Licença de uso exclusivo para CIA DISTRIBUIDORA DE GÁS DO RIO DE JANEIRO Cópia impressa pelo sistema CENWEB em 29/11/2004
ABNT ISO/GUIA 31
Segunda edição 2004
Materiais de referência Conteúdo de certificados e rótulos Reference materials - Contents of certificates and labels
Palavras-chave: Materiais de referência. Certificados. Rótulos. Descr Descrip ipto tors rs::
Refe Refere renc nce e mat mater eria ials ls.. Cer Certi tific ficat ates es.. Lab Label els. s.
ICS 71.040.30
Número de referência ABNT ISO GUIA 31:2004 8 páginas © ABNT 2004
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Sumário
Página
Prefácio ........................................................................................................................................................iv 1
Objetivo.............................................................................................................................................1
2
Referência normativa .......................................................................................................................1
3
Termos e definições.........................................................................................................................1
4
Generalidades...................................................................................................................................2
5 5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 5.8 5.9 5.10 5.11 5.12 5.13 5.14 5.15 5.16 5.17 5.18 6
Itens dos certificados.......................................................................................................................2 Generalidades...................................................................................................................................2 Nome e endereço do órgão certificador..........................................................................................2 Título do documento ........................................................................................................................2 Nome do material .............................................................................................................................3 Código do material de referência e número do lote........................................................................3 Descrição do MRC............................................................................................................................3 Uso pretendido.................................................................................................................................3 Instruções para a utilização correta do material de referência ......................................................4 Situação de risco..............................................................................................................................4 Nível de homogeneidade..................................................................................................................4 Valores certificados e suas incertezas............................................................................................5 Rastreabilidade.................................................................................................................................5 Valores obtidos por laboratórios ou métodos individuais.............................................................5 Valores não certificados ..................................................................................................................6 Data da certificação..........................................................................................................................6 Prazo de validade.............................................................................................................................6 Outras informações..........................................................................................................................6 Nomes e assinaturas de certificadores...........................................................................................6 Resumo do conteúdo essencial do certificado...............................................................................7
Bibliografia....................................................................................................................................................8
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Prefácio A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias (ABNT/CEET), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros). O ABNT ISO GUIA 31 foi elaborado no Comitê Brasileiro de Química (ABNT/CB-10), pela Comissão de Estudo de Laboratório (CE–10:201.01). Este Guia é equivalente ao ISO Guide 31:2000. Esta segunda edição cancela e substitui a edição anterior (ABNT ISO GUIA 31:2000), a qual foi tecnicamente revisada.
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Introdução Convém que o certificado que acompanha um material de referência certificado (MRC) contenha todas as informações essenciais ao seu uso. Sem o certificado, o material, por mais que sua produção seja dispendiosa, não tem nenhum valor. Portanto, recomenda-se que os produtores de MRC dispensem uma atenção muito cuidadosa à preparação dos certificados. A Comissão da ISO para Materiais de Referência (ISO/REMCO) publicou a primeira edição deste Guia em 1981. Nos últimos dezesseis anos, houve um aumento considerável no número e variedade dos materiais de referência produzidos e no seu uso. A crescente exigência de confiabilidade nos resultados obtidos através de técnicas analíticas e metrológicas, que devido à preocupação cada vez maior com a poluição do meio ambiente, ampliou a demanda de MRC de melhor qualidade para utilização na v alidação de métodos de medição e como padrões. A definição de um MRC no ABNT ISO Guia 30 (ver seção 2) requer que todos os valores de propriedade certificados sejam associados a uma incerteza, em um nível de confiança declarado, e que a rastreabilidade para “uma realização exata da unidade em que o valor da propriedade é expresso” seja demonstrada. Estes requisitos adicionais devem ser atendidos no certifi cado. O Guide to the expression of uncertainty in measurement 1 ), publicado pela ISO (ver Bibliografia) resume as mais recentes considerações internacionais sobre o assunto da incerteza de medição e requer alguma modificação da definição de um MRC citado acima. É indicado que a incerteza, a partir de agora, seja expressa como incerteza padrão combinada (tipo A + tipo B) ou como incerteza expandida (com um fator de abrangência a ser aplicado à incerteza padrão combinada). Atualmente o conceito de probabilidade ou nível de confiança não é mais central. A primeira edição deste Guia discutia a diferença entre as informações fornecidas no rótulo, no certificado e no relatório de certificação, e enfatizava a natureza resumida do certificado. Todavia, nos últimos 16 anos, houve diminuição geral na edição de relatórios de certificação e aumento nas informações fornecidas nos certificados. Este declínio na publicação de relatórios de certificação não deve necessariamente ser condenado, contanto que todas as informações apropriadas para um relatório de certificação completo possam sempre ser obtidas mediante solicitação aos produtores do MRC. A produção de relatórios de certificação é onerosa e, evidentemente, é desnecessário que um relatório seja fornecido ao mesmo usuário toda vez que uma nova amostra do mesmo lote de material for adquirida. Ao mesmo tempo, a informação requerida de um certificado, normalmente, vai além do valor de propriedade certificado. São essenciais para o usuário os detalhes referentes à maneira como o recipiente deve ser aberto, ao tamanho mínimo de amostra que deve ser usado em uma medição, à estabilidade do material, à forma como ele deve ser armazenado e, no caso de MRC em que o valor certificado depende do método, ao método empregado para determinar o valor certificado.
1) No Brasil, o Guide to the expression of uncertainty in measurement foi traduzido e publicado em conjunto pela ABNT e
pelo INMETRO, com o título "Guia para a expressão da incerteza de medição" (3 a Edição de 2003).
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Materiais de referência Conteúdo de certificados e rótulos
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Objetivo
Este Guia tem por objetivo auxiliar os produtores na elaboração de certificados claros e concisos para acompanhar materiais de referência certificados. Convém que tais certificados proporcionem, de forma resumida, todas as informações requeridas pelo usuário, porém que mantenham seu caráter essencial.
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Referência normativa
O Guia relacionado a seguir contém disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para este Guia. A edição indicada estava em vigor no momento desta publicação. Como todo Guia está sujeito a revisões, recomenda-se àqueles que realizam acordos com base neste que verifiquem a conveniência de se usar a edição mais recente do guia citado a seguir. A ABNT possui a informação dos guias em vigor em um dado momento. ABNT ISO Guia 30:2000, Termos e definições relacionados com materiais de referência.
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Termos e definições
Para os fins deste Guia, aplicam-se os termos e definições do ABNT ISO Guia 30:2000 e os seguintes: 3.1 certificado
documento contendo todas as informações que são essenciais para o uso de um material de referência certificado. NOTA
É recomendado que um MRC e seu certificado jamais sejam separados.
3.2 uso pretendido
o uso de um produto, processo ou serviço em conformidade com as informações fornecidas pelo produtor. [ISO/IEC Guide 51:1999, definição 3.13] 3.3 situação de risco
circunstância em que pessoas, instalações ou o meio ambiente estão expostos a risco(s). [ISO/IEC Guide 51:1999, definição 3.3]
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Generalidades
A quantidade de informações que deve ser incluída no certificado depende da disponibilidade de um relatório de certificação. Quando um relatório é fornecido com o certificado, a quantidade de detalhes no certificado pode ser limitada, contanto que seja feita a referência ao relatório. Os detalhes dados em um certificado e em um relatório de certificação permitem ao usuário fazer um julgamento da qualidade e integridade do MRC. É recomendável que as informações fornecidas no rótulo ou marcadas no material sirvam apenas para identificar o MRC e convém se restringir ao nome do produtor, material, código do produtor para o material, número do lote e advertências apropriadas de saúde e segurança. A fim de impedir a utilização do material sem que as informações no certificado tenham sido estudadas, recomenda-se que o(s) valor(es) certificado(s) de propriedade não seja(m) incluído(s) no rótulo.
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Itens dos certificados
5.1 Generalidades
As várias categorias de informações a serem consideradas na elaboração de um certificado são indicadas abaixo. É fornecida uma explicação após cada item, juntamente com exemplos quando for considerado necessário. Os itens visam cobrir as informações requeridas na mais ampla faixa possível de MRC, que pode incluir materiais de referência certificados para propriedades físicas, concentrações de espécies químicas, composição isotópica (expressa em unidades do SI); e para propriedades convencionais e biológicas (definidas em escalas baseadas em procedimentos de medição internacionalmente acordados, se não forem definíveis em termos do SI). Algumas informações são consideradas obrigatórias e devem sempre ser fornecidas, mesmo que elas não sejam importantes em todos os casos, por exemplo, a estabilidade de uma liga metálica ou da composição isotópica de compostos naturais que raramente serão questionadas. A fim de auxiliar as organizações, como, por exemplo, os órgãos de acreditação, que desejem incluir algumas partes deste Guia em seus documentos de requisitos, deve-se fornecer um resumo das informações essenciais em um certificado. Outros detalhes são opcionais e podem ser fornecidos caso ampliem a utilidade do MRC, por exemplo, a origem de materiais preparados a partir de fontes naturais. Os itens apresentam as informações em uma ordem lógica, que podem ser resumidas como:
as informações gerais do órgão certificador e do material de referência (5.2 a 5.5);
uma descrição do material e seu uso pretendido (5.6 a 5.10), os valores certificados;
sua rastreabilidade e o prazo de validade do certificado (5.11 a 5.16);
outras informações (5.17 e 5.18) e um resumo do conteúdo essencial de um certificado (seção 6).
Este Guia, no entanto, diz respeito apenas às informações contidas nos certificados e a ordem ou títulos dos itens podem ser alterados de modo a se adequar à preferência do produtor. 5.2 Nome e endereço do órgão certificador
O nome (geralmente dado em tipo proeminente no cabeçalho do certificado) deve ser aquele do órgão ou organização que assume a responsabilidade pelas informações contidas no certificado, isto é, o órgão certificador. Convém que o nome seja acompanhado do endereço postal completo, números de telefone e fax e, quando disponível, do endereço eletrônico . 5.3 Título do documento
É recomendado um título distinto, tal como Certificado de Análise ou Certificado de Medição . A prática ocasional de emitir certificados temporários pode gerar dubiedades, com a existência de mais de um certificado para o mesmo lote de material, e deve ser desencorajada.
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5.4 Nome do material
Sempre que possível, convém que o nome descreva o tipo do material de referência com detalhamento suficiente para distingui-lo de outros materiais semelhantes. Desta maneira o nome da rocha ou minério, seguido de sua localidade ou de uma característica de composição, proporciona mais individualidade aos materiais geológicos; por exemplo, “Sienita ( Phalaborwa)” ou “Nefelina-sienita”. Para a análise traços de poluentes em matrizes naturais, é importante declarar a natureza da matriz e, se vários materiais de referência semelhantes estiverem disponíveis, o nível de contaminação, por exemplo, “Aflatoxina M1 em leite em pó integral (nível médio)”. (Entretanto, é aconselhável evitar uma descrição detalhada na documentação fornecida às transportadoras e autoridades alfandegárias, pois a menção de poluentes tóxicos pode introduzir problemas desnecessários com o despacho). Quanto às amostras metalúrgicas, é apropriado indicar a concentração dos elementos principais, por exemplo, “liga de titânio 6Al-4V”. 5.5 Código do material de referência e número do lote
Recomenda-se que todo MRC tenha um código alfanumérico único que o diferencie de qualquer outro emitido pelo mesmo produtor ou não, por exemplo, BCR CRM 186, LGC 7016, NIST SRM 41. Além disto, o número do lote deve ser declarado, mesmo quando for o primeiro lote de um MRC particular. O objetivo é evitar dúvidas quando o laboratório usuário tiver mais de um lote em uso ao mesmo tempo. Alguns produtores incorporam o número do lote no código alfanumérico para o material, por exemplo, NIST SRM 41c. 5.6 Descrição do MRC
É indicado que a descrição geral do material seja, de fato, uma explicação detalhada do nome. A origem do material deve ser irrelevante para seu uso na maioria dos casos. Entretanto para substâncias certificadas quanto à sua composição química, quer sejam preparadas a partir de constituintes individuais, tais como ligas, ou obtidas de fontes naturais, tais como rochas, águas ou produtos de origem animal ou vegetal; a composição da matriz, especialmente a presença ou ausência de substâncias que podem interferir nos procedimentos analíticos, pode ser de importância considerável na seleção dos métodos analíticos apropriados. Mesmo que a origem não seja revelada, convém que a composição aproximada do material sempre seja declarada. Recomenda-se que os órgãos certificadores evitem sempre a situação em que a omissão de informações a respeito da origem possa resultar no uso do MRC para validar um método analítico aplicado ao mesmo lote de material que o material de referência. Quando apropriado, convém que a descrição física do material também seja dada, como, por exemplo, o tamanho da amostra, o tamanho das partículas, as dimensões de cilindros ou discos metálicos e a natureza do recipiente em que ele é fornecido. A presença de conservantes, tais como cloreto de mercúrio (II) adicionado a soluções aquosas de etanol, deve ser declarada. Quando o mesmo material se encontra disponível em diferentes formas e tamanhos de amostra, esta informação também pode ser incluída. 5.7 Uso pretendido
Convém que a finalidade básica para a qual um MRC é emitido pelo produtor seja declarada, evitando, na medida do possível, que as propriedades certificadas se relacionem apenas a um procedimento analítico ou de medição particular (por exemplo, análise elementar de um mineral após um procedimento de lixiviação ou medição de ponto de fulgor através de um método cuidadosamente definido). Esta declaração não visa restringir o uso para outras finalidades. Por outro lado, o certificado ou informações adicionais fornecidas no relatório de certificação ou dadas de qualquer outra forma devem proporcionar dados suficientes para que o usuário possa decidir se a aplicação do MRC proposta é apropriada. Exemplos de uso pretendido:
para a verificação de uma temperatura de ponto fixo na escala internacional de temperatura (EIT-90) e, portanto, para a calibração de equipamento de medição de temperatura;
para a calibração de instrumentos na determinação da concentração de metais preciosos em amostra de minério;
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para a validação de métodos analíticos empregados na determinação da concentração de poluentes em matrizes naturais;
como uma amostra de arbitragem para transações comerciais;
para a preparação de “padrão de trabalho” para uso em análises laboratoriais de rotina.
5.8 Instruções para a utilização correta do material de referência
É essencial que o material de referência seja utilizado nas condições prescritas no certificado. Por exemplo, se as condições exatas de secagem forem 2 h a 105°C, estas devem ser declaradas. Pode ser necessário abrir o recipiente sob condições prescritas. Por exemplo, deve-se deixar que materiais armazenados a temperaturas abaixo da ambiente se condicionem a temperatura laboratorial antes do recipiente ser aberto, a fim de evitar a contaminação pelo vapor d´água condensado; material armazenado sob uma atmosfera inerte deve ser aberto apenas em uma capela com luvas (glove box) contendo uma atmosfera inerte similar. Convém que sejam tomadas precauções apropriadas em tais casos. A menos que esteja prescrito no certificado, recomenda-se que os MRC não sejam submetidos a outros procedimentos de trituração, tais como moagem e, especialmente no caso de materiais certificados quanto ao seu conteúdo de elementostraço, convém que uma advertência seja feita contra o uso de qualquer equipamento contendo estes elementos. Podem ser necessárias instruções especiais quando a utilização de um MRC envolver a reconstituição de uma solução a partir de um MRC sólido, particularmente na área de análise clínica. A natureza do solvente, temperatura, procedimento de mistura, período antes da utilização e estabilidade da solução devem ser cuidadosamente especificados. É essencial declarar as condições em que o material deve ser armazenado (por exemplo, temperatura e exposição à luz), a fim de manter a validade do certificado. No caso de materiais que são inerentemente instáveis, tais como substâncias radioativas, convém que a expressão matemática apropriada para o cálculo do valor da propriedade na ocasião do uso seja incluída como parte da declaração do valor certificado. 5.9 Situação de risco
Quando informações sobre a segurança de um MRC forem disponíveis, recomenda-se que elas sejam incluídas tanto no rótulo quanto no certificado. Convém que o material seja acompanhado de ficha de segurança contendo os detalhes relativos à natureza de qualquer risco e as precauções apropriadas a serem tomadas. 5.10 Nível de homogeneidade
A maioria dos MRC é fornecida em quantidades das quais subamostras são tiradas para análise química ou medição de alguma propriedade física, e a subamostragem pressupõe que a amostra fornecida é suficientemente homogênea para o uso pretendido. Convém que o certificado declare o tamanho mínimo da subamostra que deve ser retirada pelos usuários do MRC. Recomenda-se que isto seja acompanhado de uma advertência enfatizando que uma subamostra menor invalida o uso do valor certificado e a declaração de incerteza associada. Quando apropriado, o certificado pode requerer a agitação do recipiente por um procedimento especificado, a fim de assegurar homogeneidade suficiente da amostra. É indicado disponibilizar os detalhes e resultados do procedimento através do qual o nível de homogeneidade do material foi avaliado e no qual se baseia a declaração de tamanho mínimo da subamostra. Estas informações podem ser incluídas no certificado (ou relatório de certificação) ou fornecidas mediante solicitação pelo órgão certificador.
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5.11 Valores certificados e suas incertezas
Recomenda-se que haja uma declaração clara da propriedade e seu valor certificado, juntamente com a incerteza do valor certificado, de acordo com o Guide to the expression of uncertainty in measurement 2 ) [8], e Eurachem [2]. Convém que o método para avaliar o valor certificado e estimar sua incerteza seja declarado. Quando um tratamento puramente estatístico dos resultados de uma medição tiver sido empregado, o método do tratamento deve ser indicado. Entretanto, a experiência do especialista e o conhecimento do órgão certificador podem ser utilizados para deduzir o valor certificado e sua incerteza a partir dos resultados das medições, especialmente quando diversas técnicas de medição forem empregadas. É recomendável que sempre se informem as razões para dar um peso maior a alguns resultados do que a outros. 5.12 Rastreabilidade
A definição de um MRC no ABNT ISO Guia 30 requer que a certificação dos v alores de propriedade seja realizada por um procedimento que estabeleça a rastreabilidade a uma exata realização da unidade em que esses valores são expressos. A rastreabilidade é definida como a propriedade do resultado de uma medição por meio da qual é possível associá-la a referências estabelecidas, usualmente padrões nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas elas tendo incertezas declaradas [3]. Portanto, recomenda-se que a caracterização de um MRC seja rastreável ao SI ou a uma escala de medição internacionalmente aceita. No caso de MRC para propriedades físicas, geralmente é possível estabelecer uma cadeia contínua de calibrações dos instrumentos que correlacionam a medição às unidades-base do SI, realizada em um laboratório nacional de metrologia. O problema é maior para medições químicas em que os métodos empregados podem comprender tanto métodos primários de medição, definidos como sendo aqueles que têm as mais altas qualidades metrológicas, cuja operação pode ser completamente descrita e para os quais uma declaração de incerteza completa pode ser registrada em termos de unidades do SI [4] (por exemplo, espectrometria de massa com diluição isotópica, coulometria e gravimetria), como métodos bem definidos para os quais é possível demonstrar a rastreabilidade a uma escala de medição internacionalmente aceita. Recomenda-se, entretanto, que todo certificado contenha uma declaração na qual os princípios dos procedimentos de medição sejam claramente explicitados, juntamente com as evidências de sua validade e a escala de medição à qual eles são rastreáveis. A rastreabilidade das medições químicas é amplamente discutida nas referências [5], [6] e [7]. 5.13 Valores obtidos por laboratórios ou métodos individuais
Quando vários métodos forem empregados para caracterizar os materiais de referência, recomenda-se que eles sejam declarados. Normalmente basta referir-se a um método genérico, como espectroscopia de absorção atômica ou fluorescência de raios-X, porém, quando um método menos comum ou uma modificação de um método padrão for empregado, convém que uma referência completa da literatura ou descrição do método seja fornecida. Quando vários laboratórios ou analistas independentes tiverem contribuído para a caracterização de um material de referência, é recomendado que seus nomes sejam discriminados juntamente com os métodos empregados. Os valores de propriedade obtidos por cada método e por cada executor em que vários laboratórios ou analistas tiverem empregado o mesmo método, também podem, em alguns casos, ser declarados separadamente. As opiniões diferem quanto à conveniência desta prática, que é opcional e pode ser deixada a critério do produtor. Por um lado, ela permite que os usuários avaliem a qualidade do MRC com base na concordância dos resultados individuais e no seu conhecimento das técnicas de medição envolvidas, mas, por outro lado, ela pode levar os usuários a fazerem sua própria avaliação do valor da propriedade, mas sem a experiência e conhecimento do órgão certificador. Esta utilização equivocada da informação em um certificado invalidaria o uso do material como um MRC. O produtor deve, em qualquer caso, disponibilizar os detalhes completos dos resultados de cada método na forma de um relatório de certificação ou de outro modo.
2 ) No
Brasil, o Guide to the expression of uncertainty in measurement foi traduzido e publicado em conjunto pela ABNT e pelo INMETRO, com o título "Guia para a expressão da incerteza de medição" (3 a Edição de 2003).
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Alguns materiais de referência são certificados para propriedades cujos valores dependem do método empregado para medi-los, por exemplo, o conteúdo elementar de um mineral em que os valores dependem do método de lixiviação ou as determinações de ponto de fulgor ou valores de dureza que são dependentes do método empregado. É recomendado que, nesses casos, o certificado faça uma advertência explícita de que os valores certificados dependem do método e dê os detalhes completos do método empregado ou faça referência a uma publicação em que o m étodo é completamente descrito. 5.14 Valores não certificados
Durante o processo de caracterização de um material de referência, os produtores, freqüentemente, obtêm valores de outras propriedades do material que não atendem aos critérios requeridos das propriedades certificadas. Tal informação, por exemplo, a concentração em quantidade de matéria aproximada de outros elementos em uma matriz complexa, pode ser útil aos usuários do MRC e incluída no certificado. Recomenda-se, no entanto, que ela seja claramente distinguida dos valores certificados e, a fim de evitar possíveis dúvidas, não seja incluída na mesma tabela dos v alores das propriedades certificadas. 5.15 Data da certificação
É recomendado que a data em que o certificado foi emitido pela primeira vez seja declarada. Quando um certificado contiver valores revisados para o mesmo lote de um MRC, convém informar a data do certificado original e as datas de todas as revisões. 5.16 Prazo de validade
A certificação pode conter uma data de vencimento após a qual o valor certificado não será mais garantido pelo órgão certificador. Recomenda-se que isto seja uma prática para todos os materiais em que a instabilidade for demonstrada ou considerada possível. É indicado que, quando a data de vencimento for informada, o certificado contenha uma garantia de que o(s) valor(es) certificado(s) será(ão) monitorado(s) a intervalos apropriados e que os compradores serão notificados sobre quaisquer alterações significativas que resultem na recertificação ou retirada do MRC durante o prazo de validade declarado do certificado. Mesmo quando nenhuma data de vencimento for fornecida e alterações inesperadas no(s) valor(es) certificado(s) forem detectadas, convém que os compradores sejam informados dentro de um período de tempo razoável. A recertificação também pode ser efetuada quando tornam-se disponíveis métodos de medição aperfeiçoados. Portanto, os produtores e distribuidores devem manter um registro dos compradores. Quando as medições mostrarem que não ocorreu nenhuma alteração no(s) valor(es) certificado(s) até a data de vencimento de um certificado, recomenda-se a emissão de um novo certificado com o(s) mesmo(s) valor(es) certificado(s), mas com uma nova data de vencimento, com base na estabilidade demonstrada durante o prazo de v alidade do primeiro certificado. 5.17 Outras informações
O certificado é um resumo de um extenso programa de trabalho que envolve a seleção do material, a avaliação de sua adequação e a medição das propriedades a serem certificadas. Muitos usuários do MRC não requerem nenhuma informação além daquela contida no certificado, porém, recomenda-se que tal informação esteja disponível, seja na forma de um relatório de certificação (fornecido com o MRC ou disponível mediante solicitação) ou fornecida de outra maneira, mediante solicitação ao produtor. 5.18 Nomes e assinaturas de certificadores
É essencial incluir o nome de um membro que represente o órgão certificador, indicando que este assuma a responsabilidade pelo conteúdo do certificado. Fica a critério do órgão certificador definir se o certificado deve ser assinado.
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Resumo do conteúdo essencial do certificado
Para auxiliar os produtores de MRC, as partes do conteúdo do certificado consideradas essenciais estão resumidas na lista abaixo. Esta lista de verificação visa promover a harmonização da prática nas organizações responsáveis pelo credenciamento de produtores de MRC.
nome do material;
produtor e código do produtor para o material;
descrição geral do material;
uso pretendido;
instruções para o uso apropriado;
instruções para as condições apropriadas de armazenamento;
valor(es) de propriedade certificado(s), cada um acompanhado de uma declaração de incerteza;
método(s) empregado(s) para a obtenção de valores de propriedade (com detalhes completos quando os valores forem dependentes do método de medição);
prazo de validade, se apropriado.
Enquanto tudo o que foi exposto acima é considerado como essencial, a quantidade de detalhes requerida sob cada item varia segundo a natureza do material.
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BIBLIOGRAFIA
[1] ISO Guide 51:1999, Safety aspects Guidelines for their inclusion in standards. [2] Quantifying uncertainty in chemical measurement , Eurachem, Laboratory of the Government Chemist, UK, 1995. [3] Portaria n° 29 de 10/03/1995 do INMETRO. Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia . [4] Consultative committee for the amount of substance (BIPM-CCQM), Report of the 1st meeting (April 1995), BIPM, Sèvres. [5] ABNT ISO Guia 34:2004. Requisitos gerais para a competência de produtores de material de referência. [6] P. De Bièvre and P.D.P. Taylor, Traceability of measurement to SI; how does it lead to traceability of quantitative chemical measurements?, Chapter 7 in Accreditation and Quality Assurance in Analytical Chemistry , H. Gunzler (ed.) Springer, Berlin, 1996. [7] P. De Bièvre and P.D.P. Taylor, Traceability to the SI of amount-of-substance measurements, from ignoring to realizing, a chemist´s view, Metrologia , 1997, 34, BIPM. [8] Guide to the expression of uncertainty in measurement (GUM) , 1993, BIPM, IEC, IFCC, ISO, IUPAC, IUPAP and OIML. Corrected and reprinted 1995.
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