Os 22 Arcanos A origem do TAROT continua a ser um mistério, mas não constitui nenhum segredo o seu extraordinário poder de adivinhação psicológico e espiritual. A sua influência vibratória é comparável a um tratado de Psicologia em imagens. Surpreendentemente, permite comunicar, encontrar soluções e prevenir, aprender a aperfeiçoar o auto conhecimento e uma melhor compreensão dos outros. Porém, o TAROT não tem o poder de influenciar os acontecimentos, informa-nos das influências que nos rodeiam para que, com conhecimento de causa e total “livre -arbítrio”, possamos decidir sobre o nosso futuro. Saiba como interpretar este método de adivinhação. Acima de tudo, o Tarot é um caminho, que encerra nele todos os segredos da mente humana. As alegorias principais, ou Arcanos Maiores subdividem-se em três categorias, ou mais especificamente em três caminhos:
Caminho da Razão – Razão – Arcanos 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9 Referem a vertente racional da alma humana, com o seu lado mais escondido e mais aberto, racional e irracional, inexperiente e experiente.
Caminho da Emoção – Emoção – Arcanos 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16 Traduzem os sentimentos mais profundos de cada ser, amor, ódio, raiva, equilíbrio, sensibilidade…
Caminho da espiritualidade – espiritualidade – Arcanos 17, 18, 19, 20 e 21 Revela o lado mais sublime da personalidade de cada indivíduo e a sua s ua ligação com o Divino e o sobrenatural.
O Louco não pertence a nenhum dos três caminhos pois é ele que escolhe o seu próprio destino.
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Os Arcanos Maiores - Significado das Cartas
0 ou 22 22 - O Louco Louco Representa procura de novas experiências, aventuras e conhecimentos. Pode significar o início de um novo capítulo, no entanto, poderá envolver alguns riscos que necessitem de sabedoria e coragem. É ainda caracterizado pela pe la ingenuidade e desprendimento que é característico das almas inexperientes ou muito jovens. Emocional: Coragem para recomeçar. Situação de imaturidade e irresponsabilidade. Saúde: Depressões. Estado de negação da doença que tem. Profissional: Necessidade de sair do sítio em que se está, de mudar para outra situação profissional.
1 - O Mág Mágic icoo Simboliza Simboliza a habilidade habilidade e o autoconhecim autoconhecimento. ento. É importante importante lidar com todos os elementos cuidadosamente, pois o mágico remete-nos para o ilusionista, aquele que, com habilidade, transforma as coisas em que toca.
Emocional: Começo de uma relação amorosa, mas marcada por alguma imaturidade.
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Os Arcanos Maiores - Significado das Cartas
0 ou 22 22 - O Louco Louco Representa procura de novas experiências, aventuras e conhecimentos. Pode significar o início de um novo capítulo, no entanto, poderá envolver alguns riscos que necessitem de sabedoria e coragem. É ainda caracterizado pela pe la ingenuidade e desprendimento que é característico das almas inexperientes ou muito jovens. Emocional: Coragem para recomeçar. Situação de imaturidade e irresponsabilidade. Saúde: Depressões. Estado de negação da doença que tem. Profissional: Necessidade de sair do sítio em que se está, de mudar para outra situação profissional.
1 - O Mág Mágic icoo Simboliza Simboliza a habilidade habilidade e o autoconhecim autoconhecimento. ento. É importante importante lidar com todos os elementos cuidadosamente, pois o mágico remete-nos para o ilusionista, aquele que, com habilidade, transforma as coisas em que toca.
Emocional: Começo de uma relação amorosa, mas marcada por alguma imaturidade.
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Saúde: Possível operação. Necessidade de ir ao médico. Profissional: Inicio de acontecimentos profissionais.
2 - A Papi Papisa sa Significa estabilidade/serenidade, estudo e mistério. Sempre que esta carta surge, o indivíduo está preparado para resolver as questões que se lhe apresentam e fá-lo-á com sabedoria, mestria e inteligência.
Emocional: Controlo emocional, amor platónico, relação escondida. Saúde: Possíveis problemas que não são visíveis. Gravidez escondida. Profissional: Abordagem consciência e do estudo. Necessidade de aprofundas conhecimentos.
3 - A Impera Imperatriz triz Significa realização e abundância. É a representação da riqueza e da recompensa de todos os esforços efetuados. No entanto, representa também o esforço feito pelo indivíduo para alcançar tudo o que possui, pois para ter o que tem, já superou muitas provas. Emocional: Relação protegida e harmoniosa. 3
Saúde: Possível gravidez, problemas de garganta. Profissional: Inteligência. Boa relação profissional. Influência benéfica.
4 - O Imperador Significa concretização e estabilidade. Isto quer dizer que o indivíduo está preparado para agir corretamente perante as situações e é essa a sua função e dever. Existe paixão, mas o intelecto domina a intuição.
Emocional: Relação de subjugação. Domínio de um parceiro sobre o outro. Saúde: Estável. Profissional: Concretização dos objetivos profissionais.
5 - O Papa Simboliza sabedoria e inspiração. Representa a força, o equilíbrio e o seu papel de fonte de inspiração. Está ainda implícita nesta carta uma vocação científica, filosófica, educativa e religiosa.
Emocional: União amorosa. Saúde: Cansaço físico e mental. Profissional: Muito trabalho mas pouca remuneração. Grande conhecimento mas sem 4
benefício económico.
6 - Os Enamorados Representa o conflito e a escolha. Remete para uma decisão baseada mais na intuição do que na razão. Isto significa que é importante a escolha entre dois caminhos, procurando adotar uma atitude prudente e escolher sempre o que for mais viável para o bem superior e espiritual.
Emocional: Necessidade de fazer uma escolha. Interferências de terceiras pessoas. Saúde: Possíveis problemas em órgãos duplos (rins, pulmões, ovários no caso feminino) Profissional: Dúvida entre duas opções profissionais, ou desenvolvimento de duas atividades em paralelo.
7 - O Carro Simboliza o sucesso e o triunfo contra as desigualdades. Significa que, com cuidado, determinação e mão firme o sucesso é alcançado. Contudo é preciso ter cuidado para que os esforços não levem ao falso sucesso e ao colapso dos planos.
Emocional: Relação estável e baseada na compreensão. 5
Saúde: Cuidado com os acidentes de uma maneira geral. Necessidade de relaxar e de andar muito a pé. Profissional: Sucesso e êxito a nível laboral. Honra, mérito reconhecido.
8 - A Justiça Representa a equidade, o equilíbrio, bem como a própria justiça. Indica que o resultado será sempre justo, que a justiça será sempre feita na vida dos indivíduos, e que esta será sempre reta e justa. A recompensa ou castigo do que é feito, mais cedo ou mais tarde, terá sempre um retorno.
Emocional: Casamento civil. Saúde: Equilibre a sua saúde física. Necessidade de manter uma nutrição equilibrada. Profissional: Possível assinatura de contratos. Acordos profissionais. Reconhecimento das competências.
9 - O Eremita Simboliza a procura e o autoconhecimento. Esta carta significa que, se existir uma realização, esta será demorada e que o individuo se encontra um pouco perdido e em busca do seu eu interior.
Emocional: Pessoa só, abandono, afastamento entre o casal. Saúde: Cansaço, dores nas articulações. Longa vida. Profissional: Busca do conhecimento, deixar o trabalho à deriva, afastamento das 6
funções que deveriam ser efetuadas.
10 - A Roda da Fortuna Esta carta é um presságio de sorte e riqueza. Ela é o símbolo do destino e do percurso do Ser Humano. Implica, no entanto, um consecutivo movimento, ou seja, o que hoje está em baixo, amanhã estará em cima. A Roda da Sorte gira em conjunto e em harmonia com os pensamentos, palavras e atos. Emocional: Relacionamento Kármico. Viragem, mudança no relacionamento, seja para melhor ou para pior. Saúde: Situações cíclicas. Se está bem, tenha atenção porque as coisas podem mudar. Se está mal a situação vai melhorar. Profissional: Mudanças muito boas se a pessoa fizer por isso. A pessoa não pode se render à inércia, tem que tomar o controlo da sua vida.
11 - A Força Simboliza domínio e triunfo. É uma carta que representa o triunfo do Bem sobre o Mal e do positivo sobre o negativo. Assim, o indivíduo deve procurar usar a força em benefício próprio. A força só é eficaz na hora e quantidade certa.
Emocional: Pode significar violência física. Luta por uma conquista, luta por alguém. 7
Saúde: Reações alérgicas, cuidado com as mãos e braços. Doenças irreversíveis quando associada a outras cartas. Profissional: A pessoa tem que trabalhar bastante para conseguir concretizar os seus objetivos.
12 - O Dependurado Significa sacrifício e sofrimento. É um período de grande penitência mas que poderá ser seguido de muita serenidade e decisão espiritual, tornando o indivíduo mais forte física e espiritualmente.
Emocional: Relações estagnadas, acomodação a uma situação. A relação está a cair no vazio. Saúde: Problemas de coluna, visão ou situações mais complicadas quando associada a outras cartas. Profissional: Situação profissional estagnada. Pode andar para a frente mas está a acomodar-se a uma situação.
13 - A Morte Esta carta simboliza o final ou a renovação de algo. Não tem que ser interpretada como algo necessariamente negativo, podendo significar um recomeço ou o final de uma situação intolerável. O passado deve ficar para trás, morrer como a carta indica, para que haja uma renovação a todos os níveis, pois é através da morte que se verifica a existência de uma nova vida. 8
Emocional: Mudança no relacionamento, transformação. Necessidade de mudar de atitude. Saúde: Problemas de ossos. Associada a outras cartas pode significar morte física. Profissional: Mudança de ciclo, renovação.
14 - A Temperança Significa equilíbrio e harmonização, quer espiritual quer material. Isto quer dizer que a ponderação é a palavra-chave para alcançar objetivos. Exige paciência, pois as evoluções poderão ser lentas, mas regulares.
Emocional: Necessidade de apostar no diálogo. Saber ouvir. Equilíbrio entre o casal. A sinceridade tem que reinar. Cuidado com as falsidades. Saúde: Beber muita água, necessidade de ir buscar energias à Natureza. Aproveitar ao máximo os benefícios da Natureza. Profissional: Acordos profissionais, necessidade de expor ideias. Comunicação. Chegada de notícias.
15 - O Diabo Simboliza energias negativas, ganância e excessos. Esta é uma das cartas mais poderosas do Tarot, que pode implicar acontecimentos imprevistos e implacáveis. Assim, o indivíduo deve ter o máximo cuidado com tudo o que faz, devendo pensar bem no que deseja e se é ou não viável. 9
Emocional: Paixão obsessiva. Magnetismo sexual que não é saudável. Saúde: Problemas circulatórios, tensão arterial, colesterol, diabetes, cuidado com as anemias e com os órgãos sexuais. Profissional: Cuidado com as atitudes que toma, as oportunidades que aparecem pois nem sempre o caminho mais fácil é o melhor.
16 - A Torre Significa convicções erradas, colapsos e ilusões desfeitas. A decifração desta carta está na mudança súbita de algo ou um embate inesperado. Isto quer dizer que tudo tem que ser deitado a baixo e renovado, para que se consiga alcançar a felicidade.
Emocional: Aviso de mudança de ciclo. A Torre termina uma situação que já não tem mais por onde seguir, ou que recomeça de outra forma. Saúde: Situações que requerem cuidado quando associada a outras cartas. Profissional: Corte com a situação atual. Despedimentos. Prejuízos causados por terceiros.
17 - A Estrela Simboliza proteção, luz e orientação vinda do alto. Esta é uma das cartas que mais esperança transmite, pois reina nela o otimismo e a ajuda espiritual, indicando e direcionando o indivíduo para seguir em frente e lutar por todos os objetivos. 10
Emocional: Relação protegida. Muitas vezes significa segundas oportunidades. Bom entendimento entre o casal. Saúde: Estável, mas é preciso ter mais contacto com a Natureza. Profissional: Situação profissional equilibrada, mas atenção porque a pessoa tem que continuar a trabalhar para isso.
18- A Lua Esta carta significa energia negativa e forte ligação ao subconsciente. Implica intuição, imaginação e criatividade. A essência de cada um pode ser encontrada através de uma introspeção profunda.
Emocional: Algo oculto, escondido, traições. Pessoa em quem não se deve confiar. Saúde: Gravidez escondida. Problemas cíclicos. Alterações de humor. Profissional: Cuidado com os colegas de trabalho, atenção ao que se passa, cuidado com as situações pouco esclarecidas.
19 - O Sol Simboliza a Proteção e a Germinação. O sucesso, a riqueza e a felicidade estão associados a esta carta. Exprime alegria e triunfo.
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Emocional: Necessidade de trabalhar a relação para que ela seja conduzida ao sucesso. Cuidado para não haver individualismo na relação. Saúde: Estável. Equilíbrio positivo. Otimismo. Capacidade de superar todas as situações. Profissional: Muito trabalho para ultrapassar os obstáculos e conseguir concretizar os objetivos propostos.
20 - O Julgamento Esta carta simboliza um novo ciclo de vida ou recompensas por esforços passados. Isto quer dizer que é uma fase de transição e transformação, mas que todos os indivíduos serão julgados segundo as suas ações; nas esferas subtis desenrola-se o julgamento de cada um.
Emocional: Necessidade de maior responsabilidade no relacionamento. Não pode haver ilusões, tudo tem que ser levado com responsabilidade. Saúde: Necessidade de ir ao médico e fazer exames gerais. Profissional: Mérito reconhecido, por isso existe a responsabilidade de o merecer.
21 - O Mundo Simboliza o sucesso material e espiritual, fertilidade e conclusão triunfante. Isto quer dizer que as oportunidades para alcançar objetivos serão obtidas na totalidade. A Proteção Divina reina, mas só permanece junto de quem a respeita. 12
Emocional: Plenitude na relação ou alguém que está fechado no seu próprio mundo. Um elemento do casal pode não estar bem. Saúde: Estável. Profissional: Ótima realização profissional. Possibilidade de viagens para fora do país.
Mistérios do Tarot O Tarot e a sua origem estão envoltos em mistério e abertos à especulação. Há quem defenda que estas cartas derivam dos livros sagrados do Antigo Egito. Pensa-se também, por outro lado, que tenham sido originárias da Índia ou da China, e que foram trazidas pelos ciganos para a Europa. Detetam-se no Tarot símbolos que se pensa conterem os segredos do Universo, a chave da natureza humana, e influências das religiões Gregas e das filosofias Árabes e Indianas, assim como da Cabala Judaica. Há documentos que comprovam serem as cartas de jogar já conhecidas na Bélgica em 1379. Feliciano Bussi refere o uso de baralho de cartas em 1379, vindo através dos sarracenos e ao qual se dá o nome de naib. Em Espanha, no ano de 1367, encontramos também esse tipo de cartas descritas com o nome de naipe. Pensa-se que a palavra naipe tenha surgido da palavra flamenga knaep, palavra esta derivada de “papel”. Wurzburg, um bispo alemão, proibiu em 1329 durante uma pastoral tanto os monges como as freiras da sua diocese de jogarem às cartas. Vindas de Espanha, as cartas são levadas para a Itália, sendo encontradas em Veneza pela primeira vez em 1545. 13
Tiragem das Três Cartas : (Método Maria Helena)
Tiragem da Roda Astrológica:
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Significados das casas
1 – O consultante 2 – Finanças 3 – Casa 4 – Família 5 – Amor 6 – Trabalho 7 – Vida afetiva/Par amoroso 8 – Saúde 9 – Dinheiro 10 – Realização profissional 11 – Vida social 12 – Medos/Desafios
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Algumas sugestões e cuidados iniciais Consta Utilizar as cartas do Tarô em consultas para si próprio ou com amigos constitui um bom exercício prático para desenvolver o pensamento simbólico, a arte de estabelecer analogias. Experimentar aplicar as cartas em leituras leves, num quadro de relações próximas, pode se tornar o passo essencial para superar uma grande dificuldade para os iniciantes: ficar livre dos códigos arbitrários e rituais restritivos comuns em algumas linhas de cartomancia. A origem das cartas é lúdica. No entanto, para boa parte dos principiantes, o ato de "consultar o Tarô" acaba envolvendo um bom número de dificuldades e de incompreensões que, de modo geral, obscurecem as mensagens simbólicas das lâminas. Os preconceitos e superstições, os rituais e formalismos gratuitos, as apreensões muitas vezes propaladas por aproveitadores, acabam por confundir aquilo que, na origem, era leve, criativo e estimulante. O Tarô, ao invés de gerar temor, pode se tornar, para cada um de nós, fonte de inspiração e de nova compreensão das leis que regem a vida manifestada e os caminhos evolutivos. Ele é, por isso mesmo, um instrumento de ajuda e não de vaticínios alarmantes.
Magias e fantasias podem confundir o iniciante
O conjunto das lâminas pode ser utilizado de modo aberto, não só para previsões, mas também como apoio ao estudo de si-mesmo, de desenvolvimento interior, e até mesmo como apoio terapêutico.
A atitude básica O iniciante, para ficar mais à vontade e melhor usufruir os benefícios desse jogo secular, é bom livrar-se, em primeiro lugar, de idéias preconcebidas ou superstições: achar que precisa seguir ritos mágicos, formalismos cerimoniais, ou que lidar com o Tarô é assunto para vidente ou paranormal, ou então acreditar que “ler as cartas” significa prever acontecimentos penosos ou sofridos para as outras pessoas.
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Na verdade, seria melhor entender as lâminas do Tarô como cartas de um velho sábio, bom amigo, generoso e acolhedor, que nos oferece indicações, sugestões e estímulos renovados para compreendermos nossas vidas, refletirmos sobre as conseqüências de nossos atos e elaborarmos prognósticos e cenários de futuro que poderão nos ajudar a dirigir com maior eficácia nossos empreendimentos na vida exterior e interior. O ideal é que as consultas sejam feitas com espírito aberto, com naturalidade, dentro dos modelos espirituais e religiosos da pessoa. Não precisamos nos converter a novas seitas para lidar com a linguagem simbólica das cartas. O Tarô foi um presente, sem sectarismo, de escolas antigas para ajudar e não para complicar nossas vidas. Se o consulente considera importante um gesto de recolhimento antes de trabalhar com as cartas, ótimo. Essa disposição será mais eficaz se inspirada em seus próprios padrões religiosos ou modelos espirituais. Não são as formalidades exteriores que nos preparam, mas sim as disposições interiores. Escolha das técnicas de tiragem Existem dezenas e dezenas de modelos para consulta às cartas do Tarô. Não há, porém, uma técnica ou método de tiragem ideal. Varia com o objetivo da leitura e com as preferências individuais. Muitas vezes, modelos simples com três ou quatro cartas podem oferecer maior clareza e objetividade que alguma técnica sofisticada com muitas cartas. A sugestão, para o iniciante, é começar com os modelos mais simples e, com a prática, repassar as técnicas mais complexas, que por vezes se apóiam em outras linguagens simbólicas como é o caso, por exemplo, da tiragem que segue a ordem das casas astrológicas. O mais importante de tudo é considerar como simples sugestões os inúmeros modelos de tiragens divulgados pelos livros e pela Internet. Esses formatos deverão ser adaptados à linha de interesse e ao estilo do praticante. Questões como — quantas cartas virar, com quais funções, utilizando qual baralho, todo o jogo de cartas ou apenas parte dele — tudo isso constitui detalhes e variações para o estudante do tarô exercitar, experimentar por conta própria, até alcançar sua própria naturalidade. Três regras de ouro Madame Turpaud, autora de Le Tarot de Marseille, oferece muitas sugestões úteis para o iniciante. Ela insiste para não permitirmos que formas rígidas nos limitem. As tiragens devem ser flexíveis e, de preferência, montadas de acordo com as questões e diferentes aspectos que estivermos examinando. Desse modo, três regras gerais podem nos propiciar uma leitura consistente do Tarô: 1ª - estabelecer, antes de retirar cada lâmina do maço, qual o sentido ou função que ela irá ter no jogo; não devemos nos prender a algum modelo fixo de tiragem, mas sim, definir
previamente os pontos que queremos entender da questão a ser examinada com as cartas; 18
2ª - fazer uma "leitura literal" da lâmina, ou seja, verbalizar simplesmente o que a carta está mostrando; é importante não cair na tentação de querer impressionar os outros com revelações
surpreendentes; 3ª - buscar, à medida que for desvirando as cartas, estar receptivo às impressões, idéias, intuições e pensamentos fugidios que possam surgir, em ressonância à função previamente atribuída à carta. Quando estamos praticando com amigos é importante, não só expressarmos
livremente o que nos ocorre diante das cartas, mas também ouvir a opinião deles, pois isso nos ajudará compreender melhor os significados práticos dos arcanos. Ou seja, é um ótimo caminho de aprendizagem confrontar a nossa leitura com a realidade objetiva que os nossos interlocutores podem trazer para confirmar ou para corrigir nossas interpretações. Vamos traduzir esses conselhos na prática.
1 - a função da carta: sem complicações O ideal é que o modelo de consulta siga a “regra numero 1” da Madame Turpaud: atribuir previamente, a cada carta, qual o papel ou função que assumirá na jogada. Se quisermos, por exemplo, compreender uma relação pessoal, profissional ou afetiva, podemos pedir que se tire uma carta para representar uma pessoa e, do mesmo modo, uma segunda carta para representar a outra pessoa. Se o objetivo é conhecer os pontos fortes e os pontos fracos da relação, pediremos uma carta para explicar os pontos favoráveis, propícios, e outra carta para dar conta dos pontos difíceis, que precisam ser trabalhados. Nesse caso, as cartas serão retiradas do maço para dar indicações sobre ângulos bem definidos, o que facilita muito a interpretação.. Muitas vezes a maior curiosidade é pela previsão: saber no que vai dar a relação. Nesse caso, se já tivermos feito sorteio de outras cartas, como no exemplo que acabamos de propor, o consulente pode retirar mais uma carta do maço para ter prognósticos da relação. Mais ainda, quando a atitude não é de fatalismo, mas sim de trabalhar a situação, uma nova carta será a mais importante: o conselho para lidar ou aprimorar a questão. Se a pergunta estiver clara e se tirarmos uma carta para estudar cada ângulo que julgarmos importante, meio caminho de uma boa consulta já terá sido percorrido.
2 - leitura literal: partir do que se sabe. Um dos defeitos que “matam” a leitura de uma tiragem do Tarô é atribuir às cartas os lugarescomuns do receituário popular, que reduz tudo a “bom” ou “ruim”. É o mesmo equívoco que também acontece, muitas vezes, com relação aos símbolos astrológicos, em que os signos e planetas são reduzidos a bons ou ruins, maléficos ou benéficos. Essa atitude acaba com a abertura simbólica.
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É importante lembrar que as cartas não ditam o destino, mas podem ajudar a esclarecer os pontos a serem trabalhados e assimilados. Portanto, quanto mais rentes estivermos dos desenhos simbólicos das cartas, menores serão os riscos de enganos e desvios da imaginação. A recomendação é a de partirmos da compreensão que temos das cartas, sem invenções. Lembrese: os adivinhos ou sensitivos, não precisam das cartas, pois recebem informações por outros caminhos. Ou seja, mais que um recurso divinatório, o Tarô pode se tornar, para a maioria de nós, um instrumento para estudarmos e compreendermos as leis que regem os acontecimentos e a vida pessoal.
3 - receptividade: praticar e conferir. O exercício de pensar simbolicamente não é cultivado no sistema escolar moderno. Pelo contrário, é desestimulado. Desse modo, não precisamos nos sentir desmoralizados ou impacientes diante de nossa dificuldade inicial para “ler” as cartas do Tarô. O caminho é exercitar e praticar leituras, para si mesmo ou para amigos interessados. A vantagem de praticar entre os amigos é que não precisamos "dar banca" de adivinhos. Aliás, por mais atraente que seja a arte oracular, o Tarô vai além. Entre amigos podemos pensar juntos o significado das combinações das cartas, trabalho que pode ser resolvido pela inteligência e pela prática. Podemos consultar o que dizem os manuais, discutir, pensar, interpretar. É importante também registrar as impressões de conjunto, intuições, vislumbres, lampejos. E depois esperar que os fatos comprovem ou corrijam o que entendemos. Esse caminho prático é seguro e confiável. Podemos aprender com os fatos, sem pretensas adivinhações. Os significados das cartas Se a primeira "regra de ouro" mencionada acima for bem aplicada, ajudará a resolver uma dificuldade básica. Entre os que começam a praticar tiragens a dúvida mais comum é a de como traduzir cada carta. Ficam sem saber se devem falar dos aspectos positivos ou negativos. Vacilam na escolha dos significados contraditórios que aparecem nos diferentes livros e autores. Essa questão é de fato essencial. Não encontraremos uma resposta fácil para ela porque, na realidade, os símbolos são mais amplos, mais profundos e mais repletos de significados do que as limitadas perguntas que fazemos habitualmente. Mesmo que o tarólogo tenha muita experiência, estará sempre diante da dificuldade de reduzir o mundo rico e variado dos arcanos aos limites restritos das nossas formulações. O que pode ajudar a leitura é definir claramente o que esperamos que a carta indique. Por exemplo, se queremos compreender bem uma situação, tiramos uma carta para esclarecer seus pontos fortes e outra carta para mostrar seus pontos fracos. Nesse caso, levaremos em conta os significados positivos da carta tirada para explicar os pontos fortes. Para traduzir os pontos fracos da situação levaremos em conta os pontos negativos que em geral são atribuídos à carta que foi tirada para explicar esse lado da questão.
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É importante, quando estudamos os símbolos do Tarô, procurar conhecer pelo menos três aspectos de cada carta: seu lado luminoso ou positivo; o lado de sombra ou negativo; e o conselho que oferece. Quanto mais amplo for o nosso entendimento, mais fácil será aplicar a carta à função que definimos a ela durante a tiragem. Arcanos Maiores e/ou Menores? Tarot ou baralho comum? Uma outra questão relacionada à técnicas de tiragem é a de utilizar o baralho inteiro ou apenas parte dele. Há aqueles que utilizam o conjunto das 78 cartas (22 Arcanos Maiores e 56 Arcanos Menores, ao mesmo tempo). Os usuários do chamado “Tarô Egípcio” não encontram qualquer motivo para tal separação, pois as 78 cartas foram redesenhadas todas no mesmo padrão dos arcanos maiores, sem clara distinção entre os naipes. Já entre os que utilizam o modelo clássico, muitos praticantes separam dois maços: um com os arcanos maiores e, o outro, com os menores. E, de acordo com a função que a carta ocupará na tiragem, pedem que o cliente retire cartas ou do monte dos arcanos maiores ou do monte dos arcanos menores. Dicta e Françoise, por exemplo, sugerem que se comece a consulta com os Arcanos Menores; caso apareça um Ás, significa que a questão é importante e merece ser examinada com a ajuda dos Arcanos Maiores. Para deixar a questão em aberto, podemos lembrar um ponto de vista oposto, o de G. O. Mebes, ao afirmar que os Arcanos Menores falam de um plano mais sutil que o retratado pelos Arcanos Maiores... Há também aqueles que, com propósito pedagógico ou terapêutico, utilizam apenas as cartas com desenhos mais personificados. Ou seja, deixam de lado as 40 cartas numeradas dos quatro naipes, e utilizam somente 42 cartas (22 arcanos maiores, 16 figuras e os 4 ases). Do ponto de vista do iniciante, talvez torne o caminho mais simples começar pelos arcanos maiores, mais diferenciados e, por isso, mais diretos para evocarem analogias e significações simbólicas. Ficará para uma segunda etapa a inclusão das cartas numeradas (arcanos menores), mais abstratas e que exigem maior estudo. A bem da verdade, essa última afirmação vale mais para a nossa atual população urbana, classe média, com formação escolar padrão. Nas pequenas comunidades do Interior brasileiro a história é outra: as mulheres do povo que desempenham o papel de curadoras, benzedeiras e cartomantes, encontram disponível apenas o baralho comum, de carteado, com suas 52 duas cartas (as 40 numeradas em quatro naipes, mais 12 figuras, sem o cavaleiro). E é com esse baralho, sem aparentes evocações esotéricas, que fazem suas leituras e ajudam as pessoas de suas comunidades...
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Nada impede, afinal, que se pratique "ler as cartas" apenas com o baralho comum. Aliás, ele é quase completo, quando comparado aos "arcanos menores" do Tarot original: faltam apenas os Cavaleiros. Além disso, o baralho comum tem quase 50% de cartas a mais do que os jogos divulgados por Lenormand, a partir do início do século 19, também conhecidos como "baralho cigano". Nunca é demais repetir: não existem regras absolutas para o Tarô. Tal como acontece com os jogos de cartas para o lazer – buraco, tranca, truco, mico, rouba-montinho e por aí afora... – são os participantes que combinam entre si as regras e suas variações, se utilizam todas as cartas do maço ou apenas parte, se jogam com um maço de baralhos ou com dois. O importante é experimentar e verificar, por conta própria, o que faz mais sentido para cada momento de prática e de estudo. Detalhes Na prática, vemos tarólogos e cartomantes dando importância a muitos detalhes que podemos acolher, mas que não precisamos tomar como leis ou dogmas. Vejamos alguns desses pontos, que cada um levará em conta, ou não, de acordo com seu temperamento e disposições. A sugestão é a de experimentarmos as alternativas e escolhermos as que correspondem melhor ao nosso feitio. Esses procedimentos constituem meros registros do que acontece na prática e não são dogmas ou ritos obrigatórios.
Toalha. Muitos guardam um pano próprio ou toalha especial sobre o qual abrem as cartas. Tecidos lisos e de cores escuras têm a vantagem de dar destaque às cartas, que são o centro do interesse. Se quizer utilizar uma toalha, que cada um faça a escolha como bem entender. Embaralhar. Igualmente não existem regras absolutas. Muitos praticantes pedem que o cliente embaralhe as cartas para deixar sua vibração ou, em outros termos, para se que “fiquem donos” das cartas. Outros pedem simplesmente que o consulente pouse as mãos sobre as lâminas, para passar sua energia. Existem ainda aqueles profissionais que embaralham as cartas cuidadosamente, eles próprios, e pedem apenas para o cliente cortar. A razão de tal procedimento em muitos casos nada tem de esotérico: é um simples recurso para que as cartas não se machuquem em mãos inábeis.
Corte. É muito comum que o conselheiro ou cartomante peça que o cliente “corte o maço”, ou seja, divida em dois ou três montes. Alguns recomendam que seja com a mão esquerda, outros com a direita. Sejam quais forem os procedimentos, pode ser interessante atribuir uma função para a carta de corte na leitura, por exemplo, para indicar o “cenário geral” da questão ou seu “pano de fundo” ou qualquer outra função definida pelo próprio operador. Sorteio das cartas. Alguns praticantes pedem apenas que o cliente “corte” o maço e, eles próprios deitam as cartas que serão lidas durante a consulta. Outros fazem questão de que as cartas da tiragem sejam escolhidas pelo próprio cliente. 22
Cartas invertidas. É relativamente freqüente atribuir um sentido negativo às cartas que saem de cabeça para baixo. Para quem deseja levar isso em conta o embaralhamento deve ser feito rolando as cartas sobre a mesa, para garantir a alternância de posição. Além disso, uma mesma carta pode sair direita ou invertida dependendo de o praticante “abrir” a carta girando-a no eixo vertical ou horizontal. Por essa razão é indispensável que cada um defina seu próprio código pessoal, caso queira levar em conta o fato de a carta sair em pé ou de cabeça para baixo. Muitos tarólogos preferem trabalhar com todas as cartas direitas, sem deixá-las invertidas. Desse modo, quando querem conhecer o lado difícil ou negativo de um assunto, simplesmente tiram uma carta específica para descrever tal aspecto. Veja links para a técnica de cartas invertidas em: Técnicas mistas e Outros Estudos
Momento de abrir (ou virar) as cartas sorteadas. O usual é sortear ou escolher as cartas pelo verso, com os desenhos ocultos. Alguns sorteiam de uma só vez todas as cartas que utilizarão; outros preferem ir retirando uma a uma, tornando o desenho visível e fazendo os comentários pertinentes; só ao final, fazem uma síntese do conjunto. Voltada para leitor. A maior parte dos praticantes arrumam as cartas viradas para si e não para o cliente. Na verdade, é o leitor que deve receber as impressões diretas do arranjo sobre o qual fará sua apreciação. Nada impede, é claro, quer numa situação de consulta profissional, quer numa prática terapêutica ou de estudo entre amigos, que as cartas sejam tocadas e examinadas de perto pelos envolvidos na consulta.
Cuidados com o baralho Jaime E. Cannes Não faltam, com certeza, dicas na internet e, nas livrarias, textos e livros que ensinem a como consagrar baralhos e sobre certos cuidados que se deve ter com eles. Bem, como eu não tinha nada escrito sobre isso decidi dar a minha contribuição. Como típico virginiano que sou, considero o cuidado mais importante o que trata da higienização do baralho. Uma vez a cada seis meses ou um ano, dependendo da rotatividade de clientes e da frequência do manuseio das cartas, eu recomendo que se limpe uma por uma com um pano higienizador, desses usados para tirar o pó cheios de furinhos, umedecido com água mineral com gás. Ajuda muito a acumular menos pó se você pedir ao seu cliente que lave as mãos antes da consulta. A água, além de um ótimo solvente de limpeza, é um purificador energético natural. Mandar o cliente lavar as mãos serve para as duas coisas, por isso faça disso um hábito!
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O segundo ponto a se observar são as condições do baralho. Com o tempo e o uso frequente, as cartas costumam levantar pontas, formando “orelhas” onde os clientes as puxam durante a leitura. A aparência fica horrível! Isso quando não se usa um baralho grande como o Thoth e as cartas ficam na forma da letra “C”, fazendo com que ao serem deitadas com os arcanos para baixo fiquem de pé, como um gato ouriçado, e ao serem viradas com as imagens para cima, formem aquela letra do alfabeto. Fica difícil de deslizar na mesa e não pense que o cliente não nota. Muitos comentam comigo que o baralho desse e daquele tarólogo parece um “pano de chão”, todo sujo ou amassado. E geralmente comentem isso depois de elogiar ou simplesmente reparar no bom estado do meu baralho que já tem quase uma década de uso. Costumo fazer uma comparação com os músicos: por mais malucos que possam parecer seus estilos musicais, eles sempre trazem seus instrumentos devidamente embalados em sacos aveludados, além de polidos e bem afinados. Afinal, não é só seu ganha pão. O tarô inclui a ancestral habilidade de interpretarmos os símbolos da alma e, por isso, pede cuidados e respeito. Assim: Sobre Higiene e Cuidados
- Reforço a dica para que você lave as mãos antes do atendimento e recomende o mesmo a seus clientes. - Guarde as cartas numa caixa de madeira, ou num armário fechado envoltas em um pano de fibras naturais. A luz solar, e mesmo a artificial, danifica a coloração das imagens dos arcanos. - Caso seu baralho tenha criado orelhas por causa do manuseio, ou envergado, lembre-se de que o papel se conforma. Use sobre o maço de cartas um peso, como livros grandes de capa dura ou outras superfícies pesadas e retas, por uma tarde ou um dia todo na semana. Com o tempo a forma côncava ou as orelhas viram leves ondulações, quase imperceptíveis, que conferem até um charme todo especial ao baralho quando este é deslizado sobre a mesa.
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- Não use incenso a base de carvão para limpar energeticamente suas cartas, com o tempo a fuligem do carvão vai deixando o baralho imundo, todo preto e chamuscado. Fica um troço nojento! Use os incensos que possuam masala, uma mistura de ervas e resinas que com o tempo deixa o papel amarelado como as páginas de um livro antigo! Além de lindo fica muito perfumado! - Evite também a mistura de água e sal, seu uso frequente mancha ou apaga as imagens, e faz descolar o plástico protetor nos baralhos que os possuem como o Voyager e o Mitológico. A umidade nunca deve ser excessiva nem usada amiúde, mesmo na receita que ensinei no início. O papel sofre muito com a ação da água. - Já ouvi uma variação enorme sobre rituais de consagração, há os que enterram as cartas, que as lavam no mar, ou as põe em repouso na beira da praia. Isso deixa as cartas, além de sujas e debilitadas, totalmente impregnadas de micro-organismos que vivem no meio ambiente. Ou seja, um criadouro de bactérias! Use cristais, velas, símbolos sagrados, símbolos radiestésicos, mantras, preces... Lembre-se de que não é só você que irá manusear esse baralho!
Sobre Alguns Baralhos Aqui está a dica de alguns conjuntos de cartas lindos e muito conhecidos, e os potenciais problemas que podem se manifestar com o uso contínuo. Todos estes problemas podem ser evitados com os cuidados sugeridos anteriormente. Isso, aliado à ótima qualidade do material desses baralhos, pode fazer com que durem muito, mas muito tempo mesmo, antes de apresentarem estes defeitos. O baralho Thoth e o Osho Zen tarot são lindos, ambos possuem um papel resistente e de excelente qualidade que não suja facilmente (e fácil de limpar quando isso ocorre) e segura bem a cor, mas os dois tendem a criar orelhas ou a envergar com o tempo. Principalmente se quem usar o baralho Thoth grande tiver mãos pequenas.
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Motherpeace Tarot Toth Tarot
Três de Ouros
Nove de Copas Já o Rider-Waite e o Old Path tarot não envergam nem criam orelhas, mas em compensação sujam como nenhum outro! O Rider então chega a formar uma crosta de sujeira nas bordas das cartas que deixa suas laterais enegrecidas. E, ao serem lavadas, são as que mais esmaecem as imagens. Com as versões Albano e Universal Waite ocorre o mesmo, com a desvantagem de que o Universal deforma muito com o tempo. O Motherpeace tarot não acumula tanta sujeira e não tem como levantar pontas, pois é redondo. Creio que isso, mais o fato de possuir um papel muito flexível, faz com que ele também não envergue. Por outro lado é o baralho em que as imagens mais descascam naturalmente com o uso. Por fim o tarot Voyager e o Mitológico não envergam e não sujam rapidamente por terem suas imagens protegidas por uma película plástica. E exatamente esse pode ser o problema: com o tempo o plástico se solta nas bordas e acaba criando uma simetria estranha nas cartas quando reunidas em um monte, sem falar que a aparência não fica nada boa.
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Voyager Tarot
1JJ Swiss Tarot
Oswald Wirth Tarot
A Sacerdotisa
Juno
O Mágico
Os melhores baralhos que conheci até hoje em termos de conservação são da família dos clássicos, como o de Marselha. São eles o 1 JJ Swiss e o Oswald Wirth tarot. Não pegam poeira (na verdade minimamente, se seguir a recomendação de lavar as mãos antes da leitura), não entortam, nem possuem nenhuma película que possa se desprender deles com o uso contínuo. Como são baralhos do padrão antigo, poucas pessoas se identificam com eles. O que é uma pena! Os baralhos, assim como nós, envelhecem. Não há como evitar que fiquem amarelados ou que suas imagens descasquem, isso é natural. A própria fricção causada pelo ato de embaralhar, mais a umidade natural do ambiente, causa isso. Porém, assim como nós, eles podem e devem envelhecer com dignidade!
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Sugestões aos iniciantes no estudo do Tarô Constantino K. Riemma Para estudar os símbolos do tarô basta simplesmente ter interesse e reservar um tempo para leitura, tal como acontece em relação a qualquer outra área de conhecimento. Dispomos para isso de muitos livros publicados e de inúmeras linhas de abordagem divulgadas pela Internet. O volume de informações é grande e uma questão inicial aparece: "por onde começar?" Se estivéssemos buscando por símbolos arquitetônicos, dependendo do grau de profundidade desejado, poderíamos recorrer às escolas de arquitetura, aos tratados técnicos e aos especialistas nessa área. Já no caso de artes informais, entre as quais se encontra o jogo de baralho, o cenário pode se mostrar disperso e contraditório. Dificuldades iniciais Quando se trata da astrologia e do tarô, que compreendem conhecimentos não organizados em padrões acadêmicos ou universitários, e cuja aplicação profissional não está sujeita a regulamentação oficial, a situação pode se mostrar embaralhada para quem deseja iniciar seus estudos. A vantagem da astrologia é a de se tratar de um conhecimento milenar que se mantém vivo até hoje, respaldado por incontável lista de sábios que registraram seus conhecimentos sobre essa arte-ciência. Embora a astrologia também seja utilizada de modo simplista em revistas e publicações populares, existem escolas respeitadas para transmitir o saber disponível.
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Tarô e Astrologia - diferentes fundamentos simbólicos Já o tarô está longe do respaldo existente na astrologia, pois se trata de um jogo recreativo, sem tradição milenar e que apenas nos últimos dois séculos e meio passou a ser valorizado simbolicamente. Além disso, nos deparamos com uma mistura confusa de inúmeras linhas de abordagem das cartas, sem contar os aproveitadores da crendice popular que inventam de tudo para chamar atenção e que se passam por magos ou videntes. Os primeiros passos O que acabo de comentar não impede de encontrarmos estratégias simples para iniciar o estudo das cartas do tarô. Vejamos quatro indicações básicas.
1º - escolher um bom manual Se o interesse de estudo for simples e direto — conhecer os significados das cartas para aplicar em tiragens e leituras — existem bons manuais de autores estrangeiros e brasileiros, como podem ser vistos na seção Livros & Autores. Entre eles destaco o Manual do Tarô de Hajo Banzhaf . Se o interesse for pelo o conhecimento simbólico em profundidade, tenho em alta conta dois livros: Jung e o Tarô de Sallie Nichols e Meditações sobre os Arcanos Maiores do Tarô de Valentin Tomberg. Essas obras dispõem de material suficiente para meses e meses de reflexão e de intercâmbio entre companheiros de estudo. É bom lembrar que o Clube do Tarô tem muito material para estudo, com acesso pelo Menu: | O Tarô | Baralhos & Galerias | Arcanos Maiores | Arcanos Menores | Aplicações-Tiragens. Nesse sentido o site constitui uma verdadeira biblioteca, com diferentes níveis de textos, que partem de artigos básicos com links para estudos de aprofundamento, sob vários pontos de vista, apresentados pelos diferentes colaboradores.
2º - aprender com quem sabe 29
Seja estudando manuais ou destrinchando o conteúdo do Clube do Tarô, daremos conta apenas das informações e significados. Já para a prática e para desenvolver o pensamento simbólico será sempre importante o contato direto com quem tem experiência. Ou seja, estude tudo o que puder em livros ou no site e, quando tiver oportunidade ou chegar o momento, procure tarólogos com prática para dar o segundo passo. Como acontece com todas as habilidades humanas, desde cozinhar para a família até aplicar alguma técnica terapêutica, existem qualidades que ganham vida apenas pela transmissão direta daqueles que sabem realmente. É indispensável praticar sob a orientação de quem tem conhecimento e experiência acumulada.
Educação: pesquisa-intuição e reverência-inspiração Vitral de Louis C. Tiffany na Universidade de Yale - Estados Unidos
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Para reforçar o significado da transmissão direta, podemos lembrar que no aprendizado tradicional da cartomancia, nada existe de formal ou apoiado em livros. As parteiras ou benzedeiras, as avós ou tias, ensinavam sua arte diretamente àqueles que estavam próximos e tinham assiduidade de contato. É pela convivência com as boas almas que a atitude correta de ajuda ao próximo e o cuidado na expressão ganham vida e se tornam esteios valiosos para a utilização das cartas do baralho.
3º - praticar com leveza Uma atitude que pode ajudar muito o iniciante é praticar a utilização das cartas de modo despretensioso, como um verdadeiro aprendiz. O que mais atrapalha é ser engolido pela obrigação de virar adivinho, de surpreender as pessoas com revelações do outro mundo. Um recurso que dá ótimos resultados e permite ganhar segurança crescente consiste em fazer leituras para amigos, colegas e conhecidos próximos. O clima se torna mais leve e estimula o estudo, permitindo-nos inclusive rever durante as jogadas o que dizem os manuais sobre o significado das cartas. "Pesquise o que desconhece e cuide para não cair na tentação de se fazer de doutor", dizia um velho mestre. Tudo ficará mais fácil se o iniciante substituir a pressão de adivinhar pela disposição de estudar, de validar na prática o que está sendo mostrado pela cartas. E para isso é importante ouvir o nosso interlocutor, como de fato ele vive o assunto que esta sendo tratado na tiragem. A validação do significado das cartas virá pela vida real e não pela imaginação.
4 - utilizar técnicas simples As tiragens complexas, como "mandala astrológica", "cruz celta", podem aumentar os embaraços do iniciante, pois a qualidade da leitura não depende de formatos pré-estabelecidos. O rigor e o acerto são estimulados quando o próprio leitor estabelece previamente a função de cada carta na tiragem. Essa e outras questões técnicas estão detalhadas em Aplicações & Tiragens e no texto de apresentação do Índice de tiragens. Para ir direto às técnicas simples veja, por exemplo, Tiragem por três. Um bom exercício, que combina diferentes caminhos, é o de sortear uma carta toda manhã para retratar como será o transcurso do dia. No final do período, avaliamos como se passaram as coisas na realidade e comparamos com a carta. Esse exercício poderá ser muito revelador e ganhar força com a repetição. As conclusões obtidas em cada experiência também poderão ser comparadas com o que dizem os manuais ou os textos disponíveis no Clube do Tarô. Tais exercícios combinam prática, vivência direta e leitura, ampliando assim os conhecimentos sobre os significados práticos e simbólicos do tarô. Os passos seguintes
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À medida que estudamos e entramos em contato com tarólogos e cartomantes experientes vão se tornando mais claras as nossas afinidades com determinados estilos de leitura, assuntos colocados, níveis de compreensão. Esse processo de estudo e observação é indispensável para definirmos de modo natural a nossa própria linha de utilização das cartas e as formas mais adequadas para as tiragens. O cuidado mais importante que devemos tomar é não nos aprisionarmos nas dezenas de regras arbitrárias que existem por aí: "Isso não pode", "Só pode ser assim", "Tem que cortar com essa mão", "Embaralhar assim"... Não passam de praxes discutíveis que nada acrescentam ao esforço de compreensão e de aplicação dos símbolos das cartas. A seção Aplicações das Cartas e Tiragens oferece muito material para refletirmos sobre o problema dos formalismos que limitam a relação criativa com o tarô. Quem quiser ir direto ao tópico que sugere a atitude livre em relação às regras veja: Detalhes É ótimo trocar experiências. O estudo das linguagens simbólicas mostra-se inesgotável e sempre nos encantam os segredos revelados pelo caminho. ______________________________________________________________________
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Dicas fundamentais para uso do tarô Giancarlo Kind Schmid Reuni aqui algumas dicas que considero valiosas para o desenvolvimento do estudo e trabalho com o tarô. Sugiro que as leia com atenção, de preferência mais do que uma vez . 1. Preferencialmente, inicie os estudos de tarô pelo simbolismo das lâminas originais (baralhos
clássicos); entrose-se com a simbologia, estude-a, entende-a, assimile-a. Um bom livro para começar é Dicionário de Símbolos de Alain Gheerbrant e Jean Chevalier, da Ed. José Olympio. 2. Uma vez compreendida a
estrutura simbólica, defina qual baralho vai trabalhar. É preciso simpatizarse com ele, deixar que ele "fale com você". De nada adianta ter um baralho caro ou bonito, se ele não estimular a leitura. É preciso gostar do baralho, se familiarizar com ele. Mas, caso opte por algum baralho temático ou transcultural ( egípcio, mitológico, Robin Hood , arturiano, céltico, escandinavo, etc.), estude a estrutura dos mitos ou enredos envolvidos, lembrando que eles não explicam a simbologia dos arcanos, mas estabelecem paralelos.
3. Se você optou estudar o
tarô pela via ocultista (Mebes, Papus, Lévi, Zain, Waite, Crowley, Wirth, Ouspensky, etc), lembre-se que o estudo tem um a aplicação melhor quando o praticante está inserido numa escola iniciática ou alguma ordem esotérica. Não funciona usar linguagem hermética com um consulente, que só está interessado num fim, digamos, "mundano". Cada coisa em seu lugar: esqueça o hermetismo e use a linguagem "feijão com arroz"; vá ao cerne da questão e dê a resposta necessária. 4. Já que estamos a abordar o tema "linguagem", evite
se explicar demais numa interpretação ou usar subterfúgios, do tipo "Aqui fala de silêncio porque a Papisa está dentro do Templo, segura o livro..." Não funciona! O consulente quer obter uma resposta ou orientação e não está nem aí para o simbolismo das lâminas, a não ser que curta.
Evite também ser prolixo, dando voltas e voltas na análise para chegar à resposta. Quanto mais queremos explicar, mais inseguros estamos, pois provavelmente queremos convencer a pessoa daquilo que estamos a abordar.
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5. Dê preferência ao método de tiragem " europeu"
(um Maior + um Menor por casa) – no mundo, hoje, a maioria das pessoas usa essa metodologia. Usar ora um Maior, ora um Menor por casa confunde a leitura, pois são dois grupos distintos de arcanos, apontando para abordagens diferentes.Logo, evite o sistema "americano". No máximo, o sistema " italiano" (em desuso) no qual é utilizado um Maior + dois Menores por casa.
6. A forma
de embaralhar, cortar, distribuir, normalmente é pessoal. Não há "receita de bolo" para tal. Assim como "consagrar" o baralho, realizar rituais para energizá-lo, não deixar que as pessoas toquem o mesmo, tudo isso é pessoal e o tarô independe de tais regras "fabricadas", oriundas do credo de cada um. 7. Se optar trabalhar com arcanos invertidos, tenha em mente que tipo de atribuição dará a essa
configuração. Antigamente, a inversão dos arcanos (sugerida por Eteilla), gerava a inversão dos atributos da lâmina. Hoje, isso está em desuso, pois sabemos que os símbolos não tem polaridade e o que vai dar a um arcano uma atribuição "positiva ou negativa" é a combinação com outro arcano e a casa do método onde ele cair. Tenho uma visão particular quanto à inversão dos arcanos, sem alterar seus significados. Por isso, se usar, defina antes o que vai ser atribuído. 8. Sempre chamo a atenção de todos, quanto a estabelecer as regras e convenções antes de cada
análise. Fazer uso do tarô para depois convencionar algo, simplesmente não funciona. O tarô segue a intenção de quem o utiliza, logo, ele é manipulável e altamente flexível. Existem convenções universais e pessoais: a 1ª, normalmente aponta para um consenso geral quanto à viabilidade da regra; o 2º caso, a convenção pode funcionar só com a pessoa. Nos dois casos, familiariarize-se com a coisa. 9. Conheça muito bem
o método que trabalhar, esmiúce os significados de cada casa, leia, indague, troque opiniões com colegas. O método é a fôrma da leitura. Usando um exemplo, imagine que quer fazer um bolo (leitura). Você precisa dos ingredientes para fazê-lo (baralho escolhido, abordagem, técnica, etc.). Precisa saber como dosar c ada ingrediente (conhecimento dos arcanos). Mas, para prepará-lo, precisa de uma forma, um recipiente para colocá-lo (método). Se alguns destes passos falha, ou o bolo sola (ou a tiragem "vai para o saco"). O método, tal como a forma, tem que comportar o bolo, senão, ele não sai bonito. Logo, para cada bolo, uma forma diferente (para cada leitura, um método especial).
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10. Definitivamente, o tarô não é preciso
para definir temp Ele sugere, dá pistas, mas não é certeiro. A astrologia, nes mais exata. Escolha, então, um tipo de tabela de temporali familiarize com ela, estude-a, aplique-a. Não tente adequa comparar uma tabela com outra porque não dará certo. Es convenção estritamente pessoal: não há unanimidade e, p escolha a sua, mas não imponha que essa ou aquela é m e funcional. 11. Não tente extrair do tarô, uma resposta que já foi dada.
que não se convence da tiragem e tenta inúmeras vezes o resposta, usando métodos diferentes ou variando a manei perguntar sobre a coisa. O tarô responde uma única vez d prazo de tempo: insistir em obter a resposta ideal, é cair n do tarô – confundindo o praticante e deixando-o ainda mai angustiado.
12. O ambiente, cor de pano, caixa, uso de cristais ou ince
outras coisitas mais, independe do tarô, pois ele vai funcio qualquer forma. Novamente, isso parte do credo e necessi segurança/proteção de cada um, sendo até sugerido, mas imposto. Vale, de certa forma, o mesmo que vimos no ite 13. Aprender a interpretar os arcanos é
como o aprendizado na alfabetização. Os Maiores são as vogais, os Menores as consoantes. De longa data, sem pre houve preconceito com os Arcanos Menores. Algumas ramificações ocultistas sempre consideraram esse grupo de arcanos como parte da cartomancia. Daí, surgiram dissidências quanto ao tarô e o ramo cartomântico. Mesmo que exista mais quantidade de arcanos, considero muito mais fácil aprender os Menores do que os Maiores. É preciso aprender o simbolismo de cada naipe, hierarquia numérica e posicionamentos da Côrte. O resto é consequência. 14. Se for aplicar um método numa comunidade (como as que existem no Orkut), fórum, lista da internet ou outro ambiente virtual, sempre explique que atributos foram dados à casa da tiragem, para melhor
aproveitamento de todos e entendimento geral.
15. A combinação do Maior com o Menor se dá por extensão de leitura simbólica: é preciso
encadear os arcanos, e não lê-los separadamente, procurando unir as peças e montar uma história, para dar sentido à leitura. Não existe esse negócio de arcano conflitante com outro: "todos eles são peças de um mesmo quebra cabeça", basta que saibamos uni-las. Evite então, ler um arcano por vez, leia-os juntos, integreos e use a imaginação. 16. Evite colocar o tarô para si mesmo caso esteja envolvido(a) emocionalmente com a questão: a
ansiedade, o nervosismo e a angústia são inimigos da leitura, da interpretação e da compreensão. Nesse caso, prefira que outra pessoa faça a tiragem e, se possível, a interpretação. Temos por hábito procurar a resposta certa para nossas questões e projetamos sobre a consulta, nesse c aso, aquilo que queríamos ouvir ou alcançar. Espero que tais sugestões lhe sejam muito úteis!
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