Abikú Abiasé Abiasé
Abikú e Abiasé
ÀBÍKÚ Enfm a verdade... verdade... Só mesmo um grande mestre como Pierre Verger para nos tirar da ignorância sobre este tema, atravs da sua pes!uisa e coragem, cu"o #egado #egado ser$ eterno. Se uma mu#%er, mu#%er, em pa&s 'oruba d$ ( #u) uma srie de crian*as natimortos ou mortas em bai+a idade, a tradi*o re)a !ue no se trata da vinda ao mundo de v$rias crian*as di-erentes, mas de diversas apari*es do mesmo ser ser,, /para e#es ma#fco0, c%amado (b&12 /nascer3morrer0 !ue se "u#ga vir ao mundo por um breve momento para vo#tar ao pa&s dos mortos, órun /o cu0, v$rias ve)es. E#e passa assim seu tempo a ir e vo#tar do cu para o mundo sem "amais permanecer a!ui por muito muito tempo, para grande grande desespero de seus pais, dese"osos de ter os f#%os vivos. Essa cren*a se encontra entre os 41an, onde a me c%amada a5oma5u /e#a bota os f#%os no mundo para a morte0. 6s 7bo c%amam os abi12 de ogban"e, os 8au*as de dan5abi e
os 9anti, 1ossama%. Encontramos in-orma*es a respeito dos abi12 em oito itans /%istórias0 de i-$, sistema de adivin%a*o dos 'orub$, c#assifcados nos :;< odu /sinais de i-$0. Essas %istórias mostram !ue os abi12 -ormam sociedades no egb$ órun /cu0, presididas por 7'("ans( /a me3se3bate3e3corre0 para os meninos e 6#ó1ó /c%e-e da reunio0 para as meninas, mas 4#$5ai' /=ei de 45ai'0 !ue as #evou ao mundo pe#a >? ve) na sua cidade de 45a'i. @$ se encontra a Aoresta sagrada dos abi12, aonde os pais de abi12 vo -a)er o-erendas para !ue e#es f!uem no mundo. uando e#es vCm do cu para a terra, os abi12 passam os #imites do cu diante do guardio da porta, on&bod órun, seus compan%eiros vo com e#e at o #oca# onde e#es se di)em at #ogo. 6s !ue partem dec#aram o tempo !ue vo fcar no mundo e o !ue -aro. Se prometerem a seus compan%eiros !ue no fcaro ausentes, essas, crian*as apesar de todo os es-or*os de seus pais, retornaro, para encontrar seus amigos no cu. 6s abi12 podem fcar no mundo por per&odos mais ou menos #ongos. Dm abi12 menina c%amada 43morte3os3 puniu dec#ara diante de on&bod órun !ue nada do !ue os seus pais -a*am ser$ capa) de retC3#a no mundo, nem presentes nem din%eiro, nem roupas !ue #%es o-ere*am, nem todas as cosias !ue e#es gostariam de -a)er por e#a atrairiam os seus o#%ares nem #%e agradariam. Dm abi12 menino, c%amado i#ere, di) !ue recusar$ todo a#imento e todas as coisas !ue #%e !ueiram dar no mundo. E#e aceitar$ tudo isto no cu. uando 4#$5ai' #evou du)entos e oitenta abi12 ao mundo pe#a primeira ve), cada um de#es tin%a dec#arado, ao passar a barreira do cu, o tempo !ue iria fcar no mundo. Dm de#es se propun%a a vo#tar ao cu assim !ue tivesse visto sua meF um outro, iria esperar at o dia em !ue seus pais decidissem !ue e#e casasseF um outro !ue retornaria ao cu, !uando seus pais concebessem um novo f#%o, um ainda no esperaria mais do !ue o dia em !ue come*asse a andar. 6utros prometem ( i'("an"as(, !ue est$ c%efando a sua sociedade no cu,
respectivamente, fcar n mundo sete dias, ou at o momento em !ue come*asse a andar ou !uando e#e come*asse a se arrastar pe#o c%o, ou !uando come*asse a ter dentes ou fcar em p. Gossas %istórias de i-$ nos di)em !ue o-erendas -eitas com con%ecimento de causa so capa)es de reter no mundo esses (b&12 e de #%es -a)er es!uecer suas promessas de vo#ta, rompendo assim o cic#o de suas idas e vindas constantes entre o cu e a terra, por!ue, uma ve) !ue o tempo marcado para a vo#ta "$ ten%a passado, seus compan%eiros se arriscam a perder o poder sobre e#es. H assim !ue nessas !uatro %istórias encontramos o-erendas !ue comportam um tronco de bananeira acompan%ado de diversas outras coisas. Dm só dos casos narrados, o terceiro, e+p#ica a ra)o dessas o-erendasI Dm ca*ador !ue estava ( espreita, no cru)amento dos camin%os dos (b&12, escutou !uais eram as promessas -eitas por trCs (b&12 !uanto ( poca do seu retorno ao cu. Dm de#es promete !ue dei+ar$ o mundo assim, !ue o -ogo uti#i)ado por sua me, para preparar sua papa de #egumes, se apague por -a#ta de combust&ve#. 6 segundo esperar$ !ue o pano !ue sua me uti#i)ar, para carreg$3#o nas costas se rasgue. 4 terceira esperar$, para morrer, o dia em !ue seus pais #%e digam !ue tempo de e#e se casar e ir morar com seu esposo. 6 ca*ador vai visitar as trCs mes no momento em !ue e#as esto dando ( #u) a seus f#%os (b&12 e aconse#%a ( primeira !ue no dei+e se !ueimar inteiramente a #en%a sob o pote !ue co)in%a os #egumes !ue e#a prepara para seu f#%oF ( segunda !ue no dei+e se rasgar o pano !ue e#a usar para carregar seu f#%o nas costas, !ue uti#i)e um pano de !ua#idade di-erenteF e#e recomenda, enfm ( terceira, de no especifcar, !uando c%egar a %ora, !ua# ser$ o dia em !ue sua f#%a dever$ ir para a casa do seu marido. 4s trCs mes vo ento consu#tar a sorte, i-$, !ue #%es recomenda !ue -a*am respectivamente as o-erendas de um tronco de bananeira, de uma cabra e de um ga#o, impedindo, por meio deste subter-2gio, !ue os trCs (b&12 possam manter
seu compromisso. Por!ue, se a primeira insta#a um tronco de bananeira no -ogo, destinado a co)in%ar a papa do seu f#%o, antes !ue e#e se apague, o tronco de bananeira, c%eia de seiva e espon"osa, no pode !ueimar, e o abi12, vendo uma ac%a de #en%a no consumida pe#o -ogo, di) !ue o momento da sua partida ainda no c%egado. 4 pe#e de cabra o-erecida pe#a Segunda me serve para re-or*ar o pano !ue e#a usa para #evar seu f#%o nas costas a crian*a abi12 no vai ac%ar nunca !ue esse pano se rasgou e no vai poder manter sua promessa. Go se sabe bem o por!ue do o-erecimento de um ga#o, mas a %istória conta !ue !uando c%egou a %ora de di)er ( f#%a "$ uma mo*a, !ue e#a deveria ir para casa do seu marido, os pais no #%e disseram nada e a enviaram bruscamente para a casa de#e. Gossos trCs abi12 no podem mais manter a promessa !ue f)eram, por!ue as circunstâncias !ue devem anunciar sua partida no se rea#i)aram tais como e#es tin%am previsto na sua dec#ara*o diante de on&bod órun. Estes trCs abi12 no vo mais morrer. E#es seguiram um outro camin%o. Jomentamos esta %istória com a#guns deta#%es por!ue i#ustra bem o mecanismo das o-erendas e de sua -un*o. Go o seu #ado anedótico /de #enda0 !ue nos interessa a!ui, mas a tentativa de demonstra*o de !ue em pa&s 'orub$s, a sorte /destino0 pode ser modifcada, numa certa medida, !uando certos segredos so con%ecidos. Entre as o-erendas !ue os retCm a!ui, na terra, fguram, em primeiro p#ano, as p#antas #it2rgicas. Jinco de#as so citadas nestas %istóriasI 4b&r&1o#o /crota#aria #ac%nop%era, papi#o#ionacaae0. 4g&d&magba'in /no identifcada0. Íd& /termina#ia ivorensis, combretacae0. 7"$ (gborin /no identifcada0. @ara pupa /ricinus communis 3 mamona verme#%a0. 4inda mais duas p#antas so -re!entemente uti#i)adas para reter os abi12 e !ue no fguram nessas %istóriasI 6#obuto"e /"atrop%a curcas, eup%orbiaceae0. Lp$ emr /5a#t%eria americana, stercu#iaceae0. 4 o-erta dessas -o#%as constitui uma espcie de mensagem e acompan%ada por o-ó /encantamentos0. Em pa&s 'orub$, os
pais para proteger seus f#%os abi12 e tentar retC3#os no mundo podem se dedicar a certas pr$ticas, tais como -a)er pe!uenas incises nas "untas da crian*a e a& es-regar atin /um pó preto -eito com ossum, -avas e -o#%as #it2rgicas para esse fm0 ou ainda #igar ( cintura da crian*a um ondM, ta#ism -eito desse mesmo pó negro, contido num sa!uin%o de couro. 4 a*o protetora buscada nas -o#%as e+pressa nas -órmu#as de encantamento introdu)ida no corpo da crian*a por pe!uenas incises e -ric*es, e a parte do pó preto, contida no sa!uin%o do ond, representa uma mensagem no verba#, uma espcie de apoio materia# e permanente da mensagem dirigida pe#os e#ementos protetores contra os e#ementos %ostis, sendo essa -orma de e+presso menos e-Cmera do !ue a pa#avra. Em uma outra %istória, so -eitas a#uses aos +aorNs, anis providos de gui)os, usados nos torno)e#os pe#as crian*as abi12, para a-astar os compan%eiros !ue tentam vir busc$3#os no mundo e #embrar3#%es suas promessas. Oe -ato seus compan%eiros no aceitam assim to -aci#mente a -a#ta de pa#avra dos abi12, retidos no mundo pe#as o-erendas, encantamentos e ta#isms preparados pe#os pais, de acordo com o conse#%o dos baba#aNs. Gem sempre essas precau*es e o-erendas so sufcientes para reter as crian*as abi12 sobre a terra. 7'("an"as( muitas ve)es mais -orte. E#a no dei+a agir o !ue as pessoas -a)em para retC3 #os e por$ tudo a perder o !ue (s pessoas tiverem preparado. Jontra os abi12 no %$ remdios. i$"an"(s$ os atrair$ ( -or*a para o cu. 6s corpos dos abi12 !ue morrem assim so -re!entemente muti#ados. 4 fm de !ue, di)em, e#es percam seus atrativos e seus compan%eiros no cu no !ueiram brincar com e#es, sobretudo para !ue o esp&rito do abi12, ma#tratado deste modo, no dese"e mais vir ao mundo. Essas crian*as abi12 recebem no seu nascimento, nomes particu#ares. 4#guns desses nomes so acompan%ados de sauda*es tradicionais. E#es podem ser c#assifcadosI !uer nomes !ue estabe#e*am sua condi*o de abi12F !uer nomes !ue #%es aconse#%am ou #%e sup#icam
!ue permane*am no mundo, !uer em indica*es de !ue as condi*es para !ue o abi12 vo#te no so -avor$veisF !uer em promessas de bom tratamento, caso e#es f!uem no mundo. 4 -re!Cncia com !ue se encontram, em pa&s 'orub$, esses nomes em adu#tos ou ve#%in%os !ue go)am de boa sa2de, mostra !ue muitos abi12 fcam no mundo gra*as, pensam as a#mas piedosas, a todas essas precau*es, ( a*o de Lr2nmQ#(, e ( interven*o dos baba#aNs. 4@RDGS G6ES O4O6S 46S 4B7KÚI 4i'dTn 3 a vida doce. 4i'#agbe 3 Gós fcamos no mundo. 412"i 3 6 !ue est$ morto, desperta. B$n"ó1ó 3 Senta3se comigo. O2ró"ai' 3 9ica para go)ar a vida. O2róor&Q1e 3 9ica tu ser$s mimada. UbM#o12 3 Sup#ica para !ue f!ue. 7#Mt$n 3 4 terra acabou /no %$ mais terra para enterra3#o0. K"12 3 Go consinta em morrer. K12mó 3 no morra mais. K2m$p$'Q& 3 4 morte no #eva este da!ui. 6mot2nd 3 4 crian*a vo#tou. WQ"2i12 3 Envergon%ado da morte /no dei+a a morte te matar0. 7W4GS de 79X. H P=EJ7S6 JD7O4= O6S 4B7KÚ, SEGY6 E@ES V6@W4 P4=4 6 JHD 69E=EGO4S P6OE =EWE= 4B7KÚ G6 DGO6 SDBWE=9DR76S P4=4 =EWE= 6S 4B7KÚ G6 DGO6 6SEWXG 97J4 G6 DGO6 6@Z[KZ H 6 J8E9E O4 S6J7EO4OE O6S 4B7KÚ 4SE\H\E\47H 97J4 G6 DGO6 G4 OHJ74 SE]W4 VE^ DE E@E VE 6S 4B7KÚ J8ER4 PE@4 P=7E7=4 VE^ E 4_47H ÍX\4G\ÀSX GY6 OE7]4 6S 4B7KÚ 97J4= G6 DGO6. Estes itens comp#etos so descritos numa edi*o da revista 4-ro 3 Xsia, em >` 3 >, sob o t&tu#o. 4 S6J7EO4OE ERBH L=DG O6S ÀBÍKÚ, 4S J=74G4S G4SJE P4=4 6==E= VX=74S VE^ES 4s cerimNnias para os abi12 parecem ser pouco -re!entes entre os 'orub$s, a 2nica assistida por Pierre Verger, a cerimNnia -oi -eita pe#a tan'innon encarregada do cu#to aos deuses protetores de uma -amia tradiciona# do bairro 8outa. Gum canto da pe*a principa#, oito estatuetas de madeira com : cent&metros de a#tura e eram co#ocadas sobre uma ban!ueta de barro. Wodos vestidos de panos da mesma !ua#idade, mostrando pe#a uni-ormidade de suas vestimentas, pertencerem a uma mesma sociedade /egb0.
Seis destas estatuetas representam $b&12s e as outras duas ibe"i. 4s o-erendas consistiam deI o1$ /pasta de in%ame0. 6bM#$ /espcie de caruru0. U1uru /-ei"o mo&do e co)ido nas -o#%as0. Eran dindi, e"a dindin /carne e pei+e -ritos0. Oepois da prece da tan'ionnon e da o-erenda de parte desta comida (s estatuetas, -oram distribu&das pe#a assistCncia. Dma sacerdotisa de 6bata#$ assistiu ( cerimNnia sub#in%ando as #iga*es !ue e+istem entre o ori+$ da cria*o, as pessoas de corpos ma# -ormados, corcundas, a#i"ados, a#binos e a!ue#es cu"o nascimento anorma# /(b&12 e ibe"i0. Portanto ao contr$rio !ue muitos -a#am nada tem a ver com a crian*a !ue "$ nasce -eita no santo. 4B7KÚ 3 J6GS7OE=4ES O6 4DW6= G6S WEP6S OE 86\E. 6 #egado dos antigos pe#as suas cren*as, %istórias e ritos da sua pr$tica re#igiosa e cu#tura#, se adaptam e se ap#icam em !ua#!uer tempo, atravs da sua sabedoria, com muita propriedade. Em seu tempo, no %$ re-erCncias ao aborto, mas ao contr$rio, o es-or*o pe#a manuten*o da vida, inc#usive em !uantidade. Pe#a pr$tica divinatória atravs do "ogo de b2)ios, nos dias de %o"e identifcamos muitos desses abi12s, !ue percebemos em uma segunda instância, muitos so criados, passam a e+istir por ingerCncia do ser %umano atravs do aborto, at simp#es de entender e ver por uma ótica e #ógica astra#hespiritua# a !ua# simp#esmente no podemos de#et$3#a da nossa mente e inte#igCncia, ou na pior das %ipóteses, ignor$3#a. Go instante em !ue o óvu#o -ecundado pe#o espermato)óide, esta nova matria e+istente "$ provida de a#ma e esp&rito, !ue os cristos c%amam de an"o da guarda e os 'orubanos de ori+$ /guardio da cabe*a0, este -enNmeno consta na teo#ogia orubana, na #enda de 4"$#$, !ue ser$ comentada. uando da e+ecu*o do aborto propriamente dito, o ser %umano supostamente, e+erce o seu direito de e#iminar a!ue#e serF mas somente a parte materia#, o corpo, por e#e criado atravs do ato se+ua# de procria*o, matando de -orma defnitiva o -eto. as e o !ue por e#e no -oi criado, a#ma e esp&rito, onde fca, para onde vai Esta an$#ise via de regra
no -eita ou #evada em considera*o, acaso %aver$ conse!Cncias Seri&ssimas, !ue a!ui descrevemos com muita convic*o, pautado nas mais diversas constata*es atravs dos consu#entes, por mais de duas dcadas, dos sintomas pós3aborto, a presen*a da!ue#a fgura !ue aparece de uma -orma gentica, oriunda de gera*es passadas, os !ue so provocados e vo#tam ainda na mesma gera*o, e os !ue vo#taro em nossos descendentes, e da -orma mais imprevis&ve# poss&ve#. 4 grande maioria de seres !ue nascem com de-ormidades, doen*as graves, mortes prematuras... Wem grandes possibi#idades de serem abi12s -abricados pe#o %omem. Gos dias de %o"e, !uando morre uma crian*a ainda nova, %$ muita possibi#idade de ser um abi12 !ue est$ vo#tando ao cu, bem como persiste a probabi#idade de vo#tar em um pró+imo f#%o, ainda na mesma gera*o ou na pró+imaF !uando uma crian*a fca muito doente e corre risco de vida, pode averiguar na -amia se "$ %$ caso de aborto ou morte prematura, bem poss&ve#. 4s rea*es, mais da me !ue do pai, em caso de aborto, por!ue muitas ve)es o pai no fca sabendo e no participa da deciso, na sua vida, no seu dia a dia so sintom$ticasI dese!ui#&brio genera#i)ado, na vida pessoa#, no traba#%o, em casa, nos estudos, nada d$ certo, nada vai bem, angustia, depresso, pessimismo, -a#ta de ânimo, aparentemente tudo deveria estar bem, mas as coisas no vo. H a inAuCncia da!ue#e ser, !ue contrariando as #eis da nature)a -oi fsicamente e#iminado, o !ua# fca gravitando num outro p#ano pró+imo aos pais, a-etando suas vidas com estes sintomas. 4t mesmo por uma !uesto de "usti*a, no poder$ um abi12 !ue -oi gerado por uma -amia, aparecer em outra, !ue nada tem a ver com o ato irrespons$ve# de outros, e percebemos !ue uma crian*a !ue "$ nasce de-ormada de a#guma -orma, ou uma doen*a grave com morte, !uem so-re rea#mente na sua p#enitude so os pais, por!ue a dor interna maior !ue a dor -&sica, a crian*a "$ nasceu da!ue#a -orma, para e#a !ue no sentiu e no sabe ser saud$ve#, no percebe e no
imagina como se sente a#gum norma#, portanto a sua dor ou prob#emas, para si norma#. Esta situa*o pode e deve ser tratado no seu campo espiritua#, o antigo nos #egaram instrumentos dentro da re#igio 'orub$, para -a)C3#o, atravs de ebós e o-erendas espec&fcas, !ue se va#e do mesmo princ&pio ap#icado nos pa&ses 'orubanos, !uer se"aI enganar os abi12sF uito se pode me#%orar e modifcar, evidente !ue em a#guns casos irrevers&ve# após o nascimento, mas se detectado ou in-ormado o baba#ori+$ ou 'ia#ori+$ competente, pe#o !ue -oi descrita, a me !ue poderia vir a ter um f#%o abi12, por meio desses ebós e o-erendas pode3se evitar a vinda de um ser de-ormado ou com prob#emas srios, !ue na rea#idade, nada mais !ue um retorno sob -orma de castigo de atos nossos ou de gera*es passadas, de um processo !ue nunca -oi tratado ou interrompido. Oesta -orma vC3se !ue o aborto uma situa*o !ue transcende a ingerCncia das pessoas, pois a#go #igado diretamente ( nature)a, e conse!entemente ao Seu Jriador, modifca3se ou escapa da #ei dos %omens, mas no ( Oivina. Este um -ato por!ue nen%uma re#igio da terra permite o aborto 8$ D4 O7SJÚSY6 E W6=G6 OE 4B7KÚ, 6 G4SJ7O6 P4=4 6==E=, 4S W6O6S ESWY6 4D7 P4=4 E]4W4EGWE 7SS6. G4SJE= P4=4 6==E=. 4S 4G@7SE ESWE WE4.. 4SH 4 W6O6S.. S7DE7=4 OE 6OH E =J7. Oi-eren*a de 4bi12 e 4bias H costume na cu#tura RCge orub$ dar nomes especiais a certas crian*as c%amadas 4B7KÚ, cu"a a tradu*o nascido para morrer.E#as so consideradas pe#a ancestra# cu#tura a-ricana como pertences a uma #egio de demNnios !ue moram nas Aorestas ou em torno das $rvores de 7ro1o,a game#eira branca,ou ainda fgueira c%orona.U s$bio !ue cada um desse abi12s !uando nascem "$ tra)em consigo o dia e a %ora em !ue vo retornar para
o outro #ado da vida para compan%ia dos seus amiguin%os das Aorestas de 7ro1o. Rera#mente esse tempo determinado entre o nascimento e os j anos de vida.4ssim as providencias so tomadas para !ue essas crian*as permane*am no mundo dos vivos. 9a)endo es!uecer as datas, e conse!entemente seus amiguin%os do outro #ado.4#m de amu#etos e magias -eito nessas crian*as , os !uais vo desde s&mbo#o,breves e patu$s !ue so postos em suas pernas,bra*os e pu#sos, pinturas destoantes so -eitas em seu corpos de -ormam !ue transmitam sentimentos repu#sivos para !ue assim os seus antigos compan%eiros do outro #ado recusem uma nova #iga*o com fguras de-ormadas e os obriguem a fcar na vida. Jertos nomes signifcativos so dados a essas crian*as 4B7KÚS,para dei+ar c#aro !ue seus ob"etivos -oram descobertos e antecipadosI G6ES OE 4B7KÚ >0a#ómo 3 no vai embora novamente :0Koso1ó 3 Go e+iste mais p$ /para cavar $ sepu#tura0 0Ban"o1N 3 Sente3se ou f!ue comigo `0Ourosimi 3 Espere para me enterrar /en!uanto eu viver0 ;0\e1ini'in 3 Permita !ue eu ten%a um pouco de respeito <041isatan 3 Go e+iste mais morta#%a para sepu#tamento j04par$ 3 4!ue#e !ue vai e vem 0612 3 6 morto 07gbe1o'i 3 Gem a Aoresta !uer a vocC >0En23K2n3onipC 3 6 conso#ador est$ desgastado >>041u"i 3 orto e acordado >:0Wi"23i12 3 Envergon%e3se de morrer >0Ouró3or&3i1 3 Espere e ve"a como vocC ser$ mimado 9estas especiais so -eitas para esse tipo de crian*as, nas !uais o -ei"o -radin%o e o a)eite de dendC so -artamente distribu&dos ( todos como prato principa#. 6s abi12s e
outras crian*as so convidas. 4ssim como os demNnios !ue as acompan%am, para participarem dessas -estas.Wa# -esta supostamente agradar$ aos amiguin%os do outro #ado e os convencer$ da permanCncia dos 4bi12s na vida norma#, garantindo ainda os amiguin%os sempre um -estim para seus de#eites. 6s 4bi12s tCm sido con-undidos no Brasi# com 4bia+,!ue so as crian*as nascidas -eitas de ber*o e com misso espiritua#.6s 4bia+s podem ou no re-ugar a misso espiritua# na terra, retornando ao conv&vio de 6#or2n, dependendo unicamente do teor de compreenso !ue obtiverem de seus pais, mestres, tutores, cNn"uges e etc... 8ipótese nk> de 4B74]H 3 oriundo de uma transmigra*o espiritua# /morre em a#gum #ugar, pa&s,etc0 e nasce na mesma %ora ou %oras depois em outro #ugar e outro corpo. Jarecendo apenas de um ritua# de confrma*o ou coroa*o do 7b$ 6r& /trCs ado+os e tudo mais0, con-orme o cargo espiritua# designado por 7-$. H o-erecido $ 6#odumar e 6#or2m pe#os seus pais ou tutores e "amais conseguir$ -ugir de seu od2 /predestina*o0, sob pena de re-ugar $ misso terrestre /morrer0, misso esta !ue gera#mente po#itica, mission$ria socia# ou espiritua#. 8ipótese nk : de 4B74]H 3 -eito /raspado0 na barriga da me, !uando est$ reco#%ida para a -eitura e est$ gr$vida. 4& a crian*a recebe todos os -undamentos !ue a me receber, independente da !ua#idade de 6ri+$, nascendo -eita deste mesmo ori+$ e carecendo apenas da confrma*o ou coroa*o, as !uais seguem as mesmas ritua#&sticas do primeiro caso de abia+. 6s 4bi12s so c#assifcados em !uatro moda#idadesI
4bi12 7n ou 7)N 3 do -ogo 3 Esse abi12 o !ue come a cabe*a me /mata3a0 no nascimento, ou come a cabe*a do pai por acidente posteriormente. H um dos mais di-&ceis abi12s de trato, e tra) consigo a m$ sorte pra !uem com e#e mantiver re#acionamento permanente. 6 abi12 de -ogo gera#mente a#iena o segmento socia# no !ua# estiver envo#vido e no raro desenvo#ve uma psicopatia irrevers&ve# após os :> anos. Dma pes!uisa -eita no Brasi# constatou !ue a maioria desses abi12s ou -oram doados ao nascer, ou -oram adotados por de seus pais #eg&timos. 4bi12 6m& ou 4)&n 3 da $gua 3 Esse o tipo !ue nasce de <,j ou meses. Rera#mente e+p#ode a bo#sa3dl$gua da me nesse per&odo e vai para incubadora. orre precocemente ou cresce e sai desse per&odo critico. Se seus avós -orem vivos, estar$ #igado a e#es mais do !ue aos pais. Seu principio de abi /vida0 decorre entre > $ ,; anos e o seu processo de 712 /morte0 inicia3se entre $ ;. 6 retorno dos amiguin%os -eito pro a-ogamento, tubercu#ose, desidrata*o ou có#era. 4 -orma de evitar esse retorno usar um nome contr$rio ao nome !ue trou+e de 2tero e promover traba#%os de ordem espiritua# propiciando o-ertas aos od2s /press$gios0. 4bi12 4# 3 da terra 3 Esse tipo segundo a ancestra# cu#tura orubana, os mais traba#%osos para os sacerdotes e parentes, uma ve) !ue est$ intimamente #igada aos amiguin%os das Aorestas !ue com -re!Cncia o c%amam de vo#ta. uitas ve)es nasce pro cesariana, ou de parto norma# sanguino#ento. H uma crian*a agitada, com tendCncias $ neuroses -ami#iares. Wem condi*o congregaste e como o abi12 do -ogo, costuma comer cabe*as no só de parentes, como de outras pessoas. Jontrata3se esse abi12,usando o nome contr$rio ao seu ob"etivo e promovendo3se -estas anuais nas !uais e+istam o -ei"o3-radin%o e dendC em abundância para todos.4 -orma de retorno tambm por acidente em !uedas de
a#turas ou por doen*as de pe#e e órgo digestivo.6 tempo de vida /se no tratado0 osci#a entre ` e anos. 4bi12 9e- 3 do vento 3 Esse tipo di-ere um pouco dos outros demais, por ser de especia# origem no meio do conv&vio das pessoas. E#e destaca3se em todo o ambiente desde seu nascimento !ue em gera#, -oi inspirado ou no p#ane"ado. Wem caracter&sticas próprias e pode ser -aci#mente indu)ido $ manter3se na vida em -ace de sua instabi#idade emociona# inicia#. Oeve como os demais, ter um nome contr$rio ao -ato constante instado $s de#&cias da vida. Por ter mais do !ue amiguin%os do outro #ado, poder$ ser sa#vo por E+2 e 6'$ na %ora 8.