AnálisedeCustos
Professoraconteudista:DivaneA.daSilva
Sumário AnálisedeCustos UnidadeI
1CUSTOSPARACONTROLE.................................... ....................................................... ..................................... .................................... .................................... ....................................2 ..................2 1.1Conceitoseaplicação.................................... ...................................................... .................................... ..................................... ..................................... .................................3 ...............3 2DEPARTAMENTALIZAÇÃO 2DEPARTAMENTALIZAÇÃO.................................. ..................................................... ..................................... .................................... .................................... .................................... .....................4 ...4 2.1Conceitoseaplicação.................................... ...................................................... .................................... ..................................... ..................................... .................................5 ...............5 2.2Umaalternativaparaapropriaçãodoscustosindir 2.2Umaalternativaparaapr opriaçãodoscustosindiretosaosprodu etosaosprodutos tos................. .............................7 ............7 2.2.1Comdepartamentalização...................................................................................................................11 2.2.2Semdepartamentalização..................................................................................................................21
2.3Exercícioproposto 2.3Exercícioproposto.................................. .................................................... .................................... ..................................... ..................................... .................................... ..................... ... 23 3CUSTOPADRÃO................................... ..................................................... ..................................... ..................................... .................................... .................................... .................................... ..................25 25 3.1Conceitoseaplicação.................................... ...................................................... .................................... ..................................... ..................................... .............................. ............26 26 3.2AnálisedasvariaçõesentreoCustoP 3.2Análisedasvariaçõesentr eoCustoPadrãoeoCustoReal adrãoeoCustoReal................................... ............................................... ............28 28 3.2.1Variaçãodemateriaisdiretos............................................................................................................29 3.2.2Variaçãodamãodeobradireta........................................................................................................34 3.2.3Variaçãodocustoindiretodefabricação.....................................................................................38
3.3Exercícioproposto 3.3Exercícioproposto.................................. .................................................... .................................... ..................................... ..................................... .................................... ..................... ... 44 UnidadeII
4CUSTEIOBASEADOEMATIVIDADES–ABC.................................... 4CUSTEIOBASEADOEMATIVIDADES–ABC.................. .................................... .................................... .................................... ..................46 46 4.1Conceitoeaplicação................................... ..................................................... .................................... ..................................... ..................................... ................................. ...............48 48 4.2Exemplo:formaçãodocustodeproduçãoporproduto utilizandoocusteioABC.................................... ...................................................... .................................... .................................... .................................... ................................. ............... 51 4.3Comparação:FormaçãodoCustodeProduçãoUnitária porProduto–ABC-comométodotradicional(comesemdepartament porProduto–ABC-comométodotradicional(comesemdepartamentalização) alização)...... ...... 63 4.4Exercícioproposto 4.4Exercícioproposto.................................. .................................................... .................................... ..................................... ..................................... .................................... ..................... ... 70
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Unidade I Introdução AdisciplinaAnálisedeCustos temcomoprincipalobjetivo capacitar os estudantes a elaborar, analisar e interpretar os sistemas de custeio, utilizando-se, inclusive, de conceitos da 5 disciplinaContabilidadedeCustos ,porémcomumaabordagem gerencial, voltada para planejamento, controle e decisão. Demonstrando, assim, o quanto a área de custos contribui comadecisãoempresarialemrelaçãoàformaçãodocustode produçãoporprodutoe,também,àformadegerartalcustoeà 10 maneiramaisadequadadecontrolá-lo. A distribuição da disciplina Análise de Custos em três grandes tópicos (a departamentalização, o custo padrão e o custeiobaseadoematividades)temcomoprincipalfinalidade evidenciaranecessidadedoconhecimentodecustosnagestão 15 empresarial,informandooquantooscontrolescontribuemcom umadecisãoemseusdiversosaspectos. Enquantoadepartamentalizaçãovemmostrarumamaneira paramelhoradequaroscustosindiretosaosprodutos,ocusto padrãoevidenciaqueépossívelelaborarumplanejamentopara 20 formareacompanharoscustosdeprodução,fixosouvariáveis, diretos ou indiretos. Já o custeio baseado em atividades vai alémdamaneiratradicionaldeapuraroscustosdeprodução porproduto,umavezqueenvolvenãoapenasoscustosde produçãoocorridosnafábrica,comotambémtodoogasto 25 envolvidoparaaformaçãodoproduto,desdeasuaconcepção atéaentregadoprodutofinalaocliente,ouseja,paraesse sistemadecusteiotantoosgastosdafábricaquantoosda administraçãodeveriamseragregadosaoprodutoemsi.
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Por tratar-se de um assunto complexo e de extrema importância, principalmenteparaasempresasmanufatureiras, oassuntonão seesgota aqui,poishaverá outrasabordagens nas disciplinas: Contabilidade Gerencial , Controladoria e 5 Orçamentos , Interpretação das Demonstrações Contábeis e AvaliaçãodoDesempenhoGerencial . Bomestudo! Profa.Ma.DivaneA.Silva
1CUSTOSPARACONTROLE ParaMartins(2003,p.25),“controlarsignificaconhecera 10 realidade,compará-lacomoquedeveriaser,tomarconhecimento rápidodasdivergênciasesuasorigensetomaratitudespara correção”.Emoutraspalavras,sabendoquantovougastarpara fabricardeterminadoproduto,épossívelnãosomentecontrolar ogasto,mastambématingirovalorpreviamentedeterminado 15 e,assim,estabelecerdiversasdecisõessobreoassuntoemsi, como,porexemplo,reduzirodesperdício. Diversas,portanto,sãoasaplicaçõesdocustoparacontrole. BertóeBeulke (2005,p.10)apresentamumquadroqueevidencia essaafirmação: 20
Finalidades e abragências do custo na atividade empresarial Finalidade contábil
Finalidade de planejamento
.Avaliaçãodosestoquespelosistemaintegração CustoXContabilidade; .Imobilizaçõespróprias; .PeçascomponentesdeFabricaçãoprópria.
.Instrumentobaseparaelaboraçãoecontroledo orçamentooperacional; .Instrumentoparaestudosdeviabilidade; .Instrumentoparaanálisedeinvestimento.
Custos
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Finalidades Gerenciais
Finalidade de controle de econimicidade
.Formaçãodocusto,resultadoepreçodevendados produtos,mercadoriaseserviços; .Estabelecimentodapolíticadeprodutos, mercadoriaseserviços; .Estabelecimentodapolíticadedistribuiçãode produtos,mercadoriaseserviços; .Avaliaçãodenegociações.
.Análisedeeficiênciainterna; .AnálisedeminimizaçãodocustopormeiodoABC; .Técnicasdereduçãodecustos; .Análisedevalores; .Justintime (justonotempo).
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1.1Conceitoseaplicação Sabe-se que qualquer sistema de controle gera um desconforto tanto para quem controla quanto para quem é controlado,porém,quandosetratadecontrolargastostoda e qualquer empresa sabe da sua necessidade e importância 5 paraomundocorporativo,tamanhaéaconcorrênciaentreas empresas.Sendoassim,odesconfortodocontrolecedelugarà informação,edelapartirádiversasdecisões. Conforme aponta Martins (2003, p. 305), é a partir do conhecimentodocustoqueserápossívelaplicarqualquertipo 10 decontrole.Sendoassim,entende-sequenãoháumafórmula mágicaouumcontroleuniversalquepermitequeasempresas tomemessamedidadeformasingular,o quedeve ser feitoé adaptarocontroleàrealidadedaempresa,tomando-secomo base o envolvimento, principalmente, das pessoas que farão 15 parte do processo fabril, mostrando o quão necessário é o conhecimentoeocontroledosgastosdeumaempresa,epartir daí,aimplantaçãodosistemadecontroleteráumaportaaberta, casocontrário,pormaissofisticadoquesejaosistema,sempre haveráumamaneiradeburlá-lo. Nascimento(2001,p.315)comentasobreanecessidade de planejamento e controle de custos, e entende que se tratadeumaquestãoculturalaodefenderque:“nomundo desenvolvido,umaempresaécriadaparaproduzireatenderao mercadomundial,porconseguinte,osempresáriosprocuram 25 ecercam-sedetodososinstrumentosgerenciaispossíveise imagináveis,desdequeefetivamenteajudemacumprirseus objetivos. Aí, os instrumentais do planejamento, controle de custos, orçamento etc. são ferramentas indispensáveis de gestão empresarial, tornando-os competentes e 30 insuperáveis”. 20
Eassim,pode-seentender,poressabreveapresentação,a necessidadedoplanejamentoecontroledoscustos,tantopara
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oauxílionasmaisdiversasdecisõesempresariais,quantopela suaprópriasobrevivência.
2DEPARTAMENTALIZAÇÃO SegundoMartins(2003,p.306),seoobjetivoéocontrole decustosoidealseriacontrolá-lospordepartamento,poisseria 5 possívelconhecerosgastoscomcadadepartamentoenvolvido no processo produtivo e ter as pessoas responsáveis pelo departamentoe,consequentemente,pelosgastosaliocorridos, ouseja,tantoocontrolequantoaformaçãodoscustosteriam ummelhoracompanhamento. 10
Martins(2003,p.306-307)recomendaque“essaideiadese trabalharmuitomaisemcimadedepartamentosérealmente maisválidaparaessafinalidade–controledecustos.Enãohá necessidadedesefazerumsistemaparaisso(oautorrefere-se aumsistemainformatizado),jáquesetratadeumaanálise 15 feitanumafasedoprocessonormal.Todosistemaporabsorção variável ou qualquer forma intermediária que se adote terá semprecondiçõesdetambémfornecerdadoscomrelaçãoaos custospordepartamento,incluindodiretoseindiretos,fixose variáveis”. 20
Megliorini (2001, p. 64) também defende o uso do departamento para controle dos custos, ele entende que ao controlarmos osgastos que cadadepartamentodespende ao produto,alémdeestarmosconhecendotaiscustos,estaríamos aomesmotempotendocondiçõesdereduzi-los,ereduzindo 25 taiscustosopreçodevendaficariamaisatrativo. Nospróximositensabordaremospassoapassoautilização dodepartamentocomocontroledecustos,desdeseuconceito, aplicaçãoeformaçãodocustodeproduçãoporproduto,eainda faremosumacomparação,nocasodeaempresanãooptarpela 30 departamentalização,umavezqueéimportanteadvertirque o“ControledeCustos”tambémgeraumgastoparaaempresa
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(comfuncionários,materiaisetc.)e,dependendodoseuporte, nãoéviávelarcarcommaisessegasto,jáquetodosserãolevados aoprodutoe,consequentemente,aopreçodevenda.Portanto, mesmosabendodobenefícioqueadepartamentalizaçãotraz 5 emtermosdecontroledecustos,suaimplantaçãorequerum planejamentoporpartedosdirigentesdaempresa,aanálise “Custo x Benefício” deve ser uma constante para qualquer inovaçãonomeiocorporativo.
2.1Conceitoseaplicação Tomando por base algumas informações até agora já 10 fornecidassobreocontroledecustos,épossívelentendermosque adivisãodaáreadeproduçãoemdepartamentosirápropiciar ummelhorconhecimentodoscustosalienvolvidose,também, o quanto deverá ser apropriados aos produtos, sendo assim, vamosabordaroconceitoeaaplicaçãodadepartamentalização 15 naformaçãodocustodeproduçãoporproduto. Martins(2003,p.65e66)conceituadepartamentocomo sendoa“unidademínimaadministrativaparaacontabilidade decustos,representadaporpessoasemáquinas(namaioria doscasos),emquesedesenvolvematividadeshomogêneas. 20 Diz-seunidademínimaadministrativaporquesempreháum responsávelparacadadepartamentoou,pelomenos,deveria haver.Esseconceitoqueligaaatribuiçãodedepartamento àresponsabilidadedeumapessoadaráorigemaumadas formasdeusodacontabilidadedecustoscomoformade 25 controle”. Podemosentenderqueapartir dadepartamentalizaçãoé maisadequadoconhecerecontrolaroscustosalienvolvidos. Nascimento (2001, p. 37) traz outra abordagem sobre departamentalização, veremos: “custo departamentalizado 30 éaqueleagregadoadeterminadocentrodecusteio,sejaele diretoouindiretoe,ainda,ocustodepartamentalizadopermite
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agregaredeterminar ocustodoprodutoemprocesso ouem fasedefabricação,produtofinal,comercializaçãoevendas. VejaqueNascimentotrazumanovainformaçãosobrecentro decusteio(oucusto).Podemosentenderquecentrodecustose 5 departamentossãosinônimos? Martins(2003,p.66)respondenegativamente,“emborana maioriadasvezesumdepartamentosejaumcentrodecustos, pois nele são acumulados os custos indiretos para posterior alocaçãoaosprodutos(departamentosdeprodução)ououtros 10 departamentos(departamentosdeserviços)”. Logo, podemos entender que um departamento poderá serumoumaiscentrosdecustos,acreditamosqueoexemplo trazido por Megliorini (2001, p. 65) esclarece a situação: o departamentodecosturapodesersubdivididoemdoiscentros 15 decustos,umproduzcalçaseoutroproduzcamisas. O apontamento feito por Martins sobre dois tipos de departamentos dentro do processo fabril e ainda seu comentáriosobreaacumulaçãodecustosindiretosnosfazem refletir,primeiramente,sobrequaladiferençaentreessesdois 20 departamentos,e,também,porquenãomencionouaacumulação doscustosdiretos. Pensemosnaprimeiraquestão:Martins(2003,p.66)aponta queadivisãoentredoisgrandesdepartamentosnoprocesso fabriléimportanteparaummelhorcontroledecustos.Enquanto 25 no departamentodeproduçãoosprodutos,literalmente,são alifabricados,consequentementerecebendotodososcustosali gastos,os departamentosdeserviços (ouauxiliares)atuam deumaformaindiretaaosprodutos,umavezqueosprodutos nãodependemdelesparasuaformação.Porém,todososcustos 30 dos departamentos de produção e/ou de serviços devem ser atribuídosaosprodutos,eéaquiqueadepartamentalizaçãoirá darsuacontribuiçãodecomoatribuiressescustos.
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São exemplos de departamentos de produção: pintura, montagem, costura,corteetc.,já paraos departamentosde serviços temos: almoxarifado, manutenção, administração geral da fábrica etc. Nos itens a seguir (2.2 e 2.3) iremos 5 entendercomooscustossãolevadosaosprodutospormeiodos departamentos. Quantoàquestãoseguinte(porquesomenteamenção sobreoscustosindiretos?),aquivalerelembraradisciplina ContabilidadedeCustos emrelaçãoàdistinçãoeàapropriação 10 dos custos aos produtos, enquanto os custos diretos são apropriadosdiretamenteaosprodutosporseremmensuráveis e identificáveis, portanto, cada produto receberá de custos diretos o valor exatamente de seu consumo (exemplos de custosdiretos:matéria-prima,mãodeobradiretaetc.),jáos 15 custos indiretossempre necessitarão deuma base derateio parasua apropriação aos produtos, e justamente por serem indiretosnãoépossívelmensurareidentificaroseugasto comcadaproduto.Sendoassim,adepartamentalizaçãovem contribuir sobre uma melhor alocação dos custos indiretos 20 aosprodutos,ositens2.2e2.3nospermitirãoterumavisão adequadasobreoassunto.
2.2Umaalternativaparaapropriaçãodos custosindiretosaosprodutos A preocupação de apresentarmos nesse item 2.2 a departamentalizaçãocomoumaalternativaparaaapropriação doscustosindiretosaosprodutosnoslevaaentenderoquanto 25 sãonecessáriososestudosparaumabaseadequadaderateio dessescustosaosprodutos,umavezquesempredependeremos deumaformaparadistribuí-losaosprodutosetodaequalquer formaderateiosempreseráarbitrária. Sendoassim,vocêestaráseperguntando:Oquefazessa 30 departamentalização?Qualéoseubenefício?
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Podemos afirmar que a departamentalização ameniza o problemadorateiodoscustosindiretosaosprodutos,umavez queaosepararmososdepartamentosemdoisgrandesgrupos (produção e serviços) já estaremos não só conhecendo os 5 custospordepartamento,comotambémoscontrolando,ea atribuiçãoserádeuma maneiramaiscriteriosa,por exemplo: seumprodutonãopassarpelodepartamentodepintura,não levará custos dessedepartamento,sendoassim, seu custode produçãoserámaispróximoaumarealidade(valelembrarque 10 ocritérioderateioparaoscustosindiretossempreexistirão), masjamaisseráoefetivo. Portanto,éfatocontinuarmosentendendoqueoscustos indiretoscontinuarãosendorateadosaosprodutoseabasede rateiodeveserescolhidadeumaformaracional,lógica,ouseja, 15 aquelaquemelhorpossaaproximarocustoaoproduto,mesmo comadepartamentalização. Megliorini(2001,p.64)sugerealgumasbasesderateiospara oscustosindiretosaosprodutos: Áreaocupadapelosdepartamentos:pararatearocustodo 20 aluguel,adepreciaçãodoprédioeosimpostosprediais. Número de empregados: para ratear os custos do departamento de administração da fábrica, ambulatório e refeição. Potênciainstaladaem quilowatts /hora:pararatearocusto 25 comenergiaelétrica. Númeroderequisiçõesdematérias:pararatearoscustosdo departamentodealmoxarifado. Número de chamada de manutenção nas máquinas e equipamentosindustriais:pararatearoscustosdodepartamento 30 demanutenção.
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Sugestõespararateiodoscustosindiretosaosprodutos: – Exemplo: formação docusto de produção por produto (comesemdepartamentalização). ConformejáestudadonadisciplinaContabilidadedeCustos , 5 aformaçãodocustodeproduçãoporprodutodependedetrês etapas: 1ª)Separaçãoentrecustosedespesas. 2ª) Apropriaçãodoscustos diretos diretamenteaosprodutos, tomando-secomobaseoseugastoefetivo. 10
3ª) Apropriação dos custos indiretos de fabricação aos produtos,utilizando-sedeumcritérioderateioescolhido pelaprópriaempresaparadistribuí-los. Assimtemos:
CustodeProduçãoporProduto=CD+CIF Porém, quando a empresa optar pelo sistema de departamentalizaçãoserãooscustosindiretosdefabricação queterãoumtratamentomaisdetalhadosobreoseuprocesso de rateio, uma vez que sempre serão rateados, justamente pornãoserempassíveisdeidentificaçãoemensuração,como 20 acontece com os custos diretos. Sendo assim, podemos, de imediato, demonstrar as etapas que serão seguidas para a formação do custo de produção por produto, tomando-se comobaseadepartamentalização,conformeilustraMartins (2003,p.73e74): 15
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1ª)separaçãoentrecustosedespesas; 2ª) apropriaçãodoscustosdiretosdiretamente aosprodutos, tomando-secomobaseoseugastoefetivo;
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3ª) apropriação dos custos indiretos que pertencem aos departamentos,agrupando,àparte,oscomuns; 4ª) rateio dos custos indiretos comuns aos diversos departamentos,tantodeproduçãoquantodeserviços; 5
10
5ª) escolhadasequênciaderateioparadistribuiroscustos indiretosqueestãoacumuladosnosdepartamentosde serviços aos demais departamentos (tanto a outros de serviçosquantoaosdeprodução); 6ª) atribuição dos custos indiretos que agora só estão nosdepartamentosdeproduçãoaosprodutos,segundo critériosfixadosparaesserateio. Portanto, no sistema de departamentalização, os custos indiretosdefabricaçãoficariamassimdistribuídos: TotaldosCustos Departamentos Indiretosde .Comum Fabricação-CIF -> .Produção .Serviços
Departamentos Departamentos .Produção -> .Serviços -> .Produção
Podemosentenderquenosistema dedepartamentalização 15 os custos indiretos de fabricação, que passam por quatro etapas de rateios até chegar aos produtos, tornam a formaçãodocustosdeproduçãoporprodutomaispróximaa umarealidade,poréméimpossívelcompreenderoseuvalor exato. 20
Para ilustrar a formação do custo de produção por produto com base na departamentalização, utilizaremos o exemplodesenvolvidoporMartins(2003,p.68-73),oqual adaptamos,eapartirdosmesmosdadosapresentaremoso custodeproduçãoporprodutosemadepartamentalização 25 (ouseja,apenascomcritérioderateioparaoscustosindiretos defabricação),para,finalmente,fazermosacomparaçãoentre asduasabordagens.
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Custos -> indiretosde fabricaçãopor produto
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Exemplo: Uma determinada empresa fabrica três modelos de Fechaduras:simples,luxoesuperluxo.Oscustosduranteomês foramosseguintes: Produto Fechadura – Mod. Básico Fechadura – Mod. Luxo Fechadura – Mod. Super Luxo Total..........................
CD
CIF
Total
288.000 365.000 467.000 1.120.000
720.000
1.840.000
Os custos diretos não geram quaisquer problemas para aempresaemrelaçãoàmensuraçãoeàidentificaçãocom o respectivo produto, conforme ilustra o quadro, porém os custos indiretos, como já sabemos, também devem integrar aformaçãodocustodeproduçãoporproduto,eparatanto, 10 vamosutilizaroprocessodadepartamentalizaçãoparamelhor adequá-los. 5
OsCustosIndiretosdeFabricação–CIF,sãoosseguintes:
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.Alugueldaáreadeprodução....................150.000 .Energiaelétrica..................................................90.000 .Materiaisindiretos...........................................60.000 .Mãodeobraindireta....................................350.000 .Depreciaçãodasmáquinas.......................70.000 Total.....................................................................720.000 2.2.1Comdepartamentalização
Aempresapossuitrêsdepartamentosdeproduçãoequatro 20 departamentosdeserviços.Sãoosseguintes: DepartamentosdeProdução-DP
DepartamentosdeServiços-DS
Usinagem Cromeação Montagem
Controlede Almoxarifado Manutenção Adm. Qualidade Geral
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Conhecendo os departamentos e sua respectiva classificação:ProduçãoeServiços,começa-seainvestigação sobre a ligação de cada custo com o departamento, para, em seguida, determinar o critério de rateio a ser adotado. 5 ConformeMartins(2003,p.68),oscustosinicialmenteforam assimidentificados:
Aluguel:porserumcustocomumàprodução,inicialmente ficarálocadono“DS–AdministraçãoGeral”-$150.000. Energiaelétrica:aempresapossuimedidoresparaconsumo 10 deenergiaelétricaparaosDPs:
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DP–Usinagem:30.000 DP–Cromeação:10.000 DP–Montagem:10.000 DS–Adm.Geral(*)40.000 Total..............................90.000
(*) A princípio deixamos o custo não identificado com energiaelétricaporcontadodepartamentodeAdministração Geral, devendo, posteriormente, ser rateado para todos os departamentos–ProduçãoeServiços,porsetratardegastos 20 combicodeluz.
C)Materiaisindiretos:pormeioderequisições,foipossível identificarosdepartamentosqueconsumiramessesmateriais duranteomês: 25
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DS–Administraçãogeral......18.000 DS–Almoxarifado....................10.000 DS–Controledequalidade....5.000 DS–Manutenção........................9.000 DP–Usinagem..............................6.000 DP–Cromeação...........................4.000 DP–Montagem........................_8.000 Total.................................................60.000
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d)Mãodeobraindireta: aáreadeRecursosHumanosda empresaapresentaosseguintesgastoscomsalárioseencargos sociais: 5
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DS–Administraçãogeral...........80.000 DS–Almoxarifado.........................60.000 DS–Controledequalidade.......30.000 DS–Manutenção...........................60.000 DP–Usinagem.................................40.000 DP–Cromeação..............................30.000 DP–Montagem............................_50.000 Total....................................................350.000
e)Manutençãodasmáquinas:oscontrolesdoimobilizado apontam: 15
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DS–Administraçãogeral.............8.000 DS–Controledequalidade.......10.000 DS–Manutenção...........................16.000 DP–Usinagem................................21.000 DP–Cromeação..............................13.000 DP–Montagem............................._2.000_ Total.......................................................70.000 É possível apresentarmos o seguinte quadro-resumo, lembrando que ainda não efetuamos o rateio dos custos indiretosaosprodutos,masépossívelsaberoscustosemcada departamento,tantodeProduçãoquantodeServiços.
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Quadro-resumo: Custos indiretos de fabricação por departamento Custos Indiretos Aluguel Energ.Elétrica Mat.Indiretos M.O.Indireta Depreciação Total.............
DepartamentosdeProdução-DP
DepartamentosdeServiços-DS Administr. Usinagem Cromeação Montagem Controlede Qualidade Almoxarifado Manutenção Geral
Total
30.000 6.000 40.000 21.000
10.000 4.000 30.000 13.000
10.000 8.000 50.000 2.000
5.000 30.000 10.000
10.000 60.000
9.000 60.000 16.000
150.000 150.000 40.000 90.000 18.000 60.000 80.000 350.000 8.000 70.000
97.000
57.000
70.000
45.000
70.000
85.000
269.000 720.000
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Conformejáinformado,oprocessodedepartamentalização exige uma análise criteriosa para distribuição dos custos indiretos,tantoentreosdepartamentosdeserviços(quandofor ocaso)quantoentreosdepartamentosdeprodução(quando 5 também for ocaso), e/ouentre ambos,porémsemprehaverá aescaladedistribuiçãodoscustosindiretos,eessadeveráser pautadademaneiraextremamenteracional. Martins(2003,p.70-73)utiliza-sedaseguintesequência:
Rateiodoscustosdaadministraçãogeraldafábrica: 10 após diversos estudos, são escolhidos diversos critérios para distribuiromontantede$296.000,sãoesses: 1) Aluguel: orateiode $150.000serácombasenaárea ocupada,echega-seaosseguintesvalores: 15
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DS–Manutenção...........................25.000 DS–Almoxarifado.........................20.000 DS–Controledequalidade.......15.000 DS–Montagem..............................40.000 DP–Cromeação.............................20.000 DP–Usinagem.............................30.000 Total..................................................150.000
2) Energia elétrica: agora vamos distribuir o valor de $40.000,tomandocomobaseonúmerodepontosdeluz:
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DS–Manutenção.........................13.000 DS–Almoxarifado.........................6.000 DS–Controledequalidade.......8.000 DS–Montagem..............................7.000 DP–Cromeação.............................2.000 DP–Usinagem.............................4.000 Total..................................................40.000
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3) Materiais indiretos, mão de obra indireta e depreciação:empresaresolveusomarostrêsvalores($18.000 +$80.000+$8.000),atingindoototalde$106.000, com
distribuiçãoproporcionalaonúmerodesupervisoresemcada 5 departamento:
10
DS–Manutenção.............................22.000 DS–Almoxarifado..............................9.000 DS–Controledequalidade.........19.000 DS–Montagem................................21.000 DP–Cromeação...............................16.000 DP–Usinagem.................................9.000 Total....................................................106.000 Vamos analisar a posição dos custos indiretos, até o momento,emrelaçãoaosDSseDPs:
15
Quadro-resumo: custos indiretos de fabricação por departamento Custos Indiretos
DepartamentosdeProdução-DP
DepartamentosdeServiços-DS Usinagem Cromeação Montagem Controlede Qualidade Almoxarifado Manutenção
Adm. Geral
Total
Aluguel Ener.Elétrica Mat.Indiretos M.O.Indireta Depreciação Total.............
30.000 6.000 40.000 21.000
10.000 4.000 30.000 13.000
10.000 8.000 50.000 2.000
5.000 30.000 10.000
10.000 60.000 .-
9.000 60.000 16.000
97.000
57.000
70.000
45.000
70.000
85.000
296.000 720.000
a)Rateiodos Custosda Adm.Geral
30.000 4.000 19.000
20.000 2.000 16.000
40.000 7.000 21.000
15.000 8.000 19.000
20.000 6.000 9.000
25.000 13.000 22.000
(150.000) (40.000) (106.000)
150.000
95.000
138.000
87.000
105.000
145.000
Total.............
150.000 40.000 18.000 80.000 8.000
150.000 90.000 60.000 350.000 70.000
720.000
Podemos verificar no quadro-resumo que o total dos custos indiretos de fabricação que estavam alocados no DS - Administração Geral - foi distribuído para os demais
15
UnidadeI
departamentos-DSe DP-,sendoassim,temosnovos valores paraosrespectivos departamentos,oquefazentenderqueo processoderateiocontinuaatétermososcustosindiretosde fabricação alocados somente nos DPs. Para, então, levarmos 5 aosprodutose,assim,conhecermosocustosdeproduçãopor produto,conformejáexplicado.
Rateiodoscustosdamanutenção:sãooscustosdoDSe equivalema$145.000,quedeverãoserapropriadosaosoutros departamentos(DSeDP),eocritérioderateioescolhidoterá, 10 comobase,onúmerodehorastrabalhadasdamanutençãoem cadadepartamento,e,assim,temos:
15
DS–Almoxarifado...........................15.000 DS–Controledequalidade.........40.000 DP–Cromeação................................40.000 DP–Usinagem.................................50.000 Total......................................................145.000 Portanto, o quadro-resumo tem oscustos indiretosassim distribuídos:
Quadro-resumo: Custos indiretos de fabricação por 20 departamento Custos Indiretos
DepartamentosdeServiços-DS Usinagem Cromeação Montagem Controlede Qualidade Almoxarifado Manutenção
Adm. Geral
Total
Aluguel Ener.Elétrica Mat.Indiretos M.O.Indireta Depreciação Total.............
30.000 6.000 40.000 21.000
10.000 4.000 30.000 13.000
10.000 8.000 50.000 2.000
5.000 30.000 10.000
10.000 60.000
9.000 60.000 16.000
97.000
57.000
70.000
45.000
70.000
85.000
296.000 720.000
a)Rateiodos Custosda Adm.Geral
30.000 4.000 19.000
20.000 2.000 16.000
40.000 7.000 21.000
15.000 8.000 19.000
20.000 6.000 9.000
25.000 13.000 22.000
(150.000) (40.000) (106.000)
150.000
95.000
138.000
87.000
105.000
145.000
b)Rateiodos Custosda Manutenção
50.000
40.000
40.000
15.000
(145.000)
Total.............
200.000
135.000
127.000
120.000
Total.............
16
DepartamentosdeProdução-DP
138.000
150.000 40.000 18.000 80.000 8.000
150.000 90.000 60.000 350.000 70.000
720.000 (150.000) (40.000) (106.000)
720.000
ANÁLISEDECUSTOS
ÉdefácilcompreensãoqueoDS(Manutenção)nãoserviu ao DP (Montagem), logo, esse não recebeu custos. Acredito que estejam ficando claras a utilização e a importância da departamentalização sobre a apuração dos custos indiretos 5 defabricaçãoporDSe DP.E,assim,adistribuição dos custos continua,esempredadireitaparaesquerda,conformeaponta oquadro-resumo.
c)Rateiodoscustosdoalmoxarifado:oscustosdesseDS estãoem$120.000e,pelofatodeserviremsomenteaosDPs, 10 aempresaresolvedistribuí-losigualmente: DP–Monagem...................40.000 DP–Cromeação.................40.000 DP–Usinagem..................40.000 Total......................................120.000 15
Novoquadro-resumoéapresentado:
Quadro-resumo: Custos indiretos de fabricação por departamento Custos Indiretos
DepartamentosdeProdução-DP
DepartamentosdeServiços-DS Usinagem Cromeação Montagem Controlede Qualidade Almoxarifado Manutenção
Adm. Geral
Total
150.000 40.000 18.000 80.000 8.000
150.000 90.000 60.000 350.000 70.000
Aluguel Ener.Elétrica Mat.Indiretos M.O.Indireta Depreciação Total.............
30.000 6.000 40.000 21.000
10.000 4.000 30.000 13.000
10.000 8.000 50.000 2.000
5.000 30.000 10.000
10.000 60.000
9.000 60.000 16.000
97.000
57.000
70.000
45.000
70.000
85.000 296.000 720.000
a)Rateiodos Custosda Adm.Geral
30.000 4.000 19.000
20.000 2.000 16.000
40.000 7.000 21.000
15.000 8.000 19.000
20.000 6.000 9.000
25.000 (150.000) 13.000 (40.000) 22.000 (106.000)
150.000
95.000
138.000
87.000
105.000
b)Rateiodos Custosda Manutenção
50.000
40.000
40.000
15.000
Total.............
200.000
135.000
138.000
127.000
120.000
40.000
40.000
40.000
240.000
175.000
178.000
Total.............
c)Rateiodos Custosdo Almoxarifado Total.............
(120.000)
127.000
145.000
720.000
(145.000) (150.000) (40.000) (106.000)
720.000 (145.000) (150.000) (40.000) (106.000)
720.000
17
UnidadeI
Resta-nos apenas o rateio dos custos indiretos do DS – controledequalidadeaosdemaisDPs.
d) Rateio dos custos do controle de qualidade: o critérioadotadopararatearoscustosdesseDSqueestão 5 em $127.000 temcomobaseonúmerodetestesaplicados nos respectivos DPs e nesse período temos a seguinte informação:
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DP – Monagem............... 136 53,6 % DP – Cromeação............... 88 34,6 % DP–Usinagem................30 11,8% Totaletestes....................254-> 100,0%(*) (*)Aplicamosaregradetrêsparaocálculodospercentuais e,assim,temoscomodistribuiro custototal de$127.000 aosDPs.
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DP–Montagem...............68.000 DP–Cromeação...............44.000 DP–Usinagem.................15.000 Total...................................127.000
Observação: houve um arredondamento dos valores por 20 partedoautor(Martins,2003,p.72). Agora orateiodos custos indiretos defabricaçãodos DSs foramtodosalocadosaosDPs,conformedemonstraoquadroresumoaseguir:
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