Coleção Fábulas Bíblicas Volume 32
BÍBLIA SAGRADA
PURO LIXO Mitologia e Superstição Judaico-cristã
Este livro, a Bíblia, tem perseguido até a morte, os mais inteligentes, os melhores. Este livro obstruiu e dificultou o progresso da espécie humana. Há qualquer coisa neste livro que seja de algum benefício para o homem? Eu ataco este livro porque ele é inimigo da liberdade, a maior obstrução ao progresso da humanidade. Robert Green Ingersoll (1894)
JL
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Sumário Introdução .................................................................................. 5 1 - Leia a Bíblia >>> .................................................................. 10 2 - Sobre a Bíblia Sagrada .......................................................... 17 1 - A origem da Bíblia ........................................................... 18 2 - Seria o Velho Testamento “inspirado”? ............................... 21 3 - Os dez mandamentos ...................................................... 25 4 - Qual o valor de tudo isso? ................................................ 30 5 - Jeová é o Deus do amor? ................................................. 42 6 - A administração de Jeová ................................................. 43 7 - O Novo Testamento......................................................... 45 8 - A filosofia de Cristo ......................................................... 56 9 - Cristo é um exemplo para nós? ......................................... 60 10 - Por que deveríamos colocar Cristo acima da espécie humana? ............................................................................ 61 11 - Inspiração .................................................................... 64 12 - A verdadeira Bíblia ........................................................ 68 3 - Pense sobre a verdadeira “Palavra de Deus” ............................. 70 Diversas categorias de Bíblias ................................................ 70 1 - Velho Testamento ........................................................... 71 2 - Escritos perdidos do Novo Testamento, mas mencionados. ... 72 3 - Os livros da Apócrifos Bíblia (Escritos do Velho Testamento) . 72 4 - Escrito eliminado do Novo Testamento, mas mencionado. ..... 73 5 - Textos perdidos, mas mencionados em História Eclesiástica .. 73 6 - Algumas destes podem ser referência nos escritos de Marcião, 150 d.C., e Muratória, 170 d.C............................................... 74 7 - Escritos Apócrifos que não mais existem ............................ 74 8 - Modernas descobertas de textos considerados totalmente perdidos ............................................................................. 76 4 - Versões da bíblia >>> ........................................................... 78 As Bíblias mais antigas, os códices ......................................... 78 1 - Em Hebraico ..................................................................... 80 2 - Em Aramaico ..................................................................... 81 3 - Em Grego ......................................................................... 81
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Em Em Em Em Em Em
Latim: ......................................................................... 82 Siríaco ........................................................................ 83 Copta, armênio e outros idiomas..................................... 85 inglês.......................................................................... 87 Alemão ....................................................................... 87 Espanhol ..................................................................... 88
5 - O mais famoso conto do mundo .............................................. 89 1 - David e Salomão ............................................................. 91 2 - Judá.............................................................................. 93 3 - A invasão de Judá ........................................................... 94 6 - Ressurreição dos mortos - Plágio do paganismo ........................ 97 7 - Mais bobagens do Cristianismo >>> ...................................... 106 Mais conteúdo recomendado ............................................... 107 Livros recomendados .......................................................... 108 Fontes: ............................................................................ 117
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Introdução Não existe “A Bíblia”, mas uma interminável quantidade de versões e edições modificadas, revisadas, corrigidas, fiel etc. Isto por si só já elimina a tal “inspiração” divina, que hoje é mais motivo de piada que qualquer outra coisa. Só para começar a complicar, se “a Bíblia” é realmente inspirada por Deus, qual destas é a inspiração divina? 1. A Bíblia do judaísmo rabinista e do judaísmo caraíta, possui 39 livros. 2. A Bíblia do judaísmo ebionita, possui 40 livros. 3. A Bíblia da igreja ortodoxa síria contém 61 livros. 4. A Bíblia do protestantismo contém 66 livros. 5. A Bíblia da igreja católica romana, contém 73/75 livros. 6. A Bíblia da igreja ortodoxa grega, contém 80 livros. 7. A Bíblia da igreja ortodoxa etíope, contém 91 livros Aqui listamos apenas as principais usadas atualmente, porque se incluirmos as edições antigas a lista ficará bem maior (leia mais adiante em Versões da Bíblia). Agora responda com sinceridade: quem vai acreditar ou ter a coragem de defender um livro que prega que o Sol gira em torno da Terra? E não adianta reclamar, este é um fato “científico bíblico” amplamente pregado pelos cristãos até o século 19. Somente com o surgimento da ciência moderna – que devastou os mitos bobos da Bíblia - é que os cristãos entraram em pânico e começaram a inventar interpretações aos borbotões, para tentar convencer-nos de que as asneiras da Bíblia eram outra coisa e não simplesmente asneiras escritas por ignorantes da idade do bronze.
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Não adianta inventar interpretações, pois o geocentrismo foi defendido e pregado pelos cristãos até praticamente o século 20. Parece que eles ainda tinham esperança de que a ciência estaria errada e a Bíblia certa. Bem, a Bíblia estava errada nisto e em tudo que alega ser inspiração divina, o que faz de Deus um analfabeto literal. Não há nada a fazer quanto a isto, exceto inventar milhões de interpretações engraçadas para as asneiras ridículas ditas por “Deus”.
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Modelo geocêntrico segundo Bartolomeu Velho, 1568.
Veja algumas provas do pensamento científico bíblico em pleno século 17: 1 - Decisão da Igreja Católica contra Galileu Galilei, 1616. “A doutrina de que a Terra não é o centro do universo, nem imóvel, mas move-se inclusive com uma rotação diária, é absurda, tanto filosoficamente como teologicamente falsa, e no mínimo um erro de fé.” 2 – Cardeal Bellarmino, 1615, durante o julgamento de Galileu
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“Afirmar que a terra gira em torno do sol é tão errôneo quanto afirmar que Jesus não nasceu de uma virgem”. 3 - Decreto de condenação da obra de Copérnico, 05 de março de 1616. “... Também chegou ao conhecimento desta congregação que a doutrina de Pitágoras - que é falsa e totalmente contrária à Sagrada Escritura – sobre o movimento da terra e da imobilidade do sol, que também é ensinado por Nicolaus Copernicus em “De Revolutionibus orbium coelestium”, e por Diego de Zuniga em “Sobre Jó”, está agora se espalhando no exterior e sendo aceita por muitos... Portanto, para que esta opinião não possa insinuar-se em maior profundidade em detrimento da verdade católica, a Sagrada Congregação decretou que a obra já referida de Nicolaus Copernicus “De Revolutionibus Orbium”, e a de Diego Zuniga, ”Sobre Jó”, sejam suspensas até que sejam corrigidas”. Aqui não adianta inventar interpretações. Por 17 séculos os cristãos ensinaram que o Sol gira em torno da Terra com base na palavra de Deus. E o pai (antissemita e inspirador de Hitler) dos protestantes também pensava da mesma forma: 4 - Martinho Lutero em um de seus “Table Talks”, 1539. “As pessoas deram ouvidos a um astrólogo novato (Copérnico) que lutou para provar que a terra é que gira, não os céus ou o firmamento, o sol e a lua… Este louco quer contrariar toda a ciência da astronomia. MAS AS SAGRADAS ESCRITURAS NOS DIZEM (Josué 10:13) QUE JOSUÉ ORDENOU QUE O SOL PARASSE E NÃO A TERRA”.
Aqui não resta a menor dúvida de que o geocentrismo era aceito incondicionalmente como conhecimendo científico divinamente inspirado pelo Espírito santo. Não há o que discutir. 8
O mais lamentável é que queimavam vivo quem tivesse o atrevimento de contrariar esta ciência divina maravilhosa. Em pleno século 18, os cristãos ainda assassinavam pessoas por exercer o seu livre-arbítrio, sua liberdade religiosa, de opinião e de pensamento. E faziam isso somente para defender asneiras como estas, que seriam a palavra perfeita e inerrante de Deus. O Deus que não sabia que é a Terra que gira e que a Lua não tem luz própria como o Sol, apesar de ter criado tudo.
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1 - Leia a Bíblia >>>
Imagine que nós somos bons amigos. Um dia eu te digo:
— Nossa! Você não vai acreditar no livro que eu estou lendo! — Sobre o que é? — É um manual para ter uma vida melhor. É também um guia para se criar uma sociedade melhor para nós mesmo e nossas crianças. Isto mudou a minha vida! — O livro parece ser muito importante. Quem escreveu? — Parece que o autor é a pessoa mais inteligente do universo. — Isso é maravilhoso! Se o autor é a pessoa mais inteligente do universo, o livro deve ser absolutamente brilhante. Mal posso esperar para lê-lo. Você tem uma cópia com você?
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— Mas é claro! Eu o carrego comigo aonde quer que eu vá! Aqui, dê uma olhada você mesmo…
Você abre o livro numa página aleatória e encontra isto: Levítico 20 1.Disse mais o Senhor a Moisés: 2.Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer dos filhos de Israel, ou dos estrangeiros peregrinos em Israel, que der de seus filhos a Moloque, certamente será morto; o povo da terra o apedrejará. 3.Eu porei o meu rosto contra esse homem, e o extirparei do meio do seu povo; porquanto eu de seus filhos a Moloque, assim contaminando o meu santuário e profanando o meu santo nome. 4.E, se o povo da terra de alguma maneira esconder os olhos para não ver esse homem, quando der de seus filhos a Moloque, e não matar, 5.eu porei o meu rosto contra esse homem, e contra a sua família, e o extirparei do meio do seu povo, bem como a todos os que forem após ele, prostituindo-se após Moloque. 6.Quanto aquele que se voltar para os que consultam os mortos e para os feiticeiros, prostituindo-se após eles, porei o meu rosto contra aquele homem, e o extirparei do meio do seu povo. 7.Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus. 8.Guardai os meus estatutos, e cumpri-os. Eu sou o Senhor, que vos santifico. 9.Qualquer que amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente será morto; amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue será sobre ele. 10.O homem que adulterar com a mulher de outro, sim, aquele que adulterar com a mulher do seu próximo, certamente será morto, tanto o adúltero, como a adúltera. 11.O homem que se deitar com a mulher de seu pai terá descoberto a nudez de seu pai; ambos os adúlteros certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles. 12.Se um homem se deitar com a sua nora, ambos certamente serão mortos; cometeram uma confusão; o seu sangue será sobre eles. 13.Se um homem se deitar com outro homem,
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como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação; certamente serão mortos; o seu sangue será sobre eles.
Você não sabe o que dizer. Você olha pra mim e diz:
— Eu pensei que você tinha dito que este livro foi escrito pela pessoa mais inteligente do universo. Se nós formos fazer tudo o que o autor diz, teremos que matar metade das pessoas do país. Deveríamos matar cada um que amaldiçoou seu pai ou mãe, todo mundo que cometeu adultério, e cada homossexual. — Bem, este é o Velho Testamento, sabe? O livro na verdade são dois, e a parte “velha” do livro não conta de verdade. — Está me dizendo que a pessoa mais inteligente do universo uma vez queria que matássemos cada adúltero e homossexual, mas então mudou de ideia? E isso ajuda em alguma coisa? Se a “parte velha” não conta mais, então porque você passou quando eu pedi para ver o livro? — Bem, partes desse livro contam. — Você não acabou de dizer que não contava?
Então você abre o livro em outra página qualquer e encontra isto: Êxodo 21 2.quando comprares um escravo hebreu, ele servirá seis anos; no sétimo sairá livre, sem pagar nada. 3.Se entrou sozinho, sozinho sairá; se tiver mulher, sua mulher partirá com ele. 4.Mas, se foi o seu senhor que lhe deu uma mulher, e esta deu à luz filhos e filhas, a mulher e seus filhos serão propriedade do senhor, e ele partirá sozinho. 5.Porém, se o escravo disser: ‘Eu amo meu senhor, minha mulher e meus filhos; não quero ser alforriado’, 6.seu senhor o levará
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então diante de Deus e o fará aproximar-se do batente ou da ombreira da porta, e furar-lhe-á a orelha com uma sovela; desta sorte o escravo estará para sempre a seu serviço. 7.Se um homem tiver vendido sua filha para ser escrava, ela não sairá em liberdade nas mesmas condições que o escravo. 8.Se desagradar ao seu senhor, que a havia destinado para si, ele a fará resgatar; mas não poderá vendê-la a estrangeiros depois de lhe ter sido infiel. 9.Se a destinar ao seu filho, tratá-la-á segundo o direito das filhas. 10.Se tomar outra mulher, não diminuirá nada à primeira, quanto à alimentação, aos vestidos e ao direito conjugal. 11.Se lhe recusar uma destas três coisas, ela poderá partir livre, gratuitamente, sem pagar nada.” 12.“Aquele que ferir mortalmente um homem, será morto. 13.Porém, se nada premeditou, e Deus o fez cair em suas mãos, eu lhe fixarei um lugar onde possa refugiar-se. 14.Mas, se alguém, por maldade, armar ciladas para matar o seu próximo, tirá-lo-ás até mesmo do meu altar, para matá-lo. 15.Aquele que ferir seu pai ou sua mãe, será morto. 16.Aquele que furtar um homem, e o tiver vendido, ou se este for encontrado em suas mãos, será morto. 18.Quando, em uma contenda entre dois homens, um dos dois ferir o outro com uma pedra ou com o punho, sem matá-lo, mas o obrigar a ficar de cama, 19.aquele que feriu não será punido, se o outro se levantar e puder passear fora com seu bastão. Mas indenizá-lo-á pelo tempo que perdeu e os remédios que gastou. 20.Se um homem ferir seu escravo ou sua escrava com um bastão, de modo que ele morra sob sua mão, será punido. 21.Se o escravo, porém, sobreviver um dia ou dois, não será punido, porque ele é propriedade do seu senhor.
Novamente você fica estupefato. Aqui o autor do livro está defendendo a escravidão, a marcação e a surra indiscriminada dos escravos. Você fica sem saber o que dizer. Você olha para mim por um momento e diz:
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— Você deve estar brincando, né? Aqui a “pessoa mais inteligente do universo” está dizendo que escravidão é OK e que nós podemos espancar nossos escravos.
Você abre em outra página aleatória e encontra isto: 1 Timóteo 2 8. Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando as mãos puras, superando todo ódio e ressentimento. 9. Do mesmo modo, quero que as mulheres usem traje honesto, ataviando-se com modéstia e sobriedade. Seus enfeites consistam não em primorosos penteados, ouro, pérolas, vestidos de luxo, 10. e sim em boas obras, como convém a mulheres que professam a piedade. 11. A mulher ouça a instrução em silêncio, com espírito de submissão. 12. Não permito à mulher que ensine nem que se arrogue autoridade sobre o homem, mas permaneça em silêncio. 13. Pois o primeiro a ser criado foi Adão, depois Eva. 14. E não foi Adão que se deixou iludir, e sim a mulher que, enganada, se tornou culpada de transgressão. 15. Contudo, ela poderá salvar-se, cumprindo os deveres de mãe, contanto que permaneça com modéstia na fé, na caridade e na santidade.
— Isso é algum tipo de piada? Pois não permito que a mulher ensine, nem tenha domínio sobre o homem… Isso é totalmente machista! No país, há milhões de mulheres professoras e nós temos mulheres trabalhando nas corporações e no governo. Nenhuma pessoa inteligente diria que mulheres precisam ficar em silêncio. Conforme você segue as páginas, percebe que o livro é totalmente machista do início ao fim. Você continua abrindo o livro em páginas aleatórias e quase tudo o que encontra é puro absurdo. Não faz sentido algum, é irrelevante, repugnante ou moralmente condenável. Se você é um cientista é ainda pior, pois bem na primeira linha aparece isto: 14
Gênesis 1 1 - No princípio criou Deus os céus e a terra.
Isso não é verdade. No início, um evento natural criou o universo como nós conhecemos ou ele sempre existiu, e a Terra não se formou até bilhões de anos depois. A história da criação do Gênesis está completamente errada. Simplesmente leia o Gênesis e você verá. Por exemplo, a Bíblia diz que a luz e as trevas foram criadas depois da água, mas antes do Sol. Todo mundo sabe que o Sol surgiu primeiro, depois o planeta e a sua rotação (que é o que faz a luz e as trevas ocorrerem diariamente) e então a água, e tudo isso ocorreu por milhões de anos. Há muitos outros problemas com a Bíblia: 1. O homem não surgiu do barro através de um ser mitológico.
O homem evoluiu de outras espécies como qualquer outro ser vivo há centenas de milhões de anos. 2. A Bíblia fala sobre um dilúvio mundial que cobriu a Terra com água e matou tudo, mas sabemos que isso nunca aconteceu. Os registros arqueológicos desmentem. 3. Nunca houve uma Torre de Babel. E a lista continua. A Bíblia é cientificamente absurda de mil maneiras. Pergunte-se esta simples questão: 1. Por que, quando você lê a Bíblia, você não fica admirado? 2. Por que um livro escrito por um ser onisciente não te deixa com a sensação de maravilha e espanto? 3. Se você está lendo um livro escrito pelo criador do universo onipotente, onisciente e benevolente, não se esperaria ficar 15
paralisado pelo brilho, pela claridade e pelo conhecimento do autor? 4. Não se esperaria que o livro te intoxicasse com uma prosa incrível e por ideias espetaculares? 5. Não se esperaria do autor algo que os cientistas não foram capazes de descobrir ainda? No entanto, quando você abre a Bíblia e efetivamente a lê, descobre que nada é como aquilo descrito. Em vez de nos deixar maravilhados, a Bíblia nos deixa estonteados com todas as ideias absurdas e retrógradas que contém. Se você ler o que a Bíblia efetivamente diz, você percebe que a Bíblia é ridícula. Os exemplos acima apenas arranham a superfície de todos os problemas que a Bíblia apresenta. Se formos honestos conosco mesmos, será óbvio que um Deus “onisciente” não tem absolutamente nada a ver com este livro. O motivo pelo qual a Bíblia contém tantos absurdos é porque Deus não existe. A Bíblia é um livro escrito há milhares de anos por pessoas ignorantes. Um livro que defende assassinatos, escravidão e machismo não tem mais lugar na sociedade de hoje.
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2 - Sobre a Bíblia Sagrada
Alguém tinha que dizer a verdade sobre a Bíblia. Os padres não ousariam, porque seriam expulsos de seus púlpitos. Professores nas escolas não ousariam porque assim, perderiam seus salários. Políticos não ousariam, eles seriam derrotados nas urnas. Editores não ousariam, perderiam seus leitores. Comerciantes não ousariam, perderiam seus clientes. Homens da alta sociedade não ousariam, perderiam prestígio. Nem balconistas ousariam, eles seriam dispensados. Então, decidi eu mesmo fazer isto.
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Há milhões de pessoas que acreditam que a Bíblia seja a palavra inspirada de Deus, milhões que creem que este livro é um cajado e um guia, conselheiro e consolador, que ele preenche o presente com paz e o futuro com esperança, milhões que creem que ele é a fonte da lei, da justiça e da piedade, que através de seus sábios e benignos ensinamentos o mundo conquistou sua liberdade, riqueza e civilidade. Milhões que imaginam que este livro é uma revelação da sabedoria e do amor de Deus na mente e coração do homem, milhões que têm este livro como uma tocha que conquista a escuridão da morte e que derrama seu brilho numa outra vida, uma vida sem lágrimas. Eles se esquecem da sua ignorância e selvageria, do seu ódio à liberdade, da sua perseguição religiosa; eles se lembram do céu, mas esquecem das masmorras do sofrimento eterno. Eles esquecem que este livro aprisiona a mente e corrompe o coração. Esquecem que ele é inimigo da liberdade de pensamento. Liberdade é minha religião. Liberdade de mãos e mentes, de pensamento e trabalho. Liberdade é uma palavra odiada pelos reis e abominada pelos papas. É uma palavra que abala coroas e altares. É uma palavra que já deixou coroados sem súditos e as mãos estendidas da superstição sem esmolas. Liberdade é o fruto da justiça. O perfume da piedade. Liberdade é semente e solo, o ar e a luz. O orvalho e a chuva do progresso, amor e alegria. 1 - A origem da Bíblia
Algumas famílias de viajantes, pobres, esfarrapados, sem educação, arte ou poder; descendentes daqueles que foram supostamente escravizados por centenas de anos; ignorantes como os habitantes da África Central e recém-fugidos dos seus supostos senhores no deserto do Sinai. Seu comandante era 18
Moisés, um homem que havia sido educado pela família do faraó que havia aprendido a mitologia e as leis do Egito. Com o propósito de controlar seus seguidores, ele fingiu que fora instruído por Jeová, o deus dos fugitivos. Tudo o que acontecia era atribuído à interferência do seu Deus. Moisés dizia que encontrara esse Deus cara a cara; que no topo do Monte Sinai ele recebera as tábuas de pedra nas quais, pelos dedos de Deus, os dez mandamentos haviam sido escritos, e que Jeová havia dito quais os sacrifícios e cerimônias que o agradavam e quais as leis que deveriam governar esse povo.
Deste modo a religião judaica e o código de leis foram estabelecidos. Nunca foi dito que esta religião e esse código de leis se estenderiam a toda à humanidade.
Naquela época esses andarilhos não tinham qualquer relacionamento com outros povos. Não existia linguagem escrita, eles não sabiam ler ou escrever. Não havia meios de levar essas mensagens a outros povos, assim elas ficaram enterradas no linguajar dessas tribos ignorantes, miseráveis e desconhecidas por mais de dois mil anos. Muitos séculos depois de Moisés, o líder, estar morto, muitos séculos depois que todos os seus seguidores já não mais existissem, o Pentateuco foi escrito, trabalho de muitos escribas, e para dar força e autoridade, disseram que Moisés fora o autor.
Sabemos hoje que o Pentateuco não foi escrito por Moisés. Cidades que não existiam na época em que Moisés teria vivido são mencionadas. Dinheiro, cunhado séculos após sua morte, é citado.
Então, muitas regras não se aplicavam aos viajantes do deserto: leis sobre agricultura, sobre o sacrifício de bois, ovelhas e bezerro, 19
sobre tecelagem de roupas, sobre colheitas, sobre o preparo de sementes, sobre casas e templos, sobre cidades e refúgios, e sobre muitos outros assuntos que nada diziam respeito a migrantes famintos do deserto e das pedras. Hoje admitem muitos Teólogos inteligentes e honestos que Moisés não foi o autor do Pentateuco, mas todos admitem que ninguém sabe quem eram os autores, quem escreveu qual daqueles livros, este ou aquele capítulo e linha. Sabemos que os livros não foram sequer escritos numa mesma geração. Que não foram escritos por uma só pessoa. Que estão repletos de erros e contradições. 1. Sabe-se que Josué não escreveu o livro que leva seu nome porque trata de eventos que ocorreram muito tempo após sua morte. 2. Ninguém conhece ou finge conhecer o autor de Juízes; o que sabemos é que foi escrito séculos após os Juízes deixarem de existir. 3. Ninguém conhece o autor de Ruth. Ninguém conhece o autor nem do primeiro e segundo livro de Samuel; o que sabemos é que Samuel não escreveu os livros que levam seu nome. No capítulo 28 do primeiro Samuel é citada a invocação do espírito de Samuel – que estava morto - pela bruxa de Endor. 4. Ninguém sabe quem foi o autor do primeiro e segundo livro de Reis ou o primeiro e segundo livro de Crônicas; tudo o que sabemos é que esses livros são de nenhum valor. 5. Sabemos que os Salmos não foram escritos por Davi. Nos Salmos a escravidão é citada, mas isto não aconteceu até quinhentos anos após Davi ter ido dormir com seus pais. 6. Sabemos que Salomão não escreveu os livros de Provérbios ou Cânticos; que Isaías não foi o autor do livro que leva seu nome; que ninguém sabe o autor de Eclesiastes, Jó, Ester, 20
ou qualquer outro livro do Velho Testamento, com exceção de Ezra. 7. Sabemos que Deus não é mencionado ou de qualquer outra maneira citado no livro de Ester. Sabemos também que o livro é cruel, absurdo e impossível. 8. Deus não é mencionado nos Salmos de Salomão, o melhor livro do Velho Testamento. 9. E sabemos que Eclesiastes foi escrito por um não crente. Sabemos que os judeus não decidiram quais livros eram inspirados ou autênticos até o segundo século depois de Cristo. Sabemos que a ideia da inspiração teve um crescimento gradual e que a inspiração havia sido determinada por aqueles que tinham certos objetivos a atingir.
2 - Seria o Velho Testamento “inspirado”?
1. Para ser inspirado, deveria ser um livro que nenhum homem ou grupo de homens, poderia produzir. 2. Deveria conter a perfeição da Filosofia. 3. Deveria estar de acordo com todo fato da natureza. 4. Não deveria conter nenhum erro de Astronomia, Geologia ou qualquer assunto da Ciência. 5. Sua moralidade deveria ser a mais alta e pura. 6. Suas leis e regras para a conduta deveriam ser as mais justas, sábias, perfeitas e perfeitamente adaptadas aos fins desejados. 7. Não deveria conter nada que faça o homem cruel, vingativo ou infame.
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8. Deveria ser cheio de justiça, pureza, honestidade, piedade e espírito de liberdade. 9. Deveria ser avesso à opressão, guerra, escravidão e avidez, ignorância, credulidade e superstição. 10.Deveria desenvolver a mente e civilizar o homem. 11.Deveria satisfazer o cérebro e o coração dos mais sábios e inteligentes. 12.E deveria ser verdadeiro. Será que o Velho Testamento satisfaz estes parâmetros?
Há algo no Velho Testamento -- em História, teoria, lei, moralidade, ciência -- acima e além das ideias, crenças, costumes e preconceitos existentes naqueles povos entre os quais os autores viveram? Há qualquer raio de luz de qualquer fonte sobrenatural?
Os antigos hebreus acreditavam que a Terra era o centro do Universo, e que o sol, a lua e as estrelas eram manchas no céu.
Com isto a Bíblia concorda.
Pensavam que a terra era plana, com quatro cantos; que o céu, o firmamento, era sólido, o piso da casa de Jeová.
A Bíblia ensina o mesmo.
Imaginavam que o sol girava em torno da Terra e que, parando o sol, o dia se prolongaria.
A Bíblia concorda com isto.
Acreditavam que Adão e Eva seriam o primeiro homem e mulher; que eles haviam sido criados alguns anos antes e que eles, os hebreus, eram seus descendentes. 22
Isto a Bíblia ensina.
Se alguma coisa é ou pode ser certa, é que os escritores da Bíblia estavam enganados sobre a criação, Astronomia, Geologia; sobre as causas dos fenômenos, a origem do mal e as causas da morte. 1. Agora é preciso admitir que se fosse um Ser Infinito o autor da Bíblia, ele deveria saber todos os fatos, todas as ciências e não cometeria qualquer erro. 2. Se, no entanto, há erros, desvios, falsas teorias, mitos ignorantes e asneiras na Bíblia, ela só pode ter sido escrita por seres finitos; ou seja, por pessoas ignorantes e equivocadas. 3. Nada pode ser mais claro que isto. Por séculos a Igreja sustentou que a Bíblia era absolutamente certa; que não continha nenhum erro; que a história da criação era verdadeira; que sua Astronomia e Geologia estavam de acordo com os fatos; que os cientistas que discordassem do Velho Testamento eram infiéis e ateus. Hoje as coisas mudaram. Cristãos educados admitem que os escritores da Bíblia não eram tão inspirados como a ciência. Eles agora dizem que Deus, ou Jeová NÃO inspirou os escritores desse livro com o propósito de ensinar o mundo sobre Astronomia, Geologia ou qualquer outra Ciência. Eles agora admitem que os homens inspirados que escreveram o Velho Testamento não sabiam coisa alguma de ciência e que eles escreveram sobre a terra, as estrelas, o sol e a lua de acordo com a ignorância da época. Foram necessários muitos séculos para forçar os Teólogos a admitir isto. Relutantemente, cheios de malícia e ódio, os pregadores se retiraram de campo, deixando a vitória com a ciência. Então eles assumiram outra tática;
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Eles passaram a afirmar que os autores da Bíblia eram inspirados em questões espirituais e morais; que Jeová queria informar seus filhos seus desígnios e seu infinito amor; que Jeová, vendo seu povo mau, ignorante e depravado, queria fazê-lo piedoso, justo, sábio e espiritual, e que a Bíblia é inspirada em leis, na religião que ela ensina e em suas ideias de governo. Essa é a situação atual. Estaria a Bíblia mais próxima de seus supostos ideais de justiça, piedade, moralidade ou religião do que de suas concepções de ciência? Ou sua moral? 1. Ela apoiou a escravidão. 2. Sancionou a poligamia. 3. Poderia o diabo fazer pior? É ela piedosa? Na guerra, ela estendia a bandeira negra; comandava a destruição, o massacre de tudo, do idoso, do doente e desesperançado, de esposas mulheres grávidas e bebês. Seriam suas leis inspiradas? Centenas de ofensas eram punidas com a morte. Pegar em ferramentas de trabalho no domingo, assassinar seu pai na segunda, eram crimes iguais. Não há na literatura código de leis mais sangrento. As leis da vingança e retaliação eram as leis de Jeová. Um olho por um olho, um dente por um dente, um membro por um membro. Isto é selvageria, não Filosofia. Seria justa e racional? A Bíblia é o oposto da tolerância religiosa e da liberdade religiosa. Quem discordasse da maioria era apedrejado até a morte. 24
Investigação era um crime. Maridos eram ordenados a denunciar e ajudar na matança de esposas não crentes. 1. É inimiga da arte. "Não farás imagem esculpida". Isto é a morte da arte. 2. A Palestina jamais produziu um pintor ou escultor. Será a Bíblia civilizada? Ela apoia a mentira, roubo, furto, assassinato, venda de carne estragada a estrangeiros e até o sacrifício de seres humanos a Jeová. Será ela filosófica? Ensina que pecados de uma pessoa sejam transferidos a um animal, um bode. Faz da maternidade uma ofensa para a qual a oferta de um pecado teve de ser feito. 1. Era mau parir um menino e duas vezes mau parir uma menina. 2. Fabricar o óleo que era usado pelos padres era uma ofensa punida com a morte. 3. O sangue de um pássaro morto em água corrente era tido como medicinal. Mancharia um Deus civilizado seu altar com o sangue de ovelhas, cordeiros, cabritos e humanos? Transformaria seus padres em carniceiros? Sentiria prazer em sentir cheiro de carne queimando?
3 - Os dez mandamentos
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Alguns advogados cristãos e alguns juízes estúpidos e eminentes têm dito e ainda dizem, que os dez mandamentos são a fundação de toda a lei. Nada poderia ser mais absurdo. Muito antes de esses códigos serem ditos, houveram códigos de leis na Índia e Egito, leis contra assassinato, perjúrio, furto, adultério e fraude. Essas leis são tão antigas quanto à sociedade humana; tão antigas como o amor à vida; tão antigas quanto à indústria; quanto à ideia de prosperidade; tão antigas quanto o amor humano. Todos os mandamentos que eram bons, eram antigos; todos os que eram novos, eram tolos. Se Jeová fosse civilizado, deixaria de fora o mandamento sobre guardar os sábados e em seu lugar colocaria: "Não escravizarás teu semelhante". Ele omitiria aquele que fala de juramento e colocaria: "O homem terá apenas uma mulher, e a mulher, apenas um homem". Deixaria de lado aquele sobre imagens esculpidas e colocaria: "Não provocarás guerras de extermínio e só desembainharás tua espada em legítima defesa". Se Jeová fosse civilizado, como seriam melhores aqueles mandamentos. Tudo o que chamamos de progresso, a emancipação do homem, o trabalho, a substituição da pena do encarceramento pela pena de morte, o fim da poligamia, o estabelecimento da liberdade de expressão, os direitos de consciência; em suma, tudo o que tende à civilização do homem; todos os resultados da investigação, observação, experiência e livre pensamento; tudo o que se conseguiu em benefício do homem desde o fim da idade das trevas, tem sido feito apesar do Velho Testamento. Deixe-me agora exemplificar a moralidade, a misericórdia, a filosofia e a bondade do Velho Testamento.
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A história de Acã Josué tomou a cidade de Jericó. Depois da queda da cidade ele declarou que todo o espólio seria dado a Jeová. Apesar da ordem, Acã escondeu em suas vestes prata e ouro. 1. Depois Josué tentou tomar a cidade de Ai. Ele falhou e muitos de seus soldados foram mortos. Josué procurou as causas da derrota e descobriu o tesouro oculto nas roupas de Acã, duzentos pesos de prata e uma cunha de ouro. Então Acã confessou. 2. Então Josué aprisionou os filhos e as filhas de Acã, seu gado e ovelhas e os apedrejou até a morte e enterrou seus corpos. 3. Nada indica que os filhos e filhas cometeram qualquer crime. Certamente as ovelhas e gado não mereciam ser trucidados para pagar os crimes de seu dono. Esta é a justiça e a piedade de Jeová! Após cometer esses crimes, com a ajuda de Jeová, ele capturou a cidade de Ai.
A história de Elias "E ele veio para Betel, e quando ele andava pelo caminho, saíram pequenas crianças da cidade e zombaram dele e disseram-lhe: “sobe, calvo”. "E ele se virou, olhou para eles, e os amaldiçoou em nome do Senhor. E então, duas ursas vieram da mata e devoraram quarenta e duas das crianças". Esta era a atuação do bom Deus, o piedoso Jeová! 27
A história de Daniel O rei Dario honrou e exaltou Daniel e os príncipes nativos tiveram ciúmes. Então eles induziram o rei a assinar um decreto para efeito de que, qualquer homem que fizesse qualquer petição a qualquer deus ou homem, com exceção do rei Dario, por trinta dias, seria atirado ao covil dos leões. Depois esses homens descobriram que Daniel, com sua face voltada para Jerusalém, rezava três vezes ao dia para Jeová. Então Daniel foi atirado ao covil dos leões; uma pedra foi colocada na entrada do covil e selada com o selo real. O rei dormiu mal. Na manhã seguinte ele foi ao covil e chamou Daniel. Daniel respondeu e disse ao rei que Deus mandara seus anjos e fechara as bocas dos leões. Daniel foi liberado vivo e o rei se converteu ao Deus de Daniel.
Dario, que acreditava num Deus verdadeiro, mandou os homens que acusaram Daniel, junto com suas esposas e filhos para o covil dos leões.
"E os leões os dominaram e quebraram todos os seus ossos em pedaços e os reuniram no fundo do fosso." 1. 2. 3. 4.
O que fizeram as viúvas e as crianças? Como ofenderam ao rei Dario, que acreditava em Jeová? Quem protegeu Daniel? Jeová! Quem deixou de proteger as inocentes viúvas e crianças? Jeová!
A história de José 28
O faraó teve um sonho que foi interpretado por José. De acordo com essa interpretação, deveriam ocorrer sete anos de fartura, seguidos de sete anos de fome. José avisou o faraó para comprar todo o excedente de sete anos de fartura e armazenar tudo para os anos de fome.
O faraó nomeou José como Ministro ou agente e ordenou que adquirisse o excesso de produção daqueles anos de fartura. Então veio a fome. O povo recorreu ao faraó em busca de ajuda. O faraó recomendou que procurassem José e fizessem o que ele mandasse. José vendeu milho para os egípcios até que seu dinheiro acabasse, até que ele ficasse com tudo. Então o povo disse: "Dê-nos milho e nós pagaremos com gado". José então lhes deu milho até que todo o seu gado, cavalos e carneiros fossem dados a ele. Então o povo disse: "Dê-nos milho e nós lhe daremos nossas terras". José então deu milho até que toda a terra havia sido dada. Mas a fome continuava e o povo lhes deu seus próprios corpos e se tornaram servos do faraó.
Então José deu a eles sementes e fez um acordo com eles para que dessem para sempre um quinto do que produzissem para o faraó. 1. Quem habilitou José a interpretar o sonho do faraó? Jeová! 2. Ele sabia de antemão que José usaria sua informação para extorquir e escravizar o povo do Egito? Sim. 3. Quem produziu a fome? Jeová!
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É perfeitamente subentendido que os judeus não consideravam Jeová o mesmo Deus dos egípcios, o Deus de todo o mundo. Este era seu Deus e seu somente. Outras nações possuíam deuses, mas este era o maior de todos.
Ele odiava outras nações e deuses e abominava todas as religiões, com exceção da adoração dele mesmo.
4 - Qual o valor de tudo isso?
Gênesis
Poderia algum estudioso do Cristianismo explicar o Gênesis? Sabemos que não é verdadeiro. Ele se contradiz por si só. Há duas citações da criação, no primeiro e segundo capítulos. Na primeira versão, pássaros e bestas tinham sido criados antes do homem. 1. Na Segunda, o homem foi criado antes das bestas e pássaros. 2. Na primeira, aves foram feitas da água. 3. Na Segunda, aves foram criadas da terra. 4. Na primeira, Adão e Eva foram criados juntos. 5. Na Segunda, Adão foi feito; depois as bestas e pássaros; e então, Eva é criada de uma das costelas de Adão. Essas histórias Pentateuco.
são
muito
mais
antigas
do
que
o
1. Segundo os persas: Deus criou o mundo em seis dias, um homem chamado Adama, uma mulher chamada Eva, e então descansou. 30
2. Os etruscos, gregos, egípcios, chineses e hindus tiveram seu Jardim do Éden e a árvore da vida. 3. Então os persas, babilônicos, nubianos, os povos do sul da Índia, todos tinham sua história da tentação do homem e da serpente astuta. 4. Os chineses acreditavam que o mal caiu sobre a terra por desobediência de uma mulher. 5. E até os habitantes do Taiti acreditavam que o primeiro homem fora criado da terra e a primeira mulher dos seus ossos. Todas estas histórias são igualmente alegadamente importantes para o mundo e todos os deuses igualmente inspirados. 1. Sabemos também que a história do dilúvio é muito mais antiga que o livro do Gênesis e sabemos, além disso, que ela não é verdadeira. 2. Sabemos que esta história do Gênesis fora copiada dos caldeus. Aí se encontra tudo sobre a chuva, a arca, os animais, a pomba que fora enviada três vezes e a montanha na qual a arca descansou. 3. Então os chineses, persas, hindus, gregos, mexicanos e escandinavos tinham substancialmente a mesma história. 4. Sabemos hoje que o conto da Torre de Babel não passa de uma fábula infantil e ignorante. O que restaria então deste inspirado livro do Gênese? 1. Há uma palavra sequer para desenvolver a mente e o coração? 2. Há qualquer pensamento elevado, qualquer grande princípio, alguma coisa de poético, qualquer palavra que se abra num florescer?
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3. Há algo além de tristes relatos detalhados de fatos que jamais aconteceram? 4. Há alguma coisa no Êxodo calculado para tornar o homem mais nobre, generoso e gentil? 5. Seria bom ensinar as crianças que Deus torturou o gado inocente dos egípcios, levou-os à morte por pedradas para pagar os erros do faraó? 6. Tornar-nos-ia mais piedosos a crença de que Deus matou os primogênitos dos egípcios, os primogênitos de um povo pobre e sofrido, das pobres meninas trabalhando nos moinhos por causa da maldade de um rei? 7. Podemos crer que os deuses dos egípcios operavam milagres? Poderiam eles transformar água em sangue e bastões em serpentes? Êxodo
No Êxodo não há uma só linha que seja de valor ou pensamento original. Sabemos se é que sabemos algo, que este livro foi escrito por selvagens, selvagens que acreditavam em escravidão, poligamia e guerras de extermínio. Sabemos que a história contada é impossível e que os fatos não aconteceram. Este livro admite que haja outros deuses além de Jeová. 1. Então, neste livro abençoado, ensina-se a obrigação do sacrifício humano, o sacrifício de bebês. 2. No 22º capítulo há esta ordem: "29. As tuas primícias, e os teus licores não retardarás; o primogênito de teus filhos me darás”. Seria o Êxodo um auxílio ou um obstáculo para a espécie humana?
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Tirem do Êxodo as leis comuns a todas as nações e será que resta alguma coisa de valor? Levítico 1. Haverá algo de importância no Levítico? Há algum capítulo que valha a pena ler? Que interesse há para nós as vestes dos padres, as cortinas e castiçais do Tabernáculo, as pinças e pás do altar e o óleo usado pelos levitas? 2. Para que serve o código cruel, a punição assustadora, as maldições, as falsidades e os milagres deste livro ignorante e infame? Números
E o que há no livro dos Números com seus sacrifícios, água de ciúmes, suas flores e fina farinha, seus óleos e candelabros, suas cebolas e manás para instruir a humanidade? Que interesse teríamos nós na rebelião de Corá, a água da separação, as cinzas da novilha vermelha, a serpente em brasa, a água que sobe e desce montanha, seguindo o povo durante quarenta anos, do jumento inspirado do profeta Balaão? Teriam esses absurdos e crueldades, esta superstição selvagem e infantil, ajudado a civilizar a humanidade? Josué Há alguma coisa em Josué, com suas guerras, assassinatos e massacres, com suas espadas pingando com o sangue de mulheres e crianças, com suas mutilações, suas fraudes e sua fúria, seu ódio e vingança que contribuíram para melhorar o mundo? 33
1. Não chocará cada capítulo, o coração de um homem bom? 2. Será este um bom livro para crianças lerem? O livro de Josué é tão impiedoso como a fome, tão feroz como o coração de uma besta selvagem. É uma história, uma justificação, uma santificação para todo o tempo. Juízes O livro dos Juízes é sobre o mesmo assunto, nada mais que guerra e derramamento de sangue; a história horrível de Jael e Sísera; de Gideão e suas trombetas e cântaros; de Jefté e sua filha, que ele matou para agradar a Jeová. Aqui encontramos a história de sansão, no qual um deus-sol é transformado em gigante.
Leia este livro de Juízes, leia sobre o trucidamento de mulheres, viúvas, mães e bebês, leia seus milagres impossíveis, seus crimes sem compaixão e todos praticados de acordo com as ordens de Jeová, e diga se este livro foi feito para nos fazer piedosos, generosos e ternos.
Rute
Admito que a história de Rute seja, sob alguns aspectos, uma história bela e tocante; que é contada com naturalidade, e que seu amor por Naomi era profundo e puro. Mas em matéria de namoro, dificilmente aconselharíamos nossas filhas a seguir o exemplo de Rute. Lembramos ainda que Rute era uma viúva. Samuel
1. Há algo que valha a pena ser lido no primeiro e segundo livros de Samuel? 34
2. Seria possível a um profeta de Deus despedaçar um rei cativo? 3. Seria a história da arca, sua captura e recuperação, de importância para nós? 4. Seria justo e misericordioso matar cinquenta mil homens apenas por terem olhado para uma caixa? 5. Para que nos interessam as guerras de Saul e Davi, a história de Golias e a feiticeira de Endor? 6. Por que Jeová teria assassinado Uzá por ter colocado sua mão para segurar a arca? 7. E perdoado Davi por ter assassinado Urias e roubado sua esposa? De acordo com "Samuel", Davi fez um censo do povo. Isto gerou a ira de Jeová e como punição ele permitiu que Davi escolhesse entre sete anos de fome, uma viagem de três meses perseguindo inimigos ou três dias de pestes. Davi, tendo confiança em Deus, escolheu três dias de pestes; e então, Deus, o piedoso, para vingar os erros de Davi, matou setenta mil homens inocentes. Diante das mesmas circunstâncias, o que o diabo teria feito? Reis
Há alguma coisa no primeiro e no segundo livro de Reis que sugira a ideia de inspiração?
Quando Davi está morrendo ele diz a seu filho Salomão para matar Joabe e que “não o deixe envelhecer e descer em paz à sepultura“. Como seu último suspiro, ele mandou a seu filho matar Simei e que “apesar de ele já ser idoso, faça-o descer ensanguentado à sepultura". Tendo expressado essas palavras ternas e amorosas, o bom Davi, o homem do coração de Deus, foi 35
dormir com seus pais. Que necessidade teriam homens inspirados de contar a história da construção do templo, a história da visita da rainha de Sabá ou contar o número das viúvas de Salomão? Que temos a ver com a atrofia da mão de Jeroboão, a profecia de Jeú, a história de Elias e o corvo? Podemos acreditar que Elias trouxe faíscas do céu ou que ele viajou para o paraíso numa carruagem de fogo? Podemos crer na multiplicação do óleo da viúva por Elias, que um exército foi atacado por cegueira ou que um machado flutuou na água? Tornar-nos-ia mais civilizados ler sobre a decapitação dos setenta filhos de Acabe, o arrancamento dos olhos de Zedequias e o assassinato de seus filhos?
Há qualquer palavra nesse livro destinada a tornar o homem melhor?
Crônicas Primeira e segundo Crônicas é a repetição do que foi dito no primeiro e segundo Reis. As mesmas velhas histórias, um pouca acrescentado, um pouco resumido, mas nada de melhor ou pior. Ezra O livro de Ezra é de nenhuma importância. Conta-nos que Ciro, o rei da Pérsia, proclamou a construção de um templo em Jerusalém e declarou ser Jeová o real e único Deus. Nada podia ser mais absurdo. Ezra nos conta sobre o retorno do cativeiro, a construção do templo, a dedicação, umas poucas orações, e isto é tudo.
Este livro utilidade.
não
tem
qualquer
importância.
Nenhuma
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Neemias
Neemias é o mesmo. Conta a história da construção da muralha, as queixas do povo com os impostos, a lista daqueles que voltaram da Babilônia, um catálogo daqueles que moravam em Jerusalém e a dedicação às muralhas. Nenhuma palavra de Neemias vale a pena ser lida. Ester Então vem o livro de Ester; nele é dito a nós que o rei Assuero fora intoxicado; que ele mandara que a sua esposa Vasti se apresentasse a ele e seus hóspedes. Vasti recusou-se a aparecer. Isto enfureceu o rei e ele ordenou que de cada província fosse trazida a mais bela moça para ele para que ele escolhesse uma para o lugar de Vasti. Entre algumas, foi trazida Ester, uma judia. Ela foi escolhida e se tornou a esposa do rei. Então, um cavalheiro de nome Hamã quis que todos os judeus fossem mortos, e o rei, desconhecendo que Ester fosse dessa raça, assinou um decreto para que os judeus fossem mortos. Através da interferência de Mordecai e Ester, o decreto foi anulado e os judeus foram salvos. Hamã preparou uma forca para que Mordecai fosse enforcado, mas a boa Ester agiu para que Hamã e seus dez filhos fossem enforcados na forca que Hamã tinha construído e os judeus foram autorizados a assassinar mais de setenta e cinco mil súditos do rei.
Esta é a história inspirada de Ester.
Jó
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No livro de Jó nós encontramos alguns sentimentos elevados, alguns sentimentos sublimes e tolos, algumas das maravilhas e belezas da natureza, as alegrias e tristezas da vida; mas a história é infame. Salmos Alguns dos Salmos são bons, muitos são indiferentes, uns poucos são infames. No meio deles há uma mistura de vícios e virtudes. Há versos que elevam e versos que degradam. Há orações de perdão e de vinganças. Na literatura humana nada há de mais cruel e infame que o Salmo 109. Provérbios
Nos Provérbios há muita sagacidade, muita piedade e máximas prudentes, muitos ditados sábios. As mesmas ideias são expressas de diferentes formas, a sabedoria da economia e do silêncio, o perigo da vaidade e da preguiça. Alguns são triviais, outros tolos e muitos sábios. Esses provérbios não são generosos nem altruístas. Provérbios do mesmo tipo são conhecidos em todas as nações. Eclesiastes
Eclesiastes é o mais profundo dos livros da Bíblia. Foi escrito por um não crente, um filósofo, um agnóstico. Tire os trechos acrescentados e ele fica semelhante aos pensamentos do século dezenove. Neste livro estão as passagens mais poéticas e filosóficas da Bíblia.
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Após atravessar um deserto de crimes e mortes, depois de ler o Pentateuco, Josué, Juízes, Samuel, Reis e Crônicas é deleitoso atingir este bosque de poesia chamado "Os filhos de Salomão". Um drama de amor de amor humano; um poema sem Jeová, um poema nascido do coração e verdadeiro para os instintos divinos da alma. "Eu durmo, mas minha alma está desperta." Isaías Isaías é o trabalho de muitos. Seu palavrório, seu imaginário vago, suas profecias e maldições, seus bramidos contra reis e nações, suas gargalhadas da sabedoria humana, seu ódio à alegria, nada tem que melhore o bem estar do homem. Neste livro relatam-se os mais absurdos dos milagres. A sombra do relógio desceu dez graus para informar a Ezequias que Jeová havia adicionado quinze anos à sua vida. Neste milagre, o mundo, girando do leste para o oeste na velocidade de mais de mil milhas por hora, é não só parado, mas ele gira na direção contrária de modo que a sombra do relógio de sol retorna dez graus!
Há neste mundo algum homem ou uma mulher inteligente que acredite nesta falsidade absurda?
Jeremias Jeremias não contém nada de importância, nenhum fato de valor; nada além de falsidades, lamentações, grasnados, gemidos, maldições e promessas; nada além de fome de oração,
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prosperidade dos maus, a ruína dos judeus, do cativeiro e retorno, e enfim, Jeremias, o traidor no tronco e na prisão. Lamentações E Lamentações é simplesmente a continuação dos delírios do mesmo pessimismo insano; nada além de pó e trapos e cinzas, lágrimas e gemidos, delírios e ofensas. Ezequiel E Ezequiel -- o manuscrito carcomido, profetizando vitórias e derrotas, com visões de carvão em brasa, e querubins, e rodas com olhos, e a figura do caldeirão fervendo, a ressurreição de ossos secos.
É de nenhum valor.
Como Voltaire, digo que qualquer um que admire Ezequiel deveria ser compelido a jantar com ele. Daniel
Daniel é um sonho distorcido, um pesadelo.
O que pode ser feito deste livro, com cabeças de ouro, com peito e braços de prata, com barriga e coxas de brasa, com pernas de aço, com pés de aço e argila; com suas inscrições nos muros, seus covis de leões, com sua visão de cordeiro e bode? Há algo que possa ser aprendido de Oseias e sua esposa? Há alguma utilidade em Joel, Amós e Obadias? Podemos ter algum benefício em Jonas e sua cabaça? É possível que Deus seja o 40
verdadeiro autor de Mica e Naum, de Habacuque e Sofonias, de Ageu e Malaquias, e Zacarias, com seus cavalos vermelhos, seus quatro chifres, seus quatro carpinteiros, suas rodas voadoras, suas montanhas de brasa e a pedra com quatro olhos? 1. Há qualquer coisa neste livro que seja de algum benefício para o homem? 2. Teria ele nos ensinado a cultivar o mundo, construir casas, tecer roupas, preparar alimento? 3. Teria ele nos ensinado a pintar quadros, fazer esculturas, construir pontes, navios, ou qualquer coisa de bonito e útil? 4. Conseguimos nossas ideias de governo, de liberdade de ideias, liberdade de pensamento, do Velho Testamento? 5. Conseguimos tirar de qualquer destes livros um fiapo que seja de ciência? 6. Haveria nestes "Livros Sagrados" uma linha, uma palavra que melhorasse a saúde, a inteligência e a felicidade da Humanidade? 7. Há alguma coisa no Velho Testamento tão prazeroso de ler como "Robinson Crusoé", "As viagens de Gulliver", "Peter Willkins e sua esposa voadora"? 8. Saberia o autor do Gênesis mais sobre a natureza que Humboldt, ou Darwin, ou Haeckel? 9. O que é conhecido como o Código Mosaico seria tão sábio e piedoso como o código das nações civilizadas? 10.Eram os escritores de Crônicas e Reis tão bons historiadores, tão bons escritores como Gibbon ou Drapper? 11.Pode-se comparar Jeremias e Habacuque com Dickens ou Thackeray? 12.Podem ser os autores dos salmos e Jó comparados a Shakespeare? 13.Por que deveríamos atribuir o melhor ao homem e o pior a Deus? 41
5 - Jeová é o Deus do amor?
Poderiam estas palavras provir de um coração de amor? E o SENHOR teu Deus as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás piedade delas; Deuteronômio 7:2. Males amontoarei sobre eles; as minhas setas esgotarei contra eles. Consumidos serão de fome, comidos pela febre ardente e de peste amarga; e contra eles enviarei dentes de feras, com ardente veneno de serpentes do pó. Por fora devastará a espada, e por dentro o pavor; ao jovem, juntamente com a virgem, assim à criança de peito como ao homem encanecido. Deuteronômio 32:23-25. Sejam órfãos os seus filhos, e viúva sua mulher. Sejam vagabundos e pedintes os seus filhos, e Busquem pão fora dos seus lugares desolados. Lance o credor mão de tudo quanto tenha, e despojem os estranhos o seu trabalho. Não haja ninguém que se compadeça dele, nem haja quem favoreça os seus órfãos. Salmos 109:9-12. E comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas, Deuteronômio 28:53. O Senhor te ferirá de fraqueza, febre e inflamação, febre ardente e secura, carbúnculo e mangra, flagelos que te perseguirão até que pereças. o céu que está por cima da tua cabeça será de bronze, e o solo será de ferro sob os teus pés. Em lugar da chuva
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,necessária à tua terra, o Senhor dar-te-á pó e areia, que cairão do céu sobre ti até que pereças. Deuteronômio 28:22-24. Serás maldito na cidade e maldito nos campos. Deuteronômio 28:16. (leia do 15 ao 68, 53 VERSÍCULOS DE MALDIÇÕES) Embriagarei de sangue as minhas flechas, minha espada se saciará de carne, Deuteronômio 32:42. Também eu me rirei do vosso infortúnio e zombarei, quando vos sobrevier um terror, Provérbios 1:26. Viriam estas maldições, estas ameaças de um coração amoroso ou de uma boca de selvageria? 1. Era Jeová bom ou mau? 2. Por que colocaríamos Jeová acima de todos os deuses? 3. Poderia a mente medrosa e ignorante do homem criar um monstro pior? 4. Teriam os bárbaros de qualquer país, em qualquer tempo, adorado um deus mais cruel? Brahma era milhares de vezes mais nobre, assim como Osíris, Zeus e Júpiter. E também o ser supremo dos astecas, para quem eles ofereciam apenas o perfume das flores. O pior deus dos hindus com o colar de crânios e sua pulseira de cobras vivas, era terno e piedoso comparado com Jeová. Comparado com Marco Aurélio, como Jeová fica pequeno. Comparado com Abraham Lincoln, como é cruel e desprezível esse deus.
6 - A administração de Jeová
Ele criou o mundo, os anfitriões do céu, o homem, a mulher e os 43
colocou no jardim. Então a serpente os enganou e eles foram expulsos para conseguir seu próprio pão. Jeová ficou frustrado. Então ele tentou outra vez. Ele tentou durante seis mil anos civilizar seu povo. Nenhuma escola, nenhuma Bíblia, ninguém ensinando o povo a ler e a escrever. Nada de Dez Mandamentos. O povo tornou-se pior e pior até que a piedade de Jeová mandou o dilúvio e afogou todo o seu povo com exceção de Noé e sua família, oito no total. Então ele começou novamente e mudou seus métodos. A princípio, Adão e Eva eram vegetarianos. Após o dilúvio, Jeová disse: "Toda a criatura que vive será carne para vós", inclusive cobras e besouros. E falhou novamente! E na torre de Babel ele dispersou seu povo. Descobrindo que ele não seria bem sucedido com todo o povo, ele pensou que poderia conseguir com uns poucos, então ele selecionou Abraão e seus descendentes. De novo ele falhou e seu povo escolhido foi capturado pelos egípcios e escravizado por quatrocentos anos. Então ele tentou mais uma vez. E os resgatou dos egípcios e os direcionou para a Palestina. Então ele modificou sua tática e permitiu que eles comessem apenas animais com cascos e que ruminassem. Novamente ele falhou.
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As pessoas o odiavam e preferiam a escravidão no Egito em vez da liberdade com Jeová. Então ele os manteve vagando e quase todos que saíram do Egito morreram. Então ele fez nova tentativa. Levou-os à Palestina e os deixou ser governados pelos juízes. Isto também foi um erro. Nenhuma escola, nenhuma Bíblia. Então ele tentou os reis, e os reis eram na maioria idólatras. E o povo escolhido foi conquistado e levado como escravo pelos babilônios. Outro fracasso. Então eles retornaram e ele tentou os profetas, rezadores e curandeiros, mas o povo foi ficando pior e pior. Nenhuma escola, nenhuma ciência, nenhuma arte, nenhum comércio. Então Jeová fez-se carne, nasceu de uma mulher, viveu entre aquele povo que ele vinha tentando civilizar por vários milhares de anos. E essas pessoas, seguindo as leis que Jeová lhes ensinara, lançaram contra este Jeová-homem, este Cristo, blasfêmias, julgaram-no, condenaram-no e o mataram. Jeová falhou novamente. Então ele desistiu dos judeus e voltou sua atenção para o resto do mundo. E agora os judeus, desertados por Jeová, perseguidos pelos cristãos, são um dos povos mais prósperos da terra. Mais uma vez Jeová falhou. Que administração!
7 - O Novo Testamento
Quem escreveu o Novo Testamento? Estudiosos cristãos admitem que não sabem. Eles admitem que se os quatro evangelhos fossem escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João eles teriam sido escritos em hebraico. E, no entanto, nenhum manuscrito destes 45
evangelhos em hebraico foi jamais encontrado. Todos os manuscritos mais antigos são em grego. Então, teólogos educados admitem que as Epístolas de Tiago e Judas fossem escritas por pessoas que nunca haviam visto um dos quatro evangelhos. Nessas Epístolas, em Tiago e Judas, nenhuma referência é feita a nenhum evangelho e a nenhum dos milagres descritos neles. A primeira menção que foi feita de um dos evangelhos foi cento e oito anos depois do nascimento de Cristo e os quatro evangelhos foram pela primeira vez citados e nomeados no início do terceiro século, mais ou menos cento e setenta anos após a morte de Cristo. Hoje sabemos que havia muitos outros Evangelhos além dos quatro conhecidos, alguns dos quais, perdidos. Havia o Evangelho de Paulo, dos egípcios, dos hebreus, da perfeição, de Judas, de Tadeu, da infância, de Tomás, de Maria, de André, de Nicodemus, de Marcião e muitos outros. Então havia os Atos de Pilatos, de André, de Maria, de Paulo, de Tecla e de muitos outros; e um livro chamado Pastor de Hermas. A princípio, nem todos desses livros eram considerados inspirados. O Velho Testamento era tido como divino; Mas os livros conhecidos hoje como o Novo Testamento eram considerados como produção humana. Sabemos hoje que se desconhecem os autores dos quatro evangelhos. A questão é, eram os autores desses evangelhos inspirados? Se fossem inspirados, os quatro evangelhos deveriam ser verdadeiros, se fossem verdadeiros, deveriam concordar entre si.
Os quatro Evangelhos não concordam.
Mateus, Marcos e Lucas não sabiam nada sobre expiação, nada sobre salvação pela fé. Eles conheciam apenas os evangelhos das boas ações, da caridade. Ensinavam que se perdoássemos os outros, seríamos perdoados por Deus. 46
Com isto o Evangelho de João não concorda.
Neste Evangelho ensina-se que devemos acreditar no Nosso Senhor Jesus Cristo; que devemos nascer de novo; que devemos beber o sangue e comer a carne de Cristo. Neste Evangelho encontramos a doutrina da expiação, na qual Cristo morreu por nós e sofreu em nosso lugar. Este Evangelho desvia-se muito dos outros três. Se os outros são verdadeiros, o de João é falso. Se o Evangelho de João foi escrito por um homem inspirado, os escritores dos demais não eram inspirados. Disto não há como escapar. Os quatro não podem ser verdadeiros.
É evidente que há várias inserções ou interpolações nos Evangelhos.
Por exemplo, no 28º capítulo de Mateus é dito o efeito que os soldados da tumba de Cristo foram subornados para dizer que os discípulos de Jesus roubaram seu corpo enquanto eles, os soldados, dormiam.
Isto é claramente uma interpolação. É uma quebra na narrativa.
O 10º versículo poderia ser seguido pelo 16º. O 10º versículo diz: "Então Jesus disse a eles, 'Não tenhais medo; ide até meus companheiros para que vão até Galileia e lá eles me verão". O 16º verso diz: "Então os onze discípulos foram até a Galileia numa montanha que Jesus havia citado." A história sobre os soldados contida nos versículos 11º, 12º, 13º, 14º, 15º, são interpolações -- uma continuação -- também. O 15º versículo demostra isto. Decimo quinto versículo: "Então eles pegaram o dinheiro e fizeram o que foram ensinados. E estes ensinamentos são conservados entre os judeus até nossos dias." Certamente esta citação não tem nada do Evangelho original, e certamente o 15º versículo não 47
foi escrito pelos judeus. Nenhum judeu teria escrito isto: "E este ensinamento é conservado entre os judeus até os nossos dias”. VEJA COMO É FÁCIL PERCEBER A INTERPOLAÇÃO EM AZUL: Mateus 28:10-16 10. Então Jesus disse-lhes: Não temais; ide dizer a meus irmãos que vão à Galileia, e lá me verão. 11. E, quando iam, eis que alguns da guarda, chegando à cidade, anunciaram aos príncipes dos sacerdotes todas as coisas que haviam acontecido. 12. E, congregados eles com os anciãos, e tomando conselho entre si, deram muito dinheiro aos soldados, 13. Dizendo: Dizei: Vieram de noite os seus discípulos e, dormindo nós, o furtaram. 14. E, se isto chegar a ser ouvido pelo presidente, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança. 15. E eles, recebendo o dinheiro, fizeram como estavam instruídos. E foi divulgado este dito entre os judeus, até ao dia de hoje. 16. E os onze discípulos partiram para a Galileia, para o monte que Jesus lhes tinha designado.
Marcos, João e Lucas nunca ouviram que os soldados haviam sido subornados pelos padres; ou, se ouviram, não acharam que valesse a pena mencionar. Então, a citação da ascensão de Jesus em Marcos e Lucas foram interpolações.
Mateus não falou nada sobre a ascensão.
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Certamente não poderia haver milagre maior, enquanto Marcos, que estava presente, que viu o Senhor subir, ascender e desaparecer...
...não achou que valesse a pela citar.
Por outro lado, as últimas palavras de Cristo, segundo Mateus, contradizem a ascensão:
"Senhor, estarei convosco para sempre, até o fim dos tempos".
Para João, que estava presente, se Cristo realmente ascendeu, não disse coisa alguma sobre o assunto. Então, sobre a ascensão, os Evangelhos não concordam. Marcos mostra a última conversa que Cristo teve com os discípulos, que seria a seguinte:
"Ide para o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Aquele que crer e for batizado, será salvo; mas aquele que não crer será condenado. E estes sinais deverão seguir aqueles que creem: em meu nome deverão expulsar demônios; eles deverão falar línguas novas. Poderão pegar em serpentes, e se eles beberem qualquer líquido venenoso, não lhes farão mal; eles deverão colocar as mãos sobre os doentes e eles sararão. Então, depois que o Senhor falou para eles, ele subiu aos céus e sentou à direita de Deus."
É possível que esta descrição tenha sido escrita por alguém que testemunhou este milagre?
Este milagre é descrito por Lucas assim:
“E eis que ele os abençoou, afastou-se e subiu ao céu.” 49
"Brevidade é a alma do saber."
Em Atos é ensinado que:
"Quando ele tinha falado, quando eles viram, ele tinha partido, e uma nuvem o levou para longe de suas vistas."
Nem Lucas, nem Mateus, nem João, nem os escritores dos Atos ouviram uma palavra da conversa atribuída a Cristo por Marcos.
O fato é que a ascensão de Cristo não foi aplaudida pelos discípulos. Em princípio, Cristo era um homem, nada mais.
Maria era sua mãe, José, seu pai. A genealogia do seu pai, José, é dada para mostrar que ele era do sangue de Davi.
Então, a alegação era de que ele era o filho de Deus, e que sua mãe era uma virgem, e que ela permaneceu virgem até sua morte. Então, a afirmação foi feita de que Cristo ressurgiu dos mortos e ascendeu corporalmente aos céus. Passaram-se muitos anos para que estes absurdos se apossassem da mente dos homens.
Se Cristo ressurgiu dos mortos, por que ele não apareceu a seus inimigos? Por que ele não chamou Caifás, o sumo sacerdote? Por que não fez outra entrada triunfal a Jerusalém? Se ele ressuscitou realmente, por que não fez isto em público, na presença de seus perseguidores? Por que este, o maior dos milagres, tinha de ser feito em segredo, num canto? Este era um milagre que poderia ser visto por grande multidão, um milagre que não poderia ter sido simulado, um que poderia ter convencido centenas de milhares. 50
Depois da história da ressurreição, a ascensão se tornou uma necessidade. Eles tinham que se livrar do cadáver. Então, há muitas outras interpolações nos Evangelhos e nas Epístolas.
Novamente eu pergunto: seria o Novo Testamento verdadeiro? Alguém hoje crê que o nascimento de Cristo foi uma saudação celestial; que uma estrela guiou os reis magos do leste; Que Herodes ordenou o assassinato dos bebês de Belém abaixo de dois anos?
Os Evangelhos são recheados de citações de milagres. Teriam eles realmente ocorrido? Mateus cita vinte e dois milagres; Marcos, quinze; Lucas, dezoito; e João, sete.
De acordo com os Evangelhos, Cristo curava doenças, expulsava demônios, curou cegos, alimentou multidões com cinco pães e dois peixes, andou sobre as águas, amaldiçoou uma figueira, transformou água em vinho, e ressuscitou mortos.
Mateus é o único que fala sobre a estrela e os reis magos, o único que conta sobre a matança dos bebês. João é o único que não diz nada sobre a ressurreição de Lázaro. Lucas é o único que cita a ressurreição da viúva do filho de Naim. Como é possível comprovar esses milagres? Os judeus, os povos entre os quais dizem que aconteceram, não acreditam neles. Os doentes, os paralíticos, os leprosos, os cegos que foram curados não se tornaram seguidores de Cristo. Aqueles que ressuscitaram dos mortos nunca foram vistos novamente. 51
Acreditará um homem inteligente na existência de demônios?
As pessoas que escreveram três dos Evangelhos, certamente acreditavam. João não disse nada sobre Cristo expulsando demônios, mas Mateus, Marcos e Lucas deram muitos exemplos.
Será que algum homem hoje crê que Cristo expulsava demônios?
Se seus discípulos disseram que ele expulsou, estavam enganados. Se Cristo afirmou que expulsou, então ele foi um louco ou um impostor.
Se as citações das expulsões de demônios são falsas, então os que narraram eram ignorantes ou desonestos. Se eles escreveram por ignorância, então não eram inspirados. Se eles sabiam que estavam citando algo de falso, se eles sabiam ou não, eles não eram inspirados. Naquela época acreditava-se que paralisia, epilepsia, surdez, loucura e muitas outras doenças eram causadas por demônios; que demônios tomavam posse e viviam dentro do corpo de homens e mulheres. Cristo acreditava nisto, ensinou isto a outras pessoas e fingiu que curava doenças expulsando demônios dos doentes e insanos. Nós sabemos, se é que sabemos algo, que doenças não são causadas pela presença de demônios. Nós sabemos, se é que sabemos algo, que demônios não residem no corpo das pessoas. Se Cristo disse e fez o que os escritores dos Evangelhos dizem que ele disse e fez, então Cristo estava enganado. Se estava enganado, então certamente não era um deus. Se estava enganado, certamente não era inspirado. 52
Seria verdade que o diabo tentou subornar Cristo? É verdade que o diabo levou Cristo para o topo do templo e tentou induzi-lo a pular no chão? Como podem estes milagres ser estabelecidos?
Os chefes não escreveram nada Cristo não escreveu nada E o diabo permaneceu em silêncio. Como podemos saber que o diabo tentou subornar Cristo? Quem escreveu o fato? Não sabemos. Como os escritores obtiveram a informação? Não sabemos.
Alguém há uns setecentos anos, afirmou que o diabo tentara subornar Deus; que o diabo levou Deus para o alto do templo, que tentou induzir Deus a pular no chão e que Deus era intelectualmente muito superior ao diabo. Estas são todas as evidências que possuímos.
Há algo na literatura mundial mais perfeitamente idiota?
Pessoas inteligentes não acreditam mais em feiticeiras, magos, fantasmas e diabos, e eles estão perfeitamente satisfeitos com o fato de que cada palavra do Novo Testamento sobre expulsão de demônios é falsa.
Podemos crer que Cristo ressuscitou os mortos?
Uma viúva, moradora de Naim está seguindo seu filho em cortejo para a tumba. Cristo detém o funeral e levanta o morto e o devolve aos braços de sua mãe. Este jovem desapareceu. Dele nunca mais se ouviu falar. Ninguém teve o menor interesse em saber sobre o homem que retornou do mundo dos mortos. Lucas é o único que conta a história. Talvez Mateus, Marcos e João nunca ouviram falar, ou não acreditaram, ou não se lembraram do fato. 53
João disse que Lázaro ressuscitou dos mortos; Marcos e Lucas não dizem nada sobre isto.
Foi algo de mais maravilhoso que a ressurreição do filho da viúva. Ele já havia sido colocado na tumba havia dias. O rapaz estava ainda no caminho para a cova, mas Lázaro já estava lá. Ele já começara a apodrecer. Lázaro não despertou o mínimo interesse. Ninguém perguntou a ele sobre o outro mundo. Ninguém lhe pediu notícias sobre os amigos falecidos. Quando ele morreu pela Segunda vez, ninguém disse: "Ele não tem medo. Ele já percorreu esta estrada outra vez e já sabe para onde está indo”. Nós não acreditamos nos milagres de Maomé, e na verdade eles são alegados do mesmo modo. Não temos nenhuma confiança nos milagres atribuídos a Joseph Smith e, no entanto as evidências são até melhores. Se um homem hoje aparecesse afirmando que ressuscita os mortos e finge que expulsa demônios, é tido como louco. E o que dizer, então de Cristo? Se quisermos salvar sua reputação, seríamos compelidos a afirmar que ele nunca tentou ressuscitar os mortos; que ele nunca afirmou que expulsava demônios.
Temos que levar em consideração que esses relatos ignorantes e absurdos foram inventados pelos seus seguidores com o objetivo de deificar seu mestre. Naqueles tempos de ignorância, as falsidades adicionavam mais fama a Cristo. Mas hoje, elas põem em perigo o seu caráter e diminuem os autores dos Evangelhos.
Podemos crer hoje que a água se transformou em vinho? João conta este milagre bobo e afirma que os outros discípulos estavam presentes; entretanto, Mateus, Marcos e Lucas não falam nada sobre o fato.
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Tome-se o caso do homem curado pelas águas da piscina de Betsedá. João diz que um anjo turvou a água da piscina de Betsedá e que dissera que o primeiro de mergulhasse na água turva, seria curado.
Alguém pode crer que um anjo foi até a piscina e turvou a água? Alguém acredita que o primeiro pobre coitado a tocar na água curou?
Entretanto, o autor do Evangelho acreditou e citou estes absurdos. Se ele estava enganado sobre este milagre, certamente estava também sobre todos os outros que contou.
João é o único que cita este milagre da piscina. Provavelmente os outros evangelistas não creram na história.
Como podemos julgar estes supostos milagres? Nos dias dos discípulos e por muitos séculos depois, o mundo era cheio do sobrenatural. Quase tudo que acontecia era tido como sobrenatural. Deus era o governador do mundo. Se as pessoas eram boas, Deus mandava semente, e colheita; mas se eles eram más ele mandava enchentes, granizo e fome. Se algo maravilhoso ocorria, era exagerado até se transformar num milagre. Da ordem de eventos, da inquebrável cadeia de causas e efeito, as pessoas não tinham qualquer conhecimento ou nenhum pensamento.
Milagre é o símbolo e o fogo da fraude. Nenhum milagre jamais foi realizado. Nenhum homem honesto e inteligente jamais fingiu fazer milagres, nem fingirá. 55
Se Cristo tivesse realizado os milagres atribuídos a ele; se ele tivesse curado os paralíticos e loucos; se ele tivesse dado audição aos surdos; visão aos cegos; se ele tivesse limpado os leprosos com uma palavra e com um toque dado vida e movimento a um membro paralisado; se ele tivesse dado pulso, movimento, calor e pensamento à argila fria e sem vida; se ele tivesse conquistado a morte e resgatado dela suas pálidas presas, nenhuma palavra contra teria sido exclamada, nenhuma mão erguida, exceto em louvor e honra. Em sua presença todas as cabeças seriam descobertas, todos os joelhos ao chão. Nenhum homem disse: "Eu era cego e este homem me deu visão." Tudo era silêncio.
8 - A filosofia de Cristo
Milhões asseguram que a filosofia de Cristo é perfeita, que ele foi o mais sábio que já pregou. Vejamos: Não resistas ao mal. Se atingido numa face, oferece a outra. >>> Há alguma sabedoria, alguma filosofia nisto? Cristo tira da bondade, da virtude, da verdade, o direito à autodefesa. O vício se torna o dono do mundo e o bom se torna vítima do infame. Nenhum homem tem direito à autodefesa, defender sua propriedade, sua esposa e crianças. Governar se torna impossível e o mundo estará à mercê dos criminosos. Há algo mais absurdo que isto? Ama teus inimigos. >>>
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É possível isto? Será que qualquer ser humano já amou seu inimigo? Será que Cristo amou os seus quando ele os chamou como hipócritas e raça de víboras? Não podemos amar aqueles que nos odeiam. Ódio no coração dos outros não semeia amor nos nossos. Não resistir à maldade é absurdo; amar nossos inimigos é impossível. Não se preocupem com suas próprias vidas >>> A ideia é de que Deus tomaria conta de nós como ele tomava conta de pardais e lírios. Será que há um menor sentido nesta crença absurda? Será que Deus cuida de alguém? Podemos viver sem nos preocupar com o sofrimento? Arar, semear, cultivar, colher, é se preocupar com o sofrimento. Nós planejamos e trabalhamos para o futuro de nossas crianças, para as gerações que estão por vir. Sem essas preocupações não haveria nenhum progresso, nenhuma civilização. O mundo retornaria às cavernas e às masmorras da selvageria. Se teu olho direito te ofende, tira-o fora. >>> Por quê? Por que é melhor que uma parte do corpo pereça a permitir que o corpo inteiro seja mandado para o inferno. Existe alguma sabedoria em aconselhar a retirar um olho ou amputar sua mão? É possível extrair desses ensinamentos esdrúxulos o menor grão de bom senso? Não jurais; nem pelos céus, porque este é o trono de Deus; nem pela terra, porque esta é o seu apoio; nem por Jerusalém, porque esta é a sua cidade sagrada. >>> Aqui achamos a astronomia e a geologia de Cristo. O céu é o trono de Deus, o monarca; a terra é o seu apoio. Um apoio que gira na
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velocidade de milhares de milhas por hora e viaja pelo espaço a uma velocidade de mais de mil milhas por minuto!
Onde os Cristãos pensavam que o céu ficava? Por que seria Jerusalém uma cidade santa? Seria pelo fato de que seus habitantes eram ignorantes, rudes e supersticiosos?
Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cedelhe também a capa. >>> Há qualquer ensinamento, qualquer filosofia, qualquer bom senso nesta ordem? Não seria tão idiota quanto dizer: "Se um homem obtém um processo contra ti de cem dólares, dá a ele duzentos"? Só um louco seguiria este conselho. Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; >>> Se isto é verdade, como o mundo seria melhor se ele ficasse de fora dele.
É possível que aquele que disse "Não resistas a ofensas", veio trazendo uma espada? Aquele que disse "Ama teus inimigos" veio para destruir a paz no mundo? Colocar pai contra filho, e filha contra mãe, que gloriosa missão!
Ele trouxe uma espada e ela foi molhada por milhares de anos com sangue de inocentes. Em milhares de corações ele semeou a semente do ódio e vingança. Ele dividiu nações e famílias, apagou a luz da razão, petrificou os corações dos homens. 58
E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna. >>> De acordo com os escritos de Mateus, Cristo, o compadecido, o piedoso, exclamou estas terríveis palavras.
Seria possível que Cristo tivesse subornado com uma vida eterna de alegrias aqueles que abandonassem seus pais, mães, esposas e filhos? Estaríamos nós para receber a felicidade eterna abandonando aqueles que nos amam? Deveríamos arruinar um lar aqui para construir uma mansão lá?
E, no entanto, é dito que Cristo é um exemplo para o mundo. Teria ele abandonado seu pai e mãe? Ele disse, referindo-se à sua mãe: "Mulher, o que tenho a ver contigo?" Dai a César o que é de César >>> Os fariseus disseram a Cristo: "É legal pagar tributo a César?" Cristo disse: "Mostra-me a moeda do tributo. Eles trouxeram para ele uma moeda. E eles disseram: É de César. E Cristo disse: Dá a César o que é de César".
Será que Cristo pensou que a moeda era de César apenas porque possuía sua imagem estampada sobre ela? Pertenceria a moeda a César ou ao homem que a ganhara? Teria César o direito de requisitá-la só porque nela estava estampada a sua imagem? Não nos parece que por esta conversa que Cristo não entendia a real utilização e natureza do dinheiro? 59
Podemos ainda afirmar que Cristo tenha sido o maior dos filósofos?
9 - Cristo é um exemplo para nós?
Ele nunca exclamou uma palavra pela educação. Ele nem sequer insinuou nada sobre ciência. Ele nunca defendeu a indústria, economia e fez qualquer esforço para melhorar nossas condições neste mundo. Ele era inimigo do bem sucedido e do rico. O rico foi mandado para o inferno, não porque fosse mau, mas porque era rico. Lázaro foi para o céu, não porque fosse bom, mas porque era pobre. Cristo nunca se importou com escultura, pintura, música e nenhuma arte. Nunca disse nada sobre obrigações de nação a nação, nada sobre os direitos do homem; nada sobre liberdade intelectual ou liberdade de expressão. Não disse coisa alguma sobre a santidade do lar; nenhuma palavra sobre a vida doméstica; nenhuma palavra em favor do casamento, em honra da maternidade. Ele nunca casou. Vagava sem lar, de lugar em lugar com uns poucos discípulos. Nenhum parecia engajado em qualquer trabalho que fosse útil e pareciam viver de esmolas. Todas as ligações humanas eram vistas com desprezo; este mundo era sacrificado em favor de um próximo; todos os esforços humanos eram desencorajados. Deus ajudaria e protegeria. Por fim, no crepúsculo da vida, Cristo, reconhecendo que se enganara chorou: "Meu Deus, meu Deus! Por que me abandonastes"?
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Temos consciência de que o homem depende de si mesmo. Ele deve preparar a terra; ele deve construir sua casa; ele deve arar e plantar; ele deve inventar; ele deve trabalhar com as mãos e mente; ele deve suplantar as dificuldades e obstáculos; ele deve conquistar e escravizar as forças da natureza de modo que ela faça o trabalho para o mundo.
10 - Por que deveríamos colocar Cristo acima da espécie humana?
1. Era ele mais gentil e piedoso, mais modesto que Buda? 2. Era ele mais sábio, enfrentou a morte com mais calma que Sócrates? 3. Foi ele mais paciente, mais caridoso que Epicuro? 4. Foi ele um maior filósofo, mais profundo pensador que Epicuro? 5. De que maneira foi ele superior a Zoroastro? 6. Foi ele mais gentil que Lao-Tsé, mais universal que Confúcio? 7. Foram suas ideias de direitos humanos e deveres superiores a Zenão? 8. Expressou ele maiores verdades que Cícero? 9. Era sua mente mais sutil que a de Espinoza? 10.Era sua mente igual à de Kepler ou Newton? 11.Foi ele mais grandioso na morte, e mais sublime que Bruno? 12.Foi ele, em inteligência, em força e beleza de expressão em profundidade nos pensamentos, em riqueza de exemplos, em aptidão para a compaixão, em conhecimento da mente e coração do homem, de todas as paixões, esperanças e medos, igual a Shakespeare, o maior da espécie humana? 61
Se Cristo fosse de fato um Deus, ele saberia todo o futuro. Diante dele um panorama surgiria da história futura. 1. Ele saberia como suas palavras seriam interpretadas. 2. Ele saberia quais crimes, quais horrores, quais infâmias seriam cometidas em seu nome. 3. Ele saberia que as chamas famintas da perseguição subiriam pelos membros de inúmeros mártires. Ele saberia disto; milhares e milhares de bravos homens e mulheres iriam perecer nas masmorras escuras, cheias de dor. 4. Ele saberia que sua igreja ia inventar e produzir os instrumentos de tortura; que seus seguidores iam usar o chicote e a lenha, as correntes e a tortura. Ele veria o horizonte do futuro lúgubre com as chamas dos autos da fé da inquisição. 5. Ele saberia que seus ensinamentos se espalhariam como fungos venenosos de cada texto. Ele veria as inúmeras ignorantes seitas brigando umas contra as outras. 6. Veria milhares de homens, sob as ordens de padres, construindo prisões para seus semelhantes. 7. Ele veria milhares de cadafalsos pingando o sangue dos mais nobres e bravos. 8. Ele veria seus seguidores usando os instrumentos de dor. Ouviria seus gemidos, veria suas faces pálidas, na agonia. Ouviria todos os gritos, lamentos e choros de todos os que sofriam, multidões de mártires. 9. Ele conheceria os comentários seriam escritos em seu nome, com espadas, para ser lidas com a luz da fogueira. Ele saberia que a inquisição seria instalada baseada em palavras atribuídas a ele. 10.Ele teria visto as interpolações, os acréscimos, as falsificações, que a hipocrisia relataria e escreveria.
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Ele veria todas as guerras que se desencadeariam, e saberia que em cima desses campos de morte, além dessas masmorras, além desses instrumentos de tortura, além dessas execuções, além dessas fogueiras, por mil anos tremularia a bandeira sangrenta da cruz. 1. Ele saberia que a hipocrisia vestiria batina e seria coroada, que a crueldade e credulidade mandariam no mundo; 2. saberia que a liberdade seria banida do mundo; 3. saberia que papas e reis, em seu nome, escravizariam almas e corpos dos homens; 4. saberia que eles perseguiriam e destruiriam os descobridores, os pensadores, os inventores; 5. saberia que a igreja apagaria a santa luz da razão e deixaria o mundo sem uma estrela. Veria seus discípulos cegando os olhos dos homens, esfolando-os vivos, amputando suas línguas, procurando por seus nervos mais doloridos. 1. Saberia que em seu nome seus seguidores comercializariam carne humana; 2. Que berços seriam vendidos e os seios das mulheres ficariam sem os seus bebês, em troca de ouro. E, no entanto, ele morreu com os lábios sem voz. 1. Por que ele não falou? 2. Por que ele não disse a seus discípulos e ao mundo: "Não torturarás, não aprisionarás, não queimarás em meu nome. Não perseguirás teu semelhante."? 3. Por que ele não disse claramente: "Eu sou o filho de Deus." ou "Eu sou Deus"? 4. Por que não explicou a Trindade? 63
5. Por que não explicou a forma de batismo que mais o agradava? 6. Por que ele não escreveu suas regras? 7. Por que não quebrou os grilhões dos escravos? Por que nem mencionou se o Velho Testamento era ou não era um trabalho inspirado de Deus? 8. Por que ele não escreveu por si só o Novo Testamento? 9. Por que deixou suas palavras entregues à ignorância, hipocrisia e acaso? 10.Por que não disse nada de positivo, definitivo ou satisfatório sobre o outro mundo? 11.Por que ele não transformou a esperança lacrimejante no céu no conhecimento orgulhoso sobre outra vida? 12.Por que ele não nos falou nada sobre os direitos humanos, direito à liberdade de mãos e mentes? 13.Por que ele foi para a morte de maneira dúbia, deixando o mundo à mercê da miséria e da dúvida? Eu direi a você. Ele era apenas um homem e não sabia.
11 - Inspiração
Não antes do terceiro século supunha-se ou acreditava-se que os livros compondo o Novo Testamento eram inspirados. Devemos lembrar que havia grande número de livros, de Evangelhos, Epístolas, Atos e entre estes, os "inspirados" eram escolhidos por homens "não inspirados". Entre os "Pais do Cristianismo" havia grandes diferenças de opinião sobre quais seriam os livros inspirados; havia muitas discussões cheias de ódio. Muitos livros que hoje são considerados espúrios eram tidos nos primórdios como divinos, e alguns dos hoje considerados inspirados eram considerados espúrios. Muitos dos antigos cristãos e alguns dos 64
pais da igreja repudiaram o Evangelho de João, as Epístolas aos hebreus, Tiago, Pedro e o Apocalipse de São João. Por outro lado, muitos deles tinham os Evangelhos dos hebreus, dos egípcios, os Ensinamentos de Pedro, as Epístolas de Barnabé, o Pastor de Hermas, Revelação de Paulo, as Epístolas de Clemente, o Evangelho de Clemente como livros inspirados, igualáveis aos melhores. De todos esses livros e de muitos outros, os cristãos escolheram quais eram os "inspirados". Os homens que fizeram a seleção eram ignorantes e supersticiosos. Eram crentes convictos no miraculoso. Pensavam que doenças podiam ser curadas colocando-se sobre o paciente um lenço que supunham ter pertencido a um apóstolo ou os ossos de um morto. Acreditavam na fábula de fênix e que as hienas mudavam de sexo todos os anos. Seriam os homens que fizeram a seleção há muitos séculos, inspirados? Seriam eles, ignorantes, supersticiosos, estúpidos e maliciosos, mais qualificados para julgar a "inspiração" que os estudantes do nosso tempo? Por que teríamos de seguir suas opiniões? Não poderíamos nós mesmos escolher? Erasmo, um dos líderes da Reforma declarou que a Epístola aos hebreus não havia sido escrita por Paulo e negava a inspiração do segundo e terceiro livros de João e também do Apocalipse de João. Lutero tinha a mesma opinião. Declarou que Tiago era uma Epístola de palha e negou a inspiração do Apocalipse. Zwinglio rejeitou o livro do Apocalipse e até Calvino negou que Paulo fosse o autor de Hebreus. A verdade é que os protestantes não concordaram sobre quais livros eram inspirados até o ano de 1647, na Assembleia de Westminster. Para provar que um livro é inspirado você precisa provar a existência de Deus. Deve provar também que este Deus pensa, age, objeta, tem fins e meios. Isto é um tanto difícil. 65
É impossível conceber um deus infinito. Não havendo conceito de um ser infinito, é impossível dizer se todos os fatos que sabemos tendem a provar ou não a existência de tal ser. Deus é uma suposição. Se a existência de Deus é admitida, como poderemos provar que ele inspirou os escritores dos livros da Bíblia? Como pode um homem estabelecer a inspiração de outro? Como pode um homem estabelecer que ele próprio seja inspirado? Não há como provar o fato da inspiração. A única evidência é a palavra de alguns homens que não poderiam de maneira alguma saber sobre a questão. O que é inspiração? Usaria Deus o homem como instrumento? Usá-lo-ia para escrever suas ideias? Tomá-lo-ia posse das nossas ideias para destruir nosso arbítrio? Eram esses escritores controlados parcialmente, de modo que seus erros, sua ignorância e seus preconceitos foram diminuídos pela sabedoria de Deus? Como poderíamos separar os erros do homem da sabedoria de Deus? Poderíamos fazer isto sem sermos nós mesmos inspirados? Se os escritores originais eram inspirados, então os tradutores deveriam também sê-lo e também as pessoas que nos dizem o significado da Bíblia. Como pode um ser humano saber que ele é inspirado por um ser infinito? Mas de uma coisa podemos ter certeza: um livro inspirado deveria de todas as maneiras exceder todos os livros já escritos por homens não inspirados. Deveria estar acima de tudo, deveria conter a verdade, cheio de sabedoria, beleza. Muitos sacerdotes me questionam como posso ser tão mau em atacar a Bíblia. Vou dizer a você: 1. Este livro, a Bíblia, tem perseguido até a morte, os mais inteligentes, os melhores. Este livro obstruiu e dificultou o progresso da espécie humana. 66
2. Este livro envenenou as fontes do aprendizado e desviou as energias do homem. 3. Este livro é inimigo da liberdade, o suporte da escravidão. 4. Este livro semeou as sementes do ódio dentro de famílias e nações, alimentou as chamas da guerra e empobreceu o mundo. 5. Este livro é o livro de cabeceira de reis e tiranos, o escravizador de mulheres e crianças. 6. Este livro corrompeu parlamentos e cortes. 7. Este livro fez de colégios e universidades os professores do erro e os inimigos da ciência. 8. Este livro encheu a cristandade com seitas cruéis, cheias de ódio e guerreiras. 9. Este livro ensinou homens a matar seus semelhantes por motivos religiosos. 10.Este livro fundou a Inquisição, seus instrumentos de tortura, construiu as masmorras, nas quais os bons e justos pereceram, forjou as correntes que rasgavam suas carnes, erigiu os patíbulos onde eles eram assassinados. 11.Este livro juntou pilhas de lenha nos pés dos homens justos. 12.Este livro baniu a razão da mente de milhões e encheu os asilos com os insanos. 13.Este livro fez pais e mães derramar o sangue de seus bebês. 14.Este livro foi a justificativa que se dava para separar a mãe escrava de seu bebê. 15.Este livro encheu os navios mercantes e fez da carne humana mercadoria. 16.Este livro acendeu as fogueiras que queimaram as "bruxas" e "feiticeiras". 17.Este livro preencheu a escuridão com fantasmas e os corpos de homens e mulheres com demônios. 18.Este livro poluiu a alma humana com o infame dogma do sofrimento eterno. 67
19.Este livro fez da credulidade a maior das virtudes e a investigação o pior dos crimes. 20.Este livro encheu as nações com eremitas, monges e freiras, com piedosos e inúteis. 21.Este livro colocou santos sujos e ignorantes acima e filósofos e filantropos. 22.Este livro ensinou o homem a desprezar as alegrias da vida para que pudesse ser feliz numa outra, desperdiçar este mundo em benefício de um próximo. Eu ataco este livro porque ele é inimigo da liberdade, a maior obstrução ao progresso da humanidade. Deixe-me fazer uma pergunta aos sacerdotes: Como vocês podem ser tão maus em defender este livro?
12 - A verdadeira Bíblia
Por milhares de anos vem o homem escrevendo a Bíblia verdadeira, que vem sendo escrita dia a dia, e que nunca acabará enquanto o homem tiver vida. Todos os fatos que sabemos, todos os fatos registrados, todas as descobertas e invenções, todas as máquinas maravilhosas com rodas e alavancas que parecem pensar, todos os poemas, cristais da mente, flores do coração, todas as canções de amor e alegria, de sorrisos e lágrimas, todos os dramas do mundo da imaginação, todas as maravilhosas pinturas, milagres de forma e cor, de luz e sombra, de maravilhosos mármores que parecem falar e respirar, os segredos revelados pelas pedras e estrelas, pela poeira e pelas flores, pela chuva e pela neve, pelo gelo e pela chama, pela corrente de vento e pela areia do deserto, pela altura da montanha e pela profundeza do mar. 68
Toda a sabedoria que prolonga e enobrece a vida, tudo o que evita ou cura doenças, ou conquista a dor, todas as justas e perfeitas leis e regras que guiam e dão forma às nossas vidas, todos os pensamentos que alimentam as chamas do amor, a música que transfigura, captura e encanta as vitórias de corações e mentes, os milagres que as mãos têm conquistado, as mãos destras e ágeis daqueles que trabalham para mulheres e crianças, as histórias de feitos nobres, de homens bravos e úteis, de amorosas esposas de fé, de insaciáveis mães, de conflitos pelos direitos, do sofrimento na luta pela verdade, de tudo de melhor que os homens e mulheres do mundo já disseram, pensaram e fizeram ao longo de todos os anos. Estes tesouros da mente e do coração, estas são as Sagradas Escrituras da espécie humana. Tradução e adaptação do texto – About the Holy Bible by Robert Green Ingersoll (1894)
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3 - Pense sobre a verdadeira “Palavra de Deus” Você tem certeza de que sua bíblia contém os verdadeiros evangelhos e a verdadeira mensagem de Deus e não apenas mensagens humanas selecionadas por humanos segundo seus interesses? Diversas categorias de Bíblias
O website http://www.solascriptura-tt.org/BibliologiaTraducoes/index.htm dá uma ideia da impossibilidade de qualquer cristão ter esperança de encontrar a “palavra verdadeira de Deus” hoje em dia. Sua única opção é aceitar a versão bíblica de sua facção cristã; e existem milhares. Parece mais fácil acertar na megasena que encontrar a Bíblia verdadeira. A Bíblia como um todo, aliás, não apresentou sempre a forma como é hoje conhecida. Vários textos, chamados hoje de “apócrifos”, figuravam anteriormente na Bíblia, em contraposição aos canônicos reconhecidos pela Igreja. Maria Helena de Oliveira Tricca, compiladora da obra Apócrifos, Os Proscritos da Bíblia, diz: “Muitos dos chamados textos apócrifos já fizeram parte da Bíblia, mas ao longo dos sucessivos concílios acabaram sendo eliminados. Houve os que depois viriam a ser beneficiados por uma reconsideração e tornariam a partilhar a Bíblia. Exemplos: O Livro da Sabedoria, atribuído a Salomão, o Eclesiástico ou Sirac, as Odes de Salomão, o Tobit ou Livro de Tobias, o Livro dos Macabeus e outros mais. A maioria ficou definitivamente fora, como o famoso Livro de Enoch, o Livro da Ascensão de Isaías e os Livros III e IV dos Macabeus.”. Foi necessária uma cuidadosa triagem de todos eles, visando retirar as divergências mais acentuadas. A discutível origem dos Evangelhos, explica porque 70
os documentos mais antigos não fazem referência à vida terrena de Jesus.
Não é razoável supor que uma “palavra divina” possa ser alterada assim tão fácil e impunemente por mãos humanas. Não precisa ser um gênio para perceber que não existe e jamais existiu palavra de deus algum, mas a palavra da igreja e dos religiosos, nada mais que isso.
Veja esta lista de livros apócrifos do Antigo e do Novo Testamento que, provavelmente, não esgota todos os livros escritos ou existentes, porém, demonstra a quantidade de livros escritos com a intenção de “completar” a Bíblia. 1 - Antigo Testamento
1. Livro do Convênio (Êxodo 24:4, 7) 2. Livro das Guerras (Números 21:14) 3. Livro de Jasher (Josué 10:13) e (2 Samuel 1:18) 4. Livro dos Estatutos (1 Samuel 10:25) 5. Livro dos Atos de Salomão (1 Reis 11:41) 6. Livro de Natã (1 Crônicas 29:29) (2 Crônicas 9:29) 7. Livro de Gade (Mesmo do número 6) 8. Profecias de Aías (2 Crônicas 9:29; 2:15; 13:22) 9. Visões de Ido (Mesmo do número 8) 10. Livro de Semaías (2 Crônicas 12:15) 11. Livro de Jeú (2 Crônicas 20:34) 12. Atos de Uzias, escrito por Isaías (2 Crônicas 26:22) 13. Livros dos Videntes (2 Crônicas 33:19) 14. Profecias de Enoque (Judas 1:14-15) 15. Comentários de Mateus de Nazaré (Mateus 2:23) 71
2 - Escritos perdidos do Novo Testamento, mas mencionados.
16. 17. 18. 19.
Epístola Perdida de Paulo (1 Coríntios 5:9) Segunda epístola perdida de Paulo (Efésios 3:3-4) Terceira epistola perdida de Paulo (Colossenses 4:16) Epístola perdida de Judas
3 - Os livros da Apócrifos Bíblia (Escritos do Velho Testamento)
20. Tobit 21. Judite 22. Adição do livro de Ester 23. Sabedoria de Salomão 24. Eclesiásticos ou a Sabedoria de Jesus 25. Baruque 26. A Carta de Jeremias 27. Oração de Azarias 28. Canção dos Três Judeus (estes são os livros perdidos de Daniel) 29. Susana 30. Sino e o Dragão 31. I Macabeus 32. II Macabeus 33. III Macabeus 34. IV Macabeus 35. I Esdras 36. II Esdras 37. Oração de Manassés 38. Salmo 151 72
4 - Escrito eliminado do Novo Testamento, mas mencionado.
39. Livro de Maria
5 - Textos perdidos, mas mencionados em História Eclesiástica
De 337 d.C., pelo bispo Eusébio de Cesareia, o qual os suprimiu por considerá-los “heresias”.
40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63.
Atos de Paulo Atos de André Atos de João O Proto-Evangelho Infância I Infância II Cristo e Abgarus Nicodemos O Credo dos Apóstolos Laodiceanos Paulo e Sêneca Paulo e Theca Revelação de Pedro Epístola de Barnabas O Evangelho Perdido de Acordo com Pedro Evangelho de Tomé Evangelho de Matias Clemente I Clemente II Efésios II Magnésios Tralianos Romanos II Filadelfos 73
64. 65. 66. 66.
Smaraneas Policarpo Filipenses (II) Evangelho referido somente pela letra Q
6 - Algumas destes podem ser referência nos escritos de Marcião, 150 d.C., e Muratória, 170 d.C.
67. Sheppard de Hermas 68. Hermas I (Visões) 69. Hermas II (Mandamentos) 70. Hermas III 71. Cartas de Herodes e Pilatos (Ref. para o julgamento de Cristo) 7 - Escritos Apócrifos que não mais existem
Eles são mencionados e referidos em outros, mais recentes, no século 4º d.C.
72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. 80. 81. 82. 83. 84.
O Evangelho de André Outros livros abaixo de André Evangelho de Afiles O Evangelho de Acordo com os Doze Apóstolos O Evangelho de Barnabé Os Escritos de Bartolomeu, o Apóstolo O Evangelho de Bartolomeu O Evangelho de Basilides O Evangelho de Cernithus A Revelação de Cernithus Uma Epístola de Jesus Cristo para Pedro e Paulo Vários outros livros abaixo do nome de Cristo Uma Epístola de Cristo (produzido por Maniqueu) 74
85. Um Hino, ensinado por Cristo para seus Discípulos 86. O Evangelho de Acordo com os Egípcios 87. Os Atos dos Apóstolos II 88. O Evangelho de Ebionitas 89. O Evangelho de Encratites 90. O Evangelho de Eva 91. O Evangelho de Acordo com Hebreus (ou Hebreus II) 92. O Livro de Helkesaites 93. O Falso Evangelho de Hesíquius 94. O Livro de Tiago 95. Os Atos de João 96. Evangelho de Jude 97. Evangelho de Acordo com Judas Iscariotes (recentemente descoberto, causando furor no meio teológico. 98. Atos do Apóstolo Leucius 99. Atos do Apóstolo Lentitus 100. Atos do Apóstolo Leontius 101. Atos dos Apóstolos Leuthon 102. Os Falsos Evangelhos, publicado por Lucianus 103. Atos dos Apóstolos (usado por Manichees) 104. O Evangelho de acordo com ou de Marcion 105. Livros abaixo de Mateus: - O Evangelho de Matias - As Tradições de Matias - O Livro de Matias - O Evangelho de Merinthus 106. Evangelho de Acordo com os Nazarenos 107. Os Atos de Pedro e Thecla 108. As Pregações de Pedro e Paulo 109. As Revelações de Paulo 110. O Evangelho da Perfeição 111. Atos Adicionais de Pedro 75
112. A Doutrina de Pedro 113. O Evangelho de Pedro (não confundir com o Evangelho de acordo com Pedro) 114. O Julgamento de Pedro 115. As Pregações de Pedro 116. As Revelações de Pedro 117. Os Atos de Filipe 118. O Evangelho de Filipe 119. O Evangelho de Scythianus 120. Os Atos dos Apóstolos, por Seleucus 121. A Revelação de Estêvão 122. O Evangelho de Titan 123. O Evangelho de Tadeu 124. Os Atos e o Evangelho de Tomé 125. O Evangelho da Verdade 126. Contra a Heresia Números 66 (abaixo) e 72 a 126 somente existem nas referências, eles nunca foram encontrados, mas estão sendo ou foram conhecidos. Conhecidos porque muitos cristãos antigos referiam-se a eles em suas cartas (não oficiais, como as Epístolas) e outros tantos escritos religiosos. Alguns eruditos ainda debatem a legalidade destes escritos:
8 - Modernas descobertas de textos considerados totalmente perdidos
Escrituras Bíblicas
127. Livro de Moisés 128. Livro de Abraão (127 e 128, foram encontrados em tumbas egípcias em 1830) 76
129. 130. 131. 132.
Profecia Profecia Profecia Profecia
de de de de
José do Egito 2 Néfi 3 Zenoque 1 Néfi 19 Neum (mesmo # 130) Zenos (mesmo # 130)
Você pode descartar todos esses como falsos, não contendo a palavra de Deus, ou precisa confiar cegamente na sua facção religios cristã? É mais do que óbvio que jamais existiu palavra de deus algum, mas a palavra da igreja e dos parasitas religiosos aos seus seguidores cegos. Se existisse a palavra de algum deus, ela seria perfeita e absolutamente impossível de ser esquecida ou alterada de maneira alguma. Seria algo maravilhoso à primeira vista e eternamente. Quem decide o que é a palavra de Deus e em que o crente deve acreditar é a sua igreja e mais ninguém. Veja mais sobre apócrifos:
Lista de apócrifos. 101 livros apócrifos.
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4 - Versões da bíblia >>>
Se a Biblia é realmente inspirada por Deus, qual destas é a inspiração divina? 1. A Bíblia do judaísmo rabimista e do judaísmo caraíta, possui 39 livros. 2. A Bíblia do judaísmo ebionita, possui 40 livros. 3. A Bíblia da igreja ortodoxa síria contém 61 livros. 4. A Bíblia do protestanismo contém 66 livros. 5. A Bíblia da igreja católica romana, contém 73/75 livros. 6. A Bíblia da igreja ortodoxa grega, contém 80 livros. 7. A Bíblia da igreja ortodoxa etíope, contém 91 livros As versões são traduções das supostamente “Sagradas Escrituras” que jamais foram vistas. Os crentes adoram dizer que não são diferentes versões, mas nelas se acrescentam, modificam, omitem e insinuam milhares de coisas diferentes; dependendo de qual versão se escolha. E se não fosse pouco, as “versões” mais antigas que existem são dois códices do século IV, escritos em grego e que adicionam textos e capítulos que não aparecem em nenhum dos pergaminhos dos evangelios, os quais teriam sido escritos entre 70 e 125 DC, datas também questionadas por vários estudiosos.
As Bíblias mais antigas, os códices
Se denomina códice (do latim codex, -icis, ‘tabuleta de madeira encerada para escrever’ e posteriormente ‘livro’) a um documento com o formato dos livros modernos, de páginas separadas, unidas 78
por uma costura e encadernadas. Embora tecnicamente qualquer livro moderno seja um códice, este termo secundário latino é utilizado normalmente para livros escritos a mão, manuscritos, manufaturados no período que abrange desde finais da Antiguidade pré-clássica até o fim da Idade Média.
1 - Códice sinaiticus O Códice Sinaitico ou Codex Sinaiticus (Londres, Biblioteca Britânica, Add. 43725; Gregory-Aland nº ( אAleph) ou 01) é um manuscrito uncial do século IV da versão grega da Bíblia, escrito em scriptio continua entre os anos 330 e 350. Originalmente continha a totalidade de ambos os testamentos, mas só chegaram até nossos dias dois pedaços da Septuaginta, a totalidade do Novo Testamento, a Epístola de Barnabé e fragmentos do Pastor de Hermas (o que sugere que estes últimos dois textos poderian ter sido considerados parte do cânon bíblico pelos editores do codex). Junto com o Codex Alexandrinus e o Codex Vaticanus, o Codex Sinaiticus é um dos manuscritos de maior valor para a crítica textual do Novo Testamento em sua versão grega, assim como a Septuaginta. Na maior parte do Novo Testamento, o Codex Sinaiticus está de acordo com o Codex Vaticanus e com o Codex Ephraemi Rescriptus, confirmando um tipo de texto alexandrino; entretanto, em João 1:1-8,38, mostra maior coincidência com o Codex Bezae (que possui maiores semelhanças com um tipo de texto ocidental). Um exemplo destacável de concordância entre os textos do Sinaiticus e do Vaticanus é que ambos omitem a frase “sem causa” em Mateus 5:22.
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Mateus 5:22 Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno.
Ainda hoje as Bíblias não entram em acordo, pois umas trazem o termo e outras não (fato que ocorre com outras milhares de expressões), o que é fatal para a credibilidade da Bíblia como fonte inspirada por um suposto deus.
2 - Codex Vaticanus O Codex Vaticanus (Bibl. Vat., Vat. gr. 1209; Gregory-Aland no. B/03) é um dos mais antigos manuscritos conservados da Bíblia, ligeiramente anterior ao Codex Sinaiticus, e provavelmente copiado, como aquele, durante o século IV. Está escrito em grego, em pergaminho, com letras unciais em formato scriptio contínua, e está na Biblioteca Vaticana. É chamado Códice Vaticano, como é evidente, pelo lugar em que está guardado, embora ninguém saiba como chegou ali. Algumas traduções mais conhecidas:
1 - Em Hebraico
O Pentateuco Samaritano1
Pentateuco Samaritano ou Torá Samaritana é o nome que se dá à Torá usada pelos judeus samaritanos. Os samaritanos recusam o restante dos livros do Tanakh, aceitando apenas sua Torá como livro inspirado. Os samaritanos os rejeitam por não aceitá-lo como vindo de Deus. O Pentateuco 1
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Não é propriamente uma versão, mas o texto hebraico que foi conservado en letras samaritanas. 2 - Em Aramaico
Os Targuns aramaicos Em hebraico: תרגום, plural: tárgumim. Originalmente eram uma tradução ao aramaico da Bíblia hebraica (Antigo testamento) produzidas ou compiladas no antigo Israel e Babilônia desde o período do Segundo Templo (século V AEC aprox.) até começos da Idade Média (finais do primeiro milênio).
3 - Em Grego
A Septuaginta A tradução ao grego do Tanak (Antigo testamento), foi produzida gradualmente durante três séculos: 250AEC e seguintes. O nome LXX (70), em latim Septuaginta, se deve a que costumavam arredondar para 70 o número total de seus 72 supostos tradutores. A Carta de Aristeas apresenta como um suposto fato histórico a lenda que, por instruções de Ptolomeo II Filadelfo (284246AEC), monarca grego do Egito, 72 sábios judeus alexandrinos
samaritano está escrito no alfabeto samaritano, que é diferente do hebraico e era a forma de escrita usada antes do cativeiro babilônico (cerca de 597-586 a.C). Além da linguagem diferente, existem outras discrepâncias entre o Texto Massorético e a Torá Samaritana. Um exemplo é que na versão samaritana dos Dez Mandamentos, onde Deus conclama o povo que construa o altar no Monte Gerizim. O Pentateuco Samaritano ficou conhecido mundialmente, quando Pietro della Valle trouxe de Damasco em 1616 uma cópia do texto. Mesmo assim essa versão do texto samaritano não é absoluta. Em Q'umran foram encontrados fragmentos do texto que combinam com o Texto Massorético, como por exemplo não trazer nenhuma referência ao Monte Gerizim.
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trabalharam em separado e isoladamente sobre a formação de um compêndio dos textos sagrados do povo judeu. Entretanto, hoje sabemos que um dos critérios de autoridade mais frequentemente implementados nestes contextos históricogeográficos, consistia em atribuir aos textos sagrados alguma suposta origem que pudesse remontar a atos extraordinários. Embora em geral se tratassem de textos originários de línguas semíticas, (hebraico e aramaico), se acredita que pelo menos alguns destes escritos pudessem ter sido redigidos de forma original em língua grega. Em geral se acredita que a LXX teria sido formada com o expresso fim de cultivar a fé das comunidades de israelitas piedosos que viviam na Diáspora, mas que se comunicavam na língua grega comum (koiné). Naquela época, residia em Alexandria uma numerosa comunidade de imigrantes judeus e israelitas. Entretando, dado que a ordem teria supostamente partido do rei Ptolomeo II Filadelfo, também é provável que a finalidade dela fosse prover a Biblioteca de Alexandria de um compêndio de textos sagrados judaicos e israelitas.
4 - Em Latim:
A Vulgata Versión latina de ambos os testamentos realizada por Jerônimo de Estridão. Jerônimo (depois São Jerênimo) secretário de Dâmaso, fez a primeira tradução autêntica ao latim (ano 405), a Vulgata, baseando-se na Septuaginta, na Héxapla de Orígenes e textos em 82
Hebraico e aramaico. (O nome Vulgata havia sido originalmente aplicado à versão popular da Septuaginta, muito divulgada nos séculos II e III). Durante os 12 séculos seguintes, o texto da Vulgata foi transmitido cada vez com menor precisão. O Concílio de Trento reconheceu a necessidade de um texto latino autêntico, e autorizou o exame das versões corruptas que haviam perdurado. Em 1546, durante a primeira fase do Concílio, se decretou que la Vulgata sería o único texto latino autorizado para a Bíblia. Esta revisão é o texto em latim básico que os especialistas utilizan. A divisão em capítulos e versículos, que o crente moderno está tão acostumado, foi um desenvolvimento tardio. A numeração dos capítulos data de 1227 e a dos versículos de 1558.
5 - Em Siríaco
El siríaco es un idioma semítico emparentado con el arameo y se empleaba en Edesa y la Mesopotamia occidental hasta que el árabe lo suplantó en el Siglo XIII D.C. Diatessarão de Taciano (séc II DC) Taciano ou Tatiano, convertido em Roma e discípulo de Justino Mártir, preparou uma harmonia dos quatro evangelhos entrelaçando os materiais para formar uma história contínua. Realizou sua obra ao redor de 180DC e foi o primeiro a realizar uma mistura deste tipo entre os evangelhos. Nesta obra Taciano defende a morte da alma, onde na morte do homem, não morre só o corpo, mas também a alma (como se existisse algo do tipo), e na ressurreição (outra lenda pagã) ocorre uma nova criação da alma do nada. 83
Das diferentes obras mencionadas por Eusébio, só se existem duas, o Diatessarão e o Discurso aos gregos, que é uma apologia, mais que uma apología, é um escrito polêmico e muito apaixonado no quela despreza toda a cultura grega, inclusive as belas artes. A doutrina de Taciano se baseava no encratismo, que consiste em uma rigorosa abstinência sexual, não admitiam nenhum tipo de casamento, pretendiam acabar com a raça humana, que consideravam filha do pecado, que lhe privou de sua condição gloriosa. Buscavam desvincular-se da carne e eram rigorosos no campo da alimentação, abstendo-se de comer carne e de beber vinho, sustituindo este por água nas eucaristias. Taciano carrega as tintas sobre o pecado de Adão e diz que se deve voltar à condição anterior a Adão. O pecado de Adão é imperdoável, por Cristo podemos chegar ao perdão, mas Adão não pode ser perdoado. Siríaca antiga (séc. II). A Siríaca antiga contém a maior parte dos quatro Evangelhos. A Siríaca Curetoniana é uma cópia da siríaca antiga produzida no século V. O original foi levado do Egito ao Museu Britânico, de Londres em 1842. Siríaca Peshitta (séc. IV) O Novo Testamento Peshitta (“simples”), revisão da versão siríaca antiga, realizada provavelmente por Rabbula, chegou a ser a “versão autorizada” da igreja siríaca. Versão Filoxênia (princípios do séc. VI, 508DC) 84
A Versão Filoxênia é outra das versões siríacas. Às vezes, chamada de Heracleana porque alguns creem que foi reeditada por Tomás de Heracleia.
6 - Em Copta, armênio e outros idiomas
O copta era o idioma dos primitivos cristãos egípcios. Foi derivado do idioma dos faraós, mas não era escrito em hieroglifos e sim em caracteres semelhantes aos gregos. Gótica (século IV) Ulfilas (“Lobezno”, pequeño lobo), personagem do século IV, produziu a versão gótica, inventou um alfabeto e reduziu o gótico (dialeto germânico) a idioma escrito. O célebre Códice de Prata – escrito em vitela púrpura com tinta prateada, se encontra na universidad de Uppsala, data do século V ou VI e contém partes dos quatro Evangelhos. A Gótica é uma tradução fiel embora os seis manuscritos que existem estejam incompletos. Armênia (século IV) A Armênia, feita para os cristãos armênios no século IV, foi chamada de “Rainha das versões” por sua beleza e exatidão. Mesrop, soldado que se tornou missionário, e Sahak, realizaram a tradução. Assim como Ulfilas, Mesrop inventou um alfabeto. A versão armênia foi revisada algunas vezes depois do século V. Georgiana (aprox. séc. V) A versão georgiana foi a Bíblia dos antigos povos da Geórgia, localizados na região montanhosa entre os mares Negro e Cáspio. 85
Ouviram falar do evangelho cristão no século IV, mas sua tradução provavelmente não foi feita até o século V. Etiope (aprox. séc. IV ou V) Pouco se sabe sobre a origem do cristianismo na Etiópia (v. Hechos 8:26-39). Também se desconhece exatamente quando obtiveram a Bíblia, mas talvez tenha sido no século IV ou V. O mais antigo exemplar desta versão é do século XIII. A maioria procede dos séculos XVI e XVII. Nubia (data desconhecida) Núbia estava localizada entre Egito e Etiópia. A partir do século III e até o século XIV estes povos abraçaram o cristianismo, após o Islã se tornou a sua religião. Da versão núbia existem apenas fragmentos do século X ou XII; não se sabe quando foi feita a versão original. Sogdiana (data desconhecida) A versão Sogdiana (Asia central) é muito incompleta e pouco se sabe a seu respeito. Árabe antigo (data desconhecida). As traduções em árabe antigo foram realizadas no século VIII por João, bispo de Sevilha; no século X por Isaac Velásquez, de Córdoba; e no século XIII, no Egito. Não se sabe se existiram traduções anteriores ao século VIII. Eslavo antigo (cerca del siglo IX).
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No século IX, segundo a tradição, os irmãos gregos Cirilo e Metódio, missionários aos eslavos, começaram uma tradução dos evangelhos. Há uns doze manuscritos da versão em eslavo antigo dos Evangelhos, procedentes dos séculos XI ao XIV.
7 - Em inglês
1. Juan Wycliffe e seus sócios utilizavam o texto latino (1380 – 93). 2. Bíblia de Tyndale em inglês (nunca foi publicada completa). 3. Bíblia de Coverdale, Miles Coverdale fez a primeira Bíblia completa em inglês, (1535) 4. A Bíblia de Mateus (1537) 5. A Grande Bíblia, primeira bíblia autorizada em inglês (1539) 6. Bíblia de Estudos de Genebra (1560) 7. Biblia de Reims – de Douai (1582, 1609) 8. King James (1611) 9. Versão Revisada Inglesa (1881 – 85) 10.Versão Padrão Americana (1946 – 57) 11.Nova Bíblia Inglesa (1961 – 70) 12.Bíblia de Jerusalém (1966) 13.Nova Bíblia Americana (1970) 14.Versão Inglesa de Hoje (1966 – 76) 15.Versão Padrão Revisada (1946 – 1971)
8 - Em Alemão
1. Biblia de Lutero, de Martinho Lutero 87
9 - Em Espanhol
2. Enzinas 1543; 3. Reina 1569; 4. Reina Valera 1602; 5. Reina Valera 1858; 6. Reina Valera 1862; 7. Reina Valera 1865; 8. Reina Valera 1909; 9. Reina Valera 1960; 10.Reina Valera 1977; 11.Reina Valera 1995; 12.Reina Valera Atualizada; 13.Nácar-Colunga; 14.Biblia dlas Américas; 15.Nova Versão Internacional; 16.Versão Popular; 17.A Bíblia Jerusalém, também em espanhol
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5 - O mais famoso conto do mundo Yavé, Javé, Jeová, Senhor, Deus, etc., o Deus todo-poderoso e sem nome, único e verdadeiro, criou o homem; tempos depois, devido à perversão humana, destruiu a humanidade, deixando uma única família para repovoar a terra e, novamente, escolheu uma família para formar seu povo santo, que exterminava os povos “inimigos da verdade”. Só recentemente, esse maravilhoso conto foi desmascarado pelas análises arqueológicas. “Das três ciências que estudam a Bíblia, a arqueologia tem se mostrado a mais promissora. Ela é a única que fornece dados novos”, diz o arqueólogo israelense Israel Finkelstein, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv e autor do livro The Bible Unearthed (A Bíblia desenterrada), publicado em 2001. A obra causou um choque em estudiosos de arqueologia bíblica, porque reduz os relatos do Antigo Testamento a uma coleção de lendas inventadas a partir do século VII AEC. O Gênesis, por exemplo, é visto como uma epopeia literária. O mesmo vale para as conquistas de Davi e as descrições do império de Salomão. (Superinteressante, julho/2002).”
Não há registro arqueológico ou histórico da existência de Moisés ou dos fatos descritos no Êxodo. A libertação dos hebreus, escravizados por um faraó egípcio, foi incluída na Torá provavelmente no século VII AEC, por obra dos escribas do Templo de Jerusalém, em uma reforma social e religiosa. Para combater o politeísmo e o culto de imagens, que cresciam entre os judeus, os rabinos inventaram um novo código de leis e histórias de patriarcas heroicos que recebiam ensinamentos diretamente de Jeová. Tais intenções acabaram batizadas de “ideologia deuteronômica”, porque estão mais evidentes no livro 89
Deuteronômio. A prova de que esses textos são lendas estaria nas inúmeras incongruências culturais e geográficas entre o texto e a realidade. Muitos reinos e locais citados na jornada de Moisés pelo deserto não existiam no século XIII AEC, quando o Êxodo teria ocorrido. Esses locais só viriam a existir 500 anos depois, justamente no período dos escribas deuteronômicos. Também não havia um local chamado Monte Sinai, onde Moisés teria recebido os Dez Mandamentos. Sua localização atual, no Egito, foi escolhida entre os séculos IV e VI, por monges cristãos bizantinos, porque ele oferecia uma bela vista. Já as Dez Pragas seriam o eco de um desastre ecológico ocorrido no Vale do Nilo quando tribos nômades de semitas estiveram por lá. Vejamos agora o caso de Abraão, o patriarca dos judeus. Segundo a Bíblia, ele era um comerciante nômade que, por volta de 1850 AEC, emigrou de Ur, na Mesopotâmia, para Canaã (na Palestina). Na viagem, ele e seus filhos comerciavam em caravanas de camelos. Mas não há registros de migrações de Ur em direção a Canaã que justifiquem o relato bíblico e, naquela época, os camelos ainda não haviam sido domesticados. Aqui também há erros geográficos: lugares citados na viagem de Abraão, como Hebron e Bersebá, nem existiam então.
Hoje, a análise filológica dos textos indica que Abraão foi introduzido na Torá entre os séculos VIII e VII AEC. (Mais de 1.000 anos após a suposta viagem).
Então, como surgiu o povo hebreu? Na verdade, hebreus e cananeus são o mesmo povo. Por volta de 2.000 AEC, os cananeus viviam em povoados nas terras férteis dos vales, enquanto os hebreus eram nômades das montanhas. Foi o declínio das cidades cananeias, acossadas por invasores no final da Idade do Bronze 90
(300 AEC a 1000 AEC), que permitiu aos hebreus ocupar os vales. Segundo a Bíblia, os hebreus conquistaram Canaã com a ajuda dos céus: na entrada de Jericó, o exército hebreu toca suas trombetas e as muralhas da cidade desabam, por milagre.
Mas a ciência diz que Jericó nem tinha muralhas nessa época. A chegada dos hebreus teria sido um longo e pacífico processo de infiltração.
1 - David e Salomão
Há pouca dúvida de que Davi e Salomão existiram. Mas há muita controvérsia sobre seu verdadeiro papel na história do povo hebreu. A Bíblia diz que a primeira unificação das tribos hebraicas aconteceu no reinado de Saul. Seu sucessor, David, organizou o Estado hebraico, eliminando adversários e preparando o terreno para que seu filho Salomão pudesse reinar sobre um vasto império. O período salomônico (970 AEC a 930 AEC) teria sido marcado pela construção do Templo de Jerusalém e a entronização da Arca da Aliança em seu altar. Não há registros históricos ou arqueológicos da existência de Saul, mas a arqueologia mostra que boa parte dos hebreus ainda vivia em aldeias nas montanhas no período em que ele teria vivido (por volta de 1000 AEC) – assim, Saul seria apenas um entre os muitos líderes tribais hebreus. Quanto a David, há pelos menos um achado arqueológico importante: em 1993 foi encontrada uma pedra de basalto datada do século IX AEC com escritos que mencionam um rei Davi. Por outro lado, não há qualquer evidência das conquistas de David narradas na Bíblia, como sua vitória sobre o gigante 91
Golias. Ao contrário, as cidades cananeias mencionadas como destruídas por seus exércitos teriam continuado sua vida normalmente. Na verdade, David não teria sido o grande líder que a Bíblia afirma. Seu papel teria sido muito menor. Ele pode ter sido o líder de um grupo de rebeldes que vivia nas montanhas, chamados “apiru” (palavra de onde deriva a palavra “hebreu”) – uma espécie de guerrilheiro que ameaçava as cidades do sul da Palestina.
Quanto ao império salomônico cantado em verso e prosa na Torá hebraica, a verdade é que não foram achadas ruínas de arquitetura monumental em Jerusalém ou qualquer das outras cidades citadas na Bíblia.
O principal indício de que as conquistas de David e o império de Salomão são, em sua maior parte, invenções é que, no período em que teriam vivido, a arqueologia prova que a cultura Cananeia (que, segundo a Bíblia, teria sido destruída) continuava viva.
A conclusão é que David e Salomão teriam sido apenas pequenos líderes tribais de Judá, um Estado pobre e politicamente inexpressivo localizado no sul da Palestina.
Na verdade, o grande momento da história hebraica teria acontecido não no período salomônico, mas cerca de um século mais tarde. Entre 884 e 873 AEC, foi fundada Samária, a capital do reino de Israel, no norte da Palestina, sob a liderança do rei israelita Omri. Enquanto Judá permanecia pobre e esquecida, no sul, os israelitas do norte faziam alianças com os assírios e viviam um período de grande desenvolvimento econômico. A arqueologia demonstrou que os monumentos normalmente atribuídos a Salomão foram, na verdade, erguidos pelos omridas. Ou seja: o
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primeiro grande Estado judaico não teve a liderança de Salomão, e sim dos reis da dinastia omrida. Enriquecido pelos acordos comerciais com Assíria e Egito, o rei Ahab, filho de Omri, ordena a construção dos palácios de Megiddo e as muralhas de Hazor, entre outras obras. Hoje, os restos arqueológicos desses palácios e muralhas são o principal ponto de discórdia entre os arqueólogos que estudam a Torá.
Muitos ainda os atribuem a Salomão, numa atitude muito mais de fé do que de rigor científico, já que as datações mais recentes indicam que Salomão nunca ergueu palácios.
2 - Judá
Entender a história de Judá é fundamental para entender todo o Velho Testamento. Até o século VIII AEC, Judá era apenas uma reunião de tribos vivendo numa região desértica do sul da Palestina. Em 722 AEC, porém, os assírios resolvem conquistar as ricas planícies e cidades de Israel – o reino do norte, mais desenvolvido economicamente e mais culto. Judá, no sul, que não pareceu interessar aos assírios, pôde continuar independente, desde que pagasse tributos ao império assírio. Assim, enquanto no norte acontece uma desintegração dos hebreus, levados para a Assíria como escravos, no sul eles continuam unidos em torno do Templo de Jerusalém. Judá beneficiou-se enormemente da destruição do reino do norte. Jerusalém cresceu rapidamente e cidades como Lachish, que servia de passagem antes de chegar a Jerusalém, foram fortificadas. Era o momento de Judá tomar a frente dos hebreus. Para isso, precisaria de duas coisas: um rei forte e um arsenal ideológico capaz de convencer as tribos do 93
norte de que Judá fora escolhida por Deus para unir os hebreus. Além disso, era preciso combater o politeísmo que voltava a crescer no norte. Josias foi o candidato a assumir a posição de rei unificador. Durante uma reforma no Templo de Jerusalém, em seu governo, foi “encontrado” (na verdade, não há dúvidas de que o livro foi colocado ali de propósito) o livro Deuteronômio, com todos os ingredientes para uma ampla reforma social e religiosa. O livro possui até profecias que afirmam, por exemplo, que um rei chamado Josias, da casa de David, seria escolhido por Deus para salvar os hebreus. Ungido pelo relato do livro, o ardiloso Josias consegue seu objetivo de centralizar o poder, mas acaba morto em batalha.
3 - A invasão de Judá Judá revolta-se contra os assírios e o rei da Assíria, Senaqueribe, invade a região, destruindo Lachish e submetendo Jerusalém. A destruição de Lachish, narrada com riqueza de detalhes na Bíblia, também aparece num relevo encontrado em Nínive, a antiga capital assíria. E as escavações comprovaram que a Bíblia e o relevo são fieis ao acontecido. “Ou seja: nesse caso, a arqueologia provou que a Torá foi fiel aos fatos” (Superinteressante, julho/2002). Enquanto a narrativa bíblica enfatiza a suspensão do cerco a Jerusalém (graças à intervenção miraculosa de YAVÉ) como um triunfo, as fontes assírias e as descobertas arqueológicas retratam outro cenário nada animador para os hebreus. O relato de Senaquerib sobre sua campanha contra Judá é conciso e objetivo: "Quanto a Ezequias, o judeu, ele não se submeteu ao meu jugo. Eu montei cerco em 46 de suas cidades fortificadas e em incontáveis pequenas aldeias; a tudo conquistei usando rampas de acesso que nos
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colocaram perto das muralhas (...). Eu expulsei 200.150 pessoas, jovens e velhos, homens e mulheres, cavalos, mulas, jumentos, camelos, gado grande e pequeno além da conta, e a tudo considerei como pilhagem de guerra. Ele mesmo eu o fiz prisioneiro em Jerusalém, na sua residência real, como um pássaro numa gaiola. (...) Suas cidades que eu saqueei, eu as tomei de seu país e as dei todas a Motinti, rei de Ashdod, a Padi, rei de Eglon, e a Sillibel, rei de Gaza. Dessa maneira, eu reduzi seu país, mas ainda aumentei meu tributo".
Mesmo que possa haver algum exagero no número apresentado pelo rei, as escavações arqueológicas demonstram que os assírios promoveram uma campanha sistemática de cerco e pilhagens, iniciada através das áreas agrícolas nos contrafortes do Sefelá, e depois em direção à região montanhosa, até alcançar a capital do reino, Jerusalém. Vestígios desenterrados pelos arqueólogos confirmam os sombrios relatos assírios como, por exemplo, na importante cidade judaica de Azeca, que foi tomada de assalto, pilhada e, em seguida, devastada. Pior para Ezequias, foi a tomada de Laquis, situada na área agrícola mais fértil de Judá, de vital importância para a economia do reino. A cidade foi completamente destruída, após um cerco cujos detalhes estão ilustrados no grande relevo de parede encontrado no palácio de Senaqueribe, em Nínive. Escavações realizadas pelos britânicos, na década de 1930, e por pesquisadores israelenses, na década de 1970, revelaram a dramática batalha ali travada e os esforços desesperados dos defensores de Laquis para deter o feroz assalto assírio. Nas cavernas próximas à cidade, foram encontradas sepulturas coletivas com cerca de 1.500 corpos de homens, mulheres e crianças. Duas testemunhas contemporâneas, os profetas Isaias e Miquéias descrevem os horrores que se abateram sobre o povo de várias cidades, atribuindo-os à punição divina:
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Miqueias 1:10-11 “10.Não contem isso em Gate, e não chorem. Habitantes de Bete-Ofra, revolvam-se no pó. 11.Saiam nus e cobertos de vergonha, vocês que moram em Safir. Os habitantes de Zaanã não sairão de sua cidade. Bete-Ezel está em prantos; foi-lhe tirada a proteção. 12.Os que vivem em Marote se contorcem de dor aguardando alívio, porque a desgraça veio da parte do Senhor até às portas de Jerusalém”.
O sofrimento humano e as perdas materiais dos hebreus foram resultantes da decisão do rei Ezequias de se rebelar contra a Assíria, de quem Judá se tornara tributária desde a destruição do Reino de Israel. Ainda que Jerusalém não tenha caído, amplas regiões do reino foram devastadas, a valiosa terra agrícola de Sefelá foi entregue por Senaqueribe às cidades da Filisteia (Palestina), muitos hebreus foram aprisionados e deportados e o tributo devido à Assíria tornou-se bem mais alto do que era pago antes da rebelião. Ezequias recebera de seu antecessor um reino próspero. O que ele legou ao seu filho e sucessor, Manassés, diminuiria consideravelmente de tamanho e de poder. Foi um desastre do qual o Reino de Judá jamais se recuperou plenamente. Uma história cheia de erros, mencionando lugares inexistentes, como comprovado hoje pela arqueologia, já não precisaria de mais nada para ser classificada como mito. Por cima disso, parece que ninguém se deu conta de que, se Josias tivesse realmente sido um rei escolhido por um deus todo-poderoso para unificar o seu povo eleito, ele não teria sido morto pelo exército egípcio (2 Crônicas, 35: 20-24), e o povo escolhido não teria sido submetido pelos assírios. O deus todopoderoso se mostrou impotente diante da Assíria. Só mesmo a fé, “certeza da existência das coisas que não se vê”, é capaz de manter em bilhões de mentes humanas a convicção de que esses contos são “a verdade”. 96
6 - Ressurreição dos mortos - Plágio do paganismo Uma lenda pagã é a base do cristianismo Obviamente, hoje todo mundo sabe que “ressurreição” pertence ao reino da fábula, mas infelizmente milhões de ignorantes semianalfabetos são iludidos com esse tipo de lenda pelos parasitas da fé. O mais engraçado é que esta lenda infantil da ressurreição é a base do Cristianismo bíblico. Sem a ressurreição o cristianismo desmorona como um castelo de cartas à mais suave brisa, pois nada passa a ter o menor sentido.
Paulo é bem claro: o cristianismo depende da ressurreição de mortos.
1 Coríntios 15:12-18
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12 - Ora, se se prega que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? 13 - E, se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. 14 - E, se Cristo não ressuscitou, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. 15 - E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam. 16 - Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. 17 - E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. 18 - E também os que dormiram em Cristo estão perdidos.
A ressurreição dos mortos é uma doutrina cristã herdada de judeus que, por sua vez, adotaram das crenças babilônicas e persas. Não é encontrada no livro da lei mosaica, não está entre os patriarcas nem entre os profetas, com exceção de Daniel, cujo livro, ao que tudo nele indica, foi criado muito tempo depois do cativeiro babilônico; e algum esboço em Isaías. Daniel é o único livro que tem uma linguagem bem parecida com a cristã. Isso nos dá a maior certeza de que a ressurreição é um produto da mente humana e não do deus dos hebreus, um ser onisciente que teria guiado um povo desde o começo do mundo, se ignorarmos os povos que já existiam antes dele ser inventado.
Embora o Velho Testamento apresente casos de pessoas ressuscitadas, a lei mosaica não apresentou nenhuma promessa de recompensa em outra vida após a morte.
A “lei” apresentou um deus severo e extremamente intolerante com outras religiões, com promessas e ameaças nesta vida: Deuteronômio 5:9
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“porque eu, o SENHOR teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, até à terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.”
E não prometia nada mais além do que se pudesse conceder aqui na terra: Deuteronômio 5:16 “Honra a teu pai e a tua mãe, como o SENHOR teu Deus te ordenou, para que se prolonguem os teus dias, e para que te vá bem na terra que te dá o SENHOR teu Deus.”
Em relação ao pós-morte, encontramos algumas opiniões: Jó diz: Jó 14:13-14 “13. Oxalá me escondesses no Seol, e me ocultasses até que a tua ira tenha passado; que me determinasses um tempo, e te lembrasses de mim! 14. Morrendo o homem, acaso tornará a viver? Todos os dias da minha lida esperaria eu, até que viesse a minha mudança.”
Era assim que ele acreditava: Jó 14:12 “Assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus, não acordará nem despertará de seu sono”.
Eis uma resposta ainda mais clara: 99
Jó 7:9-10 “Tal como a nuvem se desfaz e some, aquele que desce à sepultura nunca tornará a subir. Nunca mais tornará à sua casa, nem o seu lugar o conhecerá mais”
Salomão, se tiver sido mesmo o autor do Eclesiastes, não acreditava na existência de consciência após a morte; pois o livro atribuído a ele diz: Eclesiastes 9:5-6 “Pois os vivos sabem que morrerão, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco têm eles daí em diante recompensa; porque a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Tanto o seu amor como o seu ódio e a sua inveja já pereceram; nem têm eles daí em diante parte para sempre em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.”
A NOVA JERUSALÉM (para os judeus, não para os cristãos) prometida pelo profeta Isaías ainda não continha nenhuma perspectiva de ressurreição dos mortos. Era muito diferente daquela apresentada nas visões de João no Apocalipse: Isaías 65:17-25 “17. Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão: 18. Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente no que eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo. 19. E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. 20. Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não tenha cumprido os
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seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. 21. E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o fruto delas. 22. Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras das suas mãos: 23. Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão com eles. 24. E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei. 25. O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.”
Assim vemos que as promessas de Jeová, do Antigo Testamento, não eram nada após a morte, mas prosperidade aqui na Terra. E a morte continuaria existindo como sempre. No profeta Isaías, até já encontramos alguns textos falando de ressurreição, todavia não falam de uma ressurreição de todos os mortos e um juízo final como no cristianismo: Isaias 26:14 “Os falecidos não tornarão a viver; os mortos não ressuscitarão; por isso os visitaste e destruíste, e fizeste perecer toda a sua memória” Isaias 26:19 “Os teus mortos viverão, os seus corpos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó; porque o teu orvalho é orvalho de luz, e sobre a terra das sombras fá-lo-ás cair”
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Lendo todo o texto, percebe-se que não o profeta estava falando de uma ressurreição dos mortos em um dia de juízo final como se fala no Novo Testamento; tanto que, ao se referir a Israel, fala que “teus mortos ressuscitarão” e, ao se referir aos inimigos, diz “os mortos não ressuscitarão”. Se o autor destas palavras já acreditava que os hebreus fossem ressuscitar, também achava que os outros povos não teriam a ressurreição. Só posteriormente é que devem ter desenvolvido essa ideia de que os maus ressuscitam para ser punidos.
Por outro lado, apesar da crença expressa na lei mosaica, nos livros que seguem ao Pentateuco e na maioria dos profetas, a crença na ressurreição já aparece bem cristalizada em Daniel.
As profecias de Daniel apresentam coisas muito coincidentes com o cristianismo, além da promessa de recompensa após a morte e ressurreição. No último capítulo está escrito que, em sua última visão, disse ter recebido a mensagem angélica: Daniel 12:13 "Quanto a você, siga o seu caminho até o fim. Você descansará, e então, no final dos dias, você se levantará para receber a herança que lhe cabe".
Há informações de que os primeiros contatos dos hebreus com a crença na ressurreição dos mortos se deu sob o domínio babilônico e medo-persa. E o texto acima parece ter sido escrito nos dias da vitória de Judas Macabeu e da restauração do santuário profanado por Antíoco Epífanes.
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“O reino unificado de Judeia e de Israel teve o seu último período de esplendor com Salomão (século X AEC), após a sua morte foi o mesmo dividido. No final do século VIII AEC Israel foi conquistado pela Assíria, sendo muitos dos seus habitantes levados para a Assíria, tendo aí desaparecido, sendo hoje conhecidas como as dez tribos perdidas de Israel. O reino da Judeia manteve a sua independência a troco de um pesado tributo. Cerca de 150 anos mais tarde, os babilónios tomam a sua capital - Jerusalém -, e arrasam-na (586 AEC), levando consigo grande número de prisioneiros. No seu cativeiro na Babilónia os judeus absorveram aí muitos conceitos novos que vieram a incorporar no judaísmo: Ressurreição dos Mortos, Inferno, Demónios, Apocalipse, etc. A partir de meados do século VIII AEC. o judaísmo entra num período de grande produção doutrinária, conhecido pelo “tempo dos profetas”. Estes afirmam de forma clara a universalidade e unicidade de Deus.” (Carlos Fontes, Origem da Filosofia).
Está escrito que o próprio Jesus, para convencer os saduceus de sua doutrina da ressurreição, não apresentou nenhuma afirmação antiga que falasse diretamente dela, mas disse: Mateus 22:31-32 “E, quanto à ressurreição dos mortos, não lestes o que foi dito por Deus: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, ele não é Deus de mortos, mas de vivos”
Por que Jesus não citou Daniel? Os saduceus sempre argumentaram que não poderiam aceitar essa crença, porque ela não faz parte da lei e das promessas de Yavé aos patriarcas. Ao que nos parece, eles não consideram as profecias de Daniel como palavras de Yavé. 103
Assim, só mesmo este argumento inconsistente poderia ser apresentado por “Jesus”.
A grande diferença que os religiosos não querem ver entre o Velho e o Novo Testamento é que: 1. No Velho, Jeová prometia prosperidade aqui na Terra. 2. No Novo, Jesus prometeu recompensa após a morte e ressurreição. Compare-se a Nova Jerusalém de Isaías (Isaías 65:17-25) e a Nova Jerusalém de João (Apocalipse 21 e 22). Isaías 65:17-25 17 - Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão: 18 - Mas alegrai-vos e regozijai-vos perpetuamente no que eu crio; porque crio para Jerusalém motivo de exultação e para o seu povo motivo de gozo. 19 - E exultarei em Jerusalém, e folgarei no meu povo; e nunca mais se ouvirá nela voz de choro nem voz de clamor. 20 - Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não tenha cumprido os seus dias; porque o menino morrerá de cem anos; mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. 21 - E eles edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o fruto delas. 22 - Não edificarão para que outros habitem; não plantarão para que outros comam; porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus escolhidos gozarão por longo tempo das obras das suas mãos: 23 - Não trabalharão debalde, nem terão filhos para calamidade; porque serão a descendência dos benditos do Senhor, e os seus descendentes estarão com eles. 24 - E acontecerá que, antes de clamarem eles, eu responderei; e estando eles ainda falando, eu os ouvirei. 25 - O lobo e o cordeiro juntos se apascentarão, o leão comerá palha como o boi; e pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.
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Entre outras diferenças: 1. Na primeira, haveria muita prosperidade, mas tudo dentro na normalidade terrena, com pecado e morte; 2. Na segunda, a imortalidade e a inexistência do pecado. A ressurreição foi introduzida nas cabeças dos hebreus em época bem posterior ao começo da formação da Bíblia. Aí está a maior prova de que a ressurreição não procede do “deus” dos hebreus, mas do pensamento de outros povos entre os quais eles viveram. É algo como se o deus dos hebreus tivesse gostado do sistema de recompensa dos deuses babilônios e persas e adotado a ideia, como um meio melhor de fazer justiça ao seu tão sofrido povo, inclusive aqueles patriarcas e profetas que não tiveram em vida essa esperança.
Como a “nova lei” é uma farsa, a ressurreição, obviamente, também. 105
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“Dois informadíssimos volumes de Karlheinz Deschner sobre a política dos Papas no século XX, uma obra surpreendentemente silenciada peols mesmos meios de comunicação que tanta atenção dedicaram ao livro de João Paulo II sobre como cruzar o umbral da esperança a força de fé e obediência. Eu sei que não está na moda julgar a religião por seus efeitos históricos recentes, exceto no caso do fundamentalismo islâmico, mas alguns exercícios de memória a este respeito são essenciais para a compreensão do surgimento de algumas monstruosidades políticas ocorridas no século XX e outras tão atuais como as que ocorrem na ex-Jugoslávia ou no País Basco”. Fernando Savater. El País, 17 de junho de 1995. “Este segundo volume, como o primeiro, nos oferece uma ampla e sólida informação sobre esse período da história da Igreja na sua transição de uma marcada atitude de condescendência com regimes totalitários conservadores até uma postura de necessária acomodação aos sistemas democráticos dos vencedores ocidentais na Segunda Guerra Mundial”.
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De una manera didáctica, el profesor Karl Deschner nos ofrece una visión crítica de la doctrina de la Iglesia católica y de sus trasfondos históricos. Desde la misma existencia de Jesús, hasta la polémica transmisión de los Evangelios, la instauración y significación de los sacramentos o la supuesta infalibilidad del Papa.
“Se bem que o cristianismo esteja hoje à beira da bancarrota espiritual, segue impregnando ainda decisivamente nossa moral sexual, e as limitações formais de nossa vida erótica continuam sendo basicamente as mesmas que nos séculos XV ou V, na época de Lutero ou de Santo Agostinho. E isso nos afeta a todos no mundo ocidental, inclusive aos não cristãos ou aos anticristãos. Pois o que alguns pastores nômadas de cabras pensaram há dois mil e quinhentos anos, continua determinando os códigos oficiais desde a Europa até a América; subsiste uma conexão tangível entre as ideas sobre a sexualidade dos profetas veterotestamentarios ou de Paulo e os processos penais por conduta desonesta em Roma, Paris ou Nova York.”
"En temas candentes como los del control demográfico, el uso de anticonceptivos, la ordenación sacerdotal de las mujeres y el celibato de los sacerdotes, la iglesia sigue anclada en el pasado y bloqueada en su rigidez dogmática. ¿Por qué esa obstinación que atenta contra la dignidad y la libertad de millones de personas? El Anticatecismo ayuda eficazmente a hallar respuesta a esa pregunta. Confluyen en esta obra dos personalidades de vocación ilustradora y del máximo relieve en lo que, desde Voltaire, casi constituye un Género literario propio: la crítica de la iglesia y de todo dogmatismo obsesivamente
.
Todos estos asuntos son estudiados, puestos en duda y expuestas las conclusiones en una obra de rigor que, traducida a numerosos idiomas, ha venido a cuestionar los orígenes, métodos y razones de una de las instituciones más poderosas del mundo: la Iglesia católica.
Karlheinz Deschner.
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1 – (365 pg) Los orígenes, desde el paleocristianismo hasta el final de la era constantiniana
2 - (294 pg) La época patrística y la consolidación del primado de Roma
3 - (297 pg) De la querella de Oriente hasta el final del periodo justiniano
4 - (263 pg) La Iglesia antigua: Falsificaciones y engaños
5 - (250 pg) La Iglesia antigua: Lucha contra los paganos y ocupaciones del poder
6 - (263 pg) Alta Edad Media: El siglo de los merovingios
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7 - (201 pg) Alta Edad Media: El auge de la dinastía carolingia
8 - (282 pg) Siglo IX: Desde Luis el Piadoso hasta las primeras luchas contra los sarracenos
9 - (282 pg) Siglo X: Desde las invasiones normandas hasta la muerte de Otón III
Sua obra mais ambiciosa, a “História Criminal do Cristianismo”, projetada em princípio a dez volumes, dos quais se publicaram nove até o presente e não se descarta que se amplie o projeto. Tratase da mais rigorosa e implacável exposição jamais escrita contra as formas empregadas pelos cristãos, ao largo dos séculos, para a conquista e conservação do poder. Em 1971 Deschner foi convocado por uma corte em Nuremberg acusado de difamar a Igreja. Ganhou o processo com uma sólida argumentação, mas aquela instituição reagiu rodeando suas obras com um muro de silêncio que não se rompeu definitivamente até os anos oitenta, quando as obras de Deschner começaram a ser publicadas fora da Alemanha (Polônia, Suíça, Itália e Espanha, principalmente).
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414 páginas LA BIBLIA DESENTERRADA Israel Finkelstein es un arqueólogo y académico israelita, director del instituto de arqueología de la Universidad de Tel Aviv y coresponsable de las excavaciones en Mejido (25 estratos arqueológicos, 7000 años de historia) al norte de Israel. Se le debe igualmente importantes contribuciones a los recientes datos arqueológicos sobre los primeros israelitas en tierra de Palestina (excavaciones de 1990) utilizando un método que utiliza la estadística ( exploración de toda la superficie a gran escala de la cual se extraen todas las signos de vida, luego se data y se cartografía por fecha) que permitió el descubrimiento de la sedentarización de los primeros israelitas sobre las altas tierras de Cisjordania. Es un libro que es necesario conocer.
639 páginas EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE PIO XII ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo judío? ¿Tuvo alguna responsabilidad en el ascenso del nazismo? ¿Cómo explicar que firmara un Concordato con Hitler? Preguntas como éstas comenzaron a formularse al finalizar la Segunda Guerra Mundial, tiñendo con la sospecha al Sumo Pontífice. A fin de responder a estos interrogantes, y con el deseo de limpiar la imagen de Eugenio Pacelli, el historiador católico John Cornwell decidió investigar a fondo su figura. El profesor Cornwell plantea unas acusaciones acerca del papel de la Iglesia en los acontecimientos más terribles del siglo, incluso de la historia humana, extremadamente difíciles de refutar.
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513 páginas
326 páginas
En esta obra se describe a algunos de los hombres que ocuparon el cargo de papa. Entre los papas hubo un gran número de hombres casados, algunos de los cuales renunciaron a sus esposas e hijos a cambio del cargo papal. Muchos eran hijos de sacerdotes, obispos y papas. Algunos eran bastardos, uno era viudo, otro un ex esclavo, varios eran asesinos, otros incrédulos, algunos eran ermitaños, algunos herejes, sadistas y sodomitas; muchos se convirtieron en papas comprando el papado (simonía), y continuaron durante sus días vendiendo objetos sagrados para forrarse con el dinero, al menos uno era adorador de Satanás, algunos fueron padres de hijos ilegítimos, algunos eran fornicarios y adúlteros en gran escala...
Santos e pecadores: história dos papas é um livro que em nenhum momento soa pretensioso. O subtítulo é explicado pelo autor no prefácio, que afirma não ter tido a intenção de soar absoluto. Não é a história dos papas, mas sim, uma de suas histórias. Vale dizer que o livro originou-se de uma série para a televisão, mas em nenhum momento soa incompleto ou deixa lacunas.
480 páginas Jesús de Nazaret, su posible descendencia y el papel de sus discípulos están de plena actualidad. Llega así la publicación de El puzzle de Jesús, que aporta un punto de vista diferente y polémico sobre su figura. Earl Doherty, el autor, es un estudioso que se ha dedicado durante décadas a investigar los testimonios acerca de la vida de Jesús, profundizando hasta las últimas consecuencias... que a mucha gente le gustaría no tener que leer. Kevin Quinter es un escritor de ficción histórica al que proponen escribir un bestseller sobre la vida de Jesús de Nazaret.
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380 páginas
38 páginas
First published in 1976, Paul Johnson's exceptional study of Christianity has been loved and widely hailed for its intensive research, writing, and magnitude. In a highly readable companion to books on faith and history, the scholar and author Johnson has illuminated the Christian world and its fascinating history in a way that no other has.
La Biblia con fuentes reveladas (2003) es un libro del erudito bíblico Richard Elliott Friedman que se ocupa del proceso por el cual los cinco libros de la Torá (Pentateuco) llegaron a ser escritos. Friedman sigue las cuatro fuentes del modelo de la hipótesis documentaria pero se diferencia significativamente del modelo S de Julius Wellhausen en varios aspectos.
An Atheist Classic! This masterpiece, by the brilliant atheist Marshall Gauvin is full of direct 'counter-dictions', historical evidence and testimony that, not only casts doubt, but shatters the myth that there was, indeed, a 'Jesus Christ', as Christians assert.
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391 páginas PEDERASTIA EM LA IGLESIA CATÓLICA En este libro, los abusos sexuales a menores, cometidos por el clero o por cualquier otro, son tratados como "delitos", no como "pecados", ya que en todos los ordenamientos jurídicos democráticos del mundo se tipifican como un delito penal las conductas sexuales con menores a las que nos vamos a referir. Y comete también un delito todo aquel que, de forma consciente y activa, encubre u ordena encubrir esos comportamientos deplorables. Usar como objeto sexual a un menor, ya sea mediante la violencia, el engaño, la astucia o la seducción, supone, ante todo y por encima de cualquier otra opinión, un delito. Y si bien es cierto que, además, el hecho puede verse como un "pecado" -según el término católico-, jamás puede ser lícito, ni honesto, ni admisible abordarlo sólo como un "pecado" al tiempo que se ignora conscientemente su naturaleza básica de delito, tal como hace la Iglesia católica, tanto desde el ordenamiento jurídico interno que le es propio, como desde la praxis cotidiana de sus prelados.
Robert Ambelain, aunque defensor de la historicidad de un Jesús de carne y hueso, amplia en estas líneas la descripción que hace en anteriores entregas de esta trilogía ( Jesús o El Secreto Mortal de los Templarios y Los Secretos del Gólgota) de un Jesús para nada acorde con la descripción oficial de la iglesia sino a uno rebelde: un zelote con aspiraciones a monarca que fue mitificado e inventado, tal y como se conoce actualmente, por Paulo, quién, según Ambelain, desconocía las leyes judaicas y dicha religión, y quien además usó todos los arquetipos de las religiones que sí conocía y en las que alguna vez creyó (las griegas, romanas y persas) arropándose en los conocimientos sobre judaísmo de personas como Filón para crear a ese personaje. Este extrajo de cada religión aquello que atraería a las masas para así poder centralizar su nueva religión en sí mismo como cabeza visible de una jerarquía eclesiástica totalmente nueva que no hacía frente directo al imperio pero si a quienes oprimían al pueblo valiéndose de la posición que les había concedido dicho imperio (el consejo judío).
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Fontes:
Bíblia Sagrada About the Holy Bible by Robert Green Ingersoll (1894) http://www.ateoyagnostico.com/2010/07/14/versiones-de-la-biblia/
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