1
Escola Bíblica de Teologia
Panorama Bíblico Antigo Testamento Testamento
2
Rev. Ederson Rosa Félix Angra dos Reis-RJ, Março de 2013 PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO Livros Paralelos ↓
Sequência
Jó →
Principais Eventos ↓ Criação, Inícios, Queda, Noé,
Gênesis
Babel, Patriarcas (Abraão, Descida ao Egito – 70 pessoas Isaque, Jacó, José) da família de Jacó Cativeiro de 400 anos
Levític
Saída do Egito ( 5 milhões de pessoas) Recebimento das Leis
Êxodo
o→
Números
Deserto – 40 anos
Deuteronômio
Repetição da Lei
Rute →
Josué
Conquista da Terra Distribuição em 12 Tribos
Juízes
Ciclos: Pecado-OpressãoArrependimento-Livramento 300 anos
(Uma História de Amor)
I Crônicas / Salmos
I Samuel
Reino Unido: 120 anos anos Saul – 40 anos
II Samuel
Davi – 40 anos
Provérbios /Eclesiastes Cantares/ II Crônicas
Reino do Norte Israel Capital: Samaria 10 tribos 19 Reis
Jonas Amós Oséias Naum
I Reis
Salomão – 40 anos
II Reis
Divisão do Reino
Reino Dividido 300 anos
Cativeiro da Assíria “Nunca mais voltaram”
Ester → Volta do Exílio
Joel Obadias Isaías Miquéias Sofonias Jeremias (Lamentações) Habacuque
Cativeiro da Babilônia 70 anos Ezequiel Daniel Esdras Neemias
Reino do Sul - Judá Capital : Jerusalém 2 Tribos 20 Reis Profetas PréExílio
Profetas do Exílio Profetas Após o Exílio Ageu , Zacarias, Malaquias
3
Período de Silêncio Profético – 400 anos NOVO TESTAMENTO
PARTE I INTRODUÇÃO Falar de Antigo Testamento é fascinante, pois estamos falando de Deus, de Sua Imensa, Gigantesca, Soberana e Poderosa Graça. Graça . Estamos falando de Fé. O Antigo Testamento foi escrito em Hebraico, em sua grande maioria e também algumas partes em aramaico aramaico (língua do império império persa). A geografia do Antigo Testamento corresponde a atual Palestina de hoje, lugar de constantes e históricos conflitos em torno da mesma terra outrora conquistada por Josué, Davi e Salomão. O Antigo Testamento é o livro sagrado dos Judeus de ontem e de hoje. A palavra testamento significa “aliança, pacto, acordo, promessa”. Deus fez alianças com Adão, Noé no dilúvio, com Abraão e com Moisés. E futuramente faria aliança através do sangue precioso de Cristo com a sua igreja. No Antigo Testamento Deus, Iahweh, faz “acordos” com o seu povo, faz “aliança” com o povo que Ele mesmo definiu em Gênesis, escravizou e multiplicou em Êxodo, Libertou em Êxodo, Treinou com a Sua Palavra em Levítico, Números e Deuteronômio. Povo a quem Ele entregou as Suas Santas Leis, Seu Tabernáculo extremamente definido em metragem e maneira de culto e adoração.
A Singularidade da Bíblia I. O QUE QUE É PANO PANORA RAMA MA BÍBL BÍBLIC ICO? O? Definição: É o estudo sistemático do pano de fundo dos livros bíblicos, dentro do qual se deve entender os livros da Bíblia de forma correta. II. A SINGULARIDA SINGULARIDADE DE HISTÓRIC HISTÓRICA A DA BÍBLIA: BÍBLIA: a) Conteú teúdo: A Bíblia é a revelação escrita do único Deus verdadeiro ao homem. b) Propó ropósi sito to:: Ela tem por propósito a glorificação do nome de Deus e o anúncio da salvação do homem por meio do sacrifício sacrifício substitutivo de Jesus Jesus Cristo realizado na Cruz.
c) Histor Historici icidad dadee compr comprova ovada: da: Autoria Divina – II Tm 3.16,17; Sl 19; 19; Ex 20. Profecia Prof eciass cumprid cum pridas as : 1. De Micaías Micaías quanto quanto a Josias Josias – c. de de 250 anos antes antes (II Rs). Rs).
4
2. De Isaías Isaías quant quantoo a Ciro Ciro – c. de 250 anos anos antes antes (Is). (Is). Quanto Quanto ao Messia Messiass – C. de 700 anos antes (Is 42; 45; 53; 61 etc.). 3. De Danie Daniell quanto quanto aos impérios impérios mundiais mundiais (Dn). 4. De Jeremia Jeremiass qua quanto nto ao Cativeir Cativeiroo Babilô Babilônic nicoo (70 anos). anos). O cumpri cumprimen mento to é citado citado em Daniel. 5. O Messias Messias – Sl 16; 16; 22; Is 42; 45; 53; 53; 61; Mq 5; Ag Ag 2. 6. O derramam derramamento ento do do Espírito Espírito Santo Santo – Ez 36; 36; Jr 33; 33; Jl 2. 2.
Descobertas Descoberta s arqueológicas ar queológicas : 1. Nínive – Bota (1.843) – O trono de Sargão II (Is 20.1). As inscrições contendo o nome de reis de Israel (Acabe, Onri e Jeú). 2. Ugarite Ugarite – (1.929-37) (1.929-37) – Os heteus; heteus; a poesia poesia dos Salmos Salmos.. A gramática gramática do Hebraico Hebraico do AT. 3. Qun Qunran ran – Os Manuscr Manuscrito itoss do Mar Morto (1.948 (1.948)) – A dataçã dataçãoo dos livros livros do AT foi recuada mais 1.000 anos, entre 400 a.C. e 100 d.C. 4. Ebla – (1.964) (1.964) – 350 tabui tabuinhas nhas de argila argila – comprovan comprovando do o períod períodoo de Abraã Abraão. o. 5. Egito – As cartas cartas de de Amarna. Amarna. Túmulo Túmulo de de uma menina menina (ano (anoss 90) – um um manuscr manuscrito ito de Salmos datado de c. 450 a.C.
Concluímos que a mensagem bíblica é historicamente comprovada e tem relevância e valor históricos. ------------------------------------------------------------
A Inspiração das Escrituras Este campo é da Apologética, porém, é determinante na formação de nosso conceito acerca das Escrituras como um todo. Apresentamos a seguir algumas razões para a fé na Inspiração Bíblia.
1. Unid Unidad adee Inte Intern rna. a. Há uma unidade de propósito e programa marcante, evidenciando a atuação de uma mente única, a mente de Deus. 2. Epistemolo Epistemologia gia Logicamen Logicamente te Defensível Defensível.. De todas as religiões universais, só a hebréia-cristã oferece uma ciência do Conhecimento religioso logicamente defensível. defensível. Nenhuma proposta de salvação é tão clara e incisiva quanto a da Bíblia. Os textos bíblicos exigem a exclusividade de Deus e de sua revelação. A pessoa de Deus e a revelação que faz de si mesmo são inegociáveis. A pesquisa científica não pode chegar a Deus sem a Revelação. O conhecimento conhecimento de Deus é revelado (Mt 16; Sl 19) e não deduzido pura e simplesmente da observação empírica das leis da natureza. A Bíblia é a revelação escrita (especial) de Deus. “Revelação divina em linguagem humana”, para que o homem possa conhecer a Deus. a) O Cumprimento Cumprimento de Suas Profecia Profecias, s, e a Clareza Clareza de Suas Proposiçõ Proposições es Historicame Historicamente nte Colocadas.
5
Os demais livros religiosos estão salpicados de inconsistências, inexatidões e incoerências históricas. (ex. O Livro de Moroni; O Corão).
b) A Transformação de Vidas. Através da Bíblia, Deus tem transformado vidas de forma real, clara e definitiva. O que pode mudar a personalidade ? A conversão cristã é uma incógnita para a Psicologia. III.A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO NAS ESCRITURAS: A própria Bíblia reivindica sua INFABILIDADE. Mt 5.18 – a inspiração abrange mais que pensamentos, até palavras individuais. Jo 10.35 – “Falhar” = invalidado, colocado de lado, ignorado. II Tm 3.16 – TODA a escritura É INSPIRADA – Todo o AT e todo o NT. II Pe 3.16 – Pedro considera os escritos de Paulo inspirados por Deus. Hb 1.1,2 – Os profetas do AT falaram movidos por Deus. I Pe 1.10,11 – A intenção de Deus ultrapassava até mesmo o entendimento dos autores humanos. II Pe 1.21 – “Movidos” = levados adiante como um navio é levado pelo vento. Is 8.20 – a palavra escrita é superior a pretensas manifestações espirituais revelatórias (confira com I Co 14.36). Sl 19 – A Lei (escrita) é perfeita.
“A Bíblia é infalível quanto à sua verdade, e final quanto à sua autoridade”(Archer Jr. p.23). O que isso quer dizer ?
a) Que a Bíblia possui exatidão histórica. Adão e Eva (I Co 11.8,9; I Tm 2.13,14). Jonas e a baleia ( Mt 12.40). b) Que a teologia e a ética são inseparáveis. Rm 5.14-19 depende da veracidade de Adão. Se há erros históricos, haverão erros doutrinários. IV.DEFININDO A INSPIRAÇÃO: O termo INSPIRAÇÃO é usado para denotar a operação de Deus na formação das Escrituras Sagradas (a Bíblia). Expressa o pensamento da origem e qualidades divinas da Bíblia, sendo usado para indicar a influência divina e sobrenatural que capacitou as mentes humanas para receberem a Revelação de Deus e escrevê-la fielmente.
a) O que a Inspiração não é: 1. Não é um ditado mecânico. Deus fez mais que ditar; Ele trabalhou internamente nos autores que escolheu. 2. Embora a Inspiração não obliterasse as personalidades dos autores humanos, isso não significa que os mesmos tenham distorcido o conteúdo que receberam. 3. A Inspiração não é aplicada à transmissão do texto em suas cópias e traduções, mas somente à escrita dos primeiros originais (autógrafos). 4. Não pode ser equiparada à inspiração de autores literários profanos, nem mesmo ser considerada como uma grande literatura de produção humana. A Inspiração não está
6
presa à qualidade do caráter literário comum, mas ao de ser Revelação direta e exclusiva de Deus.
O que é a Inspiração1: Num sentido amplo, a inspiração “inclui o processo total por que alguns homens, movidos pelo Espírito Santo, enunciaram e escreveram palavras emanadas da boca do Senhor; e, por isso mesmo, palavras dotadas da autoridade divina” 2. Esse processo contém três elementos: b)
Causalidade Divina. Deus é a fonte originadora da Bíblia. Mediação Profética. “Deus usou personalidades humanas para comunicar proposições divinas” 3. A Bíblia é um livro divino-humano. 3. Autoridade Escrita. A Bíblia é a última palavra em assuntos doutrinários e religiosos. A inspiração é verbal , plena e autoritativa, ou seja, todas as palavras são inspiradas por Deus para cumprir os propósitos de Deus. II Tm 3.16 ( TODA, ESCRITURA, ÚTIL). 1. 2.
V. CONCEITOS ERRÔNEOS SOBRE A INSPIRAÇÃO: Com o advento da Neo-ortodoxia (início do séc. XX), propôs-se que o homem fosse o juiz do que é certo ou errado na Bíblia . Há dois conceitos básicos:
O Modernismo: a Bíblia contém a palavra de Deus . Partes da Bíblia é divina e verdadeira, outras são humanas e possuem erros. 2. A Neo-Ortodoxia . A Bíblia torna-se a Palavra de Deus . Na visão de Karl Barth, a palavra de Deus seria um princípio dinâmico divino que opera somente quando há um encontro vivo ou existencial entre o crente e Deus. a verdade é considerada mais relacional que PROPOSICIONAL . A implicação é declarar que os autores bíblicos, sendo pecadores humanos, trouxeram erro para dentro das Escrituras, o texto bíblico. Para eles, não importa os erros de transmissão e escrita, mas somente a mensagem que foi transmitida (o Kerigma – pregação, mensagem). 1.
Observação: Esse tipo de interpretação é muito bem elaborada no filme: “A Última Tentação de Cristo”. Para os neo-ortodoxos, Deus usa o texto mesmo cheio de erros e entra num relacionamento salvador com os homens. Querendo salvaguardar a mensagem das Escrituras dos ataques à sua historicidade, acabaram por negar a revelação proposicional das Escrituras (que Deus se revela por meio de palavras formuladas em sentenças). Segundo eles, a revelação não passa de apenas um encontro direto entre Deus e o homem através de uma crise existencial. A veracidade do que está escrito não tem importância histórica, apenas religiosa. São “lendas piedosas”, que Deus usa para falar a nós. A grande dificuldade desse ponto de vista é colocar a autoridade das Escrituras num nível de fé que não se pode averiguar objetivamente. A fé aceita ser inconsistente e incoerente, pois a verdadeira base dela fica sendo a subjetividade da experiência pessoal de cada um. VI.LEITURAS SUPLEMENTARES: 1
Norman Geisler & W. Nix., Introdução Bíblica, p. 11. Ibid., p.10. 3 Ibid., p.11. 2
7
Merece Confiança o AT ? G. L. Archer Jr. p.14-31. Introdução Bíblica. Norman Geisler & e William Nix. Ed. Vida, p.5-37. Novo Dicionário da Biblia vol. I . “Inspiração”. J. I. Packer, p. 747-51. A Origem da Bíblia. “A Inerrância e a Infalibilidade da Bíblia ”. Harold O. J. Brown, p. 61-78. 5. O Alicerce da Autoridade Bíblica. “A Declaração de Chicago Sobre a Inerrância da Bíblia”. P. 183-96. 6. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã, vol. II. “Inspiração Plenária e Inspiração Verbal”. I. S. Rennie. P.333-37. 1. 2. 3. 4.
O Manuseio da Bíblia. I.
NOMES E SIGNIFICADO:
1. Bíblia ( = livros) 2. Escrituras. 3. Palavra de Deus. 4. A Lei de Deus. A Bíblia é a Palavra de Deus. ele falou (e fala) através dos livros que Ele mandou escrever.
II. MANUSEIO: Todos os livros da Bíblia são divididos em capítulos e versículos: João (Jo) 14.6 Nome do livro ou abreviatura (Jo). Número do capítulo (grande). Número do versículo (pequeno) As Bíblias são divididas em capítulos e versículos. As versões mais modernas contêm também divisão de parágrafos, titulações e notas auxiliares. Seu objetivo é auxiliar na leitura, contudo é bom lembrar que esses auxílios não estão contidos nos textos originais inspirados.
Exemplos: Versículo mal dividido: Ef 1.4. Titulação incorreta: • I Co 13 – O amor é o dom supremo. Na verdade o amor é fruto do Espírito. Parágrafo mal dividido: Mt 5.13,14. Sal e luz são assuntos interligados. Essa divisão pode conduzir a uma interpretação fragmentada pelo leitor desatento. III.
DIVISÕES:
1. Antigo Testamento (AT) = Escrito antes do nascimento de Jesus Cristo. 2. Novo Testamento (NT) = Escrito Após a ressurreição e ascensão de Jesus Cristo.A palavra testamento significa aliança ou pacto. Não são duas alianças distintas, uma nova
8
e outra velha, mas uma mesma aliança em duas dispensações distintas. O NT está escondido no AT e o AT está revelado plenamente no NT. O AT é sombra ou figura do NT (Hb 8.5; Cl 2.16,17). Veja o gráfico:
O gráfico acima demonstra que a revelação divina nas Escrituras é: Histórica = Acontece dentro da história humana. Progressiva = À medida que acontece a sua compreensão se torna maior Orgânica = É perfeita em todos os seus estágios. Adaptável = Sua linguagem é compreensível a quem a recebe.
A Bíblia possui ao todo 66 (protestantes = 39 + 27) ou 73 livros (católicas = 46 + 27). Em algumas seitas chamadas de igrejas para-cristãs podem chegar a mais ainda (Ex. Mórmons – livro de Moroni tem 12). Essas diferenças todas têm a ver com livros do AT. No NT são todas iguais. O AT possui 4 divisões principais:
Nº 1
DIVISÃO Lei ou Pentateuco
2
Históricos
3
Poéticos
4
Proféticos
5
Livros Deuterocanônicos (ou Apócrifos.)
QUANTIDADE LIVROS 5 livros Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio 12 livros Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. 5 livros Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares. 17 livros a) Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel. b) Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. 7 livros I e II Macabeus, Tobias, Judite, Baruque, Sabedoria, Eclesiástico; acréscimos a Daniel e a Ester. (Presentes somente nas versões católicas).
----------------------------------------------------
As Versões da Bíblia Introdução:
9
Existem hoje no mercado várias edições da Bíblia. Não é difícil perceber algumas diferenças nelas. Isso se deve, na maioria dos casos a questões de estilo e tradução. Nessa aula vamos entender um pouco melhor porque isso acontece.
I. OS IDIOMAS DA BÍBLIA: A Bíblia não foi escrita originalmente em Português, mas ela veio até nós por meio de traduções e revisões dessas traduções. Escrita em Aramaico, Grego e Hebraico: O Antigo Testamento: Na sua maioria em HEBRAICO (semítica) e pequenas partes em ARAMAICO (partes de Esdras, Neemias e Daniel). O hebraico originalmente era uma língua não vocalizada na escrita. Por isso tornou-se uma língua morta, ou seja não falada. Somente com o trabalho dos Massoretas, que vocalizaram a língua é que o hebraico voltou a ser falado.
O Alfabeto hebraico:
II.
O VALOR DE SE CONHECER AS LÍNGUAS ORIGINAIS:
Nenhuma tradução pode substituir o original, principalmente no caso da Bíblia, pois cremos na inspiração dos originais bíblicos, e não de suas traduções. Os tradutores, embora cristãos fiéis não são inspirados, mas somente os escritores o foram.
10
Note o que está escrito no prefácio da edição João Ferreira de Almeida, 2ª edição 4: “É certo que toda tradução ou revisão da Bíblia Sagrada, ainda que levada a termo por íntegros peritos bíblicos é sempre trabalho humano e, como tal, sujeito a falhas; por outro lado, no entanto, suscetível de melhoria”. É importante para o cristianismo que suas Igrejas mantenham uma ligação viva com as Escrituras através do estudo das línguas originais. Se esse estudo cair em desuso, abrir-se á a porta para todo tipo de interpretações particulares e heréticas da fé, colocando em risco a comunhão viva que temos com Deus (Jo 7.17) 5.
III.
As Versões Antigas:
1. Antigo Testamento: a) A Septuaginta (LXX): A mais importante tradução grega do AT, datada de cerca de 250 a.C. É a base da tradução da Vulgata Latina de Jerônimo. Contém os livros Apócrifos ou Deuterocanônicos. b) Versão de Áquila: 2ª séc. d.C. feita para substituir a LXX, mais usada pelos cristãos. c) Versão de Teodócio: 2º séc. d.C. . Procurou corrigir muitas inexatidões da LXX. d) Versão de Símaco: 200 d.C. Uma paráfrase (tradução livre) muito elegante da LXX. 2. Versões Completas (AT e NT): a) Pesita (Peshita = simples): 2ºséc. d.C. É a melhor versão siríaca das Escrituras. b) Vulgata Latina : Traduzida por Jerônimo (383-405 d.C.). Feita para substituir as versões latinas anteriores que eram baseadas somente na LXX. Jerônimo traduziu direto do hebraico, usando o Texto Massorético (TM). Mais inclui os deuterocanônicos, que não têm no TM. IV. As Versões em Português: As mais conhecidas são: a) Figueiredo: Produzida pelo Pd. Antônio Pereira de Figueiredo a partir da Vulgata. Usada pelos católicos. b) Bíblia de Jerusalém: Versão católica com notas. c) Almeida: Traduzida pelo Pr. João Ferreira de Almeida (1748). Atualmente consta de duas edições mais conhecidas: A Atualizada (ARA) e a Corrigida (ARC). Usadas pelos Protestantes. d) Nova Versão Internacional (NIV): Já foi lançado o NT em português, e o AT está em preparação. É traduzida do inglês em comparação com os originais gregos e hebraicos. V.
Razões das Diferenças Nas Versões:
Elas surgem com base nas seguintes razões básicas:
1. Diferenças de significado quanto ao uso dos textos gregos e hebraicos. Nós não temos os originais (autógrafos = escritos pelos próprios autores bíblicos) mas apenas cópias. Com o passar dos anos muitas cópias foram feitas e, como eram feitas à mão, começaram a surgir as variantes (expressões diferentes nos manuscritos). Só do NT, existem mais de 5.000 manuscritos. Esses manuscritos foram estudados e catalogados, produzindo alguns textos completos que são utilizados para tradução: 4 5
Bíblia, Edição Revista e Atualizada, 2ª edição, p.5. TIDWELL, J.B., Visão Panorâmica da Bíblia, p.30.
11
Exemplos: A LXX, o TM para o AT. O Texto Recebido (Receptus), o Texto do Vaticano, o Texto Majoritário (Bizantino). Lembre-se de que: Embora hajam diferenças nos manuscritos, elas não atingem nenhuma doutrina básica das Escrituras. Muitos manuscritos continuam sendo achados e catalogados para estudo. Ex.: O Códice Alepo, encontrado em 1.947, na Síria. Os Manuscritos do Mar Morto, cerca de 200 manuscritos hebraicos encontrados em Israel de 1.948-1.956.
2.
Diferenças de significados em virtude de ambigüidades.
Existem palavras que podem ter mais de um significado (ambíguas). Na tradução da Bíblia isso também acontece e geram algumas diferenças. Nesses casos, um estudo mais detalhado do contexto ajuda a resolvera melhor tradução. Ex.: “Os pais das crianças chegaram”. Pais pode ser: a) Dois homens. b) Marido e esposa. c) Dois casais que são pais. d) 1. Mudanças na forma visando uma boa comunicação. A tradução leva em conta o significado e a forma da linguagem. Às vezes a tradução não fica natural se for feita literalmente. Você não traduz “good morning” por “boa manhã”, mas por “bom dia”. 2. Mudanças na forma quanto ao uso de linguagem figurada. Uma palavra pode ser empregada de forma literal numa frase e de forma figurada em outra. Numa tradução, é possível que o sentido não seja entendido se não for feita mudanças na forma. Ex.: A sede das emoções para nós é o coração, mas para os gregos eram as entranhas (intestinos). (Fm 7). 3. Mudança na forma para tornar mais claro o significado. Uma Bíblia diz: “quinze estádios, outra: “três quilômetros” (Jo 11.18). Isso se aplica principalmente a pesos e medidas desconhecidas e/ou não usadas por nós hoje. É a mesma questão entre usar quilômetros (Brasil) e milhas (EUA) para medir a velocidade dos carros. 4. Mudança na forma a fim de tornar o texto mais natural em Português. Algumas expressões podem não soar muito bem em outra língua, e por isso algumas versões as modificam a fim da tradução ficar mais natural e bonita. Ex.: Cão, filho de Noé: revisado na ARA para Cam.
VI. Conclusão: As novas versões são sempre bem vindas, desde que expressem o sentido original do texto bíblico, numa linguagem acessível, mas fiel ao original. Existem cerca de 5.500 línguas faladas no mundo de hoje. Cerca de 260 têm a Bíblia completa. 300 têm somente o NT. Aproximadamente 1.000 têm apenas porções traduzidas e cerca de 3.000 a 3.200 não têm nada da Bíblia em sua língua 6.
6
Essa estatística é de 1.993. Veja EKDAHL, Elizabeth M., Versões da Bíblia, p.115.
12
------------------------------------------------------------------
PARTE II MUNDO ANTIGO A Geografia da Palestina: A Palestina se divide naturalmente em quatro áreas:
Planície Marítima •
Área costeira ao Mediterrâneo. • Três divisões: 1. Planície do Aco (Acre). Norte do Monte Carmelo. 2. Planície de Sarom. Sul do Carmelo. 3. Planície da Filístia.
Região Montanhosa
Vale do Jordão
Platô Oriental
•
Entre o vale do • Corta a palestina de • Engloba a Jordão e a Planície Norte a sul a partir Transjordânia. Marítima. do Monte Hermon. • Quatro divisões: I. Basã. Sul do • Três divisões: • Suas águas formam o Mar da Galiléia ao Hermon até o Rio 1. Galiléia – norte. norte e deságuam no Jarmuque. • Vale de Jezreel ou II. Mar Morto ao sul Gileade . Rio Esdrelom (oriente) e (389 m. abaixo do Jaboque. o Vale de Megido III. nível do mar). Amom . Nordeste do (ocidente). Mar Morto. • Ao sul está o deserto 2. Samaria – centro. IV. Moabe. Leste do de Arabá. • Região montanhosa. Mar Morto, sul do 3. Judéia – sul. Rio Arnom. • Terras Altas – norte. • Sefelá (terras baixas) – sul. • Deserto do Neguebe.
Principais Planícies: Planície Marítima ou da Filístia. Nela ficavam as cinco cidades dos filisteus (Gaza, Ecrom, Azoto, Ascalom e Gate); Planície da Fenícia: Entre Tiro e Sidom. Planície de Sarom; Entre o Monte Carmelo e Jope (I Cr 27.29; Ct 2.1,2). Planície do Acre (Jesreel ou Esdraelon): Entre os montes de Samaria e Galiléia (Js 17.16; Jz 1.31; 6.33) . Muitas batalhas importantes aconteceram ali: Gideão venceu os midianitas (Jz 6.33; 7.1); a derrota de Sísera (Jz 4); Morte de Saul e seus filhos (I Sm 31); Morte de rei Josias (II Rs 23); vitória de Jeú sobre Acabe (II Rs 10). Planície do Sefelá (terras baixas): Entre a Planície da Filístia e as montanhas de Judá. “É uma região politicamente estratégica e economicamente importante” 7. I.
II. Principais Planaltos: Planalto de Basã: Sl 22.12, 68.15, Ez 39.18. Planalto de Gileade: Jr 8.22. Na época do NT é conhecido como Peréia. III.
7
Principais Montes:
Ivete M. Pereira, Geografia Bíblica, Seminário Betel Brasileiro, 1998, p. 7. Trabalho não publicado.
13
Líbano: 3060 m. (I rs 5.1,6,9,13-15,18). De lá foi tirada a madeira de cedro para a construção do templo de Salomão. Tabor: Js 19.22, Jz 4.6,14. Carmelo: è citado 21 vezes no AT. Lugar onde Elias confrontou os profetas de Baal (I Rs 18.17-40). Ebal (924 m.) e Gerizim (853 m.): Dt 11.29. situados na Samaria e separados por um pequeno vale. Sião (800 m.): Leste de Jerusalém. Citado 151 vezes na Bíblia. Sl 48.2. Moriá (744 m.): monte do templo de Salomão (II Cr 3.1). Fica a leste do Monte Sião. Hermom: Jz 3.3; I Cr 5.23; Sl 133.3. O rio Jordão nasce entre as suas cordilheiras.
IV. Principais Rios: Jordão (“declive” ou “o que desce”): Principal rio da Palestina, divide-a em duas partes distintas: Canaã e Transjordânia. Tem três trechos distintos: (1) Da nascente ao Lago Merom. Profundidade de 3 a 4 m. (2) Do Lago Merom ao Mar da Galiléia. Profundidade de 8 a 15 m. (3) Do Mar da Galiléia ao Mar Morto. Região de muitas corredeiras. Percirre uma distância de 117 Km, atingindo 25 a 35 m. de largura e somente 1 a 4 m. de profundidade. Quisom: O mais importante depois do Jordão (Jz 5.21; I Rs 18.40). nasce das torrentes do Monte Gilboa e do Tabor. Soreque: nasce a sudoeste de Jerusalém e desemboca entre Jope e Ascalom (Jz 16.4). Seu vale é famoso por seus vinhedos (Jz 14.1-5). Besor: deságua ao sul de Gaza (I Sm 30.9,10). V. Principais Desertos: Neguebe: Sl 126.4. Fica ao sul da Palestina. Deserto da Judéia: Jz 1.16, Mt 3.1. Jericó: Lc 10.30-35. VI. Principais Estradas: Real: Mencionada em Nm 20.17; 21.22. Via Maris: saía de Damasco em direção a Ptolemaida no Mediterrâneo. Estrada do Centro: Eram duas estradas que saiam de Jerusalém, uma para o norte e outra para o sul. A estrada do sul se bifurcava, indo um ramal para Gaza (Filipe evangelizou o eunuco nessa estrada) e o outro para Berseba. Estrada da Costa: saía do delta do Nilo no Egito e seguia por uma região deserta por 120 Km até chegar no Mediterrâneo. É chamada do “caminho dos filisteus” em Ex 13.17. Estrada do Leste: saía de Jerusalém em direção a Damasco pelo caminho de Betânia. Nessa estrada, Paulo foi encontrado por Cristo (At 9).
14
--------------------------------------------------------------------
PANORAMA GERAL DO PENTATEUCO8: TITULO. Pentateuco (Grego: Penta “Cinco”; Teuco “estojo para o rolo de papiro”). Os livros antigos eram escritos em rolos, geralmente de 09 metros de comprimento, mais ou menos o tamanho necessário para acomodar de Gênesis a Deuteronômio. Recebem na Bíblia o nome de “ A Lei”, ou “O Livro de Moisés”, “O Livro da Lei de Deus”, e algumas vezes “Tora” (Ensinamentos). É designado no TM como “a Lei – hattôrâ”. No AT o Pentateuco é chamado de: (1) Lei – Js 8.34; Ed 10.3. • (2) Livro da Lei – Js 1.8; II Rs 22.8. • (3) Livro da Lei de Moisés – Js 8.31; Ne 8.1. • (4) Livro de Moisés – Ed 6.18; II Cr 25.4. • (5) Lei do Senhor – Ed 7.10; I Cr 16.40. • (6) Lei de Deus - Ne 10.28,29. • (7) Livro da Lei de Deus – Js 24.26; Ne 8.18. • (8) Livro da Lei do Senhor – II Cr 17.9; 34.14. • (9) Livro da Lei do Senhor seu Deus – Ne 9.3. • (10) Lei de Moisés, servo de Deus – Dn 9.11;Ml 4.4. • No NT o Pentateuco é chamado de: (1) Livro da Lei – Gl 3.10. • (2) Livro de Moisés – Mc 12.26. • (3) Lei – Mt 12.5; Lc 16.16; Jo 7.19. • (4) Lei de Moisés – Lc 2.22; Jo 7.23. (5) Lei do Senhor – Lc 2.23,24. • I.
Embora não possamos afirmar categoricamente que todas estas referências e outras mais sejam explícitas ao Pentateuco é difícil fazer tal ligação. O termo Pentateuco foi utilizado a primeira vez por Orígenes em seu comentário de Jo 4.25 “do Pentateuco de Moisés”; e Tertuliano em sua obra “ Contra Márcion 1.10”.
II. PERÍODO. Livro Data Gênesis 1.443 aC Êxodo Levítico Números Deuteronômio
1.440 aC 1.440 aC 1.405 aC 1.405 aC
Observações Extensão histórica – 2.369 anos (da criação 4.173 à morte de José – 1.804) Data da saída do Egito – 1.445 aC Período de tempo envolvido – 30 dias aproximadamente Período de tempo abrangido – 1.444 à 1405 (38 anos e 9 meses) Preparo de uma nova geração para viver em Canaã
IMPORTÂNCIA. a) Cósmica. Explica a criação de todas as coisas b) Étnica. Explica a origem da raça humana, a expansão das três divisões raciais do mundo: oriental, o negróide e o ocidental
III.
8
Ângelo Gagliardi, Panorama do VT , p. ?
15
Histórico. Os livros da Bíblia são os únicos a traçar a origem do homem numa linha contínua a partir de Adão. d) Religioso. Retratam a Pessoa e o caráter de Deus, a criação, a queda, as alianças e as promessas divinas de trazer a redenção através de um divino Redentor. e) Profético. Os livros do Pentateuco são a base para os profetas. c)
IV.
V.
AS DIVISÕES DO PENTATEUCO. A. Ênfase da pessoa de Deus Gênesis Soberania de Deus sobre a criação, o homem e as nações Êxodo Poder de Deus para julgar o pecado e redimir seu povo Levitico Santidade e provisão de Deus para uma vida santa Números Benevolência e severidade de Deus ao disciplinar seu povo. Deuteronômio Fidelidade de Deus ao cumprir suas promessas. B. Ênfase do programa de Deus no estabelecimento do seu reino Gênesis Necessidade e preparação do regulamento do reino de Deus Êxodo Inauguração e legislação do reino. Levitico Organização espiritual do reino. Números Organização política do reino Deuteronômio Reorganização do Reino para a vida em Canaã. C. Em relação à igreja hoje Gênesis Chamado de um povo. Doutrina da Vocação, Depravação Êxodo Libertação de um povo (lei, tabernáculo) Doutrina da Redenção Levitico Santidade para um povo (levitas) Doutrina da Santidade Números Povo dividido em dons e ministérios. Doutrina da Igreja, O Homem. Deuteronômio Constante discipulado da igreja. Igreja doutrinada sempre
A AUTORIA DO PENTATEUCO:
Há evidência Bíblica suficiente para crermos que Moisés foi o autor humano do Pentateuco. Isso não quer dizer que Moisés tenha escrito cada palavra como temos hoje, mas que é seu autor fundamental e real. É possível que Moisés tenha se utilizado de fontes anteriores e que revisões posteriores tenham ocorrido debaixo da inspiração do Espírito Santo, atualizando informações geográficas e históricas para facilitar sua leitura e entendimento. a) No próprio Pentateuco: Ex 17.14, 24.4-8, 34.27; Nm 33.1,2; Dt 31.9,22 e ainda Dt 1.1,5. b) No restante do AT: Josué está repleto (8.31,32,34;11.15,20; 14.2; 21.2, 22.5,9; 23.6 dentre outras); Jz 3.4, I Rs 2.3; II Rs 14.6; II Rs 21.8; Ed 6.18; II Cr 34.14; Dn 9.11-13. c) No NT: Mt 10.5; Mt 19.8; Mc 1.44; Lc 5.14; At 3.22; Rm 10.5-9; I Co 9.9; Ap 15.3. LIVRO
AUTOR
DATA
AÇÃO
GÊNESIS
Moisés
1.445
ÊXODO
Moisés
1.444
4.004 a 1.805 a.C. 1.525 a 1.444 a.C.
VERSO CHAVE 1.1 3.10
TEMA Os princípios. Libertação pelo sangue.
DIVISÃO Primórdios. Patriarcas. Providência. Libertação. Locomoção. Legislação.
16
LEVÍTICO
Moisés
1.444
1.444 a.C.
19.2
Santidade.
NÚMEROS
Moisés
1.405
33.1
Peregrinação.
DEUTERONÔMIO
Moisés
1.405
1.444 a 1.405 a.C. 1.405 a.C.
12.1
Obediência.
I.
Sacrifício. Sacerdócio. Saúde. Separação. Solenidade. Sinai. Sinai a Cades. A Moabe. Recorda ! Obedece!
Análise de Gênesis:
Informações Gerais: a) Nome, Autoria e Data: Na Torá (TM): Bereshit – “No Princípio”. Na LXX: Genesij (Gênesis – origem, fonte, geração). Autor e data : Moisés, cerca de 1.450 a.C. b) Propósito: Fornecer um breve sumário da história da revelação divina, desde o princípio até que os israelitas foram levados para o Egito e estavam prontos para se tornarem uma nação teocrática. c) Esboços: Capítul o 1-2 3-5 6-10 11 12-25 26-27 28-36 37-50
Personagens
Assuntos
Lições
Deus Adão Noé Os povos Abraão Isaque Jacó José
Criação Queda Dilúvio Babel A Aliança A promessa Israel Conservação da promessa
Deus é o criador de tudo. Deus é santo. Deus é Justo. Deus é o governante dos povos. Deus elege. Deus é fiel. Deus cuida com paciência. Deus Intervêm.
CRIAÇÃO 1- 2
QUEDA 3-6.10.
DILÚVIO 6.11-8.19.
NOVO COMEÇO 8.20 – 11.
d) A Criação: RELATOS DA CRIAÇÃO Primeiro relato: Gn 1.1-2.4a 1º momento da criação (1.1-2): Criação dos céus e da terra. Deus criou a partir do nada (Hb 11.3, [2 Mc 7.28]). Mundo desordenado (caos): Ausência de luz, de vida e de forma. Manifestação de Deus: Sopro divino. 2º momento da criação (1.3-2.4a): Ordenação dos céus e da terra. Deus ordenou a partir do caos: Separação entre luz e trevas, dia e noite, céus, terra e águas. Criação da vida vegetal, animal e humana.
17
Término da criação e descanso de Deus. Manifestação de Deus: Palavra criativa (E disse Deus: Haja...) A duração dos dias da criação ainda é ponto discutido: Eles nunca existiram – evolucionista. ♣ Os dias representam eras (Evolucionista-Teísta). ♣ Os dias são literais – 24 horas. ♣
1º dia. Luz.
2º dia firmamento
3º dia Separação de terra e mar.
4º dia Luminárias nos céus.
5º dia Criaturas marinhas e as aves.
6º dia Os animais terrestres e o homem.
7º dia Deus terminou seus atos criativos e descansou.
e) A Queda: O pecado da queda foi a desobediência motivada por um desejo de tornar-se como Deus. “Deus proveu peles de animais para lhes servirem de vestes, o que envolveu o abate de animais, em favor do homem pecaminoso”9. Caim Lameque Enos Enoque Jubal
O primeiro homicida. O primeiro polígamo Começa-se a invocar a Deus (oração). Foi arrebatado. Invenção da música através de instrumentos musicais.
f) Dilúvio: Medida da Arca. Tomando-se o côvado como 46 cm = 137 m. (comprimento) / 22,5 m. (largura) e13,5 m. (altura). Deslocamento de água de 50 mil toneladas. Quantos dias durou o dilúvio? a) b)
c)
d)
e) f)
A narrativa do dilúvio está registrada em 03 dos capítulos do livro de Gênesis (6, 7 e 8). Segundo eles , o dilúvio começou no dia 17 do segundo mês do ano 600 de Noé (7.11). Quarenta dias foi o número de dias em que houve chuva copiosa (7.12). Ao final deste período as águas cobriram todos os pontos mais altos sem que houvesse qualquer salvamento dos que estavam sobre a terra (7.17-23). O tempo total em que as águas predominaram sobre a superfície da terra fora, desde o dia em que começou a chover, de 150 dias (7.24). Assim, após cinco meses, precisamente no dia 17 do sétimo mês, a Arca encalhou sobre os montes de Ararat (8.2-4). As águas baixaram mais até o décimo mês, aparecendo os picos das montanhas no primeiro dia (8.5). No ano 601 de vida de Noé, no primeiro dia do primeiro mês as águas secaram, e no mês seguinte, no dia 17, a terra secou completamente (8.13-14), podendo todos saírem da Arca. Assim, o total do dilúvio foi de um ano e dez dias. Obs.: A leitura dos capítulos 6, 7 e 8 de Gênesis, em certos trechos, dificulta o entendimento da duração do dilúvio. A razão disto, segundo alguns exegetas, é que estes três capítulos foram formados à partir da junção de duas tradições orais conhecidas naquele tempo. A narrativa Javista (6.1-8; 7.1-5, 7-8, 10, 12, 16b, 17b, 22-23; 8.2b-3, 612, 13b, 20-22). Os demais versículos são da narrativa sacerdotal. g) Novo Começo:
9
Samuel J. Shultz, A História de Israel no AT , p. 14.
18
Terminado o dilúvio, começam as oferendas sacrificiais 10. Deus estabelece a pena de morte para o homicídio e estabeleceu o arco-íris como promessa de mais destruir a terra com dilúvio. Destaque para a construção da torre de Babel, quando Deus confundiu as línguas para que o povo se dispersasse pelo mundo.
h) Distribuição dos povos: Sem Região do Golfo Pérsico
Cão Jafé. África e Palestina. Costa do Europa e Ásia. Mar Mediterrâneo.
A lição que aprendemos desse período é que a corrupção do pecado se espalhou e contaminou a todos de forma crescente.
i) A Era Patriarcal: A narrativa desse período está contida em Gênesis 12-50. Novas descobertas arqueológicas (Mari, Nuzi e Ugarite) têm trazido luz para esse período. O mundo patriarcal está identificado com o “Crescente Fértil” (Mesopotâmia, Palestina e Egito).Sua história está associada aos desenvolvimentos dos Sumérios e acadianos na Mesopotâmia e dos Egípcios no Egito. Quatro personagens bíblicos recebem destaque: Abraão, Isaque, Jacó e José. A vida de Abraão tem três fases distintas: 1. Partida de Ur e estabelecimento em Canaã (12.1 – 14.24). 2. Espera do filho prometido (15.1 –22.24). 3. Provimento para sua posteridade (23.1 – 25.18). A vida de Isaque se mistura ao relato da vida de Jacó (25.19 – 35.29). A vida de Jacó: 1. Jacó adquire de Esaú a Primogenitura – cap. 25. 2. Jacó rouba a Benção de Esaú – cap.27. 3. Jacó e Labão – cap. 28 – 32. 4. Jacó retorna a Canaã – cap.32 – 35.
Os Filhos de Jacó (Gn 35.23-26): Ruben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom. (filhos de Lia). Gade e Aser. (filhos de Zilpa, serva de Lia)
José e Benjamim. (Filhos de Raquel). Dã e Naftali. (filhos de Bila, serva de Raquel).
j) Implicações do Livro: Gênesis questiona: 1. O ateísmo – Existe um Deus que é criador de tudo. 2. O Panteísmo – Deus, embora imanente (presente na criação), é transcendente a ela (é separado da criação). Deus não é a criação, a natureza. 3. O politeísmo – Existe apenas um Deus, que é o SENHOR (Javé). 4. O Deísmo – Esse Deus intervêm na história da sua criação e a governa. 5. O materialismo – Deus não é a matéria, mas o seu criador ( Ex nihilo – do nada). A queda do homem explica: 1. a miséria do homem. 10
Ibid., p. 16.
19
2. O vazio existencial do homem (quem sou? Donde vim ? Para onde vou ?). 3. A perdição e corrupção humana. 4. A existência da morte. Gráfico do Pentateuco
O significado Espiritual do Tabernáculo 11
11
ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento pg. 34
20
Israel permaneceu no Monte Sinai até o final do primeiro ano, ocupado com a construção do Tabernáculo designado por Deus. Do mesmo modo que a Lei retratava a santidade de Deus e a separação do homem por causa da desobediência, o tabernáculo retratava a graça de Deus, ao prover um lugar de encontro e comunhão pelo sacrifício de sangue. Para Israel, simbolizava a sua única aproximação a Deus através da figura de sacrifício, purificação e conduta na sua luz. Tipicamente, o tabernáculo retrata a Cristo como única maneira de o homem aproximar-se de Deus. as diferentes peças de mobília descrevem, numa forma visual, os muitos propósitos cumpridos na vida e morte do Senhor, a fim de capacitar as pessoas a se aproximarem dele e terem comunhão com ele (Hebreus9.1-14)
Sistema Sacrifical
Porção Nome
queimad a
Outras porções
Animais
Ocasião ou
Referenc
Tipo de
motivo
ia
Cristo
21
João 1.29 Holocausto
Oferta redentora
Tudo
Nenhuma
Aroma agradável
Macho sem
Propiciação
defeito;
pelo pecado
animal
em geral em
segundo as
demonstração
posses
de dedicação
A oferta de Levítico 1
Cristo pelo Pecado como o Cordeiro de Deus
Gratidão pelo Oferta de manjares ou Tributo
Ofertas de Adoração
Porção
Comidas
simbólic
pelo
a
sacerdote
Hb 10.05
Bolos asmos
começo das
ou cereais;
colheitas.
Levítico
devia conter
Consagração
2
sal
pela
Cristo apresentado a Deus com vida perfeita
produção. Macho ou Sacrifício
Partilhadas
fêmea sem
Pacifico:
em uma
defeito
a) Gratidão
refeição de
segundo as
a). benção
Levítico
b) Cumprime
confraterniz
posses do
inesperada
3
ação pelo
ofertante;
b). livramento Levítico
sacerdote e
voluntária:
quando
Ofertas de
pelo
pequenos
feito um voto
Adoração
ofertante
nto de voto
Gordura
c) Voluntária
Comunhão:
era 22.18-30
Ef 2.14 Cristo promove a verdadeirapaz com Deus
defeitos eram c). gratidão permitidos Sacerdote ou
Oferta pelo pecado
Enfatiza o pecador
Comidas Gordura
pelo sacerdote
congregação: Novilho; Rei: Bode; Individual: Cabra
Oferta pela culpa
Gordura
Comidas
Aplicava-se basicamente à situação em que era necessária
Levítico
Hb 9.12,26
4
I Jo 1.9
uma
purificação. Carneiro sem Aplicava-se à Levítico
II Co 5.19
Enfatiza o pecado,
pelo
defeito; 2
situação em
os atos
sacerdote
rolas ou 2
que havia
reconcili-
pombinhos;
uma
ando,
pecaminosos
10a. parte flor profanação de de farinha
coisa santa ou onde havia uma culpa
5-6.7
Cristo
compensando
22
objetiva
Significado das ofertas leviticas 12 A OFERTA
Cordeiro da Páscoa
SIMBOLO PARA ISRAEL TIPO DE CRISTO A OFERTA REDENTORA (Êxodo 12.1-13) Redenção do pecado e morte através do A oferta pelo pecado como o Cordeiro de
Ofertas Queimadas
sangue de um cordeiro Deus (I João 1.29) OFERTAS DE ADORAÇÃO (Levitico 1-3) Dedicação da vida a Deus. Cristo dedicou-se completamente a Deus
Ofertas de Cereais
Consagração da produção a Deus.
(Hb 10.5-7) O corpo de Cristo apresentado a Deus
Ofertas de Paz
Expressão de agradecimento a Deus por
como uma vida perfeita (Hebreus 10.5) A oferta de Cristo provê paz com Deus
Oferta pelo pecado
partilhar com ele e com os outros (Efésios 2.14) OFERTAS DE RESTAURAÇÃO (Levitico 4-7) Restauração à comunhão pelo sangue de A oferta de Cristo provê contínua
Oferta pelas culpas
Duas aves Novilha vermelha
12
um substituto.
renovação pela confissão (Hebreus 9.12,
Restituição pelos danos do pecado contra
26; I João 1.9). A oferta de Cristo perante Deus compensa
Deus e o próximo. o dano do pecado (II Coríntios 5.19) OFERTAS CERIMONIAIS DE PURIFICAÇÃO (Levitico 14; Números 19) Purificação espiritual da contaminação de A oferta de Cristo purifica a contaminação doenças físicas Purificação espiritual de contaminação
das doenças (Hebreus 9.22) A oferta de Cristo também purifica de
fortuita
contaminação fortuita (Hebreus 9.13-14)
ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento pg. 41
23
Festas Sagradas de Israel e o seu significado13 Festa 1. Sabado Semanal. Lv. 23.3 para introduzir as festas anuais. 2. Páscoa e a dos paes Asmos. Dia 14, e de 15 a 22 de Abibe.
Objetivo Descanso ao homem e animais.
Lembrar o livramento da servidão e morte no Egito e o fato de o Senhor tê-los aceitado como seus primogênitos. Dedicar ao Senhor toda a colheita da terra em que habitavam.
3. Primícias 16 de Abibe(segundo dia dos pães asmos; originalmente no Domingo)
Agradecer a Colheita da cevada, dedicar a próxima colheita do trigo e lembrar o livramento da escravidão do Egito.
4. Pentecostes 6 de Abibe (Domingo)
5. Trombetas 1 de Tishri (mais ou menos em Outubro) 6. Expiação 10 de Tishri(outubro – segunda-feira) 7. Tabernáculos 15-22 de Tishri (outubro, em duas quartas-feiras)
Marcar o início do ano civil e alertar a nação para o início do mês sagrado, com suas importantes atividades. Expiar quaisquer pecados ainda não expiados e simbolizar a eliminação divina desses pecados, purificando assim a nação por mais um ano. Comemorar a peregrinação de Israel pelo deserto e o cuidado que Deus lhes dispersou; regozijar-se com a colheita do ano que passou e cumprir os votos de ofertas voluntárias e de agradecimentos feitos durante o ano.
Ritual Abster-se de todo trabalho. Sacerdotes deviam fazer ofertas diárias em dobro e apresentar novos Paes da proposição no tabernaculo. Reunir todos os homens em frente ao tabernáculo. Com as casas sem fermento, um cordeiro sem mácula seria sacrificado e comido pela família. Os molhos das primícias, selecionados no décimo dia, eram movidos em oferecimento ao Senhor no dia 16 (mais tarde os grãos passaram a ser também colhidos.) Reunir os homens em frente ao tabernáculo; apresentar ao Senhor dois pães levedados (como alimento diário), e mostrar liberalidade para com o pobre. As trombetas soavam por muito tempo e com som mais alto do que nas outras luas novas. Chorar e afligir as suas almas; o sumo sacerdote oferecia um novilho e dois bodes, um bode para simbolizar a expiação e outro para levar sobre si todas as iniqüidades do povo. Habitar em tendas de ramo; cumprir os votos do ano anterior; alegrar-se como os frutos e o agitar de ramos; os sacerdotes apresentavam ofertas especiais durante sete dias.
Tipo Tipificava os crentes descansando na obra concluída de Cristo. (Hebreus 4.1-10) O cordeiro sacrificado tipificou a morte vicária de Cristo pelo pecado; o pão asmo, sua vida sem pecado, da qual os crentes se alimentam, em reflexão As primícias tipificavam a ressurreição de Cristo como as primicias da ressurreição do crentes (I Co 15.20,23)
Os dois pães tipificavam a dupla colheita do Espírito, das primícias da igreja e mais tarde de Israel (Tiago 1.18; Apocalipse 14.4). A nova reunião de Israel/ Igreja Tipificava Cristo, que expiou todos os nossos pecados, pagando por eles e levando-os sobre si. (Hebreus 10.23-26) Tipificava a alegria e a paz de Israel após a sua purificação (Zacarias 14)
Cronologia das jornadas de Israel no deserto Livro
ÊXODO (onze meses e meio)
LEVITICO (meio mês) NUMEROS 13
Acontecimentos Instituição da Páscoa no Egito Partida de Ramessés, Egito Travessia do Mar Vermelho Chegada ao deserto de Sim Chegada ao Monte Sina Ano teológico do Sinai Término do tabernáculo e a vinda da Glória Legislação levítica dada do tabernáculo pelo Senhor Segunda Celebração da Páscoa no Sinai
ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento pg. 45
Data a.C. 14/4/1445 15/4/1445 18/4/1445 15/5/1445 1/6/1445
Referência Ex 12.6 Ex 12.18 Nm 33.3 Nm 33.8 Ex 16.1 Ex 19.1 Ex 40.17
1/4/1444 1444
Levítico 1.1
14/4/1444
Nm 9.1
24
(Trinta e oito anos e oito meses e meio)
DEUTERONÔMIO (dois meses) JOSUÉ (meio mês)
Primeiro Censo de Israel Ordem das tribos no acampamento Partida do monte Sinai Chegada a Cades Barnéia depois de vinte e uma paradas (21) Atraso de sete dias em Hazerote devido a lepra de Miriã Rebelião em Cades Barnéia e promessa de morte para aquela geração (38 anos de peregrinação no deserto) Reunião em Cades-Barnéia Morte de Miriã Desobediência de Moisés e Arão Morte de Arão no monte Hor Caminhada do monte Hor em direção ao Rio Jordão. Grandes vitórias sobre os cananeus, amoritas, Basã e miidanitas Moisés recebe o código deuteronômio e dá instruções ao povo sobre a vida em Canaã. Morte de Moisés no Monte Nebo; pranteado por 30 dias Jacó lidera Israel através do Jordão Páscoa comemorada em Gilgal
1/5/1444
Nm 1-3
20/5/1444 20/6/1444
Nm 10.11 Nm 12.33 Dt 1.2
1/8/1444
Nm 14
4/4/1406
Nm 20.1-13 Nm_____
1/8/1406 1/9/1406 1/2/1405 1/3/1405
33.38 Nm. 20.29
Dt 1.3 Dt 34.8
10/4/1405 14/4 1405
Josué 4.19 Josué 34.8
--------------------------------------------------------------
Introdução aos Livros Históricos. I. Composição: Os livros históricos compreendem doze livros, que vão de Josué a Ester. A organização do TM segue uma linha diferente. Diferem do Pentateuco quanto à sua ênfase. O Pentateuco traça a história redentora da criação à morte de Moisés, destacando à aliança da Lei e aos alicerces legislativos de Israel como povo da aliança. Os livros históricos, por outro lado demonstram o movimento histórico de Israel na Palestina na sua obediência ou não à Lei e à aliança divina. Josué, Juízes, I e II Samuel, I e II Reis = Os Profetas Anteriores (Primeiros Profetas). Essa designação é feita para contrastar com os profetas posteriores (Isaías, Jeremias, Ezequiel e os doze profetas menores). O termo não se refere a uma cronologia histórica, mas simplesmente ao seu lugar no cânon. “Enfatiza o fato de que apresentam uma história religiosa ou com um objetivo religioso. Eles “contém dados históricos escolhidos numa perspectiva profética”14. O elemento histórico está sempre ligado à mensagem espiritual. Os primeiros Profetas são históricos; os Últimos são exortativos” 15 Os Profetas Anteriores enfatizam o assentamento em Canaã e à Monarquia, os Profetas Posteriores enfatizam os séculos finais dos
14 15
Leslie C. Allen, “Os Profetas Anteriores”. Em : Introdução ao AT , p.143. Stanley A. Ellisen, Conheça Melhor o AT , p.63.
25
dois reinos, especialmente Judá. A diferença fundamental entre ambos está no fato de os Anteriores serem “constituídos de narrativas” 16. Esdras, Neemias, Ester, I e II Crônicas = Os Escritos . Rute é contado entre os cinco Rolos.
II. Autoria: Os livros históricos têm em sua maioria autoria anônima, porém certamente foram compilados por: Josué, Samuel, Jeremias e Esdras. Também haviam cronistas que eram oficialmente encarregados de relatar os fatos históricos para registro oficial; além do que, há outros escritores que narraram histórias específicas. Davi = Samuel, Natã e Gade (I Cr 29.29). Salomão = Natã, Aías e Ido (II Cr 9.29). Roboão = Semaías e Ido (II Cr 12.15). Baruque era o escrivão de Jeremias. Outros documentos históricos, não inspirados, foram utilizados como fonte (Js 10.13 – O livro dos Justos. I Rs – A História dos Reis de Israel e Judá).
N º 1º 2º
3º
III. Divisão Histórica do Período: Período Duração
Datas
Juizado
Da entrada em Canaã até o estabelecimento da Monarquia. Monarquia 1) O Reino Unido: Saul, Davi e Salomão. 1.044 – 931 a.C. 2) O Reino Divido ou Período Profético. 931 – 536 a.C. Restauração Do Cativeiro Babilônico até a Silêncio Profético
1.406 – 1.044 a.C. 1.044 – 536 a.C. 536 – 400 a.C.
IV. Divisão Literária do Período: LIVRO
DATA APROXIMADA
TEMA
OUTROS POVOS
ANTES DO REINADO – 1.406 – 1.044 a.C. JOSUÉ
1.406 - 1.375
JUÍZES
1.375 – 1.04417
RUTE
1.330
Ocupação da terra prometida.
Pouca influência egípcia na Palestina. Bençãos pela obediência e Chegada dos Filisteus à castigo pela desobediência Palestina. conforme a aliança. A linha davídica abrange os Período de paz entre Israel e gentios por intermédio de Rute. Moabe. Época dos Juízes.
ASCENSÃO E QUEDA DO REINO - 1.044 – 586 a.C. I e II SAMUEL 1.100 – 970 I e II REIS I e II CRÔNICAS
16
970 – 586 Adão – 586.
Estabelecimento do Reinado.
Filisteus: Os maiores inimigos de Israel. A história do reino pelo prisma Cativeiro sob a Assíria (Israel) da aliança. e Babilônia (Judá). A história do reino com ênfase “Reinos e impérios vizinhos em Judá. O Templo de erguem-se e caem conforme o Salomão. desígnio de Deus para o reino davídico”18.
Leslie C. Allen, op.cit ., p.143. Ellisen aponta a data de 1.075 a.C. Conheça Melhor o AT , p.64. 18 Ibid., p. 65. 17
26
PÓS-EXÍLIO (PERIODO PERSA) – 537 – 432 a.C. ESDRAS
537 – 458
NEEMIAS
445 – 430
ESTER
483 - 473
Anterior ao reinado 1405-1075 Período de 330 anos
JOSUÉ 1405 – 1375
JUÍZES 13751075 RUTE 1330
Reconstrução do templo e O Novo Império Persa. reforma do culto. Retorno dos exilados. Reconstrução dos muros de A boa vontade dos governos Jerusalém e restabelecimento persas permitem uma relativa de um governo limitado. paz. Deus é providente para com seu A Pérsia governa da Índia ao povo mesmo longe da terra Helesponto. prometida.
Ascensão e queda do reino 1070-586
Solicitude para com os remanescentes no tempo dos gentios 537-432 Período de 105 anos
Período de 484 anos 1405-432 Periodo de 973 anos I II I II REIS I II ESDRAS NEEMIAS ESTER SAMUEL CRONICAS 1100-970 970-586 Criação – 537-458 445-430 483-473 586
V. Auxílios Gráficos: 1. Livros do AT, Conheça Melhor o AT , Stanley A. Ellisen, p.10. 2. Os Livros Históricos - Mapas, Gráficos, Cronologias e Ilustrações, p.22.
JOSUÉ, JUÍZES E RUTE: O Livro de Josué. 1. Nome, Autoria e Data: TM = Ieshuá ( u w h y ) – Josué = Deus é salvação. LXX = Ihsouj – Josué. Provavelmente foi escrito pelo próprio Josué (Js 24.26) entre 1.406 – 1.380 a.C. 2. Esboço Básico: ENTRADA 1 – Preparação. 3 – Travessia do Jordão. 5 – Circuncisão: (Renovação da Aliança).
Palavra Chave: Redenção.
CONQUISTA 6 – Centro. 10 – Sul. 11 – Norte.
Verso Chave: 1.2
DIVISÃO 13 – Herança das tribos. 20 – Cidades de refúgio. 22 – Despedida de Josué.
27
3. Teologia: A fidelidade de Deus: Deus sempre cumpre as suas promessas, apesar dos nossos pecados (21.45). Ele também nos dá a vitória e ela é pela fé somente. 2. A santidade de Deus: Deus castiga a iniqüidade dos cananeus através de Israel, mas também exige santidade de seu povo para executar a sua vontade (Cap. 7 – O pecado de Acã). 3. A salvação de Deus: Josué significa “JEOVÁ é salvação”. Ele é um tipo de Cristo no AT, no sentido que levou o povo de Deus ao descanso da terra prometida (Cf. Hb 3.7-4.11). 1.
O LIVRO DE JUÍZES: 1. Nome, Autoria e Data. TM = Shophetim – Juízes = “julgadores”, “líderes executivos”. LXX = kritai (kritai) – Juízes. Embora sua autoria seja desconhecida, a maioria dos estudiosos a credita a Samuel. Escrito por volta de 1.000 a.C. , abrange o período que vai da morte de Josué ao estabelecimento do Juizado de Samuel (1.380 – 1.060 a.C.). 2. Tema. O tema é “Opressão e Livramento”. 7 apostasias; 7 opressões e 7 livramentos. O livro narra os fracassos de Israel por causa da transigência (conformação). Verso chave: 17.6 ou 21.25 – “Naqueles dias não havia rei em Israel; Cada um fazia o que achava mais reto”. 3. O Perfil dos Juízes: I Co 1.26-31: “Deus escolheu ... aquelas (coisas) que não são para reduzir a nada as que são...”. Mas o Senhor ... (3.10; 6.11-34; 11.29; 14.19 ...). Eúde Sangar Débora Gideão Jefté Jair Sansão
Canhoto Arma insignificante (queixo de boi). Uma mulher Medroso Filho de uma prostituta Polígamo Carnal (mundano)
Como explicar a derrota de Sansão? (1)Desperdiçou seus dons. (2) Buscou seus próprios interesses. (3) Entregou-se a desejos carnais.
4. A Explicação da Decadência. Eles não expulsaram os inimigos como Deus ordenara, mas se conformaram com o que já tinham conquistado e se acomodaram satisfeitos, perdendo o ânimo para completar a obra (1.19,21,27,29-31,33,34). Há um padrão notável na narrativa de Juízes:
PECADO
LIVRAMENTO.
28
CASTIGO
SÚPLICA
5.
Teologia. 1. Deus é Justo. Uma nação que abandona o Senhor, rebaixa e compromete os seus padrões, não pode Esperar a benção de Deus. 2. Deus é Soberano. Ele não depende do poder humano para atuar, mas humilha-o utilizando-se de Instrumentos desprezíveis a seus olhos. A vitória é sempre de Deus no final! 3. Deus é magnânimo e Cheio de Graça. “A paciência de Deus e a maravilhosa possibilidade de um novo começo, mediante Sua graça faz ressoar uma nota alegre neste livro”19 (Cundall & Morris). 4. A Fé é Importante. Os Juízes não tinham grandezas morais que nos inspire, mas notamos que há neles um tipo de fé que coopera com Deus, através da qual Ele revela o seu poder (Hb 11.32,33).
O Livro de Rute: 1. Nome, Autoria e Data. TM = t w r - Rute = Amizade, Associação. LXX = Rouq - Rute. Sua autoria tem sido atribuída a Samuel pelo Talmude. Seu pano de fundo é o período dos Juízes (1.1). Uma vez que Rute é bisavó de Davi, deve ser datado por volta de 1.100 a.C. Está contado entre os “Cinco Rolos”. É lido anualmente em Israel durante a festa de Pentecostes (Junho). 2. Objetivo e Tema do Livro. Seu objetivo é explicar a introdução de sangue gentio na linhagem do rei Davi e mostrar a providência da Deus na vida daqueles que confiam Nele. Verso chave : 1.16. O livro mostra de forma muito bela como Deus age nos bastidores mais comuns de nossas vidas (fome; gravidez; a Lei), não precisando se utilizar somente de atos sobrenaturais. 3. Mensagens. 1. As circunstâncias não criam e nem destroem os crentes. 2. A fé é o segredo ou o teste do verdadeiro discípulo. 3. A pessoa que confia em Deus torna-se um instrumento nas Suas mãos. 4. Teologia. 5. Deus acolhe não israelitas na aliança. “Rute, a moabita”. 6. A benevolência é o estilo de vida correto para o povo de Deus. Rute nos mostra de modo prático o que o estilo de vida hesed (Benevolência - dispor-se a ir “além da obrigação”). Rute Noemi Boaz
Sacrifício e obediência. Perseverança e inteligência. Generosidade e integridade.
7. Deus é providente e sempre cumpre seus decretos. A linhagem real de Davi e a linhagem do Messias. 8. O parente redentor (go’el) como tipo ou prenúncio do Messias. 1. Ser um parente de sangue Cristo se aparentou com a raça humana por meio de um nascimento virginal. 2. Possuir o valor necessário para adquirir a Só Cristo possuía o mérito suficiente para pagar 19
Cundall & Morris, Juízes, Introdução e Comentário, Vida Nova / Mundo Cristão, p. ?
29
herança perdida. o preço em prol dos pecadores. 3. Dispor-se a resgatar a herança perdida. Cristo entregou sua vida livremente. 4. Dispor-se a casar-se com a esposa do parente Tipifica o relacionamento de noivo e noiva falecido. entre Cristo e a Igreja. 5. Esboço Básico. A Vida de Rute, a Moabita. 1 2 3 4 Rute decide voltar.
DATA REIS REINO UNIDO 1044 Saul 1011 Davi 971 Salomão JUDÁ 931 Roboão Abias Asa 909
885
Josafá
Joás Amazias Azarias
Aías Semaías Ido
Elias Micaías Eliezer Eliseu Joiada Zacarias Jonas Oséias Amós
Jotão Isaías
640
20
Rute resgatada, Casa-se com Boaz.
SÍRIA
Natã
752
722
Rute descansa aos pés de Boaz.
REIS E PROFETAS DE ISRAEL E JUDÁ 20 PROFETAS REIS ASSÍRIA
Aazarias / Hanani Jeú
Jorão Acazias 841
Rute serve a Noemi.
ISRAEL Jeroboão
Nadabe Baasa Elá (Zinri) Onri (Tibni) Acabe Acazias Jorão Atalia Jeú Jeocaz Jeoás Jeroboão II Zacarias Salum Menaém
Acaz
Odede
Pecaías Peca Oséias
Ezequias Manassés Amom Josias Jeocaz Jeoaquim Joaquim Zedequias
Miquéias
Queda de Samaria
Rezom
Ben-Hadade Assurnasirpal
Salmaneser III Hazael Ben-Hadade
Tiglate-Pileser III Salmaneser V Sargão II Senaqueribe Esaradom Assurbanípal Babilônia Nabopolassar Nabucodonosor
Jeremias Hulda
Samuel J. Shultz, História de Israel no AT , Vida Nova, p.150.
Rezim
30
586
Queda de Jerusalém
(Ezequiel) (Daniel)
Vejamos os reis de Israel unido: Notemos os três períodos de 40 anos para cada rei do reino unido de Israel 1). Saul – 40 anos – Desobediente á Lei de Deus. Rei político. 2). Davi – 40 anos – Obediente á Lei de Deus. O homem segundo o coração de Deus. 3). Salomão – 40 anos – Obediente e oscilante. O rei sábio de Deus. Conclui a construção do Templo de Jerusalém em 960 a.C.
O reino unido durou 120 anos e foi dividido em 931 pelo péssimo reinado de Roboão, filho de Salomão. 1050-931 a.C. ISRAEL 12 TRIBOS 120 anos de reino unido
ISRAEL 10 TRIBOS – REINO DO NORTE – SAMARIA (931 até 722) Periodo de grande confusão, abandono da lei e o árduo trabalho dos profetas. JUDA 02 TRIBOS - REINO DO SUL – JUDA (JERUSALEM) (931 até 586)
Defina quem foram os reis bons e maus e quem foram os profetas que os acompanharam... Reis de Judá 931 – 586 (345 anos) Reis de Israel 931 –722 (209 anos) 1. Roboão (17 anos) 1. Jeroboão I (22 anos) 2. Abias Abião (3 anos)
2. Nadabe (2)
3. Asa (41anos)
3. Baasa (24)
4. Josafa* (25 anos)
4. Elá (2)
5. Jeorão* (8)
5. Zinri (1semana)
6. Acazias (1)
6. Onri (12 anos)
7. Rainha Atalia
7. Acabe (22)
8. Jeoás (Joás) (40)
8. Acazias (2)
9. Amazias (29)
9. Jorão (12)
10. Azarias (Uzias)* (52)
10. Jeú (28)
11. Jotão (16)*
11. Jeocaz (17)
12. Acaz (116)*
12. Jeoás (16)
13. Ezequias (29)
13. Jeroboão II* (41)
14. Manasses (55) 15. Amom (2)
14. Zacarias (6 meses)
16. Josias (31)
15. Salum (1 mês)
17. Jeoacaz (3 meses)
16. Menaém (10)
18. Jeoaquim (11)
17. Pecaías (2)
19. Joaquim (3 meses)
18. Peca (20)***
20. Zedequias (11)
19. Oséias (9)
Zorobabel (536) Neemias (444)
31
REIS DE JUDA E ISRAEL, REINO DIVIDIDO E OS PROFETAS. Reis de Judá 931 – 586 (345 anos) 21. Roboão (17 anos)
Reis de Israel 931 –722 (209 anos) 20. Jeroboão I (22 anos)
22. Abias Abião (3 anos)
21. Nadabe (2)
23. Asa (41anos)
22. Baasa (24)
24. Josafa* (25 anos)
23. Elá (2)
25. Jeorão* (8)
OBADIAS (845)
24. Zinri (1semana)
26. Acazias (1)
25. Onri (12 anos)
27. Rainha Atalia
26. Acabe (22)
28. Jeoás (Joás) (40)
JOEL (830-825)
27. Acazias (2)
29. Amazias (29)
28. Jorão (12)
30. Azarias (Uzias)* (52)
29. Jeú (28)
31. Jotão (16)*
30. Jeocaz (17)
32. Acaz (116)*
ISAIAS (740-680) MIQUÉIAS (730-720)
33. Ezequias (29)
Elias, 870-845 Eliseu, 845-798
31. Jeoás (16) 32. Jeroboão II* (41)
JONAS, 785-760/ AMÓS, 760
35. Amom (2)
33. Zacarias (6 meses)
OSÉIAS, 755-725
36. Josias (31)
34. Salum (1 mês)
34. Manasses (55)
37. Jeoacaz (3 meses) 38. Jeoaquim (11)
NAUM, 710
JEREMIAS, 627-585 SOFONIAS, 625
39. Joaquim (3 meses) 40. Zedequias (11) Zorobabel (536) Neemias (444)
35. Menaém (10) 36. Pecaías (2) 37. Peca (20)***
HABACUQUE, 607 DANIEL, 603-536 EZEQUIEL, 592-570 AGEU, 520; ZACARIAS 520-480
38. Oséias (9)
MALAQUIAS, 430
CRISES ESTABELECIDAS NOS LIVROS HISTÓRICOS: a) Em 931, ano da morte de Salomão, a nação dividiu-se em dois reinos: Judá e Israel. b) Em 841, Jeú matou os reis de ambos os reinos, apoderou-se do trono de Israel destruiu o generalizado culto a Baal no reino do Norte. c) Em 722, os assírios destruíram Samaria e exilaram Israel para a Assíria, Judá foi populado em virtude da reforma de Ezequias e do expurgo da idolatria. d) Em 586, os babilônios destruíram Jerusalém e exilaram os judeus para a Babilônia.Em 538, a Pérsia libertoue devolveu os exilados para eles construírem o templo de Jerusalém. e) Em 444, a Pérsia mandou Neemias reconstruir o muro de Jerusalém e tornar-se governador.
32
CRONOLOGIA DOS REIS DO REINO DIVIDIDO21 Reis de JUDÁ
Reis de ISRAEL
Em 931 a.C. as dez tribos do norte revoltaram-se contra Roboão e formaram o reino do Israel 931-913 a.C. Roboão (17 anos) I Rs 14.21; I Cr 12.1 931-910 a.C. Jeroboão I (22 anos) 913-911 a.C. Abias (3 anos) I Rs 15.1-2; I Cr 13.1 911-870 a.C. Asa (41anos) I Rs 15.9-10; I Cr 16.13 910-909 a.C. Nadabe (2)
873-848 a.C. 853-841 a.C. 841 a.C.
Josafa* (25 anos) I Rs 22.41-42; I Cr 20.31 Jeorão* (8) II Rs 8.16-17; I Cr 21.5,20 Acazias (1) II Rs 8.25-26; I Cr 22.2
909-886 a.C. 886-885 a.C. 885 a.C. 885-874 a.C. 874-853 a.C. 853-852 a.C. 852-841 a.C.
Baasa (24) Elá (2) Zinri (1semana) Onri (12 anos) Acabe (22) Acazias (2) Jorão (12)
I Rs 14.20 I Rs 15.25 I Rs 15.28-33 I Rs 16.8 I Rs 16.10,15 I Rs 16.23 I Rs 16.29 I Rs 22.51 II Rs 3.1
Em 841 Jeú, capitão do exercito, mata Acazias e Jorão, toma o trono de Israel e destrói toda a casa de Acabe e Jezabel, bem como todos os adoradores de Baal no reino do norte. 841-835 a.C. 835-796 a.C. 796-767 a.C. 792-740 a.C. 750 a.C.
Rainha Atalia II Rs11.3-4; I Cr 22.12 Jeoás (Joás) (40) II Rs 12.1; I Cr 24. Amazias (29) II Rs 14.1; I Cr 25.1 Azarias (52) (Uzias)* II Rs 15.1-2; I Cr 26.3 Jotão (16)* II Rs 15.32-33; I Cr 27.1-8
I Cr
841-814 a.C. 814-798 a.C. 798-782 a.C. 793-753 a.C. 753-752 a.C. 752 a.C. 752-742 a.C. 742 a.C. 752-732 a.C.
Jeú (28) II Rs 10.36 Jeocaz (17) II Rs 13.1 Jeoás (16) II Rs 13.10 Jeroboão II* (41) II Rs14.23 Zacarias (6 meses) II Rs 15.8 Salum (1 mês) II Rs 15.13 Menaém (10) II Rs 15.17 Pecaías (2) II Rs 15.23 Peca (20)*** II Rs 15.27
743-728 a.C.
Acaz (116)*
II Rs 16.1-2;
728-698 a.C.
28.1 Ezequias (29)
II Rs 18.1-2;
I Cr
732-722 a.C.
Oséias (9)
II Rs 15.30; 17.1
29.1 Em 722 a.C. Samaria foi destruída pela Assíria depois de um cerco de três anos, e o Israel do Norte deportado para a Assíria. Judá escapou de receber também esse pesado julgamento naquela ocasião devido à apressada reforma e ao expurgo da idolatria por Ezequias, que até mesmo celebrou uma Páscoa de emergência. 698-643 a.C.
Manasses (55)
II Rs 21.1;
I Cr
643-641 a.C.
33.1 Amom (2)
II Rs 21.19
I Cr
641-609 a.C.
33.21 Josias (31)
II Rs 22.1
I Cr
609 a.C.
34.1 Jeoacaz (3meses) II Rs23.31
I Cr
609-598 a.C.
36.2 Jeoaquim (11)
I Cr
598-597 a.C. 597-586 a.C.
36.5 Joaquim (3 meses) II Rs24.8 I Cr 36.9 Zedequias (11) II Rs 24. 18 I Cr
II Rs 23.36
(Também chamado Salum, I Cr 3.15; Jr 22.11)
(Também chamado Jeconias, I Cr 3.16; Mt 1.11; Jr 22.24,28)
36.11 Em 586 a.C. Nabucodonosor destruiu Jerusalém e o templo, e exilou todo o povo para a Babilônia, com exceção dos pobres. O exílio foi em três etapas: em 606, 597 e 586 a.C.
21
ELLISEN, Stanley A. Conheça melhor o Antigo Testamento. Trad. Emma A. S. L. 10a.ed., Editora Vida, SP: 2003. pgs 110 e 111 * Co – regência com o pai incluída no reinado total ** Os doze anos de Onri incluem os quatros em que Tibni tinha um reino rival (I Rs 16.21-23) *** Os vinte anos de Peca incluem evidentemente um reinado de 12 anos em Gileade, como reino rival de Menaém e Pecaías.
33
-------------------------------------------------------------------------------
O Ministério Profético Introdução: O TM divide os profetas em Profetas Anteriores (Josué, Juízes, Samuel e Reis) e os Profetas Posteriores, que são os profetas propriamente ditos, indo do livro de Isaías até Malaquias. Estes, por sua vez, são divididos em Profetas Maiores (Isaías a Ezequiel) e Profetas Menores (Os doze). Essa subdivisão está baseada unicamente no tamanho dos livros. Nessa aula vamos tratar mais especificamente do movimento profético de Israel, uma vez que é tema de grande importância e debate nos dias atuais. Nossa intenção é refletir sobre sua importância para o AT. I. A Natureza da Profecia Hebraica: A profecia bíblica se define, num sentido mais amplo, por ser uma revelação oral ou escrita, em linguagem humana, dada por meio de um porta-voz humano, transmitindo e esclarecendo a vontade Deus 22. A profecia do AT inclui também eventos proféticos, como a travessia do Mar Vermelho, a Serpente de Bronze, ambos com significado profético para o NT. As ordenanças do Tabernáculo e do sacerdócio também estão repletos de significados proféticos por causa das tipificações. Num sentido mais específico, o termo é utilizado para referir-se “aos discursos de homens especialmente escolhidos e ungidos para ocupar o ofício profético” 23. Contudo, é preciso deixar claro, que nem todos os profetas do AT foram escritores. Os escritos proféticos que temos são aqueles que o Espírito Santo preservou por causa de suas implicações para o futuro, em relação àquela época e também com relação à nossa época. II. A Natureza do Ofício Profético: A principal responsabilidade dos profetas no AT era anunciar a vontade de Deus comunicada na Sua revelação. Isso podia conter elementos preditivos, mas não era a essa a principal marca distintiva do profeta. Seu ministério tinha notadamente um caráter reformador (abandonar o pecado e retornar à obediência ao pacto da Lei) Três termos estão ligados ao profetismo do AT: 1. Nãbhi: Profeta, pessoa chamada. Geralmente o profeta desse tipo fazia parte de um grupo de profetas. 2. Rõ’eh: Um particípio ativo do verbo “ver”, traduzido por “vidente. O vidente costumava andar sozinho 24. O termo é usado 10 vezes, sendo seis aplicadas a Samuel.
22
G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT? P. 222. Ibid., p.223. 24 J. A. Motyer, “Profecia, Profetas”. NDB II , p.1.319. 23
34
Hõzeh: Um particípio ativo de outro verbo que significa “ver”. É traduzido ou por “profeta” ou por “vidente”. Esse termo é aplicado a Gade, e geralmente associado com o rei (exceto II Cr 29.30). O profeta também podia ser chamado de “homem de Deus” (‘ish Elõhim), ressaltando o grau de intimidade do profeta com Deus. Uma passagem importante na definição desses termos é I Samuel 9.9, onde é dito claramente que houve mudança no uso dos termos profeta e vidente. 3.
III. A Função da Profecia Hebraica: São quatro elementos principais. 1. Encorajar o povo de Deus a confiar exclusivamente na graça de Deus, e no seu poder libertador, e não nos seus próprios méritos. 2. Lembrar o seu povo que a segurança e a bem-aventurança dependiam da suafidelidade à aliança, demonstrada em vida piedosa e consagrada. “A conduta segundo a vontade de Deus era o resultado infalível de uma fé salvadora” 25. Deus não aceitaria qualquer substitutivo à obediência à sua palavra. 3. Encorajar Israel quanto às coisas futuras . A desobediência só poderia redundar na ira de Deus (Lv 26 e Dt 28). 4. Selar a qualidade autorizada da mensagem de Deus, quando a profecia se cumpria de maneira objetivamente averiguável. O que o profeta falasse quanto ao futuro deveria se cumprir do jeito que dissera (Dt 18). Isso era aplicável tanto às profecias de cumprimento breve, quanto às de longo alcance. Alguns fundamentos são importantes 26: 1º. Para exercer a devida responsabilidade moral no presente é preciso estar consciente do futuro. A predição não implicava apenas em saber sobre o futuro, mas saber por causa do plano que Deus está executando e do qual a nação fazia parte. A visão de bênçãos ou maldições futuras apelava para que no presente se andasse na luz. 2º. Os profetas falavam em nome de Deus e não de si mesmos. 3º. A predição está ligada à essência do ministério profético (Dt 18.9). Israel foi advertido não somente sobre as abominações dos cananeus, mas também sobre as suas adivinhações. Assim sendo, o profeta que falasse em nome do senhor deveria ser julgado através da exatidão de suas predições (Dt 18.22). IV. Profetas Falsos e Verdadeiros: Vemos no AT vários confrontos de profetas de Deus com falsos profetas: Micaías e Zedequias em I Rs 22. Jeremias e Hananias em Jr 28. O homem de Deus e o profeta velho em I Rs 13. Elias e os profetas de Baal em I Rs 18. Uma pergunta surge: Como podemos discernir o falso profeta do verdadeiro profeta? Os textos bíblicos que tratam do assunto são: Deuteronômio 13 e 18.9-18; Jeremias 23 e Ezequiel 12.21-14.11. Para Moisés, não era somente o cumprimento objetivo da profecia que caracterizava o verdadeiro profeta, mas qual a sua postura frente à Lei. Poderia acontecer de uma profecia falsa se cumprir, e então o falso profeta conclamar o povo a se afastar de Deus e adorar falsos deuses, pregando rebeldia contra o Senhor (Dt 13.2). outro critério demonstrado Dt 13.5-10 é que o falso profeta não reconhece a autoridade de Moisés e as doutrinas do Êxodo. Para Jeremias (Jr 23), o falso profeta é um homem de vida imoral (v.10-14), que não coloca qualquer barreira à imoralidade dos outros, pois sua regra é a conformidade (v.17); enquanto que o profeta verdadeiro conclamava o povo à santidade denunciando o pecado (v.22). 25 26
G. L. Archer Jr, op. cit., p.225. J. A. Motyer, op. cit ., p.1.320.
35
O grande problema era a pregação mascarada da paz (profetizar o que o povo queria ouvir). Os profetas de Deus sempre proclamaram a paz, mas aquela que era encontrada dentro do relacionamento correto com Deus por meio da obediência à Lei (Aliança).”A paz só pode sobrevir quando a santidade é satisfeita no tocante ao pecado” 27. Para jeremias, os falsos profetas tinha um testemunho emprestado, uma autoridade fingida e de um ministério auto-declarado (v.30-32). Ezequiel concorda com Jeremias substancialmente, acrescentando que ao crer em mentiras o povo ficava desprotegido em tempos de tribulação (13.4-7). Uma vez que a falsa profecia procura ser isenta de conteúdo moral, se torna insultuosa para os justos e encorajadora para os ímpios.
V. A Mensagem Profética: Pode ser classificada em três grupos principais 28: 1.Profecias a respeito do destino interno de Israel . Declaram o juízo divino contra o pecado (falta de fé e iniqüidade) e a promessa de restauração após o exílio. 2.Profecias Messiânicas . Proclamam a vinda do redentor. 3.Profecias Escatológicas . Referem-se aos últimos dias, quando o reino de Deus será estabelecido na terra. Quadro dos Profetas Judá Maior
Tempo e Lugar
Isaías Antes do cativeiro 722 a.C. e 586 a.C. Jeremias
Durante o Cativeiro Após o Cativeiro
Israel Menor Joel Obadias Miquéias Naum Habacuque Sofonias
Oséias Amós Jonas
Ezequiel Daniel Ageu Zacarias Malaquias
----------------------------------------------------------------------------
Introdução aos Profetas Menores: Os profetas eram porta vozes de Deus ao seu povo, para faze-lo cumprir a aliança, relembrando o povo do seu compromisso diante de Deus. Ressaltavam as bênçãos decorrentes da obediência e os castigos da desobediência como selo da soberania Divina. Invariavelmente, sua mensagem era marcada por: 27 28
Ibid., p.1.324. A Lamorte e G.F. Hawtorne.Profecia, “Profeta”; Enc. Histórico teológica da Igreja Cristã, vol.III , p.189.
36
1) Confrontação do pecado. 2) Chamada ao arrependimento. 3) Convite para se voltar para Deus. Atestavam que “uma fé salvadora incluía uma vida santificada”. Como vimos antes, a mensagem profética não visava apresentar uma mensagem voltada somente para a revelação do futuro (embora isso acontecia), antes almejavam o retorno da nação à obediência à Lei de Deus, a fim de viver em comunhão com Ele. Na boca dos profetas “Deus falou na história e acerca da história”, por isso, “o conhecimento das condições sócio-econômicas, políticas e religiosas da época dos profetas é indispensável à compreensão da mensagem profética” 29. Os profetas queriam falar em prol de Deus aos seus contemporâneos. I. Quadro dos Profetas Menores 30: PROFETAS
TEMPO A.C. 725
LUGAR
Oséias
SIGNIFICADO DO NOME Yaweh salva
Joel
Yaweh é Deus
722
Judá
Amós
722
Israel
Obadias Jonas Miquéias
Carregador (?) fardo31 Servo de Yaweh Pombo Quem é como Yaweh
722 (?) 722 722
Judá Israel Judá
Naum Habacuque Sofonias
Consolação Abraço Ardente O Senhor Escondeu
586 586 586
Judá Judá Judá
Ageu
Festivo
538
Judá
Zacarias Malaquias
Yaweh se Lembrou Mensagem de Yaweh
538 538
Judá Judá
II.
29
Israel
MENSAGEM O Senhor te ama O dia do Senhor vem! Prepara-te Ó Israel ! Edom Nínive Quem é como o Senhor ? Nínive O justo viverá da fé Está perto o Dia do Senhor A glória do Senhor Não por força O anjo da aliança
VERSO CHAVE 6.7 2.1 4.12 1.21 4.11 7.18 1.15 2.4 1.7
o . z I í u J a ç a r G . I I
2.9 4.6 3.1
2º Quadro dos Profetas Menores 32:
PROFETA
DATA
Oséias Joel
740 835
Amós Obadias
760 845
Jonas Miquéias
765 735
Naum Habacuque Sofonias
c. 710 608 625
1. Antes do cativeiro do Norte (722 a.C.) CARÁTER MENSAGEM DE DEUS DA ALIANÇA Amor Aliança violada por Israel. Julgamento Aviso a Judá do julgamento devido ao pecado. Justiça Aviso a Israel do julgamento amadurecido. Vingança Advertência a Judá acerca da proteção da aliança. Misericórdia Censura a Israel pelo egoísmo da nação. Perdão para com o Censura a Judá pelas injustiças sociais. mundo 2. Antes do cativeiro do sul (606-585 a.C.) Zelo Terror de Deus sobre os atacantes de Judá. Santidade Uso divino de estrangeiros para a disciplina. Indignação Cumprimento da aliança no dia do Senhor.
Dionísio Pape, Justiça e Esperança Para Hoje, ABU, p. ? Anotações em sala de aula do Rev. Geraldo Silveira Filho, datada de 22/06/1988, no SPBC. 31 Stanley Ellisen , Conheça Melhor o AT , p.286. 32 Stanley Ellisen , Conheça Melhor o AT , p.272. 30
ESBOÇO BÁSICO
37
Ageu Zacarias Malaquias
3. Depois do regresso do Cativeiro (536-525 a.C.) 520 Glória Glória verdadeira na presença de Deus. 520 Livramento Cumprimento da aliança através do Messias. 430 Grandeza Obrigações da aliança até que o Messias venha.
A POESIA HEBRAICA Introdução: A poesia bíblica não está limitada aos livros poéticos do AT, mas uma boa parte dos outros livros, também se apresentam na forma poética ou contém textos poéticos, especialmente os livros proféticos. É preciso estar consciente de que “a poesia apela mais à imaginação e à emoção que à 33 razão ”, portanto, o entendimento da forma determinará, até certo ponto, a interpretação da mensagem. Também é preciso estar cônscio do fato de que a poesia Bíblia é realista, pois dá testemunho de experiências reais, acontecidas na vida de seus autores. I. A Poesia Hebraica: A poesia hebraica é lírica 34 por definição, podendo ser classificada nos seguintes termos 35: Shir: Com ou sem instrumento acompanhante. Mizmôr: Salmo ou hino (acompanhada com instrumentos). Qinäh: Elegia ou lamento. Tehillâ: Hino de louvor. Mãshãl : Provérbio ou “cântico satírico”. Os salmos são a maior coleção de poesia hebraica conhecida. 1. Formas Poéticas. A principal característica da poesia hebraica é o Paralelismo. O paralelismo é uma forma de compensação da rima por “um ritmo de pensamento ou de sentido 36”, que se refere “à prática de contrabalançar um pensamento ou frase por outro que contenha aproximadamente o mesmo número de palavras, ou, pelo menos, uma correspondência de idéias 37”. O paralelismo pode se manifestar de inúmeras formas, e os estudiosos cada dia inventam ou descobrem uma nova; contudo destacamos as seguintes formas básicas: a) Sinônimo: No paralelismo sinônimo, cada linha poética expressa o mesmo pensamento em linguagem equivalente. Exemplos: Salmo 24. 1 Salmo 19.3,7 Salmo 30.11 b)
33
Salmo 92.12 Salmo 46.1
Antitético: No paralelismo antitético, a segunda reitera a primeira pelo contraste. Uma das partes é contrária à outra. Exemplos:
Salmo 1.6 Salmo 30.5 Salmo 32.10 c)
Salmo 103.10 Isaías 1.3
Provérbios 10.1 Provérbios 14.11 Provérbios 3.5
Provérbios 15.20 Provérbios 27.6 Isaías 65.13
Sintético: No paralelismo sintético a segunda linha especifica ou completa a primeira. Hubbard38 o chama de “Paralelismo de Especificação”, enquanto que Archer diz que
Robert L. Hubbard, “A Poesia Hebraica”. Em: Introdução ao AT (IAT), p.249. W. J. Martin, “Poesia”. Em: Novo Dicionário da Bíblia (NDB), vol. II, p.1299. 35 Ibid. 36 F. F. Bruce, “A Poesia do Velho Testamento”. Em: Novo Comentário da Bíblia (NCB), vol. I, p.42. 37 G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT?, p.383. 38 Robert L. Hubbard, “A Poesia Hebraica”. Em: IAT , p.252. 34
38
pode se chamar também de “Construtivo”, subdividindo-o em três categorias: De completação (Sl 2.6); de comparação (Pv 15.17)e de raciocínio (Pv 26.4) 39.Exemplos: Salmo 55.6 Salmo 21.1,2 Salmo 20.7,8
Isaías 1.16c,17 Isaías 55.6,7
Amós 1.7 Provérbios 30.17
Climático: No Climático, há uma intensificação do efeito na segunda linha. A segunda linha repete parte das palavras da primeira para então completar o pensamento. A frase repetida é o ponto de partida para o clímax. F. F. Bruce o chama de Paralelismo Gradativo 40. Exemplos: d)
Salmo 29.1 Salmo 1.1
Salmo 55.12,13 Salmo 25.1-7
Salmo 92.9
Emblemático41 ou simbólico42: Uma das partes usa o sentido literal e a outra o figurado. As idéias não comparadas ou completadas, mas justapostas. Segundo Archer demonstra43, isso é mais perceptível no hebraico, que no português, onde o tradutor faz uso da comparação. Exemplos: e)
Salmo 103.13. Salmo 11.4
Provérbios 11.22 Salmo 129.5-8
Provérbios 25.25.
Quiástico ou Cruzado: A primeira parte corresponde à quarta e a segunda à terceira. O paralelo reverte a Ordem dos hemistíquios (metade de um verso) do verso inicial. Costuma ser mais extenso que os demais. Exemplos: f)
Salmo 2.9 Salmo 30. 8-10
Salmo 51.1
Isaías 40.3 Oséias 13.14
Outra forma da poesia hebraica digna de nota é o Acróstico; Aplicado como ajuda mnemônica, onde cada letra do alfabeto hebraico encabeça um dos versos. Seus exemplos mais conhecidos são o Salmo 119, organizado no padrão 8 X 1, e Lamentações 3, organizado no padrão 3 X 1. NA Seqüência Numérica, acontece o padrão (x, x + 1). Seu efeito literário é destacar um item crucial, específico; “a gota que fez o copo transbordar” 44. Exemplos: Salmo 62.11 Provérbios 6.16
Miquéias 5.5
Amós 1.3
---------------------------------------------------------------
A QUESTÃO DOS APÓCRIFOS I.
Definição45:
O termo apócrifo quer dizer “oculto”, sendo um termo técnico aplicado à relação de um certo grupo de livros para com o Cânon do AT. Estes livros não foram aprovados, mas são importantes para auxiliar-nos na compreensão do contexto do período intertestamentário. Os apócrifos dizem respeito aos livros constantes em manuscritos da Septuaginta, bem como a
39
G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT?, p.384. F. F. Bruce, “A Poesia do VT”. Em: NCB, vol I., p.43. 41 ibid, p.384. 42 F. F. Bruce, “A Poesia Hebraica”, NCB, vol. II, p.42. 43 G. L. Archer Jr., Merece Confiança o AT? p.384, 385. 44 Robert L. Hubbard, “A Poesia Hebraica”. Em: IAT , p.258. 45 Veja mais em NDB I , J. N. Birdsall, “Apócrifos”, p. 91-94. 40
39
outros lendários, históricos e teológicos, muitos escritos originalmente em hebraico e aramaico e posteriormente traduzidos para o grego, que é a forma nas quais chegaram até nós. Sua posição diante da Igreja Cristã era meio ambígua, até o séc. XVI, quando o Concílio de Trento (instalado em 1545), incluiu alguns deles no cânon Católico Romano. Os que constam nas versões católicas são: I e II Macabeus, Baruque, Eclesiástico, Sabedoria, Judite, Tobias. Acréscimos a Daniel (Bel e o Dragão, Suzana, Cântico dos Três Jovens e a Oração de azarias), Acréscimos a Esdras ( O Debate dos Três Jovens – entre 3.1 – 5.6)e Acréscimos a Ester (6 passagens).
II.
Canonicidade:
Os principais argumentos em favor da inclusão dos Apócrifos no Cânon do AT estão relacionados com a autoridade atribuída aos manuscritos da LXX. Observamos, porém, que os Targuns aramaicos e a Pesita siríaca e os grandes unciais do quarto e quinto séculos não contém os Apócrifos em seus manuscritos, mas somente a LXX. Mesmo na LXX sua presença é incerta. Defende-se um “Cânon Alexandrino” paralelo ao “Palestiniano”, contudo é certo que nem todos os livros da LXX eram considerados canônicos entre os cristãos de fala grega. Filo de Alexandria era contrário à sua inclusão. Apela-se às citações que o NT faz do AT, usando a LXX, mas percebe-se que nenhum Apócrifo é citado. Também é importante colocar que a mera citação não atesta a inspiração, visto que livros pagãos ( At 17.28 - Phaenomena de Arato; I Co 15.33 – Thaís de Menander) e até Pseudoepígrafos também são citados ( Jd 14,15 - I Enoque). Códex Vaticano (B) I Macabeus – não tem. II Macabeus – não tem.
Códex Sinaítico (Alef) Baruque – não tem.
I Esdras – não canônico.
IV Macabeus – não canônico
Códex Alexandrino (A)
I Esdras – não canônico. III Macabeus – não canônico. IV Macabeus – não canônico.
Pelo quadro acima, percebe-se que até mesmo entre os três manuscritos mais antigos da LXX há incerteza quanto à canonicidade dos Apócrifos. Outro argumento são as citações dos Apócrifos feitas por alguns dos Pais Apostólicos. Contudo, a mera citação não garante que defendiam sua canonicidade. I Clemente, a Epístola de Barnabé e Agostinho de Hipona os defendiam. Agostinho de uma forma um tanto ambígua, ora defendendo, ora depreciando. Atanásio e o próprio Jerônimo eram contrários à inclusão. Os Apócrifos recebem um tratamento contrário em muitos documentos importantes: 1) Contra Apionem 1.8 de Josefo: “Desde Artaxerxes até nossos dias, tudo tem sido registrado, mas não tem sido considerado digno de tento crédito quanto aquilo que precedeu esta época”. 2) Prólogo Galeatus de Jerônimo: “Este prólogo, pode ser aplicado a todos os livro que traduzimos do Hebraico para o Latim, de tal maneira que possamos saber que tudo que é separado destes deve ser colocado entre os apócrifos. Portanto, a Sabedoria comumente chamada de Salomão, o livro de Jesus bem Siraque, e Judite e Tobias e o pastor (supõemse ser o de Hermas) não fazem parte do Cânon... e assim, da mesma maneira pela qual a Igreja lê Judite, Tobias e Macabeus (no culto público) mas não os recebe entre as Escrituras canônicas, assim também sejam estes dois (Sabedoria e Eclesiástico {?}) úteis para a edificação do povo, mas não para estabelecer as doutrinas da Igreja”. 3) A Lista do Bispo Melito de Sardes: com a exceção da Sabedoria (que também pode ser Provérbios), não cita nenhum Apócrifo.
40
História Eclesiástica de Eusébio de Cesaréia: Cita em VI.25 uma lista feita por Orígenes de Alexandria, onde com a exceção da aparente inclusão da Epístola de Jeremias é igual à de Josefo. 4)
Um fato interessante é que a Igreja grega, em 1672, reduziu a quatro o número dos Apócrifos reconhecidos por ela ( Eclesiástico, Sabedoria, Tobias e Judite).
III.
Alguns Erros Encontrados nos Apócrifos: 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Salvação pelas obras: Tb 4.7-12; 12.8,9. Aprovação do suicídio: II Mc 14.41-46. Feitiçaria: Tb 6.4-8 (Tobias e o anjo). Intercessão pelos mortos: II Mc 12.39-46 (purgatório). Ausência de Inspiração: II Mc 15.38,39; I Mc 9.27. No Livro de Sabedoria: a. Vingança. b. O egoísmo: 38.16-24. c. O gozar da vida: 14.14-17. d. Panteísmo: 43; 29. e. Tratamento cruel dos escravos: 33.26,30; 42.1,5. f. Ódio aos samaritanos: 50.27,28. g. Esmolas que expiam pecados: 3.33. 7. Mediação dos santos: Tb 12.12; II Mc 7.28; 15.14. 8. Justificação pelas obras: Tb 4.7-11; 12.8. 9. Os fins justificam os meios: Judite. 10. O corpo como prisão da alma (Pensamento grego): Sb 9.15. 11. Origem e destinos estranhos da alma: Sb 8.19,20. 12. A sabedoria salva: Sb 9.18. PONTOS CULMINANTES DO PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO Governo Persa Governo Grego Governo Ptolemaico 323-198
Aproximadamente
430 332 323
A Profecia de Malaquias encerra a era do Antigo Testamento Alexandre, o Grande, conquista a Palestina e o Egito A morte de Alexandre divide o império em quatro grandes partes
301 284
Ptolomeu I (Sóter) protege a Palestina e Egito Ptolomeu II (Filadelfo) sucede a seu pai e continua com os mesmos interesses artísticos e culturais, construindo uma grande biblioteca Tradução do Antigo Testamento para o grego, chamada Septuaginta (LXX)
275
Governo Selêucida 198-166
198 175 167
Antioco III, da Síria, derrotou Ptolomeu V em Panéias, tomando a Palestina. Antioco IV Epifanes ascende ao trono sírio e principia enérgica helenização Antioco IV proscreve o judaísmo, profana o templo com sacrifícios suínos e estabelece o culto de júpiter no templo em 25 de Dezembro de 167 aC.
Governo Judeu Asmoneu 166-63
166 164
Matatias, sacerdote de Modim, principia a revolta dos Macabeus. Judas Macabeus recaptura Jerusalém, dedica novamente o templo em 25 de Dezembro de 164 e recupera a liberdade religiosa judaica (comemorada pelo Hanucá) Jônatas toma o comando quando Judas é morto em combate Jônatas torna-se o primeiro governador sumo sacerdote asmoneu Simão sucede a seu irmão Jônatas. Consegue a completa independência da Síria e faz um tratado de paz com Roma. Em 140, a Grande Assembléia de Jerusalém confirma-o como etnarca e sumo sacerdote, tornando o sumo sacerdócio hereditário na linhagem asmonéia.
160 152 142
41 135
João Hircano sucede a seu pai como governador e sumo sacerdote. Aliado com Roma aumenta o reino até a orla marítima e Iduméia, forçando os idumeus a adotarem o judaísmo. Cunha moedas judaicas pela primeira vez. Primeira grande brecha entre saduceuse fariseus estimulada pelo fato de o sumo sacedócio tornarse mundano e helenizado em 110. 104 Aristóbulo sucede a seu pai durante um ano de governo tumultuoso. 103 Alexandre Janeu sucede a seu irmão e casa-se com a sua viúva. Aumenta grandemenete o reino tornando-o igual ao de Davi e Salomão. Sua violência e impiedade produzem desmando dos fariseus, guerra civil e muita carnificia. 76 Salomé Alexandra. Viúva de Janeu, sucede-lhe no governo e indica o seu filho Hircano II para sumo sacerdote. Ela restabelece as relações pacíficas entre saduceus e fariseus, bem como em todo reino. 67 Guerra civil entre os dois filhos de Alexandra e Janeu, Hircano II e Aristóbulo II, que disputam o trono e o sumo sacerdócio. Governo Romano 63 -
63 62 60 48 44 40 31 19 5
Pompeu, general romano toma Jerusalém, designa Hircano como sumo sacerdote e põe fim à independência judaica da era asmoneana. Liga Decápoles das cidades da Transjordânia formada por Pompeu para equilibrar o poder judaico da Judéia na Palestina. Primeiro Triunvirato de César, Pompeu e Crasso, união extra-oficial para governar Roma. Júlio César derrota Pompeu e une o império pela primeira vez do século. Hircano II continua a ser o sumo sacerdote mas Antipas (Antípater), idumeu, era o procurador. César é assassinado nos “Idos de Março” . Em 43 organiza-se um segundo triunvirato de que fazem parte Otávio, Antônio e Lépido. Herodes conquista a o reinado da Judéia e finalmente captura Jerusalém em 37. os asmoneus, herdeiros do sacerdócio, são aos poucos destruídos. Otávio, mais tarde chamado “Augusto”, conquista a lideranla única do império depois de Agripa I derrotar Antonio e Cleópatra na batalha do Ácio. Herodes começa a reconstrução do templo de Jerusalém a fim de apaziguar os judeus, em virtude dos seus muitos massacres e da construção dos ginásios de esporte em Jerusalém. Nascimento de João Batista (mais ou menos em junho), e de Jesus (mais ou menos em Dezembro)
----------------------------------------------------------
Bibliografia: 1. SCHULTZ, Samuel J., A História de Israel no AT , Ed. Vida Nova,1.986. 2. HALLEY, H. H., Manual Bíblico de Halley - Ed. Vida Nova. Obra de referência. Recentemente revisado, suas informações são de grande valor pelo tipo de abordagem empregada. 3. Mapas, Gráficos, Cronologias e Ilustrações. Ed. Cultura Cristã, 1.999. Vários auxílios para ministração de aulas criativas e apresentação de trabalhos. 1. TIDWELL, J. B., Visão Panorâmica da Bíblia, , Ed. Vida Nova. 1991. Uma abordagem panorâmica e superficial, mas bastante prática da Bíblia. 5. GUNDRY, Robert H., Panorama do NT , Ed. Vida Nova, 1.987.
42 6. ROBERTSON, O. Palmer , Terra de Deus: o Significado das terras Bíblicas Para os Planos e Propósitos de Deus, Ed. Cultura Cristã, 1.998. 7. PACKER, J. I., TENNEY, M. C., WHITE JR., W., o Mundo do AT, Ed. Vida. 1.988. 8. ____________, O Mundo do NT , Ed. Vida, 1.991. 9. ____________, Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos, Ed. Vida, 1.984. 10. BAXTER, J. Sidlow, Examinai as Escrituras, 6 vols., Ed. Vida Nova, 1.998. Uma abordagem panorâmica e pastoral da Bíblia. 11. de MONEY, Netta K., Geografia Histórica do Mundo Bíblico, Ed. Vida, 1.998. 12. RONIS, Osvaldo, Geografia Bíblica, JUERP, 1.981. 13.GAGLIARDI Jr., Ângelo, Cronologia do Velho Testamento, VINDE, 1.984. 14. ____________, Panorama do Velho Testamento, VINDE, ano ? Um manual prático e simples para aulas no AT, preparado para a Escola Dominical. 15. DOWLEY, Tim. Atlas Vida Nova da Bíblia e da História do Cristianismo. Ed. Vida Nova, 1.998. 16. A BÍBLIA , Terra, História e Cultura dos Textos Sagrados, 2 vols. Grandes Impérios e Civilizações, Ed. del Prado, 1.997. 17. IRONSIDE, H.A., Quatrocentos Anos de Silêncio, CEP, 1.988. 18. DOUGLAS, J.D., O Novo Dicionário da Bíblia, Ed. Vida Nova, 2 vols., 1.984. Vários tópicos são pertinentes à introdução bíblica. Obra de referência. 19. DAVIDSON, F., (NCB) - Novo Comentário da Bíblia, 3 vols. - Ed. Vida Nova. 1.963. Obra de referência. A primeira parte contém vários assuntos introdutórios de estudiosos importantes. 20. COOK, Randall K., Jerusalém nos Dias de Jesus, Ed. Vida Nova, 1.992. 21. KELLER, Werner, ... E a Bíblia Tinha Razão, Círculo do Livro, 1.987. Obra escrita por um antisobrenaturalista. Seu valor está na apresentação de vários aspectos arqueológicos e na gama de interpretações diferenciadas das ortodoxas. Fonte de muitas descrições interessantes do contexto do AT. 22. AMADIO, Ítalo, ed., A Bíblia em Cores – O Velho Testamento, Ed. Rideel Ltda,1993 23. ____________, ed., A Bíblia em Cores – O Novo Testamento, Ed. Rideel Ltda,1993 24. Bíblias de Estudo em geral (Genebra, Vida Nova, Shedd, Thompsom, Jerusalém etc). Trazem vários assuntos pertinentes a uma introdução ao panorama bíblico. 25. DANIEL-ROPS, Henri, A Vida Diária nos Tempos de Jesus, Ed. Vida Nova, 1.986. 26. ARCHER JR., Gleason L, Merece Confiança o Antigo Testamento?, Ed. Vida Nova.1986, 4ª ed. Trata de questões textuais por meio de uma avaliação mais crítica dos livros do AT. Obra de referência. 27. ____________, Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas, Ed. Vida, 1.998. Responde a dúvidas quanto a textos do AT que envolvem problemas textuais e hermenêuticos. 28. LA SOR, William, e Outros (IAT) Introdução ao AT , Ed. Vida Nova. 1999. Faz uma abordagem mais leve ao AT, contudo tende a aceitar conceitos e avaliações liberais. 29. YOUNG, E. J., Introdução ao A.T ., Ed. Vida Nova. 1.964 (xerox até a p.161). Discorre longamente sobre as hipóteses documentárias, procurando responder a cada uma delas. É um clássico ortodoxo. Não é publicada atualmente. 30. GEISLER, Norman e William NIX, Introdução Bíblica, Ed. Vida. 1.997. Um excelente livro sobre a Introdução Bíblica. Sua abordagem é contemporânea, clara, cheia de detalhes e profunda. 31. Comentários Bíblicos da Ed. Vida Nova / Mundo Cristão. 22 volumes do AT e 20 do NT. Vários assuntos são tratados com profundidade antes do comentário. Sua ênfase é mais exegética que homilético-pastoral. Os comentários visam em primeiro lugar a exegese. 32. Comentários Bíblicos ABU: “A Bíblia fala Hoje”. Vários autores comentam pastoralmente vários livros do AT e do NT. 33. Comentários Bíblicos de William Hendricksen: A nossa editora publicou alguns volumes do NT. 34. (EHTIC) - Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã (3 Vols.) - Ed. Vida Nova. 1.990. Tópicos relacionados ao AT. Obra de referência. 35. FERREIRA, Júlio A., Conheça a Sua Bíblia, , Ed. Aloisi Ltda, Piracicaba-SP, 1ª ed., 1.962. 2ª ed. Em 7 fascículos; Luz Para o Caminho, São Paulo-SP, 1.992. Trás muitos gráficos estilizados interessantes para o estudo do AT, principalmente com a Igreja. 36. ELLISEN, Stanley A., Conheça Melhor o AT , Ed. Vida, 1998. Uma abordagem pentecostal do AT. Muito superficial. Sua relevância está nos gráficos e por tratar de vários assuntos de uma perspectiva diferente. 40. BORCHERT, Otto, O Jesus Histórico, Ed. Vida Nova, 1.990. 41. HARRIS, R. L., G. L. Archer Jr. e B. K. Waltke, Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. Ed. Vida Nova. 1.998. Análise de palavras do AT com implicações claras para a Introdução. Obra de referência. 42. FEE, Gordon & STUART, Douglas, Entendes o que Lês? Ed. Vida Nova. Um manual de interpretação bíblica seguindo a ordem das categorias bíblicas. Sua interpretação do Apocalipse é preterista, contudo, é uma obra excelente mesmo assim.