Universidade Federal do Rio de Janeiro Escola de Química EQB – 475 Tecnologia Tecnologia de Bioproces Bioprocessos sos Industriai Industriais s
Aeração em Bioprocessos Prof Mariana Mello
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Aeração em Bioprocessos 1) Importância da Aeração 1.1) Classes de organismos, em relação à tensão de oxigênio
1
2
3
4
5 5
Aerotolerante
1
Aeróbio estrito
3
Aeróbio facultativo
2
Anaeróbio
4
Microaerófilo
Aeração em Bioprocessos 1) Importância da Aeração 1.1) Classes de organismos, em relação à tensão de oxigênio
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5 5
Aerotolerante
1
Aeróbio estrito
3
Aeróbio facultativo
2
Anaeróbio
4
Microaerófilo
Aeração em Bioprocessos 1) Importância da Aeração 1.2) Aplicações dos processos em aerobiose Exemplos
Produção de ácido cítrico Produção de ácido acético Produção de lêvedo de panificação Produção de antibióticos Produção de vacinas Produção de vitaminas Produção de enzimas Processos com microrganismos recombinantes Tratamento Tratamento de efluentes
Aeração em Bioprocessos 1) Importância da Aeração 1.3) Bioquímica 6 O2 Y C6H12O6 + X 6 CO2 + Z 6 H2O
crescimento consumo de carbono consumo de oxigênio
Aeração em Bioprocessos 1) Importância da Aeração 1.4) Baixa solubilidade do oxigênio
Necessidade de constante oferta de oxigênio
Possiblitar o uso de todos os nutrientes
Solubilidade: 7 mg/L a 1 atm e 35 °C
Aeração em Bioprocessos Solubilidade do oxigênio em água pura a 1 atm de pressão de oxigênio
Temperatura ( oC) 0 10 15 20
Solubilidade de O2 (mmol/L) 2,18 1,70 1,54 1,38
Temperatura ( oC) 25 30 35 40
Solubilidade de O2 (mmol/L) 1,26 1,16 1,09 1,03 o
Solubilidade do oxigênio em diferentes soluções aquosas a 25 C a 1 atm de pressão de oxigênio
Componente Glicose
Concentração (g/L) Solubilidade de O 2 (mmol/L) 20 1,233 50 1,194 90 1,133 180 0,990 Ácido cítrico 25 1,242 100 1,137 200 0,983 Ácido glucônico 25 1,210 100 1,121 Fundamentos da Engenharia Bioquímica 200 0,991 Escola de Química/UFRJ Extrato de lêvedo 5 1,255 10 1 228
Aeração em Bioprocessos 3) Sistemas para a transferência de oxigênio Tanque agitado e aerado bandejas
Maior transferência de massa células imobilizadas “air-lift”
Aeração superficial
Borbulhamento Menor cisalhamento coluna de bolhas
Aeração em Bioprocessos 4) Transferência de Oxigênio e Respiração Microbiana
Demanda
Problema de ordem fisiológica;
Função das necessidades metabólicas da célula;
Proporcional à concentração de biomassa ativa;
Suprimento
Problema de ordem física;
Função da geometria do biorreator; capacidade dos compressores de ar; sistemas de agitação e distribuição de ar; propriedades físico-químicas do meio; temperatura.
Aeração em Bioprocessos 4) Transferência de Oxigênio e Respiração Microbiana Percurso da molécula de oxigênio Desprezível devido à intensa movimentação do O2
Desprezível devido à grande área superficial
Simples difusão
Principal resistência
Fundamentos da Engenharia Bioquímica Escola de Química/UFRJ
Desprezível com agitação Influência da viscosidade
Aeração em Bioprocessos 5) Teoria das duas películas ou Teoria de Whitman
Pg: pressão parcial de O 2 na fase gasosa; Pi: pressão parcial de O 2 na interface gás-líquido; Ci: concentração de O 2 dissolvido na interface G-L, em equilíbrio com Pi; CL: concentração de O 2 dissolvido no seio do líquido; Suposições: 1) Escoamento laminar ao longo da interface gás-líquido; 2) Fluxo de matéria constante nos três estágios (estado estacionário); 3) Equilíbrio instantâneo entre a pressão parcial do gás e sua Fundamentos da Engenharia Bioquímica concentração no líquido, quando o gás entra em contato com o líquido; Escola de Química/UFRJ Gás (soluto) e líquido (solvente) comportando-se como ideais;
Aeração em Bioprocessos nO2: fluxo de oxigênio por unidade de área interfacial de troca (gO 2/(m2.h))
kL: coeficiente de transferência de oxigênio na fase líquida; kG: coeficiente de transferência de oxigênio na fase gás H: constante de Henry Fluxo de matéria constante (estado estacionário); Como determinar Ci? Ci = H.pi Equilíbrio instantâneo entre a pressão parcial do gás e sua concentração no líquido, quando o gás entra em contato com o líquido
(Cs)
Como determinar pi? (pL)
pi = pg
Resistência desprezível na película gasosa
Aeração em Bioprocessos 5) Teoria das duas películas ou Teoria de Whitman
nO2: fluxo de oxigênio por unidade de área interfacial de troca (gO 2/(m2.h)) Como medir?
a = área interfacial de troca (m 2)/volume total de líquido (m 3)
Coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio (h -1)
Aeração em Bioprocessos 5) Teoria das duas películas ou Teoria de Whitman
n O2
k L CS C L k G p G p L
n O2 a
dCL dt
k L a C S C L k Ga p G p L
nO2. a : velocidade de transferência de oxigênio (gO 2/(m3.h)); kLa : coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio na fase líquida (h-1); CS: concentração de saturação de O 2 no líquido (gO 2/m3); CL: concentração de O 2 dissolvido no seio do líquido (gO 2/m3); k La
define o nível de oxigenação do sistema
Aeração em Bioprocessos 5) Teoria das duas películas ou Teoria de Whitman
Valores típicos de dC L /dt e kLa:
Frascos de Erlenmeyer Biorreator (escala de laboratório) Biorreator Industrial
dCL /dt (mmoles/(L.h))
kLa (h-1)
30 – 60 60 – 120 70 – 100
200 – 400 60 – 500 100 – 400
Aeração em Bioprocessos 6) Variáveis que Influenciam o valor de k La 6.1) Influência da altura da coluna líquida sobre o
kLa
Eckenfelder et al.:
k La NSC
B*(Q/V)*h 2 / 3 d B * NSC 0,5
*D 1/ 3
6 * *d o d B g * ( ) L g
B = constante Q = vazão volumétrica de ar V = volume de meio h = altura da coluna líquida dB = diâmetro da bolha = viscosidade do meio do = diâmetro do orifício do dispensor = tensão superficial L= densidade do meio g= densidade do gás D = difusividade do G no L
Aeração em Bioprocessos 6) Variáveis que Influenciam o valor de k La 6.2) Influência das propriedades físicas do meio sobre o
* Influência da concentração de células
k La
Aeração em Bioprocessos 6) Variáveis que Influenciam o valor de k La 6.3) Influência da velocidade superficial do ar sobre o
Cooper et al.: k L a (vS ) 0,67 H /T 1
k La
Aeração em Bioprocessos 6) Variáveis que Influenciam o valor de k La 6.4) Influência dos tipos e sistemas de agitação sobre o
Tipo hélice ou propulsor (“Marine propeller”)
Disco com pás planas (“flat-blade turbine”)
k La
Disco com pás inclinadas (“pitched-blade turbine”
Aeração em Bioprocessos 6) Variáveis que Influenciam o valor de k La 6.4) Influência dos tipos e sistemas de agitação sobre o A
B
C
k La
Aeração em Bioprocessos 6) Variáveis que Influenciam o valor de k La 6.4) Influência dos tipos e sistemas de agitação sobre o
k La
Moritz et al.:
k L a n 0, 4 0, 6* n k L a 1 1 n 4
n = número de impelidores
Aeração em Bioprocessos 6) Variáveis que Influenciam o valor de k La 6.5) Influência dos tipos de aeradores sobre o
k La
Aeração em Bioprocessos 6) Variáveis que Influenciam o valor de k La 6.6) Influência da Temperatura sobre o
k La
k L a (k L a) 20o C *(1, 020)T 20 T
oC
Aeração em Bioprocessos 6) Variáveis que Influenciam o valor de k La 6.7) Influência da adição de chicanas sobre o
k La
Aeração em Bioprocessos 6) Variáveis que Influenciam o valor de k La 6.8) Influência do aumento da rotação sobre o
k La
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.1) Métodos Indiretos (sem células) -
Desoxigenação química Método de Cooper (Oxidação do Sulfito) Desgaseificação Método da Glicose Oxidase
7.2) Métodos Diretos (com células) - Método Dinâmico de Taguchi e Humphrey - Método do Balanço Gasoso
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.1) Métodos Indiretos 7.1.1) Desoxigenação Química com Sulfito Na2SO3 + ½ O2
2+ Cu
Na2SO4
2) Adicionar Na2SO3 para reagir com todo O 2 3) Medir T (determinar Cs), acionar agitação/aeração; 4) Retirar amostras de tempos em tempos, parando o sistema a cada amostragem
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.1) Métodos Indiretos 7.1.1) Desoxigenação Química com Sulfito Amostras são analisadas pelo Método de Winkler para determinação de CL Método de Winkler MnSO 4 2 KOH Mn(OH)2 K 2 SO 4 2 Mn(OH)2 O 2 2 MnO(OH)2 Mn(SO 4 )2 3 H2 O MnO(OH)2 H2 SO 4 Mn(SO 4 )2 2 KI MnSO 4 K 2 SO 4 I2 2 Na 2 S 2 O3 I2 Na 2S 4 O 6 2 NaI
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.1) Métodos Indiretos 7.1.1) k L Desoxigenação p L com Sulfito n O2 CS C L k G p GQuímica
n O2 a
dCL dt
k La C S C L k G a p G p L
Tempo (s)
CL (ppm)
0 30 60 ...
0 10 20 ...
Aeração em Bioprocessos Exercício: A determinação do coeficiente volumétrico de transferência de oxigênio (kLa) pelo método da desoxigenação química foi conduzida em laboratório. Foram necessários 0,571g de sulfito de sódio para a reação total com o oxigênio contido inicialmente na água. O experimento teve duração de 5 minutos, com temperatura média de 29 °C, na qual a constante de saturação de oxigênio (Cs) tem valor igual a 7,67 ppm. Com os resultados experimentais dados, calcule a concentração inicial de oxigênio e o valor do kLa para as condições operacionais do sistema em estudo. Tempo (min)
0,5
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
CL (ppm)
2,6
2,7
3,6
4,2
5,2
5,4
Na2SO3 + ½ O2 126 g/mol
16 g/mol
Cu
2+
Na2SO4
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.1) Métodos Indiretos 7.1.2) Método de Cooper (Oxidação do Sulfito) Na2SO3 + ½ O2
Cu
2+
Na2SO4
1o) Encher o reator com uma solução 0,15 N de Na2SO3 2o) Medir T, homogeneizar e retirar amostra para dosagem de Na2SO3 3o) Agitação e aeração 4o) A cada 5 minutos: retirar amostra
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.1) Métodos Indiretos 7.1.2) Método de Cooper (Oxidação do Sulfito) Na2SO3 + ½ O2
Cu
2+
Na2SO4
Dosagem de Na2SO3 Iodometria HCl 2 NaCl H2 SO 3 H2 SO 3 H2 O I2 H2 SO 4 2 HI I2 2 Na 2 S 2 O 3 I2 Na 2 S 4 O 6 2 NaI Na 2 SO 3
Determinação de SO32-
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.1) Métodos Indiretos 7.1.2) Método de Cooper (Oxidação do Sulfito) Na2SO3 + ½ O2
n O2
Cu
2+
Na2SO4
k L CS C L k G p G p L
n O2 a
dCL dt
0
O2 Gdissolvido k La CS C L kTodo p L reage imediatamente Ga p
f esteq = 16/126
SO32 f esteq k La t CS
Aeração em Bioprocessos Exercício: Em um biorreator contendo uma solução de sulfito de sódio, foi realizada a determinação do parâmetro kLa pelo método da oxidação do sulfito (método de Cooper). Os testes foram conduzidos a uma temperatura média de 28 °C (C s = 7,81 ppm) e, a cada 5 minutos, foram retiradas amostras para o monitoramento do consumo do sulfito de sódio. Com os resultados experimentais dados abaixo, calcular o valor do kLa para as condições operacionais do estudo. Tempo (min)
5
10
15
20
25
30
ΔSO32- (g/L)
1,15
1,79
3,15
4,08
4,47
6,37
SO32 f esteq k La t CS
Na2SO3 + ½ O2 126 g/mol
16 g/mol
Cu
2+
Na2SO4
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.1) Métodos Indiretos 7.1.3) Método da desgaseificação
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.2) Métodos Diretos Avaliação da questão da demanda
Concentração de células (gcel/L)
Demanda
dCL dt
Taxa de consumo de oxigênio (gO2/(gcel.h))
q 02
q O2 max C L k 0 CL
q 02 X Taxa específica de respiração (gO 2/(gcel.h))
Equação similar a Monod
Aeração em Bioprocessos
Demanda
Problema de ordem fisiológica;
Função das necessidades metabólicas da célula;
Proporcional à concentração de biomassa ativa;
Suprimento
Problema de ordem física;
Função da geometria do biorreator; capacidade dos compressores de ar; sistemas de agitação e distribuição de ar; propriedades físico-químicas do meio; temperatura.
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.2) Métodos Diretos Avaliação da questão da demanda
q 02
q O2 max CL k 0 CL
CL = Ccrítico
qO2 = qO2max
Equacionamento
dC L dt
k L a CS CL q 02 X
Aeração em Bioprocessos 7) Métodos de determinação de k La 7.2) Métodos Diretos 7.2.1) Método Dinâmico de Taguchi e Humphrey Trecho II = demanda X=cte) Trecho III
dC L /dt= -qO2. X (tempo pequeno para que
CL = -1/kLa (dCL /dt + qO2 X) + Cs
Aeração em Bioprocessos Estudo de caso Em dois bioprocessos, aerados e agitados, desenvolvidos pelo mesmo agente microbiano, ambos conduzidos em biorreatores de igual volume, empregou-se a mesma taxa de aeração (Q/V). Entretanto, um deles apresentou fator de conversão de substrato em produto bem inferior, quando
comparado
ao
outro.
Comente
justificativas que poderiam explicar este fato.
algumas