FUNDAÇÃO DE TECNOLOGIA DO ESTADO DO ACRE DEPARTAMENTO TÉCNICO E DE PRODUÇÃO
CARTILHA PARA PRODUÇÃO
DE TIJOLO
SOLO-CIMENTO
FUNTAC
FUNDAÇÃO DE TECNOLOGIA DO ESTADO DO ACRE DEPARTAMENTO TÉCNICO E DE PRODUÇÃO
PROJETO: HABITAÇÃO POPULAR ALTERNATIVAS PARA A AMAZÔNIA
MORADIA POPULAR SUB-PROJETO IV:
RIO BRANCO-ACRE MAIO/99
AGRADECIMENTOS: À Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP , pelo apoio financeiro. A todo o corpo funcional da FUNTAC, que qu e direta ou indiretamente contribuiu contribuiu na realização realização deste d este Trabalho. A todos os órgãos órg ãos públicos federais e estaduais que colaboraram, prestando informações.
EQUIPE COORDENAÇÃO GERAL
EDINETE OLIVEIRA .................................................. ............................................................................................. ........................................... Arquiteta EQUIPE TÉCNICA
LUIZ EXPEDITO AMARO DE FREITAS...........................................................Eng.º Civil ANA LÚCIA LÚCIA R. M. F. DA COSTA.................................................. COSTA ......................................................................... ....................... Arquiteta MÁRIO JORGE DOS S. FERREIRA....................................................Tecnológico C. Civil WILLIAN ABREU DA SILVA.............................................................Tecnológico C. Civil IRIMAR SOARES DE BRITO..............................................................Tecnológico C. Civil DIXON GOMES AFONSO .................................................. ...................................................................Tecnológico .................Tecnológico C. Civil GASPARINO FERNANDES.............................................................................Laboratorista CARLOS AFONSO ................................................... ........................................................................................... ........................................ Laboratorista EDITORAÇÃO/ARTE FINAL
MÁRIO JORGE DOS S. FERREIRA....................................................Tecnológico C. Civil LUIZ EXPEDITO AMARO DE FREITAS...........................................................Eng.º Civil EQUIPE DE APOIO
MARIVALDO ALMEIDA DE OLIVEIRA..........................................Tecnológico C. Civil ANTÔNIO BEZERRA DO NASCIMENTO................... NASCIMENTO........................................Desenhista/Projetista .....................Desenhista/Projetista
SUMÁRIO A PRESENT NTA A Ç Ã O ............................................. ...................................................................... ......................... 8 1.0 INTR INTRO DUÇÃ O ............................................................. .............................................................................1 ................1
2.0
VA NT NTA A G ENS DO SEU EM PR PRE EG O ........................................ ............................................................. .........................11
3.0 DE DES SC RIÇÃO IÇÃ O DO PRO C ESSO ..................................................... .....................................................22 4.0 M A TERIAIS C O NS NST TITUI ITUINT NTE E DO C O M PONE PON ENT NTE E ........... ...... ........... ........... .........44 5.0 ES ESC O LA DO TRA Ç O E PREPAR PARA A Ç Ã O DA M IST ISTURA ........... ..... .......... ....44 6.0 FA BRICA Ç Ã O DO TIJOLO TIJOLO .................................................... .........................................................4 .....4 7.0 CARACTERISTICAS TÉCNICAS DO TIJOLO...............................4 8.0 DADOS SOBRE O CUSTO DE PRODUÇÃO DOS TIJOLOS....14 9.0 ILU ILUSTRA Ç Ã O FO TO G RÁ FICA IC A DO D O PR PRO O TÓ TIPO IPO ........... ...... .......... .......... ......16 .16 10.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................17 11.0 ANEXOS...................................................................................20
CARTILHA PARA PRODUÇÃO DOS TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO
APRESENTAÇÃO
Esta cartilha visa difundir, em linguagem simples e acessível, técnicas usuais de aplicação do solo-cimento na construção habitacional. Espera-se que o seu conteúdo facilite o procedimento na confecção dos tijolos de solo-cimento, e p oss ossa c orres orrespp ond on d er à s sua s exp e c ta tivas. tivas. 1. INTRODUÇÃO Os tijolos de solo-cimento constituem uma das alternativas para a construção em alvenaria. Esse elementos, após pequeno período de cura, garantem resistência à compressão simples similar à dos tijolos maciços e blocos c erâ erâ mic mic os, os, send send o a resi esistênc ia tanto ma is elevad a q uanto ma ior for for a qua ntid ntid ad e de c ime nto em prega d a; esta, esta, no enta nto, de ve ser ser limitad mitad a a um teo r ótimo q ue confira ao material curado a necessária qualidade, sem aumento do custo de fabricação. 2. VANTAGENS DO SEU EMPREGO Pod em ser men c io na d os a s p rinc ip a is va nta g ens d os tij tijolos d e solo-c solo-c im ent o: a ) Podem, em geral, ser produzidos com o próprio solo local e no canteiro de ob ra s, red uzi uzind o o u evitand o o c usto usto d e transp transp orte; b ) A regularidade de suas formas, a planeza e a lisura de suas faces requerem a rg a ma ssa d e a ssenta me nto d e esp esp ess essura ura míni mínima ma e unifor uniforme me ; c ) Pod em d isp ensa ensa r o uso uso d e rreve eve stime time nto, de sd e q ue p rote g id os d a a ç ã o d ireta d a á gua , send send o, po rtand o, rec rec om end áve is pa ra p arede s c om tij tijolos olos à vis vista; d ) Não c onsom onsom em c om b ustí ustível vel na na fab ric aç ão , por dis dispe nsar nsar a que ima ; e ) Util tiliza m b a sic a me nte mã o-d e-ob ra nã o esp esp ec ia liza d a .
3. DESCRIÇÃO DO PROCESSO Para a fabricação de tijolos de solo-cimento usa-se basicamente uma mistura constituída de solo, cimento e água, devidamente prensada. A p rensa ensa ge m é feita feita d entro d e m olde s e a forma forma va ria d a d estes estes p oss ossib ilita p rod uzi uzir diversos tipos de tijolos.
Os elementos fabricados são estocados em uma área para cura e, ma ntido s úmi úm id o s, p or um p e ríod o nu nc a inferior nferior a 07 d ia s. 3.1 REQUISITOS BÁSICOS PARA A PRODUÇÃO: Os tijolos de solo-cimento, fabricados na pesquisa, possuem dimensões de 6cm x 11cm x 23cm, podendo-se diversificar a produção com a obtenção de outras fôrma fôrma s ou m a tri trizes me tá lic a s q ue p od em ser a d a p ta d a s na p rensa ensa m a nua l ou hidráulica, gerando componentes diversos. Isto pode variar de acordo com o fabri fabric ante e o tipo tipo d e má quina quina emp rega da . 3.1. 3.1.11 Pr Prod uç ã o c om Prensa ensa Ma nua l: Prod uç ã o me nsa nsa l esti estima ma d a : 20. 20.000 000 unid unid a d es/ es/ mê s Ed ific fic aç ã o: Ga lpã o c om á rea c onstr onstruí uídd a d e ap roxima oxima d am ente100 ente100,00m² Mã o de Obra: 01 Enc a rreg a d o d e Pr Prod uç ã o e 04 Serventes Observação: A transfer transferênc ênc ia d a Tec nolog ia a o usuá usuá rio p od erá ser ser rep rep a ssa d a p ela Insti nstitui tuiçç ã o, c om a p a rtic tic ip a ç ã o d os téc nic nic os esp esp ec ia liza d os no a ssunto. Eq uipa me ntos e utensí utensílios lios nec essá essá rios a p rod uç ão :
Má quina ma nual : 01 uni unid ad e
Ca rros d e mã o : 02 unid unid a d es
Reserva eserva tór tó rio d e á g ua (c a p . 1000 1000 litros tros): ): 01 unida d e
Enxa nxa d a : 01 unid unid a d e
Peneira 4,8mm: 02 unidades
Ba ld e c onstr onstruç uç ã o: 02 unid unid a d es
Ma ng ueira ueira p lá stic tic a : 01 unid unid a d e
Regador de água: 02 unidades
Insumos:
Estop a s p a ra lub lub rific fic a ç ã o da má q uina uina : 04 sa c os
Óleo lubrifi lubrificc a nte : 10 litros litros
Consumo Consumo d e ma terial terial pa ra a p rod uç ão d e 01 milheir milheiro de unida de s:
So lo a reno so : 2,0 m ³
Cime nto Portl Portlaa nd : 168 168 kg
Água potavel: variável
3.1.2 Prod uç ã o c om Prensa ensa Hidráulic Hidráulic a Equipamentos:
Ca rreta c om c ap ac ida de p ara ara 800 800kg: 01 unida unida de
Prensa Hidráulica: 01 unidade
Dis Disp osi ositivo p a ra c a rg a : 01 unida d e
Mis Misturad turad or c om c ap a c id ad e pa ra 120 120 l: 01 unid unid ad e
Peneirador: 01 unidade
4. MATERIAIS CONSTITUINTES DO COMPONENTE SOLO-CIMENTO 4.1 SOLO 4.1.1 GENERALIDADES O solo solo é o elemento q ue e ntra ntra em ma ior prop prop orç orç ão na mis mistura tura , d evend o ser ser selecionado de modo que permita o uso da menor quantidade possível de
cimento. De maneira geral, os solos mais adequados para a fabricação de tijolos d e solo-c ime nto sã o o s q ue p oss ossuem a s seg uinte uinte s c a ra c terís terístic tic a s:
% p a ssa nd o na n a p e ne ira ira ABNT 4,2mm (nº 4).......... 4).............. ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ 100% % p a ssa nd o na p e ne ira ira A BNT 0,075m 0,075m m (nº 200)......... 200)............. ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ 10 a 50% Limite de Liquidez................................................................................................ ≤ 45% Índ ice ic e d e Plas la stic ida id a d e ........ ............ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ ........ .... ≤ 12%
Normalmente, os solos arenosos estabilizam-se com pequenas quantidades de c ime nto. É imp ortante ortante ress essa ltar que a p resenç esenç a d e a rgila gila na c om p osi osiç ão d o solo é necessária para dar à mistura de solo e cimento, quando umedecido e compactado, coesão suficiente que permita a conformação e o manuseio dos tijolos após a prensagem. Não devem ser utilizados solos que contenham matéria orgâ orgâ nic nic a , po is esta esta p od e p ertur erturbb ar a hidrata hidrata ç ão do c ime nto. Embora existam solos que sozinhos não podem ser utilizados no processo, há possibilidade de se misturar dois ou mais solos para obtenção de um solo viável q ue ve nha a esta esta b iliza r-se -se e p oss ossa ser usa usa d o c om o solo-c solo-c ime nto . O solo antes de ser misturado com o cimento, deve estar seco, isento de ma téri téria o rgâ nic nic a, e peneirad peneirad o numa p eneira eneira c om m alha de 4,8mm. 4,8mm. Em caso de não dispor de uma peneira de malha especificada (4,8mm), adota-se a peneira utilizada para café, isto é, que são usadas por ocasião da c olheit olheitaa d o c a fé, sua m alha tem a b ertur erturaa a p roxima oxima d a d e 5mm x 5mm . 4.1.2 COLETA DE AMOSTRAS NO CAMPO PARA ESTUDO PRÉVIO É de funda me ntal imp ortânc ortânc ia p ara a p rod uç ão d os c om po nentes em sol solooc ime nto q ue seja seja efetua d a uma ava liaç ã o p révia évia d a jazi azida de solo a ser uti utilizad o. Em nosso caso, foi efetuada uma coleta de amostras em uma área localizada na BR-364, km 13, conforme mostrado abaixo. Essas amostras (em torno de 04 sacos, com aproximadamente 50 kg), foram enviadas ao laboratório da FUNT NTAC AC p a ra serem rea liza d os o s ens en sa io s d e c a ra c teriz teriza ç ã o fís físic o-me c â nica e ava liaç ão do uso. uso.
Foto 01 – Coleta de amostras de solo arenoso na jazida
4.1.3. ENSAIOS PARA ESCOLHA DO SOLO Para identificação dos solos deve-se executar o seguinte conjunto de ensaios. 4.1.3.1. ENSAIOS DE LABORATÓRIO
Preparação de amostra de solo para ensaio de compactação e ensaios de c a ra c ter te riza ç ã o fís físic o-mec o-m ec â nic nic a (NB (NBR R 6457 6457); ); Dete rmina ç ã o d a ma ssa esp esp ec ífic fic a d os g rã os d e solo (NBR (NBR 6508 6508); ); Solo – de terminaç ã o d o limite limite d e p la sticida d e (NB (NBR R 7180 7180); ); Análise granulométrica de solos (NBR 7181), para execução desses ensaios nec ess essita -se d e um a a mo stra tra c om 50 kg kg d e solo.
Na falta de um la la b o ra tór tó rio rea liza -se -se o ensa ensa io de c a ixa . É um ensa ensa io p rá tic tic o m a s q ue p oss ossib ilita um a ma rge m d e seg seg ura ura nç a na esc esc olha d o solo solo id id ea l . 4.1.3.2. 4.1.3 .2. ENS ENSA A IO PRÁ TICO IC O O U DE DE C A IXA Os solos ideais para a mistura com o cimento são os que possuem teor de a reia um p ouc o sup erior erior a 50% 50%, dev end o-se o-se e vita vita r solos c om ma téria téria orgâ nic nic a . Os critérios apresentados nesta cartilha para a escolha do solo, e para c ontrol ontrolee d a umida umida de de c omp ac taç ão da mis mistura, tura, refer referem-s em-see a proc proc ed imentos práti prático co s que voc ê p od e a do tar na na falta falta d e um lab oratór oratóriio.
Para o btenç ão do solo a ser us usad o faç a o teste teste de c aixa: Tom e um a po rç ã o d e solo solo de storr torroa d o e pe neir neirad o, (r (rec om end a-se a-se a pe neir neira de 4,8mm de abertura de malha) e misture água aos poucos até que o solo c omec e a gruda gruda r na lâmina lâmina d a c olher olher de ped reir eiro. Coloq ue o sol soloo umed ec ido sem c omp ac tar, tar, em uma c aixa aixa d e ma de ira c om a s * Coloq dimensões internas indicadas na figura. A caixa deve estar lubrificada com óleo d iese iese l ou simila imila r. *
*
Enc ha a c a ixa a té a b orda , e alis alise a sup erfí erfíc ie c om a c olher, olher, ( fig fig . 01) 01)
Deixe a caixa guardada, em um ambiente fechado, ao abrigo do sol e da c huva , d ura ura nte sete sete d ia s.
*
Após este período, faça a leitura da retração nas extremidades e nas trincas, no sentido do comprimento da caixa. Se a soma não ultrapassar 2cm, o solo p od e ser util utiliza d o. Em Em c a so c ontrári ontrário, a d ic ione a reia a té o b ter um solo solo c om as características desejadas, (fig. 02).
Figura igura 01- Coloc aç ão do solo pa ra o teste teste d e c aixa
Figura igura 0202- Verif Verificaç icaç ão da retraç retraç ão no solo solo
4.2 CIMENTO Os cimentos que poderão ser utilizados deverão atender às seguintes especificações: ♦ ♦ ♦
NBR 5732 NBR 5732 – Cime Cim e nto Po rtla rtla nd c o m um NBR NB R 5733 5733 – Cime Cim e nto Po rtla rtla nd d e a lta resis resistê tênc nc ia inic inic ial NBR NB R 5735 5735 – Cimen Cim ento to Po rtland tlan d d e a lto fo rno
♦
NBR NB R 5736 5736 – Cimen Cim ento to Po rtland tlan d p o zo lâ nico nic o
Os números referentes às Normas Brasileiras Registradas (NBRs) vem estam estam p ad os nas sac a s d e c ime nto. 4.3 ÁGU ÁG UA A água deverá ser isenta de impurezas nocivas à hidratação do cimento, sup õe m-se m-se u sá vei ve is, ág ua p otá ot á vei ve is. 5. ESCOLHA DO TRAÇO E PREPARAÇÃO DA MISTURA Considerando que a capacidade de uso de material da equipe (04 pessoas) seja equivalente ao consumo de um traço por hora, correspondente a 100kg de mistura, segue: Prepara-se três misturas de solo-cimento com 1:10, 1:12 e 1:14 de cimento em volume (c ime nto e solo). solo). De c a d a m istura tura d everão ev erão ser mold a d os, os, no m ínimo nimo 10 (de z) tij tijolos na p róp ria prensa prensa , c onforme onforme p roc ed imento c itad os no item item 6 em seg seg uid uid a e nc a minhar minhar a o la bo rató rio, ond e será erá d efini efinidd o o traç traç o a d eq uad o, c onforme onforme d isc riminad minad o no item 4.1.3.1. Exem plo d e Dosag Dosag em: em : Considerando-se que o solo selecionado atendeu às especificações estab estab elec id a s p elas norma téc nic nic a s esp esp ec ific fic a d a s no item 4, tem -se -se q ue:
Mistur Misturaa c om traç traç o 1:10 1:10 1º Co loc a -se -se 10 b a ld e s d e so so los e sp a lhand lha nd o -os, -os, (fig (fig . 03) 03)
Figura igura 03 – Proporçã Proporçã o d o traç o d e solo-cimento solo-cimento
2º Ad ic ione um ba lde d e c ime nto sob sob re o sol soloo d e forma forma a c ob rir tod o a p orç orç ão e c om uma enxada , hom hom og eini einizze a mistur misturaa , até a tingir tingir uma só c olor oloraç aç ã o. 3º Esp a lhe nova me nte a m istura tura , a d ic ione á g ua c om o a uxí uxílio d e um reg reg a d or, a té atingir atingir a umida umida d e idea l de mo lda ge m, c onferi onferindo -se p elo elo p roc ess esso prátic prátic o; 4º Pene ire tod a a m istura tura já umed ec id a , c onfo rme fo to 02, 02, c oloc a nd o-se o-se no si silo da má quina quina p ara ara a c onfecç ão do s tij tijolos olos.. O temp o m áximo áximo d e uma hora hora é estab estab elec elec ido pa ra c ad a traç traç o d e mistur mistura, a, em funç funç ão d o iní inícc io e fim fim de “ pe ga ” d o c imento. 6. FABRICAÇÃO DO ELEMENTO Dos c om po nentes b á sic os d o solosolo-cc ime nto, o q ue e xige ma ior prep prep araç ão é o solo. 6.1 PREPARAÇÃO DO SOLO No processo de fabricação dos tijolos, o solo deve estar com umidade baixa, recomendando-se que a armazenagem seja feita em local de baixa umidade. O solo solo norma lme nte é retira etira d o d a s ja zid a s e transp transp ortad o p a ra o d ep ósi ósito; é nec ess essá rio q ue ele seja seja p rep a ra d o d esa esa g reg a nd o-se o-se os torrõe torrõe s e eliminand eliminand o-se o-se o ma teria teria l retid retid o na p ene ira AB ABNT NT nº 4,8mm 4,8mm..
6.1.1. 6.1.1. Pene Pene ira ira me nto d o Solo Solo O solo, antes de ser misturado com o cimento, deve estar seco, isento de ma téri téria o rgâ nic nic a , e p eneirad eneirad o numa ma lha d e 4,8 4,8mm . Em caso de não dispor de uma peneira de malha especificada (4,8mm) , a d ota -se p ene ira util utiliza d a p a ra p ene ira r c a fé, is isto é, que sã o usa usa d a s p or oc a siã o
d a c olhei olheita ta do c a fé, sua malha malha tem ab ertur erturaa ap roxima oxima d a de 5, 5,0mm x 5,0mm, (foto 02). 02).
Foto 02 – Peneiramento ma nual
Existem solos que apresentam grande quantidade de partículas graúdas, neste caso, costuma-se aplicar um destorroador, cuja finalidade é reduzir o tamanho dos graúdos. Sugere-se que, quando o solo apresentar mais de 50% de ma ter te ria l ret retiid o na p ene ira AB ABNT NT nº 4,8mm 4,8mm , util utiliza -se -se p rime ira me nte o d estorr estorroo a d or seg uindo uindo ao p eneirad eneirad or. or. 6.2 PREPARAÇÃO DA MISTURA A quantidade de solo e de cimento a serem misturados poderão ser medidas em volume para maior facilidade de operação. Normalmente, a q ua ntid ntid a d e d e c ime nto e d o solo solo é feito em rec ip iente s, (Ex (Ex: b a ld es, es, p a d iola, etc .) (fig. 03 ), colocando-se inicialmente o solo até adquirir um traço adequado ao manuseio e com a capacidade produtiva, por um período de no máximo 01 (uma ) hora hora . Em seg seg uid uid a a d ic ione o c ime nto (foto 03). 03).
Foto 03 – Prepa Prepa raç ão da mistura mistura
Os componentes secos devem ser trabalhados (isto é, misturados) até completa homogeneização (foto nº 2), que é alcançada quando a mistura ad q uir uirir c oloraç oloraç ão unifor uniforme. me. A ág ua d eve ser ser ad ic iona d a e m forma forma d e c huveir huveiro, ga ra ntindo ntindo bo a d istri tribuiçã o sob sob re a ma ssa a té q ue a tinj tinjaa a umid umid ad e idea l. A verificação da umidade da mistura é feita com razoável precisão, da seg uinte uinte forma forma p rá tic tic a : a ) Pega-se um punhado da mistura e aperta-se energicamente entre os dedos e a pa lma da mão; ao a bri brir a m ão o “ bolo” bolo” deverá deverá ter a m arca arca deix deixad a pelos pelos dedos;
Figura igura 05 – Verificaç Verificaç ão da umida de idea l da mistura mistura
b ) Deixando-se cair o “bolo” de uma altura aproximada de 1,00m, sobre uma sup erfíc erfíc ie d ura ura , o m esmo esmo d everá ev erá e sfar fa rela r-se -se a o c hoc ho c a r-se -se c o m a sup erfíc erfíc ie; se se isto nã o oc orrer, orrer, a mistura mistura e sta rá mui mu ito úmi úm id a , (fi (figg . 06). 06).
6.3 FABRICAÇÃO DO TIJOLO A mistura é transferida do misturador para a prensa; o molde da prensa é que d á a forma forma ao elemento (tij (tijolo). olo).
Fi ura ura 04 – Prensa ensa em dos tiolos
Logo após a prensagem, o elemento produzido é expelido pela prensa sob re p allets allets,, e esta esta p ronto p ara ser ser co loc a do na área de c ura. ura. Os eleme ntos d eve m ser c oloc a d os na som b ra , sob sob re uma sup erfí erfíc ie p la na e em p ilha d os a té uma a ltura tura m á xima d e 15, 15,00m. 00m. Após 06 (seis) horas de moldagem, e durante os 07 (sete) primeiros dias, os elementos devem ser mantidos umidos por meio de sucessivas molhagens (a
cada 02 horas) com regador ou similar, munido de chuveiro, afim de garantir a cura necessária. Há casos em que não há condições de cura em local coberto; se isto oc orrer orrer de ve-se ve-se p rote ge r a p ilha c om lona ou m a teria teria l simila mila r. Quando o solo utilizado for muito arenoso e não houver possibilidade de em p ilha me nto, log log o a p ós a c onfo rma ç ã o d os eleme ntos, ntos, c ostuma ostuma -se d eixá eixá -los no primeiro dia depositados sobre pallets, fazendo-se o empilhamento no segundo dia.
Foto 05 – Proce sso d e c ura d os tijolos po r umid ec iment o
6.3.1 FLUXOGRAMA
DE PRODUÇÃO
As etapas de extração da matéria prima e do processo de produção são resum esumiid a s d a seg uinte forma . MATÉRIAPRIMA
CARACTERIZAÇÃO DO SOLO
7.0 DADOS
SOBRE OS CUSTOS DE PRODUÇÃO DO COMPONENTE
Para reduzir o custo final de produção desses componentes, o consumo de cimento deve ser baixo (máximo de 10%) e as jazidas não devem estar muito afastadas da unidade produtiva. Estimase que no máximo entre 5 a 10 km, para não encarecer os custos com transporte de material, do contrário esses componentes deixariam de competir com os produtos cerâmicos convencionais de mesma função, cujas jazidas se encontram a distâncias médias de transporte da ordem de 10 km. Recomenda-se que para a adoção dessa tecnologia, sempre, deverá ser precedida uma análise do(s) tipo(s) de solos da área de extração da matéria-prima, sob pena de inviabilizar técnica e economicamente os investimentos realizados.
7.1 BASE DE CÁLCULO PARA CONFECÇÃO DOS TIJOLOS DE SOLO-CIMENTO Tend o c om o ba se os c om p onentes b ási ásic os do tij tijolo olo ma c iç o d e solosoloc ime nto , ou seja seja , solo e c ime nto , tem os: os: Para 01 milheiro,
2,00 2,00 m³ d e so lo 168, 168,00 00 kg d e c ime nto
Devemos considerar também a utilização de 04 (quatro) operários, para as funç õe s d e m istura tura d o m a teria teria l, p ene ira me nto e p rensa ensa ge m. Ana lisa nd o to d os estes estes fatores fat ores,, iner ne rente en tess à c onfec on fec ç ã o d o tijolo, tijolo, terem terem os: os:
Ma teria l Solo Cimento Maquinário M. Ob ra (04 serv.) serv.)
Unid . M³ Kg Un h
Qua Qu a nt. 2,00 168,00 1,00 20,00
P. Unitá rio 10,00 0,21 9,00 1,52 1 ,52
V. Tota l 20,00 35,28 9,00 30,40
To ta l
94,68
Se c onsi onsid erarmo erarmo s q ue a fab ric a ç ã o será será p or reg reg ime d e e mp reita, ou seja, seja, co m util utiliza ç ã o d e um a c erâm ic a mo nta d a , d eve mo s inc luir uir os seg uintes uintes enc a rgo s:
Enc a rgo rg o s p a trona tro na is (PI (PIS, CO FINS NS,, etc et c .): 17% 17% Manutençã o d a fáb ric a: 4% 4% Desp Desp esa esa s a d m inis inistrativa s e Luc ro : 18% 18%
Logo, 94,68 x 0,17 + 94,68 x 0,04 + 94,68 x 0,18 = 37,21 94,68 + 37,21 = 131,89 O custo do milheiro então será de oitenta oitenta e nove c entavo s)
R$ 131, 89 (cento
e trinta e um reais, e
Porta nto , o c usto usto d a unida d e ti t ijolo é d e: R$ R$ 0,1 0,133 (trez (trezee c e nta vo s), este este será será o c usto usto p ara a fa bric bric a ç ão do tij tijolo olo ma c iç o d e solosolo-cc ime nto. Em face ao cunho social deste empreendimento, devemos considerar sua utilização para fins de produção por sistema de mutirão, o que implicará na retirada de alguns insumos computados na composição acima, como mão-deobra, encargos e despesas administrativas/lucro, fazendo com que este valor rec a ia, pe rfazend fazend o um c usto usto d e R$ 68,07 (se (se sse nta e o ito rea is, e se se te c e nta vo s). Verificando outro fator de economia, teremos a condição de fabricação do tij tijolo vazad vazad o, que c orr orrespo espo nde a uma d iminui minuiçç ã o e m c erc erc a d e 40% 40% (quarenta por cento) do custo do tijolo maciço, assim o cálculo nos remete ao valor de R$40,84 (qua renta rea is, oitenta e q ua tro tro c enta vos) vos) Considerando ainda o primeiro custo levantado, e utilizando a relação a nte rio r, terí tería mo s um va lor d e R$ 79,13 (set (setent ent a e no ve rea is, trez trezee c ent a vos vo s). Pod em os resum esumiir d a seg uinte fo rma ,
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Dis Disc riminaç imina ç ã o Tijo lo solo-c ime nto ma c iç o Tijo ijo lo so lo-c ime nto va za d o Tijo lo solo-c ime nto ma c iç o Tijo lo solo-c ime nto va za d o Tijolo ma c iç o c onve nc iona l Tijo ijo lo 08 furos Tijolo ma c iç o a p a rente
Cus Cu sto p / m ilhe ilheiiro 68,0 68,077 40,84 40,84 131, 131,89 89 79,1 79,133 130, 130,00 00 145,00 145,00 200, 200,00 00
Pro c ess esso Co nstruti nstrutivo vo Mutirã Mutirã o Mutir Mu tirãã o Ce râ mic a Ce râ m ic a Ce râ mica C e râm ica ic a Ce râ mica
Ob servaç ã o: O tij tijolo utili utiliza d o na p esq esq uis uisa e d o tip tip o ma c iç o (6x (6x11x 11x23)c 23)c m.
8.0 CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO TIJOLO 8.1 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO MECÂNICA Maior Resistência a compressão que o tijolo comum, anti termo-acústico, ac a ba mento pe rfeito, feito, próp próp rio p ara tijolo tijolo “ A VIS VISTA” , ou reb reb oc a do . RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
2,8
MPa
1,09
MPa
1,73
Teor de cimento cimento (10%) cimento (8%) cimento (6%)
MPa
Ilustração Fotográfica
FOTO 02 - PROTÓTIPO DE SOLO-CIMENTO
19. BIBLIOGRAFIA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Evolução das Pesquisas de Laboratório de Solo-Cimento. PINTO, Carlos de Souza. São Paulo, 1989. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Boletim Técnico 109. Aplicação de Solo-Cimento em Pequenas Áreas Urbanas. TEIXEIRA, Fernando José. São Paulo, 1986. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Boletim Técnico 112 Fabricação de Tijolos e Blocos de Solo-Cimento com a utilização de Prensas Hidráulicas. São Paulo, 1989. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Boletim Técnico 112 Fabricação de Tijolos e Blocos de Solo-Cimento com a utilização de Prensas Manuais. São Paulo, 1988.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Estudo Técnico 35 Dosagem das Misturas de Solo-Cimento - Normas de Dosagem. São Paulo, 1986. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Curso intensivo de solocimento. São Paulo, 1979. p. ilust. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND.Curso intensivo de solocimento normas de dosagem e métodos de ensaio. São Paulo, 1979. p. ilust. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Solo-cimento na habitação popular. 2 ed.. São Paulo, Paulo, 1987. 12 p. Dissertação Dissertação de Mestrado apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos, 1987. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND. Estudo Técnico 53 Dosagem de Solo Melhorado com Cimento. PITTA, Márcio Rocha, Engenheiro Civil. SãoPaulo, 1983. BANCO NACIONAL DA HABITAÇÃO/CEPEA. HABITAÇÃO/CEPEA. Tijolos maciços maciços de solo-cimento: solo-cimento: fabricação e utilização. Rio de Janeiro, 1985. 20 p. ilust. CENTRO DE PESQUISAS E DESENVOLVIMENTO. Manual de Construção com Solo-Cimento. THABA, Camaçari, 1984.