Resumo do Capítulo 2 “A Grande Internação” da obra “História da Loucura” de Micel !oucault !oucault
Jaqueline Ferreira Ferreira Condé de Melo Mariana Figueira Lopes Cançado Raissa Rezende Pereira Sarah de Rezende Crolman “A loucura, cujas vozes a Renascença acaba de libertar, cuja violência porém ela dominou, vai ser reduzida ao silêncio pela era clássica através de um estranho golpe de força. (p. 45 ! que mar"a o no#o olhar so$re a lou"ura
pode pode se serr en%e en%end ndid ido o (n&o (n&o apen apenas as'' ma mass prin prin"ip "ipal alme men% n%e e a%ra a%ra#é #éss da #is& #is&o o "ar%esiana so$re a Raz&o. endo )es"ar%es dis%inguido o erro e o sonho' da lou"ura' os primeiros "omo pass*#eis de serem ques%ionados pela Raz&o e de%en%ores de "ara"%er*s%i"as que os apro+imam da realidade e a segunda "omo "o mo a ,& ,&oo-R Raz&o az&o'' a lou" lou"ur ura a as assu sume me as assi sim m um pape papell de n&o n&o Ser' Ser' pois pois median%e o erro e o sonho pode-se ques%ionar-se' a%ra#és da raz&o' so$re a #era"idade dos mesmos' mas o lou"o' pelo "on%rrio' n&o se ques%iona' pois o ques%ionamen%o so$re a lou"ura impli"a em n&o ser lou"o. Com isso' /(... uma e+pe e+peri ri0n 0n"i "ia' a' %&o %&o 1ami 1amilia liarr 2 Renas enas"e "enç nça' a' de uma uma Raz&o az&o irra irrazo zo# #el el'' de um razo#el )esa%ino3 n&o mais ser poss*#el. quele que pensa' é' por%an%o n&o é lou"o' pois se ques%iona so$re sua poss*#el lou"ura. quele que é lou"o' n!o é' pois n&o pode pensar so$re a sua Lou"ura' simplesmen%e é lou"o. o mesmo %empo em que h a mudança de paradigma so$re a lou"ura' nes%e mesmo sé"ulo (677 "ria-se #as%as "asas de in%ernamen%o' sendo elas lo"al de regime de in%ernamen%o de lou"os duran%e um sé"ulo e meio. ,&o eram apenas o lugar da lou"ura' mas um dep8si%o so"ial de 9guras que se des#ia#am da moral e que a%ormen%a#am a Raz&o da "idade (miser#eis' doen doen%e %es' s' me mend ndig igos os e os alie aliena nado dos s.. : ness nesse e lo"a lo"all de in%e in%errname namen% n%o o dos dos alienados que se pode #er a es%ru%ura mais #is*#el da e+peri0n"ia "lssi"a da lou" lou"ur ura' a' se send ndo o ele ele ;o in%e in%errname namen% n%o< o< mo%i mo%i#o #o de es es"= "=nd ndal alo o quan quando do es essa sa e+peri0n"ia desapare"er da "ul%ura europeia. “"i#os nus, cobertos de trapos, tendo apenas um pouco de palha para abrigarem#se da fria umidade do ch!o sobre o $ual se estendiam. "i#os "i#os mal alimen alimentad tados, os, sem ar para para respir respirar ar,, sem água para matar a sede e sem as coisas mais necessárias % vida. "i#os entregues entregues a verdadeiro verdadeiros s carcereiros, carcereiros, infectados infectados,, sem ar, ar, sem sem luz, luz, fech fechad ados os em antr antros os onde onde se hesi hesita tari ria a em fech fechar ar os anim animai ais s fero feroze zes, s, e $ue $ue o lu&o lu&o dos dos gove govern rnos os mant mantém ém com com grande grandes s despes despesas as nas capita capitais is.. ' >squirol (()es établi établiss sseme ements nts >squirol, (()es consacrés au& aliénés em *rance '++- in )es maladies maladies mentales, mentales, Paris'
?@A@' 77' p.?A4
s "asas de in%ernamen%o "res"em em grandes proporçBes pela >uropa' seguindo "omo modelo a Salpe%rire e o Di"0%re (?E5E. m Gni"o hospi%al em Paris agrupa#a EHHH pessoas' ?I da populaç&o. ra%a-se agora de ospi%ais Kerais que 1un"ionam en%re o poder da pol*"ia e a us%iça' os quais a$rigam
%odos aqueles que 1oram en"aminhados pela au%oridade real ou udi"iria. Fun"ionam mais "omo uma ins%=n"ia so"ial organizadora do que "omo uma /"asa de a"olhimen%o3 e' apesar de lidar "om doenças' n&o se "on9gura "omo um es%a$ele"imen%o médi"o' apresen%ando um dire"ionamen%o religioso (apesar do ospi%al %er se %ornado responsa$ilidade do >s%ado' a 7grea ainda desempenha seu papel nessa organizaç&o' sea pela orien%aç&o religiosa ou pela par%i"ipaç&o e direç&o de Casas de 7n%ernamen%o. )esempenham' por%an%o' um papel ao mesmo %empo de assis%0n"ia e de repress&o' so"orrendo po$res' mas se u%ilizando de de%enç&o e de mé%odos para %al pr%i"a (pos%es' golilhas de 1erro' prisBes e "elas. “/ 0lassicismo inventou o internamento, um pouco como a 1dade 2édia a segregaç!o dos leprosos3 o vazio dei&ado por estes foi ocupado por novas personagens no mundo europeu4 s!o os “internos. (p. 5A
o "on%rrio do que se pensa#a na 7dade Média' Po$reza agora designa "as%igo “...mas o pobre s5 pode invocar o descontentamento do 6enhor, pois sua e&istência traz o sinal de sua maldiç!o. (p. 5N
Por mui%o %empo' a 7grea 1oi o 8rg&o assis%en"ialis%a da so"iedade' 2 e+emplo dos "on#en%os que es%a$ele"eram grandes asilos na lemanha e na 7ngla%erraO porém 1oi su$s%i%u*da pelas "idades e >s%ados' que ins%auram impos%os' 1azem "ole%as' 1a#ore"em doaçBes para man%er os asilos. 7n"en%i#ada pelo es%ado' a Caridade n&o é mais e+al%ada e n&o represen%a sinal de sal#aç&o. Se dirigida 2 Po$reza "omo %al' a Caridade é %am$ém uma desordem. ! 1o"o passa a ser' en%&o' suprimir a miséria. Com a 7grea dei+ada em segundo plano nas o$ras assis%en"ialis%as' a Re1orma #ai pro#o"ar um lai"izaç&o das o$ras e %am$ém da Caridade' ha#endo uma "on#ers&o dos $ens e"lesis%i"os em o$ras hospi%alares. Porém a 7grea n&o "on"orda "om as 1ormas "ole%i#as de assis%0n"ia' de 1orma que elas re%iram o méri%o par%i"ular do ges%o indi#idual' e a dignidade da miséria. 7grea a"a$a por apro#ar a grande in%ernaç&o pres"ri%a por Lu*s 76 e os miser#eis n&o s&o #is%os "omo o pre%e+%o de )eus para sus"i%ar a Caridade do "ris%&o e assim ser sal#oO agora eles s&o #is%os "omo a ralé da so"iedade. 7grea %omou par%ido e di#idiu o mundo "ris%&o da miséria de um lado ha#ia a regi&o do $em' que era a po$reza su$missa' que a"ei%a#a a in%ernaç&o' 1azendo dela um ges%o de assis%0n"ia' e en"on%ra#a o des"ansoO de ou%ro ha#ia a regi&o do mal' que era a po$reza insu$missa' que se re"usa#a a se in%ernar' %rans1ormando-a em um empreendimen%o de repress&o e' por%an%o' mere"ia ser po$re. 7sso demos%ra o papel da #aloraç&o é%i"a a%ri$u*da a %odo in%erno' sendo ele' an%es de %udo' suei%o moral. ssim "omo a miséria' a lou"ura é dessa"ralizada' sendo "ompreendida apenas em seu aspe"%o moral. n%eriormen%e a /7n%ernaç&o3' os po$res' desempregados' #aga$undos e ou%ros' eram e+"lu*dos da "idade e punidos por sua "ondiç&o' que se $us"a#a por 9m ao desemprego e 2 mendi"=n"ia. >m de%erminados momen%os' leis e mandados 1oram realizados a 9m de a1as%ar es%e pG$li"o
mandando prend0-los' o$rigando-os a %ra$alhar nos esgo%os' "hi"o%eando-os' e' por 9m' os e+pulsando da "idade sem poder #ol%ar. Com a "riaç&o das "asas de in%ernaç&o' es%a #is&o se al%era. ssim' ao in#és de e+"luir os po$res passou-se a de%0-los nessas "asas' sea por #on%ade pr8pria do indi#iduo ou a%é por meio da "oaç&o 1*si"a. ,os momen%os de "rise as "asas de in%ernaç&o a$sor#iam os po$res de 1orma a pri#-los de sua li$erdade em %ro"a de /"uidados3 que eram "us%eados pelos ri"os a%ra#és de impos%os. J nos momen%os em que a e"onomia se apresen%a#a melhor' os in%ernos eram #is%os "omo m&o-de-o$ra $ara%a. u%ilizaç&o das "asas de in%ernaç&o "omo um lo"al lu"ra%i#o gerou uma "on"orr0n"ia desleal para "om ou%ras manu1a%uras que "omeçaram a 1alir. ssim' /"ria-se po$res em uma regi&o a pre%e+%o de a"a$ar "om eles em ou%ra3 (p. E@. al 1orma de %ra$alho passou a ser #is%a "omo perigosa sendo assim dei+ada de lado. ,es%e momen%o as "asas de in%ernaç&o e as orQhouses' passaram a signi9"ar o %ra$alho de ou%ra 1orma' passando a ser #is%o "omo remédio para o desemprego e um es%*mulo para o desen#ol#imen%o das manu1a%uras. ,o sé"ulo 6777 o ospi%al Keral %ornou-se um lugar pri#ilegiado da o"iosidade. >m seguida Fou"aul% "omen%a en%&o do 1ra"asso da 1unç&o das "asas de in%ernamen%o. ! %ra$alho era #is%o "omo soluç&o para %odos os pro$lemas' sem ser le#ado em "on%a que ele mesmo' o %ra$alho' era o que "ria#a par%e dos pro$lemas e+is%en%es. So$re ele ha#ia um /en"an%amen%o moral3' pois o 1ru%o do la$or seria graça di#ina e' por%an%o a o"iosidade uma 1al%a moral' um pe"ado e sinal de desordem.)es%a 1orma o %ra$alho nas "asas de in%ernaç&o possuem signi9"ado n&o apenas e"onmi"o' mas %am$ém é%i"o. !s lou"os nes%e "on%e+%o assumem um lugar ao lado dos miser#eis e assim "omo esses eram di#ididos em $ons e maus' 1oi en%&o nessa épo"a que eles "omeçaram a ser in%ernados. pesar da semelhança na nomen"la%ura' o que era "hamado de hospi%al n&o era "omo o en%endemos a%ualmen%eO ele era uma ins%i%uiç&o moral' "om aparelho ur*di"o e ma%erial para repress&o. ssim o %ra$alho realizado nos /ospi%ais Kerais3 possuia um "ar%er repressi#o e n&o ne"essariamen%e para a produç&o. a#ia a unç&o en%re lei "i#il e o$rigaç&o moral em uma ins%i%uiç&o' logo' a lei n&o "ondena (a um e+*lio 1ora dos muros ela in%erna (den%ro dos pr8prios muros para que os in%ernos possam ser li$er%ados /de um mundo que é' para a 1raqueza dos que se re#es%em' apenas um "on#i%e ao pe"ado' %raz0-los para uma solid&o onde s8 %er&o por "ompanheiros os anos da guarda en"arnados na presença "o%idiana de seus #igias3 (Fou"aul%'?5. Para as religiosidades' "a%8li"a e pro%es%an%es' a in%ernaç&o represen%aria o /mi%o da 1eli"idade so"ial3 uma #ez que naquelas ins%i%uiçBes %en%a#a se demons%rar que a ordem poderia se adequar 2 #ir%ude (do %ra$alho. Para a lou"ura es%e é um momen%o de"isi#o' pois ela é per"e$ida "omo in"apa"idade de in%egrar-se ao grupo' ao %ra$alho.