos. De acô rd rdo, o, pois, com os conhecimentos atuais, o Homem apareceu na Amé rica em avançado Quaternário, o que confirma a afirmação de Boule, que é de 1921. Mas encontram-se, com freqüência, na América do Sul, instrumentos tipo Paleolítico, isto é, pedra lascada. lascada. Mas a pedra polida não entrou fazendo desaparecer a lascada, foi um processo de infiltração, apareceu lenta e insensivelmente. Alé A lém m d iss is s o n ã o está es tá afas af asta tada da a h ipó ip ó tes te s e d e m igra ig raçõ çõee s d o fim do Paleolítico. Canais Frau, com otimismo patriótico sul-americano, diz que o Homem poderia aqui ter chegado até no Paleolítico inferior. Mas, e a barreira das glaciações? E onde do cumen tos capazes capazes de prová-lo? Diz Frau que o resto hu mano mais antigo da América é o de Confins, Minas Gerais, ao qual dá 40 mil anos! anos! Com que base o afirma, afirma, quando o Homem de Lagoa Santa não conta mais de 3 mil anos? Mas o próprio pré-historiador argentino, mais adiante, em sua obra, acha que o Homem teria chegado à América há cêrca de 28 mil an os !. . . Aliás, Aliás, o mesm o pré-his pré-histori toriador ador declara ainda que há na América vários milhares de diale tos, distribu distr ibuído ídoss em cêrca cêr ca de 12 120 fam üias lingüísticas! Ora, a obra “Les Langues du Monde” de A. Meillet e M. Cohen, de 1952, demonstra a existência de menos de cem línguas na América do Sul... O Neolítico americano — foi tardio e é fácil de verifi car quando sabemos que os colonizadores europeus, no século XVI, aqui encontraram apenas culturas neolíticas. Outros fatos paleon tológicos demon stram a mesma coisa, coisa, como o Mastodonte e o Mamute que, sendo do Terciário na Europa, na América viveram até à aurora dos tempos modernos.
PESQUISAS ATRASADAS Na América, inúmeras coisas têm de ser ainda esclare cidas, pois po is as pesquisas estão muito atrasadas atrasadas entre nós. As fon fo n tes te s pré-h pré -hist istór órica icass conh co nhec ecid idas as,, mais ma is impo im porta rtant ntes es na Améri Am érica ca d o Sul, são sã o o s samb sa mbaq aquis uis,, mas ma s êstes, êste s, salvo sal vo pesq pe squi ui sas recentes e incompletas, foram estudados metodicamente só duas ou três vêzes e as mais antigas são as de Max Uhle, no Chile. Chile. No Brasil estão sendo send o êles êles inteiramente inteiramente destruí destruí dos pela exploração comercial, animada pela indiferença dos governos. governos. Os primeiros cronis cronistas tas dos séculos séculos XV a XV III já falava fala vam m n os samba sam baqu quis, is, atrib at ribuin uindo do-o -oss ao índi ín dio. o. Anchieta, Femão Cardim, Gabriel Soares, Madre de Deus, falam nos numerosos sambaquis ao lado de Santos, de Itanhaem. Tôda a baixada de Santos, o Engaguaçu, estava eriçado de sambaquis que não mais existem, desaparecidos na voragem vandálica vandálica do com ércio. érc io. Mas êste é assunto importante impo rtante que exige mais tempo. Estamos, pois, a ver que as pesquisas estão atrasadas, e as feitas nos continentes americanos provaram nunca ha ver existido antropóides nestas plagas e que até os defen sores do surgimento da humanidade na América ou mesmo da sua antiguidade, como continentes habitados, caem em grandes contradições e nada podem afirmar com base cien tífica. Outros dos problemas que a Antropologia nos tem de aclarar é o fato de terem existido negros na Europa muito antes de terem sido localizados na África. Em tôda essa questão, há um malabarismo que ainda não terminou, simplesmente por não poder terminar sem que alguns antropólogos tenham de rever a ciência nova mente. A verdade é o fato de os tipos humanos fósseis, até agora conhecidos, não satisfazerem a Antropologia com relação à linhagem do Homo sapiens.
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Só agora, começa a admitir-se a possibilidade de ser o Neandertal, talvez, um seu possível ascendente, tido até rerontemente como um simples colateral. Pelo menos três formas de fósseis permitem discutir n possibilidade de uma linha paralela a Neandertal e seria assa assa linha linha do H omo om o diluvialis. diluvialis. Uma delas delas é Hom em de Swanscombe, descoberto em 1935, às margens do Tâmisa, num depósito do Chelense médio, que apresenta afinidades com Neandertal, mas maiores ainda com o homem moderno. Outra forma é o chamado Homem de Eringsdorf ou de Weimar, representada por duas mandíbulas incompletas, uma com todos os molares, dentes isolados, alguns ossos de uma criança de 12 anos e ainda ainda um crânio crân io incompleto. incom pleto. As man díbulas são prognatas, mas mostram um queixo bem esbo çado, o barrete superciliar atenuado, fronte pouco fugidia, abóbada craniana mais elevada, e apófise mastóidea bem desenvolvida, um paleoantropiano a anunciar um tipo hu-
Figura Fig uração ção de homens prim itivos itivo s
m ano an o moderno. mode rno. A outra form a fóssil que suger sugeree o pr préé-sa-sapiens é o Homem de Fontchevade, do Taiacense, subperíodo situado entre as glaciações de Riss e Wurn, representado por uma calota com quase todo o parietal esquerdo, me tade superior do direito, parte superior do frontal, frag mentos do parietal parietal e do occiput. Acusa Acusa caracteres primiti vos e, ao mesmo tempo, do homem atual, sem viseira superciliar, ciliar, conform con form e conclusão conc lusão de Vallois. Vallois. A estas estas form as pode-se juntar o neandertalóide, da Palestina, já com queixo bem acentuado.
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Tais achados demonstram a existência, no Paleolítico inferior, de um tipo humano de crânio espêsso, pentagonal, abóbada baixa, parietal semelhante ao Homo sapiens, mas de relêvo atenuado, articulação têmporo-parietal primitiva, vasta capacidade craniana e ausência da viseira superciliar. É ainda ainda deficiente êsse êsse material para uma conclus con clusão ão definitiva, mas se tudo indica que o Homo sapiens tem de ter um ascendente no Paleolítico inferior, não está provado que êsse descendente não seja um sub-ramo Neandertal, que teve, aliás, um representante contemporâneo ao mesmo H o m o sapiens. sapiens. Há mesmo mesm o quem sustent sustentee ter sido êste quem tenha extinguido Neandertal e de uma maneira muito hu mana: comendo-o. De qualquer forma, Swanscombe, Fontchevade, Eringsdorf e Palestina assumem enorme importância, pois talvez possam encher o espaço vazio entre Chelense, Acheulense, Paleolítico inferior, e o Mustierense, Paleolítico médio, ex plicando as indústrias Clactonense, Lavalloisense e Micoquense dêsse intervalo, que se distinguem, com nitidez, pe las diferenças entre si, às quais faltam ainda fósseis huma nos para justificá-las, e devem ser um pouco diferentes do Neandertal clássico. Temos de avançar um pouco mais no tempo, a fim de chegarmos ao momento em que as últimas camadas de limo amarelo, surgidas depois do limo vermelho, acabam de ser depositadas na Chi China na.. Os gelos de Wurm Wu rm começa com eçam m a reti rar-se, dando um clima suave, sem as rudezas sofridas por Neandertal. Êste, Êste, pode-se pode -se dizer que já não nã o existe. Tudo Tu do mudou. Os homens hom ens que se agitam agitam na Europa, Europ a, Ásia Ásia e Áfri ca, são diferentes, diferentes, anatômica, psíquica e socialmente. socialmente. Es tamos no Aurignacense, o primeiro período do Paleolítico superior. Aparece repentinament repentinamentee o Hom em do Aurigna Aurigna cense, representado já por três linhas diferenciadas: uma espécie, mas raças diferentes. diferentes. Aliás, Aliás, o último mom ento, talvez, em que se possa falar em raças nitidamente defini das. Daí para diante, a mestiçagem mestiç agem ia destruir destru ir as diferen ças, que, posteriormente, só poderiam ser admitidas por um artifício anti-científico tolo para justificar interêsses políti cos-e crueldades sociais. O primeiro que se revelou naquele clima diferente foi Cro-Magnon, descoberto num abrigo, sob rocha, na Dordonha, onde se acharam cinco esqueletos fragmentados den tre êles uma mulher e um feto. A sua capacidade craniana craniana
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é enorme (1.590cm3), talhe grande (l,83cm), crânio longo, arcos superciliares marcados, mas sem a viseira, abóbada craniana alta e achatada, occipital estendido, face larga e baixa, baixa, o que denuncia uma cabeça desarmônica. d esarmônica. Cro-Mag Cro-Mag non é prognata, mas apresenta apresenta um queixo proeminente. Mãos e pés grandes. grandes. Êstes Êstes caracteres foram fora m confirm con firmado adoss por outros achados em sítio afastado, em Grimaldi, já na fronteira da França com a Itália. Montandon, em face da sua estatura, aventou a hipóte se de se tratar de sepulturas de chefes escolhidos entre os tipos mais desenvolvidos, como acontece com os Bahima e os o s Bantusi Bantusi da África. Mas em Combe-Capelle Combe-Capelle ao sul sul da Dordonha, Cro-Magnon foi exumado depois com algumas diferenciações, arcos superciliares mais acentuados, nariz mais achatado, prognatismo maxilar, queixo menos proemi nente e estatura menos elevada, talvez um produto de mes tiçagem já em pleno avanço, como se vê nos dois esqueletos — homem e mulher — exumados depois, no vale do Reno, perto do Bonn, cujo crânio é próximo do dos esquimós atuais: órbitas baixas, pouco prognatismo e queixo de Cro-Magnon, costelas e outros elementos, inclusive o tronco em forma de barril, neandertalóides. DOIS NEGROS Nas mesmas grutas de Grimaldi, na fronteira da Fran ça com a Itália, mas em camada inferior, descobriram-se dois esqueletos, de uma mulher e de um adolescente, enter rados rado s juntos, junto s, encolhidos. encolh idos. Não eram mais Cro-Magnon. Cro-Magnon. A estatura era muito menor (l,60cm) e possuía numerosos ca racteres negróides. Quer dizer, êstes dois doi s negros teriam teriam vivido na Europa no início do Aurignacense, comêço da ida de da Rena. Nenhuma diferença específica profunda há entre Gri maldi e Cro-Magnon, mas a raça é evidentemente outra. Nesse instante longínquo, pois do início do Paleolítico supe rior, vivia na Europa um tipo negro, antes que tais tipos possivelmente existissem existissem na África. Isso dá uma nota sen sacional e inesperada à Antropologia. Antro pologia. É m uito oportuna oportun a também — pois serve para quebrar o orgulho fátuo de cer tos representantes da linha branca, inclinados ainda, mal grado tôdas as evidências científicas, a acreditar numa cer ta pureza étnica nos dias de hoje, e ainda que a Eurásia
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poderia gozar impunemente do privilégio de continente isen to do contacto com o negro ou com o amarelo. Já apresentamos o Sr. Marcellin Boulex e dêle pode mos dizer que liga Grimaldi a outros povos africanos, como' os boximanes e os hotentotes, mostrando os caracteres co muns, o mesmo prognatismo, a mesma platirrínia, os mes mos desenvolvimentos da face, mandíbula, macrodontismo. E registrou a separação enorme de território entre êles, mas lembrou as estatuetas esteatopígias da Europa do Neolítico e a esteatopígia dos mesmos povos africanos. Mas em 1917, um novo achado veio diminuir o espaço de separação. Wladimir Wladim ir Besnard, o fundado fund adorr do Instituto Oceanográfico de São Paulo, achando-se em missão de es tudos no Saara, seguindo vagas informações de guias negros, descobriu desc obriu restos humános no sítio de Asselar. Asselar. Não Nã o eram nada mais nada menos do que um fóssil Grimaldi, em plena Áfr Á fric icaa d o N orte, or te, a meia mei a distân dis tância cia das da s cavern cav ernas as de Gr Grima imaldi ldi e da África do Sul dos hotentotes... Entretanto, Cro-Magnon e Grimaldi não eram as úni cas linhas raciais já existentes no Paleolítico superior da Europa. Outra, Outra, tão importante quanto quanto as as primeiras aí exis tia. Tudo até aqui dito e estudado prova-nos existir antro pólogos pouco escrupulosos e que as fraudes têm sido o ar gumento salvador para muitos partidários da evolução não darwiniana, e, afirmamos isso, porque Darwin nunca afir mou ser o homem descendente do macaco. Um velho esqueleto, muito próximo da família dos ho minídeos — o homo neanderthalensis — pode vir a alterar todos os cálculos que os antropólogos tinham do verdadeiro ancestral humano. O homem de neandertal nunca foi considerado nosso avô, por isso os antropologistas têm reconhecido sempre nêle, por suas características, um símio baixo, atacarrado, crânio achatado, (sem tecto curvilínio, como o do homem atual), dentadura mais apropriada para uma dieta vegetal e uma ossatura antropoidal. Modernmente, um antropólogo do “Smithsoniam Institution” afirma que existiu uma lacuna de 15.000 anos entre o desaparecimento do homem de Neandertal e o apareci mento do “Homo Sapiens”. Baseando-se nas evidências encontradas na “Caverna da caveira”, em Israel, o Dr. I. Dale Stewart acredita que duas
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classes (tipos) de neanderthalensis viveram simultaneamen te. te. Uma seria o tipo priinitivo, encontra enco ntrado do na Caverna Caverna de Shanidar, Iraque, na de Tabun em Israel e na Europa, que segundo êle, desapareceu ao mesmo tempo em que regre diu, diu, tornando-se tornando-se mais primitivo. O outro tipo é o achado na mencionada Caverna do Crânio, que seria um tipo mais moderno, tendo vivido 45.000 a 60.000 anos atrás. De ser verdade esta afirmação antropológica abre a porta para duas objeções a tôda teoria evolucionista, pois, se o primeiro tipo regrediu, tornou-se mais primitivo, a evo lução andou às avessas, e o lapso (hiato) de 15.000 anos entre o neanderthalensis e o Homo Sapiens nos deixa em perplexidade. Se houve houv e uma descontinuidade descontinuida de de 15.00 15.0000 anos, anos, essa falha cronológ cron ológica ica sugere que outro out ro antropóide deve ter entrado na escala zoológica, ou que o homem apa receu p or arte de magia. magia. Isto levar-nos levar-nos-ia -ia a criaçã cria çãoo espe cífica! Segundo o Dr. Steward, dêstes dois tipos, o mais primi tivo possuía características do neanderthalensis, porém, que suas exageradas formas representavam os refluxos do de senvolvimento, que não se aperfeiçoaram, enquanto que a corrente geral evolucionista progredia em direção ao homem moderno. Não se sabe que um neanderthalensis tenha existido antes de 45.000 anos atrás, e quando modelados (sempre à vontade do antropólogo interessado) apareciam mais primi tivos do que realmente realmente o foram . Mesmo Mes mo assim, alguns alguns an tropólogos afirmam que a arte da costura e uma rudimen tar cirurgia foram fora m inventad inventadas as p or êles. êles. Esta afirmação afirmaçã o fundamenta-se no fato de que se teriam encontrado “cadá veres” com os braços amputad amputados. os. A afirmação é totalmen totalmen te gratuita, uma vez que nunca foram encontrados CADÁ VER V ERES ES.. É c o m esqu es quel elet etos os que qu e tem te m os lidad lid ado, o, e êstes êst es p o diam despreender fàcilmente os ossos uns dos outros, e até partirem-se pelo pêso das camadas que os sepultava, ou mesmo deslocar-se uma remoção da terra que os cobria. Outra prova que se opõe à evolução reside no fato de que êsses fósseis foram encontrados tendo nos seus túmu los ornamentos, símbolos e outros sinais de respeito, que nos fazem fazem supor uma uma reli religiã gião. o. Não podem os acreditar acreditar que os antigos antropóides se retinissem para orar ao Criador. Se os fósseis achados, nos provam que tinham reverência por um Ser Supremo, provam também que não eram ma cacos.
O MITO DA RAÇA PURA Quando e como surgiu o primeiro homem-macaco? Quando o símio, nosso ancestral se metamorfoseou em ho mem modern mod erno? o? São perguntas que nenhum antropologista aclarou e todo êsse amontoado de crânios, fêmures, den tes, mandíbulas e_ esqueletos complica com plicam m muito muit o essas res postas. Os antropologistas costumam apregoar que algum pe queno grupo de símios, em um dado tempo e lugar iniciou a evolução, tendo modificado o cérebro, e essa crucial trans formação habilitou-os para enfrentar tôdas as possibilida des da civilização. Admitindo isso, teríamos de perguntar: perguntar: por po r quê só um pequeno grupo ati atingi ngiu u êsse privilégio? Por quê não evoluí evoluíram ram todos os símios? Simplesmen Simplesmente te por po r que que o mecanismo, pelo qual a natureza produz novos tipos, acla ra-nos ra-nos que a evolução evolu ção não se processa proc essa assim. assim. Logo Lo go seria seria inútil procurarmos um antepassado comum para todos os donos do amontoado de esqueletos aqui apresentados. Autoridades Autori dades em antropolo antr opologia, gia, hoje, ho je, conside con sideram ram todo to doss os pretensos ancestrais simiescos, como tendo pertencido a uma única espécie (tip (t ipoo ). Os antropóides antropói des de Java Java,, Pequim, Pequim, Africa Afr ica e Europ Eu ropaa fora fo ram m todo to doss variedades do mesm me smoo tipo tip o — HOMO HOMO ERECTUS. ERECTUS. Sendo isso iss o verdade, não poderíamos podería mos duvidar de que êsse homo-erectus evoluísse até o HOMO-SAPIENS, ou homem moderno. Esta transformação não teria dado origem a um peque no grupo de homo-sapiens que ficou isolado numa localidade distante e inacessível, mas, foi uma transformação ampla que simultaneamente teve lugar em quase todo o mundo an tigo. Raças locais, que temporàriamente tinham estado iso ladas dos outros antropóides, evoluíram ràpidamente em novos nov os tipos. Abandonaram seu isolamento e misturaram misturaram os genes com outros povos, até que êsse mesmo grupo, cres cendo, formou um novo tipo.
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É claro que as coisas não foram fo ram bem assim. assim. A Antro pologia, mesmo a evolucionista, não é uma representação mágica que quando o desejar pode tirar um Homo-sapiens do cartola do darwinista, como se fôsse o pombo ou coelho que tira o mágico da sua. sua. Para Para criar um novo nov o tipo, é mismister certo tempo. Ainda nos nossos noss os dias, dias, tipos (nã ( nãoo raças) estão surgindo e desaparecendo a nossos nosso s olhos. Uma Uma clas sificação mais recente divide a espécie humana em 300 tipos diferentes, quatro dêsses tipos têm menos de 500 anos de fixados. Ésses quatro tipos são: os “colored” americanos, que não são negros nem brancos, mas uma amálgama de vários tipos europeus, com índios americanos e negros do leste ufricanos; os “ladinos”, que surgiram na América Latina pelo cruzamento de espanhóis com índios; os mulatos da Africa do Sul cujo cu joss ancestrais fora fo ram m europeus europ eus e africanos, africano s, o os novos havaianos, que são uma mistura de polinésios, chineses, japonêses, caucasianos e outros. Por outro lado, estamos a presenciar a rápida extinção de outros quatro tipos: — os ainu das ilhas do nordeste ja ponês; os servícolas (bushmem) da Africa Central; os aborínenes australianos e, finalmente, os negritos do sudeste da Asia Asia.. Êsses quatro tipos estão estã o a extinguir-se extinguir-se por po r falta de adaptação, ou sendo absorvidos por outros tipos, que lhes invadiram invadiram o território. territó rio. Não há, há, pois, pois , nos nossos no ssos dias, dias, e, e, nunca tem havido uma RAÇA PURA. O PROCESSO EVOLUTIVO Analisemos mais de perto pe rto o pr proc oces esso so que se nos no s apre senta senta da evolução evolu ção do macaco mac aco até até o homem moderno. A teo ria da seleção natural explica como uma variação da es pécie pode pod e fixar-se fixar-se em um novo nov o tipo. As dificuldades à adaptação eliminam os indivíduos menos aptos às condições externas, enquanto os melhores adaptados produzem um rá pido desenv desenvolvime olvimento nto do tipo comum comu m como com o um todo. tod o. Com êsse conhecimento, podemos aclarar muitos fenômenos da adaptação e extensão dos tipos diversos. Mas isto que fica dito, não pode ser tudo, como evolu ção, de maneira nenhuma. nenhuma. Se a seleção natural natural fôsse fôs se o úni co fator que conta, a vida teria desaparecido da terra há
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muitos muit os anos atrás. atrás. Cada Cada tipo teria atingido um pont po ntoo em que todos os indivíduos seriam muito parecidos, bem ajus tados para enfrentarem certas condições, porém incapazes de sobreviver quando as condições climatéricas mudassem ou um novo inimigo aparecesse! ELIMINAÇÃO DOS INADAPTADOS O fato é que hoje, depois de séculos (milênios' dirão os evolucionistas), de rude e implacável eliminação dos inadaptados, ainda constatamos uma certa variabilidade em cada tipo e a totalidade das diversas variedades de animais e plan tas é hoje ho je maior do que no passado. É esta variedade variedade que que permite a um determinado tipo (ou família) sobreviver e evoluir sempre mais, uma vez que os indivíduos podem adaptar-se às bruscas mudanças de clima, ambiente, alimentação e costumes. A seleção natural natural sd permite a evoluçã evo luçãoo atua atuan n d o em tipos já exist existent entes. es. Mas qual é a fonte ou impulso dessas variações? Para entendermos a variabilidade, mister se faz conhe cer a diferença das características entre hereditariedade e rião-heredit rião-hereditariedad ariedadee de cada indivíduo. Somente as carac terísticas que foram herdadas de seus pais podem ser trans mitidas e perpetuadas nos descendentes. O desenvolvimento de todo o organismo é quase que in teiramente controlado por minúsculas partículas chamadas GENES, que se encontram presentes no núcleo de cada cé lula do corpo cor po.. Êstes genes genes determinam as as características físicas: sexo, altura, côr do cabelo e dos olhos e não raras vêzes até o timbre da própria pró pria voz. Tudo Tud o é transmitido transmitido à prole, que assim fica habilitada a passar à nova geração essas características. Quanto ao que genèticamente saibamos, não há meio ambiente que tenha fôrça para modificar um caráter especí fico fic o do gene. gene. Desta Desta forma, forma , mutações súbit súbitas as no crescimen to e desenvolvimento do indivíduo não são possíveis, e mui to menos transmis transmissíve síveis is aos descenden descendentes. tes. Por isso pode mos afirmar que hoje a evolução é tida como um longo e va garoso processo de mudanças que, partindo dos genes, ter mina mudando, por seleção, um tipo em uma família.
COMO SURGEM AS DIFERENÇAS A seleçã sel eçãoo atua na variaçã var iaçãoo dentro den tro da família (raça (ra ça),, ),, sempre com tendência a reduzi-la por uma harmonização mais homogênea homog ênea possível. possív el. Mesmo assim, assim, as variações con co n tinuam tinuam a surgir. Aqui ou ali novas diferenças diferença s surgem entre entre os vários componen comp onentes tes do tipo. Estas variedades, variedades, que sig nificam vida ou morte para a espécie e tipo, surgem ou de saparecem saparecem constan constantemen temente, te, por po r dois processos. process os. Um é cha cha mado de de combina com binação! ção! Cada Cada indivíduo herda de seus pais igua iguall número de cromo cro mossô ssômio mioss e genes. genes. Esta combinaçã com binaçãoo não só é diferente nos diversos tipos, mas também o é entre os indivíduos indivíduos do mesmo grupo típico. O número de genes genes é tão enorme que uma combinação exata entre dois indiví duos do mesmo grupo provàvelmente jamais é repetido na história história da espécie. espécie. É pois, a combinação, combin ação, por po r reprodução sexual, que mantém a variabilidade entre indivíduos do mes mo tipo. Outro process pro cessoo é a mutação. Ocasiona Ocasionalment lmentee — e por causas de fôrça maior, sempre desconhecidas e ines peradas a radiação atômica, operações cirúrgicas, irritabili dade ou alteração dos genes, hibridismo por cruzamento — produzem alterações rápidas, que dão ao indivíduo caracte rísticas diferentes. Daqui compree com preende ndermo rmoss que a mutação e combinação sejam as responsáveis da variação de um tipo em outro, ou de uma raça em outra, mas a seleção reduz constantemente estas variações, o que resulta em uma evo lução para uma maior adaptação, porém sem a perda com pleta da diversidade. Nos nossos dias já se cogita sôbre o fato de que o au mento da população deve ser introduzido em tôda e qual quer teoria evolucionista. evolucionista. É claro que um maior número de indivíduos, dentro de um tipo, aumenta proporcional mente o número de cruzamentos que pode haver entre os componentes. Êste Êste é um fator fato r vital vital que determinará determinará como com o a evolução do tipo racial deve processar-se.
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Tomemos por exemplo uma população de pássaros, que não exceda de poucas pouc as cente centenas nas.. Imaginemos que êste êste gru po habita uma ilha distante de outras e que, por isso, não pode pod e have haverr cruzamento cruzamento com outros ou tros tipos. Neste Neste caso a mutação pode surgir quase que num abrir e fechar de olhos, pois, o gene da mutação pode ser cruzado rapidamente, au mentando em eficiência de geração em geração até que todo o grupo tenh tenhaa as mesmas caracterís características. ticas. Embora Em bora reconhe çamos que as mutações não são sempre raras, neste caso pode haver uma rápida evolução que varie e vitalize tôda a espécie. Isto resulta resulta numa grande adaptação e uniformida unifor mida de que, por sua vez, significa extinção, quando uma brusca mudança tem lugar. O dodo era um pombo que habitava a ilha Maurício. Como na ilha não havia quem os perturbasse, não tinham necessidade de voar para sobreviver, desta forma, o dodo cresceu, aumentou de tamanho e gradualmente foi perdendo as asas e, com co m elas, a facilida fac ilidade de de voar. Quando essa ilha foi visitada por marujos, que necessitavam provisões, nota ram logo que o dodo não podia voar e que êles se entrega vam à morte mo rte sem muita luta luta.. Sua extinção foi fo i rápida e to tal! Uma grande população de vários milhões de indivíduos em área diminuta, também pode vir a extinguir-se, embora p or diferentes diferentes razões razões.. Quando há muitos indivíduo indivíduos, s, podem ter lugar muitas mutações que permitirão a variabilidade a despeito da seleção. Repetimos que é difícil que uma mutação venha a fi xar-se repentinamente repentinamente.. Se uma mudança evolutiva deve ocorrer, uma mutação favorável tem de ser espalhada entre uma população enorme, e nova mudança não terá lugar até que a anterior não esteja bem estabelecida. Sendo Send o assim, assim, podemos ver que uma grande população, embora variada e variável, tenderá a evoluir vagarosamente e se tiver de en frentar em câmbio súbito nos seus contornos, êste poderá levá-la a extinção. OUTRO POMBO O chamado pombo pom bo itinerant itinerantee é outro outr o exemplo. Era próprio das florestas dos Estados centrais norte-americanos, onde aninhavam aos milhões e emigravam em bandos que escureciam o sol enquant enquantoo passava passavam. m. Quando os pioneiros
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foram instalando-se, derrubando as matas e queimando-as, para fazer clareiras onde pudessem morar, destruíram-lhes seu seu lugar lugar de acasalament acasalamento. o. Como Com o não puderam evoluir tão ríipidamente como os pioneiros derrubavam, e não soube ram procurar outro habitat, o pombo itinerante está hoje tão extinto quanto o dodo; não há nem um exemplar vivo. Para evoluir e sobreviver em um mundo mutável como o nosso, a espécie (tipo), necessita da plasticidade de uma pequena pequena popula pop ulação ção,, e da variabilidade de uma grande. grande. Es ta combinação só tem lugar quando uma grande população de um mesmo tipo se divide em pequenos grupos de cruza mento. Vemo Ve moss êsses tipos tipo s (300) no nosso no sso mundo. Estão Est ão dividi dos, separados, embora emb ora não isolados isol ados de tudo. Cada Cada um dêles exibe os traços da característica principal do tipo, sem que isso signifique que tenha de perder suas próprias fei ções individua individuais. is. Nestes tipos pode pod e dar-s dar-see uma mutação se ela fôr útil ou exigida em certo habitat, mas nunca surgirá onde não for necessária. Não é difícil que uma mutação se espalhe com mais ou menos men os rapidez rapidez entre entre uma populaç pop ulação ão pequena. pequena. A rapi rapi dez será sempre proporcional proporcio nal à população. Quant Quantoo menor ela seja tanto maior será a rapidez com que espalhe e fixe. Sempre que se registre um pequeno acasalamento (cru zamento restrito), entre os mesmos indivíduos da mesma po pulação, a mutação não é barrada por genes importados, mas também êle não se espalha por tôda a raça com um todo, quando muito, geograficamente, interferirá com as outras populações fronteiriças. Tom To m amos am os a pergunt perguntar: ar: Quando Quando foi fo i que que o primeiro sí mio se transform trans formou ou em homem? hom em? Segundo a idéia que esta mos provando falsa, talvez um milhão de anos atrás, quan do o Australapithecus lançou a ponte sôbre a lacuna que ha via entre entre o símio e o homem. homem . Mas, Mas, se assim foi, fo i, temos logo uma contradição, pois, os restos do australopithecus foram encontrados na África que nenhum paleontólogo acei ta com co m o sendo o berç be rçoo da humanida humanidade. de. Foi a Ásia Ásia que teve êsse privilégio. Quanto ao que saibamos, o fóssil mais primitivo com evidências humanas, (se julgarmos pelo tamanho do cére bro), é uma calota craniana do segundo período interglacial que foi achada em Swanscombe, na velha Inglaterra.
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No tempo em que vivia o dono dêsse crânio, o australopithecus estava já extinto, e os dois tipos pequinense e o de Java só lhe sobreviveram uns 100 anos mais ou menos. Tudo quanto fisicamente sabemos do “homem de Swanscombe” foi deduzido de menos da metade de um crânio, que se supõe mostre que a capacidade dêsse ante passado seja de 1.325 centímetros cúbicos, o que o coloca ria muito próximo da capacidade cerebral do homem mo derno. Também encontraram-se alguns sinais da cultura do homem home m de Swanscombe. Swanscomb e. Seus machados machad os eram peças macissas de pederneira, que se provaram de grande eficiência quando manejados por forte braço. Durante o tempo em que viveu o homem de Swanscom be, muitos outros tipos de homens viveram espalhados pelo mundo. mundo . Como Com o temos demonstr dem onstrado, ado, a êstes deu-se-l deu-se-lhes hes uma grande variedade de nomes, e nêles pretendem ver muitas variedades, porém, provàvelmente eram diferentes famílias de Homo Sapiens. O tipo melhor estudado entre uma centena de fósseis, encontrados no Sudoeste da Europa, norte da África e Ásia Menor, é o homem hom em de Neande Neandertal rtal.. A julgar pela pela sua capa cidade craniana, sua capacidade cerebral era mais ou me nos a do homem moderno, com uma média de 1.450 centí metros cúbicos. Deve ter tido uma boa dose de inteligência, uma vez que sobreviveu na Europa durante o período mais frio da era glacial, caçando, cozinhando e comendo os animais que matava com seus afiados machados e facões de silex simitricamente feitos. O fato de que êstes homens enterravam seus mortos e colocavam nos seus túmulos instrumentos diversos, denota que tinham idéias próprias da vida no além, o que significa ria também que eram religiosos. No capítulo terceiro descrevemos tôdas as característi cas dos neandertalóides, e se temos de admitir êste tipo co mo precursor da ESPÉCIE, somos obrigados a atribuir-lhe traços distintos dos que realmente tinha e que tanto o di ferenciam do homem moderno. Repetimos que possuía crânio atacarrado, protuberância bocal, falta de mento (que (q ueix ixo) o) e frente baixa. baixa. Estas características aliadas aliadas ao corpo musculoso faz com que apareça um verdadeiro bruto, que só podia comparar-se ao homem por sua forma externa.
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Quando comparado com o homem de Swanscombe, o homem de Neandertal deixa ver à primeira análise que foi um tipo muito imperfeito, o que leva os antropólogos a es tabelecer o fato de que tenham existido diversos ramos de neandertalóides, embora desconhecidos no período interglacial. Da Rodésia Rod ésia e Java Java têm-nos chegado chega do fragment fragm entos os que apresentam traços de fronte mais baixa e cérebro bem me nor do que o especime de Neandert Neandertal. al. Seus defeitos orbi orb i tais eram muito maiores e isto sobressai no espécime da Rodésia. Dois crânios encontrados na Alemanha, no mesmo pe ríodo post-glacial, indicam que os primitivos neandertalensis tinham o crânio mais curto, porém mais alto. O tipo de Fontechade, da mesma época do neandertalensis, interessa-nos porque é, sob todos os aspectos, o mais moderno moder no crânio do último período perío do pré-gl pré-glaci acial. al. Denota Denotava va que tinha fronte mais lisa e sem curvatura na coluna verte bral. Se suas mandíbulas fôssem encontradas (coisa que não sucedeu), pelo que os antropólogos desenham, nos prova riam ser de um tipo de um homem realmente moderno, e, sendo assim, chegaríamos à conclusão muito lógica e ina tacável de que o homem sempre foi homem! OS TIPOS DA ERA GLACIAL A verdade, que sobressai sobre ssai nesse amont am ontoad oadoo de conjetuconje turas, é que PARECE que os tipos que viveram nos anos mais quentes entre um período glacial e outro, desapareceram com o retômo do período frio, quando o clima transforma va a Europa inteira inteira numa tundra ártica ártica.. O único tipo tip o que venceu tôdas as vicissitudes climáticas foi o neandertalensis, que, como afirmamos, refugiou-se em cavernas, e aqueceu-se com o uso do fogo. Deixamos dito que destas épocas, na Europa, foram encontrados restos de um tipo de hominídeos de Cro-Magnon, com dois metros de altura, completamente erecto. Sem crânio abobabado. abobaba do. Seus dentes dentes eram diferentes dos dos do s tipos anteriores anteriores e até dos do s contemporâneos. contemporân eos. As mandí bulas não tinham prognatismo, e possuía mento bem defi nido.
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Sabemos também que tinha uma vida religiosa bem or ganizada, já que não podemos dizer BEM ORIENTADA, uma vez que nisso, o homem moderno, apesar de tôda a sua ciên cia e perfeição anatômica, ainda tem muito que aprender e avançar. Suas pinturas — cavalos, bisões, mamutes, re nas, antílopes — são realmente uma espécie de oração má gica com a qual pretendia ter êxito êxito na caçada. caçada. Era a su perstição aliada à magia para vencerem a fome. O mais curioso é que os antropólogos sempre afirmaram que os hominídeos de Cro-Magnon e Neandertal tinham vi vido separados, até que ambos os tipos foram encontrados jun ju n tos to s m istu is tura rado doss numa nu ma caver cav erna na de M onte on te Carm Ca rmelo elo,, na Pa lestina, o que prova que ambos os tipos eram contemporâ neos, viveram juntos nos mesmos lugares, e cruzaram-se en tre si. ARVO AR VORE RE GENEAL GEN EALÓGIC ÓGICA A Nestes últimos 50 anos, os antropólogos têm estado a estudar as relações que existiram entre os tipos dos hominídios antigos e o homem moderno, porém, para que êsse es tudo seja eficiente, é mister ter profundos conhecimentos científicos — anatomia, geologia, química, glaciologia, ar queologia — e além disso, mister se faz também que o an trop ólogo seja seja imparci imparcial. al. Só assim chegaremos a conclu sões lógicas e exatas exatas.. Com o até até agora tem sido feito êsse êsse estudo só incertezas e contradições têm surgido, pois, qua se sempre é a idéia preconcebida do antropólogo que, par tindo do que julga uma espécie, separa todos os tipos em raças diferentes, quando tôda a etnografia nos prova duas coisas: 1.a) Nunca houve houv e pluralidade de raças, houve e conti con ti nua a haver tipos diversos. 2.a) Se em eras que já lá vão existiu a raça pura, h oje oj e (e pelo que sabemos) há muitos anos, está muito misturada. É algo de miraculoso saber que vivem no mundo atual uns dois biliões de indivíduos, que nos apresentam 300 tipos diferentes. Se estudarm estud armos os imparcialmente imparcialme nte sua estrutura física, (tanto as partes macias, bem como os ossos do cor po), sua distribuição pelo mundo, suas artes, costumes, lín guas, religião, literatura e folclore, notaremos que entre êsses tipos há traços que nos conduzem a uma civilização e tronco humano comum.
CIVILIZAÇÃO MEGALÍTICA Por mais longe que se possa remontar, com segurança, nos séculos, verifica-se que o homem sempre se interrogou sôbre sôbr e seu destino. O caçad caç ador or que traçava sôbre sôb re as pare des de um templo-gruta a representação de um javali que queria caçar, tinha, modesto mágico que era, no sentido próprio do têrmo, uma concepção metafísica de suas rela ções com o mundo: pensava existirem fôrças invisíveis, que êle sabia se conciliavam. Mas, muito mais espantosa foi a aventura do Ocidente europeu europe u há 5 ou 6 mil anos. O neolítico ne olítico estava terminan do então, essa idade da pedra polida, que tantos progressos trouxe para a humanidade. humanidade. Enquanto nas nas margens do Nilo e do Eufrates já existiam formas de civilização, esplêndidas, cujos monumentos até hoje provocam nossa admiração, nos Báucans, na Bélgica e na Inglaterra, moviam-se grupos hu manos em atividades ainda rudimentares, com seus reba nhos de carneiros, de cabras e de porcos, seus campos sem cessar deslocados. deslocad os. Ainda não nã o conheciam o bronze. Nas águas, águas, êsses homens hom ens vagavam vagavam em modestas mod estas canoas. Tal era a situação no Ocidente por volta de 3.300 antes de Cristo. Foi então que, vindo substituir os neolíticos, um grupo novo dá um impulso diferente a êsse impulso sem cessar retomado, retom ado, e que faz a humanidade progredir. progred ir. Produziu-se, Produziu-se, então, um novo fenômeno histórico, tão considerável como o que ocorreu no século XVI em que marinheiros, conquis tadores e missionários partiram da Europa à conquista do Nov o Mundo. Mas, Mas, com o na na época não foi acompanhado acompanhado do uso da escritura, quase que não nã o se fala dêle. E, iio en tanto, êle nos deixou duas testemunhas decisivas de sua im portância: o uso do cobre, depois do bronze e êsses milha res de monumentos que se podem comparar aos tempos dos grandes impérios, os “megalitos” dólmans, caminhos cober tos, menhirs.
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Tôda uma zona da Europa Ocidental está juncada de pedras prodigiosas, fincadas, superpostas, segundo uma or dem que se se pressupõe rigorosa. rig orosa. Quem já viu os alinha alinha mentos de Camac, na Inglaterra, não poderia esquecer a impressão quase que inquietante que essa série de roche dos verticais nos no s dá. dá. Há megalitos sobretudo sobre tudo na França, França, Inglaterra, Irlanda e Escócia, mas também no sul da Espa nha, nas margens do Báltico e do Mar Negro. É fora de dúvida que todos pertencem à mesma civili zação, e que procedem de intenções idênticas. De onde viriam êsses homens, que ergueram, ao preço de tão grandes esforço esf orços, s, êsses êsses megalitos? megalitos ? É quase certo cert o que do Oriente-próximo, de onde partiram para o ocidente também em direção direç ão à Ásia Ásia.. A ciência pode pod e localizá-los localizá-los,, sem dúvida, nos últimos séculos do IV milenar — onde estavam instalados na Espanha do norte, na Galícia, aí tendo funda do uma verdadeira civilização. civilizaçã o. É daí que partiram partir am para a embocadura do Loire e de Morbihan, e de onde reembarcaram para Comouaille, Escócia, Irlanda, e muito além, até às longínquas Orcádias, na Jultlândia e Suécia. O fato capital, certo, é que êsses homens possuíam o ve leiro. Um veleiro, cujas velas velas eram feitas de peles cosidas. Eram excelentes veleiros, se julgamos sua capacidade pela distância em que levaram os homens que dêles se utiliza vam. Durante mil anos — até à chegada dos Proto-celtas e dos Celtas — os homens dos megalitos foram os verdadei ros ro s senhores do Ocidente Ocidente europeu. Sua civilização evoluiu, evoluiu, e sua arte, indo do alinhamento em círculo as avenidas co bertas, que são verdadeiros palácios funerários, com câma ras isoladas. Sabe-se seguramente hoje em dia que os megalitos cons truídos por po r êsses homens têm um sentido religioso. Ou mais exatamente, funerário, pois o culto dos mortos era, para êles, uma das bases da religião. A expansão expans ão dos do s megalitos megal itos não nã o foi fo i maciça, maciç a, com co m o pode po de parecer à primeira vista. vista. Foram verdadeiros “ missioná rios”, vindos da Galícia ou de Andaluzia, que partiram, ex postos aos perigos das ondas, para implantar, à distância, sua crença e seus costumes. Foram êles que deram ao povo camponês do Ocidente, no momento em que se fixavam na terra, inumeráveis costu
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mes, dos quais ainda hoje algumas práticas religiosas guar dam a lembrança. As “ festas festa s do f o g o ” , o “ fog fo g o n o v o ” , o hábito hábi to de fazer faze r o rebanho passar por sôbre um braseiro... Quem sabe — se pergunta André Varagnac — se o há bito de lembrar os mortos entre “pedras fincadas" de nos sos cemitérios, não é ela também imemorial? Estamos aqui diante de tantos e tantos mistérios emo cionantes, que se tem vontade de parar para perguntar se não se se trata de um belo be lo sonho. Um fato, fato , no entanto, é cer to: os países do Ocidente, onde a fé cristã melhor se enrai zou o mais depressa e o mais fortemente, correspondem a grosso modo, àqueles onde os homens do III milênio im plantaram seus monumentos e suas doutrinas. CENTELHAS DA CIVILIZAÇÃO Durante centenas de milhares de anos, o homem progre diu lenta e duramente. As invenções inven ções e conhecim conh eciment entos os téc nicos foram surgindo aos poucos, e por essas invenções e técnicas, muitos dos povos da terra se julgam felizes. Convém notar que êsse desenvolvimento técnico não avançou por po r igual no mundo inteiro. Em muitas muitas regiões do mundo ainda não iniciou sua penetração, enquanto que em outras se eleva ao nível do milagre. milagre. Certos países estão sendo grandemente beneficiados, enquanto outros dormem ainda na simplicidade dos seus costumes primitivos. Por que que isso é assim? Haverá clima favorável ao estí estí mulo das invenções invenções.. Por que o conhecimento técnico ma nifesta-se tão lentamente nos séculos passados e avança tão ràpidamente no presente? Os inventos têm surgido e aumentado desde o homem das cavernas, cavernas, que aprendeu a fazer faze r fog fo g o e alimentá-lo. Des de essas pristinas eras, o homem tem vivido para melhorar seus instrumentos e técnicas. Algumas vêzes de uma uma for fo r ma tão repentina, que pode ser chamada de “invenção” no mais alto sentido da palavra; porém, o mais das vêzes, as invenções, ou avanço técnico, foi vagaroso, gradual, que po demos chamar de “progresso".
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Por exemplo, durante a Idade de Pedra, o instrumento mais espalhado era uma espécie de raspadeira para o pre paro das roupas de de couro. cour o. Durant Durantee a metade do períod per íodoo pleistoceno, uns 500.000 anos atrás (segundo os evolucionistas), as lascas da pederneira tinham pouco mais de cin co centímetros, mas, lá pelo fim da Idade de Pedra, entre 10.000 a 15.000 anos atrás, essas lascas retiradas da rocha atingiam proporções respeitáveis. Alguns d os inven inv entos tos pr prim imiti itivo vos, s, tais c o m o o "B o o m e rang” australiano e o “gancho-arpão” dos esquimós, revelam muito mu ito engenho. engenho. Apresentam-nos Apresentam-nos gênio inventivo inventivo tão acura do como qualquer outro invento que o mundo civilizado pos sa mostrar. O RASTEJAR DO GÊNIO INVENTIVO As con co n diçõ di ções es sob so b as quais quai s se desenv des envolv olveu eu o gênio gê nio inven inve n tivo do primitivísmo universal, fizeram-no rastejar duran te séculos. Durante Durante milênios o gênio inventivo inventivo progrediu progre diu vagarosamente, vagarosamente, com co m apatia apatia glaci glacial. al. Os homens hom ens se defen diam, caçavam e aravam com pedras de sílex seguras nas próprias mãos. Séculos mais tarde transformaram transformaram os sí lex em machados e martelos, pondo-lhes seus respectivos ca bos. Isso nos prova que durant durantee a primeira parte parte do pe ríodo pré-histórico, a raça humana ainda era muito bronca para possuir gênio inventivo. Provavelmente, o homem troglodita começou a desen volver seu gênio uns cem mil anos atrá atrás. s. Mesmo Mesm o assim, a técnica avançou titubeando. Por Po r que que o gênio inventivo inventivo fo i tão vagaroso durante durante tanto tem po? A razão dessa dessa vagarovagarosidade nas invenções pelas primitivas sociedades, não é di fícil de entender, por um lado as primitivas sociedades eram muito conservadoras, por outro, costumes tribais tinham es tabelecido exatamente quando uma coisa podia ou não podia ser feita, pois reinava entre êles o temor de desgostar os seus deuses, e quando aparecia um inventor que sobressaísse dos outros, ou ferisse as leis das tribos, simplesmente era liqui dado para evitar desvios perigosos; por outro lado, podemos chamar a sociedade antiga de gente que vivia da mão para a bôca. bôc a. Tôda Tô da a sua existência existência se resumia em comer, com er, e viviam viviam só para comer. Com o não podia guarda guardarr os alimento alimentos, s, ar mazená-los devoravam-nos até se empanturrarem, ou termi-
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iiiVIos para depois jejuarem longamente, até que tivessem
novo banqu banquete ete.. Desta Desta forma, forma , obrigados obrigado s pela pela fome, fom e, iam com experiências descobrindo alimentos animais ou vegetais, que muitas vêzes os levavam à morte. O mais importante de tudo consistia (para êles) aper feiçoar a técnica da caça, uma vez que esta só podia susten tar uma certa população dentro de uma área limitada, por Csse motivo, os poucos milhares de sêres que viviam ante riormente a 10.000 anos atrás, dividiam-se em pequenos gru pos isolados e espalhados espalhados por po r tôda a terra. terra. Estavam Estavam iso lados uns dos outros, não somente pela distância, mas, tam bém, por pensamentos hostis, que iam, não só a inveja da abundância, mas também a suspeita e até a inimizade sanguessedenta de um grupo contra outra, desta forma cada grupo, de caçadores poucas vêzes excediam de cem, mas, no grupo, havia muitas crianças que morriam em grande pro porção à causa da fome. O raio de ação dos caçadores era limitado pela distân cia, que podiam caminhar para matar a caça e carregá-la de volta volta ao acampamento. O crescimento no número do grupo, é claro que não aumentava a extensão da área, sendo assim necessário procurar com mais persistência a própria caça, o que fazia com que ela fôsse exterminada mais rapi damente. Podemos compreender, pois, que quando um grupo se tornava numeroso, e a caça era exterminada, o grupo gru po tinha tinha que emigrar emig rar ou dividir-se. dividir-se. Talvez essa tendên tendên cia à divisão, que notamos na sociedade moderna seja um resquício d o mecanismo mecanism o tribal. tribal. Por divis divisão, ão, queremos di zer essa tendência que nos leva a criar facções ou partidos raciais, políticos, religiosos, culturais e desportivos, que in ventamos a qualquer pretexto, e por êles torcemos e até bri gamos. Mas a divisão entre as antiga antigass tribos com co m suas ques tões e ódios, nem sempre avançava a ponto de destruir-se a si mesmos, antes automaticamente se dividiam para forma rem clãs, famílias, tribos, grupos que entre si tinha certas afinidades. afinidades. Que significa significa tudo isso no cam po da invenção? Significa muito, uma vez que só uma pequena fração da hu manidade tem idéias originais, ou chega a invenções, é cla ro que o número teve e terá de influir sôbre o assunto, en tre os sêres geniais nem sempre houve a coragem necessária, teimosa, e energia para levar avante o gênio inventivo com mêdo de ofender ao governante ou chefe da tribo, mesmo na Renascença notamos isso, num Dante Alighieri, que não podendo ridicularizar a igreja de outra maneira, escreveu a
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Divina Comédia, que realmente é uma sátira à doutrina da salvação exposta por teólogos pouco católicos e menos cris tãos. O mesm me smoo temor tem or notamo-lo em Galileu Galileu Galil Galilei, ei, quando escreveu sua imortal obra dos Dois Sistemas do Mundo, pois, oprimido por eclesiásticos daquele tempo, fingiu que se retratava retratava.. Que o número núm ero influi no gênio inventivo de uma população, podemos vê-lo ante o estudo feito na patent Office nos Estados Unidos. Nessa repartição entram anualmente uns 40.000 pedi dos para novas invenções, isto dá a média de uma invenção para cada 4.500 americanos. Assim podem pod em os ver muito p or alto que em pleno Sec. XX, numa população de 180 milhões de habitantes, só aparece o inventor entre 4.500 cidadãos. Suponhamos (Deus nos guarde disso) que todos os ameri canos fôssem varridos do seu território, com exceção de um grupo de 45 pessoas, nessa proporção êsse grupo conti nuaria a produzir invenções à razão de um por século, isto é, uma exemplificação muito rude, mas a verdade é que em média a Patent Office recebe por ano 75.000 pedidos de re gistro de invenção. Dêste número, núm ero, 35.000 35.000 são rejeitados, ou porque já sejam duplicatas de pedidos já registrados ou por várias outras razões, mesmo assim êsses concorrentes, que foram registrados no mais lato sentido da palavra, podem ser considerados com o inve invento ntores res.. Isto sem considerarmos as invenções que jamais são registradas por serem segredos de Estado: como invenções militares, de engenharia, farmá cia ou medicina. Tudo isso leva-nos à compreensão de que uma socieda de tribal, qualquer que fôsse o seu gênio inventivo não pode ria produzir invenções tão ràpidamente, uma vez que o seu pequeno número não permitia o aparecimento de gênios, e a hostilidade entre as próprias tribos freava a extensão da técnica técnica de um grupo para outro. Na realidad realidade, e, o gênio in in ventivo entre os caçadores da Idade da Pedra foi muito mais vagaroso do que seria no nosso grupo imaginário de 45 ame ricanos. Mas o povo americano está hoje tão encorajado no ca minho da invenção, que muitas vêzes supera até o imprevi sível, por estar todo êle imbuído da luminosa idéia de que terão terã o uma vida mais feliz, se inventarem coisas. coisas . Seja ela ela qual fôr, sempre que seja uma nova idéia, e, êsse científico pensamento é o fator que o impele a subir as escadas da ciência até o incrível. Essas idéias, que quase tôda tôd a socieda socie da de moderna possui, não podiam entrar nas mentes das so-
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cledades primitivas, estando como estavam imbuídos pela quase única idéia de comer para sobreviver, e sobreviver s
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qual fizeram armas para defesa e ataques ao mesmo tempo que preparavam melhores e mais fortes instrumentos agrí colas. A média mé dia d o avan av anço ço técn té cnic icoo não nã o p od e ser pr preci ecisa sada da p or não ter tido um ritmo constante, isto é, nos séculos passa dos, a História História nos prova que o avanço foi lentíss lentíssimo, imo, e hoje ho je estamos sendo liter literalme almente nte envolvidos envolvidos por po r um pr proo gresso estonteante, que nos prova que êsse avanço sempre foi proporcional ao intercâmbio das populações. Ainda Aind a h o je, je , o avan av anço ço da técn té cnica ica enfre en frent ntaa m uito ui toss obst ob stáá culos, pois, apesar de tantos inventos, ao que sabemos, não há país no mundo que tenha legislado realmente para bene ficiar os inventores e animá-los nas suas pesquisas, antes, as leis que a isso se referem, estão crivadas de obstáculos, que freiam o^ gênio inventivo. Um dos maiores obstáculos às invenções reside nos cos tumes que “amarraram” os filhos aos ofícios e profissões de seus seus pais. pais. Foi isso que aconteceu no antigo Egito, na na Roma imperial, até sua queda, e é o que acontece ainda hoje na índia milenar. Qual seria o filho de padeiro que perderia tempo, in ventando uma bicicleta, quando êle sabia que era obrigado a amassar o pão pã o durante durante tôda a sua vida? Quem sob tais tais condições podia, ou pode hoje imaginar um negócio de bi cicletas, se tal comércio ou fabrico não existe para êle? Apesa Ap esarr de tod to d os os obst ob stác ácul ulos os imp im p osto os toss pela pel a divi di visã sãoo das castas, as invenções foram surgindo e invadindo o mun do, mas, evidentemente, não se espalharam em tôdas as direções. Espalharam-se Espalharam-se ao longo das rotas comerciais com erciais e para povos e nações, onde essas idéias podiam ter aplica ção aproveitável. Essas invenções foram barradas por obstáculos naturais da natureza, tais como desertos, ocea nos e morriam em nações, onde encontravam condições que as tornavam tornav am inúteis. inúteis. Por Po r êstes fatores, fato res, a idéia de cultivar algodão ou a tamareira não teve acolhida na Europa, uma vez que lá não cresce o algodão, nem a tamareira dá tâ maras. A própria pró pria roda rod a falhou e falha falha ainda ainda entre os es quimós, no Iraque e partes da Arábia, nos gelos e desertos arenosos, a roda de nada vale. vale. A adaptação do d o invento aos costumes e topografia da terra, podemos vê-la na cidade de Funchal, Ilha da Madeira, onde encontramos trenós puxa dos a bois, e cestas-trenós, arrastadas por homens ao lado de velozes autos que se locomovem nas ruas planas.
COMO A CIVILIZAÇAO SE ESPALHOU Como resultado do avanço da técnica, um alto nível de civilização surgiu uns cem anos antes de Cristo, e percor reu um estreito cinturão das terras do Mediterrâneo, atra vés do leste e sudoeste da Ásia, para a índia e a China. Progressos da técnica e as próprias invenções espalharam-se em uns poucos de anos, de um pólo ao outro dêste cintu rão privilegiado. A Chin China, a, parcialmente isolada num dos do s pólos pelos desertos da Mongólia, as montanhas do Tibete e as selvas do sudoeste da Ásia, tardou uns 1000 anos para entrar na corrida técnica, mas, uma vez iniciada essa “cor rida”, assimilou rapidamente o que devia ter aprendido, e, essa assimilação coloca-a hoje entre as nações que progri dem a olhos vistos. Alguns Algu ns dêsse dê ssess avan av anço çoss da técn té cnica ica,, e da p rópr ró pria ia ciência ciên cia,, tomaram rumo da Ásia Central e da Europa Central, po rém, a civilização pouco efeito teve no norte da Europa e nordeste da Ásia, onde o clima era severo demais para po der utilizar certos inventos e métodos dessa época, e falha ram totalmente na penetração dos pântanos do Nilo e nas montanhas da Abissínia. A única úni ca aber ab ertu tura ra n o cint ci ntur urão ão desé de sért rtic icoo n o nort no rtee da Áfr Á fric icaa estava est ava local loc aliz izad adaa na faixa fa ixa banha ba nhada da p elo el o Nilo. Ni lo. Mes Me s m o assim enfrentava grandes obstáculos. obstá culos. Falando pràticapràticamente, o deserto do Saara e as areias do Sudão faziam des sa abertura, uma perfeita ilha que impedia o avanço da civilização. Esta velha civilização fracassou totalmente na conquis ta das ilhas do Pacífico, Austrália e as Américas; embora algumas invenções tenham surgido durante a fase cultural da caça, tal como arco e a flecha, e se difundissem, cruzan do o estreito de Bering para as Américas. Américas. Mais Mais ou menos men os um milênio após os povos da América do Sul e do Centro iniciaram o desenvolvimento da sua civilização independen
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temente do Velho Mundo. Da mesma mesm a form a, há há uns milê nios atrás, com o comércio das caravanas, através do Saara, as centelhas da Civilização começaram a brilhar na África sub-saariana e nos reinos nativos do oeste do Sudão. Não podemos afirmar que os povos primitivos — os ne gros africanos, os povos da Melanésia, Pápuas e outros — fôssem mais broncos que quaisquer outros por não terem aceitado a técnica dos povos que ficavam nesse cinturão de civilização. civilização. Estando totalmen totalmente te isolados, e sendo pou cos em número, limitaram-se simplesmente a viver a vida está tica (embora normal) que tôda a humanidade, mesmo de nossos antepassados, tinham vivido durante milhares e mi lhares de anos antes da revolução agrícola. Também não podemos afirmar de que não existam di ferenças de técnica e de progresso entre essas mesmas ra ças. Tem sido provad pro vadoo de diversas maneiras, maneiras, que esporàdicamente, mesmo entre as tribos caçadoras de cabeça, as faíscas da civilização brotavam de uma ou de outra mente para apagarem-se logo a seguir pelos costumes da tribo, pelo mêdo do chefe em perder o poder ou pelo fanatismo de seus pagés. Desta Desta form a, ninguém pode po de afirmar se tôda a civilização que hoje possuem é fruto de seu progresso ou do progresso importado. APRESSAN APRE SSANDO DO O PASSO Muitas das invenções realizadas durante a revolução agrícola, tinham em si mesmo a fôrça inicial de apressar o passo do avanço avanço tecnológico. Elas obrigaram a uma mar cha forçada aos antigos agricultores para as técnicas que lhe dessem mais alimentos de certas áreas para facilitar o sustento de uma população maior, ou obrigando a uma mais rápida comunicação de transportes para a distribuição de gêneros perecíveis, e com essa rapidez forçada, os povos por ela atingidos, civilizavam-se mais depressa. Naturalmente, tôda espécie humana tem sido uma gran de unidade, comunicando-se e interferindo-se entre si, são 3 biliões de indivíduos que, misturando-se e comerciando, trocam entre si suas idéias, elevando uns aos outros no ca minho do progresso. progres so. Dessa Dessa forma, forma , até até os povos povo s que fica ram primitivos, nos tempos modernos são envolvidos pela
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avalanche da civilização, e envolvidos por essa avalanche recuperam, em poucas décadas, métodos e técnicas, que le varam milhares de anos para estender-se. estender-se. Não Nã o deve, deve, p oisy oi sy surpreender ninguém que êsse rápido progresso seja para muitos povos uma tremenda confusão e às vêzes até uma dolorosa experiência. Seja como fôr, a técnica avança ràpidamente e pelos unos mais próximos essa rapidez aumentará incrivelmente. As inve in venç nçõe õess surg su rgir irão ão umas um as a p ós outra ou tras, s, limita lim itada dass apenas ape nas pela capacidade individual do povo que as tem de usar, e essas invenções serão levadas a outros povos por meio de explicações escritas e tomar-se-ão patrimônio de todos, tão-sòmente com a leitura que dessas explicações façam. O HOMEM CONTINUARA A EVOLUIR A falá fa láci ciaa d o s m étod ét odoo s a n tro tr o p o lóg ló g ico ic o s p o sto st o s em pr práá tica para explicar a evolução humana e a “transição” do símio em “Homo Sapiens”, salta aos olhos de qualquer lei tor cuidadoso, pois, não podendo determinar com exatidão o tempo que atribuem aos fósseis, inventam-no à vontade e o estendem ou encurtam para adaptá-lo à teoria que for jem je m . Isto foi denunciado mais uma vez com o ZINJANTHROPUS. US. Convém não nã o confundir confun dir com co m o Sinanthropus Sinanthropus pequi pequi-nensis nensis,, que apresentaremos ainda ainda.. Referimo-nos Referim o-nos a outro ou tro espécime encontrado na África — o zinjanthropus boiei. O progresso do C14, empregado para encontrar a ida de dêsse suposto antepassado do homem, dera uma idade razoável, e por isso mesmo destruía muita fantasia antro pológica. pológ ica. Como Co mo isso não convinha a cientis cientistas tas visionários, fizeram um novo no vo test teste. e. Desta Desta vez o process pro cessoo desenvolvido na análi análise se foi fo i o do potássio-argônio. potássio-argônio. Por Po r êste êste processo proc esso,, os interessados, dizem que os fragmentos das rochas de feldspato, nas quais o crânio dêsse suposto homem mais velho do mundo foi encontrado, têm a respeitável idade de 1.750.000 anos. O crânio foi desenterrado há poucos anos atrás nas terras de Tanganica, na localidade de Olduvai Gorge, pelo Dr. L. S. Leakey, que por certo não foi o “inventor” dessa fantástica fantástica idade. idade. O fato de que um fóssil seja encontrado em certa camada geológica, não estabelece necessàriamente
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qeu o fóssil seja seja da da mesma idade. idade. Pode Pod e ter sido enterrado lá simplesmente. Até agora, ago ra, o p roce ro cess so c r o n o lóg ló g ico ic o m ais exat ex atoo é o do C14. C14. A anális análisee feita pelo potássio-argônio potássio-arg ônio é muito mu ito com pli cada, e por po r isso presta presta-se -se a confusões. confus ões. Na verdade é que a análise feita na Universidade da Califórnia foi posta de lado após êsse novo teste. Convém notar que o zinjanthropus não era homem, era sim um símio desenvolvido, que andava erecto e utilizava as mãos para fabricar e manejar instrumentos de sílex. Os propaladores dessa nova idade afirmam que o tem po fixado aos sêres que viveram há 1.750.000 anos facilita a com preensão pree nsão da evolução. Com esta esta nova data, data, a facul dade de produzir instrumentos para benefício do homem — habilidade que ajuda a diferenciá-lo dos animais inferio res — é localizada no período pletistoceno, que, segundo se acredita, teve lugar há um milhão de anos. Antes Ante s de avan av ança çarm rmos os na expl ex plic icaç ação ão da evol ev oluç ução ão huma hum a na, paremos um pouco para meditar no zinjanthropus e sua pretensa idade. idade. Que há muita coisa errada em tudo tud o isso, nota-se nota-se nas afirmações afirmaç ões dessa plêiade de sábios. Dizem que que os fósseis têm 1.750.000 anos, atribuem-lhe inteligência su ficiente para o fabrico de instrumentos de sílex — macha — ; colocando dos, martelos, facas e rudimentares enxadas — esta "habilidad "habilidadee um u m milhão milh ão de anos atrás, atrás, ou o u seja 750 750.00 .000 anos após a data que atribuem ao fabricante dêsses instru mentos. De duas duas uma: ou a habilidade habilidade manual no fabrico fabric o dêsses instrumentos era conhecida 750.000 anos antes da data que lhe é assinalada, ou o fabricante nasceu 750.000 anos mais tarde. Se acreditarmos que a evolução do homem teve início há dois milhões de anos, a nova data atribuída aos fósseis da Garganta Garganta de Olduvai, Olduvai, colide col ide com co m a arqueolog arqu eologia ia dêsse período per íodo,, uma vez que há discrepância de eventos. Os ins trumentos, ferramentas e restos do Zijanthropus estavam incrustados em fragmentos de faldspato, que se encontra ram em cinzas vulcânicas. Os Drs. J. F. Evernden e Gamiss H. Curtis, geólogos da Universidade de Califórnia, em Berkeley, mediram o empo brecim ento dêste mineral. mineral. O potássio potás sio se transmuta em cálcio 40 e argônio 40, mas esta operação gasta a insignifi cância de 1.200.000.000 que seria o período médio de vida do elemento 19-K.
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Dos produtos dessa transmutação, os átomos de argônlo 40, melhor do que o cálcio 40 são contados pelo espetrómetro de massa, pois, o cálcio 40 não pode distinguir-se do cálcio já presente cristalizado com o feldspato. Os geólogos libertam pelo calor os átomos de argônio,. que se encontram nessas nessas amostras. amostras. Pelo calor, os átom áto m os tomam-se carregados elètricamente, isto é, é , ionizam. Por meio de um magnete são defletidos para um contador ele trônico e registrados num gráfico que mostra a quantidade de argônio, que se form am e tira-s tira-see daí a inferência da idade. Para justificar tôda essa fantasia, alegaram que o mé todo do potássio-argônio é mais eficaz uma vez que o mé todo do C14 só pode ser aplicado à cronologia que não ex ceda de 50.000 anos para trás, e, como segundo os evolucionistas, existem rochas com mais de 50 milhões de anos, o processo de carbônio 14 não seria útil. Repetimos que malabarismos cronológicos nada de; ge: nético nos provarão. provarã o. Para Para harmonizar harmon izar os símios antro antropo? po? morfos com o verdadeiro homem, cremos que geólogos; (por sinceros que sejam) não são os indicados para êsse estu do. Os geneticistas geneticistas chegariam chegariam a conclusões conc lusões mais aceitáveis aceitáveis entre entre uma espécie e outra. É claro clar o que êsse estudo só podé pod é ser feito com espécies vivas, uma vez que seriam o sangüê, a hemoglobina, os elementos elementos a estudar estudar além das formas form as anatômicas. O Dr. Emile Zuckerkandi, químico do Instituto Tecno lógico da Califórnia, auxiliado pelos Drs. Linus Paulino (Prê mio Nobel) e R. T. Jones fêz estudos genéticos sôbre a evo lução, e concluiu que a existência de um antepassado co mum do homem e do macaco é sugerida pela semelhança de suas “impressões digitais” químicas, o desenho de sua hemoglobina (o pigmento vermelho do sangue). Quando o Dr. Zuckerkandi apresentou os resultados da análise feita com a hemoglobina, ficou comprovado que os desenhos da hemoglobina do homem e de onze animais adul tos de diferentes espécies foram analisados demoradamente, incluindo-se o gorila, o chimpanzé, o orangotango, o boi, o porco, o tubarão, o sargo de dente (archesargus probatocephalus), o peixe pulmonar, o feiteceira (vertebrado cicléstom clés tom o), e um verme marinho. Saliento Salientou u o Dr. Dr. Zucker kandi que êsses animais representam uma ampla variedade na escala evolutiva.
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“A técnica da impressão digital demonstra que a hemo globina do homem quase não se distingue da do gorila ou do chimpanzé, disse o Dr. Zuckerkandi. “O fato sugere que a hemoglobina do homem e a dos macacos superiores sofreram pouca alteração desde o tem po em que viveu seu antepassado comum, há uns 10.000.000 a 35.000.000 de anos”. A "técni "té cnica ca da impress imp ressão ão digital” digit al” também tamb ém indica que os bois e os porcos não estão muito distanciados na escala evolutiva evolutiva.. Muitas Muitas de suas características comuns são tam bém partilh partilhadas adas pelo homem, acrescentou o químico. Res saltou êle, contudo, que há acentuadas diferenças em rela ção ao homem, porém essas variam no sentido de que não são as mesmas no boi e no porco. Uma molécula de hemoglobina consiste de uns 600 blo cos de aminoácidos, ligados uns aos outros numa seqüên cia definida “como as contas de um colar”, disse o Dr. Zuckerkandl. kerkandl. Há 21 espécies diferentes de aminoácidos. aminoá cidos. Na maioria dos animais, cada molécula contém quatro corren tes separadas. “Quanto mais aparentadas são duas espécies de animais na escala evolutiva, mais semelhantes são as seqüências de aminoácidos nas várias correntes de suas moléculas de he moglobina mog lobina”” , explicou o pesquisador. pesquisador. Em outras palav palavras ras,, o desenho da hemoglobina reflete, de certa forma, a evolu ção de todo o animal. Os desenhos das manchas de hemoglobina no papel-filtro usado no estudo foram aperfeiçoados pelo Dr. Vemon Ingram, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, e de nominados “impressões digitais”, porque hemoglobina idên ticas formam invariavelmente o mesmo desenho, declarou o químico norte-americano. norte-americano. Êsses Êsses desenhos são visíveis em grupos com o auxílio auxílio de um m icroscó icro scópio pio electrónico. Uma molécula simples de hemoglobina não pode ser vista nem mesmo com o microscópio electrónico. “Tôdas essas hemoglobinas de estrutura diferenciada desempenham essencialmente a mesma função — a de le var oxigênio às células do corpo e transportar o dióxido de carbônio desprendido pelas células”. As conclu con clusõe sõess pr prop oporc orcion ionad adas as pelas “ impressõ impr essões es digi tais” da hemoglobina estão de acôrdo com outras provas colhidas ultimamente sôbre a evolução.
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As provas pro vas das “ impressõ impr essões es digitais” digitais ” feitas com co m a hemo he mo globina falam bem alto de que se o homem continuar a oxistír, forçosamente deve continuar a evoluir. Temos de concordar que, para uma sociedade que se dá ao luxo de arquitetar a evolução humana, e usa o “Ho mem de Neandertal” como uma coisa familiar, é de estra nhar a indiferença com que essa mesma sociedade encara a evolução humana no futuro. Se podemos conceber que a Evolução produziu o “Ho mo Sapiens”, não temos o direito de lavar as mãos e dá-la com co m o terminad terminada. a. Não há nenhuma nenhuma razão que que nos permita permita afirmar que a Evolução tenha atingido o pináculo da per feição fei ção e nesse nesse pináculo, tenha tenha parado e descanse. As fôrças, que aperfeiçoaram os primeiros primatas, até fazer dêles os homens atuais ainda não renunciaram às suas fun ções. Por isso afirmamos que, que, se o homem deve continuar continuar a existir, deve continuar a evoluir. Realmente, não podemos conceber que o homem à bei ra de uma evolução totalmente dinâmica no setor cientifico deixe de responder à evolução evo lução física. A criatura humana humana está aproximando-se do tempo em que ela mesmo estará habilitada a controlar as funções de sua própria evolução anatômica. anatômica. Se isto vier a consumar-se, consumar-se, o homem hom em consegui rá controlar, não só sua cultura, mas também os descenden tes que êle deseje ter, isto é, claro, interferiria com possibi lidades biológicas imensas. Antes Antes de entrarmos entrar mos nas consid con sidera eraçõe çõess que ocasionaria ocasio naria a revolução de um contrôle da prole (com isto não nos refe rimos à natalidade, isto é, ao maior ou menor número de descendentes, mas sim, aos traços eugênicos da raça), ten do filhos sadios e até com tendências para um certo setor científico, projetemo-nos no futuro, segundo o caminho per corrido pela seleção natural. As três maiores mai ores característic caracte rísticas as físicas físi cas que juntas dife dif e renciam o homem de tôdas as outras criaturas viventes, po dem ser compreendidas por qualquer um, são: a mão, pos tura erecta e o cérebro. cére bro. Destas Destas três, três, o cérebr cé rebroo é que que tem tido mais e maiores mudanças, é o que realmente tem evo luído. Se nosso progresso científico e técnico continuàr no mesmo ritmo que teve no passado, podemos esperar que a principal característica futura no homem, será a estrutura
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de seu cérebro e todo o sistema nervoso que lhe está asso ciado. No presente não é possível indicar precisamente as mu danças que pod em ter lugar. lugar. Elas pod em tom ar a forma form a de neutrônios (células nervosas), no cérebro, e daí o aumen to do tamanho. Estruturas interiormente novas podem aparecer (no córtex, por exemplo), coisa que já se deu no passado. Diversos outros outro s desenvolvimentos desenvolvimentos pod em ter lu gar ao mesmo tempo. Nas outras duas características — a mão e a posição erecta — não haverá mudanças fundamentais num futuro imediato. A mão, mã o, embora em bora aceitemos aceitemos o longínquo longínqu o passado atribuído aos primatas antropóides, tem permanecido ma ravilhosamente estabilizada, sempre adaptando-se a tôdas as superfícies. O homem progredirá, criando aparelhos mais delicados, mais precisos e mais fortes do que sua pró pria mão, porém, ao que tudo indica, esta não modificará anatômicamente. li Da mesma forma a adaptação do corpo humano às exi gências da postura erecta, embora não seja perfeita ainda, parece que pouco po uco ou nada nada modificará. modificará. Não podem os ne gar que grande número de pessoas sofrem de defeitos asso ciados a vícios de postura, tais como — desvios da coluna vertebral, fraqueza do sacro-ilíaco, pé chato, ou mesmo po sições forçadas, muito prolongadas nas atividades diárias. Todos êstes defeitos, sem dúvida alguma, são devidos aos próprios progressos da civilização, mas, isto não eclipsa a verdade de que a posição erecta é coisa recente para os se nhores antropologistas e que de um modo geral estacionou. Desta forma, não devemos esperar que novas adaptações caracte caracteriz rizem em a postura do homem d o futuro. futuro. Tendo (de modo geral) atingido a posição erecta, quase militar, ver tical, não devemos esperar grandes modificações. Quanto à face, segundo os evolucionistas, vem esta modificando-se desde os primeiros antropóides. Isto pode admitir-se, principalmente pela adaptação das mandíbulas à dieta dieta que vamos vam os escolhendo. Há bem pou co tempo, temp o, a dieta não só era diferente em si mesma, porém, também o era no seu preparo. prepa ro. Alimentos Alimentos mais duros, por po r falta falta de de coação apropriada, exigiam das mandíbulas uma ação mais movente. Modificada Mod ificada a dieta dieta pela aparelhagem aparelhagem moderna, que permite um preparo mais apurado, a dentadura vai-se modificando, especialmente o terceiro molar que em mui
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tos casos nem aparece, contribuindo para que a mandíbula se torne menor. Por êste fato, a parte inferior do rosto, do nariz para baixo (mento), tende a retrair-se, a tornar-se menor, não afetando o nariz e as cavidades orbitais, pois, não tem de monstrado diminuição alguma, antes, pelo menos com o nariz, nariz, há uma pequena pequen a tendência a aumento. De tudo tud o isto, os antropologistas concluem que podemos esperar que nos sos sucessores, daqui a 100.000 anos, tenham faces bem me nores, nariz mais proeminente proem inente e abóbada abóba da craniana craniana mais maciça. À m edid ed idaa que qu e a civi ci viliz lizaç ação ão e a tecn te cnol olog ogia ia avançam avan çam,, é de esperar-se que os processos da seleção natural se acen tuem, tuem, pelo menos em certas áreas áreas e povos. povo s. Traços Traço s físicos, físicos, que antes antes eram necessários à sobrevivência, pode po dem m vir a findar por po r inúteis inúteis ou dispensávei dispensáveis. s. Tendências às às quais quais o corpo humano resistiu, podem vir a tornar-se inóquas, to leráveis ou mesmo necessárias à evolução do físico huma no. Por exemplo, pelos que aparecem em várias várias partes do corpo, vai desaparecendo aos poucos, como se o organismo recusa-se perder essa proteção natural, mas, em futuro pró ximo, pelos progressos da evolução científica, que já come ça a interferir até com o clima, tende essa resistência cor poral ao abandono do manto capilar, que a natureza (que não faz distinção entre pobres e ricos) deu a todos como proteçã pro teção. o. Na verdade, o homem hom em é o único primata que está está pràticamente pràticamente despido do manto capilar. capilar. Mesmo Mesm o a cal vície tornou-se quase normal na Idade Média, o uso do cha péu ajudou a propagá-la entre os homens e embora rara mente, também tamb ém apareceu entre jovens jov ens de sexo feminino. O abandono do chapéu tem favorecido a continuação do cabelo e se não curou a calvície (por não ter tratamento terapêutico), pelo menos podemos afirmar que está esta cionada. Na pré-história, quando o homem "inventou” a roupa, abrigos artificiais, a utilização do fogo e outros meios arti ficiais de se aquecer, criou as condições que o organismo humano necessitava para iniciar o desprendimento do véu capilar, por não ser mais necessário aos rigores do clima Como nos tempos modernos, uma grande cabeleira e espes so manto capilar não são tão necessários, podem surgir mutações, que apressem a perda geral do cabelo e termine a raça totalmente calva e livre do pêlo corporal.
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Para citarmos outros exemplos, diremos que os defeitos visuais e auditivos estão sendo corrigidos pela técnica e em nada afetam a sobrevivência do defeituoso e muito menos da sua descendência. Além disto, que já é muito, muito , a espe cialização técnica tem permitido a adaptação quase perfei ta dêsses indivíduos em atividades onde seus defeitos não aparecem. Paraplégicos e mutilados mu tilados de guerra estão pres pre s tando ótimos serviços que nos provam que a evolução cien tífica interferirá para melhorar a raça humana e adaptá-la ao fantástico fantástico progresso prog resso que desfrutamos, e que que tudo faz prever que se tome sempre maior e mais perfeito. A M edicin ed icinaa m o d e m a , espe es pecia cialm lmen ente te n o ram ra m o da Cirur Cir ur gia (que são conquistas reais da cultura atual), tem com pensado com pleno êxito muitas deficiências genéticas, que em tempos não muito distantes eram sério obstáculo à con servação de certas certas famílias. famílias. H oje, povos povo s que antigamen antigamente te lutavam em desespêro para sobreviver, se foram atendidos pela técnica e medicina, poderão reproduzir-se normalmen te, vencendo todos os defeitos genéticos. As m udan ud ança çass das relaç rel açõe ões, s, que qu e exist ex istem em na bala ba lanç nçaa da seleção, sugerem que a futura humanidade suportará uma porção (que pode ser sempre maior) de indivíduos, cuja existência dependerá completa e exclusivamente dos auxí lios artificiais técnicos e científicos, que nossa civilização lhes lhes proporciona prop orcionará. rá. Isto quer dizer que a humanidade na sua evolução para o estado perfeito, dependerá mais e mais dos seus próprios inventos, e que fatalmente regridirá e poderá enfrentar até um futuro sombrio se puser de lado sua capacidade inventiva. O efeito de uma população sempre crescente e maior densidade das nossas urbes são um fascinante campo de es peculação. Pelos males males que a superpopulação superpopu lação nos prom e te, somos levados a fantasiar, porque certos tipos do pas sado tendiam a desaparecer, e como poderá florescer e ali mentar-se uma população que no ano 2.000 pode atingir os 6.0 6.000.0 00.000 00.0 .000 00 (seis (se is biliõ bi liões es)) de indivíduos. indivíduo s. Muitas sugestões foram apresentadas para evitar os perigos da superpopula ção, e a fom e que pod e surgir surgir à conseqüência dest desta. a. Se nossa técnica não aperfeiçoar e aumentar muito a produção de alimentos, e as utilidades humanas, teremos um regresso à era das cavernas, voltaremos a nos guerrear pelos alimen tos e conforto.
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À m edida ed ida que qu e as m udan ud ança çass cultur cul turais ais aumenta aum entam, m, surge surg e a pergunta de como a seleção natural poderá manter o pas so com a civilização que promete tornar-nos verdadeiros ci clopes, não no sentido anatômico dêsses seres mitológicos, mas no sentido construtivo. A civilização está-n está-nos os a per mitir realizar milagres verdadeiros que foram o sonho das gerações passadas. O progres pro gresso so está está em marcha acelerada acelerada.. Isto pode significar que o homem venha a enfrentar dificul dades ou mesmo o desastre, por não poder acompanhar o progresso, e complexos do que pode criar o aperfeiçoamen to técnico e científico, ou mesmo vir a acelerar seu futuro biológico. Que isto pode suceder muito antes do que realmente espèramos, foi elegantemente exposto em um artigo do Dr. R. A. McConnell, da Universidade Universidade de Pittsburg Pittsburgh. h. Com um pouco de humorismo, porém, com intenções muito sérias, o autor traça os métodos do cruzamento seletivo e racional, hoje perfeitamente praticável e utilizado pela Rússia na sua ânsia de superar em tudo o Ocidente. Essa eventualidade — da inseminação artificial — em bora repugne a muitas consciências, não é idéia totalmente nova. nova . Sôbre Sô bre o assunto muitas e mui variadas sugestões sugestões têm sido propostas por gerações menos afetadas pela cul tura atual, pois já comprendiam que sem o auxílio do esfôrço humano coletivo, estavam incapacitados para resolver os problem pro blem as que a prosperidad prosp eridadee lhes criaria. criaria. Francisco Fran cisco Galalton, há cem anos atrás, arquitetou um progresso eugênico, como meio de manter e aumentar os recursos intelectuais da sociedade. À m edid ed idaa que o conh co nhec ecim imen ento to da genéti gen ética ca humana hum ana e a capacidade de controlar ou modificar os genes responsá veis da nossa hereditariedade aumentem, os meios de alte rar os processos genéticos e por conseguinte controlar nos sa evolução, serão mais precisos, menos proféticos. O êxito da inseminação artificial sugere-nos a possibi lidade de criar um “banco” de esperma, localizado justa mente onde espermatozóides dos homens mais proeminen tes de cada geração, sejam necessários, e com êsses esper matozóides criar uma geração de gênios. De acôrdo com esta idéia, uns poucos homens poderiam ser pais de um número muito superior de filhos, dos que comum ente podem pod em ter ter.. Como Com o colorário, num futuro mui to próximo, é possível que separemos o óvulo de uma su
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per-mulher, per-mulher, fertilizá-lo fertilizá-lo e cultivá-l cultivá-loo artificialmente, artificialmente, criando crian do assim u’a mãe reprodutora à altura da capacidade intelec tual do pai. A c o m p o s içã iç ã o genéti gen ética ca da p opu op u laçã la çãoo d o futu fu turo ro p o d e v ir a ser manejada e controlada por po r meio me io de mutações. Em bora no presente a técnica, que isso pretende, seja muito rudimentar para apresentar algo de valor, o desenvolvimen to genético oferece a esperança de que isso venha a ser pos síve sível. l. Os progresso prog ressoss em vários ramos da genética genética e bio química, mostram igualmente que estão abrindo a porta para um progresso mais completo no controle dos cromosômios e genes. Quando refletimos que os antepassados, com métodos muito primitives na seleção dos cruzamentos tem demons trado certa capacidade em melhorar várias plantas e ani mais, obtemos a certeza de que o homem do futuro estará mais capacitado a controlar, com as novas técnicas e as que ainda (sem dúvida) serão descobertas ou inventadas, o fu turo genético da população humana. Se o “Homo Sapiens” deve encarar um programa como êste, tem de achar meios de consegui-lo em bastante menos, tempo do que os simples cruzamentos o permitiriam, tem de chegar chegar à mutação mu tação a curto prazo. Para isso conseguir conseguir»» a África do Sul está a realizar testes genéticos e emigratórios com o fim de aumentar para 10.000.000 os indivíduos de raça branca, e pretendem obter êsse resultado no máxi mo em 40 anos! Vem V emoo s que qu e a imag im agin inaç ação ão p o d e cor co r r e r livrem livr emen ente te dian di ante te da ampla porta que nos abre a possibilidade científica. científica. O homem, dentro de pouco, estará habilitado a aliviar ou mes mo a alijar a pesada carga dos defeitos físicos, que tôdas as populações populaçõe s têm suportado. Poderá aumentar aumentar grande grande mente a criação e reprodução de indivíduos, que poderíamos considerar — SUPER-HOMENS — cruzando-os como deixa mos explicado e obtendo, assim, sêres adaptados para fun ções çõe s definidas e prèviamente escolhidas. Poderá selecionar a personalidade, intelectualidade e traços físicos, até pode rá obter uma combinação comb inação dos três três.. Isto faria faria do homem um pequeno deus. deus. Seria Seria a revolução revoluç ão da humanidade, humanidade, con trolando seu próprio nascimento.
CAPÍTULO VI FRAUDES E FANTASMAS DA EVOLUÇÃO Para melhor compreendermos a audácia de alguns cien tistas, que mal mereceriam êsse nome, entramos nesse cas telo de cartas para percorrer todos os corredores que inven taram e, especialmente, demos uma olhadela ao museu, on de, em pedestais carcomidos, foram colocando suas desones tas fraudes. Se estudarmos a fauna terrestre, iremos encontrando mistérios cada vez mais impenetráveis, deparamos segredos mais fascinantes e comportamentos mais maravilhosos do que os apresentados por nós no livro “Harmonias da Natu reza” . As maravilhas maravilhas,, que vamos vam os encontrar nesse nesse estudo, compensarão amplamente todo trabalho, esforços e sacrifí cios feitos. É natural que as ciências biológicas tenham suas teo rias quanto à origem da vida e mais natural nos parece que biólogos e bioquímicos analisem e tratem de descobrir quan to de verdade há há nas teorias expostas. Com Co m o até hoje ho je nenhum ramo da Ciência conseguiu desvendar o mistério da origem da vida, nenhum mortal sabe como ela se origi nou; e cremos que por êstes anos mais próximos nada sa beremos a êsse respeito, além do que Moisés diz no ver sículo 24, do capítulo que continuamos analisando: “Produza a te r r a .. bêstas bêstas feras da terra terra conform conf orm e sua sua espécie” . Muitos cientistas acharam que essa descrição é simples demais para ser aplicada à maravilhosa fauna que povoa a terra, o mar e o ar. Certos biólogos e bioquímicos, querendo dispensar ou mesmo contrariar essa pequena mas imutável afirmação, de que tudo se reproduziria “conforme sua espé cie”, trataram de estudar a vida em todos os seus aspectos e não foram poucos os que ultrapassaram suas fronteiras
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para enveredar enveredar pelos domínios dom ínios da morte. Um decapitou uma galinha e conseguiu conservá-la viva por mais de duas semanas semanas.. Outro conservou conser vou pulsando, durante durante meses, parte de um coração de vitela, estudando assim todos os fenôme nos que produzem a morte, para melhor levantar o véu que oculta aos mortais o fascínio da origem da vida. vida. Am bos tiveram de confessar que com suas experiências nada ti nham avançado no caminho dêsse impenetrável mistério. Como nenhuma das várias teorias idealizadas por bio químicos ou biólogos aclaram a origem dêsse fascinante pro blema blema — a origem origem da vida vida no nosso no sso planêt planêtaa ou m esmo no Universo —, uns e outros acharam mais leal confessar seu insucesso do que idear fantasias, que no fim nada resolve riam, complicando mais o problema. Quanto à origem da vida, não há especulação possível: ou se desvenda o mistério ou se confessa que êle foge à nos sa capacidade, que é impenetrável pelo menos com os co nhecimentos científicos atuais. A orig or igem em d o hom ho m em, em , c o m o ser se r vivo vi vo,, já é difer di feren ente te.. Saltando por cima do mistério que representa a primeira célula viva que surgiu neste mundo e pondo de lado o que o Gênesis afirma, o assunto presta-se a muitas e até inte ressantes fantasias. Como pela Ciência não se pode precisar o tempo exato da entrada do nosso mundo na história cósmica, especula-se com milhões e até biliões de anos para explicar, não a ori gem da Terra e menos o aparecimento da vida sôbre a mes ma, mas para arquitetar uma evolução que teria havido de uma simples ameba até o homem. Como o tempo pode ser alongado à vontade dos que o desejam manejar, assim fantasiam o aparecimento do ho mem: mem : Uma Uma ameba (d o grego amoibé, que significa: significa: mu dança), como afirmam certos antropologistas, evoluindo al guns milhões de anos, transformou-se transform ou-se em ostra. Esta, de pois de aperfeiçoar-se durante eras e mais eras, converteu-se num batráquio, que por sua vez, depois de muito tempo, so converteu em uma tartaru tartaruga. ga. Alguns Alguns milhões de anos mais permitiram à tartaruga metamorfosear-se num jacaré. O jacaré, depois de muito andar (e de não poucas quedas), conseguiu andar de pé. Como Co mo entendesse que as conchas conc has ósseas ósseas não eram enfeite enfeite apropriado aprop riado para um ani animal mal que anda erecto, pelo simples desejo transformou-as em lã, para assim assim tornar-se tornar-se urso verdadeiro. O urso, decorrid os mais
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outros longos milhões de anos, fêz sua aparição como IMthecanthropus erectus. Será Será isto Ciê Ciênci ncia? a? Im possíve pos sível!. l!... . Como Com o teoria teoria tudo é atraente e muito bonito, porém, como Ciência, não pode ser aceita, por absurda. Nessas especulações alguns sábios têm errado de boa-fé, outros aceitaram êsses erros por influência ou por não terem tido oportunidade de os comprovar, porém, uma boa parte os espalhou conscientemente, isto é, sabiam que suas teorias se fundamentavam em fraudes por êles ou por ou tros sábios praticadas. Parecer-nos-á impos sível que cientistas se es cudem em fraudes para propagar suas teorias e julg ju lgam am os assim as sim,, p o rqu rq u e cremos que todo cientis ta deve ser sincero. sincero . In felizmente isso não se dá. A verd ve rdad adee é que qu e alguns algun s falsificaram argumentos para sustentarem seus pontos de vista, detur pando a Ciência e iludin do a humanidade. humanidade. E o mais espantoso é que, apesar do conhecimento que temos, tem os, alguns alguns cien tistas continuam insince-
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imüiv im üivoo australiano com o famoso "boomerang” Prefaciando um livro do físico Max Planck, traduzido para o espanhol com o título “Adonde vá la Ciência?”, o grande Einstein fêz uma análise do estado de espírito com que os sábios ingressaram ingressaram no templo temp lo da Ciênc Ciência ia.. O pai da Relatividade dividiu os cientistas em três classes: a) os que através da Ciência pretendem exibir talentos especiais; b) os que usam a Ciência como meio para obter recompensas materiais; c) os que procuram a Ciência “por amor à mes ma Ciência”.
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Cremos que os dois primeiros grupos são os que con gregam o maior ma ior número núm ero de adeptos. A Ciên Ciência cia no mundo mu ndo moderno ainda não deixou de ser a hóstia que os cientistas puros, no seu sacerdócio, elevam à Divindade para que os humanos satisfaçam seus anseios, retirem os benefícios que dimanam do estupendo progresso científico de que dispomos e vivam compenetrados do seu risonho porvir; mas, temos de concordar que em grande parte passou a ser instrumento a serviço da vaidade de uns e da ambição de outros. Sabendo disso, o criador da Relatividade, no prefácio de “Adonde vá la Ciência?", relembrou a purificação do Templo e disse que, se o Anjo do Senhor penetrasse de chi cote em punho no templo da Ciência para de lá expulsar os adeptos dos dois primeiros grupos, só restaria um nú mero insignificante. Aos A os adep ad epto toss d os d ois oi s primeiros grupos, segundo Einstein, deve-se a constru ção de uma grande parte do templo da Ciência, mas o edifício nunca teria alcan çado as colossais propor ções atuais se não existis sem os cientistas puros. São êstes os que estudam a Ciência pela Ciência — e são poucos, retraídos, es tranhos, muitas vêzes insociáveis. Êsse comportamen to deve resultar da guerUm chimpanzé ra que contra eles fazem os que se querem exibir, os mercenários ou mesmo os lei gos que não os entendem. A Ciência Ciên cia tem m u itos ito s enca en cant ntos, os, segr se gred edos os e m esm es m o m is térios que apaixonam, por isso Einstein sustentou que os motivos que movem os cientistas puros são meramente está ticos. Na opinião do sábio judeu, o estado mental mental que li dera o poder impulsor, no cientista puro, assemelha-se ao êxtase êxtase religioso do devoto. O esforç esf orçoo despendido não nã o obe dece a um plano prèviamente estabelecido, é uma espécie de culto que a alma fascinada presta à Energia criadora.
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O êxtase religioso não é garantia de que tôdas as con clusões científicas sejam exatas e muito menos pode garan tir qúe sejam as únicas, e isto podemos notá-lo com o pro ceder de Darwin. Em 1931, quando o brigue Beagle, de Sua Majestade Britânica, levantou âncora para uma expedição de estudos om volta do mundo, ninguém imaginava que iria ser esta uma das viagen viagenss de maior maio r alcance depois de Colombo. Colomb o. Nem tinha o jovem Charles Darwin, naturalista de bordo, a me nor idéia de que estava em vias de descobrir novo conti nente de conhecimentos. Durante cinco anos, o Beagle correu mundo — foi a Taiti, à Nova Zelândia, Tasmânia, Austrália, à ilha de As censão, às do Cabo Verde e dos Açôres. Em 1859, depois de despender 20 anos em estudos, reu nindo grande quantidade de provas do que julgava a rea lidade do processo evolutivo, Charles Darwin publicou o seu famoso livro “A Origem das Espécies”, no qual, além de sintetizar os fatos coletados durante anos e anos de pacien tes pesquisas, êle apresentou a primeira hipótese científica destinada a explicar o processo da evolução, hipótese esta mais tarde sintetizada por Julian Huxley, ateísta completo. Nesse livro, êle, Darwin, expôs suas opiniões sôbre o assun to, as quais podem ser assim resumidas: a) As criaturas vivas se reproduzem em razão geomé trica (pela multiplicação); b) Entretanto o número de indivíduos de qualquer es pécie tende a manter-se mais ou menos constante, com o correr do tempo; c) A concorrência entre indivíduos e entre espécies re duz o número núm ero de exemplares exemplares vivos. vivos. É a luta luta pela pela existência; d) Todos os sêres tendem a variar de modo apreciável. Não há dois indivíduos exatamente iguais, e alguns são distintamente dissemelhantes na mesma espécie. Em bora nem tôdas tôdas as variações variações sejam transmiss transmissíí veis pela hereditariedade, as criações experimentais mostram que algumas o são; e) Visto haver luta pela existência e não serem todos os indivíduos semelhante semelhantes, s, algumas variedades so brevivem porque suas diferenças lhe dão ligeira margem de superioridade. As variedades inferiores inferio res serão ser ão eliminadas. É a seleção sele ção natural.
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Prosseguindo de geração em geração, a seleção natural tende a acumular pequenas diferenças em quantidade sufi ciente para construir constr uir uma diferença maior. É a evolução. evolu ção. Antes Ant es de Darwi Da rwin, n, em rela re laçã çãoo à orig or igem em das da s espé es pécie cies, s, duas dua s teorias antagônicas se defrontavam: a fixista, ou doutrina da criação especial, defendida com ardor por Cuvier, e a transformista, esposada, a princípio, por Geoffrey de Saint-Hilaire e Lamarck. Para os primeiros, as espécies constituiriam realidades imutáveis, enquanto que para os outros, a espécie, conside rada no tempo, não existia. Qual é a origem das espécies? Como teriam surgido as espécies do mundo atual? Não obstante seja tida como uma das maiores aquisi ções do pensamento científico do século XIX, a idéia da Evolução do mundo organizado, sem dúvida, já era debati da pelos filósofos jônicos, entre os quais poderemos citar, Anax An axim iman andr dro, o, E m pédo pé docl cles es,, ou ainda ain da H erác er áclit lito, o, cons co nsid ider eraa do como o pai da idéia da Evolução.
Homens Hom ens prim itivos que habitavam a Suíça
Na Genética, melhor do qíie em qualquer outra ciência, encontramos as falhas da teoria que Huxley quis organizar como Ciência, após as conclusões que Darwin cria corretas e hoje sabemos não serem totalmente exatas. A expl ex plic icaa ção çã o corr co rret etaa da orig or igem em da varia va riabi bilid lidad adee d os sêres vivos é a adaptação orgânica, que “ é uma explicação das características das diversidades e da distribuição das
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vrtrias formas de vida, como resultado de um processo na tural de descendência com modificações”, o que se segue, são as provas que os fixistas podem aduzir para sustentar que as espécies espé cies são invariáveis. invariáveis. A Genética aceita e apre senta novas famílias ou tipos dentro da espécie, ao mesmo» tempo que rejeita a presunção de genetistas visionários com o seu transformismo. Charles Robert Darwin (1809-1882) foi, sem dúvida al guma, guma, um cientista cientista puro. puro . Julgou acertada a idéia do evoev olucionismo, após uma longa viagem de exploração pela Amé. rica do Sul. Comparand Com parandoo a fauna das ilhas ilhas Galapagos Galapagos com a do Velho Mundo, achou-as muito diferentes e isto o indu ziu a meditar e recolher todo material possível para poder explicar essa diferença. Em 1859, publicou seu importante trabalho, no qual sustenta a teoria da seleção de várias espécies de animais; seleção que teria teria sido sid o operada na luta pela exist existênci ência. a. Se gundo as conclusões já expostas, os indivíduos mais bem dotados são os que sobrevivem nessa luta que, continuada por anos e anos, terminou por produzir as várias espécies animais e vegetais. Desde o início, o livro de Darwin teve um êxito estron doso. dos o. As teorias que continha continha pareciam feitas feitas a propósito pro pósito para dar um fundamento científico ao materialismo e co munismo ateu, que naquele tempo estava em seus albores. Por essa tendência filosófica se compreende o entusiasmo que a evolução pro vocou vo cou no n o campo cam po positivist positivista. a. A pureza da ciência de Darwin ressalta das suas palavras quando exalou o último suspiro, em 20 de março de 1928: “Fui um jovem cujas idéias não estavam bem definidas. definidas. Fazia Fazia perguntas, perguntas, aventurava idéias, conjeturava hipóteses e de tudo me ma ravilhav ravilhavaa surpreendido. Notei que minhas idéias idéias iam tendo aceitação geral; delas, outros iam fazendo um novo credo”. Êsse novo credo evolucionista foi arquitetado por comunis tas ateus e positivistas jactanciosos. Que Darwin estava equivocado êle mesmo o reconheceu e que sua teoria tinha falhas o confirmaram os outros sá bios da boa escola, quando tentaram estabelecer essas mes mas teorias teorias.. Não foram pou cos os que que reconheceram sua sua inconsistência, rejeitando essas fantasias, admitindo que Deus interviera desde o princípio trazendo a vida à existên cia. Darwin disse: “ Imagino que, que, provàvelmente provàvelmente,, todos os sêres orgânicos que viveram na terra descendem de algo primitivo, chamado à vida pelo Criador”.
FRAUDES PREMEDITADAS Embora Darwin reconhecesse ser sua teoria não bem edificada e lamentasse que outros menos escrupulosos a fôssem adaptando às idéias políticas, que então surgiam, sábios das duas primeiras classes apontadas por Einstein trataram de implantar implantar com co m o dolo do lo a teoria. teoria. O prime pr imeiro iro que quis entronizar a Evolução no altar do templo da Ciência, foi Haeckel. Haeckel. Com o não tin tinha ha elementos científicos, recorreu à fraude. No fífíteu livro “ Unsere Unsere K orpe or perfo rform rm ” , reproduziu reprodu ziu três vêzes a fotografia de um embrião, dizendo que uma era de um cachorro, outra de um macaco e a terceira de um ho mem. Não demorou muito em ser desmascarado desmascarado com o fal sário e teve de confessar em outro livro seu — “Antropogenie” — que “cometera uma estupidez considerável”. Mais dramática foi a falsificação efetuada por Paulo Kammetrer. Êste biólogo austríaco injetou tinta-china numa das patas de uma certa espécie de rã. Queria Queria com co m isso de monstrar que a "almofada nupcial”, que antigos batráquios possuíam, podia ser transmitida como um caráter heredi tário. tário. Fêz conferências com fotogra fias da sua rã e isso lhe valeu o título de segundo Darwin. Um biól bi ólog ogoo ameri cano desconfiou da história, e foi ao laboratório de Kammerer, em Vien Viena. a. Num mom ento em que o austríaco es tava distraído, fêz pressão na pata da rã e a saída da tinta demonstrou dem onstrou a fraude. Quando Kamm Ka mmerer erer viu viu que esta estava va desmascarado, puxou de uma gaveta, dela retirou um re vólver e com um tiro liquidou a questão, descendo à sepul tura como suicida e falsário. Êsses métodos, no dizer de Sewall Wright, “podem ori ginar uma série de fantasias, mas nunca um processo de Evoluç Ev olução” ão” . As fraudes ajudaram a sepulta sepultarr a teoria mais depressa. A Ciência pura pur a teve de realizar realizar os o s funerais de tôdas as fantasias que explicassem pela evolução o estado atual da fauna terrestre e especialmente a perfeição da raça humana.
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H O ME M E M --C CÃ O
O cidadão russo Adrias Jeftichew, todo coberto de pêlo e que por p or êsse êss e fato fa to está sendo posto po sto como exemplo exem plo da descendência descend ência simiesca do homem .
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Como a Evolução está definitivamente morta, alguns dos poucos que filosoficamente nela estão interessados, tra tam de fazer surgir surgir seu fantasma para ver a reação reaçã o dos cientistas puros ao encontrar-se frente a frente com essa "apar "ap ariçã ição” o” . Infelizmente, Infelizmente, ainda há alguns alguns biólog bió logos os mala baristas, e à medida que avançamos, vamos apresentá-los. Diremos desde já que, nos nossos dias, estão aproveitando-se de três fatores para erguer êsse fantasma: 1.°) 1.°) O HOMEM-CÃO — Alhures, nas estepes este pes siberianas, nas, nasceu um menino que hoje ho je já é homem hom em:: chama-se chama-se Adria Ad riass Jeftich Jef tichew ew.. Nas suas ativida ati vidades des soci so ciai aiss e b ioló io lógi gica cass nada tem de diferente diferente dos do s outros outro s seus compatriotas. com patriotas. A úni úni ca particularidade é que tem todo o corpo, inclusive o rosto, cobe co berto rto de abundante pêlo. Alguns Alguns antropologistas antropolog istas que o examinaram dizer que êste cidadão russo é uma prova de que o homem descende de animais providos de espêsso pelame, tal com co m o os símios antropóides. Sendo assim, assim, o cida dão soviético, que vemos na gravura, seria uma brusca re gressão que provaria ser mais fácil degenerar do que evo luir luir.. Jeftiche Jeftichew w é conhecido com o “hom “h omem em-cão” -cão” , só por causa do abundante pêlo, o que nos obriga a pensar que algo deve estar errado, uma vez que nunca o cachorro en trou na escala zoológica do homem. 2.°) 2.°) O HOMEM DA NEVE — Os trabalhadores de um seringal do Estado de Perak, na Malásia, ficaram aterrori zados com a presença de três homens que deram em chamar "da neve”, neve” , ou “ Ieti” , em tibetano tibetano.. Depois de de algu algumas mas ho ras, os três desapareceram desap areceram sem deixar rastro. Dizem que os misteriosos sêres estavam inteiramente cobertos de pêlo e tinham longos e pontudos dentes, falavam com monossilabos e só tinham cobertas as costas até até a cintur cintura. a. A polícia da selva tratou de os cercar para apanhá-los, porém não os encontrou. Com o a captura dêstes três homens home ns da neve p o deria ser a mais sensacional descoberta antropológica dos últimos tempos, alguns antropólogos de Kuala Lumpur so licitaram às autoridades que os prendessem vivos. Os picos e vales do Himalaia foram vasculhados por uma expedição encarregada de encontrar os ietis que, tal como miragem do deserto, sempre estavam adiante, sempre adia adiant nte, e, um pouc po ucoo m ais. ais . . . O único achado achado se resumiu resumiu em dois pedaços de couro cabeludo que tanto poderiam ser de urso, símio ou de outro animal qualquer.
fio* fio* -ftatopiThecus
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ÁR Á R V O R E GENE GE NEAL ALÓG ÓGICA ICA Diagrama Diagram a arranjado arran jado arbitrar arb itrariam iamente ente para prov pr ovar ar a desceu dência do "Homo Sapiens” vinda desde a Dryopithecus .
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Embora o “homem da neve” não fôsse encontrado, sua existência, pelo menos para os antropólogos nêle interessa dos, do s, é tão real quanto a do Dalai Dalai Lama. Lama. O Dr. John Hunt, Hunt, chefe da expedição britânica ao Monte Everest, declarou à imprensa que “estava certo de que há no maciço do Hima laia um ser vivo que ninguém ainda conseguiu encontrar. Eu pr próp óprio rio vi seus traços. Suponho Suponh o que que se se trata trata de um grande macaco, do tamanho do orangotango”. Outro expedicionário, o Dr. Charles Stom, assim expôs o assunto assunto:: “ Todos To dos os membros mem bros desta desta expedição partiram partiram da Inglaterra, há cinco anos, sem qualquer idéia preconce bida a respeito do Ieti, ou da possibilidade de que o mesmo fôsse fôss e um mito. Depois de algumas algumas semanas, semanas, numa região das mais difíceis do mundo, não conseguimos fazer mais do que um reconhecimento. reconhecimento . Entretanto, Entretanto, estou convencid conv encidoo de que o Ieti não é um mito, mas uma sólida e indiscutível realidade realidade.. Essa opinião opin ião é a que têm todos tod os os homens, mu lheres e crianças do país dos Sherpas, no Nepal e das zonas vizinhas do Tibete”. Aparecerá o home ho mem m da neve? Se tivéssemos tivésse mos de nos no s guiar por opiniões do povo, teríamos de procurar, aqui mes mo, mo , sêres sêres bem mais intere interessa ssante ntess que povoam povo am os nossos nos sos grandes rios, como o “negro da água”, a “iara” e mesmo o peralta “saci”. 3.°) 3.°) OS CRÂNIOS DE STERKFONTE STERK FONTEIN IN — O Dr. J. J. T. Robinson, fundador da “Escola Sul-africana de Paleonto logia”, no Transvaal, falecido em 6 de abril de 1951, esca vando em Sterkfontein, perto de Krugsdorp, juntamente com seu discípulo, Dr. Robert Broom, achou vários crânios que avivaram novamente a descendência simiesca do homem. Além dos do s de Sterkfontein, Sterkfon tein, inúmeros inúm eros são os crânios crâ nios e outro ou tross ossos que estão sendo usados para projetar na tela da Ciên cia o fantasma fantasma da Evolução. Como veremos, não só há in in certeza, mas também especulação e até fraudes deliberadas no contar da história dêsses fósseis. O DRYOPITHECUS No diagrama podemos ver que tôda a evolução simiesca do homem se alicerça no Dryopithecus, que significa, mais ou menos, menos, “ macaco em forma de homem” . O mundo conhe ceu êste símio por uma queixada fóssil, encontrada na Fran ça, em 1856, e com dimensões mais ou menos iguais às de
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uma mandíbula mandíbula human humana. a. Apenas esta esta semelhança semelhança foi fo i o su ficiente para que o antropólogo E. Lartet afirmasse que o dryopithecus dryopithecus era o símio mais próximo próx imo do homem. Trinta Trinta o quatro anos mais tarde (1890), Gandry contestou o valor de tão antiga queixada e demonstrou sua inferioridade em relação aos grandes símios atuais atuais.. * Segundo os arqueólogos, a dentição do dryopithecus era semelhante à dos chimpanzés, à dos gorilas e mesmo igual à do homem. Esta afirmação afirma ção é falha, falha, pois po is para isso era mister que a dentição fôsse igual nas três espécies e todos sabemos sabemo s que nunca o foi fo i e nunca o será. será. Além dêsse incon veniente, aparece outro maior, pois se conhecem nada me nos que três variedades de dryopithecus que teriam habi tado parte da Europa e Ásia. Pela dentição dêste símio, teriam sido seus descenden tes os antropóides dos Siwliks, ao sopé do Himalaia (será o homem da neve?), o ramo dos chimpanzés e o resto dos antropóides: antropó ides: gorila e orangotango. Como Com o ainda ainda há gorilas e orangotangos, é lógico lóg ico admitir que nunca evoluíram e, portanto, nem êles nem o fantástico dryopithecus que lhes teria dado origem, entram na escala zoológica do homem. O AUSTROLAPITHECUS Pôsto de lado os dryopithecus, por muito confuso, ar queólogos queó logos e antropólogos voltaram voltaram-se -se para outros fósseis cranianos e modelaram modela ram o Austrolapithecus, Austrolapithecus, que significa significa “ macaco maca co do sul”. sul” . Em 1924, o geólogo g eólogo R. Dert Dert achou uma uma calota craniana em Taungs, Bechuanalândia, África do Sul, numa ravina correspondente a uma antiga gruta e muna profundida profu ndidade de de 18 18 metros. O crânio crân io em questão teria teria per tencido a um indivíduo entre 5 a 6 anos de idade, o que lhe tira todo o valor, pois é sabido que nessa idade, nem símios nem homens apresentam os caracteres próprios bem defi nidos. O PLESIANTHROPUS Abandona Aban donando ndo o Austrolapithecus, Austrolapithec us, p or indefinido, inde finido, a Ar queologia continuou com suas pesquisas até que, em 1936, o já citado cita do Dr. B room ro om torno tor nou u a encontrar, encon trar, em Sterkfontein, partes de um crânio sem mandíbulas, que êle afirmou per tencer a um macho adulto; um maxilar direito de uma fê
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mea, vários dentes isolados, a extremidade inferior de um fêmur fêmu r e um grande osso carpiano. Com tudo isso mistu rado “idealizou” o Austrolapithecus transvaalensis, mas co mo o nome lembrava o fracasso anterior, foi rebatizado com o nome de de Plesia Plesianth nthrop ropus, us, ou “homem “ homem do plioc p liocen eno” o” . Segundb o Dr. Broom poderia ser chamado de: “chimpanzé com dentes humanos”. Convém notar que tôda a coleção de dentes foi encon trada sôlta, fora das mandíbulas e a distâncias diversas dos outros fósseis, não se parecendo com os do gênero humano e mesmo que se assemelhassem, separados como estavam, nada provariam na Evolução, pois, podiam ser humanos. O PARANTHROPUS No mesmo ano. numa gruta de Kromdraai, mais ou me nos a três quilômetros de Sterkfontein, o mesmo paleontólo go, Dr. Broom, achou um fragmento craniano com vários dentes, parte de um úmero, a parte superior de um cúbito, um astrágalo, e algumas falanges de uma mão e de um pé. A tudo isto, em «19 «1941, vieram juntar-se diversos diver sos dentes de leite e mais tarde, em 1947, sete restos de crânios, aos quais atribuíram 650 centímetros cúbico cúb icoss de capacidade. capacidade. Tudo isso misturado recebeu o pomposo nome de Paranthropus robustus que seria igual a “quase um homem forte”. O Dr. Broom disse que êsses fragmentos teriam perten cido a um grande símio sul-africano que andava erecto. Mais tarde, antropólogos como Gregory e Hellman refuta ram o que Broom tinha dito e afirmaram que êsses antro póides não teriam sido maiores do que um chimpanzé e que não teriam sido mais do que “primos menos evoluídos do homem” hom em” . Nós não precisamos da autoridade autoridade de Gregory Gregory e Hellman para saber que tôda a história histór ia é suspeita. suspeita. Não ha via dentes de leite entre êsses fóssei fós seis? s? Os gorilas gorila s têm tamtambés dentes de leite? O TELANTHROPUS Em abril de 1947, T. Robinson, pesquisando em Swart-Krans, deparou com uma mandíbula que lhe deu a impres são de ser diferente das que até ali se tinham encontrado e "atribuídas "atribuí das ao paranthropus” paranth ropus” . Na semana semana seguin seguinte, te, encon trou-se o resto duma queixada, bem como a extremidade de
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um rádio (osso do antebraço) que afirmaram pertencer ao mesmo dono da mandibula que por ser diferente dos até ali achados, recebeu o nome de Telanthropus, igual a “ho mem completo”. Seria Seria êste o elo que faltava faltava na corrente corrent e zoológica? zoológ ica? O telanthropus, pelo conjunto dos seus caracteres, seria um intermediário morfológico entre os outros gêneros do mes m o grupo e os hominídeos primitivos. Não foi nece necess ssàri àriaamente um ancestral direto do homem, foi apenas “um pri mo menos evoluído”, no dizer muito apropriado daqueles an tropólogos antes citados. O PITECANTHROPUS ERECTUS Eugene Dubois, médico militar holandês, natural de Haia, em 1894, escreveu um relatório a respeito de certos fósseis por êle achados em Trinil, ilha de Java, e que deram origem ao mundialmente famoso Pithecanthropus erectus, ou seja, seja, o “homem-macaco “ homem-macaco que and andaa de p é” . Os fósseis es tavam muito mui to dispersos. A calota craniana craniana foi fo i encontrada encontrada em 1891, o fêmur e o dente molar em 1892 e outros dentes no fim do mesmo ano. A despeito da distância distância entre um e outros, Dubois achou que pertenciam a um só e mesmo in divíduo. Como o médico holandês sabia que seus fósseis não lhe edificavam a fantasia, fechou-os a sete chaves e durante 35 anos não permitiu que alguém os tocasse. Finalme Finalmente, nte, êsse êsse raro privilégio foi concedido ao Dr. Herdlicka, do “Smithsoniam Institute”, Estados Unidos. Unidos. Ao ver os fósseis, o sábio ianque passou pela maior decepção da sua vida, pois esperava ver um esqueleto mais ou menos completo e se de parou par ou com co m os restos a que acima aludimos. O Dr. Herd licka falou abertamente dessa fraude, pois segundo êle pen sava sava,, os fósseis tinham tinham sido de um homem. O Dr Dr.. Dubois sabia disso, mesmo assim propalou que seu javanês tinha existido 500.000 anos antes do aparecimento real do homem!
O SYNANTHROPUS Outro símio extinto, que muito se aproximou do pitecartfhropus e que alguns paleontólogos e geólogos julgaram indistinguível dêste, é o Synanthropus, que quer dizer “ho mem da China”, de Black, cuja espécie tipo é o pekinensis. Foi delineado com restos fósseis descobertos na China, em 1923, restos, que sem dúvida, pertenceram a vários indiví duos e foram desenterrados no loess avermelhado de Chon-Kon-Tien, a uns 45 quilômetros a sudoeste de Pequim. A maioria maio ria d os'a os 'an n tro tr o p ó log lo g o s e paleon pal eontólo tólogos gos moder mo derno noss é favorável à hipótese que faz do pitecanthropus e sinanthropus uma família única, representando uma linha filogênica originada muito próximo da base da linha humana, evoluindo em sentido diferente, embora quase paralelo, e extinguindo-se. extinguindo-se. Assim, o s caracteres que levaram alguns alguns antropólogos a admitir a natureza humana dessas fôrmas ambíguas e primitivas não seriam provas de sua pretensa qualidade de avoengos do homem, mas simplesmente cola terais próximos. CIÊNCIA OU ANEDOTA? Tôdas as fantasias evolucionistas têm origem numa exu berante coleção de dentes, ossos occipitais, parietais, fêmu res, maxilares e algumas calotas cranianas achados em to dos os continentes, que pertenceram a indivíduos nunca bem identificados. Com um dente ou mesmo com uma coleção dêles, não se pode estabelecer a escala zoológica, nem mesmo que a Evolução fôsse um fato científico comprovado, uma vez que os dentes estão sujeitos a desgaste, má configuração e trau matismos. A melhor melh or prova que podem pod emos os aduzir aduzir é o célebre
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dente de um milhão de dólares, achado no Estado de Nebrasca. No dia em que êsse dente dente foi fo i encontrado, encontra do, o Sr. Osbom disse que encerrava “volumes de verdade” e que “va lia um milhão de dólares”. Houve grande agitação, pesquisas, discursos e análises feitas por biólogos, antropólogos e arqueólogos que obriga ram a revirar a terra. Se o dente valia valia um milhão de dó lares lares,, quanto quanto valer valeria ia o esquelet esqueletoo completo com pleto do “do “ don n o” ? A fe bre das pesquisas terminou subitamente ao aparecer o “do no” do dente: era um porco de uma raça extinta, que de ma neira alguma podia cristalizar as fantasias que o dente for jara. jar a. Assim, perdeu-se t u d o . . . até o milhão milh ão de dólares! A PILHÉRIA DE PILTDOWN PILTDOWN Repetimos que nunca se soube ao certo a que espécie de símio pertenceram os diversos crânios encontrados e nem ainda sabemos se eram de símios, — alguns podiam ter sido de sêres sêre s humanos huma nos.. A pr prov ovaa da nossa nos sa afirma afir maçã çãoo é o epi e pisó só dio de Piltdown. Por mais de uma geração, êste crânio tem sido apresentado aos estudantes britânicos como sendo o prime pr imeiro iro inglês que surgiu naquelas ilhas. ilhas. Calcularam que os fósseis pertenceram a um indivíduo que vivera 950.000 anos no máximo, e, no mínimo 750.000 anos antes de nós. O primeiro inglês foi modelado conforme a fantasia evolu cionista e solenemente entronizado nos augustos altares do austero “British Museum”. Contemos a história. história. No povoad pov oadoo de Piltdown, Piltdown, Con dado de Sussex, Inglaterra, o advogado e arqueólogo ama dor, Charles Dowsoni, encontrou parte de uma caveira e uma mandíbula. Acreditando, ou fingindo fingind o acreditar que ambas as peças fôssem do mesmo ser, “fabricaram o eoanthropus, que qu e quer dizer: dizer: “ o homem do alvorecer” alvorecer ” . O crânio tin tinha ha tô da a aparência humana e o maxilar era simiesco, daí o nome forjado. Há pouco mais de um ano, os antropólogos do Museu Britânico descobriram a origem humana do crânio e com estudos mais bem orientados terminaram por rejeitar a ou tra parte da “relíquia”, porque ela não passava de uma mandíbula díbula de um macaco moderno. Assim Assim ficou comprovado comprov ado que qu e êsse primeiro prim eiro inglês inglês nascera 950. 950. 000 anos atras at rasad ado. o... .
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O fascínio dessa fraude reside na pergunta que todo o mundo fêz: “se a fraude foi premeditada, quem a preparou e co m o ?” Por certo que não foi para ganh ganhar ar dinheiro dinheiro e todos os que até agora lidaram com o homem de Piltdown são pessoas acima acima de qualquer suspeita. suspeita. Se alguém tratou quimicamente essa mandíbula para dar-lhe a idéia de muito antiga e depois a colocou perto da caveira que êle sabia ser humana, êsse alguém foi um homem muito hábil, um ver dadeiro perito. Qual Qual foi fo i seu objeti ob jetivo vo?? Quis Quis levar ao ridí culo os métodos antropológicos e com êles tôda e Evolução? Pensou êsse gaiato destruir as mil e uma fantasias biológi cas, confessando confes sando mais tarde êsse irreverente irreverente truque? truque ? Não Nã o é difícil aceitar que desejasse aclarar tudo, pois os ossos fo ram encontrados dois anos antes da primeira guerra mun dial. dial. rt muito mu ito provável prová vel que êsse irreverente irreverent e estudante m oror resse durante a guerra, perdendo assim a oportunidade de rovelar a brincadeira que terminou sendo descoberta pelos cientistas do estabelecimento, ou talvez êle seja agora um dos augustos antropólogos que cuidam da seriedade do “British Museum”. A desc de scob ober erta ta d o valo va lorr real rea l dessa des sa “ relíq re líqui uia” a” é m ais ai s uma. uma. prova de que tôda a antropologia evolucionista não passa de fraudes premeditadas ou pilhérias de estudantes irreveren tes. tes. Todo To doss os fósseis fóss eis que serviram serviram para fantasi fantasiar ar sêres à vontade de falsos cientistas lembram o procedimento de mui tos industriais que manufaturam produtos que nem sempre correspondem correspon dem ao que os rótulos indica indicam. m. Os geólogos geólog os e paleontólogos misturaram ossos de diversos animais e de pois “rotularam-nos” com pomposos nomes, meio gregos,, meio latinos, para que fôssem menos compreendidos, e idea lizaram a escala humana. humana. No dizer d izer de Dobzhansky, êsse' êsse' proceder “se compara à etiquetagem e embalagem dos pro dutos” manufaturados por estabelecimentos suspeitos. Os únicos métodos que a Ciência teve para julgar d», antiguidade e autenticidade de um fóssil eram a fleurina em maior ou menor quantidade depositada no fóssil e seui aspecto anti antigo. go. Os dois métodos métod os são muito fáceis de alte alte rar. A fleurina pode po de ser acrescentada acrescentada à vontade por po r algu alguém ém,, que tenha tenha interêsse em fazê-lo. fazê-lo. O aspecto aspec to é ainda mais fácil de alterar: um osso recente quando submetido a certo» processo químico toma o aspecto de uma relíquia arqueo lógica. Êste Êste foi fo i o truque utilizado pelo peralta de Piltdown. Piltdown...
O MÉTODO DO C-14 As frau fr aude dess e pilhé pil héria riass serã se rãoo h o je b em mais ma is difí di fíce ceis is,, p o is o processo do carbono quatorze (c-14) é bem mais eficaz. O problema mais difícil que os arqueólogos têm de en frentar é calcular com exatidão o tempo que têm os fós seis, seis, cerâmica e outros out ros objetos obje tos por po r êles êles desenterrados. desenterrados. Há quantos anos terá existido o animal representado pelo fós sil? Quando surgiu e se extinguiu extinguiu a espécie? espé cie? Qual Qual era a civilização que existiu no tempo em que o animal viveu? Em que tempo temp o da pré-história? pré-história? São perguntas perguntas que até até ago ra não foram eficazmente respondidas. Em recente conferência, o professor Ritchie expôs o novo método utilizado pela Arqueologia para responder com mais exatidão a tôdas as perguntas que os fósseis e antigas civilizações sugerem: o método do c-14. A Físic Fí sicaa nucl nu clea earr veio ve io em auxíl au xílio io dos do s b iólo ió logg o s puro pu ros. s. Os doutôres W. F. Lybby e J. R. Amold, ambos professôres da “Escola de Estudos Nucleares” de Chicago, inventaram um extraordinário relógio radioativo, graças ao qual tições apagados de antigos fogões e outras substâncias, como mor talhas de múmias, cestos, conchas de moluscos atirados ao lixo, restos de plantas ou detritos animais, contam eloqüen temente, através do medidor “Geiger”, uma história que revolucionou a mentalidade dos arqueólogos modernos. Baseia-se o método no fato demonstrado cientificamen te de que a ação da irradiação cósmica sôbre o nitrogênio nas camadas superiores da atmosfera o transforma em um isóto isó topo po radioativo radioa tivo de carb ca rbon onoo de número núm ero 14 14. Êsse c-14 c-14,, en tra na proporção de 002 na fotossíntese do amido e, assim, o carbono radioativo forma parte integrante da célula. Tôda a carne dos animais provém, em última análise, do reino vegetal, uma vez que o radical c-12 entra na vida animal e vegetal, equilibradamente distribuído na matéria viva numa quantidade constante que pode ser medida. Quando o organismo morre, naturalmente deixa de absorver
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c-14 e seus tecidos começam a se desintegrar, transforman do-se do-se de novo nov o em nitrogênio. nitrogênio. O processo proces so se faz num ritmo ritmo certo, de maneira que a potência do c-14 é reduzida à metade em 5.720 anos. Assim, Ass im, a p r o p o r ç ã o de c-14 conc co ncen entr trad adoo em rest re stos os de antigos organismos, em comparação com a concentração constante nos sêres vivos, nos fornece o fator tempo, ou, em outras palavras, o número aproximado de anos decorridos após a morte do organismo. Pelos métodos de cálculo usados atualmente, é de uns 500 anos no mínimo e o máximo de 2.000, o que nos afirma que a margem de êrro é de cinco po r cento. O cálculo dá dá melhor resultado quando se usa o carbono puro; uns 16 gramas gramas são suficien suficientes. tes. Êsse Êsse carbono carb ono pode provir de amos tras calcinadas de quaisquer substâncias orgânicas, especial mente o carvão originário de fogões ou lareiras dos homens primitivos. Os cálculos feitos com o c?14 procedente das habitações americanas do período arcaico deram, repetidamente, um máximo de 5.283 e um mínimo de 5.250 para um caso e um máximo de 4.930 e um mínimo de 4.260 anos para outro. Isto revela um fato surpreendente: os povos caçadores do continente americano já estavam fortemente estabelecidos no nordeste dos Estados Unidos, antes de se iniciar a idade da pedra polida na Europa ocidental, e quando floresciam no Egito suas antigas cidades. No que se refere aos pontos em que foram encontrados objetos de cerâmica, o cálculo foi mais surpreendente ainda, pois constatou-se que, segundo os cálculos dos doutôres Lubby e Arnolde, o tempo atribuído aos objetos examina dos foi de 2.942 anos, no máximo, e no mínimo de 2.170 anos. Isto quer dizer que uns uns mil anos antes antes de Cristo, Cristo, quando a maior parte da Europa ocidental entrava na idade do ferro, a economia dos habitantes da região em que hoje se ergue New York, já estava sendo substituída por outra mais útil e mais sedentária que tinha como fundamento o plantio do milho. Graças ao emprêgo do c-14, a idade de várias populações pode pod e ser ser determina determinada da com muita precisão. O emprêgo emprêg o do c-14 como elemento determinante da idade vem sendo usa do em várias outras ciências abrindo dêsse modo novos ho rizontes ao estudo científico que permitirão dar novos e mais firmes passos no aperfeiçoamento biológico.
OS ARGUMENTOS DA NATUREZA Se, contra o que até agora se constatou, o processo do c-14 daqui por diante não continuar sendo eficaz, temos os mil e um métodos que a própria natureza utiliza para colo car no seu lugar a fantasia dos biólogos e antropólogos evolucionistas lucionistas.. Vejam Ve jamos os alguns alguns:: 1.°) 1.°) Baleias Baleias e Delfins Delfins — A m aior dificuldade para os idealizadores de escala da Evolução reside na base de seu próprio argumento, segundo o qual, comparando a anato mia de certos animais, se podem encontrar seus ancestrais. Vej V ejaa m os o caso ca so da baleia bal eia e de o u tros tr os cetá ce táce ceos os.. Êstes ani mais aquáticos foram considerados como peixes, por sua se melhança. Conform Con formee a Evolução Evo lução,, a semelhança é prova. Se o argumento vale, os peixes de hoje e todos os cetáceos são parentes próximos, tendo tido ambos os mesmos ancestrais. Podemos acreditar que somente a semelhança externa prõve prõ ve sua ascendência ascendência comum com um?? Olhemos o assunt assuntoo sob ou tro ponto de vis vista ta.. Baleias Baleias e delfins delfins são mamíferos, mam íferos, com co m o os gatos, leões e m acacos. acaco s. Os peixes são de sangue sangue frio fr io e se reproduzem p or ovos, são ovíparos. ovíparos. Os cetáceos, cetáceos, com co m o animais de sangue quente formam seus filhos dentro dos seus corpos e, ao nascerem os alimentam com o próprio leite. leite. Assim, Assim, em bora bo ra haja uma certa certa semelhança semelhança exterior entre peixes e cetáceos, êstes no seu sangue e comportamen to assemelham-se mais a animais terrestres e sua fisiologia prova que da terra saíram. Segundo a “prova” que a Evolução diz obter dos testes sanguíneos (que ainda consideraremos), os evolucionistas afirmam que os cetáceos descendem dos ungulados, especial mente do por co comum . Vemos Vem os que a semelhança semelhança de pei xe e do sangue sangue terrestr terrestree não podem pod em ser provas. Quem não vê logo que a baleia não pode descender de um porco e de um peixe peixe ao mesmo mesm o tempo? temp o? Essas duas semelhança semelhançass — aquática e terrestre — são uma tremenda contradição, não
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têm valor com co m o prova evolucionist evolucionista. a. A baleia baleia foi fo i feita feita as as sim e assim continua por ordem do seu Criador, pois Moi sés nos disse que no quinto dia “Deus criou as grandes ba leia leiass . . . que as águ águas as abunda abundanteme ntemente nte produziram conform confo rmee as suas espécies”. 2.°) 2.°) O Lôbo Lô bo da Tasmânia — Vive na Tasmânia um es tranho animal chamado “lôbo da Tasmânia” ou “thylacine” ne ” . Sua form for m a externa externa é exatamente exatamente igual igual à de um cão. cão . Corre e mata as as ovelhas, ovelhas, tal qual um cacho cac horro rro o faria. Se não fizermos uma observação completa, seremos levados a julgar que o “thylacine” pertence à família dos lôbos e cães. A estrutura do seu esqueleto, a cabeça e até os den tes do thylacine são tão parecidos aos do cachorro que di ficilmente poderão ser diferenciados, até mesmo por um anatomista experimentado. Se, Se, com co m o os o s evolucionistas di zem, semelhanças anatômicas provam a ascendência, o lôbo, o colote, o cão e o thylacine são parentes entre si, por terem todos êles os mesmos antepassados. O thylacine tem outra característica que o apresenta di ferente dos canídeos. Na fauna terrestre, há uma ordem zoológica chamada de marsupiais, à qual pertencem o can guru, guru, gambá, gambá, womb wo mbato ato e outros. Segundo os transformis tas, êste grupo é muito “primitivo” na sua estrutura, tendo evoluído diretamente dos do s répteis répteis.. O estranho caráter dos do s marsupiais é que não desenvolvem seus filhos como os ma míferos, mas o nascimento se dá quando ainda são muito fracos e imperfeitos, passando por isso a morar dentro da bôlsa que a mãe possui. possui. O thylaci thylacine ne pertence ao ao grupo dos marsupiais; per isso, os evolucionistas afirmam que é des cendente cendente mais próximo próx imo do canguru que do cão. Pergunt Perguntaa mos, pela anatomia comparada, como pode o thylacine ser parente próximo do cão e por essa mesma comparação, pa rente rente afastadíssi afastadíssimo mo do m esm o? Isso é prova prov a de que que algu algu ma coisa está errada na anatomia comparada. 3.°) 3.°) Coelacanto — JulgouJulgou-se se que o coelacanto coelac anto era um longínquo antepassado da escala zoológica do homem, um elo na cadeia da evolução animal, que pela mutação e adap tação teria dado nascimento aos primeiros anfíbios, isto é, aos animais que deixaram de viver em meio aquático para internar-se pela terra a dentro, e que terminaram por extinguir-se há cinqüenta ou sessenta milhões de anos. Em 1938, restos de um estranho peixe foram levados para o Museu do Cairo, onde os examinou o professor
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.Sm .Smith ith, eminente especialista em peixes peixe s fósseis. fósse is. Apesar do ’ mau estado do material, conseguiu identificá-lo como um espécime moderno de uma família de peixes que se julgava extint extinta, a, pelo pe lo menos men os há há 50 milhões milhõe s de anos. O douto do utorr Smith Smith distribuiu uma circular na zona do Canal de Moçambique, onde o coelacanto teria sido pescado, e na circular prometia regular recompensa a quem lhe oferecesse outro exemplar em bom bo m estado. No dia 25 25 de setemb sete mbro ro de 195 1953, o segundo segun do exemplar foi capturado nas águas de Comores e entregue por avião, dentro de uma caixa cheia de sal, em Tananarive, Madagascar, ao doutor Smith. Êsse coelacanto nos mostra que, se em 50 milhões de anos, que é o mínimo que os paleontólogos atribuem à sua extinção, continua sendo o mesmo peixe, é que nunca houve essa pretensa evolução que só se baseava na semelhança ex terna terna do coelacanto com o jacaré. Se de fato o coelacanto extinguiu-se há 50 milhões de anos, como vieram à vida ês ses dois m oderno ode rnoss exemplares? Se existem existem ainda ainda,, que que p o demos dem os concluir? conclu ir? Que Que nos perdoem perdo em os paleontólogos paleon tólogos int intee ressados na fantasia evolucionista; a coisa é clara, o coela canto sempre foi coelacanto e depois de 50 milhões de anos continua a sê-lo, pois está escrito que as águas'deviam pro duzir “almas viventes conforme suas espécies”. 4.°) 4.°) A dissemelhança homem-m hom em-m acaco — Charl Charles es Dar win, o fundador da teoria, não tinha muita certeza do ver dadeiro dad eiro antepassado do homem. homem . Afirmava que existiram existiram duas raças de símios, os do velho e os do novo mundo; dos últimos teria descendido o homem e apresenta o gorila co m o o mais provável antecessor antecessor humano. humano. Henry Fairfield Fairfield OsOsbom, fanático evolucionista até há poucos anos atrás, quan do ainda defendia a Evolução, contestou tudo o que Darwin dizia dizia do símio que dera origem ao homem . Êle Êle diz: “o “ o ho mem não descende de nenhum símio antigo ou moderno, mas ambos, homem e macaco, surgiram do mesmo tronco evolucionário nos albores da escala zoológica”. A razã ra zãoo dêsse dê sse m oder od ern n o p roce ro cedd e r c o m a teoria teo ria,, separa sep aran n do o homem de qualquer macaco atual, deve-se ao fato de ser impossível decidir qual dos macacos é nosso ancestral. O gorila pode ser semelhante ao homem em vários aspectos, mas não pode ser escolhido como nosso avô, porque o crâ nio humano é liso enquanto o do gorila tem uma aspécie de crista. crista. O hom em tem doze pares de costelas. O gorila tem 13. O chimpanzé tem os braços curtos, mas tem, tem, com o o
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gorila, 13 13 pares de costelas. O orangotango tem o crânio crân io parecido com o do homem, porém, os polegares dos pés são idênticos aos das mãos, característica que é peculiar a todos os macacos; por isso, foram chamados de “quadrumanos”. O pouco que há de comum na forma externa e interna entre o homem e os outros animais, especialmente os símios, não pode provar a ascendência simiesca, pois, além de mui tas belezas físicas e psíquicas que o diferenciam dos símios, até até a posiç po sição ão contribui contribu i para separá-l separá-los. os. A posiçã pos içãoo vertical vertical é um privilégio de que nenhum outro animal goza, nem mes m o os símios superiores. superiores. Só ocasionalmente, alguns alguns ani mais tomam toma m a posiç po sição ão erecta. erecta. O coelho, pondo-se de pé, tonteia tonteia e m orre em 10 10 minutos. Nos macacos, m acacos, após 20 20 m i nutos, não só a pressão do sangue cai de 20 a 40 por cento, mas também se reduz a velocidade do sangue nos membros inferiores para os superiores e, no cérebro, o eletro-encelógrafo acusa acusa ondas de convulsões. Os cães, mesmo mes mo amestra dos, resistem o que podem à ordem de se porem em pé e abandonam abandonam a posição pos ição logo que podem. podem . Só o organismo hu mano resiste à lei da gravidade, mantendo no coração uma circulação de sangue que é algo de maravilhoso.
UMA TEORIA ABSURDA Nada há na escala zoológica que corresponda à fantasia evolucionista. evolucionista. A Biologia pura não pode aceitar aceitar,, nem mes mo para estudo, tudo o que os evolucionistas idealizaram, por absurdo, anticientífico e mesmo indigno do ser huma no. O absurdo absurd o dos milhões de anos de que se utili utiliza zam, m,,, para arranjar uma escala zoológica que prencha as fanta sias, foi demonstrado novamente pelo coelacanto, que ainda dará muito o que falar... Êsses coelacantos, examinados pelo Dr. Smith, são dois verdadeiros fantasmas para os ictiólogos materialistas; fan tasmas vivos, que durante 50 milhões de anos cruzaram os mares para desmentir a Evolução. Evoluç ão. Se êle não evoluiu é porque nenhum peixe dessa espécie evoluiu e viveu pelos mares para mostrar-se na ocasião mais propícia ao seu rea parecimento. parecimento. Afirmamos e tornamos a afirmar afirmar que o coe co e lacanto sempre semp re foi fo i o que ho je ainda ainda é. é. Se êle existe existe é que que veio de pais que têm perpetuado a espécie, desde êsses afastadíssimos 50 50 milhões de anos. Se êle não evoluiu é por po r que nenhum peixe dessa espécie se transformou em anfíbio. Sim, o coelacanto sempre foi coelacanto, a baleia sem pre foi baleia, o elefante sempre foi elefante, o touro sempre foi touro — só o homem é que já foi macaco? Se isso isso não fôr irreverência, pelo menos é uma perfeita tolice. “Tolice” foi a palavra que o próprio Darwin usou para ridicularizar seu contemporâneo Lamarck, pela forma sim plista plista com co m que explica explica o longo pesco pe scoço ço da girafa. girafa. Leiamos Lamarck: “ Os remotos rem otos ancestrais ancestrais da girafa girafa tinham tinham pesco pe sco ço curto, cu rto, com co m o os cavalos e as vacas. vacas. Uma prolongada prolong ada sêsêca torrou torr ou tôda a vegetação raste rasteir ira. a. A maior ma ior parte parte das ár vores vore s fico u com suas copas copa s sem sem serem serem atingi atingidas das.. Para al cançar essas fôlhas, os curtos pescoços esticaram e assim as girafas girafas conservaram suas vidas. vidas. A prole dos pais que q ue en
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frentaram a primeira sêca já nasceu com o pescoço impersepti perseptivelme velmente nte mais longo. Nova sêca sêca com co m os m esmos resultados para a vegetação e se prolongou com a conse qüente luta para atingir atingir as fôlhas mais próximas. próxim as. A nova geração tinha tinha o pesco pe scoço ço um tanto tanto maior. ma ior. Assim, Assim, após ca da sêca, a prole crescia com o pescoço sempre maior, os pescoços cresciam sempre, após cada sêca novo crescimento, até o estado atual”. Isto lido assim, às pressas, dá uma idéia de realidade e satisfaz aos menos exigentes ou aos interessados nessas fan tasias tasias.. Não é necessário necess ário ser cientista cientista para achar as falhas dessa dessa “filoso “filo sofia fia”” . Mais de uma pergunta pergunta pode po de ser feita pa ra confundir confu ndir a fantasia fantasia de Lamarck. Por Po r que os outros out ros ani mais não obtiveram pescoços do mesmo tamanho, uma vez * que enfrentaram enfrentaram as mesmas condições cond ições?? Será que os outros animais não nã o habitavam essas áreas de sêca? Emigraram Emigr aram os outros out ros para para zonas de melhores pastos? Se êles êles emigraram, emigraram, p or que que as primeiras girafas girafas não os acompanharam? acompanharam ? Com o é que entre uma sêca e outra os pescoços não voltaram ao tamanho antigo? Atualmente Atualmente a girafa se alimenta também de capim e por que não retrai o pescoço que a obriga a abrir as pernas para alcançar crpasto? crpa sto? A tudo isso, no livro “ Heredity and Evolution”, às págs. 115, Darwin respondeu: — “ Deus Deus me livre livre de acreditar acreditar na tolice de Lamarck” Lam arck” . Que Êle nos ajude a compreender que a girafa foi criada assim, com o pescoço longo, e com êle sua prole continua, obede cendo a ordem de que “tudo seria segundo a sua espécie”. Tudo o que temos dito nos prva que a Evolução como teoria é muito complicada e totalmente inadequada para ex plicar as mil maravilhas que a vida nos apresenta.
A DOUTRIN DOU TRINA A DA CRIAÇÃO CRIAÇÃ O Para nos dar essa explicação, o criacionismo é muito simples e científico. cient ífico. Vejam Ve jamos os as vantage vantagens ns que apresent apresenta: a: 1.° — A doutrina de tuna Criação especial não é um m ero cred c redoo para ser ser aceito pela fé. Ela se se adapta adapta tanto às faculdades do intelecto intelecto com co m o à lógica. Cada Cada fato da da ciên cia natural é ampla e logicamente explicado sob o ponto de vista vista da Criação. Na prática, prática, requer reque r menos men os fé na sua sua apli cação do que aceitar tôda a escala da Evolução, vinda de uma geração espontânea já comprovada impossível. 2.° — Ela não ensina que o homem, hoje, é como êle foi fo i criado. criad o. Antes, Antes, deixa entender que todos os o s grupos étni cos são formas degeneradas daquele primeiro homem que fo i criado do p ó da terra terra à imagem do seu Criador. Criador. Com o nos próximos capítulos veremos, as mutações, ou câmbios no aspecto físico, foram efetuadas e transmitidas conforme as leis da Genética. 3.° — Não é sinônimo da “criação especial” ensinada por alguns na Idade Média e, mais tarde, por biologistas como Linneu e Agassiz. Agassiz. Êles Êles formara form aram m uma idéia do que julga ram que a Escritura ensinava e queriam adaptar a natureza a essas idéias. idéias. Daí Daí o geocentrism geoce ntrismoo do nosso sistema sistema e ou tros absurdos siderais. 4.° — Ela não exalta o homem para desviar-lhe a mente d o Criador. Com eça em Deus Deus e n’Êle continua para auferir poder e cuidado; assim é, ao mesmo tempo, fonte de inspi ração espiritual e de devoção ao Sustentador. 5.° — Não ensina que o homem pode degradar-se por cruzamentos com as bestas e produzir meias raças huma nas. Nem ensina que os símios sejam similares ao homem nas suas formas por causa dêsses cruzamentos.
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6.° — Não ensina que a fauna e flora que encontramos em cavernas cavernas foram for am criadas in situ. situ. Todo To doss os animai animaiss ter restres foram destruídos pelo dilúvio, com exceção dos que Noé No é salvou salvou na Arca. Dêstes Dêstes a terra foi fo i repovoada. 7.° — A teoria, melhor seria dizer, doutrina da criação, não ensina que a natureza natureza seja estática estática.. Um homem hom em foi fo i criado e dêle, como veremos no último capítulo, saíram to dos os grupos étnicos, étnicos, povos pov os e tipos que conhecemos. conhecem os. Es ta variação deu-se tanto no gênero humano, como no reino animal e vegetal e ainda continua, porém, sempre dentro da ordem: "segundo sua espécie”. Como veremos, todos os processos genéticos, como mu tação, segregação, recombinação, mudanças no número de cromossomos, mudanças no arranjo dos genes e até as in seminações artificiais com o fim de criar híbridos, só pro duzem tipos, variedades, subespécies sempre dentro das leis de Mendel. Mendel. Para entender isto, isto , devemos deve mos ter em mente que a espécie usada pelos genetistas, não é, e até agora não foi, fo i, sinônimo da espécie que que o Gênesis Gênesis reconhece. reconhec e. Os capí tulos de Genética, que seguem, nos provarão que tudo foi criado tal como o conhecemos e tudo continuará nesta Ter ra dentro das variações pelos genes permitidas.
CAPÍTULO VII MISTÉRIOS DESVENDADOS PELA PALEONTOLOGIA “A alma do paleontólogo, cansada de tantas mutações, de tanta fragili dade, é facilmente impelida a buscar um ponto fixo onde descansar; e se compraz na idéia de um Ser infinito, que, no meio das mudanças do Mun do, não muda.” Osvaldo Heer. Antropolò Ant ropològicam gicamente ente nunca sabere sab eremos mos ao certo cer to com co m o surgiu o homem na Terra, pois, como temos comentado, sem pre houve antropólogos, ou naturalistas de tendência evolu cionista, que quando não obtinham os documentos fósseis de que precisavam, os falsificavam. fa lsificavam. Contudo, a Paleonto logia, ciência auxiliar no estudo dos fósseis, tem desvendado muitos mistérios. Do Pitecantr Pitecantropo opo erecto (ou homem-macaco homem-macaco erguido), considerado como ancestral mais antigo do homem, depois do ser que gerou igualmente os antropóides, passamos para o homem de Heidelberg, descoberto, como dissemos, na ci dade alemã que tem êsse nome, numa escavação ali reali zada. zada. Verificaram Verificar am os cientis cientistas tas que o maxilar maxilar dêsse tipo hu mano ainda era muito proeminente. Os cientistas cientistas chega chega ram à conclusão de que êsse tipo de homem deve ter exis tido entre um milhão e quinhentos mil anos atrás. Em seguida ao homem de Heidelberg, veio o homem de Neandertal, que deve ter vivido sôbre a Terra há cêrca de cem mil anos atrás.
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Depois do homem de Neandertal, temos, finalmente, o homem de Cro-Magnon (localidade francesa, onde foram descobertos os vestígios dêsse tipo humano), que remonta (segundo os evolucionistas) a vinte e cinco mil anos atrás. E, ultimamente, encontrou-se um tipo que se chamou de rodesiano, por terem sido descobertos fósseis que o identifi caram em terras da Rodésia, Rodésia , África. O tipo rodesiano rodesia no é se melhante ao homem de Neandertal. Investigações continuam sendo feitas pelos homens de ciência em busca de fósseis que nos revelem como realmen te foram fora m os nossos no ssos antepass antepassados. ados. E nesse nesse ponto, pon to, os cien cien tistas já obtiveram ótimos resultados. A teor te oria ia de u nifo ni form rmid idad adee das cama ca mada dass é, para pa ra o s geó ge ó logos, a base para o estudo dos fósseis. Com ela intent intentam am provar que, entre a manifestação da vida e o aparecimento do homem, mediaram muitos séculos. séculos. Com esta esta afirmação afirma ção não foram mais afortunados do que o tinham sido com as já m encio en ciona nada das. s. O ê rro rr o d o s e tió ti ó log lo g os evol ev oluc ucio ioni nist stas as evidencia-se ao apregoar a todo vento que o homem só apare ceu na Terra muitos milhões de anos depois das primeiras manifestações da vida. No “Congresso Universal de Geologia” ideou-se para ca da andar uma certa civilização e fósseis característicos. Aqui Aq ui tam ta m bém bé m m enci en cion onar arem emos os um só fato fa to que qu e perm pe rmite ite ver, se não a má-fé, pelo menos a falta de observação dêsses sá bios. Conforme os geólogos materialistas, o plesiossauro apareceu no Lias, terreno do Juraico inferior, e desapareceu durant durantee o período. Os fatos não estão estão muito de acôrd o com esta hipótese. A verdade é que os restos dêste enorme enorm e la la garto foram achados no Triaico, e em todos os andares do Juraico e Cretaico. Cretaico. Examinando o mapa geológico, geológ ico, organi zado ao bel-prazer dos componentes do Congresso, é muito fácil provar que os restos do plesiossauro se encontram es palhados em nada menos de vinte e dois andares de três diferentes sistemas. sistemas. Com esta esta dificuldade não contavam contava m os entendidos da evolução e foram obrigados a inventar novos nomes com os quais pudessem explicar tamanha contra dição. Nisto de inventar nomes, os evolucionistas são verda deiros peritos, métodos que aplicaram não só aos animais, mas também ao homem, o que no fim lhes resultou em gran de confusão. Dizem que os sêres sêres evoluíram desde uma simsim-
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pies e microscópica ameba, que depois de subir na escala geológica tornou-se um elegante símio que poucos anos mais tard tarde' e' se metam me tamorfoseo orfoseou u em um homem home m intel intelige igente nte.. “ Hou ve, aproximadamente, cento e vinte e cinco milhões de espé cies sôbre a superfície da terra durante o período que abran ge a história da vida orgânica do planêta; e de acôrdo com Wassmann, a transmutação (evolucionista) de uma espécie intimamente relacionada com outra imediatamente superior ou subseqüente, requeria pelo menos mil setecentos câm bios ou variações,.comumente chamados elos; por conseguin te, temos cento e vinte e cinco milhões de espécies multipli cados por mil e setecentas variedades, dando-nos o resulta do aterrador de duzentos e doze biliões e quinhentos milhões de formas definidas de vida, que devem ter existido para transformar a ameba em hom ho m em ” . Que essa essa transforma ção não é científica., prova-o o fato de o embrião humano so mente passar po r quatorze perío p eríodo doss de mudança. Estas Estas poucas mudanças do embrião nos deixam ver claro que a transmutação das espécies têm quatro abismos intransponí veis, porém, os evolucionistas não se detêm por tão pouca coisa. Os críticos sabem muito bem, e sempre o souberam, que nenhum dos símios atuais pode ser pai de um ser tão per feito e tão inteligente como é o homem, e vendo-se diante de uma derrota fragorosa, antes de dar-se por vencidos, saí ram a remexer a Terra à cata de fósseis aos quais foram dando os mais pomposos nomes, tais como: 1.°) .°) Propitecos. Anterior ao homem . 2.°) 2.°) Parapitecos. Quase macaco. ma caco. 3.°) 3.°) Aracno-piteco. Aracn o-piteco. Macaco-aranha — Ateie. Ateie. 4.°) 4.°) Troglodita Troglod ita dawsoni. Pan Vetulos (Tud (T ud o maca co?) 5.°) 5.°) Palaeopitecos. Palaeo pitecos. Macaco Ma caco antigo. antigo. 6.°) 6.°) Sivapitecos. Macaco Ma caco da índia? índ ia? 7.°) 7.°) Pliopitecos. Traços Traço s mais num erosos de macaco. 8.°) 8.°) Hesperopitecos. Hesp eropitecos. Home Ho mem m ocidental. ocidental. 9.‘ ) Propliopitecos. Prop liopitecos. Anterior ao ser com traços mais numerosos.
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10.°) 11.° 11.°)) 12.° 12.°)) 13.° 13.°)) 14.°) .°) 15.° 15.°)) 16.° 16.°)) 17.°) 18." 18.")) 19.°) 9.°) 20.° 20.°)) 21.° 21.°)) 22.° 22.°)) 23.° 23.°))
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Artropitecos. Macaco americano (Homem-macaco). Dryopitecos. Macaco com co m form a de homem, Paleoantropos. Paleoan tropos. H omem om em antigo. antigo. Eoantro Eoa ntropos. pos. Hom Ho m em que surge. surge. Antrop An tropopite opitecos cos (Martelet classificou-os em três categorias). Homem-macaco. Troglodita Trog lodita siamês. siamês. Uma espécie de hom em das cavernas. Sinantropos Sinan tropos pequinesis. H omem om em chinês chinês de Pe quim. Austrolapitecos. Homem do sul. Macaco aus tral. Pitecântropus erectus. Hom em-ma em -macaco caco que anda em pé. H om o appeninus. appeninus. Braquiocéfalos Braqu iocéfalos.. H om o neanderthalens neanderthalensis. is. H omem om em de Neandertal Neandertal.. H om o dawsonis. Hom em das cavern cavernas. as. H omo om o nordicus. Hom Ho m em escandin escandinavo. avo. H omo om o Heidelbergen Heidelbergensis sis.. Homem Ho mem de Heidelberg. Heidelberg.
Tudo isto é muito fácil de arquitetar, pois, nomes são sempre fáceis de compor, o difícil é provar a existência dos sêres aos quais deram êsses êsses nomes. nom es. Os críticos crític os materialis materialis tas usaram para o homem o mesmo processo que para o cavalo. Uma longa lis lista ta de nomes pod e ser um malabaris malabaris m o etimológico. etimo lógico. Ciência Ciência é que não é. é. Não será significativo que desde os alvores da história ninguém tenha visto sair das selvas um animal híbrido, meio homem e meio macaco, ou macaco-homem? A coisa nos parece clara, se desde tanto tempo que admitem a existência do homem, a evolução não conseguiu transformar um símio em HOMO HOMO SAPIENS, SAPIENS, é porque porq ue nunca nunca o conseguiu! conseguiu! Ou se rá que terminou já o período per íodo da Ev Evoluçã oluçã o? De maneira maneira al guma, porque se tudo terminasse já de evoluir, conforme a teoria, não somente não deviam existir mais símios nas ma tas, também não deviam existir as formas inferiores de vida, tôdas as formas deviam ter alcançado o grau mais elevado
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na escala escala geológica. Existindo as as form as inferiores, deve mos compreender que o processo evolutivo não findou ainda. Evoluç Ev olução ão e Eternidade são idéias antagônica antagônicas. s. Se a matéria é eterna, como é que não terminou de evoluir desde a eternidade? Se continua tudo em evoluçã evo luçãoo por que êsses êsses sábios não nos apresentam a transição de um estado da vi-
Um mamute dissecado t iioo Museu de Leningrado Leningrad o da para outro? outr o? Simplesmen Simplesmente, te, não o podem fazer porque a evolução é menos, muito menos, do que um conto das “Mil e uma Noites”. Tudo o que se diga com respeito à idade dos fósseis é pura imaginação. imaginação. Julgava Julgavam m os materialis materialistas tas que os fósseis seriam como que a chave que lhes abriria a porta a uma fan tástica história e, em vez disso, viram-se obrigados a organi zar escalas arbitrárias e anticientíficas como o prova o pro fessor Price num dos seus muitos livros “Enganos das Ida des Geológicas” (* ). Como Com o os evoluci evolucioni onista stass podem provar provar (* ) Em jnglês jnglês «The Geological Geological Agnes Hoaxs».
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qual é o fóssil mais antigo, se, as camadas geológicas não estão de acôrdo com a ordem que lhes pretendem atribuir? Felizmente, há alguma coisa mais que veio desbaratar os planos dos evolucionistas e esta coisa é que hoje sabemos que existem animais que os críticos diziam terem-se extinto nas primeiras idades geológicas, isto é, há milhões de anos, o coelacanto coelacan to “ Latimeria Latimeria Chal Chalunna unnaee Smith” Sm ith” é um dêles. dêles. Em dezembro de 1952 e no dia 25 de setembro de 1953, dois dês ses peixes foram pescados no arquipélago dos Cómoros e ambos estão conservados no “Instituto de Pesquisas de Ma dagascar”, dagasca r”, em Tanamarive. A ciência afirmava que o coela canto extinguir extinguira-s a-see há 400 milhões de anos. Como Co mo vem v emos os há espécies extintas, (sempre segundo os evolucionistas), cujos cu jos antepassados vivem no n o nosso no sso Mundo. A existênci existênciaa dêsses antepassados de espécies que nos afirmavam estar extinta, complicou ainda o problema para êsses geólogos. “Um espetáculo que sempre causa admiração, é o acha do de tubarões e baleias incrustados nas rochas que se en contram a sete ou oito mil pés sob o nível do mal, e a trinta e quarenta milhas de distância distância da da praia mais próxima. Sem dúvida lá estiveram durante durante muitíssimo mu itíssimo tempo. Mesmo Mes mo as sim, a despeito dêsse assombroso número de anos, seu tes temunho é sempre o mesmo: a evolução tem passado por al to a sua inumerável descendência, pois que nenhum dêles tem passado do simples simples ao comp lexo” (* ). Para Para os parti parti dários da Criação êsses animais provam que nunca houve transmutação de espécie, tudo se multiplica segundo a or dem do Alto que diz: “Produza a terra animais viventes se gundo a sua espécie, animais domésticos, e répteis, e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fêz ” . A desc de scob obee rta rt a d o s cem ce m itéri ité rios os foss fo ssil ilíf ífee ros ro s d o Mamu Ma mute, te, na Sibéria (**), pôs por terra o pouco que ainda ficava em pé da teoria materialista, pois acharam-se, nos seus estômagos, plantas que podemos encontrar nas nossas matas de hoje, e o elefante imperial viveu, segundo alguns, há 50 mil anos e em períodos geológicos de flora muito diferente da atual. Ao A o pensa pe nsarr nist ni sto, o, até sem quere qu erer, r, n o s vêm vê m à mente me nte as seguin seg uin tes perguntas perguntas:: a) Se a ordem dos do s fósseis é correta, p or que não acompanharam a evolução êsses animais que hoje sabe (* ) Dr. Rimmer. Ob. Ob. cit., pág. 112 112.. (**) Veja-se Angel Cabrera. «Animales Extinguidos», capítulo XIII.
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mos mo s exist existir ir e que os evolucionistas evolucionistas criam já extintos? extintos? b ) Se não evoluíram estará completa como pretendem a cadeia de Evolução? Evo lução? c ) Por que o mamute, que viveu viveu tantos tantos anos antes de nós, tem no estômago plantas que podem achar-se na flora flor a atual? atual? Quão sábias são as palavras palavras de Barrande ao dizer que, “enquanto a Astronomia nos expõe os esplen dores da Criação na imensidão dos céus, a Paleontologia nos revela modestamente outras maravilhas não menos admirá veis. .. Uma e outra ciência nos narra narram, m, pois, a seu modo, mo do, segundo atribuições, o poder e a glória do Criador” (*). Numa das nossas muitas viagens fizemos uma experiên cia ao cruzar uma selva de várias léguas de extensão e po voada por milhares de símios, que nos deram um grande susto. susto. Por mais mais que procurássem procurá ssemos os naquela naquela multidão o nosso avô, não nos foi possível encontrar nada que confir masse a paternidade que os evolucionistas nos têm atribuí do. Por muito que que observássemos, tivemos que nos conven cer de que entre tantos milhares de macacos não havia ne nhum que tivesse aparência humana. humana. Melhor Melho r experiência experiência que a nossa, fêz o Dr. F. Osbom, diretor do Museu norte-americano de História Histór ia Natur Natural. al. “ O Dr. O sbom sb om , que até há pouco era um darwinista convencido, realizou largas e pa cientes pesquisas, no deserto de Gobi para encontrar o antropopitecos, problemático antepassado do homem e do ma caco. As descobertas que fêz na sua expedição o convence ram de que a espécie humana sempre foi diferente da dos símios. Em nenhuma nenhuma das descobertas científi científicas cas encontrou característica alguma que possa ser atribuída ao macaco”. Isto, como é natural, causou profunda surprêsa na Inglater ra, onde a teoria evolucionista é muito acatada ainda hoje. Para findar, copiaremos na íntegra, uma nota inserida pelo tradutor tradutor de “ The Wonder B oo k” : “ A propósito prop ósito da descen descen dência simiesca do homem, é conveniente conhecer-se a opi nião dos verdadeiros entendidos” . Em livro recent recente, e, “Le Transformisme”, em que estuda o problema das origens das espécies, em seu estado atual, diz P. M. Perrier: “os mais autorizados sábios são atualmente unânimes — ou quase, exceção feita do naturalista americano Gregory — em afas tar os macacos macaco s antropom antrop omorfos orfos da ascendênci ascendênciaa humana” . Ci ta ainda o trecho de E. Le Roy, que resume opiniões de au tores com o Boule, Boule, Joliet Joliet,, Rivet e outros: “ A idéia idéia duma relação de descendência direta entre o homem e o macaco... ( * ) Joaquim Barrande. Barrande. Princípio do seu
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não é realme realmente nte afirmada por po r nenhum nenhum sábio. Parece hoje hoj e abandonada, se é que alguma vez a admitiram os verdadei ros natura naturalist listas. as. Os grandes macacos macac os antropo antro pomo morfo rfoss não são antepassados do homem: não passam para êle, em qual quer hipótese, de simples primos, mais ou menos afasta dos. .. Em resumo, o homem hom em não continua linearment linearmentee ne nhum macaco conhecido, atual ou fóssil: devemos reconhe cer a todos uma origem comum” (*). Como se isto não fôsse bastante, William Dawson, pre sidente da universidade de Mc. Gill, e até há pouco fervoroso evolucionista, não faz muito que em uma das suas confe rências, afirmou o seguinte: “Não sei nada a respeito da origem do homem, com exceção do que dizem as escrituras — que Deus Deus o criou. crio u. Não sei nada nada mais do que isso, não sei de alguém que saiba mais". Se ficarmos no ponto de vista evolucionista, teremos de enfrentar mil e uma perguntas que, com a Evolução, e so mente mente por ela, ela, não poderemos podere mos responder. Mesmo sabendo sabendo das dificuldades que teremos de encontrar e para melhor apresentarmos as falácias de arqueólogos do tipo Dubois, faremos uma exposição sucinta de alguns dos fósseis que estão sendo apresentados como ancestrais do homem mo derno.
( * ) «Maravilhas «Maravilhas do Conhecimento Conhecimento Humano». Vol. I, pág. 21 218.
CAPITULO VIII LENDAS ANTIGAS Como em tudo que diz respeito ao desenvolvimento zoológico, há também muita fantasia na classificação e dis tribuição dos diversos grupos étnicos que os antropólogos deram em chamar de “ raças” raças ” . A Abissínia Abissínia partilha partilha,, com co m o Extremo Oriente, o privilégio de fornecer à Etnologia singu lares monstruosidades. monstruosidades . Segundo a lenda, lenda, as amazonas amazonas do Preste-João, “trouxeram uma vez, ao soberano, um exem plar de “homem-marinho” que não falava, comia ervas, não. bebia, tinha o corpo coberto por um couro muito grosso e rijo, com pés e mãos maiores do que qualquer homem, de olhos sempre arregalados, que nunca pestanejavam. O Preste mandou atirá-lo ao rio, onde nadavam muitos homens e mulheres dessa raça” (Lenda de Gudi, III, pág. 77). Pero de Covilhã diz ter visto os hércules da Etiópia, que, segundo êle, eram: gente preta, de cabelos crespos e curtos, cobriam-se com fôlhas e tinham rabos como cães”. Sião, a terra dos elefantes brancos, parece o paraíso das monstruosidades monstru osidades humana humanas. s. Hunter conta o caso da exis tência de um “homem-peixe”, que, segundo êle, teria três anos quando quand o o encon enc ontro trou” u” . Não andava, andava, nem falava; e; e;ra pigmeu e idiota, vivia na água e submergia por espaços in críveis” crív eis” . Com certeza, certeza, êste viajante, viajante, viu o dugão e com co m um um pouco de imaginação, transformou-o numa raça de homens diferentes. Fernando Mendes, diz ter visto duas tribos de homens que tinham os pés redondos como cavalos e nas costas uma giba como a dos camelos. O escandinavo Gemer, na sua "História dos animais”, apresen apresenta ta o “ frade e bispo bisp o marinhos” . O primeiro, primeiro , dizem dizem
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que foi visto na Noruega e afirmam que o segundo andava no Báltico, abençoando ou perseguindo perseguindo os navios navios.. Nada Nada disto é de admirar. admirar. Todos Tod os os viajan viajantes, tes, desde Marco Polo até os jesuítas que catequizaram os nossos selvícolas, conhe cendo as dificuldades que ofereciam as grandes viagens no passado, sentiam-se livres de inventar o que desejassem, na certeza de que ninguém iria confirmar ou desmentir suas afirmações. Assim, na “ Crônicas de Vasco Va sconce ncelos” los” , editada editada em 1865, achamos afirmações de jesuítas que mencionam raças indígenas nunca encontradas, “uma como se fôsse de anões, os “goiasis”; outra de gente que nasce com os pés às avessas, os “matuijos” e uma terceira de gigantes de 3,20 m de altura, que eram muito valentes, chamados de “curiaquenos”. Devido a essas e outras lendas mais aceitáveis, na clas sificação das raças nunca houve elemntos certos para estu do, por isso, nem todos os etnólogos e antropólogos segui ram os mesm os m étodos no confron con fronto to eugênico. eugênico. Uns Uns im pressionaram-se mais com certas características que para outro ou tross nada significavam. significavam. A diversidade de m étodo éto doss fêz .com que cada etnólogo desse como preponderante o grupo que mais o fascinou, ou até o grupo ao qual êle julgava per tencer. Os índios americanos, segundo a preferência racial, contavam que quando “Manitu” fêz o homem do pó da ter ra, meteu-o no fôrn fô rnoo para o cozimento. cozime nto. O Grande Espírito descuidou-se e o homem queimou, saindo o prêto; fêz novo homem que foi também ao forno e como foi retirado mui to depressa, não atingiu o grau desejado: saiu branco; o terceiro ficou mais tempo, porém, não o suficiente e saiu entre cru e cozido, o amarelo; a quarta tentativa recebeu o devido calor e saiu o homem perfeito, o pele vermelha. Não sabemos se os índios norte-americanos ensinaram seus filhos a ver nessa história a perfeição da raça, quando ainda viviam em tendas, ou se os começaram a ensinar quan do viram os brancos fabricando os tijolos para as constru ções. Seja com o fôr, a perfeição da côr do tijôlo tijô lo levou levou-os -os a julgarem'que eram a raça superior e ninguém os conven cerá do contrário. Durville compara as raças às estações e afirma: “As ra ças humanas podem ser comparadas ao ciclo das estações: a negra representa a primavera; a vermelha, o estio; a bran-
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0 BISPO DA ÁGUA Fantás Fa ntástica tica imaginação dos m arujos arujo s anti gos, go s, que, segundo êles, andava pelo pe lo Bá Báltico ltico atrapalhando a navegação .
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ca que já deu a plenitude da sua floração, é o outono; o in verno corresponde à raça amarela, que hoje não é mais do que um reflexo reflexo dos seus seus tempos temp os de esplendor” esplend or” . Isto esta esta ria bem se só se soubesse da existência de quatro tipos ra ciais, mas todos sabemos que, ou faltam estações, ou so bram raças, se seguíssemos êste conceito antropológico.
0 FRADE DA ÁGUA Outra estapatfúrdia imaginação de marujos antigos
Para melhor compreensão dêste grande problema etno lógico, encaremos a questão como ela nos é apresentada pe los eugenistas e especialmente pelos antropólogos e veremos o que afirmam quanto à diversidade das raças humanas, sua origem e distribuição.
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Terá um negro africano ou um chinês a mesma origem que teve teve o homem home m branco? Sôbre Sôbr e êste êste ponto pon to de vist vistaa a Ciência se divide em duas escolas: a dos monogenistas e ados do s poligenis poligenistas. tas. Os poligenistas poligenistas admitem que desde o pruv cípio houve numerosas espécies de homens. As diversas diversas es pécies por êles admitidas, teriam aparecido independente mente, cada qual, nos mesmos pontos geográficos onde as fo i encontrar a História. Os monogenistas sempre acredita ram numa única raça. raça. A controvérsia controvér sia persiste entre entre ambas as escolas e talvez nunca finde, mas o fato, o indubitável, é que o monogenismo teve e continua a ter mais partidários entre os estudiosos que do problema se ocupam. Antes Ant es de anal an alisa isarm rmos os o m ono on o gen ge n ism is m o, con co n vém vé m que qu e ana lisemos primeiro as opiniões a respeito da unidade ou plu ralidade da origem dos homens, uma vez que êste problema pertence à Antropologia, só antropològicamente pode ser en carado. É pr preciso eciso que saibamos até até que ponto po nto são merece mere ce dores de crédito os diversos registros etnográficos e chega remos logo à conclusão de quanto é deficiente a classificação que se faz dos diversos povos.
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INCERTEZAS ETIMOLÓGICAS Estamos a ver que o problema das raças é tão complexo que nem existe acôrdo tácito entre os diversos autores quan to à etimologia etimo logia da palavra — RAÇA. RAÇA. Ela é de origem in certa. certa. Tentativ Tentativas as foram fora m feitas feitas para associáassociá-la la com co m o vocá bulo checo “raz” que significa — estampa, impressão; com o árabe “ras”, que quer dizer cabeça, origem; ou com o la tim “radix” “ radix” que se se traduz por po r raiz, raiz, alicerce. Talvez a mais sugestiva, a mais segura seja “ratio”, que é utilizada para significar m odo, od o, qualidade, qualidade, natureza natureza.. Pelo menos a palavra palavra “ratio” tem sido usada nesse sentido pelos autores clássicos romanos: — Varrão, Cícero, César e outros. A palavr pal avraa raça, raç a, em lingua lin guagem gem com co m u m signi sig nific ficaa tanta c o i sa, que por fôrça dos seus diversos empregos, leva-nos à in certeza e confusão. O conceito científico de raça, tal como é aplicado por muitos etnólogos para uma classificação geral dos diversos grupos humanos, não é menos confuso. Resumem-no Resumem-no as sim: “grupo humano que se distingue dos outros grupos por seus traços físicos hereditários, com transmissão dêsses tra ços. Êste conceito colocar-nos-ia diante de uma nova espécie e todos sabemos que para determinar uma raça, não é sufi ciente a transmissão de caracteres físicos, mais ou menos variáveis, pois que geneticamente não é possível criar uma nova espécie. espécie. Para criar a espécie (qu e muitos aprese apresentam ntam como sinônimo de raça), é preciso o conjunto de todos os traços que servem para a distinção ou para a identificação. “Mendes Corrêa, no seu “Germe e Cultura”, às páginas 14, diz que: “a raça é um grupo taxinômico dentro da espé cie. cie. Uum conjunto conju nto de indivíduos procedentes do mesmo mesm o tronco comum e com características comuns dentro da es pécie”.
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Outro afirma que “é um grande grupo étnico dentro da humanidade, que se distingue por vários caracteres, entre êles, a côr da pele”. Há como se vê, grande variedade de conceitos, tanto en tre os leigos com o entre entre cientistas cientistas.. Os cultores da Antro pologia procuram estabelecer um conceito preciso do têrmo, num âmbito puramente histórico-natural, ou etnológico. Mas não faltam pessoas cultas que alargam o conceito de raça ao ponto de confundirem o significado desta. Os eruditos do século XIX, chamaram raça aos celtas, iberos, germanos e outros grupos da antigüidade que raras vêzes ofereciam uniformidade de tipo físico. Confundindo a Antropologia física com a Lingüista, freqüentemente ouvi mos os mesmos erros comuns do século passado, ao falar de raça latina latina,, raça hebraica, raça chinesa. chinesa. Os pr próp óprio rioss antro pólogos sentiram a influência de tal predisposição, sendo certo que a respeito das populações africanas, falàm numa raça bantu, quando bantu é a designação de um agrupamen to lingüístico. A raça ra ça é uma um a realida real idade, de, m as esta es tam m os a ver ve r que qu e é muito mu ito difícil separá-la da mistura confusa das populações étnicas. Considerar vagas ou obscuras as correlações entre a estru tura bioétnica que se chama raça e fatos psico-sociais, é le gítimo; porém po rém,, seri seriaa um absurdo negar negar essa essa correlação. Em bora não consideremos a raça uma entidade zoológica pura mente física ou somática, destituída de qualquer correspon dência com alguns elementos psico-sociais, nem por isso dei xamos de reconhecer que na prática a sua definição assenta sobretudo (ou quase) em caracteres físico-somáticos, e en tre êstes, especialmente nos caracteres morfológicos e ana tômicos. tôm icos. Com o dizi diziaa Topinard, “ a raça é dêste m odo, od o, um um tipo hereditário” . O desenvolvimento desenvolvimento dado, nos últimos últimos anos, aos estados sôbre a hereditariedade, permitem admi tir, para muitos caracteres do grupo humano, que a trans missão hereditária dêstes, obedece às leis de Mendel. As difer dif eren ente tess nuan nu ances ces da c ô r da pele pe le humana hum ana,, b e m c o mo todos os outros fatores somáticos, hoje são atribuídos às leis leis da hereditari hereditariedade edade do sábio frade suíço. A presen presen ça em climas quentes de membros da nossa raça com pele escura, desta forma, não pode ser explicada na base de evo lução hereditária dos caracteres, adquiridos e originados através de muitas gerações pelos efeitos do calor escaldan
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te do sol sôbre a pele, mas ao fato de que depois do dilúvio espécimes humanos de pele escura viajaram para o Sul à procura de terras mais batidas pelo sol, enquanto que os de pele clara, rumaram para o Norte, onde encontraram climas mais apropriados aprop riados à sua côr. Sendo assim assim devemos devemo s com preender que os africanos não são pretos por morarem na Áfr Á frica ica;; antes ante s fora fo ram m para pa ra lá p o rqu rq u e já tinham tinh am a pele pe le m ais es cura. H oje essa essa questão de côr cô r já é controlada cientifica cientifica mente, e, dentro de poucos anos os homens terão a côr que desejem. Três biólogos americanos descobriram que aplicando hormônios em certas proporções, a pigmentação da pele po de variar do branco nórdico ao negro perfeito do Dahomey. As expe ex periê riênc ncias ias fora fo ram m feita fei tass c o m três trê s pess pe ssoa oass bran br anca cass e quatro pretas e constatadas por numerosos dermatologistas. A dosa do sage gem m dêsse dê ssess h orm or m ônio ôn ioss e d o p rod ro d u to da glândul glân dulaa pituitária a ser aplicada em ambos os casos: de branco para prêto e vice-versa, é segrêdo mais político do que eugênico. A poss po ssib ibili ilida dade de d o con co n trôl tr ôlee exte ex tern rnoo da pigm pi gmen enta taçã çãoo n ão deve admirar-nos, sabendo como sabemos que um trata mento por hormônios, em doses que a Ciência conhece, já tem alterado os sexos. Nenhuma destas experiências tem algo a ver com a Genética. Genética. A mudança muda nça de sexo é apenas uma alteração morfológica que pode ser útil ou não para a procriação procr iação.. A verdade é que até agora, todos tod os se provaram estére estéreis. is. A pigmentação mais do que m orfológica, orfológ ica, já é so mática, cremos que não haverá modificação das células se xuais, uma vez que as glândulas dos indivíduos “cobaias", continuaram continuaram no mesm me smoo ritmo. Os horm hor m ônios ônio s injetados in fluem no soma, mas não influirão no germoplasma; sendo assim, os genes não poderão transmitir o caráter somático impôsto impôs to de fora. Cremos que que de hoje ho je para para o futuro, futuro, todos os que se desejem “pintar” para mais claro ou escuro, de verão submeter-se à hormoterapia que a Ciência já conhece. Os tipos humanos hum anos de pele escura, erradamente erradamente cham chamados ados “raças”, vivem em regiões onde o Sol é mais forte e o céu mais claro; os brancos ou afins, habitam regiões onde os raios do Sol têm menos intensidade e o céu mais nuvens. Daqui compreendemos que a raça humana é um mosai co de caracteres justapostos, mais ou menos independen tes uns aos outros, outro s, embor em boraa escalonad escalo nados os entre si. A Ciên Ciên cia admite a existência de fatôres ligados; ligações explica das mesmo por sua localização num mesmo cromosomo,
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mas a idéia de correspondência de raça, como uma espécie nova, como uma unidade homogênea de aspectos harmonio samente fundid fun didos os entre entre si, não nã o é reconhecida. A nova es pécie humana, na Genética não existe. Como grupo étnico, o tipo é uma entidade a que por um processo de abstração e de indução se chega mediante a elaboração dos resultados estatísticos sôbre as observa ções individu individuais ais dos caractere caracteres. s. Êste Êstess seriam seriam (p or um pro pr o cesso normal de Biologia) Biologia ) adquiridos indepe independen ndenteme temente nte das diferenças devidas ao sexo, à idade, à saúde ou doença, à alimentação, ao clima e a outros out ros m eios telúricos. Assim, Assim, os caracteres de um povo estão compreendidos entre certos limites de variação, isto é, estabelecem uma igualdade bio lógica perfeita, absoluta, entre indivíduos do mesmo tipo.
ETNOLOGIA ANTIGA E MODERNA Não há antropólogo, verdadeiramente sincero, que não insista na distensão, ou separação dos conceitos de raça e povo. pov o. Somente o HOMO HOMO SAPIENS corresponde corresp onde ao estudo antropológico. antr opológico. Assim, Assim, podem pod emos os compreender compreen der que que é total mente falsa a idéia de raça latina, japonêsa ou esquimó. O único documento que temos neste mundo para ex plicar as primeiras migrações que deram origem aos diver sos povos; o único documento e o de mais antiguidade, é o capítulo 10 10.° do Gênesi Gênesis. s. Nêle encontra enco ntramo moss o relatório relató rio que Moisés nos deixou sôbre a distribuição geográfica dos descendentes de Noé. Noé. Como Co mo nas “ Maravilhas Maravilhas da Ciência” comentamos o assunto em tôdas as minúcias, vamos limi tar-nos às provas do que temos dito: que as migrações tive ram sua origem na ânsia que cada grupo manifestou na procura de climas apropriados à pigmentação da prole de cada família. Os filhos de Jafet: Gomer, Magog, Madai, Juvam, Tubal, Mesech e Tiras, todos de pele branca, povoavam a Eu ropa onde o sol é menos direto; os filhos de Cam, nome que quer dizer “queimado”, foram: Cush, Mizraim, Put e Cana Canaã. ã. Com exceção do último, último, procuraram procur aram as quentes quentes ter ras da África ou as áridas regiões da Arábia. Os semitas: semitas: Elam, Assur, Arpachad, Lud e Aram, de pele terrosa, isto é, um branc bra ncoo indefinido, preferiram prefe riram povoa pov oarr a Ásia. Ásia. Canaã Canaã escolheu o meio geográfico de todos êles. Sem êste documento, os antropólogos perdem-se num mar de conjeturas ou metem-se por labirintos de contradi ções. Só nos aprese apresentam ntam algo de concreto con creto no n o paleolítico superior. Segundo os partidários da Evolução, Evolu ção, os fósseis encontrados neste período já são de homens de tipo moder no, não havendo nada que se oponha à sua classificação na espécie “ H om o sapiens” sapiens” . Os objeto ob jetoss de sua indústri indústriaa em
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pedra ou cerâmica, seus maravilhosos trabalhos sôbre osso ou marfim, as pinturas, de um realismo ainda não conse guido no nosso tempo, que deixaram nas cavernas que lhes serviam de morada ou templo, o uso que faziam de uma es crita figurada, simbólica, que teria dado origem aos hieró glifos tão utilizados pelos povos da antiguidade, demons traram o grande desenvolvimento cerebral e intelectual dos homens daquele tempo. Dos fósseis dêste “homo sapiens” pré-histórico, os etnógrafos teimam em destacar três raças que chamaram de “ Grimaldi”, Grimaldi” , “ Cro-Magnon” e “ Chancelade” Chancelade”.. A de Grimal Grimaldi di ficou estabelecida por dois esqueletos encontrados na “Grotte des Enfants”, no município italiano de Grimaldi, locali dade que fica perto de Monton, cidade na fronteira da França. Convém que ressaltemos a possível confusão que tanto antropólogos como etnógrafos podem fazer com essas des cobertas. No mesmo mesm o luga lugar, r, E. Rivière Rivière e outros encontra ram, anteriormente às descobertas da raça chamada Grimal di, esqueletos de adultos e crianças que foram exumados e atribuídos atribu ídos à raça de Cro-Magnon. Cro-Magnon. Essas “ duas raças” raça s” vi veram juntas? Seriam realmente diferentes? Como na continuação das escavações encontraram mais dois esquele tos, um de um homem jovem e outro de um mulher velha, que apresentavam caracteres de tipo negróide, de cabeça muito alongada, face larga e curta, e nariz volumoso, bati zaram-nos como sendo de uma raça distinta. A raça ra ça Cro-Ma Cro -Magno gnon, n, cara ca ract cter eríst ístic icaa da “ idade ida de da rena re na”” na Europa, recebeu êsse nome porque em 1868, encontra ram-se vários esqueletos na localidade de Cro-Magnon, per to de Eyzies, Eyzies, França. Três dêsses esqueletos esqueleto s provàvelmenprovàvelmente formaram form aram a família mencionada. Dizem Dizem que foi fo i uma raça belíssima, cuja existência foi verificada numa grande área do território europeu e cujas características são ainda visíveis nos camponeses da Dordonha e nos habitantes das ilhas Canárias, (os chamados Guanchos) e na Africa seten trional. Apresentava Apresentava arcadas superciliares p ou co desenvol vidas, porém mais pronunciadas que as dos crânios euro peus atuais, além de outros traços físicos aproximados aos de hoje. A de “ Chan Ch ance celad lade” e” surgiu sur giu vinte vint e anos an os mais ma is tarde ta rde,, em 1888, na Dordonha, Dordon ha, perto de Chancelade, Chancelade, França. O fam oso os o
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anatomista lionês, Prof. Testut, autor da obra “Anatomia humana", até agora indispensável em tôda faculdade de me dicina, encontrou um esqueleto que foi “catalogado” como sendo do fim da “Idade da rena”, época que corresponde ao que se chamou “Idade pré-histórica magdalenense”, ou seja, à última última fase do períod pe ríodoo paleolítico europeu. europeu. Descre vem essa raça como sendo de baixa estatura, l,50m, o crâ nio muito alongada, alto, tinha capacidade cerebral para 1.700cc, e ainda apresentando muitos caracteres comuns às duas já descritas. descritas. Seriam realmente diferentes? A verda ve rdade de é que qu e essas essa s três tr ês raças ra ças aprese apr esent ntam am algum alg umas as contradições que é necessário comentar para que fique cla ro o método utilizado por etnógrafos e antropólogos polige nistas: 1.° 1.°) As três entraram na História modeladas mo deladas em esque letos que podiam ser revestidos à vontade do osteólogo que os estudasse. 2.° 2.°) Os traços característicos dessas “ raças” encon tram-se ainda hoje pela Europa, África do norte, e especial mente nas Canárias, onde há milhares de “guanchos” que são a viva imagem dêsses antigos representantes. 3.°) 3.°) Tinham uma cultura cultura superior à dos fenícios que também viveram nesses lugares. 4.°) 4.°) Especialmente Especialmen te a raça “ Chancelade”, Chancelade” , tinha tinha aspectos semelhantes aos esquimós, que, segundo Boule teriam sido os antepassados da raça. Se a afirm ação de Boule Bou le é certa, temos que perguntar: como foi que dos gelos do Lavrador ou Groenlândia êsses primitivos esquimós desceram à França? Isto é o suficiente para compreendermos que qualquer divisão que se pretenda fazer entre um tipo e outro, só arbitràriamente pode ser feito, pois cientificamente é dificulta do pelos métodos utilizados: I — Como vimos, os que do assunto tratam, lançam-se ao estudo sem terem firmado os alicerces do conceito de raça. II — As diferenças apresentadas para separar uma raça de outra, não somente são vagas, mas também propositada mente misturada misturadas. s. O que é mais curioso cur ioso é que essas essas “ dife
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renças” não existem, pois todos os tipos as apresentam mais ou menos pronunciadas. III — Realmente não há conhecimento completo quan to ao número e origem dessas dessas “ raças” . Cada Cada etnólogo dá o número que quer e as classifica como quer. IV — A localização geográfica de cada raça nunca foi bem definida uma vez que tôdas estão misturadas. Querendo salvar êstes obstáculos, o célebre Linneu nos apresenta quatro variedades:
CONTRA FATOS NÃO HÁ ARGUMENTOS Quojbro esqueletos de símios comparados com o do homem, como vemos, nenhum dêsses símios pode ser considerado antecess an tecessor or daque daquele le.. O arcabouço é totalmente totalm ente diferen dife rente. te. Nenhum Nenh um antropóid antro póidee pode andar de pé, pé , erecto ere cto.. 0 homem é criação especial.
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A) A ) Baça Ba ça ameri am erican cana, a, que qu e descr de screv evee c o m o send se ndoo v erm er m e lha, erecta, de cabelos lisos e grossos, narinas largas, com sardas sardas e imberbe. imbe rbe. Raça teimosa, teimosa, alegre alegre e livre; regendo-se por costumes. B ) Raça européia europ éia de côr cô r branca, sanguí sanguínea, nea, musculo mu sculo sa, cabelo louro e ondulado, olhos azuis, versátil, industriosa; regendo-se por leis. C) Raça asiática asiática de cô r citrina citrina,, melancólica, rígida, rígida, ca belos e olhos escuros, severa, faustosa, veste-se de roupas folgadas e rege-se por opiniões. D) Raça africana de pele negra, negra, fleugmática, cabe ca be lo» negros e crespos, pele aveludada, lábios avultados (muitas das mulheres desta raça têm avental de vênus e seios colgantes): á raça hostil, preguiçosa, negligente e rege-se pelo arbítrio. Como vemos, o grande Linneu descreveu admiravelmen te êsses quatro qua tro tipos. tipos . O que êle não nã o esperava, era que êsses tipos estivessem misturados tanto nos seus traços, bem co m o na na distribuição distribuiçã o geográfica. Por estas dificuldades, BluBlumenbach, menciona cinco. A pr prim imei eira ra seria seri a a caucá ca ucásic sica, a, mais ma is o u m enos en os bran br anca ca,, d e : faces coradas, cabelo comprido, flexível, castanho passando a louro. A segunda segu nda é a m ongó on gólic lica, a, em geral ger al trigueira trigu eira,, p o u c o ca belo, rígido e prêto, pômulos salientes e de índole esquiva.. A etió et iópi pica ca seria seri a a terceir ter ceira, a, de c ô r m ais o u m enos en os preta,, cabelo negro, crespo; mandíbulas proeminentes, lábios avul tados e nariz nariz chato. Todo To doss sabemos que a Abissíni Abissíniaa é uma verdadeira colcha de retalhos étnicos e não é fácil saber-se a que tipo Blumenbach se se referia. referia. Ao parecer, misturou-os todos, pois, os verdadeiros etíopes nem são negros, nem têm cabelos crespos, lábios avultados avultados nem nari narizz chato. To do tipo corresponde ao branco com exceção da côr escura. Em quarto lugar descreve sucinta, mas quase acertadamente a raça americana, de côr de canela, cabelo negro eliso, de complexão rígida, de rosto largo, mas não chato. Apare Ap arece ce em últim úl timoo a raça raç a malaia ma laia de c ô r pard pa rda, a, com co m tonalidades para o castanho-escuro, cabelo forte, prêto e on dulado, de nariz e bôca grande.
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Como a juízo de muitos, o antropólogo Blumenbach não atingira seu objetivo, surgiram outras classificações. Ehrenreich menciona as raças: — causcásica, mediterrânea, africano-negrita, mongólico-asiática, americana, malaio-polinésia, australiana, papua e pretos asiáticos. Disto podemos compreender que, com idéias preconce bidas, tanto etnográfica como antropològicamente é impos sível uma classificação exata do que essas ciências chamam “raças”. Há quem afirme que os índios americanos constituem um ramo da raça asiática, outros afirmam o contrário, isto é, que foi fo i da América que se povo po voou ou a Ásia. Ásia. Quem terá terá razão? Muitos etnólogos aceitam outra fascinante teoria: a de que tôdas as raças se originaram na lendária “Atlântida”. Dali teriam partido inicialmente duas sub-raças — os toltecas, que povoaram a América e os turânios que se fixaram na Asia dando origem aos semitas primitivos, ou como ou tros chamam, proto-ários, de cuja fusão como sub-raças atalantes, surgiu a indo-européia, ou ária. Como a “Atlântida” e “Lemúria” estão saindo da lenda para converterem-se em centros altamente civilizados, que após uma tremenda guerra atômica teriam povoado os planêtas Marte e Vênus, de onde estão querendo voltar pilo tando os não menos misterioros miste rioros discos-voadores, vamos analisar alguns tópicos históricos e etnográficos atribuídos a êsses dois hipotéticos continentes. As lendas len das d o s p o v o s antigo ant igos, s, e tôda tô da a litera lit eratur turaa arca ar caic icaa dos próprios gregos, referem-se a um continente que teria existido exist ido entre a Europ Eu ropaa e a América. Amér ica. As ilhas da Madeira, Aço A çore ress e até muita mu itass d o m ar das Caraib Car aibas as seria ser iam m rest re stos os dês se continente que foi tragado pelas águas após um formi dando cataclismo. Convenhamos que em tôrno da “Atlântida” escreveu-se muito, muitas hipóteses humanas foram elaboradas, muitos argumentos têm sido utilizados para explicar a origem de tôda a nossa História. O que é positivo, posit ivo, é que êsse êsse conti cont i nente nente extinto ainda ainda não foi fo i localizado. localizado. Os discos-voadores discos-voadores estão dando nova fôrça à lenda que talvez dentro de pouco deixe de sê-lo. sê-lo. Desvendaremos Desvendarem os êsse mistério? mist ério? É muito mu ito provável!
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Se a “Atlântida” existiu, pode muito bem ter-se irra diado, uma vez que estava justamente entre a América e Europa. Nenhuma razão explicaria seu isolamento isolamen to e tam bém nada se opunha a que seus habitantes emigrassem pa ra tôda a Terra. A lenda lend a diz que qu e seu p o v o cheg ch egou ou ao apog ap ogeu eu da civiliz civ ilizaa ção çã o human humana. a. Agora, muitos mu itos elevam essa civilização ao su perlativo atribuindo a destruição de ambos os continentes — “ Atlânt Atlântida ida”” e “ Lemúria” — a uma guerra guerra atômica. “ Lemúria” que teria perdido a guerra, emigrou para Marte nos discos que estariam utilizando para voltar. Se os povos de ontem que não tinham uma quarta par te do apogeu que gozamos, puderam varar os oceanos e fun dar colônias para expandir seu poder, é lógico crer que os “lemurianos” e “atalantes”, com a civilização que lhes em prestamos, tenham podido fundar colônias por tôda a Terra. A H istó is tóri riaa aprese apr esenta nta tôdas tôd as as m igra ig raçõ ções es m arch ar chan ando do do Orie Oriente nte para Ociden Ocidente. te. Êsse Êsse “ fenôm fenô m eno” eno ” é com um na antiguidade das civilizações; por isso sabemos das lutas do Egito, Grécia, Cartago e Roma procurando sair do Mediter râneo pela rota do Sol. Na Grécia as lendas foram guardadas com tôda a fide lidade até o tempo das Olimpíadas, comemorava-se nas fes tas públicas a vitória Atena, contra os guerreiros de Atlas. É possível que a comemoração de uma batalha entre os se nhores da terra, os ciclopes, e os invasores atalantes, tivesse caráter lendário e que nessa lenda a vitória sorrisse aos criadores da mesma — os gregos —; porém, pode ser his tória pura. Os egípcios, que primaram pela pureza da tradição eso térica, que entre êles sempre teve cunho de verdade, guar dam intacta intac ta a lenda da “ Atlântida” Atlântida”.. Os sacerdotes chega ram a contar que uma princesa atalante emigrara para o Egito e que, obrigada por questões políticas do seu reino, terminou casando-se no Egito, país que passou a colônia atalante. A civi ci viliz lizaç ação ão que qu e nos no s desc de scre reve ve a H istó is tóri riaa d o E gito, git o, apresenta-nos tôda uma série de monumentos que hoje re presentam o único patrimônio para o estudo dêsse povo. Penetrando pelo passado egípcio, antes das primeiras di nastias, encontraremos na planície a Esfinge talhada em
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pedra, como símbolo apropriado do mistério da “Atlân tida” e do período pré-histórico egípcio. A E sfin sf inge ge é cons co nsid ider erad adaa c o m o o mais ma is velh ve lhoo m onum on umen en to que se conhec con hecee na Terra. Tão Tã o velha velha é, que a História nem lhe lhe conhece, conh ece, nem lhe lhe fixa nenhuma idade. Ninguém lhe lhe sabe do princípio e ninguém ninguém sabe com co m o surgiu. surgiu. Crêem alguns arqueólogos que seja prova da conquista atlante por êsse lado, fato que teve lugar após o povoamento das Amé ricas. É difícil provar a existência da Atlântida e mais difícil ainda é provar que dêsse misterioso continente tenham saí do os diversos grupos étnicos que hoje conhecemos. O que não podemos negar são as diversas referências que antigos escritores fazem a ambos os continentes: Atlân tida e Lémúria. Aelian, na sua obra ob ra “ Vária Vá ria H istó is tóri riaa ” , refere ref ere-se -se a Theo Th eo-pompus, que lhe teria contado uma entrevista que tivera com co m o rei da Frigia e Sileno. Êste Êste último últim o lhe lhe teria teria afirmado afirmad o a existência de um grande continente maior do que a Asia. Prochus cita um extrato de antigo autor que menciona a existência de grandes ilhas além das Colunas de Hércules (estreito de Gibraltar) e cujos habitantes falavam de um continente chamado chama do Atlân Atlântis tis.. Marcelus fala de sete ilhas ilhas do Atlântico (Madeira e Açores?) e cujos habitantes conser vavam a lembrança de outra ilha enorme, a “Atlântida” que durante muitos anos exercera domínio sôbre as menores. Diodoro da Sicília conta como os fenícios descobriram essa grande ilha, situada no Atlântico, além das Colunas de Hér cules. cules. Platão no seu “ Timeu” Time u”,, menciona o continente continente iso lado, o "Atlanticus” . Nesse livro, Platão fala de uma uma enor me potência guerreira que das margens do Atlântico se pre cipitou sôbre a Europa Euro pa e Asia. Asia. Comentando suas suas possibili dades, assim as descreve: “ Eram provido pro vidoss de tudo quanto quanto em sua cidade consideravam necessário e útil às exigências da vida. vida. Em verdade eram aprovisionados de muitas coi co i sas pelas regiões estrangeiras, porque seu império era mui to vasto; entretanto, sua ilha fornecia-lhes a maior parte dos objetos de que tinham necessidade, como os minerais em es tado sólido ou líquido, entre êstes o ouricalco (seria urâ nio?) que se encontrava em muitos lugares da ilha e era considerado considera do inferior apena apenass ao ouro. “ Os gaulese gaulesess tinham tinham tradições sôbre a “Atlântida”; tradições que foram reuni
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das pelo historiador romano, roman o, Timógenes. Os toltecas do México, fazem remontar sua origem até um país que êles chamavam de “Atlan” e os astecas se diziam descendentes de “Atzlan”. Estudos geológicos modernos, provam que em épocas antiquíssimas, entre o atual Gôlfo do México e o da Guiné, existia existia um grande grande continente. Seria a “ Atlântida” m encio en cio nada por Homero? Sacerdotes brahamanes dizem que a civilização do nos so planêta teve início há cinqüenta mil anos e com a raça vermelha no continente austral, que corresponderia à Lemúria. "Atalantes” e “ lemurianos” , perseguidos p or cata clismos que acabaram destruindo ambos os continentes, transferiram-se para as Américas. Tudo isso como literatura pode ser muito fascinante, mas etnogràficamente não comporta um exame em regra. Geólogos da envergadura de um Peter W. Lund, afirmam que o planalto brasileiro, especialmente parte do Estado de Minas, foi a primeira região terrestre que emergiu do imenso oceano oceano logo logo no início início da form ação açã o do mundo. Êste Êste fato tiraria a primazia à “Lemúria” e à “Atlântida”. Tôdas estas e muitas outras riquezas folclóricas que correm mundo com respeito à “Atlântida”, é impossível que não tenham por base uma verdade étnica que ainda não de ciframos completamente. Tradições tão semelhantes em parte, agora, tão afastadas umas das outras, não podem ser explicadas explicadas com co m o simples coincidências. Mas, a nosso noss o ver, não quer dizer que êsse desaparecido continente, a “Atlân tida”, fôsse realmente o berço da humanidade por enten dermos que, se o fôsse, mil e uma coisas seriam diferentes no nosso mundo. Tôda a história deveria ser revista e talvez até a própria religião e todos os povos. A Pale Pa leon onto tolo logi giaa m oder od erna na,, pelas pe las últim últ imas as desc de scob ober erta tass fei fe i tas na África, tende a demonstrar que aquêle continente foi, não sòmente um auxílio para a fauna antiga, mas também e principalmente um centro importante de origem, evolu ção e dispersão, onde grupos conspícuos, como os elefantes, manatins, textugos, certos artioláctilos, os primatas supe riores e provavelmente o próprio homem, em diversas épo cas da história terrestre, teriam irradiação para o resto do continente, dali para Europa e mais recentemente da Euro
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pa teriam irradiado para as Américas, via ex-istmo de Bering. Oútros paleontólogos crêem que a América do Norte também foi um grande centro de origem e dispersão de gru pos po s de mamífero ma mífeross superiores inclusive inclusive o homem. homem . Das Das Amé ricas, as formas primitivas teriam transposto o Estreito de Bering para povoar pov oar o Velho Contine Continent nte. e. Depois de muitos anos, já aperfeiçoados, voltaram às terras de origém. O assunto fascina tanto a antropólogos como a etnólo gos. Historiadores Historia dores há, que admitem, que antes antes de Colom Co lombo, bo, outros navegadores estiveram na América mantendo inter câmbio câm bio comercial com o s habitant habitantes es destas destas terras terras.. Hoje, Ho je, sabemos com certeza que quinhentos anos antes de Colombo, Leif Eriksonn, navegador norueguês, fôra levado às costas americanas americanas por po r um tremendo temporal. temporal. Séculos depois, os conquistadores europeus encontraram no Novo Mundo, vá rios povos, alguns ainda selvagens, outros já com uma civi lização notável, como os astecas no México, os incas no Pe ru e os maias maias no Iucatan. Iucatan. Porém, o fato fa to de que que Eriksonn e outros, que os tenham precedido ou sucedido, tivessem encontrado as Américas povoadas, nada elucida quanto à origem dêsses povos. Um fato notável com respeito aos aborígenes da Amé rica, e que é para os etnólogos um enigma permanente, é a grande diversidade de côres e tonalidades que se encontra ram entre entre êles. êles. Desde a cô r branca das das tribos tribo s de Menominea, de Dakota, de Manda e de Zuni, cujo maior parte tem os cabelos castanhos-claros e olhos azuis, até a côr escura, quase negra, dos Karos do Kansas e das tribos extintas da Califórnia: as tribos indígenas apresentam tôdas as nuances: vermelho, moreno, cobre, oliva, amarelo, amarelo-claro e bronze. Com o vemos, a variedade variedade de pigmentos não pode ser explicada pelas pretensas migrações migra ções “atalantes”. “atalantes” . A di versidade versidade de côres côre s é o maior ma ior problem a étnico das Amé ricas. A realida rea lidade de da existê ex istênci nciaa dêsse dê ssess habitan hab itantes tes da Améri Am érica, ca, constitui um mistério em tôrno do qual há muitas outras teses. teses. Seriam êsses êsses povos po vos descendentes descendentes dos mongóis, ou dos do s habitant habitantes es das ilhas da Oceania? Oceania? Teria sido a América o berço da humanida humanidade? de? Foi-o Foi-o a .“Atl .“ Atlânt ântid ida” a” ou “Lem úria?” úria?” Nenhuma dessas teorias tem base verdadeiramente históri ca e muito menos étnica, mesmo assim, não faltam antropó logos que as defendam.
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A verd ve rdad adee é que qu e na époc ép ocaa d o s des de s cobr co brim imen ento tos, s, enco en cont ntra ra ram-se pelo menos dois grupos étnicos: um, que deram em chamar de vermelho, cuja existência remonta a milênios; outro, outr o, resulta resultante nte do cruzamento com co m a “ raça” branca. A maioria dêsses nativos americanos, tinha a pele de côr de cobre, às vêzes côr de canela; num dêsses tipos os olhos são oblíquos como entre os mongóis e no outro, horizontais co mo nos europeus. Estamos a ver que, para chegar a.uma conclusão exata na classificação do que chamam “raça”, é mister conhecer os movimentos migratórios dos antigos povos e desvendar mil e um segredos da pré-história.
CONCEITO DE RAÇA Se pelos traços físicos temos o perigo de confundir um povo com outro, mais anticientífico será misturá-los, ou se pará-los geogràficamente. As regiões de distribuição distrib uição dos diversos povos éticos, são tão grandes que o tipo, ou, como erradamente chamamos, “RAÇA”, logo deixa ver que não representa uma unidade diferente, antes entendemos que é uma população que se reproduz inteiramente ao acaso, o que eqüivale a dizer que nessa população qualquer indivíduo tem as mesmas possibilidades de reproduzir-se com qualquer outro indivíduo do sèxo oposto. Estamos abusando da palavra raça e já vimos até que ponto a palavra é mal empregada, tanto em livros de Ciên cia, como no ensino universitário, e conferências de caráter étnico ou antropológico. antropológ ico. Êste Êste abuso da palavra palavra tem causa do confusão e muita ambigüidade quanto à sua verdadeira significação. Para um biologista, o conceito de raça é muito simples. Pode definir a raça como uma população que difere na in cidência em certo número de genes. genes. Tôdas Tôda s as dificuldades que, no passado, ocorreram em biologia quanto ao concei to raça, foram devidas ao mau hábito que alguns biólogos têm de pensar em têrmos da “teoria do sangue”, em lugar de argumentar na teoria dos genes genes hereditários. Para nós o conceito de raça será claro se somente nos lembrarmos, como temos dito, que a herança é transmitida, não por san gue que se mistura, mas por genes imiscíveis e que a raça não é um indivíduo, nem mesmo um grupo dêles arbitra riamente riamente escolhidos. A raça é uma população, populaçã o, cujos com ponentes se reproduzem e trocam genes entre si. É evidente que a raça existe, porém mister se faz com preender preen der o que significa significa uma raça. A situação das raças é perfeitamente clara e sem ambigüidades quando as descre-
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vemos em têrmos da freqüência de genes ou na estrutura de crom ossom oss omos os das várias várias populações. O mal é que raras raras vêzes são descritas desta forma e ainda dentro da Etnografia, não o poderão ser por um tempo difícil de precisar por falta de informações seguras. O conceito clássico de raça, isto é, o conceito que nos tem sido transmitido quando se fala de um certo povo, foi criado no século XVIII, e para o mesmo fim prático que na Botânica e Zoologia nos obrigou a criar a espécie e pôr assim um pouco de ordem na mistura e aglomeração re presentada pelas diversas formas dos sêres vivos que en contram cont ram os em tôda parte. parte. Neste sentido, espécie e raça, são sinônimos. sinônimos. Os que idearam idearam êstes êstes dois conceitos, não podiam saber que entre “raça” como variante e espécie co mo unidade, há uma profunda diferença genética: as raças trocam genes entre si, enquanto que as espécies não o po dem fazer. fazer. Na ignorância desta diferença genétic genética, a, zoól zo óloo gos, botânicos, etnógrafos e antropólogos desandaram a des crever espécies e raças com o “ tipos ideais” . Êste Êste m étodo étod o é perfeitamente aceitável como orientação preliminar na di versificação dos anima animais is,, planta plantass e homens. Tom a-se po rém, prejudicial quando se o quer converter num fetiche, is to é, num dogma científico, com o fim de edificar o que ne nhuma ciência ensina, fato que ocorreu com a Evolução e que já se está manifestando com a Relatividade. Disputas a respeito de se saber se há ou não uma raça nórdica, portuguêsa ou guarani, são completamente ridí culas e anticientífi anticientíficas. cas. Se pudéssemo pudéss emoss compree com preende nderr que “raça é uma população que difere no número de cromosso mos e concentração de alguns genes”, desde êsse momento poderíamos admitir que, não só populações de países dife rentes, mas, ainda, populações de aldeias vizinhas podem ser racialmente distintas quando consideradas pelo conceito ra cial estabelecido. estabelecido. Mesmo assim, não podem os considerar um indivíduo isolado como pertencente à raça francesa, ita liana ou brasileira, exceto se nos basearmos na língua por êle falada. Diante dessa situação, que fizeram os antropólogos? Criaram de maneira bastante arbitrária tipos que raramen te são encontrados, seja onde fôr e os denominaram "raças puras”, enquanto que o resto da humanidade recebeu a hon ra pouco desejável de ser intermediária para criar êsses tipos puros.
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Para os etnólogos, um homem de pele clara, cabelo louro e olhos azuis, é “dolicocéfalo” (a largura do crânio tem quatró quintos de seu comprimento); outro homem, baixo, de cabelos pretos e pele escura, é braquicéfalo (com cabeça oval), que tanto poderia morar nos Alpes, como nas costas européias ou africanas do Mediterrâneo. Será correto classificar as raças pela língua que seus componen comp onentes tes falam? Poderemo Pode remoss fazer essa essa distinção pelo vestuário vestuário que utiliza? utiliza? Influirá Influirá nisso a região onde m oram ? A alim al imen enta taçã çãoo que qu e usam us am ? A cultu cul tura ra que qu e têm, têm , o u o s cost co stu u mes e leis leis po r que se regem? Tudo isso é absurdo, confuso e contrário à tôda a lógica. A raça ra ça só se p o d e defi de fini nirr p e lo inte in terc rcâm âmbi bioo de genes gen es en tre si. si. Qualquer outro out ro conceito será errôneo. Se se procurar o conceito racial na distribuição geo gráfica dos diversos povos, a balbúrdia será muito maior e o número de raças ameaçará tomar-se interminável. Antes Ant es de Er Erik ikso sonn nn,, a Amér Am érica ica estava estav a pov po v oad oa d a pela pe lass duas variedades do Norte e do Sul, que temos mencionado e cüja cüj a unidade de tipo se mantém ainda. ainda. H oje, oje , a América, em grande parte é dos indo-europeus germanos, saxões ao Norte, íbero-latinos ao Sul. Tôda a África é negra ou cafre, com exceção das mar gens do mar Vermelho, que se chamam “núbios”, internando-se pelo Egito e Sudão até às costas do Mediterrâneo, on de não há tipo especial. A Oceani Oce aniaa tem te m um fun fu n d o papu pa puaa o u negr ne grito ito laivo lai vo,, c o m camadas de sangue malaio-polinésio e traços recentes de ca racteres saxônicos. Na Ásia, os turcos, irradiando da Tartária, intemaram-se pela Europa, pela África e alastraram-se até o Pólo Nor te. A língua língua de Constantinopla estende estendeu-se u-se até o Sena, Sena, ao passo que a raça caucásica, comprimida em pequeno espaço, fala mais de uma dúzia de línguas, reciprocamente ininte ligíveis. Podemos ver que as áreas etnográficas são várias e de extensão muito mu ito va riável., riáv el., No Canadá Canadá e norte dos d os Estados E stados Unidos, a área "algoquin” mede-se por graus de latitude, já n o Alab Al abam amaa tem te m que qu e ser se r m edid ed idaa em milha mi lhas. s. Na Amé Am é rica do Sul, uma língua, o guarani, cobria a metade do Con-
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tlnent tlnente. e. Na Africa, desde o equador equ ador até o Cabo, tudo é bantu, ao passo que entre o Gâmbia e o Gabão, a “raça” negra fala mais de vinte línguas. As difer dif eren ença çass das da s p opul op ulaç açõe õess limít lim ítro rofe fes, s, c o m o o cafr ca free jun ju n to ao hoten hot entot tote, e, o norue no ruegu guês ês ao lapô la pôni nio, o, e o pele pel e verm ve rmee lha ao esquimó, aumentam ainda mais o mistério etnográ fico. fic o. Essas variações e convívio conv ívio das diversas diversas áreas geográ ficas, podem ser um valioso documento para estudo das migrações do passado ou mesmo de algumas conquistas, mas não o são para o estudo etnográfico. O isolamento de alguns povos, como os turcos na Sibé ria, dos iroques entre os algoquins, dos magiares que são filandeses, entre os eslavos, é outro documento para o estu do histórico, que provará que êsses povos resistiram às con quistas e não se misturaram nas diversas migrações que os envolveram, resistindo, por seus costumes, ou mesmo cren-* ças, a tôda tentativa de assimilação.
A ÚNICA RAÇA Tudo prova que a humanidade é uma raça só, embora dividida em vários grupos étnicos. Cultur Cultura, a, língua língua,, hábi tos, civilização e especialmente a tendência religiosa de to dos os povos, tiveram origem numa fonte comum, onde to dos saciaram a sua sêde. Nada surpreendeu tanto os aventureiros espanhóis, no México e no Peru, do que a extraordinária semelhança das crenças religiosas, ritos e emblemas do antigo mundo, com aquelas aquelas que encontraram estabelecidos estabele cidos no novo. novo . O culto da cruz entre os indígenas e a presença dêstes emblemas nos edifícios religiosos e nas cerimônias, era para êles objetos de espanto; e, com efeito, em parte alguma, nem mesmo nas índias e no Egito, êste símbolo era tido em mais pro funda veneração do que entre as tribos primitivas do con tinente tinente americano. No Ocidente com co m o no Orien Oriente, te, a cruz era o símbolo da vida — algumas vêzes da vida física e mais freqüentemente, da vida espiritual, eterna. Do mesmo modo, nos dois hemisférios, o culto solar e o da serpente, serpente, eram universais universais.. O que é mais surpreen dente, é a semelhança do vocábulo que significa Deus nas línguas principais do leste a oeste. O sânscrito dizia “Dyaus”, o grego “Theos”, os célticos “Thyah” que tem afi nidades com o egípcio “Tau”, o hebreu “Iah” e o mexicano “ Th o” .- Os romanos roma nos diziam diziam “Deus” “ Deus” e dali dali a palavra palavra passou para as línguas latinas com tôdas as suas letras e todo o seu significado. O materialista Haeckel e a teosofista Annie Bessant, crêem que as tradições religiosas dos ários, dos semitas, dos amarelos e dos primitivos americanos tiveram sua origem na “Atlântida”, e esta, por sua vez recebeu-as da “Lemúria”. Nós não podemos crer ainda nesses dois lendários continen tes, mas cremos e defendemos o ponto de vista monoteístico,
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de que todos somos componentes de uma grande e única família. Vemos Vem os que os poligenistas poligenis tas enveredaram p or mil mi l cami cam i nhos e por isso a Antropologia pouco conseguiu de prático na classificação dos diversos tipos étnicos. — A pluralidade das raças humanas não corresponde à realidade antropoló gica e menos genética genética:: O convívio convívi o ou isolamento geográ fico, a semelhança entre todos os tipos, bem como o cruza mento eugênico entre si, são provas completas de que exis te e que sempre existiu uma única raça humana. Por estas estas considerações consideraç ões os monogenistas afirmam que ’ tôdas as variedades atuais devem ser catalogadas sob o rótudo geral de HOMO SAPIENS, que teria descendido de um tipo ancestral único. O homem povoou a Terra, por suas migrações após o dilúvio. Os meios me ios telúricos, telúrico s, o clima, interesses, a língua e até a simpatia entre um grupo e outro que surgiram após a balbúrdia da construção da Tôrre de Babel, bem como as facilidades ou penúrias de vida nos lugares onde se fixaram, foram modificando o tipo único, com outras características externas, fato que levou a muitos julgarem raças novas os tipos modificados, quando são, apenas, meras expressões geográficas sem sem nenhum nenhum valor genético. genético. “ A côr cô r da epiderepiderme não reflet refletee a alma alma do homem” hom em” . E embora os tipos hu manos variem com o clima, a humanidade, genèticamente, é indivisí indivisível. vel. O que chamamos “raça “ raças” s” por po r causa causa da côr, côr , ou outros caracteres são variedades naturais dessa única espé cie. Tôdas pensam, pensam, sentem sentem as mesmas dores físicas, os mes mo prazeres, são idênticas na sua estrutura anatômica e estão aptas aptas a se reproduzirem reproduzir em entre si. Tôdas descendem de dois sêres que saíram perfeitos das mãos do Criador. Antropològica Antrop ològicamente, mente, o pr probl oblem emaa das “ raças" raç as",, é muito mu ito complexo e confuso, por isso mesmo impossível de ser solu cionado cion ado pela pela teoria da pluralidade das raças. raças. Havendo, co mo há, uma única raça humana que teve origem num tron co comum, tudo que se pretenda fazer para separar os di versos grupos étnicos como espécies separadas, redundará em completo fracasso. Os monogenista monog enistass têm razão. O Gênesis Gênesis e a Ciência Ciência confirmam a existência de um só casal, do qual todos somos descendentes.
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A afirma afir mação ção monogen mono genista: ista: “ que todo to doss somo so moss filhos filh os dos mesmos pais”, obriga a formular várias perguntas que pre cisam cis am ser respondid respondidas. as. Se na verdade os povos povo s são varie varie dades de uma raça única iniciada com Adão e Eva, temos «que encarar três problemas. Onde se originou a humanidade? Como se povoou o mundo? A que se devem as diversas côre cô res? s? Os etnólogos poligenistas não podem chegar a um acôrdo quanto quanto ao luga lugarr que que foi fo i o berço be rço de todos os homens. homens. Não podem concordar pelo fato de que cada um exalta o grupo étnico que mais o atraiu atraiu.. Deixamos claro que, que, levados por po r essa preferência, uns apontam a América, outros a África, ou nunca bem definidos continentes de “Lemúria” e "Atlân tida” tida ” . Os monogenistas monog enistas não têm dificuldade dificuldad e algum alguma, a, é só :aceitar :aceitar o testemunho da História. Histó ria. Nas suas páginas, tanto eclesiásticas como profanas, achamos que os primeiros ho mens surgiram ao norte da Ásia, isto é, na grande planície da região banhada pelos rios Tigris e Eufrates; região que por isso recebeu o nome grego de Mesopotâmia, que signi fica “ entre entre rios” rio s” . Pelos primeiros primeiro s movimentos migratórios •que nosso mundo presenciou, podemos afirmar que o norte •da Ásia foi o berço de todos nós e que dali, como Moisés relata, a raça espalhou-se por todo o Mundo. Já apresentamos as diversas migrações do reino animal e deixamos claro que algumas foram possíveis pela ligação que deve ter existido entre entre os continentes. continentes. Se olharmos olharm os o mapa, veremos veremo s -que recort re cortando ando os continentes, encaixam encaixam perfeitamente um no outro. outr o. Estando a terra unida, unida, nada impedia que os descendentes de Noé se movimentassem de jmaneira jmaneira a povoá-la. Com êsses movimentos concordam todos os historiado res e etnógrafos da antigüidade, bem como a maioria dos modernos. Ptolomeu, Heródoto e outros referem-se às populações antigas e mencionam uma “raça ária” que, tendo-se origi nado na Bactriana, emigrou para a índia, donde teria expul sado os aborígenes. Mais tarde transferiutransferiu-se se para a Euro pa e terminou por deixar-se assimilar pelos nativos.
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Todos os etnógrafos modernos afirmam que os ários fo ram as primeiras populações da Europa e Asia, que deram origem à família hindo-européia. Chegaram Chegaram a essas con co n clusões através de estudos lingüísticos que apresentam as analogias existentes entre o sânscrito e o grego, o latim, o alemão e o céltico. Por estas estas analog analogias, ias, os ários foram classificados class ificados em sete grupos grup os lingüísticos europeus europeu s e três asiáticos asiáticos.. Os primeiros prim eiros são: hebraico, itálico, teutônico, cóltico, lituano-céltico e o albanês; os grupos asiáticos se riam riam indiano, irânico e armênico. armênico . Por Po r esta classificaçã class ificação, o, vemos fàcilmente que não há “raça ariana”, apenas diversos grupos que se diferenciam pela língua. A terra unida, unida, com co m o expõe Wegener, explica as possib pos sibii lidades das migrações que da Ásia partiram para povoar a América e ao mesmo mes mo tempo temp o aclara tôdas as semelhanças semelhanças étnicas, lingüísticas, religiosas e das várias civilizações, sem precisarmos buscar uma “Atlântida” ou “Lemúria” per didas. Reparando bem no mapa, veremos que nas mesmas la titudes encontra enco ntramos mos repetidas as mesmas civilizações. As pirâmides, embora em escala menor, estão reproduzidas pe los astecas e maias. A verdade é que a Pirâmide aparece em ambos os lados do Atlântico, como um dos mais antigos monumentos religiosos. religiosos. A identidade identidade das formas form as das pirâ mides do Egito, do México e da América Central, é muito parecida parecida para para ser ser mera coincidênci coincidência. a. “ Cholula” Cholula” foi fo i com parado aos grupos de Dachur, do Sakara e a pirâmide de Meidoum. Tôdas são exatas exatas na sua orientação, orienta ção, sua estru tura, tura, as galerias galerias e câmaras interiores. Êsses monumentos monum entos misteriosos, do leste e oeste, testemunham uma fonte co mum, em que, aquêles que os elevaram, tomaram a idéia de seus planos. A iluminação dos do s seus templos, pinturas, indústria têx til e, como veremos, o idioma egípcio podem ser encontra dos em alguma alguma tribo trib o americana. americana. Os imponentes vestígios das cidades e templos do México e Iucatã, assemelham-se extremamen extremamente te com co m os do Egito. As ruínas ruínas de Teotihucan Teotihucan têm sido freqüentemente comparadas às de Karnak. Por essas coincidências na arte, indústria e língua, toma vulto dia a dia a crença de que os habitantes primitivos das Américas são ramos ram os de antigos p ovos ov os orientais. Embor Em boraa
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a h l e m r e v e l e p s o i d n í e d o ã ç u r t s n o C
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espalhados na vastidão das Américas, êsses diversos povos, mantinham uma ligação entre si, quer na linguagem, quer nos costumes que já denotavam uma origem comum. É surpreendente a semelhança que podemos encontrar entre as várias várias tribos americanas e os egípcios. egípcios. Os barco ba rcoss de guerra dos caraíbas assemelham-se às naus representa das nos desenhos desenhos encontrados encontr ados em Tebas. A “ falsa mura lha" (camada de pedras horizontais), das quais, cada uma excede ligeiramente à precedente, é a mesma na América Central, Central, e nas antigas antigas constru con struções ções etruscas. A escultura e as decorações dos templos da América, do Egito e da índia têm muito de semelhante, e muitas das decorações murais são perfeitament perfeitamentee idênticas idênticas.. As espadas de bronze desco des co bertas nas escavações feitas nas cidades do velho Egito, têm formato idêntico à “tangapema” dos caraíbas. Muito mais notável ainda é a semelhança entre algu mas palavras egípcias e guaranis: “Thebas” e “taba”, signi ficando ficando alde aldeiia; “ ur” e “ uru” = rei; rei; “ ra” e “ cra” cra ” = sol. sol. As palavras “tai” (filho), “peca” (abertura), “ta” (andar), “heta” (perfurar) e “teca” (ver), são idênticas no idioma egíp cio e gua guara rani ni.. A sílaba sílaba “ ba ” , unida pelos pelo s guaran guaranis is ao nome nom e das árvores, em egípcio signifi significa ca árvore. árvore. O sufixo em am bos os idiomas, determina grandeza. Os fenícios, sem dúvida, foram os primeiros povos do hemisfério oriental oriental que empregaram o alfabeto fonético. foné tico. É curioso constatar-se que em época igualmente remota, en contramos um alfabeto fonético na América, entre os maias. Plageon, grande autoridade no assunto escreveu: “Um têrço da líng língua ua maia maia é puro grego” . Quem foi fo i que levou levou o dialeto de Homero à América? ou quem foi que trouxe para a Grécia a linguag linguagem em dos do s maias? Seriam ambos am bos contem co ntem po râneos? Essas coincidências de linguagem entre os diversos po vos separados por léguas de oceano, e entre os quais, desde os tempos históricos, parecia não poder existir qualquer re lação possível, testemunha a favor de uma origem comum, isto é, de uma só raça que teria ocupado um mesmo conti nente. O padre Bobadilha, interrogando um grande número de caciques, julgou pelas lendas recolhidas que a colonização guarani guarani ter-s ter-se-i e-iaa dado dad o pelo pe lo Pacífico. Pac ífico. Entre os caraíbas ou
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viu lendas que mencionaram povos do Oriente e que seriam seus antepassados. antepassados. Bertino, na na sua sua “Civili “ Civilização zação guarani” admite que brancos da antigüidade pré-histórica alcançaram terras americanas, o que explicaria a semelhança existente entre os povos do Haiti e das Canárias com os caraíbas, bem como o perfil semítico de várias tribos sul-americanas. Estudando as ruínas das antigas civilizações america nas, os pesquisadores chegaram à conclusão de que os incas iluminavam seus templos com uma luz brilhante e intensa, cuja obtenção obten ção é hoje h oje desconhecida. desconhecida. Trabalhavam Trabalhavam vários metais, obtendo ligas que desafiam tôda a nossa metalurgia. Utili Utilizav zavam am um método métod o de liqüefazer liqüefazer o granito, granito, com o de monstram as portas dos templos que eram tôdas de granito fundido. Os espelhos usados pelos antigo antigoss peruanos, peruanos, eram eram fabricados fabricad os de pirita pirita sulfúric sulfúrica, a, minério de fácil polimento. A arte têxtil entre vários povos americanos atingira uma gran de perfeição, especialmente nos estampados, pois, tecidos com quase quinhentos anos conservam a perfeição de côr, insensíveis à ação do tempo e dos raios solares. Tudo isso prova que o mundo pré-histórico viu flores cer uma alta civilização, que conhecemos por uma série de mistérios mist érios impenetráveis e inimitáveis inimitáveis.. Êsses Êsses conhecimentos conhecim entos quase que comuns a todos os povos antigos, só se explicam como tendo irradiado de um centro, conduzidos a tôda par te por migrações que dêsse centro partiram. A uniã un iãoo d o s contin con tinen entes tes faci fa cili lito tou u o cum cu m pr prim imen ento to da o r dem que nossos pais receberam logo após terem sido cria dos: “Frutificai e multiplicai-vos e enchei a terra”, tinha di to o Criador. Criador. Para Para cumprir cump rir essa essa ordem, consciente ou in conscientemente, os grupos étnicos espalharam-se por tôdas as latitudes latitudes e longitudes. longitudes. Se o mundo mun do estivesse estivesse dividido divid ido como atualmente, isto seria difícil de conseguir, salvo se tivessem meios de condução que ainda desconhecemos. Tudo nos leva a crer que a Terra foi, uma extensão contínua, unida, e pela cronologia bíblica, sabemos que essa ligação durou pelo menos 1.700 anos. Por motivos que a nossa ciência ignora, quando o Cons trutor do Cosmos viu que a população se tornava muito densa no centro por Êle escolhido, separou os atuais conti nentes 1.757 anos após o período histórico que Moisés nos rela relata ta.. A Terra deve deve ter suportado um formid ando and o terre terre
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moto que a dividiu e nessa separação continental, isolaramse os prim eiros eiro s grupos grupo s étnicos. étnic os. Moisés Mo isés no seu laconism laco nism o, registra registra êsse cataclismo sem o mencionar. Comentando o nascimento de Peleg, diz no versículo 25.° do capítulo 10.°, que: “a Eber nasceram dois filhos: o nome de um foi Peleg porque porqu e nos seus seus dias dias se se dividiu dividiu a terra” . Sendo, com co m o de viam ser, poucos os habitantes do mundo quando se deu o acontecimento, não podemos admitir que essa divisão da terrra se refira a uma partilha de latifúndios. latifúndios. O nom e que foi dado ao menino, indica bem a que acontecimento se re fere. PELEG significa divisão e vem da raiz raiz “ PHARES” PHA RES” , palavra a que muitos tradutores lhe dão o significado de rotura, brecha.
Por um tremendo terremoto, o único continente continente que existia rompeu-se e abriu brechas entre si, dando lugar aos que hoje conhecemos e possivelmente terá afetado Lemúria e Atlântid Atlântidaa que terminaram por po r desaparecer num reaju reajusstamento geofísico que nos permite a estabilidade atual. No dia 13 de fevereiro dêste ano, a “United Press” transmitiu a seguinte notícia: “Cientistas da Universidade de Colúmbia confirmaram recentemente, a existência de uma fenda submarina de 73 mil quilômetros ininterruptos de extensão na crosta da Terra. Disseram que a fenda — de 32 quilômetros de largura e 2.500 de profundidade — tal vez auxilie na determinação da origem das principais carac terísticas da superfície da Terra e das mutações que se têm verificado verificad o na história geológica. O Dr. Maurice Ewing, di retor do Observatório Geológico de Lamont, uma divisão da Universidade, disse que “a linha central da fenda, de âm bito mundial, estende-se através do norte e do sul do Atântico, dobra o sul da África, para penetrar no Oceano Índico e ramifica-se pelo mar da Arábia, fazendo conexão com os fa mosos vales africanos de há muito estudados pelos geólo gos. O outro out ro ramal passa pelo pel o Antártico e a Nova Zelân Zelân dia, correndo na direção das ilhas Macquarie até o oceano Pacífico, onde se ramifica novamente perto da ilha da Pás coa. O ramal ramal norte prossegue na direção do G ôlfo da Cali Cali fórnia. O sistema de fendas vai também tamb ém do Cabo Cab o de MenMendocin do cinoo até o Alask Alaska. a. Há também també m sinais sinais de uma conexão cone xão através do mar da Noruega e do oceano Ártico”. Tudo isso a “United Press” recebeu dos geólogos do Observatório Geológico de Lamont, na Universidade de Co-
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lúmbia na América do Norte, após uma série de estudos que se prolongaram por cinco anos e que acabam de chegar a conclusões sensacionais. Êsses resultados, que se tornaram conhecidos através do professor já mencionado, demonstraram a existência, na crosta terrestre, de uma falha de 32 quilômetros de largura, profundidade de 2.500 quilômetros e 73.000 de comprimen to. Assinalou êsse cientista cientista que a cartografa cartog rafa Sra. Sra. Marie M arie Tharp notara que os pontos mais profundos do oceano Atlân At lântic ticoo form fo rmaa vam va m cen ce n tro tr o g e om é tric tr icoo de faixa fai xa sísmica sísm ica.. A com co m p rov ro v a ção çã o da existê ex istênci nciaa dessa de ssa faixa fai xa n o Atlân Atl ântico tico,, Índico e Pacífico norte vem confirmar a teoria formulada em 19 1921 pelo pe lo geólog geó logoo Alfredo Wegener. Segundo essa teo-
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ria, os continentes teriam existido em um só bloco e temos de concordar que essa teoria seduz e ao mesmo tempo ex plica o paralelismo do encaixe dos contornos continentais da América do Sul e da África e em grau menor em outros continentes. Essa teoria apoiada por Taylor e Koepe teve larga re percussão. H oje algun algunss a combatem, combatem, mas, mas, todos sabemos que não existe teoria geológica que não tenha seus oponen
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tes, tes, especialmente especialmente se ela é de tipo criacionista. Se não nã o es tiveram unidos os continentes, que significam os contornos que agora com as fendas se provam de origem sísmica? Isso não seria nenhum impossível, pois, a História re gistra que no ano 927 a. D., durante uma erupção do vulcão de Monte Kloet, em Java, dividiu a Indonésia, que antes da erupção era uma terra contínua e hoje forma nove ilhas di ferentes. ferentes. Essa Essa divisão já dura 1.030 anos! Para provarmos a tese que entendemos da ruptura dos continentes, ocasionada por um formidando terremoto, co mo a História não o registra, só temos Moisés como única autoridad autoridade. e. Essas fendas de 73.0 73.000 00 quilômetros quilôme tros provam que os continentes foram for am separados. A Terra estêve estêve unida e essa união facilitou tôdas as migrações. Falta-nos falar da côr e já vimos que a Ciência começa a garant garantir ir que cada cada um terá a que deseje. Dentro de pou po u co, êste nosso mundo pode ser uma colossal “tinturaria eugênica” que tornará o conjunto mais atraente, ou terri velment velmentee m onótono. onóto no. Deixando Deixando essa possibilidade possibilidade para oca oc a sião mais oportuna, perguntamos: O que chamamos chamam os de ra ça amarela amarela ou vermelha, vermelha, são realmente dessas dessas côres? côr es? O índio norte-americano “pele vermelha” quando muito tem a côr de canela; o vermelho era proveniente de uma mistura gordurosa que usavam para evitar os mosquitos e outros inseto insetos. s. Os “ amarelos” ama relos” são de um branco-terroso que em alguns grupos étnicos atinge uma palidez que se aproxima do amarelo-cl am arelo-claro. aro. Na verdade, há só duas côres côr es no gênero humano — o branco branc o e o negro. negro. Do branco-leitoso dos tipos nórdicos, a raça passa pelo pálido, canela, moreno, escuro até atingir o negro perfeito. Já explicamos que CAM quer dizer “queimado” e na ob tenção dessa dessa côr cô r não houve processo proc esso genético. genético. Um funcio namento anormal das glândulas, especialmente da pituitária, ria, foi fo i o suficiente suficiente.. Com Co m o essa anormalidade anorma lidade teve início? início ? Cremos que um pavor repentino foi a causa da pigmenta ção de Cam para o escuro. Após Ap ós o dilúv dil úvio, io, N oé plan pl anto tou u uma um a vinha. Tend Te ndoo obti ob tidd o grande colheita, não puderam comer as uvas com a pressa necessária. necessária. Com Co m o ameaçavam estra estragar gar-se -se,, o patriarca exexpremeu-as, premeu-as, esperando esperan do conservar o líquido. Êle não nã o sabia sabia que ia fermentar criando álcool. Sem saber o que esta estava va
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sucedendo, após a fermentação, bebeu demais e embriagou-se. -se. Sob os efeitos efeito s d o álcool álco ol fêz coisas muito estranh estranhas. as. Dois de seus filhos levados pelo respeito paternal, cobriram-no. Cam riu-s riu-see e zom bou do ébrio patriarca. patriarca. Moisés n os informa que quando Noé soube do comportamento do irre verente filho, amaldiçoou-o. Esta maldição, ma ldição, possivelment possivelmente; e; operou psiquicamente em Cam, produzindo-lhe tremendo pa vor que, modificando e alterando as secreções internas, ter minaram por p or aumentar aumentar a pigmentação. Ao falarmos das experiências hormoterápicas dos dermatologistas america nos, deixamos claro que a pigmentação não seria transmiti-
Um templo vmia
da è è no caso de Cam temos que afirmar que o foi. É que em am bos os casos caso s há uma diferença fundamental. fundamental. Nas expe riências dos sábios americanos, os indivíduos recebiam a pigmentação do exterior, as suas glândulas continuavam' nas suas secreções normais e normais continuarão apesar da diferença de côr, costumes, religião, língua e modo de vida que tenhamos. Além Alé m d os fatô fa tôre ress psíq ps íqui uico cos, s, tam ta m bém bé m p odem od em ter influ in fluíí do na rápida pigmentação de Cam, fatôres somáticos que modificaram mo dificaram os genes genes para prêto. A melanodermia, melanodermia, diabe te brônzea, argirismo ou insuficiência da supra-renal são ma
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les que atuam e ocasionam a pigmentação do branco para o prêto. Isto est estáá hoje hoj e perfeitame perfeitamente nte comprovado, compr ovado, não só pe la descoberta da dose biológica da supra-renal e hipófise que permite uma maior ou menor pigmentação, mas também pelo recente caso do soldado inglês, Vitor Albert Wilford, que, após uma estranha doença, ficou quase prêto, o que lhe ocasionou vários contratempos: sua mãe desmaiou ao vê-lo e sua noiva quebrou o compromisso, abandonando-o. Sôbre êste estranho fenômeno, três dos melhores dermatologistas da da capital foram for am consultados. O Prof. Pere grino Júnior, Júnior, já falecido, assim assim se externou: “ Várias doen ças podem pod em ocasionar a mudança da côr cô r da pele. pele. A insufi insufi ciência da supra-renal, por exemplo, ocasiona a mudança completa da pigmentação, passando o indivíduo a escurecer paulatin paulatiname amente. nte. Êste Êste fenômeno fenôm eno é conhecido conhec ido com o Mal de Addison Add ison”” . O Pr Prof. of. Décio Déc io Olinto conc co ncor orda da com co m seu colega coleg a mencionado e acrescenta: “Duas poderão ser as causas da
Habitação Habitação de peles-vermelhas peles-vermelhas
mudança da pigmentação de pele do indivíduo, de branco para prêto: deficiência das supra-renais, em que o doente vai-se tomando escuro, ou uma intoxicação por sais de pra ta que se depositam, dando origem ao argirismo argir ismo”” . Por úl timo o Prof. João Manso Manso Perei Pereira, ra, opinou: “ O fenômeno fenômen o da alteração do lobo intermédio da hipófise, talvez seja res ponsável por po r êsse mal. Também pode pod e influir na pigmenta ção dos tegumentos a diabete brônzea. Esta mudança de côr não teve lugar nos tempos quase pré-históricos de Cam, nem se realizou numa África inós pita e misteriosa, mas numa moderna Inglaterra, em 1935.
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A variedade de tipos tip os que hoje ho je conhec con hecem emos os é o resul tado de pelo menos doze diferentes fatos: 1.° — Grau de iniciativa do grupo étnico. 2.° — Clima da região habitada. 3.° — Espírito inventivo. 4.° — Sistema educativo. 5° — Higiene adotada pelo grupo. 6.° — Moral praticada. 7.° — Alimentação principal. 8.° — Sentido artístico. 9.° — Tendência filosófico-religiosa. 10.° — Costumes sedentários ou nômades. 11.° — Funcionamento grandular das secreções internas. 12.° — Meios telúricos. Por êsses fatôres sabemos que os japonêses devem sua pequena estatura ao uso do arroz como alimento principal. Analisando os fatôres, fatôr es, o pr prof ofes esso sorr Huntington, chefian do uma equipe de 49 sábios — antropologistas, etnólogos, geógrafos e historiadores — realizou profundos estudos sô bre a influência que cada um dêles exerceu na civilização, tendência e pigmentação da pele, chegando à conclusão mo saica, de que as migrações do passado, se efetuaram em função do clima e que êste, aliado aos outros onze fatôres, deu tôda a variedade de tipos que encontramos hoje. O único documento autêntico que relata as primeiras migrações efetuadas neste mundo, antes da separação dos continentes, como temos dito, é o capítulo décimo do Gêne sis. No seu último versículo, Moisés afirma que: que: “ Estas são as famílias dos filhos de Noé segundo as suas gerações nas suas nações; e dêstes foram divididas as nações da ter ra”, tal como comentamos nas “Maravilhas da Ciência”. A História, Históri a, Antropolo Antr opologia, gia, Etnografia Etno grafia e especialmente a Bíblia, apoiada na Genética, nos dizem que nunca existiu uma
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pluralidade pluralidade de raças humanas. humanas. Todo To doss os homens, hom ens, em tôdas tôda s as latitudes, somos representantes de uma única raça que enche agora a terra; todos somos variedades da raça que teve origem no Éden; todos somos irmãos, porque todos somos filhos de Adão, e Moisés afirma que “Adão veio de Deus, criado à sua imagem e semelhança”. Fundamentados no que nos tem ensinado a História biológica da Humanidade, poderemos prognosticar qual se Confiantes na sua evolução psí rá o futuro dos homens? Confiantes quica podemos ter a esperança de fazermos parte de uma Humanidade superior, mais inteligente, mais perfeita? Sob o ponto de vista biológico, como temos dito, pelo freio que os genes exercem sôbre a descendência, não houve e nem podia pod ia ter havido mudanças sensívei sensíveis. s. Quando mui to, poderíamos notar uma tendência para uma maior redu ção dos dentes do siso e para uma braquicefalização cada vez mais generalizada do grupo étnico branco, como as ob servações servações antropológicas nos demonstram. Porém, estas estas observações são demasiado recentes e por isso não podem ser aplicadas a todos os indivíduos de um modo geral. Quanto ao ponto de vista intelectual muitos e bons es píritos depositaram sua confiança no progresso contínuo da Humanidade e em uma constante melhoria que a guindasse a uma civilização mais elevada, que seria uma obra de super-homens como Einstein e os mais que tenham, ou venham a atingir sua colossal estatura científica, homens que sem pre foram foram ob jeto dos sonhos de filósofo s e poetas poetas.. Supe Superr-homens com uma inteligência capaz e suficientemente pe netrante para abrir-nos as portas da quarta dimensão e as sim ensinar-nos a mover-nos dentro dela com a mesma ou maior facilidade com que nos movemos no espaço. Êsses filósofos sonham com super-homens libertos de todos os velhos instintos da barbárie primitiva, vivendo só para o altruísmo e para a paz com todos e para todos, pro curando as alegrias do espírito, o culto e o respeito ao amor e à beleza. Sem sermos pessimistas, diremos que nos é difícil acre ditar nesse estado paradisíaco, pela simples razão de que o progresso moral não acompanhou o avanço do progresso intelectual, e, como todos os instintos da barbárie primiti va continuam continuam ainda ainda escondidos escond idos sob capa da pragmática pragmática
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social, como ainda o subconsciente continua a guardar zelo samente os monstros que todos nós teimamos em ser para melhor conseguirmos nossas ambições, é bem difícil profe tizar para tôda a Humanidade um estado de ventura que corresponda em tudo ao maravilhoso progresso científico que hoje usufruímos. No campo biológico, o homem é o animal menos mus culoso, o menos forte e o menos armado tanto para a defesa como para o ataque, mas pelo seu saber é o mais poderoso de todos: na sua ciência e por ela, obtém a fôrça e armas que lhe faltam. faltam. Tudo lhe é possível porque porqu e o seu cérebro, se não aumentou de tamanho, pelo menos aprendeu a arma zenar melhor e mais permanentemente os conhecimentos que a Ciência e a mãe natureza lhe foram revelando, mas êsse homem que sonha em visitar pelo menos os astros do nosso sistema, êsse homem que quer procurar um mundo perfeito, fora do nosso, em quaisquer partes do Cosmos, pela
Guerreiros das civilizações pré-colombianas
sua deficiência moral, não pensa que se êste nosso mundo é imperfeito, o é precisamente porque êle o habita e por não desejar pensar nisso, nem tentou ainda em transformar êste mundo no Jardim edênico com que sonha e localiza em ou tros planêtas, muito embora nem saiba o que por outros mundos vai encontrar, ao passo que aqui tem tudo de que necessita para alcançar a realização de seu sonho. Para que surgisse êsse super-homem era preciso pre ciso que aparecesse uma nova linhagem humana, um novo tipo, uma nova mutação, desta vez, não mais genética, mas psíquica, contendo um cérebro que poderia não ser mais volumoso, mas que indubitàvelmente necessita ser mais complexo,
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cujos efeitos físicos sejam reduzidos e que por isso possa sintonizar sua mente com a dos espíritos puros que em todo o Orbe tanto nos querem ajudar, para preparar-nos, preci samente, para êsse mundo ideal e feliz que todos procura mos. Antes de cons co nseg egui uirm rmos os isso, iss o, é nece ne cess ssár ário io que qu e não nã o es queçamos que o homem, tal como tudo o que forma parte da natureza, está submetido às leis biológicas e cósmicas já estudadas, assim como não devemos esquecer que por seu saber vai subindo da ignorância onde o encontrou a Histó ria, para o plano do saber quasé absoluto, que já em muitos casos podemos chamar de super-humano e não temos receio de cometer uma irreverência se lhe dermos o adjetivo de divino, e, se biologicamente, como vimos, o homem é um conjunto harmonioso e maravilhoso, onde tôdas as suas par tes coexistem em estado de perfeito equilíbrio, bem pode um dia, que praza a Deus, não esteja longe, harmonizar sua al ma com a corrente espiritual do Universo e entrar em har monia perfeita, completa e eterna com as outras criaturas que devem morar nessa estupenda Amplidão que os teles cópios nos revelam e com o Criador que tantas vêzes temos mencion me ncionado ado ao comenta com entarr Suas grandezas. grandezas. Uma vez assim harmonizado com tôda a família universal, terá realizado uma vez vez po r tôdas a sua verdadeira m issão na Terra. Nes se tempo não necessitará mais de discos-voadores para in vadir Marte ou Vênus, pois, tendo atingido o domínio mo ral de suas faculdades psíquicas, virá a ser como qualquer outro super-homem que viva em qualquer outro astro do nosso imenso Universo e, como êle, poderá locomover-se no tempo, melhor do que agora o faz no espaço. Tom To m am os a expressa expressarr nosso desejo de que êsse êsse dia dia da felicidade humana, não esteja longe, e o tomamos a exter nar fundamentados na própria biologia, pois, sabemos que quando por uma causa qualquer o equilíbrio se rompe, de pois de um período mais ou menos longo, segue-se um rea just ju stam amen ento to geral gera l que qu e quase qua se sem se m pr pree é fatal fat al para pa ra a causa cau sa per pe r turbadora. A H istó is tória ria b ioló io lógg ica ic a e pale pa leon onto toló lógi gica ca afirm af irmaa que qu e há muito o homem perturbou profundamente o equilíbrio bio lógico e pelas experiências genéticas que realizou e continua a realizar, o homem quer ainda perturbar mais êsse plano biológ ico. Já destruiu destruiu a m aior parte parte das espécies dos ani mais e transformou totalmente a distribuição de outros.
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Embora tenha melhorado a de alguns vegetais, cometeu o êrro de multiplicar algumas espécies em uma progressão realmente assustadora, e com isso tem estado a esgotar pro gressivamente os recursos naturais que lhe são indispensá veis. Tôda Tôd a a sua vida estêve estêve e continua a estar ligada ligada à con quista que empreendeu, correndo o risco de virem a lhe fal tar êsses recursos, terminando assim por tomar-se escravo das suas conquistas. As conq co nqui uist stas as n os conh co nhec ecim imen ento toss b ioló io lógg ico ic o s trouxe tro uxeram ram--lhe um fato bem grave e êste é que por um humanismo que talvez ultrapasse suas próprias concepções, permitiu a re produção de múltiplos indivíduos tarados e totalmente defi cientes tanto moral como fisicamente, e inadaptáveis à vida, perturbando de um modo muito acentuado o jôgo da sele ção çã o natur natural al que a própria própr ia Biologia rea reali liza za.. Também, po r outro lado, viu reduzir-se a potencialidade da variabilidade de pequenos grupos étnicos que estão desaparecendo em benefício dos grupos maiores e mais inteligentes. Com essa especialização cerebral, o homem trará sôbre si o desaparecimento da raça ou escapará ao reajustamento biológico que em breve se efetuará levando a Humanidade ao pináculo da perfeiçã per feição? o? O SUPER-HO SUPER-HOMEM MEM e seu seu MUN MUN DO PERFEITO com que tanto sonham os filósofos e poetas, será um lindo sonho, uma mera ilusão, ou brevemente uma realidade cristalina?
CAPÍTULO IX INTERPRETAÇÕES GERAIS E CONCLUSÕES Vim V imos os que qu e os docu do cum m ento en tos, s, que qu e perm pe rmit itir iram am esta es tabe belec lecer er a existência do homem antes dos períodos chamados histó ricos, fundamentam-se apenas nos vestígios da indústria hu mana. As ferr fe rram amen enta tass enco en cont ntra rada das, s, quer qu er em cam ca m adas ad as g e o ló gicas dotadas de sedimentos fluviais ou lacustres, loess, com plexos de solifluxão, quer no entulho que enche as camadas, estão associadas às faunas fósseis que indicamos. Os instrumentos usados nas indústrias primitivas po dem ser classificados, cronologicamente, com exatidão, mas temos que recordar que apresentam caracteres morfológicos distintos, que, por p or vêzes, vêzes, ‘ não permitem perm item estabelecer entre êles uma classificação tipológica e chegarmos assim a uma série de indústrias que se possam escalonar no tempo. Tudo indica que cada uma delas é produto de técnicas particulares, muitas vêzes até individuais, que não nos au torizam a organizar uma cultura para êste ou para aquêle povo, pov o, e tempos temp os que desejemos desejem os fixar. fixar. Mas, Mas, o que não pode pod e mos negar é que, no Quaternário, essas indústrias têm sido aperfeiçoadas de tal forma que já nos indicam uma astúcia humana (se não podemos classificá-la como sabedoria), que levaria o “Homo sapiens ao progresso que atualmente enca ramos. Precisamente Precisamente por po r êsse êsse progresso, progre sso, a constância da sucessão sucessã o crono cro nológ lógica ica destas diversas diversas indústrias, indústrias, levou os arqueólogos a errar, considerando-as como tipos de uma idade determinada, de modo que à classificação estratigráfica do Quaternário, tal como êles a estudam, sobrepõe uma classificação arqueológica diferente. Durante a maior parte do Quaternário, os hominídeos primitivos limitaram-se a talhar a pedra de modo cada vez
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mais perfeito. Êste Êste período, perío do, que se estende estende até o fim do glacial wurmense, designa-se com o nome de Paleolítico. Temos a notar que já nesse período os homens trabalhavam em osso, talhando, polindo e gravando de modo surpreen dent dente. e. Como o aperfeiçoamento aperfeiçoamento artístic artísticoo dos homens dês se período não está de acôrdo com o que seus estudiosos criaram, foram obrigados a dividir êsses períodos em três épocas: Paleolítico inferior, Paleolítico médio e Paleolítico superior. superior. Fizeram Fizeram o mesm o que o astrônom o Ptolo Ptolomeu, meu, que quando viu que seus círculos não correspondiam ao que imaginara, criou novos círculos e o assunto em lugar de aclarar-se, ficou mais confuso. Crêem os arqueólogos que com a retirada dos últimos glaciais, os instrumentos usados foram mais aperfeiçoados, os homens aprenderam a polir a pedra, serviram-se do bar ro cozido, coz ido, domesticaram os animai animaiss e cultivaram cultivaram o solo. so lo. De ram a êste período, que no final confina com as épocas proto-históricas, o nome de Neolítico, em português — da pe dra nova. A classificação classificaçã o dos instrumentos instrumentos e utensílios utensílios usa dos pelos homens primitivos foi estabelecida, pela primeira vez, a partir dos materiais e observações recolhidos na Eu ropa. Com o tempo, as as explorações, que se estenderam a outras partes do mundo, mostraram que, por tôda a parte, havia indústrias semelhantes semelhantes às da Europa Eu ropa.. Ora, os antro antr o pólogos não acreditam ainda que a civilização se deu por igúal em tôda a parte, mas a explicam e aplicam a raça ou tipo que localizam no lugar onde os fósseis foram encon trados; logo, se não houve coexistência de tipos, não podia ter havido semelhança de indústrias, se desejarmos dar a cada tipo uma indústria particular. Se as indústrias são semelhantes por tôda a parte onde as estudemos, só uma coisa pode significar — que a cultura e a imaginação huma nas surgiram espontâneas, ao mesmo tempo por tôda a Terra. Além Alé m d o que qu e fic fi c a dito di to,, p o d e m o s cons co nsta tata tarr que qu e tôda tô dass as vêzes em que foi possível a observação de sobreposições, se sucederam na mesma ordem das européias: as técnicas eram semelhantes, nas lâminas, assim como o polimento da pedra e a fabricação de cerâmica. cerâmica. Com o um povo po vo levou ao outro seus conhecimen conh ecimentos? tos? Não havendo as facilidades das c o municações que hoje dispomos, não é fácil sabermos como os povos tiveram contacto entre si e entre si trocaram seus conhecimentos.
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A verd ve rdad adee é que, que , com co m o certa ce rtass p ovoa ov oa ções çõ es m oder od erna nass de regiões isoladas como a Austrália, Nova Zelândia ou a Nova Caledônia, fazem ainda uso de utensílios de pedra, pensou-se que a semelhança dessas indústrias afastadas não eram o suficiente para destruir o que se tinha arquitetado com o aperfeiçoamento dessas indústrias, mas isso é só imagina ção, pois, sendo como são, os aborígenes dêsses países, do tipo “Homo sapiens”, embora embrutecido, a cultura que foi fo i atribuída aos diversos tipos, não tem tem razão de ser. Isto não é só verdade para o Paleolítico, mas também para as indústrias do neolítico, cuja duração abrange um período ainda mais curto. No que diz respeito às indústrias de tipo mais antigo, os estudos conjugados da Estratigrafia e Paleontologia mos tram, pelo contrário, que essas indústrias se repartiram cro nologicamente nas formações quaternárias, em tôda a par te, do mesmo modo que as suas correspondentes na Europa, e que se podia, na opinião de certos pré-historiadores, paralelizá-las. Outro aspecto em que se fêz finca-pé para determinar o s diversos tipos de hominídeos foi fo i o vestuári vestuário. o. Os antro pólogos apresentam sempre seus tipos com a indumentária que êles mesmos (os antropólogos) idearam para cobrir a nudez do hominídeo homin ídeo que qu e nos apresentam. apresentam. Que isso não nã o é exato no-lo prova a moda mod a moderna em tod o o mundo. Com tôda a capacidade fabril de que dispomos, matérias-primas e bons costureiros, ainda há povos refratários à mesma mo d a e maneiras de vestir. vestir. Na África, cada região tem sua sua maneira particular de vestir-se; nas ilhas de Fiji, os abo rígenes rígenes jamais usaram usaram calças calças.. Vestem Vestem paletó conform e o último últim o figurino, mas com saia saia.. As calças calças os incomodam, bem be m com o os sapatos sapatos,, pois andam andam sempre descalços. Os ín dios da América do Sul vestiram e vestem ainda de mil mo dos distintos e os nossos selvícolas, na sua maioria, andam ainda de tanga tanga e muitas tribos nem a usam. Ora, com o os índios americanos, fijianos e negros da África são todos já j á d o tip ti p o “ H o m o sapie sa piens ns”” , segue-se segue-s e que qu e a ques qu estã tãoo da in dumentária nada significa quanto ao progresso do homem como ser. Como a pintura, escultura, polimento e gravação dos di versos objetos e lares, se lares podemos chamar as cavernas das populações trogloditas, muitos antropólogos desejam
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arquitetar o mesmo princípio da capacidade intelectual do tipo que nos apresentam, mas que seja isso utópico pode mos compreendê-lo sem muita filosofia. O autor teve, entre outros, o privilégio de visitar as ca vernas de Altamira na Espanha e algumas outras na Fran ça, com co m o as de Carnac Carnac e Trois Tro is Frère Frères. s. Em tôdas elas elas fica mos extasi extasiados ados com o realismo realismo dos primitivos primitivos pintores. pintores. Os animais foram retratados de uma forma tão perfeita, que custa acreditar que estejamos vivendo no chamado “Século das Luzes”, quando temos atingido quase que a perfeição científica e nas artes temos degenerado a tal ponto que nin guém entende o que nossos pintores estampam nas telas, nem o que nossos escultores talham ou esculpem nos diver sos materiais que utilizam. Se nosso mundo enfrentasse um cataclismo de caráter universal, e se dêsse desastre alguns homens forem salvos, com o correr do tempo ficariam perplexos, pois, os novos arqueólogos, ao achar a horrível pintura e escultura moder nas, julgariam que nos nossos dias viveram homens muito atrasados e que os habitantes das cavernas realmente deviam ter sido os donos da cultura que hoje o mundo tem cienti ficamente falando. Nas Art Artes, es, está está tudo inv er tid o... o.. . Como vemos, não há indústria humana, nem humano costume, quanto às tendências de cada tipo que nos permi ta por elas e com elas organizar uma escala cronológica da ascensão ascensão do homem. Tudo não passa passa de imaginação imaginação de cientistas, que bem intencionados, deixam-se levar por da' dos incertos, orientação de outros ou mesmo aparências geo lógicas. A m a ior io r real re aliza izaçã çãoo d o h om e m da Antiga Ant iga Idad Id adee da Pe dra é a sua sua arte. arte. A perfe pe rfeiçã içãoo à qual chegou esta arte é simplesmente assombrosa, se levarmos em conta a relativa pobreza pobrez a de sua civilização civilização em outros aspectos. Também Tam bém é notável que no momento em que apareça já apresente um pleno desenvolvimento. desenvolvimento. O Paleolítico Paleolítico Inferior parece n ã o ter deixado vestígios vestígios de caráter artístico. artístico. No períod pe ríodoo Au rignacense aparece o desenho e a pintura de tipo simples, e apesar de ter sido alcançado a sua plena realização no pe ríodo Magdalenense, não deixa de apresentar os fundamen tos essenciais de uma arte gráfica de alta ordem já desde êste período mais remoto.
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O homem do período do Paleolítico Superior esculpiu em marfim, em osso e em cornos; gravou ou talhou em su perfícies planas e arredondadas do mesmo material; e es culpiu e decor de corou ou as paredes das cavernas. Às vêzes vêzes m ode od e lava o barro e talvez outros materiais não muito consisten tes, e é possível que tivesse desenhado ou pintado sôbre pe les e superfícies descobertas das rochas; mas somente pode m os julgar através através dos do s restos que chegaram até até nós. Esta arte não é uma tentativa infantil para representar objetos de uma maneira tôsca, nem é um simples jôgo decorativo com co m figuras geométricas. geomé tricas. Êstes Êstes prim eiros eiro s artistas artistas huma nos atiraram-se com audácia na cópia, e apesar de possuí rem uma técnica primária, chegaram a um alto grau de perfeiçã per feição. o. Umas tantas tantas pinceladas audazes audazes davam o con-tôrno de um animal, mas o conseguiam com tal fidelidade, que muitas vêzes, apenas à primeira vista se pode reconhe cer ce r a espécie do animal desenhado. O povo po vo de CroCro-Mag Mag-non deve ter desenvõlvido um alto poder de concentração mental para chegar a observar e reproduzir com tanta fi delidade delidade.. É possível que os indivíduos indivíduos melhor dotados te nham praticado assiduamente para alcançar esta maestria. A arte pale pa leol olíti ítica ca é m u ito dife di fere rent ntee da m aior ai oria ia da arte dos do s primitivos modernos. mod ernos. Êste Êstess elaboram muitas muitas vêzes vêzes padrões decorativos de certa complexidade, riqueza e valor estético, mas quando tentam copiar a natureza, em geral, fracassam notavelmente. notavelm ente. As linhas são tôscas tôsc as e vacilantes. Qualquer Qualque r desenho de uma cabeça, um corpo ou uma cauda, com qua tro patas, patas, representam qualquer animal. animal. Mas isto é uma representação razoável de uma abstração, não o delineamento do que é característico característico na form a visíve visível. l. Entre a maior parte dos primitivos atuais, supõe-se que tanto o observa dor como o pintor sabem de antemão que o traço represen ta uma rapôsa e não um urso. Ademais, ajuntam-se ajuntam-se alguns símbolos, como uma cauda esponjosa para uma rapôsa ou uma barbatana para uma baleia baleia.. Somente Somen te em casos caso s muito raros, as nações não muito adiantadas se separam destas ten dências primitivas e aprendem a desenhar as coisas como aparecem na realidade. realidade. Os antigos egípcios egíp cios desenvolveram esta faculdade, e entre os primitivos, os boximanos são bas tante fiéis, mas em geral, a arte verdadeiramente realista é um alcance alcance pró prio da alta alta civilização. civilização. Mas êste é um mis tério a saber como foi que o homem de Cro-Magnon do Au rignacense conseguiu realizá-lo tão bem.
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Na escultura, seus primeiros esforços dirigiram-se a produzir figurinos que na sua maior parte representam o sexo feminino. A cabeça, cabeça, as m ãos e os pés, ou faltam ou estão muito abreviados. abreviados. No corp co rpo, o, as partes relacionada relacionadass com a reprodução e a fecundação, em geral estão muito exa geradas, mas tratadas ao mesmo tempo com muita maes tria. tria. É provável prováv el que estas estatuetas estatuetas tenham servido para pa ra algum culto religioso. De qualquer maneira, maneira, as esculturas em três dimensões representam com freqüência a figura humana, assim como os desenhos de duas dimensões, os gravados e as pinturas, na sua maioria, representam ani mais e são muito mais perfeitos que os contornos humanos No Magdalenense juntou-se à figura humana a escultura de animais em miniatura. A cara ca ract cterí eríst stica ica mais ma is antiga antig a das da s pintu pin tura rass e d o s dese de senh nhos os consiste consiste no êxito de perceber o traço traç o mais sali salien ente te.. Os pri meiros g rava ra va dos' do s' aurignac aurignacens enses es invari invariàvel àvelment mentee estão de perfil, e em geral mostram somente as duas partes do lado visível. visível. Com o tempo, tem po, os artistas artistas também tamb ém aprenderam a sugerir posições e movimentos típicos, como o movimento de uma rena que abaixa a cabeça para pastar, a maneira pela qual um touro enfurecido agita a cauda ou pateia, a curva escrita escrita pelo extremo da tromba trom ba de um elefant elefante. e. Em geral, no Magdalenense desenhavam-se as quatro patas do animal, mas o perfil, apesar de seguir sendo o mais freqüen te e característico, já não é o único aspecto que se reproduz. Encontraram-se algumas pinturas de animais vistos de frente ou de trás, ou de uma rena com a cabeça voltada pa ra trás. trás. Tam bém existem alguns alguns rabiscos rab iscos que q ue parecem constituir constituir princípios princípio s de uma tent tentati ativa va de compos com posição ição.. O efeito de uma fila de renas se produz desenhando os pri meiros com algum detalhe e surgindo depois, os restantes com o rabisco de seus cornos. corno s. No período períod o Magdal Magdalene enense nse,, os artistas já não se satisfazem em delinear sempre cada animal animal com co m o uma unidade estática estática e solit solitária. ária. Procura Pro curam m representar, com certo êxito, os movimentos dos animais em vida, e talvez combinar vários dêles dentro de um quadro coerente ou sugerir um conjunto. Por esta época, também, alcançaram uma grande habili dade no manejo mane jo das côres. Os artist artistas as do período p eríodo Aurigna Aurigna cense e do Golutrense se limitavam aos efeitos monocrom os. Gravavam ou pintavam pintavam e algumas vêzes os acentua acentua vam, enchendo-os com pigmento. Mas, os melhores pinto pinto--
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Tes do Magdalenense — por exemplo, os que deixaram seus murais sôbre as paredes da famosa gruta de Altamira em Espanha — empregavam três ou quatro côres por sua vez, assim como as misturavam para produzir tons de transição. Não obstante os animais terem, provavelmente, cons tituído o tema de umas quatro-quintas partes dos exempla-
Pala Pa lafite fitess de indígenas indígen as polinésios polin ésios
res da arte paleolítica, e os sêres humanos a maior parte do resto, conhecem-se representações de plantas e desenhos de cora co rativ tivos os irreais. irreais. Êstes Êstes últimos últim os aparecem especialmente especialmente em fins do período Magdalenense, como se tratasse de uma preparação para a arte convencional, não realista, do perío do transicional Aziliense e do Neolítico.
Desen De senhos hos de homens da caverna cave rna
Do livro já publicado publicad o “ Filosofia e História da Cultu Cultu ra”, de Mário Ferreira dos Santos, reproduzimos as passa gens que seguem: “Não se pode deixar de considerar no progresso da téc nica, o emprêgo de objetos modelados pela natureza, pedras, conchas, para transformá-los em utensílios e ferramentas e,
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com êles, cavar, partir, martelar, fiar e modelar até as fer ramentas, de acôrdo com o que exigiam as necessidades e as habilidades do artesão. Acide Aci dente ntess felize fel izes, s, c o m o o d o f o g o e d o s alime ali ment ntos, os, e p o s teriormente o do vidro, permitiram transformações impor tante tantess do ambiente ambiente material material.. O uso do ferro meteórico, m eteórico, o emprêgo de fios cortantes, que têm certas conchas, são des cobertas humanas. A linha de dese de senv nvolv olvim imen ento to da civi ci vili liza zaçã çãoo humana hum ana en contra-se nos vales, aproveitando os caminhos naturais dos rios ou à beira do mar. O trabalho nas minas é um dos d os mais primitivos e tècnicamente ainda em nossos dias é realizado por meios primitivos. Só ultimamente tem êle tido um desenvolvimento téc nico elevado em alguns países. A neces ne cessid sidad adee de aliment alim entar ar obri ob rigg ou o h om em a caça ca çar, r, perseguir a caça, golpeá-la, firmar o olhar, ser hábil na construção de armadilhas, invadir, assim, na perseguição dos animais, as regiões de outros e com êles ter conflitos constantes. Nas selvas, aprendeu a tomar ôcas as árvores e trans formá-las em canoas, inventou o arco e a flecha, o mais efi caz dos instrumentos primitivos, inventou os dispositivos para fazer o fogo fo go,, cortou cor tou as árvores, inventou inventou a roda. Ao derrubar as árvores, deixou cair sementes no chão e com elas elas descobriu a agricul agricultura tura.. Nos campos camp os criou cabras e as vacas, e inventou as formas primitivas do fuso e do tear. A o rd rdee m e a segur seg uran ança ça das civili civ iliza zaçõ ções es agrí ag ríco cola la e da pastoril representam o progresso mais importante observa do no período perío do neolítico. A estabilida estabilidade de procurada procura da permitiu perm itiu que surgisse a vivenda, a comunidade permanente, uma vida de cooperação coope ração econômica e social. social. Posterior Posteriormente mente surgem os mercados, o intercâmbio. Êsses elementos da cultura primitiva nunca estão num equilíbrio equilíbrio completo. É o lavrador lavrador e o pastor que ocupam ocup am as posições mais importantes, e é a agricultura que oferece as modalidades principais da vida, tanto na religião como nos conhecimentos da época. As cultu cul turas ras de lavr la vrad ador ores es sofr so fria iam m c o m o s ataqu ata ques es v o razes dos caçadores e pastôres, que dilatavam seus territó-
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rios de caça, e em fases mais adiantadas começaram a exi gir tributos e a exercer o domínio sôbre tribos inteiras. Três culturas têm continuidade na história: as culturas pacíficas da tndia e a da China e a cultura urbana dos jude ju deus us.. As form fo rm a s pr pred edom omin inan ante tem m ente en te milita mi litare ress for fo r a m sem se m pr pree autodestruidoras. A E u rop ro p a é a regi re gião ão d o s caça ca çado dore res, s, e de con co n quis qu ista tado dore ress de homens. A pr prim imei eira ra ferra fe rram m enta en ta efici ef icien ente te pare pa rece ce ter te r sid si d o uma um a pedra tomada pela mão humana e transformada em martelo. O sílex sílex era com um no norte da Europa. Europ a. Ao partir-se partir-se,, forma fios cortantes e, por isso, foi aproveitado para fer rament ramenta. a. Com a ajuda do co m o de rena rena e pedras, extraí extraíaa do minério o sílex e, com o tempo, o martelo alcançou sua forma perfeita atual, no fim do período neolítico. Oferece a indústria mineira, desde os tempos primitivos, grandes sugestões para a formação das idéias humanas, mas tais aspectos que ultrapassam o âmbito dêste livro, não po derão ser examinados aqui. O trabalho nas minas é o mais penoso que se conhece. Os riscos são freqüentes, os desastres quatro vêzes mais numerosos num erosos que os de qualquer outra profissão. pro fissão. O mineiro vive num mundo estranho, de umidade, sombras, falta de ar, perigos. Não Nã o tem côres, côre s, luz diurna, diurna, formas, form as, mas apenas apenas matéria bruta, informe, terrivelmente a mesma. Em suas fases primitivas procurava o imprevisto, a for tuna que poderia surgir de um momento para outro ou a maior ma ior parte parte das vêzes vêzes o malôgro. As gerações de mineiros formaram formara m uma psicologia tôda espec especial ial.. Com as as descober descob er tas de uma maquinaria complicada de bombear água, venti lar a mina, com o aproveitamento da energia hidráulica pa ra acionar os grandes fomos, tomou-se necessário o emprê go de capital que não possuíam os primeiros trabalhadores. Desta forma, grandes capitais particulares começaram a ser aplicados na indústria da mineração oferecido por pa trões que não tomavam parte no trabalho, os quais, com o decorrer do tempo, foram apropriando-se plenamente da propriedade propried ade da mina e transformando os antigos antigos patrões trabalhadores em meros assalariados.
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No século XV, dá-se na Europa um grande desenvolvi mento da indústria mineira que, desde então, prosseguiu em ascensão. E agudizou a luta de classes. classes. O desenvolvimen to da indústria mineira atraiu o emprêgo de grandes capi tais, graças aos lucros fabulosos que oferecia, levando tam bém a conquista de outros territórios para explorarem as jazid ja zidas as miner mi nerais ais,, p rov ro v oca oc a n d o guerra gue rrass de conq co nquis uista ta.. Se considerarmos que a mineração é a base das guerras moder nas e que para manter os seus exércitos necessitam de no vas jazidas de mineral, vemos que os ciclos das guerras mo dernas é um verdadeiro círculo vicioso: precisa minas para fazer a guerra e faz guerras para ter as minas.
Trabalhadores hindus aproveitam a fôrça dos elefantes
E como a guerra é um consumo completo, porque é um consumo total, é ela antieconômica e tem custado mais ma les à humanidade do que benefícios aportou, tanto para ven cidos com o para os vencedores. vencedores. Tom amos am os aqui a humani humani dade num sentido amplo, não só a humanidade de uma de terminada época, como aquela que a sucederá. Nas guerras os homens empregaram esforços combina dos e reservas que, se fôssem utilizadas para benefício da humanidade, não para a sua destruição, outro seria o pano rama da vida.
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Embora seja uma verdade tão simples, não é facilmente compreendida nem aceita; por um lado, pela influência dos interêsses criados e, por outro, porque, dizem alguns, a guerra estimula estimula a criaçã cria çãoo de novos no vos inventos. Um estudo, porém, consciencioso, nos mostrará que grandes inventos não foram criados propriamente por causa da guerra, mas sim guardados para ela, para os momentos oportunos, por aquêles que tinham interêsses diretos naquela. O mineiro primitivo trabalhava para enriquecer, e o seu espírito impregnou o capitalismo e, assim como êste, sua concepção do valor é também meramente quantitativa. Entretanto, a conquista do ambiente por meio de má quinas, quinas, se deve à ação açã o do madereiro. A madeira se presta à manipulação e foi por isso o elemento que exerceu mais influência, e tomou-se a matéria-prima por excelência da produção. produ ção. O aproveitamento aproveitamento da madeira e das condições condiçõe s oferecidas pelas árvores serviu para os empregos mais di versos. Por ser um material material dúctil dúctil,, por se prestar a uma grande variedade técnica, foi possível construir, não só ins trumentos de trabalho, mas também casas, pontes primiti vas, defesas, estacas e combustível, permitindo, assim, que êle desenvolvesse a sua técnica e aproveitasse ainda mais as pedras pedras e os meta metais is.. Os tom to m os foram feitos de madeira” . #
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E prossegue: “ Grande é o papel da pilhagem na história. A pilha gem foi um dos meios de poupar trabalho e a guerra permi tiu obter mulheres, obter poder, sem o uso da inteligência. Ante estas esta s poss po ssib ibili ilida dade des, s, o caça ca çado dor, r, à p r o p o r ç ã o que qu e se desenvolvia, transformou-se em conquistador sistemático à procura de escravos, pilhagem, poder, terminando por fun dar um estado político com o monopólio do poder. O desenvolvimento da guerra foi dando, aos poucos, uma superioridade ao soldado, e pelo progresso técnico, a sua capacidade capacidade de matar foi fo i aumen aumentad tada. a. Dos povo s agríco las e pastôres, não cavaleiros, em geral pacíficos, desejosos d e cooperação amistosa, saíram os grandes pregadores da paz e ajuda mútua, como Moisés, Confúcio, Jesus, etc. O desenvolvimento da guerra forçava um desenvolvi mento da técnica e esta, por seu turno, a própria guerra.
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Os primeiros altos fornos construídos na Europa foram des tinados às fundições e à manufatura de material de guerra. A pr prim imei eira ra grand gra ndee indúst ind ústria ria organ org aniza izada da fo i pr preci ecisa same ment ntee a da guerra. guerra. Com o a guerra guerra e o exército são consumidores puros e oferecem maiores lucros às indústrias, como vemos exemplos extraordinários na História, levam à construção das grandes fábricas de armas, realizadas por Colbert na França, as de Gustavo Adolfo na Suécia, e as de Pedro o Grande, na Rússia, onde uma única fábrica empregava qua se 7.0 7.000 trabalhadores. trabalhadores. Pode-se Pode-se dizer que a primeira produ prod u ção em série, organizada tècnicamente, deu-se na fábrica de material de guerra. Isto vem salientar o valor da pilhagem como fator da História, por oferecer ela a aquisição de uma soma maior de bens à custa de outros, com um menor emprêgo de esforços.
Embarcaçã Em barcaçãoo de n egros eg ros africanos africa nos
Se nos recordarm os que Luís XIV XI V 'tinha 'tinha um exército de 100 mil soldados, e que o exército é um grande consumi dor, cujo consumo não é produtivo, podemos imaginar que procura extraordinária de mercadorias estandardizadas êle exigia. As nece ne cess ssida idade dess individ ind ividuai uaiss d o s gost go stos os eram era m p osto os toss de lado para atingir-se a uniformização, o que tinha fatalmente que levar à criação de uma indústria em série, já que o exér cito é um consumidor ideal, que tende a reduzir a zero o produto, e sendo todo-poderoso em suas exigências, as quais
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são destruídas mais ràpidamente que na vida pacífica, foi êle, por seu imenso desgaste, o estímulo da indústria mo derna. Se observarmos também a psicologia do militar, se con siderarmos as abstenções e as cruezas bestiais dos campos de batalha, os excessos praticados após as vitórias ou as batalhas, a exacerbação do erótico, o gasto descontrolado, o luxo, tudo isso tinha de provocar uma ampliação da pro dução. Num campo cam po de batalh batalhaa não se fazem restrições ao consumo. consum o. No decorrer decor rer da Idade Média Média os senhores senhores feudais e os grandes chefes militares procuraram, por todos os; meios aument aumentar ar o seu poder pod er à custa custa dos outros. Tal prática levou os imperadores a centralizar o poder num poder su perior, decorrendo decorre ndo daí a form ação açã o das côrtes. Estas, Estas, pe la necessidade da magnificência, capaz de impressionar aos menores, foram levadas levadas ao uso de um luxo desmedido. Os que se deixaram arrastar por êsse plano inclinado do luxo, acabaram por gastar mais do que podiam, terminando por comprometerem seus bens junto aos grandes banqueiros e mercadores, de quem obtinham empréstimos, acabando por se empobrecerem. A cons co nseq eqüê üênc ncia ia fo i a deca de cadê dênc ncia ia da class cla ssee domi do mina nant ntee e o domínio econômico de uma nova classe detentora do ca pital que, no século XVIII, já senhora do campo econômico,, tornou-se finalmente senhora do campo político, cujo sím bolo é a grande Revolução Francesa. Já havia a aristocracia, levada pelo luxo, a relacionar-se por meio de casamento, com os mercadores e fabricantes. Com a vitória econômica e política da burguesia, esta trans formou a classe aristocrática em subserviente, e permitiu que ela existisse enquanto não a prejudicou. Acos Ac ostu tum m ados ad os ao luxo lu xo e ao con co n sum su m o exage exa gera rado do,, a vitória, da burguesia trouxe como conseqüência um aumento exa gerado do consumo e da produção do que em parte se apro veitaram as classes inferiorizadas.”
O APARECIMENTO DA MOEDA NO MUNDO Desde milênios, a moeda definiu-se uma mercadoria in termediária, que serve para facilitar as permutas, uma vez que esta função não pode ser bem desempenhada por outra mercadoria mercad oria qualquer. qualquer. É preciso prec iso que a mercadoria mercad oria esco lhida reúna determinadas condições que a tomem de uso geral e como um denominador comum de outros valores. Assim, Ass im, p o d e m o s dizer diz er que qu e a m oed oe d a é um valo va lorr real que qu e o consentimento humano elegeu como intermediário para efe tuar as permutas. Desta Desta forma, form a, compreend compre endem emos os que a pri meira e principal função da moeda é facilitar o intercâm bio de mercadorias. Pois o intercâmbio, intercâmbio, as as trocas com os produtos entre si, eram muito difíceis e muitas vêzes impos síveis, e os produtos, que um povo dispunha, nem sempre interessavam ao outro, ou mesmo interessando, podiam não convir pelas exigências da troca, pela maleabilidade do pro duto ou pelo custo do seu transporte, e além disso era difí cil averiguar a relação direta no câmbio dos diversos pro dutos e ainda havia que acrescentar as muitas mercadorias que não eram divisíveis, ou se o eram, sua divisibilidade podia não adaptar-se às necessidades ou poder aquisitivo do que dessas mercadorias necessitasse. Garnier diz que o vocábulo — moeda — vem do verbo latino m oneo, one o, que significava significava advertir, advertir, aumentar, aumentar, que é o que a moeda realmente faz; pois, adverte o valor que tem a quantidade de coisas que se podem adquirir com ela, po rém a maioria dos autores dizem que o vocábulo vem de moneta, palavra latina que, segundo Branas, é derivada da cunhagem que tinha tinha lugar no tem plo de Juno Moneta. Ou tros julgam tratar-se de um adjetivo derivado do púnico — machanet ou ammachanet. ammachanet. Esta palavra aparece nas tetetradracmas, que circularam na Sicília nos séculos IV e V a. C.; C.; que significava significava acampamento, acampam ento, exército. Desta form a,
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moeda viria a ser uma corrupção latina da palavra que os gregos form aram do vocábulo semitico. Quando a humanidade, tendo crescido, compreendeu que não poderia viver enquistada em tribos, e levada por essa compreensão, reuniu-se em cidades, estados e nações; vendo que as permutas comerciais lhes tomava muito tem po, dando-lhe trabalho demais, resolveu criar um meio co mum para facilitar essas permutas. Convencionou-se que a mercadoria comum tivesse os seguintes predicados: 1.° — Conveniência para todos os indivíduos sem dis tinção. 2.° — , Fôsse Fôs se sempre sem pre procurada procu rada.. 3.° — Se mantivesse mantivesse sempre semp re no m esmo esm o nível. nível. Para is so deveria ser: a) útil por po r si si mesma, isto é, com valor próp rio e in dependente, intrínseco. b ) Incorruptível, Incorruptível, para que conservasse conservasse sempre o mes m o valor. valor. Naturalment Naturalmentee nem se cogitou cogi tou do papel moeda, que naquelas pristinas eras nem se conhecia. c ) Fôsse sumamente sumamente divisível divisível para que tivesse tivesse p ropo ro porr cionalidade em tôdas as permutas. d ) De fácil manejo ma nejo para evitar evitar dificuldades de pêso pês o e gastos de transporte. e) Que existissem existissem em tal tal quantidade que nem fôsse ex cessivamente exagerada ou demasiado pequena para com re lação aos que a tivessem de empregar. f ) Que pudesse receber facilmente a impressão impre ssão da ima gem da autoridade que a garantia para segurança de todos. Não sabemos qual foi o primeiro objeto empregado co m o moeda. Logo após a Idade de Pedra, Pedra, talv talvez ez fôra o fer ro; ao ferro deve ter sucedido o bronze, que não é um metal precisamente, mas uma liga de diversos. Possivelmente ês ses metais tiveram a forma de instrumentos — pás, enxadas, martelos — ou de armas — lanças, lanças, machados, machad os, espadas. espadas. Co mo nem todos desejassem êsses instrumentos ou armas, quer por possuí-los já, quer por desejarem dar ao metal ou
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tra forma ou aplicação, havendo, como havia, possibilidades de outros usos, os metais começaram a aparecer em lingo tes, tes, que eram devidamente devidamente pesados e contrastados. Como Com o os lingotes eram grandes demais para trocas familiares, foi necessário subdividi-los, e as peças isoladas tiveram seu iní cio. Ao princípio princ ípio tinha tinham m tôdas as form as geométricas, geométricas, p o rém, pouco a pouco tomaram a forma circular, com a efígie do governante, que as mandava fundir e cunhar. Hoje, podemos dizer que há certo fundamento na idéia geral de que o mundo é regido pelo dinheiro; as trocas, as vendas, vendas, a produ pro dução ção giram em tôrno tôrn o da moeda. moeda . Para Para evi denciarmos sua importância, basta lembrarmos que a des valorização da moeda de um país antecede à ruína do mes m o. A emissão de moedas, assim assim com co m o sua retenção, traz traz crises inevitáveis, que se fazem sentir em todo o comércio. Oportunamente, veremos como o problema é vim dos proble mas de mais difícil solução nos nossos dias. Muitas vêzes ficamos pensando que só nós temos preo cupações por causa do “vil metal”, como costumam chamá-lo os que o têm pouco; entretanto, até os povos primitivos, até selvagens, selvagens, eram escravos escra vos da moeda. Os indígenas indígenas das das ilhas de Jap (Carolinas) são devotos do deus-dinheiro, di vindade sumamente exigente, e que possui poderes absolu tos. A m oeda dêstes dêstes povo po voss consiste em uma pedra calc calcáárea, em forma de mó de moinho que'às vêzes atinge propor ções enormes. Quem tem uma pedra de moinho mo inho é milio nário. É óbvio que as pedras calcáreas não servem como moe das em tôda a parte, parte, nem serviriam serviriam a todos todo s os povos. pov os. An tigamente os caçadores serviam-se de peles como as de cas tor e búfalo na na América América do Norte. Norte. Os povos pov os pescadores do peixe, com co m o o bacalhau bacalhau em Terranova. Terranova. Entre os povo po voss que que povoaram a Grécia, Ásia Menor e Mesopotâmia era o gado de qualquer espécie. espécie. H omero om ero nos conta que a armadura armadura de Diógenes custou 9 bo is e a de Glauco 100. Os que se dedica vam à agricultura comerciavam com o trigo e daí originou o “dracma”; cacau na América Central, tabaco na Virgínia e Nova Inglaterra, e o açúcar em Maryland foram usados co mo moeda. Entre os povos primitivos, encontramos ainda hoje o sistema de trocas, antepassado do comércio atual, onde as mercadorias me rcadorias mencionadas tinham tinham largo curso. É claro que
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no mundo moderno essa moeda-produto, não seria viável ou por po r não ser divisí divisível vel ou por ocupar ocupa r muito luga lugar. r. Suponha mos que as companhias de aviação aceitassem bois, carnei ros ou galinhas em troca das suas passagens; deveriam ter enormes currais para receber o preço das passagens, e êstes deveriam ser esvaziados diariamente, para que no dia ime diato houvesse possibilidade de novo comércio. Embora o mundo tenha evoluído para a aceitação ecomércio com moedas garantidas por reservas metálicas, ainda há muitas regiões que utilizam as mais estranhas coi sas como moeda; por exemplo, na índia usam-se “cuaris”, que são conchas de mariscos e que se tomam incômodas pe lo seu ínfimo valor, pois, o mais das vêzes é necessário levar um carrinho de mão cheio delas para comprar os ingredien tes tes para uma só refeição. Em outras partes da da mesma ín dia, é o algodão em rama ou fiado, que corre como dinheiro. No Senegal e Abissínia, é a pólvora e especialmente o sal, que fazem de moeda. Balas Balas de chum bo tiveram tiveram liv livre re curso cu rso no Massachusetts Massachusetts e fusis na África. No Taiti e nas ilhas ilhas de Fiji é o óleo de de côco. côc o. Tôdas est estas as “ m oedas”, oedas ”, por seu pêso, volume, duração às vêzes curta demais, e possível deterioramento, não oferecem as vantagens de uma moeda metal. Entre os índios primitivos, encontramos ainda hoje o sistema sistema de trocas. Nossos Nosso s índios, índios, quando desejam trocar mercadorias com outra tribo, colocam-nas em determinado lugar. lugar. Se as mercad me rcadorias orias interessarem interessarem à outra tribo, trib o, esta deixa, no mesmo lugar, mercadorias suas que acham sufi cientes e compensativas compen sativas para tal tal troca. N o dia seguint seguintee vol tam, se interessar a troca, tomam os objetos deixados e par. tem. Se não nã o agrada, agrada, se a troca parece pa rece ser prejudicial, le vam o que tinham tinham trazido. trazido. Entretanto, nenhuma das par tes toca em nada da outra, a não ser depois de aceita a troca. Os weddas do Ceilão, como os singaleses, os sakayos de Perak, como os malaios e outros povos, praticam o comér cio mudo, depositando durante a noite, mel, cêra e caça, re colhendo na noite segu seguin inte te,, o que foi fo i dado em troca. Às vêzes, os selvagens desprezam objetos europeus, alguns de alto valor para nós, entretanto, sem nenhum valor para êles. No início, o homem trocava objeto por objeto, porém, com o tempo, foi surgindo a necessidade natural de um que servisse de medida comum para tôdas as trocas, e assim nasceu a moeda. moe da. Trata-s Trata-see de uma medida med ida divisionár divisionária, ia, co m
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O Touro Negro (Caverna, da Dordonha)
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valor. Encontramos Encontram os formas primitivas primitivas da moeda, inclus inclusive ive nos no s estágios mais rudimentares da existência humana. humana. Es tas matérias guardam íntima relação com o uso, e às vêzes são, por si mesmas, objetos de consumo. A m oeda oe da pecu pe cuár ária ia ( já conh co nhec ecid idaa entre en tre o s rom ro m anos an os,, de onde se origina esta palavra, de pecunia) é comum hoje em dia entre povos pastôres. A m oed oe d a mais ma is com co m u m n o m u n do é o sal, circ ci rcu u la na A fri fr i ca Setentrional, nas altas mesetas da Ásia, na Mongólia, e no interior interio r da China. China. N o arquipélago malaio até o óp io serve como moeda. Na época primitiva, a moeda predileta era o adômo pessoal, que o selvagem levava sôbre a pele para omamentar-s tar-se. e. Por Po r razões de segurança segurança e ao mesm o tempo temp o de vai dade, cada pessoa levava, em forma de adômo, quase todo seu haver, o que lhe servia para fazer compras, para lavar ofensas mediante uma indenização, e para comprar a paz. Os ornamentos empregados como dinheiro, especialmente em forma metálica, constituem, além disso, um precedente de nossas espécies monetárias; uma camponesa grega ou iu goslava, em nossos dias, em seu traje de festa, encarna ainda na atualidade, com seus ornamentos feitos de moeda, a pri mitiva equiparação entre estas e os ornamentos. Tôdas estas moedas tendem a converter-se em objetos situados fora do consu mo humano. A diwara, diwara, da Nova Bre Bre tanha, tanha, na Oceania, Oceania, trata-se trata-se de uma moed mo edaa de concha. conc ha. A mais interessante, entretanto, é a moeda da Nova Irlanda, que são minúsculas conchas do tamanho da cabeça de um alfinête e prêsas por um cordãozinho. Creso, rei da Lídia, famoso por seu poderio e riqueza, considerado um dos homens mais ricos do mundo, era pos suidor de uma grande fortuna em moedas. Mandara cunhar, para sua glória, discos de ouro e prata puros, que ostenta vam a efígie de um leão e a de um touro tour o selvagem. selvagem. Tratam Tratam--se de símbolos antigos, que representam a fôrça e a fertili dade, e muito comum no Oriente, e que às vêzes significa vam o poder dos reis, dos deuses e dos astros. Uma das mostras mais antigas de dinheiro é procedente d o império imp ério hitit hitita. a. Trata-se Trata-se de um lingote, lingote, no qual aparece uma estranha gravação com o nome de um rei.
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) a r i m a t l A ( o c i m ô r c i l o P o r u o T
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Até h o je enco en cont ntra ram m os divers div ersas as m ostr os tras as de dare da reik ikos os,, :moeda persa, na qual vem gravada a figura do rei com a co roa, símbolo de sua soberania, armado de arco e lança, em "traje de cerimônia. Antes Ant es d o s gr greg egos os,, poré po rém m , m oed oe d a e jóia jó ia confu co nfund ndiam iam-se -se.. Assim As sim enco en cont ntra ram m os d o s egíp eg ípci cios os m ostr os tras as de m oeda oe da,, que qu e ti nham nham o aspecto aspecto de jóia. Os favoritos do faraó, por po r exem plo, carregavam sua fortuna, em forma de moedas prêsas num colar. As m oeda oe dass gregas, greg as, c u jos jo s espé es péci cim m es tem te m os em grande gran de quantidade, quantidade, hoje ho je em dia, apresentam extrema extrema variedade. variedade. Até hoje não houve outro povo que apresentasse tanto gôsto na confecç con fecção ão das moedas, com o os gregos. gregos. Usava Usavam m na grava grava ção símbolos diversos como o leão, a tartaruga, o touro, es piga de trigo, figuras de deuses e heróis mitológicos. O problema proble ma da falsificação já era conhecido conhe cido então. então. Ar tesãos hábeis cobriam com uma fina película de prata uma peça de cobre. Era um trabalho trabalho tão bem feito, que só mesmes:mo um exame cuidadoso ou a quebra da moeda permitia descobrir desc obrir a fraude. fraude. É daí que vem o hábito de morder mo rder a moeda para ver se é verdadeira.
MOEDAS ATUAIS 0 problema da moeda é demasiado demasiado complexo para fins fins de comércio internacional porém simplíssimo na sua essên cia estritamente nacional, sempre que os governos saibam controlar as emissões de acôrdo com o lastro metálico, que disponham. Como curiosidade, cremos ser interessante darmos a se guir e em ordem alfabética os diversos monetários das na ções modernas: ALBÂ AL BÂN N IA — Gindar Gin dar div di v idid id idoo em 100 100 lek. le k. N om e adot ad otad adoo desde de sde 1927. Existem Existe m m oeda oe dass de ouro our o de 100 100, 20 e 10 gindar; de 5, 2, 1 e V bro nzee 25 2 gindar de prata. De bronz e 5 lek e l e meio me io lek em níquel níquel.. Bilh Bilhet etes es de Banco de 5, 5, 20 e 100 gindars. AT AT.TAMANHA — R eich ei chsm smar ark k divi di vidi dido do em 100 pfenn pfe nnige iges. s. Tem Te m moedas de ouro de 20 e 10 marcos; de prata 5, 3, 2, 1; duralumínio 50, 10 e 5 pfenniges e 2 e 1 pfenniges de bron br onze ze.. Os bilhetes bilh etes em curs cu rsoo são de 5, 5, 10 10, 20, 20, 50, 50, 10 100 e 1 000 marcos. ARGÉ AR GÉLIA LIA — M oeda oe da franc fra nces esa. a. Bilhet Bil hetes es de B anco an co da Arg Argéé lia de 5, 20, 100, 00 e 1.000 francos (franceses). ARGE AR GENT NTIN INA A — Pêso Pê so divi di vidi dido do em 100 100 cent ce ntav avos os.. M oeda oe dass de ouro de 5, 2, */a argentinos; não tem moedas de prata. De níquel existem de 1 pêso e 50 centavos, 20, 10 e 5 centavos. centa vos. Os bilhetes bilhete s de Banco Ban co são de d e 5, 5, 10 10, 50, 50, 10 100, 500 e 1.000 pesos. ÁUST ÁU STRI RIA A — Shillin Sh illingg que qu e se divi di vide de em 100 100 gr gros osch chen en.. Tem Te m moedas de ouro de 100 e 20 shiUings, de prata 2, 1 e Va shillings. Os bilhete bilh etess de Banc Ba ncoo são de 5, 10, 10, 20, 20, 50, 50, 10 100 e 1.000 shillings.
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BÉLGICA — F ranco belga subd ividido em 100 cents. Tinha, para o Congo o mesmo padrão, com a diferença que havia em circulação moedas de 5, 10 e 20 centésimos em níquel, e Va cent, em cob re. Na m etró pole , circu lam m oed as de 50 50 e 20 20 cents em prata, 5, 5, 2 e 1 de níquel. O s bilhetes têm os valôres de 5, 10, 50, 100, 500 e 1.000’ francos. BOLÍVIA — Bolívar com o submúltiplo de centavos (100). Circulam moedas de prata de 1 bolivar e de Va bolivar, ho je recolhid os para servir de lastro. lastro. É o dinheiro dinheiro m ais baixo do mundo. BRASIL — C ruzeiro ruzeiro dividido em 10 100 centavos. centavos. Nã o há cir culação nenhuma nenhuma antig antigaa em prata prata ou ou to. Estas ou foram recolhidas ou contrabandeadas para o Uruguai e Estados Unidos, que, depois de fundidos, cunhavam-nas de novo em pesos ou dólar dólares. es. Tem os moedas de cupro-níquel de 10, 20 e 50 centavos e 1 e 2 cruzeiros de aluníni ní nio. o. B ilhet ilh etes es de d e 1, 2, 5, 10, 10, 20, 50, 50, 100, 100, 200, 500 e 1.000 1.000 cruzeiros e o govêmo está a estudar a conveniência de emitir notas de Cr$ 5.000 e 10.000. BULGÁRIA — Lev (plural leva), que se divide em 100 sta* liniki (p lura lu rall stalinik stal inika). a). M oed as de o u ro de 10, 10, 20 e 10 100* leva, e 10 10 e 20 20 stalinika de bron ze. Os bilhetes têm valôyes de 200, 500, 1.000 e 5.000 leva. CANADÁ CANADÁ — Dólar D ólar canadense, dividido dividid o em 100 cents. Cir culam moedas de ouro de 5 e 10 dólares; 5, 10 e 20 cents de prata; uma moeda de níquel de 5 cents e uma de bronz e de valor de 1 cent. cent. É o país mais rico em bi lhetes, pois tem os de 1, 2, 4, 5, 10, 20, 50, 100, 1.000, 5.000 e 50.000 dólares. CHECOSLOVÁQUIA — C oroa de 100 kalery. M oedas dede5, 10 e 20 coroas; níquel de 1 coroa; 50, 25 e 10 kalery. CHILE CH ILE — Pêso co m 100 centavos. centa vos. Bilhetes de 1, 2, 5, 10, 20, 50, 100, 500 e 1.000 pesos. CHINA — D ólar chinês chinês — Chak Chak-L -Li. i. Atualmen Atualmente te só há bi lhetes de 1 e 2 dólares.
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COLÔMBIA — Pêso em 100 100 centavos. centavos. Tem m oedas de ou r o de 2 Vá, 5 e 10 p es os ; de pr prata ata de 1 pê so, so , 50, 50, 20 e 10 centav cen tavos, os, e de níquel níq uel 5, 2 e 1 centavo cen tavo.. Bilhetes Bilhet es de 1, 1, 2, 5, 10, 25 e 100 pesos. COSTA RICA — Cólon, divid ido em 100 centavos. Moedas Moe das de 50, 20 e 10 centavos, de prata. DINAMARCA — Kron e (c o ro a ), dividi dividida da em 100 100 ores. Cir culam moedas de 20 e 10 coroas de ouro, 2x 2 xh coroas e 10 ore de prat prata. a. As m oeda s de bron ze têm os valores de 5, 2 e 1. Os bilhetes de 1, 5, 10, 50, 100 e 500 kronen. EGITO — Libra egípcia, dividida em 100 piastras ou 1.000 m iliem o. Há m oeda oe dass de ouro ou ro de 1 e */a libra, de prata existem de 2, 5, 10 e 20 piastras, e de bronze 1, 2 e 10 miliemo. EQUADOR — Sucre Sucr e de 10 100 centavos. Circulam moe das de 50 centavos, 1 e 2 sucres em prata, de níquel 10 centavos cham ados ado s real e o meio me io real real de 5 centavos. Bilhetes de 5, 10, 50 e 100 sucres. ESPANHA — Peseta (diminutivo de pêso), dividida em 100 cêntimos. cêntim os. Tinha a Espanha m oeda s de ou ro de 10 10, 20, 25 e 100 pesetas, hoje escassíssimas, pois os republica nos espanhóis caíram na estultície de confiar quase toto o ou ro à Rússia, Rússia, que até até agora não o devolveu. Ha via moedas de prata de 1, 2 e 5 pesetas, recolhidas pelo general Franco para lastrear o papel-moeda, cujos bi lhetes lhete s sã o de 1, 1, 25, 25, 50, 50, 10 100, 500 500 e 1.000 pesetas. pesetas . As m oe das divisionárias são tôdas de uma liga muito má de alumínio e têm valor de 5, 10 e 25 cêntimos. ESTADOS UNIDOS — Dólar, dividid o em 100 cents. Moe das de ouro de 5, 10 e 20 dólares; V 2 2, 1,50 cents, 25, 10 (a dime) e 5 cents de prata; níquel de 5 cents; bronze e V» cents. Os bilhetes de Ba nco têm os valores de 1, 1, 2, 5, 10, 20, 50, 100, 500, 1.000, 5.000 e 10.000 dólares. ESTÔNIA — Sistema monetário russo.
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ETIÓPIA — Taleri (Thaler), moedas de prata que têm ou a efígie de Maria Tereza ou Menelik. Menelik. Qualquer outra efígie será rejeitada. A m oed a chama-se tam bém guerguerche, menelik ou piastra. piastra. Há uma m oeda de cobre, que é um milésimo de thaler, chamado besa. FINLÂND FINL ÂND IA — Markka co m 100 pennia, singular singular penni. Há m oed as de bron br on ze 1 penni, penn i, 5 e 10 10 pennia. Bilhetes de 5, 5, 10, 20, 50, 100 e 500 markka. FRANÇA FRANÇA — Franco (fra ncê s), com 100 cêntimos. cêntimos. Moeda de ou ro de 10 10, 20 e 10 100 franc os. A m oeda fo i reform a da em 1960, ficando o franco valendo 100 francos dos antigos. GRÉCIA — Dracm a, dividida em 100 leptas. Co m o deixa mos dito, a palavra teve sua origem no comércio do tri go que se fazia na antiga Grécia e significa “agarrar”, “ junta r” , “ rec olh er” . Moed as de ou ro de 10 10, 20, 50 e 100 dracmas de prata; 1, 2 e 5 leptas de cobre, e há m oeda oe dass de 1, 2, 10 10, 20 e 50 50 lepta. Os bilhetes bilhete s de B anco an co são os que mais variam em números, pois têm valores de 2,25, 3TV», 75, 375 e 700 dracmas. GUATEMALA — Quetzal, com 100 cêntimos, ou centavos. M oedas oed as de ou ro de 10, 10, 20 e 5 quetzals. De prata prat a há de 1, V */* de quetzal, quetz al, de c o b r e 25 25 e Va Va cents. cen ts. Os bi 2 e de */ lhetes eram os mais baixos em valor — 1, 2, 5 e 10 quetzals. HA ITI — Gourde com co m 100 piastras. piastras. Moed as de níquel de 5, 10 10 e 20 cents. cen ts. Bilhe Bi lhetes tes de 1, 2 e 10 10 gour go urde des. s. HONDURAS — Lempira ou pêso, equivalente ao dólar e co m o êle êle dividido. Moed as de p rata de um lempira e 50 cents, cents , bron br on ze de 1 e 2 cents. cen ts. Bilhetes Bilhe tes de 1, 5, 10, 20, 20, 50, 100 e 1.000 lempiras. HUNGRIA — Penga, que se se divide divide em 100 filer. Há mo e das de prata de 5, 2 e 1 pengar, níquel de 5, 10 e 20 filer. Bilhetes de 5, 10, 20, 200 e 1.000 penga. ÍNDIA — Rupia, que se divide em 15 annas annas e 64 pice. M oe das de pr prata ata .de 1, 2, 4 e 8 annas. Êste sistema sistem a m onetá on etá rio corr e no Ceilão, Ceilão, Mau rício, rício, Zanzibar, Zanzibar, Seichell Seichelles. es. Em
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Mom basa, a rupia divide-se divide-se em cem cents. Bilhetes de 1, 2, V 2 2, 5, 10, 50, 500 e 1.000 rupias. As mil rupias são chamadas 1 lakk, 100 lakks dão um crore, 100 crores, 1 mas. Desta form a, um lakk se escreve 100.0 100.000 00 cro re ou 1.000.000 de rupias. ÍNDIAS NEERLANDESAS — Indonésia — Corria o mesmo dinheiro da Holanda. INDOCHINA — hoje Viet-Nam e Viet-Mingh — Piastra, com 100 centavos. INGLATERRA — Libra ou Esterlina, que se divide em 20 shillings shillings e o shilling shilling em 12 pence. pence . M oedas co m diver dive r sos so s nom es. De ou ro 1, 2 e 5 libras, 10 shillings de pra ta chamado meio soberano, coroa de 5 shillings, duplo florim de 5 shillings, meia coroa de 2Va shillings, e o flo rim ri m de 5 shillings. shillings. Havia m oeda oe dass de bron br onze ze de 1, 1, Va e V * farthings, retiradas da circulação em novembro de 1960. ITÁL IA — Lira com co m 100 centessimos. Moed a m uito alter alteraa da com a inflação. IUGOSLÁVIA IUGOSLÁ VIA — Dinar de 10 100 paras. Moedas Mo edas de our o de 10 e 20 20 dinar din ars. s. De pr prata ata de d e 1, 2 e 5 dinars din ars e 50 paras par as;; b ronz ro nz e de 1, 1, 5 e 10 10 paras. para s. Bilhetes Bilh etes de 10, 10, 10 100 e 1.000 dinars. JAPÃO — Yen, dividido divid ido em 100 100 sen. sen. M oedas de our o de 5, 5, 10 e 20 yens, de prata 50 e 20 sen, níquel 5 sen, bronze 1 sen se n e 5 rixa. rixa . Bilh Bi lhet etes es de d e 1, 5, 10, 10, 20 e 100 100 yens. yens . LETÔNIA e LITUÂNIA — Sistema russo em ambos os paí ses. LUXEMBURG O — Franco — 100 cêntimos. Moe da de pra ta de 5, 10 e 20 francos; de níquel 1 franco, 50, 20, 10 e 5 cents. Bilhetes de 100 100 fra ncos nc os,, e Bônu Bô nuss da Caixa de Luxemburgo com os valores de 5, 10, 25, 215 e 500 fran cos. MARROCOS — Corre tôda moeda, especialmente dólares, pesetas e franco fra nco s. Há moedas moe das de 1, 1, 2, 5 e 10 10 (mou(mo uzoana) cent, de piastra.
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MÉXICO MÉ XICO — Pêso — 100 centavos. M oedas oeda s de o uro ur o de 2 Vá, 5, 10, 20, 20, de 1 pê so, so , 50, 50, 20 e 10 centav cen tavos os de d e prata. B i lhetes lhe tes d e 1, 1, 2, 5, 10, 10, 20, 50, 50, 100 100,, 500 500 e 1.000 1. 000 p esos es os.. E x is te a piastra mexicana, que é de ouro. MÔNACO — Sistema monetário francês. NEERDERLAND (HOLANDA) — Florin ou gulden, dividido em centavos. centavos. Moedas Mo edas de ou ro de 5 e 10 10 florins, de pra ta de 1 e 2Va florins, bronze de 2Va e U /2 cent. Bilhetes de 10, 20, 40, 60, 100, 200, 300 e 1.000 florins. NICARÁGU NICARÁGUA A — Córd oba de 10 100 centavos. centavos. Moedas de pra ta, 1 córdoba, 50, 20, 10 e 5 centavos, níquel 5 centavos; bronze bron ze de 1% . Bilhetes de 1, 5, 10 e 25 córdo cór doba ba s. NORUEGA — Krone (coroa) — 100 ore. PANAMÁ — Balbo Ba lboaa co m 100 cêntim cên timos. os. 10 e 20 balboas.
N otas de 1, 2Va, 5,
PARAGUAI — Guarani — 100 centavos. PÉRSIA — Kran, K ran, dividida dividida em 20 chakis. M oedas de ou ro de 1, 2 e 5 kran; prata de 10 e 5 chakis; níquel de 1 e 2 chakis. cha kis. Bilhe Bil hetes tes de 1, 2, 5, 10, 10, 20, 50 e 500 500 tom aans aa ns.. PERU — Sol S ol co m 100 centavos. Até 19 1921 existiu existiu a libra pe ruana, agora recolhida. POLÔNIA POLÔNIA — Zloty dividido dividido em 100 groezy (singular (singular groez). Moedas de 2, 5, 10 e 20 zloty de prata, divisionárias de bronze bro nze.. Bilhetes Bilhete s co m os valor v alores es de 1, 2, 5, 10 10, 20, 20, 50 e 500 zloty. PORTUG PORTUGAL AL — E scudo co m 100 centavos. A m oeda s portuguêsas variaram muito tanto em nome como em me tal. B ilhet ilh etes es de 1, 2, 5, 10, 10, 20, 50, 100 100,, 500 500 e 1.00 1 .0000 es cudos. ROMÂN IA — Leu (plural lei), lei ), dividido em 100 bani. Bi lhetes de 5, 10, 20, 50, 100, 500 e 1.000 lei.
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IRÚSSIA IRÚSSIA — Ru blo com co m 100 kopeks. kope ks. Moed as de prata de 10 10, 15, e 20 rublos; níquel de 1 rublo, 20, 15 e 10 kopeks. Bilhetes de 1, 2, 5, 10 e 25 rublos. SÃ O SALVADOR — C olón de 100 centavos. cen tavos. Moedas Moe das de ouro de 1, 2, 5, 10 e 20 colones; de prata 1 colón, 50 e 25 25 cen ce n ts. ts . B ilhe il hete tess de 1, 5, 10, 10, 20, 25, 50, 100 100 e 1.000 1.000 colones. íSÉRVIA — Sua m oed a é o bat, dividid div idid o em 100 setang. setang. Bilhetes de 5, 10, 20, 100 e 1.000 ticols. SINGAPURA — Dólar, que se divide em 2 shillings, 4 pence e 100 cents. M oedas oed as de prata pra ta de 1 e ÍVa dólar dó lar;; ní quel de 5; cobre de 1 penny. S ÍR IA — Libra síria dividida em 100 piastras. piastras. M oedas de 1, 2, 2, 10, 10, 20 e 50 50 p iast ia stra ras. s. B ilhe il hete tess de 1, 5, 10, 10, 20, 20, 50 50 e 100 libras. SUÉCIA — Sistema similar ao da Dinamarca e Noruega. «SUí «SUíCA CA — Fran co suíço, dividido em centésimos. Moedas de ouro de 10 e 20 francos; de 5, 2 e 1 franco e 50 cents de prata; níquel de 20 cents e 10 cents de cobre. TUNÍSIA — Sistema monetário francês, com a única dife rença de que o dinheiro da Tunísia era emitido pela Argé Ar gélia lia.. TURQUIA TURQ UIA — Libra turca co m 100 piastras. M oedas de ou ro de 500, 200, 100, 50 e 25 piastras; 10 e 5 de prata; 40, 40, 20, 20, 10 10 e 5 piastras piastra s de b ron zeze - Bilhetes co m valôres de 1, 5, 10, 50 e 100 libras e bônus de 5, 10, 25 e 50 piastras. URUGUAI — Pêso, que é subdividido em 100 centésimos. M oedas oed as de 1 pê so em prata, 50, 50, 20 e 10 10 centésim centé simos; os; br on ze de 2 e 1 cent ce ntés ésim im o. Bilhe Bi lhetes tes de 1, 5, 10 10, 50, 50, 10 100 e 500 pesos. "VATI "VATICANO CANO — Lira Lira (pr óp ria ) co m 100 centessimi. centessimi. Moedas de ouro de valor de 100 liras; de prata 5 e 10; níquel
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1 e 2 liras; bron ze 10 e 5 cent. A m oeda oe da do d o Vaticano Vat icano só serve para coleções numismáticas, embora tenham livre curso em Roma. VENE VE NEZU ZUEL ELA A — B oliv ol ivaa r em 100 100 cent ce ntav avos os.. M oeda oe dass de 5, 10, 10, 20, 20, 50 e 100 100 boliva bol ivares res.. De prata pra ta 1, 2, e 5; níquel níqu el e co b re 1, 2 e 5 cent. cen t. Bilhete Bilh etess de valôre valô ress 20, 20, 50, 50, 100, 100, 500 500 e 1.000 bolivares.
CAPÍTULO X UM POUCO DE HISTÓRIA A A ntro nt ropo polo logi gia, a, tal c o m o a E volu vo luçã çãoo a entende, ente nde, fun fu n damenta-se em períodos de tempo intermináveis e em fósseis ou mesmo fraude. fraude. Mencionamos o “ Homem Hom em de Piltdown”, Piltdown”, que foi chamado o “primeiro inglês” e acreditou-se por um tempo tivesse existido há 50.000 anos, até que a fraude foi descoberta como deixamos esclarecido. Na História, ou melhor, pré-história, há muitas nebli nas que vistas assim de longe — parecem dar razão aos antropologistas, pois, tanto no Egito, como nos países orien tais — Babilônia, índia, e a própria China — inventaram "m ilênios” ilênios ” que nenhuma nenhuma cronologia cron ologia conhece. Êsses Êsses países países sempre tiveram sua História dependendo da classe sacerdo tal, que a amoldava às suas pretensões e interêsses. Como na História dos povos primitivos está eivada de erros, superstições, lendas e tempos inexistentes, não é de estranhar que a História arqueológica e até a antropoló gica também o estejam. Cuvier, não o naturalista Francisco, mas o irmão do que nos interessamos, Jorge Leopoldo — que foi o fundador da Paleontologi Paleontologia, a, estudando os fósseis que no seu tempo eram o cavalo de batalha dos antropologistas, se não os re jeit je itoo u tod to d os, os , tam ta m bém bé m n ã o o s acei ac eito tou u sem pr prot otes esto to.. Êle é concludente conclud ente nesse assunto. Da mesma mesm a maneira que trata trata dos fósseis, tratou tratou da História. História. Esmiuçou Esm iuçou uns e outra e chegou à conclusão a que podemos chegar nós também, que uma ciência nas mãos de poucos interessados pode tomar rumos totalmente diversos dos que lhe convenham para uma boa orientação.
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Repetimos Repetim os que os sacerdotes da antiguid antiguidade ade deturpa ram a História para adaptá-la às suas lendas e interêsses. Os sacerdotes da Evolução fizeram o mesmo: adaptaram os fósseis à imaginação de cada um. A con co n fusã fu sãoo antr an trop opol ológ ógic icaa de que esta es tam m os a tratar trata r não nã o é coisa nova. Já nos tempos temp os de H eródot eró dotoo havi haviaa muita mis tura tura de idéi idéias as.. O próprio pró prio Heródoto H eródoto cria ter reconhecido re lações de figura e de côr entre os colchidienses e os egípcios; porém é infinitamente mais provável que os colchidienses negros, de que êle trata, fôssem uma colônia africana atraí da pelo comércio antigamente estabelecido entre a índia e a Europa pelo Oxua, o mar Cáspio e o Fase. Se no tempo do historiador Heródoto já se confundiam negros, a ponto de um homem sério, como o historiador mencionado, crer que eram todos de uma raça só, razão temos nós de insistir na existência de uma única raça que defendemos atrás. Para entendermos melhor as confusas informações dos antropologistas, vejamos como se escreveu a História de di versos povos, e como tudo, na Evolução, depende do tempo, retirado êste ou melhor, explicado na sua verdadeira exten são, a fantasia dos fósseis muito estrepitosamente. Os homens, que desejam atribuir aos continentes e ao estabelecimento das nações uma antiguidade muito remota, são para isso obrigados a recorrer aos hindus, aos caldeus e aos egípcios, três povos que com efeito parecem os mais antigamente civilizados da raça caucásica; porém três po vos extraordinàriamente semelhantes entre si, não só no temperamento, no clima e na natureza do território que ha bitavam, mas também na constituição política e religiosa que haviam adotado, e cuja autoridade esta mesma consti tuição deve tomar igualmente suspeitosa. »
Em todos os três povos, uma casta hereditária era ex clusivamente encarregada do depósito da religião, das leis e das ciências; em todos três esta casta tinha uma lingua gem alegórica e uma doutrina secreta; em todos três ela reservava para si o privilégio de ler e de explicar os livros sagrados; em todos três os conhecimentos tinham sido reve lados pelos mesmos deuses. Compreende-se o que a história poderia ser em tais mãos; porém sem nos darmos a grandes esforços de racio
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cínio, podemos sabê-lo de fato, examinando o que ela veio a ser na que subsiste ainda, destas três nações, entre os hindus. A verd ve rdad adee é que qu e os indian ind ianos os não nã o têm hist hi stór ória ia alguma. algum a. No meio de uma infinidade de livros de teologia mís tica ou de uma metafísica recôndita que os brâmanes pos suem, e que a engenhosa perseverança dos inglêses conse guiu decifrar, nada existe que possa instruir-nos com ordem sôbre a origem da sua nação e sôbre as vicissitudes da sua sociedade; êles pretendem até que a sua religião lhes proíbe conservar a memória do que se passa na idade atual, a idade da desgraça. Depois dos Vedas, primeiras obras reveladas e funda mento de tôda a crença dos indianos, a literatura dêste povo, assim como a dos gregos, começa por duas grandes epopéias: o Ramaira e o Mahabharata, mil vêzes mais grandioso que a Ilíada e a Odisséia, no seu maravilhoso, ainda que nelas se reconheçam também alguns rasgos de uma doutrina me tafísica do gênero daquelas que se conveio chamar sublimes. Os outros poemas, que com os dois primeiros constituem o grande corpo dos puranas, não são mais que lendas ou ro mances versificados, escritos em tempos e por autores dife rentes e não menos extravagantes em suas ficções do que os grandes poemas. poem as. Pensou-se Pensou-se reconhecer, reconhec er, em alguns alguns da queles escritos, fatos ou nomes de homens um tanto seme lhantes àqueles de que falaram os gregos e os latinos, e foi principalmente por estas semelhanças de nomes que o Sr. Wilfort tentou extrair dêstes puranas uma espécie de con cordância que descobre a cada linha a natureza hipotética das suas bases, e que de mais a mais não pode ser admi tida senão desprezando absolutamente as datas dadas pelos mesmos puranas. As listas list as d o s reis, que qu e o s pand pa ndito itoss o u dou do u tore to ress hindus hin dus pretenderam ter compilado daqueles puranas, nada mais são do que simples catálogos sem particularidades ou orna dos com circunstâncias absurdas, como eram as dos caldeus e egípcios, e como as que Erítemo e o gramático Saxon de ram para os povo po voss do norte. Estas listas listas estão muito longe longe de concordarem; nenhuma delas supõe nem história, nem registros, nem títulos; o seu mesmo fundamento pode ser imaginado pelos poetas, cujas obras lhes deram deram origem. Um dos panditos que as forneceu ao Sr. Wilfort conveio que êle
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enchia arbitràriamente com imaginários nomes os espaços entre os reis célebres, e confessava que os seus predecessores haviam haviam feito outro ou tro tanto. tanto. Se isto é verdadeiro a res peito das listas que hoje os ingleses obtêm, porque o não seria a respeito daquelas que Abou-Fazel deu como extraídas dos anais de Cachemira, e, que aliás, cheias de fábulas como são, não remontam senão a quatro mil e trezentos anos, en tre os quais mais de mil e duzentos estão cheios de nomes de príncipes, cujos reinados se acham indeterminados quan to à sua duração? Mesmo a era pela qual os indianos contam hoje os seus anos começa cinqüenta e sete anos antes de Jesus Cristo, e se funda no nome de um príncipe chamado Vicramaditjia ou Bickermadjit, que não contém êste nome senão por uma sorte de convenção, porque, segundo os sincronismos atri buídos a Vicramaditjia, colige-se ter havido ao menos três, e talvez até oito ou nove príncipes dêste nome, sendo to dos de lendas semelhantes, e que todos guerrearam com o príncipe chamado Saliwahanna, não se sabendo, porém, se aquêle ano cinqüenta e sete, antes de Jesus Cristo, é o do nascimento, do reinado, ou da morte do Vicramadijtia, de quem conserva o nome. Finalmente os livros mais autênticos dos indianos des mentem por caracteres intrínsecos e bem evidentes a anti guidade que êstes povo po voss lhes lhes atribuem. Os seus seus vedas, ou livros sagrados revelados, segundo êles, pelo próprio Brama desde a origem do mundo, e recompilados por Viasa (nome que não significa outra coisa senão coletor) no princípio da idade atual, se ajuizarmos pelo calendário que se lhe acha anexo, e a que êles referem, assim como pela posição dos coluros que êste calendário indica, podem remontar a três mil e duzentos anos, o que seria com pouca diferença a épo ca de Moisés. Moisés. Talvez Talvez mesm me smoo os que derem derem crédito ao que diz Megástenes, que no seu tempo os indianos não sabiam escrever, os que refletirem que nenhum dos antigos fêz men ção dêstes templos soberbos, dêstes imensos pagodes, monu mentos tão notáveis da religião dos Brâmanes, os que sou berem que as épocas das suas tábuas astronômicas foram calculadas muito tarde, e mal calculadas, e que os seus tra tados de astronomia são modernos, e com datas anteriores, queiram ainda diminuir muito esta pretendida antiguidade dos vedas.
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Contudo, no meio de tôdas as fábulas bramínicas, esca pam idéias, cuja concordância com o que resulta dos monu mentos históricos faz espantar. Assim Ass im,, a sua m itol it olog ogia ia cons co nsag agra ra as suces suc essiv sivas as destruidest ruições que sentiu a superfície do globo, e para o futuro deve sentir, e é somente a um pouco menos de cinco mil anos que êles fixam a última. última. Uma destas revoluções, revoluçõe s, que na ver dade se expõe infinitamente mais longe de nós, é descrita em têrmos quase correspondentes aos de Moisés. O Sr. Wilfort assegura mesmo que em outro aconteci mento desta mitologia, figura um personagem semelhante a Deucalião, na origem, no nome, nas aventuras, e até no no me e aventuras de seu pái. Uma coisa bem igualmente digna de notar-se é que nas listas dos reis, por mais áridas e pouco históricas que sejam, os indianos fixam o princípio dos seus soberanos humanos (os da raça do Sol e da Lua) em uma época que é quase a mesma em que Ctésias, numa lista inteiramente da mes ma natureza, faz começar os seus reis da Assíria (coisa de quatro mil anos antes do tempo presente). Êste deplorável estado de conhecimentos históricos de via ser o de um povo em que os sacerdotes, hereditários de um culto monstruoso em suas formas externas, e cruel em muitos dos seus preceitos, tinham só o privilégio de escre ver, de conserva cons ervarr e de explicar os livros; qualquer lenda feita para acreditar um lugar lugar de peregrinação, peregrina ção, invenções próprias a gravar mais profundamente o respeito pela sua casta, deveria nnteressá-los mais que tôdas as verdades his tóricas. tóricas . Entre as ciências podiam pod iam cultivar cultivar a astronomia, que lhes dava consideração como astrólogos, a mecânica, que os ajudava a levantar os monumentos, sinais do seu poder e objetos da veneração supersticiosa dos povos, a geometria, base da astronomia, como da mecânica, e auxi liar importante da agricultura naquelas vastas planícies de aluvião, que não se podiam tomar sadias e férteis senão por meio de numerosos canais; êles podiam animar as ar tes mecânicas ou químicas, que alimentavam o seu comér cio e concorriam ao seu luxo e ao de seus templos; porém deviam temer a história que ilumina os homens nas suas mútuas relações. O que vemos na índia, devemos esperar seja o mesmo em qualquer parte, onde raças sacerdotais, constituídas co-
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mo a dos brâmanes, estabelecidas em países semelhantes, se arrogavam arrogavam o mesmo mesm o império sôbre a massa do povo. po vo. As mesmas causas produzem os mesmos resultados, e com efei to, por pouco que se reflita sôbre os fragmentos que nos. restam das tradições egípcias e caldaicas, distingue-se que elas não eram mais históricas do que as dos indianos. Para ajuizar da natureza das crônicas, que os sacerdo tes egípcios pretendiam possuir, basta mencionar os extra tos que êles deram em tempos diferentes e a diferentes pessoas. Os de Sais, por exemplo, diziam a Sólon, coisa de cento e cinqüenta anos antes de Jesus Cristo, que, não sendo o Egito sujeito a dilúvios, êles tinham conservado não só seus próprios anais, mas também os dos outros povos; que a ci dade de Atenas e a de Sais tinham sido edificadas por Mi nerva; a primeira havia nove mil anos, a segunda não mais de oito mil, e a estas datas acrescentavam as fábulas tão conhecidas sôbre os Atlantes, sôbre a resistência que os an tigos atenienses opuseram às suas conquistas, assim como tôda a descrição romanesca da Atlântida, descrição em que se acham fatos e genealogias semelhantes às de todos os romanos mitológicos. Um século mais tarde, pelo ano quatrocentos e cinqüen ta, os sacerdotes de Mênfis fizeram a Heródoto narrações mui diferentes. diferentes. Menés, Menés, prim eiro rei do Egito, tinh tinha, a, segun segun do êles, construído Mênfis, e fechado o Nilo com diques, como se obras tais fôssem impossíveis ao primeiro rei de um país. Desde então, êles tinham tido trezentos tre zentos e trinta reis até Moéris, que reinava, segundo êles, novecentos anos antes da época em que falavam (mil trezentos e cinqüenta anos antes de Jesus Cristo). Depois dêstes reis veio Sesóstris, que dilatou as suas conquistas até à Colchida; e no total houve, até Setos, tre zentos e quarenta e um reis, e trezentos e quarenta e um sumos sacerdotes, em trezentas e quarenta e uma gerações, no espaço de onze mil trezentos e quarenta anos; e neste in tervalo, como para servir de garante à sua cronologia, os sacerdotes afirmavam que o Sol tinha nascido duas vêzes da parte do poente, sem que nada tivesse mudado no clima ou nas produções do país, e sem que nem então, nem antes, algum Deus se tivesse mostrado ou reinasse no Egito.
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A esta passa pa ssage gem m que, apesar ape sar de tôda tô dass as expl ex plic icaç açõe õess que se lhe tinha pretendido dar, provava uma tão grosseira ignorância em astronomia, acrescentavam a respeito de Sesóstris, Heleno, Rampsinite, e a respeito dos reis, que fize ram construir as pirâmides, assim como de um conquistador etíope, chamado Sabacos, contos inteiramente dignos do quadro em que figuravam. Os sacerdotes de Tebas fizeram mais, mostraram a Heródoto, e antes tinham mostrado a Hecateu, trezentos e quarenta e cinco colossos de pau representando outros tan tos grandes sacerdotes, que tinham sucedido um a outro de pai a filho, todos homens, todos nascidos um do outro, mas que tinham sido precedidos pelos deuses. Outros egípcios lhe disseram que haviam visto regis tros exatos, não só do reino dos homens, mas também dos deuses. deuses. Contavam dezessete dezessete mil anos desde Hércules até até Amásis, Amá sis, e quinze qui nze m il desd de sdee B aco. ac o. Pan tinha sido si do ante an teri rior or a Hércules. Evidentemen Evidentemente, te, aquêles aquêles homens tomavam tom avam por história alguma alegoria relativa à metafísica panteística, que, sem êles o saberem, formava a base da sua mitologia. Por Setos é que com eça em H eródoto eród oto uma história história algum tanto razoável, e, o que é digno dign o de notar-se, essa história principia por um fato concordante com os anais hebraicos, pela destruição do exército do rei da Assíria Senaqueribe; esta esta concordân conc ordância cia continua em Neco, e em Ho- ' fra, ou Apriés. Dois séculos depois de Heródoto (duzentos e sessenta anos antes antes de Jesu Jesuss Cristo), Ptolomeu Filadelfo, Filadelfo, príncipe de uma raça estrangeira, quis conhecer a história do país que os acontecimentos o tinham chamado para governar. Um sacerdote, Maneton, se se encarregou de lha escrever. Já não foi em registros em arquivos donde pretendeu extraíla, mas sim dos livros sagrados de Agatodemon, filho do segundo Hermes e pai de Tat, o qual a havia copiado das colunas erigidas antes do dilúvio por Tat, ou o primeiro Hermes, na terra Seriádica, Seriádica, e êste segundo Hermes, Herm es, êste Agat Ag atod odem emon on e êste Tat, são sã o pers pe rson onag agen enss de quem qu em abso ab solu luta ta mente ninguém havia falado antes, nem tampouco da terra Seriádica, nem das suas suas colunas. Êste Êste m esmo esm o dilúvio é um fato inteiramente desconhecido dos egípcios dos tempos an-
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teriores, e do qual Maneton não faz a menor menção no que nos resta das suas dinastias. O efeito assemelha-se à causa; não só tudo é cheio de absurdos, mas são absurdos próprios e impossíveis de re conciliar com os que sacerdotes mais antigos tinham con tado a Sólon e Heródoto. É Vulcano que principia a série dos reis divinos; êle reina nove mil anos, os deuses e os semideuses reinam mil novecentos e sessenta sessenta e um anos. Nem os nomes, nem as sucessões, nem as datas de Maneton, se assemelham com o que se publicou antes e depois dêle, e é necessário que êle tenha sido tão obscuro e tão confuso, como pouco de acôrdo com os outros, porque é impossível concordar entre si os extratos que dêle deram Josefo, Júlio Africano e Eusébio. Nem mesmo são conformes na soma de anos dos seus reis humanos. Segundo Júlio Africano, êles chegam a cinco cinc o mil cento e um, segundo Eusébio, a quatro mil setecentos e vin te e três, e segundo Sincelo, a três mil quinhentos e cin qüenta qüenta e cinco. Poder-s Poder-se-ia e-ia crer que a diferença de nomes nom es e das cifras procede dos copistas; porém Josefo cita exten samente uma passagem, cujas circunstâncias estão em con tradição manifesta com os extratos dos seus sucessores. Uma crônica, qualificada de antiga, e que uns julgam anterior, outros posterior a Maneton, dá ainda outros cál culos; a duração total dos seus reis é de trinta e seis mil quinhentos e vinte e cinco anos, nos quais o Sol reinou trin ta mil, os outros deuses três mil novecentos e quarenta e quatro, e os semideuses duzentos e dezessete; assim, não resta para os homens senão dois mil trezentos e trinta e nove anos, e não se conta dêles senão cento e treze gera ções, em lugar das trezentas e quarenta de Heródoto. Um sábio de outra ordem que não Maneton, o astrôno mo Eratóstenes, descobriu e publicou no tempo de Ptolomeu Evergeto, duzentos e quarenta anos antes de Jesus Cristo, uma lista particular de trinta e oito reis de Tebas, começando em Menés, e continuando por mil e vinte e qua tro anos; temos dela um extrato que Sincelo copiou de Apolodoro. lodo ro. Quase Quase nenhum dos nomes que nela se acham acham cor responde às outras listas. Diódoro foi ao Egito no tempo de Ptolomeu Auletes, no ano sessenta antes de Jesus Cristo, por conseqüência, dois séculos depois de Maneton, e quatro depois de Heródoto.
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Recolheu também da bôca dos sacerdotes a história do país e a recolheu de novo tôda diferente. Já então não foi Menés que edificou Mênfis, mas sim Uchoreu. Muito tempo temp o ante antess dêle, dêle, Busíris II tinh tinhaa cons co ns truído Tebas. Osimandias, oitavo avô de Uchoreu, foi senhor de Batriana, triana, onde acalmou acalmo u revoltas. Muito tempo tem po depois dep ois dêle, dêle, Sessóis fêz conquistas ainda ainda mais remotas; chegou até o Ganges Ganges e voltou volto u pela Cítia Cítia e pelo Tânais. Tânais. Infelizmente to dos êstes nomes de reis são desconhecidos de todos os his toriadores precedentes, e nenhum dos povos que êles haviam conquistado conservou dêles dêles a menor men or lembrança lembrança.. Quanto Quanto aos deuses e aos heróis, segundo Diódoro, reinaram dezoito mil anos, e os soberanos humanos quinze mil; quatrocentos e setenta e reis tinham sido egípcios, quatro etíopes, sem con tar os persas e os macedônios. As fábulas, fábulas, com co m que tudo se acha confundido, não cedem aliás em puerilidade às de Heródoto. No ano décimo-oitavo de Jesus Cristo, Germânico, so brinho de Tibério, atraído pelo desejo de conhecer as anti guidades desta célebre terra, foi ao Egito, com o risco de desagradar a um príncipe tão suspeitoso como era seu tio: subiu o Nilo e chegou chego u a Tebas. Já não foi fo i Sesóstris nem Osimandias, de que os sacerdotes lhe falaram como de um conquistador, conqu istador, mas sim Ramsés. À frente de setecentos mil homens tinha invadido a Líbia, a Etiópia, a Média, a Pérsia, a Bactriana, a Cítia, Ásia Menor e a Síria. Enfim, no famoso artigo de Plínio, sôbre os obeliscos, acham-se nomes de reis que não se vêem em outra parte: Sotiés, Mnevis, Zmarreus, Erafius, Mestirés, um Smenpserteus, teus, contemp conte mporân orâneo eo de Pitágoras, Pitágoras, etc. Um Ramsés, que se poderia acreditar ser o mesmo que Tamsés, é ali conside rado contemporâneo do cêrco de Tróia. Não ignoro que se tenha tentado conciliar aquelas lis tas, tas, supondo supo ndo que os reis tiveram muitos mu itos nomes. Quanto a mim, que não somente considero a contradição das diversas narrações, mas que noto mais que tudo a mistura de fatos reais atestados por grandes monumentos com extravagân cias pueris, parece-me infinitamente mais natural concluir que os sacredotes egípcios não tinham história alguma; que, inferiores ainda aos da índia, nem mesmo tinham fábulas de convenção e seguidas; que êles guardavam somente listas
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mais ou menos falazes de seus reis, e algumas memórias dos principais dêles, mormente daqueles que tinham tido cuida do de fazer inscrever os seus nomes nos templos e nas obras grandes que serviam de omato ao país; porém que estas memórias eram confusas; que não se fundavam senão na explicação tradicional que se dava às representações pin tadas ou esculpidas nos monumentos, explicações fundadas sòmente em inscrições hieroglíficas concebidas como aquela de que temos uma tradução em têrmos muito genéricos, e que, passando de bôca em bôca, se alteravam quanto às cir cunstâncias, à descrição dos que as comunicavam aos estran geiros; e que, por conseqüência, é impossível assentar algu ma proposição relativa à antiguidade dos continentes atuais sôbre fragmentos destas tradições, já tão incompletas em seu tempo e tornadas ininteligíveis na pena dos que no-las transmitiram. Se esta afirmação tivesse necessidade de outras provas, achar-se-iam na lista das obras sagradas de Hermes, que os sacerdotes egípcios levavam nas suas procissões solenes. Clemente de Alexandria as indica tôdas em número de qua renta e duas, e entre estas nem mesmo acha, como entre os brâmanes, uma epopéia ou um livro que tenha a pretensão de ser uma narrativa, e de fixar, de modo qualquer, alguma ação grande ou algum acontecimento. As belas be las invest inv estiga igaçõe çõess d o Sr. C ham ha m polio po lion n Júnior Jún ior,, e as suas pasmosas descobertas sôbre a língua dos hieróglifos confirma confir mam m estas estas conjeturas, longe de as as destruir. destruir. Êste Êste en genhoso antiquário leu em uma série de quadros hieroglí ficos do tempo de Abidos os apelidos de um certo número de reis postos em seguimento uns aos outros; e uma parte dêstes apelidos (os últimos dez) sendo achados em outros diversos monumentos, acompanhados dos nomes próprios, concluiu que são dos reis, que tinham aquêles nomes pró prios, o que lhe deu com pouca diferença os mesmos reis, e na mesma ordem daqueles de que Maneton compôs a sua décima-oitava dinastia, a que expulsou os povos pastores. Não obstante, a concordância não é completa; no quadro de Abi A bidd os falta fa ltam m seis sei s nom no m es, es , cont co ntid idos os na lista list a de Maneto Man eton; n; alguns não se assemelham; enfim, acha-se infelizmente uma lacuna antes do mais notável de todos, Ramsés, que parece ser o mesmo que o rei figurado em um grande número dos mais belos monumentos com os atributos de um grande con quistador. Seria êste, êste, confor con form m e o Sr. Champolion, Champ olion, na lista lista de Maneton, o Setos, chefe da décima-nona dinastia, o qual,
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com efeito, é indicado como poderoso em navios e cavala ria, e como tendo levado as suas armas a Chipre, à Média e à Pérsia. Pérsia. O Sr. Cham polion pensa, pensa, com co m Marsam e outros out ros muitos, que êste Ramsés ou êste Setos é o Sesóstris ou o Sessósis dos gregos; e esta opinião tem probabilidade no sentido que as representações das vitórias de Ramsés, provàvelmente ganhas sôbre os povos nômades vizinhos do Egi to, ou quando muito na Assíria, deram lugar a estas idéias fabulosas de imensas conquistas atribuídas a Sesóstris por alguma confusão qualquer; porém em Maneton é na décima-segunda dinastia, e não na décima-oitava, que está escrito um príncipe de nome Sesóstris, notado como conquistador da Ásia Ásia e da Trácia. E p or isso Marsan pretende que esta décima-segunda dinastia e a décima-oitava não fazem mais
Indígenas Indígen as polinésios
que uma. uma. Portanto, Maneton não nã o compreenderia compreen deria as listas listas que êle m esmo esm o copiasse. Finalmente, Finalmente, se admitíssemos adm itíssemos no todo, não só a verdade histórica do baixo-relêvo de Abidos, mas também a sua concordância ou com a parte das listas de Maneton, que parece corresponder-lhe, ou com as outras inscrições hieroglíficas já esta conseqüência que a preten dida décima-oitava dinastia, a primeira em que os antigos cronologistas começam a estar um pouco de acôrdo, é tam bém a primeira que tinha deixado nos monumentos vesti-
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gios da sua sua existê existênci ncia. a. M aneton po deria consu ltar êste do cumento e outros semelhantes, mas nem por isso é menos claro que uma lista, uma continuação de nomes ou de retra tos como os há em tôda parte, está bem longe de ser uma história. O que fica provado e conhecido a respeito dos indianos, o que acabamos de fazer tão verossímil a respeito dos habi tantes do vale do Nilo, não é também de presumir para com os vales vales do Eufrates Eufrates e d o Tigre? Estabelecidos Estabelecidos co m o os indianos e como os egípcios, sôbre uma grande escala de comércio, em vastas planícies, que êles tinham sido obriga dos a cortar com numerosos canais, educados como aquêles por sacerdotes hereditários, pretendidos depositários de li vros secretos, possuidores privilegiados das ciências, astró logos, construtores de pirâmides e de outros grandes monu m entos, nã o deviam tam bém ser semelhant semelhantes es a estoutros em ou tros po nto s essenciais? essenciais? N ão devia devia a sua história redu zir-se zir-se igualmente a lendas? Ou sam os quase asseverar que isto não só é provável, mas está demonstrado de fato. Homero nos fala ainda de um grande império na Alta Asi A sia. a. H e r ó d o t o n ã o a tr i b u i à s u p r e m a c ia d o s a s s í r i o s s e n ã o quinhentos e vinte e cinco anos de duração, e não remonta a sua origem senão a coisa de oito séculos antes dêle. Tendo estado em Babilônia e consultado os sacerdotes, nem mesmo soube o nome de Nino, como rei dos assírios, e só fàla dêle com ò p ai de Agron, prim eiro rei rei Heráclida Heráclida da Líbia Líbia.. Con tudo, êle o faz filho de Belo, tanto era desde então a con fusão nas recordações. Se trata de Semíramis, como de uma das rainhas que deixaram grandes monumentos em Babilô nia, não a coloca senão na sétima geração antes de Ciro. Helânico, contemporâneo de Heródoto, longe de admi tir que Semíramis construísse algumas obras em Babilônia, atribui a fundação desta cidade a Caldeus, décimo-quarto sucessor de Nino. T erósio, babilônio e sacerdote, que escrevia escrevia apenas apenas ce n to e vinte vinte anos depois de He ródo to, dá a Babilônia Babilônia uma antiguidade espantosa; porém a Nabucodonosor, príncipe relativamente muito moderno, é que êle atribui os seus prin cipais monumentos. No que respeita a Ciro próprio, príncipe tão célebre e cuja história deveria ser tão conhecida, tão popular, He ródoto,'que vivia cem anos depois dêle, confessa que já existi existiam am três op iniões diversas; diversas; e, co m efeito, sessenta sessenta anos
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mais tarde Xenofonto nos dá dêste príncipe uma biografia, inteiramente oposta à de Heródoto. Ctés Ct ésias ias,, quase contem conte m porâneo porân eo de Xenofon Xen ofonto, to, pret preten ende de-ter tirado dos arquivos reais dos medos uma cronologia, que atrasa mais de oitocentos anos a origem da monarquia assí ria, deixando mesmo à frente dos seus reis êste mesmo Nino,, filho de Belo, de quem Heródoto havia feito um Heráclida; e ao mesmo tempo atribui a Nino e a Semíramis conquistas no ocidente, de uma extensão absolutamente incompatível com a história judaica e egípcia daqueles tempos. Segundo Megástenes, foi Nabucodonosor que fêz estas, conquistas conq uistas incríveis. Êle Êle as levou pela Líbia até até à Espanha. Vê-se que n o tem te m po de Alexandre Alexa ndre,, N abu ab u cod co d onos on osor or havia in teiramente usurpado a reputação que Semíramis tinha tido no temp te mpoo de Artaxerxes. Mas pensar-se pensar-se-á -á sem dúvida dúv ida que Semíramis e Nabucodonosor tinham conquistado a Etiópia e a Líbia, quase como os egípcios faziam conquistas a índia e a Bactriana por Sesóstris e Osimandias. Que seria se examinássemos agora as diversas narrati vas a respeito de Sardanapalo, nas quais um sábio célebre julg ju lgou ou achar ach ar pr prov ovas as da existên exi stência cia de três trê s pr prín ínci cipe pess dêst dê stee nome, todos três vítimas de desgraças semelhantes; pouco mais ou menos como outro sábio encontra nas índias, pelo menos três Vicramaditjia, igualmente todos três heróis de iguais aventuras? Provavelmente por causa da pouca concordância de tô das estas relações é que Strabão entendeu poder dizer que a autoridade de Heródoto e de Ctésias não iguala a de Hesíodo ou de Hom ero. Também Tam bém Ct Ctés ésias ias não foi mais feliz em copistas que Maneton, e hoje é bem dificultoso concor dar os extratos que dêles nos deram Diódoro, Eusébio e Sin celo. Havendo tais incertezas no século quinto antes de Jesus Cristo, como se quer que Berósio pudesse esclarecê-las no terceiro? E pode dar-s dar-see mais crédito aos quatrocentos e trinta mil anos, que calculou antes do dilúvio, e aos trinta e cinco mil anos que calculou entre o dilúvio e Semíramis, do que aos registros de cento e cinqüenta mil anos, que se jact ja ctaa de ter cons co nsul ulta tado do?? Fala-se de obras levantadas em províncias distantes, e que continham o nome de Semíramis; pretende-se também ter visto na na Asia Asia Menor, na Trácia, colunas erigidas erigidas por po r
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Sesóstris; porém é desta maneira que hoje na Pérsia os mo numentos antigos, talvez mesmo algüns daqueles, contêm o nome de Roustan; que no Egito ou na Arábia êles contêm os nomes de José e de Salomão: é êste um costume antigo
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quinto, e que êles conheceram Eusébio. compreende-se que deveriam acomodar-se à sua cronologia e à da Bíblia. Moisés de Corena declara expressamente ter seguido os gregos, e vê-se que a sua história antiga é fundada em Ctésias. É, não obstante, certo que na Armênia existia a tradi ção do dilúvio muito antes da conversão dos habitatnes ao cristianismo, e a cidade, que, segundo Josefo, se chamava o Lugar da Descida, ainda existe ao pé do monte Ararat, e tem o nome de Nacidcevan, que com efeito tem aquela sig nificação. Diremos dos árabes, dos persas, dos turcos, dos mongóis, dos abexins de hoje, o mesmo que temos dito dos ar mênios. mên ios. Os seus livros antigos, antigos, se os tiveram, já não exis tem, êles não têm história antiga senão a que fizeram re centemente, e que modelaram pela Bíblia; assim, o que êles dizem do dilúvio é copiado do Gênesis, e não aumenta nada a autoridade dêste livro. Era curioso indagar qual seria, a êste respeito, a opinião dos antigos persas, antes de ser modificada pelas crenças cristãs e maometana. Achamo-las consignadas no seu Boudees ou Cosmogonia, obra do tempo de Sassânidas, porém evidentemente extraída ou traduzida de obras mais antigas, e que Anquetil de Perron achou entre os persas da índia. A dura du raçã çãoo total tot al d o m undo un do n ã o deve de ve ser se r mais ma is de doze do ze m il anos; desta maneira ainda ainda não pode po de ser muito mu ito antigo. antigo. A aparição de Cayoumortz (o homem touro, o primeiro ho mem) é precedida pela criação de uma grande água. Finalmente seria tão inútil pedir aos persas uma his tória séria dos tempos antigos como aos outros orientais; os magos não deixaram mais história do que os brâmanes ou os caldeus. caldeus. Para prova prov a é só estudar incertezas incertezas sôbre sô bre a época de Zoroastro. Zoroa stro. Preten Pretendede-se se mesm me smoo que a pouca pou ca histó ria que êles podiam ter, e que tinha relação com os Acmênides, sucessores de Ciro até Alexandre, foi de propósito alterada, conforme uma ordem oficial de um monarca Sassânida. Para achar datas autênticas do princípio dos impérios, e vestígios do grande dilúvio, é necessário, pois, ir até além dos do s grandes grandes desertos da Tartária. Tartária. Para o oriente e para o norte habita outra raça, cujas instituições e costumes di ferem tanto das nossas, como a sua figura e o seu tempe ramento. ramento. Fala Fala p or monossílabos, mo nossílabos, escreve em hieroglíficos
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arbitrários, tem só uma moral política sem religião, porque as superstições superstiçõe s de Fo lhe vieram dos do s indianos. A tez ama rela, as faces salientes, os olhos pequenos e oblíquos, a barba pouco abastecida, a fazem tão diferente de nós, que somos levados a crer que os seus antepassados escaparam à grande catástrofe por dois lados diversos; porém, seja o que fôr, êles adaptam o seu dilúvio, com pouca diferença, da mesma época que nós. O Chouking é o livro mais antigo dos chineses; afirma-se que fôra redigido por Confúcio com fragmentos de obras anteriores, há coisa de dois mil duzentos e cinqüenta anos. Duzentos anos mais tarde sucedeu, diz-se, a perseguição dos letrados e a destruição dos livros no tempo do imperador Chi-Ho Chi-Hoang angti ti,, que queria destruir os vestígios vestígios do govê go vêm mo feudal estabelecido estabe lecido na dinastia dinastia anterior à sua. sua. Quarenta Quarenta anos mais tarde, na dinastia que tinha derribado aquela a que pertencia Chi-Hoangti, uma parte do Chouking foi restituída de memória por um imperador chamado Iao, que êle nos representa ocupado em fazer escoar as águas, que tendo subido até o céu, ainda banham o sopé dos montes mais altos, cobriam os outeiros menos elevados, e tornavam im praticáveis as planícies. Êste Êste Iao, segundo segun do uns, data de qua tro mil cento e sessenta e três, segundo outros, de três mil novecent nove centos os e quarenta quarenta e três três anos antes antes do tempo tem po atual. atual. A variedade das opiniões a respeito desta época chega mesmo até duzentos e oitenta e quatro anos. Algum Alg umas as págin pá ginas as m ais ai s adiant adi antee most mo stra ra-se -se-n -nos os Yu, Yu , m i nistro e engenheiro, restabelecendo a corrente das águas, levantando diques, abrindo canais, e regulando os impostos de cada província em tôda a China, isto é, em um império de seiscentas léguas em todo sentido; porém a impossibili dade de semelhantes operações, depois de acontecimentos tais, bem mostra que se trata unicamente de um romance moral e político. Historiadores mais modernos acrescentaram uma suces são de imperadores imperad ores antes antes de Iao, mas com um tropel de circunstâncias fabulosas, sem ousarem assinar-lhes épocas fixas, fixas, variando sem cessar cessar entre si, si, mesm me smoo a respeito do seu número, e nomes, e sem que sejam aprovadas por todos os seus seus compatriotas. compa triotas. Foui, com corp co rpoo de serpe serpente, nte, cabeça de boi e dentes de tartaruga, os seus sucessores não menos monstruosos, são tão absurdos e exitiram tanto como o Encélado e Briareo.
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É possível que seja um simples acaso que dê um resul tado tão notável, e que faça remontar, com pouca diferença, a quarenta séculos a origem tradicional das monarquias as síria, síria, indiana e chinesa? As idéias de povo po voss que tiveram tão poucas relações entre si, cuja língua, religião e leis nada têm de comum, seriam conformes sôbre êste ponto, se não tivesse a vardade por base? Não buscaremos datas precisas nos americanos, que não tinham verdadeira escrita, e cujas tradições mais antigas não subiam senão a alguns séculos antes da chegada dos espanhóis e, não obstante, crê-se distinguir vestígios de um dilúvio nos seus grosseiros hierog líficos. Êles Êles têm seu Noé, ou seu Deucalião, assim como os indianos, os babilônios e os gregos. A raça ra ça negra ne gra n ão p o d e instr in struir uir-n -nos os sôb sô b re o que qu e p r o curamos, pôsto que todos os seus caracteres nos mostrem claramente que escapou à grande catástrofe em outro ponto diferente do em que escaparam as raças caucásicas e altaica, de quem talvez talvez estava estava separada desde muito mu ito tempo, temp o, quando aconteceu aquela catástrofe. Diz-se, porém, que se os povos antigos não nos deixa ram história, a sua longa existência em corpo de nação nem por isso é menos atestada pelos progressos que haviam feito na Astronomia; pelas observações, cuja data é fácil de assi nalar, e mesmo por monumentos ainda subsistentes, e que em si mesmos trazem datas. Assim, Ass im, a dura du raçã çãoo d o ano, an o, da mane ma neira ira que qu e o s e gíp gí p cios ci os supuseram tê-la determinado pelo nascer helíaco de Sírio, se acha ajustada em um período compreendido entre o ano 3.000 e o ano 1.000 antes de Jesus Cristo, período em que também caem as tradições de suas conquistas e da grande prosperidade prospe ridade do seu império. Esta exatidão prova prov a a que ponto êles tinham levado a precisão das suas observações, e faz sentir que êles se davam desde muito tempo a tais trabalhos. Para apreciar êste argumento é necessário que entre mos aqui em algumas explicações. O solstício é o momento do ano em que começa a en chente do Nilo, e o que os egípcios deveriam observar com mais atenção. Tendo-se Tendo-se feito na na origem, sôbre más obser obse r vações, um ano civil ou sagrado de trezentos e sessenta e cinco dias ao justo, quiseram conservá-lo por motivos su
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persticiosos, mesmo depois de conhecerem que não concor dava com o ano natural, ou trópico, e não trazia as estações nos mesmos mesm os dias. dias. Contudo, era êste ano trópico tróp ico que lhes lhes importava notar para se regularem n^s suas operações agrí colas. Deveriam, Deveriam, portanto, procura pro curarr no céu um sinal sinal apa rente da sua volta, e imaginaram que achariam êste sinal quando o Sol fôsse notável notável.. Desta Desta maneira m aneira se aplicar aplicaram, am, como quase todos os povos que começam nesta indagação, a observar o nascimento e o ocaso ocas o helíaco helíaco dos astros. astros. Sa bemos que escolheram particularmente o nascimento helíaco de Sírio, sem dúvida por causa da beleza da estrêla, e mor mente porque, nos tempos antigos, o nascimento de Sírio coincidia quase com o solstício, e, anunciando a inundação, era para êles o fenômeno mais importante dêste gênero. Por êsse motivo aconteceu mesmo que Sírio, debaixo do nome de Sotis, desempenhou o mais importante papel em tôda a sua mitologia, e nos seus ritos religiosos. Supondo, Supo ndo, pois, que a volta do nascer helíaco de Sírio e o ano trópico eram da mesma duração, e crendo finalmente reconhecer que esta duração era de trezentos e sessenta e cinco dias e um quarto, imaginaram um período depois do qual o ano trópico e o ano antigo, o ano sagrado de trezentos e sessenta e cinco dias somente, devessem voltar ao mesmo dia, período que, segundo êstes dados pouco exatos, era necessàriamente de mil quatrocentos e sessenta dêstes anos aperfeiçoados, a que deram o nome de anos de Sírio. Para ponto de partida dêste período, que chamaram ano sotíaco ou grande ano, tomaram um ano civil, de que o pri meiro dia era, ou tinha sido, também o de um nascimento helíaco de Sírio; e sabe-se, pelo testemunho positivo de Censorino, que um dêstes grandes anos tinha findado no ano 138 de Jesus Cristo, e o ano que o tinha precedido em 2782. Com efeito, pelos cálculos do Sr. Ideler conhece-se que Sírio nasceu heliacamente a 20 de julho do ano Juliano 139, dia que naquele ano correspondia ao primeiro de Tot, ou ao pri meiro dia do ano sagrado egípcio. Porém não somente a posição do Sol relativamente às estréias da eclíptica ou o ano sideral, não é a mesma que o ano trópico, por causa da precessão dos equinócios; o ano helíaco de uma estrêla, ou o período do seu nascimento he líaco, principalmente quando ela está afastada da eclíptica, difere também do ano sideral, e difere diversamente, segun do as latitudes dos lugares em que se faz a observação, o que é bastante singular, contudo, e o que já Bainbridge e
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o padre Petau fizeram observar, aconteceu por um concursp notável nas posições, que na latitude do Alto Egito, em certa época, e durante certo número de séculos, o ano de Sírio era realmente com muito pouca diferença de trezentos e ses senta e cinco dias e um quarto; de sorte que o nascimento helíaco desta estrêla voltou, com efeito, no mesmo dia do ano Juliano, a 20 de julho de 1322 antes e em 138 depois de Jesus Cristo. Desta coincidência efetiva naquela remota época, o Sr. Fourier, que verificou tôdas estas relações por meio de um grande trabalho e por cálculos novos, concluiu que sendo a duração do ano de Sírio tão perfeitamente conhecida dos egípcios, era necessário que êles a tivessem determinado por observações feitas durante muito tempo, e com muita exati dão, observações que ao menos subiam a dois mil e quinhen tos anos antes da nossa era, e que não poderiam fazer-se nem muito antes nem muito depois dêste intervalo de tem po. Êste resultado certamente seria muito notável, se fôsse diretamente e por observações feitas na própria estrêla Sí rio que êles tivessem tivessem fixado fixad o a duração dura ção do ano de Sírio; porém astrônomos experimentados afirmam que é impossí vel que o nascimento helíaco de uma estrêla tenha podido servir de base a observações exatas sôbre tal objeto, prin cipalmente em um clima onde o círculo do horizonte está sempre tão carregado de vapores que nas mais belas noites nunca se vê estrêla a alguns graus acima do horizonte, da segunda e terceira grandezas, e que o mesmo Sol, quando nasce e quando se põe, se acha inteiramente desfigurado. Êles sustentam que se a duração do ano não tivesse sido re conhecida de outro modo, podia haver engano de um ou dois dias. dias. Não duvidam, pois, que esta esta duração dura ção de trezentos e sessenta e três dias e um quarto não seja a do ano trópico, mal determinada pela observação da sombra ou pela do pon to em que o Sol se levantava cada dia, e identificada pela ignorância com o ano helíaco de Sírio; de sorte que seria um puro acaso que tivesse fixado com tanta certeza a du ração dêste para a época de que se trata. Talvez se julgue também que homens capazes de obser vações tão exatas, e que as tivessem continuado por tão lon go tempo, não tivessem dado a Sírio bastante importância, que lhe dedicassem um culto; porque teriam visto que as relações do seu nascimento com o ano trópico e com a en
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chente do Nilo não eram temporárias e não tinham lugar senão em uma latitude latitude determinada. Com efeito, segundo os cálculos do Sr. Ideler, em 2872 antes de Jesus Cristo, Sírio se fêz visível no Alto Egito no segundo dia depois do solstício; em 1322, no terceiro; e em 139 de Jesus Cristo a vinte e seis seis.. H oje oj e não nasce heliacamente senão mais de um mês depois do solstício. Os egípcios se se teriam, teriam, pois, li mitado a achar, com preferência, a época que trouxesse a coincidência do princípio do seu ano sagrado com o princí pio do verdadeiro ano tropical, e então reconhecessem que o seu grande período devia ser de mil quinhentos e oito anos sagrados, e não nã o de mil quatrocen qua trocentos tos e sessenta sessenta e um. Ora, Ora, não se acha certamente vestígio algum dêste período de mil quinhentos e oito anos na antiguidade. Em geral, pode haver defesa contra a idéia de que se os egípcios tiveram tão longas e tão sucessivas observações, e observações exatas, o seu discípulo Eudóxio, que entre êles estudou treze anos, teria levado à Grécia uma astronomia mais perfeita, cartas ou mapas do céu menos grosseiros e mais coerentes em suas diversas partes? Como não teria a precessão sido conhecida dos gregos senão pelas obras de Hiparco, se ela se achasse consignada nos registros dos egípcios e escrita em caracteres tão mani festos nos tetos dos seus templos? Finalmente, por que razão Ptolomeu, que escrevia no Egito, não se teria dignado servir-se de alguma das obser vações dos egípcios? Além Alé m dist di sto, o, H eró er ó d o to, to , que qu e viveu viv eu tan ta n to’ to ’ tem te m po co m êles, êles , não fala de modo algum das seis horas que acrescentavam no ano sagrado, nem do grande período sotíaco, que dêle resultava; pelo contrário, diz positivamente que, fazendo os egípcios o seu ano de trezentos e sessenta e cinco dias, as estaçõ estações es voltam voltam ao mesm o tempo, de mo do que no seu tempo parece que ainda não se suspeitava da necessidade do quarto de dia. dia. Hales, que tinh tinhaa visitado os sacerdotes sacerdo tes do Egito menos de um século antes de Heródoto, não fêz também co nhecer aos compatriotas senão um ano de trezentos e sessen ta e cinco dias sòmente; e se refletirmos que as colônias saídas do Egito, inil e quatrocentos anos, ou mil e quinhen tos anos antes de Jesus Cristo, os judeus, e os atenienses, todos de lá trouxeram o ano lunar, pensar-se-á talvez que o
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ano de trezentos e sessenta e cinco dias ainda não existia no Egito naqueles séculos remotos. Não ignoramos que Macróbio atribui aos egípcios um ano de trezentos e sessenta e cinco dias e um quarto; mas êste autor, comparativamente moderno, e muito posterior ao estabelecimento do ano fixo de Alexandria, pôde confundir as épocas. Diódo Dió doro ro e Strabão só aos tebanos dão um tal tal ano; não dizem que fôsse de uso geral, e mesmo não exis tiram senão muito tempo depois de Heródoto. Assim As sim o ano an o sotí so tíac aco, o, o gr gran ande de ano, ano , deve de veria ria ser se r uma um a invenção muito recente, pois que êle resulta da comparação do ano civil com o pretendido ano helíaco de Sírio, e esta é a razão por que dêle se não fala nas obras do segundo e terceiro séculos depois de Jesus Cristo, e porque só o Sin celo, no século IX, parece citar Maneton como tendo feito menção dêle. Por mais que se não queira, faz-se o mesmo conceito da ciência astronômica dos caldeus. Era natural pensar que um povo, que habitava vastas planícies, debaixo de um céu sempre puro, se inclinasse a observar o curso dos astros, mesmo desde a época em que ainda era errante, e em que os astros podiam dirigir as suas viagens durante a noite; porém desde quando eram êles astrônomos? e até onde le varam a Astronom Astr onom ia? É esta a questão. Querem que Calístenes tenha enviado a Aristóteles observações feitas por êles, e que subiriam a dois mil e duzentos anos antes de Jesus Jesus Cristo. Porém êste fato é só relatado po r Simplício, pelo que diz copiado de Porfírio, e seiscentos anos depois de Arist Ar istót ótel eles es.. Ar Arist istót ótele eless m esm es m o nada na da diz dêle, dêle , e nenhum nen hum verdadeiro astrônom astrôno m o em tal tal falou. Ptolomeu relat relataa e em prega dez observações de eclipses verdadeiramente feitas pelos caldeus, porém não vão além de Nabonassar (setecentos e vinte e um anos antes de Jesus Cristo); elas são gros seiras, e não exprimem o tempo senão em horas e meias horas, e a sombra em semidiâmetros ou quartos de diâme tro. Contudo, com co m o êles êles tinham tinham datas datas certas, certas, os caldeus caldeus deviam ter algum conhecimento da verdadeira duração do ano, e algum algum meio de medir o tempo. Parece Parece haverem haverem co nhecido o período de dezoito anos, que traz os eclipses da Lua pela mesma ordem, e que a simples inspeção dos seus registros devia prontamente dar-lhes; mas é constante que não sabiam nem explicar, nem predizer os eclipses do Sol.
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Por não ter entendido uma passagem de Josefo é que Casini, e, segundo êste, Bailly pretenderam nela achar um período luni-solar de seiscentos anos, que teria sido conhe cido pelos primeiros patriarcas. Assim, Ass im, tudo tu do leva a acre ac redi dita tarr que qu e a gr gran ande de rep re p u taçã ta çãoo dos caldeus lhes proveio em épocas modernas dos indignos sucessores, que com o mesmo nome vendiam em todo o im pério horóscopos e predições, e que a fim de ganharem mais crédito, atribuíam aos seus grosseiros antepassados a honra das descobertas dos gregos. Quanto aos indianos, todos sabem que Bailly, pensando que a época que serve de ponto de partida a algumas das suas tábuas astronômicas tinha sido efetivamente observa da, quis daí deduzir a prova da alta antiguidade da ciência neste povo, ou ao menos a da nação que lhe tivesse legado seus conhecimentos; porém por ém todo êste êste sistema sistema,, com co m tanto custo ideado, cai por si mesmo, hoje que está provado que aquela época foi adotada muito tarde sôbre cálculos feitos retrogradando, e cujo resultado era falso. O Sr. Bentley reconheceu que as tábuas de Tirvalour, nas quais se fundava principalmente a afirmação de Bailly, deveriam ser calculadas pelos anos de Jesus Cristo 1281 (há quinhentos e quarenta), e que o suria-sidanta, que os brâmanes reputam o seu mais antigo tratado científico de As tronomia, e que pretendem ser revelado há mais de vinte milhões de anos, não pode ter sido composto senão há coisa do setecentos e sessenta anos. Solstícios, equinócios indicados nos puranas e calculas dos segundo as posições que pareciam atribuir-lhes os sig nos do zodíaco indiano, tais como se cria conhecê-los, tinham parecido pare cido de uma espantosa espantosa antigui antiguidade. dade. Um estudo mais exato dêstes signos ou narcatróis mostrou recentemente ao Sr. Paravei, que unicamente se trata de solstícios de 1.200 anos antes antes de Jesus Jesus Cristo. Cristo. Aquêle autor auto r confessa confess a ao m es mo tempo que o lugar dêstes solstícios é tão grosseiramente determinado, que se não pode afiançar aquela determinação com co m a diferença de dois ou três séculos. Assim são os sols tícios de Eudóxio e os de Tceoukong. Está bem verificado que os indianos não observam, e não possuem instrumento algum algum para isso isso necessário. necessário. O Sr. Delambre na verdade reconhece com Brailly e Legentil que êles têm operações de cálculos, que, sem provar a anti
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guidade da sua Astronomia, ao menos mostram a sua ori ginalidade; e todavia não se pode conceder esta conclusão à sua esfera; porque, independentemente dos seus vinte e sete narcatróis ou casas lunares, que se assemelham às dos árabes, êles têm no zodíaco as mesmas doze constelações dos egípcios, dos caldeus e dos gregos; e se estivermos pelas asserções do Sr. Wilfort, as constelações dos indianos extrazodiacais também seriam as mesmas que as dos gregos e teriam nomes que apenas são leves alterações dos respecti vos nomes gregos. Atribu At ribui-se i-se a Iao Ia o a intr in trod odu u ção çã o da A stro st rono nom m ia na China. Êle enviou astrônomos, diz o Chouking, aos quatro pontos cardeais do seu império para examinar as estréias que pre sidiam às quatro estações, e para regular o que se faria em cada tempo do ano, como se fôsse necessário dispersarem-se para uma um a semelhante semelhante oper o peraçã ação. o. Coisa de duzentos anos mais tarde,, o Chouking trata de um eclipse do Sol, mas com circunstâncias ridículas, como em tôdas as fábulas desta espécie, porque se faz marchar um general e todo o exército chinês contra os astrônomos, porque o não tinham bem vaticinado; e sabe-se que mais de dois mil anos depois, os astrônomos chineses não tinham meio algum de predizer os eclipses do Sol. Em 1629 da nosa era, no tempo tem po da sua disputa com os jesuítas, nem mesmo sabiam calcular as sombras. Os verdadeiros eclipses, citados por Confúcio na sua crônica do reino de Lu, não começam senão mil e quatro centos anos depois daquele, em 776 antes de Jesus Cristo e apenas meio século mais alto que os dos caldeus re feridos por Ptolomeu; tanto é verdade que as nações, que escaparam ao mesmo tempo à destruição, chegaram tam bém pelo mesmo tempo, quando as circunstâncias eram se melhantes, melhantes, a um mesm mes m o grau de civilização. Ora, seria de se crer, segundo a identidade do nome dos astrônomos chi neses, diferentes reinados (segundo o Chouking parece que todos se chamavam Hi e Ho) que naquela época afastada a sua profissão era hereditária na China, assim como na índia, no Egito e Babilônia. A única ún ica obse ob serv rvaa ção çã o chinesa chin esa m ais antiga, que qu e em si p r ó pria não tem a prova da sua falsidade, seria a da sombra, feita por Teu-Kong, pelo ano de 1100 antes de Jesus Cristo; não obstante é pelo menos bastante grosseira.
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Assim, pode po dem m o s noss no ssos os leitore leit oress ajuizar que os argu mentos tirados de uma alta perfeição da Astronomia dos antigos povos não são mais concludentes em favor da exces siva antiguidade daqueles povos, do que as provas que êles mesmos imaginaram em seu abono. Porém ainda que esta Astronomia fôsse mais perfeita, que provaria ela? Têm-se Têm-se calculado calculado os progressos pro gressos que devia devia fazer uma ciência no seio de nações que não tinham outras ciências, em que a serenidade do céu, as necessidades da vida pastoril e agrícola, e a superstição faziam dos astros o objeto da geral contemplação; onde colégios de homens os mais respeitados tinham a seu cargo registrar os fenô menos interessantes e transmitir a sua memória: em que a hereditariedade de profissão fazia que os filhos fôssem des de o berço alimentados com os conhecimentos adquiridos por po r seus pais? Entre os numerosos nume rosos indivíduos, indivíduos, cuja ocupa ção única era a Astronomia, achou-se um ou dois espíritos geométricos; e tudo o que os povos antigos souberam pôde descobrir-se em alguns séculos. Lembremo-nos de que desde os caldeus a verdadeira AStronomia só teve duas idades, a da escola esc ola de Alexandria, que durou quatrocentos anos, e a nossa, que não é tão longa. Apenas a idade dos do s árabes fêz alguns pr progr ogress essos. os. Os ou tros séculos foram fora m nulos para ela. ela. Entre Entre Copérnico e o au tor da mecânica celeste não se passaram trezentos anos; e quer-se que os indianos tivessem necessidade de milhões de anos para chegarem às suas informes teorias? Tudo o que neste capítulo fica dito, foi História para os interessados nela, lenda para os continuadores e tremen da confusão para os que nos nossos dias tendem harmonizar o que os diferentes escritores nos transmitiram. A Antro An tropol pologi ogiaa tem muito mu ito que avançar nas ciências ciênc ias e como ciência se deseja desvendar pela evolução o enigma do “Homo sapiens”.
O TRANSFORMISMO CRISTÃO Reproduzimos estas palavras do famoso antropólogo católico padre Pierre Teilhardt de Chardin, da Companhia de Jesus, que em seu livro “L’Apparition de rhomme”, ao tratar do transformismo cristão, expõe os limites filosófi cos dessa concepção: “Quaisquer que sejam o lugar e o modo de ligação que se possam supor para o ramo humano sôbre o tronco dos Primatas, seja que o Homem se apóie, zoologicamente, sô bre os Tardios eocenos (como pensa Wood Jones), em tôda hipótese há um fato essencial sobressalente que procede da inspeção geral dos dados paleontológicos mais certos, e tor nemos a repeti-lo agora: “A unidade de estrutura (e, por tanto, a unidade do processo no crescimento) é que nos parece surpreendente, de cima para baixo, na série dos Pri matas, e o que nos obriga a aceitar a existência de um laço material (e, portanto, de uma história) que ligue a cadeia inteira. inteira.”” Não; nem por po r um azar azar nem p or um artifício do Criador, ao contemplar o Homem em sua presente organi zação, podemos dizer dêle, como de um edifício no qual se reconhecem os estilos das diferentes épocas: “Êste membro pendáctilo data do Devônico; êste tipo triangular dos den tes, e possivelmente o desenvolvimento do cérebro, remon tam-se ao Cretáceo; êste quarto bulho acessório nos mola res superiores foi introduzido no comêço do Eoceno; esta grande altura foi alcançada no Mioceno; êste pêlo do maxi lar pertence unicamente ao fim do Quaternário..." Há algo controlável e descritível que une os diferentes estágios estágios da configuração de nosso corpo. corp o. Aind Aindaa não com preendemos preendemo s muito bem a natu naturez rezaa dêste dêste laço físico. físico . Mas Mas sua existência está bem patente, e os paleontólogos lhe da rão, um dia, seu nome. No dia em que possamos dizer por que mecanismo e através de que estágios os Antropóides superiores seguiram aos Primatas, poderemos nos glorificar de haver esclareci do, por fim, o mistério do Homem?
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Sim e não. Sim, porque, ao advertirmos com mais urgência e mais precisão até onde depende profundamente nossa natureza das entranhas da Terra, faremos uma idéia melhor da uni dade orgânica do Universo; mediremos um pouco melhor o valor sagrado oculto sôbre o dom da vida; sentiremos com mais gravidade a responsabilidade de nossa liberdade, à qual está encomendada a missão de fazer que triunfe, definitiva mente, um esfôrço que dura, há milhões de anos. E não, porque, por muito poderosa que seja a História para dilatar a consciência que possamos ter do Mundo, é ela duplamente incapaz, por si mesma, de explicar-nos isto. É incapaz, primeiro, porque alinhar em longas séries (por completas que sejam), os estágios seguidos pelos sêres no curso de seu crescimento não é nada que nos ilumine sôbre as fôrça fôr çass secretas que animaram animaram êste êste desenvolvimento. E, em segundo lugar, é incapaz porque o caminho do Passado, no qual nos achamos incluídos, é precisamente um caminho em que os sêres não podem ser explicados. Instintivamente, imaginamos que, seguindo cada vez mais para cima o curso do tempo, nos aproximaremos da zona inteligí inteligível vel do Mundo. É um espelhismo. Em nenhuma parte são menos compreensíveis as coisas do que em seu princípio. Semelhant Semelhantee a um rio que se empobrece emp obrece gradual gradual mente e logo desaparece num lamaçal quando se chega á sua origem, o ser se atenua, logo se desvanece, enquanto intentamos dividi-lo cada vez mais minuciosamente no es paço ou (o que é o mesmo), fundi-lo cada vez mais profun damente damente no tempo. A magnitude magnitude do rio compreende-se em seu estuário, não em seu manancial. manancial. O segrêdo do d o Home H omem, m, analogamente, não se acha nos estágios já superados da sua vida embrionária (ontogênica ou filogênica); está na na tureza espiritual da alma. alma. Pois bem: bem : esta alma, alma, tôda sín tese em sua atividade, escapa à Ciência, que tem por essên cia analisar as coisas em seus elementos e em seus antece dentes materiais. Enganam-se por completo aquêles que imaginam mate rializar rializar o Home Ho mem m ao encontrar-lhe raízes raízes cada vez vez mais aprofundadas e numerosas na na Terra. Terra. Longe de suprimir ò espírito, misturam-no ao mundo como um fermento. Não façamos o jôgo desta gente, crendo, como êles, que, para que um ser venha do céu, é necessário que ignoremos as condições temporais de sua origem.”
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