BIBLIOTHE CA MAÇONNICA.
TOMO I.
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- PARIS. — NA OFFICINA
TYPOGRAPHICA DE
Rue François Miron, 8.
BEAULÉ,
BIBLIOTHECA MAçorINICA, OU
INSTRUCÇÃO COMPLETA Do FRANC-MAÇON. COMPRE HENDENDO
1- A Historia da Maçonnaria desde a mais alta antigui dade até hoje; 2- O Ritual de todos os gráos da Maçonnaria; 3º A Guia do Architecto ;
4º A Maçonnaria d'Adopção;
5° Huma Collecção de Discursos para todos osgráos e fes tas das ordens; Os Estatutos geraes e particulares dos principaes Orien tes da Europa; 7° Modelos de Correspondencia oficial e ceremonias; 8° Hum Vocabulario Maçonnico.
6*
OBRA *#
proicadº. Aos onmentes Lusitano e BRASILIENSE, -
POR UM CAV.". ROSA-CRUZ. TOMO PRIMEIRO. /**
•
PARIS.
184 ().
ADVERTENCIA.
A ordem da Franc-Maçonnaria é uma associação de homens sabios e virtuo
sos, cujo objecto é viver em uma per feita igualdade, intimamente unidos pelos laços da estima, da confiança e da amizade, debaixo da denomina ção de Irmãos, e o estimularem reci
procamente um aos outros á pratica das virtudes.
Segundo esta definição, a pruden cia e o interesse de todas as Lojas im põe-lhes o rigoroso dever de não faze rem participar dos nossos Mysterios senão
aquellas pessoas que, além de serem dignas de todas estas vantagens, séjão {
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ADvERTENCIA.
capazes de contribuir ao fim proposto,
e que não envergonhem, aos olhos dos Mações todo o Universo, as Lojas que as tiverem admittido.
Assim quando se trata da admissão de um profano (*) a Loja, a que elle é apresentado, deve considerar: que vai dar um membro á associação geral, e
um Irmão a cada membro; que uma vez admittido, os Maç... de todo universo,
de qualquer estado, qualidade e condi ção que séjão, são obrigados a reconhecê lo como tal; por consequencia que é
tanto da honra da Loja, como do inte resse de que ella deve ser animada pela gloria e prosperidade da Ordem, que —
(*) Remontando á mais alta antiguidade, estapa lavra nunca significou outra cousa mais que a inad misso ao templo, aos mysterios. Profanum extra
templum: assim profano não significa senão aquelle que ainda não está admittido, em opposição ao que já o é, ao iniciado; e assim por nenhum motivo esta palavra pode ser ofensiva,
ADVERTENCIA.
Ilj
aquelle aspirante seja digno de ser apre sentado a todos os Maç...; é preciso em fim que, apoiado no testemunho da sua Loja, elle mereça ser acolhido por todos os Irmãos como um homem virtuoso,
como um Irmão que, em tal qualidade, tem direito á sua amizade a mais intima,
visto que a Loja, pela admissão d'um homem, torna-se, para com todos os Maç..., garante das qualidades, que essa admissão deve fazer presumir no = iniciado.
Assim nunca se poderá criminar de demasiado o escrupulo, exactidão e se
veridade das lojas nas informações, que se houver de tomar, sobre os individuos
que lhes forem apresentados. Um outro ponto, não menos impor tante, é a uniformidade que deve reinar na maneira de procederá iniciação. Portão plausiveis motivos se proce deu á redacção d'um protocolo de ini
ADVERTENCIA,
IV
ciação não só aos tres primeiros gráos, ou gráos symbolicos, mas tambem ás
quatro ordens superiores, ou gráos mys terios, a fim de conseguir-se, sendo pos sivel, a requerida uniformidade, e para que a Maçonnaria sendo levada á pratica de seus usos antigos, que alguns inno vadores teem tentado alterar, visse res
tabelecidas essas primeiras e importantes iniciações na sua antiga e respeitavel pu TOZ3.
As Lojas devem pois conformar-se
com elle em todos os pontos, a fim de
não oferecerem mais aos Maç... via jantes uma diversidade tão repugnante, e contraria aos verdadeiros principios da Maçonnaria.
INTRODUCÇÃO.
Antes de tratar de cada um dos gráos do Rit.". Moderno, julgamos dever an tepôr uma instrucção geral sobre a orga nisação da L... e de seus empregados. Serie dos Gr... e Ord.'. do Rit.". Francez ou Moderno. Gráos.
4º Aprendiz. 2º Companheiro,
Maç.". Symb.".
3° Mestre. Ordens.
lº 5º 6º 7º
#
Eleito secreto. 4º El.". Sub. "., ou Escocez. Cavalleiro do Oriente. 3º Cavalleiro R.". Cruz. Aº
Maç.". Myst.".
Analyse do Rit.". Moderno.
O 1º Gr.… É consagrado a virtude e á beneficencia.
-
vj INTRODUCÇAo. O 2º Gr... É cons... ao trabalho e ás artes mechanicas.
O 5° Gr... É cons,…, ao pundonor in flexivel, e ás producções do genio.
O 4° Gr... É cons... ao zelo virtuoso, e á punição da perfidia.
O 5º Gr... É cons... á gratidão para com os chefes da Ord..., e ao perdão das injurias. O 6° Gr... É cons... ao heroismo em beneficio da patria.
O 7º Gr... É cons... ao triumpho das luzes sobre as trevas, e ao da virtude contra o vicio.
Oficiaes de uma L.'. 1º Veneravel.
2º Vigilante (1°). 5° Vigilante (2). 4º Orador. 5° Secretario.
6º Mest... de Cerem... 7º Archivista. 8º Thesoureiro.
ºº Experto (1). 10° Experto (2°).
INTRODUCÇÃO,
vij
11º I.”. Terrivel. ##
12º I...Hospitaleiro. 15. I.”. Architecto.
14º Mest... dos Banq.'. (*). Veneravel: é o primeiro empregado, que examina, dirige, e preside os Trab.". da L... Tem o direito de retirar a Pal.".
ao I... que se afastar da ordem da discus são : de lhe fazer cobrir o Templo; e mesmo, em caso grave, o Ven... pode suspender e fechar os Trab... Como chefe supremo, o Ven... assigna todas as pranchas da L.'.: é presidente nato em todas a commissões e deputações; final mente o Ven... é quem só pode negar ou dar a Pal... aos II.”., devendo ser
sempre igual e imparcial. O Ven... oc cupa o lugar do Oriente. Vigilantes: são dous empr."., que teem a seu cargo o annunciar, cada um á sua respectiva columna, os Trab... propostos pelo Ven.'., conservão na L.". o silencio e a ordem, e são os que obteem do Ven.'. a Pal... para os II.". Os Vigil... substituem o Ven.'. na sua falta; mas em todas as
(*) Além d’estes empregados pode haver outros adjuntos,
•
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rNTRODUCÇAo.
funções o primeiro Vig... prefere o se gundo. Ambos assignão todas as pranchas da L... O logar do primeiro é debaixo da Col... B: e o do segundo da Col.". J.".. Orador: é o conservador nato dos esta
tutos geraes da Ord...; por isso deve op por-se a toda e qualquer deliberação que lhes seja contraria, e pedir acta da pro testação; para ser transmettida ao Gr.-Or...: pertence-lhe tambem a inspecção
dos regulamentos particulares da L.'., e pode oppor-se á sua infracção; n’este ca so a L.'. só delibéra na sessão seguinte sobre o merito de tal opposição. O Orad..., a pedido do Ven.'., e ha vendo necessidade, resume tambem as
questões em discussão sem as motivar, e pode adia-las, quando a discussão não esteja suficientemente esclarecida. O Orad... he especialmente encarregado : 1º d'explicar os symbolos aos iniciados : 2º de apresentar, em cada festa da Ord.'., a analyse dos Trab... da L.'.: 5º de cele brar as festas e os funeraes com pranchas de Arch.….: 4º em fim de assignar e con a redacção definitiva das pranchas ferir da L.'. •
O Orad... assenta-se no cimo da col.".
B.º., no Oriente.
INTRODUcção. jx Secretario : é o Empr... encarregado de fazer o traço do Trab... que deve ser li lo antes do encerramento da L...) so
bre o qual será feita a prancha, que na sessão seguinte deve ser submettida á ap
provação da L... É tambem encarregado da correspondencia da L.'., e da expedi ção dos diplomas. Convoca os II... a convite do Ven.'., assiste aos escrutinios, e assigna todas as Pranch... da L.'. O Secr.". assenta-se
no lado opposto ao Orad.
Mest... de Cerem...: É o Empr... que prescreve e dirige o ceremonial das as sembléas ordinarias e extraordinarias; que introduz e accompanha os II... visi tadores para os colocar segundo os seus Gr...; faz correr o sacco das Prop.". e no caso de necessidade dá os agradecimentos
em vez dos iniciados. Tambem é ele o que distribue as espheras para os escrutinios, e traz ao Ven... as Pal.'. de Ord... trans
mettidas sobre as Col.". O Mest de Ce rem... assenta-se no cimo da Col.". J.
Archivista : he o depositario do sello da L.'., e de todos e quaesquer papeis que lhe pertencem, os ques sem deslocação, podem ser communicados aos outros II... Além d’isso, o Arhciv.". conserva um re
INTRODUCÇÃO.
X
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gistro de todas as pranchas que lhe são confiadas, e cada um de seus artigos deve ser rubricado por elle e pelo Ven.. O Arch. ". assenta-se ao lado do Orad.…..
Thesoureiro: é o encarregado de regis trar as despezas e receitas da L.".; de ar recadar a joia das iniciações, das filia ções e das contribuições; e dá annual mente as contas de sua administração. O
Thes.…. paga todos os bilhetes que forem assignados pelo Ven... e pelo Archiv.". O Thes.", assenta-se ao lado do I.". Secr.
Expertos : cobrem e vigião o Templo;
assegúrão-se das qualidades Maç.…. dos II.". Visit..., e recolhem os escrutinios.
O 1º Exp.…. em caso d'ausencia, pode substituir um e outro Vig..., e até mesmo
o Ven...; mas o 2º Exp... só pode substi tuir o 1º, e fazer as vezes de I.”. Terrível. O 1º Exp... assenta-se no cimo da Col... B.º. e o segundo á porta no interior do
Templo.
I.". Terrivel : é o encarregado de con duzir o Recip..., durante o tempo da recep ção; e pode ser substituido pelo 2° Exp... O I.”. Terrivel assenta-se entre as portas exterior e interior do Templo. I.". Hospitaleiro : tem a seu cargo o exercicio da beneficencia; visista os II.".
INTRODUCÇÃo.
xj
doentes ou desgraçados; e provoca em seu favor os soccorros da L.'., e do Gr.".
Or... Havendo funeral, elle pode, com o Secr..., convocar os 11... para assistirem as ultimas honras do I... defunto. O I.".
Hosp.…. assenta-se ao lado 1º Exp.….. I.". Architecto : é o encarregado de tudo que diz respeito á decoração do Tem plo Maçº... Assenta-se ao lado do Mest.". dos Banq.'. Mest... de Banquetes: é o encarregado da direcção das festas solsticiaes da Ord.'.,
das quaes uma tem logar a 27 de dezem bro, e a outra a 24 de junho. Assenta-se ao lado do Mest... de Cerem.".
Os Aprend. . e Comp... assentão-se na Col.". J."... Os Mest.º., El.". Esc.º., e Cav.'. do Or..., assentão-se na Col.". B.".. Os R.'. cruz órnão o Oriente.
PROLOGO.
SENDo certo que, com o andar dos tempos, a tradição tem podido introdu zir na Maç... erros nimiamente damno
sos, pensámos que fazer uma obra, em que s'apresentasse a verdadeira doctrina Maç..., seria tão necessario para o bem
da Ord..., que gostoso tomámos essa ardua tarefa.
He matural que alguns Maç... zelosos
taxem d’indiscrição a ingenuidade, com que de certo modo revelamos alguns de seus mysterios: entretanto, pareceo-nos
que a publicação de certas verdades seria
"j PROLOGO. muito menos nociva á Ord.". Maç.'. do
que não tem sido o ridiculo, em que a Maç.…. se tem deixado cair pela falta d'instrucção, e de livros.
Alem d’isso, damos por certo que as ideias, que qualquer Prof... pode tirar d’este escrito, aonde não se achão nem
Sin.… nem Toq.'. nem Pal..., nunca
serão sufficientes para poder entrar n’uma L.'. regular, comtanto que os seus Off... fação o seu devêr.
Contribuirão para o total d’esta obra quasi todos os escritos Maç... até 1833. Poucas copias fizemos; mas a maior
parte das vezes recorremos a extratos; por ser nosso fim o reunir em poucos volumes o precioso, disperso em mui tos, e d'um preço exorbitante. Não se diga termos tido a pertenção d'inculcar antes o Rit.". Maç. . Francez,
do que outro qualquer, mas bem pelo contrario, nós solicitamos os Or... Lu sit... e Brasil... a fazer um Rit... novo
Ilj
PROLOGO.
e independente, que, tendo por baze os 3 Gr... Symb... e communs a todos os Ritos, tenha comtudo os altos Gr.".
mysteriosos differentes, e nacionaes. Convimos em que uma tal reforma he contraria ao cosmopolismo e á tolerancia
Maç..., mas tambem he verdade que, em quanto os Maç...forem bons patrio tas, e os povos physicamente desiguaes, a conservação d'um Rito universal nos
parece quasi impossivel: talvez que um tão gigantesco projecto só poderá ter rea lidade no vigesimo seculo. VALE.
PRIMEIRA PAR" º :--
ENSAIO HISTORICO
SOBRE A FRANC - MA Ç.".
O REGULADOR DO MAÇON. ENSAIO HISTORICO so B R E A FRAN C-MAÇ.". ----• O•- -
Preliminares.
Morro se tem escrito sobre a Maçº., e tão pouco evidentemente se sabe. Os profanos, ignorando seus Mysterios, fallárão quasisem pre em seu desabono; e os Maçons, levados pelo enthusiasmo, excedêrão os limites d'um louvor rasoavel.
O chaos fatal, e a incerteza funesta, em
que uns e outros nos deixárão,parece vir, em parte, da falta de documentos, que existerião ainda hoje, se não fossem as catastrophes, que sofreu a livraria dos Ptolomeos nas guerras de Cezar et Omar : no entretanto, privados d'esses mesmos materiaes, tão
precisos para o fim a que nos propomos, ousamos pensar que, recalcando os pontos mais notaveis da marcha do Espirito Hu.
mano, rasgaremos o denso véo que cobre uma historia tão interessante,
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Com efeito, sem aventurarmos idêa algu
ma sobre a formação do globo, nem darmos ao mundo a idade d'alguns mil annos, como
fizérão os escritores profanos e sagrados, poderiamos provar, que os terrenos Asianos,
pela influencia das agoas e do calor do Sol, fôrão os primeiros, onde os corpos organi
sados tivérão uma formação espontanea. Tambem, se livres de prejuizos applicar mos o entendimento sobre a escala dos cor
pos naturaes, não será difficil conceber, que todos elles parecem destinados a formar na
vida certas raças, que só estão em relação com o seu modo d'organisação. Postos taes principios, a boa philosophia nos ensina, que os terrenos do Oriente, pela natureza de seu clima, e talvez pelo inter medio de successões progressivas, fôrão tam bem os primeiros, onde as raças se aperfei
çoárão; e onde, por efeitos d’uma sympa thia physica e moral, tivérão origem as So ciedades humanas.
É natural que estes primeiros povos fos sem, o que érão, ha quatro seculos, alguns habitantes da Africa e da America, que, não conhecendo senão a materia bruta, não po
dião ter sido grandes sabios, nem grandes moralistas; mas he verdade historica, que, passados os seculos d'ignorancia, apparecê
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rão Asianos d’uma razão culta, que, separa
dos da multidão, dérão origem a muitas seitas scientificas, religiosas e philosophicas, das quaes a mais célebre tem sido a Inicia ção, Mysterios, Maçonnaria, ou Franc Maçonnaria.
Origem da Iniciação, symbolos, mysterios, e sua definição.
A obscuridade, ácerca da origem da Ini
ciação primitiva, deve principalmente ser attribuida á crença geral, de que seus diver sos gráos fôrão todos estabelecidos n’uma mesma epoca, e por uma reunião de philo sophos, vivendo em commum. Mas, se antes de considerar o systema da
Iniciação como homogeneo, se tivesse estu dado primeiro cada uma das partes que o constituem, facil seria achar, que os factos e as sciencias, encerrados na maior parte dos seus gráos, indicão que o systema da
Iniciação só podia ser creado successiva mente, e segundo os progressos, mais ou menos lentos, que fez a Civilisação do Mundo
primitivo : e esta nossa asserção é tanto mais positiva, que os tres gráos symbolicos da Iniciação represêntão separadamente o elemento predominante do seculo que lhes
deu origem. Mas como o caracter distinctivo da Iniciação tem sido a reunião dos symbolos 1"
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e hiéroglyficos; e como estes representárão
sempre a industria e a religião dos pavos do Oriente, taes como a Persia, a India e o Egypto, segue-se que a Iniciação tirou tam bem de lá a sua origem primitiva. Deve entender-se por symbolos certas fi guras ou imagens, que são allusivas a algum sentido moral. O triangulo, esquadria, com passo, regoa, Sol, Lua, estrellas, astros, es tatuas, etc., são symbolos, de que usárão os primeiros Sabios Persas para esconder o sentido real de seus pensamentos. Os Padres e primeiros legisladores do
Egypto adoptárão tambem esta linguagem emblematica; mas depois Menes, o segundo Mercurio, substituio os hiéroglyphicos aos symbolos.
Hiéroglyphicos érão certos signaes ou ca racteres, com que, sem o soccorro da pala vra, os Padres do Egypto occultávão ao
vulgo os seus pensamentos. Os páos, pedras, plantas, animaes, etc., erão outros tantos enigmas, que symbolisávão factos sagrados ou profanos. Assim, para representarem a Natureza em hiéroglyphico, os Padres do
Egypto construião um homem alado, com o rosto côr de fôgo, com cornos, barba, um bastão na mão direita, e sete circulos na esquerda.
A côr e os cornos
……… o Sol com
seus raios: a barba figurava os elementos:
o bastão era o symbolo do poder, que o Sol exerce sobre os corpos: as coxas representá
vão a terra chea d'arvores e fructos: as agoas sahião pelo embigo : o penis era o em blema da reproducção : os joelhos indicávão as montanhas : as azas o curso dos ventos; e em fim os sete circulos érão o symbolo
dos sete planetas. Ora, por este exemplo, que nós poderiamos multiplicar, se vê, que os hiéroglyphicos érão na verdade ingenho sos para representar qualquer cousa em particular; e que para marcar uma epoca, consignar um facto, ou uma sentença, era preciso unir e acumular muitos hiérogly phicos, que não podião estar ao alcance de homens communs.
Esta grande difficuldade, junta a outros motivos não menos poderosos, foi a origem dos Pequenos e dos Grandes Mysterios.
Nos Pequenos Myst."., que érão popula res, ensinava-se a moral, e todo o segredo
consistia em persuadir aos Iniciados, que o Olympo era povoado por mortaes, que se tínhão distinguido por virtudes patrias: nos grandes Myst.º., que erão privativos aos Iniciados, aprendião-se as sciencias, e os
erros da Metempsycose. D'onde se tira, que
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os primeiros tinhão por objecto o fazer ci dadãos virtuosos; e os segundos devião for
mar sabios e philosophos, que servissem de farol á Civilisação. Taes érão as vantagens da Iniciação pri
mitiva, e de seus Myst...; mas porque estas vantagens não fôrão igualmente conhecidas
de todos os homens, a Iniciação ou Maç.'., tem tido, e terá ainda, seus inimigos, ca
lumniadores e perjuros..... O traductor de Luciano ousa afirmar que os Myst... antigos tínhão por fim o crime, e o deboche: mas contra esta opinião apre sentaremos as autoridades de Socrates, Pla tão, Cicero, Plutarco, e até mesmo a do
jesuita Lafiteau, que define Iniciação, uma escola pratica da religião, e da virtude.
Lemontey chama a Iniciação ou Maç.'., uma sublime futilidade, em que o crime de seus partidarios consiste todo em jantar com formalidades um pouco fastidiosas.
Mas esta definição ironica inculca, no seu autor, não só uma profunda ignorancia dos symbolos, mas tambem uma falta de senso comum, para pertender, que a Maç.…., não sendo mais do que uma frivolidade, tenha
podido propagar-se, e conservar-se por tantos seculos.
Cadet-Gassicourt considera a Maç. . como
uma liga odiosa e bizarra contra os tronos e
altares. Este autor porém não só reconheceu
depois como calumnioso o escrito de sua in fancia; mas, para maior prova, elle tambem
se fez colocar entre os pertendidos infames, e veio a sêr successivamente Orador, e Vene ravel d'uma das Lojas de Pariz. Basta d'inep cias, e voltemos ao essencial.
A Maç.…. será por ventura uma instituição puramente philantropica ? No exame da chronologia dos tempos ob serva-se uma infinidade d’estabelecimentos
de philantropia, fundados ora por governos, ora por familias opulentas, que, a pezar de sua reconhecida utilidade, cedo ou tarde perecêrão : entretanto que a Maç.'., sendo tão antiga, e tantas vezes perseguida, foi a unica das instituições, que lhes sobreviveo; conseguintemente a Maç. .. traz comsigo al
guma cousa mais além da Philantropia. A Maç.…. será uma religião especial? Mas ella não tem nem dogma, nem disciplina ex clusivamente religiosa : a Iniciação encerra a theogonia, o culto, a moral, a philantro pia, as artes, e as sciencias do mundo pri mitivo; mas ella não se importa com as leis de Brama, Moisés, ou Mahomet, comtanto que cada um de seus sectarios junte á sua religião natalicia uma moral universal. Em
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Maç.…. não ha pagãos nem infieis, todos são Irmãos, sem prejuizos. Guerin-Dumast define Maç. .. a união dos povos. Esta definição, posto que eminente mente philosophica, todavia não encerra se não um dos resultados positivos da Iniciação. Além d’isso a definição parece não exprimir tudo o que a Maç.'. deve représentar.
o Dº Vassal define Maç.…. a Philosophia Symbolica : porque diz elle, a Philosophia positiva tem por missão o encarar as ab
stracções as mais subtis, debaixo de diffe rentes fórmas, e de as patentear ao vulgo como Verdades: pelo contrario a Philoso phia symbolyca tem por objecto o encobrir as mesmas Verdades d'um véo impenetra vel, para não as mostrar senão aos Adeptos.
Esta definição, posto que he fundada sobre um conhecimento perfeito dos symbolos, com tudo ella tambem não caracterísa a
Iníciação inteira; pois que designa mais os meios, do que os fins. Nós definimos Iniciação, Maç..., ou Franc Maçº. uma escola de Philosodhia, aonde, por
meio de Symbolos e hiéroglyphicos, o homem se torna bom pai, bom amigo, e bom patriota.
A definicão que apresentamos, ainda que laconica n'apparencia, he todavia d’uma
vasta extensão, pelas provas que exige a
— 14 —
sua exactidão; pois seria preciso mostrar um paralelo entre a historia da Philosophia e
as historias dos diversos povos do mondo priuitivo : porém semelhante trabalho não só desarranjaria a ordem methodica da Iniciação; mas anteciparia exposições, que só pertencem aos diversos Myst.º., de que Vam0S tTata T.
Myst... antigos e modernos.
Entre o numero prodigioso dos Mysterios, encontrados na Historia das diversas idades
do mundo, uns érão puramente religiosos; outros exprimião costumes populares, e outros finalmente abraváção mysticamente todos os conhecimentos moraes e scientifi
ces. São os emblemas d’estes ultimos Myst.º., que se áchão sementados nos diversos gráos de Maç.". Moderna e Escoceza : Mas os Myst. "., que parecem ter connexões
mais intimas com a Ord., Maç.…. do Rito Moderno, são: 1º Myst.". Persas, ou dos Magos. . . 100,000 2º M.". Indios, ou dos Brachmanes.
5,000
3° M.'. Egypcios, ou d'Isis. . . . .
2,900
(Cahyres lº M.", r, o
AM
e
c…) •
de Samo
Thracia . . . . .
1,950
de Salomão. . . .
1,018) -33 12
( Cavalleria . . . .
800
Or.'. do Templo. Corpor.". d'Arc.
1,118
7"M.'. Britanicos # 3"
1,7%
6º M. ". Francos AM •
12*********
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1,330)-?
"M.'. Judaicos) do Christianismo, o
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Orpheo em Eleusis.
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287
G
— 12 —
1º Myts.…. dos Magos. «Alguns sabios, Persas, Hebreos, e Chal º deos, se reunirão, diz Vassal, 100,000 « annos antes da era vulgar, para formarem « na Persia uma Associação mystica, de
«baixo do nome de Magos (do Caucasio « Mágh, grandeza.) »
A instituição dos Magos tinha por objecto, não só o conservar secretos os vestigios das artes e das sciencias dos tempos primitivos; mas tambem a formação d'um dogma reli
gioso, que, sem assombrar os espiritos fra cos, podesse conter a força brutal dos pri meiros homens. D'esta sociedade em commum nasceu a
precisão de certos Symbolos, com que a
doutrina dos Magos se podesse propagar sem risco. A luz dos Sabios foi então distribuida
com gradação; e seus iniciados nunca fôrão accusados, nem de athéos, nem d’impos tOTOS.
Os Magos, tendo Deos como incomprehen
sivel e inefavel, o propúnhão á adoração dos povos, debaixo de dous emblemas: Sol e Natureza. O primeiro era considerado como o retrato do Creador, ou como o seu mais bello producto, e o segundo era olhado como a expressão de suas vontades, ou
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como codigo personalisado das leis que re gem o Universo. Pelo andar dos tempos, e pelo abuso que os Thaumaturgos fizérão da linguagem figu
rada dos Magos, os phenomenos naturaes dos astros e da terra fôrão transformados em um
systema de fabulas ou mythes, com que os povos depois se illudirão. Tal foi a doutrina, que deu principio aos erros do Paganismo; e tal he a origem do grande deus Mithras, Osiris, Sésostris, Ba chus, Chamos, Apollo, Minos, etc.; e a da grande deosa Parachanti, Isis, Salambo, Venus, Diana, Vesta, Ceres, etc., etc. Buret de Lonchamps menciona 111 cul tos diferentes, entre os quaes o culto do fogo e do Sol se móstrão sempre debaixo de de nominações diversas. Mas um sentido physico interessante, diz
Cicero, está encerrado nas fabulas apparen temente impias; e os verdadeiros successores dos Magos, os Maçons, fôrão os unicos, que não perdêrão de vista o motivo de sua origem. Por muitos tempos, diz Eusebio Salverte, a Magia, tida ao principio como um producto da divindade, e até considerada pelos philo sophos christãos como uma sciencia, que mos tra sem reserva os productos da natureza, governou o Mundo; mas 150 annos depois, I•
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quando uma multidão de charlatãos fez pro fissão d'alguns dos seus segredos, para enga nar os credulos povos, a Magia primitiva, não só perdeu o mérito, mas até moveu a riso os homens dos seculos modernos: entretanto, em se estudando bem a historia da Magia, vêr-se-ha o seu nome designar, umas vezes a sciencia occulta ao vulgo, pela qual os Sa bios explicávão os phenomenos naturaes; ou tras vezes uma arte d’operar physicamente as maravilhas: mas aquelle que descobrir a origem da Magia (conclue o mesmo autor) terá descoberto tambem a origem das scien cias humanas, e da Civilisação
Em huma palavra os Verdadeiros Magos erão ainda, no seculo XVIº da nossa era, tão
afamados, que o grande Camões faz d'elles assim fallar um Regedor de Malabar : 55
Os Portuguezes vendo estas memorias, Dizia o catual ao capitão: Tempo cedo virá, que outras victorias, Estas que agora olhais abaterão: Aqui se escreverão novas historias Por gentes estrangeiras que virão ; Que os nossos sabios Magos o alcançárão, Quando o tempo futuro especulárão. 56
E diz-lhe mais a Magica sciencia, Que para se evitar força tamanha, Não valerá dos homens resistencia,
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Que contra o céo não val da gente manha: Mas tambem diz, que a bellica excellencia Nas armas, e na paz, da gente estranha, Será tal, que será no mundo ouvido O vencedor por gloria do vencido. CAMões, Canto 7º,
He pois preciso distinguir as epocas e os homens.
1º Os Sabios ou Magos, ainda que reser vados em communicar o deposito de seus conhecimentos scientificos, soubérão com tudo governar, e conter as cohortes salva
gens do mundo primitivo. Balbeck, situada nos confins da Persia e
da Judêa, era o centro da Iniciação e da re ligião dos Magos, como Jerusalem, e Roma fôrão o centro da religião Judaica, e Chris tãa. O primeiro Zoroastres não foi o seu fundador, mas sim o seu reformador, 2164 annos antes era vulgar.
2º Os Philosophos Grecos, que começárão
a apparecer 500 annos antes de Christo, tivé rão tambem talentos e virtudes, como os Ma gos seus antepassados. Mas a maior parte de
seus livros systematicos, aonde, segundo Ci cero, não ha um absurdo, que não esteja sus
tentado, valerão, para o genero humano, as doutrinas solidas e consolantes da Iniciação dos primeiros Sabios? «Os antigos, diz Buf » fon, convertião todas as sciencias em uti
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º lidade..... Tudo o que não era interessante » á sociedade ou ás artes era desprezado, » Elles referião tudo ao homem moral, e não
º julgávão, que as cousas inutis fossem dig » nas de o occupar. Pelo contrario, os phi
» losophos Gregos trabalhárão por deixar á » posteridade algumas Constituições poli » ticas, que posto serem bem feitas em » theoria, como a Republica de Platão, e a » Politica d'Aristoteles, todavia nunca po » dérão pôr-se em pratica. » 5º No principio do christianismo, quando os Thaumaturgos, pela perseguição dos Ma
gos, s'apoderárão d'alguns de seus segredos praticos, a sciencia Magia se degradou de todo; porque, para chegar ao seu fim, que era o vil interesse, e uma admiração abso luta, os Thaumaturgos servirão-se do char latanismo, estilo figurado, prodigios, e ha bilidades; de modo que, nos ultimos seculos recebêrão o bem merecido nome defeiticeiros.
« Entre os povos do novo e velho mundo, » acrescenta Salverte, ainda ha hoje muitos
» d’estes pelotiqueiros, que esgótão, com a » sua impostura, a bolça e a vida de muitos
» miseraveis! Uma imagem em Portugal, » achada num buraco, servio a alguns Thau » maturgos Portuguezes, para, em 1825, » perseguirem homens, que não tinhão ou
» tro crime, senão o de haverem convidado o » povo a deixar a escravidão, e o fanatismo!
» E n'America, alguns ha, que, abusando da » maldade ou da crença d'aquelle que os con » sulta, entregão á morte um negro, como
» cumplice do crime, real ou imaginario, de » º » º »
que o seu senhor procura os autores! E fi nalmente a Inglaterra e a França, que se ólhão como o prototypo da civilisação Eu ropêa, ainda consérvão, em seu seio, uma turba-multa d'impostores iguaes!!! » Mas felizmente para a humanidade, desde
que a maior parte dos homens começou a perder de vista os conhecimentos e as ver dades primitivas, para se lançar nas trevas
da superstição, tambem por toda a parte do mundo tem apparecido os discipulos dos primeiros Magos, que conservárão, e trans
mittirão, sem interrupção, as suas maxi mas doces e liberaes....
O segredo dos Myst.". dos Magos nunca se perdeu; sómente o nome lhe foi mudado... e seu edificio, que tem por base o Patriotis mo, e por vertice o Cosmopolismo, deverá ter a duração do mundo..... Taes fôrão os
primeiros fundadores da Maç.….... (1) (1) V. les Sciences occultes, par Eusèbe Salverte, e o Cours complet de Maç.'., par le docteur:Vassal. 2"
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« Dans le Midi naquit toute erreur mensongère,
* Au Nord, la barbarie et toutes sesfureurs; » Em Occident, le crime étala ses horreurs,
» Mais c'est de l'Orient que nous vintlalumiere.
2º Myst.'. dos Brachmanes.
Os Myst... da India são d’uma antiguidade tão remota, que Buret de Longchamps a leva
a cincoenta seculos antes da era vulgar, para estabelecer a Historia geral do mundo. O Schasta, primeiro livro indio escrito, ha ho
je (1855) 4959 annos, parece ter sido o seu verdadeiro ritual (1). Os Myst.", dos Brachmanes consistião na
Iniciação dos Padres, que, sendo ao princi pio meritoria e electiva, se tornou depois em casta priviligiada.
A doutrina d’estes Myst... era toda theo gonica; e suas experiencias physicas, se gundo o I. . Vassal, se aproximávão das da Maçonaria. A theogonia dos Brachmanes, que se acha consignada no Schasta, ou Ve dam em linguagem Sanskrit, admitte Para
Brachma, como deus, que creou Brahma, autor do mundo; e lhe deu dous anjos Wishnu e Schiva: o primeiro encarregava-se
da conservação do mundo, e o segundo de (1) Voltaire, Dic, , phil, ., e Ensaio sobre os Cost, "., cap, 1-6,
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sua destruição. De maneira que Brahma, Wishnu, e Schiva fórmão a trindade dos
Indios, que, posto ser mythologica, acha-se todavia conforme á dos Hebreos.
Os Brahmanes, sendo os unicos litteratos da India, tivérão tambem o conhecimento
da Iniciação primitiva dos Magos; porque antes d’elles, diz Vassal, os Myst.". Indios erão exclusivamente religiosos. Os Brachmanes, querendo dar uma idêa
sublime de sua doutrina, fizérão gravar no frontispicio do Templo da Natureza a ins cripção seguinte: Fui, sou, e serei, e nenhum mortal me descobrirá.
•
He, sem duvida, d'estes ultimos Brach manes que Voltaire diz terem sido os primei
ros theologos, os primeiros philosophos, e os primeiros legisladores. Entre elles o sacer docio não era senão a magistratura, e sua religião a justiça. Taes fôrão os segundos fundadores da
Maç.…., de quem o Poema Maç. .. diz: « Parells aux nénuphars, purs ausein de la fange, » » » » •
Quelques sages, épars sur les rives du Gange, Déploraient devant Dieu les erreurs des mortels; Et leurs coeurs sans reproche étaient sesseuls autels, lls s'unirent enfim. A leur maissante ligue, A leurstravaux constans, mous devons cette digue
* Dont l'effort de la haine et le fleuve des ans
º N’ont jamais ébranlé les larges fondemens, º
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Mas o nosso illustre Camões, que n'esta materia tem maior voto do que o mesmo Voltaire e o mesmo Dumast, no Canto 7º do seu Poema se exprime assim: 40
Brachmanes são os seus religiosos, Nome antigo, e de grande preeminencia: 1)
Obsérvão os Preceitos tão famosos
De hum, que primeiro poz nome á sciencia: Não matão cousa viva, e temerosos,
Das carnes tem grandissima abstinencia: Sómente no venereo ajuntamento Tem mais licença, e menos regimento.
5º Myst.". Egypcios. Os Padres do Egypto, sendo iniciados nos Myst... dos Brachmanes, trouxérão para o seu paiz a Iniciação primitiva dos Magos. Segundo Strabon, os Padres do Egypto re cebêrão dos Brachmanes a primeira idêa dos Myst.".; e Pythagoras, que, muitos se culos depois, foi á India consulta-los, trouxe
tambem comsigo luzes semelhantes, que em mui pouco differem da Iniciação de Mem phis et de Samothracia.
A Iniciação dos Egypcios, conhecida pelo nome de Myst.". d'Isis e Osiris, remonta,
segundo Vassal, a 2900 antes da era vulgar. Sua doutrina tinha por fim, d'um lado o &
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culto Egypcio ou a Metempsycose, d’outro os conhecimentos humanos.
A Iniciação Egypcia era dividida em pe quenos e grandes Myst.". Os primeiros érão religiosos e publicos; e os segundos scien tificos e privados.
Mas quando os Iniciados reunirão em col legio todas as artes e todas as sciencias do Oriente, a Iniciação foi dividida em setegráos Era no alto Egypto que os Iniciados, suc cessores de Sésostris, exercião, senão a so berania, ao menos os privilegios suzeranos dos reinos Memphis, This, etc., etc.: e posto
que sua instituição fez a gloria do Egypto, comtudo autores injustos dissérão d'elles o seguinte: • • • • • • Or notez bien qu'em fait d’allégorie » Tout, de la part du prêtre, est censé fourberie, º
Mas semdo superior ás considerações do momento, e sem que nossa opinião favora vel ou desfavoravel ao culto religioso, sirva
de nada na balança da justiça, nós devemos julgar os Padres d'antiguidade, como se elles não tivessem tido successores.... He ver
dade que os Padres do Egypto, a exemplo} de seus maiores, cuidárão não dever
esclai.
recer o povo, reservando as luzes para um pequeno numero de adeptos escolhidos:mas~
- 22 =
n'isto mesmo os Padres julgárão obrar em beneficio geral; pois pensárão que a Socie dade seria melhor governada, se os conhe cimentos scientificos fossem confiados só
mente a corações generosos et sublimes. Con seguintemente sua conducta, mais desinte ressada do que parece, teve por base duas maximas reinantes no tempo de Voltaire: « Tout pour le peuple, rien par le peuple, Il me » faut dire la vérité qu'aux gens de bien. »
Ora pois se os Padres do Egypto se enga nárão na maneira de dirigir os povos, tam bem Socrates e Confucius fôrão seus com
panheiros; pois formalmente approvárão o seu duplicado methodo: e o sabio Boulan
ger, ardente inimigo do fanatismo e da hy pocrisia, confessa que os antigos Myst.". fô
rão inventados mais em favôr dos povos, do que dos Padres. He verdade que depois de 5000 ou 4000 annos a face do mundo moral está inteira mente mudada: as artes e as sciencias estão
hoje ao alcance de todos; mas se nos ele varmos aos seculos remotos, e nos fizermos cidadãos do mundo primitivo, reconhece remos não só a extensão das vistas dos pri
meiros legisladores; mas tambem que a
Instituição dos Padres do Egypto, bem longe
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d'um egoismo calculado, tinha por motivo a utilidade geral.
E com efeito, os Padres do Egypto, reti rados no recinto de seus templos e occupa dos unicamente no culto e nas sciencias, se mostrárão sempre amigos de todos os ho mens do globo, e fizérão uma amigavel troca
de conhecimentos com os Magos, como os Brachmanes e com os philosophos Gregos. Cosmopolitas no tempo de sua gloria, cida dãos nas desgraças de sua patria, os Padres
do Egypto tivérão igualmente uma con ducta nobre.
Foi nos seus Myst.'. que os reis legisla
dores, os Sabios, e os Grandes do Egypto ad querirão os profundos conhecimentos por que se tornárão tão recommendaveis á pos teridade; e os Egypcios não fôrão felizes
senão em quanto fôrão governados por Ini ciados. «Felizes os povos, diz Guerin-Du » mast, onde o herdeiro do throno, isolado » das lisonjas de sua côrte, acha por mestre » um Amédes, ou um Fenelon; que o in
» strua, a respeito dos dêveres dos reis....» Taes fôrão os mais respeitaveis fundado
res da Maç.…., ácerca dos quaes o famoso Poema Maç.", diz: « Je l'y suis….. que aspect vient enchanter mes yeux?
»IC'est laterredes arts, rÉgypte primitive,
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Non, comme de nos jours, ignorante et captive, Mais telle qu’autre fois Minos la visita. •• •
•
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Salut prêtres d'Égypte, o vous dontle savoir, Dont l'amour des humains formaitle seul pouvoir, Et qui régniez pourtant par des chaines plus fortes Que les fiers souverains de la ville aux cent portes ! Jamais vous me formiez de factieux projets; Mais sans vous écarter du rang de leurs sujets, A ces rois dont l'orgueil fressa des pyramides Vous portiez les soupirs de leurs peuples timides, Et près du lac fatal votre doigt leur montrait La justice dictant som inflexible arrêt. » Mais pour en écarter la foule téméraire, » Pour n'admettre que l'homme au-dessas du vulgaire, * Vous saviez déployer une utile rigueur.
4º Myst.". Gregos. . A Grecia parece ter sido o templo com
mum de todos os Myst... d'antiguidade: entretanto os que mais relação teem com a Ord.". Maç.". são: 1º Os Myst... dos Cabyres de Samothra
cia. Foi, segundo Vassal, em 1950 antes da era vulgar que os Myst.". Egypcios passárão
á Grecia; e os primeiros fôrão os dos Caby
res estabelecidos na ilha de Samothracia, hoje Samandraki, no Archipelago. N’estes Myst.". havia oito deoses Caby res, quatro dos quaes érão: Oxierés, Axio kersa, Axiokersos a Casmilos.
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Os Myst.". dos Cabyres, diz A. Boileau,
levados á Phrigia por Dardanus, passárão de pois á Italia, onde fôrão confiados ás Vestaes.
O I.". Vassal pensa que os Pelasgios, que instituirão estes Myst.º., não tinhão sido
iniciados senão aos pequenos Myst.". Egyp cios; pois que a principal sciencia de Sa mothracia fora strategia; e entre os Athe mienses os oficiaes militares se chamávão
strategios. Voltaire, conhecendo mal os Myst.". Maç.'.,
deixou escapar, no seu Dicc. Phil., algu mas blasphemias contra os Iniciados de Sa
mothracia; entretanto, seguindo a opinião dos melhores autores, somos obrigados a con fessar, que os Myst.". de Samothracia fôrão na realidade uma escola militar e scientifica, d'onde sahirão os maiores capitães da Gre cia (V. as obras de M. Sainte-Croix) (1).
2º Os Myst.". de Céres ou d’Eleusis. Estes Myst.'., segundo uns, fôrão estabelecidos
por Triptolemo; e segundo outros por Erec teo, primeiro rei de Athenas, 1575 annos
antes da era vulgar. Os Myst.". de Céres fôrão, como os do (1) Voltaire só em 1778 se fez Maç.'., tendo 84 nmos de idade; e morreu 6 mezes depois, sem ter tempo de corregir suas obras! lº
3
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Egypto, divididos em pequenos e grandes Myst.º., e seus Iniciados se chamávão Eu
molpides, por ser a familia d'Eumolpo a que conservou, durante 1200 annos, a digni dade d'Hiérophante. O Dº Vassal, assim como Buret de Long champs, são da opinião, de que a sciencia dos Myst.". de Céres se reduzia unicamente á Mythologia, e ao charlatanismo; porque
os seus Iniciados chegárão a persuadir-se, que não só na vida tudo lhes deveria suc
ceder bem; mas que depois da morte, elles sós occuparião os Campos-Elysios, ficando o Tartaro para os profanos. Esta asserção parece tanto mais fundada, que a maior
parte dos philosophos esclarecidos da Gre cia, pouco satisfeitos da instrucção que of
ferecião então os Myst.". de Céres, fôrão procurar conhecimentos positivos aos Myst.". de Memphis e de Heliopolis: taes como Or pheo Pythagoras, Platão, Thales, Minos, etc. Orpheo, principe dos Sicyonios em Thra cia, depois de ter adquerido os conheci
mentos scientificos do collegio de Memphis, veio para a Grecia; e em 1550 antes da era
vulgar regularisou os Myst.'. d'Eleusis, e destruio os erros que até ali tínhão servido de base aos Myst.". de Céres. Orpheo, que rendo respeitar, d'algum modo, os prejui
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zos populares, estabeleceu sobre bases me nos supersticiosas as mesmas festas, que
os Gregos tínhão ja; mas que elle teve o cuidado de fazer verter em favor do espirito nacional, e da segurança do Estado. Todo o corpo de doutrina dos Myst... d’Orpheo
era dividido em dous gráos. No primeiro se desenvolvia a Theogonia egypcia com seus
emblemas, e a moral, no segundo, que era puramente scientifico, se expúnhão, não só o systema physico da Natureza, mas tam bem todos os conhecimentos que podião in fluir directamente na civilisação dos povos.
Orpheo deu á primeira doutrina o nome d'exoterica (publica), e á segunda o de eso terica (particular aos Iniciados), imitando assim os seus mestres do Egypto.
As experiencias physicas, pelas quaes o
Iniciado aos Myst... d’Orpheo tinha de pas sar, érão mais rigorosas, que os mesmos Adeptos não podião falar entre si de seus
Myst...; porque tanto aquelle que fallasse, como aquelle que tivesse a fraqueza de os ouvir, érão ambos expulsos do Templo, e até da sociedade.
« Foi nos Myst.". reformados por Orpheo, º diz Vassal, que todos os legisladores gre » gos aprendêrão o uso da dupla doutrina,
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« de que fizérão o parte mais essencial de « seus estabelecimentos politicos. » Mas, antes de deixarmos a Grecia, falle mos d’uma instituição philosophica: que se liga muito de perto com Franc-Maç.….: tal he a Escola de Pythagoras. Nihil mirabitur
Eleusinia haec Pythagorae decretisfuisse adfi nia, qui ex eodem fonte derivata meminerit : diz o sabio Rhoer.
Para bem entender esta passagem he pre ciso lembrarmo-nos que Pytagoras, consi derado por alguns autores como instituidor da Franc Maç.'., foi buscar os principios de
sua doutrina philosophica á India, ao Egyp to, e aos Myst.". Gregos. Com efeito, Pythagoras, natural da ilha de Samos, e nascido nos fins do VI° seculo antes de Christo, depois de ter sido iniciado aos Myst.º., acima referidos, e depois de ter conhecido Solon , Pittacus, Zoroastre e ou tros, veio para a sua Patria; mas não po
dendo viver debaixo das leis d'um tyrano e usurpador, Pytagoras deixou a Grecia, e veio fundar em Crotona a celeberrima escola Ita
liana, onde tantos homens se fizérão illus tres. Pytagoras, imitando tambem seus mes tres, julgou dever encubrir o facho de sua philosophia com um veo mysterioso. Um cuidado escrupuloso o dirigia sempre na
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escolha de seus discipulos, e diversas ex
periencias o assegurávão de sua vocação. Seus Myst... érão divididos em tres classes: Na primeira demorava-se o candidato tres annos. Antes de sua admissão o néophyto devia pôr todos os seus bens nas mãos do thesoureiro.
Se estes primeiros tres annos d'experien cia correspondião aos desejos do mestre, o discipulo passava á segunda classe. Durante cinco annos o néophyto era condemnado a um profundo silencio; e a voz de Pythagoras
não chegava a seus ouvidos, senão através do veo que occultava a entrada do Santuario. Finalmente o néophyto era admittido ao perfeito conhecimento da doutrina sagrada, e trabalhava com o mestre, para a instruc ção dos novos iniciados.
« Os filhos desta grande familia, dizem » Jamblique e Barthélemy, espalhados por » muitos climas, e sem nunca se terem vis
»to, se reconhecião por certos signaes, e se » tratávão como se sempre se tivessem co » nhecido.»
Qual será em nossos dias o Maç.". in struido, que, lendo estas linhas, não veja
pontos de contacto entre a Iniciação de Py thagoras, e o 2° e 5º G.'. do Rit.". Maç.". Moderno?
Mas a celebridade dos philosophos da es cola de Pythagoras devia armar contra esta a ignorancia e a maldade! A calumnia apre sentou estas reuniões sabias e virtuosas co
mo tantes focos de conspiração; e o despo tismo, firme na cega multidão, lançou nas chammas quasi todos os discipulos de Py— thagoras! Entretanto os deploraveis restos de sua escola não acabárão de todo... Elles
se reunirão alguns tempos depois; e conti nuárão a formar reuniões ora toleradas, ora SCCTGtaS.... « Ainsi de l'art-royalles préceptes
parfaits
Firent au genre humain ressentir leurs effets. Sempressant aux leçons d'une sagesse orale, Les savans à Memphis apprenaient la morale, Et de leurs devanciers devemus les rivaux,
Couraient la propager chez des peuples nouveaux. Ouí, des Égyptiens le secret salutaire, Sous desnoms différens civilisa la terre.
Un grand législateur, long-temps instruitpar eux, Rassembla, défendit, gouverna les Hébreux; Le Thrace, le Gélon, des sommets du Riphée Descenditaux accens de Linus et d'Orphée ;
Triptolème déjà, chez les Grecs retiré, Les avait appelés à ce dépôt sacré; Aux remparts de Tarente on le retrouve encore
Dans l'art silencieux qu'enseignait Pythagora,
Tal he a admiravel maneira, com que se exprime o Poem.". Maç. ..., a respeito dos Myst.". Gregos.
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5º Myst.". Judaicos.
Os Myst.". Judaicos, ainda que menos ce. lebres que os Myst.". Gregos, não são por isso menos interessantes a conhecer; por
que, segundo a opinião de muitos eruditos, elles servem de tronco á Maçº. Moderna.
Alguns Israelitas,tendo habitado o Egypto, e voltado depois á Judêa, fundárão, em 1550 antes da era vulgar, as tres seitas Ciniana, Recabites, e Essénia. Mas de todas a ultima, que tambem foi a fonte do Christianismo,
he a que mais relação tem com a Iniciação. 1º Myst.". Essénios : os iniciados a estes Myst... vivião como Irmãos; e a iniciação a seus myst.". não era facilmente concedida. Quando um Candidato se appresentava, elles o experimentavão tres annos; e antes
d'admittido era preciso fazer o juramento de servir Deus, amar e proteger os homens bons, e finalmente guardar os segredos da
Ord... com o perigo de vida. Os symbolos, as parabolas, e as allegorias érão para elles de uso familiar. Tal he a opinião de Philon, Joseph e Plinio. Dom Calmet admira-se, de que nenhum *
dos Evangelistas fallasse d’esta seita tão celebre entre os Judeos, e que fazia tanta
honra á sua religião. Mas em resposta al
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guns Allemães pertendem, que a doctrina de Christo he uma simples revelação da Iniciação Essenia; e que o Cap. 14 de S. Lucas, e 17 de S. Matheos, São uma ma nifestação completa dos seus segredos e ex
periencias, que Christo só ensinou a disci pulos escolhidos: de modo que os primeiros Christãos, segundo estes autores, tinhão sido todos Iniciados Essénios.
« Estes documentos historicos, diz o » D.Vassal, não deixão duvida alguma sobre » a existencia dos Myst.". Essenios, cuja in
º stituição precedeu de quatro seculos os de
» Salomão, que, tendo pãssado por funda » dor, não foi realmente senão o seu res º taurador.»
2º Salomão, tendo sido iniciado nos Myst.º. de Eleusis, fundados por Orpheo, veio, no undecimo seculo antes da era vulgar, reor ganisar em Jerusalem novos Myst.". Esse nios.
A Biblia e a Historia nos ensinão, que David, fatigado de lutar contra as conspira
ções, tramadas entre seus filhos Absalão e Adonisa, e o general Achitophel, fizéra ungir seu filho Salomão, e o proclamára rei de
Jerusalem. Eleito rei, Salomão, assustado pelos progressos do Polytheismo e da Idola tria, que muitas tribus d'Israel então pro
fessávão tentou restabelecer a Theogonia dos primeiros Hebreos, que era a mesma dos antigos Magos, e que, 1600 annos antes de Christo, ja Moisés tinha exposto no seu Decalogo. Para alcançar tão justo fim, Sa
lomão fez construir não só o singular Tem plo material de Jerusalem, fazendo tratados
com Hiram II, rei de Tyro, e Hiram, o ar chitecto; mas tambem fundou um Templo allegorico para a Iniciação, tomando por modelo a construcção do primeiro, á qual se deu o nome mystico de Maçonnaria;
(denominação, que, segundo Vassal et Du mast, não vem da Inglaterra, como quer Thory.) A Iniciação de Salomão teve por objecto um triplicado fim : a tolerancia: a philan tropia : e a civilisação dos Israelitas. E é depois d'esta epoca que os Essénios fôrão considerados como homens esclarecidos no
meio d'um povo avaro, e tolerantes no meio d'um povo fanatico. Tal é opinião de muitos Sabios.
Mas em 604 antes da era vulgar Nabu chodonsor, rei de Babylonia, entrou em Je rusalem, destruio o Templo de Salomão, e levou em cativeiro um grande numero de Iniciados, entre os quaes se achava Jecho nias, pai de Zorobabel.
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Durante o cativeiro de setenta annos, os Iniciados Israelitas, suspendendo suas lyras
nos salgueiros do Euphrates,não só choravão amargamente a saudade de sua patria; mas tinhão tambem a esperança de tornar um dia a construir o Templo de Salomão! Esta idêa, a mais grata de suas illusões, foi introduzida nos seus Myst.º., onde procura vão consolações reciprocas contra as penas da escravidão, O dissoluto Nabuchodonosor morreu; e o clemente Cyrus lhe succedeu 538 antes da era Vulgar. Este ultimo rei, compadecendo
se do povo Hebreo, e attendendo ás suppli cas de Zorobabel, fez publicar um decreto,
pelo qual os Israelitas fôrão postos em liber dade para irem de novo construir o Templo de Jerusalem.
20robabel, partindo como chefe de seus
7000 Irmâos, e derrotando os inimigos, que lhe disputárão a passagem do Euphrates, en trou em Jerusalem, no anno 556 antes da era vulgar. •
Lançados os alicerces do novo Templo, cuja construcção durou vinte annos, um schisma religioso se declarou entre as tribus d'Israel, e produzio a sua separação ! As tribus de Juda, e Benjamin ficárão firmes
em Jerusalem; e as outras déz fôrão para
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Samaria. Estas ultimas tribus fizérão algu mas baldadas guerras contra as duas pri meiras.
•
Construido o novo Templo, a Ord.'. dos novos Architectos teve novo brilho: mas o
tempo de sua gloria foi muito curto! Titus, o Vespasiano; saqueando Jerusalem, em 70 depois de Christo, queimou o Templo de Salomão. e aniquilou inteiramente a Judêa.
Entretanto os Iniciados Essénios, espalhados pela superficie do globo, continuárão a transmittir os seus Myst.". : « e o Templo » de Salomão, diz Vassal, sobre a construc
» ;ão do qual se calcou depois toda a Maç. ..., « he uma ficção engenhosa, que indica os » incriveis esforços que sustentárão os Sa » bios e os Philosophos de todos os tempos, » para elevar o Templo da Verdade.» Mas
he principalmente depois do estabelecimento dos Barbaros na Europa, que os Judeos,então os unicos viajantes, necessitados d’uma pro
tecção cosmopolita, entrárão em grande numero de Lojas, e lá fizérão prevalecer seus usos e costumes. As insignias Maçoni cas fizérão cahir em desuso as da Iniciação
primitiva; e a Iniciação mesma perdeu e trocou seu nome pelo de Maçonaria. « A
» epoca d’esta mudança, diz G. Dumast, que » foi antes parcial e successiva, do que
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» geral e instantanea, pode collocar-se entre » o 6° e o 10" seculo da era vulgar. » Muito mais se poderia dizer ácerca dos
Myst...Essénios; pois que sua doutrina abran ge a maior parte dos altos Gr. .. dos Rit. . Maç... ; entretanto, para não transpormos
os limites, nós terminaremos com o celebre Poema Maç. ". : « Mais quel dieu me découvre un tableau plus riant ? » Ce feu qui semble éteint brillait dans l'Orient. Dès long-temps Salomon, des princes le modèle, En avait ranimé la mourante étincelle : Salomon qui, cherchant la gloire dans la paix, Du sceptre de David soutint le noble faix, . Et ni voir aux mortels l'union peu commune Des dons de la sagesse aux dons de la fortune. A sa voix s'éleva ce temple si vanté De qui la renommée atteste la beauté. Dans l'aride Sion tous les arts se rendirent ;
Des neiges du Liban les cèdres descendirent ; Le marbre façonné s'élança dans les airs ; Surpris par le chasseur, l'éléphant des déserts Livra pour ces travaux sa dent éblouissante, Cependant que du roi la flotte obéissante
Rapportait dans Joppé, sous l'aile du zéphir, Les largesses d'Hiram, et l'or lointain d'Ophir.
Un édifice altier, que le jaspe décore, Aux vœux de Salomon me peut suffire encore ; Il offre à Jéhova, sa force et son appui, Un temple plus auguste et plus digne de lui. Des secrets de Moïse héritier dès l'enfance,
Plus riche encor des fruits de son étude immense, Par cent mille artisans, semant la vérité,
I)1>
Il lègue ses bienfaits à la postérité, Et fait remonter l'homme à sa grandeur première. Mais, envers le profane avare de lumière,
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Même à ses ouvriers il la cache long-temps. L'accordant par degrés à leurs efforts constans, Sa sagesse aux travaux mesure le salaire, Environne le but d'une ombre tutélaire,
Et par un doute habile ép ouve leurs esprits. Pour eux de la vertu la science est le prix. Aux desseins du grand roi, pendant quarante années ;
Israël applaudit ; et quand les destinées Eurent compté les jours de ce règne adoré, La mort n'atteignit point son chef-d'œuvre sacré ; Les guerriers d'Assyrie et les armes romaines Deux fois à la Judée imposèrent des chaînes ;
#!
» Deux fois de Salomon le tem le et les remparts Semèrent Josaphat de leurs débris épars ; Mais son temple moral, édifice sublime,
Respecté des vainqueurs, survécut à Solyme : J>
-
Rien ne put l'ébranler; ce monument divin Sur qui la faux du 1emps s'est émoussée en vain, Dont nul n'a mesuré la hauteur infinie, Porte encore aujourd'hui le sceau de son génie.
5° Myst.'. do Christianismo. O homem
Deus, afflicto pelas doutrinas erroneas, que os doutores da lei professávão, e instruido no abuso do poder sacerdotal e das castas
privilegiadas, resolveu, em sua alta sabe doria, o substituir novos Myst. ". aos anti
gos Essénios. Em trinta da era vulgar Christo formou o seu Apostolado; e foi morto em trinta e tres : até quarenta e cinco a sua lniciação
foi secreta, e passou a Roma; mas foi nos dous seculos seguintes que ella se fez no 4
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tavel pela sua rapida propagação, e pelas onze Perseguições que sofreu. Como conceber, diz Vassal, que intenções tão louvaveis, que uma moral tão pura, e
que uma doutrina tão sublime podessem ter feito condemnar Christo a um supplicio
ignominioso? Tantas perfeições só deman dávão respeito e veneração do povo de Je rusalem ... Mas, em qualidade d'Iniciado,
Christo estava ligado por um juramento so lemne e terrivel: e os Padres que então dirigião os Myst.'., humilhados pela refor
ma de Christo, devião ligar-se para amoti
nar o povo, que sem discernimento pedio a morte do reformador ! ....
Tres grandes principios constituião a dou trina dos Myst.". do Christianismo primi tivo: A unidade de Deus; a liberdade do
homem; e a igualdade entre os homens da mes
ma familia. Christo se apresentou, é verda de, como um mandatario de seu pai (Deus); mas nunca falou da Trindade Christãa, que de resto não seria mais do que uma imitação da Trindade dos Indios, dos Chal
deos, ou dos Egypcios. A Trindade Christãa he um invento sacerdotal; e os Padres teem sido forçados a reconhecer a unidade de Deus, posto que apparentemente seja com posta de tres essencias diferentes. Isto, se
— 39 —
gundo Vassal, he uma alegoria, mas não uma realidade.
Os Myst... do Christianismo primitivo
fôrão; durante quasi dous seculos, pratica dos em lugares subterraneos e retirados; e foi sómente em 221 que Alexandre Severo, setimo imperador romano, permittio aos
Iniciados Christãos a construcção do pri meiro templo. Mas em 512, Constantino o
Grande, tendo sido por seus crimes repel
lido dos Myst... de Memphis, como 242 an nos antes o tinha sido Néro, veio a Roma,
e abraçou o Christianismo catholico: a dou trina de Christo, de exoterica, que era, foi transformada pelo Sacerdocio em esoterica
ou secreta: e depois d'esta epoca o despo tismo sacerdotal começou a perseguir toda
a sorte d'iniciados sem distincção alguma de myst.". Depois de Constantino até ás Cruzadas seguirão-se os seculos da Barbaria; « mas » tambem he depois desta epoca notavel,
» diz Valleteau de Chabrey, que os Ceno
º bitas Christãos (Templarios) nos trans º mittirão fielmente o deposito das sciencias » Mysticas. » Christo tinha posto em pratica as tres vir
tudestheologaes; mas elle principiava pelo
amor do proximo, chamando a todos irmãos;
— 60 —
pela applicação do trabalho e das sciencias, fazendo ter esperança n'outra vida melhor; e finalmente pelos bons resultados de sua doutrina, que produzia confiança e fé mutua entre todos os homens: e quando ja não houvesse necessidades a satisfazer, então teria lugar o consumatum est. Pelo contrario os Padres catholicos trans
tornárão toda a doutrina de Christo: vio
lárão o preceito da tolerancia, que formava a sua essencia: substituirão o fanatismo á razão esclarecida; a escravidão á liberdade; as prerogativas á igualdade; a ambição do poder ao desinteresse; ao titulo d'Irmão o de senhor absoluto, e finalmente substituí rão as penas eternas a uma immortalidade promettida..... Ah! se o Catholicismo intolerante qui zesse proclamar a verdade, que dentro em si concentra, elle nos diria, que os Padres Catholicos fôrão os unicos, que obstárão a
que o Christianismo primitivo não seja hoje a religião universal... Christo confiou ao Sacerdocio o Cordeiro sem mancha, como symbolo expressivo de sua doutrina pura; mas o Sacerdocio maculou a candura de sua lãa...
Entre os Myst... exclusivamente religio sos os do Christianismo são, sem duvida, os
— 41 —
mais simples e os mais sublimes; mas he preciso ter o cuidado de os não confundir com o Catholicismo. Se a Verdade tivesse
tido altares por toda a parte, o despotismo sacerdotal teria desapparecido, e as dissen sões religiosas, que tem feito correr tantos rios de sangue, nunca terião existido. Eis porque a construcção do Templo da Verdade
tem sido, e he tão dificil!.... Mas, « O surprise! arrivé sur cenouveau théâtre, J'aperçois de la croix le signe respecté, Symbole de douleurs et d'immortalité. Au centre, dégagé des voiles de la fable, Rayonnait du Très-Haut le nom pur, ineffable, Tel qu'à Jérusalem le pontife em secret Aufond du Saint des saints tous les ans l'adorait, Ou tel que sous son dieu, vaincue, anéantie, Dans Claros autrefois l'annonçait la Pythie. PoE.M. ". MAç.".
6º Myst.". Francos.
A maior parte dos Escritores Francezes pretendem, que os antigos Gallos fôrão os primeiros povos da Europa, que tivérão dogmas Maç.". Os mais notaveis fôrão os Mys... dos Druidas: os dos Cavalleiros: e os dos Templarios. 1° Os Druidas, padres dos antigos Gallos, habitárão, em 600 antes de Christo, os bos
ques glaceaes do Norte; e pelas relações in
timas que tivérão com os padres do Egypto, elles se tornárão, como estes ultimos, os A*
1
senhores e legisladores de quasi todos os povos do Occidente. Os Druidas érão divididos em tres clas
ses, debaixo d'um chefe commum: os Va
cies, depositarios dos dogmas e da philoso phia, exercião as funcções de padres e juizes: os Bardes cantávão hymnos religiosos, e ce
lebrávão as acções dos grandes homens: os Eubages érão os aruspices.
Os Druidas, perseguidos pelos Romanos, e obrigados a refugiar-se na Albion, fôrão cultivar a sua doutrina nos brancos roche
dos da ilha Mona. « Esta celebre ilha, diz » A. Boilleau, conservou, durante um se » culo, em suas florestas impenetraveis, o
» altar triangular, o cofre mystico, e a es » pada de Belinus.» E Leonard Gallois af
firma que os Druidas não só tinhão recebido dos Persas o deus Mithra, emblema do Sol;
mas que o Egypto tambem lhes tinha feito conhecer Isis que, como Céres, coberta de mam mas representava a fecundidade.
Mas de que servio que os Druidas conhe cessem Mithra, Isis, e o Gui, e barbaros, como erão, conservárão os horrorosos sacri ficios humanos, e não entendêrão da Inicia
ção senão alguns factos uteis á sua prepon
derancia, prototypo do egoismo sacerdotal? Mais dignos de louvôr que os Druidas,
— 43 —
dizem G.". Dumast e Vassal, e mais amigos da tolerancia, os Padres d'Herta, nos pri meiros seculos do christianismo, conser
várão fielmente na Dinamarca, Suecia e Norwega a Iniciação primitiva, que, vinda directamente do Oriente, sem passar por
Eleusis, nem Samotrhacia, era a primeira destinada a florecer na Europa ainda bar bara.
« Com effeito a gloria dos myst. ", diz » Court-de-Gebelin, nunca teve maior brilho,
» senão quando os Romanos subjugárão as » Nações, e se vírão eles mesmos vis escra » vos de monarchas insensatos: é nos Myst.". » que a sua liberdade expirante veio pro
º curar um asylo: e he por eles que a ord..., » bannida de toda a parte, procurou sus » tentar-se e restabelecer-se.
Embalados
» com esta doce esperança, e penetrados das
º vantagens da iniciação, muitos Iniciados, º tomando o apostolado, deixárão a Grecia º moderna, e fôrão refugiar-se na Scandi
» navia.» Foi desde esta epoca que os ini ciados ou Adeptos guardárão para si as Pal... e os Sim... de fraternidade que, tendo vindo do Nilo ao Euxino, passárão do Euxino ao Baltico. Eis como o Poem.". Maç. .. descreve esta valei osa emigração: » Aussi, lorsque pliant sousles coups d'Attila,
- 44 » Le colosse romaain à son tour s'écroula,
» Quand la ville de Mars eut perdu sa puissance,
» Et que, foulant aux pieds la pourpre de Byzance, » » » » »
" ^
D'avides conquérans, assis sur des tombeaux, De l'empire affaibli s'arrachaient les lambeaux, Le lien étermel de la Maçonnerie Des tyrans et du sort défiant la furie, Sut encor réunir les mortels éclairés,
» Par la langue et les lois vainement séparés. » Tel un chêne aux cent bras, dont l'immense feuillage
» Prête aux oiseaux du ciel son favorable ombroge, » Debout sur les débris d'un antique manoir, » Des autans conjurés méprise le pouvcir, » Et semble, autour de soi prolongeant ses racines, » De réseaux protecteurs enlacer les ruines. » Les frères dispersés, vainqueurs des élémens, » D'un bout du monde àl'autre échangeaient leurs sermens, S'encourageaient sans cesse aux vertus les plus rares, Ou, portant la lumière à des peuples barbares,
La faisaient rayonner jusqu'aux mers de Thulé. Par leur culte fleurit ce climat reculé Où les fils'à'Ossian, sur la harpe sonore, Aux forêts de Morven, aux rochers d'Inistore,
Aux échos que sa voix si souvent anima, » Redisaient la splendeur des fêtes de Selma. »
2° Cavalleria. Longo tempo concentrada
nas praias do Baltico, a Iniciação fez pro gressos, graças aos reinados d'Egbred em Inglaterra, e de Carlos Magno em França : mas, em despeito da autoridade legal , a anarchia feodal violava todas as leis, e abria
caminho ás rapinas da idade media !..... Para obstar a tanta desordem appareceu a Ord. .. dos Cavalleiros no oitavo seculo da
era vulgar; e fazendo-se campeóes da hu
— 45 —
manidade, os Cavalleiros se mostrárāo no vos Theseos contra novos Scyrons. A devisa d'esta nobre Cavalleria era soc
corro ā desgraça; e o ceremonial de suas re cepçôes foi uma pura imitação dos Myst. . d'Eleusis. « Todos os fundadores das Ord. ..
» » » » »
de Cavalleria, diz G. .. Dumast, imitárāo, quanto podérāo, a Ord.'. Maç.'« porque a aguia negra, a aguia de duas cabeças, ophe nix, etc. etc.; que se áchão na Cavalleria, são emblemas Maç,°. e proprios do Magis
» mo Oriental. »
Eis como um Cavalleiro s'exprimiria, es crevendo á sua Dama : « Passe dans les mains de Glycère, » Heureux symbole de candeur ; » Aux profanes regards oppose une barrière,
» Et tombe quelquefois au gré de mon ardeur. » Ce don, belle Glycère, est pur comme ton cœur ;
» J'en atteste un serment que la sagesse avoue, » J'en jure par mon tablier : » Qu'avec horreur on le dénoue, » Si je puis jamais t'oublier ! » Oui, ces gants ont un prix que le vulgaire ignore; » Ce gage sacré de ma foi » N'est dû qu'à la beauté que la vertu décore ; » Je couraisgrand risque, sans toi,
» De le garder long-temps encore. » M. DE LA LoUPTIÈRE.
É verdade que Ch.°. Dupontés, compa rando as leis, fórmas, e fim da Ord...Maç.. e da Cavalleria, foi levado « a concluir que
» a Maç. ". era um ramo da Cavalleria, ou
— 16 —
º antes que a Maç.…. era mesma Cavalleria
» aperfeiçoada e polida. » Mas se Dupontés, na sua Encyclopedia Maç. ..., não tivesse to — mado o efeito pela causa, teria com mais razão concluido que a Cavalleria era um ra mo da Maç.".
Portugal deu tambem valerosos e illus tres Cavalleiros. Os doze de Inglaterra, ácerca
de quem o nosso abalisado Camões nos of ferece um Episodio, no Canto 6º do seu fa moso Poema, são dignos de memoria eterna na Maçº. Lusitana.... 5º Ordem do Templo. Todo o mundo co |
nhece a historia tragica d’esta Ord... militar e monastica, da qual os membros érão cha mados Pobres Cavalleiros da Cidade Santa; Soldados de Christo; Milicia de Salomão; ou commummente Templarios. Em 1118 Hugues de Paganis, Geofroy de
Saint-Aumer, e mais sete outros Cavalleiros fundárão esta Ord... celebre, na intenção d'ajudarem á conquista da Palestina, e de
se reunirem à Cruzada de Godefroy dê Bouillon.
Estes Cruzados Francezes consagrávão-se á pratica das virtudes Christãas e mili tares, e principalmente a defender, con tra os ataques dos Musulmanos, os pere
grinos que, de todos os pontos da Euro
— 47 —
pa, ião a Jerusalem para adorar os lugares santos. Em mui pouco tempo o numero de seus membros se tornou consideravel; e em 1128 o Concilio de Troyes approvou a sua instituição. Os templarios fizerão-se notaveis nas ba talhas por uma bravura pouco commum; em premio de suas façanhas recebêrão dos reis e dos grandes immensas riquezas, e nu
merosas herbades: fôrão tantos bens, que mais tarde causárão a sua ruina!... Quando
os Soberanos e os Padres observárão que a Ord. . do Templo commeçava a exercer uma
grande influencia moral e politica sobre o globo, os Templarios fôrão accusados de he resia, de sodomia, de rebellião, etc. « Mas » na realidade, os dous crimes, porque os » condemnárão no seculo quatorze, diz a
» Revista Maç. ..., fôrão a sua riqueza, que » os tornava temiveis aos reis, e suas dou
º trinas, que se afastavão das da Igreja, e » tinhão irritado o Pontifice romano. »
Os crimes absurdos, de que os Templa rios fôrão accusados, e os supplicios crueis,
que lhes fizérão sofrer Philippe o Bello, e o Papa Clemente V, excitárão tão justain dignação, que a maior parte dos escritores modernos, para melhor rehabilitarem a sua
memoria, avançárão que os Templarios nun
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ca tivérão praticas secretas. Mas faltárão á verdade.....
Ninguem nega a bravura, a generosidade e a caridade dos Templarios; mas não se
pode contestar que elles não tivessem tido assembleas mysticas, aonde conservárão a herança da antiga Iniciação. •
Nos fins do seculo dezasete achou se n'Al
lemanha, no tumulo d'um Templario, morto antes da perseguição da Ord "., uma especie de talisman que tinha, além de muitos ou ti os sinaes proprios da sua Ord. "., os se guintes: o compasso : a esquadria: a es phera: o pentagono de Pythagoras; e o ogdoado Gnostico, que symbolisa os oito Cabyres de Samothracia, os oito principios Egypcios e Phenicios, os oito deoses de Xenocrates, e os oito angulos da pedra cubica. De mais, os Templarios recebião, como marca de sua Cavalleria secreta, uma cin tura, ulteriormente mudada em charpa, da
qual se derivárão os cordões modernos, e as insignias, que hoje se úsão em toda a
parte. Tal he a opinião de G. Dumast, e OutTOS.
« Conseguinteménte, a Ord", do Templo, » á cerca de quem tão diversamente se tem » fallado, não era, diz Vassal, senão um an
» nel da grande cadêia da Iniciação mysti
» ca, colocada entre os tempos antigos e os
» tempos modernos. » Com efeito Ilugues de Paganis, principal fundador da Ord.'. do Templo, quiz reunir n’ella todas as vantagens, obtidas até então por meio da Iniciação e da Cavalleria : elle pertendia que a milicia fosse util á Patria pe lo braço, e que os chefes o fossem pela liber dade de suas idêas. Os preceitos fundamen taes da associação érão a Beneficencia e a Tolerancia. A primeira se mostra pelas abundates esmolas que, tres vezes por se mana, érão distribuidas á porta de sens nu merosos mosterios; e a seguuda se deixa vêr pelo amor, com que tratavávão os prisio neiros nas guerras da Palestina.
A denominação de Cavalleiros do Templo não se refere, como muitos júlgão, á igreja do Santo Sepulcro ou ao Templo de Salomão;
« porque os chefes da Ord. .. tinhão em vis » ta, diz G. Dumast, um outro Templo
» mais digno da Divindade, o mundo intei » ro, povoado de homens livres e virtuosos. » Era na construcção d’este ultimo Templo, continua o mesmo autor, que a Ord.". tra balhava, e o de Salomão não lhe servia se não de symbolo; e supposto o nome de Templarios ter prevalecido, todavia nunca
perdêrão o d'Iniciados ou de Maçons. 5
- 50 —
Quando, no seculo quatorze, teve lugar a perseguição d'esta illustre Ord. ., a maior parte de seus membros entrárāo de novo na grande familia Maç. "., a que, ha muito , pertençiâo, : mas é principalmente depois d'esta aglomeração que Barruel, Gassicourt, e outros calumniadores da Iniciação, com meçárāo a fazer sentir aos Soberanos me drosos, que os Maç. *. não érão senão os
proprios vingadores de Jacques Molay e de seus companheiros. Entre tanto o autor do Mysterium Baphometi revelatum prova que os Maçons Europêos são muito anteriores aos Templario3. « Cherchons aux bords glacés où mugit la Baltique. De la gloire des preux le berceau poétique. Parlez, donjons déserts ! Pouvez-vous oublier Quels périls votre enceinte offrait au chevalier, Quand pour briguer ce titre environné d'obstacles,
D'un art pour lui magique bravait les miracles,
Lº
Et, comme un autre Ajax, incapable de peur, N'accusait que la nuit et son voile trompeur ! » Al'erreur, aux forfaits, l'Europe était livrée : Le maçon, de sa dame arborant la livrée, Pressa les flancs poudreux d'un noble palefroi, Fut le soutien des bons, et des méchans l'effroi.
Pour punir l'oppresseur et sauver la victime, Pour prêter son secours au prince légitime Qui, par la trahison conduit vers le malheur, D'une élite intrépide empruntait la valeur, Pour venger la beauté qui gémissait esclave, Le plus doux des mortels en devint le plus brave. » Tels étaient ces héros, défenseurs du Jourdain, » Qu'aux murs de Césarée admira Saladin ;
— 51 -
"Ce formidable corps des chevaliers du Temple, Leur chúte à l'Univers offrit un grand exemple. Nourris de leurs trésors, protégés par leurs bras, Les peuples d'Occident, servilement ingrats, N’osèrent démentir d'atroces impostures. Proclamés criminels sur la foi des tortures, Cessages méconnus, em marchant au búcher, Firent couler des pleurs que l’on voulait cacher. Carle soupçon veillait, et, fils de l'ignorance, Le fanatisme aveugle éPouvantait la France. »
Taes são os sentimentos do Poema Maç... a
respeito dos Antigos Templarios, que se não devem confundir com os TemplariosModernos Templarios Modernos ou Joanitas. Em
1804, um Medico, Bernard Raimond Fabré Palaprat, julgando devêr aproveitar-se da illustre memoria dos antigos Templarios, conseguio, entre alguns amigos, o organisar uma nova seita Templaria, a qual se dis sesse ser uma successão verdadeira da pri
meira Ord.'. do Templo. Os novos Templa rios, temendo encontrar algumas difficul dades em tão alto projecto, encobrirão suas
primeiras reuniões com a capa da Maç.". Com efeito esta nova Ord.'., em 1805, obteve do Gr.". Or.'. de França as Constitui ções para formar a L.'. dos Chevalier de la
Croix, que mais tarde deu tambem erigem a um Cap.'. de R.'. --.".
Mas foi só em 1806 que a Ord.". revelou a sua existencia Templaria. Pela occasião
do casamento de Napoleão com Maria Luiza, em 1810, esta Ord.'. deu na capital uma festa brilhante, que foi terminada por uma
grande distribuição de esmolas a probes. Mas o G.". O.". de França, ignorando ainda
as pretenções da nova Ord.'., e receando que esta viesse a ser uma autoridade rival, convidou, em 1811, tres de seus nombros a dar conta de suas doutrinas perante o Con sistorio dos Ritos Maç.".
A doutrina dos novos Templarios consiste,
segundo a Revue Maç.…. nº 6, no Evangelho de S. João Baptista, sem os milagres. A res peito de Christo, o Joanismo não tem idêas fixas sobre sua natureza: umas vezes é con
siderado como um homem superior, que vai buscar a Iniciação ao Egypto, para a transmittir aos profanos; outras vezes é o filho de Deus, parte essencial da suprema Intelligencia.
O Gr.". Or.'. de França, plenamente sa tisfeito com as vistas puramente religiosas da
nova Ord.". Templaria, não lhe disputou mais a sua independencia; e desde então ella
ficou fazendo corpo á parte da Maç... Seja porém como fôr, he certo que a nova Ord.".
Templaria, em 15 de Janeiro 1855, inaugu rou a sua igreja, por um acto do culto pu blico em Pariz, e supposto que alguns ho
mens respeitaveis pertênção a este nova Sociedade, que se afasta muito da doutri na dos antigos Templarios, todavia seja nos licito relatar um facto historico. Um dos
chefes da nova Ord.'., recrutando para membros quantos homens encontrava, e sendo reprehendido pela sua má escolha, respondeu: Qu'il fallait de la tapisserie, et
qu'il faisait des hommes avec de la boue... CH, DUPONTÉs.
4º Maçonnaria em França. Antes do se culo dezasete não havia em França senão Maç. .. isolados; mas em 1725, alguns In glezes, entre os quaes se contão os Lords Dervent-Water, e Harnwester, fôrão os pri meiros, que em Pariz, estabelecêrão algu mas LL... nacionaes. Tres Gr.". (Apr."., Comp.º., e Mest.".) compúnhão toda a Maçº.
quando foi introduzida em Franç; mas, em 1728, um Escocez; o Dº Ramsay, imagi
nando que a Maç... tinha tido origem nos campos das Cruzadas, lhe acrescentou mais
tres Gr... de Cavalleria, com a denomina ção geral d'Escocismo. Esta fatal inovação fez nascer muitas outras; e a Escocia, In
glaterra, Allemanha, etc. tivérão tambem seus Gr.". d'Escocismo, mas a França pos suio um rito de vinte e cinco Gr."., que mais tarde foi elevado a trinta e tres!!! 5*
— 54 —
Em 1786, o Gr.". Or.'. de França, que
rendo simplificar os trinta e tres Gr.-- do Escocismo, organisou quatro ordens, (El."» Secr.'., El.". Esc.". Cav.". do Or."., e R.", Cruz) que, juntas aos tres primeiros Gr.". »
fórmão o Rito Moderno Francez. É depois d’esta epoca que uma luta vergonhosa se declarou entre os dous Ritos; e os damnos que uma preeminencia mal entendida tem
causado á Maç. . Franceza são incalcula veis! Entre tanto que o seu encarniçado inimigo, (a reunião de duas seitas também mysticas) marcha a passos lentos e tranquil los, para o dominio universal!!! A lerta Maçons-Francezes ! deixai vossos Ritos, e
reuni vossas columnas..... Olhai que o he diondo monstro se desenfrêa,e vossos glorio sos dias de Julho não lhe fizérão recuar se
não um pequeno passo !!..... Seja-nos per
mittido fazer uma observação, que o amor da Patria e da Ord.". exige. Portugal et Brazil não conhecêrão tambem ao principio senão os tres primeiros Gr.'. da
Maç.". Symbolica; mas ha hoje quem diga que alguns.Maçons pertendem estabelecer o Escosimo em ambos os Paizes : entretanto
nós esperamos que tal projecto não serealise. O systema do Escocismo foi um aborto
arbitrario, e não o fruto d'um pacto una
– 55 —
nime entre todos os povos, como foi o da Maç.". Symbolica. A os tres primeiros Gr.", de Maç. -- Symbolica todo o mundo he ad mittido, nacionaes ou estrangeiros; e é n'isto que realmente consiste a fraternidade uni versal; mas pelo que respeita a altos Gr.". ou Mysteriosos, cada nação quer, pode, e deve ter os seus em particular; pois que só devem ser fundados sobre a historia, costu mes, e necessidades de cada um dos paizes : sirvão d'exemplo a Inglaterra, Prusia, Alle
manha, e ultimamente a Belgica. Mas querer adoptar um Rito estrangeiro, que, além d’estar vulgarisado, tem produzido a discor dia e a zizania entre os II, …. do mesmo |
| |
reino, se não fôr especulação, tambem de certo não he pensar decoração nobre e inde
pendente..... Todos ambiciónão a Maçº. re formada; mas para isso não precisamos d’esmola estrangeira.
5" Maç. .. d'Adopção. A França he, sem duvida, o berço da Maç.'. d'Adopção ou
das Damas. Foi em 1774 que o Gr.". Or.'. de França tomou debaixo de seu patronato al
gumas LL.'. d'Adopção, que d'antes exis tião, com a condição expressa de que seus trabalhos serião presididos por um Ven.'. Maç.". Depois d'esta epoca a M.'. d'Adopção se espalhou rapidamente na Allemanha, na
— 56 —
Italia, na Hollanda, e na Russia; mas não em Inglaterra.
•
Em 1775 a duqueza de Bourbon foi eleita Gr.". Mest.". de todas as LL.". Francezas; e em 1777 ella mesma presidio a L.". Can deur, que se distinguio sempre por muitos
actos de philantropia. Foi em 1779 que a L... Candeur estabeleceo um premio em favor d’aquella memoria, que trastasse
melhor a questão seguinte : Qual será a maneira, a mais economica, a mais sã, e a
mais util & Sociedade para educar os en
jeitados, desde o nascimento até á idade de sete annos ?
Mas foi principalmente depois de 1805 até 1827 que o numero das LL.'. d'Adop
ção s'augmentou consideravelmente em França; e todas as suas festas da Ord.".
fôrão notaveis por abundates esmolas, feitas já eu favor dos desgraçados, já em favor
dos Gregos opprimidos..... Prisioneiros libertos; familias indigentes consoladas; bellas acções recompensadas; festas augustas, e o triumpho dos principios
Maçonnicos, taes teem sido em França os admiraveis e patheticos resultados do con curso de ambos os sexos, debaixo do estan
darte sagrado da Maç.…...... Por que razão as Portuguezas e as Brasi
— 57 —
leiras, aonde se encontra principalmente o germe da innocentia e da virtude, perma necerão por mais tempo indifferentes ao
beneficio de taes associações?
Tº Mysl... Britannicos. Os Druidas e o Padres d'Herta, havendo tido nos primeiros seculos do Christianismo communicações intimas com os povos da antiga Albion, podérão semear a Iniciação nas Ilhas Britannicas.
Ja em 287, Cauracius reconhecido impe rador, animou as artes, e promoveu parti
cularmente a Instituição Maç.". Mas foi principalmente desde 880 até 900, durante os reinados d'Alfredo o grande, d'Eduardo,
a d'Athlestan, que a Corporação dos Maç.…. Architectos tomou fórmas regulares. O principe Edwin foi eleito Gr.". Mest.". d’esta Corporação em 925 ou 926. Esta singular Corporação d'Architectos se dividia em reuniões parciaes, que se chamá vão Loges; e todas érão dependentes d'um corpo central, ou G.". L.'., especie de Dieta,
que teve seu local em Yorck. O objecto d’esta Associação era construcção em com
mum d'edificios publicos; e todas as antigas cathedraes do pais lhe devem ser attribuidas. Em 1451 o marquez Pembroke foi eleito
— 58 —
Gr.". Mest...; e foi debaixo d'este patrono que a Maç.". Escoceza appareceo, e seus membros edificárão a abbadia de Kilwin
ning: mas foi só em 1515, epoca da des truição apparente dos Templarios, que Ro berto 1º, rei de Escocia, fundou a Gr.". L.'. d'Heredon de Kilwinning. Desde o reinado d'Henrique 6° até ao d'Henrique 7º (1495-1501) a Corporação
Maç. . sofreo funestos golpes, e teria aca bado inteiramente, a não se declararem seus protectores, o Gr.". Mest.". da Ord.'. de Malta, e seus Cavalleiros.
Em 1562, a rainha Elisabeth, d'um carac
ter desconfiado e suspeitoso, quiz tambem perseguir a Ord.'. dos Maç. . Arch.….; mas
em compensação, Jacques 1º, Carlos 1", Guilherme 5°, e outros, lhe mostrárão e dê rão provas d’uma protecção generosa. Mas o mais digno de notar-se, arespeito d’esta Ord.". celebre, vem a ser a exposição
d'um Sabio antiquario Inglez : « Que, des de 1641, a Corporação Maç.…. aggregou a si, como membros externos, as pessoas estra
nhas á arte de construir, das quaes ella es perava tirar alguma utilidade ou reatce, e a quem ella deu o titulo de Free accepted
Masons (Maç.…. livres e aceites) para os dis
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tinguir dos Maç. .. de pratica. (Journal d'Elie Ashmole.)
Depois d'esta epoca a Corporação Maçº. se conservou por muitos tempos brilhante;
mas, á medida que a instrucção, se espa lhou, e que o individualismo prevaleceo ao espirito d'associação, a Ord... foi decli mando a tal ponto, que no principio do se culo 18° muito poucas LL... havia nos con dados, e Londres mesmo não tinha senão
quatro, das quaes a mais singular era a L.". Antiguidade, que construio a ingreja de S. Paulo.
Mas ou fosse com vistas de perpetuar os Mys.". Maç.…. na occasião proxima de se per derem, ou fosse por uma feliz inspiração, a L.'. Antiguidade tomou, em 1705, uma de
cisão, que produzio os mais importantes resultados.
Segundo Preston, que foi Mest... e Ven.'. da mesma L.'., e a quem nós pedimos este facto, ignorado de quasi todos os Maç.…. dos dous mundos, a L.". Antiguidade ordenou,
Que: d'hoje em diante os privilegios da Maç.". não serião mais a repartição exclusiva dos Maç.". Constructores, e que os homens de
todas as profissões serião chamados a gozar d’ella, com tanto que tivessem sido regular mente approvados e iniciados na Ord, ".
— 60 —
Esta sabia deliberação, que constitue uma verdadeira reforma na Maç."., fez entrar na Ord... es pessoas da mais alta distincção,
e particularmente litteratos e sabios, que, tornados zelosos partidarios, viérão a sêr os propagadores da Ord. .. os mais infatigaveis. Feito este primeiro passo, a L.". Antigui dade lhe ajuntou outras innovações não me nos interessantes : ella renunciou total —
mente ao abjecto material da antiga Confra ternidade, e modificou todas as suas formas
e cerimonias para seu uso interno. Tal foi a origem do Rito Moderno Inglez.
É depois d'esta epoca notavel que a Ord.. Maç. .. tem sido florecente em Inglaterra : e é depois d’ella tambem que a Maçº. Re formada tem estendido seus braços pater naes pelas cinco partes do mundo; de ma
neira que, no curto espaço de 127 annos, a Acacia foi plantada em setenta e nove es
tados do globo, debaixo do titulo explicito de Franc-Maç.".
- 64 —
TABOA CHRONOLOGICA DA MAÇ.. OU
Introdução da Franc-Maç. .. nos diversos
Estados do globo, desde a sua reforma até 1850.
EURO PA.
Inglaterra Escocia .
Irlanda , França .
Hespanha Suecia .
•
Napoles. Hollanda Russia .
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Toscana
•
•
•
Portugal
•
•
Hamburgo Suissa . Sardenha Saxonia.
•
•
.
4 750
2
.
•
1731 1731
.
4 731
•
1 755
.
1755
Baviera.
4757
Prussia.
175S
Austria. Turquia
1758 1758 •
Polonia.
4759
Malta
174 O
Dinamarca.
4742
Bohemia
1744
Hungria
1744 4 747
Norwega Guernesey Jersey
1755 1755
4.754
HanOVer
Bengala.
1728
Turquia
4758
Madrasta
4752
Ceilão .
4771
Surate .
1776
Ilha do Principe de Galle
1780
Persia
4812 4820
Pondicheri.
1820
Bombain
•
A FRICA.
Cabo Costa. 1lha Bourbon
•
— 63 —
Ilha de França. . . . Cabo de Boa Esperança .
. .
. .
. .
1778 1781
S. Helena .
.
.
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1798
Serra-Leôa.
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1819
Senegal.
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1822
Ilhas Canarias.
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1825
. .
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1721 1755
.
A M E RICA,
Canadá. . . Massachussett .
. .
. .
Georgia.
.
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.
.
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1755
Carolina do Sul New-Yorck. . S. Christóvão .
.
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. . .
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. . .
1759 1757 1175
Martinica
.
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.
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.
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.
1758
Antigoa.
.
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.
.
.
.
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1742
Jamaica. . Ilha-Real .
. .
. .
. .
. .
. .
. .
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1745 1745
S. Domingos .
.
.
.
.
.
.
1749
Pensilvania.
.
.
.
.
.
.
.
1755
Barbada
.
.
.
.
.
.
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1754
Guadelupe . . S. Eustachio .
. .
. .
. .
. .
.
. .
1754 1754
.
Nova Escocia .
.
.
.
.
.
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1762
Grenada.
.
.
.
.
.
.
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1764
Virginia.
.
.
.
.
.
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.
.
1765
Terra-Nova
.
.
.
.
.
.
.
1765
Guiana Hollandeza
.
.
.
.
.
1771
Bermudas .
.
.
1774
S, Thomaz. Honduras .
. .
. .
4818 -
S. Vincente
.
.
1819
Cuba
.
.
.
Dominica .
.
.
.
Brasil .
.
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.
Columbia . Mexico . .
. .
. .
Lusiana.
.
.
1784
1819
1821
1825 4824
•
Guiana-Franceza .
4825
.
1824
.
1827
O CEANIA. Java.
-
-
-
-
.
1769
Sumatra
.
.
.
-
1 772
Nova Galles do Sul
1828 (1)
(1) Extracto da Revue Maç.". Nº 1-1830.
- 65 —
R I TU A L DOS MYSTERIOS,
DO EGYPTO E DA GRECIA,
A maior parte dos autores, que viajárão pelos terrenos do Oriente, afirmão que as
grandes Pyramides do Egypto dávão entra da a longos subterraneos, onde se fazião as Iniciações. Mas como expor factos, que se não podérão testemunhar? A historia dos
povos Orientaes não tendo sido consignada, senão em symbolos e allegorias, sómente as
tradições oraes ou escritas poderão em tal caso servir de bussola ao historiador. Ora
a Crata Repoa, escrita em alemão em 1770, e traduzida em francez pelo I.". Bailleul em 1821, é de todas as obras, a que melhor
descreve as experiencias da antiga Inicia ção. Por consequencia, para que o nosso trabalho seja o mais completo possivel, nós exporemos em summa o systema da Crata
Repoa, que nos parece tanto mais positivo 6*
— Gö —
e real, quanto he provavel que, na deca dencia do Imperio Romano, os Iniciados, expatriados que implantárão a iniciação
na Scandinavia, podérão levar comsigo, e communicar aos novos Adeptos o mesmo
Ritual, que servia nos diversos Myst... an tigos.
— 67 - -
PRIMEIRO GRAO.
P A S T O P H O R I Se
A terra, o fogo, a agoa, e o ar érão os quatro elementos que constituião as gran
des experiencias physicas de Memphis. O ultimo Iniciado era quem conduzia o Néophyto até á entrata dos subterraneos, e lhe dava uma alampada accesa para lhe ser vir de guia. O Néophyto marchava depois sósinho, atravessando corredores de tal ma
neira baixos, que era obrigado a enga tinhar. Passados estes primeiros obstaculos, o Néoph.º. encontrava uma cisterna im mensa, a que se achava firme uma escada de ferro polido, por onde devia descer até
sessenta pés de fundo: mas não podendo continuar a marcha por falta de degrãos,
elle tornava a subir, e via um pequeno bu raco, (não observado na descida) que dava entrada a um caminho espiral, e se termi
nava em um grande poço.
— 68 —
Chegando ao fundo do poço mystico, o Néoph... via duas grades, uma de ferro ao
meiodia, e outra de bronze ao norte, a qual deixava vêr um largo corredor, que era al lumiado por tochas e alampadas, e ador nado nos lados por arcadas successivas. (Tal era a experiencia, que symbolisava o chaos da natureza inerte.) Apenas o Néoph.º. entrava no corredor, e passava a porta de bronze, esta repentina mente se fechava per si mesmo, e produzia um grande ruido que, junto ao echo das ar cadas, se tornava horroroso. O Néoph.º., de pois de ter feito cincoenta passos no corre
dor, encontrava uma abobada cheia de fogo, que elle devia atraversar; e a qual, segundo Terrasson, imitava uma fornalha ardente de
cem pés de longo. (Tal era a experiencia do fogo.) …
"
Depois da fornalha seguia-se um canal, de
cincoenta pés de largo, do qual a agoa, vinda do Nilo, entrava por um lado no subterra neo, e sahia por outro, com estrondo e ra
pidez assombrosa: era preciso queo Néoph..., com a alampada na mão, passasse a nado
este canal. (Eis a experiencia da agoa.) O Néoph..., tendo atravessado o canal,
encontrava uma grande arcada, no interior da qual havia alguns degráos, que o con
— 69 —
duzião a uma ponte levadiça, e d'um me
canismo complicado. Na extremidade d’esta ponte havia uma porta de marfim, que o Néoph... de balde tentava abrir: mas no momento, em que elle lançava mão de duas argolas, fixas nas umbreiras da porta, uma
mola real, que fazia mover muitas rodas, abalava a ponte levadiça , e fazia asoprar um vento impetuoso, que lhe apagava a alampada. O Néoph..., depois de ter estado dous mi -
nutes n'esta cruel posição, que lhe deixava ver um precipio immenso, tornava a descer
para o mesmo lugar, por efeito d'um con trapreso, e achava-se colocado defronte da porta de marfim, que sabria rapida mente. (Tal era a experiencia do ar. (1) Passadas as quatro provas preparatorias, o Thesmophores (introductor) vendava o Can didato, e o conduzia pela mão até á porta
dos homens que era exteriormente guardada pelo ultimo iniciado (Pastophoris). O introductor batia sobre o hombro do
(1) Estas quatro Exp.". , que a Crata repoa não descreve, achão-se perfeitamente representadas na estampa de Moreau, e nas obras de Lenoir, Ter rasson, Vassal, e outros.
— 70 —
guarda exterior; e este batia á porta do Templo, para annunciar a presença do
Cand... Este, satisfazendo ás questões, que então lhe erão feitas, entrava no Templo pela porta dos homens, e lá ouvia lêr toda a
sua vida profana, que d'antemão os Padres sabião cuidadosamente espionar. O Hiérophante (presidente) fazia novas
questões sobre objectos diversos, a que o Cand.…. devia categoricamente responder. O Cand. ". era depois obrigado a fazer
uma viagem no circuito de Birantha, (que era o recinto exterior do Templo) durante a
qual os Padres, fingindo borrascas e tro voadas, procurávão assustar o Cand... que, firme, afouto e resoluto, tornava a entrar no Templo, e promettia de se conformar aos estatutos da Ord..., que anteriormente lhe
tinhão sidolidos por Menies (leitor das leis). Depois d'esta adhesão, que era puramente voluntaria, o Cand.". ajoelhava perante o presidente, o qual, pondo-lhe uma cimi
tarra ou alfange sobre o pescoço, lhe fazia prestar o juramento de fidelidade e discrição,
tomando por testemunhas o Sol, a Lua, e OS AstrOS.
O Cand... era depois situado entre as duas columnas (Betilies): a venda lhe era tirada aprendia a Pal.'. d’Ord.'. que era
— 71 —
Amoun (séde discreto): e recebia um bar rete pyramidal; um toque manual; e um avental chamado Xylon.
Quanto ao mais, o Cand... era obrigado a estudar a theologia, a physica, a medici
na, e a linguagem symbolica. Tambem de via guardar a porta dos homens.
— 73 —
SEGUNDO GRÁo. NEOCORIS•
Se o Pastophoris, durante um amo d'es
tudos, tinha dado provas d'intelligencia, um jejum severo lhe era recommendado, para se preparar a receber o Gr.". Neocoris. Acabado o jejum, que durava doze ou
quinze dias, o iniciado era posto n’uma ca mara escura, chamada Endimion; aonde bellas mulheres ião reanimar-lhe as forças
com iguarias delicadas, e provocá-lo com estimulos d'amor (1). … "
O iniciado, para provar o imperio que ti nha sobre si, devia triumfar d’esta expe
(1) Estas mulheres, segundo a Crata Repoa, érão as esposas dos padres; e na Grecia erão as mesmas virgens consagradas a Diana... I»
7
— 74 —
riencia difficil. O
… interrogava
o iniciado sobre as sciencias do Gr... prece dente, e depois de ter respondido a diver sas questões e a proposito, este era introdu
zido nassemblêa. O Stolista (hysopista) espargia agoa sobre o iniciado para o puri ficar, e este era obrigado a afirmar que sua conducta tinha sido casta.
Depois d'esta declaração, o Presidente,
com uma serpente artificial na mão, corria ao iniciado, que, enleado com ella, era e
vado a um logar cheio de bichos. (Tanto o iniciado mostrava valor n’esta experiencia,
quanto depois era elogiado). O iniciado era depois colocado entre duas altas columnas, que representavão o Oriente e o Occidente. Entre estas havia um gry pho (emblema do Sol) que empurrava uma
roda de quatro raios (emblema das quatro estações): O Néocoris tomava por insignia um bas tão, circundado por uma serpente, como o caduceo de Mercurio. O Presidente lhe dava
a Pal... d’Ord.c., que era Eva, e lhe contava a historia mythologica da ruina do genero humano. Encruzar os braços sobre o peito era o Sin.'. de reconhecimento; e o novo
emprego do Iniciado o de lavar as columnas. Os estudos d’este Gr.", erão a architec
tura, a arithmetica, a geometria e a hygro metria, para conhecer as inundações do Nilo. Estas sciencias, diz a Crata Repoa,
constituião o grande segredo, que não era communicado ao povo.
– 77 —
TERCEIRO GRAO.
PORTA DA MORTE, OU
MELANEPHORIS.
A iniciação a este gráo dependia dos pro
gressos mais ou menos rapidos do Néoph... mas sciencias, e da continuação de sua boa
conducta. Quando os padres o julgávão di gno, o Néoph... era denominado Melane phoris, e conduzido a um portico, aonde se via escrito Porta da morte. Esta dava en
trada a um edificio, cheio de mumias e tum
bas figuradas, aonde o Iniciado encontrava os Paraskistes e os Heroi (os que abrem e
embalsámão cadaveres). No centro do local achava-se o tumulo de Osiris, que, por causa de seu assassinio, supposto recente, mos
trava ainda vestigios de sangue. Era n’este lugar da morte que se perguntava ao inicia do, se tinha ou não tomado parte no assas sinio de seu Mestre? Depois da sua resposta 7"
– 78 —
megativa, dous Tapixeytes (coveiros) o con—
duzião para uma sala, aonde se achávão todos os Melanephoris vestidos de preto. O rei, que, segundo a Crata Repou, assis tia a esta scena, se aproximava do Inicia
do, e com ár gracioso lhe oferecia uma corôa d'ouro a fim de melhor vencer os obstacu
los: Tertuliano assevera que o Cand.'., in struido d'antemão, rejeitava, e pisava a co rôa com os pés. Era n’este instante que o rei exclamava ultraje ! vingança! e tomando o machado dos sacrificios tocava levemente
com ele a cabeça do Inic.. Os dous Tapixeytes lançávão por terra o Inic...; e os Parakistes o envolvião em fa chas de mumia. Durante esta scena, os as
sistentes gemião em redor do Inic."., que era depois conduzido até a porto do Sanc tuario dos Espiritos. Apuleo afirma que, quando esta porta se abria, trovões e re
lampagos cercávão o presumido morto, Caron, agarrando o Cand.". o descia ao Sanctuario, aonde se achávão os juizes das sombrias praias: Pluton, segundo Diodoro de Sicilia, estava assentado na sua cadeira, tendo a seu lado Rhadamanto, Minos, Alec ton, A laster, e Orpheo. Este tribunal terrivel,
depois de haver questionado o Cand.". so
– 79 —
bre as sciencias e a moral, devia condemna lo a errar nas galarias subterraneas. Tirávão depois as faxas ao Cand.'., e lhe recommendávão as tres maximas ou sen tenças:
1º Não ser sanguinario; e não deixar de soccorrer o seu semelhante, quando em perigo. 2º Outorgar sepultura aos mortos. 5º Esperar uma resurreição. O Sin.'. d’este Gr... era um abraço parti
cular, que exprimia o poder da morte. As
Pal... érão Monach Caron Mini (passo os dias da colera). As artes que se aprendião neste Gr.". érão o desenho, a rhetorica e a escrita
chamada hiero-grammatical, para entender
a geographia, a astronomia, e a historia do Egypto.
— 81 –
QUARTO GRÁO. BATALHA DAS SOMBRAS OU
CHRISTOPHORIS.
O tempo empregado nos estudos do Gr... anterior, e que se chamava tempo da colera, durava dezoito mezes. Se o Cand... tinha
feito progressos, o Thesmosphores ia ter com elle, entregava-lhe uma cimitarra e
um escudo, e marchávão ambos por gala rias escuras. Aqui homens armados e hor rendamente mascarados atacávão de subito
o Cand..., e exclamávão Panis! O Cand..., a convite do Themosphores, se defendia com valor; mas a final succumbia ao numero. As sombras, ou os homens armados, ven dávão então o Cand.::, e lhe lançávão uma corda ao pescoço, com que era arrastado
— 82 –
até á sala, aonde devia receber o novo gráo. Chegadas a este lugar as sombras, gritando muito, desapparecião.
O Cand.'., depois de tirada a venda, ob— servava n’esta rica e majestosa sala uma reunião brilhante: taes como o rei, assen
tado ao lado do Demiurgos (inspector da Ord...): o Odus (orador): o Stolista (hyso pista): o Hiérostalista (secretario): o Zacoris (thesoureiro): e o Komastis (M.'. de ban
quete). Todos érão condecorados com a Alydea (decoração egypcia que symbolisa a Verdade).
Depois d'uma allocução do orador, ten dente a dar valor ao Cand..., este bebia um
licor amargo, chamado Cice; e ornava-se
com o escudo d'Isis, com a capa d'Orei, e com o capacete d'Anubis.
Armado d'esta sorte, o Cand... recebia a ordem de cortar a cabeça d'um individuo, que deveria achar-se n’uma caverna, e de a trazer ao rei. Os membros do collegio gri távão todos Niobel (eis a caverna do inimi go). Entrando na caverna o Cand... encon trava uma bella mulher, arranjada de modo que parecia viva; tomava-a pelos
cabellos,
e lhe cortava a cabeça. Depois de ter sido
louvada a sua acção heroica, o Cand... prendia que a cabeça cortada era a ca
— 83 —
beça de Gorgo, esposa de Typhom, que ha via occasionado o assassinio d’Osiris (1). O nome do Inic.". era depois escrito no livro, onde se achávão os nomes de todos os juizes do pays: davão-lhe, com o co
digo das leis, uma insignia, representando Isis em forma de mocho, da qual elle não
podia servir-se senão no acto de recepção ou na villa de Sais: explicavão-lhe depois as allegorias do Gr... e se lhe recommen
dava por estudo a linguagem amunica, e a legislação.
Diodoro de Sicilia affirma que, neste gráo, o Inic... aprendia tambem o nome do gran de legislador, que era Jaob. Esta servia de Pal... de Ord.". O capitulo dos Christopho ris chamase Pixon (tribunal de justiça.) A Pal... em uso nas sessões era Sasychis (no
me d'um antigo Egypcio muito virtuoso).
(1) Esta fabula parece ter servido de base ao 4º e 7º gr.", do R, M., e ao 9º e 15º do R, Esc.".
— 85 —
QUINTO GRÁo. B A L A H A T E•
O Christophoris tinha o direito de pedir este gráo sem que o Demiurgos lh'o podesse recusar. O Cand... era introduzido n’uma
sala em forma theatral, aonde cada um dos
membros fazir seu papel, á excepção do
Inic..., que era o unico espèctador. Huma personagem, chamada Horus, e seguida por muitos Balahates com archotes, marchava
na sala e parecia buscar alguma cousa.
Chegando a uma caverna, aonde se achava o assassino Typhon, (de braços longos, corpo d'escamas, e de cem cabeças) Horus desen bainhava o alfange, ou cimitarra; cortava o pescoço ao monstro; e sem se proferir pa lavra, acabeça era mostrada a todos os mem
bros. Esta scena mythologica, que, segundo Vassal, servio de base ao undecimo Gr.'. do R. Esc.'., era terminada por uma explica
ção alegorica, pela qual o Inic... aprendia I•
8
— 86 —
que Typhon representava o fogo, agente terrivel e ao mesmo tempo necessario; e que Horus era o emblema da industria e da razão, com que o genio do homem pqdia obrar maravilhas.
O estudo, n’este Gr.'., era especialmente a Alchimia, e não a chimica, como diz a Crata Repoa; porque a ultima he uma scien
cia moderna, entretanto que a alchimia foi cultivada pelos Egypcios, e fundada por Hermes. A Pal.'. de Ord.". era Alchimia. Tal
he a opinião de Vassal.
— 87 —
SEXTO GRÁO. A ST R ON OM O DEFRONTE DA PORTA DOS DEOSES, •
--******
Quando o Inic.". estava sufficentemente instruido n’alchimia, o Thesmosphores o
conduzia algemado até á porta da morte, de pois da qual se encontrava uma caverna chêa d’agoa, aonde vogava a barca de Caron. Nos lados da caverna havia muitas tum
bas, que se suppunha encerrarem as cinzas dos que tinhão trahido a Sociedade. O Inic.". era ameaçado da mesma pena, se um dia cometesse o mesmo delicto.
Sendo depois introduzido na assemblêa dos Padres, o Cand.…. prestava um novo ju ramento, e ouvia a explicação da origem dos deoses populares. Era n’este lugar que os padres fazião sentir ao Cand... não só a necessidade de conservar o polytheismo
entre o povo, mas tambem, que a doutrina
— 88 —
do 1º Gr... tinha por objecto o Ente Su premo, que rege o systema do Universo. O Cand.'., depois de ter passado a Porta dos Deoses, era introduzido n’um magnifico Templo (Pantheon entre os Gregos e Roma
nos), aonde se achávão representados todos os Deoses até então adorados.
Era lá que o Demiurgos mostrava sem reserva, a verdadeira causa do polytheismo; assim como se mostrava tambem ao Cand. ".
uma lista chronologica, que continha os nomes dos membros do Ord."., que se achávão espalhados pela superficie do globo.
O Iniciado... neste gráo era obrigado a fazer observações astronomicas com os mais
membros, e aprendia uma dança particular, que figurava o curso dos astros.
A Pal... de Ord.". era Ibis (vigilancia): e o Gr... era inteiramente consagrado ao es
tudo theorico e pratico d'astronomia (1).
(1) Este gr. "., segundo Vassal, deu motivo à doutrina dos gr.'. 21, 22, 23 e 24 do R. Esc.".
— 89 —
s ETIM o GRÁO. PROPHETA, O U S A PH EN NAT PANCA H , HOMEM QUE CONECE OS MYST.", ----• @***
Este Gr.". era o ultimo e o mais eminente,
aonde se dava a explicação completa de to dos os Myst.". O Astronomo não podia obter este Gr... (que o habilitava a todos os em pregos mesmo publicos e politicos) sem o consentimento do Hierophante, do Demiur gos, e dos outros socios. O Cand. "., depois de approvado e in struido nos verdadeiros fins dos Myst.'., dava motivo a uma procissão publica, cha mada Pamylach, (circoncisão da lingua, pois que o Inic... tinha o direito de fallar e en
sinar sobre tudo) na qual todos os objectos sagrados érão expostos ao publico. Concluida a procissão, todos os Prophetas, durante a noite, sahião da villa, e ião clan
destinamente reunir-se num vasto e rico 8º
— 90 –
edificio, perto de Memphis, que chamávão Maneras; porque o povo julgava ser ali, aonde os Inic... communicávão com as almas
dos mortos.
Este edificio era quadrado, e ornando com muitas columnas, entre as quaes se figurá vão tumbas, sphynges, e outras pinturas, que representávão todos os trances da vida humana.
Apenas o Cand... entrava no Maneras se lhe dava uma bebida feita de vinho e mel, que se chamava Oimellas : e se lhe dizia « que o termo de suas experiencias era che
» gado, e que a doçura da bebida exprimia * a recompensa de seus longos estudos. » O novo Propheta tomava por decoração constante uma cruz tautica, da qual a signi ficação era só conhecida pelos Inic... deste Gr.". : cobria-se com um vestido branco,
que se chamava Etangi ; e além de ser ton surado, trazia na cabeça um toucado de
fórma quadrada. O Sin... principal era d’en cruzar os braços, e metter as mãos nas lon gas mangas de vestido. A Pal.'. de Ord.".
era Adon (senhor, Sol). Estes Inic.". tinhão a prerogativa de con
correr á eleição do rei, e de possuir a viga ou chave-real, para poderem ler todos os
documentos mysticos em linguagem amon
— 91 —
nica. Cada umidos empregados tinha seus habitos differentes; e sua reunião era ter
minada por uma cêa mystica.
* Este Gr..., diz o I. vassal, tem grande * analogia com a consecração do Sacerdo
5 cio, e com a ordenação do Catholicismo; » por isso ele não era conferido senão aos » que se destinávão a ser Padres nos Tem * plos egypcios: Moysés parece ser o unico, * que, por excepção, recebeu este gráo, e o » conferido depois a seu irmão Aaron,
º quando hierophante do culto hebreo: » entretanto, conclue o mesmo author, nós
» não pensamos que a maior parte dos an »tigos philosophos fossem n’elle iniciados.» RITUAL DOS MYST... MODERNOS. Para se apreciar melhor a analogia ou diferença que existe entre a Inic.". antiga e a moderna, talvez devessemos expôr
n'este logar o Ritual da Franc-Maçº.; mas tendo sido forçados a traduzir litteralmente os Cadernos da instrucção, que o Gr.". Or.".
de França manda seguir nas LL.'. de sua correspondencia, nós convidamos o Leitor a ir consultar os tomos 2° e 5", aonde se acha o Ritual fiel do Rito Moderno.
— 92 —
Objecto dos diversos Myst. Todas as instituições recebérão mais ou
menos o espirito geral dos tempos que atra vessárão, e principalemente dos que as virão nascer : ora, os diversos Myst.º., tendo existido nos seculos da ignorancia, nos se culos da barbaria, e nos seculos das luzes, deverião tambem ter fins differentes » COn forme os homens e as necessidades de cada
pays; mas he certo que, abstracção feita de bagatelas, quasi todos os Myst.'., sobre que a Franc-Maç. .. tem assentado, tivérão sem pre em vista, não o interesse exclusivo e especial, mas sim a utilidade geral. Ant. Christ. 100,000. Os Myst... dos Magos tivérão em vista dous fins : o pri meiro era a conservação dos conhecimentos uteis e scientificos; e o segundo foi a união da theogonia ás sciencias. Para o bom exito
do primeiro, os Magos só tomávão por Adep tos homens profundamente instruidos; e para firmar a crença do segundo, usávão de symbolos, que o povo adorava, mas que
não entendia. Este methodo, improprio talvez dos se culos modernos, era rasoavel e necessario nos seculos remotos; porque, quer o Sol se considere como o retrato do Creador, quer
— 93 —
como o Creador mesmo, nem por isso a sua essencia deixa de escapar ás investigações humanas; e quando o erro tentasse atacar o seu culto, lá se achávão as sciencias para dissipar os desvarios. He forçoso confessar que o duplicado fim
dos Magos era sabio e generoso; pois que tendia a lançar as bases da civilisação, e a prevenir os résultados atrozes das guerras religiosas. 5,000.—Os Myst.'. dos Brachmanes tivé. rão por objecto: 1º, a theogonia do Vedan: 2º a ambição do poder. He verdade que mais tarde os Brach... conhecêrão tambem
a Iniciação dos Magos; mas só parece ter lhes servido para melhor sustentar o seu
egoismo. A India tendo entorpecido debaixo do dominio sacerdotal, que se oppõe con stantemente a toda sorte de progresso, he prova incontestavel do que avançamos.
2,900, —Os Myst... dos Padres do Egypto, ou d'Isis, mais vastos do que os antece dentes, tivérão em vista tres objectos diffe rentes: o primeiro era a instrucção publica
e privada; o segundo a industria e a pros peridade dos Egypcios; e o terceiro foi pu ramente politico. Os Padres tivérão a pru
dencia d'estabelecer dous cultos e duas dou trinas : um era secreto e comprehendia a
— 94 --
doutrina dos Magos; outro era popular, e tinha por base a Metempsycose, que pro
mette um porvir mais consolador do que as chammas eternas, que devem sempre quei mar, sem consumir.....
Os annaes do Egypto próvão de sobejo que os Padres d'Isis fôrão os primeiros ho mens, que realmente se occupárão da feli cidade publica. O fim politico d'estes Myst.". consistio na formação de algumas leis, nas
verdades pouco numerosas, mas proporcio nadas aos costumes do Egypto; em uma pa lavra os Myst.'. d'Isis fôrão tão sublimes, que o Égypto foi, e he ainda hoje conside rado por muitos sabios como berço da civi
lisação primitiva. 1,950. — Os Myst.". dos Cabyres da ilha de Samothracia tivérão por fim a coragem e o patriotismo. Os homens que se distin guião por qualquer acção brilhante em be neficio da Patria érão annualmente coroados
na celebração publica d’estes Myst.". 1,550. — Os Myst... de Orpheo tivérão
em vista dous fins louvaveis, e igualmente avantajosos : o primeiro he a abolição do charlatanismo dos Myst.". de Céres; e o se gundo foi a instituição d'um collegio scien
tifico, aonde as sciencias érão dadas segundo a capacidade de cada Iniciado. Orpheo, esta
— 95 —
belecendo a doutrina dupla, reformou os Myst... gregos, e tornou-os todos em bene ficio da Grecia.
4,018. – Os Myst.". Essénios tivérão por fim : 1º a abolição da idolatria: 2° a bene volencia e a philantropia : 3" o amor da Patria. Os Inic.", dos Myst.". de Salomão observárão a doutrina dos Magos, e sua mo ral foi sempre austera. Finalmente os Essé nios soccorrêrão todos os homens virtuosos,
fosse qual fosse a sua crença; e quando a maior parte dos israelitas érão vagabundos, os Essénios adoptárão, e defeudêrão uma Patria.
Post Christ. 55. – Os Myst.". do Christia nismo tivérão por fim o estabelecimento
d’uma religião nova e sublime, que tinha por base, a igualdade, a liberdade politica e religiosa, e a abolição completa das castas privilegiadas. A doutrina de Christo, sendo parabolica, era propria para unir os homens entre si; e a não serem os abusos do Catho licismo, ella seria hoje universal, e teria feito talvez a felicidade do genero humano, 800. — Os Myst.". des Francos, á excep
ção dos Druidas, tivérão todos por fim, não só a tolerencia e a philantropia; mas tam bem a prosperidade e a independencia da pa
tria. A abolição dos Feudos, as guerras da
Palestina, e o estado progressivo da civilisa
ção não os desmentem. 1705. — Os Myst.". Britanicos tivérão e teem tido por objecto : 1º a gloria nacional: 2º uma generosa philantropia : 5º o amor das sciencias e das idéas liberaes. Os me
lhores e mais antigos edificios da Inglaterra; os numerosos estabelecimento d'educação publica; os primeiros livros scientificos pu blicos; e finalmente os beneficios, que a
Maç.…. tem feito mas cinco partes do mundo, fôrão obra dos Myst.". Britanicos. Conclusão. — D'estas considerações geraes
se colhe, que a maior parte dos Myst... fó rão estabelecidos não só por motivos louvaveis mas que cada um d'elles tem tido seus fins
uteis, já geraes, já locaes. Mas, se isto he verdade, por que razão a Maç.…., e seus Adeptos teem sido tantas vezes
perseguidos? Necessario he respondermos a esta questão; porque homens ha, a quena é preciso mostrar com o dedo a verdade. He indubitavel que a Maç.…. tem sido em
differentes epocas, e he ainda hoje perse guida em alguns estados da Europa: mas esta perseguição tem sempre por motivo a fraqueza d'alguns principes, que, embala dos n’uma religião dominante, se deixão alliciar por uma seita de egoistas, que, com
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o manto sagrado da religião, perpétrão cri mes os mais horrosos..... A Russia, Italia,
Hespanha, Portugal, são ainda hoje victima innocente d’estes infames monstros, que, a troco d'uma sordida ambição, não poupão nem a honra de seus amigos, nem a vida de seus proprios irmãos!!! Pelo contrario, nos paizes civilisados,
onde existe realmente a tolerancia religiosa, e onde não ha nem o dominio papal, nem o fanatismo do clero, a Maç... não só he res
peitada, mas até tem sido protegida pelos princepes e pelos governos..... Assim, em 1757, Frederico nº prohibio as reuniões Maç.". em Suecia; mas, no mes mo anno, esse mesmo decreto foi revogado.
Desde então a Maç... não só tem sido favo recida n'aquelle reino, mas até seus reis teem sido Gr.". Mest...; e Carlos XIII insti
tuio em favor dos Franc-Maç.…. uma Ord.". civil de Cavalleria.
Em 1757 os Estados Geraes suprimirão
na Hollanda as assemblêas Maç..., em decla… rando que elles nada tinhão descoberto, que fosse contrario á boa ordem. Depois d'escu
tada a defeza dos Maç..., os Estados Geraes não só revogárão a mesma ordenança; mas accordárão protecção á Franc-Maç..
Em 1745 os Magistrado de Berna, fun Iº
9
— 98 –
dados méramente em suspeitas, prohibirão
o exercicio da Maç.….; mas os Maçº., fazendo imprimir em Francfort uma memoria que refutava as imputações allegadas contra a Ordº, obtivérão dos Magistrados uma tole rancia absoluta.
Em 1764 a imperatriz Maria-Theresa proscreveu a Maçº., unicamente porque os Ven.'. de Vienna recusávão descobrir ao go
verno os segredos da Ord... Elisabeth, rai nha d'Inglaterra, quiz tambem conhecer os mesmos, segredos; mas, a pezar de não sa tisfazer a sua curiosidade, ella não inquie
tou mais os Maçº. e ficou convencida de que o fim de taes reuniões era louvavel. Em França, os Maçons teem sido algumas
vezes perseguidos, ja por bispos, ja pela po licia; mas nunca fôrão accusados de faccio sos nem d’intrigantes. Os Franc-Maçº. érão suspeitos a Guilher me 1", rei de Prussia; mas Federico 11°, e seus successores os protegêrão d’uma ma neira especial. Por um decreto de 1800 o governo prussiano prohibio as sociedades
secretas; mas elle não comprehendeu n’este numero as Sociedades Maç.". Em uma palavra muitos outros principes temêrão, não as reuniões Maç. "., porque
bem conhecêrão a pureza de suas vistas,
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mas outras sociedades secretas, que pode rião tomar as suas formas e espalhar prin cipios mui diferentes.
Ora, a Maç.…., pelo que respeita á reli
gião, pode desagradar ao Clero que, por toda a parte e em todas as religiões considéra a
tolerancia como deismo ou indiferentismo. A
Maçº. pelo que respeita á politica, pode tambem, em momentos criticos, produzir
inquietação, por causa do véo mystico, que a encobre: mas pelos exemplos, que cita
mos, claramente se mostra, que a Maç..., bem longe de declarar guerra aos reis e aos
governos, não faz mais do que ajudá-los e sustentá-los. He verdade que a conducta d'alguns Adeptos da Maç.…. tem sido escan dalosa; mas a Maç.'., tendo por fim a pra tica das virtudes, não tem o direito de cor
recção pelas faltas commettidas fóra de seio. Se um membro se torna culpavel por uma falta grave, ella pode exclui-lo, e já o tem feito mais d’uma vez: mas uma Sociedade,
principalmente quando he numerosa, nunca deve ser julgada pela conducta d'alguns membros em particular.
A Maç.…. só combate a ambição, o fanatis mo e a superstição; porque são os tres ini migos implacaveis da ordem, e do genro humano. He por theoria que os Maç.…. com
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batem. A Maç.'., sendo a escola da Philo sophia, lembra aos homens seus direitos e seus devêres: dá aos fortes, quando são jus tos, o appoio de sua opinião; e inspira aos
fracos, quando timidos, a energia d’uma resistencia legal: conseguintemente a Maç.'.,
por meio de suas lições e de seus exemplos, sabe conservar e distribuir os direitos civis
e religiosos. Tal he o seu fim; tal he a sua gloria; e tal he a sua recompensa....
– 104 —
ESTATUTOS GERAES•
1º Constit.". dos Magos (Ant de Christ.) Art. 1º Não ha mais do que um só Deus que coordenou dous principios para con servação e perpetuidade do Universo; a luz e as trevas, fonte da vida e causa da morte.
Art. 2º Todos os homens sem distincção são filhos e creaturas de Deus; por conse
quencia todos são Irmãos; deste principio nasce o amor do proximo, laço de toda a sociedade civil, e que se explica em mão fa gendo aos outros o que se não deseja para si proprio. Art. 3º Os homens, elevados a condições
e gráos superiores aos outros, nunca devem considerar-se como sahidos do circulo da
igualdade natural, estabelecida por Deus ImCSIDO,
Art. 4º O dogma tem tres gráos ou Or dens: 1º o de Crente: 2º o d’Eleito: 3º C de
Perfeito. Estas ordens são conferidas pelos Magos superiores e respectivos. 9*
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Art. 5º A iniciação aos mysterios será precedida pela Purificação dos quatro ele
mentos; a admissão só terá lugar depois que os Magos estiverem seguros da morali dade do candidato e de seus progressos nas sciencias.
Art. 6º Os gráos se distinguem entre si por um sinal, um toque, e uma palavra.
Art. 7º A instrucção dos néophitos per tence aos Magos das Ord.c. relativas; esta se exerce sobre a physica, a geometria, e a astronomia, como sciencias as mais uteis á humanidade,
Os Magos superiores são encarregados não só de culto, mas tambem da policia interior dos Templos e da explicação dos emble
mas, que só devem lembrar a unidade de Deus, a luz e as trevas, ou os seus efeitos, a geração, a destruição e a regeneração, de baixo dos emblemas dos Sol, das Estrel
las, da Lua, e do Fogo (1). 2° Const... antiga (idade Med...) Art. 1º Não podendo validamente obri gar-se por cousas que não conhece, ne
(1) A conformidade d’estes dogmas he provada por S. Augustinho, por Baronio, por Fleury, e por Reghelini de Schio,
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nhum profano sera admittido, sem que an tes tenha sido prevenido, de que na Ord.".
Maçº. nada ha contrario a Deus, á religião, ao principe, ao estado, e aos bons costu mes: a palavra d'honra do introductor lhe será dada por garante, sem que por isso fi que responsavel para o futuro. Art. 2° Se algum, depois d'admittido, commette faltas graves, que não tenhão
palliativo toleravel, será degradado em L.'., despojado das distincções Maç..., e será ignominiosamente expulso para sempre.
Art. 5º O espirito d'união e boa intelli gencia devendo sêr constantemente o nos -
so, se fará sentir ao Card... que a discussão ou disputa sobre politica, a murmuração, colloquios esquivocos, etc., são prohibidas em L.'., sob pena de uma muleta. Art. 4º Sendo todos os homens iguaes por nascimento, não deverá sofrer-se, em L.'.,
distincção alguma, ou preeminencia que tenha a menor apparencia de superioridade odiosa, sob pena de Humiliação. Art. 5º O nome de I.º., e o idioma habi tual do paiz, são os unicos recebidos em
L.. Sendo bom o reprimir tudo que se aproxima do estylo dos profanos, as asser
ções com juramento são banidas d’entre nós.
Art. 6º O juramento do segredo he rigu
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roso a tal ponto, que, em caso de perjurio, o I... não poderá obter graça alguma, nem
confiança. He pela necessidade absolutas do segredo, que as mulheres são excluidas das LL.'., e não podem, debaixo de qualquer pretexto, ser admittidas n’ellas. Art. 7º A caridade sendo o nosso princi
pal dever, toda a L.'. deverá soccorrer um I.". em necessidade urgente. Se fôr um I.”. da L.'., não se deverá esperar que elle péça
esse soccorro: ho preciso preveni-lo. E para que não faltem os recursos, em taes circuns tancias, as despezas da L.'. devem ser sem pre mediocres. -
Art. 8° Se um I. . cahir em desgraça im prevista, déve-se, sem humilhá-lo, fazer um esforço extraordinario, sangrar a bolsa dos particulares, e esgotar os fundos da
L...; porque he melhor reparar a desgraça por uma vez e de repente, do que ajudá-lo parcamente, sobre tudo se he um I.". res peitavel. Art. 9º A respeito dos II... estrangeiros, dever-se-ha ser mais circumspecto, todavia serão soccorridos; mas neste caso, os fun dos da L.'. não serão desarranjados; os 11. .. mais ricos se cotisarão entre si; e a
L.'. examinará se o I. . supplicante he mu mido d'um certificado autentico, que teste
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munhe de seus bons costumes e de sua mo ralidade....
Art. 10" Nenhum I... poderá mudar, in novar, e explicar arbitrariamente as questões Maç. ..., sob pena de não ser promovido aos altos Gr..., e de ser expulso, no caso de pertinacia. Art. 11° No caso d'um I.". ser expulso, o Ven.'. da L.'., onde o delicto tiver succe dido, dará parte a todas as LL... sobre a su
perficie da terra, por uma carta circular e assignada pelo secretario, com ordem ex pressa de não receber em seus Myst.". o
profanador, que será designado pelo nome, sobrenome, e qualidades. Art. 12° As bebidas espirituosas não ex cúsão os defeitos d'um I.”. em L.'., nem a
sua indiscrição fóra d’ella; pelo contrario, ellas aggrávão a falta; por que um Maç.".
deve ser sempre sobrio, e tranquillo. Em geral, como a expulsão d'um membro he cousa odiosa, será melhor examinar escru pulosamente o profano, antes da sua ad missão.
Art. 15º Cada L.'. deverá receber gratui tamente, até ao Gr.". de Mest.º., um medico e um chirurgião, que por isso serão obri gados a visitar gratuitamente os II.…. doen
tes. Os remedios serão fornecidos pelo cofre
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da L.", e pelo soccorro de todos os II.". Art. 14º Haverá sempre em cada Gr.".,
tres II.…. enfermeiros para assistir de noite e dia ao I.”. doente; mas elles terão o cui dado de não se intrometterem com os ne
gocios da familia, nem de lhe darem algum conselho que possa ser-lhe prejudicial. Art. 15º So o I.'. doente morre, o Ven. ".
irá ou mandará comprimentar os parentes, e oferecer-lhes todos os soccorros da L.".
Chegado o funeral os II.”., de luvas bran cas e de fumo em charpa, accompanharão o morto; e o orador em L.'. recitará um discurso em elogio do defunto. Art. 16° Pelo casamento d'um I..., a L.".
testemunhará seu jubilo por uma deputa ção á esposa, em lhe oferecendo um par de luvas e um presente conveniente, etc. (1) 3º Const.". moderna.
Art. 1º A Ordem dos Franc-Maçons tem por objecto o exercicio da benevolencia, o estudo da moral universal, das sciencias e das artes, e a pratica de todas as virtudes.
Art. 2º Ella he composta d'homens livres (1) L'Étoile Flamboyante par Tschoudy, t. v.
Encyclopédie Maç.… par Ch.", Dupontés, tom.". 1º,
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que, submissos ás leis, se reunem em So ciedade constituida segundo os statutos ge T3GS.
Art. 5º Ninguem pode vir a ser Maçº. e gozar dos direitos d’este titulo se não tem: 1º vinteoito annos d'idade, e bons costu mes; 2° se não tem uma profissão livre e honrosa; 5° se não está legalmente domici liado depois d'um anno; 4º se não tem o
gráo d'instrucção necessario para cultivar sua razão ; 5º se não he admittido segundo as fórmas determinadas pelos regulamentos e estatutos geraes.
Art. 4º Os direitos de Maç.…. se perdem: 1º por uma acção indecorosa, provada ci vil ou Maçonicamente; 2º pelo exeroicio d'um officio servil, ou notoriamente des
prezivel na ordem social; 5" pela violação dos juramentos de fidelidade á Ord... Maç.". ou aos estatutos presentes.
Art. 5º Os Maçons podem seguir, em seus trabalhos, ritos diferentes; mas o fim he
sempre o mesmo (1). A divulgação simples que, a exemplo dos Maç.". respeitiveis, nos permettimos de fa zer dos Estatutos antigos e modernos, fór
(1) Abeille Maçº", nº 49 (1830).
— 108 —
ma per si só, sem outras exposições, o elogio o mais eloquente da Maçº. « Ha poucas Sociedades, diz o barão
» Tschoudy, aonde as maximas parêção » mais conformes ás virtudes essenciaes,
» que podem ornar a humanidade, e fazer a }
sua felicidade. »
.("
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NOT I C I A SOBRE OS
RITOS MAÇ... MAIS USADOS. *-*>•99•=
A Franc-Maç.'., sendo uma doutrina uni versal, deveria existir sempre uniforme, e sem ritos; mas não tem succedido assim!...
A Maç..., posto que uniforme em seus principios, dogmas e moral, tem todavia muitos ritos diferentes. Esta diferença é, sem duvida, pouco importante; mas ella |
tem podido produzir alguns schismas fu nestos!! Os ritos mais usados hoje no Globo
são cinco (1).
1º RIT.". SYMB.º.
Este rito he o primitivo na Europa, e existe em toda a parte do globo, Seus mo
(1)A nomenclatura dos Gr.'., de que se compõe alguns d'estes Ritos, vai no Vocabulario. I»
10
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destos fundadores julgárão não dever dar lhe senão tres G.'., nos quaes se acha a tri
plicada força de bem pensar, de bem dizer, e de bem fazer..... Estes tres G.". servem de base fundamental a todos os outros Ritos,
salvo a transposição insignificante d'alguma palavra, ou algumas variantes nas batterias.
2º RIT.". ESCOCEZ...
Este rito foi fundado por um Barão Es cocez : no principio era composto de sete G.'., que depois fôrão elevados a vinte e cinco; mas hoje só tem por cortejo trinta e tres G.'....
O Rit.". Escocez divide-se em sete classes: a primeira comprehende os tres primeiros Gr.". : a segunda desde o 4º até o 8º : a terceira desde o 9" até o 41": a quarta desde o 12º até o 14º : a quinta desde o 15º até o 18º : a sexta desde o 19º até o 27º: e a septima finalmente compõe-se de o 28º até o 55° Gr.". Mas entre todos apenas ha sete Gr."., que se conferem; e dos outros só se consérvão os nomes.
— 114 —
Recapitulação analytica dos trinta e tres
Gr., do R.". Esc... (1). O 1º Gr.". é consagrado ao desenvolvi mento dos principios fundamentaes da
Maç..., e ao ensino de suas leis e usos; en cerra-se todo nestas tres Pal.". Deus, Bene ficencia, e Fraternidade. O 2° Gr.". é consagrado á direcção da •
mocidade á felicidade possivel, por meio do trabalho, da virtude, e das sciencias que lhe são recommendadas.
O 5º Gr... é consagrado ao pundonor in flexivel que não transige com o devêr, e
aos grandes homens, que se sacrificárão pelo bem e segurança publica. O 4° Gr... é consagrado á discrição do sabio, e á vigilancia do bom obreiro. O 5º Gr.". é consagrado á perfeição do espirito e do coração, a todas as grandes verdades, e a todos os conhecimentos uteis
enumerados sobre a pedra cubica, O 6° Gr.…. é ao mesmo tempo consagrado á necessidade de aprender, que produzio
(1) Abeille Mac,…, nº 67 (20 de Sept ", 1830),
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descobertas preciosas, e aos perigos d'uma vā curiosidade.
O Tº Gr. -. consagrado á equidade severa com que devemos julgar nossas acções. 0 8º Gr... é consagrado ao espirito de or
dem, e de analyse. 0 9º Gr. -. é consagrado ao zelo virtuoso ao talento esclarecido, que, par bons exem plos e generosos esforços, vingão a verdade e a virtude contre o erro e o vicio.
0 10º Gr. -. é consagrado á extincção de todas as paixões, e de todas as inclinações culpaveis.
0 11º Gr.…. é consagrado á regeneração dos costumes, das sciencias e das artes. 0 12º Gr. -. é consagrado á curagem per severante.
O 13º Gr. -. é consagrado á memoria dos
primeiros instituidores da Or..., os Magos, os pontifices de Misraim e de Jerusalem. O 44º Gr... é especialmente consagrado ao Gr...". Arch.*. do Un. *. debaixo do sym bolo sagrado Delta.
0 45º Gr... é consagrado aos heróes li bertadores da sua patria. 0 16º Gr. -. é consagrado ao jubilo de seu triumpho. 0 17º Gr... é consagrado ao desenvolvi mento das avantagens de Maç.".
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O 18° Gr... é consagrado ao triumpho da luz sobre as trevas, isto é, ao culto evange lico.
O 19º Gr... é consagrado ao pontificado
da religião universal, e regenerada. O 20° Gr... é consagrado aos deveres dos Chefes das LL.'. Maç.". O 21º Gr... é consagrado aos perigos da ambição, e ao arrependimento sincero. O 22º Gr... é consagrado á gloria da an tiga Cavalleria, propagadora dos sentimentos nobres e generosos; e ao sacrificio pela Ord.". O 25" Gr.". é consagrado á activa vigi lancia dos conservadores da Ord.".
O 24° Gr... é consagrado á conservação das doutrinas Maç.".
O 25º Gr... é consagrado á emulação, que produzio planos uteis. O 26º Gr.". é consagrado á estima e à recompensa devidas ao genio. O 27° Gr... é consagrado á superioridade e á independencia que dão os talentos e a virtude.
O 28 Gr... é consagrado á verdade nua sobre tudo que interesssa a felicidade dos homens.
O 29° Gr... é consagrado á antiga Maç.…. da Escocia. 10*
— 114 —
O 50° Gr.". é consagrado ao fim mesmo
da Maç. .. em todos os seus gráos. O 51 Gr... é consagrado á alta justiça de Ord.".
O 52° Gr.". é consagrado ao commando militar da Ord.".
O 55° Gr... é consagrado á administração suprema do Rito Escocez (1).
3. RITO MODERNO OU FRANCEZ.
Alguns membros do Gr.". Oriº. de França» fatigados pelas rixas que produzirão os al tos Gr.'. de Escocismo, organizárão o Rito Moderno francez. Este compõe-se de sete
Gr., em duas Series. A primeira, designada pelo titulo de Maç.". Symb.". ou azul, com prehende os tres primeiros Gr...: a segunda chamada Maç.…. dos altos Gr..., ou Maç.….
(1) O sentido dado a cada um d’estes Gr.". re sulta naturalmente do ceremonial e dos symbolos designados nos cadernos da Instrucção; mas he for çoso convir que entre todos elles não ha senão os primeiros tres que são rasoaveis, tudo o mais he superfluo.
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vermelha, encerra quatro Ordens ou Gr.".
Mysticos (1). Analyse dos sete Gr... do Rit.". Mod.". Os tres primeiros Gr... do Rit.". Moderno podem comprehender a mesma moral, e a mesma doutrina, que os tres primeiros Gr.", do Rit.". Escocez.
O 4° Gr... do Rit.". Moderno corresponde ao 9º do Rit.". Escocez.
O 5° Gr... do Rit.". Moderno corresponde ao 14° do Rit.". Escocez :
O 6° G.'. do Rit.". moderno Corresponde ao 15º do Rit.". Escocez:
E finalmente o 7° Gr.". do Rito Moderno
ou Francez tem a mesma doutrina, e a mesma moral, que o 18º do Rit.". Escocez.
(1) Como este Rito he hoje o mais usado em Por tugal e no Brasil, nós reservamos a sua exposição para o tomo 2° e 3º.
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Aº RIT... DE MISRAIM, OU EGYPCIO. Este Rit.". compõe-se da noventa Gr.".» dividios em quatro series : 4" Serie Symbo lica, que comprehende trinta e tres Gr. "., em seis classes : Serie Philosophica, que abrange trinta e tres Gr.". em quatro clas ses: 5" Serie Mystica; tem onze Gr.". em
quatro classes: 4° finalmente é a Serie Ca balistica, e comprehende doze Gr.". em tres classes.
Parece que os fundadores d’este Rit."., em multiplicando assim os Gr. "., quizé ão reunir nas primeiras duas Series os conhecimentos Maç.'. de todos os outros Rit. --, e deixar nas duas ultimas a chave
dos Myst.". Eypcios, e a explicação dos em blemas Maç.". Entretanto, tres negociantes do mesmo
nome, Bédarrides, de quem as operações commerciaes não fôrão mais feliz do que as suas especulações Maç.'., parece terem sido
os que indroduzirão em França o Rit.". Misraim. Tambem s'affirma que a Potencia suprema d’este Rit.". viéra do Or.'. de Na poles para Pariz em 1814. Mas he certo que em 1816 os Iniciados
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de Misraim fundárão em Pariz uma L.".
mãi (l'Arc-en-ciel); e que em 1827 o Gr.". Or... de França declarou que o Rit... Egypcio náo era reconhecido nem tolerado : com tudo
sabe-se que depois de 1850 algumas LL.'. do Rit...". Misraim teem continuado seus
trabalhos: a Inglaterra nunca quiz acceita lo; e nós esperamos que, a seu exemplo, Portugal e o Brasil recusarão sempre tama
nha praga, 5º Rit... d'Adopção. —- É debaixo d'este nome, que as LL.'. das Damas são designa das. As Damas tambem formárão sociedades, á maneira das LL.'. Maç.". E qual he a virtude que lhe se deve ser estranha? Na
Maç. ..., trata-se dos actos de Beneficencia; e seu coração sensivel, não podendo resistir por mais tempo á tão doce inclinação, quiz tambem cultivar os Myst. Affirma-se que
o marquez de Saisseval, adjudado por alguns II... igualmente illustres, fôra o verdadeiro fundador do Rit.", d'Adopção em Pariz. Seja como for, o Rito das Damas será extensamente apresentendo no tomo IV d’este Obra.
Ha muitos outros Ritos, que julgamos não dever analysar, para não engrossar o volume sem utilidade : sómente diremos
que o Rito Escocez tem sido refomardo n
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Allemanha, e reduzido a um mais pequeno numero de Gr.". O Cav.'. de Saint-Martin fez dez Gr.", dos trinta e tres dos Rit.".
Escocez; e dividio-o em duas series, de
baixo do nome de primairo, e segundo Templo,
Tão pouco não fallaremos d'outras Ord.". Maç. . , taes como : a dos Martinistas; dos Cabalistas; dos Somnambulistas; dos Iniciados de Cagliostro; dos Jesuitas; dos Cav... do S. Sepulcro; dos Cav.". de Christo; dos Illuminados d'Allemanha; dos Carbonaros
da Italia, etc.; porque algumas ja não exis tem, e as outras estão fóra do systema ge
ral da Franc-Maç.…. e só são conhecidas em alguns lugares.
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A NA LOGIA
MYST.". ANTIGOS COM os MODERNOS.
Do que temos dito até a qui se colhe que o dogma da Franc-Maç.". se deriva evidente
mente do dogma dos antigos Magos, dos Egypcios, dos Judeos, e dos Christãos. Lenoir estabeleceo e demonstrou que as Iniciações Maç. .. érão identicas ás do
Egypto, e que tinhão por fim os conheci mentos originaes do mundo, a introducção, do bem e do mal physico, o systema astro nomico, e as instituições d’uma são moral. Noel offereceo ao Gr.". Or.". de França um manustrito em que se mostra a relação que existe entre a theologia e a Maç.".
Robelot fez ver que os Myst.". Maç.…. sahi rão do Oriente, e do codigo de Zoroastre. Delaunay prouvou que os Myst.". Maç.".
érão originaes do Egypto, e que fôrão tra zidos para a Europa pelos Judeos.
Tschudy, a quem o Gr.". Or... de França
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deve uma parte de suas reformas, sustenta
que o dogma Maç. .. tira a sua origem dos Padies do Egypto, e que fôra introduzido na Europa pelas Cruzadas. Os Cavalleiros das Cruzadas trouxérão
comsigo o Christianismo, despido do mate rialismo e da idolatria, e plantárão a arvore
evangelica, que os Maç.…. cuidadosamente cultivão, a fim de que a superstição não possa contaminá-la. Se a opinião de tanto sabios, se a explica
ção dos emblemas do Egypto, do templo de Salomão, e dos Myst.". do christianismo, não estão assás demonstrados, nós vamos apresentar em summa todas as provas de que os Myst.". Maç.…. são o resultado do culto e da moral das regiliões antigas as mais celebres.
1° Iniciação. A doutrina da Iniciação dos Magos consistia nas sciencias, e moral; assim como a dos Myst... de Isis tinha por base o systema das leis physicas da natu reza. As experiencias para a admissão a seus Myst.". érão feitas pelos quatro elementos;
estas ainda hoje se consérvão entre os Maçº. Na Iniciação egypcia érão precisas certas condições, Pythagoras mesmo soffreu a cir cumcisão, ceremonia então usada entre os
Judeos e até mesmo entre os Ecclesiasticos.
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Hoje em alguns Ritos Maç.". esta expe riencia he substituida por uma sangria ou
um sello quente, que se finge applicar ao neophito. Entre os Egypcios, Judeos, e Christãos, os Iniciados obrigávão-se a guardar segredo sobre os seus Myst.". Hoje entre os Maç.". exige-se do neophito, a promessa, sob pa lavra de honra, de não revelar os segredos da Iniciação. Tanto nos Myst. ". antigos como nos mo dernos se acha sempre figurado um roman
ce, cujo heróe he a luz; e suas sentenças fazem allusão ao systema da geração, da destruição e da regeneração dos entes. As Ordens da Cavalleria seguirão na Eu ropa o formulario das Iniciações Christãas, que se áchão ainda hoje em muitos Rit.". Maç.".
Pelo que respeita á Maç.…. de Adopção, he constante que ella foi tambem praticada
no Egypto, na Grecia, e na Judêa. 2º Allegorias. As allegorias dos heróes da antiguidade, como de Baccho, d'Hercu les, etc., representárão sempre o Sol; mas ellas fórão confundidas pelos povos da an tiguidade até a decadencia do imperio ro II1311O.
A allegoria do Gr.". Arch.'. do Un.'., co Ie
MA
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mo a do bom e máo principio, passou dos Indios aos Mithriacos, e destes aos Judeos
Christãos, que a transmittirão aos Cav. -das Cruzadas e é d’estes ultimos que os Maçº. a recebêrão.
A allegoria do Sol personalisado era a mais usada nos Myst.". entre as Romanos,
Gregos, Phenicios, Egypcios, Indios, Ju deos e Christãos. A morte d'Adonis era
chorada pelas sacerdotizas, assim como os Christãos chorárão a morte do deus Luz: os
Maç. -- chórão tambem a morte d'Hiram, que tem uma analogia manifesta com todos os heróes da antiguidade. « Os Christãos
» (diz Reghelini de Schio) adaptárão esta º allegoria a Jezus, como os Maç.…. a adap » tárão a Hiram. Huma parte destes mes » mos emblemas serve ainda hoje entre os
» Maç.…. para explicar os dogmas antigos » dos Magos e dos Cophtas. »
A allegoria da pedra bruta existio em quasi todos os Myst.". antigos, assim como existe ainda hoje na Maç. "..
» Muitos povos diz R. de Schio) venerá » rão as pedras, taes como os Egypcios, os » Judeos, os Christãos, os Musulmanos, os » Asiaticos, os Africanos, etc., etc. d'onde » se tira que esta allegoria se refere ás ver
» dades egypcias, seguidas pelos Maç.'.,
— 123 —
» ácerca da geração, destruição, e regene » ração. »
5º Decorações. Em todas as celebrações dos
Myst... antigos os Iniciados tínhão certas in signias, que se referião todas aos signos do Zodiaco, ás quatro estações e ás virtudes moraes. A imitação destas decorações ainda existem hoje na Maçº. No Egypto o Hieropha te trazia no peito uma lamina com as pala vras Verdade, Prudencia, e Sabedoria. Os Ju
deos, os Christãos, e ultimamente os Maçº., adoptárão tambem o mesmo costume; em uma palavra, os Maç.…. teem de commum
com os antigos padres e patriarchas o uso das tunicas, das estolas, das mitras, dos
candelabros triangulares, etc., etc. O hahito que o papa Honorio II deo aos Cav... das Cruzadas, ornado d’uma cruz vermelha, he
- ainda hoje o mesmo que decora os Templa rios e os Rosa-Cruz de todos os Ritos e dou trinas.
4º Emblemas. « Os emblemas egypcios, » que passárão aos Judeos, fôrão (diz R. de
» Schio) adoptados tambem pelos primeiros » christãos, e d’estes passárãos aos Caval
º leiros e aos Maç.…. para lhes lembrar que » a religião he fundada na astronomia, e
» que este segredo he conhecido sómente º por alguns Iniciados estudiosos, º
— 424 —
Além de muitos outros emblemas oon
servados na Maç.…., áchão-se as duas colum mas, emblema do fogo e do vento, as quaes tinhão servido ás religiões antigas, e ante riores ás de Moyses et de Salomão. S. Paulo chamava Jacques, Cephas e João as tres co lumnas da nova igreja: conseguintemente este emblema era tambem proprio dos pri
meiros Christãos. A estrella rutilante, que guiou os Magos na busca do verbo e da ver dade, serve tambem d’emblema em muitos gráos dos diversos Ritos Maç.". O cordeiro, a lyra, a serpente, a cruz, a rosa, o pelicano e a aguia, emblemas que represêntão o sol, a harmonia, os combates,
a immortalidade, o segredo, a caridade e a sabedoria, érão usados entre os primeiros christãos, e passando aos Maç. .. servem pa ra explicar as doutrinas as mais uteis. O triple triangulo dos Maç.…. he um em blema que, segundo R. de Schio, contém tres unidades iguaes, symbolo da trindade philosophica, a geração, destruição e rege
neração. A regua, a esquadria, e o poço mystico, usado ainda hoje em alguns Ri tos Maç,"., érão emblemas egypcios que pas sárão dos Judeos aos christãos e d’estes aos
Maçons.
Se os Maç.…. consérvão ainda hoje o aven
— 125 —
tal, he porque os Iniciados do Egypto, da Judêa, e até mesmo o Christo, usárão do mesmo emblema da igualdade. A serpente servio tambem d'emblema em muitas reli
giões antigas, para designar o Sol. O ramo mystico da acacia, que serve á manifesta ção de Hiram, era um emblema commum aos Romanos, aos Egypcios, aos Phenicios, aos Druidas, e aos Christãos. 5° Sinaes. Os Egypcios, os Christãos, os Judeos, os Gnosticos, e os discipulos de
Pythagoras, tivérão palavras e signaes, as sim como teem hoje os Maç. ..., para se re conhecerem. « Christo (diz R. de Schio) fez » se reconhecer por sinaes a dous de seus » discipulos. » 6º Doctrina. Já dissemos que a doutrina das diferentes seitas antigas era relativa
aos elementos, e ao culto do Sol; os Ophytas, os Essénios, os Cabalistas e os Gnosticos honrávão o Sol, como a mais bella imagem do creador, o que se acha ainda hoje na Maç.". « Estas doutrinas, conservadas na
» Asia, fôrão trazidas (diz R. de Schio) para » a Europa pelos Cav.". das Cruzadas, e » adoptadas pelas differentes sociedades se º cretas. Note-se que a doutrina dos ele » mentos se acha tambem na Biblia. Pelo
» que respeita a Mithras, os Persas pensá 11°
— 126 —
», vão que ele tinha morrido para salvar * » » » º » »
os homens: o mesmo julgávão os Egyp cios a respeito do seu Osiris, os Gregos a respeito de Prometheo, os Romanos a res peito dos filhos de Jupiter, os Phenicios a respeito d'Adonis, os Indios a respeito de Chrishna, e os Judeos Christãos a respeito de Christo. Muitos Ritos Maç.…. consérvão
» ainda esta mesma doutrina. »
Os Egypcios ensinávão que a destruição succedia á geração, e que a regeneração restabelecia debaixo d'outras formas tudo
aquillo que se destruia. Esta doutrina, con tinua o mesmo autor, foi adoptada por
muitas Ord.". Maç.…. e particularmente pelos Rosa - Cruz.
As doutrinas scientificas dos
Gnosticos, as moraes dos Essenios, as na
turaes d'Haken, e as verdadeiras dos Car
pocracios, que ensinão que a Verdade deve ter-se secreta entre os bons, são as que ainda hoje se consérvão em diversos Ritos
Maç.…. Mas é só pela meditação dos emble mas visiveis, que órnão os templos Maç.".,
taes como o sol, a lua, os astros, os instru mentos, etc., que se pode vir a ter um ca bal conhecimento de sua doutrina e do seu autOr.
7º Historia. A historia dos Hebreos nos
ensina que os doze Patriarchas vivérão des
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prezados no Egypto, ao mesmo passo que Joseph ali era respeitado; este respeito nos faz crer, diz R. de Schio, que Joseph era iniciado nos Myst.'. de Heliopolis; e he
provavel que não o sendo ele não poderia obter em casamento a filha do Hierophante
Egypcio. Moysés teve tambem a felicidade de ser iniciado, e R. de Schio affirma ter sido elle quem fez passar para a Judêa os dog mas e os emblemas do Egypto.
O Antigo Testamento, reformado por Es dras, foi o Codigo das leis religiosas e civis dos Judeos: assim como o Novo Testamento,
redigido pelo concilio de Nicêa, se tornou tambem o codigo religioso dos Christãos. « Os Maç. . (continua o mesmo autor) para º viverem em paz com as diversas seitas
» religiosas extrahirão de ambos os Codigos º tudo aquilo que se achava em relação com » a civilisação da sua epoca, dando todavia » uma certa preferencia á nova lei, que
» estabelece a igualdade de direito no sa » cerdocio. »
A religião christãa na Europa, até ao se culo dezaseis, esteve em contradição con— tinua comsigo mesmo : a sua anarchia trouxe todas as guerras religiosas, e com ellas o abuso do poder dos padres. Pelo
contrario nos povos da Asia e do Egypto,
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aonde os padres christãos estavão sujeitos
a governos de diferentes religiões, o chris tianismo, tolerado mas sem influencia, sou
be conservar-se, e transmittir-se do Oriente ao Occidente por meio das Crusadas.
Pelos tempos do feudalismo em França houve tão grande confusão no culto, e tão grande perversidade nos costumes do cléro, que o christianismo oriental, e os principios Gnosticos fizérão progressos espantosos. Foi então que os Cavaleiros formárão e estabe lecêrão na Europa diversas ordens e socie dades secretas, cujas formalidades imitávão as Iniciações de Thebas, d'Eleusis, e do
Christianismo. É destas ultimas sociedades que a Maç.…. se deriva. Conseguintemente, a Maç. .. apresen tando hoje tantos pontos de contacto com os antigos Myst.º., se pode, com razão, afir mar terem sido uns e outros a mesma So ciedade.
– 129 –
CONCLUSÃO GERAL, OU
Influencia que a Iniciação tem exercido sobre a civilisação dos povos. Em quanto o Maç. .. vulgar, satisfeito com uma apparencia mystica, se contenta de saber pronunciar algumas palavras, de que
ignora o verdadeiro sentido, o Maç.…. philo sopho se lança aos seculos passados, e lá vê as causas primeiras e os fins reaes da In stituição Maç. ... Fracos restos da antiga
Africa, onde em outros tempos a Virtude desenrolava a sua bandeira triumfante, são
os que se offecerem em L. ". ao Maç.…. in struido... Pára, imprudente, lhe diz o Phe nix, contempla de longe estas ruinas res peitaveis, mas não toques esses marmores que brados.... As columnas que vês, estão hoje privadas dos ornamentos, que outr’ora érão admirados; e as suas doces inscripções, que
fizérão a felicidade do mundo primitivo, tem sido disfiguradas pela fria mão do tempo, e pelo ferro da barbaria !! Medita; mas não toques.
Mas seja qual for a opinião que se queira adoptar ácerca dos primeiros Sabios da An
– 130 —
tiguidade, he indubitavel que os primeiros conhecimentos scientificos estivérão encer
rados nos Templos dos Myst.'. do Oriente. Ora se a Civilisação primitiva consistio
na instrução mais ou menos completa de alguns individuos que, reunidos, sentirão a necessidade d’estabelecer regras para conter a força brutal dos primeiros homens, ga rantir a liberdade individual, propagar a instrucção com discernimento, recompensar a virtude e punir o vicio, forçoso he convir que a Iniciaçã5 primitiva foi a causa me diata e immediata da Civilisação de todo os povos.
É certo que a incommensuravel questão de que vamos tratar, estaria muito acima de nossas forças, se fosse preciso exporto dos os commentos relativos ás artes, ás leis e ás religiões de todos os povos do Oriente; mas a natureza desse escrito nos violenta a
resumi-la em generalidades, que só podem oferecer uma exposição summaria ácerca dos povos, que gozárão dos Myst.". Ma5.….; e comoa Persia, a India e o Egypto servirão de berço á Iniciação, será tambem de lá que nós partiremos.
Alguns homens instruidos, Persas, Chal deos, Hebreos e Sidonios, formárão em tem pos remotos uma associação sabia, que teve
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o nome de Magos. Estes creárão a navega ção, a astronomia, o culto do fogo, e as pri meiras leis sociaes: de modo que os Magos
são os que devem ser considerados como os primeiros fundadores da Civilisação: esta origem, posto que incerta ainda, nos parece a mais provavel, posto que outros preten dão encontrá-la nos Brachmanes da India, cuja seiencia parece só ter consistido em
uma theogonia conjectural, impropria para o desenvolvimento da Civilisação. Alguns escritores attribuem aos Indios muitas des
cobertas astronomicas; mas devião lembrar se que todas ellas fôrão posteriores ás dos Magos, primeiros homens do Oriente, que tivérão conhecimentos positivos. E se é ver dade, como diz Vassal, que os Magos forão encarregados da instrucção dos Grandes que occupávão os empregos importantes do Es tado, não se poderá negar a influencia que
a sua Iniciação devia ter produzido sobre a Civilisação primitiva dos povos da Asia oriental, que devião ser mais bem gover
nados, do que os povos da India, que tivé rão por chefes os Padres que, não obstante serem Iniciados, érão com tudo homens ex clusivos é absolutos.
O Egypto foi tambem uma das regiões,
que possuio primeiro as artes da lavoura,
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da architectura, da navegação e da astro nomia; os monumentos colossaes do Egypto, e as observações que Calhistene enviou a
Aristoteles são provas de subejo. Foi nos Myst... Egypcios que os reis aprendião os conhecimentos necessarios para reger os povos.
Menés, appellidado o Trimegisto (por ser ao mesmo tempo, philosopho, padre e le
gislador) fez leis, com que os Egypcios se governárão: e para que as luzes fossem pro porcionadas elle empregou todos os meios para espalhar a instrucção. Os Scythas, os Chinas, os Babylonios e os Assyrios fôrão
tambem regidos por leis que sahirão dos Myst.'. de Isis. O primeiro Zoroastre intro duzio a mesma legislação entre as Bactria nos. D'onde se tira que estes diversos povos
gozárão da civilisação, cuja fonte érão a Ini ciação e os Myst.“.: é verdade que se com pararmos a sua philosophia (que era toda misturada de theogonia) com a sua indus
tria, artes e sciencias, poder-se-ha crer que a sua civilisação estava pouco avançada; mas se reflectirmos que nos Myst.". de Isis
a philosophia era o ultimo Gr..., que mui poucos Iniciados o recebião, e que este lhes conferia o direito do ensino publico, nin
guem duvidará de que a Civilisação deveria
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fazer progressos, lentos he verdade, mas so lidos e regulares: e a maior prova he que depois de Menés as descobertas se succe
dêrão (1). Mas quando e como passárão os Myst.". da Asia e do Egypto para a Grecia e para a Eu ropa? Os Myst... passárão: 1º pela commu
nicação habitual dos Gregos com os successo res dos Magos, que depois da morte Smerdis se tinhão espalhado na Asia : 2º pela deca dencia do Egypto, depois da conquista dos Romanos, a qual chamou a Roma alguns Padres de gráos inferiores, que degenerados traficárão ali a pratica secreta dos Templos; mas foi principalmente nos principios do Christianismo, que os restos da sciencia se creta se concentrárão, parte nas escolas dos philosophos Theurgistas, e parte nas da mais baixa classe dos Padres do Egypto.
« Ora pode-se, sem inverosimilhança (diz • Salverte), assignar por successores aos pri » meiros as sociedades secretas da Europa; » e aos segundos os feiticeiros modernos ou » Thaumaturgos. » (1) Os Chinas estabelêcerão pontes: cunhárão moeda: inventárão a bussola : e fundarão hospi taes, escolas e academias. A rainha Nictoris fez elevar a 1º pyramide. Fez-se um canal para receber as agoas do Nilo; e principiou-se o labyrintho, que foi obra de doze reis do Egypto, etc., etc. Iº
42
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Os Myst... dos Cabires da ilha de Samo thracia, não sendo senão uma translação dos do Egypto, deverião tambem exercer uma grande influencia sobre a civilisação da Gracia : a strategia, e o amor absoluto dos Iniciados de Samothracia para com a causa da patria attéstão o gráo da sua civi
lisação. Os Myst... d'Eleusis, consagrados primei ramente ao culto de Céres, longe d'exerce rem alguma influencia sobre a civilisação creárão o fanatismo, e a superstição que en riqueceu os Padres; mas, meio seculo de pois de sua instituição, Orpheo os reorgani sou, e a sua influencia não só se mostrou em
todas as classes da sociedade, mas preparou
a brilhante epoca da Grecia, que foi o proto typo da civilisação a mais perfeita. Os Romanos, diz Vassal, devêrão á Ini
ciação dos Myst... a maior parte de sua ci vilisação: elles fôrão um povo livre, porque érão um povo de Iniciados; e no tempo de sua escravidão não se indemnisárão da perda de sua liberdade, senão no seio dos Myst.".
A Grecia, que possuio mais Myst.". do que outra qualquer região, não desdenhou de n’elles fazer entra tambem as mulheres.
Sacerdotizas fôrão aggregadas aos Templos de Diana d’Ephéso, e de Céres Eleusina ; e
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suas Iniciadas forão inspiradas de tanto pa triotismo, que, para sustentar a indepen dencia da Grecia, não só sacrificárão seus bens e seus enfeites; mas inspirárão a seus maridos tanto amor pela gloria, que todos se tornárão heróes famosos. Os Myst.'. da Boa
Deosa em Roma, aonde só entrávão as mu lheres, tambem produzirão resultados se melhantes.
Mas se os Myst.". Gregos e os Myst.". Ro manos influírão tão podorosamente na civi
lisação respectiva dos dous povos, he por que (conclue Vassal) os seus Myst... fôrão estabelecidos com as vistas da utilidade ge ral, em que o amor da patria era uma das principaes bases.
Entre os Gallos, muito antes dos Gregos e dos Romanos, os Druidas fôrão os unicos
que gozárão das vantagens da Iniciação. A' imitação dos Brachmanes da India, os Drui das não instruirão senão os homens que se destimávão ao Sacerdocio. O estabelecimento dos Druidas na Gallia
deve ter sido o resultado dos missionarios,
que os Sacerdotes da antiguidade mandávão pelas diversas partes do mundo, para sub metter o Universo ao seu egoismo insaciavel.
Os Druidas, pelo que respeita ás sciencias, parecem ter sido os primeiros philosophos
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do Occidente, assim como os Magos fôrão
os primeiros philosophos do Oriente; mas elevados no egoismo sacerdotal, a sua dou trina ficou sepultada nos seus bosques sa
grados, e o Occidente, privado de instrucção não teve aquellas vantagens que só a Ini
ciação poderia offerecer a povos ainda bar baros.
Os Myst.". Essénios, posto que exclusiva mente religiosos e moraes, exercêrão com tudo uma poderosa influencia na Civilisação dos Israelitas; porque, além de estabelece rem a philantropia que tende a reunir, e amar todos os homens, os Iniciodos Essénios estabelecêrão a tolerencia, virtude essential
mento necessaria a um povo egoista e exclu sivo. A suave legislação de Salomão foi aprendida nos Myst.'. de Orpheo; e a civili sação das tribus d'Israel não foi senão um efeito immediato da Iniciação. Os Myst... do Christianismo primitivo
érão destinados a exercer uma grande in fluencia na Civilisação do globo : quando porém Constantino illustrou estes Myst.º., ja a doutrina primativa de Christo estava
alterada pelo Sacerdocio, que a tinha divi dido em publica e secreta. Foi pela Iniciação Secreta que o Sacerdocio apropriou para si
só a doutrina admiravel de Christo, a qual,
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segundo Vassal, encerrava o republicanismo puro e virginal, pois que a
igualdade
C à
liberdade érão as suas verdadeiras bases.
Por esta transformação dos Myst... do Christianismo o despotismo Sacerdotal cor roborou a ignorancia e a superstição: estes dous monstros alimentárão as guerras reli
giosas, que levárão ao supplicio milhares de victimas innocentes: e graças ao Sacerdocio, a civilisação recuou em vez d'avançar. O Catholicismo, diz Vassal, não se con— tentou com o invadir a Grecia, e a soberba
Roma que tinha sido a senhora do mundo enteiro, mas tambem perseguio e Iniciação
que, longe de esmorecer, redobrou de cora gem na adversidade, e foi refugiar-se na Scandinavia. Desde então a influencia e os
progressos da Iniciação fôrão tão grandes entre as tribus errantes do Norte (cuja lei tinha sido até então a força brutal) que as
guerras intestinas diminuirão, e os povos inimigos viérão submeter-se ás leis da Ini ciação, cujos orgãos érão os Padres da Deosa Herta.
Tendo levado as suas conquistas mais longe do que os Romanos levárão o seu im
perio, o Christianismo, de seis seculos de existencia, parecia nada ter a receas, a não
serem as dissensões frequentes entre os seus 12"
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aproprios adeptos: quando, Mahomet, es tranho nas sciencias occultas da Iniciação, appareceu no mundo, e teve o animo de fundar o Islamismo, et de fazer crêr uma
revelação sua: a civilisação da Persia, da Syria e do Egypto foi destruida pelo fana
tismo dos seus conquistadores, e um golpe fatal cahio sobre os Magos, então quasi os
unicos depositarios da Iniciação primitiva. No seculo oitavo surgio a util instituição da Cavalleria, a qual, em soccorrendo os opprimidos, pertendeo enfrear o despotismo da horrorosa feudalidade. Ora não se pode duvidar, diz Vassal, de que esta instituição deixasse de ser a obra de qualquer Inicia do; porque as suas recepções érão uma imi
tação das Iniciações militares dos Myst.". de Samothracia; e posto serem secretas e mysteriosas, com tudo ellas fizérão appare cer no Occidente os primeiros germes da ci vilisação. No seculo onze quando os Musulmanos
erão já um pouco civilisados, as relações dos Europeos com os Arabes e com os Mou ros, tornárão-se mais faceis e frequentes; e as sciencias, ainda que infectas de super
stições magicas, começárão a ser ensinadas nas escolas de Toledo, de Sevilha, e de Sa lamanca: « mas fôrão as Sociedades occultas
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» da Europa (diz Salverte) que tomárão a » parte mais essencial n’estas communica
» cões; e he pelos Iniciados, de que ellas se » compúnhão, que nós tivémos o conheci » mento das descobertas physicas e chymi » cas dos Arabes. »
No começo do seculo doze Huguo de Pa ganis, em reunindo as vantagens da pri meira Cavalleria , instituio a Ord. .. do
Templarios ás Crusadas produzio homens profondamente instruidos, que juntárão ao saber uma independencia a mais esclarecida.
« Da Syria, da Arabia, da Persia, e do Egyp » » » » »
to os Templarios trouxérão para a Eu ropa (diz Reghelini de Schio) o espirito do tolerancia religiosa, com as sensatas doutrinas da lei natural, que he esta mo ral sublime o simples, que a Divindade
» inspirou no coracão de todos os homens.» A Ord.'. dos templarios propagou-se quasi por todo o globo; e a sua doutrina prepa rou a civilisação dos Europeos, que então não tardaria a mostrar-se, se o poder sa cerdotal de Roma não a tivesse forçado a cobrir a Iniciação com o manto da religião dominante.
Foi no seculo dezoito que alguns Inglezes distinctos plantárão Iniciação reformada na França, aonde o gosto das lettras tinha ja
— 140 —
supplantado uma parte da influencia sacer dotal.
Quantos litteratos (exclama Vassal), quan tos sabios, e quantas familias illustres cor rêrão então para se submeterem ao estan darte da Iniciação! Nobres, Sabios, Sacer
dotes e proprietarios, arranjados debaixo do nivel Maç. ..., concorrêrão todos junta mente para expulsar da França o fanatismo e a superstição.... O Marte dos tempos mo dernos, Napoleão, depois de ter consultado as pyramides do Egypto, deo novo esplen
dor á oriflama da Iniciação: mas o despo tismo, invejoso da prosperidade humana, e receando o gosto da liberdade, que a Inicia
ção inspirava aos diversos povos, formou a liga geral, e suas phalanges lançárão por terra o grande homem; mas a civilisação marchou.
Finalmente a Maç. ..., cujo centro era ha muitos annos a Inglaterra, depois de ter triumfado dos terrores frivolos de Elizabeth
e do Parlamento, e de ter obtido a protec ção d'Eduardo III e de Henrique VI, pro
pagou as artes e as sciencias debaixo d'uma forma symbolica, e a Europa recebeu o vi
goroso impulso do seculo dezaseis: é da Companhia dos R.'.-Cruz que sahirão todos os primeiros livros de chymica: é da Reu
— 141 —
•
nião dos Masons-House que dimanou a So ciedade real de Londres: é finalmente da
Maç.". Ingleza que sahirão os modelos de todos os estabelecimentos de beneficencia e de utilidade publica. Com efeito, foi na Inglaterra, e no prin
cipio do seculo dezoito, que a Maç. . rece beu a ultima reforma; e de là a Maç.…. es tendeu o seu dominio pelas cinco partes do mundo. Desde 1705 até 1830 o ramo da Acacia e o Pelicano fôrão introduzidos em setenta e
nove Estados do globo; e se é licito ajuizar do futuro pelo passado, os Iniciados não devem desesperar; porque cedo o tarde a Acacia juncará a terra, e tomando a força do cavalho, os seus ramos poderão dar um asilo seguro aos povos opprimidos. Tal é em summa a historia da Maç.….: tal é em summa a influencia que elle teve na civilisação dos diferentes povos.
Mas não se diga que a Maç. -- tem termi mado a sua carreira, só porque certos po vos gózão de mais ou menos instrucção, e
de mais ou menos liberdade, ganhada á força de sangue! Não imitemos a antiga Grecia, nem a or gulhosa Roma, que embaladas na liberdade e fartas d’ella, deixárão perder a Iniciação,
— 142 —
e tomárão em troco ferros vergonhosos, que ainda dúrão! O jesuitismo no seculo deza seis, e a Santa-Alliança no seculo dezano— ve, arvorárão o estandarte da rebellião para
fazer retrogradar os povos; é preciso não nos escondermos para os fazer avançar. Soccorrer os miseraveis: recompensar a virtude e a amor da patria: espalhar a in
strucção em todas as classes da sociedade; e manter as instituições nacionaes: tal é a nobre e grande missão que a Maç.…. e seus Iniciados teem por ora a preencher.
Tempo virá em que os homens, forman do um só corpo de Cosmopolitas, elevarão no centro do mundo um Templo universal, donde possa partir a direcção ao progresso. « O Templo de Salomão (diz um velho » Maç. ...) só será definitivamente acabado º quando a Verdade fôr a Soberana de to » dos povos da terra. »
— 143 —
ESTATUTOS, OU
LEIS GERAES DA FRANC-MAÇ.. ->O+
A Franc-Maç. "., tendo commeçado com a sociedade humana, deveria ter existido am tes de dar ou receber leis; mas o progresso do corpo Maç.". e a experiencia de tantos seculos fizérão em fim conhecer a necessi
dade de certas normas para a sua conserva
ção. Estas leis teem sido diversas em cada nação, e cada uma tem o direito de as pôr a pár do progresso de sua civilisação. En tretanto a nossa obra seria incompleta se
não tratasse de tal materia. Nós não expo remos as leis que regem a Maç. . Port.". e Brasil...; mas sim as que se execútão em
alguns povos, aonde a Maç. .. he tolerada e protegida, a fim de que póssão ao menos servir de modelo. Esta parte será estrahida
do Codigo dos Franc-Maç.…. por Bazot. .……--•
— 145 —
1º ESTATUTOS, OU
LEIS GERAES DA FRANC-MAÇ... EM INGLATERRA.
Art. unico.
Um Maç.…. he obrigado, segundo a sua or dem, a obedecer á lei moral; e se percebe bem a arte, elle nunca será um atheo estu
pido nem um libertino profano. Posto que, nos tempos remotos, os Maçº.
fossem obrigados a ser da religião de cada paiz que habitávão; todavia julgou-se re centemente que era mais conveniente o per mittir de abraçar as opiniões que cada um julgar mais honestas e mais rasoaveis; estas
opiniões, que podem tornar um homem bou, recto, sincero e humano para com os seus
semelhantes, seja qual for a sua crença. De sorte que, por um principio tão excel lente, a Maçonnaria torna-se o centro da uniãolºentre os homens, e o unico meio d’es 13 •
tabelecer uma estreita e solida amizade entre
pessoas que não poderião ser sociaveis, pela diferença de seus sentimentos religiosos. Um Maçon he um pacifico subdito das au toridades civis do paiz, aonde reside e tra balha.
D'esta sorte elle deve abster-se d’entrar
em tramas e conspirações contrarias á paz e
á prosperidade de sua nação, e não obrar como homem desobediente aos magistrados inferiores, para que os princepes, observando a innocencia e a fidelidade da Ord.'., póssão
animá-la e defendê-la das más intenções de seus adversarios. De maneira que s'um I.". se revolta contra o Estado, elle não deve ser
sustentado em sua rebelião, posto que d'elle se tenha piadade; e não deverá ser admittido nas LL... para não causar ciume ao governo.
Os membros d’uma L.". devem ser bons
e sinceros, livres de nascimento, e d’uma idade madura : não se admitte nem es
cravos, nem dissolutos e libertinos, nem mulheres, mas sim homens respeitaveis de bom caracter.
— 147 —
2° ESTATUTOS, OU
LEIS GERAES E PARTICULARES DA FRANC – MAÇ.". EM FRANÇA.
CAP. Iº. Das sociedades Maç.".
Art.". 1º Associedades Maç.º., differentes por seus trab..., mas tendendo ao mesmo fim, distinctas pelos ritos, e collectiva ou isoladamente por Officinas, são chamadas Loges, Capitulos, Conselhos, e Consistorios. Art.". 2º Uma L.'. é a base de toda a
officina superior que toma o seu nome, e só se forma por seu consentimento. O Cap.". se estabelece pelo consentimento da L...; o Conselho pelo consentimento do Cap.….; e o Consist... pelo consentimento do Conselh... Art.". 5º A cessação d’uma L.", traz com
sigo de direito a interrupção de toda e qual quer Officina de que ella é a base. Art.". 4º A organisação, os direitos e os
deveres de cada Officina são determinados
pelos estatutos geraes.
Art.". 5° Não existe em França, para to das as Officinas senão um centro de unidade
e de autoridade Maç.'., debaixo da denomi nação de Grande Oriente.
CAP. II. Do Grande Oriente.
Art.". 1º O Gr.". Or... he composto de
um Gr.". Mest.º., dos presidentes das diffe rentes Officinas, ou de seus representantes
regularmente eleitos, e admittidos segundo os estatutos geraes.
Art.". 2º A administração é confiada a cen to e cinco Expertos, escolhidos entre os de putados eleitos das differentes Officinas da
França: trinta e cinco teem a direcção da camera de correspondencia e das finanças; trinta e cinco a da Camera symbolica; e
trinta e cinco a do supr... Conselh... dos Rit.". Suas funcções dúrão tres annos, e céssão n'esta epoca se não são reeleitos. Art.". 5º O Gr.". Or... tem tambem Off.".
d'honr.'., e Off. ". Honor.".
Art. 4º O Gr.". Or... he o legislador e o
— 149 —
regulador da Ord.". Elle reune os poderes, e exerceo-os directamente, ou os delega a ca meras creadas no seu seio. Art.". 5º Só o Gr...". Or... tem o direito de
conhecer e de consagrar todos os Rit.", em harmonia com as leis do Estado, os bons cos tumes e os principios Maç.". Art.". 6 O Gr.". Or.". não dá titulos cons
titutivos ás Officinas de paizes estrangeiros, nos quaes existe uma autoridade Maç.…. su perior. Art.". 7º O Gr.". Or.". não reconhece as
Officinas constituidas em França par auto- . ridades Maç.…. estrangeiras, seja immediata mente, seja por seus delegados. Art.". 8º A séde do Gr.". Or. ". he invaria velmente fixa no Or.". de Pariz.
Art.". 9º He no Gr.". Or.'. que são dadas a Pal.". Sym.". para as LL.'., e a Pal. ". Ant.". para os Cap. -. e para os Conselh.". Art.". 10° O Gr.". Or.". he composto de cinco cameras, a saber : Cam.". de correspondencia e de finanças: trinta e cinco Off... ou Exp.". Ella conhece
de tudo que é relativo á administração e ás finanças. É n'esta Cam.". que se fazem a re partição e a remessa ás outras Cam.". do Gr.". Or.'. dos diversos negocios que lhes pertencem especialmente. 13"
— 150 —
Cam.". Symb.". Trinta e cinco Off.…. ou
Exp.". Ella pronuncia sobre todas as ques tões de Rit... e de Trab. .; outorga as cons
tituições ás LL... em instancia; expede os diplomas aos Maçº. regulares do Gr... de Mest.'., tendo sido pedidos na fórma dos
estatutos geraes; toma conhecimento dos li tigiosos entre as LL.'., e de todos os objec tos que lhes interêssão. Cam.". dos altos Gr.'., ou Supr.". Con selh... dos Rit.". Trinta e cinco Off. ". ou
Exp... Suas attribuições são as mesmas para os altos Gr..., que as da Cam.". Sym.". para os tres primeiros Gr... da Maç.". Cam.". do Conselho e de Appellação. Ella compõe-se de trinta e seis membros das tres Cam.". precedentes, nomeando cada uma doze. Ella tem voto em todos os negocios que interéssão a existencia dos corpos Maç.". e sobre os quaes só pertence ao Gr.". Or... o
decedir definitivamente. Ella julga em ul tima instancia todos os outros negocios de que se appella. Esta Cam.". não se intro
mette nos Trab.". administrativos ou dog maticos, que são da attribuição das outras Cam.".
Commissão central e de Eleição. É com posta das tres primeiras Cam."., e não se in tromette nas attribuições das outras quatro.
— 151 —
A commissão central occupa-se especial mente de todas as eleições do Gr... Or...; da apresentação dos candidatos feita por cada uma das tres primeiras Cam..., e de tudo aquilo que diz respeito á ordem interior do Gr.". Or.", ou de suas Cam.".
Todos as suas decisões devem ser sanccio
nadas pelo Gr.". Or.", em assemblêa geral ordinaria ou extraordinaria. Os Trab. .. da
Commissão central são dirigidos, em cada
sessão, por cada uma das tres primeiras Cam."., e por turno. Art.". 11" Ha no seio do Gr.". Or... um
grande Collegio de Rit. --, aonde se conferem os altos Gr.". Maç. . (51, 52 e 55, ou outros analogos).
Art.". 12° 0 grande collegio de Rit.". he uma Officina superior dos altos Gr...; mas não faz parte do Gr.". Or...; todavia, os membros que o compõe devem ser Off... do Gr.". Or.'., e Grand.'. Inspectores-geraes
(52 Gr...). Art.'. 15º Os membrostitulares de grande collegio de Rit.". são trinta e seis; todos os de mais são simplesmente membros aggre gados.
– 452 —
CAP. III.
Das officinas. Art. 1º Para formar uma L.'. he preciso
que sete Mest.". regulares se reúnão no mes mo Oriente.
Art. 2º Elles se constituem em L.", pro visoria de baixo da presidencia d'um d'elles,
que toma o titulo de Ven... Os outros Off.…. ou Dignit... são: 1º Vig...,2º Vig..., Orad..., Secr..., Thes... e Hosp.….; se são mais de sete elles nomêão 1º Exp..., Arch.'., Mest.". de Cerim.". e o I.”. Cobridor.
Art. 5º A L.'. escolhe para si um titulo distinctivo, alheio a toda e qualquer idêa po
litica ou religiosa. Este titulo torna-se defi nitivo, quando o Gr.". Or.". o tenha sanc cicnado.
Art. 4º Os primeiros Trab.'. d’esta L.". provisoria são o dirigir ao Gr.". Or... uma petição de Constituição, assignada pelos cinco primeiros dignitarios. Art. 5º Esta L.'. ajunta á sua petição, e
em dupla expedição, um quadro de seus membros, indicando os seus nomes, preno
mes, qualidades civis e Maç.…., o lugar e data do nascimento, a designação das LL.…..
— 153 —
•
aonde fôrão recebidos ou de que fazem ainda
parte; e assignada por todos os membros inscritos, manu propria. Art. 6º A sua petição deve ser referen dada pelas duas LL. ". as mais visinhas do Or.'. que elles habitão. Se a distancia he consideravel, elles suprem esta formalidade pela remessa de seus diplomas ao Gr.". Or.". Art. 7º A nova L.". remette ao Gr.".
Ord.'., com os documentos acima indicados, uma somma determinada pelos estatutos
geraes para o direito de constituição, e para as custas dos cadernos dos Gr. "., e d'um exemplar d’estes estatutos necessario á L.'. em instancia.
Art. 8º Uma L.". em instancia não pode fazer recepção alguma. Art. 9º A L.", tendo sido installada, todos os Trab. . precedentes são regulares. Art. 10 A.L.'. tendo-se tornado regular
pela sua instalação, escolhe um I... do Or... de Pariz, a quem remette um poder especial para representa-la no Gr.". Or.". Art. 11 Para formar um Cap. ". a L.". deve escolher ao menos sete de seus mem
bros, que tênhão o Gr... e o diploma de R.". Cruz.
Art. 12 Ella toma uma deliberação para
pedir ao Gr.". Or.…. a creação de um Cap...,
— 154 —
que toma o nome da L.'.; porque um Cap.". não pode ser constituido nem existir se não tem uma L. . por tronco.
Art. 15. O novo Cap.". em instancia no mêa, como a L."., seus Off. "., e, como ella faz ao Gr.". Or.". um requerimento de cartas
capitulares. As formalidades a preencher são as mesmas que as da L.". (V.art. 5° e 6°). Art. 14. O custo das cartas Capitul...,
cadernos, etc., é determinado pelos estatu tos geraes. Art. 15. Para formar um Conselh.…. de
GG.". Cav.". El.". Kal... he preciso preen cher as formalidades prescritas para as duas Officinas precedentes. Art. 16. O Conselh... não pode ser esta
belecido se não pelo consentimento da L... e do Cap..., de quem elle deve tomar o nome. Art. 17. Todo o Conselh... paga um di reito de patentes constitutivas, etc., etc.,
igualmente determinado nos estatutos geraes. Art. 18. Para formar um Consist.". de
Princep.". do Réal Segr... (52° Gr. “.) he pre ciso tambem seguir as formalidades prece dentemente indicadas.
Art. 19. O custo das patentes constituti vas do 52° Gr... he tambem determinado nos estatutos geraes.
Art. 20. Não ha em França senão um
— 155 —
Conselho de G ". I.”. G. . (55º Gr..); que he o Gr.". Collegio dos Rit.". estabelecido no seio do Gr.". Or.'. de França (V. Cap.". 2",
art. 11, 12, 15).
CAP. IV.
Da irregularidade dos Maç.'., e das
Officinas. Art. 1. São Maç.…. irregulares: 1º os que fôrão recebidos n’uma L.'. não reconhecida
pelo Gr.". Or.'., ou por Maçº. que não tinhão a qualidade para conferir este titulo : 2º os Maç. . promovidos da mesma maneira aos
Gr... superiores: 5º aquelles que, perten cendo a uma Officina regular, se associão a uma outra, que o não é, ou que deixou de o ser : 4" os Maç. .. que sem missão, outor gárão a iniciação a profanos, ou que confe
rirão os Gr... superiores: 5º os que, sem motivos legitimos, não teem satisfeito para com a sua L.", as obrigações pecuniarias : 6º os que teem revelado os segredos da Franc-Maç.'., ou escrito contra ella; 7º em
fim aquelles que, por uma decisão especial
— 156 —
são excluidos das Officinas da corresponden cia do Gr.". Or.".
Art. 2. São Officinas irregulares : as que teem sido constituidas por uma associação
Maç. .. não reconhecida pelo Gr.". Or... : 2º as que durante tres annos em França, e cinco no ultra-mar, teem cessado a sua cor
respondencia com o Gr.". Or.". : 5º as que,
sendo regulares, se associarem a uma Offi cina Maç.…. qualquer irregular : 4" as que consérvão em seu seio os Maç. .. irregulares, isto he, pertencendo associações Maç. .. irre
gulares: 5º as que sem a autorisação do Gr... Or.". entrégão a trab. . d’uma ordem supe rior ás em que fôrão constituidas, ou que ajúntão a seus trab... outros d'um Rit. ". não reconhecido pelo Gr.". Or...: 6º as que teem as suas sessões, ou celébrão as festas
Maç. . em locaes não reconhecidos pelo Gr.". Or...; 7" finalmente as que são decla radas pelo Gr.". Or.". refractarias aos esta tutos geraes da Ord.". -
3° ESTATUTOS, OU
LEIS GERAES DA FRANC-MAÇ.. NA
BELGICA.
->•• .
Aquelles que são admittidos membros d’uma L.'. devem ser homens d'honra, de
probidade e de boa reputação, de uma idade madura e discreta, evitando a devassidão, a
libertinagem e o escandalo. Toda e qualquer promoção entre os Maç.". deve ser fundada unicamente sobre o valor
real e o merito pessoal, para que a obra se faça beem; que os II.". séjão isentos de cem sura, para que a arte real não cáia em des
prezo. Além d’isso he preciso que um I.”. seja descendente de paes honestos; de ma neira que, tendo as mais qualidades reque ridas, elle possa depois vir a ser uma auto ridade Maç.'., segundo o seu merito.
Todos os Maç.…. trabalharão honestamen te, para poderem viver da mesma maneira. Nenhum Maç. .. invejará a prosperidade I•
14
- 158 —
d'um I.'., nem procurará supplantá-lo.» quando está em estado de acabar a obra. Os II."., que se áchão em uma L. . for mada, não farão entre si conventiculos pri
vados, nem conversações separadas, nem fallarão sem a permissão do Mest.".: não se deverá interromper o discurso d'um I."., nem zombar ou gracejar, quando a L.". se occupa de negocios serios e solemnes: é prohibido o servir-se de termos indecentes
ou injuriosos; e ter seha, mutua e recipro camente uns para com os outros, o respeito que convém entre II.".
**********-*****-* #4•••º
-- 159 —
4° ESTATUTOS, OU
LEIS GERAES DA FRANC-MAÇ... NA HOLLANDA,
Antes de se entrar na L.'., é preciso deixar todas as rixas e todas as dissenções; tanto mais se ellas teem por objecto a religião ou o merito das nações, ou dos governos.
Vós sereis circonspectos nos termos e nas maneiras, a fim de que o estrangeiro o mais astuto não possa descobrir nem penetrar aquillo que não nos convém divulgar...
Vós obrareis da maneira que convém a um homem de bem e prudente; particular mente em occultando os negocios da L.", á vossa familia, visinhos e visinhas, etc.
Vós deveis examinar escrupulosamente um I.". estrangeiro... Mas se conhecerdes que elle é um verdadeiro I. "., vós sois obrigado á respeitá-lo; se ella este em necessidade
vós deveis soccorre-lo, podendo; e quando
— 160 —
não, será preciso indicar-lhe os meios com
que possa ser alliviado: vós deveis empre ga-lo, durante alguns dias, ou recommenda lo para que o seja, mas não estais encarre
gado de fazer mais do que não podeis; pois sómente um I.". pobre, que he verdadeiro homem de bem, he preferivel a outro qual quer pobre nas mesmas circunstancias. Fi nalmente vós deveis observar todos estes
deveres, e tambem aquelles que vos forem
communicados por outra via. Em evitando todos os odios, todas as disputas, e todas as calumnias, defendei sempre a reputação de nossos II.", para que todos véjão quanto é doce e benigna a influencia da Maç.º., e como os verdadeiros Maç. -- teem feito de
pois do começo do mundo, e farão até ao fim.
— 161 —
MODELO PARA
OS ESTATUTOS PARTICULARES.
DA L.'. (1).
CAP, I.
Organisação da L.'." Art. 1º A L.'. tem o nome de....
Art. 2º A L. '. deve ter pelo menos os
seguintes empregados dignitarios: Veneravel,
(1) Note-se que ha na Maç.…. tres especies de Esta.". : 1º Esta.". Ger.'. da Ord.". Maç."., que são communs e os mesmos em todos os paizes, e dos quaes ja tratamos no 1º tomo: 2º Esta.", Geraes da Ord."., que são diversos nos diferentes
paízes, e dos quaes fallamos ha pouco : 3º Estat.". particulares das LL.'., que são feitos por cada L.". em particular; os que apresentamos por modelo
são approvados pela experiencia. 14"
– 162 —
1° e 2° Vigil..., Orador,
Secretario, Thesoureiro, Mest... de Cerem."., 1° e 2° Expertos,
Havendo II.'. de Gr... competente a L.". poderá nomear : I.". Hospitaleiro,
I.". Archivista, I.". Terrivel,
II. . Adjunctos.
Art. 5° Todos estes empregados serão eleitos pela ordem acima indicada; com tanto que o Ven... tenha o Gr... de R.". Cru, e os outros o de Mest.º., pelo menos. Art. 4º As funcções dos empregados du rarão um anno; e não é prohibida a sua reeleição.
Art. 5° Todas as eleições serão feitas á pluralidade absoluta de votos, e por escru tinio secreto. No caso de empate far-se-ha
um segundo escrutinio sobre os II.…. em que houve empate: e se este ainda não de cedir, será preferido: 1º o que tiver maior
idade Maç.….; aº o que tiver maior idade civil.
— 163 —
CAP, II.
Da ordem dos Trab, ",
Art. 6º Aberta a L. '. nenhum I.". po derá pedir a Pal. ". antes que se tenha lido a prancha dos Trab. ". antecedantes. Art. 7° Discutida e approvada a prancha, seguir-se-hão: 1° O parecer das Commissões. 2º Correr o sacco das Prop.". 5º Passar á Ord.'. do dia.
Art. 8º Nenhum I.…. poderá fallar, mes mo a bem da ordem, sem ter obtido pri meiro a Pal. ". do Ven.". se o I.". estiver no
Or. "., e dos Vig... se estiver nas colum.". Art. 9º Nenhum I. . poderá fallar mais
do que tres vezes sobre a mesma questão, excepto o relator de alguma das Commis sões.
Art. 10° Qualquer I.”. tem o direito de chamar outro á ordem sobre a discussão;
mas, se o que falla se julgar n’ella, poderá continuar o discurso até que um terço dos II. ". a reclame.
Art. 11. Nenhuma Prop. -. ou emenda
poderá entrar em discussão sem que seja
feita por escrito, assignada pelo autor, e to mada em consideração pela L.". Art. 12. Havendo duas ou mais Prop.". para se discutirem, o Ven.". porá primeiro á votação a que a L.". julgar mas interes
sante, devendo seguir, quando for possivel, a ordem de sua apresentação. Art. 15. Todas as votações da L.". são feitas á pluralidade relativa de votos, ex cepto as mencionadas nos Art.19 e 20. Ha vendo empate a L.'. decide se o caso he ou não grave. Sendo grave a L.". elegerá uma commissão de tres membros, pela maneira do Art. 5°, para decedir a questão: e não
sendo grave, esta poderá ser decedida pelas tres primeiras luzes da L.'. reunida. Art. 14. Tiradas as conclusões pelo Orad..., nenhum I. . poderá falar sobre o objecto discutido; mas poderão admittir-se as respostas a factos pessoaes. Art. 15. Concluida a discussão sobre os
trab. . do dia, o Ven.'. mandará correr o sacco das Prop. "., indicará a ordem do
dia para a sessão subsequente, e fará ler a minuta dos Trab.". d'esse dia.
— 165 —
CAP. III.
Das Iniciações.
Art. 16. Profano algum será iniciado, sem
que tenha vinte e um annos de idade, bons costumes, boa reputação, e uma subsisten cia decente e honesta.
Art. 17. O indiscreto, o pusilanime, o
egoista e o inimigo de instituições liberaes não poderão ser recebidos Maç.'., seja qual for a sua jerarchia profana. Art. 18. Nenhum Prof.". poderá ser ini ciado Maç. .. sem que se apresente em L.". o parecer d'uma Commissão de tres mem
bros sobre as qualidades do Asp..., a qual deve ser nomeada pelo Ven... e em segredo. Art. 19. A votação para a admissão do Prof.". deve ser por escrutinio secreto. Se houver unanimidade de votos, o Prof.".
será recebido com distincção; e se houver tres contra, o Prof.". será recusado.
Se houver um ou dous votos contra, o Prof.". tornará a ser proposto com o inter vallo de tres mezes; e se então houver um só voto contra, o Prof.…. poderá ser recebido. Art. 20. Qualquer Prof... que for iniciado
— 166 –
Maç.…. deverá pagar uma joia, que não será menos de...., nem mais de...
CAP. IV.
Das filiações.
Art. 21. Todo e qualquer Maç.…. poderá ser filiado n’esta L.'., huma vez que tenha as qualidades exigidas nos Art. 16, 17, 18 e 19, e que renoncie pertenecer a outra L.". do mesmo Oriente.
Art. 22. O Maç.". filiado pagará tambem uma joia, que não será menos de..., nem mais de.....
CAP. V.
Determinações geraes. Art. 25. A L.'..... exerce dentro em si
os tres poderes, legislativo, executivo, e
judiciario; e suas deliberações tem força de soberania.
Art. 24. São deveres de todo o I.". o ser
– 467 —
docil, benevolo, tolerante, e o trabalhar na illustração do genero humano. Fica guar dado o sigillo Maç.…. não só para com os Prof..., mas ainda para com os Maç. .. que não pertencerem a este quadro. Art. 25. Todo o I.…. tem o direito de vo
tar, querendo, excepto em negocios que lhe dizem respeito, ou a Gr.'. que elle não tenha.
Art. 26. Nenhum I. . poderá ter aug mento de paga sem um anno d'exercicio no
Gr... que tem, salvo havendo serviços á pa tria, ou á Ord.". Art. 27. As despezas da L.". serão tiradas do producto das joias e das contribuições mensaes dos II."., a qual por ora he de....
— 468 —
INSTRUCÇÃO GERAL PARA OS MAÇ.". EM L.".
Os Maç.'. devem sempre apresentar-se com um trajo decente, e guardar na L.". o mais profundo silencio.
Ninguem, salvo os Vig... e o Or..., pode fallar em L. “.. sem ter obtido a Pal.'. do
Ven...; para o que se eleva a mão. Quando se entrar em L. “., dá-se ao I.".
Exp.…. a Pal.'. de passe, e o toque: poe-se á Ord.'., e executa se a marcha, segundo o Gr... em que a L.'. trabalha; faz se o Sin.". e busca-se o lugar que pertence a cada um. Sendo I.'. visitador, além das formalida
des acima ditas, he preciso tambem que leve comsigo o seu diploma, e que va pre parado para agradecer ás felicitações da L.·., pouco mais ou menos nos termos se guintes.
— 169 —
Agradecimento d'um I.". Visit.". « Ven.'. Mest.". I.”. primeiro e segundo
» Vig..., e vós todos meus II..., o acolhi º » » » »
mento favoravel que me fazeis, e as mar cas d’estima que vós me dais, me movem ao mais vivo reconhecimento. Mas como as expressões me faltão para o exprimir, permitti que eu recorra ao Sin. -. e á Bat. --
» dos verdadeiros Maç.…., a fim de vos tes » temunhar os meus sentimentos. »
Se o agradecimento porém tiver lugar em Banq.. então se agradecerá da seguinte maneira.
« Ven.'. Mest.º., e vós meus II..., em » todos vossos Gr... e qualidades, eu vos peço » d'acceitar a expressão de minha gratidão
» pelas marcas d’estima e d'amizade com » que vós me honrais. Para esse efeito, eu » vou atirar uma salva em vossa saude com
» polvora vermelha, e em fazendo fogo, bom
» fogo, e perfeito fogo.» (Faz com o Mest.". de Cerem... o exercicio do Costume, e be bem.)
— 470 —
Agradecimento d'um I. "., que acaba de ser iniciado.
« Ven.'. Mest.º., II... primeiro e segundo » Vig..., e vós todos meus II.'., ha muito º tempo que eu aspirava a ser admittido na » vossa respeitavel sociedade. Agora, sendo
» ja vosso I. “., nada mais me resta do que » » » » » »
a marchar sobre vossas pisadas, e a pra ticar as virtudes com o vosso exemplo, A minha vida se passará toda inteira a tra balhar, para me tornar digno do alto fa vor que me fazeis, e para ter occasiões de mostrar-vos a minha gratidão. I.”. Mest.".
» de Cerem.". tende a bondade de me guiar » para agradecer maçonicamente aos nossos » II.…. as tocantes provas de amizade, com
» que me honrárão, etc. (1) »
(1) Estamos mui longe de pretender que qual quer não saiba fazer um discurso para taes oc curencias ; mas são tantos os embaraçados, que
julgamos necessario expor não discursos, mas sim ples minutas"
— 171 —
MODELO DO
PRocEsso.VERBAL DA 1- SESSÃo.
A GL. ". Do GR.". ARCH.". Do UN.".
Em nome e debaixo dos auspicios do Gr.". Or.'. de.....
Os abaixo assignados, desejando elevar
um Templo á Virtude, se reunirão em um logar coberto, aonde reinava a paz e o si lencio; e depois do reconhecimento de suas
qualidades Maç.…., decidirão todos de se en dereçar ao Gr.". Or... de...., a fim de obter uma Constit.'. que podesse regularisar os seus Trab.".
Em consequencia, procedêrão logo á no minação dos Empr.'. necessarios, por meio do escrutinio. A maioria de votos deu para Ven.'. o I. “.....
1º Vigº, o I.”.... 2º Vig... o I.…..... etc., etc.
– 172 —
Todos estes Empr..., depois de prestado o juramento, tomárão posse de seus logares respectivos..
O Ven.". propoz para titulo distinctivo d’esta L.". o de...., o que foi sanccionado. Tambem se escolheu o I. "..... para ser o Representante d’esta L. ". no Gr.". Or, "., o que igualmente foi sanccionado.
Duas Commissões fôrão depois nomeadas: uma para redigir os regulamentos da L.".; e outra par apresentar o quadro dos II.". que compõe a R.'.L.'..... ao Or.". de.... Neuhum I... tendo pedido a Pal..., o Ven.'. fechou os Trab. . na maneira costu
mada, e cada um dos II... se retirou em paz.
— 173 —
MODELO DO QUADRO DA D...
Quadro dos II.…. (sello) que compõe a L.'..... ao O.'. de.....
An.'. da V... L.". 58..... ASSIGNATURA, NOMES,
QUALIDADES,
NASCIMENTO,
•
propria manu.
(O sello, e as assignaturas das P.…. tres
luzes da L...) 15"
— 474 —
MfDDELO PARA CR>
oRTER Do GR.". oa... UMA consTITUIÇAo.
Petição de Constit.".
(Sello da L.".)
Em nome e debaixo dos auspicios do Gr... Or.'. de A L. ". S. - JOAO.
Debaixo do titulo distinctivo de.... AO GR.". OR.". DE...
Saude ! Força ! União ! M.". RR.". 1.".
Animados pelo desejo de trabalhar regu larmente para gloria da Maç.…., e bem geral da humanidade, nós vos pedimos nossa reu nião ao centro commum de todos os Maç.".,
em nos outorgando a Constit.". que regula rise a L.". erigida no Or.'. de...., debaixo
— 175 —
do titulo distinctivo de...., conforme a de
liberação tomada no dia.... mez da V.". L. '. 58.... cujo extracto remettemos junto. Unidos a vós pelos laços da fraternidade, nos empenharemos em merecer a vossa ami
zade, e desde ja nos obrigamos a dar a con tribuição que exigem os vossos regulamen tos. Ao Or.'. de..... dia..... do mez..., do anno 58..... Nós somos P.". N.'.M.'.
Vossos afeiçõados II.".
(Assign.'. das tres Pr... Luzes da L.". -
(Sello) do (Assign.", Arch,", e Secr...)
— 176 –
M O D E L O ÇN3
DE AUTORISAÇAo
PARA O REPRRS.". DE UMAL.'., OU CAP.º. --•+>++>
Extracto do livro (sello) do Arch.". da L.". (o Cap...) debaixo do titulo distinctivo de.....
No dia do.…. mez..., An.….... o I...or..., para satisfazer aos Estat.'. do Gr.". O.º., pedio que se nomeasse um deputado ou Repres... juntô do Gr.". O."
Esta materia sendo posta em deliberação, o scrutinio deu para Representante d’esta L.'. (ou Cap.".) o I.…..... Em consequencia
a L.'. ou (ou Cap...) deu e dá ao I. “..... plenos poderes para obrar em seu nome,
junto do Gr.". Or... de....; em promettendo d’approvar tudo que em seu nome elle tiver promettido ao Gr.". Or.".
(Assign.'. das tres luzes da L.".) (Sello.)
(Assign. do Secr...)
— 177 —
MODELO PARA
PEDIR DIPLOMAS OU BREVES.
A” Gl.'.
do
Gr.".
Arch... do Un.".
(O mesmo preambulo das Const...) O M.'. C.". I.…...., desejando participar
aos Trab.'. da LL.". (ou Cap...) regulares, nos roga de vos pedir para elle um Certifi
cado, que constate a sua qualidade de Maçº. regular. Nós aproveitamo-nos d’esta occa sião para lhe testimunhar nossa amizade, e
vos pedimos que concedais este Certificado ao I.”. (nome, qualidade, nascimento, e idade) recebido membro de nossa L.". ao G.'. de.... no dia.... mez.... anno.....
Nós somos (como no Modelo para as Cons tit.".)
— 178 —
CEREMONIA FUNEBRE e ++@•
Quando uma L.'. tiver de honrar a me moria d'um I.'. defunto, o Ven.'. deve, por uma circular, prevenir e convidar os mais II... a assistirem ao enterro. Além d’isso, o
Ven.'. deverá traçar e endereçar uma pran cha a viuva ou parentes do defunto, na
qual exprima o profundo pezar de todos os II. . por causa de tão grande perda, A cabado o funeral Prof.". deve seguir-se o Maç.". Para isso, o Ven... endereçará uma nova circular aos II.…., em que lhes indi
que o dia e hora da pompa funebre. Além do Templo, são necessarias duas salas para esta ceremonia. A 1° terá armação preta, e serve para re
ceber todos os II..., que tambem devem es tar vestidos de preto. O Ven... fará distribuir os fumos para o luto de cada um dos II.'., e uma espada igualmente ornada com uma garça da mes ma côr.
Quando convier entrar no Templo o Ven.'. o fará annunciar por tres grandes martella das sobre a lamina de bronze.
Todos os II.…. se levántão logo; desen bainhão as espadas: dirigem as pontas para
— 179 —
a terra; arránjão-se em duas Columnas, e seguem o Ven.'., que he precedido por dous Mest.". de Cerem.".
Este cortejo se arranjará em redor do tu mulo, colocado no meio do Templo, o
qual, n'esse dia, deve ser allumiado por tres alampadas. No Oriente pôr-se-hão tres urnas chêas de alcohol, que o Ven... accen
de, sendo accompanhado pelos Vig... Sobre o tumulo estarão postos os attri butos e as insignias do Gr... do defunto; e seus despojos profanos pôr-se hão no as sento que este costumava occupar durante a vida. O Ven... entre os Vig..., e defronte dos
degráos do tumulo, bate tres martelladas com grandes intervallos sobre o bronze, e lembra aos II... por um pathetico discurso o motivo penivel de sua reunião. O I.”. Orad.". pronunciará uma oração funebre,
na qual deverá traçar as virtudes profanas e Maç."., que illustrárão o I.…. defunto. Cada um dos II... tem direito a dissertar
sobre o mesmo objecto. Depois dos discur sos os II.". farão, na mesma ordem, tres voltas em roda do tumulo, sobre o qual vão deitando algumas flores (esta ceremonia he tambem annunciada por tres outras mar telladas).
Todos os II..., a convite do Ven.'., pas
— 180 —
sarão em procissão para a 2° sala. (Dous 11..., do mesmo gr... que o morto, levarão
sobre uma almofada preta as insignias Maç. . do 1. .. defunto, e fecharão o cortejo). N’esta 2° sala estará colocada uma eça; esta será assombrada por cyprestes, cho rões e acacias, e construida de maneira a . poder abrir-se, para se introduizirem n’ella as insignias dos II.". defuntos. Nos muros
da sala e em roda da eça pôr-se-hão algu mas inscripções moraes. O Ven.'. termi nará por uma invocação ao Gr.". Arch.". do Un.'., para que elle se digne lançar so— bre o I.”. todos os seus beneficios do novo mundo.
Os II.…. serão convivados depois pelo Vem... a entrar no Templo, aonde por um
novo discurso lhes lembrará: que o homem sensato deve habituar-se ás privações, e en carar a morte sem susto, quando deixa de pois de si os exemplos de virtude. N. B. Os despojos profanos do I.'. defunto
occupão ordinariamente o seu lugar acostu mado até ás primeiras eleições. Tambem, durante a ceremonia da segunda sala, o tu mulo desapparecerá do Templo, que deve ser mais luzes para o encerramento dos Trab. ". FIM
DO TOMO PRIMEIRO.
TABOA
#
DAS MATERIAS DO TOMO PRIMEIRO,
Pag.
Ensaio historico sobre a Franc-Maçº... , , , , Taboa chronologica da Maç."... . . . . . . . . . . Primeiro gráo... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . -
3
61 67
Pastophoris........................... Ibid.
Segundo grºo........…....…......….
78
Neocoris.............................. Ibid.
Terceiro grºo.......................... 77 Porta da morte, ou melanephoris......... Ibid. Quarto grºo........................... 81
Batalha das sombras, ou christophoris..... Ibid. Is
16
{
— 182 — Pag.
Quinto gráo.......................…...
85
Balahate............................. - Ibid.
Sexto grá0.......…...…...…......... 87 Astronomo defronte da porta dos deoses.... Ibid. Setimo gráo........................... 89
Propheta, ou saphennatpancah, homem que conhece os Myst.…................... 89 Estatutos geraes........................ 101 Noticia sobre os ritos Maç.", mais usados... 109 1° Rit.".Symb......................... Ibid. 2º Rit.". Escocez....................... 3º Rito moderno ou francez...............
110 114
lº Rit.". de Misraim, ou Egypcio.......... 116 Analogia dos Myst.". antigos com os moder nos - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
419
Conclusão geral... .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 Estatutos, ou leis geraes da Franc-Maç.".... 143 1º Estatutos, ou leis geraes da Franc-Maç.", em Inglaterra........................ 145
2º Estatutos, ou leis geraes e particulares da Franc-Maç.". em França............... 3º Estatutos, ou leis geraes da Franc-Maç.".
147
na Belgica...................….....
457
Aº Estatutos, ou leis geraes da Franc-Maç.". na Hollanda.........................
159
Modelo para os estatutos particulares da L.'. 161 Instrucção geral para os Maç.". em L."...... 168
Modelo do processo-verbal da 1° sessão.....
171
Modelo do *# quadro da L….................478 ••
#
— 183 – Pag.
Modelo para obter do Gr.". Or.", uma consti tuição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 174 Modelo de autorisação para a repres.", de uma L.'., ou cap. "..................... . . . 176 Modelo para pedir diplomas ou breves..... 177 Ceremonia Funebre,, , , , , , , , , , , , , , , . . . . .
178
BIBLIOTHE CA MAÇONNICA.
ToMo II.
PARIS, — NA OFFICINA TYPOGRAPHICA DE
Rue François Mirom, 8,
BEAULÉ,
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�§§§jºſ, § 793, Q',\
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BIBLIOTHECA MAçorwNICA, OU
INSTRUCÇÃo CoMPLETA Do FRANC-MAÇON. COMPREHENDENDO
1º A Historia da Maçonnaria desde a mais alta antigui
dade até hoje; 2- O Ritual de todos os gráos da Maçonnaria; 3º A Guia do Architecto; 4º A Maçonnaria d'Adopção;
5° Huma Collecção de Discursos para todos osgráos e fes tas das ordens;
6- Os Estatutos geraes e particulares dos principaes Orien tes da Europa; -
7° Modelos de Correspondencia oficial e ceremonias; 8° Hum Vocabulario Maçonnico. OBRA
DEDICADA AOS ORIENTES LUSITANO E BRA
POR UM CAV.". ROSA-CRUZ, Y
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romo secundo. ,-----<>-999+-
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PARIS, EM CASA DE J. P. AILLAUD, quAI volTAIRE, Nº 11.
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O REGULADOR DO MAÇON.
PRIMEIRO GRÁO OU
6 RÁ o D'A PRENDIZ. -se-999•=>…--
ARCHITECTO
A L. “. d'Aprendiz deve ser forrada d'azul, e allumiada com tres grandes luzes, uma no Oriente do lado do sul, e duas no Occidente dos lados de Norte e Sul.
No Occidente deve haver duas columnas
de bronze, de ordem corinthia, sobre cujos capiteis devem estar tres romãas meias aber tas. No corpo da columna, que fica á direita, entrando-se na L.'., deve haver a letra B, e na que fica á esquerda a letra J. A roda da L. “.. deve haver uma guarni
ção dentada. Deve haver sobre o pavimento quasi no meio da L.·., mas do lado do Oriente, o II,
1
- 2 —
quadro da L.'. desenhado, ou o painel (Vêde a Estampa nº 1).
No Oriente deve pôr-se um docel ver melho com franja de ouro, debaixo do qual está um throno, em que se coloca o presi dente; e diante do throno deve estar um altar, sobre que esteja uma esquadria, um compasso, os estatutos geraes da Ordem, uma espada, e um malho; e tanto o throno como o altar devem estar mais elevados do
que o pavimento sobre um tablado, para o qual se sobe por tres degráos. A” direita do throno, mas abaixo do ta blado, deve estar a mesa do secretario, e a
do I. , Thesoureiro, aquella no Oriente, e
na cabeça da columna do Norte. Em face d’estas duas mesas estão, á esquerda do CSta
throno, a mesa do Orador, e a do I.". Guarda dos sellos, aquella no Oriente, e esta fóra.
No occidente, e diante da columna B, se colloca uma cadeira com uma mesa defronte
para o primeiro Vig.….; e diante da columna J, se colloca outra cadeira e mesa para o
segundo Vig..., e cada Vig... deve ter um malho. Para mais detalhe, no que toca ao
Arch.", vid. os preliminares do gr... d'Ap.".
— 3 —
•
cRÁo D'APRENDIz. -->Q-+----
VENTIERAVE se •••••••
SECÇÃO PRIMEIRA. Preliminares.
Nenhum Profano pode ser admittido an tes da idade de vinte e um annos (1); e deve ser de condição livre e não servil, e senhor da sua pessoa. Um creado, qualquer, não será admittido senão a titulo de Irmão servente.
Nenhum homem, que professe um estado vil e abjecto, deve ser admittido; e raras vezes se receberá um artista, seja elle senhor
de tenda, principalmente nos lugares, aonde os que professão esses misteres não tem cor porações autorisadas por lei. Nunca serão admittidos os obreiros cha *.
mados oficiaes companheiros nas artes e mis ter8S.
*
A admissão d'um Profano não poderá ser concluida senão na terceira sessão, contando se a em que ele tiver sido proposto. (1) Estatutos geraes da Maçonnaria em Franca.
— 4 —
O intervallo entre a proposta e a iniçia ção deverá ser dc tres mezes; mas este inter vallo poderà ser reduzido a quarenta e cinco dias, com tanto que n'este tempo tenhão havido tres reuniões geraes. Todo o Profano admissivel será annun
ciado em particular ao Veneravel em exer cicio por um dos membros da L.".
O mesmo se fará por um Maçon, que qui zer associar-se por filiação. O Veneravel proporá o Profano á Loja reunida, e durante os trabalhos, sem nomear
nem designar de maneira alguma o Irmão que o apresenta : e esta proposta será feita
da maneira seguinte: «Meus II..., o Profano N. . (o nome,
pronome), de tal idade, tal estado, natural de....., residente em..... é proposto, e pede ser iniciado a nossos mysterios, a titulo de membro d'esta Loja; II.". primeiro e se
gundo Vigilantes, annunciai-o nas vossas columnas; convidai os II.". a tomar, d'aqui á primeira reunião, informações ácerca do Profano proposto, para vermos e deliberar mos, se se devem ou não nomear Commis
sarios, que syndiquem d'elle. »
o primeiro Vigilanto diz : 1º VIG.". — « I.'. 2º Vig..., II... que ornais a columna do Meiodia, o Ven... pro
— 5 —
põe o Profano N... » (repete o nome, pro nome, idade, qualidade, moradia, etc.) « para ser iniciado aos nossos mysterios, a titulo de Membro d'esta Loja, e nos convida a tomar, d'aqui á primeira reunião, infor mações ácerca do Profano para vermos e de liberarmos, se se devem ou não nomear Commissarios que syndiquem d'elle. » O 2º Vig... diz:
2° Vig...". — «II..., que ornais a columna do Norte, o Ven... e o I... 1º Vig... nos pro põe, etc.....» Repete a proposta nos mes II1OS terImOS.
Na reunião seguinte se tratará da proposta do Profano, e o Ven.°. dirá : VEN.". — « II... 1° e 2° Vig... convidai os Il.'. a nos darem parte das informações
que poderão tomar ácerca do Profano N..... proposto na ultima sessão. »
Os Vig..., cada um na sua columna, re petem este annuncio.
Se alguns II... tiverem observações a fazer pedem successivamente a palavra, levan tando-se e estendendo a mão.
O Vig..., em cuja columna elles estão, dá uma pancada com o malhete, a que cor
responde o outro Vig... e o Ven... com ou tro pancanda, e o dito Vig... diz : 1"
— 6 —
VIG.". — « Ven.'., um I.", na minha
columna pede a palavra. » O Ven.'. responde : VEN.". — « Meu I.”., dai-lhe a palavra. » Os II.". colocados no Oriente, tendo al gumas observações a fazer, pedirão a palavra aO Ven. ".
Nota. Esta formula de fazer circular por tres todos os annuncios, que se fazem em L.'. é de rigor em todas as circunstancias, e determi
na o caracter essencial dos trabalhos regulares. No caso, em que muitos II. º. péção a pa
lavra concorrentemente, pertence ao Vig... ver quem a pedio primeiro, e annunciá-lo ao Ven. ".
Se ninguem se levanta, o 1.'. 2º Vig... diz em voz baixa ao 1º Vig... : -- « Não ha ob servações na minha columna, e o 1° Vig...". a seu turno e em voz alta diz.
1º VIG.". — « Ven.'., não ha observação alguma nas duas columnas. » O Ven.'. diz :
VEN.". — « I.". Orador, tirai vossas con clusões. »
O 1. ". Orad... levanta-se, e faz as observa
ções que julga a proposito, depois do que espera para ver se suas observações produ zirão outras, e nesse caso deve-se ouvi-las e debatê-las.
Se não ha novas observações, ou se (ha
— 7 —
vendo-as) ellas estão sufficientemente debati das, o Orad.". conclue para que se momêem commissarios que tomem informações sobre o Profano proposto. Se porém a naturera e im portancia das observações determinarem o Orad... a pensar que se não devem nomear Commissarios, elle deve concluir n’esse sen tido; mas tanto em um como em outro cazo o Ven.", ordenará o escrutinio na forma se
guinte. VEN.". — «I.". 1º Vig..., fazei saber pelo
I.". Mest.". de Cer... o numero dos votantes, e mandai destribuir o escrutinio. »
O 2º Vig..., tendo recebido esta ordem do 1º Vig..., a passa ao I.". Mest.". de Cer...,
que destribue a cada I.…. uma bola branca e outra preta, e dá ao 1º Vig... conta do numero dos votantes. O 1° Vig... repete-o a O Ven.".
Nota. Os Visitadores teem direito de votar, visto que se trata de dar um I.". & Ordem inteira. Então diz o Ven.'.
* *
*
*
VEN.…. — «II.'. 1° e 2° Vig..., anhunciai nas vossas columnas que se vai correr o es crutinio sobre as conclusões do 1... Orad.".
as quaes tendem a que se nomêem (ou não nomêem) Commissarios (segundo as conclu
sões que se tirárão) para tomar especialmente
— 8 —
-
informações sobre o Profanão proposto; as bolas brancas approvão as conclusões do Orad.'., e a pretas reprovão. » O I.'. 1º Vig... dá uma pancada de ma lhete, e diz : 1º VIG... — I.'. 2º Vig..., II... que or mais a columna do Meiodia, vai correr o es +
crutinio, etc..... »
. O I.'. 2º Vig... dá uma pancada tambem, e repete o mesmo annuncio. Um Exp. "., ou em sua ausencia, um Ir.'. nomeado para isso, levanta o escrutinio pela ordem seguinte: apresenta a urna ao Ven.". aos Vig..., ao Orad..., depois aos II.". que estão no Oriente, d’ahi aos que estão na co lumna do Meiodia, depois aos da columna do Norte, e, tendo deitado a sua bola, leva a urna ao Ven. "., que, antes de a abrir, chama um 2° Exp.…. para com o 1º estar presente ao escrutinio: abre a urna, com para o numero das bolas com o dos votantes, o qual deve ter sido annunciado, e um e outro devem ser iguaes. Se se acha mais ou
menos bolas do que os votantes que ha, o escrutinio é nullo, e deve-se correr de novo: se escrutinio é igual e exacto, o Ven.'. dá uma pancada, que os Vig... repetem, e annuncia o resultado : se os v t são unanimes, o Ven.", diz :
— 9 —
VEN.…. — « II.'. 1º e 2° Vig..., annunciam
nas vossas columnas que as conclusões do .…. Orad... fôrão adoptadas á unanimidade, e que se vão nomear commissarios encarre
gados de tirar informações mais particulares á- cerca do Profano proposto. Convidai ao mesmo tempo os II. ". a se unirem a mim
para applaudir. Se o escrutinio mostrar que se uão de vem nomear Commissarios, o Ven.", fará o annuncio, e não o fará applaudir. O I.". 1º Vig... diz :
1º VIG.". -- « 2° Vig..., II.…. da columna do Meiodia, o escrutinio adoptou á unanimi dade as conclusões do I.". Orad...; em con sequencia vai-se nomear Commissarios, etc. O Ven.°. vos convida a nos unirmos a elle
para applaudir. » O 2º Vig... faz o mesmo annuncio; e então o Ven.'. diz:
VEN. ". — « A mim, meus II.". »
Todos os II. ". ao mesmo tempo applau dem pela bateria de duas pancadas precipi tadas e uma mais demorada o, o, o, repetidas tres vezes; e terminadas por um triplicado viva. O Ven, ". momêa secretamente tres Com
missarios entre os II. "., tanto presentes COmO àUSenteS,
— 10 —
Na reunião seguinte, o I.". Mest.". de Cer. "., por ordem do Ven.'., fará correr no
Oriente e nas duas columnas um sacco, que se chama sacco das proposições, apresen tando-o a todos os II.". successivamente; e todos são obrigados a metter n’elle a mão, como se n’elle se quizesse lan çar alguma couza sem ser appercebido: d’esta fórma, os II.", nomeados commissa rios na sessão antecedente terão a facilidade
de deitar seu relatorio por escripto, sem que ninguem o perceba. Este relatorio pode ser escripto em um pedaço de papel dobrado de modo que se o não veja na mão; e assim
os Commissarios ficão ignorados. Não é pre ciso que estes relatorios sejão assignados, e
basta que n'elles se indique o Profano pro posto pela letra inicial do seu nome. O I.". Secretario não fará, na acta dos
trabalhos do dia , em que a proposta tiver sido feita, e os Commissarios nomeados, senão uma menção geral d'um Profano pro
posto, sem indicação do nome, sobre nome, qualidade, idade, naturalidade e residencia do Profano, mas assentará em uma folha sepa rada, timbrada, sellada, e revestida de tres assignaturas ao menos o nome, sobre nome, etc... do Profano, e n’ella escreverá tudo o
que lhe disser respeito, como nomeação de
— 11 –
Commissarios, seus relatorios, escruti
nio, etc., até ao momento da sua admissão, se tiver lugar; e neste caso transcreverá
para o livro d'architectura tudo o que tiver sido escripto nas folhas avulsas.
As informações, que cada membro da L.". é convidado a tomar, e mais particularmente os Commissarios, devem ter por objecto não
sómente a vida e costumes do proposto, mas tambem o conhecer a indole do seu caracter, a natureza de suas inclinações habituaes, de seus defeitos, e sobre tudo se elle tem al guns vicios, que possão ser uma razão suf ficiente para o não admittir. Se o relatorio dos tres commissarios é fa
voravel, ou se dos tres dous o são, o Ven.". diz :
VEN.". «Meus II."., na reunião de..... o
Profano N..... foi proposto para ser iniciado aos nossos mysterios; eu nomêei, em con sequencia do escrutinio, tres Commissarios para as informações necessarias. Estes tres II.…. fizérão seu relatorio, e d’elle resulta
que a L... fará um boa acquisição admittindo o Profano; o qual persiste no desejo de ser recebido. II. . 1° e 2° Vig..., proponde o Profano N..... aos II.'. de vossas columnas, e perguntai-lhes se elles teem observações a fazer.»
— 12 —
Os 11.". 1° e 2° Vig.…. fazem o annuncio; se ha observações, escutar-se hão; e por fim o Orad.". conclue. O I. ". Mest.". de Cer... distribue o escru
tinio, seguindo a mesma ordem que da pri meira vez.
> Um I.". Exp... levanta-se, e leva ao Ven.'., que conta os votos em presença d'um se gundo Exp...; se o escrutinio é unanime, dá conta d’isso á L.'. e applaude-se; e então o I.". Secret.". escreve na prancha do dia
tudo o que tinha traçado em folhas avulsas. Se o escrutinio apresenta tres bolas pretas ou mais, o Profano é rejeitado sem remedio,
e queimão-se as folhas avulsas; mas se elle offerece só uma ou duas bolas pretas, assim se o mencionará nas ditas folhas, e a pro posta será addiada para a seguinte reunião ordinaria.
Se n'esta quinta reunião o escrutinio não offerece mais do que uma bola preta, o Ven.'.
convidará e fará convidar pelos Vig..., em voz alta, o I. . que deitou a bola preta a dar lhe parte, fóra da L... e debaixo do sello do segredo maçonnico, dos motivos da sua op posição. •
•
Nesta conferencia secreta, o Ven.'. jul gará da importancia dos motivos da opposi cão, e se os acha de pouco peso trabalhará
— 13 —
por obter que o I.'. que se oppõe desista d'elles, sem com tudo constrangê-lo a isso debaixo de nenhum pretexto. Em fim se em uma ultima sessão o escru
tinio oferece ainda uma bola preta, o Profano será recusado.
Se os motivos da opposição não tiverem outra causa que alguns estatutos ou regula mentos geraes particulares á L.'., o que se oppõe, poder-se-ha levantar, pedir a pala
vra, e deduzi-los, a fim de que a L.'. deli
"bere sobre elles: e o que se decidir depois das conclusões do 1... Orad... á pluralidade de votos, por escrutinio na forma ordina ria, será executado. Se o I."., que se oppõe á admissão, não quizer deduzir suas razões ao Ven.'., ou porque tema crear um inimigo, ou porque tivesse repugnancia em se ligar com o Pro fano proposto, poderá abster-se de se fazer conhecer ao Ven.'., e esperará o ultimo es crutinio, em que se determina que uma bola preta exclue o Profano. A L.'. n’este cazo deve preferir conservar um membro, cujo caracter, talento e quali
dades lhe são conhecidas, a adquirir um estranho que lhe é desconhecido.
II»
2
- 14 —
SEGUNDA SECÇÃO. REcErção. -
Primeiro preliminar.
Todos os membros da L.'. devem ter sido
convocados para o dia da reunião indicada pelo Ven...; nas cartas de convocação (que se chamão tambem pranchas) deve indicar
se a recepção ao primeiro gráo. Nenhum I... deve faltar á reunião sem
um motivo legitimo, tal como negocios ci vis, dever do estado, etc. Se algum falta deve desculpar-se perante a L.", por uma
prancha enviada ao I.". Secret.'., sem o que elle será obrigado a pagar uma multa em beneficio dos pobres.
Segundo preliminar. O Profano aspirante deve ser conduzido á porta do local, ao menos uma meia hora antes da abertura dos trabalhos, pelo I." que o tiver proposto. Esta porta será, se possivel fôr, differente da entrada ordina
ria; e ali o I.…. se despedirá do Aspirante, como se se retirasse inteiramente.
O I.”. Preparador tomará conta do Pro
— 15 —
fano, não tendo ainda chegado a hora d'abrir os trabalhos, e conduzi-lo-ha a um lugar secreto, aonde ele não possa conversar com ninguem, nem ver nem reconhecer pessoa
alguma. O Preparador mostrará um exterior se vero sem rudeza, evitará toda a conversação possivel, e responderá brevemente, e mys
teriosamente ás perguntas que se lhe fize rem, de maneira a tirar-lhe o desejo de fa ZCIT OUltraS,
Uma meia hora, pouco mais ou menos, antes da abertura dos trabalhos, o I.". Pre parado conduzirá o Profano á sala das re flexões. Esta sala deve ser fechada aos raios
do dia, e allumiada por uma só alampada: as paredes devem ser forradas de preto e pintadas de emblemas funebres, a fim de inspirar o recolhimento, a tristeza e o medo: sentenças d’uma moral pura, e maximas
d’uma philosophia austera serão traçadas d’uma maneira bem legivel nas paredes ou em caxilhos, e suspensas em diversos luga res do quarto; uma caveira, e mesmo um esqueleto, sendo possivel ter um, farão tra zer á memoria o nada das couzas humanas.
Não deve haver n’esta sala mais do que uma cadeira, uma mesa, um pão, um vaso,
ou copo cheio d’agoa de beber, sal e enxofre
— 16 —
em dois pequenos vasos, papel, pennas e tinta.
Em cima da mesa devem estar represen tados um gallo e um relogio d'arêa e de baixo d'estes emblemas estas palavras es criptas: Vigilancia e Perseverança. Inscripções.
Se a curiosidade te conduzio aqui, vai-te embora.
Se temes ser esclarecido sobre teus defeitos viverás mal entre nós.
Se és capaz de dissimulação, treme, ler se-ha em teu peito. Se estimas as distincções humanas, sáhe; nós não as conhecemos aqui.
Se tua alma se amedrontou, não vás mais longe.
Se perseveras, tu serás purificado pelos
elementos,
sahirás do abismo das trevas, e tu verás a luz.
Deve-se deixar o Profano algum tempo só na sala das reflexões; depois do que, o I.". Preparador lhe dará por escripto as ques tões seguintes, ou outras semelhantes, a resolver por escripto. Qual é o dever do homem de bem para comsigo mesmo?
— 17 —
Qual é o seu dever para com seus seme lhantes?
Que deve elle á sua patria? No papel em que estas questões se apre sentarem deve se deixar d’uma á outra um
espaço suficiente para conter as respostas que o Profano lhes podér dar. Estando os II.". reunidos no local, e re vestidos (1) e condecorados, o Ven.'. dá uma pancada com o malhete para chamar aos trabalhos, cada um se colloca e fica em pé, e o Ven. ". diz: Abertura dos Trabalhos.
P. — º I.'. 1º Vig..., sois-vós Maçon ? » R. — « Todos os meus II.". me reconhe
cem por tal. 1 P. — «Qual é o primeiro dever dos Vig... em L. . ? » •
R. — « O de se assegurar se a L.". está exterior e interiormente coberta. »
Nota. Isto é, que é preciso que a porta do Templo esteja fechada, e que não haja Profano algum na sala dos passos-perdidos, que possa escutar na porta. VEN. ". — « Mandai ver, meu 1.'., se a L.". está exterior e interiormente coberta. »
O 1º Vig... diz ao 2º: (1) Esta palavra quer dizer com seus aventaes. 2*
— 18 —
1º Vic.". — «I.'. 2" Vig..., mandai ver se a L.". está coberta. »
O I.'. 2º Vig... diz: 2º VIG.….— « I... Exp.'., ou I.”. Cobri dor, fazei vosso dever. » Então o I.". Exp... com a espada na mão, abre a porta do Templo, tira a chave da porta, e põe-na sobre a mesa que está diante do 2º Vig..., ordena ao I.". Terrivel que véle na guarda do Templo de que elle deve
ser responsavel: fecha a porta e se coloca na entrada interior do portico, com a es
pada na mão; depois disto feito, o I.”. Exp, '. diz em voz baixa ao 2º Vig... que os trabalhos estão cobertos. O 2º Vig.". re peie-o ao 1º, que diz em voz alta: 1º VIG.". -- « Ven.'., os trabalhos estão exterior e interiormente cobertos. » O Ven.'. diz:
VEN.". — « A ordem, meus II..., º e ac CreSCenta .
P. — «I.'. 1º Vig..., qual é o segundo dever d'um Vig... em L.*.?»
R. — « Assegurar se todos os II... estão á ordem. »
P. -- «Estão-elles com efeito á ordem?»
O 2º Vig... diz ao 1º: 2º VIG.". — « 1.'. 1º Vig..., na columna do Norte todos os II... estão á ordem. »
— 19 —
1º VIG.'. diz em voz alta: «Todos os II.". estão á ordem em uma o outra columna. »
P. — «A que horas abrem os MM... os seus trabalhos? » R. — « Ao Meiodia. »
P. — « Que horas são, I.'. 2º Vig.….? » R. — « Meiodia. O Ven.'. continua:
» Poisque é a hora, em que nós devemos
abrir nossos trabalhos, II... 1° e 2" Vig..., convidai os II. . d’uma e outra columna a
se unirem a mim para abrir os trabalhos da R.". L. '. de...., Oriente de.... no gráo
d’Aprendiz. » O 1º Vig... diz: 1º Vig...". — « I.'. 2º Vig..., II, …. da co lumna do Meiodia, o Ven.'. nos convida a
nos unirmos a elle, para abrirmos os tra balhos da R.'.L.'. de.….., Oriente de...", no gráo d’Aprendiz. » O 2° Vig...", faz o mesmo annuncio; e o
Ven.'. dá sobre o altar as tres pancadas mysteriosas..., que os II... Vig... repetem, depois do que o Ven.'. diz: VEN.". — « A mim, meus II.…. » Todos os 11... tendo os olhos fixos no Ven.'., fa zem o sinal d’Aprendiz, e applaudem pela bateria ordinaria: em fim o Ven.'. diz:
— 20 —
VEN... — « Meus II..., os trabalhos estão abertos, tomai os vossos lugares. » Os Vig... repetem o que o Ven.'. acaba de dizer, e todos se assentão.
O Ven.'. diz depois: VEN.". — « I.". Secret.º., fazei-nos a lei
tura da prancha traçada em nossos ultimos trabalhos.
« II... 1º e 2° Vig..., convidai os II.". a prestarem a devida attenção a esta leitura. » Os Vig . repetem o convite, e o Secret. ". faz a leitura da prancha. Nota. A prancha deve necessariamente conter todas as deliberações, que tivérão lugar, e as propostas que se fizérão durante o curso dos trabalhos.
Por muito exercido que seja o I.". Se cret.", por muita attenção que elle preste, é dificil que esta prancha seja redigida de maneira a sustentar uma leitura reflec
tida; além disso, é possivel que se tenha passado um facto, que tenha sido mencio nado, e sobre o qual a L ". assente depois que não deve ser mencionado na prancha; estas, como outras cousas occasiónão neces sariamente borraduras, citações, etc. Para evitar isto seria conveniente que o I.". Se cret... não traçasse, durante os trabalhos,
mais que um esbôço que ele pode corrigir
— 21 —
e riscar, segundo as eircunstancias, com tanto que elle ponha depois em limpo toda
a prancha, depois de emmendada, no regis tro, que deve haver destinado para este uso: O Secret... servir-se-ha pois para o esbôço de folhas de papel timbradas com o sello da L.'. No fim dos trabalhos o I.". Sec.". fará a leitura d’este esbôço, para que cada um possa indicar as correcções que ele jul
gar deverem-se fazer; e estas correcções terão por fim sómente expôr com maior exactidão e clareza o que se tiver passado
durante os trabalhos; e comprovar legal mente o que se tiver assentado sobre aquelle esbôço, que o 1.". Secret... fará assignar pelo Ven... e I.". Orad...; e em quanto que o
I.". Secret... faz a leitura da redacção so bre o registro, o I.". Orad... confrontará o que elle fôr lendo com o esbôço, que deve ter debaixo dos olhos, afim de se assegurar de que na redacção o I...Sec. .. não mudou
nem omittio nenhuma das deliberações da reunião antecedente.
Acabada a leitura o I.". Orad.'. deve, em
alta voz, dar parte das alterações ou omis sões, que notou, se não notou alguma diz: ORAD.". — « Ven..., a prancha está com forme com o esbôço. »
Como é possivel que outros II... notem
— 22 —
alguma couza essencial que se deva corrigir, o Ven.'. diz:
VEN... — « II... 1° e 2° Vig..., convidai os II.…. d’uma e outra columna, a fazer suas
observações a respeito da redacção da pran cha traçada na ultima reunião, cuja leitura acabárão de ouvir. »
Os Vig... fazem o annuncio.
Nota. As observações não podem recahir senão sobre a maneira, com que a prancha está redigida: porque não se pode fazer mu
dar cousa alguma do que foi irrevogavel mente approvado na sessão antecedente. Se algum I.…. tem observações a fazer,
levanta-se, pede a palavra, e depois de a ter obtido, deduz suas observações, que se discutem para se lhes dar a consideração que merecerem.
Se não ha observações, os Vig... o an nuncião, e o Ven.'. diz:
VEN.° — «II.'. 1° e 2° Vig..., convidai os II.'. d’uma e outra columna a se unirem
a mim para dar a sancção á prancha dos nossos ultimos trabalhos. »
Os Vig... fazem o annuncio; e o Vem.". diz :
VEN. ". — «A mim, meus II.". »
Todos applaudem da maneira acostu mada.
— 23 —
Quando se apresentão II.". Visitadores, não devem ser introduzidos, senão depois da leitura da prancha a fim de que, se a prancha contém algumas correcções fra ternaes contra os II.….. nenhum Visitador
tenha d’ellas conhecimento, nem tão pouco d'alguma contestação, que tivesse havido nos ultimos trabalhos, ou de discussão so.
bre materia que deva só ficar concentrada entre os II.". da L.".
Havendo Visitadores na sala dos passos perdidos, o I.". Mest... de Cer.'. deve par ticipa-lo ao I.'. 2º Vig... que dá uma pan
cada para pedir attenção, e o participa igualmente em voz baixa ao I.'. 1º Vig..., que dando uma pancada a que o Ven.'. deve corresponder, diz-lhe: 1º Vic.". — « Ven.'., na sala dos Passos Perdidos, ha II..., que pedem ser admitti dos nossos trabalhos. » O Ven. ". diz:
VEN.". — « I.'. 2º Vig..., convidai o I.". 1° Experto a se informar sobre quem são es ses II.'., pedindo-lhes seus nomes, os de suas LL.'., seus certificados, e reconhe cendo-os para ver se são aptos a tomar parte nos trabalhos do gráo. » O I.'. 2° Vig... encarrega o I.". Exp.". d’esta commissão. Este sábe, interrogato
— 24 —
dos os II... um depois do outro, e em par ticular, toma por escripto seus nomes, o de suas LL.'., e recebe seus certificados.
Bate á porta pela bateria do gráo, o I.”. Cobridor responde da mesma fórma, e o I.”.
Exp... replica da mesma maneira : então o I.”. Cobridor adverte o I.'. 1º Vig..., que o diz em voz alta ao Ven.'. depois de ter dado uma pancada com o malhete: e o Ven.'. diz:
VEN.". — «Meu I.'., fazei ver quem bate;
se fôr um Membro da L.'., dê-se-lhe a en trada, dépois d'elle ter dado as palavras de passe e da ordem. » O 1º Vig... repete esta ordem ao I.”. Co
bridor, o qual abre a porta; introduz o I.”. Exp.'., se é elle que tinha batido, e fecha
a porta; se é um Membro da L.'., o I.”. Co bridor o participa ao I. . 2° Vig. "., que diz em voz alta: º E o I.". N...., Ven.". » Aquelle que entra deve dar os tres passos
d’Aprendiz, pôe-se á ordem entre os dous Vig..., e espera que o Ven... o mande sen tar-SC.
Se é o I.". Exp... coloca-se entre os dous
Vig... pede a palavra, e depois de a ter ob tido, dá conta da sua missão, e entrega os certificados ao I.". Mest.". de Cer."., que os leva ao Ven.".
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•
E boa cautella fazer que os II.". Visita dores assignem os seus nomes em um papel á parte, a fim de que se possa confrontar
estas assignaturas com as que devem estar feitas nos seus certificados.
Se não ha difficuldade, o Ven... ordena que se lhes dê entrada. No instante em que elles entrão no Templo, o I.”. Exp... lhes pede a palavra annual, ou do semetre, que elles dão em voz baixa, para os receber, todos os II... se põe em pé e á ordem. Quando estão introduzidos, o Ven.'. lhes dirige a palavra, testemunhando-lhes o
prazer que causão aos II... da L.". indo-os elles visitar; convida-os depois a tomarem assento nas columnas, aonde o I.". Mest.". de Cer... os coduz.
Se entre os Visitadores ha Veneraveis de
L.'., uma deputação de L.'., um dos tres grandes oficiaes da Ordem, ou algum ofi cial em exercicio no seguinte. G.". O.'., serão intro duzidos da maneira
Para um Ven.'., uma deputação de L.'., ou um oficial do G., O.'. deputar-se-ha
para os receber á porta do Templo, tres II.". precedidos do I.”. Mest... de Cer.'., e receber-se-os-ha com a espada na mão ... Para o G.". Vem... do Gr. O.º., a deputação
será de nove, precèdidos do Mest.". de Cer.". lI•
3
•
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Para um Grão-Mestre d'um Or.". estran
geiro, sete II.". Quando estes II.…. tiverem chegado entre os Vig... (e no instante da sua introducção, o Ven... e os Vig... darão tres vezes nove pancadas com o malhete, depois das quaes o Ven.'. dará uma maior para obter silen
cio), o Ven.'. lhes dirigirá um cumprimento de felicitão em nome da L.'., pelo favor que ella d'elles recebe, e os convidará a toma
rem lugar no Oriente, aonde o Mest.". de Cer... os deve conduzir. Os II... que os ac companhão fôrmão a abobada de aço, e os outros II... estão em pé, á ordem e com a espada na mão. O Ven... só oferece o seu malhete aos
tres grandes Oficiaes da Ordem. Quando os II.". Visitadores tiverem tomado lugar, o Ven.'. dirá aos Il.'. Vig... que convidem os II.". da L.". e outros a se reunir a elle
para applaudirem a presença d’estes II.".
Os Vig... fazem o annuncio, e depois ap plaude-se pela bateria do uso. Se elles agradecem, deve se cobrir seu
applauso, segundo a ordem que der o Ven.'. Os II.". distinctos por suas qualidades maçonnicas, ou por suas dignidades na Or dem são os ultimos introduzidos, de ma
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neira que o mais qualificado é o que se in troduz por ultimo. Quando todo o ceremonial está acabado, o Ven.'. diz:
VEN.". — « Assentemo-nos, meus II.". »
Os Vig... o repetem, e o Ven.'. accre SC8Ilta :
VEN.". — «Meus II.…., por dous escru tinios unanimes vós admittistes o Profano
N..... a se apresentar para ser iniciado a nossos mysterios; se não ha nova opposi ção, eu vos peço que testemunheis de novo vosso consentimento da maneira acostu mada. »
Os Vig... repetem o annuncio; e todos os II.'., em sinal de seu consentimento le vantão a mão, e a deixão cahir sobre seu avental; (em algumas LL... a deixão cahir sobre a coxa). Se ha alguma nova opposição, dever-se ha discutir; e não havendo, o Ven.'. diz: VEN.". — « I.". Mest.". de Cer..., adverti, pelo I.". Ter..., o I.”. Preparador que a L.", espera a conta que elle está encarre gado de lhe dar. » O I.”. Preparador, sendo advertido, bate á porta da maneira acima detalhada, e que se observa em todas as circunstancias. Dá
conta das disposições do Candidato, e en
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trega ao I.". Mest... de Cer..., que o leva ao Ven.'., o papel em que estão as tres ques tões que se lhe propoz, com as respostas que elle deu; e o Ven.'. diz: VEN.". — « I.". Preparador, ide pôr o Candidato no estado que se requer: fazei
que se me traga sua espada (se elle tem) e SCUS metaeS. »
Durante a preparação, o Ven.'. lê em voz
alta as respostas, que o Candidato deu ás questões que se lhe propoz. Tartando muito a chegada do Candidato, o Ven.. pode man dar fazer a leitura dos regulamentos da L.'., e esta leitura será interrompida á primeira pancada de malhete.
O I.". Preparador, de volta ao pé do Can didato, lhe fará observações sobre a impor tancia do seu passo; quando estiver certo da sua resolução, cessará de lhe falar, si mulando mesmo um silencio mysterioso, e
não respondendo mais a nenhuma das suas perguntas. Faz-se sahir o Candidato da sala das re
flexões, e põe-se o no estado em que elle deve entrar em L.'., isto é, sem chapeo, os olhos vendados com o maior cuidado, em
camisa (1); o braço e o peito esquerdo des (1) Se a estação for rigorosa, pode-se cobrir candidato com um capote. ! !
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cobertos, sem ligas, o joelho direito nu, o sapato esquerdo de chinela: é préciso que o Candidato não leve comsigo nem ouro, nem prata, nem relogio, nem fivelas, nem outra qualquer prenda nem metaes. O I.". Preparador deve levar á L.'. os me taes, prendas, espada, etc. do Candidato; bate á porta da L.'., entrega-os ao I.". Mest.". de Cer."., que os leva ao Ven.'., volta ao pé do Candidato, condu-lo á porta
da L.'., na qual deve bater por tres grandes pancadas irregulares.
O 2° Vig... dá uma pancada e diz ao 1º Vig...". •
2º Vie.". — «I.'. 1º Vig... batem á porta do Templo, como Profano. »
O I.". 1º Vig... dá tambem uma pancada, e faz o annuncio ao Ven.'., que dando a seu turno uma pancada diz: VEN.". — « Vêde quem bate d'uma ma neira tão estranha. »
O 1º Vig... di-lo ao 2º, e este ao 1.. Co.
bridor, que abrindo um pouco a porta, per gunta em um tom enfadado quem bate d’uma maneira tão estranha?
O I.". Preparador ou Exp.'., sem deixar o Candidato, diz: « É um Profano que pede ser recebido Maçon. » O. I.”. Cobridor fecha a porta um pouco 3º
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rudemente, faz o annuncio ao 2º Vig..., que o repete ao 1º, o qual o diz ao Ven.'. Nota. E' de absoluta necessidade obser
var todas estas formalidades, para augmen
tar o embaraço do Candidato, O Ven. ". diz:
VEN... — « Perguntai ao Profano, que ousa perturbar-nos nos nossos augustos mys terios, seu nome, sobre-nome, idade, natu ralidade, sua qualidade, e residencia? Per
guntai-lhe o que exige de nós, e qual é sua vontade?»
O I.". Cobridor abre um pouco a porta, e faz todas estas perguntas, a que o I.”. Pre
parador responde, e o I.”. Cobridor que é o I.. Exp.….) as refere ao I.'. 2º Vig..., este ao 1º; que as repete ao Ven.", e em alta voz. O Ven. ". diz: VEN.". — « Fazei-o entrar. »
Então abrem-se as portas com grande es trondo, de modo a fazer crer que se correm pesados ferrolhos.
O I.”. Preparador leva o Candidato pelas mãos ambas, leva-o até entre os dous Vig.'., as portas fechão-se com estrondo, correm se os ferrolhos, e n'este instante o 1... Pre parador diz: « Eu vo-lo entrego, não res pondo mais por elle.
Os II.", Vig.'., sem largarem seus malhe •
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-tes deixão seus lugares, aproximão-se do Profano, pegão, cada um, em sua mão, e
depois d'alguns instantes de silencio, o 1° Vig... diz : 1° Vig... — « Ven.'., eis o Profano. » O Ven.'. diz:
VEN... — « Senhor N.... as primeiras qua
lidades, que exigimos, para ser admittido entre nós, e sem as quaes não se pode ser iniciado a nossos mysterios, são: a maior sinceridade, uma docilidade absoluta, e uma • constancia a toda a prova. Vossas respostas
ás perguntas que vou fazer-vos, farão conhe cer o que devemos pensar de vós. »
P. — «Qual é vosso designio apresentan. do-vos aqui? » Que vos inspirou este desejo?
» A curiosidade não foi o que principal mente excitou esse desejo? » O Ven.'. deve esperar as repostas do Can
didato, e faz-lhe objecções analogas ao ge nero do seu talento e caracter.
P. — « Que idêa fazeis vós da Maçonna ria ?
«Respondei com franqueza, e sede sobre tudo verdadeiro. »
(Esperão-se suas respostas.) P. — « Estais prompto a sofrer as pro
vas, por que deveis passar?»
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(Esperão-se suas respostas.) P. —º Sabeis que obrigações se contra hem entre nós?
» Quem vos apresentou aqui? » Conheceis vós essa pessoa por um Fran Maçon? » Não vos prevenio elle de nada do que fa
zem os Fran-Mações? » Como podeis vós desejar conhecer o de
que vós dizeis não ter idêa alguma? » Que reflexões occasionárão em vós os objectos, que se offerecêrão a vossos olhos no quarto, em que vos encerrárão á vossa chegada? »
P. — « Que pensáis-vós do estado, em que vós estais actualmente? que idêa for mais d'uma sociedade, em que se exige que o Candidato seja apresentado d’uma maneira
que deve parecer-vos bem singular? Outra vez vos digo, sede verdadeiro em vossas res postas, nós lemos em vosso coração. »
P. — e Vossa confiança e o passo que acabais de dar não vos denotão alguma li geireza? » P.—— « Não temeis vós que nós abusemos do estado de fraqueza e cegueira a que vos deixastes reduzir? Sem armas, sem defeza, e quasi nu, vos entregais a pessoas que não co mheceis. »
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A cada pergunta, o Ven.". espera a res posta, para insistir e augmentar o embaraço, segundo o que o Profano responde. Depois d'estas perguntas o Ven.'. diz:
« Nós vamos fazer-vos passar por expe riencias indispensaveis, eu vos previno que se no curso d'estas experiencias a coragem e a força, que vos serão necessarias para as supportar, vierem a faltar-vos, vós sereis sempre livre de vos retirar : estas provas são todas mysteriosas, emblematicas; pres
tai-lhes toda a attenção de que vós sois capaz. »
Depois d'alguns instantes do mais pro fundo silencio, o Ven.'. diz : VEN.". — I.". Exp.e., conduzi este senhor a fazer a primeira viagem. » Os Vig... voltão a seus lugares. O I.". Exp... pega nas duas mãos do Can didato, fa-lo viajar partindo do Occidente, aonde elle está, passando pela columna do Norte, do Norte ao Oriente, do Oriente ao Meiodia, e de lá ao Occidente, entre os dois Vig ..., aonde as viagens se termínão. O I.”. Exp..., durante esta viagem, mar cha para traz.
A primeira viagem deve ser a mais diffi cil, deve fazer-se a pequenos passos, muito lentamente, e d’uma marcha muito irregular
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Deve-se tirar todo o partido possivel da disposição do local para tornar esta viagem penosa, por meio de obstaculos e difficul dades preparadas com arte, sem com tudo empregar meio algum que possa molestar ou incommodar o Candidato; deve-se fazer que umas vezes elle marche a passos lentos, ou tras um pouco mais depressa: deve-se faze
lo abaixar de tempos em tempos, como para passar em um subterraneo; e dar passadas
largas como para saltar um fosso; em fim
deve se fazer que ele marche em zig-zag, de sorte que elle não possa julgar da natureza do terreno que corre.
Durante esta viagem deve-se imitar a queda da saraiva e a trovoada, afim de im primir na alma do Candidato algum senti mento de temor. Quando o Candidato está de volta ao Occidente, o 2º Vig... dá uma pancada e diz: 2º VIG.". — « Ven, “.., a primeira viagem está feita. » O Ven.'. diz :
VEN, . — « Senhor N... que nostastes vós n'esta primeira viagem que acabastes de fa: zer? »
Depois da resposta o Ven.", diz : VEN.". — « Esta primeira viagem é o em blema da vida humana : o tumulto das
paixões, o choque dos diversos interesses, a difficuldade das emprezas, os obstaculos
que multiplicão sobre vossos passos concor rontes empenhados em vos desgostar, tudo
isto é figurado pelo ruido e fragor que ferí rão vossos ouvidos, pela desigualdade da es trada que passastes? » O Ven... accressenta, dirigindo-se ao I.”. Exp.". VeN.…. --— « I.". Exp.º., conduzi este se nhor a fazer sua segunda viagem. » A segunda viagem deve ser feita a pas sos menos lentos, e um pouco maiores; não deve ser notavel senão por repetidos es trepitos e tinnidos de espadas que devem ferir os ouvidos do Candidato. De volta ao
Occidente, o 1, . Preparador mergulhará o braço nu do Candidato em um vaso cheio
d'agua, que se terá o cuidado de colocar naquelle lugar; depois elle dirá: « Ven.'., a segunda viagem está feita. » -
O Ven.", diz :
VFN.". — « Que reflexões esta
viagem
fez
nascer em vosso espirito? »
Depois d’uma reposta qualquer, o Ven." diz :
VEN.". — « Vos devestes notar n’esta via
gem menos difficuldades e embaraço que na primeira; nós quizémos tornar sensivel a
vosso espirito o efeito da constancia em se guir o caminho da virtude; quanto mais n'elle se avança, mais agradavel elle se torna. « Estes tinnidos d'armas, que vós ouvistes
no curso d'esta viagem, figurão os combates que o homem virtuoso deve estar de conti
nuo obrigado a sustentar para triunfar dos ataques do vicio.
» Vós fostes purificado pela agoa : resta vos ainda a passar por outras experiencias, armai-vos de corragem para as supportar até o fim.
» 1.". Exp. , conduzi o Candidato a fazer a terceira viagem.» Esta terceira viagem deve ser feita a
grandes passos, com liberdade, mas sem precipitação, pouco mais ou menos como a marcha em um passeio. Seguir-se-ha o Can didato, sacudindo a alguma distancia d’ella
uma tocha, que produza uma grande chamma, tendo-se com tudo o cuidado
que esta chamma não possa fazer-lhe mal algum. Estando o Candidato de volta ao Occi
dente, o 2° Vig... dá uma pancada e diz : 2º Vig... — « Ven..., a terceira viagem está feita. »
O Ven.'. diz : VEN... — « Senhor N...., vós deveis ter
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notado que esta viagem foi ainda menos pe nosa que a precedente; as chammas, por que
vós passastes, são o complemento da vossa purifição: possa o fogo material de que vós fostes rodeado, accender para sempre em vosso coração o amor de vossos semelhantes! Que a caridade presida a vossas palavras e a vossas acções, e não esqueçais jamais este preceito d’uma moral sublime, d’uma mo
ral commum a todas as nações: Não fa ças a outrem o que não quererias que se te fizesse. « A constancia, que vós acabais de mos trar em vossas tres viagens, nos faz esperar
que vós supportareis da mesma fórma as experiencias, por que vós tendes ainda a
passar. Persistis-vós, ou não? » Depois da sua resposta o Ven.'. diz: VEN.". — « Senhor N...., uma das vir
tudes, cuja pratica nos é mais cara, a que nos aproxima mais do Autor do nosso ser, é a beneficencia: os metaes, de que se des
pojou são o emblema dos vicios; podeis vós, sem vos constranger, sacrificar, em proveito dos pobres, a que nós damos dia riamente alguma couza, o dinheiro e o pro ducto das prendas, que vos pertencem, e
que me fôrão entregues? « Fazei attenção, vós pensais bem que II.
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-
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uma sociedade um pouco numerosa tem neste momento os olhos fixos sobre vossas acções, e que ella está attenta á resposta,
que me ides dar: eu solicito um acto de caridade, não queirais praticar um acto de ostentação.» Nota. Se o Candidato não mostrar uma
determinação franca e bem pronunciada, o Ven.", pode tentar induzi-lo a isso por al
gum meio equivalente ao que se indica n'esta nota.
« Esta caridade, que eu vos recommendo, cessa de ser uma virtude, quando ella se
faz em prejuizo de deveres mais sagrados e mais urgentes. Obrigações civis a preen cher, uma familia a sustentar, filhos a edu car, parentes pouco favorecidos da fortuna a soccorrer, eis os primeiros deveres, que a natureza nos impõe; eis os credores de todo
o homem que regula sua conducta sobre os principios da equidade. Que pensarieis vós d'aquelle que quizesse apparecer cari tativo antes de os ter satisfeito? Eu quiz esclarecer-vos sobre as obrigações com muns a todos os homens: eu volto agora á
primeira proposição que vos fiz; podeis vós sem ofender nenhum destes deveres, sacrificar, em proveito dos pobres a quem
damos nossa assistencia diaria, tºdo ou
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parte do producto das prendas que vos per tencem e que me fôrão entregues? « Respondei. »
Se o candidato nada quizer dar, pertence á L.'. examinar se por outras considerações elle merece ser admittido. O Ven.'. continua.
VEN, . — « Senhor N....., nós exigimos
que vós presteis um juramento que nos assegure da vossa discrição; mas este ju ramento deve ser escripto por vós e assi
gnado com o vosso sangue « I.”. Cirurgião, fazei o vosso dever. » Prepara se tudo para uma sangria, e
quando a liga está posta e o I.”. Cirurgião se prepara para picar a vea, o I.”. Conductor grita « graça: º e então o Ven.'. diz:
VEN.…. — «Senhor N..., vossa resignação nos basta por agora: sabei por esta prova, que em todos os tempos, e em todas as cir cunstancias, vós deveis soccorrer vossos
II.", e derramar por elles vosso sangue, se preciso fôr. »
Depois d'esta prova o Ven.'. diz: VEN.". — «I.". Mest.". de Cer..., apre
sentai ao Profano o caliz d'amargura. » Depois, dirigindo a palavra ao Profano, elle lhe dirá: « Bebei essa bebida até o fim, º
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Quando o Profano o tiver feito, o Mest.". de Cer... o dirá ao Ven.'., e este diz: VEN.". — « Senhor N...., esta bebida, pela
sua amargura, é o emblema dos desgostos inseparaveis da vida humana: só os pode adoçar a resignação aos decretos da Provi dencia. »
Depois dirigindo-se ao I.". Exp.", o Ven.". lhe dirá:
VEN.". — « I.". Exp.º., fazei o Neophyto
chegar-se ao pé do altar, para n’elle prestar o seu juramento; e vós todos, meus II.'., em pé, á ordem, e espada na mão. » O I.". Mest... de Cer.". conduz o Candi
dato ao altar, faz-lhe pôr o joelho direito
sobre um coxim, sobre o qual deve estar traçada uma esquadria, ficando com o joelho esquerdo levantado ; faz-se lhe pegar com a mão esquerda em um compasso aberto, e apoiar uma das pontas (que para evitar al
gum accidente deve estar romba) sobre o peito esquerdo, que está descoberto, como se disse: pôe se a mão direita sobre a es pada, que está de prancha e através sobre o altar; e o Ven.'., pondo a mão esquerda aberta sobre a do Candidato, diz-lhe: VEN.". — « Senhor N...., o juramento,
que vós ides prestar nada contém que possa offender o respeito, que todos nós devemos
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ás leis e aos bons costumes, nem á nossa afeição e nossa fidelidade ao governo. « Eu vos previno que elle é terrivel, mas é indispensavel que vós o presteis de vossa
plena e livre vontade: consentis vósn’isso?» O Candidato deve dizer: Sim, com fran
queza; se elle recusar, deve-se trabalhar por o resolver a dál-o por meio da persuasão; mas se elle perseverar obstinadamente, será pre ciso deixá-lo sahir. Consentindo porém, o Ven.'. diz-lhe :
VEN.". — « Repeti commigo, º JURAMENTO.
Juro e prometto, sobre os estatutos geraes da ordem, e sobre esta espada, symbolo da honra, perante o Gr... Arch... do Univ.'., guardar inviolavelmente todos os segredos,
que me forem confiados por esta R.'.L.'., bem como tudo o que eu n’ella vir e ouvir; nunca escreve-los, traça-los, grava-los ou deixar d'elles vestigios de qualquer maneira que seja, sem que se me tenha dado uma li
cença expressa de o fazer, e n'esse caso fa-lo hei do modo que me fôr indicado. Prometto amar meus.". II. "., e soccorre-los segundo
minhas faculdades; prometto além d’isso con formar-me com os estatutos e regulamentos d’esta R.'.L.'. Consinto, se eu vier a perju 4*
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rar, que o pescoço me seja cortado, o coração e as entranhas arrancadas, o meu corpo quei mado, reduzido a cinzas, e minhas cinzas
lançadas ao vento, e que minha memoria fi que em execração entre todos os MM... O
Gr... Arch... do Univ... me ajude! Depois de pronunciado este juramento, conduz-se o Candidato entre os dous Vig..., e o Ven.'. diz-lhe:
VEN... — «Senhor N..., o juramento, que acabastes de proferir não vos causa
inquie
tação alguma? Vos sentis vós com a cora gem de o observar? Consentis-vós em rei
tera-lo quando tiverdes recebido a Luz?» Depois do Candidato ter respondido que sim, o Ven.'. pergunta-lhe: P. « Que pedis? »
(O I.'. 2º Vig... dicta-lhe em voz baixa o que elle deve responder.) R. — « A Luz. »
VEN. ". — «A Luz vos vai ser concedida.
Vós todos, meus II."., fazei vosso dever.»
(Isto equivale a adverti-los que se pônhão em pé e com a espada na mão.) Nota. E' preciso para esta ceremonia prover-se de tochas guarnecidas de mechas de espirito de vinho, no corpo das quaes
deve haver um pó inflamavel, que os chi micos chámão licopodium, ou mesmo uma
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pouca de resina que chámão colophonia; mas esta ultima produz um fumo espesso e acre. Estas tochas devem ser feitas de ma
neira que sendo sacudidas, o pó possa fa cilmente cahir e inflammar-se no espirito
de vinho que arde, a fim de produzir uma grande chamma; mas é préciso pôr se a distancia conveniente do Candidato para que se lhe não possa causar o menor mal. A primeira pancada de malhete todos os
II.…. se vóltão para o Candidato; á segunda dirigem as pontas das suas espadas para elle; á terceira faz-se cahir a venda que lhe tapava os olhos, e que um I.…. lhe desata por detraz; é neste instante que se saco dem as tochas duas ou três vezes ao mais. Depois d'um momento de silencio, para dar ao Candidato o tempo de considerar os
objectos que o rodeião, o Ven.'. diz: VEN... — «As espadas que estão voltadas
para vós vos annuncião que todos os Ma ções voarão em vosso soccorro, em todas as circunstancias, se respeitardes a união mas çonnica, e se escrupulosamente observardes nossas leis; mas elas vos annuncião igüat mente que vós não achareis entre nós senão vingadores da Maçonharia, e da virtude, e
que nós estaremos sempre promptos a pu
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nir o perjurio, se d’elle vos tornardes cul pado. » O Ven. " - aCCTGSCenta :
VEN... — «I.". Exp.e., fazei que o Neo phyto se aproxime. » O Neophyto, tendo o I.". Exp... á sua direita, e o I. ". Mest.". de Cer... á sua es
querda, é por elles conduzido ao pé do al tar; ali pôe o joelho como da primeira vez, e repete seu juramento, durante o qual elle tem uma das pontas do compasso aberto sobre o peito esquerdo nu. Depois d’este juramento, o Ven.'. dá tres
pequenas pancadas de malhete sobre a ca beça do compasso, dizendo: « Aprendei pela justeza do compasso a dirigir para o bem todos os movimentos do vosso co
ração. » O Ven.'. retira a espada de debaixo da mão do Candidato, pôe-lhe a lamina sobre
a cabeça, e profere a formula da recepção m’estes termos:
A gloria do Gr.". Arch.'. do Univ..., em nome do Gr.". O.". de.... com a ajuda de todos os meus II... ausentes e presentes, em virtude dos poderes que me fôrão confiados por esta R.". L. “., eu vos recebo e constituo
Apprendiz-Maçon. No mesmo instante elle dá sobre a la
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mina da espada tres pancadinhas de ma lhete por tres vezes, segundo a bateria or dinaria.
O Neophyto se levanta, e o Ven.'. lhe diz: VEN.". — «Meu I.”. (porque é assim que nós vos trataremos d’aqui em diante), re cebei de mim o primeiro beijo fraternal,
pelo numero mysterioso de tres. » Fazendo extremamente frio, seria conve niente convidar o Neophyto a ir vestir-se ao pé d'um bom fogo, e durante este tempo o Ven... faria algumas perguntas do Cate
chismo; se a estação é supportavel, ou de pois que o Neophyto está vestido, colloca se o entre os dous II... é o Vig... diz: VEN.". — « I.". Mest.". de Cer.'., fazei o
Neophyto aproximar se do Oriente pelos tres passos de Aprendiz. »
Conduz-se-o ao Altar, á direita do Ven.'., por tres passos de Aprendiz, de que o 1º Vig... lhe mostrará a marcha, fazendo-lhe subir os tres degráos do templo. Os passos d’Aprendiz se executão... (ensina-se como.) E o Ven. ". diz-lhe, dando-lhe o avental e as luvas:
VEN.". — « Meu I.º., este avental, com que
vós estareis sempre revestido em L.'., vos fará pensar igualmente que o homem está condemnado ao trabalho, e que um M.'.
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deve ter uma
vida activa e laboriosa.
« As luvas, pela sua alvura, vos adver tem da candura que deve reinar sempre na alma d'um homem de bem, e da pureza das nossas acções. » O Ven.'. dando-lhe as luvas de mulher diz: VEN.". — «Nós não admittimos mulheres
aos nossos mysterios, mas rendendo home . nagem a suas virtudes, apraz-nos lembrar monos d’ellas nos nossos trabalhos; eis, meu caro I..., luvas, que vós dareis á mulher que mais estimais. » O Ven.", continúa :
VEN... — « Para ser admittido nas nossas
reuniões, e tomar parte no laço, que nos
une sobre toda a terra, é preciso que vós possais fazer-vos conhecer. Eu vou dar-vos
os sinaes, palavras e toque por via dos quaes nós nos reconhecemos, e por meio dos quaes vós sereis acolhido por todos os MM... em qualquer parte do mundo que vós vos acheis. »
Dá lhe a palavra do gráo. « Temos tambem uma palavra de passe, que serve entre nós para nos assegurarmos
mais particularmente ainda de que aquelle que se apresenta é Maç.". « Temos mais uma palavra de ordem ou
annuat, que o Gr., O... renova todos os
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annos. O uso que vós adquirireis com nos
co, vos tornará familiares todas estas cou sas: elle vos mostrará que fazemos tudo em esquadria, e que o numero tres entre nós é mysterioso. » O Ven.'. dá o sinal e o toque: « A palavra sagrada é....: vós vêdes a sua primeira letra sobre aquella columna
que é a do Norte; quando vo-la pedirem, vós respondereis : Eu só posso soletra-la, dizei-me a primeira letra, eu vos direi a segunda.
« Esta palavra significa: minha força está em Deus.
* A palavra de passe é....: é o nome do primeiro homem que conheceu a arte de trabalbar em metaes. » A palavra de ordem ou annual é..... » Nota. Os II.". Serventes nunca devem sa ber a palavra de ordem. O Ven.'. dá depois ao Neophyto o beijo fraternal por tres, e depois diz ao I. “. Mest.". de Cer.". VeN... — « Conduzi o 1... ao Occidente,
para que ele aprenda a trabalhar na pedra bruta, e se faça reconhecer pelos II.". 1º e 2º Vig..., dando-lhes as palavras, sinal e
toque; depois o I.'. 2º Vig.…. fa-lo dar tres pancadas com o malhete sobre a pedra bruta.
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Os II.". Vig... annuncião que o Neophyto
deu as palavras, sinal e toque; depois do que este se coloca entre os dous Vig... em pé e á ordem; e o Ven.'. diz: VEN.…. — «II.'. 1º e 2° Vig..., convidai os II."., que órnão vossas columnas, a re conhecer para o futuro o I.". N. ". por A
prendiz Maç. .. desta R.'.L.'., e a se uni rem a mim para applaudir a sua iniciação.» Os Vig... fazem o annuncio, e o Ven.'. diz:
VEN.". — «Applaudamos, meus II.". » Faz-se o applauso do uso. O I.". Mest.". de Cer... pede a palavra
em nome do Candidato; ensina-lhe a agra decer, e agradecem ambos. O Ven... faz co brir os applausos; e assim se termínão os
trabalhos da iniciação, e os II... mettem suas espadas na bainha e assentão-se. O I.". Orad..., depois de ter pedido a palavra ao Ven.'., dirige ao I.". novamente
iniciado alguma peça d'Architectura, cujo objecto deve ser algum ponto de moral so bre a união fraternal, sobre a igualdade, sobre os deveres do homem, sobre o es
quecimento das injurias, ou outro qualquer objecto que elle prefira. Quando a leitura está terminada, o Ven.'.
faz a instrucção, durante a qual o I.'. 2º
— 49 —
Vig... accompanha o I.…. novamente iniciado ao pé do painel, que deve estar collocado no chão, e com a ponta da espada lhe in dica as figuras cujos emblemas o Ven.'. lhe vai explicar.
Acabada a Instrucção, o I.". Mest.". de Cer.". conduz o I.". novamente iniciado á
ponta da columna do Norte aonde elle toma
lugar por esta vez sómente. Os 1I.". devem collocar-se em L.'. sem
outra distincção que a de seus gráos: final mente se não ha outros trabalhos, o Ven.'. fecha a L.'., segundo a formula abaixo in dicada para o encerramento dos trabalhos. Instrucção.
P.—« I.'. 1º Vig..., sois vós Maçon ? » R. — «Meus II.". me reconhecem por tal.»
P.—» Qual é o primeiro dever dos Vig... em L.'. ? »
R.—« Assegurar-se se a L... está bem coberta. »
P. — « Que é um Maç.….?»
R.-
5
— 50 —
P.—«Aonde fostes recebido Maç.…. » R. - «Em uma L.'.justa e perfeita. »
I'. - « Que é preciso para que uma L.". seja justa e perfeita? » R. - «Tres a govérnão, cinco a compõe, e sete a tórnão justa e perfeita, »
P. - «Desde quando sois Maç.…. ? » R. — « Desde que recebi a luz.»
P. —º Como reconhecerei eu que vós sois Maç. . ? » R. - «Por meus sinaes, palavras e to que. »
P. - «Como se fazem os sinaes de Maç. . ? »
R. — «Pela esquadria, nivel e perpen dicular. »
P. — « Dai-me o sinal d’Aprendiz. »
R. — (Da-se-o.) P. — « Que significa esta sinal? »
R. — «Que eu preferiria ter pescôço cor tado a revelar os segredos dos Maç.…. » P. — «I.'. 2° Vig..., dai o toque ao I.". 1º Vig... R. — O I.”. Aº Vig... diz : « Elle é justo, Ven. ". »
P. — « Dai-me a palavra. » R. — «Não devo lê-la, nem escrevê-la; só posso soletra-la, dizeime a primeira letra, eu vos direi a segunda. »
— 51. —
P. — « Que significa esta palavra? *
R. — « Minha força está em Deus; era o nome d'uma columna de bronze colocada
ao septentrião do Templo de Salomão, ao pé da qual os Aprendizes recebião o seu sa lario. »
|
P. — « Dai-me a palavra de passe d'A prendiz. »
R. — (Dá-se.) P. — « Que significa ella?» R. — «E o nome do dos filhos de La mech que inventou a arte de trabalhar em ImetaeS. »
P. — º Porque vos fizestes admittir Maç.…. ? » R. — « Porque eu estava nas trévas, e desejei ver a luz. »
P. — « Quem vos apresentou em L.'.?» R. — Um amigo virtuoso, que eu depois reconheci por Irmão. »
P. — «Em que estado estaveis quando vos aprentárão em L. “..? »
R. — «Nem nu, nem vestido; e despro vido de todos os metaes. »
P. — « Para que vos apresentárão n'esse estado ? »
R. — «Nem nu, nem vestido, para nos representar o estado de innocencia, e nos
fazer ver que a virtude não tem precisão de
ornamentos; desprovido de todos os me taes, porque elles são o emblema, e muitas vezes a causa dos vicios, que o Maçon deve evitar. »
P. — « Como fostes-vós introduzido em L.'. ' »
R, — « Por tres grandes pancadas. »
P. — « Que significão elles? R. — « Pedi, vós recebereis; procurai , vós achareis; batei, dar-se-vos-ha en trada. »
P. — «Quevos produzirão essas taes pan cadas? »
R. — «Um Exp."., que me perguntou meu nome, meu sobrenome, minha idade,
meu paiz, e se era minha vontade entrar Maç.". »
P. — «Que fez o Exp... de vós? » R. — «Introduzio-me em L... entre os dous Vig..., e me fez viajar, como um Aprendiz Maç.…. o deve fazer, a fim de fazer
me conhecer as difficuldades, que só encon trão para se chegar a ser Maçº.»
P. — « Que vos aconteceu depois? » R. — « O Mestre da L."... com o concen
timento unanime me admittio Maç.". » P. — « Como vos recebeu elle ? »
R. — « Com todas as formalidades reque ridas. »
— 53 —
•
P. — « Quaes são essas formalidades? » R. — « Eu tinha o joelho direito nu so bre a esquadria, a mão direita sobre a es pada, e com a esquerda eu sustentava um compasso aberto em esquadria, com uma
ponta apoiada sobre o peito esquerdo, que CStaVa InU.
º
P. — «Que fizestes-vós n'essa postura?» R. — « Prestei o juramento de guardar
os segredos da Ordem. » P. — « Que vistes, quando entrastes em L.". ? » R. — « Nada, Ven.". »
P. — « Que vistes, quando se vos deu a Luz ? »
R. — « Vi o Sol, a Lua, e o Mestre da L.". º
P. — « Que relação pode haver entre es tes astros e o Mestre da L. “..? »
R. — « Da mesma fórma que o Sol pre side ao dia, e a Lua á noite, o Mestre preside á L. “.. para a esclarecer. » P. — « Aonde se colloca o Mestre da L.". ? »
•
R. — No Oriente. »
P. — «Porque? » R. — « Da mesma fórma que o Sol nasce no Oriente para abrir a carreira do dia,
assim o Mestre se coloca ao Oriente para 5*
— 54 —
abrir a L.'., esclarecer os trabalhos, e levar os trabalhadores á obra. »
P. — «Aonde se collócão os Vig.….?» R. — « No Occidente. »
P. — « Para que ? » R. — « Para adjudarem o Ven.". em seus
trabalhos, pagar aos obreiros, e despeidi-los COnte à teS.
»
P. — «Aonde se collócão os Aprendi zes? »
R. — « No Septentrião, porque elles não podem supportar senão uma fraca luz. » P. — « Como se chama a vossa L.'.?» R. — A L.'. de S. João. » Encerramento.
P. — « Que idade tendes ? »
R. — «Tres annos, V.". » P. — «A que horas costumão os MM.…. fechar seus trabalhos? » R. — «A meia noite » P. — « Que horas são? » R. — «Meia noite, Ven.'. » O Ven.", continúa : 9
VEN. — « Pois que é meia noite, e é esta
a hora em que os MM.'. Aprendizes cos túmão fechar seus trabalhos, II... 1° e 2°
Vig..., convidai os II... d’uma e outra co lumna a unir-se a mim para fechar os tra
balhos d’Aprendiz, na R.'.L.'. de.... Or.". de.....
D
Os Vig... fazem o annuncio, depois do qual o Ven.'. dá tres pancades com o ma lhete, segundo a bateria acostumada; am bos os Vig... fazem outro tanto, e n'este momento todos os 11. .. se levantão e se
põem á ordem, e o Ven.'. diz : VEN. — * A mim, meus II.". »
Totos fazem o sinal d’Aprendiz, e termi não se os trabalhos pela triplice bateria e triplice viva.
– 56 —
TRABALHos Do BANQUETE.
A Sala, em que se faz o banquete, deve ser situada de modo que de fóra nada pos sa ser ouvido ou visto
A meza será em
fórma de ferradura, tanto quanto puder ser : o lugar do Ven.'. é na parte superior,
e o dos Vig... nas duas extremidades. O I.". Orad... coloca-se em frente da co
lumna do Meiodia, e o I.". Secret.". em frente da do Norte. O Oriente é occupado pelos II.". Visitadores, ou pelos Officiaes da L. "., não havendo Visitadores.
Excepto os cinco Officiaes, que ficão desi gnados, ninguem tem lugar marcado, salvo havendo Visitadores condecorados de gráos superiores, que occupem o Oriente, porque então os outros Visitadores se colocarão na
cabeça das columnas. O pão chama-se O vinho, As garrafas pretas, As garrafas brancas, A agoa,
Pedra bruta.
Polvora forte (branca ou tinta). Barricas. O mesmo. Polvora fraca.
Os pratos, em que se COII]C,
Telhas.
Os pratos em que vão as Bandejas. iguarias, As velas accesas, As colhéres,
Estrellas. Trolhas.
Os garfos,
Tridentes ou enxadas.
\-
— 57 —
Os guardanapos, As facas, Os copos, Os licores,
Bandeiras,
Alfanges. Canhões. Polvora fulminante.
Quando todos teem tomado assento é livre ao Ven.". faver a primeira saúde antes de comer, ou esperar que se tenha tomado a
sopa, ou quando o julgar a proposito: mas estando resolvido a fazer a primeira saúde dá uma pancada com o malhete; immedia
tamente os Vig... sahem do interior da fer radura, retirão-se ao Occidente (o mesmo devem repetir em todas as saúdes); e todos os II.". párão acomida; o I. ". Mest.". de Cer.-commumente está só dentro da ferradura e
em face do Ven.'., para estar mais ao al cance de receber as ordens, e faze-las execu
tar; algumas vezes elle está posto em uma pequena mesa entre os dous Vig...". O I.". Mest.". de Cer... levanta-se e o Ven.'. diz :
« II.". 1° e 2° Vig..., fazei ver se nossos trabalhos estão bem cobertos. »
Ambos os Vig... se assegúrão da qualidade maçonnica de todos os individuos, que estão em suas respectivas columnas, lançando os olhos sobre elles, e reconhecendo-os por MM.".
O 2º Vig... diz ao I.'. 1º Vig... « Eu res pondo pela minha columna. » O 1º Vig... diz : « Ven.'., o I. . 2º Vig...".
— 58 —
e eu, estamos certos dos II... que órnão as duas columnas. » O Ven.", diz :
« Eu respondo pelos que estão no Oriente. « I.". Terrivel, fazei vosso dever. »
Durante este tempo os II.…. se revestem de seus cordões; não é preciso ter avental. O I.". Terrivel vai tirar as chaves da
porta, que fecha, e desde então ninguem mais entra nem Sahe.
O 2º Vig... adverte o 1º de que os traba lhos estão cobertos; este o diz em voz alta ao Ven.'., que dá uma pancada com o malhete e diz:
«Meus II.…., os trabalhos que tinhão sido suspensos tornão a tomar vigor. »
Nota. Se antes de passar ao banquete elles tivessem sido fechados, seria preciso abrilos de novo.
Os II.'. 1° e 2° Vig... repetem o annuncio, depois do qual o Ven.'. diz: « A ordem, meus II...» Primeira saúde.
VEN.…. — «II... 1º e 2° Vig... convidai os II. . d’uma e outra columna, a se dispo
rem para carregar e alinhar, para a primeira saúde d'obrigação, º
OsVig... fazem o annuncio, e o Ven,", diz:
— 59 —
« carreguemos e alinhemos, meus II...» Nota. E' só desde este instante que se deve tocar nas barricas, sem o que entraria a confusão nos trabalhos. Cada um deita no copo o vinho que quer; se algum, por
regimen ou por gosto, bebe só agoa, nada o deve constranger a mudar seu uso. A me dida que cada I. . deita vinho no seu ca nhão (copo) coloca-o um pouco á direita da
telha (prato em se que come), á distancia da borda da mesa do dia metro da telha
pouco mais ou menos: d'esta fórma os ca nhões ficão alinhados em um instante. Ali
nhão-se tambem as barricas, e as Estrellas sobre uma secunda linha.
Quando tudo está alinhado na columna do
Norte o 2° Vig... participa-o ao 1º, que diz ao Ven.'. : « Tudo está alinhado nas duas columnas. » O Ven.". diz :
« O Oriente o está igualmente: em pê, e á ordem, e alfange na mão. » Levantão-se todos com o guardanapo no ante braço : os II... condecorados d'altos
gráos põem-no no hombro; põe se a espada (tendo-a) ou uma faca, na mão esquerda, e põe-se á ordem com a mão direita. (Se a mesa fór em forma de ferradura, os II.…. que estão no interior ficão assentados).
— 60 —
O Ven.°. diz :
« II.…. primeiro e segundo Vig..., annun ciai nas vossas columnas que a primeira
saúde d'obrigação é a de S.". M... e sua au gusta familia; nós ajuntaremos a esta saúde votos pela sua prosperidade. E' a uma saúde tão preciosa para nós, que eu vos convido a fazer o melhor fogo possivel. » Os II.'. 1° et 2° Vig... repetem o annun cio, depois do qual o Ven.'. diz : « Attenção, meus II.". : armas na mão : em face: Fogo. « Bebe-se, e repete-se, com o canhão em frente: «Bom fogo. » Bebe-se. « O mais vivo de todos os fogos. » Bebe-se,
e põe-se o canhão pouco mais ou menos pela altura da barba, e defronte do hombro. « Armas em frente : Um, Dois, Tres. » Para estes tres tempos leva-se o canhão ao peito
esquerdo, depois ao direito, depois em frente. « Um, Dois, Tres.» Repetem-se os mesmos movimentos. «Um , Dois, Tres. » Torna-se a repetir, No ultimo tempo, Em
frente, fica-se n’elle esperando a ordem do Ven.'. que manda pôr os canhões, por tres tempos, dizendo: «Um, Dois e Tres » N’este ultimo tempo, todos os canhões devem dar uma só pancada sobre a mesa. Depois
applaude se por triplice bateria e triplice {)? UCL,
-- 61 —
Depois do que o Ven.'. diz: « Tornemos a tomar nossos lugares, º o que os Vig... repetem. Em quanto os traba lhos ficão em vigor, é permittido continuar
a comer, mas deve-se faze-lo em silencio. Segunda saúde. Algumas vezes, (e é mesmo o mais conve niente para a commodidade das pessoas, e para não interromper o serviço) o Ven.".
commanda a segunda saúde, logo que a pri meira está feita. Se ele não julga a propo sito fazer levanta-la immediatamente, é com modo suspender os trabalhos. Se o Ven. ". suspendeu os trabalhos antes
de propôr a segunda saúde, deve tornar a pô-los em vigor; se os não suspendeu, com manda immediatamente, e diz: « II.'. 1º e 2° Vig..., convidai os II.". d’uma e outra columna a disporem-se a car
regar e alinhar para a segunda saúde d'obri gação. » Os II... Vig... repetem o annuncio, e o Ven. ". diz:
« Carreguemos e alinhemos, meus 11.". » Os Vig... annuncião quando tudo está carregado e alinhado, como acima, e depois o Ven.'. diz: •
« II... 1° e 2° Vig..., a segunda saúde II,
6
d'obrigação, que eu tenho o gosto de pro pôr, é a do Gr.". Or.'. de... , de todos os Oficiaes que o compõe; nós lhe juntaremos
a de todos os VV. ". Mest... das LL.'. regu lares, e de seus deputados ao Gr.". Or.". de...., a das LL.'. da correspondencia, a
dos Orientes estrangeiros; nós lhe ajuntare mos em fim nossos votos pela prosperidade
da ordem em geral; convidai, eu vos peço, os II.'. d’uma e outra columna, a se reu nirem a mim para fazer o fogo o mais ma çonnico e o mais fraternal. » Os Vig... repetem; faz-se a saúde, e ap plaude-se como na primeira. Havendo algum I... comprehendido n’a quella saúde, como Oficial do Gr.". Or..., Ven.'. de L.'. regular, ou Deputado de L. "., esse I.", ou II... não fazem a saúde, e ficão
em pé ou assentados, e quando o applauso está acabado, pedem todos a agradecer, e um d'elles toma a palavra: durante o agra decimento, os II.". ficão em pé.
Quando depois da saúde feita, os II.…. teem applaudido, L.", cobre os applaus commandados peloa Ven.'. •
Estando tudo acabado, o Ven.'. dá uma pancada com o malhete, e diz: * Meus II..., tomemos nossos lugares. »
Então é livre ao Ven... suspender os tra balhos, ou deixia-los em vigor.
Terceira sáude.
No momento, em que os Vig... julgarem a proposito, e sobre tudo quando não hou ver serviço a fazer, o 1º Vig... dará uma
pancada com o malhete, que será repetida pelo 2° Vig. "., e depois pelo Ven.'., o qual dirá:
«Que quereis, meu I...?» O 1° Vig..., se os trabalhos estão suspen
sos, pede ao Ven.'. que os torne a pôr em vigor, o que elle faz n’estes termos:
« Meus II..., a pedido do I.”. 4º Vig..."os trabalhos, que estávão suspensos, tórnão a tomar vigor. »
Os Vig... repetem o annuncio. Depois d'isto, o 1º Vig... dá uma pancada
com o malhete, repetida pelo 2°, depois pela Ven.'., e diz: « I.”. Ven.'., tende a bondade de mandar carregar e alinhar para
uma saúde que o I.'. 2º Vig... o I.". Orad... e eu temos o gosto de propôr.» O Ven. . manda carregar e alinhar, como .
nas saúdes precedentes; quando é informado
qué tudo está em regra, diz:
«I.'. 1º Vig..., annunciai a saúde que vós quereis propôr. » O I.”. Aº Vig... diz: «E a vossa, J. .
Ven.'. Em pé, e á ordem, espadas na mão,
— 64 —
meus II...» O 1º Vig... diz: « Meus II.'., a saúde que o 2° Vig..., o I.". Orad.". e eu,
temos o gosto de vos propôr, é a do nosso Ven.'., que dirige os trabalhos desta R.'. L.'., e a de tudo o que lhe pode pertencer; nós vos pedimos de vos reunir a nós para
fazer o melhor fogo possivel. » O 2° Vig... repete, e diz: « A saúde, que o I.". 1º Vig..., o I.". Orad.". e eu, etc. » O Orad.". repete o mesmo. O I.'. 1º Vig... diz: «A mim, meus I.…. » E commanda o exercicio, ou defere o com mando ao 2° Vig..., como julgar mais a pro posito; manda dar o applauso e o viva. Durante esta saúde, o Ven... fica assen tado: todos os II.". ficão em pé e á ordem. Depois do Ven.'. ter agradecido, o I.".
1º Vig... diz: «A mim, meus II... » e faz cobrir os applausos. Todos tórnão a assen tar-Se.
O Ven... suspende os trabalhos, julgando o a proposito, ou os deixa em vigor. Quarta saúde. Algum tempo depois, o Ven... põe os tra
balhos em vigor, se o não estão; manda alinhar e carregar para uma saúde. Quando tuto está alinhado e carregado, propôe a saúde dos II.'. 1° e 2° Vig...". O
– 65 —
I.". Orad... e o I.". Secret.". repetem o an nuncio.
O Ven.'. commanda esta saúde. Todos os
II. . ficão assentados; os Vig.…. sós se le vantão; os II.". Vig... agradecem em pé, to mando o I.'. 1º Vig... a palavra. O Ven.". manda cobrir applauso. Quinta saúde. O Ven.'. commanda depois, no intervallo que lhe parece mais conveniente, a saúde
dos II.". Visitadores; durante esta saúde, os Visitadores ficão em pé; agradecem to mando um d'elles a palavra. O Ven.'. manda cobrir o applauso. Juntar-se-ha a esta quinta saúde a das LL... filiadas ou correspondentes; mas se nem ha Visitadores, nem LL... correspon
dentes, o Orad... pedirá a palavra para agradecer.
Nota. Depois da saúde dos Visitadores, se algum I... tem canticos a entoar, ou al
gumapeça d'architectura a ler, pode faze-lo pedindo a palavra. Será mesmo a proposito cantar alguns d'esses canticos moraes, que se teem feito sobre o fim da Maçonnaria, e que, cantados em coro, causão uma dôce impressão na alma, celebrando as graças e vantagens da união maçonnica. 6*
—— 66 —
Sexta saúde.
Aº saúde dos II.". Officiaes e Membros da
L.'.; ajunta-se-lhe a dos II.", novamente iniciados, se os ha. Esta saúde é só feita pelo Ven.'., os Vig...". e os II. . Visitadores, se os ha. Os Officiaes e
Membros da L.'. ficão em pé, e agradecem; o I.". Orad... tomando a palavra pelos Offi
ciaes, o membro mais antigo pelos Membros, e um dos Iniciados, se os ha, pelos outros. Cobrem-se seus applausos
Septima et ultima saúde.
Em fim o ven.'. pede ao I. Mest... de Cer... que introduza os II.…. serventes, que devem levar comsigo suas bandeiras, e seus canhões.
Tendo eles entrado, e estando colocados
no Occidente entre os dous Vigº, o Ven... dá uma pancada com seu malhete, convida
a carregar e d'obrigação.
alinhar para a ultima saúde •
os II.….V... dão ambos uma pancada com seus malhetes, e fazem o mesmo annuncio. o Ven.'. diz:
•
º Carreguemos e alinhemos, meus II...» Todos carrégão e alinhão; e quando o Ven... é advertido de que tudo está carre gado e alinhado, diz:
— 67 --
* Em pé e á ordem, espadas na mão.» Todos se levántão, dão uma ponta de seu guardanapo a seus visinhos da direita e da
esquerda, o que não impede de ter a espada na mão: os II.". Serventes fazem com os
Vigº, a mesma cadea, estando o I.". Mest.". de Cer... no meio delles. Então o Ven.'. diz :
, º II... 1° e 2° Vig..., a ultima saúde d'obrigação é a de todos os MM... espalhados sobre a terra, tanto na prosperidade como na adversidade. Dirijamos nossos votos ao
Gr... Arch... do Univ... para que lhe apraza soccorrer os desgraçados, e conduzir os via jantes a bom porto. Convidai, eu vos peço,
os II... d’uma e outra columna a se unirem
a nós para fazer esta saúde com o melhor de todos os fogos. »
Os Vig... repetem.
|
Então o Ven... entôa a Cantico de encer ramento, de que ordinariamente só se dizem
as duas ultimas estancias. Depois do que o Ven.'. diz: « Attenção, meus II.". Mão ás armas:
Alto armas: Em face: Fogo: Bom fogo: Triplice fogo: Armas em frente: º Repe tem-se tres vezes os dois ultimos versos.
Um, Dois, Tres; Um, Dois, Tres; Em frente Um, Dois, Tres. »
— 68 —
Applaude se, e canta-se tres vezes o ulti mo estribilho.
O Ven.'. dá uma pancada de malhete, que os Vig...". repetem, e depois diz; P.—º I.'. 1º Vig..., que idade tendes! » R. — «Tres annos, Ven. ". »
P.—º A que horas costumamos-nós fe char nossos trabalhos? » R. — «A meia noita. »
P. — « Que horas são, I. . 2º Vig...". ? » R. —º Meia noite. »
« Pois que é meia noite, etc. » Como no encerramento dos trabalhos d’Aprendiz. E' um uso louvavel dar-se o beijo fraternal antes de se deixarem: o Ven.. o dá ao seu
visínho da direita, e lhe volta pela esquerda. O Ven... manda fazer a leitura da pran cha dos trabalhos do banquete; pede ob servações, e applaude-se; depois pergunta se ha proposições que interessem a Ordem
em geral, e a L.". em particular. Havendo-as, ouvem-se, e delibera-se, sendo curtas; aliás ficão addiadas para a a primeira reunião.
O Ven.'. dá tres pancadas com o malhete e diz: «Meus II.'., os trabalhos estão fe
chados; retiremos-nos em paz. » Os Vig...". repetem; e cada um tira suas insignias, e todos se retirão.
— 69 —
GRÁo D'APRENDIz. IPIRITMEIERO VIGILAINTE
SECÇÃO PRIMEIRA. Preliminares.
O Ven.", proporá o profano N...., etc., e dirá :
«II.'. 1° e 2° Vig..., annunciai em vossas columnas, etc., e convidai todos os II.". a
tomar d'aqui á primeira reunião, etc.» O 1º Vig... diz : « I.'. 2º Vig..., II.…. que ornais a columna do Meiodia, o Ven. ". propõe
o Profano N..... (repete o nome, pronome, idade, qualidade, residencia, etc.) para ser iniciado aos nossos mysterios, a titulo de membro d'esta R.'.L.'.; e nos convida a ta mar informações, d'aqui á proxima reunião,
para efeito de se deliberar então se se deve ou não nomear commissarios. » O Ven, “.. diz:
« II.'. 1° e 2° Vig..., convidai os II... a
nos dar parte das informações, etc. » O 1º Vig...
— 76 —
º I....2" Vig..., II... que ornais a co lumna do Meiodia, o Ven... nos convida a dar parte das informações, que temos obtido á cerca do Profano proposto na ultima reu nião. »
Se alguns II... teem abservações a fazer, pedem succivamente a palavra, levantando se e estendendo a mão.
O Vig..., em cuja columna estão estes lI.'., dá uma pancada com o malhete, á
qual corresponde o outro Vig..., depois o Ven... por uma igual pancada.
O Vig... diz: «Ven.'., um I... na minha columna pede a palavra. »
-
-
No caso em que muitos II... tênhão pé dido a palavra, pertence ao Vig... ver qual a pedio primeiro.
Se ninguem se levanta, o I... 2º Vig... dirá em voz baixa ao 1º Vig... : « Não ha observações na minha columna. »
O 1º Vig... diz a seu turno em voz alta : *Ven.'., não ha observação alguma nas duas columnás 2
Então o Ven... ordena logo o escrutinio, e depois accrescenta.
*
«I.'. 1° Vigº, fazei-vos assegurar pelo I... Mest... de Cer... do numero dos votantes, e fazei distribuir o escrutinio. »
O 2° Vig... da esta ordem ao I. , Mest, ,
— 71 —
de Cer...; e este distribue a cada I... uma bola branca e outra preta, e dá conta dos VOtantes.
O 1º Vig... dá de tudo conta ao Ven.'. Então o Ven... diz : « II... 1º et 2º Vig., annunciai nas vossas columnas, etc. As bolas hrancas adóptão as conclusões do I.”.
Orad.….; e as bolas pretas repróvão. » O 1º Vig... dá uma pancada com o ma lhete, e diz:
«I.'. 2º Vig..., II... que ornais a co lumna do Meiodia, vai correr o escrutinio sobre as conclusões, do Orad... tendentes a
que se nomêem (ou não) Commissarios, que tomem informações especiaes á cerca
do Profano proposto; as bolas brancas adóp tão as conclusões do I.". Orador, e as pretas repróvão. » O Ven.'. dá uma pancada com o malhete,
que os Vig... repetem, e annuncia o resul tado do escrutinio. Se os vostos são unanimes, o Ven.'. diz: « II... 1° e 2° Vig, .., annunciai, etc., e
convidai os II... a se unirem a mim para applaudir. » O I.'. 1º Vig... dá uma pancada, e diz:
« I.'. 2" Vig..., II... da columna do Meiodia, o escrutinio adoptou á unanimi dade as conclusões do I.". Orad...; em con
sequencia vão-se nomear Commissarios en carregados de tomar mais particularmente
informações á cerca do Profano proposto, o Ven.'. vos convida a nos unirmos a elle
para applaudir. » Se o relatorio dos tres Commissarios é fa
voravel, ou se dos tres, dous são favoraveis, o Ven.'. diz : Meus II. "., na reunião de, etc. « II.'. 1° e 2° Vig. "., proponde o Profano N.... aos II.'. de vossas columnas, e pedi lhes suas observações. »
O 1º Vig... dá uma pancada, e diz: « I.'. 2º Vig..., II.". da columna do
Meiodia, o Ven.. propõe para ser iniciado
aos nossos mysterios o Profano N....., e elle nos pede nossas observações. » Abertura dos trabalhos.
O Ven.'. diz:
P. — º I.'. 1º Vig..., sois-vós Maç. . ? » R. — « Todos os meus II. ". me reconhe
cem por tal. »
P.—«Qual é o primeiro dever dos Vig.…. em L.'. ? »
R.—« O de se assegurar se a L.". está exterior e interiormente
coberta.»
O Ven.'. diz: « Mandai ver, meu I.'., se a L.", está exterior e interiormente coberta. »
— 73 —
O 1º Vig... diz : ao 2º Vig... : « I.'. 2" Vig..., mandai ver se a L.", está interior e exteriormente coberta. »
O I.". Exp.º., ou I.". Cobridor diz em voz baixa ao I.'. 2º Vig... que os trabalhos estão cobertos; este o diz da mesma maneira
ao 1º Vig. "., que diz em voz alta : « Ven.'., os trabalhos estão cobertos. » P. — « Qual é o segundo dever d'um Vig... em L.'.?» R. — «Assegurar-se se todos os II.", es tão á ordem. » P. — « Estão elles com effeito á ordem?»
O 2° Vig... diz : « Todos os II... na co lumna do Norte estão á ordem.»
O 1º Vig... diz em voz alta : « Ven. "., todos os II... estão á ordem em uma e outra columna. »
P. — «A que horas abrem os MM... os seus trabalhos? » R. — Ao Meiodia. » P. — Que horas são ? » R. — «Meiodia. »
O Ven.'. diz: Pois que é meiodia, etc. no gráo d’Aprendiz. » O 1º Vig... diz: «I.'. 2° Vig..., II.…. da columna do •
Meiodia, o Ven.'. nos convida a nos unirmos II»
7
a elle para abrir os trabalhos da R.'.L.'. de... no gráo d’Aprendiz.» O 2º Vig... repete o annuncio. O Ven. ". dá sobre o altar as tres panca
das mysteriosas oo, o, que os Vig...". repetem. O Ven.'. diz : « I.". Secret.". , fazei a leitura, etc.
« II.". 4º e 2° Vig..., convidai os II. ". a prestarem attenção a esta leitura. » O I.'. 1º Vig... diz:
« I.'. 2º Vig...". II.…. da columna do Meio dia, o Ven.'. nos convida a prestar attenção á leitura da prancha de nossos ultimos tra balhos. »
Depois da leitura, o Ven.'. diz: º 1" e
2° Vig..., convidai, eu vos peço, etc. cuja leitura acabárão de ouvir.»
O 1º Vig... diz: «I.". 2º Vig..., II.", da columna do Meio
dia, o Ven.", nos convida a fazer nossas ob servações sobre a prancha traçada nos nos sos ultimos trabalhos, e cuja leitura acabá mos de ouvir. »
Não havendo observações os Vig... o par ticipão em voz alta ao Ven.'., ou quando (havendo-as) ellas estiverem terminadas; e o Ven.'. diz : « I.'. 1º e 2° Vig..., con vidai os II.". de vossas columnas a applau direm, etc. »
— 75 —
Havendo Visitadores na Sala dos Passos
Perdidos, o I Mest.". de Cer.". o participa
em voz baixa ao I. . 2º Vig..."., que dá uma pancada, a que o Ven.'. corresponde, e depois o 1º Vig..., que diz: « Ven.'., ha na sala dos Passos-Perdidos
II.". Visitadores que pedem ser admittidor aos nossos trabalhos. »
O Ven.'. diz: « I.”. Exp.e., informai-vos de quem são esses II.º., etc. » O I.”. Exp.'., depois de ter executado as
ordens que lhe fôrão dadas, bate á porta pela bateria do gráo.
O I.". Exp."., que então cobre o templo, adverte em vos baixa o I.”. 2º Vig... de que se bate á porta, como Maçon; este o diz ao
I.'. 1º Vig..., que depois de ter dado uma pancada com o malhete, diz em voz alta: « Ven. "., batem á porta do Templo, como Maçon. » O Ven.'. diz : « Meu I.'., fazei ver quem bate; se fôr um Membro da L.'., etc.; se um Visitador, concedei-lhe a entrada, dando elle primeiro as palavras de passe, e d'or dem. »
O 1º Vig... diz ao 2º Vig... : «I.'. 2° Vig..., fazei ver quem bate. »
O I.'. 2º Vig... diz ao I.”. Cobridor : « Vêde quem bate,
— 76 —
O I.”. Cobridor introduz o I.". Exp.e., sendo ele quem bate, e fecha a porta: se é um Membro de L.'., o I.”. Cobridor o par
ticipa ao 2º Vig. "., que diz em vos alta ao Ven.°.: « E o I.". N...» Quando são Visitadores, e elles teem to mado assento, o Ven.'. diz:
« II.'. 1° e 2° Vig..., convidai os II.…. de vossas columnas a se unirem a mim, etc. » O 1º Vig... diz:
«I. . 2° Vig..., II.'. que ornais a co lumna do Meiodia, o Ven.'. nos convida a
nos unirmos a elle para applaudir a presença dos II.". Visitadores. »
O 2° Vig... repete o annoncio. O Ven.'. diz então : « Meus II.'., por dois escrutinios, etc. Eu vos peço que teste munheis de novo vosso consentimento da maneira acostumada. »
O 1º Vig... diz: «I.'. 2° Vig..., II... que ornais a co lumna do Meiodia, o Ven.'. nos convida a testemunhar de novo nosso consentimento
da maneira acostumada. »
Batem tres grandes pancadas irregulares na porta da L.". O 2° Vig...". dá uma pancada, e diz
ao 1° Vig.….: «Bate-se á porta como Profano.» O 1° Vig...", dá uma pancada e diz alto :
– 77 —
«Vem."., bate-se á porta do Templo como Profano. »
-
O Ven.'. diz : « Vêde quem bate d'uma maneira tão estranha. »
«I.…. 2º Vig... mandai ver quem bate d’uma maneira tão estranha.»
o 1º Vig... diz ao I.'. 2º Vig.…. o I... 2º Vig..., segundo o relatorio do I... Exp.e., diz ao 1º Vig... : « E um Pro
fano, que pede ser recebido Maçon. » o 1º Vig... diz ao Ven...: « Ven.'., é um Profano, que pede ser recebido Maç.". »
Nota. Os Vig... observão as mesmas for malidades no que toca ás perguntas, que o Ven... manda fazer ao Candidato. Introduzido o Candidato, os Vig.'., sem
largarem seus malhetes, a proximão se do Profano, pegão, cada um, em sua mão, e
depois d'alguns instantes de silencio, o 1° Vig... diz: « VEN.…., eis o Profano. » A ordem da primeira viagem, os Vig...". vóltão a seus lugares; á ordem, que o Ven.'. dá de fazer aproximar o Neophyto por tres passos d’Aprendiz, o 1º Vig... lhe mostra a
marcha, fazendo-o subir os tres primeiros
degráos do Templo, 7"
- 78 -
O Neophyto dá aos Vig...", as palavras, si nal e toque.
O Ven.'. diz: «II.'. 1º e 2° Vig..., con vidai, etc. O 1º Vig... diz :
« I. . 2° Vig..., II.", que ornais a colum na do Meiodia, o Ven.", nos convida a re
conhecer d'aqui em diante o I.". N.... como Aprendiz Maçon, e Membro d'esta R.'.L.'.,
e a nos unirmos a elle para applaudir a sua iniciação. » Instrucção.
P. — «I.'. 1º Vig..., sois-vós Maçon? » R.— «Meus II... me reconhecem por tal.»
P. — «Qual é o primeiro dever dos Vig...". em L, ... ? »
R. — « Assegurar-se se a L.". está bem coberta. »
P. — «Que é um Maç. . ? »
R — « Um homem livre, igualmente amigo do porbe e do rico, se elles são vir tuOSOS, º
P. — « Que vimos nós fazer em L. "..? » R. — «Vencer nossas paixões, submetter
nossas vontades, e fazer novos progressos na * Maçonnaria.
P. — «Aonde fostes recebido Maç.….?» R, — Em uma L.", justa e perfeita. »
— 79 —
P, — «Que é preciso para que uma L.". seja justa e perfeita? »
R. — «Tres a govérnão, cinco a compõe e sete a tórnão justa e perfeita, histo é, tres MM.". formão uma L. . simples, cinco uma ..". justa, e sete uma L. '. perfeita. »
P. — « Desde quando sois Maç.….? » R. — « Desde que recibi a luz. »
P. — « Como reconhecerei eu que vós sois Maç. . ?
R. — « Por meus sinaes, palavras e to que. »
P. — « Como se fazem os sinaes de
Maç. ",
?»
R. — «Pela esquadria, nivel e perpendi cular.»
•
P. — «Dai me o sinal d’Aprendiz.» R. — (Dá-se.) P. — «Que significa este sinal?»
R. — «Que eu prefiriria ter o pescôço cortado a revelar os segredos dos Mações.» P. « I.". segundo Vig..., dai o toque ao I.'. 1º Vig...»
R. — «O I.'. 1º Vig, '. diz : « Elle é justo Ven.". »
P. — º Dai-me a palavra. »
R. — «Não devo lê-la, nem escrevê-la; só a posso soletrar, dizei-me a primeira le tra, eu vos direi a segunda. »
— 80 –
P. — « Que significa esta palavra ? »
R. — «Minha força está em Deus; era o nome d'uma columna de bronze collocada
ao Septentrião do Templo de Salomão, ao pé da qual os Aprendizes recebião o seu salario. »
P. — « Dai-me a palavra de passe d'A prendiz? » R. — (Dá-se.)
P. — «Que significa ella? » R. — « E o nome do dos filhos de La meth, que inventou a arte de trabalhar em ImetaeS, º
P. — « Porque vos fizestes admittir Maç.….? R. ver — Porque zejei a luz. » eu estava vas trévas, e de •
P. — « Quem vos apresentou em L. *.? »
R. — Um amigo virtuoso, que eu depois reconheci por Irmão. »
P. — « Em que estado estaveis, quando vos apresentárão em L. . ? » R. — «Nem nu, nem vestido; e despro vido de todos os metaes. »
P. — « Para que vos apresentárão n'esse estado? »
R. — «Nem nu, nem vestido, para nos
representar o estado de innocencia, e nos fa zer ver que a virtude não tem precisão de
— 81 -
ornamentos; desprovido de todos os me taes, porque elles são o emblema, e muitas vezes a causa dos vicios, que o Maç.". deve evitar. » P. — « Como fostes-vós introduzido em L.". ?»
R. — « Por tres grandes pancadas. » P. — « Que significão ellas? » R. — Pedi, vós recebereis; procurai, vos achareis; batei, dar-se-vos-ha entrada.»
P. — «Que vos produzirão essas tres pancadas? » R. — «Um Exp."., que me perguntou meu nome, meu sobrenome, minha idade, meu paiz, e se era minha vontade entrar Maçon. »
P. — « Que fez o Exp.'. de vós? » R. — Introduzio-me em L. “.. entre os
dois Vig..., e me fez viajar, como um Aprendiz Maç.…. o deve fazer, a fim de me fazer conhecer as difficuldades, que se en cóntrão para chegar a ser Maç.". » P. — « Que vos aconteceu depois? » R. — O Mestre da L.'., com o consenti
mento unanime, me admittio Maç. . » P. — « Como vos recebeu elle? »
R. — « Com todas as formalidades reque ridas. »
P. — «Quaes são essas formalidades? »
— 82 —
R. — « Eu tinha o joelho direito nu so bre a esquadria, a mão direita sobre a es pada, e com a esquerda eu sustentava um compasso aberto em esquadria com uma ponta apoiada sobre o peito esquardo, que eStaVa nu. »
P. — « Que fizestes vós n'essa postura?»
R. — «Prestei o juramento de guardar os segredos da ordem. »
P. — «Que vistes, quando entrastes em L. . ? »
R. — « Nada, Ven.". »
P. — «Que vistes quando se vos deu a luz ? »
R. — « Vi o Sol, a Lua, e o Mestre da L.". »
P. — Que relação pode haver entre estes astros e o Mestre da L.". ? »
R. — º Da mesma fórma que o Sol pre side ao dia, e a Lua á noite, o Mestre pre side a L.", para a esclarecer. » P. — «Aonde se colloca o Mestre da L.". ? »
R. — « No Oriente. »
P. — « Porque ? »
R. — «Da mesma fórma que o Sol nasce
dia, as sim o Mestre se coloca no Oriente para abrir
no Oriente para abrir a carreira do
a L.'., esclarecer os trabalhos, e levar os trabalhadores á obra.
-
P. — « Aonde se collócão os Vig.….? » R. — « No Occidente. »
P. — « Para que?» R. — « Para ajudarem o V. “. em seus
trabalhos, pagar aos obreiros, e dispedi-los COntenteS. »
•
P. — « Aonde se collócão os Aprendi zes ? »
-
R. — « No Septentrião, porque não po dem supportar senão uma fraca luz. » P. — « Como se chama a vossa L.". ? » R, — « A L.'. de S. João. » Encerramento.
P. — « Que idade tendes? » R. — Tres annos, Ven.'. »
P. — «A que horas costúmão os MM.'. fechar seus trabalhos?» R. — «A meia noite. »
P. — « Que horas são? » R. — «Meia noite, Ven. ".
« Pois que é meia noite, e é esta a hora em que os Maç.'., etc., II.'. 1° e 2' Vig..., convidai os II.…. que órnão vossas columnas, etc. » O 1º Vig... diz:
-
«I.'. 2º Vig..., II.", que ornais a colum:
— 84 —
na do Meiodia, o Ven.'. nos convida a fe
char os trabalhos no gráo d'Aprendiz, na R.'.L.'. de..., Or.'. de...»
Depois do annuncio, o Ven.'. dá tres pan cadas com o malhete, segundo a bateria do costume; os Vig... fazem outro tanto, e n'esse momento todos os II... se levántão, e se põem á ordem, e o Ven.'. diz: « A mim, meus II.". »
Todos fazem o sinal d’Aprendiz, e ter
mínão-se os trabalhos pela triplice bateria, e o triplice viva.
BANQUETE. ••••••••
Primeira saúde.
O Ven.", diz: « II.". 1º e 2° Vig..., fazei ver se nossos trabalhos estão bem cobertos.»
Ambos os Vig... se assegúrão da quali dade maçonnica de todos os individuos, que estão nas suas respectivas columnas , lan çando os olhos sobre elles, e reconhecendo os por MM, ".
— 85 —
O 2º Vig... diz ao I.'. 1º Vig... « E res pondo, etc. »
O 1º Vig... diz : « Ven.'., o I.'. 2º Vig... e eu estamos
certos dos II."., que órnão as duas colum Il3S, ))
O Ven.'. diz: « Eu respondo pelos que es tão no Or.". »
Nota. Para toda a ordem das saúdes, de ve-se recorrer ao caderno do Ven. ". d’este
gráo.
GRÁo D'APRENDIz.
SEGUNDO VIGILANTE=
SECÇÃO PRIMEIRA, Preliminares.
O Ven... proporá o Profano N.... etc., e dirá:
« II.'. 1° e 2° Vig..., annunciai em vos sas columnas, etc., e convidai todos os II.". a tomar d'aqui á primeira reunião, etc. » Depois do 1º Vig... ter annunciado, o 2º Vig... diz: « II."., que ornais a columna do Norte, o Ven. ". propõe o Profano N.... (repete os nomes, sobrenomes, idade, qua lidade, residencia, etc.) para ser iniciado a
— 87 —
nossos mysterios, a titulo de Membro d'esta R.'.L.'., e nos convida a tomar informa ções, d'aqui á proxima reunião, para efeito de se deliberar então, se se devem ou não nomear Commissarios. » O Ven.'. diz: •
« II.'. 1° e 2° Vig..., convidai os II.", a dar parte das informações, etc.» O Vig... diz : « II.…. que ornais a columna do Norte, o Ven.'. nos convida a dar parte das informa ções, que temos obtido acerca do Profano ….……--• • •
proposto na ultima reunião. »
Se alguns II.…. teem observações a fazer, pedem successivamente a palavra, levan tando-se e estendendo a mão.
O Vig..., em cuja columna estão estes dá uma pancada com o malhete, á qual corresponde o outro Vig..., depois o Ven.". por uma igual pancada. O Vig.…. diz: « Ven.'., um I.", na minha columna pede a palavra. »
No caso em que muitos II.", tênhão pe
dido a palavra, pertence ao Vig, '. ver qual a pedio primeiro.
Se ninguem se levanta, o II.". 2º Vig...". dirá em voz baixa ao 1º Vig...", : « Não ha observações na minha columna. »
— 88 —
O 1º Vig... diz a seu turno em voz alta: « Ven.'., não ha observação alguma nas duas columnas. »
Então o Ven.'. ordena logo o escrutínio, e a CCTêSCenta :
« I.'. 1º vig.….; fazei-vos assegurar pelo Mest... de Cer... dos votantes, e fazei dis tribuir o escrutinio. »
O 2° Vig... dá esta ordem ao I.". Mest.". de Cer."., e este distribue a cada Ir.'. uma bola branca e outra preta, e dá conta dos VOtanteS.
O 1º Vig... dá de tudo conta ao Ven.'. Então o Ven... diz: « II.'. 1° e 2° Vig..., annunciai nas vossas columnas, etc. As bo
las brancas adóptão as conclusões do I.". Orad.º. e as bolas pretas repróvão. » O 1º Vig... dá uma pancada, e faz o an nuncio.
O 2° Vig... dá outra pancada, e diz: « II.". da columna do Norte, vai correr o escrutinio sobre as conclusões do I.".
Orad.'., tendentes a que se nomeem (ou não) Commissarios, que tomem informa ções especiaes ácerca do Profano proposto; as bolas brancas adóptão as conclusões do I.". Orad. "., as pretas repróvão. » O Ven.", dá uma pancada com o ma
– 89 —
lhete, que os Vig... repetem, e annuncia o resultado do escrutinio.
Se os votos são unanimes, o Ten.°. diz:
« II... 1° e 2° Vig..., annunciai, etc., e convidai os II.…. a se unirem a mim para applaudir. » O 1º Vig... faz o annuncio.
O 2º Vig... dá uma pancada, e diz: «II.". da columna do Norte, o escrutinio adoptou á unanimidade as conclusões do I.". Orad.'., em consequencia vão-se nomear Commis
sarios encarregados de tomar mais particu larmente informações ácerca do Profano proposto; e Ven.'. nos convida a nos unir mos a elle para applaudir. » Sendo favoravel o relatorio dos tres Com
missarios, ou sómente de dois, o Ven.", diz: « Meus II. "., na reunião de.... etc.
« II... 1° e 2° Vig..., proponde o Pro fano N... aos II.". de vossas columnas, e
pedi-lhes suas observações. » O I.'. 1º Vig... faz o annuncio, O 2° Vig... dá uma pancada, e diz :
II.…. da columna do Norte, o Ven... pro põe, para ser iniciado aos nossos mysterios, o Profano N..., e elle nos pede nossas ob servações. »
8º
– 90 -
Abertura dos Trabalhos. O Ven.", diz:
-
P.—«I.'. 1º Vig.'., sois-vós Maçon? » R. — «Todos os meus II.". me reconhe
cem por tal. »
P.— « Qual é o primeiro dever dos Vig, '. em L. ". ? »
R. —º O de se assegurar se a L.", está exterior e interiormente coberta. »
O Ven.'. diz : « Mandai ver, meu I.º., se a L.". está exterior e interiormente co berta. »
O 1º Vig... diz ao 2º Vig...: «I.'. 2º Vig..., man dai ver se, etc. » O 2º Vig... diz ao I.". Exp, '., ou I.". Cobridor: « I.". Exp, “., vede se a L.". está bem coberta. »
O I.”. Exp.", diz em voz baixa ao I.'. 2º
Vig... que os trabalhos estão cobertos exte rior e interiormente; e este diz ao I, ".
1º Vig... « I.'. 1º Vig..., os trabalhos estão exte rior e interiormente cobertos, º
O 1° Vig... di-lo em voz alta ao Ven.'., o qual continua.
P.—«Qual é o segundo dever d'um Vig.…. em L.", ? »
— 94 –
R. — «Assegurar-se se todos os II... estão á ordem. » P.—« Estão elles com efeito á ordem? »
O 2º Vig...", diz « Todos os II.". estão á ordem na columna do Norte. »
O 1º Vig... diz alto : « Ven.'., todos os II.", estão á ordem em uma e outra columna. »
P.—« A que horas abrem os MM.", os seus trabalhos? » R.—« Ao meiodia. » P. — « Que horas são? » R.— « Meiodia. »
O Ven.'. diz: « Pois que é meiodia, etc. no gráo d’Aprendiz. » O 2° Vig... diz: « II.", da columna do Norte, o Vea.". nos convida a nos unirmos a elle para
abrir os trabalhos da R.'.L.'. de... no gráo d’Aprendiz. » O Ven.'. dá sobre o altar as tres panca das mysteriosas o o, o, que os Vig.…. repetem.
O Ven.'. diz : « I.". Secret.º., fazei a leitura, etc.
« II.'. 1° e 2° Vig..., convidai os II.…. a prestarem attenção a esta leitura. » O 1º Vig... faz o annuncio, depois do que o 2° Vig.…. diz: « II.", da columna do Norte, o Ven.'. vos
— 92 —
convida a prestar attenção á leitura da prancha dos nossos ultimos trabalhos. » Depois da leitura, o Ven.'. diz: « II.". 1° e 2° Vig..., convidai, eu vos peço, etc...
cuja leitura acabárão de ouvir. » O 2° Vig... diz: « II.…. da columna do Norte, o Ven... nos convida a fazer nossas observações sobre a prancha traçada nos nossos ultimos trabalhos, e cuja leitura acabámos de ouvir. »
Não havendo observações os Vig... o par ticipão em voz alta ao Ven.'., ou quando (havendo as) ellas estiverem terminadas;
e o Ven.'. diz : « II.". 1° e 2° Vig..., con vidai os II.'. de vossas columnas a applau dir, etc. Havendo Visitadores na sala dos Passos -
Perdidos, o I.". Mest... de Cer... o participa em voz baixa ao I.'. 2º Vig... que dá uma pancada, a que o Ven.'. corresponde, e de pois o 1º Vig. "., que diz: « Ven.'., ha na sala dos Passos-Perdidos
II.". Visitadores, que pedem, etc. » O Ven.'. diz: « I.". Exp."., informai-vos
de quem são esses II..., etc.»
-
O I.". Exp.'., depois de ter executado
as ordens, que lhe fôrão dadas, bate á porta pela bateria do gráo. O I.”. Cobridor adverte em voz baixa o
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I.'. 2º Vig.…. de que se bate á porta como Maçon; este o diz ao 1º Vig..., que, depois de ter dado uma pancada com o malhete, diz em voz alta:
« Ven.'., batem á porta, etc. »
O Ven.'. diz: «Meu I.º., fazei ver quem bate; se fôr Visitador concedei-lhe a en trada, dando elle primeiro as palavras de
passe e de ordem. » O 1º Vig... o diz ao 2º, que diz ao I."
Cobridor: º Vede quem bate. » O I.”. Cobridor introduz o I.". Exp.".
sendo elle quem bate, e fecha a porta; se é um Membro da L. “., o I.”. Cobridor o
participa ao 2º Vig..., que diz em voz alta ao Ven.'. « E o I.". N.... »
Quando são Visitadores, e elles teem to mado assento, o Ven.'. diz:
« II.'. 2° e 2° Vig..., convidai os II.…. de vossas columnas a se unirem a mim, etc. » O o1°1ºVig... qual Vig...faz diz:o annuncio, depois de •
« II.",, que ornais a columna do Norte, o Ven.'. nos convida a nos unirmos a elle
para applaudir a presença dos II.". Visita dores. »
O Ven.'. diz então: «Meus II.º., por dois
escrutinios, etc., eu vos peço que de novo
– 94 -*
testemunheis o vosso consentimento da ma neira acostumada. »
O 1° Vig...". repete o annuncio.
O 2º Vig... diz: º II... da columna do Norte, o Ven.“. nos convida a testemunhar de novo nosso consentimento da maneira acostumada. »
Batem tres grandes pancadas irregulares na porta da L.".
O 2° Vig... dá uma pancada, e diz ao 1º Vig.….: « Bate-se á porta como Profano. » O 1º Vig... dá outra pancada e diz em voz alta: « Ven. "., bate-se á porta, etc. »
O Ven.'. diz: «Vêde quem bate d'uma maneira tão estranha. »
O 1º Vig... o diz ao 2º. O 2° Vig... diz ao I.. Exp.e.: « Vêde quem bate d’uma maneira tão estranha. » Segundo a resposta do I.”. Exp.…. o 2° Ven.'. diz ao 1º: « E um Profano, que pede ser recebido Maçon. » Nota. Os Vig... obsérvão as mesmas for
malidades no que toca ás perguntas, que o Vem.". manda fazer ao Candidato.
Introduzido o Candidato os Vig.'., sem largarem seus malhetes, aproximão-se do Profano, pegão cada um em sua mão, e,
depois d'alguns instantes de silencio, o 1º Vig...", diz: «Vem.…., eis o Profano. »
- 95 –
A ordem da primeira viagem os Vig.. vóltão a seus lugares.
|
No fim de cada viagem o 2° Vig... dá uma pancada, e diz: « A primeira (a segunda ou terceira) via gem está feita. » Depois do juramento, quando o Ven.". diz ao Candidato: « Que pedis vós ? » o 2º Vig... dicta em voz baixa ao Candidato a resposta, que elle deve dar : (A Luz). A ordem que o Ven.'. dá de fazer apro ximar o Neophyto, por tres passos d’Apren diz, o 1° Vig.…. lhe mostra a marcha, fazen do-o subir os tres primeiros degráos do Templo.
O Neophyto dá aos Vig... as palavras, sinal e toque.
O Ven.'. diz: « II.". 1° e 2° Vig... con vidai, etc. »
O 1º Vig... faz o annuncio, e depois o 2° diz:
« II.…. que ornais a columna do Norte, o Vem... nos convida a reconhecer d'aqui em
diante o I.". N.... como Aprendiz Maç.'., e Membro d'esta R.'.L.'., e a nos unirmos
a elle para applaudir á sua iniciação. » O Ven.…. passa depois á instrucção, du
rante a qual o segundo Vig... conduz o Neo phyto ao pé do painel, e com a ponta de
sua espada, indica-lhe as figuras, cujos ém blemas o Ven.'. explica. Instrucção.
P. —º I.'. 1º Vig..., sois-vós Maçon? R.—«Meus II... me reconhecem por tal.»
P.—«Qual é o primeiro dever dos Vig.…. em L... ? »
•
R. — «Assegurar-se se a L.". está bem coberta. »
P. — «Que é um Maç.…. » R.—«Um homem livre, igualmente ami go do pobre e do rico, se elles são vir LUOSOS, º
P. — « Que vimos nós fazer em L.*.? » R.—« Vencer nossas paixões, submetter
nossas vontades, e fazer novos progressos na Maçonnaria. »
P.—«Aonde fostes recebido Maç.….?» R.—º Em uma L.". justa e perfeita. »
P.—«Que é preciso para que uma L.-seja justa e perfeita?» R.—«Tres a govérnão, cinco a compõe, e sete a tórnão justa e perfeita, isto é, tres MM... fórmão uma L.". simples, cinco uma L.". justa, e sete uma L.'. perfeita. »
P.—«Desde quando sois Maç.….? » R.—«Desde que recebi a luz. »
P.—«Como reconhecerei eu que vós sois Maç.". ? » R.—« Por meus sinaes, palavras e to que. »
P.—«Como se fazem os sinaes de Ma
çon? »
R.—«Pela esquadria, nivel e perpendi cular. »
P.—« Dai-me o sinal d'Aprendiz. » R.—(Dá-se.) P. — «Que significa este sinal? » R. — «Que eu prefiriria ter o pescôço cortado a revelar os segredos dos MM.". » P. — «I.". segundo Vig..., dai o toque ao I.'. 1º Vig... » R. – O I.'. 1º Vig... diz: « Elle é justo Ven.". »
P. — « Dai-me a palavra. » R. — « Não devo lê-la, mem escrevê-la:
só a posso soletrar, dizei-me a primeira le tra, eu vos direi a segunda. »
P. — « Que significa esta palavra? » R. — « Minha força está em Deus; era o nome d'uma columna de bronze, collocada
ao septentrião do Templo de Salomão, ao pé da qual os Aprendizes recebião o seu sa lario. »
P. — « Dai-me a palavra de passe d'A prendiz. » II•
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R. — (Dá-se.) P. — «Que significa ella? » R.—«E o nome do dos filhos de Lameth
o que inventou a arte de trabalhar em me taeS. º
P. — « Porque vos fizestes admittir Maç.….? »
R. — «Porque eu estava nas trévas, e desejei ver a luz. » P. — « Quem vos apresentou em L. ". »
R. — «Um amigo virtuoso, que eu de pois reconheci por I.". » P. — « Em que estado estaveis, quando vos apresentárão em L.'.? » R. — «Nem nu, nem vestido; e despro vido de todos os metaes. »
P. — « Para que vos apresentárão n'esse estado? »
R. — «Nem nu, nem vestido, para nos representar o estado de innocencia, e nos fazer ver que a virtude não tem precisão de ornamentos; desprovido de todos o metaes, porque elles são o emblema, e muitas vezes
a causa dos vicios, que o Maç.'. deve evitar. » P. — « Como fostes-vos introduzido em L.", ? »
R. — º Por tres grandes pancadas. » P. — « Que significão ellas? »
R. — « Pedi, vós recebereis; procurai,
- 99 —
vós achareis; batei, dar-se-vos-ha entrada.»
P. — « Que vos produzirão estas tres pancadas? » R. — «Um Exp.e., que me perguntou meu nome, meu sobrenome, minha idade, meu
paiz, e se era minha vontade entrar Maçon. » P. — « Que fez o Exp.…. de vós? » R. — «Introduzio-me em L. “., entre os dois Vig..., e me fez viajar, como um Apren
diz Maçº. o deve fazer, a fim de me fazer conhecer as difficuldades, que se encontrão pará chegar a ser Maç.". » P. — «Que vos aconteceu depois? » R. — « O Mestre da L.·., com o consen timento unanime, me admittio Maçº. » P. — «Como vos admittio elle ? » JR. — « Com todas as formalidades re
queridas. » P. -- « Quaes são essas formalidades? »
R. — « Eu tinha o juelho direito nu so bre a esquadria, a mão direita sobre a es pada, e com a esquerda eu sustentava um compasso aberto em esquadria, com uma
ponta apoiada sobre o peito esquerdo, que CStaVa Ilu. D
P. — « Que fizestes-vos n'essa postura? » R. — « Prestei o juramento de guardar
os segredos da ordem, º
– 160 –
— « Que vistes quando entrastes em L... ? »
R. — «Nada, Ven.'. »
P. —º Que vistes quando se vos deu a luz?» R. - «Vi o Sol, a Lua, e o Mestre da L... » P. - «Que relação pode haver entre es tes astros, e o Mestre da L... ? »
R. — º Da mesma forma que o Sol pre
side ao dia, e a Lua á noite, o Mestre pre side á L.. para esclarecer. » P. - «Aonde se coloca o Mestre da L...?» R. — « No Oriente. »
P. — « Porque?
R. - « Da mesma fórma que o Sol nas
ce no Oriente para abrir a carreira do dia, assim o Mestre se coloca no Oriente, para abrir a L.'., esclarecer os trabalhos, e levar Os trabalhadores á obra. »
P. — «Aonde se colócão os Vig...? » R. — « No Occidente. »
P. — « Para que? » R. - º Para ajudarem o Ven... em seus
trabalhos, pagar aos obreiros, e despedi-los COntenteS. »
P. - «Aonde se collócão os Aprendizes?» R. — «No Septentrião, porque não po dem supportar senão uma fraca luz. » P. - «Como se chama a vossa L...? º It, — «A L, , de S. João. »
- 104 —
Encerramento.
P. — «Que idade tendes? » R. — « Tres annos. »
P. — «A que horas costúmão os Maç.". fechar seus trabalhos? » R. — «A” meia noite. »
P. — « Que horas são? » P. — «Meia noite, Ven.". » « Pois que é meia noite, e esta a hora ém que os MM.'., etc. « II.". 1º e 2° Vig..., convidai os II.".
que órnão vossas columnas, etc. » O 1º Vig... faz o annuncio. O 2º Vig... diz : « II..., que ornais a co lumna do Norte, o Ven.'. nos convida a
ajuda-lo a fechar os trabalhos d’Aprendiz, na R.'.L.'. de..., Oriente de.... na ma neira do costume. »
Depois do annuncio, o V.'. dá tres pan cadas de malhete, segundo a bateria costu mada; os Vig... fazem outro tanto, e nesse momento todos os II.". se levántão, e se
põem á ordem, e o Ven.'. diz: « A mim, meus II." » Todos fazem o sinal d'Aprendiz, e termi
não-se os trabalhos pela triplice bateria, e o triplice viva. 9*
- 402 —
BANQUETE. •••••••••••••••
Primeira saúde.
O Ven.'. diz: « II.'. 1° e 2° Vig..., fa rei ver se nossos trabalhos estão bem co bertos? » -
Ambos os Vig... se assegúrão da quali dade maçonnica de todos os individuos, que estão nas suas respectivas columnas,
lançando os olhos sobre elles, e reconhe cendo-os por MM.'.
O 2º Vig... diz ao I.'. 1º Vig...: « Eu respondo pelos que estão na minha co lumna. »
O 1º Vig... o diz ao Ven.'., que diz: « Eu respondo pelos que estão no Oriente. » Nota. Para toda a ordem das saúdes, de Ve-se recorrer ao caderno do Ven.'. d’este
gráo.
§3 głºſuuſ, Olſſºlſ|| §3
§§§§
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•
O REGULADOR DO MAÇON. SEGUNDO GRÁO OU
o RÁ O D E co M P ANHEIRO. *-*>GO9 *-*
A RCEITTEC" "Os
A decoração da L.'. de Comp.", é a mes
ma que a d’Aprendiz, com a diferença que n'esta em lugar de tres luzes devem haver cinco, e o quadro que se deve colocar no
pavimento deve ser o da estampa nº 5.
— 104 —
GRÁO DE COMPANHEIRO,
VENTIERAVEL =
PRIMEIRA SECÇÃo. Preliminares.
Nenhum Aprendiz poderá ser admittido ao gráo de Companheiro sem ter dado o seu tempo, que será de cinco LL.'. de instruc ção na L.'., aonde recebeu a luz; e sem que tenha a idade determinada pelos regu lamentos, que é a de 25 annos completos. Todo o Aprendiz, que se julgar capaz de
ser promovido ao gráo de Companheiro, ex porá em particular a sua pertenção ao I.". segundo Vigilante, em cuja columna, e de baixo de cuja inspecção elle deve ter tra balhado desde a sua recepção.
Quando os trabalhos o permittão, o se
— 105 —
gundo Vigilante dirá: « M.". Ven.'., o I...
N..., Aprendiz d'esta R.'.L.'., rogou-me de pedir por elle o favor de ser admittido ao
gráo de Companheiro. » O Ven.'. fará colocar o Aprendiz entre os dous Vigilantes, aonde este passará um exame sobre a instrucção do primeiro gráo, depois do que o Ven.". lhe ordenará de co brir o Templo.
Tendo sahido o Aspirante, o Ven.'. dirá: « II.", primeiro o segundo Vigilantes, con vidai, eu vos rogo, os II.'. de uma, e outra columna a communicar-nos suas observa
ções sobre a pertenção do I.". N. ". » Nota. Acabadas as observações (todos os II.…. sem exceptuar os Aprendizes, são con vidados a apresenta-las), o Ven.'. ordenará
aos Aprendizes de cobrir o Templo, feito o que, o Ven... abrirá os trabalhos da ma neira que abaixo será dito circunstanciada ImCIite.
Abertos os trabalhos, o Ven.'. dirá: « II.--
primeiro, a segundo Vigilantes, annunciai ás vossas columnas que o I.". N.'., Apren
diz, está proposto para ser admittido ao gráo de Companheiro; convidai os II... a fazer as suas observações. »
O primeiro Vigilante diz: « I.". Segundo
— 106 —
Vigilante, II.'. que ornais a columna do Meiodia, etc. »
O segundo Vigilante repetê, etc. A L.'. que então se acha composta só de Mestres, e de Companheiros, appreciará as
observações, feitas pelos Aprendizes, ou ou virá outras que de novo se apresentem, sen do livre de adiar a proposição, se a escacez
do tempo, a natureza, e a urgencia dos tra balhos ulteriores não permittem de a dis cutir a fundo, ou se faltão ainda alguns esclarecimentos que dêvão ser tomados sub sequentemente.
Sendo-se de aviso de começar a deliberar immediatamente, segundo as observações que tiverem sido feitas, assim o I.". Ora
dor concluirá pela admissão, ou pela dilação. O I.". Mestre de Ceremonias destribuira o escrutinio, um I. .. experto o levantará e levará ao Ven.'., que em presença de um outro Experto contara as bólas, e fará o
annuncio, da maneira costumada, repetida pelos Vigilantes.
A admissão só pode ter lugar pelos dous terços dos votos ao menos. Se o escrutinio é favorevel, o Ven.", convidará os II.". Vi gilantes a empenhar os II.", das duas co lumnas a applaudirem,
– 107 -
•
Os Vigilantes repetem o annuncio; depois do que o Ven.'. diz: « A mim, meus II.". »
Applaudir-se-ha da maneira que será ex plicado. O Ven.'. fecha depois os trabalhos de Companheiro, como se dirá, o que feito, clle faz entrar de novo os Aprendizes.
O Ven.'. annuncia que o I.”. N.... foi aprovado para ser admittido ao gráo de Com panheiro, ou que a L.'. diferio a proposi ção para se occupar d’ella um outro dia, ou que o I.”. a renove em uma outra oc casião.
sEGUNDA SECÇÃ o. Primeiro antecedente. Todos os membros da L.'. devem estar
convocados da maneira do costume para o dia da assemblêa fixado pelo Ven...; as pran chas de convocação devem annunciar uma re cepção no segundo gráo, a fim de que aquelles que, por motivos quaesquer, não tínhão as sistido á assemblêa antecedente, vénhão a esta e dêem seu voto. A prancha que o Se cretario dirigir aos Aprendizes não deve fa. zer menção dos trabalhos a que elles não podem assistir.
— 108 —
Segundo antecedente. No dia fixado para a recepção . todos os Irmãos serão admittidos na Loja. O Ven.'. fará a abertura dos trabalhos d'A
prendiz, e depois da leitura da prancha da assemblêa antecedente, e da aprovação do costume, ordenará a todos os Aprendizes que se retirem. Se não houver n’este dia outros traba
lhos além dos de Companheiro, ou se não ha banquete, os aprendizes não serão con vocados, e o Candidato será o unico que tenha entrada na Sala dos Passos perdidos.
O I. ". Preparador, por ordem que recebe do Ven. "., conduz o Aspirante á Sala das reflexões, onde elle fica até que o vão bus car para a sua recepção. Durante este tempo, pinta-se a Estrella rutilante, com um G.'. no meio, e allumia se a columna do Meiodia, onde se deve ver um B.º. em transparente, assim como a Estrella rutilante, que deve estar no tecto, no meio d'um Céo semeado destrellas, se
isso é praticavel, e senão por cima do Ven.'. ou por baixo do docel.
Dispostas as cousas d’esta maneira, o
— 109 —
Vem.…. faz a abertura dos trabalhos do
modo seguinte: *.*>
Abertura dos trabalhos. •
*
-
•
O Ven.'. dá uma pancada com o malhete. que os Vig...". repetem, e diz: VEN.". — «Meus II.'., em pé, e espada na mão. »
*
*
O que todos fazem; e o Ven.", continua: VEN.". — «II... primeiro e segundo Vig.…., vede se os II... que órnão uma e outra co lumna, são Companheiros. »
Ainda que seja facil aos Vig... certifica rem-se só pela vista, se todos os II... são Companheiros, visto que elles devem saber
os gráos que cada um tem, principalmente se não ha visitadores desconhecidos, é sem
pre util que cada Vig... peça a cada um dos II... de sua columna as palavras, sinal e
toque do gráo, formalidade que recorda a todos o que se esquece algumas vezes por falta de pratica.
Executado isto, vóltão os Vig... para seus lugares,e dãocontado resultado da commissão que lhes foi encarregada, ao Ven.'. que diz: VEN... — « A ordem, meus II.". " (Este si nal será descripto em pouco) O Ven... faz aos dois Vig... alternada mente as cinco perguntas seguites: II,
1 (}
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P. — «I.…. primeiro Vig.'., sois Compa nheiro ?» R. — « Sou sim, Ven.". »
P. — « Para que vos fizestes receber . Companheiro? » -
R. — « Para conhecer a letra G.". »
P. — « Que idade tendes? » R. — « Cinco annos. » P. — «A que horas coméção os Compa nheiros seus trabalhos? » R. – « Ao meiodia. »
P. — º Que boras são? » R. — « E meiodia. » * O Ven. -- diz :
>
VEN, . — «Como é meiodia, e que é esta
a hora em que os Mações costúmão abrir seus trabalhos de Companheiro, II,", pri meiro e segundo Vig..., convidai os II.'. de
vossas Columnas, a se reunirem a mim para abrir os trabalhos de Companheiro. » Os II.…. Vig... repetem o annuncio, e depois o Ven.'. dá sobre o altar cinco pan
cadas com o malhete, as tres primeiras pre cipitadas, e as duas ultimas lentas, o que se
póde figurar da maneira seguinte: o oo, o o. Estas cinco são repetidas na mesma or dem pelos Vig..., e depois o Ven.'. diz: VEN.". — «A mim, meus II.". »
Todos fazem o sinal, e dão o applauso * •
— 414 –
por cinco, repetido tres vezes, depois do que o Ven.'. continua:
VEN.". — « Os trabalhos de Companheiro estão abertos. »
O que os Vig.". repetem, e todos os II.". tómão lugares. Postos assim os trabalhos de Companheiro em vigor, o Ven.'. dá novamente parte do objecto da assemblêa, e depois de ter pro posto o I.…. para ser admittido ao gráo de Companheiro, convida os II.". V... a pedir as observações da L.'.; e se as não ha, péde
o sinal d'aprovação por um levantar de mãos.
Se os votos são favoraveis ao Aspirate,
o Ven.'. diz ao Mest.". de Cer.'. que avise o I.". Preparador para que vá buscar o Aspi rante, e o introduza, Este deve estar vestido
como Aprendiz, sem armas, e n'este estado bate á porta do T... como Aprendiz. O I.". Exp... annuncia-o em voz baixa
ao segundo Vigº, e este da mesma maneira ao primeiro, o qual transmitte o annuncio ao Ven. ". em voz alta. O Ven.'. diz:
VEN.". — «Mandai ver quem bate d’esta maneira. »
Dada esta ordem ao I.". Exp, '. pelo se gundo Vig.…., que a recebe do primeiro, o
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I.". Exp.". abre a porta e pergunta quem bate. O I.". Preparador responde:
PReP.". — « E um Aprendiz que deseja ser admittido ao gráo de Companheiro. » º O I.". Exp.…. fecha a porta e transmitte
esta resposta ao Ven.'. pelos mesmos meios que o primeiro annuncio. O Ven.'. diz:
VEN.". — « Perguntai-lhe se elle acabou
seu tempo, se julga que seu Mestre está contente com seu trabalho, e se é essa sua ultima vontade. »
Ouvide a resposta do Candidato, por via do I.". Exp... e dos Vig..., o Ven.'. diz: VEN.". — «Introduzi o Aprendiz. »
No momento em que este é introduzido, todos os II.". se levántão, pégão na espada com a mão direita, e ficão n’esta atitude, até nova ordem do Ven. ".
O Aspirante chega até entre os Vig... pe los tres passos de Aprendiz, e fica alli em pé, fazendo o sinal do seu gráo, e com os pés em esquadria.
O Ven.'. deve fazer-lhe diversas pergun tas sobre o seu gráo; e depois de lhe ter
annunciado as cinco viagens, lhe dirá: VEN.". — « Meu I.'., os conhecimentos
que tendes adquirido, desde que fostes ad mittido ao nossos mysterios, devem ter tor
– 113 —
nado sensiveis a vosso espirito os emblemas
que accompánhão a recepção d’Aprendiz; nós vos démos o primeiro, isto é, vos abri mos o caminho dos conhecimentos, que o
geral dos homens não pode possuir. Quanto mais vos adiantardes n'esta estrada, maior numero de descobertas irão satisfazendo
vosso espirito. Reflecti attentamente em to
dos os emblemas que vão accompanhar vossa recepção » Nota. E' necessario ter a certeza de que
o Candidato tem alguns conhecimentos do gráo d'Aprendiz; pois d'outra maneira, a pergunta que se lhe faz, (se seu Mestre está contente com o seu trabalho) é illusoria. « I.". Exp.…., »accompanhai o I.”. na pri meira viagem. •
•
•
O I.”. Exp... dá ao Candidato um malho, e um escopro, que este levará na mão es
querda, e conduzindo-o pela mão direita,
fazem a primeira viagem, começando pedo Meiodia.
-
Voltando o Candidato ao Occidente, o Ven.". lhe diz:
|
VEN.….— «Meu I.'., esta primeira viagem
vos representa o anno que todo o Campa nheiro deve consagrar á instrucção que deve adquirir da qualidade e do emprego dos materiaes, e a aperfeiçoar-se no corte das 10* •
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pedras que aprendeu a desbastar por meio do malho, e do escopo, em quanto Aprendiz. « O sentido deste emblema é que um Aprendiz, quesquer que séjão os conheci mentos que tenha adquirido, está ainda longe do fim do seu trabalho; que a porção
bruta, e superflua dos materiaes destina dos á construcção do T.", que ella levanta ao G.'.A.'.D.'.U.'.; e para o qual elle serve de materia, e d'obreiro, ainda não
tem de todo desapparecido; que ele não póde deixar de se dar ao trabalho duro e penoso do malho, e á direcção attenta e
acertada do escopro; e que não deve afastar sejamais da linha de conducta que um habil Mestre lhe delineou. .*
*
« I.. Exp. , acompanhei-o na segunda viagem. »
…
…
.……
... º
Durante esta viagem o Candidato leva na
mão esquerda um compasso e uma regºa; tendo voltado ao Occidente, o Ven.'. diz lhe; VEN... — º Meu I..., esta viagem vos en
sina que durante o segundo anno, o Com panheiro deve adquirir os elementos da ma çonnaria pratica, que consistem em traçar
linhas sobre os materiaes desbastados, e promptos. E' por isso que vos dérão um
compasso e uma regoa. Este emblema re presenta a vosso espirito uma verdade bem
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sensível no decurso da vida humana, assim como entre nós, isto é, que ignorancia é a partilha de nossa primeira idade. Os ho
mens instruidos tómão cuidado da nossa educação durante a infancia, e nos ensínão os primeiros elementos das sciencias. As primeiras obras de nossas mãos resentem se do estado de fraqueza em que nascemos;
mas á medida que a educação nos abre o caminho das sciencias, devemos particular mente consagrar a nossa mocidade a ad
quiri-las, até que á força de trabalho e de reflexão consigamos a descoberta da ver dade.
« I.". Exp.e., fazei-o executar a terceira viagem. » O Candidato restitue então o compasso,
guarda a regoa na mão esquerda; com a qual ele sustenta sobre o hombro esquerdo uma pinça ou alavanca (1). (1) Chama-se Pinça em architectura, uma ala vança de ferro de 2, 3 a 4 pes de comprido, cujas extremidades são em forma de faca, mas uma d’ellas
curva; é com este instrumento que se collócão
as
perdras em seus competentes lugares, e que se le vantão grandes pesos, fazendo d'elle uma alavanca do primeiro ou segundo genero segundo os casos.
Pode-se mandar fazer esta pinça para o caso pre sente de páo de carvalho pintado de preto,
— 116 —
Tendo chegado ao Occidente, diz-lhe o Vem.".
VEN.". — « Meu I.º., esta viagem vos re presenta a qualidade de trabalhos d'um Companheiro durante o primeiro anno. Confiava-lhe o emprego dos materiaes e das pedras cortadas; o que suppunha n’elle conhecimentos suficientes para poder ajui
zar do lugar para que são destinados estes materiaes, e é por isso que vos é necessaria uma regoa. Para os transportar ao lugar de seu destino, é necessario intelligencia e força; os conhecimentos que o Companheiro
tem adquirido, fazem presumir que elle tem a primeira, e a pinça suppre ás forças naturaes, quando estas não bástão. Assim
como elle é ajudado n’este trabalho por A prendizes, da mesma maneira nós confia
mos aos Companheiros o cuidado de dirigir e de vigiar sobre os Aprendizes, mas de baixo da inspecção do Mest.", que servem.
* 1.". Exp, '., fazei-o executar a quarta viagem. »
O Aprendiz leva na mão esquerda uma esquadria e uma regoa, e dá a direita a seu conductor.
Voltando ao Occidente, o Ven.'. diz-lhe: VEN.". —º Meu I..., nós quizémos repre sentar-vos com esta viagem o quarto anno
– 147. —
d'um Companheiro, durante o qual elle se occupa na construcção e na elevação dos edificios, e em verificar o bem assentado das
pedras, e a exactidão do emprego dos ma teriaes.
« Isto é o emblema da superioridade que os homens alcánção sobre seus semelhantes por meio do zêlo, da assiduidade, e da emi nencia de seus conhecimentos, mesmo quan do não a procúrão. Illustrai vossos II.".
com lições uteis, dirigi seus passos no ca minho da virtude, e dai-lhes continuamente bons exemplos.
« I.". Exp.e., fazei o Candidato executar a quinta viagem. » N’esta viagem o Candidato não leva in
strumento algum, e é conduzido pela mão
direita; tendo chegado ao Occidente, o Ven... diz-lhe:
VEN... — «I.…., esta viagem vos repre senta o quinto anno do tempo de Compa panheiro. Suficientemente instruido na pra tica da arte, o Companheiro deve dar este
anno ao estudo da theoria; é por isso que vossas mãos estão desembaraçadas, para d'ora em diante dar-vos exclusivamente ao
trabalho do espirito. Aprendei por meio d’este emblema, que não basta que uma boa educação nos ponha no caminho da
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virtude, porque uma vez entregues a nós mesmos, bem depressa nos afastamos d'elle, excepto se por continuos esforços, e um estudo constante nos puzermos ao abrigo da
seducção do vicio, e da força das paixões. O unico fim a que nos propomos é o conhe. cimento da verdade, e é para o mesmo fim que devem tender todos os vossos passos.
Prosegui pois o caminho que vos está tra çado, e tornai-vos digno de serdes com o decurso do tempo admittido a novos conhe cimentos.
« I.". Exp.…. fazei o Candidato subir pelos cinco degráos mysteriosos do T..., a fim de que elle d’alli possa ver a Estrella rutilante,
e a lettra G.'. que orna seu centro. » Quando o Aprendiz tiver chegado ao quin
to degráo, o Ven... lhe dirá: VEN.". — º Meu I.º., considerai esta Es
trella mysteriosa; não a percais jamais de vista; pois ella é o emblema do Genio que nos leva a fazer grandes cousas; e com mais
razão ainda ella é o symbolo d'aquelle fogo sagrado, d'aquella porção de luz divina, com que o G.'.A.'.D.'.U.'. formou nossas almas, e cujos raios fazem que possamos dis tinguir, conhecer, e praticar a verdade e a justiça.
« A letra G.'. que vedes no seu centro,
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representa-vos duas idêas grandes e subli mes; uma d’ellas é o monogramma d'um dos nomes do Altissimo, origem de toda a luz, e de toda a sciencia. A segunda idêa
que esta letra nos representa, resulta do que se explica geralmente pela palavra Geo metria; sciencia que tem por base essencial a applicação da propriedade dos numeros ás dimensões dos corpos, e principalmente ao triangulo ao qual se referem quasi todas as suas figuras, e que apresenta tão subli mes emblemas.
« I.". Exp.e., fazei o Candidato chegar ao Oriente pelos passos de Companheiro, pre cedidos pelos d'Aprendiz. O aspirante dá os tres passos d’Aprendiz,
que o devem conduzir ao pé dos degráos do T.'., isto é, á margem inferior do quadro, faz-se-lhe subir cinco dos sete degráos do T. “., depois de que manda-se-lhe dar os tres passos de Companheiro, o primeiro para o Meiodia, o segundo para o Norte, e o terceiro para o Oriente. No primeiro passo, dirige-se o pé direito em diagonal, e põe-se o pé esquerdo por
detrás, formando duas esquadrias: no se gundo dirige-se o pé esquerdo diagonal mente, e põe-se o direito por detrás, for
mando tambem duas esquadrias; e no
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terceiro que é o de descanço, dirige se o pé direito em diagonal, e com o esquerdo forma-se a esquadria simples.
Esta marcha irregular é o emblema do direito que tem um Companheiro de passar
do serviço d'um Mest... para o serviço d’ou tro, e de mudar de trabalho, conforme o exigirem os casos. O Companheiro é depois d'isto conduzido ao Oriente, onde pronuncia o juramento seguinte, tendo o joelho direito sobre uma almofada, e o esquerdo em esquadria: JURA MENTO.
« Juro e prometto ao G.'.A.'.D.'.U.'., em vossas mãos, M.'. V. “., e a todos os meus II. "., debaixo da fé do meu primeiro
juramento, de guardar e conservar fielmente os segredos que me vão ser confiados, de não os communicar, de qualquer maneira
que seja, aos Aprendizes; e sujeito-me ás penas do meu primeiro juramento, no caso de infracção. » Durante o juramento o Exp, '. deve estar
á direita do Candidato, o Mest... de Cer... á esquerda, e todos os II... em pé e á ordem, Com a espada na mão. Depois do Juramen to, o Ven.'. pôe a folha da espada sobre a
cabeça do Candidato, e dá sobre ela cinco
— 121 —
ligeiras pancadas com o malhete, conforme a bateria indicada, dizendo:
}
VEN... — «A’G.'.D.'. G.'.A.'.D.'.U.'., em nome do G.'. 0.'. de..., e em virtude dos poderes a mim confiados por esta R.". L.'., eu vos recebo e constituo Compa nheiro Maçon. » O Candidato levanta-se, e o Ven.'. diz-lhe: VEN.". — «..Meu I.'., nós temos n’este gráo, assim como no precedente, uma pa lavra sagrada, uma palavra de passe, um si mal, um toque, e uma maneira de nos
pôrmos á ordem. Ensinão-se todas estas COUZaS.
•
« A palavra sagrada é..... que significa
perseverança no bem. , , « A palavra de passe é..... que significa numerosos como as espigas do trigo.
«Meu I..., ide fazer-vos reconhecer pe los II.". primeiro e segundo Vig...". »
Os Vig... dão conta da exactidão das pa -, lavras, sinal e toque que lhes deu o Compa nheiro.
-
Depois d'isto o Ven.'. diz :
VEN.…. — « II... primeiro e segundo Vig..., convidai os II... d’uma e outra columna a reconhecer d'ora em diante o I.".
N..... por Companheiro desta R.'.L.'., e a applaudir á sua recepção. » , , , II.
|-
|
||
}
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Os Vig... repetem o annuncio, depois do qual o Ven.'. diz: VEN... — «A mim, meus I.". »
Todos applaudem pela bateria do gráo. O novo Comp.º., que durante esté tempo
deve estará ordem entre os Vig..., pede a palavra ao 2º Vig..., e depois de a ter ob tido, agradece. O Ven.…. faz cobrir os applausos, e diz :
VEN... — « Assentai-vos, meus II...» Todos mettem a espada na bainha, e se asséntão. O novo Comp.". assenta-se em face da
painel em quanto dura a instrucção, que se passa a detalhar, e o I.'. 2º Vig... lhe
aponta com a espada as diversas figuras de o Ven.'. lhe dá a explicação.
Depois da Instrucção, o I.”. Mest.". de Cer... conduz o Comp.…. á cabeça da colum na do Meiodia por esta vez sómente; podem do-se elle colocar nas outras reuniões indistinctamente em
uma
ou
outra co
lumna.
Em fim o Ven.'. fecha os trabalhos, como se disse por occasião da abertura. Havendo alguns objectos a tratar, os traba
lhos d’Aprendiz ficarão em vigor, e fazem se entrar os Aprendiz, se alguns houver na
— 123 —
-sala dos Passos-Perdidos. Finalmente os trabalhos d’Aprendiz se fechalão da maneira acostumada. Instrucção,
P. — « Sois Companheiro? » R. — Sou sim, Ven.*. *
P. — « Para que vos fizestes receber Comp..? » R. — « Para conhecer a lettra G. »
P. —- « Que significa esta lettra » R. — « Geometria. »
P. — « Não significa ella nada mais? » R. — « E' a inicial d'um dos nomes do G.". A.". do U.". » P. — « Como fostes recebido? »
R. — «Passando da columna I.…. á co
dumna B.º., e subindo os cinco degráos do Templo. » P. — «Por que porta os subistes? »
R. — « Pela porta do occidente. » P. — « Que ieis fazer ao Templo? » R. — « Fundar calabouços para o vicio, e levantar templos á virtude. »
P. — « Quem se oppoz á entrada ?» R. — «O I.”. Cobridor.»
P. — « Que exigio elle de vós? »
R. — «Um sinal, um toque e uma pa lavra. »
-
— 124 —
P. – « Que vistes, ao subir os degráos do Templo?» R. — « Duas grandes columnas. » •
— « De que materia érão ellas? » — « Do bronze. »
#
— «Qual era a sua altura? » — « Dezoito côvados. »
— «A sua circumferencia? » — « Doze côvados. »
— «A grossura do bronze? » — « Quatro dedos. » — « Então érão ôccas? » ,
— « Érão, sim, Ven.'. » 1} .
— « Para que? »
R. — « Para encerrar a ferramenta dos
Comp. -. e Aprendizes, como tambem o the souro destinado a pagar o seu salario. » P. — « Como é que os obreiros recebem o seu salario ? »
R, — « Por um sinal, um toque e uma palavra; os Aprendizes pelos d’Apr.'., e os Comp.…. pelos do seu gráo. » P. — « Qual era a decoração das colum nas? » R. — « Folhas d'Acantho ornávão seus
capiteis, que estávão sobrecarregados de ro mãas Sem numerO. »
P. — « Aonde fostes recebido Comp.….?» R. — « Em uma Leº. justa e perfeita. »
· 125 –
P. — « Que fórma tinha ella? »
R. — «Um quadrado longo. » P. — « De que comprimento era ella ? » R. — « Do oriente ao occidente.»
P. — « De que largura? » R. — « Do Meiodia ao Septentrião. » P. — « Qual era a sua altura? »
R. — « Pés, toezas e côvados sem nu II]GI’O. »
P. — « De que estava ella coberta? » R. — « D'um docel d'azul, marchetado de estrellas. » P. — « Que o sustentava? »
R. — «Tres grandes pilares de forma triangular. » P. — « Como os nomeais? »
R. — « Sabedoria, Força e Belleza. » P. — « Porque os nomeais assim? »
R. — « Sabedoria para inventar, Força para executar, e Belleza para ornar. »
P. — « Qual era sua profundidade? » R. — « Da superficie da terra ao centro.»
P. — «Porque repondeis assim? » R. — « Para dar a entender que todos os MM... espalhados sobre a terra, não fazem
senão um só povo de II.", regidos pelas mesmas leis e mesmos usos. »
P. — «Tendes ornatos na vossa L...?» R. — «Sim, M, ". Ven.'. » 11*
— 126 –
P. — « Em que numero? » R. — «No numero de tres. »
P, — « Quaes são elles ? » R. — « O pavimento Mosaico, a Estrella Rutilante e a Orla dentada. » P. — • Qual era o seu uso? »
R. — « O pavimento mosaico ornava o lumiar do grande portico; a Estrella Ruti lante estava no meio, e illumiava o centro
d'onde parte a verdadeira luz, que allumia as quatro partes do Mundo, e a Orla dentada guarnecia e ornava as extremidades. »
P. — « Dai-me a explicação moral d’es têS tTOS OFInalmentOS. o
•
R. — « O pavimento mosaico é o emble
ma da união intima que reina entre os MM.….; a Estrella Rutilante é o emblema do
G.'.A.'. do U.'., o qual brilla d’uma luz propria a ele só; a Orla dentada significa
o laço que une todos os MM..., e faz que elles séjão uma mesma familia sobre toda a terra, º
•
P. — « Tendes joias na vossa L.'. ? » R. — «Sim, M.'. Ven. ". »
•
P. — « Em que numero ? » R. — « No numero de seis, a saber, tres moveis, e tres immoveis. » P. -- « Quaes são as joias moveis? » R. — «A Esquadria que traz o M".
— 427 -
Vem.", o Nivel que traz o primeiro Vig.'., a Perpendicular, ou Linha de prumo, que traz o segundo Vig, '. »
º P. — « Quaes são as joias immoveis? » " R. — « A Prancha de desenho, a Pedra cubica aguda, e a Pedra bruta. »
P. — «Qual é o uso das joias moveis?»
R. — «A Esquadria serve a esquadrar os materiaes, e ajustar, umas entre outras, suas superficies em angulos rectos; o Nivel serve a pôr ao lado umas das outras as re
dras horizontalmente; e a Perpendicular a levantar os edificios perfeitamente a prumo sobre os alicerces.» P. — «Dai-me a explicação moral de
tudo isto.»
*
**
R. — «A Esquadria nos mostra que to. das as nossas acções devem ser reguladas pela rectidão e justiça; o Nivel, que deve reinar uma perfeita igualdade entre todos os MM.". ; a Perpendicular, que todos os
bens nos veem la de cima. »
.
P. — «Qual é o uso das joias immoveis?» R. — «A Prancha serve aos Mest... para
traçar os seus desenhos e os seus planos; a Pedra cubicá aguda aos Comp.", para aguçar
a sua ferramenta; e a Pedra bruta aos A prendizes para aprenderem a trabalhar. »
– 4:28 –
P. — « Que significa tudo isto moral mente ? » R. — «A Prancha de desenho é o emble
ma do bom exemplo, que devemos a nossos II... e a todos os homens; a Pedra cubica é o symbolo dos esforços que o homem vir tuoso emprega para apagar os
vestigios, que
o vicio tem deixado sobre elle, e corrigir as paixões, ás ques estamos todos expostos;
em fim, a Pedra bruta é a imagem do ho mem grosseiro e selvagem, que não pode polir e tornar perfeito senão o estudo pro fundo de si mesmo. »
P. — « Quantas especies ha de Mações? » R. — Ha duas, uns de theoria e outros de pratica. »
P. — « Que aprendem os Mações de theo ria? »
*
R. — « Uma boa moral, que serve a pu rificar nossos costumes a tornar-nos agra daveis a todos os homens. »
P. — « Que entendeis por um Maçon de pratica? » R. — « O Obreiro de edificios. »
P. — « Que me fará conhecer que vós sois Maçon? »
R. — « Os meus sinaes, palavras e to que. »
P. — «Quantos sinaes ha na Maç.". ? »
– 129 –
R. — « M.'. Ven.'., elles são sem nu mero, mas reduzem-se a cinco principaes. » P. — «. Quaes são ?»
R. — «O Vocal, o Guttural, o Peitoral,
o Manual, e o Pedestre. » P. — « De que servem elles? » R. — «O Vocal a dar a palavra, o Gut tural a dar o sinal d’Aprendiz, o Peitoral a dar o sinal de Companheiro, o Manual a dar o toque de um e outro, e o Pedestre a executar a marcha de ambos. »
P. — «Quantas janellas ha n’uma L.*.?» R. — « Tres. » P. — « Aonde estão ellas colocadas?»
R. — « Ao Oriente, ao Occidente e ao Meiodia. »
P. — «Porque não ha nenhuma ao Sep
tentrião? » R. — « Porque o Sol allumia apenas essa parte. »
P. — « De que servem ellas? »
R. — «A dar luz aos obreiros quando chêgão ao trabalho, em quanto trabálhão, e
quando saem.» P. — « Vistes hoje vosso Mest...? » R. — « Sim, M.". Ven.". » P. — «Como estava elle vestido ? » R. — « D'ouro e azul. »
P. — « Que significão estas duas cores?
— 130 —
R. — « O ouro significa a riqueza, o azul a sabedoria, dous dons que o G.'.Ar... do U.…. outorgou a Salomão.»
*
-
P. — «Aonde se colócão os Compa nheiros? » •
R. — «Ao Meiodia.
X)
P. — «Porque? R. —º Como mais instruidos que o A prendizes e para servir os Mest.". » P. — « Como servis a vosso Mest.", ?»
R. — « Com fervor, prazer, e liber dade.»
P. — «Quanto tempo o servis?» . R. — « Desde segunda feira de manhãa até sabado de tarde.» P. — « Recebeis ordenado ?
•
R. - 4 M.'. Ven.". ; estou contente.»
P. — « Aonde o tendes recebido? » R. — «Na columna B...» , P. — « Que indica esta letra? »
R. — «E a inicial de uma serve a reconhecer-nos. »
palavra
que
P. — «Dizei-a,
R. — «Dizei-me a primeira letra, e eu vos direi a segunda.» P. —º Que significa esta palavra?» R. — º Ella significa perseverança no bem. »
*
P. — º Dizei-me a palavra de passe.»
– 131 —
R. —(Dá-se). P. — « Que significa ella?»
R. — «Numerosos como as espigas do trigo. » Encerramento dos trabalhos.
P. — «Que idade tendes?» R. — « Cinco annos. »
P. — «A que horas se fechão os traba lhos? »
R. — «A meia noite.»
P. — «Que horas são? » R. — « Meia noite.»
VEN... — «Como é meia noite, e que é
esta a hora em que os Maçº. costúmão fe
char seus trabalhos de Comp., II... pri meiro e segundo Vig..., convidai os II... de vossas columnas, a se reunirem a mim para
fechar os trabalhos de Comp., da R.'.L.'. de N..., ne or... de...» os vig... repetem o annuncio: depois do qual o vem... dá cinco pancadas com o ma
hete, que repetem os Vig…, e ºven.'. diz: "veN... — «A mim, meus... º Todos fazem o sinal e o applauso.
o ven... diz depois de ter dado uma pan cada:
•
veN...—º os rabalhos de Comp., estão fechados.»
-
Os Vig...". repetem.
* *
-
-
— 132 —
GRÁO DE COMPANHEIRO•
PRIMEIRO VIGILANTE=
SERÇÃO PRIMEIRA. Preliminares.
.
. —
O Ven.", diz: « Primeiro e segundo Vigi lantes, convidai, eu vos rogo, etc.» O primeiro Vigilante diz : « I.", segundo Vigilante, II... da columna do meiodia, o Ven.'. nos convida a fazer nossas observa
ções sobre a pertenção do I.". N. "..»
.
Abertos os trabalhos, o Ven.'. diz: «II.". primeiro e segundo Vigilantes, annun ciai, etc.»
O primeiro Vigilante diz: «I.", segundo Vigilante, II... que ornais a columna do meiodia, o Ven.'. nos propõe o I.". N.".
para ser admittido ao gráo de Companheiro, e nos convida a fazer nossas observações. » O Ven... annunciará o escrutinio da ma neira costumada.
— 133 —
Os Vigilantes repetirão o annuncio. Se o escrutinio é favoravel, o Ven.'. convidara os
II.". Vigilantes a empenharos II.…. das duas columnas a applaudirem. •
Os Vigilantes executarão a ordem. Abertura.
O Ven.'. dá uma pancada com o malho, repetida pelos Vigilantes, e diz: «Meus II.º., em pé » e continua: «II... primeiro e
segundo Vigilantes, assegurai-vos se nas vossas columnas todos os II.". são Compa nheiros. »
Ainda que os Vigilantes se póssão assegu rar com muita facilidade por um simples lan çar d'olhos se todos os II.…. são Companhei
ros, (porque elles devem conhecer os gráos de cada um dos II.'., sobre tudo se não ha
visitadores desconhecidos) é com tudo con veniente que cada Vigilante examine a sua columna, e peça a cada um dos II.". as pa lavras, o sinal, e toque do gráo. Esta forma lidade faz lembrar a cada um, o que é assaz frequente de esquecer-se por falta de pratica. " Os Vigilantes de volta do seu gyro retór não a seus lugares, e dão, cada um, conta
ao Ven.'., da missão que este lhes deu. II,
12
o Ven... fará aos Vigilantes, alternativa mente, as cinco questões seguintes:
P. —º I... primeiro Vigilante, sois Com panheiro? » R. — « Sou, sim, Ven.…. º P. — « Para que vos fizestes receber Com
panheiro? » R. — « Para conhecer a letra G.". »
P. — « Que idade tendes? » R. — «Cinco annos. »
P. — «A que horas coméção os Compa nheiros seus trabalhos? » R. — «Ao meiodia. »
P. — « Que horas são? R. — «Meiodia. »
O Ven.'. diz: «Como é meiodia, etc.,
II... primeiro e segundo Vigilantes, convi dai, etc.»
O primeiro Vigilante diz: «I. - segundo Vigilante, II... da columna do meiodia, o Ven.'. nos convida a reunir
nos a elle para abrir os trabalhos de Compa nheiro. »
Depois do annuncio, o Ven.'. dá sobre o
altar cinco pancadas com o malho, oo o, o o, repetidas da mesma forma pelos Vigilantes; depois do que o Ven.'. diz: «A mim, meu II.". »
Fazem todos ao mesmo tempo o sinal, se
— 135 —
… por cinco, repetidos tres vezes. O Ven.'. diz depois:
guindo-se os
«Os traba
lhos de Companheiro estão abertos. »
o primeiro Vigilante diz: « os trabalhos de Companheiro estão abertos.» -
Abertos assim os trabalhos de Compa
nheiros, o Ven.'. communica novamente o objecto da assemblea; e depois de ter pro posto o I.…. para ser admittido ao gráo de
Companheiro, ele convida os Vigilantes a pedir as observações. Se ninguem as faz, elle pede o signal de approvação por um le
vantar de mãos. O Aspirante bate, no gráo de Aprendiz, á porta do Templo; o I.”. Cobridor o annun cia em voz baixa ao segundo Vigilante.
o segundo Vigilante o diz baixo ao pri meiro vigilante, que diz alto ao ven.'. : «Ven..., bate-se, no gráo de Aprendiz, a
porta do Templo, º o Ven... diz: «Fazei ver quem bate.» o primeiro Vigilante diz ao segundo Vi gilante, e este ao I.”. Cobridor: « Fazei ver quem bate.» O I., Cobridor diz em voz baixa ao se gundo Vigilante, este ao primeiro, que diz em fim ao Ven... em voz alta: «É um A
prendiz que pede ser admittido ao gráo de . Companheiro. »
— 133 —
O Ven.'. diz: «Perguntai-lhe, etc.» O primeiro Vigilante diz ao segundo: «Perguntai-lhe se elle deu o seu tempo, se
elle julga que seu Mestre esteja contente d'elle, e se é bem sua derradeira vontade. «
Dada a resposta do Aspirante ao Ven.'., sempre pela mesma via, elle diz: «Fazei introduzir o Aprendiz.»
Este é conduzido no meio dos dous Vigi lantes. Depois das viagens, e quando o As pirante tiver recebido do Ven.'. os sinaes:
palavra, e toque do gráo, o Ven.'. lhe diz, «Ide, meu I.'., fazer-vos reconhecer aos II... primeiro e segundo Vigilantes.» Os Vigilantes represéntão a justeza das palavras, sinal, e toque que lhe deu o Com panheiro.
Depois disto, o Ven.'. diz: « II.…. pri meiro e segundo Vigilantes, convidai os I.". uma e outra columna a reconhecerem, etc.»
O primeiro Vigilante diz: «I.…. segundo Vigilante, II.'. que ornais a columna do meiodia, o Ven.'. nos convida a reconhecer d'ora em diante o I.". N. ". por Companheiro
d’esta R.'.L.'., e a applaudir á sua recep ção. » Instrucção.
P.—º Sois Companheiro? »
— 137 —
R.—º Sou, sim, Ven.". »
P.—º Para que vos fizestes receber Com panheiro? » R.—« Para conhecer a letra G.". »
P.—« Que significa esta letra? » R.—« Geometria. »
P.—«Não significa ella nada mais? » * *
R.—« É a inicial d'um dos nomes do G.". A.". do U.". » P.—« Como fostes recebido? »
R.—º passando da columna J. ". á columna B.º. e subindo os cinco degráos do Templo.» P.—«Por que porta os subistes? » R.—« Pela porta do Occidente. » P.—º Que ieis fazer ao Templo?»
R.—« Fundar calabouços para os vicios, e levantar templos á virtude. » P.—º Quem se oppoz á vossa entrada ? » R.—« O I. º. Cobridor. »
-
P.—« Que exigio elle de vos? » R.—«Um sinal, um toque, e uma pa lavra. »
•
P.—º Que vistes ao subir os degráos do Templo?» •
R.—« Duas grandes columnas. » . P.—« De que materia érão ellas? » R.—« De bronze. »
P.—« Qual era a sua altura?»
R.— Dezoito côvados, º 12*
— 138 –
P.—«A sua circunferencia?» R.—«Doze côvados.»
P.—«A grossura do bronze!» R.— «Quatro dedos. » P.—«Então érão ôccas ?»
R.—«Érão, sim, Ven...» P.—«Para que « R.—«Para encerrarem a ferramenta dos
Companheiros, e Aprendizes, como tambem o thesouro destinado a pagar o seu salario.» P.—º Como é que os obreiros recebem o seu salario. »
R.—«Por um sinal, um toque, e uma palavra; os Aprendizes pelos d’Aprendiz, e os Companheiros pelos do seu gráo.» P.—«Qual era a decoração das colum nas ?»
R.—«Folhas decantho ornávão seus ca piteis que estávão sobrecarregados de ro mãas sem numero.» ro P—«Aonde ? »
•
fostes recebido Companhei •
R.—«N'uma L.'.justa, e perfeita.» P.—((Que forma tinha ella?»
R.—«Um quadrado longo.» P.—«De que comprimento era ella?» R.—«Do Oriente ao occidente.» P.—«De que largura?» R.—« Do meiodia ao Septentrião.»
— 139 —
P.—º Qual era a sua altura?»
R.—«Pes, toezas, e côvados sem nu mero.»
P—«De que estava ela coberta?» R.—«D'um docel de azul, marchetado de estrellas.» P.—«Que o sustentava?»
•
R.—«Tres grandes pilares defôrmatrian gular. })
•
-
-
P.—«Como os nomeais ?» R.—& Sabedoria, Força, e Belleza.»
P— Porque os nomeais assim?» R.—«Sabedoria para inventar, Força
para executar, Belleza para ornar.» P.—«Qual era a sua profundidade?» R.—«Da superficie da terra ao centro.»
P.—«Porque respondeis assim ?» P.—« Para dar a entender que todos os
Mações espalhados sobre a terra não fazem senão um só povo de lrmãos, regidos pelas mesmas leis, e mesmos usos. »
P.—( Tendes ornamentos na vossa L...?»
R.—«Sim, M... V...» P.—«Em que numero ?»
R.—«No numero de tres.» P—«Quaes são elles?» P.—" O pavimento Mosaico, a Estrella Rutilante, e a orla dentada.» •
P.—( Qual era o seu uso ?»
— 140 —
R.—«O pavimento Mosaico ornava o lu miar do grande Portico do Templo, a Es trella Rutilante, que estava no meio, allu miava o centro d’onde parte a verdadeira
luz que allumia as quatro partes do Mundo, e a Orla dentada guarnecia e ornava as ex tremidades. »
P.—(Dai-me a explicação moral destes tres ornamentos ?»
R.—« O pavimento Mosaico é o emble ma da união intima que reina entre os Ma ções; a Estrella Rutilante é o emblema do
G.'.A.'. do U... o qual brilha de uma Iuz propria a elle só; a Orla dentada significa o laço que une todos os Mações, e faz que elles séjão uma mesma familia sobre toda a terra. ))
•
P.—º Tendes joias na vossa L.". ?» R.—«Sim, M.". Ven. ". » P.—«Em que numero? » R.—«No numero de seis, a saber, tres moveis e tres immoveis. » :
P.—( Quaes são as joias moveis ? »
R.—«A esquadria que traz o M.….V..., o Nivel que traz o primeiro Vigilante, a Per pendicular, ou Linha de prumo, que traz o segundo Vigilante. » P.—( Quaes são as joias immoveis? »
— 141 —
R.—(( A Prancha de desenho, a Pedra cubica aguda, e a Pedra bruta. » P.—( Qual é o uso das joias moveis? » R.—«A Esquadria serve a esquadrar os materiaes, e a ajustar, umas entre outras,
suas superficies em angulos rectos; o Nivel serve a pôr ao lado umas das outras as pe dras horisontalmente, e a Perpendicular a levantar os edificios perfeitamente a prumo sobre os alicerces. »
P.—«Dai-me a explicação moral de tudo isto. »
R.—((A Esquadria nos mostra que todas as nossas acções devem ser reguladas pela rectidão, e justiça; o Nivel, que deve reinar uma perfeita igualdade entre todos os Ma
ções; a Perpendicular, que todos os bens nos veem lá de cima. »
P.—(Qual é o uso das joias immoveis ?» R.—« A Prancha serve aos Mest... para
traçar os seus desenhos, e os seus planos; a Pedra cubica aguda serve aos Companhei
º ros para aguçar a sua ferramenta, e a Pedra bruta serve aos Apprendizes para aprende rem a trabalhar.»
P.—(Que significatudo isto moralmente?» R.—« A Prancha de desenho é o emble
ma do bom exemplo que devemos o nossos II... e a todos os homens; a Pedra cubica
— 142 —
é o symbolo dos esforços que o homem vir tuoso emprega para apagar os vestigios que o vicio tem deixado sobre elle, e corrigir as
paixões, ás quaes estamos todos expostos; em fim a Pedra é a imagem do homem gros
seiro e selvagem que não pode polir, e tor nar perfeito senão o estudo profundo de si mesmo. »
.
P.—«Quantas especies ha de Mações? » R.—» Ha duas, uns de theoria, e outros
de pratica.»
•
P.—"Queaprendem os Maçõesde theoria?»
R.—«Uma boa moral, que serve a pu
rificar nossos costumes, e a tornar-nosagra daveis a todos os homens.» P.—«Que entendeis por Maçon de pra tica?» |
R.—«o obreiro de edificios.»
-
P.—«Que me fará conhecer que vós sois Maçon? »
•
R.—«Os meus sinaes, palavras, e toque?» P.—«Quantos sinaes ha na Maçonaria?» R.—«M.". Ven.'., elles são sem nume
ro, mas reduzem-se a cinco principaes.» P.—«Quaes são?» R.—«O Vocal, o Gutural, o Peitoral, o Manual, e o Pedestre.» •
-
P.—«De que servem elles? »
• • •
R.—«O Vocal a dar a palavra, o Gutura
– 143 —
a dar o sinal de Aprendiz, o Peitoral a dar o sinal de Companheiro, o Manual a dar o toque de um e outro, e o Pedestre a exe cutar a marcha de ambos. »
P.—«Quantas janellas ha n'uma L...?» R.—((Tres. »
P.—«Aonde estão elas colocadas?» R.—«Ao Oriente, ao Occidente e ao Meio dia. » tentrião?» P.—«Porque
não ha nenhuma no Sep
R.—«Porque o parte. »
-
•
-
-
sol allumia apenas essa •
••
•
-
-
P.—«De que servem ellas? »
R.—«A dar luz aos obreiros quando chê
gão ao trabalho, em quanto trabálhão, e quando sahem.» P.—(Vistes hoje o vosso M.….?» •
--
-
-
R.—«Sim, M.'. Ven...»
P.—«Como estava elle vestido?» R.—«D'ouro, e Azul.»
P.—«Que significão estas duas cores?» R.—« O Ouro significa a riqueza, o Azul a sabedoria, dous dons que o G.'.A.'. do U.…. outorgou a Salomão.» P. — «Aonde se collócão os Companhei ros? » R. — «Ao Meiodia. »
P.—«Porque? »
— 144 —
R.—«Como mais instruidos do que os
Aprendizes, e para servir os Mest...» P. — «Como servis a vosso Mest...?»
R.—«Com prazer, fervor, e liberdade.» P.—«Quanto tempo o servis? »
R.—«Desde segunda feira de manhãa até Sabado de tarde. » P. — «Recebeis ordenado ?»
R. — «M.". Ven.'., estou contente.» P.—«Aonde o tendes recebido?» R.— «Na columna B...»
P.—«Que indica esta lettra? «
R.—- É a inicial de uma palavra que ser ve a reconhecer-nos. » P. — «Dizei-a. »
R.—«Dizei-me direi a segunda.»a primeira letra, e eu vos •
P.—«Que significa esta palavra?» R.--((Ella significa perseverança no bem.»
P.—º Dizei-me a palavra de passe.» R.— (Dá-se.) P.—(Que significa ella?»
R.-- Numerosos como as espigas do trigo.»
— 145 – Encerramento dos trabalhos.
P. — «Que idade tendes?» R.—«Cinco annos. »
P. - «A que horas se fêchão os traba lhos? »
R. — «A meia noite.» P.—«Que horas são? » R.—«Meia noite. »
«Como é meia noite, etc.»
O primeiro Vigilante diz : «I... segundo Vigilante, II.'. que ornais a columna do Meiodia, o Ven.'. nos convida a nos reunir
a elle para fechar os trabalhos de Compa nheiro na R.'.L.'. de..... ao O.'. de.....
}}
O segundo Vigilante repete o annuncio.
Depois do que o Ven.'. dá cinco panca das com o malho, repetidas pelos Vigilantes, e diz: «A mim, meus II.", «
Fazem todos o sinal, e applaudem. O Ven.'. diz, depois de ter dado uma
pancada : « Os trabalhos de Companheiro estão fechados. »
O primeiro Vigilante dá uma pancada, e diz: «Meus II..., os trabalhos de Compa nheiro estão fechados.»
II.
13
=
446
•
GRÁo DE COMPANHEIRO, ………<=#9<=>---
SEGUNDO VIGIE ANTE
PRIMEIRA SECÇÃO. Preliminares.
Todo o Aprendiz, que se julgar capaz de ser promovido ao gráo de Companheiro, ex porá em particular a sua pertenção ao se
gundo Vigilante, em cuja columna, e debaixo de cuja inspeccão elle deve ter trabalhdao desde a sua recepção. Quando os trabalhos o permittirem, o se gundo Vigilante dirá: «M.". V..., o I.". N."., Aprendiz d'esta R.·.L.·., rogou-me de pedir
por elle o favor de ser admittido ao gráo de Companheiro. » "O Ven.'. diz: «II... primeiro e segundo
Vigilantes, convidai, eu vos rogo, etc.» O primeiro Vigilante diz : « I.…. segundo Vigilante, Irmãos da columna do meiodia, etC, ))
— 147 -
O segundo Vigilante diz: « lI... da co lumna do Norte, o Ven.'. nos convida a fazer nossas observações sobre a pertensão do L.". N.". »
Abertos os trabalhos, o Ven.'. diz: «II.",
primeiro e segundo Vigilantes, annuciai, etC. ))
·
··
·
O primeiro Vigilante diz: «II.…. segun" do Vigilante, II, ‘. que ornais a columna, etC. ))
i …, , .
*, *, *
O segundo Vigilante diz : «II.…. que ornais a columna do Norte, o Ven... nos propõe o I.". N.…. para ser admittido ao gráo de Com panheiro, e nos convida a fazer nossas obº. servações.» …", ………… * # .….…… / os O Ven.“.. annunciará o escrutínioma fór
ma costumada, repetindo os Vigilantes.…… a Se o escrutinio fôr favoravel, o Vén.".
convidará os II.". Vigilantes a empenhar os II... das duas columnas a applaudir.--"; Os Vigilantes o annunciarão. * …--"; …
* *i * # Abertura..., …; ...….a
O Ven.'. dá uma pancada com o malho, repetida pelos Vigilantes, e diz : «Meus I1.", em pé, » e continua: «II.", primeiro e segundo Vigilantes, assegurai-vos se hás vossas columnas todos os Irmãos são Còm
panheiros, » :
-
- -
-
*
— 148 —
Ainda que os Vigilantes se póssão asse gurar com muita facilidade por um simples lançar d'olhos se todos os II.…. são Com
panheiros; porque elles devem conhecer os gráos de cada um dos II.'., sobre tudo se não ha Visitadores desconhecidos: é com
tudo conveniente que cada Vigilante exa mine a sua columna, e peça a cada um dos II. ". as palavras, o sinal, e toque do gráo. Esta formalidade faz lembrar a cada um, o que é assaz frequente de esquecer por falta
de pratica. Os vigilantes de volta do seu gyro reto mão seus lugares, e dão, cada um, conta ao Ven.'. da missão que este lhes deu. O Ven.'. fará aos Vigilantes, alternativa mente, as cinco questões seguintes: P.—« I... primeiro Vigilante, sois Com panheiro? » R.—«Sou, sim, Ven. ". « P.—«Paraque vos fizestes receber Com panheiro?» •
R.—« Para conhecer a letra G.". »
T.—«Que idade tendes? » R.—(( Cincos annos. »
P.—«A que horas começão os Compa nheiros seus trabalhos? » R. — «Ao Meiodia. »
P.— « Que horas são ? »
— 149 —
R. — «Meiodia. »
O Ven.'. diz: «Como é meiodia, II.". pri
meiro e segundo Vigilantes, convidai, etc.» O primeiro vigilante diz: «I... segundo Vigilante, II... da columna do meiodia, o Ven... nos convida a reunir nos a elle para abrir os trabalhos de Com panheiro. •
Depois do annuncio, o Ven.'. dá sobre o Altar cinco pancadas com o malho, ooo, oo, repetidas da mesma forma pelos Vigilantes,
depois do que o Ven.'. diz : « A mim, meus II.". »
Fazem todos ao mesmo tempo o sinal, seguindo-se os applausos por cinco, repeti dos tres vezes. O Ven... diz depois: » Os trabalhos de Companheiro estão abertos.»
O primeiro Vigilante diz: «Os trabalhos de Companheiro, etc.»
O segundo Vigilante diz: «Os trabalhos de Companheiro estão abertos. » Abertos assim os trabalhos de Compa nheiro, o Ven. ". communica novamente o
objecto da assemblêa; e depois de ter pro
posto o I... para ser admittido ao gráo de Compaheiro, elle convida os Vigilantes a pedir as observações : se ninguem as faz, elle pede o sinal de approvação por um le vantar de mãos. 13"
— 450 —
O Aspirante bate, no gráo de Aprendiz, á porta do Templo; o I.”. Cobridor o annuncia º em voz baixa ao segundo Vigilante,
O segundo Vigilante diz baixo ao primeiro Vigilante: « I.", primeiro Vigilante, bate-se, no gráo de Aprendiz, á porta do Templo. »
O primeiro Vigilante o diz alto ao Ven...; este diz ao primeiro Vigilante que o diz ao segundo Vigilante, e este ao I.”. Cobridor.: «Fazei ver quem bate. » O I.”. Cobridor diz em voz baixa ao se
gundo Vigilante, e este ao primeiro :
«É um Aprendiz que pede ser admittido ao gráo de Companheiro. »
O Ven.'. diz : « Perguntai-lhe, etc.» O primeiro Vigilante diz ao segundo Vigi lante, e este ao Cobridor.
.
«Perguntai-lhe se elle deu o seu tempo, se elle julga que seu Mestre esteja contente
d'elle, e se é bem a sua derradeira vontade.» Dada a resposta do aspirante ao Ven.“., sempre pela mesma via, elle diz: Faze in troduzir o Aprendiz.»
Este é conduzido ao meio dos dois Vigi lantes.
1.'." Viagem : um malho, e um sinzel. 2.'." Viagem : um Compasso, e uma re g0a.
5.'." Viagem : regoa.
•
— 151 =
Depois das viagens, e quando o Aspirante tiver recebido do Ven... o que deve ter, o Ven.'. lhe diz : « Ide, meu I.V., fazer vos reconhecer aos II." , Primeiro e segundo * #.*. * . --, Vigilantes.» •
Os Vigilantes representão a justeza das palavras, sinal, e toque que lhes deu o -1 = Companheiro Depois d'isto, o Ven.", diz: « II... pri meiro, e segundo Vigilantes, convidai os II…. de uma, e outra columna a reconhece •
rem, etc.»
*
#" +
..."
O primeiro Vigilante diz : « II", que or mais a columna do Meiodia, etc. » - …
# 4","Viagem : esquadria; e regoa." 5. *.*: Nada.
a .<>… triº,"
O segundo Vigilante diz: «II.", que or nais a columna do Norte, o Ven.'. vos con vida a reconhecer d'ora em diante o I. º.
.…. por Companheiro d'esta R.'.L.'. e a - ** * applaudir á sua recepção. » O novo Companheiro se assenta defronte
do quadro durante a instrucção, e o "I.". segundo Vigilante lhe indica com a ponta da sua espada as diversas figuras que o Ven, '. lhe explica. ----
O Ven... fecha os trabalhos segundo a formula seguinte: * *
|-
*.
ºi
— 152 —
Instrucção.
P.—º Sois Companheiro ? » R.—«Sou sim, Vem.". »
P.—( Para que vos fizestes receber Com panheiro. » •
R.—(( Para conhecer a letra G.". »
P.—«Que significa esta letra? » R.—« Geometria. »
P.—( Não significa ella nada mais? » R.—«É a inicial d'um dos nomes do G.'. A.". do U.". »
P.—(( Como fostes recebido? »
R.-(( Passando da columna J... à co
lumna B.º. e subindo os cinco degráos do Templo. »
•
P.-( Por que porta os subsistes? » R.-(( Pela porta do Occidente.»
P.— «Que ieis fazer ao Templo?»
R. - «Fundar calabouços para os vicios, levantar Templos á Virtude. » … P. - «Quem se oppoz á vossa entrada?» R.-(( O I.”. Cobridor. »
P.—«Que exigio elle de vós?»
R.-“Um sinal, um toque, e uma palavra.» P.-( Que vistes ao subir os degráos do Templo?» R.—« Duas grandes columnas. » P.—« De que materia erão ellas? »
— 153 —
R.—«De bronze. »
P.— «Qual era a sua altura?» R.—( Dezoito côvados. »
P.—« A sua circunferencia?» R.— « Doze côvados. »
P.—«A grossura do bronze?» R.—«Quatro dedos.» P.—( Então érão óccas?»
R.—«Érão, sim, Ven..."» P. — « Para que?» R.—« Para encerrarem a ferramenta dos
Companheiros e Aprendizes, como tambem o thesouro destinado a pagar o seu salario.» P.—«Como é que os obreiros recebem o seu salario ? »
S.—« Por um sinal, um teque, e uma
palavra; os Aprendizes pelos d’Aprendiz, e os Companheiros pelos do seu gráo.» R.—«Qual era a decoração das columnas?» R. —º Folhas d'acantho ornávão seus ca
piteis, que estavão sobrecargados de romãas Sem InUImGTO. »
P.—« Aonde fostes recebido Comp.*.?» R.—« Em uma L.". justa e perfeita. » P.—«Que forma tinha ella? »
R.—« Um quadrado longo. » P.—« De que comprimento era ella? « R. — « Do Oriente ao Occidente. »
P.—« De que largura?»
— 154 –
R.—« Do Meiodia ao Septentrião.» P. — «Qual era a sua altura? »
R. -- «Pés, toezas, e côvados sem numero. P. - «De que estava ella coberta? »
R. - D'um docel d'azul, marchetada d’estrellas. » P. — «Que o sustentava? »
R.-( Tres grandes pilares de fórma triangular. » P.-(( Como os nomeais? »
R-* Sabedoria, Força e Belleza. P. -"Porque os nomeais assim? »
R.-- Sabedoria para inventar, Força pa ra-executar, e Belleza para ornar.»
P.-* Qual era a sua profondidade?» R.-( Da superficie da terra ao centro. »
P. - «Porque respondeis assim? » R.-& Para dar a entender que todos os MM.". espalhados sobre a terra, não fazem
senão um só povo de II..., regisdos pelas mesmas leis, e mesmos usos.»
P.-& Tendes ornatos na vossa L.", º º R.-(( Sim, M.". Ven. ". » P.-«Em que numero? » R.—(( No numero de tres. »
P.—( Quaes são elles?»
R.-(( O pavimento mosaico, a estrella Rutilante, e a orla dentada. » P.-(( Qual era oseu uso?)
- 155 —
e R.—O pavimento mosaico ornava o lu miar do grande portico, a Estrella Ruti liante estava no meio, e allumiava o centro donde parte a verdadeira luz, que allumia
as quatro partes do mundo, e a Orla den tada guarnecia e ornava as extremidades.» P.—«Dai-me a explicação moral d’estes tres ornamentos. »
* R.—« O pavimento mosaico é o emble ma da união intima que reina entre os MM.".; a estrella Rutillante é o emblema
do G.'.A.'.D.'.U.'. o qual brilha d'huma luz propria a elle só; a Orla dantada signi fica o laço, que une todos os MM..., e faz que elles séjão uma mesma familia sobre toda a terra. »
P.—º Tendes joias na vossa L.". ? » R.—( Sim, M.". Vem.". »
P.—«Em que numero? » R.—«No numero de seis, a saber, tres moveis e tres immoveis. »
P.-(( Quaes são as joias moveis? » R.—(( A esquadria, que traz o M.'. Ven.'., o nivel que traz o primeiro Vig..., a perpendicular, ou linha do prumo, que traz o segundo Vig...» P.—«Quaes são as joias immoveis?» R.-« A prancha de desenho, a pedra
cubida aguda, e a pedra bruta. »
— 156 —
P.—«Qual é o uso das joias moveis? »
R.—«A esquadria serve a esquadrar os materiaes, e ajustar, umas entre as outras,
suas superficies em angulos rectos; o nivel serve a pôr ao lado umas das outras as pe dras horisontalmente; e a perpendicular a levantar os edificios perfeitamente a prumo sobre os alicerces. »
P.—( Dai-me a explicação moral de tudo isto. »
R.—«A esquadria nos mostra que todas
as nossas acções devem ser reguladas pela rectidão e justiça; o nivel, que deve reinar
uma perfeita igualdade entre todos os MM...; a perpendicular, que todos os bens nos vem lá de cima. »
P.—(Qual é o uso das joias immoveis?»
R.—«A prancha serve aos Mest... para traçar o seus desenhos, e os seus planos; a pedra cubica aguda aos Comp... para aguçar a sua ferramenta; e a pedra bruta aos Aprendizes para aprenderem a trabalhar.»
P.—«Que te?»
significa tudo isto moralmen •
R.—«A prancha de desenho é o emble ma do bom exemplo, que devemos a nossos II.…. e o todos os homens; a pedra cubica é o symbolo dos esforços que o homem vir
tuoso emprega para apagar os vestigios, que
— 157 —
o vicio tem deixado sobre elle, e corrigir as paixões ás quaes estamos todos expostos; em fim a pedra bruta é a imagem do homem
grosseiro e selvagem, que não póde polir e tornar perfeito senão o estudo profundo de si mesmo. »
P.—«Quantas especies ha de MM...?» R.—((Ha duas, uns de theoria, e outros de pratica.» P.—«Que aprendem os MM.'. de theo ria? »
R.—«Uma boa moral, que serve a puri ficar nossos costumes, e a tornar-nos agra daveis a todos os homens. »
P.—( Que entendeis por um M.'. de pra tica! » R.—«O obreiro de edificios. »
P.—«Que me fará conhecer que vós sois M.". ? »
R.—«Os meus sinaes, palavras, e to ques. »
P.—(Quantos sinaes ha na Maç.….? »
R.—«M.'.Vem..., elles são sem numero, mas reduzem-se a cinco principaes. » P.—«Quaes são?»
R.—«O Vocal, o Gutural, o Peitoral, o Manual, e o Pedestre.»
P.—((De que servem elles? » R.—«O Vocal a dar a palavra, o Guttu II•
14
— 158 —–
ral a dar o sinal d’Apr..., o Peitoral a dar o sinal de Comp.º., o Manual a dar o toque de um e outro, e o Pedestre a executar a marcha de ambos.»
P.-"Quantas janellas ha n’uma L...? R. — «Tres. »
P.-&Aonde estão ellas collocadas? »
R.-( Ao Oriente, ao Occidente, e ao Meiodia. »
P.—"Porque não ha nenhuma ao sep tentrião? »
R - Porque o Sol allumia apenas essa parte. »
P.—( De que servem ellas?»
R.-( A dar luz aos obreiros quando chêgão ao trabalho, em quanto trabálhão, e quando sahem.» P.—«Vistes hoje vosso Mest...?» R.—«Sim, Mest.". Ven... » •
P.—(Como estava elle vestido?»
•
•
-
R.—«D'ouro e azul. »
P.-( Que signifícão estas duas côres? » R.-( O ouro significa a riqueza, o azul a sabedoria, dous dons que o G.'.A.'.D.'. U.'. outorgou a Salomão.»
P.—«Onde se colócão os Comp..? » R.—((Ao Meiodia.»
P.-( Porque?» •* #
– 159 —
R.—«Como mais instruidos que os Apr.". e para servir os Mest.". » P.—( Como servis o vosso Mest.". ?»
R.—«Com fervor, prazer, e liberdade.» P.—«Quanto tempo servis? »
R.—º Da segunda feira pela manhãa até e sabado de tarde.»
**
P.—«Recebeis ordenado?» R.-(( M.'. Ven.'., estou contente.»
- P -- Aonde o tendes recebido? » R.—«Na columna B.". »
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P.—«Que indica esta letra?» …! R.—« E' a inicial d'uma palavra que ser ve a reconhecer-nos. »
P.—(Dizei-a » R.—«Dizei-me a primeira letra, e eu vos direi a segunda. » *
P—«Que significa esta palavra?»
-
R.—« Ella significa, perseverança no bem.»
P.—«Dizei-me a palavra de passe.» R.— (Da-se.)
P.—«Que significa ella?» R.—« Numerosos como as espigas do trigo.» Encerramento dos trabalhos.
P.—«Que idade tendes? » R.—«Cinco annos, »
P.—«A que horas se fechão os traba lhos? »
— 160 –
R.—«A” meia noite. »
P.—( Que horas são? » R.—((Meia noite. »
«Como é meia noite, etc. »
O primeiro Vigilante diz:
«I.", segundo Vigilante, II.'. que ornais a columna do Meiodia, o Ven.'. vos convi da, etc.»
O segundo Vigilante repete o annuncio. Depois do que o Ven... bate cinco pan cadas com o malho, repetidas pelos Vigi lantes, e diz: «A mim, meus II.". »
Fazem todos o sinal, e applaudem. O Ven.'. diz depois de ter dado uma pan
cada : «Os trabalhos de Companheiro estão fechados. »
O primeiro Vigilante dá uma pancada, e
diz: «Meus II..., os trabalhos de Compa nheiro estão fechados. »
O REGULADOR Do MAÇON.
TERCEIRO GRÁO OU
GRÁ o D E MEs T R E.
ARCEI ITECTO,
A L.'. de Mest.". deve ser forrada de
preto, e o forro semeado de lagrimas bran cas, cabeças de mortos e ossos postos em cruzes, e em grupos de tres, cinco e sete. Nove luzes a devem allumiar, em grupos de tres luzes cada um, e estes tres grupos 14"
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devem ser postos um no Oriente, outro no Sul e o terceiro no Occidente.
No pavimento deve haver º quadro da L.'., que se vê na Estampa nº 4.
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RESPEI" "AVEI, º
SECÇÃO PRIMEIRA. * #
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Preliminares.
"… Um Companheiro não póde receber o ter ceiro gráo, sem ter feito o seu tempo, isto
é, depois de terem decorrido pelo menos tres mezes e meio desde a sua admissão ao
gráo de Companheiro.
Isto quer dizer que o Companheiro deve ter assistido a sete assembléas que se sup põe terem lugar de quinze em quinze dias,
e com tanto que ele tenha a idade exigida pelos regulamentos, que é de vinte e cinco annos completos.
… Todo o Companheiro que, tendo preen chido as condições precedentes, quizer ser admittido ao gráo de Mestre, dirigirá o seu
— 164 —
pedido em particular ao I.", primeiro Vi gilante.
Quando este julgar que os trabalhos per mittem que a L.'. se occupe do dito pedido, dirá: « M, '. Ven.. o I.". N.'., Companhei ro d'esta R.". L.",, pede o favor de ser ad
mittido ao gráo de Mestre.» O Ven.'. diz:
« Irmãos primeiro e segundo Vigilantes, annunciai nas vossas columnas que o I.".
N... é proposto para ser admittido ao gráo de Mestre. Pedi aos Irmãos que fáção suas observações. » Os Vigilantes fazem o annuncio na ma neira do costume, e n'este instante, se o
I.". proposto está presente, pede licença
para cobrir o Templo. Depois de feitas as observações, quaes quer que ellas séjão, ou se as não ha, os Aprendizes e os Companheiros recebem or dem para cobrir o Templo. Tendo estes sahido, o Ven... abre os tra
balhos no gráo de Mestre, da maneira in dicada mais abaixo, e depois pede nova mente as observações; se as ha, discutem-se, e a Loja, que está então só composta de Mestres, delibera sobre ellas, ouvidas as conclusões do Irmão Orador, e pela via do scrutinio, se alguem o pede. Se este é fa
– 165 -
voravel, o Ven... manda applaudir pela ba teria do gráo, como em pouco se verá, e fixar-se-ha o dia da recepção; de tudo isto fará o Irmão Secretario menção na pran cha dos trabalhos.
Depois de decidida ou diferida a recep ção, fêchão-se os trabalhos de Mestre, e fa zem-se entrar os Companheiros se os tra
balhos d’este gráo ficão em vigor; senão, fêchão-se para continuar os d’Aprendiz, e mándão-se entrar todos os Irmãos.
SECÇÃO SEGUNDA. RECEPção. ->O•
Primeiro antecedente.
Todos os Mestres serão convidados da
maneira do costume, para o dia que tiver sido marcado na ultima assemblêa. As pran
chas de convocação devem conter o annun cio d’uma recepção no terceiro gráo, e con vidar os Irmãos a se vestirem de preto, Mandar-se-ha uma d’estas pranchas ao Com
panheiro proposto. Segundo antecedente.
No dia indicando para a recepção, todos os Mestres terão entrada. O Ven... abre os
—–166 —
trabalhos d'Aprendiz, e manda fazer a lei tura da prancha dos trabalhos da assemblêa precedente; depois abre os de Companheiro. Feito isto, convida os II... primeiro o se gundo Vig... a correr uma e outra columna, a fim de se certificarem se todos os II.".
são Mest.º., pedindo-lhes, a cada um sepa radamente, e em silencio as palavras, e si
mal e o toque, formalidade sempre util tanto para evitar os abusos, como para conservar
a todos os II.". o conhecimento das palavras que algum poderia esquecer. Voltando os Vig... a seus lugares, dão
conta dos II... que achárão pouco instrui dos. Se são II... da L.'., o Ven.'., convi da-os a s'instruirem, e lhes manda dar as
palavras que esquecêrão. Se são Visita dores, é de absoluta necessidade, que cú brão o Templo. Depois de se saber que todos os II.", são •
• •
Mest.º., o Ven.", abrirá os trabalhos da ma neira que vai ser exposta, Desde este mo
mento, todos os II... teem o titulo de Ve neraveis; e o Ven.", tem o de Respeel, Abertura dos Trabalhos.
Estando tudo disposto, como se acaba de
dizer, o M.'. Resp... dá uma pancada com o malhete, e diz:
– 167——
M.'. R.". -- «A ordem, meus II.º., e es pada na mão.» Elle tira a espada, em que pega com a mão esquerda; todos os Mest... fazem o
.mesmo; pégão na espada com a mão es querda, tendo a ponta em terra, e põem-se á ordem.
. Esta ordem é a do descanço, O M.'. R.'. faz as sete perguntas seguin tes: .
•
P.—(Ven.'. I... primeiro Vig... qual é o primeiro dever, dos Vig... em L,", de Mest.". ? » R.—«M.'. R.'., é ver se todos os II.". -
São Mest.". »
•
P.—« Estais certos d’isso? » R, —(( Estamos, M.'. R.". »
P—«Ven.'. I.e. primeiro Vig..., sois Mest... ? )) R.—«Esperimentai-me, a acacia me é conhecida. »
•
P.—(Dai-me o sinal de Mest.". »
R.— (Dá-se.)
P.—«Ven.'. idade tendes? »
|
I.e. segundo Vig..., que •
R.—«Sete annos e mais.» P.—(( A que horas se abrem os traba |
lhos? »
* * #
#
R.—«Ao meiodia, M., R.". »
+
– 168 —
P.—«Ven.'. I.”. primeiro Vig.º., que horas são?» R.—« Meiodia. » O M.'. R.'. diz:
M.'. R.". — «Visto que é meiodia, VV.". II.…. primeiro e segundo Vig..., convidai os II... de vossas columnas respectivas, a se reunirem a mim para abrir os trabalhos no gráo de Mest.". » Os II... Vig... repetem o annuncio. Depois de feito o annuncio, o M.'. R.'. dá nove pancadas com o malhete, consistindo na bateria d'Aprendiz repetida tres vezes; os Vig... fazem outro tanto, e depois o M.'. R.'. diz:
M.'. R.". — «A mim, meus II.". »
Todos os II, ... ólhão para o M.'. R.'., fa
zem o sinal de Mest.º., e applaudem por nove, o que é a bateria d'Aprendiz repetida tTGS VezeS.
Em fim o M.'. R.'. diz:
M.'. R.'.—«Os trabalhos de Mest.". estão abertos. »
Os Vig...". o annuncião nas suas columnas. O M.'. R.·. põe a sua espada desembai
nhada sobre o Altar, e encarrega aos Vig.…. que convidem os II.", a se sentarem; o que
elles execútão.
– 169 —
Estando abertos os trabalhos da maneira
exposta, o M.'. R.'. diz:
|
M.'. R.'.— «Meus II..., vós destes vosso consentimento a que o I.". N.". fosse ad mittido ao gráo de Mest...; se algum d'en
tre vós tem hoje causas legitimas para se oppôr a isso, é este o momento de as dar a conhecer; senão vosso silencio será uma
prova que persistis no vosso consenti mentO. »
Se ha opposição, é necessario ouvi-la,
discuti-la, e julga-la, depois de ouvidas as conclusões do I.". Or...; se ella fôr julgada
válida, deve-se fechar a assemblêa, e sepa rarem-se os II..., diferindo a recepção. - Se ao contrario o silencio reina nas colum
nas, o M.'. R.'. diz:
M.'. R.'.— «I.". Mest.". de Cer..., man dai avisar ao I.". Pieparador que conduza o Candidato. » O Candidato deve ter sido antes d'isto
conduzido, e fechado na Camara das re flexões, nas paredes da qual se devem lêr
maximas analogas á recepção; alli o I.”. Preparador deve ter disposto o espirito e a imaginação do Candidato com discursos sensatos, serios, e moraes, relativos á im
portancia do gráo. Se algum motivo retardar a chegada do II,
15
— 170 --
Candidato, o M.'. R... fará algumas per guntas d'instrucção. O I.”. Preparador terá cuidado de mandar
entregar ao M.'. R.". o chapéo e a espada do Candidato.
Um I.'. de cada columna tomará um dos
rolos para se servirem d'elles como em pou co se dirá.
Recepção propriamente dita. No momento em que se annuncia o Com
panheiro, apagão se as velas. Uma lampada de metal, ou d'outra materia não transpa rente, de forma antiga, e suspensa no meio da L."., bastará para allumiar os trabalhos até o momento da recepção. A luz da lam
pada deve estar mais baixa que as bordas d’esta, a fim de que os objectos interiores não póssão ser vistos. Haverá igualmente sobre o altar uma lampada cuja luz fraca não reflecte senão
sobre o M.'. R.'., á imitação das lanternas de furta fogo. Todos os II.…. estão vestidos
de preto, com o chapéo na cabeça carre gado sobre os olhos, a espada na mão, aven tal de fundo branco, e debruado d'azul. Elles
collócão-se em duas filas, no meio da Loja, em bancos postos ao comprido do quadro, mas em distancia suficiente para que a pas +
— 171 —–
sagem entre ellés e o quadro esteja desem baraçada, e de maneira que as viagens se fáção por detrás d'elles. O Candidato deve estar vestido, isto é, ter
o seu avental de maneira que lh'o póssão tirar sem resistencia, Chegado á porta do Templo, bate como Companheiro. O I.”. Exp.". annuncia ao segundo Vig...". que batem como Companheiro; este an nuncia-o ao primeiro Vig... que o repete em voz alta ao M.'. R.". O M.'. R.'. diz:
M.'. R.". — «Qual é o Companheiro que
tem a ousadia de vir perturbar-nos em nossos trabalhos?
«I... primeiro Vig..., mandai ver quem bate. »
•
O primeiro Vig... dá esta ordem ao se gundo, que diz ao I.". Exp.". 2º VIG.". — «Meu I.'., vede quem bate. «
O I.". Exp.". abre um pouco a porta, pergunta quem bate. O I.”. Preparador responde :
I... PREP.….— « É um Companheiro que acabou o seu tempo, e que deseja ser rece bido Mest.". » Depois de ter esta resposta chegado ao M.", R, ,, o que se faz sempre por via dos
Vigº, o M.'. R.', diz :
– 172 –
M.'. R.". —» Perguntai-lhe seu nome, sobrenome, sua idade, e seu estado civil.» Esta pergunta chega aos ouvidos do Can didato como a primeira, e o I.”. Preparador responde. O I.". Exp.". fecha a porta, que elle nunca abre senão quando é necessario
para poder fallar ao Candidato, e depois de ter o M.'. R.". ouvido a resposta, diz:
M.'. R.". — « Perguntai-lhe sua idade maçonnica, onde tem trabalhado, e sobre que.» Chegada a pergunta aos ouvidos do I.". Preparador, este responde : I.". PREP.". — «O Candidato tem mais
de cinco annos, tem trabalhado no exterior do Templo na pedra polida, e em preparar os instrumentos. »
Tendo o M.'. R.'. ouvido a resposta, diz: M.'. R.". — « Mandai-lhe perguntar se
elle está sinceramente disposto a preencher os deveres d'um Mest.". Maç...; e se a sua consciencia o não accusa de ter faltado aos
juramentos que elle prestou precedente mente. ))
Ouvida esta pergunta pelo Candidato, elle dá a sua resposta, que é transmittida ao M.'. R.". COmO aS OutraS.
O M.'. R.'. dá uma pancada com o ma lhete e diz:
•
M.'. R.'.— «Introduzi o Companheiro. »
— 173 —
As portas abrem-se. O I.”. Preparador in troduz o Candidato, fazendo-o entrar com as costas para dentro até entre os dois Vig..., onde o faz parar com as costas sempre vol tadas para o Oriente. As portas féchão-se com estrondo. O M.'. R.'. diz com um tom severo:
M.'. R.". — «Apoderai-vos do Compa
nheiro; tende cuidado que elle não possa ver cousa alguma do que aqui se passa, antes de estarmos certos que elle é digno de ser admittido nos nossos mysterios. » Os Vig-'. se apodérão delle; o primeiro Vig... lhe põe a ponta da espada sobre o peito. O M.'. R.'. diz :
M.'. R.". — «Companheiro, jurai e pro mettei, sob as mesmas penas a que vos
sujeitastes no vosso primeiro juramento, de não revelar cousa alguma do que aqui des cobrirdes, nem as communicar a algum Com panheiro ou Aprendiz, dado mesmo o caso que não sejais admittido ao gráo que pare ceis desejar. » O Candidato responde: CAND.". — « Eu o juro. » •
M.'. R.". — º Promettei que responde reis com candura e franqueza ás questões que vos vão ser feitas.»
— 174 —
o candidato deve responder: CANO... — «Prometto.»" . "
|
, Depois desta resposta, o M.'. R.'. diz: M.'. R...—º Companheiro, que quereis vós? »
-
-
-
-
o Candidato responde.
M.'. R... — «E verdadeiramente o de sejo de vos instruir que vos anima?» Ele responde. M... R... -- «Tendes algum conheci -
mento do gráo que pedis?" Elle responde. "M.'. R... — «I.". Exp.e., conduzi-o a
fazer a primeira das nove viagens myste teriosas. »
-
•
Os Vigº, tórnão a tomar seus lugares. -
o I. Exp... colocado á direita do Can
didato, põe-lhe a ponta d’uma espada no peito, na qual o Candidato pega com a mão direita na altura d'um terço; o I.”. Exp.".
pega nos copos da espada com a mão di reita, e com a outra agarra fortemente o
braço esquerdo do Candidato e lhe faz dar uma volta á roda da Loja, levando-o diante de si, sem parar no Oriente, e começando
pelo Meiodia. Ele terá cuidado, que du rante a viagem o Candidato tenda sempre as costas voltadas para o Oriente.
— 175 —
Depois de ter o M.'. R.'. ordenado a via gem, accrescenta :
M.'. R.". — «vém... Mest..., membros do meu conselho, vós conheceis todos o Companheiro: vinde dar-me conta das in formações que d’elle tendes tido, a fim de regularmos a nossa conducta a seu respeito, pela maneira como elle se tem comportado
desde que foi admittido entre nós.
« Companheiro, guardai-vos de voltar a cabeça. »
Os Vigilantes ficão nos seus lugares. Nove Mest.". reunem-se em roda da re
presentação, onde deve estar deitado o Mést.". mais novo da Loja (1), e fórmão entre si a cadêa d’união. O M.'. R.". passa
para a sua direita em voz baixa a antiga
palavra de Mest.º., 1... a qual lhe deve vol tar esquerda. Isto deve fazer-se no maior
silencio, com um apparato de gravidade, de maneira que inspire ao Candidato algum cuidado sobre a sua conducta passada, e so
bre as leviandades que poderá ter commet tido.
"
*
*
-
-
(1) Como esta recepção é um pouco longa, bom é ter um colchão mui estreito sobre que deve estar
deitado o Mest... mais novo que houver na Loja, para evitar que o frio, a dureza ou a humidade do
pavimento o incommodem,
-
— 176 –
Nota. Se a Loja é mui pequena para que o Candidato possa fazer as viagens por
detraz dos II..., estes se colocarão todos no centro em duas ordens de bancos, como já se disse, mas esta mudança deve ter lugar Sem o menor estrondo.
Quando o Candidato chege ao Occidente,
o I... primeiro Vig... dá uma pancada e diz em voz alta:
1º VIG.". — « M.'. R.'., a viagem está feita. »
Os nove Mest.". que se tínhão levantado para fazer conselho com o M.'. R.'., ficão em pé em roda da representação; o M.'. R.".
só volta ao seu lugar, dá uma pancada com o malhete e diz:
M.'. R.". — « Companheiro, vós sois ac cusado d'um crime grave. I.”. Conductor, arrancai-lhe o seu avental, elle não é digno de o trazer. »
O I.". Preparador lh'o arranca. O M.'. R.". continua:
M.'. R.". — « Vossa consciencia não vos
accusa de cousa alguma ? Sede sincero, lembrai-vos da promessa que nos fizestes ha um momento; respondei. »
Depois da resposta do Candidato, o M.'. R.", diz-lhe:
M.'. R.". — « A vida do homem n’este
– 177 —
mundo não é senão uma passagem. » E de pois accrescenta:
M.'. R.". — « Conduzi-o fazer a segunda viagem.» Para o Candidato.
M.'. R.". — « Companheiro, examinai
bem durante esta viagem o fundo de vosso coração. »
O R.". sahe do seu lugar e vem reunir-se aos nove Mest.". em roda da representação. Depois de ter o Candidato voltado ao Oc
cidente, o primeiro Vig... dá uma pancada com o malhete e diz:
1°VIG.". — «A segunda viagem está feita.» O M.'. R.'. volta ao seu lugar e diz: M.'. R.". — « O crime e a innocencia, a
mentira e a verdade tem caracteres taes que é impossivel confundi-los. Ora pois, Com panheiro, vossa consciencia não vos accusa de cousa alguma?» Elle responde: CAND.". — «Não. » E é ordinariamente o
que se responde. O M.'. R.'. diz: M.'. R.". — «I.". Exp.…. (ou Conductor),
fazei que o Companheiro se volte, a fim de que elle veja a que excessos póde levar-nos o esquecimento de nossos deveres. « Considerai qual é a causa do luto e da tristeza em que nos vêdes. »
— 178, —
O 1.". Exp.". lhe faz dar tres passos para traz, e o volta para a representação; os nove
Mest.", que tinhão ficado em pê em roda, dão um passo para trás; lévão a mão di "reita ao peito, á ordem de Mest.º., e com a
esquerda apóntão para a representação, e ólhão para o Candidato, Depois R.". diz: d'um momento de silencio, o M.', *
•
*
*
M.'. R.'.— « I.". Exp.", dizei-me se o
Companheiro vos parece commovido; se descobre o culpado. »
O I.”. Exp... responde: I.". ExP.". — «Nada, M.'. R.". »
O M.'. R.'. diz com um tom de gravi dade:
•
»
M.'. R.". — «Cada instante nos appro xima do nosso fim, ultimo; o verdadeiro
Maç. .. não o teme nem o deseja. » Depois accrescenta : M.'. R.". — «I.". Exp.'., conduzi o afa zer a terceira viagem. » Tendo o Candidato voltado ao Occiden
te, o primeiro Vig...", dá uma pancada com o malhete e diz :
1º VIG, ". — « A terceira viagem está feita. »
O Mest.". R.'. dá uma pancada com o malhete,
>
— 179 —
Os nove Mest.'. que estavão em pé tómão seus lugares. Se todos os Mest.". fôrão obrigados a ir para o centro, em razão, da pouca exten são do local, tómão seus lugares n'este mo -
mentO.
•
O M.'. R.'. diz:
M.'. R.". — «Companheiro, tudo o que aqui vedes, vos denota o luto e a tristeza; "vós sois accusado de ter tomado parte na
perfidia d'outros Companheiros malvados; tendes conhecimento de seu abominavel conloio? » -
*
Elle responde: «Não. » M.'. R.". — « Que garantia dals d’isso?» CoMP.". — «Minha palavra d'honra e mi
nha fé de Maçon.» "M.'. R.". — «Eu as recebo como taes; ambas são sagradas entre nós; confirmai-as com um sinal que nos satisfaça plena mente. ))
"Elle leva a mão Companheiro. »
+
-
*
-
--
-
ao coração, á ordem de
O M. ". R.". continua :
•
\,
M.'. R.". — «Não vos admireis, Compa nheiro, das precauções que tomamos com vosco; desde a morte da nosso Respeitave!
Mestre, todos os Companheiros nos são sus
peitos, o que vós deveis ter visto pela ma
— 180 —
neira por que acabamos de vos tratar. A firmeza, e a candura de vossas respostas
destruirão as suspeitas que de vós tinha mos, e vos grangeárão nossa confiança. «Procurai fazer-vos digno do favor que solicitais. O homem vulgar deixa levar-se pelas apparencias, mas o verdadeiro Maç.". sabe pôlas de lado para se elevar á verdade. « I.”. Companheiro, persistis no desejo
que mostrastes de chegar ao gráo de Mest.".?» Elle responde:
CoMP... — «Persisto.» O M.'. R.'. diz:
M.'. R.". — «Meu I. “., todas as expe riencias por que tendes passado até agora, o os preceitos que vos temos dado, não teem outro fim senão fazer-vos chegar ao inte
rior, onde adquirireis conhecimentos parti culares e que vos hão de satisfazer: não se póde entrar n’elle senão com uma alma
pura. Nós não podemos sondar o fundo do vosso coração, por conseguinte sede vós mesmo vosso juiz, e tomai cuidado que não
venhais a ser perseguido pelos remorsos. Os Mest.". vos formarão com satisfação; vós d'aqui em diante ides ser encarregado de dirigir os Companheiros e os Aprendizes. Trabalhai para que a virtude seja o motivo
e o objecto de vossos preceitos, e não per
— 181 -
cais jamais de vista que o bom exemplo produz efeitos mais certos do que as mais sabias lições.
«Sim, meu I..., tudo o que até agora tendes visto na Maçonnaria, e tudo o que o decurso do tempo vos mostrar, está oc culto pelo véo mysterioso do emblema, véo
que o Maç.". intelligente, zeloso, e laborioso sabe penetrar. Reflecti bem no que vos aconteceu, no que vos ha de acontecer, e não esqueçais jamais as tres viagens myste riosas que fizestes; o gráo exigia nove, mas
a Loja decidio que se reduzissem a trez. «I.". Exp..., fazei subir o I.”. os sete degráos do templo. « Fazei-o entrar pela porta do Occidente, e vós m’o apresentareis quando fôr tempo
pelos tres passos mysteriosos. Vós, II."., d’uma e d’outra columna, não esqueçais vossos deveres. »
Este aviso é para os dois II.'. que estão munidos de dois rolos.
O I.". Exp... faz subir o Candidato os
tres primeiros degráos, commeçando com o pé direito. Chegado ao primeiro patamar, ele dá o sinal d'Aprendiz; sóbe os outros dois de gráos, e no segundo patamar dá o sinal de Companheiro; em fim elle sóbe os dois }Iº
16
— 182 —
ultimos degráos e fica alli sobre o pavi mento mosaico, sempre ao sinal de Compa nheiro, com os dous pés em esquadria. As
cousas estão dispostas de maneira que quan do o Candidato chega a este lugar, tem seus pés mui perto da cabeça do do I.º., que, como dissémos, está deitado em terra; mas
este não póde ser visto, porque está in teiramente coberto com um pano preto.
Este I.'. deve ter a perna esquerda esten dida, a direita curva em fórma d'esquadria, o joelho levantado, o braço esquerdo esten dido, e o direito á ordem de Companheiro. Chegado o Candidato a este lugar, O M.'. R.'. diz-lhe:
M.'. R.'.—«Os dois primeiros gráos vos ensinárão a conhecer o uso dos instrumen
tos, e o emprego dos materiaes. Vós espe rais sem duvida achar n’este a explicação dos emblemas que teem até agora occultado a verdade a vossos olhos; mas tudo no uni verso está sujeito a revoluções extraordina rias: tudo acaba!
« O templo, que Salomão elevou ao rei dos Reis, teve esta sorte fatal. A morte
inesperada do chefe d’esta magnifica em presa pôde recordar-vos antecipadamente
a ruina d’este templo famoso, que a histo ria nos representa alternativamente destrui
– 183 –
do e reedificado sobre suas proprias rui, Il3S,
Salomão, filho de David, celebre por sua sabedoria e pela extensão de seus conheci mentos, resolveu elevar ao Eterno um tem
plo que seu pai tinha projectado, mas que as guerras que teve a sustentar contra seus
vizinhos, o impedirão de construir. Elle
mandou pedir a Hiram, rei de Tyro, que lhe fornecesse os materiaes necessarios para esta empreza. Hiram aceitou esta proposta de bom grádo, e mandou um d'aquelles
homens raros, cujo genio, intelligencia, gosto, superioridade de talentos em archi tectura e conhecimento vasto da essencia
dos metaes lhe tinhão grangeado um gráo de consideração e de respeito tal da parte do rei de Tyro, que este chamava-o seu pai, porque elle tambem tinha o nome de
Hiram posto que fosse filho d'um Tyrio, e d’uma mulher da tribu de Nephtali. « Salomão deu a Hiram a intendencia e a
direcção dos trabalhos. O recenseamento
que foi feito de todos os obreiros, eleva o numero d'estes a 185,500. A historia dá-lhes
o nome de proselytos, o que na nossa lingua significa estranhos admittidos, isto é, inicia
dos, A Saber ; 50,000 homens destinados a
cortar os cedros de Libano, dos quaes não
— 184 —
servia senão um terço de cada vez, erão re vezados todos os mezes; 70,000 apprendi zes, 80,000 companheiros, e 5,500 mes tres. Os habitantes do Monte Gibel polião os cedros e cortávão as pedras. « Os obreiros estávão divididos em tres
classes, tinhão palavras, sinaes e toques para se reconhecerem entre si, e receberem o salario proporcionado ao genero de tra
balhos que lhes estávão incumbidos. Os Aprendizes recebião seu salario na co lumna J. "., os Companheiros na columna B.º. e os Mestres na Camara do meio. O nome
da columna dos Aprendizes significa prepa ração, e o da dos Companheiros significa
força. Os monumentos historicos que chegá rão até nós, nos ensinão que a columna J... estava ao norte, e a columna B.". ao Meiodia, perto da porta do Occidente.
«Tres portas dávão entrada ao Templo; a dos Aprendizes, que mais tarde foi a do Templo, estava ao Occidente; a dos Com
panheiros, que quando se acabou o templo, ficou sendo a dos Levitas, estava situada ao Meiodia, e a dos Mestres, que com o de curso do tempo foi destinada aos Pontifi ces, estava ao Oriente. « Logo que se puzérão as portas, Salomão mandou publicar um decreto, no qual in •
— 185 –
timava a todos os Aprendizes e Companhei ros que sahissem do Templo na vespora do sabbado, e que não tornassem a entrar senão no dia seguinte do sabbado pela ma nhã ao abrir das portas, sob pena de serem
punidos de morte no caso de desobediencia. « A ordem que reinava entre os obreiros, devia necessariamente assegurar a tranquil lidade; o ultimo decreto de Salomão tinha
por fim evitar quehouvesse um pretexto pa ra se não guardar o sabbado. Tudo satis fazia as vistas de Salomão, graças aos cui dados e vigilancia d'Hiram; o Templo se
augmentava de dia em dia, quando repen timamente um crime horroroso veio suspen der os trabalhos, e causar uma dôr universal entre os obreiros. Tres Companheiros, não satisfeitos com seu salario, formárão o pro
jecto de obter o de Mestre, per meio do sinal, palavra e toque que elles esperávão
alcançar com força descoberta. « Elles tinhão notado que Hiram visitava todas as noites os trabalhos, quando já os obreiros se tinhão retirado; puzêrão-se á
espreita nas tres portas do Templo, arma dos, um com uma regoa, outro com uma alavanca e o terceiro com um grande malho. « Tendo-se Hiram introduzido no Templo
por uma perta secreta, dirigio seus passos 16"
- 486 –
para a porta do Occidente, onde encontrou um dos Companheiros que lhe pedio as pa lavras, sinal e toque de Mestre, ameaçan do-o que o matava, se elle l'hos não désse. Hiram respondeo-lhe : « Miseravel! que fazes? Tu sabes bem que eu não posso, nem devo dar-t'os; não foi assim que eu os recebi; trabalha por merece-los, e pódes
estar certo que os alcançarás. » No mesmo instante o traidor vai para lhe descarregar sobre a cabeça uma pancada violenta com a regoa que tinha na mão, mas por um mo
vimento que fez Hiram para esquivar o golpe, este não lhe bateo senão sobre o hombro. »
•
N’este momento, o I. , Exp.", faz dar ao
Candidato um dos tres passos mysteriosos, que consiste em passar o pé direito por ci ma da Representação, em diagonal do Occi dente onde elle está, para o Meiodia tendo
a perna esquerda em esquadria, na altura da barriga da perna direita, e descançando alguns instantes sobre esta. O I.". Exp, '', sustenta o Candidato nesta posição dando lhe a mão,
No momento em que o Candidato dá o primeiro passo, o I.", da columna do Meio dia, que tem um rolo, lhe dá uma pancada com elle, ligeira, mas sensivel, no hombro direito.
— 187 —
O M.'. R.'. continua :
M.'. R.'.—« Hiram quiz salvar-se fugin do pela porta do Meiodia; mas ali estava
outro Companheiro, que lhe pedio a mesma
cousa, fazendo os mesmos ameaços que o primeiro; no momento em que elle quiz fugir, o Companheiro o perseguio e lhe des
carregou uma grande pancada com a ala Vanca, mas não o ferio senão na nuca. » N'isto faz-se o Candidato dar o segundo
passo mysterioso; para isto elle passa a perna esquerda por cima da representação,
seguindo uma diagonal do Meiodia para o Norte, e formando uma esquadria com a
perna direita, junto á barriga da esquerda. Em quanto ele dá este passo, o I.". da columna do Norte dá sobre a nuca do Can
didato com o rolo de que está munido uma ligeira pancada,
Faz-se-lhe dar o terceiro passo, levando a perna direita á parte inferior da represen tação, onde elle põe os pés juntos em esqua dria.
Logo depois, dois II.", pégão cada um n'um braço do Candidato, põe a outra mão sobre seu peito, e um pé por detraz dos Gal canhares, durante isto, o I.", que estava
deitado; levanta-se sem fazer estrondo, de
maneira que, o Candidato nada perceba»
— 188 –
e deixa em terra o pano que o cobria. O M.'. R.'. sahe do seu lugar, approxi ma-se do Candidato, e continua :
M.'. R.". — « Este golpe mal dirigido não fez mais do que atordoar o nosso respeitavel Mestre, que a pezar disso ainda poude cor rer para a porta do Oriente, onde encontrou o terceiro Companheiro, que lhe pedio o mesmo que os outros, e com os mesmos
ameaços; e como Hiram recusou satisfazê lo, o Companheiro deu-lhe um grande golpe com o malho na testa, e o estendeu marto. » O M.'. R.'. dá na testa do Candidato uma
pancada com um malho que tinha escondi do, e os dois II.'. que sustentávão o Aspi rante, empurrão-no, e o deitão por terra sobre as costas, com precaução.
São os II.". Exp. -. e Mesl... de Cer... que devem de rigor executar este movimento; mas melhor é incumbir isto a dois II. º. vi
gorosos que póssão sustentar todo o peso do seu corpo, a fim de que elle não seja ferido no momento em que o deitarem em terra. O Candidato deve ficar deitado como es
tava o I.'. que occupava este lugar; isto é com a cabeça um pouco levantada sobre
uma almofada; com a perna esquerda estem dida; com a direita curva em esquadria, cºm o joelho levantado; com o braço es
– 189 —
querdo estendido, e o direito em esquadria, com a mão sobre o peito, á ordem de Companheiro, coberta com o avental, em fim estender-se-ha por cima d’elle o pano preto, de maneira que elle fique com o rosto descoberto.
Todos tómão então seus lugares: accen dem-se as nove velas, e apágão-se as lam padas.
Se ha algum outro I... para admittir ao gráo de Mest.º., não se accendem as velas;
e procede-se á sua recepção; bem enten dido que antes de tudo deve-se votar sobre a admissão de ambos, como fica dito para
um só. No dito caso, o I... que acaba de ser deitado, fica na representação, como estava antes d’elle o ultimo Mestre, e só se levanta
para tomar lugar n’uma columna, quando
chega o momento de deitar o segundo. Se não ha mais que uma recepção, ou
quando se chega á ultima, accendem-se as vélas como fica dito, e o M.'. R.". continua : M.". R. “.—«Meus II. "., a desordem reina em nossos trabalhos; os obreiros trazem
pintada a dor em seus rostos; não podemos duvidar que nosso respeitavel Mestre Hi ram está morto; procedamos pois á busca de seu corpo, e procuremos descubri-lo com nosso zelo e cuidados.
— 190 —
«I.", segundo Vig..., tomai comvosco dous Mestres, e fazei a busca pelo Norte. »
O I. . segundo Vig... toma comsigo dous II.”., dão uma volta á roda da Loja, come
çando pelo Norte, e sondando o terreno com as pontas das espadas.
Voltando ao Occidente, o segundo Vig...". dá uma pancada: e diz: 2º VIG.". — «M.'. R."... nossas indagações forão vãs. »
O M.'. R.'. dá uma pancada e diz: M.'. R.". — «I... primeiro Vig...", tomai comvosco dous II.",, e fazei a busca pelo Meiodia. »
O primeiro Vig.". designa dous II. ".,
com os quaes dá uma volta á roda da Loja começando pelo Meiodia, e sondando o ter reno com as pontas das espadas. Voltando
ao Occidente, o primeiro Vig...", dá uma pan
cada, e diz: 1º VI.G.". — «..M.'. R.'., nossas indaga ções forão vãs, º O M.'. R.", dá uma pancada com o ma lhete e diz:
M.'. R.". — « II.", primeiro e segundo
Vig, '., convidai os II.", que já vos accom. panhárão, a se unir de novo a vós; eu vou
tomar em minha companhia dous II, "., e todos juntos faremos uma busca com mais
- 194 –
attenção; possa um bom successo coroar nossos esforços! » Estes II..., que são nove, dão uma volta á roda da Loja, na ordem seguinte: O se gundo Vig..., accompanhado por dous Mest.". da sua columna, parte primeiro pelo
meiodia; o primeiro Vig... parte pelo Norte, igualmente accompanhado por outros dous Mest.". da sua columna.
Fazem d’esta maneira a volta, crusando se; e chegados ao Oriente, o M.'. R.". se une a elles, com dous Mest.". que escolheu, e dão todos tres voltas á roda da Loja, pro curando e sondando o torreno como as pon tas das espadas.
Na segunda volta, o segundo Vig.…. pára, e diz:
"
2º VI c.". — « M.'. R.'., eu descubro ao longe um vapor que se eleva d’uma peque na porção de terra; approximemo-nos. »
Todos dão a terceira volta, depois da qual o M.'. R.". pára defronte do quadro, no an
gulo onde estão representados um pequeno monte e um ramo d'acacia. Nota. Seria muito melhor ter um ramo
d'acacia natural no verão, ou artificial para o inverno, e da-lo na mão ao Candidato,
por uma fenda que se faz no pano na al tura da mão direita.
– 192 —
O primeira Vig... diz: 1º VIG.". — « M.'. R.'., a terra parece
me estar cavada de pouco neste lugar; tal
vez achemos aqui o objecto de nossas in dagações.
O M.'. R.". finge que se encosta ao ramo d'acacia, e diz: M.". R.". — « Ven.'. Mest.º., este ramo não cresceu n’este lugar; isto parece-me
suspeito, e me faz pensar que nossas inda gações não serão baldadas.
« Póde ser que os assassinos á força de tormentos arrancassem ao nosso R. ". M.'.
a palavra e o sinal de Mest.". ; não vos pa rece que o primeiro sinal que um de nós fizer, e a primeira palavra que pronunciar, se acharmos o corpo d'Hiram, séjão d'hoje
em diante a palavra e o sinal de reconhe cimento entre os Mest...? »
Todos dão a sua approvação, e deixão cahir a mão direita sobre a coxa. O M.'. R.'. levanta com a ponta da es
pada, que ele tem na mão esquerda, assim como os outros oito II. "., uma porção do véo que cobre o Candidato; e a este tempo fazem todos o sinal d'horror.
O segundo Vig... approxima-se, toma o index direito do Candidato, deixa-o cahir,
dizendo: «I. . (a palavra Aprendiz), » e dá
— 193 —
um passo para traz fazendo o sinald'horror. O primeiro Vig... approxima-se depois do segundo, toma o segundo dedo ou medio do Candidato, puxa-o um pouco para si, deixa o escorregar, dizendo : « B. . (a palavra de Companheiro), » e dá um passo para traz com o sinal d'horror.
O M.'. R.'. approxima-se do Candidato e diz, dando um passo para traz, e fazen do o sinal d'horror:
M.'. R.". - « II. . Vig.“., quem mudou o corpo do nosso respeitavel Mest... da po sição em que estava? »
O segundo Vig... diz: 2° Vig...". — « M.'. R.·., eu julguei que poderia levanta-lo com o toque d'Aprendiz, mas a carne larga os ossos. »
O primeiro Vig.…. diz : 1º Vig... — «M.'. R.'., eu julguei que o poderia levantar com toque de Compa -
nheiro, mas a carne larga os ossos. » O M.'. R. ", diz:
M.". R.". — « Pois não sabeis que não
podeis nada sem mim, e que nós tres pode mos tudo ? »
Tendo dito isto, approxima-se do Candi
dato, põe o pé direito junto ao deste, e o seu joelho contra o do Candidato; com os
dedos da mão direita abertos abraça-lhe o II,
17
— 194 —
punho, de maneira que as palmas das mãos se achão uma contra a outra, e passa-lhe o
braço esquerdo por cima do hombro direito, ficando d'este modo os dois peitos unidos;
depois ajudado pelos Vig...levanta-o, e diz lhe ao ouvido ao mesmo tempo que lhe dá
o abraço por tres, as tres syllabas da pala Vra M. ". B. ". N. º.
Todos os I... vóltão aos seus lugares, as sim como o M.'. R.".
O I.”. Mest... de Cer... conduz o Candi
dato ao Altar, onde ele dá o juramento se
guinte, tendo um joelho em terra, e estando todos os II.". em pé, á ordem, e com a es
pada na mão. JURA M E N T O.
Juro, e prometto, em presença do G.'. A.". D.". U.º., debaixo da minha palavra d'honra e da minha fé de Maç.…., diante d’esta R.". Assemblêa de não revelar de ma
neira alguma a nenhum Companheiro, A
prendiz ou profano, segredo algum do gráo de Mest.º., dos que me tem sido ou hão de
ser confiados, debaixo das penas a que me sujeitei pelos meus precedentes juramentos. N’este momento repito todos os juramentos que já contráhi na Ordem O G.'.A.'.D.', U.'. me ajude,
- 495 -
Depois do juramento o M.'. R.'. diz; M.'. R.". — «A G.". D.". G.". A.". D.".
U.'., em nome do G.'. O... de..., e em vir tude dos poderes a mim confiados por esta R.'.L.'., eu vos recebo Mest.". Maç.". » Depois põe a espada sobre a cabeça do
Candidato, e bate sobre ella segundo a ba teria do gráo. O Candidato levanta-se, e o Mest.". R.". lhe diz :
M.'. R.". — «Meu I..., nós temos para nos reconhecermos n’este gráo, assim como nos precedentes, uma palavra sagrada, uma
palavra de passe, um sinal e um toque, etc. O Resp... ensina todas estas couzas. « Não se deve dar a palavra sagrada nem o toque senão em Loja de Mest... e depois
de estar certo que aquelle que a pede é Mest.". ))
Depois d'isto o M.'. R... põe ao novo Mest... o avental do seu gráo e diz-lhe : M.'. R.'.— «D'hoje em diante vós tra reis vosso avental com o babadouro para baixo. A côr azul de que elle é debruado, deve recordar-vos continuamente que um Maç.…. deve esperar tudo do Céo, e que em vão pretendem homens construir, se o G.',
A.", não se digna construir.»
- 196 –
Dito isto, entrega-lhe a sua espada, di zendo-lhe:
M.'. R.". — «Vós sabeis que uso deveis fazer d’esta espada. »
Depois entrega-lhe o chapeo, dizendo-lhe: M.'. R.". — « D'óra em diante estareis
com vosso chapéo na cabeça em Loja de Mest...; este uso mui antigo denota a liber
dade e a superioridade. Até agora tendes servido como Aprendiz e Companheiro; agora ides commandar; mas guardai-vos de abusar de vossas novas attribuições. » O M.'. R.'. dá uma pancada, e diz:
M." R.". — «I... primeiro Vig..., eu vos envio o novo Mest.º., a fim de que lhe en sineis a trabalhar como Mest.º., e que o re
conheçais como tal.» O Mest.". de Cer... o conduz até entre os
Vig... O primeiro Vig... manda-lhe que bata tres pancadas em cada uma das tres
portas representadas no quadro, a do Orien te, do Occidente, e do Meiodia; depois re cebe d’elle as palavras, sinaes e toque, e em fim dá uma pancada depois de ter o se
gundo Vigilante recebido igualmente do Candidato, as palavras, sinaes e toque, e diz:
1º VIG.". — «M.'. R.'., o I.". está reco nhecido; elle tem trabalhado como Mest.".»
— 197 —
O M.'. R.". ordena ao Mest... de Cer.".
que lhe dê lugar na extremidade d'uma das columnas, e depois continua o discurso so:
bre o gráo, dirigindo-se ao I... novamente recebido:
M.'. R.". — «Meu I..., apenas os Com panheiros commettérão este crime que vos fiz conhecer, sentirão toda a atrocidade d'um tal attendado. A fim de encubrirem o me
nor vestigio d'elle, se fosse possivel, levá rão o corpo d'Hiram para um lugar um pouco
distante dos trabalhos, e o enterrárão em uma cova feita á pressa, decididos a irem busca-lo na primeira occasião favoravel, e
levá-lo para bem longe; e para que podes sem facilmente reconhecer o lugar, plan tárão n’elle um ramo d'acacia.
» Os Mest... dérão logo pela falta d'Hi ram, de que dérão parte a Salomão que para satisfazer a sua impaciencia, ordenou que o procurassem.
» Tres Mest... partirão pela porta do Norte, tres pela porta do Meiodia, e tres pela do Occidente, e conviérão que se não
afastarião uns dos outros mais do que quanto pudesse alcançar a voz. Ao nascer do Sol, um delles descobrio a alguma dis tancia no campo um vapor que se elevava aos ares. Este phenomeno chamou sua at 17"
— 198 —
tenção; elle deu parte d'isto aos outros Mest.º., que se approximárão todos do lu gar d’onde sahia o vapor. A primeira vista, descobrirão uma pequema elevação ou ou teiro, e reconhecêrão que a terra tinha sido movida de pouco, o que confirmou suas suspeitas: o ramo d'acacia, que cedeo aos
primeiros esforços, não os deixou duvidar mais tempo de que tinha sido alli posto para servir d'indicio, a fim de se reconhecer o lugar; puzérão-se a procurar e achárão logo o corpo do nosso R.'.M.'. já corrom pido, e reconhecêrão que tinha sido assas sinado.
» Como era de temer que os assassinos á
força de tormentos tivessem extorquido a Hiram, os sinaes, e palavras de Mest.". , decidirão que o primeiro sinal e palavra que fizessem ou proferissem no momento
em que o desenterrassem, serião d’ahi em diante o sinal e a palavra de reconheci mento entre os Mest, ".
» Puzérão aventaes e luvas de pelle bran branca, para mostrar que não tinhão man chado suas mãos no sangue innocente, e enviárão um d'elles a Salomão para lhe dar parte da descoberta do corpo d'Hiram. » Instruido Salomão do horroroso crime
que o privava d'um amigo e do chefe dos
— 199 —
trabalhos, cuja perfeição era o objecto da Sua ambição, abandonou-se á mais pun
gente d’ôr: rasgou seus vestidos e jurou tomar uma vinganca exemplar por um cri me tão atroz.
» Ordenou a todos os obreiros do Templo que se vestissem de luto; mandou desen terrar pomposamente o corpo pelos Mest.º.,
fez lhe magnificas exequias, e o depositou em um tumulo de tres pés de largo, de cinco
de profundidade, e sete de comprido, man dou embutir sobre este tumulo um trian
gulo do ouro mais puro, e gravar no meio do triangulo a antiga palavra de Mest.', que era um dos nomes hebreus do G.'.A.'. D.'.U.',; e finalmente ordenou que se mu dassem a palavra, sinal e toque antigos para
se lhes substituir aquelles que tinhão ajus tado os nove Mest.".
» Facil vos é agora conceber a analogia das experiencias por que passastes, com
esta narração historica, de cujas circunstan cias ellas são o emblema.
» Por pouco que tenhais reflectido nas diversas circunstancias de vossa recepção,
nos gráos a que tendes sido admittido, tal vez tenhais notado alguns pontos que parê
ção contradizer-se, ou ao menos não ter entre si uma perfeita connexão; suspendei >.
- 200 —
por um pouco vosso juizo a este respeito. Esta diversidade provém da dos objectos que os tres primeiros gráos vos apresêntão. Estes são os pontos fundamentaes de todos
os conhecimentos maçonnicos. Vós vereis com o decurso do tempo, á força d'estudo e de meditações, que estas contradicções apparentes se desvanecem. A reunião de todos os conhecimentos vos appresentará um todo, cujas partes bem ligadas, e bem encadeadas satisfazem o espirito, e condu zem a objectos mais elevados. Por óra basta que a Ordem vos tenha indicado o caminho que deveis trilhar.
» Vós fostes tratado como Companheiro suspeito: isto allude aos Profanos inimigos
da Ordem, que a calumnião e perseguem sem a conhecer, e contra os quaes devemos empregar a força para repellir seus ataques, a doçura para lhes inspirar sentimentos mais moderados, e a prudencia escolhendo
os meios que são proprios para conseguir este fim.
Apenas vos justificastes, vossos II.". se appressárão a dar-vos novas provas d'ami
zade, admittindo-vos a tomar parte nos seus mysterios os mais intimos, e desde então chegastes ao interior.
* As carreiras e as viagens são o emble *
? 9
–
- 201 —
ma das indagações sobre o crime, e desi gnão o estado errante e vagabundo do cri minoso que procura em vão escapar aos remorsos e ao castigo.
» A marcha mysteriosa e o symbolo dos esforços que fez Hiram para se subtrahir aos golpes dos assassinos. » As tres pancadas que recebestes reprê
sentão as que lhes fôrão dadas, e devem fazer-vos sentir o perigo de tres paixões fu nestas que muitas vezes cégão o homem;
estas são o orgulho, a inveja, e a avareza. » Estas mesmas experiencias tambem são
o emblema da grande importancia de nos sos mysterios; ellas devem convencer-nos que devemos estar sempre promptos, em
todos os lugares, e em todas as circumstan cias, antes a sofrer tudo, como o nosso R.'.M.'. Hiram, do que revelar nossos se
gredos, e faltar ao nosso juramento. » Em fim ellas são emblemas allegoricos d’uma infinidade de conhecimentos que só
por meio d'um estudo profundo podeis ad quirir, e que não posso nem devo commu nicar-vos n’este momento.
» Vós subistes ao setimo degráo, terceiro numero e perfeito da maçonnaria; d’esta
maneira obtivestes a idade de vosso gráo; guardai-vos agora de descer, e descahir do
— 202 —
numero de perfeições de que estais conde corado. »
Acabado o discurso, o M.'. R.'. diz: M.'. R.". — «Vem.". II.". primeiro e se
gundo Vig..., convidai os II... que órnão uma e outra columna a reconhecer para o
futuro o I.". N... como Mest.". Maç.….; seja o dito I.". reconhecido como tal por todos os Maç,", espalhados sobre a face da terra.»
Os Vig... repetem o annuncio. O M.'. R.'. diz: M.'. R.". — «Applaudamos, meus II.". »
Applaude-se pela bateria triplicada d'A prendiz,
O Candidato agradece. O M.'. R.·. manda cobrir o applauso. To
dos os II.". embainhão suas espadas, e sên tão-se.
O M.'. R.'. faz a instrucção inteira do gráo. Depois da instrucção, o M.'. R.'. diz: •
M.'. R.". — « VV.". II... primeiro e se
gundo Vig..., perguntai aos II.", de vossas columnas se não teem cousa alguma a pro por. »
Os Vig... fazem o annuncio. Se ha alguma proposição, discute-se; ou difere-se para outra assemblêa, se é muito
importante,
– 203 -
Se as não ha, o M.'. R.'. dá uma panca da, e diz: M.'. R.". — «A ordem, meus II.". » -
Todos os II... põe-se em pé e á ordem, desembainhão a espada que consérvão na mão direita com a ponta para baixo; e o M.'. R.'. diz: Encerramento.
P.—« Ven.'. I... primeiro Vig..., a que horas devemos fechar nossos trabalbos? » R. — «A meia noite. »
P. — « Que horas são ? » R.— « Meia noite. »
« Visto que é meia noite, e que esta a
hora em que fechamos nossos trabalhos,
II... primeiro e segundo Vig..., convidai os II.…. a me ajudarem a fechar os trabalhos de Mest.º., etc. º
Os Vig... repetem o annuncio. Fêchão-se depois os de Companheiro, e em fim os de Aprendiz. Instrucção.
P. — «..V.". I.". primeiro Vig..., sois Mest.". ? »
R.—« Experimentai-me, a acacia me é conhecida. »
— 204 —
P.—«Onde fostes recebido? » R. — « Na camara do meio. »
P.—« Como chegastes a ella? » R.—« Por uma escada que subi por tres, cinco e sete. »
P. —º Que é que vistes? » R. — « Horror, luto, e tristeza. » P. —º Nada mais vistes? »
R.—« Uma luz amortecida que allumia va o tumulo do nosso R.'.M.'. »
P.—« De que tamanho era o tumulo? » R. — « Tinha tres pés de largo, cinco de
profundidade, e sete de comprido. » P.—« Que havia sobre elle ? » R. — « Um ramo d'acacia na parte supe rior, um triangulo do ouro mais puro, com o nome do Eterno gravado no centro. » P. — « Que vos aconteceu ? » R.— « Eu fui accusado d'um horrivel crime. »
P.—« Quem vos socegou? » R.—« Minha innocencia. » P.—« Como fostes vós recebido? »
R.—º Passando da esquadria ao com passo. »
P.—« Que procuraveis n'esta estrada? » R.—« A palavra de Mest.". que estava perdida. »
P. — «. Como se perdeu ella? »
— 205 –
R.—« Por tres grandes golpes a que suc cumbi. »
P. — « Quem vos soccorreu? »
R.—« A mão que mos descarregou. » P. — « Como assim ? »
R.-« Eu jamais o direi senão a um de
meus iguaes, e quando fôr obrigado a isso.» P.—« Que vos ensinárão ? » R.-* As circunstancias da morte de nos So R.'.M.'. Hiram, que foi assassinado no
Templo por tres Companheiros que querião extorqui lhe a palavra de Mest.º., ou tirar lhe a vida. »
P. - « Que fizérão os Mest... para se re conhecerem depois da morte de nosso R.·. M.". Hiram? »
R. - Decidirão que a primeira palavra que fosse pronunciada, e o primeiro sinal
que fosse feito quando descobrissem o corpo d'Hiram, serião substituidos á palavra e si nal antigos. »
P.-* Quaes fórão os indicios que fizé rão descobrir o corpo d'Hiram? » R. - «Um vapor que se elevava da terra movida de pouco, e um ramo d'acacia.»
P.-º Que foi feito do corpo depois de ser descoberto? »
•
R - Salomão o fez sepultar com grande pompa. » II,
18
P. – Quem era o Mest.".
R. — «Era um Tyrio, filho d’uma viuva da tribu de Nephtali.» P. — «Qual é o nome d'um Mest.". Maç.….?» R. — « Gabaon. »
P. — «Como viájão os Mest?» R. — «Do Occidente para o Oriente e so bre toda a face da terra. »
P. — «Para que?»
R.—« Para espalhar a luz e reunir o que está espalhado.»
P.—º Em que trabálhão os Mest.".?» R. — «Na prancha dos desenhos.» P. — «Onde recebem seu salario.?» R.—« Na Camera do meio. »
P.—« Que significão as nove Estrellas?» R. — «O numero dos Mest.'. que fôrão mandados em busca do corpo d'Hiram.»
P. — «Se um Mest... estivesse perdidº. onde o achareis vós? »
R. — «Entre a esquadria e o compas SO, ))
P. — «Quaes são os verdadeiros sinaes d'um Mest.". ?»
R. — «A palavra, e os cinco pontos per feitos do gráo de Mest.". »
P. — «Se um Mest... se achar em perigo de perder a vida, que deve fazer ?»
– 207 —
R. — « O sinal de soccoro, dizendo: A.". M.". F.". D.". V.". » P. — «Como se faz este sinal? »
R. — (Faz-se.) P. — «Porque razão se diz os F.". D.". V.". ? ))
R. — É porque todos os Maç.", dizem que são filhos d'Hiram. »
P. — «Qual é a idade d'um Mest.". ? » R. — « Sete annos e mais. »
P. — «Porque dizeis vós sete annos e mais ? »
R. — «E porque Salomão gastou sete
annos e mais na construcção do Templo. P. — «Que significa a palavra de passe de Mest.….?» R. — « E
o nome d'uma montanha
donde Salomão mandou extrahir as pedras necessarias para a construcção doTemplo.»
– 208 —
GRÁo DE MESTRE.
PRIMEIRO VIGILANTE
Preliminares.
Todo o Companheiro que tendo preenchido
as condições prescriptas, quizer ser admit tido ao gráo de Mest.º., dirigirá seu pedido em particular ao I.…. primeiro Vig…., o qual
quando julgar que os trabalhos permittem que a Loja se occupe d'este objecto, dira: 1º VIG.". — «Mest.". V. “., o I.". N. ".,
Comp.'. d’esta L. “., pede o favor de ser ad mittido ao gráo de Mest.". » O M.'. Ven.'. diz :
M.". VEN . — «II.", primeiro e segundo Vig..., etc..... pedi aos II.". que fáção suas observações. »
O primeiro Vig...", diz, depois de ter dado uma pancada, segundo o costume : 1º VIG.". — «I. . segundo Vig..., II.". que ornaes a columna do Meiodia, o Ven. ".
— 209 —
vos convida a fazer vossas observações. » O segundo Vig... repete. Nota. Se o I... proposto está presente, o primeiro Vig... diz:
1º VIG.". — «O Comp... pede licença para cobrir o Templo. Depois de feitas as observações, se as ha, os Apr.". e os Comp.". recebem ordem para cobrir o Templo. Os Vig... sahem de seus lugares, correm cada um sua columna, para se certificarem se todos os II.…. são Mest.º., pedindo-lhes separadamente e em voz baixa as palavras, sinal, e toque do gráo. Voltando aos seus lu gares dão conta ao M.'. R.". •
Abertura.
P. — «V.". I.”. primeiro Vig..., qual é o primeiro dever dos Vig... em L.'. de Mest.". ? »
R. — « E ver se todos os II.…. são Mest.". M.". R.". »
P. — « Estais certos d’isso?»
R. — M.'. R.'., estamos. »
P. — «Ven.'. I.”. primeiro Vig.'., sois Mest.". ?»
R.—(( M.'. R.'., experimentai-me, a aca cia me é conhecida. » |-
-
18º
— 240 —
P.—«Dai-me o sinal de Mest...» R.—(Dá-se.)
P.—«Ven, , I... segundo Vig..., que idade tendes?
R.—«Sate annos e mais.»
P.—«A que horas se abrem os trabalhos?» R.—«Ao meiodia.»
P.—«Ven.", I.", primeiro Vig. "., que horas são.
R.—«Meiodia. » O M. ". R.'. diz :
M.'. R.". — «Visto que é meiodia, VV.". II.", primeiro e segundo Vig..., con vidai os II..., etc.... no gráo de Mestre.» O primeiro Vig... diz: Aº VIG.". — «Ven.'. I.”. segundo Vig..., VV.". Mest... que ornaes a columna do Meiodia, o M.'. R.'. nos convida a nos reu nirmos a elle para abrir os trabalhos no gráo de Mest.". »
O segundo Vig... repete.
O M.'. R.'. dá nove pancadas com o ma lhete.
Os Vig... repetem a bateria. O M.'. R.'. diz:
M.'. R.'.—( Os trabalhos de Mest.". estão abertos. »
. O primeiro Vig... diz:
-
Aº Vio.". — «Ven.'. 1.", segundo Vig...,
— 214. —
Ven.'. Mestres que ornaes a columna do Meiodia, os trabalhos de Mestre estão aber tOS. »
O segundo Vig... repete. Recepção.
O I.". Exp... annuncia ao segundo Vig... que batem como Companheiro; este o an nuncia ao primeiro Vig..., que repete em voz alta ao M.'. R.". »
1º VIG.". — « M.'. R.'., batem como Companheiro á porta do Templo. » O M.'. R.'. diz :
•
M.'. R.". — «Qual é o Companheiro que etc..... Mandai ver quem bate. »
O primeiro Vig... diz ao segundo: 1º VIG.". — « Informai-vos de quem bate.)
O segundo Vig... transmitte esta ordem
ao I.”. Exp.e., e depois da resposta d’este, diz ao primeiro Vig...: 2º VIG.". — «E um Companheiro, etc... recebido Mest.". »
O primeiro Vig... diz ao M.'. R.'. : 1º VIG.". — «..M.'. R.'., é um Companhei
ro que acabou o seu tempo, e que deseja ser recebido Mest.". »
o M.'. R.'. diz:
— 212 —
M.'. R.". — « Perguntai-lhe seu nome, etc... civil. »
O primeiro Vig... diz ao segundo: 1º VIG.". — « Perguntai-lhe seu nome, sobrenome, sua idade, e seu estado civil. »
O I.”. Exq.'. dá ao segundo Vig... a res posta do Companeiro; o segundo ao primei ro Vig... que diz em voz alta ao M.'. R.'. : 1º VIG.". — «O Candidato tem mais de
cinco annos; tem trabalhado no exterior do Templo na pedra polida, e em preparar os instrumentos. » O M.'. R.'. diz :
M.'. R.". — « Mandai-lhe perguntar se elle está sinceramente disposto, etc... pres tou precedentemente.» •
O primeiro Vig... diz ao segundo : 1º VIG.". — «Mandai perguntar-lhe se elle está sinceramente disposto a preencher os deveres d'um Mest.". Maç.…. e se a sua consciencia o não accusa de ter faltado aos
juramentos que elle prestou precedente Imente. ))
O segundo Vig... o repete ao I.”. Exp.". Ouvida a resposta pelo M.'. R.'., este dá
uma pancada com o malhete, e diz: M.'. R.". — «Introduzi o Companheiro.»
Introduzido o Candidato, os Vig... apo dérão se d’elle, por ordem do M.'. R.". O
– 213
—
primeiro Vig... põe-lhe a ponta da espada no peito. Quando o M.'. R.'. dá ordem para a pri meira viagem, os Vig... tornão para seus lu
gares, e não sahel... d’elles senão por ordem expressa do M.'. R.'. Depois de cada viagem, o primeiro Vig...".
dá uma pancada com o malhete e diz: 1º VIG.". — «M.'. R.'., a primeira (a se
gunda e a terceira) viagem esta feita.» O segundo Vig..., depois de ter feito suas indagações segundo a ordem que recebeu, diz :
2º VIG.". — Nossas indagações, etc... » O primeiro Vig... toma em sua companhia
dous II... com os quaes dá uma volta á roda da Loja, começando pelo Meiodia, e son dando o terreno com a ponta de suas es padas.
Chegado ao Occidente, o primeiro Vig... dá uma pancada e diz :
1º Vic.". — « M.'. R.'., nossas indaga ções forão vãs.» O M.'. R.". se reune com dous II.", aos
II.". Vig...; dão todos tres voltas á roda da Loja; na segunda volta, o segundo Vig...". pára e diz:
2º Vig... — «M.'. R.'., eu descubro ao longe um vapor, etc...; approximemonos.»
Na terceira volta, depois da qual o M.'. R.". pára defronte do quadro, etc., o pri meiro Vig... diz :
•
-
Aº Vic... — M.'. R.'., a terra parece-me estar cavada de pouco n’este lugar; talvez achemos aqui o objecto de nossas indaga ções. »
O M.'. R.'. levanta com a ponta da es
pada uma porção do véo, etc..... O segundo Vig... approxima-se, toma o index, etc.
O primeiro Vig... approxima-se depois, toma o segundo dedo ou medio do Candidato puxa-o um pouco para si, e deixa-o escor
regar, dizendo: 1º VIG.". — « B.º., » e dá um passo para traz com o sinal d'horror.
O M.'. R... approxima-se do Candidato e diz, etc.
O segundo Vig... diz: 2° Vig... — «M.'. R.. eu julguei que poderia, etc.» O primeiro Vig... diz: 1º VIG.". — «M.'. R.. eu julguei que o poderia levantar com o toque de Compa nheiro, mas a carne larga os ossos. »
O M.'. R.'. levanta o Candidato, sendo adjudado pelos Vig...",
Todos os II", vóltão para seus lugares,
— 215 -
* Chegado o Candidato ao pé do primeiro
Vig..., este manda-lhe que dê trespancadas em cada uma das tres portas representas no quadro, a do Oriente, do Occidente, e do
Meiodia; recebe d’elle as palavras, sinal e toque; e depois de estar o Candidato reco nhecido pelo segundo Vig..., dá uma pan cada, e diz: 1º VIG... — «O I.…. está reconhecido; elle tem trabalhado como Mest.". »
Acabado o discurso, o Mest.". R.'. diz: M.'. R.". — «VV.". I.…. primeiro e se
gundo Vig..., convidai os II.…. a reconhe cerem o I.". N.'., etc..... sobre a face da {CTT3. ))
O primeiro Vig... diz:
º
1º VIG.". — « Ven.'., I... segundo Vig..., VV.". Mest... que ornaes a columna do Meiodia, o M.'. R.'. nos convida a reco hecer para o futuro o I.”. N.…. como Mest.".
Maç.….; o dito I.…. seja reconhecido como tal por todos os M... espalhados sobre a face da terra. »
O segundo Vigº. repete.
Depois da instrucção, o M.'. R.'. diz: M.'. R.". — VV.". II.…. primeiro e se
gundo Vig..., perguntai aos Il.'. ; etc.…... a propôr. »
O primeiro Vig... diz:
|
— 216 —
1º Vig...". — «Ven.'. I.”. segundo Vig..., VV.". Mest... que ornaes a columna do Meiodia, o M.'. R.'. pergunta se não tendes cousa alguma a propôr. Encerramento.
P.—«Vem.". I.”. primeiro Vig..., a que horas devemos fechar nossos trabalhos? » R.—«A” meia noite. »
P.—«Que horas são? » R.—«Meia noite. »
«Visto que e meia noite, etc., VV.". II.". primeiro e segundo Vig..., convidai os VV.". II.". a me ajudar a fechar os traba lhos de Mest.".»
O primeira Vig... diz :
1° VIG.'.— «Ven.'. I.”. segundo Vig..., VV.". Mest... que ornaes a columna do Meiodia, o M.'. R.'. nos convida a ajuda-lo a fechar os trabalhos de Mest.". »
Fêchão-se depois os de Companheiro e em fim os de Aprendiz. Instrucção.
P—«Ven.'. I.e. primeiro Vig..., sois Mest.". ?»
P.-(( Experimentai-me, a acacia me e conhecida. »
– 217 –
P.—«Onde fostes recebido? « R.—«Na Camara do meio. »
P.—º Como chegastes a ella?» R.-—«Por cinco e sete.»uma
escada, que subi por tres, -
•
P.—« Que é que vistes?» R.—(( Horror, luto e tristeza. » P.—« Nada mais vistes? »
R. — «Uma luz amortecida que allumiava o tumuio do nosso R.". M.'. »
P.—« De que tamanho era o tumulo?» R.—( Tinha tres pés de largo, cinco de profundidade, e sete de comprido. » P.—( Que havia sobre elle ? »
R — «Uum ramo d acacia na parte supe rior, um triangulo do ouro mais puro, com o nome do Eterno gravado no centro. » P.—(( Que vos aconteceu ? » R.—« Eu fui accusado d'um horrivel crime. »
P.—« Quem vos socegou ? » R. — « Minha inuocencia. »
P. —º Como festes vós recebido? »
R. —º Passando da esquadria ao com passo. »
P. —º Que procuraveis n'esta estrada? R. — «A palavra de Mest.. que estava
perdida. P.—º Como se perdeu ella? » }I,
|0
— 218 —
R.—« Por tres grandes golpes a que suc cumbi.
P. — « Quem vos soccoreu? » R.—« A mão que m’os descarregou.» P. — « Como assim ? »
R.—« Eu jamais o direi senão a um de
meus iguaes, e quando fôr obrigado a isso. » P.— « Que vos ensinárão? » R. — « As circunstancias da morte do
nosso R.M.'. Hiram, que foi assassinado no Templo por tres Companheiros que que rião extorquir-lhe a palavra de Mest.º., ou tirar-lhe a vida. »
P.—« Que fizérão os Mest... para se re
conhecerem depois da morte do nosso R.'.
M.". Hiram. » R.—º Decidirão que a primeira palavra que fosse prononciada, e o primeiro sinal que fosse feito, quando decobrissem o corpo d'Hiram, serião substituidos á palavra e si nal antigos. »
P. — « Quaes fórão os indicios que fizérão descobrir o corpo de Hiram ? » R.—« Um vapor que se elevava da terra movida de pouco, e um ramo de acacia. » P.—º Que foi feito do corpo depois de ser descoberto? »
R.—« Salomão o fez sepultar com grande pompa. »
— 219 —
R.—« Quem era o Mest.". Hiram ? » P.—« Era um Tyrio, filho de uma viuva da tribu de Nephtali. » R. — « Qual é o nome de um Mest.".
Maç. . ? » P. — « Gabaon. »
R. — « Como viájão os Mest.".? » P. — « Do Occidente para o Oriente, e sobre toda a face da terra. »
R. — « Para que ? » P.—º Para espalhar a luz, e reunir o que está espalhado. » º "º R. — «Em que trabalhão os Mest.". ? »
P.—«Na prancha dos desenhos.» R.—« Onde recebem seu salario? »
P.— « Na Camara do meio. »
R. — « Que significão as nove Estrellas? » P. — « O numero dos Mest.. que fôrão mandados em busca do corpo de Hiram. * R.—« Se um Mest.". estivesse perdido, onde o acharieis vós ? » P.—« Entre a esquadria e o compasso. » R.—º Quaes são os verdadeiros sinaes de um Mest.". ? »
P. — «A palavra e os cinco pontos perfei tos do gráo de Mest.". »
R. — «Se um Mest.". se achar em perigo de perder a vida, que deve fazer? »
-- 226 —
R. — « O sinal de soccoro, dizendo : A, *. M.". F. ". D.". V. “.. º P.—º Como se faz este sinal? »
R. — (Faz-se.) P. — « Porque razão se diz os F. .. D.". V.". ? »
R.—« É porque todos os Maç.…. dizem que são filhos de Hiram. » P.— « Qual é a idade de um Mest.". ? » R. — « Sete annos e mais. »
P.—« Porque dizeis vós sete annos e mais? »
R.—« É porque Salomão gastou sete an nos e mais na construcção do Templo. »
P.-* Que significa a palavra de passe de Mest.". ? »
R.—º Éo nome de uma monthana d'onde Salomão mandou extrahir as pedras neces sarias para a construcção do Templo. »
— 224 –
GRAo DE MESTRE.
S>:GUINDO VIGILANTE,
Préliminares,
O primeiro Vig... diz: 1º VIG. . — « I.…. segundo Vig..., II.". que ornais a columna do Meiodia, o Ven.". nos convida, etc. »
O segundo Vig... dá uma pancada e diz: 2º Vig... — «II.. que ornais a columna do norte, o Ven. ". nos convida a fazer nos
sas observações.»
".
Os Vig... sahem de seus lugares, correm cada um sua columna , para se certificarem se todos os II... são Mest.º., pedindo-lhes separadamente e em voz baixa as palavras,
sinal e toque do gráo. Voltando a seus lu gares, dão ao M.'. R.'. conta do resultado. +
19*
– 222 —
Abertura.
P. – Ven.'. I.". primeiro Vig. "., qual é o primeiro dever dos Vig... em L.'. de Mest...? »
R.—« M.'. R.'., é ver se todos os II.". são Mest.". » P.— « Estais certos d’isso? » R.—« Estamos, M.'. R.". »
P.—º Ven.'. I.e. primeiro Vig.'., sois Mest.". ? »
R.—«M.'. R.'., experimentai-me, a aca cia me é conhecida.
P. — «Dai-me o sinal de Mest.". »
R.—(Dá-se.) P. — « Ven... segundo I.….Vig..., queidade tendes ?» R. —º Sete annos e mais.»
P. — «A que horas se abrem os traba lhos? » R. — «Ao Meiodia. »
P.—« Ven.'. I.". primeiro Vig. "., que horas são? »
R. — « Meiodia. »
o primeiro Vig... diz : 1º VIG.". — «Ven.'. I.”. segundo Vig...,
II.…. que ornais a columna do Meiodia, o
— 223 —
M.'. R.'. nos convida, etc..... no gráo de Mest.". »
#
O segundo Vig... diz: 2º VIG.". — « VV.". II.…. que ornais a columna do Norte, o M.'. R.'. nos convida
a nos unirmos a elle para abrir os trabalhos no gráo de Mest.". »
O M.'. R.'. dá nove pancadas com o ma lhete.
Os Vig... repetem a bateria. O primeiro Vig... diz: 1º VIG.". -- «Os trabalhos estão abertos.»
- O segundo Vig... repete o annuncio di zendo:
-
2º VIG.". — « II.…. que ornais a columna do Norte, os trabalhos estão abertos. » Recepção.
O I.”. Exp.". annuncia ao segundo Vig..
que batem á porta como Companheiro. O segundo Vig... diz ao primeiro: 2º Vig... — « Ven.'. I.”. primeiro Vig...". batem á porto do Templo como Compa .nheiro. »
O primeiro Vig... diz ao segundo por or dem do M.'. R.".
. 4º Vic, . — « Mandai ver quem bate. »
O segundo Vig... diz ao I.". Exp... :
— #â4 —
*"Vie.". — «Vede quem bate. » Ouvida a reposta do I.". Exp.'., o se
gundo Vig... diz ao primeiro: 2º Vig... — « Ven.'. I.”. primeiro Vig...".
é um Companheiro que acabou seu tempo, e que deseja ser recebido Mest.". » O primeiro Vig... diz ao segundo : 1º Vig.….—º Perguntai-lhe seu nome, etc.»
O segundo Vig... diz ao I.". Exp.e.: 2º VIG.". — « Perguntai-lhe seu nome, sobrenome, sua idade, e estado civil. »
O I.". Exp... transmitte ao segundo Vig.'á a reposta do Aspirante. O segundo Vig... diz ao primeiro :
2º Vig... « Ven.'. I. 1. primeiro Vig..."., o Aspirante tem mais de cinco annos; tem trabalhado no exterior do Templo na pedra polida, e em preparar os instrumentos. » O primeiro Vig... diz ao segundo :
1º VIG... — « Mandai-lhe perguntar se elle está sinceramente disposto, etc.»
O segundo Vig... diz ao I. . Exp.….: 2° Vig... — « Perguntai-lhe se elle está sinceramente disposto a preencher os deve res de um Mest.". Maç.'., e se sua con sciencia
o
não
accusa
de
ter fallado
aos juramentos que prestou precedente lhOI]t6, º
— 225 —
Introduzido o Companheiro, os Vigº, a podérão se d’elle. Quando e M . R.'. dá ordem para a pri mera viagem, os Vig... tornão para seus lu
gares , e não sahem d'elles senão por uma ordem expressa. O M.'. R.'. diz :
M.'. R.". — º I.". segundo Vig..., tomai em vossa companhia dous Mest.º., e fazei a busca pelo Norte. »
O segundo Vig... toma comsigo dous II.". e dão uma volta á roda da L.'., começando
pelo Norte, e sondando o terreno com a ponta de suas espadas. ao Occidente, o segundo Vig...". dá Voltando uma pancada e diz:
•
2º Vio... — º M.'. R.'., nossas indaga ções fôrão vãas. » O M.'. R... se reune com dous II.…. aos
•
dous II... Vig..., e dão juntos tres voltas em roda da L. “.
Na segunda e diz:
volta, o segundo Vig... pára, •
-
2º Vig... — «M.'. R.'., eu vejo ao longe um vapor que se eleva de uma pequena porção de terra. Aproximemo-nos. » O M.". R.". levanta com a ponta da es
pada uma porção do véo, etc. O segundo Vig.…. aproxima-se, toma o
— 226 —
dedo index direito do Candidato, e deixa-o cahir, dizendo : 2° Vic ". — «.J.'., w e da um traz fazendo o sinal d'horror.
passo para
O M. ". R. ", diz :
M.'. R.". — «II.". Vig "., quem mudou
o corpo do nosso respeitavel Mest.". da po sição em que estava? »
O segundo Vig... diz : 2º Vig... — «M.'. R.'. eu julguei que o poderia levantar com o toque de Aprendiz, mas a carne larga os ossos. O M.'. R.", levanta o Candidato, adju
dado pelos Vig... Todos os II.…. voltão para os seus lo gares.
Chegado o Candidato ao Occidente, faz-se
reconhecer pelos primeiro e segundo Vig.…. Depois do segundo Vig... o ter reconhecido, dá parte ao primeiro Vig..., que o diz ao M.". R.".
•
Acabado o discurso, o primeiro Vigº. por ordem do M.'. R.'., diz: 1º Vic.". — « Ven.'. I.”. segundo Vig..., VV. . II.", que ornais a columna do Meio 3
dia, o M.'. R.'. nos convida, etc.» O segundo Vig...", diz: 2° Vic.". — º VV., II.", que ornais a columna do Norte, o M.'. R... nos convida
– 227 —
a reconhecer para o futuro e I.". N. . como Mest.". Maç.….; seja o dito I.". reconhecido por tal por todos os Mações espalhados sobre a face da terra. »
Depois da instrucção, o primeiro Vig... diz por ordem do M.'. R.'. : 1° Vig... — « Ven.'. I.”. segundo Vig..., etc., o M.'. R.'. pergunta, etc.»
O segundo Vig... diz : 2º VIG.". — « VV.". II.". que ornais a
columna do Norte, o M.'. R.·. pergunta se não tendes cousa alguma a propor. »
Encêrramento.
P.—«V.". I.…. primeiro Vig.…., a que horas devemos fechar nossos trabalhos ? » R.—« Aº meia noite. » P.—«Que horas são ? » R.—« Meia noite. »
« Visto que é meia noite, etc., VV.". II.". primeiro e segundo Vig.…., convidai os VV.". II.…. a me ajudar, etc. »
O primeiro Vig... diz: 1º VIG.". — «Ven.'. I.", segundo Vig...,
- 228 –
VV.". Mest.º., etc..... os trabalhos Mest. »
de
O segundo Vig... diz: 2º Vic.". — « VV.". Mest.". que ornais a columna do Norte, o M.'. R.'. nos convida
a ajuda-lo a fechar os trabalhos de Mest.". » Fêchão-se depois os trabalhos de Compa nheiro, e em fim os de Aprendiz. Instrucção. P.—« Sois Mest.". »
R.—º Experimentai-me, a acacia me é conhecida. »
P.—º Onde fostes recebido? » R.—«Na camal a do meio. »
P. —º Como chegastes a ella ? » R. — « Por uma escada que subi por tres, cinco e sete. »
P. — « Que é o que vistes? » R.—º IIorror, luto e tristeza. »
P. — « Nada mais vistes? » R.—« Uma luz sombria, que allumiava , o tumulo do nosso R ". M.'. »
P.—« De que tamanho era o tumulo ? » . R. — « Tinha tres pés de largo, cinco de
profundidade, e sete de comprido. » P.—« Que havia sobre elle ? »
R.—« Um ramo de acacia na parte su
– 2:29 –
perior, um triangulo do ouro mais puro com o nome do Eterno gravado no centro. » T. – «Que vos aconteceu? » R.—« Eu fui accusado d'um horrivel crime. »
P.—« Quem vos socegou? » R. — « Minha innocencia. » R.—« Como fostes vós recebido? » r *
R.—« Passando da esquadria ao com passo. »
P.—« Que procuraveis n'esta estrada?» R. — «A palavra de Mest.". que estava
perdida. » P. — « Como se perdeu ella ? »
R.—« Por tres grandes golpes a que suc cumbi. »
P. — « Quem vos soccorreu ? »
R.—« A mão que m’os descarregou. » P.— « Como assim ? »
R. — « Eu jamais o direi senão a um dos
meus iguaes, e quando fôr obrigado a isso. P. — « Que vos ensinárão ? » R. — « As circunstancias
da
morte do
nosso R.'.M.'. Hiram, que foi assassinado no Templo por tres Companheiros, que
querião extorquir lhe a palavra de Mest.", . ou tirar-lhe a vida. »
P.—º Que fizérão os Mest... para se re H•
20
conhecerem depois da morte do nosso R.'. M.". Hiram ? »
•
R.—« Decidirão que a primeira palavra que fosse pronunciada, e o primeiro sinal que fosse fêito, quando descobrissem o cor po de Hiram, serião substituidos á palavra e sinal antigos. » P.—«Quaes forão os indicios que fizêrão descobrir o corpo de Hiram ? » R.—« Um vapor que se elevava da terra movida de pouco, e um ramo de acacia. »
P.—« Que foi feito do corpo depois de ser descoberto? »
R.—« Salomão o fez sepultar com gran de pompa. » P.—« Quem era o Mest.". Hiram ? R. — « Era um Tyrio, filho d’uma viuva
da tribu de Nephtali.» P.— «. Qual é o nome de um Mest.". Maç.". ? » R. — « Gabaon. »
P.—«Como viajão os Mest... ? »
R.—« Do Occidente para o Oriente, e sobre toda a face da terra. »
P.—« Para que? »
R.— « Para espalhar a luz, e reunir o que está espalhado. »
P.—« Em que trabálhão os Mest...! » R, — « Na prancha dos desenhos, º
P.—* Onde recebem seu salario?» R.—« Na Camara do meio. »
P.—º Que significão as nove Estrellas?» R. — « O numero dos Mest. ", que fôrão mandados em busca do corpo de Hiram, º P.—« Se um Mest.". estivesse perdido, aonde o acharieis-vos? »
R.—« Entre a esquadria e o compasso.» P.—« Quaes são os verdadeiros sinaes de um Mest.". ? »
R.—« A palavra e os cinco pontos per feitos do gráo de Mest.". » P.—« Se um Mest... se achar em perigo
de perder a vida, que deve fazer? » R.—« O sinal de soccorro, dizendo: A.". M.". F.". D.". V.". »
P. —º Como se faz este sinal? »
P.— (Faz se.) R.-—« Porque razão se diz os F.". D.". V. *.? »
R.—« É porque todos os Maç.…. dizem que são filhos de Hiram. » P. — « Qual é a idade de um Mest.". ?» R.—« Sete annos e mais. »
P.—« Porque dizeis vós sete annos e mais? »
R.—« É porque Salomão gastou sete an nos e mais na construcção do Templo. »
— 252 —
P.—« Que significa a palavra de passe de Mest.". ? » R.—« É o nome de uma montanha d'on
de Salomão mandou extrahir as pedras ne
cessarias para a construcção do Templo. »
FIM DO TOMO SEGUNDQ»
TABOA
Dºs MATERIAS DO SEGUNDo tomo.
Pag.
Primeiro gráo ou gráo d'aprendiz,, , , Architecto. . . . . . . . . . . . .
Ibid.
Gráo teAprendiz. . . . . . .- - - Veneravel. . . . . . . . . . . . .
Trabalhos do banquete... Gráo de aprendiz. . . . Primeiro Vigilante, , , , Banquete - - - - - - Gráo de aprendiz. . . . Segundo Vigilante. . . . Banquete. . . . . . . Segundo gráo ou gráo de
. . . . . . . . . . . . , , , , , , - - - - - . . . . . . . . . . . . . . . . . . companheiro,
Ibid, 56 69
Ibid. 84 86
Ibid. 102 103
Architecto. . . . . . . . . . . . .
Ibid.
Gráo de companheiro (Ven.'.). . . .
104
Gráo de companheiro (1º Vig..). . .
132
Gráo de companheiro (2º Vig, ', ). , ,
146
— 234 — Pag»
Terceiro grão ou Gráo de Mestre.
•
Architecto. . . . . . . - - -
• Ibid.
161
Terceiro gráo ou gráo de Mestre. Respeitavel. . . . . . . . A . Gráo de Mestre (1º Vig..). . . Gráo de Mestre (2º Vig...".) . .
•
163
. Ibid. •
208
•
221
BIBLIOTHE CA MAÇONNICA. TOMO III»
PARIS. — NA oFFICINA TYPoGRAPHICA DE BEAULÉ, Rue François Miron, 8,
BIBLIOTHECA MAçorINICA, OU
INSTRUCÇÃO COMPLETA Do FRANC-MAçoN. COMPREHENDENDO
1º A Historia da Maçonnaria desde a mais alta antigui dade até hoje; 2º O Ritual de todos os gráos da Maçonnaria; 3º A Guia do Architecto; 4º A Maçonnaria d'Adopção; 5º Huma Collecção de Discursos para todos os gráos e fes tas das ordens;
6º Os Estatutos geraes e particulares dos principaes Orien tes da Europa;
7° Modelos de Correspondencia oficial e ceremonias; 8° Hum Vocabulario Maçonnico. OBRA
sEGUNDA PARTE. •••••
GRÃOS MYSTERIOSOS OU
AS QUATRO ORDENS SUPERIORES,
III,
1
O REGULADOR OU
AS QUATRO ORDENS SUPERIORES.
Iº O R D E M.
GRÁO DE ELEITO-SECRETO. ----* e *----
«ARCHITEC" "Os
Decorações. São necessarias tres Salas:
A primeira, chamada Sala de preparação; A segunda, Sala do Conselho; A terceira, Sala obscura ou caverna.
A primeira Sala, chamada Sala de pre paração, será mobilada com simplicidade.
— 4 —
Terse-ha o cuidado de pôr nas paredes al gumas maximas mettidas em quadros. Ella não deve ser allumiada senão por meio d’uma vela amarella n'um castiçal de páo preto, que se porá sobre uma mesa d’uma madeira muito ordinaria.
Um pequeno banco servirá de assento ao
Candidato, que deve ficar dentro fechado até o momento da recepção. Maximas.
O crime não pode ficar impune. A consciencia é um juiz inflexivel. A vingança é criminosa sem um poder te gitimo. A segunda Sala, chamada Sala do Conse
lho, será forrada de preto, e sobre o forro pintar-se-ha um grande numero de lagri mas vermelhas; o altar será vermelho, 6
guarnecido de preto; no meio delle pinta se um punhal, lançando nove chammas pretas fingindo raios, e á roda d’este pu nhal, pintão-sé lagrimas pretas. Pôe-se sobre o Altar um punhal, um com
passo, o livro da sabedoria, um malhete e um cordão preto. No canto á esquerda do Altar estará um quadro representando tres cabeças, expos tas cada uma sobre uma estaca com os in
- 5 —
strumentos dos tres Companheiros repre sentados pelas tres cabeças. Por cima das cabeças existirão as seguintes inscripções: na do meio: Crime castigado, e por baixo
da cabeça o martello. Por cima da que está á direita: O céo é o nosso juiz, e por baixo a regoa; e na que está á esquerda, o castigo é certo, e por baixo da cabeça a pinça ou alavanca. Uma cortina deve encubrir estes
objectos para não apparecerem senão em tempo conveniente. O quadro representará na parte superior a Estrella da manhãa no meio de outras oito
mais pequenas; no meio, representará uma caverna, no interior da qual está uma lam pada collocada sobre um rochedo; do lado
do meiodia um braço direito arregaçado, e armado d'um punhal em posição de ferir; por baixo um cão em busca, e a entrar na caverna; no septentrião uma fonte sahindo d’entre os rochedos; no Occidente, uma escada ingreme, aberta n’uma rocha, e indo dar á caverna. O fundo deve ser preto, e o aro vermelho.
Este quadro será desenhado com giz no soalho, todas as vezes que for necessario, e apagado depois dos trabalhos. Póde supprir-se este quadro com outro
d'um pano preto, representando o desenho 1"
— 6 —
que se acaba de descrever, e que se estende no meio da Sala.
A Sala do Conselho será allumiada por
seis grandes luzes dispostas em roda d’ella, pregadas ás paredes. No interior estarão col locados ao lado direito de quem entra, nove castiçaes com oito luzes; a nona será muito
mais elevada que as outras, e em distancia de dois pés. O avental deve ser branco, debruado de branco, e forrado da me ma côr; no meio
estará pintado um punhal lançando cham mas vermelhas, á maneira de raios; o ba
badouro deve ser preto, debruado e for rado de vermelho; no meio pintão-se-lhe chammas vermelhas.
Todos os Membros devem estar armados
d'um punhal e decorados com um cordão preto, que vai do hombro esquerdo ao qua dril
direito.
A
extremidade inferior do
cordão está pendente um punhal com cabo d'ouro e a folha de prata, e com uma roseta branca, presa a uma fita vermelha, A terceira Sala deve representar um de serto selvagem; em roda estarão represen tados grandes pedaços de pedra tosca, e des
tacados, e pedras não lavradas, a fim de representar a pedreira de Ben-acar; a um lado se figurará em huma decoração a en
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– 7 –
trada d’uma caverna; á direita, adiante da caver na estará uma fonte que sahe d'entre os rochedos; á esquerda um cão em busca; no interior e no meio da caverna estará
uma lampada sobre uma rocha; no interior e no lado, figurar-se ha um transparente, que se não deve ver senão em tempo con veniente; no fundo estará uma figura re presentando um homem que crava um
punhal no peito; na entrada da caverna estarão representados dois homens fugindo por entre os rochedos e outros dois que os perseguem.
Estes dois homens, no momento em que
vão ser agarrados, precipitão-se num pego. Far-se-hão nove degráos para descer á caverna, excepto se a natureza do lugar o não permittir.
I. O R D E M.
GRÃO DE ELEITO=SECRETO •
MUITO=SAÍBIOa
O Presidente chama-se.... Muito-Sabio (1). O 1º Vigilante........... Grand-Inspector. O 2° Vigilante........... Severo-Inspector. Abertura.
Quando o Conselho se reune, todos os
II.". revestidos das devidas insignias devem ter o cordão no braço esquerdo: e o M.'. S... tendo revestido, no tope da altar, to dos os II. . do cordão preto, um após do
outro, segundo suas dignidades e empregos, diz :
(1) Em algumas LL... dá-se ao presidente dos Eleitos-secretos o tratamento de Sapientissimo: Muito Sabio é tambem um superlativo, mas um su perlativo mais modeslo, e como o Maç. ". ama a modestia, por isso preferimos o tratamento de Muito Sabio,
— 9 —
P.—º I.". Grande-Inspector, qual é o
primeiro dever d'um Grande - Inspector Eleito? »
\,
R.—« M.". S."., o de se assegurar se to dos os II.". são Eleitos. »
M.'. S.". — « Assegurai-vos pois d’isso, Grande-Inspector. » O Grande-Inspector tendo-se assegurado
de que todos os II.…. presentes são Eleitos, fa-lo saber ao M.". S.".; o qual diz:
P.—º Qual é o segundo dever d'um Eleito? »
R.—º M.". S."., o de ver se os trabalhos estão cobertos. »
M.". S.". — « Assegurai-vos d’isso, Gran de-Inspector. » •
O Grande-Inspec.or tendo-se assegurado de que os trabalhos estão cobertos, fa-lo
igualmente saber ao M.'. S..., o qual diz: P.—º Sois-vós Eleito Secreto? »
R.—« Uma caverna me é conhecida;
uma alampada me allumiou; uma fonte Ime SaClOll.
O
P.—(( Que horas são ? »
R.—« A estrella do dia que apparece an nuncia-nos que o sol vai nascer, e que é tempo de nos darmos ao trabalho. » M.". S.". — « Pois que um tão justo de
signio vos anima, e que o Sol vai nascer,
— 10 —
Gr.", e Sev.". Inspectores, II.". Eleitos Se-. cretos, o Conselho vai abrir-se. A mim, meus II. . ! »
Todos os II..., guiados pelo M.'. S."., fazem o sinal e applaudem. O M.'. S... dá oito pancadas com igual intervallo e uma mais demorada. M.
S.". — O Conselho dos Eleitos está
aberto. »
O M.'. S.. dá uma pancada, e diz: M.". S.". — «Cada um a seus lugares, meus, II.". » O Secretario faz a leitura da prancha dos ultimos trabalhos, depois da qual introdu zem-se os visitadores, havendo-os.
M.". S.". — «I.". Severo-Inspector, to mai com vosco dois Eleitos; fazei no exte rior da camara do Conselho a mais scru
pulosa indagação, pois importa-me ter a certeza de que não podemos ser ouvidos. » O Sev.". Inspector sahe accompanhado de dous Eleitos, um momento depois bate se á porta como Mest.". ; e tendo o annun ciado ao Grande Inspector, o M.'. S.…. diz: M.". S.". — « Qual é o Mest... que tem a temeridade de perturbar nossos trabalhos? Fazei ver quem bate, I.". Gr.'. Inspector.» O Gr.". Inspector tendo se informado por via do Mest... de Cer.'. de quem baste diz:
– 11 –
GR.". INSP.". — «M.". S. "., são os Elei 'tos, que forão mandados fazer sua visita, e conduzem um dos Obreiros do Templo, de
que se apoderárão. » M.". S.". — « Dê-se-lhes a entrada. »
Abrem-se as portas; o I.". Inspector ar rasta o Candidato ao Occidente, dizendo: SEv.". INSPECToR: — « Eis um dos Obrei
ros do Templo que achamos não longe d'a qui, e cujos designios ignoramos. »
Todos os Eleitos gritão vingança, e vól tão seus punhaes para o Candidato. Ao mes mo tempo, o Gr.". Inspector lhe pôe um punhal sobre o coração, prompto a feri-lo;
e depois d'um momento de silencio, o M.'. S.". diz: M.'. S.". — « Quem és tu ? »
O Sev.". Inspector dictando as respostas ao Candidato, este responde: R.—« Eu chamo-me Joabem, Maçon da classe dos Mest.". »
P.—«Que queres tu? »
R.—( Lançar-me a vossos pés, e pedir a graça de ser o vingador de Hiram. » M.". S.". — «Desatai seus laços; seja elle livre, como todo o Maçº. o deve ser. » DeSata-Se-O.
M.". S.". — «Assegurai-nos, meu I.'., por vossas respostas, da verdade do que
acabais de avançar. »
— 12 —
M.". S.". — « Sois Mest.". ? »
CAND.". — « Experimentai-me.» O M.'. S.". faz as perguntas, que julgar a
proposito, tiradas da Instrucção do gráo de Mest... para ver se elle está bem instruido. M.". S.". — « Dai o toque, as palavras e o sinal de Mest.". ao I.”. Gr.". Inspector. » O Candidato os dá.
M.". S.". — «II.'. que compondes este Conselho, estais satisfeitos? »
Todos os II... dão o sinal d'aprovação do uso, que em algumas LL.". é levantar a mão direita fazendo a cahir todos ao mes
mo tempo sobre a coxa direita. M.". S.". — « Pois que o I.". reune to dos os votos, 1.". Gr.". Inspector, fazei-o
avançar nove passos (tres d’Apr..., tres de Comp. .. e tres de Mest...), até o trono para prestar seu juramento entre nossas mãos. »
O I. . Gr... Inspector fazendo-o avançar até o trono poe-lhe o joelho em terra, a mão direita sobre o livro da Sabedoria, e na
mão esquerda o compasso que abraça um malhete. O M.'. S.. põe seu punhal sobre a
fronte do Candidato, e o Gr.'. Inspector o seu nas costas do mesmo; e depois o M.'. S.". diz:
M.". S.". — Meu I.'., se vossas disposi
ções são sinceras pronunciai comigo:
— 13 —
JURA MENTO.
«Prometto, em fé de Maçon, perante o » Gr.". Arch.'. do Universo, e perante esta » Assemblêa, nunca revelar a nenhum ho » mem que não tenha feito o que eu fiz, o » segredo dos Eleitos. Prometto preencher
» escrupulosamente as obrigações que este » Gr.:. me impõe. Sim, eu observarei em » tudo meus juramentos Maç.…., ou a morte
» a mais terrivel expie o meu perjurio, meu » corpo seja a presa dos abutres, e minha » memoria fique em execração entre os fi
» lhos da Viuva por toda a terra. » Prestado o juramento o M . S.…. diz: M.". S.". — «I.". Gr.". Inspector, fazei voltar o I. ". ao Occidente, mandai-lhe fazer os passos para tras, para ensinar-lhe que nada se tem sem custo, e que elle nunca se deve-offender das mortificações ordenadas
pelo juizo da L.'., pois que a humildade é o verdadeiro caminho da perfeição maçonnica; fazei que elle tome lugar entre nós. » Chegado o Cand... ao Occidente, o Gr..., Inspector o faz assentar sobre o tamborete
que deve estar entre si e o I.”. Sev.". Inspec tor, e o M.". S.. diz : M.". S.". — «II.". Eleitos, meus II. . !
depois que um assassinato horroroso nos III,
2
— 14 —
privou do Architecto que, por suas virtudes e luzes, tinha merecido dirigir os trabalhos do Edificio feito para entoar os louvores do Gr.". Arch.'. do Univ. "., tudo está na cons ternação entre os Obreios, e em um luto universal; a Estrella da manhãa ja não cha ma os trabalhadores á obra. Implorei aquelle que torna vãos todos os trabalhos dos homens, se elle mesmo os não ajuda, o qual dignando-se ouvir as minhas supplicas não quer que o crime fique impune por mais tempo. Um desconhecido me veio re velar o retiro dos assassinos de Hiram : esta
descoberta merece o maior segredo, e uma deliberação prompta.»
N’este momento, todos os II.…. gritão : Vingança !
M.". S.". (Dirigindo a palavra ao Candi dato): « I.". Mest.º., vosso zelo em preen cher esta importante commissão iguala por certo o dos outros membros do meu Conse
lho; e não querendo conceder esta honra a
nenhum, a sorte vai decidir do que ha de ser escolhido. »
« I.". Mest de Cerem."., fazei o vosso dever. »
O I.". Mest.". de Cerem... apresenta o es crutinio ao Candidato, que tirando d'elle um
bilhete em que está escripto Joaben, e apre"
- 15 —
sentando-o depois a todos os Eleitos, o M.'. S.º. diz:
M.". S.". — « Joaben, vossos votos estão preenchidos; sêde o chefe d'uma tão nobre empresa. Não preciso fazer-vos sentir toda a
importancia do emprego que vos confio Ide do lado de Joppa; perto d'uma caverna á borda do mar, chamada a caverna Ben-acar, vós achareis Abibalk e seus cumplices; es forçai vos por os trazer aqui. Lembrai-vos que não deveis tentar contra a sua vida senão quando a vossa estiver em perigo..... Parti. »
Aqui se faz a viagem. O Sev.". Inspector accompaha o Candidato, e depois de terem preenchido sua missão, entrão ambos, e tem do este ultimo o punhal na mão direita, o
braço levantado em acção de ferir, e o braço esquerdo estendido ao comprido do corpo, coloca se no Occidente, dizendo : O crime está punido !
M.". S.". — «Uma tão justa vingança sirva de exemplo aos preversos, e lhes mos tre o fim que espera os culpados; que as
cabeças dos assassinos e suas ferramentas sejão expostas no interior das obras durante tres dias, passados os quaes, as ferramentas sejão quebradas, as cabeças queimedas, e as
cinzas lançadas ao vento, para que d'elles
– 16 —
não haja memoria entre os homens e os Maç..., e o conhecimento d'este crime enorme edo seu justo castigo fique para sempre Con centrado entre os Maç.…. » Corre então a cortina, e devem-se ver as
cabeças expostas como fica dito. O M.'. S.".
continua e diz: M.". S.". — «Sabei, meu I."., que tudo o que se passou, e tudo o que executasteis, é feito para vos trazer á memoria, d'uma ma
meira sensivel, as primeiras obrigações que contrahisteis entrando na Ordem, e a puni
ção justamente merecida do todo aquelle que se torna perjuro. Tudo vos annunciou vin gança; mas a Ordem está bem longe de querer inspirar-vos um tal sentimento; ella vos obriga, pelo contrario, a nunca esquecer
que todo o braço armado por outro poder, que não seja o poder legitimo, não pode deixar de ser criminoso.
« Vinde agora. meu I. "., receber a recom
pensa que tendes merecido : e vós todos, meus II..., ajudai-me a fazer um Eleito SecretO. ))
O Mest... de Cer.". conduz o Candidato ao
Trono, para renovar seu juramento, durante o qual todos os Eleitos estão voltados para elle com a mão estendida.
— 17 —
O M.'. S.". lhe põe seu punhal sobre o hombro direito e lhe diz : M.". S.". — « Em nome do Gr.". Oriente
de....., em seu Gr.". Cap..., e em virtude dos poderes que me deu o Cap... de..... eu vos faço Eleito Secreto. » O M.'. S.". reveste o Candidato do Cordão
preto, e do avental de Eleito. M.". S.". — «Nós temos n’este gráo, como nos precedentes, um sinal, uma palavra, e um toque, etc.
« Ide agora, meu, I.'., fazer-vos reconhe cer por todos os II..., dando-lhes o sinal, a palavra e o toque, começando pelo I.". Gr.'. Inspector. » O que sendo feito, o M.'. S.". o proclama dizendo :
M.". S.". — «II.". Gr... e Sev.". Inspec tores, II.". Eleitos Secretos, vós reconhece reis d'hora em diante o I.". N... por Mem bro do Conselho dos Eleitos Secretos do
Capitulo de..... em sua primeira Ordem. » Os II.". Gr... e Sev.". Inspectores repe
tem o annuncio. Todos os Eleitos, guiados pelo M.'. S.., applaudem. O novo Eleito agradece; e seu applauso sendo igualmente coberto pela mesma bate
ria, o M.'. S..., dirigendo-se ao novo Eleito, diz : 2*
— 18 —
M.". S.". — º I... novamente admittido
ao Conselho dos Eleitos, o desejo de adquirir novos conhecimentos maçonnicos voz fez
solicitar o primeiro gráo acima da Maç.". symbolica. Talvez pensasteis ver a desco berto os diversos objectos, que o emblema
vos tem escondido nos gráos precedentes, não temais ser enganado na vossa expecta tiva, mas a carreira que tendes a discorrer é longa e penosa; um zelo infatigavel miti
gara vossas fadigas; vós penetrasteis já as trevas da noite, a luz brilhou a vossos olhos
desde o momento da vossa iniciação, de dia m dia ela vos esclaracera mais, e se tiver des a força de persistir vós chegareis ao verdadeiro fim.
« Tomai lugar, meu I.'., entre os Eleitos; prestai ouvidos attentos á instrucção, que
se vos vai fazer, a fim deque ella vos escla reça sobre o que se apresenta a vossos olhos
e de que até agora ainda não podesteis ter a intelligencia. »
O Mest.". de Cer... fa-lo colocar; e o I.”. Or... pronuncia um discurso, a que deve
ajuntar o historico do gráo. Instrucção. P.—«Sois vós Eleito-Secreto? »
R.—«Uma caverna me é conhecida; uma
alampada me allumiou, uma fonte me sa ciou. »
P.—«Que fistes-vos n’esta qualidade ? » R.—« Fui encarregado d’uma commissão importante, de que recebi o premio. » Mostra-se o cordão do gráo. P.—º Qual era vosso projecto ? » R.—«Vingar o crime. »
P.—«Que vingança era permittida aos . MM.….?» R.—« A Justa punição dos assassinos de seu respeitavel Mest.º., por ordem expressa do rei. »
P.—« Aonde se formou o projecto de vin
gança ? » R.—« Em Conselho secreto.»
P.—º A que horas ?» R.—«Na obscuridade da noite. »
P.—« Quando partistes-vós? » R.—« Antes de amanhecer. »
P. — « Que vos allumiava ? » R. — «A Estrella da manhãa. »
P.—«Por donde começastes vós? » R. —º Pela destruição de dois culpados.» P. — « Aonde os descobristes- vós? »
R.—« Fugindo por entre rochedos escar pados. » P.—« Fostos-vós mais longe? »
– 20 —
R.—« Penetreino interior d’uma caverna medonha. »
P.— « Que achastes vós n’ella?» R.—« O traidor que, tendo entrado n’a quelle momento, se dispunha para repou S3 T. D
P.—º Que aconteceu? »
R.—« Aterrado com a presença d'um Mest..., elle fez justiça a si mesmo. » P.—« Que vos restava a fazer?»
R.—«Nada, porque a vingança estava - completa. » P.—« Que horas érão então? » R. — « O Sol acabava de pôr-se. » P.—« Que idade tendes? » R. —º Nove semanas sobre sete annos, por causa das nove semanas, que se passárão antes da punição do delicto. » P.—«Que significa a formula da vossa recepção? » R.—«O que se passou para a formação do projecto. » P.—º Que representão as oito luzes, e outra maior separada do resto? » R.—º Representão os nove Eleitos; e a maior representa o seu chefe.» P.— « E as outras seis luzes? »
R.— « Os seis Mest... que se lhes reunírão atitulo de Eleitos, depois da sua volta.»
— 21 —
P.—« Que significão as cores da camara do Conselho? »
R.—«O preto significa a atrocidade da acção; as chammas exprimem o nosso ardor em tirar vingança d’ella, e o vermelho de nota que ella não pode ser extincta senão pelo sangue dos culpados. »
P.—«Que significão as inscripções que se divisão nos postes, aonde as cabeças estão expostas? » R. — « Que o ceo, que julga as acções dos homens, é o seu vingador infallivel, e nunca deixa o crime impune. »
P.—« Que significa o cão? » R.—« Que muitas vezes o menor indicio serve a descobrir o culpado. » P. — « Que significa a caverna ?» R.—« Que não ha lugar, por obscuro e occulto que seja, que possa pôr os perversos
ao abrigo do supplicio e dos remorsos. » P.—« Que significa o braço armado d'um punhal? » R. — «Que os nossos devem estar sempre
promptos a descarregarem sobre aquelles que …> offendem e atácão a virtude. »
P.—« Que significa a Estrella da manhãa e as outras oito? »
R.—«A hora da partida, e o numero dobr Eleitos. Isto significa tambem que nun\'#
+ ,,
– 22 —
ca nos apressamos de mais, quando se trata de praticar uma acção boa. » P. —º Que significa a escada cortada na rocha, e difficil de subir? » R. — « Que se devem vencer os maiores
obstaculos que se apresentarem na estrada que conduz á destruição do vicio. » P.—« Que significa a alampada? » R.—« Que nós recebemos uma luz ines perada nas acções dictadas pelo Gr.". Arch.".
P. — Que significa a fonte achada inopi nadamente ? »
R.—« Que a providencia nunca nos aban
dona nas necessidades urgentes.» Encerramento.
P.—« Que vos resta a fazer?»
R.—«Nada, visto que tudo está consum mado, º
P.— « Que idade tendes? » R.—º Nove semanas sobre sete annos,
por causa das nove semanas que se passárão antes da punição do delicto. » P. — « Que horas são ?»
R. — «A hora em que eu sahi da caverna e em que o Sol se põe. »
M.". S.". — : « Pois que nada mais resta a fazer, e que o Sol se põe, II.". Gr.", e
— 23 —
Sev.". Inspectores, II... Eleitos-Secretos, o Conselho vai fechar-se. A mim, meus lI.". »
Todos os II.º., guiados pelos M.'. S.". , fazem o sinal e applaudem. O M. “. S.". dá oito pancadas e uma mais demorada, e diz: M.". S.". — « O Conselho dos Eleitos
está fechado, retiremo-nos em paz.» O M.'. S.". dá ainda uma pancada, e cada Eleito tira seus ornamentos, e se retira em paz.
— 24 — Iº O R D E M.
GRÁO DE ELEITO=SECRETO.
ORADORs
Discurso historico.
Acabada a pompa funebre em honra de Hiram, e postos em andamento os trabalhos
do Templo, o primeiro cuidado de Salomão foi descobrir os matadores do seu architecto, para que elles fossem punidos d’uma ma
neira exemplar, e proporcionada ao seu CTIII16.
A ausencia de tres Companheiros, e suas ferramentas, instrumentos de suas maldades não deixárão duvida alguma sobre os ver
dadeiros culpados. O mais velho dos tres, como o mais criminoso, foi especialmente
designado pelo nome infame de Abibalk (matador do pai). Um desconhecido se foi apresentar á porta do palacio, e tendo dex tra mente podido obter uma audiencia se
— 25 —
creta do rei, lhe revelou o lugar, a onde os mal feitores se tínhão refugiado. Salomão não quiz confiar uma commissão tão delicada a pessoa alguma estranha ao caso de que se tratava; por isso reunio durante a noite um Conselho extraordinario dos Mes
tres, e lhes declarou que tinha precisão de nove d’entre elles para uma com missão im portante, que demandava coragem e acti vidade; que conhecendo mui bem o ardor e zelo de todos elles, a nenhum queria con ceder a preferencia, e que assim era a sorte
só quem os ia designar, e que o primeiro, em quem cahisse a sorte, seria considerado o chefe da empresa. Ele fez pois lançar em sua presença os nomes de todos dentro d’uma urna. O primeiro nome que sahio foi o de Joaben, que ficou designado como chefe da empresa : e os outros oito fôrão successivamente eleitos.
Salomão despedio então os Mestres, fazen do ficar os nove Eleitos: retirou-se com
elles ao lugar mais recondito dos trabalhos, e ali lhes expoz a descoberta, que o desco nhecido lhe tinha vindo communicar. Todos
concertárão as medidas que se devião tomar
para serem bem succedidos em tão arriscada empresa ; e os Eleitos jurárão vingar a morte de Hiram, Il Is
3
— 26 —
Antes de partirem tomárão por palavra de reconhecimento o nome do mais culpado e sahindo da cidade antes de amanhecer,
para que de ninguem fossem vistos, se Pº zérão a caminho por atalhos afastados, e
paizes pouco conhecidos, servindo-lhes o incognito de guia. Até que chegárão a vinte e sete milhas de Jerusalem, do lado de Joppa, ao pé d'uma caverna º situada á borda do mar, chamada a caverna de Ben acar (filho da esterilidade, ou lugar esteril), aonde Abibalk, matador do pai, tinha º cos
tume de se abrigar com os seus complices Com efeito ao anoitecer os Eleitos perce berão dois homens, que marchávão preci pitadamente para a caverna, e que poucº
depois reconhecêrão ser os culpados, pelo facto de tomarem a fugida através dos
rochedos, apenas pressentirão gente, e de se precipitarem em um abismo, aonde os Mestres os fôrão achar expirando.
Joaben, um pouco apartado de seus ca maradas, percebeu o caminho do descon hecido, que dirigia seus passos para a ca verna, tendo o ar de quem seguia alguem
á pista. Este Maçon zeloso corre só para a caverna, penetra nella por uma descida es cabrosa, de nove degráos, praticada na rocha, e descobrio ao clarão d’uma alam
— 27 —
pada, o traidor que acabava d’entrar, e se dispunha a repousar. Este malvado, aterrado com a presença d'um Mestre, que ele re conheceu, sacrificou-se por suas proprias
mãos, cravando um punhal no coração. Joab n apolerou se do punhal do traidor, e sahio victorioso da caverna, e sahindo des
cobrio uma fonte d’agoa cristalina que bor botava d’entre os rochedos, á qual correu a matar a sede, e a tranquillisar seus senti dos agitados. Os Eleitos resolvêrão deixar os corpos em
preza dos animaes ferozes; apoderárão-se das cabeças dos tres facinorosos. e tornárão
a partir logo que o sol se poz. Nessa mesma noite, chegárão a Jerusalem, aonde fizérão a Salomão uma agradavel surpresa, dando
lhe conta de sua expedição. Salomão testemuhou aos nove Mestres
uma grande satisfação, e quiz que d’ahi em
diante eles fossem designados pelo nome distinctivo de Eleitos : aceressentou-lhes
mais seis Mestres, que não tinhão tomado parte na expedição, o que elevou seu nu mero a quinze, em lugar de nove que érão no principio. Estes Eleitos obtivérão, em sinal de con
decoração, uma grande fita preta que lhes passava do hombro esquerdo ao quadril di
– 28 —
reito, na extremidade da qual havia um punhal com o punho d’oiro. As palavras de reconhecimento e seus sinaes fôrão ana
logos á acção que elles acabávão de fazer : e pelo decurso do tempo seu emprego foi a inspecção geral, emprego a que os torna
va por certo proprios o ardor e severidade, que elles tínhão mostrado. Quando se trata tava de dar contas, ou de proceder ao juizo d'alguns MM.'., o rei os reunia extraordi nariamente em um lugar secreto.
O desconhecido, que era um simples pas tor, foi amplamente recompensado. Foi admittido á sociedade dos MM... e quando
adquirio conhecimentos
bastantes , foi
honrado com um lugar de Eleito. As cabeças dos malvados fôrão expostas durante tres dias no interior das obras, com o instrumento que tinha servido a seu at
tentado; passado este espaço, ellas fôrão consumidas pelo fogo, suas cinzas lançadas ao vento, e suas ferramentas despedaçadas. Tanto o crime como a sua punição fôrão
um segredo: Salomão quiz que elle ficasse concentrado entre os MM...; e estando satis
feita a vingança, seus cuidados se occuparão sómente de levar ao fim a sua obra. -+••
— 29 —
BANQUETE DOS ELEITOS SECRETOS. ---=>••==
Os utensilios da mesa teem o mesmo no
me que na maçonnaria symbolica, excepto os copos, que no gráo d'Eleito Secreto se chámão urnas, e as facas, punhaes. Commando, ou vozes para as saúdes.
Bandeira enrolada no braço! Embrulha-se o braço esquerdo na bandeira,
deixando-se as pontas presas na mão. Mão direita ao punhal! Punhal contra o coração! Põe-se o punhal ao comprido, sobre o lado esquerdo, com o dedo polegar estendido no punho.
Punhal na mão esquerda ! Passa-se o punhal á mão esquerda, com a ponta voltada para o braço. Mão direita á urna! Urna ao alto!
Despejemos a urna em tres tempos! Em frente urna!
Mergulhemos o punhal na urna! 3º
— 30 —
Executa-se o movimento por trez vezes, di zendo em cada vez: Nekam!
Urna sobre o coração! Larguemos a urna em tres tempos! Um — dois—tres! Punhal na mão direita! Punhal ao alto !
Em frente punhal! Faz-se a acção deferir com o punhal. Punhal sobre a urna !
Colloca-se o punhal transversalmente sobre a urna, como se fez depois de ter carregado a urna para a saude.
A mim pela bateria!
Dá-se a bateria do gráo, e diz-se por tres vezes: Nekam!
— 31 —
1- O R DE M.
GRÃO DE ELEITO=SECRETO.»
GIRANTIDE=INSPEC" "ORs
Abertura.
P.— « Qual é o primeiro dever de um Irmão Grande Inspector Eleito Secreto? » R.—«M.'. S..., o de assegurar-se se to dos os Irmãos são Eleitos Secretos. »
M.". S.". — « Assegurai-vos d’isso, Gran de e Severo Inspectores. » Depois de o terem feito segundo o uso, e tendo o Severo Inspector feito o annuncio, diz o Grande Inspector:
O GR.'. INSP.". — « M.'. S..., todos o Irmãos que se áchão presentes são Eleitos Secretos. »
P.—«Qual é o segundo dever d'um Elei
– 32 —
R. —º Ver se os trabalhos estão cobertos. »
M.". S.". — « Assegurai-vos disso, Ir mão Grande Inspector. » Depois de o ter feito segundo o costume, o Grande Inspector diz:
GR.'. INSP.". — « M.'. S. "., os trabalhos estão cobertos. »
P.—« Sois vós Eleito Secreto? »
R.—« Uma Caverna me é conhecida, uma
alampada me allumiou, uma fonte me sa ciou. »
P.—« Que horas são ? » R.—« A Estrella do dia que apparece, nos annuncia que o Sol vai nascer, e que é tempo de nos darmos ao trabalho. » O M.'. S.". diz: «Visto que tão justo de signio, etc..... A mim, meus Irmãos. » O Severo Inspector, voltando de suas in
dagações, annuncia-se pela bateria de Mestre. O Grande Inspector diz ao M.'. S.". : GR.'. INSP.". — « M.'. S.". batem com o
Mestre á porta do Conselho. »
#
O M. “. S.". diz:
M.". S.". — «Qual é o Mestre, etc... que
bate, Irmão Grande Inspector? » O Grande Inspector informa-se, e diz: GR.'. INSP.". — « M.". S. "., são os Eleitos
Secretos que fôrão mandados fazer sua vi
– 33 —
sita, e conduzem um dos obreiros do Tem plo, de que se apoderárão. — º Por ordem do M.'. S. "., o Grande In spector diz: GR.". INSP.". — « Dê-se lhes a entrada. »
O Candidato é introduzido, e colocado
no Occidente. O grande Inspector pôe-lhe o punhal sobre o coração, como para lh'o atraversar, Quando o Candidato chega ao
Altar, pelos nove passos (dos quaestres são d'Applendiz, trez de Companheiro, e trez de Mestre) a fim de prestar seu juramento na attitude conveniente, o M.'. S.". pôe-lhe
seu punhal na testa, e o Grande Inspector pôe-lhe o seu nas costas. Depois de ter voltado ao Occidente, o
Grande Inspector faz sentar o Candidato entre si e o Severo Inspector. Tendo o M.'. S.". proclamado o novo
Eleito-Secreto, o Grande Inspector repete a proclamação, dizendo:
GR.". INSP.". — « Irmão Severo Inspec tor, Irmãos Eleitos-Secretos, vós reconhe cereis de hora em diante o Irmão..... como Membro do Conselho dos Eleitos-Secretos e
do Capitulo de...., na sua primeira Ordem.»
— $4 —
Instrucção.
P.—º Sois vós Eleito Secreto? » R.—« Uma Caverna me é conhecida,
uma alampada me allumiou, e uma fonte me saciou. »
P.—« Que fizestes vós, como Eleito Se creto? »
R.—« Fui encarregado d’uma Commis são importante, por que recebi um premio.» Mostra-se o cordão do grá0.
P— Que projecto era o vosso ?» R.—º Vingar o crime. »
P— Que vingança era permittida aos Mações? »
R.—º A justa punição dos assassinos de seu respeitavel Mestre, por ordem expressa do Rei. »
P.—, onde se formou o projecto de vin gança? » R.—« Em um Conselho Secreto. »
P.—« A que horas? » R.—« Na obscuridade da noite.»
P.—º Quando partistes? » R.—« Antes de amanhecer. »
P.— «Que vos allumiava?" R.—«A Estrella da manhãa, º
P.— «Por onde começastes? »
R.—« Pela destruição de dois culpados.»
— 35 —
P.—«Onde os descubristes vós? » R.—« Fugindo por entre rochedos escar pados. » P.—& Fostes mais longe? »
R.—«Eu penetrei no interior d’uma ca verna medonha. »
P.—« Que achastes vós n’ella ?»
R. — «O traidor, que tendo entrado na quelle momento, se dispunha para repou Sº I',
f)
P. — « Que aconteceu ? »
R.—« Atterrado com a presença de um Mestre, elle fez justiça a si mesmo. » P. — «Que vos restava a fazer? »
R.—«Nada, porque a vingança estava completa. » P. — « Que horas erão então? »
R. — « O Sol acabava de pôr-se.» P. — «Que idade tendes? »
R.—«Nove semanas sobre sete annos,
por causa das nove semanas que se passá rão antes do castigo do delicto. »
P.-& Que significa a formula da vossa recepção?» •
R.—«O que se passou para a formação e a execução do projecto. » P.—«Que represèntão as oito luzes, e outra maior separada do resto? » .
•
— 36 —
R.—« Represêntão os nove Eleitos Se. cretos; a maior representa seu chefe. » P.—(( E as outras seis luzes ?»
R.—« Os seis Mestres que se lhes reu nirão a titulo d'Eleitos, depois da sua volta.»
P.—«Que significão as cores da Camara do Conselho? »
R.—«O preto significa a atrocidade da acção; as chammas exprimem o nosso ar dor em tirar vingança d’ella, e o vermelho
denota que ella não póde ser extincta senão com o sangue dos culpados. » R.—« Que significão as inscripções que se divisão nos postes aonde as cabeças es tão expostas?»
R.—«Que o Céo, que julga as acções dos homens, é o seu vingador infallivel, e nun ca deixa o crime impune. »
P. — « Que significa o cão? » R.—« Que o menor indicio serve muitas
vezes para descubrir o culpado. » P.—« Que significa a caverna?» R.— « Que não ha lugar, por muito ob
curo e occulto que seja, capaz de pôr os per versos ao abrigo do supplicio e dos remor SOS,
º
P. — «Que significa o braço armado de um punhal?» R. — «Que os nossos devem estar sem
— 37 —
Prº Promptos a punir aquelles que ofendem e atácão a virtude. »
*-* Que significa a Estrella da manhã e às outros oito ?»
*-* A hora da partida e o numero dos Eleitos. Isto significa tambem
que nunca
ººººPressamos demais quando se trata de
Praticar huma acção boa.»
* - "Que significa a escada cortada na rocha, e difficil de subir?» *--* Que se devem vencer
Os maiores
ºbstaculos que se apresentarem na estrada que conduz á destruição do vicio.» P. —º Que significa a alampada ? » *--* Que nós recebemos uma luz ines
perada, quando praticamos acções dictadas pelo Grande Architecto. » P.—«Que significa a fonte achada ino pinadamente?»
R.- "Que a providencia nunca nos aban dona nas necessidades urgentes.
»
Encerramento dos trabalhos.
*-* Que vos resta a fazer? » *--* Nada, visto que tudo está COIlSU III mado. »
*-( Que idade tendes? »
*-* Nove semanas sobre sete III,
annos, 4
— 38 —
por causa das nove semanas que se passá rão antes da punição do delicto. » P.—« Que horas são ?»
R. — «A hora em que eu sahi da caver ma, e em que o Sol se pôe. » Quando o M.'. S.". diz: M.". S.". — «Pois que o Sol, etc.... vai fechar-se. A mim, meus Irmãos. »
Todos os Irmãos, guiados pelos M.'. S."., fazem o sinal e applaudem. O M.'. S'. dá oito pancadas e uma mais demorada, e diz: M.". S.". — « O Conselho dos Eleitos está
fechado; retiremo nos em paz. » Elle dá uma pancada, e todos tirão as
insignias, e retirão-se em paz.
— 39 —
O R D E M.
I-
GRAo DE ELEITO-SECRETO.
SEVERO-INISPECTOR.
Abertura.
Depois da abertura, o M.'. S.". diz: M.'. S.". — «Assegurai vos d’isso, Gran
de e Severo Inspectores.» O Severo Inspector informa se segundo o uso, e depois diz:
Sev.". INSP.". — «Irmão Grande Inspec tor, todos os Irmãos do meu valle são Elei LOS. ))
Depois de estar certo que os trabalhos estão cobertos, o Severo Inspector diz:
Sev.". INSP.". — «Irmão Grande Inspec tor, os trabalhos estão exactamente cober. 1OS. ))
Quando o M.'. S.", diz:
M.". S.". — « Irmão Severo Inspector, tomai comvosco dous Eleitos; fazei no ex terior da Camara do Conselho a indagação a mais escrupulosa: pois importa me ter a certeza de que não podemos ser ouvidos. » O Sev.". Insp... sahe accompanhado de dons Eleitos; elles vão á camara das re flexões, apodérão se do Candidato, e o pré
párão da maneira seguinte. O Sev.". Insp... lhe tira sua espada e seu chapeo; faz-lhe pôr seu avental de Mestre, e lhe põe uma corda ao pescoço, com a qual lhe átão as mãos, e lhe cingem o corpo.
Assim preparado, elle é conduzido á porta do Conselho, escoltado pelos dous Eleitos, e adiante o Sev. Insp.'. que se annuncia
pela bateria de Mestre. O Gr.". Insp. "., por ordem do M.'. S.", mada ver quem bate.
O Sev.". Insp..., á pergunta que se lhe faz, responde: SEv.". INsP.". — « São os Eleitos que fõrão mandados fazer sua visita, e que con
duzem um dos obreiros do Templo de que se apoderárão. » M.". S.". — «Dê--se-lhe a entrada. »
Abrem-se as portas; o Sev.". Insp.. ar rasta o Candidato ao Occidente, dizendo: Sev.". INsp.". — «Eis um dos Obreiros
– 44 -
do Templo, que achámos não longe d'aqui, e cujos designios ignoramos.» O M.'. S.". dirige as perguntas seguintes ao Candidato, e o Sev.". Insp.". lhe dicta as respostas.
P.—: « Quem és tu?»
R. --(( Eu chamo-me Joaben, Maçon da classe dos Mestres.
P.—« Que procuras? »
R.—« Lançar-me a vossos pés, e pedir vos a graça de ser o vingador d'Hiram. » Quando o M.'. S.. diz Joaben, vossos vo tos, etc..... estiver em perigo. Parti, o Sev.". Insp.". toma o Candidato pela mão, e o faz
viajar dando oito voltas lentas e uma pre cipitada. A nona volta que é precipitada, elle terá cuidado de o fazer passar entre o primeiro e o segundo castiçal. As portas abrem-se, e o Sev.". Insp... conduz o Can didato á Camara obscura; muitos Eleitos se reunem a elle para fazer numero.
O. Sev.". Insp.…. faz entrar o Candidato só na Caverna. Quando ella entra, deve des
cubrir um quadro representando a fugida
de dous dos traidores, perseguidos e feridos por dous Mestres. Apenas ella entra, cahe a figura por terra, com o punhal no coração, e ao mesmo tempo apparece um transpa
rente, sobre o qual o Candidato lê estas pa 4*
— 42 —
lavras: O crime está punido; toma o punhal do traidor e sahe.
Logo que o Candidato sahe da caverna, o Sev.". Insp... dirige a palavra aos Eleitos, e diz lhes:
Sev.". INsp.". — « Deixemos os corpos
d’estes nualvados em preza aos animaes fe rozes; contentemo nos com levar suas ca
beças a Jerusalem.» Os Eleitos se retirão, e entrão na Camara
do Conselho. Suppõe se que eles trazem comsigo as cabeças dos malvados. O Irmão Insp.…. diz ao Candidato: GR.". INsp." — « Vós, meu Irmão, bebei da agua desta fonte. »
Depois de um momento de silencio, elle diz lhe :
GR.". INSP.". — «Accompanhai me.» Elle indica-lhe como deve entrar na Ca mara do Conselho.
O Sev.". Insp. .. accompanha o Candida to; este entrando, tendo na mão direita o
punhal, o braço levantado como para ferir, e o esquerdo estendido ao longo do corpo, coloca se no Occidente, gritando: O crime está punido. Quando o Irmão Gr.". Insp... faz a pro
clamação, o Sev.". Insp... diz: Sev, ", INSP, . — « Irmãos Eleitos Secre
— 43 —
tos, vós reconhecereis de hora em diante o Irmão N...., como Membro do Conselho dos Eleitos Secretos e do Capitulo de...., na sua primeira Ordem. » Instrucção. P. — « Sois vós Eleito Secreto?»
R.—-« Uma Caverna me é conhecida, uma alampada me allumiou, e uma fonte me saciou. »
P. — « Que fizestes como Eleito Secreto?» R.—«Eu fui encarregado d'uma Com missão importante, por que recebi um pre mio. » Mostra-se o Cordão do gráo. P.—( Que projecto era o vosso?» R.—« Vingar o crime » P.—« Que vingança era permittida aos Maçons? » R.—« A justa punição dos assassinos do seu respeitavel Mestre, com ordem expressa do Rei. »
P. --(( Onde se formou o projecto da vin gança?» R. — «Em um Conselho Secreto.» P. — «A que horas?» R.—« Na obscuridade da noite. »
P.—«Quando partistes?» R.—« Antes de amanhecer.»
P.—« Que vos allumiava. » R.—«A Estrella da manhãa. »
P.—« Por onde começastes: º» R.—« Pela destruição de dois culpados.» P.—«Onde os descubristes? »
R.—« Fugindo por entre rochedos es carpados. »
P.—« Fostes mais longe? » R.—« Eu penetrei no interiar d’uma ca verna medonha.»
P.—«Que achastes n’ella?»
R.—« O traidor que, tendo entrado n’a quelle momento, se dispunha para repou $3\". J)
P.—« Que aconteceu?»
R.—« Aterrado com a vista d'um Mestre, elle fez justiça a si mesmo. » P.—« Que vos restava a fazer? » R.—« Nada, porque a vingança estava completa.» P.—« Que horas érão então? » R.—« O Sol acabava de se pôr.» P.—« Que idade tendes? » R.—« Nove semanas sobre sete annos,
por causa das nove semanas que se passá rão antes da punição do delicto. » P.—« Que significa a formula de vossa recepção? » R. — « O que se passou para a formação
e execução do projecto.»
- h5 —
P.—«Que represêntão as oito luzes, e outra maior separada do resto? »
R.—« Represêntão os nove Eleitos; a maior representa o seu chefe.» P. — « E as outras seis luzes? »
"R. — « Os seis Mestres que lhes fôrão reu nidos a titulo de Eleitos, depois de sua volta. »
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P.— «Que represêntão as cores da Ca mara do Conselho? »
R.— « O preto representa a atrocidade da acção; as chammas exprimem o nosso ar dor em tirar d’ella vingança; e o verme
lho denota que ella não póde ser extincta senão por meio do sangue dos culpados.»
P. — «Que significão as inscripções que se divisão nos postes onde as cabeças estão expostas? » R.—« Que o Ceo, que julga as acções dos homens, é o seu vingador infallivel, e nunca deixa o crime impune. »
P.—«Que representa o cão? » R.—º Que o menor indicio serve muitas
vezes para descobrir o culpado.» P. — « Que significa a Caverna? » R. — « Que não ha lugar, por muito ob scuro e occulto que seja, capaz de pôr os
perversos ao abrigo do supplicio e dos re p10TSOS, ))
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P. - « Que significa o braço armado de hum punhal?» R.—« Que os nossos devem sempre estar promptos a ferir aqueles que ofendem, e atácão a virtude. »
-
P.—º Que representa a Estrella da ma mhãa e as outras oito ?»
R. — «A hora da partida e o numero dos Eleitos. Isto significa tambem que nunca
nós nos apressamos demais quando se trata de praticar uma acção boa. »
P. — « Que significa a escada cortada na rocha, e difficil de subir? » R. — « Que se devem vencer os maiores
obstaculos que se apresentarem na estrada que conduz á destruição do vicio. »
P.—« Que significa a alampada? » R. — « Que nós recebemos uma luz ines
perada, quando praticamos acções dictadas pelo grande Architecto. »
P.—« Que significa a fonte achada ino pinadamente?» R.—«Que a providencia nunca nos aban
dona nas necessidades urgentes. »
— 47 — Encerramento dos trabalhos.
P.—« Que vos resta a fazer? » R. — «Nada, visto que tudo está con summado.» P.—« Que idade tendes? »
R. — « Nove semanas sobre sete annos, por causa das nove semanas que se passárão antes da punição do delicto. » P. — « Que horas são? » R.—« A hora em que sahi da Caverna, e em que o Sol se põe. » M.". S.". — « Visto que o Sol, etc... vai fechar se, a mim meus Irmãos. »
Todos os Irmãos guiados pelo M.'. S.". fazem o sinal e applaudem. O M.'. S.. faz a bateria e diz: M.". S.". — «O Conselho dos Eleitos está fechado. »
Dá uma pancada e cada um tira suas
insignias, e se retira em paz.
O REGULADOR Dos CAVALHEIRos MAçoNs, OU
AS QUATRO ORDENS SUPERIORES.
IIº
O R D E M.
GRÁo DE GRANDE ELEITO -ESCOSSEZ, OU
ELEITO-SUBLIME.
…
ARGELITECTOe
Decorações. São necessarias tres Salas:
A primeira, chamada Sala de preparação: A segunda, abobada secreta; A terceira, o Templo na sua perfeição.
A primeira sala, chamada sala de prepa ração, será decorada com simplicidade; o Irmão Candidato esperará n’ella em silencio
o momento em que o vênhão buscar. IIH•
5
O Irmão preparador o vestirá d’uma ma neira conveniente.
A vestimenta consistirá em uma tunica branca, com guarnições vermelhas, e uma cinta tambem vermelha á grega. As armas do Candidato lhe serão tiradas; o cabello será lançando para traz; elle estará com a cabeça descoberta e os pés descalços; com
tudo conceder-se-lhe-ha um calçado conve niente.
A segunda Sala, chamada abobada se creta, suppõe se representar uma abobada subterranea; o forro é vermelho.
No Oriente, e no ponto medio colocar
se- ha um pedestal triangular de marmore vermelho, ornado com escultura e moldu ras douradas, representando nas duas faces
apparentes, do lado direito um sol radiante, e do outro, a Estrella scintillante com a le tra G.·.; por detrás está um compasso aberto
sobre um quadrante; e entre as pontas do compasso as cifras dos numeros tres, cin co, sete e nove. Sobre o pedestal se collo cará uma pedra chamada pedra cubica
aguda, e será representada com o desenvol vimento de todas as suas faces, de côr d'agata.
No meiodia, pelo meio da columna, está uma mesa quadrada de ordem dorica, sobre
a qual estão dous pães redondos, divididos em duas porções, cada uma de seis: sobre os pães estão duas cassoulas, para se quei marem perfumes. No meio da mesa põe-se um coche de ouro, cheio d’uma mistura
preparada com leite, azeite, vinho e fari
nha, e uma trolha igualmente d’ouro; em fim põe-se um copo de ouro cheio de vinho e ao lado um bolo ou um pão.
No Septentrião, de fronte d’esta mesa, le vanta-se um Altar, chamado o Altar dos Sacrificios, sobre o qual está um machado e um punhal. No Occidente deve estar um vaso cheio
d'agua; para se chegar a elle, é preciso uma escada que será feita de proposito, no tope da qual estará um banco destinado para o Candidato, a fim de que sentando-se, lhe seja mais facil mergulhar os pés no vaso. Cada um dos tres Grandes Oficiaes terá um
malhete guarnecido de veludo vermelho
com franjas de ouro, do qual cada um se servirá segundo o costume. As mesas do Thesoureiro e do Secretario
estarão colocadas á direita e á esquerda, como nos gráos precedentes, e estarão co bertas com um pano vermelho. São neces sarias vinte e sete luzes divididas em tres
grupos de nove, a saber:
— 52 —
Na columna do meiodia, perto do Orien te, por tres.
No Occidente, perto do primeiro Vig..., por oito e uma.
Idem, perto do segundo Vig..., por seis e 1TeS.
O brilho d’estas luzes será diminuido por um transparente cortado em fórma d’es
trella, e posto diante de cada grupo; estes transparentes serão tirados quando for tem po, na terceira Sala (1).
A terceira Sala representará o Templo acabado; a casa é a mesma que a prece dente. Todos os objectos enumerados para
a segunda Sala ficarão, excepto o pedestal, sobre que está a pedra cubica, que se tirará durante a recepção na occasião convenien te, assim como os transparentes. No fundo d’esta Sala existirá um recinto tapado com
uma cortina de quatro cores, a saber de linho, purpura, jacinto, e escarlate (2). Esta cortina não deve ser corrida senão
no momento que for marcado na recepção. (1) As luzes divididas para o serviço dos traba lhos, não são olhadas como symbolicas, e não fazem numero. O Muito-Grande deve ter tantos anneis quantos são os candidatos.
(2) Esta cortina será vermelha se não for possivel reunir as quatro cores indicadas,
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Este recinto será o mais rico e o mais
brilhante possivel. Alli se verá o nome do Grande Architecto
em hebreu, levantado a uma altura conve niente, em todo o seu brilho. Dois Cheru bins de ouro cobrirão com suas azas o
Altar do fundo; colocar-se ha logo por de trás da cortina um Candelabro de ouro dis
posto de maneira a receber sete lampadas preparadas para se accenderem. O quadro será desenhado com giz, como
no gráo precedente. Na extremidade da linha do Meiodia sera pintado um poço, no qual cahirá um raio perpendicularmente; na extremidade opposta de linha uma sarça
ardente, lançando uma grande chamma; no meio d’estes objectos representar-se-ha um compasso coroado sobre um quadrante, e no intervallo das suas pontas as cifras dos numeros tres, cinco, sete e nove.
No meiodia, estará pintada uma mesa com vasos de ouro em cima. No Norte e defronte do Altar dos Sacrifi
cios, entre dous e abaixo do compasso, par tindo do Occidente, estará representada uma escada de vinte e quatro degráos, divididos em patamares por tres, cinco, sete e nove; adiante da escada e ao Occidente deve estar
um grande vaso. O fundo do quadro será 5*
- 54 -
preto; o avental pelo contrario será branco, e debruado e forrado de vermelho; no ba badouro estará pintada a Estrella scintil lante; por debaixo e no meio estará o com passo coroado sobre um quadrante, com uma medalha no meio, representando o Sol. A joia de ouro será um compasso coroado sobre uma esquadria, no meio da qual es
tará uma medalha representando d'um lado o Sol, e do outro a Estrella scintillante; esta
joia suspende-se ao pescoço por meio d’uma larga fita verme ha ondeada, que forma um
triangulo. Todos os Membros estão decora dos com uma charpa vermelha com franjas d'ouro, que vai do hombro direito ao qua dril esquerdo, e estão com as espadas nas mãos.
Nota. Bom será ter alguns musicos.
—- 55 —
qRAo DE GRANDE ELEITO-ESCOSSEZ, OU
ELEITO-SUBLIME. ----
IMUITO=GRANTIDE.
O Presidente chama-se... Muito-Grande.
O primeiro Vigilante..... Grande 1º Vigilante. O segundo Vigilante..... Grande 2º Vigilante,
Todos os irmãos. Grandes Oficiaes, sublimes Mº. Abertura.
P. — « 1º Gr.". Vigilante, estamos cober tos ? »
R. = «M.'. Gr..., nós estamos cobertos.» P.—º Que vos conduz aqui, meu Irmão?» R.—«O amor de meu dever, e o desejo
de chegar á alta sciencia.» P.—º Que trazeis para vos tornardes di
gno della?» R.—«Um coração puro, zeloso amante da virtude e da verdade.» P.—«Onde trabalhais? »
— 56 —
R.—« Em uma abobada subterranea. »
P.—«Qual é objecto de vossas indaga ções? » R.—«O conhecimento da arte de aperfei çoar o que está imperfeito, e de chegar ao thesouro da verdadeira moral. »
P. — «Qual foi vossa recompensa?» R.—« Foi o ser admittido em um lugar de luz e de gloria, aonde terminei meus trabalhos.»
P. — « Que idade tendes? » R.—(( Nove annos. »
P.—«Que horas são? » R.—«Meiodia. »
P.—«Que quereis dizer com isso?» R.—o Que o Sol, chegado ao seu mais alto ponto, esclarece os nossos trabalhos.» O M.'. Gr... — Visto que o Sol está che
gado ao seu mais alto ponto, é tempo de nos entregarmos ao trabalho. Irmãos pri meiro e segundo Gr.". Vig. "., annunciai que eu vou abrir a Subl. -. L.'. dos Grandes
Eleitos no Capitulo de... pelos mysterios do COStUIme.
Os Gr.". Vig...", fazem o annuncio. Feito isto, o Muito Grande dá tres pan cadas; o 1º Grande Vigilante dá cinco, o 2º Grande Vigilante sete; o Muito Grande dá
– 57 —
nove, o que produz vinte e quatro pancadas e tres intervallos.
M.". G.". — Irmãos primeiro e segundo
Grandes vigilantes, fazei que me passem a palavra. »
-
Os Vigilantes executão a ordem, e de pois o Muito Grande diz: M.". G.". —« A mim, meus Irmãos. »
Todos os Irmãos guiados pelo Muito Grande, fazem o sinal de charpa, e applau dem. por tres, cinco, sete e nove e dizem trez vezes houzé.
M.". G.'.—«Grandes Vigilantes, Grandes Oficiaes, Sublimes Mestres, a abodada se creta está aberta, assim como os trabalhos
dos Grandes Eleitos no Capitulo de.... na sua segunda Ordem. Os Vigilantes repetem o annuncio. O Muito Grande dá uma pancada e diz: M.". G.'.—« Tomai lugar meus Irmãos.»
Todos os Irmãos tómão lugar O Secretario faz a leitura da prancha dos ultimos tra balhos, depois do que introduzem-se os Wi sitadores, se os ha.
REcEPção. Estando tudo disposto, o Muito Grande sahe do seu lugar, e póe-se diante de todos: os Vigilantes vão atrás d’elle, e depois se
guem-se os dignatarios etodos os Irmãos dous a dous, guardando todos o maior silencio. Chegados á Camara de preparação, todos os Irmãos se collórão em duas filas, na mes
ma ordem que na Camara precedente, e ficão em pé, com a espada na mão. O Muito Grande, dirigindo a palavra ao Candidato, diz lhe : M.". G.'.—«Meu Irmão, que pedis-vós ?» O Candidato dá uma resposta qualquer. Todos os Irmãos, guiados pelo Muito Grande , se inclinão para o Candidato, como para o saudar, et vóltão na mesma orde… para a Camara de recepção. Os dois Sacrificadores e os dois Purificadores colló cão o Candidato entre si e fêchão a marcha.
O Irmão Preparador vem logo atrás. Todos os Oficiaes estando nos seus lu
gares e o Candidato colocado entre os Vigi lantes , o Muito Grande faz ao Candidato
perguntas tiradas do gráo precedente : , P.—(( Sois Eleito Secreto? »
R.—« Uma Caverna me é conhecida, uma fonte me saciou, etc.
Depois d'algumas outras perguntas. O Muito Grande lhe diz: ..". G.". — « Os vossos trabalhos antece dentes devem ter-vos induzido a fazer no
vas descobertas. As promessas, que vos fizé
— 59 —
rão animárão sem duvida vosso zelo. Nós
devemos presumir que o passo que hoje
dais, vos é inspirado pelo amor do conhe cimento do bem e da verdade. Vós ides
passar por experiencias mui fortes, e nós vamos exigir de vós o maior dos sacrificios. Sentis-vos com a coragem e resignação ne cessarias ? »
Elle deve responder sim. M.". G.". — « Irmãos Sacrificadores, con duzi a victima ao Altar. Os dois Sacrificadores conduzem o Candi
dato ao Altar dos sacrificios, á roda do qual lhe fazem dar tres voltas; depois do que, fazem que elle ponha um joelho em terra, e pégão um n'um machado, outro n'um punhal, que estão sobre o Altar; com os
braços levantados, promptos para ferir, ficão n’este attitude,(1). até depois de feitas as seguintes perguntas •
M.". G.'.—(Dirigindo-se ao Candidato :) Meu Irmão, tendes-vós prenchido escrupu
losamente as obrigações maçonnicas que contrahistes? R.—« Sim. »
(1) O candidato deve estar colocado defronte do meiodia, com o corpo de esguelha para o Occidente, e a cabeça inclinada para o Altar. O sacrificador que
tem o punhal, o dirige para o coração; o que tem o machado, dirige-o sobre o pescoço.
— 60 —
P.—«Se vós sois tão desgraçado que en cerreis em vosso peito o menor sentimento de inimizade contra vossos Irmãos, consen
tis em depô-lo aqui? » R.—(( Sim. »
M.". G.'.—«Meu Irmão, a vossa resigna
ção faz que acheis ontre nós corações in dulgentes. Nós imitamos n'isto o Grande Architecto do Universo no momento em que seu mais fiel servo ia consummar um sacri
ficio maior do que se elle mesmo fosse a victima... Levantai-vos. » Os dois Sacrificadores conduzem o Candi
dato ao Occidente, onde tendo chegado, o Muito Grande lhe diz:
M.". G.'.—( Meu Irmão, o sacrificio que
nós exigimos é o de qualquer acção que não sendo dirigida pela esquadria e o compasso, póde offender a virtude. Irmãos Purifica dores, conduzi o Candidato ao Vaso d'ablu
ção, a fim de que elle fique purificado de tudo o que póde offender a innocencia. » Os Irmãos Purificadores o conduzem ao
Vaso d'ablução, em róda do qual lhe fazem dar tres voltas; depois fazem-lhe mergulhar nove vezes na agua as mãos até acima do punho, e os pés, igualmente nove vezes, até o torno-zêlo.
Os Purificadores enxugam os pés e as
— 61 —
mãos do Candidato com um pano fino, e depois o conduzem entre os vigilantes, onde tendo chegado, o Muito Grande lhe diz: M.". G.". — « Acabai de purificar o Can.
didato, e conduzi m'o a fim de que elle preste o seu juramento. » Os Purificadores o conduzem ao Altar, onde devem estar a arder perfumes; o Can didato dá tres voltas em róda; passa as mãos»
postas horizontalmente e os dedos extendi dos, nove vezes por cima do fumo do in censo que alli se queima, e depois é condu
zido pelos Purificadores ao Muito Grande, que lhe faz prestar o juramento seguinte(1). JURAMENTO.
« Juro e prometto, na presença desta As » semblêa, de nunca revelar os segredos, di » recta ou indirectamente, aos Profanos,
» nem aos Maçons inferiores; de nunca » deixar de reconhecer um bom Maçon, de » qualquer profissão ou fortuna que seja, » de ajudar meus Irmãos com meus conse » lhos, e meus serviços; de não causar pre (1) O Candidato se coloca como nos gráos prece dentes, e o Muito-Grande apresenta a espada sobre a qual o candidato deve pôr a mão direita,
-
III,
. 6
— 62 —
» juizo á sua fortuna, a sua profissão, nem » á sua honra; e no caso da infracção ao » meu juramento, sujeito-me a ficar privado º de verdadeira luz, e me condem no ao des » prezo nos Partidistas da Virtude e da Ver º dade. »
Os Sacrificadores fazem o Candidato le
vantar-se, e dar tres passos para trás, e re
tirão se para os lados; depois o Muito Grande diz :
M.". G.". — « Meu Irmão, o juramento
que acabais de prestar é um novo laço que vos une a nós; é tempo recompensemos vosso zelo; confiai a nossas mãos o precioso deposito que tendes nas vossas. » Depois da resposta do Candidato que está só neste momento, o Muito Grande lhe diz :
M.". G.". — «Meu Irmão, o pedido que eu acabo de vos fazer, é dos mais essenciaes; é me impossivel admitir-vos, se vós não em entregais o objecto do meu pedido. Eu
desejo que os Irmãos me queirão dispensar d’esta formalidade; mas eu não posso in cumbir-me de ir mais adiante sem os ter
consultado. Ide para o Occidente. Irmãos primeiro e segundo Grandes Vigilantes, ide
recolher os votos, e vinde dar-me parte do resultado, º
-- 65 —–
Os Vigilantes execútão a ordem; depois do que o Muito Grande diz: M.". G.". — º Meu Irmão, é me impos sivel ir mais adiante para a vossa recepção,
nós poderiamos ter alguns receios sobre o que vistes e ouvistes; mas vós parecei nos
ser um bom Maçon; além d’isso o jura mento, que acabais de prestar, nos tranquil lisa. Retirai vos. »
O Irmão Preparador accompanha o Can didato fóra dos trabalhos : ensina-lhe a
marcha e palavra de passe; cinje lhe em
róda do corpo uma corda verde uma extre midade da qual, vinda de trás, lhe passa por sima do hombro esquerdo, e lhe dá um triangulo de ouro atado a um cordão de
Mestre, onde se acha gravado d'um lado o nome em bebreu do Grande Archictecto do
Universo; depois bate á porta por tres, cinco sete e nove. O Muito Grande diz ?
M.". G.". — «Irmão primeiro Grande Vigilante, informai-vos de quem bate.» O primeiro Grande Vigilante, depois de se ter informado segundo o uso, diz: 1º G.". VIG". — «O Candidato deu os
passos necessarios, e achou o objecto de vosso podido.» M.". G.". — «Dê-se-lhe a entrada, »
— 64 —
As portas abrem-se; o Candidato entra com o delta na mão, e chegando o Occidente, mostra-o, e exclama: Elhanam!
Todos os Irmãos fazem o sinal d'extase, contemplando o triangulo. M.". G.". — «Meu Irmão, vosso zelo é tal, que nós não podemos dar-vos uma re compensa equivalente. Approximai-vos.»
O Candidato, accompanhado pelos dous Purificadores, chega ao Oriente pelos passos do gráo, e entrega o delta ao Muito Grande.
O Muito Grande dirige a palavra a todos os Irmãos, e diz:
M ". G.". — «Vós sabeis, meus Irmãos, de que importancia é a palavra innominavel; deponhamo-la n'este subterraneo; encruste
mola n'este pedestal, que será para sempre o pedestal de sciencia; ocultemo-la aos lhos dos Profanos. »
Os Purificadores levántão a pedra cubica; o Muito Grande põe o triangulo sobre o pe destal, e os Purificadores o cobrem com a pedra cubica. Feito isto, Muito Grande tira
a corda que cinge o Candidato, e diz-lhe: M.". G.". — « Eu vos solto da cadeia dos
vicios, a fim de que para o futuro nada vos possa estorvar na carreira das virtudes e da verdade.»
Os Purificadores fazem o Candidato pôr-se
- 65 —
de joelhos. Um d'elles appresenta ao M.'. G... o coche, e outro a trolha que o M.'. G. .'.
mergulha na mistura; depois passa-a pela testa do Candidato, dizendo:
M.". G.". — « Sejão puros todos os teus designios.»
Um dos Purificadores enxuga com um panno fino cada uma das partes tocadas. O Muito Grande passa a trolha pelos beiços do Candidato, dizendo : M.". G.". — «Nunca tua boca se abra se
não para proferir palavras uteis a teus Ir mãos ))
Depois passa a trolha por cima do cora ção que está a descoberto, dizendo: M.". G.". — «Nunca tua consciencia seja reprehensivel, e todas as tuas acções se di
rijão para o conhecimento da verdade.» O Muito Grande diz, depois de se ter o Candidato levantado:
M.'.G.". — « Conduzi o Irmão á Meza
dos pães.» Os Purificadores obedecem.
M.". G.". — º Meu Irmão, bebei com vos sos Irmãos no mesmo copo, e cortai juntos do mesmo pão, para que aprendais que os Maçons se fortificão pela união, e pela com munhão dos soccorros reciprocos. »
Os dois Purificadores cortão do mesmo páo 6*
- 66 —
com o Candidato, comem juntos e bebem pelo mesmo copo. Feito isto, conduzem-no ao Muito Grande, que lhe põe no dedo an nular da mão esquerda um annel de ouro, dizendo : M.". G.". — «Meu Irmão, este annel é
uma prova da alliança que vós fazeis com nosco; sejão vossas intenções sempre puras,
e nunca mudem senão quando elle mudar de InatuTCZ2.
«Vamos agora; meus Irmãos, ao Tempo,
admirar suas bellezas, e dar graças os Grande Architecto do Universo. »
Os Purificadores conduzem com passos lentos o Candidato ao Occidente. Durante
este tempo tira se o pedestal e a pedra cu bica.
Chegado o Candidato ao Occidente, os Vi
gilantes dão cada um uma pancada, que é repetida pelo Muito Grande. A este sinal ti rão se os transparentes, para apparecerem
as luzes; corre o véo do Oriente, e apparece o candelabro de sete vellas; assim como
todas as mais riquezas do interior. Ao mes mo sinal, deve uma harmoniosa musica vir
surprender os ouvidos.
M.". G. . — º Irmãos Purificadores, ac companhai o Irmão ao Oriente, a fim de re
ceber o complemento de sua recepção.» ••••
– 67 –
O Candidato, marchando a passos livres, chega ao Oriente, aceompanhado pelos dois Purificadores; o Muito Grande entra com elle no interior, e lhe dá o que é necessario para accender o candelabro de sete luzes. O Candidato dá tres voltas em róda do candelabro, e accende successivamente cada
lampada, a saber : Na primeira volta, as tres mais elevadas: Na segunda, as duas seguintes mais ele vadas:
Em a terceira, a das extremidades.
Feito isto, o Muito Grande, e o Candidato sahem do interior : o Muito Grande torna
a tomar seu lugar, e manda pôr todos os Ir mãos á ordem e de pé. O Candidato estando
de joelhos ao pé do Altar, e com a mão so bre a espada, o Muito Grande lhe faz repetir o seu juramento; e finalmente põe sobre a cabeça do Candidato uma espada nua, e bate em cima por tres, cinco, sete e nove, di zendo: M.". G.". — « Em nome do Grande
Oriente de....., em seu Grande Capitulo, e pelos poderes que me fôrão conferidos pelo Capitulo de..., eu vos recebo, meu Irmão,
Grande Eleito Escossez, no Soberano Capi tulo de... na sua segunda ordem.» Depois o Muito Grande o faz levantar-se,
– 68 —
decora-o com o cordão e com a banda, e lhe põe o avental: depois diz lhe : M ". G.". — º Meu Irmão, nós temos n'este gráo, como nos precedentes, uma pa lavra, um sinal, um toque, etc.
» A ordem é o principio de sinal de charpa. » Ninguem se põe á ordem durante as ce remonias.
» Ide agora, meu Irmão, fazer-vos reco nhecer por todos os Irmãos, começando pe
los Grandes Vigilantes, e dando-lhes o que acabais de receber.» Os Puriticadores conduzem o Candidato
aos primeiro e segundo Vigilantes, e a todos Os irmãos.
Feito isto, o Muito Grande dá uma pan cada, e a musica cessa. Proclamação.
M.". G.". — «Irmãos Grandes Vigilantes, , Grandes Officiaes, Sublimes Mestres, vós re conhecereis para o futuro o Irmão... como Grande Eleito, e membro do Collegio dos Escossezes no Cap... de..... na sua segunda Ordem. »
Os Vigilantes repetem o annuncio. Todos os Irmãos, guiados pelo Muito
Grande, app audem por tres, cinco, sete e nove, seguidos do triplice houzé.
– 69 - -
O novo Eleito agradece, e seu applauso é coberto por tres, cinco, sete e nove, segui dos do houzé.
O Muito Grande dirige ao Candidato o se guinto discurso: M.". G.'.— «Tudo está mudado a vossos olhos, meu Irmão: novos emblemas se of
ferecem de todas as partes á vossa vista; sua explicação se vos torna por isso mais sensivel; não affrouxeis, fazei cada dia maio
res esforços, e vós descubrireis necessaria mente o seu fim verdadeiro.
« Tomai lugar entre nós, e prestai at tenção á instrucção que vos vai ser feita.» Um dos Purificadores conduz o
novo
Eleito ao meiodia para tomar lugar logo de pois do Oficiaes.
O Orador faz um discurso a que reune o historico do gráo. Instrucção.
P.—«Que vos conduz aqui, meu Irmão? » R.—« O amor do meu dever, e o desejo de chegar á alta sciencia. » P.—« Que trazeis para vos tornardes di
gno d’ella ? » R. — « Um coração puro, zeloso amante da virtude e da verdade. » P.—«Onde tendes trabalhado? »
— 70 --
R.— « Em uma abobada subterranea. »
P.—«Onde estava situada a abobada subterranea?» R. — «Ella foi secretamente construidade
baixo da parte a mais mysteriosa do Templo »
P.—« De que servia esta abobada se creta? »
R.—«Para guardar um deposito pre CIOSO. º
P.—«Em que lugar estava elle? » P.— « O delta precioso sobre o qual es
távão gravadas as letras da palavra inno minavel, foi embutido n’um pedestal de
marmore. colocado no meio da abobada, e coberto com a pedra cubica.» P. — «O que era a pedra cubica?»
R—«Uma pedra d'agatha cortada em fórma quadrangular, e que continha as pa lavras secretas da Arte Real.
P. — «Como se decifrão as lettras que estão n’ella embutidas? »
* R. — « Lendo-as segundo a arte. »
P. — «Como é que fostes introduzido? » R.—« Por tres, cinco, sete, e nove.»
P.—( Que vos aconteceu?» por uma rigorosa expe
R. — « Passei riencia.»
•
P.—«Qual foi ella?» R. — «Com a ponta sobre o coração e o
— 71 —
ferro sobre o pescoço, eu fiz voluntaria mente o sacrificio das paixões. » P. - « Bastou isso para serdes admit tido?»
R.—«Depois de me ter purificado, eu fui mandado fazer uma indagação, a fim de merecer a minha plena admissão. »
P.—« Fostes bem succedido no que bus caveis? »
R.—«Por um favor particular, e com a ajuda d’uma luz imprevista, descubri o de posito precioso; tornei a entrar tendo-o na
mão, e no estado em que me achava quando
procedia á sua descoberta » P.—«Qual é o objecto de vossas indaga ções? » . •
R.—«O conhecimento da arte de aper
feiçoar o que está imperfeito e de chegar ao thesouro da verdadeira moral.»
P.—«Qual foi vossa recompensa?» R.—« O laço dos vicios foi quebrado so bre mim; passárão me pela testa, pelos la
bios e sobre o coração, a trolha mergulhada n’uma mistura preparada: eu tomei parte no banquete des Grandes Eleitos: rècebi o penhor d’uma nova alliança, e finalmente fui admittido em um lugar de luz, e de glo ria, ende terminei meus trabalhos. »
P. - «De que era composta esta mistura?»
— 72 —
R.—« De leite, de azeite, de vinho e fa rinha. »
P. — «Que significão estas cousas ?» R. — « Doçura, sabedoria, força e belle
za, qualidades essenciaes aos Grandes Elei tOS.
º
P. — «Como se chámão as lojas dos Gran des Eleitos Escossezes? »
fº.—º Lojas de altas sciencias, e seus tra balhos Sublimes. »
P. — « De que modo so penetra n’ellas? » R.—«Com a firmeza no coração e no
semblante, caracter dos homens irreprehen siveis.»
P.—«Qual é o seu principal dever? » R. — « Observar com respeito as leis da Maçonnaria, praticar a moral a mais pura, e soccorrer seus Irmãos. »
P.—« Quantas luzes tendes-vos?» R.—« Tres vezes nove. »
P.—«Que reprêsentão ellas? »
R. — «As lampadas inextinguiveis de positadas na abobada secreta. » P.—«Porque razão o nome da abobada secreta, que se lhe dá na abertura, é mu
dado para o de abobada sagrada ao fecha ?» R.—«Porque desde que o deposito foi alli colocado, ella nunca mais foi conheci da senão debaixo d'este u.timo titulo. »
– 73 —
P.— «Onde viájão os Grandes-Eleitos?» R.—« Em todas as partes do mundo,
para n’elle espalhar a verdadeira sciencia.» P.—« Que idade tendes? » R. — « Nove annos. »
P.—«Porque razão o numero oitenta e um é honrado entre nós. ? »
R.—« Por ser aquelle que encerra o
maior numero de combinações maçonnicas, e porque, nos termos da arte, elle é o triplo do cubo ou o maior quadrado. »
Encerramento.
P.—« D’onde vindes? »
R.—«Venho da indagação. » P.—« Que trazeis? » R.—«O deposito precioso. º P.—« Onde o deposestes ?»
R.—« Em um lugar secreto e impenetra vel. »
P.—«Como chegastes a elle ? » R.— «Por tres, cinco, sete e nove.» P.—« De que serve este deposito?» R.—« Para tornar a achar, no caso de
alteração, as verdadeiras lettras da palavra innominavel, e todas as palavras secretas da Maçonnaria. » III,
7
— 74 —
p. - «Que levais d'aqui?»
•
R.—« o premio do meu zelo, e um maior desejo de o exercer. " P.—« Qual é o fim d'elle ? »
R.—. A gloria do Grande Architecto do Universo. »
P.—« Que idade tendes? » R. — « Nove annos. »
P.—- «Que horas são?» R. — «Meia noite, e a hora de fechar nossos trabalhos. »
M.". G. . — «Visto que é meia noite, e a hora de fechar nossos trabalhos, Irmãos
primeiro e segundo Grandes Vigilantes, an nunciai que eu vou fechar a Loja dos Su blimes Grandes Eleitos no Capitulo de....,
pelos numeros do costume, e que aabobada sagrada vai fechar-se.» Os vigilantes fazem o annuncio. M.". G.". — » A mim, meus,Irmãos. »
Todos os Irmãos, guiados pelo Muito Grande, fazem o sinal de charpa, e applau dem por tres, cinco, sete e nove, seguidos do triplice houzé. •
M.". G.'.—º Irmãos primeiro e segundo
Grandes Vigilantes, a abobada sagrada está fechada, assim como os trabalhos dos Gram
des-Eleitos, no Capitulo de.... em sua se gunda Ordem, o
— 75 —
Os Vigilantes repetem.
O Muito Grande dá uma pancada. Cada um tira as suas insignias, e retira se em paz.
– 76 —
IIº
O R DE M.
P
GRAO DE GRANDE ELEITO-ESCOSSEZ, OU
ELEITO-SUBLIME.
LoRADoR"
Discurso historico.
Os matadores de Hiram estávão punidos, e os trabalhos definitivamente acabados:
nada mais pois restava ao grande rei do que consignar, em um lugar seguro e secreto, o verdadeiro nome do Grande Architecto do
Universo, cujos caracteres tinhão sido co nhecidos longo tempo antes, no tempo da sua apparição no monte Horeb, sobre um triangulo radioso. »
A sua pronunciação era ignorada do po
- 77 –
vo, e se transmittia uma só vez no anno; o Grande Sacerdote pronunciava aquelle nome soletrando-o, e rodeado de todos
aquelles que tinhão o direito de o ouvir: e em quanto que esta ceremonia se fazia, or denava-se ao povo que fizesse um grande motim, para evitar que a palavra chegasse a ferir os ouvidos de alguem. Salomão
julgou dever deposita-la em
um
subterraneo do Templo, como um typo im mudavel. Elle tinha mandado fazer, debaixo da parte a mais mysteriosa do Templo, uma
abobada secreta, no meio da qual colocou um pedestal triangular que elle chamou o pedestal da sciencia: descia-se a esta abo
bada por uma escada de vinte e quatro de gráos; dividida em patins por tres, cinco, sete e nove. Esta abobada de ninguem mais
era conhecida que de Salomão, e dos Mes tres que n’ella tinhão trabalhado. Hiram gravou a palavra sobre um trian
gulo do mais puro metal; mas no medo, em que estava de que viesse a perde-la tra
zia o triangulo sempre suspenso ao pes coço; com a inscripção para o lado do peito, e o reverso para fóra, o qual não offerecia
senão uma superficie lisa e do mais perfeito polimento. Na occasião do seu assassinato elle teve a fortuna de se despojar d'aquelle 7"
– 78 --
delta precioso, e lança-lo em um pôço, que estava ao canto do Oriente, para o lado do Sul, Salomão testemunhou o bem fundado temor que tinha de que aquelle precioso triangulo tivesse cahido entre mãos profa nas, e ordenou a sua busca. Tr_s Mestres tivérão a felicidade de fazer
a sua descoberta. Passando elles junto do poço perto do meio dia, perceberão que no
fundo estava alguma cousa que luzia: um d'elles desceu ao fundo do pôço, ajudado de seus camaradas, e ali achou efectiva mente o objecto de suas indagações. No cu
mulo de sua alegria, fôrão logo ter com Sa lomão, e lho apresentarão, o qual á vista do precioso delta, que tantos cuidados lhe tinha dado, recoou um passo, levantou um braço ao céo em(asinal admiração, e ex clamou: El...! Deusdegraças!) •
Salomão mandou immediatamente con
vocar os quinze Eleitos, e os nove Mestres
que tinhão trabalhado na construcção da abobada; e accompanhado d'elles bem co
mo dos tres, que tinhão feito a descoberta, desceu á abobada secreta, fez embutir o
delta no meio do pedestal, e cobrio o com uma pedra d'agata cortada em forma qua drangular, sobre a qual mandou gravar, na face superior, a palavra substituida; na face
— 79 ---
inferior, todas as palavras secretas da Ma çonnaria; e nas quatro faces lateraes, as combinações cubicas d’estes numeros, o que fez denomina-la pedra cubica. Salomão
mandou mais colocar diante d’aquelle pe destal tres alampadas, cada uma das quaes tinha nove bicos aonde ardia um fogo per
petuo; e declarou aos Maçons, com que tinha descido, a antiga lei, que prohibia pronunciar o nome do Grande Architecto, e
depois de ter d'elles recebido o juramento inviolavel de nunca revelar o que acabava de se passar, deu á abobada secreta o nome
de abobada sagrada, e fez lhe pôr o sello na entrada, ficando o segredo que n'ella se depositou concentrado nos vinte o sete Grandes-Eleitos e seus successores, que tam bem se denominão Eleitos Sublimes.
Todos estes Eleitos-Sublimes jurárão uma
alliança eterna, e em prova d'essa alliança Salomão lhes deu um anuel do mais puro metal. Voltando ao Templo elles admirárão a belleza da obra, e derão graças ao Grande Architecto do Universo. Depois da morte de Salomão, os Grandes-Eleitos governárão-se
per si mesmos, segundo suas proprias leis, e dedicando se constantemente á conser
vação da obra.
o templo tendo sido destruido pelos As
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syrios, os Architectos ficárão; e tratando-se de elevar um novo Templo, fõrão elles que se encarregárão da sua reedificação. Este se
gundo edificio foi destruido no tempo de Tito; os Architectos ficão ignorados, mas sempre unidos; e só novos trabalhos os fa zem conhecer na Palestina.
Depois d’uma guerra desastrosa, são elles que formárão diversos estabelecimentos u teis, e associações virtuosas para consolar a humanidade. Por toda a parte se distin
guião, e enculcávão por suas eminentes vir tudes. Na côrte, nos exercitos, no conselho dos reis, no sanctuario da justiça, sua scien cia tendia principalmente a torna-los mais sociaveis e mais humanos. Ligados pela fe
do juramento, eles sofrião todos as mes mas vicissitudes; érão o apoio e defensores da innocencia; os vingadores do crime; as
columnas dos imperios; o flagello dos mal vados, e as barreiras que tornávão baldados os ataques do impio: eis o que os verda deiros Maçons Escossezes tinhão em vista,
A França, a Italia, a Inglaterra, a Suecia, a Palestina, a Assyria e o Egypto lá estão para o testemunharem. A Assyria não perderá jamais da memoria
as arriscadas proezas d'um Bohemon, a sur
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preza com que a Antioquia foi tomada ao Arabe insolente.
O Egypto não esquecerá jamais a cons tancia heroica de tão distinctos Maçons. Damasco foi o baluarte dos seus traba lhos.
Os desertos deporão em abono do seu saber profundo. A Palestina e Jerusalem são testemunhas da entrada de Luiz nono.
Estes lugares presenciárão o soldado de sarmado regar com suas lagrimas uma terra consagrada pela presença de tantas illustres personagens.
A Inglaterra e a Escossia são ainda teste
munhas vivas d'essas instituções sublimes, que hónrão a virtude, extirpão o vicio, e annuncião a verdade. A Suecia é testemunha das virtudes de
Uldarico, e das dos Cavalheiros do seu tempo. Os mesmos tumulos são ainda testemu
nhas de quantos guerreiros Maçons levárão comsigo á poeira das sepulturas os sinaes
da sua confederação. Quantas associações hospitaleiras devem a sua origem a nossos illustres predecesso
res! Na verdade, nós só vemos d’elles bem fracas imagens; mas tal é a sorte dos esta
— 82 —
belecimentos dos homens; os dedos do tempo imprimem-se tanto sobre os metaes, como sobre as Ordens! um novo e bem
claro exemplo nos fornece a revolução fran C8Z2.
Vêde o que fomos, e o que sômos hoje. Amittido, meu I..., a este gráo superior, trabalhai sem descanço na descoberta da
verdade, e provai aos Maçons menos in struidos, que vos dão a superioridade sobre elles, vossos exemplos, vossos trabalhos, e vossas luzes. —******---
BANQUETE DOS
GRANDES ELEITOS-ESCOSSEZES , OU
ELEITOS-SUBLIMES, *--
Os copos se chamão taças. Commandados ou vozes. Bandeira a tiracollo!
Mão direita á taça! Taça ao alto!
-
— 83 —
Mão esquerda ao ar! Despejemos a taça em tres tempos! Um—dois-tres!
Taça á mão esquerda!
Taça ao quadril esquerdo ! Punhamos a taça ao hombro esquerdo ! Taça diagonalmente ao quadril direito! Punhamos a taça ao hombro direito! Em frente a taça! Larguemos a taça em tres tempos! A mim, meus II.'., pela bateria! Depois da bateria. Deus abençôe o Rei e os Cavalheiros! Depois desta acclamação. A nossos lugares, Grandes Eleitos-Escos sezes! os trabalhos do collegio estão sus pensos.
– 84 –
II-
O R D E M.
3
•
GRAO DE GRANDE ELEITO-ESCOSSEZ, OU
ELEITO-SUBLIME.
PRIMEIRO
VIGI ANT "Ea
Abertura.
P.—«Primeiro Grande-Vigilante, esta mos cobertos? »
O primeiro Grande Vigilante-informa-se d'isto, e diz: R.—«Muito Grande, nós estamos co bertos. »
P.—« Que vos conduz aqui, meu Ir mão? »
R.—« O amor do meu dever, e o desejo de chegar á alta sciencia, »
P.—«Que trazeis para vos tornardes di gno d’ella?» R.—«Um coração puro, zeloso, amante da virtude e da verdade. »
P.—«Onde trabalhais?» R.—« Em uma abobada subterranea. »
P.—«Qual é o objecto de vossas indaga ções? » R.—«O conhecimento da arte de aperfei
çoar o que está imperfeito, e de chegar ao thesouro da verdadeira moral.»
P.—«Qual foi vossa recompensa?» R.—«Foi o sêr admittido em um lugar
de luz e de gloria onde terminei meus tra balhos.» •
•
P.—«Que idade tendes? » R.—(( Nove annos. »
P.—« Que horas são? » R. -- «Meiodia. »
P.—«Que quereis dizer com isso? » R.—«Que o Sol, no seu mais alto ponto, allumia nossos trabalhos. » O Muito Grande diz:
M.". G.'.-( Visto que e Sol está, etc...
mysterios do costume. » O primeiro Vigilante repete, dizendo :
1° Vig.….—(Irmão segundo Grand Vigº, Grandes Oficiaes Sublimes Mestres, vós sois
avisados que o Muito Grande vai abrir a Su JIR
8
– 86 –
blime Loja dos Grandes-Eleitos no Capitulo
de... pelos mysterios do costume.» O segundo Vigilante repete o annuncio. Feito isto, o Muito Grande dá tres pan cadas; o primeiro Vigilante dá cinco; o se gundo do Vigilante sete, e o Muito Grande, I]OVC.
M.". G.'.—« Irmãos primeiro e segundo Grandes Vigilantes, fazei que me passem a palavra. » Os Vigilantes execútão a ordem, e vóltão
para seus lugares. Então todos os Irmãos, guiados pelo Muitos Grande, fazem o sinal de Charpa, e applaudem por tres, cinco, sete e nove, e dizem trez vezes houzé. M.". G.'.— «Irmãos primeiro e segundo
Grandes Vigilantes, annunciai que a abo bada secreta está aberta, assim como os
trabalhos dos Grandes Eleitos no Capitulo de.....? na sua segunda Ordem.» Os Vigilantes repetem o annuncio, um depois do outro. O muito Grande dá uma pancada, e diz: M.". G.'.—«Tomai lugar, meus irmãos.» Segunda entrada.
Na segunda entrada do Candidato, o pri meiro Vigilante, depois de se ter imformado •
— 87 —
de quem bate, dá uma pancada com o ma lhete e diz:
1º VIG.'.—«Muito Grande, o Candidato fez as indagações necessarias, e achou o objecto de vosso pedido.» M.". G.". — « Seja-lhe dada a entrada. »
Depois da recepção, o Muito Grande pro clama o Candidato. O primeiro Vigilante repete a proclamação, dizendo:
1º Vie.". — Irmão segundo Grande Vigi lante, Grandes-Oficiaes Sublimes-Mestre, vós reconhecereis para o futuro o Irmão...
como Grande-Eleito, e Membro do Collegio dos Escossezes do Capitulo de..., na sua se gunda Ordem. »
O segundo Vigilante repete. Feita a proclamação segundo o uso, ap plaude se. Instrucção.
P. — «Que vos conduz aqui, meu Irmão?» R.—« O amor do meu dever, e o desejo de chegar á alta sciencia.» P.—«Que trazeis para vos tonardes di gno d’ella?»
R.—«Um coração puro, zeloso, amante da virtude e da verdade.» P.—(( Onde tendes trabalhado?»
R.—« Em uma abobada subterranea, »
– 88 -
P.—« Onde estava situada a abobada subterranea? » R.—« Ella foi construida secretamente
debaixo da parte a mais mysteriosa do Templo. »
P.—« De que servia esta abobada se creta?»
R.—« Para guardar um deposito precio SO.))
P.—«Em que lugar estava ele? " R.—« O delta precioso, sobre o qual es tavão gravadas as verdadeiras lettras da Pa lavra innominavel, foi embutido num pedestal de marmore, colocado no meio da abobada, e coberto com a pedra cubica?" P.—«o que era a pedra cubica?» R.—«Uma pedra d'agatha cortada em forma quadrangular, e que continha as Pa lavras secretas da Arte Real.
P.—« Como se decifrão as lettras que n’ella estão embutidas?»
R.—« Lendo-as segundo a arte. P.—«Como fostes introduizo? »
R. — «Por tres, cinco, sete e nove. » P. — «Que vos aconteceu ? »
R.—« Passei por uma rigorosa experien cia. »
P.—«Qual foi ella?»
R.—«Com a ponta sobre o coração e o
— 89 —
ferro sobre o pesçõco, e eu fiz voluntaria
mente o sacrificio das paixões. P.—«Bastou isso para serdes admittido?» R. — « Depois de me ter purificado, eu
fui mandado fazer uma indagação, a fim de merecer a minha plena admissão. »
P.—« Fostes bem succedido no que buscaveis? »
R.—«Por um favor particular, e com a ajuda d’uma luz imprevista, descubri o de posito precioso; tornei a entrar tendo-o na mão, e no estado em que me achava quando procedia á sua descorberta. »
P.—« Qual é o objecto das vossas inda gações? » R.—« O conhecimento da arte de aper feiçoar o que está imperfeito, e de chegar ao thesouro da verdadeira moral. »
P.—« Qual foi vossa recompensa?» R.—« O laço dos vicios foi quebrado sobre mim; passárão-me pela testa, pelos labios e
sobre o coração a trolha mergulhada n'uma mistura preparada; eu tomei parte no ban quete dos Grandes Eleitos, recebi o penhor d’uma nova alliança, e finalmente fui ad mittido em um lugar de luz e de gloria, aonde terminei meus trabalhos. » :
P.—« De que era composta esta mis tura ? » 8º
— 90 —
R. – º peleite, de azeite, de vinho, e de farinha. »
P. —º Que significão estas cousas?" R.—, Doçura, sobedoria, força e beleza, qualidades necessarias aos Grandes-Eleitos. » P.—º como Escossezes? se chámão »as Lojas dos Grandes-Eleitos •
R.—º Lojas de altas sciencias, e seus tra balhos, Sublimes. »
P.—. De que modo se penetra n’ellas?" R. — « Com a firmeza no coração e nº
semblante, caracter dos homens irreprehen: siveis. »
P.—º Qual é o seu principal dever? » R.—º observar com respeito as leis da Maçonnaria, praticar a moral a mais pura e soccorrer seus Irmãos, º
P.—º Quantas luzes tendes vós?" R. — « Tres vezes nove. *
.
P.—º Que represèntão ellas?" R. —º As lampadas inextinguiveis depº sitadas na abobada secreta, º
P.—. Porque razão o nome de abobada secreta, que se lhe dá na abertura, é
mu
dado para o de abobada sagrada aº fecharº R.—. Porque desde que o despositº foi ali colocado, ela nunca mais foi conhecidº senão debaixo d'este ultimo titulo, º
p.—, onde viájão os Grandes-Eleitos? »
— 94 —
R.—« Em todas as partes do mundo para
n'elle espalhar a verdadeira sciencia. » P. — « Que idade tendes? » R. — « Nove annos. »
P. — «Porque razão o numero oitenta e um é honrado entre nós? »
R.—º Por ser aquelle que encerra o maior numero de combinações maçonnicas, e por
que, nos termos da arte, ele é o triplo do cubo, ou o maior quadrado. » Encerramento.
\
P. — «D’onde vindes? »
R.—« Venho da indagação. » P.—º Que trazeis? » R. — « O deposito precioso. » P.—«Onde o deposestes? » R. — « Em um lugar secreto e impenetra vel. »
P. —º Como chegastes a ele?» R.—« Por tres, cinco, sete e nove. »
P—« De que serve este deposito? » R.—« Para tornar a achar, no caso d'al
teração, as verdadeiras lettras da palavra in nominavel, e todas as palavras secretas da
Maçonnaria.» P. — «Que levais d'aqui? »
\,
R.— «O premio do meu zelo, e um maior desejo de o exercer. »
– 92 —
P.—« Qual é o fim d'elle?»
R.—º A gloria do Grande Architecto do Universo. »
P.—«Que idade tendes? » R.—« Nove annos. » P.—« Que horas são? »
R.—«Meia noite, e a hora de fechar nos sos trabalhos. »
M.". G.". — « Visto que é meia noite, e a hora de fechar nossos trabalhos, Irmãos
primeiro e segundo Grandes-Vig..., annun ciai, etc. » 1º VI G.". — « Irmão segundo Grande
Vig..., Grandes-Officiaes Sublimes Mestres, vós sois avisados que o Muito Grande vai fechar a Sublime Loja dos Grandes-Eleitos
no Capitulo de..... pelos numerosos do cos tUlmeS. »
Depois do annuncio, o Muito Grande diz :
M.". G.". — «A mim, meus Irmãos.» Todos os Irmãos, guiados pelo Muito
Grande, fazem o sinal de charpa, e applau dem por tres, cinco, sete e nove, seguidos do triplice houzé. Feita a bateria como na abertura, o Muito Grande diz :
M.". G.". — Irmãos primeiro e segundo Grandes Vigilantes, etc., segunda Ordem.»
- 93 –
1º Vio.". - « Irmão segundo Grande Vi gilante, Grandes-Officiaes Sublimes Mes tres, vós sois avisados, que a abobada sa
grada está fechada, assim como os trabalhos dos Grandes-Eleitos no Capitulo de....., em Sua segunda Ordem. »
O segundo Vigilante repete o annuncio.
— 94 –
II" O R D E M.
GRAO
DE GRANDE ELEITO-ESCOSSEZ, OU
ELEITO-SUBLIME.
SEGUINT DO VIGILARIO "Es
Abertura,
P.—* Primeiro Grande Vigilante, esta mos cobertos? »
Depois de se ter informado disto, segundo o costume, o segundo Vig... diz: R.—« Grande primeiro Vigilante, nós estamos cobertos. »
P.—« Que vos conduz aqui, meu Ir mão?
R.—«O amor de meu dever, e o desejo de chegar á alta sciencia. »
— 95 —
P.—º Que trazeis para vos tornardes di
gno d'ella?» R.—«Um coração puro, zeloso, amante da virtude e da verdade. » . P.—«Onde trabalhais ? »
R.—« Em uma abobada subterranea.»
P.—º Qual é o objecto de vossas indaga ções ? »
R. — «O conhecimento da arte de aper feiçoar o que está imperfeito, e de chegar ao thesouro da verdadeira moral. »
P.—«Qual foi vossa recompensa?»
R.—º Foi o ser admittido em um lugar de luz e de gloria onde terminei meus tra balhos. »
P.—« Que idade tendes? » R.—« Nove annos. »
P.—« Que horas são ? » R.—º Meiodia. »
P. — « Que quereis dizer com isso? »
R.—º Que o Sol, no seu mais alto ponto allumia nossos trabalhos.»
M.'. G.". — « Visto que o Sol está, etc... mysterios do costume. »
O primeiro Vigilante repete o annuncio. 2º VIG.". — «Irmãos Grandes-Officiaes
Sublimes Mestres, vós sois avisados que o
Muito Grande vai abrir a Sublime Loja dos
– 96 -
Grandes-Eleitos no Capitulo de....», pelos mysterios do costume.»
Feito isto, o Muito Grande dá tres panca das; o primeiro Vigilante dá cinco; o se gundo Vigilante sete; o Muito Grande nove. Depois d'isto o Muito Grande diz:
M.". G.". — «Irmãos primeiro e segundo Grandes-Vigilantes, fazei que me passem a palavra. »
Os Vigilantes executão a ordem, e vóltão aos seus lugares.
Então todos os Irmãos, guiados pelo Muito Grande, fozem o sinal de charpa e applaudem por tres, cinco, sete e nove, e dizem tres vezes houzé.
M.". G.". — «Irmãos primeiro e segundo Grandes-Eleitos, annunciai que a abobada secreta está aberta, assim como os trabalhos dos no Capitulo de..... na sua Grandes-Eleitos segunda Ordem.» •
Os Vigilantes repetem o annuncio, um depois do outro.
*
O Muito Grande dá uma pancada e diz:
M.".»G.". mãos.
— « Tomai lugares, meus Ir •
— 97 —
Segunda entrada.
Na segunda entrada do Candidato, o se gundo Vigilante, depois de se ter informado de quem bate, dá uma pancada com o ma lhete e diz ao primeiro Vigilante : 2º VIG.". — « Irmão primeiro Grande
Vigilante, o Candidato fez as indagações necessarias, e achou o objecto que lhe foi pedido. »
O primeiro Vigilante repete o annuncio ao Muito Grande, que diz: M.". G.". — «Seja-lhe dada a entrada. »
Depois da recepção o Muito Grande pro clama o Candidato. O primeiro Vigilante repete a proclama ção.
•
O segundo Vigilante diz: 2º VIG.". — « Irmãos Grandes-Officiaes
Sublimes Mestres, vós reconhecereis para o futuro o Irmão..... como Grande-Eleito, e
Membro do Collegio dos Escossezes do Capi tulo de......, na sua segunda Ordem.»
Feita a proclamação segundo o uso ap plaude-se.
III,
– 98 —
Instrucção.
P. — «Que vos conduz aqui, meu Ir mão ? »
R.—« O amor do meu dever e o desejo
de chegar á alta sciencia. P.—«Que trazeis para vos tornades di gno d’ella?» R.—«Um coração puro, zeloso amante da virtude e da verdade.» P. — «Onde tendes trabalhado?»
R.—« Em uma abobada subterranea.» P.—«Onde estava situada a abobada sub
terranea ? »
•
R.—«Ella foi construida secretamente de
baixo da parte a mais mysteriosa do Tem plo. » P.—«De que servia esta abodada se creta? »
R. — Paraguardar um deposito precioso.» P.—«Em que lugar estava elle ? » R. — «O delta precioso, sobre o qual es
tavão gravadas as verdadeiras lettras da pa lavra innominavel, foi embutido num pe destal de marmore, colocado no meiodia da abobada e coberto com a pedra cubica, º
P.—« O que era a pedra cubica? » •
– 99 —
R.—« Uma pedra d'agatha cortada em
fórma quadrangular, e que continha as pa lavras secretas da Arte real. »
P.—«Como se decifrão as lettras que n’ella estão embutidas?»
R.—« Lendo-as segundo a arte. »
P.—º Como é que fostes introduzido?» R.—«Por tres, cinco, sete e nove.» P.—« Que vos aconteceu?»
R.—º Passei por uma rigorosa experien cia. »
P.—«Qual foi ella?» R. — «Com a ponta sobre o coração, e o
ferro sobre o pescôço, eu fiz voluntaria mente o sacrificio das paixões. » P.—º Bastou isso para serdes admittido?» R.—« Depois de me ter purificado, eu fui
mandado fazer uma indagação, a fim de merecer a minha plena admissão.»
P. — «Fostes bem succedido no que bus . caveis? »
R.—«Por um favor particular, e com
ajuda de uma luz imprevista, descubri o deposito precioso; tornei a entrar tendo-o na mão, e no estado em que me achava
quando procedia á sua descoberta.» P.—( Qual é objecto das vossas indaga ções? » R.—«O conhecimento da arte de aper
- 160 —
feiçoar o que está imperfeito, e de chegar ao thesouro da verdadeira moral. »
P.—«Qual foi vossa recompensa ? » R.—« O laço dos vicios foi quebrado so bre mim; passárão-me pela testa, pelos la
bios, e sobre o coração a trolha mergu lhada n'uma mistura preparada; eu tomei
parte no banquete dos Grandes Eleitos; re cebi o penhor d’uma nova alliança, e final mente fui admittido em um lugar de luz e de gloria, aonde terminei meus trabalhos.» P.—((De que era composta esta mistura?»
R.—« De leite, d'azeite, de vinho, e de farinha. »
P.—( Que significão estas cousas? » R.—«Doçura, sabedoria, força e belleza, qualidades necessarias aos Grandes-Eleitos.» P.—«Como se chámão as Lojas dos Grandes-Eleitos Escossezes ? »
R.—« Lojas de altas sciencias, e seus trabalhos, Sublimes. » P.—« De que modo se penetra n’ellas? »
R.—«Com a firmeza no coração e no semblante, caracter dos homens irrepre hensiveis. »
P.—« Qual é o seu principal dever? » R.—« Observar com respeito as leis da
Maçonnaria, praticar a moral a mais pura, e SOCCOrrer Seus Irmãos. »
- 101 —
P.—«Quantas luzes tendes vós? » R — (( Tres vezes nove. »
P.—«Que represêntão ellas?»
R.—«As lampadas inextinguíveis depo sitadas na abobada secreta. »
P.—«Porque razão o nome de abobada Secreta, que se lhe dá na abertura, é mudado para o de abobada sagrada ao fechar? » R.—«Porque desde que o deposito foi alli colocado, ella nunca mais foi conhecida se não debaixo d'este ultimo titulo. »
P.—«Onde viájão os Grandes-Eleitos?» R. — « Em todas as partes do mundo, para nelle espalhar a verdadeira sciencia. » P.—( Que idade tendes?» R. —- « Nove annos. »
P.—«Porque razão o numero oitenta e um é honrado entre nós? »
R.—«Por ser aquelle que encerra o maior numero de combinações maçonnicas, e por que, nos termos da arte, elle é o triplo do cubo ou o maior quadrado.» Encerramento.
P.— « D’onde vindes?»
R.—«Venho da indagação.» P.—(( Que trazeis ? »
R.-(( O deposito precioso. » 9*
— 102 —
p.—4 Onde o deposestes? » R.—« Em um lugar secreto e impenetra vel.»
P.—«Como chegastes a ele? " R.—« De que serve este deposito?" P—« Para tornar a achar, no caso de alteração, as verdadeiras lettras da palavra innominavel, e todas as palavras secretas da Maçonnaria. »
P.—«Que levais daqui? » R.—« o premio do meu zelo e um maior desejo do o exercer.» P.—«Qual é o fim d'elle?»
R. — «A gloria do grande Architecto do Universo. » P.—«Que
idade tendes? »
•
R.—(( Nove annos. »
P.— «Que horas são ?»
R.—«Meia noite, e a hora de fechar nos sos trabalhos. »
o M... G. . — «Visto que é meia noite, etc..... vão ser fechados. »
2º VIc... — a Irmãos Grandes-Officiaes
Sublimes-Mestres, vós sois avisados que o Muito Grande vai fechar a Sublime Loja dos
Grandes Eleitos no Capitulo de....., pelos numeros do costume, e que a abobada sa grada se vai fechar.»
Depois do annuncio, o Muito Grande diz
— 103 —
M.". C.". — «A mim, meus Irmãos. »
Todos os Irmãos, guiados pelo Muito Grande, fazem o sinal de charpa, applaudem
por tres, cinco, sete e nove, seguidos do triplice houzé. Feita a batteria como na abertura, o Muito Grande diz :
O M.". G.". — «Irmãos primeiro e segun do Grandes-Vigilantes, etc....., segundo Or dem. »
Os Vigilantes repetem o annuncio, di zendo :
2º VIG.". — «Irmãos Grandes-Officiaes
Sublimes-Mestres, vós sois avisados que a abobada sagrada está fechada, assim como os trabalhos dos Grandes-Eleitos no Capi tulo de....., em sua segunda Ordem. »
O REGULADOR Dos CAVALHEIROS MAÇONS, OU
AS QUATRO ORDENS SUPERIORES.
IIIº
O R D E M.
GRÁo DE CAVALHEIRO DO ORIENTE.
ARCHITECTO __Niass=a+s*
Decorações. São necessarias tres Salas :
A primeira, chamada Sala de preparação: A segunda, Sala do Oriente : A terceira, Sala do Occidente :
— 106 —
Entre as duas Salas é necessario uma an tecamara ou passagem.
A primeira Sala, chamada Sala de prepa ração, será ornada com simplicidade. O Cam didato deve estar n’ella fechado até o mo
mento da recepção, e revestido do cordão e avental dos Grandes - Eleitos Escossezes, sem armas, nem ornato, ou joia particular, com a cabeça descoberta, e com o pesçôço e as mãos presas por tres cadeias de anneis
triangulares, que partem dos tres angulos d'um annel maior; e d'um comprimento sufficiente para que elle possa estender os braços.
Cobre-se-lhe a cabeça com um pano côr de cinza, e neste estado o Irmão Preparador lhe ensinará que elle representa Zorobabel cativo em Babylonia. O mesmo Irmão lhe faz pôr as duas mãos no rosto até a porta da
torre, onde os guardas terão cuidado de dar uma busca rigorosa a tudo o que elle tem sobre si, antes de o apresentarem. O Candidato deve ser introduzido na torre
no momento em que entra o presidente. A segunda Sala, chamada Sala do Oriente,
representa o Conselho de Cyro, rei de Ba bylonia, composto do Principe, de sete prin cipaes Officiaes, e de todos os Cavalheiros. Os Officiaes do Conselho são :
-... 107 –
O Soberano Mestre, Presidente, represen tando..... Cyro. O Grão Mestre do Palacio, Orador...... Daniel.
O Grão Mestre da Cavallaria, General
1º Vig.….... Sisima. o Grão Mestre da Milicia, 2º General, 2º Vigil... Sarabuzan. O Grão Mestre da Chancellaria, Guarda dos sellos... Ratim. O Grão Mestre das Finanças, Thesoureiro... Mitrídates.
O Grão Mestre dos despachos, Secretario. Semelio,
O Grão Mestre de ceremonias, Mest.", de Cer.".... Abazar.
O forro da Sala deve ser verde, e esta al lumiada em roda por um numero de luzes sufficiente, o qual não é fixo.
No Oriente deve haver um trono para o qual se sóbe por dois degráos, ornado com galões e franjas d’ouro. No Occidente, no Norte e no Meiodia haverá assentos para as Officiaes e Cavalheiros.
Os Officiaes que exercem as funcções de Vigilantes, devem occupar duas linhas se paradas.
•
Por detrás do Trono estará um transpa rente representando o sonho de Cyro, isto é,
— 108 —
um leão rugindo, prompto a lançar-se sobre
elle; por cima uma gloria resplandecente figurando um céo aberto e luminoso, do
meio do qual sahirá uma aguia tendo no bico uma flamula, onde estão escritas estas palavras: Dá a liberdade aos cativos; no meio do quadro vêem-se nuvens luminosas, e por debaixo d'estas, Nabuchodonosor e
Balthazar, predecessores de Cyro, carrega dos de cadêas; o primeiro conservando ainda
um pouco a fórma d'animal. O quadrado do Conselho deve ser formado por uma pe quena parede de páo ou de papelão d'um pé o meio d'altura, pintado como se fosse de tijolo. Esta parede deve ser rodeada de sete torres; tres ao Norte, tres ao Meiodia, e uma ao Occidente; as seis dos lados serão
pintadas como a parede, e d’uma altura conveniente á Sala; a do Occidente deve ao menos ter sete pés de alto e uma circumfe rencia proporcionada. Deve haver na mesma torre duas portas, uma por dentro do qua
drado, e outra por fóra, sem passagem para a luz.
O forro do occidente deve estar exacta
mente unido ao lado da torre, para que se possa entrar e sahir d’ella, sem se descobrir cousa alguma para dentro.
A porta interior será guardada por dois
— 109 —
Cavalheiros, armados d’uma lança, e com a
espada ao lado; devem-se preferir para este lugar os dois ultimamente recebidos, se fôr possivel. Quando os Irmãos estão de pé, devem oc
cupar o interior das paredes, e quando estão sentados, devem estar fóra. No meio da Sala estarão deitadas por terra as duas columnas J.". B.º. em relevo,
ou pintadas com giz, e mais alguns vasos. E' necessario estar provido d'um grande rescaldo quadrado com duas azas, para ser vir em tempo conveniente.
Os Officiaes trarão ao pescoço um largo cordão verde ondeado, que desce até a al
tura do estomago, sem joia. O Mestre terá um igual cordão guarnecido com vivos d'ouro, que terminará na ponta por uma borla d'ouro.
No meio da fita estarão bordados, em
aspa, uma espada, e um sceptro, por cima dos quaes está um pequeno sol bordado em OUlTO.
Os Cavalheiros trarão um largo cordão verde ondeado, em fórma de talabarte, e sem joia.
O avental é branco, debruado de verde, com o babadouro para baixo; sobre este se
achará pintado ou bordado em ouro o nó III,
10
– 110 —
de Salomão, mal enlaçado, e no meio, duas espadas em aspa.
O avental volta-se, e representa os attri butos dos Grandes Eleitos Escossezes.
Na antecamara que deve separar as duas salas deve-se dispor uma ponte de páo so
lida, e representar por baixo, o melhor que for possivel, um rio cheio de cadaveres, e de restos d'edificios em ruinas.
A terceira sala, chamada sala do Occiden
te, deve representar os Maçons que ficárão no meio das ruinas de Jerusalem; deve ter o forro vermelho como a dos Escossezes,
e se á allumiada por dez grupos de luzes, composto cada um de sete. Não se deve accender ao principio senão uma de cada
grupo, e as outras só no momento mar cado na recepção. N’esta não deve haver trono, mas simplesmente um assento no
fundo da sala, quando houverem recepções. Uma cortina encobre uma gloria radiosa e um altar que estão no fundo, até que che gue o momento fixado em que ella deve ser tirada; n’este mesmo momento substituir se-ha ao forro vermelho o verde, mas tendo o cuidado de deixar os festões vermelhos, e
de não mudar senão as faces do forro, que poderão estar dispostas de maneira que se voltem ou se enrolem umas sobre outras,
— 114 —
O meio da sala representará o Templo demolido, e os instrumentos da Maçonnaria
espalhados fóra de seu lugar competente. No exterior da Sala do Occidente, se fi
gurarão com pedras os muros de Jerusalem destruidos.
Passando para esta sala os Cavalheiros deixão a côr verde e tómão a vermelha. Os
grãos distinguem-se por meio de rosetas, suspendidas á parte inferior dos cordões. Os Cavalheiros trazem uma charpa de seda verdemar, guarnecida nas duas pontas com uma franja d’ouro, e a pôe á roda do corpo como uma cinta; e nas suas extremidades pendentes será circumscripto um ponto onde se escreverá L. ". D.". P.".
O Mestre terá por joia tres triangulos não entrelaçados, mas metidos por gradação um no outro; o primeiro
Vigilante
terá uma
esquadria, o segundo um nivel, e os Offi ciaes sua joia ordinaria, metida no meio
de triplices triangulos. A joia de Cavalheiro é a mesma que a dos Grandes-Eleitos Escossezes, accrescen tando-se-lhe, em tropheo, duas espadas nuas com folhas d'aço, dispostas em aspa, e com os punhos collocados de nivel. Cada Cavalheiro terá uma trolha, com o
- 112 —
cabo guarnecido com uma fita vermelha e preza á cintura do lado direito. O Soberano Mestre mudará seu nome
para o de Illustre Mestre. Os Vigilantes tómão o de Illustres Vigi lantes; os Illustres Oficiaes tem o titulo
de seu emprego, accrescentando-se-lhe o de Cavalheiro, e todos os outros Membros, o de Cavalheiro.
*
– 113 -
I II" O RD E M.
qhAo DE CAVALHEIRO DO ORIENTE.
"SOBsº, MESTRE. •=-=
Abertura.
SALA DO ORIENTE. O Presidente chama-se. Soberano Mestre.
O Primeiro Vigilante.. Primeiro General. O Segundo Vigilante... Segundo General. O Orador............ Grande Orador,
O Secretario........ Grão-Mestre dos despachos. O Mestre de Ceremonias.. Grão-Mestre de Palacio. Todos os Irmãos..... Irmãos Cavalheiros. O Candidato........ Zorobabel. SALA DO OCCIDENTE O Presidente chama-se. Muito Illustre Mestre,
O Primeiro Vigilante... Illustre Primeiro Vigilante, O Segundo Vigilante... Illustre Segundo Vigilante. Sala do Oriente.
Estando todos os Cavalheiros em seus luº
gares, á excepção do que preside, e que não 10"
entra senão depois de ter sido annunciado, dando com o pé uma pancada no chão ao
pé da porta, o 1º Gen.'. diz: 1º GEN. ".— « Cavalh.'., o Sob. ". Mest.". nos reune para deliberarmos em Conselho; sejamos attentos ao que elle nos vai dizer e propôr. Ei-lo que chega » O Sob. ". Mest.". entra, e vai para o seu
lugar accompanhado de dous guardas da torre, que vóltão aos seus lugares desde que o Sob... se colloca, o qual dá uma pancada com o punho da sua espada, e saúda todos os Cavalh... que, guiados pelos Gen.'., cor
respondem pondo a mão sobre o coração, e fazendo uma venia. Depois do que o Sob.". Mest... diz:
P.—º 1º Gen.'., qual é o primeiro dever d'um verdadeiro Cavalh...? »
R.—º Sob.". Mest.º., o de prover na se
gurança do Conselho, e em que n'elle não póssão entrar senão Cavalh.". » SoB.". Mest.". — « 1° e 2° Gen..., fazei a inspecção. »
Os dois Gen.'. vão examinar as portas da torre, e veem se os guardas exercem suas
funções. De volta aos seus lugares, elles di ZCIT) :
GEN.". — «Os guardas rodeião o Palacio; o Conselho está em segurança. »
— 115 —
P.—« Basta isso?»
R. — «E preciso ver mais se todos os
que estão aqui são dignos de assistir ao Conselho. » •
SoB.'.MEsr... — «Vêde-o, 1° e 2° Gen... »
Tendo eles examinado se os que estão
presentes são Cavalh...« dão disso conta ao Sob... Mest.º., dizendo: GEN... — «Sob... Mest.º., todos os mem
bros aqui presentes são bons Cavalhº. " P.—«Em que tempo estamos nós? » R.—« Na revolução das dez semanas d'annos do captiveiro. º O Sob.". Mest.". diz: SoB.". Mest.". — « 1° e 2° Gen.'., pois
que assim é, annunciai que o Conselho vai abrir-se.»
Os dois Gen.. o annuncião. O Sob.". Mest... dá sete pancadas com o
punho da sua espada, com um intervallo da quinta ás duas ultimas. Os dois Gen.'.
repetem a bateria, e o Sob.". Mest… diz: Sob... Mest.". — «A mim, Cavalh... º Todos os Cavalh..., guiados pelo Sob.".
Mest..., applaudem por cinco e dois, e di zem ao mesmo tempo uma vez: Honra dºs Cavalheiros !
SoB... Mest.". — «O Conselho está aber
— 116 —
to, e os trabalhos do Cap.'. de.... em sua terceira Ordem. »
Os Gen... repetem o annuncio, e o Sob.". Mest.". dando uma pancada, diz: SoB.". Mest.". — «A vossos lugares, Ca valh... »
O Gr.". Mest... dos Despachos faz a lei
tura da prancha dos ultimos trabalhos, de pois do que introduzem os Visitadores, ha vendo-os, e o Sob.". Mest.". diz:
SoB.". MEST.". — «Vós todos Cavalh..., Membros do meu Conselho, o objecto para que vos reúno hoje consiste em pedir-vos que me deis o vosso parecer sobre um so nho maravilhoso, que eu tive esta noite. Vós, Gr.". Mest.". do Palacio, que sois do
tado do dom sublime de explicar os sonhos, vou expôr-vos o que vi no meu somno.» O Gr.". Mest.", do Palacio responde: GR.'.MEsr.'. do Palacio—º Sob.'.Mest.º., esse dom não é o efeito d'uma sabedoria
sobrenatural de que eu possa prevalecer, e que se não encontre no resto dos homens; mas apraz algumas vezes ao Gr.". Arch.". do Universo espalhar sobre fracos humanos essa sciencia sobrenatural, quando por vi sões elle se digna manifestar seus decre 10S,
º
SoB.". MEST.". — « Gr.". Mest.". do Pa
– 117 —
lacio, eu reconheço que vos inspira; eis aqui pois o que eu vi: Um leão rugindo prestes a lançar-se sobre mim para devo rar-me; eu assustei-me; uma luz viva sa hindo d’uma Gloria brilhante deslumbrou
meus olhos; meus predecessores, Nabucho donosor e Baltazar, me apparecêrão carrega dos de cadêas, e uma voz formidavel ferio meu ouvidos, dizendo-me: Restitue a liber
dade aos captivos, ou tua corôa passará a mãos estranhas. Desde então tenho perdido minha tranquillidade. Cumpre-vos ajudar me com vosso aviso, para deliberar pru dentemente. »
O Gr.". Mest.". de Palacio responde: GR.'.MEsT.'. do Palacio. — « Eis, Sob.". Mest.º., o que uma tal apparição significa. A voz que ouvistes he a do Gr.". Arch...; a que desde longo tempo vos artnunciou á terra; a que fez marchar a victoria diante de vós, e vos faz dominar sobre o Oriente. Os captivos, que ella vos manda libertar,
são os que desde dez semanas d'annos ge mem na escravidão; o Gr.". Arch... vos or denna de os pôr no mesmo estado em que estávão, sendo-lhes restituidos seus bens, sua cidade reedificada, e seu Templo recon
struido em todo o seu esplendor. » As cadêas, de que vossos predecessores
— 118 —
estão carregados, vos figúrão que, se elles fôrão nas mãos do Gr.". Arch... o instru
mento de que se quiz servir para punir o seu povo, elles recebêrão a seu termo o me recido castigo dos excessos a que se en
tregárão: finalmente o leão prestes a de vorar-vos, presagia-vos o fim, que vos es
pera, se vós ficais surdo á voz do G.'.Arch. . SoB.". Mest.".—(( O Gr.". Arch... fallou; deve ser obedecido. » O Sob.". Mest.". levanta-se e com elle
todo o Conselho, e o Sob.". Mest.". diz: SoB.". Mest.". — « Acabe o captiveiro. » O Sob... Mest.". abaixa a ponta da sua
espada, e levanta-a com rapidez para signi ficar liberdade.
Os dois Gen... e os Cavalh... apresentão
todos ao mesmo tempo a ponta de suas es padas, abaixão-nas para a terra em sinal de quem approva a vontade do Sob.". Mest.º., e as levántão com rapidez.
Os Cavalh..., guiados pelo Sob... Mest.º., tómão seus lugares.
axcxpção. O Candidato, conduzido pelo Gr". Mest.". do Palacio, suspira á porta do Templo para se fazer ouvir. Os guardas abrem um pouco
– 119 —
a porta, e percebendo um homem vestido de luto a tórnão a fechar, e um d'elles o par ticipa ao 2º Gen.'. que o repete ao 1º, e este ao Sob.". Mest.º., dizendo: 1º GEN.". — «Sob.". Mest.º., um homem
vestido de luto quer penetrar no Conselho.» SoB.". Mest.". — «Informai-vos quem é; tomai as maiores precauções, e dai-me de tudo uma conta exacta. »
O 1º Gen... repete-o ao 2º, e este aos
guardas da torre; um dos quaes torna a abrir um pouco a porta, e diz ao Candidato:
P.—( Que quereis-vós? » R.—« Fallar a vosso Sob.". Mest.º., se me é possivel. » P. — « Quem sois vós? »
R.—«O primeiro d'entre meus iguaes, Maç.…. livre por estado, e captivo por des graça. »
P.—«Qual é o vosso nome? » R. — « Zorobabel. »
P.—« Que motivo vos conduz aqui?» R. — « As lagrimas e a miseria de meus II.". »
P.—« Que vindes fazer aqui?» R.—«Eu venho , em nome do Gr.".
Arch..., implorar a bondade e a justiça do Sob.". »
P.—«A respeito de que?»
– 120 —
R.—«Venho pedir graça por meus com
patriotas em escravidão desde dez semanas d'annos. »
P.—«Que graça implorais-vós. » R.—«Que, sob o favor do ceo, a cle mencia do Sob.". nos conceda a liberdade,
e nos permitta ir reedificar o Templo do Gr.". Arch.". »
O guarda diz-lhe? «Vou fazer que ao Sob... cheguem vos sas queixas e vossos pedidos. » O guarda diz ao 2º Gen..., que repete ao 1º. e este ao Sab. ". Mest."., o seguinte: 1º GEN.". — « Sob.". Mest.º., Zorobabel
captivo, o primeiro d'entre os seus iguaes, pede apresentar-se aos pés do Trono; vem solicitar da clemencia do Sob... Mest... a liberdade para seus compatriotas, e a de reedificar o Templo do Gr.". Arch...» SoB.". Mest.". — « Pois que justos mo tivos o conduzem aqui, a liberdade de ap parecer com a face descoberta lhe seja con cedida. »
O 1º Gen. ". diz ao 2º:
1° GEN.". — « 2º Gen.'., Cavalh..., o Sob.". Mest... permitte que o captivo appa reça com a face descoberta. »
O 2º Gen.…. o diz: aos guardas. Abre-se a porta da torre, o Gr.". Mest.',
— 121 –
do Palacio entra com o Candidato; tira-lhe o veo de cima da cabeça, e condu-lo entre os dois Gen.…. em face do Trono, aonde o
faz prostrar-se. »
:
SoB.". Mest.". — « Zorobabel, eu tenho sentido, como vós, o peso do vosso capti veiro; estou prompto a livrar-vos d’elle , concedendo-vos n’este mesmo instante vossa
liberdade, se vós consentis em communi
car-me os secredos da Maç... pelos quaes eu sempre tive a maior veneração. Zorobabel responde: ZoRoB.". — «Um dos principios da nossa Ordem é a igualdade; esta não pode reinar aqui; vossa condição, vossos titulos, vossa grandeza não são compatíveis com nossa fraternidade. As obrigações que eu tenho
contrahido, e que eu não posso violar, me impedem de revelar-vos nossos segredos. Se minha liberdade custa um tal preço, eu prefiro o captiveiro. » SoB.". MEST.". — « Pensais bem na recusa
que fazeis? De vós só depende a liberdade de vossa nação, e a permissão de levantar os muros do vosso Templo. Minha intenção
é condecorar-vos como os grandes da minha corte, e entregar-vos todas as riquezas rou
badas por meus predecessores á vossa patria Gr.". Mest... do Palacio, visitai com Zoro III,
11
– 122 =
babel as salas do Palacio, fazei-lhe ver
todas as riquezas, que só d’elle depende o recobrar-las. »
O Gr.". Mest.". do Palacio anda com elle
á roda da sala e depois diz: GR.". Mesr... do Palacio. — « Sob.*.
Mest.º., sua alma parece estar a toda a prova. »
SoB.". MesT. ".—« Podeis-vós ver este es
pectaculo sem vos abalar? persistís-vós em recusar vossos bens e a liberdade? »
ZoRoB.".—« Sim, Sob.". Mest.". » O Sob.", Mest.". diz com um tom de fir ImêZ2 :
SoB.". MEST.". — « Quero ver se vosso cor
po está tanto á prova como vossa alma.
Guardas, fazei-o passar pelo fogo. » Dous guardas trazem um brazeiro acceso que põe diante do Candidato. O Gr.". Mest... do Palacio fa-lo pôr as duas mãos em cima, em altura com tudo que o não queime.
SoB.". Mesr.". — « Vêde o rigor das penas que vos ameáção se persistis em vossa re
cuza; eu não vos dou mais que um instante para vos de terminar. Respondei. » ZoRoB.".—« Eu não posso trahir os meus deveres, º
— — 123 — \,
O sob.". Mest... dirigindo a palavra ao Conselho, diz:
•
SoB.". Mest.". — « Gen. ". e Cavalh...,
tanta força me surprende; meu respeito pa ra com sua Ordem augmenta; não cabe em
mim levar a efeito as ameças que só tentei como provas. Sois de parecer que ele seja posto em liberdade?» o 1º Gen... e todos os Cavalh... dão com as espadas o sinal de consentimento.
O sob.". Mest.". faz o mesmo sinal, e diz :
SoB.". MEST.….—º Zorobabel seja livre e toda a sua nação. » O Gr.". Mest.". do Palacio tira as cadêas
do Candidato, e o Sob... Mest.". diz: SoB.". Mest.". — «Ide ao vosso paiz; eu vos permitto que reedifiqueis o Templo
destruido por meus antepassados; que vos sos thesouros vos séjão entregues; e que sejais reconhecido chefe dos vossos iguaes.
Eu quero que todo o auxilio e todos os Soccoros vos séjão dados, commo que fosse
eu mesmo, em todos os lugares da vossa pas sagem, e que se vos dê de meus thesouros com que efferecer em sacrificio sobre vosso Altar, bois, carneiros, cordeiros e tudo que fôr preciso para render hommenagem ao Gr.". Arch.", do Universa, e implorar sua
— 124 -
protecção em meu favor e em favor do meu povo. Aproximai-vos, e vinde receber os sinaes particulares de amizade e estima que VOS merCCCStCS. »
O Gr.". Mest.". do Palacio o conduz ao pé
do Trono, aonde tendo-o feito pôr um joe lho em terra, o Sob.". Mest.". diz : SoB... MEST.". — « Eu vos armo d'esta es
pada, em sinal distinctivo de superioridade sobre vossos iguaes, e vos faço Cavalh... »
O Sob... Mest... dá-lhe então uma peque na pancada com a espada sobre cada hom
bro, e o osculo; põe-lhe depois o avental, e o cordão verde, que lh'o faz pender do
hombro esquerdo ao quadril direito, dizendo: SoB.". Mest.". — «Adoptei estas condeco rações á imitação dos Obreiros do vosso Templo. Posto que estes sinaes não séjão
acompanhados de mysterio algum, eu não os concedo comtudo por honra senão aos grandes da minha corte. Desde hoje vós
podeis gozar das mesmas vantagens. Eu vos ponho entre as mãos dos meus Gen.'., que
terão cuidado da vossa partida e da do vosso povo, e vos proporcionarão os meios de vos
conduzir ao lugar aonde deveis reedificar o Templo. Assim o ordeno. » O Gr.". Mest.". do Palacio conduz o Can
didato entre os Gen... O 1º Gen... toma o
*N
— 125 –
Candidato pela mão, e o conduz á torre, aonde o deixa em quanto os Cavalh... pás são em silencio á sala do Occidente, e mú dão de insignias. Sala do Occidente.
Desde que todos os II... estão em seus lugares, o Mest.". de Cer.'. vai buscar o Candidato á torre, e o conduz á entrada da ponte, despede-se d’elle, convidando-o a continuar seu caminho. Muitos Cavalh... teem o cuidado de acom
panhar o Candidato para fazer numero. Os Cavalh... que fizérão as funções de Guardas deixão seus chuços, e armados de
espadas, vão para a ponte disputar a passa gem ao Candidato, e figurar um combate. O Candidato, defende se, mas durante o com bate perde o cordão e o avantal; com tudo
conservando sempre sua espada, chega, de pois de ter passado a ponte á porta da sala do Occidente, aonde elle bate por tres, cin co, sete nove.
O 2° Vig... dá sete pancadas com o pu nho da sua espada, que são repetidas pelo 1° Vig..., annuncia que batem como Eleito Sublime; e o M.". III.". Mest.". diz :
M.'. Il.'. Mest.". — « Ill.'. 1º Vig...,
mandai ver quem bate. » 11"
— 426 —
O 1º Vig.…. diz o mesmo ao 2º, que o repete ao I.'. 1º Exp.e., o qual, abrindo apenas a porta, pergunta quem bate, e o Candidato responde : CAND.". — «Peço o favor de ver meus
II..., esses restos infelizes escapados ao cap tiveiro, a fim de lhes dar a noticia do meu livramento. »
O I.'. 1º Exp... di-lo ao 2° Vig..., que o diz ao 1º, e este ao M.'. Ill.'. Mest.'., n’es teS teI'm OS ;
1º VIG.". — « É um de nossos II... cap tivos, que traz a noticia de seu livramento.» O M.'. Ill.". Mest.". diz:
M.'. ILL.'. Mest.". —º Meus II..., a nova,
que o captivo traz, parece ser bem fundada: as dez semanas d'annos estão passadas; o dia da redificação chegou; não desprezemos um tão precioso agouro. »
-
«Ill.'. 1º Vig..., perguntai-lhe seu nome, de quepaizelle é, sua idade, e que nova traz.» O 1º Vig...", di-lo ao 2º, e este ao I.'. 1º
Exp.e., que, abrindo apenas a porta, per gunta ao Candidato: P.—« Qual é vosso nome ? » R.—« Zorobabel. »
P. — « De que paiz sois? »
R.—«Do paiz além do rio, ao Occidente da Assyria. »
— 127 —
P.—«Qne idade tendes?» R.—( Dez semanas d'annos. » P.—« Que noticia trazeis ?»
R.—«A liberdade e a permissão de re construir o templo. O I.'. 1º Exp, '. dá de tudo isto conta ao
2° Vig..., que o diz ao 1", e este ao M.'. Ill. ". Mest.º., n’estes termos:
•
1° Vig.….—º Zorobabel, do paiz alem do rio, ao Occidente da Assyria, de idade de dez semanas d'annos, traz a noticia da li berdade, e a permissão de reconstruir o Templo. » O M.'. Ill.". Mest.", diz:
M.'. ILL. MEST... — « Sim, meus II..., o captiveiro cessa, e nosso somno acaba. » « O captivo é o principe da tribu que
deve elevar nosso Templo; que elle seja adt, ittido entre nós, e reconhecido para
guiar e sustentar nossos trabalhos. » Abrem-se as portas; o Candidato é con duzido pelo Mest.'. de Cer... entre os Vig...; os II... que acompanhárão o Candidato
tornão a tomar seus lugares, e o 1º Vig...". diz:
1º VIG.". — « Eis-aqui Zorobabel, que
deseja ser admittido no seio da fraternidade.» O M.'. Ill.". Mest.", diz:
M.'. ILL... MEST... —º Zorobabel, fazei
– 128 –
nos a narração interessante do vosso livra ImentO. ))
O Candidato responde:
CAND.".—«Cyro tendo-me dado a licença de apparecer aos pés do Trono, foi tocado das nossas miserias; concedeu-nos a liber
dade e a permissão de reedificar o Templo; ordenou que me fossem entregues todas as riquezas, e armou-me d’esta espada para soccorrer e defender meus II. "., honrando me com o titulo de Cavalheiro. Eu parti escoltado segundo a ordem de que elle me tinha honrado; com tudo fui atacado por
inimigos que sahírão ao meu encontro, na passagem do rio; triunfei d’elles, mas, apezar da victoria, perdi os sinaes distinc tivos que o vosso libertador me tinha dado.» O M.'. Ill.". Mest... diz:
M.". JLL.'. MEST.". — «A perda que sof frestes, meu I.'., vos annuncia a abnegação da grandeza e da pompa mundana. Vossos
principios, fundados sobre a igualdade, não podião ser conhecidos do principe vosso libertador; assim fôrão só os sinaes profa nos d'aquelle principe que vós perdestes. Mas antes que eu vos communique os se gredos que teem sido conservados no resto
de nossos II..., nós exigimos cauções vos S3S, ))
– 129 —
O M.'. Ill.". Mest... lhe faz as perguntas seguintes, a que pode ajuntar as que julgar a proposito:
P.—« Que gráo tendes?» R. — « O de Gr.". Eleito Escossez, ou Eleito Sublime. »
P. — « Dai-me o sinal d'esse gráo. » R.—« O Candidato o dá.
P.—« Dai a palavra, e o toque ao I.". 1º Vig...» R.—« Dá-os igualmente. »
Depois das perguntas os M.'. Ill.". Mest.". diz:
M.". ILL... Mest.". — «Penso que Zoro
babel é digno de ser admittido entre nós; consentis-vos n’isso ? »
Os II... dão sinal d’approvação, levam tando a mão e estendendo o braço pela al tura do hombro; e o M.'. Ill. ". Mest.". diz: M.". ILL.'. Mest.". — «I.". M.'. de Cer.".
fazei aproximar o Candidato por tres pas sos de Mest..., a fim de prestar o juramento
que nós exigimos. » O Mest.". de Cer... conduz o Candidato
ao pé do Trono. JURA MENTO.
« Tudo o que o homem dotado dos seus » cinco sentidos promette, sem ser provo
— 130 —
º cado por nenhuma força ou poder, temor » ou violencia humana, deve ser uma obri
» gação eterna, a que ninguem pode sub » trahir-se sem ser um homem sem honra:
* assim eu juro e prometto nunca revelar » os segredos dos Cavalheiros a nenhum
» profano, nem a nenhum I.'. de gráo in » » » »
ferior, sem ser a isso autorisado. Consinto em ser considerado como um falso I."., e um desprezivel, se algum dia obrar em contravenção ao juramento, que acabo
» de prestar de minha livre vontade; o » Gr.". Arch... me ajude.» O M.'. Ill. ". Mest.". levanta o Candidato, e diz:
M.". ILL. ". MEST.".— «Meu I.…., a des truição do Templo sujeitou os MM... a des graças tão rigorosas, que tememos que seu captiveiro e infortunios tênhão contribuido a corrompe los e relaxa-los de seus deveres; eis porque, esperando o instante promettido
para a reedificação, retirados em lugares, occultos e particulares, aonde conservamos
fielmente alguns restos do antigo Templo, nós não introduzimos n’elles senão aquelles que se fazem conhecer, tanto por seus si naes, como por seus costumes, por verda
deiros e legitimos MM..., a quem então nós communicamos os mysterios da nossa reu
- 131 -
nião, mas nós exigimos que em paga elles trágão comsigo algumas das peças espalha das do antigo Templo. A liberdade que vós obtivestes para nós, e os esforços que fizes tes por vos reunir a nós próvão demasia damente em vosso favor, para que nós vos
occultemos alguma couza. Vêde pois o estado a que estamos reduzidos, e os trabalhos que temos a fazer para reparar nosso esplendor
perdido. I.”. Mest.". de Cer.'., fazei com que o Candidato faça tres passos de Mest.". para traz, para lhe exprimir o transtorno dos nossos trabalhos. »
Os tres passos conduzem o Candidato en tre os Vig..., aonde elle deve descobrir um montão de ruinas.
Collocado o Candidato entre os Vig..., o M.'. Ill.". Mest.". diz:
M.". ILL... Mest.".— «Tal é a desolação em que vós vêdes cahida a obra do maior dos MM.'., os muros arruinados, o Altar abatido, os ornamentos devastados, e o te mor e a desconfiança entre os Obreiros. Mas em fim os tempos estão mudados, nossas esperanças renascem, nossos ferros estão
quebrados, nossas perdas vão ser repara das, nosso luto vai acabar, e nós vamos retomar nossos trabalhos.
» I,", Mestº, de Cer.", accompanhai o
– 132 —
Candidato a fazer a volta dos trabalhos in teriores e exteriores. »
Em quanto o Candidato faz a volta dos trabalhos exteriores, accendem-se os gru pos de luzes, muda-se a tapeçaria vermelha
em tapeçaria verde, deixando os festões de carmezim; tira-se a cortina para que se veja o Altar do fundo, e a Gloria em todo o seu esplendor: todos os Cavalh... estão em pé com a espada em uma mão, e a trolha na outra.
O M.'. Ill.". Mest.". colloca-se atrás do Altar do fundo.
Segunda entrada. O Mest.". de Cer.". dá como Cavalh.º.
sete pancadas com o pé no chão, por cinco e duas.
•
Os Vig... dão, cada um, uma pancada, que é repetida pelo M.'. Ill... Mest.". O 2° Vig... diz ao 1º, e este ao M.'. Ill.", Mest.".
1º VIG.". — « Batem á porta como Ca valh.". do Oriente.» O M.'. Ill.". Mest.". diz:
M.". ILL.". Mest.". — - Mandai ver quem é. »
O 1° Vig..., depois de se ter informado, segundo o uso, diz:
– 133 –
1º VIG.". — «E Zorobabel, que deseja Gntra T. ))
•
O M.'. Ill.". Mest.". diz : : M.'. ILL.'. MEST.". — «A entrada lhe
seja dada. » Abrem-se as portas, o Candidato é intro duzido entre os Vig..., e o M.'. Ill... Mest.". diz :
M.". ILL... Mesr.". — «Meus II..., a
reedificação do Templo é agora nosso prin cipal cuidado : Zorobabel, uma tão grande obra vos estava reservada : as obrigações
que, ha pouco, contrahistes com nosco nos assegúrão a sua execução.
-
« Nós precisamos d'um chefe que nos guie em nossos trabalhos, e seja ao mesmo tempo nosso defensor; a espada de que vós estais armado, e que vós soubestes conservar nos assegura o successo de nossos trabalhos. Vinde agora receber os attributos do vosso novo estado, e o conhecimento de nossos mysterios. » O Mest.". de Cer... conduz o Candidato
ao pé do Altar pelos passos do gráo. O M.'. Il.'. Mest... desce do seu lugar, e
posto diante do Candidato, que deve pôr um joelho em terra lhe entrega a trolha di zendo : M.". ILL.", MEST,", — « Vós fostes con III,
12
— 134 —
decorado com o titulo de Cavalh... do
Oriente, e eu vos condecoro com o titulo de Cavalh... Maçº". Esta trolha é o symbolo competente; vós trabalhareis d'aqui em diante com a espada em uma mão, e a tro lha na outra.»
O M.'. Ill... Mest.". cinge-o com a banda, dizendo :
M.'. ILL... MEST... — « Esta banda deve
accompanhar-vos em todas as LL... ; ella é o sinal da ordem de Cavaleria a que acabais de ser admittido. »
O M.'. Ill... Mest... põe-lhe o avental, dizendo : M.'. ILL.'. MEST.". — «Este avental vos
designa o nosso livramento, e nossos antigos trabalhos postos em vigor.»
O M.'. Ill.". Mest... dá-lhe a roseta verde, dizendo :
M.". ILL... MesT.". — « Para conservar
a memoria do nosso libertador, nós adopta mos esta roseta, que vós pendurareis ao cordão do vosso gráo precedente. » O M.'. Ill.". Mest... dá-lhe a joia, di zendo :
•
M.'. ILL.'. MEST... — « Esta joia, por sua addição de espadas em aspa, annuncia vos o triumpho da Maç... »
– 135 —
O M.'. Ill.". Mest... dá-lhe depois os si
naes, palavra, e o toque, dizendo : Ide agora, meu I..., fazer-vos reconhecer pelos II.". Vig... O Mest.". de Cer.". o conduz; e depois d'elle ter sido reconhecido o faz assentar-se
entre os dois Vig..., para ouvir o discurso e instrucção.
Depois do discurso, o M.'. Ill.". Mest.".
dirige a palavra ao candidato, e diz-lhe: M.". ILL.'. Mest.". — «Meu I..., nós va mos proceder á vossa proclamação, e collo
car-vos no lugar que vós ides ter entre vos sos iguaes. « Ill.'. II.". Vig..., annunciai a todos os nossos II.….. que elles teem a reconhecer d'a qui em diante o I.…..... como Membro do Conselho dos Cavalh... do Oriente do Cap.", de....., em sua terceira Ordem. » •
Feita a proclamação pelos Vig..., o M.'. Ill.". Mest.". diz :
M.'. ILL... MEST... — «Ill.'. II.". Vig "., e vós todos Cavalh..., consentis-vós em que Zorobabel presida aos nossos trabalhos? » Todos os Cavalhº, fazem com suas espa das o sinal de consentimento : o M.'. Ill. "..
Mest... faz o mesmo sinal, e diz: M.'. ILL.'. MEST.". — «Passai pois, I.".
- 136 —
Cavalh..., ao assento do Mest.". dos nossos trabalhos. »
O Mest... de Cer... conduz o Candidato
pelos passos de Cavalh...,o M.'. Il.'. Mest.". o toma pela mão, coloca-o sobre o Trono, e, retirado para o lado esquerdo, diz : M.'. ILL. ". Mest.". — «II.". Cavalh.'., eis o Mest.º., que presidirá aos nossos tra balhos. »
Todos os II.". saúdão com suas espadas, dizendo uma vez: Honra ao Cavalheiro!
O Candidato saúda com a sua espada, e diz uma vez: Honra aos Cavalheiros !
Terminados os trabalhos, o M.'. Ill.". Mest.". fica ao pé do novo Mest.º., e faz o encerramento dos trabalhos.
Instrucção. P.—« Sois-vós Cavalh... ? » R.—« D’elle recebi o caracter. » P.—« Fazei-vos conhecer melhor. »
R.—«Começaí, e acabarei. » P.—( Judá. »
R.—« Benjamin. »
P.—º Como chegastes-vós a este gráo ? » R.—«Pela humildade e a paciencia.» P. — «A quem vos dirigistes? »
R.—º A'quelle de quem dependia o nosso livramento. »
— 137 —
P.—«Concedeu-vos elle o que lhe pe distes?
•
R.—« Depois de me ter experimentado, restituio-me a liberdade, e a todos os meus II.º., e honrou-me com o o titulo de Cavalh.".
do Oriente.» P. — « Que fizestes-vós depois de ter ob º tido vossa liberdade? »
.R.—« Fui á minha patria para me unir ao resto dos meus II.". » P. — «A onde vos recebêrão elles? » R.—« Em um Conselho reunido sobre as
ruinas do Templo. » P.—« Como estava allumiado o Conse lho? »
R.—« Por dez grupos de sete luzes. »
P. — «Que significa esse numero de lu zes? »
R.—« O tempo do captiveiro. » P. — « Qual era vossa tarefa? »
R.—«Trabalhar em reedificar o Templo do Gr.". Arch.". »
P. — «Como tendes n'elle trabalhado? »
R. — « Com a espada em uma mão, e a trolha na outra. »
P. — «Sobre que plano foi o templo re construido ? »
P. —º Sobre o plano do Templo des truido. »
•
12"
— 138 —
P. — « A onde se tomárão os materiaes? »
R.—« As pedras fôrão tiradas das pedrei ras de Tyro, e as madeiras das florestas do Libano, porque era necessario que o Templo fosse em tudo semelhante ao pri meiro. »
•
P.-«Qual deve ser a applicação do que acabais de dizer? »
R.—« Que a Maç.'. deve ser uma, e não pode soffrer mudança sem alteração.» P.—« Que fórma tinhão as cadêas dos
captivos? » R. — «A fórma triangular, º P.—« Porque motivo? »
R. — «Porque os vencedores sabendo que º os captivos tínhão o Delta em grande vene ração, dérão-lhes cadêas com a sua fórma para mais os mortificar.» P.—«Que significão as palavras de reco nhecimento? »
R.—«O nome da classe dos que trabá lhão na reedificação. » P.—«Porque adoptamos nós a cor ver demar? »
R.—« Em memoria do acontecimento,
por gratidão, ou na esperança do restabelei cimento. »
P. — «Em que estado achastes vós os
— 139 —
MM.'., quando chegastes ás ruinas do Temº plo? » R.—«Em luto, e abatimento, estado de todas as LL... entregues á confusão e á de sordem. »
P.— « Que significão as columnas lança das por terra, os instrumentos e os moveis espalhados? » R.—«Que toda a L.", composta de II.".
indiscretos e viciosos perde a harmonia, que deve ser o seu principal ornamento, e não pode tardar em ser destruida. » P.—« Que significão os obstaculos, que
vós encontrastes na passagem da ponte ? » R.—« O desejo ardente que todo o bom Maç. .. deve ter de se instruir, e as difficul
dades que elle deve esforçar-se em vencer, para chegar á descorbeta da verdade.» P. — « Que significa a resistencia, que os novos constructores fizérão contra seus ini
migos, durante o tempo da reedificação? «
R.—«Os cuidados com que todo Maç.". deve oppôr-se á introducção dos vicios e dos abusos. »
P.—« Que arte professais vós? » R.—«A Maçonnaria. » P.—« Que edificios edificais? » R.—« Templos e tabernaculos. » P.—« A onde os construís vós? »
– 140 —
R. — «Por falta de terreno nós os cons truímos no coração. »
P.—º Que idade tendes? » R.—« Dez semanas d'annos. » Encerramento º
P.—º I.'. 1º Vig..., que sois vós?» R. — « Maç.…. livre, e Cavalh...» P.—º Como trabalhais-vós? »
R. — « Com a espada em uma mão, e a trolha na outra, º
P.—« D’onde vindes?» R—º Do Oriente. »
P. — «Que trazeis. » R.—«A liberdade de trabalhar.»
P. — «Qual é vosso trabalho?» R. — «Restabelecer o Templo do Gr.". Arch.". »
P.—«Que idade tendes? » R.—0 Dez semanas d'annos. »
P.—« Em que tempo estamos-nós?» R.—« No instante da reedificação. » O M.'. Ill.". Mest.". diz :
M.'. ILL.'. MEST. . — «Pois que o tempo
chegou; pois que estamos seguros da liber dade de trabalhar, e que nada mais nos
resta do que executar o que deliberamos , annunciai, Ill. ". II, ‘. 1º e 2° Vig. "., que o
Conselho dos Cavalh... vai fechar-se, e os
— 141 —
trabalhos do Cap.". de..... em sua terceira Ordem. »
Os Vig... fazem o annuncio, e depois o M.'. Ill.". Mest.". diz:
M.'. ILL.'. MEST.". — «A mim, meus II.". »
Todos os Cavalh..., guiados pelo M.'. Ill.". Mest.º., fazem o sinal, e applaudem por cinco e dois, dizendo uma vez: Honra aos Cavalheiros !
O M.'. Ill. ". Mest.". dá sete pancadas com o punho da sua espada, por cinco e
duas. Os Vig... repetam a bateria, e o M.'. Ill. ". Mest.". diz :
M.'. ILL. “. Mest.". — « O Conselho está
fechado, e os trabalhos do Cap.…. de... em sua terceira Ordem. »
Os Vig...". repetem o annuncio. O M.'. Il.'. Mest.". dá uma pancada com o punho da sua espada, e cada I.", se retira em paz.
— 142 — I I Iº
O R D E M.
GRÁo DE CAVALHEIRO DO ORIENTE,
ORA NORs
Discurso historico.
O Templo de Salomão e a gloria do povo, que o possuia, não podérão resistir ao furor de seus inimigos. As dez tribus que compu nhão o reino de Israel tinhão sido vencidas, e apenas restávão as de Judá, e Benjamin que ainda se defendêrão por algum tempo; mas por fim, Nabuchodonosor emprehendeu o cerco de Jerusalem, no decimo oitavo anno
do seu reinado, e undecimo do de Sedecias,
vigesimo primeiro rei da raça de David. A cidade santa foi atacada e defendida
com um valor incrivel; o cerco foi longo tempo obstinado e cruel; até que finalmente os habitantes debilitados pela fome e fadiga, as fortificações demalidas, apezar da vigi
— 143 —
lancia, actividade e zelo MM... a praça foi tomada de assalto depois de oito mezes de cerco
O inimigo dirigio-se ao Templo, aonde as principaes personagens da cidade se ti
nhão refugiado com suas riquezas, bem co mo Sedecias e toda a sua familia. Os MM, “.. tentárão ainda uma nova de
feza; mas forçados a ceder á superioridade do numero, rendêrão-se á discrição.
Nabuchodonosor sabendo desta noticia, mandou ao seu general Nabuzardan a or dem de destruir completamente o Templo, depois de ter tirado todos os thesouros, que
n'elle tinhão depositados; mandou além d’isso a ordem de reduzir o palacio a cinzas, de destruir inteiramente a cidade, e de con duzir o rei e o povo captivos a Babylonia (606 annos antes de J.".-C.".) Nabuzardan fez sua entrada triunfante em
Babylonia, levando atràs de si todos os cap tivos carregados de cadêas, sem exceptuar Sedecias, que faleceu tres annos depois. Os anneis d'aquellas cadêas érão de for matriangular, porque o vencedor, sabendo o grande respeito que os vencidos tributavão ao Delta, ordenou que, por escarneo e zom baria, se desse ás cadêas essa mesma fórma.
Qual fosse a dor dos Maçons vendo des
— 144 —
truir em um instante um edificio chefe d'obra da mão dos homens, e dirigido pela do Grande Archiecto, bem o móstrão suas
lagrimas, que não cessárão de correr senão no momento do grande dia de sua liberdade, quando lhes foi permittido reedificar o Tem plo sobre o mesmo plano do antigo. Este beneficio, depois de dez semanas d'annos de captiveiro, lhes foi concedido por Cyro, princepe tão famoso por sua hu manidade, como por suas victorias. Este
conquistador, senhor de todo o Oriente, teve uma visão, por occasião da qual lhe parecia
ter ouvido uma voz celeste, que lhe man dava restituir a liberdade aos captivos. Da
niel, que tinha chegado a ser um dos gran des do imperio, lhe explicou o verdadeiro sentido da visão.
Zorobabel, oriundo do sangue dos prin
cepes de Judá, tendo conseguido a entrada do conselho de Cyro, implorou o livramento
da sua nação, e a licença de reedificar o Templo sobre o plano do antigo. O rei lhe deferio com bondade, restituio lhe todos os thesouros, que seus predeces sores tinhão tomado, honrou Zorobabel com o titulo de Cavalheiro da sua Ordem, e or
denou que se lhe fornecessem, assim como
— 145 —
á seus compatriotas, cessarios.
#
OS SOCOTTOS I1O
-
Zorobabel recebeu de Thesoureiro Mor
as riquezas do Templo, e fixou sua partida para o dia que corresponde ao dia vinte e
dous de Março; chegou sem obstaculo ás margens do rio que separa a Assyria da Ju dêa; fez lançar uma ponte, para que o povo que o seguia, podesse passar; mas os povos d'além do rio, animados d'um sentimento de ciume, ligando-se para lhe disputar a entrada, o atacárão e a sua tropa na passa gem da ponte. Este principe depois d'um renhido e san
guinolento combate tornou a passagem li vre; mas, perdendo na luta os sinaes d'honra que Cyro lhe tinha dado, armado comtudo
da espada, que só podia perder com a vida, e ajudado pelos corajosos Maçons, que o
seguião, chegou a pôr em completa derrota os inimigos que, por sua fugida, deixárão Zorobabel e seus companheiros livres de
seguirem seu caminho para Jerusalem. Depois da destruição d'esta cidade, mui tos dos compatriotas dos captivos, que tí nhão podido escapar aos furores da guerra, andárão errantes desprezados e miseraveis; entre os quaes se achávão alguns Grandes
Eleitos, que se reunião em segredo para III»
43
– 146 —
gemer sobre a desgraça de seus II.", e pra ticar as ceremonias de sua Ordem. Estes zelosos Maçons procurárão entre os
entulhos, a entrada da abobada sagrada, que não tinha podido ser descoberta por occazião da demolição do Templo. Desco
brindo elles a entrada, chegárão ao pedestal da sciencia, e achárão a lamina d'oiro de baixo da pedra cubica. Resolvidos a sub trahi-la aos perigos, a que ella tinha sido exposta, quebrárão a laminatriangular, der retêrão-na, pozérão em pedaços a pedra d'agatha, e transmittirão os mysterios, que ella encerrava, por meio da tradição só mente; e animados da consoladora espe
rança de ver um dia seus trabalhos renova rem-se, oontinuárão a eleger um chefe, que presidisse ás suas assembêas. Ananias, que então os dirigia, recebeu Zorobabel no seio da fraternidade, sobre as ruinas do Templo; declarou-o chefe da na
ção, e immediatamente conviérão sobre os meios de reedificar o Templo. Mas logo que os trabalhos fórão começados, se virão in quietados pelos seus inimigos; circunstan cia que obrigou Zorobabel a manter-se na
defensiva; em consequencia do que tomou o partido de não fazer trabalhar senão com
as armas na mão, de fórma que os obreiros
--- 1á7 —
tinhão sempre em uma mão a espada, e na outra a trolha.
Reconstruido o Templo, a Ordem dos Architectos teve um novo brilho; mas este tempo de gloria e de paz foi de curta du
ração. Os Romanos fôrão atacar a Judêa, tomárão e arrasárão Jerusalem, queimárão o Templo, e aniquilárão a nação. Teve lugar este acontecimento setenta annos antes de J.".-C.".
Depois d'esta catastrophe, alguns Archi tectos ficárão quasi sobre os mesmos luga res, e ahi conservárão, no seio d'um limi
tado numero, e debaixo do mais austero
segredo, as tradições antigas; e tomando ainda mais precauções que d'antes, elles não admittirão a seus conhecimentos senão pes soas de que por escrupulosas experiencias estivessem bem seguros. Umas vezes sob a dominação dos Romanos, outras sob a dos
Sarracenos, eles esperávão a feliz revolução, que os poria em posse dos dominios de seus
pais, e lhes ministraria, os meios de reedi ficar o Templo uma terceira vez.
Outros Architectos, vista a dispersão, ti nhão sido constrangidos a fugir para os de sertos: mas depois d'algum tempo elles tor
nárão a apparecer sobre os restos do antigo Templo; e ahi, reunidos debaixo do estam
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darte da caridade fraternal e do amor da
humanidade, fundárão no mesmo lugar, em que o Templo tinha sido destruido, um hospicio em favor dos peregrinos, que ião visitar os restos de Jerusalem : e assim for
márão ao principio uma ordem religiosa, sujeitos a votos de restricta observancia, obrigados ao celibato, e dedicados a soccor rer as pobres, tanto por esmolas, como pelo producto das terras, que os novos senhores da Judêa lhes permittirão arrotear; mas constituidos depois em milicia religiosa, sua espada lhes deu o direito sobre essas mes
mas possessões que lhes tínhão sido dadas d’uma maneira tão precaria. Tanto em uns como em outros d’estes
Architectos cresceu a esperança, quando um certo Pedro Hermita, fanatico obscuro, mas
emprehendedor, excitou essa guerra tão fu nesta, conhecida debaixo do nome das Cru zadas.
A esta noticia que as azas da fama não tardárão muito em levar ás extremidades da
terra, antigos militares, retirados pela maior parte nos desertos da Thebaida, deixárão sua solidão; e zelosos de achar a occazião
de se assignalarem, cuidárão de logo reunir os seus socios, que tinhão ficado em Jeru
salem, e que fôrão achados unidos aos Ar
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chitectos, tendo todos por fim, posto que debaixo de diferentes vistas, a reedificação do Templo.
Pondo de parte todo o prejuizo, elles adoptárão os mesmos usos, e encobrirão de baixo das mesmas apparencias d’uma ar chitectura especulativa, um glorioso projecto; e resolvidos a irem militar debaixo das ban
deiras dos cruzados, conviérão não se sub metter senão a chefes da sua propria escolha. Os Irmãos militares, como os mais expe rimentados, fôrão desde logo escolhidos: concertárão um formulario fixo, cujos sym
bolos e alegorias, tiradas da construcção do Templo, os conduzissem sempre ao verda deiro fim, e servissem ao mesmo tempo a
apartar de si a multidão pela difficuldade das apparencias, e assegurarem-se das pes soas por sua constancia, e sua submissão. No meio d'um exercito composto de tan tos milhares de individuos differentes, ro
deados de inimigos, elles érão timidos e prudentes; e para evitar toda a surpreza, adoptárão palavras, sinaes e toques para se reconhecerem mesmo a grandes distancias, e preservar seus segredos dos acommetti
mentos da curiosidade, da traição e da pu blicidade: tomárão de mais a mais o titulo
de Maçons, e apressando-se em se reunir aos 43°
— 150 -
cruzados, fôrão por elles acolhidos, e bem de pressa se distinguirão.
Os Architectos, que tinhão elevado o hos picio sobre as ruíuas do antigo Templo, não ficárão da sua parte ociosos: deixárão um pequeno numero d'entre os seus occu
pados nas funcções da hospitalidade, pegá rão em armas, e sob a direcção d'um chefe fôrão reunir-se tambem aos cruzados. Depois d'uma guerra tão funesta a tantos homens corajosos, elles crescêrão successi vamente e engrandecêrão-se ; mas tendo chegado ao cumulo das riquezas e das gran dezas, elles forão ainda d’ellas despojados, e, para assim dizer, aniquilados. Durante o intervallo facil é de accreditar que a Ordem
se augmentou, introduzindo no seu seio pes soas de todos os paizes. Depois dos primeiros successos e da par
tida do exercito, oitenta e um Architectos passárão á Suecia, munidos de recommen
dações para o prelado de Upsal, que elles iniciárão nos seus segredos para o induzi
rem a reanimar o fervor dos principes con federados.
Com efeito a empreza foi repetida, mas o resultado não respondendo ás esperanças que tinhão concebido, os mesmos Archi tectos deputárão de novo oitenta e um d'en
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tre si a Upsal, encarregados de entregar ao Prelado o deposito de seus conhecimentos, encerrado em um cofre.
O Prelado o recebeu, fechou-o em um tumulo de marmore, sellado com quatro sellos, e fez abrir secretamente uma cova
no fundo do subterraneo da torre das qua tro corôas, e, com ajuda dos deputados, metteu n’ella os preciosos archivos, que em um tempo posterior fôrão d’ella retirados. Consummada esta operação com o maior successo, nossos Irmãos voltárão a Jerusa
lem, mas a conquista do Sultão do Egypto, tendo-lhes feito perder toda a esperança de reedificarem o Templo, resolvêrão abando
nar sua patria desolada, e irem longe for mar estabelecimentos novos.
Não tendo ainda, meu I..., a possibili dade de reedificar o antigo Templo com ma teriaes terrestres, seja elle collocado em vosso coração com materiaes mysticos, ao menos possa o Grande Architecto animar vosso zelo, sustentar vossas esperanças, e
assegurar o seu successo !
BANQUETE DOS ELEITOS SECRETOS, Os Cavalheiros do Oriente trabalhão com
— 152 —
uma mão, e combatem com a outra, e por isso devem ter sempre a espada na mão. Commando ou vozes para as saúdes. A's armas, Cavalheiros! Todos os Cavalheiros se levántão. Bandeira á roda da cintura!
Mão direita á espada !
Espada ao alto! Saudação d’espada, em tres tempos! Mão esquerda ao canhão! Canhão ao alto !
Despejemos o canhão em tres tempos! Em frente o canhão !
Exercicio de espada ! Larguemos a espada e o canhão! Ha loges, em que depois d’este movi mento, os II.…. se entrelação com a mão
esquerda, como no toque; dizendo um: Eu sou da tribu de Juda; e o outro: Eu sou da
de Benjamin ; e batem depois com o pé no chão uma vez.
Depois de se ter largado a espada e o ca nhão executa-se a bateria.
A acclamação é: Gloria a Deus e ao So berano,
– 153 —
I I Iº
O R DE M.
J
GRAO DE CAVALHEIRO DO ORIENTE.
PRIMEIRO VIGITAIN "Es
ABERTURA. •=•
Sala do Oriente.
Estando todos os Cavalheiros em seus lu
gares, á excepção do que preside, e que não entra senão depois de ter sido annunciado, dando com o pé uma pancada no chão ao
pé da porta o primeiro General diz: 1º GEN.".— « Cavalh..., o Sob.". Mest.". nos reune para deliberar-mos em Conselho: sejamos attentos ao que nos vai dizer e propôr. Ei-lo que chega.» O Sob.". Mest.º., já então no seu lugar,
— 154 —
dá uma pancada, e saúda todos os Cav."., que guiados pelos Gen.'., correspondem pondo a mão direita sobre o coração, e fa zendo uma venia. Depois o Sob.". Mest.". diz:
P.—« 1º Gen..., qual é o primeiro de ver d'um verdadeiro Cav.". ? »
R.—«Sob.". Mest.'., o de prover na se gurança do Conselho, e em que n'elle não
póssão entrar senão Cavalh...» SoB.". MEST.". —(o 1° e 2° Gen.'., fazei a inspecção. » Os Gen.…. vão examinar as portas da torre, e veem se os guardas exercem suas
funcções. De volta aos seus lugares, os 2° Gen.'. diz ao 1º, e este ao Sob.". Mest.". : 1º GEN.".—«Os guardas rodêão o palacio,
o Conselho está em segurança. » P.—«Basta isso ? »
R.- E preciso ver mais se todos os
que estão aqui são dignos de assistir ao Conselho, º
SoB.". Mest.". —« Vêde-o, 1° e 2° Gen.'.»
Tendo elles examinado se os que estão presentes são Cav..., o 2° Gen... dá conta disso ao 1º, que diz: 1º GEN, . — «Sob.". Mest."., todos os
membros aqui presentes são bons Cavalhei TOS, ))
+
– 155 –
P.—« Em que tempo estamos-nós? » R. — «Na revolução das dez semanas d'annos do captiveiro. » Son.'. Mesr.". — « 1° e 2° Gen. "., pois
que assim é, annunciai que o Conselho vai abrir-se. » O 1º Gen. ", diz:
1º GEN.….— « 2º Gen.'., Cav.'., o Sob.". Mest... vos previne que o Conselho vai abrir-se.» O Sob.". Mest... dá sete pancadas com o punho da sua espada, por cinco e dous. Os Gen... repetem a bateria; e o Sob.". Mest.". diz:
SoB.". Mest.". — «A mim, Cavalh... »
Todos os II.…., guiados pelo Sob.". Mest.º., applaudem, e dizem uma vez todos ao mes mo tempo: Honra aos Cavalheiros ! » O Sob. “. Mest.". diz:
SoB.". MEST.". — «O Conselho está aber
to, etc. terceira Ordem.» O 1º Gen.'. diz:
1º GEN... — «2º Gen.'., Cav.'., o Con selho está aberto, e os trabalhos do Capi
tulo de...., em sua terceira Ordem.» O 2º Gen... repete o annuncio, depois do que o Sob... Mest... dá uma pancada, e diz: SoB.". MesT.". — «A vossos lugares, Ca valh.". »
— 156 —
Os Gen.'. repetem o annuncio.
O Sob. Mest...; depois de ter dito: Acabo o captiveiro, abaixa a ponta da sua espada,
e levanta-a com rapidez, para significar li berdade.
Os dois Gen..., dirigindo os Cav..., apre
sêntão a ponta de suas espadas, inclinão-na para a terra, em sinal de aprovação, e a le vántão com rapidez.
Os Cav..., guiados pelo Sob.". Mest.º., tá mão seus lugares. Recepção.
Um dos guardas da torre diz ao 2º Gen...: «Um homem em luto, etc.... Conselho.» O 2º Gen.'. diz ao 1º, e este ao Sob... Mest.".
1º GEN.….—º Um homem vestido de luto
quer penetrar no Conselho. » SoB.". MesT.". —- « Informai-vos, etc.... Uma COnta exacta. »
1º GEN... (ao 2º) — « Informai-vos de
quem é elle: temai as maiores precauções, e dai me de tudo uma conta exacta. »
2º Gen. . (ao 1º) — «Zorobabel captivo, o primeiro d'entre os seus iguaes, pede apresentar-se aos pés do Trono: elle vem solicitar da clemencia do Sob.". Mest.", a
— 187 —
liberdade para seus compatriotas, e a de reedificar o Templo do Gr.". Arch.".»
O 1º Gen.. repete o annuncio ao Sob.". Mest.".
SoB.". Mest.".—« Poisque justos motivos etc..... seja concedida. » 1º GEN.….—º 2º Gen..., Cav..., o Sob.".
Mest... permette que o captivo appareça com a face descoberta. »
O 2º Gen.'. repete o annuncio. SoB.". MesT.".—º Zorobabel, etc.". seja
posto em liberdade. » Os Cav.'., guiados pelos Gen.'., dão com
a espada o sinal de approvação. O Candi dato armado, é conduzido pelo Mest.". de Cer... entre os Gen...; o 1º Gen... toma-o
pela mão, e o leva á torre, aonde o deixa em quanto os Cav... passão em silencio á
sala do occ.. e múdão de insignias. Sala do Occidente.
O Candidato bate á porta por tres, cinco, sete, e nove pancadas.
2º VIG.". (ao 1º)—« Batem á porta como Eleito Sublime. »
O 1º Vig...". repete o annuncio, e dá sete
pancadas com o punho da sua espada. O 2° Vig...", repete as sete pancadas. III,
14
- 458 -
O Muito illustre Mest.". repete tambem as sete pancadas.
Muito ILL.". Mest.". — « Ill.'. 1º Vig...". » mandai ver quem bate. »
1º Vig... (ao 2º) — « Ill.'. 2º Vig….; mandai ver quem bate.» o 2° Vig... tendo feito ver quem bate, dá d’isso conta ao 1º Vig. "., que diz: 1º VIG.". —(Muito Ill.". Mest.º., é um de
nossos II ". captivos, que traz a noticia do seu livramento. » O Muito Ill.". Mest.". diz :
MUITo ILL.'.MEst.". — «Meus II. "., a mo ticia que o, etc..... precioso agouro.
«Perguntai-lhe seu nome, etc....... ele
traZ, o
•
O 1º Vig... o diz ao I.'. 2º Vig... que depois de se ter informado; o participa ao 1º Vig..., o qual diz ao Muito Ill... Mest...:
1º Vig.….—«Zorobabel, do paiz além do rio, ao Occidente da Assyria, de idade de dez semanas d'annos, traz a noticia da li berdade, e a permissão de reedificar o Templo. » O Candidato introduzido e estando entre
os Vig...". : 1º VIG.….—º Eis Zorobabel que deseja ser admittido ao seio da fraternidade. »
– 459 —
Depois das perguntas do uso, o Muito Ill.". Mest.". diz :
M.". ILL.'. Mest.". — «Penso que Zoroba
bel é digno de ser admittido entre nós; con sentis-vós n’isso? »
Os Cav..., guiados pelos Vig..., fazem o sinal d’approvação, levantando a mão, e estendendo o braço pela altura do hombro. Segunda entrada. O Mest.". de Cer.'. dá com o pé, como Ca valheiro, sete pancadas no chão, por cinco
e duas; e o 2º Vig... faz o annuncio segun do o uso : e então o Muito Ill.". Mest.". diz:
MUITO ILL.'. Mest.".—« Mandai ver quem bate, meu I.". »
O 1º Vig..."., depois de se ter informado, diz:
4º Vie.". — « Muito Ill.". Mest.º., é Zoro babel que deseja entrar. » Depois do discurso e instrucção,
o
Muito Ill.'. Mest... faz a proclamação, e o 1º Vig... a repete dizendo : 4º Vig... — « Ill.'. 2º Vig..., Cavalh.'., vós reconhecereis daqui em diante o I.…..., Membro do Conselho dos Cavalhº. do Orien
te do Cap.". de... em sua terceira Ordem. » O 2° Vig... repete o annuncio, e feita a
— 160 —
proclamação da maneira acostumada, o Muito Ill... Mest.". diz:
M.'. ILL.'. Mest.". — Ill.". II.". Vig...". » II.". Cavalh..., consentis-vós em que Zoro
babel presida aos nossos trabalhos? » Todos os Cavalh..., dirigidos pelos Vig. --, fazem com as espadas o sinal d’approvação. Instrucção.
P.—« Sois-vós Cavalh... ? » R. – « D’elle recebi o caracter. » P.—« Fazei-vos conhecer melhor. »
R.—« Começai, eu acabarei. » P.— « Judá. »
-
R.—« Benjamin. »
P.—«Como chegastes-vós a este gráo? » R.—« Pela humildade e a paciencia. »
P.—«A quem vos dirigistes? » R.— «Aquelle de quem dependia o nosso livramento. »
P. — «Concedeu-vos elle o que lhe pe distes? »
R.—« Depois de me ter experimentado, restituio-me a liberdade e a todos os meus
II. "., e honrou-me com o titulo de Cavalhº. do Oriente. »
P.—« Que fizestes-vós depois de ter ob tido vossa liberdade ? »
- 161 —
R.—« Fui á minha patria para me unir ao resto dos meus II... » P.—« A onde vos recebêrão elles?» R. — « Em um Conselho reunido sobre as
ruinas do Templo. » P.—« Como estava allumiado o Conse lho ? »
R.—« Por dez grupos de sete luzes. » P.—«Que significa esse numero de lu zes?» •
R.—« O tempo do captiveiro. » P.—«Qual era vossa tarefa? » R.—« Trabalhar em reedificar o Templo do Gr.". Arch.". »
P.—º Como tendes n'elle trabalhado? »
R.—«Com a espada em uma mão, e a trolha na outra. »
P.—º Sobre que plano foi o Templo re construido? »
R.—«Sobre o plano do Templo destruido. P.—(( Aonde se tomárão os materiaes? »
R.—« As pedras forão tiradas das pedrei ras de Tyro, e as madeiras das florestas do Libano, porque era necessario que o Tem
plo fosse em tudo semelhante ao primeiro.» P.—«Qual deve ser a applicação do que acabais de dizer? »
R. — « Que a Maç.…. deve ser uma, e não pode sofrer mudança sem alteração. » 44°
– 162 —
P.—» Que fórma tinhão as cadêas dos captivos? » R.—« A fórma triangular.» P.—«Porque motivo?»
R. — «Porque os vencedores sabendo que os captivos tinhão o Delta em grande vene ração, dérão-lhes cadêas com a sua fórma para mais os mortificar.
P.—« Que significão as palavras de re conhecimento?
R.—«O nome da classe dos que traba lhão na reedificação. » P. — «Porque adoptámos nós a cor ver demar ? »
R.—« Em memoria do accontecimento, por gratidão, e na esperança do restabele cimento. »
P.— « Em que estado achastes-vós os
MM...quando chegastes ás ruinas do Templo?» R. — «Em luto e abatimento, estado de
todas as LL... entregues á confusão e á de sordem.»
P.—« Que significão as columnas lança das por terra, os instrumentos e os moveis espalhados? »
R.—« Que toda a L.'. composta de II.".
indiscretos e viciosos perde a harmonia que deve fazer o seu principal ornamento, e não Póde tardar em ser destruida. »
– 163 -
P. — «Que significão os obstaculos que vós encontrastes na passagem da ponte?» R. — « O desejo ardente que todo o bom Maç. .. deve ter de se instruir, e as difficul dades que elle deve esforçar-se em vencer, para chegar á descoberta da verdade.» P.—«Que significa a resistencia que os novos constructores fizérão contra seus ini
migos, durante o tempo da reedificação? » R.—« Os cuidados com que todo o Maçº. deve oppôr-se á introdução dos vicios e dos abusos. »
P.—«Que arte professais-vós?»
R. — «A Maçonnaria. » P.—«Que edificios edificais? » R. —º Templos e tabernaculos. » P.—«Aonde os construis-vós ?
R. — «Por falta de terreno nós os cons
truimos no coração. » P.—« Que idade tendes? » R. — « Dez semanas d'annos. » Encerramento.
P.—«I.'. 1º Vig..., que sois vós? » R.—º Maç.…. livre e Cavalh... » P. — «Como trabalhais-vós?»
R.—«Com a espada em uma mão e a trolha na outra. »
P. – « D’onde vindes?»
– 164 —
R.—«Do Oriente. »
P. — «Que trazeis? » R.— «A liberdade de trabalhar. » P. — «Qual é vosso trabalho? »
R.—«Restabelecer o Templo do Gr.". Arch.". »
•
P.—«Que idade tendes? » R.—« Dez semanas d'annos. »
P.—«Em que tempo estamos nos? » R.—« No instante da reedificação. » O Muito Ill. ". Mest.". diz :
M.". ILL.". Mest.". — «Pois que o tempo é, etc..... terceira Ordem. »
O 1º Vig... diz:
1º VIG.". — « Ill.'. 2º Vig..., Cavalh..., o Conselho vai fechar-se, e os trabalhos do Cap.". de... em sua terceira Ordem. » O 2º Vig...". repete o annuncio. M.". ILL. ". MesT.". — «A mim, meus II.".»
Todos os Cavalh..., dirigidos pelo M.…. Ill. ". Mest.º., fazem o sinal, a applaudem por cinco e dous, aos Cavalheiros ! e dizem uma vez: Honra •
O M.'. Ill. ". Mest... dá com o punho da sua espada sete pancadas, por cinco e duas, que são repetidas pelos Vig..., e diz: M.". ILL.'. Mest.".—« Conselho está fe
chado, etc..... terceira Ordem. »
1º VIG.'.—« Ill.'. 2º Vig..., Cavalh..., o
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Conselho está fechado, e os trabalhos do Cap.…. de... em sua terceira Ordem.»
O 2° Vig... repete o annuncio; o M.'. Ill.". Mest... dá uma pancada; e cada, I.". se retira em paz.
– 166 —
III- O R D E M.
GRÁo DE CAVALHEIRO DO ORIENTE.
SEGUINTIDO VIGI a ANTE PEs
ABERTURA.
Sala do Oriente.
O Soberano Mestre estando já no seu lu
gar, dá uma pancada, e saúda todos os Ca valh..., que, guiados pelos Generaes, corres pondem pondo a mão direita sobre o coração, e fazendo uma venia. Depois o Sob.". Mest.". diz:
P.—« 1º Gen.'., qual é o primeiro dever d'um verdadeiro Cavalh... ? »
R.—« Sob.". Mest, "., o de prover na se
– 167 -
gurança do Conselho, e em que n'elle não póssão entrar senão Cavalh... » S.'.M.'.— « 1º e 2º Gen.'., fazei a ins pecção.»
Os dois Gen.'. vão examinar as portas da torre, e vêem se os guardas exercem suas funções. De volta aos seus lugares o 2° Gen... diz ao 1º:
2º GEN... — « 1º Gen.'., os guardas ro
dêão o palacio, o Conselho está em segu rança. »
P.—(( Basta isso ? »
R.—« E preciso ver mais se todos os
que estão aqui são dignos de assistir ao Conselho. »
SoB.". Mest.….—º Vêde-o, 1° e 2°Gen...» Tendo elles examinado se os que estão
presentes são Cavalh..., o 2º Gen.…. dá conta d’isso ao 1º, dizendo: 2º GEN.". — « 1º Gen..., todos os membros
aqui presentes são bons Cavalh... » O 1º Gen... faz o annuncio, e o Sob.". Mest.". diz:
P.— «Em que tempo estamos nós? » R.— «Na revolução das dez semanas
d'annos do captiveiro. » SoB.". Mest.". — « 1° e 2° Gen..., pois que assim é, annunciai que o Conselho vai abrir-se.»
– 168 —
O 1º Gen... tendo repetido o annuncio, o 2° Gen... diz:
2º GEN... — « Cavalh..., o Sob.". Mest.".
vos previne que o Conselho vai abrir-se. » O Sob.". Mest.". dá sete pancadas com o
punho da sua espada, por cinco e duas; e os Gen.". repetem a bateria. SoB.". Mest.". — «A mim, Cavalh.".»
Todos os II.", guiados pelo Sob.". Mest.". applaudem, e dizem uma vez, todos ao mes mo tempo: Honra aos Cavalheiros! SoB.". MEST.". — «O Conselho está aber
to, etc.... terceira Ordem.» Tendo o 1º Gen.". repetido o annuncio, o 2º Gen.'. diz:
2º GEN.".— « Cavalh.º., o Conselho está
aberto, e os trabalhos do Cap.'. de...., em sua terceira Ordem.»
O Sob.". Mest.". dá uma pancada, e diz: SoB.". MEST, --— «A vossos lugares, Ca valh... »
Os Gen.". repetem o annuncio.
O Sob.". Mest.". depois de ter dito: Acabe o captiveiro, abaixa a ponta da sua espada, e levanta-a com rapidez, para significar li berdade.
Os dois Gen.'., dirigindo os Cavalh...,
apresèntão a ponta de suas espadas, incli
— 469 –
nando-a para a terra, em sinal d’approva ção, e levantando-a com rapidez.
Os Cavalh..., guiados pelo Sob.". Mest.º., tómão seus lugares. Recepção.
Um dos guardas da torre diz ao 2°Gen.'. : « Um homem em luto, etc..... no Conse lho. »
O 2º Gen.". diz ao 1º :
2° GEN. ". — « 1º Gen.“., um homem ves tido de luto quer penetrar no Conselho. » O 1º Gen. ". o repete ao Sob.". Mest.º., que diz:
SoB.". MEST.". — «Informai-vos, etc..., Uma COnta CXaCta. ))
Tendo o 1º Gen... repetido o annuncio, o 2° Gen.'. diz aos guardas da torre: 2° GEN.". — « Informai-vos quem elle é;
tomai as maiores precauções, e dai-me de tudo uma conta exacta. »
Um dos guardas da torre faz seu relatorio ao 2º Gen. "., que diz : 2° GEN.". — « 1º Gen.'., Zorobabel cap
tivo, o primeiro d'entre seus iguaes, pede apresentar-se aos pés do Trono; elle vem sollicitar da clemencia do Sob.". Mest.". a
liberdade para seus compatriotas, e a de
reedificar o Templo do Gr.". Arch... » III,
15
– 170 –
Som... MEST... — « Pois que justos moti
vos, etc..... seja conhecida. » o 1º Gen... diz ao 2º, e este dirigindo-se aos Cavalh... da sua columna, lhes diz :
2º GEN... — « Cavalh... (depois voltando
se para os guardas da torre, continua :) O sob... Mest... permitte ao captivo que appa reça com a face descoberta. » O Sob.". Mest... diz:
SoB.". Mest.". -- «Generaes e Cavalh."., tanta força, etc..... Sois-vós de parecer que elle seja posto em liberdade? »
Os Cavalh..., guiados pelos Gen.'., dão com a espada o sinal d’approvação. Sala do Occidente.
O Candidato bate á porta por tres, cinco, sete, e nove pancadas.
O 2º Vig..., prevenido pelo I.”. Cobridor de que se bate á porta como Eleito Sublime, dá sete pancadas com o punho da sua espada,
que são repetidos pelo 1º Vig... e o Muito Ill.". Mest.º., e diz ao 1º Vig... : 2º VIG.". — « Ill.'. 1º Vig..., batem á porta como Eleito Sublime. »
O M.'. Il.'. Mest... diz ao 1º Vig..., que o repete ao 2º, e este ao I.”. Cobridor :
2º VI.G.". — « Vêde quem bate.»
- 174 —
Segundo a resposta do I.". Exporto, o 2° Vig... diz ao 1º:
2° Vig... — « Ill.'. 1º Vig..., é um dos nossos II... captivos, que traz a noticia de seu livramento.
Segundo a ordem do M.'. Il.'. Mest... o 4º Vig... diz ao 2° Vigº, e este ao I.”. Exp.".
-
2° Vig... — «Perguntai-lhe seu nome, de que paiz é, a sua idade, e que noticia elle traz. » . .. . o I.. Exp... dá de tudo conta ao 2º Vigº, que diz ao 1º Vig...: 2° Vig... — º Zorobabel, do paiz além
do rio, ao Occidente da Assyria, de idade de dez semanas d'annos, traz a noticia da liberdade, e a permissão de reedificar o Templo. » Depois das perguntas do uso, o M.'. Il.'. -
Mest... diz: M.'. ILL... Mest.". — «Penso que Zoro babel é digno de ser admittido entre nós; consentis-vós nisso? » Os Cavalh.…, guiados pelos Vig..., fazem o sinal d’approvação, levantando a mão, e estendo o braço pela altura do hombro. |-
•
– 172 —
segunda entrada.
O Mest.". de Cer... dá com o pé, como Cavalh.'., sete pancadas no chão, por cinco e duas; os Vig...". o annuncião segundo o uso, e então o M.". Ill. ". Mest.". diz: M.'.» ILL.'. Mest.". — «Mandai ver quem bate. •
•
O 1º Vig... repete-o ao 2º Vig..."., que,
depois de se ter informado, lhe diz: 2º VIG.". — « E o Candidato que deseja CIntTal". »
Depois do discurso e instrucção, o M.".
Ill.". Mest... faz a proclamação, que os dois Vig... repetem, dizendo o 2º: 2°VIG.". — « Cavalh..., vós reconhecereis
d'aqui em diante o I.….... Membro do Con selho dos Cavalh... do Oriente do Cap.". de....., em sua terceira Ordem. »
Feita a proclamação, o M.'. Ill.'. Mest.". diz :
M.'. ILL.'. Mesr.". — « Ill.". II.". Vig..., II.". Cavalh..., consentis-vós em que Zoro babel presida aos nossos trabalhos? »
Todos os Cavalh..., guiados pelos Vig..., fazem com suas espadas o sinal d’appro vação.
— 473 —
Instrucção. P.—º Sois-vós Cavalh... ? » R. — « D’elle recebi o caracter. » P.—«Fazei-vos conhecer melhor. »
R.—« Começai, eu acabarei.» P. — « Judá. »
R.—« Benjamin. »
P.— «Como chegastes-vós a este gráo ?» R. — « Pela humilidade e a paciencia. » P.—« A quem vos dirigistes?» R.—«A quelle de quem dependia o nosso livramento. »
P.—« Condeceu-vos elle o que lhe pe distes? »
R.—« Depois de me ter experimentado, restituio-me a liberdade, e a todos os meus
II.º., e honrou-me com o titulo de Cavalh.". do Oriente. »
P.—« Que fizestes-vós depois de ter ob tido a vossa liberdade? »
R. —º Fui á minha patria para me unir ao resto dos meus II.". » P.—« Aonde vos recebêrão elles? » R.—« Em um Conselho reunido sobre as
ruinas do Templo. » P.—«Como estava allumiado o Conselho?»
R.--- Por dez grupos de sete luzes. » 15º
— 174 —
P.— «Que significa esse numero
de
luzes? »
R.—« O tempo do captivero. » P.—« Qual era vossa tarefa?»
R. — « Trabalhar em reedificar o Templo do Gr.". Arch.". » P.—« Como tendes n'elle trabalhado? » R. — «Com a espada em uma mão, e a trolha na outra. »
P.—º Sobre que plano foi o Templo re construido? »
-
R.—«Sobre o plano do Templo des truido. »
P.—«Aonde se tomárão os materiaes?»
R.—«As pedras fôrão tiradas das pedrei ras de Tyro, e as madeiras das florestas do Libano, porque era necessario que o Templo
fosse em tudo semelhante ao primeiro.» P.—«deQual deve acabais dizer? »
ser a
applicação do que •
R.—«Que a Maç.". deve ser uma, e não
pode sofrer mudança sem alteração. » P.—º Que forma tínhão as cadêas dos ca ptivos? »
R.—« A fórma triangular.» P.—«Porque motivo?» R.--g Porque os vencedores, sabendo que
ºs captivos tinhão o Delta em grande venera
— 175 —
ção, dérão-lhes cadêas com a sua fórma para mais os mortificar.»
P.—( Que significão as palavras de reco nhecimento? »
R. — « O nome da classe dos que trabá lhão na reedificação.» P.—«Porque adoptamos-nós a cor ver demar? »
R.—« Em memoria do acontecimento,
por gratidão, e na esperança do restabeleci ImentO. ))
P.—« Em que estado achastes-vós os MM.'. quando chegastes ás ruinas do Tem plo? » R.—« Em luto e abatimento, estado de *
todas as LL... entregues á confusão, e á de SOTCleIm. ))
P.—« Que
significão as columnas lança
das por terra, os instrumentos e os moveis
espalhados?» R. — « Que toda a L.", composta de II.". indiscretos e viciosos perde a harmonia que
deve fazer o seu principal ornamento, e não póde tardar em ser destruida. »
P.— « Que significão os obstaculos que vós encontrastes na passagem da ponte ? » R.—« O desejo ardente que todo o bom Maç.'. deve ter de se instruir, e as difficul
– 476 —
dades que elle deve esforçar-se por vencer, para chegar á descoberta da verdade. » P.—«Que significa a resistencia que os novos constructores fizérão contra seus ini
migos, durante o tempo da reedificação ?» R.—«Os cuidados com que todo o Maç.". deve oppôr-se á introdução dos vicios e dos abusos. »
P.—«Que arte professais-vós?» R.—« A Maçonnaria. » P.—« Que edificios edificais? »
R. —º Templos e tabernaculos.» P.—« Aonde os construis-vós? » R.—« Por falta de terreno nós os cons
truimos no coração. » P.—« Que idade tendes ? » R.—« Dez semanas d'annos. » Encerrament0.
P.—« I.'. 1º Vig..., que sois-vós?» R.—« Maç.…. livre e Cavalh... » P.— «Como trabalhais-vós? »
R.—«Com a espada em uma mão e a trolha na outra. »
P.— « D’onde vindes?» R.—« Do Oriente. »
P.—« Que trazeis? » R.—« A liberdade de trabalhar. »
– 177 --
P. — « Qual é vosso trabalho?»
R. — «Restabelecer o Templo do Gr.". Arch.". »
P. — « Que idade tendes? » R.—« Dez semanas d'annos. »
P.—« Em que tempo estamos nós? » R.—«No instante da reedificação. » M.'. ILL.'.MEst.". — « Pois que o tempo é, etc..... terceira Ordem. » Os Vig... repetem o annuncio. 2º VIG.". — « Cavalh..., o Conselho dos Cavalh... vai fechar-se, e os trabalhos do Cap.". de..., em sua terceira Ordem.» O M.'. Ill.". Mest diz:
M.'. ILL.'. MEST.". — «A mim, meus II. ". »
Todos os Cavalh..., guiados pelo M.'. Ill.",
Mest.º., fazem o sinal, applaudem por cinco e dous, e dizem uma vez: Honra aos Cava lheiros !
O M.'. Ill.". Mest.". dá com o punho da sua espada sete pancadas, por cinco e duas, as quaes são repetidas pelos Vig..., e diz: M.'. ILL.'. MEST. . — « O Conselho está
fechado, etc..... terceira Ordem. » Os Vig... repetem o annuncio. 2º Vie.". — «Cavalh..., o Conselho está
— 178 -
fechado, e os trabalhos do Cap.", de..., em sua terceira Ordem.»
O M.'. Il.'. Mest... dá uma pancada, e cada I.. se retira em paz,
O REGULADOR Dos CAVALHEIRos MAçoNs, OU
As QUATRO ORDENS SUPERIOREs. IVº
O R D E M. **
** ** *
•--
GRÃO
DE RosA-CRUZ. ––º----
Ancarrecro.
Decorações. São necessarias quatro Salas. A primeira é forrada como uma
Sala ordi
naria, e serve para preparar o Candidato,"
que deve estar vestido de preto, se é possi vel, e revestido das insignias do gráo pre cedente.
•
|
O forro da segunda, que é onde se abrem os trabalhos, será preto, e semeado de la \,
– 180 —
grimas brancas; toda a Sala será ornada com
a calçada mosaica, per meio de ladrilhos pre tos e brancos, e allumiada com trinta e tres luzes divididas em tres candelabros, cada um com onze canos. Cada luz será coberta
com um pequeno estojo de lata, que não dá passagem á claridade senão por um pe
queno espaço d’uma polegada de diametro, aberto no lado. Estas trinta e tres luzes são
allegoricas. Em tres dos angulos da sala devem estar tres columnas da altura de um homem, e em .
cada um escritas, com letras grandes e trans parentes, as palavras seguintes. Na do Oriente... Fé.
Na do Meiodia... Esperança. Na do Norte... Caridade.
Estas columnas podem servir de candela
bros. No fundo da Sala está um altar, para o qual se sóbe por tres degráos, coberto de preto, e semeado de lavaredas brancas; por cima vê-se um quadro com tres cruzes; na
do meio está pintada a rosa mystica cercada d’uma coroa despinhos, e nas duas outras
uma caveira, e dous ossos em cruz. Ao pé da cruz do meio está um globo proporcionado á grandeza d'aquella, e n'elle enroscada uma serpente; diante do Altar estão duas velas
amarellas, uma á direita e outra á esquerda
— 181 —
Este Altar deve estar encoberto por duas
grandes cortinas pretas, que não se devem tirar senão no momento designado na re cepção.
Ao pé dos degráos, e á direita estará uma pequena mesa coberta com um pano preto, e sobre ella o livro da sabedoria, um com passo, uma esquadria e um triangulo, um cordão preto, e a vestimenta do Candidato. O Muito Sabio toma lugar diante d’esta mesa, e os outros Irmãos indistinctamente.
. Como se suppõe que elles estão sentados por terra, será necessario preparar pequenos bancos da altura de seis polegadas, que se dispõem em roda da Sala para servirem de assento aos Irmãos.
Os Vigilantes occúpão os mesmos lugares que nos gráos precedentes, em assentos igualmente baixos e sem mesa diante. A ves timenta do Candidato será d'um estofo de
seda com fundo branco, debruada com uma
fita preta da largura de dous dedos, e deve consistir em uma casula mui curta, com uma cruz no meio de fita escarlate, da mes ma largura que a preta; esta cruz deve ser forrada de branco.
A vestimenta dos Cavalheiros é a mesma, mas isto não é de necessidade; basta que
elles estejão vestidos de preto, III,
16
– 482 —
N’esta Sala o cerdão deve ser preto, ter
pelo menos tres dedos de largura, e poste á maneira d’uma murça; deve ter no meio
uma cruz de fita vermelha, e baixo d'esta, perto da ponta, uma roseta de côr escarlate. Este cordão, posto d'esta maneira, serve
para dispensar o outro que se põe em fórma de bandoleira e que tem igualmente na al tura do peito uma cruz escarlate, bordada sobre o cordão.
O avental é de pelle branca, debruado de preto, e no meio tem tres rosetas pretas; no babadouro uma caveira com dous ossos em
aspa; sobre o bolso estará bordado um grande J. "., no meio do avental um globo representando o mundo, e n'elle enroscada uma serpente. O Mestre deve ter na altura
do coração uma Estrella scintillante, no meio da qual estará a letra G.'., e em roda dos raios as letras F.". E.'.C.'.
O primeiro Vigilante tem o triangulo; o segundo, a esquadria e o compasso em aspa; tudo coberto com um fumo. A joia d’este gráo é um compasso com as pontas sobre
um quadrante; a cabeça do compasso é uma rosa aberta, cujo pé vai perder-se n’uma das pontas do dito compasso. No meio do compasso ha uma cruz radiosa, cujo pé des
cança sobre um quadrante, e o cimo tóca
272 º
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• • ••
— 488 —
a cabeça do compasso. D'um lado está en
costada á ponta do compasso uma aguia com as azas abertas, e a cabeça baixa; do outro ha um pelicano, que rasga seu peito
para alimentar os seus filhinhos que estão representados debaixo d'elle em um ninho. Entre a aguia e o pelicano eleva-se um ramo d'acacia; na cabeça do compasso que forma uma rosa, ha uma coroa antiga com dois la dos; sobre o quadrante ha d'um lado a pa lavra, e do outro a palavra de passe em le tras jeroglyphicas. Esta joia deve ser d’ouro ou dourada; o pelicano, a aguia e a rosa,
de prata. O esboço da Loja é um quadrado longo, formado por linhas triplices, nas ex tremidades das quaes estarão escritas as pa lavras seguintes: Sabedoria, Força, Belleza, e nas interiores , estas : Oriente, Occidente, Septentrião, Meiodia, e a orla dentada; no Oriente está a abobada celeste semeada
d’estrellas, com o Sol e a Lua escurecidos com nuvens; na primeira parte do Oriente
uma aguia equilibrada nos ares, e que se compara ao supremo poder. No meio do es
boço da Loja estarão tres quadrados e sobre estes tres circumferencias e tres triangulos, o que é allegorico, para representar o monte Calvario; no cume está um pedra cubica, uma rosa representando a doçura, e no meio
— 184 —
d’esta a letra J.'., que significa Jehova, pa lavra perdida. |
O espaço em roda dos quadrados está cheio de trévas; por debaixo estão todos os an tigos instrumentos da Maçonnaria, e as co
lumnas quebradas em muitos pedaços. Por fóra da linha oriental está uma columna
que representa os sete nós do perfeito Maçon. A terceira Sala deve representar um
lugar de reprovação. Os objectos que n’ella se figurarem, serão transparentes ou pinta dos sobre as paredes. O Candidato entra para ella depois da primeira parte da sua recepção, e alli esperará o momento em que possa ser introduzido na quarta Sala. A quarta Sala é forrada de vermelho, e deve ser adormada com o maior brilho pos sivel. Os candelabros com as trinta e tres luzes serão alli trazidos e collocados na mes
ma ordem que fica dito. Debaixo do docel haverá uma gloria resplendecente com a Estrella scintillante no meio, no meio d’esta
ver-se-ha o sinal, e por debaixo estará figu rado um tumulo aberto.
N’esta Sala descobre-se a joia, que está
presa ao pescoço por um cordão escarlate, de tres dedos de largura pelo menos e feito em aspa. A ponta do cordão a que está presa a joia, deve ter uma roseta preta. O avental
— 185 —
é branco, debruado e forrado d'escarlate, assim como o babadouro, no meio do qual está um triangulo com tres quadrados, tres circulos e um J... no centro. No meio do
avental a joia será pintada ou bordada d'ouro.
O Mestre chama-se Muito Sabio e Per feito Mestre:
Os Vigilantes, Mui Excellentes e Per feitos:
Os Officiaes, Mui Poderosos e Perfeitos : E os Cavalheiros, Mui Respeitaveis e Per feitos.
O esboço da Loja é um quadrado longo formado por linhas quadruplicadas, nas ex tremidades das quaes estarão escritas as pa lavras seguintes: Fé, Esperança, Caridade, Oriente, Septentrião, Occidente, Meiodia; o Sol e a Lua apparecem resplendecentes n'um Céo semeado d'estrellas. Na primeira parte do Oriente, vê-se uma cruz rodeada
d’uma gloria; uma nuvem carregada com sete cabeças d'anjos; sobre a cruz, uma rosa aberta com a letra G.'. no meio; mais abaixo, tres quadrados, sobre os quaes estão tres circunferencias e tres triangulos para formar
o cume, o que é alegorico do santo monte sobre que expirou o filho do Grande Archi tecto. Sobre o mesmo cume está uma Estrella 16"
— 186 –
scintillante com sete raios mui brilhantes e
em todo o seu esplendor, e no meio d’ella a letra G.". representando o Filho do Ho mem depois de ter ressuscitado com toda a sua gloria. Do lado do Meiodia está um pelicano no seu ninho, do peito do qual sahem sete fios de sangue para alimentar outros tantos filhos que o rodeão : imagem
da ternura paternal. Do lado do Septentrião está representada uma aguia equilibrada
nos ares, o que representa o poder supremao; mais abaixo vê-se o tumulo na parte infe rior do quadrado; na linha do meio, pro
cedendo do Oriente para o Occidente, está o cômpasso, a prancha dos desenhos, a pinça,
a trolha, e a esquadria; na linha do Meio dia, a pedra cubica, o martello, a regoa, e
o nivel; na linha do Septentrião, a pedra bruta, o picão, o malho, o escopro, o prumo
ou perpendiculo; e em fim por fóra da linha oriental, está a columna, e os sete nós do perfeito Maçon. •
Nota. Quando um Maçon se apresenta
para ser recebido Cav.". R.". --, deve fazer uma petição concebida n’estes termos :
«Supplica os Irmãos com a maior humil » dade, e roga que visto o desejo que elle » tem de chegar á perfeição da Maçonnaria, º hájão por bem, estando presentemente º reunidos, admitti-lo no numero dos Ca
— 187 —
» valheiros. O Supplicante não cessara de
» rogar ao Céo pela prosperidade da Ordem » e pela saúde de todos os Irmãos. » Depois elle esperará a resposta ao seu pe dido. Quando se abrir a porta, deve o dito Irmão pôr-se de joelhos para a receber. Um dos Cavalheiros que se áchão mais perto da
porta lh'a deitará por terra; fechada a porta elle lê a resposta, e n’ella achará o dia e a hora designados para a sua recepção. Sala do banquete. Esta Sala será a mesma que a da primeira
parte da recepção. Todos os Cavalheiros, precedidos pelo Muito Sabio, vão para ella, dous a dous, e em silencio. Aquelle que tiver sido ultimamente rece bido manda preparar o que é necessario
para o banquete, isto é, uma mesa que se cobre com uma toalha branca, e na qual se
põe um pão, um copo cheio de vinho, tres velas, e um brazeiro. Feito isto, manda avisar que tudo está
prompto, e apresenta ao Muito Sabio e a to dos os Cavalheiros uma vara branca de seis
pés de comprido. Depois da ceremonia, os Irmãos ultima mente recebidos levántão a mesa.
Nota. Evitar-se-ha que seja empregado um Irmão Servente,
— 188 –
I Va
() R D E M.
GRÃO DE ROSA-CRUZ.
MUITO = SABIO E PERTF, ºs MITES" "RE=
O Presidente chama-se. Muito Sabio e Perfeito Mestre,
O 1º Vigilante. ....... Mui Excellente e Perfeito Irmão 1º Vig. O 2º Vigilante......... Mui excellente e Perfeito Irmão 2º Vig. Os Oficiaes. . . . . . . . . . Mui Poderosos e Perfeitos.
Os Cavalheiros........ Mui Resp.…. e Perfeitos ..". Cav...
Abertura.
O Muito Sabio dá uma pancada, repe tida pelos Vigilantes, e diz: M.". S.". — « Mui Excellentes e Perfeitos
Irmãos Cavalheiros, ajudai-me a abrir o Capitulo de R.". --. » Os
vigilantes repetem, dizendo:
- 189 –
VIG.". — «Mui Respeitaveis e Perfeitos Cavalheiros, adjudemos o Muito Sabio a abrir o Capitulo de R.'. --. » Depois o Muito Sabio diz: P.—4 Mui Excellente e Perfeito Irmão
primeiro Vigilante, qual é o vosso cuidado?» R.—« Muito Sabio e Perfeito Mestre, é ver se o Capitulo está bem coberto, e se to dos os Irmãos que aqui se áchão presentes, são Cavalheiros R.". —H. » M.". S.". — «Mui Excellentes e Perfeitos
Irmãos primeiro e segundo Vigilantes, asse
gurai-vos d’isso. » O Segundo Vigilante pede os sinaes, pa lavra, toque e a palavra de passe ao Mestre de Ceremonias, e diz-lhe :
2º VIG.". — «Vêde, Mui Poderoso Irmão, se o Capitulo está bem coberto.»
O Mestre de Ceremonias sahe para exe cutar esta ordem, e quando entra dá conta
ao segundo Vigilante do que observou. Ao mesmo tempo os Vigilantes vão pedir
cada um aos Irmãos de sua columna respec tiva os sinaes, palavra e toque do gráo, e
dão parte do resultado ao Muito Sabio. Tendo os Vigilantes voltado a seus luga res, e o Mestre de Ceremonias avisado o se
gundo Vigilante da execução da ordem a elle incombida, o segundo Vigilante dá uma
– 490 –
pancada com o malhete antes do primeiro
Vigilante, e diz-lhe : 2º VIG.". — « Mui Excellente e Perfeito
Irmão primeiro Vigilante, o Capitulo está bém coberto.»
O primeiro Vigilante dá uma pancada com o malhete antes do segundo Vigilante, e depois de lhe ter o Muito Sabio respondido elle diz:
1º VIG.". — «Muito Sabio e Perfeito Mes
tre, o Capitulo de R.". -- está bem coberto.» P.—(( Mui Excellente e Perfeito Irmão
primeiro Vigilante, que horas são? » R.—« O momento em que o vêo do Tem plo foi rasgado; em que as trévas se espa lhárão sobre toda a terra, em que a luz se escureceu; em que as columnas e os instru
mentos da Maçonnaria forão quebrados; em que a Estrella scintillante desappareceu; em que a pedra cubica suou sangue e agua, e em que a palavra foi perdida. » O muito Sabio diz:
M.". S.". — «Visto que a Maçonnaria se acha em uma tal tribulação, empreguemos todas as nossas farças em nossos trabalhos,
para recuperar a palavra perdida; e a fim de o conseguir, abramos o Capitulo de R.". --. »
— 491 –
Os Vigilantes dizem, cada um na sua co lumna:
VIG.". — «Mui Respeitaveis e Perfeitos Irmãos Cavalheiros, o Muito Sabio vai abrir
o Capitulo de R.". --, unamo-nos a elle. » O Muito Sabio bate por seis e um. Os Vigilantes repetem a bateria. O Muito Sabio diz :
M.". S.". — «Façamos nosso dever.
O Muito Sabio faz o sinal de pergunta, e todos os Irmãos o de resposta. Pégão depois nas espadas com a mão direita, e fazem o sinal de bom Pastor : de maneira que a es pada acha-se no braço esquerdo, com a ponta para cima. Os Irmãos, guiados pelo Muito Sabio, voltão-se para o Oriente, fazem uma genuflexão, e tórnão a tomar seus lu gares. O Muito Sabio diz :
M.". S.". — «O Capitulo de R.". --, está aberto, assim como os trabalhos do Sobe rano Capitulo de... na sua quarta Ordem.» Os Vigilantes repetem. Applaude-se por seis e um dizendo sete
vezes Houzé (1). (1) Não se devem dar palmas na primeira cama ra, e nunca se deve entrar nem sahir em fazer uma genuflexão,
- 192 -
O Muito Sabio dá uma pancada, repetida pelos Vigilantes, e todos os Irmãos sêntão-se em bancos da altura de um estrado. Recepção. O Muito Sabio diz : P.—-« Mui Excellente e Perfeito Irmão
primeiro Vigilante, qual é o objecto da nossa reunião?»
R.—«Muito Sabio e Perfeito Mestre, a
propagação da Ordem, e a perfeição d'um Cavalheiro do Oriente, que deseja ser admit tido entre nós.»
O Muito Sabio dá a leitura da petição do Candidato, e passa-se depois a deliberar sobre o dia da sua admissão. Durante este tempo o Mestre de Ceremonias vai busca-lo ele deve
esperar que sua petição seja decretada. Quando se abre a porta, o Candidato deve
pôr-se de joelhos para receber sua petição. O Muito Sabio a dará a um Cavalheiro, para a entregar ao Candidato, o que elle faz deitando-lha em terra a seu lado; fe
chada a porta, elle alli achará o dia e a hora da sua recepção. Depois de ter o Mestre de Ceremonias --
entrado, se ha Candidatos cujo dia esteja fixado para a sessão presente, o Muito Sabio lhe ordena que vá preparar o Candidato,
— 193 —
O Mestre de Ceremonias vai ter com o Candidato á Camara de reflexão, saúda o,
põe lhe as decorações de Cavalheiro do Oriente, e diz-lhe: M.". DE CER.". — «Todos os nossos Tem
plos estão demolidos, nossos instrumentos e nossas columnas estão quebrados, a pala
vra sagrada está perdida, e a pezar de todas as nossas indagações ignoramos os meios de a recuperar. Quereis adjudarnos a pro cura-la?»
Tendo o Candidato consentindo, elle diz: lhe:
M.". DE CER...—( Accompanhai-me. »
Elle o conduz á porta do Capitulo, com a cabeça descuberta, e bate como Cavalheiro do Oriente.
Os Vigilantes o annuncião. Os Muito Sabio diz:
M.". S.".—º Vede quem bate.» Os Vigilantes obedecem. O Mestre de Ceremonias responde ao
Irmão Experto do interior, que diz: P.—« Que quereis vós? » R. — « E um Irmão Cavalheiro do Oriente que se acha vagando nos bosques e as mon
tanhas, e que tendo perdido a palavra na segunda destruição do Templo, desejaria acha-la com vosso soccorro.» III,
17
– 194 —
Os Vigilantes fazem o annuncio segundo O USO.
O Muito Sabio diz:
M.". S.". — « Seja-lhe dada a entrada. »
Todos os Irmãos estão sentados como já se disse, e com a mão esquerda no pescoço, a direita no rosto, e com as pernas cruzadas. O Candidato fica entre os Vigilantes com o Mestre de Ceremonias a seu lado; o pri
meiro Vigilante dá uma pancada, que é re tida pelo segundo Vigilante e pelo Muito Sabio, e diz: 1º VIG.". — «Muito Sabio e Perfeito Mes
tre, eu vos apresento um Cavalheiro do Oriente que procura a palavra. » O Muito Sabio diz:
M.". S.". — «A confusão que reina em nossos trabalhos, nos reduz á impossibili dade de os continuar; isto vos é revelado
pela consternação de que sois testemunha; uma grande desordem existe sobre a face da terra; o véo do Templo está rasgado,
(a estas palavras corre-se uma cortina preta que cobre o Altar;) as trévas estão espalha das sobre a terra: a luz está escurecida; as columnas e os instrumentos estão quebra dos; a Estrella scintillante de sappareceu; a pedra cubica súa sangue e agua; e a pa
lavra está perdida. Vós vedes que nos é
— 195 —
impossivel dá-la: com tudo não é nosso de signio ficar ociosos; procuramos acha-la por uma nova lei, dizei-nos se vossas ten
ções são seguir nosso exemplo?» O Candidato responde, sim.
O Mestre de Ceremonias o faz viajar du rante trinta e tres annos, pelo Septentrião,
pelo Oriente, pelo Meiodia, e pelo Occiden te, a fim de lhe ensinar as bellezas da nova lei.
As viagens se reduzem a sete voltas em roda do Capitulo.
Todas as vezes que o Candidato passa diante do Altar, faz uma genuflexão. Nas ultimas voltas, o Mestre de Ceremonias lhe mostra cada uma das columnas, quando pássão por diante d’ellas, para que elle re
pita seus nomes. Acabadas as viagens, e colocado o Can
didato entre os Vigilantes, o primeiro Vigi lante dá uma pancada, e diz: 1° VIG.".—« Muito Sabio e Perfeito Mes
tre o Candidato terminou suas viagens. O Muito Sabio dirige-se para o Candi
dato, perguntando-lhe:
P. — « Meu Irmão, que apprendestes n'estas viagens? »
O Mestre de Ceremonias dicta a resposta ao Candidato.
— 196 —
R.—(( Muito Sabio e Perfeito Mestre, co
nheci tres virtudes por que me devo guiar d’óra em diante: Fé, Esperança, e Carida de; dizei me se ha outras a seguir.» O Muito Sabio responde: M.". S.". — «Não, meu Irmão; são po sitivamente estas columnas e suas inscrip ções que são os principios de nossa Ordem,
e de nossos novos mysterios. Approximai vos, e vinde prestar o juramento de jamais transgredir esta lei. » O Mestre de Ceremonias conduz o Candi
dato ao Altar, onde elle se põe de joelhos; faz-lhe tirar as luvas, e pôr as mãos sobre o livro da Sabedoria, sobre o qual está uma espada, e ao mesmo tempo lhe faz inclinar a cabeça. O Muito Sabio põe o malhete sobre as
mãos do Candidato e lhe faz dar o jura mento n’este estado.
Todos os Irmãos estão de pé e fazendo o sinal do bom Pastor. JURAMENTO.
«Prometto, debaixo de palavra d'honra, « pelos mesmos juramentos que já prestei
« nos gráos antecedentes, de jamais revelar » os segredos dos Cavalheiros da Aguia, » com o titulo de R.'.--, a nenhum Irmão
— 197 –
º de gráo inferior, nem a profano algum, sob pena de ficar para sempre privado da palavra, e de viver perpetuamente nas trévas; seja meu corpo a fonte d'um rio continuo de sangue, sofra minha alma ))
as maiores angustias; seja meu leito for mado pelos espinhos os mais penetrantes,
)
minha unica bebida o fel e o vinagre, e em fim pérca eu a vida sobre uma cruz, ) se transgredir as leis que vão ser-me im ) postas. Prometto outro sim de nunca re ( velar o lugar onde fui recebido nem por quem o fui. O Grande Architecto do Uni » verso me ajude. » Depois do juramento, o Muito Sabio diz: )
M.". S.". — « Está tudo consummado. » Todos os Irmãos cobrem o rosto com as
mãos, e sêntão-se. O Mestre de Ceremonias tira ao Candi dato o fato de Cavalheiro do Oriente.
O Muito Sabio pôe-lhe uma tunica diº zendo: M.". S.". — « Esta tunica vos denota
nossa crença; seus ornatos devem recordar vos qual é o principal ponto de nossos mys terios. »
O Muito Sabio pôe-lhe o avental, di zendo:
M.". S.", — « Este avental preto é sinal 17"
— 158 =
do sincero arrependimento dos males que tem sido causa de todas as nossas desgraças. Elle deve servir-vos para reconhecer aquelles d’entre nós que procúrão recuperar a ver dadeira palavra.
O Muito Sabio pôe-lhe o cordão, dizendo: M.". S.". — « Este cordão vos deve servir
de sinal de luto, até que se ache a palavra. Passai para o Occidente, e vós nos ajudareis a acha la. »
O Muito Sabio dá sete pancadas que os Vigilantes repetem; todos os Cavalheiros se
levántão, e fazem o sinal do bom Pastor, tendo a espada na mão direita.
O Muito Sabio faz as perguntas seguintes aos Vigilantes: P.-( Qual é o motivo da nossa reu nião? »
R. -( Muito Sabio e Perfeito Mestre, a
pedra cubica súa sangue e agua por causa da negligencia dos Maçons em seus traba lhos, a fim de conseguir o triunfo da Maçon maria que se acha exposta no cume d'uma alta montanha. »
P.- Que significa este mysterio? »
R. -* A perda da palavra que esperamos achar com vosso soccorro. » P. - Que é necessario fazer para o con seguir? » . •
— 199 —
R.—« Abraçar a nova lei, e estar intei ramente penetrado das tres virtudes que são as suas columnas, a sua base, e seus principios. »
P.—« Quaes são ellas? » R.—« Fé, Esperança e Caridade.» P. — « Como acharemos nós estas tres columnas? »
R.—« Viajando e errando no meio da mais profunda obscuridade.» O Muito Sabio diz:
M.". S.". — «Viajemos, meus Irmãos, do Occidente para o Septentrião, do Oriente para o Meiodia, e sobre tudo não percamos
de vista os sentimentos que nos guião.» Todos os Irmãos viájão em silencio, se gundo a sua dignidade, e dão sete voltas á roda do Capitulo, indo o Muito Sabio em frente, depois os Vigilantes, os Oficiaes di gnitarios, os Membros do Capitulo, o Can didato e o Mestre de Ceremonias.
Na terceira viagem, o Muito Sabio passa para a Camara vermelha. Na quarta, passão os Vigilantes. Na quinta, passão os Oficiaes dignitarios. Na sexta, todos os Cavalheiros, excepto
o Candidato e o Mestre de Ceremonias, que fazem a setima viagem sós, e depois vão
para a porta do Capitulo, á qual o Mestre
— 200 —
de Ceremonias bate como Cavalheiro do Oriente.
O Irmão Experto que se acha no portico interior, abre um pouco a porta, e desco brindo o Candidato, que vai para entrar, diz-lhe :
I... ExP.". — « Vós não podeis entrar sem me dar a palavra. »
O Candidato responde: CAND.". — « Eu sou um Irmão que pro
cura a palavra com o soccorro da nova lei e das tres columnas da Maçon.".
A estas palavras o Irmão Experto fecha a porta. O Mestre de Ceremonias tira-lhe o cor dão e o avental, e diz lhe: M.". DE CER. . — « Estes distinctivos não
são suficientemente humilhantes para achar
a palavra, é forçoso passar por experiencias que o séjão ainda mais. » Depois cobre-o com um pano preto sal
picado de cinza, a fim de que elle nada possa ver, e diz-lhe: M.". DE CER.". — « Eu vou conduzir-vos
ao lugar o mais obscuro, d’onde a palavra deve sahir triunfante para a gloria e valº tagem da Maçonnaria. Tende confiança em Ill II].
»
N’este estado o Mestre de Ceremonias
— 204 —
leva o Candidato para uma Sala cujo pa vimento é o mais desigual possivel, com subidas e descidas. Depois leva-o para a porta aberta da sala onde se acha repre sentado o horroroso aspectaculo d'um lugar de penas e de dores. Quando chègão á porta, elle levanta-lhe a porção do pano que o cobre por diante, e dá com elle em silencio tres voltas á Sala, e chegados á porta, por
onde : entrárão, o Mestre de Ceremonias deixa cahir o pano e diz-lhe: M.". DE CER.….— «O horroroso especta culo que acabais de ver não é nada em
comparação do que haveis de sofrer se ti verdes a desgraça de não observar a nossa lei. »
Depois leva-o para a porta do Capitulo, e diz-lhe:
M.". DE CER...—( Lembrai-vos do que vos vou ensinar para responder ás pergun tas que vos vão fazer, sem o que não po
dereis obter o gráo que desejais. « Eis aqui as perguntas: P.—« D’onde vindes? » R.—- « Da Judêa. »
•
P.—( Por que cidade passastes?» R.—(( Por Nazareth. »
P.—( Quem vos conduzio? »
R.—« Raphael. »
- 202 -
P.= De que tribu sois?» R.—º Da de Judá. » O Mestre de Ceremonias diz ao Candi
dato que bate sete pancadas como Cava lheiro R.". --.
Depois das ceremonias do costume para annunciar e abrir, e para se informar de
quem bate, o Mestre de Ceremonias res ponde ao Irmão Experto que abre um pouco a porta:
M.". DE CER.". — « E' um Cavalheiro que
depois de ter corrido os mais profundos espaços, espera dar-vos a palavra por fructo de suas indagações.» O Irmão Experto faz o annuncio ao se gundo Vigilante.
Os Vigilantes dão cada um uma pancada, o segundo Vigilante repete o annuncio ao primeiro e este diz: 1º VIG." — «Muito Sabio e Perfeito Mes
tre, é um Cavalheiro que depois de ter corrido os mais profundos espaços, espera dar-vos a palavra por fructo de suas inda gações.»
M.". S.". — « Condúzão-no ao Occidente, e nós o interrogaremos.»
Dada esta ordem ao Irmão Experto, as portas abrem se, e o Candidato é condu zido ao Occidente.
- 203 –
Cada Vigilante dá uma pancada, depois o segundo Vigilante diz ao primeiro, e este ao Mui:o Sabio :
1° Vic.". — Muito Sabio e Perfeito Mes
tre, eis aqui um Irmão Cavalheiro Maçon que vem ajudar-nos a achar a palavra, e deseja tornar-se um Maçon perfeito.» Então o Muito Sabio lhe faz as perguntas seguintes: P.—( D'onde vindes?» R. — « Da Judêa. »
P.—« Por que cidade passastes? » R. -- « Por Nazareth. »
P.—« Quem vos conduzio? » R.—« Raphael. » P.—« De que tribu sois? » R.—« Da de Juda. »
P.—«Dizei as lettras iniciaes destas quatro palavras. » R.—« J. “. N.". R, , J. ". »
P.-(( Que siguiffcão estas quatro lettras juntas? » R.—« Jes.", de Naz.". etc.» M.". Sº.—( Meus Irmãos, a palavra está achada; seja-lhe dada a luz. »
Os Vigilantes tirão-lhe promptamente o pano preto :
M.". S.".- «A mim, meus Irmãos, »
— 204 —
Applaude-se por sete, dizendo outras tantas vezes Houzé.
M.". S.". — «Meu Irmão, eu vos felicito por terdes achado a palavra por meio da qual obtereis o gráo de Perfeito Maçon. Mas não basta ter sabido obtê-lo e merce-lo, é
necessario de mais ser digno de o conservar,
e tirar d’elle fructo para o futuro. Nós de sejamos, meu caro Irmão, que vós possais
gozar d’elle entre nós por longo tempo; e receber por meio d’uma vida digna d'um Cavalheiro R.". --, a recompensa devida a quelles que tiverem trilhado o caminho da verdade. Aproximai-vos, meu Irmão, a fim de que eu vos communique os mys terios da perfeita Maçonnaria. » O Mestre de Ceremonias conduz o Can
didato ao Oriente, onde o Muito Sabio lhe tira a casula, e lhe dá os sinaes, o toque,
e a palavra, da maneira seguinte: M.". S.".—(CM.". I.”., nós temos n’este gráo, como nos outros, sinaes, palavras e toque, para nos reconhecermos, etc. «Meu I.º., ide agora fazer-vos reconhe
cer pelos II. . Vig..., e vinde depois ter commigo. »
Reconhecido o Candidato, o Mest... de Cer.". o torna a conduzir ao Oriente; todos
os II.", o rodêão; elle põe-se de joelhos, e o
— 205 –
M.". S.". e Perf. ". Mest.". o condecora com
o cordão, do qual deve pender a joia, e diz: M.". S.".—(CEm nome do Gr.". Or.". de...
em seu Gr, “. Cap. "., e pelos poderes, que
recebi do Sob.". Cap. -. de..., eu vos faço e constituo Cavalheiro da Aguia, perfeito livre, debaixo do titulo de R.". --, para go zar agora e sempre os privilegios inherentes a este sublime gráo. « Não deshonreis jamais este cordão, que
um perfeito Maç.'. deve levar por toda a parte. A roseta que está na extremidade vos trará á memoria a perda da palavra; a joia vos fará conhecer por seu simbolo, que a
Maç.…. allegorica encerra verdades, que só competem ao perfeito Maçº. A forma da joia, melhor do que a minha explicação, vo
las deve fazer conhecer; espero que vós nunca as perdereis da memoria. » O M.'. S.. põe a lamina da sua espada sobre o hombro direito do Candidato, de
pois sobre o esquerdo, levanta-o e beija-o, e diz-lhe.
M.". S.". — «N’este gráo temos tambem jeroglyficos, que só nós conhecemos; elles vós serão communicados, mas livrai-vos de abusar d’elles.
« Não temais d'aqui em diante as vicis
situdes do tempo : que as columnas não II,
18
- 206 ·
póssão jamais faltar-vos, meu I.'., e o Gr.". Arch... vos ajude. I.”. Mest.". de Cer.'., condusi o I.". Cavalh... entre os II.". Vigº.» Feito isto, o M.'. S.". e Perf.". Mest.". diz:
M.". S.".--g Mui Exc.º. e Perf.". Vig.º., annunciai a todos os Resp.º. e Perf.". II.".
Kavalh... que elles teem de reconhecer d'a qui em diante o I.….... por Cavalh.", da Aguia, Perfº, Maç.", livre, debaixo do ti tulo de R.'.—, e Membro do Sob.". Cap.", de... em sua quarta Ordem.» Os Vig... fazem o annuncio, depois do que o M.'. S.". e Perf.". Mest.". diz: M.". S.".—«Applaudamos, meus II.". » Todos os Cavalh... applaudem porte sete dizendo outras tantas vezes houzé.
O Candidato agradece, e seu agradecimen to é coberto; e depois o M.". S.". e Perf.". Mest.". diz :
M.". S.". — «Meu I.º., tomai lugar entre nós.»
O Mest.". de Cer... falo colocar-se. O
I.". Orador pronuncia um discurso, depois do qual o M.'. S.". e Perf.". Mest.", faz a instrucção. Instrucção.
P.-(( Sois R.". -- ?»
- 207 –
R.-- & M.'. S.". e Perf.". Mest.'., tenho @SS8 Ventura, º
P. — «Onde fostes-vós recebido? »
R.—« Em um Cup. -. em que reinávão a decencia e a humildade. » P.—º Quem vos recebeu ? » R.—« O mais hulmide de todos. »
P.—«Que entendeis por essas palavras?» R.—« Que nas nossas assemblêas não
existem distincções senão fundadas na hu mildade e na obediencia. »
P. — « Como fostes- vós recebido? » R. — «Com todas as formalidades conve
nientes a um objecto tão importante.»
P. — « Em que estado fostes apresentado em Cap... ? » R. — « Livre de todos os meus sentidos, e de minha vontade. »
P.—« Que vistes quando entrastes? » R.—(( Minha alma ficou enlevada com a
vista que se me apresentou: o silencio, a si tuação dos Cavalh..., tudo me fez conceber uma grande idêa do que eu ia aprender. » P.—« Que fizérão de vos depois de vossa introducção?» R.—º Fizérão-me viajar. »
P. — « Que aprendestes-vós nas vossas viagens?» R.—«Descobri os tres sustentaculos do
– 208 —
nosso edificio; ensinárão-me seus nomes,
que eu repeti, e que gravei para sempre no meu coração.» P.— «Quaes são esses nomes? »
R.—« Fé, Esperança e Caridade.» P.—« Acabadas as viagens, ficárão vos sos trabalhos perfeitos? »
R. — «Não; o M.'. S.". e Perf.". Mest.". ordenou que me conduzissem ao pé d'aquelle a quem tudo obedece, para ali prestar meu juramento. » P. — « Como o prestastes vós? »
R.—«No estado o mais respeitoso, com o coração penetrado do que dizia, e tendo uma firme resolução de observar religiosa mente tudo o que prometti. »
P.—º Que fizérão de vós depois d’isso?» R.—« Revestirão-me com os sinaes de
dor e de arrependimento; ensinárão-me o que significava cada cousa, e em memoria
do que eu o fazia, depois todos os Cavalhº. fizérão uma viagem commemorativa, que nos fez passar da tristeza á alegria, depois de termos discorrido por caminos obscuros, tenebrosos e cheios de horror; mas a firmeza, com que cada um supportou as fadigas, nos fez obter a recompensa que deseja VâIY) OS,
P. — «Que procuraveis nessa viagem ? »
– 209 –
R. —º A verdadeira palavra perdida pela falta de zelo dos MM.". »
P.—º Conseguistes acha-la?» R. — «A nossa perseverancia fez que o conseguimos.» P.—« Quem vo-la-deu? »
R.—«A ninguem é permittido dá-la; mas depois de ter reflectido no que tinha visto e ouvido, eu mesmo achei, com o soccoro
d'aquelle que e seu autor. P.—º Dai-m'a. »
R.—« Não posso. Interrogai-me sobre
minhas viagens, meu nome, meu paiz, e procurai fazer como eu. P.—« D’onde vindes? » R.—« Da Judêa. »
P.—º Por que cidade passastes ?» R.—º Por Nazareth. » P. — «Quem vos conduzio ?» R.—« Raphael. »
P.—« De que tribu sois? » R.—º Da de Judá.»
P.—« Meu I..., não fiquei com isto mais instruido do que antes. » R.— « Fazei como eu; reuni as lettras
iniciaes de cada palavra, vós achareis o objecto de nossas viagens e nossos myste rios. »
P, — « J. " 18"
— 240 —
R.— «N. » P.—« R. » R.—º J. »
p. — «Não vos dérão mais cousa alguma?»
R. —º A palavra de passe, que é E.'., si naes e um toque para me fazer reconhecer.» P.—º Dai-me o primeiro sinal. » R.—Dá-se o sinal.
P.—« Dai-me a respota. » R.—Dá-se.
P.—( Dai o toque.»
R.—«Aquelle que o recebe, diz: O to
que é justo, M... s... e Perf... Mest.". » P.—«Qual é a ordem do gráo?» R.—« O bom Pastor. »
P.—« Depois de vos darem os meios de
vos fazer conhecer, que fizérão de vós? » R.—«O M.'. S.". de Perf.". Mest.º., e todos os Cavalh... me constituirão Cavalh...
da Aguia, perf.". Maç.…. livre, com o titulo de R.'.--, decorárão-me com o cordão e
com a joia, e depois de me ter feito reco nhecer por todos os Cavalh... tomei lugar no Cap... » P.—º Que se fez depois? » R. — « O M.'. S.. e Perf". Mest... nos
fez uma exhortação, tratou dos negocios do Cap... na maneira do costume, e todos os Cavalh,…. se retirárão em paz. »
- 211 -
Encerramento.
O M.'. S.". e Perf.". Mest... dá sete pan cadas repetidas pelos Vig... Todos os II.". Cavalhº, estão de pé e á ordem. P.—«Mui Exc... e Perfº. I.". primeiro Vig... que horas são? » R.—« M.". S.". e Perf.". Cest.º., é a hora do Perfº. Caç.…. »
P.—« Qual é a hora do Perf.". Caç.….?» R.—« O momento em que a palavra foi achada; em que a pedra cubica se mudou
em rosa mystica; em que a Estrella scin tillante tornou apparecer com todo o seu es plendor, em que nossos instrumentos reco
brárão sua fórma, em que a luz foi restituida a nossos olhos com todo o seu brilho; em
que as trévas forão dissipadas, e desde quan
da a nova lei maçonnica deve regular nossos trabalhos. »
O M.". S.". e Perf.". Mest.". diz então :
M.". S.". — «Siguamos pois esta lei, pois que ella é a consequencia de todas as mara vilhas, que teem ferido nossos olhos.
«Mui Exc.…. e Perf.". II.". Vig..., annun ciai que o Cap.", vai fechar se. » Os Vig...". fazem o annuncio, depois do qual todos os Cavalh... embainhão suas es
padas.
— 212 —
O M.'. S.. e Perf.". Mest... sahe do seu
lugar guarda o seu malhete, faz uma genu flexão, e vai beijar todos os Cavalh... que se põem em fila sobre a linha do Meiodia, começando pelo 1º Vig..., dizendo : Paz
profunda. O chefe da fila faz outro tanto áquelle que está ao seu lado, dá o osculo, o mesmo fa zem os outros, até que todos se tenhão bei jado; depois do que todos fazem uma genu flexão, e o M.'. S.". e Perf.". Mest.". diz; M.". S.". — « Resp. -. e Perf.". II.". Cavalh..., o Sob '. Cap... de R.". --, e os trabalhos do Cap.". de..... , em sua quarta Ordem, estão fechados. Façamos nosso de Ver.
»
Todos os II.". fazem o sinal, depois uma genuflexão, e applaudem, guiados pelo M.'. S.º. e P.". Mest.º., por sete, dizendo outras tantas vezes Houzé.
•
Nota. Os Cavalh... esperão em silencio que os advirtão para a ceremonia do ban quete, quando o ha.
– 213 —
I Va O R DE M.
GRÃO DE ROSA-CRUZ.
ORADORs
Discurso historico.
Depois da segunda reedificação do Tem
plo, tendos os Maçons deixado os seus tra balhos abandonados aos rigores e vicissi
tudes do tempo, suas obras não sendo mais que obras de corrupção, a sabedoria do obreiro, a solidez dos materiaes e a belleza da architectura forão substituidas pela des ordem, pela confusão e pelo vicio. Foi então que o Grande-Architecto aban
donou a edificação dos templos materiaes á ignorancia e á temeridade dos mortaes, para por sua sublime e suprema intelligencia,
– 244 —
construir Templos espirituaes, cuja exis
tencia não cessará jamais: foi então que a verdadeira Maçonnaria foi quasi aniquilada pelos humanos e os instrumentos quebrados, foi então que a luz se obscureceu, a Estrela rutilante desappareceo, e palavra se perdeo.
Com tudo, a vontade d'aquelle que dirige todas cousas, poz um termo a este desgra
çado acontecimento; a luz foi restituida; os instrumentos quebrados tornárão a tomar
sua fórma; a Estrella rutilante tornou a ap parecer com um brilho ainda maior que d'antes; a palavra tornou a achar-se.
Esta importante revolução só foi apre ciada no seu justo valor pelos verdadeiros Maçons ; sô elles conhecêrão as tres colum
nas fundamentaes. Fieis a seus principios elles continuárão a encobrir com o véo do
emblema os conhecimentos, que não devião
prodigalizar ao commum dos homens. São estes emblemas e com elles esses conheci
mentos, de que a Maçonnaria é depositaria,
que ella transmitte de idade em idade em suas ceremonias, em suas palavras, e em
seus caracteres ás pessoas que se tórnão di gnas d'elles. Os Maçons imperfeitos, isto é, os perten didos philosophos modernos, tendo perdido de vista os verdadeiros principias constituti
— 215 -
vos d’este Universo, ou, para melhor dizer,
não tendo sido em tempo algum iniciados nos augustos mysteriosos da natureza, es tabelecêrão systemas falsos, systemas con tradictorios com os verdadeiros principios.
Assim Zoroastres, Trimegisto, Moises, Sa lomão, Pythagoras, Platão e tantos outros são enigmas para elles, Os verdadeiros discipuos d’estes homens
celebres olhárão sempre com piedade esse tropel de cegos, que érrão em torno do Tem plo da verdade, sem descobrir sua entrada.
Póssão elles, mudando de systema, ceder a essa voz interior e secreta que lhe annuncia em nós tres partes bem distinctas: a parte material, a espiritual, e a celeste; e , com parando seu ser ao universo inteiro, reco nhecer n’elle a união e a combinação d’estes tres principios!
Tres fins principaes determinão a immen sidade dos conhecimentos Maçonnicos; e da reunião destes fins nasce o que todo o ver dadeiro Maçon procura.... a Verdade. Estes fins são : a metaphysica, a moral, e a physica. Os elementos de todos estes conhecimentos sublimes estão encerrados
nos nossos tres primeiros gráos denomina
dos por esta razão gráos symbolicos, assim
— 216 —
como os de todos os conhecimentos que d'elles derivão.
No primeiro gráo, tudo se opéra por tres, porque tudo tem relação com tres princi pios: o nascimento, a existencia e a morte; o agente, o paciente e o producto. No segundo gráo, começa-se a detalhar os primeiros productos, as primeiras conse quencias dos tres principios, debaixo do emblema cinco, porque n'elle tudo se refere ás cinco sciencias ou conhecimentos: a me
taphysica, a moral, a astronomia, a agri cultura e a architectura. Estas tres ultimas
sciencias fórmão uma só com a physica,
cujo conhecimento é determinado pelo es tudo das propriedades das diversas produc
ções da natureza e do mysterio das suas operações. A ordem immudavel do movimento dos
corpos celestes, tão admiravel como incom prehensivel, foi a escala por que o espirito humano subio até á intelligencia suprema, elevando a alma dos observadores acima de toda a materia creada: assim nasceu a me
taphysica.
O aspecto d'estas maravilhas, que pare cem suspensas sobre nossas cabeças, de terminou as observações d'um pequeno numero; a serie das observações, trans
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mittidas de idade em idade, formou a astro nomia; e um genio feliz, inspirado pelo Grande Architecto, e determinado pela ne cessidade, desenvolveu este sentimento in nato de cultivar o solo, que habitamos, e
descobrio o thesouro inesgotavel da agri cultura.
A agricultura, aperfeiçoada e apoiada no soccorro da astronomia, se tornou a base e
o principio fecundo das sociedades politi cas, cuja politica engendrou necessariamente as leis e o desenvolvimento da moral.
O rigor das estações, a voracidade dos animaes, e a necessidade de pôr ao abrigo o fructo das fadigas do homem, forçou seu
genio a elevar um edificio qualquer; e a arte de edificar, esclarecida pelas observa
ções do genio e do gosto, deu lugar á theoria das linhas e das superficies da architectura. Estes diversos conhecimentos pertencem necessariamente a um pequeno numero de individuos, que, durante longos seculos, conservarão exclusivamente a sua posse,
servindo-se d'um veo impenetravel; e eis o que deu lugar a essas instituições cele bres, de que são restos sublimes os Sabeos e os Bramanes. Os Magos, os Hierophantes e os Druidas fôrão outros tantos ramos
desses mesmos iniciados, que o amore o es IIIe
19
tudo das sciencias e das letras tinhão reu nido, e que fôrão aniquilados pela fouce devastadora do tempo. Nem se pode du vidar que os Hierophantes tênhão levado estas diferentes sciencias ao mais alto gráo.
E por elles, é por estes philosophos cele bres que nos forão transmittidos, por uma tradição oral e constante, os symbolos de nossos mysterios.
A architectura, levada entre os Egypcios a um gráo de sublimidade de que ainda hoje se maravilha o mundo, pertencia a seus sacerdotes, aos Hierophantes. A necessidade de estender seus conheci mentos mais ou menos, segundo o merito das pessôas, determinou a divisão das clas ses, ensinando, instruindo e estudando Sua iniciação comprehen ia tres partes: a purificação do corpo, que consistia nas
austeridades; a purificação da alma, que consitia em duas partes, a invocação e a instrucção: uma obrigava a assistir aos sa crificios, e a outra ás conferencias; e a ma nifestação, que era menos um exercicio do
que a recompensa d'aquelles que tinhão precedido. Durante doze revoluções. o cam didato examinava tudo, e adquiria conhe cimentos, que pode desenvolver com o tempo.
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Pythagoras, a exemplo dos Egypcios, de quem tinha bebido seus conhecimentos e sua doutrina, não admittia a seus trabalhos senão aquelles de quem se tivesse assegu rado por provas superiores ás forças com muns e ordinarias. e deu a seus discipulos as regras dos sacerdotes do Egypto. Os phi
losophos judeus, chamados Essenios, con duzião-se (com pequenas diferenças) pelas mesmas regras. Pythagoras sujeitava seus discipulos a um silencio de seis annos, du
rante os quaes só lhes era permittido escu tar, sem nunca ousarem propôr a menor questão; chamavão se Ouvintes. No fim
deste tempo era-lhes licito falar e propôr suas duvidas, se fossem julgados dignos d’isso: chamavão-se então iniciados ás scien
cias; e erão os unicos que elle reconhecia
por discipulos, communicava-lhes o segredo das suas razões, e lhes explicava as causas de tudo o que elle lhes ensinava. Na physica dava-se conhecimento do nome de cada
cousa, seu emprego e suas propriedades. Na moral, formava-se os homens á virtude.
Os nomes e as propriedades dos materiaes se tornávão, nas mãos d’estes philosophos, outros tantos emblemas proprios a chamar continuamente á mémoria dos iniciados as
— 220 –
lições que se lhes tinha dado. Tudo era al legorico. Da primeira classe, passava-se á segunda. Então occupava-se dos elementos da scien
cia dos calculos, das linhas e das superficies; aos quaes se reunia com circunspecção e precaução a communicação das descober tas e das praticas secretas. Isto porém de
pendia do genio e do merito das pessoas, cujo caracter era o objecto do estudo e da
observação continua dos Mestres. A certeza dos resultados geometricos e dos calculos se tornou o principio rico e fe cundo da alegoria sublime, pela qual se elevava as almas acima de si mesmas, fa
zendo-lhes tomar o vôo para a sua verda deira patria, e transportando as ao seio do verdadeiro absoluto, ao seio da Verdade. A terceira classe era, como ainda hoje o é, a reunião dos conhecimentos das duas primeiras, com a faculdade de fazer a sua
applicação. O Mestre é a quelle que pode ensinar. Ninguem é Mestre senão a quelle que conhece perfeitamente o delta, e todas as suas propriedades; aquelle que conhece a creação, o augmento, a perfeição, a uni dade de essencia, de substancia de natureza, cujo producto é o delta, principio de todas as verdades.
- 224 -
Todos os conhecimentos Maçonnicos, e a applicação que d'elles se pode fazer, en cerrão-se pois nos tres gráos chamados symbolicos; mas foi necessario, para faci litar o trabalho dos que aspirão á descoberta da verdade, estabelecer classes, em que se
podesse dar uma especie de desenvolvi mento aos emblemas, que se offerecem de todas as partes nos primeiros gráos, sem com tudo levantar o véo de todo.
O gráo de R.'. --, tal qual se confere ge ralmente, é disto uma bem convincente
prova. N’este gráo tudo é sensivel, tudo falla ao olhos, tudo parece a descoberto.
Pois bem! ha quem ouse imaginar que o emblema cessa de existir? Por certo não; os antigos Maçons, já por prudencia, já por outras razões, occultárão-nos o ponto mais
importante debaixo de typos jeroglyphicos, que parecem não annunciar hoje mais que enigmas. Aquelle que por seu trabalho e
suas indagações descobrir o segredo das verdades sublimes que elle contem, ficará perfeitamente satisfeito; pode ficar certo ter achado a felicidade, a que todo o mortal aspira. Seus dias serão felizes, suas mãos
serão puras; a indigencia e as infermidades terão sobre elle bem fraco imperio.
Tenhamos pois coragem, redobramos 19* de •
= #22 =
esforços, é trabalhemos com zelo, constan cia e paciencia. Existe uma classe privile
giada de Maçons philosophos, dignos d’este titulo pela extensão e sublimidade de seus conhecimentos. Estejamos convencidos que não é sem motivos que os professores da arté dos sabios, os verdadeiros Maçons, adoptárão por chefe aquelle que, dotado
d'um dom celeste, teve em partilha a scien cia e a sabedoria; e que tambem não é sem
razão que os philosophos estabelecêrão seus trabalhos sobre o plano do Templo celebre, elevado á glória do Altisssimo, pelo mais sabio dos mortaes .... Esta persuasão deve sustentar o zelo de todos os Maçons, lem
brando-se que a arteque elles proféssão deve conduzi-los ao sanctuario da verdade, pela pratica das virtudes e d'um estudo con stante e aturado da natureza e das mara vilhas do Grande Architecto do Universo.
BANQUETE Estándo os Cavalh.". alinhados á roda da
mesa do banquete, o M.'. S.". Perf.". Mest.". diz:
-- 228 — M.". S.". — « Gr.". Arch. .. do Univ.'., tu
que porvês ás necessidades do todos os en tes, abençôa o alimento que vamos tomar;
e faze que elle seja para tua maior gloria, e nossa satisfação. »
O M.'. S.". Perf.". Mest... pega no pão, parte o, dá-o ao Cavalh... que está á sua di reita, para fazer a roda. Faz o sinal com o
index, e come; depois pega no copo cheio de vinho, faz o mesmo sinal e bebe; apre senta-o depois ao Cavalh... que está á sua direita, o qual faz o segundo sinal e o toma. Este faz o mesmo que o M.'. S.". Perf.", Mest.". Tendo o copo e o pão corrido da mes
ma maneira á roda da meza, e tendo voltado
ao M. S.". Perf.:. Mest.., este lança o resto do pão e do vinho no fogo, dizendo: M.'. s . — º Tudo está consummado. (Consummatum est.)»
Todos os Cavalh... se põe á ordem, e fa
zem o sinal, guiados pelo M.'. S.". Perfº. Mest.º., que dá o osculo de paz, e diz: M.". S.….—º A paz seja comvosco.» Todos os Cavalh... se retirão em silencio.
— 224 — IVº
O R DE M.
GRÃO DE ROSA-CRUZ. EXCELLIENTE E PERP. ºs 1º VIGeºa
Abertura.
O Muito Sabio e Perfeito Mestre dá uma
pancada que é repetida pelos Vigilantes, e diz:
M.". S.". — «Mui Resp. -. e Perfeitos Irmãos, ajudai-me a abrir o Capitulo de R.". --. »
Os Vigilantes repetem o convite, dizendo cada um na sua columna:
1º VIG.". — « Mui Resp.…. e Perfeitos Ir mãos, ajudemos o Muito Sabio e Perfeito Mestre a abrir o Capitulo de R.". --.» Depois o Muito Sabio diz: P.— « Mui Excellente e Perfeito Irmão
primeiro Vigilante, qual é o vosso cuidado?» R.—* Muito Sabio e Perf.". Mest.º., é ver
- 225 –
se o Capitulo está bem coberto, e se todos os Irmãos que se áchão aqui presentes são Cavalheiros R.'.--. » O Muito Sabio e Perf. ". Mest.". diz: M.". S.". — « Mui Excellentes e Perfeitos
Irmãos primeiro e Segundo Vigilantes, as segurai-vos d’isso. » O segundo Vigilante pede os signaes, pa lavra, toque e a palavra de passe ao Mestre de Ceremonias, e diz-lhe: 2º VIG.". — «Vede, Mui Perf.". Irmão, se o Capitulo está bem coberto. » O Mestre de Ceremonias sahe para exe cutar esta ordem, e quando entra dá conta
ao segundo Vigilante do que observou. Ao mesmo tempo os Vigilantes vão pedir, cada um aos Irmãos de sua columna res
pectiva, as palavras, signaes e toques do gráo, e dão parte do resultado ao Muito Sa bio, por intermedio do primeiro Vigilante, que diz: 1º VIG.'.—«Muito Sabio e Perf.". Mest.º.,
todos os Irmãos que se áchão aqui presen tes, são Cavalheiros R.". --. » Depois do Mestre de Ceremonias ter en
trado dá conta do que observou ao segundo Vigilante, que bate uma pancada com o
malhete antes do primeiro Vigilante é diz lhe :
– 226 -
2º VIG.". - «Mui Excellente e Perfeito
Irmão primeiro Vigilante, o Capitulo de R.". -- está bem coberto. »
O primeiro Vigilante bate uma pancada an tes do segundo, e depois do Muito Sabio lhe ter respondido, o primeiro Vig... diz-lhe: 1º VIG.". — «Muito Sabio e Perfeito Mes
tre, o Capitulo de R.'.-- está bem coberto. » P.—(( Mui Excellente e Perfeito Irmão
primeiro Vigilante, que horas são?» R.—«O momento em que o véo do Tem
plo fui rasgado; em que as trévas se espa lhárão sobre a superficie da terra; em que a luz se escureceu; em que as columnas e
os instrumentos da Maçonnaria fôrão que brados; em que a Estrella scintillante des
appareceu; em que a pedra cubica suou san gue e agua, e em que a palavra foi perdida. » M.'. S.".—«Visto que a Maçonnaria, etc... Capitulo de R.". --. »
Os Vigilantes dizem cada hum na sua co lumna :
VIG.".—« Mui Resp.…. e Perfeitos Irmãos Cavalheiros, o Muito Sabio e Perfº. Mest.".
vai abrir o Capitulo de R.". --; unamo-nos a e l] O Muito Sabio dá sete pancadas por seis |
e huma separada, Os Vigilantes repetem a bateria,
O Muito Sabio, depois de ter feito o si nal, etc., diz:
•
M.". S.".— «O Capitulo de R.". -- está aberto, assim como os trabalhos do Capi
tulo de...., na sua quarta Ordem.» Os Vigilantes repetem o annuncio. Applaude-se por sete, dizendo-se outras tantas vezes houzé (1). O Muito Sabio dá uma pancada que é re
petida pelos Vig..., e todos os Irmãos tomão lugar sobre bancos da altura de um estrado.
azo=Pção O Muito Sabio diz :
P. —º Mui Excellente e Perfeito Irmão
primeiro Vigilante, qual é o objecto da nossa reunião ? »
R.—« Muito Sabio, e Perfeito Mestre, a
propagação da Ordem, e a perfeição d'um Cavalheiro do Oriente, que pede a ser ad mittido entre nós. »
O Mestre de Ceremonias, accompanhado pelo Candidato, bate como Cavalheiro do Oriente.
2º VI.G.". — « Mui Excellente e Perfeito
Irmão primeiro Vigilante, batem á porta do Capitulo como Cavalheiro do oriente.» (1)Não se devem darpalmas na primeira camara,
– 228 –
1º VIG... — « Muito Sabio e Perfeito Mes
tre, batem á porta do Capitulo como Ca valheiro do Oriente.»
M.". S.". — «Mandai ver quem bate.» O Irmão Experto diz ao Candidato: P.—« Que quereis-vós?» O Mestre de Ceremonias responde: R. — «E' um Cavalheiro do Oriente, etc... COm VOSSO SOCCOTTO, O
O Irmão Experto diz ao segundo Vigilan te, e este ao primeiro, que diz: 1º VIG.".—(( Muito Sabio e Perfeito Mes
tre, é um Irmão Cavalheiro do Oriente, que se acha errante nos bosques e nas monta nhas, e que tendo perdido a palavra na se gunda destruição do Templo, desejaria acha la com vosso soccorro. »
M.". S.".—(Seja-lhe dada a entrada. » Executada a ordem, e collocado o Can
didato entre os dous Vigilantes, o primeiro Vigilante dá uma pancada repetida pelo segundo Vigilante e pelo Muito Sabio, e diz a este ultimo.
1º VIG.". — «Muito Sabio e Perfeito Mes
tre, eu vos apresento um Cavalheiro do Oriente, que procura a palavra.» Acabadas as viagens, e collocado o Can
didato entre os Vigilantes, o primeiro Vigi lante dá uma pancada e diz :
– 229 —
1º VIG.".—«Muito Sabio e Perfeito Mes
tre, o Candidato terminou suas viagens.» Depois de prestado o juramento, e de vestido o Candidato, o Muito Sabio faz aos Vigilantes as perguntas seguintes:
P.—«Qual é o motivo que nos reune? » R.—« Muito Sabio e Perfeito Mestre, a pedra cubica verte sangue e agua pela negli
gencia dos Maçons nos seus trabalhos, a fim de conseguir o triumpho da Maçonnaria que se acha exposta no cume d'uma alta mon tanha. »
P.—«Que significa este mysterio ? » R.— «A perda da palavra, que com vos
so soccorro esperamos achar.» P.—« Que é necessario fazer para o con seguir?» R.—« Abraçar a nova lei; e estar inteira
mente penetrado das tres virturdes que são as suas columnas, a sua base e os seus prin cipios. » P.—« Quaes são ellas ?»
R.—«Fé, Esperança, e Caridade.» P.—« Como acharemos nós estas tres columnas? »
R. - « Viajando e errando no meio da mais profunda obscuridade.»
Todos os Irmãos viájão em silencio, se III,
20
- 230 -
gundo a sua qualidade, e dão sete voltas á roda do Capitulo. A terceira volta o Muito Sabio passa para a Camara vermelha.
A quarta passão os Vigilantes, e assim OS QUltFOS.
-
Chegados todos os Cavalheiros á Camara vermelha, o Mestre de ceremonias manda
ao Candidato que bata sete pancadas como R.". --. O segundo Vigilante dá uma pancada com o malhete, que é repelida pelo pri meiro Vigilante a quem ele diz: 2º VIG.". — « Mui Excellente e Perfeito
Irmão primeiro Vigilante, batem á porta como Cavalheiro R.". --. »
Depois de se ter informado de quem é, segundo o costume, e segundo Vigilante diz aº primeiro:
2º Vie."--&É um Cavalheiro que, etc.... indagações. » 1º Vig...".—« Muito Sabio e Perfeito Mes tre, é um Cavalheiro que, depois de ter corrido os mais profundos espaços, espera dar-vos a palavra, por fructo de suas inda gações. »
M.'. S.". — «Condúzão-no ao Occidente, e nós o interrogaremos. » Executada a ordem segundo o uso, é col
- 231 -
locado o Candidato entre os Vigilantes, o segundo Vigilante diz ao primeiro, e este ao Muito Sabio :
1º vio... — «Muito Sabio e Perfeito Mes
tre, eis aqui um irmão Maçon que vem aju dar nos a achar a palavra perdida, e que deseja tornar-se um Maçon perfeito. » Depois das perguntas do costume, o Muito Sabio diz:
M.". S.".—«Meus Irmãos, a palavra está
achada; assim seja lhe dada a luz.» Os Vigilantes tirão com promptidão o véo que cobre o Candidato.
Depois de ter o Candidato recebido do
Muito Sabio as instrucções que este lhe dar, e de estar collocado entre os Vigilantes, o Muito Sabio faz a proclamação. O primeiro Vigilante a repete, dizendo: 1º VIG.". — « Mui Excellente a Perfeito
Irmão segundo Vigilante, Resp. -. e Per feitos Irmãos Cavalheiros, vós reconhece reis para o futuro o Irmão.... como Cava
lheiro da Aguia, Perfeito Maçon livre debaixo do titulo de R.'. --, e Membro do
Soberano Capitulo de..., na sua quarta Or dem.»
Todos os Irmãos, guiados pelo Muito Sa bio, applaudem por sete, dizendo outras tantas vezes houzé,
- 252 –
Instrucção.
P. — « Sois R.". --? » R. — « Muito Sabio e Perfeito Mestre, tenho essa Ventura. »
P.—« Onde fostes vós recebido? »
R.—« Em um Capitulo em que reinávão a decencia e a humildade. »
P. – « Quem vos recebeu ? » R.—« O mais humilde de todos. »
P.—« Que entendeis par essas palavras?» R.—« Que nas nossas assemblêas não existem distincções senão fundadas na hu mildade e na obediencia. » P. — « Como fostes vós recebido ?»
R.—«Com todas as formalidades conve mientes a um objecto tão importante. »
P.—« Em que estado fostes apresentado em Capitulo ?» R.—« Livre de todos os meus sentidos e e de minha vontade. »
P.—( Que vistes quando entrastes? » R.—« Minha alma ficou enlevada com a
vista que se me apresentou; o silencio, a situação dos Cavalheiros, tudo me inspirou uma grande idêa do que eu ia aprender. » # P.—( Que fizérão de vós depois de vossa introducção? » R.—« Fizérão-me viajar. »
— 233 -
P.—«Que aprendestes vós nas vossas viagens ? » R.—«Descubri os tres sustentaculos do
nosso edificio; ensinárão-me seus nomes, que eu repeti e que gravei para sempre no meu coração. » P.—« Quaes são esses nomes? » R.—« Fé, esperança e Caridade. » P.—« Acabadas as viagens, ficárão vos sos trabalhos perfeitos ? » R. — « Não: o Muito Sabio e Perf.". Mest.".
ordenou que me conduzissem ao pé d'aquelle a quem tudo obedece, para alli prestar meu juramento. »
P.—º Como o prestastes vós? » R. — « No estudo o mais respeitoso, com o coração penetrado do que dizia, e tendo uma firme resolução de observar religiosa
mente tudo o que prometti. » P.—« Que fizérão de vós depois disso?» R.—« Revestirão-me com os sinaes de
dor e de arrependimento; ensinárão me o que significava cada cousa, e em memoria de que eu o fazia, depois todos os Cava
lheiros fizérão uma viagem commemorativa, que uos fez passar da tristeza á alegria,
depois de termos discorrido por caminhos obscuros, tenebrosos e cheios d’orror; mas
a firmeza com que cada um supportou as 20*
— 284 -
fadigas nos fez obter a recompensa que de sejavamos. » P.—º Que procuraveis n'essa viagem?» R.—«A verdadeira palavra, perdida pela falta de ze o dos Maçons. »
P.—«Conseguistes acha-la?» R.—« A nossa perseverancia fez que o conseguimos. » P.—( Quem vo-la deu ? »
R.—« A ninguem é permittido dá-la; mas depois de ter reflectido no que tinha visto e ouvido, eu mesmo a achei, com o
soccorro d'aquelle que é o seu autor. » P.—º Dai-m'a. »
R.—& Não posso. Interrogai-me sobre minhas viagens, meu nome, meu paiz, e procurai fazer como eu. » P. —º D’onde vindes? » R.—º Da Judêa.»
P.—º Por que cidade passastes? » R.—(( Por Nazareth. »
P.—« Quem vos conduzio? »
R.—º Raphael.» P.—« De que tribu sois?» R.—4 Da de Judá.»
R.—« Meu Irmão, não fiquei com isto
mais instruido do que antes. » R.-- & Fazei como eu; reuni as letras
iniciaes de cada palavra, e vós achareis o
- 285 -
objecto de nossas viagens e de nossos mys terios. » P.—« J. » R. — « N. » P. — (( R. »
R.—« J. »
P.—«Não vos dérão mais cousa alguma?» R.—« A palavra de passe que é E.·., os
sinaes e um toque, para me fazer reconhe CCT, ))
P. — « Dai-me o primeiro sinal.» R.— (Dá-se o sinal.) P.—o Dai-me a resposta. » R.— (Dá-se.)
P. — « Dai o toque.» R.— Aquelle que o recebe, diz: «O to que é justo, Muito Sabio. » P.—& Qual é a ordem do gráo? » R.—& 0 bom pasto... » P.—(( Depois de vos darem as meios de
vos fazer conhecer, que fizérão de vós? » R.—(( O Muito Sabio
e todos os Cava
lheiros me constituírão Cav... da Aguia, Perfeito Maçon livre, com o titulo de R.'.--; condecorárão me com o cordão e com a joia;
e depois de me ter feito reconhecer porto dos os Cavalheiros, tomei lugar no Capi tulo."»
P.-& Que se fez depois? »
- 236 -
R.— « O Muito Sabio nos fez uma exhor
tação; tratou dos negocios do Capitulo na maneira do costume,e todos os Cav.". se re tirárão em paz. » Encerramento.
O Muito Sabio dá sete pancadas repetidas pelos Vigilantes.
Todos os Cav.". estão de pé e á ordem. P.—« Mui Excellente e Perfeito Irmão
primeiro Vigilante, que horas são?» R.—«Muito Sabio, é a hora do Perfeito
Maçon. » P.—º Qual é a hora do Perfeito Maçon? » R.—« O momento em que a palavra foi achada, em que a pedra cubica se mudou
em rosa mystica; em que a Estrella scin tillante tornou a apparecer como todo o seu
esplendor; em que nossos instrumentos recobrárão suas fórmas; em que a luz foi restituida a nossos olhos com todo o seu
brilho; em que as trévas fôrão dissipadas, e desde quando a nova lei maçonnica deve regular nossos trabalhos.»
M.". S.".—«Siguamos pois esta lei, etc... ferido nossos olhos.
«Mui Excellentes e Perfeitos Irmãos
- 237 –
Vigilantes, annunciai que o Capitulo se vai fechar.»
1º VIG.". — « Mui Excellente e Perfeito
Irmão segundo Vigilante, Mui Resp. -. e Per feitos Irmãos Cavalheiros, o Cap.'. vai ser fechado. »
M.". S.". — « Mui Excellentes e Perfeitos
Irmãos primeiro e segundo Vigilantes, etc... Façamos nosso dever. » 1º VIG.". — « Mui excellente e Perfeito
Irmão segundo Vigilante, mui Resp... e Perfeitos Irmãos Cavalheiros, o Capitulo de R.".--, assim como os trabalhos do Sobe
rano Capitulo de.... na sua quarta Ordem, estão fechados. Façamos nosso dever.» Todos os Irmãos fazem o segundo sinal, depois uma genuflexão, sendo guiados pelo Muito Sabio, e dizem sete vezes houzé. Nota. Os Cavalheiros espérão em silencio que os vênhão avisar para a ceremonia do
banquete, quando o ha.
- 238 -
I Va O R D E M.
GRÃO DE ROSA-CRUZ. *
ExcELLENTE E PERF.…. 2º v1G.--
Abertura.
O Muito Sabio dá uma pancada que é repetida pelos Vigilantes e diz: M.". S.". — «Mui Resp... e Perfº. II..., ajudai me abrir o Cap... de R.". --.»
Os Vigilantes repetem o convite, dizendo cada um na sua columna :
2° Vic.". — «Mui Resp.…. e Perf.". II."., ajudemos o M.". S.". e Perf.". Mest.". a abrir o Cap. -. de R.". --. » Depois o M.'. S.". diz:
P.— «Mui Exc. e Perfº. I.". primeiro Vig..., qual é o vosso cuidado? »
R.-( M.'. S."., é ver se o Cap.", está
– 239 –
bem coberto, e se todos os II.…. que se áchão aqui presentes são Cavalheiros R.". --.» M.". S.". — «Mui Exc... e Perf.". II.…. pri
meiro esegundo Vig..., assegurai-vos d’isso.» O segundo Vig... pede os sinaes, palavra, toque, e a palavra de passe ao Mest.". de Cer.". e diz:
2° V1g.". — «Vede, Mui Perf.". I.”., se o Cap.". está bem coberto. » O Mest... de Cer... sahe para executar
a ordem, e depois de ter entrado, dá conta ao 2º Vig... do que observou. Ao mesmo tempo cada um dos Vig...". vão á sua respectiva columna receber de cada
I.". as palavras, sinaes e toque do gráo, e voltando aos seus lugares assegúrão o M.". S.". Perf.". Mest... de que o Cap.…. está bem
coberto, dizendo o 2° Vig... ao 1º, e este ao M.". S.". Perf. ". Mest.". :
1º VIG.'.—« M.'. S.". Perf.". Mest.º., to dos os II.". aqui presentes são Cavalh.". R.". --. » O Mest.". de Cer.'., entrando dá conta do
que observou ao 2º Vig..., que dá uma pan cada com o malhete sobre a do 1º Vig..., e lhe diz: 2º Vrc.". — «Mui Exc.…. e Perf.". I.”. 1º
Vig..., o Cap.", de R.'.-- está bem coberto.» O 1º Vig...", dá uma pancada depois da do
2º, e tendo correspondido o M.'. S.". Perf.".
Mest.º., o 1º Vig... diz-lhe: 1º Vig.….— « M.'. S.". Perf.". Mest.º., o
Cap... de R.". -- está bem coberto. » P.—« Mui Exc... e Perf.". I.”. 1º Vig..., que horas são ?» R.—« O momento em que o véo do Tem
plo foi rasgado, em que as trévas se espa lhárão sobre toda a terra; em que a luz se escureceu; em que as columnas e os in
strumentos da Maçonnaria fórão quebrabos; em que a Estrella scintillante desappareceu; em que a pedra cubica suou sangue e agua, em que a palavra foi perdida.» M.". S.".—« Visto que a Maçonnaria, etc.. Cap.". de R.". --. »
Os Vig..., cada um na sua columna, di ZQII) :
•
VIG.". — « Mui Resp... e Perf.". II.". Ca
valh..., o M.'. S.". Perf. ". Mest.". vai abrir o Cap.". de R.". --; unamo-nos a elle. » O M.". S.". Perf.". Mest.". dá sete panca
das, por seis e uma separada. O 2° Vig... repete a bateria, e o M.'. S.".
Perf.". Mest.º., depois de ter feito o sinal, diz :
M.". — «O Cap... de R.". -- está aber to, e os trabalhos de Cap.". de....., em sua quarta Ordem, »
— 241 -
Os Vig.". repetem o annuncio: applaude se por sete, dizendo-se outras tantas vezes
houzé (1): o M.'. S.". Perf.:. Mest... dá uma pancada, que é repetida pelos Vig..., e todos os II.". se assêntão em bancos da al tura d'um estrado.
Recepção. O M.'. S.". Perf.". diz :
P.—«Mui Exc... e Perf.". I.”. 1º Vig..., qual é o objecto da nossa reunião ?» R.—« M.'. S.". Perf.". Mest."., a propa
gação da Ordem, e a perfeição d'um Cavalh.". do Oriente, que
deseja, ser admittido entre
nós. »
O Mest... de Cer..., accompanhado do Candidato, bate como Cavalh... do Oriente, e o 2º Vig.'., segundo a participação do I.".
Exp.'., diz ao 1° Vig...". : 2º VIG.". — «Mui Exc... e Perf.". I.”. 1º Vig..., batem á porta do Cap.", como Ca valh... do Oriente. »
O 1º Vig... repete-o ao M.'. S.". Perf.". Mest.º., que lhe responde: M.". S.". — « Vêde quem bate. »
(1) Não se dão palmas na primeira camara. III,
21
— 242 —
O 1º Vig... di-lo ao 2º, que repete o mes mo ao I.". Exp.". : 2º Vig... — «I.". Exp. , , vêde quem bate. »
O 1.". Exp.…. diz ao Candidato: P. — « Que quereis-vós?» O M.'. de Cer... responde: R. — « E um I.. Cavalhº. do Oriente, etc... acha-la com o vosso soccorro. »
O I.. Exp... di-lo ao 2º Vig..., e este ao 1º, que diz :. 1º Vig... — «M.'. S.". Perf.". Mest.º., é
um I.”. Cavalh... do Oriente, que se acha vagando nos bosques e nas montanhas, e que tendo perdido a palavra na segunda destruição do Templo, desejaria acha-la
com o vosso soccorro. »
•
O M.'. S.". Perf.". Mest.". responde:
M.". S.". — «Seja-lhe dada a entrada.» Executada a ordem, e colocado o Candi dato entre os dous Vig..., o 1º Vig... dá uma pancada, que é repetida pelo 2° Vig... e pelo M.'. S.". Perf. ". Mest.º., a quem o 1º Vig... diz: -
1º Vig...". — «M.'. S.". Perf.". Mest... eu
vos apresento um Cavalh... do Oriente, que procura a palavra. »
Acabadas as viagens, e colocado o Candi
– 248 —
dato entre os Vig..., o 1° Vig.…. dá uma pan cada e diz :
1º VIG... — «M.". S.". Perf.". Mest.º., o Candidato terminou suas viagens.»
Depois de prestado o juramento, e o Can didato revestido, o M.". S.". Perf. ". Mest.".
faz aos Vig... as perguntas seguintes: P.—º Qual é o motivo da nossa reunião?» R. — «M.". S.…. e Perf. ". Mest.º., a pedra
cubica sua sangue e agoa, por causa da né
gligencia dos MM... nos seus trabalhos, a fim de conseguir o triunfo da Maç."., que se acha exposta no cume d'uma alta mon tanha. »
P.—« Que significa este mysterio?» R. — «A perda da palavra. que com vosso soccorro esperamos achar.» P—« Que é necessario fazer para a con
seguir? »
•
R. — «Abraçar a nova lei, e estar intei
ramente penetrado das tres virtudes, que são as suas columnas, a sua base e seus princi cipios.» P.—«Quaes são ellas?» R.—« Fé, Esperança e Caridade. » P. — «Como acharemos nós estas tres co lumnas? »
R. — «Viajando e errando no meio da mais profunda obscuridade,»
— 244 —
Todos os II.". viájão em silencio, segundo a sua qualidade, e dão sete voltas á roda do Cap.". A” terceira volta e M.". S.". e Perf.".
Mest... passa para a Camara vermelha.
A quarta passão os Vig..., e assim os ou trOS.
Chegados todos os Cavalheiros á Camara vermelha, o Mest...". de Cer.". manda ao
Candidato que bata sete pancadas como R.". --.
O segundo Vig.…. dá uma pancada com o malhete, repetida pelo primeiro a quem elle diz:
2º VIG.". — «Mui Exc.". e Perf.". I.”.
primeiro Vig. "., batem á porta do Cap.". como Cav.". R.". --.
Depois de se ter informado de quem é, conforme o costume, o segundo Vig... diz ao primeiro :
2º Vig... — «Mui Exc... e Perf.". I.”. primeiro Vig..., é um Cavalheiro que depois de ter discorrido pelos mais profundos es
paços, espera dar-vos a palavra, com fructo de suas indagações. »
O primeiro Vig... o diz ao M.'. S."., que responde : M.". S.". — º Condúzão-no ao Occidente,
e nós o interrogaremos. »
- 245 —
Executada a ordem segundo o uso, e col locado o Candidato entre os Vig..., o 2º Vig... diz ao primeiro : 2º VIG.". — «Mui Exc.". e Perf.". I.”.
primeiro Vig..., eis aqui um I.". Maç.". que vem ajudar-nos a achar a palavra per
dida, e que deseja tornar-se um Maç.". Perfeito. »
Depois das perguntas do costume, o M.'. S. ". diz :
M.". S.". — «Meus II..., a palavra está achada; assim seja lhe dada a luz. » Os Vig... tirão promptamente o véo que cobre o Candidato; e depois de este ter rece
bido do M.'. S.". as instrucções que elle lhe deve dar, e de estar collocado entre os Vig..., o M.'. S.". faz a proclamação. Os Vig... a repetem, dizendo: VIG.". — «Mui Resp.…. e Perf.". II.".
Cavalheiros, vós reconhecereis para o futuro o I.….... como Cavalheiro da Aguia, Perf.". Maç.…. livre, debaixo do titulo de R.". --, e como membro do Soberano Cap... de..., na sua quarta Ordem. » Todos os II."., guiados pelo M.'. S."., ap
plaudem por sete, dizendo outras tantas ve zes houzé.
Instrucção.
P.—« Sois R.". -- ?» 21*
— 246 —
R.—«M.'. S.…. e Perf.". Mest.º., tenho essa ventura. »
P.—«Onde fostes recebido? »
R.—º Em um Cap... em que reinávão a docencia e a humildade.»
P. — « Quem vos recebeu?» R.—«O mais humilde de todos. »
P.—º Queentendeis por essas palavras?» R.—«Que nas nossas assemblêas, não existem distincções senão fundadas na hu mildade e na obediencia. » P.—«Como fostes vós recebido? »
R.". Com todas as formalidades que exi gia um objecto tão importante. » P.—«Em que estado fostes apresentado em Cap.….? » -
R.—º Livre de todos os meus sentidos e de minha vontade. »
P.—« Que vistes quando entrastes?» R. — «Minha alma ficou enlevada com a vista que se me apresentou; o silencio e a
situação dos Cavalheiros, tudo me fez conce
ber uma idêa grande do que eu ia apren der.»
P. — «Que fizérão de vós depois da vossa introduccão? »
R.—« Fizérão me viajar. »
P.-º Que aprendestes vós nas vossas via gens? »
— 247 —
R.—«Descubri os tres sustentaculos de nosso edificio; ensinárão me seus nomes,
que eu repeti, e que gravei para sempre no meu coração.» P.—º Quaes são esses nomes? »
R.—« Fé, Esperança e Caridade.» P.—º Acabadas as viagens, ficárão vossos trabalhos perfeitos? » R —« Não . o M. “. S.". e Perf. ". Mest.".
ordenou que me conduzissem ao pé d'aquelle a quem tudo obedece, para alli prestar meu juramento. » P.— «Como o prestastes vós? » R.— « No estado o mais respeitoso, o co
ração penetrado do que dizia, e tendo uma firme resolução de observar religiosamente tudo o que prometti.»
P—«Que fizérão de vós depois d’isso?» R.—º Revestirão me com os sinaes da
dor e do arrependimento; ensinárão me o
que significava cada couza, e em memoria de que e o fazia, depois todos os Cavalhei ros fizérão uma viagem commemorativa,
que nos fez passer da tristeza á alegria, de peis de havermos discorrido por caminhos obscuros, tenebrosos e cheios d'horror; mas
a firmeza com que cada um sustentou as fa digas, nos fez obter a recompensa que dese javamos. »
— 248 —
P.-(( Que procuraveis n'essa viagem?
R. -- A verdadeira palavra perdida pela
falta de zelo dos Maçons. » P. - «Conseguistes acha-la?
*--* A nossa perseverança fez que o Conseguimos. » P.-(( Quem vola-deu ? »
*-* A ninguem é permittido da-la; mas depois de ter reflectido no que tinha visto e
ºuvido, eu mesmo a achei, com o soccorro d'aquelle que é o seu autor. , P.—º Dai-m'a. »
*-* Não posso. Interrogai-me sobre minhas viagens, meu nome, meu paiz, e Procurai fazer como eu. » P. —º D’onde vindes? » R. — « Da Judêa. »
P.-º Por que cidade passastes? » R. - «Por Nazareth. » P.-º Quem vos conduzio? » R.—« Raphael. » \,
P.-( De que tribu sois? » R. - «Da de Judá. »
* - º Meu I.I.., não fiquei com isto mais instruido do que antes.» *-* Fazei como eu; reuni as letras ini
ciaes de cada palavra, e vós achareis o ob jecto de nossas viagens e de nossos myste rios. »
— 249 — P.—(( J. » R.—« N. » P.—º R. »
R.—« J. » P.—« Não vos dérão mais cousa al
guma?»
R.-* A palavra de passe que é E.·., os sinaes e um toque para me fazer reconhecer.» P.—« Dai-me o primeiro sinal. »
R.—(Dá-se o sinal.) P.—« Dai-me a resposta. » R.—(Dá-se.) P.—º Dai o toque.»
R.-«Aquelle que o recebe, diz : « O to que é justo, M.". S.". e Perf.". M.". »
P.—«Qual é a ordem do gráo? » R. — « O bom Pastor. »
P.-« Depois de vos darem os meios de
vos fazer reconhecer, que fizérão de vós? » R.-« O M.'. S.". e todos os Cavalheiros
me constituirão Cavalh... da Aguia, Per feito Maçon livre, debaixo do titulo de R.". --; condecorárão-me com o cordão e com a joia, e depois de me ter feito reco
nhecer por todos os Cavalheiros, tomei lugar no Cap.". »
P.-«Que se fez depois? » R.-“ O M.'. S... e Perf... Mest... nos fez uma exhortação; tratou dos negocios do
— 26 —
Cap.", na maneira do costume, e todos os Cavalheiros se retirão em paz, º Encerramento.
O M.'. S.. dá sete pancadas que os Vig.…. repetem. Todos os Cav... estão de pé e á ordem. »
P.—º Mui Exc... e Perf.". I.”. primeiro
Vig..., que horas são ? » R —« M.". S... e Perf.". Mest.º., e a hora
do Perfeito Maç.". " P.—º Qual é a hora do Perfeito Maç.….? » R.—« O momento em que a palavra foi achada; em que a pedra cubica se mudou em rosa mystica; em que a Estrella scin tillante tornou a apparecer com todo o seu esplendor; em que nossos instrumentos re
cobrárão sua fórma, em que a luz foi restituida a nossos olhos com todo o seu
brilho; em que as trévas fôrão dissipadas, e
desde quando a nova lei maçonnica deve re gular nossos trabalhos, M.". S.". — « Sigamos pois esta lei, etc... ferido nossos olhos.
«Mui Exc... e Perf.". II... primeiro e se
gundo Vig... annunciai que o Cap. -. vai fe char-se. »
Os Vig... fazem o annuncio, dizendo :
Vio.", — «Mui Resp... e Perfº. II.”. Ca
– 251 —
valheiros, o Cap... de R.". --vai fechar-se.» M.". S.". — « Mui Exc. -. e Perf.". II.".
primeiro e segundo Vig..., etc.…...... Faça mos o nosso dever.
Os Vig... repetem o annuncio, dizendo: VI G.". — «Mui Resp. -. e Perf.". II.". Ca valheiros, o Cap... de R.'. --, e os traba lhos do Soberano Capitulo de..... na sua quarta ordem, estão fechados. Façamos nosso dever. »
Todos os II.…. fazem o segundo sinal. de pois uma genuflexão, guiados pelo M.'. S.". e dizem sete vezes houzé.
Nota. Os Cavalheiros espérão em silencio que os vênhão avisar para a ceremonia do
banquete, quando ha.
TABOA
DAS MATERIAS DO TERCEIRO TOMO.
Pag.
Grão de Eleito-secreto.» - - - - - - - - - • • • • • • • • 3 Architecto...........………………… Ibid. Gráo de Eleito-Secreto. . . . . . . . . * * * * * * * * * *
8
Muito Sabio................…..…….. Ibid.
Gráo de Eleito-Secreto........ . . . . . . . . . .
24
Orador.........................……. Ibid.
Banquete dos Eleitos-secretos,............
29
Gráo de Eleito-secreto...................
31
Grande-Inspector....................... Ibid.
Gráo de Eleito-secreto...................
39
Severo-Inspector....................... Ibid. IIIs.
22
Pag
Gráo de grande Eleito-Escossez, ou Eleito sublime ............................
49
Architecto......….................... Ibid. Gráo de Grande Eleito-Escossez, ou Eleito Sublime............................
55
Muito-Grande......................... Ibid.
Gráo de Grande Eleito-Escossez, ou Eleito Sublime. ….….…..…..……...…. 76 Orador............................... Ibid.
Banquete dos grandes Eleitos-Escossezes, ou Eleitos-Sublimes.....................
82
Gráo de grande Eleito-Escossez, ou Eleito Sublime.........................….
84
Primeiro Vigilante...................... Ibid. Gáro de grande Eleito-Escossez, ou Eleito
Sublime...………………………
94
Segundo Vigilante... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ibid. Gráo de Cavalheiro do Oriente. .. . . . . . . . . . . 405 Architecto..…..………………………… Ibid, Gráo de Cavalheiro do Oriente... . . . . . . . . .
413
Sob '. Mestre..............….….…… Ibid. Gráo de Cavalheiro do Oriente. . . . . . . . . . . .
442
Orador..........….…..……….… Ibid.
Banquete dos Cavalheiros do Oriente, ….. -
451.
Gráo de Cavalheiro do Oriente... . . . . . . . . .
453
Primeiro Vigilante..............….….. Ibid. Gráo de Cavalheiro do Oriente... , , , , , , , , , , 466
Segundo Vigilante..................….. Ibid. Gr㺠de Rosa-cruz...................... 179
— 255 — Pag.
Architecto.............................
179
Gráo de Rosa-cruz......................
188
Muito-Sabio e Perf.". Mestre............. Ibid. Grão de Rosa-cruz......................
213
Orador....…......................... Ibid.
Gréo de Rosa-cruz...................... 224 Excellente e Perf.'. 1º Vig.….............. Ibid. GrẠde Rosa-cruz......................
238
Excellente e Perf.'. 2º Vig.…............... Ibid,
BIBLIOTHECA MAÇONNICA.
TOMO IV,
PARIS, — NA oFFICINA TYPogRAPHICA DE BEAULÉ, Rue François Miron, 8.
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BIBLIOTHE CA MAçorINICA, OU
INSTRUCÇÃO COMPLETA Do FRANC-MAçoN. COMPREHENDENDO
1º A Historia da Maçonnaria desde a mais alta antigui
dade até hoje; 2º O Ritual de todos os gráos da Maçommaria; 3º A Guia do Architecto; 4º A Maçonnaria d'Adopção;
5º Huma Collecção de Discursos para todos os gráos e fes tas das ordens;
6° Os estatutos geraes e particulares dos principaes Orienº tes da Europa;
7° Modelos de correspondencia oficial e ceremonias; 8° Hum Vocabulario Maçonnico. oERA
POR UM CAV, ". ROSA-CRUZ, TOMO QUARTO.
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PARIS. CASA DE J. P. AILLAUD, EM QUAI volTAIRE, Nº 11.
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MAÇONNARIA DE ADOPÇÃO. OU
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MAçoNNARIA DAS DAMAS.
IV º
1
O REGULADOR Do MAÇON.
MAÇONNARIA n= Anorção.
Utilidade das tojas de Adopção. A Maçonnaria das senhoras, chamada de Adopção, não está espalhada (falla-se parti cularmente de França) como em outro tem
po estava; com tudo, como a dos homens, ella tem sua utilidade, pois que o seu fim é o mesmo; e difere d’aquella pelo seu histo rico e antiguidade, que não é a mesma,
posto que alguns autores a fáção remontar ao tempo da creação do mundo. Differe
igualmente nas recepções, que não podem assemelhar-se ás dos homens, por isso que as senhoras não podem fisicamente sofrer
as experiencias por que os homens são obrigados a passar. Por que razão as LL.'.
- 4 –
espalhadas sobre a face da terra, e princi palmente em França, que é a séde da cor tezia para com as damas, se privão do pra zer de se associarem aos trabalhos d'um sexo que dá tanto encanto a nossos recreios? Será por egoismo? Mas este sentimento não se pode suspeitar nos MM.'. Será o receio
do entrar em despezas exorbitantes? Mas com que se paga o prazer que se sente ao pé de tão amavel sexo? e uma L.'. zelosa de seus fundos não pode por meio de bem entendidas economias, prover a essas des— pezas?
Nada pois obsta a que hájão LL.'. d'a dopção, e é na intenção de despertar nos MM.…. este gosto de nossos antigos Mest.º., que se emprehendeu fazer imprimir tudo o que nos pareceu necessario para a creação das LL.". d’adopção.
Todas as LL.'. instituidas pelo G.". O.". teem o direito de constituir LL.'. d’adop ção; que ellas usem pois d’este direito para as estabelecer, o que será uma nova home nagem rendida á virtude. Que as senhoras
não tênhão d'aqui em diante razão de nos reprehender esse egoismo, que parece pre sidir a nossas reuniões; mostremos-lhes em
fim que somos sempre dignos dos senti mentos, que ellas sabem inspirar.
— 5 -
Para facilitar ás LL... a maneira de for
mar as LL.'. de adopção, entrou-se, como se passa a mostrar, em todos os detalhes, que podião esclarecer esta materia.
ESTATUTOS
PARA AS LOJAS D'ADOPÇÃo. Depois das mais maduras deliberações as sentámos que os presentes Estatutos serão executados inviolavelmente em todas as
LL.'. de mulheres; mas não querendo co arctar o direito que tem cada L.'. de fazer
seus regulamentos particulares, este direito persistirá em tudo o que não fôr em con travenção dos presentes Estatutos. Artigo primeiro.
Nenhuma Mest.". poderá jamais ter L.'., nem fazer recepção sem que seja constituida por um G.". M.". e para isso autorisada. Artigo segundo.
Para uma L.'. fazer recepções é preciso ser composta d’uma Ven.'. Mest.'., duas 1"
.– 6 –
Vig..., uma Sec.º., uma Thes..., e uma Mest.". de Cer.".
Artigo terceiro. Nenhuma mulher, de qualquer condição que ella possa ser, será admittida na socie dade, sem que tenha sido proposta na ses
são precedente. A Ven... Mest... pedirá aos II.". e Irmãas assistentes que indaguem se ha alguma cousa a dizer contra a proposta,
e que de tudo deem conta exacta á L.". Artigo quarto. Sendo os votos em favor da proposta, a
Vem.". Mest.". a fará avisar, a fim de que ella saiba qual é o dia designado para a sua recepção. Se os votos forem contrarios á
proposta, ella será igualmente avisada, di zendo-se-lhe com toda a urbanidade que não pode ser. Artigo quinto.
Nenhuma mulher gravida, ou no tempo critico poderá ser admittida á recepção. Artigo sexto. Nenhuma poderá ser iniciada antes de
ter ao menos dezoito annos completos,
– 7 -
Artigo setimo. As provas da vida e costumes serão lidas
em L.", pelo Sec.'. da L.'.; e quando uma proposta tiver sido rejeitada; é expressa - mente prohibido a todo e qualquer o fallar d’isso a alguem. Esta prohibição estende-se aos Irmãos e Irmãas, que não estivérão pre
sentes no dia em que a proposta foi recusada. A violação deste preceito será necessaria mente punida; e quando se tiver verificado
que tal Irmão ou Irmãa foi indiscreto ou in discreta n'esta parte, se pronunciará un animemente a sua exclusão da L.".
Artigo oitavo. Tomar-se-hão informações sobre se as
Irmãas são prudentes e circunspectas no
mundo profano; e vindo a saber-se que alguma não observa strictamente os estatu tos e seus regulamentos maçonnicos, ella será, pela primeira vez, reprehendida em L.'. com doçura, pela segunda registrada,
e pela terceira, perpetuamente banida da sociedade. Assim toda a Irmãa sera mui reservada
em seus discursos, e deverá sempre condu zir-se com a maior prudencia, tanto em L.'. como no mundo profano.
— 3 —
Artigo nono. Quando uma Irmãa se não sentir em es tado de observar a maior decencia durante a
recepção, pedirá immediamente licença para se retirar; aliás será convidada a faze-lo. Artigo decimo. As Irmãas estrangeiras, que se apresenta rem, serão strictamente examinadas antes
que lhes seja concedida a entrada; para o que ter-se-ha o cuidado de as reconhecer antes d’entrarem. Se forem Eleitas Escosse
zas, serão colocadas á direita e á esquerda da Mest.". segundo a antiguidade da sua re cepção. Artigo undecimo. Os presentes Estatutos serão observados
com o maior rigor, e toda a inicianda pro metterá por um juramento particular con formar-se com elles o mais rigorosamente possivel; e a que o recusar prometter será immediatamente despedida.
– 9 -
DIGNIDADES »ruxa x... DE Amoeção. Um Gran Mestre. Uma Gr. ". Mestra.
Um I.". 1º Vigilante. Uma Irmãa Inspectora. Um I... 2º Vigilante. Uma Irmãa Depositaria. Um I.". Orador.
Uma Irmãa Thesoureira.
PRIMEIRO GRÁo.
APRENDIZ. -*><><>
Decoração da loja. A L.'. deve ser forrada d'azul, como a
dos homens; e representa as quarto partes
do mundo, a Europa, a Asia, a Africa, e a America.
O que na L.'. dos homens se chama co
lumna, chama-se clima em L.'. de adopção. Titulos.—O presidente toma o de Ven...: a Gr.". Mestra, o de Grande Inspectora. Ha
um só Vig... que toma o titulo de Grande Inspector. Lugares. — « O Ven. ". assenta-se na Asia
(Oriente em L.'. d'homens), e tem diante de si um altar. A Grande Inspectora está á sua direita, vestida de branco; o avental é branco bordado d'azul, e tem por collar uma
larga fita branca, na extremidade da qual pende uma trolha de prata. O Ven.'. accres centa ás suas insignias ordinarias uma fita azul, em cuja extremidade pende um mar
– 11 -
tello na forma d'um T. Tem seu chapeo na cabeça, uma espada na mão esquerda, e uma trolha na mão direita. Sobre o altar está
uma tigela que contenha massa para pôr o sello da discrição, com ajuda d’uma trolha que deve estar na tigela.
O Gr.'. Inspector coloca-se em face do Ven.'., na Europa (Occidente), decorado da mesma fórma que elle, mas sem chapeo. O Orador coloca-se na extremidade do
clima da Africa (Meiodia), decorado como O Ven. º.
Atrás do Gr.". Inspector está uma mesa, sobre a qual deve estar um esqueleto. Nas duas extremidades d’esta mesa devem estar
dous II.". Terriveis, cada um dos quaes deve ter um facho composto de enxofre, betume e resina, assim como uma mesinha d'um pé só diante de cada um d'elles, e sobre estas duas mesinhas deve haver duas taças
ou dous pequenos alguidares cheios d'espi rito de vinho misturado com sal.
Atrás do Gr... Mest.". está uma grande estrella que forma muitas luzes, e diante d’estas um tafetá cor de fogo.
Os Irmãos e Irmãas tómão lugar nos cli mas, ficando as senhoras nas banquetas de diante : os Irmãos revestidos com as suas
condecorações ordinarias, e armados d'uma
— 12 -
espada; e as Irmãas revestidas d'um avental branco, bordado d'azul, e uma larga fita branca em lugar de collar, em cuja extre midade pende uma trolha. A L.'. é allumiada como as dos homens;
e no meio deve haver um quadro. Abertura da L.".
O Ven.'. pergunta ao Gr.". Inspector:
P.—«Quaes são os deveresd’uma perfeita Maçon? » R.—« Amar, soccorer, proteger e respei
tar seus II.". e Irmãas, principalmente na desgraça. » oven.'. diz: «Continuemos pois a amar nos, proteger-nos e soccorrer-nos mutua mente em todas as occasiões. »
Elle dá então cinco pancadas, dizendo cinco vezes Eva ! A L.". está aberta. Ordem. — Os Irmãos e Irmãas estão á or
pondo dem, a mão direita sobre a esquerda, e ambas o ventre, sobre •
— 13 -
Preparação para a recepção. Conduz-se a Inicianda em um lugar muito escuro, aonde deve haver uma caveira, den
tro da qual esteja uma luz. N’aquelle lugar está ordinariamente uma Irmãa (e deve-se
fazer todo o possivel para que seja a ultima iniciada) a qual lhe pergunta se fez suas re flexões sobre a empreza que formou d’entrar
em uma ordem tão respeitavel, como aquella a que ella aspira ser admittida. Pergunta lhe depois se ella está em bom estado, por
que deve passar por provas terriveis, as quaes todavia em nada são contrarias a de cencia, nem á virtude a mais austera. De pois convida-a a ter muita firmeza, tira-lhe
a liga esquerda, que substitue por uma fita azul; tira-lhe a luva direita, arregaça-lhe a manga direita, venda-lhe os olhos, e per gunta-lhe se, á fé de Irmãa que ha de vir a
ser, ella não vê cousa alguma: finalmente diz-lhe que tenha confiança n’ella. Assim disposta a Inicianda, a Irmãa apre senta-a á porta do templo, aonde ella bate por cinco vezes,
1W,
2
* 14 -
Recepção.
Tendo a Grande Inspectora batido cinco vezes, assim como o Gr.". Inspector, este
diz ao Ven.'. «Batem á porta do templo.» O Ven.". responde: Vêde quem bate, e o que quer. » Depois do Gr.". Insp.…. ter ido ver á porta, volta ao seu lugar, põe-se á or dem, assim como os Irmãos e Irmãas, e diz: « Ven.'., é uma senhora, que pede ser re
cebida Maçº.» O Ven.". responde: «Per guntai-lhe se é essa com efeito sua livre vontade; se fez suas reflexões; quem a apresenta; seu nome, sua idade: sua qua
lidade, se se sente com forças para passar por todas as provas necessarias. » Tendo o Insp.". transmittido as respostas ao Ven.'., este pergunta á Inspectora se co
nhece na Aspirante as qualidades reque ridas para entrar em uma Ordem tão res peitavel. Depois da resposta affirmativa da Inspectora, o Ven.'. pergunta se ninguem se oppõe a recepção: os Irmãos e Irmãas levántão a mão, e tórnão a pôr-se á ordem. O Ven.'. diz então: «Conduza-se-a de
novo ao gabinete do Segredo, e fazei-a pas sar pela experiencia do animal venenoso; introduzi-a depois na L.'.»
* 15 -
Torna-se a leva-la para o cabinete, áonde tinha estado, e põe-se-lhe na mão uma ser
pente artificial. Depois a Irmãa conduz a Aspirante áL.'., e tendo batido á porta entrega-a entre as mãos do Gr.". Inspector.
O Insp.". deixa a Inicianda no meio do templo, vai colocar-se á esquerda do Ven.'., e diz-lhe: « E a senhora que deseja ser
recebida Maç... » O Ven.'. diz então á Ini cianda: « Senhora, é com efeito esta sua livre vontade ? » Depois da resposta da Ini cianda, elle lhe diz: «Tem na verdade feito suas reflecções antes de decidir-se a entrar
em uma Ordem tão respeitavel?» Depois da resposta accrescenta : «Nunca lhe aconteceu persuadir-se, ou mesmo accreditar que os MM.". são sujeitos a vicios infames, contra
rios a virtude e á probidade ? » Depois da resposta o Ven.'. diz: « Ir.'. Inspector, fazei passar a Inicianda pela abobada de aço; fazei-a depois viajar do Norte ao Occi dente, e fazei-a passar severamente pela
experiencia do fogo. » O Inspector a faz viajar tres vezes do **
Norte ao Occidente, e duas vezes á roda dos
dous alguidares, sobre os quaes lhe faz pôr a mão; depois diz: « Ella viajou, º e a faz voltar do lado do esqueleto. O Ven.'. diz
então ao Gr.". Insp.".: « Faz-lhe ver todo o horror do seu estado. » Tira-se-lhe n'esta
occasião a venda dos olhos, e os dous II.".
Terr.…. agitão seus fachos. O Ven.'. diz de pois: « Deixai-a um momento reflectir so bre o seu estado presente. » Um momento depois o Ven. ". accrescenta: «Fazei-a passar da morte á vida, trazendo-a por cinco pas sos para a Estrella do O.º. » Então os II.". Terr... a vóltão de repente, e mesmo um pouco arrebatadamente, para o O.º.; o In
spector lhe ensina a dar os cinco passos para o Ven.'., que lhe recommenda de pres
tar grande attenção ao que lhe vai dizer a Grande Inspectora, que lhe falla nestes term0S.
Discurso da Grande Inspectora.
« Senhora, » Vós ides ser admittida em uma Ordem » muito respeitavel, aonde nada ha contra
» a religião, o estado e os bons costumes. A » firmeza que vós mostrastes nas expe » riencias, por que se vos fez passar, a pro » bidade do I.'. que vos apresentou, são » para nós seguros fiadores do vosso modo º de pensar a nosso respeito. Escutai con » tinuamente o que esta mesma virtude e » e a honravos dictão e vos ordênão seguir.»
- 47 -
Então o Orador lhe dirige o seguinte dis CUTSO:
» A apenas um momento, Senhora, que » vós estaveis em densas trévas, a favor » das quaes entrastes n'esta respeitavel. L.“.
» Fostes purificada pelo fogo, porque vós » estaveis manchada pelo crime da seducção » e da desobediencia; depois d'esta especie » de baptismo, que apagou as funestas » manchas do crime, deu-se-vos a luz, para » vos fazer ver o horror do vosso estado, e
» o que vós sereis um dia. Vós deveis, Se » nhora, fazer a esse respeito reflexões mui » serias.
» Em fim o Ven.'. vos chama ao pé do » altar para consummar o sacrificio. Vos » chegais ao feliz instante em que vós ides
» ser admittida á mais antiga e á mais res » peitavel das Ordens. Que felicidade para » vós, Senhora, a de ser unida a II... que » hônrão a virtude, e não conhecem senão » a solida amisade e a constante caridade
» para com os indigentes! Taes são as vir » tudes que vós deveis praticar na nossa » Ordem: nós não formamos senão uma
» familia, cujos interreses são communs. » Mas para acabar de vos unir a nós intei » ramente, o Ven.'. vai pronunciar-vos o
» formidavel juramento que vos liga para 2*
– 18 —
* sempre debaixo da inviolabilidade do
» segredo. » O Ven.'. lhe faz prestar o juramento se guinte:
» Sobre o conhecimento que tenho do grande de Sob... do Universo, que tirou do cháos os quatro elementos para formar » a sua architectura, prometto guardar e
)
» occultar, debaixo do eterno cadeado do
» segredo e do silencio, os segredos da » Maç.'., que me vão ser confiados. Eu me » submetto, se faltar á minha palavra, a
» ser exposta á vergonha, e á infamia que » todo o Maç.". reserva ao perjuro. » » » »
» Prometto tambem ouvir, trabalhar, e calar-me, sob pena de ser ferida com a espada do anjo exterminador, e que a terra se abra debaixo de meus pés para engolir-me! Eu desejo, para estar livre
» d’isso, que uma porção do fogo, que re » side na mais alta região, esclareça meu }} coração o purifique, e o conduza á vereda » da virtude. Assim seja. » Prestado este juramento, o Inspector
apresenta a Inicianda ao Ven.'., que lhe dá as palavras, sinaes e toques. Feito isto, o Ven.'. dá o osculo á Ini cianda, e diz-lhe: « Eu mudo o tratamento
de Senhora pelo de Irmãa, apresentando
- 19 -
vos uma liga, em que estão escriptas as pa lavras Silencio, Virtude. » Então a Grande Inspectora lhe tira a branca de que ella está
revestida, e a substitue por aquella. O Gr.". Inspector lhe dá depois luvas e um avental branco, que lhe áta dizendo: « Eu vos con decoro com o avental d'uma Ordem respei tavel; é debruado de branco, o que vos deve fazer lembrar a candura que devem ter de continuo um M... e uma Maç.". Depois, fa-lhe dar o osculo da associação a todos os II.". e Irmãas, com a palavra de toque, e a coloca na extremidade do clima
da America (Norte) para ouvir a instrucção que o Ven... faz, e a explicação do quadro collocado no meio da jardim.
Instrucção do gráo da Apr... Maçon. P.—« Qual é attenção dos MM... e das MM.*.? » R.—« Saber se a L.". está fechada. »
P.—« Sois-vós uma Apr... ? » R.—« Assim o creio. »
P. —º Porque me respondeis, como se não estivesseis certa d’isso?»
R.—«Porque é proprio da fraqueza do meu sexo duvidar de tudo, e porque além d’isso uma Apr.'. de nada está certa. » P.—º Como fostes introduzida em L.",?»
– 20 —
R.— «Com os olhos vendados; para me fazer conhecer que, para chegar ao conhe
cimento dos sublimes mysterios, é preciso vencer toda a curiosidade. »
P.-« Como Chegastes-vós a Maç.". » R.—« Por uma abobada de ferro e aço. » P.— «Que representa essa abobada? »
R.—« Força e subtileza. » P.—« Aonde fostes recebida Maç.". » R.—« Entre a escada de Jacob, e a torre
de Babel, estando ao pé da arca de Noé. » P.—« Que reprêsentão essas tres cousas?» R.—« A arca representa o coração do ho mem agitado pelas paixões, assim como ella o era pelas agoas durante o diluvio; a torre
de Babel, o orgulho dos filhos da terra, a coberto do qual não se pode andar senão
oppondo-lhe um coração discreto, apanagio dos MM.'. A escada de Jacob é toda myste riosa: os dois corrimãos represêntão o amor
de Deus e do proximo; e os degráos as virtudes que derivão d’uma alma bella.» P.—(( Dai-me o sinal e a palavra da Apr.". Maçon. »
-
(Dá-se.) Explicação do quadro da Apr.". Maçon. 1º A escada de Jacob colocada no fundo
do quadro á esquerda, apoiada d'um lado
*-* 21 -
sobre a relva, onde está uma arvore que a sustenta, estando a relva e a arvore na borda d'um rio, e do outro sobre uma nu
vem que o sol dardeja com seus raios. 2º A arca de Noé sobre as agoas, no fundo do quadro á direita. 3º A torre de Babel em cima e do mesmo
lado que a arca. . 4º O Sol no alto do quadro á esquerda. 5º A Lua á direita.
Terminada esta explicação, o Ven.'., de pois de ter feito correr a caixa dos pobres,
e perguntado se ha algumas observações a bem da Ordem, fecha os trabalhos. Encerramento dos trabalhos.
O Ven.'. pergunta ao Gr.". Insp.".:
P.—«Qual é o dever d’uma Maç. . ?» R. — « Ouvir, obedecer, trabalhar e ca lar-se. »
•
O VEN.". « Nós ouvimos, obedecêmos, trabalhámos, e calamo-nos: a L.". d'Apr.". está fechada. »
•= 22 * *
SEGUNDO GRÁo. C O M P A N H E IR Aº *E=
Decoração.—Amesma quena L.'. d'Apr.". As dignidades são as mesmas, e occupão os mesmos lugares. Sobre a mesa do Ven.". está uma maçãa artificial em uma boceta; ao lado d'esta boceta um prato aonde ha
maçãas, e do outro lado uma tigela em que deve haver alguma massa.
Quadro. — O quadro está sempre collo cado no meio da L.'., e representa o jardim
de Eden, que Deus dá a Adão e Eva, no qual se vê a arvore da sciencia do bem e do mal.
•
Nº 1. Uma macieira com uma serpente enroscada.
Nº 2. Adão assentado ao pé da arvore á direita, dando com a mão esquerda uma
maçãa a Eva, e mostrando-lhe com a di reita a palavra Eva, que deve estar acima d’elle á sua direita.
Nº 5. Eva, ao lado esquerdo, está em pé, com a mão direita apoiada sobre a arvore,
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recebendo com a asquerda a maçãa, que Adão lhe apresenta: á direita está a palavra
Eva, que por consequencia se acha em am bos os lados do quadro. Nº 4. Um rio regando uma macieira.
Nº 5. O Sol no alto e á esquerda de qua dro. Nº 6. A Lua no alto é a direita.
Nº 7. A Estrella do Oriente entre a Lua
e o Sol, mas mais chegada á Lua. Recepção.
A Grande Inspectora conduz a Aspirante á camara das Reflexões, tira-lhe o brinco da orelha esquerda, e diz-lhe: «Todo o
Maç.". deve desprezar os vãos ornamentos d’este mundo. » Venda-lhe os olhos, e de
pois a introduz na porta da L.", tendo an tes dado cinco pancadas iguaes. O G.". Insp.'. pergunta: « Quem bate, e
o que quer? » A Grande Insp.'. diz: «E' uma Apr.". Mac.º., que deseja ser recebida Comp..". »
O Insp.…. dá conta ao Ven.'., que diz: « Da-se a entrada da L.", a Aspirante. » Introduzida ella, a Gr.". Inspectora lhe
faz dar cinco voltas á roda da mesa, que esta diante do Ven...; leva-a depois ao
fundo da L.'., aonde o Insp.". lhe põe uma
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cadêa nas duas mãos, passando-lh'a por cima do pesçôço. O Ven.'. diz então : « Fazei-lhe ver a ima •
gem da seducção e a origem de seu peccado, e trazei-a depois ao altar da discrição. «O Insp.", a conduz a elle por cinco pássos, faz-lhe pôr as duas mãos sobre a arvore, e dirige-lhe este discurso. « Vós vêdes, minha cara irmãa, diante
» de vós a origem de todas as nossas des » graças, fraqueza do primeiro homem, se
» duzido pela carne da carne, a quem o es » pirito maligno sugerio a des, obediencia ao » Ente supremo, que o tinha fºrmado á sua
imagem e semelhança. Foi o primeiro de » nossos crimes, e o que, de in imortal e se » melhante a Deus, tornou o
homem aca
» brunhado de trabalho, e a mulher de dor; » foi ele que nos submett é o á horrivel
º morte, de que vós vistes a in nagem. Agora » é só pela pratica das virtude; s que nós po }
deremos subtrahir-nos, dep, ois da morte, aos castigos funestos, reservados ás pes
}
soas manchadas de vicios.
}
Reflecti seria
mente n'isto, e redobrai d e esforços, no } Segundo gráo, para os evitar. * Resta-me, minha cara . [rmãa, revelar º vos novos mysterios, para a vos conduzir a }
º essa perfeição pelo gráo dº eMestra, terceirº
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» que nós vos conferiremos depois que vós » estiverdes instruida no de Comp.º., e vos
» tiverdes preparado para elle por meio do » retiro. »
Depois d’este discurso, o Insp.". lhe faz prestar o juramento, que é o mesmo que no
gráo d'Ap.'., depois apresenta-lhe uma ma çãa, e diz-lhe : « Mordei esta maçãa sem ofender as pevides, que são o germen e a origem de todos os nossos vicios. » Depois
d’esta ceremonia, elle applica-lhe o sello da discrição, pondo-lhe massa na boca com a trolha por cinco pequenas pancadas, e diz
lhe : « Eu vos applico o sello da Maç.…. na boca, para vos fazer lembrar que jamais de veis abri-la para divulgar nossos santos mysterios.» O Ven.'. alimpa depois a bocá
Aspirante, dá-lhe o osculo, as palavras, si naes e toques.
Avental.—Avental o mesmo que o d’uma Apr.".
O Ven.'. faz depois reconhecer e applau dir a recepção. A Irmãa de novo iniciada communica
previamente as palavras, sinaes e toques ao Gr.". Insp.º., e á Grande Inspectora, que lhe dão o osculo, e annuncião que as pala vras, sinaes e toques fôrão fielmente dados. TV,
3
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Instrucção da gráo de Companheiro. P.—(Sois vós Companheira? » R.—« Dai-me uma maçãa, e vos o vê reis. »
P.—«Como fostes-vós recebida Comp..?» R. — «Por um fructo e uma ligadura. » P.—«Que significão essas duas cousas?» R. — «O fructo é a imagem da doçura, virtude dos MM.….; a ligadura, a união e a força da amisade fondada na virtude.» P.—«Que vistes vós entrando?» R. — « A imagem da seducção. » P.—« Como vos livrastes d’ella? »
R.—«Pela virtude, principio da Maç.".» P. — «Quem vos fez Comp.". ?» R. — «Minha trolha. »
•
P.—« De que serve esse utensilio?» R. — « De reunir no coração os sentimen tos d'honra e probidade. » P.—« Que se vos applicou quando fostes
recebida Comp..? » R.—« O sello da discrição, para me en sinar que eu devo calar-me sobre os myste rios da Maç.". «
P. — «Aonde fostes vós recebida Comp..?» R.—« Em um jardim delicioso regado por um rio; este jardim chama-se Jardim
de Eden, que Deus deo a Adão e Eva, e do
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qual fôrão expulsados por sua desobedien cia.»
P.—« Que vistes vós n'esse jardim ?» R.—((A arvore da sciencia do bem e do
mal, regada por um rio. » P. — «Que representa o rio?» R.—«A rapidez das paixões humanas,
que se não podem fazer parar senão entrando do Maç.". » P.—« Que significa a palavra Eva, collo
cada nos dois lados do quadro? » R.—« Elle me lembra minha origem, o que sou, e o que hei de vir a ser. »
P.—«Porque razão a Comp... não come pevides da maçãa?» R.—«Porque elas são o germen de fructo prohibido.» P.— «Qual é o principio dos Maç.…. e das Maç. . ? » R.—« Tornarem-se felizes uns e outros
pela união e virtude. » P.—« Dai-me o sinal de Comp.". » R.— Dâ-se.
P.—« Dai-me a palavra. » R.—« Belba, que significa, a paz e a con cordia entre os Irmãos, e Irmãas denomi
nadas pela Sybilla depois da destruição da torre de confusão. »
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P.—« Qual é o dever dos Maç.…. e das Maç.…. ? » R.—« Obedecer, ouvir, trabalhar, e ca larse. »
Encerramento;
A esta ultima resposta o Ven.". fecha os
trabalhos dizendo: «Nós ouvimos, obede cêmos, trabalhamos, e nos calámos : a L.". de Companheira está fechada. »
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TERCEIRO GRÁo. MESTRA.
Condecorações. — A C é condecorada
como nos dois gráos antecedentes, e allu miada por treze seis o Norte.
luzes: sete no Meiodia, e •
O Insp.…. está colocado no mesmo lugar
que nos gráos antecedentes, e por detrás d’elle está uma mesa, sobre a qual se acha uma caixa que se abre por meio d’uma mola. Esta caixa encerra um coração com a inscripção seguinte : Silencio e Virtude; e ao lado d’ella está um pequeno malhete e um pequeno escopro de Maç.".
Quadro.
Nº 1. A esquerda está a escada de mão mysteriosa. Nº 2. No meio, a torre de Babel. 3º
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Nº 5. Na parte inferior, e a esquerda, José na cisterna.
Nº 4. Ao pé da escada de mão, o somno de Jacob.
Nº 5. Por cima da Torre, a mulher de Loth transformada em estatua de sal.
Nº 6. Entre a Torre e Loth", Sodoma abrasada.
Nº 7. No meio da parte inferior, a Sa crificio d’Abraham.
Nº 8. A direita, na parte superior do quadro, o sacrificio de Noé. Nº 9. A esquerda, por cima da escada, a arca de Noé sobre o monte Ararath.
Nº 10. Na parte superior e para a direita, onze estrellas.
Nº 11. Na parte superior e a esquerda, o Sol.
Nº 12. Na parte superior no meio das estrellas, a lua. Nº 15. Na parte superior, e por baixo do :Sol, o arco Iris. Nº 14. Sobre a arca, o corvo, e a pomba. Abertura.
E' a mesma que no gráo da Aprendiz,
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Recepção.
Assim como nos antecedentes gráos, vai-se buscar á Camara das reflexões a Aspirante, ao pescoço da qual põe-se um grande lenço branco, symbolo da modestia. A Grande
Insp.". introduz a Aspirante, depois de ter batido e respondido ás perguntas feitas pelo Ven,º.
Depois de introduzida no templo, o Ven.'.
diz : « Mostrai á Aspirante a que devem tender as obras dos Maçº.» Desvendão-se lhe então os olhos, e ella é conduzida, por cinco passos, á mesa sobre que está a caixa. O Ven.'. diz : « E com efeito de vossa
vontade ser recebida Mestra, e persistis vós em guardar o mais absoluto silencio sobre tudo o que virdes e ouvirdes? » Depois da resposta, o Ven... acrescenta : « Fazei-a trabalhar Irmão Gr.". Insp.". » Este dá-lhe o escopro, e o malhete, e faz-lhe dar cinco
pancadas; a caixa abre-se, e elle diz ao Ven.*. : « A Irmãa trabalhou. » O Ven. ".
pergunta : «Que resultou do seu trabalho?» O Insp.". responde : « Um coração que en cerra Silencio e Virtude.» Então o Or.". faz
lhe o seguinte discurso. «Por vosso trabalho, minha cara Irmãa,
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» acabais de conhecer o que de vós exige a » nossa respeitavel Ordem, para n’ella ser
» des admittida. Um coração bom, recto, » virtuoso, sincero e discreto, eis aqui as » cinco qualidades que jamais deveis perder » de vista, e que são indispensaveis á vossa » admissão. E' este o fim e que tendem » todos os nossos mysterios, que não dissi » mulamos senão para inspirar aos homens
» de bem, que olhamos como nossos Irmãos » » » » »
um maior desejo de se reunirem á nossa sociedade, e afastar, com os exemplos ri gorosos que damos, as pessoas viciosas, que são as unicas que consideramos como profanas. » « Vós deveis ver, minha carissima Irmãa,
» que o fim dos nossos segredos é mui bello » para que se possa temer a indiscrição; e » mesmo quando os juramentos mais invio » laveis não vos obrigassem ao segredo, nós
» estamos persuadidos que nossos myste » rios serão e ficarão impressos no vosso » coração. » •
Depois o Ven.'. pergunta-lhe: «Vós rati ficais os antecedentes juramentos que pres tastes em nossas mãos? » Depois da resposta
o Gr.". Insp.". a conduz ao pé do throno; e alli lhe dá o gráo de Mestra, dá-lhe o os culo e lhe ensina as palavras, sinaes e to
ques, que ella dá ao Gr.". Insp.º., e á Gr.". Insp."., que tambem lhe dão o osculo,
e dão conta d'isto ao Ven.'.
_
Insignia. — Para as Irmãas é uma larga
fita azul ondeada, posta a tiracollo do hom bro esquerdo ao quadril direito, á extremi
dade da qual está suspensa uma trolha de ouro ou de cobre dourado.
Instrucção do grão de Mestra. P.—« Sois Mestra? »
R.—« Eu subi pela escada mysteriosa, que representa o amor de Deos e do proximo e cujos degráos reprêsentão o bom procedi
mento, a prudencia, a candera, a caridade e a virtude. »
P.—«Como subistes vós estes degráos?» R.—«O primeiro por meio da candura, virtude propria a uma alma boa, suscepti vel de receber todas as boas impressões; o
segundo, com a virtude, que pertendo pra ticar para com todos homens, principal mente para com meus Irmãos e Irmãas; o terceiro, com a temperança, que me ensi
nará a pôr um freio aos meus sentidos, e a fugir os prazeres desordenados. » P. — « Como chegareis ao quarto? »
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R.—«Por meio da verdade, que é a filha querida do Creador.» P.—« Subireis ao quinto? »
R.—« Eu espero chegar a elle por meio da discrição e do silencio que hei de guar dar sobre tudo o que me fôr confiado de baixo do sigillo Maç.….» P.—«Que significa o ultimo degráo da escada mysteriosa?»
R.—« A Caridade que se subdivide em amor de Deos e do proximo. » P.—« Ha mais alguns degráos entre o da Discrição e o da Caridade? » R.—º Ha outrOS Sem numero. »
P.—« Para quem está reservado o conhe ce-los? »
R.—« Para todos os verdadeiros Maçons, que tendo aprendido a subir o primeiro de gráo, aprendem ao mesmo tempo a praticar as virtudes moraes. »
P.—«Onde está colocada a base da es cada? »
…"
R.—º Sobre o estrado do Senhor, que é a terra. »
o P.—(( Onde toca a sua parte mais alta? »
R.—º No throno do Omnipotente, que representa o dia da bem-aventurança. » P.—«Qual foi o primeiro Maç.", que co nheceu esta escada? »
R.—«O patriarcha Jacob n'um sonho mysterioso. P.—«Onde fostes recebida Mestr.". ? »
R.—« Ao pé do sacrificio de Noé. » P.—« Que representa o quadro da El? » R.—«O arco Iris, o sacrificio de Noé, o d'Abraham, a torre de Babel, o incendio de Sodoma, a mulher de Loth transformada em estatua de sal, o somno de Jacob, o Sol, a Lua, as onze estrellas e as quatro partes do Mundo. »
P.—« Que representa o arco Iris? » R.—« A alliança que Deos fez com Noé e sua familia, representada pelas cinco cores primitivas reunidas, que nos móstrão a união da fraternidade. »
P.—«Querepresenta o sacrificio de Noé?» R.—«A gratidão e reconhecimento. » P.—« Que representa o sacrificio d’Abra ham? »
R. — «A resignação á vontade de Deos. P.—« Que representa a arca de Noé? »
R.—«O coração do homem agitado pelas paixões, assim como a arca o foi pelas aguas do diluvio. »
P.—« Para que a construio ele? » R. — «Para se salvar do diluvio e sua fa milia. »
P. — « Que tempo durou a construcção?»
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R.—« Cem annos completos, o que deve alludir á reunião d’uma L.'., cuja construc ção é de longa duração. » P.—« Como a edificou elle? »
R. — «Pela ordem e o plano que elle tinha recebido do Gr.". Archit... e que um bom Maç.'. deve renovar pela pratica das virtu des, se elle quizer salvar-se da corrupção geral.»
P.—«Que madeira empregou ellou? » R.—º O cédro, que é incorruptivel. » P. — Quantos andares tinha ella? »
R.— «Tres, um em cima, um em baixo, e um acima d’este ultimo. »
P.—«Que significão estes tres andares cada um em particular? » R.—« O de baixo, onde estávão os ani maes immundos, ensina aos Maç.…. que elles devem despir-se de todas as paixões desardenadas, e desprezar o que faz as deli cias d'um profano.
« O do meio, occupado por Noé e sua fa milia, nos ensina que nossos corações, cen
tro de nós mesmos, devem occupar-se de amar, proteger e socorrer nossos II.", e Ir mãas,
«O de cima, occupado pelos passaros, de que o melodioso canto é uma homenagem continua ao Creador, ensina aos Maç.", que
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todas suas acções não devem tender senão ás homenagens que devemos render ao Ente. supremo.
P.—« Como era allumiada a arca. »
R.—« Por uma só janella, para nos mar
car que todas as acções da Maç.…. devem ser esclarecidas unicamente pela razão. » P.—« Dai-me as dimensões da arca. » R. — « Ella tinha tresentos covados de
comprido: o que nos ensina que a qualquer distancia que nós estejamos de nossos II.'., devemos voar para ir socorre-los; trinta
d'altura, e cincoenta de largo para nos en sinar a empregar todo o nosso credito em divulgar seus meritos. » P. — « Que fórma tinhão as taboas?»
R. — «Elas érão todas iguaes e bem apla nadas : o que denota a igualdade que reina entre nós. »
P.—« De que era untada a arca? » R. — «De betume por dentro e por fóra.»
P.—«Sobre que montanha se repousou a arca ? »
R.—«Sobre o monte Ararath : o que prova que os Maç.". devem sempre escolher os lugares inaccessiveis aos profanos para formar suas reuniões. »
P.—«Que ave sahio primeiro da arca? » R.—« Um corvo, que não tornou, sym IV»
l;
bolo dos falsos II..., que depois de terem conhecido os innocentes prazeres da Maç.'., se perdem no abismo das voluptuosidades do seculo. »
P.—( Que ave sahio a segunda ? » R. — «A pomba, que trouxe um ramo
d'oliveira, verdadeiro retrato d'um bom M.'., que é em L.'. como um anjo de paz. » P.—º Que significa a torre de Babel? » R.—«O orgulho dos filhos da terra, do qual não podemos preservar-nos, senão por um coração humilde e sincero. » P.—« Quem foi o inventor da torre de Babel?» R.—« O cruel Nembrod. »
P.—«Qual foi o motivo? » R. — « O orgulho de adquerir uma vãa reputação, e de se fazer o igual de Deus. » P.— «Qual foi a base d’esta torre ? » R.—« A força. » P.—«Quaes fôrão as pedras? » R. — «As paixões desordenadas dos ho II]GIAS, ))
P.—« Que fórma tinha? »
R.—« A fórma espiral, que denota a du plicidade d’estes homens vaidosos. »
P.—º Até que ponto chegou este monu ImentO, ))
R.-* Até que Deus enviou a confusão
das linguas entre os obreiros, que se divi dirão, e se espalhárão por todas as partes do mundo. »
P. — «Que foi feito finalmente d’este ri diculo edificio? »
R.—« Tornou-se a habitação dos insectos e de animaes ferozes. »
P.—«Que applicação se deve fazer d’este acontecimento? »
-.
R.—( Que em todo o tempo é necessario
respeitar a vontade de Deus, ter confiança n'elle sómente, não edificar senão sobre
planos dados pela sabedoria, e fundar seus edificios e seus designios sobre as virtudes; e que a torre de Babel é a imagem d'uma L.·. mal composta, onde sem a obediencia se cahe na confusão.»
.
--
P. —º Que significa o incendio de So doma? »
R.—« Que devemos abominar o crime
que lhe trouxe este castigo; as duas bassias inflammadas nos móstrão a imagem horro rosa d'esta punição. » P.—« Que nos representa a mulher de Loth mudada em statua de sal?» R.—« Que a curiosidade é o caminho da
perdição. » P.—« Que represêntão estas onze estrel las? »
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R.—«Avingança dos onze irmãos de José, que, querendo desfazer-se d’elle, lhe procu rárão antes a sua elevação e sua felicidade.» P.—« Que representa o sol e a lúa?» R.—( O pai e a mãi de Jozé, que fizérão justiça a este bom M.'., que recebeu seus irmãos com bondade ainda que tendo muito a queixar-se d’elles. » P.—« Dai-me o sinal. »
R.— (Dá-se.) P.—« Dai-me a palavra. » R.—«Jasoth; Jahir, que significa: uma
resplandecente luz me ferio os olhos. ») P.—(Dai-me o toque. » R.—(Dá-se.)
P. — «Qual é o dever das Maç.…. em L.'.» R.—« Trabalhar, ouvir, obedecer e calar S6. O
Encerramento.
O Ven.'. diz : « Meus II.". e Irmãas, a
torre de Babel está deitada por terra; a paz e a concordia estão restabelecidas; nós ou vimos, obedecemos, trabalhamos e calamo
nos: a L.'. de Mest.". Maç.…. está fechada. »
— A1 —
QUARTO GRÁo. PERFEITA MAÇON. Decoração. — A L. ". deve ser forrada de damasco carmesim, assim como o trono , docel, e os assentos, que devem ser eleva dos e ter franjas d’ouro. O trono do Ven. ". deve estar entre duas
columnas de cinco pés d'altura, cujo exterior é de lata; as quaes devem communicar-se por um arco-iris transparente. A columna que fica á direita do Mest.". deve ter de distancia em distancia estrellas
abertas, que deixem sahir aviva claridade d'uma luz que se colocará no interior da
mesma, esta representa a columna de fogo que conduzia os Israelitas no deserto durante a noite.
A columna da esquerda é opaca, e repre senta a que escondia o dia aos Egypcios. O altar do Ven.'. deve estar collocado
quasi debaixo do arco-iris. Ordem de Recepção. Todos os Irmãos e Irmãas se collócão em
duas filas directas, tendo, quando a Aspi 4º
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rante chega, o joelho esquerdo em terra, e uma vara na mão esquerda: os Irmãos teem de mais uma espada nua na mão direita.
A Aspirante está só na camara da prepa ção, a onde o Ir.'. Introd.'. vai busca la, e lhe faz antes algumas perguntas sobre os tres gráos precedentes; se com efeito ella deseja sinceramente chegar á perfeição; e
depois da sua resposta affirmativa elle lhe dirige o discurso seguinte. « Da energia que vós desenvolvereis nas » diversas experiencias, a que vos ides sub
» metter, depende o successo de vossa em » presa para chegar ao sublime gráo de » Mestra perfeita.
•
» Admittida a este gráo, do que não poss » duvidar, vós devereis redobrar vosso zelo
» pelo que respeita á ordem a que perten » ceis, dando exemplos de juizo e virtude, . * e sobre tudo mostrando a maior reserva
» para como todos os profanos, no que diz
º respeito aos segredos que vos fôrão e se » rão confiados. Não posso tão pouco duvi
» dar que nós teremos a felicitar-nos de vos » ter elevado a este novo gráo, que se não
» obtem senão na perseverança e pratica de » todas as virtudes. »
Feita esta exhortação, o Ir.'. Introd.". deixa a Aspirante um momento entregue a
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suas reflexões. Vai buscar á L., um vaso de metal opaco, posto de fundo para o ar sobre um prato, e debaixo do qual deve estar um passaro vivo. A borda do vaso deve estar guarnecida
com duas polegadas de espessura d'arêa muito fina, posta o mais lisamente possível.
O I.….Introd... leva tudo n’este estado á Aspi rante, e lhe diz que é um deposito precioso,
que se lhe confia com prohibição de n'elle tocar, salvo por ordem do Ven..., perante quem ella vai ser em breve introduzida, e deixa a alguns minutos entregue a si mesma para ver se tenta de descobrir o vaso.
Se acontece que ella o descobre, a arèa se desarranja pelo vôo do passaro; então o
ven..., sem recato algum lhe faz muivivas reprehensões sobre sua ligeireza, sua indis crição, sua curiosidade, e sua falta de pa lavra, e conclue dizendo-lhe, que sendo por esta vez indignada perfeição, ella deve solli citar por novos trabalhos a felicidade de ser
recebida Perfeita; e desde que a L.'. de
mesa está aberta, ela é condemnada a uma multa pecuniaria em favor dos pobres. Se, pelo contrario, a Aspirante não des
cobre o vaso, e nada se acha n’elle desarran jado, o I.”. Introd... lhe annuncia, que em premio da sua discrição ella vai receber o
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gráo de Perfeita Maç.…., faz-lhe pegar com cuidado no prato que contém o vaso; e de pois de ter lavado as mãos, conduz a Aspi rante á porta da L.'., aonde elle bate por cinco pancadas.
O Ven.". responde por outras cinco, que servem de sinal de introducção, e manda o Vig.". Insp.". Deposit.". informar se do I.". Introd.". se a I.". resistio á experiencia.
Respondendo este que sim, recebe d’ella o prato, e entra só para o ir pôr sobre uma mesa preparada na L.".; depois volta a bus car a I.". Asp."., que elle conduz pelamão ao
fundo da L.'., tendo ella os olhos destapados. O Ven. ". expõe-lhe em poucas palavras,
a dignidade d’este gráo; quão poucas a elle chegão, por falta de sufficientes provas de virtudes, zelo, capacidade e discrição. De
pois faz lhe as perguntas principaes da in strucção dos gráos precedentes, pede-lhe as palavras, sinaes e toques de Mest.º., que elle dá ao I.". Insp... , este accrescenta im mediatamente: «Ven.'., a Irmãa, conduzida
por uma feliz inspiração chegou á Maçon.", provou o fructo mysterioso da arvore da sciencia do bem e do mal. Ella sabe subir a
escada das virtudes; entrou na arca predes tinada, e quizéra entrar na terra promettida
da liberdade, aonde correm rios de leite e de mel, ),
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O ven.'. diz á Insp. -. « Trazei a Irmãa
para fazer essa viagem, e fazei que ella atravesse o mar. » Então a Insp.…. lhe dá uma vara, depois de lhe ter passado nos braços a cadêa, que servio no gráo de Apr.". N’esta o occasião o Ven.'. dá cinco panca das separadas uma da outra.
A primeira pancada, os Irmãos e Irmãas levantão-se; A segunda, os Irmãos só levántão per
pendicularmente a espada que teem na mão direita"
«A terceira, abatem a ponta da espada horisontalmente.
A” quarta, levántão perpendicularmente as váras que elles teem, é as Irmãas se ajúntão a elles. A quinta, abaixão horisontalmente avara, cruzando diagonalmente a espada por cima.
Depois deste exercicio, o Inspector con duz a Aspirante ao pé do altar por baixo das varas e espadas.
Estando a Irmãa do joelhos, o Ven.'. diz, tirando-lhe sua cadêa: «E tempo de quebrar
vossos ferros; sahi da escravidão: a pro messa que vós ides fazer requér uma inteira liberdade.»
— 46 — JURA MENTO.
«Prometto e juro diante do Creador de
todas as cousas, do vingador do crime, e diante de vós, meus caros Irmãos e Irmãas
aqui reunidos, de augmentar o meu zelo e o meu reconhecimento; de jamais revelar cousa
alguma do gráo de Perfeição as Apr..., Comp. -., Mest.". ou mestres; de praticar as virtudes que me vão ensinar, sob pena de ficar sendo olhada pelos virtuosos Irmãos e Irmãas Maç.…., como uma perjura, e uma infame. Deos me ajude. »
Depois do Ven.'. ter levantado a Aspi rante, diz ao I.”. Insp.". Vig... Deposit. ". : « Trazei o deposito, para que eu mostre aos II.". a prova da fidelidade da Irmãa. »
Este traz o deposito, coloca-o sobre o altar, e o Ven.'. continua : « Para começar, mi
nha cara Irmãa, vossa nova carreira por uma acção insigne, levantaicom promptidão este vaso. » Então o passaro dá um vôo, e o Ven.'. diz : « A liberdade é o mais caro de
todos os bens : sofframos com paciencia os mais penosos revézes; pois tarde ou cêdo uma mão bemfazeja, guiada pela Providen
cia, nos livrará d’elles para nos restituir á InOS II16SIY10S, o
O I.'. Insp... conduz a Irmãa ao altar
•
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onde ella trabalha ainda como Mestra; e além disto ordena-se lhe dê cinco pancadas com um martello sobre o coração que o I.”. tira da caixa.
O Ven.'. dirige as perguntas seguintes ao Insp. -. ou á Insp. -.
P.—« Irmão Insp. . (ou Irmãa Insp. -.), que fructo colheo a Irmãa do seu trabalho?» R.—«M.". V..., no primeiro dia eu ser vime do escopro para repellir e lançar longe de mim a ociosidade, e os falsos prejuizos que tinha sobre a Maçonnaria.
« No segundo comecei a dar mais vigor ao meu trabalho, e vim no conhecimento da excelencia da nossa Ordem.
« No terceiro aprendi que a arte dos Franc-Maçº. consiste em fazer amar a honra e tronar os corações, os mais crueis, meigos e trataveis.
« O quarto dia abrio-me o coração dos
Maç. .. que espalha seus beneficios sobreto dos os seus semelhantes, e reserva , como um dever, as admoestações para aquelles
Irmãos que se afástão dos verdadeiros prin cipios. » O Ven.'. diz: — « I.". Insp.º., conduzi
a Aspir..., a fim de que eu lhe dê a recom pensa devida a seu trabalho. » Então dá-lhe um par de ligas de fita de
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seda azul com dous corações bordados, e as duas maximas seguintes, uma em cada liga: A virtude nos une; O Céo nos recompensa. Depois entrega-lhe um pequeno martello de ouro, com um annel que se abre, e em
que está escrito o segredo; e condecora-a com uma estrella de cinco raios, sobre os quaes estão escritas estas cinco letras D. C. V. P. L.; a estrella está suspensa á extre midade d'uma fita branca em cruz; e quan do lhe dá esta condecoração, diz:
«O astro brilhante que vêdes, minha cara » Irmãa, faz chegar a origem da Adopção á » mais remota antiguidade. Os primeiros » seculos a virão nascer; e por uma suc » cessão continua, ella se conservou sempre » entre uma porção de homens sabios e vir » tuosos, que mo-la transmittirão. Esta so » ciedade tão respeitavel começou a formar
» se pelo meto d'Adam. O amor do bem, da » verdade e do util os reunio para trabalha » rem juntos em aperfeiçoar e desenvolver
» em seus corações assementes fecundas, que » » » » »
o Perfeito dos mais perfeitos tinha inspi rado a suas almas; elles trabalhárão com bom exito em adquirir todos os conheci mentos que contribuem á verdadeira feli cidade, e nos deixárão d'elles monumen
» tos celebres.
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» Ozelo com que os conservárão os filhos » de Noé, depositarios de nossos sagrados » mysterios, não era inferior á alegria que » elles havião tido em recebe-los. Não tardou
» muito que elles os communicassem a'quel » les dos seus descendentes, cujas virtudes e » sentimentos lhe érão conhecidos; e assim
» perpetuárão até nossos dias os conheci » mentos sublimes que nos sepárão do resto » dos homens. Sabei, minha cara Irmãa,
» que é á nossa Sociedade que o Egypto é » devedor das sciencias, que o fizérão olhar » como seu berço; e se entre os Médos, os » Persas, os Gregos e os Romanos appare » cêrão tantos homens illustres e celebres
» mas sciencias celestes, é porque tinhão sido » formados, nutridos e educados nos prin » cipios da nossa Ordem; sabei mais, que » foi a nossos mysterios que os Sabios da » Chaldêa devêrão o conhecimento do novo
» astro. As letras hebraicas que vedes em » cada ponta d'estas estrellas significão que » devemos sempre ser discretos, e viver » constantemente unidos pela estima. Nós » estamos bem persuadidos, minha cara Ir » mãa; que vós não tereis difficuldade em
» desempenhar esta obrigação. » Permitta o Céo que esta honrosa es
» trella com que vos condecoro, vos sirva IV
5
— 50 —
» de facho luminoso para vos esclarecer, e
» conduzir á vida eterna! e que o cordão » » » »
que a sustenta, cuja côr tem por titulo o symbolo da verdade, vos recorde sempre que deveis ser fiel a Deos, a vosso Mo narca, e a vossos Irmãos e, Irmãas. »
(Dá-lhe os Sin.'., Toq... e Pal...) » Este sinal minha cara Irmãa, allude a
» » » » »
Moisés, que por Ordem de Deos tirou pela primeira vez do seio a mão coberta de le pra, e tornando a mete-la no mesmo lu gar, retirou-a curada. Moisés recebeo o sinal de Deos no espinhal ardente. » O toque é consequencia do sinal.
» A palavra sagrada é hebraica, e signi » fica Deos da bondade.
» A palavra de passe quer dizer Caza de » passagem, para vos recordar que nós não
» » * »
estamos senão de passagem sobre a terra, como os Israelitas no Egypto, que signi fica Lugar de tribulação, onde elles sempre vivêrão n'um duro captiveiro. » O Ven.'. diz: — «Irmão Insp.". Vig...".
» Deposit. "., conduzi a Irmãa a dar as pa
» lavras, sinaes e toques a seus Irmãos e » Irmãas. »
Depois o Ven. ". a proclama Perfeita Ir mã Maçº", da C.
— 51 —
Composição do quadro. Na parte superior, Jozé reconciliando-se com seus Irmãos.
A direita, sete espigas carregadas de trigo, A esquerda, outras sete espigas murchas, e quasi secas.
No espaço que se segue logo abaixo, muitos homens com aventaes ou trolhas, amassando terra para fazer tijolos; Moisés exposto em um pequeno berço sobre as aguas do Nilo, e a filha de Pharaó mandando retira-lo das ondas.
Na parte inferior, Moisés e Aarão á frente
dos Israelitas, depois de terem passado o mar Vermelho, que submergio Pharaó e Seu exercito.
Explicação do quadro em firma d'instrucção,
P.—º Que representa o quadro da L.", de Perfeita Maç.….?» R.—( Representa Jozé rodeado de seus
Irmãos, a quem alle dá o osculo de paz em sinal de reconciliação. O perdão das inju rias não só é proprio do caracter do ver dadeiro Maç.",, mas este deve além d’isso reunir ao esquecimento do insulto uma amizade sincera e duravel, o
— 52 –
Sete espigas carregadas de trigo, e outras sete murchas e secas. As sete primeiras re prêsentão as sete virtudes marcadas pelos
sete degráos da escada mysteriosa de Jacob; a saber, a Candura, a Doçura, a Verdade, a Temperança, a Discrição, a Clemencia e a Humanidade :
A pratica d’estas virtudes nos assegura longos dias, pacificos e felizes. As sete ultimas são a imagem dos vicios oppostos, A Hipocrisia, a Colera, a Mentira, a Devassidão, a Infidelidade, a Crueldade,
e o Orgulho, dos quaes um só basta parafa zer escurecer o brilho das outras virtudes; perder o seu merecimento, e reduzir-nos
ao estado de miseria, em que nos lançou a queda do primeiro homem. Embaixo a Corporação dosMaç.". em trajos
de trabalho, nos faz ver a origem do avental martello, e mais instrumentos, proprios dos nossos trabalhos. Todos os homens sem
distincção de classe áchão no captiveiro dos Israelitas uma lição bem sensivel, para servir de regra á sua conducta: reis, prin cipes, como degradados n’esta terra caduca por um curto espaço de tempo. Sujeitos á intemperie das estações, e á influencia dos astros, nós recebemos com a
vida uma occulta inclinação para o mal;
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tudo o que nos rodêa nos impelle a uma queda proxima A rasão, este dom do Ceo, oppõe-se mui
tas vezes em vão ás forças das paixões de sordenadas, que nos precepitão no abismo do crime, principalmente quando, esque cidos da nossa escravidão, não preenche mos com toda a exactidão os deveres do nosso estado. Os nossos instantes são todos
preciosos, e um dia teremos de dar conta
das nossas acções: assim para aliviar nossos II.”., desempenhemos cada um os nossos
deveres, a fim de que do nosso zelo e exac tidão resulte a harmonia, que mantém o Universo.
Moisés exposto sobre as aguas do Nilo em um berço, que se embaraça nos juncos, e a filha de Pharaó, mandando-o retirar pa
ra o salvar, nos móstrão, qué a nossa vida passa com a rapidez d'um rio; de nós de pende o embellece-la com a pratica das
virtudes, e ornar de flores o lugar da nossa passagem. Desgraçados os homens, se na sua carreira desordenada, bem como as tor rentes que destrôem tudo o que se oppõe á
sua passagem, deixarem monumentos de - horror, em vez d’uma memoria assinalada por boas acções.
O berço embaraçado nos juncos representa 5"
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a nossa fraqueza, e que a menor influencia das paixões póde afastar-nos do caminho da virtude.
A filha de Pharaó, mandando retirar
Moisés das aguas, mostra-nos que a Provi dencia reserva muitas vezes para nos salvar os meios que nossos inimigos destinão para
nos perder. A mãi de Moisés, que o segue de longe, é encarregada de o alimentar. Isto ensina a todos os Pais, que elles devem vi giar a conducta de seus filhos, e não deixar sua innocencia exposta ao attractivo dos prazeres, que os precipitarião nos escólhos
do mundo. A experiencia paternal deve velar pela sua segurança; e a amisade ado çar suas admoestações. Moisés e Aarão á frente dos Israetitas no deserto, depois da passagem do mar Verme
lho; Pharaó e seu exercito submergido nas ondas. Isto nos representa a corporação dos Maç.…., que tendo sacudido o jugo das pai xões, estão nas suas LL ". como os Israelitas
no deserto, ao abrigo dos vicios, figurados por Pharaó e seu exercito submergidos nas ondas.
P.—«Explicai-me o quadro de Comp.º., onde está figurada a tentação de Adam e º Eva, e onde tambem está uma caveira.
R.—º O quadro semeado de lagrimas, e
de trofeos de mesa, onde se vê pintada uma caveira, deve fazer lembrar-nos a qué da de nossa primeira mãi, cuja desobe
diencia attrahio sobre a raça humana os vicios e as doenças, origem inexhaurivel
de lagrimas, assim como a morte, a que tudo que nasce está sujeito. »
R. — « Explicai o quadro do mesmo gráo que se acha á esquerda.» R.—» O Paraíso terrestre figurado, e re novado pela assemblêa dos II.…., pelos cos
tumes innocentes, que elles praticão, como na idade de ouro. »
P.—« Que representa o Ven.'. d’uma L.*.? »
R. — «Moisés, o conductor, e o chefe dos Israelitas. »
P.—« Que representa o Ir.'. Insp.". Vigº. Depois.….?» R.—«Aarão, ajudante e Companheiro de Moisés. »
-
P. — « Que representa uma L.", ? » R.—« Os Israelitas, que Deus tinha
adoptado para seus escolhidos. » P. —º Que significa o 6º degráo da es cada mysteriosa de Jacob? » R. —º A clemeneia, que todos devemos
exercer em caso d'insulto, principalmente da parte de nossos II.…. »
- 56 —
P.—« Explicai-me o que significa o 7º
degráo? » R.—« A humildade, que deve presidir ás nossas melhores acções, em qualquer classe que estajamos elevados, a qual su foca o amor proprio, e nos preserva do ve neno seductor da lisonja. » P.—º Para que applicão os Maç.…. seus sinaes sobre os cinco sentidos naturaes ?»
R.—« Para nos ensinar a fazer bom uso d'elles. »
O 1º no nariz. — « Que os perfumes os mais exquisitos, e os mais raros são por nada considerados em L.'., e que só a pra tica da virtude nos faz estimados. »
O 2º na orelha.—Que todo o bom Maç.". deve fechar os ouvidos á calumnia e male
dicencia, e nunca deve proferir uma pala vra, que possa ofender os ouvidos, mesmo os mais castos.
O 5º sobre a boca. — Que, se um Maç.". toma alimentos em L.'., é pura imitar a caridade dos primeiros fieis, e para reparar suas forças esgotadas pelo trabalho, sem demorar-seno sabor das iguarias que se lhe apresentão. O 4°sobre os olhos.—Que, se os olhos d'um
Maç.…. considérão a belleza de suas Irmãas, agrada-lhes menos o todo fisico, do que as
- 57 —
virtudes de sua alma: pois que o Maç.", admira e respeita n’ella a obra completa do Creador.
O 5° o toque.—O toque que damos mu tuamente nos instrúe que renovamos, cada vez que o damos, nosso tratado de paz e união, e que estamos sempre promptos a
estender uma mão piedosa a nossos Irmãos desgraçados, que se áchão na precisão ou captiveiro. Instrucção.
P.—«Sois vós Perf.:. Maç.….?» R—« Guiada pelo Eterno, sahi da escra vidão. »
P.—« Que quereis vós dizer por essa es cravidão? »
R.—« O captiveiro, em que deifinhamos neste seculo, figurado pelo dos Israelitas no Egypto. O verdadeiro Maç.…. considera-se n'este mundo caduco como em uma terra
estranha; geme no captiveiro, e só aspira á sua verdadeira patria. »
P.—º Sujeita a um corpo tão fragil, co mo podeis vós dizer que sois livre ? » R.—« A iniciação a nossos mysterios
desabusou-me; sacudi o jugo das paixões; a razão me esclarece; e o facho, penetran
do o veo com que a voluptuosidade me of.
— 58 —
fuscava a vista, me patentea todo o seu horror. »
P.—« Como chegastes vós ao fim da
Maç.….? » R.—«Com a ajuda d'um Irmão oficioso, que se tornou meu guia, e me entregou á porta do templo das virtudes, cujo brilho dissipou as trevas que cobrião o universo.»
P.—« Entrastes vós n'esse templo? » R. —º Sim , Ven.'., passando atravês d’uma abobada de ferro e de aço. » P.—« Que significa essa abobada ?» R.—«Como a solidez d'uma abobada
depende do corte e solidez das pedras, que todas terminão no ponto central, da mes ma maneira cada membro da nossa Ordem
deve cooperar para a harmonia que faz a
nossa força, e cuja chave é esta amisade sincera e virtuosa, que caracteriza os verda
deiros Maç.".»
P.—« Para que é esta abobada de ferro e de aço? »
R.—« Para nos advertir que nós deve mos fugir os prazeres grosseiros e crimino sos da idade de ferro, se quizermos gozar dos innocentes da idade de ouro. »
P.—« Expellida d’aquelle lugar de deli licias, de que modo tornastes a entrar n'elle? »
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R.--g Sobre a arca de Noé, obra cons truida e terminada sobre os planos traçados pelo Ente supremo. »
P.—«Qual era a projecto d'aquelle edi ficio? »
•
R. — « Salvar o justo Noé e sua familia, sorte reservada aos escolhidos. »
P.—º Porque não aproveitárão d'ella os outros homens ? »
R.—« Confiados em suas falsas luzes, criticárão a obra do Gr.". Mest.º., que em
castigo do seu orgulho os abandonou á du reza de seus corações, que os precipitou no abismo. »
P. — «A onde teve lugar a primeira L.", e por quem ? »
R.—« Por Adão e Eva, no paraíso ter restre, durante ainda o estado de innocencia. P.— « Quando teve lugar a segunda L.'.?o R. — « Durante o diluvio, por Noé encer
rado na arca com os justos. » P.—«Quando teve lugar a terceira L.".?» R.—º Quando Deus, debaixo da figura
de tres anjos, visitou Abrão e Sara. » P.—« Quando teve lugar a quarta L.*.?» R. — « Quando os anjos, fugindo o in
cendio de Sodoma, se refugiárão na casa de Loth, e salvárão este bom Maç.", do incem
dio d’aquella cidade criminosa.»
– 60 –
P.—«Quando teve lugar a quinta L.".P» R.—- «Quando José tendo encontrado seu caro Benjamin, recebeo seus Irmãos, e os assentou comsigo á mesa. »
P— «Tratou elle Benjamim com alguma distinção? » R.—«Fez-lhe servir cinco vezes mais que a seus outros Irmãos, deu-lhe cinco vesti
dos dando só dous aos outros, e apresentou cinco de seus Irmãos a Pharaó. Foi d'esta
ultima epoca que o numero cinco ficou consagrado entre todo os Maç.'., e se tor nou um titulo d'honra e distincção. Os cin
co vestidos designão os cinco gráos : feliz d'aquelle que merecer o ultimo! » P.—« Quem pode esperar obte-lo? R.—« Todos os Maç.…. que, semelhantes a Jozé, depois da crueldade excitada pelo
ciume, resistirem ao attractivo da volup tuosidade, e sustentarem sem medo a viva luz do sol do universo. »
P.— « De que modo tinha aquelle pa triarcha chegado a tão alto gráo de gloria?» R.—«Pela prudencia e sabedoria divina,
que lhe tinha cahido em sorte Cada um de nós pode chegar á mesma honra, seguindo as estreitas veredas da virtude.
P.—«Qual foi a sua recompensa?»
R.—( Pharaó lhe deu seu annel real; e é
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para conservar a memoria d'isto que o Ven.'. dá um annel ás Irmãas Perfeitas. »
P.—«Qual foi a sorte d'essa L.'., a que José presidia ?» R. — « Augmentou-se, tornou-se nume rosa, e fez continuados serviços aos reis e povos do Egypto: tal é o caracter do Maç.".
P.—« Quem se distinguio , depois de José, na direcção d'essa L... ? » R.—« Moisés, o escolhido por Deus para
quebrar os ferros do seu povo escolhido.» Encerramento da Loja. P.— Quaes são os deveres d'uma Per feita Maç.….? » R.—« Amar, soccorrer, proteger e res
peitar mutuamente seus Irmãos e Irmãas, principalmente na desgraça. O Ven.'. diz: « Continuemos pois a amar nos, a proteger-nos e soccorrer-nos mutua mente em todas as occasiões.
«AL.'. de Perfeita Maç.…. está fechada. » \
lV.
6
— 62 —
QUINTO GRÃo. ELEITA ESCOCEZA. --••••=
Decoração da L.". — A L.'. deve ser for rada de amarello, e allumiada por quatro luzes, sobre o altar do M.'. Resp... deve estar um livro dos Evangelhos. O avental é branco, forrado d'amarello
com uma estrella bordada em prata no ba badouro: esta deve estar circumscripta n'um quadrado. A joia é uma estrella de prata, pendente do pescoço por uma fita amarella. Titulos.—O Mestre da L.". toma o titulo
de M.'. Respeitavel; os dous Off. "., que são o I.". Insp. -. e a Irmãa Insp.º., de M.". Veneraveis; os Irmãos e as Irmãas chámão &e Veneraveis. Abertura da L.".
O M.'. Resp... diz:
P-6 M.'. Ven.'. I.”. Insp... que idade tendes? »
R. —º A idade de rasão.»
– 63 —
P.—« M.". V.… Irmãa Insp.", que ho ras são? » R.—(( Duas horas. »
P.—«A que horas costúmão as Irm.". Eleitas abrir os seus trabalhos? »
R.—º A's duas horas, M.'. Resp.'.»
o M... Resp.…. diz: «M.'. ven.". Irmãa Insp..., e M.'. Ven.'. I.”. Insp.…., tendo nós chegado á idade de rasão, e á ultima hora do dia, convidai os II... e Irmãas, que de
|
córão vossos climas, a continuar a fazer-se
|
a L.", de Eleita Escoceza. ( Feito o annun -
perfeitos, e preveni-os de que se acha aberta cio, elle bate com o malhete duas pancadas sobre o altar; o que repetem a Irmãa Insp.…., e o Ir.'. Insp.…. Recepção,
Depois de se ter deixado a Asp... entre gue ás suas reflexões, durante um quarto de hora, esta é conduzida, com os olhos
vendados, á forta da L.'. pela Gr.". Insp..., que fazendo-lhe descubrir a cabeça(tirando lhe a coifa, ou chapéo), põe-lhe um grande lenço sobre o pescôço.
A Insp.", bate duas pancadas, com pe queno intervallo d’uma á outra: o Insp... responde tambem por duas, e pergunta lhe o que deseja, •
— 64 =
A Insp.", então diz: «Uma Irmãa, que por tal é conhecida entre os nossos II.”., de seja ser admittida á dignidade de Eleita Escoceza, tendo para isso dado todas as pro
vas requeridas. O Insp... diz: «Sabeis vós se a Irmãa é digna d’este favor?» A Insp. -. responde: « Assim o annuncia o zelo que me tem mostrado pela Maç.".» O Insp.". fecha a porta, e vai dar parte á L.'.
O M.'. Resp... diz: « Por quem é elle apresentada? » (Responde se, nomeando o
Ir.'. ou Irmãa) «Este Ir.'. ou Irmão, con tinua o M.'. Resp.…., afiança a Aspir. . ? » Sendo a resposta afirmativa, ella a manda introduzir, depois de ser primeiro purificada. O Insp.…. diz então á Insp.". : « Fazei purificar a Irmãa, e ponde-a em estado de ser apresentada.» Fecha-se a porta.
A Insp.…. faz-lhe lavar as mãos e o rosto, e, prendendo-lhe os braços á roda do corpo por meio d’uma fita amarella, a conduz á porta da L.".; bate duas pancadas, e a deixa ficar entre as mãos do Insp. "., que veio
para recebe-la. Este faz-lhe dar quatro voltas defronte do M.'. Resp..., a um pé de dis tancia do quadrado. -
O M.'. Resp... diz-lhe: «Qual é o de signio que vos conduz aqui?» Ella res
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« ponde: O desejo de me tornar perfeita.» O M.'. Resp.. faz as perguntas necessa
ria, para saber, se elle é com efeito Maç. "., e ordena, que se lhe tire a venda, que lhe cobre os olhos, para que veja a luz. N’este instante tira-se-lhe a venda, e to dos os II.". apresêntão-lhe ao coração as pontas das espadas. O M.". Resp.º. então diz: « Minha cara Ir.'., todas estas espa das, que para vosso seio vedes dirigidas, serão outras tantas armas que tereis contra
vós, se algum dia fordes perjura; mas ellas serão pelo contrario para a vossa defesa, se continuardes a perseverar no bem.»
Tendo dito isto á Aspir..., ordena que a conduzão ao Altar.
O Insp.". a conduz, fazendo-lhe passar o pé esquerdo á ponta occidental do quadra do, o direito á ponta do Sul, outra vez o esquerdo á que fica ao Norte, e o direito ao
Oriente, defronte do Resp."., que ella saúda; e põe-se logo de joelhos para dar o seguinte juramento, o que deve fazer, tendo uma mão sobre o livro dos Evangelhos: « Prometto, e obrigo-me pelos santos
» Evangelhos, e sob as mesmas obrigações, » que já tenho contrahido, a encerrar em
» meu coração os segredos que vão ser-me » confiados; e se algum dia for perjura, •
6º
— 66 —
» consinto, que a minha lingua seja corta » » » »
da, meu coração arrancado, e meu corpo reduzido a cinzas, para que de mim não fique lembrança alguma. Assim Deus me ajude º
Ella beija os Evangelhos. Prestado o juramento, o M.'. Resp.…. a manda levantar, e tirando-lhe a fita, que
prendia os braços, diz-lhe: « Eu vos desato os laços do vicio, para vos conduzir ao ca minho da virtude. » Depois d'Isto ordena, que vá beijar todos os II... e Irmãas, come
çando pelos Off... e acabando por elle. Ella é dirigida pelo Ir.'. Insp..., e tendo chegado ao M.'. Resp.º., este diz: «Eu vos
constituo na dignidade de Eleita Escoceza, pelos poderes que me fôrão confiados por esta R.'.L.'.; depois de vos ter julgado di gna d’este gráo. » Depois beija-a quatro ve zes na testa, o condecorando-o com o avental
e luvas, dá-lhe as palavras, sinal e toque. Discurso de recepção.
O M.'. Resp.…. dirige á Aspir... o dis curso seguinte, e depois faz a instrucção.
« Vós vos fizestes digna, minha cara Ir
mãa, de chegar ao gráo de Eleita Escoceza, e esta L.". julgou do seu dever o admittir vos a elle, para recompensar o zelo, que ten
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des mostrado em preencher os deveres da Maç.". Nós esperamos, que este novo favor
vos fará ser cada vez mais zelosa, e que vos lembrareis constantemente do terrivel ju
ramento que acabais de dar, o qualvos liga a um segredo inviolavel, e vos prescreve, que nunca vos aparteis das veredas da vir tude. Eis aqui, minha cara Irmãa, o fim dos nossos trabalhos, e certamente o dos nossos desejos. » Instrucção. P.--(( Sois vós Eleita Escoceza? *
R.—« Fui purificada nas aguas do dílu vio. »
•
P.—« Para que fostes purificada?» R.-—« Para conhecer, que é preciso ser
pura, a fim de poder chegar á perfeição.» P.—« Para que vos fizestes receber Es coceza?» R.—« Para firmar meu sexo nas leis do
segredo inviolavel, que devo guardar, e a fim de me tornar perfeita.
P.—«E que fizestes vós para ser recebida E.". Escoceza ? »
R. — « Dei as provas necessarias, isto é, o zelo que os meus II.". reconhecêrão em
mim pelas leis da Maç.…. »
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P.—«Onde fostes vós recebida E.". Es coceza ? »
R.—« «No cume do monte Ararath, no andar do meio da arca de Noé. »
P.—(( Quem vos recebeo ?»
R.—( Uma L.'. d'Expertos, que reco nheci por taes, pelo sinal infallivel, que os
distingue, e caracterisa, a caridade fraternal que entre elles reina. »
P.—«Que vistes vós, quando fostes re cebida E.". Escoceza? »
R.—» Noé e sua familia, conduzidos pelo estrella do O.º. á morada da felicidade. »
P.—«Como se póde chegar a essa mo rada? »
R.—«Tendo sempre em vista as obriga ções que se tem contrahido, e não se afas tando jamais das leis que ellas prescrevem.» P.—« Quaes são essas leis?»
R.—º A pratica da virtude, da caridade, e da amisade fraternal, que devemos ter por nossos II.". »
P. — «Porque rasão é de prata a vossa joia?»
•
R.—« Para nos representar a pureza que devemos ter em L.'. »
P.—« Que significa o quadrado , que vistes traçado no pavimento da vossa L.".?»
R.-« Sua perfeição nos mostra a que
– 69 — —
devemos ter para elevar nossos corações á felicidade eterna. »
P.—« Dai-me a palavra de passe?» R.— (Dá-se). P.—« Que quer dizer esta palavra?» R.—« Perfeita Escoceza. »
P.—« Dai-me a palavra sagrada ? » R.—(Dá-se).
P.—« Que quer dizer esta palavra?» R. — «O ponto de felicidade até onde de vemos aspirar. » P.— « Dai-me o sinal ?»
R.— (Dá-se). P.— « Que vos indica este sinal? »
R.—« As penas da minha obrigação.» P.—« Dai o toque ao Ir.'. Insp.….?» R. — (Dá-se, assim como o beijo). Encerramento.
P.—(( Que idade tendes? » R.—« A idade de rasão. »
P.— « Que horas são ? »
R. — « Quatro horas. » P.—«A que horas fêchão as Eleitas Es cocezas os seus trabalhos? »
R.—«A's quatro. » O M.'. Resp.", fecha a L.", convidando
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os II.". Insp... a fazer e annuncio do cos tume, etc.
Quadro do gráo de Eleita Escocesa. 1º A estrella do Oriente.
2º O quadrado, que designa a marcha pelas quatro cifras
3° As quatro luzes, que allumião a L.". 4º O monte Ararath. 5º A arca de Noé.
6º Noé, e sua familia sahindo da arca, e
conduzidos pela Estrella á morada da feli cidade.
.*. de mesa d'esta gráo.
Os cópos chámão-se estrellas. O vinho e agua, toneis o diluvio branco, e vermelho. O pão, páo da arca. Diz-se va sar as estrellas.
As estrellas lévão-se á boca em dous tem
pos, e igualmente em dous tempos se vá são: batem-se depois quatro palmas, e diz
se duas vezes: Viva! L.'. de mesa dos gráos precedentes. Os cópos chámão-se alampadas. O vinho azeite forte, ou vermelhe. A agua azeite fraco, ou branco.
}
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As garrafas, bilhas d'az ite. Diz-se appagar as alampadas, e estas se
apágão em 5 tempos. Saúdes.
A 1º é ao Soberano, a sua Esposa, e a to da a sua familia. A 2° ao Gr.". Mest.".
A 3° ao Gr.". Insp.'., e á Gr.". Insp.". A 4º A's Irmãas novamente adoptadas.
A 5º A todos os II.…. e Irmãas, espalha dos pelo superficie do Globo. Festa da ordem.
Assim como as L.". dos homens, as L.".
da Adopção tem uma festa, que todos os annos se celebra no quarto dia depois da Pascoa. Esta é a unica de obrigação; as outras são voluntarias.
Modelos dos certificados para as Irmãas, Ao lado de Or.'. donde sahe a primeira luz da L.'. das mulheres, debaixo do titulo
distinctivo (põe-se o nome da L. “.) Pelos numeros mysteriosos, conhecidos sómente dos esclarecidos: Nós o nome do
Ven...) Chefes terrestres, e Directores da sublime e Respeitavel L.'. das mulheres
— 72 —
tendo conhecido o zelo, e o ardor de chegar
ao supremo gráo das luzes Maçº. da Ven.'. Irmãa, (ponha-se aqui seu nome, sobreno
me, idade, e lugar de nascimento) que pro fessa a religião christãa; depois de ter jul gado da sua capacidade, vida e costumes, por um escrupuloso exame da sua conducta, tanto em L.'.; como fóra d’ella, e sabendo que ella satisfez a todos os deveres exigi
dos, em sua qualidade de Maç.….; Saber fazemos, que nós a admittimos ao gráo de Apr.'., Comp.…. etc. (designão-se aqui todos
os gráos, que ella recebeu), e ordenamos a todos os Maç.…. e Maç. .. que a reconhêção como tal, e dêem fé ao presente certificado, que lhe passamos, para servir e valer aonde necessario fôr; o qual assignamos de nosso proprio cunho, e fizemos appor o sello da nossa Resp.". L.'. e referendar pelo nosso Secret.".
Dado no Jardim do Eden, ao lado do Or... no..... dia da..... semana do..... mez
do anno Maç.". 5 mil.... etc., e do calculo vulgar 18....
Assignaturas. Grande Inspector, Grande Inspectora, Gr.". Mestre, Gr.". Mestra. Por ordem da Resp.'.L... See RETARIe,
— 73 —
DISCURSO PARA O 1° GR... (1). .…<>••=>…
M.". I..., as experiencias a que vos su jeitárão; as questões que vos proposérão;
as promessas que exigirão de vós, e o es pectaculo que vêdes, devem ter produzido na vossa alma uma multidão de sensações e de idêas contradictorias. Que sociedade he esta
(perguntará a vossa consciencia) que co brindo-se com o mysterio, professa todavia os mais bellos principios de moral? Qual será a sua origem? E qual o seu fim? Em respondendo ás ultimas duas questões,
ter-vos hei dado a solução da primeira. Qual he a origem da Maç.….? M.'. I.”., pelo que toca á utilidade; pouco vos importa por ora que este questão seja
resolvida. Com effeito, se uma Instituição é viciosa per si mesmo, embóra o seu autor
seja respeitavel ou virtuoso, deve de repente abandonar-se : pelo contrario se o fim da
Instituição é louvavel, o desprezo que po deria merecer-lhe a sua origem, não deve
prejudica-la em nada. (1) Recitado na La", des Caurs unis em 1823. IVs
7
— 74 —
Com effeito, M.'. I.”., para satisfazer a uma justa curiosidade, e dár ao vosso espi rito um grande motivo d'admiração, seria
preciso que eu desenrolasse perante vós os annaes da Maç. ..., e dos seculos remotos que a virão florecente. Mas uma semelhante ta
réfa, muito superior a minhas forças, não entra no plano que me propuz. Eu só posso
dár-vos, por um esbôço rapido , algu mas instrucções superficiaes sobre uma materia, cuja importancia e difficuldade exigem uma erudição profunda e indagações innumeraveis.
Se considerâmos a questão no sentido philosophico e no sentido historico, nós di remes, 1º que sempre devêrão ter existido sociedades secretas; 2º que ellas existirão na realidade.
Os homens, M.'. I.”., são feitos para vi ver em sociedade, e assim elles teem vi vido sempre. Esta asserção, combatida por alguns philosophos, e sustendada por outros é uma verdade reconhecida por todos que pondérão, já a fraqueza, já as necessidades mutuas dos homens. A familia primitiva foi a primeira Sociedade de individuos, reunida para seu interesse commum. Mas esta reunião
tendo depois, pelo augmento da população, abraçado maior numero d'homens, não es
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tabelecia entre elles senão relações extrema mente remotas e difficeis. Eis a origem das differentes raças ou familias, formadas pela conformidade dos costumes, dos gostos, e dos caracteres. Os membros d’estas familias
moraes, se posso exprimir-me assim, cum prindo sempre com suas obrigações, como
homens, para com a sociedade geral, traba lhárão todavia com um zelo special para o de suas familias particulares. As d’esta es pecie, sendo a perfeição do genero, deverião
ter sido compostas por individuos, que se distinguião do commum dos homens pelas suas luzes e pela sua prudencia : e seus in dividuos deverião têr sido virtuosos. Com effeito sendo a ordem o elemento essencial
de toda e qualquer sociedade, e o crime o
inimigo de toda a ordem, segue-se que qualquer sociedade formada pelo crime, ou não poderia existir, ou pelo menos não po deria manter-se.
Finalmente, para que estas sociedades fossem particulares, era preciso que a ad missão n’ellas fosse permittida sómente aos individuos que as compúnhão, ou aos Ini ciados : logo ellas érão mysteriosas. Era-lhe preciso ter senhas privativas para reconhecer
os iniciados: e estas senhas, para preenche rem o seu fim , devião ser desconhecidas
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aos outros homens. De lá veem os sinaes
mysteriosos. Assim, M.'. I.”., depois de ter estabele
cido a antiguidade das sociedades secretas, nós provámos que estas sociedades devião têr sido mysticas, têr um fim util, e ser
compostas d'homens virtuosos e esclare cidos.
As consequencias que tiramos pelo racio
cinio, ácerca da existencia necessaria e da natureza das sociedades secretas, se áchão convertidas em factos positivos pela historia
da antiguidade. Assim, M.'. I.”., será só mente a historia a que nos fornecerá as provas para apoiar a segunda proposição.
As primeiras sociedades secretas fôrão formadas pelos Brachmanes, philosophos esclarecidos, e sacerdotes dos Indios. Elles instituirão uma religião unica, universal e immutavel; ou antes, elles restabelecêrão a
religião primitiva em toda a sua pureza, tal qual a tinhão conhecido e conservado por uma tradição constante. Estes Brachmanes, ja famosos por seus
Myst.". e por sua religião, se unirão depois com os Padres do Egypto, respeitados pela sua sabedoria, e que tinhão tambem seus Myst.". e uma religião celebre.
Zoroastre, Thaut, e Isis, fôrão buscar á
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India os principios de suas bellas Institui ções : e diz-se, que Sanchoniaton, escritor antigo, faz menção de uma conferencia, que tivêrão entre si estes tres viajantes : o que prova que elles fôrão contemporaneos, se bem que alguns historiadores põem a sua existencia respectiva em differentes epocas. Zoroastre, Thaut, o phenicio e Isis es tabelecérão leis sabias; tivérão discipulos ou II.'., e fundárão sociedades secretas ou Ini
ciações; mas Isis, o egypcio, se distinguio aos outros dous philosophos por suas Insti
tuições notaveis. Não tendo, como elles, a ambição d'estabelecer um systema novo e
particular, Isis procurou só a verdade; colligio, e examinou escrupulosamente todas as tradições que podérão dar-lhe algumas
idêas sobre a religião primitiva; e creou fi nalmente leis para todos os homens, e não systemas para seus discipulos. Isis reorga
nisou os Myst... ja celebres do Egypto; e Memphis tornou-se a escola da sciencia e da sabedoria, aonde fôrão aprender depois todos
os philosophos e todos os legisladores. Notemos, como de passagem, que todas estas sociedades fazião passar por experien
cias severas os que querião ser iniciados : e que estas fôrão instituidas para amedrontar 7"
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e diminuir a grande afluencia de profanos que ambicionávão a Iniciação.
É desta sociedade egypcia que sahirão os reis appellidados Pastores, ou paes dos po vos; e esta particularidade é a que vai aju
dar-nos a determinar tambem a época apro ximativa d’estas Instituições.
Segundo os calculos de Goguet, na sua Obra sobre a Origem das leis, das artes e das sciencias, os reis pastores existirão em 1822 antes de Christo. Ora notai, M.'. I.”., que n'esta epoca já estas Instituições tinhão chegado a um alto gráo de perfeição; con seguintemente é-nos permittido o levar sua origem a tempos ainda mais remotos. Os Myst. de Isis chamárão a Memphis Triptôlemo, rei d'uma colonia grega, que voltando a Eleusis, sua patria, introduzio ali a agricultura, que tinha aprendido no
Egypto, e estabeleceo tambem, á imitação dos Myst.". do Nilo, os tão celebres e de
cantados Myst.". Eleusinos. Estas sociedades secretas captárão sempre a admiração e o respeito dos Antigos: e para prova citarei sómente uma passagem de Cicero : « Fôrão os Myst.". que nos tirárão » do estado barbaro e feroz, que dominava
» os nossos antepassados. É o maior bem, » que, entre muitos outros, nos devemos á
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» cidade de Athenas: é de lá que nós apren » demos não só a viver com jubilo, mas » tambem a morrer tranquillos na espe » rança d’um porvir mais féliz. » Goguet, depois de ter declarado que ele não emprehenderá rasgar o denso véo, que cobre as ceremonias tão gabadas da antigui dade, attesta que os Escritores os mais judi ciosos e os mais eruditos da Grecia e de
Roma, attribuem a estes Myst.…. todos os conhecimentos, de que gozárão os povos
os mais civilisados. « Os Gregos (acrescenta » » » »
elle) designávão os Myst.'. de Eleusis por uma de suas palavras, que significava Perfeições; porque pensávão que n'elles se adquiria o conhecimento da Verdade e
» da Virtude: os Latinos para designar os » mesmos Myst.". servião-se do vocabulo » Initia; porque, diz Cícero, a doutrina, » que se ensinava nos Myst.º., encerrava » os principios d’uma vida feliz e tran » quilla.»
Como me apercebo, M.'. I.”., que insen sivelmente me desviei do plano, que eu me
tinha traçado, forçoso é o restinguir-me, bem que á meu pezar. Quam admiravel seria o vêr Moisés, Mi
nos, Lycurgo e Pythagoras ir buscur ao Egypto; aos Myst.'. de Isis, os principios
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pelos quaes uns fôrão excellentes legislado res, outros profundos philosophos! Quam maravilhoso seria o seguir passo a
passo estes Myst.º., examinar a sua deca dencia, e notar em fim os sabios Therapeu
tas, que recolhendo o fogo sagrado, fôrão entranhar-se nos desertos da Libya | Que interesse não excitárião entre nós os discipulos d’estes Sabios, que, debaixo do nome d'Essénios, estabelecêrão em muitos
logares sociedades ou LL... secundarias, aonde, segundo Tertulliano, o mesmo Christo, foi iniciado! Vejo porém, M.'. I.”.
que uma tal digressão me levaria muito longe: o vosso dever será de hoje em diante
* consultar a sua historia. Mas como é que a Maç. .. se deriva de taes sociedades? Uns pertendem que Armi nius, depois de se ter iniciado nos Myst.". dos Essenios de Roma, ne tempo d'Agusto, viéra estabelecer
na Germania uma L.".
central, donde todas as nossas dimánão hoje. Outros fazem remontar esta origem ao sabio Salomão. Este Rei iniciado, depois de haver construido um Templo material ao
Sêr-Supremo, propoz-se edificar um outro Templo moral, e mystico, que, pela disper são dos judeos, adquirio differentes estabe
lecimentos por toda a parte da terra : mas é
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principalmente depois do Christianismo que a Maç.". Salomonia ou Franc-Maç.…., tem feito progressos successivos, e se insinuou insensivelmente em todos os paizes.
Conseguintemente existirão sempre So ciedades secretas, que o raciocinio e a his toria nos indícão haverem sido a fonte da
Maç.". ; mas, ainda uma vez, qualquer que seja a sua origem, a Maç.". só deve ser con siderada per si mesma e pela sua utilidade.
Eis-nos pois chegados insensivelmente á questão principal. Qual he o fim da Maç. . ? Minha tarefa está quasi preenchida. Ten do-vos ja mostrado, M.'. I.”., os principios das sociedades antigas, e as relações imme
diatas que lígão a Maç.…. a estas sociedades, bastará dizer vos que ella não tem degene rado. A Maç. …. tem conservado preciosa mente, e sem alteração alguma o grande
principio, para o qual nós vímos ja que todas as sociedades fôrão instituidas. Este
principio he o reconhecimento de uma reli >"
gião, a religião primitiva, que consiste em º adorar um Ser-Supremo, unico, e creador. Esta religião nos ordena de sermos bons, ho nestos e virtuosos. Ella nos ensina que, tendo
todos a mesma origem, nós só fomos feitos para viver em sociedade; que o apoio da
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sociedade he a união entre os seus indivi
duos; e finalmente que esta união não pode formar-se senão pelas necessidades, e soc
corros mutuos: assim a Maç.…. nos manda ser cosmopolitas : e como a ordem é o ele mento sem o qual nenhuma sociedade pode existir, a Maç.". nos manda ser obedientes ás leis e aos chefes encarregados da sua execução.
Finalmente, M.'. I.º., cada um podendo honrar o Ser-Supremo segundo suas idêas,
e segundo os differentes cultos, a Maç.". não admitte discussões sobre a excellencia
de tal ou tal culto; porque ella tolera e comprehende indistinctamente todos. Quanto á politica, M.'. I.”., a Maç.…. sabe banir de seu seio todas essas discussões pe rigosas : apenas nos e permittido um sabio e prudente raciocinio, guiado pela boa fé, e amizade, para chamar um I. ". aos princi
pios da igualdade natural, e da moderação Maç.".
M.". I.”., os principios da religião primi tiva ou Maç.…. tendo-vos sido explicados, não vos será difficil o entrever os seus fins:
ella se occupa constantemente a procurar a Verdade; e a Verdade he a perfeição moral
dos homens. Esta definição, M.'. I.”., vos ensina que não basta para sêr Maçº. o ser
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iniciado; mas que é preciso tambem praticar todos os seus preceitos. A Maç. . (disse um I.". estimavel, Dupontés) he uma frivolidade
innocente quando se occupa sómente das fôr mas. Mas o verdadeiro Maç.". trabalha, sem
interrupção, para construir o Templo espi ritual da Verdade, Soldado da religião pri mitiva, o Maç.…. segue as suas bandeiras, e por toda a parte põe em pratica os sabios preceitos que ella lhe ensina. A Maç.…. he um foco benigno e imperceptivel, cujo
calôr deve vivificar toda a terra. Mas será preciso, M.'. I.”., trabalhar per vós mesmo, ja iniciado, e membro de uma L.'., que encerra obreiros os mais capazes de vos instruir: vós não verêis aqui os pres
tigios do charlamatismo; e ainda menos vê reis vossos II... prevenir, por discursos brilhantes, o vosso espirito em favor de sua Instituição. Não, M.'. I..., algumas instrucções sim
ples, e o exemplo, serão os unicos prestigios, que elles empregarão; e para vos provar que é preciso amar o seu I.'., elles mesmo VOs amarão.
M.". I..., vos sois ja Maç.….; tudo neste
logar vos offerecerá um objecto de lição e de meditação; e uma infinidade d’emblemas e alegorias vos dará uma ampla instrucção:
II.'., nós somos todos de uma mesma familia : II. "., nós devemos amar-nos e soccorrêr-nos : II.". finalmente, nós devê
mos fazer tudo para nos tornar dignos d’este nome, e honrar a ordem sublime, a que pertencemos. Taes são as nossas maximas; taes são os nossos fins (1). <=><><>=
DISCURSO PARA O IIº GR.".
M.". I.”., se vós tendes alguns conheci mentos sobre a Iniciação antiga, deveis con vencervos de que as fórmas do 1º Gr... são, tanto quanto he possivel, uma imitação das ceremonias da Iniciação do Egypto e dos Myst.". de Eleusis. Com effeito, lá se áchão a mesma combinação nas provas, os
mesmo symbolos nos discursos, na pratica, e nas personagens. Mas neste 2º Gr..., a que fostes agora iniciado, estas mesmas fórmas
nada teem d'antigo, todas pertencem ao systema Adhoniramite. Assim a Maç.º., tanto
na sua constituição, como nas suas formulas, (1) Este discurso, como diz muito bem Dupon tés, contém alguns factos e algumas citações, que podem ser contestadas; mas o seu todo offerece
uma instrucção solida para o 1º Gr,".
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apresenta dous caracteres differentes, que não devem confundir-se. O seu 1º Gr.".
prova que ella remonta á mais alta antigui dade; e os outros Gr.…. dão direito a con cluir que a Maç.…., depois de ter degenerado
da sua pureza primitiva, fôra restabelecida, com algumas modificações, em seculos mais proximos aos que vivemos. No Egypto, o 2º Gr.". era consagrado ás
provas moraes, que tendião a dirigir o Ini ciado á virtude, habituando-o á privação
dos prazeres sensuaes. N’este G.'. o Inic.". aprendia os elementos de Philosophia theo rica e pratica, « A Iniciação perfeita (di » zião os Egypcios) é o termo da vida pro » fana, que nós olhamos como uma vida » animal. Pelo contrario, no Iniciado, o » amor da virtude e do dever occupa o lo
»gar de todas as paixões.» É isto mesmo, M.'. I..., que nós hoje tambem podemos dizer a nossos neophytos e a todos os Maç.". Era só depois de muitas experiencias longas, taes como jejuns, exames, etc., que
o Aspirante era admittido á pequena Inicia ção, da qual o 2º Gr... era o complemento.
Mas pelo que toca á grande Iniciação, que formava o 5º Gr.".; ella não era concedida
aos estrangeiros: eis porque a respeito d'este nos réstão tão poucos indicios. IV»
8
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O 2º Gr.", da Franc-Maç. . moderna, o mais simples de todos, mas que por isso não é o menos interessante, apresenta uma
ordem de emblemas, sobre que os antigos parece não haverem pensado, mas que nos
préstão grandes e uteis lições.... Estes em blemas, M.'. I.”., são os instrumentos das
artes mechanicas; e se vós ja tendes ajui zado um pouco sobre a nossa Instituição, muito mais facil vos será o conhecer e apre ciar sua importancia. Acaso terei eu necessidade de vos lembrar
que a Franc-Maç.…. he uma sociedade de
homens, unidos pelo triplice laço da ami zade, da discrição, e da fraternidade univer
sal, para procurarem juntos a Verdade, e praticarem o bem? Será por ventura preciso que eu vos re pita de novo que a doutrina da Franc-Maç.". é a adoração do Gr.". Arch... sem mistura
alguma de superstição, e a philantropia que abraça todos os membros da familia huma na; e finalmente que ella nos ordena uma
submissão especial á patria civil e á patria Maç.….? Não. Por pouco que tenhais reflec tido com attenção sobre o que vistes, vós tudo sabeis, como os velhos Maç.….; mas o
que he essencial que vós noteis n'este logar, para bem conhecer o Gr.'. que nos occupas
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he o emblema geral da Maç.….Este emblema, do qual os outros symbolos não são senão uma consequencia, é a construcção d'um
Templo á Sabedoria, isto é segundo a ver dadeira significação dos antigos, á virtude e aos conhecimentos que interéssão á nossa felicidade. A allegoria d'um Templo a construir, adoptada pela Maç. . moderna, é talvez a mais feliz, que se tenda imaginado, para elevar o espirito, por uma figura sensivel, ás idêas moraes e abstractas. Ah! quanto ella he superior ás allegorias, que se áchão
nas Instituições Mysteriosas dos antigos, e que, á primeira vista, parecem absurdas e disparates! Verdade é que, no principio de seu invento, estas deverião ter um sentido
real e razoavel; porque um homem nunca pode dizer seriamente a outro, que um golpe de machado, sobre a cabeça do primeiro deus, fez sahir do seu cerebro uma deosa, armada de ponto em branco. Mas este sentido razoa vel não se acha hoje, ou sómente se adevi
nha por meio da conjectura; porque o vulgo antigo recebeu litteralmente as allegorias; e os padres, para tornarem o seu ministerio mais necessario e mais lucrativo, conservá
rão e favorecêrão este mesmo erro, que
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produzio depois superstições insensatas, ridiculas ou barbaras.
Pelo contrario, os nossos emblemas, so bretudo nos primeiros Gr.'., são muito mais simples, e faceis a explicar. As explicações,
que ja vos fizérão ácerca dos instrumentos usados em vossas viagens, são provas da verdade, que eu avanço. Todos os emble mas do 2° Gr. "., tendo uma relação directa com a construcção do Templo Maç. .. o Tra balho parece ser o objecto especial d’este Gr.". Com efeito um edificio igual não se pode elevar sem muito trabalho; e os instrumen tos, de que úsão os Comp.'., lhes indicão assás que elles devem metter mãos á obra. Sim, M.'. I.”., no 1º Gr.'. vos fizérão sen tir a necessidade de corrigir vossas faltas, vossos erros, vosso egoismo, e a de vos acostumar á verdade, á virtude, e ao amor de vossos Irmãos. E esta com efeito a pri
meira disposição necessaria para merecer, tanto no mundo Maç.…. como no mundo
profano, a estima dos homens. Mas os Maç.". não são meramente cénobitas; e não se li mitando á vida contemplativa ou a virtudes estéreis, os Maç.'. devem tambem trabalhar e produzir. E por isso que a Maç.…., depois de vos
haver purificado a alma no 1º Gr..., passa
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logo no 2° a vos conduzir ao trabalho, e a vos recommendar uma vida activa. Já de
vereis ver, M.'. I.”., por esta combinação
dos dous primeiros Gr..., quanto o systema Maç... he favoravel aos interesses da socie
dade geral, e quanto suas maximas coinci dem com as intenções do Gr.". Arch.". do Un.".
Alguem ousou dizer que o trabalho era um castigo que o Arch.", nos tinha imposto: mas erro funesto! O trabalho he uma lei
emanada da sua bondade paternal para a
nossa conservação e para a nossa felicidade; porque a inacção é, em todas as circum stancias, o estado o mais importuno ao ho mem; he uma especie de letargo enfadonho, pernicioso ao corpo e ao espirito: é final mente de todos os trances da vida, o mais
pesado, que traz após si o enojo, horrivel supplicio, com que a natura castiga os per guiçosos.
Os homens que nada fazem são ja corpos inertes; são cadaveres que - inféctão e cor rompem os vivos; porque do momento em
que são inuteis á Sociedade, elles a perver tem, ou se lhe tórnão perigosos. Eis a razão por que os povos corrompidos são aquelles, aonde reina mais a preguiça; e ao contrario
as nações as mais laboriosas são as em que 8*
ha mais virtude
e melhores costumes.
M.". I.”., o Gr. ". a que fostes iniciado,
e que faz do trabalho uma lei tão formal, vos aconselha tambem de acostumar vossos
filhos ao exercicio de alguma arte, e á cul tura do espirito: estas duas vantagens, em qualquer situação em que se achem, lhes servirão d'um grande soccorro para o fu turo. « Felizes os paes (diz Dupontés) que » teem sabido dar aos filhos o habito e o
» amor do trabalho! Todo o segredo da » educação consiste n'isso. Por toda a parte » aonde existe este amor, aonde existe este » habito, as outras virtudes veem per si )) m CSIm0.
D
Notai, M.'. I.”., que n'este Gr... a Maç.". não vos dá por emblemas, nem o capello doutoral, nem a penna do litterato, nem o
telescopio do astrónomo, nem a lyra d'Or pheo, nem o pincel de Apelles: bem pelo contrario, ella só vos oferece os instru
mentos das artes mechanicas, que fazem a força e a riqueza da sociedade, satisfazendo a todas as suas necessidades; e facilitão as viagens commerciaes, ou instructivas, dis pondo assim os diversos povos aos princi pios da tolerancia e da liberdade. Na or
ganisação actual das Sociedades, todos os talentos são uteis e preciosos; e a Maç.", nos
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outros Gr.". lhes sabe mostrar a sua grati dão; mas para provar quanto é superior aos prejuizos do mundo vaidoso, a Maç.".
começou (e devia começar) por pagar um honroso tributo ás artes mechanicas, que fazem viver com independencia uma fami lia tão numerosa como as espigas de trigo.
DISCURSO PARA O IIIº GR.-.
M.". I.”., o Gr... de Mest.º., que é o mais mysterioso, e o complemento da Maçº.
Symbolica, encerra um grande numero de alegorias, que seria impossivel explicar vos agora: entretanto, eu vou dár-vos, pelo menos, a chave das principaes, e com ella vós mesmo achareis o resto.
M.'. I.”., os sectarios do systema solar considérão Hiram como o einblema do Sol,
ou do mesmo Deus: a palavra Hiram, di zem elles, significa o rei da habitação ele vada, o senhor por excellencia, o astro fe cundante, Deus, Jehovah, etc., etc. Conseguintemente, a morte de Hiram
será, como as de Osiris, d'Adonis, de Her. cules, de Mithra e de outras personagens allegoricas, a imagem do Sol, que abaixando
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se para o hémispherio austral, vai sármorto por Typhon ou pelas trevas, para resuscitar depois. Eis a razão porque, na recepção de Mest.º., o representante de Hiram, tendo
sido primeiro laçando por terra, se alevanta depois mais robusto; e os trabalhos, que
tinhão começado de maneira lugubre, aca bárão por acclamações de triumfo, de pra zer e de jubilo.
Se a morte e a resurreição de Hiram re presentão a successão das estações, ellas nos trazem tambem á memoria o espirito das antigas Instituições, de quem as allegorias
tinhão principalmente por fim o symbolisar as maravilhas da natureza: mas o vulgo, esquecendo o sentido real d’estas figuras, cahio n’uma grosseira idolatria! Ah! quan tos males os ministros do santuario terião
evitado ao genero humano, se, fieis ao espi rito da Instituições primitivas, elles não tivessem apadrinhado tamanho erro ! A su
perstição, a intolerancia, e o fanatismo, estarião ainda agrilhoados e ignorados em Sü2S C3.VCTIla S.
•
M.'. I..., a Maç.…. sendo filha das Inicia ções antigas, não he mais do que uma con tinuação d'essas mesmas allegorias: é pre ciso estuda-las, para nos instruirmos; e
quando se estiver bem convencido que es
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tas servem sómente d’emblemas historicos, acabarão de todo as perseguições por uma
ou outra crença religiosa. Hiram é a ima gem symbolica do combate dos dous princi pios, que, debaixo de nomes differentes, se encontra por toda a parte onde ha vestigios
de Iniciação: é o combate de Typhon con tra Osiris: de Junon contra Hercules: d'E
téocles contra Polynice: dos Titões contra Jupiter: dos Anjos Máos contra Deus: de Oromaze contra Arimane; e dos Máos Ge nios contra os Bons Genios, entre os Egyp
cios, Gregos, Latinos, Peruvianos, etc., etc. A allegoria do Templo de Salomão, que é reconhecida como classica na Maç. …, ja vos foi explicada: por agora bastará lem brar-vos esta maxima de moral: o homem
que se entrega ao vicio profana o Templo de Deus: e o Maç. "., que sabe evitar esta pro
fanação, he aquelle que sabe construir e consagrar o verdadeiro Templo á Divin dade.
M.'. I.…., a catastrophe de Hiram pode tambem representar: a virtude perseguida pelo vicio, mas acabando por triumfar d'elle: a liberdade comprimida pela ambição
e pelo despotismo, mas sahindo victoriosa : a verdade obscurecida pela mentira e pelo erro, mas apparecendo depois mais bri
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lhante e chêa de gloria. Ah! quanto he fa cil o achar tres Comp. .. assassinos, que não
só sufócão esta verdade, mas até aquelles que a búscão! São, a ignorancia, a supersti ção, e a tyrannia.... Sim, M.'. I.”., Hiram representa o genio da civilisação, que, de baixo do nome de Triptólemo, transformou o homem bruto e miseravel em homem in
dustrioso e sociavel: no primeiro a alma embrutecida pelo peso da vida animal, to--
mou no segundo uma vida activa e intellec tual, isto he, Hiram passou da morte ávida, e das trevas á luz. Tal é, M.'. I.”., todo o
nosso segredo; mas desgraçadamente nem todos os homens o tem assim decifrado !
Diferentes sectarios se teem apoderado
d’esta parabola, para symbolisarem por ella a vingança d'um ou outro chefe, de um ou outro partido. Ella servio de symbolo á
Maç.". Templaria, e foi por muito tempo o grande segredo d'alguns M.'. Ella servio aos partidarios de Carlo Iº; ao systema de Cromwel, e até á ordem dos Jesuitas! em uma palavra, Hiram, ou o architecto do Templo de Salomão pode, e se tem pres tado ás interpretações de todo o genero.
Mas he tempo de deixar essas versões, que
seria facil multiplicar, segundo os gostos, as paixões ou caprichos,
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M.'. I.”., o Gr.", que nos occupavos im põe certos deveres, que estão em relação com as luzes do seculo, e que he preciso não esquecer.
M.'. I.”., como Mest.º., vós tendes che gado á idade de sete an..., em tanto que vós só tinheistres como Apr..., e cinco como Comp.….: sem vos explicar agora a doutrina mystica dos antigos sobre os numeros, eu vos apresento a progressão, 5, 5, 7, como um typo, que vós deveis seguir nos pro
gressos da sciencia Maç.", e de suasvirtudes, Vós aprendestes ao 1º gr.". a desbastar a pedra bruta; no 2º a trabalhar na pedra po lida, º que indica já algum progresso: mas até então era preciso sómente preparar os materiaes do bello edificio, que hoje estais encarregado de alevantar e de construir. Como Mest.º., vós ides trabalhar na pedra cubica, a qual, mostrando sempre os seis la dos debaixo do mesmo aspecto, he o em blema da igualdade, que vos admoesta a ser sempre o mesmo, tanto na vida privada como na vida social; tanto na prosperidade como na adversidade: é entre a esquadria e o compasso que se deve achar sempre um Mest.".; isto é, no centro de uma perfeita re gularidade.
Entre os antigos, o chefe da Iniciaçãº
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trazia sobre o peito uma lamina de ouro, em que estávão inscritas as palavras: Ver dade, Virtude e Sciencia: é esta mesma
trindade moral, emblema dos tres gr.". symbolicos, que todo o Mest.". Maç.". deve apresentar perante seus Irmãos. Alem d’isto, M.". I.”., o titulo de Mest.". vos adverte que vós deveis zelar os interesses da Ord; diri gir os Apr.., e os Comp.…. nos seus traba
lhos, e dar ao Templo dignos esteios. A palavra perdida e achada vos designa a Verdade perdida para tantos homens, e que
um Mest.... Maç.'. deve achar com o estu do da Philosophia Maç.….. Hiram, sendo at tacado, lançou n’uma cisterna a lamina, em
que estava gravada a pal.". sagrada: eis porque se diz que a Verdade está no fundo de um poço: é preciso irmos lá busca-la. A
precaução de Hiram vos demonstra que ha circunstancias penosas, em que he pru dente o esconder a Verdade n'um asilo im
penetravel, e o subtrahir esta virgem celeste
ás profanações do crime. He desta conside ração que nascêrão as Iniciações antigas, as sociedades secretas, e todas as allegorias, que devem fazer o principal objecto de nossos estudos Maç.….. O ramo de Acacia he o ramo de ouro,
que era necessario ao filho d'Anchises para
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chegar vivo aos campos Elysios. Este ramo, vecejante no seio da morte, é o emblema
do zelo ardente, que vós deveis ter pelo amor da Verdade, entre os homens cor rompidos que a atraiçôão. As nove viagens mysticas, que os Mest.". fizérão pelos quatro pontos cardeaes para
achar Hiram, vos ensínão que toda a terra merece vosso cuidado, e que por toda a parte vós deveis espalhar a luz e a in strucção.
A iniquirição, e a punição que Salomão ordenou para com os Comp.º. cumplices, marca o cuidado, que nós devemos ter, para vencer e dominar todas as paixões que degrádão o homem e a sociedade. M.'. I.”., posto que a carne deixa os os sos d'Hiram, todavia elle se alevanta mais robusto. Um revés pode abater-nos um ins tante; mas a má fortuna deve achar-nos logo depois mais fortes e superiores a ella.
O aparelho lugubre d’este Gr... não tem por objecto tornar a morte medonha e te mivel: o sabio, ou o Franc-Maç.". não deve
deseja-la, nem teme-la: nós quizemos só mente, por este contraste notavel, lembrar vos que na ordem physica, a vida nasce da
morte, e que, na ordem moral, uma vida melhor succede a esta vida passageira. IVe.
Finalmente, M.'.L.'., o Sin.'. de soccorrº é o nobre laço que nos une na desgraça;
é aquelle mesmo de que usava a antigº Ca valleria, e que nos obriga a soccorrer os nossos semelhantes. -*><><==--
DISCURSO PARA O IVº GR.".
M.'. I..., trata-se n’este Gr.". da vingança do assassinio d'Hiram; isto é, da continua
ção e complemento daquella mesma parar bola, que Salomão fez representar allego ricamente no Gr". de Mest.".
Salomão, fazendo reunir o Conselho dos quinze Mest.º., escolheu d'entre elles nove, que dirigidos por Joaben, fossem prender os tres Comp.º. cumplices, para serem julga dos e processados. É depois d'isto que os symbolos, os sin.'., e as pal.'. do Ivº Gr. -ficárão sendo analogos ao acto de tamanha empreza.
É verdade, M.". I.e., que muitos sabios, e alguns sendo Franc-Maç.…., tem sustenda do que o Ivº gr... d'El... Secr... não pertence á Iniciação; mas sim que, segundo uns, elle fôra instituido pelos Templarios, bani dos e errantes nos desertos da Thebaida»
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depois de sua perseguição; e, segundo ou tros, que elle fôra instituido por Cromwel, e até mesmo pelos Jesuitas. Mas, M.'. 1."., se examinarmos bem o
systema da iniciação, forçoso será o convir que os fundadores dos altos Gr... tivérão em vista, não um excesso inutil, ou a vin
gança de um partido qualquer, massim uma allegoria positiva e interessante, que tem sido consignada nos fastos do mundo antigo e moderno.
É incontestavel que a maior parte dos Cav... do Templo, cessando de formar uma Ord.". reconhecida no seculo XIvº, entrou no seio da familia Maç."., a que ha muito per tencia. É tambem depois d'esta união ou al
liança fraternal que os soberanos timidos começarão (mal a proposito) a considerar
os Maç.…. como os proprios vingadores de Jacques Molaye e de seus companheiros; e o Gr.'. de El..., interpretado pela preoccupa ção e pelo medo, pôde contribuir a dar al
guns vislumbres de verosimilhança a impu tações incontestavelmente calumniosas. En tretanto, M.'. I.”., para que o Gr.'. d'El.". Secr... podesse offerecer justas desconfianças,
erão necessarias duas condições: 1º que os symbolos e a doutrina do Ivº Gr.", não fos
sem, como são, muito mais antigos, do
– 100 —
que a Ord.'. do Templo; 2° que o IIIº Gr..., de que El.". Secr... he um simples acces sorio, não se refferisse senão a factos histo
ricos; mas elle abrange tambem factos phi sicos e moraes.
·
O Gr.'. de El.". Secr... dos Jesuitas, fun
dado em 1605, e que tem por fim o assassi nar todos os reis que não forem catholi cos (1), assim como o Gr.". de El... de
Cromwel, instituido em 1641, e que tinha por objecto supplantar ou fazer a guerra aos Stuarts, nada próvão contra a compe tencia e a preexistencia de um Gr... de El.--
Secr... na Ord.". Maç.….: os El... de Crom wel e dos Jesuitas tivérão sempre em vista
a vingança contra os partidos; e os El.". Secr... não fazem mais de que symbolisar
uma vingança legitima, que nada tem de odioso ou de repugnante á razão. Com effeito, M.'. I. "., os tres facinorosos
Comp.". (a Ignorancia, a Superstição, e a Tyrannia) matárão Hiram (a Verdade) que (1) A imitação dos Gregos os Jesuitas, dividirão a sua seita em pequenos e grandes Myst.". nos pri meiros explica-se o emblema da cruz, como repre sentando a religião: e nos segundos, reservados aos padres vingativos, explica-se a inscripção INRI pelas palavras justum mecare reges impios : e entendem por impios todos os reis que não são ca iholicos.
– 101 –
devia reunir todos os homens em redor do
mesmo altar (a Maçº.). Salomão (a Sabe
doria) armou os filhos da Verdade, dando lhe uma charpa preta (emblema de luto) e uma arma (symbolo da razão) para conven cer. Os filhos da Verdade combatêrão, e fôrão vencedores.
«Muitos hieroglificos achados nas colum « nas dos antigos templos (diz o I." Vassal) « nos ensinárão que na idade de ouro a sim « ples lei natural fez de nossos paes os entes « mais felizes, porque o seu culto foi puro
« como o Sol; mas nos seculos posteriores «os fautores do fanatismo, da superstição «e da tyrannia, impondo aos homens um « culto que ninguem entendia, abafárão a
« Verdade e proclamárão o erro.» A cega crença que chegárão a estabelecer, e a sua hypocrisia ensanguentárão a terra inteira;
e a Hydra de Lerna, posto que vencida repartio o veneno pelos homens, que pusil lanimes recusárão seguir o exemplo de Her
cules. Tal é, M.'. I.”., o perigo social, que subsistio, e subsistirá ainda até que os ver dadeiros El.". séjão assás fortes para fazer triumfar a Verdade. Mas, se o motivo e os fins deste Gr.". são
tão sublimes, por que razão, direis vós não he elle conferido em algumas nações cultas 9*
— 102 —
da Europa? É, costuma-se dizer, porque o Ritual do Ivº Gr... tem motivado interpreta ções funestas em razão do espirito de vin gança, que suas formas parecem inculcar...
Mas, que miseravel susceptibilidade! O Mest.". he morto e assassinado (diz o
Rit... do IIIº Gr... Symb...); o El... he a vingança legal dos Mest..., a punição so lemne dos assassinos..... Ah ! porque razão se não conservará esta commemoração? Não he ella o emblema da justiça, ou divina ou humana, que persegue o crime, a pezar das interpretações calumniosas de Barruel e de
Gassicourt (1)? O homem que rouba a vossa bolsa, que vem, durante a noite ou em vossa ausencia, subtrahir o fruto de vossos tra balhos, os meios de sustentar a vossa fami
lia, não será elle denunciado por vós mes mo á justiça, para que esta conheça e puna o criminoso? O homem que, de caso pen sado, vos assassinar, não merecerá elle a vingança das leis ? Em que se tornaria a se
gurança publica e privada, sem a punição do crime.
(1) Barruel, e todos os seus sequazes, pertende que a cabeça de bonecro, que se degolla n'este Gr.".
*### a cabeça dos reis. Mas quantos e quantos fórão e} Franc-M aç. ......!
— 103 -
•
•
Com efeito uma vingança legal não deve ser nem censurada nem rejeitada: ella é natural e inevitavel; porque a lei condemna o que, por bondade ou por medo, vós não ousastes perseguir: ella é um dos principios fundamentaes das leis da sociedade: é uma
acção moral que assinala o crime e o casti go: é um theorema que se acha em todos os criminalistas, moralistas, e até mesmo entre
os theologos e romancistas. A virtude foi ultrajada; a virtude deve ser vingada.
Sejamos pois, M.'. I.”., os verdadeiros soldados da Verdade, que, eleitos entre os homens, possámos combater o erro, a igno rancia e a tyrannia : penetremos sem susto nas cavernas obscuras, aonde os tres inimi
gos medítão em escravisar os mortaes, aonde elles fórjão cadêas para a razão, e aonde cávão calabouços para a Verdade..... Sim, M.'. I. “.. nós somos os eleitos para levar a luz até aos seus asilos sombrios; agrilhoar a ambição e a tyrannia, e preci pitar o erro e a superstição no mesmo abys mo, que elles destimávão á Verdade........
Unidos, como a phalange antiga, devemos marchar com zelo e curagem para tamanha empreza; porque vencidos ou vencedores
estamos certos de merecer as bençãos de céo e dos homens.....
— 104 —
He só á sombra das bandeiras da im
mortal Verdade que nós poderemos conquis tar a paz e a felicidade dos homens, em
fazendo a applicação das palavras do Apos tolo :
«Deixemos as trevas, e armemo-nos da «luz. Marchemos, como seus filhos, porque «a luz nos fará viver utilmente em bondade,
«justiça, e verdade... »
DISCURSO PARA O Vº GR.".
M.". I.”., as ceremonias e os symbolos d’este Gr... são como acabais de vêr, um
typo explicito do ritual dos Hebreos. Mas de todos os symbolos o mais caracteristico é, sem duvida, a pedra cubica que não só sus tenta o Delta, mas encerra tambem quasi todos os conhecimentos cientificos do Oriente.
Esta especie de monumento hieroglyfico achava-se collocado na abobada secreta dos
Myst.". de Memphis, aonde os Padres ins truião os seus adeptos. Foi lá que Moisés, Salomão e Pythagoras fôrão buscar a Inicia ção : e de lá que dimanárão as ceremonias
– 105 –
do culto judaico, e a famosa escola italiana. M.". I.”. as sciencias e a moral, de que se occupárão os Padres do Egypto, áchão-se representadas no levitismo de Moisés e de Salomão; e umas e outras fórmão ainda hoje a parte essencial do Gr.'. que, ha pouco, recebestes. O candelabro de sete luzes, o numero das estrelas, e o taberna culo com os seus ornamentos, vos offecerem uma prova incontestavel. A purificação per meio do fogo e da agoa, a moral da mistura preparada, e o uso do pão, e vinho são symbolos, que tendo servido a todas as religiões, pertencem com tudo a mais alta
antiguidade (1), Pythagoras, não satisfeito com os conhecimentos dos Myst.'. de Eleu
sis, a que tinha sido iniciado, foi buscar aos Myst.". de Isis outros mais solidos, para
os ensinar em Crotona; e todos sabem qual (1) Os symbolos, que designamos, fizérão dizer a um dos inimigos da ord.". (o abbade Barruel): « Que o objecto secreto d’este gráo era o de resta » belecer a igualdade religiosa; o de mostrar todos os homens igualmente padres e pontifices, para lhes inculcar a religião natural, e finalmente o de lhes persuadir, que a religião de Moisés e a de Christo, pela distincção dos padres e dos leigos,
tinha violado os direitos naturaes da liberdade e da igualdade religiosa, º
— 106 –
foi a influencia que a escola de Pythagoras exerceu sobre a civilisação dos Ramanos : mas como este Gr... parece destinado em
parte a fazer a commemoração da grande
importancia que os antigos Iniciados attri buião á sciencia dos numeros, eu devo in
dicar-vos ao menos aquelles que formávão a base de sua doutrina mysteriosa.
M.". I.”.., a taboa de Pythagoras, que anda nas mãos de todos, e que serve para a multiplicação, he huma pura imitação da pedra cubica d’este Gr..., e da dos Myst.". de Memphis. Entre os antigos Iniciados o numero 1 symbolisava o Creador: o numero 5 era o emblema das tres idades do mundo :
o numero 5 era mysterioso, porque se com
punha de 2, emblema de desordem entre o bom e o máo principio, e de 3 que repre sentava o passado, presente e futuro: o nu mero 7 era o mais bem accolhido, porque representava os 7 planetas então conheci dos : e finalmente o numero 9, e o seu qua
drado 81, causava horror aos antigos, porque
era o emblema do máo presagio e da fragiti dade humana. Taes são, M.'. I. “., em resumo os conhecimentos e a moral que os Padres
de Memphis ensinávão aos Adeptos d’este Gr... : taes são os elementos que se apren
dião na celebre escola de Pythagoras: taes •
—- 107 —
fôrão as doutrinas que Augusto, impera
dor romano, mandou colocar debaixo da base cubica da estatua de Apollo palatino: e finalmente taes fórão
os
principios,
que de Roma emigrárão com os Padres de Herta para a Scandinavia, de lá para a Inglaterra, e desta para todo o globo. Mas, M.'. I.”., o objecto special d’este Gr... parece ser a descoberta d'um principio hoje reconhecido geralmente por todos, mas que o não era no tempo das guerras reli giosas : isto é a descoberta da crença e da existencia do Altissimo, dogma figurado
neste Gr... pelo Delta, que he o emblema do poder creador e conservador.
* * **
A pedra cubica, aonde se achão traçadas as leis immudaveis que regem o universo, e
o Delta, emblema precioso, são os objectos que os Sub.". MM.". Escoc.". devem sempre
guardar em sua abobada sagrada; porque, se a guerra permanente da ambição, do erro
e da ignorancia, quizer contaminar ou de molir o altar da Verdade, para de novo es palhar as trevas, os Sub.". Esc... podérão esclarecer o universo inteiro. Sim, M.'. I.e., é entre os magnificos depositos d’esta abo bada sagrada que os amigos da humanidade os novos Iniciados, acharão armas para vin
gar a Hiram. É lá que devemos accender o
– 108 —
acho que deverá conduzir-nos através das tenebrosas cavernas, a onde se escondem os tres Comp. .. cumplices. Os Sub.". Escoc.'., conservadores de tão rico talisman, não de
vem sofrer que a preoccupação e prejuizos vênhão de novo cobri-lo e corroe-lo. Sim, M.". I.”. conservemos, brilhante e sem mancha, este triangulo luminoso, que tantas vezes tem sido banhado do sangue humano
pela cruel superstição! Ah ! estão por ventura longe de nós esses tempos, em que os mortaes se dilacerávão por haverem imaginado e defendido um Deus de vingança e de crueldade ? Conservemos pois, M.". I. "., o nosso
Deus, um Deus de razão, de amor e de ver dade, e guiados pelas luzes d'esta L. “., lan cemo-nos, sem susto, entre o mundo pro
fano, para aperfeiçoarmos o que está im perfeito ainda. Sim, M.'. I.”., observando com respeito as leis da Maç.'., marchareis seguro e com
dignidade pelo caminho da Iniciação; e vossa conducta, marcada com o sello da sãa moral e da doçura fraternal, fará o elogio da nossa Ord.". Lembrai-vos que, se o homem está collocado no gráo mais elevado dos sêres organisados, não é porque o seu des tino seja o de engolfar-se sempre no lodo dos
— 109 —
vicios dos prejuizos. Ah! quanto é gloriosa a tarefa de fazer conhecer aos homens a sua
propria dignidade, e de os convencer que o incenso agradavel á divindade é só aquelle que lhe offerece o homem virtuoso erazoavel!
« A idêa de que a felicidade humana (diz » » » » » »
um Sabio) depende do conhecimento mais perfeito da verdade e da razão, he a mais consaladora que se nos pode offerecer; por que o progresso das luzes e da razão é no homem a unica cousa que não tem limi tes, e o conhecimento da verdade é o
» unico que só pode ser eterno.» Esta idêa, M.'. I.”., parece ter produzido a iniciação Maç.….; porque ella não pres creve nem seita nem paiz especial; e nos in
culca sómente a vontade de fazer o bem pro gressivo. Se pois tal he o nosso fim, M.'. I..., chamemos todos os homens, para que reunidos, possámos erigir novos altares á Verdade, cuja ausencia tem sido tão fatal ao genero humano; e quando o fanatismo for
inteiramente banido da terra, então, e só então poderemos mostrar ostensivelmente
toda a gratidão, que devemos aos chefes da Ord.'., por nos haverem transmittido idêas tão sublimes,
1W,
10
— 440 -
DISCURSO PARA O VIº GR.".
M.". I.”., este Gr... parece ter sido insti
tuido não só para representar o valor e a resignação, que os iniciados devem ter no
combate das luzes contra as trevas; mas além disso para nos recordar as desgraças
do povo Hebreo, e particularmente as dos Essénios. . . M.'. I.", os symbolos e as ceremonias
deste Gr... vos devem ter mostrado que Zorobahel não he senão, um outro Hiram
e que o Gr.: de Cav. do Orº, per si só não he mais do que o desenvolvimento dos tres symbolicos. Com efeito os antigos representávão o -
Sol como um guerreiro celeste, que na via gem do Occidente ao Oriente, combatia os doze monstros do Zodiaco. Assim tambem vós vistes que Zorobabel combate no de curso de sua viagem; que a sua apparição
consola os Maç.…. afflictos, como a victoria do Sol sobre as trevas costumava consolar os antigos, e finalmente que Zorobabel vai elevar o Templo, que Nabuchodonosor ti
— 111 – "
nha destruido, como o Sol, triumphando das trevas na primavera, costuma dotar a terra de uma nova vegetação. Mas,
M.'. I.”., o Gr... de Cav... do Or.". oferece-nos um sentido não menos preferi vel. Vós vistes, ha pouco, o Rei dos reis,
Cyrus, o vencedor d'Israel, rodeado de seus ministros, e assentado sobre o trono : mas
rico, poderoso e coroado. Cyrus não se con sidéra feliz; porque elle sabe que a verda deira felicidade raras, vezes se encontra na
soberania ou na posse de grandes thesouros. As lagrimas dos Israelitas, cujo captiveiro
durou setenta annos, fôrão vingadas; e o ti rano Nabuchodonosor, atormentado pelos
remorsos, vio-se obrigado a dar a liberdade aos captivos ! Foi então que o mais illustre dos Judeos, Zorobabel, o primus inter pares, se apresen
tou perante Cyrus a pedir a liberdade de seus II..., e a permissão de reconstruir o Templo de Salomão. Cyrus convida Zorobabel a ficar em seu palacio para gozar ali em com mum de suas honras e riquezas; mas Zoro babel, Maç.…. livre, posto que então captivo,
desdenhando as caricias, os ameaços e as torturas, preferio a igualdade fraternal ás
riquezas de cortezão, e a Judêa pobre á As syria rica, e por tão generosa conducta Zo
– 112 —
robabel não só ganhou a estima de Cyrus, mas obteve a liberdade da sua patria e de seus companheiros. Muitos outros obstaculos se offerecêrão
aos filhos de Israel; mas a pezar disso o Templo de Salomão foi edificado, e suas
tribus fôrão livres e longo tempo respei tadas.
Tal é, M.'. I.”. a historia summaria de
povo Hebreo: mas qual é a moral que tirou d’ella a Iniciação? « O Templo de Salomão (diz Vassal) so
» bre a construção do qual se formou de » pois a Maç.'., é uma ficção ingenhosa , » que indica os incriveis esforços de todos » os Philosophos, para elevar o Templo da » Verdade; e a sua distruição figura a vio » lencia e o abuso do poder de que se tem » servido sempre o sacerdocio, para calcar » aos pés a mesma Verdade.» Ah! M.'.
» I.'., se a verdade tivesse tido altares por toda a parte, o poder sacerdotal teria desap
parecido, e as dissensões religiosas, que fi zérão correr rios de sangue, nunca terião existido.....
Sim, M.'. I.”., a paciencia e a resignação, com que as Tribus de Israel defendêrão a
sua patria, vos prova não só os longos com bates a que os Iniciados tivérão e terão ainda
— 113 —
a resistir para conservar e propagar os
Myst... Maç.…., mas tambem vos ensinão que, seja qual for a situação penivel de um
povo, nunca se deverá desesperar de a tor nar melhor e mais feliz : «Et j'ai toujours commu qu'en chaque événement,
• Le destin des États dépendait d'un moment...» VoLTAIRE.
Com effeito, M.". I.”., a morte de Nabu chodonosor bastou para mudar o destino
infausto de um povo inteiro : e posto que o captiveiro dos Israelitas houvesse sido longo e pesado, a sua imperturbavel resignação acabou por faze-los triumphantes; e a liber
dade, outorgada a um povo que tem gemido debaixo dos ferros da escravidão, faz esque cer todos os males passados, e o torna habil para emprezas maiores, Ainda mais, M.'. I. "., examinado com uma attenção escrupulosa o ritual e a moral d’este Gr..., parece que os seus Instituidores
previrão todas as tribulações, que a Inicia ção devia exprimentar tanto por effeito da barbaria, como pelos ataques não merecidos, que alguns governos desconfiados teem di rigido constantemente contra a nossa insti tuição: e os attaques frequentes, que os Sa maritanos fizérão contra os Israelitas, 40°
- 114 –
móstrão principalmente qual tem sido a guer ra eterna que os Padres de todos os tempos tem declarado contra a nossa Ord."., já per
meio de calumnias, já per meio de perfidas insinuações, já finalmente per meio de ana themas delirantes, que alguns papas lançá rão sobre Iniciados que não tinhão outro crime, senão o de haverem desmascarado o
fanatismo e a superstição..... Se pois, M.". II.'., este Gr.". representa ainda o combate das luzes contra as trevas, a sua conservação he indispensavel; porque, se os tempos mu
darem, e a Iniciação for de novo compro mettida ou perseguida, os nossos successo res poderão achar n’elle a coragem e a resignação para se assemelharem a seus an tepassados. •
Conseguintemente, M.'. I.”., não é do
Oriente, nem da espada, que vós deveis ti rar o nome de Cav..., mas sim da igualdade e da liberdade, que Zorobabel soube tão ge nerosamente conquistar.
Dar a liberdade aos captivos, tal foi sua devisa; tal deve ser a vossa.
— 115 —
DISCURSO PARA O VIIº GR...
M.'. I.e., para bem apreciar a utilidade e a importancia deste Gr... he preciso que nos lembremos da marcha lenta, mas pro gressiva, de todos os Myst.º., cujos restos
constituírão e constituem ainda hoje a Franç-Maç. . Assim vós deveis saber já :
1º que os Myst... dos Magos, além de serem scientificos, fôrão tambem theogonicos, 2º que os Myst... do Egypto fôrão não só scien
tificos e theogonicos, mas além d’isto tivé rão por objecto a politica e a civilisação; 3º que os Myst.". Gregos, ainda que não
tão complicados como os precedentes, pre parárão todavia os acontecimentos da epoca a mais brilhante da Grecia; 4° finalmente
que os Myst.". Judaicos fôrão os que dérão nome ao povo Hebreo : os Myst.". Essénios fizérão-se notaveis pela severidade nos cos tumes, e por uma philantrophia sem li mites.
Agora porém, M.'. I.”., temos a fazer a commemoração dos Myst... do Christia
nismo primitivo, que fôrão em todo o
— 416 —
tempo os mais simples e os mais sublimes
de todos os Myst... «Um philosopho moderno (diz Vassal) º sustentou, que os Myst... do Christianismo
º érão a perfeição das perfeições.» E com effeito, M.'. I..., não conhecemos instituição alguma humana, que tivesse tido por base melhores principios, e mais proprios para felicitar o genero humano. A unidade de Deos; a immortalidade d'alma; a igualdade entre todos os homens, e finalmente a liber
dade civil e religiosa fórmão a base da dou trina do Christianismo primitivo. « Reis, (dizia o seu autor) pontifices, sa » bios, artistas, pobres e ricos, vinde todos
» entrar n’esta Iniciação, com tanto que vós » vos arrangeis debaixo do nivel da igual » dade, e que não tenhais outro nome senão
» o de Irmãos; por que vós todos sois os fi » lhos do pai da natureza. » Vistas tão sabias, e uma philantropia tão
generosa próvão assás, M.'. I.”., que o au tor d’estes Myst.". tinha apreciado bem a dignidade e as precisões do homem.
A admissão a esta Iniciação foi illimitada e sem alguma distinção. A condições que ella impunha a seus membros érão: o amor
do proximo sem restricção; a tolerencia sem limites, e a confraternidade nniversal:
– 117 -
entretanto, a pezar d’uma tão grande per feição, a propagação dos Myst.'. do Chris tianismo foi indubitavelmente a mais diffi
cil, e mais perigosa que a dos outros Myst.".
da antiguidade; pois que a maior parte de seus sectarios primitivos tingio com seu
proprio sangue esta Iniciação innocente e sublime. Os calabouços, as torturas, a of ferta de honras e risquezas, a confiscação dos bens, e quasi sempre uma morte cruel nunca podérão abalar a constante crença de seus Iniciados.
Cavernas profundas, e subterraneos quasi inaccessiveis fôrão os seus templos primi tivos; uma tunica branca era o unico orna mento sacerdotal; uma simples pedra bruta formava o altar dos sacrificios, e o canto
final de suas ceremonias religiosas era o perdão das injurias para com os seus pro prios algozes. Ah! se o fundador de taes doutrinas não tivesse merecido já o culto, e adoração de todos os homens, cada um dos nossos Cav... lhe deveria eregir um altar.
Sim, Cavall..., não olhemos o Gr... de R.". Cruz como um inimigo da razão; por
que a sua brilhante luz não offende os olhos do sabio, e muito menos os do Maç.". O Christianismo do R.". Cruz não é absurdo
– 118 –
nem intolerante, e a religião primitiva do Christo em toda sua pureza e virgindade é a lei do amor do proximo; é alei de So crates e de Platão; é a lei que proclama a
liberdade, e a igualdade entre os homens, é finalmente a lei da Luz e da Verdade.
M.'. I.”. novamente iniciado, quando vos presentastes entre nós o Cap.". estava
coberta de luto; e os Cav... tristes,
pene
trados de dôr. Então nós gemiamos todos sobre as ruinas do Templo : os ustensilios da Maç.…. estavão quebrados ; a estrella
resplandecente tinha desapparecido: a pedra cubica vertia sangue e agua; em uma pala vra nós todos lamenvatamos as conquistas da ambição, da ignorancia, e do fanatismo. Nos fizémos comvosco longas e difficeis viagens; e sustendados pela Fé, Esperança e Caridade, nós penetrámos nos escondrijos os mais profundos e reconditos. A Luz e a Pal... perdida nos appareceu de novo : uma nova lei foi proclamada; por ella a escravidão não existe mais; por ella
todos os filhos do mesmo pai teem iguaes direitos; e por ella o Universo consolado
recebe com transporte a dadiva preciosa do Mest.". Hiram !
•
Não soframos pois, M.'. 1."., que a am: bição, a ignorancia, e o fanatismo tornem a
– 119 -
dilacerar as paginas do livro santo, que tanto nos recommenda a Fé, a Esperança e a Caridade. É verdade que estas palavras não figúrão nos Myst.'. do Christianismo primi tivo; esta addição arbitraria foi obra dos
Padres. É por ellas que os Padres subjugárão o homem; dirigirão o poder temporal, e fi zérão correr rios de sangue, pelas guerras que suscitárão: foi em fim per meio da Fé que os Padres podérão estabelecer o fanatis mo e a superstição; e estes dous monstros auxiliares lhes procurárão immensas rique zas. Christo praticou estas tres virtudes, mas de uma maneira, bem differente. Elle prin
cipiou pela Caridade, prégando o amor do proximo, que comprehendia todos os homens
do universo. Depois de ter estabelecido esta columna moral, Christo, mostrou aos ho=
mens a perspectiva de uma outra vida mer lhor, as doçuras de uma felicidade eterna; e assim formou a Esperança.
Mas a incredulidade de seus discipulos, e particularmente de S. Thomé, adverte
que a verdadeira Fé de Christo era esclare cida pela sãa razão.
Eia pois, M.'. 1..., seja d'hoje em diante a Caridade de Christo a vossa unica Compa nheira. Deixai que os homens achem um remedio a seus males por meio da Espe
— 120 —
rança; porque a razão não reprova o dogma consolador da immortalidade. Mas vossa Fé
não deve ser aquella que crê sem exame: a razão é um dom que nos foi dado para nos servir de farol no caminho da vida, aonde tantas paixões diversas espálhão as trevas do erro e do crime : S. Paulo dizia : Ainda
quando eu tivesse uma Fé assás forte para transportar as montanhas, se eu não tenho a
Caridade, aquella não me servirá de nada. Por conseguinte, M.'. I.”., sejamos os zeladores da nova lei, e conservemos com
discrição a palavra achada. Que a fé Mac.", nos dirija no caminho da vida. Que a espe rança lance flores agradaveis em todas as nossas emprezas; e finalmente que a cari dade reine sempre entre nós e os outros
homens. Tal é, M.". I.e., a nossa lei: e taes são os nossos fins.
— 121 –
COMPARAÇAO DA MAǺ. COM O MUNDO PROFANO, ……
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Sendo a Maç.…., desde muito tempo, o alvo dos sarcasmos, e dos insultos do mundo
profano, é justo que uma voz se levante, para a defender e vingar dos seus detrac tores. O mundo accusa-a, levado por uma
fatal disposição a dizer mal d'aquillo que não conhece, e desconfiar de tudo que não comprende; e talvez firmado nos escritos
d'alguns homens malevolos, e pretendidos Maçons, que movidos por uma vil especula ção, teem ultrajado, e calumniado a nossa
instituição, que elles nunca conhecêrão; mas facil é o combater este errado juizo do
mundo, fazendo apparecer a Maçº., tal qual é, adornada dos seus verdadeiros attributos
que, se fossem mais bem conhecidos, ter lhe-hia sem duvida merecido homenagens universaes. Eis a tarefa, que vou emprender,
e que julgo será tambem util aos nossos IV•
11
– 122 —
II.…. novamente iniciados, que não pódem possuir ainda um perfeito conhecimento do
estado que abraçárão, das obrigações que
ele impõe, e das vantagens que oferece. Direi pois, que não ha instituição mais
propria para fazer a felicidade do genero humano, do que a Maç.".; porque nenhu ma outra existe, que encerre, como ella, tantos meios de reunir os homens pelos do ces laços da concordia, e da amizade.
Embora pense o mundo, que nós exage ramos muito a Maç."., quando, afirmámos que o seu unico fim é manter a força e a
dignidade do homem, quando dizemos que
ella é um abrigo seguro contra os vicios, que manchão a sociedade; nós não avan çamos mais do que uma verdade, que vai apparecer em toda a sua evidencia, pela ra
pida comparação que vamos estabelecer entre as instituições e doutrinas do mundo,
e as doutrinas e instituições da Maç. .
.
Com efeito, que é o mundo, tomado no sentido moral? Que é elle, relativamente a felicidade e á desgraca do homem? De que modo chega o homem a este theatro de tri bulações, e de miserias? Que verdades lhe ensinão? Quantas mentiras não lhe fazem
crer? Quantasverdades não são contestadas,
e combatidas, e quantas mentiras propos
– 125 –
tas, sustentadas, recompensadas, e mesmo Sanctificadas?
O homem, apenas entra no mundo, é
recebido pelas mãos do erro, este accom panha-o nos seus tenros annos, e segue-o em todos os seus projectos, trazendo-o de tal modo enredado em seus innumeraveis
laços, que só por uma especie de milagre o homem, creado racional e intelligente, es capa á destruição da sua intelligencia, e ao naufragio da sua razão, que se lhe afirma ser insuficiente, corruptora, e um fanal en ganador! Quem de vós, meus II.…., não fica ainda como amedrontado , lembrando-vos dos
laços seductores da mocidade; lembrando vos dos combates, e indecisões que tivestes
a supportar; lembrando-vos em fim d'essa multidão de ridiculos phantasmas, apre
sentados á vossa imaginação como realida des, d’onde vieis pendente o vosso destino? Eis o que o mundo oferece ao homem! Eis
a origem funesta das inquietações da vida! Sómente no fim de bastantes annos, e de pois de haver trilhado diferentes caminhos,
é que o homem, como um viajante fatigado dos ventos e das tempestades, começa a
abrir os olhos, e a conhecer que a esphera, em que o colocárão, não é aquella para
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que elle estava destinado; e que aperce bendo-se pela primeira vez da luz de sua razão, resolve-se em fim a toma-la por guia e a marchar com ella para o porto conso lador da verdade. Então sabe, que a virtude existe sobre a terra, que não é filha da im
postura, nem da mentira, e que só o amor da humanidade póde dar-lhe a existencia. Elle deseja possuir esta virtude, e, tendo
procurado inutilmente, qual seja no mundo o logar da sua habitação, vem bater á porta dos nossos Templos; entra n’elles, e depois de conhecer a nossas doutrinas, e de se ter
instruido n’ellas, sente nascer a paz em seu coração: então conhece que um immenso
espaço separa as nossas instituições das in stituições do mundo. Que viu elle neste? Viu as paixões desenfreadas edificando, e
derrubando tudo: o orgulho apoderando-se das dignidades; a audacia exigindo respei tos; a baixeza sollicitando honras: a inso lencia opprimindo a modestia; a opulencia insultando a pobreza; e a ignorancia per
seguindo a sabedoria : elle viu a virtude desprezada, e talvez punida; viu ingrati dões, perfidias e delações, e ouviu continua mente este grito repetido: « Sê o primeiro, » e o mais forte; procura o poder e as ri
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» quezas; supplanta teus rivaes, e aniquila » teus competidores.»
Dizei-me, meus II.'., se a Maç.…. apre senta quadros iguaes, desgraças semelhan tes? Sem duvida, não; e os seus mesmos inimigos, que a calumnião, não ousárão ainda imputar-lhe taes iniquidades. Na Maç.…., não ha primeiro, nem ultimo; não ha forte, nem fraco; não ha grandes, nem pequenos: todos são II.º., todos são iguaes.
O odio, a ambição, e a inveja são banidas dos seus Templos, onde não se praticão baixe zas, não se obtém grandezas, nem se recêão insolencias: n’elles os Maç. .. só trátão da
indagação da verdade, de se amarem, e soc COrrerem -Se
mutuamente. Se um exceSSO
de zelo suscita, acaso, algumas disputas, bem depressa o amor do bem geral faz que estas desapparêção, e uma confissão sin cera, e a reconciliação, que d’ella resulta, restabelecem a concordia e a paz. O mundo alimenta-se de facções e de par
tidos: uns combatem por Mario, outros peléjão por Sylla: aqui dão o trono a Cesar, ali a Pompeu; e segundo os tempos e os in teresses, apparecem bandeiras, e opiniões diferentes.
Na Maç.…., não ha Mario, nem Sylla; não ha Cesar, nem Pompeu. Nós não temas se 11"
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não uma lei, a de obedecer ás leis; um pen samento, o de fazer o bem ; uma corôa, que é para a virtude, que é a da humanidade.
Insensatos! Mario e Sylla já não exis tem; seus partidos fôrão supplantados, as sim como o serão vossos projectos! Pom
peu e Cesar cahirão, e com elles seus cor tezãos e aduladores. O tempo não nos tem transmittido a historia dos seus debates e
dos seus crimes, senão para nos dizer: «Eis
» aqui os funestos resultados da ambição, » do abuso do poder, da baixeza e da li
» sonja! Eis o que fazem os homens, quando » elles se esquecem de que são homens! »
No mundo as religiões, e os cultos são diferentes; uns adórão Baal, outros Jeho
vah: n'um mesmo paiz, virão-se bezerros d'ouro, e serpentes de bronze : aqui prohibe Deus o culto das imagens, e estas são despe daçadas; ali os padres o ordénão, e lhes eri gem altares: estes não teem mais que um Deus; aquelles contão mais de mil : n’uma parte diz-se : • Les prêtres ne sont pas ce qu'un vain peuple pense, * Notre crédulité fait toute
leur science.
»
N'outra, os padres, rodeados de carrascos, dizem: « Crê, ou morrerás;
segue nossas
maacimas, ou serás devorado por fogueiras ardentes !....»
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Na Maç.'., a violencia e a mentira não dictão as leis: n’ella não existem bezerros
d'ouro, nem serpentes de bronze; cada um venera a Divindade á sua maneira; o unico
culto exigido é o da virtude: e quem ousará dizer que um tal culto não é o do verda deiro Deus, e o mais conforme aos dictames da razão?
No mundo em fim hafieis e infieis; cren ças antigas, e modernas; Bramas, Judeus,
Mahometanos, Gregos, Protestantes, anti Protestantes e mil outras seitas, cujas pre tenções horrorisão o pensamento, e que sendo todas intolerantes, se teem mutua mente degollado, durante seculos, em no me e pelos interesses do Ceo ? Na Maç.'., Méca e Genebra, Roma e Je rusalem se áchão confundidas: n’ella não
ha distincções de Judeus, Mahometanos, Papistas e Protestantes; não ha senão ho mens, senão II... que perante Deus, Pai commum de todos, teem jurado manter en tre si uma eterna fraternidade.
Eis aqui, meus II."., quaes são os prin cipios da Maç.'., eis o que ella ensina, e o que pratica: tal é a diferença que existe
entre as suas maximas, e as maximas per niciosas do mundo profano.
- Mas, dirá o mundo, sois vós admissiveis
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a elogiar, como fazeis, as vossas institui ções, quando os vossos mesmos livros nos fazem conhecer, que elas estão chêas de ceremonias ridiculas, quando nos revélão as vossas palavras, toques, e sinaes extra vagantes; as vossas aguas lustraes, tapece
rias funebres, e alampadas multiplicadas? Quando em fim por elles sabemos, que en
tre vós existem gráos e dignidades, e que contrasta notavelmente com a igualdade e
fraternidade, de que tanto blasonais? Responderemos ao mundo, que os nossos usos e ceremonias parecem futis e extra vagantes aos olhos dos profanos, porque não podem perceber a sua significação. Os nossos usos, e ceremonias são todos sym bolicos, e todos encérrão os mais importan tes preceitos de moral. Os nossos gráos, que o mundo mede pelos da sua sociedade,
teem entre nos mui diversa significação, e não se oppõe de modo algum á igualdade, e fraternidade que professamos. •
Mas estará o mundo, que intenta censu rar-nos, isento de criticas, sem duvida, mais justas? Não tem elle usos inexplicaveis, e ridiculos, como os seus gestos, movimento de braços, e suas aguas bentas? Não tem
elle tambem palavras cabalisticas, gráos, jerarchias, e em fim uma infinidade de ce
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remonias, tiradas dos Indios, dos Gregos, dos Romanos e d'outros povos que, sem duvida, valião mais que os nossos accusa
dores, pois que nunca perseguirão, nem degollárão, para fazer adoptar os seus mys terios?
Quanto á igualdade e fraternidade, que o mundo profano nos accusa de ensinar, ne gará elle, que os seus livros os mais sa
grados tambem as ensinão, e ordenão? Não dizem estes: Entre vos não haverá primeiro
nem ultimo; o que quizer ser o primeiro será o ultimo ?»
Mas vós sabeis, meus II.", como são in terpretados estes preceitos, principalmente
por aquelles que estão encarregados de os fazer conhecer, e observar. Nós temos visto, e a historia nos tem mostrado, como os doutores do mundo en tendem a igualdade e a fraternidade: em quanto elles consérvão as riquezas e o po der, seus irmãos gemem na miseria, e na escravidão: querem para si todos os privi
legios, todas as regalias; para os outros deixão as lagrimas, os tormentos, as mas morras, as fogueiras, e a morte! Tal é a
fraternidade da horrivel, e execravel Inqui sição! Eis aqui, meus II..., as perfeições do
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mundo: é tambem por isso que, submer gido em falsas doutrinas, e envolto em eter nas contradições, elle teve sempre necessi dade de lançar mão de mólas occultas, e meios ardilosos; de cometter injustiças, e crueldades as mais horrorosas, para conse
guir os seus intentos: d'aqui nascem os terrôres e inquietações que continuamente
importúnão os espiritos, e que tórnão o mundo martyr da sua propria maldade: elle ousa gabar os seus grandes mysterios, e suas altas concepções.....! Ah! enganar, desumir, e mentir, eis em tres palavras todo
o genio, todo o segredo do mundo. O nosso, meus II.º., é precisamente o contrario; este grande segredo, tão afama
do, tão desejado, e tão pouco conhecido dos profanos, é o amor dos nossos semelhantes, a justiça, a sinceridade, e o estudo das sciencias: não das sciencias dos sabios, que o mundo emprega para as suas machina
ções, para ensinar as suas mentiras, e lou var as suas perfidias; d'esses sabios, instru
mentos docis, organisados para todos os tempos, que sabem condescender com to
das as tyrannias; desses em fim que sabem perfeitamente transformar os crimes em
virtudes, e as virtudes em crimes, segundo as circunstancias, os seus interesses pessoaes,
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mas da verdadeira sciencia da honra, da probidade, e da humanidade: eis aqui todo o nosso segredo. Vós podeis revela-lo, e es palha-lo: possa elle ser conhecido em todo o Universo! E com uma tal sciencia , é
que vós sereis sempre felizes e livres, tanto quanto é permittido ao homem sobre a terra. Poderão envenenar-vos como a Socra
tes, dilacerar-vos os membros, como a Epic teto, ou encerrar-vos em carceres, como a
Galileu; mas a pezar disso sereis sempre
mais felizes, que os vossos perseguidores, pois tereis vossa consciencia em paz, o que aos máos nunca acontece." Avida, meus II. “.. não consiste na ani
mação da carne, mas na virtude. Por ven tura Socrates anda ainda pelas ruas d'A thenas? Certamente não; mas não deixa por isso de ensinar-nos, e de dar-nos ainda
lições. Esses trezentos Esparciatas, que combatêrão para salvar a sua patria, mor
rérão eles para sempre? Não, não: nós os vemos ainda co'as espadas nas mãos, fa zendo tremer uma horda de escravos. Co
dro, Leonidas, Aristides, e Marco Aurelio viverão tanto tempo, como o Deus que os creou. Eis aqui, meus II..., a vida que ob tereis perseverando na virtude; a maldade
dos homens jamais poderá destrui-la.
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Aqui se termina a minha tarefa: creio ter respondido ás objecções do mundo, fazendo ver o que nós somos, e mostrando o que elle é. O quadro, que vos expuz, deve vin
gar a Maç.…. dos ataques da impostura, e das calumnias da ignorancia que, como sa beis, são nossas eternas inimigas: ellas só procúrão aniquilar-nos, e para isso óbrão constantemente; porém, em despeito dos seus esforços, nunca alcançarão o triumfo que espérão. A virtude é tão bem uma po tencia; e Deus, que a poz em nossos cora
ções; que nos deu a razão e a verdade por guias; Deus, digo, saberá salvar-nos, sa berá acabar a sua obra.
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INTERPRETAÇÃO DA
L.",
D O
B A N QUE TE.
|
Todos os Maç.…. se desvelão em assistir aos banquetes das duas festas da Ordem, mas poucos sabem a sua significação; e a maior parte contenta-se de ver n’elles uma
occasião periodica de passar alguns momen tos agradaveis na companhia de seus II.". Este motivo é, sem duvida, louvavel,
pois que tende a reunir os II..., e a estrei tar cada vez mais os laços da amizade, que os une: porém parece-me conveniente mos trar aquelles II."., que os nossos banquetes não se limítão unicamente a este objecto, e que são o quadro completo da grande al
legoria, cujo desenvolvimento se observa nos nossos diversos gráos. Vou pois tratar, meus II.”., de explicar-vos os emblemas do que se chama L.'. de Banquete, Se concebermos duas cirumferencias con
centricas, distantes uma da outra de oito
gráos e meio ou da metade da largura do 1Vs
12
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zodiaco, a circumferencia exterior repre sentará a ecliptica, ou a carreira annual do sol, suppondo, como no systema astrono
mico dos antigos, que a terra é immovel no centro, o que, como se sabe, não traz mu
dança alguma á explicação dos phenome I]OS.
Se cortamos estes circulos annulares, por dous diametros perpendiculares um ao ou
tro, um, que chamaremos horisontal, re presentará o equador celeste, e suas extre midades marcarão os pontos equinocciaes;
o outro, que chamaremos vertical, indicará os pontos solsticiaes, isto é, os pontos em que a ecliptica toca nos tropicos.
Se concebermos agora este circulo divi dido em duas partes iguaes no plano do diametro horisontal, teremos precisamente a idêa da mesa dos Maç.….: a parte do he mispherio inferior figurando a mesa de S. João do inverno, e a do hemispherio supe rior, a mesa de S. João do verão. Em um
e outro caso, o Ven. "., que segundo o nosso catechismo, representa o sol, occupa, a extremidade do raio vertical, ou o ponto solsticial (no inverno, o ponto mais baixo, no verão, o ponto mais elevado). Os Vig... são colocados sobre o diametro
horisontal, isto é, no equador. Elles már
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cão assim, masduas estações, os pontos equi nocciaes; estes com efeito são situados no Ceo sobre os limites dos dous hemispherios, como vigilantes, que examinão a estação
que acaba, e a que começa. Esta observação he tão plausivel, que só do equador é que se pode ver os dous pólos ao mesmo tempo descubrir successivamente todas as cons
telações, e observar o todo das suas revo luções. Se se tirar uma tangente á circumferen-_ cia inferior, perpendicularmente ao raio vertical, as suas extremidades determina rão, sobre a semi-circumferencia exterior, o logar do Orador, e o do Secretario, col locados ambos a trinta gráos do Ven.'., e a
sessenta dos Vig..., isto é, aos dous terços do espaço trimestrial, que indica cada quarto de circulo. Assim, por exemplo, no banquete do Solsticio do inverno, o Ven.'. occupa o pri meiro gráo do Aquario, o Secret.". o pri
meiro gráo do Sagittario, o primeiro Vig.…. o primeiro gráo do signo de Aries, e o se gundo Vig... o primeiro gráo do de Libra. Então a parte esquerda do Templo, que nós chamamos o Meiodia, indica o inverno,
ou a estação do renascimento; e a parte
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direita, ou a Col.'. do norte, designa o ou tono, ou a estação da morte. Pelo contrario no banquete do solsticio do verão tudo é colocado em sentido in
verso. O Ven.". está no tropico ao primeiro
gráo de Cancer; o Or... ao primeiro gráo de Leo; o primeiro Vig... ao primeiro grào de Libra; e este lado figura o verão. Sobre a outra Col. “., o Secret.". está ao primeiro gráo de Gemini, ou o ultimo de Tauro; e
segundo Vig.…. no de Aries: este lado re presenta então a primavera. Notai, meus II. "., que se nos dous bam quetes o Ven.'., e os Vig...". márcão pelas suas posições o principio das estações, o
Or.…. e o Secret.". indicão as estrellas reaes, as estrellas principaes e caracteristicas d'es sas mesmas estações; estrellas, que fôrão
dadas aos Evangelistas por emblemas, a sa ber: o Tauro, o Léo, a Aguia da lyra (1), e o Aquario.
Se a disposição da mesa é a imagem do céo, e das epocas solares, as iguarias que a cobrem, os utensilios, de que n’ella nos ser vimos, e que, ha pouco tempo sem duvida,
se desígnão por nomes de guerra, todos es tes objectos, digo, que pertencem a um dos
(1) Substituida a Antarés, ou o coração do Es corpiao.
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tres reinos da natureza, a saber; os uten silios ao reino mineral, o os alimentos ao reino vegetal, ou animal, tudo isto não re presenta a natureza ?
Os trabalhos de obrigação compõe-se de sete saudes; numero mysterioso, que todos os antigos venerárão; numero igual ao das espheras, ás quaes sem duvida, érão ofe recidas no principio as sete libações, que fôrão substituidas pelas saudes. Estas ultimas estão precisamente na mesma ordem que os dias da semana; to davia, para as pôr na ordem dos planetas, é preciso conta-las por tres, começando pela primeira.
Antigamente, a primeira libação era ofe recida ao sol, rei do Universo, a quem de
vemos a fecundidade da natureza (1). Hoje ella é consagrada ao Soberano. (1) O costume de dirigir os primeiros votos ao sol, e á Lua era praticado por todos os antigos; e d'isto temos uma prova no Seculare. Carmen de Horacio, que não é outra cousa mais do que um
hymno a estas duas divindades. O côro dos jovens Romanos começa assim o seu Canto :
Alme sol, curru mitido diem qui
Promis, et celas, aliusque et idem Nasceris; possis nihil urbe Roma Visere majus. 42°
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A segunda era oferecida á Lua, astro, que escalarecia os mysterios os mais secre tos (1). Os Maç.…. teem-na consagrado ao Supremo Poder da Ordem, que para elles, depois do Soberano, é o supremo regulador. A terceira era dedicada a Marta, divin
dade, que presidia aos conselhos, e aos com bates. Os Maç. . fizérão d’ella a saude do Ven.",
A quarta era dirigida a Mercurio, cha mado tambem Anubis, Deus, que vigia, que annuncia a abertura e a cessação dos trabalhos, e cujo poder se estende ao Ceo, á Terra e aos Infernos (2). Hoje ella está transformada na saude dos Vigº. que, co mo Anubis, annuncião a abertura, e o en cerramento dos trabalhos, e como Mercurio
vigião os Il.'. no Templo, e fóra d'elle. A quinta era consagrada a Jupiter que, debaixo do nome de Xenios, era adorado
como Deus da hospitalidade (5). E não são estes os votos dos Maçº", pela prospe
ridade, e pela gloria da patria? (4) . . . . . . Diana quae silentium regis, Arcana cum fiunt sacra, •
HoRAT., Epod. v.
(2) Horat., L. 1, Od. x. (3) Jupiter, hospitibus nam te dare jura loquuntur. VIRG., Eneid.
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Hoje é a saude feita aos II.". visitadores, e ás L.". adeptas, isto é, aos nossos hospe des Maç.". A sexta era destinada a Venus, Deusa da geração. Em seu logar temos a saude dos Off..., dos membros da L.'., principalmente
dos novos iniciados, que devem ter por pri meira occupação o estudo da natureza. Finalmente, a septima libação era con sagrada a Saturno, Deus dos periodos e dos tempos, cuja orbita immensa parece abra çar a totalidade do universo.
Esta foi escolhida para a saude de todos os Maç.'., espalhados pelo mundo, em qualquer situação que a sorte os tenha posto : e para representar a grandeza da
orbita d’este planeta, faz-se esta saude, es tando os II.…. não como até aqui em semi circulo , mas formando todos um circulo
perfeito: d'este modo cada I... parece for mar um annel d'essa immensa cadêa, que abraça o Universo (1). Assim como nas festas de Saturno os es
(1)
Il (Saturne) suit som orbe immense: Telle en est l'étendue, et tel l'éloignement, Dans sa marche pénible ilva si lentement,
Que du vaste contour que som orbite embrasse En six lustres à peine il achève l’espace. Ricazo, la sphère, poème, ch, v. ·
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140
-
cravos participávão dos festins de seus se nhores, e se assentávão á sua mesa (1), assim tambem nos nossos banquetes os II... serventes tômão parte nos nossos tra balhos, e assistem a esta saude (2).
Os banquetes religiosos são tão antigos como os mysterios; todos os povos da an tiguidade os praticávão. Os Egypcios e os Gregos tivérão os seus banquetes sagrados, os Romanos os lectisternios, e os Judeus os seus festins religiosos, prescriptos pelo mesmo Moisés (5). (1) Ob cujus (Saturni) exempli memoriam cau tum est, ut saturnalibus, ex aequato omnium jure, passim in conviviis servicum dominis recumbant. JUST. Hist. L, XLIII, c. I.
(2) As saudes dos Maç."., bem como as suas Bat.º., fazem-se por treze por nove. Este uso não é moderno; em Roma já era prati cado, se dermos credito a Horacio, que por vezes, tenho citado, por nos haver conservado preciosa mente diversas praticas dos mysterios antigos. Este poeta philosopho diz: •
•
• • • • • • •
..... Tribus, aut novem,
Miscentur cyathis pocula commodis. Qui Musas amat impares, Termos tercyathos attonitus petet Vates: tres prohibet suprà Rixarum me tuens tangere Gratia, Nudis juncta sororibus. HoRAT., L. III, Od. xvI.
(3) Deuter. c. XIV, v. 22-29; c. xxvI, v. 10-13,
Esdr. L. II, c, VIII, v. 12. Esther, c, Ix, v. 19,
— 441
-
Finalmente os primeiros christãos tivé
rão os seus ágapes, que fôrão supprimi dos (1) por causa das desordens que n'elles se introduzirão, mas de que os Maç.…. teem até hoje conservado toda a pureza.
Taes são, meus II..., as reflexões, que me sugeriu o uso dos banquetes Maç.'., banquetes essencialmente religiosos, mysti
cos nas suas fórmas, essencialmente philo sophicos em seus principios. Póssão ellas convencer nossos II.…. de
que os legisladores da Maç. . , fazendo
d'esses banquetes o objecto d'um preceito Maç.º., não fôrão conduzidos a isso por um fim inutil, e pelo simples attractivo do prazer.
(à) S. Paul, Ep. 1º ad Corinth. c. xI, v. 21. — Fleury, etc.
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DA EXCELLENCIA D O S M Y S T E RIO S M A Ç...
DISCURSO
RECITADO NA R.". L.", DA TRINDADE, PÉLO SEU I»". OR, *, EM 1820,
*=-=
MM.'. CC.". II.".,
Tendo sido investido por vós das honro sas funcções de conservador das leis d'esta R.'.L.'., e das da Ordem sublime, a que todos nos temos dedicado, eu devo, em
cumprimento das obrigações annexas ao meu encargo, entreter-vos n’este dia, tão
celebre entre os Maç. . (1), da grandeza, e excellencia da nossa instituição, chamada a justo titulo Arte Real. Mas tendo de elevar minha debil voz n’es -
te augusto Templo, onde teem resoado tan (1) O dia da festividade de S. João do verão,
— 143 —
tas outras muito mais eloquentes; tendo de falar diante de II, tão instruidos, e tão
versados na sciencia da Maç. . como pode rei attrahir a sua attenção, e justificar a sua escolha?
A incerteza, em que estou, meus II.".,
de satisfazer a vossa expectação, a justa desconfiança da minha, capacidade me in quiétão, e enchem de confusão : não es tranheis, pois se eu reclamo a vossa indul
gencia, e peço que vos digneis accolher meus pensamentos, despidos d'ormatos, em attenção á sinceridade com que procuro a verdade. •
Um grande numero de Oradores, todos, sem duvida, mais eloquentes e mais sabios que eu, tem já apresentado as suas investi
gações sobre a origem da Maç.….; mas esta questão, que tem desvelado tantos, enge nhos, é ainda controversa e problematica, e talvez o séja para sempre: por isso não emprehenderei entrar n’ella, para não em=
brenhar meno vasto campo de uma discus são que em nada poderei afirmar; em que depende de conjecturas, e tudo rola sobre Systemas mais ou menos engenhosos. E de
que serviria apresentar diante de Maç.", tão instruidos, novas hypotheses, que po derião a seu turno ser destruidas por ou tras, ?
— 144 —
-
O Que me parece porém incontestavel é a influencia dos mysterios antigos e mo
dernos sobre os costumes, e a civilisação dos povos, que tivérão a felicidade de os conhecer.
Sem entrar na comparação dos mysterios antigos com os da Maç. "., póde dizer-se, que entre este e os primeiros, o que ha de com mum é o terem ambos espalhado por to das as classes da sociedade as luzes da
verdadeira philosophia, e preparado os es piritos para a concepção das grandes idêas,
que se vulgarisárão depois, sobre a digni dade do homem, seus direitos e seus de VCTGS,
Debalde os prejuizos, monstruosos filhos da estupida ignorancia, intentárão supplan tar a Maç.….; esta bella instituição, mar chando sempre com um passo igual e fir me, soube resistir a todos os ataques, e ás
mesmas perseguições; assim tem ella so brevivido á destruição dos imperios, e nada tem podido estorvar os seus progressos. Sendo da sua essencia o durar em quanto existirem sociedades humanas, a sua dura
ção será igual á do múndo: sim, a Maç.". existirá sempre, porque tende a conservar as luzes, a avivar e entreter os sentimentos
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da benevolencia que, reunindo e conci liando os homens, os dispõe, e conduz ao estudo das artes, da sã philosophia, e á pratica de todas as virtudes sociaes. Tudo, meus II..., se acha nos differentes preceitos da Maç.". Nos seus Templos se
ensina o culto, que a gratidão do homem deve ao grande Architecto do Um.., assim como os deveres, que elle tem a desempe nhar para com seus II. “.; e suas maximas
são deduzidas do codigo universal, desse codigo, que convem a todos os homens, e a todas as nações, porque é simples e ver dadeiro, tendo por base o amor da ordem, e de seus semelhantes. As leis sociaes não
são perfeitas, ou não se aproximão da per feição, senão quando são fundadas nos principios, professados por esta divina In
stituição, obra da sabedoria dos tempos, e fructo da experiencia dos seculos ante riores.
Quanto é majestoso, meus II."., quanto é sublime esse monumento da antiguidade, que em tão poucas palavras encerra a sciencia divina, e a sciencia humana! Vós o sabeis, toda esta sciencia se reduz a este preceito. Amai-vos uns aos outros, não façais aos outros o que não quererieis que elles vos fizessem, mas fazei-lhes todo o bem, que dese IV,
13
}
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arieis para vós mesmos. Eis aqui tudo o que lemos no grande livro da natureza; e eis a nossa lei.
Eu disse, que na Maç.", se encerrava a sciencia divina: e com efeito, qual é a re
ligião que ensina um dogma mais simples, e que dê melhor idêa do Grande Creador do Un..? Nós dizemos, que o G.'. A.". existe per si mesmo, e que n'elle reside todo o poder. Sem procurarmos, por vãs subtilezas, que servem só de embaraçar as idêas, penetrar no modo, porque este Gran
de Ente exerce o seu poder, não deixamos por isso de o reconhecer, nem respeitamos menos os segredos, que elle quiz occultar nos; reconhecemos igualmente a nossa de
pendencia das suas vontades, experimenta mos a sua infinita bondade, e sentimos os seus beneficios; em fim nós procuramos
ser-lhe agradaveis pela pratica das virtudes, e pela nossa boa conducta, e rendemos-lhe um culto simples, a homenagem do nosso reconhecimento, o unico digno d'elle, e que
elle exige do homem, por ser o unico, que elle mesmo lhe inspirou. Quanto á sciencia humana, não se en
cerra tambem esta no preceito que acabo
de vos referir, preceito, que o mesmo evan
gelho não fez mais do que consagra-lo de
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novo? Tanto é verdade que elle é a base de de toda a moral! Omnia igitur quacumque volueritis ut facient vobis homines, talia et vos facite illis. Haec enim est lex et pro
phetie (1). Este preceito, que encerra todos os outros, é tambem o unico recommanda do nas nossas LL.'.
Todos os homens são iguaes aos olhos do G.". A.". ; direi mais, todas as creaturas em geral lhe são igualmente caras, pois de toda a eternidade elle tomou sempre o
mesmo cuidado pela sua conservação. De que direito, com efeito, ousaria um ho mem dizer a seu semelhante: eu sou mais
do que tu ? Não, todos somos iguaes: a uni ca superioridade que pode haver é a do
genio sobre a estupidez, a da sciencia sobre a ignorancia; porém esta superioridade de
algumas faculdades, que não dependem de nós, não póde aos olhos do G.'. A.". ser um titulo de poderio sobre os nossos seme lhantes; e muito menos o que nos dá o acaso do nascimento, ou o da riqueza. Se ao G.'.A.'. do Un... aprouve conceder-nos
alguns d'esses favores, que nos facilitárão uma educação melhor que a do commum dos homens, somos por isso mesmo obri-(1) Math. c. 7, Y. 12.
— 148 —
gados a ser benevolos para com elles, que tivérão a mesma sorte; e n'isto deve con
sistir a verdadeira diferença entre o rico e o pobre, entre o sabio e o ignorante, entre o homem poderoso e o que vive na
dependencia; esta differença, digo, consiste no poder de fazer bem. Eis aqui as unicas bases solidas, em que devem apoiar-se as leis humanas; tudo o que se afastar é fun dado no erro, na mentira, ou na tyrannia. Nós devemos reconhecer que, á medida que avançamos em civilisação, as leis das sociedades se refórmão sobre estes princi.
pios eternos; e poder-se-hia quasi entrever a epoca, em que as leis humanas virião a
concentrar-se n’este unico preceito (que faz a base de toda a moral, e o fundamento da nossa Instituição) se as paixões dos ho mens, e as grandes catastrophes que múdão a face da terra, e destroem os imperios, não oppuzessem tão grandes obstaculos. Então ver-se-hia o completo triumpho da nossa sublime Ordem: mas talvez esteja reservada esta felicidade para os nossos netos; póssão
elles gozar em paz do fructo dos nossos tra balhos, e ver o resultado da influencia da Maç.…. sobre o melhoramento do estado so cial !
O aperfeiçoamento do estado da socie
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dade é attribuido com justa razão á cultura das artes liberaes; mas a quem se deve esse
gosto do estudo, esse desejo de escrutar a verdade, e conhecer as belezas da natureza, senão ao espirito philosophico, que bróta da Maç. ..? Sim, meus II. "., tal é o poder d’esta Instituição, que só a ella pertencem todos os melhoramentos que se tem feito em favor da humanidade: as sciencias, as
artes, a legislação, e a agricultura nascênão
no seio dos mysterios; foi nas LL.". Maç.". que se formárão esses philosophos, que tanto esclarecêrão o universo; esses ora dores, que nas discussões dos negocios pu blicos ensinárão a fallar com a clareza, e
methodo, que tanto admiramos, e a que o erro não póde resistir. Entre os Maç. .. em
fim é que se encóntrão esses bomens pro fundos, de cujo trabalho silencioso resúltão as energicas producções, que illumínão as sciencias as mais elevadas e as mais ab
stractas, pondo-as, por uma clara analyse, ao alcance dos espiritos, ainda os menos for mados para penetrarem nas suas dificul dades.
Assim, meus II...; eu não avancei mais que a verdade quando disse que o aperfei
çoamento do estado social era devido á Maçº. Tal é pois o poder que somos chamados 13"
- 150 —
a exercer, e a transmittir aos nossos suc
cessores, o poder da persuasão, e do exem plo; mas como alcançámos este poder? Por que meio o perpetuaremos nós?
A resposta é simples, meus II...; este meio é unico, e facil: é por um religioso respeito á essa arca santa, em que ninguem
deve tocar sem recear a sorte de Osa (1); é por um zelo ardente em manter as nossas
leis em toda a sua primitiva simplicidade; é finalmente pelo exemplo, que devemos dar constantemente das virtudes, que estas leis nos recommendão, exemplo, que recebe
mos dos nossos predecessores, e que con stitue a unica e verdadeira força de toda a doutrina, assim como de toda a instituição fundada na justiça e equidade. — (1) Quumque venissentin arcam paratam, misit Osa manum ad arcam Dei, tenuitque eam, declina bant enim boves. Et incanduit furor Domini in Osam, percussitque eum ibi Deus, propter temeri tatemistam, precipitem, et mortuus est ibi coram
arca Dei, (II Reg. VI, y 6 e 7.)
VOCABULARIO DAS
PALAVRAs, ExPRESSÕES E EXPLICAÇÕES MAÇONNICAS. --…>
A
Abobada de aço. — Ceremonial usado
quando se tribútão honras aos Irmãos de signados no artigo honras. Abobada estrellada, ou abobada do Tem
plo.— Imagem do céo, da immensidade. Abreviação. — Emprega-se a abreviação nos escriptos maçonnicos da maneira se
guinte: M.'. C.". I..., em lugar de Mui Caro Irmão, ou Meu Caro Irmão; a R.". L.'., ou a R.". E, em lugar de a respeitavel Loja, etc.
Acacia.—Arvore, cuja propriedade mys teriosa é conhecida só dos Mestres. É a
murta dos antigos iniciados, e o ramo da fabula,
— 152 —
Acclamação. — Consentimento unanime,
que dispensa algumas vezes do escrutinio. Adjunto. — O que substitue um empre gado da Loja. Adonhiram. — Personagem a quem Salo mão confiou, segundo a Escritura Santa, a direcção dos obreiros empregados na con strucção do Templo, os quaes fôrão divi didos em pedreiros, isto é, obreiros que cor tavão as pedras na montanha, e chefes dos obreiros.
Os Maç.…. do rito francez julgárão dever reconhecer, no historico do gráo de Mestre, como inspector geral dos obreiros, não Ado nhiram, mas um Hiram, filho de um Tyrio
e d'uma mulher viuva da tribu de Nephtali, o qual segundo diz a Escritura Santa (L. III dos Reis, Cap. vii, v. 14 e seguintes) tra balhava em obras de bronze, e era dotado de grande talento, sabedoria e conhecimentos. A razão mais forte, e capaz de explicar de uma maneira satisfactoria as causas
d’esta mudança é, que Salomão estimava muito e amava Hiram por causa dos seus
bons costumes, da sua devoção, e porque elle era dotado de grandes talentos, sabedo ria e conhecimentos; d’aqui resultou o pen sarem que era mais natural reconhecer co mo chefe, na construcção de um templo moral
— 188 –
e allegorico, o que, alem de ter grandes qualidades moraes, tinha ornado o templo material com obras as mais primorosas de toda a qualidade de metaes, do que uma personagem de que a Escritura Santa não
fala de uma maneira tão lisonjeira. Aaopção de um luton, ou de um Irmão.— Uma Loja pode adoptar o filho de um Ir mão, ou um antigo Maçº. N’aquelle caso, ella manda educar o Iwton á sua custa, e
ensinar-lhe um oficio; e neste, fornece alimentos e soccorros ao Irmão idoso e des
graçado. Adro ou atrio. — Entre os Judeos era o
espaço que havia á roda do tabernaculo. Em maçonnaria é a peça que precede im mediatamente o templo maçonnico.
Agapes.— Especie de festim dos primei ros Christãos.
Agua lustral.—Emblema da purificação; a agua lustral é bastante para a purificação de um Templo, mas não para a do Neophy
to, que depois de purificado pela agua, deve ainda selo pelas cham mas. Alfange. — Em Loja de mesa dá-se este nome ás facas.
Alinhar.—Termo de banquete; é colocar numa mesma linha os canhões e as barricas.
Altar, — Mesa de fórma religiosa collo
— 154 —
cada diante do Veneravel. Tambem ha um
pequeno altar em forma triangular diante de cada um dos Vig... Amovibilidade. — O systema da amovibili dade, ou da inamovibilidade, isto é , da no
meação vitalicia, ou durante um espaço de tempo limitado, de um Mestre de Loja, foi uma das causas principaes do schysma, que dividio Grande Loja de França, em 1772. Veja-se aInamovibilidade. •
Anagramma. — Cada Loja toma o ana
gramma do seu nome para lhe servir de indicação ou com o Grande Oriente, ou com as outras Lojas. Approvação. — Adhesão a uma proposi
ção, manifestada pelo levantar da mão. Aprendiz.—O iniciado no primeiro gráo da Maçonnaria symbolica.
Aqua tofana. — Preparação chymica in ferior aos venenos da chymica moderna; bebida destinada aos perjuros e aos traido res nas antigas iniciações, e entre os illumi
nados. Deve-se advertir que a aqua tofana não é citada aqui, senão como experiencia symbolica para representar o desprezo com
que os Maç.'. devem punir os Irmãos per juros.
Architecto verificador, — Empregado de uma Loja.
— 155 –
Arêa.—Em linguagem de mesa, é o sal,
ou a pimenta. A arèa branca é o sal, e a arêa amarella é a pimenta. Armas. — Em linguagem de mesa são os copos.
Archivista.—Empregado de uma Loja. Archivos. — Lugar, onde se guárdão os titulos e papeis pertencentes a uma Loja.
Arte-real. — Qualificação honrosa que se dá á Maçonnaria.
•
Aspirante, — Aquelle que passa pelas ex periencias do primeiro gráo. Assemblêa.— Reunião de Maç.". Associação. — A Maçonnaria chama-se uma associação de homens virtuosos.
Augmento de paga, de gráo, ou de sala rio. — Promoção de um Irmão a um gráo superior. •
Ausencia. — Quando um Irmão quer au
sentar-se, por algum tempo, de sua Loja deve pedir licença. Avenida. — Palavra generica que serve
para designar todas as partes que conduzem ao templo. Avental.—Emblema do trabalho. — Pri
meira insigna do Maç..., e sem a qual elle não pode, nem deve jamais entrar em Loja.
– 156 —
B.
Bandeira. — Chá mão-se assim os guarda napos na Loja de mesa. — Estandarte, em
que estão pintados todos os attributos da Loja.
Bandeira (grande). —Toalha de mesa, que tambem se chama Vela.
Bandeja.—Em linguagem de mesa, é um prato em que vão os guisados para a mesa. Bandeja (grande.) — Mesa, sobre que se COII]G.
Banque'e.—Jantar maçonnico. Barrica. — Nome da garrafa, seja ella branca ou preta, em Loja de mesa. - Bateria. — A bateria d.ffere segundo os gráos.—A bateria de alegria da-se nas mãos e é seguida de vivas ou de houze!. A bateria
de tristeza da-se no braço, e é seguida da palavra Gem.....! Beijo de paz. — Sinal de amizade ou de reconciliação entre os Irmãos. Betume. — Em Loja de mesa dá-se este nome aos manjares, ou viandas.
Bilhetes de eleição. — Servem quando se procede á nomeação dos oficiaes de uma
Loja. Quando um Irmão não tem pessoa al guma a propôr dá um bilhete branco,
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Bolas. —Servem no escrutinio a exprimir o voto dos Irmãos. As brancas são sempre
favoraveis; e as pretas sempre contrarias. Branco. — Côr da I ele de que é feito o avental dos Apprendizes e dos Companhei
ros, e das luvas de todos os Maç.". C.
Cadêa de flores. — Quando se celebra a
festa, que tem lugar no fim de cada periodo *
de cincoenta annos, ou o anniversario dos annos de um fundador, ou a recepção de um lwton, orna-se o Templo com grimaldas de flores, a que se dá o nome maçonnico da Cadêa de flores. Cadêa de união.—Faz-se esta cadêa quan do se communica a palavra de semestre, e
no fim dos banquetes, reunindo-se todos os Irmãos em circulo, e pegando nas mãos uns dos outros. Cadernos do Grande Oriente. — Instruc
ções manuscriptas, que o Grande Oriente dá ás Lojas, para dirigirem seus trabalhos, e regularem as recepções.
Caixa dos pobres. — Caixa em que se re colhem as offertas dos lrmãos em beneficio
dos Maç.'. desgraçados. Calendario maçonnico, — O Grande14Orien IV, •
- 158 —
te manda imprimir todos os annos um Ca
lendario maçonnico, que indica o nome ma çonnico de cada mez, faz conhecer a situa ção do Grande Oriente no que diz respeito
á sua composição, e ás suas attribuições, e apresenta por ordem alphabetica a lista das Lojas, Capitulos, Conselhos, e Consistorios
dos Orientes nacionaes e estrangeiros, que se áchão em correspondencia. Calis d'amargura.—Bebida que se dá ao Candidato na recepção de certo G.". Camara do meio.—Camara dos Mestres.
Camara das reflexões. — Lugar subterra neo, pintado ou forrado de preto, aonde se
fecha o Candidato antes da sua recepção. Candidato.—Aquelle que vai passar pe las experienças. Canhões.—Veja-se Armas.
Canticos.—Cantigas Maçonnicas. Caracteres maçonnicos.—Letras do alpha beto maçonnico conhecido de todos os Ir mãos.
Carregar. — Em Loja de mesa significa deitar vinho nos copos.
Cego.—No quarto dia do segundo mez de 5785, o Grande Oriente de França resolveu negativamente a seguinte questão : Se um profano cego de nascimento ou por acciden
te tem as qualidades exigidas para ser rece
— 159 —
bido Maç.. Os novos regulamentos da Or dem de 5800 não fazem menção d'esta en fermidade; e a Loja dos Amigos da Sabedo ria julgou estar autorisada por este silencio
a dar a luz maçonnica no segundo dia do undecimo mez de 5805, ao profano Daniel
Heilmann, director do Museo dos Cegos, o qual tambem era cego desde a idade de sete annos. Com tudo um grande numero de
Maç.…. mui instruidos pênsão que jamais se devem receber Maçº. os profanos cegos ou de nascimento ou por accidente.
Certificado.—Papel em que uma Loja at testa que um indivíduo é Aprendiz, Com panheiro Maç.…. etc. Veja-se Diploma de Loja.
Chammas. Passar pelas chammas, isto é, ser purificado pelo fogo. A agua lustral completa a purificação do Neophyto.
Chover, ou Chove. — Diz-se quando se áchão profanos entre os Irmãos.
Cinco pontos de perfeição ou cinco pontos da maçonnaria. — Estes cinco pontos só os
Mestres os podem conhecer, e não devem ser explicados senão de viva voz.
Clandestino, Templo clandestino, Loja
clandestina.—É o nome que os Maç... regu lares dão ás assemblèas Maçonnicas, que não estão autorisadas pelo Grande Oriente.
– 160 —
Clepsydro.—Relogio de arèa para medir o tempo: em todas as associações deve haver um sobre o altar do Veneravel. Columnas. — Ha duas no interior do tem
plo, e tanto uma como a outra no Occidente d’este; na do Norte está escripta a letra J, e na do Meiodia a letra B. — Dá-se tambem este nome ás ordens de Irmãos colocados
na direcção de cada columna. — Além d’es tas, e de forma differente da das columnas
allegoricas do Templo, ha nas Lojas uma columna, monumental, ou columna funera ria, aonde estão escritos os nomes e os titu los, tanto civis como maçonnicos, dos Ir mãos defuntos que fôrão membros da Loja.
Algumas Lojas, levando muito longe a seve ridade Maçonnica, levantão no seu seio uma columna d'infamia, que recorda os no mes dos Irmãos, que forão declarados indi gnos de continuar a pertencer á sociedade dos Maç. ..., o que é um excesso. A inicia
ção imprime ao individuo, que a obteve, um caracter indelevel, que jamais elle pode
perder; mas quando este individuo, por seus crimes ou vicios, desmerece para com seus Irmãos, seu nome, depois d'uma sen
tença legal da Loja, confirmada pelo grande Oriente, deve ser riscado da lista dos mem
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bros; a caridade Maçonica oppõe-se a qual quer outro acto de rigor.
Cobrir o templo.—É Fecha-lo, ou man dar sahir um Irmão da Loja. Collectas. — Fazem-se em beneficio dos
Maçº. desgraçados. Commissão. — Deputação de Irmãos en carregados pela Loja para preencher uma missão.
Commissão administrativa. — Esta com
põe-se dos sete primeiros officiaes da Loja, e occupa-se dos negocios particulares a ella.
Companheiro. — Assim se chama o Maç.". que chegou ao segundo gráo da Maçonnaria Symbolica.
Compasso.—Em Maçonnaria é o emblema da Justiça.
Constituições. — Cartas Patentes, que o Grande Oriente dá a toda a Loja que é ad mittida á sua correspondencia. Contribuições.—As contribuições só teem lugar quando as despezas de uma Loja ex cedem a sua receita.
Convocação.—Aviso official para assistir ás assemblêas ordinarias, ou extraordinarias de uma Loja. º de união. — Cordão que tem uma borla em cada uma de suas extremidades; é 14"
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o emblema symbolico da fraternidade que une todos os Maç.".
Cordões.— Insignias que indicão o gráo Maçonnico de um Irmão, ou o emprego que elle exerce n'uma Loja. Cortiçoou colmêa.—Emblema do trabalho,
da obediencia que se deve ao chefe da Loja, e da utilidade dos trabalhos Maçonnicos para a felicidade do genero humano. Cosmogonias symbolicas.—Systemas alle
goricos da geração e da destruição dos entes. D.
Davida gratuita. — Somma que paga an nualmente cada Loja para as despezas do Grande Oriente.
Decisão, ou Deliberação. — Não se pode emmendar uma ou outra, senão na mesma assemblêa em que ella foi tomada, e então só delibérão aquelles que votarão na pri meira decisão ou deliberação.
Degráos do Templo, — O Aprendiz sobe T..., o Compaheiro C.'., e o Mestre S.". degráos do Templo. Delta. — Triangulo luminoso, emblema
symbolico do poder supremo, isto é, de Deus.
Deputação. — Certo numero de Irmãos
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de uma Loja, nomeados por ella para a re presentarem.
Deputado ao Grande Oriente. — Official de Loja.
Deputado de Loja a Loja. — Duas Lojas filiadas nomeão reciprocamente um deputa do para assistir aos trabalhos da Loja ami ga. Este tem sempre seu lugar no Oriente, mas só tem voto consultativo.
Devisa.—Quando se constitue uma Loja, esta toma uma devisa, que serve para a distinguir das outras. Diacono-—Nas Lojas do rito Escocez dá se este nome ao portador de ordens. Dignidades. —Chámão-se dignidades de uma Loja os seus cinco primeiros oficiaes, Diploma do Grande Oriente.—Este diplo ma, quanto ao objecto, não difere dos da
Loja; mas como as assignaturas são authen ticas, o diploma do Grande Oriente faz que Irmãos Visitadores tênhão entrada nas Lo
jas de todos Orientes.
Diploma de Loja.—Certificado authenti co de que o portador d’elle é Mestre. E
Emblemas Maçonnicos.—Represêntão-se da maneira seguinte: a espiga é a recom
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pensa da trabalho; as perpetuas, da probi dade; a acacia, da prudencia; o louro, do merecimento, a oliveira, da felicidade, etc. Entrada do Templo.—Conceder a entrada do Templo, é permittir a um Irmão que as
sista aos trabalhos Maçºnnicos. Enxada.—Garfo, em Loja de messa. Era Maçonnica, —A era Maçonnica data desde o principio do mundo, segundo a chro nologia hebraica, que os Maç.…. adoptárão. O anno Maçonnico é anno legal e religioso dos Hebreus, que começa no mez de Nisan, o qual corresponde ao Mez de Março da era vulgar, epoca em que (segundo o Exodo, Cap.". xII, v. 40) os Hebreus sahirão do
Egypto, O anno dos Judeus começava em Tisry, que corresponde ao mez de setembro e como os mezes érão lunares, o anno dos
Judeus compunha-se de treze mezes, que se contavão por primeiro e segundo Adar. Os Maç. .. não admittem mais que doze, cuja ordem e nomes são os seguintes: –
Nisan Jiar.
Março.
2º 3º
–
Sivan
Maio.
4º
–-
Tammuz
Junho.
5º
–
Ab
Julho.
6º
–
Agosto. Outubro,
1º mez,
7º
–
Elul Ethanion
8°
--
Marshevan
Abril.
Setembro.
9º
–
– 165 Chisleu
Novembro.
10º
-
Thebet
Dezembro,
11º
–
Sabeth
Janeiro.
12º
–
Adar
Fevereiro.
Como os mezes e os dias não teem deno
minação particular, diz-se por exemplo, o
primeiro dia do primeiro mez do anno 5855, para designar o primeiro de Março de 1853.
Esbôço dos trabalhos. — Minuta do que se passou em uma assemblêa de Maç.….; esta minuta lê-se no fim dos trabalhos, e é sobre ella que se faz a redacção da prancha dos trabalhos.
Escocismo, em lugar de Rito Escocez.— Veja-se Ritos.
Escrutinio. —É uma caixa, em que se re colhem os votos dos Irmãos: para que ella
circule em uma discussão, basta que um Irmão o peça. Esphera.—Emblema da regularidade e da Sabedoria.
Esphinge.—Figura symbolica dos Egyp cios, e emblema dos trabalhos maçonnicos, que devem ser secretos e impenetraveis. Esquadria.—Emblema da rectidão. Estatutos geraes da Ordem. — Leis funda
mentaes da Maçonnaria, proprias a todos os tempos e a todos os paizes.
— 166 —
Estatutos
e regulamentos do
Grande
Oriente, — Leis geraes da Ordem Maçon nica.
Estrella resplandecente. — Symbolo da Divindade.
Estrellas.—As luzes de uma Loja. Evangelho.—Os Profanos e Maç.…. anti gos jurávão sobre o Evangelho, que estava no Oriente de todas as Lojas, sobre o Altar; hoje jura-se pondo a mão direita sobre uma espada, que é o symbolo da honra : com tudo os Maç.…. do rito Escocez préstão ainda o juramento sobre o Evengelho.
Exclusão das Lojas.—O Irmão que se tornou réo d'algum crime, ou contrahio al
gum habito vicioso, é sentenciado pela sua Loja; a qual, depois de o ter excluido de seu seio, e riscado da lista dos membros que a compõe, envia a sua deliberação ao Grande Oriente. Este, uma vez convencido
da culpabilidade do Irmão, dá parte logo a todas as Lojas da sua correspondencia, e o
Irmão assim excluido não póde mais entrar em Loja alguma regular. Experiencias. —Meios mysteriosos de co
nhecer o caracter e as disposições de um Candidato.
Expertos.—Oficiaes de uma Loja.
– 167 —
F.
*
Falso Irmão.—Dá se este nome aos Maçº. que não cumprem seus juramentos, e aos
individuos que surprendêrão os segredos maçonnicos, ou fôrão recebidos em uma
Loja irregular. Festas de circunstancia.— Estas festas po dem ter lugar por occasião de um objecto
de grande contentamento publico, mas nun ca são de obrigação. Festas da Ordem. — D'estas ha duas por anno; uma por cada festa de S. João; são ambas de obrigação para todos os Maç.".
Figuras. — São as virtudes maçonnicas pintadas no interior das Lojas debaixo das formas symbolicas da Força, da União, da Sabedoria, da Candura, da Beneficen cia, etc., etc.
Filiação.—Afiliação ou aggregação a uma Loja concede-se a todo o Maç. . regular.
Filiação livre. — Esta filiação exime das fintas aquelle que a obtém; mas este Irmão não póde ser promovido ás dignidades ou
empregos da Loja. Filiação entre as Lojas.—Duas Lojas pó dem filiar-se reciprocamente uma á outra,
isto é, adoptarem-se de maneira que, sem
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perder seus titulos particulares, nem algum dos seus direitos respectivos, não formem , para assim dizer, mais que um só e mesmo corpo, e que subsiste até que uma das duas Lojas peça que o pacto de união seja rom
pido. Estas filiações afástão-se dos principios maçonnicos que recommendão o sentimento
de fraternidade, igual para todos os Irmãos, e entre todos, individualmente ou reunidos em Loja; com tudo ellas não são perigosas, se o fim da filiação entre as Lojas é unica mente uma maior intimidade, e acharem-se os Irmãos em maior numero, ou nos traba lhos ou nos actos de beneficencia.
Filiação a muitas Lojas. — Como um Ir mão estimavel é sempre bem recebido nas Lojas de que não é membro, não é razoavel
nem decoroso que um Maç.…. pertença a muitas Lojas do mesmo Oriente. Seria
muito a desejar que todos os Irmãos se pe netrassem bem dos principios maçonnicos, e se esmerassem mais em observá-los es
crupulosamente, contentando-se com fazer
parte da Loja que lhes déo a Luz, ou da que escolhêrão, se a primeira já não existe. Finta. — Somma que se paga annual
mente para contribuir ás despezas da Loja. Fogo, — Ultimo tempo do exercicio da
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mesa nas saúdes, e que exprime o perfeito desinteresse, e philantropia.
Fundadores. — Irmãos que estabelecêrão uma Loja. G.
G. — Esta letra que se vê nas Lojas, gra vada ou embutida na Estrella resplande cente, (que é para o Companheiro a inicial
da palavra Geometria, quinta sciencia) foi substituida pelos Maç. .. do rito moderno ao iod dos Hebreus, ou primeira letra da pala vra Jehova. O iod significa principio, segun do a interpretação cabalistica, e conserva
entre os Mestres sua significação natural, a
idêa, a imagem, o nome de Deus.
-
Grande Architecto do Universo. — Deus.
Grande Loja. — Corresponde ao Grande Oriente nos lugares em que esta ultima de -
nominação não esta admittida. Grande Oriente. — Senado maçonnico.
Gráos. — A reunião de todos os gráos fórma o systema da Maçonnaria : no rito Escocez ha trinta e trez gráos, no rito fran cez não ha mais que sete.
Guarda dos sellos. — Empregado de uma Loja. IV,
15
— 170 —
Guarda do Templo. — O Irmão que vigia pela segurança interior da Loja. H.
Harmonia. — Concordia entre os Maç.". — Musica vocal ou instrumental.
Hiram. — Era o architecto do templo de
Salomão, e que estava encarregado da direc ção dos trabalhos, segundo a historia do gráo de Mestre. Veja-se Adonhiram. Honras. — A entrada do templo é conce dida com as honras aos Oficiaes do Grande
Oriente, aos Veneraveis e deputados de Lo jas e aos Irmãos Visitadores, que tem gráos superiores.
Hospitaleiro. — Empregado de uma Loja. Houzé. — Exclamação de alegria entre os Maç.". do rito Escocez. I.
Idade maçonnica. — Conhece-se a idade maçonnica de um Irmão pelo gráo que elle
tem. O Aprendiz tem menos idade que o Companheiro, etc. Imagens.— Não deverá expôr-se em Loja
senão imagens alegoricas relativas á Maçon naria; todas as outras são contrarias ao es
— 171 —
de igualdade, que deve reinar entre pirito Maç.". os •
Inamovibilidade. — A existencia da ina
movibilidade em França dá a do anno de 1725, epoca da introducção e da marcha regular da maçonnaria no reino. A inamo vibilidade estabelecida pelas constituições
inglezas, e conservada pelas constituições francezas, dava ao Mestre da Loja a proprie dade vitalicia d’esta, o direito de nomear os
oficiaes, de repartir arbitrariamente as di
gnidades e os gráos, de fazer leis e regula mentos sem a participação dos Irmãos, etc.
A inamovibilidade esteve em vigor para os Mestres de Lojas até 1712, época em que um schisma, occasionado em parte por isso, tendo-se introduzido na Grande Loja de . França, os Irmãos dissidentes formárão ou
tra autoridade maçonniça, com a denomi nação de Grande Oriente, e supprimirão a inamovibilidade que a Grande Loja conser vou até 1799. A concordata d’este anno
reunio os dois poderes maçonnicos, e man
teve a suppressão da inamovibilidade. Inauguração. — Ceremonia que consagra os locaes maçonnicos.
Iniciação. — Admissão aos mysterios da Maçonnaria,
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Iniciado. — Aquelle que foi admittido ao conhecimento dos mysterios.
Insignias. — São os aventaes, cordões e joias que se trazem nas Lojas. Insignias maçonnicas. — Condecorações
que servem para distinguir os gráos e as di gnidades da Ordem.
Inspecção.— Toda a Loja que se fórma, e quer ser regular, péde constituições. Antes de as concêder, o Grande Oriente nomêa tres dos seus Oficiaes para verificarem a regularidade dos trabalhos da Loja, e ver se ella se acha em estado de trabalhar maçon nicamente.
Installação. — Quando o Grande Oriente concede constituições a uma Loja , envia oficialmente trez dos seus oficiaes para a installarem. Se a dita Lója está fóra d’este Oriente, designa então uma Loja da cidade onde ella se acha, ou da cidade mais vesi
nha, se a não ha na primeira, e esta re presenta então o Grande Oriente para a
instalação. Para isto ella nomêa tres de seus membros, os quaes munidos de pode
res por escripto, procedem á instalação da Loja em instancia. Se esta ultima está muito longe das cidades onde ha Lojas em actividade, ou se circunstancias particulares impedem que a Loja seja instalada de uma
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das maneiras que fica dito, o Grande Oriente
a autorisa a installar-se a si mesma, o que ella faz pelo ministerio de seus tres pri meiros Oficiaes.
Instancia ou pendencia. — É o estado em que se acha uma Loja que pedio ao Grande Oriente constituições para trabalhar regular mente. Accontece que um certo numero de Maç... pertencentes a Lojas em actividade, sete pelos menos se reunem, estabelecem os trabalhos maçonnicos, e tómão a deliberação de formar uma Loja. Para isto nomêão entre si um Veneravel; dous Vigilantes, um Ora dor, um Secretario, um Thesoureiro, e um
Hospitaleiro, e dão um titulo á Loja que que rem crear. Estes Irmãos lávrão depois um acto da sua deliberação, designão entre os seis ultimos officiaes um deputado junto ao
Grande Oriente, entrégão a este Irmão o acto da sua nomeção, a acta da sessão, e os metaes necessarios para obter as constitui ções. O Grande Oriente manda verificar por tres de seus oficiaes os trabalhos d’esta Loja e, se o julga conveniente, concede as cons tituições pedidas. Em quanto a Loja está em instancia, pode fazer recepções, e algu mas vezez os iniciados são admittidos a visitar
Lojas constituidas; mais isto é unicamente
arbitrario; porque as recepções que faz uma 45°
— 174 —
Loja não constituida, são illegaes; pois se o Grande Oriente recusa dar as constituições não existe Loja, e uma vez que não ha
Loja regular, isto é, reconhecida e autori sada pelo Grande Oriente, não pode haver Maç.…. creados por ella. Por consequencia devem as Lojas que se fórmão, abster-se
de fazer recepções em quanto estão em ins tancia, e todas as Lojas regulares devem re cusár o admittir em seu seio um individuo
que foi iniciado Maç. -. por Loja não consti tuida. Offerece se com tudo uma excepção a isto, e é quando os delegados do Grande
Oriente querem verificar os trabalhos de recepção de uma Loja em instancia; então
póde esta fazer uma recepção, porque a presença dos Commissarios do Grande Oriente torna os trabalhos regulares; e se a Loja não fica constituida, os Maç. .. crea dos em presença dos Commissarios tem o
direito de recorrer ao Senado Maçonnico, para que este lhes facilite a sua filiação a
uma Loja regular, ou á mesma Loja se esta foi constituida depois de estarem filiados. Se a Loja em instancia (com a qual nenhuma Loja regular deve ter correspondencia, nem
fraternisar, em quanto ella se acha n’este estado) conseguir as constituições solicita
das, todos os trabalhos passados ficão ap
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provados; no caso contrario, ficão nullos, e a Loja dissolvida. Uma em instancia não pode dar diplomas. Intersticio. — Espaço de tempo que deve medear entre a iniciação a novo gráo. Investigação.—Nos casos de faltas graves commettidas por uma Loja, o Grande Oriente nomêa com missarios para tomarem
informações sobre elas, o que as Lojas tam bem fazem a respeito dos Irmãos do seu quadro, que se achão em caso semelhante. Irmão. — Nome que os Maç."., quaes quer que elles séjão, dão aos outros em Loja, e quando se correspondem. Irmão isolado.--- Maç.…. que não pertence a Loja alguma. Irmãos serventes. — São os criados da Loja. Irmãos de talento.—Irmãos que se tórnão utis, como são, o medico e o hospitaleiro, os pintores, marceneiros, machinistas, arma dores, musicos, etc. Irmão terrivel. — Oficial que conduz o
Candidato durante a recepção, é encarre gado de conhecer se um Maç.…. que se apre senta em Loja é regular, e de estorvar a en
trada do Templo aos Profanos.
– 176 —
J.
Jehova. — Nome de Deus dos Judeos; é o Mithra dos Persas, o Osiris dos Egypcios,
Theos dos Gregos, God dos Inglezes, e o Grande Architecto do Universo dos Maç.".
Jeroglyphicos ou Hyeroglyficos.— Escrita emblematica dos Egypcios. V. Caracteres maçonnicos. Joias dos Gráos.—São as que distinguem os diversos gráos da Maçonnaria; os Mestres trazem uma esquadria e um compasso. Os Guáos superiores te em joias que os distin guem.
Joia da Loja.—A joia particular adoptada pela Loja, traz-se suspensa ao pescoço ou ao lado esquerdo. Joias da Ordem. — Estas são a esquadria,
que o Ven... traz preza ao seu cordão; o ni vel, que traz o primeiro Vigilante, e o per
pendiculo, ou linha de prumo que está presa ao cordão de segundo Vigilante. Junta. — Assemblêa d'Irmãos nomeados
por uma Loja, para dar um parecer moti vado em negocios que exigem um exame an terior.
•
Juramento. —Veja-se Obrigação.
– 177 –
L.
Licença limitada ou indefinita para se au
sentar. A Loja concede a por negocios im portantes, ou para um Irmão se domiciliar fóra do Oriente da Loja a que pertence. Em quanto dúrão estas licenças, os que as ob
teem, não são obrigados a pagar finta al guma.
Livro de Architectura. — Registro que " contem as actas d’uma Loja. Locaes maçonnicos. — Chamão-se assim
as casas onde estão os Templos dos Maç..., quando os Grandes Orientes ou as Lojas não teem edificios que lhes pertênção em pro priedade. Os locaes maçonnicos, em que muitas Lojas se reunem em dias differentes, devem ser dispostos de maneira que fiquem ao abrigo dos Profanos; e nunca deverão servir de lugar de reunião ás Lojas irregu lares.
-
Loja.—Local êm que se reunem os Maçº. Veja se Templo. Loja de adopção. — Festa consagrada ás Senhoras iniciadas. As Lojas de adopção fôrão estabelecidas em França no anno de 4 775.
Loja, da correnpondencia, — São as Lojas
— 178 –
regulares dependentes do Grande Oriente. Loja d'instrucção. — Loja consagrada ao estudo da Maçonnaria .
Loja irregular. — Assemblêa de Maç... ir regulares, ou que se tornánão taes, etc., e com os quaes não se deve fraternisar. Veja se Regular. •
Loja-Mãi. — É aquella em que um Pro fano recebe a Luz. Um Maç.…. deve sempre considerar como um dever sagrado o perten
cer á sua Loja Mãi como membro correspon dente. Quando ele quizer filiar-se n'outra,
ou tomar fóra do seio d’ella os gráos que ainda não tem (por estar impossibilitado
de os receber n’ella, ou porque a Loja lh'os não póde dar) deverá pedir-lhe autorisação para o fazer. Dava-se antigamente em
França o nome de Loja-Mãi a uma Loja provincial, que tinha direito de constituir Lojas n’uma certa porção de territorio. A centralisação das Lojas em um Grande
Oriente unico fez desapparecêr estas grandes autoridades parciaes.
Loja de Mesa. — Trabalhos durante o banquete. Luvas. — As luvas, que devem ser sem
pre de pelle branca, são indispensaveis nas Lojas; ellas são o emblema da pureza.
– 179 —
Luz, — Um profano recebe a Luz quando é feito Maç.…. Luzes.—São os cinco primeiros oficiaes
de uma Loja, isto é, o Veneravel, os dois Vi gilantes, o Orador, e o Secretario. Luton. — Filho de um Maç.". M.
Mação de roman. —Servem para ornar os capiteis das columnas J, e B. Pelo nu
mero quasi inculcavel de suas pevides, ellas são o emblema do numero dos Maç.…. espa lhados sobre a face da terra.
Maçon. — Sectario da religião natural, ou
maçonnicamente fallando, da religião unica. universal e immudavel; o amigo do genero humano, e um homem que trabalha para se tornar sabio e virtuoso.
Maçonnaria. — O Estudo da sabedoria; diz-se tambem a sociedade dos Franç=maçº. em geral.
Maçonnaria dos altos gráos. — Maçonna ria accrescentada á Maçonnaria symbolica. Em outro sentido, desenvolvimento d'esta ultima.
Maçonnaria das Senhoras. — Esta é me
nos austera do que a sociedade dos Maç.'., mas não é menos util á moral e á humani dade,
— 180 —
Maçonnaria symbolica.—Maçonnaria em geral, considerada como sociedade. Malhetes. — Pequenos malhos de ma deira ou de marfim, e o emblema de auto
ridade dos primeiros empregados da Loja. Marcha. — Cada gráo tem sua marcha particular. Materiaes. — Em Loja de mesa chámão se assim os manjares, ou viandas. Medalhas. — São as peças de dinheiro; e por isso se diz uma medalha d'ouro de 7,500 reis; medalha de prata de 480 reis. Meianoite.—llora em que se F.". os tra balhos.
Meiodia. — A parte do Templo a mais
allumiada depois do Oriente, e onde se col locão os Mestres e os Companheiros.—Diz se tambem da hora a que se Ab. -. os tra balhos.
Membro activo.—Irmão que tem voz de
liberativa, que é susceptivel de ser eleito para os empregos, apenas é Mest.º., e que goza de todos os privilegios dos outros, pa gando suas fintas e contribuições. Membro correspondente. — Quando um membro activo se ausenta do seu Oriente, fica de direito sendo membro correspon
dente. Todo o membro de uma Loja filiada é membro correspondente.
—- 181 —
Membro do Grande Oriente.— Um Vene
ravel é membro nato do Grande Oriente, e um deputado de Loja é membro Eleito.
Membro honorario. — Titulo que uma Loja concede a um Irmão que lhe fez servi ços importantes.
Mestre.— Nome do Maç.…. que chegou ao terceiro gráo da Maçonnaria symbolica.
Mestre dos banquetes. — Empregado de uma Loja.
Mestre de ceremonias. — Empregado de uma Loja. Metaes. — Ouro, prata ou cobre. Mopse. — Esposa de um Franc-Maç.". Muito Respeitavel. — Presidente dos Mes tTeS.
Multa. — Ligeira punição que uma Loja impõe a seus membros nos casos pouco graves. Ella é sempre em proveito dos po bres.
Mysterios. — Dá-se este nome ás cere
monias, aos emblemas e ás figuras alego ricas da Maçonnaria.
•
N
Neophito. — Nome que se dá ao Candi dato durante a iniciação. Ne varietur. — Meio de verificar se um FV,
16
— 182 —
individuº é realmente Maç.…, comparan do a sua assignatura com a do me varietur do seu diploma. Nivel. — Emblema da igualdade.
Norte.— Parte do Templo apenas allu miada, e o lugar onde se collócão os Apren dizes, O
Obreiro.— Nome figurado de um Franc Maç.".
Obrigação. — Juramento de fidelidade á Ordem maçonnica e a seus regulamentos, tanto geraes como particulares. Occidente. — O lado do Templo que fica
da parte da entrada. Oficial do Grande Oriente. — Dignidade ou funccionario do Senado maçonnico.
Official de Loja.—Irmão encarregado de um officio eu emprego.
Oficialmente. — Enviar uma deputação munida de poderes escriptos é obrar ofi cialmente ou d’uma maneira authentica.
Officio.— Emprego de uma Loja. Preen cher ex officio uma funcção, é substituir um
official ausente. Orador, — Official, Dignidade de uma Loja,
— 18$ —
Oratoria maçonnica. — Esta expressão ,
pouco usada hoje, servia para designar uma composição em verso. Vid. Peça de Archi tectura.
Ordem. — Cada gráo tem uma ordem. — A Franc-Maçonnaria entre os Franc-Maç.". é reputada uma Ordem: assim se diz a Or dem Maçonnica ou Franc-Maçonnaria. Ordem do dia. — Objecto dos trabalhos,
de que uma Loja tem de se occupar em sua sessão. Diz se tambem ordem do dia a nota
anteriormente preparada, em que se declara qual é esse objecto. Oriente. — Lugar do Veneravel. — Desi
gnação do ponto em que nasce o Sol, e da parte do Templo de Salomão, que encerrava o Santo dos Santos. A veneração que os
Maç.…. tribútão ao Oriente confirma, que foi do Oriente que veio o culto Maçonnico, o qual se refere á religião primitiva, cuja primeira degeneração foi o culto heliaco ou do Sol.—Oriente significa tambem cidade,
e assim se diz Oriente de Lisboa por cidade de Lisboa.
Orla dentada. — Guarnição que serve de barra ao tecto do Templo na Loja do se
gundo gráo. Ornamentos. — Avental e cordão de um
gráo, ou de um oficio.
— 184 —
Osculo fraternal. — Beijo de recepção nos diferentes gráos. P
Padrinho. — Nome que o novo iniciado dá ao Irmão, que o apresenta em Loja. Palavra de passe. — Cada gráo tem uma palavra de passe. Palavra sagrada. — Ha uma palavra sa
grada propria a cada gráo. Palavra de semestre. — Palavra que o Grande Oriente manda de seis em seis me
zes ás Lojas da sua correspondencia, a fim
de as distinguir das Lojas irregulares, e de precaver as surprezas dos profanos, ou fal sos Maç.".
Passos mysteriosos.— Cada gráo tem seus passos mysteriosos, seus sinaes, e seus to ques.
Passos perdidos (Sala dos). -- Peça aonde os Visitadores espérão: a Sala dos passos
perdidos precede a sala do adro. Pavimento mosaico. — O chão do Templo. Indicação symbolica da reunião das condi ções, opiniões e systemas religiosos, que se
confundem na Franc-Maçonnaria. O ladri lho branco do pavimento mosaico é o em -
— 185 –
blema da pureza da alma d'um Maç.….; e o preto o dos vicios a que o profano anda exposto.
Peça d'architectura. — Discurso ou peça em verso sobre a Franc-Maçonnaria. Todo e
qualquer escripto que se apresenta em Loja feito por algum Irmão. Pedra bruta. — Pedra informe que os Aprendizes desbástão. — Em linguagem de mesa o pão.
Pedra cubica. — Pedra em que trabalhão os Companheiros. Pedreiro de prºvie…—ol…no_da_adifi—
cios: este nunca póde ser Franc-Maç. -Pedreiro de theoria, — Pedreiro livre, ou Franç-Maç.".
Pentalpha. — Figura composta de cinco triangulos que se coloca no fundo do ves tibulo do Templo: esta figura é o emblema
da paz, do bom acolhimento, e da amizade fraternal. Perpendiculo ou linha de prumo. — Em
blema do prumo e rectidão. Pincel. — Penna.
Poder.—Acto oficial dado por uma Loja.
Polvora. — Em linguagem de mesa são as bebidas. O vinho chama-se polvora ver
melha; a agua polvora banca, o café pol 16"
•
— 186 —
vora preta; os licores polvora forte; a agua ardente polvora fulminante. Pontos cardeaes. — Dá-se este nome aos
lados parallelogrammos do Templo, para indicar, que um Templo Maçonnico é º em blema do Universo.
Pontos Geometricos.—No sentido proprio
os Maç... dão este nome aos quatro pontos cordeaes, a que devem corresponder as quº tro faces de um Templo regular. No figu
rado, os pontos geometricos são o emblema da perfeição e da regularidade.
•
na… ………da, ce. — Eu pregado de uma Loja de rito Escocez.
Porta bandeira.— Irmão encarregado de levara bandeira de uma Loja do rito francez.
Porta Alfange. — Empregado de uma Loja do rito Escocez.
Portico do Templo. — Sala que se acha immediatamente antes de chegar á dos pas sos perdidos.
Pós do Libano. — Rapé. . Prancha desenhada. — Carta missiva di
rigida a uma Loja. — Escripto Maçonnico qualquer. •
Prancha dos desenhos. — Papel branco. — Acta dos trabalhos de uma sessão.
Profano.— Individuo que não é Maç.",
— 487 –
Purificar. — Fazer passar pela agua e fogo. Q
Quadro.— Grande quadrado longo collo
cado no meio da Loja, em que estão pin tadas as partes tanto interiores como exte
riores do Templo de Salomão. — Dá-se tambem este nome á lista dos membros de
uma Loja.
Questões. — Perguntas por escrito, que
se propõe ao Profano que está na Sala das — reflexões. R
Ramos. — Os ramos são o emblema da
alegria e da candura. Nas festas da Ordem cada Irmão recebe um ramo com que Orna
o seu lugar na Loja de mesa.
Recepção. — Admissão de um Profano que se quer iniciar n’uma Loja. Reconstituição. — Licença que dá o Gran de oriente a uma Loja para continuar seus trabalhos que, por circunstancias, tinhão •
cessado.
Recreação.—Suspensão momentanea dos trabalhos.
— 188 –
Registro de presença. — Prancha destina
da a receber as assignaturas dos Irmãos presentes aos trabalhos. Regulamentos. — Leis particulares de
uma Loja, mas que não podem conter dis posições contrarias aos regulamentos da Ordem, e aos do Grande Oriente.
Regular. — Não é Maç.". regular todo quelle que não pertence a uma Loja regu
lar. Uma Loja não é regular senão quando suas constituições lhe veem do Grande O riente. Um Maç.…. torna-se irregular ape
mas “essa de fazer parte d'uma Loja regular; e uma Loja é irregular quando esta cessa de reconhecer a autoridade do Grande O riente.
Regularisação. — Acção pela qual uma Loja dá um caracter authentico a um Maç.". recebido em uma Loja irregular.
Reinstalladores. — Irmãos que restabele cem uma Loja, cujos trabalhos tinhão ces sado.
Hequisitoria. —Quando uma discussão é contraria aos regulamentos, o Irmão Orador
faz uma Requisitoria, isto é, reclama a exe ººção dos regulamentos. Então cessa a dis
ººººão, e executa-se o regulamento, sem deliberação a este respeito,
- 189 -
Reunião extraordinaria.—Estas reuniões
são occasionadas pelas festas de circuns tancias, pelas sessões de adopção, pelas pompas gencia. funebres, e pelas recepções de ur •
Reunião de familia. — Assemblêa em que se delibera sobre os negocios particulares da Loja.
Reunião de obrigação.—Aquella cujo dia está fixado de antemão.
Ritos.—Ha dous geralmente conhecidos, o rito francez, ou rito moderno; e o rito Es cocez, ou rito antigo aceito. No rito Francez
ha sete gráos, que são o de Aprendiz, Com panheiro e Mestre, quanto á parte symboli ca; os gráos superiores, ou da Maçonnaria mysteriosa, são o de Eleito Secreto, Grande Eleito Escocez, ou Eleito Sublime, Cava lheiro do Oriente, e Cavalheiro Rosa-Cruz.
O rito Escocez compõe-se de 25 gráos segun do o regulamento de 1762, e de 53 gráos, segundo os regulamentos actualmente em
vigor. Estes gráos dividem-se em sete classes da maneira seguinte, segundo o regulamen to de 1762: 1° classe : 1º gráo, Aprendiz; 2º. Companheiro; 5° Mestre; 2° classe :
4º gráo, Mestre Secreto; 5° Mestre perfeito; 6º Secretario Intimo; 7° Intendente dos Edificios; 8° Preboste e Juiz; 3° classe:
— 190 —
9° gráo, Eleito dos Nove; 10° Eleito dos Quinze; 11º Eleito Illustre, Chefe das doze tribus; 4° classe : 12º gráo, Gran'Mestre Architecto; 15º Cavalheiro Real Arca ; 14° Grande Eleito, Antigo Mestre Perfeito;
5° classe : 15° gráo, Cavalheiro da Espada, ou do Oriente; 16° Principe de Jerusalem; 17º Cavalheiro d’Oriente e do Occidente; 18º Sublime Principe Cavalheiro Rosa Cruz; 19º Grande Pontifice ou Mestre ad vitam; 6° classe : 20" gráo, Grande Patriarca Noa chita; 21º Gran'Mestre da Chave da Maçon naria; 22º Principe do Libano, Cavalheiro Real-Machado; 7° classe : 23 gráo, Cava lheiro do Sol, ou Principe Adepto; 24° Ca valheiro Grande Commendador, Grande Eleito Kadosch ; 25" Soberano Principe da
Maçonnaria, Sublime Cavalheiro Real Se gredo. Segundo os regulamentos actuaes, ha os
gráos seguintes: 1° classe: 1º gráo, Apren diz; 2º Companheiro; 5° Mestre; 2° classe :
4ºgráo, Mestre Secreto; 5° Mestre Perfeito; 6° Secretario Intimo; 7° Intendente dos Edificios; 8º Preboste e Juiz; 5° classe :
9° gráo, Eleito dos Nove; 10" illustre Eleito dos Quinze; 11º Sublime Cavalheiro Eleito; 4° e 5° classe : 12 gráo, Gran'Mestre Archi tecto; 15º Real Arca; 14° Grande Escocez ou
— 191 –
Grande Eleito; 15º Cavalheiro d'Oriente ou
da Espada; 16° Grande Principe de Jerusa lem; 17° Cavalheiro do Oriente e do Occi
dente, 18º Soberano Principe de Rosa-Cruz; 19° Grande Pontifice ou Sublime Escocez; 6° e 7° classe : 20° Veneravel Gran’Mestre
ad vitam; 21º Noachita ou Cavalheiro Prusso; 22º Cavalheiro Real-Machado, ou Principe
do Pelicano, 25º Chefe do Tabernaculo; 24° Principe do Tabernaculo; 25º Cavalhei ro da Serpente de Bronze; 26º Principe de Mercy; 27° Grande Commendador do Tem plo; 28° Cavalheiro do Sol; 29° Grande Escocez de Santo André ; 30º Cavalheiro
Kadosch; 51° Grande Inspector Inquisidor
Commendador do Soberano Tribunal ; 32" Soberano Principe Real Secreto; 55° So
berano Grande Inspector Geral. Pelo que respeita á Inglaterra : O rito dos antigos
Maç.". Inglezes compunha-se de 4 Gr.". (Apr, …, Comp.…., Mest... e Maç.…. da S. Real Arca. Mas o Rito Moderno da Ingla terra, além dos tres primeiros Gr.". symbo licos, conta mais 4 Gr.". superiores, que são : Mest.". Marcado : Mest.". Passado :
Muito Excell... Mest... e Maç.…. da S. Real Arch.. ao todo são sete Gr.
— 192 —
S.
Sacco das proposições.—Manda-se circu lar este Sacco antes de se fechar em os tra
balhos Maçonnicos. É n'elle que se deitão as petições, algum pedido, etc., que os Ir mãos teem a apresentar á Loja. Sancção.—Sinal dadhesão que se dá em
Loja, pondo-se os irmãos em pé, ou sim plesmente levantando a mão. Sangria. — Experiencia que ensina ao Candidato que elle deve ajudar seus Irmãos
e, se fór necessario, derramar seu sangue para a sua utilidade. S. João. — É obrigação dos Maç.º., ce labrarem as duas festas de S. João; a do
estio, no dia 24 de Junho, e a do inverno
que tem lugar no dia 27 de Decembro. É claro que estas duas festas não são outra cousa mais que a celebração das festas sols ticiaes, o que ajuda a provar que a Maçon naria é anterior não só ao Christianismo, mas tambem ás instituições mais antigas
O culto Maçonnico, assim como o culto he liaco, dáta do principio do mundo, e sua
origem confunde se com o das sociedades dos homens.
•
Quanto ao Santo que os Maçº", adoptárão
— 193 —
por patrono, não póde ser nem S. João Bap tista, nem S. João Evangelista, pois nenhum d'elles tem relação alguma com a instituição
philantropica da Maçonnaria. É de crer, e esta é a opinião dos Irmãos mais philoso phos e mais conhecedores, que o verdadeiro
patrono das Lojas é S. João Esmoler, filho do rei de Chypre, que no tempo das Cruza das, abandonou sua patria, renunciou á es
perança d'occupar um trono, e foi a Jerusa lem dar os mais generosos soccorros aos peregrinos e aos Cavalheiros. João fundou um hospital, a onde fez uma instituição de Irmãos que cuidassem dos doentes, dos Christãos feridos, e destribuissem soccorros
pecuniarios aos viajantes que ião visitar o Santo Sepulcro. João, digno já por suas virtudes de ser o patrono de uma sociedade
cujo fim unico é a beneficencia, expoz mil vezes sua vida para fazer o bem. A peste, a
guerra, o furor dos infieis, nada em uma palavra o impedia de proseguir esta bri lhante carreira; mas no meio dos seus tra balhos veio a morte cortar o fio de sua exis
tencia: com tudo o exemplo de suas virtu
des ficou gravado na memoria de seus Ir mãos, que considerárão como um dever o imita-lo. Roma o canonisou com o nome
de S. João Esmoler ou S. João de Jerusalem; IV,
17
- 194 –
e os Maç.'., cujos Templos elle tinha reedi ficado (depois de terem sido destruidos pe los Barbaros) o escolhêrão unanimemente para seu protector.
Saudação Maçonnica.—Quando um Irmão
entra em Loja, faz o sinal do primeiro gráo, que é a saudação Maçonnica.
Saude. — Brinde que se faz em honra do Governo, da Ordem Maçonnica e dos Maç.". A invenção das saudes é devida aos Inglezes. Vid. Loja de mesa. Saude de Carolina.—Depois da revolução franceza não se faz esta saude, que foi insti tuida, pelo reconhecimento, em honra de Ca rolina, rainha de Napoles, protectora dos Maç.…. perseguidos; eis a razão e motivo por que. O rei de Napoles publicou em 1775 um decreto que supprimia a Maçonnaria no seus estados, e que declarava, os que desobede cessem, criminosos de lesa-magestade para com o chefe do Estado. A pezar d’esta pro hibição as reunõeis secretas continuárão, e
em consequencia disso começou uma vio lenta perseguição contra os Maçº., um gran
de numero dos quaes ou fôrão presos, ou desterrados, ou se expatriárão. A força de sollicitações Carolina obteve
que seus esposo revogasse o fatal decreto; que se puzessem em liberdade os Irmãos
— 195 -
presos, e que se chamassem á patria os que tinhão sido banidos, ou que tinhão fugido. É a ella tambem que se deve a deliberação da Justiça Real de 8 fevereiro de 1777, que declarava illegal e oppressivo o processo contra os Franc-Maç. .
Sehisma. — Quando dois ritos teem per tenções a uma preeminencia qualquer, fór mão inevitavelmente um schisma que altera a estabilidade da Ordem Maçonnica; é pois
um dever dos bons espiritos, preveni-lo ou destrui-lo com promptidão.
Secretario. — Oficial, dignidade de uma Loja.
Sello.—Grande cunho de que as Lojas se servem para dar a seus papeis um caracter
authentico. — Com a experiencia, em que se põe o sello sobre o peito, a Loja ensina ao Candidato que a qualidade de Maç.". é in delevel, e que elle deve sempre vangloriar se com ella.
|
Sentenças moraes, maximas, Inscripções. — Estão collocadas nas paredes da Sala das reflexões, dispõe o espirito do Candidato para a meditação, e são como um intermedio
entre o estado de Profano, e a consagração Maçonnica. Silex. — Pedra de que se tira e fogo ne
— 196 —
cessario á inauguração de um Templo Ma çonnico. Sinal. — Cada gráo tem seu sinal parti cular.
Sinal de Soccorro. — O Irmão que tem o terceiro gráo e que se acha em um perigo em minente, faz o sinal de soccorro, dizendo :
A.". M.'. F... D.". V.". Todo o Mestre que ouvir isto, deve voar em soccorro do Irmão
que está em perigo, e expôr sua propria vida para o salvar. Regra geral, natural e sagrada. Todos a um, um a todos.
- -
Soccorros. — Os soccorros são concedidos
a todos os Maç.…. desgraçados que os reclá mão; e são distribuidos em dinheiro aos viajantes , e em generos, isto é, pão, carne e vinho aos Maç.…. residentes no lu gar em que se faz a distribuição. Somno. —Uma Loja que cessa seus traba lhos, diz-se que adormece, e não pode con
tinuar a trabalhar sem uma autorisação do Grande Oriente, que não a concede senão depois de uma instancia, a este fim, de sete dos fundadores da Loja. T
Telhas. — Em linguagem de mesa dá-se este nome aos pratos.
– 197 –
Templo. — Lugar aonde se reunem os Franc-Maç.". — O Templo é a imagem do coração humano; trabalhar para a perfei ção do Templo é promover o melhoramento
e pureza dos costumes. Tenazes.— Espevitador.
Thesoureiro.— Empregado de uma Loja. Trono. — Lugar elevado, aonde se chega, subindo muitos degráos. O trono está sem pre no Oriente, e não pode ser occupado senão pelo Ven.". •
Timbre. — Chancella, ou rubrica de que devem ser revestidos todos os papeis que dimánão de uma Loja.
Toque. — Sinal manual entre os Maçº. para se reconhecerem. Cada gráo tem um toque que lhe é proprio. Trabalhos. — Occupações dos Irmãos,
quando se reunem em Loja, ou para um banquete. — Fechar os trabalhos, é fechar a sessão.
Trevas.— Estado do mundo profano. Triangulo. — Emblema da Divindade.
— No sentido literal triangulo significa chapeo. Tridente. — Em Loja de mesa dá-se in distinctamente o nome de tridente ou euxa
da ao garfo.
Trolha. — Emblema da indulgencia. O
— 498 –
Maç.…. passa a trolha por cima dos defeitos, dos erros dos seus semelhantes.
Trolhas.— Em linguagem de mesa dá-se este nome ás colheres. V
Venda.—Lenço que se põe nos olhos do Candidato durante a recepção. Veneravel. — Primeiro official de uma
Loja. — Titulo commum a todos os Mes tres na Camara do Meio.
Verdadeira luz. — Luz Maçonnica, isto é, Espirito de Sabedoria.
Vestir-se.— É pôr as insignias perten centes ao gráo que se tem. Viagem. — Nome d'uma parte das expe riencias porque se faz passar o Candidato. Vigilantes. — Officiaes, dignidades de uma Loja. Visitador. — Maç.'. que se apresenta em uma Loja que não é a sua.
Viva.—Exclamação de alegria dos Franc Maç. .. do rito francez. #
* #2) *** FIM DO TOMO QUARTO.
TABOA
DAS MATERIAS DO QUARTO TOMO.
Pag.
Maçonnaria de adopção. - - - - Estatutos para as Lojas de adopção. Dignidades. . . Primeiro gráo, Aprendiz. . . Segundo gráO. Companheira. . Terceiro gráo. . Mestra.
.
.
. . . . . .
. . . . . .
. . . .
. * * .
* * .
. . -
•
• •
* * -
* * -
* * -
• • •
10
Ibid. 22
Ibid, 29
Ibid.
Quartográo. . . . . . . - - -
41
Perfeita Maçon, , , , , » º « »
Ibid.
Quinto gráo. . . . . - - - - -
62
Eleita Escoceza. - - - - - • • •
Ibid.
Discurso para o 1º Gr.". - - - -
73
- 200 —
Discurso para o 2º Gr.". . Discurso para o 3º Gr.". Discurso para o 4° Gr.". . Discurso para o 5º Gr. . Discurso para o 6° Gr.".
. . . . .
. . . . .
. . . . .
. . . . .
. . . . .
. . . . .
. . . . .
. . . . .
84 91 98
104 110
Discurso para o 7° Gr.". . . . . . . . .
115
Comparação da Maç.", como mundo profano, Interpretação da L.'. do Banquete. . . . .
121
Da Excelencia dos mysterios Maç.". . . . Vocabulario das palavras, expressões, e expli
142
. . . . . . . . »
151
cações Maçonnicas.
133
B I B L I O T H E G A M A ç o N I C A , -
T o M o Q U I N T o . *
-
-
-
-
B I B L I O T H E C A M A ç o r w I o A ,
R E G U L A D o R I N S T R U C T I v o O U
E
C o m p l e t o
DO FRANC-I\(|0\, P O R * * *
P A R I Z ,
E M C A S A D E J.-P. A I L L A U D , Q U A I
+
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A V I S O
D O
E D I T O R ,
C o m o os sete gráos d o Rito Francez, c o m p r e h e n d i d o s entre o d e A p r e n d i z n a
M a c , . Symb..., e o d e Cavalh... R.'. +
n a Maç.". Myst.'., só apresentão a l g u m a s
diferenças d o Rito Escossez, o n d e o g r á o
18corresponde áquelleultimo; nesta p a r
te só n o t a r e m o s estas diferenças, p o r j u l
g a r m o s inutil u m a repetição d o q u e fica
e x p e n d i d o n o s v o l u m e s antecedentes. T o d a v i a n ã o d e i x a r e m o s e m silencio a p a r t e historica destes gráos, p o r n o s
parecer q u e u m a tal instrucção é d e p r i m e i r a necessidade a t o d o o M a ç . . . a q u e m
n ã o d e v e m
ser d e s c o n h e c i d o s o s factos,
q u e p o d e m p r o v a r a excellencia d a O r
d e m , e as utilidades q u e ella t e m pre s t a d o a o s s e u s m e m b r o s .
1 .
*
:
*
B I B L I O T H E
M A Ç O N I C A .
R I T O
E S C O S S E Z .
F E R I M E I R A
P R I M E I R O
G A
C E , A S S E .
G R A O .
A P R E N D I Z .
O v é o impenetravel q u e p o r m u i t o t e m
p o e s c o n d e u a o r i g e m
a o
p r i m e i r o g r à o
S y m b o l i c o , t e m feito aos M a ç º . , q u e d e sejão instruir-se, p r o c u r a r n o s s y m b o l o s q u e nelle se representão aquillo q u e a h i s toria t e m callado a tal respeito, e c o m p a r a n d o estes s y m b o l o s preciosos, q u e o c u i d a d o das L.'. t e m religiosamente c o n s e r v a d o , c o m aquelles d e q u e os p r i m e i r o s philosophos se servião p a r a explicar, e f a z e r reter a s e u s d i s c i p u l o s as v e r d a d e s q u e h a v i ã o d e s c o b e r t o , e lhes e n s i n a v ã o , e n
contra-se u m a
c i a , q u e se n ã o
tão espantosa c o i n c i d e n
pode
d e i x a r d e c o n c l u i r
8
q u e a p h i l o s o p h i a d o s M a g o s , d e o o n a s
c i m e n t o aos nossos s y m b o l o s , e m y s t e r i o s .
C o m effeito, a philosophia dos M a g o s era b a s e a d a sobre u m a u n i d a d e , e tripli c i d a d e s i m u l t a n e a , e inseparavel, e m t o d o s o s o b j e c t o s d e q u e ella se o c c u p a v a . A s s i m
( e n s i n a v ã o elles), D e o s é u m , e triplice a o
m e s m o t e m p o , p o r q u e s u a e s s e n c i a se c o m p õ e d o infinito, d o finito, e d e s u a s
relações, seja c o m o h o m e m , seja c o m o m u n d o
exterior.
T a m b e m é a Maç..., u m a ,
m u l t a n e a m e n t e . S u a
u n i d a d e
"
-
a
e triplice s i c o n s i s t e e m
ser a iniciação c o n f o r m e e m t o d o s os R i t o s ; e s u a t r i p l i c i d a d e s e c o m p õ e : 1 º D e I n i c i a ç ã o
:
2 º D o s differentes R i t o s, q u e r e p r e s e n
tão outros tantos s y s t e m a s philosophicos i s o l a d o s :
3º D a s relações q u e d e v e m existir entre os diversos Ritos, e a iniciação. Q u a l é o s y m b o l o q u e representa esta -
*
unidade, e triplicidade? O q u e a cada p a s so se offerece às nossas vistas, o q u e todo
9
o iniciado encara, depois d e h a v e r r e c e b i
d o a l u z , o
T r i a n g u l o ,
o u o D e l t a ! este
s y m b o l o e x p r i m e j u n t a m e n t e a u n e triplicidade: c o m effeito; o t o d o g e n c o d o T r i a n g u l o , representa o
i d a d e , h o m o infini
to, o absoluto, D e o s ; s e u p e n s a m e n t o . A s s u a s d i v e r s a s p a r t e s m o s t r ã o a v a r i e d a d e , é o finito; e s u a f ó r m a , r e g u l a r e m t o d o s
os d e s e lo
pontos, v e existir p a r a r m o s p e r d e s u
constitu entre o a l g u m a a essen
e a infi das cia,
justa relaçã nito, e o fini partes, o T r i c o m o os p h
o q u e to. S e a n g u i l o s o
p h o s ensinavão que a essencia de todas as C O U S a S d e s a p p a r e c i a , q u a n d o s e s e p a r a v a a u n i d a d e d a triplicidade. A Maç... n ã o p ó
d e t a m b e m existir s e m a m b a s éstas q u a l i d a d e s juntas, e o T r i a n g u l o é o s y m b o l o m a i s expressivo desta necessidade.
E n c a r e m o s a g o r a m a i s particularmente
o p r i m e i r o g r à o . C o n s i d e r e m o s
a c a m a r a
de preparação, para onde o Neophito é
c o n d u z i d o p o r c a m i n h o s q u e elle d e s c o n
hece: q u e objectos ferem suas vistas? S y m
bolos m u d o s , m a s tão expressivos c o m o o Triangulo. Sentenças m o r a e s proprias a
1 0
crearem n o coração do Neophito os senti -
m e n t o s
m a i s
religiosos : além, a i m a g e m
d a m o r t e , c u j o a s p e c t o a t e r r a os h o m e n s vulgares, e perturba a a l m a d o q u e n ã o
t e m a consciencia pura, lembra ao N e o phito a idéa d o chaos, d o infinito, e d a t r e m e n d a
e t e r n i d a d e : a d i a n t e , u m a
m e s a ,
sobre q ue h a u m a impulheta, o u relogio de aréa, o n d e a rapidez, c o m q u e esta c o r re, r e p r e s e n t a b e m a c u r t e z a d a v i d a h u m a n a .
E m v e z d e se d e i x a r o N e o p h i t o r e f l e c
tir s o b r e tantos s y m b o l o s expressivos, p a
ra e x po l o
q u e possa t e s t e m u n h p e r i m e n t a , elle é d sta d e questões a res n g e d e s e r e m m o r a
a r a istr olve e s ,
s sensações ahido pela r; questões e theogon
, q u e p r o , q u e icas,
s ã o as m a i s d a s v e z e s scientificas; e esta u l t i m a i n n o v a ç ã o é c o n t r a r i a a o f i m d o
g r á o , e á letra dos cad v e m d e guia; p o r q u e , gráo exclusivamente c volver a idéa d o inf questões alheias desta
ernos, s e n d o o n s a g r inito, i m p o r t
q u e n o s s e o p r i m e i r a d o a d e s e appresenta a n t e idéa,
n
o r
r
falsificar a doutrina, e troncar o ensino maçonico.
é
1 1
N a s tres seguintes questões p o r é m +
O que deve o h o m e m a Deosº O
q u e d e v e a seus similhantes?
O q u e d e v e a si m e s m o ? nós a c h a m o s a representação d a T h e o g o nia, da moral, e dos deveres d o h o m e m para c o m a sociedade; o q u e constitue a
T r i n d a d e philosophica. A m a n e i r a c o m q u e p r o c e d e m o s à p r i m e i r a iniciação, t e m u m a perfeita s i m i l h a n ç a c o m a m a r c h a s e g u i d a p e l o s a n t i
- g o s philosophos n o seu m e t h o d o d e e n s i
n o . C o m effeito, se r e f l e c t i m o s n a s i t u a ç ã o e m q u e se a c h a o N e o p h i t o , q u a n d o
penetra nosso mysterioso recinto, p e r c e b e m o s l o g o a perfeita analogia c o m o h o
m e m , que c o m e ç a a ter consciencia de si
p r o p r i o : p o r q u e , a i n d a rio t e n h a consciencia d e m q u e a p p a r e c e entre u m m u n d o , q u e lhe é leis, idéas, e u s o s n ã o c o m seus usos habituaes
q u e o r e c i p i e n d a
e si n o m o m e n t o nós, elle entra e m
estranho, e cujas
estão e m relação . A v e n d a , q u e lhe cóbre os olhos, symbolisa sua ignorancia,
a respeito do m u n d o , e m que vai viver | -
*
*
; e =
-
1 2
o faz participante d e u m a n o v a existencia, que, t e n d o p o r bases f u n d a m e n t a e s a t h e o gonia, e a m o r a l ; constituem a s u a p e r feição.
A l i b e r d a d e d e s u a consciencia o p õ e e m
estado de aceitar, o u regeitar as condições,
q u e lhe são propostas; e as obrigações, a q u e se sujeita, são s u b m e t t i d a s à s u a livre vontade. A s primeiras noções, q u e lhe são o f f e r e c i d a s , s ã o a l i b e r d a d e d e c o n s c i e n
cia, e p a r a q u e gose della p l e n a m e n t e , n ó s
n ã o lhe i m p ô m o s crença, o u culto a l g u m
particular: a invocação, q u e offerecemos
a o P a i d c h i t e c t o a i m a g e d e s p i d o
e d o m d e
t o d a U n i v v i v a t o d o
a n a t u e r s o , d e u o f a n a
r e s a , a o d e v e m a m culto t i s m o , e
G r a n d e n i f e s t a r v o l u n t a supersti
A - l r i çã
r h e o , o:
l o n g e d e lhe i m p o r m o s u m culto especial,
l i m i t a m o - n o s
a f a z e r - l h e
s e n t i r a n e c e s s i
d a d e , p o i s q u e o culto é o d e s e n v o l v i m e n
to, e a realisação d o s e n t i m e n t o religioso,
m a s n o u t r o a D e o s p o r f ó
ã o d e s , e r m a
a s u a t i n o elle n s ext
l i m i t a ç ã o : m a i s q u e e ã o o p ó d e c eriores, o u
o cult l e v a r o n s e g i m a g
o n ã o o h o m u i r se e n s vi
t e m e m n ã o vas,
1 3
q u e os s y m b o l o s caracterisão. N ó s n ã o t e
m o s n e n h u m mais expressivo q u e o T r i a n
g u l o .
T e m e n d o - s e p o r ê m ,
s y m b o l o s s e m assàs d e D e o s , t u i d o r e s i d é a e m a
d o p r i m e c l a r a m e o u d o p e p o s e r ã o , c ç ã o n a s
i r n t n s p tr
q u e
os diversos
o g r á o n ã o e x p r i m i s e a i d é a d o infinito, a m e n t o , n o s s o s I n s t i o r a s s i m d i z e r , esta es v i a g e n s ; e p a r a s e
r e m c o n s e q u e n t e s c o m seus principios, lhe
a n n e x á r ã o c i r c u n s t a n c i a s , q u e g r a d u a l m e n t e i n s t r u i s s e m o R e c i p i e n d a r i o .
A p r i m e i r a v i a g e m , p h i l o s o p h i c a m e n t e
f a l l a n d o , r a p r e s e n t a a e s p o n t a n e i d a d e d o
p e n s a m e n t o , este p r i m e i r o pensar, q u e é o a p a n a g i o d e t o d a a h u m a n i d a d e ; m a s q u e é s e m p r e obscuro, e c o n f u s o , D e o s m e s m o , t ã o difficil d e c o n c e b e r a o p r i m e i
r o aspecto. Esta v i a g e m s y m b o l i s a isto e n e r g i c a m e n t e p e l a v e n d a , q u e c ó b r e o s o
lhos d o C a n d i d a t o , pelos obstaculos q u e e n c o n t r a , e p e l o r u i d o
t u m u l t u o s o
q u e
fere seus ouvidos, pois q u e a reunião d e s tas allegorias representa a c o n f u s ã o , e a d e s o r d e m . B .
M .
5 .
2
A segunda viagem, e m q u e o Recipien
dario o u v e o t b e m o trabalho entrega o p e n s ra regularisar,
enido peniv a m e n t e p ô r
da el o e
s a r m a s , e x p , e difficil a q reflectido, sej m o r d e m as v
r i m e u e se a p a e r d a
des, q u e o p e n s a m e n t o e s p o n t a n e o p e r c e
b e s e m p r e obscura, e c o n f u s a m e n t e , seja
para chegar a conhecer a essencia de Deos. N a terceira, e m q u e o N e o p h i t o só p e r
cebe as c h a m m a s atravez da venda, q u e lhe cóbre os olhos, c o m o r e l a m p a g o s , é
l h e offerecida a i m a g e m d o g e n i o infinito,
d a intelligencia superior, d e q u e basta u m a faisca p a r a crear a intelligencia h u m a n a .
A s altas verdades moraes, e philosophi
c a s d o p r i m e i r o g r á o , p o s t o q u e positivas,
e uteis, supersti rias d o v ã o se n
erão ção, Orie ã o a
tão e às nte, h o m
oppo leis q u e e n s
stas a o fana dispoticas e n ã o se c o m instruidos, e
tismo, a r b i t r m u n i c cuja i
à
n
à
a
telligencia fosse assàs desenvolvida para
b e m
as c o n c e b e r , e a p r e c i a r ; e c o m o e r a
necessario p r o p a g a r estas v e r d a d e s p a r a a v a n ç a r a civilisação, c a d a iniciado d e v e
ria ser dotado de u m a a l m a forte para as
ensinar, e desenvolver: d a q u i veio a n e cessidade de fazer passar ao candidato p o r
provas, que hoje só se figurão alegorica m e n t e ; m a s q u e offerecem u m incontestavel, q u a n d o s ã o
interesse
acompanhadas
d o desenvolvimento, e explicação q u e ellas
exigem. N ã o obstante p o r é m o r i g o r d a quellas provas, d o p r i m e i r o g r á das aos iniciados, r e m ligados p o r
as ver o n ã o se n ã o u m fo
dades i erão c depois rte j u r a
mp o m d e m e
ortantes m u n i c a se a c h a n t o , tão
terrivel, q u e se p u n i a d e m o r t e , a q u e m o u s a v a vulgarisá-lo.
N ã o p o d e m o s passar e m silencio a o p i nião d e m u i t o s Maç. . instruidos, q u e j u l
g ã o ridicula a f o r m u l a d e n o s s a s o b r i g a
ções n o primeiro g r á o , p o r q u e n a d a a c c r e s c e n t a
a o s c o n h e c i m e n t o s d a
a c t u a l c i
vilisação: esta opinião seria f u n d a d a , se tal f o r m u l a se referisse e f f e c t i v a m e n t e a o
es si an be
ta de ti ll
do d e rando guida eza: e
civilisaç q u e a Ma de; o q u o desvio
ão m ç... e co , a i
o d d ns n d
e r n a ; m a s , e v e represen titue a s u a m a p e q u e n o ,
c o m tar a a i o r deste
p o n t o d e v a o q u e n a respeitado A palavr
ista, se Maç... p o r m u i a s a g r a
1 6
-
ria u m positivo attaque a foice d o t e m p o t e m t o s seculos. d a d o p r i m e i r o g r á o p a
r e c e d a r a m e d i d a d a e d u c a ç ã o m o r a l , e
religiosa, q u e se trata d e i m p r i m i r aos i n i ciados; pois q u e ella traz à m e m o r i a u m dos m a i s religiosos, e m o r a l i s a d o h o m e m
d a a n t i g u i d a d e .
O Rito Francez t e m por tanto c o m m e t
tido u m grave erro, a d o p t a n d o u m a
p a
l a v r a d e p a se n o p r i m e i r o g r á o , e n ã o
a d o p t a n d o a palavra sagrada d o Rito E s cossez. U m a outra falta, a i n d a m a i s g r a
ve, é a d e n ã o ter e m p r e g a d o a i n v o c a ç ã o religiosa deste Rito, pois q u e s u p r i m e , s e m
razão a l g u m a , a allegoria inherente a u m gráo, q u e é t o d o theogonico. E m
fim, o c a t h e c i s m o d e n o s s o s c a d e r
nos, q u e a p p a r e n t e m e n t e só offerece o r i tual d o gráo, representa effectivamente a r e v e l a ç ã o , e d e s e n v o l v i m e n t o d a s v e r d a
des, q u e encerrão os s y m b o l o s allegoricos d o m e s m o g r á o ; p o r q u e a explicação d a s abstracções n ã o c o m e ç a se n ã o depois d a
1 7
c o n s a g r a ç ã o d o iniciado, e seus estudos d e
v e m s e r t ã o l o n g o s , q u e o s d o c u m e n t o s a n t i g o s attestão q u e nelles se e m p r e g a v ã o t r e s a n n o s
c o n s e c u t i v o s .
Differenças n a composição das Lojas F r a n I.A N o
ceza, e Escosseza.
R i t o F r a n c e z
h a
u m
s ó V e n e r a
vel, e m tanto q u e n o Escossez h a dous; u m h o n o r a r i o , e o u t r o e m exercicio. 2 . O
C h a n c e l l e r , G u a r d a - S e l l o s d o R i t o
Francez, t e m n o Escossez o n o m e d e G u a r d a Sel 3." m a - s e 4.º M e s t r
los, T O H o s n o E H a v e e d e
1.º e 2 . º
5." O
i m b . : . e Arc. p i t a l e i r o d o s c o s s e z E s m o n d o n o R i t C e r e m o n i a s
M e s t r e
d o s
". R i t o F r a n l e r Hospi o F r a n c e , na n o
B a n q u e t e s
c e z , c h a taleiro. z u m só E s c o s s e z d o
R i t o
F E rs ca o n s c s e e z z , . é I n t e n d e n t e d o s B a n q u e t e s n o 6." N o
u m
vel, q u e n ã o h a n o Escossez.
d a $ d a
R i t o F r a n c e z h a
|
Ir.'. T e r r i
E x i s t e m a l é m d e s t e s o f f i c i a e s2 .n a L o j a
|
1 8
Escosseza, os seguintes, q u e se s u p p r i m e m
n a Franceza
o D e p u t a d o ao Gr...'Or...
o Regist... o u Verif... o 2 . ° D i a c o m o
m o n i a s
B a n d e i r a
o 1.° D i a c o m o
o 2 . º M e s t r e d e C e r e
o P o r t a - E s p a d a
o
P o r t a
o I n t e n d e n t e d a H a r m o n i a .
P ó d e vêr-se a designação d o s lugares, q u e o c c u p ã o os Officiaes Dig... n a L o j a d o
Rito Escossez n a Bussola M a ç º . , 2.° e d i
ç ã o 5 8 3 6 , p a g . 12.
Differença n a Decoração.
1. N a L o j a Escosseza, a decoração é e n
c a r n a d a , s e n d o a z u l n o rito m o d e r n o .
2". A s c o l u m n a s t e m n o Rito E s c o s s e z
posição trocada do Rito Francez. T o q u e .
T o m a - s e a m ã o direita d a q u e l e q u e se
q u e r reconhecer, fere-se c o m
o d e d o p o
l e g a r tres t o q u e s i g u a e s , s o b r e a p r i m e i r a
f a l a n g e d o d e d o index; depois toca-se l e
v e m e n t e c o m a u n h a d o d e d o p o l e g a r esta
m e s m a fallange : isto é, pedir a palavra :
1 9
e m resposta; da-se esta s e g u n d o a f ó r m a
m c iy a s d t o e s r . i o s a , c o n h e c i d a s ó m e n t e d o s i n i
Differenças na Palavra Sagrada.
B . " .
I." N o
R i t o E s c o s s e z é a
e n o
F r a n c e z
J . " .
palavra sagrada
2 . N o R i t o F r a n c e z a d i c c i o n a - s e a p a
lavra d e passe, que, neste gráo, se n ã o d à n o R i t o E s c o s s e z (I).
B a t e r i a .
l
! ! !
Differença d a M a r c h a .
R o m p e - s e c o m o p é e s q u e r d o n o
E s c o s s e z , e n o F r a n c e z c o m o direito.
( V e j a - s e a f i g u r a 1.° d a e s t a m p a 1.")
f º
(1) Para as palavras sagradas, e de passe de
t o d o s o s gráos, v i d e o M a n u a l M a ç o n i c o , o u C o b r i d o r d o s R i t o s E s c o s s e z , e F r a n c e z e d a M a ç o
p n a o r g i r a a p d h ' iA d a o . p ç ã o , q u e s e a c h a á v e n d a n e s t a T y
2 0
S E G U N D O
G R A O ,
C o m p a n h e i r o .
A o r i g e m d o s e g u n d o g r á o é a i n d a m a i s difficil d e appreciar, q u e a d o primeiro, p o r q u e os s y m b o l o s , e alegorias daquelle:
s ã o tão e x p r e s s i v o s , q u e c a r a c t e r i s ã o , p o r a s s i m dizer, a é p o c a d e s u a instituição; e
a representão d e tal sorte, q u e se n ã o p ó d e
e x a m i n a r n e n h u m
a c h a r u m
d e s e u s d e t a l h e s s e m s e
a c c o r d o positivo c o m a inicia
ç ã o s a c e r d o t a l d o s B r a c m a s : e m
tanto,
q u e os s y m b o l o s d o s e g u n d o e x p r i m e m
c o n h e c i m e n t o s t ã o v a r i a d o s , q u e p e r t e n
c e n d o a m a i o r só p ó d e m pert M a s , se c o m o p r i m e i r o e o o p r i m e i r o é a d a ignorancia, q u e o s e g u n d o
e d o
g e n i o d o
parte a o s E g y p c i o s , a l g u n s encer à Grecia. p a r a r m o s a iniciação entre s e g u n d o gráo; v e r e m o s q u e i m a g e m viva d o s prejuizos, e d a superstição, e m tanto é o s y m b o l o d a liberdade, h o m e m
: a
intelligencia
d o iniciado n o s e g u n d o g r à o , jà esclare cida pelos estudos d o primeiro, p ó d e c o m
2 1
#
m a i s exactidão apreciar as questões q u e
l h e s ã o p r o p o s t a s , e evitará, p e l o g o z o d e
seus sentidos, e faculdades, os laços a r m a
d o s á s u a r a z ã o : e m fim, o p r i m e i r o g r á o
r e p r e s e n t a o p e n s a m e n t o e s p o n t a n e o , q u e é
sempre
e s c u r o , e o s e g u n d o
r e p r e s e n t a
o p e n s a m e n t o reflectido, q u e dissipa os e r r o s d a s p r i m e i r a s i d é a s , r e g u l a r i s a n d o - a s ,
e tornandom e i r o g r á o é a v e n d a n estar e m re
as t e o s laç
claras. O N e o m s ó m e n t e u m olhos, q u e lh ão c o m o q u e
p h y t o d o p r s y m b o l o , q u e n ã o permitt o cerca, a p r
s e n t a n d o - s e - l h e s ó m e n t e o infinito, a i m e n s i d a d e , a e t e r n i d a d e , e D e o s ; e é i o q u e p r e c i s a m e n t e c o n s t i t u e o p r i m e i e l e m e n t o d a philosophia. N o s e g u n d o g r p o r é m , o i n i c i a d o traz e m c a d a v i a g d o u s s y m b o l o s , q u e e x p r i m e m a m u l t i p
e
i
e
e
m sto r o á o e m l i
cidade, a variedade, e o finito; o q u e f ó r
m a o s e g u n d o e l e m e n t o d a p h i l o s o p h i a . N a p r i m e i r a v i a g e m , é o c a n d i d a t o a r m a
d o d e u m m a l h e t e , e u m e s c o p r o : n a r e
lação material, o malhete é o e m b l e m a d o
trabalho, e d a força, pois que, c o m elle se p ó d e m
v e n c e r
difficuldades, e d e r r i b a r
#
# A 4 * >
2 2 obstaculos; e na relação intellectual, elle |
representa a logica, necessaria à exactidão
dos raciocinios, e indispensavel a todas as
sciencias. Ajunta-se p o r é m o escopro; e
estes d o u s s y m b o l o s representão o e l e m e n to d a variedade; este u l t i m o s y m b o l o , c o m o e m b l e m a , representa m u i t a s profissões i n d u s t r i a e s , e o s e u u s o s e m o m a l h e t e ,
seria quasi nullo, assim c o m o o malhete,
s ó p o r si, n ã o p o d e r i a d a r f ó r m a s r e g u l a r e s a o s c o r p o s p e l o l a d o m a t e r i a l , n e m ter a p
plicação util às sciencias, s e m possuir os principios destas; d e m o d o , q u e c o m o
symbolos
d a s artes, e sciencias, estes d o u s
i n s t r u m e n t o s alegoricos representão t a m
b e m a independencia, q u e os h o m e n s a d quirem, quer isolados, quer e m socieda de, pelos seus conhecimentos, e industria.
N a s e g u n d a v i a g e m , a r m a - s e o C a n d i d a t o d e u m c o m p a s s o , e d e u m a r e g o a ;
q u e são a expressão d o a p e r f e i ç o a m e n t o
d a industria, das artes, e da sciencia.
N a terceira v i a g e m , o iniciado t o m a | u m a alavanca, s y m b o l o d a m a i s a p e r f e i ç o a d a industria; pois q u e , p o r m e i o desta
2 3
} 1 elle ctidão
das a: r0; e m ê l º
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ssões
hete,
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ares | 0 3 I n 0
m a q u i n a , o h o m e m , p o r assim dizer, m u l
tiplica as forças q u e l h e d e u a n a t u r e z a ,
m u i t o s u p e r i o r e s a o s q u e o ç r seu exfo natural lhe permittia; m a s h e d e notar que, nesta v i a g e m , ainda o C a n didato conserva a regoa, p a r a lhe d e n o
e m o v e
p e s o s
tar, q u e d e v e r à r e g u l a r , e n ã o a b u s a r d a incalculavel força, q u e a a l a v a n c a l h e f o r
nece, e não a levar se n ã o aos justos l i m i
g t e o s a , , q l u h e e pa r e s s ã c r r e a v z e ã . o , s y m b o l i s a d a p e l a r e N a q u a r t a v i a g e m , o C a n d i d a t o se a r
m a de u m esquadro, e ainda da regoa. O
e s q u a d r o , s e n d o u m i n s t r u m e n t o i n d i s p e n
savel p a r a a regularidade dos edificios, elle n ã o m a r c a m a i s q u e a direcção p r i m o r d i a l d e c a d a u m d o s m u r o s , q u e se e n c o n t r ã o e m a n g u l o recto: é a r e g o a q u e r e g u l a r i s a a s u a c o n t i n u a ç ã o ; e s e m ella,
posto q u e prncipiados os m u r o s r e g u l a r tm a e b n i t l i e d , a d c e o . n t i n u a r i ã o
t o r t u o s o s , e s e m
e s
Estes d o u s s y m b o l o s , olhados pelo lado
m o r a l ,
r e p r e s e n t ã o a n e c e s s i d a d e d e n ã o
só t r a ç a r m o s nossa linha d e c o n d u c t a e m
h a r m o n i a
c o m
-
o s
2 4
-
o u t r o s
h o m e n s
e m
s o
c i e d a d e , c o m o o e s q u a d r o liga os m u r o s u n s
a
o u t r o s , m a s
d e
s e r m o s
c o n s t a n t e s
n a primeira direcção q u e d e r m o s a j u s t a da, c o m o a r e g o a c o n s e r v a o e s q u a d r o d a a o s m u r o s .
a direcção,
q u e
A quinta v i a g e m parece quasi insigni
ficante, p o r q u e o N e o p h y t o n ã o a faz a r
m a d o d e s y m b o l o a l g u m ; c o m t u d o , m o s tra, m e s m o p o r isto, q u e , d e p o i s d e ter o
h o m e m
a d q u i r i d o a i n d e p e n d e n c i a , p o r
m e i o d o s m a t e r i a e s q u e l h e f o r n e c e o m e
ditado estudo, só o habito o farà praticar
a c ç õ e s m e r i t o r i a s , s e m d e p e n d e n c i a d e o u t r o a d j u t o r i o m a i s , q u e s u a r a z ã o ; e a pratica d a s v i r t u d e s l h e d e v e ser t ã o f a m i
l i a r c o m o
o u s o d o s m e m b r o s d e s e u c o r
p o , d e q u e u n i c a m e n t e se a c h a m u n i d o
n e s t a v i a g e m : a l ê m d e q u e , t o d a a s u a
contemplação se deve dirigir aos t r a b a
l h o s d e espirito, d e s p r o v i d o d e t o d o o a d j u t o r i o m a t e r i a l . Se e n u m e r a m o s agora os symbolos do
s e g u n d o g r á o , a c h a r e m o s q u e são a o n u m e r o d e cinco, a s a b e r
o M a l h e t e , o E s
c o p r o , o C o m p a s s o , a R e g o a , e o E s q u a d r o
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e as v e r d a d e s positivas, e c o n t i d a s
nelles, r e p r e s e n t ã o o m u n d o p r i m i t i v o m e
t a m o r p h o s e a d o , aperfeiçoado, e civilisa d o , c o m sulta p r i m
e m f i i n s t r u , q u e e t u d o
m a h u m a n i c ç ã o , e escl a r e u n i ã o d o q u e const
d a ar es it
d e eci tes ue
inte da; d s y m b o s e g
ira, o n d o l o s u n d o
m a e r e e l
x
s
e e
m e n t o d a philosophia : e posto q u e o p r i meiro gráo e x p r i m a o primeiro elemento s e p a r a d o , a m b o s elles o n ã o p ó d e m
estar
mais que idealmente, pois q u e o infinito na q ã u o e l p l ó e .d e e x i s t i r s e m o f i n i t o , n e m e s t e s e m Para b e m exprimir esta idéa, os nossos
instituidores tiverão a p r e c a u ç ã o d e traçar,
n o q u a d r o d o s e g u n d o gráo, a r e p r o d u c
ç ã o d e t o d o s os s y m b o l o s deste, e d o p r i
m e m e so de
i r o ; representando assim os d o u s p r i i r o s e l e m e n t o s f u n d a m e n t a e s d a p h i l o phia positiva, e as allegorias das v e r d a s d o s d o u s primeiros gráos.
Para se provar, q u e a unidade é inse p a r a v e l d a v a r i e d a d e , e vice-versa, r e p r e s e n t á r ã o - s e os d o u s p r i m e i r o s g r á o s e m B . M . 5,
3
u m só collar allegorico; e p a r a q u e elle |
fosse l a c o n i c o , e e x p r e s s i v o , n ã o s e e m
p r e g á r ã o se n ã o os d o u s s y m b o l o s geraes: o Delta, o u Triangulo, s y m b o l o d o m i n a n t e d o primeiro g r á o , q u e e x p r i m e , c o m o se disse, a unidade, D e o s , e o p e n s a m e n t o ; o q u e constitue o p r i m e i r o e l e m e n t o d a plai losophia. O s e g u n d o s y m b o l o geral é u m a Estrella, d e q u e os cinco raios representão a variedade, b e m c o m o os cinco i n s t r u m e n t o s e m b l e m a t i c o s d o s e g u n d o gráo. A symetria e m seu a r r a n j a m e n t o indica a precisão q u e s e m p r e se o b t e m pelo Cl]]
prego d o compasso, regoa, e esquadro. E m
s u m m a , a Estrella, só, enserra todos o s s y m b o l o s d o s e g u n d o gráo, q u e r e p r e s e n tão o s e g u n d o e l e m e n t o d a philosophia positiva; e a a g g l o m e r a ç ã o d o triangulo c o m ella, attestão q u e este s e g u n d o é i n s e p a r a v e l d o p r i m e i r o .
Differença n a Decoração.
É a m e s m a q u e n o p r i m e i r o g r á o . T o q u e .
-
T o m a - s e a m ã o direita d o C o b r i d o r , e
de ele 0
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Prats: nählt 1 0 SC
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2 7
fere-se c o m o d e d o pollegar cinco p a n c a d a s !!!, !! s o b r e
a p r i m e i r a f a l l a n g e d o
d e d o d o m e i o : depois coloca-se o p o l e fiar entre esta fallange, e a d o d e d o a n n u lar, e d à - s e
n e s t a
posição a palavra de
passe. O C o b r i d o r passa depois o pollegar
sobre a primeira falange do dedo do meio, apertando-o b r a n d a m e n t e c o m a u n h a :
isto h e pedir a palavra Sagrada.
Differença n a Palavra Sagrada.
N o Rito Escossez h e a Palavra Sagrada
J... e n o F r a n c e z B... o s N R . i B t o. s . A d e p a s s e h e i d e n t i c a e m a m b o s Differença d a m a r c h a
A m e s m a , que se notou n o primeiro
grão.
(Veja-se a figura 2° da estampa 1) - *
2 8
T E R C E I R O
G R A O .
M e s t r e .
S e n d o o h o m e m , p o r assim dizer, o
u n i c o s y m b o l o deste g r á o , e sò a p p a r e c e n d o nelle p a r a e x p r i m i r a creação, a
reproducção , e a morte; figura-se a e d i
ficação d o T e m p l o d e J e r u s a l e m , a T h e o
g o n i a , e culto d o s H e b r e o s , a p h i l o s o p h i a
Egypcios, e G r e g o s ; o principio e f i m d o curso a n n u a l d o Sol, d e m o d o q u e tal
d o s
a m a l g a m a
d e o b j e c t o s t o r n ã o m u i t o i n
certa, e duvidosa a o r i g e m deste grào; e m tanto q u e a primeira parte d a biblia, e a historia das diversas idades d o m u n d o p a
receria i n d i c a r a é p o c a d a s u a instituição,
se a biblia, e a historia geral inserrassem
n e s t a é p o c a t u d o o q u e o g r á o r e p r e s e n t a . P e r s u a d i d o s q u e a I n d i a foi o b e r ç o d o
p r i m e i r o g r á o , e o E g y p t o d o s e g u n d o ,
c o m o se collige d a a n a l o g i a e n t r e o s s e u s
s y m b o l o s c o m a crença religiosa, e p h i l o
sophia destes d o u s paizes, n ã o p a r t i l h a m o s a respeito d o terceiro gráo, n e m d a o p i n i ã o d o s q u e o l e v ã o a o R e i S a l o m ã o , n e m
à é p o c a d a primeira C r u s a d a : h e c o m t u d o
i n e g a v e l q u e , p o s t o q u e s u a o r i g e m se d e v a l e v a r a e p o c a s m a i s r e m o t a s q u e a d e S a l o
m ã o , e s t e R e i h e b r e o l h e a d d i c i o n o u a l l e
g o r ia s historicas, q u e t e m i m m e d i a t a s r e
lações c o m a m o r a l , s e m q u e s e contradigão c o m os m a i s o b j e c t o s a n t i g o s , a n t e s c o m elles se a c c o r d e m p e r f e i t a m e n t e .
S ã o factos attestados pela historia, q u e
Absalão, u m
dos filhos de David, d e v o
r a d o pela a m b i ç ã o d e reinar, subleva m u i tas t r i b u s d e Israel p a r a
d e s t h r o n i s a r s e u
pai, c h a m a n d o a o seu partido Achitophel, u m d o s p r i n c i p a e s g e n e r a e s d e D a v i d ; m a s , o s c o n s p i r a d o r e s f o r ã o batidos, e A b salão foi m o r t o p o r J o a b , a p e s a r d a s o r
d e n s d o R e i , q u e lhe m a n d o u
v i d a .
p o u p a r a
A i n d a D a v i d soffreo outra conspiração, urdida pela m o ç a A b i s s a a g , e posta e m acção p o r Adonija, outro seu filho, a q u e m elle t r a t a v a
c o m
b o n d a d e ;
este u l t i m o 3 .
3 0
conspirador decahindo, se retirou a o t e m p l o ,
aonde
foi d e p o i s m o r t o n o r e i n a d o d e
S a l o m ã o , e p o r s u a o r d e m . Este R e i , e m cujo favor seu pai tinha
abdicado o throno, preferindo-o a outros
filhos, quiz consignar e m perpetuidade esses trez p o n t o s , q u e d e u m a p a r t e m o s t r ã o a m a i o r i n g r a t i d ã o , e aleivosia d a
parte d o s trez conspiradores A b s a l ã o , A r chitophel, e A d o n i j a ; e p o r outra a c l e m e n c i a d e u m rei, q u e s o u b e p e r d o a r
o f f e n s a s t ã o graves. E s t e s factos, c o n s i g n a d o s n o terceiro g r à o , m o s t r ã o q u e o R i t o
Francez, q u e só differe d o Escossez n o r i tual, s e m razão julga vêr representada a
m o r t e de Jacques M o l a y acontecida 22 s e culos depois. D a v i d ,
a b u s a n d o
d o
direito d e c o n
quista, fez m u i t a s vezes correr o s a n g u e
i n n o c e n t e , e , a t o r m e n t a d o d e r e m o r s o s ,
q u i z applacar a d i v i n d a d e elevando-lhe u m t e m p l o e m Jerusalem; m a s o P r o p h e t a N a t h a n , a q u e m c o m m u n i c o u seu p r o
jecto, lhe fez sentir, q u e suas m ã o s i m P u r a s n ã o
e r ã o d i g n a s d c edificar a casa
3 1
d e Deos; e a empresa ficou reservada para S a l o m ã o , s e u filho, e successor. E s t e f e z u m
t r a t a d o s e c r e t o c o m
H i r a m
2 º Rei de T y r o , pelo qual este se obrigava a enviar a S a l o m ã o u m g r a n d e n u m e r o d e o b r e i r o s h a b e i s , e m u i t o s architectos d i s t i n c t o s , f r a n q u e a n d o - l h e o s c e d r o s d o
m o n t e L i b a n o , q u e lhe pertencião, p a r a
f o r m a r o m a d e i r a m e n t o , e o r n a t o s d o i n terior d o t e m p l o ; p e l o q u e , S a l o m ã o se c o m p r o m e t t e o
a
p a g a r a H i r a m 2.º u m a
q u a n t i a a n n u a l e m m e l , trigo. D i z a historia, q u e H i a r c h i t e c t o s , A d o n i r a m , a l l e g o r i c o n o g r á o s ó fe
azeite, v i n h o , e
r a m e n v i o u d o u s e H i r a m ; m a s o z m e n s ã o d o p r i
m e i r o , e seria p a r a desejar q u e se c o m p l e tasse a m i s s ã o d o facto historico, pela c o m m e m o r a ç ã o d o s d o u s architectos.
A historia alegorica do gráo segura,
q u e o architecto H i r a m , dividio os o b r e i ros n o T e m p l o e m tres classes, e a Biblia c o n f i r m a esta divisão; p o r q u e se construio à r o d a d o T e m p l o u m v a s t o edificio, d i v i
d i d o e m tres a n d a r e s , e m c a d a u m d o s
-
3 2
quaes, havia i n n u m e r a v e i s repartimentos, subindo-se d e u n s andares para outros p o r e s c a d a s d e c a r a c o l ; estes a n d a r e s e r ã o d e s t i
n a d o s à habitação das tres classes, e m q u e
o s o b r e i r o s f o r ã o d i v i d i d o s ; e isto d e o a
S a l o m ã o a idéa, r e o r g a n i s a n d o a iniciação essenciana, o u hebraica, q u e havia d e g e n e r a d o , d e a c o m p a r a r a o T e m p l o , q u e t i n h a e d i f i c a d o a o A l t i s s i m o .
R e f l e c t i n d o - s e a g o r a
s o b r e as traições
perpetradas contra D a v i d , p o r pessoas q u e t u d o lhe devião, representadas n o 3.ºgráo, vê-se p i n t a d a c o m q u e a r r u i n a t a n t a s n e f a n d o s . A sorte d i n d i c ã o a q u e està m i n o s o . T o d a v i a , c o m m e n d a n d o a o s s e u filho, o i n g r a M e s t r e s ; as q u e s t õ
v i v a s côres a a m b i ç ã o familias, e g e r a c r i m e s e A b s a l ã o , e d e A d o n i j a r e s e r v a d a a t o d o o c r i a p i e d a d e d e D a v i d , r e s e u s g e n e r a e s a v i d a d e t o A b s a l ã o ; a d ô r d o s e s , q u e se d i r i g e m a o
iniciado; a severa iquirição d o 2.° d i g n a tario, e as precauções c o m q u e é i n t r o d u z i d o , p r o v ã o q u e este g r á o n ã o é, c o m o e r r a d a m e n t e t e m a l g u e m p r e s u m i d o , c o n
sagrado a o homicidio. O t r a m a dos q u i n z e
o f f e r e c e
a
i m a g e m
3 3
-
destas
c o n s p i r a ç õ e s
tenebrosas, q u e t e m p o r objecto tentar
c o n t r a a v i d a d e q u e m s ó as leis n a t u r a e s
p o d e m dispor. O p e q u e n o n u m e r o d e tres h o m e n s perversos, entre q u i n z e , r e p r e senta o facto m a t e r i a l , e a u t e n t i c o , q u e
p r o v a incontestavelmente a superioridade
n u m e r i c a d o s h o m e n s m o r a e s , s o b r e os i m m o r a e s ; v e r d a d e d e m o n s t r a d a a o s o l h o s
d e todos, pelo p e q u e n o n u m e r o d e p e r v e r
s o s q u e s ã o a c c u s a d o s e m r e l a ç ã o a o t o d o
d a s p o p u l a ç õ e s , e m todos os paizes d o m u n d o .
r a m
à
E m
f i m , a r e c u s a f o r m a l d e H i
exigencia dos traidores exprime o
j u r a m e n t o s o l e m n e d o s iniciados, e o a p r e ç o q u e lhe é inherente, pois q u e H i r a m p r e fere a m o r t e a u m a revelação, q u e lhe s a l v a r i a a v i d a .
E m conclusão; a parte historica d o 3 º gráo offerece o q u a d r o m a i s perfeito d a s perversidades h u m a n a s , e a parte m o r a l o s m e i o s p r o p r i o s à s u b t r a c ç ã o d e s u a s f u n e s t a s i n f l u e n c i a s .
P a r a n o s n ã o restar d u v i d a s o b r e o f i m ,
a q u e se p r o p o z S a l o m ã o nas d u a s partes,
3 4
q u e temos examinado, bastar-nos-hà citar alguns d e seus proverbios.
« O s a b i o , o u v i n d o , tornar-se-lhà m a i s
a sabio; elle colherà a p a r a b o l a , e s u a
« interpetração; a palavra dosphilosophos, « e s u a interpetração. » « O c a m i n h o d o s justos é c o m o
u m a
« l u z , q u e cresce até à m a i s perfeita clari a d a d e .
»
« O l h a i p a r a vossos pés, q u a n d o e n t r a r a des n o T e m p l o , e a p r o x i m a i - v o s p a r a
o u v i r .
»
« A a b u n d a n c i a a c c o m p a n h a o trabalho;
a
o f a l l a d o r a t r a h e a m i s e r i a . »
« A o b e d i e n c i a é r e c o m m e n d a v e l » d ' a q u i
« m a s s e a m a x i m a m a ç o n i c a .
a
T r a h a l h a r , o b e d e c e r , e callar.
« N ã o digaes; porque fôrão os p r i m e i t e m p o s melhores, q u e estes? porque « tal pergunta n ã o é de h o m e m sensato.» r o s { {
D e o s fez t u d o c o n v e n i e n t e m e n t e
»
« c a d a c o u s a e m s e u t e m p o : elle e n t r e g o u
« o m u n d o às disputas h u m a n a s . »
C
« N ã o digaes a vosso a m i g o : hide, e
*
- -
3 5
- - *
« voltai, e e u a m a n h ã vos darei; dai-lhe « l o g o i m m e d i a t a m e n t e . » « N ã o a m b i c i o n e i s a s a b e d o r i a c o m e x { {
p c ie s d s o o . , p a r a q u e v o s n ã o t o r n e i s e s t u 1 )
S o é per para guiss
m o s forçados feitamente c l a m e n t a r q u e e m toda a
cheio v ez a vivid idéas d e s u
d e m c o m m o cap q u e sto.
O
a o n e s u
convir q u e esta m o r a l f o r m e à iniciação; e é o s e u a u t o r a n ã o s e
a vida.
terceiro gráo, c o n s i d e r a d o n religiosa, offerece vistas m a i s e n ã o m e n o s u t e i s , q u e n a r e l a ç ã o t e m o s c o n s i d e r a d o : p a r a b e m as d e v e m o s r e m o n t a r à t h e o g o n i a b r e o s , d e i x a n d o d e p a r t e o c u l
precedida
a l e e a p
r e l a ç ã o v a d a s e m q u e o p r e c i a r d o s H e t o , c o m o
u i t a s suprestições religiosas, tal o d a d a s a u m povo, q u e havia tivo entre idolatras, e vistas as se lhe n ã o p o d i ã o fazer perder A t h e o g o n i a d o s H e b r e o s foi d a d o s I n d i a n o s , d o s B a n i a n o s
d o s J a p o n e s e s , dos C h i n e s e s , dos Persas d o s Phenicios, d o s Atlantes, d o s S c a n d i
navos, dos Celtas, e dos Sclavões: esta serie d e
theogonias
faz sentir q u a n t o s
se
c u l o s m a s , v a g a n g o r o s
lhe n m o s d a d a res,
d e v e a m a t e s , a , p o
ã o p a t h p o r u n s
r i i o e r
3 6
ã o d e c o r r e r a n t e s r p a r t e dellas e r irrasoaveis, q u e p o u c o q u e fosse
oder e o g o u m a d o s
ia d a r n i a d o s reuniã q u a e s
cre M a o d for
dit g o e h ão
o. s , o m Pe
d o s H e b r e o s ; ã o tão e s t r a a fé m a i s v i e s c l a r e c i d a ,
N ó s q u e e n s rsas
e x p o r e foi f u n s u p e r i o , outros
C a l d e o s , e a l g u n s H e b r e o s . E s t a a s s o c i a ç ã o
d e philososophos, f o r m a d a d e tres nações differentes, m a s ligadas pelo a m o r d a s c i e n cia, instituirão u m a theogonia, q u e teve p o r principio o Sol: o q u e os d e t e r m i n a a f u n d a r o culto d o fogo, c o m o a i n d a o d e m o n s t r a r e m o s , q u a n d o fallarmos d o s d e n o m i n a d o s Cavalleiros d o Sol. A t h e o g o n i a d o s M a g o s fallava aos sentidos; m a s ella foi concentrada e m s u a escólla especial, p a s s a n d o depois p a r a os mysterios d o s B r a c m a s , e a i n d a p a r a os d o Egypto. O s m e s m o s H e b r e o s primitivos a tiverão, p o r q u e s ó n o a n n o 4 o o 4 a n t e s d a n o s s a
era foi estabelecida a t h e o g o n i a p r o p r i a m e n t e judaica: esta teve p o r base, a s s i m c o m o a d o s M a g o s , a u n i d a d e d e D e o s ,
8 7
p o r q u e o Sol é t a m b e m unico, c o m o D e o s o é. O s H e b r e o s o d e s i g n a r ã o p e l o n o m e d e J e h o v a h , o u Espirito e t e r n o ; p o r c o n s e
q u e n c i a indifin o p e n s a m e n t o , J e h o v a h , s e g u n d o b e m , e o m a l : t ã o perfeita d a
ivel, e inacc q u e se n ã o o a t h e o g o n i a o h o m e m , es d i v i n d a d e ,
essivel c o m o p ó d e desunir. israelita, cria ta s i m i l h a n ç a p o i s q u e é
d ella u m a e m a n a ç ã o , r e p r e s e n t a o b e m ; e as paixões, i n h e r e n t e s à especie h u m a n a ,
representão o mal. Esta t h e o g o n i a pareceo tão superior às
q u e a havião precedido, q u e os padres d a
I n d i a , d o E g y p t o , e d a G r e c i a a a d o p t à r ã o p o r seus turnos: m a s elles n ã o a d e s e n v o l v ê r ã o s e n ã o a o s a d e p t o s , n o s differentes
graos ciado antes princi
g o n i a ,
d e nos d a pio
iniciaç myster n o s s a e s religi
ão; e M o y s é s , ios egypciacos ra, e x p õ e n o osos, e m o r a e s
q u e f 1 6 o o decal desta
oi i n i a n n o s ogo os t h e o
Sabe-se, q u e o polytheismo, q u e foi a r e ligião d o m i n a n t e d o s G r e g o s , f o r m a v a a
doutrina exeocterica d a Grecia; isto é, a
q u e se ensinava publicamente; e os padres B . M . 5 .
4
F o "
explicavão a o sentido, os s y m bolos, q u e o r n a v ã o as paredes d o s T e m plos. M a s , sua crença religiosa, e a d o s iniciados, deferio d a religião d o m i n a n t e . T o d a v i a , c r e m o s , q u e a celebridade d a Grecia é devida à pluralidade dos deoses, pela p o d e r o s a influencia q u e este culto
d e v i a e x e r c e r s o b r e o p r o g r e s s o d a civili
sação: a o m e n o s ,
a f ó r m a h u m a n a , d e
b a i x o d a q u a l , o s G r e g o s r e p r e s e n t à r ã o s u a s d i v i n d a d e s ,
o f f e r e c e o
a o s
h o m e n s
m a i s v u l g a r e s u m a i d é a r a c i o n a l d a d i v i n d a d e real; e este c u l t o h u m a n o foi m u i t o
proprio a produsir essa multidão de h o
m e n s celebres, d e q u e a G r e c i a se g l o r i o u
p o r t a n t o t e m p o ; pois q u e , a esperença d e ser d i v i n i s a d o
d e p o i s
d a
m o r t e ,
d e v i a
p r o d u s i r h o m e n s superiores e m todos os g e n e r o s ,
S a l o m ã o , atterrado c o m os progressos
d o p o l y t h e i s m o , q u e professavão m u i t a s
tribus d e Israel, e afflicto c o m a idolatria
q u e outras havião abraçado, quiz r e s t a b e lecer a theogonia hebraica; e foi este o m a i s o d e r o s o m o t i v o
d a e d i f i c a ç ã o d o T.", d e
3 9
J e r u s a l e m , cujos o r n a m e n t o s , e p o m p a d a s
c e r i m o n i a s
d e v i ã o
r e n a s c e r
f a z e r
o
f e r v o r religioso d o s Israelitas, e d i m i n u i r
a influencia d o p o l y t h e i s m o ; effectiva m e n t e e a m a g n i f i c a d e d i c a ç ã o d o T e m p l o
fez u m
g r a n d e n u m e r o d e proselitos. A
M a ç o n a r i a c o n s e r v o u esta t h e o g o n i a , q u e s e n d o
e x c l u s i v a m e n t e
s o b r e
f u n d a d a
e s p i r i t u a l i d a d e , é t ã o c o m p a t i v e l c o m t o d a s as c r e n ç a s religiosas, q u e n ã o està e m
a
o p p o s i ç ã o c o m n e m u m a dellas, pois q u e
a b a z e d e t o d a s é f o r m a d a s o b r e o d e c a l o g o ;
e esta theogonia, q u e se p ó d e c h a m a r u n i versal é propria p a r a firmar, n a relação
religiosa, q u e é m a i s s y m p a t h i c a , n m i n
dissoluvel laço entre todos os p o v o s t e r r a .
T a l é a e c o n s i d e r a d D e t u d o concluir q d e s t e
g r a o ;
xtens o n a o q u e S m a s
ão, par u e a l o
n ó s
e uti te re t e m o m ã o
lidade ligiosa s dito foi o
.
d a
d o 3.º g r ã o
se poderia instituidor o s
e n c o n t r a m o s
s e u s
m y s t e r i o s n a philosofia, q u e d a t a d e t e m
p o s m a i s r e m o t o s . A t h e o g o n i a era quasi o principio e x c l u -
-
4 0
s i v a m e n t e constituinte d a philosophia d o s p o v o s primittivos; e , posto q u e os e g y p
cios f i z e s s e m r e m o n t a r e m a i s a l g u n s a n n o s , c o n s t a q u e 2 , 9 6 5 a n t e s s o b r e n o m i n a d o T r i m e g
a s ant d e i s t
u a es C h o ,
e r a a d a n o r i s t o , ( p o r q
2 3 , 3 s s a , M e n e u e fo
5 o s ó s , i,
a o m e s m o t e m p o , legislador, sacerdote, e p h i l o s o p h o ) f u n d o u a philosophia e g y p
c i a c a , q u e foi s u m m a m e n t e o b s c u r a : a elle se attribue a o r i g e m d a idolatria. M a s , 3 5 a n n o s d e p o i s d e M e n e s , isto é, 2 , 9 o o
a n n o s antes da era christã, os padres e g y p
ciacos f o r ã o fazer-se iniciar n o s m y s t e r i o s
d o s B r a c m a s , trazendo a o E g y p t o a p h i l o sophia d o s M a g o s , q u e a b r a ç a v a todo o s y s t e m a d o u n i v e r s o : e os p h e n o m e n o s a s t r o n o f n i c o s f o r ã o a b a s e , e o f u n d o d o s
mysterios religiosos, e politicos do Egypto.
E s t a p h i l o s o p h i a , n ã o foi e n t ã o e n s i n a d a
se n ã o n a cidade d e Colpte, o n d e forão
instituidos os p r i m e i r o s m y s t e r i o s d e Isis.
O culto dos E g y p c i o s foi o d o sol, e d a L u a ; p o r q u e elles acreditavão q u e a a l m a d e "Osiris h a b i t a v a o S o l , e a d e Isis a L u a . E s t a c r e n ç a reliosa, p a r
d e
ecia
4 1
-
tanto m a i s f u n d a d a , q u a n t o os d o u s astros
l u m i n o s o s , q u e a d o r a v ã o c o m o d e oses t u
t e l a r e s , f e r i ã o i m m e d i a t a m e n t e s e u s s e n
t i d o s , e os p o d i ã o a d o r a r s e m o b s t a c u l o a l g u m : m a s , a i n d a n ã o foi esta a c r e n ç a religiosa d o s m y s t e r i o s ; p o r q u e , D e o s , e a i m m o r t a l i d a d e d a a l m a ,
e r ã o o f u n d o
d a theog o n i a mysteriosa, e m tanto q u e a
p h i l o s o p h i a v u l g a r , a s s e n t a v a s o b r e a s s e n s a ç õ e s : e o o b j e c t o d e s e u culto i n d i c a d e
u m a maneira positiva, q u e esta philoso
p h i a se a p o i a v a i g u a l m e n t e s o b r e o e s p i ritualismo; pois que, a a l m a , o u espirito d e O s i r i s , e
parte c o r p m o s q u e e só residia crença rel
d e Isis, t i n h ã o s o b r e v i v i d o à
o r e a , ste d u n o s m igiosa
e m o p l o yste , e g
r t s y ri er
a l : todavia, j u l g a s t e m a philosophico os, p o r isso q u e a al d o s egypcios era
a metempsicose, o u transmigração da a l
m a : d'aqui v i n h a o culto d o s a n i m a e s , taes c o m o o b o i A p i s , o c ã o A n u b i s , a C e g o n h a , o G a t o , o I c n e u m o n , etc. "
É digno de notar-se, q u e corressem 4 7 o o
a n n o s , s e m q u e p h i l o s o p h o a l g u m t e n h a
acclarado este d u p l o s y s t e m a philosophico
dos mysterios egypciacos, pois q u e só n o
X V I I I s e c u l o d a n o s s a era, L o c k e t e m e s t a
belecido o seu s y s t e m a philosophico d a s s e n s a ç õ e s , e C o n d i l l a c o s e u i d e a l i s m o , o u e s p i r i t u a l i s m o .
A philosophia grega, parece ter sido e s tabelecida, 1,944 a n n o s antes d a nossa era. A historia geral segura q u e S a t u r n o foi o
seu fundador. E l e a consigna n a sua legis
lação e m Thessalia. S u a a d m i n i s t r a ç ã o foi
tão paternal, q u e o seu seculo foi c o n
t e m p l a q u e o r Ihos, l u m a v e senta o
d o c o m o i d epresenta c ogo depois r d a d e philo t e m p o , q u e
a d e d e ouro. A o m o d e v o r a n d d e n as c e r e m , sophica. S a t u r p r o d u z tudo,
o
c n
e
f a b u l seus o n f i r o r e p destr
a , fi m a r e óe
t u d o à m e d i d a d e s u a s p r o d u c ç õ e s . E s t a allegoria c o n f i r m a a i d é a d o m i n a n t e d e
m u i t o s philosophos, q u e sustentão q u e , d n u a c ç n õ a et u s r s e u z c a c , e s t s u i d v a o s s . ã o a n n i q u i l a ç õ e s e p r o
A p h i l o s o p h i a d o s m y s t e r i o s g r e g o s , q u e
forão f u n d a d o s m a i s d e d e z seculos depois d e S a t u r n o , t i n h a m r i t a a n a l o g i a c o m a
4 3
d o s p o v o s antigos: ella n ã o tinha mais q u e u m s y s t e m a d e physica, q u e u m q u a d r o
d e o p e r a ç õ e s d a
alegori maticos ciados. feriado
n a t u r e z a , e n v o l v i d o d e
as mysteriosas, e , q u e os p a d r e s O culto d o s myst dos egypcios, p o r
de s y m b o l o s e n i g explicavão aos i n i erios gregos, d i f q u e e l l e s a d o r a v ã o
o s e l e m e n t o s , e as p o t e n c i a s d a n a t u r e z a :
o seu Jupiter, filho d o t e m p o , e pai d e M i
n e r v a c o m o sal d a n a s o
, o u o a r n a t u b r a s
d a s a b e d o r i a , e r a c o n s p u r o , e c o m o p r i n c i p i o r e z a . E s t a d o u t r i n a é c o n d e m u i t o s p h i l o s o p h o s ,
i d e r u n i s i g n q u e
a d v e a d d
o e
a
r
f i n e m o a r - p ã o d a v i d a , p a b u l u m vitoe. E n t r e m o s a g o r a nos detalhes d o grào, p a r a n o s s e g u r a r m o s se nelle se e n c o n t r a u m
s e n t i d o r a c i o n a l ,
q u e
r e p r e s e n t e a
philosophia egypciaca, e a philosophia
g r e g a .
C o m effeito, a p h i l o s o p h i a e g y p c i a c a ,
resumia-se e m d u a s idéas, d e u m a parte as sensações, cujo exercicio é o caracter d i
stinctivo d a v i d a , e d a o u t r a o espirito,
o u a l m a , q u e percebe as sensações: ora, a
4 4
s e p a r a ç ã o d a a l m a p r o d u z a a b o l i ç ã o d a s
sensações, e c o m o esta a l m a é tão i m m o r tal c o m o a o r i g e m d o s E g y p c i o s , q u e o s e u a u t o r , d e v i a h a b riores à t e r r a : esta m u i t a s nações, p o s t o
o n d e espir i t a r c r e n q u e
d i ito as ç a a m
m a n o u , , v o l t a regiões se e s t e a ç a d o
c r i ã o n d o a o s u p e n d i a a v u l g o
a n ã o possuisse senão c o n f u s a m e n t e .
Q u e e m b l e m a se n o s offerece p o r é m n e s t e g r á o , n a c a m a r a d o m e i o ! A m o r t e , q u e r e p r e s e n t a v a a d e s t r u i ç ã o inevitavel » e s u c c e s s i v a d e t o d o s o s s e r e s . P a r a t o r n a r
est d e s a ç n a t
a v e r d m a l h e õ e s d a u r a l ,
a d t e a o
e m a i s sensivel, é d a d a s o b r e o l m a , r e p r e s e n t a u a c c i d e n t a l q u
u o r n d e ,
m a p a g ã o d a o u m a q u e b
n c a d a s s e n f o r ç a r a n d o
as d a séde d o espirito, este se e v a p o r a , a c a b ã o
f e s t a .
a s s e n s a ç õ e s , e a m o r t e
se m a n i
A
i n h u m a ç ã o d e H i r a m é a allegoria d a restituição d e todos os seres á terra, q u e e n c e r r a
n u t r i ç ã o .
e m
s e u
s e i o t o d o s o s e l e m e n t o s d a
A s notaveis palavras, a carne larga os
ossos, i n d i c ã o e l e m e n t a r e s d e e a e x h u m a ç ã o g e m d a r e p r o d m a t e r i a , s e n d o p e t u a m e n t e e m
4 5
a s e p e r a ç ã o d o s p r i n c i p i o s t o d o s os seres o r g a n i s a d o s , d e H i r a m offerece a i m a u c ç ã o q u e faz c o m q u e a finita, se a p p r e s e n t e p e r i n f i n i d a d e d e f ó r m a s s u c
cessiveis e variadas, e d aqui a essencia d e
D e o s q u e p e r p e t u a m e n t e cria. R e s t a f a l a r d o s y m b o l o visivel, e m a i s
caracteristico d o grão, p o r q u e figura e m t o d a s as iniciações: este é A c a c i a .
E n t r e os restos d o s a n t i g o s u s o s c o n s e r
v a d o s pelos p a d r e s , q u e erão sectarios d e
Z o r o a s t r o ; n o t a - s e e m a l g u m festas u m r a m o m y s t e r i o s o , e se e n c o n t r a p o r t o d a a p a r t e vestigio d e iniciação. A p u l e o , H o r a c i o f a z e m disto m e n ç ã o .
a s ist , Vi A
d e s u a s o m e s m o o n d e h a rgilio, e resposta
q u e se d à á p e r g u n t a , sois vós Mestre? a t testa q u e este vegetal é d o s m a i s i m p o r t a n t e s s y m b o l o s d o terceiro G r a o .
S e n d o o O u t o n o u m presagio certo d o solsticio d o I n v e r n o , u m signal d a m o r t e
d e Osiris, n o f i m d o c u r s o a n n u a l d o astro
4 6
d o dia, este r a m o , e o s e u e m b l e m a f o r ã o c o n s a g r a d o s à tristeza, e c o n s i d e r a d o s c o m o
funebres; e os Christãos, q u e c o n h e c ê r ã o
a h a r m o n i a d a n a t u r e z a , e q u e m u i t o t i
ràrão dos antigos mysterios, c o l o c à r ã o n o m e z d o s
d e N o v e m b r o
m o r t o s .
a c o m m e m o r a ç ã o
V ê - s e pois q u e a iniciação d o terceiro g r ò o , representa a philosophia e g y p c i a c a ,
e g r e g a , a d e s t r u i ç ã o , e r e p r o d u c ç ã o d o s seres; e q u e e m t o d a s as iniciações t e m s e m p r e e n t r a d o u m r a m o s i m i l h a n t e a o d e A c a
cia, e s y m b o l i s a n d o o m e s m o objecto. S e n o s l e m b r a r - m o s q u e o h o m e m é o
u m i c diffi g r à o l o s o
o s y m b o l o v cil d e s c o b r i t e m c o m a p h i a positiva
i v o r a b a s . C
de r e e f o m
ste g r l a ç ã o u n d a m effeit
ã o , q u e e n t a o, o P
n ã o l r e
o n m e d a s i d
o s é s m o p h i e n t e
representa a unidade, e os d o u s Vigilantes a v a r i e d a d e .
R e f i r a m o - n o s à
s u a
n o m o m e n t o d a e x u m a ç ã o d e H d o u s V i g i l a n t e s , o u a v a r i e d a d e m v ã o o p e r a r sós, s é u s e x f o r ç o fructo: o Presidente, o u a u n i d a d N á o sabeis a elles, e lhes diz:
r e u n i ã o
i r a m e , t e s s ã o e se j q u e n
: o s n t ã o s e m u n t a a d a
podeis tudo! Dignit triang
s e m m i m ; N o t e m o s q u arios offer ulo vivo, e
4 7
e q u e nós tres p o d e m o s e a reunião destes tres ece a i m a g e m d e u m este s y m b o l o representa a o m e s m o t e m p o a u n i d a d e , a v a r i e d a d e ,
e a r e l a ç ã o q u e d e v e existir e n t r e estas tres b a s e s , q u e e x p r i m e m D e o s , o m u n d o e x
terior, e a relação q u e os liga. Esta m e s m a doutrina se a c h a s y m b o l i c a m e n t e n a energica resposta, q u e d e u H i
r a m a o s tres a m b i c i o s o s : e u n a d a p o s s o satisfazer à v o s s a exigencia, s e m o c o n c u r
so de S a l o m ã o , e do Rei de Tyro. D e ceiro philo philo grào,
t u d o grào sophi sophi f o r m
resulta, q u e as alegoria representão a terceira a politica, q u e reunida cas d o primeiro, e d o ã o o c o m p l e m e n t o das t
s d o t e r base d e às bases s e g u n d o res b a s e s
fundamentaes da philosophia symbolica,
q u e são identicas c o m as d a philosophia m o d e r n a .
P a r a a c a b a r m o s d e n o s c o n v e n c e r d a a n t i g u i d a d e d o terceiro g r à o , e d e q u e s u a instituição n ã o é s ó d e v i d a a S a l o m ã o , *
c o m o tinhamos indicado, c o m p a r e m o s as
4 8
c e r i m o n i a s d a r e c e p ç ã o c o m o q u e se p r a
ticava n o terceiro g r ã o d o s mysterios d e Isis: alli se c o n d u s i a o r e c i p i e n d a r i o a u m v e s t i b u l o , s o b r e cuja p o r t a estava o l e t r e i r o p o r t a d a m o r t e m u m i a s e t u m u l o s se f i g u r a v ã o n a s p a r e d e s , e l o g o se e n c o n
t r a v a u m
c a d a v e r . N o
m e i o
d o
v e s t i b u l o o
t u m u l o d e Osiris, q u e p e l a p r e s u m p ç ã o d e s e u assassinato, e s t a v a c h e i o d e m a n c h a s d e s a n g u e . P e r g u n t a v a - s e a o a s p i r a n t e s e
tinha tido parte neste crime: e depois p a s
s a v a
d o s d r ô a , chefe m a v a
a
u m a
s a l a o n d e
e preto. q u e elle d a inici o m a c h
e l l e l h e
t o c a v a
Apresen pisava ação, u a d o d o
t o d o s e s t a v ã o v e s t i
tava-se-lhe u m a aos pés, e gritand ltraje, vingança, s sacrificios, e c
b r a n d a m e n t e
s o b r e
a
c o o o t o o m c a
beça; e n t ã o d o u s iniciados l a n ç a v ã o p o r
terra o r e c i p i e n d a r i o , e o e n v o l v i ã o c o m
fachas. Apresentava-se o candidato neste e s t a d o d e m o r t e a p p a r e n t e a u m t r i b u n a l ,
q u e declarava q u e elle n ã o era c u m p l i c e n o assassinato d'Osiris, e l h e d a v ã o a l i b e r
dade. Ensinava-se aos iniciados deste g r à o a historia d o E g y p t o , a g e o g r a p h i a , e os
4 9
e l e m e n t o s d e a s t r o n o m i a . O
signal d e r e
c o n h e c i m e n t o consistia e m u m a b r a ç o p a r ticular; a principal c r e n ça deste grão c o n sistia n a ressurreição d o s m o r t o s , e r e p r o d u c ç ã o d o s seres.Se a g o r a n o s r e c o r d a r m o s
d a
c a m a r a
d o
m e i o ,
d o
v e s t u a r i o
d o s
Mestres, d e s u a tristeza, d a d e c o r a ç ã o , e e m b l e m a s deste l u g a r d a m o r t e ; d a r e p r e s e n t a ç ã o c o l o c a d a n o m e i o d a sala, d a s
questões dirigidas a o C a n d i d a t o depois d e s u q u q u c o
a i n t r e l h e e é c o b e r t o ,
o d u d à l o c d a
c ç ã o , o P r e s a d o , d s u a re
d a i d e o v ssu
p a n c a d a d n t e , d a s i é o f u n e b r e rreição, e d
o t u c a
m a l h e t e a ç ã o e m o m q u e é m a n e i r a
c o m q u e o Presidente o eleva, e abraça, n ã o n o s p ó d e restar d u v i d a , q u e tantas coincidencias f o s s e m filhas d o acaso, e q u e o Rei S a l o m ã o n a d a m a i s fez q u e a p r o priar os mysterios q u e jà c o n h e c i a deste g r á o a factos historicos, q u e erão b e m c o n h e c i d o s d o s hebreos, a cuja instrucção se dedicava, e q u e p o r c o n s e q u e n c i a n ã o p ó d e o m e s m o R e i reputar-se c o m o o v e r d a d e i r o instituidor d o terceiro g r á o , o u d e M e s t r e . M .
5 ,
5
5 0
1.°
L e v a - s e a
Signaes.
m e n t e a b e r t a c o m
m ã o
d i r e i t a
h o r i s o n t a l
os d e d o s e s t e n d i d o s , e
juntos, o pollegar separado, e apoiado n o lado e s q u e r d o peito.
d o ventre
p o r baixo d o
2.° L e v a n t ã o - s e as d u a s m ã o s p a r a o c é o c o m os d e d o s e s t e n d i d o s , e s e p a r a d o s , d i
z e n d o , A h S e n h o r m e u Deos! D e p o i s desta e x c l a m a ç ã o , d e i x ã o - s e calmir as m ã o s s o b r e
o avental, e m signal de admiração.
3 " N o caso, e m q u e o M e s t r e esteja e m
perigo, p e d e auxilio a seus i r m ã o s p e l o s i g n a l s e g u i n t e
L e v a n t a a s d u a s m ã o s
juntas a c i m a d a cabeça c o m a p a l m a p a r a fóra, d i z e n d o A M . F . d a V . S e n d o i n t e r r o g a d o s o b r e o q u e é, u m M e s t r e 1 e s p o n d e
cida.
a A c a c i a m e é c o n h e
Differença das Palavras Sagradas.
R i t o E s c o s s e z
M o a . " . - - F r a n c e z M a k . ' ,
P a l a v r a d e P a s s e .
Rito E s c o s s e z T h c c . . . #
R i t o F r a n c e z G h ,
5 1
B a t a r i a .
Differença dos Titulos.
N o R i t o F r a n c e z o M e s t r e d o Rito E s
c o s s e z c h a m a - s e G a b a o n .
P a r a a M a r c h a veja-se a figura 3.° d a e s
t a m p a
1.°
Past-Master, ou Mestre-passado, d a n d o f a culdade de presidir às Lojas. ! ! ! !
N i n g u e m e m rigor p ó d e presidir titular m e n t e a u m a Loja, s e m q u e seja, pelo m e n o s , Mestre, e esteja revestido n o g r a o
d e P a s t - M a s t e r .
E s t e g r ã o n ã o v e m inserido n a serie d o s
33, p o r q u e é u m c o m p l e t m e n t o d a M e s
trança, e p o r isso v a i p r i m e i r a classe. A d e c o r a ç ã o é a q u i g r à o s s y m b o l i c o s ; e m e s m o s titulos q u e grãos.
c o m p r e h e n d i d o n a
v e r m e l h a , c o m o n o s os officiaes t e m o s n o s tres p r i m e i r o s -
-
5 2
A joia é u m a m e d a l h a d e ouro, e m c u j o c a m p o estarão d u a s c o l u m n a s D , e J, e e n t r e estas u m a estrella f l a m i g e r a c o m u m J n o c e n t r o , e m roda, p o r e x e r g a e s
t a r ã o
a s letras H.".
T.". S.". T.". K.". S
( V e j a - s e a fig. 4 . d e Est. 1.") H a m u i t a s Lojas, e m q u e se n ã o n h e c e
F r a n c e z .
A d e c m e d a l h a e s t a b e l e p o r isso
o
P a s t - M a s t e r , s o b r e t u d o
i f r , é c i m a o
-.
c o
n o R i t o
a ç ã o d a s letras, q u e circulão a a g a r a n t i a s o b r e o a b u s o d e e n t o d a s L o j a s irregulares, e m i t t i m o s .
5 3 S E G U R Y } } A
C E , A S S E .
Q U A R T O
G R A O .
M e s t r e S e c r e t o .
q u n o la t e
T e m
e t o s tr do; m p o
p e n s a d o m u i t o s M a ç o n s eruditos,
d a a do es prim e q u e s feuda
utr eir os es;
ina d a i os grãos altos g a v a n ç a
niciação , d e q u e raos só n d o q u e
se t e da as
en m o tã ho
se s o nr
rr fa do as
s ,
l
a
p r e r o g a t i v a s , e insignias d o s m e s m o s g r ã o s s ã o i n c o m p a t i v e i s c o m a i g u a l d a d e q u e p r e d o m i n a v a n a iniciação, r e p r e s e n t a d a
pelo mivel, q u e é o seu signal m a i s p o s i
t i v o : m a s n ó s e s t a m o s l o n g e d ' u m a o p i n i ã o , q u e só t e m p o r f u n d a m e n t o u m a h y p o t h e s e p r e c a r i a ; a o c o n t r a r i o é d o s
principios d a iniciação q u e o salario se a u g m e n t a c o m o trabalho, e q u e h a v e n d o , e n t r e os M e s t r e s , u n s m a i s distinctos q u e o u t r o s p o r s u a a s s i d u i d a d e , e e x t e n s ã o d e
c o n h e c i m e n t o s adqueridos n o terceiro grào, o s instituidores d o s G r á o s s u p e r i o r e s t e m 4 .
5 4
introduzido e m suas Officinas o m a i s p o
d e r o s o e s t i m u l o d o t r a b a l h o , q u e é a p r o p o r c i o n a d a r e c o m p e n s a . P o r o u t r a p a r t e ,
vê-se que, e m cada u m dos G r á o s i n f e r i o
res, se e n c o n t r ã o differentes h o n r a s , d i s t i n c
ções, e prerogativas, o q u e p r o v a q u e ellas n ã o são contra o s y s t e m a d a iniciação. A
classificação d o
R i t o E s c o s s e z t e n d e
a p r o v a r q u e os tres p r i m e i r o s graos s y m
b o l i c o s n ã iniciação s u b s e q u e n s e n v o l v i m
o c : d t e s e n t
o n o d o
t é m n d e e v e d o s
s e n ã o os resulta, m ser d e d m e s m o s
p r i n c i p q u e o s i c a d o s p r i n c i p
i o s g r a o i o s
d a a o s d e ; e
é esta a m a i s rasoavel opinião q u e p o d e r e m o s O n ã o b o l o
segu q u a offe a l g
ir. r t o g r à o , d e q u e n o s o c c u p a m o s rece, a o p r i m e i r o a s p e c t o , s y m u m q u e p o s s a fazer p r e s u m i r q u e
e m v o l v a verdades philosophicas; p o r q u e se n ã o a c h ã o n e m provas, n e m historias, q u e n o s p o s s ã o esclarecer s o b r e o v e r d a d e i r o m o t i v o d e s u a instituição, e d o f i m a q u e se d i r i g e : c o m t u d o o s e u m a i s
m i u d o e x a m e n o s fornecerà alguns m e i o s
d e e s c l a r e c e r - n o s .
5 5
D u a s personagens figurão no quarto
grao: Salomão, e Adoniram. O r a d e v e m o s lembrar-nos, que, pelo historico do t e r
ceiro gráo, se vio q u e os T e m p l o finalisavão q u a n d o H i r a m , e q u e a historia d e S a q u e A d o n i r a m devia fazer par g r ã o : m a s o Rito Escossez m i d o esta p e r s o n a g e m alli, apparecer n o q u a r t o ; o q u e notavel, q u a n t o A d o n i r a m , s
trabalhos d o s u c c u m b i o l o m ã o p r o v a te d o terceiro t e m s u p p r i p a r a o fazer é tanto m a i s e n d o exclusi
v a m e n t e encarregado de dirigir as obras
d e m a d e i r a d o T e m p l o , é d e crer q u e suas
funcções cessassem antes da morte de H i
r a m , q u e e l e n ã o poderia substituir, pela
d i f f e r e n ç a d e profissão. P o r o u t r a parte, r e
flectindo na ethimologia da palavra A d o
niram, vê-se q u e ella é c o m p o s t a A d o n q u e significa S e n h o r , e R a m a n , q u e q u e r dizer elevar-se; o q u e faz concluir, o u a o
m e n o s p r e s u m i r c o m f u n d a m e n t o , q u e a
p e r s o n a g e m que figura n o quarto grão
n ã o é a m e s m a q u e n o gráo d e M e s t r e ; e p o r tanto A d o n i r a m só é aqui u m ser m y s tico, estabelecido p a r a substituir a p a l a
-
vra Jehova, q u e M os H e b r e o s d e p r n a instrucção d o proferir inefavel n U . " .
5 6
o y s é s o n u n c i g r à o o m e d
h a v i a p r o h i b a r , vendo-se a prohibição e G . . Arch...
P a r e c e a i n d a q u e este g r à o
m e n t o m a q u s a b a
n e s a d r o n c t u a l a u s t
i d a t d d e
o o
é o s e g u i
d o terceiro, pelo culto d a d o a o s
d e d o r i o r a d
H i r a m ; o q u e m e s m o g r ã o , q d o T e m p l o , f e a ; e p e l a p a l a v r
se u e r c h a d a d e
p r o v a p e l o e p r e s e n t a o o p o r u m a passe, q u e
m e s m o significa balaustrada. N o interior d o
sanctuario,
se a c h a f i g u r a d o u m
t u
m u l o , q u e parece representar o q u e se h a via destinado p a r a g u a r d a r os d e s p o j o s m o r t a e s
A c o n f t r i b d o e
é
d e
g u a r d i a d a a o u n o b r e s t a d o ,
a
H i r a m .
desta s Levita , e e x e m e a c h a v
p a s, p t e d
r t e q u e a d e e s t a
d o f o t o b a
T e m p l o r m a v ã o u d o s o s c a r l a u s t r a d a
e r a m a g o s e r a
confiada a o s m e s m o s Levitas; o q u e s e m
d u v i d a t e m d a d o a o s a u t o r e s d o R i t o E s c o s s e z a i d é a d e e s t a b e l e c e r o s M e s t r e s
Secretos, cuja divisa é u m a
chave, q u e
d e v e ser f i g u r a d a s o b r e o avental.
5 7
C o n c e b e - s e f a c i l m e n t e a instituição d e
u m tal g r à o , d u r a n t e o t e m p o d e S a l o m ã o ,
e m q u e a t h e o g o n i a p a r e c i a f o r m a r t o d a a sciencia n a q u e l l a é p o c a ; p o r q u e , n o s e c u l o d e S a l o m ã o , as artes, e as sciencias
fizerão p o u c o s progressos, e as descobertas forão d e p o u c a i m p o r t a n c i a : t u d o p e r t e n cia a o e l e m e n t o religioso: a p e n a s n o s a n n a e s d a q u e l l e t e m p o , se e n c o n t r a o p h i
losopho L o c k m a n , cuja sciencia foi toda contemplativa, e pratica; e neste m e s m o n a d a
N ã o
s e a c h a d e s c i e n t i f i c o .
a d m i r ã o
o s fracos p r o g r e s s o s d a
philosophia, d u r a n t e aquelle seculo, a t t e n d e n d o a q u e os sacerdotes gregos escondião c u i d a d o s a m e n t e s e u s c o n h e c i m e n t o s ,
e n
v o l v e n d o - o s e m mysterios, a q u e p o u c o s
estrangeiros erão admittidos; e d aqui
nasce o n ã o se achar n o grào, q u e n o s o c cupa, idéa a l g u m a philosophica; d onde se n ã o p ó d e concluir q u e elle n ã o seja
c o n t i n u a ç ã o d o s tres p r i m e i r o s . A o c o n trario, vê-se, q u e S a l o m ã o , s e u instituidor, q u i z d a r u m a s e p u l t u r a especial a H i r a m ,
tanto p a r a perpetuar s u a m e m o r i a , c o m o
-
5 8
para h o n r a r este h o m e m , a q u e m c o n c e d e o
a s h o n r a s f u n e b r e s r e s e r v a d a s a o s R e i s d e
Israel, n ã o m a i s q u e si g r a n d e R e i o m e r e c i m e qualidades
s e n d o p o r outra parte H i r a m mples plebeo; n o q u e aquelle quiz manifestar c o m o p u n h a n t o pessoal a c i m a de todas as d e n a s c i m e n t o : d'aqui se p ó d e
coligir, q u e o q u a r t o g r ã o n ã o e n s e r r a s ó m e n t e a p a r t e religiosa, m a s u m d o s p r e
c e i t o s
m o r a e s
d a
m a i o r
s u b l i m i d a d e
o q u e t a m b e m se h o n r a a o merecimento, symbolisa pela coróa d e oliveira, e d e
h o n r a , d e q u e o P r e s i d e n t e faz u s o n a s r e
cepções. Estes d o u s vegetaes, d e q u e se f ó r m a a c o r ô a , s ã o
t a m b e m
s i g n a e s e x
pressivos das victorias alcançadas p o r S a
l o m ã o , e a l o n g a p a z d e q u e g o s a r ã o as n u m e r o s a s t r i b u s d e I s r a e l n o s e u r e i n a d o .
O
S a n t o
d o s S a n t o s ,
m e n c i o n a d o
d o
G.'. A r c h . . .
d o
n a s
instrucções, é figurado p o r u m sanctuario d e a b ó b a d a , e m cujo feixo se a c h a s u s p e n s o o
d e
n o m e
t o d o s
o s a t t r i b u t o s d a
U... c e r c a d o
D i v i n d a d e .
E s t e
s y m b o l o , s ó m e n t e religioso e m a p p a r e n cia, enserra todavia altas verdades p h i l o
5 9
sophicas. O sanctuario d o T e m p l o r e p r e s e n t a
a c o n s c i e n c i a d o h o m e m ,
q u e
é a
parte m a i s c o n c e n t r a d a d o seu ser: só ella
p ó d e c o n c e b e r a g r a n d e z a , e i m m e n s i d a d e d e D e o s . A b a l a u s t r a d a r e p r e s e n t a a r a z ã o , q u e p r e s e r v a a c o n s c i e n c a d o s f u n e s t o s
effeitos dos prejuisos vulgares, e fanaticos:
a c h a v e
que, e a o h o m e s m o c o n v i c
d o
sclar m e m conc ç ã o ;
s a n c t u a r i o ,
ecendo a c h e g a r entra, d d onde
a
intelligencia,
consciencia, à verdade, q esde q u e t e m resulta, q u
pe u e a e
rm e i n a
itte m si t i m a c o n
sciencia, f i g u r a d a p e l o s a n c t u a r i o , é c o m o
o S a n t o d o s Santos, u m asilo sagrado, o n d e n i n g u e m p ó d e penetrar, q u e a n ã o possua, p o r q u e é della o verdadeiro S e
. n h o r , e o q u e só p ó d e
ter a c h a v e d o s s e
gredos, que enserra. E s t a a l e g o r i a é t a n t o m a i s e n g e n h o s a , quanto o véo religioso que a cobre não p o dia ser elevado se n ã o
pelos iniciados
n e s t e g r a o , e o s a c e r d o c i o d e Israel foi d e
tal sorte p e n e t r a d o d a i m p o r t a n c i a d o s e n tido verdadeiro desta alegoria, q u e ella foi radicalmente e n c o r p o r a d e n a crença
6 0
religiosa, e a ella d e v e o este p o v o a c o n
stancia c o m q u e depois d e disperso p o r
t o d a s as n a ç õ e s , s e m p r e se m o s t r o u c o n stante e m s u a u n i ã o m o r a l , a p e s a r d a h o r rivel p e r s e g u i ç ã o q u e p e s o u s o b r e elles. C o m
e f f e i t o ; d u r a n t e t o d a a i d a d e m e
dia, os Israelitas supportàrão c o m inaudita c o n s t a n c i a , o desterro, as p e r s e g u i ç õ e s , a
espoliação d e suas riquezas, e m e s m o o
supplicio, a n t e s q u e r e n u n c i a r a s u a l i b e r d a d e religiosa. S e m p r e e r r a n t e s e d i s s i m i n a d o s , os J u d e o s f o r m a r ã o c o n s t a n t e
m e n t e u m p o v o s e p a r a d o n o m e i o d e c a d a nação, e n ã o consentirão encorporar-se á
f r a n c e z a se n ã o d e p o i s q u e a lei civil r e
c o n h e c e o a l i b e r d a d e d o s cultos. T a l foi a
p o d e r o s a influencia, q u e a alegoria p h i losophica e religiosa, estabelecida p o r S a
l o m ã o n o q u a r t o g r à o , e x e r c e o s o b r e as diversas tribus q u e c o m p u n h ã o a p o t e n c i a d e S a l o m ã o , e s e u s d e s c e n d e n t e s : d o n d e
resul hoje lhes t o d o
ta, q u e a liberdade religiosa, d e q u e g o s ã o e m alguns paizes os Israelitas, t e m custado 2 7 seculos d e p r o v a s d e o genero,
6 1
A letra G figura ainda neste grão, e S a
l o m ã o s e l i m i t o u a a s s i g n a r - l h e tres s i g n i ficações, q u e s ã o Gloria, G r a n d e z a , e G o m e l .
Este s y m b o l o , tão simples e m apparencia,
c o n s t i t ue
t o d a v i a o t r i a n g u l o s o b r e q u e
repousa a religião, e a philosophia, q u e s ã o i n s e p a r a v e i s e n t r e si. S a l o m ã o e n t e n d e
p o r Gloria, D e o s , q u e é o p r i m e i r o e l e m e n t o d a p h i l o s o p h i a , e a b a s e d e t o d a
a religião; isto é, a u n i d a d e , e a i m m e n s i
d a d e h o m o b r a ç ã o h o m
. P o e m , d a d a D e m
r g r a n d e z a , d e s i g n a S a l o m ã o o q u e é a m a i o r , e m a i s perfeita creação, p o i s q u e é u m a e m a n a i v i n d a d e , c o n s t i t u i n d o o m e s m o o s e g u n d o e l e m e n t o d a p h i l o s o
p h i a ; isto é, a variedade, o polido, o finito. E m fim, p o r G o m e l , q u e é u m a palavra h e b r a i c a , e n t e n d e S a l o m ã o os d e v e r e s d o
h o m e m p a r a c o m a Divindade, e seus s i o
m i l h a n t e s , o q u e enserra, d e u m a parte, c u l t o ; e d a o u t r a , o
t e r c e i r o e l e m e n t o
d a p h i l o s o p h i a , isto é, a s relações, q n e d e v e m
m u n d o
existir e n t r e D e o s , o h o m e m , e x t e r i o r .
e o
T a e s s ã o o s d i v e r s o s s y m b o l o s , q u e c a B .
M .
5 ,
6
6 2
racterisão o quarto grão; e o resto da i n
s t r u c ç ã o n ã o é m a i s , q u e u m a e n u m e r a ç ã o
d e diversos objectos, q u e o r n a v ã o o s a n c tuario d o T e m p l o , e a explicação religiosa d e
c a d a
u m
c u l t o h e b r e o .
E s t e b e d o r i d u r a n t n a d o , tos; e
g r à o a q u e e o s p e l a v t u d o t
delles s e g u n d o o ritual d o
m o s t r a t o r n o u p r i m e i r a s t i d ã o e n d e a
a i n S a o s d e p r o
d a a l o m ã a n n o s e u s v a r ,
a d m i o tã s d o c o n c o m
r a v e l s o c e l e b r s e u r e h e c i m e o m u i t o
a n
i
e s
escriptores t e m a v a n ç a d o , q u e elle foi, n a qualidade d e principe d e sangue, iniciado n o s m y s t e r i o s gregos. L u c i a n o s e g u r a , q u e o s
S a c e r d o t e s d e
E l e u s i s
f i z e r ã o h o n r o s a s
excepções e m favor dos estrangeiros, q u e dellas se fazião dignos, e q u e o p h i l o s o p h o
Anacharsis, q u e viveo e m christã, foi admittido aos rios : e S a l o m ã o , h a v e m e s m o favor, teve a d u p ter levado, n o s mysterios ral ao p o n t o m a i s puro,
5 9 4 antes d a era g r a n d e s m y s t e
ndo gosado d o
l a v a n t a g e m d e hebreos, a m o e austero, e p o s
suir os conhecimentos philosophicos, q u e
6 3
lhe forão c o m m u n i c a d o s nos mysterios de
Eleusis, apresentando-os todos d e b a i x o
d a s f o r m a s religiosas d o culto d a s u a n a
ção; e parece s e m n ã o tivesse a inst limitaria os grãos, nia, e a o culto q u e
du ru q u u
vi cç e n i
da, q u e se ão d o s gre instituio, à c a m e n t e p
e go t od
ste s, h e ia
Rei elle o g o e n
f i n d a r n a s d o u t r i n a s q u e nelles inserio;
m a s , ligado pelo j u r a m e n t o d o segredo àcerca d a o r i g e m d e suas luzes, e l e julga p r o d u c e n t e attribui-las à inspiração c e
leste, n a r r a n d o u m s o n h o , c o m o se v ê n o C a p . 3 º d o L i v r o d o s R e i s ; e p a r a a c o m m o d a r o s c o n h e c i m e n t o s q u e h a v i a s u b i d o ,
e queria p r o p a g a r n a sua nação, à intelli g e n c i a , e c a r a c t e r religioso d e s e u s v a s s a l
los, S a l o m ã o cria grãos c o m s y m b o l o s s e m p r e alusivos a o culto h e b r e o , e pelos q u a e s p o d e s s e t a m b e m r e p r e s e n t a r , e e x p l i
car as doutrinas philosophicas, d e q u e se
tinha imboido nos mysterios eleusinos. D e m a m e an o
i s , r o tig t y p
q u a n d o se percorre o g r a n d e n u d e mysterios, q u e t e m existido n a uidade, vê-se q u e cada u m apresenta o d o seculo, d o s costumes, dos s c i e n
6 4
cias, e artes, q u e o caracterisara. A s s i m ,
os mysterios d o s B r a c h m a s forão s e m p r e religiosos, p o r q u e f o r ã o
re fo ci re
pa go na o s
se rã os se
rvados aos Sacerdotes. o scientificos, e sacerdo admittirão os sabios rvando o u l t i m o g r ã o p
triotas; s, p o r q u es, c o m g r e g o s ,
n ã o f e só raras p o i s
t o d o s I s r a e l i t a s .
izerã a d m i e x c e q u e
o t t p ç s
o u i r õ e e u
t r ã o s . s
e x c l u s i v a m e n t e
O s d e taes, e n o s p ara os
M e m os E rime seus
o t a n t o o os s e u s S a l o m ã o i n i c i a d o s
p h i s g y p iros, c o m
s n a i f
g r e c i o m i t a o r ã o
V
E x i s t e a i n d a e n t r e estes d i v e r s o s m y s t e rios u m a c o r r e l a ç ã o tal, q u e t o d o s e n v o l e
m
3
theogonia, e u m a parte da philoso
p h i a d o s Egypcios, q u e p o r c o n s e q u e n c i a
foi c o m m u n i c a d a aos hebreos; parece p o
r ê m , q u e os p a d r e s , e o s levitas forão, n e s t a n a ç ã o os u n i c o s iniciados n o q u a r t o g r a o ,
o q u e justifica o titulo positivo d e M e s t r e Secreto,
p o r q u e
o s e m b l e m a s
religiosos
d o culto hebreo, q u e e x p r i m e m quasi t o d o o g r a o , n ã o
p e r m i t t e m o
c o n h e c i m e n t o
das verdades philosophicas q u e eles e n
Serrão, se n ã o a o s iniciados. D e t u d o r e
sulta, q u e o q u a r t o g r à o , p a s t o q u e r e l i g i o s o e m a p p a r e n c i a , e n s e r r a u m a g r a n d e
v e r d a d e philosophica, q u e é a liberdade d e consciencia, q u e n e m u m p o d e r h u m a n o p ó d e r o u b a r a o h o m e m , e q u e S a
l o m ã o só j u l g o u
p r u d e n t e
e l l e
s o r t e
d e s e n v o l v e r
a o s h o m e n s i n s t r u i d o s d a s u a n a ç ã o ; e q u a n d o a s a b e d o r i a a b a n d o n a este R e i , a b u s a
d e
t a l
d e s t a
l i b e r d a d e ?
q u e deixou o D e o s d e seus pais p a r a a b r a
çar a idolatria mais brutal, e absurda.
C o n c l u a m o s finalmente, q u e posto n ã o
s e r S a l o m ã o
o i n s t i t u i d o r d a
M a ç o n a r i a
q u e data de tempos m u i t o mais remotos,
este Rei instituio o g r ã o d e q u e n o s t e m o s o c c u p a d o neste capitulo, e q u e as d o u t r i n a s nelle contidas forão tiradas d o s m y s
terios gregos, já trazidos dos Egypcios, e
expostos c o m
b r a i c o .
os s y m b o l o s d o culto h e
D e c o r a ç ã o . (1)
. É preta, semeada de lagrimas brancas,
(1) P q u e c o r Escossez f i z e m o s
o r n ã o h a r e s p o n d a , n ã o lhe n o s g r á o s
v e r n o a o d e m a r c a antece
Rit M e s m o s dent
o M o d e r n o u m g r ã o t r e Secreto d o Rito as differenças, c o m o es.
6 6
r e p r e s e n t a n d o a L o j a o S a n t o d o s S a n t o s .
H a n o està ins Flamige Escla
f u n d o u m g r a n d e circulo, e m q u e cripto u m triangulo c o m a Estrella ra. rece-se a Loja p o r 8 1 luzes, c o l l o
c a d a s s o b r e 9 c a n d i e i r o s d e 9 b r a ç o s c a d a u m ; m a s p ó d e reduzir-se este n u m e r o a 9 Iuzes, s o b r e 3 c a n d i e i r o s d e 3 b r a ç o s c a d a U l I I ] .
T i t u l o s .
O Veneravel, q u e t o m a o titulo d e Tres
vezes poderoso, r e p r e s e n t a o R e i S a l o m ã o .
T e e m g u a c o r
m n a u m r n e c i ô a d e
m ã o altar d o e olive
u m Scep triangul forrado ira, e lou
f a z u s o n a s recepções.
tro, ar, h d e ro, d
e dian a u m preto, e q u e
te delle, m a l h e t e e u m a o Ven.'.
H a só u m Vig ., q u e representa A d o n i
r a m , e t o m a o titulo d e Inspector.
Collocão-se m ã o direita r resposta, fazd e d o s d a m ã o
Signaes.
os d e d o eunidos se o m e esquerd
s index, e m e d i o d a sobre a b o c a ; e e m s m o signal c o m os a.
6 7
T o q u e .
Faz-se, p e g a n d o r e c i p r o c a m e n t e n a m ã o direita, c o m o n o g r à o d e M e s t r e : a v a n ç a
se depois a m ã o até o cotovêlo, q u e se
a p e r t a b r a n d a m e n t e sete vezes, c o l o c a n d o
se a p e r n a direita pela parte interna, t o c a n d o - s e a n t e r i o r m e n t e .
1.
P a l a v r a Sagrada.
J."., q u e significa D e o s , P r i n c i p i o ,
U n i d a d e . 2 .
A . " .
3 . º J.".
Z . " .
P a l a v r a d e P a s s e . M a r c h a .
E a m e s m a d o grào antecedente. B a t e r i a . | ! ! ! ! !
I d a d e .
2
T r e s vezes 2 7 a n n o s completos.
6 8
T e m p o d o trabalho.
D e m a d r u g a d a até à noite. O r n a m e n t o s .
Avental branco, a t a d o c o m cordões p r e
tos;
a
a b a
a z u l c o m
u m
o l h o b o r d a d o
o u pintado; e n o m e i o h a d o u s r a m o s , u m
d e loiro, o u t r o d e oliveira, f o r m a n d o u m a
corôa n ã o fechada, e q u e t e m n o m e i o a l e t r a Z .
Listão asul forrado d e preto, levado a o tiracollo, t e n d o n a parte inferior u m a c h a v e d e m a r f i m , sobre a qual està a l e t r a Z .
-
6 9
Q U I N T O
G R A O
M e s t r e Perfeito.
Este institu c o m o
g r á o a i n d a parece ter S a l o m ã o p o r idor, pela intima ligação q u e t e m quarto, p a r e c e n d o até, q u e a m b o s
f o r m á r ã o p r i m i t t i v a m e n t e u m , s e n d o a q u i o especial o b j e c t o a i n h u m a ç ã o d e H i r a m
c o m toda a p o m p a prescripta p o r S a l o m ã o . Sabe-se pela historia q u e se construio p a r a
H i r a m
u m
t u m u l o
d e
m a r m o r e
b r a n c o , e n e g r o ; q u e s e e x p ô z á p o r t a d o s a n c t u a r i o , d u r a n t e u m c e r t o t e m p o , s e n
d o
s f
d
u
m
d e p o i s t r a n s p o r t a d o , e c o l o c a d o e m
m a sala estinada e c o m p u n az presum a d o . O s
separada d aos m e m b r h a d e tres ir, q u e H capitulares
d e T y r o , S a l o m ã o ,
o T e m p l o , o s d o capi personagen i r a m foi erão H i r a
q u e tulo, s; o e m b a m 2 º
era q u e q u e l ç a Rei
e H i r a m , g r a n d e A r
chitecto d o T e m p l o ,
a c h a n d o - s e
a i n d a
2 q u i o n u m e r o ternario, q u e se q u i z S y m
polisar pelo Delta, q u e enserra os tres e l e m e n t o s d a philosophia m o d e r n a ,
O s Mestres Perfeitos, q u e erão Architecº
tos distinctos, escolhidos, e r e c o n h e c i d o s p o r S a l o m ã o , f o r ã o o s sós e n c a r r e g a d o s
d a translação d o t u m u l o d e H i r a m , o q u e l h h e o s s d d e o u c oa p d i i t r u e l i o t . o d e p a r t i c i p a r d o s t r a b a P a r e c e q u e este conse belecido p o r S a l o m ã o , occupar-se das altas que nia, d e philosophia, e
lho era stõ d e
secreto, e s destinado es d e t h e o legislação,
t a a g o o
q u e n o s i n d u z a crer, q u e o s M e s t r e s P e r
f e i t o s e r ã o h o m e n s v e r s a d o s n a s s c i e n c i a s ,
e p o r isso chitectos in capitulos pois q u e
se designàr struidos. D'a n ã o são d e i o seculo d e
ão pelo qui se in nstituiçã S a l o m ã o
m o m e d ' fere, q u e o m o d e r n precede
A r os a , d e
I, I o o a n n o s à é r a christã. T o d a v i a , t e m - s e
crido a sua o r i g e m recente, p o r q u e o j u
r a m e n t o se p r e s t a d e joelhos, q u e é p o s i ç ã o c o n t r a r i a a o rito h e b r e o ; e m a i s q u e
tudo, s o b r e os E v a n g e l h o s , q u e n ã o forão escriptos se n ã o depois d o q t a b e l e c i m e n t o
d o c h r i s t i a n i s m o primittivo. E s t e saliente
a n a c h r o n i s m o n ã o p ó d e explicar-se se n ã o p o r u m a
a n o m a l i a
d o
g r à o , e d e s v i o d e
a instituição primittiva.
O
historico deste grão parece, além
disto, estar e m c o n t r a d i c ç ã o c o m o q u e n o terceiro g r ã o se estabeleceu, a respeito
d e A d o n i r a m . A historia n o s ensina, q u e
este filho d e A b d a , d a tribu d e D a n , foi o
principal Architecto d o s primeiros t r a b a lhos d o T e m p l o , e o historico d o terceiro g r a o n e m u m a m e n ç ã o faz desta p e r s o n a g e m .
E l l e substitue H i r a m , c o m q u e m o o u t r o e r a l i g a d o p o r estreita a m i z a d e . S a l o m ã o o e n c a r r e g a d e t o d a a p o m p a d o s f u n e
raes de Hiram, r e c o m m e n d a n d o - l h e so. b r e t u d o a
c o n s e r v a ç ã o n a s
m a n c h a s d e
s a n g u e , d e q u e o m o s a i c o d o T e m p l o e s
t a v a s a l p i c a d o ; p o i s q u e estas m a n c h a s s e r v i ã o d e p r o v a d o assassinio c o m m e t tido, p a r a q u e o p o v o se n ã o e s q u e c e s s e d e s t e c r i m e :
e S a l o m ã o f e z
l e v a n t a r u m
obelisco n o m e s m o lugar d o T e m p l o , e m H i r a m h a v i a s u c c o m b i d o , c o l o c a n d o n o seu c i m o u m a urna, q u e conservava o q u e
c o r a ç ã o d e H i r a m . E s t a u r n a e r a a t r a v e s s a d a c o m u m a e s p a d a , s y m b o l o d a j u s
tiça, e d a equidade; e posto q u e estº s y m :
7 2
bolo seja todo moral, p r o v a c o m t u d o q u e
S a l o m ã o tinha estabelecido leis repressivas p a r a conter os perversos. Este m o n u m e n t o
f u n e b r e , e r a s o b r e - c o b e r t o c o m d o u s r a m o s d e acacia, e m c u j o m e i o e s t a v ã o g r a v a d a s as tres letras M . . N... B.º., q u e e x
p r i m i ã o u m a n o v a palavra sagrada, d e
r i v a d a d o h e b r a i c o . T r e s dias d e p o i s d a c e r e m o n i a f u n e b r e , S a l o m ã o foi a o T e m
p l o c o m t o d a a sua côrte, e depois d e h a
ver cuidadosamente m a n d a r a
porte d e O s au palavra m a s n ó s Mestre P
e x a m i n a d o o q u e
construir, e x c l a m o u e m
alegr tores Està p e n s a erfeito
ia: Està d a instr perfeito m o s q u e e x p r i m
t r a n s
perfeito. ucção, a t t r i b u e o titulo d o gr a d e n o m i n a ç ã o e os extensos
m à ao, d e c o
n h e c i m e n t o s q u e p o s s u i ã o o s M e s t r e s , q u e f o r ã o a d m i t t i d o s , a o c a p i t u l o d e S a l o m ã o ,
q u e formava o seu conselho privado, o n d e erão debatidas as questões
d e
p h i l o s o
p h i a , q u e e n t ã o se c h a m a v a sciencia o c culta; e o s m o t i v o s q u e se a c h ã o c o n s i g n a
d o s n a instrucção, d e m o d o p a r e c e m
a l g u m n o s
rasoaveis; p o r q n e : 1.º s e n d o
a
M a ç o a o b u m u n i c
n a r i a u m e m geral dos gráos o objecto
h o m e m ,
7 3
a instit d a h u m q u e a o h o n r a
q u e p o s t o
uiçã a n i con r a
o, q u e d a d e , stitue m e m o r
se es n ã o m, te i a d
te p r e
nde ó d e p o r u m
tivesse m e r e c i m e n t o ,
n ã o tinha u m a transcendencia tal sobre t o
d o s os h o m e n s d o s e u seculo, q u e obrigasse a
S a l o m ã o
u m a
a
perpetuar
s u a
m e m o r i a
e m
instituição, q u e se respeitava j à e m
t o d o o m u n d o conhecido, e d onde p o d i a
r e s u l t a r a n e c e s s i d a d e d e c r i a r m a i s t a n t o s
graos, q u a n t o s fossem os h o m e n s q u e a p p a r e c e s s e m similhantes a H i r a m , e c o m
m a i o r r a s ã o e m respeito a o q u e lhes f o s
s e m superiores; o q u e seria o m a i o r d e
t o d o s os a b s u r d o s , t o r n a n d o a M a ç o n a r i a
infinita, pois q u e e m verdade n ã o seria
po n e gr ch
ssivel m e r i t o ào d e egar.
t a m a n t i e s t r s e r à
assignar o n u m e r o d e s n a terra, e m e n o s merito, a q u e os h o m 2º O m o t i v o d a vin
h o m e n s calcula e n s p o s gança,
b e m a p p a r e c e n a i n s t r u c ç ã o é - m a ç o n i c o : a politica t e m s e m p r a n h a à n o s s a instituição q u e fo s e m p r e tolerante. J a m a i s os ini
º B . M .
5 .
7
b e r o s ã o q u e
a i n d e s i d i, é, ciado
s
a
e
o
7 4
forão orgãos d a lei; elles forão a ella s u b
m i s s o s , c o m o t o d o s os o u t r o s h o m e n s , e o s M e s t r e s Perfeitos n ã o p o d i ã o ter a m i s s ã o d e v i n g a r o assassino d e H i r a m , p o r q u e a J u d é a t i n h a s u a s leis, e s e u s e x e c u t o r e s ; a
q u e m S a l o m ã o devia encarregar o castigo
m e r e c i d o d o
c r i m e , s e m q u e f o s s e m o r
gãos d a punição, os iniciados, n a q u a l i d a d e d e taes. S ó é c o m p a t i v e l c o m a s a b e
d o ca o s n ã
r i ra M o
a , e p r u d e n c i a cterisava este g r a e s t r e s Perfeitos só estabelecesse a
d e l i c t o s
d a
o r d e m
q u e n a q u e l l a é n d e Rei, o e n c a r r u m a legislação, s p e n a s p r o p r i a s
d o
d o s
a s s a s s i n o s
p o c e g a q u a o
a
e
d e
r
s
H i r a m , c o m o désse as n o r m a s p a r a a p e s q u i s a d o s d e l i n q u e n t e s , e e m b a r a ç o s à s u a f u g a . E s t a m i s s ã o sabia, rasoavel, e c o n
f o r m e à e q u i d a d e constituia S a l o m ã o e m e s t o b e c o
t a d o d e d o o ri n c i a d a n f o r m e D e p o i s m o t i v o s , i
e n t gor d a à m d e n t e
r e g a d a s a o s o r a l se h i r a m
ção m a ç o n i c a ,
r os a u t o r e s d o c r i m e a leis; e u m a tal i n c u m M e s t r e s era h o n r o s a , e d e t o d o s o s p o v o s . a v e r e m d a d o estes d o u s e n t e o p p o s t o s à i n s t i t u i
propõe-se a o
candidato:
u m a
q u e s t ã o , q u e
7 5
s u p p õ e
g r a n d e s m e i o s
d e i n s t r u c ç ã o p a r a p o d e r resolver-se: p e r g u n t a - s e - l h e , q u e c o n h e c i m e n t o s t e m elle a d q u i r i d o n o s g r á o s p r e c e d e n t e s : e c o m o
p o d e r à elle d a r c o n t a d e c o n h e c i m e n t o s q u e n ã o t e m r e c e b i d o ? A resposta p o r ê m c o n s i s t e
e m
m a x i m a s
t r i v i a e s
d e m o r a l ,
q u e se r e p r o d u z e m e m c a d a g r ã o d e b a i x o
d a m e s m a f ó r m a , e n o m e s m o estilo. O primeiro s y m b o l o , q u e n o s offerece a i n s t y r m u b c o ç l ã o , p e é r t u e n m c a e e p x e c d l r u a s i vq a u m a e d n r t a e d a a : o e 1 s 4 t º e
grao, q u e é i n t e i r a m e n t e c o n s a g r a d o à sciencia d o s n u m e r o s : e u m a e x p l i c a ç ã o
p rematura contra a o r d e m , que nos temos p r o p o s t o s e g u i r n o p r e s e n t e escripto. O s e g u n d o s y m b o l o é o circulo, q u e , s e
g u n d o as explicações m a i s b e m fundadas, r e p r e s e n t a o u n i v e r s o , e n ã o D e o s c o m o
i n d i c a a instrucção. A i n s t r u c ç ã o e n s e r r a a i n d a u m s y m b o lo, q u e é m u i t o significativo, p a r a se g u a r
d a r o silencio sobre elle: são d u a s p y r a m i
des, d e q u e o historico n ã o f a z m e n s ã o , e
q u e
m e s m o
n ã o figurão n o
q u a d r o d a
7 6
Loja, s e n d o a p e n a s m e n s i o n a d a s t r a n s i t o r i a m e n t e n o c u r s o d a instrucção. S e m d u vida, q u e se t e m q u e r i d o l e m b r a r o E g y p t o q u e foi, c o m o se collige d a m e s m a i n s t r u c ç ã o ,
o
b e r ç o
d a s
s c i e n c i a s .
E s t a
a s s e r ç ã o n ã o é v e r d a d e i r a : as sciencias n a s c ê r ã o n o O r i e n t e , m a s n ã o f o r ã o alli
representadas, e p r o p a g a d a s se n ã o p o r
m e i o d e s y m b o l o s , n ã o p o d e n d o n e g a r - s e q u e o s E g y p c i o s m u i t o c o n c o r r ê r ã o p a r a o s e u d e s e n v o l v i m e n t o , m a s e l e s n ã o a s c r e a r ã o ; e o s p r o g r e s s o fizerão os c o n h e c i m e n t o s e m p r e a c o m p a n h a d o s q u e os c o n c e n t r à r ã o
s q u e e n t s h u m a n o s d e e g o i s m n o s s e u s
r e , o , m
elles f o r ã o p o i s y s t e
rios, substituindo a o s s y m b o l o s os h y e r o gliphicos, q u e
s e n d o
n i n g u e m p o d i a decifrar,
todos d e m e r a convenção, e q u e
m u i t a s , o u a m a i o r p a r t e d a s vezes, n e n h u m a r e l a ç ã o t i n h ã o c o m as c o u s a s r e presentadas : só os sacerdotes possuião a
c h a v e desta decifração, e esses progressos d a s sciencias d o E g y p t o a n i n g u e m p o d i ã o p a s s a r .
E d i g n o d e observar-se, q u e é aqui a
7 7
primeira vez, q u e n o s nossos cadernos se
f a z m e n s ã o d o E g y p t o , t ã o c e l e b r e pelos s e u s m y s t e r i o s . N ò s n o s i n c l i n a m o s a crêr,
q u e esta o m i s s ã o n a s c e d a falta d e instruc
ç ã o e m a q u e s y s t t o r n
d o s q u e i s q u e S a l o m ã e m a d a a m a i s
e s t a b e l e c ê r ã o o s a t u d o , p e l a c r e n ç a o foi o f u n d a d o r iniciação. E s t a forte, q u a n d o se v
ltos g r à o s , positiva d e d o g r a n d e a s s e r ç ã o se ê q u e a i n
strucção affirma q u e os d o u s individuos, cujos n o m e s constituem as palavras s a g r a d a s d o s grãos d e Aprendiz, e C o m p a
n h e p r o foi p o d
i r o , e r ã v a n d o - s b i s a v ô i a c o n h
o a m i g e p e l a d e D a e c e r ,
o s i n t i m o s historia, q u v i d , q u e S e o s e g u n d
d e e o a l o o v
S a l o m ã o , p r i m e i r o m ã o n ã o i v e o e m
2329, antes d a era vulgar, e p o r c o n s e
q u e n c i a
I I o o a n n o s a n t e s d o
s e c u l o e m
q u e viveo S a l o m ã o : m a s , a i n d a é m a i s n o t a v e l
lavra s n a g e m quiriçã feitos;
q u e a i n s t r u c ç ã o t r a n s f o r m e a
a g r a d a dos M a q u e m S a l o q u e devião sobre isto
estres o m ã o e fazer a inst
e m nca os ruc
u m rreg Mest ção
a p a d res faz
p a
e r s o a i n P e r esta
questão Explicai-me isto? e a explicação 7 ,
7 8
consiste e m a j u n t a r esta n o v a p e r s o n a g e m a o s M e s t r e s Perfeitos e n c a r r e g a d o s d a i n
quirição, e t u d o o q u e a m e s m a p e r s o n a g e m p ô d e fazer, consistio e m esgotar o p o ç o d o T e m p l o , descer a elle, e retirar a
joia; d e q u e H i r a m se d e s e m b a r a ç o u a n t e s d a s u a m o r t e , l a n ç a n d o - a n o m e s m o p o ç o . E s t e
u l t i m o
d o c u m e n t o ,
é
a i n d a
u m a
transposição, pois q u e firma o m a i s i m p o r
t a n t e e p i s o d i o d o 13.º g r ã o , d e q u e a g o r a n o s n ã o d e v e m o s o c c u p a r . E n t r e a s allegorias, q u e c a r a c t e r i s ã o
este g r a o , pareceo-nos q u e as seguintes e n s e r r a v ã o u m
s e n t i d o a s t r o n o m i c o , q u e
d e v e m o s expôr. O t u m u l o d e m a r m o r e b r a n c o , e n e g r o , q u e enserra os despojos
d e H i r a m ; o c u i d a d o c o m q u e se r e s p e i t ã o
as m a n c h a s d e s a n g u e n o m o s a i c o d o T e m plo; o intervallo d e trez dias, decorridos, antes q u e S a l o m ã o estivesse s e g u r o d a e x e c u ç ã o d a s s u a s o r d e n s p a r a a i n h u m a
ç ã o d e H i r a m ; a e s p a d a q u e atravessa a
u r n a ; e a acacia, q u e a c o r ô a , s ã o a l l e g o rias, q u e e n s e r r ã o u m a p a r t e d o s e n t i d o a s t r o n o m i c o , q u e se a c h a n o 3.° g r à o d a
7 9
iniciação d o s m y s t e r i o s d e Isis. O m a r m o r e b r a n c o s y m b o l i s a a i n n o c e n c i a d e Osiris,
representada pela de H i r a m : as m a n c h a s
d e s a n g u e , j u n lisco, q u e c o n s l e m b r ã o as q u e m u l o d e Osiris, d e s t i n a d o à s p r d o s m y s t e r i o s d c o l o c a d o
n a
t o ás q u a e s se e l e v a o o b e e r v a o c o r a ç ã o d e H i r a m , se i m p r i m i r ã o s o b r e o t u q u e se a c h a v a n o vestibulo i m e i r a s p r o v a s d o 3 º g r ã o e 1sis, e q u e a q u i se t e m
s a l a
d e s t i n a d a
à s
s e s s õ e s d o
capitulo d e S a l o m ã o . A v i n g a n ç a m e n s i o n a d a n o 5.º grão, representa a d e T y p h o n
p a r a c o m Osiris, seu i r m ã o ; a e s p a d a s y m b o l i s a a a r m a d e q u e o m e s m o T y p h o n se servio n e s t a m o r t e ; e a acacia p i n t a a d ô r
q u e e x p e r i m e n t à r ã o os E g y p c i o s pela p e r d a d e Osiris, e q u e t a m b e m figura a tristesa
d a s instituições m a ç o n i c a s . P o r m u i t a a n a l o g i a , c o m t u d o , q u e o f
fereção as allegorias d o 5.° g r à o c o m as d o
3 º d o s m y s t e r i o s d e Isis, e l a s d i f f e r e m e m q u e , as d o 5.° só r e p r e s e n t ã o a m o r t e d e Osiris; isto é , o f i m d o c u r s o d o sol, p o r
q u e os trez dias d e intervallo q u e Salonião p o z , a n t e s d e ir a o T e m p l o , f i g u r ã o os trez
8 0
mezes de equinoxio d o outono, e m tanto
q u e a i n h u m a ç ã o d e iniciado dos m y s t e rios d e Isis, figurada pelas fachas d e q u e era involvido; e a e x h u m a ç ã o , r e p r e s e n t a d a p e l a l i b e r d a d e q u e se l h e d a v a , r e p r e
s e n t ã o o f i m , e o p r i n c i p i o d o c u r s o a n n u a l d o sol; e o s e n t i d o a s t r o n o m i c o , i n v o l v i d o
n o 5.º grão, devia necessariamente fazer parte d o d e s e n v o l v i m e n t o a s t r o n o m i c o , q u e se d a v a aos iniciados d o E g y p t o , e d a G r e c i a , d u r a n t e o c u r s o d e s e u s e s t u d o s .
N o t a r e m o s ainda, q u e a parte a s t r o n o
mica, que a c a b a m o s de mensionar n o
5.° g r à o , p r o v a q u e S a l o m ã o foi iniciado
nos mysterios gregos; e q u e ele mascarou
c o m
allegorias d o
culto
h e b r e o
os c o
n h e c i m e n t o s scientificos, q u e pela iniciação havia recebido. N ó s e s t a m o s convencidos, q u e os diversos graos, estabelecidos p o r .
S alomão, são u m a ratificação dos m y s t e
rios essenianos, q u e até e n t ã o só e r ã o t h e o
gonicos, t o r n a n d o - o s e l e scientificos; mas, à imitação d e O r p h e o , só os reservou p a r a o s Israelitas; r e s u l t a n d o d ' a q u i a falta d a
verdadeira intelligencia dos symbolos, para
.
8 1
os q u e n ã o tiverão a g e n u i n a explicação, e o s arbitrarios, s e n t i d o s d a d o s às C a b e a q u i o e x q u e s t ã o n a p a r t e
e m u i t a s diversas a m e d e u historica
v e z alle m a d a
e s a b s u r d o s gorias. i m p o r t a n t e M a ç o n a r i a ,
principalmente d o s grãos d e q u e t e m o s f a l
lado. É positiva a morte de H i r a m , d o
m o d i n t r p a r a rico
o q u e se t e m f i g u r o d u s i o s ó m e n t e c o o c c u l t a r o v e r d a d d o 3 . º g r á o ? S e m d
a d o m o e i r u v i
? o u S a l u m a all o s e n t i d o d a q u e a
o m ã o egoria h i s t Biblia
a
o
, ,
e historia geral f a z e m m e n s ã o desta p e r s o n a g e m c o m o enviada p o r H i r a m 2", rei d e T y r o , a S a l o m ã o , n a q u a l i d a d e d ' A r
chiteto para a factura d o T e m p l o
d e S a
l o m ã o ; m a s o c c o r r e m g r a n d e s d u v i d a s , a q u e s u a m o r t e a c c o n t e c e s s e , c o m o se d i z
n o historico d e 3 . º g r á o ; isto é, p o r u m a c o n s p i r a ç ã o t r a m a d a p e l o s iniciados, p o r
q u e as palavras, signaes, e toques, q u e os
c o n s p i r a d o r e s p e r t e n d i ã o q u e H i r a m lhes revelasse, e m p r e g a n d o a f o r ç a , n ã o c o n s
tituião os c o n h e c i m e n t o s necessarios p a r a exercer a perfeição d e architecto; u m a s e outras só servião para se r e c o n h e c e r e m os
i n i c i a d o s d e u m
-
8 2
o u o u t r o g r à o . A B i b l i a ,
e a historia geral, q u e d ã o t o d o s os d e t a lhes d a construcção d o T e m p l o d e J e r u s a
l e m , n e m u m a m e n s ã o f a z e m deste p e r t e n
d i d o assassino, n a r r a n d o alias os c o n h e c i
m e n t o s d e architectura e e s c u l t u r a , q u e H i r a m possuia. E s t a s u p p o s t a m o r t e n ã o f o i m a i s q u e u m a a l l e g o r i a d a d e O s i r i s ,
q u e S a l o m ã o tirou dos mysterios d e Eleusis; e
i n t r o d u s i d a n o s H e b r a i c o s , S a l o m ã o q u i z significar o f i m tragico d e s e u i r m ã o A d o n i a s , p a r a aterrar os q u e t e n t a s s e m
u s u r p a r toria ge dos tres dirigião nias foi d e m d e
o p o d e r s u p r e m o . A Biblia, e ral assignalão A d o n i a s c o m o chefes d e d u a s conspirações q u a destronisar D a v i d , e q u e A m a n d a d o p u n i r d e m o r t e p o r S a l o m ã o , depois d e se h a v e r r
h i s u m e se d o o r e f u
g i a d o n o T e m p l o . A v i n g a n ç a d e S a l o m ã o
era justificada, pois q u e A d o n i a s se tornava
t e m i v e l p o r s u a a m b i ç ã o , t e n d o - s e feito t ã o p o p u l a r , q u e a m a i o r parte d o s officiaes
d o exercito d e D a v i d o tinhão p r o c l a m a d o rei d e Jerusalem, antes q u e S a l o m ã o s u
8 3
bisse a o throno. Este fratrecidio politico,
confirmado pela Biblia, e historia geral,
n o s faz p r e s u m i r q u e os trez c o m p a n h e i r o s d e v i ã o representar os trez desgraçados, e n c a r r e g a d o s das o r d e n s sanguinarias d e S a l o m ã o ; e q u e l o g o q u e ellas f o r ã o c u m
pridas, o rei os fez perseguir, e c o n d e m n a r
c o m o c r i m i n o s o s , p o s t o q u e só f o s s e m i n s t r u m e n t o s d e s u a v i n g a n ç a ; e p a r a m e l h o r e s c o n d e r o fratrecidio, S a l o m ã o d e v e
r i a t r i b u t a r a
s e u i r m ã o a s h o n r a s f u n e
b r e s , r e s e r v a d a s a o s m e m b r o s d a f a m i l i a
r e a l , e elle m e s m o a f f e c t a r u m s e n t i m e n t o
h y m a vi t a
p o c r i n i f e s stas e n t o m
t a t o s t a i
, d i s f a r ç a d o p e l a ale u , q u a n d o esteve s e g u r a v ã o p r e e n c h i d a s . E s t a s b e m f u n d a d a , q u a n t
gria, o q u e o p i n o e m
q u e s u a s i ã o é n e m
u m d o s grãos d o s mysterios d e M e m p h i s , d e Eleusis, o u Essenianos, figurão os trez c o m p a n h e i r o s m e n s i o n a d o s n o historico
d o g r a o d e M e s t r e ; e c o m o S a l o m ã o é o a u t h o r d e s t a p a r t e historica, p a r e c e e v i
d e n t e q u e o 5.º g r a o deve incluiros d e s e n v o l v i m e n t o s de a l g u ns pontos deste h i s torico.
8 4
J à se vê, q u e o quinto grào, n o estado
e m q u e se a c h a , offerece salientes c o n t r a d i c ç õ e s c o m o historico d o s g r à o s a n t e c e d e n t e s , e seria p a r a desejar q u e elle fosse
restituido à s u a p r i m e i r a instituição, e e m h a r m o n i a c o m os outros. * D e c o r a ç ã o .
D e s e s e i s c o l u m n a s
b r a n c a s , c o l l o c a d a s
quatro a quatro n o s a n g u l o s d a Loja, cuja d e c o r a ç ã o é verde.
T i t u l o s .
O Presidente representa A d o n i r a m , filho
d e A b c a , e t o m a o titulo d e T r e s vezes p o
deroso, e Respeitavel Mestre. H a u m Ir.'. V i g i l a n t e , u m A s s i s t e n t e , e
u m C o n d u c t o r , o u I n t r o d u c t o r , r e p r e s e n t a n d o este Z e r b u l , n o m e s u p p o s t o d o C a
pitão d a s g u a r d a s d e S a l o m ã o . O M e s t r e perfeitamente c o n h e c e o cir culo, e s u a q u a d r a t u r a .
D e admiração.
Signaes.
L e v a n t ã o - s e as m ã o s , e
8 5
os olhos p a r a o C é o ; deixão-se cahir os
b r a ç o s c r u s a n d o - o s s o b r e a frente, e v o l t a n d o a vista p a r a a terra, D e r e c o n h e c i m e n t o . A p p r o x i m ã o - s e
successivamente os pés u m do outro pelas
p o n t a s , t o c ã o - s e os joelhos, e l e v a - s e a m ã o direita s o b r e o c o r a ç ã o d e si m e s m o , e a e s q u e r d a s o b r e o p e i t o d o e x a m i n a d o r . T o q u e .
L e v a - s e m u t u a m e n t e a m ã o e s q u e r d a s o b r e o h o m b r o direito, e p e g a - s e n a m ã o direita, t e n d o o d e d o p o l l e g a r a p a r t a d o . *
J . " .
P a l a v r a S a g r a d a .
P a l a v r a
d e
Ac..., e s e g u n d o o u t r o s M a r c h a .
P a s s e .
M.'.L.'.
F o r m a - s e u m q u a d r a d o p o r q u a t r o
sos, r e u n i d o - o s . B . M . 5,
B a t e r i a ,
! ! ! !
8
p a s
8 6 I d a d e .
U m a n n o , n a a b e r t u r a d o s t r a b a l h o s , e sete n o s e u e n c e r r a m e n t o : t o d o s j u n t o s , o i t o
a n n o s .
T e m p o do trabalho.
A o abrir, u m a h o r a ; a o f e c h a r , sete. O r n a m e n t o dos M a ç o n s .
A v e n t a l b r a n c o , c o m a a b e t a v e r d e ; e n o m e i o d o a v e n t a l , h a tres circulos c o n
centricos, e m cujo centro c o m m u m h a u m a p e d r a q u a d r a d a , e m q u e esta g r a v a d a a l e t r a J.".
L i s t ã d ' o n d e c o m p a s circulo
o v p e s o g r
e r d e a c h n d e u m a b e r t o , a d u a d o
a m a l o a joia s o b r e d e 6 0
t a d o , f o u m grao
, a o tiracollo, r m a d a d e u m s e g m e n t o , d e s. (1)
(1) O quinto g r ã o d o Rito Escossez n ã o t e m , a s s i m c o m o o quarto, u m g r à o q u e lhe c o r r e s
p o n d a ao Rito Francez, o m e s m o se diz d o sexto, s e t u m o , e o i t a v o ,
8 7
Sccretario
S E X T O
I n t i m o , o u
G R A O .
s i d a d e .
M e s t r e p o r
c u r i o
Este g r a o p ó d e m a i s considerar-se c o m o
politico, q u e c o m o g r a o M a ç o n i c o , p o i s q u e n a d a m a i s t e m d e a n t i g o , q u e o c p i
sodio historico q u e o constitue; e a l a c o n i c a i n s t r u c ç ã o q u e f ó r m a s e u c o m p l e m e n t o se t e m t r a n s f o r m a d o e m p e r g u n t a s e r e s postas, s o b r e o m e s m o episodio.
R e c o r d e m o - n o s , q u e tratando-se d a c o n
s t r u c ç ã o d o T e m p l o d e J e r u s a l e m , H i r a m 2", rei d e T y r o ; e n v i a a S a l o m ã o u m e m
b a i x a d o r para contractar u m tratado d e alliança, q u e c o n t i n h a estipulações s e c r e tas, n a r c e n v i o b r e
q u e s h a s , a a S i r o s ,
ó e r ã o e só e a l o m ã o m u i t o
c o n h v i u m s ar m
e c i d a s d o r t u d e des g r a n d e chitectos
s d o u s M o tas, H i r a m n u m e r o d e distinctos,
consideraveis s o m m a s , e g r a n d e copia d e c e d r o s d o L i b a n o , p a r a o m a d e i r a m e n t o
d o T e m p p r o m e t t des, p a r q u a n d o
p o i s
d a
l o . e u a o o
D e a ce i n d T e m
8 8
- - -
s u a parte, S a l o m ã o se c o m der a H i r a m m u i t a s c i d a e m n i s a r d aquelles avanços, p l o estivesse concluido. É
e x e c u ç ã o deste t r a t a d o
q u e
se
f ó r m a o sexto grão, q u e m a i s p a r e c e u m a
c o n f e r e n c i a secreta, e d i p l o m a t i c a . A s d u a s
p e r s o n a g e n s q u e
presentão, u m 2.", q u e
c a d a
u m ,
c o m p õ e m a
o f f i c i n a r e
S a l o m ã o , e outro H i r a m
s ã o d u a s testas c o r o a d a s , t e n d o m a n t o
real, e
n ã o
s e n d o s e u s
thronos separados, se não por u m a mesa, s o b r e a q u a l e s t ã o d u a s e s p a d a s c r u s a d a s , e
u m
p e r g a m i n h o
c o n t e n d o
o
tratado.
T o d o s o s m a i s II..., c u j o n u m e r o n ã o é d e t e r m i n a d o , depois d e h a v e r e m c o n c o r r i d o à a b e r t u r a d o s trabalhos, c o b r e m o
T e m p l o , para p r e h e n c h e r as funcções d o
g r à o ; e vigiar p a r a q u e n i n g u e m p o s s a p e n e t r a r o l u g a r d a c o n f e r e n c i a secreta.
A s cidades cedidas p o r S a l o m ã o , erão
v i n t e ; e se a c h a v ã o s i t u a d a s n a
G a l i l é a ;
H i r a m 2.º as visita, e as e n c o n t r a s e m c u l t u r a n o s e u territorio, e s e u s h a b i t a n t e s
n a ultim a miseria; o q u e m u i t o d e s c o n
8 9
tentou este rei, q u e s e m prevenir S a l o m ã o ,
se l h e foi a p r e s e n t a r i n c o g n i t o , e q u a s i
s e m ser visto d o s g u a r d a s d o palacio, p o r q u e s ó m e n t e Joaber, seu capitão, o p r e s
sentio. Este, t e n d o visto e n t r a r a p e r s o n a
g e m mysteriosa, e atrahido pela viva a l tercação e n t r e o s d o u s M o n a r c h a s , e s c u
t o u d a porta d a sala d a conferencia, p a r a
s e s e g u r a r d e q u e a v i d a d e s e u s o b e r a n o n ã o corria risco. H i r a m se a g a s t o u desta
curiosidade, e tirando d a espada, J o a b e r
seria m o r t o s e m o s o c c o r r o d e S a l o m ã o , q u e d e c l a r o u a H i r a m , q u e este c o n f i d e n t e
era o seu m a i o r favorito, e depositario, n ã o só d e t o d o s os n e g o c i o s d o reino, c o m o
d e seus proprios p e n s a m e n t o s . Esta historia, q u e parece n ã o allegoria a l g u m a , e porisso se m o estranha aos mysterios judaico c o n s e q u e n c i a à nossa instituiçã gar, p o r outra parte, a crer, q u e
envolver s t r a b e m s, e p o r o, d a l u S a l o m ã o ,
c r e a n d o este g r à o , o q u i z b a z e a r s o b r e u m
episodio d a s u a côrte, f a z e n d o sentir os perigos positivos a q u e se a c h ã o expostos o s depositarios d o s s e g r e d o s d o s reis. N o s 8 ,
9 0
a c h a m o s a i n d a neste g r à o u m a lição m o
ral p r o v e i t o s a ; e v e m
ção d o
v e n d e n d o
a b u s o
s e u s
d o
a ser, a c o n s i d e r a
p o d e r e m
s u b d i t o s
a
u m
S a l o m ã o ,
d o m i n i o
e s t r a n g e i r o , o q u e n o s d e v e a d v e r t i r q u e o h o m e m , a i n d a o m a i s perfeito, n ã o é
e x e m p t o d a s faltas q u e c a b e m e m partilha à h u m a n i d a d e . O t o q u e deste grào, e as palavras, q u e nelle se p r o n u n c i ã o são u m a cópia litteral d e 14.º, o q u e m a n i f e s t a a o s o l h o s m e n o s prespicases s u a refeçião recente. Este g r ã o
n ã o t e m d e antigo s e n ã o o episodio h i s t o rico, q u e o constitue: a laconica i n s t r u c
ç ã o , q u e f ó r m a o s e u c o m p l e m e n t o , só se
c o m p õ e d o m e s m o e m
historico convertido
p e r g u n t a s , e r e s p o s t a s .
C r e m o s a i n d a perceber neste g r a o u m a
c o r r e l a ç ã o c o m n o s s a s instituições, q u a n d o traça a c o n d u c t a , q u e d e v e ter u m s e c r e
tario m e r e c d a Ar q u e e m a
d a officina e q u a n d o d chitectura, l e c o n t ê m
o f f i c i n a .
, e as á c o m m q u e lh decisõe
rep u n i e é s se
rehens c a ç ã o confia cretas
ões d o do, d a
q u e livro p o r m e s
F i n a l m e n t e ,
---- 9 4
se se c o m p a r a
este g r à o
c o m os das antigas instituições, descobre-se
l o g o q u e elle é c o n e x o c o m u m a p a r t e d o
sexto grão d o s mysterios p o r q u e e r a n e s t e q u e s e a iniciado a lista d e todos os res, n a o r d e m c h r o n o l o g i c a existido, a s s i m e m b r o s d a t o d o o g l o b o ; e m i g r a ç õ e s d a
m c o m o s o c i e d o q u e p a r t e
d e
M e m p h i s ;
p r e s e n t a v a
a o
chefes inspecto e m q u e h a v i ã o
o q u a d r o a d e , e s p a s u p p r u n h a d o s inicia
d e l h a f r dos
t o d o s d o s p e q u e n t , q u e
os o r e s se
expatriavão p a r a levar os beneficios d a
iniciação a l u g a r e s l o n g i c u o s d a terra. T a l v e z s o m e n t e p o r este m e i o as luzes d o
Oriente passárão
O c c i d e n t e e N o r t e .
c o m
lentidão
p a r a o
D e c o r a ç ã o .
A Loja é a sala d a audiencia d o s M e s
tres n o p a l a c i o d e S a l o m ã o , d e c o r a d a d e preto, e s e m e a d a d e l a g r i m a s b r a n c a s .
N a s recepções só h a n a sala d o u s chefes,
e o r e s t o d o s II... r e p r e s e n t ã o a g u a r d a d o rei S a l o m ã o , j u n t a n a a n t e - c a m a r a .
T i t u l o .
H a , c o m o se a c a b a d e d i z e r , d o u s c h e f e s , S a l o m ã o , e H i r a m , v e s t i d o s d e
l o n g a tunica azul, m a n t o
real f o r r a d o
d e pelle d e a r m i n h o , e c o r ô a real n a b e ç a (1). Signaes. L e v a - s e
a
m ã o
d i r e i t a
a o
h o m b r o
c a
e s
q u e r d o , e faz-se descer d i a g o n a l m e n t e p a r a a e s p a d o a direita. E m resposta; crusão-se os braços h o r i
s o n t a l m e n t e n a altura d o peito, e a b a i x ã o
se depois p a r a os cópos d a e s p a d a , l e v a m
t a n d o os o l h o s p a r a o céo. T o q u e .
o
T o m a - s e m u t u a m e n t e a m ã o direita : 1.° d i z , v o l t a n d o - s e , B e r i t h ( F o e d u s , a l i a n ç a . )
O 2.° voltando-se p a r a outra p a r t e , diz N e d e r ( V o t u m , p r o m e s s a ) . E m f i m (1 Este uniforme n á o é de rigor,
9 3
o 1.", t o r n a n d o à p r i m e i r a p o s i ç ã o , diz Schelem... (integra, pura). P a l a v r a S a g r a d a .
J . " . I , a
J .
P a l a v r a s d e
Passe.
2 . º Z . " . B a t e r i a .
! ! ! ! ! ! ! ! , !, p o r t r e z v e z e s . O r n a m e n t o dos M a ç o n s .
A v e n t a l b r a n c o f o r r a d o , e d e b r u a d o d e
e n c a r n a d o , e s o b r e a a b a u m
t r i a n g u l o
p i n t a d o , o u b o r d a d o d e ouro. O s g u a r d a s t r a z e m u m listão c a r m e z i m
a o tiracollo, q u e suspende a alfaia, f o r
m a d a d e tres t r i a n g u l o s e n t r e l a ç a d o s .
(Veja-se a figura terceira d a e s t a m p a 3..)
9 4
-
S E P T I M O
G R A O .
Preboste e Juiz, o u M e s t r e Irlandez (1). - - - -
N ã o parece fundada a opinião de alguns
M a ç º . ,
q u e p e r t e n d e m
ser a instituição
deste gráo a i n d a devida a S a l o m ã o , c o m o disignio d e crear q u e m vigiasse sobre os o b r e i r o s d o t e m p l o ,
m a n t ê - l o s e m
s e u s
deveres, e puni-los p o r suas faltas. D e p o i s d a m o r t e d e H i r a m , os trabalhos d o t e m p l o
e s t a v ã o c o n c l u i d o s , e n a d a t e m d e v e r o simil u m a instituição tal, d e p o i s q u e o s
o b r e i r o s f i n a l i s à r ã o s e u s t r a b a l h o s . O t i t u l o d e M e s t r e I r l a n d e z m o s
a u c t o r i s a a b u s c a r
outra o r i g e m a o g r à o q u e n o s o c c u p a . S a b e m o s q u e , depois d a q u e d a d o I m p e r i o R o m a n o , u m g r a n d e n u m e r o d e i n i c i a d o s e m i g r o u , e foi colonisar-se n a S c a n
(1) A l g u n s c o l o c á o este g r ã o e m oitavo, s e n
d o o s e t i m o o d o
I n t e n d e n t e
d o s E d i f i c i o s , o u
M e s t r e e m Israel, tal é a o p i n i ã o e m i t t i d a n o C u r s o c o m p l e t o d a M a ç o n a r i a .
d i n a v i a , o u n a S u e c i a : alli estabelecérão
os myste n a d a m a q u e c o n lisação, os b a r b
ri i s he e a r
os, e o culto verosimil q u e cia todas as v q u e l i n d o es o s , cujas leis
d a deosa H e r t a : u m a sociedade,
a n t a g e n s d a c i v i
tabelecer-se entre só erão a força
b r u t a l , sentisse a n e c e s s i d a d e d e e s t a b e l e
cer u m a legislação, s e g u n d o os p r i n c i pios d e justiça, p a r a condusir aquelles p o v o s à d o ç u r a d e costumes. O s S a c e r d o tes d a deosa Herta, habituados a s o n d a r a inteligencia d e c a d a individuo, c o m e càrão p o r iniciar os chefes barbaros, pois q u e as m a ç a s populares os seguerião facil m e n t e ; todavia, erão precisas cautelas n a e s c o l h a , a f i m d e n ã o
cipios q u e
p r o p a g a r os p r i n
erão totalmente
n o v o s
n a
quelles paizes, e não revoltar o p o v o
supersticioso, e m vez d e o civilisar. A s revelações, p o r é m , q u e estes padres fizerão a o s n o v o s iniciados, p a r e c ê r ã o a estes u l
t i m o s tão vantajosas, q u e b e m depressa
e x c e d ê r ã o as e s p e r a n ç a s d o s m e s m o s padres. Isto p r o v a a utilidade d a s iniciações
mysteriosas; s e m o que, impossivel seria,
9 6
o u a o m e n o s s u m m a m e n t e
difficultoso,
t o r n a r d o c e i s o s p o v o s s e l v a g e n s d o N o r t e , e n t r e g u e s à m a i o r , e m a i s i n h u m a n a b r u t a l i d a d e .
E s t e g r ã o r e p r e s e n t a o p r i m e i r o e s t a b c l e c i m e n t o judiciario, e n a d a t e m d e c o m m u m c o m a edificação d o T e m p l o d e
S a l o m ã o ; p o r q u e a c h a v e , q u e é confiada a o s iniciados p a r a a b r i r u m cofre d e é b a n o ,
n ã o p ó d e representar, c o m o se t e m p e r tendido, a confiança d o p l a n o d o T e m p l o ,
p o i s q u e , d e p o i s d e a c a b a d o este T e m p l o , inutil e r a o s e g r e d o d o p l a n o : este c o f r e
c o n t i n h a a legislação, q u e só se confiava n o s e t i m o g r à o ; p o r q u e os sacerdotes destes m y s t e r i o s , p r e e n c h i ã o as f u n c ç õ e s s a c e r d o t a e s , e d e legisladores, s e n d o c o n
siderados c o m o os unicos orgãos legitimos
d a lei: d e m a n e i r a q u e , e m c a d a c o n t e s t a ç ã o , a lei e r a lida, e o s juizes f a z i ã o
della a explicação.
A i n s t r u c ç ã o deste g r à o c o m e ç a p o r u m a i n t e r e s s a n t e q u e s t ã o politica : E m q u e
consistem as funcções de u m Juiz? a resposta
é a mais justa, e c o n f o r m e aos mais l u
m i n o s o s principios
9 7
E m fazer justiça a
todos, s e m e x c e p ç ã o a l g u m a . E s t a d o u t r i n a ,
q u e Jesus-Christo estabeleceo, e praticou, n ã o foi c o n h e c i d a p o r S a l o m ã o , pois q u e
elle c r e o u castas, a q u e m d e u previlegios,
v i o l a n d o
nesta parte as regras d a i n i
c i a ç ã o e s s e n i a n a , o u h e b r a i c a , o n d e r e i n a v a a m a i s perfeita i g u a l d a d e ; e os iniciados
tinhão u m presidente temporario, p o d e n d o
t o d o s a s p i r a r a esta d i g n i d a d e . E s t e g r ã o , c o m t u d o , t e m i m m e d i a t a c o r r e l a ç ã o c o m os m y s t e r i o s a n t i g o s ; p o r
q u e , posto q u e seus instituidores a p r e s e n
t a c u t o o
s s e m l t o , d a v i a t r i a n
a d e o s a s e n d o u , os inici g u l o , c o
H e r m a ados m a
t a d i t i le
c o m o o b j e c t v i n d a d e f a b u l n h ã o p o r distin tra G.·.; s y m b
o
d e o s a , ctivo o l o ,
q u e se t e m explicado c o m o r e p r e s e n t a n d o
a d i v i n d a d e d e u m D e o s , u n i c o c r e a d o r d e t u d o ; e e s t e D e o s é r e c o n h e c i d o p o r t o d o s o s i n i c i a d o s a i n d a d o p a g a n i s m o politheista.
A balança, q u e p o r toda a parte se t e m escolhido c o m o s y m b o l o d a justiça, a p p a
r e c e neste g r ã o , e justifica o f i m d e s u a instituição. B ,
M ,
5 .
9
9 8
P e d e a imparcialidade q u e d e c l a r e m o s aqui o q u e n o s parece fabuloso n o histo
rico deste grao. O s a u t o r e s d e s t e historico,
persuadidos, que S a l o m ã o fôra o insti
tuidor d o m e s m o g r ã o , s e g u r ã o q u e , q u e r e n d o o rei considerar a seu valido J o a b e r , a A b d a fiar o t o c a d o
o r d e n a a s e u filho 7 , g r á o d e a d m i r
Tito, p r i n , e a A d o n a J o a b e r ; a ç ã o , d a s
c i p e h e r o d i n o , i r a m , d e c o n
s e n d o e s t e t ã o
sublinles r e v e
lações q u e lhe forão feitas, q u e p r o s t a n d o se, p r o n u n c i o u a p a l a v r a
civi; a o
q u e
S a l o m ã o , levantando-se, respondeo k y , dando-l h e a balança c o m o insignia d e sua
n o v a d i g n i d a d e . E m p r i m e i r o l u g a r , ja n o s p a r e c e claro,
q u e S a l o m ã o n ã o foi o instituidor deste grào; e a i n d a q u e o fosse, n ã o poderia
assistir a esta p e r t e n d i d a r e c e p ç ã o , pois q u e h a v i a p a r a isso c o m m i s s i o n a d o as tres
personagens, cujos nomes citamos. E m
s e g u n d o , d e v e advertir-se, q u e c o r r e n d o c u i d a d o s a m e n t e o c a t a l o g o geral q u e c o n
t ê m os n o m e s , e épocas precisas d e todos
os individuos notaveis e m
p o* l i t i c a , e m
9 9
p h i l o s o p h i a , e m religião, e m legislação,
n a s artes, n a s sciencias, e n a s descobertas, n ã o se e n c o n t r a este Joaber, e Tito; d o n d e
se p ó d e concluir, q u e taes p e r s o n a g e n s não são mais, q u e allegoricas. E m terceiro l u g a r , s e n d o a instituição d o 7.° g r a o p o s terior a S a l o m ã o , n ã o p o d i ã o f i g u r a r p e r
s o n a g e n s , q u e f o r ã o " c o n t e m p o r a n e a s d o m e s m o
r e i .
E m r e s u m o , j u l g a m o s p o d e r c o n c l u i r : 1.º q u e o s i n i c i a d o s r o m a n o s , q u e f o r ã o
buscar
refugio n a Scandinavia, forão
o s instituidores d o 7.° g r a o d o c h a m a d o R i t o E s c o s s e z : 2.º q u e a elles se d e v e o e s t a b e l e c i m e n t o d e i g u a l d a d e n a j u s
tiça entre e as divers c a d e r n o d allegorias:
os S u é c o s : 3.º as p e r s o n a g e n s m este g r ã o , n ã o 4.º q u e este grão
q u e S a l o m ã o , e n c i o n a d a s n o são m a i s , q u e é u m a filiação
directa dos mysterios da antiguidade. *
Decoração.
H a cinco luzes, u m a e m c a d a a n g u l o e a quinta n o m e i o d a Loja, q u e é d e c o r a d a d e v e r m e l h o .
1 0 0
T i t u l o .
O V e n e r a v e l r e p r e s e n t a Tito, p r i n c i p e d e H e r o d i u m , e t o m a o titulo d e T r e s vezes I l l u s t r e .
Signaes.
L e v ã o - s e os d o u s primeiros dedos d a
m ã o
d i r e i t a a o l a d o d o
n a r i z .
E m resposta: leva-se o d e d o i n d e x s o b r e
a p o n t a d o nariz, e o d e d o pollegar p o r
b a i x o d o q u e i x o .
T o q u e .
E n t r e l a ç a - s e m u t u a m e n t e o m i n i m o d a
m ã o
d i r e i t a c o m
o d e d o
i n d e x , e d ã o - s e
sete p a n c a d a s leves n a p a l m a d a m ã o .
P a l a v r a S a g r a d a .
P a l a v r a
d e
P a s s e .
1 0 1 B a t e r i a .
T e m p o
! ! ! ! 3, !
d o trabalho.
O i t o , d u a s , e sete.
O r n a m e n t o d o s M a ç o n s .
A v e n t a l b r a n c o , b o r d a d o d e e n c a r n a d o , c o m u m b o l ç o n o m e i o , e u m a r o z e t a
v e r m e l h a , e b r a n c a : s o b r e a a b a h a u m a
c h a v e p i n t a d a , o u b o r d a d a d e o u r o . O b o l ç o s e r v e p a r a g u a r d a r as c h a v e s d o c o f r e , d e s t i n a d o a e n s e r r a r os p l a n o s .
Listão
c a r m e s i m
a tiracollo, d e q u e
p e n d e u m a chave de ouro, q u e é a alfaia.
1 0 2
O I T A V O
G R A O .
I n t e n d e n t e dos Edificios, o u M e s t r e e m J s r a e l .
A d u p l a d e n o m i n a ç ã o deste g r à o c o n d u z a c r e r , q u e S a l o m ã o , c o n s t r u i n d o o
T e m p l o d e J e r u s a l e m , teve a intenção d e
o t o r n a r t ã o c e l e b r e c o m o o s d e D e n d e r a h ,
d e E d f ü , e d e Philoe; elle quiz, sobretudo, q u e este T e m p l o servisse d e m o d ê l o a todos os T e m p l o s futuros, tanto pela e l e
gancia
da
architectura,
e escultura,
c o m o pela r i q u e z a d e s e u s o r n a m e n t o s .
A architectura, e a escultura e r ã o conhecidas dos Phenicios, e d o s E g y p c i o s , e n ã o p ó d e negar-se q u e t a m b e m o f ô r ã o d o s Israelitas, q u e d e tal sorte a p r o v e i t à rão os c o n h e c i m e n t o s das pessoas , q u e OS precedérão, q u e a o b r a d o T e m p l o , e seus
o r n a t o s p r o v a v ã o q u e elles c o n h e c é r ã o a s
egras destas artes; e al g u n s escriptores t e m p e r t e n d i d o q u e alli se a c h a s s e m a s o r d e n s d o r i c a , e corinthea.
1 0 3
C o m o este grão foi consagrado á a r chitectura, c o m o provaremos, justo é q u e p r i m e i r o f a ç a m o s g e m desta sciencia.
c o n h e c e r a o r i
T o d o s os escriptores q u e se t e m o c c u
p a d o desta materia são d e opinião q u e ,
se a invenção da architectura não é d e
a
vida aos G r e g o s , n ã o p ó d e negar-se-lhe p e r f e i ç ã o q u e e l e s d e r ã o a esta a r t e , a o s béllos effeitos q u e p r o d u s i o .
. Entende-se p o r o r d e m e m architectura,
u m
a r r a n j a m e n t o r e g u l a r d e tres partes
salientes, a saber: a c o l u m n a , o pedestal, e a c i m a l h a . A s p r i m e i r a s c o l u m n a s n ã o
forão m a i s q u e troncos d e arvores; m a s q u e r e n d o - s e substituir a p e d r a à m a d e i r a
neste genero de obra, logo se tratou de
d a r à s c o l u m n a s u m a f ó r m a , q u e a o m e s m o t e m p o fosse s o l i d a e elegante. D o r u s , rei d e A c h a i a , q u e v i v e o l o o o
annos antes da era vulgar, e consequente
m e n t e , p o s t e r i o r a S a l o m ã o
u m
seculo,
t e n d o construido u m t e m p l o e m h o n r a d e
J u n o , i n s i n u o u a o s a r c h i t e c t o s d e d a r e m à s c o l u m n a s u m a a l t u r a seis v e z e s m a i o r
1 0 4
q u e seu d i a m e t r o , p o r ser esta a p r o p o r
ç ã o d o c o r p o h u m a n o , q u e D o r u s t o m o u
p o r modéllo. N o
I 1.° a n n o
d o
8 . ° s e c u l o , a n t e s
d a
e r a d e C h r i s t o , os G r e g o s l e v a n t à r ã o u m
T e m p l o d tos, a q u q u e r e n d o d e J u n o p terárão as
e d i e m tor ela pro
c a d o a D i a n a ; esta e m p r e s a nar este T e m p l delicadesa, e porções d a s c o
julgarão
preferivel à
e os a r c h i t e c foi c o n f i a d a ,
o s u p e r i o r 3. O elegancia, a l l u m n a s , d a n d o
a o d i a m e t r o a oitava p a r t e d a altura, p o r ser esta a p r o p o r ç ã o d o c o r p o d a m u l h e r ,
q u e
d o
h o m e m .
A c h o u - s e d e p o i s , q u e taes p r o p o r ç õ e s n ã o t i n h ã o o v e r d a d e i r o g o s t o , e d i m i
nuio-se o c o m p r i m e n t o
o r n a n d o - a s d e m o l d u r a s
d a s c o l u m n a s , n a
p a r t e s u p e
rior: e c o m o as c o l u m n a s representavão
a r v o r e s r a m o s , v e l m e n m e n t o
, d e u - s e a e o q u e a s t e ; capitel superior. E s
d o r i c a
s ó o f f e r e c e d e s t e s
ver-se aos
stes e n r é o t a i
J o n i o s ,
o r n a t o s i q u e c e o n o m e n v e n ç ã o
a f ó r c o n s deste p a r e
m a d i d e r o r n c e d
e
e
a
a
p o r q u e a c o l u m n a r a m o s
u m a
i d é a
informe. O s J o n i o s b u s c a r ã o p r o p o r ç õ e s
1 0 5
a o capitel r e l a t i v a m e n t e às d a
c o l u m n a
dorica, e a n o v a c o l u m n a , q u e elles a p e r
f e i ç o a r ã o , t e v e o n o m e d e c o l u m n a j o n i c a t i r a d o d e
s e u s i n v e n t o r e s . O s J o n i c o s d e s - -
t i n g u i r ã o t a m b e m o s e u capitel, j u n t a n d o
lhe a i n d a volutas, o u rôllos às m o l d u r a s , e filetes, q u e t i n h ã o feito a o capitel d o r i c o .
D e p o i s disto, u m d e n o m e C o l l i m a c o a n t e s d a e r a v u l g a r , d e s c o b e r t a , q u e l h e capitel a i n d a m a i s ri s o b r e
o
t u m u l o
r i n t h o , u m
d e
a s s a f a t e
h o , q fez d e co.
u m a
d e
m e m e n g u e v i v e o c a s u a l m e o a s idéa H a v i a - s e c
e n h o s o , e m 5 2 2 n t e u m a s d e u m o l l o c à d o
f l ô r e s ,
c o b e r t o
d o n z e l l a
d e C o
c o m u m a telha. U m a p l a n t a d e a c a n t h o , p e r t o d a q u a l se a c h a v a o t u m u l o , v e g e t a n d o , se e n r o s c o u n o assafate, c o b r i o a
telha, e f o r m o u u m a especie d e a b ó b a d a d e folhas, q u e p e l o l i n d o effeito q u e p r o
duzia, d e o a C a l l i m a c o a idéa d e u m n o v o capitel d a c o l u m n a : elle c o m effeito o
e x e c u t o u , e a l t e r a n d o as p r o p o r ç õ e s até e n t ã o a d o p t a d a s , c r e o u a n o v a o r d e m
q u e teve o n o m e d e Chorinthea. Estas tres o r d e n s forão e m p r e g a d a s n o s m a i s bellos }
1 0 6
edificios g r e g o s : q u a n t o p o r ê m à s o r d e n s T o s c a n a , , e C o m p o s i t a , ellas s ã o m u i t o posteriores a o s G r e g o s , e s u a i n v e n ç ã o
m u i t o m a i s m o d e r n a pertence aos Italianos:
a d e P e s t u m é a i n d a m a i s r e c e n t e .
O s
m o s
d e
d o c u m e n t o s historicos, q u e a c a b a r e l a t a r d e v e m
c o n s i d e r a r - s e c o m o
inherentes a o grào, q u e nos occupa, p o i s q u c o t u s e
e elles p r o r i n t h e a n ã r a d o T e m p c u l o s a n t e s D o u s m o t i S a l o m ã o a f
v ã o , q u e as o r d e n s o p o d i ã o f i g u r a r n a l o d e S a l o m ã o , s e n destas i n v e n ç õ e s , v o s p a r e c e m ter d e t u n d a r este g r ã o : o
dorica, e a r c h i t e c d o m u i t o s e r m i n a d o p r i m e i r o
foi suggerido pela p e r d a d e H i r a m , cujos
c o n h e c i m e n t o s e r ã o assaz extensos, p a r t i c u l a r m e n t e
e m
a r c h i t e c t u r a .
P e r s u a d i d o
o rei q u e o s e u T e m p l o d e v e r i a d u r a r t a n t o c o m o o m u n d o , e l e cria u m collegio c o m
posto d e h o m e n s , s e m p r e capazes d e r e p a r a r os e s t r a g o s d o t i v o foi a c r e a ç ã o d e p o i s q u e s ó Israelit c o l l e g i o ; d o n d e m i n a ç ã o d e I n t e n d M e s t r e e m Israel:
t e m p o . O architect as p o d i ã o n a s c e o a e n t e d o s e p o s t o q
s e g u n d o m o os n a c i o n a e s , e n t r a r n e s t e
dupla
d e n o
Edificios, o u u e a h i s t o r i a
f a ç a d a t a r a instituição d a p r i m e i r a a c a d e m i a s ó m e n t e a 3 9 o a n n o s a n t e s d a e r a
vulgar, o estabelecimento d o oitavo grao, d e v e ser c o n s i d e r a d o c o m o u m a a c a d e m i a c r e a d a I, I o o a n n o s a n t e s d a m e s m a era.
N o m o m e n t o , e m q u e o N e o p h y t o t e r
m i n a a s u a o b r i g a ç ã o , o p r e s i d e n t e o c o
b r e c o m u m m a n t o e n c a r n a d o , e l h e m e t t e n a m ã o d i r e i t a u m r a m o d e A c a c i a . O
p r i m e i r o d'estes s y m b o l o s representa o f i m t r a g i c o l u ç ã o e q u e d i v tres; e soffreo
d e H i r a m , e d e r r a m a r u l g a r o s c o n o s e g u n d o e S a l o m ã o n a m
s u a i n a b a l a v e l r s e u s a n g u e , a n t e s h e c i m e n t o s d o s M x p r i m e a m a g o a p e r d a irreparavel
seu principal architecto. O s
a u t o r e s d a historia d o
e s o d o e s q u e d o
g r à o , t e m
c o m m e t t i d o u m g r a n d e erro, d i z e n d o q u e
S a l o m ã o h a v i a e m p r e g a d o as c i n c o o r d e n s
d e architectura n o s o r n a m e n t o s d o T... : e s t a s o r d e n s , c o m o
d i s s e m o s , s ã o d ' i n v e n
ç ã o m u i t o posterior a S a l o m ã o q u e p o r t a n t o n ã o p o d i a d ellas ter c o n h e c i m e n t o n ã o o b s t a n t e p o r ê m , é i n d u b i t a v e l q u e este
Grào é todo scientifico, pois q u e sua insti
1 0 8
tuição teve por fim a instrucção dos I s r a e
litas n a architectura, e c o n s e q u e n t e m e n t e n o s o u t r o s r a m o s scientificos, d e q u e ella
d e p e n d e . M a i s
certificados ficaremos d a
o r i g e m d o o i t a v o g r à o , reflectindo, q u e o s n o m e s d a s d i v e r s a s p e r s o n a g e n s h i s t o r i
cas, o u fabulosas, as palavras sagradas, e d e passe, e as letras mysteriosas, q u e o
m e s m o g r a o enserra, s ã o t o d a s d e r i v a d a s
d o h e b r e o : o gráo, n ó s o repetimos, é o p r i m e i r o scientifico n a eschola escosseza, p o r q u e para o conseguir, é necessario s u b i r os sete d e g r a o s d a e x a c t i d ã o ; isto é ,
c o n h e c e r o sentido positivo dos sete s y m bolos, q u e c o m p õ e m estes degráos, q u e são: o c o m p a s s o , o esquadro, o nivel, o e s c o pro, o malhete, e a alavanca. S u a justa applicação, separada, o u collectivamente, é indispensavel, p a r a q u e os c o n h e c i m e n
tos, as artes, as sciencias, e a legislação
sejão exactas, e por consequencia uteis à
s o c i e d a d e .
E s t a p r i m e i r a allegoria, é d e u m a e x a c
tidão n ã o equivoca, pois q u e o fim p r i n cipal d o g r ã o é a perfeição, q u e c a d a i n i
- -
1 0 9
ciado d e v e adquirir n a architectura, e e s culptura. P a r a q u e fostes vôs recebido º (diz
a i n s t r u c ç ã o ) P a r a dissipar m i n h a i g n o rancia, e adquirir os c o n h e c i m e n t o s q u e g r ã o reserva a o s adeptos.
O s chefes d'obra da arte erão, n ã o só
o
m o s t r a d o s a o s iniciados, c o m o lhes e r ã o
explicadas as regras, e os processos por o n d e elles p o d i ã o , se n ã o e x c e d e r , a o m e . n o s i m i t a r o q u e se lhes p a t e n t e a v a
q u a n d o os iniciados se penetravão b e m da
theoria, hião praticar, o q u e se lhes n ã o
consentia antes de h a v e r e m d a d o provas
d e c a p a c i d a d e . O s e n t i d o m o r a l , q u e a
i n s t r u c ç ã o d à
às p e r s o n a g e n s allegoricas d o grao, assim
c o m o às letras iniciaes, q u e se c h a m ã o
mysticas, é s e m d u v i d a m u i t o respeitavel; o c o r r e r d o s seculos, e o e s t a d o d a lingua hebraica d aquelles t e m p o s , q u e m a s
h o j e n o s é d e s c o n h e c i d o , c o b r e a v e r d a d e i r a i n t e r p r e t a ç ã o c o m u m v é o i m p e n e t r a v e l .
u m
A
instrucção deste grão c o n t é m ainda
o u t r o s y m b o l o , q u e consiste e m u m a
B . M . 5 ,
1 0
1 1 0
f i g u ra g e o m e t r i c a . E s t a figura g e o m e t r i c a
é u m q u a d r a d o , e n c e r r a n d o os n u m e r o s 9, 27, e 81, d e q u e tres é a raiz, c o n t e n d o 8 1
letras p r o p r i a s a c o m p o r as p a l a v r a s ,
representadas pelas quatro seguintes i n i
c i a e s : I. . A.". I. . N . . . S e g u n d o a i n s t r u c
ç ã o d o caderno, estas q u a t r o iniciaes s i gnificão O Tú, q ue és o eterno possuidor
d e t o d o s o s d i v i n o s at tributos; e estes a t t r i b u t o s c o n s i s t e m n a f o r m o s u r a , s a b e d o r i a ,
m i s e r i c o r d i a infinita, p e r f e i ç ã o , justiça, t e r n u r a , e criação. D e v e m o s c o m t u d o c o n
fessar, q u e esta figura, assim c o m o a v e r
d a d e i r a d e c i f r a ç ã o d a s letras iniciaes I. . A.". I. . N . . . , e f i n a l m e n t e o s m e s m o s n u
m e r o s 9, 27,81 n ã o p ó d e ser perfeitamente
d e s e n v o l v i d a , à falta d e m o n u m e n t o s a n
tigos; e tanto m a i s q u a n t o a g e o m e t r grega, q u e a historia considera c o m o m a i s antiga, n ã o vai m a i s q u e a 61 o a nos, antes d a era vulgar, d o n d e p a r e concluir-se, q u e este s y m b o l o foi u m a a dição a o grào, posterior á sua primitti instituição.
i a a n c e d va
A instrucção affirma, q u e S a l o m ã o foi
1 1 1
o p r i m e i r o q u e elevou u m T e m p l o a o E t e r n o , m a s n ã o p ó d e negar-se q u e os P a triarchas, q u e p r e c e d ê r ã o a S a l o m ã o , e l e
v à r ã o t a m b e m T e m p l o s a o E t e r n o . O d e Betus, m u i t o m a i s vasto, e m a i s rico
o de Jerusalem, 2,121 annos antes d a
q u e
era v u l g a r , o d e D e n d e r a h 1 8 9 5 , s ã o m u i t o
a n t e r i o r e s a S a l o m ã o , e e m f i m o s i n i c i a
dos d a India, o u B r a c h m a s , os p a d r e s C a l deos, os d e M e m p h i s , e l e v à r ã o taes T e m
plos : e
se o sacerdocio consagra
estes
diversos T e m p l o s a divindades fabulosas,
só foi a b u s o d a credulidade d o s povos, q u e elles querião m a n t e r n a escravidão, e s u b m e t t e r a o s e u d o m i n i o e x c l u s i v o .
O
P r e s i d e n t e p e r g u n t a d e p o i s a o c a n d i
dato, se elle t e m visto todas as partes d o T e m p l o : a o q u e este responde, q u e u m g r a n d e m u r o d e b r o n z e lhe t e m e n c o b e r t o a m a i esta respos n ã o a i g n o se aclia a n t
o r p a r t t a a l e r a n c i a e s d e h
e d e s g o r i c e m q a v e r
s e u s o r n n ã o d u e t o d o r e c e b i d o a
a m e n t o e s i g n a o i n i c i a i n s t
s : se a d o r u c
ção, q u e a b r a n g e a extensão d e c a d a grao. O u t r o s y m b o l o notavel, q u e se e n c o n t r a
1 1 2
n a instrucção, é a balança p a r a denotar, s e m duvida, c o m q u e equidade, e i m p a r c i a l m e n t e S a l o m ã o fazia justiça a o s s e u s
subditos, q u e lh'a r e c l a m a v ã o : e a h i s t o
ria attesta q u e a legislação deste rei foi n o t a v e l p o r s u a claresa, e precisão. A i n s t r u c ç ã o d o g r à o , p a r e c e i n d i c a r
q u e os iniciados erão sujeitos a provas,
c u j a n a t u r e s a i g n o r a m o s ; m a s n a d a m a i s
provavel, q u e consistirem e m u m
e x a m e
m a i s o u m e n o s p r o f u n d o p a r a j u l g a r d a
aptidão de cada candidato: emfim, p e r
gunta-se a o recipiendario, o n d e havia sido
c o n d u z i d o , a o q u e elle r e p ó d e d i z e r ; o q u e p r o v a m e r o d e i n d i v i d u o s , q u e à q u e l l e s c o n h e c i m e n t o s , c o e s p a l h a d o s .
s p o n d o p e f ô r ã o e n t ã o
e q u e n a d a q u e n o n u a d m i t t i d o s m u i t o p o u
C o n c e b e - s e q u e S a l o m ã o devia ligar u m a g r a n d e i m p o r t a n c i a a este grao, p o r q u e a architectura era p o u c o v u l g a r i s a d a
n a J u d é a , e elle constituio della u m
mysterio, q u e se n ã o revelava, se n ã o n o collegio especial, n ã o a d m i t t i n d o m a i s q u e os Israelitas, p a r a q u e m reservava esta a r t e u t i l .
|
1 1 3
S e os desenvolvimentos, q u e h a v e m o s exposto deste grao, p r o v ã o q u e elle p e r
t e n c e p o s i t i v a m e n t e à iniciação, t r a z e n d o
o p r o t o t y p o dos s y m b o l o s , e allegorias, elles p r o v ã o i g u a l m e n t e q u a n t o as s c i e n cias, e artes e s t a v ã o p o u c o a v a n ç a d a s n o
seculo d e S a l o m ã o , e p r i n c i p a l m e n t e n a
J u d é a . L o l e k m a n é o só p h i l o s o p h o d e s t a
época, d e q u e a historia faz m e n ç ã o ; e a
instituição d e u m a a c a d e m i a d e a r c h i t e c
t u r a
m u i t zesse u m e n a
s e mi nh m a
n a
J u d é a
e r a
n o t a v e l p a r a della u m m y s t e p o v o t a n t o m e n o s sciencias, q u a o
m p r e co ttiva só os. Resu d o n a
smo con lta rel
polita, sistira pois, q ação sc
q u r i s n t
u m
e e m u e ien
a c o n t e c i m e n t o
e S a l o m ã o , s o b r e t v e r s a d o n o elle h a
o
n ã o f i u d o p a r a a s artes, v i a s i d o
cuja riquesa p r i n u m e r o s o s r e b a o oitavo grão, t o tifica, foi, n ã o
sómente consagrado ao estudo da archi t e c t u r a
m a t e r i a l ,
c o m o
a i n d a
a o
e s t u d o
da philosophia, q u e poucos hebreos p o s
suião; c o m o se d e d u z d e dizer o p r e s i d e n t e a o c a n d i d a t o : « E u m e s m o sinto « t o d a a difficuldade, q u e e x p e r i m e n t a 1 0 .
1 1 4
« m o s a p o d e r c o n v e n i e n t e m e n t e s u b s t i « tuir H i r a m , n o s s o M e s t r e , n ã o só e m
« sua qualidade d e architecto, c o m o u m a h o m e m p r o f u n d a m e n t e versado n a s
a s c i e n c i a s m a i s a b s t r a c t a s . »
:
D e c o r a ç ã o .
H a 2 7 luzes distribuidas e m tres g r u p pos, o 1º é d e 7, c o l o c a d a s diante d o I.º
Vig... : o 2.° d e 5, c o l o c a d a s d i a n t e 2.° Vig...; e o 3.º d e 15, c o l o c a d a s d i a n t e d o
Ven... A L o j a é d e c o r a d a d e encarnado. T i t u l o .
O
t o m a
Presidente representa S a l o m ã o , e o
título d e T r e s vezes Poderoso.
O
1.° Vig... Tito, c o m o título d e Tres vezes I l lustre Inspector. O 2 . ° Vig... representa A d o
n i r a m , e faz as f u n c ç õ e s d e I n t r o d u c t o r .
O Intendente sóbe sete degrãos de e x a c tidão, e conhece os cinco pontos da Fideli d a d e .
O Recipiendario t e m o n o m e d e Joaben,
1 1 5
Signaes.
D e Surpresa. L e v ã o - s e os d o u s d e d o s
p o l l e g a r e s até o s c a n t o s d a testa, e as m ã o s
estendidas e m esquadria; recuaõ-se d o u s passos, e a v a n ç ã o - s e o u t r o s d o u s . L e v a n
tão-se depois as m ã o s aos olhos p a r a os
t a p a r , d i z e n d o Ben-ch... ( N o b i l i u m filius, N o b r e s ) .
D e
a d m i r a ç ã o .
E n t r e l a ç ã o - s e a s
d u a s
m ã o s , voltão-se depois c o m as p a l m a s p a r a
c i m a , e d e i x ã o - s e c a h i r s o b r e a cintura, o l h a n d o p a r a o céo, e p r o n u n c i a n d o Uka.".
(Conturbans): é u m d o s n o m e s d e Deos.
D e D ó r , L e v a - s e a m ã o direita a o c o r a ç ã o , e a e s q u e r d a à c ô x a , o u q u a d r i l : b a
lancéa-se depois s o b r e os joelhos p o r tres
vezes, d i z e n d o : 2.° Ja... (Deos).
o 1 º
Hha... ( V i v e n s ) : o
Toque.
F e r e m - s e m u t u a m e n t e os c o r a ç õ e s c o m
a m ã o direita, q u e se passa depois para baixo d o braço esquerdo; toma-se e m s e
1 1 6
g u i d a o h o m b r o direito c o m a outra m ã o , d i z e n d o : o 1.º Jak...; o 2.º Jud... ( L a u d a n tium).
J . " .
P a l a v r a S a g r a d a . P a l a v r a d e
P a s s e .
M a r c h a .
C i n c o passos iguaes. ! T r e s
v e z e s n o v e
B a t e r i a .
!
!
!
I d a d e .
!
a n n o s .
T e m p o d o Trabalho.
D e s d e a m a d r u g a d a , até às 7 horas d a
n o i t e .
O r n a m e n t o dos M a ç o n s .
A v e n t a l b r a n c o , d e b r u a d o d e v e r m e l h o , e b o r d a d o d e verde, t e n d o n o m e i o u m a e s trella d e n o v e p o n t a s , o u raios, s o b r e u m a
balança, e n a abeta u m triangulo, c o n t e n d o a s l e t r a s B . " . A . " . J.".
1 1 7
L i s t ã o e n c a r n a d o c h a m a l o t a d o , l e v a d o a o tiracollo, d a direita p a r a a e s q u e r d a ,
s u s p e n d e n d o a joia, q u e é u m triangulo, q u e
t e m g r a v a d a s
a S
t r e S
p a l a v r a s :
B e m
chorim, A c h a r , Jakinai, q u e e m L o j a se i n t e r p r e t ã o
F r a n c - M a ç o n , O
Deos, T ú
és Eterno. N o lado o p p o s t o d o triangulo estão g r a v a d a s as p a l a v r a s : J u d à , J a h , q u e s e t r a d u z e m : D e o s P o d e r o s o ,
D e o s ! D e o s !
s u a v e r d a d e i r a significação é : L o u v o r e s
sejáo dados a o Senhor. A joia é u n i d a ao cordão, p o r u m a r o
s e t a v e r d e .
-
1 1 8
N O N O
M e s t r e O s
c a d e r n o s
G R A O ,
|
E l e i t o d o s N o v e .
de. instrucção deste grào,
o f f e r e c e m n o s e u historico a l g u m a s c o n
tradicções, q u e n o s c o n d u z e m q u e as p e r s o n a g e n s q u e nelle apócriphas, q u e S a l o m ã o n ã o parte, e q u e s u a instituição é fóra d o s principios d a iniciaçã concluir-se q u e deveria ser exc
a s u p p ô r , figurão s ã o teve nelle m o d e r n a , e o; p o d e n d o luido d a s e
se ç ã v o q u a s
e d a i o p o r c i n t a s s o b r s fins
rie d o s g r a o s d o R i t o Escossez.
P a r a p r o n u n c i a r m o s mais positivamente
es o , s a e s e
te g r a o d e r i v a d o u se t e m s i d o diversos, e x a m i s sejão a s i n a b a n t a a i n i c i a ç ã o ,
i r e c t a i n t e r c n e m o s l a v e i s e o s n
ella se p r o p õ e chegar.
m e n t a l a d s u c b a s e o b r e
n i c i m o t m e n t e q u a q u
i
a
e
e e
E s t a s b a s e s s ã o : a u n i d a d e d e D e o s , e a
i m m o r t a l i d a d e d a a l m a , u m culto v o l u n tario, m a s despido d e f a n a t i s m o e s u p e r
1 1 9
stição; e u m a moral pura, q u e possa guiar
c o n s t a n t e m e n t e o h o m e m
n o
c a m i n h o d a
v e r d a d e , d o justo, e d o b o m . S e u p r i m e i r o
f i m foi p r o p a g a r as luzes, q u e p o d e s s e m esclarecer a r a z ã o d o h o m e m , a f i m d e q u e
podesseapreciar toda a sua dignidade, pois q u e foi c o l o c a d o p e r seu c r e a d o r n o alto d a escala d o s seres organisados, p o d e n d o d a h i , p c o n h e c i v o ã o a v do-se e m p o t e n t e a
o r s u a intel m e n t o d o t o d a s t a e x t e n s ã o r e l a ç ã o dire autor. O s e g u
lige o s o d o cta n d o
ncia s c o u n i v c o m f i m
, p e n e r p o s q e r s o , o s e u foi p r
t r u e a c o o p
a r o p o h a n m n i a g a r
l i b e r d a d e d o s h o m e n s , s ó m e n t e c o m o l i m i t e d e n ã o s e a t a c a r e m u n s a o s o u t r o s n e s t a m e s m a l i b e r d a d e . E m t e r c e i r o
l u g a r , estabelecer u m a a r d e n t e c a r i d a d e
universal, q u e p o d e s s e ligar e n t r e si t o d o s
o s p o v o s , n ã o f o r m a n d o m a i s q u e u m a f a m i l i a d e i r m ã o s . F i n a l m e n t e : s i g n a l a r u m g o v e r n o s a b i o , e d e s i n t e r e s s a d o , e s t a
belecido s o b r e leis c o m m u n s , a p r o p r i a d a s ás necessidades d e c a d a povo, a f i m d e q u e
estas leis f o s s e m o a p o i o d o fraco, e d o forte, e ao m e s m o t e m p o o terror dos p e r v e r s o s ,
1 2 0
E i s - a q u i o positivo a tal r e s p e i t o ; e d e v e m o s reflectir, q u e S a l o m ã o , o m a i s s a b i o e i n s t r u i d o rei d o s e u s e c u l o , n ã o
p r e e n c h e o ( todos os fin é inherente d o t h r o n o of cupa. C o m t u v o s ci ceolei sivas, d o t e gloria
sem d u v i d a involuntariamente) s d a iniciação, p o r q u e o erro à especie h u m a n a , e a gloria fusca s e m p r e o h o m e m q u e o o c d o , S a l o m ã o , a e x e m p l o d o s p o
vilisados, s d e g a r a n q u e , c o m p m p o d e s i m m o r t a l
q u e t i a a r a e u , e
o p r e c e d i n d i v i d u a d a s a o s c r e i n a d o , f a r ã o s e m
ê r ã o , e s t a b e l , e l e i s r e p r o n h e c i m e n t o c o b r e m p r e o s e u m a
l e e s o s d e i s
completo elogio: façam o s agora applica
ç ã o d o q u e f c u l a r d e q u e O 9.° g r a o S a l o m ã o e s c g a r d e n o v e , o u J o a b e n , s
ica e x p o s t o a o o b j e c t n o s o c c u p a m o s . e x p õ e e m s e u histori o l h e o q u i n z e M e s t r e s a c u j a testa collocàra e u favorito i n t i m o , e
o p a r t i
co, e m J o a q u e
q u e l u b e r , s u a
e s c o l h a foi m o t i v a d a s o b r e u m a d e c l a r a ç ã o
verbal d e u m
incognito, q u e lhe h a v i a
d e s c o b e r t o o a s i l o d o s a s s a s s i n o s d e H i r a m .
O p r u d e n t e rei o r d e n a a o s q u i n z e M e s t r e s , q u e se a p o d e r e m d o s c r i m i n o s o s , m a n
1 2 1
d a n d o imperativamente que os conduzão,
p a r a s e r e m p u n i d o s c o m o rigor d a s leis. O s Mestres partirão logo p a r a executar as
o r d e n s d e S a l o m ã o , m a s o i m p a c i e n t e J o a b e r , n ã o t o m a n d o p o r g u i a m a i s q u e s u a
intrepidez, se adianta de seus collegas, p e n e t r a só os l u g a r e s d e s c o n h e c i d o s , p o r
e n t r e r o c h e d o s i n a c c e s s i v e i s , o n d e
u m r ã o e m m e p u n
c ã o , q u e b e b e e m d e u m a l u z ; s e g u m a c a v e r n a , o n m só, d o r m i n d o , h a l , J o a b e r l h e d
u e
d a
u m i n d e e cu c e p
a f o o o n c o n jos p a a
n t e , e q u a l , t r a u é s h a v c a b e ç
a v i s t a
o c l a e n t r a m h o i a u m a , e a
traz c o m o e m trophéo a seus c o m p a n h e i
ros, q u e se h o r r o r i s ã o d a a c ç ã o ; e l e v a n d o a d e p o i s a S a l o m ã o , este rei, n ã o o b s t a n t e
sua reprovação a o p r o c e d i m e n t o d e Joaber,
l h e p N a m e n t t u l o
e r d ô a d a é o e m secret
.
m e n o s p r o v a v e l q u e , n o m o q u e S a l o m ã o presidia a o C a p i o, e m q u e se t r a t a v ã o i m p o r t a n
cia a
u m
i n c o g n i t o : as idéas q u e t e m o s
tes questões, e l e sahisse para d a r a u d i e n
das côrtesorientaes, nos autorisão a suppôr B .
M .
5 .
1 1
1 2 2
este facto fabuloso. S a l o m ã o tinha p r o m e t tido u m a r e c o m p e n s a consideravel a q u e m l h e
d e s c o b r i s s e o s
a s s a s s i n o s
d e
H i r a m :
m a s sua intenção era fazê-los p u n i r c o m
a s e v e r i d a d e d a s leis, e c o n v e n c ê - l o s p u b l i c a m e n t e d e s e u e n o r m e delicto, à vista
das provas, feito conser d e J o a b e r , S o b e r a n o , a i n d a mais, zes, e c o m o
q u e elle e x p r e s s a m e n t e t i n h var: o c r i m e d a desobedienci contra as o r d e n s positivas d era p o r t a n t o i m p e r d o a v e l ; s e n d o J o a b e r o chefe d o s J u tal, e n c a r r e g a d o d e vigiar n
a
a
i
e x e c u ç ã o d a s leis; J o a b e r foi t a m b e m u m
o a
e
assassino, e n s a n g u e n t a n d o suas m ã o s e m u m iniciado, a p p r o v e i t a n d o - s e d o estado indefezo e m q u e o a c h o u d o r m i n d o n a c a v e r n a : e S a l o m ã o , q u e t i n h a feito g r a v a r
n o recinto d a justiça as seguintes m a x i I I 1 8 8
|
O crime n á o p ó d e ficar i m p u n e : A consciencia é u m juiz inflexivel: S e m u m p o d e r legitimo, a v i n g a n ç a é c r i
minosa; pois S a l o m ã o n ã o podia aggraciar Joaber,
-
s e m
1 2 3
v i o l a r e s t a s m e s m a s
m a x i m a s .
P o r
outra parte, é s u m m a m e n t e i m p r o v a v e l
q u e o cão encontrado por Joaber, guarda d o acoitado, lhe n ã o désse o signal d o i n i m i g o p r o x i m o , d e i x a n d o - o entrar n a c a
v e r n a , o n d e s e u a m o d o r m i a , d e i x a n d o a
seus pés u m a a r m a q u e lhe foi fatal. C o m
t a n t a s c o n t r a d i c ç õ e s , e i m p r o b a
bilidades, n ó s facto é t o d o q u a n t o os s y m sentão vin g a n c os gràos instit d a t ã o
o u s a a p ó c r b o l o s a , d e uidos
a i n d a d e
m o s d i p h o ; deste q u e n a p o r S a
m a i s
izer, q u e tanto g r ã o só d a se res l o m ã o , e
a n t i g u i d a d e ,
e
este mais, r e p r e sentem os q u e
q u e este n ã o t e m correlação alguma. A
c o m
vista d a s considerações geraes, q u e
ja fizemos, não é possivel dissimular, q u e
os s y m b o l o s deste g r a o p a r e c e m dar-lhe
o c u n h o d e m o d e r n o , e se a f a s t ã o m u i t o d o s q u e c a r a c t e r i s a v ã o a a n t i g a iniciação :
p o r q q u e n i s m g u m
u e , são o , a d
d e s d os p q u e elles
e os rime são se e
mysterios d o s B r a c h m a s iros, até os d o christi os ultimos, e m parte a n c o n t r a cousa, q u e a u t
l o
,
a
1 2 4
rise a v i n g a n ç a , p o r q u e à vista d o q u e
fica e x p o s t o , c o m o s a h i n d o scientifica, e p h g u i n a r i a s d o p ções, d e q u e os infestados : a p o i s p o r b a s e s
n ã o p o d e d a i n i c i i l o s o p h i c a a g a n i s m o , p o v o s d a a i n i c i a ç ã o t u d o o q u e
m o s a ç ã o as p n e m n t i g posi é b
c o n s i d e r a r religiosa, raticas s a n as s u p e r s t i u i d a d e e r ã o tiva, t e n d o o m , justo, e
util, n ã o p o d i a crear u m g r a o d i a m e t r a l
m e n t e o p p o s t o a o s s e u s fins, c o m o o n o n o ,
q u e n ã o parece ter p o r base m a i s q u e a
d i s s i m u l a ç ã o , a astucia, e represalias m a i s o u m e n o s f u n d a d a s , m a s n ã o a u t o r i s a d a s : a l é m d e q u e , as a l e g o r i a s , q u e o c a r a c t e risão, n ã o o f f e r e c e m c o r r e l a ç ã o a l g u m a c o m o s g r à o s d a s diversas iniciações d a a n t i g u i d a d e , e n t r e t a n t o q u e n o s g r à o s s u
periores, q u e d ella derivão, os s y m b o l o s
s ã o reli N ó s p d o 9 º g d e p o i s d plarios,
giosos, o u m o r a e s , r e s u m i m o s , p o r é m r à o , é d o p r i n c i p i o a desastrosa c a t a s t q u e o b r i g o u a o s e s
os scientific , q u e a o r i g d o s e c u l o X I r o p h e d o s T e c a p o s d a m o r t
os. e m V , m e ,
e perseguição, a refugiarem-se n a T h e baida, o n d e a penivel situação e m q u e se
1 2 5
achàrão, lhe suggeria a consolação d a i n i ciação p a r a m u t u a m e n t e se c o n s o l a r e m ,
e f o r t i f i c a r e m s u a s a l m a s a b a t i d a s : n a d a
espanta, pois, q u e as idéas d e v i n g a n ç a seguissem a horrivel perseguição, q u e tinha expatriado a estes Cavalh... O s J e
suitas e x p u l s o s d a F r a n ç a tiverão i g u a e s m o t i v o s d e s e g u i r estas i d é a s : elles f a z i ã o d a r u m a i n t e r p r e t a ç ã o às iniciaes d o t i
t u l o d a c r u z d e C h r i s t o c r u c i f i c a d o J.". N . " .
R.". J."., q u e t r a d u z i r ã o a s s i m : j u s t u m , n e c a r e , reges, i m p i o s : é j u s t o p u n i r d e m o r t e a v ã o réos o u t r a re m a s est
o s reis i m p i o s ; a s s i m , elles j u l g a d e m o r t e a o s reis q u e t o l e r a s s e m ligião, q u e n ã o fosse a c a t h o l i c a ; e g r à o só se d a v a a o s p a d r e s d e c o n h e c i d a c a p a c i d a d e . O l i v i e r C r o m w e l l ,
s u b i n d o a o t h r o n o de Inglaterra e m 1641,
por seu zêlo pelo protestantismo, e odio c o n t r a os catholicos, c r e o u u m g r à o d e eleito, a q u e n ã o a d m i t t i o se n ã o h o m e n s
d o seu partido, cujo fim era a v i n g a n ç a d o s S t u a r t e s , e d o s c a t h o l i c o s r o m a n o s ,
A p e s a r d a s d i f f e r e n ç a s d estes tres g r à o s d o s T e m p l a r i o s , d o s Jesuitas, e d e C r o m 1 1 .
1 2 6
w e l l , todos elles justificão o titulo d e Eleito q u e lhes foi d a d o . A
iniciação
d e s d e o a n n o
p e n e t r o u
e m
I n g l a t e r r a
2 8 7 d a nossa era, e foi l i
m i t a d a aos tres graos symbolicos, até a
é p o c a d e C r o m w e l l , e m q u e as officinas se
multiplicárão a o infinito, e q u e este a b u s o
d a instituição deo lugar à sisão da g r a n d e L o j a d e L o n d r e s , q u e se dividio e m d u a s
f r a c ç õ e s ; u m a t o m o u o titulo a n t i g o a c e i t o , e a o u t r a o d e rito m o d e r n o , p o r q u e e s t e r i t o f o i m o d i f i c a d o .
E s t a u l t i m a f r a c
ç ã o se limita aos tres primeiros gràos s y m bolicos, p o r q u e se c o m p u n h a d e h o m e n s
o r d i n a r i o s , e d e t o d a s a s profissões; m a s
a o u t r a , e m
q u e e n t r a v ã o p e s s o a s i n s t r u i
d a s , c o n s e r v a o s c o n h e c i m e n t o s p h i l o s o p h i c o s d o s a n t i g o s m y s t e r i o s , e se a m a l
g a m o u c o m o Escossez primittivo, c o n h e
c i d o pela d e n o m i n a ç ã o d e Rito d e H e r e d o n ;
isto é, herdeiro d o rito, e q u e foi p r o t e
g i d o p o r J a c q u e s I. R e i d a E s c o s s i a , q u e r e i n a v a e m
c o m p u n h a
1 4 o 6 .
E s t e
u l t i m o
p r i m i t t i v a m e n t e
d e
rito s ó s e
d e s o i t o
grãos, entre os q u a e s foi entrecalado o
d e E l e i t o ,
1 2 7
T u d o n o s l e v a a crêr q u e n'este a m a l
g a m a se c o n h e c t a o Eleito d o s T e m p l a r i o s , e d o s J e s u i t a s ; e e m
t o d o s o s c a s o s s e n ã o
poderia ignorar o de C r o m w e l l , q u e foi c r e a d o
quereria
n a
m e s m a
é p o c a , e
q u e
se
n ã o
desgostar a este conquistador.
F o i e n t ã o a t t r i b u i d o o g r à o a S a l o m ã o ,
q u e se considerava
c o m o
f u n d a d o r d a
M a ç o n a r i a , d a m a i o r p a r t e d o s s e u s g r a o s , i n t r o d u s i n d o a l l e g o r i c a m e n t e p e r s o n a g e n s
q u e se s u p p o z é r ã o viver n o seu t e m p o .
S a b e - s e i g u a l m e n t e , q u e o s I n g l e z e s l e v á r ã o à F r a n ç a os tres p r i m e i r o s g r a o s , m a s foi a f r a c ç ã o d o rito m o d e r n o , e
p o u c o t e m p o depois, a g r a n d e L o j a M e tropole d o Rito d e H e r e d o n , envia aos M a ç o n s F r a n c e z e s , cartas c a p i t u l a r e s p a r a
o estabelecimento d e capitulos, ao q u e o
Gr... Or... p o r m u i t o
t e m p o resistio, p o r
q u e o g r à o d e Eleito d o s n o v e r e p u g n a v a à
s u a
c o n s c i e n c i a .
D e v e m o s a g o r a confessar, q u e , se h o u v e j a m a i s u m a v i n g a n ç a toleravel, foi a d o s m i s e r a v e i s p r o s c r i p t o s d a o r d e m d o T e m
plo, pois q u e assentava sobre a viólação
- -
1 2 8
d e t o d a s a s leis h u m a n a s
: e l l a n ã o
s e d i
rigia se n ã o c o n t r a F e l i p p e - B e l l o , e C l e m e n t e V . , a u t o r e s d e s u a s d e s g r a ç a s : s u a injustiça r e v o l t a n t e d e o l u g a r a este p r o
jecto d e v i n g a n ç a c o n c e r t a d o , q u e se m a s c a r a c o m os s y m b o l o s , e allegorias d a iniciação antiga. O g r à o , instituido c o m tal f i m , foi e n v i a d o aos T e m p l a r i o s d a E u r o p a ; e n ã o p o d e m o s affirmar q u e t e m p o elle ahi foi exercido; m a s a v e r d a d e é , q u e depois d a dispersão destes c a v a l leiros
n a
F r a n ç a ,
e l e
n ã o
foi j a m a i s
c o n f e r i d o ; e elles s e l i m i t à r ã o à i n i c i a ç ã o
primitiva d a sua o r d e m , p r o p a g ã o a t r a dicção, o b s e r v ã o o ritual, e p õ e m e m p r a
tica u m a philantropia s e m limites, q u e foi a p r i m e i r a b a s e d e s u a instituição. A
D e c o r a ç ã o (1).
L o j a , q u e r e p r e s e n t a u m a d a s salas
(1) A s differenças d este gráo, p o s t o q u e seja
o
m e s m o
n o s d o i s ritos, s â o t â o
c o n s i d e r a v e i s ,
q u e j u l g a m o s m a i s c o n v e n i e n t e dizer p o r inteiro o q u e c o n v ê m a o Escossez, r e m e t t e n d o os leito r e s p a r a a p a r t e a n t e c e d e n t e , p e l o q u e t o c a a o
R i t o F r a n c e z ,
-
-
-
1 2 9
d o palacio d e S a l o m ã o , é a r m a d a d e preto,
s e m e a d a l u m n a s
d e f l a m a s e n c a r n a d a s ,
d e
d i s t a n c i a
e m
c o m c o
d i s t a n c i a
a l t e r
n a t i v a m e n t e v e r m e l h a s , e brancas. T i t u l o s .
A L o j a d e n o m i n a - s e C a p i t u l o , e d á - s e a o p r e s i d e n t e , q u e r e p r e s e n t a S a l o m ã o , o t i t u l o d e M u i S o b e r a n o
H a
u m
s ó V i g i l a n t e ,
M e s t r e .
q u e
r e p r e s e n t a
Stolkin, e t e m o n o m e d e Inspector. O Recipiendario representa J o h a b e n , c h e f e d o s
b u s c a r o s
n o v e
Eleitos
n o m e a d o s
p a r a
a s s a s s i n o s d e H i r a m : f o i este o
q u e m a t o u u m d o s m e s m o s assassinos r e f u g i a d o e m u m a c a v e r n a s i t u a d a n a
praia d o m a r , perto d e Joppe, hoje Faffa; porto o n d e a b o r d a v ã o os navios d o rei d e
T y r o , q u e c o n d u s i ã o m a t e r i a e s p a r a c o n s t r u c ç ã o d o T e m p l o . 1.°
F a z - s e
o
Signaes.
m o v i m e n t o
d e
f e r i r
rosto a o C o b r i d o r c o m u m p u n h a l .
a
n o
1 3 0
Resposta. L e v a - s e a m ã o a o rosto, c o m o
p a r a segurar-se d e q u e se està ferido. 2.° Levanta-se o b r a ç o p a r a ferir n o
c o r a ç ã o , c o m o se h o u v e s s e n a m ã o u m pd u n h a l a q u e m s e q u e r f a z e r r e c o n h e c e r , i z e n d o N e k . " . Resposta. L e v a - s e a m ã o direita a o c o r a ç ã o , d i z e n d o Nech... T o q u e .
F e c h a - s e a m ã o
direita c o m
o
d e d o
pollegar l e v a n t a d o , e apresenta-se a o
C o b r i d o r .
Resposta. Este, t o m a o pollegar, q u e se
lhe apresenta c o m a m ã o direita, t e n d o t a m b e m o pollegar levantado. N . " .
P a l a v r a Sag,
P a l a v r a de Passe. M a r c h a .
T r e s passos d e A p r e n d i z , tres d e C o m
p a n h e i r o , e tres d e M e s t r e ,
1 3 1 B a t e r i a .
I d a d e .
Oito a n n o s , e m a i s u m , completos.
Tempo
a o
d o t r a b a l h o .
P a r a abrir, d e m a d r u g a d a . P a r a fechar a n o i t e c e r .
O r n a m e n t o d o s
A v e n t a l b r a n c o ,
c o m
M a ç o n s .
m e s c l a s
v e r m e
l h a s , f o r r a d o , e o r l a d o d e p r e t o ; e s o b r e
a a b a u m b r a ç o p i n t a d o , o u b o r d a d o ,
s u s t e n t a n d o u m
p u n h a l .
Listão preto largo, a o tiracollo d a e s q u e r d a para a direita, t e n d o e m baixo n o v e r o z e t a s v e r m e l h a s , q u a t r o a d i a n t e , q u a t r o p o s t e r i o r m e n t e , e u m a
s e r v i n d o
d e atadura à alfaia, q u e é u m p u n h a l c o m o c a b o d e o u r o , e a folha d e prata.
1 3 2
D E C I M O
G R A O .
Illustre Eleito dos Quinze. (1) P o s t o q u e a historia d e H i r a m seja t o d a allegorica, c o m o jà dissemos, e nos p a rece t e r m o s p r o v a d o , os autores dos c a
d e r n o s d o e s c o s s i s m o o t e m f i g u r a d o p o s i tivo; e a m ó r p a r t e d o s g r a o s c a p i t u l a r e s n ã o s ã o m a i s q u e d e s e n v o l v i m e n t o s d esta
historia. Vio-se jà n o g r ã o precedente o
a s s a s s i n a t o d e u m d o s m a t a d o r e s d e H i r a m ;
trata-se a q u i d o i s , e d a s u Seis m e z e s ç ã o , e m q u e
d a d e a j u s t a d e p o i s foi a s s a
s c o p u n d a s s i
t a d o r e s d e H i r a m ; u m
b e r t a d o s o u t r o s i ç ã o . p r i m e i r a e x p e d i n a d o u m d o s m a
I n t e n d e n t e d e S a
l o m ã o , p e r c o r r e n d o o p a i z d e G e t h , d e s c o b r i o « o asilo d o s o u t r o s d o i s ; elle instruio a S a l o m ã o , q u e e s c r e v e o a M a a
cha, rei d e G e t h , p a r a r e c l a m a r os dois (1) E ste gráo, o onze, d o z e , e treze, n â o t e m c o r r e s p o n d e n t e n o Rito F r a n c e z .
1 3 3
criminosos. Q u i n z e Mestres escolhidos p o r
S a l o m ã o , a c o m p a n h a d o s d e u m a n u m e r o s a e s c o l t a , os f o r ã o p r o c u r a r , e o s t r o u x e r ã o a J e r u s a l e m ,
c o n f o r m e
a s o r
d e n s d o rei; e n o d i a s e g u i n t e , elles f o r ã o a t a d o s a u m a
c r u z d e S. A n d r é ,
a b r i r ã o
se-lhes o s v e n t r e s , e n o f i m d e oito h o r a s d a s m a i s h o r r i v e i s d ô r e s , se lhes d e c e p a r ã o
as cabeças, q u e fôrão expostas a o publico p a r a e x e m p l o .
O s autores d o systema n ã o advertirão
n o a n a c h r o n i s m o e m q u e c a h i r ã o , p o r q u e
a f i r m a n d o positivamente q u e S a l o m ã o
e s c r e v e o a M a a c h a , n ã o se l e m b r à r ã o d e
q u d a n e d u
e este n o s s a i r a q u e a s p e r
u l t i m o rei, v i e r a , e S a l o , se f a z e m v i v s o n a g e n s q u e
v e o 9 m ã o e r a o exist
seculo e m e i o d e differença.
6 o I, I m e irã
a n n o s a n t o o , d e m s m o t e m p o c o m q u a
e s a o , s i
M a s , seja o u n ã o c r e a d o o g r ã o p o r S a l o m ã o , os m o t i v o s n o s p a r e c e m e n v o l
ver m o r a l i d a d e : pois q u e p o r elle se m o s t r a q u e os perversos n ã o p ó d e m a c h a r s e g u
r a n ç a , a i n d a p a s s a n d o p a r a p a i z e s e s t r a n
geiros, e m e s m o m u d a n d o d e n o m e , pois B .
M .
5 .
1 2
1 3 4
q u e estes d o u s assassinos n ã o se a p r e s e n t ã o
a q u i d e n o m i n a d o s c o m o n o terceiro g r à o ,
e a i n d a se f a z v ê r o r i g o r d a s leis h e b r a i c a s
contra os m a t a d o r e s ; rigor b e m c a p a z d e r e t e r o s p e r v e r s o s
c r i m e , o q u e
n a
p e r p e t r a ç ã o
t a m b e m ,
d e
tal
pelo lado d o s
conhecimentos h u m a n o s , prova q u e já
n a q u e l l e s t e m p o s se c o n h e c i a o principio juridico d e p r o p o r c i o n a r as p e n a s a o s d e l i c t o s .
N ã o é p o r
o u t r a p a r t e possivel m a r c a r
a verdadeira época da instituição deste g r à o , se se n e g a ter s i d o S a l o m ã o , p o r q u e
e l e n ã o apresenta s y m b o l o s , q u e n o s d ê m
e s c l a r e c i m e n t o a l g u m a tal respeito, a l é m d o historico, e m q u e a c h a m o s o a n a
c h r o n i s m o q u e a historia geral offerece, e jà n o t a m o s .
D e c o r a ç ã o .
A sala, q u e é d e c o r a d a d e preto, c o m
l a g r i r e c e p r e s i c a d a
m a p o d e u
s v e r m e l h a s , e b r a n c a s , se e s c l a r q u i n z e l u z e s ; c i n c o d i a n t e d o n t e a o O r i e n t e ; e c i n c o d i a n t e d e m d o s Vig...".
1 3 5
T i t u l o .
A a s s e m b l é a c h a m a - s e C a p i t u l o ; o p r e s i d e n t e M u i t o Illustre M e s t r e ; o 1° Vig...
Inspector; o 2.° Vig... Introductor. N ã o p ó d e m h a v e r m a i s q u e q u i n z e Eleitos n o Capitiflo: os q u e e x c e d e m ficão d e
f ó r a .
Signaes.
L e v a r o p u n h a l debaixo d a b a r b a , e fazê-lo descer a o l o n g o d o c o r p o , c o m o q u e r e n d o a b r i r o ventre.
Resposta. Faz-se o signal d e A p r e n d i z , t e n d o o p u n h o f e c h a d o , e o d e d o pollegar
l e v a n t a d o .
d a
T o q u e .
Entrelação-se r e c i p r o c a m e n t e os d e d o s m ã o
Z . " .
d i r e i t a .
P a l a v r a
S a g r a d a .
P a l a v r a
d e P a s s e .
(Resposta)
B . º .
-
1 3 6
M a r c h a .
Q u i n z e p a s s o s
D a s
5
triangulares.
B a t e r i a .
T e m p o d o trabalho.
h o r a s
d a
m a n h ã
à s 6
O r n a m e n t o d o s M a ç o n s .
A v e n t a l d e preto, n u m a cidade d e i x a n d o vé
b r a n c o , o m e i o q u a d r a d rtres po
forrado d o qual a , q u e rtas e m
d a
t a r d e .
e d e b r u a h a p i n t a é J e r u s a l e perspectiv
d o d a m , a;
s o b r e c a d a u m a d a s q u a e s h a u m a c a b e ç a
e m
c i m a d e u m a estaca. ( V e j a - s e a fig.
1.º d a est. 2 . " )
Listão preto, passado d a e s q u e r d a p a r a a direita, c o m tres cabeças pintadas n a frente, e p o r alfaia u m p u n h a l c o m c a b o d e o u r o , e l a m i n a d e p r a t a .
1 3 7
D E C I M O
P R I M E I R O
G R A O .
.
S u b l i m e C a v a l h e i r o E l e i t o .
N ã o n o s p o d e m o s c o n v e n c e r , c o m o
se
t e m p e r t e n d i d o , q u e fosse a i n d a S a l o m ã o
o instituidor d este g r à o , c u j a p r i m e i r a e
indispensavel c o n d i d o , é p r o v a r q u e os p u n i d o ; condição i t e m p o s b a r b a r o s :
ç ã o p a r a traidores m m o r a l , o seculo
ser a d m i t t o d o s se t e propria d e S a l o m
t i e m d e ã o
n ã o foi b a r b a r o , o c c u p a n d o - s e m u i t o este
rei d e legislação, p a r a exigir u m a c o n d i ç ã o tão o p p o s t a às leis q u e estabeleceo. A historia d e s t e g r a o n o s d i z , q u e S a
l o m ã o , depois d e h a v e r satisfeito a vindicta p u b l i c a , f a z e n d o s o f r e r a o s assassinos
t o d o s o s r i g o r e s d a lei, q u i z r e c o m p e n s a r o s q u i n z e m e s t r e s , q u e o s a p r e h e n d ê r ã o ;
e lançando seus n o m e s e m
u m a u r n a ,
t i r o u à sorte d o z e , o s q u a e s f o r ã o c o n s t i t u i d o s g o v e r n a d o r e s d a s d o z e tribus d e Israel, c o m o titulo d e Excellente E m e r c h , 1 2 .
1 3 8
q u e significa e m h e b r e o h o m e m c o n s t a n temente verdadeiro; c o m m u n i c o u - l h e s e s criptos preciosos, q u e se a c h a v ã o e n s e r r a
d o s n o t a b e r n a c u l o , a s s i m c o m o a s t a b o a s
d a
lei,
m o n t e
q u e M o y s é s
S i n a i .
E s t a historia n ã o
h a v i a
r e c e b i d o
offerece m a i s
\ ,
n o
q u e
a
r e c o m p e n s a d e serviços prestados ao S o b e r a n o ;
m a s
n ã o
S a l o m ã o , d o t a d o
p a r e c e
v e r o s i m i l ,
d e t a n t a s a b e d o r i a ,
q u e r e
m u n e r a s s e c o m d o u s p r e m i o s d e t a n t a m o n t a , c o m o o g o v e r n o d e seus s u b d i t o s , e a c o n f i a n ç a d e escriptos p r e c i o s o s , a
simples a p r e h e n s ã o d e d o u s criminosos,
q u e poderia ser feita até p o r scelerados, a q u e m se p a g a s s e p a r a isso.
N o
curso d a instrucção, pergunta-se a
e x p l i c a ç ã o d d i f f e r e n ç a , o p o n d e - s e q u s e m p r e u m a
o s i m e s e se c r u z
g n a l , q u e é c o m p o m o d o R o s a - C r u z ; e t e m p r o m e t t i d o t r p a r a r e c o r d a r a s fal
u c a r e s a z e r tas,
depois d e se t e r e m a p a g a d o . Eis o u t r a
c o n t r a d i c ç ã o , f a z e n d o S a l o m ã o instituir s i g n a e s referidos a o c h r i s t i a n i s m o , q u e s ó
appareceo 1,too annos depois.
D ã o - s e neste g r a o os n o m e s d o s d o z e
1 3 9
m e s t r e s r e c o m p e n s a d o s , m a s n o q u a d r o c h r o n o l o g i c o d o s e c u l o d e S a l o m ã o , n ã o
se e n c o n t r ã o taes n o m e s ; e a i n d a
a p p a r e c e
m a i o r i n c o h e r e n c i a e m e n c a r r e g a r S a l o m ã o a estes, a s u p e r i n t e n d e n c i a d o s t r a b a l h o s
d o T e m p l o , q u a n d o os trabalhos jà h a v i ã o
f i n a l i s a d o .
F i n a l m e n t e
S a l o m ã o
c r i a
c a
v a l l e i r o s , e m t a n t o q u e , a o r i g e m d a cavallaria n ã o vai m a i s q u e a o s e c u l o V I I I . d a
n o s s a e r a .
D e s t a s considerações se p ó d e i m p a r c i a l m e n t e c o n c l u i r : 1.º q u e o g r ã o o n z e , n ã o foi instituido p o r S a l o m ã o ; 2.º q u e o
s e u historico é f a b u l o s o ; 3.º q u e as p e r s o n a g e n s q u e alli f i g u r ã o , s ã o a l e g o r i c a s ;
4.º q u e o seu m o t i v o é illusorio; 5.º q u e
s e u f i m é e q u i v o c o , p o r n a d a d i z e r d e m a i s ; 6.º q u e s e u titulo é tirado d e u m a
é p o c a m o d e r n a , e n ã o d a m e i a idade; d ' o n d e parece resultar, q u e tal g r a o d e v e desapparecer d a cathegoria q u e c o m p õ e o R i t o E s c o s s e z ,
D e c o r a ç ã o .
H a v i n t e e q u a t r o luzes n a L o j a ,
q u e
é d e c o r a d a d e preto, s e m e a d a d e corações i n f l a m m a d o s , f
>
1 4 0
T i t u l o .
A L o j a t e m o n o m e d e G r a n d e Capitulo,
e n ã o p ó d e ter se n ã o d o z e Eleitos. O presidente representa S a l o m ã o , e c h a m a
se T r e s vezes P o d e r o s o . E m l u g a r d o s V i g . . .
h a u m
G r a n d e Inspector, e u m
C e r e m o n i a s .
Mestre de
Signaes.
C r u z ã o - s e os b r a ç o s s o b r e o peito, t e n d o
as m ã o s fechadas, e os pollegares apartados. T o q u e .
1.º Appresenta-se m u t u a m e n t e o p o l l e
g a r d a m ã o direita, t e n d o os o u t r o s d e d o s f e c h a d o s .
U m
d o s
I r . ' .
t o m a
o
d e d o
pollegar d o outro, e lhe volta o p u n h o p o r
t r e s
v e z e s ,
d i z e n d o
a l t e r n a d a m e n t e
a s
p a l a v r a s Berith, N e d e r , S c h e l e m o t h . 2° T o m a - s e a m ã o direita d o C o b r i d o r ,
e fere-se tres vezes c o m o d e d o pollegar s o b r e a p r i m e i r a f a l l a n g e d o d e d o m e d i o . A . " ,
P a l a v r a S a g r a d a .
1 4 1
P a l a v r a
d e P a s s e .
B a t e r i a .
! ! ! ! ! ! ! ! ! ! ! !
T e m p o d o trabalho.
D a s d o z e horas até a m a d r u g a d a . A v e n t a preto, e b o r d a d a m a s L o j a
O r n a m e n t o dos M a ç o n s .
l b n o u m s ,
r a n m e a e m
c o , f o r r i o u m b c r u z e n c v e z d e
a d o l a r c r
o , e d ç o s o b n a d a ; u z , se
e b r e e b
?
o d e està l g u u m
r u a d q u e e m a o r d a
p u n h a l , cercado d e n o v e c h a m m a s . Listão preto, d a esquerda p a r a a direita, sobre q u e estão b o r d a d o s
tres
c o r a ç õ e s
e n t r e
c h a m m a s , o u s i m p l e s m e n t e a divisa P e n c e r , o u m o r r e r .
A o listão està s u s p e n s a a alfaia, q u e é u m p u n h a l d e c a b o d e o u r o , e l a m i n a d e p r a t a .
D E C I M O
1 4 2
S E G U N D O
G R A O .
G r a m - M e s t r e A r c h i t e c t o .
D e se ter dito n o oitavo grão, q u e S a l o
m ã o
t e v e n'elle a i n t e n ç ã o d e f o r m a r
e m
Israel u m a eschola especial d e a r c h i t e c t u ra, se t e m inferido, q u e deveria e s t a b e l e c e r u m a d e g e o m d a s m a t h e m a t i c a g r à o , o u a n t e s o A g e o m e t r i a , q
e t r i a , p o r q u e este r a m o s , s e r v e d e b a s e a o 1 2 º constitue t o d o . u e p a r t i c u l a r m e n t e se o c
c u p a das linhas, das superficies, e d o s v o
l u m e s , é, n ã o só a b a s e d e t o d a s as m a t h e
maticas, c o m o a sciencia que contribue
m e l h o r a tornar o espirito m e t h o d i c o , e
c o n s e q u e n t e ; faz c o n t r a h i r o h a b i t o d e r a c i o c i n a r c o m e x a c t i d ã o , e f i r m a as r e g r a s
d a verdadeira logica, q u e só n o s p ó d e f o r
n e c e r o s m e i o s d e c a m i n h a r d o c o n h e c i d o
para o incognito. É logo a geometria u m a
sciencia indispensavel a todas as sciencias, p o i s q u e e m t o d a s é n e c e s s a r i o o e m p r e g o d o raciocinio, e se os a u t o r e s d o s c a d e r n o s
1 4 3
fossem m a i s etymologicos, eles c o l o c a rião este g r a o logo depois d o Intendente
d o s Edificios, o u M e s t r e e m Israel, p a r a d a r a p e r f e i ç ã o , a o q u e n o 8.° se s u p p õ e a p r e n d e r .
M a s n ã o p o d e m o s s u p p ô r q u e o grão, d e q u e a g o r a tratamos, seja devido a S a l o m ã o , c o m o se p e r t e n d e . n o
É no a n n o 639, antes da era vulgar que, s y s t e m a
d o s
n o s s o s
c o n h e c i m e n t o s ,
principião as descobertas d o s Gregos, p o r q u e a i n d a q u e m u i t o t e m p o antes os E g y p
cios, o s C a l d e o s , e o u t r o s a l g u n s p o v o s d a Asia, p o d e s s e m ter c o n h e c i m e n t o s s c i e n t i
f i c o s , n e n h u n s d o c u m e n t o s n o s r e s t ã o d e
seus systemas, e apenas p o d e m o s crer n a
sua sciencia, pelos resultados praticos q u e fizerão a p p a r e c e r , e cuja theoria, s e a h v e , ficou s e m p r e c o n c e n t r a d a e n t r e p o u c o s h o m e n s , q u e a n ã o c o m m u n i c a s e n ã o v e r b a l , e m y s t e r i o s a m e n t e ; o n ã o p o d i a d e m o d o a l g u m c h e g a r à J s a l e m , o n d e r e i n a v a S a l o m ã o .
o u m u i v ã o q u e e r u
T h a l e s d e Milet, foi o q u e primeiro, n a jà citada é p o c a d e 639, d e o n o ç õ e s d e g e o
m e t r i a a o s G r e g o s :
1 4 4
elle l h e d e m o n s t r o u
q u e u m triangulo q u e t e m d o u s lados Iguaes, t e m t a m b e m iguaes os a n g u l o s o p
p o s t o s a estes l a d o s , e r e c i p r o c a m e n t e : q u u m t r i a n g u l o inscripto n o circulo d e m a
e
neira q u e t e n h a p o r b a z e o diametro, t e m
o a n g u l o o p p o s t o a o m e s m o d i a m e t r o r e c to : elle m e d i o a s alturas p o r m e i o d a s o m b r a .
T r i n t a a n n o s d e p o i s , P i t h a g o r a s c u l t i v o u a g e o m e t r i a . Elle d e s c o b r i o n o s m y s
terios egypciacos, q u e o q u a d r a d o , feito
s o b r e o
l a d o o p p o s t o a o a n g u l o recto d e
u m triangulo, é igual á s o m m a d o s q u a
d r a d o s feitos s o b r e os o u t r o s d o u s l a d o s :
q u e o a n g u l o f o f m a n d o exteriormente a
u m
t r i a n g u l o p e l a p r o d u c ç ã o d e u m l a d o ,
e pelo q u e lhe fica contiguo, é igual à s o m m a dos outros d o u s angulos interiores: q u e a s o m m a d o s tres a n g u l o s d e u m t r i a n g u lo qualquer, é s e m p r e igual à d e d o u s a n gulos rectos: elle r e c o n h e c e o a i n d a m u i tas propriedades d o circulo, e d a esphera. P o r esta historia d a geometria, se v ê q u e S a l o m ã o n ã o p o d i a ter d ella c o n h e c i m e n
to, pois p o r e x c e m u m a seculos n ã o c o n m e n t e e m
q u e e p ç ã é p o e m h e c i n ã o
1 4 5
a i n d a q u e elle fosse i o d o s m y s t e r i o s g r e g o s , c a a n t e r i o r e m m a i s d e e i o , q u a n d o a i n d a a a esta sciencia, e c o n s e p o d i a estabelecer tal
J e r u s a l e m .
n i c i a d o foi isto q u a t r o G r e c i a q u e n t e e s c h o l a
N o t a r e m o s d e p a s s a g e m , q u e os fins, e m o t i v o s , q u e e s t a b e l e c e m a p r i m e i r a serie
d o s oito graos capitulares, são d e tal sorte identicos, q u e se acreditaria q u e elles n ã o
f a z e m m a i s q u e u m ; o q u e n ã o é d e a d m i r a r , visto t e r e m t o d o s p o r b a s e essencial
e unica, a historia d o terceiro g r à o , q u e s e n d o t r o n c a d a , inverosimil, e fabulosa,
relativa à s p e r s o n a g e n s n a m a i o r p a r t e a l l e g o r i c a s , t o d o s os g r à o s s u b s e q u e n t e s se d e v e m
r e s s e n t i r
d a s
m e s m a s
c i r c u n s t a n
cias: e logo q u e a historia d o terceiro g r ã o se estabeleça sobre bases certas e infalli veis, todos os outros se deverão modificar,
o u fazer d e N ã o é o n o s o c c u p a v a r i a v e l , e B .
M .
s a p p a r m e s m o : este t o d o s 5 ,
e c e r a re t e m os c
d a spe u m ara
serie. ito d o g r à o q u e a b a s e fixa, i n cteres d a i n i c i a 1 3
1 4 6
ção, assim c o m o s y m b o l o s expressivos q u e
r e p r e s e n t ã o as artes, e a s sciencias, e p a r t i
c u l a r m e n t e a g e o m e t r i a , c o m o i n d i s p e n s a v e l a t o d a s
c i
u
O
d
e
e l l a s .
P r e s i d e n t e està v e s t i d o d e g r a n d e s a erdote, c o m o o e r ã o os chefes d e t o d a s a s niciações, e d o g r a n d e H y e r o p h a n t e , q u e r a a i m a g e m viva d a sciencia. U m e s q u a r o , q u a t r o s e m i c i r c u l o s , sete estrellas, e m t r i a n g u l o , d e n t r o d o q u a l se a c h ã o a s -
letras A.". G.'., f o r m ã o u m a m e d a l h a , q u e
p e r e n c a o q u a tro
s o n a l i s a a g e o m e t r i a , o n t r e d u v i d a , h a o c l a d o d e s t a m e d a l h a d r o , u m c o m p a s s o , e d o q u a d r a d o .
e u i u u
p a r a d a d o m ni m a c
q u e se d e c o l vel, u m r u z n o
n ã o o c a r e s c e n
N ã o insistiremos sobre a significação destes s y m b o l o s , m a s d e d u z i r e m o s c o m o
consequencia, q u e os m e s m o s symbolos
p r o v ã o q u e o 12.º g r ã o é u m d e s e n v o l v i
m e n t o d o 2.°, e q u e é tirado d a iniciação. A cruz p o r é m n ã o p o d e aqui representar o christianismo, m a s entra c o m o figura g e o m e t r i c a , r e p r e s e n t a n d o a s o m m a
d o s
ºmgulos que f o r m ã o duas linhas q u e se
1 4 7
cortão, f o r m a n d o a n g u l o s rectos, e s t e n d e n d o - s e a p r o p r i e d a d e d a constancia d e s ta s o m m a d o s quatro a n g u l o s rectos a
d u a s m a n e l i n h a m o p d a l u
o u t r a i r a q s se q o n t o g a r a
t o d a s a s
s linhas, q u e u a l q u e r , c o m ueira, c o r t a n d : p r o p r i e d a d e i m p o r t a n t e s c
m a t h e m a t i c a s .
N ó s j u l g a m o s
q u e
se c o r t e m d e u o a i n d a a q u a n o - s e t o d a s n o m fertillissima, o n s e q u e n c i a s p
m a t a s e s q u e a r a
o 12.° g r ã o d e r i v a
d i r e c t a m e n t e d a iniciação, q u e c o n c e n t r a v a n o
s e u s e i o t o d o s o s c o n h e c i m e n t o s
h u
m a n o s ; p o r q u e , p o s t o q u e P y t h a g o r a s e n sinasse g e o m e t r i a e m u m a e s c h o l a e s p e
cial, n ã o é m e n o s v e r d a d e q u e os mysterios d e E l e u s i s , q u e e r ã o a c o m p l e t a i m i t a ç ã o
d o s d e Isis, devião possuir a g e o m e t r i a ; e p o s i t i v e n s i n a v a c i a c a , p o p a r a se o
a m e n t n o 1 r q u e c c u p a
e era esta a 2 º g r ã o d a ella l h e e r r e m d e p o i s
sciencia q u e se iniciação e g y p a i n d i s p e n s a v e l d a a s t r o n o m i a ,
cujos c o n h e c i m e n t o s possuira c o m o o a t
testão p r o v a s irrefragaveis: estes m y s t e rios p a s s à r ã o p a r a os s a c e r d o t e s g r e g o s , e S a l o m ã o
f o i
i n i c i a d o n e l l e s , c o m o
n ó s
1 4 8
d i s s e m o s , a n t e s desta p a s s a g e m . D e v e m o s
a i n d a notar, q u e os mysterios gregos p e r
d ê r ã o g r a n d e s d e q u e e s p a l h a r s blicas, e m
d e p a r t e d e s u a c o n s i d e r a ç ã o , os p h i l o s o p h o s c o m e ç a r ã o a u a s d o u t r i n a s n a s escholas p u q u e a s e n s i n a v ã o .
A instrucção d este g r a o n o s parece tão
c o n t r a d i c t o r i a c o m o o s e u h i s t o r i c o . A a r c h i t e c t u r a é a l i d i v i d i d a e m
e m s t r o u t n a v
i l u c r o i o
i t a r : ç ã o d o s edifi s ; e a
a p r i s pal cios; terce
m e ac a ir
i r a ios, s e g a às
civil, n a v a l ,
é a p p l i c a d o s t e m p u n d a a o f fortificaç
v e l á l o s , a b r i c ões m
c o e d o d o i l i t
n
e
res, e p a r a c o n h e c e r a f u n d o estas tres o r
s a
d e n s d e a r c h i t e c t u r a , é p r e c i s o ser v e r s a d o
n a s d e s e n o v e sciencias especiaes, q u e p o u
c o s h o m e n s c o n h e c e m : a s s i m a i n s t r u c ç ã o
a c d e b r sc
a b a p o i r a m e n e t u d o iencia
r exigir u m t e cahir e a m a i s p r especial d e
imp m a b o f u n q u e
os s u d a o
sivel. É r d o , p r ignora g r à o se
v e r d a
o v a r s o ncia d a deveria
o c c u p a r , p o r q u e e l e n ã o t e m p o r o b j e c t o se n ã o a g e o m e t r i a : e p o s t o q u e esta s c i e n cia se n ã o a p e r f e i ç o a s s e e n t r e o s g r e g o s se
n ã o p o r Pythagoras, q u e a ensina e m u m a
1 4 9
-
eschola especial, n ã o é m e n o s v e r d a d e q u e
o s m y s t e r i o s d e E l e u s i s , q u e e r ã o a c o m
pleta imitação d o s d e Isis, devião possuir a g e o m e t r i a ; p o r quanto, n o s e g u n d o g r á o d a inic scienci iniciad d e , c o e g y p c i
iação e g y p c i a c a , a p a r t i c u l a r , q u os, c o m o j á n o t a m o t e m o s d i t o , a c o s p a s s a r ã o d e p
era a e se m o s . q u e o i s p
g e o m e t r i a , e n s i n a v a a o E se é v e r d o s m y s t e r i o a r a o s s a c e
a
a
s s
r
dotes g r e g o s ; e q u e , p o r excepção, n elles foi S a l o m ã o i n i c i a d o , n a d a h a d e a d m i r a r
e m q u e este rei f u n d a s s e u m g r à o , e m q u e se e n s i n a s s e a g e o m e t r i a . O s n o s s o s d o c u . m e n t o s p r o v ã o q u e , a n t e s d e P y t h a g o r a s ,
esta sciencia era d e s c o n h e c i d a d o publico, o s p a d r e s a d e v i ã o c o n h e c e r , d e s t i
m a s
n a n d o - a aos iniciados, q u e p r e p a r a v ã o
p a r a o s a c e r d o c i o . E m u l t i m a c o n c l u s ã o , seja o u n ã o S a l o m ã o o f u n d a d o r d o 12." g r à o , o s e u m o t i v o é t o d o scientifico, e t e m u m a
directa c o m I s i s .
o
c o r r e l a ç ã o
12.° g r à o d o s m y s t e r i o s d e
D e c o r a ç ã o . B r a n c a , e s e m e a d a d e c h a m m a s v e r m e 1 3 ,
1 5 0
lhas; e sobre a m e s a dos tres primeiros o f ficiaes, h a u m estojo d e m a t h e m a t i c a . O
p r e s i d e n t e
T i t u l o .
t e m
o
n o m e
d e G r a m
Mestre Architecto; e h a dous Vig... Signaes.
Põe-se a m ã o direita sobre a esquerda,
c o m o se esta fosse u m a prancha, e aquella u m lapis para desenhar: faz-se o m o v i m e n t o de traçar u m plano, olhando p o r i n t e r v a l l o s
para
o G r a m - M e s t r e , q u e se
julga indicar o objecto.
T o q u e .
E n t r e l a ç ã o - s e os d e d o s d a
m ã o
direita
c o m os d a m ã o e s q u e r d a d o C o b r i d o r , e c a d a u m leva a m ã o , jà livre, sobre o q u a dril.
P a l a v r a
Sagrada.
P a l a v r a d e P a s s e .
1 5 1
M a r c h a .
Tres passos e m esquadria, d a n d o - s e o
p r i m e i r o m a i s d e v a g a r , q u e os d o u s s e g u n d o s . B a t e r i a .
D o
b a i x o
O r n a m e n t o dos M a ç o n s .
G r a m - M e s t r e : d o s
o r n a m e n t o s .
t u n i c a
b r a n c a
por
Avental branco, forrado, e orlado de a s u l , c o m u m b o l ç o n o m e i o p a r a g u a r d a r os planos. Listão asul, suspendendo a joia,
q u e é u m a placa q u a d r a d a . S o b r e u m a das faces, estão g r a v a d o s q u a t r o semicirculos diante d e sete estrellas, e n o centro, u m
t r i f a c c h i b a i u m
a n g u l o e estão t e c t u r a x o u m a c r u z
c o n t e n d o a le g r a v a d a s as c i n : p o r c i m a està c o m p a s s o , u m n o m e i o , c o
tra A. N a c o o r d e n s u m nivel a e s q u a d m as letr
o u d e , e r i a as
t r a a r p o r
, e R.'.
N...; e p o r baixo d a s c o l u m n a s das cinco
o r d e n s , estarão as letras iniciaes C.", D.'. T . . . I. . C . " ,
1 5 2
D E C I M O T E R C E I R O R e a l
A r c o .
G R A o .
E m q u a s i t o d o s os c a d e r n o s escossezes, este g r a o n ã o f ó r m a m a i s q u e o p r i m e i r o
p o n t o d o 14.", e o u s o t e m p e r m i t t i d o q u e estes d o u s grãos se r e u n ã o e m u m só. O rito d e Y o r k ,
p o r é m ,
t e m
e s t a b e l e c i d o
u m systema de maçonaria, e m que o Real A r c o é o m a i s e l e v a d o d e todos, e o s I n g l e
zes p e r t e n d e m , q u e o rito d'York é m u i t o
anterior a o c h a m a d o Rito antigo, e a o Rito m o d e r n o , posto q u e a m b o s fossem e s t a belecidos n a m e s m a é p o c a d e b a i x o d o p r o
t e c t o r a t o d e C r o m w e l l . A l g u n s escriptores
p e n s ã o q u e o g r a o 13." foi ratificado, e estabelecido p o r M a ç o n s , q u e c o m p u n h ã o a Loja m e t r o p o l e d e E d i m b u r g o . P a r e c e q u a s i i m p o s s i v e l justificar o t i
tulo Real d este g r à o : o c a d e r n o d e E d i m
b u r g o s e g u r a q u e este titulo d e r i v a d e J a c q u e s V I . , rei d o s tres reinos u n i d o s ; m a s -
1 5 3
s a b e - s e q u e J a c q u e s I., rei d e Escossia, n ã o só p r o t e g e o a m a ç o n a r i a , c o m o a e n c o r a j o u ; e , c o m o o e s c o s s i s m o n a s c e o n a
Escossia, m a i s rasoavel parece attribuir e s t e t i t u l o a J a c q u e s I., q u e p r e c e d e o a J a c q u e s V I . ; o u e m f i m , este ter attribuida a instituiçã m ã o , q u e n ã o a d m i t t i o p e r s o n a g e n s distinctas, d a s u a c ô r t e : m a s t o d o s lares d e s d e o 4.° a t é o 14. d o s a S a l o m ã o , serião
titulo vira d e se o d o g r à o a S a l o m a i s q u e c i n c o q u e fazião p a r t e os g r á o s c a p i t u º, s e n d o a t t r i b u i n e c e s s a r i a m e n t e
gràos reaes, pois q u e e m a n a v ã o d e seu real
g e n i o : p o r o u t r a p a r t e , o q u e a p e n a s p o R e a l , seria, d e r i a justificar o titulo
q u e o Presidente d e v e ter u m septro, e u m a
c o S a es re Se sa
r ô a , m a l o m ã o , tão a m b alesa, e cretario r n o s s a
s
n o g r à o d e Secretario e H i r a m s e g u n d o rei d o s r e v e s t i d o s d e insig n e m p o r isso se l h e c h a I n t i m o . N ó s p r e f e r i m o s i g n o r a n c i a a estabelece
Intimo, e T y r o , nias d a m a R e a l c o n f e s r h y p o
theses arbitrarias para esta explicação, A historia d este grao, é d e todas, a m a i s
e x t e n s a d a s d o s g r á o s d o e s c o s s i s m o ; m a s
- -
1 5 4
t ã o f a b u l o s a , e c h e i a d e c o u s a s tão m i r a c u l o s a s , q u e a m a i s r o b u s t a fé l h e n ã o
p o d e r à d a r credito.
E d r i s , o u E n o c h , a q u e m os M u s u l m a n o s a t t r i b u e m g r a n d e s i n v e n ç õ e s , vivia -
3,7o4 a n n o s antes d a nossa éra; foi filho d e
J a r u l , p a t r i a r c h a h e b r e o , q u e o s P e r s a s e n c a r ã o c o m o u m d o s s e u s S o l i m ã o s , q u e v i v e o e m 3 , 5 4 9 a n t e s d a v u l g a r . E s t e
E n o c h foi, s e g u n d o o historico d o g r ã o , transpo r t a d o m i r a c u l o s a m e n t e a u m a alta
m o n t a n h a , o n d e D e o s lhe appareceo, e lhe revelou, que seu n o m e era Jehova: q u e e m
u m a
é p o c a n ã o
d e t e r m i n a d a , a
terra seria coberta d e a g u a , e q u e E n v e h
tomasse todas as precauções, para que o n o m e do Eterno n ã o fosse perdido. E m
c o n s e q u e n c i a , E n o c h fez c o n s t r u i r e m u m a alta m o n t a n h a d e C h a n a a n p o r M a t h u s a
l em, u m T e m p l o subterraneo coberto c o m n o v e
a r c o s ,
o n d e
e s c o n d e o
a
p a l a v r a
incommunicavel, gravando-a sobre u m
triangulo d e o u r o , e a o m e s m o t e m p o os c o n h e c i m e n t o s scientificos, q u e p o s s u i a . O n o v o a r c o foi f e c h a d o p o r u m a g r a n d e
- -
1 5 5
p e d r a q u a d r a d a , a q u e estava preso u m grosso a n n e l d e ferro, a fim d e q u e os h o m e n s q u e sobrevivessem a o d e l u v i o , p o d e s s e m penetrar n o T e m p l o , s u s p e n d e n d o a p e d r a : e p a r a signal d e q u e alli se a c h a v ã o cousas i m p o r t a n t e s , fez elevar d u a s g r a n d e s c o l u m n a s aos lados d a pedra, u m a d e b r o n z e , e o u t r a d e m a r m o r e c o m
hyerogliphicos q u e indicassem o thesouro. O deluvio aconteceo, e a c o l u m n a d e
m a r m o r e foi p e r d i d a , f i c a n d o a d e b r o n z e
até a é p o c a d e S a l o m ã o , e m q u e foi d e s
c o b e r t o o T e m p l o s u b t e r r a n e o , o n d e se r e u n i ã o , elle, H i r a m rei d e T y r o , e H i r a m a r c h i t e c t o .
O
m e s m o historico d o g r a o c o n t a , q u e
q u a n d o Salomão quiz fazer os primeiros
alicerces d o T e m p l o , J u b u l u m , J o a b e r , e
Stolkin,
q u e
dirigião
estes trabalhos,
d e s c o b r i r ã o o s u b t e r r a n e o ; m a s J a b u l u m
f o i o
q u e teve a c o r a g e m d e descer a elle
p o r m e i o d e c o r d a s , s e n d o a p r o f u n d i d a d e
tão consideravel, q u e elle se fez elevar p o r d u a s vezes, n ã o p o d e n d o e n c o n t r a r o fim se n ã o n a terceira: e c o m o n a d a
1 5 6
podesse vêr pela escuridão, u m a p o r ç ã o
d e pedra s se d e s p e g à r ã o d e c a d a a r c o ; o q u e deixou penetrar u m raio d a luz sollar, q u e fez perceber a J a b u l u m o triangulo
d e o u r o c o m b r i l h o tal, q u e e l e n ã o p ô d e s u p p o r t a r , e ficou p o r m u i t o t e m p o c a b i d o e m extase. E s t a d e s c o b e r t a d e t e r m i n o u S a l o m ã o a e d i f i c a r d e A r u n i c a ; e fez s u b t e r r a n e a , q u e c lacio c o m o T e m p l
servou, e era n ell
R e a l
A r c o ,
o T e m p p r a t i o m m u o d e e q u e
c e l e b r a v ã o
l o c a r n i E n os
s o b r e u m a c a v a o c h , C a v a l
s u a s
a p l a n i c i e a b ó b a d a o s e u p a q u e c o n h e i r o s d o
sessões.
A s
n u m e r o s a s contradicções de que este grão
està c h e i o , e os m i l a g r e s a q u e é p r e c i s o r e c o r r e r p a r a o estabelecer, n ã o n o s p e r m i t t e m crêr, q u e S a l o m ã o fosse s e u i n s t i
t u i d o r .
S e S a l o m ã o tolerava as superstições d o p o v o h e b r e o , e p o r s y s t é m a politico n ã o o d e s a b u s a v a , c o m o n a q u e l l e t e m p o a c o n
t e c i a e m o u t r o s
m u i t o s r e i n o s , n ã o t i n h a
o m e s m o p r o c e d e r p a r a c o m o s s e u s i n i c i a d o s , a q u e m n ã o e x p u n h a m a i s q u e v e r d a d e s incontestaveis, e j a m a i s a b s u r d o s
1 5 7
similhantes a o s q u e se a c h ã o n a historia q u e a c a b a m o s d e referir. O
13.º g r a o ,
q u e
f ó r m a
o
p r i m e i r o
p o n t o d o 1 4 º , é m a i s religioso q u e o precedente : elle c o n t ê m u m a perte d o
ritual h e b r e o . O m a r d e b r o n z e r e p r e s e n t a
a piscina dos antigos, destinada às purifi
c a ç õ e s : é p o r este a n t i g o u s o q u e a s m u l h e r e s j u d i a s s ã o o b r i g a d a s a b a n h a r t o d o o c o r p o u m a v e z c a d a m e z : figura-se alli o s a c r i f i c i o d e A b r a h a m : o v e s t i d o
d o
iniciado é u m a t u n i c a b r a n c a , q u e e x p r i m e a p u r e s a d a a l m a , c o m q u e d e v e a p r e s e n t a r - s e a o
E t e r n o .
Este g r ã o enserra m a i s m o r a l d o q u e o precedente. O s factos são m e n s i o n a d o s
s e m c o n t r a d i c ç ã o , p o r q u e n ã o h a historico.
S ó m e n t e a p p a r e c e a p e r s o n a g e m allegorica
q u e é J a d e E n o c h se falla religioso
b u l u m , , n e m n o o u t r o D e l t a
m a d e o g , q
s
n t o d r ã o u e e
ã o se a a his 13.". x p r i m
d a d i v i n d a d e : e o T e m p l o ,
f a z m e n s ã o toria d e q u e O f f e r e c e d e e a e s s e n c i a
s u b t e r r a n e o , é d i v i d i d o d e u m a
posto q u e
m a n e i r a
differente, porque os n o v e arcos, e m vez B .
M .
5 .
1 4
1 5 8
d e s e r e m sobrepostos u n s a outros, s ã o d i v i d i d o s
e m
t r e s
a n d a r e s
d e
t r e s
a r c o s
cada u m , n o mais pro f u n d o dos q u a e s ,
està u m tabernaculo, q u e c o n t ê m o deposito d o s primeiros c o n h e c i m e n t o s h u m a n o s , a s s i m c o m o o D e l t a .
A s
apalpadellas
candidato, exprimem
a
q u e
se
e x p õ e
o
a s difficuldades q u e
o h o m e m e x p e r i m e n t a , antes d e p e n e t r a r
a s Sciencias; e c o m o o m e s m o g r à o f ó r m a o c o m p l e m e n t o d o R i t o d e Y o r k , n elle
se expõe , q u e
o E g y p t o foi o b e r ç o d a
i n i c i a ç ã o , d a n d o - s e H e r m e s c o m o f u n d a
dor. H e r m e s viveo no a n n o 1,696 antes
d a
n o s s a
é r a .
O Egypto, continua a historia, perdia
d e s d e m u i t o t e m p o a prosperidade q u e lhe tinha d a d o o seu bemfeitor c o m s u a legis l a ç ã o primittiva, e Isis, u m d o s p r i m e i r o s g e n i o s d o s e u s e c u l o , l h e d e o
golpe. O c o d i g o , devia sedusir m a i s q u e era cheio d e q u e m a i s atrahia p a r a n ã o p e r d e r as
o u l t i m o
q u e elle estabeleceo, q u e o d e H e r m e s , p o r ficções e m a r a v i l h o s o , o p o v o e g y p c i o ; m a s preciosas doutrinas d e
1 5 9
H e r m e s , seus iniciados se separàrão, s e m esperança d e d e s a b u s a r o p o v o fascinado pelas cousas maravilhosas d e Isis; e e m u m s u b t e r r a n e o
c o n s e r v á r ã o
s e u s
p r e c i o s o s
archivos, q u e constavão d e hieroglyphicos g r a v a d o s e m pedras. Elevou-se u m t a b e r m a c u l o q u e c o n t i n h a o Delta, e s o b r e os q u a t r o l a d o s d a p a r t e inferior, se g r a v a r ã o
hieroglyphicos para p e r p e t u a r e m a tradi ção. A c i m a d o tabernaculo se f o r m o u u m a linha d e n o v e - a r c o s , divididos e m tres andares, e o superior a c a b a v a e m u m a p e d r a q u a d r a d a , e m cujo centro se c o l l o c o u u m annel d e ferro, p a r a se p o d e r e l e v a r .
F o i p a r a perpetuar a m e m o r i a d este
m o n u m e n t o ,
q u e se c r i o u u m
n o v o g r á o
n a serie das iniciações, a que forão a d m i t
t i d o s s ó m e n t e n o v e g r a n d e s A r c h i t e c t o s ;
n ã o p o d e n d o admittir-se n o v o s se n ã o
pela falta d e a l g u m d'elles. Mais philosophico, e m e n o s inverosimil
é este historico explicativo, q u e o a n t e c e d e n t e : c o m t u d o , Isis é u m a p e r s o n a g e m
mythologica, q u e jamais existio; e c o n t á
-
1 6 0
rão-se tres n a historia geral c o m o d i v i n d a d e s f a b u l o s a s : p o r o u t r a p a r t e , o s
mysterios egypcios n ã o d e g e n e r á r ã o se n ã o
m u i t o t a r d e , e m t a n t o q u e à Isis se d á g r a n d e a n t i g u i d a d e : o culto d e Isis n o
E g y p t o , data d e 2,1oo a n n o s antes d a
v u l g a r .
O s
m e s m o s
m y s t e r i o s
existião
a i n d a e m toda a sua puresa n a i d a d e m e d i a , pois q u e Thales, e depois P y t h a g o
r a s , se f o e x p l i
S o c r a t e s , r ã o iniciar c a r este e p
e o u t r o s p h i l o s o p h o s , alli . N a d a m a i s n a t u r a l d o q u e i s o d i o c o m o allegorico d a
revolução d e Inglaterra, n o
t e m p o
d e
C r o m w e l l , d o n d e d a t a e f f e c t i v a m e n t e a a p p a r i ç ã o d e s t e g r ã o n o R i t o d e Y o r k .
Seja o q u e fôr, q u a n t o à parte historica,
o q u e h a d e v e r d a d e , é q u e este g r à o a p r e s e n t a e m s e u s s y m b o l o s correlações salientes, c o m o s y s t e m a d a iniciação. O
D e l t a , cuja expressiva significação jà t e m o s desenvolvido. O l u g a r subterraneo
q u e o c o n t ê m ,
a s s i m
c o m o
os c o n h e c i
m e n t o s scientificos das primeiras idades d o m u n d o , é u m a bella a l e g o r i a , q u e
1 6 1
i n d i c a o l u g a r solitario o n d e se d e v e m e ditar s o b r e essas p r i m e i r a s i d a d e s , e tirar
d essa m e d i t a ç ã o os g r a n d e s resultados p a r a o c o n h e c i m e n t o d a historia, e d a s sciencias physicas, q u e tanto d e p e n d e m d e c o n h e c i m e n t o s d a s o b s e r v a ç õ e s antigas.
O
t e m o r d e q u e é p o s s u i d o J a b u l u m .
a t r a v e s s a n d o a s a b ó b a d a s , d e n o t a o t e m o r
q u e os h o m e a m o r p r o p r i o n a s g r a n d e s i d a s precisas c e n g a n a d o s p o r e m d a v e r d a p r e c i s o e l e v a
n s p r u d e n t e s , , d e v e m ter d e n d a g a ç õ e s , p a r autellas, a f i m r a p p a r e n c i a s , d e . A g r a n d e r p a r a e n t r a r
e d e s p i d o s d e se a v e n t u r a r a se m u n i r e m d e n ã o s e r e m q u e o s d i f f e p e d r a , q u e é n o T e m p l o
s u b t e r r a n e o , m o s t r a o g r a n d e exforço necessario, p a r a q u e o h o m e m , q u e p e r
t e n d e c o n h e c e r a v e r d a d e , tire d e si o s
prejuizos vulgares, e eleve os obstaculos q u e se o p p õ e a o c a m i n h o q u e d e v e d e d i c a n d o - s e às letras. O a n n e l d e r e p r e s e n t a o s o c c o r r o i n c o r r u p t i v d e v e a c h a r n a r a s ã o p a r a v e n c e
seguir, ferro, e l q u e r essas
difficuldades, apoiando-se n ella, a s s i m 1 4 .
1 6 2
c o m o se apoia ao annel para elevara pedra. Decoração.
A L o j a é e m u m subterraneo a b o b a d a d o , s e m portas n e m janellas, e m q u e se entra p o r u m alçapão c o l o c a d o n o vertice d a
a b ó b a d a .
A a bóbada é sustida p o r nove arcos,
s o b r e c a d a u m d o s q u a e s , està escripto o
n o m e d e u m d o s n o v e primeiros A r c h i t e c
tos, a s a b e r :
1. J o d . . . . .
2.
J h a o .
.
.
. . . .
3 .
J a h
. .
5 .
E l i a h . . . .
4. E h e i a h . . . . .
.
.
6 .
J a h e b
. .
8 .
E l - h h a n a n .
.
t o d o s n o m e s
d e
7. A d o n a i . . . .
S ã o
9. J o b e l
. . . .
.
Principium,
E x i s t e n s .
D e u s F o r t i s .
Eró.
D e u s
E x c e l s u s .
C o n c e d e n s .
D o m i n u s .
M i s e r i c o r s
Jubilans,
D e o s .
D e u s .
A s c o l u m n a s são c o m p o s t a s c o m letras
m a i u s c u l a s .
-
A
1 6 3
T i t u l o .
L o j a c h a m a - s e Collegio,
o u
L o j a
R e a l ; e h a c i n c o Officiaes n e c e s s a r i o s : o P r e s i d e n t e , q u e fica a o O r i e n t e , e t e m o
titulo d e Tres vezes Poderoso G r a m - M e s t r e , representando S a l o m ã o . O segundoOfficial
é H i r a m , rei d e T y r o , e c o l o c a - s e a o l a d o d e S a l o m ã o : o terceiro, é o G r a n d e T h e
soureiro, representando J a b u l u m : o quarto,
é o G r a n d e S e c r e t a r i o , q u e representa.Joaben:
o quinto, q u e se coloca ao Oeste, é o
G r a n d e Inspector, e t e m o n o m e de Stolkin.
N ã o se a d m i t t e m m e n o s d e tres r e c i p i e n d a r i o s a o m e s m o t e m p o . Signaes.
-
D e A d m i r a ç ã o . L e v a n t ã o - s e a s m ã o s p a re as q o u e C r é d o a , , c e o u m m a j oc e a l b h e o ç a e m i n t c e l r i r n a a . d a p a r a a
D e Adoração. Cahe-se sobre os dous
joelhos,
T o q u e .
Levão-se as m ã o s por baixo dos braços
- -
1 6 4
d e C o b r i d o r , c o m o p a r a o a j u d a r a l e v a n tar-se, d i z e n d o : T o u b b a n g a n i n g a m a l abal. ( É v e r d a d e i r a m e n t e b o m , r e c o m p e n s a r o t r a b a l h o . )
O
C o b r i d o r faz e m
resposta o m e s m o
t o q u e , e d i z Jab.".
P a l a v r a S a g r a d a s B a t e r i a . *
c
a
m
I
I
I
O r n a m e n t o d os M a ç o n s .
G r a m - M e s t r e t e m t u n i c a a m a r e l l a , e
H i r a m ç
3
t a r d e a t é d e m a n h ã .
p o r c i m a u m
a
I
T e m p o d o trabalho.
D a
O
I
m a n t o real d e setim asul.
està v e s t i d o d e v i a g e m a o m o d o ntigo, c o m a cabeça coberta, e espada na ã o . O G r a n d e Thesoureiro leva a o p e s c o o u m listão b r a n c o o n d e estão b o r d a d a s s letras I... V . . . I. . O . . . L.'., q u e se d e ifrão I n v e n i V e r t u m D e i in ore leonis.
O s gio, t collo, g u l o ,
m a e m d o o u
1 6 5
i s Officiaes, m e u m listão c ô r d e q u a l p e n d e p o r u m a m e d a l h a ,
m b r o s d o p u r p u r a a alfaia u m q u e t e m
C o o t t r d e
l l e i r a i a n u m
lado o triangulo g r a v a d o , e d e outro u m alçapão f e c h a n d o u m a a b ó b a d a .
"
=
<
>
<
>
<
>
=
D E C I M O
1 6 6
=
Q U A R T O
G R A O " .
G r a n d e Escossez da A b ó b a d a Sagrada de J a c q u e s 6.", O U
c R A N D E E s c o s s E Z D E P E R F E I Ç A õ , O U
G r a n d e Eleito, Antigo Mestre Perfeito, e Sublime M a ç o n . O p r i m e i r o s y m b o l o q u e este g r a o o f f e
rece, é o D e l t a , t y p o explicito d a religião
hebraica; o s e g u n d o é a u n ç ã o d o C a n d i dato, q u e n ã o p ó d e representar se n ã o a c o n s a g r a ç ã o d o s a c e r d o c i o ; e o terceiro é
a c o m m u n h ã o debaixo das d u a s especies,
q u e é a i m a g e m e x a c t a d o c h r i s t i a n i s m o . A s s i m , à vista destas tres allegorias, o 14.° g r à o p a r e c e ser p u r o , e e x c l u s i v a m e n t e r e
ligioso, m a s d e s i g n a n d o d u a s religiões d i f
* Este gráo corresponde n o Rito M o d e r n o ao quinto, c h a m a d o Escossez
+
=
1 6 7
=
ferentes. N ã o s ã o p o r ê m s ó estes os s y m b o l o s q u e c o n s t i t u e m o g r à o ; u m o u t r o caracteristico se a p r e s e n t a , q u e é a p e d r a
cubica, coroada pelo triangulo, destinada
a e n c o b r i r u m t a b e r n a c u l o q u e c o n t i n h a o D e l t a , e o s d o c u m e n t o s scientificos d a
m a i s r e m o t a antiguidade. Esta especie d e m a u s o l é o h i e r o g l y p h i c o , e s t a v a c o l o c a d a
e m u m a a b ó b a d a subterranea d o s m y s t e
rios d e M e m p h i s , e o n d e s ó se e n t r a v a à n o i t e
p a r a c o m m u n i c a r aos a d e p t o s deste grão, aquelles preciosos m a n u s c r i p t o s , q u e só
e r ã o c o n h e c i d o s d o s p a d r e s d o C o l l e g i o , a
q u e m parece ser reservado este grào, c o m o p r o v a o s e g u n d o p o n t o d o 7. g r à o d o s
m y s t e r i o s e g y p c i a c o s , q u e t e m p o r titulo
eg m e n ã m a
O h o m e m q u e conhece os mysterios. A s precauções q u e t o m a r ã o os padres ypciacos p a r a o c c u l t a r e m os c o n h e c i n t o s scientificos a todos os h o m e n s , q u e o participavão d a iniciação, são c o n f i r d a s pela historia antiga: ella attesta q u e
A u g u s t o 1., q u e v i v e o 3 1 a n n o s a n t e s d e
Christo, prefere a o titulo d e dictador, q u e lhe foi offerecido, a d u p l a qualidade d e
1 6 8
t r i b u n o p e r p e t u o , e d e S o b e r a n o Pontifice; p o i s q u e c o m esta f o r m u l a p o p u l a r , r e u n i a
e m suas m ã o s a m b o s os poderes, t e m p o
r a l , e sacerdotal; e isto n o s l e v a a crêr, q u e elle p r e e n c h e o as f u n c ç õ e s d e h y e r o
p h a n t e nos mysterios r o m a n o s deres se servio A u g u s t o p a r a quisas d e todas as copias desf livros scientificos; e logo q u e
. D faz igu as
e s t e s er as radas p ô d e
p o p e s d o s h a
v e r à m ã o , t o d a s f o r ã o p o r s u a o r d e m e n t r e g u e s às c h a m m a s : m a s elle o r g a n i s a
u m a reunião de h o m e n s instruidos para
viajarem pelo Oriente, e p r o c u r a r e m os
o r i g i n a e s deste q u e a l c a n ç a r ã o d e r e u n i d o s , o e s c r u p u l o s a m e n d e b a i x o d a b a s e
s preciosos m a n u s p o r altos p r e ç o s ; S o b e r a n o Pontifi t e e x a m i n a r , e c u b i c a d a estatua
c r i p t o s e d e p o i ce o s fe d e p o s i t a d e A p o l l
Palatino, n ã o os c o m m u n i c a n d o se n ã o
a o s iniciados m a i s i n s t r u i d o s , e d u r a n t e a
n o i t e .
A
i d e n t i d a d e d a s p r e c a u ç õ e s t o m a d a s
pelos sacerdotes d e M e m p h i s , e p o r A u
g u s t o I, p a r a c o n s e r v a r s e c r e t a m e n t e o s
c o n h e c i m e n t o s scientificos d o m u n d o p r i
,
s o
z r
1 6 9
mittivo, p r o v a q u e c o m o auxilio d a a n t i
g u i d a d e d a historia, se p ó d e esclarecer o
q u e p a r e c e m a i s e s c u r o n o s diversos g r à o s d a M a ç o n a r i a . A p e d r a c u b i c a f o r m a - s e d e q u a t r o f a ces d e p o s i ç ã o vertical, u n i d a s u m a s à s o u t r a s e m a n g u l o s r e c t o s : d a f a c e s o b r e q u e a s s e n t a , e s u p e r i o r m e n t e c o m o r e p r e s e n t ã o as q u a t r o e s t a m p a s 3.", 4.°, 5 . , e 6.° C a d a u m a destas faces é c a r r e g a d a d e letras, s y m b o l o s , e allegorias, c u j a e x p l i c a ç ã o exigiria m u i l o n g o s detalhes, p o r isso q u e , s e n d o as letras iniciaes d e n o m e s e s
criptos e m linguas m u i diversas d a q u e e m p r e g a m o s neste escripto, seria mister o c o n h e c i m e n t o
d e taes l i n g u a s p a r a b e m
apreciar o sentido das m e s m a s letras. O s
M a ç o n s a s t e m r e l i g i o s a m e n t e c o n s e r v a d o , r e s e r v a n d o s u a i n t e r p r e t a ç ã o p a r a os
q u e se h o u v e r e m de dar ao penoso estudo
d a s l i n n o s s o s -Court d 1 7 8 7 e
g u a s anti leitores e Gebelin, m P a r i s c
ga a q o
s. N ó s p o o p r e c i o s u e p u b l i c m o titulo
d e o o u d e
m o s e n v i a r escripto d e n o a n n o d e M o n d e p r i
m i t i f a n a l i s é , et c o m p a r e a v e c le m o n d e m o M .
5 .
1 5
derne, E s t a o b r a , fructo d e u m t r a b a l h o a s s i d u o d e s e u i n c a n ç a v e l a u t o r , é d a s m a i s
preciosas colheitas, q u e se t e m r e u n i d o d e
d o c u m e n t o s a n t i g o s , e o n d e se e n c o n t r ã o m a t e r i a e s q u e m u i t o p ó d e m a j u d a r a d e
senvol v e r diversos objectos relativos à m a teria sobre q u e escrevemos. M e d i t a n d o p o r é m sobre o q u e se figura n a u l t i m a face, vê-se q u e a p e d r a cubica d o 14.º g r ã o , s y m b o l i s a todos os c o n h e c i m e n t o s adqueridos até este g r a o i n c l u s i v a m e n t e ; a l ê m disto, e l a symbolisa t a m b e m a sciencia d o s n u m e r o s , d e q u e este g r a o se o c c u p a , a s s i m c o m o o 12.° d a g e o m e tria, a p p r e s e n t a n d o os p r i m e i r o s n u m e r o s
impares, e os q u a d r a d o s , e c u b o s q u e d e l l e s s e f ó r m ã o , isto é , a a p p l i c a ç ã o d o s n u
m e r o s à m e d i ç ã o d a s superficies, e v o l u } Y } G S .
A
s c i e n c i a
d o s n u m e r o s
foi
conhecida,
e c u l t i v a d a d e s d e m u i r e m o t a a n t i g u i d a
de; m a s , m e n t o s
assim c o m o todos os
h u m a n o s s e
a c h a v a
c o n h e c i
c o n c e n t r a d a "
n a iniciação, c u j o s m e m b r o s e r ã o e m e x t r e m o c a u t e l o s o s
e m
n ã o c o m m u n i c a r e m
1 7 1
-
n a d a ao povo, a q u e m só explicava os r e
s u l t a d o s praticos q u e a p p r e s e n t a v ã o c o m o
inspirações divinas, e d ahi nascia o g r a n d e respeito d e q u e gosavão, e a u g m e n t a v ã o o i n t e r e s s e e m
o c c u l t a r e s t e s c o n h e c i m e n -
tos, n ã o os c o m m u n i c a n d o
se n ã o a o s e s
colhidos, a q u e m se fazia passar pelas mais
r i g o r o s a s p r o v a s . S e a l g u m a s c o u s a s se v u l
garisavão d o s c o n h e c i m e n t o s adquiridos n a iniciação, s e m p r e se l h e j u n t a v a u m a
parte supersticiosa, p a r a i m p e d i r q u e se n ã o avançasse n o s mysterios d a sciencia,
q u a n d o
t o s
p o r v e n t u r a a p p a r e c e s s e m t a l e n
r a r o s e n t r e
o s n ã o
i n i c i a d o s .
A s s i m ,
elles attribuião aos n u m e r o s qualidades
m y s t e r i o s a s , e p a r t i c u l a r m e n t e a o s n u m e
ros impares. M a s os hebreos respeitavão o n u m e r o q u a t r o , a q u e c h a m a v ã o t e t r a e tyn, p o r q u e crião q u e D e o s se t i n h a m a n i
festado a M o y s é s c o m o n o m e quadrilatero
J o v a , e n ã o J e h o v a ; e m u i t a s n a ç õ e s t e m t r a
dusido esta palavra, e m p r e g a n d o t a m b e m q u a t r o letras. E m h e b r e o ,
E m persa,
J o v a .
Sire, o u Syre.
-
E m e g y p c i o , E m a r a b e , E m g r e g o , E m a l e m ã o , E m inglez, E m m u g e , E m l a t i m , E m f r a n c e z ,
1 7 2
E m hespanhol, E m
p o r t u g u e z ,
T h e o .
A l l a .
T e o s .
Gott. G o d d .
O i s i .
D e u s .
Dieu.
Dios.
Deos.
Consta da historia, que Pythagoras h a
v i a c o l h i d o os p r i m e i r o s c o n h e c i m e n t o s d e a r i t h m e t i c a n o s m y s t e r i o s e g y p c i o s ; o
q u e pare c e tanto m e n o s duvidoso, q u a n t o os egypcios se o c c u p a v ã o d e tal sorte d a sc a l e n s a da
iencia é m d a s i n a v a v ã o c o s, d e q
d o s n u m e r o s , q u e n g e o m e t r i a e a r c h i t a o s i n i c i a d o s , elle m os calculos, e esc u e d e p o i s se t i n h ã o
s e n d o t a e s c o n h e c i m e n t o s
o s e u 2.° g e c t u r a , q u s se f a m i l alas d a s m d e servir,
r a o , e se i a r i e d i n ã o
c o m m u n i c a d o s
se n ã o a h o m e n s c a p a z e s d e b e m o s a p r e ciar. O s n u m e r o s 5, e 7 , f o r ã o o e m b l e m a
d o s estudos, e d o s mysterios d o E g y p t o . O primeiro estudo era c o n s a g r a d o à
1 7 3
c o s m o g o n i a : desenvolvia-se a f o r m a ç ã o
d o u n i v e r s o , as leis d a n a t u r e z a , e o s seus m y s t e r i o s .
N a s e g u n d a parte d e m o n s t r a v a - s e a s u b
o r d i n a ç estabele N a te à c o n t e
ã o ci rc m p
, e do e eira l a ç
a l i n t r e , s u ã o ,
g a ç ã o q u e o t u d o o q u e b m e t t i ã o - s e f a z e n d o - l h e
C r e c r e o s s s
a d o r t e m o u . iniciados entir q u e
só c o m o adjutorio d a reflexão se c h e g a a d e s c o b r i r a v e r d a d e .
N a q u a r t a , e n s i n a v a - s e a a s t r o n o m i a , e
astrologia; t e n d o a primeira p o r objecto o c o n h e c i m e n t o d a p o s i ç ã o , e c u r s o d o s a s
tros, e a s e g u n d a , a i n f l u e n c i a d o s astros s o b r e
t o d a
a n a t u r e z a .
A quinta e m fim, tinha p o r objecto a
m a g i c a b r a n c a , q u e consistia e m p r o d u sir, p o r o p e r a ç õ e s secretas, e i n c o g n i t a s a o
vulgar, effeitos, q u e parecião s o b r e n a t u r a e s , e m a r a v i l h o s o s . E s t e e r a o c h a r l a t a
n i s m o dos sacerdotes, e a arte de produsir o s o r a c u l o s .
P o d e m o - n o s d aqui c o n v e n c e r d a l i g a ç ã o intima, q u e existe entre o 13.", e o 14.° graos, pois q u e se t e m c o n f u n d i d o , c o m . 1 5 ,
1 7 4
rasão, e m u m só; p o r isso q u e o p r i m e i r o d à u m a idéa precisa d a verdadeira inicia ç ã o ; e o s y m b o l o d o m i n a n t e d o s e g u n d o e n s e r r a a s c i e n c i a d o s n u m e r o s .
D o q u e h a v e m o s dicto, se collige, q u e
o 14.º g r à o , p o s t o q u e i n v o l v a u m a p a r t e
m o r a l , é particularmente scientifico, e o r a m o q u e n'elle se professava n o s antigos mysterios, era a sciencia d o s n u m e r o s . D e c o r a ç ã A L o j a é u m a a b ó b a d c o r a d a d e e n c a r n a d o , d e f o g o , e esclarecida p Oriente, 7 ao Meiodia, d o 1.° Vig..., é 3 d i a n t e
J u n t o ao throno està o Altar dos pe u m braseiro o n d e D a parte d o N o
d r a d a , c o m
, e rfu se r t e
o . a s u b t e r r a n e a , e c o m f l a m a s o r 2 4 l u z e s : 9 5 a o O e s t e d i a d o 2.° V i g . . .
d o lado d o M mes, sobre o q u e i m ã o p e r h a u m a m e
ei qu f u s a
oal m e q
d e c ô r a o n t e
dia h a s . u a
d o z e p ã e s e m d u a s p i l h a s d e
seis c a d a u m a , q u e representão os Páes d a p r o p o s i ç ã o ; e u m a taça d e o u r o c o m u m a c o l h e r d e p e d r e i r o d o m e s m o m e t a l , c o n
t e n d o u m a mistura d e q u e se faz u s o nas r e c e p ç õ e s .
1 7 5
A o O r i e n t e d o t h r o n o , h a a i n d a o altar c h a m a d o d o s sacrificios, e a o O c c i d e n t e h a
u m g r a n d e vaso cheio d e agua.
N o t r a n s p a r e n t e d o t h r o n o està ta, c o m caracteres h e b r a i c o s , r e t a n d o , o g r a n d e n o m e d e D e o s . A s c o l u m n a s , c u j o n u m e r o n ã t e r m i n a d o , d e v e m ser ricas, e d o g o s t o , e d e b a i x o d'esta a b ó b a d a P e d r a c u b i c a .
A
n e l l a
o D e l p r e s e n o é d e m e l h o r està a
T i t u l o .
Loja t e m o titulo d e Collegio; e h a 1 o o f f i c i a e s .
1.° O Presidente, q u e r e p r e s e n t a S a l o m ã o , e se c h a m a T r e s vezes P o d e r o s o .
2.° U m official, q u e representa H i r a m ,
rei de T y r o , sentado à direita d o Presi d e n t e .
3." O Resp... 1.º Vig..., q u e representa
A d o n i r a m .
4.º O Resp... 2 º Vig..., q u e representa
M o a b o n .
5 º
O
G u a r d a Sêlos, à esquerda do
Presidente, representando Galaad.
1 7 6
G r a n d e T h e s o u r e i r o , a o N o r t e ,
6.º O
diante r e p r e s e 7." O d a m e s
J o a b e n .
d a m e s n t a n d o G r a n d a dos
a dos P J a b u l u m e Secret Perfume
.
á e s d a proposição,
ario, a o Sul, diante s, r e p r e s e n t a n d o ,
8." O G r a n d e O r a d o r , c o l l o c a d o a o Sul,
j u n t o d o altar dos sacrificios, q u e r e p r e s e n t a A b d a m o n .
9 . O G r l o c a d o a o 1o." O C
a m - M e s Norte, a p i t ã o
t r e d e C e r e m o n i a s , q u e representa Stolki d a s G u a r d a s , c o l o c
c o l n. a d o
ao pé d o 2.° Vig..., representando zerbal. 1 . o
S i g n a e s .
d e J u r a m e n t o .
O
L e v a - s e a m ã o
d i
reita p a r a o l a d o e s q u e r d o , e retira-se c o m
velocidade h o r i s o n t a l m e n t e p a r a a direita. 2.º
D e
F o g o .
L e v a - s e
a
m ã o
direita
aberta sobre a face esquerda, c o m a p a l m a p a r a fóra, e pega-se n o cotovêlo c o m a
m ã o esquerda.
3.º D e A d m i r a ç á o , e silencio. L e v a n t ã o se as d u a s m ã o s abertas p a r a o Céo, t e n d o
a c a b e ç a i n c l i n a d a , e os o l h o s l e v a n t a d o s ;
1 7 7
e depois, levão-se aos labios os d o u s p r i m e i r o s d e d o s
1 . º
d a m ã o
T o m ã o - s e
d i r e i t a .
T o q u e s .
m u t u a m e n t e
a s
m ã o s
d i
reitas, q u e se v o l t ã o tres v e z e s a l t e r n a t i v a m e n t e , d i z e n d o : o 1.° B e r i c h ; o 2.º N e d e r ; o 3 . S c h e l ' m o t h .
2.º T o m ã o se r e c i p r o c a m e n t e
direitas c o m o n o 3 . º g r à o d i z e n d o
m a i s l o n g e ? A resposta d o a n t e b r a ç o t u a m e n t e se h o m b r o direi p e r n a s a d i a n p e l a direita.
é a v a n ç a a t é o c o t o p õ e a m ã to, b a l a n t a d a s u m
r a m v ê l o , o e s q c e a n d a s e n
ã o e d e u e r d o tre t r e
as m ã o s
hides
a o l o n g o p o i s m u a s o b r e o s vezes a s as o u t r a s
3.º A p o d é r ã o - se r e c i p r o c a m e n t e
m ã o s
d a s
direitas, e c o m as esquerdas se a b r a
ç ã o o s h o m b r o s direitos s o b r e c o m o p a r a se a t r a h i r e m . . J . " .
1.º Jab...
as cóstas
P a l a v r a Sagrada.
P a l a v r a s Cobertas.
2.a Maç...
3." A d o . " .
1 7 8
1., S c h . " .
P a l a v r a s d e
2.a E l - h . " .
P a s s e .
G r a n d e p a l a v r a d e Passe.
Be... Mac...
M a r c h a .
O i t o passos precipitados; u m m a i s lento; e depois n o v e : e m c a d a u m destes se t o m a o cotovêlo, e se leva a m ã o direita s o b r e a
face c o m a p a l m a p a r a fóra, i m i t a n d o H i r a m , a p a r a n d o os golpes d e seus assassinos. B a t e r i a
!!!, !!!!!, !!!!!!!, !!!!!!!!! I d a d e .
S e t e v e z e s s e t e a n n o s .
T e m p o d o trabalho.
D o m e i o dia, à m e i a noite.
O r n a m e n t o dos M a ç o n s .
A v e n t a l b r a n c o , forrado, e orlado d e
4 7 9
c a r m e z i m , q u e g u a r n e c e u m a fita a z u l p o r
d e n t r o d a orla, s e m a cobrir, e n o m e i o h a
p i n t a d a o u b o r d a d a u m a p e d r a plana, e q u a d r a d a , t e n d o n o m e i o u m a n e l d e f e r r o , c h u m b a d o
a ella.
Listão c a r m e z i m , s u s p e n d e n d o a alfaia,
q u e é u m c o m p a s s o d e o u r o , c o m u m a c o r ô a p o r c i m a , a b e r t o s o b r e u m q u a r t o
d e circulo. N a abertura d o c o m p a s s o h a u m a m e d a l h a , q u e d e u m lado representa o Sol, e d o outro a Estrella F l a m i g e r a , t e n d o n o
m e i o a
letra G.·.,
e
s o b r e
q u a r t o de circulo estão gravados os n u m e
o
r o s 3, 5, 7, e 9. ( V i d . e s t a m p a 2, f i g u r a 2 ), C a d a E s c o s s e z traz u m a n e l e m s i g n a l d e aliança, n o interior d o q u a l està g r a v a
d o o seu n o m e , e data d e sua recepção, e
d e o u t r o estas p a l a v r a s : V i r t u s unites w h a t d e a t c a n n o t separate. A m o r t e n ã o
p o d e separar o q u e està d a d o pela virtude.
"
1 8 0
Q U I N T A
D E C I M O
C L A s s e .
Q U I N T O
G R A O .
C a v a l h e i r o d o Oriente, o u d a E s p a d a (1).
Depois que, 599 annos antes de Christo,
N a b u c h o d o n o s o r rei d a P e r s i a , e d a M e
d i a , se a p o d e r o u d e J e r u s a l e m , e q u e fez c o n d u z i r para Babilonia g r a n d e parte d o
p o v o
h e b r a i c o ,
c o m o
e s c r a v o ,
a q u e l l e s
hebreos, q u e tiverão p e r m i s s ã o d e ficar
n a J u d é a , c o m o b r i g a ç ã o d e p a g a r u m t r i b u t o a n n u a l , se fortificárão, e s u s p e n
d é r ã o
os p a g a m e n t o s
N a b u c h o d o n o s o r
g r a n d e s
exigidos : e n t ã o
v o l t o u a
forças, destruio
J e r u s a l e m
c o m
totalmente
o
T e m p l o , s a q u e o u t o d a s as r i q u e z a s , e fez
escravos a todos os habitantes, q u e m a n d o u c o n d u z i r p a r a Babilonia e n c o r r e n t a dos, e entre os q u a e s foi Jechonias rei d e (1) Este g r a o c o r r e s p o n d e a o
sexto n o Rito
Françez, e tem ali a m e s m a denominação.
1 8 1
J e r u s a l e m , e sua m ã i ; A r a c h a b é e , pai d e
E s t h e r ; Ezichiel; e Jozeder, g r a n d e S a c r i
ficador, a q u e m se deu o n o m e de Principe
d o Cativeiro. N e s t e e s t a d o , o s Israelitas s ó
a c h a r ã o consolo n a iniciação, e a d o p t a r ã o u m a decoração v e r d e , s y m b o l o d a e s p e
r a n ç a
q u e c o n s e r v a v ã o
d e
v o l t a r à s u a
patria. M o r t o p o r é m N a b u c h o d o n o s o r ,
C y r o , q u e l h e s u c c e d e u n a c o r ô a , t o m o u e m affeição a Z o r o b a b e l , m o ç o h e b r e o ,
e p o r attenção a elle, permittio q u e os
I s r a e l i t a s v o l t a s s e m a J e r u s a l e m ,
e r e e d i
f i c a s s e m o T e m p l o , l e v a n d o c o m s i g o t o d a s
as riquezas, q u e N a b u c h o d o n o s o r tinha
de a n f a p a
lle t i g z e r r t i
t i r a d o , e n c a o g e n e r a l d e x e c u t a r as r ã o ; m a s n a
r r e g N a s u a s s m a e
a n b u o r r g
d o a N a b u s a r d a n , c h o d o n o s o r , d e d e n s , os Israelitas e n s d o E u f r a t e s ,
q u e separa a terra d a J u d é a , u m exercito d e g e n t e a r m a d a , a t t r a h i d o p e l a a m b i ç ã o d a s r i q u e z a s , p e r t e n d e u i m p e d i r a p a s s a g e m d o s Israelitas, e a p o d e r a r - s e d o s
t h e s o u r o s q u e elles c o n d u z i ã o , n ã o r e s p e i
t a n d o as o r d e n s d e C y r o , n e m as e x o r t a ções d e N a b u s a r d a n , Z o r o b a b e l arranja B .
M .
5 .
1 6
e m ba c o m b a delle n o c a C h e a n n o tectos
1 8 2
talha a s u a tropa, t e , e c a h i n d o sobre c o m p l e t a victoria, m p o d a batalha u m g a d o s os Israelitas 6 7 2 antes d a era v u se j u n t a r ã o p a r a re
d à o signal d o o i n i m i g o , teve f a z e n d o elevar m o n u m e n t o . a J e r u s a l e m , n o l g a r , os A r c h i edificar o T e m
p l o , q u e foi c o n s t r u i d o c o m o o p r i m e i r o . O s S a m a r i t a n o s p o r ê m , i n v e j o s o s d a s r i
quezas, q u e possuião as d u a s tribus d e J u d á ,
e B e n j a m i n , l h e fizerão g u e r r a cruel: elles u m o u t r o T e m p l o s i m i l h a n t e a o d e S a l o m ã o n o m o n t e G a r i z a m , s i t u a d o e n t r e S i c h e m , e S a m a r i a , e d a q u i n a s c e u o s c y s m a d e Israel, p e r t e n d e m d o c a d a p o r ç ã o c h a m a r v e r d a d e i r o , e u n i c o T e m p l o , a o seu. Z o r o b a b e l , i n s t r u i d o d a s i n t e n ç õ e s hostis d o s S a m a r i t a n o s , fortifica J e r u s a l e m , e f i z e r ã o c o n s t r u i r
t o m a
t o d a s
a s
m e d i d a s
d e
d e f e z a : n ã o
obstante, foi s e m p r e inquietado, e o T e m
plo só pôde ser reconstruido n o fim d e
2 1 a n n o s d e t r a b a l h o , n ã o o b s t a n t e e s t a rr e e i m n a a d s o d a r e t e S s a l e o mm ã o m . a i o r a v a n ç o , q u e n o
1 8 3
Esta é p o c a , m e m o r a v e l p a r a os Israeli
tas, d e u l u g a r à instituição d o g r à o , q u e
representa : t o d a v i a , apesar d o positivo
historico,
r e c e vacil m e n o rito. insti m a i s
q u e a c a b a m o s d e m a l g u n s a n a c h r o n i s m o s ar s o b r e a s u a a n t i g u i s s o b r e a c o n s e r v a ç ã o d e C o m effeito, jà f i z e m o tuição d o s C a v a l h e i r o s r e c e n t e d a t a , p a r a q u e
iniciados deste g r ã o , e m
e x p ô r , , q u e d a d e , s e u p r s v ê r é d e se d é s
a p p f a z e o u a i m e i r q u e m u i t s e a o
a
a
m
o
sua o r i g e m , o
o o s
n o m e d e C a v a l h e i r o s d o O r i e n t e ; d e p o i s , a e s p a d a n ã o foi c o n h e c i d a d o s orientaes, a s s i m c o m o o a r c o , e a b é s t a , se n ã o n o
t e m p o das cruzadas, o q u e faz u m inter
v a l l o d e 1 , 5 o o a n n o s : m a s , sejão e m b o r a estes s y m b o l o s a d d i c i o n a d o s à instituição
primitiva, este g r a o involve bastante m o
r a l i d a d e ; a c o n s t a n c i a , c o m q u e o s h e b r e o s s u p p o r t à r ã o o cativeiro d e N a b u
c h o d o n o s o r , s e m p e r d e r e m d e l i b e r d a d e , c o m o
a esperança
d e n o t a a c ô r
v e r d e
q u e adoptarão, l e m b r a a o h o m e m , q u e jà m a i s d e v e desesperar d e seus i n f o r t u nios, e q u e u m dia t e m d e c h e g a r , e m +
1 8 4
q u e seus males m e l h o r e m , p a r a ser util
a o s
o u t r o s ,
c o m o
o s Israelitas
o
f ô r ã o ,
reedificando o T e m p l o d e Jerusalem. O s o n h o d e C y r o , e m q u e lhe foi revelada
a d e l i b e r a ç ã o d e d a r l i b e r d a d e a o s cativos,
t o m a d o c o m o inspiração divina, faz l e m
b r a r , q u e a P r o v i d e n c i a vella c o n t i n u a
m e n t e s o b r e o s n o s s o s d e s t i n o s , e
q u a n d o
nella se confia, s e m p r e p ó d e alcançar-se
alivio a o s m a l e s q u e s o f f r e m o s : N a b u c h o d o n o s o r , e B a l t h a z a r c a r r e g a d o s d e c a d ê a s , e o p r i m e i r o c o n v e r t i d o e m b r u t o , n o s
adverte das p u n i ç õ e s reservadas aos p e r
v e r s o s , c o m o o f ô r ã o a q u e l l e s d o u s reis dissolutos, e crueis. O l e ã o , q u e f i g u r a l a n ç a r - s e s o b r e C y r o , d e n o t a a c o n s c i e n
cia q u e s e m p r e n o s a m e a ç a d e s e r m o s d e
v o r a d o s pelos r e m o r s o s , c o n t r a o s s e u s d i c t a m e s .
S a m a r i t a n o s
c o n t r a
O s
q u a n d o v a m o s
c o m b a t e s d o s
o s r e e d i f i c a d o r e s d o
T e m p l o d e J e r u s a l e m , e x p r i m e m b e m a s
perturbações, q u e a o r d e m d a M a ç º . t e m s o f f r i d o ,
e s o f f r e n o
a n d a m e n t o
d e s e u s
trabalhos pelos p r o f a n o s , m a s q u e terão u m dia f i m , c o m o o teve o s e g u n d o T e m p l o .
1 8 5
m o ç ã q u p r
A parte historica, e m o r a l , q u e a c a b a
s d e e x p ô r , o i n c o m p l e t a e o 15.° g r à o v a d o , q u e e
t o r n , se o é lle r
a r i a n o s s a i n v n ã o d e m o n s t r a m i x t o . N ã o b a e p r e s e n t a u m a
e s t s s e s t a é p o
i g a m o s ter c a ,
e a p p r e s e n t a d o os factos, q u e o c o n s t i t u e m , é t a m b e m mister m o s t r a r a a n a l o
g i a , q u e o g r à o d e v e ter c o m a i n i c i a ç ã o e g y p c i a c a . O q u a r t o g r à o d o s m y s t e r i o s d e Isis,
t e m p o r titulo a Batalha das S o m b r a s ; e
n o a n n o 1 8 9 d a n o s s a e r a , Tertuliano o d e s c r e v e u d e b a i x o d o titulo d e R e c o m p e n s a d o S o l d a d o ( D e c o r o n a militis), é p o c a e m
q u e os mysterios d e Eleusis estavão a i n d a e m p l e n a actividade.
O t e m p o d a c o l e r a , desoito m e z e s ; o q u e f a z a l u s ã o a o r e s s e n t i m e n t o d e N a b u c h o d o n o s o r , q u e p r o l o n g o u p o r t a n t o t e m
p o o cativeiro dos Israelistas. O c o n d u c t o r d a s iniciações e g y p c i a c a s , a r m a v a o i n i c i a d o deste g r a o d e u m a c o i r a ç a , e d e u m a
a r m a defensiva; e q u e representa a a r m a
d u r a g u e r r e i r a d e Z o r o b a b e l , e d o s s e u s
c o m p a n h e i r o s d e a r m a s ; s y m b o l i s a n d o o
*
1 8 6
conductor o general, q u e C y r o e n c a r r e
g o u d e a c o m p a n h a r Zorobabel. L o g o q u e o recipiendario tinha corrido
a s s o m b r i a s gallerias, e r a r e p e n t i n a m e n t e
assaltado p o r m u i t o s h o m e n s m a s c a r a d o s , e a r m a d o s : o c o n d u c t o r o excitava a ter c o r a g e m , d e c l a r a n d o - l h e q u e só o s e u v a
lor o poderia salvar d o perigo, a q u e se a c h a v a exposto; e q u a l q u e r q u e fosse a valentia d o iniciado, elle s u c c u m b i a s e m
p r e a o n u m e r o d o s atacantes. E s t a a c ç ã o
m y s t i c a faz a l u s ã o à e m b u s c a d a d o e x e r cito, q u e cahio sobre Z o r o b a b e l , e seus c o m p a n h e i r o s d e a r m a s . A s i m i l h a n ç a q u e a c a b a m o s d e m o s t r a r ,
entre a acção allegorica d o 4 ° g r a o d o s
m y s t e r i o s d e Isis, e a a c ç ã o historica d e Z o r o b a b e l , p r o v a q u e este u l t i m o , q u e n ó s
c o n s i d e r a m o s
c o m o
i n s t i t u i d o r
d o
16.º g r ã o , foi n e c e s s a r i a m e n t e i n i c i a d o n o s m y s t e r i o s , q u e os Israelitas n ã o d e i x à
rão d e praticar e m Babilonia, d u r a n t e o s e u cativeiro alli; e e n t ã o n ã o a d m i r a , q u e
o 15.º g r a o tenha analogias c o m u m d o s graos dos mysterios d e M e m p h i s , q u e j à m a i s f ó r ã o d i v u l g a d o s .
1 8 7
b r e
P e l o lado a s t r o n o m i c o , a i n d a se d e s c o u m a
perfeita coincidencia
, n o s e n t i d o
q u e enserra o 4 ° grão dos mysterios de Isis. O c o m b a t e d a s s o m b r a s , s y m b o l i s a a g u e r r a q u e T y p h o n fez a Osiris: os h o m e n s m a o i n i c i a i n i c i a d o e q u a s i m o r t e
s c a r a d o s , d o , f i g u r ã o q u e s u c c u s e m m o v d e Osiris.
e a r m a d o s o m e s m o m b e e s g o t i m e n t o , O l u g a
, q u e a t a c ã o T y p h o n , e o a d o d e forças, r e p r e s e n t a a r r e s p l a n d e
cente d e luzes, e d e brilhantes d e c o r a
c õ e s , a
q u e se
t r a n s p o r t a v a o
i n i c i a d o
depois d o c o m b a t e , m o s t r a v a o principio
d o solsticio d o v e r ã o ; é p o c a , e m q u e o f i r m a m e n t o b r i l h a c o m as scintillações d e i n u m e r a v e i s estrellas ; e esta allegoria é p e r f e i t a m e n t e r e p r e s e n t a d a n o 15.° g r a o ,
pela entrada s o l e m n e d e Z o r o b a b e l e m
J e r u s a l e m , à s e g u n d a h o r a h e b r a i c a d o d i a 2 2 d e M a r ç o ; m o m e n t o e m q u e o S o l | e s c l a r e c e
c o m
s u a
m a i s
v i v a
l u z
t o d o
o
m e z de M a r ç o é precisamente, a e m que o Sol retrocede O r i e n t e , e a é p o c a n a
n a
A
d o
s u a c a r r e i r a s o l s t i c i a l .
a c ç ã o
militar d e Z o r o b a b e l , o l h a d a
relação philosophica, offerece s i m i
1 8 8
l h a n t e m e n t e u m a a n a l o g i a t o c a n t e , c o m o s e n t i d o p h i l o s o p h i c o d o 4.° g r à o d o s m y s t e r i o s d e M e m p h i s . O c o m b a t e d a s
s o m b r a s , figura as c o n t i n u a d a s lutas q u e a philosophia teve d e suster n a s diversas
i d a d e s d o m u n d o : os h o m e n s m a s c a r a d o s , a r m a d o s , s y m b o l i s ã o essa m u l t i d ã o i g n o r a n t e , e f a n a t i c a , q u e p o r t a n t o e
t e m p o abafa a philosophia, q u e só p ô d e respirar n o santuario dos T e m p l o s , p a r a
o n d e se retira, n ã o p o d e n d o esclarecer o s
h o m e n s
c o m s u a l u z v i v a , t ã o e x a c t a m e n t e
t r a d a d e
Z o r o b a b e l e m
representada pelo lugar resplandecente, - a q u e o iniciado é c o n d u z i d o , e pela e n J e r u s a l e m .
A livre p a s s a g e m q u e este g u e r r e i r o , e s e u s c o m p a n h e i r o s d e a r m a s , a b r i o p e l a
p o n t e d o rio S t u b a r z a n e i , figura a l i b e r d a d e d e p e n s a r , q u e caracterisa o s p h i l o
sophos , e a victoria alcançada symbolisa
o t r i u m p h o i g n o r a n c i a , p o s s a c o m b a C o m p l e t a q u e n o s t e m
ce e t e r e o s
rto d a p h i l o s o p s u p e r s t i ç ã o , s r a b e r t a m e n t e . m o s o d e s e n v o p r o p o s t o s o b r
h i a , s o b r e a e m p r e q u e a
l v i m e n t o , a e este g r a o ,
1 8 9
p o r u m a c o n s i d e r a ç ã o , tante, q u a n t o t e m p o r o erro, q u e só a t r a d i ç ã o servar. M u i t o s M a ç o n a v a n ç a d o , q u e as c r u z m e n t o à iniciação, e
t a n t o m a i s i m p o b j e c t o destruir u t e m p o d i d o c o s i n s t r u i d o s t e a d a s d e r ã o n a s c q u a s i t o d o s , s e
m
r n m
distincção, estão ainda p e r s u a d i d o s d e q u e
i
m
o 15.", e 16,º g r à o s d e v e m r e p r e s e n t a r a é p o c a m e m o r a v e l d a s c r u z a d a s , t ã o i n d i s p e n s a v e l p a r a b e m p o d e r a p p r e c i a r - s e
o p o d e r geral, e invensivel, q u e o f a n a
t i s m o exercia s o b r e t o d a a E u r o p a . O s d e s e n v o l v i m e n t o s , q u e p r e c e d e m ,
p r o v ã o q u e a época das cruzadas, é m u i t o recente e m relação à d o s acontecimentos,
q u e estes d o u s g r à o s r e p r e s e n t ã o , p a r a q u e a s m e s m a s c r u z a d a s p o s s ã o a h i figurar, p o r q u e se estes g r ã o s f ó r m ã o a s u a r e p r e
sentação, o s y s t è m a q u e c r é m o s ter a c h a d o n a iniciação, e n o s g r à o s d o s e r i a
i n e x a c t o ,
falso, vi b i l i d a d e e n s e r r a r prios p a r
o u
a n t e s
sto t e r m o s a v a n ç c o m q u e esta ini a m a i o r p a r t e d o s a f o r m a r a histor
a d ci m a ia
e s c o s s i s m o
i n t e i r a m e n t e
o
a p r ação d e v t e r i a e s d o O r i e
o b a e r i a p r o n t e ,
1 9 0
q u e e m l u g a r d e e x i s t i r e m e m escriptos,
n o s fórão transmittidos p o r s y m b o l o s , e h y e r o g l y p h i c o s ; e cujo sentido positivo
terse-h c r u z a d s e g u e , g r ã o s ,
ia p e r d i d o m u i t o a s p a r c i a e s , o u q u e as c r u z a d a s q u e r e p r e s e n t ã o
s s e g e r n ã o é p o
c u l o s a e s : p o d i c a s t
a n t e d o n ã o f i o d a s
s d a s d e se g u r a r r e l a
tivas ao Oriente. Todavia, é s e m duvida,
q u e a s m e s m a s c r u z a d a s f a z e m p a r t e d o s
g r à o s escossezes, m a s só n a q u e l l a s q u e fi g u r ã o depois d e t e r m i n a d a s ; e nós e s t a m o s c o n v e n c i d o s d e q u e , se os h i s t o r i a d o r e s ,
q u e partirão d a bella é p o c a d a Grecia, t i
v e s s e m c o n h e c i d o a i n i c i a ç ã o , e o s n u m e
rosos graos escossezes, elles poderião t r a
ç a r a historia d o O r i e n t e , q u e e n s e r r a m a
t e r i a e s t ã o r i c o s , c o m o o s d a
h i s t o r i a a n
t i g a , e x c e p t o e m s e r e m as d a t a s m a i s difficeis d e a p p r e c i a r , e m u i t o s d o s g r à o s capitulares s e r e m referidos à historia h e
braica. O
16.° g r à o c o n f i r m a d e tal sorte
esta v e r d a d e , q u e t o d a s as p e r s o n a g e n s ,
q u e alli figurão, historia geral, o m a dellas é allego
a p p a r e c e m q u e p r o v a , ria, e m tan
t a m b e m n a q u e n e n h u to q u e , nos
1 9 1
graos precedentes, e sobretudo, n o s q u e t e m
u m a
c o r r e l a ç ã o c o m a i n i c i a ç ã o ,
m a i o r parte das p e r s o n a g e n s são r e p r e
a
s e n t a ç õ e s p o r allegorias.
D e c o r a ç ã o .
S ã o precisas d u a s salas, e c a d a u m a dellas esclarecida p o r setenta luzes, d i v i d i
d a s e m dez g r u p p o s d e sete luzes c a d a u m :
u m a sala é f o r r a d a d e v e r d e claro, e o u t r a
d e e n c a r n a d o .
T i t u l o s .
O Presidente representa C y r o , rei d a
P e r s i a , e d a M e d i a , e t e m o titulo d e S o b e r a n o . O s Vig... s ã o os G e n e r a e s d e C y r o . O
S e c r e t . . . é o
C h a n c e l l é r .
O
L e v a - s e
Z o r o b a b e l .
a
m ã o
-
Signaes.
d i r e i t a
d e
h o m b r o
e s
R e c i p i e n d a r i o
Cer... é o G r a m - M e s t r e . O c h a m a - s e
M e s t . . .
a o
q u e r d o , e desce-se s e r p e n t e a n d o , p a r a a
c ô x a direita, i m i t a n d o as ondas, o u voltas
d e u m
1 9 2 rio : d e p o i s , d e s e m b a i n h a - s e a e s
p a d a , e apresenta-se à frente, c o m o p a r a
c o m b a t e r .
T o q u e .
-
T o m ã o - s e m u t u a m e n t e a s m ã o s e s q u e r d a s , c o m o b r a ç o e s t e n d i d o , e l e v a n t a d o ,
c o m o p a r a repellir u a m ã o direita affecta e depois levão-se r e c tas das espadas sobre p r i m e i r o Jud..., e o
m a abr i p r o c s e g
ta ir o c or u n
que, e m q u a u m a p a s s a g a m e n t e as p ação, d i z e n d d o Benj...
n t o e m , o n o o
P a l a v r a S a g r a d a .
R . " .
G r a n d e P a l a v r a .
S.". S.". A . " .
J . H .
P a l a v r a d e P a s s e . M a r c h a .
A v a n ç a - s e d e s t e m i d a m e n t e p o r cinco grandes passos c o m a e s p a d a levantada.
1 9 3 B a t e r i a . I
S e t e n t a
I
a n n o s .
I I
I
I
!
I d a d e .
Grito d e A c c l a m a ç ã o .
G l o r i a a D e o s , e a o S o b e r a n o .
v e r c a b c r u d e
A v e n t a l
d e e ç s a c a
, t e a e n d a s , d ê a
O r n a m e n t o s .
b r a n c o ,
n d o p i n t s a n g u e n t e n o m e e m f ó r m
f o r r a d o ,
a d a s o b r e a a d a , e d u a s i o d o a v e n t a triangular
e o r l a d o
d e
a b e t a u m a e s p a d a s e n a l tres elios ..
Listão v e r d e - m a r , d a direita p a r a a e s
q u e r d a , s o b r e q u e h a p i n t a d o s , o u b o r d a d o s ossos, c a b e ç a s , m e m b r o s dispersos, c o
rôas, espadas partidas e inteiras, e n o m e i o
u m a p o n t e , e m c u j o a r c o estão as letras L... D . P... (1). (1) Estas letras d e s i g n â o as palavras liberdade d e p a s s a g e m , q u e t a m b e m e m h e b r a i c o sáo i n i ciativas d e palavras d a m e s m a significação. B .
M .
5 .
1 7
1 9 4
D E C I M O
Principe de
S E X T O
J e r u s a l e m ,
G R A O .
G r a n d e C o n s e l h e i r o
das Lojas".
Este g r a o representa a i n d a u m a é p o c a
n o t a v e l d o s h e b r e o s , e n ã o m e n o s i n t e r e s
sante q u e a s y m b o l i s a d a n o g r à o a n t e c e d e n
t e ; p o r q u e , se alli se c o m m e m o r a v a a l i b e r d a d e a l c a n ç a d a d e p o i s d e 7 o a n n o s d e cativeiro e m B a b i l o n i a , a q u i se m e n c i o n ã o
as providencias d e u m rei d e Israel, q u e evita p o r negociações diplomaticas u m a g u e r r a i r m ã s , m a i s d P o r
d e religião d e u m a r e c a h i u r o q u e o d e g r a n d e s q u e
esastrosa e n t r e tribus d a n o cativeiro, talvez B a b i l o n i a . f o s s e m a s p r e c a u ç õ e s
q u e as tribus habitantes d e J e r u s a l e m t o m a s s e m
c o n t r a os a t a q u e s d o s S a m a r i t a
n o s , estes c o n t i n u à r ã o , s e m
c e s s a r , a i n
quietá-los, d e m o d o q u e suas forças, jà e s " N â o t e m c o r r e s p o n d e n t e n o Rito Francez, a s s i m c o m o o g r á o seguinte 17, o
1 9 5
gotadas, a m e a ç a v ã o u m a q u e a destruição d e J e r u s a l e m evitavel. O previdente Z o r o b e x p ô r o resto dos seus subdit
e d a p r o x i m a parecia jà i a b e l n ã o qui os à c o m p l e t
n a
z
;
derrota, e resolveo e n v i a r 5 d o s s e u s m a i s
distinctos chefes a Dario, pedindo-lhe u m
s o c c o r o p a r a o p o v o h e b r e o . D a r i o r e c e
b e o a e m b a i x a d a c o m todas as d e m o n s t r a ções d e benevolencia, e fez expedir o s e g u i n t e edito.
« N ó s , D a r i o , rei dos reis, s o b e r a n o d o s
º so » so º so » ne » be
beranos, illustre r o rei C volencia l, e o p
| -
q u e r e n d o , a e x e m p e m u i t o excellente yro, favorecer c o m , e nossa protecção o v o d e J e r u s a l e m ;
l o d o n o s p r e d e c e s nossa b e a Z o r o b a depois d e
» h a v e r o u v i d o as q u e i x a s f u n d a d a s d e » s e u s e m b a i x a d o r e s c o n t r a o p o v o d e S a
» m a r i a , q u e lhe fez g u e r r a injusta; e r e » fusa, a l é m d isso, pagar-lhe o tributo a n
» n u a l , q u e d e v e a o g o v e r n o d e J e r u s a l e m ,
» o º c » f , a
r d e n a m o s a sessar to ielmente os o g o v e r n o
a o p o v das as tribut d e Je
o d e S a m a r i a , hostilidades, os a n n u a e s , q rusalem, deb
q u e e p a u e d aixo
f a g a r e v e d a
1 9 6
*
» p e n a d e i n c o r r e r n a n o s s a i n d i g n a ç ã o ,
» e justa vingança. D a d o n a n o s s a côrte » n o q u a r t o dia d o quarto m e z , 1 5 3 4 , s o b
» o séllo d o fiel D a n i e l , e n o terceiro a n n o n o s s o
» d o
r e i n a d o . »
edito d e D a r i o p r o d u s i u o effeito d e
O
sejado; os S a m a r i t a n o s se sujeitarão a elle,
e c d o s f o r rei
u m P ã o D a
p r i r ã o e r s a s , e c r e a d o s r i o , e
q u a n t o lh M é d o s . O P r i n c i p e s a s u a volt
es s 5 d e a a
o r d e n a v a e m b a i x a d J e r u s a l e m esta c i d a d
celebrada por festejos publicos.
o rei o r e s p e l o e foi
J à se vê, q u e s e n d o esta a o r i g e m d o g r ã o
16.", n e n h u m a correlação t e m c o m a i n i
ciação, pois q u e s ó m e n t e representa u m a
época m e m o r a v e l para os hebreos. O u n i co s y m b o l o m o r a l , q u e n'elle se descobre é o avental d e Aprendiz, para m o s t r a r q u e
t o d o o q u e se assignala p o r serviços e x t r a o r d i n a r i o s , p ó d e a s p i r a r a o s altos e m p r e
gos, pois q u e só o m e r e c i m e n t o
i n s t i t u e o
d i r e i t o a elles.
pessoal
N o s s a imparcialidade n o s i m p õ e a o b r i g a ç ã o d e n ã o deixar passar e m silencio u m
anachronismo, q u e se encontra n o histori
1 9 7
c o d'este grào, p a r a d e n o t a r a necessidade d e sua correcção, e q u e consistema data d o e d i t o d e D a r i o , e m 3 5 3 4 . Q u a n t o a o s m i
lhares d esta época, n a d a t e m o s a dizer,
p o r q u c a ; m correc a p o d é n ã o e o s 7 0
e elles a s os tos, p o r a a s m 3 5 9 9 a n n o s
B a b i l o n i a :
c o n 5 3 4 r q u e g u , e d e
c o r d ã o c p r e c i s ã o e N a b u c h n d a v e z Z o r o b a b e cativeiro
o m s o d d e
a e r a e m d u o n o s o J e r u s l n a s c e o d o s h e b
h e b r a i v i d a ser r n ã o se a l e m , se d u r a n t e r e o s e m
o r a a N a b u c h o d o n o s o r s u c c e
d e o Cyro, e a este Dario: é pois impossivel
q u e D a r i o e x p e d i s s e u m edito t a n t o s a n n o s antes, q u e subisse a o t h r o n o , e e m f a
v o r d e Z o r o b a b e l , q u e n ã o havia a i n d a
n a s c i d o !
C a b e n'este g r ã o a a v e r i g u a ç ã o d a o r i g e m d a d e n o m i n a ç ã o M a ç o n a r i a , d a d a à n o s s a o r d e m , e fazer m e n s ã o d a s d i v e r s a s o p i n i õ e s e m i t t i d a s a tal respeito. O s q u e t e m o p r i n c i p i o e r r o n e o d e d a r e m a esta respeitavel o r d e m u m a o r i g e m m o d e r n a , t e m c r i d o a c h a r a o r i g e m d e s e u n o m e n a r e u n i ã o d o s i r m ã o s inglezes n a
M a s o n h o u s e . E m L o n d r e s ( d i z e m elles) t o
1 9 8
das as pessoas, inclusive os principes d e sangue, tinhão o gosto d e se fazer receber
e m a l g u m a corporação mechanica; e é m u i
t o n a t u r a l , q u e o s iniciados d a s L o j a s i n glezas, a s s i m c o m o se p o d i ã o a g g r e g a r a o s
padeiros, marcineiros, o u outros officios, tivessem escolhido a corporação d o s p e d r e i
ros, fosse p e l o c o n h e c i m e n t o d a p r o b i d a d e d e a l g u n s i n d i v i d u o s d esta c o r p o r a ç ã o , fosse pelas c o m m o d i d a d e s d o edificio d a r e u n i ã o , o u o u t r a q u a l q u e r c i r c u n s t a n c i a accidental. A sala, o u casa c o m m u m d ' e s tes o b r e i r o s , s e r v i n d o - l h e s d e l u g a r p a r a
se c o n g r e g a r e m , eles se quizerão d i s t i n
g u i r p e l o titulo d e F r a n c s - M a ç o n s , o u P e drei os livres, d o s q u e e x e r c i t a v ã o o officio c o m o o b r i g a d o s a t e r e m a q u e l l e m e i o d e s u b s i s t e n c i a .
P e r t e n d e m outros, q u e o titulo v e m d o s
sete Templarios, que na morte de Jacques
M o l a y , se encarregárão d e recolher suas c i n z a s , e se d i s f a r ç a r ã o e m o f i c i a e s d e p e d r e i r o , f a z e n d o d a t a r d ahi a o r d e m d a M a ç o n a r i a .
M a s s i m i l h a n t e s o r i g e n s s ã o destituidas
d e
1 9 9
f u n d a m e n t o : a p r i m e i r a n ã o é m a i s
q u e u m a
h y p o t h e s e arbitraria, q u e n ã o
t e m f u n d a m e n t o c o ; e a s e g u n d a é t i d a , p o r q u e n ó s c o s p r a t i c a d o s p e a n t e s d o s e u f i m
e m facto c o m p l e t a p o s s u i m o s l o s T e m p l a tragico O
a l g u m m e n t e g r a o s r i o s 3 a u t o r
h i d e m a o o d o
s t o r i s m e n ç o n i a n n o s M y s
teria baphometi revelata pensa, c o m o nós,
q u e os F r a n c s - M a ç o n s s ã o m u i t o anteriores a o s T e m p l a r i o s , e c r ê c o m b a s t a n t e v e r o s i m i l h a n ç a h a v e r a c h a d o e m b l e m a s m a ç o n i c o s e m
c e r t o s t u m u l o s
r o m a n o s .
T e m - s e p e r t e n d i d o , e m fim, q u e a p a l a
vra M a ç o n a r i a v e m de massonia, s y n o n y m o
b a r b a r o d e c l a v a (massa), c o m o p r e t e x t o
d e q u e clava se a s s e m e l h a a clavis (chave), e q u e u m a sociedade secreta se d e v e s y m bolisar p o r este i n s t r u m e n t o d e f e c h a r as p o r t a s .
S e os h o m o n y m o s s ã o g u i a s v a n t a j o s a s n a s i n d a g a ç õ e s e t y m o l o g i c a s , as m e s m a s v a n t a g e n s se p o d e m tirar d o s s y n o n y m o s :
p o r outra parte, vê-se q u e todos os i n s t r u m e n t o s d o officio d e p e d r e i r o s ã o e m p r e
g a d o s c o m o s y m b o l o s allegoricos n a M a
2 0 0
ç o n a r i a , e e n t ã o o n o m e d esta instituição
n ã o é susceptivel d a
analyse q u a n t o
ás
letras c o m q u e é escripto; elle é t r a d u s i d o
d e u m a s p a r a outras linguas; estas letras d e s a p p a r e c e m n a traducção, e toda a idéa
etymologica se torna extranha à applica
ção q u e se pertendé dar.
N a d a m a i s n o t a v e l q u e b u s c a r a o r i g e m n o s m y s t e r i o s h e b r a i c o s ; p o i s q u e , c o m o t e m o s visto, elles p a s s à r ã o d e S a l o m ã o a o s
ultimos essenianos, c o n t e m p o r a n e o s d e Christo, e o p o v o h e b r e o os c o n s e r v o u d u r a n t e
o
s e u
c a t i v e i r o .
S u a
e s t a d a
n a
C a l d é a p o d i a alterar a l g u m a s d e s u a s o p i
niões, e até m e s m o a lingua, o q u e se v ê e m
m u i t a s
partes
d o s
l i v r o s d e
D a n i e l , e
d e Esdras, q u e são escriptos n o dialecto C a l d a i c o ;
m a s
o s
iniciados,
o s e l e i t o s
d e
Israel, q u e s u s p e n d i ã o s u a s lyras m u d a s
n o s salgueiros d o Eufrates, c h o r a n d o a m a r g a m e n t e a l e m b r a n c a d a s u a patria, n ã o
perdêrão jámais a esperança d e para ella
voltar ; o q u e effectivamente se realisou n o
r e i n a d o d e C y r o ,
J e r u s a l e m ,
v o l t a n d o o p o v o a o T e m p l o ,
e reconstruindo
2 0 1
c o m o n o presente g r ã o se representa. O r a n e s t a reconstrucção, os operarios forão | -
o b r i g a d o s a t r a b a l h a r c o m a e s p a d a e m u m a m ã o , e a t r o l h a n a outra, pelas i n q u i e
tações q u e soffrião d a parte dos S a m a r i t a n o s ; e n'esta época m e m o r a v e l , e m q u e o
p o v o hebreo se considerava livre d o cati vei e r a t r a n o
ro d e B a b i a e l e v a ç b a l h a v ã o , g r à o , q u e
l o n i a , ã o d o n a d a e n t ã o
e T e h Z o
o s e u m a i o r disvello m p l o , e m q u e t o d o s a m a i s natural, q u e r o b a b e l instituio e m
Jerusalem, quizesse p o r esta d e n o m i n a ç ã o s y m b o l i c a representar as d u a s idéas n o t a veis d a liberdade, q u e a sua n a ç ã o a c a b a v a
d e a l c a n ç a r , e d o e m p r e g o e m q u e t o d o o p o v o t r a b a l h a v a , c o m o c o m p l e m e n t o d o f i m p o r q u e esta m e s m a l i b e r d a d e h a v i a
sido m a i s desejada. E m b o r a
s e a t t r i b u a a S a l o m ã o
a
d e n o
m i n a ç ã o d e M a ç o n s , o u pedreiros aos seus iniciados, pois q u e e m todos os graos p o r elle instituidos, o u a d o p t a d o s n o rito h e b r e o , a p p a r e ç a a c o n s t r u c ç ã o , o u c o n s e r
v a ç ã o d o T e m p l o , e allegorias tiradas dos utensis d este officio, m a s parece q u e a
2 0 2
a d d i ç ã o Franc, o u Livre n ã o p ó d e e x p l i car-se c o m m a i s ajustada probabilidade q u e referindo-se á instituição d o 16.º g r a o p o r Z o r o b a b e l .
.D e c o r a ç ã o .
H a d u a s salas contiguas, q u e se c o m m u nicão. A p r i m e i r a representa a córte d e
Z o r o b a b e l , rei d e J e r u s a l e m . É f o r r a d a d e
côr d e aurora, e esclarecida n o u l t i m o p e o m n t g o r u d p a o s r ed c e e p5 .ç ã o p o r 2 5 l u z e s , d i v i d i d a s A s e g u n d a sala r e p r e s e n t a a c ô r t e d e D a r i o , s u c c e s s o r d e C y r o , e é f o r r a d a d e e n c a r n a d o , s e n d o o t h r o n o , e d o c é l c ô r d e
& l l l l ' O P 3 .
- A p a s s a g e m p o r o n d e se c o n d u z o r e c i
p i e n d a r i o p a r a ir d e u m a à o u t r a sala, representa a estrada d e J e r u s a l e m a B a b i
l o n i a .
T i t u l o s .
E m a m b a s as salas, o Presidente t e m o
d e M u i t o j u s t o , e r e c t o P r i n c i p e . O s Vig... o d e M u i t o esclarecidos P r i n c i p e s ; e
t i t u l o
d o s os II... o d e Valerosos Principes.
2 0 3
A Loja t e m o n o m e d e Conselho. O s Principes d e J e r u s a l e m g o s ã o
d e
grandes privilegios nas Lojas inferiores,
d e q u e m o C o n s e l h o t o m a a vigilancia, e a d m i n i s t r a ç ã o .
-
S i g n a es.
Apresenta-se a r r o g a n t e m e n t e a e s p a d a levantada, c o m o para c o m e ç a r a c o m b a t e r , e a m ã o e s q u e r d a a p o i a d a a o q u a d r i l .
Resposta. d o h o m b r o p o p é direito n h a r u n i d o
d a
Estende a r a c o m e m esq à p o n t a
-se e ç a uad d o
T o q u e .
o b r a ç o n a r o c o m b a t e ria, c o m o p é esquerdo
Tocão-se m u t u a m e n t e c o m m ã o
m í n i m o ,
altura , t e n d o c a l c a .
o pollegar
direita s o b r e a j u n t u r a d o d e d o
d a n d o
cinco pancadas d este
m o d o ! , !!, !!, j u n t a - s e a o m e s m o t e m p o o
p é direito pela p o n t a , f o r m a n d o a m b o s
u m a l i n h a recta, t o c a n d o - s e d e p o i s os joelhos, e e m f i m l e v ã o m u t u a m e n t e a m ã o
e s q u e r d a sobre a e s p a d u a , o primeiro diz
2 0 4
vinte, e o s e g u n d o r e s p o n d e vinte e u m (1). P a l a v r a S a g r a d a .
R e s p o s t a - S . . T . . .
P a l a v r a d e P a s s e .
M a r c h a .
U m passo g r a v e sobre as p o n t a s dos pés.
A l g u m a s v e z e s d ã o - s e c i n c o passos, e s t a n d o n o signal, a v a n ç a n d o o p é e s q u e r d o
escorregando, depois o direito, e assim p o r diante até c o m p l e t a r os cinco. B a t e r i a .
(1) Isto traz á m e m o r i a a é p o c a d a e n t r a d a d o s e m b a i x a d o r e s e m J e r u s a l e m , d e p o i s d a e m b a i x a d a á Babilonia, q u e teve lugar a 2 o d e « T e v e t h » d e c i m o m e z d o a n n o , e a l e m b r a n ç a d a s a c ç ô e s d e g r a ç a s d a d a s pelo p o v o hebraico, depois d a r e e d i ficação d o T e m p l o , q u e foi n o dia 2 3 d e « A d a r » d e c i m o s e g u n d o m e z d o sexto a n n o d o reinado d e Dario. O T e m p l o tinha sido a c a b a d o n o t e r
ceiro dia d o m e s m o mez, e no d e c i m o quarto do m e z seguinte, foi celebrada a p a s c o a .
" 2 0 5
T e m p o d o T r a b a l h o .
C o m e ç a - s e a o n a s c e r d o Sol, e t e r m i n a
s e a o m e i o - d i a .
O r n a m e n t o dos M a ç o n s . , e a stà b e s q u m ã o
d o r n o s o r d a d o a d r i a , d e just
N o avent J e r u s a l e m , l o m ã o , u m D e l t a , e u m
al e a a
o s m e s m o s
e m b l e m a s .
e n c a r n a d a s .
d o s o T u m iça.
P r i n e m p l e s c u T r a z
c i o d o e m
p e d e , l
s d e S a u m u v a s
N o listão està b o r d a d a u m a b a l a n ç a , e uo u m t a r o ms e e d m a b l l h e a m d a e s o d u o r o , s e q u u g e r à t o e . m A b o a r l fd a a i d a o s é
B .
M .
5 ,
-
1 8
-
2 0 6
D E C I M o S E P T I M o G R A o .
C a v a l h e i r o d o O c c i d e n t e , e d o O r i e n t e .
Q u a n d o os C a v a l h e i r o s , e P r i n c i p e s d e J e r u s a l e m , se a j u n t a r ã o p a r a a c o n q u i s t a d a T e r r a S a n t a , t o m á r ã o t o d o s u m a c r u z
p o r divisa, e m signal d e q u e ião servir d e baixo d e u m a m e s m a bandeira, j u r a n d o a o
m e s m o d e s a n religião r o s n ã o
t e g u e . F p o
m p o p a r eita d é r ã
d e r r a m a resta p o r é m o c u m p
a r até a belecer a a p a z , o r i r seus
u l t v e s C v o t
i m r d a v o s
a g o t a a d e i r a a l h e i , v o l
t a n d o c a d a u m p a r a sua patria respectiva: elles resolvêrão ser p o r theoria o q u e n ã o
t i n h ã o s i d o pela pratica; e n ã o a d m i t t i r e m e m s u a s c e r i m o n i a s , se n ã o q u e m tivesse
d a d o p r o v a s d e sua amisade, zêlo, e discrip
ç ã o ; j u n t a n d o - s e à o r d e m d e M a l t a , c o m q u e m e n t ã o se a c h a v ã o ligados p e l a i n i c i a
ç ã o ; t o m a n d o o titulo d e C a v . d o Or...,
e d o Occ..., Principes d e Jerusalem, p a r a f a z e r e m saber a todo o m u n d o o lugar o n
2 0 7
d e a o r d e m tinha nascido, c o m p r o m e s s a d e n ã o m u d a r j a m a i s s e u v e s t u a r i o , n e m
o m o d o d e sua recepção; e e m 1 1 1 8 da n o s sa éra, os primeiros Cavalheiros, n o n u
m e r o d e o n z e , fizerão s e u s v o t o s n a s m ã o s
d e Garinoºs, Patriarcha, e Principe d e J e
r u s a l e m .
E s t e historico a n n u n c i a explicitamente q u e o 17.º grão teve p o r objecto a c o n quista d a T e r r a S a n t a p e l o s C r u s a d o s ; m a s
h a v i a m u i t o t e m p o q u e os Principes d e J e rusalem, q u e forão judeos, e n ã o christãos, h a v i ã o sido d e p o s t o s , e e x p u l s o s p o r Tito;
e depois os R o m a n o s havião sido forçados a
a b a n d o n a r
J e r u s a l e m
a o s
S a r r a c e n o s ,
q u e f o r ã o seus p o s s u i d o r e s até o m o m e n t o
e m q u e G o d e f r o y d e Buillon, à testa d a
primeira crusada regular, se apoderou
d esta cidade, s a q u e a n d o - a , e p a s s a n d o a fio d e e s p a d a t i n c ç ã o d e s e i r m o s d e a c c
todos o s S a r r a c e n o s , s e m d i s x o , o u i d a d e : t o d a v i a , p a r a o r d o c o m a historia, d e v e m o s
confessar, q u e G o d e f r o y n ã o o r d e n o u este
m a s s a c r e , q u e foi só d e v i d o a o f u r o r f a n a tico d o s s o l d a d o s c r u s a d o s ; e é d e a d m i
2 0 8
r a r , q u e o historico d o g p o r u m f a c t o e m q u e tantos C a v a l h e i r e q u e se j u n t e a esta l a c
l e v e m e n t e
stancia inexãeta, c o m o di
r à o p a s s e a p e tão m e m o r a v o s s e illustra u n a u m a c i r zer-se, q u e fei
n a s e l ,
rão, c u n ta a
paz, os Cavalheiros voltarão para suas p a trias, s e m c u m p r i r e m s e u s v o t o s !
A e x t e r m i n a ç ã o c o m p l e t a dos S a r r a c e n o s pelos C r u s a d o s , era o f i m absoluto d a guerra, e n ã o se p ó d e c o n c e b e r n e s t e caso,
a existencia d e u m
t r a t a d o d e p a z : só se
poderia salvar esta contradicção, s u p p o n
d o q u e se tratava d a primeira crusada i r
regular, condusida por Pedro o Heremita: ela se c o m p u n h a de 5oo mil peregrines, q u e
f o r ã o
s u c c e s s i v a m e n t e
m a s s a c r a d o s
pelos H u n g r o s , pelos Bulgares, e e m fim p e l o s S a r r a c e n o s p e r t o d a c i d a d e d e N i c c a :
m a s a i n d a a s s i m ,
n e m
u m
d e s t e s C r u s a
d o s c h e g o u a Jerusalem, n e m contava C a valheiro a l g u m e m s u a s filleiras, q u e erão
c o m p o s t a s d e u m a m a s s a d e i n d i v i d u o s i n d i s c i p l i n a d o s , e s t r a n h o s a o m a n e j o das
a r m a s , e p o r isso incapazes d e conquista a l g u m a . P e d r o H e r e m i t a foi o u n i c o , q u e
2 0 9
voltou à E u r o p a : d o n d e se s e g u e , q u e
a i n d a s u p p o n d o , q u e se trata d esta C r u s a d a , n e m u m d o s C a v a l h e i r o s d o Or...» e d o O c c . . v o l t o u à s u a patria, e m e n o s , t o m o u tal t i t u l o , i n v o l v e n d o o Or..., e P r i n cipes d e J e r u s a l e m , a q u e n e n h u m d'elles c h e g o u . Q u a n t o a o s v o t o s , q u e os C a v a l h e i r o s
f o r m a r ã o e m 1118, a p p a r e c e n'isto u m n o
tavel erro, e anachronismo, porque n'esta época, o Patriarcha d e J e r u s a l e m era A l e
xis, e n ã o G a r i n o n s , n o m e q u e se n ã o e n " c o n t r a n o c a t h a l o g o d o s P a t r i a r c h a s g r e
g o s : d e m a i s , e m 1 1 1 8 n ã o h o u v e c r u s a das, pois as seis q u e se e n t e r p r e h e n d ê r ã o forão a primeira e m 1o97, a s e g u n d a e m 1 1 4 5 , a terceira e m 1 1 8 8 , a q u a r t a e m 1 2 0 2
a quinta e m 1248, e a sexta e m 1267. A
vista d estes d o c u m e n t o s historicos, p ó d e concluir-se q u e o 17.° g r à o é todo e r r o n e o
o u p e l o m e n o s t r o n c a d o , e p o r isso p a r e c e
i n a d m i s s i v e l .
a g o r a os s y m b o l o s salientes d este grão, p o r q u e tant E x a m i n e m o s
-
o
m a i s
n o s
b a s t a p a r a s e r m o s e n t e n d i d o s p e l o s IIr. q u e o p o s s u e m .
2 1 0
O p r i m e i r o s y m b o l o é u m a
veste v e r -
m e l h a , q u e devia r e p r e s e n t a r o s a n g u e d e r
r a m a d o n a p r i m e i r a c r u s a d a irregular; e n t r e t a n t o q u e
se l h e d a u m a
d i f f e r e n t e
explicação, alludindo-se a o s a n g u e
q u e
d e r r a m à r ã o os q u e p e r e c ê r ã o p o r falsas a c c u s a ç õ e s ; v e n d o - s e b e m q u e tal sentido,
só p ó d e dar-se c o m applicação à catastro: p h e dos T e m p l a r i o s ; e s e n d o a m o r t e d e
J a c q u e s M o l a y posterior a o f i m d a u l t i m a
crusada, segue-se q u e o grao 17º é m u i t o
m a i s m o d e r n o , q u e as C r u s a d a s todas.
O s e g u n d o s y m b o l o consiste e m quatro
i n s t r u m e n t o s elasticos, q u e c o n t é m a r , e q u e r e p r e s e n t ã o as q u a t r o partes d a E u r o p a , q u e c o n c o r r ê r ã o às C r u s a d a s : e e m
f i m o terceiro s y m b o l o é o das t r o m b e tas, q u e f i g u r ã o m a t e r i a l m e n t e os i n s t r u
m e n t o s , q u e precedião c a d a c o r p o regular d a s
m e s m a s
t a m b e m
p u b l i c a v a
C r u s a d a s :
à f a m a ,
elles
se
a l l u d e m
q u e por toda a
s u a s g r a n d e s victorias; e
p a r t e p o r
u m a inconcebivel annomalia, o signal é o m e s m o , q u e o d o g r á o 3o,
attribuido aos
Templarios, p o r q u e elle enserra a historia
2 1 1
d a destruição d e s t a o r d e m , assim c o m o o fim, a q u e estes Cavalheiros desterrados se p r o p u n h ã o , instituindo u m n o v o grão. O
p r i m e i r o s y m b o l o , q u e a i n s t r u c ç ã o n o s offerece, t e m p o r f i m d e m o n s t r a r , q u e
o s c h r i s t ã o s
s ó s
c o n c o r r ê r ã o
à s
C r u s a d a s
regulares, e irregulares; consistindo este s y m b g u e , p a r a O t e m o
o l o n o b q u e os m c o n q u i s t s e g u n d o s g r a n d e
p h e n o m e n o
a p t i s m o d e a g u a e s m o s christãos a r J e r u s a l e m . é a L u a tinta d r e p u g n a n c i a a c
, e n o s a n d e r r a m á r ã o
e s a n g u e ; e rêr, q u e este
t e n h a tido lugar, p o r u m a
m a n e i r a s o b r e n a t u r a l , a i n d a q u e n a h i s toria d a s C r u s a d a s p o r M r . M i c h a u d , se
affirme positivamente, q u e p o u c o t e m p o
d e p o i s , q u e o C o n c i l i o d e C l e r m o n t e d e cidio p o r u n a n i m i d a d e , a u r g e n c i a d a s
C r u s a d a s , a p p a r e c e o u m eclipse d e L u a , e
a o n a s c e r d a a u r o r a , se o b s e r v o u u m h o risonte c ô r d e s a n g u e , q u e c e r c a v a a q u e l l e
astro. O s p a d r e s e x a g e r a v ã o este p h e n o m e n o , q u e p o d i a ser natural, p a r a exaltar o f a n a t i s m o , e c o r a g e m d o s h o m e n s , q u e se alistavão m a s C r u s a d a s , p o u c o c o n h e c e
2 1 2
+
d o r e s d a s leis a s t r o n o m i c a s , e m e t e o r o l o g i cas: m a s a historia, q u e citamos, é t ã o
cheia d e anecdotas fabulosas, e r e p u g n a n
tes à r a s ã o , q u e n o s d e i x a ficar d u v i d o s o s s o b r e t o d o s os factos, q u e n ella se m e m
s i o n ã o .
Q u a n t o ao titulo d o grão, t a m b e m n o s
p a r e c e difficil justificá-lo, p o r q u e j a m a i s f o r ã o
o s
C a v a l h e i r o s
d o
O r i e n t e
u n i d o s
a o s d o O c c i d e n t e , p o r isso q u e , n ã o v i n d a s g u e r r a s d a s C r u s a d a s se n ã o d o s o b j e t o s religiosos, é i n c o n c e b i v e l , q u e o c h r i t i a n i s m o se ligasse a o I s l a m i s m o . P o d e s e - h a , é v e r d a d e , objectar, q u e o s C a v lheiros d o O c c i d e n t e , d e p o i s d a c o n q u i s t d e J e r u s a l e m p o d e r i ã o t o m a r o titulo d C a v a l h e i r o s d o O r i e n t e ,
e d o
c s
r e
O c c i d e n t e ,
a a
m a s tendo-se m o s t r a d o , q u e o 17.° g r a o só p ó d e d e m o n s t r a r a p r i m e i r a C r u s a d a i r r e g u l a r , e m q u e n e m u m C a v a l h e i r o teve
parte, resulta q u e o titulo n ã o s ó m e n t e é
a r b i t r a r i o c o m o a i n d a i n v e r o s i m i l .
D e c o r a ç ã o .
u m
É s e m e a d a d e estrellas d e o u r o , s o b r e f u n d o
e n c a r n a d o .
o
+
2 1 3
T i t u l o .
A Loja, q u e é c o m p o s t a d e 2 4 m e m b r o s ,
t e m
o t i t u l o d e
G r a n d e C o n s e l h o .
M u i P o d e r o s o , é o titulo d o P r e s i d e n t e , e Respeitaveis A n c i ã o s , o d o s m a i s m e m b r o s .
Aquelles, q u e são reconhecidos n o grào, a o n u m e r o p r e s c r i p t o v i n t e e q u a t r o , e q u e p o d e m assistir s e m v o z d e liberativa, t e m o n o m e d e Respeitaveis
e x c e d e n t e s
C a v a l h e i r o s .
1 º geral.
h o m b r o
Signaes.
d i r e i t o .
Resposta.
O l h a - s e p a r a
o p r o p r i o
O l h a - s e p a r a o proprio
h o m b r o e s q u e r d o , p r o n u n c i a n d o a l t e r n a
t i v a m e n t e as palavras: Abbad..., e Jabulº. 2.º p a r a a entrada. - - P õ e m - s e
m e n t e
a
m ã o
d i r e i t a s o b r e a t e s t a .
T o q u e s .
m u t u a
*
1. Põe-se a m ã o esquerda na m ã o d i
*
* - -
2 1 4
reita d o C o b r i d o r , t e n d o os d e d o s e s t e n d i d o s : este
a
c o b r e c o m
h o m b r o s
d i r e i t o s .
q u a n t o a m b o s
o l h ã o
2.º T o c a - s e c o m
a
a o u t r a m ã o , e m
p a r a
s e u s p r o p r i o s
m ã o
esquerda
n o
h o m b r o esquerdo d o Cobridor, tocando e s t e c o m
d'aquelle. A . " . J . " .
a m ã o
d i r e i t a n o h o m b r o d i r e i t o
P a l a v r a S a g r a d a . P a l a v r a d e P a s s e . M a r c h a ,
D ã o - s e sete p a s s o s e m e s q u a d r i a , v o l t a n d o a o l u g a r d a p a r t i d a , e t r a ç a n d o
deste m o d o u m p o l i g o n o d e sete lados. B a t e r i a .
T e m p o d o trabalho.
P a r a c o m e ç a r : O t e m p o está p r o x i m o . P a r a a c a b a r : N ã o é m a i s t e m p o .
2 1 5
D o u s
O r n a m e n t o d o s M a ç o n s .
listões c r u z a d o s
e m
a s p a ;
u m
b r a n c o d a direita p a r a a e s q u e r d a , e o u t r o preto, e m q u e està s u s p e n s a p o r alfaia u m a
m e d a l h a h e p t a g o n a , parte d e ouro, e parte d e prata, o u esmalte d e perolas; s o b r e u m a
d a s faces h a , e m c a d a a n g u l o , as letras B.º. D . S.. P . H . G . F... iniciaes d a s p a lavras Belleza, D i v i n d a d e , S a b e d o r i a , P o
der, H o n r a , Gloria, F o r ç a ; e p o r b a i x o d e
c a d a letra, u m a estrella. N o c e n t r o està u m c o r d ã o d e p r a t a , d e i t a d o s o b r e o livro d o s sete s ê l o s , t e n d o c a d a séllo u m a d a s l e t r a s
a c i m a .
N a outra face, h a d u a s espadas e n c r u sadas, c o m as p o n t a s p a r a c i m a , colloca d a s s o b r e u m a b a l a n ç a e q u i l i b r a d a .
E m alguns Conselhos se junta u m a l a n ç a
a o h e p t a g o n o . O a v e n t a l é a m a r e l l o , f o r r a d o , e o r l a d o
d e e n c a r n a d o .
2 1 6
D E C I M O
O I T A V O
G R A O .
S o b e r a n o P r i n c i p e - R o z a Cruz.
A n t e s d e tratarmos d o objecto, e h i s t o ria d o g r à o d e R... + , q u e n o s o c c u p a , c o n v ê m
r e c o r d a r m o s , q u e a
m a r c h a , e
aperfeiçoamento dos mysterios, nos diffe
rentes
l u g a r e s d a terra, foi t ã o
l e n t a , e
progressiva, c o m o o foi a dos diversos graos, q u e delles se foi derivando: assim, os mysterios d a India fórão restrictos à t h e o g o n i a ; os Caldeos, m a i s esclarecidos, a b r a ç a r ã o a theogonia, e a a s t r o n o m i a ;
o s E g y p c i o s u m a , e o u t r a c o u s a , e a c o s m o g o n i a ; os m y s t e r i o s g r e g o s , m e n o s v a s tos, e p r o f u n d o s , n ã o c o m p r e h e n d ê r ã o a u n i v e r s a l i d a d e d o s
c o n h e c i m e n t o s
h u m a
n o s até a h i a d q u i r i d o s , e O r p h e o o s s i m
plificou, e regularisou; os Essenianos, q u e
instituirão o s m y s t e r i o s j u d a i c o s , o s r e s
tringirão à t h e o g o n i a , e culto hebreo; m a s estes mysterios fórão notaveis por
2 1 7
u m a
a u s t e r i d a d e d e c o s t u m e s
s e v e r o s l a n t r o p t u d o o q u e só
, q u e a i a s e m i n c o n v f a z e m p
d o s limi e n i e a r t e
o u t r tes; n t e c i p a
o s , o f d o n t e
m u i t o
e p o r u m a f e r e c e n d o c e x c l u s i v o , s a o s i n d i v i
m a i s
p h i o m p o i s d u o s
d e sua crença religiosa. F i n a l m e n t e a p p a r e p l o s a
c ê r ã o o e s , d e s m a i s s u n i d a d
s d i n t u b l e d
o c e r e i m e e D
h r i s t i a n i s m o s s a d o s , e a o s d e todos. E e o s , e a i m m
a l m a l h e s s e r v e m d e b a s e ;
, os m a m e s m o f f e c t i v o r t a l i
i s s i m t e m p o , a m e n t e , d a d e d a
e s t a b e l e c e m a
l i b e r d a d e religiosa, e civil, p a r a t o d o s o s
p o v o s d a terra; n ã o f a z e n d o escolha p a r ti pa ç õ a
cula rtic e s , m e n
r, ip t o o r
n e m ar; t d a s a e x c
e x c e p ç o d a s as s c o n d i e p ç ã o :
ã o p c r e ç õ e s t e m
a r a n ç a d a as
delles se p o d e r s , t o d a s as n a s o c i e d a d e , s e m p o r t a s f r a n c a s
para serem iniciadas; tão amplas vistas, e u m a philantropia tão extença, p r o v ã o q u e o a u t h o r destes mysterios s o u b e a p preciar perfeitamente a d i g n i d a d e d o h o
m e m , a s s i m c o m o q u e c o n h e c e u s u a s n e c e s s i d a d e s . E s t a iniciação foi f i r m a d a s o b r e u m a
d o u t r i n a
persuasiva, e despida
d e subtilezas, sobre u m culto espiritual e B .
M .
5
1 9
>
2 1 8
publico, s e g u n d o a convicção d a c o n s c i e n cia, m a t e n a s , d i d a
e s o b r e r i a l ; e n e m u t o s m a
u m p a m a i s
a r a c o q u
c r e n a d m n d i ç e o
ç a t o i s s ã o ã o se a m o r
d a id a ta p u n h d o
eal, es d a a o p r o
e n ã o u t r s c a x i m o
n
o
,
i
s e m restricções, u m a tolerancia s e m l i m i tes, e u m a
c o n f r a t e r n i d a d e
u n i v e r s a l ;
n e m u m a s provas aterradoras, n e m u m a s questões scientificas, q u e c o n s t r a n g e s s e m
o espirito d o c a n d i d a t o , o p o d i ã o a f u g e n tar. C o m t u d o , a p e s a r d a s u p e r i o r i d a d e d o s
mysterios d o christianismo sobre os q u e os precedérão, sua p r o p a g a ç ã o foi infini
t a m e n t e m a i s p e r i g o s a , q u e a d o s antigos, c o m o p r o v a o s a n g u e d e r r a m a d o p e l o s
m a r t y r e s , q u e soffrérão crueis p e r s e g u i
ç õ e s p o r s u a c r e n ç a ; m a s n ã o p ó d e d e i x a r d e a d m i r a r a h e r o i c a c o n s t a n c i a ,
f i r m e z a
de caracter, despojo de bens, e dignidades
m u n d a n a s , c o m q u e estes corajosos s e c t a
rios d e Christo, encarávão todas as p e r
seguições, e a m o r t e d o l o r o s a , c o m a s i m p l e s e s p e r a n ç a d e u m a v i d a f u t u r a , tão
i n c o m p r e h e n s i v e l , c o m o inexplicavel. Vê-. se p o r é m q u e g r a n d e s precauções devião
tomar-se pelos encarregados d a p r o p a g a - - - -
2 1 9
ç ã o d o christianismo, n ã o p o d e n d o c o n t a r |
se c o m o u m a c o n s t a n c i a u n i v e r s a l , m u i t o
superior à natureza h u m a n a . C a v e r n a s p r o f u n d a s fôrão os primeiros T e m p l o s ; \
u m a p e d r a b r u t a servia d e altar; u m a t u
n i c a b r a n c a e r a a u n i c a v e s t e s a c e r d o t a l ,
e o c a n t i c o c o m q u e finalisavão s u a s p i a s
c e r e m o n i a s , era o p e r d ã o das injurias, e o s v o t o s d i r i g i d o s a o C é o , p e l a c o n v e r s ã o d o s v e r d u g o s , q u e os p e r s e g u i ã o e m a s s a c r a v ã o : s u a u n i c a c o n s o l a ç ã o consistia n a
i n n o c e n c i a d e s e u s c o s t u m e s . T a l f o i o e s t a
d o d o c h r i s t i a n i s m o , d u r a n t e tres seculos. O g r ã o d e R... + foi instituido p a r a r e
p r e s e n t a r o c h r i s t i a n i s m o e m
t o d a
a s u a
p u r e s a ; e perpetuar a m e m o r i a das i n u m e r a v e i s difficuldades, q u e e x p e r i m e n t a r ã o o s p r i m e i r o s iniciados p a r a o c o n s e r v a r ,
e p r o p a g a r .
E x a m i n e m o s a g o r a a l g u n s d o s
n u m e
rosos elementos, q u e constituem este grão. S u a divisão e m tres partes, s y m b o l i s a o
triangulo, o u u m a trindade indivisivel, pois q u e as tres partes, q u e c o m p õ e m o grào, n ã o p o d e m ser separadas, e f o r m ã o u m
t o d o u n i c o . O
titulo p a r e c e ser u m a
2 2 0
7
i n v e n ç ã o m o d e r n a ; pois q u e , estabele c e n d o os mysterios u m a perfeita i g u a l d a d e , n ã o p ó d e
ser c o m p a t i v e l c o m a c r e a
ç ã o d e u m titulo, q u e e x p r i m e u m a c a
thegoria de individuos, q u e personalisão
o f e u d a l i s m o , e os privilegios d e u m a
casta especial.
A fimeira camara representa o Calva -
- -
rio, o u m o n t e G o l g o t h a , o n d e C h r i s t o s o f f r e u a m o r t e , e n o q u a d r o d e s t a c a m a
ra d e v e estar figurada u m a a g u i a v o a n d o
* # 1 O S
@ l ' G S .
E s t a a v e é o i d i o g r a m m a d o s a b i o , p o r
q u e v ô a e m g r a n d e altura, e p o r q u e n ã o
é p e r t u r b a d a p e l a l u z d o S o l ; e estas d u a s s i m i l h a n ç a s e x p l i c ã o o n o m e d e E p o p t e ,
q u e se d a v a aos iniciados d e Eleusis, s i g n i
f i c a n d o o q u e v ê d o alto. A c a m a r a d a s p r o v a s é u m s u b t e r r a n e o , c u j a e n t r a d a é u m a l ç a p ã o coberto, o u u m a e s c a d a e s c o n d i d a ; o q u e r e p r e s e n t a o s T e m p l o s primittivos, e m q u e se p r a t i c a v a a iniciação christã. N o q u a d r o d'esta c a m a r a se r e p r e s e n t a u m p e l i c a n o e m s e u n i n h o , f e r i n d o o p r o p r i o peito p a r a a l i m e n t a r s e u s filhos. E s t a a v e foi s e m p r e t i d a c o m o o e m b l e m a d a
h u m a n i d a d e beneficente; e a d e n o m i n a
ç ã q u f e e se
o d e e se i t a m é p o a p p
C a v d à e n t r is r o x
a l h e i r a c a d a e a s a b so, q u i m a a o
2 2 1
o d a A g u i n i c i a d e d o r i a , e o R i t o s a c e r d o
-
i a o , j u G c i
, e d o s y m b n t a à r e g o , o , e c
P e l i c a n o , o l i s a p e r c a r i d a d e ; q u e m a i s h r i s t i a n i s
m o primittivo, conserva este duplo e m b l e m a n o s seus T e m p l o s .
s e u
N a iniciação, a attitude d o s C a v a l h e i r o s , v e s t u a r i o , a c o n s t e r n a ç ã o q u e se
observa e m seus rostos, o fraco clarão artificial, q u e a p e n a s permitte perceber este lugar mysterioso, o v é o q u e oculta
a o N e o p h y t o o l u g a r , e o s s y m b o l o s , o s ustensilios q u e b r a d o s , as c o l u m n a s l a n ç a
das p o r terra, o v é o d o T e m p l o , q u e se
r a s g a e c l i p d e v e secre
, a s a d i n s to,
terra a , a p i r a r d e q u
m e i r a m e n t e ,
q u p a l a o e m a
e t r e m i d e z d r e c i p i a l se
e , o S o l , e a a s estrellàs; e n d a r i o , u m t p o d e r à livrar.
a t t i t u d e d o s
L u a t u d o error P r i
C a v a l h e i r o s
e x p r i m e a p r o f u n d a d ô r , d e q u e f ô r ã o feridos os A p o s t o l o s , e os n o v o s i n i c i a d o s
c o m a m o r senta o h iniciações c u p a m o s v i n h a d a s
t e de Christo. S u a s vestes r e p r e abito sacerdotal, n a s primeiras d o s mysterios, d e q u e n o s o c : a consternação figura a q u e injustas perseguições, p o r tanto 1 9 ,
t e m p o
p r a t i c a d a s
2 2 2
c o n t r a
os
p r i m e i r o s
christãos: o v é o d o N e o p h y t o m o s t r a o s erros q u e o p a g a n i s m o p r o p a g a v a ; a l u z fraca e x p r i m e a ignorancia d o p o v o h e b r e o : os utensilios q u e b r a d e c a d e n c i a d a s artes, e c o l u m n a s p o r t e r r a , r e c vel é p o c a , e m q u e o H p o r terra as d o u t r i n a s b r e o s , d e u m a
a d o d a o r d o m e r r
s , s y m b o l i s ã o s s c i e n c i a s : a s ã o a m e m o r a e m D e o s d e i t a o n e a s d o s h e
m a n e i r a l u m i n o s a : o v é o m o s t r a a s g r a m
d o T e m p l o , q u e se r a s g a , d e s v e r d a d e s religiosas, q u m e m D e o s d e s f a z os s o p h i n o s : e m f i m , o t r e m o r d e a L u a e c l i p s a d o s , a p a l i d e
e o m e s m s m a s d o s t e r r a , o z d a s est
o H R a b Sol rella
o
i
s,
s y m b o l i s ã o os p h e n o m e n o s a s t r o n o m i c o s e s p a n t o s o s , q u e t i v e r ã o l u g a r n a d o S a l v a d o r .
A
p e d r a c u b i c a ,
s a n g u e , e a g u a ,
d e r r a m a d o
p o r
q u e
representa C h r i s t o
e
m o r t e
se v ê l a n ç a n d o o
-
n a
s a n g u e ,
c r u z ,
c a g u a
pela
l a n ç a d a d e L o n g u i n h o s . A cruz, q u e constitue o hieroglyphico d o g r à o , é a i m a g e m positiva d o m o d o c o m q u e Christo soffreu a m o r t e , e a r o s a u m s y m b o l o d a m e s m a m o r t e p r e m a t u r a . A s tres v i a g e n s
-
2 2 3
mysteriosas são m u i t o conhecidas d e t o |
d o s os RR... + + , p a r a n o s o c c u p a r m o s d ellas; t o d a v i a p a r e c e - n o s q u e d e v e m e x
p r i m i r a esperança concebida p o r Jesus C h r i s t o , d e q u e s u a s u b l i m e d o u t r i n a p e n e t r a r i a u m d i a n a s o u t r a s tres p a r t e s d o m u n d o : s o b r e t u d o , estas v i a g e n s s ã o n o
taveis pelas tres alegorias, q u e fixão toda a
a t t e n ç ã o d o N e o p h y t o , r e p r e s e n t a d a s p e l a s
palavra s : Fé, Esperança, e Caridade; as quaes, d e v e m o s advertir, q u e n ã o figuravão n o s mysterios d o christianismo primittivo,
m a s s ã o u m a a d d i ç ã o m o d e r n a , e arbitraria.
Christo, é verdade, p ô z e m pratica estas
tres virtudes, m a s d e b e m differente m a
neira. Elle c o m e ç a pela caridade, p r é g a n d o o a m o r d o p r o x i m o , e sua philantropia
a b r a ç a v a a u n i v e r s a l i d a d e d o s h o m e n s , s e m distincção d e o r d e m , n e m d e h a v e r e s :
e o E v a n g e l h o t e m considerado esta s u
b l i m e v i r t u d e n a p a r a b o l a , q u e n o s r e p r e
senta o b o m pastor, q u e a b a n d o n a n d o o s e u r e b a n h o
p a r a
p r o c u r a r u m a
o v e l h a
desgarrada, a traz às costas p a r a lhe p o u p a r a fadiga d o c a m i n h o ; Jesus Christo, depois d e h a v e r r e u n i d o os seus iniciados
2 2 4
pelo vinculo d a caridade, e n ã o q u e r e n d o o u t r o titulo e n t r e elles m a i s , q u e o d e II..., estabelecendo assim a primeira c o l u m n a d a m o r a l ; p i n t o u - l h e s as d o ç u r a s d e u m a
outra vida, e a felicidade eterna, d e q u e
d e v e r i ã o g o s a r ; e esta s e g u n d a c o l u m n a , q u é é a a d a e s p e r a n ç a , foi m u i t o m a i s d i f ficil d e f i r m a r , s e n d o n e c e s s a r i o a o s e u
autor praticar cousas extraordinarias, a f i m
d e poder ser crido e m sua palavra, e t r a
z e r os iniciados à c o n v i c ç ã o n a s c i d a d e s e u
t e s t e m u n h o ; e só depois d a firmeza d a e s p e r a n ç a , é q u e p o d e n a s c e r a fé. O E v a n
gelho figura o Apostolo T h o m é d u v i d a n d o
d a r e a l i d a d e d a r e s u r r e i ç ã o d e seu m e s t r e ,
r e c o r r e n d o antes a o t e s t e m u n h o d e seu
tacto, q u e às palavras, q u e ouvia, e sua fé só se fortificou t e n d o presente a e x e m plar vida, e caridade d e Jesus Christo, e o
t e e n d e o m n º C h e
s t e m u n h o d e u m a v i d a f u t u r a , o n d e c o n t r a r i ã o m u i t o m a i o r e s b e n s , d o s q u e i x a v ã o n a terra : E c c e n o s r e l i n q u i m u s n i a , et seeuti s u m u s te; q u i d e r g o erit bis º dissérão os d i s c i p u l o s a J e s u s r i s t o : n ó s d e i x á m o s t u d o p a r a te seguir; q u e t e r e m o s n ó s ? A o r d e m p o r t a n t o
2 2 5
das tres virtudes, c h a m a d a s depois theolo gaes, deveria ser Caridade, Esperança, e Fé, pois q u e tal foi a c o m q u e seu divino a u t o r a s
i n s t i t u i o .
A s tres viagens mysteriosas d o s C a v a lheiros, a extincção gradual das luzes pelo
P r e s i d e n t e , o c o n s u m m a t u m est, r e p r e s e n t ã o o m o m e n t o e m q u e C h r i s t o , e o s d o u s l a
d r õ e s expirarão. A Igreja c o n s a g r a todos o s
a n n o s
esta d o l o r o s a l e m b r a n ç a
tres dias, c h a m a d o s d e trévas. A o b r i g a ç ã o
p e l o s
d este g r à o e x p r i m e as s e
veras precauções, t o m a d a s pelos p r i m e i
.ros iniciados, para não serem
r e c o n h e c i
dos; p o r q u e o N e o p h y t o p r o m e t t e s o b r e
sua honra, de não fazer jamais conhecer
n e m o l u g a r , n e m as pessoas, q u e o i n i c i à
rão n e s t e grao. Esta iniciação secreta d u
ra 41
t o d o s
o s
t o m à r ã o
a n n o s , e nesta ultima é p o c a , i n i c i a d o s
o
n o m e
d a
d e
c i d a d e d e
c h r i s t ã o s ;
A n t i o c h i a
e
e n t ã o ,
p o s t o q u e fosse p u b l i c a a iniciação, as p e r s e g u i ç õ e s c o n t r a os christãos d u r à r ã o a i n
d a 16 annos. O s n u m e r o s o s s y m b o l o s , q u e
e n s e r r a o p r i m e i r o p o n t o d e s t e g r à o , e d e q u e j u l g a m o s h a v e r d a d o a m a i s r a s o a v e l explicação, r e p r e s e n t ã o o s m y s t e r i o s d o
2 2 6
christianismo primittivo e m toda a s u a e x t e n s ã o .
O s e g u n d o p o n t o offerece m e n o s i n t e
resse, e m a i s incertesa e m s u a r e a l i d a d e : t o d a v i a , a s c e n a m u d a , o l u t o , e a t r i s t e s a , o s s i g n a e s d a m o r t e , s ã o t r o c a d o s p o r u m a
p o m p a s u m p t u o s a : a d e c o r a ç ã o d o T e m plo, as n u m e r o s a s luzes, q u e o esclarecem,
o brilho d o throno, a alegria, q u e se m o s
tra n o s s e m b l a n t e s d o s C a v a l h e i r o s , a p a l a v r a t o r n a d a a a c h a r , o f f e r e c e m a i m a g e m
d a resurreição, o u o c u m p r i m e n t o d a s promessas, q u e Christo h a v i a feito aos seus adeptos, a n n u n c i a n d o - l h e s a b e m a v e n t u
rança depois da morte. O
a n a g r a m m a ,
q u e constitue a i n s c r i p ç ã o d a cruz, m e r e c e u m e x a m e c o m a t t e n ç ã o . A s q u a t r o letras, n q o u s e s a o s c i o n m s t p r õ u e c ç m õ , e s , r e o p r p e a s i e z n , t o ã o l , u g s a e r g d u no d m o a s a - s
cimento, e a t r i b u a q u e Christo pertencia. R a p h a e l , q u e é c o n s i d e r a d o c o m o c o n d u c t o r , n o s p a r e e e u m
c o n t r a s e n s o ,
p o r q u e
s e g u n d o a m y t h o l o g i a d a s primeiras i d a
d e s d o m u n d o , os A r a b e s , e o s H e b r e o s r e
conhecião doze anjos, entre os quaes, M i g u e l presidia
a o s d e s t i n o s d o Oriente, e
R a p h a e l a o s d o Occidente; e n ã o póde
2 2 7
concebe r - s e , q u e R a p h a e l presidisse a a c o n t e c i m e n t o s , q u e tiverão lugar n o
O r i e n t e . O s Israelitas d é r ã o p o r irrisão a
este a n a g r a m m a a significação d e Jesus
N a z a r e n u s R e x J u d e o r u m ; p o s t o q u e J e
z u s C h r i s t o n ã o t i v e s s e c e s s a d o d e a n n u n
ciar e m s u a s p r é g a ç õ e s , q u e s e u r e i n o n ã o e r a d este m u n d o : a p a l a v r a J. N . R . J.
poderia p o r q u e as lingu s e m p r e
t a m b e m deificar t e m o s d e m o n s t r a as conhecidas o e x p r i m i d o p o r
a p e n a s d o , q u e n o m e d quatro
C h r i e m t e Deo letra
s t o , odas s, é s, o
m e s m o n u m e r o , q u e esta p a l a v r a c o n t é m . A seita religiosa a m a i s u l t r a m o n t a n a , e a m a i s a m b i c i o s a , t e m - s e s e r v i d o d'este m e s
m o a n a g r a m m a p a r a f o r m a r o a x i o m a latino o m a i s famatico, e odioso. J. justum,
N . m e c a r e , R . r e g e s , I. i m p i o s : isto é, é j u s t o tirar a v i d a a o s reis i m p i o s ; e n'esta h o r
rivel proscripção se a c h ã o c o m p r e h e n d i
d o s gião q u e s e m
o s m , q u sac lim
o n a e n rile ites
r c h a s , ã o seja go c o n t , q u e J
q u e tolerão a catholica r a s t e c o m a e s u s C h r i s t o
o u t r o t o l r e c
r a r e l m a n a e r a n c i o m m e
n
i a
d a aos seus iniciados! O terceiro p o n t o d este grão, representa a ceia d e Christo
c o m seus apostolos. É
esta a piedosa
:
c e r e m o n i a ,
q u e
2 2 8
o s
p r i m e i r o s i n i c i a d o s
celebravão e m seus T e m p l o s , e q u e e r a c o n h e c i d a pelo n o m e d e A g a p e . A c h a - s e p o r ê m , n o terceiro ponto, o s y m b o l o d i s
tinctivo d o t o d a s a s iniciações positivas.
É este o junco, o u cana, q u e os primeiros christãos t o u b a n q u e R o s a + d e d e ceia. A c o m o o Lot cios, c o l l o c
i n t e v e c us a n
h ã o s re est a n a , d e d o - a
n a m ã ligioso ar m u n é u m a q u e s m ã o n
o n o s seus a g a p e s , s, e d e q u e c a d a i d o n o m o m e n t o p l a n t a a q u a t i c a , e s e r v i ã o o s E g y p a d e c a d a iniciado:
m a s foi p o r h u m i l h a r a Jesus Christo, n o m o m e n t o d e o flagellar, q u e os J u d e o s a r m à r ã o s u a s m ã o s c o m u m a
all ran a c d o app
usão a o cia n ã o a n a era christi arencia
c a n a , f a z e n d o
sceptro d e Jerusalem. S u a i g n lhes permittio d e reflectir, q u o m a i s caracteristico s y m b o l anismo. Esta planta é fraca e , m a s sua flexibilidade lhe p e
r
m
o
o
e
m i t t e resistir à i m p e t u o s i d a d e d o s v e n t o s
e tempestades, e o christianismo não bri
l h o u j a m a i s t a n t o c o m o n o t e m p o e m q u e
só teve p o r sustentaculo sua força moral. O
c h r i s t i a n i s m o - c a n a r e s i s t e à s m a i s c r u e i s
perseguições; tornando-se carvalho pela protecção d o s m o n a r c h a s , t e m perdido g r a n d e parte d e s u a influencia,
u
historia d este g m a e x p l i c a ç ã o m o r h r i s t i a n i s m o , c o m o b s t a n t e , o historico ó m e n t e r e m o n t a r a + , à é p o c a d e G o d e f u m e r r o grosseiro, o d a a E u r o p a m o d
c
t
o s é
+
2 2 9
A
r à o n ã o a l d o s t e m o s e d o R i t o institui r o y d e B p o i s q u e e r n a er
é m a i s , q u e m y s t e r i o s d o x p o s t o : n ã o E s c o s s e z f a z ção d o s RR.". ouillon. Isto n'esta é p o c a a christã; e
desde o a n n o 2 2 2 d a nossa era, a iniciação christã era jà p u b l i c a , e m u i t o p r o p a l a d a .
E s t e
a n a c h r o n i s m o
m e r e c e
s e r
n o t a d o ,
p o r q u e o g r a o d e R - . + , n ã o t e m relação a l g u m a c o m a é p o c a das crusadas, posto q u e estes Cavalheiros tivessem p o r d i s
tinctivo d e s u a milicia u m a
c o l o c a v ã o sobre o das espadoas, m u capacetes, e todos O s n u m e r o s o s
peit i t o s e m s y m
o, ou n a suas b o l o
tr fr ba s
cruz, q u e u n s
os en nd d
sobre u te d e s eiras. o grao
m a eus . d e
R... --, s e u r a m o m y s t i c o , s u a l i n g u a g e m
parabolica, e seu fim religioso, e politico, n o s d e t e r m i n ã o a arranja-lo entre os graos, q u e r e p r e s e n t ã o a iniciação positiva, q u e aliàs m a r c a a é p o c a m a i s m e m o r a v e l n o s
factos d o m u n d o . A i n d a mais, p o r q u e nós o s m y s t e r i o s d o c h r i s t i a n i s m o , c o m o a representação universal d e todos s u p p o m o s B .
M .
5 ,
2 0
=
2 3 0
os mysterios d a antiguidade: elles s ó m e n t e e x p r i m e m a iniciação real, u m a seita p o s
sante, u m a g r a n d e é p o c a , a c o n t e c i m e n t o s n o t a v e i s ; e a l ê m d isso, a l i b e r d a d e , e
igualdade, q u e q u i z c o n c e d e r q u a l q u e r lado, n ó s j u l g a m o s , "não só c o m o hi
o p o d e r d a força j a m a i a o h o m e m . A s s i m , d q u e se encare este g r ã o q u e d e v e ser conservado storico, c o m o p o r e x p r i m i
s
e
,
,
r .
a i n i c i a ç ã o v e r d a d e i r a d o c h r i s t i n i a n i s m o
primittivo, p o r c o n s e q u e n c i a e x e m p t o d o s abusos, q u e lhe sobrevierão. Este g r ã o està de accordo c o m a tolerancia, e p h i l o
sophia maçonica, e n ã o póde ser c o n f e r i d o a o s D r u i t a s , a o s I s r a e l i t a s , a o s I s m a e
litas, s e m violentar suas c o n s c i e n c i a s ; e a m a ç o n a r i a n ã o d e v e e m p r e g a r se n ã o a r a s ã o , e a p e r s u a s ã o . N e m u m g r a o , p o r o u t r a parte, t e m e x c i t a d o m a i s a i m a g i n a ç ã o d o s i n i c i a d o s , q u e o 1 8 . : o I. . C a m
baceres possuia 6 o RR... +- differentes: n ó s p o r é m p e n s a m o s , q u e esta multiplici
d a d e , e v a r i e d a d e d e g r a o s , d e v e s e r c o n
f u n d i d a e m u m u n i c o grao, q u e p o s s a ser a p p l i c a v e l a t o d a s as c r e n ç a s : isto é, u m
g r ã o p u r a m e n t e allegorico, e c o m u m a explicação essencialmente philosophica,
E s t a u l t i m a
m e n t o
g r à o .
2 3 1
parte, v a i f o r m a r o c o m p l e
d o s d e s e n v o l v i m e n t o s
d o
m e s m o
A aguia é o s y m b o l o d o genio, q u e pelo
p e n s a m e n t o se eleva d e tal sorte, q u e se
c o l l o c a e m i m m e d i a t a s relações c o m o a u t o r d a n a t u r e z a : o g e n i o c o l h e as m a i s subtis abstracções; p ó d e d e c o m p ô - l a s , e a r r a n c a r - l h e
a s
v e r d a d e s
e s c o n d i d a s
à s
vistas v u l g a r e s . S u a s i n s p i r a ç õ e s s ã o t ã o
subtis, e l u m i n o s a s , que, similhantes às erupções volcanicas, esclarecem t o d o o
h o r i s o n t e , q u e a s rodeia, e n g r a n d e c e n d o a e s p h e r a d o s c o n h e c i m e n t o s h u m a n o s .
O pelicano representa a terra, q u e abre
s u a s e n t r a n h a s m a t e r n a e s t o d o s os a n n o s , p a r a nutrir t o d o s os s e r e s : e l e é o s y m
b o l o d a munificencia
inexgotavel, q u e
p r o d i g a l i s a s e u s beneficios à h u m a n i d a d e
inteira; o s y m b o l o m a i s ex caridade philantropica. O s u b c a m a r a d a s provas, represent habitação d a ignorancia, e d o g o n h o s o a p a n a g i o d a m a i o r p o v o s .
pressivo d a t e r r a n e o d a a as trévas; erro, e v e r parte d o s
A c r u z é u m s y m b o l o m u i t o a n t i g o : e, p o s t o q u e a iniciação j a m a i s penetrasse a
-
2 3 2
China, a cruz era p a r a estes p o v o s u m
s y m b o s a g r a p r e s e N o s m
o u
l o d a n t a y s t
reli alli n d o e r i o
gioso à a d p o r s d o
, e c o o r a ç ã o u t r a E g y p t
s m o g o n o d o A l p a r t e o , a c h
c r u c i f o r m e e r a d e s t i n a d a à s
i c o ; t i s s i o U n i a v e t
e c m o , v e r a u t
o n r e s o . i c a ,
d i v i n d a d e s
e g y p c i a s . A c r u z m a ç o n i c a , se c o m p õ e d a r e u n i ã o d e q u a t r o e s q u a d r o s u n i d o s u n s a
o u t r o s ; a l i n h a h o r i s o n t a l d o m e i o , t a l
c o m o a i n d a se o b s e r v a n a c r u z g r e g a , r e p r e s e n t a o e q u a d o r , e a l i n h a vertical o
m e r i d i a n o : as q u a t r o e x t r e m i d a d e s d a c r u z ,
r e p r e s e n t ã o
o s q u a t r o p o n t o s
c a r
deaes; as quatro partes d o dia; as quatro i d a d e s d a v i d a ; os q u a t r o e l e m e n t o s r e g e n e r a d o r e s ; e e m f i m , as q u a t r o letras c o m
q u e e m todas as linguas se escreve o n o m e
d o
A l t i s s i m o .
S e se c o n c e b e m q u a t r o l i n h a s p e r p e n d i c u l a r e s às e x t r e m i d a d e s d e c a d a u m d o s
raios d a cruz, c o m o remates, taes c o m o os d a c r u z d o s T e m p l a r i o s , o u d a o r d e m de
Christo d e Portugal, a p p a r e c e m tres a n gulos, entre c a d a d o u s braços, e p o r c o n
S e q u e n c i a d o z e n a totalidade, q u e r e p r e S e n t ã o o s d o z e m e z e s d o a n n o , o u o s d o z e
2 3 3
signos d o Zodiaco, que o Sol percorre d u r a n t e
o
m e s m o
a n n o ;
r e p r e s e n t a n d o as
q u a t r o e x t r e m i d a d e s d o s b r a ç o s as q u a t r o principaes épocas d o a n n o , isto é, os d o u s equinoxios, e os d o u s solsticios. N o centro
d a cruz, està a estrella flamigera, o u u m a
rosa: a primeira é o e m b l e m a d o fogo d i
v i n o , d a l u z vivificante, q u e se r e n o v a i n c e s s a n t e m e n t e , e q u e e n t r e t e m a v i d a a t o d a a n a t u r e z a : a s e g u n d a r e p r e s e n t a a
d u r a ç ã o m a i s o u m e n o s precaria d a vida d o h o m e m , d o s d i v e r s o s seres, e d a s p r o d u c ç õ e s v a r i a d a s d a n a t u r e z a . A significação p h i l o s o p h i c a d o a n a
g r a m m a
-
J. N . R. J., é b e m differente d a
q u e t e m o s e x p o s t o .
J. i g n e ; N . n a t u r a ; R. r e n o v a t u r ; J. i n
tegra : a natureza inteira se renova pelo f o g o ; isto é, pelo calor, e f r e m e n t a ç ã o , q u e é d elle u m a consequencia. A luz fraca
d a p r i m e i r a sala, e a c o n s t e r n a ç ã o d o s C a v a l h e i r o s , n o s r e p r e s e n t ã o a cruel p e r p l e x i d a d e e m q u e se d e v e r i ã o a c h a r o s
primeiros h o m e n s , q u a n d o vissem o Sol n o f i m d a s u a carreira: elles t e m ê r ã o s e m
d u v i d a ficar p a r a s e m p r e privados d e s u a "
2 0 ,
2 3 4
-
b r i l h a n t e l u z , e d e s e r e m d e n o v o s u b m e r g i d o s n a s trévas: a m y t h o l o g i a n o s
t e m p i n t a d o c o m c ô r e s b e m s o m b r i a s esta triste é p o c a : ella n o s r e p r e s e n t a as i n q u i e
t a ç õ e s , e a s l a g r i m a s q u e d e r r a m o u Isis, d e i x a n d o
d e v ê r o s e u a m a d o O s i r i s ; ella
s u s p i r a p o r s u a v o l t a , e t e m e s u s p i r a n d o n ã o o t o r n a r a vêr. O s utensis q u e b r a d o s ,
as c o l u m n a s derribadas, o v é o d o T e m p l o
r a s g a d o , m o s t r ã o esses t e e m q u e o v a n d a l i s m o i g n e feroz, a b u s a n d o d e s u a d e s t r u i o , s e m escolha, as cias, q u e i m a n d o o s m a n u s d o os m o n u m e n t o s , d e
m p o s d o r a n t e força, artes, c r i p t o s t r u i n
esastrosos, , b a r b a r o , e a u d a c i a , e as s c i e n s , a b a t e n d o a t é a o s
alicerces os T e m p l o s , e q u e b r a n d o t o d o s
o s i n s t r u m e n t o s p r o p r i o s d a industria, e
das artes. A s viagens indicão estes t e m p o s d e ignorancia, e m q u e o h o m e m n ã o p o
d i a a d q u i r i r c o n h e c i m e n t o s positivos, se n ã o viajando p e n i v e l m e n t e , e e x p o n d o - s e a m i l p e r i g o s ; e a p e r d a d a p a l a v r a n ã o
m o s t r a outra cousa mais, q u e a p e r d a d o s
p r i m e i r o s c o n h e c i m e n t o s scientificos. F o i
este o reinado d a ignorancia, e d a s u p e r S t i ç ã o .
a g u
q u e
e d
3 8 |
t i
d
d. {
2 3 5
A p e d r a cubica, q u e verte s a n g u e , e a g u a , symbolisa a desastrosa é p o c a , e m q u e os b a r b a r o s d e r r a m á r ã o tanto s a n g u e ,
e d e s h u m a n a m e n t e d e g o l à r ã o tantas v i c t i m a s
i n n o c e n t e s .
A c a r i d a d e , e s p e r a n ç a , e fé, q u e f ó r m ã o as tres c o l u m n a s s o b r e q u e a s s e n t a o p r i
m e i r o p o n t o , são allegorias tidos, e vistas uteis. É pelo d o s h o m e n s , e pelas ligações, m ã o entre si, q u e p ó d e cheg
as d e s e u o a m o elles f ó e a o e s t d o d e as apreciar, e d e c o n h e c e r as v a n t chei m u t q u e ar-s
r r
n a
a
g e n s , q u e resultão d e s u a p r a t i c a : é p e l a
caridade, q u e se consegue ligar os h o m e n s ,
q u e a differença d e opiniões t e m separado,
e q u e elles se p r e s t ã o m u t u o s s e r v i ç o s : d e m o d o , q u e esta c o l u m n a r e p r e s e n t a t o d a s
as associações, e as vantagens, q u e elas o f ferecem. N a c o l u m n a d a esperança, se v ê
representado o galardão, que deve esperar se d liga c o m m e n
este a todos m u n i c t a n d o
m o r , e caridade universal, os h o m e n s , q u e faz apparec a ç ã o d a s luzes adquiridas, a m a s s a d o s c o n h e c i m e n t o s
q u er a u h
u
g
m a n o s , para q u e todos c o n c o r r e m c o m suas quotas; é d ahi que nasce o a u g m e n
e
a
2 3 6
to d o c o m m e r c i o , e p e r m u t a d o s g e n e r o s
d e agricultura; finalmente
r a n ç a d e s t e s b e n s se a d q u i r e
c o m
a e s p e
o a m o r d o
trabalho, e se f a z e m desapparecer os v i
cios, q u e a n d ã o s e m p r e a p a r d a o c i o s i d a d e .
A c o l u m n a d e F é s y m b o l i s a a confiança
certa q u e n a s c e , q u a n d o as e s p e r a n ç a s se
realisão; e q u e faz duplicar os esforços n a
a c q u i s i ç ã o d o s c o n h e c i m e n t o s , n a a s s i d u i
d a d e d o trabalho, e p r o d u z o caracter d e p r o b i d a d e , e b o a
fé e m t o d o s
o s tratos,
f a z e n d o r e v i v e r a p r i m e i r a v i r t u d e r e p r e
sentada pela caridade e m toda a sua e x t e n são: h e então q u e p ó d e dizer-se c o n s u m m a
t u m est, p o r q u e n e m u n s desejos p o d e m v i r d e m a i o r p e r f e i ç ã o , e o h o m e m n a s c i
d o
p a r a a sociedade t e m perfeitamente
p r e e n c h i d o o s fins d e s u a creação. O s e g u n d o p o n t o offerece d e s e n v o l v i m e n t o s m e n o s e x t e n s o s q u e o p r i m e i r o , e
n ó s jà e x p l i c a m o s a m a i o r parte dos seus
s y m b o l o s . A p o m p a d o T e m p l o , os ricos o r n a m e n tos d o s C a v a l h e i r o s , a allegoria q u e b r i l h a
e m seus rostos, a geral satisfação, a p a l a
2 3 7
vra achada, e x p r i m e m , n a relação m y t h o
logica, a v o l t a d e Osiris. N a r e l a ç ã o a s t r o n o m i c a , é o c o m p l e m e n t o d a n o v a c a r r e i r a q u e o Sol v a i d e s c r e v e r . N a relação h i s
torica, é a s o b r e todos d o dia, d e p r i v a d o s : se, p r o s t v i v a d o T d o s RR... deste a c t
geral alegria os seres a rea q u e t e m i ã o elles se a b r a ç
r a n d o d o + + o re
o - s e P o d n ã o ligio
q u e ppar ser á r ã o
d i a n t e e r o s o ; s ã o m a i so d o s
se e s p a l h o u ição d o astro p a r a s e m p r e , felicitàrão
d o S o l , i m e as g e n u f l s q u e a i m i p r i m e i r o s
a g e m e x õ e s t a ç ã o seres.
O s Druidas, q u e tivérão seus primeiros c o
n h e c i m e n t o s d o s Caldeos, celebravão esta é p o c a m e m o r a v e l . N a v o l t a d o solstício
d o ( r t r e
i n v e a m o i u m p o p o v
n o v o
!
r n o , q u d e c a r v h o p a r a o a l e g r e
a n d o t i n h ã o c a l h o ) , elles o a n n u n c i a r o A repetia:
O segundo ponto, e m fim,
o r t a d o l e v à v n o v o o G u i ,
o G u i ã o e m a n n o ; o a n n o
r e p r e s e n t a a
festa d o solsticio d o i n v e r n o , q u e o s M a
ç o n s celebrão, n a m e a superficie d o globo, cavalheiros, q u a n d o q u e e x p r i m e m pela
s m a é p o e as acc a c h ã o palavra
c a p o r t o d a lamações dos a palavra, e H o u z z é , se
2 3 8
a c h a ser l i t t e r a l m e n t e o v i v a Escossez, q u e se e s c r e v e H u z a . D e v e m o s p o r é m c o n f e s
sar, q u e este u l t i m a explicação n ã o é in-,
t e i r a m e n t e c o n f o r m e á letra d o g r à o , p o r
q u e a catastrophe q u e ella enserra t e m
l u g a r n o solsticio d o v e r ã o p a r a o s p a i z e s s e p t e n t r i o n a e s . N o Brasil p o r é m , p a r a o n d e e s c r e v e m o s , a m e s m a e x p l i c a ç ã o c a s a m a r a v i l h o s a m e n t e . O c a s o é q u e a festa - d o solsticio d e J u n h o é a n t i q u i s s i m a , e m u i t o geral e m g r a n d e n u m e r o d e n a ç õ e s , e é p r o v a v e l , q u e s u a instituição p r i m i t tiva viesse d o s l u g a r e s d a A s i a s i t u a d o s n o
sul d o Equador, e q u e as nações h a b i t a n
tes d o e m i s p h e r i o d o alterar a é p o c a d e s u O terceiro p o n t o n s e n t i d o m a i s q u e a a r o s p h i l o s o p h o s : t o v i v i ã o
e m
n o r t e n ã o q u i z e s s a celebração. ã o n o s offerece o u t s s o c i a ç ã o d o s p r i m d o s s a b e m , q u e el
c o m m u n i d a d e ,
m u i t a s v e z e s s e c o n v e r t i a e m
e m r o e i les
s e u r e f e i t o r i o
sessão
s c i e n
tifica: e é a i n d a u m a i m i t a ç ã o d a a n t i g u i d a d e , o
que tem levado os authores do grão
a d e s i g n a r o b a n q u e t e d o R... + p e l a d e n o m i n a ç ã o d e refeitorio, p o i s q u e se n ã o
2 3 9
p ó d e desconvir, q u e a m a i o r parte d o s graos, q u e t e m o s percorrido, representão a antiguidade; todos n o s representão, o u
" a s a n t i g a s iniciações, o u a c c o n t e c i m e n t o s n o t a v e i s , o u é p o c a s d o a n t i g o , e e s t a c i o n a r i o O r i e n t e .
V i m o s n o s primeiros d e s e n v o l v i m e n t o s -
d o terceiro p o n t o , q u e a c a n a era o r a m o
t y p o d e todas as iniciações : m a s se sua
fraca o r g a n i s a ç ã o v e g e t a l , r e p r e s e n t a a f r a g i l i d a d e h u m a n a , s u a r e p r o d u c ç ã o n ã o
i n t e r r o m p i d a , n o s offerece a i m a g e m d a r e p r o d u c ç ã o p e r p e t u a d a natureza.
T a l é a d u p l a e x p l i c a ç ã o , q u e n o s t e m p a r e c i d o exigir o g r à o d e R... + , t ã o s i m
ples e m apparencia, e tão s u b l i m e pelas
n u m e r n o s e t e m o s f e r i d o º a o s I d
o s a s allegoria g u n d o s e n t i d o c o n s i d e r a d o , e a o s christãos, o l a t r a s : s e n d o
s, a l st a o
q u e r e p r l e g o r i c o , e g r ã o p ó d s Israelita o s p r i m e i r
e s e n t a : e e m q u e o e ser c o n s, e a i n d a o s d e s e n
v o l v i m e n t o s r e s e r v a d o s s ó m e n t e a o s e l i r i s
t ã o s , e o u t r o p a r a as o u t r a s seitas, p r e e n
c h e n d o a s s i m o principal fim d a M a ç o n a ria, q u e t e m q u e r i d o arranjar d e b a i x o d e u m a u n i c a bandeira todos os p o v o s d a
t e r r a ,
N ã o q u e n grãos, seja d
i n v fei con u m g r a d a d a u
q u e pida H a u n
obs e m q u e elles
2 4 0
tante o g r a o u m a ligação constituem o inteiramente
d e t e es se
R... m c o cossi parad
+ parecer m os m a i s smo, e q u e o, p o r q u e
o l v e m y s t e r i o s n o v o s , e o s m a i s p e r tos; n ó s a c h a m o s t o d a v i a t u d o o q u e stituia os m y s t e r i o s antigos, e p o r t a n t o a r e l a ç ã o i m m e d i a t a c o m os o u t r o s o s , q u e t a m b e m se d e r i v ã o d a a n t i g u i e , e c o n s e q u e n t e m e n t e r e s t a b e l e c e n d o n i d a d e , e i n t e g r i d a d e d a M a ç o n a r i a ,
.
a p p a r e n t e m e n t e se figura i n t e r r o m
a n este g r ã o u m a t h e o g o n i a simples; i d a d e d e D e o s , q u e o autor dos m y s
terios c h a m a s e u p a i , e q u e t a m b e m p ó d e ser c h a m a d o p o r t o d o s os h o m e n s ; a i m
m o r t a l i d a d e d a a l m a , doutrina professada
e m t o d o s o s m y s t e r i o s a n t i g o s ; u m a m o r a l
doce, prégada, e posta e m pratica p o r seu
d i v i n o instituidor; u m a tolerancia s e m limites, q u e é u m a p e r f e i ç o a m e n t o t a n t o
m a i s i m p o r t a n t e , q u a n t o todos os rios antigos forão m a i s egoistas, e de suas iniciações; u m a doutrina si
m y s t e avàros m p l e s ,
2 4 1
m a s d e b a i x o d e u m a f ó r m a parabolica, q u e o autor dos mysterios, p r é g a p u b l i
c a m e n t e ; u m a l i b e r d a d e , e i n d e p e n d e n c i a
d e consciencia, q u e se n ã o encontra e m
p a r t e a l g u m a ; u m a c o n f r a t e r n i d a d e u n i
versal, q u e foi m e s m o restricta entre os M a g o s , q u e instituirão os p r i m e i r o s m y s terios scientificos; e m f i m , u m a i g u a l d a d e
perfeita, s e m distincção d e o r d e n s , n e m n a s c i m e n t o s .
Asciencia astronomica, q u e fazia a parte m a i s i m p o r t a n t e dos mysterios d e M e m phis, e d e Eleusis, acha-se representada p e l o s p h e n o m e n o s d e a s t r o n o m i a , q u e o
p r i m e i r o p o n t o d e R... + enserra. A m o r t e d e d a d o d o p r h a m i n o S o
C h r i s t o , e os tres dias d e c o r r i d o s a n t e s r e s u r r e i ç ã o , s y m b o l i s ã o o a b a i x a m e n t o S o l d u r a n t e o s tres m e z e s d o e q u i n o x i o O u t o n o ; e a r e s u r r e i ç ã o d e Christo, e x i m e b e m o solsticio d o estio, e p a r a n ã o v e r e q u i v o c o s o b r e este s e n t i d o a s t r o n o c o , t e m - s e c o l o c a d o este a c o n t e c i m e n t o e q u i n o x i o d a p r i m a v e r a , e m q u e o l e n t r a e m s u a carreira solsticial: e p a r a
c o m p l e t a r a representação d o curso a n n u a l B .
M .
5 ,
2 1
2 4 2
d o S o l , t e m - s e f i g u r a d o o n a s c i m e n t o d e
Christo n o fim d o m e z d e D e z e m b r o ; é p o c a
e m q u e o S o l n u a l ; e a c r u z é a r e p r e s e n t a . . A s s i m , este p a r t e
religiosa
r e n a s c e e m s u a carrei c o m o o h y e r o g l i p h i c o ç ã o d o u n i v e r s o . g r à o e n s e r r a n o s e u t , moral, astronomica,
ra a n v i v o ,
o d o , a e p h i
losophica, t o d o s os antigos mysterios, d e q u e n ã o differe se n ã o pela liberdade,
i g u a l d a d e , e d o u t r i n a exoterica. E s t e g r à o é o m e s m o , q u e o 7.° d o R i t o m o d e r n o , t e n d o s ó m e n t e as s e g u i n t e s d i f ferenças. T i t u l o s .
S o b e r a n o Capitulo de R... + , é o titulo
d a L . " .
O P r e s i d e n t e d e n o m i n a - s e Sapientissimo; - - - -
os Vigilantes, M u i Excellentes e Perfeitos Mestres; os Cavalheiros, M u i Poderosos e Perfeitos Mestres: as c o l u m n a s são os V a l l e s : o O r i e n t e
é o S a n c t u a r i o .
O r n a m e n t o dos M a ç o n s .
O s Cavalheiros estão vestidos d e preto, trazendo p o r c i m a u m a d a l m a t i c a d e lã branca, b o r d a d a d e preto, c o m u m a c r u z
l a t i n a
d e
2 4 3
e s t o f o
e n c a r n a d o
d i a n t e , e o u t r a d e detraz.
n a
a b a
d e
O avental é d e setim branco, forrado d e
p r e t o , e b o r d a d o d e e n c a r n a d o , t e n d o s o
b r e o f o r r o u m a
h a
t e ] ] ]
c
c
a
q
U I l h a
das
o u
c r u z e n c a r n a d a : e a d i a n t e
b o r d a d o
f a c e s
o m e s m o , q u e
d a m e d a l h a .
f a x a , q u e p e n d e a o p e s c o ç o , é e n c a r d a d e u m lado, e d o o u t r o preta, s u s p e n n d o a m e d a l h a ; e n a p o n t a d e d i a n t e , m b o r d a d a u m a c r u z e n c a r n a d a , e d o t r o l a d o preta. A alfaia, o u m e d a l h a é u m c o m p a ç o o r ô a d o , a b e r t o s o b r e u m q u a r t o d e c i r ulo, d e n t r e o q u a l h a , d e u m lado, u m a g u i a , e d o o u t r o u m p e l i c a n o , d e n t r e o s u a e s sai u m a cruz, q u e t e m n o m e i o u m a
n a d e t e o u
A
p i n t a d o ,
rosa. N o p r i m e i r o p o n t o d a recepção, a a l * *
faia està c o b e r t a , e o avental, e f a c h a t e m
p a r a fóra a parte preta. N . B. Estes titulos, e decorações p e r t e n c e m a o g r ã o d e R... + simplificado, e g e r a l m e n t e a d o p t a d o n o R i t o E s c o s s e z , a s
s i m c o m o n o
d e M i z r a i m ; m a s n a o r d e m
d e Kilwining (que é o verdadeiro 18.° g r ã o
2 4 4
d o escossismo) estes objectos são c o m o s e g u e m .
O s RR... + + n ã o p õ e m seus n o m e s civis n a s c o l u m n a s g r a v a d a s n o Capitulo, m a s e s c o l h e m e m
s u a s r e c e p ç õ e s ,
u m
titulo
caracteristico, d e b a i x o d e q u e são s e m p r e
d e s i g n a d o s : s ó m e n t e 8ilantes, d u r a n t e s u a s
o P r e s i d e n t e , e V i
funcções,
d e i x ã o s e u s
t i t u l o s S ; a p b a e r d a o r t i a o , m a p r a r e a m o o s A t s e e r g s ua t i h n a t . e s : F o r ç a , p a r a o 1.° G u a r d a . Bellesa, p a r a o 2.º G u a r d a .
A l a r m e , p a r a o 3.° G u a r d a , o u Ir.'. T e r r i v e l .
O s P r i n c i p e s RR... + + d e Kilwining, u s ã o d e n o m e s heroicos, o u d e virtudes. -
D i a n t e d o titulo caracteristico
, e s c r e v e
se s ó m e n t e a inicial d o n o m e civil, e q u e s e m p r e d e v e ser d e u m n u m e r o d e letras ai s m p s a e r f , ô r a u n g e c m e e s n s t a ar i n o d . o
- a s , o u d i m i n u i n d o
N o s titulos d o s d i p l o m a s , u s ã o dizer: E m
n o m e
T r i n d a d e , etc. T o d o s
o s
d a S a n t i s s i m a ,
a c t o s s ã o
d a t a d o s
e Indivisivel d o
O r i e n t e
2 4 5
d e H e r e d o n , e m tal Z e n i t h ( s e g u n d o a l a
titude g e o g r a p h i c a d o lugar e m està).
q u e se
O r n a m e n t o dos M a ç o n s .
S ã o os m e s m o s a c i m a d e s c r i p t o s c o m a
differença d e estar g r a v a d o n o quarto d e
circulo, o u n o r e v e r s o d a m e d a l h a , o titulo
caracteristico d e c a d a Cavalheiro.
O s C a v a l h e i r o s t r a z e m n a p e r n a e s q u e r
d a u m a liga, sobre q u e està b o r d a d a a d i
v i s a
V i r t u d e , e Silencio.
E m algumas Lojas, a alfaia é composta d e tres quadrados, tres circulos, e tres
triangulos, t e n d o s o b r e p u j a d a a letra J.. -
-
-
=
>
$
_
<
=
P a r e c e - n o s c o n v e n i e n t e , e q u e m u i t o interessarà a o s M a ç o n s , q u e d e s e j ã o i n
struir-se, q u e t e n d o n o s grãos, q u e t e m o s
c o n s i d e r a d o n este v o l u m e , feito a c o m
p a r a ç ã o d e c a d a u m d'elles c o m o q u e n o s
g r a o s d a iniciação a n t i g a , t i n h ã o c o m elle c o r r e l a ç ã o directa o u i n d i r e c t a , f a ç a m o s
a exposição d o s fins a q u e a iniciação se 2 1 .
2 4 6
dirigia, nos differentes paizes, e m q u e se a d o p t o u esta n o t a v e l instituição. O f i m a q u e se p r o p o z é r ã o o s B r a c h m a s , n s t i t u i n d o o s m y s t e r i o s d a I n d i a , foi a ê d e
d o
m a n d o ,
e
e m b r u t e c i m e n t o
d o
s o v o ; p o r q u e os B r a c h m a s n ã o admittirão m sua iniciação m a i s , q u e os h o m e n s d u c a d o s n lue f o s s e m u n c ç õ e s sa o n h e c i m e n
|ue u n d r a n i m a e m p
recinto d e s e u s d e s t i n a d o s a o ex cerdotaes. S ó elles t o s t h e o g o n i c o s , e o
enserrava o se a ignorancia, d e m a s s a d o casta particu r e fazia a m a i
T e m p l o s , ercício d p o s s u i ã o scientific
a s
e
o s os,
u V e d a n ; e a m a i s p r o era a só partilha d a p o v o : elles f o r m a v ã o lar privilegiada, q u e s forte barreira a o p o
'er t e m p o r a l . E s t e r e s u l t a d o e r a i n e v i t a
el, p o r q u e sua religião j a m a i s se associou
a philosophia; d aqui nasceo, q u e a India oi, é, e será s e m p r e , talvez a i n d a p o r l o n o s a |ue s ois asta
n n o s , e o p p õ q u e os t o d a ,
d e b a i x e à t o d s a c e r d e q u a l
o d o a a e o t e s q u e r
d o m i n i o s p e c i e d e r e s e r v ã o especie
sacerdotal, p r o g r e s s o , p a r a a s u a d e i n s t r u c
R o ; d o n d e resulta, q u e o especial f i m
2 4 7
d o s mysterios d a India foi o e g o i s m o s a c e r d o t a l .
O s M a g o s , p o r é m , t i v e r ã o u m d o b r a d o f i m n a instituição d e s e u s m y s t e r i o s : o
primeiro foi o
estabelecimento d e u m
c u l t o p u r o , e t ã o positivo, q u e n ã o p o d e s s e
j a m a i s ser alterado pela superstição, o u
f a n a t i s m o : e, o u o S o l fosse c o n s i d e r a d o c o m o o m e s m o D e o s , o u c o m o a s u a r e p r e s e n t a ç ã o , é i n d u b i t a v e l , q u e t a n t o a essencia d e u m c o m o d e o u t r o , t e m até a g o r a e s c a p a d o às i n v e s t i g a ç õ e s h u m a n a s . O s e g u n d o f i m f o i o a s s o c i a r a p h i l o s o p h i a à religião, p a r a q u e , n o c a s o d e q u e o e r r o h o u v e s s e
d e a l t e r a r
o u
e s c u r e c e r o
m o t i v o d o c u l t o , a p h i l o s o p h i a fosse e m
seu soccorro, dissipando-o. O s M a g o s f o
r ã o p o r egoistas m y s t e r i p o r q u e
t a , q o s n ã
n t o m e n o s u e o s B r a c f o r ã o a i n o a d m i t t i r ã
a m b i c i h m a s ; d a m u i o à s u a
o s o s , e m e n o s c o m t u d o , s e u s t o restrictos, i n i c i a ç ã o m a i s
d o q u e h o m e n s notaveis, e p r o f u n d a m e n t e
i n s t r u i d o s .
O s m y s t e r i o s d e Isis, m a i s v a s t o s q u e os
dos M a g o s , tiverão u m triple fim: o p r i
2 4 8
m e i r o foi a prosperidade d o E g y p t o : o s e g u n d o a instrucção especial dos E g y p
cios, e o terceiro foi p o l i t i c o , m a s local. O s a c e r d o c i o d o E g y p t o foi o m a i s d e s i n teressado, e o p r i m e i r o , q u e r e a l m e n t e se
o c c u p o u das necessidades h u m a n a s , pois q u e t o d a s as s u a s instituições tiverão p o r
principal objecto a
felicidade publica :
elles e s t a b e l e c ê r ã o p o r s u a s uteis, e s a b i a s d e s c o b e r t a s d o u s c u l t o s , e d u a s d o u t r i n a s .
O s d o u s primeiros, c h a m a d o s esotericos, f o r ã o o s d o s M a g o s , e se d e s e n v o l v i ã o , e
praticavão n o interior d o s T e m p l o s : os
s e g u n d o s , q u e se c h a m a v ã o exotericos, o u
p o p u l a r e s forão hyerogliphicos; estes se desenvolvião, e praticavão p u b l i c a m e n t e , t e n d o u n s , e o u t r o s p o r b a s e a m e t e m p s y cose. D a h i v i n h a a a l m a d e Osiris n o Sol,
e a d e Isis n a L u a : s e g u n d o esta d o u t r i n a , a a l m a f o r m a d p l a n t a , r i g o s o , v i d a , e
d e c a d a E g y p c i o d a , d e p o i s d a m o r t arvore, a n i m a l d o m s e g u n d o s u a c o n d m t a n t o q u e a a l m a
e v e , e s u c d o
i a ser t r a n s e m p e d r a , t i c o , o u p e t a d u r a n t e a h o m e m util
a o seu paiz, e m a i s r e c o m m e n d a v e l p o r
suas virtudes, o u u m a estrel fertilidade d o culto publico
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deveria o c c u p a r u m planeta, la util p o r s u a influencia à E g y p t o ; e d'aqui nasceo o dos astros.
O f i m politico d o s m y s t e r i o s e g y p c i o s foi a i n d a d o interesse d o p o v o : leis sabias,
e p o u c o n u m e r o s a s , m a s p r o p o r c i o n a e s aos b o n s costumes, e às necessidades reaes
d o E g y p t o t o r n a r ã o este p o v o feliz: a i n s t r u c ç ã o foi g e r a l , e a s artes, e s c i e n c i a s
tiverão a n d a m e n t o progressivo. É nesta é p o c a , q u e se p ó d e m a r c a r o n a s c i m e n t o
d a civilisação o q u e n o s m o v e a a v a n ç a r , q u e o s e g u n d o g r à o teve o r i g e m nos m y s terios e g y p c i o s ,
pois
q u e o s s y m b o l o s d este
g r à o representão as artes, as sciencias, a industria, e o principio, e progresso d a c i vilisação.
E m fim, n ó s c o n s d o s mysterios egypc bre, e o m a i s p o p u l rios d a antiguidade, os exercião, d i g n o s v e n e r a ç ã o .
i d e r a ios c a r d e e os d o m
m o s o o m o o todos sacerd a i o r r
triple f i m m a i s n o os m y s t e otes, q u e espeito, e
O fim d o s mysterios d o s C a b y r e s foi a
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oria naci o n a l , e a illustração d o paiz, /
»is q u e o p o l y t h e i s m o , q u e f ó r m a a s u a rincipal b a s e , offerecia a c a d a g r e g o ,
e fazia i m p o r t a n t e s serviços à patria, o r deificado depois d e sua m o r t e , d e m o d o te o sacerdocio destes mysterios, foi t o d o
n c i o n a l .
O
fim dos C a b y r e s d a Ilha d e S a m o race foi m a i s especial, p o r é m s e m p r e
" o unico interesse patriotico: elle consis a e m
excitar a c o r a g e m m i l i t a r , e
p r o
* 'car a pratica d e acções brilhantes, pois " e todo o guerreiro, q u e se distinguia o r a l g u m a a c ç ã o i m p o r t a n t e , e r a c o r ô a d o
u b l i c a m e n t e n a celebração a n n u a l d o s
y s t e r i o s : o s g r a n d e s capitães d a G r e c i a , testão assaz a u t i l i d a d e d esta i n s t i t u i
o , t o d a atria.
guerreira
, e n o s ó i n t e r e s s e d a
O s mysterios d e Eleusis, p o s t o q u e m e os scientificos, q u e os d o E g y p t o , t i v e o p o r f i m a
instrucção geral, e quasi
«clusiva d o s g r e g o s : e disto v e m , q u e
u s sacerdotes raras vezes iniciàrão e s t r a n
: e i r o s ; estes m y s t e r i o s s a t i s f i z e r ã o t a n t o
:
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m a i s a o seu f i m , q u a n t o a civilisação f
n a
G r e c i a
c o n s i d e r a v e i s
p r o g r e s s o s ;
bellas artes se aperfeiçoarão; nasceo a h toria; a philosophia publica; e a m a i p a r t e d a s sciencias s u b s t i t u e m o culto.
O fim d o s mysterios d e Ceres, foi o sc d i d o interesse d o s seus sacerdotes: o g r d a b e m a v e n t u r a n ç a celeste, q u e elles :
g u r a v ã o a o s s e u s m o r t e , e r a s e m p r e o f f e r e n d a s , q u e c a O s d e O r p h e o tiv
i n i c i a d o s p r o p o r c i d a u m l h erão d o u s
, d e o n a l e s tr fins,
p o i á s ibu t ã o
s
rio tav lo
vaveis c o m o vantajosos: o primeiro abolir o charlatanismo d o s mysterios Ceres; e o s e g u n d o o substitui-los pela i stituição d e u m collegio scientifico, q u e a i n s t r u c ç ã o foi p r o p o r c i o n a l à s 1
cessidades d e cada classe. O r p h e o divide instrucção e m
d o u s gráos; s e n d o a p r
m e i r a d e s t i n a d a a o p o v o , e a s e g u n d a a
sacerdotes, grandes, e philosophos: d'es m o d o , este instituidor utilisou n o s se
mysterios a Grecia, t o r n a n d o as classe cujos individuos participarão d e suas d o trinas, longe d o fanatismo, e ignoranci:
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a q u e os mysterios d e Ceres os c h a m a v ã o .
O s m y s t e r i o s E s s e n i a n o s t e n d e n d o a c i v i lisar o s Israelitas , a h a b i t u a - l o s a o t r a b a
lho, e a a d o p t a r e m u m a patria, tiverão o u
t r o f i m n o v o , e i n c o g n i t o e n t r e o s m e s m o s . Israelitas, e n a m a i o r p a r t e d o O r i e n t e : a
philantropia, p o r q u e os Essenianos s o c
c o r r i ã o i n d i s t i n c t a m e n t e t o d o s os h o m e n s ,
q u a e s q u e r q u e fossem suas crenças religio
sas, o u n a ç õ e s a q u e p e r t e n c e s s e m .
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