11/05/2014
Identificação dos estados de
CHOQUE - definição
CHOQUE
É uma síndrome caracterizada pela incapacidade do sistema circulatório em fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos de forma a atender suas necessidades metabólicas, levando a uma disfunção orgânica.
Profº João Aparecido 2014 SANGA, NETO, 2007
CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE Hipovolêmico: Cardiogênico: -Hemorrágico Falência Ventricular -Não hemorrágico IAM Hemorragias Miocardiopatia Desidratação Distúrbios de condução Sequestro de líquidos Disfunção miocárdica
Ou seja... É um estado generalizado de falência circulatória que resulta em déficit de perfusão periférica, tornando o coração e o sistema incapazes de manter as perfusões teciduais adequadas, responsáveis pelo metabolismo celular, gerando disfunção orgânica progressiva.
Obstrutivo: Embolia pulmonar Tamponamento cardíaco Pneumotórax hipertensivo
Distributivo: Séptico Neurogênico Anafilático
SANGA, NETO, 2007
Sinais e sintomas gerais
hipotensão taquicardia pulso fino e taquicárdico pele fria e pegajosa sudorese abundante Mucosas descoradas e secas palidez cianose
• resfriamento das extremidades • hipotermia • respiração superficial, rápida e irregular • sede • náuseas e vômitos • alterações neurossensoriais.
Choque hipovolêmico
Caracteriza-se por inadequado débito cardíaco devido a volume circulante inadequado; Pode ser classificado em hemorrágico e não-hemorrágico.
SANGA, NETO, 2007
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Classificação do choque hemorrágico quanto à sua gravidade Classe I
Classe II
Classe III
Classe IV
Perda sanguínea (ml)
Até 750
750-1500
1500-2000
>2000
Perda sanguínea (%)
Até 15%
15-30%
30-40%
>40%
Frequência cardíaca <100
100-120
120-140
>140
Pressão arterial
normal
normal
diminuída
diminuída
Frequência respiratória
14-20
20-30
30-40
>35
Diurese (ml/h)
>30
20-30
5-15
desprezível
Estado mental
Ansiedade leve
Ansiedade Moderada
Confuso
Confuso, letárgico
Reposição volêmica cristalóide
cristalóide
Cristalóide e sangue
Cristalóide e sangue
Choque hipovolêmico Volume sangüíneo diminuído Retorno venoso diminuído Volume sistólico diminuído Débito cardíaco diminuído Perfusão tecidual diminuído
Choque cardiogênico Choque cardiogênico
Contratilidade cardíaca diminuída
É a incapacidade do coração de suprir suficiente fluxo de sangue aos tecidos, resultando no comprometimento da sua função de bomba; Falência primária da bomba cardíaca;
Débito cardíaco e volume sistólico diminuídos
Congestão pulmonar
Perfusão tecidual sitêmica diminuída
Perfusão diminuída da artéria coronária
SANGA, NETO, 2007
Choque obstrutivo
Obstrução mecânica hipoperfusão tecidual; Identificado por:
do
débito
cardíaco
ocasionando
Choque distributivo
Estase jugular;
Condições causadas por profunda vasodilatação periférica; Má distribuição do volume; Débito cardíaco normal e perfusão tecidual inadequada; Podem ser:
SANGA, NETO, 2007
Séptico; Anafilático; Neurogênico.
SANGA, NETO, 2007
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Vasodilatação
Choque distributivo
Má distribuição do volume sangüíneo
Choque neurogênico
Retorno venoso diminuído
Caracteriza-se pela perda da inervação simpática do controle vasomotor Ocorre por lesão do sistema nervoso central;
Volume sistólico diminuído
Trauma; Acidente vascular cerebral; Meningoencefalite; Raquianestesias.
Débito cardíaco diminuído
Perfusão tecidual diminuído
Sintomatologia: bradicardia, vasoconstrição cutânea.
Provocado pela ação das toxinas que bloqueiam a chegada de oxigênio à célula ou impedem a correta perfusão desta; Presença de microorganismo patogênico ou de suas toxinas na corrente sanguínea com repercussão hemodinâmica As principais fontes de choque séptico são:
Pulmões (± 35%) Abdome (± 30%) Vias urinárias Pele (escaras e feridas) (35%)
sem ATLS, 2008
Choque Séptico
Choque séptico
hipotensão,
Manifestações clínicas: * Fase hiperdinâmica ou quente; * Fase hipodinâmica ou fria.
Tratamento Choque anafilático
Ocorre após exposição ao antígeno levando a liberação de mediadores químicos vasoativos causando vasodilatação e inflamação; Caracterizado por:
Sensação de sufocamento; Broncoespasmo e respiração ruidosa; Alterações cutâneas; Edema laríngeo; Ht elevado; Alterações hemodinâmicas.
O tratamento do estado de choque depende evidentemente da causa, portanto é importante classificá-lo, se hipovolêmico, cardiogênico, obstrutivo e distributivo. Pela história pregressa, mais os antecedentes e o exame físico, pode-se confirmar ou excluir existência de hemorragias, cardiopatias, predispondo a arritmias, infartos ou embolia pulmonar, febre e focos infecciosos, abdome agudo, trauma crânio encefálico, anestesias raquidianas, etc. Exames complementares, como RX de tórax, eletrocardiograma, hematológico completo, hemocultura e urina tipo I geralmente são suficientes para o diagnóstico etiológico definitivo. Fator tempo no tratamento é primordial
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Como tratar o choque???
Como tratar o choque???
A B C D REPOSIÇÃO VOLÊMICA
Tipo e quantidade de fluídos Tempo de infusão rápido Parâmetros mensuráveis de resposta à reposição volêmica
FC, diurese, GCS, PA, sat O2
DROGAS VASOATIVAS
Restaurar fluxo sanguíneo; Restaurar pressão arterial (vasopressor); Restaurar débito cardíaco (inotrópicos);
ANTIBIÓTICOTERAPIA Antibióticos de amplo espectro ( colher antes culturas) DIURÉTICOS Tratamento de insuficiência cardíaca Pulmão de choque Tratamento diferencial de oligúria
Como tratar o choque???
Como tratar o choque???
EQUILÍBRIO ÁCIDO-BÁSICO Os pacientes em estado de choque evidentemente evoluem para estado de acidose metabólica com tendência a hiperpotassemia. A acidose pode impedir a ação das catecolaminas administradas. Consideramos importante corrigir- se a acidose nos casos em que se prevê que o estado de choque pode se prolongar. A correção da acidose diminuirá a hiperpotassemia. Nos casos em que o potássio plasmático persiste acima de 6 mEq/1 deve-se administrar gluconato de cálcio endovenoso lentamente, providenciar redução da ingesta, usar resinas trocadoras intestinais como o Sorcal R que na luz intestinal troca potássio por cálcio e ainda, se necessário, tratamento dialítico.
Complicações do choque
Insuficiência respiratória
Insuficiência renal
Distúrbios de coagulação
HIPOGLICEMIA Os pacientes em choque séptico têm freqüentemente hiperinsulinemia ao mesmo tempo que apresentam elevação dos níveis de hormônios circulantes que antagonizam a ação da insulina e causam hiperglicemias, porém, em determinados momentos, podem apresentar hipoglicemias com riscos fatais. Desta forma, a glicemia deve ser monitorizada freqüentemente, e a administração de rotina de soro glicosado deve ser instituída.
Assistência de Enfermagem
Identificar precocemente os pacientes com risco de choque; Reconhecer os sinais e sintomas de choque:
CIVD
Vasoconstrição cutânea; Qualidade do pulso periférico e central; Diminuição do débito urinário; Alterações do nível de consciência; Arritmias; Alterações de temperatura; Aumento sérico do lactato;
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Assistência de Enfermagem
Mensuração dos parâmetros hemodinâmicos;
FC, PA, diurese, qualidade dos pulsos.
Controle de drogas vasoativas por BI; Balanço hídrico rigoroso; Manter permeabilidade de vias aéreas; Exame físico direcionado e previsão de problemas.
Referências: 1. Sanga RR. Choque. In: Martins HS et al., ed. Emergências Clínicas. Abordagem Prática. 3ª ed. São Paulo: Malone; 2007, 61-74. 2. Siqueira BG, Schmidt A. Choque circulatório: definição, diagnóstico e tratamento. Medicina, Ribeirão Preto 2003;36:145-150. 3. Filho MC, Westphal GA. Manual Prático de Medicina Intensiva. 6 ed. São Paulo: Segmento Farma; 2009. 4. Felice, C.D, Susin, C.F, Costabeber, A.M, Rodrigues, A.T, Beck, M.O, Hertz, E. Choque: diagnóstico e tratamento na emergência, Revista da AMRIGS, Porto Alegre, 55 (2): 179196, abr.-jun. 2011
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