BiPaP – Ventilação não Invasiva (VNI) Designa-se Ventilação não Invasiva pois trata-se de uma aplicação de suporte ventilatório sem recorrer ao uso de uma via aérea invasiva. Estes ventiladores permitem administrar ar ou oxigénio sob pressão ao doente. Existem vários modos ventilatórios, nomeadamente nomeadamente
por pressão negativa, pressão positiva positiva com volume mínimo imposto, por volumes com com limites de pressão pressão ou por conjugação conjugação dos dois modos. modos.
O BiPaP (Bilevel Positive Airway Pressure) pertence ao modo ventilatório de pressão positiva em que existem dois níveis de pressão: maior durante a inspiração (IPAP) e menor durante a expiração (EPAP ou PEEP), ou seja, IPAP > EPAP
O equipamento necessário é:
fonte de energia (bateria), ventilador propriamente dito, tubuladora, filtros, fonte de O 2, interfaces e válvulas e outros – humidificadores.
O interface está presente em todas as máscaras que apresentam dois orifícios que podem servir para a conecção do oxigénio ou para ou monitorização de pressões, fugas ou volume corrente expirado, através de um tubo. Quando estes não são utilizados, podem ser tapados. Para escolher o interface temos de ter em consideração a morfologia da face e do crânio, grau de colaboração do doente, tipo de pele e eventual alergia cutânea e posição de dormir. Quanto aos tipos de ventilação, exitem três:
assistida – o doente realiza todos os movimentos ventilatórios, sendo que o ventilador só ‘ajuda’ insoflando volumes;
assistida/controlada – o doente realiza alguns dos movimentos ventilatórios, sendo o ventilador responsável por iniciar os restantes, impondo volumes; controlada – o ventilador assegura todos os movimentos ventilatórios.
Assim sendo, o BiPaP pode ser aplicado segundo a ventilação assistida, assistida/controlada e controlada. Este irá causar menores consequências hemodinâmicas e menor risco barotrauma (manifestação patológica ligada a variações de pressão no interior do corpo). Quanto a fisiopatologia, temos:
aumenta a pressão intratorácica, diminui a pré-carga e diminui a pós-carga.
O BiPaP tem como objectivos principais:
manutenção das trocas gasosas (hipoxemia e hipercapnia), facilitar a ventilação alveolar, diminuir o trabalho respiratório e diminuir a dispneia (conforto).
É utilizado em doentes com:
IRA/C, EAP, Doenças pulmonares restritivas (poliomielite, toracoplastia) Doença neuromuscular progressiva
DPOC, bronquiectasias Fibrose quística Asma ICC
Obstrução das vias aéreas
É contra-indicado em doentes:
Instabilidade hemodinâmicas,
Arritmias cardíacas instáveis,
Paragem cardíaca ou respiratória
superiores.
Alguns efeitos causados pelo BiPaP:
Congestão nasal ou secura das
Distensão abdominal,
mucosas,
Fugas de ar pela boca ou
Eritema ou ulceração no dorso do nariz,
Irritação da conjuntiva ocular,
máscara e
Pneumonia de aspiração.
Verificar com frequência:
Oximetria do pulso,
FR, FC e TA
Fugas,
Gasometria arterial
Alguns cuidados de enfermagem:
Manter as vias aéreas desobstruidas (lavar e hidratar), Manter higiene oral cuidado (doente e material), Vigiar diariamente a integridade da pele, Aplicar creme hidratante nas áreas mais sujeitas a pressão, Aplicar hidroclóide nas zonas de maior pressão (ex.: dorso do nariz), Adequar os horários da ventiloterapia, Fazer manutenção, limpeza e desinfeção dos equipamentos utilizados, Incentivar a mobilização ou deambulação do doente em períodos de pausa, se as condições de saúde do doente assim o permitir, Promover formas de comunicação alternativas e Ensinar família sobre como comunicar com um doente com BiPaP.
P.S.: Doente:
Ventilador:
Explicar a técnica, Ensinar qual o melhor posicionamento, Avaliar estado de consciência, Manter a vigilância e monitorização.
Verificar pressões instituidas, Verificar filtros bacteriológicos, Administrar O2, Enriquecedor de O 2 e Máscara.
Interfaces:
Tamanho da máscara, Pressão da máscara e Válvula de anti-inalação.
Referência bibliográfica: Mar, M. J. & Souto, J. (s.d.). Ventilação não invasiva. APER. URL: www.aper.com.pt/index_ficheiros/VDNI.pdf