Apostila de Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva /2010 Profa.
ra. Sueli Fonseca
Unidade de terapia int nsiva Índice • •
1 Conceito e estrutura 2 História 2.1 Era Florence 2.2 Era Dandy 2.3 Era Pet r Safar 3 Equipamentos 4 Técnicas 5 Exames comple entares de rotina o o o
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6 Equipe multiprofissional e interdisciplinar
UTI da Santa Casa de Suz ano, São Paulo. A unidade de terapia in ensiva (UTI) UTI) caracteriza-se como "unida dotada de sistema de mo itorização contínua que admite pacientes graves ou com descompe sação de um ou mais sistemas orgânicos suporte e tratamento intensivos tenham possibilidade de se recuper
e complexa otencialmente que com o r". [1].
Conceito e estrutura A UTI nasceu da necessid de de oferecer suporte avançado de vida pacientes agudamente doentes que porventura possuam chances de sobreviver, destina-se a internação de pacientes c m instabilidade clínica e com potencial de gravidade. É um ambiente de alta complexidade, reservado e único no ambiente ospitalar, já que se propõe estabelece monitorização completa e vigilância 24 h ras. As doenças são inúmeras o que torna muito difícil a compreensão de todas elas. Porém, os mecanismos d morte são poucos e comuns a todas as d enças. É atuando diretamente nos ditos mecanismos de morte que o médico i ntensivista tira o paciente de um estado rítico de saúde com perigo iminente de m rte, pondo o mesmo em uma condição que possibilite a continuidade do tratamen to da doença que o levou a tal estado (doença de base). Exemplos mais comuns d doenças que levam a internação em UTI ão: • • •
Infarto Agudo do iocárdio; Desconforto Respi atório; Acidente Vascular erebral; e
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hipotensão arterial refratária.
Ainda é funçao da UTI amenizar sofrimento tais como dor e falta de ar, independente do prognóstico. Os profissionais que atuam nestas unidades complexas são designados intensivistas. A equipe de atendimento é multiprofissional e interdisciplinar, constituída por diversas profissões: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. As UTI a partir da década de 1930 transformaram o prognóstico, reduzindo os óbitos em até 70%. Hoje todas especialidades utilizam-se das unidades intensivas, principalmente para controle de pós-operatório de risco. É muito importante tanto para o paciente como para família compreender a UTI como etapa fundamental para superação da doença, porém tão importante é aliviar e proporcionar conforto independente do prognóstico. A equipe está orientada no respeito a dignidade e autodeterminação de cada pessoa internada, estabelecendo e divulgando a humanização nos seus trabalhos, buscando amenizar os momentos vivenciados através do paciente e família. A UTI é sem dúvida muito importante para o avanço terapêutico, porém impõe nova rotina ao paciente onde há separação do convívio familiar e dos amigos, que pode ser amenizada através das visitas diárias. Outro aspecto importante é a interação família-paciente com a equipe, apoiando e participando das decisões médicas. História A UTI tem suas origens nas salas de recuperação pós-anestésica (RPA), onde os pacientes submetidos à procedimentos anestésico-cirúrgicos tinham monitorizadas suas funções vitais (respiratória, circulatória e neurológica) sendo instituídas medidas de suporte quando necessário até o término dos efeitos residuais dos agentes anestésicos. Era Florence A Unidade de Terapia Intensiva é idealizada como unidade de monitoração de paciente grave através da enfermeira Florence Nightingale. Em 1854 inicia-se a Guerra da Crimeia na qual Reino Unido, França e Turquia declaram guerra à Rússia. Em condições precárias a taxa de mortalidade atinge 40% entre os soldados hospitalizados. Florence e mais 38 voluntárias por ela treinadas partem para os Campos de Scutari. Incorporando-se ao atendimento a mortalidade cai para 2%. Respeitada e adorada, torna-se referência entre os combatentes e importante figura de decisão. Estabelece as diretrizes e caminho para enfermagem moderna. Era Dandy Walter Edward Dandy nasceu em Sedalia, Missouri. Recebeu sua A.B. em 1907 através da Universidade de Missouri e seu M.D. em 1910 através da Universidade e Escola de Medicina Johns Hopkins. Dandy trabalhou um ano com o Dr. Harvey Cushing no Hunterian Laboratório do Johns Hopkins antes de iniciar seu internato e residência no Johns Hopkins Hospital. Ele trabalhou na Faculdade de Johns Hopkins em 1914 e permaneceu até sua morte em 1946. Uma das mais importantes
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contribuições para neurocirurgia foi o método de ar na ventriculografia, no qual o fluido cerebroespinal é substituído por ar para dar forma a imagem ao raio X do espaço ventricular no cérebro. Esta técnica era extremamente bem sucedida para identificar as lesões e alterações cerebrais. O Dr. Dandy também foi pioneiro nos avanços das operações para a doença da neuralgia do glossofaríngeo e de Ménière, e publicou os estudos que mostram a participação de discos projetando-se na dor ciática. Era Peter Safar Peter Safar, o primeiro médico intensivista, nasceu na Áustria, filho de médicos, e migrou para os Estados Unidos após permanecer no campo de concentração nazista. Formou-se médico anestesista e na década de 1950 estimulou e preconizou o atendimento de urgência-emergência. Ainda nesta época formulou o ABC primário em que criou a técnica de ventilação artificial boca a boca e massagem cardíaca externa. Para estes experimentos contava com voluntários da sua equipe o qual eram submetidos a sedação mínima. Ainda, através de experimentos, concretizou para o paciente crítico as técnicas de manutenção de métodos extraordinários de vida. Na cidade de Baltimore estabeleceu a primeira UTI cirúrgica e em 1962, na Universidade de Pittsburgh, criou a primeira disciplina de "medicina de apoio crítico" nos Estados Unidos. Iniciou os primeiros estudos com indução da hi potermia em pacientes críticos. Como últimas contribuições elaborou os projetos das ambulâncias-UTI de transporte, fundou a Associação Mundial de Medicina de Emergência e foi co-fundador da SCCM ( Society of Critical Care Medicine ), o qual foi presidente em 1972. Equipamentos Cada leito contém monitores cardíacos, cama elétrica projetada, oximetria de pulso e rede de gases. Dentre os principais equipamentos utilizados em UTI estão: • •
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Termômetro Oxímetro de pulso: Equipamento que possui sensor óptico luminoso o qual é colocado no dedo. Através da determinação da coloração sanguínea capilar, verifica a taxa de saturação do oxigênio designada Saturação de O2, ou seja, mede indiretamente a oxigenação dos tecidos de maneira contínua. Eletrocardiográfico, com freqüência cardíaca e medida intermitente de pressão arterial. Situa-se na cabeceira do leito e é conectado ao paciente através de eletrodos descartáveis no tórax. Monitor de pressão arterial Não-invasivo (Esfigmomanômetro) Invasivo (por punção arterial em geral a radial) Capnógrafo Monitor Cardíaco - Efetua o controle do débito cardíaco Swan-Ganz Sonda naso-enteral: quando ocorre dificuldade da ingestão dos alimentos, é introduzida sonda maleável de baixo calibre na narina até o duodeno, porção após o estomago. Dietas especiais designadas Dietas Enterais, são mantidas em infusão contínua dando aporte necessário de calorias, proteínas e eletrólitos. As Dietas especiais dispensam as dietas convencionais, podendo o paciente utilizá-las por longo período. Sonda vesical - Em pacientes inconscientes ou que necessitam controle rígido da diurese ( volume urinário ), é necessário introduzir sonda na uretra ( canal urinário ) até a bexiga. A sonda é conectada em bolsa coletora que fica ao lado do leito em locais baixos. o o
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Máscara e cateter de oxigênio - São dispositivos utilizados para fornecer oxigênio suplementar em quadros de falta de ar. O cateter é colocado no nariz e a mascara próxima a boca com finalidade de nebulizar umidificando e ofertando O2. Em geral são dispositivos passageiros e retirados após melhora dos quadros dispnéicos ( falta da ar ). Cateter Central - O cateter é chamado de central em decorrência de estar próximo ao coração. Fino, da espessura da uma carga de caneta, é introduzido através do pescoço ou no tórax ( infraclavicular – abaixo da clavícula ). Permite acesso venoso rápido e eficaz. Sua permanência pode variar de semana a meses. É indolor. Tubo orotraqueal - Trata-se de tubo plástico, maleável, de diâmetro aproximado de 0.5 a 1.0 cm e é introduzido na traquéia sob anestesia e sedação. Permite a conexão do ventilador mecânico com os pulmões. A permanência pode ser de curta duração, até horas, ou semanas. Caso não possa ser retirado e com previsão maior de duas semanas, poderá ocorrer possibilidade de traqueostomia e inserção da cânula baixa permitindo ao paciente maior conforto e até alimentar-se. Ventilador Mecânico - Aparelho microprocessado valvular que permite a entrada e saída do ar dos pulmões, oxigenando-os e mantendo estabilidade e segurança do sistema respiratório. Os equipamento modernos permitem maior interação entre paciente-ventilador com seu comando ou não. Apesar das inúmeras vantagens e em vários casos obrigatórios, estabelece interrupção da fisiologia normal respiratória, favorecendo infecções pulmonares designadas “pneumonias do ventilador”. O processo de retirada do ventilador mecânico é chamado de desmame ventilatório, que é gradual.
Técnicas •
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Coma induzido - Na UTI há grande preocupação em fornecer conforto e ausência de dor a todos pacientes internados. Em casos mais graves, principalmente quando há necessidade da Intubação Orotraqueal, é iniciada sedação (tranqüilizante e indutor de sono ) e analgesia ( abolição da dor ) contínua que pode levar a ausência total de consciência e sonolência profunda. Neste estágio, designado “coma induzido” , não há dor, não há frio e a percepção do paciente é interrompida. O tempo e espaço nesta situação é abolido, onde pacientes que permanecem “meses” na Unidade, recordam como “horas” . As Infecções - São as causas mais importantes de internações em Unidades Intensivas. Em geral respiratórias ou urinárias, recebem tratamento com antibióticos de última geração e de amplo espectro de ação contra bactérias. Os riscos das infecções ocorrem quando há disseminação hematogênica (através do sangue) e ocorre generalização do processo infeccioso designada tecnicamente como sepse. Outro motivo de preocupação crescente é a infecção desenvolvida no ambiente hospitalar, sendo na grande maioria prevista e inevitável principalmente em decorrência de técnicas invasivas como a pneumonia do Ventilador Pulmonar.
Procedimentos Cirúrgicos Eventuais: Procedimentos cirúrgicos de pequeno porte podem ser necessários. Nas situações emergenciais são realizados através do próprio intensivista e na rotina através da equipe cirúrgica especializada de apoio do Hospital. •
Traqueostomia: Não é recomendada a manutenção por longos períodos da cânula de intubação em virtude de lesões que podem ocorrer na traquéia e laringe. Não há tempo específico recomendado, cabendo ao intensivista a indicação e recomendação da traqueostomia. Procedimento relativamente
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simples, consiste na abertura da traquéia na região inferior frontal do pescoço e introdução de cânula plástica em substituição a mantida através da boca. Pode ou não ser procedimento permanente, podendo ser retirada quando do desmame efetivo do ventilador mecânico. Drenagem Torácica: Em coleções líquidas importantes no pulmão ou no pneumotórax (colabamento do pulmão), pode ocorrer necessidade da colocação de dreno torácico com sistema coletor. Trata-se de procedimento provisório. Catéter de PIC: Catéter em geral provisório introduzido na porção superior da cabeça para drenagem liquórica de alívio. Catéter de Diálise Peritoneal: introduzido no abdome, permite a infusão de líquido intraabdominal e troca dialítica. Procedimento simples, podendo ser permanente ou não.
Exames complementares de rotina Todos os órgãos e sistemas são avaliados diariamente nos pacientes internados nas UTIs. Após avaliação clínica, são solicitados exames de rotina como: •
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Hematológicos: através da punção venoso, coleta-se pequena amostra de sangue para avaliação no laboratório central dos principais eletrólitos, enzimas e metabólitos do organismo. A função renal é medida indiretamente através da dosagem da uréia e creatinina, dando ao médico informação valiosa em relação a integridade renal. Gasométricos: designada de gasometria arterial, é efetuada punção na artéria radial situada no punho (local do pulso). Após coleta, a amostra é analisada através do equipamento designado hemogasômetro que permite a análise dos principais gases do sistema respiratório tais como oxigênio e gás carbônico. Portanto é método para avaliação da boa função pulmonar. Radiológicos: Diariamente efetua-se nos pacientes submetidos a ventilação mecânica a radiologia torácica pulmonar para controle e diagnósticos de derrames (líquidos) e infecções como a broncopneumonia. Equipe multiprofissional e interdisciplinar
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Médico intensivista: designação técnica do médico especializado e dedicado exclusivamente ao atendimento do paciente internado nas Unidades Intensivas e Emergenciais. Possui conhecimento clínico e cirúrgico amplo, capaz de diagnosticar, medicar e realizar procedimentos complexos emergenciais. A especialidade é definida como Medicina Intensiva, reconhecida mundialmente com certificações específicas. Cabe a este profissional evoluir e medicar diariamente os pacientes internados nos aspectos nutricionais, cardiológicos, pulmonares, neurológicos entre outros. Responde integralmente na condução e responsabilidade da Unidade como todo. Enfermeiro intensivista: Enfermeiro com formação para o atendimento de pacientes de alta complexidade com grande dependência no leito. Supervisiona a ação do grupo de técnicos e auxiliares de enfermagem, como a higienização, controle das medicações e prescrições, tendo papel assistencial fundamental. Fisioterapeuta intensivista: a fisioterapia no paciente crítico é fundamental para manutenção e prevenção de vários aspectos da fisiologia em virtude da dependência total ou parcial dos pacientes que podem culminar na chamada Síndrome do Imobilismo. Na Síndrome há diminuição do trofismo muscular, emagrecimento, retração de tendões e vícios posturais que podem provocar contrações permanentes e no dorso (nas costas) as chamadas úlceras de
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pressão. A assistê cia ventilatória é outra necessidade funda ental realizada através d o fisioterapeuta, que efetua higienização brônquica diária através de técnica específicas e controle do ventilador mecâ nico. Nutrólogo e nutricionista: o nutrólogo é médico especializado no diagnóstico e prescrição nutricional. Diariamente efetua avaliações e man tém o aporte calórico, protéico, licêmico e vitamínico equilibrado e essenc ial para manutenção do fu cionamento e atividades vitais do organis o. O nutricionista, incorporado na equipe multiprofissional, efetua diagnósticos e evoluções dietéticas específicas, coordenando, organizando e acompanhando as prescrições nut icionais. Psicólogo intensivi ta: todos aspectos emocionais, seja do pa ciente, da família ou da equi e, são constantemente avaliados e observ dos através da psicologia intensiv . Com presença fundamental nos períodos das visitas familiares, objetiva estabelecer além da humanização a apro imação e apoio terapêutico necessário. Assistente social: tua no apoio a família e paciente em situa ções externas ou internas que possam impor dificuldades não relacionadas o andamento terapêutico direto, seja no âmbito familiar , do trabalho ou p ssoais.
ANEXOS A- EQUIPAMENTOS Termômetro Índice • •
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1 História 2 Tipos de termômetros 2.1 Termô etro bimetálico 2.2 Termô etro digital o o
2.3 Termômetro de merc rio
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Termômetro comum confeccionado em vidro.
Termômetro de se fixar em parede. Um termômetro (português brasileiro) ou termómetro (português europeu) é u usado para medir a temp ratura ou as variações de temperatura.
aparelho
História Anders Celsius criou uma escala termométrica baseada no valor de vaporação da água e no seu ponto de c ngelamento, que chamou de 100 e 0 graus. Celsius conseguiu, com a ajuda d e Linnaeus, fixar este valor, criando a escala que leva seu nome. Tipos de termômetros Termômetro bimetálic Os mais conhecidos termômetros bimetálicos baseiam-se no efeito de dilatação estabelecido na termodin mica. A dilatação acontece quando uma b rra ligada a outra de metal diferente são aquecidas ou esfriadas, ou quando uma corrente eléctrica atravessar aque endo o conjunto de forma desigual resulta rá diferentes dilatações que irá produzi r um arqueamento da barra. Esse arqueam ento é usado para abrir ou fechar válvulas bem como ligar ou desligar circuitos el tricos ou em alguns casos registrar a q uantidade de corrente que atravessa a bar ra. Os do primeiro tipo podem ser construídos de forma semelhante aos term metros a líquido: uma barra, retilínea ou não, ao dilatar-se, move um ponteir registrador. Os mais usados e preciso termômetros desse tipo exploram a difer nça de dilatabilidade entre materiais como latão e partes de carros, ferro e cobre, etc. Para isso, constroem-se lâminas bimetálicas de forma espiralada que se urvam conforme aumenta ou di inui a temperatura. Nesse movimento, a l mina arrasta, em sua extremidade, um ponteiro que percorre uma escala graduad ou registra graficamente a variação d e temperatura num papel em movimento. Nesse último caso, tem-se um termógr fo.
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Termômetro digital Os termômetros digitais são instrumentos amplamente utilizados em empresas, destinados a medir temperatura em processos e produtos diversos, que não necessitam de uma medição constante, apenas esporádica. Um termômetro infravermelho (também denominado de pirómetro óptico) é um dispositivo que mede temperatura sem contacto com o corpo/meio do qual se pretende conhecer a temperatura. Geralmente este termo é aplicado a instrumentos que medem temperaturas superiores a 600 graus celsius. Uma utilização típica é a medição da temperatura de metais incandescentes em fundições. Há também os modelos de termômetros por contato, que utilizam pontas sensoras, geralmente intercambiáveis, com modelos diferentes de sensores para cada aplicação. Exemplos de aplicações de termômetros digitais: medição de temperatura em fundições, em alimentos em restaurantes ou indústrias, em processos químicos, em estruturas, em fornos, em produtos diversos. Os termômetros digitais em geral podem ter aplicação industrial ou não, para monitoração constante e precisa das temperaturas de determinados equipamentos que sejam esses sensíveis a alterações de seu funcionamento, em função de sua temperatura e/ou ambientes que necessitam de cuidados com a temperatura a exemplo disso temos a conservação de alimentos a baixas temperaturas em supermercados, como também em laboratórios biológicos para cultivo de bactérias ou outras espécies. É também utilizado versões deste equipamento com interface de raio infravermelho (INFRARED), para verificação esporádica de temperatura sem contato físico com o objeto, exemplo industrias, fórmula1, etc. Termômetro de mercúrio O termômetro de mercúrio é o mais usado entre nós. Ele consiste bàsicamente de um tubo capilar (fino como cabelo) de vidro, fechado a vácuo, e um bulbo (espécie de bolha arredondada) em uma extremidade contendo mercúrio. O mercúrio, como todos os materiais, dilata-se quando aumenta a temperatura. Por ser extremamente sensível, ele aumenta de volume à menor variação de temperatura, mesmo próxima à do corpo humano. O volume do mercúrio aquecido se expande no tubo capilar do termômetro. E essa expansão é medida pela variação do comprimento, numa escala graduada que pode ter uma precisão de 0,05°C. É dessa forma, pela expansão do líquido, que observamos a variação da temperatura em geral Oxímetro de pulso
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Um oxímetro portatil
Medição através da ponta dos dedos Um oxímetro de pulso é um dispositivo médico que mede indireta ente a quantidade de oxigênio n sangue de um paciente. Em geral é anex do a um monitor, para que os médicos possam ver a oxigenação em relação o tempo. A maioria dos monitores ta bém mostra a freqüência cardíaca. O monitor exibe a porcen agem de hemoglobina arterial na configur ção de oxiemoglobina. Taxas normais são da ordem de 95 a 100%. Para u paciente respirando ar ambiente, a uma altitude não longe do nível do mar, p ode ser feita uma estimativa da pressão de oxigênio arterial (pO2) a partir da leit ura SpO2 (saturação do oxigênio no sangue) do monitor. O oxímetro de pulso é pa ticularmente conveniente por ser não inva ivo. Tipicamente ele consiste e um par de pequenos diodos emissores de luz frente a fotodiodos, através de uma parte do corpo do paciente translúcida ( omo a ponta dos dedos ou lóbulo da or elha). Um dos LEDs é vermelho, com com rimento de onda de 660 nm, e o outr infra-vermelho, com 910 nm. A absorção desses comprimentos de onda dif erem significamente entre a oxiemoglobin e sua forma desoxigenada, dessa forma sendo possível determinar a taxa de concentração a partir dessa absorção. O sinal monitorado varia om o tempo no ritmo na freqüência cardíaca, porque os vasos sanguineos expand m-se e contraem a cada batida do coraçã . Examinando apenas a parte variante do espectro de absorção (na pratica, subtrai ndo-se o
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mínimo absorvido do pico de absorção), um monitor pode ignorar outros tecidos ou esmalte de unhas e considerar apenas a absorção causada pelo sangue. Por isso, a detecção do pulso é essencial para a operação do oximetro de pulso e não funcionara se não houver batimentos. Devido à simplicidade e rapidez (basta colocar no dedo e observar o resultado em poucos segundos), oximetros de pulso são de importância vital para a medicina de emergência, e são também muito utilizados para pacientes com problemas respiratórios, bem como pilotos em naves não pressurizadas operando a altitudes acima de 10.000 pés, onde é necessária oxigenação adicional. A ultima geração de oximetros de pulso utilizam processamento digital de sinais para aumentar a precisão em condições clinicas adversas. Essas situações incluem pacientes em movimento, alta luminosidade do ambiente e interferência elétrica. Devido a não sensibilidade a sinais não pulsantes, é também possível construiu sondas refletoras colocadas ao lado dos LED’s e que podem ser localizadas em qualquer tecido plano. Isso pode ser utilizado em partes corporais não translúcidas, em partes especificas (útil em cirurgia plástica) ou quando locais habituais não estão disponíveis (queimaduras severas). Eles são normalmente aplicados à testa dos pacientes com má perfusão periférica. Eletrocardiograma Índice • • • • •
1 Bases Teóricas 2 Equipamento 3 Indicação 4 Princípios fisiológicos 5 Eventos do eletrocardiograma 5.1 Onda P 5.2 Complexo QRS 5.3 Onda T 5.4 Onda T auricular 5.5 Intervalo PR 5.6 Período PP 5.7 Período RR 6 Riscos 7 Técnica 8 Critérios eletrocardiográficos de patologia cardíaca 8.1 Sobrecarga ventricular esquerda (SVE) 8.2 Sobrecarga ventricular direita (SVD) o o o o o o o
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O eletrocardiograma é um exame de saúde na área de cardiologia no qual é feito o registro da variação dos potenciais elétricos gerados pela atividade elétrica do coração. O exame é habitualmente efectuado por técnicos de cardiopneumologia. Bases Teóricas
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O coração apresenta ativi ade eléctrica por variação na quantidade elativa de ions de sódio presentes dentro e fora das células do miocárdio. Esta vari ção cíclica gera diferença de concentraçã dos referidos íons na periferia do corpo. Eletrodos sensíveis colocados em p ntos específicos do corpo registam esta di erença eléctrica.
Animação representando
batimento cardíaco.
O exame electrocardiográ ico pode ser utilizado em situações de urgência e emergência cardiovascular. e é Equipamento O aparelho que registra o eletrocardiograma é o eletrocardiógrafo. Indicação O exame é indicado como parte da análise de doenças cardíacas, e especial as arritmias cardíacas .Tamb ém muito útil no diagnóstico de infarto ag do do miocárdio sendo exame d escolha nas emergências juntamente co a dosagem das enzimas cardíacas. Princípios fisiológicos O aparelho registra as alt rações de potencial elétrico entre dois po tos do corpo. Estes potenciais são gera os a partir da despolarização e repolariza ão das células cardíacas. Normalmente, a atividade elétrica cardíaca se inicia no no do sinusal (células auto-rítmicas) qu e induz a despolarização dos átrios e dos v entrículos. Esse registro mostra a variação do potencial elétrico no tempo, que era uma imagem linear, em ondas. Estas ondas seguem um padrão rítmico, t endo denominação particular. Eventos do eletrocardiograma
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Algumas ondas e alguns períodos no ECG. Onda P Corresponde a despolarização dos átrios, e sua amplitude máxima é de 0,25 mV. Tamanho normal: Altura: 2,5 mm, comprimento: 3,0 mm Hipertrofia atrial gera aumento da onda P que pode variar até 2,5mm para +ouComplexo QRS Corresponde a despolarização ventricular. É maior que a onda P pois a massa muscular dos ventrículos é maior que a dos átrios. Anormalidades no sistema de condução geram complexos QRS alargados. Onda T Corresponde a repolarização ventricular. Normalmente é perpendicular e arredondada. A inversão da onda T indica processo isquêmico. Onda T de configuração anormal indica hipercalemia. Arritmia não sinusal = ausência da onda P Onda T auricular A repolarização auricular não costuma ser registrada, pois é encoberta pela despolarização ventricular, evento elétrico concomitante e mais potente. Quando registrada, corresponde a Onda T atrial.A onda Ta é oposta à onda P. Intervalo PR É o intervalo entre o início da onda P e início do complexo QRS. É um indicativo da velocidade de condução entre os átrios e os ventrículos e corresponde ao tempo de condução do impulso eléctrico desde o nódo atrio-ventricular até aos ventrículos. O espaço entre a onda P e o complexo QRS é provocado pelo retardo do impulso elétrico no tecido fibroso que está localizado entre átrios e ventrículos, a passagem por esse tecido impede que o impulso seja captado devidamente, pois o tecido fibroso não é um bom condutor de eletricidade. Período PP Ou Intervalo PP, ou Ciclo PP. É o intervalo entre o início de duas ondas P. Corresponde a freqüência de despolarização atrial, ou simplesmente freqüência atrial. Período RR
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Ou Intervalo RR, ou Ciclo RR. É o intervalo entre duas ondas R. Corresponde a freqüência de despolarização ventricular, ou simplesmente freqüência ventricular. Riscos O exame não apresenta riscos. Eventualmente podem ocorrer reações dermatológicas em função do gel necessário para melhorar a qualidade do exame. Técnica Para se realizar o exame eletrocardiograma (ECG), o cardiopneumologista (CPL) (Também designado por técnico de cardiopneumologia) deve inicialmente explicar ao paciente cada etapa do processo. O ambiente da sala deve estar com temperatura agradável (nem muito quente nem muito frio). O paciente deve estar descansado há pelo menos 10 minutos, sem ter fumado há pelo menos 40 minutos, estar calmo. Deve ser investigado quanto ao uso de remédios que esteja usando, ou que costume usar esporadicamente. Com o paciente em decúbito dorsal, palmas viradas para cima, o técnico determina a posição das derivações precordiais (V 1 a V6) correctas; em seguida é colocado o gel de condução nos locais pré-determinados, como sendo a zona precordial, e membros, são conectados aos electrodos do electrocardiografo. Às vezes é necessário uma tricotomia (corte dos pelos) em parte do precórdio, principalmente em homens. É então registrado o electrocardiograma de repouso. Os sinais elétricos podem ser vistos com um osciloscópio, mas geralmente são registrados em papel quadriculado. Correntemente existem electrocardiógrafos digitais, com relatório automático. No entanto deve ter-se sempre em conta que esses resultados devem ser analisados pelo cardiologista, pois muitas vezes esses aparelhos têm erros no algoritmo de diagnóstico. Critérios eletrocardiográficos de patologia cardíaca Sobrecarga ventricular esquerda (SVE) 1. Presença de critérios de amplitude ou voltagem para SVE: Recomendados índices de Sokolow Lyon e de Cornell. 1. Índice de Sokolov-Lyon: onda S de V1 + onda R de V5 ou V6 >35mm; 2. Índice de Cornell: onda R de aVL + onda S de V3 maior do que 28 mm em homens e 20 mm em mulheres. 2. Aumento discreto na duração do complexo QRS às custas de maior tempo de aparecimento do ápice do R nas derivações que observam o Ventrículo esquerdo. Deflexão intrinsecóide ou tempo de ativação ventricular (TAV) 50ms. 3. Alterações de repolarização ventricular nas derivações que observam o Ventrículo esquerdo (D1, V5 e V6): 1. Onda T achatada (valor na fase precoce); 2. Padrão tipo strain: infradesnivelamento do segmento ST de convexidade superior e T negativa assimétrica. 4. Critério indireto de SVE: presença de onda P com componente negativo (final lento e profundo) na derivação V1 (critério de Morris): profundidade x duração mm x segundo 0,03 mm/s. (indica sobrecarga de ATRIO ESQUERDO.) Sobrecarga ventricular direita (SVD)
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1. Componente R do QRS de V1 e V2 de voltagem maior que o máximo para a idade (maior do que 7mm em V1 no adulto). 2. S profundas em V5 e V6, com complexos padrão RS ou rS. 3. Pequena onda q, seguida de R (qR) ou Rs (qRs) em V1 ou V1 e V2. 4. Aumento discreto duração do QRS em derivações direitas, por aumento da deflexão intrinsecóide (50ms). 5. Padrão trifásico (rsR’), com onda R' proeminente nas precordiais direitas. 6. Ausência do aumento progressivo da voltagem do r de V1 a V3. 7. Ondas T positivas em V1 entre os 3 dias de vida e os 6 anos de idade. 8. Eixo elétrico médio de QRS no plano frontal à direita de +110º, no adulto. 9. Sinais indiretos para SVD 1. Ondas P pulmonale - apiculadas e/ou acima 2,5mm de voltagem em DII, DIII e aVF; 2. Eixo elétrico médio de P à direita de + 65º. Capnógrafo
Capnógrafo é um aparelho que monitora dióxido de carbono e gases anestésicos que são inalados pelo paciente durante cirurgias Monitor cadiáco
Catéter de Swan-Ganz
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O cateter de Swan-Ganz é um cateter flexível e fabricado em poliuretano que, introduzido através de uma veia central de adequado calibre, chega as estruturas cardíacas e pulmonares. É inserido para obter dados muito precisos e indicado na terapêutica para o controle do estado hemodinâmico do paciente crítico e, sobretudo, se está em estado de choque, situação em que o catéter encontra sua máxima indicação. Para obtenção de amostras de sangue venoso-misto para gasometria que, ao ser analisado juntamente com a gasometria arterial e mediante fórmulas específicas, determina a fração de extração de oxigênio do paciente. É utilizado para detectar falhas cardíacas, monitorar a terapia aplicada e avaliar o efeitos das drogas administradas.
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Respirador
Equipamento de ventilação em uma ambulância Respirador ou ventilad r mecânico é o equipamento eletromédico cuja função é bombear ar aos pulmões possibilitar a sua saída de modo cíclico p ra oferecer suporte ventilatório ao sistema respiratório. Não substitui os pulmõe s na função de troca gasosa (hematose) endo um suporte mecânico à "bomba ven ilatória" fisiológica (diafragma e m úculos acessórios da respiração). Sua inve nção possibilitou o nascimento das Unidades de Terapia Intensiva possibil itando o
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tratamento dos pacientes com quadros graves, em insuficiência respiratória por qualquer causa como doenças pulmonares (DPOC, pneumonias, Sín rome do Desconforto Respiratório gudo, etc.) ou extra-pulmonares (choque, parada cardiorespiratória, etc). Pode se r adaptado aos pacientes por meio de uma prótese traqueal (tubos na traquéia) ou através de máscaras especiais cobri do o nariz ou o nariz e a boca (procedimento chamado de ventilação não-invasiva). História O primeiro e mais importante equipamento de ventilação chamava-se Pulmão de aço ou "Iron Lung". Foi projetado em 1927 por Philip Drinker no lab ratório de Havard. Seu invento consistia a entrada do pacente em câmara a qu al gerava pressão intratorácica sub-atmosférica para pacientes portadores de poliomielite. Em 1957 o engenheiro aeron uta e médico Forrest Bird, cria o Bird Mar -7. Primeiro Ventilador Mecânico Invasivo à Pressão fabricado em larga escala.
Ventilação mecânica
Uma máscara de ventilaç o Na medicina, a ventilação mecânica é o método de substituição d ventilação normal. A ventilação mec nica pode salvar vidas e é usada na ressu citação cardiopulmonar, medicina de tratamento intensivo, e anestesia. Em muitas situações o organismo é i capaz de manter o ciclo respiratório, que onsiste da aspiração de ar até os pul mões onde este ar é absorvido pelos alvéolos e transportando pela hemá ias até os tecidos, mantendo a oxigenação tecidual. A ventilação mecânica subs itui a aspiração de ar, "empurrando" o ar ulmões adentro (neste caso, vent ilação com pressão positiva). É um método de substituição de função vit l, sendo útil como um auxílio ao tratamen to de algumas doenças. Também apresenta uma série de complicações, sendo a principal a infecção respiratória.
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