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Introdução à Química Orgânica
1. Estrutura geral dos átomos Após vários anos de intensos estudos, acredita-se que um átomo consiste basicamente de um pequeno núcleo muito denso, rodeado por elétrons, que estão em constante movimento em torno do núcleo. Elétrons apresentam carga negativa e estão distribuídos por um volume espacial relativamente grande em volta do núcleo, estima-se que se o átomo osse do taman!o do estádio do maracanã o núcleo seria do taman!o de uma bola de utebol locali"ada no centro deste estádio, ou se#a, nessas condi$%es, o elétron mais pró&imo do núcleo estaria a apro&imadamente 1,' (m de dist)ncia do núcleo.
Figura 1: *lustra a dist)ncia entre o núcleo do átomo a seu elétrons mais pró&imo. + núcleo de um átomo contém prótons carregados positivamente e nutrons que não apresentam carga. endo assim, o núcleo é carregado positivamente. omo a quantidade de carga positiva em um próton é igual / quantidade de carga negativa em um elétron, um átomo neutro tem o mesmo número de prótons e elétrons. 0tomos podem gan!ar elétrons e tornarem-se carregados negativamente, ou podem perder elétrons para se tornarem carregados positivamente. Entretanto, o número de prótons em um átomo não muda.
Figura 2: *lustra o núcleo do átomo contendo prótons e neutros e os elétrons na eletrosera. + que realmente deine um átomo não é seu número de elétrons nem número de nutrons e muito menos sua massa atmica 2como se ac!ava antigamente3, mas sim o número de prótons. Assim, átomos dierentes apresentam números de 1 Prof. Zilvam Melo – Química Or!nica "
Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA prótons dierentes e, inclusive, a tabela a própria periódica atualmente é organi"ada de acordo com o número de prótons de cada elemento, pois observou-se que organi"ando os elementos desta maneira eles apresentavam propriedade que se repetiam dentro de uma mesma amília ou período 2propriedades periódicas3 5rótons e nutrons tm apro&imadamente a mesma massa e são apro&imadamente 1.677 ve"es
Tabela 1: onstituintes do átomo. 5artícula Elétron 5róton ;eutron
8ocali"a$ão Eletrosera ;úcelo ;úcleo
arga -1 <1 7
9assa 1:1677 1 1
egundo o rincíio da incerte!a de "eisenberg é impossível pré-di"er simultaneamente a posi$ão e a velocidade de um elétron. =este modo, torna-se mais conveniente alar em termos de probabilidade de o elétron ser encontrado em certa posi$ão do espa$o em determinado instante. =este modo, a região do espa$o onde é má#ima a probabilidade de se encontrar o elétron é c!amado de orbital.
Figura $: *lustra duas regi%es no espa$o. A região >A? é a região de maior probabilidade de se encontrar o elétron em rela$ão / outras regi%es, como por e&emplo a região >@?. endo assim, a região >A? é o orbital. 2% Estrutura Eletr&nica dos 'tomos 2%1 ()meros Quânticos ão números que descrevem o elétron. Estes levam em considera$ão, dentre outras propriedades, sua energia, sua locali"a$ão e sua rota$ão. 4 Prof. Zilvam Melo – Química Or!nica "
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2%1%1 *rimeiro ()mero Quântico ou ()mero Quântico *rincial + n,: + número qu)ntico principal nos dá a inorma$ão do nível de energia que o elétron apresenta. B medida que n aumenta, o orbital torna-se maior, e o elétron passa mais tempo mais distante do núcleo. Cm aumento de n signiica também que o elétron tem energia mais alta e, por isso, está menos ortemente preso ao núcleo. Dodos os orbitais com mesmo valor de n estão na mesma camada, ou se#a, apresentam o mesmo nível de energia + número qu)ntico principal pode assumir qualquer valor inteiro positivo 2n F 1, 4, ... G3. ada número representa um determinado nível de energia 2também c!amado de camada3. As camadas podem ser identiicadas por letras latinas maiúsculas, come$ando por (, para a primeira camada 2n F 13. =aí em diante as letras seguem a ordem alabética.
2%1%2 -egundo ()mero Quântico. ()mero Quântico -ecundário ou ()mero Quântico /!imutal +ℓ, + número qu)ntico secundário divide as camadas em grupos menores, denominadas subcamadas 2ou subníveis3, deinindo o ormato do orbital. 5ara um dado valor de n, ℓ pode variar de 7 a n H 1. +u se#a, o número má&imo de ℓ permitido éI ℓFnH1
2Eq. 13
+s subníveis associados com os valores de ℓ F 7, 1, 4 e são designados pelas letrasI s, , d e 0 , respectivamente
Tabela 2: =esigna$ão dos orbitais. Jalor de n Jalor de ℓ =esigna$ão dos orbitais
1 7 s
4 1
4 d
K 0
Ordem de energia
sd0 3 Energia crescente →
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Figura 4: =iagrama apro&imado dos níveis de energia.
2%1%$ Terceiro ()mero Quântico. ()mero Quântico Terciário ou ()mero Quântico 5agn6tico +mℓ, + número qu)ntico magnético dá a orienta$ão dos orbitais atmicos no espa$o. ada subnível consiste em um número especíico de orbitais. ada orbital corresponde a dierentes valores permitidos de mℓ. +s valores de mℓ são números inteiros que assumem dierentes valores dependendo do nível e subnível em questão. 5ara determinado valor de ℓ, e&istem 4ℓ < 1 valores permitidos de mℓ, variando de H ℓ a < ℓ. 5ortanto, cada subnível s 2ℓF73 consiste de um orbital; cada subnível p 2ℓF13 consiste em três orbitais; cada subnível d 2ℓF43 consiste em cinco orbitais; cada subnível f 2ℓF3 consiste de sete orbitais, e assim por diante.
+rbitais de um mesmo subnível 2ℓ F 4, por e&emplo3 apresentam a mesma energia e, por isso, são c!amados de orbitais degenerados. K Prof. Zilvam Melo – Química Or!nica "
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E#emlos de orbitais:
•
Para ℓ F 7I corresponde ao orbital s, onde e&iste somente uma orienta$ão
permitida 2mℓ F 73.
Figura 7: *lustra o ormato do orbital s •
Para ℓ F 1I corresponde ao orbital , onde e&istem trs orienta$%es permitidas 2mℓ F -1, 7, 13 que coincidem com os trs ei&os cartesianos
Figura 8: *lustra o ormato do orbital p.
•
Para ℓ F 4I correspondem aos orbitais d onde e&istem cinco orienta$%es permitida 2mℓ F -4, -1, 7, 1, 43
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Figura 9: *lustra o ormato do orbital d.
•
Para ℓ F I correspondem aos orbitais 0 , onde e&istem sete orienta$%es permitidas 2mℓ F -, -4, -1, 7, 1, 4, 3
Figura : *lustra o ormato do orbital .
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Tabela $: apacidades dos quatro primeiros níveis. (
ℓ
1
7 7 7 7 1 -1, 7, 1 7 7 1 -1, 7, 1 4 -4, -1, 7, 1, 4 7 7 1 -1, 7, 1 4 -4, -1, 7, 1, 4 -, -4, -1, 7, 1, 4,
4
K
mℓ
ubnível
Elétrons má&imos no subnível
Elétrons má&imos no nível
1s 4s 4 s d Ks K Kd K0
4 4 L 4 L 17 4 L 17 1K
4 6
16
4
2%1%4 Quarto ()mero Quântico. ()mero Quântico Quaternário ou ()mero Quântico 5agn6tico de -in do El6tron + m s, + número qu)ntico magnético de spin não está relacionado com o orbital, mas sim com o elétron. + m s está associado com a rota$ão do elétron em torno de seu próprio ei&o. +s elétrons giram em rota$ão igual, porém em sentidos contrários. 5ara representá-los convencionou-se atribuir os valores <1:4 a um sentido de rota$ão e 1:4 ao outro sentido de rota$ão. +utra orma de representar os elétrons em orbitais seria como setas. +nde uma seta voltada para cima seria um sentido de rota$ão e uma seta voltada para bai&o seria o outro sentido de rota$ão.
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Figura ;: *lustra o modo de usar as setas para indicar a rota$ão do elétron.
Nuando dois elétrons estão ocupando o mesmo orbital de um mesmo subnível di"-se que seus elétrons estão emarel
Figura 1=: *lustra o emparel!amento de dois elétrons.
2%2 *rinciio da E#clusão de *auli + princípio da e&clusão de 5auli estipula queI a3 ;ão mais que dois elétrons podem ocupar cada orbital b3 Em um átomo não pode e&istir dois elétrons com os quatro números qu)nticos iguais. Assim, para não erir este princípio, se quisermos colocar mais de um elétron dentro de um mesmo orbital a única op$ão é assinalar dierentes valores de m s para os elétrons. omo só e&istem dois valores de m s, concluímos que um orbital pode comportar no má&imo dois elétrons, e eles devem apresentar spins opostos 2<1:4 e -1:43.
2%$ >on0iguração Eletr&nica A maneira na qual os elétrons estão distribuídos entre os vários orbitais de um átomo é c!amada de con0iguração eletr&nica. A mais estável conigura$ão 6 Prof. Zilvam Melo – Química Or!nica "
Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA eletrnica de um átomo é aquela na qual os elétrons estão nos estados mais bai&os de energias possíveis. omo o princípio da e&clusão di" que pode !aver no má&imo dois elétrons no mesmo orbital, devemos preenc!er os orbitais em ordem crescente de energia. + preenc!imento dos diagramas de orbitais de cada subnível segue os *rincíio da >onstrução e a ?egra de ?und.
*rincíio da >onstrução: de acordo com es#e $rincí$io% um elron sem$re vai $ara um or'i#al de menor eneria . As energias relativas dos orbitais atmicos são as seguintesI 1s P 4s P 4p P s P p P Ks P d P Kp P 's P Kd P 'p P Ls P K P 'd P Lp P Ms P '
?egra de ?und: (uando or'i#ais de mesma eneria )deenerados* es#+o sendo $reenc,idos% o es#ado de menor eneria & a(uele (ue #iver o maior nmero $ossível de elrons com mesmo s$in ) m s *. i/se (ue os elrons dessa forma #0m s$ins paralelos ou% ainda% desemparelhados.
Notações:
A Z
X
+ndeI 1 simboli"a o elemento químico A é o número de massa 2n o prótons < no nutrons3 Z é o número atmico 2n o prótons3 Z é numericamente igual ao n o elétrons3
ondeI
12
C 6
é o símbolo que representa o átomo de carbono 14 é número de massa 2n o prótons < no nutrons3 L é o número atmico, ou se#a é o n o prótons, que é numericamente igual ao no elétrons.
2%4 @iagrama de Energia de *auling O Prof. Zilvam Melo – Química Or!nica "
Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA + cientista americano 8inus . 5auling apresentou a teoria até o momento mais aceita para a distribuição eletr&nica. 5auling apresentou esta distribui$ão dividida em níveis e subníveis de energia. A distribui$ão eletrnica, conorme 5auling, não era apenas uma ocupa$ão pelos elétrons dos espa$os va"ios nas camadas da eletrosera. +s elétrons se distribuem segundo o nível de energia de cada subnível, numa seqQncia crescente em que ocupam primeiro os subníveis de menor energia e, por último, os de maior. + diagrama de energia de *auling deine a ordem de energia crescente que é também a seqQncia de distribui$ão dos elétronsI
Figura 11: *lustra como ocorre a distribui$ão eletrnica. ;a Figura 11, as setas indicam a ordem crescente dos níveis de energia, concordando com o diagrama de energia na Figura 4, ve#aI 1s4 4s4 4L s4 L Ks4 d17 KL 's4 Kd17 'L Ls4 K0 1K 'd17 LL Ms4 '0 1K Ld17 R ;ote. Nue no diagrama de energia 2Figura 43 o Ks4 apresenta menor energia do que o d17, por isso que no diagrama de 5auling 2 Figura 113 o Ks4 vem antes do que d17. Assim, seguindo o diagrama de 5auling, podemos montar a distribui$ão eletrnica para a maioria dos elementos químicos.
E#emlos: 17 Prof. Zilvam Melo – Química Or!nica "
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5ara OS, temosI 1s4, 4s4, 4'
•
5ara 47a, temosI 1s4, 4s4, 4L, s4, L, Ks4
•
5ara K7Tr, temosI 1s4 4s4 4L s4 L Ks4 d17 KL 's4 Kd4
om o diagrama de 5auling pode-se a"er a distribui$ão eletrnica de vários compostos. Cma observa$ão cuidadosa nos mostra que !á umas poucas e&ce$%es para estas regras. =uas e&ce$%es dignas de nota são o cromo e o cobre. eguindo as regras que estudamos esperaríamos que suas conigura$%es ossemI 4KrI 1s2 4s2
48 s2 8 Ks2 d4
4OuI 1s2 4s2
48 s2 8 Ks 2 d;
;o entanto, as distribui$%es eletrnicas determinadas e&perimentalmente sãoI 4KrI 1s2 4s2
48 s2 8 Ks1 d7
4OuI 1s2 4s2
48 s2 8 Ks1 d1=
+s diagramas de orbitais correspondentes sãoI
r
4K
Ks d
u
4O
Ks d ;ote que, no caso do cromo, um elétron oi >emprestado? pelo subnível K s para um subnível d que icou e&atamente com metade de sua >popula$ão? de elétrons má&ima. Uá no caso do cobre, este mesmo elétron Ks é utili"ado para preenc!er completamente uma subcamada d.
$% AigaçBes Químicas As liga$%es químicas que ocorrem naturalmente a im de se ormar compostos mais estáveis, ou se#a, de menor energia.
$%1 Estruturas de AeCis As liga$%es ocorrem usando os elétrons presentes na última camada, ou se#a, na camada de Dalncia. Elétrons presentes na camada de valncia são c!amados el6trons de Dalncia. 5ara representar um átomo usando uma estrutura de AeCis 11 Prof. Zilvam Melo – Química Or!nica "
Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA deve-se representar o átomo por seu símbolo químico, os elétrons de valncia por pontos. Je#a os e&emplos abai&oI
Tabela 4: Estruturas de 8eVis
$%2 / ?egra do Octeto 5or muito se estudou os gases nobres devido poderem ser encontrados na nature"a na sua orma atmica, ou se#a, não necessitam de a"er liga$%es para se estabili"arem. Nuando estudaram suas estruturas observaram que, com e&ce$ão do Wélio, todos os gases nobres apresentam oito elétrons em sua última camada. Assim, concluíram que os átomos tendem a se ligar gan!ando, perdendo ou compartil!ando elétrons para alcan$ar a conigura$ão de um gás nobre, ou se#a, oito elétrons em sua camada de valncia. Sa"endo isso os átomos alcan$ariam sua estabilidade. =este modo, surgiu a ?egra do Octeto que dá base para que se possa montar uma ininidade de estrutura de moléculas.
W
<
+
<
W + W
W
ou
W
+
W
W W W
W . W
.
W
W W
8i
<
S
8i + S
-
Alguns compostos ogem a Xegra do +cteto como, por e&emplo, o pentacloreto de ósoro, 5l', no qual o átomo de ósoro é ligado covalentemente cinco átomos de cloro. 14 Prof. Zilvam Melo – Química Or!nica "
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=este modo, a camada de valncia do ósoro possui 17 elétrons. ;este caso, di"emos que a camada de valncia se e&pandiu. Algumas ve"es a camada de valncia de um átomo numa molécula contém menos elétrons do que o octeto. Este é o caso do triluoreto de boro, @S ,I
;este composto a camada de valncia do boro é ocupada por apenas trs pares de elétrons, pois o número total de elétrons de valncia é insuiciente para atingir o octeto. ;ovamente a regra do octeto é desrespeitada.
$%$ AigaçBes I&nicas ;a liga$ão inica ocorre a orma$ão de íons devido a transerncia de elétrons, que residem na camada mais e&terna 2camada de valncia3, de um átomo para o outro. ;ormalmente, nesta liga$ão, e&iste um elemento que tende a ceder elétrons 2metal - cátion3, e outro que tende a receber elétrons 2não metal - )nion3. +bserva$ãoI A liga$ão inica é a única em que ocorre a transerncia de elétrons. A liga$ão se dá devido / atra$%es eletrostáticas ortes que se estabelecem entre os íons. Este tipo de liga$ão são não direcionadas, ou se#a, podem ocorrer com dois ou mais átomos, como pode-se ver na Figura 12. Exemplos
5ara 11;a, temosI
1s4, 4s4, 4L, s1
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Universidade Federal Rur l do Semi-Árido – UFERSA 5ara 1Ml, temos 1s4, 4s4, 4L, s4, ' DemosI 17;a
DemosI 16l- I 1s4, 4s4, 4L, s4, L ;a
<
.l
+
;a
.l
-
Figura 12: *lustra o retículo cristalino do cloreto de só dio.
$%4 AigaçBes >oDalentes Cma das teorias usadas para o estudo das liga$%es covalentes é a Teoria de Aigação de alncia + A,. egundo esta teoria, uma liga$ão ovalente ocorre quando dois átomos se a ro&imam tão perto um do outro que o orbital ocupado de um átomo 2orbital atm ico3 se sobrep%e ao orbital ocupado do outro átomo. +s elétrons estão agora emparel!ados nos orbitais que se sobrepuser m e são atraídos por ambos os núcleos, u indo os átomos. Em outras palavras, na iga$ão covalente os átomos possuem a t ndncia de compartil!ar os elétrons de sua camada de valncia. ;este tipo de liga$ão não !á a orma$ão de íons, p is as estruturas ormadas são eletronica ente neutras.
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Figura 1$: *lustra como se dá a atra$ão entre dois átomos numa liga$ão covalente. Cma outra teoria também utili"ada para e&plicar a orma$ão de liga$%es covalentes é a Teoria do Orbital 5olecular +TO5,. egundo a D+9, as liga$%es resultam da combina$ão matemática de orbitais at&micos +O/, para ormar orbitais moleculares +O5, que pertencem / molécula com um todo. Abai&o
Figura 14: obreposi$ão de orbitais atmicos 1s G 1s 2a3 e 2 x G 2 x 2b3 para a orma$ão de orbitais moléculares ligantes e antiligantes. As liga$%es covalentes são mais racas que as liga$%es inicas. Estas liga$%es são orientadas, ou se#a, cada liga$ão envolve apenas dois átomos. Exemplos:
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Figura 17: *lustra e&emplos de compostos com liga$%es covalentes.
$%4%1 Tios de AigaçBes >oDalentes $%4%2 Aigação (ormal ou Aigação -igma +H, ;as liga$%es covalentes que consideramos até aqui, está concentrada simetricamente ao redor da lin!a que une os núcleos 2ei&o intermolecular3. Em outras palavras a liga$ão se dá pela sobreposi$ão rontal desses orbitais ao longo do ei&o de liga$ão. Essas liga$%es são c!amadas ligaçBes sigma +H,.
Figura 18: *lustra a sobreposi$ão rontal para orma$ão de liga$ão Y.
Entre dois átomos ligados por liga$ão covalente só pode e&istir uma liga$ão sigma ada átomo que participa da liga$ão colabora com um elétron para a orma$ão da liga$ão. +s orbitais possuem uma simetria cilíndrica ao longo do ei&o de liga$ão
E#emlos de comostos com ligação H:
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$%4%$ AigaçBes *i +, J AigaçBes 5)ltilas +@ulas ou Trilas, +s ei&os dos orbitais da liga$ão Z icam orientados perpendicularmente aos da liga$ão Y 2acima e abai&o do ei&o imaginário3. ó pode ormar uma liga$ão Z 2liga$ão dupla3 onde #á e&istir uma liga$ão Y. e entre dois átomos e&istirem duas liga$%es Z 2liga$ão tripla3, então elas serão perpendiculares entre si.
Figura 19: *lustra a sobreposi$ão lateral para orma$ão de liga$ão Z.
E#emlos de comostos com ligação :
$%4%4 Aigação >oDalente >oordenada ou @atiDa ;a liga$ão covalente coordenada o par de elétrons da liga$ão é proveniente de um único átomo.
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W
W
l
;
@
W
l
l
$%4%7 Aigação >oDalente *olar [ gerada quando átomos de dierentes eletronegatividades se ligam. Cma liga$ão covalente polar tem pequena carga positiva em um lado da molécula e uma pequena carga negativa no outro lado da molécula. Estas pequenas cargas positivas e negativas são c!amadas de cargas parciais e são indicados pelos símbolos \< e \-, respectivamente. A e&tremidade parcialmente negativa de uma liga$ão é a que tem o átomo mais eletronegativo. Nuanto maior a dieren$a de eletronegatividade entre os átomos ligados, mais polar será a liga$ão.
EletronegatiDidade: 2 a ,a'ilidade rela#iva de um 3#omo em a#rair% com maior ou menor in#ensidade% $ara si elrons (ue es#+o sendo com$ar#il,ados em uma lia4+o covalen#e.
+ cloreto de !idrognio possui uma e&tremidade parcialmente $osi#iva e outra parcialmente negativa, esta molécula apresenta um dipolo e possui um momento dipolo 2]3. + momento dipolo pode ser calculado pela equa$ão abai&oI
]Fe & d 9omento dipolo F carga 2em oulomb3 & dist)ncia 2em metro3
A unidade dos momentos dipolos normalmente são dadas em debe^ 2 @3I 1 @ F , & 17-7 > & m
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Figura 1: *lustra a tabela periódica com valores de eletronegatividade de todos os elementos.
$%4%7%1 5aas de *otencial Eletrostático [ importante entender o conceito de polaridade de liga$ão para entender como as rea$%es org)nicas ocorrem, por que uma regra central que governa a reatividade das subst)ncias org)nicas é a de que átomos ou mol6culas ricos em el6trons são atraídos or átomos ou mol6culas de0icientes em el6trons% Assim, 5aas de *otencial Eletrostático são modelos que mostram como a carga é distribuída na molécula na orma de um mapa. =essa orma, tais mapas mostram que tipo de atra$ão eletrostática um átomo ou molécula tem por outro átomo ou molécula, de modo que possamos usá-los para prever rea$%es químicas. +s mapas para o 8iW, W4 e WS são mostrados a seguirI
Figura 1;: 9apa de potencial eletrostático para o 8iW, W 4 e WS. As cores em um mapa de potencial eletrostático indicam em que grau uma molécula, ou um átomo em uma molécula, atrai partículas carregadas. As cores em um mapa de potencial eletrostático tm os seguintes signiicadosI 1O Prof. Zilvam Melo – Química Or!nica "
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ermel
AaranKa
/marelo
erde
5otencial eletrostático mais negativo
/!ul 5otencial eletrostático mais positivo
Assim, se considerarmos duas moléculas polares ambas se atraíram mutuamente de orma que a parte mais positiva de uma molécula intera#a com a parte negativa da outra. Je#a o mapa de potencial eletrostático para o e&emplo do WS.
$%4%8 Aigação coDalente /olar Nuando dois ou mais átomos de mesma ou de eletronegatividades similares reagem, não ocorre uma transerncia completa de elétrons. ;esses casos, os átomos alcan$aram conigura$%es de gás nobre comartil
W
W
.
W
;
;
W
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E#emlo de comostos olares e aolares
Figura 2=: *lustra compostos com liga$%es polares e apolares.
4% "ibridi!ação e Leometria dos >omostos do >arbono A distribui$ão eletrnica para o átomo de carbono no estado 0undamental éI
L
1s4
4s4
4p&
4p^
4p"
endo assim só seria possível do carbono ormar duas liga$%es H, !a#a vista que o carbono apresenta somente dois elétrons desemparel!ados para ormarem liga$%es. ;o entanto, oi comprovado que o carbono orma diversos compostos com quatro liga$%es H ou com trs liga$%es H e uma liga$ão ou, ainda uma duas H e duas liga$%es . omo isso pode ocorrer_ A e&plica$ão para tal enmeno vem da
teoria de
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4%1 "ibridi!ação s $ +ligaçBes H, Nuando o carbono está !ibridi"ado em s ocorre a mistura do orbital 4 s com os trs orbitais 4. Após a mistura dos orbitais, os quatro elétrons 2dois do orbital 4s e dois do orbital 43 são distribuídos nos quatro novos orbitais !íbridos.
.
L
1s
4
s
A
5odemos entender mel!or esta !ibridi"a$ão usando um diagrama de energias dos elétrons dos orbitais no estado 0undamental e no estado
Figura 21: =iagrama de energia para a !ibridi"a$ão sp. ;este processo, ocorre a orma$ão de Muatro orbitais !íbridos s com um elétron desemparel!ado em cada. Estes orbitais !íbridos icam orientados a )ngulos de 17O,'o em rela$ão uns aos outros. Estes )ngulos ormam uma estrutura tetraédrica. A sobreposi$ão dos quatro orbitais !íbridos s com outros orbitais é rontal por isso o carbono se torna capa" de ormar compostos com quatro liga$%es
H, assumindo estruturas tetraédricas, como e&empliica a Figura 22.
Figura 22: E&emplo de estrutura tetraédrica. 44 Prof. Zilvam Melo – Química Or!nica "
Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA Abai&o ve#a como se dá a orma$ão do etano pela sobreposi$ão dos orbitais !íbridos s para a orma$ão de quatro liga$%es Y ` e `W.
Figura 2$: *lustra a orma$ão de liga$%es Y pela sobreposi$ão rontal dos orbitais que participam das liga$%es. Dodas as liga$%es que se ormam, tanto - como -W são liga$%es Y.
4%2 "ibridi!ação s 2 +ligaçBes H e ligaçBes , Nuando o carbono está !ibridi"ado em s4 ocorre a mistura do orbital 4s com
dois orbitais 4.
L
1s 4
s4
5odemos entender esta !ibridi"a$ão usando um diagrama de energias dos elétrons no estado 0undamental e no estado e#citado.
Figura 24: =iagrama de energia para a !ibridi"a$ão s4. ;este processo, ocorre a orma$ão de trs orbitais !íbridos s4 com um elétron desemparel!ado em cada. +s trs orbitais !íbridos são orientados para os cantos de um tri)ngulo regular, com )ngulos de 147 o entre si, gerando estrutura trigonal planar, como e&empliica a Figura 27. + orbital puro 2que não soreu
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Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA !ibridi"a$ão3 ica orientado perpendicularmente ao plano do tri)ngulo ormado pelos orbitais !íbridos s4.
Figura 27: E&emplo de estrutura trigonal planar.
+s trs orbitais !íbridos s4 podem sorer sobreposi$ão rontal. =este modo, o carbono se torna capa" de ormar compostos com trs liga$%es H. Abai&o ve#a como se dá a orma$ão do eteno pela sobreposi$ão dos orbitais s4 para orma$ão de liga$%es Y ` e `W.
Figura 28: *lustra a sobreposi$ão dos orbitais s4 para a orma$ão de liga$%es Y. Uá o orbital pode sorer sobreposi$ão perpendicular ao ei&o de liga$ão rontal, gerando assim, uma liga$ão . Este tipo de !ibridi"a$ão possibilita o carbono gerar estruturas trigonal planar com uma liga$ão , como, por e&emplo o eteno, assim como e&empliica a Figura 29.
Figura 29: *lustra a sobreposi$ão de orbitais para a orma$ão de liga$%es .
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Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA
4%$ "ibridi!ação s +ligaçBes H e ligaçBes , Nuando o carbono está !ibridi"ado em s ocorre a sobreposi$ão do orbital 4s com um orbitais 4.
.
L
1s
4
s
5odemos entender esta !ibridi"a$ão usando um diagrama de energias dos elétrons no estado 0undamental e no estado e#citado.
Figura 2: =iagrama de energia para a !ibridi"a$ão s. ;este processo, ocorre a orma$ão de dois orbitais !íbridos s, com um elétron desemparel!ado em cada. +s dois orbitais !íbridos são orientados a um )ngulo de 167o em rela$ão um com o outro. ada um dos dois orbitais puros 2que não soreu !ibridi"a$ão3 icam orientados perpendicularmente ao ei&o rontal de liga$ão dos dois orbitais !íbridos s. +s dois orbitais !íbridos s podem sorer sobreposi$ão rontal, gerando a orma$ão de liga$%es Y, como mostra a Figura 2;.
Figura 2;: *lustra a sobreposi$ão dos orbitais s para a orma$ão de liga$%es Y. 4'
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Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA Uá os orbitais não-!ibridi"ados podem sorer sobreposi$ão perpendicular
entre si ao ei&o de liga$ão rontal. Este tipo de !ibridi"a$ão possibilita o carbono gerar estruturas lineares com duas liga$%es Y e duas liga$%es Z.
7% >omrimento de ligaçBes + comprimento de liga$ão segue a seguinte seqQnciaI
+ princípio geral di" queI quanto maior or o caráter s dos orbitais que participam da liga$ão menor será o comprimento da liga$ão. Assim, quando o carbono está !ibridi"ado em s ele apresenta '7 de caráter s, por isso apresenta menor comprimento de liga$ão do que os compostos nos quais as átomos de carbono apresentam liga$%es duplas e este, por sua ve", apresenta menor comprimento do que os compostos que liga$%es simples.
Tabela 7: 9ostra as características que os átomos sorem ao se !ibridi"arem. Dipo de !ibridi"a$ão s$ s2 s
8iga$%es que se ormam KH H e 1 4H e 4
aráter s 23 4' , '7
eometria Detraédrica Driangular 8inear
ngulos das liga$%es 2o3 17O,' 147 167
8% ?e0erncias @X+;, 8E9A e @CX-DE;. Química: >incia >entral . O. ed. -ão 5auloI 5earson, 477M. @XC*E, 5. . Química Orgânica. K. ed. -ão 5auloI 5earson, 477L. -+8+9+;-, D. . XAWA9 XA* SXW8E. Química Orgânica. 6. ed. Xio de UaneiroI 8D, 477'. 1 e 4 v. 99CXXA, U. Química Orgânica, L. ed. ão 5auloI D!omson, 477'. 1 e 4 v. A88*;EX, ;. 8. Química Orgânica. 4. ed. Xio de UaneiroI uanabara, 1OM6. 4L
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