População africana no Rio Grande do Sul Os escravos africanos trazidos para o Brasil foram classificados genericamente em dois grandes grupos: os Banto (uma classificação lingüística), e os sudaneses (geografia). Cada denominação destas, entretanto, um guarda - chuva sob o qual são obrigados grupos diversos de cultura bastante diversos, também. Na época do tráfico, a denominação étnica oficialmente ao escravo era dada ora por aspectos físicos objetivos (marcas tribais, por ex.), ora pelo ponto de origem. origem. O Negro e a Colonização Riograndense A colonização oficial do Rio Grande do Sul se estabelece através de duas principais rotas: a mais antiga pelo Norte, iniciada com a expedição de João de Magalhães, em 1725, que, vinda do centro do país, desembarca em Laguna, em Santa Catarina, e avança a pé pelo litoral. E mais tarde pelo Sul, com a fundação de rio Grande, em 1737. O ingresso pelo Sul começa a fundação de Rio Grande, como disse, situada na embocadura da Lagoa dos Patos com o Atlântico. A cidade logo cresceria em função de ser o único porto marítimo da costa do Rio Grande do Sul, além de ligar diretamente, por água a navegação de cabotagem do Guaíba e Lagoa com a oceânica. O Negro e a "Democracia Racial" Riograndense No Rio Grande do Sul, vários estudiosos da história regional, defendem a tese de que aqui havia "democracia racial". O Batuque e a Historia Na inexistência de dados específicos sobre as origens do Batuque, o local, época e circunstâncias de fundação dos primeiros núcleos, a solução é partir para o terreno instável das suposições. Entretanto, a documentação escrita, como a mencionada anteriormente, pesquisas de campo sobre manifestações culturais negras e a história oral, utilizada de forma combinada, podem fornecer pistas valiosas. Algumas colocações prévias devem ser feitas. Como se pode observar, os banto vieram em número muito superior aos sudaneses. O vocabulário regional corrente no Rio Grande do Sul, estima em cerca de 5% o número de palavras banto, como marimbondo, cacimba, lomba, matungo, e muitas outras.
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Embora haja presença de sudaneses em outra cidade, a grande maioria dos informantes fala de praticantes de Batuque (ou dos primeiros tempos), iniciantes, quase que só no Rio Grande e Pelotas. Os primeiros tempos teriam sido fundados em Rio Grande ou Pelotas graças à concentração de negro, entre os quais sudaneses, naquela região. O Batuque e seus componentes Católica ou Luso - Brasileiros São apresentados pelos santos, e suas imagens, orações, algumas cerimônias, copiadas do Catolicismo. Sua incorporação ao culto se dá através de uma releitura destes aspectos à luz das concepções africanas, que embasam o conjunto. Espíritas - Kardecistas Como o das solenidades de homenagem aos mortos. De Inspiração Oriental Aspectos desta natureza podem fazer parte do discurso de um que outro integrante do oculto, especialmente os mais lidos ou que convivem com umbandistas de maior grau de escolaridade. De Inspiração Indígena Via de regra, templo praticante de Batuque puro não cultua caboclos. •
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Os Templos de Culto As atividades rituais do Batuque desenvolvem - se em templos chamados "casa-de-Batuque", casa-de-nação", ou simplesmente "casa", termo este sempre seguido do nome de sua sacerdotisa para distingui-lo das residências civis comuns. Aressum, o Ritual Funerário O estudo das concepções sobre a morte, o pós- morte e os mortos, no Batuque não é uma tarefa fácil por vários razões. Basta simplesmente pronunciar a palavra "egum", o nome que estes recebem, para que a pessoa se exponha a ser vitima de seu ataque. A Segunda razão é porque poucas pessoas, quase que somente os chefes mais antigos, conhecem afetivamente tais rituais, pois são feitos somente uma vez por ano. A terceira é em função do perigo que os eguns oferecem. A Morte e o Enterro A morte e suas causas No Batuque, as explicações principais para a ocorrência da morte são: a) causas naturais (por velhice, doenças não atribuída a fatores sobrenaturais); b) provocada pelo próprio orixá da pessoa se ela cometeu infrações rituais muito graves; c) causadas por terceiros através da manipulação, por feitiçaria de orixás (inclusive o da própria vitima), ou de eguns. A Morte e o Luto
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Embora haja presença de sudaneses em outra cidade, a grande maioria dos informantes fala de praticantes de Batuque (ou dos primeiros tempos), iniciantes, quase que só no Rio Grande e Pelotas. Os primeiros tempos teriam sido fundados em Rio Grande ou Pelotas graças à concentração de negro, entre os quais sudaneses, naquela região. O Batuque e seus componentes Católica ou Luso - Brasileiros São apresentados pelos santos, e suas imagens, orações, algumas cerimônias, copiadas do Catolicismo. Sua incorporação ao culto se dá através de uma releitura destes aspectos à luz das concepções africanas, que embasam o conjunto. Espíritas - Kardecistas Como o das solenidades de homenagem aos mortos. De Inspiração Oriental Aspectos desta natureza podem fazer parte do discurso de um que outro integrante do oculto, especialmente os mais lidos ou que convivem com umbandistas de maior grau de escolaridade. De Inspiração Indígena Via de regra, templo praticante de Batuque puro não cultua caboclos. •
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Os Templos de Culto As atividades rituais do Batuque desenvolvem - se em templos chamados "casa-de-Batuque", casa-de-nação", ou simplesmente "casa", termo este sempre seguido do nome de sua sacerdotisa para distingui-lo das residências civis comuns. Aressum, o Ritual Funerário O estudo das concepções sobre a morte, o pós- morte e os mortos, no Batuque não é uma tarefa fácil por vários razões. Basta simplesmente pronunciar a palavra "egum", o nome que estes recebem, para que a pessoa se exponha a ser vitima de seu ataque. A Segunda razão é porque poucas pessoas, quase que somente os chefes mais antigos, conhecem afetivamente tais rituais, pois são feitos somente uma vez por ano. A terceira é em função do perigo que os eguns oferecem. A Morte e o Enterro A morte e suas causas No Batuque, as explicações principais para a ocorrência da morte são: a) causas naturais (por velhice, doenças não atribuída a fatores sobrenaturais); b) provocada pelo próprio orixá da pessoa se ela cometeu infrações rituais muito graves; c) causadas por terceiros através da manipulação, por feitiçaria de orixás (inclusive o da própria vitima), ou de eguns. A Morte e o Luto
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Cada chefe de culto guarda em seu templo seus próprios objetivos rituais, além de seus filhotes - de - santo de menor grau de iniciação. Por ocasião da morte de um chefe, a primeira providência é "despachar" (levar embora) os objetos rituais correspondentes ao seu Bará lodê e o Ogum Avagã, os orixás da rua, que mandam nos caminhos e aparecem em primeiro lugar na ordem dos orixás. Neste meio tempo, na casa do chefe morto, retiram - se todos seus objetos rituais das prateleiras do quarto - de - santo e colocam - se - lhe no chão, o que é chamado de "arrear (baixar) a obrigação". Quando há continuidade da casa de culto após a morte do chefe, o Babalorixá Clauber de Oxum afirma que a escolha do novo responsável deve ser através do búzio em 7 outros templos, podendo esta recair em parentes consangüíneos ou de religião. O Enterro Para enterrar, o morto é vestido com seu melhor uniforme ritual, com as cores de seu santo, mas que deve ser rasgado no lado ou nas costas. Sob sua cabeça, no chão, no caixão, irá a cremeira com o seu bori que, consiste nas primeiras obrigações maiores e formaliza, o colar símbolo da chefia, vai rebentada ao lado do corpo, onde, se houver espaço, podem colocar - se uniformes rituais, também rasgados. Os Eguns Ocorrida a morte, o egum começa imediatamente a movimentar - se e vai: para sua própria casa de culto, se for o de chefe; e para a de seu pai ou mãe - de - santo se for filho - de - santo. Mas pode ir alternadamente para as moradias ou templos das outras pessoas ligadas ao seu templo. Além deste problema o egum pode provocar doenças, mal-estar, e fazer com que as pessoas briguem. A Sociedade Mística dos Eguns Pode - se supor, a grosso modo, que há entre os eguns, um certo nível de relacionamento social, possuem uma identidade própria (o mesmo nome do orixá da pessoa a quem pertenciam), pelo qual podem ser chamados. Guardam também certas divisões de categoria entre si, como "pai - de - santo", "tamboreiro", tal como eram em vida. Os Eguns e a Saúde Quando um egum se encosta em alguém, a vítima vai ficando fraca e doente. Se já está doente, encosta com mais facilidade. A consulta aos búzios indica o que se deve ser feito. Uma das cerimônias mais comum para livrar o indivíduo dos espíritos, chama-se "troca" (que se é muito grave, é "troca-de-vida"), pois subentende - se uma barganha com o egum: se dá a vida de um animal em lugar da vida da pessoa. O animal normalmente é uma ave, mas pode implicar, se o caso for mais sério, num quadrúpede, que 3
pode ser até um "boi". No caso de órgãos, estes coincidem com os mais afetados doentes. Os Eguns aceitam com certa facilidade tais trocas. Além do mais, as coisas lhe ficam mais fáceis, porque o animal é levado de "bandeja" facilidades - na Lomba, onde como me assinalou um filhode-santo. Os Eguns e a Feitiçaria De modo geral, os eguns têm papel importantíssimo na feitiçaria. Quando alguém quer prejudicar a outra, chama um egum, promete - lhe uma oferenda, indicado o que quer pela tarefa e manda - o atrás da vítima, na qual o egum se encostará e poderá causar - lhe inclusive a morte, como vimos. Chamar especifico; ou para o primeiro que vier. Um tipo de feitiçaria também envolvendo eguns é a "troca de cabeças", que nada tem a ver, assinale - se, com o de engano ao identificar o orixá do indivíduo. A troca de cabeça é feita em geral para postergar a morte de alguém, normalmente velho e doente. Parte - se do principio que a sua hora de "ir para o outro lado"já está próxima, e os eguns, que estão sabendo disto, fazem força para carrega lo. Então troca - se sua cabeça com a de alguém mais jovem, que morre em seu lugar. Comenta - se muito de uma certa casa que o chefe, muito doente, sobreviveu milagrosamente. O Balé Muitas casas de batuque possuem o "bale" ou "buraco". Local especialmente dedicado aos eguns e onde os ancestrais de religião do chefe do templo "moram". Sempre fica nos fundos do terreno e em local pouco acessível ou até cercado, especialmente se há na casa. O culto é dedicado mais especificamente aos parentes de religião do chefe: seu pai ou mãe, irmãos, filhos ou filhas de - santo, mas os eguns genéricos de certa forma são Homenageados. Casas que se dedicam mais à feitiçaria sentam um balé completo, isto é, constroem uma casinha maior dentro da qual pode haver a imitação de um túmulo em tamanho próximo do natural. O "Aressum" ou "Missa-de-Eguns "Aressum", "arissum", "missa - de - eguns", "missa - da nação" ou simplesmente "missa" são sinônimos: é um conjunto de cerimônia, ou feitos no sexto e sétimo dias após a morte de alguém de religião ou anualmente, na grande maioria dos templos, para homenagear os respectivos ancestrais de oculto. Sexto Dia - A Matança ou "Serão - da - missa"
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É na matança da missa-de-eguns que são feitos os sacrifícios de animais, cerimônia que ocorre sempre à noite. O "Desligamento" Esta cerimônia é chamada de "desligamento" porque seu objetivo é desligar nossos familiares da provável influência ou mesmo de um ataque do egum. A Chegada dos Orixás Terminados todos os cânticos de eguns, passa - se cantar para os orixás começado pelo Bará, o que provoca a possessão de alguma das pessoas que estão no salão. A "Morte Vodu" Tais casos, tudo indica, enquadram-se na chamada "morte vodu", mortes ocorridas em pessoas que se julgavam vítimas de feitiçaria ou havia cometido graves infrações rituais. A Possessão por Eguns nos dias de eguns, eles podem baixar mesmo nos melhores cavalo-de-santo porque a festa é deles. A Destruição dos Objetos Rituais após a chegada dos orixás e da limpeza, a cerimônia seguinte é a destruição de todos os objetos rituais e pessoas pertencentes ao morto. Eles são colocados em grandes balaios e então destruídos, Inicia-se pelas comidas do egum, depois, na devida ordem, as dos orixás, vindo após os objetos quebrados. Em cada um dos balaios ela colocava duas pequenas misturas de uniformes rituais, um masculino e um feminino: "Boto dois liforme pequeno para que morreu se apresentar a Oxalá para ele dar a luz para eles e mostrar os caminhos". Entre as comidas, pacotinhos contendo açúcar, erva-mate e cafó para os eguns. Um aspecto interessante é que, por trás do ato de oferecer alimentos ao morto parece haver a crença implícita numa jornada - os "caminhos" como ele diz - que os mortos devem percorrer, talvez lembrança de concepções ancestrais africanos sobre eles.
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INSTRUMENTOS E INSTRUMENTISTAS 1) O conjunto Ao conjunto que acompanha as cerimônias rituais não se dá um nome específico.É formado exclusivamente pelos seguintes instrumentos de percussão: "tambores" ( "ilús" e Ïnhã" ), "age", "agogô" e a "adjá" ( se o consideramos como um instrumento musical). O número de instrumentos que compõe o conjunto pode variar de acordo com a disponibilidade financeira da "casa" (já que os "tamboreiros"são pagos, na maioria das vezes) e com a tradição seguida. 2) Os "tambores" Os "tambores da nação" são de dois tipos. O "tambor" ou "ilú" propriamente dito, tem a forma cilíndrica e é um bimembranofone unipercussivo, ou seja, possui duas peles tapando as duas extremidades e é executado percutidose somente uma das peles. Um outro tipo de "tambor" é a "inhã" também bimembronofônica, porém apreseta a forma cônica e é ambipercussiva, ou seja, o "tamboreiro" tem que percutir as duas peles do instrumento durante a execução. "Consagração dos tambores" Dentro da "nação", os "tambores" assim como os "tamboreiros",devem passar por cerimônias de iniciação. Ambos "vão para o chão", ou seja, recolhem-se ao templo para etapas de iniciação religiosa, "tirando chão" de no mínimo oito dias. Os "tamboreiros" É ponto pacífico entre os "tamboreiros" , que depois do "pai de santo" são eles que comandam a "casa" durante as "festas" rituais. Uma "festa" é o "tamboreiro" que tem que saber administrar o andamento da "obrigação", pois o "pai de santo" concentra a sua atenção na organização dos "filhos" e principalmente os procedimentos dentro do "peji". Portanto, é como se ele entregasse a sua "casa de religião" na mão do "Tamboreiro" em dia de "festa". A responsabilidade do "tamboreiro" é grande, pois tem que ter total conhecimento do repertório musical e das fases e procedimentos que compõe cada parte das "obrigações". Geralmente é ele que "tira os axés", ou seja, que canta para o coro responder. Para enfrentar as longas horas de cantoria, preparam-lhe uma gemada com açúcar, limão e breu que é disfarçadamente levada ao "tamboreiro" envolta num pano, para que, segundo a crença, os orixás não a vejam. "Axés" ou "Rezas" 1) Considerações preliminares A palavra "Axé" tem no batuque um campo semântico bastante amplo. É empregada em várias situações onde se queira enfatizar o relacionamento com o sagrado. Então é utilizada, por exemplo, como sinônimo de "limpeza" mística, de graus de investidura ("axés" de búzios e de faca), de pagamento em dinheiro ao "tamboreiro" contratado para um "toque" e de todo o 6
fundamento que se relaciona ao "axé" do "filho de santo", ou seja, grau de iniciação, "obrigação" (procedimentos rituais) relacionadas aos seus orixás pessoais, etc. Além desses sentidos existem muitos outros, a exemplo do que nos interessa mais de perto: os "axés" cantados. Os "axés" cantados são cantigas pertencentes aos orixás ou que acompanham etapas específicas de determinados ritos e que são reconhecidas através dos textos, da música e da dança como tal. Há também os "axés" de "eguns" (espíritos dos mortos), "tirados" em cerimônias fúnebres, porém não nos ocupamos deles nesse trabalho. A palavra "reza" também é utilizada com o mesmo sentido de cantigas rituais. Usam-se indistintamente os dois termos: "Axé"ou "Reza". Tipos de "Axés" ,distribuição dos toques Cada reza corresponde a um orixá, e estes ocupam o papel de fio condutor na organização temporal de uma "festa". Através deles organiza-se a ordem de acontecimentos de cada etapa da cerimônia. "Chamada" Uma festa ou quinzena sempre sempre começa pela "chamada", uma invocação aos orixás de Bará a Oxalá, pedido o bom andamento da "obrigação", paz, felicidade, saúde e dinheiro para os "filhos de santo", o "pai de santo" e visitantes presentes. "Axés dos Orixás" São as cantigas específicas de cada um dos 12 orixás cultuados no Batuque, mais aqueles pertencentes aos Bêdji. "Axé da Balança" Em determinado ponto das "rezas" do Xangô, mais especificamente no final, depois que se cantou para o Aganjú ( o Xangô "moço") organiza-se a "balança" "emissô" ou "roda de prontos", como também é conhecida. "Alujá do Xangô" "Alujá" é associado diretamente a Xangô É de andamento vivo e sua dança provoca grande efeito na assistência. "Axés do ecó" Após os "axés" do Xapanã, trata-se de "despachar a rua" expulsar todas as vibrações negativas presentes no "eco" (a comida sagrada do Bará).
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Quando o espírito deixa a matéria, isto é, morre materialmente e sai da terra, o espírito passa a ser um Egun, ou como se diz vulgarmente , passará a ser um morto. Dependendo do modo bom ou mal pelo qual passou um espírito pela Terra , estará ele , evoluído ou não. Isto é o mesmo que se dizer que esse espírito estará ou não esclarecido. Estando esclarecido, poderá esse espírito ser de grande ajuda às pessoas ou espíritos que ainda se encontram "encarnados". Poderá, o que é comum , vir a se tornar um guia um protetor ou um Orixá . Neste caso estão os Caboclos e Pretos Velhos , e todos os Orixás da nossa querida Umbanda. Não estando esclarecidos, ou mais precisamente, tendo sido mau, tendo cometido crimes hediondos, barbaridades sem conta da sua passagem pelo Plano Físico, esses Eguns poderão se transformar nos Missionários do mal, que de um modo geral , são conhecidos como Exús. Os Eguns estão sempre perto de nós, intrometem-se em nossas vidas, seja nos ajudando ou nos atrapalhando sob vários aspectos. Quando desencarna, de um modo geral, justamente por não estar convencido de que desencarnou, carrega em seu Perispírito tudo o que sob todos os pontos de vista, tinha , usou e lhe serviu de característica. Deste modo, levará todos os miasmas terrenos em cujo meio viveu. Por isso, há de se aceitar a possibilidade de um espírito prejudicar até mesmo fatalmente, a pessoa de quem se aproximar e, de um modo especial, se tiver sido parente dela nesta terra. Obsessão, é o domínio que sobre um indivíduo ou pessoa ( espírito encarnado) exercem fatores estranhos sem o curso da sua própria vontade. A obsessão pode-se dar por : - Imperfeições morais - Vingança de inimigos desencarnados - Mediunidade não desenvolvida No caso de obsessão por imperfeições morais, existe entre a vítima e o espírito obsessor, uma de duas coisas: - Identidade de vícios, defeitos, ou seja, de imperfeições que dizem respeito à moral da criatura; - Identidade de fluidos ou ectoplasma No caso de obsessão por vingança de inimigos desencarnados, acontece, de um modo geral o seguinte: 8
- Desencarnada uma pessoa que, nesta terra tenha sido nossa inimiga e por isso nos tenha jurado vingança, propõe-se ela a executar seu plano de vingança, e o fará, é claro, com possibilidades e facilidades maiores, após o seu desencarne. No caso de obsessão por mediunidade não desenvolvida, o que acontece é que espíritos desencarnados, seja porque venham a gostar dela ou porque queiram fazer-lhe mal, seja mesmo porque não tenham mais o que fazer, aproximam-se da criatura e, aos poucos, vão lhe minando o corpo físico. Ao terminar, porém , uma coisa deverá ficar bem clara: "Nem sempre os espíritos desencarnados (ou Eguns) nos prejudicam com a sua aproximação, haja antes de mais nada, o próprio fato de que nossos Orixás nada mais são do que Eguns altamente esclarecidos."
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As "casas de nação" realizam vários rituais no período de um ano, o que configura um ciclo ritual bastante rico. São cerimônias de maior ou menor amplitude e que estão relacionadas ao tamanho e à tradição de cada templo. Há rituais menores como aqueles que fazem parte do dia a dia, tais como: O jogo de búzios e a administração de "limpezas" (purificação mística) em "clientes" assim como há rituais maiores como as "quinzenas" e a "festa grande" de cada templo, cuja freqüência é mais espaçada. 1. Calendário Anual Cada "casa de nação" tem total liberdade na organização de seu calendário ritual. Com exceção da quaresma, período em que as "casas de nação" interrompem ou reduzem ao mínimo as suas atividades, as "festas" e "quinzenas ocorrem numa distribuição que pode envolver praticamente todos os mesmos do ano. 2. Descrição dos Rituais Cerimônias Fixas: "Quinzenas" As cerimônias chamadas por nós de fixas, tem a estrutura da "quinzena" ou seja, são "toques" de menor grandiosidade e com um ciclo ritual mais curto, normalmente não ultrapassando dois dias - a "matança"de aves e o "toque", que é na noite seguinte. Isso implica num menor número de ritos a serem seguidos em relação à "festa grande", apenas de possuírem uma estrutura básica semelhante. As "quinzenas" exigem no mínimo sacrifício de aves, nem que seja uma ave para cada Orixá. O sangue dos animais é derramado sobre pratos que ficam no "quarto de santo". A carne das aves é consumida no intervalo do "toque" . Na estrutura de uma "quinzena", não se realizam etapas como a "balança" formada somente em "ebó" ou seja, em "festa" que tenha sacrifício de "quatro pés" e as iniciações. Também não há a dança do "ata", o "Alá" e a entrega dos "axés" de "búzios" e da "faca" , que irão aparecer no ciclo ritual da "festa grande". "Entrega do Ano" O ponto culminante dessa cerimônia é no dia primeiro do ano, ou ainda, o primeiro sábado de janeiro, quando se faz a "entrega" do ano para o orixá ou os orixás que irão presidir o ano que entra. Na crença batuqueira, cada ano que entra é governado por aquele orixá que governa o dia da semana pelo qual o ano se inicia. Como muitas vezes, mais de um orixá compartilham o mesmo dia, existe uma hierarquia entre os de maior e menor influência sobre os dias da semana, que se entende ao grau de domínio de cada um sobre o ano vindouro. A fase intermediária compreende o que se chama: "limpeza e marcação de fim de ano". Nesta fase, que normalmente ao é feita do dia 27 de dezembro, tanto nos "clientes" quanto nos "filhos" da "casa" são passados os "Axés" de todos os orixás (a "limpeza, purificação que vai de Bará a Oxalá" ) tais como comidas, objetos (sete varas de marmelo do Ogum, a vassoura do Xapanã, pequenos sacos de pano com cereais) e aves por todo o corpo das pessoas, correspondendo a uma preparação positiva para entregar o novo ano. Também se amarram fios, a "marcação" propriamente dita: são linhas de costura, com as cores dos orixás do ao em volta do pulso das pessoas. b) Festa dos Navegantes Esta é a maior festa popular do Rio Grande do Sul. No dia 2 de fevereiro, para homenagear a rainha dos mares e o orixá mais popular no Batuque. Consomem-se grandes quantidades de melancias (fruta preferida de Iemanjá). 10
Oferendas Secas Frascos de perfume, pentes, bolos, melancia, etc., e "tirar" os seus "axés" (cantigas) à divindade das águas. c) Os orixás vão para a guerra e limpeza da Semana Santa No período que corresponde os quarenta dias da quaresma as "casas de nação" não "batem" ou seja, não realizam nenhuma solenidade ritual maior com a participação de música e que necessita de "matanças" a não ser os procedimentos da rotina diária de cada templo. Passados os quarenta dias após o carnaval, inicia-se um ciclo ritual relacionado à Semana Santa dos católicos. Após a Semana Santa, faz-se uma "limpeza"( uma purificação) semelhante à de fim de ano, porém não há a "marcação"com os orixás. d) "Quinzena do dia das mães e dos pais" Algumas "casas" realizam "toques" para as "mães", ou seja, os orixás: Oxum, Iansã, Oba, Iemanjá,Otim, e Oxalá e também para os orixás "pais" Bará, Ogum, Xangô, Odé, Ossanha e Xapanã. e) "Quinzena do orixá da casa" Existem templos que além de sua "festa grade" realizam "toques" menores no dia em que se comemoram a data católica do orixá ao qual a "casa" está relacionada. Cerimônias Móveis "Festa Grande" Chamamos de Cerimônia Móvel. Aquelas que as "casas" realizam a seu critério, sem prenderem-se a datas e períodos festivos mais ou menos reverenciados por todos os templos. O ciclo ritual da "festa grande" e a "festa grande" é muito mais longo do que uma simples "quinzena" compreendendo várias etapas, tais como: o "serão" ou "matança", a "festa", a "levantação da festa", e a "festa do peixe". Esse ciclo envolve um período de aproximadamente 10 dias de total envolvimento com o andamento das obrigações a serem realizadas. A) "Matança ou serão" É a "festa grande" que acontecimentos importantes para o andamento de uma "casa de religião", como as iniciações , tomam cenário. É nessa cerimônia que se realizam os sacrifícios de animais : "quatro-pés" (quadrúpedes) e aves, que terão o seu sangue vertidos sobre o "ocutá". (pedras do orixá) , demais objetos pertencentes ao orixá e sobre a cabeça do filho de santo no bori o aprontamento ou no sentamento dos orixás que o pai de santo julgue necessário ao axé (fundamento sagrado) dele. Como trata-se de uma cerimônia de caráter privado é pequeno o número de pessoas de fora do culto na ocasião,. O serão é feito sempre a quinta ou sexta feira que antecede a festa , o sábado. Os fiéis devem trajar roupas brancas e a obrigação dentro do salão começa por volta de 23 horas. A primeira parte da matança é realizada fora do quarto de santo (interno a casa) É reservada somente aos homens e àquelas mulheres que não menstruam mais , mesmo assim com algumas reservas. B) "Festa" Como o ciclo ritual da "festa grande" é dedicado ao orixá padroeiro da "casa", as cores predominantes na decoração do salão e dos axós (roupas também obedecem a esse padrão). Então, uma "festa" para Iemanjá, por exemplo, as cores preferenciais para todos são o azul claro e branco- o que não significa que todos tenham que vestir somente essas cores. 11
c) "Levantação da Festa" Essa etapa do ciclo ritual da "festa grande" corresponde a um momento particular para os "filhos de santo" em iniciação e aos demais. Nesse momento todos os "ocutás" e objetos dos orixás que receberam sangue são retirados das "vasilhas" (alguidares) e lavados com água. Ou seja, são "levantados do chão" (em alusão ao fato de estarem dispostos o chão do "peji" desde a "matança") para serem retirados todos os restos de sangue que ficaram os objetos, daí o nome da cerimônia. d) "O peixe" No dia seguinte a levantação, dá-se a "matança do peixe" . Todas as "vasilhas com os öcutás" recebem gotas de sangue - "matam-se" peixes para todos os orixás. As barbatanas, caudas e os bigodes dos peixes são retirados e permanecem as "vasilhas" para mais tarde serem confeccionadas as ïnhelas ". A carne dos peixes é consumida pelos iniciados que estão reclusos no templo". e) "Passeio" No mesmo dia da confirmação da festa "porém pela manhã, ocorre o" passeio", que corresponde à apresentação dos iniciados ao mundo. f) "Confirmação da festa" Realizada na noite anterior à terminação da festa (o final do ciclo ritual). É semelhante à matança onde se sacrificam os quadrúpedes, porém, apenas matam-se aves. Também o sangue dos animais é vertido sobre os "ocutás" dos orixás ao som dos seus "axés" (cantigas). Ao final, costuma-se "tirar" uma pequena "obrigação" de Bará a Oxalá, onde "descem" alguns orixás, porém a "obrigação" não se estende muito. g) " Terminação da festa" Essas duas últimas cerimônias encerram o ciclo ritual da "festa grande" equivalem "terminação da festa" para os batuqueiros. São duas "obrigações", realizadas na mesma noite, separadas por um breve espaço de tempo. As cores das roupas são preferencialmente brancas. h) "Mesa de Bêdji" (para crianças até 12 anos) Estende-se uma toalha retangular no chão, repleta de doces, bolos, cremes, frutas, refrigerantes, etc. As crianças em números múltiplos de (6, 12, 17, 24,30, etc) , sentam-se no chão em frente a toalha onde serão servidas.
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Efetivamente, o Jogo de Búzios é uma das mais completas maneiras de se saber não só o Odu (destino) de cada um, como também diversas particularidades da vida, desde os maiores problemas existenciais, até assuntos de menor importância e pequenos detalhes que compõe o dia-a-dia de milhares de consulentes. É impossível precisar quando nasceu o Jogo de Búzios na África. É certo que este tipo de adivinhação já era praticado há milênios pelos Babalaôs tribais, juntamente com outros jogos adivinhatórios africanos, tais como o Jogo de Ifá, o Jogo de Obi (noz de cola), etc. Não se sabe, igualmente, se os africanos criaram esse método ou o herdaram de outros povos da antiguidade. Sempre que o Babalaô desejava saber qual o Orixá de um membro da tribo ou quem deveria assumir certas responsabilidades em uma aldeia consultava o Jogo de Búzios. Como os Búzios são conchas marinhas, é de se acreditar que o Jogo era praticado principalmente entre os Babalaôs de tribos próximas ao oceano; os Babalaôs de regiões afastadas do mar usavam mais o Jogo de Ifá, ou o Jogo de Obi, feito com noz de cola. O tipo de búzio que se usa para o jogo é uma concha perfeitamente lisa e de pequeno tamanho (de aproximadamente 1 a 3 cm de comprimento em média), que não se encontra em nosso País, sendo necessário importa-la, pois os búzios encontrados na costa litorânea baiana não são búzios de boa qualidade, partindo-se com facilidade. Algumas tribos africanas usavam o búzio como dinheiro corrente. O Jogo de Búzios é uma prerrogativa do pai ou mãe-de-santo, que são pessoas iniciadas e que demoram no mínimo 7 anos para receber esta prerrogativa. É preciso ter um grande conhecimento e experiência na religião para se jogar búzios para uma pessoa, além de muito conhecimento dos mitos e quizilas (tabus) dos orixás. Jogar os búzios implica conhecer, também centenas de fórmulas rituais (receitas de ebós) que são capazes de solucionar os problemas apontados no jogo. Os búzios são sacralizados, energizados, através de uma cerimônia específica, chamada "dar de comer aos búzios", e que implica o sacrifício de um animal e um banho em folhas especiais (colônia, erva-de-santa-maria, folha-da-costa, folha da fortuna, oripepê, macaca, levante, golfo branco de monan) . Apenas os búzios que passam por esta cerimônia são aceitos como interlocutores dos orixás e de Ifá. No caso do jogo por odus (destinos pessoais), é preciso conhecer os longos poemas de Ifã, que estabelecem o contexto representado por cada queda. Basicamente o Jogo é composto de 16 (dezesseis) búzios, também conhecidos pelo nome de cawris, entretanto existem Babalorixás e Yalorixás que utilizam até 21 (vinte um) búzios. Porém vamos nos ater ao estudo dos 16 búzios. Cada búzio representa um Orixá distinto. O conjunto de dezesseis búzios chama-se em Yorubá MERINDILOGUN, o que significa exatamente o número 16, assim: Erin = 4 Ogun = 20 Din = menos, portanto 13
20 - 4 = 16 Ifá é o Orixá de maior expressão dentro do Candomblé, possuidor de todos os mistérios do destino humano, por ser ele um Orixá de quatro olhos, dois dormem de dia e os outros dormem à noite. Foi, entre todos os Orixás, escolhidos por Orumilá e Obatalá para ser o guardião dos segredos e mistérios de ambos. Cântico de Ifá OLÔ MI TOU NO AZÚ IFÁ EU TÔ NO AZÚ OBÊ FÁ MANIM Ê TÔ NO AZÚ ORÊ FÁ TORIOU BÉ OBÉ FÁ OGUN IOU BÉ OBÉ FÁ TORIOU BÉ OBÉ FÁ OGUN IOU BÉ FÁFA FARÁ LEDÊ FARÁ EUÁ FÁFA FARÁ LEDÊ FARÁ EUÁ ORUMILÁ - IFÁ É o Orixá da adivinhação, é a terceira pessoa da Trilogia Yorubá. A Trilogia Yorubá é composta por: · Obatalá (Orun, o céu) e Oduduwa ( o Ayê, a Terra) · Orixalá ou Orixánla (Ori, cabeça - Xá, imperador de Alá, cobertura) · Orumilá (Orun - céu, Mi - Mi - meu e Alá - cobertura)
REZA PARA A ABERTURA DO JOGO
Significa pedir licença para todos os Orixás, para que o Jogo possa transcorrer em clima de tranqüilidade. ODUDUWÁ DADÁ ORUNMILÁ BABA MI ALARI KI BABA OLODUMARÉ BABA MI
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BAQUE OXÉ BARA LONÃ COU FIE BABA MI EMI LO XIRÊ BABA IFÁ BEMIM MOJUBARÉ IBÁ ORUN MOJUBARÉ BABALORIXÁ MOJUBARÉ OXALÁ MOJUBARÉ EXU MOGIBÁ (bater o pé três vezes) O QUE OXÊ IFÁ AGÔ Entretanto, outros Babalorixás utilizam também esta reza de abertura: Eu, (dizer o nome).......(dizer o dono do Eledá), com (dizer o Jutó), louvo a Obatalá e Orixalá, para que Orumilá Ifá seja levado ao meu Eledá e venha me assistir nesta caída de búzios. Jogar os búzios é conversar com Orumilá e os orixás. Para isso, é preciso que os caminhos entre o ayê (terra) e orum (mundo dos orixás) estejam em comunicação. O jogo é feito numa peneira ou sobre uma toalha onde se colocam brajás (grossos colares de contas, feitos em gomos, que representam os orixás, em forma de círculo, que circunscreve o campo de jogo). Também pode ser feito sobre o opon Ifá (uma espécie de bandeja redonda, feita de madeira), mas a função deste, na África era diferente. A peneira é importante também porque, sendo circular, constitui uma representação plana de orum/aye (céu e terra, respectivamente) servindo como orientação para as interpretações. Se você quer jogar os búzios para conhecer o seu destino, resolver algum problema, conhecer o seu Orixá, ligue para nós e marque uma consulta. Você vai resolver os seus problemas definitivamente.
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Amachere onibá Exu abanada amachere onibá Exu abanada . -Responder : Amachere onibá Exu abanada amachere onibá Exu abanada Exu ademi chechemirê -Responder : Exu ademi chechemirê Exu ademi chechemibará -Responder : Exu ademi chechemirê Exu jalana fuá -Responder: Exu jalana fumalé Exu jalana didê -Responder:Exu jalana fumalé Exu o Lodê -Responder: Exu ecuo bará lanã Bará Exu -Responder: Bará Lanã Exu -Respoder: Bará Lodê Exu -Responder : Bará Alupagema -Responder: Alupagema Alupao -Responder: Alupagema Ai oque Bará - Respoder: Alupagema 16
Ai bará bará -Responder: Alupagema Choni choni choni padô -Respoder:Gam , gam ,gam, gam, choni padô Bará no eco choni padô -Responder: Gam , gam ,gam gam, choni padô Olebarabô alaroiê aexulanã olebarabô alaroiê aexulanã iamadecó eco de bará ogum talabô bará oeléfa exulanã -Responder: Olebarabô alaroiê aexulanã olebarabó alaroiê aexulanã iamadecó eco de bará ogum talabô bará oeléfa exulanã. Olebará eléo elebará eléo modibará oeléfa epô - Responder: Olebará eléo elebará eléo modibará oeléfa epô Olebará o eléo -Responder: Ae ae Olebará Bará Exu berim -Responder: Exu berim Exu berim lanã Lanã Exu berim -Responder: Exu berim Exu berim Lanã Ae ae olebarao ae ae olebará amacelo ogum o amacelo ogum já ae ae olebarao -Responder: Ae ae olebarao ae ae olebará amacelo ogum o amacelo ogum já ae ae olebarao Oiá oiá -Responder: Oiá eléfa Exu Bemi modibará com seu ajo modipaim -Responder: Exu Bemi modibará com seu ajo modipaim Bararamo jecum loda bararamo jecum loda babarum éco barárundeo bararamo jecum baramo reum -Responder: chegou lodá Bararamo reum -Responder Chegou lodá Papainhale -Responder:Papainhale
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Exulana fomiô baralana fumaléo -Responder: Exulana fomiô exulana fumaléo GEGÊ Olebará iaboduma sanabore oeléba -Responder: Olebará iaboduma sanabore oeléba Olebará iaboduma oaçaquere equeoue -Responder: Olebará iaboduma oaçaquere equeoue Ocoro ocoro ocoro oquere quere quere o eléfa iaboduma -Responder: Ocoro ocoro ocoro oquere quere quere ocoro ocoro ocoro e eléfa iaboduma Ogum léba Ogum fererê -Responder Ogum Ogum dae ae ae -Responder : Ogum dae anaisô Ogum onira alasebó -Responder: Ogum dae anaisô Ogum abéo ogum anicéo Ogum anicéo Ogum anicéo Ogum -Responder: Ogum abéo Ogum anicéo Ogum anicéo Ogum anicéo Ogum
Ogum ario ario Ogum quere -Responder: Ogum ario ario Ogum quere Amajocô Ogum lo -Responder:orumalé amajocô Ogum o Orumalé Abolelai oabachame siogun o oabachame siaolê Ogum -Responder: Abolelai oabachame siogum o abachame siaolê Ogum Ogum orum odô oamaconi ebó eloaboum anaisô oajabamiô -Responder: Ogum orum odô oamaconi ebó eloaboum anaisô oajabamiô Ara Ogum orum odô -Responder: Ario ara Ogum orum odô ario 18
Erunde ococoeiro leoagareo -Responder: Erundê ococoeiro leoagareo Ogum Ogum afoiba - Responder: Oamoro amofererê Ogum Ogum o afabami -Responder: Oamoro amofererê Iemanjá Lupetéo -Responder: Ogum Onira anaisô quereque Sô sô sô -Responder: Ogum Onira anaisô quereque Ogum adeiba -Responder: Adepa Ogum farerê Ogum talabaichoro obeçeo Ogum o -Responder: Ogum talabaichoro obeçeo Ogum o Ogum talajó -Responder: Ogum lai Ogum lai Ogum Ogum onira oaçeço ebó -Responder : Ogum Onira oaçeço ebó Oromiotala de orumalé -Responder: Oromiotala de Orumalé Ogum tala de tala Ogum -Responder: Oromiotala de Orumalé Onira opeê onira opê Ogum anirê Ogum onira eoateuá Ogum anirê Ogum onira eoateuá Ogum anirê -Responder: Onira opeê onira opê Ogum anirê Ogum onira eoateuá Ogum anirê Ogum onira eoateuá Ogum anirê E Ogum feremi -Responder: Ara Ogum Ogum dê E Ogum feriamã -Responder: Ara ogum Ogum dê Ara no areo ara no areo eoamaféqueoé -Responder: Ara no areo Ogum dê 19
E oamaféqueoé -Responder: Ara no areo ogum dê Ogum ademio -Responder: Eléfa tala ademio E e ademio -Responder: Eléfa tala ademio Ogum onira Ogum loro Ogum dalócha epê Ogum Onira Ogum loro Ogum dalocha orumalé -Responder: Ogum onira Ogum loro Ogum dalocha epê Ogum onira Ogum loro Ogum dalócha orumalé Ogum de anirê ire ire Ogum ló acaradeo anirê ire ire Ogum ló -Respoder: Ogum de anirê ire ire Ogum ló acaradeo airê ire ire Ogum ló Abela muja abela mure -Responder: Abela muja oquereo Oquereo -Responder: Oquicoro Fará riri mafara biá mafara biá mafara Ogum -Responder: Fará riri mafara biá mafara biá mafara Ogum Ogum talajó -Responder: Ogum ló Ogum ló Ogum Ogum fará fará fará Ogum fará marajó -Respoder: Ogum fará fará fará Ogum fará marajó Onira opeê Ogum anirê Ogum onira eoateuá Ogum anirê Ogum onira eoateuá Ogum anirê -Responder: Onira opeê onira opeê Ogum anirê Ogum onira eoateuá Ogum anirê Ogum onira aoateuá Ogum anirê Calulu -Responder: Óia a bela muja GEGÊ Ogum fará fará fará Ogum fará marajó -Responder: Ogum fará fará fará Ogum fará marajó Ogum Dae ae ae 20
-Responder : Ogum dae anaisô Ogum onira alasebó -Responder: Ogum dae anaisô Ogum abeô Ogum anicéo Ogum anicéo Ogum anicéo Ogum -Responder: Ogum abeô Ogum anicéo Ogum anicéo Ogum anicéo Ogum Ogum Macá Macá Cabecini Abeô -Responder: Ogum Macá Macá Cabecini abêo Ogum eléfa lai lai Ogum eléfa lai lai -Responder: É de lai lai lai Ogum eléfa lai lai lai É de lai lai Xangô edeue -Responder: É de lai lai Xangô edeue é de lai lai Ogum edeue - Responder: É de lai lai Xangô edeue é de lai lai Ogum onira ogum loro -Responder: Oamaquere quere quere Ogum loro.
Oiá madê oário acarao oi jocoló -Responder: Oía madê oário acarao oi jocoló Oi ucadeo oiá docô acarao oi jocoló -Responder: Oía madê oário acarao oi jocoló Oberece manicéo -Responder: Oiá docô obecéo Osonireo oberece cari de Ogum -Responder: Osonireo oberece cari de Ogum Oberece cari de Ogum oanireu eoateuá -Responder: Oberece cari de Ogum oanireu eoateuá Ogum Oiá mauerutê -Responder: Obecéo oro corô 21
Ogum onira eloatauô -Responder: Ario onira obecéo Ogum onira eloatomio -Responder: Ario onira obecéo Eloatauao -Responder: Ario onira obecéo Eloatomio -Responder: Ario onira obecéo Amaia maia maia jarô jarô amaia omocepéo jarô jarô -Responder: Amaia maia maia jarô jarô amaia omocepéo jarô jarô Ogum mela mela deu -Responder: Aliança é de loiá Oiá calulu Iansã cenin ebó -Responder: Oiá calulu oiá cenin ebó Ogum siribó paco taco maraçó Ogum siribó paco taco maraçó Ogum siribó orixá oriocô -Responder: Ogum siribó paco taco maraçó Ogum siribó paco taco maraçó Ogum siribó orixá oriocô Ogum Ogum siribó -Responder: Orixá oriocô Iansã Ogum siribó -Responder: Orixá oriocô Aliança é deloiá paliança aquilodá -Responder: aliança é deloiá paliança aquilodá Aliança é deloiá aliança é deloiá aliança é deloiá orumalé emodibau -Responder: aliança é deloiá aliança é deloiá aliança é deloiá orumalé emodibau Aliança e deloiá parananfo aquilojá -Responder: Aliança é deloiá parananfo aquilojá Obiadoa oiadê obiaodoa oiadê eleurá epê obiaodoa oiadê -Responder: Obiaodoa oiadê obiaodoa oiadê eleurá epê obiodoa oiadê Açageuae 22
-Responder: Adeuae Açageuemi -Responder: Adeuae Oidoni Totô Iansã adupê Odocoo Marejo -Responder : Oidoni Totô Iansã adupê Odocoo Marejo Ogum Laçapadô Iansã -Responder: ococô Minhanhã Oiá Ogum lepafune -Responder: Epa Ogum elebará -Responder: Epa Iansã com Ogum -Responder: Epa Ogum com Iansã -Responder: Epa Beleléu eléu eléu elisô -Responder: Beléu eléu eléu elisô Oiarebete: -Responder: Arepê Onicorô oquibiloiará Ominilaba loquiloiá -Responder: Onicororô oquibiloiará ominilaba loquiloiá Écodoéco onicorô -Responder: Oiadocô oianiqué Oia e eae -Responder: Oia e eae Fará Ogum fará Ogum fará daumiceró eró -responder: Fará Ogum fará Ogum fará daumiceró eró Ogum alaie - Responder: Fará Ogum fara Assemiláio 23
-Responder Oiá Deluia Oloire é para amao oloiré é paratô -Responder: Oloire é para amao oloire é paratô Erundê aoiadocô eró -Responder:Erundê aoiadocô eró Oiadocô -Responder: Eró eró GEGÊ Obilaia Obilaia -Responder: Oiá maque quere Xangô Loiá -Responder: Oquere quere ouquese Xangô Iansã -Responder: Oquere quere ouese Oiá Oiá Oiá nigodô oiá nigodo Sapatá nigodô -Responder: Oiá oiá oiá nigodo oiá nigodo Sapata nigodo Xangô baí oiá Docô Aganjú cabelecile Xangô Baí - Responder: Xangô Baí oiá docô aganjú cbelecile Xangô Baí XANGÔ Ebêo maiô,ebêo maiô, acareuáia Xangô, maiô acareuáia godô maiô -Responder: Ebeô maiô, ebêo maiô, acareuáia Xango maiô, acareuáia godô maiô Alabataô cabecile adeô -Responder:Alabataô cabecile adeô Oluor Ogum Nabor ibor eléfa orixá oluor Ogum Nabor ibor eléfa Orixá -Responder:Oluor Ogum Nabor ibor eléfa Orixá oluor Ogum Nabor ibor eléfa orixá Aganjuéco minaué jenjé orum jenjé aganjuéco minaué jenjé ori Xangô. -Responder: Aganjuéco minaué jenjé orum jenjé aganjuéco minaué jenjé ori Xangô. Ogodoci emiremi aganjú amiçaora ogodoamam eremi Xangô aganjú amiçaóra. -Responder: Ogodoci emiremi aganjú amiçaora ogodoamam eremi Xangô aganjú amiçaóra Aguntaô 24
-Responder: Laúmquerê Obomaré -Responder:Querequê obomaré querequê Choro Choro onigodô -Responder: Choro Choro onigodô Choro choro onixangô -Responder: Choro Choro onigodô Acumberi -Responder: ara acumberi ara Onipeni Xangô -Responder: Abado onipê oiabadô Onipeni Iansã -Respoder:Abado onipê oiabadô Aganjéco erepê -Responder: Aganjuéco saranhã Saranhã acafamodé saranhã acafamodé -Responder: Oia badilê saranha acafamodé
Calulu calunudê -Responder: Anareum calunudê Ogodo sala sala sao -Responder: Equeboreuá ogodo sala sala são equeboreuá Nagorô naguiachaoro -Responder: Ago iê iê Omodibau -Responder: Lai lai omodibau aiê omodibau lai lai omodibau aiê Lai lai guiachaoro -Responder: Lai lai guiachaoro 25
Cao cabelecile omochirê omodibau -Responder: cao cabelecile omochirê omodibau Caô -Responder: Cabelecile AXÉ DA BALANÇA Eliço godô acarao anicéu anicéu -Responder: Eliço godô acarao anicéu anicéu Adeoo -Responder: Anicéu anicéu Anicéum acaorô -Responder: Anicéu acaorô ALUJÁ Acachachá Xangô loufine anixangô acachacha Xangô loufine anareuá -Responder: A ae e aee a e aee Calunudê calunudê é de cao cabelecile ae é de godô cabelecile ae -Respoder: Calunudê calunudê é de cao cabelecile ae é de godô cabelecileIocundeô -Responder: Ara decum decum decá GEGÊ Sobo undê -Responder: acalum alarundê aê aê acalum alarundê Ococundê -Responder: Acalum alarundê aê aê acalum alarudê
Ossampa erepê amam oluro erepê -Responder: Ossampa erepê amam oluro erepê Minero minero odé minero odé o -Responder: Minero minero Odé minero odé o Odé omota 26
-Responder: otimboró Odé E mota é mota timboró -Responder: Odé omota timboróOdé omata -Responder: Timboró Odé Ajacuna pamirô ajacuna pamirô o ajacuna olemote emote afarireo ajacuna pamirô -Responder: Ajacuna pamirô ajacuna pamirô o ajacuna olemote emote afarireo ajacuna pamirô Olemote emote afarireo -Responder: Ajacuna pamirô Odé pamilaro -Responder: Odé pamilarô Odé pamilaro safamodé -Responder: Pamilaro safamodé E aba o aba Odé -Responder: Ara çoçô a Odé Cecarelê cecarelê -Responder: Ace ace carelê Digalaire lairepe digalaire lairepê digala -Responder: E epê digalaire lairepê digala Ebereçulá ebereçulo ebereçulá ae ao -Responder: Ebereçulá eberuçulo eberuçulá ae ao Otim e ae -Responder: E ae Otim acarô -Responder:Acorô Otim abeçu -Responder: Acorô Eloamachite adibeô -Responder:Eloamachite adibeô Beni beni seodéo bení beni seodéo acacao dão cunfarerê beni beni seodéo 27
-Responder: Beni beni seodéo beni beni seodéo acacao dão cunfarerê beni beni seodéo E a coquino quê -Responder: Oquê acoquino oquê o quê Odé cemalaia ceçúmalé Odé cemalaia ceçumalé -Responder: Oro oro cundê Odé cemalaia ceçumalé Ogum béo -Responder: Ogum béo E edipê -Responder: Adioê Adioelo -Responder: Adioelogum Colimote coni chabim -Responder Otim Elibobô é com eleci com eleci ocutaô -Responder: Elibobô é com eleci com eleci ocutaô GEGÊ Eleoabrequete o abrequete oara -Responder: Oia bobô e o abrequete oara oiá bobô
No ajucuna baumi -Responder : No ajeuá no ajaim Essueliná babá omam sueliná babá -Responder: Essueliná babá omam sueliná babá Ossanha daimorê -Responder: Airomaio daimorê ariô Daimorê -Responder: Airomaio daimorê ariô Ossanha baichorô elomaio ossanha baichorô elomaio 28
-Responder: Ossanha baichorô elomaio ossanha baichorô elomaio No agaleio -Responder: Oia o agaleio erunfé Ossanhim checo chereco -Responder:Chereco chereco checo Eu Eu itabor itabor Ossanha borisô -Responder: Eu eu itabor itabor Ossanha borisô Eu eu ossanha saebó -Responder: Eu eu Ossanha saebó eu eu Ossanha saebó -Responder: Eu eu ossanha saebó eu eu Oapecó sumarum -Responder:Oapecó sumaroxum Aladao benfara daumiçaue obemfara rarico -Responder: Aladao benfara daumiçaue obemfara rarico E é com fã é com fã -Responder: E é com fã é com fã Ossanha bemarutê -Responder: Ossanha bemaruquefé Ossanha no ajequim no ajequim babalodocum -Responder: Ossanha o ajequim no ajequim babalodocum No agaleio no agaleio no agaleio erunfé no agaleio erunfé Ossanha de marunquefé -Responder: No agaleio no agaleio no agaleio erunfé no agaleio erunfé Ossanha de marunquefé Onimoco -Responder: vamos quereque Oimicero eró -Responder: Vamos quereque Oimicero eró -Responder: Eró oimiceró eró eró 29
Irê ababa omam -Responder: Ire ababa omam ire Ossanhará ofenite obenite obenito totô -Responder: Ossanhará ofenite obenito totô Oriquié macum oro -Responder: Ossanha ossahesi Ossanha oberemi eu eu Ossanha mailá GEGÊ Ossanha sarue daí assarue -Responder: Daí assurue daí assarue Otim otimdeuá Ossanhará otimdeuá -Responder: Otim otimdeuá ossanhará otimdeuá otim otimdeuá Ossanha serebuá sapata bocerebuauo -Responder: Oia oia boduma Ossanha serebuá Oiá oiá boduma -Responder: Ossanha serebuá Ossanha de Ogum lai lai Ossanha de Ogum lai lai -Responder: Ossaha sarue e de Ogum lai lai Bele Ossanhim Bele -Responder: Ao ao Bele ossanhim ossanhim Bele ao ao Soueli soueli -Responder: Acençura aareuá
Sou sou Itagiba -Responder: Acençura anareuá Sou Itagiba Acençura Anareuá -Responder: Sou Itagiba Acençura Anareuá -Responder: Sou Itagiba
Erunselé erunselé babairaô 30
-Responder: Erunselé erunselé babairaô Anagorô anagorô babairaô -Responder: Anagorô anagorô babairaô Erunré Olegobunlero coquinabá -Responder: Erunré olegobunlero coqinabá Labata -Respon er: Alabata Labata -Responder:Cochererê Acachopadomirô coco acachapadomirô é inho -Responder: Labae acachopadomirô é inho Oconi chaléu -Respoder: Ia ia odé Sapadoro -Responder: Cominhanhã Sapadoro -Responder: Caminhãnhã Sapadoro -Responder: Cominhãnhã sapadoro cominhãnhã Obabaomi -Responder: Oiassueni Obabaomi -Responder: Oiassueni Obabaomi -Responder: Oiassueni obabaomi oiassueni GEGÊ Oba Onixangô Xangô de Oba oba Nerim -Responder: Oba Onixangô Xangô de Oba oba Nerim
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Assagero iafuao abauorumalé -Responder: Assagero iafuao abauorumalé Elemobelefa chorou imobelefa chorou -Responder: Elemobelefa chorou imobelefa chorou Eleafamã balanã -Responder: Assagero baoni oniobá assagero baoni Ae ae ocorumã ocorumã afábami baorô -Responder: Ae ae ocorumã ocorumã afábami baorô Assuiça selo selo -Responder: Assuiça selo selo Assuiça colo colo -Responder: Assuiça selo selo Lepô lepô lepô -Responder: colejam jam colejam Ninha ninha ninha -Responder: Cole janjan colejan Emudiá mudiá mudiá cotan Djecopani, djecopani dje -Responder: Emudiá mudiá mudiá cotan Acaraloque loque loque -Responder: Acaraloque loque loque Xapaã obéaoOrixá obéleo - Responder: A ae orumaléo Sapata cutami -Responder: Olomilao Sapata coebami -Responder: Olomilao Sapata obenite 32
-Responder: sapata obeni obenite Elebaraonite obelao baraonite obelao -responder: Ele dandá baraonite obelao Belojá belojó ololinha -Responder: Belojá belojó ololinha Vamo dela ibaba Iecô -Responder: Vamo dela ibaba Iecô Lebô lebô lebô lebô -Responder: Carembó carembó Xapanã ae Xapanã mandou quere Xapanã mandou quere eo quere ae ae -Responder: Xapanã ae Xapanã mandou quere Xapanã mandou quere eo quere ae ae Equereque maitá -Responder: Equereque maitá A copa oadê -Responder: Lonoribá lonorixé Sapata sabauê anaisô onisobô -Responder: Sapata sabauê anaisô onisobô Sabauê sapata manda sunsê obochiche na suréba Xapanã abeçae -Responder: Sabauê Sapata manda sunsê obochiche na suréba Xapanã abeçae Bará Bará nichorô sapata luquelema nichorô -Responder: Bará Bará nichorô sapata luquelema nichorô Bará seracundê sassaruê onipéo bará seracundê sassaruê onipéo -Responder: Bará serácundé sassaruê onipéo Bará seracundê sassaruê onipéo Oara moquelema cobeoara moquelema moquelema cobeoara moquelema co -Responder: Oara moquelema cobeoara moquelema moquelema cobeoara moquelema co Mocequéba mocequéba amorisô eae mocequéba mocequéba amorisô aeae mocequéba mocequéba amorisô ae ae omocequéba mocequéba amorisô olebará -Responder: Mocequéba mocequéba amorisô eae mocequéba mocequéba amorisô eae mocequéba mocequéba amorisô ae ae omocequéba mocequéba amorisô olebará GEGÊ 33
Iemanjá chegou sumabeum amarerô -Responder: Iemanjá chegou sumabeum amarerô Gamarusu beo eo -Responder: Gamarasu beo eo Quando gama chegou calmai o Pepe calmai o Pepe sapata quando gama chegou -Responder: Quando gama chegou calmai o Pepe calmai o Pepe sapatá quando gama chegou Abonisô sapaniséo ae -Responder: Aguaniséo ae sapataniséo ae Sabauê sabauê amorisô ae amorisô nanaberequeti amorisô -Responder: Sabauê sabauê amorisô ae amorisô nanaberequeti amorisô Soi soi sapatami soi soi sapatami -Responder: Anaraue ogum lai lai lai Baia quebaiaiô -Responder: Baia quebaiaiô Gama jarro jarro gama jarro jarro sapata cutami -Responder: Gama jarro jarro gama jarro Jarro sapata cutami Alupô -Responder: Pá pá Alupô -Responder: Amasepé AXÉ DO ECÓ Exu olodê -Responder: Exu Ecuô Bará Lanã Lanã Exu -Responder: Bará Lodê Exu -Responder:Bará Equebau Exu -Responder: Bará 34
Lodê Exu -Responder: Bará Amachere oniba Exu abanada ioamachere onibá Exu abanada -Responder: Amachere oniba Exu abanada iomachere onibá Exu abanada Ademi chechemirê -responder: Ademi chechemirê Ademi chechemibará -responder: Ademi chechemirê Exu jalana fuá -Responder: Exu jalana fumalé Exu jalana didê Responder: Exu jalana fumalé Lanã Exu berim -Responder: Exu berim Exu berim lanã Bará Exu berim -Responder: Exu berim exu berim lanã Equebau Exu berim -Responder: Exu berim exu berim lanã Alalupagema -Responder: Alalupagema Alalupao -Responder: Alalupagema Choni choni chonipadô -Responder: gam gam chonipadô Megê megê -responder: ara Ogum megê mireo Acará medieo -Responder: Ara Ogum megê mireo Ogum beo aimpara Ogum adio Ogum beo aimpara Ogum adio Ogyum vagam 35
-Responder: Ageóra oraóra ageóra. AXÉ DE BEIJES Dioo dioo tala dibeije édioo tala dibeije édioo alarundeo -Responder: Dioo dioo tala dibeije édioo tala dibeije édioo alarundeo Dioo dioo Xangô di beije é dioo tala di beije é dioo -Responder : Dioo dioo Xangô di beije é dioo tala di beije é dioo Elecundiareo -Responder: É cundiareo Ogum ló Oo oo obunlerundê diloque loua aja aja ocundê elecundiareo -Responder: Ocundiareo Ogum Elecundiareo -responder: É cundiareo Ogum ló Babarumalé olufa -Responder: Babarumalé olufa Tala di bedijo Xangô tala di bedijo alareuá -Responder: Anibedijo Alareuá -Responder: Anibedijo Tala di bedi é di ouô tala di bedi é di ouô -Responder: Oia sençumalé tala dibedi é di ouô Ubadê ubadê ubadê acorô -Responder: Dada sele ubadê acorô Açeçum sapata eçulabaê -Responder: Açeçum sapata eçulabaê Eçulabaê eçulabaê -Responder: Açeçum sapata eçulabaê Alaium alaium arurebabá -Responder: alauim alauim arurebabá Orocundeô 36
-Responder: Ara decum decum decá
Taladê omiotala ieiê murajó -Responder: Oxum taladê Oxum taladê omiotala de orumalé -Responder: Oxum taladê Oxum taladê omiotala ieiê murajó -Responder: Oxum talade Oxum taladê omiotala ieiemio Responder: Oxum taladê Alaueti Oxum -Responder: alareuá Iebami Oxum peolomi iebami Oxum peolomi ieiepandá elufá tagarela iebami Oxum peolomi -Responder: Iebami Oxum peolomi iebami Oxum peolomi ieiepandá elufá tagarela iebami Oxum peolomi Ieieo Oxum pererema -Responder: Ieieo Oxum pererema Oieieoeleuati Oxum eleuait Oxum panda -Responder: Oieieo eleuati Oxum eleuati oxum panda Alassicum o -Responder: Eleuatiobá Ogumpeni leuá -Responder: Omi eóra oraora omineóra Aubere aubere aueni Oxum -Responder: Oxum épandá para éleo Olomilo Oxum -Responder: Atonirê olomilo Oxum atonirê Adunené abomio -Responder: Oxum pererê Oxum pererê Aio éinho Oxum pemio 37
-Responder: Beleué leué Oxum beleué Êdibomboleio anupemio -Responder: Edibamboleio anupeauô Achioxum pandalossimio -Responder: Orum eléu achioxum orum eléu Panda como como Oxum olodeo -Responder: Amaiorô Orixá oieiêo amaiorô Pandalossimio -Responder: Ominilabauaxim Pandalossimibeum -Responder: Ominilabaxaebó ominilá Onimamilum -Responder: Aladê ieiê elum Oxum maguéti Perere Ogum auma auma auma perere Ogum maréogum -Responder: Perere Ogum auma auma auma perere Ogum maréogum Oadeo oire adeuá ominilaba adeo aire adeuá -Responder: Oadeo oire adeuá ominilaba adeo aiere adeuá Ominilaba -Responder: Adeo oire adeuá Eloire iadocomio -Responder: Ie elomário Eloiro -Responder: Guem guem guê Aorô aorô ocum oro é com Oxum deobá -Responder: Aorô aorô ocum oro é com Oxum deobá Amacorô -Responder: Aorô aorô Iberema larum adeluie ieieo -Responder: Amauá Oxum ieiê iderema larum 38
Ara baráueco fanha bará baráoeleo -Responder: Ara baraueco fanha bará baráoeleo
Panda mirereum aganjú mire babaichorô -Responder: Panda mirerê panda mire babaichorô Iama bocum pereê ama bocum pererê -Responder: Acho ae ama bocum pererê Ieiê beçaléo obomoré ieiê beçaléo bomoré -Responder: Oxum de o lanã ieiêbeçaleo bomoré Oxum panda -Responder: Ioacherê oiá Ieiê docô -Responder: Ioacherê oiá Elocomailó -Responder: A adioxum Oquererebó -Responder:Oquererebó Ofenite -Responder: Odenite ebó Oieiê cario ieiê cario -Responder: Ara de Oxum cario cario GEGÊ Fia fia sapatafia amaodé siman -responder: fia fia ode sapatafia amaodé simam fia fia odé Panda suami -Responder: Panda anareui
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Iemanjá seleolodô babaoromiô Iemanjá eleissaléo babaoromiô -Responder: Iemanjá seleolodô babaoromio Iemanjá eleissaléo babaoromio Iemanjá pase que pasejo aelemanjá sessum orun ao aebalva aoxum dipéo ebabaoromiô -Responder: iemanjá pase que pasejo aelemanjá sessum orum ao aebalva aoxum dipéo ebabaoromio elemioxum iabaranireo -Responder; É oao abéo écum amaraiso é ao abéleo Adeoo abéleo -Responder: É ao abléo Oromilá oque é oque é oia aganjú oxumalá oque é o que é oiá oiá oelé oelé -Responder: Oromilá oque é o que é oia aganjú oxumalá oque é oque é oia oiá oélé oelé Acaraô o que é oque é óia aganjú oxumalá oque é oque é oiá oiá oelê oelê -Responder: Acarao oque é oque é oiá aganjú oxumalá o que é oque é oiá oiá oelê oelê Oquerê oasséssum –o -Responder: Oquerê orixá Oquerê iojabao -Responder: Oquerê Orixá Iemanjá Ogum oforilabatá omi forilao -Responder: iemanjá Ogum oforilabatá omi forilao Iemanjá ogum -responder: aorô Iemanjá Bomi -Responder: Aorô Aorô oro -Responder: Aorô Iemanjá tomi tomi tomio -Responder: atonirê emire emi Oiaba adela babaelê Iemanjá Ogum ia babaelé -Responder: Oiaba adela babaelê Iemanjá Ogum ia babaelé Iemanjá elao 40
-Responder: Iemanjá que bata bata babaelê Quetu nenê quetu nenê Iemanjá elaô quebaodé -Responder: Quetu nenê quetu nebné Iemanjá elaô quebaodé Tototô oiabeniqué oiabeni oiabeni oiabeniqué -Responder: Tototô oiabeniqué oiabeni oiabeniqué Iemanjá Seleolodô -Responder: Iemanjá seleolodô Omofiro eredéo omofiro eredéo anacum bêo omofiro eredéo anacum bêo -Responder: Omofiro eredéo Anacum bêo -Responder: Omofiro eredéo GEGÊ Anareuá anareuaeo -Responder: Anareuá anareuaeo Ie Iemanjá anareuaeo -Responder: Ie Iemanjá anareuaeo Etumaladidê tumaladidê nanaborocuma oconssula etumaladideo -Responder: Etumaladidê tumaladidê nanaborocuma oconssula etumaladideo Nanaborocuma oconssula -Respoder: Etumaladidê Oniopé Oassairema -Responder: Ebó oniopé Ossairema ebó Bará cotim cotim cotim cotim bará -Responder: Bará cotim cotim cotim cotim bará Bará quebará quebará baio -Respoder: Bará quebará quebará baio Ogum bará bará baio -Responder: Ogum bará quebará baio Emire emire emire emire equeoê nanaborocuma equeoê 41
-Responder: Emire emire emire emire equeoê nanaborocuma equeoê Emire emire equeoê -Responder: Nanaborocuma equeoê Amaquere quere eoese -Responder: Anareuá
É de au au babaichorô -Responder: É de auê babarumalé é de au Eleoapecô o babá -Responder: Eoapecô orumalé Eleoapecô iemanjá -Responder: Eoapecô orumalé Aiolomina o anareo cori foribalé -Responder: Aiolomina o anareo cori foribalé Aifiola aiofila ieiê babarumalé -Responder: Aifiola aifiola ieiê babarumalé Eleomaquere quere quere eleomaquere de Orixá -Responder: eleomaquere quere quere eleomaquere de Orixá Ominina batia ominina balocum -Responder: Ominina bata ominina balocum Oeléu eléu eléu omiato babachorô -Responder: Oeléu eléu eléu omiato babachorô Oeléoao elédebabao -Responder: Eléoao elébabao Oimanjá muque muquechê -Responder: Alao oo oo babá Oxalá de Oromiláia babaichorô oromiláia -Responder: Oxalá de oromiláia babaichorô oromilaía 42
Oxalá de oromiláia oromiláia choro -Responder: Oxalá de oromiláia choro Oibelerum belerum belerum Orixalá maleodô -Responder: Oibelerum belerum belerum Orixalá maleodô Alafiolaê de babareuá -Responder: Alafiolaê de babareuá Oxalá Belerum -Responder: Quereremo fará Oiquererema fará -Responder: Oiquererema fará Oibabaribô Maconsé Oxalá Maconsé Babaribô Maconsé -Responder: Oibabaribô Maconsé Oxalá Maconsé Babaribô Maconsé Sapado Otirê -Responder: Farabodó Oquenia pechoro oquenia pechoro ialaossimam pechorô -Responder: Oquenia pechoro oquenia pechoro ialaossimam ialaossimam pechorô Inhéo oinhéo ao inhéo deoromiláia ilao -Responder: Inhéo oinhéo ao inhéo deoromiláia ilao Oiumpepeo airá babachanirê olunfá airá -Responder: Oiumpepeo airá babachanirê olunfá airá Colimo colimocum -Responder: Fararaiso colimocum fararaiso Ieieo paviá ieieo paviá amassélo locum acoro ieiê paviá amasselo locum acoro -Responder: Ieieo paviá ieieo paviá amassélo locum acoro ieiê paviá amasselo locum acoro Anajéo adupereo -Responder: anajéo adupereo Ebô Ololofila Orixalá -Responder: Ebô babálofila orixalá Oxalá lerum Oxalá lerum olofilo orixalá olofilo babá 43
-Responder: Oxalá lerum Oxalá lerum olofilo orixalá olofilo babá Onimocum será onimocum será -Responder: Babaribô onimocum será GEGÊ Orixauene Bocum -Responder: Babaorixauene Bocum ló Taluben talaufain taluben talaufaô -Responder: Taluben talaufain taluben talaufaô AXÉ DOS PRESENTES Omimoni oaçupi oaçupi orô -Responder: Omimoni oaçupi oaçupi oro
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A importância de Bará é fundamental, uma vez que ele possui o privilégio de receber todas as oferendas sempre em primeiro plano, dos orixás a serem homenageados. Nenhuma "obrigação" ou "matança" é iniciada sem que comece por ele. Bará é o orixá que age nos "cruzeiros" abre ou fecha caminhos, é o homem da rua, quem guarda a porta e o portão de nossas casas, quem tranca, destranca e movimenta os mercados, os negócios, portanto, é o orixá das questões mais imediatas relacionadas a dinheiro, trabalho e amor. É também o Orixá, que nos confirma tudo no jogo de IFÃS (Búzios). Bará é o controlador rígido de todos os sacrifícios. Inspetor geral, segundo Idowu (1962). "Oficial de polícia imparcial", segundo Abimbola (1969-393) que diz: "a ação de BARÁ é a de punir os contraventores, particularmente aqueles que negligenciaram fazer o sacrifício prescrito". Entretanto, delega a dívida: o que foi introjetado por ele será restituído através dos ebós efetuados por todos os elementos procriados. A restituição é deslocada, transferida a um outro objeto ou a um ser com o qual o ofertante se identifica, que consiste em transferir a um outro a restituição do BARÁ, é fundamental para a compreensão dos rituais de oferendas e da dinâmica do sistema. A restituição transferida - a oferenda - é que permite a integridade de cada indivíduo; ela permite ao BARÁ acompanhante exercer sua função de princípio dinâmico, desenvolver e expandir a existência de cada indivíduo. Os Barás se dividem em dois tipos: os "de dentro de casa" e os "da rua". Os "de dentro de casa" são o Ajelú e o Adague, os "da rua" são o Lama e o Lodê. Os "de dentro de casa" são considerados mais calmos, o que permite que se "façam" ("aprontem") "filhos" deles. Já os Barás "de rua" são inquietos, de temperamento instável, sendo que não se "fazem" "filhos" para eles, pois, são considerados muito violentos. É o mais sutil e o mais astuto de todos os Orixás. Com o devido respeito , faremos a saudação a Bará Alupô O modelo psíquico de Bará é muito comum em nossa sociedade, onde proliferam pessoas com caráter ambivalente, ao mesmo tempo boas e más, porém com inclinação para a maldade, o desatino, a obscenidade, a depravação e a corrupção. Pessoas que tem a arte de inspirar confiança e dela abusar, mas que apresentam , em contrapartida, a faculdade de inteligente compreensão dos problemas dos outros e a de dar ponderados conselhos, com tanto mais zelo quanto maior a recompensa esperada. As cogitações intelectuais enganadoras e as intrigas políticas lhe convém particularmente, e são para elas, garantias de sucesso de vida. BARÁ Elegba, Lodê, Lanã, Adague, Agelú Sobrenomes de Orixás (Bará): Bará: Aguidé, Aguidê-Omi, Apanadá, Adagui, Agelú, Apanadá-Lana, Ajanadá, Acua, Alupagema, Açana, Bi, Bilana, Belomi, Berim, Beremim, Bei, Bemi, Biri, Bô, Borocum,Bará-eum-Lanã, Bi-Omi, Birim, Bomi,Biquim,Bemi-ota,erony, caminoloa, Dalê, Digui, Dê, Dei, Darê, Denim,Diki,Djeteiu,Demi, Emim, Emi, Epanadá, Elauê, Funiquê, Fumi, Fumi-layo, Agelú, Graje,Gebí, Momi, Mara-xe, Mô, Inguê, Idê,Kravi, Krajeú, 45
Kaminaloa, Lode, Locu-Lanã,Lanã, lonan, Laquê, Laran, Leba, Lobí, Lake, Lapo, Modibau, Motim, Mi, Nabuê, Naum, Nabuê-denin, Nique, Odeí, Obi, Obi-Otá, Oberí, Obe-Emi, Omulum,Remi, Sebú, Sapata ,Tiriri, Tiriri-Lanã, Talabí, Tuki, Tuebí, Uma, Xe.0 Os Ajuntós de acordo com a classe de Orixá: BARÁ (Elegbá) Com Oiá Timboá BARÁ (Lodê) Com Iansã, com Oba BARÁ (Lanã) Com Obá e às vezes com Oiá BARÁ (Adague) Com Oiá, com Oba BARÁ (Agelú) Com Oxum Epandá e às vezes com Oiá As oferendas de frente deste Orixá: BARÁ (Elegba) Milho torrado,amendoim torrado, feijão preto torrado, miamiã gordo, farinha de mandioca com azeite-dedendê, 07 bifes com azeite-de-dendê, pimenta verde e pimenta da costa, 07 cachimbos de taquara recheados com pimenta verde ao invés de fumo. BARÁ (Lodê) Milho torrado, pipoca, 07 batatas inglesas assadas, 07 opetés de batatas inglesas cozidas e amassadas sem casca. BARÁ (Lanã, Adague) Milho torrado, pipoca, 07 batatas inglesas assadas. BARÁ (Agelú) Milho torrado claro com mel, pipoca, 07 batatas inglesas assadas, milho cozido (axoxô), 07 tiras de coco (fruta). Lugar onde se leva a oferenda, onde se despacha: BARÁ (Elegba) Na figueira de mato. BARÁ (Lodê) No cruzeiro (encruzilhada) aberto, no cruzeiro de mato, no mato. 46
BARÁ (Lanã) No cruzeiro (encruzilhada) aberto, no mato. BARÁ (Adague) No cruzeiro (encruzilhada) aberto, no mato. BARÁ (Agelú) No cruzeiro (encruzilhada) aberta de praia, na beira da praia em local seco. Alguns tipos de ervas pertencentes ao Orixá Bará: BARÁ (elegba, Lodê, Lanã, Adague, Agelú) Guiné, orô, alevante, dinheiro em penca, fortuna, árnica, amendoim, (folha), couve, batata inglesa (folha), erva lanceta, cipó-mil-homens, vassoura, carqueja, erva de Nossa Senhora, canela-sassafrás. LENDA Conta a lenda que houve uma demanda entre Bará e Oxalá para que pudesse saber quem era o mais forte e respeitado. E foi aí que Oxalá para que pudesse saber quem era o mais forte e respeitado, e foi aí que Oxalá provou a sua superioridade, pois, durante o combate, Oxalá apoderou-se da cabaça de Bará (Elegbará) a qual continha o seu poder mágico transformando-o assim em seu servo. Oxalá então permitiria que Bará (Elegbará) a partir de então, recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar. O Arquétipo dos Filhos de Bará Os filhos de Bará possuem um caráter ambivalente, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros , ora são bravas, intrigantes e ficam muito contrariadas. As pessoas de Bará não têm paradeiro, gostam de viagens , de andar na rua , de passear, de jogos, e bebidas, quase sempre estão envolvidas em intrigas e confusões. Guardam rancor com facilidade e não aceitam ser vencidas. Por isso para ter-se um amigo ou filho de Bará é preciso que se tenha muito jeito e compreensão ao tratar-se com ele. Símbolos: chave, corrente de ferro ou aço, foice, moedas, etc. Instrumento: tridente Elemento: fogo Domínio: encruzilhadas Alimentos oferecidos: "come", milho torrado, batata assada, pipoca, galo (vermelho), angolista macho; Animais que lhe pertencem (não oferecidos) ratos e camundongos (LA); Vegetais que lhe pertencem: birú, fumo brabo, quebra tudo, (LA); Cor: vermelho Guia: corrente de ferro ou aço Dia da Semana: Segunda Feira 47
Número: 7 Saudação : "alupo" ou "lalupo"; Sincretismo afro católico: para os Barás "de rua": São Pedro, para os "de dentro de casa": Santo Antonio; Nomes mais conhecidos: Barás "de rua": Lanã, Lodê, e Burucú ("responde" em esquinas de cemitérios) ; para os de "dentro de casa": Ajelú ("responde na praia") e o Adague; Exus: Tiriri, Bi e Doía (AX). Lado Positivo dos Filhos de Bará: Aqueles que são regidos por Bará, apresentam uma personalidade muito marcante e um comportamento cotidiano muito diverso. Os regidos por Bará, são pessoas altamente fiéis aos seus princípios , aos amigos, às suas causas. São de extrema coragem e dedicação a tudo que se entregam . Amáveis de um modo geral, não se preocupam com o tamanho do sacrifício para atender as pessoas que ama . E amam de fato, com uma paixão quase cega , sem limites ou obstáculos. Excelentes amantes, são os mais fantasiosos e entusiastas do sexo. Se a virilidade é uma característica básica do Bará, é também daqueles regidos por este Orixá. São capazes de amar profundamente, até a mais de uma pessoa , mas atendendo a todas igualmente e com o mesmo ardor, com a mesma paixão e o mesmo afeto. Os regidos por Bará são comerciantes hábeis e espertos, capazes de fecharem os negócios mais impossíveis e desfazerem outros da mesma maneira , graças a sua capacidade em convencer as pessoas. Profissionalmente sempre chegam ao seu objetivo, pois não existe filho de Bará que não se empenhe até a raiz dos cabelos para conseguir seu intento. São fortes , capazes , românticos , felizes, participativos , francos , espertos, inquietos , saudáveis, sinceros, astutos; atentos, rápidos, despachados , praticamente invencíveis, ardorosos e sagazes. Lado Negativo Dos Filhos De Bará: Severos em tudo , são pessoas exigentes ao extremo . Os regidos por Bará são perfeccionistas . Se por um lado são amigos fiéis, por outro lado, os mais implacáveis inimigos que se tem notícia . Dominadores, eles vão chegar à última instância para ter aquilo que desejam. Os filhos de Bará são impulsionados pelo capricho, pela mais extrema vaidade e desejo de possuir . São confiáveis , porém , muito perigosos. Pessoas do tipo que dão apenas um mugido de boi para não entrarem numa briga , mas que dão boiadas para delas não saírem . Brigões por natureza , são exímios lutadores e de uma disposição fora do comum. Mentem para salvaguardar seus segredos. Fazem tudo de graça, mas intimamente sempre esperam serem bem recompensados pelo trabalho. Apesar do estilo simples, os filhos de Bará gostam de ostentar e conquistar espaços que não lhe pertencem. Não são vagos , são objetivos, mas tem sempre um grande plano, uma peripécia pronta para ser executada. Gozadores e galhofeiros, os filhos de Bará são donos das melhores idéias, mas a maioria delas com o objetivo de "aprontar" com alguém . São amáveis, mas estupidamente grosseiros quando irados. Sonsos, debochados, intrigantes, misteriosos, gozadores, enganadores, ladinos, brincalhões, severos, exigentes e de sorriso aberto. Biótipo: Homens - sempre altos, de bom porte físico e de olhar marcante. Mulheres - De belo corpo, estatura média e olhar muito marcante. Precauções: Devem sempre se afastar de brigas, tóxicos, bebidas, de maus elementos e também do mar, que exerce uma atração negativa nos filhos de Bará. Profissão: militares, diplomatas, jornalistas, vendedores, comerciantes. 48
Divindade masculina iorubana, filho mais velho de Odudua, o fundador da cidade de Ifé, considerada a capital religiosa dos iorubanos. Ogum é o Orixá da guerra, do trabalho, deus do ferro ou aço, divindade que usa a espada e forja o ferro, transformando-o em instrumento de luta, possui todas as ferramentas como seus símbolos; faca, enxada, ferradura, lança, martelo, a pá, a bigorna, etc. É o patrono da força produtiva que trabalha a natureza; é portanto o protetor dos militares, dos soldados, ferreiros, trabalhadores, agricultores e dos combatentes em geral. É o dono do Obé (faca), por isso vem logo após a Bará, irmão mais velho de Exu, ele teria muita coisa em comum com este; além de um caráter instável e arrebatador, Ogum também tem ascendência sobre caminhos. Era um terrível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, saqueou e devastou muitos outros estados e apossou-se da cidade de Ire, matou o rei, aí instalou seu próprio filho no trono e regressou glorioso, usando ele mesmo o título de Oniré. "Rei de Ire" Ogum nunca teve o direito a usar uma coroa (Adé), feita com pequenas contas de vidro e ornada por franjas de missangas, dissimulando o rosto, emblema de realeza para os iorubas. Foi autorizado a usar apenas um simples diadema, chamado àkóró, e isso lhe ser saudado, até hoje, sob os nomes de Õgun Oniré e Ògún Aláàkóró, inclusive no novo mundo, tanto no Brasil como em Cuba, pelos descendentes dos iorubas trazidos para esses lugares. Ogum teria sido o mais energético dos filhos de odúduá e foi ele que se tornou o regente do reino de Ifé quando Odùduà ficou temporariamente cego (informação pessoal do Oóni (rei) de Ifé em 1949). Ogum decidiu depois de inúmeros anos ausente de Ire, voltar para visitar seu filho . Infelizmente, as pessoas da cidade celebravam, no dia de sua chegada, uma cerimônia em que os participantes não podiam falar sob nenhum pretexto. Ogum tinha fome e sede; viu vários potes de vinho de vinho de palma, mas ignorava que estivessem vazios. Ninguém o havia respondido às suas perguntas. Ele não era reconhecido no local por ter ficado ausente muito tempo. Ogum, cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de espada os potes, logo depois sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, ofereceu -lhe as suas comidas prediletas, como cães, caramujos, feijão regado com óleo-de-dendê e potes de vinho de palma. Enquanto saciava a sua fome e sede, os habitantes de Ire cantavam louvores onde não faltava a menção a Ógunjajá, que vem da frase Ogum je aja (Ogum come cachorro), o que lhe valeu o nome de Ogunjá. Satisfeito e acalmado, Ogum lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu saber em direção ao chão e desapareceu para a terra adentro com uma barulheira assustadora. Antes de desaparecer ele pronunciou algumas palavras. A essas palavras, ditas durante uma batalha, Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois se não encontrar inimigos diante de si, é sobre o imprudente que Ogum se lança. Como Orixá, Ogum é o único, mas em Ire, diz-se que ele é composto de sete partes. Ogum Mejeje Lóode ire, frase que faz alusão as sete aldeias, hoje desaparecidas, que existiram em volta de Ire. O número 7 é, pois associado a Ogum e ele é representado, nos lugares que lhe são consagrados, por instrumentos de ferro, em números de sete, 49
catorze ou vinte e um, pendurados numa haste horizontal, também de ferro: lança, espada, enxada, tanques, facão, ponta de fecha e enxó, símbolos de suas atividades. OGUM Avagã, Onira, Olobedé, Adiolá
Sobrenome de Orixás (OGUM): Anirê, Adiokô, Adio-laia, Avagã, Adiolá, Adeiba, Abedé, Bomaté, Birí, Beí, Bola, Bomi, Cassadjó, Darê, Dê, Dei, Doveí, Elunã, Elefa, Irajé, Jaré, Lobe-dé, Lecí, Megê, Male, Miremí, Nira, Naruê, Onira, Omí, Onira-adilá, Onira-olobedê, Omim-maré, Olobedê, Peremí, Riolú, Roneí. Os ajuntós de acordo com a classe de Orixá:
Ogum (Avagã) Com Oiá Timboá, com Oiá Dirá
Ogum (Onira) Com Oiá
Ogum (Olobedé) Com Iansã
Ogum (Adiolá) Com Oxum Epandá, com Yemanjá Bocí
As oferendas de frente deste Orixá: Ogum (Avagã) Churrasco de costela de gado frito no azeite-de-dendê, miamiã gordo (farinha de mandioca e azeite-de-dendê), 07 pedaços de laranja azeda (de fazer doce). Ogum (Onira, Olobedé, Adiolá): Churrasco de costela de gado frito no azeite-de-dendê, miamiã gordo (farinha de mandioca e azeite-de-dendê). O lugar onde se leva a oferenda, onde se despacha: 50
Ogum (Avagã) No mato, no cruzeiro (encruzilhada) aberto, no cruzeiro de mato. Ogum (Onira) No mato próximo a uma árvore. Ogum( Olobedé) Próximo a uma árvore, ou, próximo a uma árvore com pedras ou cachoeira. Ogum (Adiolá) No mato próximo a uma praia, numa árvore à beira da praia, no mato próximo a uma cachoeira. Alguns tipos de ervas pertencentes a este Orixá: Ogum (Avagã, Onira, Olobedé, Adiolá) Guiné, orô, alevante, dinheiro em penca, fortuna, cevada, caruru, pata-de-vaca, alfafa, espada de São Jorge, lança de São Jorge, rosa de São Jorge, aipo, escadinha do ceú, (rabo de galo), açoita-cavalo, aroeira, beldroega, quebra tudo, douradinha-do-campo, quinado-mato, barbatimão.
LENDA Oyá vivia com Ogum antes de ser mulher de Xangô. Ela ajudava Ogum no seu trabalho, carregava seus instrumentos, manejava o fole para ativar o fogo da forja. Um dia Ogum deu a Oyá uma vara de ferro igual a que lhe pertencia, que tinha o poder de dividir os homens em sete partes e as mulheres em nove partes, caso estas as tocassem em uma briga. Xangô gostava de sentar-se perto da forja , para apreciar Ogum bater o ferro, e sempre lançava olhares a Oyá; ela por sua, também lançava olhares a Xangô. Xangô era muito elegante, seus cabelos eram trançados, usava brincos, colares e pulseira. Sua imponência e seu poder impressionaram Oyá. Um dia Oyá e Xangô fugiram e Ogum lançou-se em perseguição deles. Encontrando os fugitivos, brandiu sua vara mágica, Oyá fez o mesmo e eles se tocaram ao mesmo tempo. E assim que Ogum foi dividido em sete partes e Oyá em nove partes, recebeu ele o nome de Ogum Mejé e ela o de Iansã, cuja origem vem de Iyámésàn, a mãe transformada em nove. O ARQUÉTIPO DE OGUM Os filhos de Ogum possuem um temperamento um tanto violento. São impulsivos, briguentos e custam a perduar as ofensas dos outros. Não são muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com demandas; divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem seguidos relacionamentos sexuais, mas não se fixam muito a uma só pessoa. Símbolos: faca, espada, lança, ferramentas em ferro de toda espécie confeccionadas pelos ferreiros; 51
Instrumento: espada de ferro Elemento: metais Domínio: todas as ligações que se estabelecem em diferentes lugares; a estrada de ferro. Alimentos oferecidos: "come" churrasco com farofa, coco e coquinho, bebe (preto e branco, vermelho ou branco; nunca todo preto), galo (vermelho, prateado só para o Adiolá) e angolista macho. Animais que lhe pertencem: (não oferecidos) cavalo, cobra, ga Vegetais que lhe pertencem: birú, fumo brabo, quebra tudo. Cor: vermelho; Guia: vermelho e verde Dia da semana: quinta-feira Número: 7 e seus múltiplos; 14,21, etc. Saudação: "ogúnhê"; Sincretismo afro-católico: corresponde a São Jorge, seu dia é comemorado em 23 de abril. Nomes mais conhecidos: Oníra (o mais novo), Eléfa e Adiolá (da praia), Mejê, Dei, Jubiteí e Avagã (o mais velho). Lado positivo dos filhos de Ogum: corajosos, acima de tudo, honestos, objetivos, do tipo monarca, de muita sorte, senso de justiça, nobre, valente. Esforçam-se para serem perfeitos em tudo que fazem. São hábeis e inteligentes, normalmente são de fácil compreensão. Capazes de dar tudo de si quando amam, pois são amantes constantes e dedicados. Lado negativo dos filhos de Ogum: Perigosos quando irados. São extremamente sanguinários e impiedosos. Atacam por todos os lados e exterminam o inimigo. Não são falsos, mas semeiam a discórdia, a intriga; saem de perto e quando voltam, o fazem para exterminar e reinar. São egoístas e nervosos, querem tudo rápido e bem feito. Exigentes, são capazes de destruir algo que lhes incomoda e não tem pena de ninguém. Nem de si próprios. Biótipo Homens: geralmente esguios, atléticos e espadaúdos Mulheres: do tipo forte, de tamanho variável Precauções: Os filhos de Ogum devem ficar longe de bebidas, conflitos e intrigas. Tomar cuidado com acidentes, que são muito propensos. Profissão: militar, diplomatas, advogados, administradores.
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Iansã ou Oya é o Orixá de um rio conhecido como Níger , cujo nome original em ioruba, é oya (versão pouco difundida no Brasil). É a primeira entidade feminina a surgir nas cerimônias . Deusa dos raios , relâmpagos, ventos e tempestades, Iansã sempre impressiona pelo seu temperamento ardente sensual , impetuoso e justiceiro, características de seu comportamento. É muito conhecida no Brasil , onde existem eleguns (eleitos preferidos do Orixá) seus. Foi a primeira esposa de Xangô, atraída por seu tipo elegante e fino, abandonou o rústico Ogun , com o qual era casada. E o único Orixá que não teme os mortos ou eguns, dominando-os com o iruexim (instrumento feito com rabo de cavalo). É a senhora absoluta do culto ao egungum (ancestral divinizado, mortos de família). Divide com Xangô o poder da justiça e sua permanência no cotidiano , enfrentando , inclusive , guerras para o domínio da tribo, . É o Orixá que não teme nada. Quando se manifesta em um de seus iniciados , ela está adornada de uma coroa , cujas franjas escondem seu rosto. Traz consigo uma espada , o iruexim e chifres de búfalo enfeitando as roupas ; há uma alusão sobre a qual Iansã teria o poder de se transformar em animal , proeza descoberta por Ogum. Durante a cerimônia , ela invoca as tempestades e os ventos através de seus movimentos de dança , abrindo os braços estendidos para frente com gestos rápidos Iansã Oiá, Timboá, Dirã Sobrenomes de Orixás (Iansã): Akí , Abedé, Bola, Bomí, Bomí-micê, Bará-tená, cará, Doaé, Dilaim, Difí, Doaé, Dilaim, Difí, Dirá, Demí, Diolá, Diuá, Beiji, Ditolá, Diodá, Dilajá, Dei, Daní, Dê, Dele, Emí, Fumí, Funiquê, Iomi, Iansã, Kitala, Laja,, Late, Ladê, Miguê, Miuá, Mitolá, Miodá, Mi, Miemi, Mire, Miremi, Niqué, Nina, Odá, Oiá, Sessu, Tola, Timboá, Taladê, Tofan. Os Ajuntós de acordo com a classe de Orixá: Iansã (Oiá Timboá) Com Bará Elegba Iansã (Oiá Dirá) Com Ogum Avagã Iansã (Oiá) 53
Com Bará Adague (às vezes com Bará Lanã e com Bará Agelú), com Ogum Onira, com Xangô Agandjú, com Xapanã Jubeteí Oferendas de frente dos Orixás (Iansã) (oiá Timboá, Oiá Dirá): Pipoca, 07 rodelas de batata doce fritas no azeite comum, 01 batata doce amassada, ou ainda , feijão miúdo cozido e refogado com azeite comum e tempero verde, 07 rodelas de batata doce fritas no azeite comum pipocas. O lugar onde se leva a oferenda, onde se despacha: Iansã (Oiá Timboá) Em uma figueira de mato Iansã (Oiá Dirã) Em uma figueira de mato, próxima a uma cachoeira. Iansã(Oiá) No mato próximo a uma árvore, em uma árvore próxima da beira da praia, na beira da praia. Iansã No mato próximo a uma árvore, em uma árvore próxima da beira da praia, na beira da praia. Alguns tipos de ervas pertencentes aos Orixás: Iansã(Oiá), (Oiá Timboá, Oiá Dirá): Guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, avenca, espada de Santa bárbara, espada de Santa Catarina. Erva de loiá, abóbora (folha), alecrim, alfazema, amor perfeito, batata doce (folha), romã, (folha), bananeira, (folha), Mangerona, marapuama, ipê. LENDA Oyá antes de tornar-se esposa de Xangô, vivia com Ogum , mas encantada com a beleza e elegância do rei do trovão resolve fugir com ele e Ogum fica enfurecido e resolve seguir e enfrentar o seu rival. Xangô procura Olodumaré e confessa que havia ofendido Ogum, Olodumaré interveio junto a Ogum e pediu que ele perdoasse a ofensa dizendo você é mais velho do que xangô deve reservar, a sua dignidade junto aos demais Orixás , portanto, não deve se aborrecer nem brigar, deve renunciar a Oyá sem rancores. Mas Ogum não aceitou o pedido de Olodumaré e passou a perseguir os fugitivos chegando a trocar golpes com oyá que foi dividida em nove partes. Por isso o número está ligado a Oyá (Iansã), Iyá Omo Mésán, o que significa nove partes origem de seu nome.orixá dos ventos , dos raios e tempestade, também guerreira, possui uma espada ou sabre como símbolo,é irrequieta, autoritária, mas sensual, de temperamento muito forte, dominador e impetuoso. Come cabra , angolista, galinhas, acarajé, batata doce e pipoca. Para nós é dona dos movimentos (movimenta todos os Orixás), do teto da casa, do ilê.Suas cores são vermelho e branco, marrom terracota ou ainda , rosa. Seu número é cinco, sete, oito ou ainda nove. Seu dia é terça -feira.Sua saudação é Epaêio ou Eparreio. 54
Suas ferramentas são: raio, espada, taça, pulseira, brincos de argolas, par de alianças, búzios, moedas. O Arquétipo de Iansã: As pessoas filhas de Iansã são audaciosas, intrigantes, autoritárias, vaidosas, pessoas sensuais, volúveis, com tendência a ter diversos relacionamentos sexuais, inclusive aventuras extraconjugais. São extremamente ciumentas. Mas dedicadas a uma pessoa são companheiras Símbolos: espada, taça , pulseiras, brincos, etc; Instrumento:iruexim (cabo de ferro ou cobre com um rabo de cavalo) Elemento: ar (vento) Domínio: ventos e tempestades Alimentos oferecidos: "come", acarajé, batata doce, pipoca, frutas (maçã, manga, ameixa), cabra, angolista fêmea, galinha (vermelho) Animais que lhe pertencem: (não oferecidos) batatas e lagartixas Vegetais que lhe pertencem: "morada" a pitangueira, Figueira para Timbuá, oferece-lhe: rosas e adálias Vermelhas; para uso medicinal: eucalipto, pitangueira, espada de santa Bárbara, hortelã pimenta, malva, beterraba, raiz de salva, pata de vaca, arruda fêmea, algodoeiro, marcela (como é popularmente conhecida a marcela) Cor: vermelho e branco (acompanha o Xangô as suas cores); Guia: vermelha, para o falecido Ayrton do Xangô seria marrom, Dia da semana: Terça feira, Número: 7 Saudação: "epaêio" Sincretismo afro-católico: corresponde à Santa Bárbara sendo comemorado seu dia em 4 de dezembro, Nomes mais conhecidos: Dirã, Tola, Timbuá, ( "responde na lomba"), Bomí, Queirê e Olomí Lado Positivo: As mais prestativas e trabalhadeiras. Inteiramente dedicadas àquilo que gostam , pois elas são extremistas: gostam com toda a força do coração. São pouco vaidosas, mas têm sempre uma aparência nobre e cativante.São bem dotadas , falam sempre muito alto, com todos, pois têm uma incrível facilidade de se comunicar. Não são felizes no amor, apesar de ter em suas vidas muitos amores. São amantes esporádicas e têm sempre muitos filhos (quando mulheres) e deixam outros em vários lugares (quando homens) . As pessoas regidas por igbalé são sensíveis e reservadas, mas ao mesmo tempo são falantes e amigas. Perseverantes, otimistas, despachadas e carinhosas.
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Lado negativo: Pelo fundamento que Oyá- Igbalé tem com Omulu, acabou por legar à personalidade dos filhos desta qualidade de Iansã, um dom para o feitiço. São vingativas, chantagistas, mentirosas que gostam de intrigas. Se estiverem com raiva (e ficam com raiva facilmente) , são capazes de "beber" o sangue do inimigo. Ruminam o nome do inimigo , desejando-o todo o mal possível. Os regidos por Oyá- igbalé são pessoas perigosas, que não perdoam e se aborrecem por qualquer coisa.
Precauções: Tomar cuidado com eletricidade, mar, acidentes domésticos. Cor- vermelho, coral, marrom, amarelo, violeta. Metal- Bronze Pedra preciosa- Rubi Profissão: arquitetura, engenharia, jornalismo, política.
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Deus do raio, do trovão, da justiça, das rochas e do fogo.É um orixá temido e respeitado, é viril e violento, porém justiceiro. Costuma-se dizer que Xangô castiga os mentirosos, os ladrões e malfeitores. Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô. Recebe preferencialmente sua "oferenda" em local onde haja rochas ou pedreiras. Porém, Xangô como o de Bêdji, "respondem" também em parques e praças infantis por sua identificação com as crianças. Xangô reinava soberano sobre a cidade de Oyó, transferindose para Kossô, onde não foi aceito por seu caráter violento e autoritário. Decidiu retornar para Oyó, onde reinava Dada, seu irmão mais velho, que foi destronado e permaneceu exilado em Igbono durante sete anos. O símbolo de Xangô é o oxé, um machado de duas lâminas que seus filhos, quando estão em transe, tem na mão. O orixá é viril, atrevido, violento e extremamente justiceiro. Tem Iemanjá como mãe e três divindades como esposas; Iansã, Oxum e Oba. Iansã era a esposa de Ogum e foi seduzida por Xangô. Oxum vivia com Oxossi e também foi seduzida pelo orixá, que usava argolas de ouro nas orelhas, uma longa trança e uma roupa repleta de búzios os quais eram, na época, a moeda corrente. Obá, apesar de ser uma deusa mais velha, também foi esposa de Xangô. As cerimônias para Xangô, na África, duram 5, 9 ou 17 dias. O elegum do orixá, em transe, vai ao mercado para ser admirado e também aos lugares que, quando vivo, visitou e sobre os quais reinou. Só evita visitar o palácio onde, segundo certas lendas, se enforcou em uma árvore de obi- por isso sua aversão à morte e aos eguns (mortos). Sua importância no Brasil é também que chegou a originar cultos específicos em Pernambuco e em outros estados do nordeste. Tem o poder de determinar o que é certo e errado, além de uma disposição inabalavelmente imparcial, visando, acima de tudo à verdade. XANGÔ Aganjú Ibeje, Agandjú, Agodô Alguns sobrenomes de (Xangô): Aloxé, Abaluá, Agandjú, Agodô, Amalací, Abaduamí, Awá, Acua, Aluá, Bola, Bomi, Boboxé, Bibolá, Baim, Babáalafim Bamboxé, Babá-orofina, Baruá, Baruálofina, Dei, Demí, Doluá, Dele, Dopan, Doluar, Dolu''a-midi-omí, Dada, Doum, Emí, Edumbadeí, Fuké, Fumilayó, Herí, Idê, Ibeje, Iwã, Irã, Iomi, Klaobé, Kamucã, Lua, Lelé, Lofina, Lelá, Muque, Mací, Midiomí, Midi-omí-oduluá, Mukê, Oko-axé, Oloxé, Odeí, Odumbá-deí, Oloqué, Olokufé, Odemã, Omí, Odulá, Oi, Oduluá-midi-omi, Sabalujá, Toquí, Tukí, Toió-elê, Taió, Taió-lelá, Tokí, Toelê, Toió, Tokiuí, Toquím, Tuquí, Tuquê, Uma, Zanzadureí. Os ajuntós de acordo com a classe de Orixá: Xangô (Agandjú Ibeje) Com Oxum Epandá Ibeje 57
Xangô (Agandjú) Com Oiá, com Oba, com Oxum Epandá, com Yemanjá Bocí Xangô (Agodô) Com Iansã, com Oxum Olobá
As oferendas de frente deste Orixá (Xangô) Xangô (Agandjú Ibeje) (Amalá) - Pirão (fariha de madioca com água fervendo), com um pouco de farinha de milho grossa junto, carne de peito com osso frito no azeite comum, mostarda cozida só no bafo da panela da carne, depois que a mesma estiver frita, 06 bananas da terra ou catarina, 01 maçã vermelha partida em 04 partes. Xangô (Agandjú, Agodô) (Amalá) - Pirão (farinha de mandioca com água fervendo), carne de peito com osso frita no azeite comum, mostarda cozida só no bafo da carne, depois que a mesma estiver frita, 06 bananas da terra ou Catarina, 01 maçã vermelha partida em 04 partes.
O lugar onde se leva a oferenda, onde se despacha: Xangô (Ajandjú Ibeje) Numa pedreira de praia ou numa pracinha de criança (próximo dos balanços). Xangô (Agandjú) Numa pedreira de beira de praia. Xangô (Agodô) Numa pedreira de mato ou numa pedreira de cachoeira. Alguns tipos de ervas pertencentes a este Orixá: Xangô (Agandjú Ibeje, Agandjú, Agodô) Guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortua, trevo, agrião, fios de pedra, quebra-pedra, erva de xangô, caruru, quebra tudo, quiabo (folha), bananeira (folha), mangerona, marapuama, ipê. LENDA Xangô foi o terceiro Aláâfin de Oyó, Rei de Oyó, filho de Oranian e Torosi, a filha de Elenpê, rei dos Tapas; Xangô foi criado no país de sua mãe indo mais tarde para Kóso (Kossô). O povo de Kossô não o aceitava porque Xangô tinha um caráter muito violento, dominador e impetuoso, mas conseguiu se impor através da força. Em seguida Xangô foi para Oyó junto com seu povo e aí criou um bairro que recebeu o nome Kossô, conservando assim o título de Oba Kossô. Dada-Ajaká, filho mais velho de Oranian e irmão de sangue de Xangô, reinava em Oyó, e por ser muito calmo e pacífico não tinha a energia que se 58
precisava na época para ser um chefe ou Rei. Xangô o destronou e Dada-Ajaká exilou-se durante sete anos em Igboh. Mais tarde, quando Xangô deixou Oyó, Dada-Ajaká voltou a reinar, só que desta vez diferente, mosntrando-se guerreiro e muito valente, indo também contra a família materna de Xangô atacando os Tapas. Xangô teve três esposas, Oyá, Oxum e Oba. Seus nomes derivam dos rios dos mesmos nomes. Xangô era muito atrevido,porém grande justiceiro, sempre castigando os ladrões e malfeitores. Por este motivo diz-se que quem teve morte por raio, ou sua casa, ou negócio queimado pelo fogo, foi vítima da ira ou cólera de Xangô. O Arquétipo de Xangô: Os filhos de Xangô são extremamente enérgicos, autoritários, gostam de exercer influência nas pessoas e dominar a todos, são líderes por natureza, justos honestos e equilibrados, porém quando contrariados, ficam possuídos de ira violenta e incontrolável. Os filhos de Xangô são tidos como grandes conquistadores, são fortemente atraídos pelo sexo oposto e a conquista sexual assume papel importante em sua vida. Símbolo: "Oxé" (machado de duas lâminas), pilão e a balança (para o Aganjú) e o livro e a pena (para o Agodô). Elemento: terra (pedras) Domínio: rochas que os raios quebram, fogo. Alimento oferecido: "como" amalá, frutas, (morango, carambola, mamão), carneira, angolista macho, pombo, etc. Animais que lhe pertencem: (não oferecidos) gatos. Vegetais que lhe pertencem: para o uso medicinal: losna, catinga de mulata, marcela (maxela, fora do estado), hortelã, mostarda e guaco Cor: vermelho e branco Guia: vermelha e branca Dia da semana: terça-feira Número: 6 e seus múltiplos Saudação: "Kaô Kabiecíle" Sincretismo afro-católico: o Aganjú corresponde a São Miguel, sendo comemorado em 29 de setembro. O Agodô é associado a São Jerônimo, tendo por data 30 de setembro e o Ibejê é associado a Cosme e Damião ou ainda a São João , quando menino, sendo homenageado no dia 27 de setembro. Nomes mais conhecidos: Kamuká (pertence mais ao "lado" de Cabinda). Lado Positivo: Personalidade forte, fala segura, dons especiais, chamam a atenção de todos. São dotados de um grande poder de liderança e inteligência muito marcante. Falantes, de gargalhada farta, são também exímios profissionais. Talhados para liderarem, sempre. São carinhosos e líderes dentro do Culto. Amantes fervorosos e insaciáveis, não perdem uma oportunidade , seja ela qual for. Lado Negativo: 59
Egocêntricos, egoístas, dramáticos. Também tem o prazer de trair. Não respeitam nada e ninguém, pois se acham dono da verdade e senhores do mundo. São extremamente possessivos e pasmem, altamente inseguros. Mentem criam situações e tem fascínio pelo "proibido". São sempre cruéis e pouco confiáveis. Gastam muito, explodem com facilidade, porém tudo isso é para esconder uma enorme insegurança. Precauções: Tomar cuidado com eletricidade, mar, montanhas. Profissão: Advocacia, jornalismo, política, engenharia.
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São Deuses da caça, casal Odé o homem e Otim a mulher. Ode é representado com arco e flecha nas mãos, enquanto a Otim aparece com um cântaro na cabeça demonstrando sua dedicação aos afazeres domésticos, portanto protetores dos caçadores. Na "nação" são cultuados juntos, o que muda são os animais oferecidos a cada um. Para Ode são machos e Otim fêmeas. Embora no Rio Grande do Sul se cultue Otim como feminina, ela participa em conjunto em toda obrigação de Ode. Alguns sobrenomes destes Orixás: Odé Ale, Abelujam, Abaim, Ale, Burú, Belujam, Bilade, Bomi, Cadinã, Cardinam, Dirê, Dei, Dê, Elefaburú, Emí, Indé, Jipié, Lábia, Late, Ludiu, Male, Miremí, Mire, Mi, Omiburú, Oberemí, Omitundê, Omialé, Omí, Omimalé, Omimarú, Ride, Tindê. Otim Ale, Abelujam, Abaim, Ale, Burú, Belujam, Bilade, Bomi, Cadinã, Cardinam, Dirê, Dei, Dê, Elefaburú, Emí, Indé, Jipié, Lábia, Late, Ludiu, Male, Miremí, Mire, Mi, Omiburú, Oberemí, Omitundê, Omialé, Omí, Omimalé, Omimarú, Ride, Tindê.
Os Ajuntós de acordo com a classe de Orixá: Odé Com Otim, com Yemajá Bocí Otim Com Odé As oferendas de gente destes Orixás Odé Costela de porco frita no azeite comum, miamiã doce (farinha de mandioca e mel) Otim Costela de porco frita no azeite comum, miamiã doce, 08 gomos de batata inglesa fritas no azeite comum, inhame cozido. O lugar onde se leva a oferenda, onde se despacha: 61
Odé Num coqueiro de mato ou num coqueiro de praia. Otim Num coqueiro de mato ou num coqueiro de praia. Alguns tipos de ervas pertencentes a estes Orixás Odé Guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, catinga de mulata, erva-de-bugre, aipim (folha), coqueiro (folha), bananeira-do-mato (folha), butiazeiro (folha), rapazinho, vassoura vermelha, cambará, caraguatá. Otim Guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, lírio, coqueiro (folha) catinga de mulata, erva-de-bugre, aipim (folha), baaneira-do-mato (folha), butiazeiro (folha), rapazinho, vassoura vermelha, mangericão, cambará, caraguatá.
LENDA Durante a festa dos novos Inhames, um ritual feito no início da colheita, a qual sem ela ninguém podia comer desses Inhames, Olofin Odúduá estava sentado com suas mulheres e em companhia de seus ministros, os escravos lhe banhavam e lhe espantavam as moscas, os tambores batiam entoando louvores para saúda-lo. De repente um pássaro gigante pousou sobre o palácio. Esse pássaro gigante é malvado e foi enviado pelas feiticeiras, as Iyámi Osòrónga (Iami Oxorongá) chamadas também de Eléye, os proprietários dos pássaros que os utilizavam para fazer feitiçarias. Muita confusão e desespero tomam conta da multidão e foi aí que resolveram trazer o Oxotogum, o caçador das vinte flechas, de Ido Oxotogá, o caçador das quarenta flechas, de Maré Oxotodotá, o caçador das cinqüenta flechas, de Ilorê e finalmente Oxotokanxoxô, o caçador de uma só flecha, e de Irenã. Os três primeiros que se diziam seguros de si, apesar de suas habilidades, fracassaram em suas tentativas de matar o pássaro. Chegou a vez de Oxotokanxoxô, que era filho único. Suamãe consultou um Babalaô que disse: seu filho está a um passo da morte ou da riqueza. Ela foi então colocar na estrada uma galinha que havia sacrificado, abrindo o peito como deve ser feito para oferendas as feiticeiras, e dizendo três vezes: "que o peito do pássaro receba essa oferenda". A oferenda foi entregue no momento que seu filho lançava sua única flecha. E foi a flecha de Oxotokanxoxô que atingiu o pássaro gigante, profundamente, fazendo-o cair pesadamente e morrer. Todos começaram a dançar e cantar Oxó, oxowussi que, com o tempo, transformou-se em òsóosi (Oxossi) (Odé). O arquétipo de Odé e Otim: Os filhos de Odé e Otim são reservados para si próprios e gostam de solidão. São quietos, fechados e considerados de difícil convivência, são responsáveis e quando assumem responsabilidade procuram sempre cumprir. São dedicados a casa e a família. Odé e Otim são um casal de caçadores: Odé o homem e Otim a mulher. Odé é representado com arco e flecha nas mãos , enquanto Otim aparece com um cântaro na cabeça demonstrando sua dedicação com os afazeres domésticos. Símbolos: Odé , o arco e flecha, Otim , o cântaro.
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Alimentos oferecidos: frutas para ambos (banana do mato e todas as demais frutas). Para Odé: porco ou leitão, angolista macho, galo (com pintas brancas e pretas) e pombo (também pintado) para Otim os mesmos animais , porém , fêmeas. Vegetais que lhe pertencem: O mato; para uso medicinal: o agrião e todas as demais provenientes das árvores. Cor: azul marinho e branco; Guia: Azul marinho e branca Dia da Semana: segunda - Feira, também responde na sexta-feira por ter uma passagem com Iemanjá( Odé é filho dela) (LA) Número: 7 Saudação: "oque" ou "oquebâmo". Sincretismo afro-católico: Odé corresponde a São Sebastião, tendo o dia 20 de Janeiro como aniversário: Otim é associada à Santa Efigênia. Nomes mais conhecidos: Odé : Olobomi, Bomiorô, Fabiorô, Baluaiê, aridã e bomi orixá; Otim Ademí, Adesún (respondem em mato e praia) e Otim Orobomi (respondem só na praia).
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Orixá dono das folhas, segundo o próprio "povo de nação". A ele pertence o conhecimento das plantas e ervas utilizadas no "sentamento" dos Orixás através do "mieró" - um cavalo de sete folhas maceradas na qual é lavada a cabeça dos iniciados. Também é muito requisitado para a solução de problemas de doença, para os quais sempre "responde" no jogo de búzios . Sua figura é associada a São José, sendo considerado um Orixá bondoso e calmo. Sua aparência é de um homem aleijado, de uma perna só, que se locomove com a ajuda de uma muleta. Ossanhã é um habitante das matas, porém, como há dificuldade no culto de se encontrar áreas de mato dentro da cidade para depositar suas "oferendas" , recorre-se às figueiras , árvores ativas que lhe pertencem e são sua morada. Senhor do conhecimento místico e curativo das ervas, o grande médico. Os outros Orixás invejavam a Ossanhã, pois apenas ele tinha o poder das ervas. É fundamental sua importância, porque detêm o reino e o poder das plantas e folhas, imprescindíveis nos rituais e obrigações de cabeça e assentamento de todos os Orixás do mieró. Também a ele pertencem os ossos, nervos e músculos. As pessoas com defeitos físicos nas pernas sempre estão ligadas de alguma maneira a esse Orixá, pois ele se apresenta sem uma das pernas, assim como em transe dança com uma das pernas encolhidas, como se não a possuísse, muito de seus filhos conhecidos de todos nós, que não possuem uma das pernas quando da manifestação de Ossanha, dançam toda uma noite em uma perna só. Sobrenomes de Orixás Ossanha: Ágüe, Ajubé, Ambí, Bi, Beremim, Beremim-osé, Benedí, Badueí, Beremí, Dequé, Dompé, Difí, Fumaguê, Gué, Guetemá, Lajupé, migué, Miuá, male, Niqué, Obiotá, Ossanibim, Oguniqué, Rá, Seká, serebuá, Tola, Tunexe. Os Ajuntós de ossanha: Com Oxum Ademun. As oferendas de frente deste Orixá: Um opeté de batata inglesa cozida sem casca e amassada, miamia gordo (farinha de mandioca com azeite de dendê) , folhas de alface que servirão de forro, 07 rodelas de ovo cozido, 07 pedaços de lingüiça de porco. Pode-se colocar também, um cágado feito de batata inglesa cozida sem casca e amassada. O lugar onde se leva a oferenda , onde se despacha: 64
Num coqueiro de mato ou no coqueiro de praia ou na figueira. Alguns tipos de ervas pertencentes a este Orixá: Ossanhã: Guiné, alevante, dinheiro em penca, fortuna, onda- do mar(verde) , abacateiro, (folha) , abricó (folha) , agrião, alcachofra, alface, chicória, batata inglesa (folha) , gervão, aperta- ruão, cana- do brejo, caxeta LENDA Olodumaré deu a Ossanha (Ossain) todo o poder das folhas , o qual ele guardava em uma cabaça pendurada em um galho de árvore. Um dia Xangô se queixou a sua mulher Oyá- Iansã, deusa dos ventos, que só Ossanhã conhecia o segredo de cada uma das folhas e que os demais Orixás estavam no mundo sem possuir nenhuma planta. Oyá levantou sua saia e agitou-a, um vento violento começou a soprar e derrubou a cabaça de Ossanha no chão quebrando- a . Ossanhã, ao perceber o que aconteceu gritou: - Ewéo! (oh! As folhas! As folhas!) Eu Eu o , mas não pode impedir que os demais Orixás pegassem as folhas e as dividissem entre eles. É sincreticamente ligado ao Saci- Pererê. Come cágado, bode, galos, pombos, frutas , apeté de batata inglesa . Seu dia é segunda- feira no Rio Grande do Sul. Suas cores são verde e amarelo de acordo com as nações. Seu número é sete. Sua saudação é Eu eu. Suas ferramentas são : muleta, coqueiro, cágado, bisturi. Arquétipo de Ossanhã: Os filhos de Ossanhã, são de um modo geral, pessoas equilibradas, controladas tanto em suas emoções como em seus sentimentos. Agem, de maneira racional, não deixando que a amizade ou a inimizade ou opiniões próprias suas interfiram em suas decisões para com os outros, e sim do que de fato é direito ser. Possuem grande capacidade e eficiência. Símbolos: muleta, folha, serrote, martelo e plaina; Alimento oferecido: "opeté" (batata inglesa esmagada à qual se dá a forma desejada) , lingüiça com farinha de mandioca , doce de figo , frutas, abacate, figo, pêra, laranja, cágado, bode preto e branco, cinza amarelo, galo carijó, e arrepiado, pombo. Animais que lhe pertencem: Formigas Vegetais que lhe pertencem: todas as ervas, porém em Especial: louro, folha da figueira, oro, mamoeiro, dólar, abacateiro, folha de pereira e de laranja Cores: verde e amarelo Dia da Semana: Segunda Feira Número: 7 Saudação: "Eu eu" Sincretismo afro- católico: é um Orixá geralmente sincretisado com São José, tendo por aniversário 19 de março 65
Nomes mais conhecidos: Bi, Bomí, Obenedi, Tabaquaruçu e Dei. Lado Positivo: Reservados, estudiosos, sinceros, obedientes, os regidos por Ossanha, são pessoas introspectivas e ao mesmo tempo alegres. Cientistas de mão cheia e capazes de desvendar mistério. Corajosos, são pessoas que se entregam à pesquisa, à arte de curar. Como amantes são de veneta. Às vezes são impossíveis, insaciáveis; às vezes entregam-se por longo tempo à abstinência sexual. São profissionais altamente competentes e responsáveis com o seu trabalho, seja ele qual for. Não suportam brigar, mas quando irados , são péssimos adversários. Os filhos de Ossanhã, são dados ao estudo humano. Sua tendência é sempre conhecer muito bem aqueles que o cercam, pois são grandes observadores e nada , absolutamente nada , lhes escapa aos olhos, Donos de um grande poder de persuasão, os filhos deste Orixá são sensitivos, têm premonições e não confiam em nada e em ninguém, forma pela qual encontram para salvaguardar seus inúmeros segredos, pois aqueles regidos por Ossanha são extremamente misteriosos. Lado negativo: São feiticeiros, verdadeiros bruxos. Dados à criação de poções mágicas fazer sumir, fazer aparecer; pós mágicos para fazer toda espécie de coisas. Os regidos por ossanha, são extremistas, capazes de acabar com a própria vida, por amor . São traiçoeiros, enganadores, articuladores, misteriosos e capazes de qualquer maldade para ter aquilo que querem. São vingativos e às vezes covardes, pois trazem o inimigo para o seu "Habitat, para depois então, destruí-lo. Deve-se lidar com os filhos de Ossanha com muito cuidado, pois eles secam as pessoas com a maior facilidade. Sua força está concentrada no olhar. Precauções: Tomar sempre muito cuidado com o mar, com lugares altos, com eletricidade e com multidões. Há sempre o perigo com doenças mentais. Profissão: Medicina veterinária, medicina, farmácia, astronomia, física, química, geologia, biologia.
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É uma divindade feminina que habita um rio de mesmo nome. É ligada à água como Oxum, mas enquanto esta é dona de um rio calmo e tranqüilo, Oba está miticamente ligada às águas revoltas, terceira mulher de Xangô, temida, forte, energética, considerada mais forte que muitos orixás masculinos. Sua feminilidade se expressa na cor rosa para seus "axós" (roupas) e sua "guia". Trabalha no cruzeiro (encruzilhada) junto com Bará.É o orixá que domina a paixão, talvez de modo doentio ou obsessivo. A característica mais marcante de Oba é a masculinidade, a dificuldade de ser gentil. Ela é decidida e objetiva em suas atitudes. Nas cerimônias, Oba apresenta uma dança marcial mais parecida com a do orixá Ogum, empunhando uma espada de cobre enquanto leva na outra mão um escudo, com o qual esconde o lado de seu rosto que não apresenta orelha. Sua identificação no catolicismo é com Santa Catarina, cuja imagem é associada a uma roda de fiar, cheia de lâminas à qual foi dado o suplício da santa colocar a mão. Está associada a tudo que lembre máquinas, pois é dona da roda e do leme - o que a associa à proteção de acidentes marítimos e automobilísticos. Alguns sobrenomes deste Orixá (Oba): Axurúm, Bomi, Beremim-omí, Dê, Daí, Demim, Fumí, Fumí-layó, Fumí-otá, Fumilakê, Layó, Ladê, Labaê, Ladiá, Lafim, Luké, Lubemí, Mirê, Mideí, Niké, Nafiqué, Olomí-otá, Olomí, Suemí, Sumi-ota, Soarê, Taladê. Ajunto deste Orixá: Com Bará Lodê, com Bará Lanã, com Bará Adague, com Xangô Agandjú, com Xapanã Jubeteí, com Xapanã Sapata. As oferendas de frente deste Orixá Canjica amarela cozida, feijão miúdo cozido. Refogar a canjica e o feijão miúdo com azeite-de-dendê e salsa. Pode-se colocar milho cozido e 07 tiras de coco (fruta) por cima de tudo. Lugar onde se leva a oferenda, onde se despacha: No cruzeiro (encruzilhada) aberto ou no mato ou na figueira. Também no cruzeiro de praia se o ajunto for com Xangô Agandjú. Alguns tipos de ervas pertencentes a este Orixá: Guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, aspargo, amor perfeito, urtiga, abacaxi, (folha), abóbora (folha), alho, café (folha), salsaparilha, sala, rosa (cor de rosa), espada de Santa Catarina, cana-do-brejo, bauinia, imburana. LENDA Quando Oba tornou-se a terceira mulher de Xangô, surgiu uma grande rivalidade entre ela e Oxum. Oxum era mais jovem, muito bonita e elegante, e Oba era mais velha, usava roupas antigas e superadas , mas 67
pretendia monopolizar o amor de Xangô, que por sua vez, era muito guloso e gostava de receitas de cozinha que eram utilizadas por Oxum. Oxum irritada, resolveu pregar uma peça a Oba, e convidou-a a que viesse assistir como preparava-se os pratos que oferecia a Xangô. Oba aceitou o convite, e foi então que Oxum com uma trunfa cobrindo as orelhas fazia uma sopa na qual boiavam dois cogumelos. Oxum mostrou à Oba, dizendo que tinha cortado sua própria orelha para oferecer a Xangô. Xangô veio e tomou a sopa, satisfeito após retirou-se apressadamente em companhia de Oxum. Oba, vendo aquilo, resolveu colocar em prática a receita maravilhosa que Oxum lhe ensinara. Oba cortou uma das orelhas e cozinhou-a, com a sopa que iria servir Xangô. Xangô não demonstrou nenhum prazer, em ver Oba com a orelha decepada e achou repugnante o que Oba lhe serviu. Oxum resolveu aparecer e retirar e retirar o lenço, mostrando a Oba que suas orelhas estavam intactas e que não passava, de uma peça o que ela lhe ensinara. Oba, furiosa, trava luta corporal com Oxum. Xangô irritado, fez explodir o seu furor. Oxum e Oba, apavoradas, fugiram e se transformaram nos rios que levam seus nomes. O Arquétipo de Oba: As pessoas pertencentes a este Orixá são lutadoras, bravas, um tanto agressivas, o que as levam a serem pouco compreendidas. Freqüentemente tendem a terem experiências infelizes e amargas. São ciumentas, pois são muito zelosas, com tudo que lhes pertencem. Porém,pessoas de grande valor e dedicação. Tendem a alcançar seus ideais no sentido mais material do que sentimental. Símbolo: navalha, facão, roda, leme ou timão Instrumento: adaga Elemento: água (doce) Domínio: águas revoltas Alimento oferecido: frutas, (especialmente abacaxi e o ananás), chocolates, acarajá, axoxó (milho cozido na água e sal), canjica, cabra (marrom ou preta e branca, mocha), galinha (carijó ou marrom), pomba e angolista. Vegetais que lhe pertencem: bálsamo, babosa gravatá Cor: rosa Guia: rosa Dia da semana: segunda-feira Número: 7 Saudação: "Ixó" Sincretismo afro-católico: corresponde à Santa Catarina Nomes mais conhecidos: Lapa Omí, Alapa, Xererê (respondem no mato, praia e cruzeiro) e Oba Tara (cruzeiro). Lado Positivo: Como Xangô , os filhos de Oba são pessoas justas, honestas, equilibradas, fiéis, carinhosas e não são de guardar rancores por muito tempo. Sabem como lidar com as pessoas, pois são também dedicadas à família e também ao trabalho. Como amantes são frustradas, pois não dão sorte no amor. Por mais que tentem, não são felizes neste campo. Entretanto conseguem suprir esta necessidade com muito afinco e dedicação ao trabalho e ao culto. São grandes conselheiras, amigas sinceras, leais e de grande sobriedade. Lado Negativo: 68
A orixá Oba tem um grande fundamento com Xangô e Iansã. Há quem diga que Oba é uma Iansã velha. Por isso carrega os trejeitos e as características deste Orixá. Pelo lado de Xangô, os regidos por Oba são egoístas, egocêntricos, tem mania de grandeza e se desfazem das outras pessoas. Pelo lado de Iansã, são faladeiras, capciosas, gostam de intriga e de uma boa briga. As regidas por este Orixá são sempre muito interesseiras e reclamam demais. São também ciumentas e invejosas. Precauções: Tomar cuidado com acidentes domésticos e com o fogo. Profissão: advocacia, serviço social, letras, psicologia.
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É uma das mais importantes divindades do culto afro, pois está ligado à saúde. É o médico da "nação" Orixá que gera o bom funcionamento do organismo, Deus das pestes, moléstias, das doenças contagiosas e de pele, varíola e doenças do espírito. Para o "povo da nação" , seus filhos na terra possuem doenças de pele, que nunca curam, vêm e voltam por influência do Xapanã. Tem seu rosto coberto pelo fila, feito com palha-dacosta, pois ao humano é proibido ver seu rosto. Possui o poder de curar todas as doenças de pele, feridas, etc. Xapanã Jubeteí, Belujá, Sapata Alguns sobrenomes deste Orixá: Ajorotomí, ata-udê, Bola, Bi-ccé, Belujá, Baruê, Costasum, Costasanfrê, Costabaruê, Costasunsê, Djobí, Djobí-toió, Djobíteum, Djamdjam, Dompé, Dioná, Guenví, Guangaúna, Gama, Inata, Idiu-ofã,Irocô, Jobioní, Jobí, Jubeteí, Jubeteó, Jobí-teiu, Mido-sum, Obeloní, Obe-oní, Obe-joní, Obe-jobí, Obemim, Obeteum, Obetoió, Omimbolá, Obe-emim, Obiribara, Obi-robô, Obí-taió, Omorobô, Obí-ti-udê, Omidê, Olokô,Obí-tunjé, Obibolá, Omidompé, Omiorô, Omiorobô, Omí-barum, Obi-alê, Okô, Omitoió, Onirobô, Orôco, Onimarum, Sapata, Toió, Teiú, Tanhô, Tonhô, Teum, Udê. Os Ajuntós de acordo com a classe deste Orixá: Xapanã (Jubeteí) Com Oiá, com Oba Xapanã (Belujá) Com Iansã, com Oxum Olobá Xapanã ( Sapatá) Com Iansã, com Oba As oferendas de frente deste Orixá: Xapanã (Jubeteí, Belujá, Sapata) Milho torrado, feijão preto torrado, amendoim torrado, pipoca. Lugar onde se leva a oferenda, onde se despacha: Xapanã (Jubeteí) Na figueira de mato ou no mato 70
Xapanã (Belujá) Numa figueira de praia ou numa figueira de mato ou no mato. Xapanã (Sapata) Numa figueira de mato Alguns tipos de ervas pertencentes a este orixá: Xapanã (Jubeteí, Belujá, Sapata) Guiné,oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, mimo de Vênus, poejo, alecrim, alfazema, jasmim, lírio, amor-perfeito, sândalo, abóbora (folha), abricó (folha), arroz (folha), avenca, couve, funcho, moranga (folha), morango (folha), melão (folha), rosa (amarela), salvia, tamareira (folha), tamarindeiro (folha), tomateiro (folha), hortelã, trevo, verbena, vertiver, violeta, junco, manjericão, simaruba. LENDA Xapanã, originário de Tapa, leva seus guerreiros para uma expedição aos quatro cantos da terra. Uma pessoa ferida por suas flechas ficava cega, surda ou manca, Xapanã chega ao território de Mahi no norte de Daomé, matando e dizimando todos os seus inimigos e começa a destruir tudo o que encontra a sua frente. Os Mahis foram consultar um Babalaô e o mesmo ensinou-os como fazer para acalmar Xapanã. O Babalaô diz que estes deveriam trata-lo com pipocas, que isso iria tranqüiliza-lo, e foi o que aconteceu. Xapanã tornou-se dócil. Xapanã contente com as atenções recebidas mandou construir um palácio, onde foi viver e não mais voltou ao país Empê. O Mahi prosperou e tudo se acalmou. Xapanã continua sendo saudado como Kàbiyèsi Ollùtaipà (Rei de Nupê em pai empê ). Arquétipo de Xapanã: As pessoas que pertencem a esse Orixá são, na maioria das vezes, tristes, desanimadas e mesmo quando as coisas estão correndo bem, se mostram insatisfeitas. Vivem muito os problemas dos outros, o que lhes causa muita satisfação íntima, são bons pais e mães e tem boa situação financeira. Símbolo: vassoura de tecido ou palha da costa Instrumento: Xaxará (espécie de bastão mágico) Elemento: terra Domínio: saúde (doenças) Alimento Oferecido: pipoca, frutas (caqui, uva, pêssego), bode, carneiro, galo, angolista macho e pombo Animais que lhe pertencem: (não oferecidos) mosca varejeira Vegetais que lhe pertencem: para fins medicinais, casca de cinamomo, erva de bicho, guiné, tuma, marica, aroeira Cor: vermelho e preto, para alguns, também o lilás e roxo Guia: vermelha e preta Dia da semana: quarta-feira Número: 7 Saudação: "Abáu" 71
Sincretismo afro-católico: Xapanã (o velho) com Cristo das Chagas ou Senhor dos passos. O Xapanã Sapata (o moço) com São Lázaro. Nomes mais conhecidos: Leu, Fabiorô, Abano, Marretou, Maléobá, e Sapata Lado positivo: Introvertidos, pensativos, reservados, observadores, pesquisadores, modestos, simples e misteriosos. Normalmente são pessoas que falam pouco e que tem poucos amigos e sinceros amigos. Lentos e calmos, estudiosos e bruxos. Extremamente prestativos, alegres, gozadores e brincalhões,. Amantes fervorosos e entusiasmados. São atirados e até mesmo desinibidos, corajosos e dedicados. São bons no feitiço. Profissionais dedicados, audazes não existe nada que não possam realizar. Excelentes chefes de família. Lado Negativo: Rabugentos, ranzinzas, reclamões.Não são de fofocas, mas normalmente acusam sem saber da verdade. Também são vingativos, traiçoeiros e guardam o ódio por muito e muitos anos. Jamais esquecem. Precauções: Precauções : Doenças transmissíveis, intoxicações, fogo e mar. Profissão: antropologia, geologia, museologia, medicina, química, veterinária e arqueologia.
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Nome de um rio em Oxogbo,cidade localizada na província de Ibadã, na Nigéria, Oxum era a segunda esposa de Xangô, tendo também vivido em outras épocas com Ogum e Oxossi. Sua morada é nas cachoeiras e rios de água doce (axé de muita importância, sem a qual não haveria vida na terra), onde costumam lhe entregar comidas e presentes. Na África é chamada de Iyalode, cargo ocupado pela mulher mais importante da cidade. Apesar da forte marca que Oxum carrega de maternidade, assim como Iemanjá, é geralmente associada e representada por uma deusa jovem. Foi rainha de Oyó, onde as mulheres que queriam engravidar procuravam-na , sendo respeitadíssima como feiticeira. É considerada a deusa da beleza e do dinheiro, sendo a ela atribuído um gosto refinado por tudo que é caro. Aqui no Brasil associa-se Oxum a ouro - afinal, é o metal mais valioso que conhecemos. Por sua beleza coquete e faceira Oxum conquistou vários amores, mostrando sua ligação com a docilidade. Sua dança insiste nesse aspecto: imitam-se os gestos delicados de uma mulher sensual que toma banho num rio, usa um pente de tartaruga, um espelho e um leque, sempre com muita graça. Como todos os Orixás, existem diversos tipos de Oxum, de acordo com a proximidade de uma tribo ou a profundidade do rio. Oxum pode ser maternal ou uma jovem feiticeira; ou ainda uma guerreira. O abebê (espelho) e o leque fazem parte de sua indumentária, juntamente com roupas vistosas. Sobrenomes de Orixás (Oxum): Oxum (Epandá Ibeje) Aguidá, aguidá-mí, Bomí, digama, dudú, Dê, Didú, Demí, Diní,Dinibomi, Dewê, Diniomí, dinilomí, Dioní, diniocí, Decí, Dei, Iomã, Iocí, Ie-Iê eriche, locí, Lomí, Maré, Miuá, Mobomi, Mire, Nina, Nina-de mi, Omiuá, Omibolá, Ocí, Olomí, olobomí, Olocim. Oxum ( Epandá) Aguidá, aguidá-mí, adimun , bomi, beremí, Dê, Deí, Demun, Decí, Diniocí, Dioní, Dewe, Diniomí, Dinilomí, Diní, Dinibomí, Locí, Mobomí, Miuá, Mire, Maré, Nina, Nina-de-mí, Olobomi, Olomí, Olocim, Omiuá, Olobá, Omibolá, Tuké. Oxum (Ademun) Aminarê, Alaorô, dokô, Adimun-idê, Bambalá, Bambalawebo, Beremim- omí, Dã, Duo, emiremí, Emireomí, Emilomí, Emibomí, Emiomã, Emiocí, Emiodaça, Emiomí, Emiuê, Iaôro, Ludu, Miremí, Mire, Oní, Olobá, Omí, Oleleê-Omí, Orugã, Raçana, Uiagadê. 73
Oxum (olobá) Atola, Adoço, Bomí, Carurum., Carurum-bolá, Diuá, Dopon, duo, Dele, Diniocí, Diniobí, Dinioá, doko, Emí, Epandá, Icári, Iêcariô, Iaôro, Ladiá, Lobé-edé, MiuáMidele, Nique, Odá, Oió, Omioró-oní, Omilokum, Oro, Omilokum -idê, Tarai-de Oxum (Adocô ) Adimun, bambalá, bocó, Dudú, Emiluá, Emí, Iê iê doko, Iê iê care, Lokum-ide, Midele, Minioa, Miniocí, miniolí, Nana, Omiorô, Oni-bibolá, Odá, Olí, Omiodaça,Olobá, Omiodaça,Olobá, OmiloKum< Omioro-oni, oromí, Ocí, Omidocô, Tiomí, Tiodaça, tiodalá, Taladê, talabí, Tualê. Os Ajuntós de acordo com a classe do Orixá Oxum: Oxum ( Epandá Ibeje) Com Xangô Agandjú Ibeje Oxum (Epandá) Com Bará Agelú, Com Ogum Adiolá,Com Xangô Agandjú, Com Oxalá Obocum, Com Oxalá Olocum Oxum (Ademun) Com Ossanhã Oxum (Olobá) Com Xangô Agodô, com Xapanã Belujá Oxum ( Adocô) Com Oxalá Jobocum (às vezes com Oxalá Oromilaia) As oferendas de frente do Orixá: Oxum (Epandá Ibeje) Canjica amarela cozida e refogada com mel, 08 doces de massa, 01 maçã verde partida em 04 pedaços, bananas da terra ou catarina Oxum (Epandá) Canjica amarela cozida Oxum (Ademun) Couve manteiga partida fina, refogada com farinha de milho, gema de ovo cozido esmagado e misturado com a couve Oxum (Olobá) Canjica amarela cozida e refogada com mel Oxum (Adocô) Canjica amarela cozida e canjica branca misturada 74
O lugar onde se despacha a oferenda: Oxum (Epandá Ibeje) Na beira de praia ou numa pracinha de crianças (próximo aos balanços) Oxum (Epandá) Na beira da praia de água doce ou salgada, ou num coqueiro junto á praia. Oxum (Ademun) Na beira da praia de água doce ou salgada, ou num coqueiro junto à praia Oxum (Olobá) Na beira da praia de água doce ou salgada, ou numa figueira junto à praia ou cachoeira de mato, ou numa pedra junto à praia ou cachoeira de mato. Oxum (Adocô) Na beira da praia de água doce ou salgada. Alguns tipos de ervas pertencentes aos Orixás (Oxum): Oxum (Epandá Ibeje, Epandá, Ademun, Olobá, Adocô,) Guiné, oro, alevante, dinheiro em penca, fortuna, mimo de vênus, poejo, alecrim, alfazema,lírio, amorperfeito, sândalo, abóbora (folha), abricó (folha), arroz (folha), avenca, couve, funcho, moranga, (folha), mogango (folha), melão, (folha), rosa (amarela), Sálvia, tamareira (folha), tamarindeiro, (folha), tomateiro (folha), hortelã, trevo, verbena, vertiver, violeta, junco, manjericão, simaruba LENDA Logo que todos os Orixás chegaram a terra , organizavam reuniões das quais mulheres não podiam participar. Oxum, revoltada por não poder participar das reuniões e das deliberações, resolve se vingar tornando estéreis todas as mulheres, além de impedir que todas as atividades desenvolvidas por eles saíssem favoráveis. Olodumaré foi procurado pelos Orixás que lhe explicaram que tudo ia mal na terra, apesar de tudo que faziam e deliberavam nas reuniões. Olodumaré perguntou a eles se Oxum participava das reuniões, foi quando os Orixás lhe disseram que não. Explicou-lhes então, que sem a presença de Oxum e do seu poder sobre a fecundidade, fecundida de, nada iria dar certo. Os orixás convidaram Oxum para participar de seus trabalhos e reuniões, e depois de muita insistência, Oxum resolve aceitar. Imediatamente as mulheres tornaram-se fecundas e todos os empreendimentos e projetos obtiveram resultados positivos. Oxum é chamada Iyalodê , título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre as mulheres da cidade. Dona dos rios e cachoeiras gosta de usar colares, jóias, tudo relacionado à vaidade, perfumes, Etc...Come: cabra, galinha amarela , pombos, canjica amarela, farinha de trigo com mel, frutas, quindins e outros doces. Sua cor é o amarelo claro, seus números são oito e dezesseis, seu dia da semana é o sábado no Rio Grande do Sul. Sua saudação é Ie Ieu. Suas ferramentas são: coração, estrela, leque, pulseira, corrente e brincos de ouro, moedas e búzios. 75
O Arquétipo de Oxum: As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza. Gostam de chamar a atenção do sexo oposto. São boas donas de casa e companheiras, despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem em intrigas. Símbolos: leque, espelho, pulseira, corrente, brincos, anéis e moedas de ouro. Alimentos Oferecidos: Canjica amarela, quindins, frutas (bergamota,ameixa amarela e brancas, melão), farinha de milho com mel, cabra (amarela ou branca) galinha (amarela), angolista e pomba. Animais que lhe pertencem: (não oferecidos) araras, borboletas, aranhas (LA) Vegetais que lhe pertencem: oferecem-lhe: rosas, cravinas e adálias; para fins medicinais, malva, alevante, fortuna, dinheiro em penca, guanxuma(LA) Cor : amarelo Guia: amarela Dia da semana: Sábado, também na quarta feira para alguns Número: 8 e seus múltiplos Saudação: "iê iêu" Sincretismo afro-católico: Panda é Nossa Senhora das Graças, Docô é Nossa Senhora da Conceição, Demun é Nossa Senhora Aparecida. Nomes mais conhecidos: Panda, ADimun, Maré, Docô, Ieiêrexe, Dudu, Male, Adjidilá, Iblamidjocô (AX) Lado Positivo: As pessoas sob a regência de Oxum são aparentemente secas, mas no fundo muito emotivas, choram com facilidade porque aglutinam os problemas dos outros. São amáveis, firmes, convictas, sérias. Adoram o dia, detestam a noite, como amantes, são discretas, como profissionais são boas. Conhecem o feitiço, apesar de não se utilizar muito dele. No culto, são pessoas que sempre se destacam e lideram com incrível capacidade. Lado Negativo: São possessivos, atormentados, exigentes, ciumentos, As pessoas regidas por Oxum, tem tendência a viver pouco sozinhas, pois gostam de ter muitas pessoas a rodeá-las, mais para ter em quem dar ordens, são muito autoritárias e mandonas e também com muita mania de grandeza Precauções: Acidentes domésticos e fogo. Profissão: Odontologia, medicina, veterinária.
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Iemanjá é proveniente de uma nação chamada Egbá, na Nigéria, onde existe um rio com o mesmo nome do orixá. Ela seria filha de Olokum (mar) e mãe da maioria dos orixás. Sua cor é branca, associada ao orixá Oxalá; juntos teriam feito a criação do mundo. Na África, Iemanjá é associada à fertilidade e a fecundidade. Nas danças míticas, seus iniciados imitam o movimento das ondas executando curiosos gestos, ora como se estivessem nadando no mar, abrindo os braços, ora levando as mãos à testa e elevando-as ao céu, indicando as variações das ondas do mar. Iemanjá segura um leque de metal e um espelho. Assim como Oxum, ela tem diversos nomes referentes à diversidade e às diferentes profundidades de cada trecho do rio Yemoja. Ajuntós deste Orixá e suas respectivas oferendas: Iemanjá Bocí (Com Ogum Adiolá, com Xangô Agandjú, com Odé, comOssanha, com Oxalá Dacum) Canjica branca cozida, cocada,mel Locais de despacho: Na beira da praia de água salgada ou doce. Iemanjá Bomi (Com Oxalá Jobocum ,às vezes com Oxalá Oromilaia) Canjica branca cozida, cocada,mel Locais de despacho: Na beira da praia de água salgada ou doce. Iemanjá Nanã Borocum (Com Oxalá Jobocum) Canjica branca cozida, refogada com tempero verde Locais de despacho: Na beira da praia de água salgada ou doce. LENDA Iemanjá era filha de Olóòkun, deus (em Benim) ou deusa (em Ifé) do mar. Iemanjá foi casada com Orumila, deus da adivinhação, mais tarde casou Dom Olofin, Rei de Ifé, com que teve dez filhos, que correspondem a Orixás. Iemanjá foge em direção a oeste, pois se cansara de Ifé. 77
Olòókun lhe dera uma garrafa contendo um preparado para usar se precisasse, ela deveria quebrar somente em caso de extremo perigo. Iemanjá foi viver no entardecer da terra, o oeste Olofin Odùduà, Rei de Ifé, põe todo o seu exército a procura de sua mulher. Iemanjá, cercada, resolve quebrar a garrafa conforme lhe foi dito. No mesmo instante, criou-se um rio levando Iemanjá para Okun, o oceano, lugar onde vive Olokun. Por isso Iemanjá é representada na imagem com grandes seios, simbolizando a maternidade e a fecundidade. Deusa da nação de Egbé, nação esta Ioruba onde existe o rio Iemanjá. No Brasil, rainha das águas e mares. Orixá muito respeitada e cultuada, é tida como mãe de quase todos os Orixás. Por isso a ela também pertence a fecundidade. Em todos os lugares, no dia 2 de fevereiro ou no ano novo, fazem-se homenagens a grande mãe Iemanjá. É protetora dos pescadores e jangadeiros. Instrumento: Abebê (espelho); Elemento: Água; Domínio: Mar, água salgada; Alimento Oferecido: Canjica branca, cocadas, mel, flores brancas; Animal que lhe oferece: Ovelha, galinha branca, Vegetais que lhe oferece: Oferecem-lhe todas as flores; para fins medicinais: erva cidreira, ondas do mar, hortelã comum; Cor: Azul, azul e branco, para nanã: lilás claro, sendo o Jorge do Sangô; Guia: Azul e Branca; Dia da Semana: Sexta-feira; Número: 8 e seus múltiplos; Saudação: "omí-ô"; Sincretismo: Nossa Senhora dos Navegantes, sendo festejada no dia 2 de fevereiro; Nomes mais conhecidos: Bomí, Bocí, Iaquerê, Olomí, Bomimarêu e Nanã;
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Oxalá, o mais importante e elevado dos deuses, considerado o pai de todos os orixás, representa o céu, o princípio de tudo, e foi encarregado por Olodumaré de criar o mundo. De sua união com Iemanjá resultou o nascimento dos orixás e da linha do horizonte, dividindo o céu e o mar. Em algumas lendas, Oxalá apresenta-se como um orixá feminino ou mesmo andrógino em outras. Uma característica marcante de Oxalá é a aura de respeito que existe em torno do seu nome, pois, após a criação, foi para seu reino juntamente com a esposa. Oxalá se apresenta sob diversas formas; as mais conhecidas seriam a representação de um moço - Oxaguiã - e um velho Oxalufã, que carrega o paxorô (cajado) como forma de apoio. O respeito a Oxalá é demonstrado principalmente nos terreiros. Independente do orixá de cabeça de cada elegum, quando chega o momento da sua dança, em sinal de respeito, o orixá Xangô vem cumprimentá-lo e até mesmo carregá-lo, já que Oxalá anda arqueado e sem força. Ajuntós deste Orixá e suas respectivas oferendas de frente: Oxalá Obocum (Com Oxum Epandá ,quando a passagem de Orixá for Xangô Agandjú) Canjica branca cozida Locais de despacho: Na beira da praia de água doce ou salgada, ou na cachoeira. Oxalá Olocum (Com Oxum Epandá ,quando a passagem de Orixá for Xapanã Jubeteí) Canjica branca cozida Locais de despacho: Na beira da praia de água doce ou salgada. Oxalá Dacum (Com Yemanjá Bocí) Canjica branca cozida Locais de despacho: Na beira da praia de água salgada ou doce, ou na correnteza das águas.
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Oxalá Jobocum (Com Oxum Adocô, com Yemanjá Bomi) Canjica branca cozida Locais de despacho: Na beira da praia de água doce ou salgada. Oxalá Oromilaia (Somente em casos especiais este Orixá faz ajuntó com Oxum Adocó e Yemanjá Bomi) Canjica branca cozida, 04 ovos partidos cada um em dois pedaços, ao comprido. Locais de despacho: Na beira da praia de água salgada ou doce, nos rios com pedras. LENDA Olodumaré entregou a Oxalá o saco da criação para que ele criasse o mundo. Porém essa missão não lhe dava o direito de deixar de cumprir algumas obrigações para outros Orixás e Exus, aos quais ele deveria fazer alguns sacrifícios e oferendas. Oxalá pôs a caminho apoiando em um grande cajado, o Paxorô. No momento em que deveria ultrapassar a porta do além, encontrou - se com Exu que, descontente porque Oxalá se negara a fazer suas oferendas, resolveu vingar-se provocando em Oxalá uma sede intensa. Oxalá Não teve outro recurso senão o de furar a casca de um tronco de um dendezeiro para saciar a sua sede. Era o vinho de palma o qual Oxalá bebeu intensamente, ficou bêbado, não sabia onde estava e caiu adormecido. Apareceu então Olófin Odúduà, que vendo o grande Orixá adormecido, roubou-lhe o saco da criação e em seguida foi a procura de Olodumaré, para mostrar o que teria achado e contar em que estado Oxalá se encontrava. Olodumaré disse então: "se ele está neste estado, vá você a Odùduà, vá você criar o mundo". Odùduà foi então em busca da criação e encontrou um universo de água, e aí deixou cair do saco o que estava dentro, era terra. Formou-se então um montinho que ultrapassou a superfície das águas. Então ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco garras. Ela começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície da água, onde ciscava cobriu a água, e a terra foi alargando cada vez mais, o que em Ioruba se diz Ilê Ifê, expressão que deu origem ao nome da cidade Ilê Ifê. Odùduá ali se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás, e tornou-se assim rei da terra. Quando Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da criação. Despeitado, procurou Olodumaré, que por sua vez proibiu, como castigo a Oxalá e toda sua familía, de beber vinho de palma e de usar azeite de dendê. Mas como consolo lhe deu a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos nos quais ele, Olodumaré, insuflaria a vida. . Símbolos: Bastão, Búzios, Pombos. Instrumento: Paxorô (espécie de cajado) Elemento: Ar
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