ANÁLISE DE POEMAS Parte 1: Análise estrutural Alegres campos, verdes verdes arvoredos, arvoredos, Claras e frescas águas de cristal, Que em vós os debuxais ao natural, Discorrendo Discorrendo da altura altura dos rochedos; rochedos; Silvestres montes, ásperos penedos, Compostos em concerto desigual: Sabei que, sem licença de meu mal, Já não podeis podeis fazer meus meus olhos olhos ledos. E, pois me já não vedes como como vistes, Não me me alegrem verduras deleitosas deleitosas Nem águas águas que correndo correndo alegres alegres vêm. Semearei em vós lembranças tristes, Renegando-vos Renegando-vos com lágrimas saudosas, E nascerão saudades de meu meu bem. Quanto ao nível fônico: Esquema rítmico
Rimas externas / internas Rimas consoantes/ toantes Classif Classificaç icação ão gramat gramatical ical das rimas rimas Efeitos sonoros a) alite litera raçção: ão: b) assonância: assonância: c) repetição: Concl Conclus usõe õess sobre sobre o nív nível el fôn fônico ico
Quanto ao nível lexical:
ER 10 ( 6-10) – versos decassílabos heróicos, mas no 8º e 12º verso ER 10( 4-8-10) – verso sáfico Rimas externas: a rima é interpolada nas quadras (ABBA) e cruzada nos tercetos ( CDC) Rimas consoantes A maior maior parte parte é rica ( penedos/ penedos/ ledos ledos), ), mas são pobres pobres em arvoredos/ rochedos e desigual/ mal. Aliteração dos sons /s/ e /r/ ; Assonância em /e/ fechado ; A repetição da palavra não, não, mostra uma intensificação do sentimento de negação. O eu-l eu-líri írico co se util utiliza iza de palav palavras ras que que reve revelam lam sua sua dor e seus sentimentos, sendo aplicado a partir do final do segundo quarteto até o fim do poema, o vocábulo não, não, que expressa a ideia contrária afirmada no início.
Verbos Substantivos
Predomínio dos verbos no passado, mostrando que a dor do eu-lírico se estende desde tempos anteriores ao da fala. No último terceto, são utilizados verbos no futuro, demonstrando que a dor continuará.
Adjetivos
Alegres, verdes, claras, frescas, natural, silvestres, ásperos – todos os adjetivos do poema são relacionados com a natureza.
Pronomes
Vós, meu. Há o predomínio do pronome reto “vós”, indicando a pessoa do discurso.
Conjunções
Há número igual de conjunções “e” e “que”, sendo respectivamente, aditivas e explicativas.
Advérbios
Não – relaciona os fatos apresentados no primeiro quarteto com a negação dos mesmos a partir do final do segundo quarteto.
Conclusões sobre o nível lexical
As palavras revelam a angustia expressa. Ao escolher o advérbio “não”, o poeta explicita a dor de os fatos não serem verdade.
Quanto ao nível semântico Anáfora (repetição)
E, pois já não vedes como vistes, Não me alegrem verduras deleitosas,
Hipérbole (exagero)
Semearei em vós lembranças tristes
Apóstrofe (vocativo)
Meu bem
Conclusões sobre o nível semântico
Há poucas figuras de linguagem quanto ao nível Semântico. Mas as que se encontram no texto demonstram o sentimento negado ao eu-lírico e sua, de certa forma, “vingança”.
Quanto ao nível sintático Predomino de orações com períodos simples, sem estarem invertidas.
Parte 2: Construindo o texto analítico
Alegres campos, verdes arvoredos (Poema), de Luís Vaz de Camões 1 O soneto Alegres campos, verdes arvoredos, de Luís Vaz de Camões, é inspirado na lírica trovadoresca. O soneto promove uma intersecção de resíduos medievais, procedimentos clássicos renascentistas e antecipações barrocas. Retrata a natureza, e a partir dessa retratação, ele mostra o sentimento de dor que o assola. A mulher não é contemplada no poema, como era de praxe na idade medieval. A atitude do poema é clássica, sendo utilizados a métrica decassilábica, a forma fixa do soneto, a adesão à medida nova e a seleção do léxico. A figura masculina humanizada é herança da ideia e do ideal renascentista. As hipérboles líricas prenunciam atitudes barrocas. O poeta nega constantemente que as atitudes realizadas no passado, os atos cumpridos, não são mais como no período atual da fala. Além disso, o poeta utiliza na maior parte do poema, verbos no passado, e somente no último terceto ele usa verbos no futuro, como se fossem premedições sobre o que ele gostaria que acontecesse, como uma maneira de “vingança”. As tensões entre afirmação e negação constituem o eixo em que se apóia a construção do discurso poético.
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