A Detenção
Como se chega a esse misterioso arquipélago? A todas a horas para lá voam aviõ aviões es,, nave navega gam m barc barcos os e marc marcha ham m tren trens, s, sem sem que que nele neles s se veja veja uma uma só inscrição que indique o lugar de destino !" Aqueles que vão para lá morrer, morrer, como voc# e eu, leitor, leitor, esses devem passar in$al%vel e e&clusivamente através da detenção 'etenção( )erá necessário di*er que isso representa uma brusca reviravolta em toda sua vida? +ue é como a queda de um corisco sobre a sua cabeça? +ue é uma comoç comoção ão espiri espiritua tuall insup insuport ortáv ável, el, a que que nem nem toda todas s as pesso pessoas as pode podem m adaptarse, e que $req-entemente leva . loucura? / universo tem tantos tantos centros quanto quanto os seres vivos que nele e&istem e&istem Cada um de nós é o centro do mundo e do universo, e ele se desmorona quando alguém nos sussurra ao ouvido0 12stá preso(3 )e voc# já está preso, acaso algo terá ainda resistido a este terremoto? 4ncapa*es, com o cérebro o$uscado, de abarcar esses abalos do universo, os mais sutis, e&atamente como os mais simples dentre nós, não conseguem e&trair nesse instante, de toda sua e&peri#ncia de vida, senão algo como0 - 2u? 5or qu#? 5ergunta repetida milhões e milhões de ve*es antes de nós, e que nunca obteve resposta A detenção detenção é uma transição instant6nea instant6nea e evidente, evidente, uma ruptura, a passagem de um estado a outro Ao longo da sinuosa sinuosa rua da nossa vida caminhamos caminhamos $eli*es, ou arrastamos arrastamos penosamente, penosamente, passando diante de não importa que tapumes7 tapumes e tapumes de madeira podre, de barro, de tijolo, de cimento, de $erro $undido 5ens 5ensam amos os no que que e&is e&iste te para para além além dele deles? s? 8em 8em com com a vist vista, a, nem nem com com o pensamento tentamos penetrar no que há por trás, quando é ali mesmo, bem pert perto, o, a dois dois metr metros os de nós, nós, que que come começa ça o pa%s pa%s do 9ulag ulag 8em 8em ainda inda distinguimos, nesses tapumes, a in:mera quantidade de portas estreitas e bem ajustadas, bem camu$ladas ;odas, estas portas $oram preparadas para nós( 2 eis que uma se abre rápida e $atal e nos arrastam como um $ardo, enquanto a porta $ica atras de nós, a porta da nossa vida passada, $echada para sempre 2 é tudo, voc# é um preso( !" 2is o que é a detenção0 uma chama o$uscante e um golpe, a partir dos quais o presente desli*a num segundo para o passado, e o imposs%vel toma, a cada passo, o lugar do presente Arquipélago Gulag A )oljen%tsin <=> págs <@ e <
18a 18a époc época a da dita ditadu dura ra,, e cerc cercad ados os por por todo todos s os lado lados s de inim inimig igos os,, temo temos s man mani$e i$esta stado por ve*es uma brand andura desn esneces cessária, ia, uma bondade desnecessária3 Krilenko, Bnião )oviética,
in Arquipélago
9ulag de A )oljen%tsin
Citação Crime e castigo Arquipélago 9ulag pág <>
1;alve* d#s esmolas Das, de onde as tiras, senão de suas rapinas cruéis, do so$rimento, das lágrimas, dos suspiros? )e o pobre soubesse de onde vem o seu óbulo, ele o recusaria porque teria a impressão de m order a carne de seus irmãos e de sugar o sangue de seu pró&imo 2le te diria estas palavras corajosas0 não sacies a minha sede com as lágrimas de meus irmãos 8ão d#s ao pobre o pão endurecido com o soluço de meus companheiros de miséria 'evolve a meu semelhante aquilo que reclamaste, e eu te serei muito grato 'e que vale consolar um pobre, se tu $a*es outros cem?3 São Gregório de Nissa, 330 Sermão contra os usurrios !n pedagogia do "primido, #aulo $reire, pg% 3&, rodapé