Nota sobre o autor R. Roney Rone y Ress Res s etti etti é profes professs or de Química Química do Ensino Ens ino Médio, tendo iniciado sua carreira em 1978, quando ainda estudant es tudante, e, em Curitiba. Nasceu em Ponta-Grossa, PR, a 26 de Agosto de 1959. Graduou-se como Bacharel em Química e Licenciado em Quím uím ica e em Ciências Ciências pela PUC do PR. Pós-graduou-se em Especialização em Magistério pela UNIBEM-IBPEX. Começou a escrever artigos em 1990 como colaborador da Revista “O Rosacruz”, e, em 2000, publicou dois livros livros didáticos para p ara o Ensino Ens ino Médio: Médio: Química Química e Fís Fís ica, pela Editora Edi tora NCT. NCT.
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Dedicatória Dedico Dedi co esta ob ra à m inha m ulher ulhe r Joslaine e aos meu meus filhos, Danielle e Rodrigo.
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Prefácio Atualm Atualm ente encontram enco ntramos os div di versas ers as obras obra s s obre Alqu Alquim imia. ia. Alg Algum umas as s ão obras ob ras antigas antig as,, escritas es critas por alqui al quim m ista is tas, s, que costumam ser reeditadas. Estas obras são indispens áveis áveis para aqueles que pretendem pretendem s e aprofundar aprofundar no es tudo da Alquim Alquimia. ia. Porém, devido devido à s ua linguagem lin guagem e ao s eu s imbolism im bolism o, s ão de difí difícil compreensão. Outras, são obras que abordam o histórico da Alq Alquim uim ia e que qu e procuram procu ram esclare es clarecer cer o que ela e la é e do que ela trata. Exis Existtem ainda algumas algum as obras fant fantas asios iosas as e de pura ficção, que tratam da Alquimia como uma disciplina estritamente mística e esotérica, dissociada da prática laboratorial, as quais são responsáveis pelas idéias equivocadas equivocadas a seu s eu respeito. respei to. A nos s a preocupa preo cupação ção fundam fund amental ental ao a o elabora ela borarm rmos os a presente pres ente obra, foi de procurar procurar esclarecer es clarecer em que consis cons istte o prática prática da Alquimia, lquim ia, ou seja, s eja, o que é que um alquim alq uimis istta faz faz em s eu laboratório. labo ratório. E, nes te as pecto, vam vamos os bem ma mais longe do que os autores autores que nos anteceder antecederam am.. Apres Apres entam os, os , de forma form a clara e s imple im pless , o resul res ultado tado de 28 anos de pesquis pes quisa a e de trabalho, trabalho, cit citando ando s empre em pre os autores autores m ais idôneos , para para demons dem onstr trar ar noss nos s as concl conclusõe sões. Abord Abordam amos os todos os pontos pon tos ess es s enciais enci ais do trabalho trabal ho alquímico, a começar pelas matérias iniciais, sua preparação, as principais operações envolvidas no trans trans correr de todo o proces p rocesss o, até a conclus con clusão ão final fina l da obra alquímica. Citamos vários e extensos trechos, de diversos autores autores célebres, célebres , m uitos deles inéditos em português português,, par para que o leitor leitor possa poss a tirar tirar as s uas próprias conclusões . Que esta modesta obra possa auxiliar a resgatar a Alqu Alquim imia ia das idéia id éiass errôneas errôn eas e s em fundam funda m ento que qu e circulam circulam a s eu respeit res peito, o, e tam tam bém, bém , que poss pos s a orientar orientar os novos novos pesquis pes quisadores, adores, os quais encontrar encontrarão ão aqui um a base base 4
para iniciar seus estudos desta disciplina, cujos mistérios s ão tão difíceis difíceis de penetrar, pen etrar, m as que fascina, fas cina, todos aqu aqueles que dela se aproxim aproximam am.. O autor.
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“A ciência ciência alquímica alquím ica não se ensina; e nsina; cada cada qual q ual deve de ve aprendê-la por si si mesmo, m esmo, não de m odo especulativo, especulativo, m as sim com a ajuda dum perseverant perseverante e trab trabalho, alho, multiplicando os ensaios e as tentativ tentativas, as, de m aneira a subm sub m eter eter sempre semp re as produções do pensamen pen samentto à verif verificação icação da experiênc e xperiência. ia. Aquel Aqu ele e que qu e teme tem e o lab or m anual, anu al, o calor calo r dos do s fornos, a poeira do carvão, o perigo das d as reações desconhecidas e a insônia insôn ia das longas vigílias vigílias esse nunca saberá sab erá coisa coisa algum a.” a.” Fulcanelli
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Capítulo I
Introdução Já se s e escrev es creveu eu m uito s obre a Alquimia lquim ia e quase quas e todo todo mundo já ouviu falar sobre ela. Apesar disso, poucos poss uem um a idéia exat exata a do que ela seja. Os m ais bem informados s abem que ela s e rela relaciona com a obtenção da Pedra Filosofal , que transformaria os m etais em e m ouro (trans (transm m utação), utação), e com com a elaboração do Elixir da Longa Vida ou Panacéia Universal, que curaria todas todas as doenças e prolongaria a vida. vida. A Alquim lq uim ia é uma um a ciência ciên cia antiga antig a e tradiciona tradici onal,l, de grande repercussão na Idade Média e Renascença, tendo chegad chegado o até até noss os dias. É cost cos tume um e colocá-la colocá-la junto às denom inadas ciências ciências ocultas ou es otéricas, otéricas , com como o a Magia Magia,, porém, porém , ao contrário contrário do que comum com umente ente se imagina, im agina, ela não s e baseia bas eia em fór fórmul mulas mágicas, nem em encantamentos, nem na invocação de espí es pírit ritos os ou de entidades s obrenaturais. obrenaturais. A Alqu Alquim imia ia é uma um a ciência ciên cia bas ba s eada ead a no conheci con hecim m ento elaborado através da experimentação e do trabalho acumulad acum ulado o por po r centenas de anos , por inúm inú m eras gerações de pesquisadores. Suas práticas envolvem trabalhos de laboratório e o manuseio de substâncias, empregando técnicas e equipamentos relativamente sofisticados. Grande parte das substâncias, das técnicas e dos equipamentos empregados atualmente pelos químicos, foram des cobert cobertos e desenv des envolv olvidos idos pelos alquimis tas. as . Como toda ciência tradicional e antiga, a Alquimia apresenta um caráter filosófico-metafísico marcante, presente em suas teorias, em sua simbologia e em seu linguajar, bastante ricos ricos e com plexos plexos.. Os temas tratados pela Alquimia, a sua linguagem alegórica e o seu simbolismo, têm fascinado diversos pesquisadores. 7
O psicólogo Carl Jung dedicou grande parte da sua obra ao estudo es tudo e à interpret interpretação ação ps icológica dos s ímbo ímbolos e alegorias alegorias alquímicas. alquímicas . Isaac Newton, dava mais importância às suas experiências alquímicas do que aos seus trabalhos de Matemática e de Fís Fís ica que o tornaram fam oso. os o. Seu sobrinho Humphrey Newton escreveu: “Durante seis semanas na Primavera e seis semanas no Outono, o fogo no n o lab la b oratório dificilm di ficilm ente se extingui e xtinguia... a... ele cost costumav mava, às vezes, vez es, examinar examin ar um u m velho livro bolorent b olorento o que estava estava no seu laboratório. Penso que se chamava Agricola de sendo o seu principal prin cipal desígnio d esígnio a transmutação transm utação do dos Metallis, sendo metais...” Newton acreditava na existência de uma cadeia de iniciados que se alastrava no tempo até uma antigüidade muito remota, os quais conheciam os segredos da transm rans m utação utação e da síntese do ouro. aneira como o Encontramos em seus escritos: “A m aneira mercúrio pode ser assim impregnado foi mantida em segredo segredo por aqueles que sabiam sab iam,, e constit constitui ui provavelm provavelment ente e um acesso para qualquer coisa de mais nobre que a fab ricação do ouro e que não pode ser comunicad com unicada a sem que o mundo corra um grande perigo, caso os escritos de Hermes Herm es digam a verdade. Exist Existem em outros grandes mistér m istério ioss além da transm transmut utação ação dos m etais. etais.” ” ai s longe Newton tam também bém costumav cos tumava a afirm afirm ar: “Se vi m ais do que os outros, foi porque me apoiei em ombros de gigantes.” Determinados autores acham que tais gigantes seriam os iniciados, que Newton deveria ter conhecido pessoalmente. Alg Alguns uns pes quis qui s adores ad ores cons ideram id eram que a Alquim lq uim ia s urgiu dos d os restos res tos do s aber de uma um a civiliz civilização ação muito m uito ant antiga e bastante bas tante evoluída. evoluída. Frédéric Soddy, autor da Lei de Soddy sobre a desintegração radioativa, prêmio Nobel de Química, L’interprétation ation du d u radium rad ium : “Pe “Pen so que que escrev es creveu eu em s eu livro livro L’interprét existiram existiram no passado civilizações civiliz ações que qu e tiveram conheci conhecimen mento 8
da energia en ergia do d o átomo átom o e que q ue um u m a m á aplicação ap licação dessa d essa energia as destruiu totalm totalm ente.”
A Alquimia Alqu imia e a Química Qu ímica Considera-s Cons idera-se e que a Quím Quím ica se s e originou da evoluçã evolução o da Alquimia. Porém, na verdade, a Química se originou da evolução evolução da Espagíria , a Quím Química ica Medi Mediev eval. al. A Espag Es pagíria íria era uma um a m istura is tura da Alquim lq uim ia com os diversos processos químicos empíricos, desenvolvidos desde a antigüidade, abrangendo a confecção de medicamentos, tinturas, bebidas, sabão, vidro, técnicas metalúrgicas, etc. incorporando elementos de magia e de astrologia. Com outras outras disciplinas, dis ciplinas, como a Fí Fís ica, ocorreu ocorreu uma um a evolução gradativa. Da Física Antiga, de Aristóteles, passamos para a Física Clássica, de Galileu, Kepler e Newton, e finalmente, para a Física Moderna, de Einstein e outros. Inclusive o próprio nome se manteve; Physica , em em ph ysis, natureza . latim, e Physikê, em grego, cuja cuja origem é physis A Quím Química ica é a mais m ais recente recen te das Ciência Ciê nciass Naturais Natura is.. A Matemática e a Física exis existiam tiam há séculos antes a ntes de Cristo, Cris to, enquanto que a Química, apesar de já ser praticada empiric em piricam ament ente e desde des de a antigüidade, antigüidade, s ó se s e consolida como Ciência Ciê ncia no s éc. XV XVII. II. Os fenômenos enôm enos fís icos s ão mais m ais evident evidentes es,, enquant enquanto o que os fenômenos químicos são de mais difícil interpretação, o que certam certamente ente tev teve e uma um a influencia decisiv decisi va sobre s obre iss is s o. Vários autores consideram que a consolidação da Química como Ciência ocorreu com a publicação de duas obras, que express expressam am as m etas etas fundamentais norteadora norteadorass Alch em ia , em 1597, do da moderna pesquisa química: Alchem alemão alem ão Adreas Libavius Libavius (1540?-1616), o qual afirm afirma a que a Alq Alquim uim ia deve s e preocupa preo cuparr com “a separação separação de m isturas isturas em seus component componen tes e o estudo estudo das da s propriedades propriedades desses componentes” e The sceptical chemist (O químico quím ico céptico), em 1661, 1661 , do irlandês irland ês Robert Robe rt Boyle Boyle (1627-1691), (1627-16 91), o qual ataca 9
energicamente a teoria dos quatro elementos de Empédocles e Aristóteles e afirma que “elemento é tudo aquilo que não pode ser decomposto por nenhum método conhecido”. Observe que Libavius, autor mais antigo, ainda utiliza Alq uim m ia, já Robert Boyle, o term termo o Alqui Boyle, emprega em prega o termo term o químico. Como uma ciência tradicional e antiga a Alquimia poss uía uía um a filosofia e uma um a m etaf etafíís ica, com suas teorias teorias,, simbologia e linguajar próprios, incompatíveis com uma ciência moderna como a Química, da mesma forma que ocorre com a Acupuntura e a Homeopatia em relação à m oderna Medicin Medicina a Alopá Alopática. tica. Este fato inevitável também foi extremamente lamentável, pois a sabedoria acumulada por centenas de anos pelos alquimis alquimis tas foi simples s implesm m ente ente ignorada. ignorada. No livro O Despertar dos Mágicos, que possui um Capítulo dedicado à Alquimia, Louis Pauwels e Jacques Bergier (o qual q ual era Engenh En genheiro eiro Quím Quím ico) lam l amentam entam que mai mais de cem m il textos textos alquímicos , os quais quai s certam certamente ente contêm contêm segredos relativos à matéria e à energia, permaneçam desprezados. Ressaltam ainda que os textos de Alquimia geralmente são bem modernos em relação à sua época, enquanto enquanto as obras de ocultis ocultism m o est es tão sem s empre pre em atraso atraso,, e também tamb ém,, que a Alquim lqui m ia troux trouxe e divers diversas as contribuições para a Ciência atual. Alg Algum umas as ciências ciên cias tradiciona tradici onais is foram reconhecid recon hecida as por algumas algum as instit ins tituições uições,, s endo minis m inistr tradas adas em Universi Universid dades. A Medicin ed icina a Tradiciona Tradici onall coexis coexiste te com a Medicina edi cina Moderna, ode rna, nas Universidades chinesas, da mesma forma que a Medicina Homeopática coexiste com a Medicina Alopática, em algumas de nossas noss as Universidade Universidades. s. O fato da Alquimia ser uma ciência tradicional e não s eguir as teorias da ciência moderna não s ignifica ignifica que os alquimis alquim istas tas não nã o tenham realizado realizado des cobertas cobertas import im portan anttes, além daquelas já conhecida conhecidass .
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Capítulo II
As tran tr anssmutaçõe mutaç õess Sempre Sem pre que tratamos tratam os da Alqui Alquim m ia surge s urge a indaga in dagaçção: Os alquim alqu imis istas tas consegui cons eguiram ram realizar realizar trans m utações, isto sto é, a transformação de um elemento químico em outro? Conseguiram trans transfformar metais comuns em ouro? Exis Existem tem divers diversos os testem tes temunho unhoss his tóricos, tóricos , qu que afirmam mam que sim! sim ! Desde Des de Lavois Lavois ier (1743-1794), (1743-17 94), até até o início do séc. XX XX, a ciência oficial oficial tinha tinha como com o um dogma a impos im posss ibilidade da transmut ransm utação ação dos elementos, a qual era tida tida como um dos s onhos impos im posss íveis dos alquimis tas. as . O preconceit preconceito o era tão tão grande que nenhum cientista considerado sério podia aceitar esta possibilidade. Teoricamente é muito fácil transformar (transmutar) um element elem ento o quím quím ico em outro. Atualm Atualm ente en te s abem abe m os que a diferença di ferença entre um núm ero atôm atômico ico, elemento quím quím ico e out outro é apenas apenas o seu s eu número que corresponde ao número de prótons dos seus s eus átomos. átomos. Portanto, mudando o número de prótons de um átomo transform ransform amos am os um element elem ento o quím quím ico em outro. outro. O número atômico do Urânio é 92. Isto significa que ele possui 92 prótons. Ao emitir uma radiação α (alfa) ele perde dois prótons prótons,, ficando ficando com 90 prótons, prótons , trans transfor form m and andos e então en tão em outro outro elem el emento, ento, o Tório, Tório, cujo núm ero atômi atôm ico é 90. O grande cientista neozelandês Lord Ernest Rutherford (1871-1937), ao estudar os elementos radioativos, teve a idéia de que deveria ocorrer uma transmut ransm utação ação destes elementos, no m oment om ento o da emis em isss ão radioativa. Inicialmente Rutherford hesitou em mencionar sua descoberta e quando a comunicou aos seus colegas, estes lhe recomendaram muita prudência, pois poderia passar por louco. Porém, as provas apresentadas eram irrefutáveis e a comunidade científica teve de aceitar que 11
nos processos radioativos ocorre uma transmutação dos elementos. Em 1919 1 919 Rutherf Ru therford ord realiz reali zou a prim eira transm trans m utaç utação artificial: transformou Nitrogênio em Oxigênio através do bombardeio com radiações radiações α (alfa). Atualm Atualm ente en te sabe s abem m os que ex e xistem is tem dois doi s proces proce s s os de de nuclea r e fusão nuclear nuclea r . transmut ransm utação ação denominados denom inados fissão nuclear Na fissão nuclear , átomos grandes e instáveis, componentes dos denominados elementos radioativos, como o Urânio, se desintegram naturalmente em átomos m enores e m ais est es táveis áveis,, emitindo radiações radiações.. Nas usinas us inas nucleares este processo é realizado lentamente, de forma controlada, controlada, s endo a energia e nergia liberada, utilizada utilizada na produção de eletr el etricidade. icidade. Nas bombas bom bas atômicas este es te process o oc ocorre rapidamente, numa reação em cadeia, que acaba numa grande explos explos ão, liberan l iberando do enorm es quantidades quan tidades de energia na forma de luz, luz, calor calor e radiações . Na fusão nuclear , átomos menores, como os de Hidrogênio, se fundem e se unem, originando átomos maiores, liberando energia. Este processo necessita de temperaturas muito elevadas e ocorre no interior das estrelas e nas explosões de bombas de Hidrogênio. Os elem entos químicos quím icos que formam forma m tudo o que encon encontramos mos na naturez natureza, a, inclusiv inclus ive e nós m esm es m os, os , foram foram produzidos produzidos por mei meio deste proces processs o, no interior interior das est es trelas. Também am bém exis existem tem trans transm m utações utações artific artificiais iais realizad realizada as em grandes aparelhos, denominados aceleradores de partículas, onde átomos são bombardeados por partículas elementares, como prótons e neutrons, acelerados a grandes velocidades. Com o impacto destas partículas, os átomos bombardeados sofrem uma transmutação, transformando-se em outros elementos. É um processo caro, caro, que que consom e enormes quantidades quantidades de energia. Porém, nada impede que hajam outros processos m ais s imples, im ples, desconhecidos desconhecidos da ciência ciência atual. atual.
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Testemunhos históricos de transmutações Exis Existem tem vários vários registr regis tros os histór his tóricos icos de transm utaçõ utações, muitos deles realizados perante diversas e ilustres testemunhas. Dentre estes escolhemos dois, nos quais a possibilidade de fraude é praticamente nula, pois foram efetuados longe de qualquer alquimista e por pessoas esclarecidas es clarecidas que eram advers adversários ários ferrenhos da Alquim Alquimia. ia. O primeiro prime iro deles del es foi realizado realizado pelo grande quím quím ico e m édico belga, belg a, Jean Baptis Baptiste te van van Helm ont, ao qual qua l s e atribu atribui a criação da palavra gás e a descoberta do dióxido de carbono. Em 1618 van Helmont recebeu a visita de um desconhecido. Ao saber que o assunto era sobre a transmutação dos metais van Helmont disse que isto não tinha fundament fundamen to científ científico ico e que não tinha tinha tempo a perder com este es te tipo tipo de d e coisa. cois a. Porém Porém,, o des conhecido o interro interrog gou se ele estava disposto a realizar uma experiência, para comprovar a sua veracidade. Van Helmont respondeu que s im, im , des de que realizada realizada por ele e nas condições condições por ele determinadas. O visitante depositou então, sobre uma folha de papel, alguns grãos de pó, sobre os quais van Helmont escreveria mais tarde: “Vi e manipulei a Pedra Filosofal. Tinha a cor de açafrão em pó e era e ra pesada e b rilhante rilhan te como vidro vidro em e m pedaços.” pedaços.” O desconhecido deu então instruções sobre como realizar o experimento e se despediu. Van Helmont interrogou se ele retornaria para saber o resultado da experiência experiência e o vis visitant itante e respondeu res pondeu que era des necess neces s ário, ário, pois poss pos s uía certez certeza a absoluta abs oluta quanto quanto ao seu se u desfec des fecho. ho. Acom Acompan panhan hando do-o -o até a saída s aída van van Helm He lmont ont pergu perg untoulhe o motivo de havê-lo escolhido para tal experiência e o outro respondeu que desejava “convencer o ilustre sábio cujos trab trabalhos alhos honravam seu país”. país”. 13
Im press pres s ionado pela s egurança do desconhecido, des conhecido, van Helm ont resolv res olveu eu em preender preen der o experim experim ento. Mando Mandou u seu seus auxiliares auxiliares colocarem colocarem pouco m ais de 200 g de mercúrio mercúrio em um cadinho e submete-lo s ubmete-lo ao aquecim aqueciment ento. o. Em Em brulhou uma uma certa quantia da matéria que recebera em um pedaço de papel pape l e jogou jogo u no n o m eio do m etal líquido, l íquido, conforme conform e a in instr strução recebida. Colocou uma um a tam tampa pa sobre so bre o cadinho cadinho e aguardou um quarto quarto de hora, depois depois do que, despejou des pejou água s obre o mesmo para terminar de esfriá-lo. Abrindo o cadinho encontrou uma massa de ouro de peso equivalente ao mercúrio utilizado! Este relato foi escrito e assinado pelo próprio van Helmont, que reconheceu publicamente seu erro, proclamando proclama ndo que dali em diante acreditav acreditava a na realidade da Alq Alquim uim ia. ia . Em m emória em ória a es e s ta extraordi extraordiná nária ria experi experiênci ência a deu a um de seus filhos o nome de Mercurius, o qual foi um grande defensor defens or da Alquim Alquimia, ia, que viria viria a convencer convencer o ilus tre tre filósofo ilós ofo e matemático m atemático Leibniz. Leibniz. O segundo foi realizado por Johann Friedrich Schweitzer, conhecido como Helvétius, ilustre médico da época e violento adversário da Alquimia. Segundo seu relato, em 27 de dezembro de 1666, chegou à s ua casa cas a um desconhec des conhecido ido de de aspecto aspecto hones honestto, s emblan em blante te grave grave e autoritário, vestido es tido com um u m traje sim s imp ples. Após Após interrogar interro gar a Helv Hel vétius s e ele acreditav acred itava a na Pedra Filosofal, Filos ofal, ao que o ilus ilu s tre médico méd ico respond res pondeu eu negativ neg ativame amen nte, abriu uma pequena caixa de marfim, “na qual se encontravam três fragmentos de uma substância que se assemelhava ao vidro ou ao enxofre pálido”. O dono declarou tratar-se da Pedra Filosofal e de ser capaz de produzir vinte toneladas de ouro com aquela porção. Helvét Helvétius ius s egurou nas m ãos um dos fragmentos e s olicito olicitou que lhe fosse cedida uma porção. O visitante recusou bruscamente e acres acrescent centou, ou, em tom m ais ameno, am eno, que não poderia se desfazer de nenhum pedaço, nem por toda a fortuna fortuna de Helv H elvétius étius,, por uma um a razão razão que qu e não podia po dia revelar. revelar. Helvétius Helvétius pediu então que lhe fos fosss e dada uma prova prova realizando uma transmutação. O desconhecido disse que 14
retornaria no n o praz p razo o de d e três s emanas em anas e lhe l he m ostr os trari aria a algo que iria surpreendê-lo. O desconhecid des conhecido o retornou exatam exatamente ente no dia di a marc m arca ado e dis s e a Helv H elvétius étius que não poderia pode ria realiz real izar ar a transm trans m utação, porém poderia dar-lhe um pequeno pedaço da pedra. Entregou-lhe então um fragmento do tamanho de um grão de mostarda. Helvétius contestou que o pedaço era muito pequeno. O alquimista pegou o pedaço, dividiu-o ao meio com a unha, jogou uma metade ao fogo e deu a outra “Esta será m ais que q ue suficiente suficien te!!” m etade a Helvétius Helvétius dizendo: dizendo: “Esta Helvétius confessou então ao desconhecido que na primeira visita havia extraído alguns fragmentos da pedra que obs ervara. ervara. Mais Mais tarde, ao lançar l ançar es e s tes fragmento fragm entoss sob sobre chumbo fundido obtivera apenas uma terra vitrificada, ao invés de ouro. O visitante riu e falou que era necessário envolv envolver er a pedra pe dra com cera ou papel, pape l, para que qu e os vapores do metal derretido não tirassem o seu poder transmutatório. Diss e então que tinha tinha de ir, mas retornar retornaria ia no dia s eguinte, eguinte, caso quisesse esperá-lo para realizar o experimento. Mas não apareceu apareceu nest nes te dia, nem no dia s eguinte. eguinte. Finalmente, persuadido por sua mulher, Helvétius resolv res olveu eu em e m preender preend er o experim experim ento, porém , sem s em espe esperança de obter algum res ultado positiv pos itivo. o. Fundiu um pouco de chumbo em um cadinho, envolv envolveu eu o fragmento fragm ento da pedra com cera e o lançou no mei meio do m etal derretido. O metal m etal com eçou a ferver ferver e ao a o fim de um quarto quarto de hora es tava tava totalm totalmente ente trans transfor form m ado em ouro. Para confirmar, confirm ar, o ouro foi levado levado a um célebre ouriv ourives da época para pa ra ser s er testado, o qual afirmou que o ouro era de excelente excelente qualidade, oferecendo oferecendo um bom preço por ele. Outro adversário da Alquimia, o filósofo Spinoza, ao s aber do ocorrido foi foi inves investigar tigar o ass unto. O ourives ourives dis s e-lhe que ocorrera um fato fato curios curio s o, pois parte parte da prata que acrescent acres centara ara ao ouro em fusão, também havia havia se s e convertido convertido em ouro. Helvétius Helvétius confirm confirmou ou o ocorrido, ocorrido, mos trando trando o cadinho onde realiz rea lizara ara a transm trans m utação, dentro do qual ainda ai nda hav h aviiam partíc partículas ulas de ouro aderidas . 15
Isto foi o s uficiente para conv con vencer o céptico Spinoz Spin oza. a.
Trans Tr ansmutaçõe mutaçõess orgânicas orgânicas Existem experiências efetuadas com plantas e animais, que, ao que tudo indica, comprovam que os organism organis m os vivos ivos s ão capazes capazes de efetuar efetuar trans transm m utações utações.. Citaremos Citaremos alguns exem exemplos plos.. vid a secreta secre ta das da s plan pl antas tas, de Peter No livro A vida Tompkins e Christopher Bird, no capítulo Os alquimistas vegetais, temos a descriç des crição ão das experiências experiências do químico quím ico e biólogo francês Louis L ouis Kevran. Kevran. Após Após cuidad cuid ados osas as experi experiênci ências as Kevran Kevran verificou erifico u que as observações do químico Louis Nicolas Vauquelin estavam corretas: “Tendo calculado toda a cal contida na aveia aveia dada a uma um a galinha, descob descob ri uma m aior quantidade quantidade de cal na casca de seus ovos. Há portanto uma criação de matéria.” A hipótes hip ótese e de que qu e o cálcio cálci o poderia pod eria prov p rovir ir do es quel queleto da galinha foi verificada por Kevran. Ele verificou que uma galinha privada de cálcio põe ovos de casca mole. Porém, esta es ta situaç s ituação ão logo lo go s e normaliz norm aliza, a, caso ela receba um u m a ra ração rica em potáss potás s io, com como o a aveia. aveia. Portanto, parece evidente que a galinha consegue transmut ransm utar ar potás potásss io em cálcio. cálcio. Um fato importante de se notar é que o número atômico do potássio é 19 e o do cálcio 20. Portanto, para transfor rans form m armos armo s potáss io em cálcio, basta adicionarmo adicionarmoss um próton próton aos átom átomos os de cálcio. cálcio. No livro A orige ori gem m das da s sub stâncias stânci as inorg in orgân ânica icass, de Alb Albrecht recht von Herzeel Herzeele, e, publi pu blicado cado em 1873, 187 3, tem temos os diversos divers os experimentos comprovando transmutações efetuadas por plantas. Pierre Pierre Baranger, profes professs or e diretor do laboratório de química orgânica da famosa Escola Politécnica de Paris, repetiu por cerca de dez anos as experiências de von Herzeele, Herzeele, confirm confirmando-as ando-as.. 16
Em janeiro janeiro de 1958 apresent apresentou ou suas pesquisas pes quisas em uma reunião científica na Suíça e em 1959 declarou, em uma entrevista à revista Science et Vie : “Meus resultados parece pa recem m im possíveis, po ssíveis, m as aí estão eles. el es. Repe Re petiti as experiências várias vezes, fiz milhares de análises durante anos. Expus meu trabalho à verificação de outros que ignoravam igno ravam m inhas inha s intenções exatas. exatas. Usei divers di versos os métod m étodo os e diferentes itens. Mas não há outra alternativa, temos de nos submeter à evidência: as plantas conhecem o velho segredo dos alquimistas: diariamente, sob nossos olhos, elas transmu transmuttam os elem entos. entos.” Ci ência cia Através dos do s Tempo Tem poss, Attico No livro A Ciên Chass Chas s ot (Prof (Profes esss or de Química e Doutor em Educação Educação pel pela UFRGS) UFRGS) apres enta a seguint seguin te analogia: Um cofre pode ser aberto aberto de duas m aneiras: conhecendoconhecendo-ss e o s egredo ou por por arrombam arrom bamento. ento. Os Os m étodos de transm trans m utação utilizad utilizado os pela ciência oficial correspondem a um arrombamento. Se estiv es tiverem erem corretas corretas as evidências evidências de d e que plantas e animais anim ais realizam transmutações, não seria impossível que os alquimis alquim istas tas conhecess conheces s em um m étodo diferente diferente para pa ra ef efetuar transmutações.
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Capítulo III
As origens da Alquimia Alqu imia Varias são as abordagens já empreendidas sobre este tema. As especulações vão de egípcios e chineses, a antediluv antedilu vianos iano s e extrat extraterres errestr tres es.. Mas o que é que realm rea lment ente e sabemos sabem os s obre obre as remotas remotas origens origens da Alqui Alquim m ia? Segundo Segund o a vers versão ão etimológ etim ológica ica mais m ais em voga, o te termo provem de khemía, kimya, chemia ou kemeia , o Alquimia provem qual designava uma antiga arte egípcia da fabricação do ouro e da prata, derivado de khem, khame ou khmi , nome nom e primitiv prim itivo o do d o Egito, significando s ignificando terra negra, referindo-s referindo-se e às terras férteis às margem do Nilo, em oposição à areia do deserto. Sendo também relacionado aos termos gregos: khéein (verter), khymeia (infusão ou mistura líquida) e khymís (suco). A palav pal avra ra Química, do latim medieval Chimica, teria a mes m a procedên procedência. cia. Um dos m ais antigos alquim alqu imis istas tas conhecidos, conhecidos, Zózimo, mo, originário de Panópolis, tendo vivido em Alexandria, provav provavelm elmente ente no início do s éculo IV, IV, afirma afirm a que a Alqui Alquim m ia fora ensinada a mulheres por anjos que delas se enam oraram, oraram , em épocas antediluv antedil uviana ianass , conforme conform e en encontraviram que as filhas dos se no Gênesis, capítulo V: “os anjos viram homens eram belas e escolheram mulheres entre elas” , também citado no Livro de Enoch . Segundo Segundo seus escr es crititos os,, que deveriam conter compilações de textos mais antigos, para ensinar às mulheres esses anjos usaram um livro denominado Chema , escrito por um antigo e misterioso sábio chamado Chemes, de onde se originou Chemia , para designar des ignar esta es ta arte. arte. A prim eira ei ra referencia referen cia his tórica encontrada enco ntrada é um Decreto Decreto do Imperador Im perador romano rom ano Diocleciano, Dio cleciano, de cerca cerca de 30 3 00 a.C., ordenando a destruição dos velhos escritos egípcios sobre a khemia do ouro e da prata. 18
Essa Ess a arte arte pass pas s a para os árabes árabes com com o al-kimiya, el- kimye ou el-kimyâ, e desses à península Ibérica, originando no Espanhol Espa nhol e no Português Português Alquímia e no Latim Alche Alchemia, espalhandoes palhando-ss e pela Europa Europa m edieval. edieval. A grafia portugu p ortugues esa a mode m oderna rna Alqui ap arece e no Alq uimia mia s ó aparec s éculo XIX, IX, provav provavelm elmente ente devido devido a influência influê ncia es e s trange trangeira. ira. Alg Alguns uns acham acha m que Alqui sign ifica a “A” Alq uimia mia ( Alchimie Alchimie) signific dis tinção à Quí Quím m ica com comum um (Chimie). Química em dist Napoleão de Landais L andais afirm afirm a que o prefixo prefixo al não dev deve ser confundido com o artigo árabe, significando um a virtude virtude m aravilhosa aravilhosa. simplesmente uma O autor anônimo de um manuscrito do século XVIII diz que o termo erm o provém provém do grego als (sal) e chymie (fusão); sendo ambos (sal e fusão), elementos fundamentais no trabalho alquímico. alquím ico. O termo grego chymie designaria des ignaria o metal me tal fundido, a fusão ou a mudança causada pelo fogo, significando s egundo Fulcanelli, Fulcanelli, a permutaç perm utação ão da form form a pela Alquimia, segundo luz, luz, fogo ou es pirito. Na China, os m ais antigos antigos text extos, os , que rem remont ontam am ao século II a.C., apresentam especulações sobre a composição da matéria, a transmutação dos metais e receitas receitas para a imort im ortalidade, alidade, m as s empre em pre relacionado relacionados com o mis ticismo icism o chinês chinês , taoist aois ta. Alg Alguns uns autores autore s acham acha m que em diversas divers as civili civilizzações açõe s antigas houve houve uma um a transição trans ição de uma um a m etalurgia mág mágica para a Alquimia. O domínio do fogo, permitindo ao homem uma m elhor m anipulação da matéria, principalmente principalm ente atrav através és da criação de técnicas metalúrgicas, que propiciaram a fabricação de armas e utensílios, proporcionando o desabrocha des abrocharr das da s civili civilizzações , foi de d e s uma um a importânc im portânciia para o homem hom em primitiv prim itivo, o, o qual a encarava encarava como com o algo alg o sobren s obrenat atu ural, mágico e sagrado, cercando-a de rituais e de segredos m antidos cios amente am ente de modo a as s egurar a superior supe rioriidade que conferiam conferiam aos s eus detent de tentores ores.. Com o tempo, atrav através és da evolução desta metalurgia sagrada, por meio do desenv des envolv olvim imento ento m ístico e filosófic ilos ófico, o, levaria levaria à form formação ação de uma um a espécie es pécie de alqui a lquim m ia. Mas Mas,, é uma um a conseqüê cons eqüência ncia nat natural 19
que s istem is temas as m istico-f is tico-filos ilos ófico-religios ófico-religi osos os,, como com o o taoismo, smo, o ioga e o budis budi s m o, des envolv envolvidos idos por civ ci viliz ili zações antiga antigas tais quais as da China e da Índia, tenham pontos em comum com uma disciplina tradicional como a Alquimia, uma vez que todos s e ass as s entam nos m esm es m os princ princípios, nas mesma mesmass verdades univers universais ais.. Existem autores modernos que pretendem uma origem extrat extraterres errestr tre, e, vendo vendo na vers versão ão de Zózim Zózimo, o, sobre so bre os anjos, uma alusão a visitantes do espaço, e outros que acham que ela s eria constit cons tituída uída pelos resquíc res quícios ios da ciênc ciência remanescente de uma antiquíssima civilização extinta, a qual teria atingido um elevado grau de desenvolvimento; a legend leg endári ária a Atlântid Atlântida, a, talvez talvez.. Porém Porém,, no parecer parecer de m uitos uitos autores, autores, com os quais concordamos, a Alquimia, tal e qual a conhecemos hoje, est es truturouruturou-ss e plenam ente ente nos prim primeiros eiros séculos da noss a Era, na Alexandria, a herdeira da cultura e do saber de várias civilizações antigas, entre as quais a babilônia e principalm principa lmente ente a grega. Alex Alexandre, andre, o grande, seu s eu .funda .fundador, dor, discípulo de Aristóteles, incentivou o estudo e o desenv des envolv olvim imento ento das artes e das da s ciências ciência s em geral,man mandou constr cons truir uir sua s ua famos famo s a Biblioteca, um Museu us eu e um Zoológico Zoológico. Desde a sua fundação, em 332 a.C., até os primeiros séculos da nossa Era, Alexandria foi a capital mundial da cultura e do saber e também um dos maiores centros comerciais. Sua população, extremamente diversificada, convivia num clima de harmonia e tolerância. Totalmente helenizada, helenizada, a maioria m aioria de seus s ábios era de origem grega, s endo es s e o idioma empregado, aparecendo aparecendo escritos escritos em copta copta s oment om ente e no s eu período período final. Nas suas s uas inst ins tituições ituições estudav es tudavam am-s -se e de tudo, inclusive inclusive Alquim Alquimia, ia, tendo tendo havido havido um intenso florescer do conhecimento, antecipando inúmeras descobertas. Se a sua biblioteca tivesse sido preservada, certamente o progresso humano teria sido bastante acelerado. O grande cientista, Carl Sagan, refere-se a ela como a primeira instituição de pesquisa verdadeira na história do mundo. Nesse centro de ebulição do saber, s urgiram várias várias m entes ilum inadas , como com o Eratóstenes Eratóstenes,, que 20
afirm afirm ou s er a Terra Terra redonda redonda e calculou calculou com exatidão exatidão o s eu diâmetro; o astrônomo e geógrafo Ptolomeu; o gênio da mecânica, Arquimedes; o astrônomo Aristarco de Samos, que afirm afirm ou ser s er a Terra Terra um dos planetas a orbitar em torno torno do Sol e que as estr es trelas elas encontr encon tram am-s -se e a enorm e norme es distâ stâncias; Euclides , o sis s istema tematiz tizador ador da d a Geometria; Geom etria; Dionísio Dionís io de d e Trá Trácia, o primeiro prim eiro lingüis ta a definir definir as partes partes da oração; Herófilo, Herófilo, o fisiologis is iologis ta que afirmou s er o cérebro a s ede da d a inteligên inteligência; Héron de d e Alex Alexandria andria,, inventor inventor da engrena e ngrenagem gem e da m áqui áquina a vapor e autor de Automata, o primeiro texto sobre robótica; robótica; Apolônio Apolônio de Perga, o matemátic matem ático o que determi determinou nou as formas das seções cônicas (elipses, parábolas e hipérboles); e, a grande filósofa, matemática e astrônoma, Hipácia, assassinada em 415 por uma turba de cristãos fanáticos marcando com a sua morte o declino definitivo deste des te grande centro centro cultural cultural do m undo antigo. A grande gran de maio m aioria ria dos do s autores autore s concorda conco rda que qu e o primei meiro alquimista egípcio conhecido, Bolo Demócrito, oriundo de Mendes ende s , no Delta De lta do Nilo, Nilo , teria teria vivido ivido por volta volta de 200 a.C. e teria escrito, em grego, uma obra intitulada Physica, que tratava da transmutação dos metais em ouro e prata, da fabricação de pedras preciosas e da púrpura. Porém, s egundo Holmy Holm yard, Bolo Demócrit Dem ócrito, o, teria teria escrit es crito o o primeiro prim eiro texto texto sobre s obre Alqui Alquim m ia e teria viv vivido ido por volta volta de 1000 a.C. Nos quatro primeiros séculos da nossa Era, a Alq Alquim uim ia greco-ale greco -alexxandrin and rina a pas pa s s a por um intens in tenso o desenvolvimento, surgindo vários alquimistas célebres, entre os quais o já citado Zózimo, que teria escrito uma enciclopédia alquímica de vinte e oito volumes, dos quais restam fragmentos; Maria, a judia (séc. IV), também dita irmã de Moisés e profetisa, à qual se atribui a criação do banho-maria (que alguns atribuem a Zózimo), do kerotakis (vas (vaso o fechado fechado em que se s e expunham expunham lâminas delgadas de metais à ação de vapores) e até do areômetro ou irm ã herm éti ética de densímetro; dens ímetro; Cleópatra, Cleópatra, a copta; Teosébia, Teosébi a, irmã Zózim Zózimo; o; Sinés Sinés io (fim do d o séc. s éc. IV), IV), bis po de Ptolomais Ptolom ais (cidad (cidade de Cirenaica), discípulo de Hipácia; o historiador e filósofo Olimpiodoro lim piodoro (s éc. V); V); e outros outros.. 21
Da Alexandria lexandria a Alquim Alquimia ia pas s a para Bizâncio Bizâncio e para pa ra os árabes , difundindo-s difundind o-se e pela pe la Europa Europ a medie m edievval por p or três três vias: a bizantina, bizantina, a hispâni his pânica ca e a mediterrânea, me diterrânea, tendo tendo es e s s a últ última por principais principais m ediadores os cruz cruzados. ados. Os alquim al quimis istas tas mediev m edievais ais,, s ão unânimes unânim es em e m apont apontar o Egito Egito como com o o berço da sua s ua arte. arte. A tradição tradiçã o atribui atribu i a sua s ua criação cria ção a Herm He rmes es Trism Tris m egisto egisto (o três vezes grande), conhecido no Egito como Tot, o criador das Artes rtes,, das Ciências e da escrit es crita, a, sendo por is so a Alquimia também designada por Arte ou Ciência Hermétic Herm ética, a, originando-se originando-s e dai a expres expresss ão "hermeticamente fechado" , para designar algo totalmente lacrado, como os recipientes empregados em certos experimentos. Tot deveria deveria ter s ido um s ábio eminente em inente ou um rei pré-faraônico pré-faraônico deificado ou identificado com uma divindade, assimilado pelos pelo s gregos como com o Hermes Herm es.. A ele é atribuída um a infi infinidade de tratados, ratados, entre entre os quais a fam famos osa a Tábua Tábua de Esmer Esm eralda alda, que constitui constitui o mais m ais s ucinto ucinto resum o do trabalho trabalho alquí alquím m ico. Segundo a lenda, Hermes Herme s a teria teria escrit es crito o com uma um a ponta de de diamante em uma lâmina de esmeralda, tendo sido encontrada encontrada por s oldados de Alex Alexandre andre na grande pirâmide pirâmid e de Gizé, num fosso recôndito, nas mãos da múmia do próprio Hermes Herm es!!... ...
A Tábua Táb ua de Es Esmeralda É verdadeiro, completo, com pleto, claro e certo: certo: O que está está em b aixo é como o que est está em cima cim a e o que está em cima é como o que está em baixo; por estas coisas coisas se fazem faze m os m ilagres dum a só coisa. coisa. E como todas todas as coisas são e provêm de UM, pela mediação de UM, assim todas as coisas nasceram desta coisa única, por adaptação. O Sol Sol é o seu pai p ai e a Lua a sua m ãe. O vento a troux trouxe e em seu ventre. A Terra é a sua nutriz e receptáculo. O Pai de tudo, o Telema do mundo universal, está aqui. A sua força ou potência está inteira, se ela é convertida em terra.
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Separarás a terra terra do fogo e o sutil do d o espesso, e spesso, brandame b randamen nte e com grande gran de indú i ndúst stria. ria. Ele sob e da terra para o céu e desce novamente do céu para a terra e recebe a força das coisas superiores e das coisas inferiores. Terás, por esse meio a glória do m undo; e toda toda a ob sc scuridade uridade fugirá fugirá de ti. É a força de toda a força, porque ela vencerá qualq qua lquer uer coisa coi sa sutil e penetrará pe netrará qual qu alque querr coisa sólida. sóli da. Assim o m undo foi criado. Disto Disto sairão adm iráveis iráveis adaptações das quais o meio mei o aqui, é dado. Por isso fui chamado Hermes Trismegistus, pois possuo po ssuo as a s três três partes pa rtes da filosofia filo sofia uni u niversa versal.l. O que eu disse da ob ra solar est está completo. com pleto.
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Capítulo IV
O que qu e é Alquimia O monge m onge francis francis cano e alqui a lquim m ista is ta inglês ing lês Rog Roger Bacon (1211 – 1294) no s eu livro livro Speculum Alchemiæ (Espe (Es pelho lho da Alq Alquim uim ia) ia ) diz o seg s eguin uinte: te: A Alqui Alq uim m ia é a ciênci ciê ncia a que qu e ensin en sina a a prepa pre parar rar certa Medicina ou elixir, a qual, projetada sobre os metais imperfeitos torna-os perfeitos no mesmo instante da proje pro jeção ção.. Esta é uma definição extremamente sucinta e exata do que vem a ser a Alquimia. A Medicina ou elixir é a Pedra Filosofal , que transmuta os metais em ouro e também a Panacéia Universal , medicamento que cura todas as doenças doenças e o Elixir Elixir da Longa Longa V ida. Esta Medicina ainda possuiria muitas outras propriedades propried ades , que nunca foram bem esclarecida es clarecidas, s, sen sendo seu seu conhecimento conhecime nto exclus exclusiv ivo o daqueles que conseguem cons eguem obtê-la. A elabora ela boração ção des ta Medicina se denomina Grande trabalho que tratam tratam todos os Obra ou Magistério e é des te trabalho text extos alquímicos autênticos autênticos.. Paralelam Paralela m ente à Alquim lqui m ia des envolv envolveram eram-s -se e al algumas mas discipli dis ciplinas nas , com finalidades finalid ades específ es pecíficas icas,, as quais são são mui muitas vezes ezes confundidas confundidas com ela. ela . Porém, nenhuma nenhum a delas jamais jam ais teve a importância da Alquimia, sendo praticamente desconhecidas. Estas disciplinas derivadas da Alquimia são an sõess enumeradas por Fulcanelli, na sua obra As Mansõe Filosofais. A Espagiria ou química mediev m edieval, al, da qual já falam falamos os.. A Arqui Arq uimia mia ou Voarchadumia , que busca unicamente a transmutação dos metais em ouro e prata através de procedimentos químicos ou espargirios denominados pequ pe quen enos os particul pa rticulare aress. A Hiperquímica , s egmento mais m oderno, oderno, o qual se baseia bas eia na hipótese hipó tese de que qu e a Alquim Alquimia ia é um a Quím Quím ica mui m uitto 24
avança avançada da,, escond es condend endo o em s eu s imbol im bolis ism m o, de desc sco obertas que ultrapassam os conhecimentos atuais. Os hiperquímicos dedicam-se a diversas pesquisas, entre as quais, a transmutação. Finalmente, para concluir este assunto, vamos citar Fulcanelli: Antes de ir por po r dian di ante, te, falem fale m os deste de ste artifício 1 desconhecido – que, do ponto de vista alquímico, devia ser classificado classificado de ab surdo, ridículo ridículo ou o u paradoxal, parado xal, porque a sua inexpl in explicável icável ação desafia d esafia qual q ualque querr regra científ cie ntífica ica -, pois ele m arca a encruzilha encruz ilhada da onde a ciência ciên cia alquím al química ica se aparta da ciência química. Aplicado a outros corpos, ele fornece, nas mesmas condições, outros tantos resultados imprevistos, outras tantas substâncias dotadas de qualidades surpreendentes. Esta único e poderoso meio perm pe rmite ite assim assi m um desen de senvol volvim vim ento en to de insusp in suspei eita ta envergadura, envergadura, pelos m últiplos elemento ov os e os os eleme ntoss simples novo compostos derivados destes destes mesmos mesm os elementos elem entos,, m as cuja cuja gênese continua a ser um enigma para a razão química. Isto, evidentemente, não deveria ser ensinado. Se pene pe netram tramos os neste ne ste dom ínio reserva re servado do da d a herm he rmética ética;; se, mai mais ousado do que os nossos antecessores, o assinalamos, afinal, afinal, foi porque desejamos desejam os m ostrar ostrar:: 1. que a alquimia é uma ciência verdadeira, susceptível, como a química, de extensão e progre pro gresso, sso, e não nã o a aqui aq uisiçã sição o em pírica dum du m m etais preciosos; preciosos; segredo de fabricação dos metais 2. que a alquimia e a química são duas ciências positiva po sitivas, s, exatas exa tas e reais, rea is, se b em que qu e diferen di ferentes tes uma um a da outra, tanto tanto na teoria com o na prática; 3. que a química não podia, por essas razões, reivindicar reivindicar uma origem alquímica; qu e as inumeráveis propriedades, propriedades, m ais ou 4. enfim, que menos maravilhosas, atribuídas em bloco pelos 1
Fulcanell i se refere refere à ela e laboraç boração ão do mercúrio filosófico , a qual requer a utili zação zação de um artifício especial , do qual trataremos no Capítulo 11, A influência celeste .
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filósofos à pedra filosofal unicamente pertencem, cada uma, um a, às sub sub stâncias stâncias desconhecidas desconhecidas ob tidas a partir de materiais e de corpos químicos, mas tratados segundo a técnica secreta do nosso Magistério.2
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As Mansões Filosofais, Fulcanelli, pág. 234.
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Capítulo V
Alquimis Alqu imista tass, Adepto Adeptoss , as asssopra oprad dores, ores, invejos inv ejosos os,, carido car idossos, os, etc. et c. ciente dos princípios princípios Alquimista é toda pes s oa que, ciente da ciência hermética, apoiado nos ensinamentos dos mestres consagrados, trabalha em laboratório, buscando realizar a Grande Obra Ob ra. Os alquimis alquimis tas também s ão denominados denominados filósofos imples mente filósofos e a Alquim Alquim ia também químicos ou s implesmente é conhecida como Filosofia, Arte Ar te ou Ciência Hermética e Agricultura Agricultura Celeste Celes te. Os Adeptos Adeptos (sempre com A maiúsculo) correspondem aos alquimistas que realizaram a Grande Obra , isto is to é, obtiv obtiveram eram a Pedra Filosofal . Os assopradores , ou ou simples s implesm m ente ente sopradores, são aqueles que, desconhecendo os princípios alquímicos, buscam a Pedra Filosofal através de procedimentos aleatórios, utilizando utilizando m ateriais ateriais divers diversos os.. Seu nome nom e provem provem dos auxiliares auxiliares dos alquimis tas, as , que acionavam acionavam os foles do dos fornos, fornos , para av a vivar ivar o fogo. Os amorosos da ciência são pess oas que estudam estudam Alq Alquim uim ia e conhecem conh ecem os princípios prin cípios da ciência ciên cia herm ética, porém não trabalhavam em laboratório buscando a Pedra Filosofal . A tradição tradiçã o alquím alq uímica ica impõe im põem m restrições res trições à s ua divulgação, divulgação, de modo que s eus textos textos são s ão escrit es critos os de form form a velada e simbólica, a fim de desnortear e confundir os profanos. Os autores autores conhecidos como com o invejosos ou ciosos iosos da ciência, são aqueles que escrevem de modo enganoso, descrev des crevendo endo de m odo errado e rrado algum al gum as operações operaçõe s , alt alterando os dados, dados , procurando confundir confundir e des nortear nortear totalmente totalmente os iniciantes. Os autores autores conhecidos como com o caridosos, são s ão aquel aquele es que, apesar de manterem as reservas impostas pela 27
tradição alquímica, procuram ser o mais claro possível, evit evitando ando as informações informações enganosas . O Adepto Irineu Filaleto, por exemplo, é extrema extremam m ente caridos o, em determ d eterminad inadas as fases fas es do tra trabalho alquímico, porém acrescenta operações falsas entre as verdadeiras. Este procedimento foi criticado pelo Adepto contem contemporâneo porâneo Fulcanelli: Lendo seu Introitus, não se distingue corte algum; somente, falsas manipulações ocupam a falta das verdadeiras. Preenchem Preenchem as lacunas de tal sorte que um as e outras se encadeiam e ligam sem deixar rasto de artifício. Tal agili agi lidad dade e torna im possível ao profano p rofano a tarefa de sep separar o trigo do joio, o mau do bom, o erro da verdade. Precisamos apenas de afirmar quanto reprovamos semelhantes abusos, que não são, a despeito da regra, senão mistificações disfarçadas. A cabala e o simbolismo oferecem recursos suficientes para exprimir o que só deve ser compreendido comp reendido por um pequ eno núm ero; consideram consideramos, os, por po r outro ou tro lado la do,, preferível pre ferível o m utism o à m entira en tira m ais ai s 3 habilmente apresentada. É importante salientar que, na Idade Média, haviam vários mestres, dos quais o iniciante poderia se tornar discí dis cípulo. pulo. Porém, atualmente, atualmen te, isto is to não ocorre. Fulcanelli, o último Adepto conhecido, é extremamente caridoso, não fazendo nenhuma afirmação incorreta em toda a sua obra, o que a torna imprescindível para todo estudioso que pretende aprofundar-se na Alq Alquim uim ia. ia . Este Adepto, cujo nome verdadeiro permanece incógnito, incógn ito, publicou publ icou duas obras m onum entais s obre obre Alquimia mia, nas quais encontramos, basicamente, todos os seus princípios. A prim eira, ei ra, intitulada intitul ada O Mistério das catedrais (Le Mystère des Cathédrales), publicada em 1964. Trata do simbolismo alquímico contido nas catedrais góticas, constr cons truídas uídas na Idade Média. Média. 3
As Mansões Filosofais, Fulcanelli, pág. 231.
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A s egund eg unda, a, intitulada intitul ada As M ansões Filo Filosofais sofais (Les Demeures Philosophales), publicada em 1965. Trata do simbolism sim bolismo o alquímico alquímico cont contido em antigas antigas m ansões. ansões . Eugéne Canseliet, Cans eliet, s eu discí dis cípulo, pulo, afirm afirma: a: Fulcanelli levou o pormenor da prática bem mais longe que outro outro qualquer, num a intenção intenção de caridade caridade para com os trabalhadores, seus irmãos, e para os ajudar a vencer essas causas fatigantes fatigantes de paragens. parag ens. O seu método m étodo é diferente do empregado pelos seus predecessores; consiste consiste em descrever m inuciosam inucio samente ente todas todas as operações operações da Obra, depois de a ter dividido em vários fragmentos. Toma assim cada uma das fases do trabalho, começa a explicá-la num capítulo para a continuar num outro, e terminá-la por fim mais adiante. Essa fragmentação, que transforma o Magistério num jogo jogo de paciência filosófico, não pode assustar o investigador instruído, mas depressa desencoraj dese ncoraja a o profano, p rofano, incapa in capazz de se orientar orie ntar nesse labir labiriinto doutro gênero e inapto a restabelecer a ordem das manipulações.4
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Eugène Eug ène Cansel Canselii et: Prefácio Prefáci o da prim ei ra edi ed i ção à obra de Fulca lcanelli: lli: As Mans Ma nsões ões Filos Fil osofa ofaii s.
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Capítulo VI
Princípio Prin cípios s Alquímico Alqu ímicoss Na Tábua de Esmeralda, encontramos: “Todas as coisas são e provem de Um . Assim Assim todas as coisas provem provem desta única coisa por adaptação. ada ptação.” ” Este cons titui titui o principio fundam ental da Alquim Alquimia, ia, o qual, de certa certa forma, é compart com partilhado ilhado pela ciência atual. O universo é constituído de matéria e energia, e a matéria nada mais é do que energia condensada, sendo tudo form form ado por uma um a ess es s ência energét energética ica básica. No princípio princípio tudo es tava tava aglomerado aglom erado num ponto que s e expandiu expandiu a partir partir de uma um a Grande Grande Explos Explosão ão (Big Bang). A energia energia em itida itida s e condensou condens ou em partí partículas element elem entares ares e estas se agruparam originando os átomos dos elementos mais simples, Hidrogênio e Hélio, os quais, pela atração gravitac gravitacional, ional, se s e agruparam em nuvens nuvens.. Á m edida ed ida que q ue es tas nuv nu vens s e condens cond ens am, am , a pressão ssão e a temperatura aumentam em seu interior, até iniciar as reações reações de fus fus ão, as quais originam os dem ais elem entos entos quím quím icos, formadores formadores de todas as s ubst ubs tâncias.
A Teoria Teori a dos dos Quatr Qua tro o Element Elemento os No séc. s éc. V a. C. o filósofo filós ofo grego Empédocles Empé docles propõe a Teoria dos Quatro Elementos, segundo a qual os componentes componentes básicos bás icos do universo universo são: s ão: terra ∇, ar ∆, água ∇ e fogo ∆, cada um, com duas, das quatro propriedades fundamentais: undam entais: calor, frio, frio, umidade umid ade e s ecura. As As s im, im , tem temo os a terra, que é seca e fria, o ar , que é quente e úmido, úmido , a água, que é úmida e fria, e o fogo , que é quente e seco. O fogo (quente e s eco) se s e opõe opõ e à água ág ua (úm ida e fria), porém possui ssui uma um a propriedade em e m comum com um com a terra terra (seca (s eca e fria) e com o ar (quente e úmido). Desta maneira, cada elemento se opõe a um u m , mas m as poss pos s ui uma um a propriedade p ropriedade em e m co comum mum com os 30
dois demais , o que cos costtuma um a ser representad representado o da s eguinte eguinte maneira:
Esta teoria foi acatada e difundida por Aristóteles (384-322 (384-322 a.C. a.C.), s endo também adotada adotada pelos alquimis tas. as . É importante lembrar que os alquimistas não empregavam o termo elemento como a química atual o emprega. Atualm Atualm ente en te elemento químico s ignifica o conjunto conjunto de átom átomos os com o m esm es m o número núm ero atôm atômico ico (m (m esm es m o númer núm ero o de prótons). O termo elemento era utiliz utilizado ado pelos alquimis tas de modo figurado e diverso, muitas vezes para se referir aos est es tados fís fís icos. As As s im, im , no lingu li nguaj ajar ar alquím alq uímico, ico, converter a terra em água , s ignifica ignifica uma um a sim ples fusão ou passagem pass agem do estado s ólido para o líquido. líquido. Os alquimis tas também am bém identif identificav icavam am dois princí princípios básicos na formação dos metais, um fixo e um volátil , designados por Enxofre e Mercúrio, respectivamente. O Enxofre, com Águ a composto posto por Terra e Fogo, e o Mercúrio, por Água e Ar . Vejamos o que Roger Bacon diz, no Capítulo II, do Do s s eu Speculum Alchemiæ (Espelho da Alquimia), Dos princípi pri ncípios os naturai na turaiss e da geraçã ge ração o do m etais etai s: 31
Vou falar aqui dos princípios naturais e da geração dos metais. Antes de tudo, toma nota de que os princípios dos m etais são o Mercúrio e o Enxofre. Est Estes es dois doi s princípios dão nascimento nascim ento a todos os m etais e a todos os m inerais, inerais, dos quais existem um grande número de espécies diferentes. Digo ainda, aind a, que a natureza naturez a teve sempre sem pre por fim e se esfor esforça sem cessar, cessar, para chegar à perfeição, ao ouro. Mas Mas devido a diversos acidentes que dificultam sua marcha, nascem as variedades variedade s metálicas, m etálicas, como já expuseram claramente claram ente vários filósofos. Segundo a pureza ou impureza dos dois princípios compon com ponentes, entes, isto é, do Enxofre e do d o Mercúrio Mercúrio,, se produ produzem zem metais perfeitos ou imperfeitos: ouro, prata, estanho, chumb o, cob cob re, ferro. erro. Agora, Ago ra, guard gu arda a cuida cui dado dosam sam ente en te estes ensin en sinam am entos en tos sobre sob re a natureza naturez a dos d os metais, m etais, sob sob re sua pureza purez a ou o u imp impu ureza, za, sua pobreza pob reza ou sua riquez riqueza a em princípios. princípios. Natureza do Ouro: o Ouro é um corpo perfeito, composto com posto por po r um Mercúrio puro, puro , fixo, fixo, b rilhante, rilh ante, roxo e de um Enxofre puro, fixo, roxo e não combustível. O Ouro é perfeito. pe rfeito. Natureza da Prata: é um corpo puro, quase perfeito, composto por um Mercúrio puro, quase fixo, brilhante e b ranco. Seu Enxofre Enxofre tem as m esmas esm as qualid qu alidades. ades. Não fal falta à Prat Prata a senão um pouco m ais de fixidez fixidez,, de cor e de peso. Natureza do Estanho: é um corpo puro, imperfeito, composto de um Mercúrio puro, fixo e volátil, brilhante, branco no exterior, roxo no interior. Seu Enxofre tem as m esmas esm as qualidade quali dades. s. Só falta falta ao estanho ser um pouco mai mais cozido e digerido. Naturez a do Chum C hum b o: é um corpo im i m puro pu ro e imper imperfeito, composto por um Mercúrio impuro, instável, terrestre, pulve pu lverul rulen ento, to, lige li geira iram m ente en te b ranco ran co no exterior, exteri or, roxo no interior. interior. Seu Seu Enxofr Enxofre e é semelhante semel hante e tam tamb b ém comb com b ustí ustível. Ao chum chu m b o falta a purez pu rez a, a fixidez fixid ez e a cor; não nã o está b astante astante cozido. cozido . Natureza do Cobre: o cobre é um metal impuro e imperfeito, composto por um Mercúrio impuro, instável,
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terrestre, combustível, roxo e sem brilho. Igual é o seu Enxofre. Falta ao cob re a fixidez fixide z , a purez pu reza a e o peso. p eso. Con Contem dem asiada cor impura im pura e partes partes terrosas terrosas incom b ustív ustíveis. eis. Natureza do Ferro: o ferro é um corpo impuro, imperfeito, composto por um Mercúrio impuro, demasiado fixo, que contem partes terrosas combustíveis, branco e roxo, porém sem b rilho. Lhe faltam a fusib ilidade ili dade,, a pu pureza e o peso; contem demasiado Enxofre fixo impuro e partes terrosas comb com b ustív ustíveis. eis. Todo alquim a lquim ista ista deve ter em conta conta o que foi dito.
Desde a Antigüidade, até a Idade Média, predominava a Teoria Geocêntrica, desenv des envolv olvida ida e aperfeiçoada ap erfeiçoada no s éc. II por Claudius Ptolem Ptolemæus, æus, mais conhecido conhecido como Ptolomeu. Ptolomeu. Segundo ela, a Terra ocupava o centro do universo, com giran do à s ua volta, fixos fixos em esferas es feras de cri crista stal: sete sete planetas pla netas girando O Sol, a Lua, Lua , Mercúri Mercúrio, o, Marte, Marte, Vênu Vênuss , Júpiter e Saturno. Saturno . Estes sete planetas eram relacionados aos sete s eguinte e maneira: m aneira: metais, da seguint Sol – Ouro Lua – Prata Prata Mercúrio ercúri o – Mercúrio ercúri o Marte – Ferro Vênus – Cobre Júpiter Júpiter – Estanho Es tanho Saturno Saturno – Chumbo Chum bo
O simbolismo alquímico Conforme Conforme já diss dis s emos em os,, a tradiç tradição ão alquím alquím ica impõem impõem restrições à sua divulgação, de modo que os alquimistas escrevem de modo velado e alegórico, empregando um complexo simbolismo, para confundir e desnortear os profanos profanos.. Geralmente eralm ente seus textos textos são s ão repletos de citações citações,, de comparações com parações,, sendo s endo s emelhantes em elhantes a parábolas pa rábolas.. Em mei meio às suas divagações, os autores vão, pouco a pouco, transmit ransm itindo indo algum as informações informações realmente import im portant antes es.. 33
Alé Além m dis s o, os alquim alq uim istas is tas nunca nun ca des crevem crevem,, em uma uma única obra, todas as operações do trabalho alquímico. Algumas vezes a ordem das operações é invertida, em outras, os nomes das substâncias são trocados, etc. Em um autor encontramos encontram os referências s eguras egura s s obre a m atéria prima, ma, em outro, s obre determi de terminada nada operação o peração,, em um terceiro, s obr obre o equipamento empregado, e ass as s im por diante. diante. A s imbol im bologi ogia a alquím alq uímica ica també tam bém m é m uito ui to variada aria da e geralmente geralmente cada autor emprega a s ua própria própria s imbologia. im bologia. Por exem exemplo, plo, os dois princípios princípios básicos bás icos que entram na obra alquími alqu ímica ca são s ão des d esigna ignados dos de várias várias formas forma s : mach ma cho o e fêmea mea, enxofre e mercúrio, terra e água, fixo e volátil, dragão sem asas as as e dragão com asas as as,, homem home m e mulher, m ulher, rei e rainha rainha, cão e cadela, cadel a, etc. etc. Somente quem tem uma idéia dos pontos fundamentais undam entais do trabalho trabalho alquímico, alqu ímico, é capaz capaz de se s e orientar atrav através és deste des te embrenhado labirinto. l abirinto.
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Capítulo VII VII
A Grande Gra nde Obra Ob ra A Grande Obra é a elaboração da Pedra Filosofal ou Medicina edicin a Universal U niversal , sendo est es te o objetiv objetivo o dos alquimis tas e do que tratam tratam os textos textos alquímicos alqu ímicos.. Na verdade existe a Grande Obra ou Grande Magistério e a Pequena Ob Ob ra ou Pequeno Pequen o Magistério. A prim eira corres co rrespon ponde de à cons con s ecução ecuçã o plena ple na da Obra alquímica, levando à obtenção da Pedra Filosofal completamente terminada, chamada Pedra ao rubro , que transmut ransm uta a os met m etais ais em ouro. A segu s egund nda a corres ponde pon de à cons ecução ecuçã o interm ediária edi ária da Obra, levando levando à obtenção da cham ada Pedra ao b ranco, que transm transmut uta a os m etais etais em prata. Outro fator importante é que a Grande Obra é composta por etapas distintas, geralmente dividias em Primeira, Segunda e Terceira Terceira Obras Ob ras. A maior ma ior parte dos textos textos alquím alq uímicos icos trata apenas apen as de uma um a ou de duas destas des tas etapas, etapas , com como o se s e tratass tratass em da Obra completa, completa, sem informar informar que om item item o restante. restante. Fulcanelli se refere a estas etapas da seguinte maneira: Ora, as três granadas ígneas do frontão 5 confirmam esta esta tripla tripla ação a ção de um único processo e, como com o representam o fogo corporificado nesse sal vermelho que é o Enxofre filosofal, compreendemos facilmente que seja necessário vez es a calcina calcinação ção deste deste corpo para realiz ar as as repetir três vezes três obras filosóficas, segundo a doutrina de Geber. A prim pri m eira ei ra opera op eração ção cond co nduz uz prim pri m eiro ei ro ao Enxofre, ou medicina da primeira ordem; a segunda operação, absolutamente semelhante à primeira, fornece o Elixir ou medicina da segunda ordem , que só é diferente do Enxofre em qualid qualidade e não em natureza; finalmente, a terceira operação, 5
Fulcane Ful canell l i refere-se refere-se a um frontão frontã o encontrad en contrado o na M ansão ansão La Lalle lleman mant, na cidade de Bourges.
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executada como as duas primeiras, dá a Pedra filosofal , medicina da terceira ordem, que contém todas as virtudes, qualidades e perf pe rfeições eições do Enxofre Enxofre e do Elixir m ultiplicadas ultiplicadas 6 em poder e extensão. extensão. Antig a Guerra dos do s Cavale Cava leiro iross O autor anônimo de A Antiga diz o s eguinte: Observai, pois, que a palavra Pedra é tomada em diversos sentidos e particularmente em relação aos três estados estados da ob ra; o que faz com que Geber Geb er diga que há três três Pedras, que são as três medicinas, respondendo aos três graus de perfeição da obra; de modo que a Pedra de prim pri m eira ei ra ordem ord em é a m atéria atéri a dos do s Filósofos, Filó sofos, perfeitam pe rfeitam ente en te purifica pu rificada da e reduz red uz ida id a a pura pu ra sub stância stânci a Mercuria ercu rial;l; a Pedra Ped ra de segunda ordem é a mesma matéria, cozida, digerida e fixa, em enxofr e nxofre e incom b ustív ustível; el; a Pedra de terceira terceira ordem é esta mesma matéria, fermentada, multiplicada e levada à perfeiçã pe rfeição o últim úl tima a de tintura fixa, perm pe rman anen ente te e corante: cora nte: e essas três três Pedras são as três medicina me dicinass dos três gêneros. Ob servai, servai, além disto, que há h á grande grand e diferença entr en tre ea Pedra dos Filósofos e a Pedra Filosofal. A primeira é o sujeito da qual ela é verdadeiramente Pedra, pois que é sólida, dura, pesada, frágil, friável; ela é um corpo (diz Filaleto), “pois escorre ao fogo como um metal”, é todavia espírito “pois é toda volátil”, ela é o composto, “é a pedra que contém a um u m idade, idad e, que se liqüefaz liq üefaz no fogo” (diz Arnaldo de Vilanova em sua carta ao Rei de Nápoles). É neste estado que ela é “uma substância intermediária entre o metal e o mercúrio”, como diz o Abade Sinésius; é, enfim, nesse mesmo estado que Geber a considera, quando diz, em duas passagens da sua Sum a “tom “toma a nossa pedra, isto isto é (diz ele) a matéria de nossa pedra”, assim como se diria, toma a Pedra dos Filósofos, que é a matéria da Pedra Filosofal. A Pedra Ped ra Filosofal Filo sofal é então en tão a m esm a Pedra Ped ra dos do s Filósofos; assim assim que, pelo pel o Magistério Magistério secreto, secreto, ela é levada à perfeiçã pe rfeição o de m edici ed icina na de terceira tercei ra ordem ord em , transm utando utan do 6
O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, págs. 218 e 219.
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todos os metais m etais em puro Sol, ou Lua, L ua, segundo segund o a nature natureza do fermento erm ento que lhe foi acrescido. acrescido.7 Estes Es tes dois textos textos s ão ex e xtremam trema m ente es clareced clarecedores e devem devem s er lidos com m uita uita atenção. atenção. Am Am bos afirmam afirm am claram clara m ente que qu e a Grande Obra de divide divide em três etapas principais. principais . Fulcanelli nos informa que estas três etapas são semelhantes e que nas três teremos a repetição de um processo denominado calcinação . O outro autor nos esclarece sobre as diferentes maneiras que a palavra Pedra é empregada e sobre as diferentes diferentes operações ope rações realizadas realizadas em cada etapa. etapa. A ped pe dra dos filósofos é a m atéria atéria prim prim a ou a m atéria dos filósofos filósofos, e nos fornece ornece algumas algum as das s uas caract caracterí eríss ticas, import im portant antes es na pu rificada a s ua identificação. identificação. Segundo ele, esta m atéria atéria será s erá purificad e reduzida a pura pu ra sub stância stânci a m ercuria ercu rial l (1ª Obra), para a xo fre incomb ncombus usttível seguir ser cozida, digerida e fixada em enxofre (2ª Obra) e finalmente fermentada , multiplicada e levada à perfeição última de tintura fixa, permanente e corante (3ª Obra). É importante observar que, apesar de ambos edicin a de terceira ordem , chamarem de Pedra Filosofal a Medicina Grande Ob ra, os m odos o produto final da Grande odo s de s e refe referirem às Pedras ou Medicinas de prim pri m eira ei ra e de segunda ordens s ão bastante diferentes. Esta atribuição de nomes diferentes é m uito uito comum entre entre os alquimis tas e causa caus a muita conf confus usão ão para os iniciantes iniciantes.. operandi , isto Alé Além m dis s o, ainda aind a exis existem tem dois d ois m odus operandi é, dois processos distintos para a elaboração da Pedra Filosofal, denominados via úmida ou longa e via seca ou breve . A via seca é a de consecução mais rápida e mais úm ida é a m ais demorada fácil, enquanto enqu anto que a via úm dem orada e a mai mais trabalhosa, s endo porém porém a mais m ais difundida, difundida, pois é dela que tratam ratam a maior m aior parte parte dos textos textos alquímicos alquím icos.. 7
O Triunfo Hermético, Limojon de Saint-Didier, pág. 77.
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Cada via possui um modo distinto de operar, empregan em pregando do s ubs tâncias e equipa eq uipam m entos diferente diferentes, sen sendo, no entant entanto, o, ambos am bos os procedim procediment entos os análogos. Alg Alguns uns autores autore s m odernos ode rnos citam uma um a terceira via denominada denom inada brevíss brevíssim ima, a, da qual, porém porém,, não encontram encontramos os nenhum a referência referência por part parte dos autores tradicionais tradicionais . Fulcanelli, em As Mansõe an sõess Filosofai Filo sofaiss, ao analisar o simbolismo dos labirintos que representam a Obra alquímica, refere-se refere-se às três três entradas entradas,, corres correspondentes pondentes aos três pórticos pórticos das da s igrejas i grejas góticas góticas;; uma um a que leva leva diretam diretamente ente b reve e), outra que tam bém aí vai ao centro (via brev vai ter, mas m as após uma série de desvios ( via longa) e outra outra que term termina ina num beco sem s em s aída, representado represe ntado o des tino daqueles que que, sem sem a lquímiica. o devido devido preparo, pretendem pretendem empreender em preender a Ob ra alquím
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Capítulo VIII VIII
A Via Vi a Seca e a Via V ia Úmida Úmida Conforme já dissemos, existem duas vias ou dois modus operandi para a realização da Grande Obra: A via úmida ou via longa, também via am bém denom inada via do rico e a via am bém denom inada via dos seca, via breve ou via antiga, também pob po b res. Vejamos o que diz Fulcanelli ao analisar um dos baixos-relevos encontrados no Castelo de Dampierre, contendo a figura de um jarro bem b em trabal trabalhado hado junto junto com uma vasilha as ilha rudimentar rudim entar,, acompanhados acom panhados da divis divisa a latina: .ALIVD. VAS. IN. HONOREM. .AL .ALIVD IVD. IN. IN . CONTVM C ONTVMEL ELIA IAM M. Uma vasilha para usos de honra, outra para empregos vis. “Numa casa casa grande, diz o Apóst Apóstolo, não há só vasilhas vasilhas de ouro e de prata, prata, tamb am b ém as há de madeira m adeira e de terra, as outras para os usos uso s vis.” vis.” Os nossos dois do is vasos aparecem aparecem pois b em definidos definidos,, nitidamente distintos, e em absoluta concordância com os precei pre ceitos tos da teoria teori a herm he rmética ética.. Um é o vaso da natureza, feito da mesma argila vermelha que serviu a deus para formar o corpo de Adão; o outro é o vaso da arte , cuja matéria é toda composta de ouro puro, claro, vermelho, incombustível, fixo, diáfano e de incomparável brilho. Eis, pois, po is, as nossas no ssas duas vasilhas ou naves, que não representam verdadeiramente senão dois corpos distintos contendo os espíritos metálicos, únicos agentes de que necessitamos. A prim pri m eira ei ra destas de stas vias, via s, que q ue utiliz util iza a o vaso da arte, é longa, long a, lab oriosa, ingrata, acessí acessível vel às pessoas afortunad afortunadas, as, m as é m uito estimada, estima da, apesar dos gast ga stos os que faz, faz , pois é ela que os o s autores descrevem descrevem de pref p referência. erência. Serve Serve de suporte à sua argumentação, assim como ao desenvolvimento teórico da Obra, exige um ininterrupto trabalho de doze a dez oito oi to meses, me ses, e parte do ouro o uro natural na tural preparad prep arado, o, dissol dissolvido 39
no mercúrio filosófico, o qual se coze, seguidamente em m atraz atraz de vidro. Eis Eis o vaso vaso honorável, reserv reservado ado ao nob re destas substâncias preciosas, que são o ouro exaltado e o mercúrio dos sapientes. A segun seg unda da via só reclam recl am a, de princípi pri ncípio o a fim, fim , o socorro socorro dum a terra erra vil, abundanteme ab undantement nte e espalhada, de tão tão b aixo preço preço que, na nossa época, b astam astam dez francos para adquirir quantidade superior àquela de que q ue precisamos. É a terra e a via dos pobres, dos simples e dos modestos, daqueles que a natureza maravilha até nas suas mais modestas manifestações. De extrema facilidade, requer, apenas, apen as, a presença do artist artista, a, porque o m isterioso isterioso lab or se se cumpre cum pre por p or si m esmo esm o e se perf pe rfaz az em sete sete ou o u nove n ove mes meses no máximo. Esta via, ignorada pela maioria dos alquimistas pratican pra ticantes, tes, elab el ab ora-se ora -se inteira in teiram m ente en te no crisol criso l ou cadi ca dinh nho o de de terra refratária. refratária. É essa via que qu e os grandes gran des mestres m estres nome nom eiam um trabalho de mulher e uma brincadeira ou jogo jogo de crianças; é a ela que aplicam o velho axioma hermético: Um a única mat m atéria, éria, uma um a una re, una via, una dispositione. Uma única vasilha, um único forno. Tal é o vaso de terra, vaso desprezado, desprez ado, vulgar vulga r e de emprego em prego comum com um,, “que “que toda a gente tem à frente dos olhos, que nada custa e se encontra em casa de todos, mas ninguém pode, porém, conhecer sem revelação”.8 Canseliet Cans eliet se s e refere às duas vias da s eguinte ma m aneira: Falam os, desde o início, início, claram claramente ente e sem rodeios, que o vaso vaso da via úmida não n ão é o mesmo m esmo que o da via seca. Na primeira prim eira o composto com posto é introduzido introduz ido em um m atra atraz de vidro totalmente estranho a ele; na segunda, do composto muito diferente, se desprenderá a parede que assegurará a sua proteção pro teção.. Consequentem Consequ entemente, ente, temos, temo s, de um a parte, o ordinário m atraz da quími qu ímica, ca, que se lacrará la crará cuidad cui dadosam osam ente, ente, segundo o m elhor elho r procedim ento; de outra parte, o ovo composto, com posto, que aguarda agua rda apenas ap enas ser colocado colo cado no n o ninho, ni nho, para ser chocado. chocado. O estudan estudante te sabe sab e pois po is que a via úm ida possui o seu m atr atraz de 8
As Mans Ma nsões ões Filos Fil osofai ofai s, Fulcanel Fulcan ellili , págs pág s. 327 e 328. 32 8.
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vidro vidro no b anho de areia, areia, sobre sob re a lâmpada lâmpa da ou queim ador, e que a via seca seca instala seu ovo no crisol crisol em m eio ao forno. Exat Exatam amente, ente, o prim eiro dos com postos postos é lí l íquido e o segundo, sólido; um é a amalgama expandida do ouro m etálico e do az a z ougue, ougu e, o outro, outro, a indissolúvel união u nião do our ouro 9 verde verde e do az a z ougue, amb am b os filosóf filosóficos. icos.
Fulcanelli tam também bém s e refere refere às duas vias vias em outras outras ocasiões como, por exem exemplo, plo, nest nes ta pass agem: A dissol di ssoluçã ução o do ouro ou ro alqu al quím ímico ico pelo pe lo dissol di ssolven vente te Alk aest ae st caracteriz cara cteriz a a prim pri m eira ei ra via; via ; a do ouro ou ro vulga vul garr pelo pe lo nosso nosso m ercúrio ercúrio indica a segunda.10 Neste Nes te caso cas o a primeira prim eira via a que o Adepto Adepto se refere refere é a breve, breve, e a segunda, s egunda, é a longa. Estes textos esclarecem muito bem sobre as diferenças diferenças exis existent tentes es entre entre as duas vias, ias , faz fazendo, endo, inclusiv inclus ive, e, referênc referência ia às diferent diferentes es s ubstâncias ubstâncias empregada em pregadass . A via úmida ou longa é dispendiosa, dis pendiosa, mais m ais demorad dem orada a, exige mais trabalho e é mais difícil de executar, sendo no entant entanto o a m ais conhecida conhecida e a m ais divulgada. divulgada. Esta via parte do ouro comum, convenientemente preparado, dissolvido no mercúrio filosófico e cozido seguidamente em matraz de vidro hermeticamente fechado. Nesta via, as três Pedras ou Medicinas devem ser Athan or ou forno filosófico que é submetidas à cocção no Athanor um forno forno especial, es pecial, com banho banh o de areia, para receber receber o ovo filosófico ; o qual é o matraz de vidro com o mercúrio e o corres espondem pondem à clara clara e à gem a. enxofre, que corr Fulcanelli diz o seguinte ao analisar outro baixo-relevo do Cast Cas telo de Dampierr Dam pierre: e: Esta composição marca o termo das três pedras ou sucessivamente, ente, as quais quai s são são medicinas de Geb er, ob tidas sucessivam designadas pelos filósofos com os nomes de Enxofre filosofal a primeira; Elixir ou Ouro potável a segunda; 9
La al a l qui mi a expl i cada sobre sobre sus sus textos clásicos clásicos,, Cansel Canselii et, pág. pá g. 222 22 2. O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, pág. 139.
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últim a. Pedra filosofal , Absoluto Absoluto ou Medicina universal a últim Cada uma destas três pedras teve de ser submetida à cocção cocção no n o Athanor, prisão da Grande Ob ra... ra...11
A via seca ou breve , que alguns chamam de Regime de Saturno, não não é dispendiosa, dis pendiosa, leva leva bem m enos tempo em po e é de fácil execução. execução. Ela é totalm totalm ente realiz real izada ada em um cadi cadinho ou crisol cris ol de terra terra refrat refratária, ária, subm sub m etido a altas temperaturas, temperaturas, de modo a manter as matérias no maior grau de fluidez, durante durante o tempo necessário. necess ário. O final da operação é marcado pelo rompimento expontâneo do crisol, deixando à vista, em seu interior, a Pedra Filosofal já terminada. Porém, quem desconhece a maneira correta de operar, corre corre um s ério risco de explos explosão. ão. Uma forma de se diminuir os riscos consiste em reduzir a mistura empregada a um pó muito fino, em um almofariz. Depois, ir adicionando esta mistura pouco a pouco, por meio de colheradas, ao crisol, aquecido até o rubro. Tratarem rataremos os dest des te procedimento procedimen to ao falarm falarmos os s obre a prática. Esta via é a menos conhecida, sendo pouco citada pelos pelos m estres. estres.
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As Mansões Filosofais, Fulcanelli, pág. 304.
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Capítulo IX
A cores da Obra Obr a Durante o decorrer da Obra alquímica temos uma s ucess uces s ão de cores, cores , que podem pode m s er obs o bserv ervadas adas no interior do úm ida. vaso as o alquímico, alq uímico, na via úmida Exis Existem tem três cores predom inantes inan tes:: o preto, o bran branco e o verme vermelho. lho. A cor negra neg ra é a prim eira que aparece, apa rece, no início da Obra, sendo atribuída atribuída a Saturno. Saturno. Os Os alquimis alquim istas tas referem-se referem-se a ela como Chumbo dos Filósofos, dragão negro, corvo ou s endo ass as s ociada à terra, à noite, noi te, à mo m orte e cabeça cab eça de corvo corvo, sendo à putrefaç putrefação. ão. É o indício indício de que as matér m atérias ias iniciais morreram, isto é, através da reação ocorrida entre elas, deixaram de existir, estão se transformando em algo diferente, perdendo as suas naturezas, as suas características. Este negro deve ser lavado ou purificado pelo acréscimo acréscim o de d e outr o utra a s ubstânc ubs tância, ia, até obterm obterm os a cor branca, ass as s ociada à pureza. pureza. Esta operação é denominada denom inada decapitar corresponde ponde à purificação purificação o dragão ou decapitar o corvo e corres da m atéria, atéria, ao renascimento, à pass pas s agem da noite para o dia, da morte para a vida, significando que, da união das matérias iniciais, mortas na fase de putrefação, obtivemos uma um a nova nova subs s ubsttância, m ais nobre e m ais pura. Finalmente, Finalm ente, terem teremos os a cor verm vermelha elha,, símbolo sím bolo do fo fogo, indicando a completa maturação, a consecução final da Obra, a obtenção da Pedra Filosofal sob a forma de cristal ou pó vermelho, correspondendo à predominância do espírit es pírito o sobre s obre a m atéria, a soberani so berania, a, o poder, o apos tol tolado. Alé Além m des tas três colora co lorações ções principa prin cipais is exis existe tem m outras, de menor importância, que se manifestam durante a Obra alquímica. Alguns Alguns autores autores s e referem referem ao amarelo am arelo ou citrino citrino,, à cauda do pavão e às cores do arco-íris. Estas cores, em núm ero de três, três, Segundo Fulcanelli: Estas desenvolvem-se segundo a ordem invariável que vai do 43
negro ao vermelho, passando pelo branco. Mas como a naturez natureza, a, segundo segundo o velho adágio - Natura Na tura non facit saltu sa ltuss - nada faz brutalmente, há muitas outras intermédias que aparecem entre essas três principais. O artista faz pouco caso delas porque são superficiais e passageiras. São apenas um testemunho de continuidade e de progressão das m utações internas. in ternas. Quanto Quanto às cores cores essenciai essenciais, s, duram mais tempo que esses matizes transitórios e afetam profund pro fundam am ente en te a própria próp ria m atéria, atéri a, marca m arcand ndo o um a mud m udan ança ça de estado estado na sua constituição constituição quí qu ím ica. Não se trat trata a de tons fugazes, mais ou menos brilhantes, que cintilam na superfí superfície do b anho, mas sim de d e colorações colorações na massa qu e mass a que se manifes m anifesttam exteriormente exteriormente e assim assimilam ilam todas as outras. outras. Será bom b om,, cremos crem os nós, precisar este este ponto important im portante. e. Estas fases coloridas, especificas da cocção na prática prá tica da Grande Grand e Obra, Ob ra, serviram servi ram sem pre de protótipo pro tótipo simbólico; atribuiu-se a cada uma delas uma significação precisa pre cisa e, e , m uitas ui tas vezes, vez es, bastan b astante te extensa para p ara expri e xprim m ir so sob 12 o seu véu certas verdades concretas. concretas. Esta última observação é muito importante, pois esclar es clarece ece que as cores cores s ão especí es pecífficas da cocção, s endo no entanto empregadas simbolicamente para se referir a outras outras fases da Obra. Obra. Mais adiante Fulcanelli torna torna a se referir referir a este es te tema em a citando citando uma um a legenda encontrada encontrada em um quadro hermético: não vos fieis demasiado na cor , lembrando que alguns autores autores s e referem referem às cores cores de modo m odo sim s imbólico, bólico, para trat tratar ar de outras outras fases da Obra. Obra. Vejamos ejam os o que diz Limojon Lim ojon de Sain-Didier na Primeira Chave da sua Carta aos Verdadeiros Discípulo Discípuloss de Hermes Herm es Contendo as Seis Principais Chaves da Filosofia Secreta : Antes de prosse p rossegu guir, ir, ten tenho ho um u m consel con selho ho a dar-vo d ar-vos, s, que qu e não nã o vos será de pequena valia; é fazer reflexões sobre que as operações de cada uma das três obras, tendo muita analogia e relação umas com as outras, os Filósofos falam delas dela s propositadam propositadam ente em termos term os equívocos, equívocos, a fim de que 12
O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, pág. 114.
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aqueles que não têm têm olhos de lince não notem a mudança, m udança, perde pe rdend ndo-se o-se neste ne ste lab la b irinto, iri nto, do qual qu al é b em difí di fícil cil sair. sa ir. Com efeito, efeito, quando im i m aginam os que falam falam de d e uma ob ra, tratam ratam freqüentemente de outra, guardai-vos pois de não vos deixardes aí enganar: pois é fato fato que em cada ob ra o sábio sáb io Artista deve de ve dissol di ssolver ver o corpo corp o com o espírito, esp írito, deve d eve cortar a cabeça do corvo, embranquecer o negro e avermelhar o b ranco; é todavia propriam ente na prim eira operação, ope ração, que que o Sábio Artista corta a cabeça ao negro dragão, e ao corvo. Hermes diz que é daí que nossa arte principia, “quod ex corvo corvo nascitur, nascitur, hujus huj us art a rtis is est e st principium principi um”. ”. Considerai Consid erai que é pela pe la separa sep aração ção da fumaça fum aça negra ne gra,, suja suj a e m al cheiro che irosa sa do negro nigérrim ni gérrimo, o, que se form forma a nossa pedra astral, astral, branca, b ranca, e resplandecente, que contém em suas veias o sangue do peli pe lican cano; o; é nesta ne sta prim pri m eira ei ra purifica pu rificação ção da pedra pe dra,, nesta ne sta b rancura rancura luz ente, que termina a primeira prim eira Chave da prime prim eira 13 obra.
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O Triunfo Herméti Herméti co, Limojon Limo jon de SaintSai nt-Didie Didierr, págs.: págs.: 143 e 144.
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Capítulo X
A pr pr ática áti ca da Alquimia Alqu imia Todo aquele que deseja des eja aprofundar-se aprofundar-se em Alquimia, lquim ia, deve primeiramente se dedicar ao estudo das obras dos m est es tres tradicionais. tradicionais. Atrav Através és da leitura le itura e da medi m editação tação irá grada g radativ tivam amente ente penetrando o véu que recobre os s eus es critos critos,, adquirindo uma idéia da Obra completa, dos pormenores de cada etapa, etapa, das s ubst ubs tâncias em pregadas pregadas , etc. etc. Já falam falamos os s obre as dificuldades que aguardam tod todo o est es tudioso: A tradiç tradição ão alquím alquím ica impõem restrições restrições à sua s ua divulgação de modo que a linguagem é alegórica, há os autores invejosos que procuram desnortear os iniciantes com informações inform ações errôneas, errôneas , o sim s imbolis bolism m o empregado em pregado pelos diversos autores para se referir a uma mesma operação geralmente geralm ente é diferente, diferente, jamais jam ais encontrarem encontraremos os em um úni único tratado todas as indicações necessárias à realização completa com pleta da Obra, etc. etc. É necessário um bom conhecimento de Química, principalmente de práticas de laboratório, pois o trabalho alquímico envolve diversas substâncias e equipamentos e várias manipulações, que são comuns a todo químico, porém porém que podem podem ser perigosos perigosos para para os leigos. leigos. Ale Alem m dis s o é precis preci s o ter em m ente en te que o trabalho trabal ho alquímico assemelha-se muito mais a uma receita de cozinha, do que a uma experiência da química atual, conforme afirmam os mestres. Desta forma, existem variações nos processos, como na preparação de uma receita caseira para a fabricação do pão, do vinho ou da cerveja. As receitas passam de pessoa a pessoa, de geração a geração. O procedimento geral, a receita, é sempre a mesma, mas nunca se obtém o mesmo pão, o m esm es m o vinho vinho ou a mes m esm m a cerv cerveja. A m esm es m a pess pes s oa, cada 46
vez que executa uma mesma receita, obtém sempre um resultado resu ltado diferente. diferente. Limojon de Saint-Didier Saint-Didier nos diz em s ua Carta: Afirmo-vo Afirm o-voss sincera sin ceram m ente en te que qu e a prática prá tica de nossa n ossa arte a rte é a mais difícil cousa do mundo, não quanto às suas operações, mas quanto às dificuldades que possui, em apreender distintamente, nos livros dos Filósofos: pois, se por po r um lado la do é cham cha m ada, ad a, com raz ão, ão , jog j ogo o de criança cria nças, s, por p or outro, ela requer, req uer, naqueles naquele s que procuram a verdade por p or se seu trab trab alho al ho e est e stud udo, o, um conhecim conh ecim ento profundo profun do dos d os Princ Princípios e das operações da natureza, nos três gêneros; mas particul pa rticularm arm ente, en te, no m inera in erall e m etálico etál ico.. É grand gra nde e coisa coi sa encontrar a verdadeira matéria, que é o sujeito de nossa obra, para tanto é necessário penetrar mil véus obscuros, com que ela foi envolvida; deve-se distingui-la por seu própri pró prio o nom no m e, dentre de ntre um m ilhã il hão o de nom n om es extraordi extrao rdiná nário rios, s, com que os Filósof Filósofos os diversamente a exprimiram ; deve-se deve-se compreender todas as suas propriedades e julgar sobre todos os graus grau s de perfeição, que a arte arte é capaz de d e dar-lhe; deve-se conhecer o fogo secreto dos sábios, que é o único agente agen te que pode po de ab rir, sub lim ar, purificar e dispor a matér m atériia a ser reduzida em água; deve-se para isso penetrar até à fonte divina da água celeste, que opera a solução, a animação e purificação da pedra; deve-se saber converter nossa água metálica em óleo incombustível pela inteira solução do corpo, de onde ela tira sua origem, e para este efeito, deve-se fazer a conversão dos elementos, a separação e a reunião dos três princípios; deve-se apreender com o dela se deve fazer az er um Merc Mercúrio úrio b ranco, e um Mercúrio citrino; deve-se fixar este Mercúrio, nutri-lo de seu próprio sangue, sangue , a fim de que q ue se converta converta no n o enxof en xofre re dos Filósofos. Eis quais são os pontos fundamentais de nossa arte; arte; o resto resto da ob ra se encontra assaz ensinado ensin ado nos livros livros dos Filósofos, para não ter necessidade de mais ampla explicação.14 14
O Tr T riunfo iun fo Herméti Herméti co, Saint-Did Saint-Didier, ier, págs. págs. 140 e 141.
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Também é importante saber que as operações alquímicas possuem diferenças das operações químicas comuns. Essa diferença pode ser a influência celeste, conform conforme e veremos erem os adiante, ou a pres presença ença de um elem e lemento ento catalis catalisador, ador, como o fogo secreto , na calcinação filosófica filosófica. Na calcinação comum com um temos apenas uma um a subst s ubstâ ância submetida à ação do fogo, enquanto que na calcinação filosófica temos a ação conjunta conjunta do fogo comum com um e do fogo secreto. Vejamos ejam os como Fulcanelli esclarece es clarece esta es ta diferença: diferença: Na violência violên cia da ação ígnea, as porções com comb b ustív ustíveis eis do corpo são destruídas; só as partes puras, inalteráveis, resistem e, embora muito fixas, podem extrair-se por lixiviação. Tal é, pelo menos, a expressão espagírica da calcinação, calcinação, sem elhança de que os autores autores se se utilizam para servir servir de exem exemplo plo à idéia idé ia geral que se deve ter ter acerca acerca do trabalho hermético. No entanto, os nossos mestres na Arte têm o cuidado de chamar a atenção do leitor para a diferença fundamental existente entre a calcinação vulgar, tal como se realiza nos laboratórios químicos, e a que o Inicia In iciado do realiz rea liz a no gab g ab inete ine te dos filó filósofos. sofos. Esta Esta não nã o se ef efetua por po r m eio ei o de qual qu alqu quer er fogo vulga vul gar, r, não n ão nece n ecessita ssita do auxíli a uxílio o do revérbero mas requer a ajuda de um agente oculto, de um fogo secreto, o qual, para pa ra dar uma um a idéia da sua forma, se assemelha mais a uma chama. Este fogo ou água ardente é a centelha vital comunicada pelo Criador à matéria inerte; é o espírito encerrado nas coisas, o raio ígneo, imorredoiro, encerrado no fundo da substância ob scura, scura, inform inform e, frí frígida gida..15 São tais tais diferenças diferenças que levam levam Canseliet Cans eliet a afirm afirmar: ar: Sem negar, de nossa parte, o valor e a exatidão das operações da química, ordinariamente ordinariam ente b em conhecidas do 15
O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, pág. 113.
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técnico, devemos devem os ter ter em m ente que, sob os nomes nom es que são comuns, as da alquim alqui m ia são profundamente profundam ente diferent diferentes. es.16
Alé Além m dis s o, algun al gunss autores autore s costum cos tumam am dar os m ais variados e extravagantes nomes, para uma determinada operação, a qual muitas m uitas é vez vezes es é bast bas tante sim ples. ples . Vejamos o exemplo dado por Flamel sobre os diferentes diferentes nomes nom es atribuídos atribuídos à fase corres correspondent pondente e à solução do composto, a sua liquefação sob a influência do fogo, provocando a sua desagregação , com o aparecimento da cor negra : Portanto esta negritude e cores ensinam claramente que neste início a matéria ou o composto começa a apodrecer e dissolver dissolver em pó m ais miúdo miúd o que os átom átomos os do Sol, que depois vêm a ser água permanente. E esta dissolução é chamada pelos filósofos invejosos morte, dissolução e perdição, porque as naturezas mudam de forma. Daí surgiram tantas alegorias sobre os mortos, tumbas e sepulcros. Outros a chamaram calcinação, desnudação, separação, trituração, assadura, porque as confecções são mudadas e reduzidas em minúsculos peda pe daços ços ou partí pa rtícul culas. as. Ainda Ain da outros, ou tros, reduçã red ução o à prim pri m eira ei ra matéria, molificação, extração, mistura, liquefação, conversão dos elementos, sutilização, divisão, humação, impastação, e destilação, devido a que as confecções são liqüefeitas, reduzidas a semente, abrandadas, e circulam pelo pe lo m atraz . E por po r outros ou tros xir, putrefação pu trefação,, corrupçã corru pção, o, sombras cimerianas, báratro, inferno, dragão, geração, ingressão, submersão, compleição, conjunção, e impregnação, pelo que a matéria é negra e aquosa, e as naturezas naturez as se m isturam isturam perfeitam perfeitamente, ente, e se conservam umas mas às outras.17
16 17
La alquimia explicada sobre sus textos clásicos, Canseliet, pág. 201. O Livro das Figuras Hieroglíficas, Flamel, pág. 84.
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Capítulo XI
A influê inf luênc ncia ia celes ce leste te L’Alchimie ie Expliquée Expliqué e Sur Ses Segundo Cans eliet, em L’Alchim Textes Textes Classiqu Cl assiques es (A Alq Alquim uim ia Explicad Expl icada a Sob re Seus Tex Textos Clássicos), devemos atentar primeiramente para os aspectos exteriores como a instalação do laboratório, que deve deve s er em um local tranqü tranqüilo, ilo, o m ais afastado afas tado possí possível dos grandes centros centros e da poluição. O início início dos trabalhos trabalhos deve deve s er na Primav Prima vera, dando-se preferência aos dias límpidos e às noites estreladas estreladas.. Muitos autores se referem à influência do céu e dos astros, particularmente, do sol e da lua, na realização da Grande Obra. Obra. Porém Porém,, tais tais citações citações s ão geralmente geralm ente vagas vagas e obscuras, pois est es te, certam certament ente, e, constitui constitui um dos m aiores arcanos da d a Obra. Obra. Jacques Bergier, que era engenheiro químico, foi a pessoa com maior conhecimentos da Química atual, que m ais s e aprofundou aprofundou na prática prática da Alquim ia, tendo chegado m uito uito próxim próximo o de alguns dos m aiores arcanos arcanos desta arte. arte. Segundo ele, um alquimista lhe confidenciou que tornar um corpo filosófico, isto é, com determinadas caracter características ísticas que o tornam tornam próprio ao trabalho trabalho alquímico, alquími co, depende de física e não de química; o que foi interpretado por Bergier com como o uma um a referência referência à luz da lua cheia. cheia . Fulcanelli diz o s eguinte: Primeiramente, é indispensável conhecer o que os Antigos Antig os desig de signa navam vam pelo pe lo term o b astante astan te vago de d e espíritos. Para os alquimistas, os espíritos são influências reais, se bem que fisicamente quase imateriais ou imponderáveis. Atuam de m anei an eira ra misteri m isteriosa osa,, inexp in explilicáve cável,l, inconh inco nhec ecíível mas mas eficaz, sobre as substâncias sujeitas à sua ação e prepa pre parad radas as para pa ra os receb rece b er. A radiaçã radi ação o luna lu narr é um desses de sses espíritos espíritos herm éticos.18 18
As Mansões Filosofais, pág. 112, Fulcanelli.
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Limojon de Saint-Didier se expressa da seguinte forma: Disse-v Disse-vos os claram claramente ente e sem sem amb am b igüidade que q ue o Céu Céu e os Astros, mas particularmente o Sol e a Lua, são ex princípi pri ncípio o desta de sta fonte de água ág ua viva que qu e faz opera op erarr todas toda s as m aravilhas de que sabeis. sab eis. É o que faz faz dizer diz er o Cosm Cosm opolita, em seu enigma, que na Ilha deliciosa, de que faz a descrição, não havia água; água ; e toda toda aquela aque la que se procurava trazer, por máquinas e por artifícios, “era ou inútil ou envenenada, exceto aquela que poucas pessoas sabiam extrair extrair dos raios do Sol ou da Lua”. Lu a”.19 Canseliet cita um manuscrito existente no Museu de Histór His tória ia Natural de Paris Paris,, no qual está es tá escrito: escrito: Todo m undo sabe sab e hoje ho je em e m dia que a luz que a lua nos envia não é senão um reflexo da luz solar, à qual vêm mesclar-se a luz dos outros astros. A lua é portanto um receptáculo e um lugar comum do qual todos os filósofos têm falado; ela é a fonte da sua água viva. Se vós quereis reduzir reduz ir em água os raios do sol, escolhei o m omen om entto em que a lua l ua no los transmite transm ite com ab undância, undâ ncia, ou seja, quand quan do está cheia ou se aproxima da sua plenitude; pl enitude; tereis por este este m eio a água ígnea dos do s raios do sol e da lua em sua maior m aior forç força a.20 Portanto, Portanto, determ determ inadas operações devem devem s er efetuadas sob a ação da luz da lua cheia. Porém, esta influência não se faz notar em uma substância qualquer. Apen Apenas as determ inadas ina das s ubs tâncias tância s , empreg em pregada adass no trabalho alquími alqu ímico, co, poss pos s uem a propriedad prop riedade e de atrair, como um um ímã, mã, e captar estas influências. Canseliet nos fornece ornece indicações indicações s obre uma um a reação reação realizada sob a influência do luar, citando uma frase de Via gens ns de Guliver Guli ver : “Que Jonathan Swift, extraída de As Viage m ina pode po de unicamen uni camentte sacar de Mart Marte e o leão precipitado?” 19 20
O Triunfo Hermético, Limojon de Saint-Didier, pág. 114. La Alquimia explicada sobre sus textos clásicos, Canseliet, pág.107.
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A m ina in a corres ponde pon de à parte pa rte minera mi nerall do com pos to, to, isto sto é, ao minério mi nério empregado. em pregado. Mart Marte e corresponde correspond e ao m etal, que provav provavelm elmente ente é o próprio ferro, ferro, cujo símb s ímbolo olo é exatam exatamente ente Marte. O leão corresponde ao precipitado produzido na reação, efetuada efetuada s ob a luz l uz da lua cheia. Este Es te precipitado precipi tado corres ponde pond e a um compos com posto to de ferro, de coloração verde, o que justifica chamá-lo leão verde, termo empregado por muitos alquimistas para designar o primeiro prim eiro dos agentes ag entes que entra na elaboração do dissolvente universal ou Alk aest ae st , também denominado Vitríolo, vitríolo verde, esmeralda dos filósofos, orvalho orvalho de m aio, orvalho do céu (flos cœli cœli)), erva saturnina, etc. No decorrer das operações o perações,, este compos com posto to adquire a 21 verme lho ou coloração vermelha , tornando-s tornando-se e então o leão vermel ouro hermétic herm ético o. Sendo Sendo esta es ta operação denom de nominad inada a extr extraç açã ão do enxofre enxofre verm verm elho e incom b ustí ustível .
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Os compostos de ferro podem adquirir, entre outras, as colorações verde e vermelho-sangüíneo.
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Capítulo XII XII
As matérias matér ias emp empr egadas egadas Encontramos referências de que a Pedra Filosofal é compos comp osta ta por uma um a única subs s ubstânc tância, ia, por duas, duas , por três três,, por quatro quatro e até por cinco cinco subs s ubstânc tâncias ias diferentes. diferentes. Limojon de Saint-Didier esclarece esta aparente contradição em seu Diálogo de Eudoxo e Pirófilo sobre a Antiga Antig a Guerra dos d os Caval Ca valei eiros ros: Assim com o os sucos suco s extraídos extraído s de m uitas ui tas ervas, erva s, depurados de seu bagaço e incorporados conjuntamente, compõem compõe m a confecç confecção ão de um a só e mesma me sma espécie, assim assim os Filósofos chamam, com razão, sua matéria preparada, uma um a só e m esma coisa; se b em que não se ignore que que é um composto natural natural de algum as sub sub stâncias stâncias da mesm a raiz e de um a m esma espécie, espécie, que perfaz perfazem em um todo completo e homogêneo; nesse sentido os Filósofos estão de acordo; mesmo que digam que sua matéria é composta de duas coisas, e outros, de três, uns, de quatro, e outros ainda, de cinco, cinco, aqueles enfim enfim,, que é um a só coisa.22 Basilio Basi lio Valentin se refere refere a este es te ass as s unto da seguinte se guinte maneira: Fiz m enção e revelei que todas as coisas coisas são tiradas tiradas e com postas de três sub stâncias, stâncias, de m ercúrio, enxofre enxofre e sal. O que é verdadeiro verdadeiro tam tamb b ém demonst dem onstrei. rei. Mas saibas, ademais, que a Pedra é confeccionada de um , de dois, do is, de três, de quatr qu atro o e de cinco: De cinco, quer dizer, da quintessência de sua substância; de quatro, pelo que se entende pelos p elos quatr qua tro o elem ele m entos; de três, três, que são os três princípios das coisas; de dois, que são certamente a dupla subst sub stância ância do m ercúrio; ercúrio; de um, um , isto isto é, o primeiro ser de tudo, o qual se originou originou do verbo verb o da prim primeira eira criação criação ou fiat.
22
O Triunfo Herméti Herméti co, Limojon Limo jon de SaintSai nt-Didie Didierr, págs. págs. 79 e 80.
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Para o são julgamento, muitos equívocos poderiam nascer de tais palavras pala vras;; por isso, para ter a b ase e a idéia i déia da ciência que se deve seguir, primeiro prime iro falarei falarei brev b revem emente ente do m ercúrio; ercúrio ; sem segund segu ndo o luga lu gar, r, do enxofre; e nxofre; em terceiro, do do sal – pois po is são as a s essência essên ciass de nossa no ssa matéri m atéria a da Pedra Pe dra..23
Vários autores s e referem a es te ass as s unto dizen dizend do que muitos buscam nas mais variadas substâncias, dos reinos mineral, vegetal e animal, as matérias da Obra; porém, é seguramente no reino m ineral que devem os encontráencontrá-las. las. Vejamos o que diz Roger Bacon em O Espelho da Alqui Alq uim m ia : É m uito surpreendente surpreendente ver pessoas pessoas háb eis trab trabalhar alhar com sub stân stâncias cias anim an imai ais, s, que constituem um a m até atéria mui muito distante, quando têm à mão, nos minerais, uma matéria suficientemente próxima. É possível que alguns filósofos tenham relacionado tais matérias com a Obra, porém o fizeram iz eram de m odo alegórico. alegórico.24 Limojon de Saint-Didier, em sua Carta nos diz o seguinte: Recordai-vos, senhor, que os Filósofos afirmam que se deve apartar tudo o que foge ao fogo, e que nele se consome, tudo o que não é de uma só natureza, ou ao m enos, de origem m etálica. etálica. Como seria possível aperfeiçoar um metal por outra forma que não por uma substância metálica puríssima e exaltada a seu grau último de perfeita tintura e fixidez, por uma longa decocção no licor mercurial que os Filósofos descrevem?25 Limojon de Saint-Didier também esclarece nesta Carta que o orvalho orvalho ou o u rocio não entra e ntra na Obra. Obra. Os termos orvalho de maio e orvalho do céu (flos cœli) empregados por alguns alquimistas, levou muitos a 23 24
As Doze Chaves da Filosofia, Basilio Valentin, págs. 140 e 141. T extos Básicos Básicos de Al quimi qui mi a, pág. 50. 25 O Tr T riunfo iun fo Herméti Herméti co, Saint-Did Saint-Didier, ier, págs. págs. 164 e 168.
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acreditarem que o mesmo fosse realmente utilizado, inclusive muitos espagiristas utilizavam o orvalho, colhido com com panos panos estendidos, estendidos, em em s uas m anipulaç anipulações. ões. Fulcanelli é bas tante tante claro a este es te res respeito: peito: Sabe-s Sab e-se, e, além disso, disso, que o rocio de Maio (orva lho o de M aio (orvalh maio) ou Esmeralda dos filósofos é verde verde e que o Adepto Cyliani declara, metaforicamente, este veículo indispensável para pa ra o trab alho al ho.. Tamb Tam b ém não nã o quere qu erem m os, com isto, insinu insi nuar ar que é preciso recolher, a exemplo de certos espagiristas e das personagens do M utus mês utus Liber Liber , o orvalho noturno do mês de Maria, atribuindo-lhe qualidades que sabemos que ele não possui. p ossui. O rocio dos sapientes sapien tes é um sal e não uma um a água água, m as a coloração coloração própria desta desta água á gua serve serve para designar designar a 26 nossa nossa m atéria. atéria. Na verdade estes termos são empregados como sinônimos de Vitríolo, Vitríolo verde, Esmeralda dos Filósofos, Erva Erva Saturnina, Saturnina , Pedra vegetal veg etal e Leão verde verde, todos eles utiliz utilizados ados para designar des ignar o primeiro dos componentes ae st . empregad em pregados os na preparação preparação do dissolvente ou Alk aest O prim primeiro eiro agente a gente m agnét agné tico que qu e serve para prepara preparar o dissolvente – que alguns denominam Alkaest Alkae st – é chamado Leão verde, não tanto porque possua coloração verde verde m as porque não adquiriu os caract caracteres eres m inerais que distinguem quimicamente o estado adulto do estado que nasce. É um fruto verde e amargo, comparado com parado com o fruto fruto me tálica sobre sob re a qual a vermelho e maduro. É a juventude met evolução não atuou, mas que contém o germe latente de uma real energia, chamada mais tarde a desenvolver-se. São o arsênico e o chumb o, em relação à prata e ao ouro. É a imperfeição im perfeição at a tual de que sairá a m aior perfeição perfeição futura; futura; o rudimento rudim ento do nosso emb em b rião, o emb rião da nossa nossa pedra, a pedra pe dra do nosso no sso Elixir. Eli xir. Certos Adeptos, Ade ptos, Basile Basil e Valen Val entin tin entre en tre eles, chamaram-lhe Vitríolo verde, para expressar a sua natureza cálida, ardente e salina; outros, Esmeralda dos
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As mans ma nsões ões Filos Fil osofai ofai s, Fulcanell Fulcane ll i , pág. 487.
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Filósofos, Orvalho de Maio, Erva saturnina , Pedra vegetal , etc.27 Mas quais s ão as s ubst ubs tâncias utilizadas utilizadas? ? Jacques Bergier chegou muito mu ito próx próxim imo o das m atérias atérias empregad em pregadas as ao des crever crever o início dos trabalhos alquí alqu ímic micos: O nosso nosso alquim al quim ista ista começa com eça por m isturar isturar m uito b em, em , num alm ofariz de ágata, á gata, três três constituintes. constituintes. O primeiro, prim eiro, nu numa porcen po rcentage tagem m de 95 %, é um m inéri in ério: o: uma um a pirita pi rita arseni arse niosa osa,, por po r exem exe m plo, pl o, um m inéri in ério o de ferro que qu e contém con tém especialmente, como impureza, arsênico e antimônio. O segundo é um metal: ferro, chumbo, prata ou mercúrio. O terceiro é um ácido de origem orgânica: ácido tartárico ou cítrico. Vai moê-los e triturá-los com as mãos, depois conserva a mistura durante cinco ou seis meses. Em seguida segu ida aquece aqu ece tudo num nu m crisol. Aumenta Aum enta progressiv prog ressiva amen mente a temperat em peratura ura e faz faz com que q ue a operação dure cerca cerca de dez dias. dia s. Deverá Deve rá tomar tom ar certas precauções. precau ções. Há gases g ases tóxicos que se evolam: o vapor de mercúrio e sobretudo o hidrogênio arsenioso arsenioso que m atou m ais de um alquim al quimist ista, a, logo no início início dos trab trabalhos. alhos.28 Segundo Cans eliet, e concordamos plenam ente co com ele, as substâncias empregadas são três: um metal, um minério e um s al. O metal e o minério correspondem às duas s ubst ubs tâncias de naturez naturezas as opostas. No metal encontramos o princípio masculino, fixo, quente quen te e seco, designado por enxofre . No minério temos o princípio feminino, volátil , frio e úmido, designado por mercúrio. O sal sa l é a s ubs tância media m ediadora, dora, também tam bém denomin minada qual , conform conforme e o linguajar fogo secreto ou fogo filosófico, o qual, alquímico, excitado pelo calor vulgar ou fogo elementar , 27 28
O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, pág. 128. O Despertar Despertar dos Mági Má gicos cos,, Bergier Bergi er e Pauwels Pa uwels,, pág. pá g. 124. 1 24.
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neces s ário à lique l iquefação fação da m istura, is tura, efetua efetua as a s reaçõe reações, o que pri m eiro ei ro agen ag ente te corresponde à ação do fogo secreto ou prim s obre a m atéria atéria prima. O sal atua como fundente, fundente, isto is to é, uma s ubstânc ubs tância ia que misturada a outras faz com que elas se fundam a uma temperatur em peratura a mais m ais baixa. baixa. Ao Ao aquecerm aqu ecerm os a mis m istura tura o sal s al se s e funde, funde , dis di s s olve olvendo as demais substâncias, permitindo que as reações entre ambas ocorr ocorram. am. A função do m inério iné rio é realiz real izar ar a reincruação do metal. Segundo os alquimistas, os metais, ao serem extraídos dos seus minérios, encontram-se mortos, impróprios im próprios ao trabalho trabalho alquímico, alquími co, s endo representados represen tados por por uma um a árvore árvore seca. s eca. Porém, se s e forem forem colocados em uma um a terra terra que lhes s eja própria, própria , podem reviv reviver. er. Esta Es ta terra é o m inério e est es ta operação operação se denomina denom ina reincruação do met m etal. al. A árvores árvo res seca é um símb sím b olo ol o dos do s m etais etai s usuai usu aiss reduzidos reduzid os dos seus m inérios e fundidos, aos quais as altas altas temperaturas dos fornos metalúrgicos fizeram perder a atividade atividade que possuíam possuíam na sua jazida jaz ida natural. Por isso isso os filósofos os qualificam de mortos e os reconhecem como impróprios para o trabalho da Obra, até que sejam revivificados, ou reincruados segundo o termo consagrado, consagrado, por po r esse fogo interno in terno que qu e nunca nu nca os ab ando an dona na completamente. Porque os metais, fixados sob a forma industrial industrial que lhes conhecemos, conhecem os, conserv conservam am ainda, no mais m ais profund pro fundo o da sua sub stância, stânci a, a alm al m a que qu e o fogo vulga vul gar r enclausurou, comprimiu e condensou, mas que não pôde destruir. Os sábios nomearam esta alma fogo ou enxofre, pois po is ela el a é verdad verd adei eiram ram ente en te o agente age nte de todas tod as as mutaçõ m utações, es, de todos os acidentes acidentes ob servados servados na mat m atéria éria met me tálica, e é esta semente incombustível que nada pode arruinar por completo, com pleto, nem a violência violên cia dos ácidos ácido s fort fortes, es, nem o ardor da 29 fornalha. 29
As Mansões Filosofais, Fulcanelli, pág. 375.
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Esta operação, que os sapientes chamaram reincruação ou retorno ao primitivo estado, tem especialmente por ob o b jetivo jetivo a aquisição do enxofre enxofre e a sua revif revificação icação pelo m ercúrio ercúrio inicial. ini cial.30 Este dissolvente pouco comum permite a "reincruação" 31 do ouro natural, o seu amolecimento e o retorno retorno ao seu primeiro prime iro estado estado sob a forma forma salina, friável friável e m uito fundível. É este este rejuvene rejuvenescime scimento nto do rei que todos todos os autores assinalam, começo de uma nova fase evolutiva, person pe rsonifica ificada da,, no m otivo que qu e nos no s ocupa ocu pa,, por po r Tristão, 32 sobrinho sob rinho do rei Marc. Marc.
O fato fato do ouro entrar ou não na elaboração elabo ração da Pedra Filosofal ilos ofal sem pre foi foi muito m uito contr controv overs erso, o, pois alguns autores afirmam que sim e outros que, absolutamente, não. Esta aparente contradição é facilmente compreensível. Simplesmente que uns falavam sobre a via seca e outros s obre a via via úmida. úm ida. Vários autores são bem esclarecedores a este respeito. Vejamos algumas citações de Filaleto, acerca do emprego em prego do ouro: Quem quer que deseje possuir este Tosão de ouro, deve saber sab er que nosso pó aurífico, aurífico, que cham amos am os de nossa pedra pe dra,, é o Ouro, simpl sim plesm esm ente en te alçado alça do ao a o mai m aiss alto grau gra u de purez pu rez a e fixidez fixid ez sutil a que qu e pude pu derr ser levad le vado, o, tan tanto to por sua naturez natureza, a, quanto quanto pela arte de háb il operador.
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As Mansões Filosofais, Fulcanelli, pág. 383. torna r cru cru , o u se j a, remete T ermo ermo da técni ca herméti herméti ca que sign signifi ifi ca tornar emeter r para um estado anterior ao que caracteriza a maturidade, retroceder. (Nota Nota de Fulcanell i). 32 O mistério das Catedrais, Fulcanelli, pág.195.
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O mesm m esmo o ocorre com o nosso ouro: está está mort m orto, o, quer dizer, sua força vivificante está selada sob a escória corporal; no que se assemelha ao grão, com diferenças, porém po rém , em propo pro porção rção à gran g rande de distân d istância cia que q ue sepa se para ra o grão grã o vegetal do ouro metálico. E assim como este grão que perm pe rman anece ece im utável, utáve l, enqu en quan anto to está ao ar a r seco, é destruído pelo pe lo fogo fog o e vivificad vivi ficado o som ente en te na água ág ua,, tamb tam b ém o ouro ou ro,, que é incorruptível malgrado qualquer ataque e dura eternamente, é redutível apenas em nossa água, e então vive, e torna-se torna-se nosso ouro. o uro. Os Filósofos têm então razão dizendo que o ouro filosóf ilo sófico ico é diferente do ouro vulgar; e esta esta diferença reside na composição. Diz-se, realmente, que um homem está m orto orto quando ouviu sua sentença sentença de mort m orte; e; tamb am b ém se diz que o ouro está vivo quando mistura-se a uma tal composição, sub sub m etido etido a um tal fogo, no qual deve receber receber necessária e rapidamente a vida germinativa e mostrar, alguns algu ns dias m ais tarde, os efeitos efeitos de sua vida nascente. n ascente.33
Fulcanelli também faz citações sobre a utilização do ouro, e de que o seu s eu emprego em prego só s ó ocorre ocorre na via via úmida: úm ida: A dissol di ssoluçã ução o do ouro ou ro alqu al quím ímico ico pelo pe lo dissol di ssolven vente te Alk aest ae st caracteriz cara cteriz a a prim pri m eira ei ra via; via ; a do ouro ou ro vulga vul garr pelo pe lo 34 nosso nosso m ercúrio ercúrio indica a segunda. Um velho refrão espagírico pretende que a semente do ouro está no próprio ouro; não o contradirem os, com a condição de que se saiba de que ouro se trata, ou como convém convém colher essa essa semente sem ente lib erta erta do ouro vulgar.35 Com efeito, sab emos em os que o m ercúrio filosófico filosófico resul resulta da absorção de uma certa parte de enxofre por uma 33 34
Entrada Entrad a Aberta Abe rta ao Pal ácio áci o Fechado Fechad o do d o Rei , Fil Fi l al eto, eto , págs p ágs. 9, 42 e 43. O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, pág. 139. 35 As Mansões Filosofais, pág. 118, Fulcanelli.
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determinada determi nada quantidad q uantidade e de m ercúrio; é então indispensá indi spensávvel conhecer exatamente as proporções recíprocas dos componentes compon entes,, se se se opera pela p ela via antiga. Mas deve-se notar, por outro lado, que é possível substituir por ouro vulgar o enxofre metálico; neste caso, pode po dend ndo o sem pre o excesso e xcesso de d e dissol di ssolven vente te ser separad sepa rado o por destilação, o peso encontra-se remetido a uma simples apreciação apre ciação de consistência. con sistência. A b alança, ala nça, como com o se vê, consti constitui um índice precioso para a determinação da via antiga, da qual o ouro parece dever ser excluído. Ouvimos falar do ouro vulgar que não nã o sofreu sofreu nem exaltação nem ne m transfusão, operações que, m odificando as suas propriedades proprieda des a as suas caracterí característ sticas icas físicas, físicas, o tornam próprio para o trab trab alho. alho .36 O segredo da exaltação, sem o conhecimento do qual não se ob tém resultado, consiste consiste em aum entar – de um só jato ou o u gradativame gradativament nte e – a cor norm norm al do ouro puro pelo enxofre dum metal imperfeito, geralmente o cobre. Este fornece ao metal precioso o seu próprio sangue, por uma espécie de transfusão transfusão química. quím ica.37
Na via seca ou breve, o ouro não é utilizado, sendo empregado apenas no final, na etapa denominada tratarem aremos os no devido devido mom m omento. ento. fermentação, da qual trat Nesta via, a nosso ver, o metal utilizado é o ferro, o qual é citado citado por Jacques Jacques Bergier e, s egundo os princí p rincípios pios herméticos herméticos,, é o metal que m ais s e identif identifica ica com com o ouro. Vejamos ejam os o que diz Fulcanelli a es te res respeito: peito: Sabe-s Sab e-se e que a prata prata e o chum chumb b o têm têm entre entre eles uma um a simpatia muito acentuada; os minerais de chumbo argentí arge ntífero fero b em o provam pro vam.. Ora, Ora, com com o a afinid a finidade ade esta estabele belece a identidade química profunda desses corpos, é lógico pensa pe nsarr que qu e o m esm o espírito, esp írito, em prega pre gado do nas na s m esm as condições, nele determinará os mesmos efeitos. É o que 36 37
O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, págs. 133 e 134. As Mansões Filosofais, Fulcanelli, pág. 126.
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acontece com o ferro e o ouro, os quais estão ligados por uma estreita afinidade; quando os prospectores mexicanos acabam por descobrir uma terra arenosa muito vermelha, composta na sua maior parte por ferro oxidado, concluem que o ouro não está longe. Por isso consideram esta terra vermelha como a mineira e a mãe do ouro, e o melhor indício de um filão próximo. próxim o. O fato fato parece contudo b astante astante singular, singul ar, dadas da das as diferenças fís físicas icas destes destes dois m etais. Na categoria categoria dos corpos metálicos usuais, o ouro é o mais m ais raro de entre eles; o ferro, pelo contrário, é certamente o mais vulgar, o que se encontra encontra em toda parte, parte, não só nas m inas, onde ocupa jazigos consideráveis e numerosos, mas tamb am b ém dissem disseminado inado à superfí superfície do solo. solo.38
Alé Além m dis s o, o termo term o aço dos sábios é empregado m uitas vezes ezes para des ignar um dos componentes com ponentes da Pe Pedra. O Antimônio é citado, de forma alegórica, por alguns autores. Isto levou muitos pesquisadores a concluir, equivocadamente, que o mesmo é um dos materiais utilizados utilizados . Porém, Porém , Fulcane Fulcanelli lli nos adverte adverte contra tal equív eq uívoc oco o: Os mais instruídos em nossa cabala tradicional ficaram, sem dúvida, impressionados com a relação existente entre a via, o caminho traçado raçado pelo hieróglifo que assume a forma do algarismo 4, e o antimônio natural ou claram ente indicado ind icado sob este este vocáb ulo topográfi topográfico. stibium, claramente Com efeito, efeito, o oxi-sulfúreo oxi-sulfúreo de antimônio antimôni o natural chamava-s cham ava-se e entre os Gregos Στιµµι ou Στιδι ’;’; ora, Στιδια é o caminho, a ’) ou peregrino Στιδευζ ’) senda, a via que o investigador ( Στιδευζ percorre pe rcorre na sua viage via gem m ; é isso que qu e ele el e calca, cal ca, pisa aos a os pés pé s ( Στειδω ). Estas consid con sidera eraçõe ções, s, b asead ase adas as num nu m a exata exa ta Στειδω correspondência das palavras, não escaparam aos velhos m estres estres nem aos filósofos m odernos, oderno s, os quais, quai s, apoiando apoi ando--as com a sua autoridade, au toridade, contrib contribuír uíram am para espalhar espalh ar o nefasto nefasto erro erro de que o antim antimônio ônio vulgar era a m isteriosa isteriosa matéria da 38
As Mansões Filosofais, Fulcanelli, pág115.
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arte, lamentável confusão, obstáculo invencível onde esb arraram centenas centena s de pesqui pe squisado sadores. res. Desde Artéfio Artéfioss, que começa o seu tratado com estas palavras: “O antimônio é das partes de Saturno...”, até Filaleto, que intitula uma das suas obras: Expériences sur la préparation du Mercure phil philosop osophi hiq q ue par la Régule d’Antimoin d’Antimoinee martial mar tial étoilé et l’argent (Experiências sobre a preparação do Mercúrio filosófico pelo Régulo do Antimônio marcial estrelado e a prata), pra ta), passan pa ssando do pelo pe lo Char triomphal de l’Antimoine (Carro triunfal do Antimônio) de Basílio Valentim, e pela afirmação perigosa, no seu hipócrita positivismo, de Batsdorff, é simplesmente prodigioso o número dos que se deixam prender nessa nessa armadilha arm adilha grosseira. grosseira.39
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As Mans Ma nsões ões Filos Fil osofai ofai s, Fulcanel Fulcan elll i , págs pág s. 242 e 245. 24 5.
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Capítulo
XIII
A maté matérr ia prima A matéria prima ou pedra dos dos filósofo filósofoss é o mineral Ob ra, o qual, utilizado utilizado na Grande Obra qual , após a devida devida preparação, preparação, torna-se a matéria maté ria próxima próxima. Antig a Recordemos o que o autor anônimo de A Antiga Guerra dos Cavaleiros diz sobre a diferença entre a Pedra dos Filósofos ou Matéria Prima e a Pedra Filosofal : A prim pri m eira ei ra é o sujei suj eito to da qual qu al ela e la é verda ve rdade deira iram m ente en te Pedra, pois que é sólida, dura, pesada, frágil, friável; ela é um corpo (diz Filaleto), “pois escorre ao fogo como um metal”, é todavia espírito “pois é toda volátil”, ela é o composto, “é a pedra que contém a umidade, que se liqüefaz no fogo” (diz Arnaldo Arnaldo de Vilanova Vilanova em sua carta carta ao Rei de Nápoles) Nápole s).. É neste neste estado estado que ela e la é “uma “um a subst sub stância ância intermediária interme diária entr e ntre e o metal m etal e o mercúrio”, m ercúrio”, como com o diz o Aba Abad de Sinésius; é, enfim, nesse mesmo estado que Geber a considera, quando diz, em duas passagens da sua Suma “toma nossa pedra, isto é (diz ele) a matéria de nossa pedra pe dra”, ”, assim assi m com o se diria di ria,, toma tom a a Pedra Ped ra dos do s Filósofos, Filó sofos, que é a m atéria atéria da Pedra Pedra Filosofal. Filosofal. Fulcanelli fala da seguint s eguinte e maneira m aneira sobre o m inério utilizado: dos filósofo filósofoss, O seu nome tradicional, pedra dos representa esse corpo o bastante para servir de base útil à sua identif iden tificação. icação. Ele é, com efeito, efeito, verdade verdadeiram iramente ente pedra, pois po is aprese ap resenta, nta, ao sair sai r da m ina, in a, os caracteres cara cteres exteriore exteri oress comuns a todos os minerais. É o caos dos qua l dos sábio s ábioss, no qual os quatro elementos estão encerrados, mas confusos e desordenados. É o nosso velho e o pai dos metais meta is, estes lhe devendo a sua origem, pois que ele representa a prim pri m eira ei ra m anifestaçã an ifestação o terrestre. É o nosso no sso arsêni arsê nico, co, a cadmia, o antimônio, a blenda, a galena, o cinábrio, o colcotar, o auricalco, o realgar, o orprimento, a calamina, a túlia, o tártaro, etc. Todos esses minerais, pela via hermética, lhe prestaram a homenagem do seu nome. 63
Chama-se-lhe ainda dragão negro coberto de escamas, serpente venenosa, filha de Saturno, e “a mais amada de seus filhos”. Esta substância primária viu a sua evolução interrompida por interposição e penetração dum enxofre infecto e combustível, que empasta seu puro mercúrio, o retém retém e o coagula. E, se se bem b em que seja inteiram inteiramente ente volátil, volátil, este mercúrio primitivo, corporificado sob a ação secativa do enxofre enxofre arsenical, arsenical, tom toma a o aspecto aspecto de um a mass m assa a sólida, negra, densa, fibrosa, quebradiça, friável, cuja pouca utilidade a torna vil, abjeta e desprezível aos olhos dos homens.40 Canseliet faz os seguintes comentários sobre a m atéria atéria próxim próxima: a: De fato, nosso nosso Caos é uma um a terra erra mineral, min eral, no que diz respeito à sua coagulação, e sem dúvida é um ar volátil, porqu po rque e em seu interio in terior, r, em seu centro, cen tro, está o Céu Cé u dos do s Filósofos, centro que é realmente astral, irradiando a terra com sua luz até à superfíc superfície. ie. Sim, o Caos dos filósofos é uma terra mineral, um m inério, mais precisamente um sulfet sulfeto o sob re o qual Filaleto ilaleto nos disse, deve-se restituir, a esta matéria bruta, o espírito de vida, indispensável e latente, que possuía na mina, quando o grande Princípio o impulsionava do centro à periferi pe riferia. a.41
O minério empregado é portanto um sulfeto. Um sulfeto comum, conforme diversos autores. Levando em consideração todas as características citadas, somos levados levados a concluir, juntamente juntame nte com com Jacques Bergier, que o m inério utilizado utilizado é um a pirita, um s ulfeto ulfeto de ferro. atéria prim prima a, que é o nos Temos em os então então a m atéria no s s o minér m inériio. Devemos agora prepará-lo convenientemente, a fim de torná-lo a matéria próxima, cuja função será realizar a m etal. al. reincruação do met 40 41
As Mansões Filosofais, Fulcanelli, pág. 142. La Alquimia explicada sobre sus textos clásicos, Canseliet, pág.116.
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Primeiramente devemos desembaraçar o nosso minério, o nosso sulfeto, da sua ganga, das impurezas freqüentem reqüentement ente e s ilicosas. ilicosas . Devem Devemos os tritur triturá-lo á-lo pacientemente em um almofar alm ofariz iz e peneirá-lo até s e obter um pó muito m uito fino. fino. Este pó deverá ser colocado em um matraz de uns dois litros e submetido a um calor constante, a um grau bastante bas tante baixo, baixo, por longo lon go tempo. tem po. É a es ta fas fase e que qu e os text textos se referem ao falarem sobre o calor de esterco ou de galinha chocando os ovos. Após alguns dias, ao observarmos observarmos que não s e manif m anifes estta mais m ais alteraç alteração ão alguma, alguma, teremos a matéria próxima preparada para o trabalho alquímico. Esta matéria próxima que preparamos irá realizar a reincruação do metal que semearemos em seu seio, reduzido a limalhas. Ela é a terra própria ao desenvolvimento da semente metálica, representando ambos am bos o macho m acho e a fêmea fêm ea que qu e deverão deverão unir-s un ir-se e para ori originar uma um a nova nova criatura. Trata-se do casamento filosófico do qual nascerá o is to é, a Pedra Filosofal . nosso nosso menino meni no que será rei , isto
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Capítulo XIV XIV
O fogo secreto filosófico é Conform Conform e já vim vimos os,, o fogo secreto ou fogo filosófico um s al, também denominado sal dos filósofos. Limojon de Saint-Didier escreve no seu Diálogo de Eudoxo e Pirófilo sobre a Antiga Guerra dos Cavaleiros: o fogo secreto dos sábios é um fogo que o artista prepara segundo a arte, arte, ou ao a o m enos, que ele pode faz fazer er preparar por po r aquel aqu eles es que qu e têm um perfeito pe rfeito conhe con hecim cim ento en to da Química; Quím ica; e que esse fogo não é realmente quente; mas que é um espírito ígneo introduzido num sujeito da mesma natureza que a pedra, e, sendo mediocremente excitado pelo fogo exterior, a calcina, dissolve-a, sublima-a, “e a resolve em água seca”, seca”, tal tal como com o diz o Cosmopolita. Cosm opolita.42 Canseliet chama-o de m ediado edi adorr cristaliz cristali z ado, ado , bra branco e universal e comentando uma gravura em que um menino toca a imagem im agem do Criador no céu, com um a das m ãos, ãos , diz: diz: ...toma ..toma do céu o fluido e o transmite transm ite à Pedra cativa. ...é bastante eloqüente o lugar, inacessível à pessoa ordinária, de onde o alquimista recebe seu sal e seu fogo filosóficos e secretos.43 Certamente, temos aqui uma alusão às influências astrais, captadas através das irradiações da lua cheia, conform conforme e já vim vimos os.. an sõess No prefácio da segunda edição de As m ansõe Filosofais est es te mes m esm m o autor autor nos diz: diz: Entre Entre os sais que se se most m ostram ram idône i dôneos os para entrar entrar na composição do fogo secreto e filosófico, o salitre parecia dever ocupar um lugar im portante. portante. Pelo menos m enos a etimolog etim ologiia o deixaria presumir. Com efeito, o grego “nitron”, que designa o azotat az otato o de potássio, potássio, vulgarmente chamado n itro, itro, tira a sua origem orige m de “niptô” “ni ptô” ou “niz ô”, lavar; ora, sabe-se sab e-se que 42 43
O Triunfo Herméti Herméti co, Limojon Limo jon de SaintSai nt-Didie Didierr, págs. págs. 83 e 84. La al qui qu i m i a expl exp l i cada cad a sobre ob re sus textos te xtos clás cl ásii cos, cos, Canselie Cansel iett, págs. 134 e 136.
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os Filósofos recomendavam lavar com o fogo. Todas as purifica pu rificaçõe ções, s, todas toda s as suas sua s sub lim li m ações, açõ es, são feitas com o auxílio de lavagens la vagens ígnes, de laveures (lavaduras), segundo o escrito escrito de Nicolau Nicola u Flamel. Flam el. Por outro lado, o salitr sal itre, e, quando quando atua em contato com as matéria em fusão, ao “fundir-se”, transforma-se parcialmente em carbonato de potássio; “alcaliniza-se”. Ao carbonato de potássio chamava-se outrora s al de tártar tártaro diz d iz -se em grego greg o “trux”, com tártaro o, e o tártaro a significação de borra de vinho , escória, sedimento. Este subst sub stantiv antivo o tem por raiz o verbo verb o “trugô”, “trugô”, enxugar , secar , que exprim exprime e a ação a ção própria do fogo, e poder-se-ia, poder-se-ia, além disso, compará-lo, de modo muito sugestivo, ao francês familiar truc (truque), que tem o sentido de proces processs o oculto oculto, meio háb il ou sutil. sutil. O truque residiria assim na aplicaç apli cação ão truque da Obra residiria do sal sa l de tártaro tártaro proveni p roveniente ente do d o ataque ataq ue do d o nitro, ni tro, consider considerado como a subst sub stância, ância, ou como um dos com componentes ponentes do fogo fogo secreto que os alquimistas reservaram tão rigorosamente nos seus tratados. Segundo o abade ab ade Espagnolle Espagnolle ( L’Origine L’Origine du Français Français ) a palavra truc viria de “trukô”, bater ou sorte de prestidigitação . Mas significa, em especial, desgastar por Podem os meio da fricção , consumir , causticar , atormentar . Podemos pois po is extrair extrai r desses de sses dois do is vocáb vocá b ulos ul os todas toda s as idéi id éias as que qu e decidem a escolha escolha do fogo secret secreto, o, que determin determinam am o seu m odo de utilização utiliz ação e de atividade sob re a m atéria filoso filosofal. É atormentando esta que o fogo a desseca, a calcina e a escorifica. Além Alé m disso, di sso, formul form ulem em os aind ai nda a algu al gum m as reflexõe refle xõess sobre o sal a que a fusão dá uma consistência vítrea, particul pa rticularm arm ente en te apta ap ta a im pregn pre gnar-se ar-se de d e cor e a retê-la, retê-l a, seja ela a mais preciosa e a mais fugidia. Sendo a cor a manifestação especialmente visível do enxofre secreto , o artista conhece por ela a origem das suas tinturas. Entre elas, o espírito universal ocupa um lugar importante, na própri pró pria a b ase da gam g am a poli po licrom crom ática da d a Grande Grand e Obra. Ob ra. Esse spiritus mundi , dissolvido no cristal dos Filósofos, produz
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essa essa m esma esmeralda esme ralda que qu e se soltou da front fronte e de Lúcifer, Lúcifer, no mom m omento ento da sua queda, e na qual foi talhada talhada o Graal.44 ap resenta-se fixo Basile Basi le Valentin Valentin diz o s eguinte: O sal apresenta-se ou volátil, segundo o estado no qual foi disposto e prepa pre parad rado. o. Pois o espírito esp írito do sal de tártaro, tártaro , se é extraído po p or si mesmo, sem adição, por resolução e putrefação, torna todos os m etais voláteis vol áteis e os o s reduz a m ercúrio, ercúrio , como como min minhas doutrinas e práticas práticas o provam. provam . Sozinho, o sal de tártaro fixa firmemente, em particul pa rticular ar se o calor cal or da cal viva lhe lh e é incorp in corpora orado do.. Um e outro, constata-s constata-se, e, possuem um raro grau para p ara fixar. Assim o sal vegetal veg etal de vinho vin ho fixa e volatiz vol atiz a segun seg undo do as diferentes operações e usos que forem exigidos, o que, certam certamente, ente, é um segredo da natureza n atureza e um m ilagre ilag re da ar arte filosófica. O espírit espírito o está encerrado no m ercúrio; procura cor no enxofre e a coagulação coagula ção no sal, então tens os três três elem entos que poderão produz ir de novo o que é p erfeito. erfeito.45
São várias várias as denom deno m inações inaçõe s dadas dada s pelos pelo s alq alquimist mista as ao sal: Tártaro e amoníaco, borra de vinho solidificada, azofr az ofre e filosófico, nitro, nitro, salitre, sal de d e pedra, p edra, etc. Em outra passagem, Canseliet se refere ao fogo s ecret ecreto o da s eguinte eguinte maneira: m aneira: Qual é pois este sal branc b ranco o que devemos devem os empregar, em pregar, preferive pre ferivelm lm ente en te cristaliz cristal iz ado ad o em neve, ne ve, e que qu e se m istura facilmente a nosso mineral e a nosso metal, eles mesmo divididos, um em pó, e o outro outro em lim alha? Se o denominamos duplo, não significa de modo algum que o seja em sua com comb b inação inação quím quím ica, como é o caso, caso, por exemplo, exem plo, do sal de Seignette, Seignette, chamado chama do tam tamb b ém de sal de Rochelle, que é um tartarato de sódio e de 44
Canseli Canseli et: Prefácio Prefácio da segunda segunda edição ed ição à obr ob ra de Fulcanel li : As Mansões Filosofais, págs. 30 e 31. 45 As Doze Chaves da Filos Fil osofi ofia, a, Basi Basi l e Valenti Vale ntin, n, pág. 74.
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potássio po tássio,, e que, qu e, por po r sim ples pl es calcin cal cinaçã ação, o, restitui os dois do is carbonatos, carb onatos, de sódio e de potás po tássio. sio. Nosso sal ou, se assim prefere, nosso fundente, é duplo porque está fisicamente fisicamente com posto posto pela adição aná 46 de dois do is sais diferentes.47 Sem dúvida, não é sem razão, que o artista, na via seca, seca, não deve conduzir conduzi r dem asiadamente, asiadam ente, até a pureza, o sal b ranco que extrai extrai do tártaro ártaro dos do s tonéi tonéis. s. Convém , de fato fato,, que o seu creme de tártaro contenha, em quantidade suficiente, o carbonato de cálcio indispensável à formação da casca.48
Nesta última citação, Canseliet nos fornece um pormenor importante para a prática; de que, na via seca o s al de tárt tártaro não deve deve ser s er muito mu ito purificado, purificado, a fim fim de conter uma quantidade suficiente de carbonato de cálcio, para a formação de uma crosta, durante a fusão no crisol, a qual corres corresponde ponde à cas ca do ovo ovo filosófic filos ófico. o. Do exposto, concluímos que o sal dos filósofos é compos comp osto to por um a m istur is tura, a, em partes partes iguais , de s alitr alitre e sal sal de tártaro. tártaro.
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em partes i guai s. La alquimia explicada sobre sus textos clásicos, Canseliet, pág. 140. 48 La alquimia explicada sobre sus textos clásicos, Canseliet, pág. 222.
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Capítulo XV
A Conju Conjunç nção ão e a Separ Separação ação Temos então o macho e a fêmea, o marido e a mulher , que se unirão, juntamente com o sal duplo que qu e efetuará efetuará es ta união. Para realizar esta união ou Conjunção devemos primeiramente misturar intimamente estes três componentes, comp onentes, triturando-os triturando-os em um almofar alm ofariz iz até obtere obteremos mos uma um a mis tura na forma de um pó fino fino e homogêneo. Depois, Depois , com auxílio auxílio de uma colher, iremos irem os lançando la nçando sucessivamente frações desta mistura em um cadinho ou crisol de terra refrat refratária, ária, aquecido ao rubro. A cada colherad colh erada a dev de vemos em os fechar imedi im ediatam atamen ente te a tampa tamp a do crisol, cris ol, pois a mis m istura tura se calcina ins i nstantan tantane eamen mente, com um a pequena detonação. detonação. Pros Prosss eguimos desta maneira m aneira até até calcinarmos calcinarmos toda a mistura. Mantem antemos os a mis m isttura em fusão, us ão, ret retirando irando o humo hum o que s e desprende, des prende, até até que s e opere a sua s ua completa liquação liquação 49. Despejamos então esta mistura em um molde ou lingoteira previam previamente ente engraxado engraxado e aquecido. a quecido. No interior do m olde, deixam deixamos os a mis m isttura esfriar, até s olidificar olidificar-se, -se, formando um lingote lingote dividido dividido em duas fases as es,, as quais quais se separam com um golpe seco de de mar m arttelo. cab eça m orta orta ou caput m ortuum A parte s uperior upe rior é a cabeça e a parte inferior é o mercúrio ou dissolvente. Canseliet descreve este processo da seguinte maneira: 49
Separação que ocorre durante a fusão, na qual os materiais menos densos formam uma fase superior e os mais densos, uma fase inferior. Separação, por simples fusão, de um metal em estado nativo, fácil de fundir, da sua ganga infusível. Separação, por ordem de densidade, que se produz nos metais, quando se submete uma liga em fusão, a um resfriamento lento. (Do lat. Liquatio , fundição, de liquare, fundir).
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Aqui, Aqu i, com o em toda circunstân circu nstância cia,, no curso das da s m anipul ani pulaçõe ações, s, deve-se de ve-se ter ter o cuidado cuida do de não n ão se apress apressar em nada. nada . No crisol levado levad o ao rub ro e firmado firm ado sob re seu supo suporte, no centro do carvão em ignição, igni ção, o artist artista, a, com ajuda ajud a de uma uma colher, fará fará passar, pa ssar, por frações sucessivas, sucessivas, a mist m istura ura em e m pó prepa pre parad rada a anterio an teriorm rmen ente te com cuida cui dado do.. A cada cad a colhe col herad rada a se produ pro duzz im edia ed iatam tamen ente te um a rápida decomposição, sobre a qual o alquimista torna a colocar a tampa tamp a sobre sob re o recipiente de terra. terra. Deve cuidar para pa ra não nã o ultrapa ul trapassar ssar cerca de trezen trez entas tas gram gra m as, de cada cad a vez, para realiz realizar ar mais m ais facilm facilmente ente a operação operação de fusão, que é essencial. O principiante lucrará muito em dividir sua provisão em pequenas partes, com vistas a recolher o embrião mineral, muito pequeno em proporção à massa total empregada, a qual não deve ser inferior a 3 kg em sua totalidade, para se obter o extrato no peso mínimo indispensável. Porém Porém,, não estam estamos os no final das sublim sub limações ações e sim sim na primeira parte do grande labor dos Filósofos. A fusão, insistimos, deve ser perfeita, pois tudo dependa da fluidez, que concorrer concorrerá á grandemente grandem ente com a ação do auxiliar salino salino que Fulcanelli designou, sem novamente descuidar da propo pro porção rção conve co nveni nien ente: te: “Lança, então, nesta mistura, a metade do segundo sal, retirado retirado do rocio que, q ue, no mês m ês de m aio, fert fertili ilizz a a terra, e ob tereis um corpo corpo m ais claro que o precedente.” precedente.” Após Apó s algu al gum m tempo tem po que qu e pode po de variar vari ar m uito, ui to, conform con forme e as condições atmosf atm osféricas éricas e o estado do firmam firm amento, ento, e que, em todo caso, não deve ser inferior a sessenta minutos, é seguro que a liqua l iquação ção tenha tenha ocorrido no crisol e se manter m anterá á no molde se a clarificação foi efetuada de maneira hábil. Antes disto di sto é necessá ne cessário rio tomar tom ar a precau pre caução ção para pa ra que qu e o m olde de aço, facilm facilmente ente desmontáv desm ontável, el, esteja esteja engraxado e aquecido. Igualm I gualm ente deve de ve cuidar cuidar de retirar retirar o humo hum o que se desprende abundantemente durante a clarificação, que exige, exig e, insistim os novam nova m ente, toda toda destreza destrez a de um u m a gr grande e pacie pa ciente nte prática. prá tica.
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A separação é ocultada o cultada sob m uitos outros o utros nomes, nomes, em particul pa rticular ar sob re o de conjunção, que na n a verdade a precede. precede. Veja bem, é evidente que não se pode separar, com o sentido de desunir, senão duas partes, ao menos, que são distintas distintas e que estavam estavam unidas unid as anteriormente. anteriorme nte. Conjunção e separação são as duas fases de um artifício admirável, ao êxito êxito do qual qua l concorrem concorrem a Naturez Natureza a e a Arte Arte da alquim alqu imia. ia. É o que o estudan estudante te terá constatado, constatado, sem dúvida, dú vida, no curso curso de suas sua s leituras repetidas repetidas dos dois do is Fulcanel Fulcanelli. li. Nunca Nun ca repetirem repe tiremos os o suficiente, suficien te, o quanto qu anto é im porta portante que o alquim alq uimist ista a opere ao nível elevado da onda que é esta esta água seca que os clássicos tinham na mais alta estima, e que é o fator único e todo poderoso da sábia harmonia do Mundo. A esta água, que está em todo lugar e sem a qual não haveria nenhuma existência possível, Cosmopolita a chamou a água do nosso mar, a água de vida que não vitæ non m adefaciens adefaciens manus. m anus. molha molha as mãos – aqua vitæ Sem esta esta acepção prévia e filosófica, a prim eira part pa rte e da Grande Obra alquímica não diferiria das manipulações que eram correntemente efetuadas nas oficinas dos ensaiadores ensaiad ores e nos lab oratórios dos químicos, quím icos, até o início início do do século XIX. A prim pri m eira ei ra fase da Obra Ob ra é, de fato, um a opera op eração ção no no crisol, crisol, ou, ou , mais m ais exat e xatam amente, ente, uma um a série de operações, qu que os manuais impressos de química expunham claramente, desde os começos com eços do século XVI. XVI. Angustia Ang ustiado do por po r seu desej de sejo o de certificar-se certifica r-se de que qu e obteve êxito, o artista, com a ajuda de um pano dobrado, não aguarda mais para apanhar, na palma da sua mão, o lingote ling ote que qu e retirou retirou do m olde cilíndrico, ao golpe g olpeá-l á-lo o com uma panca pa ncada da seca de m artelo. artel o. O separará prontamente, supondo que tenha sabido sab ido associar a sab edoria ao mod modo de operar (savoir-faire). (savoir-faire). Ante as duas du as partes pa rtes sob repostas rep ostas do resultad resu ltado o filosofal, ilosofal, é import im portante ante que o operador tenha em mente, m ente, o
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apótema fundamental fundam ental que esconde esconde a Tábua Tábua de Esmer Esm eralda alda, e que se refere refere à identidade ab soluta soluta de profundo profundo valor: O que está em cima c ima é como c omo o q ue está em e m baixo. baixo. Quod est es t superius est es t sicut id quod est es t inferius. inferius.50
Agora Agora é neces n eces s ário purifica p urificarr o mercúrio obtido. Para isto devemos aplicar três a quatro vezes a m esm es m a técnica técnica anterior anterior sobre o mercúrio, isto é, submetê-lo sáb ios ou fogo secreto , atrav à ação do sal dos sábios através és da fusão. fus ão. A proporção prop orção utiliz utili zada é de um quinz qui nze e avos avos de mercúrio para cada porção de sal . Segundo Segundo os alquimis alquim isttas, as , o mercúrio pos s ui o pode poderr de atrair atrair as influências as a s trais trais,, com como o o ímã atrai o ferro, ferro, s endo por is is so chamado chamado tam tam bém de ímã dos filósofos. ilósofos. Cada vez que repetimos esta operação, o poder de atração e a densidade do mercúrio aumentam, aumentam, ao ao mesm mes m o tempo que o sal utilizado também capta estas influências astr as trais ais e se s e colore de verde, verde, s endo então denominado denomin ado leão verde, vitrí vitríolo, olo, es m eralda dos filósofos filós ofos,, orvalho orvalho de m aio, et etc. Este sal verde ou vitríolo será utilizado, em outras operações operações,, para captar captar as influência influênciass ast as trais dos raios da lua cheia. Esta operação deve ser repetida até que, ao se solidificar no molde, aparecer na face superior do lingote, uma formação cris cristtalina, semelhant sem elhante e a um a est es trela51. A separaçã sepa ração o é segui seg uida da da d a purifica pu rificação ção,, que qu e determ de termiina, no fundo, toda a alquimia como Martín Ruland o formulou tão perfeitam perfeitamente, ente, em seu Léxico de Alquim ia ou Dicionário alquímico: A Alqui Alq uim m ia é a separa sep aração ção do im puro pu ro de um a subst sub stância ância mais m ais pura. 50
La al qui qu i m i a expl exp l i cada cad a sobre ob re sus textos te xtos clás cl ásii cos, cos, Canselie Cansel iett, págs. 164 a 171. 51 Em algumas fases da Obra ocorre uma formação cristalina com estrela trela polar dos dos formato de estrela, a qual costuma ser denominada es Magos, Magos , astro ou estrela dos sapientes.
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O que quer qu er dizer diz er que a purez a só se alcança pouco pouco a pouco po uco,, e que qu e a m atéria atéri a nunca nu nca é pura pu ra senão sen ão comparativam comparativamente ente a outra. outra. A purificaçã puri ficação o consiste con siste em apli ap licar, car, três três a quatro qu atro vez es, es, a mesma m esma técnica sobre sob re o m ercúrio ercúrio que foi separado. Para Para a quantidade total obtida, procederemos, de novo, de forma racional, por frações frações que podem pode m ser em núm ero de nove, n ove, se o principiante respeitou, desde o início, o peso total dos m ateriais, ateriais, conforme conforme indicamos. indicam os. Trata-se pois de submeter o mercúrio à ação do sal capítulo e que dos sábios, ao qual consagramos todo um capít corresponde ao fogo secreto. A operação se desenrola através através da fusão, fusão, que perm anece, na verdade, em via seca, como na solução natural. Ao purificar o mercúrio dos filósofos, o sal acrescenta e exalta o poder de imantação deste, de sorte sorte que q ue ele m esmo esm o se carrega de ouro ast a stra rall que o outro não cessa cessa de ab sorver. sorver. A proporçã prop orção o favorável favorá vel que q ue deve d everr ser respeitad respe itada a é, em em peso, pe so, o quinz qui nz eavo ea vo do disso d issolve lvente nte filosófico filo sófico sob so b re o qual qual o sal deve atuar. Este, convertido em veículo vitrificado do fluido cósm cósm ico, se colore de verde, verde, aumentando aum entando sensivelmente sensivelmente a sua densidade. É então que recebe, indiferentemente, os nomes de vitríolo, ou de leão verde, encontrando-se pront pron to para pa ra executar exe cutar seu im portantíssim po rtantíssimo o pape pa pell no curso da ob o b ra m ediana ou segunda. segunda. “É o Hyperion e o Vitriolo de Basilio Valentim, o leão verde de Ripley e de Jacques Tesson, em uma palavra a verdadeira incógnita incógn ita do grande g rande prob lem a” nos diz d iz Fulca Fulcanelli, de quem sempre é im portante portante ouvirmos a opinião. Cada um u m a das fases fases da Grande Grande Ob ra fís física, ica, sejam sejam as princi pri ncipa pais is ou as interm in termed ediá iária rias, s, possue po ssuem m lim li m ites b em definidos, e é por isso que a purificação não deve ser prosseg pro ssegui uida da para pa ra além al ém do m om ento en to em que qu e a im agem ag em estrelada estrelada aparece forteme fortemente nte im pressa na face face superio superiorr do b rilhante rilhante lingot lingo te, muitas vez vezes es plana e circular. circular. Neste instante, o alquimista ultrapassa os domínios do comum e penetra no transcendental. Não só sabe de agora em diante que o espírito do cosmos é de cor verde
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como tamb am b ém verif verificou icou que o inatingível inatingível agente se m ostra ostra não obstante ponderável e, consequentemente, de gravidade gravidade m aterial. aterial. Constituído, como o temos visto, na superfície do banho mercurial, graças ao fluxo constante do espírito universal, o vitríolo filosófico leva também o nome de esmera esm erald lda a dos sábios sábios. Pedra Pedra preciosa, com o jam ais houve houve algum algu m a, na qual o filósofo talha talha e reencontra o Gral. Gral. No seio seio deste vaso sagrado, um pouco mais tarde, recolherá e reunirá o fluido projetado simultaneamente pelo sol e pela lua.52
Finalmente, Finalm ente, devem devemos os extrair extrair do caput m ortuum a sua umidade um idade salina s alina e vis viscos cosa a que iria se opor à sua su a calcinaçã calcinação. Para isto devemos submetê-lo à ação do vitríolo, obtido na operação anterior, anterior, através através da fusão, sob a luz da lua cheia. Devem Devemos os calciná-lo calciná -lo até a té obtermos obterm os um pó ferrugi ferruginoso e 53 gorduroso, semelhante ao colcotar , que corresponde ao enxofre. O vitr vitríolo íolo ou sal sa l empregado em pregado nes ta operação operação deve deve ser s er guardado, pois entr e ntrará ará na compos com posição ição do ovo ovo filosófic filosó fico. o. O artista iniciante se enganaria grosseiramente se pensa pe nsasse sse em rechaça rech açarr com o inútil in útil e sem valor, val or, esse caos cao s surpreende surpree ndente nte e curiosam cu riosam ente hom h om ogêneo ogê neo,, o qual qual também é denominado cabeça morta – caput m ortuum ortuum.. A forma form a cilíndri cil índrica, ca, de secção secçã o m édia éd ia,, se presta pre sta excelentemente excelentem ente ao exame exam e interno i nterno da textur textura a radiante que se m ostra adm iravelm iravel m ente en te na ob líqua, líqua , na ruptura rup tura longitu lon gitud dinal, e que é rigorosamente a mesma para os dois pedaços. Os quais separaram separaram-s -se e prontam prontamente ente – já o sabe sab e o operador desde o prim primeiro eiro golpe de mart m artelo. elo. 52
La alquimia explicada sobre sus textos clásicos, Canseliet, págs. 171, 172 e 175. 53 Nome Nom e comerci com ercial al do peróxi pe róxido do de ferr fe rro, o, obti ob tido do pel pe l a calcin lcina ação do sulfa lfato de ferro. Óxido natural de ferro, de cor vermelha.
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O fogo fogo se uniu à terra, terra, ab andonando o ar que se uniu un iu à água. Agora, Ago ra, sem retirar retira r nada na da de seu se u elem el em ento en to sólido sóli do,, que qu e constitui sua riqueza escondida, ígnea e sulfurosa, deve extrair dele sua umidade salina e viscosa que se oporia à sua calcinação. calcinação. A operação operação é totalm totalmente ente realizada por via seca, dependendo depend endo inteiram ente do potente catalisador qu que o artist artista a experimentado experim entado dispõe, evidentemente, evidentem ente, no interior da sua Grande Obra, e do qual terá conhecimento, cedo ou tarde, como com o conseqüência conseqüên cia do d o m ais sim ples raciocínio raciocínio lógico. É então que se produz produ z esta esta cinza, cinz a, a propósito da qua qual Anaxág Ana xágora orass declaro decl arou u com adm ad m iração ira ção,, na Turba latina: “Oh! Quão preciosa é esta cinza para os filhos da doutrina, doutrina, e quão precioso é o que qu e se faz com ela!” Devemos Devem os compreend com preender er que esta esta cinz a não nã o é de de mod modo algum o resí resíduo privado de vida que resulta resulta da incineração incineração vulgar. Previamente submetido à ação oculta dos raios lunares, o caput mortuum devolve, ao fogo, uma cinza ou melhor um manto pulverulento e perfumado, a fez viva e fecunda, ecunda , que qu e está prestes prestes,, agora, a lib erar o seu enxofre enxofre ao 54 mercúrio.
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La alquimia explicada sobre sus textos clásicos, Canseliet, pág. 177.
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Capítulo XVI
As Águi Águias as ou Subl Su blimações imações Estamos agora nas águias ou sublimações onde s e realiza a conjunção do enxofre com o mercúrio, obtidos anteriormente, originando o mercúrio filosófico, mercúrio animado ou m ercúrio ercúrio duplo. pri ncípio o fixo, O enxofre ou terra, corresponde ao princípi quente e seco, obtido do caput mortuum , sendo representado pelo leão. pri ncípio o volátil vol átil , O mercúrio ou água corresponde ao princípi represen tado pela águia. frio e úmido, s endo represent O mercúrio filosófico também é chamado mercúrio duplo ou rebis (substância dupla), por ser composto pela união dos dois princí princípios opos tos: os : enxofre e mercúrio. Sua obtenção é um dos m aiores aiore s s egredos egredo s gua guardados pelos alquimis alquim isttas, as , s endo des crita, crita, de form forma a velada, velada, atrav através és de inúmeras alegorias. Devido a isto, apresentamos, junto com as nossas conclusões, diversos trechos que tratam deste des te ass unto, para que o leitor le itor poss a ler, reflet refletir, ir, compara com parar r com com o que diss emos, emos , e tir tirar ar as s uas própr próprias ias concl conclusões usões.. Esta Es ta operação também tam bém é des de s crita, por alguns algun s autores, pe regrin rinaçã ação o a São Tiago Tiag o da Com C om postela po stela. No final como a pereg desta obra, no Adendo, tratamos desta alegoria e da sua interpretação. Vejamos ejam os o que Canseliet Cans eliet nos diz: diz: O espesso magma que foi recolhido da laboriosa calcinação do caput , foi foi calcinado calcin ado na cápsula cápsul a de tostar tostar e se transformou aí em um pó ferruginoso, gorduroso e quem sabe sab e isótopo isótopo do colcotar, colcotar, m uito sem semelhante elhante ao sesquióxido sesquióxido chamado chamad o hoje em dia óxido férrico. érrico. Estamos pois, agora, na segunda obra, nas sublimações que Eireneo Filaleteo denominou as águias, porqu po rque e eleva el evam m o espírito esp írito para pa ra sua inco i ncorpo rporaçã ração o puríssim pu ríssima, a, 77
até até o local superior, igual a ave regia arrebat arreb ata a sua presa ao céu. O Adepto faz aqui um resumo da fase intermediária da Grande Obra, na qual mostra a origem do enxofre, ressaltando, com certeza, que este enxofre não pode ser o m etalóide etalóide do drogueiro, d rogueiro, nem o ouro met m etálico álico do afinador: “O mercúrio necessita de uma limpeza interior e essencial, que é a adição gradativa do verdadeiro enxofre, segundo o número das Águias; até estar completamente purga pu rgado do.. Este enxofre enxo fre nada nad a mai m aiss é que o nosso n osso Ouro.” Ouro .” 55
Fulcanelli fala sobre as águias ou sublimações ao analisar a figura de um grifo, encontrada na Catedral de Notre Notre Dame: Dam e: É um grifo que vemos inscrito no círculo seguinte. O m onstro onstro mitológico, m itológico, cujos peitos peitos e cab eça são os da águia e que copia do leão o resto resto do corpo, inicia o investigador nas qualidad qual idades es contrárias que necessariamente necessariam ente se devem d evem reunir na matéria m atéria filosofal. filosofal. Encontramo Encontramoss nesta nesta imagem im agem o hieróglif hie róglifo o da primeira conjun qua l só se opera pouco p ouco a pouco, po uco, à conjunção ção a qual m edida edid a que se desenrola est e ste e lab or penoso peno so e fastidio fastidioso so que os Filósofos chamaram as suas águias. A série de operações cujo cujo conjunto conduz à união uni ão int i ntim ima a do enxofre enxofre com o m ercúrio ercúrio tem tamb am b ém o nome de Sublimação. É Águias ou Sublimações filosóficas que pela pe la reitera re iteração ção das d as Águias o m ercúrio exaltado e xaltado se despoja despoj a das suas partes grosseira grosseiras e terrestres, da sua umidade supérflua e se apodera de uma porção po rção do d o corpo corp o fixo que qu e dissol di ssolve, ve, ab sorve e assim a ssim ila. il a. Fazer voar a águia, segundo segund o a expressão expressão hermética, herm ética, é fazer sair próprio de a luz do túmulo e traze-la à superfície, o que é próprio toda verdadeira sublimação. É o que nos ensina a fábula de Teseu e de Ariana. Neste caso, Teseu é θεσ θεσ -ειοζ ’, a luz luz organizada, manifestada , que se separa de Ariana Ar iana, a aranha que está está no centro centro da teia, o calhau , a casca vazia, o casulo, os despojos da borboleta (Psique). 55
La alquimia explicada sobre sus textos clásicos, Canseliet, pág. 202.
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“Sab ei, meu m eu irm i rmão ão,, escreve Filaleto, Fila leto, que a prepar preparação exata das Águias prim eiro grau da perfeiçã perfeição e Águias voadoras é o primeiro para pa ra conhe con hecê-l cê-lo o é necessá ne cessário rio um u m gêni gê nio o indu in dustrioso strioso e háb h áb il.. il... Para Para atingi-lo, atingi-lo, m uito suam os e trabalham rab alham os; passamos até até noites sem dormir. Assim, vós que começais agora, persua pe rsuadi di-vos -vos de que qu e não nã o tereis terei s sucesso suce sso na prim pri m eira ei ra operação sem sem um grande trab trabalho.. alho.... Compreendei então, meu irmão, o que dizem os Sábios, ao sublinhar que conduzem as suas águias para devorarem devorarem o leão, e quanto quanto menos m enos se empregam as águias águias mais rude é o combate e mais dificuldades se encontram para pa ra alcan al cançar çar a vitória. vitóri a. Mas para pa ra aperfei ap erfeiçoa çoarm rmos os a nossa no ssa Ob ra neces ne cessit sitam amos, os, pelo menos, m enos, de sete águias, e deveria m esmo em pregar-se pregar-se até até nove. E o nosso no sso Mercúrio Mercúrio filosófico filosófico é o pássaro dá tamb tamb ém o nom e de pássa ro de Hermes Herm es a quem se dá Ganso ou de Cisne e algumas algum as vez vezes es o de Faisão.” São estas sublimações que Calímaco descreve no Hino de Delos (v. 250, 255) quando diz, diz , falando falando dos cisnes: cisnes: “(Os cisnes) rodearam Delos sete vezes ... ... e não tinham tinha m ainda ai nda cantado pela pe la oitava o itava vez quando qua ndo Apolo Apol o nasceu.” É uma variante da procissão que Josué fez andar sete vezes à volta de Jericó, cujas muralhas caíram antes da oitava o itava volta (Josué, (Josué , c. c. VI, 16). Para Para assinalar a violência do comb ate ate que precede a nossa conju co njunção nção,, os Sábio Sáb ioss simb sim b oliz oli z aram as dua du as naturezas zas pela pe la Águia Águ ia e pelo pe lo Leão Le ão,, de d e igua ig uall força m as de com co m plei pl eição ção contrária. O leão traduz a força terrestre e fixa, enquanto a Águia Águ ia exprim exp rim e a força aérea aé rea e volátil vol átil.. Postos em presen pre sença, ça, os dois campeões cam peões atacam atacam-s -se, e, repelem repelem -se, -se, despedaçam despedaçam-s -se e mutuamente com energia até que, por fim, tendo a águia perdi pe rdido do as suas sua s asas, asa s, e o leão le ão a jub ju b a, os adversá ad versário rioss constituem apenas um só corpo, de qualidade média e de subst sub stância ância hom ogênea, o Merc Mercúrio úrio anim ado.56 filosófico pode ser A preparaçã prep aração o do m ercúrio filosófico s er feita feita por via úmida úm ida ou por via seca . Geralm Geralmente ente os autores autores tratam tratam da 56
O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, págs. 121 a 123.
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sua obtenção apenas através da via úmida, que é de difí d ifícil cil execução, execução, s endo preferível preferível utilizar utilizar a via seca . Fulcanelli nos esclarece sobre os dois modos diferentes diferentes de realizar realizar esta es ta operação: Ora, as duas vias da Obra precisam de duas diferentes maneiras de operar a animação do mercúrio inicial. A primeira pertence à via breve e só permite uma técnica, pela pe la qual se umect ume cta a pouco a pouco o fixo fixo - porq porque ue toda a matéria seca bebe avidamente o seu úmido -, até que a reiterada afusão do volátil sob re o corpo faça faça inchar o composto e o torne em massa pastosa, ou xaroposa, conforme os casos. O segundo segund o m étodo consiste em diger dige rir a totalidade otalidad e do enxofre em três três ou quatro vezes vez es o seu peso de água, decantar depois a solução, em seguida secar o resíduo e retomá-lo com uma quantidade proporcional de novo mercúrio. Quando a dissolução estiver terminada, separam-se os sedimentos, se os houver e os licores, reunidos, reunido s, são são sub m etidos a uma um a lenta l enta dest de stilação ilação,, em em ban banho. A um idad id ade e supérflu sup érflua a fica assim assi m separa sep arada da,, deixa de ixand ndo o o m ercúrio na consistência consistência requerida, requerida , sem qualquer qual quer perd perda das suas qualidades qualid ades e pronto a suportar a cocção hermética. herm ética.57
Para efetuar efetuar esta es ta operação por via seca coloc colocamos amos a cris ol de d e terra refratária, refratária , aque aquecemos mos terra ou enxofre , em um crisol ao rubro, e vamos adicionando sobre ela, aos poucos, a água ou mercúrio. A proporção propo rção é, em pes o, duas de mercúrio para uma um a de enxofre . A tempera tem peratura tura deve deve se s e manter m anter elev el evada ada e cons co nstante, tante, a fim de que o mercúrio não desça e se misture com o enxofre, no fundo fundo do cris ol. O mercúrio deve deve m anter uma um a cam camada ada sobrenadante sobrenada nte que irá aos poucos abs orvendo orvendo enxofre . Pross eguindo com a operação, finalmente finalme nte começará com eçará a se formar, sobre a brilhante camada de mercúrio, uma 57
As Mansões Filosofais, Fulcanelli, pág. 315.
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filosófico ou mercúrio animado, pequena porção de m ercúrio filosófico chamado por Canseliet botão de retorno, sendo também denominado peixe pe ixe,, gol g olfinh finho, o, eque eq uene neid ida, a, rêm ora, ora , b anhi an hista, sta, ouro no seu b anho, anho , m enino enin o Jesus, filho do Sol, pequeno pequen o rei rei, infante, delfim, delfim , viajante, viajan te, fava fava mercúrio m ercúrio duplo, duplo , reb is, etc. O mercúrio filosófico, que vai se formando na s uperfície uperfície do banho, banh o, deve deve ir i r sendo s endo recolhido recolhid o com uma colher e armaz arm azenado enado em e m outro outro recipiente. O sal vitrificado, formado pela água ou mercúrio que qu e restou desta operação, após a liberação do mercúrio filosófico , s erá um dos component filosófico. com ponentes es do ovo filosófico
Vejamos ejam os como Cans eliet descreve descreve est es ta operação: O operador notará que o conjunto do dispositivo externo externo e o trio trio dos atores atores internos internos se superpõem , em suas partes, pa rtes, no centro ce ntro da cham ch am iné. in é. A arena are na (“fromag (“from age”, e”, quei qu eijijinh nho), o), cham cha m ado ad o tamb tam b ém torta (“tourte”), sobre a grade, e o crisol colocado em cima, coberto com sua tampa. E neste vaso de terra, no fundo, a areia arei a roxa, que Fulcanell Fulcane llii quer qu er que qu e seja prim eiram eira m ente ente Adão, depoi dep oiss o m ercúrio e finalm fina lmente ente o vitriolo filosófico. Tud Tudo, sem necessidade necessidade de diz di z er, no seio do comb ustí ustível em ignição. A tempe tem peratura ratura deve de ve ser viva, viva , sem interrup in terrupção ção,, insistim insistimos os nisto, a fim de que o manto mercurial não passe passe para pa ra dentro de ntro da terra inferi i nferior, or, que calci ca lcina nam m os anterio an teriorm rme ente e que deve permanecer mediocremente saturada em uma forma form a de fusão esponj esp onjosa osa e resistente a toda nova ab sorção. Tudo é possível a fim de manter o tríplice artifício que precisa pre cisam m os e que qu e consiste con siste nas na s propo pro porçõe rções, s, na ordem ord em de intervenção intervenção e no nível nível m áximo de calor. Em seu estado estado de firm firm eza ez a pastosa, pastosa, a terra terra se se recusa recusa à liquefação liquefação onde entra entra nosso mercúrio, até até o lim ite de 500 graus. Temperatura a que já nos acostumamos de tanto ob servar servarm m os nosso nosso velho termôm etro. etro. Na realização da segunda obra, é necessário “ter mão”; deve se conhecer o procedimento secreto, o “trinc”, como dizia François Rabelais, ou seja, o truque (truc) argótico. Para adquiri-lo o artista necessita de um longo 81
tempo tem po de d e esforços renovados renovad os e de m uitos ensaio en saioss repeti repetidos, conforme nós mesmo fizemos, os quais geralmente conduzem apenas ao desenvolvimento de uma inexpressável lama, de um decepcionante lamaçal, aparentemente inevitável. Que o operador recorde que a terra árida e sedenta ab sorve sorve a água águ a até saciar-se, saciar-se, pois o seco bebe avidamente seu úmido. Conforme o estudante dos dois Fulcanelli já deve saber, a proporção de água perante a de terra, deve ser, em peso, a primeira, o dobro da segunda. Diremos ainda que, qualquer que seja a quantidade q uantidade de água, á gua, ela não deve ser vertida, de uma só vez, sobre a terra que espera ansiosamente inundar-se inundar-se com ela. O artista, que está advertido disto, deve descobrir o artifício graças ao qual a terra se satisfaz de seu próprio peso pe so em água ág ua,, de m odo od o que qu e o excede exce dente nte não nã o possa po ssa pene pe netrá-la trá-la m antend an tendo-se o-se acim a cim a, na superfície. sup erfície. Entre as duas partes, salina e mercurial, em perfeita fusão, uma em cima da outra, a transmissão espiritual está assegurada. A terra suficientemente penetrada, libera seu enxofre, ou, se preferir, seu espírito penetra o banho de mercúrio sobrenadante, devido à sua propriedade, que possui po ssui o dissol di ssolven vente te filosófico filo sófico,, de d e atrair atrai r a si, como com o um ímã, ím ã, tudo o que qu e é espiritual. É admirável o fenômeno de atração, como o são todos aqueles que o alquimista provoca, no curso da sua Grande obra, e do qual não pode perceber a causa nem o mecanismo profundo. Na mesma fração de quinzeavos mencionada por Fulcanelli, sobre o brilhante manto de mercúrio, vem a estender-se, por sua vez, o leito mais ligeiro do mercúrio filosófico. Não se trata então da caparrosa ou sulfato de ferro, senão senão do b elo e verde verde esmalte recolhido, recolhido, depois que os cravos cravos houvessem sido fincado fincadoss nos pés e nas mãos m ãos do Salvador crucificado, segundo a simbólica analogia que o Mestre estre estab estab elece com o atroz atroz detalhe da Paixão.
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É ao termin terminar ar as águias ou sub limações lim ações que nascerá nascerá o leão roxo, roxo, a respeito respeito do que Basilio Valentin, da ordem de São Benito, em seu tratado “As Doze Chaves da Filosofia”, nos fez o suntuoso presente de uma mui sabia consideração: “Então “Então dissolveste dissolveste e nutriste nutriste o verdadeiro leão le ão com o sangue do leão verde. Pois o sangue fixo do leão roxo foi feito do sangue não fixo do leão verde, verde, porque são de uma um a 58 só e mesma mesm a natureza. natureza. ” O leão verde, que é, para Fulcanelli, “a grande incógnit incógnita a do prob lema”, lem a”, ab andona, na sublim sub limação ação,, o limo lodoso lodo so e roxo, que o retinha retinha prisioneiro, prision eiro, a fim fim de alcançar o banho superior, sabiamente mantido, aparecendo na superfície O autor de “As Mansões Filosofais” descobriu, sem duvida, em Nicolás Flam Flamel, el, as indicações que serviram serviram de b ase, para ob rar, com êxito, pela via seca do forno. Assim, Assim,o leão é o hieróglifo do enxofre enxofre que se most m ostra ra o m esmo como como o princípio princípio da fixação e da coagulação. coagula ção. O régio felino é alado, a fim de recordar que o dissolvente inicial, ao desagregar e reincrudar o metal, que Fulcanelli não temeu nomear, comunica, ao enxofre, sua virtude volátil. vol átil. Na ausên a usência cia desta, d esta, a união uni ão dos d os dois do is princ pri ncíípios opostos que são, como com o o estudante já sab e, o enxofre e o m ercúrio, ercúrio, permaneceria perm aneceria irrealiz irrealizável. ável. É desnecessário insistir que o enxofre e o mercúrio dos filósofos filósofos não n ão podem corres corresponder ponder ao mineral mine ral amarelo, em pó, e ao metal fluido, que podem ser adquiridos no comércio, porém, escreve Nicolás Flamel, são “os que nos dão estes belos b elos e queridos q ueridos corpos, corpos, que tanto tanto amam am amos. os.” ” Segundo o alquim ista ista da paróquia de Saint-J Saint-Jacquesacquesde-la-Boucherie, são o sol e a lua, l ua, não os o s dois astros astros do céu céu e sim os dos filósofos, que possuem as naturezas, um sulfurosa sulfurosa e o outr o utro, o, mercur me rcurial: ial: 58
Filaleto refere-se aqui à dissolução do leão (enxofre) pelo leão verde ou vitríolo vitríolo..
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“Contempla bem estes dois Dragões, pois são os verdadeiros princípios da filosofia que os sábios não ousaram mostrar a seus próprios filhos. O que está em b aixo, sem asas, é o fixo, o m acho; o que está está em cima, é o volátil, a fêmea fêm ea negra n egra e ob scura que vai tomar toma r o dom do m íni ínio por m uitos m eses. eses. O prim primeiro eiro é chamado Enxofr Enxofre, e, ou calidez e secura, e o últim ú ltimo o Mercúrio Mercúrio,, ou frigidez frigid ez e um idade. ida de. Este Estes são o Sol e a Lua de fonte fonte m ercurial, ercurial, e de origem sulfurosa, sulfurosa, que pelo pe lo fogo contí con tínu nuo o se ornam orn am de Régi Ré gias as vestim entas, en tas, para p ara vencer sendo unidos unid os e m udar depois depo is em quintes quin tessência sência,, toda 59 coisa metálica, m etálica, sólida, dura e forte.” forte.”
Fulcanelli refere-se a esta operação da seguinte maneira: Este importante caráter da ascensão do sutil pela separação do espesso valeu à operação do mercúrio mer cúrio dos dos Sapientes ser chamada sublimação. O nosso dissolvente, todo espírito, desempenha ali o papel simbólico da águia raptando a presa, eis a razão pela qual Filaleto, o Cosmopolita, Cyliani, d’Espagnet e vários outros nos recomendam que lhe demos impulso, insistindo sobre a necessidade necessidade de o fazer voar . Porque Porque o espírito espírito eleva-se el eva-se e a matéria precipita-se. O que é a nata, senão a melhor parte do leite? Ora, Basílio Valentim ensina que “apedra filosofal se faz da mesma maneira pela qual os aldeões fazem manteiga”, por batedura ou agitação da nata que nesta similitude representa o nosso mercúrio filosófico. Assim, toda a atenção do art a rtist ista a deve de ve concentrar-se concentrar-se na extração extração do mercúrio, que se recolhe, à superfície do nosso composto dissolvido, desnatando d esnatando a untuosidade viscosa viscosa e metálica, à m edida que qu e ela se produz. É aliás o que está está figurado pelas pelas duas personagens personag ens do Mutus Mutus Lib er, onde se vê a m ulher ulhe r tira tirar r a escum escuma, a, com a ajuda dum a colher, ao licor contido contido num a 60 terrina que o m arido segura ao seu alcance. 59
La al qui mi a expl e xplii cada sobre ob re sus sus textos texto s clás cl ásii cos, cos, Cansel Cansel i et, pá págs. 204 a 209. 60 As Mans Ma nsões ões Filos Fil osofai ofai s, Fulcanel Fulcan elll i , págs pág s. 135 e 136. 13 6.
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Na via úmida, o procedimento é análogo, sendo efetuado em um recipiente fechado. Porém, envolve mais riscos, exigindo um controle constante da temperatura, s endo de cons consecuç ecução ão mais trabalhos rabalhos a e demorada. Canseliet também nos esclarece sobre o modo de operar pela via via úmida: úm ida: Sem negar, de nossa parte, o valor e a exatidão das operações da química, ordinariamente ordinariam ente b em conhecidas do técnico, devemos devem os ter ter em m ente que, sob os nomes nom es que são comuns, as da alquim alqui m ia são profundamente profundam ente diferent diferentes. es. O autor anônim o de “A “A Luz saindo por si mesma mesm a das Trevas” é, sobre este ponto, extremamente explícito, sobretudo sob retudo no que concerne à extensa extensa fase fase das sub limaç limações, da qual destaca, por acréscimo, acréscim o, a excepcional excepcion al importânc im portânciia e a suprem acia sob re todas as outr o utras. as. O estudante encantará encantará, inclusive, inclusive, um grande inter i nteress esse e no estudo estudo em profundidade profundidade do capít capítulo sétimo, da prim eira canção – canzone canzon e prima prim a – o qual, inteiram inteiramente ente tem tem a ver com com a segunda ob ra, e do qual qua l citamos aqui algumas linhas, que nada deixam desejar a Filaleto. Frei Marco-Antonio não se mostra terno para com os em píricos, píricos, espargiristas espargiristas ou assopradores! “É aqui que os vendedores vendedo res de hum o devem aprend aprender, finalmente, quão difícil é aceder a esta obra, já que não basta praticar as operações vulgares corriqueiras que são, pois po is todas, toda s, apesa ap esarr de m uito ui to perfeitas pe rfeitas em seu gêne gê nero, ro, não nã o valem nada e são consideradas como nada pelos pe los Filósof Filósofos os.. De fato, como temos dito, a operação é única em todo o m agistério, agistério, como com o podem os ver ver nos autores autores que recordam recordam muito energicamente, que devem ser abandonadas todas estas operações, as quais, por eles, são declaradas sofísticas. Devemos permanecer na via única da natureza, de onde a verdade e a ob ra real real se mantêm m antêm ocultas. ocultas. Somente na sublimação filosófica, todos estes trabalhos da arte estão encerrados; somente nela, tantas e tão grandes sutilezas dos operadores consistem e estão compreendidas. Aquele que sabe realizá-la corretamente 85
obteve já um dos maiores segredos ou arcano dos Filósofos.” O que acabamos de ler afirma a preponderância da sublim sub limação ação filosof filosofal. al. É lógico, ló gico, com certez certeza, a, que o produto desta desta operação transcendente, deve permanecer aderido à vasilha, sendo esta esta uma um a ob servaç servação ão supérflua. supérflua. Qual Qual seria o ob jetivo, jetivo, b em como com o o interesse, de um a tal experiê e xperiência ncia físico-qu físico-quími ímica ca,, se o resultado fosse perder-se para fora? Ordinariamente, o aparato aparato de sublim sub limar ar – o sublim sub limat atório ório – deve est estar fechado, forçosam orçosamente, ente, na ob ra do filósofo, filósofo, ele tamb ém estará, estará, onde são as m atérias que constituem constituem,, elas mesm m esmas, as, o recipie recipiente nte de execução. O espírito e a tintura não podem abandonar o lugar que escolheram e que habitam sucessivamente, a menos que se apresente outro veículo que seja mais idôneo, na total liberdade lib erdade da inteligência inteligência mineral. m ineral.61
Fulcanelli Fulcanell i aborda abo rda alguns alg uns pormenores porm enores des ta ope operação, efetuada por via úmida, ao examinar um baixo-relevo, encontrado no Castelo de Dampierre, onde encontra-se a figura de um delfim, enrolado no braço de uma âncora, s eguida egu ida da epígrafe epígra fe latina: la tina: .SIC. TRISTI TRISTIS. S. AV AVRA. RA. RESEDIT. Assim Ass im se amain ama inaa a terrível terr ível tempestade. tempes tade. Já várias vezes vez es tivem os ocasião ocasi ão de d e sub linha li nharr o im portante pap papel que o peixe pe ixe desem de sem penh pe nha a no teatro alqu al quím ímico ico.. Com Co m o nom no m e de delfim, de golfinho, de equeneida ou de rêmora , caract caracteriza eriza o princípio princípio úmido úm ido e frio da d a Ob Ob ra, que é o nosso nosso m ercúrio, o qual se coagula pouco a pouco ao a o contato contato e so sob o efeito efei to do enxofre, e nxofre, agente agen te de dessecação d essecação e de fixação. Es Este último está aqui figurado pela âncora marinha, órgão estabilizador dos navios, aos quais assegura um ponto de apoio apoi o e resistência resistência ao esforço esforço das ondas. A longa long a operação que perm ite realiz rea liz ar o em e m past pa stam am ento progre p rogressivo ssivo e a fixação 61
La al qui qu i m i a expl exp l i cada cad a sobre ob re sus textos te xtos clás cl ásii cos, cos, Canselie Cansel iett, págs. 201 e 202.
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final do m ercúrio oferece grande a nalogia nalo gia com as travess travessiias marítimas e as tempestades que as assaltam. A ebulição constante e regular do composto hermético apresenta, em pequ pe quen eno, o, um m ar agitad ag itado o e enfureci en furecido do.. As bol b olha hass reb entam à superfície e sucedem-se ininterruptamente; pesados vapores carregam a atmosfera do vaso; nuvens turvas, opacas, lívidas, lívidas, obscurec ob scurecem em as paredes, parede s, condensam conden sam-se -se em gotículas brilhantes sobre a massa efervescente. Tudo contribui para dar o espetáculo duma tempestade em miniatura. Soerguida de todos os lados, sacudida pelos ventos, a arca voga, no entanto, sob a chuva diluviana. Asteria apresta-se ap resta-se a formar form ar Delo De los, s, terra hospi ho spitale taleira ira e salvadora dos filhos de Latona. O delfim nada à superfície das vagas impetuosas, e esta agitação dura até que a rêmora, hóspede invisível das águas profundas, detenha enfim, como poderosa âncora, o navio que vai à deriva. A calma renasce então, o ar purifica-se, a água abranda, retrai-se, os vapores reabsorvem-se. Uma película cobre toda a superfície, e, engrossando, fortalecendo-se, de dia para pa ra dia, di a, m arca o fim do dilu di luvio vio,, o estádio estád io de d e aportam ap ortam ento en to da arca, a rca, o nascim ento de Diana Dia na e de Apolo, Apo lo, o triunfo da te terra sobre a água, do seco sobre o úmido, e a época da nova Fênix. Na subversão geral e no combate dos elementos, adquire-se esta paz perpétua, a harmonia resultante do perfeito pe rfeito equi eq uilíb líb rio dos do s princípi pri ncípios, os, sim b oliz ol izad ados os polo po lo peixe pe ixe fixado na âncora: ân cora: sic tristis auru resedit res edit . Este fenômeno de absorção e de coagulação do m ercúrio por p or um a proporção pro porção m uito inferior in ferior de enxofre e nxofre parece ser a causa da prim primeira eira fáb fáb ula da rêmora , pequeno peixe p eixe a que a im i m aginação agin ação popular popu lar e a tradição herm h ermética ética atri atribuí buíam a faculdade faculda de de d e fazer faz er parar para r na sua m archa os o s maio m aiores res na navios.62
Canseliet encerra encerra est es te tema da s eguinte eguinte maneira: m aneira: Existe Existe uma um a analogia anal ogia entr e ntre e a copelação copela ção espagírica e a sublim ação que acab amos am os de examinar exam inar e que se situa situa no 62
As Mans Ma nsões ões Filos Fil osofai ofai s, Fulcanel Fulcan elll i , págs pág s. 393 e 394. 39 4.
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m eio da Grande Ob Ob ra, pois amb am b as lib eram no final um botão de retorno. Esta pastilha de retorno, diremos, em conseqüência, como os met m etalúrgicos alúrgicos,, é, em todo o caso, o pequeníssimo pequeníssimo indivíduo mineral e filosófico, que será o germe de nosso ovo fecundado. Fulcanelli foi, com certeza, o primeiro a expor claramente a paciente composição do desenvolvimento deste ser mineral organizado. Ele nos indicou o meio de recolher recolher este este emb em b rião, ao final das águias ou sublim ações, ações, das quais acabam acab amos os de falar, falar, quando, pela ação do fogo, fogo, a pasta pa sta ob tida se fluidi flui difica fica e ab ando an dona na o que qu e os alqu al quim im istas 63 chamam de sua pez , em recordação do ichthys64 das da s 65 catacumbas romanas.
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Secreção Secreção resi resi nosa nosa do d o pin p inhei hei ro e de d e outras o utras árvores árvores do gênero; gêne ro; breu; alcatrão; piche. (Do (Do l at. pi ce .) 64 ICHTHYS: Espécie de monograma que figura Cristo, e que é compo com possto das pri pri m eiras ei ras l etras das da s pal pa l avras gregas grega s: Jesus Cristo Filho de Deus Salvador . Substituí-se muitas vezes por uma figura de peixe, pe i xe . (Do gr. porque as iniciais, reunidas, significam em grego, pei gr. ikhthus, peixe). 65 La alquimia explicada sobre sus textos clásicos, Canseliet, pág. 221.
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Capítulo XVII
O Ovo Filosófico Agora Agora dev de vemos em os preparar prep arar o ovo filosófico, que será Athan or . s ubmet ubm etido ido à cocção , no Athanor A compo com poss ição des de s te ovo é outro dos grandes s egredos guardados pelos alquim istas, is tas, os quais qua is costu stumam mam falar que existem dois vasos: o vaso da arte e o vaso da natureza. Esta expressão geralmente é interpretada com relação aos dois recipientes: o matraz, da via úmida, e o cadinho cadinh o de terra refratária, refratária, da via via seca. s eca. Porém, tal expressão possui um duplo significado, pois o termo vaso da natureza também se refere às s ubst ubs tâncias com component ponentes es do ovo filosófico filosófico. Vamos ver os esclarecimentos prestados por Fulcanelli a es te respeito: res peito: Esta vasilha, indispensável e muito secreta, recebeu nomes diversos, escolhidos de maneira a afastar os profano pro fanos, s, não n ão ape a pena nass do seu verda ve rdade deiro iro destin d estino o mas m as aind ai nda a da sua composição. Os Iniciados compreenderão o que queremos dizer e saberão a que vasilha nos queremos referir. referir. geralmente geralm ente é chamada ovo filosófico e Leão verde. Pelo termo ovo os Sábios entendem o seu composto, disposto no seu vaso próprio e pronto a sofrer as transformações que a ação do fogo nele provocará. Neste sentido, é positivamente um ovo, visto que o seu invólucro ou casca encerra o rebis filosofal, ilosofal, form form ado de b ranco ranco e de verm verm elho numa num a proporção proporção análoga à do ovo ovo dos pássaros. pássaros. Quanto ao segundo epíteto, a sua interpretação nunca foi fornecida fornecid a pelos pe los textos. textos. Batsdorff, Batsdorff, no seu Filet di a Filet d’Ariadne, dia que os Filósofos chamaram Leão verde ao vaso que serve para pa ra a cocção, cocçã o, m as sen fornecer forne cer qual qu alqu quer er raz ão para p ara isso. i sso. O Cosmopol Cosm opolita, ita, insistindo sob retudo retudo na n a qualida qua lidade de do vaso vaso e na sua necessidade n ecessidade para p ara o trab alho, alho , afirm afirma a que qu e na Obra Ob ra “há 89
apenas apen as este este Leão verde que fecha fecha e ab re os sete sete sí sím b olos indissolúveis dos sete espíritos metálicos e que atormenta os corpos até até tê-los tê-los aperfeiçoado inteiram ente, por meio m eio de uma um a grande g rande e firme firm e paciência p aciência do artist artista”. a”. O manuscrit ma nuscrito o de de G. Aurach Aura ch66 mostra um matráz de vidro, cheio até a metade com um licor a crescenta que qu e toda a arte a rte assenta na licor verde ve rde e acrescenta ob tenção deste deste único Leão verde e que o seu próprio nome nome indica a sua cor. É o vitríolo de Basile Valentin. A terceira figura do Tosão de Ouro é quase idêntica à imagem de G. Aurach. Aura ch. Vê-se um filósofo filó sofo vestido vestid o de verm elho el ho sob um manto púrpura e de boné verde, que aponta com a mão direita um matráz de vidro contendo um líquido verde. Ripley aproxima-se mais da verdade quando diz: “Um só corpo imundo im undo entr e ntra a no nosso magistério; m agistério; todos os Filósofos Filósofos lhe chamam Leão verde. É o meio para reunir as tinturas entre o sol sol e a lua”. lu a”. Destes ensinamentos infere-se que o nosso vaso é duplamente encarado na sua matéria e na sua forma, por um lado no estado de vaso de natureza, por outro como vaso da arte . As descrições – pouco numerosas e pouco límpidas límp idas – que acab amos am os de traduz traduz ir, referem referem-se -se à natu natureza do vaso; numerosos num erosos textos textos esclarecem-nos esclarecem -nos acerca da forma forma do ovo. Este pode, conforme o gosto do artista, ser esférico ou ovóide, ovóide , desde que seja sej a de vidro b em claro, transparente transparente,, sem falhas. As paredes devem ter uma certa espessura, a fim de resistir às pressões internas e alguns autores recomendam que se escolha para esse fito o vidro de Lorena67
Canseliet nos esclarece inicialmente que o ovo filosófico é cons tituído tituído pelos dois resultados res ultados das duas duas obras anteriores anteriores.. Pelo sal ou vitríolo, obtido obtido na prim p rimeira, eira, da cabeça 66
Le Très precieux Don de Dieu . Manus Ma nuscr crii to de Georges Aurach, de Estraburgo Estraburgo,, es e scri cri to e pi p i ntado nta do pel a sua sua própria própri a m ão, ano da Sa Salva lvação da Humanidade redimi da de 1415. (N (Nota de Fulcanelli .) 67 A expressão vidro de Lorena servia outrora para distinguir o vidro moldado do vidr vi dro o soprado. Graças à moldagem, o vidro de Lorena podia ter paredes muito espessas e regulares. (Nota de Fulcanelli.)
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morta ou caput mortuum e pelo b otão otão de retorno retorno, mercúrio filosófico ou rebis, obtido na segunda. seg unda. Am Am bos s ão a clara e a gema, que devem ser encerrados no interior do matraz de vidro, lacrado filosófico. hermetic herm eticam amente, ente, const cons tituindo o ovo filosófico Todo ovo é com posto posto da gem a – que é o nosso sal, o amarelo que simboliza nosso enxofre; e duma clara, que simb sim b oliz a nosso n osso mercúrio. m ercúrio. Tudo Tudo vai encerrado e ncerrado nu n um mat matraz.68
No caso cas o da via s eca, da própria m istur is tura a exis existtente no interior do crisol, submetido a altas temperaturas, irá se desprender uma crosta que constituirá a casca do ovo filosófico . Vejamos ejam os o que diz Canseliet: Cans eliet: Mas resumamos, e sejamos breve, a fim de sermos bem compreendidos. O ovo dos filósofos está constituído dos dois resultados que foram reservados nos finais das ob ras primeira e segunda. De um a part parte, o b elo sal sal obt ob tido do caput, graças graças ao agente ag ente de liquação, designado em toda lógica; de outra, o botão de retorno ou rêmora, extraído da terra, pelas subidas e descidas dos grandes mares de mercúrio. Falam os, desde o início, início, claram claramente ente e sem rodeios, que o vaso vaso da via úmida não n ão é o mesmo m esmo que o da via seca. Na primeira prim eira o composto com posto é introduzido introduz ido em um m atra atraz de vidro totalmente estranho a ele; na segunda, do composto muito diferente, se desprenderá a parede que assegurará a sua proteção pro teção.. Sem dúvida, não é sem razão, que o artista, na via seca, seca, não deve conduzir conduzi r dem asiadamente, asiadam ente, até até a purez pureza, a, o sal b ranco que extrai extrai do tártar tártaro o dos do s tonéi tonéis. s. Convém , de fato fato,, que o seu creme de tártaro contenha, em quantidade suficiente, o carbonato de cálcio indispensável à formação da casca. 68
O Triunfo Hermético, Limojon de Saint-Didier, pág. 26.
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Enquanto o recipiente de vidro, de corpo esférico e de gargalo longo, é a vasilha que os textos e a iconografia propa pro paga gam m e consag con sagram ram , desde de sde sem se m pre, pre , a im agem ag em fami familliar e, quem sabe, falaz. falaz. Consequentem Consequ entemente, ente, temos, temo s, de um a parte, o ordinário m atraz da quími qu ímica, ca, que se lacrará la crará cuidad cui dadosam osam ente, ente, segundo o m elhor elho r procedim ento; de outra parte, o ovo composto, com posto, que aguarda agua rda apenas ap enas ser colocado colo cado no n o ninho, ni nho, para ser chocado. chocado. O estudan estudante te sabe sab e pois po is que a via úm ida possui o seu m atr atraz de vidro vidro no b anho de areia, areia, sobre sob re a lâmpada lâmpa da ou queim ador, e que a via seca seca instala seu ovo no crisol crisol em m eio ao forno. Exat Exatam amente, ente, o prim eiro dos com postos postos é lí l íquido e o segundo, sólido; um é a amalgama expandida do ouro m etálico e do az a z ougue, ougu e, o outro, outro, a indissolúvel união u nião do our ouro verde verde e do az a z ougue, amb am b os filosóf filosóficos. icos.69
Apes Apes ar de parecer pare cer tudo solu s olucion cionad ado o ainda ain da exis existe te um s egredo ainda não revelado. revelado. Fulcanelli nos fornece algumas pistas sobre isto ao analisar os anagramas RER e RERE encontrados em um frontão rontão na Mans Mansão ão Lallem ant em Bourges: Bourges : Mas como com o decifrar o enigm enig m a das palavras pala vras destituídas destituídas de sentido? De uma maneira muito simples. RE, ablativo latino de res , significa a coisa, encarada na sua matéria; visto que a palavra RERE é a reunião de RE, uma coisa e de RE outra coisa, ou por uma dupla coisa e RERE eqüivale assim a RE BIS. Abri Ab ri um dicionário hermét herm ético, ico, folheai qualquer obra de alquimia e vereis que a palavra REBIS freqüentemente empregue pelos Filósofos caracteriza o seu composto, pronto a sofrer as sucessivas metamorfoses sob a influência do fogo. Resumindo: RE, uma um a matér m atéria ia seca, seca, ouro filosófico; RE, uma um a matér m atéria ia úmida, úm ida, mercúrio filosófico; RERE ou REBIS, uma um a matér m atéria ia dupla, simultaneamente úmida e seca, amálgama de ouro e de 69
La al qui qu i m i a expl exp l i cada cad a sobre ob re sus textos te xtos clás cl ásii cos, cos, Canselie Cansel iett, págs. 222 e 223.
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m ercúrio filosóficos, filosóficos, comb inação que recebeu receb eu da d a natu na turreza e da arte uma dupla propriedade oculta exatamente equilibrada. Gostarí ostaríam amos os de ser tamb am b ém claros na explicação explicação do segundo termo RER, m as não nos é perm itido rasgar rasgar o véu de m istério istério que o encob en cobre. re. Todavia, Todavia, a fim de satisf satisfazer az er na m edida edid a do possível possível a legít l egítim ima a curiosidade curiosida de dos do s filho filhoss da art arte, direm os que estas três três letras letras contêm contêm um segredo de capital capi tal importância, que se relaciona com o vaso da Obra. RER serve para cozer, unir radicalmente e indissoluvelmente, provoca pro vocarr as transform ações açõ es do com co m posto po sto RERE. Com o dar da r indicações suficientes sem cometer perjúrio? Não vos fieis no que diz di z Basile Basile Valentin nas suas suas Douze Clefs e livra l ivrai-v i-vo os de tomar as suas palavras à letra, quando pretende que “aquele que tem a matéria encontrará sem dúvida um recipiente para cozê-la”. Afirmamos, pelo contrário – e pode po dem m fazer faz er fé na nossa no ssa sinceri sin cerida dade de – que q ue será se rá im possível po ssível obter o menor sucesso na Obra se não se possuir um conhecimento perfeito perfeito do que é o Vaso dos Filósofos, e de que maneira se deve fabricá-lo. Pontanus confessa que antes de conhecer conh ecer este vaso secreto secreto tinha recom eçado sem sem sucesso sucesso o m esmo esm o trab alho m ais de duz entas veze vez es, embor mbora trabalhasse com as matérias próprias e convenientes e segundo o método regular. O artista deve fazer ele próprio próprio o seu vaso: é uma um a m áxima áxim a da arte. arte. Não com preendeis preende is coisa nenhuma, portanto, enquanto não tiverdes recebido toda a luz nessa concha do ovo qualificada de secretum pe loss mestres m estres da Ida I dade de Méd Média ia.. secretorum pelo Que é então RER? – Vimos que RE significa uma coisa, uma matéria; R, que é a metade de RE, significará uma metade de coisa , de matéria. RER eqüivale então a uma um a m atéria aum entada com a m etade de outra ou da sua.70
Canseliet Cans eliet acaba finalm finalmente ente nos revelando revelando o s egredo egredo:
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O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, págs. 219 a 221.
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Fulcanelli ainda foi mais m ais longe em suas confidências confidências sobre sob re a vasilha vasilh a da natureza naturez a chegando cheg ando a declarar de clarar que ela é o m esmo tempo que é o leão verde. ovo filosófico, ao mesmo É verdade verdade que não n ão é o leão verde, o vitr vitriol iolo o filosófico, que const con stitui itui diretamente diretam ente a part pa rte e m ais im portante portante da vasil vasilha da natureza, e sim os dois sais que derivam dele, um do caput mortuum e o outro, um pouco mais tarde, da porção vitrificada que liberou aquilo que poderíamos denominar, conforme conforme dissem dissemos, os, bot b otão ão de d e retorno. retorno.71
Portanto na composição do ovo filosófico não nã o devemos utilizar apenas o sal ou vitríolo obtido do caput mortuum , mas a sua mistura, em partes iguais, com o sal vitrificado , form formado ado pela água ou mercúrio, após a liberaç li beraçã ão do rebis ou m ercúrio filosófico filosófico. filosófico é compost Desta forma, o ovo filosófico compos to da m ist is tura destes destes dois sais com com o rebis.
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La al qui qu i m i a expl exp l i cada cad a sobre ob re sus textos te xtos clás cl ásii cos, cos, Canselie Cansel iett, págs. 223 e 224.
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Capítulo XVIII
A Cocção Cocção e os Regimes Regimes Vamos am os agora iniciar a cocção ou os regimes. Gue rra dos Lembremos Lembrem os do autor anônimo de A Antiga Guer Cavaleiros: A Pedra de d e prim pri m eira ei ra ordem ord em é a matéri m atéria a dos do s Fil Filóso ósofos, fos, perfeitam pe rfeitam ente en te purifica pu rificada da e reduz red uz ida id a a pura pu ra sub stância stânci a Mercurial; ercurial; a Pedra de segunda ordem é a mesma m esma matér m atéria, ia, cozida, coz ida, digerida dig erida e fixa em enxofre incom b ustível; ustível; a Pedra Pedra de terceira ordem é esta mesma matéria, fermentada, multiplicada e levada à perfeição última de tintura fixa, perm pe rman anen ente te e corante. coran te. Inicialmente a matéria dos Filósofos foi purificada e reduzida a pura substância Mercurial , constituindo a Pedra de primeira ordem , Mercúrio filosófico, Mercúrio duplo ou rebis. Agora Agora,, através através da cocção ou dos regimes iremos cozer e digerir a Pedra de primeira ordem, tornando-a o enxofre fixo fixo e incom b ustív ustível el ou Pedra de segunda ordem ordem . Estes regimes ou reinos são em número de sete, s endo atribuído atribuído a cada um um a divindade divindade do Olimpo. Olim po. As As s im temos tem os prim eiram ei ramen ente te o regime ou reino de Mercúrio (base, fundamento), ao qual sucede o de Saturno (o velho, o louco), o de Diana (inteiro, (inteiro, completo) ou da d a Lua Lu a, cuja veste é cintilante semelhante a cabelos brancos ou a cristais de neve, o de Vênus (beleza, braça), onde predomina o verde, o de Marte (adaptado, fixado), com Apo lo (o triunfador) vestes es tes cor de sangue s angue coagulado, e o de Apolo ou do Sol , com veste brilhante, escarlate. Alg Alguns uns autores autore s ass as s ociam ocia m os s ete regim regi m es aos s ete He b dom do m as hebdoma ebdomad dum, A A dias da criação criação e os denom inam Heb Semana das semanas ou a Grande Semana Sem ana. Estas fases as es coloridas coloridas variam m uito uito em duração duração e em em intensidade, havendo predominância de quatro cores: o negro, o branco, o amarelo ou citrino e o vermelho. Os 95
flores do jardim ja rdim m est es tres referem-s referem-se e a elas com como o as quatro flores hermético e recomendam muita prudência para não ultrapas ultrapasss ar o grau de fogo fogo requerido para cada regime. regim e. Um aquecim aque cimento ento exces excesss ivo, ivo, na vã vã tentativ tentativa a de abrev ab reviar iar o tempo tem po de cada regime, algumas algum as vezes ezes bem longo, iria iria queimar as flores do jardim hermét herm ético ico. O Adept Adepto o que m elhor des crev creve e os regimes em s eus pormenores porm enores é Filaleto: Dos diferentes diferentes Regim es desta desta Ob Ob ra Esteja Estejass certo, certo, tu, tu, aprendiz apren diz estudioso, estudi oso, de que q ue de d e toda toda a ob ra da pedra só o regim reg ime e é oculto, do qual o filósofo di disse a verdade, daquele que tiver seu conhecimento científico, de que será honrado pelos príncipes e poderosos da terra. E juro-te, ju ro-te, com toda sinceri sin cerida dade de,, que qu e se apen ap enas as isto fosse claram claramente ente expost exposto, o, m esmo os imb ecis mofariam mofariam da Art Arte. Pois, uma um a vez conhecido, tudo é apenas ape nas trab trabalho alho de m ulheres, jogo de crianças: crianças: bast b asta a fazer cozer. coz er. Causa de os Sábios Sáb ios terem terem com grande artifí artifício cio escondido este este segred segredo, e estejas certo de que também o fiz, se bem que tenha pareci pa recido do falar fal ar do grau g rau de d e calor; cal or; mas, m as, como com o propu pro puss e me m esmo algo fazer para não decepcionar a esperança e o trabalho dos leitores le itores estudio estudiosos. sos. Sabe, Sab e, pois, que nosso regim e é único e linea l inearr em toda a obra: trata-se de cozinhar e digerir. Porém, este regime único contém contém m uitos outros outros em si mesmo, me smo, que os invejosos esconderam esconderam sob sob variegados nomes nom es descrev descreveram eram como operaçõe ope raçõess diferentes. Eu me m e mani m anifest festarei arei m ais clarame cla ramen nte o candor que qu e prom p rometi, eti, o que cham cha m arias um a lhanez lh anez a inus inusitada de m inha part p arte e sob re este este assunto. assunto. Do Primeiro Regim e da Obra Ob ra que é o de Mercúrio ercúrio Logo no início falar-te-ei falar-te-ei do Mercúrio, Mercúrio, segredo jam ais tratado por nenhum Sábio; começaram, por exemplo, pela
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segunda obra, quer dizer, o regime de Saturno, e não mostraram ao principiante nenhuma luz antes do sinal essencial do negror. Sobre Sob re este ponto o b om conde Bern Bernard Trévisan, révisan, que ensina em suas paráb paráb olas que o Rei, quando vem à fonte, tendo deixado dei xado afastados afastados todos os estrange estrangeiros, iros, entra só no banho, vestido com um hábito de seda negra. Mas ele não diz quanto tempo passa antes de deixar este hábit háb ito o de ouro e em udece udece sobre todo todo um regime de talvez talvez quarenta, ou mesmo por vezes, cinqüenta dias; e durante esse tempo, privados de guia, os infelizes principiantes entregam a experiências temerárias. Claro, depois da chegada do negror até o fim da ob ra, o artist artista a é a cada dia confortado pelos novos sinais que aparecem, mas reconheço reconh eço ser em b araçoso araço so errar durante dura nte cinqüe cin qüenta nta dias sem guia, sem sem indicação e sem garantia. garantia. Aquel Aqu eles es que qu e no cam ca m inho in ho do d o erro crêem crê em que qu e dissol di ssolve ver r os corpos é uma operação tão fácil que imaginam que o ouro im i m erso no Mercúrio dos Sáb ios deve de ve ser devorado num piscar pi scar de olh o lhos, os, compre com preen ende dend ndo o mal m al a passa p assage gem m do con co nde Bernard Trévisan, Trévisan , onde ond e fala de seu se u livro li vro de ouro ou ro mergul m ergulh hado na fonte e que não pode recuperar. Mas aqueles que pena pe naram ram com a dissol di ssoluçã ução o dos do s corpos corp os pode po dem m atestar a verdadeira dificuldade desta operação. Eu mesmo, por ter sido freqüentemente testemunha ocular, certifico que é preciso pre ciso grand gra nde e sutilez sutil ez a para pa ra controla con trolarr o fogo, fogo , após ap ós a prepa pre paraçã ração o da m atéria, atéri a, de mod m odo o a dissol di ssolver ver os corpos corp os sem queim quei m ar as tinturas. tinturas. Em conseqüência, atenta atenta para m inha doutrina. doutrina. Tom Toma a o corpo corpo que te indiquei e coloca-o coloca-o na água do noss no sso o mar, m ar, e cozinha-o ao fogo contínuo convenientemente até que subam sub am o rocio e as nuvens e que recaiam em gotículas, gotículas, dia e noite, sem interrupção. E sabe que por esta circulação o Mercúrio sobe sob e em sua natureza prim p rimeira, eira, abando ab andona na o cor corpo no fundo em sua natureza naturez a prim eira, até até que, que , m uito depois depo is,, o corpo com co m ece a reter um pouco pou co d’água: d’água : e assim comu comun nicamse mut mu tuamente uam ente suas suas qualidades.
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Mas, como nem toda a água sob e pela sublim sub limação ação e perm pe rman anece ece sem pre um a parte pa rte com o corpo corp o no fundo fund o do vaso, o corpo é continuam ente fervido fervido e filtrado filtrado nesta água, ao passo que as gotas que recaem penetram a massa residual; e a água é tornada mais sutil por esta circulação contínua contínua e, enfim, en fim, extrai extrai suavemente, suavem ente, delicadam del icadam ente, a alma do Sol. Assim por po r interm in terméd édio io desta de sta alm al m a, o espírito esp írito é recolhido recolhido com o corpo e a união u nião de um e outro outro é realiz realizada ada na cor negra, ao fim de, no máximo, cinqüenta dias. Esta operação chama-se regime de Mercúrio, porque circula elevando-se, enquanto nele se embebe o corpo do Sol, embaixo; e este corpo, na operação, é passivo até a aparição das cores, sob sob revêem discretam discretamente ente após apó s mai m aiss ou menos vinte dias de ebulição conveniente e contínua; por conseguinte, estas cores se reforçam, e multiplicam, variando até a perfeição ao negror nigérrimo, que o qüinquag qüin quagésim ésimo o dia te dará, se se tiveres sorte. sorte. Do Segundo Regim e da Obra, Ob ra, que é o de d e Saturno Saturno Termina Term inado do o regim reg im e de Mercúrio Mercúrio,, cuja ob o b ra é desp despojar o rei de suas vestimentas de ouro, de fatigar o leão por múltiplos combates e atormentá-lo até a última lassidão, então aparece a parece o regim reg ime e de d e Saturno. Realm Real m ente, DEUS quer, para pa ra levar le var a b om termo term o a ob ra encetad en cetada, a, e é a lei le i deste de ste espetáculo, que saída saída de um regim e seja a entr e ntrada ada de outro, a morte de um, o nascimento de outro; apenas tenha Mercúrio terminado seu reinado, entra seu sucessor, Saturno, Saturno, que ocupa o nível nível m ais alto, a lto, depois daquele. daqu ele. O leão m orrendo, nasce o corvo. corvo. Este regime é igualmente linear no que concerne à cor, o negro nigérrimo. Mas, não se vê fumaça, nem vento, nem nenhum sintoma de vida, mas ora o composto está seco, ora assemelha-se ao piche fundido. 0 triste
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espetáculo, espetáculo, im agem da mort m orte e eterna, eterna, m as que mensageiro men sageiro agradável ao a o artista! artista! Pois não é um a negrura ordinária, ordin ária, mas b rilhante, rilhante, mais que o negro mais m ais intenso. intenso. E assim assim que vires a m atéria, no fundo do d o vidro, inflar-se como com o a m assa de pã pão, jub ju b ila-te: il a-te: é que qu e o espiri esp irito to vivifican vivi ficante te ai está encerra en cerrado do,, e, quando achar conveniente, o Todo-Poderoso dará a vida a esses cadáveres. Tu ao menos toma cuidado com o fogo, que deves aqui conduzir com julgamento são, e juro-te pela fé empenhada, que se, à força de aumentá-lo, fazes neste regim e sub lim ar algo, al go, perderás perde rás toda a ob ra, inevitave inevitavelmen mente. Contenta-te, com o bom Trévisan, em seres mantido na prisão pri são duran du rante te quare qu arenta nta dias di as e quare qu arenta nta noites, no ites, e perm ite à tua frágil frágil m atéria perm pe rmanecer anecer no fundo, que é o ninho n inho de sua concepção: estejas certo de que após o período determinado pelo Todo-Poderoso para esta operação, o espírito renascerá glorioso e glorificará seu corpo; subirá, asseguro, e circulará, sem violência; elevar-se-á do centro para pa ra os céus, céu s, e descerá de scerá dos d os céus céu s para a terra, terra , recolh reco lhen endo do a força orça do que está está no alto e do que está está emb em b aixo. Do Regim e de Júpiter Júpiter Ao negro ne gro Saturno Saturn o sucede suce de Júpiter, Júp iter, que é de outra o utra cor. Pois após a putrefação necessária e a concepção feita no fundo do vaso, pela vontade von tade de DEUS, verás novamente novam ente as cores camb cam b iantes, ian tes, e um a sub lim ação circulan ci rculante. te. Este Este regime não é longo, não dura mais de três semanas. Durante este tempo, aparecerão todas as cores imagináveis, que não pode po dem m ser notada no tadass precisa pre cisam m ente. en te. As chuvas, chu vas, ao long lo ngo o destes dias, se multiplicarão; e ao fim, após tudo isto, uma brancura muito bela de se ver, em forma de estrias ou cabelos, cab elos, se se m ostrar ostrará á sob re as paredes do vaso. Então rejub rej ub ila-te, ila -te, pois poi s cumpriste cum priste ditosam di tosamente ente o regime de Júpiter. A prudência, neste regim regim e, deve ser extrem extrema. a.
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Para que os filhotes dos corvos, quando tiverem deixado o ninho, não retornem retornem a ele. Igualmente, para não verter a água com tão pouca m oderação, que a terra terra que rest reste e seja ab andonada, seca seca e inútil, no fundo do vaso. Terceiramente, para não irrigar a terra excessivam excessivamente, ente, a ponto de sufocá-la. Todos est e stes es erros, evitá-los-á evitá-los-á com um b om regime de calor exterior. exterior. Do Regime da Lua O regime de Júpiter estando completamente terminado, ermi nado, ao fim do quarto quarto m ês verás aparecer aparecer o sinal sinal da Lua crescente; e isto, sabe, porque o regime de Júpiter foi inteiramente consagrado a purificar o latão. O espírito que purifica pu rifica é alvíssim al víssimo o em sua naturez na turez a, m as o corpo corp o que qu e ele el e deve lim par é de um negro extremam extremam ente escuro. escuro. Durante Durante este este trânsito trânsito do negro para pa ra a b rancura, distinguem -se todas todas as cores cores intermed intermediárias; iárias; e quando elas desaparecem tudo torna-se branco, um branco que não é perfeito desde o prim pri m eiro ei ro dia, di a, m as passa pa ssa grada gra dativam tivam ente en te do b ranco ran co ao alvíssimo. E sabe que neste regime tudo se torna, à visão, tão líquido quanto q uanto o az a z ougue, ougu e, e é o que q ue se cham a a sigilaç sig ilaçã ão da m ãe no interior i nterior do ventre ventre do infante que ela engen e ngendrou; drou; ver ver-se-ão se-ão neste neste regime regim e cores cores variadas, b elas, m omentâneas om entâneas e desaparecendo desaparecend o rapidam rapid amente, ente, m as mais m ais próximas próxim as do bra branco do que do negro, assim como no regime de Júpiter elas particip pa rticipava avam m m ais ai s do negro ne gro que qu e do b ranco. ran co. E sab e que qu e o regime regim e da Lua será termin terminado ado em três semanas. seman as. Mas, antes que termine, o composto se revestira de mil formas. Pois, crescendo os rios antes de toda coagulação, ele se liqüefar li qüefará á e se se coagulará coagulará cem vezes por dia; às vezes se assemelhará a olhos de peixe, por vezes imit im itará ará a forma forma duma dum a árvore árvore de prata prata mui m ui fina com com ramos e
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folhas. folha s. Num a pala pa lavra, vra, ficarás a cada m om ento estupefa estupe fatto de admiração adm iração com com o que vires. vires. E finalmente, terás grãos muito brancos, tão finos quanto quan to átomos átom os do Sol, e m ais b elos do d o que q ue qualquer qual quer co coisa já vista por olho humano. Damos graças eternas a nosso DEUS, que produz p roduz iu esta ob ra. Realm Real m ente, é a verdadeira verdadeira e perfeita pe rfeita tintura ao b ranco, ran co, se b em que qu e de prim pri m eira ei ra ordem ord em somente, e, por conseguinte, de medíocre virtude em relação à virtude admirável que adquirir pela repetição da prepa pre paraçã ração. o. Do Regime de Vênus O mais surpreendente de tudo é que nossa pedra, inteiramente perfeita e capaz de dar uma tintura perfeita, humilha-se mais uma vez, e prepara, sem que se lhe dê a m ão, um a nova no va volatilidade. volatilid ade. Mas, Mas, se se a retiras retiras de seu vaso, a mesma pedra, encerrada num outro, se resfria, e em vão tentarias levá-la m ais adiante. ad iante. Não posso, p osso, e nenhum nenhu m filóso filósofo antigo, dar-te razão demonstrativa, senão que tal é a vontade de Deus. Ao m enos en os neste ne ste regim reg im e cuida cui da de teu fogo, fogo , porq p orque ue a lei da pedra perfeita é que ela seja fusível: por isso, se intensificas um pouco o fogo, a matéria se vitrificará e aderirá, fundida, às paredes do vaso, e não mais poderás progre pro gredi dir. r. E é essa a vitrificação vitrifica ção contra con tra a qual qu al os filósofos filó sofos tomam om am tantas tantas precauções, e que, antes e depois que a ob o b ra ao branco seja perfeita, ocorre ordinariamente aos imprudentes: im prudentes: corre-se corre-se este este risco desde o m eio do d o regim e da Lua até ao sét sétim imo o ou décimo décim o dia do regim e de Vênus. Deve-se muito pouco aumentar o fogo, para que o composto com posto não n ão se vitrifique, vitrifique, quer diz er, que não nã o se liqüefaça passiva pa ssivam m ente en te com o o vidro; vid ro; enqu en quan anto to que qu e com um calor cal or suave liquefar-se-á sozinho, inchará, e pela vontade de DEUS será dotado de um Espírito que se exaltará e trará consigo a pedra; e dará novas cores, de início, o verde de
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Vênus, que durará bastante, só desaparecendo totalmente ao fim de vinte dias; em seguida, o azul, e uma cor lívida, depois, ao fim do regime de Vênus, um púrpura pálido e suave. Cuida, no decurso desta operação, de não irritar demasiado o espírito, porque ele é mais corporal do que antes, e se o deixas voar para o alto do vaso, dificilmente descerá por si só; só ; é preciso ob o b servar a m esma esm a preca pre cau ução no regime da Lua. Quando o espírito começar a se espessar, então será tratado tratado com delicadez deli cadeza, a, sem violência, violên cia, por med medo de que, se fugir para o alto do vaso, tudo o que esteja no fundo seja queimado, ou ao menos, se vitrifique, o que destruiria destruiria a ob ra. Quando tiverdes visto o verdor, sabe que há nele virtude germ ge rmina inativa. tiva. Então desconfia descon fia que um u m calor calo r excess excessivo possa po ssa dege de gene nerar rar o verde verd e em negro ne gro,, e controla con trola o fogo com co m prudê pru dênci ncia. a. Este Este regim reg im e será cum cu m prido pri do apó a póss quaren qua renta ta dias. dia s. Do Regim Reg ime e de Marte Marte O regime de Vênus terminado, cuja cor é sobretudo verde, avermelhando-se um pouco com púrpura obscuro, por po r vez es lívido; lívid o; duran du rante te este tempo tem po cresceram cresce ram , na n a árvore árvo re filosófica, ram os de diversas di versas cores, com ramos ram os e folhas fol has;; vem em seguida o regime de Marte, que mostra mais freqü freqüentem entem ente um a cor am arelada arel ada,, um am arelo arel o diluído com marrom, e que exibe gloriosamente as cores efêmeras de Íris e do Pavão. Então, Então, o estado estado do com posto torna-se torna-se mais m ais seco, e a m atéria toma formas variadas variada s e fantasm fantasmagóricas. agóricas. É a cor de Jacinto que mais usualmente aparece, com um pouco de alaranjado. É aqui que a mãe m ãe selada no ventr ventre e de seu seu filho filho surge e se purifica, e esta pureza, aonde se banha o composto é tal, que afasta a podridão. Mas as cores que servem de base a todo este regime são suaves; ocorrem, porém po rém de tem pos po s em tempo tem pos, s, e mui m uito to agradá agra dávei veiss de se ver ver.
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Sabe que nossa terra virgem sofreu seu último trabalho, rab alho, para ver sem semear ear e am adurecer nela o frut fruto o do Sol; continua então en tão o calor calo r conveniente, convenien te, e estarás seguro de ver, ver, pelo pe lo trigésim trigé sim o dia di a deste de ste regim reg im e, apare ap arecer cer um a cor citrina citrin a que, duas semanas após sua primeira manifestação, impregnará im pregnará quase todo todo o com posto. posto. Do Regime do Sol Aproxim Apro xim as-te agora ag ora do fim de tua ob ra, e quase qu ase acabaste teu trabalho. Já tudo aparece como o mais puro ouro, e o leite da Virgem , com o qual qua l em b eb es esta esta mat m até éria, amarelece am arelece cada vez m ais. Oferec Oferece e a Deus, doador de todos todos os b ens, graças eternas, por ter conduz ido a ob o b ra até aqui aqui, e pede pe de-lh -lhe e dirig di rigir ir teu julg ju lgam am ento, en to, para pa ra que qu e teu zel z elo o não nã o te te faça estragar estragar a ob ra, já tão perto da perfeição. Considera pois que esperaste quase sete meses, e seria seria insensato insensato reduzir reduz ir tudo tudo a nada na da num a só pequena hora. h ora. Quanto mais te aproximas da perfeição mais deves ser prude pru dente. nte. E se procede proce deste ste com as precau pre cauçõe çõess necessári nece ssárias, as, eis os sinais que ob servar servarás: ás: Inicialmente, notarás sobre o corpo uma espécie de suor citrino, depois vapores citrinos que, o corpo se ab atendo, atend o, se tingirão tingi rão de d e violeta, vio leta, e, de tem pos em e m tempo tempos, de púrpu pú rpura ra ob scuro. scuro . Após Apó s um a espera esp era de catorz e ou quin qu inzz e dias di as neste ne ste regim regi m e do Sol, verás tua m atéria, em sua m aior aio r parte, to tornarse úmida úm ida e pesada, o que não a im pedirá de ser carregada carregada no ventre do vento. Enfim, pelo vigésimo sétimo dia deste regime, ela começará a se dessecar; então, se liqüefará, depois se congelará, congela rá, e novamente novam ente se liqüefará, liq üefará, cem cem vezes vez es por dia, dia , até que comece a se tornar granulosa; e parecerá completamente dissociada em pequenos grãos; depois se concentrará de novo, e a cada dia se revestirá de formas
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fantasmagóricas, sempre renovadas. aproximadam ente duas sem semanas. anas.
Isto
durará
Mas, finalmente, pela vontade de DEUS, tua matéria irradiará irradiará um a luz que dific d ificilm ilmente ente podes conceder. Espera Espera agora pelo fim próximo, que vereis ao fim de três dias, quando a m atéria atéria formará grãos como átomos átomo s do Sol, e de uma cor tão intensamente rubra, que ao lado do vermelho mais brilhante, ela parecerá enegrecer como um sangue puríssim pu ríssimo o coagu coa gula lado do;; e jam ja m ais ai s terias teria s crido crid o que qu e a arte pude pu desse sse criar cria r m aravil ara vilha ha sem elha el hante nte a este elixi el ixir. r. Tão extraordinária extraordinária é esta criatura, criatura, que ela e la não n ão tem par em toda toda a natureza, nela nada se encontrando que sequer lhe assemelhe.72
Filaleto nos dá uma descrição bastante clara, pormenorizada e na ordem exata dos regimes, porém, conforme ele mesmo dá a entender logo no início, omite algumas informações essenciais, que buscaremos em Fulcanelli: Aprend Apre ndei ei,, então, en tão, não nã o é em que qu e um a cor difere di fere de outra, mas sim em que é que um regime se distingue do seguinte. E, antes de mais, o que é um regime ? Muito simplesmente a maneir m aneira a de fazer vegetar , de conservar e aumentar aum entar a vida que a vossa vossa pedra pedra receb receb eu à nascença. nascença. É pois po is um modus operandi , que não nã o se traduz traduz forçosam forçosamente ente por po r uma um a sucessão suce ssão de d e cores core s diversas. dive rsas. “Aquele “Aque le que q ue conh co nhece ecer r o Regime, escreve Filalet Filale to, será honrado honrad o pelos príncipes príncipes e pelo pe loss grand gra ndes es da terra”. E o mesm m esm o autor au tor acrescenta: acresce nta: “Não vos escondemos escondemo s nada, nad a, a não ser o Regime”. Ora, Ora, para não atrair sobre a nossa cabeça a maldição dos Filósofos, revelando o que eles el es consideraram dever deixar na sombra sombra, contentar-nos-em contentar-nos-emos os em advertir que o Regime da pedra, ou seja, a sua cocção, contém vários outros, ou, por outras pala pa lavras, vras, trata-se de várias vári as repetiçõ rep etições es da m esm a m anei an eira ra 72
Entrada Entrada Aberta ao Palá cio fechado do Rei, Fil aleto, al eto, págs. págs. 78 a 94.
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de operar. Refleti, recorrei à analogia e, sobretudo, nunca vos afasteis da simplicidade natural. Pensai que deveis comer todos os dias, para manter a vossa vitalidade; que o repouso repo uso vos é indispe ind ispensável nsável porque, porq ue, por po r um lado, lad o, favo favorrece a digestão digestão e a assimilação assim ilação do alim ento e, por outro, outro, o renovar das células enfraquecidas pelo labor quotidiano. E acaso não deveis expulsar freqüentemente certos produtos heterogêneos, heterogêneo s, dejetos deje tos ou resíduos resíduos não assim iláveis? ilávei s? Igualmente a vossa pedra tem necessidade de alimento alim ento para aum entar o seu poder e esse esse alimento alim ento deve ser gradual, mudado em certo momento. Dai-lhe primeiro leite; lei te; segu seguir-se-á ir-se-á o regim regi m e carnív carn ívoro, oro, mai m aiss sub stancial. E não vos esqueçais, após cada digestão, de separar os excrem excrementos entos porque po rque a vossa pedra ped ra poderia p oderia ser infectad infectada a por eles... Segui, portanto, a natureza e obedecei-lhe o mais fielmente que vos for possível. E compreendereis de que m aneira convém convém efetuar efetuar a cocção cocção quando quan do tiveres tiveres adquirido 73 perfeito pe rfeito conhe con hecim cim ento en to do Regi Re gim m e.
Em vão. É a tradução lapidar dos quatro fogos da nossa cocção. Os autores que falaram neles descrevem-nos como outros tantos graus diferentes e proporcionados do fogo elementar agindo, no seio do Atanor, sobre o rebis filosof ilo sofal. al. Pelo m enos, é o sentido sugerido suge rido aos a os principiant princip iante es, e que estes se apressam a por em prática, sem reflexão suficiente. No entanto, os próprios filósofos afirmam que nunca falam tão ob sc scurame urament nte e como com o quando q uando parecem exprimirexprimir-se com exatidão; exatidão; assim, assim, a sua aparente aparente clareza engana en gana quem se deixa seduz sed uzir ir pelo sentido literal, e não procure certificar certificar-se de que qu e ele el e concorda ou o u não nã o com a ob servação, servação, a razã razão oe a possibil isso devem os prevenir os possibilid idade ade de natureza. Por isso artistas que tentarem realizar a Obra segundo este processo pro cesso,, que q uerr diz er sub m etendo eten do o am a m álga ál gam m a filosófico filo sófico às às crescentes temperaturas dos quarto regimes do fogo, de de que serão infalivelmente vitimas da sua ignorância e 73
O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, págs. 118, 119 e 120.
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Procurem eles, eles, frustrados do resultado com que contavam . Procurem antes de tudo, descob descob rir o que os Antigos Antigos entendiam pela expressão figurada do fogo, e pela dos sucessivos quatro graus da sua intensidade. Porque não se trata aqui, de modo algum, do fogo das cozinhas, dos nossos fogões ou dos altos fornos. “Na nossa obra, afirma Filaleto, o fogo ordinário só serve serve para arredar o frio frio e os acidentes aciden tes que ele e le podi po dia a causar.” cau sar.” Noutro Nou tro sitio do seu tratado, tratad o, o mesm m esm o aut au tor diz positiva po sitivam m ente en te que a nossa n ossa cocção co cção é linear , quer diz er igua igu al, constante, regular e uniforme duma ponta à outra do trab trab alho. al ho. Quase todos todo s os filósofos tom aram para exemp exempllo do fogo de cocção, ou maturação, a incubação do ovo de galinha, gali nha, não quanto quan to à temperatura tem peratura a adotar, a dotar, m as sim qua quanto à uniformidade e à permanência. Assim, aconselhamos vivamente a considerar, antes de tudo, a relação que os sapientes sapientes estab estab eleceram entre entre o fogo e o enxofre, afim afim de obter esta noção essencial de que os quatro graus de um devem corresponder infalivelmente aos quatro graus do outro, outro, o que diz m uito em poucas palavras. palavras. Enfim Enfim,, na sua sua tão minuciosa descrição da cocção, Filaleto não deixa de sublinhar quanto a operação real está afastada da sua análise metafórica, porque em vez de ser direta, como geralmente se crê, ela comporta várias fases ou regimes, simples simples reiterações duma duma só e mesma mes ma técnica. No nosso entender, estas palavras representam o que se disse de mais sincero sobre a prática secreta dos quatro graus do fogo.74 Na realidade, a cocção linear e contínua exige a impossível dupl duplaa rotação rotaçã o de um a m esma roda, movimento impossível de traduz ir na pedra e que q ue justificou justificou a necessidade n ecessidade das duas rodas confundidas de maneira a formar apenas uma. A prim pri m eira ei ra roda rod a correspo corre spond nde e à fase úm ida id a da opera op eração ção – denominada “decocção” – em que o composto permanece fundido até à formação de uma película ligeira, a qual, aumentando pouco a pouco de espessura, ganha em 74
As Mans Ma nsões ões Filos Fil osofai ofai s, Fulcanel Fulcan elll i , págs pág s. 406 e 407. 40 7.
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profund pro fundid idad ade. e. O segun seg undo do períod p eríodo, o, caracteriz caracteri z ado ad o pela pe la se secura – ou “cocção” “cocçã o” – com eça então en tão por po r um a segun seg unda da volta vol ta da roda, realiza-se e termina quando o conteúdo do ovo, calcinado, calcinado, aparece granuloso ou pulver pul verulento, ulento, em forma de cristais, cristais, de areia ou o u de cinz a. O comentador anônimo de uma obra clássica diz a propó pro pósito sito desta de sta operaçã ope ração, o, que é verda ve rdade deira iram m ente en te o símbol símbolo da Grande Ob ra, que “o filósofo filósofo faz faz cozer a um calor suave suave e solar e num só vaso, um único vapor que se espessa pouco po uco a pouco po uco”. ”. Mas Mas qual qu al pode po de ser a tempe tem peratura ratura do fogo exterior exterior conveniente convenie nte para esta cocção? cocção? Segundo Seg undo os autores modernos, o calor do início não deveria exceder a tempe tem peratura ratura do corpo corp o hum hu m ano. ano . Alb Alb ert Poi Poisson sson dá co como base base 50 graus com aumento progressivo até 300 graus centígrados. Filaleto, nas suas Règles afirma que “o grau de de calor que poderá agüentar o chumbo (327 graus) ou o estanho em fusão (232 graus), grau s), e mesm m esmo o ainda ai nda m ais fort forte, ou seja, tal que os vasos o possam agüentar sem partirem, deve ser considerado um calor temperado. Por aí, aí, diz ele, começareis o vosso vosso grau de calor próprio próprio para o reino onde a natureza na tureza vos deixou”. Na sua décim a-quinta a-quin ta regra, Filale Filaletto volta ainda a esta importante questão; depois de ter feito notar que o artist artista a deve operar sob re corpos corpos minerai m ineraiss e não sobre sob re subst sub stâncias âncias orgânicas, orgânicas, diz o seguinte: “É necessário necessário que a água águ a do nosso n osso lago ferva com as cinzas cinz as da nossa árvore de Hermes; Herm es; exorto-vos exorto-vos a fazer faze r ferv ferve er noite e dia sem cessar cessar,, afim afim de que qu e nas ob ras do nosso mar mar tempestuoso a natureza celeste possa subir e a terrestre descer. Porque vos asseguro que, se não fazermos ferver , nunca nunca poderem poderem os chamar à nossa nossa ob ra uma um a cocção, m as 75 sim uma um a digestão”. Uma análise destes textos nos levará aos pontos ess es s enciais não abordados por Filalet Filaleto. o. Primeiramente, a sucessão dos regimes não é contínua, existindo interrupções. 75
O Mistério das Catedrais, Fulcanelli, págs. 171, 172 e 173.
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Os quatro graus de calor , correspondem a quatro etapas distintas, que também correspondem às quatro cores. Cada etapa cons constit titui ui a repetição repetição da mes m esm m a técnica. técnica. Mas quando termina termi na cada etapa? Cada etapa possui uma fase úmida, denominada decocção, s eguida de uma fase s eca, denominada cocção, na qual o conteúdo do ovo , calcinado, calcina do, aparece ap arece granuloso granul oso ou pulverulento, pulverulento, em form form a de cristais, cris tais, de areia ou o u de cinza. cinza. Quando a matéria, no interior do ovo , fica com este aspecto, as pecto, sem se m m anifestar anifes tar mais ma is alterações , chegamo chegam os ao final da etapa. Ao Ao fim de cada etapa abrim abri m os o ovo filosófico, retiramos retiramos os resíduos indesejáv indes ejáveis eis e acres acrescent centam amos os nova nova quantidade de sal ou enxofre . Os diferentes graus de fogo correspondem à adição de mais uma um a quantidade quantidade de sal , a cada etapa. Mas, as , quais as temperaturas que devem devemos os empre em preg gar? Em cada etapa, devemos subir gradativamente a temperatura temp eratura até chegar à ebulição ebu lição da m istura. is tura. Filaleto deixa deixa bem claro que devem devemos os fazer ferv is tura. Chegados Chegados à fer ver a m istura. ebulição, ebul ição, mantem m antemos os a temperatura tem peratura nes ne s te ponto até o final da etapa. Procedendo Procedendo des ta maneira manei ra iremos observ obs ervar ar todas todas as as transform ransform ações dos sete de s critas por Filalet Filal eto o, que sete regim es, des apenas omitiu a ocorrência destas interrupções, chegando ustível el . no final à obtenç ob tenção ão do enxofre rub ro, fixo e incom b ustív
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Capítulo XIX XIX
A Fer Fermenta mentação ção e a Multiplicação Multiplicaç ão Estamos Estam os agora na etapa final final da Grande Obra. Obra. Na etapa anterior, através da cocção ou dos sete regimes obtivem en xofre rub ro, fixo e obtivemos os a Pedra na form form a de enxofre Agora, ra, atrav a través és incombustível ou Pedra de segunda ordem . Ago da sua fermentação e multiplicação a elevaremos à perm anente te e corante, Pedra perfeição perfeição última últim a de tintura fixa, permanen de terceira ordem ou Pedra Filosofal . A Fermentação consiste em submeter este enxofre , combinado com ouro puro, aos sete regimes anteriores, o que levará agora um intervalo de tempo bem inferior, de cerc cerca a de dois m eses. eses . Filaleto descreve com esta operação da seguinte maneira: A Ferm Ferm entação en tação da d a Pedra Ped ra Recorda-te que já encontraste um enxofre rubro incombustível, que não pode ser aperfeiçoado mais por si m esmo, esm o, com qualq qu alque uerr fogo fogo que seja; seja ; e atenta b astante astante, omit miti dize-lo no capitulo precedente, no regime do Sol citrino, antes da vinda do filho sobrenatural vestido de púrpura citrina, não vitrifica tua matéria por uma ignição muito violenta; porque então se tornaria insolúvel, e, em conseqüência, não se congelaria em belíssimos átomos, m uito rub ros. Sê pois m uito prudente, pruden te, para não nã o te privar, por tua culpa, culp a, de um tal tesouro. tesouro. Não crê, porém, ver aqui o fim de teus trabalhos; precisa pre cisass aind ai nda a continu con tinuar ar para pa ra ter, a partir pa rtir deste de ste enxofre, en xofre, e após novo giro da roda, o Elixir. Toma então três partes do Sol purí pu ríssim ssimo o e uma um a part p arte e dest d este e enxofr e nxofre e ígneo (podes to tomar mar quatro partes de Sol e uma de enxofre, mas a primeira
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propo pro porção rção é m elho el hor). r). Faz fundir fund ir o Sol num n um crisol criso l própri pró prio, o, e, quando estiver fundido, introduz teu enxofre, mas com precau pre caução ção 76 , para que q ue não seja prejudicado prejud icado pela fumaça fumaça dos carvões. Faz de sorte que tudo esteja em boa fusão, depois vert verte numa num a lingoteira, e ob terás m assa assa friável friável de belís b elíssimo simo vermelho, verme lho, m uito intenso, m as apenas apen as translúcido translúcido.. Toma uma parte pa rte desta de sta m assa reduz red uz ida id a em pó fino, fin o, duas dua s partes de teu Mercúrio Filosófico, Filosófico, m istura-os istura-os bem b em,, e coloca-os num vidro, vid ro, depois, rege o fogo como antes; e em dois meses verás passar pa ssar todos todo s os regim reg im es de que qu e falei, fale i, pela pe la ordem ord em . É a verdadeira fermentação, que podes recomeçar, se julgares conveniente.77
A Multiplicação consiste em juntar uma parte da Pedra com três a quatro partes partes do Mercúrio da prim eira ob obra e submetê-lo novamente aos regimes, o que levará agora apenas apenas s ete ete dias. Esta operação aumenta a Pedra em peso, pes o, volume volume e potência. A multiplicação cost cos tuma um a ser s er repetida repetida de cinco cinco a sete vezes e a cada repetição o tempo para se efetuar a sete regimes regim es diminui passagem dos sete dim inui cada vez vez m ais. ais . Filaleto tam também bém esclarece es clarece est es ta operação: A Mul Multipl tiplica icação ção da d a Pedra Ped ra Para isto fazer, b asta asta tomar tom ar a pedra perfeita perfeita e unir-l unir-lhe uma parte com três partes, ou quatro, no máximo, do Mercúrio da primeira obra, depois de reger o fogo convenientemente durante sete dias, o vaso estando estritamente fechado: todos os regimes passarão, para teu 76
Esta precaução consiste em envolver o enxofre em papel ou cera antes de lançá-lo sobre o ouro fundido, pois a fumaça ou os vapores poderiam pode riam alteráal terá-ll o, fazendo-o fazen do-o perder suas suas propriedades propriedad es.. 77 Entrada Entrada Aber Abe rta ao Palácio Palá cio Fechado do Rei, Filal Fil aleto, eto, págs. págs. 95 e 96 96.
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grande prazer, praz er, e a pedra ob o b terá um a virtude mil m il vez es mai maior do que antes de sua m ultiplicação. ultiplicação. E se tentas ainda uma vez a operação, percorrerás em três três dias todos os regim es, e a medicin m edicina a terá para ti uma força orça mil m il vezes maior m aior ainda. E se ainda desejas recomeçar, bastar-te-á um dia natural natural para fazer az er pass pa ssar ar a ob ra por todos os regimes regim es com com suas cores; uma só hora mesmo bastaria, se tentasses ainda uma vez a experiência: mas então não mais serias capaz de reconhecer reconh ecer a virtude virtude da pedra; e se porventura recomeçasses uma quinta vez a multiplicação, esta virtude seria seria tal que a ment me nte e não poderia conceb ê-la. Recorda-te então de render eternamente graças a DEUS, pois tens em tua posse o tesouro de toda a natureza.78
Apes Apes ar de teoricam teorica m ente ilim ili m itada, itada , na n a prática não s e deve deve repetir repetir demas dem asiadam iadamente ente a multiplicação, pelos próprios limites que a operação operação impõe. im põe. Segundo os mestres, uma repetição excessiva da multiplicação alterar alteraria ia as qualidades da Pedra, im pedin pe dindo do--a de retornar ao a o es tado s ólido ólid o cris talino, ao esfr es friar. iar. Nest Neste e caso ela permaneceria perm aneceria como um u m fluido incoagulável, incoagulável, sem elhant elhante ao merc m ercúrio úrio comum, comum , apres apresent entando ando um brilho fos fosfforescente orescente na escuridão, perdendo suas qualidades medicinais e transmutatórias, sendo empregada nas denominadas lâmpadas perpétuas. Porém, tal operação exige uma habilidade m uito grande grande do operador. Vejamos ejam os os esclarecimentos es clarecimentos prestados pres tados por Fulcan Fulcanelli a est es te respeito: De cada vez que a pedra, fixa e perfeita, é retomada pelo pe lo m ercúrio ercú rio para pa ra ali al i se dissol di ssolver, ver, alim al im entar en tar de novo, no vo, aumentar não só de peso e de volume, mas também de 78
Entrada Aberta Ab erta ao Palácio Pal ácio Fechado do d o Rei, Rei , Fil aleto, al eto, págs. págs. 99 e 100.
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energia, energia , volta volta pela pel a cocção ao seu estado, à sua cor e ao se seu aspecto aspecto primitivos. prim itivos. Pode-se Pode-se diz er que, depois depo is de ter tocado tocado no mercúrio, ela regressa ao ponto de partida. São estas fases de queda e de ascensão, de solução e coagulação, que caracterizam a multiplicações sucessivas que dão a cada renasciment renascimen to da pedra uma um a potência potência teórica teórica décupla da precedente. Todavia, e embora bastantes autores não encarem limite algum a esta exaltação, pensamos, de acordo com outros filósofos, que seria imprudente, pelo menos no que respeita à transmutação e à medicina, ultrapassar a sétima reiteração. Eis a razão por que João Lallem ant e o Adepto Adepto de Dam pierre só só figuraram figuraram sete sete b olas olas ou castanhas castanhas nos m otivos otivos de que qu e falamos. falam os. Ilimitada para os filósofos especulativos, a multiplicação é no entanto limitada no domínio prático. Quanto m ais a pedra progride, progride , mais m ais se torna penet pene trante rante e de elaboração rápida; não exige, a cada grau de aumento, senão um oitavo do tempo requerido pela operação preced pre ceden ente. te. Geralm Geral m ente en te – e aqui aq ui consi co nside deram ram os a via lon longa -, é raro a quarta q uarta reiteração reiteraçã o exigir exi gir m ais de duas dua s horas; a qu quinta cumpre-se, pois, em um minuto e meio, enquanto que bastariam doze segundos para completar a sexta: a instantanei instantaneidade dade de tal operação ope ração torná-la-ia impraticável. im praticável. Por outro lado, a intervenção do peso e do volume, incessantemente incessantemente aum a umentados entados,, ob rigaria a reserv reservar ar grande grande parte pa rte da produ pro dução ção,, por p or falta de prop p roporci orcion onal al qua q uantid ntidad ade e de m ercúrio, sem sempre pre dem orado e fastidioso fastidioso de preparar. Enf Enfiim, a pedra ped ra multiplicad m ultiplicada a ao quinto q uinto e sexto graus exigiria, dado o seu poder ígneo, uma importante massa de ouro para a orientar orientar para o metal m etal – sem sem o que nos exporíam exporíamos os a perdêla por inteiro. É, pois, preferível, sob todos os pontos de vista, não levar longe demais a sutileza dum agente já dotado de considerável energia, salvo se se pretender, abandonando a ordem das possibilidades metálicas e médicas, possuir este Mercúrio universal , brilhante e luminoso na obscuridade, a fim de construir a lâmpada perpé pe rpétua. tua. Mas sendo sen do líqui l íquido do,, que qu e então en tão se deve de ve reali rea lizz ar, só
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pode po de ser tentado tentad o por po r um m estre m uito ui to sáb io e de consumada habilidade...79
Convém esclarecer que a Pedra obtida inicialmente, na forma salina, constitui a Medicina Universal ou Pedra Filosofal propriamente propriam ente dita. dita. A Pedra, neste estado, não apresenta qualidades transmutatórias, pos s uindo uind o no entanto, segun s egundo do os mest mestrres, excelentes excelentes propriedades propried ades m edicinais edicin ais , ass as s egurand eguran do a saú saúde e a longevidade, influindo também no crescimento dos vegetais. egetais . Sua solução s olução alcoólica, de cor am arela ou citrina, citrina, é denominada Ouro Ouro potável . Ao Ao fermentarmos esta Pedra com ouro ou prata d e proje pro jeção ção vermelho obtemos o pó de erm elho ou o u branco, conform conforme eo metal utilizado, o qual só atua no reino mineral, possuindo qualidades transmutatórias; o primeiro, de converter os pro jeção ção metais em ouro e o segundo, em prata. O pó de proje também am bém cost cos tuma um a ser chamado de Pedra Filosofal , e as suas suas duas formas distintas costumam ser denominadas respectivamente Pedra ao Rub ro e Pedra ao Branco . Também é importante esclarecer que, para a d e proje pro jeção ção b ranco ran co, os regimes não obtenção obtenção do d o pó de nã o vão até até o últim úl timo, o, parando parand o no aparecim ento da coloração branca, branca, isto sto Lu a. Este procedimento é, no regime de Diana ou da Lua denomina-s denom ina-se e Pequeno Magis Magistér tério, io, em oposição opos ição ao Grande Grande Magis tério que é a execução execução com pleta da Grande Obra. Vejamos ejam os o que Fulcanelli diz a este es te res respeito: peito: O que importa acima de tudo é reter que a pedra filosofal se nos oferece sob a forma de um corpo cristalino, diáfano, vermelho quando em massa, amarelo depois de pulve pu lveriz riz ado, ad o, o qual qu al é denso de nso e m uito ui to fusível, em b ora fixo a qualquer qual quer temperatura, tem peratura, e cujas qualidad qual idades es próprias o torna tornam m incisivo, ardente, penetrante, irredutível e incalcinável. Acrescentem Acrescen temos os que qu e é solúve sol úvell no vidro vid ro em fusão, fusão , m as se volatiliza instantaneamente quando é projetado sobre um 79
As Mansões Filosofais, Fulcanelli, pág. 374.
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metal fundido. Eis aqui, reunidas num único sujeito, propri pro pried edad ades es físico físico-qu -quím ímica icass que qu e o afastam singu sin gula larm rmen ente te da natureza n atureza m etálica e tornam a sua origem m uito ne nebul bulosa. Um .pouco de reflexão vai tirar-nos de embaraços. Os mestres da arte ensinam-nos que o objetivo dos seus trabalhos é tríplice. O que procuram realizar em primeiro lugar é a Medicina universal , ou pedra filosofal propri pro priam am ente en te dita. di ta. Obtida Ob tida sob so b forma form a salin sal ina, a, mul m ultipl tiplica icada da ou ou não, não é utilizável senão para a cura das doenças humanas, a conservação da saúde e o crescimento dos vegetais. Solúvel em qualquer licor espirituoso, a sua solução toma o nome de Ouro potável (embora não contenha contenha o m ínimo nim o átom átomo o de ouro), ouro), porque apresenta apresenta uma um a m agnífica agnífica cor am a m arela. O seu valor curativo curativo e a diversidade do seu emprego em terapêutica fazem dela um auxiliar precio pre cioso so no tratamen tratam ento to de afecções afecçõ es graves gra ves e incurá in curávei veis. s. Não tem nenhum nenh uma a ação sob re os metais, m etais, salvo sob re o ouro e a prata, aos quais ela se fixa e que ela dota das suas propri pro pried edad ades, es, m as, conseq con seque uentem ntem ente, en te, não n ão serve se rve de nad n ada a para pa ra a transm utação. utaçã o. Contudo Con tudo,, se se excede exce de o núm n úm ero limit mite das suas multiplicações, ela muda de forma e, em vez de retomar o estado sólido e cristalino ao esfriar, permanece fluida como o azougue e absolutamente incoagulável. Na escuridão, brilha então com um clarão suave, vermelho e fosforesc osforescente, ente, cuja lum inosidade é m ais fraca fraca que a duma dum a lamparina vulgar. A Medicina universal tornou-se a Luz Luz inextinguível , o produto iluminante dessas lâmpadas assinala ram com o tendo tendo sido perpétuas que certos autores assinalaram encontradas em algumas sepulturas antigas. Assim irradiante e líquida, a pedra filosofal não é de todo susceptível, em nossa opinião, de ser levada mais longe; querer am plificar a sua virtude virtude ígnea parece-nos perigoso; perig oso; o m enos que se poderia recear seria seria volatiliz volatilizá-la á-la e perder o beneficio dum labor considerável. Finalmente, se se fermenta erm enta a Medicin Medicina a universal, un iversal, sólid sólida, a, com o ouro ou ro ou a prata prata muito puros, por fusão direta, obtém-se o Pó de projeção, terceira forma form a da d a pedra. p edra. É um a m assa translúcida translúcida,, verme vermelha ou b ranca segundo segundo o m etal etal escolhido, pulverizável, própria própria
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somente para a transmutação metálica. Orientada, determinada e especificada para o reino mineral, é inútil e sem ação nos outros dois reino reinos. s.80
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As Mansões Filosofais, Fulcanelli, págs. 154, 155 e 156.
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Capítulo XX
Considerações finais Ao Ao termina term inarr a Grande Obra o alquimista adquire A Pedra Filosofal e torna-s Ade pto. torna-se e então um Adepto Vejamos o que diz Canseliet, referindo-se a Fulcanelli: Nessa época, havia já seis anos que o nosso velho Mestre lograra a elaboração da Pedra Filosofal , de que vulgarmente se ignora que se divide em Medicina edicin a Univers Universal al e em Pó transmutatório ; uma e outro assegurando ao tríplice apanágio apan ágio – Conhecim Co nhecim ento, Saúde Saúde,, Riqu Riqueza Adep Adepto to o tríplice – , o qual qu al exalta exa lta a perm pe rman anên ência cia terrestre na ab soluta sol uta felicidade do Paraíso do Gênesis. Segundo o sentido do vocábulo latino adeptus , o alquimista recebeu, por conseqüência, conseqüên cia, o Dom de Deus , m elhor ainda o Presente no jogo jo go cab ca b alíst al ístico ico da d a dupl du pla a acepçã ace pção o que qu e sub linh li nha a que ele goza logo da infinita duração do Atual Atual : “Adeptos, diz-se na arte química – Adep Adeptiti dicuntur dicun tur in arte chim ica, precis preci s a Du Can Ca nge, que indica também o sinônimo Mystes (Mystæ) - , são exatamente aqueles que chegaram à mais alta iniciação (imo, εποται ). “Porque esta rica matéria – declara Henrique de Linthaut no seu Commentaire sur le Tresor des Tresors – compreende em si o mistério da Criação do Mundo, e grandezas grandez as e maravilhas m aravilhas de Deus; sendo um verdadeiro verdadeiro sol, dando dand o a luz lu z , por cert certo, o, às coisas coisas teneb rosas.” rosas.” 81 Para encerrarmos vamos citar um trecho de O Despertar dos Mágicos de Jacques Jacques Bergier Bergier e Louis Pawels, o qual, a nosso ver, retrata admiravelmente as questões Ade ptos: levantadas levantadas s obre os Adeptos
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Eugè Eu gène ne Cansel Cansel i et: Prefáci Prefá cio o à segun eg unda da edi ed i ção da obra de Fulca lcanelli: lli: As Mans Ma nsões ões Filos Fil osofa ofaii s.
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São conhecidas as maravilhosas lendas ligadas a essa pedra ou "pó de projeção" que seria suscetível de assegurar transmutações de metais em quantidades consideráveis. Transf Transform ormaria, aria, inclusivam ente, cert certos os metais m etais vis em ouro, prata ou platina, mas tratar-se-ia então de um dos aspectos do seu poder. Seria uma espécie de reservatório de energia nuclear em suspensão, facilmente manejável. Voltaremos em breve aos problemas que as m anipulações anipulações do alquimista alquimista propõem propõem ao homem m oderno oderno esclarecido esclare cido,, mas m as detenh d etenham am o-nos o-no s exatam ente onde ond e se detém os text textos os alquímicos. alquím icos. Eis a "grande "grande ob ra" reali realizz ada. Produzse no próprio alquimista uma transformação que esses textos evocam evocam,, mas ma s que nós n ós somos som os incapaz incapa z es de descre d escrevver por po r não nã o possui po ssuirm rmos os a esse respei resp eito to m ais ai s do que qu e um as pouca po ucass noçõe no çõess analó ana lógi gicas. cas. Essa tran transform sformaçã ação o seria seri a com o que a promessa, prom essa, através através de um u m ser privilegiado, privilegia do, daquilo daqu ilo que espera a humanidade inteira no termo do seu contato intelige intel igente nte com a Terra e os o s seus elem el em entos: en tos: a sua fusã fusão em Espirito, a sua concentração num ponto espiritual fixo e a sua união com outros centros de consciência através dos espaços cósmicos. Progressivamente, ou num súbito clarão, o alquim ista, ista, segundo segundo a tradição, descobre descob re o significado significado do seu longo trabalho. Os segredos da energia e da matéria são-lhe são-lh e desvendad desven dados, os, e ao mesm m esmo o tempo tem po tornam -se vis visíveis as infinitas perspectivas da vida. Ele possui a chave da mecânica do Universo. Ele próprio estabelece novas relações entre o seu espírito, espírito, de agora em diante dia nte animado, e o espirito universal em eterno progresso de concentração. concentração. Serão Serão cert certas radiações do pó de projeção a causa causa de uma um a transmutação do ser físico? A m anip an ipul ulaçã ação o do fogo e de certas sub stâncias stânci as perm pe rmite, ite, portanto, po rtanto, não nã o só transm utar os elem el em entos, en tos, com o ainda transformar o próprio investigador. Este, sob a influência das forças emitidas pelo crisol (quer dizer, das radiações emitidas por núcleos a sofrerem sofrerem m odificações odificações de estrutura), estrutura), entra em outr ou tro o estado. estado . Nele se operam ope ram m utaç utações.
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A sua vida vid a prolo pro long nga-se a-se,, sua inteli in teligê gênci ncia a e as suas sua s percep pe rcepçõe çõess atinge atin gem m um nível superi sup erior. or. A existência existên cia de d e tais "mutuantes" é um dos fundam entos da tradição rosa-cruz. rosa-cruz . O alquimista passa a outro estado do ser. É elevado a outro grau da consciência. Tem a sensação de que só ele se encontra desperto e que todos os outros homens ainda dormem. Escapa ao vulgar humano e desaparece, como Mallory allo ry sob sob re o Evereste, Evereste, depois depo is de ter tido tido o seu minuto m inuto de verdade. "A pedra filosofal representa desta forma o primeiro degrau suscetível de auxiliar o homem a elevar-se em direção ao Absolut Ab soluto. o. Para além começa com eça o m istério. istério. Aquém não há mistério, nem esoterismo, nem outras sombras exceto as que projetam os nossos desejos e sobretudo o nosso orgulho o rgulho.. Mas, Mas, como com o é mais mai s fácil satisf satisfaz azerm ermo-nos o-nos de idéias e de palavras do que fazer qualquer coisa com as própri pró prias as m ãos, ão s, com a nossa no ssa dor do r e a nossa no ssa fadiga fadi ga,, no silêncio e na solidão, soli dão, é mais m ais cômodo côm odo procurar p rocurar um refúgio refúgio no pensa pe nsam m ento en to cham ado ad o "puro", "puro ", do que q ue nos n os b aterm os corpo corp o a corpo contra o peso e as trevas da matéria. A alquimia proíb pro íbe e qual qu alqu quer er evasão eva são deste de ste gêne gê nero ro aos ao s seus seu s discípul di scípulos. os. Deixa-os frente frente a frente frente com o grande grand e enigm en igm a... a... Apena Apenass nos nos assegura assegura que se lutarmos até o fim para nos lib ertarmo ertarmoss da ignorância, a própria verdade lutará por nós e vencerá finalmente todas as coisas. Talvez comece então a VERDADEIRA metafísica ." 82
Uma Um a última últim a palavra palavra ao leitor: Expusemos aqui, de forma sincera e aberta, os resultados resultados de 28 anos de pesquis as e de trabalh trabalho. o. Porém Porém,, Ade ptos, podem apenas apenas os Adeptos pod em falar com certeza certeza abs a bsolu olutta sob sobre as operações alquímicas. Portanto, somos passíveis de erros. Foi exatamente por isso que apresentamos, no 82
O Despertar dos Mágicos, Jacques Bergier e Louis Pauwels, págs. 131 e 132 - trecho ci tado tad o de René All Al l eau: ea u: Prefácio Prefáci o à obra o bra de Le Breton: Les Clés Clés de la Phi lophi e Spagyrique Spagyrique . Editions Caractères, Paris.
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decorrer desta obra, inúmeros textos, para que o leitor pudes pude s s e, a cada cad a etapa, e tapa, comparar com parar a nos s a opini o piniã ão com a dos m est es tres consagrados e tirar tirar as s uas próprias conclus conclusões ões..
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Aden Adend do O Athano Athan or ou fo f orno rn o filos filosófico óf ico O Athano Athanor r , Atanor Atanor ou forno filosófico é um forno especial, com b anho de areia, para para receber receb er o ovo fil filosóf os ófic ico oe subm etê-lo etê-lo à cocção. Atualm Atualm ente, en te, em vez do carvão, carvão, convém convém utiliz utili zar o aquecimento aquecim ento elétrico elétrico ou a gás. Fulcanelli s e refere refere a este es te forno forno da seguinte s eguinte maneira m aneira:: Esta construção piramidal, cuja forma lembra a do hieróglifo adotado para designar o fogo, não é senão o Athanor Athanor , termo termo com que os alquim istas istas assinalam assinalam o forno filosófico indispensável para a maturação da Obra. Duas portas po rtas laterai la teraiss são aí praticad pra ticadas as e ficam em situação situa ção corres correspondente; pondente; tapam tapam janelas envidraç e nvidraçadas adas que permit perm item em a ob servação servação das d as fases fases do trab alho. alho . Outr Outra, a, situada situada na b ase ase, dá acesso à lareira; enfim, uma placazinha, perto do topo, serve de registro e de boca de evaporação aos gases provin pro vindo doss da com b ustão. ustão . No interio in terior, r, se nos no s ativerm ative rmos os às descrições muito pormenorizadas de Filaleto, Le Tesson, Salmon e outros, assim como às reproduções de Rupescissa, Rup escissa, Sgob b is, Pierre Victor, Huginu Hug inuss à Barma, Barm a, etc. etc., o Athanor Athanor está composto de modo a receber uma escudela de terra ou de metal, chamada ninho ou arena, porque o ovo é ali submetido à incubação na areia quente (latim arena , areia). Quanto ao combustível utilizado para o aquecimento, parece que é bastante variável, embora bastantes autores concedam as suas preferências às lâmpadas termogéneas.83
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As Mans Ma nsões ões Filos Fil osofai ofai s, Fulcanel Fulcan elll i , págs pág s. 376 e 377. 37 7.
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A per peregrin egrinação ação a São Tiago da Compo Composstela tel a A peregri pere grinaçã nação o a São Tiago da Com pos po s tela é uma um a tradição tradição que remonta rem onta à Idade Média, édia , tendo s ido efetuad efetuada por m ilhares de peregrinos, desde então. Nicolau Flamel relata no seu Livro das Figuras Hieroglíficas uma um a peregrinação a São Tiago da Com poste pos tella que ele el e próprio teria feito. Porém, tal peregrinação, sob o ponto de vista alquími alqu ímico, co, é um a forma form a s imbóli im bólica ca de des crever crever a elaboração filosófico. do m ercúrio filosófico Fulcanelli nos es clarece clarece s obre est es te sim bolism o: Todos os alquimistas são obrigados a empreender esta peregrinação. Pelo menos, figuradamente, porque se trata duma viajem simbólica, e quem desejar tirar dali provei pro veito to não pod p ode e deixa de ixarr o lab oratório ora tório,, nem ne m por po r um insta in stan nte. Precisa de velar, sem tréguas, o vaso, a matéria e o fogo. Deve ficar na brecha, dia e noite. Compostela, cidade emb em b lem ática, não está está situada em terra terra espanhola espan hola,, mas sim na própria terra terra da m atéria filosófica. Cam inho rude, peno penoso, cheio de imprevistos e de perigos. Rota longa e fatigante esta, esta, pela p ela qual o potencial se torna torna atual e o oculto se se torna torna m anifest anifesto! É esta esta preparação preparação delicada da primeira prim eira mat m atéria, éria, ou mercúrio comum, que os sapientes velaram sob a alegoria da peregrinação a Compost Com postela. ela. Julgamos já ter dito que o nosso mercúrio é este igue l Maïer consagrou um peregrino, este viajante a que Miguel dos seus melhores tratados. Ora, utilizando a via seca, caminho terrestre terr estre que representada pelo caminho qu e o nosso no sso pereg p eregrrino segue, à part pa rtida, ida, chega-se a exaltar pouco a pouco a virtu virtude difusa e latente, laten te, transformand transform ando o em atividade ativida de o que qu e só est estava em potência. potência. A operação fica terminada terminad a quando aparece aparece à superfície uma estrela brilhante, formada de raios emanados em anados de um centro centro único, protót protótipo ipo das d as grandes rosas
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ou rosáceas das nossas n ossas catedrais catedrais góticas g óticas84. Ali Ali está está o sinal cert certo de que o peregrino chegou com êxito êxito ao termo da sua prim pri m eira ei ra viage via gem m . Rece R eceb b eu a b ênção ên ção m ística ística de d e São Tiago Tia go,, confirmada pelo sinal luminoso que dizia resplandecer por cima cim a do túmulo túm ulo do Apóstolo. A hum ilde e vulgar vulg ar concha qu que ele trazia no chapéu mudou-se m udou-se em astro astro esplendoroso, esplendoroso, em auréola de luz. Matéria pura, cuja perfeição é consagrada pela pe la estrela estrel a herm he rmética ética:: ago a gora ra é o nosso no sso composto, a água águ a benta de Compostela (lat. compos, que recebeu, possui, sapien tes ( alabastrum stella, a estrela), e o alabastro dos sapientes alabastrum , estrela branca). É também o vaso de perfum perfumes, es, o vaso vas o de de alabastro (gr. αλαβαστρον , lat. alabastrus ) e b otão nascente da flor flor da sapiência, sapiê ncia, rosa hermética. O regresso de Com postela pode efet e fetuar-se uar-se quer pela m esma esm a via, segui seguindo ndo itinerário diferent d iferente, e, quer por via via úm ida ou m arítima arítima,, a única que os o s autores indicam indi cam em suas obra obras. Neste caso, o peregrino, escolhendo a via marítima, embarca sob a conduta dum pilo piloto to entendido, mediador experimentado, capaz de assegurar a salvaguarda da vasilha vasilh a (ou navio) navi o) durante du rante a travessia. travessia . Tal Tal é o ingrato in grato pape papel a que o Piloto da onda viva assume, porque o mar está semeado de escolhos e são nele freqüentes as tempestades. Estas sugestões ajudam a perceber o erro em que caíram tantos ocultistas, tomando o sentido literal de narrativas narrativas puram ente alegóricas, ale góricas, escrit escritas as com a intenção i ntenção de ensinar a alguns o que era preciso esconder de outro. O própri pró prio o Alb erto Poisson Poi sson se deixo de ixou u prend pre nder er no estratage e stratagem m a. Acreditou Acred itou que qu e Nicol Ni colau au Flam el, el , ab ando an dona nand ndo o a senho sen hora ra Pernelle Pernelle (“dam (“dama a Pernelle”), Pernelle”), sua mulher, m ulher, a sua escola escola e as suas iluminuras, tinha realmente efetuado, a pé e pela rota ib érica, o voto formul form ulado ado diante di ante do altar de Saint-Jacque Sa int-Jacquess-laBoucherie Bouche rie (São Tiago... Tia go...), ), sua paróqu pa róquia ia.. Ora, certificamos certificam os – e pode po dem m confiar con fiar na nossa no ssa sinceri sin cerida dade de – que qu e nunca nu nca Flam el 84
Fulcane Ful canell l i se refere refe re aqui aq ui ao apareci ap arecim m ento ent o de d e um u m a formação fo rmação cristalin lina semel em elhante hante a um a estr estrel ela, a, que qu e i ndi ca o fi nal da purifi p urificcação do mercúrio separação. obtido após a conjunção e a separação.
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saiu da cave onde on de seus fornos ardiam . Quem Quem soub er o que é o bordão (bourdon), a cabaça (calebasse) e a concha (mérelle) do chapéu de São Tiago, sabe também que diz em os a verdade. verdad e. Sub stituin stituindo-se do-se aos m ateriais ateriai s e toman mando o m odelo no agente interno, interno, o grande Adepto ob servav servava a as regras regras da disciplina filosófica ilosófica e seguia o exemplo exemp lo dos seus antecessores. Raimundo Lúlio diz-nos que, em 1216, logo após a sua conversão e com idade idad e de trinta trinta e dois doi s anos, fez a peregrinação a São-Tiago-de-Compostela. Todos estes mestres empregaram, pois, a alegoria; e estas relações imaginárias, que os profanos tomariam por realidades ou contos ridículos, segundo o sentido das suas versões, são precisa pre cisam m ente en te aquel aqu elas as onde on de a verda ve rdade de se afirm a firma a com m aior ai or 85 clareza. Este livro fechado, sím sím b olo eloqüente da mat m atéria éria de que se servem os alquimistas e que levam à partida, é o mesmo que a segunda personagem do Homem dos Bosques segura com tanto fervor; o livro assinado de figuras que q ue perm p ermitem item reconhecê-lo reconh ecê-lo,, apreciar-lhe aprecia r-lhe a virtu virtude e o objeto. O famoso manuscrito de Abraão o Judeu, de que Flamel lam el traz consigo consigo uma cópia de imagens, é uma ob ra da da m esma ordem e de qualidade qu alidade semelhante. sem elhante. Assim, Assim, a ficç ficção, ão, substituída à realidade, toma corpo e afirma-se na caminhada para Compostela. Sabe-se quão avaro de ensinamentos ensinam entos se m ostra ostra o Adepto Adepto respeito respeito da sua viagem, viagem , que ele efetua duma só jornada. “Portanto, neste mesmo modo86 , lim ita-s ita-se e ele a escrev escrever, er, pus-me a caminho, caminh o, e logo que assim fiz cheguei a Montjoye e depois a São Tiago, onde, com grande devoção, cumpri o meu voto.” Eis, decerto, uma um a descrição reduz reduz ida à expressão mais m ais simples sim ples.. Nenhum itinerário, nenhum incidente, nem a mínima indicação indi cação sob re a duração do trajeto. trajeto. Os ingleses ocup o cupa avam 85
As Mans Ma nsões ões Filos Fil osofai ofai s, Fulcanel Fulcan elll i , págs pág s. 267 e 268. 26 8. Quer dizer sob o hábito de peregrino com que se faz representar mais tarde no carneiro (“charnier”, jazigo, ossuário) dos Inocentes. (Nota de Fulcanelli.) 86
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então o território: Flamel não diz palavra a tal respeito. Um único termo cabalístico, o de “Mont-joie” que o Adepto emprega, evidentemente, de propósito. É o indício da pousa po usada da e etapa etap a b endi en dita, ta, lon l ongo go tempo tem po de espera esp era,, ond o nde eo livro está enfim aberto, o mont’alegre por cima do qual brilha o astro hermético 87 . A matéria sofreu a primeira prepa pre paraçã ração, o, o vulga vul gar r azougue mudou-se em hidrargírio filosófico, mas nada mais aprendemos. A rota seguida é intencionalm intencionalm ente m antida secreta. secreta. A chega che gada da a Com Co m postela po stela im plica pl ica a aqui aq uisiçã sição o da estrela. Mas a matéria filosofal ainda é demasiados impura para pa ra receb rece b er a matura m aturação ção.. O nosso no sso mercú m ercúrio rio deve d eve ele e levar var--se progre pro gressiva ssivam m ente en te ao suprem sup rem o grau gra u de pure p urezz a reque req uerrida, por uma série de sublimações que precisam da ajuda duma subst sub stância ância especial, antes de ser parcialm parcialmente ente coagulado coagulado enxofre vivo. Para em enxofre Para iniciar ini ciar o seu leitor l eitor nestas nestas operações, Flamel conta que um mercador de Bolonha88 - que identificamos com o mediador indispensável – o pôs em ralações com um rabino judeu, mestre Canches, “homem muito sábio em ciências sublimes”. As nossas três person pe rsonag agen enss têm têm assim assi m os respectivo resp ectivoss papéi pap éiss perfeita perfei tamen mentte estabelecidos. Flamel , como já dissemos, representa o mercúrio filosófico; o seu próprio nome fala como pseud pse udôn ônim im o expressa exp ressam m ente en te escolh esco lhid ido. o. Nicol Ni colau au,, em e m grego gre go 87
A l enda en da de São T i ago, ago , contada conta da por po r Alberto Al berto Poi sson, co contém a mes mesma verdade si mból mb ólii ca: “Em 835, 835 , T eodom eo dom i ro, bi spo de Iria, Iria , foi fo i inf informad mado por sobre um u ma col ina in a ar a rborizada , a certa distância a um m ontanhês de que, sobre ocidente do monte Pedroso, divisava-se uma luz doce, ligeiramente azulada, e, quando o céu estava sem nuvens, via-se uma estrela de harmonioso brilho por cima deste mesmo lugar . Teodomi Teo domi ro dir di rigiu-s ig iu-se, e, com todo to do o seu clero, cl ero, à col i na; na ; fi f i zeram-s zeram -se e escava escavaçõe çõess no sítio ind indica icado e encontrou-se num túmulo de mármore um corpo perfeitamente conservado, que indícios certos (índices certos) revelaram ser o do Após Ap ósto toll o Sant Sa nt’Iag ’Iago.” o.” A atua at uall catedral cate dral , des de stina ti nada da a subs ub stitu ti tuii r a i grej a prim i tiva, ti va, destruída destruída pel pe l os Árabe Árabess em 997, 997 , foi fo i construída construída em 1082. (Nota de Fulcanell Fulcanelli.) i.) 88 Bolonha apresenta certa analogia com o grego que preside aos conselhos. Diana era cognominada deusa do d o bom bo m conselho . (Nota de de Fulcanelli.)
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Νιχολαοζ , significa vencedor da pedra (de Νιχη , vitória , e ap roxim m a-se do latim la tim λαοζ , pedra, rochedo ). Flam el aproxi
Flamma, flama ou fogo, exprimindo a virtude ígnea e coagulante coagulante que a m atéria atéria preparada poss p ossui, ui, virt virtude ude que qu e lhe perm pe rmite ite lutar lu tar contra con tra o ardor ard or do fogo, fogo , alim al im entar-se en tar-se dele de le e triunfar sobre ele. O mercador ocupa o lugar de intermediário89, na sublimação que reclama um fogo violento. Neste caso, εµποροζ , mercador é empregue em vez de εµπυροζ , que é trabalhado por meio do fogo. É o nosso fogo secreto, chamado V ulcano au tor ulcano lunático lunático pelo aut da Ancienne Mestre Canches, que Ancienne Guer Guerre re des Chevali Cheva liers ers . Me Flamel nos apresenta como o seu iniciador, exprime o enxofre branco, princípio de coagulação e secura. Este nome provém do grego Καγχανοζ , seco, árido, raiz de vocábulos ulos cujo sentido sentido exprime exprim e χαγχαιν χαγχαινω ω , aquecer , secar , vocáb a qualidade estíptica ou adstringente que os antigos atribuíam ao enxofre dos filósofos. O esoterismo completase com a palavra latina Candens, que indica o que é ranco puro, esplendente, ob tido pelo fogo, fogo, o branco, dum b ranco que é ardente e abrasado. Não se podia caracterizar melhor, num só termo, o enxofre no plano p lano físico-quí físico-quím m ico, e o Iniciado ou Cátaro no dom ínio filosófico. filosófico. Flamel e mestre Canches, aliados por uma indefectível amizade, vão agora viajar concertadamente. O m ercúrio, sub sub lim ado, manifest m anifesta a a sua parte fixa, fixa, e esta esta base base sulfurosa marca o primeiro estádio de coagulação. O intermediá interm ediário rio é ab andonado ando nado ou o u desaparece: doravante est está fora de questão. Os três encontram-se reduzidos a dois – enxofre e mercúrio -, os quais realizam o que se convencionou chamar amálgama filosófico, simples comb com b inação quí qu ím ica ainda não n ão radical. É aqui que q ue interv intervém a cocção, operação encarregada de assegurar ao composto, novamente formado, a união indissolúvel e 89
meio o Intermediário em grego possui a mesma raiz de que está no mei entre doi d oiss extremos extremos. É o nosso Messias, que na obra preenche a função mediadora do Cristo entre o Criador e a sua criatura, entre Deus e o homem. (Nota de Fulcanelli.)
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irredutível dos seus elementos, e a sua completa transformação em enxofre vermelho fixo, medicina de Geb er. primeira ordem segundo Geb Os dois amigos am igos entram entram em acordo acordo para operar o seu regresso por por mar , em vez de empreender a via terrestre . Flamel Flam el não n ão nos n os diz di z de m odo algum al gum as causas causa s esta resolução que ele se contenta em submeter à apreciação dos investigadores. Seja como for, a segunda parte do périplo mostra-se longa, perigosa, “incerta e vã, diz um autor anônim anôn imo, o, se ali a li se im i m iscuir o menor me nor dos erros”. erros”. Decerto, na nossa opinião, a via seca seria preferível, mas não nos é dado escolher. e scolher. Cyliani Cylian i adverte o leitor de que qu e só descreve descreve a via úmida úm ida , cheia de dificuldades e im previst previstos, os, por por dever dever . O nosso Adepto julga o mesmo, e devemos respeitar a sua vontade. É notório que grande número de nautas, pouco experimentados, naufragaram logo na primeira travessia. Deve-se velar sempre pela orientação do navio, m anobrar anob rar com prudência, recear as bruscas mudanças de vento, prever pre ver a tempe tem pestade stade,, m anter-se an ter-se alerta, al erta, evitar evi tar o ab ism o de Caríbdis Caríb dis e os escolhos de Cila , lutar incessantem incessantemente, ente, dia e noite, noi te, con contr tra a a viol vi olênci ência a das da s vagas. Não é tarefa de somen somenos dirigir a nave hermética, e mestre Canches, que supomos haver servido de d e piloto p iloto e condutor a Flam el argonauta, argona uta, de devia ser muito mu ito háb il na m atéria... atéria... É, aliás, aliá s, o caso do enxof en xofre, re, que resiste resiste energicam energi camente ente aos assaltos, assaltos, à influência detergente da umidade um idade m ercurial, ercurial, m as acab acab a por ser ser vencido vencido e morr m orrer er sob os seus golpes. Graças ao companheiro, Flamel conseguiu conseguiu desemb desem b arcar arcar são e salvo em Orléans (or-léans, lór est lá , o ouro está lá), onde a viagem marítima devia naturalmente e simbolicamente terminar. Infelizmente, apenas em terra erra firme, mest m estre re Canches, o b om guia, morre, vítima dos grandes vômitos que sofrera sob sob re as águas. O seu choroso amigo manda-o inumar na igreja de Santa-
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ma s instruído instruído e satisfei satisfeito to Cruz 90 e regressa a casa, sozinho, mas por po r haver have r atingid ating ido o o ob jetivo je tivo dos do s seus desej de sejos. os. Estes vômitos do enxofre são os melhores indícios da sua solução solu ção e m ortificação. ortificação. Chegada Cheg ada a esta esta fase, a Obra Ob ra toma, om a, à superfície, superfície, o aspecto dum “bródio “b ródio (ou caldo) caldo ) gordo gordo e polvi po lvilh lhad ado o de pim pi m enta” en ta” – brodium saginatum piperatum, diz em os textos. Desde Desd e então, e ntão, o m ercúrio escurece cad cada vez mais e a sua consistência torna-se xaroposa e, depois, pastosa. pa stosa. Qua Quand ndo o o negro ne gro ating a tinge e o máxi m áxim m o de inten i ntensid sidad ade e, a putrefação pu trefação dos do s elem el em entos en tos com pletou pl etou-se -se e a sua uni u nião ão está e stá realizada; tudo aparece firme no vaso, até que a massa sólida estala, estala, racha, racha, esboroa-s esb oroa-se e e cai por fim fim em pó am orfo orfo negro como o carvão. “Vereis então, escreve Filaleto, uma cor negra notável, e toda a terra estará enxuta. A morte do composto chegou. Os ventos cessam e todas as coisas entram em repouso. É o grande eclipse do sol e da lua; nenhuma lum inária inária luz m ais sob sob re a terra, erra, e o m ar desaparece.” desaparece.” Compreendem Com preendemos os assim assim por que é que Flam el relata a morte do seu am a m igo; porque po rque este, este, havendo havend o sofrid sofrido a deslocação das suas partes por uma espécie de crucificação, teve a sua sepultura colocada sob a invocação e o sinal da santa Cruz. O que menos compree com preende ndem m os é o elogi el ogio o fúneb re, bastante b astante parad para doxal, que o nosso nosso Adepto Adepto pronuncia em louvor do rabino: rab ino: “Que “Que Deus tenha a sua alma, clama ele, porque morreu como bom cristão.” Sem dúvida só tinha em vista o fictício suplício sofrido sofrido pelo seu com panheiro panh eiro filo filosóf sófico. ico.91 Fizemos questão de citar todo este longo texto na íntegra devido aos inúmeros esclarecimentos que ele fornece com relação rel ação à prática da Obra. Obra.
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Semelhante à de Cristo, a paixão do enxofre, que morre para resgatar os seus irmãos metálicos, cumpre-se pela cruz redentora. (Nota de Fulcanelli.) 91 As Mans Ma nsões ões Filos Fil osofai ofai s, Fulcanel Fulcan elll i , págs pág s. 270 a 273. 27 3.
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Cartas sobre a terceira obra Em L’Alchimie Expliquée sur ses Textes Classiques (A Alquimia explicada sobre seus textos clássicos) encontramos encontramos algumas referênc referências ias muito curios curiosas as sobre a cocção cocção final, as quais, quais , na form forma a de cartas cartas,, de um alquim ista sta anônimo, são s ão citadas citadas por Eugène Eugène Canseliet Cans eliet.. Segundo estas es tas cartas, cartas, o composto com posto filo filosóf sófico ico, durante a grande cocção, na terceira terceira obra, no interior do cadinho cad inho de de terra refrat refratária, ária, na via via seca, s eca, emite sons s ons,, refer referentes entes à escala es cala m usical, us ical, a cada regime, aum entando entan do também tam bém de densid sidade. Citam Citamos os a seguir s eguir os trechos rechos principais principais dest des tas cart cartas: Quinta-f uinta-feira, 25 de m aio de 1951 Estou em pleno trabalho. Esta noite não foi tão boa quanto a ant an terior que se m ostrou ostrou sumam ente b ela, depois que uma tempestade de uma violência inaudita houvesse varrido varrido o céu, não sem haver liter li teralm alm ente inundad inu ndado o o povo e destroç destroçado ado plantas e jardins com um m etralha etralha de enormes pedri pe driscos... scos... Seja Sej a com o for, não n ão m e quei qu eixo xo da m archa arch a das da s operações que, apesar das d as nuvens e b em que q ue houvessem houvessem começado antes do primeiro quarto, foi possível, graças a um potente potente influxo influxo cósm cósm ico e ao preço preço de uma cert certa perda de merc m ercúrio, úrio, devido à m aior volatilidade. volatilidade. Esta manhã, o tempo está brusco e o céu coberto, porém po rém não nã o duvid du vido o que qu e se lib li b erará era rá com a caída da d a noite, no ite, sob a influência da lua. Conto desta desta form form a term term inar b em m inha inhas águias esta próxima noite e, sendo esta particularmente propícia pro pícia,, não nã o apen ap enas as precipitar a rêmora, mas também confortá-la antes do amanhecer. Tenho tudo pronto e não me atrasarei para acender meu grande forno neste anoitecer...
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17 de maio m aio de 1951, 8 horas horas Minha cocção cocção est e stá á em m archa desde antes de ont o nte em, terça-feira, às 21 horas, exatamente, ou seja, desde o instante em que coloquei no vaso filosofal de 160,55 grs. m inha rêmora rêm ora de 415 centigrs. centigrs. Im agine agi ne com que profundo profund o interesse, in teresse, com com que in intensa emoção, em oção, sigo, sigo, incessantemente, incessanteme nte, a operação, ope ração, extrem extremam ament ente e apaixonante. Como no ano anterior, o primeiro som – o dó cert certamente am ente – se fez ouvir m uito rapidamente, rapidam ente, 1h.32 depois do início, ou seja, às 22h.30. Manteve-se um pouco menos que 2 m inutos, inutos, por cert certa a de 100 1 00 segundos , sem sem que o peso haja m udado, udad o, o qual era e ra no princípio, princípio, compreendi comp reendido do o criso crisol de terra terra refratár refratária ia com sua tam tampa pa de m ica, de 313,6 grs. grs. O segundo segundo sibilo, que m e pareceu pareceu b em ser o ré , se produ pro duzz iu exatam exa tamen ente te 24 h. depo de pois, is, ou seja sej a às 22h.10 22 h.10,, enquanto que o peso, elevando-se insensivelmente, alcançava nest n esta a hora ho ra 353,65 353 ,65 grs, ou seja sej a – isto isto é notável – a m esma esm a fração fração de progressão que para a temperatura, temp eratura, 340º. Parece Parece considerável considerável quanto ao peso, o aum ento que se prossegue prossegue sempre da m esma forma insensível insensível – 18 grs. grs. para pa ra ¼ de hora ho ra – porém po rém se mostra m ostra de acord a cordo o com a tradi tradição alquímica que atrib atribui ui à Pedra Pedra uma enorm e densidade. A m ica b ranca ran ca é prática, prá tica, porém po rém não nã o m e deixa de ixa ver outra outra coisa coisa que a crost crosta a em domo dom o que se se formou formou no crisol, crisol, por po r cima cim a da m atéria atéri a e que qu e é verdad verd adei eiram ram ente en te aquil aqu ilo o que qu e os os antigos denom inavam o lutem filosófico ilosófico ou da Natureza. Não aguardo o mi antes do crepúsculo, e portanto vou dormir algum as horas. horas. 21 de maio de 1951 A grand gra nde e cocção cocçã o prosseg pro ssegue ue sem entorpe en torpecim cim ento, en to, com a regularidade de um relógio e de uma maneira aparentem ente tão sim simples ples e fácil, fácil, que não posso ficar ficar sem apreensão de que q ue se produz a, a qualque qua lquerr mom m omento, ento, alguma catást catástrof rofe e que qu e venha a aniqui an iquilar lar e fazer-me faze r-me pagar paga r caro, com
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uma brutal desilusão, estas inefáveis horas de esperança sobresob re-hum humana ana e de intensa felicidade. felicidade. Que prodigiosa harmonia a desta operação, que suave poesia igualmente, cujo vocábulo grego revela sem rodeios, a essência não somente abstrata e metafísica, se não também positiva e científica: Poiesis, confecção, execução, operação. Já não tenho dúvidas agora, meu bom velho, e se Deus o quer, terei est e sta a noite a confirm confirmação, ação, o negro dura 6 dias e a heb he b domas dom as heb domadum dom adum dos Adeptos, Adeptos, que termi termin na no sétimo dia, o do repouso, é bem real. Ao curso deste último últim o devem d evem sucederem-se sucederem -se rapidam rapida m ente as duas d uas etap etapas do branco e do roxo, certamente com toda ausência de dificuldade que recorda o quietude do domingo, o dia do Senhor. E assim assim deverei escutar neste neste anoitecer ano itecer a nota que encerra o último dia de trabalho, ou seja, a 6ª, ao mesmo tempo em po que a série série sonora cujo cresc crescendo endo se tem m ostrado ostrado tão seguramente aos meus ouvidos como a progressão graduada graduad a do peso p eso e do calor cal or em seu constante constante sincronismo sincronismo.. Temos em os aqui os pesos aferidos aferidos ao mesmo mesm o tem tempo po em que se faziam ouvir cada um dos ligeiros sibilos (com o cadinho compreendido):
RE 333,65
MI 354,8
FA SOL LA 368,6 396 423,5
SI 440,60
Me mantenho no presente a 500º segundo me perm pe rmite, ite, tanto quan qu anto to é possível, possível , m eu excel e xcelen ente te forn forno, o, cujas cuja s divisões vão de 20 em 20. O aparato é sem dúvida muito preciso pre ciso já que qu e o composto não se altera, mantendo sua crosta protetora imutável, sem se elevar, apesar do grande aum ento de peso pe so que se passou pa ssou presentemente presenteme nte para 440,6 440,6. Os níveis níveis sonoros não são rigorosam ente de 24h., variando de 10 a 12 1 2 minutos, m inutos, conforme tenho verificado no relógio reló gio de pared pa rede e sob re o móve m óvell da sala sa la,, o qual qu al é m uito ui to exato. Isto me parece pa rece particu p articula larm rmen ente te singul sing ular. ar.
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Como no ano anterior, o primeiro som – o dó cert certamente am ente – se fez ouvir m uito rapidamente, rapidam ente, 1h.32 depois do início, ou seja, às 22h.30. Manteve-se um pouco menos que 2 m inutos, inutos, por cert certa a de 100 1 00 segundos , sem sem que o peso haja m udado, udad o, o qual era e ra no princípio, princípio, compreendi comp reendido do o criso crisol de terra terra refratár refratária ia com sua tam tampa pa de m ica, de 313,6 grs. grs. O segundo segundo sibilo, que m e pareceu pareceu b em ser o ré , se produ pro duzz iu exatam exa tamen ente te 24 h. depo de pois, is, ou seja sej a às 22h.10 22 h.10,, enquanto que o peso, elevando-se insensivelmente, alcançava nest n esta a hora ho ra 353,65 353 ,65 grs, ou seja sej a – isto isto é notável – a mesma fração de progressão que para a temperatura, 340º.92
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La al qui qu i m i a expl exp l i cada cad a sobre ob re sus textos te xtos clás cl ásii cos, cos, Canselie Cansel iett, págs. 249 a 251.
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Referências Referê ncias Bibliog Bibliográficas ráf icas Albertus ertus,, Frater. “Guia Prático de Alquim lqu imia” ia” – - Alb
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