Alterações vasculares
Alterações vasculares
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Introdução Edema Hiperemia Trombose Embolia Isuemia In"arto Hemorra$ia
1 – Introdução
As alterações circulat%rias estão relacionadas com dist&rbios ue acometem a irri$ação san$u'nea e o euil'brio ('drico) Essas alterações são comuns na cl'nica m*dica+ podendo muitas ve,es ser causa de morte) -s "luidos do corpo transitam por tr.s compartimentos/ intracelular+ intersticial e intrav intravasc ascula ular) r) Esses Esses compa compartim rtiment entos os encon encontra tram0s m0see em (omeos (omeostas tase e uand uandoo ( rompimento desse euil'brio+ sur$em alterações+ ue comumente podem ser a$rupadas dentro dentro dos dist&rbios dist&rbios circulat% circulat%rios) rios) ompreen ompreendem dem alteraçõe alteraçõess ('dricas ('dricas interstici intersticiais ais edema+ alterações no volume san$u'neo (iperemia+ (emorra$ia e c(oue e alterações por obstrução intravascular intravascular embolia+ trombose+ trombose+ isuemia isuemia e in"arto) 2 – Edema
o ac&mulo de l'uido no tecido intercelular intersticial+ nos espaços ou nas cavidades do corpo) o resultado do aumento da uantidade de l'uido nos meio e7tracelular+ sendo e7terno ao meio intravascular) 8ormalmente+ 59: da da uantidade uantidade de l'uido corp%reo corp%reo se locali,a na c*lula+ c*lula+ 49: no interst'cio+ 5:+ nos vasos vasos e os outros 5: compõem compõem os ossos) ossos) Essa distribuição distribuição dos l'uidos intersticial e vascular * mantida devido ; e7ist.ncia de uma (idrodinressão >ressão (idrostt (idrosttica ica san$u'nea san$u'nea// uan uando do essa pressão aumenta+ aumenta+ ocorre ocorre sa'da sa'da e7cessiva de l'uido do vaso+ situação comum em estados de (ipertensão e drena$em venosa de"eituosa por e7emplo+ em casos de vari,es+ insu"ici.ncia card'aca etc) Nathalia Fuga – Patologia
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Alterações vasculares 2 >ressão (idrosttica intersticial/ se diminu'da essa "orça+ o l'uido não retorna para o meio intravascular+ acumulando0se intersticialmente) 3 >ressão onc%tica san$u'nea/ a redução da pressão onc%tica provoca o não deslocamento do l'uido do meio intersticial para o interior do vaso) Essa variação da pressão onc%tica * determinada pela diminuição da uantidade de prote'nas plasmticas presentes no san$ue) 4 >ressão onc%tica intersticial/ um aumento da uantidade de prote'nas no interst'cio provoca o aumento de sua pressão onc%tica+ o ue "avorece a retenção de l'uido nesse local) Al*m disso+ o aumento dessa "orça contribui para a di"iculdade de drena$em lin"tica na re$ião) 5 ?asos lin"ticos/ se a "unção destes de drena$em dos l'uidos estiver comprometida+ pode sur$ir o edema) Esse uadro * observado+ por e7emplo+ em casos de obstrução das vias lin"ticas e7)ele"ant'ase) 6 Ac&mulo de s%dio no interst'cio/ ocorre uando ( in$estão de s%dio maior do ue sua e7creção pelo rim o s%dio em altas concentrações aumenta a pressão osm%tica do interst'cio+ provocando maior sa'da de $ua do vaso) -s edemas podem aparecer sob duas "ormas/ locali,ado e sist.mico) e7emplo clssico de edema locali,ado * o edema in"lamat%rio+ cu@a constituição * rica em prote'nas) =a' o l'uido desse tipo de edema ser denominado de e7sudato) - edema sist.mico * "ormado por l'uido com constituição pobre em prote'nas) Esse l'uido * denominado de transudato+ estando presente+ por e7emplo+ no edema pulmonar) - si$ni"icado cl'nico dos edemas sist.micos reside no "ato de ue a presença desses l'uidos pode ori$inar in"ecções+ tra,endo complicações maiores para o local a"etado) Assim+ os edemas pulmonares podem ori$inar pneumonias e insu"ici.ncia respirat%ria o edema cerebral+ por sua ve,+ pode ser mortal) 3 – Hiperemia ou congestão
o aumento do volume de san$ue em uma re$ião por intensi"icação do aporte san$u'neo ou diminuição do escoamento venoso) Ao contrrio da isuemia+ a lesão tecidual de causa (iper.mica * resultado de uma e7cessiva uantidade de san$ue no local+ inundando essa re$ião) A intensi"icação do aporte san$u'neo+ citado no conceito+ caracteri,a a (iperemia do tipo arterial ou ativo) - $rande volume de san$ue presente nesse caso provoca eritema+ pulsação local e calor) A (iperemia * acompan(ada de pr*via isuemia ou pode estar sob a tr'ade isuemia0(iperemia0in"lamação) A diminuição do escoamento venoso+ tamb*m causa citada da (iperemia+ caracteri,a esta a$ora como sendo do tipo venoso ou passivo/ nesse caso+ não ( retirada do san$ue da ,ona em uestão) A (iperemia venosa pode provocar edema+ estase san$u'nea+ (iperpi$mentação+ proli"eração "ibrosa etc) As causas de cada tipo de (iperemia são/ 1 Hiperemia arterial/ %r$ãos em atividade+ in"lamação+ ueimaduras+ radiação+ venenos) Nathalia Fuga – Patologia
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Alterações vasculares 2 Hiperemia venosa/ inter"er.ncia na drena$em venosa devido a doenças primrias ou secundrias a re$ião) 4 – Trombose
a coa$ulação intravascular do san$ue em um indiv'duo vivo) onsiste em uma alteração circulat%ria oriunda de uma reação e7a$erada do sistema de coa$ulação ou de (emostasia) =iante de uma lesão vascular+ esse sistema de coa$ulação entra em ação a "im de evitar o e7travasamento san$u'neo) - aumento na intensidade de ação desse sistema+ aliado ; diminuição da velocidade san$u'nea+ indu, a "ormação de um tampão s%lido B o trombo B anormal ue+ ao mesmo tempo em ue e7erce sua "unção selante+ impede tamb*m o bom "uncionamento dos vasos e da circulação san$u'nea+ tal a sua $rande proporção) =a' o nome trombose+ indicativo de uma "ormação anormal do trombo no vaso) A ori$em da trombose * multi"atorial+ com vrios eventos relacionados ;s trans"ormações circulat%rias decorrentes de lesões vasculares a$indo concomitantemente) -s principais "atores são/ 0 modi"icações anatCmicas da parede vascular podem ori$inar um "lu7o san$u'neo turbulento como+ por e7emplo+ as placas de ateroma na ateroesclerose+ levando ; peri"eri,ação de plauetas+ ue imediatamente aderem ; parede e iniciam a "ormação do trombo 0 alterações da composição do san$ue+ como a redução da atividade "ibrinol'tica e aumento da viscosidade do san$ue+ "acilitam a "ormação e a manutenção da aruitetura do trombo 0 a redução da velocidade san$u'nea "a, com ue as plauetas+ circulantes no meio do "lu7o san$u'neo+ passem para a peri"eria+ o ue "acilita seu contato com a parede e sua adesão a ela) Todos esses "atores 0 ue tamb*m estão presentes nos mecanismos normais de coa$ulação 0+ associados e com intensidades alteradas+ contribuem para a $.nese da trombose) -s trombos podem ser dos se$uintes tipos/ 1) Duanto ; composição/ brancos predom'nio de plauetas+ vermel(os predom'nio de (emcias+ mistos ou (ialinos mais comuns em capilares ou v.nulas) 2) Duanto ; locali,ação no vaso/ parietais ou murais na parede vascular ou de cavidades ou oclusivos na lu, do vaso) 3) Duanto ao local/ arteriais principalmente na aorta+ nos membros in"eriores e nas art*rias viscerais+ cerebrais e coronarianas+ venosos oriundos da estase venosa+ de capilares e arter'olas e card'acos) Nathalia Fuga – Patologia
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Alterações vasculares A trombose pode evoluir para a sua total lise devido ; ação do sistema "ibrinol'tico da (emostasia+ so"rer deslocamento ou emboli,ação+ calci"icar0se calci"icação distr%"ica ou or$ani,ar0se * invadido por capilares e "ibroblastos+ so"rendo recanali,ação) Al*m da embolia+ o trombo pode obstruir as vias san$u'neas+ levando ; morte celular da re$ião irri$ada isuemia e in"arto) – Embolia
aracteri,a0se pela presença de substodem ser de constituição s%lida+ l'uida ou $asosa/ 1) F%lida/ compreende trombos nesse caso+ o processo * c(amado de tromboembolia+ se$mentos de placa de ateroma+ parasitas e bact*rias+ corpos estran(os por e7emplo+ pro@*til de arma de "o$o+ restos de tecidos por e7emplo+ de placenta durante a $estação+ c*lulas neoplsicas etc) - .mbolo se distin$ue do trombo por não estar aderido ; parede do vaso e por não assumir a anatomia da lu, vascular+ como acontece com o trombo) -s .mbolos s%lidos podem levar a morte s&bita+ in"arto ou (emorra$ia) 2) G'uidas/ os .mbolos l'uidos estão principalmente sob a "orma de $orduras pacientes com e7tensas ueimaduras corp%reas ou "raturas $enerali,adas+ principalmente dos ossos lon$os+ podem promover a circulação de $l%bulos $ordurosos+ os uais se deslocam da medula %ssea e do tecido adiposo) A embolia $ordurosa pode causar morte rpida+ devido ; sua alta capacidade de penetração em arter'olas e capilares+ obstruindo a microcirculação) -utro tipo de embolia l'uida+ bem mais raro+ * a in"usão de l'uido amni%tico na circulação durante ou p%s0parto) 3) asosa/ o .mbolo $asoso pode ser de ori$em venosa por e7emplo+ entrada de ar nas veias durante ato cir&r$ico ou e7ames an$io$r"icos ou arterial por e7emplo+ durante o parto ou aborto+ em ue ( $rande contração do &tero e rompimento de vasos) ! – Is"uemia
Isuemia * a diminuição do a"lu7o de san$ue em uma re$ião) sa0se anemia nos casos em ue ( diminuição total do volume san$u'neo) As causas da isuemia podem ser an$iomec
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Alterações vasculares alterações "uncionais mani"estas por de$enerações como a esteatose+ at* uadros de morte celular) -s "atores li$ados a essa diversidade de uadros isu.micos envolvem o $rau de a"lu.ncia san$u'nea comprometida+ a e7ist.ncia ou não de uma circulação colateral e7istente e a demanda metab%lica dos tecidos atin$idos pela car.ncia de irri$ação san$u'nea) 8as isuemias relativas prolon$adas+ os %r$ãos "icam com volume menor atro"ia+ e podem evoluir para a necrose) J nas isuemias absolutas+ a necrose tecidual pode ser e7tensa+ resultando em in"arto) asos+ por e7emplo+ de isuemia leve e $radual nas coronrias não necessariamente c(e$am a uadros de in"arto+ devido ao desenvolvimento de uma circulação colateral intercoronria) # – In$arto
a morte tecidual devido ; "al.ncia vascular) A diminuição da uantidade de san$ue ou a sua não c(e$ada aos tecidos pode provocar a morte destes) 8esse caso+ o processo de irreversibilidade da vitalidade tecidual * denominado de in"arto) -s in"artos podem ser do tipo branco ou isu.mico+ no ual ocorrem tume"ação e palide, local) - in"arto isu.mico * comum no tecido card'aco por e7emplo+ in"arto do miocrdio) H ainda o in"arto vermel(o ou (emorr$ico+ caracteri,ado pela perman.ncia do san$ue do local no momento da obstrução arterial) >ode ainda ocorrer oclusão de veias+ ocasionando tamb*m a perman.ncia de san$ue no local) Esse tipo * comum em tecidos "rou7os por e7emplo+ o pulmão+ onde o e7travasamento san$u'neo * "acilitado) -s "atores condicionantes ao in"arto compreendem aueles ue predispõem ao estabelecimento da isuemia) Assim+ o estado $eral do sistema cardiovascular+ a anatomia da rede vascular circulação dupla ou paralela+ obstrução parcial eKou venosa da circulação &nica+ circulação colateral e a vulnerabilidade do tecido a isuemia por e7emplo+ o tecido nervoso e o card'aco são al$uns e7emplos desses "atores) % – Hemorragia
o e7travasamento do san$ue para "ora da lu, dos vasos) As (emorra$ias podem ser classi"icadas+ da se$uinte "orma/ 0 uanto ; sua ori$em capilar+ venosa+ arterial ou card'aca+ 0 visibilidade e7terna 0 uando o san$ue * vis'vel clinicamente interna 0 não * vis'vel 0 uanto ao volume pet*uias 0 peuenas manc(as euimoses 0 reas mais e7tensas (ematoma 0 coleção de san$ue+ em $eral coa$ulado+ locali,ada em cavidade neo"ormada p&rpura 0 empre$ado para (emorra$ias espont
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Alterações vasculares por ruptura+ erosão ou per"uração constitui a etiopato$enia do processo (emorr$ico) aumento da permeabilidade vascular sem lesão pr*via tamb*m pode provocar a sa'da de (emcias do sistema vascular) As causas da (emorra$ia incluem traumas mecerdas ue envolvam mais ue um terço do volume san$u'neo corp%reo cerca de 1+5 a 2 litros podem levar ; morte) importante acrescentar ue+ dependendo da locali,ação+ peuenas (emorra$ias podem $erar e"eitos cl'nicos mais $raves+ como * o caso das (emorra$ias cerebrais) & – '(o"ue
- c(oue * a de"ici.ncia a$uda da corrente san$u'nea no leito vascular peri"*rico) - c(oue * provocado por uma diminuição da per"usão de nutrientes para a c*lula devido ; de"ici.ncia do aporte san$u'neo) Isso pode ser causado por uma ueda do volume san$u'neo circulante * o ue ocorre no c(oue (emorr$ico+ por uma propulsão cardiopulmonar inadeuada ou por uma $rande vasodilatação peri"*rica de capilares e veias) Fem uma circulação san$u'nea ideal+ os tecidos so"rem (ip%7ia e car.ncia nutricional+ o ue leva a alterações revers'veis) A mudança de um sistema de respiração aer%bico para um anaer%bico+ em decorr.ncia da "alta de o7i$.nio+ indu, ao ac&mulo de cido ltico no local+ provocando a instauração de lesões irrevers'veis e a morte celular) -s tipos de c(oue incluem o neuro$.nico+ o cardio$.nico+ o traumtico+ o (emorr$ico+ por ueimaduras+ cir&r$ico etc) A evolução cl'nica desses tipos depende do $rau de recuperação do euil'brio (emodin
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a (oue cardio$.nico/ causado por uma lesão no miocrdio devido a in"arto+ por e7emplo+ por arritmias ou por obstrução do "lu7o de sa'da san$u'nea por e7emplo+ embolia pulmonar esses "atores levam ; "al.ncia da bomba miocrdica+ o ue impede o bombeamento do san$ue+ levando ao c(oue) b (oue (ipovol.mico ou (emorr$ico/ as $randes perdas san$u'neas como conseu.ncia de (emorra$ias levam ; diminuição do volume san$u'neo) randes ueimaduras ou outros tipos de traumatismos tamb*m levam ; diminuição do volume san$u'neo nesse caso+ o c(oue * denominado de LtraumticoM)) c (oue s*ptico/ * decorrente da disseminação de microor$anismos no san$ue oriundos de in"ecções locais $raves) Esses microor$anismos+ principalmente bacilos ram0ne$ativos+ liberam endoto7inas+ as uais atuam nos leuc%citos e c*lulas endoteliais) Essas endoto7inas promovem lesões nessas c*lulas ou alteram as "unções destas) =entre essas alterações+ estão a maior capacidade de adesão dos leuc%citos aos endoteli%citos e a maior capacidade de desencadear mecanismos de coa$ulação) Essas alterações culminam com a "ormação de trombos capilares e a coa$ulação intravascular e7acerbada+ o ue altera a circulação san$u'nea) d (oue ana"iltico/ decorrente de reações por (ipersensibilidade do tipo I anticorpos+ promovendo $rande permeabilidade vascular e sa'da de l'uido para "ora do vaso+ diminuindo sua volemia) e (oue neuro$.nico/ acidentes com anest*sicos ou lesões traumticas na medula espinal podem desencadear vasodilatações peri"*ricas $enerali,adas+ levando ao c(oue)
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