Sua Santidade, o DALAI LAMA Uma Ética para o Novo Milênio Cada uma de nossas ações conscientes e, de certa forma, toda a nossa vida podem ser vistas como resposta !rande per!unta "ue desafia a todos# $Como posso ser feli%&$ No entanto, estran'amente, min'a impress(o ) "ue as pessoas "ue vivem em pa*ses de !rande desenvolvimento material s(o de certa forma menos satisfeitas, menos feli%es do "ue as "ue vivem em pa*ses menos desenvolvidos+ sse sofrimento interior est- claramente associado a uma confus(o cada ve% maior so.re o "ue de fato constitui a moralidade e "uais s(o os seus fundamentos+ A meu ver, criamos uma sociedade em "ue as pessoas ac'am cada ve% mais dif*cil demonstrar um m*nimo de afeto aos outros+ m ve% da noç( no ç(oo de co comu muni nida dade de e da sens sensaç aç(o (o de fa%e fa%err pa part rtee de um !ru !rupo po,, encontramos um alto !rau de solid(o e perda de laços afetivos+ / "ue !era essa situaç(o ) a ret0rica contempor1nea de crescimento desenvolvimento econ2mico, "ue reforça intensamente a tendência das pessoas para a competitividade e a inve3a++ com c om isso vem a percepç(o da necessidade de manter as aparências 4 por si s0 uma importante fonte de pro.lemas, tensões e infelicidade+ / descaso pela dimens(o interior do 'omem fe% com "ue todos os !ran !rande dess movi movime ment ntos os do doss 5lti 5ltimo moss cem cem an anos os ou mais mais 4 de demo mocr crac acia ia,, li.eralismo, socialismo 4 ten'am dei6ado de produ%ir os .enef*cios "ue deveriam ter prop roporci rcionad adoo ao mundo, ap apeesar de tantas id)ia )ias maravil'osas+
7
Meu apelo por uma revoluç(o espiritual n(o ) um apelo por uma revoluç(o reli!iosa+ Consid Cons idero ero "u "uee a espi espiri ritu tual alid idad adee este este3a 3a rela relaci cion onad adaa com a" a"ue uela lass "ualidades do esp*rito 'umano 4 tais como amor e compai6(o, paciência, toler1ncia, capacidade de perdoar, contentamento, noç(o de responsa.ilidade, noç(o de 'armonia 4 "ue tra%em felicidade tanto para a pr0pria pessoa "uanto para os outros+ É por isso "ue s ve%es di!o "ue talve% se possa dispensar a reli!i(o+ / "ue n(o se pode dispensar s(o essas "ualidades espirituais .-sicas+ UMA É8ICA 9A:A / N/;/ MIL diç(o Se6atante ? 8en%in 8en%in @atso, o d)ci mo "uarto Dalai Lama do 8i.et, 7BBB ? traduç(o, 8en%in 8en%in @atso, o d)cimo "uarto Dalai Lama La ma do 8i.et, 8*tulo da ediç(o ori!inal em in!lês# t.ics for t.e neE millennium 8raduç(o Maria Lui%a NeElands 9reparo de ori!inais :e!ina da ;ei!a 9ereira :evis(o Fos) 8edin 9into S)r!io Gellinello Soares
Capa :aul Hernandes Hotolitos Mer!ul'ar Serviços ditoriais Ltda+ Impress(o e Aca.amento Donnelle4Coc'rane @r-fica e ditora do Grasil Ltda+ CI94G:ASIL+ CA8AL/@AJ/4NA4H/N8 SINDICA8/ NACI/NAL D/S DI8/:S D LI;:/S, :F+ D 7K e Dalai Lama, 7BK4 Uma )tica para o novo milênio Sua Santidade, o Dalai LamaO traduç(o Maria Lui%a NeElands+ 4 :io de Faneiro# Se6tante, + 8raduç(o de# t'ics for t'e neE millennium ISGN 4P=BP4P4 7+ Ética+ + Ética .udista+ I+ 8*tulo+ 4=K7
CDD BQ+K CDU BQ+K+
8odos os direitos reservados, no Grasil, por ditora Se6tante R@M8 ditores Ltda+ Av+ Nilo 9eçan'a, 7 4 @r+ K7 4 Centro 47 4 :io de Faneiro 4 :F 8el+# R7 Q4P=P 4 Ha6# R7 Q4P= Central de Atendimento# 44PKP 4mail# atendimentoTese6tante+com+.r EEE+ese6tante+com+.r NDIC
K
9ref-cio I 4 / Hundamento da Ética Cap*tulo 7 A Sociedade Moderna e a Gusca da Helicidade Cap*tulo Sem M-!ica, sem Mist)rio Cap*tulo K A /ri!em Dependente e a Nature%a da :ealidade Cap*tulo Q :edefinindo o /.3etivo Cap*tulo A Suprema moç(o II 4 Ética e o Indiv*duo Cap*tulo P A Ética da Contenç(o Cap*tulo = A Ética da ;irtude Cap*tulo A Ética da Compai6(o Cap*tulo B Ética e Sofrimento Cap*tulo 7 A Necessidade de Discernimento III 4 Ética e Sociedade Cap*tulo 77 :esponsa.ilidade Universal Cap*tulo 7 N*veis de Compromisso Cap*tulo 7K Ética na Sociedade Cap*tulo 7Q 9a% e Desarmamento Cap*tulo 7
= 7 B QP =
BQ 77 7K 7Q 7B
7=P 7 7BQ 7
Q
/ 9apel da :eli!i(o na Sociedade Moderna Cap*tulo 7P Um Apelo
KP
V= 9:HWCI/ 9or ter perdido meu pa*s com a idade de de%esseis anos e me tornado um refu!iado aos vinte e "uatro, enfrentei muitas dificuldades no decorrer de min'a vida+ Xuando reflito so.re essas dificuldades, ve3o "ue !rande parte delas era insuper-vel+ N(o s0 eram dificuldades inevit-veis, como n(o eram pass*veis de resoluç(o favor-vel+ Apesar disso, no "ue se refere min' min'aa pa pa%% de esp* esp*ri rito to e sa5d sa5dee f*si f*sica ca,, po poss ssoo afir afirma marr "u "uee as supe supere reii ra%oavelmente .em+ Assim, ten'o conse!uido fa%er frente s adversidades com todos os meus recursos# mentais, f*sicos e espirituais+ u n(o tin'a outra alt alternativa+ Se me dei6asse dominar pela ansiedade e me desesperasse, min'a sa5de teria sido pre3udicada+ 8am.)m me sentiria tol'ido em meus atos+ /l'ando em torno, ve3o "ue n(o somos apenas n0s, os refu!iados ti.et i.etan anos os e os mem mem.ros .ros de ou outr tras as co com mun unid idad ades es e6 e6pa patr tria iada das, s, "u "uee enfrentamos dificuldades+ m toda parte e em todas as sociedades, as pessoas passam por sofrimentos e infort5nios 4 at) as "ue !o%am de li.erdade e de prosperidade material+ De fato, parece4me "ue uma !rande porç(o do sofrimento "ue nos afli!e ) na verdade criada por n0s mesmos+ m princ*pio, portanto, somos ao menos capa%es de evitar essa porç(o+ Constato ainda "ue, de modo !eral, as pessoas cu3a conduta ) eticamente V positiva s(o mais feli%es e satisfeitas do "ue a"uelas "ue se descuidam da )tica+ Isso confirma min'a convicç(o de "ue, se pudermos reorientar nossos pensamentos e emoções e reordenar nosso comportamento, n(o s0 aprenderemos a lidar mais facilmente com o sofrimento, como seremos capa%es tam.)m, acima de tudo, de impedir o sur!imento de uma porç(o si!nificativa dele+
8entarei mostrar neste livro o "ue "uero di%er com a e6press(o $conduta )tica positiva$+ Ao fa%ê4lo, admito "ue n(o s0 ) muito dif*cil !enerali%ar com sucesso, como ser a.solutamente preciso a respeito de )tica e de moralidade+ :aramente, talve% 3amais, uma situaç(o consiste apen ap enas as em e6 e6tr trem emos os++ Um mesm mesmoo ato ato po pode de ter ter dife difere rent ntes es nu nuan ance cess e diferentes !raus de valor moral so. diferentes circunst1ncias+ Ao mesmo tempo, ) essencial "ue c'e!uemos a um consenso so.re o "ue constitui conduta positiva e o "ue constitui conduta ne!ativa, o "ue ) certo e o "ue ) errado, o "ue ) apropriado e o "ue n(o )+ No passado, o respeito "ue as pessoas tin'am pela reli!i(o si!nificava "ue a pr-tica da )tica era mantida por meio de uma maioria "ue se!uia uma ou outra reli!i(o+ Mas isso n(o ) mais assim+ 9recisamos, 9ortanto, encontrar al!uma outra maneira de esta.elecer princ*pios )ticos .-sicos+ N(o "ue o leitor deva supor "ue eu, como Dalai Lama, ten'a al!uma soluç(o especial a oferecer+ N(o '- nada nestas p-!inas "ue ainda n(o ten'a sido dito antes+ Na verdade, sinto "ue as preocupações e id)ias "ue e6presso a"ui s(o compartil'adas por muitos da"ueles "ue pensam a VB respeito do assunto e tentam encontrar soluções para os pro.lemas e sofrimentos "ue n0s 'umanos enfrentamos+ Ao atender su!est(o de al!uns de meus ami!os e oferecer este livro ao p5.lico, min'a esperança ) dar vo% "ueles mil'ões de pessoas "ue, n(o tendo a oportunidade de divul!ar seus pontos de vista, continuam sendo mem.ros do "ue c'amo de $maioria silenciosa$+ / leitor deve, entretanto, ter em mente "ue meu aprendi%ado formal foi inteiramente de car-ter reli!ioso e espiritual+ Desde a min'a 3uventude, meu principal Re cont*nuo campo de estudo tem sido a filosofia .udista e a psicolo!ia+ m especial, estudei as o.ras dos fil0sofos reli!iosos da tradiç(o @aluY a "ue, se!undo a tradiç(o, os Dalai Lamas pertenceram+ 9or acreditar firmemente no pluralismo reli!ioso, tam.)m estudei as principais o.ras de outras tradições .udistas+ Mas tive comparativamente pouco contato com o pensamento secular moderno+ No entanto, este n(o ) um livro reli!ioso+ Muito menos ) um livro so.re .udismo+ Meu o.3etivo foi foi de desp sper erta tarr o inte intere ress ssee po porr uma uma a. a.or orda da!e !em m da )tic )ticaa .a .ase sead adaa mais mais e6atamente em princ*pios universais do "ue reli!iosos+ P
9or esta ra%(o, produ%ir uma o.ra para o p5.lico em !eral !erou muitos desafios e foi o resultado do tra.al'o de uma e"uipe+ Um pro.lema em espe especi cial al sur! sur!iu iu da difi dificu culd ldad adee em trans transpo porr para para uma uma lin! lin!ua! ua!em em moderna v-rios termos ti.etanos "ue parecia essencial utili%ar+ Como este livro n(o pretende de modo al!um ser um tratado filos0fico, tentei e6plicar esses termos de forma "ue pudessem ser prontamente compreendidos por V7 leitores n(o4especiali%ados e tam.)m tradu%idos com clare%a para outras l*n!uas+ Ao fa%ê4lo, por)m, e ao tentar comunicar4me com leitores cu3a l*n!ua e cu3a cultura podem ser .em diferentes da min'a, ) poss*vel "ue al!uns mati%es de si!nificado da l*n!ua ti.etana se ten'am perdido e outr ou tros os,, n( n(oo prem premed edit itad ados os,, ten' ten'am am sido sido acre acresc scen enta tado dos+ s+ Xu Xuan ando do tais tais distorções vierem lu%, conto em corri!i4las numa ediç(o su.se"Zente+ Neste *nterim, por sua assistência nessa -rea, por sua traduç(o para o in!l in!lês ês e po porr suas suas inum inumerer-vei veiss su!e su!est stões ões,, de dese se3o 3o a!rad a!radec ecer er ao do dout utor or 8'upten Finpa+ 8am.)m dese3o a!radecer ao sen'or A+:+ Norman, por seu tra.al'o de preparaç(o para pu.licaç(o+ Hinalmente, !ostaria de dei6ar re!i re!ist stra rado doss os meus meus a! a!ra rade deci cime ment ntos os a toda todass as ou outr tras as pe pess ssoa oass "u "uee a3udaram a tornar este livro dispon*vel+ D'aramsala, fevereiro de 7BBB V77 I / HUNDAMN8/ DA É8ICA V7 Cap*tulo 7 A S/CIDAD M/D:NA A GUSCA DA HLICIDAD HLICIDA D Sou relativamente um rec)m4c'e!ado ao mundo moderno+ Apesar de ter fu!ido de meu pa*s em 7BB, e em.ora min'a vida na ndia como =
refu refu!i !iad adoo ten' ten'aa me prop propor orci cion onad adoo um co cont ntat atoo muit muitoo maio maiorr co com m a soci socied edad adee co cont ntem empo por1 r1ne nea, a, pa pass ssei ei meus meus an anos os de form formaç aç(o (o .a .ast stan ante te afastado das realidades do s)culo [[+ Isso se deveu em parte min'a desi!naç(o como Dalai Lama# tornei4me mon!e "uando tin'a muito pouca idade+ Isso tam.)m reflete o fato de n0s, ti.etanos, termos optado 4 erradamente, na min'a opini(o 4por permanecer isolados atr-s das altas cadeias de montan'as "ue separam nosso pa*s do resto do mundo+ \o3e, por)m, via3o .astante e ten'o a sorte de constantemente encontrar novas pessoas+ Al)m disso, pessoas de todas as posições sociais vêm visitar4me+ Uma .oa "uantidade delas 4 em especial a"uelas "ue fa%em o esforço de via3ar via3ar at) a sede do !overno !overno ti.etano nas colinas colinas indianas de D'aramsala, D'aramsala, onde vivo no e6*lio 4 c'e!a .uscando al!uma coisa+ ntre essas pessoas 'diversas "ue passaram por !randes sofrimentos# V7K al!umas perderam os pais ou os fil'os, outras tiveram ami!os ou parentes "uee co "u come mete tera ram m suic suic*d *dio io,, ou outr tras as est( est(oo do doen ente tes, s, co com m c1nc c1ncer er ou co com m enfermidades relacionadas AIDS+ ainda '-, ) claro, meus compatriotas ti.etanos com suas 'ist0rias pessoais de privações e padecimentos+ Infeli%mente, muitas têm e6pectativas pouco realistas e ima!inam "ue possuo poderes de cura ou "ue l'es posso dar al!um tipo de .ênç(o+ Mas sou apenas um ser 'umano comum+ comum+ / mel'or "ue posso fa%er para a3ud-4 a3ud-4 4las ) compartil'ar seu sofrimento+ De min'a parte, encontrar tantas outras pessoas do mundo inteiro e "ue ocupam tantas posições diferentes diferentes na sociedade me fa% lem.rar nossa i!ualdade fundamental como seres 'umanos+ De fato, "uanto mais coisas ve3o no mundo, mais claro fica para mim "ue, n(o importa "ual se3a a nossa situaç(o, se3amos ricos ou po.res, instru*dos ou n(o, "ual"uer "ue se3a a nossa raça, se6o ou reli!i(o, todos dese3amos ser feli%es e evitar os sofrimentos+ Cada uma de nossas ações conscientes e, de certa forma, toda a nossa vida 4 como escol'emos vivê4la dentro do conte6to das limitações "ue as circunst1ncias nos impõem ] podem ser vistas como resposta !rande per!unta "ue desafia a todos# $Como posso ser feli%&$ / "ue nos sustenta nessa intensa .usca da felicidade, penso eu, ) a esperança+ Sa.emos, mesmo se n(o "uisermos admitir, "ue n(o pode 'aver
!arantia de uma vida mel'or e mais feli% do "ue a "ue estamos vivendo 'o3e+ Como di% um vel'o prov)r.io ti.etano, $a pr06ima vida V7Q ou o dia de aman'(# nunca se pode sa.er com certe%a "ual vir- primeiro$+ Mas temos sempre a esperança de continuar vivendo+ 8emos a esperança de, por meio de tal ou tal aç(o, conse!uir o.ter felicidade+ 8udo o "ue fa%emos, n(o s0 como indiv*duos mas tam.)m como sociedade, pode ser vist vistoo em term termos os de dess ssaa aspi aspira raç( ç(oo fund fundam amen enta tal+ l+ Na ve verd rdad ade, e, ) uma uma aspiraç(o comum a todos seres sens*veis+ / dese3o ou inclinaç(o para ser feli% e evitar os sofrimentos n(o con'ece fronteiras+ Ha% parte da nossa nature%a+ Como tal, n(o necessita de 3ustificativa e ) le!itimado pelo simples fato de ser o "ue n0s natural e corretamente "ueremos+ É o "ue vemos tanto em pa*ses ricos "uanto em pa*ses po.res+ m toda toda pa part rte, e, de toda todass as mane maneir iras as ima! ima!in in-v -vei eis, s, as pe pess ssoa oass proc procur uram am mel'orar suas vidas+ No entanto, estran'amente, min'a impress(o ) "ue a"uelas a"uelas "ue vivem em pa*ses de !rande desenvolvime desenvolvimento nto material, apesar de toda a sua atividade e dili!ência, s(o de certa forma menos satisfeitas, menos feli%es e, at) certo ponto, sofrem mais do "ue as "ue vivem em pa*ses menos desenvolvidos+ Se compararmos os ricos com os po.res, muitas ve%es parece "ue a"ueles "ue têm "uase nada s(o menos ansiosos, apesar de atormentados por sofrimentos f*sicos+ Xuanto aos ricos, al!uns poucos sa.em como usar sua ri"ue%a de modo inteli!ente 4ou se3a, compartil'ando4a com os necessitados, e n(o em uma vida de lu6os 4, mas muitos n(o sa.em+ st(o de tal forma envolvidos com a id)ia de ad"uirir ainda mais ri"ue%as "ue n(o dei6am espaço para "ual"uer outra coisa em V7 suas suas vida vidas+ s+ /. /.ce ceca cado dos, s, de dei6 i6am am at) at) de son' son'ar ar co com m a feli felici cida dade de "u "uee supostamente as ri"ue%as deveriam tra%er+ / resultado ) "ue est(o sempre an!ustiados, divididos entre a incerte%a so.re o "ue pode acontecer e a esperança de !an'ar mais, afli!idos por sofrimentos mentais e emocionais, em.ora em.ora as aparências aparências façam supor "ue levam uma vida de sucesso e .em4 4estar a.solutos+ É o "ue comprovam o alt alto !rau e a fre" e"ZZência in"uietante, nas ,populações dos pa*ses desenvolvidos materialmente, da ansi an sieda edade de,, do de desc scont onten enta tame ment nto, o, da frust frustraç raç(o (o,, da inse inse!u !ura ranç nçaa e da depr de pres ess( s(o+ o+ Al)m Al)m de tudo tudo,, esse esse sofr sofrim imen ento to inte interi rior or estest- clar claram amen ente te
B
associado a uma confus(o cada ve% maior so.re o "ue de fato constitui a moral idade e "uais s(o os seus fundamentos+ ste parado6o ocorre4me sempre "ue via3o para o e6terior+ Acontece muito "ue, ao c'e!ar em um pa*s "ue ainda n(o con'eço, de in*cio tudo me pareça muito a!rad-vel, muito .onito+ 8odos "ue encontro s(o muito simp-ticos simp-ticos++ N(o '- nada do "ue se "uei6ar+ "uei6ar+ nt(o, dia ap0s dia, dia, escuto o "ue as pessoas di%em e descu.ro "uais s(o os seus pro.lemas, seus interesses e preocupações+ So. a superf*cie '- muitos "ue se sentem apre ap reen ensi sivo voss e insa insati tisf sfei eito toss co com m suas suas vida vidas+ s+ 8êm 8êm uma uma sens sensaç aç(o (o de isolamento, e a ela se se!ue a depress(o+ / "ue resulta na atmosfera pertur.ada "ue ) um traço t(o caracter*stico caracte r*stico do mundo desenvolvido+ A princ*pio, isso me surpreendeu+ Apesar de nunca ter ac'ado "ue a ri"ue%a material por si s0 pudesse 3amais eliminar o sofrimento, ao ol'ar V7P eliminar o sofrimento, ao ol'ar para o mundo desenvolvido "uando estava no 8i.et, um pa*s sempre muito po.re materialmente, devo admitir ter pensado "ue a ri"ue%a poderia fa%er mais do "ue realmente fa% para diminuir o sofrimento+ Ima!inava "ue, com menos provações de ordem f*sica, como ) o caso para a maioria das pessoas "ue vivem em pa*ses dese de senv nvol olvi vido doss indu indust stri rialm almen ente te,, a felic felicid idade ade seri seriaa muit muitoo mais mais f-ci f-cill de alcançar do "ue para as "ue viviam em condições mais duras+ m ve% disso, os e6traordin-rios avanços da ciência e da tecnolo!ia parecem ter tra%ido pouca coisa al)m de mel'orias num)ricas+ m muitos casos, o pro!resso n(o si!nificou muito mais do "ue um maior n5mero de casas opulentas em mais cidades com mais carros circulando entre elas+ Decerto al!uns tipos de sofrimento diminu*ram, principalmente com relaç(o a determinadas doenças+ Mas ten'o a impress(o de "ue n(o 'ouve nen'uma mel'oria si!nificativa !eral+ Ao di%er isto, lem.ro4me lem.ro4me .em de uma ocasi(o ocasi(o em particular particular durante uma de min'as primeiras via!ens ao /cidente+ u estava 'ospedado com uma fam*lia muito a.astada "ue vivia em uma casa ampla e .em4decorada+ 8od odos os eram eram en encan canta tado dores res e muit muitoo de deli lica cado dos+ s+ \a \avi viaa empr empre! e!ado adoss pa para ra atender s menores necessidades e comecei a pensar "ue ali, talve%, estivesse estivesse a prova de "ue a ri"ue%a pode ser uma fonte de felicidade+ Meus anfi an fitr triõ iões es tin' tin'am am ine! ine!av avel elme ment ntee um ar de se!u se!ura ranç nçaa de desc scon ontr tra* a*da da++ 7
ntretanto, "uando vi dentro do .an'eiro, pela porta entrea.erta de um arm-rio, arm-rio, um esto"ue esto"ue de tran"Zili%an tran"Zili%antes tes e p*lulas p*lulas para dormir, dormir, fui o.ri!ado V7= a recordar recordar "ue muitas ve%es ve%es e6iste e6iste uma !rande !rande diferença diferença entre os sinais sinais e6teriores e a realidade re alidade interior+ ste ste pa para rado do6o 6o 4 o fato fato de en enco cont ntra rarm rmos os co com m tant tantaa fre" fre"Zê Zênc ncia ia sofrimento interior, psicol0!ico ou emocional, em meio ri"ue%a material 4 ) al!o "ue lo!o se perce.e em !rande parte do /cidente+ Na verdade, ) um aspecto t(o comum, "ue ca.eria "uestionar se e6iste al!uma coisa na cultura ocidental "ue predispõe as pessoas "ue vivem nesses lu!ares a tal tipo de sofrimento+ Creio "ue n(o+ \- fatores demais envolvidos+ É evid ev iden ente te "u "ue+ e+ o pr0p pr0pri rioo de dese senv nvol olvi vime ment ntoo mate materi rial al tem tem um pa pape pell a dese de semp mpen en'a 'arr na "u "ues est( t(o+ o+ Mas Mas po pode demo moss tam. tam.)m )m resp respon onsa sa.i .ili li%a %arr a ur.ani%aç(o cres rescente nte da socie ciedade moderna rna, em "ue !randes concentrações de pessoas vivem muito pr06imas umas das outras+ Neste conte6to, temos de considerar "ue, 'o3e em dia, em ve% de dependermos uns dos outros para a3uda e apoio, costumamos contar com m-"uinas e serviços+ Anti!amente, os fa%endeiros convocavam todos os mem.ros da fam*lia para o tra.al'o da col'eitaO 'o3e, telefonam para um empreiteiro+ A vida moderna est- or!ani%ada de modo a e6i!ir "ue a dependência direta dos outros se3a a menor poss*vel+ A am.iç(o mais ou menos universal parece ser todos terem sua pr0pria casa, seu pr0prio carro ou seu pr0prio computador computador para serem o mais independente independentess "ue puderem+ puderem+ Isto ) natural natural e compreens*vel+ 8am.)m podemos assinalar a crescente autonomia de "ue as pessoas desfrutam em conse"Zência dos avanços da V7 ciência e da tecnolo!ia+ De fato, 'o3e ) poss*vel sermos muito mais independentes dos outros do "ue em "ual"uer outra )poca+ 9or)m, 3unto com esses pro!ressos, sur!iu a noç(o de "ue meu futuro n(o depende de meu vi%in'o e sim de meu empre!o ou, no m-6imo, de meu patr(o+ isto, por sua ve%, leva4nos a supor "ue, pelo fato de os outros n(o serem importantes para a min'a felicidade, a felicidade deles passa a n(o ser importante para mim+ A meu ver, criamos uma sociedade em "ue as pessoas ac'am cada ve% mais dif*cil demonstrar um m*nimo de afeto aos outros+ m ve% da noç(o de comunidade e da sensaç(o de fa%er parte de um !rupo, uma 77
carac caracte ter* r*st stic icaa "u "uee ac'amo ac'amoss t(o t(o recon reconfo fort rtant antee na nass soci socied edad ades es meno menoss afluentes R!eralmente nas sociedades rurais, encontramos um alto !rau de solid(o e perda de laços afetivos+ Apesar de mil'ares de pessoas viverem em !rande pro6imidade, parece "ue muita !ente, principalmente os vel'os, n(o tem com "uem falar a n(o ser com seus .ic'os de estimaç(o+ A sociedade industrial moderna s ve%es me d- a impress(o de ser uma imen imensa sa m-"u m-"uin inaa au auto topr prop opul ulsi sion onad ada+ a+ Ao inv) inv)ss de os sere seress 'u 'uma mano noss acionarem a m-"uina, cada indiv*duo torna4se um pe"ueno componente insi!nificante sem outra opç(o a n(o ser mover4se "uando a m-"uina se move+ / "ue !era essa situaç(o ) a ret0rica contempor1nea de crescimento e desenvolvimento econ2mico, "ue reforça intensamente a tendência das pessoas para a competitividade e a inve3a+ com isso vem a percepç(o da necessidade de man antter as aparên rências 4po 4por si s0 uma importante nte V7B font fontee de pro pro.lem .lemas as,, tens tensõe õess e infe infeli lici cida dade de++ Aind Aindaa assi assim m, e6 e6is iste te a pro.a.ilidade de "ue esse tipo de sofrimento psicol0!ico e emocional t(o comum no /cidente reflita antes uma tendência 'umana latente do "ue uma deficiência cultural+ 8en'o verificado "ue formas semel'antes de sofrimento interior tam.)m s(o vis*veis fora do /cidente+ m al!umas partes do sudoeste da Wsia pode4se o.servar "ue, com o aumento pro!ressivo da prosperidade, as crenças tradicionais começaram a perder seu poder de influência so.re as pessoas+ , em conse"Zência, o "ue se constata ali ) uma in"uietaç(o !enerali%ada muito semel'ante "ue se esta.eleceu no /cidente+ / "ue indica "ue o potencial e6iste em todos n0s e, da mesma forma "ue uma doença f*sica reflete o am.iente em "ue vive a pessoa, o sofrimento psicol0!ico e emocional sur!e dentro de um conte6to de determinadas circunst1ncias+ Assim, nos pa*ses su.desenvolvidos do \emisf)rio Sul, ou $8erceiro Mundo$, encontramos enfermidades .astante restritas "uela parte do mundo, como as "ue decorrem de condições sanit-rias insuficientes+ m contraposiç(o, nas sociedades industriais ur.anas vemos doenças manifestarem4se so. formas "ue s(o coeren rentes com a"ueles am. am.ientes+ m ve% de doenças relacionadas -!ua, encontramos doenças relacionadas ao estresse+ 8udo isso su!ere "ue '- fortes ra%ões para supor "ue e6iste uma li!aç(o entre a 7
ênfase desproporcionada "ue ) dada ao pro!resso e6terior e a infelicidade, a ansiedade e o descontentamento da sociedade moderna+ V É uma avaliaç(o "ue pode parecer muito som.ria+ Contudo, sem recon'ecer a e6tens(o e a nature%a de nossos pro.lemas, n(o ser- poss*vel nem ao menos começar a tratar deles+ Indiscutivelmente, uma das principais ra%ões da verdadeira devoç(o "ue a sociedade moderna dedica ao pro!resso material ) o pr0prio sucesso da ciência e da tecnolo!ia+ mais do "ue isso, a maravil'a desses tipos de atividade 'umana ) o fato de tra%erem satisfaç(o imediata+ S(o nesse sent sentid idoo dife difere rent ntes es da oraç oraç(o (o,, cu cu3o 3oss resu result ltad ados os s(o, s(o, na maio maiorr pa part rte, e, invis*veis 4 se ) "ue na realidade as orações funcionam mesmo+ os resultados do pro!resso material s(o inevitavelmente impressionantes+ 9or isso, ) normal normal "ue, lamentavelmente lamentavelmente,, essa devoç(o nos faça ima!inar "ue as c'aves da felicidade s(o, por um lado, o .em4estar material e, por outro, o po pode derr co conf nferi erido do pe pelo lo con con'e 'eci cime ment nto+ o+ Hica Hica 0. 0.vi vioo pa para ra "u "uem em refle reflete te seria eriame ment ntee so. o.re re o assu assunt ntoo "u "uee o prim primei eiro ro po porr si s0 n(o no noss tra% ra% felicidade, mas talve% se3a menos evidente "ue o se!undo tam.)m n(o tra%+ / con'ecimento por si s0 n(o proporciona a felicidade resultante do desenvolvimento interior, "ue independe de fatores e6ternos+ m.ora o con'ecimento muito detal'ado e espec*fico dos fen2menos e6ternos se3a uma not-vel reali%aç(o, a insistência em torn-4lo o.3etivo principal de nos4 sos esforços, lon!e de nos tra%er felicidade, pode na verdade ser peri!osa+ 9ode fa%er4nos perder o contato com a realidade mais ampla da e6periência 'umana e, de modo especial, com a nossa dependência dos outros+ V7 9recisamos tam.)m recon'ecer o "ue acontece "uando atri.u*mos um peso e6cessivo s con"uistas con"uistas das ciências+ 9or e6emplo, medida "ue decl de clin inaa a infl influê uênc ncia ia da reli reli!i !i(o (o,, au aume ment ntaa a co conf nfus us(o (o a resp respei eito to do pro.lema "ue ) sa.er "ual a mel'or maneira de proceder em nossas vidas+ No passado, a reli!i(o e a )tica estavam intimamente entrelaçadas+ \o3e em dia, muita !ente, ac'ando "ue a ciência $desacreditou$ a reli!i(o, conc co nclu luii "u "ue, e, pe pelo lo fato fato de ap apar aren ente teme ment ntee n( n(oo 'a 'ave verr ne nen' n'um umaa prov provaa definitiva de "ual"uer autoridade espiritual, a pr0pria moralidade deve ser 7K
uma "uest(o de preferência preferência individual+ individual+ en"uanto, en"uanto, no passado, passado, cientistas cientistas e fil0sofos sentiam uma necessidade premente de encontrar fundamentos s0lidos para esta.elecer leis imut-veis e verdades a.solutas nesse campo, atualmente esse tipo de pes"uisa ) considerado in5til+ Como resultado, vemos uma completa invers(o, uma tendência para o e6tremo oposto, em "ue afinal nada mais e6iste, em "ue a pr0pria realidade ) posta em d5vida+ Isto s0 pode levar ao caos+ Ao di%er isto, n(o ) min'a intenç(o criticar a atividade cient*fica+ Apren Ap rendi di muit muitaa co cois isaa em meus meus en enco cont ntro ross co com m cient cientis ista tass e n( n(oo ten' ten'oo nen'uma difi ificuldad adee em dialo alo!ar com ele eles, mesmo smo "uando sua perspectiva ) de um materialismo mater ialismo a.solutamente radical+ 8anto "uanto me lem. lem.ro ro,, semp sempre re fui fui fasci fascina nado do pelas pelas de desc sco. o.ert ertas as cien cient* t*fi fica cas+ s+ Xu Xuand andoo meni menino no,, 'o 'ouv uvee uma uma )p )poc ocaa em "u "uee me inte intere ress ssav avaa muit muitoo mais mais pe pela la mec1nica de um vel'o pro3etor de filmes "ue encontrei em um dos almo6arifados da residência de ver(o dos Dalai Lamas do "ue por meus V estudos reli!iosos e escolares+ / "ue me preocupa ) a tendência para n(o levar em conta as limitações da ciência+ Ao su.stituir a reli!i(o na opini(o popular como fonte definitiva de con'ecimento, a pr0pria ciência começa a ficar parecida com uma outra forma de reli!i(o+ Com isso, sur!e mais um peri!o na fi!ura dos sect-rios "ue acreditam ce!amente em seus princ*pios e s(o a.solutamente a .solutamente intolerantes com pontos de vista diferentes+ Mas, se levarmos em conta as e6traordin-rias reali%ações da ciência, n(o c'e!a a surpreender "ue seu prest*!io ten'a suplantado o da reli!i(o+ Xuem n(o ficaria impressionado com a capacidade de levar pessoas Lua& No entanto, um fato permanece# se formos, por e6emplo, a um f*sico nucl nu clea earr e diss disser erm mos "u "uee esta estam mos en enfr fren enta tand ndoo um dile dilem ma mora morall e per!untarmos o "ue devemos fa%er, ele s0 poder- sacudir a ca.eça e recomendar "ue procuremos a resposta em outro lu!ar+ De modo !eral, um cientista n(o est- em mel'or posiç(o do "ue um advo!ado em "uestões desse tipo+ 9ois, apesar de tanto a ciência "uanto as leis poderem a3udar a prever as prov-veis conse"Zências de nossas ações, nen'uma delas ) capa% de nos di%er como a!ir numa "uest(o de nature%a moral+ Al)m do mais, precisamos aprender a recon'ecer os limites da pr0pria investi!aç(o cient*fica+ 9or e6emplo, mesmo sa.endo '- milênios "ue e6iste uma 7Q
consciência 'umana, mesmo "ue esta ten'a sido um constante o.3eto de investi!aç(o atrav)s da \ist0ria e apesar de todo o esforço dos cientistas, VK estes ainda n(o compreendem o "ue ela ) realmente, ou por "ue e6iste, como funciona ou "ual vem a ser a sua nature%a+ A ciência n(o sa.e di%er "ual ) a causa material da consciência nem "uais s(o seus efeitos+ É claro "ue a consciência pertence "uela cate!oria de fen2menos sem forma, su.st1ncia ou cor+ N(o ) pass*vel de investi!aç(o por meios e6ternos+ / "ue n(o si!nifica "ue tais fen2menos n(o e6istam, mas apenas "ue a ciência n(o pode e6plic-4los+ Deve De ver* r*am amos os,, en ent( t(o, o, a. a.an ando dona narr a inve invest sti! i!aç aç(o (o cien cient* t*fi fica ca so. so. o prete6to de "ue nos fal'ou& Certamente "ue n(o+ 8am.)m n(o pretendo insinuar "ue a meta de prosperidade para todos se3a in3ustificada+ Devido noss no ssaa na natu ture re%a %a,, a e6 e6pe peri riên ênci ciaa mate materi rial al e f*si f*sica ca de dese semp mpen en'a 'a pa pape pell predominante em nossas vidas+ As con"uistas da ciência e da tecnolo!ia refletem claramente nosso dese3o de alcançar uma e6istência mel'or, mais confort-vel+ Isso ) muito .om+ Xuem poderia dei6ar de aplaudir muitos dos pro!ressos da medicina moderna& Ao mesmo tempo, ) ine!-vel "ue mem.ros de certas comunidades rurais e tradicionais desfrutam de maior 'armonia e tran"Zilidade do "ue os de nossas cidades modernas+ Na re!i(o Spiti, no norte da ndia, por e6emplo, a populaç(o local ainda mant)m o costume de n(o trancar suas casas ao sair+ spera4se "ue o visitante "ue encontrar a casa va%ia entre e faça uma refeiç(o en"uanto a!uarda o retorno da fam*lia "ue mora ali+ Isso n(o si!nifica "ue n(o e6istam crimes nesses lu!ares+ No 8i.et, antes da ocupaç(o, essas coisas tam. am.)m aconteciam ciam de ve% em "uando+ VQ Xuan Xu ando do acon aconte teci ciam am,, po por) r)m, m, as pe pess ssoa oass er!u er!uia iam m as so.r so.ran ance cel' l'as as,, surpresas+ ram acontecimentos raros e pouco 'a.ituais+ Ao contr-rio, em al!umas cidades modernas, "uando se passa um dia sem um assassinato, este sim ) um acontecimento surpreendente+ Com a ur.ani%aç(o veio a desarmonia+ É prec precis isoo cu cuid idad ado, o, en entre treta tant nto, o, pa para ra n( n(oo ideal ideali% i%arm armos os as ve vel' l'as as mane maneir iras as de vive viverr+ / alto alto n*ve n*vell de coo coope pera raç(o ç(o "u "uee en enco cont ntram ramos os em comunidades atrasadas pode estar .aseado mais em necessidade do "ue 7
em .oa vontade+ m !eral, a cooperaç(o a* ) vista como uma alternativa a maiores privações+ o contentamento "ue o.servamos pode na verdade ter mais a ver com i!nor1ncia do "ue com outra coisa+ ssas pessoas talve% n(o se3am capa%es de perce.er ou ima!inar "ue se3a poss*vel e6istir outtra mane ou maneir iraa de vive viverr+ Se ima! ima!iina nasssem sem, ) muito uito provrov-ve vell "u "uee a adotassem com !rande entusiasmo+ / desafio "ue enfrentamos ), portanto, encontrar meios de desfrutar do mesmo !rau de 'armonia e tran"Zilidade dessas co com munidades mais ais trad radicionais e, ao mesmo tempo, nos .eneficiarmos inte!ralmente dos pro!ressos materiais do mundo desta aurora do novo milênio+ 9ensar de outra forma seria pressupor "ue a"uelas comunidades n(o deveriam nem mesmo tentar mel'orar seu padr(o de vida+ Sim, ten'o certe%a de "ue, por e6emplo, os n2mades do 8i.et ficariam muito contentes se possu*ssem o "ue '- de mais moderno em mat)ria de roupas t)rmicas para o inverno, com.ust*vel sem fumaça para co%in'ar, televisões port-teis em suas tendas, e se tivessem acesso s vanta!ens da medicina moderna+ n(o seria eu "uem iria ne!ar4l'es isso+ V A soci socied edad adee mode modern rna, a, co com m toda todass as suas suas van vanta ta!e !ens ns e de defei feito tos, s, formou4se dentro de um conte6to de muitas causas e condições diversas+ Ima!inar "ue resolver*amos todos os nossos pro.lemas se a.an a. ando donn-ss ssem emos os o pro! pro!re ress ssoo mate materi rial al seri seriaa ve verr a situ situaç aç(o (o de uma uma perspectiva limitada+ Seria so.retudo i!norar as causas su.3acentes+ Al)m do "ue, ainda '- muitas ra%ões para sermos otimistas com relaç(o ao mundo moderno+ 6is 6iste tem m in5m in5mera erass pe pess ssoas oas no noss pa pa*se *sess mais mais de desen senvo volv lvid idos os ru3a ru3a preocupaç(o pelos outros se manifesta manif esta de maneira ativa+ 9enso na enorme .ondade com "ue n0s, os refu!iados refu! iados ti.etanos, fomos tratados por a"ueles a"ue les cu3os recursos pessoais eram tam.)m .astante redu%idos+ 9ara citar um e6empl e6emplo, o, nossas nossas criança criançass se .en .enefic eficiar iaram am imensa imensamen mente te da assist assistênci ênciaa !enerosa de seus professores indianos, muitos dos "uais foram o.ri!ados a viver so. condições dif*ceis lon!e de suas casas+ m uma escala mais ampla, temos tam.)m de levar em conta a crescente valori%aç(o dos dire direit itos os 'u 'uma mano noss fund fundam amen enta tais is em todo todo o mund mundo+ o+ A meu meu ve verr, isso isso repr repres esen entta um av avan anço ço mui muito po posi sittivo+ ivo+ A form formaa co como mo em !e !era rall a comunidade internacional rea!e aos desastres naturais com a3uda imediata 7P
tam.) am.)m m ) uma uma marav araviil'os l'osaa cara caract cter er*s *sttica ica do mund mundoo mod oder erno no++ / reco recon' n'eci ecime ment ntoo cada cada ve ve%% maior maior de "u "uee n( n(oo po podem demos os co cont ntin inuar uar pa para ra sempre maltratando o nosso am.iente natural sem incorrer em s)rias conse"Zências ) i!ualmente um motivo de esperança+ Al)m disso, acredito VP "ue, !raças em !rande parte comunicaç(o moderna, as pessoas parecem estar a!ora aceitando mel'or a diversidade+ diversidade+ os padrões de alfa.eti%aç(o alfa.eti%aç(o e educaç(o em todo o mundo s(o em !eral mais altos do "ue 3amais foram+ ;e3o essas evoluções positivas como uma indicaç(o da"uilo de "ue n0s 'umanos somos capa%es+ :ecentemente, tive a /portunidade de encontrar a rain'a4m(e da In!laterra+ la 'avia sido uma fi!ura familiar para mim durante toda a min'a vida, e assim o encontro me deu muito pra%er+ / "ue ac'ei particularmente encora3ador, por)m, foi ouvir uma mul'er t(o idosa "uanto o pr0prio s)culo [[ afirmar "ue as pessoas se tornaram muito mais conscientes da e6istência das outras do "ue "uando ela era 3ovem+ Na"uela )poca, disse ela, as pessoas praticamente s0 se interessavam por seu seu pr0p pr0pri rioo pa pa*s *s,, en en"u "uan anto to 'o 'o3e 3e '- muit muitoo mais mais preo preocu cupaç paç(o (o co com m os 'a.itantes de outros pa*ses+ Xuando l'e per!untei se sentia otimismo com relaç(o relaç(o ao futuro, futuro, respondeu4me, respondeu4me, sem 'esitar, 'esitar, com uma afirmativa+ afirmativa+ É sem d5vi d5 vida da ve verd rdade adeir iroo "u "uee po pode demo moss ap apon onta tarr uma uma profu profus( s(oo de tend tendên ênci cias as fort fortem emen ente te ne ne!a !ati tiva vass na soci socied edad adee mode modern rna+ a+ N( N(oo '- co como mo ne ne!a !arr o aumento pro!ressivo dos casos de assassinato, violência e estupro ano ap0s ano+ m acr)scimo, ouvimos falar constantemente de e6ploraç(o e a.us a. usoo no noss rela relacio ciona name ment ntos os famil familiar iares es e, em esfer esferas as mais mais ampl amplas as da comunidade, do n5mero crescente de 3ovens viciados em dro!as e -lcool e da forma como a alta proporç(o de casamentos "ue terminam em div0rcio V= afeta as crianças nos dias de 'o3e+ Nem mesmo nossa pe"uena comunidade de refu!iados escapou do impacto de al!uns desses efeitos da marc'a dos acon aconte teci cime ment ntos os++ An Ante tes, s, "u "uas asee n( n(oo se tin' tin'aa no not* t*ci ciaa de suic suic*d *dio ioss na soci socieda edade de ti.e ti.eta tana na,, mas mas ulti ultima mame ment ntee oco ocorr rrera eram m um ou do dois is tr-! tr-!ic icos os incidentes desse tipo em nossa comunidade de e6ilados+ Da mesma forma, '- uma !eraç(o n(o e6istiam 3ovens ti.etanos viciados em dro!as, mas
7=
a!ora temos al!uns casos 4 principalmente, ) preciso di%er, nos lu!ares em "ue eles est(o e6postos ao estilo de vida ur.ano moderno+ Cont Co ntud udo, o, ao co cont ntrr-rio rio do doss sofri sofrime ment ntos os de deriv rivad ados os da do doenç ença, a, da vel'ice e da morte, nen'um desses pro.lemas ) por nature%a inevit-vel+ Nem se devem deve m a "ual"uer falta de con'ecimento+ Xuando os e6aminamos, verificamos "ue s(o todos pro.lemas )ticos+ Cada um deles reflete o "ue com co mpree preend ndem emoos co com mo send sendoo cert certoo e erra errado do,, pos osit itiv ivoo e ne ne!a !ati tivo vo,, apropriado ou n(o+ Mas, acima de tudo, pode4se apontar para uma causa aind aindaa mais mais fund fundam amen enta tal# l# o de desc scas asoo po porr a" a"ui uilo lo "u "uee c' c'am amoo de no noss ssaa dimens(o interior+ interior+ / "ue "uero di%er com isso& A meu ver, nossa ênfase e6cessiva em !an'o material reflete a suposiç(o de "ue a"uilo "ue se pode comprar ) capa% de, por si s0, nos proporcionar toda a satisfaç(o "ue esperamos+ ntretanto, ntretanto, por nature%a, nature%a, a satisfaç(o satisfaç(o "ue o !an'o !an'o material material nos oferece oferece estest- limi limita tada da ao aoss sent sentid idos os++ Isto Isto seri seriaa 0tim 0timoo se n0 n0s, s, sere seress 'u 'uma mano nos, s, f2ss f2ssem emos os i!uai i!uaiss ao aoss an anim imai ais+ s+ 9or)m 9or)m,, da dada da a co comp mple le6i 6ida dade de de no noss ssaa esp)cie 4 em especial o fato de termos pensamentos e emoções, .em como V a capacidade de ima!inar e de criticar 4, ) 0.vio "ue nossas necessidades tran transc scen ende dem m o "u "uee ) mera merame ment ntee sens sensua ual+ l+ A an ansi sied edad ade, e, o estr estres esse se,, a confus(o, confus(o, a inse!urança inse!urança e a depress(o depress(o "ue prevalecem prevalecem entre a"ueles a"ueles cu3as necessidades .-sicas foram satisfeitas s(o uma clara indicaç(o desse fato+ Nossos pro.lemas, tanto a"ueles "ue enfrentamos e6ternamente 4 como as !uerras, os crimes e a violência 4 "uanto os "ue enfrentamos internamente 4 no noss ssos os so sofr frim imen ento toss emoc emocio iona nais is e ps psic icol ol0! 0!ic icos os 4, n( n(oo po pode dem m ser solucionados en"uanto n(o cuidarmos do "ue foi ne!li!enciado+ / descaso pela dimens(o interior do 'omem fe% com "ue todos os !randes movimentos dos 5ltimos cem anos ou mais 4 democracia, li.eralismo, socialismo ] ten'am dei6ado de produ%ir os .enef*cios "ue deveriam ter proporcionado ao mundo, apesar de tantas id)ias maravil'osas+ Uma revoluç(o se fa% necess-ria, com toda a certe%a+ Mas n(o uma revoluç(o pol*tica, ou econ2mica, ou mesmo tecnol0!ica+ F- tivemos e6periências demais com todas elas durante o 5ltimo s)culo para sa.er "ue uma a.or a. orda da!e !em m mera merame ment ntee e6 e6te tern rnaa n( n(oo .a .ast sta+ a+ / "u "uee prop propon on'o 'o ) uma uma revoluç(o espiritual+ 7
VB Cap*tulo SM MW@ICA, SM MIS8É:I/ Ao pre!ar uma revoluç(o espiritual, estaria eu afinal defendendo uma soluç(o reli!iosa para nossos pro.lemas& N(o+ stou pr06imo dos setenta anos de idade na ocasi(o em "ue isto est- sendo escrito e 3acum acumul ulei ei .a .ast stan ante te e6 e6pe peri riên ênci ciaa pa para ra ter ter a. a.so solu luta ta cert certe% e%aa de "u "uee os ensinamentos do Guda s(o relevantes e proveitosos para a 'umanidade+ Xuando s(o praticados, sem d5vida tra%em .enef*cios n(o s0 para "uem os pratica como para os outros+ Meus encontros com in5meros tipos de pessoas pelo mundo afora, por)m, a3udaram4me a perce.er "ue '- outras crenças e outras culturas "ue, tanto "uanto as min'as, podem fa%er com "ue os indiv*duos levem vidas construtivas e satisfat0rias+ mais# c'e!uei conclus(o de "ue n(o importa muito se uma pessoa tem ou n(o uma crença reli!iosa+ Muito mais importante ) "ue se3a uma .oa pessoa+ Di!o isso diante do fato de "ue, em.ora a maioria dos seis .il'ões de seres 'umanos da 8erra afirme se!uir uma ou outra tradiç(o de f), a infl influên uênci ciaa da reli! reli!i( i(oo na nass vida vidass da dass pesso pessoas as ) !e !era ralm lmen ente te mar! mar!in inal al,, principalmente no mundo desenvolvido+ Ca.e duvidar se, em todo o !lo. !lo.o, o, ao men enos os um .il'( il'(oo de pe pess ssoa oass se3 se3a o "u "uee eu c' c'am amar aria ia de VK dedicados praticantes reli!iosos, a"ueles "ue, todos os dias, tentam se!uir fielmente os princ*pios e preceitos de sua f)+ / resto continua sendo, neste sentido, n(o4praticante+ os "ue s(o dedicados praticantes se!uem uma multiplicidade de camin'os reli!iosos+ A partir da*, torna4se claro "ue, tendo em vista a nossa diversidade, uma 5nica reli!i(o n(o pode satisfa%er toda toda a 'u 'uma mani nida dade de++ 9ode 9odemo moss tam. tam.)m )m co conc nclu luir ir "u "uee n0 n0s, s, 'u 'uma mano nos, s, conse!uimos viver muito .em sem recorrer f) reli!iosa+ stas decl eclara arações podem parece ecer estran an''as, as, vindas de um persona!em reli!ioso+ 9or)m, sou ti.etano antes de ser Dalai Lama, e sou 'umano antes de ser ti.etano+ 9ortanto, ao mesmo tempo "ue como Dalai Lama ten'o uma responsa.ilidade responsa.ilidade especial para com os ti.etanos, e como 7B
mon! mon!ee ten' ten'oo a resp respon onsa sa.i .ili lida dade de espe especi cial al de prom promov over er a 'a 'arm rmon onia ia inter4reli!iosa, como ser 'umano ten'o uma responsa.ilidade muito maior para com toda a fam*lia 'umana 4 uma responsa.ilidade "ue na verdade tod odos os n0 n0ss temos emos++ co como mo a maior aioria ia n( n(oo prat pratic icaa a rel reli!i( i!i(o, o, est estou preocupado em tentar ten tar encontrar uma forma de servir a toda a 'umanidade sem apelar para a f) reli!iosa+ Se considerarmos as reli!iões mais importantes do mundo so. uma perspectiva mais ampla, desco.riremos "ue todas elas 4 .udismo, cristianismo, 'indu*smo, islamismo, 3uda*smo, si"uismo, %oroastrismo e outras 4 visam a3udar o 'omem a alcançar uma felicidade duradoura+ todas, na min'a opini(o, s(o capa%es de proporcionar tal coisa+ VK7 Nessas circunst1ncias, ) ao mesmo tempo dese3-vel e 5til "ue 'a3a uma uma !ran !rande de varie variedad dadee de reli reli!i !iões ões prom promov oven endo do os mesm mesmos os va valo lores res .-sicos+ N(o "ue eu sempre ten'a pensado assim+ Xuando era mais 3ovem e vivia no 8i.et, acreditava de todo o coraç(o "ue o .udismo era o mel'or cami camin' n'o+ o+ Di%i Di%iaa a mim mesm esmo "u "uee seri seriaa marav araviil'os l'osoo se todo todoss se convertessem a ele+ ntretanto, isso se devia min'a i!nor1ncia+ N0s, ti.etanos, sa.*amos, ) claro, da e6istência de outras reli!iões+ Mas o pouco "ue con'ec*amos delas vin'a de traduções ti.etanas de fontes secund-rias, .udistas+ Naturalmente, estas versões se concentravam nos aspectos das outras reli!iões "ue, de uma perspectiva .udista, s(o mais a.ertos ao de.ate de. ate++ N(o por"ue por"ue seus seus autores autores .ud .udist istas as "uises "uisessem sem deli.e deli.erad radamen amente te caricaturar os anta!onistas, mas por n(o terem necessidade de a.ordar os aspectos "ue n(o precisavam de.ater, 3- "ue, na ndia, onde escreviam, as o.ras "ue discutiam estavam dispon*veis dispon*veis na *nte!ra+ *nte!ra+ Infeli%mente, Infeli%mente, n(o era o caso do 8i.et+ N(o 'avia ali traduções dispon*veis desses outros livros sa!rados+ Xuan Xu ando do cresc cresci, i, ao aoss po pouc ucos os pu pude de ap apre rend nder er mais mais so.r so.ree as ou outr tras as reli!iões reli!iões do mundo+ mundo+ Depois Depois de ir para o e6*lio, e6*lio, principalmente, principalmente, comecei a encontrar pessoas "ue, tendo dedicado a vida inteira a diferentes crenças 4al!umas atrav)s da oraç(o e da meditaç(o, outras servindo aos outros ativa
mente 4, tin'am ad"uirido uma vasta e6periência a respeito das tradições pr0prias a cada uma dessas crenças+ ssas trocas pessoais de con'ecimentos a3udaram4me a recon'ecer o enorme valor das !randes VK tradições de f) e levaram4me a respeit-4las profundamente+ 9ara mim, o .udismo continua sendo o camin'o mais precioso+ Corresponde mel'or min'a personalidade+ Mas isto n(o si!nifica "ue eu acredite ser a mel'or reli!i(o para todas as pessoas, da mesma forma como n(o acredito ser necess-rio necess-rio "ue todos ten'am uma crença reli!iosa+ reli!iosa+ Como ti.etano e como mon!e, fui criado e educado de acordo com os princ*pios, preceitos e pr-ticas do .udismo+ N(o posso ne!ar, portanto, "ue toda a min'a maneira de pensar foi moldada pela min'a compreens(o do "ue ) ser um se!uidor de Guda+ ntretanto, min'a preocupaç(o neste livro ) tentar alcançar o "ue est- al)m das fronteiras formais de min'a f)+ Xuero mostrar "ue e6istem de fato al!uns princ*pios )ticos universais "ue poderiam a3udar "ual"uer pessoa a alcançar a felicidade a "ue todos n0s aspiramos+ Al!uns podem ac'ar "ue, dessa forma, estou tentando propa!ar o .udismo su.4repticiamente+ Mesmo sendo dif*cil para mim contestar terminantemente tal ale!aç(o, n(o se trata disso+ Na realidade, creio "ue '- uma importante distinç(o a ser se r feita entre reli!i(o e espiritualidade+ Ful!o "ue a reli!i(o este3a relacionada com a crença no direito salvaç(o pre!ada por "ual"uer tradiç(o de f), crença esta "ue tem como um de seus principais aspectos a aceitaç(o de al!uma forma de realidade+ metaf*sica ou so.renatural, incluindo possivelmente uma id)ia de para*so para*so ou nirvana+ nirvana+ Associados Associados a isso est(o ensinamentos ensinamentos ou do!mas reli!iosos, rituais, orações, e assim por diante+ Considero "ue a espiri espiritua tualid lidade ade este3a este3a relaci relaciona onada da com a"u a"uela elass "ua "ualid lidades ades do esp*ri esp*rito to VKK 'umano tais como amor e compai6(o, paciência, toler1ncia, capacidade de perdoar, contentamento, noç(o de responsa.ilidade, noç(o de 'armonia 4"ue tra%em felicidade tanto para a pr0pria pessoa "uanto para os outros+ :itual e oraç(o, 3unto com as "uestões de nirvana e salvaç(o, est(o diretamente li!ados f) reli!iosa, mas essas "ualidades interiores n(o precisam estar+ N(o e6iste portanto nen'uma ra%(o pela "ual um indiv*duo n(oo po n( poss ssaa de dese senv nvol olvê vê4l 4las as,, at) at) mesm mesmoo em alto alto !rau !rau,, sem sem reco recorr rrer er a 7
"ual"uer sistema reli!ioso ou metaf*sico+ É por isso "ue s ve%es di!o "ue talve% se possa dispensar a reli!i(o+ / "ue n(o se pode dispensar s(o essas "ualidades espirituais .-sicas+ A"ueles "ue praticam a reli!i(o teriam decerto ra%(o em afirmar "ue tais "ualidades, "ualidades, ou virtudes, virtudes, s(o fruto de um !enu*no !enu*no empen'o reli!ioso e "ue, portanto, portanto, a reli!i(o tem tudo a ver com o seu desenvolvim desenvolvimento ento e com o "ue pode ser c'amado de pr-tica espiritual+ Mas vamos esclarecer .em este ponto+ A f) reli!iosa e6i!e pr-tica espiritual+ No entanto, parece 'aver muita confus(o ] fre"Zente n(o s0 entre os "ue têm uma crença reli!iosa "uanto entre os "ue n(o têm 4 so.re o "ue ) realmente pr-tica espiritual+ 9ode4se di%er "ue a caracter*stica "ue unifica as "ualidades "ue c'amei de espirituais se3a um certo !rau de preocupaç(o com o .em4estar dos outros+ m ti.etano, falamos de s'en4pen Yi4sem si!nificando $a id)ia de ser de al!uma a3uda para os outros$+ , "uando refletimos so.re essas "ualidades, vemos "ue cada uma delas se caracteri%a por uma preocupaç(o impl*cita VKQ com o .em4estar dos outros+ Al)m do mais, "uem ) compassivo, amoroso, paciente, tolerante, clemente, etc+, de certa forma recon'ece o impacto potencial de suas ações so.re os outros e pauta sua conduta de acordo com isso+ Assim, se!undo essa descriç(o, a pr-tica espiritual envolve, por um lado, a!ir preocupando4se preocupando4se com .em4estar dos outros e, por outro, acarreta a no noss ssaa pr0p pr0pri riaa trans ransfo form rmaç aç(o (o,, de mod odoo "u "uee no noss torn tornam amos os mais ais prontamente dispostos a fa%ê4lo+ Halar so.re pr-tica espiritual em termos diferentes desses n(o tem sentido+ Meu apelo por uma revoluç(o espiritual n(o ) portanto um apelo por uma revoluç(o reli!iosa+ Nem ) uma referência a uma maneira de viver relacionada de al!uma forma a outro mundo, nem muito menos a al!o m-!ico ou misterios riosoo+ Antes de mais nad adaa, ) um apelo por uma uma reorientaç(o radical "ue nos distancie da preocupaç(o 'a.itual com a nossa pr0pria pessoa+ É um apelo para nos voltarmos para a ampla comunidade de seres com os "uais estamos li!ados, para a adoç(o de uma conduta "ue recon'eça os interesses dos outros paralelamente aos nossos+ A"ui, o leitor poderia o.3etar di%endo "ue a transformaç(o de car-ter "ue uma tal reorientaç(o e6i!e ) certamente dese3-vel+ "ue desenvolver sent sentim imen ento toss de co comp mpai ai6( 6(oo e de amor amor ) cert certam amen ente te .o .om+ m+ Mas Mas uma uma
revoluç(o do seria a soluç(o ade"uada para a variedade e a ma!nitude de pro.lemas "ue enfrentamos no mundo moderno+ Al)m disso, poderia ar!umentar "ue teri%a por uma preocupaç(o impl*cita com o .em4estar VKQ doss ou do outr tros os++ Al)m Al)m do mais mais,, "u "uem em ) co comp mpas assi sivo vo,, amor amoros oso, o, pa paci cien ente te,, tolerante, clemente, etc+, de certa forma recon'ece o impacto potencial de suas ações so.re os outros e pauta sua conduta de acordo com isso+ Assim, se!undo essa descriç(o, a pr-tica espiritual envolve, por um lado, a!ir preocupando4se com .em4estar dos outros e, por outro, acarreta a nossa pr0pria transformaç(o, de modo "ue nos tornamos mais prontamente dispostos a fa%ê4lo+ Halar so.re pr-tica espiritual em termos diferentes desses n(o tem sentido+ Meu apelo por uma revoluç(o espiritual n(o ) portanto um apelo por uma revoluç(o reli!iosa+ Nem ) uma referência a uma maneira de viver relacionada de al!uma forma a outro mundo, nem muito menos a al!o m-!ico ou misterios riosoo+ Antes de mais nad adaa, ) um apelo por uma uma reorientaç(o radical "ue nos distancie da preocupaç(o 'a.itual com a nossa pr0pria pessoa+ É um apelo para nos voltarmos para a ampla comunidade de seres com os "uais estamos li!ados, para a adoç(o de uma conduta "ue recon'eça os interesses dos outros paralelamente aos nossos+ A"ui, o leitor poderia o.3etar di%endo "ue a transformaç(o de car-ter "ue uma tal reorientaç(o e6i!e ) certamente dese3-vel+ "ue desenvolver sent sentim imen ento toss de co comp mpai ai6( 6(oo e de amor amor ) cert certam amen ente te .o .om+ m+ Mas Mas uma uma revo revolu luç( ç(oo do esp* esp*ri rito to difi difici cilm lmen ente te seri seriaa a solu soluç( ç(oo ad ade" e"ua uada da pa para ra a vari va ried edad adee e a ma!n ma!nit itud udee de pro. pro.le lema mass "u "uee en enfr fren enta tamo moss no mund mundoo moderno+ Al)m disso, poderia ar!umentar "ue os pro.lemas decorrentes VK de,, po de porr e6 e6em empplo, lo, viol violên ênci ciaa do dom m)sti )stica ca,, v*ci v*cioo de dro! dro!as as ou -lco -lcool ol,, dissoluç(o de fam*lias, e assim por diante, s(o mais .em compreendidos e mais facilmente com.atidos de acordo com a nature%a de cada um+ Mesmo assim, se admitirmos "ue cada um desses pro.lemas poderia certamente ser resolvido se as pessoas demonstrassem mais amor e compai6(o umas pelas outras, por mais improv-vel "ue isso se3a, concluiremos "ue eles podem ser tam.)m caracteri%ados como pro.lemas espirituais pass*veis de uma soluç(o espiritual+ Isso n(o "uer di%er "ue .asta cultivar valores K
espirituais para "ue os pro.lemas desapareçam automaticamente+ 9elo contr-rio, cada um deles necessita de uma soluç(o espec*fica+ Xuando a dimens(o espiritual ) ne!li!enciada, por)m, n(o '- esperanças de se conse!uir uma soluç(o duradoura+ 9or "ue ) assim& As m-s not*cias s(o um fato da vida+ Cada ve% "ue a.rimos um 3ornal ou li!amos a televis(o ou o r-dio, deparamos com acontecimentos tristes+ N(o se passa um s0 dia sem "ue em al!um lu!ar do mundo aconteça al!uma coisa "ue todos consideram um infort5nio+ Se3a "ual for a nossa nacionali alidade ou filosofia de vida, todos nos entristecemos, em maior ou menor escala, ao sa.er dos sofrimentos dos outros+ 8ais ais acon aconte teci cim men ento toss po pode dem m ser ser divi dividi dido doss em du duas as !ran !rande dess cate!orias# a"ueles "ue se devem so.retudo a causas naturais 4 terremotos, secas, enc'entes 4 e os "ue s(o ori!inados pelo 'omem+ @uerras, crimes, violência de todo tipo, corrupç(o, po.re%a, trapaça, fraude e in3ustiça VKP social, pol*tica e econ2mica, todos s(o conse"Zência do comportamento 'umano ne!ativo+ "uem ) respons-vel por tal comportamento& N0s mesm mesmos os++ A real reale%a e%a,, os presi preside dent ntes es,, prim primei eiro ros4 s4mi minis nistr tros os e po pol* l*ti tico cos, s, passando pelos administradores, cientistas, m)dicos, advo!ados, acadêm acadêmico icos, s, estuda estudante ntes, s, pad padres, res, freiras freiras,, mon!es mon!es como como eu, indust industriai riais, s, artistas, lo3istas, t)cnicos, profissionais aut2nomos, tra.al'adores .raçais e desempre!ados, n(o e6iste uma 5nica classe ou setor da sociedade "ue n(o contri.ua para nossa dose di-ria de m-s not*cias+ Heli%mente, ao contr-rio dos desastres naturais contra os "uais pouco ou nada podemos fa%er, esses pro.lemas 'umanos, por serem essencialmente pro.lemas )ticos, podem ser superados+ / fato de 'aver tanta !ente de todos os setores e n*veis da sociedade tra.al'ando para esse fim reforça a 'ip0tese+ 6istem os "ue in!ressam em partidos pol*ticos para lutar por constituições mais 3ustas, os "ue se tornam advo!ados para lutar pela Fustiça, os "ue se aliam a or!ani%ações assistenciais para lutar contra a po.re%a, os "ue cuidam, como profissionais ou volunt-rios, das v*timas de des!raças+ Na verdade, muitos de n0s, cada um sua maneira e de acordo com sua pr0pria compreens(o, tentamos fa%er do mundo 4 ou ao menos de nossa porç(o dele 4 um lu!ar mel'or para se viver+ Q
Lamentavelmente, verificamos "ue 4 n(o importa "u(o sofisticados se3am nossos sistemas le!ais ou "u(o avançados se3am nossos m)todos de controle e6terno 4, por si s0, esses recursos n(o s(o capa%es de erradicar os erros e maldades+ Ca.e o.servar "ue, 'o3e em dia, nossas forças policiais VK= têm disposiç(o recursos tecnol0!icos "ue dificilmente poderiam ser ima!inados '- cin"Zenta anos+ Dispõem de m)todos de vi!il1ncia "ue l'es permitem ver o "ue antes era imposs*vel, podem utili%ar testes de DNA, la.o la.ora rat0 t0ri rios os espe especi cial ali% i%ad ados os em medi medici cina na le!a le!al, l, c(es c(es fare fare3a 3ado dore ress e, evid ev iden ente teme ment nte, e, pe pess ssoa oall alta altame ment ntee trei treina nado do++ Co Cont ntud udo, o, os m)to m)todo doss criminosos evolu*ram de forma e"uivalente, de modo "ue n(o estamos em mel'or situaç(o+ Xuando falta a contenç(o da )tica, n(o pode 'aver esperança de superar pro.lemas como o da escalada de crimes+ Sem essa disciplina interior, verificamos "ue os pr0prios meios "ue usamos para resolvê4los resolvê4los tornam4se uma fonte de dificuldades+ dificuldades+ A crescente crescente sofisticaç(o sofisticaç(o dos m)todos policiais e criminais ) um c*rculo vicioso e mutuamente estimulante+ Xual ), ent(o, a relaç(o entre a pr-tica da espiritualidade e a da )tica& A relaç(o ) a se!uinte# como o amor, a compai6(o e todas as outras "ualidades supõem, por defmiç(o, al!um !rau de preocupaç(o pelo .em4 estar dos outros, supõem tam.)m a contenç(o "ue a )tica e6i!e+ S0 podemos manifestar amor e compai6(o pelos outros se ao mesmo tempo reprimirmos nossos impulsos e dese3os nocivos+ Seria compreens*vel "ue eu ao menos defendesse uma a.orda!em reli!iosa em relaç(o aos fundamentos da pr-tica da )tica+ É ine!-vel "ue todas as !randes tradições de f) têm um sistema )tico .em desenvolvido+ 8odavia, a dificuldade em vincular nossa noç(o de certo e errado reli!i(o ) "ue em se!uida se!uida precisamos precisamos per!untar# per!untar# $Xue reli!i(o&$ reli!i(o&$ Xual VK delas apresenta o sistema mais acess*vel, mais aceit-vel& /s ar!umentos seriam infind-veis+ mais# n(o podemos i!norar o fato de muitas pessoas re3e re3eit itar arem em a reli reli!i !i(o (o .a .ase sead adas as em co conv nviicçõe cçõess sinc sincer eras as e n( n(oo po porr simplesmente ne!li!enciarem as "uestões mais profundas da e6istência 'umana+ N(o podemos presumir "ue tais pessoas n(o têm noç(o do "ue ) certo ou errado, ou da"uilo "ue ) moralmente correto, s0 por"ue al!umas das "ue s(o contra a reli!i(o têm atitudes imorais+ Al)m disso, crença
reli!iosa n(o ) !arantia de inte!ridade moral+ 6aminando a 'ist0ria de nossa esp)cie, vemos "ue entre os maiores respons-veis por conflitos 4 os "ue infli!iram violência, .rutalidade e destruiç(o a seus semel'antes ] 'avia muitos "ue professavam uma f) reli!iosa, muitas ve%es em alto e .om som+ A reli!i(o pode a3udar4nos a esta.elecer princ*pios )ticos .-sicos+ Contudo, pode4se falar de )tica e moralidade sem ter de recorrer reli!i(o+ Mais uma ve% seria poss*vel o.3etar "ue, se n(o aceitarmos a reli!i(o como fonte de )tica, teremos de admitir "ue a"uilo "ue as pessoas entten en ende dem m co como mo .o .om m e cert certo, o, mau e erra errado do,, moral oralme ment ntee co corr rret etoo e incorreto, o "ue consideram uma aç(o positiva e o "ue para elas vem a ser uma aç(o ne!ativa deve variar de acordo com as circunst1ncias e at) mesmo de pessoa para pessoa+ Mas nesse ponto permitam4me di%er "ue nin!u)m deve ima!inar ser poss*vel formular um con3unto de re!ras ou leis leis capa% capa%es es de no noss forne fornecer cer resp respos osta tass pa para ra todo todoss os dilem dilemas as )ticos )ticos,, VKB mesmo "ue aceit-ssemos a reli!i(o como .ase da moralidade+ Um tal con3unto de f0rmulas nunca poderia pretender capturar toda a ri"ue%a e diversidade da e6periência 'umana+ tam.)m daria mar!em a "ue se ar!umentasse "ue somos respons-veis apenas pelo "ue est- ri!orosamente especificado nessas leis, e n(o por nossas ações+ N(o "ue se3a in5til tentar ela.orar princ*pios "ue possam ser compree compreendi ndidos dos como al!o al!o moralm moralment entee con contro trolad lador or++ 9elo 9elo con contrtr-rio, rio, se dese de se3a 3arm rmos os ter ter "u "ual al"u "uer er espe esperan rança ça de resol resolve verr no noss ssos os pro. pro.lem lemas as,, ) esse essenc ncia iall en enco cont ntra rarm rmos os urna urna form formaa de ela. ela.or orar ar prin princ* c*pi pios os ass assim+ im+ 9rec 9recis isam amos os 8er meio meioss pa para ra 3ul! 3ul!ar ar e de deci cidi dirr en entr tre, e, po porr e6 e6em empl plo, o, o terrorismo terrorismo como recurso para promover promover reformas reformas pol*ticas pol*ticas e os princ*pios de resistência pac*fica de Ma'atma @and'i+ 9recisamos ser capa%es de mostrar "ue praticar a violência contra os outros est- errado+ ainda encontrar al!uma forma de fa%ê4lo "ue evite os e6tremos do a.solutismo rudimentar, por um lado, e do relativismo .anal, por outro+ Min'a opini(o pessoal, "ue n(o se .aseia unicamente em f) reli!iosa e ne nem m mesm mesmoo em uma uma id)i id)iaa ori! ori!in inal al,, ) "u "uee ) po poss ss*v *vel el esta esta.e .ele lece cerr princ*pios )ticos controladores "uando tomamos como ponto de partida a constataç(o constataç(o de "ue todos n0s dese3amos a felicidade e "ueremos "ueremos evitar os P
sofrimentos+ N(o temos meios de distin!uir entre certo e errado se n(o levamos em conta os sentimentos dos outros, os sofrimentos dos outros+ 9or esta ra%(o, e tam.)m por"ue, como veremos adiante, ) dif*cil sustentar a noç(o de verdade a.soluta fora do conte6to da reli!i(o, a conduta )tica VQ n(o ) al!o com "ue nos comprometemos por ser apenas, de certa forma, al!o correto+ Al)m disso, se de fato o dese3o de ser feli% e evitar o sofrimento ) uma disposiç(o natural, comum a todos, se!ue4se "ue todo indiv*duo tem o direito de perse!uir esse o.3etivo+ Conse"uentemente, penso "ue uma das coisas "ue determinam se uma aç(o est- ou n(o de acordo com a )tica ) seu efeito so.re a e6periência ou a e6pectativa de feli felici cida dade de do doss ou outtros+ ros+ Uma Uma aç(o aç(o "u "uee pre3 pre3ud udic icaa ou viol violen entta essa essa e6pe e6 peri riên ênci ciaa ou e6 e6pe pect ctat ativ ivaa de felic felicid idade ade ) po pote tenci ncialm almen ente te uma uma aç(o aç(o anti)tica+ Di!o potencialmente por"ue, em.ora as conse"Zências de nossas ações se3am importantes, e6istem outros fatores a considerar, entre eles a "uest(o "uest(o da intenç(o intenç(o e a nature%a da aç(o+ 8odos 8odos n0s lem.ramos de coisas "uee fi%em "u fi%emos os "u "uee pe pert rtur ur.ar .aram am os ou outr tros os sem "u "uee tiv)s tiv)sse semo moss al!u al!uma ma intenç(o de fa%ê4lo+ 8am.)m n(o ) dif*cil lem.rar de atitudes "ue, apesar de pa parec recer erem em co cons nstr tran an!e !edo doras ras,, a! a!re ress ssiv ivas as e capa% capa%es es de feri ferirr, afina afinall aca.aram contri.uindo para a felicidade dos outros+ Colocar limites para crianças com firme%a ) al!o "ue muitas ve%es se inclui nesta cate!oria+ 9or outro lado, o fato de nossas ações parecerem delicadas n(o si!nifica "ue se3am positivas ou )ticas se nossas intenções forem e!o*stas+ 9elo contr-rio, se, por e6emplo, nossa intenç(o ) iludir, ent(o fin!ir delicade%a ) uma das atitudes mais deplor-veis+ m.ora o uso da força possa n(o esta estarr en envo volv lvid ido, o, ) uma uma atit atitud udee indi indisc scut utiv ivel elme ment ntee viol violen enta ta++ 6er 6erce ce violência n(o s0 medida "ue pre3udica o outro, como pelo fato de trair a confiança da pessoa e sua e6pectativa da verdade+ VQ7 Mais uma ve% n(o ) dif*cil ima!inar um caso em "ue al!u)m ac'a "ue suas ações s(o .em4intencionadas e voltadas para o .em dos outros "uando na realidade s(o totalmente imorais+ Como o soldado "ue se!ue risca a ordem de e6ecutar sumariamente prisioneiros civis+ Acreditando "ue a!e por uma causa 3usta, ele pode ac'ar "ue sua aç(o visa ao .em da =
'uman 'um anid idad ade+ e+ Con ontu tudo do,, se!u se!und ndoo o pri princ nc*p *piio de n( n(o4 o4vi viol olên ênci ciaa "u "uee mencionei, matar ) por definiç(o um ato anti)tico+ Cumprir tais ordens seria uma atitude !ravemente ne!ativa+ m outras palavras, o conte5do, o verd ve rdad adei eiro ro si!n si!nif ific icad adoo de no noss ssas as açõe ações, s, tam. tam.)m )m ) impo import rtan ante te pa para ra determinar se elas s(o )ticas ou n(o, 3- "ue certos atos s(o ne!ativos por definiç(o+ 8alve% o fator mais importante para determinar a nature%a )tica de uma aç(o n(o se3a nem seu conte5do nem seu resultado+ :aras ve%es os frutos de nossas ações s(o diretamente imput-veis apenas a n0s# e6emplo disso ) um timoneiro "ue conse!ue levar seu .arco em se!urança atrav)s de uma tempestade+ / sucesso de sua empreitada ) al!o "ue n(o dependeu apenas de suas ações+ 9or isso podemos admitir "ue o resultado de uma aç(o ) o fator menos importante+ m ti.etano, a e6press(o "ue caracteri%a o "ue ) mais importante para determinar o valor )tico de uma aç(o ) o Yun lon! lon! do indi indiv* v*du duo+ o+ 8radu% radu%id idoo lite litera ralm lmen ente te,, o pa part rtic ic*p *pio io Yu Yunn si!n si!nif ific icaa $completamen $completamente$ te$ ou $das profunde%as$, profunde%as$, e lon! lon! REa indica indica o ato de fa%er al!o se levantar, sur!ir ou despertar+ No sentido em "ue ) usado a"ui, VQ por)m, Yun lon! ) compreendido como a"uilo "ue, de certo modo, motiva ou inspira nossas ações 4 tanto as "ue praticamos deli.eradamente como as "ue s(o involunt-rias+ Lo!o, essa e6press(o indica o estado !eral do coraç(o e da mente do indiv*duo+ Xuando este estado ) sadio, dedu%4se "ue nossas ações ser(o Reticamente sadias+ Com essa e6plicaç(o, vê4se lo!o "ue ) dif*cil tradu%ir Yun lon! de maneira sucinta+ m !eral, a e6press(o ) tradu%ida apenas por $motivaç(o$, "ue clar claram amen ente te n( n(oo capt captaa toda toda a e6 e6te tens ns(o (o de seu seu si!n si!nif ific icad ado+ o+ A pa pala lavr vraa $disposiç(o$, em.ora c'e!ue .em perto, n(o tem a mesma conotaç(o de atividade da e6press(o ti.etana+ usar a frase $estado !eral do coraç(o e da ment mente$ e$ pa pare rece ce de desn snec eces essar saria iame ment ntee lon! lon!o+ o+ 8alve alve%% ela ela pu pude dess ssee ser ser a.reviada para $estado de esp*rito$, ou $estado da mente$, mas seria i!norar o sentido mais amplo da palavra $mente$ na l*n!ua ti.etana+ $Mente$ em ti.etano ) 7, "ue a.ran!e as noções de consciência e de percepç(o e, ao mesmo tempo, de sentimento e emoç(o, o "ue reflete a compreens(o de "ue emoções e pensamentos n(o podem vir separados+ m ti.etano, at) mesmo a percepç(o de uma caracter*stica, como a cor,
tem uma dimens(o afetiva+ 8am.)m n(o e6iste uma id)ia de pura sensaç(o sem uma e6periênçia co!nitiva correspondente+ Isto si!nifica, antes de tudo, "ue podemos identificar diferentes tipos de emoç(o+ 6istem a"uelas "ue s(o .asicamente .asicamente instintivas, como a repulsa ao ver VQK san!ue, san!ue, e as "ue têm um componente componente racional mais desenvolvido, desenvolvido, como o medo da po.re%a+ 9eço ao leitor "ue ten'a tudo isso em mente sempre "ue eu me referir a $mente$, ou $motivaç(o$, ou $disposiç(o$, ou $estados de esp*rito ou da mente$+ É mais f-cil compreender "ue o estado !eral do coraç(o e da mente 4ou motivaç(o 4 de uma pessoa no momento de uma aç(o ), em !eral, a c'ave para determinar a "ualidade )tica dessa aç(o se considerarmos como nossas ações s(o afetadas "uando estamos so. o poder de fortes emoções e pensamentos ne!ativos, como o 0dio e a raiva+ Nesse momento, nossa mente Rlo e nosso coraç(o coraç(o est(o contur.ados, contur.ados, o "ue nos fa% n(o s0 perder o sens sensoo de pe perc rcep epç( ç(oo e pe pers rspe pect ctiv iva, a, co como mo tam. tam.)m )m n( n(oo en en6e 6err!a !arr o prov-vel impacto de nossas ações so.re os outros+ 9odemos c'e!ar a ficar aturdidos a ponto de i!norar os outros e seu direito felicidade+ So. tais circunst1ncias, nossas ações 4 isto ), nossos atos, palavras, pensamentos, omissões e dese3os 4 ser(o certamente nocivas felicidade dos outros, sem levar em conta "uais ten'am sido nossas intenções para com os outros ou se nossas ações foram intencionais ou n(o+ ;amos ima!inar uma situaç(o em "ue nos envolvemos em um desentendimento com um mem.ro de nossa fam*lia+ A maneira como lidamos com a atmosfera pesada "ue se instala vai depender em !rande parte da"uilo "ue inspira nossas ações no momento ] em outras palavras, nosso Yun lon!+ Xuanto menos calmos ficarmos, maior a pro.a.ilidade de rea!irmos ne!ativamente com palavras VQQ -speras, de di%erm %ermoos ou fa%erm %ermoos coisas de "ue mais tarde rde nos arrependeremos amar!amente, mesmo "ue os nossos sentimentos de afeto por a"uela pessoa se3am profundos+ Ima!inemos ainda uma situaç(o em "uee incom "u incomod odamo amoss al!u al!u)m )m de uma uma mane maneira ira po pouc ucoo impo import rtant ante, e, co como mo es.arrar involuntariamente na pessoa ao passar por ela na rua, e ela !rita di%endo "ue andemos com mais cuidado+ \- uma !rande possi.ilidade de n(o darmos import1ncia a isso se nossa disposiç(o RYun lon! for sadia, se nossos corações estiverem plenos de compai6(o 4 um sentimento "ue B
encerra compreens(o e ternura 4, do "ue se estivermos so. a influência de emoções ne!ativas+ Xuando a força motivadora de nossas ações ) sadia, nossos atos tendem automaticamente a contri.uir para o .em4estar dos outros+ S(o, portanto, forçosamente )ticos+ "uando isso se torna o nosso est estad adoo 'a 'a.i .ittua ual, l, men enor or a pro. pro.a. a.iilid lidad adee de rea! rea!ir irm mos mal "u "uan ando do provocados+ Se perdermos a paciência, ser- uma e6plos(o desprovida de "ual"uer traço de rancor ou 0dio+ m min'a opini(o, portanto, o o.3etivo da pr-tica espiritual e, conse"Zentemente, da pr-tica da )tica ) transformar e aperfeiçoar o Yun lon!+ É assim "ue nos tornamos pessoas mel'ores+ Desco.rimos "ue, medida "ue conse!uimos transformar nossos corações e mentes cultivando "ualidades espirituais, passamos a ser mais capa%es de lidar com as adversidades e aumentamos as pro.a.ilidades de nossas nossas ações serem eticamente sadias+ Assim, Assim, se me permitirem permitirem citar meu VQ pr0prio caso como e6emplo, essa maneira de compreender a )tica si!nifica "ue, ao procurar sempre cultivar um estado de esp*rito positivo ou sadio, tento ser o mais 5til poss*vel aos outros+ Certificando4me, al)m disso, de "ue o conte5do de min'as ações ) i!ualmente positivo 4 medida "ue sou capa% de fa%ê4las serem assim 4, diminuo min'as c'ances de a!ir de forma anti)tica+ Xual ) a efic-cia desta t)cnica, ou se3a, "uais ser(o as suas conse"Zências relativamente ao .em4estar dos outros, a curto ou a lon!o pra%o, n(o '- como di%er+ di%er+ 9or)m, se meus esforços forem constantes e se eu me mant mantiv iver er atent atento, o, acont aconteça eça o "u "uee acont acontece ecerr, dific dificil ilme ment ntee terei terei motivos para arrependimento+ 9elo menos sa.erei "ue fi% o mel'or "ue pude+ Min'a an-lise, neste cap*tulo, da relaç(o entre )tica e espiritualidade n(o a.orda a "uest(o "uest(o referente maneira maneira como podemos resolver resolver dilemas )ti )tico cos+ s+ Hala Halare remo moss diss dissoo mai mais ad adia iant nte+ e+ 9ref 9refer erii a" a"ui ui trat tratar ar da )ti )tica associando o discurso )tico e6periência 'umana fundamental de felicida4 de e sofrimento e evitando, assim, os pro.lemas "ue sur!em "uando se associa associa a )tica reli!i(o+ A realidade realidade ) "ue a maioria maioria das pessoas 'o3e 'o3e em dia n(o est- convencida da necessidade da reli!i(o+ Al)m do mais, e6istem condutas "ue s(o aceit-veis em certas tradições reli!iosas mas n(o o s(o em ou outr tras as++ Xu Xuan anto to ao "u "uee "u "uer eroo di%e di%err co com m a e6 e6pr pres ess( s(oo $rev $revol oluç uç(o (o
K
espiritual$, espiritual$, espero ter dei6ado dei6ado claro "ue uma revoluç(o espiritual espiritual acarreta necessariamente uma revoluç(o )tica+ VQP Cap*tulo K A /:I@M D9NDN8 A NA8U:^A DA :ALIDAD m uma conferência "ue fi% no Fap(o '- al!uns anos, vi umas pessoas camin'arem em min'a direç(o carre!ando um ramo de flores+ Leva Levant ntei ei4m 4mee pa para ra rece rece.e .err a ofer oferta ta,, mas, mas, pa para ra min' min'aa surp surpre resa sa,, elas elas passaram direto por mim e depositaram as flores em um altar "ue estava atr-s+ Sentei4me com uma !rande sensaç(o de em.araço+ , no entanto, mais ais uma uma ve ve%% est estav avaa ap apre rend nden endo do "u "uee a mane maneir iraa co com mo as co cois isas as e acontecimentos evoluem nem sempre coincide com as nossas e6pectativas+ sse fato da vida 4 a lacuna "ue costuma 'aver entre o modo como co mo pe perc rce. e.em emos os os fen2 fen2me meno noss e a real realid idad adee de uma uma de dete term rmin inad adaa situaç(o 4 ) ori!em de muita infelicidade+ Isso acontece principalrnente "uando, como no e6emplo "ue dei, fa%emos 3ul!amentos com .ase em uma compreens(o parcial "ue aca.a por n(o se 3ustificar por completo+ Antes de considerar em "ue deve consistir uma revoluç(o espiritual e )tica, vamos refletir um pouco so.re a nature%a da realidade+ A estreita li!aç(o entre a percepç(o "ue temos de n0s mesmos em relaç(o ao mundo "ue 'a.itamos e o nosso comportamento em funç(o disso mostra "ue a VQ= nossa compreens(o dos fen2menos tem um si!nificado decisivo+ Se n(o compreendemos os fen2menos, nos a7riscarnos a fa%er coisas "ue n(o s0 nos pre3udicam como os outros+ Xuando se e6amina o assunto verifica4se "ue n(o ) poss*vel separar "ual"uer fen2meno do conte6to de outros fen2menos+ 9odemos apenas falar de relacionamentos+ Durante a nossa vida di-ria, nos envolvemos em in5meras atividades diferentes e rece.emos um enorme est*mulo sensorial vind vindoo de tudo tudo co com m "u "uee no noss de depa para ram mos os++ / pro. pro.llema ema do doss erro erross de percepç(o, "ue, ) claro, tem !raus variados, costuma sur!ir por causa da K7
nossa tendência de isolar aspectos particulares de um acontecimento ou e6periência e vê4los como se constitu*ssem uma totalidade+ Isso leva a um estr estrei eita tame ment ntoo da pe pers rspec pecti tiva va e da* a falsa falsass e6 e6pe pect ctat ativ ivas as++ Se, Se, po por)m r)m,, cons co nsid idera eramo moss a reali realida dade de,, lo!o lo!o no noss co cons nsci cient enti% i%am amos os de sua sua infi infini nita ta comple6idade e nos damos conta de "ue a maneira como a perce.emos 'a.itualmente ) muitas ve%es incorreta+ Se n(o fosse assim, a noç(o de en!ano n(o e6istiria+ e6istiria+ Se as coisas e acontecimentos sempre evolu*ssem de acordo com as nossas e6pectativas, n(o ter*amos o conceito de ilus(o ou de e"u*voco+ Como um recurso para compreender essa comple6idade, considero particularmente 5til o conceito de ori!em dependente Rem ti.etano, ten del formulado pela escola Mad'amiYa Mad'amiYa RMeio 4 8ermo ou Moderada Moderada de filosofia .udista+ De acordo com esse conceito, podemos compreender como as coisas ocorrem de três maneiras diferentes+ VQ Num primeiro n*vel, recorre4se ao princ*pio de causa e efeito, pelo "ual todas as coisas e acontecimentos sur!em dependendo de uma comple6a rede de causas e condições relacionadas entre si+ Sendo assim, nada nem nen'um acontecimento pode vir a e6istir ou permanecer e6istindo por si s0+ 9or e6emplo, se eu pe!ar um pun'ado de .arro e model-4lo, posso fa%er um vaso vir a e6istir+ / vaso e6iste como resultado de meus atos+ Ao mesmo tempo, ) tam.)m o resultado de uma mir*ade de outras causas e condições+ stas a.ran!em a com.inaç(o de .arro e -!ua "ue forma a mat)ria4prima do vaso+ m acr)scimo, '- o a!rupamento das mol)culas, dos -tomos e outras diminutas diminutas part*culas "ue formam esses componentes+ componentes+ m se!uida, ) preciso levar em conta as circunst1ncias "ue levam min'a decis(o de fa%er um vaso+ e6istem ainda as condições "ue cooperam ou interferem nas min'as ações medida "ue dou forma ao .arro+ 8odos esses diferentes fatores dei6am claro "ue meu vaso n(o pode vir a e6istir independentemente de suas causas e condições+ /u se3a, ele tem uma ori! ori!em em de depe pend nden ente te,, sua sua cria criaç( ç(oo estest- su.o su.ord rdin inad adaa a essa essass caus causas as e condições+ Num se!undo n*vel, ten del pode ser compreendido .em termos da m5tua dependência "ue e6iste entre as partes e o todo+ Sem as partes, n(o pode 'aver o todo e, sem o todo, o conceito de partes n(o tem sentido+ A K
id)ia de $todo$ implica partes, mas cada uma dessas partes precisa ser considerada como um todo composto de suas pr0prias partes+ VQB No terceiro n*vel, pode4se di%er "ue todos os fen2menos têm uma ori!em dependente por"ue, "uando os analisamos, verificamos "ue, em essência, eles n(o possuem uma identidade independente+ Isto pode ser compreendido mel'or se pensarmos na maneira como nos referimos a cert certos os fen2m fen2meno enos+ s+ 9or 9or e6emp e6emplo lo,, as pa pala lavra vrass $a $aç(o ç(o$$ e $a $a!e !ent nte$# e$# uma uma pressupõe a e6istência da outra+ Assim como $pai$ e $fil'o$+ A pessoa s0 pode ser um pai se tiver fil'os+ um fil'o ou uma fil'a s(o assim c'amados apenas com referência ao fato de terem pais+ A mesma relaç(o de m5tua dependência ) vista na lin!ua!em "ue utili%amos para definir ramos de atividade ou profissões+ Determinados indiv*duos s(o c'amados de fa%endeiros em funç(o de seu tra.al'o no campo+ /s m)dicos s(o assim c'amados por causa de seu tra.al'o na -rea da medicina+ De mane maneir iraa mais mais suti sutil, l, as co cois isas as e acon aconte teci cime ment ntos os po pode dem m ser ser compreendidos em termos de ori!em dependente "uando, por e6emplo, per!untamos# o "ue ) e6atamente um vaso de .arro& Xuando procuramos al!o "ue possa ser definido como sua identidade final verificamos "ue a pr0pria e6istência do vaso de .arro 4 e, implicitamente, a de todos os outros fen2menos 4 ), at) certo ponto, provis0ria e determinada pelas convenções+ Xuando inda!amos se sua identidade ) determinada por sua forma, sua funç(o, suas partes espec*ficas Rou se3a, ser composto de .arro, -!ua -! ua,, etc+ etc+, , co cons nsta tata tamo moss "u "uee a pa pallav avra ra $v $vas aso$ o$ n( n(oo pa pass ssaa de uma uma desi!naç(o ver.al+ N(o '- uma 5nica caracter*stica "ue se possa di%er "ue o identifica+ V Muito menos a totalidade de suas caracter*sticas+ 9odemos ima!inar vasos de formas diferentes "ue n(o dei6am de ser vasos+ por"ue s0 podemos realmente falar de sua e6istência em relaç(o a uma rede comple6a de causas e condições, se o encaramos se!undo esta perspectiva, o vaso n(o tem de fato nen'uma propriedade "ue o defina+ m outras palavras, n(o e6iste em si ou por si, mas ) antes de tudo ori!inariamente dependente+ No "ue se refere refe re aos fen2menos mentais, verificamos "ue mais uma ve% e6iste uma dependência+ Neste caso, entre a"uele "ue perce.e e a"uilo KK
"ue ) perce.ido+ 8omemos como e6emplo a percepç(o de uma flor+ m primeiro lu!ar, para "ue se possa perce.er uma flor ) preciso 'aver um 0r!(o sens*vel+ Se!undo, precisa 'aver uma condiç(o 4 neste caso, a pr0pria flor+ m terceiro, para "ue ocorra a percepç(o ) preciso 'aver al!o "ue direcione a atenç(o da"uele "ue perce.e para o o.3eto+ nt(o, atrav)s da interaç(o causal dessas condições, ocorre um acontecimento co!nitivo a "ue c'amamos de percepç(o de uma flor+ A!ora vamos e6aminar em "ue consiste e6atamente esse acontecimento+ Seria apenas o funcionamento da facu faculd ldad adee sens sensor oria iall& Seri Seriaa ap apen enas as a inte intera raç( ç(oo en entr tree essa essa facu faculd ldad adee sensorial e a pr0pria flor& /u seria outra coisa& ;emos "ue, no final, n(o conse!uimos compreender o conceito de percepç(o a n(o ser dentro do conte6to de uma intricada e imprecisa s)rie de causas e condições+ Uma Uma outra maneir eira de compree reender o co connceito de ori!em dependente ) considerar o fen2meno do tempo+ V7 m !eral, presumimos "ue '- uma entidade com e6istência independente a "ue c'amamos de tempo+ Halamos de tempo passado, presente e futuro+ ntr ntret etan anto to,, "u "uan ando do e6 e6am amin inam amos os mel' mel'or or o assu assunt nto, o, ve vemo moss "u "uee esse esse conc co ncei eito to tam. tam.)m )m ) uma uma co conv nven enç( ç(o+ o+ ;erif erific icam amos os "u "uee a e6 e6pr pres ess( s(oo $momento presente$ ) apenas um r0tulo "ue indica a interface entre os tempos $passado$ e $futuro$+ N(o podemos na realidade locali%ar com precis(o o presente+ / passado est- apenas uma fraç(o de se!undo antes do suposto momento presenteO apenas uma fraç(o de se!undo depois esto futuro+ No entanto, se dissermos "ue o momento presente ) $a!ora$, assim "ue aca.armos de pronunciar esta palavra ele 3- estar- no passado+ Se sustent-ssemos "ue, mesmo assim, deve 'aver um 5nico momento indivis*vel pelo passado ou pelo futuro, n(o 'averia nen'uma ra%(o para separarmos presente, passado e futuro+ Se 'ouvesse um 5nico momento indivis*vel, s0 ter*amos o presente+ Sem o conceito do presente, por)m, fica dif*cil falar de passado e futuro 3- "ue am.os sem d5vida dependem do presente+ Al)m do mais, se nossa an-lise nos fi%esse concluir "ue ent(o o presente n(o e6iste, ter*amos de ne!ar n(o s0 uma convenç(o mundial, como tam.)m a nossa pr0pria e6periência+ De fato, "uando começamos a analisar nossa e6periência com relaç(o ao tempo, vemos "ue o passado desaparece e o futuro ainda est- para c'e!ar+ 6perimentamos apenas o KQ
presente+ o presente s0 toma forma como dependente do passado e do futuro+ V Como isso nos pode a3udar& Xual ) o valor dessas o.servações& ncontramos nelas diversas implicações importantes+ 9rimeiro, "uando constatamos "ue tudo a"uilo "ue perce.emos e e6perimentamos ) o resultado de uma s)rie indefinida de causas e condições correlacionadas, toda a nossa perspectiva muda+ Começamos a ver "ue o universo em "ue 'a.itamos 'a.itamos pode ser compreendido compreendido como um or!anismo or!anismo vivo em "ue cada c)lu c)lula la tra.a tra.al' l'aa em co coop opera eraç(o ç(o e" e"uil uili. i.ra rada da co com m cada cada uma da dass ou outr tras as c)lulas para manter o todo+ Se apenas uma dessas c)lulas ) pre3udicada, como acontece "uando '- o ata"ue de uma doença, esse e"uil*.rio ) afetado e o todo passa a correr peri!o+ sse racioc*nio, por sua ve%, su!ere "ue nosso .em4estar pessoal est- intimamente intimamente li!ado n(o s0 ao .em4estar .em4estar dos outros como ao am.iente em "ue vivemos+ 8am.)m se torna evidente "ue nossas ações, feitos, palavras e id)ias, por mais insi!nificantes ou irrelevantes "ue possam parecer, têm uma implicaç(o n(o apenas para n0s mesmos como tam.)m para as outras pessoas+ Al)m do mais, "uando encaramos a realidade em termos de ori!em dependente, dei6amos de lado nossa tendência 'a.itual para ver as coisas e os acontecimentos como entidades uniformes, independentes e distintas+ Isso ) muito proveitoso por"ue ) essa tendência "ue nos fa% e6a!erar uns poucos aspectos de nossa e6periência, tornando4os representativos da real realid idad adee co comp mple leta ta de uma uma de dete term rmin inad adaa situ situaç aç(o (o e i!no i!nora rand ndoo sua sua comple6idade mais ampla+ VK ssa ssa co comp mpre reen ens( s(oo da real realid idad adee se!u se!und ndoo o co conc ncei eito to de ori! ori!em em dependente tam.)m põe diante de n0s um desafio si!nificativo+ sse desafio consiste em ver as coisas e acontecimentos de maneira menos simpl implis ista ta,, men enos os $. $.ra ranc ncoo ou pret preto$ o$,, e mais mais co com mo um co com mple6 ple6oo encadeamento de cone6ões dif*ceis de especificar+ 8am.)m passa a ser dif*cil falar em termos de a.soluto+ mais, se todos os fen2menos depe de pend ndem em de ou outr tros os fen2 fen2me meno nos, s, se ne nen' n'um um fen2 fen2me meno no po pode de e6 e6is isti tirr independentemente, devemos considerar "ue at) mesmo a nossa muito pre%ada individualidade n(o e6iste do modo "ue normalmente supomos+ K
Na verdade, se investi!armos analiticamente a identidade do eu, verificaremos "ue sua aparente solide% dissolve4se ainda mais depressa do "ue a do vaso de .arro ou a do momento presente+ 9ois, en"uanto um vaso de .arro ) al!o concreto "ue podemos realmente tocar, o eu ) mais elusivo# sua identidade como constructo 4 uma s*ntese mental "ue sur!e de uma !ama de acontecimentos comple6os 4 lo!o se toma evidente+ desco.rimos "ue a n*tida distinç(o "ue fa%emos 'a.itualmente entre $eu$ e $os outros$ ) um e6a!ero+ É ine!-vel "ue todo ser 'umano tem, 3usta e naturalmente, uma forte noç(o do eu+ Ainda "ue n(o sai.amos .em por "ue ) assim, essa noç(o do eu sem d5vida est- presente+ 6aminemos, por)m, o "ue constitui o verdadeiro o.3eto a "ue c'amamos $eu$+ Seria a mente& 9ode acontecer "ue a mente de uma pessoa se tome 'iperativa ou depressiva+ Nos dois casos, um m)dico pode receitar rem)dios para proporcionar uma sensaç(o VQ de .em4estar "uela pessoa+ Isto mostra "ue pensamos na mente como, _ de certa forma, a posse, o dom*nio do eu+ , de fato, "uando refletimos mel'or, afirmações como $meu corpo$, $min'a fala$, $min'a mente$ tra%em uma noç(o impl*cita de propriedade+ 9ortanto, ) dif*cil ver como a mente pode constituir constituir o eu+ / mesmo em relaç(o consistência+ consistência+ Se o eu e a co cons nsci ciên ênci ciaa fosse fossem m a mesm mesmaa co cois isa, a, ter* ter*am amos os co cons nse" e"Ze Zent ntem ement entee o a.surdo de o ator e a aç(o serem um s0+ Desse ponto de vista, tam.)m n(o ) f-cil cil conce.er de "ue modo o eu pode e6istir como omo fen2me 2meno independente fora do con3unto mente4corpo+ outra ve% isso me fa% ac'ar "ue nossa noç(o 'a.itual do eu ) de certa maneira um r0tulo para uma rede comple6a de fen2menos correlatos+ Neste ponto, vamos va mos parar e analisar como normalmente a!imos a!i mos com relaç(o a essa id)ia do eu+ Di%emos# $sou alto$, $sou .ai6o$, $fi% isso$, $fi% a"uilo$ e nin!u)m nos "uestiona+ 8odos entendem o "ue "ueremos di%er e ficam satisfeitos com essas convenções "ue fa%em parte do discurso cotidiano e s(o compat*veis com a e6periência comum+ Mas isso n(o "uer di%er "ue al!o e6ista apenas por"ue est- sendo dito ou por"ue e6ista uma palavra a "ue tal coisa c oisa se refere+ Nin!u)m 3amais 3a mais encontrou enc ontrou um unic0rnio e no entanto a palavra est- em todos os dicion-rios+
KP
9ode4se di%er "ue as convenções s(o v-lidas "uando n(o contradi%em um con'ecimento ad"uirido e "uando servem de fundamento para um discurso comum no "ual situamos noções como falso e V verdadeiro+ Isto n(o nos impede de aceitar "ue, em.ora perfeitamente sati satisf sfat at0r 0rio io co como mo mais mais uma uma co conv nven enç( ç(o, o, o eu eu,, co como mo todo todoss os ou outr tros os fen2menos, e6ista condicionado aos r0tulos e conceitos "ue aplicamos ao term termo+ o+ Ne Nest stee co cont nte6 e6to to,, co cons nsid idere erem m uma uma situ situaç aç(o (o em "u "ue, e, no escu escuro ro,, ac'a ac'amo moss "u "uee uma uma co cord rdaa en enro rola lada da ) uma uma co co.r .ra+ a+ Hica Hicamo moss im0v im0vei eiss e sentimos medo+ m.ora o "ue este3amos vendo se3a na verdade um pedaço de corda do "ual n(o nos lem.ramos, a ausência de lu% e nossa inte interp rpre reta taç( ç(oo erra errada da no noss fa%e fa%em m pe pens nsar ar "u "uee a" a"ui uilo lo ) uma uma co co.r .ra+ a+ Na realidade, a corda enrolada n(o possui nen'um dos atri.utos de uma co.ra a n(o ser a maneira como aparece para n0s+ A co.ra de verdade n(o estali+ Atri.u*mos sua e6istência a um o.3eto inanimado+ / mesmo se d- com a noç(o de e6istência independente do eu+ Desc De sco. o.ri rimo moss "u "uee tam. tam.)m )m o pr0p pr0pri rioo co conc ncei eito to do eu ) rela relati tivo vo++ Consideremos ent(o o fato de "ue muitas ve%es vivemos situações em "ue nos culpamos+ culpamos+ Di%emos# Di%emos# $A', $A', na"uele na"uele dia eu realmente realmente n(o fui capa% capa% de me controlar$ e falamos como se estiv)ssemos %an!ados com n0s mesmos+ / "ue parece revelar "ue e6istem de fato dois eus distintos, o "ue a!iu mal e o "ue critica+ De forma semel'ante, podemos ver "ue a identidade pessoal de um 5nico indiv*duo tem muitos aspectos diferentes+ m meu pr0prio caso, por e6emplo, e6iste a percepç(o de um eu "ue ) mon!e, de um eu "ue ) ti.etano, de um eu "ue ) da re!i(o ti.etana ti.etana de Amdo, Amdo, e assim por diante+ Al!uns dos precedem outros# o eu ti.etano 3- e6istia antes do VP eu mon!e, pois s0 me tomei um noviço "uando tin'a sete anos+ / eu refu!iado s0 e6iste desde 7BB+ m outras palavras, '- muitas desi!nações em uma nica .ase+ +S(o todas ti.etanas, 3- "ue esse eu 4 ou Identidade ] e6istia desde o meu nascimento+ Mas s(o nominalmente diferentes+ 9ara mim, essa ) uma ra%(o a mais para ter d5vidas a respeito da e6istência inerente do eu+ N(o podemos, # portanto, afirmar "ue "ual"uer uma das caracter*sticas se3a o "ue decididamente constitui meu eu, ou, por outro
K=
lado, "ue meu eu se3a a soma de todas+ 9ois mesmo "ue eu a.andonasse uma ou mais delas, a noç(o de eu ainda persistiria em mim+ ssa ssa co comp mpre reen ens( s(oo da real realid idad adee pe perm rmiite4n te4nos os ve verr "u "uee a r*!i r*!ida da distinç(o "ue fa%emos entre n0s e os outros ) em !rande parte o resultado de um condicionamento+ ainda assim ) poss*vel ima!inar "ue se forme o '-.ito de uma concepç(o ampliada do eu em "ue o indiv*duo situa seus interesses dentro dos interesses dos outros+ 9or e6emplo, "uando uma pessoa pensa em termos de sua terra terr a natal e di%# $n0s somos ti.etanos$ ou $n0s somos franceses$, ela est- demonstrando uma compreens(o de sua identidade de uma forma "ue est- al)m da identidade individual+ Se o eu tivesse identidade intr*nseca, seria poss*vel falar de um interesse pessoal isolado do interesse dos outros+ Mas como n(o ) assim, como o eu e os outros s0 podem ser compreendidos como uma relaç(o, vemos "ue o interesse interesse pessoal e o interesse interesse dos outros est(o estreitamente estreitamente relaci relaciona onados dos++ Den Dentro tro desse desse "ua "uadro dro de realida realidade de dep depend endent entee ori!in ori!inada ada verificamos "ue n(o '- interesse pessoal completamente desli!ado do V= inte interes resse se do doss ou outr tros os++ @raça @raçass inter interli li!a !aç( ç(oo fund fundam ament ental al "u "uee estest- no coraç(o da realidade, o seu interesse ) tam.)m o meu interesse+ assim fica claro "ue o $meu$ interesse e o $seu$ interesse est(o intimamente relacionados um ao outro+ m um sentido mais profundo, s(o conver!entes+ Aceitar uma forma mais comple6a de compreender a realidade, na "ual "u al co cois isas as e acon aconte teci cime ment ntos os de demo mons nstr tram am esta estarr firm firmem emen ente te inte inter4 r4 relacionados, n(o si!nifi nificca inferi erir "ue os princ*p c*pios )tico coss "ue identi identific ficamo amoss anteri anteriorm orment entee dei6em dei6em de ser conside considerado radoss moralm moralment entee o.ri!at0rios+ 9elo contr-rio, o conceito de ori!em dependente o.ri!anos a considerar a realidade de causa e efeito com e6trema seriedade+ Xuero di%er com isto "ue determinadas causas levam a determinados efeitos e "ue certas ações levam ao sofrimento, en"uanto outras levam felicidade+ É de interesse comum fa%er o "ue leva felicidade e evitar o "ue leva ao sofrimento+ ntretanto, como 3- vimos, pelo fato de nossos interesses estarem ine6tricavelmente li!ar# dos somos impelidos a aceitar a )tica como uma interface indispens-vel entre o meu dese3o de ser feli% e o seu+
K
V Cap*tulo Q :DHININD/ / /GF8I;/ F- o.servei a"ui "ue ) da nature%a de todos n0s dese3ar a felicidade e n(o "uerer sofrer+ Al)m disso, afirmei "ue este dese3o ) um direito e "ue, na min'a opini(o, pode4se concluir "ue um ato )tico ) a"uele "ue n(o pre3udica a e6periência ou a e6pectativa d) felicidade de outras pessoas+ apre ap rese sent ntei ei uma uma form formaa de co comp mpre reen ende derr a real realid idad adee "u "uee ap apon onta ta pa para ra interesses comuns no "ue se refere ao indiv*duo e aos outros+ ;amos a!ora considerar a nature%a da felicidade+ A primeira coisa a ressaltar ) "ue esta ) uma "ualidade relativa+ É vivenciada por n0s de maneiras diferentes, de acordo com as nossas circunst1ncias+ / "ue torna uma pessoa feli% pode ser uma fonte de sofrimento para outra+ A maioria de n0s ficaria e6tremamente triste se fosse condenada a passar o resto da vida numa pris(o+ No entanto, um criminoso so. ameaça de pena de morte provavelmente ficaria muito satisfeito com uma sentença de pris(o perp)tua+ m se!undo lu!ar, ) importante recon'ecer "ue usamos a mesm mesmaa pa pala lavr vraa $fel $felic icid idad ade$ e$ pa para ra de desi si!n !nar ar esta estado doss muit muitoo difer diferen ente tes, s, em.ora isso se3a mais claro em ti.etano, em "ue a mesma palavra, de wa, tam. tam.)m )m ) util utili% i%ad adaa si!n si!nif ific icand andoo $p $pra ra%er %er$+ $+ Halam Halamos os so.r so.ree felici felicida dade de VB "uando nos referimos a um .an'o de -!ua fria em um dia de intenso calor+ Halamos so.re felicidade com relaç(o a al!uns estados ideais, como "uando di%emos# $Hicaria e6tremamente feli% se !an'asse na loteria+$ 8am.)m falamos so.re felicidade "uando aludimos s ale!rias simples da vida em fam*lia+ Neste 5ltimo caso, felicidade ) mais um estado "ue persiste apesar de altos e .ai6os e de intervalos intervalos ocasionais+ ocasionais+ No caso do .an'o frio em dia de calor, por)m, por ser a conse"Zência de atividades "ue visam a!radar aos sentidos, ) necessariamente um estado passa!eiro+ Se permanecemos na -!ua por tempo demais, começamos a sentir frio+ Na verdade, a felicidade "ue essas atividades nos proporcionam depende de tais atividades serem de curta duraç(o+ No caso de se !an'ar uma !rande "uantia de din'eiro, a "uest(o de sa.er se isso traria uma felicidade duradoura ou apenas uma KB
so.recar!a de dificuldades e pro.lemas "ue n(o podem ser resolvidos somente pela ri"ue%a dependeria de "uem !an'a o din'eiro+ Halando de modo !eral, por)m, mesmo "uando a ri"ue%a nos tra% felicidade, esta costuma ser a do tipo "ue o din'eiro pode comprar# coisas materiais e e6periências dos sentidos+ lo!o desco.rimos "ue estas, por sua ve%, se tomam elas pr0prias uma fonte de sofrimentos+ sofrimentos+ No "ue se refere s nossas posses, por e6emplo, temos de admitir "ue costumam nos causar mais dificuldades do "ue outra coisa na vida+ / carro en!uiça, perdemos nosso din'eiro, nossos .ens mais preciosos s(o rou.ados, nossa casa ) destru*da VP pelo fo!o, sentimos necessidade de nos cercarmos de dispositivos de se!urança+ /u tais coisas acontecem de fato ou vivemos preocupados "ue aconteçam+ Se n(o fosse assim 4 se essas ações e circunst1ncias na verdade n(o trou6 rou6es esse sem m co cons nsi! i!oo a seme sement ntee do so sofr frim imen ento to 4, "u "uan anto to mais ais no noss entre!-ssemos a elas, mais feli%es ser*amos, da mesma forma "ue a dor aumenta "uanto mais persistem as causas da dor+ Mas n(o ) isso o "ue acontece+ A "uest(o ) "ue de ve% em "uando c'e!amos a pensar "ue enco en cont ntra ramo moss essa essa esp) esp)ci ciee de feli felici cida dade de pe perf rfei eita ta,, at) at) "u "uee a ap apar aren ente te perfeiç(o revela4se t(o efêmera "uanto uma !ota de orval'o em uma fol'a, fo l'a, .ril'ando intensamente num momento, no outro desaparecendo+ Isso e6plica por "ue depositar esperanças demais no desenvolvimento material ) um en!ano+ / pro.lema n(o ) o materialismo como tal, mas o fato de pensar "ue se pode o.ter satisfaç(o completa unicamente atrav)s da !ratificaç(o dos sentidos+ Ao contr-rio dos animais, cu3a .usca da felicidade restrin!e4se so.revivência e !ratificaç(o imed imedia iata ta do doss de dese se3o 3oss sens sensor oria iais is,, n0s 0s,, os seres eres 'uman umanos os,, tem temos a capacidade de e6perimentar a felicidade em um !rau mais profundo "ue, "uando atin!ido, tem o poder de so.repu3ar as e6periências adversas+ Consideremos o caso de um soldado "ue luta em uma .atal'a+ le estferido, mas a .atal'a foi !an'a+ A satisfaç(o "ue sente com a vit0ria si!ni i!nifi fica ca "u "uee prov provav avel elme ment ntee so sofr frer er-- muit muitoo men enos os po porr caus causaa do doss ferimentos do "ue um soldado "ue estiver do lado "ue foi derrotado e t(o ferido "uanto ele+ VP7 Q
ssa ssa capac capacid idad adee 'uman 'umanaa pa para ra e6 e6pe peri rime ment ntar ar n*ve n*veis is prof profun undo doss de felicidade e6plica tam.)m por "ue coisas como a m5sica e as artes pl-sticas oferecem um maior !rau de felicidade e satisfaç(o do "ue a mera a"ui a" uisi siç( ç(oo de o. o.3e 3etos tos mate materi riai ais+ s+ ntr ntreta etant nto, o, aind aindaa "u "uee as e6p e6peri eriên ênci cias as est)ticas se3am uma fonte de felicidade, têm tam.)m um forte componente sensorial+ A m5sica depende dos ouvidos, as artes pl-sticas dependem dos ol'os, a dança depende do corpo+ É um tipo de satisfaç(o ad"uirida em !eral atrav)s dos sentidos, assim como a "ue o.temos atrav)s do tra.al'o ou da carreira+ 9or si s0, n(o nos pode oferecer a felicidade com "ue son'amos+ Al!u)m poderia ar!umentar "ue est- muito .em "ue se faça a distinç(o entre a felicidade passa!eira e a duradoura, entre a felicidade efêmera e a verdadeira, mas "ue a 5nica felicidade so.re a "ual fa% sentido falar "uando uma pessoa est- morrendo de sede ) o acesso -!ua+ Isso ) in"uestion-vel+ Naturalmente, "uando se trata de so.revivência, nossas necessidades tornam4se t(o prementes, "ue a maior parte de nosso esforço ) direcionada para satisfa%ê4las+ 9or)m, como a 1nsia de so.revivência vem de uma necessidade f*sica, se!ue4se "ue a satisfaç(o corporal estinvariavelmente limitada ao "ue os sentidos podem proporcionar+ Assim, concluir "ue dever*amos .uscar a imediata !ratificaç(o dos sentidos em todas as circunst1ncias dificilmente se 3ustificaria+ Se refletirmos mel'or, vere ve remo moss "u "uee a .rev .revee e6 e6al alta taç( ç(oo "u "uee sent sentim imos os "u "uan ando do ap apla laca camo moss os impulsos dos sentidos talve% n(o se3a muito diferente da "ue o viciado em VP dro!as e6perimenta "uando se entre!a a seu '-.ito+ / al*vio tempor-rio ) lo!o se!uido pela avide% por mais+ assim como o uso de dro!as aca.a tra%endo apenas pro.lemas, o mesmo acontece com muito do "ue fa%emos para satisfa%er os dese3os imediatos dos sentidos+ sen tidos+ / "ue n(o "uer di%er "ue o pra% pra%er er "u "uee cert certas as ativ ativid idad ades es no noss prop propor orci cion onam am se3a se3a erra errado do++ Mas Mas precisamos admitir "ue n(o ) poss*vel !ratificar permanentemente os sentidos+ Na mel'or das 'ip0teses, a felicidade "ue o.temos ao comer uma .oa refeiç(o s0 dura at) a pr06ima ve% em "ue sentimos fome+ Como o.servou um anti!o escritor indiano# $Satisfa%er nossos sentidos e .e.er -!ua -! ua sal! sal!ada ada s(o s(o co cois isas as seme semel' l'ant antes es## "u "uan anto to mais mais as fa%em fa%emos os,, mais mais crescem nossos dese3os e nossa sede+$ Q7
desco.rimos "ue !rande parte da"uilo "ue c'amei de sofrimento interior pode ser atri.u*da nossa forma impulsiva de .uscar a felicidade+ N(o paramos para considerar a comple6idade de uma situaç(o dete de term rmin inad ada+ a+ No Noss ssaa tend tendên ênci ciaa ) de no noss prec precip ipit itar armo moss e fa%e fa%err o "u "uee promete ser o camin'o mais curto para a satisfaç(o+ "uase sempre nos privamos da oportunidade de uma reali%aç(o mais plena+ sse modo de a!ir ) de fato muito estran'o+ m !eral, n(o permitimos "ue nossas crianças façam tudo o "ue "uerem+ Sa.emos "ue, se as dei6armos livres, provavelmente passar(o todo o tempo .rincando sem nunca estudar+ estudar+ fa%em fa%emos os co com m "u "uee renu renunc nciem iem ao pra% pra%er er imed imedia iato to da .rin .rinca cade deir iraa pela pela o.ri!aç(o de estudar+ Nossa estrat)!ia ) so.retudo de lon!o pra%o+ É menos divertido para elas, mas confere4l'es uma .ase s0lida para seu VPK futuro+ Xuando ficamos adultos, por)m, muitas ve%es nos descuidamos desse princ*pio+ Como, por e6emplo, no caso em "ue um dos c2n3u!es dedica todo o seu tempo a interesses pr0prios+ / outro c2n3u!e sem d5vida sofre e, "uando isso acontece, ) inevit-vel "ue fi"ue cada ve% mais dif*cil manter o casamento+ 8am.)m ) o caso de pais "ue se interessam apenas um pelo outro e se descuidam dos fil'os, o "ue certamente aca.a tendo conse"Zências ne!ativas+ Xuando a!imos para satisfa%er nossos dese3os imediatos sem levar em conta os interesses dos outros, solapamos a possi.ilidade de uma felicidade duradoura+ Se moramos num lu!ar onde '- de% outras fam*lias na vi%i vi%in' n'an ança ça e ne nem m se"u se"uer er no noss oc ocor orre re pe pens nsar ar no .e .em4 m4es esta tarr de dela las, s, perdemos a oportunidade de usufruir do seu conv*vio+ 9or outro lado, se fi%ermos um esforço para sermos ami!-veis e nos preocuparmos com elas, estaremos promovendo a nossa pr0pria felicidade al)m da felicidade delas+ /u ainda ima!inem uma situaç(o em "ue encontramos al!u)m "ue n(o con'ec*amos antes+ 9odemos convidar essa pessoa para almoçar+ vamos !astar al!um din'eiro com isso+ Mas o resultado ) uma .oa c'ance de iniciar uma ami%ade "ue pode tra%er ale!rias por anos a fio+ Inversamente, se vemos uma oportunidade de en!anar al!u)m "ue encontramos e o fa%emos, podemos !an'ar din'eiro ou o "ue "uer "ue se3a na ocasi(o, mas provavelmente destruiremos por completo a possi.ilidade de uma interaç(o com a"uela pessoa, "ue a lon!o pra%o poderia nos ser .en)fica+ Q
VPQ ;amos amos refle refleti tirr so.r so.ree a na natu ture re%a %a da da"u "uil iloo "u "uee carac caracte teri% ri%ei ei como como felicidade !enu*na+ Min'a pr0pria e6periência pode servir para ilustrar o estado a "ue me refiro+ Como mon!e .udista, fui treinado para a pr-tica, a filosofia e os princ*pios do .udismo+ 9or)m, n(o rece.i "uase nen'uma educaç(o pr-tica de "ual"uer esp)cie para lidar com as e e6i!ências da vida vida mode modern rna+ a+ No de deco corr rrer er de min' in'a vida vida tive tive assu assumi mirr en enor orme mess responsa.ilidades e enfrentar imensas dificuldades+ Aos de%esseis anos, perdi a li.erdade "uando o 8i.et foi ocupado+ Com vinte e "uatro anos, perdi meu pr0prio pa*s "uando vim para o e6*lio+ \- "uarenta anos, vivo como refu!iado em um pa*s estran!eiro, apesar de ser meu lar espiritual+ Durante todo esse tempo ven'o tentando servir a meus compan'eiros refu!iados na medida do poss*vel, aos ti.etanos "ue ainda continuam no 8i.et i.et++ n"u n"uan anto to isso isso,, no noss ssoo pa pa*s *s na nata tall co con' n'ec eceu eu a de dest stru ruiç iç(o (o e o sofrimento de uma forma indescrit*vel+ , ) claro, perdi n(o s0 min'a m(e e outros parentes pr06imos como tam.)m ami!os ami!os muito muito "ueridos+ "ueridos+ Apesar Apesar de tudo isso e apesar de sem d5vida ficar triste "uando penso nessas perdas, no "ue di% respeito min'a serenidade .-sica "uase sempre sinto4 4me calmo e satisfeito+ Mesmo "uando sur!em dificuldades, n(o sou muito afetado por elas+ 9osso di%er sem 'esitaç(o "ue sou feli%+ Se!undo a min'a e6periência, a principal caracter*stica da felicidade !enu*na ) a pa%, a pa% interior+ N(o me refiro a "ual"uer sentimento parecido com o $estar num .arato`+ Nem estou falando de ausência de sentimento+ Ao contr-rio, a pa% de "ue falo est- enrai%ada na consideraç(o VP pelos outros e envolve um alto !rau de sensi.ilidade e sentimento, em.ora eu pessoalmente n(o possa ale!ar "ue ten'a conse!uido ir muito lon!e nesse aspecto+ Atri.uo min'a sensaç(o de pa% so.retudo ao esforço para desenvolver meu sentimento de consideraç(o pelos outros+ / fato de a pa% interior ser a principal caracter*stica da felicidade e6plica o parado6o de e6istir !ente "ue est- sempre insatisfeita, apesar de dispor de todas as vanta!ens materiais, en"uanto '- outros "ue est(o sempre feli%es, a despeito das circunst1ncias mais penosas+ Lem.re4mos o e6emplo dos oitenta mil ti.etanos "ue, durante os meses "ue se se!uiram min'a fu!a para o e6*lio, dei6aram o 8i.et e aceitaram o asilo "ue l'es foi QK
oferecido pelo !overno indiano+ As circunst1ncias "ue enfrentaram eram e6tr e6 trem emam amen ente te du dura ras+ s+ \a \avi viaa po pouc ucaa comid comidaa disp dispon on*v *vel el e aind aindaa meno menoss rem)dios+ /s campos de refu!iados s0 podiam oferecer .arracas de lona para acomod-4los+ A maioria das pessoas pe ssoas tra%ia pouca coisa al)m da roupa do corpo com "ue 'avia sa*do de casa+ ;estiam pesados chubas, o tra3e ti.etano tradicional, apropriados para nossos invernos ri!orosos, "uando o "ue realmente precisavam na ndia era de roupas de al!od(o o mais leve poss*vel+ padeciam terrivelmente de doenças descon'ecidas no 8i.et+ ntretan etantto, 'o3e em dia, dep epoois de todas a"uela elas provaçõ ções es,, os so.reviventes demonstram demonstram raros sinais de trauma+ Mesmo na"uela )poca, poucos perderam de todo a confiança+ pou"u*ssimos cederam aos VPP sentimento sentimentoss de triste%a triste%a e desespero+ desespero+ Diria mesmo "ue, uma ve% passado o impacto inicial, a maioria se manteve .astante otimista e, sim, feli%+ Isso indica "ue nosso sentimento sentimento fundamental fundamental de .em4estar .em4estar n(o sera.alado se pudermos desenvolver essa "ualidade de pa% interior, se3am "uais forem as dificuldades dificuldades "ue enfrentarmos enfrentarmos na vida+ tam.)m nos leva a concluir "ue, apesar de n(o podermos ne!ar a import1ncia dos fatores e6ternos para promover a felicidade, estaremos en!anados se acreditarmos "ue eles s(o capa%es de nos tornar completamente feli%es+ Nosso temperamento, a maneira como fomos criados e as circ circun unst st1n 1nci cias as de no noss ssaa vida vida sem sem d5v 5vid idaa co cont ntri ri.u .uem em pa para ra no noss ssaa e6periência de fel felicidade+ todos co conncordamo amos "ue a falta de determinadas coisas fa% com "ue se3a mais dif*cil alcanç-4la+ ;amos ent(o e6aminar essas coisas+ Sa5de, ami!os, li.erdade e uma certa prosperidade s(o al!o muito valioso e 5til+ Sa5de, nem se fala+ 8odos a dese3amos+ 8odos tam.)m "ueremos e precisamos de ami!os, independente de nossa situaç(o e do sucesso "ue alcançamos+ Sempre fui fascinado por rel0!ios, e, apesar de !ostar muito do "ue costumo usar, ele nunca me demonstrou "ual"uer afeiç(o+ 9ara o.termos a satisfaç(o do amor precisamos de ami!os "ue retri.uam nossa afeiç(o+ É claro "ue '- diversos tipos de ami!os+ \- os "ue s(o ami!os da posiç(o social de al!u)m, do seu din'eiro e fama, mas n(o s(o ami!os das pessoas "ue possuem essas coisas+ /s ami!os a "uem me refiro s(o os "ue est(o presentes para nos VP= QQ
a3udar "uando nos encontramos em uma fase dif*cil da vida, n(o os "ue .aseiam seu relacionar mento conosco em atri.utos superficiais+ A li.erdade, no sentido de ter condições internas e e6ternas para .uscar a felicidade e manter e manifestar opiniões pessoais, contri.ui i!ualmente para o nosso sentimento de pa% interior+ Nas sociedades em "ue isso n(o ) permitido '- espiões e censores "ue investi!am as vidas de todas as comunidades, at) das pr0prias fam*lias+ / resultado inevit-vel ) "ue as pessoas começam a perder a confiança umas nas outras+ 8ornam4se desc de scon onfi fiad adas as e susp suspeit eitam am do doss moti motivo voss al'e al'eio ios+ s+ Xu Xuand andoo o sent sentim imen ento to .-sico de confiança de uma pessoa ) destru*do, como se pode esperar e sperar "ue se3a feli%& A prosperidade tam.)m 4 n(o tanto no sentido de possuir !rande ri"ue%a material e mais no de desenvolvimento mental e emocional 4 ) .astante si!nificativa para a nossa sensaç(o de pa% interior+ interior+ A"ui, mais uma ve%, r ca.e lem.rar o e6emplo dos refu!iados ti.etanos, pr0speros apesar de sua falta de recursos materiais+ Cada um desses fatores desempen'a um papel importante para se ter uma uma sens sensaç aç(o (o de .e .em4 m4es esta tarr indi indivi vidu dual al++ Co Cont ntud udo, o, sem sem "u "uee 'a 'a3a 3a um sent sentim imen ento to .-sic .-sicoo de pa pa%% e se!ura se!uranç nçaa inte interi rior ores es,, ne nen' n'um um deles deles tra% tra% "ual"uer proveito+ 9or "uê& 9or"ue, como 3- vimos, nossos .ens materiais s(o s(o uma uma font fontee de an ansi sied edad ade+ e+ Assi Assim m co como mo no noss ssoo tra. tra.al al'o 'o ou no noss ssoo empre!o, medida "ue nos preocupamos com a possi.ilidade de perdê4 4los+ At) nossos ami!os e parentes s(o capa%es de tornar4se uma fonte de VP pro.lemas+ 9odem ficar doentes e necessitar de nossa atenç(o "uando estamos estamos ocupados ocupados com ne!0cios importantes+ importantes+ 9odem at) mesmo se voltar contra n0s e nos pre3udicar, a!indo de maneira desonesta+ os nossos corpos, por mais .em4dispostos e .onitos "ue este3am no momento, um dia aca.ar(o sucum.indo vel'ice+ 8am.)m n(o somos invulner-veis doença e dor+ 9ortanto, n(o '- esperança de alcançar uma felicidade duradoura se n(o tivermos pa% interior+ /nde, ent(o, encontraremos a pa% interior& N(o '- uma resposta 5nica+ Mas uma coisa ) certa# nen'um fator e6terno pode produ%i4la+ Muito menos adiantaria pedi4la a um m)dico+ No m-6imo, o "ue ele poderia fa%er seria receitar4nos um antidepressivo ou p*lulas para dormir+ dormir+ Q
De modo semel'ante, nen'um computador ou nen'uma outra m-"uina, por mais sofisticados ou poderosos "ue se3am, pode oferecer4nos essa "ualidade vital+ Na min'a opini(o, desenvolver a pa% interior, da "ual a felicidade duradoura4 e, portanto, a "ue tem sentido 4 depende, ) como "ual"uer outra tarefa da vida# temos de identificar suas causas e condições e em se!uida começar a cultiv-4las dili!entemente+ / "ue, como lo!o se vê, e6i!e uma dupla a.orda!em+ 9or um lado, temos de nos precaver cont co ntra ra os fato fatore ress "u "uee cria criam m o. o.st st-c -cul ulos os a no noss ssoo de dese se3o 3o++ 9or 9or ou outr tro, o, precisamos cultivar os "ue contri.uem para ele+ No "ue di% respeito s condições para a pa% interior, uma das mais importantes ) a nossa atitude de modo !eral+ VPB 9ermitam4me "ue e6pli"ue isso dando mais um e6emplo pessoal+ Apesar de min'a serenidade 'a.itual de 'o3e, eu costumava ter !ênio e6altado e era dado a acessos de impaciência e s ve%es de raiva+ Ainda 'o3e, admito, '- ocasiões em "ue perco a compostura+ Xuando isso acontece, o menor a.or a. orre reci cime ment ntoo po pode de toma tomarr prop propor orçõ ções es e6 e6a! a!er erad adas as e pe pert rtur ur.a .arr4me 4me consideravelmente+ 9osso, por e6emplo, acordar em uma man'( sentindo4 me a!itado sem nen'uma ra%(o em especial+ Xuando estou assim, o.servo "ue at) mesmo o "ue de '-.ito me a!rada tem o poder de me irritar+ At) ol'ar para meu rel0!io me provoca uma sensaç(o sensaç( o de a.orrecimento+ ;e3o44 ;e3o44 o somente como uma fonte de compromissos e, atrav)s deles, de mais sofrimento+ sofrimento+ Mas '- outros dias em "ue acordo e ve3o4o como al!o .onito, .onito, t(o comple6o e delicado+ No entanto, evidentemente, ) o mesmo rel0!io+ / "ue mudou& Ser- "ue meus sentimentos de repulsa num dia e de satisfaç(o no outro s(o apenas fruto do acaso& /u e6iste em mim al!um meca mecani nism smoo ne neur urol ol0! 0!ic icoo em func funcio iona name ment ntoo so.r so.ree o "u "ual al n( n(oo ten' ten'oo nen'um controle& É claro "ue nosso temperamento deve ter al!uma coisa a ver com esse tipo de coisa, mas o fator preponderante ) sem d5vida a min'a atitude mental+ Nossa atitude .-sic sica 4 o modo como nos relacionamos com as circunst1ncias e6ternas 4 ) portanto o "ue se deve considerar primeiro "uando se analisam as formas de desenvolver a pa% interior+ Neste conte6to, o erudito e m)dico indiano S'antideva o.servou certa ve% "ue n(o '- esperança de encontrarmos uma "uantidade suficiente V= QP
de couro "ue cu.ra toda a terra para "ue nunca espetemos nossos p)s em espin'os, mas na verdade isso n(o ) necess-rio# .asta um pedaço para co.r co .rir irmo moss as sola solass de no noss ssos os p) p)s+ s+ m ou outr tras as pa pala lavr vras as## ne nem m semp sempre re podemos mudar a nosso !osto a nossa situaç(o e6terna, mas podemos mudar nossa atitude /utra !rande fonte de pa% interior e, conse"Zentemente, de felicidade !enu*na s(o, ) claro, os atos "ue reali%amos em nossa .usca de felicidade+ 9odemos classific-4lo 4los em três cat cate! e!oorias# as# os "ue co conntri.uem positivamente para isso, a"ueles cu3o efeito ) neutro e os "ue têm um efeito ne!ativo ne!ativo so.re essa felicidade+ felicidade+ :efletindo :efletindo so.re o "ue diferencia diferencia os atos "ue promovem de fato a felicidade duradoura e os "ue propiciam somente uma sensaç(o passa!eira de .em4estar, verificamos "ue, neste 5ltimo caso, as atividades em si n(o têm valor positivo+ Dese3amos comer al!uma uma co coiisa doce ou co com mprar uma uma peça ele! ele!aante de roupa ou e6perimentar al!o novo+ N(o precisamos realmente de nada disso na"uele momento+ Simplesmente "ueremos a"uilo, ou "ueremos desfrutar da"uela e6periência ou sensaç(o, e procuramos satisfa%er nossos dese3os sem pensar muito+ Gem, n(o estou insinuando in sinuando "ue isto se3a errado+ Um apetite pelo concreto ) parte da nature%a 'umana# "ueremos ver, "ueremos tocar, "uer "u erem emos os po poss ssui uirr+ No en enta tant nto, o, co como mo 3- o. o.se serv rvei ei an ante tes, s, ) esse essenc ncia iall recon'ecer "ue, "uando dese3amos as coisas sem outro motivo al)m do pra%er "ue elas nos oferecem, elas costumam aca.ar nos tra%endo mais pro.lemas+ desco.rimos "ue s(o t(o efêmeras "uanto a felicidade proporcionada pela satisfaç(o de tais necessidades+ V=7 9recisamos tam.)m tomar consciência de "ue essa mesma falta de preocupaç(o com as conse"Zências ) o "ue est- por tr-s de atos e6tremos como a!redir os outros e at) mesmo aca.ar com a pr0pria vida+ stes atos certamente satisfa%em os dese3os da pessoa por um curto per*odo de tempo, apesar de os dese3os "ue os movem serem intensamente ne!ativos+ /u ainda, no campo da atividade econ2mica, perse!uir o lucro sem levar em conta as conse"Zências potencialmente ne!ativas pode, sem d5vida, tra%er sentimentos de !rande ale!ria "uando se alcança o sucesso+ Mas, no fina final, l, '- sofri sofrime ment nto# o# o meio meio am.ie am.ient ntee fica fica po polu lu*d *do, o, no noss ssos os m)to m)todo doss
Q=
inescrupulosos levam outras pessoas falência, as .om.as "ue fa.ricamos causam mortes e ferimentos+ Xuanto s atividades "ue nos podem levar a uma sensaç(o de pa% e felicidade duradoura, reflitam so.re o "ue acontece "uando fa%emos al!o "ue acreditamos ter valor+ 9or e6emplo# cultivar uma terra -rida "ue, depois de muito esforço, se torna fecunda+ Xuando analisamos atividades como essa, vemos "ue envolvem discernimento+ 9ressupõem "ue se pesem diferentes fatores, inclusive as prov-veis e as poss*veis conse"Zências para nos mesmos e para os outros+ Nesse processo de avaliaç(o, a "uest(o da moralidade 4 se as ações "ue pretendemos reali%ar s(o )ticas 4 sur!e automaticamente+ Assim, mesmo "ue o impulso inicial se3a o de en!anar para c'e!ar a um determinado o.3etivo, raciocinamos "ue, mesmo com a V= pro.a.ilidade de o.ter dessa maneira uma felicidade tempor-ria, as conse"Zências de nossos atos a lon!o pra%o podem tra%er pro.lemas+ deli.eradamente a.andonamos uma lin'a de aç(o em favor de outra+ É atin!indo o nosso o.3etivo com esforço e sacrif*cio pessoal, levando em conta n(o s0 os .enef*cios de curto pra%o para n0s "uanto os efeitos de lon!o pra%o so.re a felicidade dos outros e sacrificando os primeiros pelos se!undos "ue alcançamos a li.erdade "ue se caracteri%a pela pa% e pela satisfaç(o !enu*nas+ Nossas diferentes reações s adversidades confirmam isso+ Xuando sa*mos de f)rias, nosso intuito .-sico ) o la%er+ Se, ent(o, o mau tempo, as nuvens e a c'uva frustram o nosso dese3o de passar o dia rela6ando ao ar livre, nossa felicidade desmorona rapidamente+ ntretanto, "uando o "ue .uscamos n(o ) a mera satisfaç(o tempor-ria, "uando nos esforçamos para atin!ir um o.3etivo ] a fome, a fadi!a ou o desconforto nos incomodam muito menos+ /u se3a, o altru*smo ) um componente essencial das ações "ue levam felicidade !enu*na+ \- po port rtan anto to uma uma impo import rtan ante te dist distin inç( ç(oo a ser ser feit feitaa en enttre o "u "uee podemos c'amar de atos )ticos e atos espirituais+ Um ato )tico ) a"uele em "u "uee no noss a.stem a.stemos os de pre3 pre3ud udic icar ar a e6 e6pe peri riên ência cia ou e6 e6pe pect ctati ativa va de felicidade dos outros+ 9odemos descrever os atos espirituais de acordo com a"uelas "ualidades mencionadas anteriormente# amor, compai6(o, paciência, capacidade de perdoar, 'umildade, toler1ncia, e assim por
Q
diante, "ue supõem um !rau de consideraç(o pelo .em4estar dos outros+ V=K Desco.rimos Desco.rimos "ue as ações espirituais espirituais "ue reali%amos reali%amos motivados n(o pelo interesse pessoal e!ocêntrico mas pela preocupaç(o com c om os outros na realidade tam.)m tra%em .enef*cios para n0s+ mais do "ue isso, essas ações d(o sentido nossa vida+ 9elo menos, esta ) a min'a e6periência+ /l'ando para tr-s e relem.rando a min'a vida, posso di%er com toda a confiança "ue coisas como a funç(o de Dalai Lama, o poder pol*tico "ue essa funç(o confere e at) a relativa ri"ue%a "ue ela põe min'a disposiç(o n(oo repr n( repres esen enta tam m ne nem m uma uma pe pe"u "uen enaa pa parc rcel elaa do meu meu sent sentim imen ento to de felicidade em comparaç(o com a "ue senti nas ocasiões em "ue pude prestar al!um serviço aos outros+ Ser- "ue essa proposiç(o resiste a uma an-lise& Seria a conduta inspirada no dese3o de a3udar os outros a maneira mais efica% de o.ter felicidade !enu*na& Considerem o se!uinte+ N0s, 'umanos, somos seres sociais+ ;iemos ao mundo em conse"Zência de ações dos outros+ So.revivemos a"ui dependendo dos outros+ @ostemos ou n(o, talve% n(o e6ista em nossa vida um s0 momento em "ue n(o nos .eneficiemos das atividades dos outros+ 9or esses motivos, n(o c'e!a a surpreender "ue a maior parte de nossa felicidade este3a associada ao nosso relacionamento com os outros+ Nem ) t(o e6traordin-rio "ue nossas maiores ale!rias ocorram "uando estamos motivados pela consideraç(o pelos outros+ Mas isso n(o ) tudo+ ;erificamos "ue n(o s0 os atos de altru*smo tra%em felicidade como tam.)m diminuem nossa sensaç(o de sofrimento+ / "ue =Qn(o si!nifica "ue o indiv*duo cu3as ações s(o motivadas pelo dese3o de proporcionar felicidade aos outros passe por menos infort5nios do "ue a"uele "ue n(o o fa%+ Doenças, vel'ice e adversidades de um tipo ou de outro acontecem i!ualmente com todo mundo+ No entanto, os sofrimentos "ue corroem nossa pa% interior 4 a ansiedade, a frus rustraç( aç(o, a decep cepç(o 4 s(o se!u se!ura rame ment ntee meno menore res+ s+ Xu Xuan ando do no noss preo preocu cupa pamo moss meno menoss co cono nosc sco, o, a e6periência de nosso pr0prio sofrimento ) menos intensa+ / "ue tudo isso nos di%& 9rimeiro, pelo fato de cada uma de nossas ações ter uma dimens(o universal, um impacto potencial so.re a felicidade al'eia, "ue a )tica ) necess-ria como um meio de !arantir "ue n(o pre3udi"uemos os outros+ Se!undo, "ue a felicidade !enu*na consiste QB
na"uel na"u elas as "u "ual alid idad ades es espi espiri rittua uais is de amor amor e co com mpa pai6 i6(o (o,, pa paci ciên ênci cia, a, toler1ncia, capacidade de perdoar, 'umildade, e assim por diante+ S(o elas "ue proporcionam felicidade tanto para n0s "uanto para os outros+ V= Cap*tulo A SU9:MA M/J/ m recente via!em "ue fi% uropa, aproveitei a oportunidade para visitar os campos de concentraç(o na%istas em Ausc'Eit%+ Apesar de ter ouvi ou vido do fala falarr e lido lido .a .ast stan ante te so.r so.ree esse esse lu!a lu!arr, de desc sco. o.ri ri "u "uee esta estava va completamente despreparado para a e6periência+ Min'a reaç(o inicial ao ver os fornos onde centenas de mil'ares de pessoas foram "ueimadas foi de repulsa total+ Hi"uei estarrecido com a fria en!en'os idade e a ausência de sentimentos de "ue a"ueles fornos eram um 'orripilante testemun'o+ L-, no museu "ue fa% parte do centro de visitantes, vi uma coleç(o de sapatos+ Muitos deles eram remendados ou pe"uenos, tendo o.viamente pertencido a pessoas po.res e a crianças+ Isso particulamente me entristeceu+ entristeceu+ / "ue poderiam elas ter feito de errado, "ue mal poderiam ter feito& 9arei e, profundamente comovido, re%ei tanto pelas v*timas "uanto pelos "ue 'aviam perpetrado a"uela ini"uidade, e para "ue al!o como a"uilo nunca voltasse a acontecer+ ainda, por sa.er "ue todos n0s tanto temos a capacidade de a!ir com !enerosidade em consideraç(o aos nossos semel'antes "uanto o potencial para sermos assassinos e torturadores, 3urei nunca e de nen'uma forma contri.uir para uma calamidade assim+ V=P Hatos como os "ue ocorre rreram em Ausc'Eit% s(o violentas advertências so.re o "ue pode acontecer "uando os indiv*duos 4 e, por e6tens(o, sociedades inteiras 4 perdem o contato com os sentimentos 'umanos .-sic sicos+ Sa.emo emos "ue ) necess ess-ri -rio ter leis e tratad atadoos internacionais em vi!or como !arantia contra futuras des!raças desse tipo, mas tam.)m temos visto "ue as atrocidades continuam, apesar deles+ Muito mais efica% e importante do "ue as leis ) o nosso respeito pelos sentimentos dos outros de um simples ponto de vista 'umano+
Xuando falo de sentimentos 'umanos .-sicos, n(o estou pensando somente em al!uma coisa efêmera e va!a+ :efiro4me capacidade de empatia rec*proca "ue todos possu*mos e "ue, em ti.etano, c'amamos de radu%idaa literal literalmen mente, te, a e6p e6press ress(o (o shen dug ngal wa ia mi sö pa+ 8radu%id si!nifica $a incapacidade de suportar a vis(o do sofrimento do outro$+ Admitindo4se "ue ) isso "ue nos permite compreender e, at) certo ponto, participar da dor dos outros, pode4se afirmar "ue essa ) uma das nossas caracter*sticas mais si!nificativas+ É o "ue provoca o so.ressalto "uando ouvimos um !rito de socorro, ) o "ue nos fa% recuar instintivamente ao ver al!u)m ser maltratado, o "ue nos fa% sofrer ao presenciar o sofrimento dos outros+ o "ue nos fa% fec'ar os ol'os "uando "ueremos i!norar a des!raça al'eia+ Ima!ine4se camin'ando por uma estrada deserta onde '- somente mais uma pessoa, uma pessoa idosa, se!uindo .em sua frente+ De repente, a"uela pessoa tropeça e cai+ / "ue você fa%& N(o duvido "ue a maioria dos leitores se apro6imaria para tentar a3udar+ Nem todos, talve%+ V== 9or)m, ao admitir "ue nem todos correriam para acudir al!u)m em apuros, n(o pretendo insinuar "ue a capacidade de empatia, "ue declarei ser universal, este3a de todo ausente nessas poucas e6ceções+ Ser- "ue n(o e6istiria nessa minoria ao menos o sentimento de preocupaç(o, por mais fraco "ue fosse, "ue teria motivado a maioria a oferecer a3uda& É poss*vel "ue e6istam pessoas "ue, depois de suportar anos de !uerra, n(o se comovam mais diante do sofrimento dos outros+ No mesmo caso podem estar a"uelas "ue vivem em lu!ares onde predomina uma atmosfera de violência e de indiferença pelos outros+ É at) poss*vel ima!inar "ue 'a3a uns poucos "ue e6ultam com a vis(o do sofrimento al'eio+ / "ue n(o prova "ue a capacidade de empatia este3a ausente nessas pessoas+ / fato de todos n0s, com e6ceç(o talve% dos mais pertur.ados, !ostarmos de ser tratados tratados com .ondad .ondadee e !entile%a !entile%a pelos outros revela "ue a capacidade de empatia permanece, por mais empedernidos "ue nos tornemos+ ssa caracter*stica de compreens(o dos pro.lemas al'eios ), creio eu, um refle6o de nossa $incapacidade de suportar a vis(o do sofrimento do outro$+ Di!o isso por"ue, paralelamente nossa capacidade natural de empatia com os outros, tam.)m temos necessidade da .ondade deles, o 7
"ue se estende ao lon!o de toda a nossa vida+ É mais aparente "uando somos muito 3ovens e "uando ficamos vel'os+ Mas, mesmo em pleno apo!eu de nossa vida, .asta ficarmos doentes para lem.rarmos como ) V= importante importante "ue nos amem e cuidem de n0s+ Sa.er viver sem afeto pode s ve%es parecer uma virtude, uma prova de cora!em, mas uma vida sem esse precioso componente deve ser muito triste+ Decerto n(o ) mera coin co inci cidê dênc ncia ia "u "uee as vida vidass da maio maiori riaa do doss crim crimin inos osos os ten' ten'am am sido sido marcadas pela solid(o e pela falta de amor+ amor+ Constatamos esse apreço pelas demonstrações de .ondade em nossas reações ao sorriso das pessoas+ 9ara mim, a capacidade de sorrir ) uma das mais .elas caracter*sticas do ser 'umano+ É al!o "ue nen'um animal ) capa% de fa%er+ C(es, .aleias ou !olfin'os, seres muito inteli!entes e dotados dotados de not0ria not0ria afinidade afinidade com os 'omens, n(o conse!uem conse!uem sorrir como n0s+ 9essoalmente, sempre fico um pouco curioso "uando sorrio para al!u)m e a pessoa permanece s)ria e impass*vel+ 9or outro lado, meu coraç(o se ale!ra "uando me retri.uem o sorriso+ Mesmo "uando se trata de al!u)m com "uem nada ten'o a ver, se a pessoa sorri para mim, a"uilo me enternece+ 9or "uê& A resposta ) "ue um sorriso sincero toca al!o de fundamental em n0s# o apreço natural pela .ondade+ Contrariando o !rande n5mero da"ueles "ue sustentam "ue a nature%a 'umana ) .asicamente a!ressiva e competitiva, meu ponto de vista ) "ue nosso apreço pelo afeto e pelo amor ) t(o profundo "ue começa antes mesmo do nascimento+ Se!undo o "ue ouvi de al!uns cientistas ami!os meus, '- fortes evidências de "ue o estado mental e emocional da m(e durante a !ravide% afeta !randemente o .em4estar da criança "ue ainda n(o nasceu, e "ue seu .e.ê se .eneficia muito se ela mant)m um estado de V=B esp* esp*ri rito to sere sereno no e afet afetuo uoso so++ A m(e m(e feli feli%% !e !era ra uma uma cria crianç nçaa feli feli%+ %+ Ao contr-rio, frustraç(o e raiva s(o pre3udiciais ao desenvolvimento saud-vel do .e.ê+ Da mesma forma, nas primeiras semanas depois do nascimento, ternura e afeiç(o continuam a desempen'ar um papel preponderante no desenvolvimento f*sico do .e.ê+ Nesse est-!io, o c)re.ro cresce muito r-pido, uma atividade "ue os m)dicos acreditam ser de certa maneira favorecida favorecida pelo contato f*sico constante constante da m(e ou de "uem a su.stitui+ su.stitui+ /
"ue comprova "ue o .e.ê pode n(o sa.er "uem ) "uem ou n(o se importar com isso, mas claramente tem necessidade f*sica de afeto+ 8alve% 8alve% e6pli"ue tam.)m por "ue at) as pessoas mais irasc*veis, a!itadas e paran0ides rea3am positivamente ao afeto e aos cuidados dos outros+ Xuando crianças, deve de vem m ter ter sido sido alim alimen enta tada dass e acal acalen enta tada dass po porr al!u al!u)m )m++ Um .e .e.ê .ê ne!li!enciado durante esse per*odo cr*tico com certe%a n(o so.reviveria+ 9or sorte, isso raramente acontece+ Xuase sem e6ceç(o, o primeiro ato da m(e ) oferecer ao .e.ê seu pr0prio leite como alimento 4 um ato "ue para mim sim.oli%a amor incondicional+ / afeto dela nesse momento ) totalmente !enu*no e desinteressado# n(o espera nada em troca+ Xuanto ao .e.ê, este ) naturalmente atra*do para o seio da m(e+ 9or "uê& É claro "ue se pode citar o instinto de so.revivência+ Mas, al)m disso, ac'o admiss*vel supor um certo !rau de afeiç(o da criança pela m(e+ Se sentisse avers(o, iria "uerer mamar& talve% o leite da m(e n(o flu*sse livremente se ela pr0pria sentisse avers(o+ / "ue vemos, por)m, ) um relacionamento V .aseado em amor e ternura m5tuos "ue ) inteiramente espont1neo+ espon t1neo+ N(o ) aprendido com os outros, n(o ) e6i!ido por nen'uma reli!i(o nem imposto por nen'uma lei, nen'uma escola o ensina+ Sur!e de maneira natural+ A solicitude instintiva da m(e pelo fil'o 4 "ue tam.)m parece ser com co mum a mui muitos tos an anim imai aiss 4 ) de deci cisi siva va po por" r"ue ue d- a en ente tend nder er "u "ue, e, paralelamente necessidade do .e.ê de rece.er o amor "ue ) fundamental sua so.revivência, e6iste uma capacidade inata de dar amor por parte da m(e+ É al!o t(o poderoso "ue "uase permite afirmar a e6istência de um componente .iol0!ico em aç(o+ Al!u)m o.3etaria "ue esse amor rec*proco nada mais ) do "ue um mecanismo de so.revivência+ 9ode muito .em ser+ Mas isso n(o ne!a a sua e6istência+ Nem a.ala min'a convicç(o de "ue essa necessidade e essa capacidade de amar indicam "ue somos, de fato, amorosos por nature%a+ Se essa afirmaç(o parece improv-vel, vale lem.rar como rea!imos de forma diferente diferente .ondad .ondadee e violência+ 9ara "uase todos n0s, a violência violência ) al!o "ue intimida+ Ao contr-rio, "uando nos tratam com .ondade e !ent !e ntil ile% e%a, a, rea! rea!im imos os co com m maio maiorr co conf nfiian ança ça++ De mod odoo e" e"ui uiva vale lent nte, e, consideremos a relaç(o entre a pa% 4 "ue, como 3- vimos, ) fruto do amor 4 e a .oa sa5de+ 9elo "ue posso constatar, a pa% e a tran"Zilidade s(o mais K
condi%entes com nosso 4 or!anismo do "ue a violência e a a!ressividade+ 8odos sa.emos "ue o estresse e a ansiedade causam elevaç(o da press(o san!Z*nea e outros sintomas ne!ativos+ Na medicina ti.etana, dist5r.ios V7 mentais e emocionais s(o vistos como causas de muitas doenças f*sicas, inclusive do c1ncer+ Al)m disso, pa%, tran"Zilidade e cuidados prestados pelos outros s(o essenciais na recuperaç(o de doenças+ É poss*vel identificar tam.)m em todos n0s um anseio pela pa%+ 9or "uê& 9or"ue a pa% est- associada vida e ao crescimento, en"uanto a violência su!ere apenas morte e calamidades+ sta e a ra%(o por "ue a id)ia de uma 8erra 9ura, ou 9ara*so, nos atrai tanto+ Se nos fosse descrito como um lu!ar onde '- !uerras !uerras e disc0rdia disc0rdia intermin-v intermin-veis, eis, ir*amos ir*amos preferir permanec permanecer er neste mundo+ :eparem, tam.)m, no modo como rea!imos aos pr0prios fen2menos naturais+ Xuando termina o inverno e c'e!a a primavera, os dias tornam4se mais lon!os, '- mais lu% do sol, a relva .rota de novo# automaticamente nosso 1nimo cresce+ 8odavia, "uando o inverno se apro6ima, as fol'as das -rvores começam a cair e !rande parte da ve!etaç(o em torno de n0s parece morta+ N(o ) de admirar "ue fi"uemos um pouco deprimidos nessa )poca do ano+ / "ue prova "ue nossa nature%a prefere a vida morte, o crescimento decadência, a construç(o destruiç(o+ 9restem atenç(o ainda no comportamento das crianças+ ;emos nelas o "ue ) natural ao comportamento 'umano antes "ue se3a so.recarre!ado com id)ias aprendidas+ Ge.ês muito novos n(o sa.em realmente distin!uir uma pessoa da outra+ D(o muito mais import1ncia ao sorriso de "uem estdiante deles do "ue a "ual"uer outra coisa+ Xuando começam a crescer, n(o se interessam muito por diferenças de raça, nacionalidade, reli!i(o ou V antecedentes familiares+ Xuando encontram outras crianças, n(o param para discutir essas coisas# começam lo!o uma atividade muito mais impo import rtan ante te,, "u "uee ) .rin .rinca carr+ Isso Isso n( n(oo ) s0 sent sentim iment entali alism smo+ o+ ;e3o e3o essa essa realidade sempre "ue visito um dos povoados de crianças na uropa, onde in5meras crianças refu!iadas ti.etanas têm sido educadas desde a d)cada de 7BP+ sses povoados foram fundados com o o.3etivo de cuidar de crianças 0rf(s vindas de pa*ses em !uerra+ 9ara !rande surpresa !eral, Q
desco.riu4se "ue, apesar de suas diferentes ori!ens, essas crianças vivem em completa 'armonia entre si+ Mesmo admitindo "ue todos temos esse potencial de .ondade e .enevolência, ) poss*vel o.3etar "ue a tendência da nature%a 'umana ) inevitavelmente reservar esse potencial para os mais pr06imos+ Damos preferência s nossas fam*lias e ami!os+ Nossos sentimentos de cons co nsid idera eraç( ç(oo pelos pelos "u "uee est(o est(o fora fora de dess ssee c*rcu c*rculo lo de depe pend ndem em muit muitoo de circ circun unst st1n 1nci cias as indi indivi vidu duai ais# s# ) po pouc ucoo prov prov-v -vel el "u "uee os "u "uee se sent sentem em ameaçados demonstrem .oa vontade por a"ueles "ue os ameaçam+ 8udo isso ) verdadeiro+ 8am.)m n(o ne!o "ue, "uando nossa so.revivência estem risco, nossa capacidade de consideraç(o pelos nossos semel'antes talve% s0 raramente prevaleça so.re o instinto de so.revivência+ Ainda assim, isso n(o si!nifica "ue a capacidade ten'a desaparecido, "ue o potencial n(o su.sista+ At) os soldados, depois das .atal'as, muitas ve%es a3udam seus inimi!os a recol'er mortos e feridos+ VK m todas as min'as min'as o.servações so.re a essência essência de nossa nature%a, nature%a, n(o pretendi insinuar "ue n(o e6istem aspectos ne!ativos+ /nde '- um estado mental consciente, com certe%a o 0dio, a i!nor1ncia e a violência sur sur!e !em m na natu tura ralm lmen ente te++ m.o m.ora ra no noss ssaa na natu ture re%a %a se3a se3a esse essenc ncia ialm lmen ente te inclinada .ondade e compai6(o, todos somos capa%es de manifestar crueldade e 0dio+ É por isso "ue temos de lutar para mel'orar nossa conduta+ ) por isso tam.)m "ue compreendemos por "ue indiv*duos criados em am.ientes ri!orosamente n(o4violentos transformaram4se nos mais mais 'o 'orr rr*v *vei eiss carr carras asco cos+ s+ Lem. Lem.ro ro min' min'aa visi visita ta,, '- al!u al!uns ns an anos os,, ao as'in!ton Memorial, "ue presta 'omena!em aos m-rtires e 'er0is do \olocausto Fudeu perpetrado pelos na%istas+ / "ue mais me impressionou no mon onum umen entto foi foi o re!i re!ist stro ro sim simult ult1n 1neo eo de dife difere rent ntes es form formas as de comportamento 'umano+ De um lado est- a lista das v*timas de atos de indi%*vel atrocidade+ De outro, o momento recorda os cora3osos atos de .ondade de fam*lias crist(s e outras "ue por vontade pr0pria correram riscos terr*veis para a.ri!ar seus irm(os e irm(s 3udeus+ Ac'ei essa forma de apresentaç(o e6tremamente ade"uada e muito necess-ria# mostra os dois lados do potencial 'umano+
A e6istência desse potencial ne!ativo, todavia, n(o 3ustifica supor "ue a nature%a 'umana se3a inerentemente violenta ou mesmo ten'a uma ten endê dênc nciia o. o.ri ri!a !at0 t0ri riaa pa para ra a viol violên ênci cia+ a+ 8alve alve%% uma uma da dass ra%õ ra%ões es da popularidade da crença de "ue a nature%a 'umana ) violenta este3a no fato de estarmos todo o tempo e6postos s m-s not*cias "ue nos vêm atrav)s VQ dos meios de comunicaç(o+ Contudo, a verdadeira causa disto ) "ue sem d5vida as .oas not*cias n(o s(o not*cia+ Declarar "ue a nature%a 'umana ) n(o4violenta e ainda firmar "ue tem uma tendência para o amor e a compai6(o, para a .ondade, a !entile%a, a afeiç(o, a criaç(o, etc+, ) al!o "ue evidentemente implica um princ*pio !eral "ue deve, por definiç(o, ser aplic-vel a todo ser 'umano+ / "uee di%er "u di%er,, ent(o ent(o,, da" da"ue uele less indi indiv* v*du duos os cu cu3a 3ass vidas vidas ap apare arent ntem emen ente te se voltaram por completo para a violência e a a!ress(o& / 5ltimo s)culo .asta para apresentar v-rios e6emplos 0.vios+ / "ue di%er de \itler e de seu plano para e6terminar toda a raça 3udia& de Stalin e seus pogroms& do presidente Mao, o 'omem "ue c'e!uei a con'ecer e admirar, e a .-r.ara insanidade da :evoluç(o Cultural& de 9ol 9ot, "ue ar"uitetou os Campos da Morte& o "ue di%er da"ueles "ue torturam e matam por pra%er& 8en en'o 'o de ad admi miti tirr "u "uee n( n(oo en enco cont ntro ro uma uma 5n 5nic icaa e6 e6pl plic icaç aç(o (o "u "uee 3ustifi"ue os atos monstruosos dessas pessoas+ ntretanto, precisamos levar em conta dois fatores+ 9rimeiro, essas pessoas n(o sur!iram do nada, mas de uma sociedade em especial, em uma ocasi(o e um lu!ar espec*fico+ Sua ações precisam ser consideradas de acordo com essas circunst1ncias+ , se!undo, temos de recon'ecer em suas ações o papel desempen'ado pela capacidade ima!inativa+ Seus planos foram e s(o levados adiante com co m .ase em uma vis(o, se .em "ue deturpada+ A despeito do fato de "ue nada pode 3ustificar o sofrimento sof rimento "ue provocaram, a interpretaç(o interpretaç( o "ue dariam a V seus atos ou as intenções positivas "ue \itler, Stalin, Mao e 9ol 9ot poderiam apresentar seriam de "ue tin'am o.3etivos pelos "uais estavam tra.al'ando+ Se e6aminarmos esses atos, "ue s(o e6clusivamente 'umanos e "u "uee os an anim imai aiss n( n(oo po pode dem m real reali% i%ar ar,, co conc ncllu*mo u*moss "u "uee ne nele less essa essa capacidade capacidade ima!inativa ima!inativa tem um papel vital+ A pr0pria pr0pria capacidade capacidade em si 3P
) um dom sin!uIar+ 9or)m, a maneira como ) utili%ada determina se os atos conce.idos por ela s(o positivos ou ne!ativos, )ticos ou n(o+ A motivaç(o do indiv*duo Rkun long ) portanto o fator dominante ao mesmo tempo "ue uma vis(o ao corretamente motiva 4 a "ue recon'ece nos outros o direito felicidade e o dese3o de viverem livres de sofrimentos 4 pode fa%e fa%err mara maravi vil' l'as as,, a" a"ue uela la "u "uee se de desl sli! i!aa do doss sent sentim imen ento toss 'u 'uma mano noss fundamentais fundamentais tem um potencial para a destruiç(o destruiç(o "ue n(o deve 3amais ser su.estimado+ Xuanto aos "ue matam por pra%er ou, o "ue e pior, por nen'um um motivo motivo em especial, s0 podemos podemos con3eturar con3eturar "ue se trate de uma profunda profunda su.mers(o do impulso .-sico "ue .usca consideraç(o e afeto pelos outros+ Como 3- disse, este impulso pode n(o estar de todo e6tinto+ A n(o ser talv talve% e% em caso casoss e6 e6tr trem emos os,, e po poss ss*v *vel el "u "uee ate ate pe pess ssoa oass mons monstr truo uosa sass apreciem "ue l'es demonstrem afeto+ A tendência permanece+ Na verdade, / leitor n(o precisa concordar com min'a teoria so.re a .oa predisposiç(o da nature%a 'umana para perce.er "ue a capacidade para a empatia "ue a sustenta ) de crucial import1ncia "uando se trata de )tica+ VP ;imos anteriormente "ue um ato )tico ) um ato n(o4pre3udicial+ Mas como determinar se um ato ) realmente n(o4pre3udicial& ;erificamos "ue, na pr-tica, se somos incapa%es de nos comunicar com os outros, se n(o conse!uimos ao menos ima!inar o impacto potencial de nossas ações so.re os outros, n(o temos meios de distin!uir entre certo e errado, entre o "ue ) correto e o "ue n(o ), entre o "ue ) pre3udicial e o "ue n(o )+ Dedu%44se Dedu%44se se, portanto, portanto, "ue, "uanto "uanto mais acentuarmos acentuarmos essa capacidade capacidade de empatia ou se3a, nossa sensi.ilidade para o sofrimento dos outros 4, menor ser- a nossa toler1ncia para com a vis(o da dor al'eia e maior o nosso empen'o em !arantir "ue nen'uma de nossas ações pre3udi"ue "uem "uer "ue se3a+ / fato de realmente sermos capa%es de aumentar essa capacidade de empa empati tiaa torn torna4 a4se se 0. 0.vi vioo "u "uan ando do co cons nsid ider eram amos os sua sua na natu ture re%a %a++ N0 N0ss a e6perimentamos principalmente so. a forma de sentimento+ , como todos sa.emos, podemos n(o s0 refrear nossos sentimentos por meio da ra%(o, em maior ou menor escala, como podemos intensific-4los da mesma forma+ Nosso dese3o por um o.3eto 4 talve% um novo carro 4 intensifica4se =
"uando dei6amos "ue a id)ia dê voltas em nossa ima!inaç(o+ Se, de modo seme semel' l'an ante te,, dire direci cion onam amos os no noss ssas as facu faculd ldad ades es ment mentai aiss pa para ra no noss ssos os sentimentos de empatia, n(o s0 os aumentamos como os transformamos em amor e compai6(o+ Nossa inata capacidade de empatia ) a fonte da mais preciosa de todas as "ualidades 'umanas, "ue em ti.etano, no c'amamos e nymg je+ V= m !era !eral, l, o term termoo nytng e tradu%ido simplesmente como $compai6(o$, mas tem uma ri"ue%a de si!nificado "ue ) dif*cil transmitir de maneira sucinta, em.ora as id)ias "ue cont)m se3am compreendidas em "ual"uer lu!ar+ 8em a conotaç(o de amor, afeiç(o, .ondade, !entile%a, !enerosidade de esp*rito e cordialidade+ É tam.)m em usado para e6pressar simpatia e carin'o+ Um ou outro asp aspecto ) "ue nyi n(oo supõ supõee $p $pen ena$ a$,, nying je n( $comiseraç(o$, como pode ser o caso da palavra $compai6(o$+ N(o 'nen'uma nen'uma conotaç(o conotaç(o de condescendênc condescendência+ ia+ 9elo contr-rio, nying je e6prime um sentimento de li!aç(o com os outros, refletindo suas ori!ens na empatia+ Somos capa%es de di%er $!osto de min'a casa$, ou $ten'o !rande afeiç(o por esse lu!ar$, mas n(o podemos di%er $ten'o compai6(o$ por essas coisas+ Como os o.3etos n(o têm sentimentos, n(o podemos ter empatia com eles, e, portanto, n(o podemos di%er "ue temos compai6(o por eles+ ssa e6plicaç(o dei6a claro "ue nying je, ou amor e compai6(o, ) compreendido como uma emoç(o+ 9or)m, pertence cate!oria e emoções "uee po "u poss ssue uem m um elem elemen ento to co co!n !nit itiv ivoo mais mais de dese senv nvol olvi vido do++ Al!u Al!uma mass emoções, como a repulsa "ue costumamos sentir ao ver san!ue, s(o .asicamente instintivas+ /utras, como o medo da po.re%a, possuem esse componente componente co!nitivo co!nitivo mais desenvolvido desenvolvido++ Deve4se portanto compreender compreender nying je como uma com.inaç(o de empatia e ra%(o+ 9odemos pensar em empatia como a caracter*stica e uma pessoa multo 'onesta, e em ra%(o como a de al!u)m "ue ) muito pr-tico+ Xuando se 3untam as duas coisas, a V com.inaç(o ) das mais efica%es+ Sendo assim, nying je ) .astante diferente da"ueles sentimentos casuais, como a raiva e a lu65ria, "ue, lon!e de nos tra%erem felicidade, s0 nos pertur.am e destroem nossa pa% de esp*rito+
9ara mim, tudo isso mostra "ue, se refletirmos sempre e procurarmos nos fam familiari%ar com a id)ia )ia de comp ompai6(o (o,, se a prati aticarmo rmos e e6er e6 erci cita tarm rmos os,, po pode dere remo moss de dese senv nvol olve verr no noss ssaa capa capaci cida dade de inat inataa pa para ra esta.elecer contato com os outros, o "ue ) de suprema import1ncia para a a.or a. orda da!e !em m )tic )ticaa "u "uee ap apre rese sent ntei ei++ Xu Xuan anto to mais mais de dese senv nvol olve verm rmos os o sentimento de compai6(o, mais !enuinamente )tica ser- a nossa conduta+ Como 3- foi visto, "uando nossos atos s(o pautados pela consideraç(o pelos outros, nosso comportamento para com eles ) sempre positivo+ 9or"ue n(o '- lu!ar para desconfianças e reservas "uando nossos corações est(o c'eios de amor+ É como se uma porta interior se a.risse e nos permitisse alcanç-4los+ 8er consideraç(o pelos outros e o "ue fa% cair a .arreira "ue impede a interaç(o saud-vel com o pr06imo+ n(o apenas isto+ Xuando nossas intenções para com os outros s(o .oas, verificamos "ue diminui muito "ual"uer timide% ou inse!urança de nossa parte+ b medida "ue somos capa%es de a.rir essa porta interior, sentimos "ue nos li.er i.erttamos amos de no noss ssaa preo preocu cupa paç( ç(oo 'a 'a.i .itu tual al co com m nos osso so pr0p pr0pri rioo eu eu++ 9arado6almente, constatamos "ue isso d- mar!em a uma forte sensaç(o de confiança+ 9ortanto, se posso citar min'a pr0pria e6periência, ve3o "ue, VB cada ve% "ue encontro !ente nova e ten'o essa disposiç(o positiva, n(o ' .arreiras entre n0s+ N(o importa "uem ou o "ue se3am, se têm ca.elos louros ou pintados de verde, sinto "ue estou apenas encontrando um semel'ante com o mesmo dese3o de ser feli% e n(o "uerer sofrer "ue eu ten'o+ descu.ro "ue posso falar com eles como se f2ssemos vel'os ami!os, mesmo sendo nosso primeiro encontro+ 8endo em mente "ue, em 5ltima an-lise, somos todos irm(os e irm(s, "ue n(o '- nen'uma diferença su.stancial entre n0s, "ue, como eu, todos os outros tam.)m "uerem ser feli%es e n(o sofrer, posso e6pressar meus sentimentos e opiniões com tan antta esp espontaneidade "uan antto fari fariaa com al!u)m "ue co conn'ece ecesse intimamente '- anos+ n(o apenas com al!umas poucas palavras ou !estos simp-ticos, mas realmente de coraç(o a.erto, sem fa%er caso da .arreira da l*n!ua+ Desc De sco. o.ri rimo moss aind aindaa al!o al!o mais mais "u "uan ando do a! a!im imos os mov ovid idos os pe pela la consideraç(o pelos outros# a pa% "ue isso cria em nossos corações ) transmitida para todos a"ueles com "uem nos relacionamos+ 8ra%emos pa% B
fam*lia, pa% aos nossos ami!os, ao am.iente de tra.al'o, comunidade e, assim, ao mundo+ 9or "ue, ent(o, n(o nos empen'armos em desenvolver essa "ualidade& 9ode 'aver al!o mais su.lime do "ue a"uilo, "ue tra% felicidade e pa% para todos& De min'a parte, penso "ue s0 a tendência "ue todos n0s temos para o amor e a compai6(o 3- ) em si um dos dons mais preciosos a serem e6plorados+ Inversamente, nem mesmo o mais c)tico dos leitores ima!inaria "ue, VB so. "ual"uer prete6to, a pa% possa resultar de um tipo de comportamento a!ressivo e desrespeitoso, ou se3a, anti)tico+ N(o '- possi.ilidade+ Lem.ro at) 'o3e como aprendi esta liç(o "uando era .em pe"ueno, no 8i.et+ Um de meus meus acomp acompan an'a 'ant ntes es,, e enra nra.. 8en en%i %in, n, tin' tin'aa um pa papa! pa!ai aioo "u "uee ele ele cost co stum umav avaa alime aliment ntar ar co com m no no%es %es++ Ap Apes esar ar de ser ser um 'o 'ome mem m .a .ast stan ante te carra carranc ncud udo, o, com ol'o ol'oss prot protu. u.er erant antes es e um aspe aspecto cto meio meio amea ameaça çado dorr, .astava "ue o papa!aio ouvisse o som de seus passos ou 4 o de sua tosse para mostrar sinais de animaç(o+ n"uanto o p-ssaro .eliscava a comida em seus dedos, enra. 8en%in coçava4l'e a ca.eça, o "ue parecia levar a pe"uena ave a um estado de ê6tase+ u inve3ava muito a"uele relacionamento entre os dois e "ueria "ue o papa!aio me demonstrasse a mesma ami%ade+ Mas, nas poucas ocasiões em "ue tentei dar4l'e comida, a reaç(o n(o foi das mel'ores+ nt(o, comecei a cutuc-4lo com uma vareta para ver se conse!uia o "ue dese3ava+ É desnecess-rio di%er "ue o resultado foi totalmente ne!ativo+ m ve% de forç-4lo a se comportar mel' mel'or or co comi mi!o !o,, assu assust stei ei4o 4o++ De Dest stru ru** po porr co comp mple leto to "u "ual al"u "uer er remo remota ta possi.ilidade de esta.elecer uma relaç(o ami!-vel com ele+ Aprendi ainda pe"ueno "ue as ami%ades n(o sur!em da intimidaç(o, mas da .ondade e da delicade%a+ 8od odas as as !ran !randes des trad tradiç ições ões reli! reli!io iosa sass do mund mundoo atri atri.u .uem em pap papel el primordial ao desenvolvimento da compai6(o+ 9or ser ao mesmo tempo a fonte e o resultado resultado da paciência, paciência, da toler1ncia, toler1ncia, da capacidade de perdoar e de todas as .oas "ualidades, considera4se "ue a sua import1ncia a.ran!e VB7 tod odoo o proce rocess ssoo da pr-t pr-tiica espi espiri ritu tual al++ Co Cont ntud udo, o, mesm mesmoo sem sem uma uma perspectiva espiritual, a compai6(o e o amor s(o fundamentais para todos+ 9artindo da premissa .-sica de "ue a conduta )tica consiste em n(o fa%er P
mal s pessoas, conclui4se "ue ) necess-rio levar em consideraç(o os sentimentos dos outros, e a .ase disso ) a nossa capacidade inata para empa empati tia+ a+ b medi medida da "u "uee tran transf sfor orma mamo moss essa essa capa capaci cida dade de em amor amor e comp co mpai ai6( 6(o, o, prec precav aven endo do4n 4nos os co cont ntra ra os o. o.st st-c -cul ulos os e cu cult ltiv ivan ando do os elementos favor-veis ao processo, nossa pr-tica da )tica se desenvolve+ todos !an'am em "ualidade de vida e em felicidade, os outros e n0s+ VBK II É8ICA / INDI;DU/ VBQ Cap*tulo P A É8ICA DA C/N8NJ/ 9ara desenvolver o sentimento de compai6(o do "ual depende a felicidade ) necess-rio, por um lado, eliminar ou conter os fatores "ue ini.em a co com mpai6(o e, por outro, cu culltivar as "ualidad ades es "ue a dese de senv nvol olve vem+ m+ Co Como mo vimo vimos, s, essa essass "u "ual alid idad ades es s(o s(o amor amor,, pa paci ciên ênci cia, a, toler1ncia, capacidade de perdoar, 'umildade e outras+ / "ue ini.e a compai6(o ) a falta de contenç(o interior "ue 3- identificamos como a ori!em de toda conduta anti)tica+ 8ransformando nossos '-.itos e nossa *ndole, *ndole, começamos a aperfeiçoar aperfeiçoar o nosso estado !eral de coraç(o e mente RYun lon! do "ual derivam todas as nossas ações+ A primeira coisa, ent(o 4 por"ue as "ualidades espirituais "ue levam compai6(o acarretam necessariamente uma conduta )tica positiva 4, ) cultivar cultivar o '-.ito de uma disciplina disciplina interior interior+ N(o ne!o "ue se3a uma tarefa e tanto, mas pelo menos 3- con'ecemos esse princ*pio+ 9or e6emplo, sa.endo de seu potencial destrutivo, procuramos nos afastar e manter t#7o t#7oss ssas as cria crianç nças as afas afasta tada dass do uso uso da dass dro! dro!as as++ 9or) 9or)m, m, ) impo import rtan ante te reco recon' n'ec ecer er "u "uee n( n(oo .a .ast staa supr suprim imir ir no noss ssas as emoç emoçõe õess e pe pens nsam amen ento toss ne!ativos ara refrear a reaç(o a eles# ) indispens-vel decifrar a sua nature%a destrutiva+ /uvir di%er "ue a inve3a, uma emoç(o muito poderosa VB P7
e destrutiva, ) ne!ativa n(o .asta para desenvolvermos uma forte defesa contra ela+ Se or!ani%amos nossa vida e6ternamente, mas i!noramos sua dimens(o interior, ) inevit-vel "ue cresçam as d5vidas, ansiedades e outras aflições, e a felicidade nos escape+ 9or"ue, ao contr-rio da disciplina f*sica, a verdadeira disciplina interior 4 ou disciplina espiritual 4n(o se conse!ue por imposiç(o, mas somente atrav)s do esforço volunt-rio e delli.er de i.erad ado+ o+ m ou outr tras as pa pala lavr vras as,, a! a!iir eti eticame cament ntee n( n(oo ) uma uma mera era o.ediência a leis e preceitos+ A ment mentee indi indisc scip ipli lina nada da ) co como mo um elef elefan ante te++ Se de dei6 i6ad adoo sem sem controle, andando s tontas, vai fa%er !randes estra!os+ 9ois os danos e sofrimentos "ue nos acometem "uando dei6amos de controlar os impulsos ne!ativos da mente superam de lon!e os estra!os "ue um elefante pode causar+ causar+ sses impulsos impulsos provocam n(o s0 a destruiç(o destruiç(o das coisas materiais materiais como podem ser a ori!em de sofrimentos prolon!ados para os outros e para n0s mesmos+ / "ue n(o "uer di%er "ue a mente R7 se3a inerentemente destrutiva+ So. a influência de uma emoç(o ou pensamento fort fortem emen ente te ne ne!a !ati tivo vos, s, po pode de pa pare rece cerr "u "uee a ment mentee assu assume me uma uma 5n 5nic icaa "ual "u alid idad ade+ e+ Mas se, se, po porr acas acaso, o, a 'o 'ost stil ilid idade ade fosse fosse uma uma carac caracte ter* r*st stic icaa imut-vel da consciência, esta deveria ser sempre 'ostil, o "ue n(o ) verdade+ É preciso fa%er a distinç(o entre a consciência como tal e os pensamentos e emoções "ue ela e6perimenta+ Da mesma forma, '- ocasiões em "ue somos dominados por certas e6periências muito intensas "ue, mais tarde, "uando as lem.ramos, n(o VBP noss a. no a.al alam am mais+ ais+ Xu Xuan ando do eu era era mui muito 3ov ovem em,, co conf nfor orme me o an anoo ia terminando, costumava ficar altamente e6citado diante da perspectiva do Montam Chenmo, o @rande Hestival de /rações "ue assinalava o in*cio do ano4novo ti.etano+ m min'a posiç(o como Dalai Lama, tin'a um papel importante a desempen'ar e precisava deslocar4me do 9otala, o pal-cio de inverno dos Dalai Lamas, para um con3unto de aposentos no templo de FoY'an!, um dos santu-rios mais vener-veis do 8i.et+ b medida "ue o dia se apro6imava, passava cada ve% mais tempo em devaneios so.re a"uele dia, ao mesmo tempo apavorado e e6ultante, e cada ve% estudando menos+ Meu pavor era causado pela lon!a recitaç(o "ue tin'a de fa%er de mem0ria durante a cerim2nia principal e min'a animaç(o vin'a da id)ia de passar P
pela imensa multid(o de pere!rinos e comerciantes "ue se a!lomerava na praça do mercado defronte ao con3unto de templos+ Na )poca, eu sentia intensamente tanto a e6citaç(o "uanto o pavor, mas 'o3e c'e!o at) a ac'ar !raça dessas lem.ranças+ F- estou .astante 'a.ituado s multidões e, depois de muitos anos de pr-tica, a recitaç(o n(o me pertur.a mais+ 9odemos conce.er a nature%a da mente comparando4a , com a -!ua de um la!o+ Xuando uma tempestade a!ita a -!ua, o lodo do fundo fa% com "ue a -!ua fi"ue turva, parecendo opaca+ Mas, por nature%a, a -!ua n(o ) su3a+ Xuando a tormenta passa, o lodo acomoda4se novamente no fundo e a -!ua volta a ficar clara+ 9ortanto, ainda "ue se possa ver a VB= mente, ou a consciência, como uma entidade inerentemente imut-vel, uma refle6(o mais profunda tra% a constataç(o de "ue ela consiste em todo um espectro de acontecimentos e e6periências+ stes incluem nossa percepç(o sens sensor oria ial, l, relac relacio iona nada da dire diretam tamen ente te a o. o.3e 3eto tos, s, e no noss ssos os pe pens nsam ament entos os e sentimentos, intermediados pela lin!ua!em e pelos conceitos+ A mente ) tam.)m din1mica# podemos efetuar mudanças em nossos estados mental e emocional atrav)s de esforço deli.erado+ Sa.emos, por e6emplo, como o apoio e a solidariedade podem a3udar a dissipar o medo+ perce.emos "ue certos tipos de aconsel'amento e terapia "ue proporcionam maior clare%a mental, com.inados solicitude e ao afeto, podem cola.orar para diminuir a depress(o+ A constataç(o de "ue emoç(o e consciência n(o s(o a mesma coisa mostra "ue n(o temos de ser forçosamente controlados pela emoç(o+ Antes de cad cada uma de nossas ações ) preciso iso "ue 'a3a um espaço aço para avaliarmos as alternativas e escol'er com li.erdade a mel'or maneira de lar lar+ É ev evid ident entee "u "ue, e, en" en"ua uant ntoo n( n(oo ap apre rend nderm ermos os a disc discip ipli lina narr no noss ssas as mentes, teremos dificuldade para e6ercer essa li.erdade+ a maneira como rea!imos aos acontecimentos e e6periências ) "ue determina o conte5do moral de nossos atos+ m poucas palavras isso si!nifica "ue nossos nossos atos ser(o )ticos se rea!irmo rea!irmoss positivamente positivamente,, visando ao .em da cole co leti tivi vida dade de e n( n(oo ao aoss no noss ssos os inte intere ress sses es pe pess ssoa oais is e e6 e6cl clus usiv ivos os++ Se rea!im rea!imos os ne! ne!ati ativame vamente nte,, ne! ne!li! li!enci enciand andoo os outros outros,, nossos nossos atos atos ser(o ser(o anti)ticos+
PK
De acordo com essa vis(o do assunto, podemos pensar na mente ou VB consciência como um presidente ou monarca "ue ) muito 'onesto e puro e em nossos pensamentos e emoções como ministros de stado+ Uns d(o .ons consel'os, outros d(o maus+ Al!uns têm o .em4estar dos outros como seu o.3etivo principal, outros têm apenas seus pr0prios interesses+ A responsa.ilidade da consciência 4 do l*der 4 ) determinar "uais s(o os su.ordinados "ue d(o .ons consel'os e "uais os "ue d(o os maus, "uais s(o confi-veis e "uais n(o s(o, e a!ir se!undo a orientaç(o de um dos lados, re3eitando a do outro+ /s acontecimentos mentais e emocionais "ue, nesse sentido, d(o maus consel'os podem ser descritos como uma forma de sofrimento+ De fato, "uando permitimos "ue eles se desenvolvam a um !rau si!nificativo, a mente fica so.recarre!ada de emoç(o e e6perimentamos uma esp)cie de tur.ulência interna+ Isso tam.)m tem uma dimens(o f*sica+ Num momento de raiva, por e6emplo, nosso e"uil*.rio 'a.itual sofre uma pertur.aç(o t(o intensa "ue c'e!a a ser perce.ida por "uem est- perto de n0s+ 8odos sa.emos como a atmosfera de uma casa pode ficar pesada "uando apenas um mem.ro da fam*lia est- de mau 'umor+ Xuando ficamos dominados pela raiva, at) os animais tendem a nos evitar+ bs ve%es essa tur.ulência ) t(o forte "ue temos !rande dificuldade para contê4la+ Isso pode levar4nos a a!redir os outros, e6teriori%ando nosso conflito interior+ Nem todos os sentimentos ou emoções "ue nos causam desconforto, por)m, s(o necessariamente ne!ativos+ / atri.uto prim-rio "ue distin!ue VBB as emoções comuns da"uelas "ue minam a pa% ) o componente ne!ativo "ue l'e acrescentamos+ Um momento de triste%a n(o e converte em dor paralisante a menos "ue nos a!arremos a ele e l'e acrescentemos pensamentos e fantasias ne!ativos+ No caso da e6citaç(o "ue eu sentia com relaç(o ao encontro com a"uela multid(o de pere!rinos e do medo "uee tin' "u tin'aa da lon! lon!aa reci recita taç(o ç(o 'a 'avi viaa um co comp mpon onent entee acres acresce cent ntad adoo ao sen enttimen imentto ..-si sico co++ m meus meus repe repeti tido doss de deva vane neio ioss di-r di-rio ios, s, min' min'aa ima!inaç(o acrescentava al!o "ue ia al)m da realidade da situaç(o+ eram as 'ist 'ist0r 0ria iass "u "uee eu co cont ntav avaa pa para ra mim mim mesm mesmoo +a resp respei eito to do futu futuro ro acontecimento "ue pertur.avam min'a serenidade fundamental+ PQ
Nem todos os medos s(o como o medo infantil "ue aca.ei de descrever+ \- ocasiões em "ue sentimos um tipo de medo mais racional+ Lon!e de ser ne!ativo, pode na verdade at) ser 5til+ 9ode aumentar nossa atenç(o e fornecer a ener!ia de "ue precisamos para nos prote!er+ Na primeira noite de min'a fu!a de L'asa, em 7BB, "uanto sa* de casa vestido de soldado, foi esse o tipo de medo "ue senti+ ntretanto, talve% por n(o ter tido tempo ou vontade de pensar a respeito, o medo n(o me pertur.ou muito+ Seu efeito principal foi dei6ar4me muito alerta e cuiida cu dado dosso+ 9od oder er**amos amos di%e di%err "u "ue, e, ne ness ssee caso caso,, o medo medo n( n(oo s0 era era 3ustificado como foi muito 5til+ / medo "ue sentimos com relaç(o a uma situaç(o delicada ou cr*tica tam.)m pode ser 3ustificado+ :efiro4me a"ui ao "ue sentimos "uando temos de tomar uma decis(o "ue ter- um impacto si!nificativo so.re a V7 vida de outras pessoas+ Um medo assim pode ser desnorteante+ / mais peri!oso e ne!ativo, por)m, ) o medo totalmente irracional "ue nos domina e paralisa por completo+ m ti.etano, c'amamos essas e6periências emocionais ne!ativas de nyong mong , si!nificando literalmente $o "ue afli!e vindo de dentro$, ou, como a e6press(o e6press(o costuma ser tradu%ida, tradu%ida, $emoç(o aflitiva$+ Se!undo essa concepç(o, todos os pensamentos, emoções e e6periências mentais "ue refletem um estado de esp*rito Rkun long ne!ativo ou desprovido de compai6(o a.alam inevitavelmente nossa pa% interior+ 8odas as emoções e pensamentos ne!ativos 4 como o 0dio, a raiva, o or!ul'o, a lu65ria, a !an1ncia, a inve3a 4 têm esse sentido de afliç(o, de in"uietaç(o+ ssas emoções aflitivas s(o t(o fortes "ue, "uando n(o se fa% nada para detê4las, s(o capa%es de levar a pessoa ao suic*dio ou loucura+ ntretanto, pelo fato de tais e6tremos n(o serem comuns, costumamos encarar as emoções ne!ativas como uma parte inte!rante de nossa mente a respeito da "ual n(o podemos fa%er muita coisa+ Mas, se n(o recon'ecermos recon'ecermos seu potencial potencial destrutivo, n(o veremos a necessidade de enfrent-4las+ Na verdade, pelo contr-rio, c'e!aremos a aliment-4las e estimul-4las, o "ue l'es dar- espaço para crescer+ crescer+ , no entanto, como veremos, sua nature%a ) inteiramente destrutiva+ S(o a verdadeira ori!em da conduta anti)tica+ S(o tam.)m a
P
.ase da ansiedade, da depress(o, da confus(o mental e do estresse, traços t(o caracter*sticos da vida de 'o3e em dia+ V77 As emoç emoçõe õess e pe pens nsam amen ento toss ne ne!a !ati tivo voss s(o s(o o o. o.st st-c -cul uloo no noss ssaa aspiraç(o mais elementar# ser feli% e evitar o sofrimento+ Xuando a!imos so. sua influência, es"uecemos o impacto "ue nossas ações têm so.re os outros# s(o portanto a causa de nosso comportamento destrutivo, n(o s0 com relaç(o aos outros como a n0s mesmos+ Crimes, esc1ndalos e fraudes, todos têm como ori!em uma emoç(o aflitiva+ É isso "ue afirmo "ue a mente indisciplinada 4 ou se3a, a mente "ue est- so. a influência de sentimentos como a raiva, o 0dio, a !an1ncia, o or!ul'o, o e!o*smo 4 ) a fonte todos os pro.lemas "ue n(o pertencem cate!oria de a.rimentos inevit-veis, como a doença e a morte+ Xuando controlamos nossa reaç(o s emoções aflitivas, a.rimos a porta para o sofrimento, nosso e dos outros+ Di%er "ue tam.)m sofremos "uando causamos sofrimento aos outros n(o deve nos fa%er concluir "ue cada "ue a!redirmos al!u)m seremos a!redidos de volta+ / "ue "uero afirmar ) muito mais profundo+ Xuero di%er o impacto de nossas ações, tanto positivas "uanto ne!ativas, fica re!istrad rado no fun fundo de n0s mesmo smos+ Se ) verdade "ue, em um determinado plano, todos temos capacidade para empatia, esse potencial precisa ser de al!uma forma so.repu3ado ou su.merso para "ue uma pessoa e mal a outra+ Como no caso de uma pessoa "ue tortura cruelmente al!u)m+ Sua mente Rlo, em seu plano consciente, precisa estar fortemente dominada por al!um pernicioso de pensamento ou ideolo!ia "ue a faça acreditar "ue sua v*tima merece tal tratamento+ ssa convicç(o 4 "ue at) V7 certo ponto ponto deve ter sido deli.eradamen deli.eradamente te escol'ida escol'ida 4 ) o "ue fa% a pessoa cruel reprimir seus sentimentos+ Ainda assim, no fundo, a"uela aç(o certamen amentte cau causa al!um efeito+ A lon!o pra%o, '- uma !rande pro.a.ilidade de o torturador sentir desconforto+ Neste conte6to consideremos o e6emplo "ue e6aminamos ante o de ditadores impiedosos como \itler e Stalin+ Ao "ue tudo indica, no fim da vida, tornaram4se solit-rios, ansioso c'eios de temores e suspeitas, como corvos assustados pela pr0pria som.ra+ PP
É claro "ue o n5mero de pessoas "ue c'e!a a esses e6tremos de crueldade ) muito pe"ueno+ Mas '- ações ne!ativas menos importantes cu3o impacto ) muito mais sutil+ 9ara um e6emplo menos e6tremo da maneira maneira como as ações ne!ativas ne!ativas afetam os outros outros e n0s mesmos, pensem em uma criança "ue sai para .rincar e .ri!a com outra criança+ Num primeiro momento, a criança vitoriosa pode e6perimentar e6pe rimentar uma sensaç(o de satisfaç(o+ Ao voltar para casa, a sensaç(o diminui e manifesta4se outro estado de esp*rito mais sutil# uma sensaç(o de desconforto+ 9oder*amos at) definir essa esp)cie de sentimento como uma sensaç(o de alienaç(o do eu# a pessoa se sente $fora dos ei6os$+ a criança "ue sai para .rincar e passa uma tarde a!rad-vel com o compan'eiro de .rincadeiras sentir- n(o s0 uma sensaç(o imediata de satisfaç(o como, ao voltar para casa e a e6citaç(o se dissipar, uma sensaç(o de calma e .em4estar+ /utro utro e6 e6em empplo reve revellad ador or da infl influê uênncia cia da dass açõe açõess ne ne!a !ati tiva vass estestV7K relacionado reputaç(o+ m !eral, todo ser 'umano 4 e, ao "ue parece, todo animal tam.)m 4 detesta maldades, a!ressividade, trapaças, e assim por diante+ Xuem se envolve em atividades "ue causam dano aos outros talve% o.ten'a uma satisfaç(o tempor-ria de seus atos, mas passa a ser malvisto, encarado com apreens(o, nervosismo e suspeita por causa de sua m- reputaç(o+ aca.a sem ami!os+ Uma .oa reputaç(o tam.)m ) uma fonte de felicidade+ Com poucas e6ceções, os "ue vivem uma vida de e!o*smo, sem consideraç(o pelo .em4estar dos outros, costumam ser muito solit-rios e infeli%es+ 9odem estar cercados de pessoas "ue s(o ami!as de sua ri"ue%a ou posiç(o, mas, assim "ue a pessoa e!o*sta e a!ressiva a!ressiva enfrenta "ual"uer "ual"uer tra!)dia pessoal ou perde prest*!io, n(o s0 desaparecem como s ve%es at) se re!o%i3am secretamente+ ssas pessoas n(o costumam ser lem.radas depois "ue morrem+ m certos casos, sua morte pode at) ale!rar os "ue ficam, como deve ter acontecido com os so.reviventes dos campos de e6term*nio e6term*nio na%istas na%istas ao sa.er da su.se"Zente e6ecuç(o e6ecuç(o de seus captores+ vale o contr-rio+ /s "ue se ocupam ativamente do .em4estar al'eio s(o respeitados e at) venerados+ Sua morte ) lamentada e sua vida ) lem.rada+ Como a do Ma'atma @and'i+ :ece.eu uma educaç(o ocidental "ue l'e permitiria levar uma vida confort-vel e tran"Zila, mas optou, por P=
consideraç(o aos seus semel'antes, por viver na ndia "uase como um mendi!o para devotar4se ao tra.al'o de sua vida+ Seu nome 'o3e ) uma V7Q lem.rança e mil'ões de pessoas ainda tiram conforto e inspiraç(o da no.re%a de seus atos+ No "ue se refere s causas das emoções aflitivas, podemos assinalar v-rios fatores diferentes+ ntre eles, o '-.ito "ue todos temos de pensar primeiro em n0s mesmos+ tam.)m nossa tendência para pro3etar carac caracte ter* r*st stic icas as em coisa coisass e acont aconteci ecime ment ntos os,, dist distorc orcen endo do a reali realida dade# de# confundir confundir,, por e6emplo, uma corda enrolada com uma co.ra+ Al)m Al)m disso, como nossos pensamentos e emoções ne!ativos n(o e6istem ind ndep epen ende dent ntem emen entte de ou outr tros os fen2 fen2m men enos os,, os pr0p pr0pri rios os o. o.3e 3eto toss e acontecimentos com os "uais entramos em contato podem provocar nossas reações+ Xual"uer coisa ) capa% de desencade-4las+ 8udo pode ser uma fonte de emoç(o aflitiva 4 n(o s0 nossos advers-rios como tam.)m nossos ami!os, nossos .ens mais valiosos e at) n0s mesmos+ 9or isso, o primeiro passo para com ater nossos pensamentos e emoções ne!ativos e evitar as situações e atividades "ue normalmente dariam mar!em a eles+ Se, por e6emplo, al!u)m verifica "ue se %an!a sempre "ue encontra determinada pessoa, o mel'or ) manter4se lon!e dela at) desenvolver mais seus recursos internos+ / se!undo passo ) evitar as condições "ue levam a esses fortes pensamentos e emoções ne!ativos+ Isso pressupõe "ue ten'amos aprendido a recon'ecer as emoções aflitivas "uando elas sur!em em n0s+ / "ue nem sempre ) f-cil+ n"uanto ) muito f-cil recon'ecer o 0dio "uando atin!e o au!e, seus est-!ios iniciais, como a av aver ers( s(oo rela relaci cion onad adaa a al!u al!uma ma co cois isaa ou acon aconte teci cime ment nto, o, po pode dem m ser ser .astante sutis+ , mesmo em seus est-!ios mais avançados de V7 desenvolvimento, as emoções aflitivas nem sempre se manifestam de forma dram-tica+ / assassino pode estar relativamente calmo no momento em "ue pu6a o !atil'o+ 9recisamos estar atentos ao nosso corpo e a suas ações, nossa fala e ao "ue di%emos, aos nossos corações e mentes, ao "ue pensamos e sentimos+ 8emos de ficar atentos para o mais leve sinal de ne!atividade e per!untar4nos sempre# $Sou mais feli% "uando meus pensamentos e P
emoções s(o ne!ativos e destrutivos ou "uando s(o positivos&$ $Xual ) a nature%a da consciência& la e6iste em si e por si ou sua e6istência depende de outros fatores&$ 9recisamos pensar, pensar, pensar+ Devemos ser como o cientista "ue, coleta dados, analisa4os para tirar a mel'or conclus(o conclus(o poss*vel+ poss*vel+ Con'ecer Con'ecer a fundo a pr0pria ne!atividad ne!atividadee ) tarefa para uma vida inteira, e somos capa%es de um aprimoramento "uase infinito+ Se n(o assumimos essa tarefa, por)m, seremos incapa%es de desco.rir onde fa%er as mudanças necess-rias para a felicidade em nossas vidas+ Se cada um de n0s !astasse uma fraç(o do tempo e do esforço "ue consome em atividades .anais 4 ta!arelice toa e coisas assim 4 para refletir profundamente so.re essas emoções aflitivas, creio "ue o impacto em nossa "ualidade de vida seria imenso+ 8anto as pessoas pr06imas de n0ss "u n0 "uan anto to a soc ocie ieda dade de co com mo um tod odoo se .e .ene nefi fici ciar aria iam m+ Uma Uma da dass primeiras coisas "ue constatar*amos seria o poder de destruiç(o das emoções aflitivas+ cada ve% menos nos dei6ar*amos levar por elas+ V7P 9ois as emoções e pensamentos ne!ativos n(o destroem apenas noss no ssaa sens sensaç aç(o (o de pa pa%, %, eles eles tam. tam.)m )m pre3 pre3ud udic icam am a no noss ssaa sa5d sa5de+ e+ Na medicina ti.etana, a raiva ) considerada uma das causas principais de muitas doenças, como as associadas press(o alta, ins2nia e aos processos de!enerativos 4 um conceito "ue tem tido uma aceitaç(o crescente na medicina alop-tica+ /utra lem.rança de inf1ncia ilustra como as emoções aflitivas nos fa%e fa%em m mal+ mal+ Xu Xuan ando do eu era era ad adol oles esce cent nte, e, um do doss meus meus pa pass ssat atem empo poss favoritos era tentar consertar os carros vel'os "ue meu antecessor, o d)cimo terceiro Dalai Lama, comprara pouco antes de morrer em 7BKK+ \avia "uatro deles# dois Austin pe"uenos fa.ricados na In!laterra, um Dod!e e um 3ipe em pandarecos, am.os americanos+ ram praticamente os 5nicos ve*culos motori%ados no 8i.et+ 9ara o 3ovem Dalai Lama, a"uelas rel*"uias empoeiradas eram uma atraç(o irresist*vel e eu ansiava vê4las andando outra ve%+ Meu son'o secreto, na verdade, era aprender a diri!ir+ Mas foi s0 depo de pois is de muit muitoo insi insist stir ir co com m dive divers rsos os func funcio ionn-ri rios os do !o !ove vern rnoo "u "uee finalmente conse!ui encontrar al!u)m "ue sa.ia al!uma coisa a respeito de carros+ Seu nome era L'aYpa 8serin!, e vin'a de alimpon!, uma PB
cidade lo!o depois da fronteira da ndia+ Um dia, ele estava tra.al'ando no motor de um dos carros "uando, tendo dei6ado cair sua c'ave in!lesa, !ritou uma pra!a e levantou4se com *mpeto+ Infeli%mente, tin'a dei6ado o cap2 a.erto e .ateu com a ca.eça nele, fa%endo um .arul'o terr*vel+ V7= nt(o, para min'a !rande surpresa, em ve% de sair com cuidado, ficou mais enfurecido e, levantando o corpo de novo, .ateu com a ca.eça com mais força ainda da se!unda ve%+ 9or al!uns instantes, fi"uei espantado com a"uele a.surdo+ Depois, n(o conse!uia parar de rir, A e6plos(o de L'aYpa 8serin! resultou em nada mais s)rio do "ue dois !randes !alos na ca.eça+ Hoi apenas desa!rad-vel para ele+ Mas, com isso, vemos como uma emoç(o ne!ativa ) capa% de destruir uma das nossas mais valiosas "ualidades, a capacidade de discernimento+ Xuanto perdemos a capacidade de 3ul!ar o "ue ) certo cer to e o "ue errado, er rado, de distin!uir entre um .enef*cio duradouro e uma vanta!em apenas tempor-ria para n0s e para os outros ou de avaliar "ual ser- o prov-vel resultado de nossas açõe açõess no noss i!ua i!uallamos amos ao aoss an anim imai aiss+ N( N(oo ) de espa espant ntar ar "u "ue, e, so so.. tal tal influência, façamos coisas "ue em condições normais 3amais son'ar*amos fa%er+ A perda de nossas faculdades cr*ticas revela uma outra caracter*stica ne!a ne !ati tiva va de dess ssee tipo tipo de e6p e6per eriê iênci nciaa ment mental al e emoc emocio ional nal++ As emoçõ emoções es aflitivas aflitivas nos decepcionam+ 9arecem oferecer satisfaç(o, satisfaç(o, mas n(o o fa%em+ Sur!em, como se fossem uma proteç(o, para nos dar aud-cia e força, mas constatamos mais tarde "ue essa ) uma ener!ia essencialmente ce!a+ As decisões tomadas so. sua influência s(o em !eral motivo de arrependimento+ Na maioria das ve%es essas e6plosões s(o na verdade uma dem de mon onst stra raç( ç(oo de fra" fra"ue ue%a %a,, n( n(oo de forç força+ a+ Gasta asta ve verr as disc discus ussõ sões es acaloradas em "ue a ar!umentaç(o se deteriora a ponto de uma das V7 pessoas tornar4se ver.almente a!ressiva, um sinal claro da fra!ilidade de sua posiç(o+ N(o precisamos raiva para criar cora!em e confiança+ Como veremos adiante, '- outros meios para isso+ A emoç(o aflitiva tam.)m tem uma dimens(o irracional+ Ha%4nos supor "ue as aparências s(o invariavelmente proporcionais realidade+ Xuando Xuando estamos estamos com raiva ou sentimos sentimos 0dio, nossa tendência tendência ) ol'armos ol'armos =
para os outros como se todas as suas caracter*sticas fossem imut-veis+ Uma pessoa pode nos parecer censur-vel do topo da ca.eça at) a ponta dos p)s+ s"uecemos "ue ) i!ual a n0s, com dese3os e medos+ , no fundo, o .om senso nos di% "ue a"uela pessoa vai nos parecer mel'or assim "ue nossa raiva diminuir+ / mesmo acontece "uando a situaç(o se inverte e al!u)m se encanta por outra pessoa, "ue l'e parece totalmente dese3-vel at) a emoç(o aflitiva perder força e o outro n(o parecer mais t(o perfeito+ Xuando nossas pai6ões irrompem dessa forma, '- !rande peri!o de se deslocarem para o e6tremo oposto+ A"uele "ue 'o3e ) idolatrado passa a ser despre%*vel e detest-vel, em.ora continue sendo a mesma pessoa+ As emoções aflitivas s(o tam.)m in5teis+ Xuanto mais cedemos a elas, menos espaço so.ra para nossas .oas "ualidades 4 para .ondade e compai6(o 4 e menos capacidade para resolver nossos pro.lemas+ m nen' ne n'um umaa circu circuns nst1 t1nc ncia ia,, essas essas emoçõ emoções es e pe pens nsam amen ento toss pe pert rtur ur.a .ado dores res servem para "ual"uer coisa, tanto para n0s "uanto para os outros+ Xuanto mais mais %an! %an!ad ados os esta estamo mos, s, mais mais as pe pess ssoa oass no noss ev evit itam am++ Xu Xuan anto to mais mais V7B desc de scon onfi fiad ados os fica ficamo mos, s, mais mais soli solitt-ri rios os,, po por" r"ue ue todos todos no noss a. a.and andon onam am++ Xuanto mais lascivos, menor a possi.ilidade de esta.elecer relacionamentos sadios e, outra e%, mais solid(o+ Gasta o.servar as pessoas cu3as atividades at ividades s(o !uiadas principalmente por emoções e moções aflitivas, ou, em outras palavras, por preferências e aversões i!n0.eis, como a !an1ncia, a am.iç(o inescrupulosa, a arro!1ncia+ 8ais pessoas podem se tornar muito poderosas ou muito famosas+ Seu nome pode at) ficar na \ist0ria+ Mas, depois "ue morrem, seu poder se esvai e sua fama passa a ser apenas uma palavra va%ia+ / "ue ent(o conse!uiram de fato& A inutilidade inutilidade das emoções aflitivas fica ainda mais evidente evidente no caso da raiv raiva, a, da c0 c0le lera ra++ Xu Xuan ando do esta estamo moss en enco cole leri ri%a %ado dos, s, n( n(oo sent sentim imos os comp co mpai ai6( 6(o, o, amor amor,, !e !ene nero rosi sida dade de,, vo vont ntade ade de pe perd rdoa oarr, tole toler1 r1nci nciaa /u paciência+ assim nos privamos de tudo em "ue consiste a felicidade+ A raiv raivaa n( n(oo s0 de dest str0 r0ii no noss ssaa capa capaci cida dade de de disc discer erni nime ment ntoo co como mo a. a.re re camin'o para a f5ria, o rancor, o 0dio e a perversidade, todos eles ne!ativos por"ue s(o causa direta de dano aos outros+ A c0lera fa% sofrer+ , no m*nimo, causa o desconforto do constran!imento+ 9or e6emplo, sempre !ostei de consertar rel0!ios de pulso+ Mas lem.ro4me de diversas =7
ocasiões em "ue, "uando menino, perdi completamente a paciência com a"uelas peças diminutas e complicadas e atirei o mecanismo do rel0!io na mesa, despedaçando4o+ É claro "ue, mais tarde, ficava muito arrependido e enver!on'ado com a min'a atitude, so.retudo em certa ocasi(o em "ue V77 tive de devolver o rel0!io para o dono em condições piores do "ue antes+ A 'ist0ria, por .anal "ue se3a, tam.)m ilustra o fato de "ue 9odemos ter confortos materiais em a.und1ncia ] .oa comida, uma casa confort-vel e .em4aparel'ada 4 e ainda assim perder a pa% interior num acesso de raiva+ Aca.amos n(o sa.oreando nem mesmo um caf) da man'(+ "uando essas crises passam a ser 'a.ituais, mesmo se formos cultos, ricos ou poderosos, as pessoas simplesmente se afastam de n0s+ Di%em# $A', sim, ele ) muito inteli!ente, mas ) !rosseiro demais+ $ /u ent(o# $la ) e6tremamente talentosa, mas se irrita Com muita facilidade, tome cuidado com ela+ $ Como diante de um c(o "ue est- sempre rosnando e mostrando os dentes, Somos cautelosos com a"ueles cu3os corações est(o pertur.ados pela raiva+ 9referimos desistir de sua compan'ia do "ue correr o risco de enfrentar uma e6plos(o+ N(o ne!o "ue, tal como no caso do medo, e6ista uma esp)cie de raiva produtiva, "ue nos vem como uma onda de ener!ia ante dete de term rmin inad adas as situ situaç açõe ões+ s+ É ad admi miss ss*v *vel el "u "uee esse esse tipo tipo de raiv raivaa ten' ten'aa conse"Zências positivas+ 9ode4se conce.er a raiva e a indi!naç(o diante da in3ustiça, "ue al!u)m a!ir de maneira altru*stica+ A raiva "ue nos fa% correr em socorro de al!u)m "ue est- sendo atacado na rua pode ser caracteri%ada como 9ositiva+ 9or)m, "uando raiva se torna pessoal e se transforma em vin!ança ou perversidade, ent(o sur!e o peri!o+ Xuando n0s mesmos fa%emos al!o ne!ativo, somos capa%es de distin!uir entre V777 a nossa pessoa e o ato ne!ativo+ Mas, "uando se trata dos outros, em !eral n(o conse!uimos fa%er essa distinç(o+ / "ue mostra "ue n(o se deve confiar nem mesmo na raiva 3ustificada+ Se parece e6a!ero afirmar "ue a raiva ) uma emoç(o inteiramente in5til, ser- "ue al!u)m 3amais ouviu falar "ue ter raiva torna al!u)m feli%& Nin!u)m+ Xue m)dico prescreve a raiva como tratamento para al!uma doença& Nen'um+ A raiva s0 nos fere+ N(o '- nada "ue a recomende+ =
9er!unte a si mesmo# "uando est- com raiva, fica mais feli%& Sua mente se acalma e seu corpo rela6a& /u ) o contr-rio, seu corpo fica tenso e a mente a!itada& Se a "uest(o ) manter nossa pa% de esp*rito e, conse"Zentemente, nosssa feli no felici cida dade de,, co conc nclu lu*m *mos os "u "ue, e, al)m al)m de ser ser impo import rtan antte tomar omar consci con sciênc ência ia de nossas nossas emoções emoções e pen pensam sament entos os ne! ne!ati ativos vos,, precis precisamos amos cultivar o firme '-.ito de nos contermos ao rea!ir a eles+ As emoções e os pensamentos ne!ativos s(o o "ue nos fa% a!ir de modo anti)tico+ Al)m disso, tendo em vista "ue a emoç(o aflitiva ) tam.)m a fonte de nosso sofr sofrim imen ento to inte interi rior or 4 po porr !e !era rarr frus frustr traç aç(o (o,, co conf nfus us(o (o,, inse inse!u !ura ranç nça, a, ansiedade e at) a perda de respeito pr0prio "ue corroem a autoconfiança 4, dei6ar de control-4la ser- permanecer em estado de perp)tuo desconforto mental e emocional+ emocional+ A pa% interior interior ser- imposs*vel+ imposs*vel+ m ve% de felicidade, felicidade, 'aver- inse!urança+ A ansiedade e a depress(o estar(o sempre rondando por perto+ Al!umas pessoas ac'am "ue, em.ora o ideal se3a reprimir esses sentimentos de intenso rancor "ue podem levar violência e at) ao crime, V77 corre4se o risco de perder a independência "uando se cont)m as emoções e se investe em disciplinar a mente+ Na realidade, o oposto ) "ue ) verdadeiro+ Assim como o amor e a compai6(o, a raiva e a emoç(o aflitiva nunca se es!otam+ Ao contr-rio, tendem a aumentar, como a -!ua de um rio no ver(o "uando a neve se derrete, e de tal maneira "ue, em ve% de independentes, nossas mentes ficam escravi%adas e indefesas so. seu dom*nio+ Xuem se entre! e!aa a emo emoções e pensame amentos ne!ativos inevitavelmente se acostuma com eles+ o resultado ) ficar cada ve% mais propenso sua irrupç(o e ser cada ve% mais controlado c ontrolado por eles+ A pessoa se 'a.itua a e6plodir sempre "ue enfrenta circunst1ncias desa!rad-veis+ 8orna4se escrava deles+ A pa% interior 4 "ue ) a principal caracter*stica da felicidade 4 e a raiva n(o podem coe6istir sem "ue uma arru*ne a outra+ Na verdade, as emoções e pensamentos ne!ativos arru*nam as pr0prias causas da pa% e da felicidade+ N(o '- l0!ica em .uscar felicidade se n(o se fa% nada para conter sentimentos de c0lera, rancor e a!ressividade+ Xuando estamos encoleri%ados, "uase sempre usamos palavras -speras "ue põem em risco =K
os relacionamentos pessoais+ como a felicidade sur!e dentro do conte6to de nosso relacionament relacionamentoo com os outros, pre3udicamos pre3udicamos uma das condições fundamentais para con"uist-4la+ :eprimir a raiva e nossas emoções e pensamentos ne!ativos n(o si!nifica ne!ar nossos sentimentos+ \- uma importante distinç(o a ser feit feitaa en entr tree ne ne!a !aç( ç(oo e co cont nten enç( ç(o+ o+ A co cont nten enç( ç(oo co cons nsis iste te em ad adot otar ar V77K deli.eradamente uma disciplina "ue se .aseie em uma avaliaç(o das vanta!ens em a!ir desse modo+ É muito diferente de al!u)m reprimir emoções como a raiva por"ue ac'a necess-rio demonstrar autocontrole ou por receio do "ue os outros possam ac'ar+ ac'ar+ 8al comportamento e"uivale a co.rir uma ferida "ue ainda est- infectada+ Mais uma ve% n(o se trata a"ui de se!uir re!ras+ Xuando a pessoa ne!a ou reprime indiscriminadamente, corre o risco de acumular rancores e ressentimentos+ , no futuro, pode c'e!ar a um ponto em "ue desco.re n(o ser mais poss*vel reprimir esses sentimentos+ e6plode, sem controle nem li.erdade+ m suma, e6istem pensamentos e emoções "ue ) conveniente e at) importante e6pressar a.ertamente 4 inclusive os ne!ativos 4, se .em "ue 'a3a maneiras mais ou menos ade"uadas de fa%ê4lo+ É muito mel'or enfrentar uma situaç(o ou uma pessoa do "ue esconder a raiva, remoê4la e alim alimen enta tarr ress ressen enti time ment ntos os no co cora raç( ç(o+ o+ ntr ntret etan anto to,, se e6 e6pr pres essa samo moss indiscrimi indiscriminadamen nadamente te pensamentos pensamentos e emoções ne!ativos ne!ativos so. o prete6to prete6to de "ue precisam ser formulados, '- uma forte possi.ilidade, por todas as ra%ões citadas, de perda de controle e reaç(o e6a!erada+ Sendo assim, ) impr impres esci cind nd*v *vel el ter ter crit crit)r )rio io,, n( n(oo s0 "u "uan anto to ao aoss sent sentim imen ento toss "u "uee se e6pressam como maneira como s(o e6pressos+ No meu entender, a felicidade !enu*na caracteri%a4se pela pa% interior e sur!e dentro do conte6to de nossos relacionamentos com os outros+ 9ortanto, depende de uma conduta )tica+ / "ue, por sua ve%, V77Q consiste em atos "ue levem em conta o .em4estar dos outros+ / nosso !rande o.st-culo a esse tipo de conduta ) a emoç(o aflitiva+ Se ent(o "uisermo rmos ser fel feli%es, preci ecisamo amos controlar nossas reaçõ ações aos pensamentos e emoções ne!ativos+ o "ue "uero di%er "uando me refiro necessidade de domar o elefante .ravio "ue ) a mente indisciplinada+ =Q
Xuando dei6amos de conter nossas reações s emoções aflitivas, nossas ações tornam4se anti)ticas e o.struem os canais de nossa felicidade+ N(o estamos falando de .udismo, n(o estamos falando de alcançar a uni(o com Deus+ stamos apenas recon'ecendo o fato de "ue nossos interesses e noss no ssaa feli felici cida dade de futu futura ra est( est(oo inti intima mame ment ntee li!a li!ado doss ao aoss do doss ou outr tros os e tentando aprender a a!ir de acordo com isso+ V77 Cap*tulo = A É8ICA DA ;I:8UD Su!eri anteriormente "ue, se "uisermos ter uma felicidade !enu*na, a contenç(o interior ) indispens-vel+ 8odavia, n(o se pode parar por a*+ Apes Ap esar ar de no noss impe impedi dirr de comet cometer er atos atos fla! fla!ra rant nteme ement ntee ne ne!a !ati tivo vos, s, a cont co nten enç( ç(oo so%i so%in' n'aa ) insu insufi fici cien ente te pa para ra se c' c'e! e!ar ar feli felici cida dade de "u "uee se caracteri%a pela pa% interior+ 9ara "ue nos transformemos, modificando nossos '-.itos e nossa *ndole de modo "ue nossas ações e6pressem compai6(o, ) necess-rio desenvolver o "ue se pode c'amar de uma )tica da virt virtud ude+ e+ Al)m Al)m de ev evit itar ar os pe pens nsam amen enttos e emoç emoçõe õess ne ne!a !ati tivo vos, s, precisamos cultivar e reforçar nossas "ualidades positivas+ Xuais s(o essas "ualidades "ualidades positivas& positivas& Nossas "ualidades "ualidades 'umanas, 'umanas, ou espirituais, espirituais, .-sicas, como o amor e compai6(o, paciência, toler1ncia, 'umildade+ Depois da compai6(o Rnying je, a principal principal delas ) a "ue c'amamos em ti.etano de sö pa+ Mais uma ve%, temos a"ui uma e6press(o "ue parece n(o ter nen'uma e"uivalente dispon*vel em outras l*n!uas, em.ora as id)ias id)ias "ue transm transmite ite se3am se3am univers universais ais++ Muitas Muitas ve%es, ve%es, sö pa ) tradu%ida simplesmente como $paciência$, apesar de seu sentido literal ser $capa% de suportar$ ou $capa% de resistir$+ Contudo, s pa tam.)m encerra uma noç(o de resoluç(o, de cora!em+ 9ortanto, e6prime uma reaç(o deli.erada V77P Rao contr-rio de uma reaç(o impensada aos fortes pensamentos e emoções "ue costumam sur!ir "uando al!o de mal nos acontece+ Sendo assim, sö pa ) o "ue nos d- forças para resistir ao sofrimento e nos a3uda a n(o perder a compai6(o, mesmo por a"ueles "ue nos fa%em f a%em mal+ 8udo isso me fa% lem.rar o e6emplo de Lopon4la, um mon!e de Nam!al, o mosteiro dos dalai lamas+ Depois da min'a fu!a do 8i.et, =
Lopo Lopon4 n4lla foi foi um do doss mui muitos tos mil'a il'are ress de mon on!e !ess e func funcio ionn-ri rios os aprisionados pelas forças de ocupaç(o+ Xuando finalmente o li.ertaram, permitiram4l'e "ue viesse para a ndia e ele voltou para seu anti!o mosteiro+ Mais de vinte anos depois de vê4lo pela 5ltima ve%, encontrei "uase o mesmo Lopon4la de "ue me lem.rava+ stava mais vel'o, ) claro, mas n(o mudara fisicamente, e mentalmente as provações n(o o tin'am de modo al!um afetado+ Sua delicade%a e serenidade permaneciam intocadas+ Nossa conversa revelou, todavia, "ue ele fora tratado com e6trema crueldade durante a"ueles lon!os anos na pris(o+ Funto com todos os outros, fora su.metido a uma $reeducaç(o$, tendo sido forçado a condenar sua reli!i(o e, em muitas ocasiões, fora tam.)m torturado+ Xuando l'e per!untei se sentira medo, ele admitiu "ue 'avia uma coisa "ue o amedrontava# amedrontava# a possi.ilidade possi.ilidade de perder a compai6(o compai6(o e a consideraç(o por seus carcereiros como seres 'umanos+ A"uilo me emocionou muito e tam.)m me animou+ A 'ist0ria de Lopon4la confirmava al!o em "ue eu sempre tin'a acreditado+ N(o ) s0 a constituiç(o f*sica de uma pessoa, ou V77= sua inteli!ência, sua educaç(o ou at) seu condicionamento social "ue l'e permitem resistir s provações+ Seu estado espiritual ) muito mais si!nificativo+ en"uanto al!uns s(o capa%es de so.reviver apenas custa de força de vontade, os "ue sofrem menos s(o os "ue atin!em um alto !rau e sö pa+ Autocontrole e força moral Rcora!em frente adversidade s(o duas definições "ue c'e!am .em perto de sö pa em seu !rau inicial+ 9or)m, "uando mais desenvolvida, essa "ualidade confere serenidade diante da adversidade, uma sensaç(o de n(o se dei6ar pertur.ar, refletindo uma aceitaç(o volunt-ria da provaç(o para atin!ir um o.3etivo espiritual mais alt alto+ / "u "uee en envo volv lvee acei aceita tarr a real realid idad adee de de dete term rmin inad adaa situa ituaç( ç(oo recon'ecendo "ue, so. sua sin!ularidade, e6iste uma vasta e comple6a rede de causas e condições relaciona as entre si+ Sö pa ) portanto o meio pelo "ual praticamos a verdadeira n(o4 4violência+ É o "ue nos permite n(o s0 controlar nossas reações f*sicas "uando somos provocados como dei6ar de lado nossos pensamentos e emoções ne!ativos+ N(o se trata de sö pa "uando cedemos de m- vontade vontade e !uardando rancor+ Se o c'efe no tra.al'o l'e causa um a.orrecimento e =P
você ) o.ri!ado a su.meter4se opini(o dele apesar de seus sentimentos, isso n(o ) sö pa+ A essência de sö pa ) um autocontrole paciente e resoluto diante da adversidade+ /u se3a, a"uele "ue prati atica esse tipo de autocontrole est- determinado a n(o ceder a impulsos ne!ativos R"ue s(o e6perimentados como emoções aflitivas so. a forma de raiva, 0dio, dese3o V77 de vin!ança, e assim por diante, a n(o se entre!ar ao ressentimento e a n(o revidar altura+ Nada disso si!nifica "ue n(o e6istam ocasiões em "ue ) apropriado rea!ir s atitudes dos outros com medidas en)r!icas+ Nem esse tipo de pr-tica da paciência si!nifica "ue devemos aceitar "ual"uer coisa "ue os outros nos fa%em e simplesmente ceder+ Nem "ue n(o devemos rea!ir "uando enfrentamos o mal+ Sö pa n(o deve ser confundido com passividade+ \- momentos na vida de "ual"uer pessoa em "ue as palavras duras 4 e at) a intervenç(o f*sica 4 podem ser necess-rias+ Ao prote!er nossa serenidade interior, por)m, sö pa coloc coloca4n a4nos os em uma uma posiç(o mais se!ura para avaliar se uma reaç(o n(o4violenta ) mais apropriada do "ue "uando estamos dominados por pensamentos e emoções ne!ativos+ Com isso, vemos "ue ) e6atamente o oposto da covardia+ A covardia ) o "ue acontece "uando o medo nos fa% perder toda a confiança+ / autoco autocont ntrol rolee pacie pacient ntee si!n si!nifi ifica ca "u "uee perma permane necem cemos os firm firmes es mesm mesmoo sentindo medo+ Da mesma forma, "uando falo de aceitaç(o, n(o "uero di%er "ue n(o devemos fa%er todo o poss*vel para resolver nossos pro.lemas sempre "ue puderem ser resolvidos+ No caso de um sofrimento presente 4 a"uele pelo "ual se est- passando 4, por)m, a aceitaç(o pode evitar "ue se acrescente ao fardo do momento momento o sofrimento sofrimento mental e emocional+ emocional+ 9or e6emplo, n(o '- nada "ue se possa fa%er para evitar a vel'ice+ É muito mel'or aceitar a situaç(o do "ue se in"uietar a respeito+ De fato, sempre me parece um V77B pouco tolo o esforço de certas pessoas idosas para tentar manter uma aparência de 3uventude+ / autocontrole paciente, portanto, ) a "ualidade "ue n(o dei6a os pensamentos e emoções ne!ativos tomarem conta de n0s+ 9reserva 9reser va a nossa pa% de esp*rito diante das adversidades+ Atrav)s desse tipo de pr-tica da paciência, nossa conduta toma4se eticamente *nte!ra+ Como 3- vimos, o ==
primeiro passo para a pr-tica da )tica ) conter nossa reaç(o aos pensamentos e emoções ne!ativos medida "ue sur!em+ / passo se!uinte 4 o "ue fa%emos depois de pisar no freio 4) conter essa e6asperaç(o com paciência+ / leitor poder- o.3etar "ue s ve%es isso ) imposs*vel+ / "ue di%er "uando al!u)m pr06imo de n0s, "ue con'ece todas as nossas fra"ue%as, usa esse con'ecimento para nos ferir& A raiva "ue sentimos pode derru.ar completamente todas as nossas defesas+ Nessas circunst1ncias, talve% se3a mesmo dif*cil conse!uir manter o sentimento de compai6(o pelo outro, mas ) necess-rio ao menos ter o cuidado de n(o rea!ir de modo violento ou a!ressivo+ / mel'or a fa%er ) sair da sala para dar uma volta, de preferência na nature%a, ou respirar vinte ve%es antes de responder# precisamos encontrar uma maneira de nos acalmarmos um pouco+ 9or isso devemos introdu%ir a pr-tica da paciência em nosso dia4a4dia+ É uma "uest(o de nos familiari%armos com ela, em seu !rau mais profundo, de modo "ue, diante de uma situaç(o dif*cil, mesmo tendo de fa%er um esforço maior, sai.amos o "ue est- em causa+ Ao contr-rio, se i!norarmos a pr-tica da paciência at) o momento em "ue realmente passamos por V7 dificuldades, ) muito prov-vel "ue n(o consi!amos resistir irritaç(o+ Uma das mel'ores maneiras para nos familiari%armos com a virtude da paciência, ou sö pa , ) nos dedicarmos a refletir refletir sistematicam sistematicamente ente so.re seus .enef*cios+ Sö pa ) a fonte do perd(o+ ) o "ue '- de mel'or para preservar nossa consideraç(o pelos outros, n(o importa como se comportem conosco+ Xuando sö pa se com.ina com nossa capacidade de dist distin in!u !uir ir en entr tree aç(o aç(o e a! a!en ente te,, o pe perd rd(o (o po pode de vir vir de modo modo na natu tura ral+ l+ 9ermite44nos manter nossa capacidade de 3ul!ar o ato e de ter compai6(o pelo indiv*duo "ue o pratica+ Da mesma forma, "uando desenvolvemos a capacidade de toler1ncia, verificamos "ue desenvolvemos tam.)m uma reserva correspondente de calma e de tran"Zilidade+ 8endemos a ser meno menoss an anta ta!2 !2ni nico coss e mais mais a! a!ra radd-ve veis is no co conv nv*v *vio io,, o "u "uee cria cria uma uma atmosfera positiva nossa volta, de modo "ue se torna mais f-cil para os outr ou tros os o rela relaci cion onam amen ento to co cono nosc sco+ o+ A pr-t pr-tic icaa da pa paci ciên ênci ciaa tra% tra% uma uma est esta. a.iilida lidade de emo emocion cional al "u "uee n( n(oo s0 no noss fa% fa% mais mais fort fortes es ment mental al e
=
espiritualmente como mais saud-veis fisicamente+ Sem d5vida, atri.uo a .oa sa5de de "ue desfruto a uma mente em e m !eral calma e serena+ ntr ntret etant anto, o, o .e .ene nef* f*ci cioo mais mais impo import rtant antee de sö pa, ou paciência, consiste em sua aç(o como um ant*doto poderoso ao mal da raiva, a maior ameaça nossa pa% interior e, conse"uentemente, nossa felicidade+ A paciência ) o mel'or recurso de "ue dispomos para nos defendermos internamente dos efeitos destrutivos da raiva+ 9ensem .em# a ri"ue%a n(o V77 prote!e nin!u)m da raiva+ Nem a educaç(o, por mais talentosa ou inteli!ente inteli!ente "ue "ue a pessoa se3a+ A lei, lei, muito menos, menos, pode ser de "ual"uer "ual"uer a3uda+ a fama ) in5til+ S0 a proteç(o interior do autocontrole paciente evit ev itaa "u "uee e6 e6pe peri rime ment ntem emos os o tumu tumult ltoo da dass emoç emoçõe õess e pe pens nsam amen ento toss ne!ativos+ ne!ativos+ A mente, mente, ou esp*rito esp*rito Rlo, n(o ) f*sica+ N(o pode ser tocada ou ferida diretamente+ S0 as emoções e pensamentos ne!ativos podem feri4la+ 9ortanto, s0 a "ualidade positiva correspondente pode prote!ê4la+ / se! e!un unddo pa passso pa para ra no noss fami famili liar ari% i%ar arm mos co com m a virt virtud udee da paciência ) pensar na adversidade n(o tanto como uma ameaça nossa pa% de esp*rito, mas como o pr0prio meio pelo "ual se ad"uire paciência+ Se noss coloc no colocarm armos os ne ness ssaa pe pers rspe pect ctiv iva, a, ve verem remos os a" a"uel ueles es "u "uee no noss po podem dem pre3udicar como sendo, de certa forma, professores de paciência+ ssas pessoas nos ensinam o "ue 3amais aprender*amos simplesmente ouvindo al!u)m falar, por mais s-.ios ou santos "ue fossem+ Muito menos o leitor pode esperar aprender a ser virtuoso meramente lendo este livro 4 a n(o ser "ue o ac'e t(o tedioso "ue e6i3a perseverança Com a adversidade, por)m, podemos aprender o valor da paciência, da toler1ncia+ a"ueles "ue nos pre3udicam s(o, em especial, os "ue nos oferecem oportunidades sem paralelo para praticar a disciplina de nosso comportamento+ / "ue n(o "uer di%er "ue as pessoas n(o se3am respons-veis por seus atos+ É .om lem.rar "ue elas podem estar a!indo movidas so.retudo pela i!nor1ncia+ i!nor1ncia+ Uma criança "ue cresceu em um am.iente violento talve% n(o con'eça outra maneira de a!ir+ / resultado ) "ue a "uest(o da culpa torna44se muito redundante+ A reaç(o apropriada a al!u)m "ue nos fa% sofrer 4V7 n(o me refiro a"ui, ) evidente, s situações em "ue al!u)m se opõe a n0s le!itimamente, como no caso de recusar4se a ceder s nossas e6i!ências =B
desca.idas 4 ) recon'ecer "ue, ao pre3udicar4nos, a pessoa est- pondo em risco sua pa% de esp*rito, seu e"uil*.rio interior+ o mel'or "ue temos a fa%er ) ter compai6(o por a"uela pessoa, at) por"ue o simples dese3o de tam.)m feri4la n(o vai ser eficiente+ Mas vai nos ferir, sem a menor d5vida+ Ima!inem dois vi%in'os "ue est(o .ri!ando por al!um motivo+ Um deles conse!ue encarar a disputa com tran"Zilidade+ / outro est- o.cecado por ela e fica o tempo todo procurando inventar maneiras de pre3udicar o advers-rio+ o "ue acontece& N(o demora muito e o "ue rumina maldades começa a sofrer as conse"Zências disso+ 9rimeiro perde o apetite, depois o sono+ A sa5de começa a mostrar4se a.alada+ 9assa os dias e as noites atormentado por a"uela id)ia fi6a e aca.a, ironicamente, reali%ando os dese3os do advers-rio+ de fato, "uando se pensa mel'or a respeito, '- um aspecto n(o totalmente racional em escol'er as pessoas como o.3eto de nossa raiva+ ;amos amos fa%er fa%er um pe pe"u "uen enoo e6 e6erc erc*c *cio io de ima! ima!in inaç aç(o (o++ Supo Supon' n'am amos os "u "uee al!u)m nos ofende ver.almente+ Se sentimos raiva por causa da m-!oa "ue isso nos causa, ser- "ue o foco de nosso sentimento n(o deveria estar nass pr0p na pr0pri rias as palav palavra rass ofen ofensi siva vas, s, uma uma ve ve%% "u "uee s(o s(o elas elas "ue de fato fato V7K causaram a m-!oa& No entanto, ficamos %an!ados com a pessoa "ue as disse+ disse+ A 3ustificati 3ustificativa va seria "ue a pessoa "ue di% as ofensas ofensas ) moralmente moralmente respons-vel por elas, o "ue n(o dei6a de ser verdade+ Ao mesmo tempo, se devemos ter raiva do "ue de fato causou a m-!oa, suas palavras ) "ue s(o a causa mais imediata de nossa reaç(o+ Mel'or ainda, ser- "ue n(o dever*amos direcionar nossa raiva para a"uilo "ue fe% com "ue a pessoa noss ofend no ofendes esse se,, ou se3a se3a,, suas suas emoç emoções ões aflit aflitiv ivas as&& 9or" 9or"ue ue,, se a pe pess ssoa oa estivesse calma e em pa%, talve% n(o a!isse da"uela maneira+ Contudo, desses três fatores ] as palavras "ue ma!oam, a pessoa "ue as di% e os impulsos ne!ativos "ue motivam a pessoa 4, ) para a pessoa "ue diri!imos nossa raiva+ \- uma certa incoerência nisso+ Se ale!armos "ue a verdadeira causa de nossa m-!oa ) a nature%a da pessoa "ue nos ofende, ainda assim n(o seria ra%o-vel ter raiva dela+ 9ois se a sua nature%a fundamental ) ser 'ostil a n0s, ela seria incapa% de a!ir de outra maneira+ Nesse caso, ter raiva dela n(o faria sentido+ Se nos
"ueimamos, n(o fa% sentido ficar %an!ado com o fo!o+ da nature%a do fo!o a capacidade de "ueimar+ 9ara nos lem.rarmos "ue o conceito de 'ostilidade inerente e de mal inerente ) falso, ca.e o.servar "ue, em outras circunst1ncias, a mesma pessoa "u# nos est- ma!oando poderia tornar4se um .om ami!o+ comum ouvir falar de soldados "ue lutam em lados opostos durante os conflitos e depois se tornam ami!os em tempos de pa%+ certamente 3- tivemos a e6periência de encontrar al!u)m "ue n(o V7Q apre ap reci ci-v -vamo amoss muit muitoo no pa pass ssado ado e "u "uee aca.a aca.amo moss de desc sco. o.ri rind ndoo ser ser na verdade .em a!rad-vel+ É claro "ue n(o podemos pensar dessa maneira com relaç(o a todas as situações+ Xuando somos fisicamente ameaçados, ) mel'or n(o perder tempo com tais id)ias e concentrar as ener!ias em sair correndo Mas ) de !rande a3uda "ue nos familiari%emos com os v-rios aspectos e .enef*cios da pa paci ciên ênci cia+ a+ 9erm 9ermit ite4 e4no noss en enfr fren enta tarr os de desa safi fios os ap apre rese sent ntad ados os pe pela lass adversidades de uma forma construtiva+ /.servei anteriormente "ue sö pa, ou paciência, a!e como uma força contr-ria raiva+ De fato, para cada estado ne!ativo, e6iste um outro "ue podemos identificar como oposto+ A 'umildade se opõe ao or!ul'oO a satisfaç(o, !an1nciaO a perseverança, indolência+ Se, ent(o, "ueremos superar o estado de esp*rito pernicioso "ue se instala "uando li.eramos pensamentos e emoções ne!ativos, o prop0sito de refrear nossa reaç(o s emoções aflitivas deve ser acompan'ado do prop0sito de cultivar as virtudes+ Am.os camin'am 3untos+ por isso "ue a disciplina da )tica n(o pode ser confinada mera contenç(o dos aspectos ne!ativos ou mera afirmaç(o de "ualidades positivas+ 9ara ver como funciona esse processo de contenç(o com.inado afirmaç(o das "ualidades, vamos ver o "ue acontece com a ansiedade, "ue ) uma forma de medo ampliada+ 8odos n0s forçosamente nos defrontamos com e6periências e acontecimentos "ue nos preocupam+ A preocupaç(o se transforma em ansiedade "uando começamos a ruminar so.re o assunto e dei6amos "ue a ima!inaç(o l'e acrescente id)ias ne!ativas+ A partir da* V7 sent sentim imos os an ansi sied edad adee e in"u in"uie ieta taç( ç(o+ o+ "u "uan anto to mais mais no noss en entr tre! e!am amos os in"uietaç(o, in"uietaç(o, mais ra%ões encontramos encontramos para 3ustific-4la+ 3ustific-4la+ c'e!amos afinal 7
a um estado de afliç(o permanente+ A medida "ue esse estado evolui, diminui diminui a nossa capacidade capacidade de rea!ir e com.atê4lo com.atê4lo de al!uma forma, e ele se intensifica+ intensifica+ Uma refle6(o refle6(o mais cuidadosa, cuidadosa, por)m, mostranos "ue o "ue '- por tr-s desse processo ) uma vis(o limitada e uma falta de perspectiva ade"uada+ isto nos fa% i!norar o fato de "ue as coisas e acontecimentos s0 ocorrem como resultado de inumer-veis causas e condições+ Nossa tendência ) nos concentrarmos e6clusivamente em um ou dois aspectos do "ue est- acontecendo+ Ao a!ir assim, inevitavelmente nos limitamos a procurar meios para superar apenas a"ueles aspectos+ / pro.lema ) "ue, "uando n(o os encontramos, corremos o risco de cair em total des1nimo e deso de sori rien enta taç( ç(o+ o+ / prim primei eiro ro pa pass ssoo pa para ra supe supera rarr a an ansi sied edad adee ), en ent( t(o, o, desenvolver uma perspectiva ade"uada da situaç(o+ 9odemos fa%er isso de diversas maneiras diferentes+ Uma das mais efica%es ) procurar desviar o foco da atenç(o de n0s para os outros+ Se conse!uimos, verificamos "ue a intensidade de nossos pro.lemas diminui+ N(o se trata de i!norar as nossas necessidades, mas de lem.rar das dos outros paralelamente, mesmo "ue as nossas se3am prementes+ Xuando noss no ssaa preo preocup cupaç aç(o (o pe pelo loss ou outr tros os se trad tradu% u% em aç(o, aç(o, no noss ssaa co confi nfianç ançaa pessoal aumenta de imediato e a preocupaç(o e a ansiedade passam a um se!undo plano+ desco.rimos "ue "uase todo o sofrimento mental e V7P emocional caracter*stico da vida moderna, "ue inclui as sensações de desesperança e de solid(o, entre outras, diminui "uando nos envolvemos em atividades motivadas pela consideraç(o pelos outros+ Acredito "ue se3a por isso "ue n(o .asta reali%ar ações "ue s0 s(o positivas e6ternamente para redu%ir a ansiedade+ Xuando verdadeira motivaç(o ) atin!ir nossos o.3etivos imediatos, isso apenas aumenta nossos pro.lemas+ / "ue di%er, por)m, da"uelas ocasiões em "ue ac'amos toda a nossa vida insatisfat0ria, "uando nos sentimos a ponto de e6plodir de tanto sofrimento, como acontece de ve% em "uando com todo mundo de maneira mais ou menos intensa& Xuando isso acontece, ) vital empre!ar todos os esforços para encontrar uma forma de mel'orO o 1nimo+ Uma delas ) pensar nos nossos tesouros# ser amado por al!u)m, ter certos talentos, ter rece.ido uma .oa educaç(o, ter as necessidades .-sicas satisfeitas ] alimento para comer, roupas para vestir, um lu!ar para morar 4, ter a!ido
com altru*smo em al!uma ocasi(o no passado+ Como o .an"ueiro "ue recol'e os 3uros at) do menor empr)stimo "ue fa%, temos de levar em conta at) o mais insi!nificante aspecto positivo de nossas vidas+ N(o podemos dei6ar "ue a sensaç(o de +impotência tome conta de n0s, levando4nos a crer "ue somos incapa%es de reali%ar al!o positivo, o "ue s0 fa% criar condições para o desespero, para um .eco sem sa*da, sem outra alternativa a n(o ser a morte+ V7= Na maioria dos casos de desesperança, de e6tremo de samparo, o pro.lema ) a percepç(o "ue a pessoa tem de sua pr0pria situaç(o e n(o a real realid idad adee do "u "uee estest- oc ocor orre rend ndo+ o+ / pro. pro.le lema ma talv talve% e% n( n(oo po poss ssaa ser ser resolvido sem a cooperaç(o de outras pessoas e, nesse caso, deve4se 4 pedir a3uda+ ntretanto, s ve%es '- circunst1ncias irremedi-veis+ É a* "ue a crença reli!iosa reli!iosa pode pode ser reconfortant reconfortante, e, uma fonte fonte e al*vio+ Mas Mas isso ) outro assunto+ m "ue mais pode consistir a )tica da virtude& Como princ*pio .-sico, ) essencial evitar os e6tremos+ Da mesma forma "ue comer demais e t(o peri!oso "uanto comer e de menos, e preciso ter com senso na .usca e na pratica a virtude+ At) as causas no.res, "uando levadas ao e6tremo, podem causar males+ Como a cora!em "ue, levada ao e6cesso e sem a devida dev ida avalia avaliaç(o ç(o das circun circunst1 st1ncia ncias, s, transf transform orma4se a4se em imprudê imprudênci nciaa e temeridade+ / e6cesso, de fato, pre3udica um dos principais o.3etivos da pr-tica da virtude, "ue ) e"uili.rar nossa tendência tendênc ia para reações mentais e emocionais dr-sticas em relaç(o aos outros e aos acontecimentos "ue nos causam sofrimentos inevit-veis+ É importante tam.)m perce.er "ue transformar o coraç(o e a mente para "ue nossas ações se tomem espontaneamente )ticas e6i!e "ue colo"uemos a .usca a virtude no centro e nossa vida di-ria+ Isto por"ue o amor, a compai6(o, a paciência, a !enerosidade, a 'umildade e as outras "ualidades s(o todas complementares+ como ) t(o dif*cil erradicar a emoç(o aflitiva, ) necess-rio "ue nos 'a.ituemos a seus opostos antes mesmo "ue os pensamentos e emoções ne!ativos sur3am+ 9or e6emplo, V7 cultivar a !enerosidade ) essencial para com.ater nossa tendência de prote!er demais de mais nossos .ens e at) mesmo a nossa ener!ia e ner!ia f*sica+ A pr-tica K
da !eneros rosidade a3uda a com. om.ater o '-.ito ito da mes"uin uin'e%, "ue costumamos 3ustificar di%endo# $/ "ue vai so.rar para mim se eu começar a dar tudo "ue ten'o&$ A !enerosidade ) considerada uma virtude em todas as !randes reli!iões e em todas as sociedades civili%adas e claramente tra% .enef*cios tanto para "uem d- "uanto para "uem rece.e+ "ue rece.e ) aliviado das dificuldades !eradas pela necessidade+ "ue d- ) revi!orado pela ale!ria "ue sua d-diva proporciona aos outros+ Ao mesmo tempo, temos de recon'ecer "ue e6istem diferentes tipos e !raus de !enerosidade+ Xuando se ) !eneroso com o intuito de mel'orar a ima!em "ue os outros fa%em de n0s 4 para !an'ar fama ou lev-4los a ac'ar "ue somos .ondosos 4, desvirtu rtuamo amos o ato ato+ N(o ) !enero erosidad adee "ue se pratica, ) auto4 4en!randecimento+ Da mesma forma, a"uele "ue d- muito pode n(o estar send sendoo t(o t(o !e !ene nero roso so "u "uan anto to a"u a"uel elee "u "uee d- po pouc uco+ o+ 8udo de depe pend ndee do doss recursos e da motivaç(o de "uem d-+ m.ora uma coisa n(o su.stitua a outra, doar nosso tempo e ener!ia pode representar uma ordem mais elevada de !enerosidade do "ue dar presentes+ :efiro4me em especial dadiva de serviços prestados aos deficientes f*sicos e mentais, aos desa.ri!ados, aos solit-rios, aos "ue est(o e aos "ue estiveram na pris(o+ sse tipo de d-diva inclui tam.)m a V7B dos professores, "ue transmitem seus con'ecimentos aos alunos+ , em se!uida, no meu entender, a mais compassiva forma de !enerosidade ) a"uela praticada sem nen'um pensamento ou e6pectativa de recompensa e .aseada em !enu*na preocupaç(o pelos outros+ 9or"ue "uanto mais e6pandimos nossa intenç(o e aç(o para 3untar os interesses os outros aos nossos, mais firmemente edificamos os fundamentos de nossa pr0pria felicidade+ Di%er "ue a 'umildade ) um componente essencial de nossa .usca de transformaç(o pode parecer conflitante com o "ue falei a respeito da necessidade de auto4confiança+ ntretanto, assim como e6iste uma clara diferença entre a autoconfiança v-lida, no sentido de auto4estima, e a presunç(o 4 "ue podemos definir como uma e6a!erada noç(o de import1ncia .aseada em uma ima!em falsa do pr0prio eu 4, tam.)m ) essencial distin!uir entre a 'umildade !enu*na, "ue ) uma esp)cie de Q
mod)stia, e a falta de autoconfiança+ N(o s(o a mesma coisa, apesar e muitos confundirem uma com a outra+ / "ue talve% e6pli"ue em parte por "ue 'o3e em dia a 'umildade muitas ve%es se3a vista como uma fra"ue%a e n(o como uma indicaç(o de força interior, particularmente na -rea dos ne!0cios e da vida profissional+ A sociedade moderna certamente n(o confere 'umildade a posiç(o de import1ncia "ue ela ocupava no 8i.et "uando eu era 3ovem+ Na"uela )poca, nossa cultura e o natural respeito 'umildade de nosso povo criaram uma atmosfera prop*cia em "ue essa V7K flor flores esce ceu, u, en en"u "uan anto to a am.iç am.iç(o (o R"ue R"ue se de deve ve dist distin in!u !uir ir da aspi aspiraç raç(o (o inteiramente le!*tima de o.ter ê6ito em tarefas construtivas e .en)ficas era vista como uma caracter*stica "ue leva com facilidade a um modo de pensar e!ocêntrico+ No entanto, na vida contempor1nea, a 'umildade ) mais importante do "ue nunca+ Xuanto mais .em4sucedidos formos em nosso desenvolvimento cient*fico e tecnol0!ico, n(o s0 como indiv*duos mas mas co como mo uma uma fam* fam*li liaa co comu mum, m, tant tantoo mais mais esse essenc ncia iall ) pres preser erva varr a 'umildade+ 9ois o crescimento de nossas reali%ações temporais nos fa% mais vulner-veis ao or!ul'o e arro!1ncia+ Um m)todo efica% para desenvolver a autoconfiança e a 'umildade verdadeiras ) refletir so.re o e6emplo da"ueles cu3a presunç(o os torna o.3eto de rid*culo para os outros+ 9odem n(o ter consciência de como parecem tolos, mas isso ) evidente para todo mundo+ N(o se trata a"ui de 3ul!ar os outros, mas de e6aminar de perto as conse"Zências ne!ativas desse estado emocional e mental "ue ) a presunç(o+ / mau e6emplo dos outros nos estimula a "uerer evitar esse tipo de fra"ue%a+ De certa forma, esta estamo moss inve invert rten endo do o prin princ* c*pi pioo de n( n(oo pre3 pre3ud udic icar ar os ou outr tros os se n( n(oo "uisermos ser pre3udicados, al)m de estarmos utili%ando o fato de ser muito mais f-cil identificar os erros dos outros do "ue recon'ecer suas virtudes+ É tam.)m muito mais f-cil ac'ar defeitos nos outros do "ue em n0s mesmos+ 8alve% eu deva acrescentar "ue 'umildade n(o pode ser confundida com falta de autoconfiança e tam.)m n(o tem nada a ver com o sentimento de falta de valor pessoal+ N(o recon'ecer os pr0prios m)ritos ) sempre V7K7 noci no civo vo e po pode de leva levarr a um esta estado do de pa para rali lisi siaa ment mental al,, emoc emocio iona nall e
espiritual+ So. tais circunst1ncias, a pessoa pode c'e!ar a se detestar+ Xuero a"ui me deter para admitir "ue o conceito de 0dio de si mesmo pareceu4me incoerente "uando me foi primeiro e6plicado por psic0lo!os ocidentais+ Aparentemente, contradi%ia o princ*pio de "ue nosso dese3o fundamental ) ser feli% e evitar o sofrimento+ \o3e consi!o compreender "ue, "uando al!u)m perde toda a noç(o de perspectiva, corre o peri!o de ter 0dio por si mesmo+ Ainda assim, todos temos capacidade de empatia+ 8od odos os temo temos, s, po port rtan anto to,, po pote tenci ncial al pa para ra ado adota tarr uma uma con condu duta ta saudsaud-ve vell mesmo "ue se3am apenas pensamentos pensamentos positivos+ positivos+ Ima!inar "ue n(o temos nen'um valor pessoal ) simplesmente incorreto+ /utra maneira de evitar essa diminuiç(o de perspectiva "ue pode levar a e6tremos como o 0dio por si mesmo e o desespero ) re!o%i3ar4se com a sorte dos outros, "ual"uer "ue se3a+ Como parte dessa pr-tica, ) .astante 5til aproveitarmos todas as opor op ortu tuni nida dades des pa para ra most mostra rarr no noss ssoo respei respeito to pelos pelos ou outro tros, s, at) at) mesm mesmoo anim-44los com elo!ios "uando for apropriado+ Se 'ouver risco de tais elo!ios serem rece.idos como .a3ulaç(o ou est*mulo presunç(o, sermel'or suspender sua e6press(o e apenas pensar positivamente so.re a pessoa+ "uando formos f ormos elo!iados, n(o devemos de vemos nos inc'ar de or!ul'o e import1ncia e sim recon'ecer a !enerosidade do outro ao apreciar nossas .oas "ualidades+ V7K Xuando ferirmos ferirmos os outros ou preterirmos preterirmos seus o.3etivos o.3etivos em favor de nossos pr0prios interesses e dese3os, provocando sentimentos ne!ativos contra n0s, a forma de superar esses sentimentos ) e6pressar o nosso arrependimento e pesar pelo acontecido+ / leitor n(o deve supor "ue eu este3a defendendo o sentimento de culpa de "ue falam muitos dos meus ami!os ocidentais+ Ac'o "ue n(o temos uma palavra em ti.etano "ue possa tradu%ir $culpa $ com e6atid(o+ , por causa de suas fortes associações culturais, n(o estou certo de ter compreendido o conceito em toda a sua e6tens(o+ e6tens(o+ Mas parece4me parece4me "ue, mesmo sendo natural e esperado esperado "ue ten'amos sentimentos de desconforto com relaç(o aos nossos erros do passado, no caso do sentimento de culpa e6iste s ve%es um elemento de autocomplacência+ N(o '- sentido em remoer ansiosamente as m-s ações "uee co "u come mete temo moss no pa pass ssad adoo a po pont ntoo de fica ficarm rmos os pa para rali lisa sado dos+ s+ st( st(oo terminadas, aca.ou+ Se a pessoa acredita em Deus, o mel'or a fa%er ) procurar meios de se reconciliar com le+ No .udismo '- v-rios ritos e P
pr-ticas de purificaç(o+ Xuando a pessoa n(o tem crenças reli!iosas, por)m, o "ue precisa ) recon'ecer e aceitar "uais"uer sentimentos ne!ativos com relaç(o ao acontecido e, atrav)s da refle6(o, arrepender se e lamentar o "ue 'ouve+ Mas, em ve% de parar apenas no arrependimento, ) importante utili%ar o fato como .ase para uma decis(o, para o s0lido compromisso de empen'ar4se para 3amais ferir os outros e manter o dese3o determinado de direcionar suas ações para o .enef*cio dos semel'antes+ V7KK Halar so.re nossos atos ne!ativos a uma pessoa a "uem respeitemos e em "uem confiemos pode ser de !rande a3uda nesses casos+ Acima de tudo, n(o devemos es"uecer "ue, en"uanto mantivermos a consideraç(o pelos outros, nosso potencial de transformaç(o permanecer-+ staremos errados se recon'ecermos apenas interiormente a !ravidade de nossas ações e depois, em ve% de enfrentarmos nossos sentimentos, desistirmos e n(o fi%ermos nada+ Isso e"uivaleria a aco.ertar o erro+ 8emos um ditado no 8i.et "ue di% "ue praticar a virtude ) t(o dif*cil "uanto fa%er um .urro su.ir uma colina, en"uanto "ue se envolver em "ual"uer "ual"uer atividade destrutiva destrutiva ) t(o f-cil "uanto "uanto fa%er rolar !randes pedras colina a.ai6o+ 8am.)m se di% "ue os impulsos ne!ativos sur!em t(o naturalmente "uanto a c'uva e !an'am *mpeto como as !otas d-!ua "ue caem atra*das pela !ravidade+ / "ue piora as coisas ) a nossa tendência para nos entre!armos aos pensamentos e emoções ne!ativos mesmo ac'ando "ue n(o dever*amos+ 8emos, portanto, de com.ater de imediato essa tendência de dei6ar tudo para depois, de desperdiçar o tempo em atividades sem sentido, fu!indo do desafio de mudar nossos '-.itos so. a ale!aç(o de "ue a tarefa ) !rande demais+ , em especial, n(o podemos desanimar diante da ma!nitude do sofrimento al'eio+ As des!raças de mil'ões de pessoas n(o s(o motivo de pena+ S(o a oportunidade para se desenvolver compai6(o, um sentimento "ue implica solidariedade+ V7KQ 9recisamos, al)m disso, recon'ecer "ue dei6ar de a!ir "uando uma aç(o aç(o ) clara clarame ment ntee indi indisp spen enss-vel vel po pode de tam. tam.)m )m ser ser um ato ato ne ne!a !ati tivo vo++ Xuando a inaç(o se deve raiva, perversidade ou inve3a, a causa ) indiscutivelmente uma emoç(o aflitiva+ Isso vale n(o s0 para as situações mais simples como para as mais comple6as+ Se o marido n(o avisa =
mul'er "ue o prato "ue ela vai pe!ar est- "uente, por"ue "uer "ue ela se "ueime, ) prov-vel "ue uma emoç(o aflitiva este3a presente+ Xuando, por)m, a inaç(o ) apenas resultado da indolência, talve% o estado mental e emoc emocio iona nall do indi indiv* v*du duoo n( n(oo se3a se3a t(o t(o !rav !ravem emen ente te ne ne!a !ati tivo vo++ Mas Mas as conse"Zências ainda assim podem ser s)rias, em.ora a omiss(o se3a mais causada pela falta de compai6(o do "ue por pensamentos ne!ativos+ 9or isso isso ) t(o t(o impo import rtan ante te com.a com.ate terr com de dete term rmin inaç aç(o (o a no noss ssaa tend tendên ênci ciaa 'a.itual pre!uiça "uanto conter nossas reações s emoções aflitivas+ N(o ) tarefa ta refa das mais f-ceis, f-ce is, e os "ue s(o reli!iosos re li!iosos devem entender "ue n(o e6iste .ênç(o nem iniciaç(o 4 "uem dera pud)ssemos rece.er 4 ou "ual"uer f0rmula, mantra ou ritual m-!ico 4 "uem dera pud)ssemos desc de sco. o.ri rir r 4 capa capa%% de co cons nse! e!ui uirr trans transfo form rmar ar4n 4nos os inst instan anta tane neame ament nte+ e+ A transformaç(o ) al!o "ue vem pouco a pouco, 4 como um edif*cio "ue ) constru*do ti3olo por ti3olo, ou, como se di% no 8i.et, como um oceano "ue se forma !ota a !ota+ , ainda, como as emoções aflitivas nunca nunca perdem o vi!or, ao contr-rio e nosso corpo "ue adoece, envel'ece e se des!asta, devemos levar em conta "ue lidar com elas ) tra.al'o para uma vida V7K inteira+ N(o estamos falando a"ui de mera a"uisiç(o de con'ecimento+ N(o se trata nem mesmo de desenvolver uma convicç(o "ue seria deco de corr rren ente te de dess ssee co con' n'ec ecim imen ento to++ sta stamo moss fala faland ndoo de ad ad"u "uir irir ir uma uma e6periência e6periência de virtude virtude atrav)s de uma pr-tica pr-tica e familiari%aç( familiari%aç(oo constantes, constantes, de modo "ue essa virtude se incorpore a n0s e se torne espont1nea+ Xuanto mais desenvolvida for nossa consideraç(o pelo .em4estar dos outros, mais f-cil ser- a!ir em seu interesse+ Com o '-.ito, o esforço e6i!ido diminui+ aca.a se tornando uma se!unda nature%a+ Mas n(o e6istem atal'os, ) preciso percorrer todo o camin'o+ Comprometer4se com atividades virtuosas ) um pouco como criar uma criança pe"uena+ \- uma !rande "uantidade de fatores envolvidos+ , principalmente no começo, precisamos ser prudentes e 'a.ilidosos em noss no ssas as tent tentat ativ ivas as pa para ra tran transfo sform rmar ar no noss ssos os ''-.i .ito toss e temp temper eram amen ento tos+ s+ 8am.) am.)m m temos emos de ser ser real realis isttas a resp respei eito to da da"u "uil iloo "u "uee espe espera ramo moss conse!uir+ Levou muito tempo para ficarmos do 3eito "ue somos e n(o se mudam '-.itos do dia para a noite+ É .om ol'ar para cima medida "ue se pro!ride, mas ) um en!ano 3ul!ar nosso comportamento utili%ando o
ideal como padr(o, assim como seria tolice avaliar o desempen'o de um fil' fil'oo no prim primei eiro ro an anoo da un univ iver ersi sida dade de a pa part rtir ir do doss crit crit)r )rio ioss de um formando+ A formatura ) o ideal, mas n(o ) o padr(o+ 9or isso, ) muito mais efica%, em ve% de alternar .reves rompantes de esforço 'er0ico com per*odos de rela6amento, tra.al'ar com const1ncia, como um rio fluindo V7KP em direç(o a um o.3etivo de transformaç(o+ Um m)todo muito 5til para nos dar alento nessa tarefa de toda uma vida de transformaç(o ) adotar uma rotina di-ria "ue pode ser a3ustada de acordo com o nosso pro!resso+ É claro "ue, tal como no e6erc*cio da virtude de modo !eral, isso ) al!o "ue a pr-tica reli!iosa incentiva+ Mas n(o '- nen'uma ra%(o para "ue os n(o4crentes dei6em de utili%ar al!umas das id)ias e t)cnicas "ue serviram t(o .em 'umanidade no decorrer dos milênios+ Ha%er da consideraç(o pelo .em4estar dos outros um '-.ito, e !ast !a star ar al!u al!uns ns minut inutos os ao acor acorda darr pe pela la man' man'(( refl reflet etiind ndoo so so.r .ree a impo import rt1n 1nci ciaa de co cond nduu%ir %ir a pr0p pr0pri riaa vida vida de uma uma form formaa etic eticam amen ente te disciplinada, ), sem d5vida, uma .oa maneira de começar o dia, se3a "ual for a nossa crença ou a ausência dela+ Assim como reservar al!um tempo ao final de cada dia para avaliar como nos sa*mos ) uma disciplina "ue cont co ntri ri.u .uii .a .ast stan ante te pa para ra esti estimu mula larr a no noss ssaa de dete term rmin inaç aç(o (o e ev evit itar ar um comportamento indul!ente+ Se essas su!estões parecem um tanto e6a!eradas para o leitor "ue n(o est- procura do nirvana ou da salvaç(o, mas da simples felicidade 'umana, vale lem.rar "ue o "ue nos tra% as maiores ale!rias e a mais intensa satisfaç(o na vida s(o as coisas "ue fa%emos por consideraç(o aos outros+ podemos ir ainda mais lon!e+ 9ois as inda!ações fundamentais da e6istência 'umana 4 tais como# por "ue estamos a"ui&, para onde vamos& e ser- "ue o universo teve um começo& 4 produ%iram respostas diversas em diferentes tradições filos0ficas+ Mas ) indiscut*vel "ue um V7K= coraç(o !eneroso e ações *nte!ras levam a uma pa% maior+ É i!ualmente clar claroo "u "uee seus seus op opost ostos os têm co cons nse" e"Zê Zênc ncias ias inde indese se33-ve veis is++ A felici felicida dade de prov)m de causas virtuosas+ Se a dese3amos de fato, n(o '- outra maneira de proceder a n(o ser atrav)s da virtude# ela ) o m)todo pelo "ual se
B
alcança a felicidade+ podemos acrescentar "ue a .ase da virtude, o solo onde est(o suas ra*%es, ) a disciplina )tica+ V7K Cap*tulo A É8ICA DA C/M9AI[J/ F- mencionamos anteriormente "ue todas as !randes reli!iões do mundo salientam a import1ncia de se cultivar o amor e a compai6(o+ Na tradiç(o filos0fica ] .udista isto se efetua em diferentes n*veis+ No plano .-sico, a compai6(o Rnyín compreend endida ida princi principalm palment entee como como nyíng g je ) compre empatia 4 nossa capacidade de participar e, de certa forma, partil'ar do sofrimento al'eio+ Mas os .udistas 4 e talve% outros ] acreditam "ue isso pode ser desenvolvido a um ponto em "ue n(o apenas nossa compai6(o desperta sem esfor forço nen'um, um, co com mo pass assa a ser inco conndicio cional, al, indi indisc scri rimi mina nada da e de alca alcanc ncee un univ iver ersa sal+ l+ Horm Horma4 a4se se um sent sentim imen ento to de intimidade com todos os seres sens*veis, inclusive com os "ue podem nos ferir, comparado na literatura ao "ue a m(e e6perimenta por um fil'o 5nico+ ntretanto, essa noç(o de e"uanimidade para com todos n(o ) vista como um fim em si mesma, mas como um trampolim para um amor ainda maior+ 9elo fato de nossa capacidade de empatia ser inata e por"ue a capacidade de raciocinar tam.)m ) uma aptid(o inata, a compai6(o tem as mesmas caracter*sticas da pr0pria consciência+ / potencial "ue temos para desenvolvê4la ) portanto est-vel e cont*nuo+ N(o ) um recurso "ue se es!ota, como a -!ua, "ue se consome "uando a fervemos+ , em.ora possa V7KB ser definida em termos de atividade, n(o ) i!ual a uma atividade f*sica pass*vel de treinamento 4 como pular 4 "ue, "uando atin!imos um certo est est-! -!iio, n( n(oo po pode demo moss mai mais ultr ultrap apas asss-4lo -4lo++ Ao co cont ntrr-ri rio, o, "u "uan ando do estimulamos nossa sensi.ilidade para o sofrimento dos outros atrav)s de uma uma a. a.ert ertura ura pe pess ssoal oal de deli li.er .erad ada, a, acred acredit ita4 a4se se "u "uee se3am se3amos os capa capa%es %es de ampliar !radualmente essa compai6(o+ la atin!e um ponto em "ue somos t(o tocados pelo sofrimento al'eio, mesmo em sua forma mais sutil, "ue se desenvolve em n0s uma irresist*vel noç(o de responsa.ilidade por todos os B
seme emel'antes ntes++ Isto fa% com "ue a pessoa compassiva se ded edii"ue inteiramente a a3udar os outros a superarem tanto o sofrimento "uanto as causas do sofrimento+ m ti.etano, esse plano mais elevado ) c'amado de nying je chenmo, ou se3a, literalmente, $!rande compai6(o$+ N(o ) min'a intenç(o insinuar "ue todas as pessoas ten'am de atin!ir esses est-!ios avançados de desenvolvimento espiritual para levar uma vida eticamente *nte!ra+ Descrevi o "ue ) nying je chenmo n(o por"ue se3a um pr)4re"uisito pr)4re"uisito para a conduta )tica, mas por"ue acredito "ue apresentar apresentar a l0!ica da compai6(o em seu mais alto !rau pode servir como uma poderosa inspiraç(o+ Se conse!uirmos apenas manter como ideal desenvolver nying je chenmo, ou a !rande compai6(o, isso naturalmente ter- um impacto si!nificativo em nosso movimento interior+ Ser- um lem.rete constante contra o e!o*smo e a parcialidade e nos far- tomar consciência de "ue '- pouco a !an'ar "uando se ) .om e !eneroso apenas V7Q para al!o em troca+ Xue as ações motivadas pelo dese3o de ad"uirir um .om nome, de formar uma ima!em favor-vel s(o tam.)m ações e!o*stas, por mais "ue pareça atos de .ondade+ Xue n(o '- nada de e6cepcional praticar a caridade para com os "ue nos s(o pr0 a3udando4nos a recon'ecer "ue nossa tendência para concentrar a atenç(o em nossa fam*lia e em ami!os ), na verdade, um fator muito pouco confi-vel "ual .asear a conduta )tica+ Se reservamos a pr-tica uma conduta )tica para a"ueles de "uem nos sentimos pr06imos, e6iste o risco de ne!li!enciarmos nossa responsa.ilidades para com os "ue est(o fora desse c*rculo+ 9or "ue isso acon aconte tece ce&& 9or" 9or"ue ue,, en en"u "uan anto to as pe pess ssoa oass de acor acordo do co com m as no noss ssas as e6pectativas, tudo vai .em+ Xuando dei6am de fa%ê4lo, al!u)m "ue um dia sideramos um ami!o "uerido pode transformar4se no inimi!o+ Como 3vimos, temos a tendência de rea!ia todos os "ue ameaçam a reali%aç(o de noss no ssos os mais mais caro caross de dese se3o 3os, s, mesm mesmoo "u "uee a amea ameaça ça ve ven' n'aa de al!u al!u)m )m pr06imo+ 9or esse motivo, a compai6(o e o respeito m5tuo s(o uma .ase muito mais s0lida para nossos relacionamentos com os outros+ Isso vale para os relaciomentos amorosos+ Se nosso amor por al!u)m est!randemente .aseado na atraç(o, se3a por causa da aparência da pessoa ou por al!uma outra caracter*stica superficial, nossos sentimentos por ela tendem a desaparecer com o tempo+ Xuando a pessoa perde a "ualidade B7
"ue ac'amos atraente, ou "uando verificamos "ue a"uela "ualidade n(o V7Q7 mais nos satisfa%, a situaç(o pode mudar inteiramente, ainda "ue a pessoa continue sendo a mesma+ É por isso "ue os relacionamentos .aseados e6clusivamente na atraç(o s(o "uase sempre inst-veis+ 9or outro lado, "uan "u ando do co come meçam çamos os a ap aperf erfei eiço çoar ar no noss ssoo sent sentim imen ento to de co comp mpai ai6( 6(o, o, a aparência da pessoa ou o seu comportamento n(o afetam nosso sentimento interior+ Consideremos, tam.)m, "ue 'a.itualmente nossos sentimentos pelos outros dependem muito de sua situaç(o ç(o+ A maioria das pessoas e6perimenta sentimentos de .ondade ou de solidariedade "uando se vê diante diante de al!u)m "ue sofre de al!uma al!uma deficiência f*sica ou mental ou estem situ situaç( aç(oo desvan desvanta ta3o 3osa sa++ Mas Mas "u "uan ando do en enco cont ntra ra al!u al!u)m )m em mel' mel'or or situaç(o financeira, ou "ue rece.eu uma educaç(o mais aprimorada, ou "uee oc "u ocup upaa uma uma situ situaç aç(o (o soci social al mel' mel'or or,, os sent sentim imen ento toss de inve inve3a 3a ou competitividade s(o imediatamente despertados+ /s sentimentos ne!ativos n(o nos dei6am en6er!ar "ue somos todos i!uais# afortunados ou n(o, pr06imos ou distantes, todos "ueremos ser feli%es e n(o sofrer+ A dific ficuldad adee est- ent(o em superar esses sentimentos de parcialidade+ É certo "ue desenvolver de senvolver compai6(o !enu*na por a"ueles "ue amamos ) o ponto de partida mais 0.vio e apropriado+ / impacto de nossas ações so.re os "ue nos est(o pr06imos ) em !eral muito maior do "ue so.re os outros e, portanto, nossas responsa.ilidades para com eles s(o maiores+ 8odavia 8odavia,, devemos devemos recon'ecer "ue, em 5ltima an-lise, n(o se V7Q 3ustifica dar preferência a eles, por"ue ficamos na mesma posiç(o de um m)di m)dico co dian diante te de de de%% pa paci cien ente tess co com m a mesm mesmaa do doen ença ça !rav !rave+ e+ 8od odos os merecem i!ualmente ser tratados+ 9or)m, o leitor n(o deve, supor "ue se defende a"ui um estado de imparcialidade indiferente+ / desafio se!uinte, "uando começamos a estender nossa compai6(o a todos os outros, ) manter por estes o mesmo !rau de pro6imidade "ue sentimos pelo "ue est(o mais li!ados a n0s+ /u se3a, o "ue est- sendo su!erido ) uma a.orda!em e"uitativa, imparcial, um terreno uniforme onde possamos plantar a semente de nyin je chenmo , do !rande amor e compai6(o+
B
Xuando o nosso relacionamento com os outros est- .aseado nessa e"uanimidade, nossa compai6(o +n(o depender- mais do fato de a"uela pessoa ser o marido ou a mul'er, o parente ou +o ami!o+ Desenvolvemos um sentimento de pro6imidade com relaç(o a todas as outras pessoas ao recon'ecermos "ue, como n0s, todas têm o mesmo anseio .-sico de felicidade e pa%+ m outras palavras, começamos a nos relacionar com os outros levando em conta sua nature%a sens*vel fundamental+ Mais uma ve%, isso pode ser encarado como um ideal, um ideal imensamente dif*cil de atin!ir+ atin!ir+ Mas, a meu ver, profundamente profundamente inspirador inspirador e de !rande au6*lio+ au6*lio+ / pr0prio movimento em sua direç(o, com todos os avanços e recuos, ) importante+ Consideremos a!ora o papel do amor compassivo e da .ondade em nossa vida di-ria+ Ser- "ue o ideal de desenvolvê4los para "ue se3am incond incondici iciona onais is si!nif si!nifica ica "ue devemos devemos a.ando a.andonar nar inteir inteirame amente nte nossos nossos V7QK pr0prios interesses& De modo al!um+ Na verdade, esta es ta ) a mel'or maneira de servir aos nossos interesses, a maneira mais sensata+ 9ois se ) verdade "ue "ualidades como o amor, a paciência, a toler1ncia e a capacidade de perd(o s(o o "ue constitui a felicidade, e se tam.)m ) verdade "ue nying je, ou compai6(o, de acordo com a definiç(o "ue apresentei, ) ao mesmo tempo a fonte e o fruto dessas "ualidades, dedu%4se "ue "uanto mais comp co mpai ai6( 6(oo tive tiverm rmos os mais mais esta estare remo moss prom promov oven endo do a no noss ssaa pr0p pr0pri riaa felicidade+ 9or isso mesmo, a id)ia de "ue a consideraç(o pelos outros, apesar de ser uma "ualidade no.re, deve se restrin!ir apenas nossa vida privada ) uma vis(o estreita da "uest(o+ A compai6(o ) aplic-vel a toda esfera de atividade, inclusive ao am.iente de tra.al'o+ Xuanto a esse ponto, entretanto, devo assinalar a e6istência da opini(o, aparentement aparentementee partil'ada partil'ada por muitos, muitos, de "ue a compai6(o compai6(o ) irrelevante irrelevante na vida profissional "uando n(o constitui de fato um o.st-culo+ 9essoalmente, "uero afirmar "ue n(o s0 a considero relevante como acre acredi dito to "u "uee as no noss ssas as ativ ativid idad ades es co corr rrem em o pe peri ri!o !o de se torn tornar arem em destrutivas "uando n(o e6iste compai6(o+ Xuando i!noramos o impacto de nossas nossas ações so.re o .em4estar .em4estar dos outros, outros, inevitavelm inevitavelmente ente os ferimos+ ferimos+ A )tica da compai6(o proporciona os fundamentos e a motivaç(o necess-rios tanto para o controle dos impulsos ne!ativos "uanto para o cultivo da BK
virtude+ A valori%aç(o !enu*na da compai6(o acarreta automaticamente uma nova maneira de ver o outro e de a!ir+ Isto ) fundamental na V7QQ conduç(o de nossa vida profissional, tanto para afastarmos as tentações veladas "ue se apresentam a cada dia, capa%es de en!anar e pre3udicar outras pessoas, "uanto para evitar "ue o fruto do nosso tra.al'o ten'a aplicações eticamente impr0prias+ Como um cientista "ue, ao constatar "ue o resultado de suas pes"uisas pode vir a ser uma fonte de sofrimento, a.andona o pro3eto, a.rindo m(o do lucro "ue poderia auferir+ É ine!-vel "ue sur!em pro.lemas "uando nos dedicamos ao ideal da compai6(o+ A atitude do cientista "ue a.andona sua pes"uisa provavelmente teria !raves conse"Zências para a sua vida profissional e dom)stica+ Da mesma forma, a"ueles cu3a profiss(o ) tratar dos outros 4como os m)dicos, terapeutas, assistentes sociais 4 e os "ue em casa dedicam toda a vida a cuidar de al!u)m ficam s ve%es t(o e6auridos por seus seus de deve vere res, s, "u "uee se sent sentem em pros prostr trad ados os++ A e6 e6po posi siç( ç(oo co cons nsta tant ntee ao sofrimento, com.inada ocasionalmente com a sensaç(o de n(o ter seu esforço esforço ou valor recon'ecido, recon'ecido, pode provocar provocar sentimentos sentimentos de impotência impotência e at) de desespero+ /u levar as pessoas a desemp empen en''arem arem taref refas indiscutivelmente !enerosas de maneira indiferente, sem pensar, apenas como rotina+ / "ue, sem d5vida, ) mel'or do "ue nada+ Mas pode levar insensi.ilidade diante do sofrimento dos outros+ Xuando isso tudo começa a acontecer, o mel'or ) afastar4se por al!um tempo e fa%er um esforço deli.erado para reavivar essa sensi.ilidade+ Nesses momentos ) sempre .om lem.rar "ue o desespero nunca ) a soluç(o+ 9elo contr-rio, ) o V7Q fracasso final+ 9ortanto, como di% o ditado ti.etano, mesmo "ue a corda se rompa nove ve%es, precisamos emend-4la uma d)cima ve%+ Assim, se fracassarmos, sa.eremos "ue es!otamos todos os recursos e n(o teremos do "u "uee no noss arre arrepe pend nder er++ "u "uan ando do,, al)m al)m de dess ssaa pe perc rcep epç( ç(o, o, toma tomarm rmos os consciência do nosso potencial para .eneficiar os outros veremos "ue ) poss*vel recuperar a esperança e a confiança+ Al!umas pessoas podem o.3etar ale!ando "ue participar da dor dos outros ) tra%er sofrimento para si pr0prio+ De certa forma, isso ) verdade+ Mas '- uma importante distinç(o "ualitativa a ser feita entre e6perimentar BQ
seu pr0prio sofrimento e sofrer ao partil'ar o sofrimento al'eio+ No caso do pr0prio sofrimento, por este ser involunt-rio, '- uma sensaç(o de opress(o# ele parece vir de fora de n0s+ m contraposiç(o, partil'ar o sofrimento de outros envolve um movimento volunt-rio "ue demonstra uma força interior+ 9or essa ra%(o, a pertur.aç(o "ue pode causar tem muit muitoo meno menoss pro. pro.a. a.il ilid idad adee de pa para rali lisa sarr4nos 4nos do "u "uee no noss ssoo pr0p pr0pri rioo sofrimento+ u n(o ten'o d5vida de "ue, apesar de se tratar de um ideal, a id)ia de de dese senv nvol olve verr um sent sentim imen ento to inco incond ndic icio iona nall de co comp mpai ai6( 6(oo ) al!o al!o assustador+ A maioria das pessoas, eu inclusive, precisa lutar at) mesmo para c'e!ar a colocar os interesses dos outros lado a lado com os seus+ Mas n(o devemos dei6ar "ue isso nos desanime+ 9or"ue, se por um lado sa.emos das dificuldades e o.st-culos para desenvolver um sentimento de compai6(o !enu*no, '- tam.)m o intenso consolo de estarmos criando V7QP condições para a nossa pr0pria felicidade+ Como mencione anteriormente, "uanto mais dese3amos verdadeiramente fa%er .em aos outros, maior a força e a confiança "ue ad"uirimos e maior a pa% e a serenidade "ue e6perimentamos+ Se isto ainda parece improv-vel, vale a pena per!untar se e6istiria /utra maneira de a!ir+ Atrav)s da violência da a!ress(o& Claro "ue n(o+ Com din'eiro& 8alve%, mas talve% s0 at) certo ponto+ Certamente Com Co m amor amor,, pa part rtil il'a 'and ndoo o sofr sofrim imen ento to do doss ou outr tros os,, iden identi tifi fica cand ndo4 o4no noss claramente com todos, especialmente com os "ue est(o em condições desfavor-veis desfavor-veis e com a"ueles cu3os direitos n(o s(o respeitados, respeitados, a3udando4 a3udando4 4os a ser feli eli%es+ Atrav)s do amor, da .ondad adee e da compai6(o esta.elecemos a compreens(o s(o entre os outros e n0s+ É assim "ue se constr0i a unidade e a 'armonia+ A compai6(o e o amor n(o s(o arti!os de lu6o+ Como ori!em da pa% interior e e6terior, s(o fundamentais para a so.revivência de nossa esp)cie+ 9or um lado, s(o a n(o4violência em aç(o+ 9or outro, s(o a fonte de todas as "ualidades espirituais# a capacidade de perd(o, a toler1ncia e todas as demais virtudes+ Al)m disso, s(o o "ue de fato d- sentido s nossas atividades e as torna construtivas+ N(o '- nada de e6traordin-rio em ter rece.ido uma educaç(o primorosa e n(o '- nada de e6traordin-rio em ser
B
rico+ É s0 "uando a pessoa tem um coraç(o .ondoso e compassivo "ue esses atri.utos passam a ter valor+ valor+ nt(o, para a"ueles "ue disserem "ue o Dalai Lama n(o est- sendo V7Q= realista ao defender esse ideal de amor incondicional, insisto para "ue mesmo assim o e6perimentem+ ;(o desco.rir "ue o coraç(o se enc'e de força "uando se conse!ue ultrapassar os limites do interesse pessoal e!o*sta+ A pa% e a ale!ria tornam4se compan'eiras constante :ompem4se .arreiras de todos os tipos e, no final, desaparece a noç(o do interesse pr0prio independente do interesse al'eio+ No "ue se refere )tica, contudo, o mais importante ) "ue, onde o amor pelo pr06imo, a afeiç(o, .ondade e a compai6(o est(o vivos, verificamos "ue conduta )tica ) espont1nea+ A pr-tica de ações eticamente *nte!ras ) natural onde 'compai6(o+ V7Q É8ICA S/H:IMN8/ F- falei a"ui "ue todos dese3amos a felicidade+ Xue a felicidade !enu !e nu**na ) cara caract cter eri% i%ad adaa pe pella pa pa%, %, e "u "uee esta esta ) mai mais se!u se!ura rame ment ntee con"uistada "uando nossas ações s(o motivadas pela consideraç(o pelos semel'antes+ Xue esta consideraç(o, por sua ve%, implica disciplina )tica e lidar de maneira positiva com as emoções aflitivas+ 8am.)m disse "ue, em nossa .usca de felicidade, ) 3usto e natural "ue procuremos evitar o sofrimento+ ;amos a!ora e6aminar essa "ualidade, ou estado, de "ue dese3amos t(o intensamente nos li.ertar, mas "ue est- situada no pr0prio 1ma!o de nossa e6istência+ Dor e sofrimento s(o fatos inalien-veis da vida+ / ser sens*vel, como cost co stum umoo de defi fini nirr, ) o "u "uee tem tem cap capacid acidad adee pa para ra e6 e6pe peri rim men enta tarr do dorr e sofr sofrim imen ento to++ 9ode 9oder* r*am amos os tam. tam.)m )m di%e di%err "u "uee ) no noss ssaa e6 e6pe peri riên ênci ciaa de sofri ofrime ment ntoo "u "uee no noss un unee a no noss ssoos seme semell'a 'ant ntes es++ É a .a .ase se de no noss ssaa capacidade para a empatia+ ntretanto, al)m disso, podemos o.servar "ue o sofrimento est- dividido em duas cate!orias "ue se relacionam+ 6istem as formas evit-veis, "ue sur!em em conse"Zência de fen2menos como
BP
!uerras, po.re%a, violência, crime e at) coisas como o analfa.etismo e certas doenças+ e6istem as formas inevit-veis "ue incluem os pro.lemas V7QB relacionados a doenças em4 !eral, vel'ice 4 "uando ) vivida de forma penosa 4 e morte+ At) a"ui, temos falado principalmente de lidar com as formas de sofrimento evit-veis, criadas pelo 'omem+ A!ora, !ostaria de ol'ar mais de perto a"uelas "ue s(o inevit-veis+ /s pro.lemas e dificuldades "ue enfrentamos na vida n(o s(o todos como os desastres naturais+ N(o podemos prote!er4nos deles por meio apenas das precauções ade"uadas, como estocar comida+ No caso das doen do ença ças, s, po porr e6 e6em empplo, lo, mesm esmo man ante tend ndoo .o .oaa form formaa e uma uma diet dietaa cuidadosa, nosso corpo de ve% em "uando passa por pro.lemas f*sicos+ Xuando Xuando isso acontece, acontece, o impacto so.re nossas vidas pode ser muito s)rio, su.vertendo e pertur.ando a nossa rotina+ , em situações mais !raves, ainda se tem de suportar dias e noites se!uidos de dor e desconforto, "ue s ve%es fa%em a possi.ilidade da morte parecer um al*vio+ No "ue se refere ao envel'ecimento, desde o dia em "ue nascemos temos diante de n0s a 9erspectiva de envel'ecer e perder o viço da 3uventude+ Com o passar do tempo, nosso 4 ca.elo cai, os dentes se enfra"uecem, a vis(o e a audiç(o se deterioram+ N(o di!erimos mais t(o .em nossos alimentos preferidos+ Aca.amos desco.rindo "ue n(o nos lem.ramos direito de acontecimentos "ue antes eram t(o v*vidos em nossa mem0ria, e s ve%es at) dos nomes da"ueles "ue est(o mais pr06imos de n0s+ Se nossa vida se prolon!a muito, podemos atin!ir um estado de decrepitude capa% de causar avers(o em "uem ol'a para n0s, em.ora se3a esse precisamente o tempo em "ue mais precisamos de outras pessoas+ V7 nt(o vem a morte 4 um assunto "ue parece ser "uase um ta.u na sociedade moderna+ Mesmo "ue a encaremos como um al*vio e n(o nos importemos com o "ue vem depois, a morte si!nifica a separaç(o da"ueles "ue amamos, o a.andono de nossos .ens materiais mais preciosos, em suma, de tudo a"uilo "ue nos ) mais caro+ A essa .reve enumeraç(o dos sofrimentos inevit-veis precisamos, todavia, acrescentar uma outra cate!oria# a do sofrimento decorrente do encontro com o indese3-vel ] as adversidades e os acidentes+ \- o B=
sofrimento de nos tirarem o "ue amamos 4 como n0s, os refu!iados, "ue perdemos nossos pa*ses, muitos sendo separados força de seus entes "ueridos+ \- o sofrimento causado por n(o o.termos o "ue dese3amos, mesmo tendo investido !rande esforço para isso# perder a col'eita depois de es!otar4se tra.al'ando no campoO ver um pro3eto fracassar, apesar de ter tra.al'ado nele dia e noite+ Ainda '- o sofrimento da incerte%a, de nunc nu ncaa sa.e sa.erm rmos os "u "uan ando do e on onde de vamos vamos en encon contr trar ar a ad adve vers rsid idad ade+ e+ 9or 9or e6periência pr0pria, todos sa.emos como isso pode !erar inse!urança e ansi an sied edad ade+ e+ , so sola lapa pand ndoo tud udoo o "u "uee fa%e fa%em mos os,, '- o so sofr friiment mentoo da insatisfaç(o, "ue sur!e at) "uando conse!uimos a"uilo por "ue lutamos+ 8odas essas coisas s(o parte da nossa e6periência di-ria como seres 'umanos "ue dese3am ser feli%es e n(o sofrer+ sofrer+ , como se n(o .astasse, e6istem e6periências "ue costumamos ac'ar "ue s(o a!rad-veis a!rad-veis e aca.am se revelando uma fonte de sofrimento+ sofrimento+ 9arecem ser !ratificantes, mas de fato n(o o s(o, um fen2meno "ue 3e6aminamos "uando falamos so.re a felicidade+ ssas e6periências nos V77 d(o uma sensaç(o de pra%er "uando contra.alançam um sofrimento mais e6pl e6 pl*ci *cito to,, como, como, po porr e6 e6emp emplo lo,, "u "uand andoo comemo comemoss pa para ra sacia saciarr a fome+ fome+ n!olimos uma porç(o, duas, três, "uatro, cinco ve%es, e !ostamos da e6periência+ Mas lo!o, apesar de ser a mesma pessoa e a mesma comida, começamos a n(o ac'ar tanta !raça em comer+ Se n(o pararmos, a"uilo nos far- mal, assim como praticamente todo pra%er mundano nos fa% mal "uando levado ao e6tremo+ 8od odas as essa essass mani manife fest staç açõe õess de sofr sofrim imen ento to s(o s(o esse essenc ncia ialm lmen ente te inevit-veis e constituem fatos naturais da e6istência+ / "ue n(o "uer di%er "ue nada se possa fa%er a respeito+ /u "ue esses fatos n(o este3am envolvidos na "uest(o da disciplina )tica+ É verdade "ue, de acordo com o .udismo e outras filosofias reli!iosas indianas, o sofrimento ) visto como uma uma co cons nse" e"Zên Zênci ciaa do karma+ É totalmente errado supor, por)m, como fa%em muitos, tanto ocidentais "uanto orientais, "ue isso si!nifica "ue tudo o "ue vivemos ) predeterminado+ Muito menos pode servir de desculpa para al!u)m se e6imir de suas responsa.ilidades, se3a "ual for a situaç(o em "ue se encontrar+
B
F- "ue o termo karma parece ter entrado no voca.ul-rio cotidiano, talve% talve% val'a a pena esclarecer esclarecer um pouco o conceito+ Karma ) uma palavra s1nscrita "ue si!nifica $aç(o$+ Desi!na uma força ativa, si!nificando "ue o resultado dos acontecimentos futuros pode ser influenciado por nossas açõe ações+ s+ Supo Suporr "u "uee karma ) uma esp)cie de ener!ia independente "ue predestina o curso de toda a nossa vida ) incorreto+ Xuem cria o karma& N0s mesmo "ue pensamos, di%emos, fa%emos, dese3amos e omitimos cria V7 o karma+ b medida "ue escrevo, por e6emplo, a pr0pria aç(o cria novas circ circun unst st1n 1nci cias as e caus causaa al!u al!um m ou outr troo acont aconteci ecime ment nto+ o+ Min' Min'as as pa pala lavr vras as causam uma reaç(o na mente do leitor+ m tudo o "ue fa%emos e6iste causa e efeito, sempre causa e efeito+ m nossa vida di-ria, a comida "ue in!erimos, o tra.al'o "ue reali%amos e o nosso descanso, tudo ) a funç(o da aç(o# nossa aç(o+ Isso ) o karma+ N(o podemos, portanto, sacudir os om.ros sempre "ue nos defrontarmos com o sofrimento inevit-vel+ Di%er "ue todo infort5nio ) mero resultado do karma e"uivale a di%er "ue somos totalmente totalmente impotente impotentess diante da vida+ Se isso fosse fosse verdade, n(o 'averia 'averia motivo para se ter "ual"uer esperança+ / mel'or seria re%ar pelo fim do mundo+ Uma avaliaç(o apropriada de causa e efeito indica "ue lon!e de sermos impotentes, impotentes, '- muito o "ue fa%er para alterar nossa e6periência e6periência de sofrimento+ A vel'ice, as doenças e a morte s(o inevit-veis+ No entanto, como co mo no caso caso do sofr sofrim imen ento to caus causad adoo po porr emoç emoçõe õess e pe pens nsam amen ento toss ne!ativos, podemos escol'er a forma de rea!ir+ Gasta o.servar em torno de n0s# podemos tratar da situaç(o de maneira mais desapai6onada e racional e assim disciplinar nossa reaç(o ao sofrimento+ /u podemos apenas c'oramin!ar so.re nossos infort5nios+ ficar frustrados+ dei6ar "ue as emoções aflitivas destruam nossa pa% de esp*rito+ Se n(o refrearmos nossa tendência a rea!ir ne!ativamente ao sofrimento, este se transforma numa fonte de emoções e pensamentos ne!ativos+ Isto nos fa% concluir "ue V7K '- uma relaç(o evidente entre o impacto "ue o sofrimento e6erce so.re nosso coraç(o e nossa mente e a nossa disciplina interior+ Nossa atitude fundamental diante do sofrimento fa% uma !rande diferença na maneira como o e6perimentamos+ Ima!inem, por e6emplo, BB
duas pessoas sofrendo de uma forma idêntica de c1ncer terminal+ A 5nica diferença entre esses dois pacientes ) a maneira como cada um deles encara a situaç(o+ Um ac'a "ue deve aceit-4la e, se poss*vel, transform-4la numa oportunidade para desenvolver a força interior+ / outro rea!e s circunst1ncias com medo, amar!ura e ansiedade a respeito do futuro+ m.ora o sofrimento f*sico se3a o mesmo, '- uma diferença profunda na e6periência dessas duas pessoas# no caso da 5ltima, em acr)scimo ao sofrimento f*sico, e6iste a dor do sofrimento interior+ Isso mostra "ue o !rau em "ue somos afetados pelo sofrimento depende em !rande parte de n0s mesmos e "ue ) essencial manter uma perspectiva correta de nossa e6periência de sofrimento+ Xuando ol'amos um pro.lema muito de perto, ele enc'e todo o nosso campo de vis(o e parece enorme+ b dist1ncia, o mesmo pro.lema ) comparado a outras cois co isas as e fica fica rela relati tivi vi%a %ado do++ sse sse recu recurs rsoo simp simple less fa% fa% uma uma trem tremen enda da diferença+ 9ermite4nos verificar "ue, em.ora uma determinada situaç(o possa ser verdadeiramente tr-!ica, at) o mais infeli% dos acontecimentos tem tem inum inumer er-v -vei eiss aspe aspect ctos os e po pode de ser ser a. a.or orda dado do de muit muitos os 1n 1n!u !ulo loss diferentes+ Na realidade, ) muito raro, se n(o imposs*vel, encontrar uma situaç(o "ue se3a totalmente ne!ativa em todos os seus aspectos+ V7Q Xuando a tra!)dia ou o infort5nio cru%am o nosso camin'o, pode a3ud a3udar ar .asta .astant ntee fa%er fa%er uma uma co comp mpara araç( ç(oo co com m ou outr troo acon aconte teci cime ment nto, o, ou relem.rar uma situaç(o semel'ante ou pior "ue ten'a ocorrido conosco ou com outros antes de n0s+ Se conse!uirmos realmente desviar o foco de atenç(o de n0s mesm esmos para os outros, o efei feito ) uma uma sensaç(o li.ertadora+ 6iste al!uma coisa na din1mica da preocupaç(o e6cessiva cons co nsi! i!oo mesm mesmoo "u "uee tend tendee a ampl amplia iarr no noss ssoo sofri sofrime ment nto+ o+ Inver Inversa same ment nte, e, "uando o relacionamos com o sofrimento al'eio, ele passa a ser mais suport-vel+ , na medida do poss*vel, torna4se mais f-cil manter a pa% de esp*rito do "ue se nos concentrarmos em nossos pro.lemas e6cluindo tudo o mais+ No "ue di% respeito min'a pr0pria e6periência, verifico "ue, por e6emplo, "uando rece.o m-s not*cias do 8i.et 4 e, lamento di%er, isso acontece com .astante fre"Zência 4, naturalmente min'a reaç(o imediata ) de !rande triste%a+ ntretanto, "uando situo o assunto em um conte6to e 7
di!o a mim mesmo "ue a tendência 'umana fundamental para a afeiç(o, li.erdade, verdade e 3ustiça dever- aca.ar prevalecendo, ve3o "ue me torno mais capa% de tolerar tudo ra%oavelmente .em+ Mesmo depois de ouvir as piores not*cias, ) raro sur!irem sentimentos de raiva impotente, "ue s0 servem para envenenar a mente, amar!urar o coraç(o e enfra"uecer a vontade+ ;ale a pena tam.)m lem.rar "ue ) "uando enfrentamos as maiores difi dificul culda dades des "u "uee temos temos mais mais op opor ortu tuni nidad dadee de cresc crescer er em term termos os de sa.edoria e força interior+ Com a a.orda!em certa 4 e a"ui vemos mais V7 uma uma ve ve%% a impo import rt1n 1nci ciaa de de dese senv nvol olve verr uma uma ati atitude tude po posi siti tiva va 4, a e6periência do sofrimento pode a.rir nossos ol'os para a realidade+ Min'a pr0pria e6periência de vida como refu!iado a3udou4me a perce.er o "uanto o infind-vel protocolo uma parte t(o importante de min'a vida no 8i.et, era desnecess-rio desnecess-rio++ Constatamos Constatamos tam.)m "ue nossa autoconfiança autoconfiança e se!urança podem desenvolver4se e nossa cora!em ser fortalecida como conse"Zência do sofrimento+ Gasta ol'ar o mundo nossa volta+ m nossa comu co muni nida dade de de refu refu!i !iad ados os e6 e6is iste tem m al!u al!uns ns so.r so.rev eviv iven ente tess de no noss ssos os primeiros anos de e6*lio "ue, apesar de terem sofrido de forma terr*vel, est( est(oo en entr tree as pe pess ssoa oass mais mais fort fortes es espi espiri ritu tual alme ment nte, e, mais mais ale! ale!re ress e desp de spre reoc ocup upad adas as "u "uee 3- tive tive o priv privil il)!i )!ioo de co con' n'ece ecerr+ Inve Invers rsam amen ente te,, e6istem pessoas "ue têm tudo e, diante de contratempos relativamente insi!nificantes, perdem as esperanças e o 1nimo+ É uma tendência natural da ri"ue%a estra!ar4nos+ / resultado ) "ue fica pro!ressivamente mais dif*cil dif*cil suportar os pro.lemas pro.lemas "ue todo ser 'umano enfrenta de tempos em tempos+ ;amos a!ora e6aminar "uais s(o as opções "ue se oferecem "uando de fato nos defrontamos com um determinado pro.lema+ 9odemos dei6ar "ue ele nos domine+ 9odemos sair para um passeio ou tirar f)rias e i!nor-44lo+ A erceira possi.ilidade ) enfrentar a situaç(o imediatamente, o "ue envolve e6amin-4la, analis-4la, determinar suas causas e desco.rir como lidar com ela+ ssa terceira opç(o pode aumentar nosso sofrimento a curto pra%o, V7P mas ) claramente prefer*vel s outras duas+ Se tentarmos evitar ou ne!ar 77
um determinado pro.lema simplesmente i!norando4o, .e.endo, usando dro!as, at) mesmo utili%ando al!umas formas de meditaç(o ou oraç(o como .usca de um al*vio imediato, o pro.lema permanecer-+ Xual"uer dessas a.orda!ens ) uma forma de se es"uivar, n(o de resolver+ , uma ve% mais, al)m do pro.lema, 'aver- o desassosse!o mental e emocional+ As aflições da ansiedade, do medo e da d5vida se acumular(o+ podem levar raiva e ao desespero, desespero, Com todo o potencial potencial para causar sofrimento pr0pria pessoa e aos outros+ Ima! Ima!in inem em a de des! s!ra raça ça de lev evar ar um tiro iro no est2 est2m ma! a!o+ o+ A do dorr ) lancinante+ / "ue se deve fa%er& claro "ue ) preciso remover a .ala su.m su.met eten endo do4s 4see a uma uma ciru cirurr!ia, !ia, o "u "uee ) mais mais um trau trauma ma++ 9or) 9or)m, m, o aceitamos aceitamos para superar o pro.lema inicial+ Da mesma forma, '- situações situações em "ue se toma necess-rio perder um 0r!(o ou um mem.ro para ter a vida salva+ De novo, aceitamos essa forma menor de sofrimento "ue nos poupar- do !rande sofrimento da morte+ É apenas "uest(o de .om senso su.meter4se voluntariamente a uma provaç(o para evitar um mal pior, apesar de nem sempre ser uma decis(o f-cil+ Xuando eu tin'a seis ou sete anos, vacinaram4me Contra a var*ola+ Se eu sou.esse antes como seria doloroso, duvido "ue al!u)m pudesse convencer4me de "ue a vacina era um sofrimento menor do "ue a doença+ Senti dor durante de% dias e ainda ten'o "uatro !randes cicatri%es como resultado $ Se a perspectiva de ol'ar de frente o sofrimento parece s ve%es V7= atemori%ante, ) .om lem.rar "ue nen'uma das coisas "ue costumamos e6perimentar ) permanente+ 8odos os fen2menos est(o su3eitos a mudança e a decl*nio+ Al)m disso, como 3- disse antes "uando falei da realidade, n0s nos en!anaremos sempre "ue ac'armos "ue nossa e6periência de sofrimento 4 ou de felicidade 4 pode ser atri.u* da a uma 5nica fonte+ De acordo com a teoria da ori!em dependente, todas as coisas acontecem dentro de um conte6to de inumer-veis causas e condições+ Se isso n(o fosse verdadeiro, ficar*amos feli%es sempre "ue entr-ssemos em contato com al!o "ue consideramos .om e automaticamente tristes "uando nos depar-ssemos depar-ssemos com al!o "ue consideramos consideramos mau+ As causas da ale!ria ale!ria e da dor seriam f-ceis de identificar e a vida seria muito simples+ 8er*amos 8er*amos sem
7
pre .ons motivos para nos ape!ar a um tipo de pessoa ou coisa e a.orrecer4nos com outras ou "uerer evit-4las+ Mas isso n(o ) a realidade+ 9essoalmente, considero e6tremamente valioso o consel'o a respeito de sofrimento "ue o !rande estudioso e santo indiano S'antideva nos deu+ É essencial, disse ele, "uando se enfrentam dificuldades de "ual"uer esp)cie, n(o se dei6ar paralisar+ Xuando isso acontece, corremos o risco de se tota totalm lmen ente te esma esma!a !ado doss po porr elas elas++ m ve ve%% diss disso, o, util utili% i%an ando do no noss ssas as faculdades cr*ticas, devemos e6aminar a nature%a do pro.lema em si+ Se desco.rimos "ue e6iste a possi.ilidade de resolvê4la por al!um meio, a ansiedade ) desnecess-ria+ A atitude racional deve ser ent(o dedicar toda a ener en er!i !iaa pa para ra .u .usc scar ar esse esse meio meio e em se!u se!uid idaa a! a!ir ir++ Se, Se, ao co cont ntrr-ri rio, o, verificamos "ue a nature%a do pro.lema n(o admite soluç(o, n(o '- por "ue se preocupar a respeito+ Se nada pode mudar a situaç(o, preocupar4se s0 piora as coisas+ A a.orda!em de S'antideva pode parecer um tanto simplista fora do conte6to da "uest(o filos0fica em "ue aparece como ponto alto de uma comple6a s)rie s)r ie de refle6ões+ Mas sua verdadeira .ele%a est- nessa mesma simplicidade+ nin!u)m contestaria seu a.soluto .om senso+ Xuan Xu anto to po poss ssi. i.iilida lidade de de o so sofr frim imen entto ter ter real realm men ente te al!u al!um m prop0sito, n(o vamos falar disso a"ui+ Mas .asta pensar "ue, se a nossa e6periência de sofrimento nos a3uda a compreender a e6periência de sofrimento al'eio, ele serve como um poderoso est*mulo para se praticar a compai6(o e evitar causar dor aos outros+ , medida "ue o sofrimento desperta nossa empatia e nos une aos outros, ele pode servir como .ase para a compai6(o e o amor+ amor+ Isso me fa% lem.rar o e6emplo de um !rande estudioso e reli!ioso ti.etano "ue passou mais de vinte anos na pris(o suportando um tratamento dos mais terr*veis, sendo at) torturado, depois da invas(o de nosso pa*s+ Na"uela )poca, al!uns dos seus alunos "ue tin' tin'am am esca escapa pado do pa para ra o e6 e6*l *lio io Co Cost stum umav avam am co cont ntar ar4m 4mee "u "uee as cart cartas as escritas por ele e levadas clandestinamente para fora da pris(o contin'am os mais profundos ensinamentos so.re amor e compai6(o "ue 3- tin'am visto+ /s acontecimentos infeli%es, apesar de serem potencialmente uma fonte de raiva e desespero, podem da mesma forma transformar4se em fonte de crescimento espiritual+ / resultado vai depender de nossa forma de rea!ir+ 7K
V7 Cap*tulo 7 A NCSSIAD D DISC:NIMN8/ m nosso estudo a respeito de )tica e desenvolvimento espiritual, falamos muito so.re a necessidade de disciplina+ Isso pode parecer um tant tantoo an anti ti"u "uad ado, o, at) at) impl implau aus* s*ve vel, l, em uma uma )p )poc ocaa e uma uma cu cult ltur uraa "u "uee enfa en fati ti%am %am tant tantoo a !rati !ratifi ficaç caç(o (o pe pess ssoal oal++ Crei Creio, o, po por) r)m, m, "u "uee a ima!e ima!em m ne!ativa "ue se tem de disciplina deve4se so.retudo forma como a palavra ) em !eral compreendida+ As pessoas tendem a associar a disciplina a al!uma coisa "ue l'es ) imposta contra a vontade+ 9or isso "uero repetir "ue a disciplina )tica de "ue falamos a"ui ) al!o "ue se adota volu vo lunt ntar ariam iament ente, e, leva levand ndoo em con conta ta o plen plenoo recon recon'e 'eci cime ment ntoo de seus seus .enef*cios+ ste conceito n(o ) nada fora do comum+ Nin!u)m 'esita em aceitar a disciplina "uando se trata da sa5de f*sica+ Xuando os m)dicos recomendam uma adieta, evitamos alimentos "ue nos fa%em mal ] mesmo "uando s(o os nossos favoritos 4 e comemos os "ue nos fa%em .em+ apesar de ser verdade "ue a autodisciplina em seu est-!io inicial, mesmo "uan "u ando do ad adot otad adaa vo volu lunt ntari ariam ament ente, e, po pode de en envo volv lver er priv privaç ações ões e at) at) um esfo esforç rçoo e6 e6pr pres essi sivo vo,, co com m o temp tempoo isso isso dimi diminu nuii atra atrav) v)ss da ap apli lica caç( ç(oo dili!ente e dos .enef*cios "ue começam a ser perce.idos+ É mais ou V7P menos como desviar o curso de um rio+ 9rimeiro, ) preciso cavar para a.rir o canal e construir as ri.anceiras+ Depois, "uando a -!ua ) li.erada, fa%e fa%err a3us a3uste tess a" a"ui ui e ali+ ali+ Xu Xuan ando do o cu curs rsoo do rio rio est est- inte inteir iram amen ente te esta.elecido, por)m, a -!ua flui na direç(o dese3ada+ A disciplina )tica ) indispens-vel por"ue ) o recurso mediador na disputa entre as e6i!ências do nosso direito felicidade e o direito dos outros+ Naturalmente, '- sempre os "ue d(o tanta import1ncia pr0pria felicidade "ue n(o fa%em caso da dor al'eia+ Mas isso ) ter uma vis(o estreita+ Se o leitor aceita min'a definiç(o de felicidade, concorda "ue nin!u)m se .eneficia verdadeiramente ao pre3udicar os outros+ Xual"uer 7Q
vanta!em imediata "ue se o.ten'a s custas de al!u)m ) forçosamente tempor-ria+ A lon!o pra%o, pre3udicar os outros e pertur.ar sua pa% e felicidade !eram ansiedade+ 9elo fato de nossas ações e6ercerem um determinado impacto tanto em n0s mesmos "uanto nos outros, a falta de disciplina aca.a produ%indo sensações de ansiedade e in"uietaç(o "ue se insi insinu nuam am ao aoss po pouc ucos os no fund fundoo de no noss ssaa ment mente+ e+ m co cont ntra rapo posi siç( ç(o, o, "ual "u al"u "uer er "u "uee se3a se3a o esfo esforç rçoo e6 e6ii!ido !ido,, disc disciiplin plinar ar no noss ssaa reaç reaç(o (o ao aoss pensamentos e emoções ne!ativos nos causa menos pro.lemas a lon!o pra%o do "ue dar va%(o ao e!o*smo+ ;ale a pena reafirmar "ue a disciplina )tica envolve mais do "ue apenas contenç(o+ nvolve tam.)m cultivar a virtude, as "ualidades essenciais a um car-ter *nte!ro+ Xuando essas "ualidades est(o presentes em nossa V7P7 vida, tudo o "ue fa%emos se transforma em um instrumento "ue .eneficia toda a fam*lia 'umana+ Mesmo em termos de nossas ocupações di-rias 4se3 4se3aa cu cuid idan ando do do doss fil' fil'os os em casa casa,, tra. tra.al al'a 'and ndoo em uma uma f-.r f-.ric icaa ou servindo comunidade como m)dico, advo!ado, 'omem ou mul'er de ne!0cios, ne!0cios, professor 4, nossas ações contri.uem contri.uem para o .em4estar de todos+ como ) a disciplina )tica "ue torna dispon*veis as "ualidades "ue d(o sentido e valor nossa e6istência, n(o '- d5vida de "ue ) al!o "ue se deve adotar com entusiasmo e esforço consciente+ Antes de falar so.re como devemos aplicar essa disciplina disciplina interior interior nossa interaç(o com os outros, talve% se3a interessante rever as premissas para definir a conduta )tica no "ue se refere a n(o pre3udicar+ pre3udicar+ Como 3vimos, em funç(o da nature%a comple6a da realidade, ) muito dif*cil di%er "ue um determinado ato ou tipo de aç(o ) certo ou errado+ A conduta )tica n(oo ), po n( port rtan antto, al!o al!o "u "uee ad adot otam amos os po por" r"uue ) co corr rret eta, a, mas mas po por" r"ue ue recon'ecemos "ue os outros, tal como n0s, dese3am ser feli%es e n(o sofrer+ 9or essa ra%(o, ) dif*cil conce.er um sistema )tico si!nificativo "ue n(o este3a li!ado nossa e6periência de sofrimento e de felicidade+ É claro "ue se "uisermos entrar no campo da metaf*sica e começar a fa%er per!untas comple6as, o discurso )tico pode tornar4se e6tremamente complicado+ Mas como a pr-tica da )tica n(o pode ser redu%ida a um mero e6erc*cio de l0!ica ou simples o.ediência s re!ras, aca.amos voltando s "uestões fundamentais da felicidade e do sofrimento+ 7
V7P 9or "ue a felicidade ) .oa e o sofrimento ) mau para n0s& 8alve% n(o 'a3a uma resposta conclusiva+ Mas sa.emos "ue ) da nossa nature%a preferir a felicidade ao sofrimento, assim como ) natural preferir o mel'or ao "ue ) apenas .om+ Aspiramos felicidade, n(o "ueremos o sofrimento, ) s0+ Se "uis)ssemos ir mais lon!e e per!untar por "ue, certamente a resposta teria de ser al!o como $) assim "ue s(o as coisas$ ou, para os de*stas, $Deus nos fe% assim$+ No "ue se refere ao car-ter c ar-ter )tico de uma determinada aç(o, 3- vimos como depende de in5meros fatores+ / tempo e as circunst1ncias têm um peso importante na "uest(o+ A li.erdade li.erdade individual ou a falta dela tam.)m+ videntemente, um ato ne!ativo ) mais s)rio "uando "uem o comete !o%a de plena li.erdade, ao contr-rio do "ue ) cometido por al!u)m forçado a a!ir contra a vontade+ A falta de remorso fla!rante num ato ne!ativo "ue se repete torna4o mais !rave do "ue um ato isolado+ É preciso considerar tam.)m a intenç(o por tr-s da aç(o, assim como o seu conte5do+ / ponto principal, por)m, refere4se ao estado espiritual da pessoa, o estado de seu coraç(o e de sua mente Rkun long no momento da aç(o+ 9or ser, de modo !eral, a -rea so.re a "ual temos maior controle, ) o elemento mais si!nificativo para se determinar o car-ter )tico de nossos atos+ Xuando nossas intenções est(o impre!nadas de e!o*smo, de 0dio, de vontade de en!anar, por mais "ue nossos atos pareçam ser construtivos, inevitavelmente seu impacto ser- ne!ativo, para n0s e para os outros+ Como, ent(o, aplicar o princ*pio de n(o pre3udicar "uando se estV7PK diante de um dilema )tico& É a* "ue entram o nosso 3u*%o cr*tico, ou discerniment discernimento, o, e a nossa capacidade ima!inativa, ima!inativa, a "ue 3- me referi como sendo dois de nossos mais preciosos recursos e os "ue nos distin!uem dos animais+ F- vimos como as emoções aflitivas os destroem e como eles s(o importantes para se aprender a lidar com o sofrimento+ No "ue di% respeito pr-tica da )tica, s(o essas "ualidades "ue nos permitem fa%er distinç(o entre os .enef*cios tempor-rios e os duradouros, determinar o !rau de conveniência )tica das diferentes lin'as de aç(o a.ertas diante de n0s e avaliar o prov-vel resultado de nossas ações, dei6ando de lado o.3etivos men enor ores es pa para ra alca alcanç nçar ar os mais ais elev elevad ados os++ No caso caso de um dil dilema, ema, 7P
precisamos em primeiro lu!ar considerar a peculiaridade pe culiaridade da situaç(o lu% da"uilo "ue na tradiç(o .udista ) c'amado de $uni(o de recursos '-.eis e discernimento$+ $:ecursos '-.eis$ ) al!o "ue pode ser compreendido como co mo os esfo esforç rços os "u "uee fa%e fa%emo moss pa para ra !a !ara rant ntir ir "u "uee no noss ssos os atos atos se3a se3am m movidos pela compai6(o+ $Discernimento$ refere4se s nossas faculdades cr*ticas e maneira como somos capa%es de considerar os diferentes fatores envolvidos para ade"uar o ideal de n(o pre3udicar o outro ao conte6 e6tto da situaç( aç(o+ 9oder*amo amos c'amar amar isso de fac faculdade de discernimento s-.io+ mpre!ar essa faculdade 4 especialmente importante "uando n(o se recorre crença reli!iosa 4 implica e6aminar sempre a nossa perspectiva e "uestionar se nossa vis(o ) lar!a ou estreita+ Ser- "ue levamos em conta a situaç(o !eral ou estamos considerando apenas seus V7PQ aspectos espec*ficos& Do ponto de vista de curto ou lon!o pra%o& N(o dist distin in!u !uim imos os .e .em m ou en en6e 6err!a !amo moss a situa ituaç( ç(oo co com m clar clare% e%aa& No Noss ssaa motivaç(o ) !enuinamente compassiva e estendida totalidade dos seres& /u limita4se s nossas fam*lias, nossos ami!os e a"ueles com "uem nos iden identi tifi ficam camos os mais mais&& N( N(oo e simp simple les, s, mas mas co cons nse! e!ui uire remo moss disc discern ernir ir se dispusermos a pensar, pensar e pensar+ É claro "ue nem sempre ser- poss*vel ter tempo para um discernimento cuidadoso, bs ve%es temos de a!ir de imediato+ por isso "ue nosso desenvolvimento espiritual tem papel crucial para !arantir "ue nossos atos se3am eticamente s0lidos+ /s atos espont1neos refletem nos '-.itos '-.itos e disposiç(o disposiç(o na"uele momento+ Se estes n(o forem sadios, nossos atos ser(o forçosamente destrutivos+ Ao mesmo tempo, acredito "ue ) de !rande au6*lio ter um con3unto de preceitos )ticos .-sicos para orientaç(o vida di-ria+ sses preceitos a3udam4nos a formar .ons '-.itos, em.ora deva acrescentar "ue, na min'a opini(o ) mel'or encar-4los menos como uma le!islaç(o moral e mais como uma forma de lem.retes para "ue os interesses dos outros este3am sempre presentes em nossa mente em nosso coraç(o+ No "ue se refere ao conte5do de tais preceitos, talve% n(o e6ista mel'or opç(o do "ue recorrer s diretri%es diretri%es )ticas formuladas formuladas n(o s0 por cada uma dass !rand da !randes es reli! reli!iõ iões es do mund mundo, o, como como pela pela maio maiorr pa part rtee da tradi tradiç(o ç(o filo filos0 s0fi fica ca 'u 'uma mani nist sta+ a+ / co cons nsen enso so "u "uee e6 e6is iste te en entr tree elas elas,, ap apes esar ar da dass 7=
diferenças de opini(o "uanto aos fundamentos metaf*sicos, ) a meu ver V7P admir-vel+ 8odas est(o de acordo "ue n(o se deve matar, rou.ar, mentir ou adotar m- conduta se6ual+ Al)m disso, do ponto de vista dos fatores motivacionais, todas concordam "ue ) necess-rio evitar o 0dio, o or!ul'o, a intenç(o maldosa, a co.iça, a inve3a, a !an1ncia, a lu65ria, as ideolo!ias nocivas Rcomo o racismo, e assim por diante+ 8alve% al!umas pessoas ac'em "ue as diretri%es relativas conduta se6u se6ual al n( n(oo se3a se3am m real realme ment ntee ne nece cess ss-r -ria iass ne nest stes es temp tempos os de m)to m)todo doss contraceptivos simples e efica%es+ ntretanto, todos n0s, seres 'umanos, somos naturalmente atra*dos para o.3etos e6ternos, se3a por meio dos ol'os, "uando somos atra*dos pelas formas, dos ouvidos, "uando a atraç(o se relaciona aos sons, ou por meio de "ual"uer dos outros sentidos+ Cada um deles tem potencial para ser uma fonte de dificuldades para n0s+ a atraç(o se6ual envolve todos os cinco sentidos+ Como resultado, "uando o dese3o e6tremo acompan'a a atraç(o se6ual, pode causar4nos enormes pro.lemas+ Creio "ue ) este o fato recon'ecido pelas diretri%es )ticas contra os desvios de conduta se6ual formulados pelas !randes reli!iões+ , pelo menos na tradiç(o .udista, lem.ram4nos a tendência "ue tem o dese3o se6ual de tornar4se o.sessivo, podendo c'e!ar a um ponto em "ue n(o dei6a de 'aver lu!ar na vida da pessoa para "ual"uer atividade construtiva+ Neste conte6to, e6aminemos, por e6emplo, um caso de infidelidade+ Considerando4se "ue a conduta )tica *nte!ra implica em levar em conta V7PP impacto de nossas ações n(o apenas em n0s mesmos, mas tam.)m nos outros, ) preciso pensar nos sentimentos de terceiros+ Al)m da violência com co m "u "uee a infi infide deli lida dade de afet afetaa o pa parc rcei eiro ro,, da dada da a co conf nfia ianç nçaa "u "uee estestsu.entendida no relacionamento, e6istem os efeitos "ue essa reviravolta familiar pode ter nos fil'os+ \o3e ) "uase universalmente aceita a tese de "ue s(o eles as principais v*timas da desinte!raç(o das fam*lias e das relações pouco saud-veis em casa+ Da perspectiva da pessoa "ue comete o ato, deve4se ainda considerar a possi.ilidade da desinte!raç(o !radual do respeito pr0prio+ A infidelidade pode ainda acarretar diretamente outras atitudes ne!ativas !raves, sendo a mentira e o en!ano talve% as menores
7
delas+ Uma !ravide% inesperada, por e6emplo, pode levar uma pessoa em desespero a tentar um a.orto+ ;istos assim, ) 0.vio "ue os pra%eres moment1neos moment1neos proporcionados proporcionados pelo adult)rio têm peso muito inferior aos riscos de seu poss*vel impacto ne!ativo na pr0pria pessoa e nos outros+ 9ortanto, em ve% de encarar a repress(o m- conduta se6ual como limite li.erdade, devemos vê4la como uma forma sensata de lem.rar "ue tais ações afetam o .em4estar de todos os envolvidos+ Ser- "ue isto si!nifica "ue apenas se!uir preceitos ) mais importante do "ue ter um s-.io discernimento& N(o+ A conduta eticamente *nte!ra depende de aplicarmos o princ*pio de n(o pre3udicar+ Contudo, fatalmente e6istem situações em "ue "ual"uer lin'a de aç(o parece o.ri!ar "ue.ra de um preceito+ So. tais circunst1ncias, temos de usar a inteli!ência para 3ul!ar "ual dessas lin'as de aç(o ser- menos pre3udicial a lon!o pra%o+ V7P= Ima!inem uma situaç(o em "ue vemos al!u)m fu!indo de um !rupo de pessoas armadas com facas "ue pretendem claramente atacar o fu!itivo+ ;emos este 5ltimo entrar por uma porta e desaparecer+ Momentos depois, um dos perse!uidores apro6ima4se e per!unta se sa.emos para "ue lado ele foi+ N(o "ueremos mentir para n(o faltar com a verdade ou trair a confiança de "uem nos per!unta+ Mas, por outro lado, se dissermos a verdade, podemos contri.uir para a morte ou dor f*sica de um semel'ante+ Xual"uer "ue se3a a nossa decis(o, a atitude correta parece sempre ter um aspe aspect ctoo ne ne!a !ati tivo vo++ m uma situaç situaç(o (o dessas dessas,, ev evit itar ar "ue se faça faça mal mal a al!u)m ) o prop0sito mais elevado, e talve% 3ustifi"ue di%er $N(o o vi$ ou, mais va!amente, $Ac'o "ue foi pelo outro lado$+ 8emos de levar em conta a situaç(o como um todo e pesar as vanta!ens de di%er uma mentira e fa%er o "ue consideramos menos danoso+ m outras palavras, o valor moral de um determinado ato deve ser 3ul!ado n(o s0 em relaç(o ao tempo, ao lu!ar e s circunst1ncias, como aos interesses de todos os envolvidos no e6ato momento e no futuro+ 8odavia, ) conce.*vel "ue um determinado ato se3a eticamente *nte!ro so. certo con3unto especial de circunst1ncias e n(o o se3a em outro tempo e lu!ar e em circunst1ncias diferentes+ / "ue devemos fa%er, ent(o, "uando se trata dos outros& / "ue fa%er "uando al!u)m parece estar claramente envolvido em ações "ue 7B
consideramos erradas& A primeira coisa a lem.rar ) "ue, a menos "ue V7P con'eçamos cada detal'e de todas as circunst1ncias, tanto e6ternas "uanto internas, 3amais poderemos distin!uir com clare%a suficiente uma situaç(o individual a ponto de 3ul!ar com certe%a a.soluta o conte5do moral das ações al'eias+ É evidente "ue e6istem situações e6tremas em "ue o car-ter ne!ativo do atos dos outros ser- fla!rante+ Mas n(o ) o "ue acontece na maioria das ve%es+ É por isso "ue vale muito mais a pena ficarmos atentos a uma 5nica deficiência nossa do "ue s mil deficiências de uma outra pessoa+ 9or"ue, "uando o defeito ) nosso, temos condições condiçõe s de corri!i4lo+ Ainda assim, lem.rando "ue '- uma distinç(o a ser feita entre uma pessoa e seus atos, podemos nos deparar com circunst1ncias em "ue ) conveniente tomar uma atitude+ Na vida cotidiana, ) normal e apropriado adaptar4se at) certo ponto aos ami!os e con'ecidos e respeitar seus dese3os+ A 'a.ilidade para fa%ê4lo ) considerada uma .oa "ualidade+ Mas "uan "u ando do no noss relaci relacion onamo amoss com !e !ent ntee "u "uee indi indisc scut utiv ivel elme ment ntee tem tem um comportamento ne!ativo, "ue .usca apenas vanta!ens pessoais e i!nora os outros, corremos o risco de perder nosso senso de direç(o+ nossa capacidade de a3udar os outros fica ameaçada+ \- um prov)r.io ti.etano "ue di% "ue, "uando nos deitamos numa montan'a de ouro, um pouco do ouro fica a!arrado em n0s, e "ue o mesmo acontece "uando nos deitamos numa montan'a de imund*cies+ A!imos certo evitando o conv*vio com tais pessoas, apesar de ser preciso ter o cuidado de n(o afast-4las completamente de nossas vidas+ \aver- certamente al!uma ocasi(o em V7PB "ue pode ser necess-rio necess-rio tentar impedi4las impedi4las de continuar continuar a!indo mal 4 desde "ue, ) , claro, nossos motivos se3am puros e nossos m)todos n(o causem mal+ Mais uma ve%, os princ*pios norteadores devem ser a compai6(o e o discernimento+ / mesmo se aplica aos dilemas )ticos "ue est(o relacionados sociedade, em espe especi cial al s "u "ues estõ tões es leva levant ntad adas as pe pela la ciên ciênci ciaa e pe pela la tecn tecnol olo! o!ia ia modernas, "ue oferecem !randes dificuldades e desafios+ No campo da medicina, por e6emplo, 3- ) poss*vel prolon!ar vidas em casos "ue ' poucos anos seriam considerados sem esperança+ / "ue ), sem d5vida, motivo de !rande ale!ria+ Mas ) .astante fre"Zente, por)m, sur!irem da* 77
"uestões complicadas e muito delicadas acerca dos limites dos cuidados prestados aos pacientes+ 9enso "ue n(o deve 'aver nen'uma re!ra !eral a respeito e sim uma multiplicidade de considerações ca.*veis "ue possam ser avaliadas lu% da ra%(o e da compai6(o+ Xuando ) necess-rio tomar uma decis(o dif*cil em nome de um paciente, deve4se levar em conta todos os diversos elementos, diferentes em cada caso+ Ao prolon!ar a vida de um paciente em estado cr*tico, mas ru3a mente permanece l5cida, por e6emplo, d-4se "uela pessoa a oportunidade de pensar e sentir de uma forma "ue apenas os seres 'umanos s(o capa%es+ 9or outro lado, ) preciso preciso avaliar se as medidas e6tremas para mantê4la viva resultar(o em !rande sofrimento f*sico e mental+ 9or)m, esse n(o ) um fator priorit-rio+ Como al!u)m "ue acredita na continuaç(o da consciência depois da morte do V7= corpo, eu ar!umentaria "ue ) prefer*vel sentir dor com este corpo 'umano+ 9elo menos desfrutamos das vanta!ens dos cuidados dos outros en"uanto "ue, optarmos por morrer, podemos desco.rir "ue ) preciso suportar sofrimentos so. outra forma+ Se o pa paci cien ente te n( n(oo estest- co cons nsci cien ente te e po port rtan anto to n( n(oo pa part rtic icip ipaa do processo de tomada de decis(o, a "uest(o ) outra+ , ainda por cima, deve4 se levar em conta os dese3os dos mem.ros da fam*lia, pois os cuidados prolon!ados podem causar imensos pro.lemas para eles+ 9or e6emplo e6e mplo "ual do a despesa para manter uma vida afeta outros pro3etos "ue .eneficiariam muitas outras+ Se ) "ue e6iste um princ*pio !eral a se!uir, penso "ue se3a simplesmente recon'ecer a suprema preciosidade da vida e procurar fa%er com "ue, "uando c'e!ar a 'ora, a pessoa se v- t(o serena e pacificamente "uanto poss*vel+ No caso do tra.al'o em -reas como a !en)tica e a .iotecnolo!ia, o princ*pio de n(o pre3udicar toma especiais proporções pelo fato de 'aver vidas em 3o!o+ Xuando motivaç(o por tr-s dessas pes"uisas ) apenas lucro e fama, ou "uando s(o levadas adiante sem nen'uma ra%(o si!nificativa, est( est(oo muit muitoo a. a.er erta tass a "u "uee se "u "ues esti tion onee at) at) on onde de v( v(oo c' c'e! e!ar ar++ sto stouu pensando particularmente no desenvolvimento de t)cnicas para manipulaç(o de atri.utos f*sicos em reproduç(o 'umana, tais como se6o e at) cor dos ca.elos e dos ol'os, t)cnicas "ue podem ser usada come co merci rcialm almen ente te pa para ra e6 e6pl plora orarr os prec precon oncei ceito toss do doss pais+ pais+ Ne Nest stee po pont nto, o, 777 777
permitam4me di%er "ue, em.ora se3a dif*cil colocar4se cate!oricamente V7=7 contr-rio a todas as formas de e6periências !en)ticas, esta ) uma -rea t(o delicada, "ue ) essencial "ue todos os envolvidos prossi!am com cautela e profunda 'umildade+ ssas pessoas devem ter plena consciência do potencial "ue e6iste para o mau uso de suas e6periências+ É vital "ue ten'am em mente as implicações mais amplas de suas atividades e, mais importante, "ue seus motivos se3am !enuinamente compassivos+ 9or"ue, se o princ*pio !eral por tr-s desse tra.al'o ) apenas a utilidade, e se o "ue ) considerado in5til pode ser le!itimamente utili%ado para .eneficiar o "ue se considera 5til, ent(o nada nos impede de su.ordinar os direitos dos "ue pertencem primeira cate!oria aos dos "ue fa%em parte da 5ltima+ / atri atri.u .uto to de util utilid idad adee 3ama 3amais is po pode derr- 3ust 3ustif ific icar ar a priva privaç( ç(oo do doss direi direito toss individuais+ ste ) um terreno altamente peri!oso e escorre!adio+ Assisti recentemente na televis(o a um document-rio da GGC so.re clona!em+ Utili%ando ima!ens !eradas por computador, o filme mostrava uma uma cri criatur aturaa na "u "ual al cien cienti tist stas as tra.a ra.al' l'av avam am,, uma uma esp esp)cie )cie de ser semi semi4' 4'um uman ano, o, co com m ol'o ol'oss !ran !rande dess e vv-ri rios os ou outr tros os traç traços os 'u 'uma mano noss recon'ec*veis, deitado em uma 3aula+ É claro "ue isso 'o3e n(o passa de fantasia, mas, e6plicaram eles, pode4se prever um tempo em "ue ser poss*vel criar seres assim+ Ao se desenvolverem, seus 0r!(os e outras partes de sua anatomia seriam usados como $peças de reposiç(o$ em ciru cirurr!ias !ias pa para ra .e .ene nef* f*ci cioo do doss sere seress 'u 'uma mano nos+ s+ Hi"u Hi"uei ei a. a.so solu luta tame ment ntee estarrecido estarrecido com a"uilo+ a"uilo+ A', "ue coisa terr*vel terr*vel N(o seria levar ao e6tremo e6tremo V7= o empen'o cient*fico& A id)ia de "ue al!um dia possamos de fato criar seres sens*veis com essa finalidade espec*fica ) al!o "ue me 'orrori%a+ Diant Diantee de dess ssaa po poss ssi. i.il ilid idad ade, e, tive tive a mesm mesmaa sens sensaç aç(o (o "u "uee e6p e6peri erime ment ntoo "uando me defronto com e6periências com fetos 'umanos+ Hica dif*cil sa.er como ) poss*vel impedir tais coisas se as pessoas n(o disciplinam suas pr0prias ações+ Sim, podemos promul!ar leis+ Sim, podemos ter c0di!os internacionais de conduta 4 e dever*amos ter am.as as coisas+ No entanto, se os cientistas, individualmente, n(o tiverem a menor noç(o de "ue a"uilo "ue est(o fa%endo ) !rotesco, destrutivo e
77
e6tremamente ne!ativo, ent(o n(o '- nen'uma e6pectativa real de se colocar um fim nessas atividades in"uietantes+ o "ue di%er de assuntos como a vivissecç(o, em "ue a rotina ) su.m su.met eter er an anim imai aiss vivo vivoss a terr terr*v *vei eiss sofr sofrim imen ento toss an ante tess de matmat-4l 4los os a prete6to de promover os con'ecimentos cient*ficos& Xuanto a isso, s0 ten' ten'oo a di%e di%err "u "ue, e, pa para ra um .u .udi dist sta, a, essa essass pr-t pr-tic icas as s(o s(o i!ua i!ualm lmen ente te c'ocantes+ S0 me resta esperar "ue os r-pidos pro!ressos "ue se têm verificado na tecnolo!ia de computaç(o contri.uam para "ue 'a3a cada ve%% meno ve menoss ne nece cess ssid idad adee de e6 e6pe peri riên ênci cias as co com m an anim imai aiss na nass pe pes" s"ui uisa sass cient*ficas+ Um ponto positivo na evoluç(o da sociedade moderna, 3unto com o crescente recon'ecimento da import1ncia dos direitos 'umanos, e a maneira como as pessoas se preocupam mais com os animais+ \-, por e6emplo, e6emplo, uma consciência consciência cada ve% maior da crueldade "ue se pratica nas V7=K fa%endas dedicadas criaç(o industrial+ 9arece, tam.)m, "ue mais e mais pessoas interessam4se pelo ve!etarianismo e est(o diminuindo seu consumo de carne+ Sa5do isso com ale!ria+ Min'a esperança ) "ue, no futuro, esse cuidado se estenda at) as menores criaturas do mar+ Neste ponto, por)m, talve% cai.a uma palavra de advertência+ As campan'as para prote!er a vida 'umana e animal s(o causas no.res+ Mas ) essencial "ue, ao nos envolvermos envolvermos nas !randes !randes causas, n(o percamos de vist vistaa os dire direiitos tos co coti tidi dian anos os do doss "u "uee est( est(oo mais ais pr06 pr06iimos de n0 n0s+ s+ 9recisamos ter certe%a de "ue estamos usando nosso discernimento de maneira sensata na .usca de nossos ideais+ 6ercer nossa faculdade de 3ul!amento no dom*nio da )tica implica assu assumi mirr resp respoons nsa. a.il ilid idad ades es tant tantoo po porr no noss ssos os atos atos "u "uan anto to po porr su suas as motivações+ Se n(o nos responsa.ili%amos pelas ra%ões "ue motivam nossos atos, se3am elas positivas ou ne!ativas, o potencial para o dano ) muito maior+ Como sa.emos, as emoções ne!ativas s(o a ori!em do comportamento anti)tico+ Cada um de nossos atos afeta n(o s0 as pessoas mais pr06imas de n0s como se reflete em nossos cole!as de tra.al'o, nos ami!os, na comunidade e, em 5ltima an-lise, no mundo em "ue todos vivemos+ V7= 77K
III É8ICA S/CIDAD Cap*tulo 77 :S9/NSAGILIAD UNI;:SAL Acredito "ue cada um de nossos atos tem uma mens(o universal+ 9or causa disso, a disciplina )tica, a conduta *nte!ra e um discernimento cuidadoso s(o elementos decisivos para uma vida feli% e si!nificativa+ ;amos a!ora e6aminar essa proposiç(o no "ue refere comunidade em !eral+ No passado, as fam*lias e as pe"uenas comunidades podiam e6istir de forma mais ou menos independente umas das outras+ Se levassem em conta o .em4estar dos vi%in'os, tanto mel'or, mas eram capa%es de so.reviver so.reviver .astante .em isoladas+ N(o ) mais assim+ assim+ A realidade realidade atual t(o comple6a e, ao menos no plano material, t(o claramente interli!ada, "ue ) preciso ver as coisas so. novo 1n!ulo+ A economia moderna ilustra isso de modo si!nificativo+ Uma "ue.ra na .olsa de valores de um dos lado do !lo. !lo.oo po pode de ter ter co cons nse" e"Zê Zênc ncia iass dire direta tass so.r so.ree as econ econom omia iass de pa pa*s *ses es situ situad ados os do lado lado op opos osto to++ De manei maneira ra semel semel'a 'ant nte, e, no noss ssas as con con"u "uis ista tass tecnol0!icas s(o a!ora de tal ordem, "ue nossas atividades têm um efeito indiscut*vel no meio am.iente+ o pr0prio taman'o da populaç(o mundial remete para o fato de n(o podermos mais nos permitir i!norar os interesses dos outros+ sses interesses est(o na realidade t(o entrelaçados, "ue, ao V7== atender aos nossos interesses, estamos .eneficiando os dos outros, mesmo "ue n(o ten'a sido essa a nossa intenç(o+ Xuando duas fam*lias utili%am a mesma fonte de -!ua, cuidar para n(o fi"ue polu*da ) uma atitude "ue .eneficia am.as+ m vista sta disso, estou convencido de "ue ) impresci escinnd*v d*vel cultivarmos o "ue c'amo de responsa.ilidade universal+ 8alve% n(o se3a esta a traduç(o e6ata do termo ti.etano "ue ten'o em mente, chi sem, "ue si!nifica, literalmente, $consciência$ R sem sem universal Rchi+ m.ora em ti.etano a id)ia de responsa.ilidade este3a mais impl*cita do "ue e6pressa 77Q
formalmente, n(o '- d5vida de "ue est- presente+ Xuando di!o "ue, atrav)s da consideraç(o pelo .em4estar dos outros, podemos 4 e devemos 4des 4desen envo volv lver er uma uma no noç( ç(oo de resp respon onsa sa.i .ili lida dade de un univ iver ersa sal, l, n( n(oo esto estouu firmando "ue cada um se3a diretamente respons-vel pela ocorrência de 4 para citar um e6emplo 4 !uerras e fome em diferentes partes do mundo+ É verdade "ue fa% parte da pr-tica do .udismo lem.rarmos constantemente nosso dever de servir a todos os seres sens*veis de todos os universos+ De modo semel'ante, os de*stas recon'ecem "ue a devoç(o a Deus implica devo de vota tarr44se 44se tam. tam.)m )m ao .e .em4 m4es esta tarr de toda todass as Suas Suas cria criatu tura ras+ s+ Mas Mas ) evidente "ue certas coisas, como a po.re%a de uma 5nica aldeia a de% mil "uil2metros de dist1ncia, est(o completamente fora do alcance de um s0 indiv*duo+ A "uest(o n(o ), portanto, admitir culpa, mas, outra ve%, reorientar nossos corações e mentes para os outros+ Desenvolver uma noç(o de responsa.ilidade universal 4 da dimens(o universal de cada um de nossos atos e do i!ual direito de todos os outros felicidade 4 ) desenvolver uma disposiç(o de esp*rito na "ual preferimos aproveitar "ual"uer oportunidade de .eneficiar os outros do "ue apenas cuidar de nossos restritos interesses pessoais+ apesar de sermos apenas capa%es de nos preocuparmos com o "ue est- fora de nosso alcance, aceitamos isso como parte das limitações da vida e nos concentramos em fa%er o "ue podemos+ Uma Uma das !randes vanta!ens de desen esenvvolver ess essa noç(o de responsa.ilidade universal ) nos tornarmos sens*veis a todos os seres 4 e n(o s0 aos "ue est(o mais perto de n0s+ 9assamos a ver mel'or a necessidade de cuidar antes de tudo da"ueles mem.ros da fam*lia 'umana "ue sofrem mais+ :econ'ecemos a necessidade de procurar n(o causar diver!ências entre nossos semel'antes+ nos tornamos mais conscientes da import1ncia imensa de promover um estado de satisfaç(o+ Xuan Xu ando do ne ne!l !li! i!en enci ciam amos os o .em4es .em4esta tarr do doss ou outr tros os e i!no i!noram ramos os a dimens(o universal de nossos atos, fa%emos uma distinç(o entre nossos interess esses e os inte nteres resses dos outros ros+ N(o nos damos conta da uniformidade da fam*lia 'umana+ Sem d5vida, ) f-cil apontar numerosos fatores "ue se opõem a essa noç(o de unidade# diferenças de crença reli!iosa, de l*n!ua, de costumes, de culturas, etc+ Se, por)m, damos demasiada ênfase a diferenças superficiais e por causa delas fa%emos 77
r*!idas r*!idas discriminações, discriminações, n(o '- como evitar um acr)scimo acr)scimo de sofrimento sofrimento e des!aste para n0s e para os outros+ / "ue n(o fa% sentido+ F- temos V7=B pro.lemas demais neste mundo+ 8odos, sem e6ceç(o, e6c eç(o, temos de enfrentar enfre ntar a morte, a vel'ice e as doenças, sem falar nas perdas e decepções+ stas n(o temos mesmo como evitar+ N(o ) o .astante& 9ara "ue criar pro.lemas desnecess-rios por causa de maneiras diferentes de pensar ou peles de cores diferentes& Avaliando essas realidades, vemos "ue a )tica e a necessidade pedem uma mesma sma rea reaç(o+ 9ara superar rar nossa tendência de i!norar as necessidades e direitos dos outros, precisamos continuamente lem.rar a n0s mesmos o "ue ) 0.vio# "ue .asicamente todos somos i!uais+ u ven'o do 8i.et, e a maioria dos leitores deste livro n(o ser- de ti.etanos+ Se eu enco en cont ntra rass ssee cada cada leit leitor or em pe pess ssoa oa e ol'a ol'ass ssee pa para ra ele ele co com m cu cuid idad ado, o, verificaria "ue "uase todos têm de fato caracter*sticas superficialmente diferentes das min'as+ Se me concentrasse nessas diferenças, iria com certe%a ampli-4las e transform-4las em al!o importante+ Mas o resultado seria ficarmos mais distantes do "ue pr06imos+ Se, ao contr-rio, eu ol'asse para cada um como al!u)m de min'a pr0pria esp)cie 4 um ser 'umano como eu, com um nari%, dois ol'os, etc+ 4, i!norando diferenças diferenças de for4ma for4ma e cor, a noç(o de dist1ncia automaticamente se dissiparia+ u veria "ue somos feitos da mesma carne 'umana e "ue, al)m disso, assim como eu "uero ser feli% e n(o sofrer, todos eles tam.)m "uerem+ Ao recon'ecer isso, eu me sentiria naturalmente inclinado para eles+ a consideraç(o por seu .em4estar viria "uase "ue espontaneamente+ V7 ntretanto, em.ora a maioria das pessoas este3a disposta a aceitar a necessidade de unidade dentro de seu pr0prio !rupo e, 3unto com isso, a necessidade necessidade de levar em consideraç(o consideraç(o o .em4estar .em4estar dos outros, outros, a tendência tendência ) descuidar4se descuidar4se do resto da 'umanidade+ 'umanidade+ Ao fa%ê4lo, dei6amos dei6amos de lado n(o s0 a nature%a interdependente da realidade mas a pr0pria realidade de nossa situaç(o+ Se fosse poss*vel um !rupo, ou uma raça, ou uma naç(o, ad"u ad "uir irir ir sati satisf sfaç aç(o (o e real reali% i%aç aç(o (o co comp mple leta tass mant manten endo do4s 4see tota totalm lmen ente te independente dentro dos limites de sua pr0pria sociedade, ent(o talve% se pudesse ar!umentar "ue a discriminaç(o discr iminaç(o dos forasteiros ) 3ustific-vel+ Mas 77P
n(o ) o caso+ Na realidade, neste nosso mundo moderno, n(o se considera mais mais "u "uee os inte intere ress sses es de uma uma co comu muni nida dade de em pa part rtic icul ular ar este este3a 3am m confinados a suas pr0prias fronteiras+ Cult Cu ltiv ivar ar a no noç( ç(oo de sati satisf sfaç aç(o (o ), po port rtan anto to,, cruc crucia iall pa para ra "u "uee se manten'a uma coe6istência pac*fica+ A insatisfaç(o tra% a co.iça, "ue nunca pode ser saciada+ Se o "ue o indiv*duo procura ) por nature%a infi nfinito nito,, co como mo a "u "ual aliida dade de da tol toler1n er1nci cia, a, a sati satisf sfaç aç(o (o pa pass ssaa a ser irrelevante# "uanto mais estimulamos nossa capacidade para a toler1ncia, mais tolerantes nos tornamos+ No "ue se refere a "ualidades espirituais, a satisfaç(o n(o ) necess-ria, pois ) dese3-vel "ue este3amos sempre em .usca de crescimento+ Mas se o "ue .uscamos ) finito, o peri!o ) "ue, ao con"uist-lo4, n(o fi"uemos satisfeitos+ No caso do dese3o da ri"ue%a, ainda "ue a pessoa conse!uisse tomar conta da economia de todo um pa*s, ) muito prov-vel "ue em se!uida começasse a pensar em con"uistar a de V77 outros pa*ses+ / dese3o pelo "ue ) finito nunca ) de fato satisfeito+ 9or outro lado, "uando desenvolvemos a satisfaç(o, nunca nos decepcionamos nem nos desiludimos+ A falta de satisfaç(o 4 "ue vem a ser a !an1ncia 4 planta a semente da inve3a e da competitividade a!ressiva e leva a uma cultura de e6cessivo mate materia riali lism smo+ o+ A atmo atmosf sfer eraa ne ne!a !ati tiva va "u "uee esta. esta.el elece ece cria cria um co cont nte6 e6to to prop*cio a todos os tipos de doenças sociais "ue tra%em sofrimento aos mem.ros da comunidade+ Se a !an1ncia e a inve3a n(o tivessem efeitos colaterais, talve% fossem um pro.lema a ser resolvido por apenas a"uela comunidade+ 9or)m, mais uma ve%, este n(o ) o caso+ m particular, a falt faltaa de sati satisf sfaç aç(o (o ) uma uma da dass ori! ori!en enss da de dest stru ruiç iç(o (o de no noss ssoo meio meio am.iente e, conse"Zentemente, dos males causados a outros+ Xue outros& 9rincipalmente os po.res e os fracos+ m uma mesma comunidade, os ricos podem mudar de endereço, di!amos, para evitar os efeitos dos altos n*veis de poluiç(o, mas os po.res n(o têm escol'a+ 8am.)m os povos de nações mais po.res, "ue n(o têm recursos para lidar com este tipo de pro.lema, sofrem por causa dos e6cessos das nações ricas, al)m de terem de enfrentar os pro.lemas resultantes da poluiç(o !erada por sua tecnolo!ia atrasada+ As pr06imas pr06imas !erações !erações certamente certamente v(o sofrer+ n0s tam.)m+ Como& 8emos de viver em um mundo "ue estamos 77=
a3udando a criar+ Se a nossa opç(o ) n(o modificar nosso comportamento com co m rel relaç(o aç(o i!ua i!uald ldad adee de dire direiitos tos do doss ou outr tros os,, mui muito em .rev .revee começaremos a sofrer as conse"Zências ne!ativas dessa atitude+ Ima!inem a poluiç(o produ%ida por mais dois .il'ões de carros, por e6emplo+ V7 Afetaria todos+ Sendo assim, a satisfaç(o n(o ) meramente uma "uest(o )tica+ Se dese3amos evitar o aumento do sofrimento, isto ) uma "uest(o de necessidade+ sta ) uma das ra%ões por "ue acredito "ue a cultura de incessante crescimento econ2mico precisa ser "uestionada+ Do meu ponto de vista, ela promove insatisfaç(o e acarreta um !rande n5mero de pro.lemas, tanto sociais "uanto am.ientais+ A devoç(o irrestrita ao desenvolvimento material costuma vir acompan'ada pelo descaso por suas implicações para a comunidade mais ampla+ Mais uma ve%, a "uest(o n(o ) 'aver uma defasa!em entre o 9rimeiro e o 8erceiro Mundos, Norte e Sul, desenvolvidos e su.desenvolvidos, ricos e po.res, se ) imoral e errada+ S(o as duas coisas+ De certa forma, o mais si!nificativo ) o fato de essa desi!ualdade ser uma fonte de dificuldades para todos+ Se a uropa, por e6emplo, constitu*sse o mundo inteiro e n(o um lu!ar onde vivem de% por cento da populaç(o mundial, a ideolo!ia predominante de crescimento sem fim talve% fosse 3ustific-vel+ 9or)m, o mundo n(o ) s0 a uropa, e em outros outros lu!ares '- !ente passando passando fome+ onde e6istem dese"uil*.rio dese"uil*.rioss t(o profundos as conse"Zências s(o ne!ativas para todos, mesmo "ue n(o se3am diretas, 3- "ue os ricos tam.)m sentem os sintomas da po.re%a em suas vidas di-rias# as c1meras de vi!il1ncia e as !rades protetoras nas 3anelas denunciam a perda de tran"Zilidade+ V7K A responsa.ilidade universal tam.)m nos leva a um compromisso com o princ*pio da 'onestidade+ / "ue "uero di%er com isso& 9odemos pensar em 'onestidade e desonestidade nos, mesmos termos da relaç(o entre aparência e realidade+ As ve%es eles s(o concomitantes, mas muitas ve%es n(o+ 9or)m, "uando s(o, isso ) 'onestidade como a entendo+ Somos 'onest estos "uando nossas ações s(o o "ue pare arecem ser+ er+ Xuan anddo aparentamos ser o "ue na realidade n(o somos, despertamos suspeitas "ue se transformam em medo+ o medo ) al!o "ue todos "ueremos evitar+ Inversamente, "uando nossa interaç(o com os "ue nos est(o pr06imos ) 77
a.erta e sincera em tudo o "ue di%emos, pensamos e fa%emos, nin!u)m precisa ter medo de n0s+ Isso vale tanto para as pessoas "uanto para as comunidades+ Xuando compreendemos a import1ncia da 'onestidade em tudo o "ue fa%emos, constatamos "ue, em 5ltima an-lise, n(o '- diferença entre as necessidades individuais e as necessidades de toda a comunidade+ /s n5meros diferem, mas o dese3o e o direito de nin!u)m ser en!anado s(o s(o os mesm mesmos os++ 9ort 9ortan anto to,, "u "uan ando do assu assumi mimo moss o no noss ssoo compr comprom omis isso so pessoal com co m a verdade, a3udamos a diminuir o n*vel de desentendimentos, desentend imentos, d5vidas e temores da sociedade+ De uma forma modesta mas si!nificativa, criamos condições para um mundo mais feli%+ A "uest(o da 3ustiça est- intimamente li!ada tanto responsa.ilidade universal "uanto "uest(o da 'onestidade+ A 3ustiça implica a o.ri!aç(o de a!ir "uando se tem consciência da in3ustiça+ N(o o fa%er ) um erro, se .em "ue n(o se3a um erro "ue nos torne V7Q intrinsecamente maus+ Se a 'esitaç(o prov)m do e!ocentrismo, por)m, temos a* um pro.lema+ Se nossa reaç(o in3ustiça ) per!untar# $/ "ue vai acontecer comi!o se eu me manifestar& 8alve% isso indispon'a as pessoas contra mim$, nossa atitude ) anti)tica por"ue n(o estamos levando em conta as implicações mais amp amplas de nosso silêncio+ É tam.)m inade"uado e pouco salutar no "ue se refere ao direito dos outros de evitar o sofrimento e serem feli%es+ mesmo se aplica 4 talve% com mais propriedade 4 "uando !overnos ou instituições afirmam "ue $isso ca.e a n0s$ ou $essa ) uma "uest(o interna$+ Nessas circunst1ncias, manifestar4se ) n(o s0 um dever pessoal como so.retudo um serviço "ue se presta aos outros+ 9ode4se ale!ar "ue nem semp empre ) poss*vel a!ir assim, im, "ue precisamos ser $realistas$+ Nossa situaç(o talve% n(o nos permita a!ir em todas as ocasiões de acordo com nossas responsa.ilidades+ Nossas fam*lias podem ser pre3udicadas se, por e6emplo, protestarmos contra al!uma in3ustiça+ Contudo, mesmo tendo de considerar a realidade di-ria de nossas vidas, ) imprescind*vel manter uma perspectiva mais a.ran!ente+ 8emos de avaliar nossas necessidades individuais com relaç(o s necessidades dos outros e e6aminar como nossas ações e omissões v(o afet-4las a lon!o pra%o+ É dif*cil criticar a"ueles "ue temem por seus se us entes "ueridos+ Mas de 77B
ve% em "uando ser- necess-rio correr riscos para .eneficiar a comunidade em !eral+ A noç(o de responsa.ilidade pelos outros tam.)m si!nifica "ue, V7 como indiv*duos e como uma sociedade de indiv*duos, temos o dever de %elar por cada mem.ro de nossa sociedade+ Indistintamente, se3a "ual for a sua capacidade capacidade f*sica ou mental+ mental+ Como n0s, eles têm direito felicidade felicidade e a n(o sofrer+ É preciso evitar a todo custo "ue a"ueles "ue padecem cruelmente se3am isolados como se fossem um estorvo+ / mesmo se aplica aoss do ao doen ente tess e mar mar!inal !inali% i%ad ados os++ Afas Afast-4 t-4lo loss seria seria acres acrescen centa tarr4l'es 4l'es mais mais sofrimento+ Se estiv)ssemos na mesma situaç(o, !ostar*amos de contar com a a3uda dos outros+ 9recisamos, portanto, criar !arantias para "ue os enfermos e incapacitados 3amais se sintam desamparados, re3eitados ou desprote!idos+ Creio, na verdade, "ue a afeiç(o "ue demonstramos a tais pessoas ) a medida de nossa sa5de espiritual n(o s0 no plano individual como no da sociedade como um todo+ 9osso parecer irremediavelmente idealista com toda essa conversa so.re responsa.ilidade universal+ Se3a como for, ) uma id)ia "ue ven'o e6pondo pu.licamente desde min'a primeira visita ao /cidente, em 7B=K+ Na"uela )poca 'avia muito ceticismo a respeito+ Nem sempre era f-cil despertar o interesse das pessoas para o conceito de pa% mundial+ Hico satisfeito ao o.servar "ue, 'o3e em dia, uma "uantidade cada ve% maior de pessoas começa a rea!ir de modo favor-vel favor-ve l a essas id)ias+ Sinto "ue os muito itos acontecim cimentos e6traordi rdin-ri -rios "ue a 'uma 'u mani nida dade de vive vivenc ncio iouu no de deco corr rrer er do s)cu s)culo lo [[ de dera ram4 m4l' l'ee mais mais maturidade+ Nas d)ca )cadas de e P, e em al!uns lu!are ares mais recentemente, muita !ente ac'ava "ue os conflitos deveriam ser resolvidos V7P com !uerras+ \o3e, apenas uma minoria ainda pensa assim+ n"uanto no in*cio do s)culo muitos acreditavam "ue o pro!resso e o desenvolvimento dentro da sociedade deveriam ser o.tidos custa de estrita e opressiva arre!imentaç(o pol*tica, o colapso do fascismo, se!uido mais tarde pelo desaparecimento da c'amada Cortina de Herro, revelou "ue o pro3eto era invi-vel+ Hoi mais uma liç(o da \ist0ria provando "ue a ordem imposta pela força tem vida curta+ Al)m disso, o consenso Rtam.)m entre al!uns 7
.udistas de "ue ciência e espiritualidade s(o incompat*veis 3- n(o se mant)m com tanta firme%a+ Atualmente, medida "ue se aprofundam os con'ecimentos cient*ficos so.re a nature%a da realidade, essa percepç(o vai mudando+ 9or causa disso, as pessoas est(o começando a demonstrar mais interesse por a"uilo "ue c'amei de nosso mundo interior, ou se3a, a din1mica e as funções da consciência, ou esp*rito# nossos corações e mentes+ \ouve tam.)m em todo o mundo um aumento da conscienti%aç(o am.iental e um recon'ecimento cada ve% maior de "ue nem os indiv*duos nem ne m as na naçõ ções es po pode dem m reso resollve verr seus seus pro. pro.llemas emas so so%i %in' n'os os,, de "u "uee precisamos uns dos outros+ 9ara mim, tudo isso s(o avanços encora3adores "ue decerto ter(o conse"Zências de !rande pro3eç(o+ Um outro fato "ue muito me estimula ) "ue, se3a "ual for o m)todo de implementaç(o, ao menos 3- se admite claramente a necessidade de .uscar soluções n(o4 4vio 4viole lent ntas as para para os co confl nflit itos os de dent ntro ro de umes umesp* p*ri rito to recon reconci cili liad ador or++ \V7= tam.)m, como 3- o.servamos, uma aceitaç(o crescente da universalidade dos direitos 'umanos e da necessidade de admitir a diversidade em -reas de import1ncia comum, como a das "uestões reli!iosas, por e6emplo+ Acredito "ue isso reflete a percepç(o de "ue ) imprescind*vel ampliar a perspectiva devido diversidade da pr0pria fam*lia 'umana+ Como resultado de todas essas coisas, e apesar do sofrimento "ue continua sendo imposto a pessoas e povos em nome de ideolo!ias, de reli!iões, do pro!resso, do desenvolvimento ou da economia, uma nova esperança estsur!indo para os oprimidos+ N(o '- d5vida de "ue ser- dif*cil produ%ir pa% e 'armonia !enu*nas, mas perce.e4se nitidamente "ue isso pode ser feito+ / potencial est- a*+ seu fundamento ) a noç(o da responsa.ilidade de cada indiv*duo por todos os outros+ V7 Cap*tulo 7 N;IS D C/M9:/MISS/ É desenvolvendo uma atitude de responsa.ilidade pelos outros "ue começamos a criar o mundo mais .ondoso e compassivo com "ue todos 77
son on'a 'am mos os++ / lei leitor tor pod odee ou n( n(oo co conc ncor orda darr co com m min'a in'a de defe fessa da responsa.ilidade universal+ ntretanto, se ) correto "ue, por causa da nature%a interdependente da realidade, a distinç(o "ue costumamos fa%er entre o eu e o outro ) de certa forma e6a!erada, e por isso nossa meta deve ser estender a nossa compai6(o a todos, a conclus(o inevit-vel ) "ue a compai6(o 4 "ue leva conduta )tica 4 est- no centro de todas as nossas açõe ações, s, pe pess ssoa oais is e soci sociai ais+ s+ Al)m Al)m do mais mais,, ap apes esar ar de ev evid iden ente teme ment ntee podermos discutir os detal'es, estou convencido de "ue responsa.ilidade univ un ivers ersal al si!n si!nif ific icaa aind aindaa "u "uee a compa compai6 i6(o (o pe pert rten ence ce tam. tam.)m )m arena arena pol*tica+ A responsa.ilidade universal ) uma inspiraç(o para a nossa maneira de condu%ir a vida di-ria se "uisermos ser feli%es, no sentido "ue defini felicidade+ spero "ue ten'a ficado claro "ue n(o estou pedindo a nin!u)m para a.andonar sua maneira de viver atual e adotar al!uma nova re!ra ou modo de pensar+ Min'a intenç(o ) dar a entender "ue as pessoas, mantendo sua vida costumeira de todos os dias, podem mudar, tornando4se V7B mel' mel'or ores es,, mais mais co comp mpas assi siva vass e mais mais feli feli%e %es+ s+ assi assim m co come meça çarm rmos os a implementar nossa revoluç(o espiritual+ / tra.al'o de uma pessoa em "ual"uer ocupaç(o modesta ) t(o relevante para o .em4estar da sociedade "uanto ode um m)dico, um professor, um mon!e ou uma freira+ 8oda atividade 'umana ) potencialmente valiosa e no.re+ Xual"uer tra.al'o motivado pelo dese3o de contri.uir para o .em4estar dos outros ser- sempre um .enef*cio para toda a comunidade+ Xuando falta consideraç(o pelos sentimentos e .em4 esta estarr do doss ou outr tros os,, no noss ssas as ativ ativid idad ades es aca.a aca.am m se co corro rromp mpen endo do++ Xu Xuan ando do faltam sentimentos 'umanos .-sicos, a reli!i(o, a pol*tica, a economia e tudo o mais podem se transformar transformar em al!o s0rdido+ m ve% de servirem 'umanidade, tornam4se a!entes de sua destruiç(o+ 9or isso, n(o .asta desenvolver uma noç(o de responsa.ilidade universal, precisamos na verdade ser pessoas respons-veis+ n"uanto n(o pusermos nossos princ*pios em+ pr-tica, eles continuar(o sendo apenas princ*pios+ Assim, por e6emplo, o pol*tico "ue ) de fato uma pessoa respons-vel a!e com 'onestidade e inte!ridade+ / 'omem ou mul'er de ne!0cios "ue ) uma pessoa respons-vel leva em conta as necessidades dos
7
outros em cada ne!0cio "ue reali%a+ / advo!ado respons-vel usa seus con'ecimentos e talento para lutar pela 3ustiça+ É clar claroo "u "uee ) dif* dif*ci cill esta esta.e .ele lece cerr co com m prec precis is(o (o co com mo o no noss ssoo comportamento deve moldar4se para corresponder ao compromisso com o princ*pio da responsa.ilidade universal+ N(o ten'o nen'um padr(o em especial a su!erir+ su!erir+ V7B Min'a esperança ) "ue, se você leitor se sensi.ili%ar com o "ue estescrito escrito a"ui, vai procurar ser compassivo em seu dia4a4dia dia4a4dia e, movido movido pela noç(o de responsa.ilidade pelos outros, far- o poss*vel para a3ud-4los+ Mesmo com pe"uenos !estos+ Xuando passar por uma torneira a.erta, você a fec'ar-+ Se vir uma lu% acesa inutilmente, você a apa!ar-+ Se encontrar al!u)m "ue pratica uma f) diferente da sua, vai demonstrar4l'e o mesmo respeito "ue espera "ue l'e demonstrem+ /u se for um cientista e desco.rir "ue a pes"uisa em "ue est- tra.al'ando pode de al!uma forma caus causar ar mal mal ao aoss ou outr tros os,, va vaii a. a.an ando donn-4l 4laa leva levado do po porr su suaa no noç( ç(oo de responsa.ilidade+ De acordo com seus pr0prios recursos e recon'ecendo as limitações de suas circunst1ncias, você far- o "ue puder+ Afora isso, n(o estou pedindo "ue nin!u)m assuma "ual"uer outro compromisso+ se em al!uns dias suas ações forem mais compassivas do "ue em outros, aceite este fato como normal+ Al)m disso, se o "ue eu di!o n(o l'e parece 5til, n(o importa+ / importante ) "ue "ual"uer coisa "ue façamos pelos outros, "ual "u al"u "uer er sacri sacrif* f*ci cio, o, se3a se3a vo volu lunt nt-ri -rioo e moti motivad vadoo pe pela la co comp mpre reen ens( s(oo do .enef*cio "ue sua aç(o vai proporcionar+ m uma recente visita a Nova gorY, um ami!o contou4me "ue o n5mero de .ilion-rios na Am)rica do Norte aumentou em poucos anos de de%essete de%essete pessoas para v-rias centenas centenas delas+ Simultaneamen Simultaneamente, te, os po.res continuam po.res e em al!uns casos est(o ficando ainda mais po.res+ Cons Co nsid ider eroo tal tal co cois isaa compl complet etam amen ente te imor imoral al++ tam. tam.)m )m uma font fontee de pro.lemas+ n"uanto mil'ões de pessoas n(o dispõem do m*nimo V7B7 nece ne cess ss-r -rio io pa para ra vive viverr 4 alim alimen enta taç( ç(oo ad ade"u e"uad ada, a, mora moradi dia, a, ed educ ucaç( aç(oo e tratamento m)dico 4, a desi!ualdade da distri.uiç(o de ri"ue%a ) um esc1ndalo+ Se todos tivessem o suficiente para suprir as suas necessidades e um pouco mais, ent(o talve% um estilo de vida lu6uoso fosse admiss*vel+ 7K
Se a pessoa realmente dese3asse viver assim, seria dif*cil ale!ar "ue deveria deveria conter4se, pois ela teria o direito direito de viver como ac'a mel'or mel'or+ Mas n(o ) assim "ue as coisas se passam+ Neste mundo em "ue vivemos 'lu!ares em "ue se 3o!a comida fora e '- !ente por perto 4 nossos semel'antes, com crianças inocentes em seu meio 4 "ue ) o.ri!ada a revolver o li6o em .usca de alimento, e muitos passam fome+ 9ortanto, em.ora n(o possa di%er "ue a vida de lu6o dos ricos este3a errada, desde "ue eles !astem seu pr0prio din'eiro e o !an'em 'onestamente, insisto em afirmar "ue ela n(o tem valor, "ue ) um tipo de vida "ue estra!a as pessoas+ /utra coisa "ue me c'ama a atenç(o ) o estilo de vida dos ricos ser muit muitas as ve ve%e %ess a. a.su surd rdam amen ente te co comp mpli lica cado do++ Um ami! ami!oo meu meu "u "uee fico ficouu 'ospedado na casa de uma fam*lia muito rica contou4me "ue, sempre "ue iam tomar .an'o de piscina, rece.iam um roup(o "ue era trocado por um limpo cada ve% "ue usavam a piscina, mesmo "ue o fi%essem diversas ve%es por dia+ 6traordin-rio :id*culo, at)+ N(o ve3o em "ue isso torna a vida vida de al!u al!u)m )m mais mais co conf nfor ortt-ve vel+ l+ N0 N0ss 'u 'uma mano noss temo temoss ap apen enas as um est2ma!o+ \- um limite para a "uantidade do "ue podemos in!erir in!erir++ 8emos tam.)m apenas de% dedos, de modo "ue n(o podemos usar cem V7B an)is+ Xual"uer "ue se3a o ar!umento a favor da escol'a, os "ue temos em e6cesso n(o têm nen'um prop0sito no momento em "ue estamos de fato usando um 5nico anel+ / resto fica !uardado nas cai6as sem utilidade nen'uma+ Como e6pli"uei certa ve% para o mem.ros de uma fam*lia indiana imensamente rica, o uso correto da ri"ue%a est- nas contri.uições para atividades filantr0picas+ Na"uele caso em particular, su!eri 4 3- "ue eles per!untaram 4 "ue talve% !astar seu din'eiro em educaç(o fosse o mel'or "ue poderiam fa%er+ / futuro do mundo est- nas m(os de nossas crianças+ Se "uisermos 8er uma sociedade mais compassiva 4 e portanto mais 3usta 4, ) essencial educarmos nossas crianças para serem adultos respons-veis respons-veis e %elosos+ %elosos+ Xuando al!u)m nasce rico ou ad"uire ri"ue%a por "ual"uer outro meio, tem uma formid-vel oportunidade para .eneficiar os outr ou tros os++ Xu Xuee de desp sper erd* d*ci cioo "u "uan ando do tal tal op opor ortu tuni nida dade de ) es.a es.an3 n3ad adaa co com m e6trava!1ncias para satisfa%er os pr0prios dese3os sto stouu fort fortem emen ente te incl incliina naddo a ac'a ac'arr "u "uee a vida vida lu6 u6uo uosa sa ) despropositada, tanto "ue me sinto muito pertur.ado sempre "ue estou 7Q
'ospedado em um 'otel confort-vel e ve3o as pessoas comendo e .e.endo coisas caras en"uanto, do lado de fora, sei "ue '- outras "ue n(o têm nem mesmo onde passar a noite+ :eforça meu sentimento de "ue n(o sou diferente nem dos ricos nem dos po.res+ Somos i!uais, "uerendo ser feli%es e n(o sofrer+ temos todos o mesmo direito a essa felicidade+ Como resultado dessa convicç(o, ten'o a impress(o de "ue se visse passar V7BK uma passeata de tra.al'adores reivindicando seus direitos, eu certamente os acompan'aria+ , no entanto, a pessoa "ue l'es di% essas coisas estdesfrutando do conforto de um 'otel+ Na verdade, preciso ir ainda mais lon!e nessa "uest(o+ É verdade "ue possuo muitos rel0!ios de pulso valiosos+ mesmo sa.endo "ue se os vendesse talve% pudesse construir al!umas casas simples para os po.res, at) a!ora n(o o fi%+ Da mesma mane maneir ira, a, esto estouu cert certoo de "u "ue, e, se se!u se!uis isse se uma uma diet dietaa ri!o ri!oro rosa same ment ntee ve!etariana, n(o s0 estaria dando um .om e6emplo como a3udaria a salvar a vida de animais inocentes+ At) a!ora n(o o fi% e, portanto, ten'o de admitir "ue e6iste uma discrep1ncia entre meus princ*pios e a min'a pr-tica em Oal!umas -reas+ Ao mesmo tempo, n(o acredito "ue todos possam ou devam ser como o Ma'atma @and'i e passem a viver como camp campon onese esess po po.r .res es++ Uma de dedi dica caç( ç(oo assi assim m ) mara maravi vil' l'os osaa e de deve ve ser ser !randemente admirada+ Mas o lema )# $8anto "uanto pudermos$ 4 sem c'e!ar a e6tremos+ V7BQ Cap*tulo 7K É8ICA NA S/CIDAD DUCAJ/ MI/S D C/MUNICAJ/ ;iver iver uma uma vida vida ve verd rdad adei eira rame ment ntee )tic )tica, a, em "u "uee co colo loca camo moss em primeiro lu!ar as necessidades dos outros e cuidamos de sua felicidade, ) al!o "ue tem e6traordin-rias implicações para a nossa sociedade+ Se mudarmos internamente, desarmando4nos ao lidar de maneira construtiva com nossos pensamentos e emoções ne!ativos, poderemos literalmente tran transf sfor orma marr o mund mundoo inte inteir iro+ o+ F- temo temoss pron pronta tass muit muitas as ferr ferram amen enta tass 7
poderosas para criar nossa sociedade )tica e pac*fica+ ntretanto, o potencial de al!umas delas n(o est- sendo totalmente aproveitado+ A partir deste ponto, !ostaria de partil'ar al!umas de min'as opiniões so.re a maneira como podemos fa%er e os setores onde podemos começar a revo revolu luç( ç(oo espir espirit itual ual de .o .ond ndad ade, e, compa compai6 i6(o (o,, pa paci ciên ência cia,, tole toler1n r1nci cia, a, capacidade de perd(o e 'umildade+ Xuando estamos comprometidos com o ideal da consideraç(o pelos outros, este fato deve permear nossas medidas sociais e pol*ticas+ N(o di!o isso por ac'ar "ue deste modo seremos capa%es de solucionar todos os pro.lemas da sociedade de um dia para outro+ Mas estou convencido de V7B "ue, a menos "ue essa noç(o mais ampla de compai6(o na "ual ven'o insistindo inspire nossa pol*tica de aç(o, elas provavelmente causar(o danos em ve% de servir 'umanidade como um todo+ Acredito "ue precisamos tomar medidas pr-ticas para assumir nossa responsa.ilidade para com todos os nossos semel'antes, n(o s0 a!ora como no futuro+ Isso ) ine!-vel mesmo "ue 'a3a pe"uenas diferenças diferenças de ordem pr-tica entre os planos de aç(o motivados por esse tipo de compai6(o e os "ue s(o motivados pelo, di!amos, interesse nacional+ Se todas essas su!estões referentes compai6(o, disciplina interior, s-.io discernimento e cultivo da virtude fossem lar!amente impl implem emen enta tada das, s, co com m cert certe% e%aa o mund mundoo pa pass ssar aria ia a ser ser um lu!a lu!arr mais mais .eni!no e pac*fico+ Ainda assim, acredito "ue a realidade nos o.ri!a a atac atacar ar no noss ssos os pro. pro.le lem mas tan antto no plan planoo indi indivi vidu dual al "u "uan antto no da sociedade+ / mundo mudar- sempre "ue um indiv*duo tentar refrear seus pensamentos e emoções ne!ativos e "uando praticar a compai6(o por seus semel'antes, mesmo "ue n(o ten'a um relacionamento direto com eles+ m vista disso, penso "ue e6istem diversas -reas a "ue devemos dar uma atenç(o especial lu% da responsa.ilidade universal+ Incluem a educaç(o, os meios de comunicaç(o, nosso meio am.iente, pol*tica e economia, pa% e desarmamento e 'armonia inter4reli!iosa+ Cada uma delas tem um papel vital a desempen'ar no processo de moldar o mundo em "ue vivemos, e dispon'o4me a e6aminar cada uma sucintamente+ V7BP
7P
Antes de fa%ê4lo, devo acentuar "ue os pontos de vista "ue e6presso a"ui s(o pessoais+ S(o os pontos de vista de al!u)m "ue fa% "uest(o de afir afirma marr "u "uee n( n(oo ) pe peri rito to em ne nen' n'um um do doss aspe aspect ctos os t)cn t)cnic icos os de dess ssas as "uestões+ Mesmo "ue o "ue eu disser se3a pass*vel de o.3eções, espero "ue ao menos dê ao leitor a oportunidade de fa%er uma pausa para refle6(o+ 9ois ) .em poss*vel "ue sur3am diver!ências de opini(o "uanto ao modo como podem ser trad radu%idas em pol*ticas reais ais a neces cessidade de comp co mpai ai6( 6(o, o, de va valo lores res espi espiri ritu tuai aiss ..-si sico cos, s, de disc discip ipli lina na inte interi rior or e a import1ncia de uma conduta )tica+ Mas, na min'a opini(o, s(o valores incontest-veis+ A mente 'umana Rlo ) simultaneamente a fonte e, se orientada de form formaa ap apro ropr pria iada da,, a solu soluç( ç(oo de todo todoss os no noss ssos os pro. pro.le lema mas+ s+ /s "u "uee ad"uirem !rande erudiç(o mas n(o têm .om coraç(o correm o risco de serem atormentados por ansiedades e in"uietações "ue resultam de dese3os "ue n(o podem ser reali%ados+ Inversamente, a compreens(o !enu*na dos valores valores espirituais espirituais tem o efeito oposto+ Xuando educamos nossas crianças para ad"uirirem con'ecimentos sem compai6(o, ) muito prov-vel "ue sua atitude para com os outros ven'a a ser uma com.inaç(o de inve3a da"ueles "ue ocupam posições superiores s suas, competitividade a!ressiva para com seus pares e desd)m pelos menos afortunados, o "ue leva a uma propens(o para a !an1ncia, para a presunç(o, para os e6cessos e, muito rapidamente, perda da felicidade+ Con'ecimento ) importante+ Muito mais, por)m, ) o uso "ue l'e damos+ V7B= Isso depende do coraç(o e da mente de "uem o usa+ ducaç caç(o ) muito mais ais do "ue transmi smitir con'ecime imentos e 'a.ilidades 'a.ilidades por meio dos "uais se atin!em atin!em o.3etivos limitados+ limitados+ tam.)m a.rir os ol'os das crianças para as necessidades e direitos dos outros+ 9rec 9recis isam amos os most mostra rarr s cria crianç nças as "u "uee suas suas açõe açõess têm têm uma uma dime dimens ns(o (o uniive un vers rsal al++ prec precis isam amos os en enco cont ntra rarr uma uma form formaa de est estimul imular ar seus seus sentimentos naturais de empatia para "ue ven'am a ter uma noç(o de responsa.ilidade em relaç(o aos outros+ 9ois ) isso o "ue nos motiva a a!ir+ Se tiv)ssemos de escol'er entre con'ecimento e virtude, a 5ltima seria sem d5vida a mel'or escol'a, pois ) mais valiosa+ / .om coraç(o
7=
"ue ) fruto da virtude ) por si s0 um !rande .enef*cio para a 'umanidade+ / mero con'ecimento, n(o+ Como, por)m, ensinar princ*pios morais s nossas crianças& 8en'o a impr impreess(o ss(o de "ue ue,, em !e !era rall, os sist sistem emas as ed educ ucac acio iona nais is mode modern rnos os ne!li!enciam a discuss(o de "uestões )ticas+ Isso provavelmente n(o ) inte intenci ncion onal al,, mas mas um su.p su.prod rodut utoo da reali realida dade de 'ist 'ist0r 0ric ica+ a+ /s sist sistem emas as educ ed ucac acio iona nais is secu secula lares res foram foram de dese senv nvol olvi vido doss nu numa ma )p )poc ocaa em "u "uee as inst instit itui uiçõ ções es reli reli!i !ios osas as aind aindaa e6 e6er erci ciam am !ran !rande de infl influe uenc ncia ia em toda toda a sociedade+ Como os valores )ticos e 'umanos eram ent(o e ainda s(o vist vistos os co como mo pe pert rten ence cent ntes es esfer esferaa da reli reli!i !i(o (o,, pres presum umiu iu4s 4see "u "uee esse esse aspe aspect ctoo da ed educ ucaç aç(o (o infa infant ntil il seri seriaa aten atendi dido do du dura rant ntee a sua sua form formaç aç(o (o reli!iosa+ isso funcionou .astante .em at) a influência da reli!i(o começar a declinar+ m.ora ainda e6ista, a necessidade n(o est- sendo atendida+ atendida+ 9ortanto, temos de encontrar encontrar outra forma de mostrar s crianças V7B "ue os vares 'umanos fundamentais s(o importantes+ tam.)m a3ud-4las a desenvolver esses valores+ É claro "ue, em 5ltima an-lise, n(o se aprende a import1ncia da consideraç(o pelos outros atrav)s de palavra mas atrav)s de ações# do e6emplo "ue se d-+ 9or essa ra%(o, o am.iente familiar ) um componente fundamental na educaç(o de uma criança+ Xuando n(o '- uma atmosfera afetuosa em casa, "uando os fil'os sofrem com descaso dos pais, ) f-cil recon'ecer os pre3u*%os+ As crianças sentem4se indefesas e inse!uras e apresentam sintomas de mente a!itada+ Ao contr-rio, "uando rece.em afeiç(o afeiç(o e proteç(o proteç(o constantes, mostram4se mostram4se muito mais feli%es e confiantes confiantes em suas aptidões+ Sua sa5de f*sica tam.)m costuma ser mel'or+ nota4se "ue se preocupam n(o apenas consi!o mesmas mas tam.)m com os outros+ / am.iente familiar ) tam.)m importante por"ue as crianças aprendem com os pais a incorporar um comportamento ne!ativo+ Se, por e6emplo, o pai est- sempre .ri!ando com as pessoas com "uem tra.al'a, se pai e m(e est(o sempre discutindo de maneira a!ressiva, a princ*pio a criança pode at) n(o !ostar, mas aca.a considerando a"uilo normal+ ste aprendi%ado ) em se!uida levado de casa para o mundo e6terno+ 8am.)m n(o ) preciso di%er "ue a"uilo "ue as crianças aprendem so.re conduta )tica na escola deve antes de tudo ser praticado+ Xuanto a isso, os 7
professores têm um responsa.ilidade especial+ Seu pr0prio comportamento pode fa%er as crianças lem.rarem4se deles pelo resto da vida+ Se esse V7BB comportamento ) *nte!ro, disciplinado e .ondoso, seus valores ficar(o !ravados na mente das crianças, com repercussões em seu comportamento+ 9or"ue as lições ensinadas por um professor com uma motivaç(o positiva Rkun long , , cu3as palavras correspondem ao seu modo de a!ir, penetram mais fundo na mente do aluno+ Sei disso por e6periência pr0pria+ Xuando menino, era muito pre!uiçoso+ Mas se perce.ia afeiç(o e dedicaç(o em meus mestres, suas lições !eralmente calavam mais fundo e com muito mais sucesso do "ue nos dias em "ue al!um deles demonstrava aspere%a ou insensi.ilidade+ No "ue se refere aos aspectos espec*ficos da educaç(o, dei6o a "uest(o para os especialistas+ ;ou limitar4me, portanto, a al!umas poucas su!estões+ A primeira ) "ue, se "uisermos despertar a consciência dos 3ovens para a import1ncia dos valores 'umanos fundamentais, ) mel'or n(oo ap n( apre rese sent ntar ar os pro. pro.le lema mass da soci socied edad adee atua atuall co como mo uma uma "u "ues est( t(oo meramente )tica ou reli!iosa+ É importante destacar "ue o "ue est- em 3o!o ) a manutenç(o de nossa so.revivência+ Dessa forma, passar(o a sentir "ue o futuro est- em suas m(os+ m se!undo lu!ar, acredito "ue o di-lo!o pode e deve ser ensinado em sala de aula+ Apresentar aos alunos um assunto controvertido e estimular o de.ate entre eles ) uma e6celente mane maneir iraa de intr introd odu% u%i4 i4lo loss ao co conc ncei eito to de reso resolu luç( ç(oo n( n(o4 o4vi viol olen enta ta de conflitos+ Na realidade, seria muito .om se as escolas fi%essem desse tipo de di-lo!o uma prioridade, pois isso traria .enef*cios para a pr0pria vida V familiar+ Ao ver os pais .ri!ando, uma criança "ue compreendesse o valor do di-lo!o diria instintivamente# $N(o, n(o ) assim "ue se fa%, vocês têm "ue conversar, discutir as coisas da maneira certa,$ Hina Hinalm lmen ente te,, ) impr impres esci cind nd*v *vel el elim elimin inar ar do doss no noss ssos os cu curr rr*c *cul ulos os escolares "ual"uer tendência para apresentar os outros so. uma 0tica ne!ativa, 6istem al!uns lu!ares do mundo em "ue o ensino de \ist0ria, por e6emplo, promove o fanatismo e o racismo contra outras comunidades+ / "ue est- errado, N(o contri.ui em nada para o .em da 'umanidade, \o3e, mais do "ue nunca, precisamos mostrar s nossas 7B
crianças "ue as distinções entre $meu pa*s$ e $seu pa*s$, $min'a reli!i(o$ e $sua reli!i(o$ s(o secund-rias+ Antes de tudo, precisamos af7rInar com insistência "ue meu direito felicidade n(o tem mais peso do "ue o direito do outro+ / "ue n(o si!nifica "ue as crianças devam a.andonar ou i!norar a cultura e a tradiç(o 'ist0rica do lu!ar em "ue nasceram+ 9elo contr-rio, ) muit muitoo impo import rtant antee "u "uee se3am se3am inst instru ru*d *das as ne ness sses es fundam fundamen ento toss pa para ra "u "uee aprendam a amar seu pa*s, sua reli!i(o e sua cultura+ / peri!o ) "uando isso evolui para um nacionalismo estreito, para o etnocentrismo e para a intoler1ncia reli!iosa+ / e6emplo do Ma'atma @and'i ) pertinente a"ui+ Mesm Mesmoo tend tendoo rece. rece.id idoo uma uma edu educa caç( ç(oo oc ocid ident ental al de alto alto n*vel n*vel,, nu nunc ncaa es"ueceu ou se afastou da rica 'erança de sua cultura indiana+ Se a educaç(o ) uma de nossas armas mais poderosas na campan'a para um mundo mel'or e mais pac*fico, os meios de comunicaç(o de massa 4 a m*dia 4 s(o outra+ V7 8odos os persona!ens pol*ticos sa.em "ue 'o3e n(o s(o mais os 5nicos com autoridade na sociedade+ Al)m da influência dos 3ornais e livros, o r-dio, o cinema e a televis(o 3untos e6ercem so.re as pessoas uma influência "ue seria inima!in-vel '- cem anos+ ste enorme poder confere !rande responsa.ilidade a todos os "ue tra.al'am no setor+ Mas tam.)m confere !rande responsa.ilidade a cada um de n0s "ue, como indiv*duos, escutamos, lemo emos e ass assistimos+ N0s tam.)m temo emos um papel a desempen'ar+ N(o somos impotentes diante da m*dia+ Afinal de contas, os .otões de controle ficam em nossas m(os+ N(o estou defendendo a"ui notici-rios contidos ou distrações ins*pidas+ Ao contr-rio, no "ue se refere ao 3ornalismo investi!ativo, respeito e aprecio a intervenç(o da m*dia+ Nem todos os funcion-rios dos !overnos s(o 'onestos ao cumprir os seus deveres+ É muito conveniente, portanto, "ue e6istam 3ornalistas com nari%es t(o compridos "uanto trom.as de elefante .is.il'otando tudo e revelando as trans!ressões "ue encontrarem+ 9recisamos sa.er "uando e como essa ou a"uela pessoa famosa esconde um aspecto descon'ecido por tr-s de uma aparência a!rad-vel+ N(o deve 'aver discrep1ncia entre a aparência e6terna e a vida inte interi rior or de uma uma pe pess ssoa oa++ É a mesm mesmaa pe pess ssoa oa,, afinal afinal++ As disc discrep rep1n 1nci cias as insinuam "ue n(o s(o confi-veis+ Ao mesmo tempo, ) crucial "ue os 7K
motiv otivos os de "u "uem em inve invest stii!a se3a se3am m di!n di!nos os++ / m-6 -6im imoo po poss ss*v *vel el de imparcialidade e o respeito pelos direitos do outro s(o indispens-veis para n(o desvirtuar a investi!aç(o+ V Com relaç(o ao desta"ue dado pelos meios de comunicaç(o ao se6o e violência, '- muitos fatores a considerar+ m primeiro lu!ar, ) evidente "ue !rande parte do p5.lico !osta das sensações provocadas por esse tipo de tema+ m se!undo, duvido muito "ue os "ue produ%em todo esse material contendo muito se6o e6pl*cito e violência ten'am a intenç(o de pre3udicar+ Seus motivos s(o com certe%a apenas comerciais+ Se isso ) positivo ou ne!ativo importa menos na min'a opini(o do "ue se tem ou n(oo con n( conse" se"Zê Zênc ncias ias )tic )ticas as saud saud-v -veis eis++ Se assi assist stir ir a um filme filme viol violen ento to desperta o sentimento de compai6(o em "uem o assiste, talve% a"uela repr repres esen enta taç( ç(oo da viol violên ênci ciaa se 3ust 3ustif ifi" i"ue ue++ Se o ac5m ac5mul uloo de ima! ima!en enss violentas aca.a levando indiferença ante o sofrimento, por)m, ac'o "ue n(oo ) reco n( recome mend nd-v -vel el++ ndu ndure rece cerr o co cora raç( ç(oo assi assim m ) po pote tenc ncia ialm lmen ente te peri!oso+ Leva facilmente falta de empatia+ Xuando os meios de comunicaç(o se concentram demasiado nos aspectos ne!ativos da nature%a 'umana, '- o peri!o de nos persuadirem "ue a violência e a a!ressividade s(o as principais caracter*sticas do 'omem+ Creio "ue essa conclus(o ) um e"u*voco+ / fato de a violência ter tanto valor como not*cia su!ere e6atamente o oposto+ As not*cias positivas n(o c'amam tanto a atenç(o por"ue '- um e6cesso de not*cias positivas+ Num determinado momento deve 'aver se!uramente mil'ões de atos de .ondade acontecendo no mundo inteiro+ \- sem d5vida muitos atos de violência sendo cometidos ao mesmo tempo, mas em n5mero muito menor+ m conse"Zência, se a m*dia "uiser ser eticamente respons-vel, VK deve refletir so.re este simples fato É claramente necess-rio "ue os meios de comunicaç(o se3am re!ulamentados+ / fato de impedirmos nossas crianças de assistirem a certas coisas indica "ue 3- fa%emos distinç(o entre o "ue ) e o "ue n(o ) apropriado de acordo com diferentes circunst1ncias+ ntretanto, ) dif*cil sa.er se a le!islaç(o ) o mel'or camin'o para resolver este pro.lema+ m todas as "uestões de )tica, a disciplina s0 realmente efica% "uan anddo vem de dentro+ ro+ 8alve% a mel'or maneira de nos 7K7
asse!urarmos de "ue a"uilo "ue os meio de comunicaç(o produ%em ) saud-vel este3a na maneira como educamos nossas crianças+ Se forem educadas para serem conscientes de suas responsa.ilidades, ser(o mais disciplinadas em seu contato com a m*dia+ 8alve% se3a esperar demais "ue os meios de comunicaç(o promovam os ideais e princ*pios da compai6(o, mas ao menos podemos dese3ar "ue os profissionais desta -rea ten'am cuidado "uando 'ouver potencial para impacto ne!ativos+ Xue n(o 'a3a lu!ar para o est*mulo a atos ne!ativos como os de violência racial+ Al)m disso n(o sei di%er+ 8alve% pud)ssemos encontrar uma forma de li!ar mais diretamente os "ue criam 'ist0rias para o setor de entretenimento e not*cias com o espectador, o leitor ou o ouvinte+ VQ / MUND/ NA8U:AL Se e6iste uma -rea em "ue tanto a educaç(o "uanto a m*dia têm especial responsa.ilidade, esta ), secreio, nosso meio am.iente+ /utra ve% essa responsa.ilidade tem menos a ver com certo e errado do "ue "uest(o da so.revivência+ / mundo natural ) nosso lar+ N(o ) necessariamente sa!rado ou santo, ) simplesmente o lu!ar onde vivemos+ Sendo assim, ) do nosso interesse cuidar dele+ 8rata4se apenas de .om senso+ S0 muito recentemente o taman'o da populaç(o mundial e o poder da ciência e da tecnolo!ia cresceram de tal modo, "ue passaram a ter um impacto direto so. o.re re a na natu ture re%a %a + m ou outtras ras pa pala lavr vras as,, at) at) a! a!or ora, a, a M(e M(e Na Natu ture re%a %a conse!uiu tolerar nosso desma%elo dom)stico, mas c'e!ou a um ponto em "uee n( "u n(oo po podde mai mais acei aceita tarr no noss ssoo co com mpo port rtam amen ento to em silê silênc ncio io++ /s pro.lemas causados pela de!radaç(o am.iental podem ser vistos como a reaç(o da nature%a nossa irresponsa.ilidade+ st- avisando "ue at) a sua toler1ncia tem limites+ m nen'um outro lu!ar as conse"Zências de nossa falta de disciplina na maneira como nos relacionamos com a nature%a s(o mais aparentes do "ue no 8i.et atual+ N(o ) e6a!ero afirmar "ue o 8i.et em "ue cresci era um para*so de vida selva!em+ 8odos os via3antes "ue o visitavam antes de 7K
meados do s)culo [[ o.servavam isso+ :aramente se caçavam animais, e6ceto nas -reas mais remotas onde n(o era poss*vel plantar, por"ue nada crescia ali+ /s funcion-rios do !overno costumavam lançar proclamações anuais prote!endo os animais selva!ens cu3o te6to era# $Nin!u)m, se3a no.re ou ple.eu, far- mal ou praticar- violência contra as criaturas das V -!uas ou das matas+$ S0 se fa%ia e6ceç(o aos ratos e aos lo.os+ Xuan Xu ando do rapa rapa%, %, lem. lem.ro ro4m 4mee de ter ter vist vistoo !ran !rande dess "u "uan anti tida dade dess de animais de diferentes esp)cies sempre "ue via3ava para fora de L'asa+ A lem.rança mais v*vida "ue ten'o da via!em de três meses atrav)s do 8i.et, de 8aYster, a leste, onde nasci, para L'asa, onde fui formalmente proclamado Dalai Lama aos "uatro anos de idade, ) a dos animais selva!e selva!ens ns "ue encont encontr-v r-vamos amos no camin'o camin'o++ Imensos Imensos re.an'os re.an'os de kiang R.ur R.urro ross selv selva! a!ens ens e drong Ria"ues va!avam livremente pelas !randes plan*cies+ De ve% em "uando avist-vamos as lustrosas gowa, as t*midas !a%elas ti.etanas, ou os wa, os veados de .eiços .rancos, ou os tso, nossos imponentes ant*lopes+ Lem.ro ainda min'a fascinaç(o pelos pe"uenos chibi, ou la!2mios, "ue se reuniam nos relvados e "ue eram t(o ami!-veis+ Adorava o.servar as aves, a ma3estosa gho R-!uia .ar.uda pairando nas alturas acima dos mosteiros encarapitados nas montan'as, os .andos de !ansos Rnagbar e s ve%es, noite, ouvir o c'amado da wookpa, a coru3a de orel'as compridas+ Mesmo em L'asa, n(o nos sent*amos de modo al!um isolados do mundo natural+ m meus aposentos no alto do 9otala, o pal-cio de inverno dos dalai lamas, passei 'oras "uando criança estudando o comportamento dos khyungkar de .ico vermel'o, "ue fa%iam nin'os nas fendas das mural'as+ atr-s do Nor.ulin!Ya, o pal-cio de ver(o, via sempre casais de R!arças 3aponesas de pescoço ne!ro, aves "ue para mim s(o trung trung R!arças um modelo de ele!1ncia e de !raciosidade, "ue viviam nos p1ntanos dali+ VP tudo isso sem mencionar a !l0ria m-6ima da fauna ti.etana# os ursos e raposas das montan'as, os chanku Rlo.os, os sazik R.el*ssimos R.el*ssimos leopardos .rancos, os sik Rlinces, Rlinces, "ue aterrori%avam os fa%endeiros n2mades, e os pardas !i!antes com seu mei!o sem.lante, "ue s(o nativos da re!i(o da fronteira entre o 8i.et e a C'ina+ 7KK
Lamentavelmente, essa profus(o de animais selva!em n(o pode mais ser encontrada+ m parte devido caça, em parte devido perda do habitat , o "ue resta meio s)culo depois da ocupaç(o do 8i.et ) apenas uma parcela do "ue e6istia antes+ Sem e6ceç(o, todos os ti.etanos com "uem falei e "ue voltaram para visitar o 8i.et depois de trinta ou "uarenta anos de ausência ausência mencionaram mencionaram a surpreendente surpreendente ausência de animais animais selva!ens+ selva!ens+ Antes esse animais costumavam apro6imar4se das casas e 'o3e em dia "uase n(o s(o vistos em lu!ar al!um+ I!ualmente in"uietante ) a devastaç(o das florestas ti.etanas+ As colinas, "ue eram co.ertas de .os"ues densos est(o lisas como ca.eças rasp raspad adas as de mon! mon!es es++ / !o !ove vern rnoo de Gei3 Gei3in in!! ad admi miti tiuu "u "uee as terr terr*v *vei eiss enc'entes no oeste da C'ina e arredores devem4se em parte a isso+ , no entanto, ouço constantemente relatos so.re com.oios de camin'ões "ue se!uem na direç(o leste transportando madeira dia e noite para fora do 8i.et+ / "ue ) tr-!ico, por causa do terreno montan'oso e do clima -spero do pa*s+ Si!nifica "ue o reflorestamento e6i!iria cuidados e atenções sistem-ticos+ Infeli%mente '- poucos ind*cios disso+ V= Nada disso si!nifica "ue n0s, ti.etanos, ten'amos sido 'ist0rica e deli.eradamente conservacionistas+ N(o fomos+ A id)ia de al!o c'amado $poluiç(o$ simplesmente nunca nos ocorreu+ N(o se pode ne!ar "ue fomos .astante mimados a esse respeito+ Ima!inem uma populaç(o redu%ida 'a.itando uma !rande re!i(o com ar puro e seco e a.und1ncia de -!ua cristalina das montan'as+ ssa atitude inocente com relaç(o limpe%a revelou4se "uando fomos e6ilados e desco.rimos, com surpresa, para citar um e6emplo, a e6istência de rios cu3a -!ua n(o era pot-vel Como no caso de um fil'o 5nico, a M(e Nature%a tolerava nosso comportamento, n(o importa o "ue fi% fi%)ssemo emos+ / resu esultado ) "ue n(o t*n'amo amos uma compreens(o ade"uada das noções de 'i!iene e limpe%a+ As pessoas cuspiam ou assoavam o nari% na rua sem pensar+ / "ue me fa% lem.rar um idoso 'amp#i, um anti!o mem.ro da escolta "ue costumava ir todos os dias andar em torno de min'a residência em D'aramsala Ruma devoç(o popular+ Lamentavelmente, ele sofria de uma forte .ron"uite, "ue era a!ravada a!ravada pelo incenso "ue carre!ava+ A cada cada es"uina, parava para tossir tossir e
7KQ
e6pectorar t(o furiosamente, "ue eu s ve%es me per!untava se ele teria vindo mesmo para re%ar ou s0 para cuspir No decorrer dos anos "ue se!uiram nossa vinda para o e6*lio, interessei4me .astante por "uestões am.ientais+ / !overno ti.etano no e6*l e6 *lio io de dedi dico couu aten atenç( ç(oo espec especia iall a en ensi sina narr s no noss ssas as cria criança nçass as suas suas responsa.ilidades como residentes deste fr-!il planeta+ nunca 'esito em manifestar4me so.re o assunto todas as ve%es "ue ten'o oportunidade de V fa%ê4lo+ Sempre assinalo particularmente a necessidade de pensar como nossas ações podem afetar os outros "uando afetam o meio am.iente+ Admito "ue isso Costuma ser dif*cil de avaliar+ Se n(o podemos prever com co m cert certe% e%aa a. a.so solu lutta, po porr e6 e6em empl plo, o, "ua uaiis os efei efeito toss fina finais is "u "uee o desmatament desmatamentoo ter- so.re o solo e as c'uvas de um determinado determinado local, "ue dir- so.re Suas implicações para os sistemas clim-ticos do planeta+ A 5nica certe%a ) "ue n0s 'umanos somos a 5nica esp)cie con'ecida com poder para destruir a terra+ As aves n(o têm esse poder, nem os insetos, nem "ual"uer mam*fero+ Contudo, se temos capacidade para destruir a terra, temos tam.)m para prote!ê4la+ É fundamental encontrar m)todos de fa.ricaç(o "ue n(o destruam a nature%a+ 8emos de desco.rir formas de redu%ir o uso da nossa madeira e de outros recursos naturais limitados+ N(o sou especialista nesse campo e n(o posso su!erir como isso deve ser feito+ Sei apenas "ue ) poss*vel se 'ouuve 'o verr de dettermi ermina naç( ç(o+ o+ Lem.r em.roo4me 4me de ter ter ou ouvi vido do,, em uma uma visi visita ta a stocolmo '- al!uns anos, "ue pela primeira ve% em muito tempo os pei6es estavam voltando ao rio "ue passa pela cidade+ At) pouco antes n(o 'avia nen'um pei6e por causa da poluiç(o industrial+ esse mel' mel'or oram amen ento to n( n(oo oc ocorr orreu eu po por"u r"uee todas todas as f-.ri f-.rica cass loca locais is tive tivess ssem em fec'ado+ De modo semel'ante, numa visita Aleman'a, mostraram4me um novo pro3eto industrial para evitar poluiç(o+ 9ortanto, decerto e6istem soluções para limitar os pre3u*%os nature%a sem interromper as atividades industriais+ N(o di!o isso por acreditar "ue 9odemos confiar na tecnolo!ia para superar superar todos /s nossos pro.lemas+ Mas tam.)m n(o creio "ue possamos permitir "ue as pr-ticas destrutivas Continuem en"uanto esperamos "ue al!u)m invente al!um 3eito de evit-4las+ Ali-s, n(o ) o meio am.iente "ue 7K
precisa de 3eito+ / nosso comportamento com relaç(o a ele ) "ue precisa mudar+ 8en'o min'as d5vidas se, diante da ameaça iminente de um desastre am.iental de !randes proporções, como o causado pelo efeito estufa, seria poss*vel $dar um 3eito$, mesmo em teoria+ , supondo4se "ue sim, ter*amos de per!untar se seria vi-vel aplic-4lo na escala e6i!ida+ as despes despesas& as& o custo, custo, no "ue refere refere aos recursos recursos naturai naturais& s& Ima!ino Ima!ino "ue seria eriam m proi proi.i .iti tivo vos+ s+ \- tam tam.) .)m m o fato fato de 3- n( n(oo e6 e6is isti tire rem m fund fundos os suficientes para o tra.al'o "ue 9oderia ser reali%ado em muitos outros setores como os de a3uda 'umanit-ria s v*timas da fome+ Ainda "ue se ar!u ar!ume ment ntas asse se "u "uee os fund fundos os ne nece cess ss-r -rio ioss pa para ra a prot proteç eç(o (o am.i am.ien enta tall poderiam ser levantados, seria "uase imposs*vel 3ustificar tal coisa, mora moralm lmen ente te fala faland ndo+ o+ Seri Seriaa erra errado do disp dispor or de en enor orme mess "u "uan anti tias as pa para ra simplesmente dei6ar as nações industriali%adas continuarem com suas pr-ticas nocivas en"uanto tantas pessoas em outros lu!ares n(o têm nem mesmo com "ue se alimentar+ 8udo isso nos fa% voltar necessidade de recon'ecer a dimens(o universal de nossas ações e, Com .ase nisso, praticar a contenç(o+ ssa V7 nece ne cess ssid idad adee ) forç forçoosam samen ente te co comp mpro rova vada da "u "uan ando do co cons nsid ider eram amos os a propa!aç(o de nossa esp)cie+ m.ora o ponto de vista de todas as principais reli!iões se o de "ue "uanto mais seres 'umanos tivermos, mel'or, e apesar de al!unas pes"uisas indicarem uma prov-vel implos(o populacional da"ui a cem ce m anos, ainda assim ac'o "ue n(o podemos dei6ar a "uest(o de lado+ Sendo um mon!e, talve% n(o se3a ade"uado comentar esses assuntos+ Mas acredito "ue o plane3amento familiar ) importante+ É claro "ue n(o estou insinuando "ue n(o se deva ter fil'os+ A vida 'umana ) um recurso precioso e os casais devem te fil'os, a n(o ser "ue e6istam fortes ra%ões "ue os impeçam+ A id)ia de n(o ter fil'os s0 por"ue se "uer desfrutar uma vida plena sem responsa.ilidades ), a meu ver, .astante e"uivocada+ Ao mesmo tempo, no entanto, os casais têm o dever de considerar o impacto de uma populaç(o numerosa so.re o meio am.iente em nosso mundo moderno+ Heli Heli%m %men ente te,, mais mais e mais mais pe pess ssoa oass recon recon'e 'ecem cem a impo import rt1n 1nci ciaa da disciplina )tica para asse!urar a e6istência de um lu!ar saud-vel onde
7KP
viver+ 9or essa ra%(o, estou otimista "uanto possi.ilidade de se poder evitar um desastre+ At) relativamente pouco tempo n(o 'avia muita !ente dand da ndoo aten atenç( ç(oo ao aoss efei efeito toss da ativ ativid idad adee 'u 'uma mana na em no noss ssoo plan planet eta+ a+ Atualmente e6istem at) partidos pol*ticos cu3a maior preocupaç(o ) essa+ / fato de o ar "ue respiramos, a -!ua "ue .e.emos, as florestas e os oceanos "ue a.ri!am mil'ões de diferentes formas de vida e os padrões clim clim-t -tic icos os "u "uee !o !ove vern rnam am no noss ssos os sist sistem emas as de temp tempoo tran transc scen ende dere rem m V77 fronteiras nacionais 3- ) motivo para se ter esperança+ Si!nifica "ue nen'um pa*s, n(o importa "u(o rico e poderoso ou "u(o po.re e fraco se3a, pode dar4se o lu6o de n(o assumir uma posiç(o "uanto ao assunto+ No "ue se refere responsa.ilidade individual, os pro.lemas "ue resultam de nosso descuido do meio am.iente s(o uma severa advertência para lem.rarmos "ue todos temos uma contri.uiç(o a fa%er+ /s atos de uma 5nica pessoa podem n(o ter um impacto si!nificativo na nature%a, mas o efeito com.inado dos atos de mil'ões de pessoas certamente e6erce+ / "ue si!nifica "ue est- na 'ora de todos a"ueles "ue vivem em pa*ses desenv desenvolv olvido idoss indust industrial rialmen mente te pensarem pensarem seriam seriament entee em modifi modificar car seu estilo de vida+ N(o ) apenas uma "uest(o de )tica+ / fato de a populaç(o do resto do mundo tam.)m ter direito de mel'orar seu padr(o de vida ) de certa forma mais importante do "ue os ricos poderem continuar mantendo seu estilo de vida+ 9ara "ue isso se3a feito sem causar danos irrepar-veis irrepar-veis nature%a 4 com todas as conse"Zências ne!ativas para a felicidade de todos 4, os pa*ses ricos precisam dar o e6emplo+ / custo para o planeta, e portanto para a 'umanidade, do aumento constante dos padrões de vida ) simplesmente e6cessivo+ V7 9/L8ICA C/N/MIA 8od odos os so sonn'a 'amo moss co com m um mund mundoo mais ais a! a!ra radd-ve vell e fel feli%+ i%+ Se "uisermos "ue o son'o se tome realidade, ) preciso "ue a compai6(o inspire todos os nossos atos+ Isso aplica de modo especial s nossas medi medida dass po pol* l*ti ticas cas econ2 econ2mi mica cas+ s+ Co Cons nsid idera erand ndo4 o4se se "u "uee prov provav avelm elmen ente te metade da populaç(o do mundo carece de recursos para suprir suas 7K=
necessidades .-sicas de alimento, a.ri!o, cuidados m)dicos e educaç(o, ac'o "ue precisamos "uestionar se realmente estamos se!uindo o rumo mais acertado a esse respeito+ N(o creio+ Se 'ouvesse "ual"uer ind*cio de "ue nos pr06imos cin"Zenta anos, continuando com os memmos m)todos, cons co nse! e!u* u*ss ssem emos os errad erradic icar ar de defi fini niti tiva vame ment ntee a po po.re .re%a %a,, talve talve%% a atual atual desi!ualdade da distri.uiç(o da ri"ue%a se 3ustificasse+ Se, ao contr-rio, persistirem as tendências de 'o3e, ) certo "ue os po.res ficar(o ainda mais po.res+ Gasta um pouco do nosso senso fundamental de e"uidade e 3ustiça para sa.er "ue n(o ficar*amos satisfeitos se dei6-ssemos dei6-sse mos isso acontecer+ acontecer+ É claro "ue n(o con'eço muita coisa de economia+ Mas ac'o dif*cil evitar concluir "ue a fartura dos ricos mant)m4se com o descaso pelos po.res, especialmente atrav)s das d*vidas internacionais+ / "ue n(o "uer di%e di%err "u "uee os pa pa*s *ses es su.d su.des esen envo volv lvid idos os n( n(oo ten' ten'am am uma uma pa parc rcel elaa de resp respon onsa sa.i .ili lida dade de po porr seus seus pro. pro.lem lemas as++ Nem "u "uee se de deva va atri. atri.ui uirr ao aoss pol*ticos e funcion-rios dos !overnos a culpa por todos os males sociais e pol*ticos+ N(o ne!o "ue at) mesmo nas democracias mais est-veis do mundo se3a comum ouvir promessas pouco realistas de pol*ticos "ue alardeiam o "ue v(o fa%er "uando forem eleitos+ Mas essas pessoas n(o caem do c)u por acaso+ 9ortanto, se ) verdade "ue os pol*ticos de V7K dete de term rmin inad adoo pa pa*s *s s(o s(o co corr rrup upto tos, s, co cost stum umam amos os ac'a ac'arr "u "uee tam. tam.)m )m a sociedade da"uele pa*s ) imoral e os indiv*duos "ue formam a populaç(o n(o levam a vida de maneira )tica+ Neste caso, n(o ) 3usto "ue o eleitorado criti"ue seus pol*ticos+ 9or outro lado, "uando as pessoas têm valores sadios e praticam a disciplina )tica em sua vida pessoal por"ue têm consideraç(o pelos outros, os funcion-rios do !overno "ue essa sociedade produ% respeitar(o naturalmente os mesmos valores+ Cada um de n0s, portanto, tem um papel a desempen'ar na criaç(o de uma sociedade em "ue o respeito e o cuidado pelos outros, .aseados na empatia, s(o a prioridade maior+ maior+ No "ue se refere aplicaç(o de pol*ticas econ2micas, as considerações s(o as mesmas "ue valem para "ual"uer atividade 'umana+ Uma noç(o de responsa.ilidade universal ) imprescind*vel+ Devo admitir, toda todavi via, a, "u "uee ac'o ac'o um tant tantoo dif* dif*ci cill fa%e fa%err su!e su!est stõe õess pr-t pr-tic icas as so.r so.ree a aplicaç(o de valores espirituais em uma -rea como a do com)rcio+ / 7K
motivo ) a concorrência ter a* uma funç(o t(o relevante, o "ue torna a relaç(o entre empatia e lucro necessariamente fr-!il+ Ainda assim, n(o ve3o por "ue n(o se3a poss*vel e6istir concorrência construtiva+ / principal fator ) a motivaç(o dos envolvidos+ Xuando a intenç(o ) e6plorar ou dest de strui ruirr os ou outr tros os,, ev evid ident enteme ement ntee o resul resulta tado do n( n(oo po pode de ser ser po posi siti tivo vo++ 9or)m, )m, se a concorrên ênccia for efetu etuada dentro de um esp*rito de !enerosidade e .oas intenções, mesmo sendo desa!rad-vel para a"ueles "ue perdem, ao menos n(o causar- danos desnecess-rios+ V7Q /utra ve% pode4se o.3etar "ue no mundo dos ne!0cio n(o seria realista as pessoas terem prioridade so.re os lucros+ Mas precisamos lem.rar "ue a"ueles "ue diri!em as ind5strias e ne!0cios do mundo tam.)m s(o pessoas+ At) o mais empedernido empres-rio n(o poderia dei6ar de admitir "ue n(o est- certo correr atr-s dos lucros sem se impo import rtar ar co com m as co cons nse" e"Zên Zênci cias+ as+ Se foss fosse, e, n( n(oo 'a 'ave veri riaa pro. pro.le lema ma em ne!ociar com dro!as+ 9ortanto, o "ue se "uer ) "ue cada um de n0s desenvolva o lado compassivo de seu car-ter+ Xuanto mais o fi%ermos, mais as empresas refletir(o os valores 'umanos fundamentais+ Se, ao contr-rio, esses valores forem ne!li!enciados, inevitavelmente o mundo dos ne!0cios ir- ne!li!enci-4los tam.)m+ N(o se trata apenas de idea ideali lism smo+ o+ A \ist \ist0r 0ria ia most mostra ra "u "uee muit muitos os do doss av avan anço çoss po posi siti tivo voss da sociedade 'umana ocorreram, pelo menos em parte, como resultado da compai6(o+ compai6(o+ Como a a.oliç(o a.oliç(o do com)rcio com)rcio de escravos+ escravos+ Se e6aminarmos e6aminarmos a evoluç(o da sociedade 'umana, constataremos a necessidade de se ser vision-rio para produ%ir mudanças positivas+ /s nossos ideais s(o o mais poderoso motor do pro!resso+ I!norar este fato e meramente di%er "ue precisamos ter pol*ticas $realistas$ ) um erro !rave+ Nossos pro.lemas de disparidade econ2mica s(o um s)rio desafio para toda a fam*lia 'umana+ Ainda assim, ao entrarmos em um novo milênio, acredito "ue temos .oas ra%ões para ser otimistas+ Durante o in*cio e em meados do s)culo #66 'avia um sentimento !enerali%ado de "ue o poder econ2mico estava acima da verdade+ Mas creio "ue isso estV7 mudando+ Mesmo as nações mais ricas e poderosas compreendem "ue n(o vale a pena dei6ar de lado os valores 'umanos .-sicos+ A noç(o de )tica 7KB
nas relações internacionais tam.)m est- !an'ando terreno+ Se3am ou n(o tradu%idas em ações si!nificativas, ao menos palavras como $reconciliaç(o$, $n(o4violência$ e $compai6(o$ est(o se incorporando ao voca.ul-rio dos pol*ticos, o "ue 3- ) um .om avanço+ 9erce.o "ue, "uando via3o para o e6terior, pedem4me fre"Zentemente "ue fale so.re pa% e compai6(o para !randes plat)ias 4 muitas ve%es, mais de mil pessoas+ Duvido "ue esses t0picos atra*ssem tanta !ente '- "uarenta ou cin"Zenta anos an os++ 8rans ransfo form rmaç açõe õess assi assim m indi indica cam m "u "ue, e, co cole leti tiva vame ment nte, e, esta estamo moss atri.uindo mais peso a valores fundamentais como 3ustiça e verdade+ :eco :econf nfor orta ta4m 4mee tam. tam.)m )m ve verr "u "uee a econ econom omia ia mund mundia iall torn torna4 a4se se visi visive velm lmen ente te mais mais inte interd rdepe epend nden ente te medi medida da "u "uee ev evol olui ui++ 8od odaa na naç( ç(oo depende depende at) certo ponto de todas as outras+ outras+ A economia economia moderna, como o meio am.iente, n(o tem fronteiras+ At) os pa*ses declaradamente 'ostis entre si precisam praticar a cooperaç(o para utili%ar recursos+ Muitas ve%e ve %es, s, po porr e6 e6em empl plo, o, de depe pend nder er(o (o do doss mesm esmos rio rios+ "u "uan antto mais ais interdependentes forem nossas relações econ2micas, mais interdependente se torna nosso relacionamento pol*tico+ 9resenciamos, por e6emplo, o cres cresci cime ment ntoo da Un Uni( i(oo uro urop)i p)iaa inic inicia iada da com um pe pe"u "uen enoo !rup !rupoo de parceiros comerciais c omerciais e "ue se torna al!o pr06imo de uma confederaç(o confe deraç(o de V7P stados com um n5mero mem.ros "ue 3- atin!e dois d*!itos+ Constatamos a maç(o de !rupos semel'antes, se .em "ue at) o momento n(o t(o desenvolvidos, por todo o mundo# a Associaç(o das Nações do Sudeste da Wsia RASAN, a /r!an anii%aç( aç(o da Unidade Afri fricana R/AU, a /r!a /r!ani ni%a %aç(o ç(o do doss 9a*s 9a*ses es 6po 6port rtad ador ores es de 9etr 9etr0l 0leo eo R/9 R/99 9,, pa para ra citar citar apenas três+ Cada uma delas ) um testemun'o do impulso 'umano para unir4se em prol do .em comum e reflete a cont*nua evoluç(o da sociedade 'umana+ / "ue começou com relativamente pe"uenas unidades tri.ais pro!rediu atrav)s da fundaç(o das cidades4estados para as nações, evoluindo a!ora para alianças, entre elas, a.ran!endo centenas de mil'ares de pessoas, transcendendo transcendendo cada ve% mais divisões !eo!r-ficas, !eo!r-ficas, culturais e )tnicas+ Acredito "ue essa ) uma tendência "ue vai e deve persistir+ persistir+ No entanto, n(o podemos es"uecer "ue, paralelamente proliferaç(o dess de ssas as alia aliança nçass po pol* l*ti tica cass e econ econ2m 2mic icas as,, pe perce rce.e .e uma uma 1n 1nsi siaa de maio maiorr fortalecimento no "ue se fere a etnias, l*n!uas, reli!iões e cultura ] 7Q
fre"Zentemente em um conte6to de violência posterior ao afrou6amento dos v*nculos "ue caracteri%am a condiç(o de naç(o+ Como compreender esse parado6o# de um lado, a tendência para a formaç(o de !rupos de cooperaç(o transnacional e, de outro, o impulso para a descentrali%aç(o& Na verdade ve rdade n(o ) preciso 'aver 'ave r necessariamente uma contradiç(o contrad iç(o entre e ntre as duas du as coisa coisas+ s+ Aind Aindaa assi assim m ) po poss ss*v *vel el ima! ima!in inar ar comun comunid idad ades es re!io re!iona nais is unidas pelo com)rcio, pelas pol*ticas sociais e de se!urança e formadas de V7= uma multiplicidade de !rupos )tnicos, culturais e reli!iosos aut2nomos+ 9oderia e6istir um sistema le!al para prote!er os direitos 'umanos .-sicos comuns a todos e "ue desse li.erdade a cada !rupo para manter o modo de vida dese3ado+ Ao mesmo tempo, ) importante "ue o esta.elecimento das uniões entre pa*ses se3a volunt-rio e .aseado no recon'ecimento de "ue os interess esses dos envolvidos ser( er(o mais ais .em atendidos atrav av)s )s da cola.oraç(o m5tua+ ssas uniões n(o podem ser impostas+ Se!uramente, o desafio do novo milênio ) encontrar meios de o.ter uma cooperaç(o internacional 4 ou mel'or, intercomunit-ria 4 na "ual a diversidade 'umana se3a recon'ecida e os direitos de todos se3am respeitados+ V7 Cap*tulo 7Q 9A^ DSA:MAMN8/ / presidente Mao disse certa ve% "ue o poder pol*tico prov)m do cano de uma arma+ É verdade "ue a violência pode ser um meio para se atin!ir al!uns o.3etivos de curto pra%o, mas n(o para alcançar metas duradouras+ Se e6aminamos a \ist0ria, vemos "ue, com o tempo, o amor da 'umanidade pela pa%, pela 3ustiça e pela li.erdade sempre aca.a triu triunf nfan ando do so.r so.ree a crue crueld ldad adee e a op opre ress ss(o (o++ É po porr isso isso "u "uee acre acredi dito to fervorosamente na n(o4violência+ ;iolência !era violência+ si!nifica apen ap enas as uma uma co cois isa# a# sofr sofrim imen ento to++ m teor teoria ia,, ) po poss ss*v *vel el co conc nce. e.er er uma uma situaç(o em "ue a 5nica maneira de evitar um conflito em lar!a escala se3a atrav)s da intervenç(o armada no est-!io inicial+ / pro.lema ) "ue ) muito dif*cil, dif*cil, se n(o imposs*vel, imposs*vel, prever os efeitos efeitos da violência+ violência+ tam.)m 7Q7
nunca podemos estar se!uros de "ue sua causa ) 3usta+ Isso apenas fica claro "uando se pode avaliar avaliar mais tarde a situaç(o+ situaç(o+ A 5nica 5nica certe%a ) "ue, "uando '- violência, sempre e inevitavelmente '- sofrimento+ Al!umas pessoas dir(o "ue a devoç(o do Dalai Lama n(o4violência ) louv-vel mas n(o ) pr-tica+ Mas, na realidade, ) muito mais in!ênuo supor "ue os pro.lemas criados pelo 'omem e "ue levam violência V7B possam 3amais ser resolvidos atrav)s do conflito+ /.servem, /.serve m, por e6emplo, "ue a n(o4violência foi a principal caracter*stica das revoluções pol*ticas "ue se alastraram por tantas partes do mundo durante a d)cada de + stou convencido de "ue a principal ra%(o para as pessoas ac'arem "ue o camin'o da n(o4violência ) pouco pr-tico deve4se ao fato de "ue parece n(o adiantar nada enveredar por ele, pois a sensaç(o ) de des1nimo+ des1n imo+ Apesar disso, vale a pena pensar "ue anti!amente .astava dese3ar a pa% para sua pr0pria terra, ou para a de seu vi%in'o, e 'o3e se fala de pa% mund mundia ial+ l+ É co comp mpre reen ens* s*ve vel+ l+ A inte interd rdep epen endê dênc ncia ia 'u 'uma mana na ) 'o 'o3e 3e t(o t(o fla!rante "ue s0 fa% mesmo sentido falar de pa% mundial+ Um dos aspectos mais promissores da era moderna ) o sur!imento de um movimento internacional pela pa%+ Se temos a impress(o de "ue se fala menos deste assunto do "ue se falou a respeito do fim da @uerra Hria talv talve% e% se3a se3a po por"u r"uee seus seus ideai ideaiss foram foram inco incorp rpora orado doss como como tend tendên ênci cias as predominantes da consciência coletiva+ 9or)m, a "ue me refiro "uando falo de pa%& N(o seria a !uerra uma atividade 'umana natural, se .em "ue deplor-vel& Antes de responder, precisamos fa%er distinç(o entre duas formas de compreender a pa%+ la pode ser vista como uma simples ausência de !uerra ou como um estado de tran"Zilidade .aseado em uma profunda sensaç(o de se!urança, oriunda da compreens(o m5tua, da toler1ncia pelos pontos de vista dos outros e do respeito por seus direitos+ N(o foi este o tipo de pa% "ue vimos na uropa durante as "uatro d)cadas V e meia da @uerra Hria, por e6emplo+ A premissa em "ue se .aseava era o medo, a desconfiar e a estran'a psicolo!ia da destruiç(o mutuamente asse!urada Rem in!lês, a e6press ess(o mutual mutually ly assur assured ed destru destructi cti foi conv co nven enie ient ntem emen entte a. a.re revi viad adaa pa para ra MAD, MAD, "u "uee "u "uer er di%e di%err $lou $louco co$, $, $insensato$+ Na realidade, a pa% "ue caracteri%ava a @uerra Hria era t(o 7Q
prec-ria, t(o fr-!il, "ue "ue "ual"uer mal4entendido mais s)rio em um dos lado ladoss po pode de ter ter tido tido co cons nse" e"Zê Zênc ncia iass de desa sast stro rosa sas+ s+ /l'a /l'and ndoo pa para ra tr-s tr-s,, principalmente com o con'ecimento "ue temos 'o3e como pode ser ca0tica a administraç(o dos setores de armamentos, ac'o "ue ) "uase um mila!re termos escapado da destruiç(o A pa% n(o ) al!o "ue e6iste de modo independente de n0s, a !uerra tam.)m n(o+ É certo "ue al!uns indiv*duos em especial 4 l*deres pol*ticos, respons-veis por pol*ticas, !enerais 4 têm s)rias responsa.ilidades no "ue se refere pa%+ Contudo, essas pessoas n(o sa*ram do nada+ N(o nasceram nem foram criadas no espaço sideral+ Como n0s, foram alimentadas com o leite e o afeto de suas m(es+ S(o mem.ros de nossa fam*lia 'umana e cresceram dentro da sociedade "ue n0s a3udamos a criar+ A pa% do mundo depende portanto da pa% do coraç(o das pessoas+ / "ue, por sua ve%, depende de todos n0s praticarmos a )tica, disciplinando nossas reações aos pensamentos e emoções ne!ativos e desenvolvendo "ualidades espirituais fundamentais+ Se a verdadeira pa% ) al!o mais profundo do "ue fr-!il e"uil*.rio .aseado em m5tua 'ostilidade, se em 5ltima an-lise depende da resoluç(o de conflitos internosO o "ue di%er da !uerra& Apesar de, parado6almente, o o.3etivo da maioria das campan'as militares ser a pa%, na verdade a !uerra ) como um incên ênddio na co com munidad adee 'uma umana, um incêndio cu3o com.ust*vel s(o pessoas vivas+ 9arece4se tam.)m com um incêndio na maneira como se propa!a+ Se o.servarmos a evoluç(o do recente conflito na anti!a Iu!osl-via, veremos "ue o "ue começou como uma disputa loca locali li%a %ada da cres cresce ceuu rapi rapida dame ment ntee e en en!o !olf lfou ou toda toda a re!i re!i(o (o++ De modo modo semel'ante, se e6aminarmos uma .atal'a isoladamente, veremos "ue os comandan anttes enviam refor forços "uando perce. e.em em "ue '- pontos enfra"uecidos na defesa ou no ata"ue+ / "ue ) e6atamente i!ual a 3o!ar !ente viva em uma fo!ueira+ / '-.ito nos fa% i!norar isso+ Dei6amos de recon'ecer "ue a verdadeira nature%a da !uerra ) a fria crueldade e o sofrimento+ A triste verdade ) "ue fomos condicionados a encarar os procedimentos de !uerra como al!o e6citante e at) !lamouroso# os sold soldad ados os marc marc'a 'and ndoo co com m un unif ifor orme mess vist vistos osos os Rt(o Rt(o atra atraen ente tess pa para ra as crianças, com suas .andas militares tocando ao lado+ Apesar de vermos o 7QK
assassinato ato co com mo al!o terr err*vel, n(o associam ciamoos a !uerra rra com a criminalidade+ 9elo contr-rio, a !uerra ) vista como uma oportunidade para as pessoas provarem a sua competência e a sua cora!em+ Halamos so.re os 'er0is "ue a !uerra produ% "uase como se o 'ero*smo do indiv*duo fosse medido pelo n5mero de inimi!os mortos+ falamos so.re essa essa ou a" a"ue uela la arma arma co como mo uma uma inve invenç nç(o (o tecn tecnol ol0! 0!ic icaa mara maravi vil' l'os osa, a, es"uecendo "ue ser- usada para mutilar e matar pessoas vivas+ Seu ami!o, V meu ami!o, nossas m(es, nossos pais, nossas irm(s e nossos irm(os, você e eu+ / "ue ) ainda pior ) o fato de, nas operações militares modernas, o papel da"ueles "ue as promovem ser desempen'ado .em lon!e do local do conflito+ Ao mesmo tempo, o impacto dessas operações militares nos n(o4 n( o4co com. m.at aten ente tess cres cresce ce semp sempre re++ /s "u "uee mais mais sofr sofrem em no noss co conf nfli lito toss armados armados de 'o3e em dia s(o os inocentes# inocentes# n(o s0 as fam*lias dos "ue est(o lutando, como, em n5meros cada ve% maiores, civis "ue fre"Zentemente nem mesmo têm um papel ativo+ Mesmo depois do final da !uerra, o sofri4 mento continua com os estra!os causados pelas minas terrestres e o envenenamento causado pelas armas "u*micas, sem falar nas adversidades econ2micas "ue tra%+ / "ue si!nifica "ue, mais e mais, mul'eres, crianças e idosos est(o entre as principais v*timas das !uerras+ A realidade das !uerras modernas ) "ue o empreendimento inteiro tornou4se "uase como um 3o!o de computador+ A sofisticaç(o crescente do armamento ultrapassou a capacidade ima!inativa da m)dia das pessoas lei!as lei!as++ Seu pod poder er de destruiç(o destruiç(o ) t(o espantos espantoso, o, "ue os ar!ument ar!umentos os a favor das !uerras, "uais"uer "ue se3am eles, têm de ser consideravelmente inferiores aos ar!umentos contra+ C'e!a a ser perdo-vel sentir nostal!ia pela maneira como as .atal'as eram reali%adas reali%ada s anti!amente+ Ao menos as4 pessoas lutavam cara a cara com as outras+ N(o 'avia como esconder o sofrimento "ue as !uerras causavam+ , na"uele tempo, os diri!entes K costumavam liderar suas tropas nas .atal'as+ Se o comandante fosse morto, !eralmente a "uest(o estava decidida+ ntretanto, medida "ue a tecnolo!ia pro!rediu, os !enerais começaram a ficar mais distantes, latr-s+ \o3e, eles podem ficar a "uil2metros de dist1ncia em suas casamatas 7QQ
su.terr1neas+ m vista disso, c'e!o a ima!inar a invenç(o de uma .ala $inteli!ente$ "ue pudesse ir atr-s da"ueles "ue tomam as decisões de fa%er !uerras+ 9arece4me "ue seria mais 3usto assim e talve% fosse .em4 vinda uma arma "ue os eliminasse e dei6asse ilesos os inocentes+ 9or causa das caracter*sticas desses instrumentos de destruiç(o, "uer ten en'a 'am m sido sido pro3 pro3et etad ados os co com m prop prop0s 0siitos tos ofen ofensi sivo voss ou de defe fens nsiv ivos os,, precisamos admitir "ue as armas e6istem unicamente para ani"uilar seres 'umanos+ Mas para "ue n(o se ima!ine "ue a pa% depende apenas de desarmamento, ca.e ainda lem.rar "ue as armas n(o a!em so%in'as+ Apesar de serem inventadas para matar, n(o causam nen'um dano f*sico en"uanto est(o !uardadas nos dep0sitos+ Al!u)m tem "ue apertar um .ot(o para lançar um m*ssil, ou pu6ar um !atil'o para dar um tiro+ N(o ) nen' ne n'um um $p $pod oder er mali mali!n !no$ o$ "u "uee fa% fa% isso isso++ S(o S(o os 'o 'ome mens ns++ 9ort 9ortan anto to,, a con"uista de uma !enu*na pa% mundial tam.)m re"uer "ue comecemos a desativar as forças militares "ue formamos+ N(o podemos ter esperanças de desfrutar a pa% em seu sentido pleno en"uanto e6istir a possi.ilidade de al!uns poucos indiv*duos ainda e6ercerem poder militar e imporem sua vontade aos outros+ /u en"uanto 'ouver re!imes autorit-rios sustentados VQ por forças armadas "ue n(o 'esitem em praticar a in3ustiça so. suas ordens+ A in3ustiça solapa a verdade, e sem verdade n(o pode 'aver pa% duradoura+ 9or "ue n(o& 9or"ue "uando temos a verdade ao nosso lado temos tam.)m fran"ue%a, a 'onestidade e a confiança "ue vêm 3unto com ela+ Inversamente, "uando falta a verdade, a 5nica maneira de atin!ir nossas metas limitadas ) atrav)s da força+ "uando as decisões s(o tomadas dessa maneira, ser levar em conta a verdade, as pessoas n(o se sentem .em 4 tanto os vencedores "uanto os vencidos+ sse sentimento ne!ativo mina a pa% "ue ) imposta pela força+ É evidente "ue n(o se pode esperar "ue essa desativaç(o do aparato militar se faça da noite para o dia+ 9or mais "ue se3a dese3-vel, seria e6tremamente dif*cil conse!uir um desarmamento unilateral+ Se dese3amos uma sociedade em "ue o conflito armado se torne uma coisa do passado, nosso o.3etivo final deve ser a.olir todo o aparato militar+ Mas ) "uerer demais "ue todas as armas se3am eliminadas, pois, afinal, at) nossos pun'os podem ser usados como armas+ 'aver- sempre !rupos de 7Q
desordeiros e fan-ticos para pertur.ar os outros+ 8emos de admitir "ue, en"uanto e6istirem seres 'umanos, ser- necess-rio encontrar maneiras de lidar com os canal'as+ Cada um de n0s tem uma funç(o a cumprir nessa "uest(o+ Xuando noss de no desa sarm rmam amos os inte intern rnam amen ente te ] refr refrea eand ndoo pe pens nsam amen ento toss e emoç emoçõe õess ne!ativos e cultivando "ualidades positivas 4, criamos condições para o desa de sarm rmam amen ento to e6 e6te tern rno+ o+ A pa pa%% mund mundial ial !e !enu nu*n *naa e du durad radou oura ra s0 serser poss*vel como resultado do esforço interno de cada um de n0s+ A emoç(o V aflitiva aflitiva ) o o6i!ênio do conflito+ conflito+ É essencial essencial nos mantermos mantermos sens*veis sens*veis aos outros e, recon'ecendo seu direito felicidade, n(o fa%ermos nada "ue contri.ua para seu sofrimento+ 9ara a3udar4nos nessa tarefa, vale a pena refletir na maneira como a !uerra ) realmente vivida por suas v*timas+ 9ara mim, .asta lem.rar min'a visita a \iro6ima para reavivar todo o seu 'orror+ m um dos seus museus, vi um rel0!io "ue parou no e6ato momento "ue a .om.a e6plodiu+ 8am.)m vi um pe"ueno pacote de a!ul'as de costura "ue se 'aviam fundido com co m o seu calor+ / "ue se e6i!e, portanto, ) o esta.elecimento esta.elecimento de o.3etivos o.3etivos definidos para o desarmamento !radual+ promover 4 a vontade pol*tica para e6ecut-4lo+ Xuanto s medidas pr-ticas para desativar o aparato militar, temos "ue admitir "ue isto s0 pode ocorrer dentro do conte6to de um amplo compromisso com o desarmamento+ N(o .asta pensar somente em elim elimin inar ar as arma armass de de dest stru ruiç iç(o (o maci maciça ça++ É prec precis isoo cria criarr co cond ndiç içõe õess favor-veis favor-veis a nosso o.3etivo+ o.3etivo+ A forma mais simples de fa%ê4lo ) aproveitar aproveitar e desenvolver as iniciativas 3- e6istentes, o "ue me fa% pensar no esforço de muitos anos para controlar a proliferaç(o de al!umas classes de armas e, em al!uns casos, para elimin-4las+ Durante as d)cadas de = e presenciamos os de.ates dos 8ratados para Limitaç(o de Armas strat)!icas RSAL8 entre os .locos ocidental e oriental+ 8emos '- muitos anos um vanta3oso tratado para a n(o4proliferaç(o de armas nucleares "ue VP conta com a ades(o de muitos pa*ses+ , a despeito da disseminaç(o das armas nucleares, a id)ia de uma interdiç(o mundial ainda est- presente+ \ouve tam.)m pro!ressos animadores no "ue se refere condenaç(o formal das minas terrestres+ Na ocasi(o em "ue este livro est- sendo 7QP
escrito, a maioria dos !overnos 3- assinou declarações renunciando sua utili%aç(o+ Assim, mesmo sendo verdade "ue nen'uma dessas iniciativas alcançou todas as suas metas com sucesso, sua pr0pria e6istência indica "ue tais m)todos de destruiç(o s(o indese3-veis+ 8odas elas comprovam o dese3o fundamental do ser 'umano de viver em pa%, al)m de proporcionarem um começo muito 5til com possi.ilidades de desenvolvimento+ /utra forma de nos apro6imarmos do o.3etivo de desativar o aparato militar !lo.al ) aca.ar !radualmente com a ind5stria de armas+ 9ara muitos, essa su!est(o vai parecer a.surda e invi-vel+ Dir(o "ue, a menos "ue todos concordassem em fa%ê4lo ao mesmo tempo, isso seria uma loucura+ tam.)m "ue nunca vai acontecer+ "ue, ainda por cima, '- a "uest(o econ2mica a ser considerada+ ntretanto, se ol'armos o assunto do ponto de vista da"ueles "ue sofrem as conse"Zências da violência armada, ) imposs*vel "uerer se es"uivar da responsa.ilidade de procurar superar essas o.3eções de uma ou outra maneira+ Sempre "ue penso na ind5stria de armas e nos sofrimentos "ue !era, lem.ro min'a visita ao campo de e6term*nio na%ista de Ausc'Eit%+ n"uanto ol'ava os fornos onde foram "ueimados mil'ares de seres 'umanos como eu 4 muitos deles ainda vivos, V= !ente "ue sofreria at) com a "ueimadura de um mero palito de f0sforo aceso 4, o "ue mais me impressionou foi o fato de esses fornos terem sido constru*dos com o cuidado e a atenç(o de art*fices talentosos+ Xuase podia verr os en! ve en!en en'e 'eir iros os Rtod Rtodos os pe pess ssoa oass inte inteli li!e !ent ntes es em suas suas pran pranc'e c'eta tas, s, plane3ando meticulosamente o formato das c1maras de com.ust(o e calculando o taman'o das c'amin)s, sua altura e capacidade de e6aust(o+ 9ensei nos oper-rios "ue reali%aram a o.ra de acordo com o pro3eto+ Sem d5vida or!ul'aram4se de seu tra.al'o, como fa%em os .ons profissionais+ ocorreu4me "ue ) precisamente isso o "ue os pro3etistas e fa.ricantes de armas modernos est(o fa%endo+ les, tam.)m, est(o criando os meios de destruir mil'ares, mil'ões de semel'antes+ N(o ) uma id)ia pertur.adora& 8endo isso em mente, todas as pessoas "ue reali%am esse tipo de tra.al'o fari fariam am .e .em m em refl reflet etir ir so.r so.ree seu seu en envo volv lvim imen ento to++ Sem Sem d5 d5vi vida da,, elas elas sofre sofreri riam am se sua sua ren5n ren5nci ciaa foss fossee un unil ilat ater eral al++ Sem Sem d5 d5vi vida, da, tam. tam.)m, )m, as economias dos pa*ses fa.ricantes de armas sofreriam se essas ind5strias 7Q=
fossem fec'adas+ Mas ser- "ue n(o valeria a pena pa!ar o preço& Al)m disso, aparentemente e6istem muitos casos no mundo de compan'ias "ue dei6aram de fa.ricar armas para produ%ir outros tipos de produtos+ 8emos tam.)m o e6emplo de um pa*s desmilitari%ado, "ue ) interessante analisar comparando4o com seus vi%in'os# a Costa :ica, "ue se desarmou em 7BQB, com enormes .enef*cios em termos de padr(o de vida, sa5de e educaç(o+ V Xuanto ao ar!umento de "ue talve% fosse mais realista restrin!ir a e6portaç(o de armas a pa*ses considerados confi-veis e se!uros, devo di%er "ue isso reflete uma vis(o pouco perspica% do assunto+ F- ficou repetidamente provado "ue isso n(o d- certo+ 8odos con'ecemos a 'ist0ria recente do @olfo 9)rsico+ Durante a d)cada de =, os aliados ocidentais armaram o [- do Ir( para neutrali%ar a ameaça russa+ Xuando o clima pol*tico mudou, o pr0prio Ir( foi considerado uma ameaça aos interesses ocidentais+ nt(o, os aliados começaram a armar o Ira"ue contra o Ir(+ "uando os tempos mudaram outra ve%, essas armas foram usadas contra os outros aliados do /cidente no @olfo RuEait+ Como resultado, os pa*ses fa.ricantes de armas viram4se em !uerra contra seus pr0prios clientes+ m outras palavras, n(o e6iste cliente $se!uro$ para o com)rcio de armas+ N(o posso ne!ar "ue min'a aspiraç(o a spiraç(o pelo desarmamento desa rmamento mundial e pela desativaç(o do aparato militar ) uma aspiraç(o idealista+ Mas cons co nsttato ato "u "uee e6 e6is iste tem m clar claras as ra%õ ra%ões es pa para ra o otim otimiismo+ smo+ Uma Uma de dellas, as, ironicamente, ) ser muito dif*cil ima!inar uma situaç(o em "ue as armas nucleares e outras de destruiç(o em massa se3am 5teis+ Nin!u)m "uer cor4 rer o risco de uma !uerra nuclear total+ ssas armas s(o o.viamente um desperd*cio de din'eiro+ A produç(o ) cara, ) imposs*vel us-4las e s0 o "ue se pode fa%er ) estoc-4las, o "ue tam.)m custa muito din'eiro+ S(o portanto inteiramente in5teis e servem apenas para consumir recursos+ recur sos+ /utro motivo de otimismo ) o firme entrelaçamento das economias nacionais, criando um clima em "ue as noções de vanta!ens e interesses VB puramente nacionais tornam4se cada ve% menos si!nificativas+ Conse"Zentemente, a id)ia da !uerra como meio de resolver conflitos estcomeçando a parecer decididamente anti"uada+ É verdade "ue onde '7Q
pessoas sempre 'aver- conflitos+ É inevit-vel "ue sur3am desacordos de tempos em tempos+ Mas, devido pro!ressiva disseminaç(o das armas nucleares nos dias de 'o3e, temos de encontrar uma alternativa violência para resolver os conflitos 4 o "ue si!nifica a .usca de di-lo!o dentro de um esp*rito de reconciliaç(o e compromisso+ Isso n(o ) um dese3o fantasioso de min'a parte+ A tendência !lo.al para a uni(o pol*tica internacional, de "ue a Uni(o urop)ia urop)ia talve% se3a o e6emplo e6emplo mais 0.vio, ) sintoma sintoma de "ue ) poss*vel visuali%ar um tempo em "ue manter um e6)rcito permanente apen ap enas as nacio nacional nal pa parec recerer- de desn snece ecess ss-ri -rioo e antie antieco con2m n2mic ico+ o+ m ve ve%% de pensar somente em prote!er as pr0prias fronteiras, ser- mais l0!ico raciocinar em termos de se!urança re!ional+ isso 3- est- começando a acontecer+ F- e6istem planos, se .em "ue e6perimentais, de inte!rar mais as defesas europ)ias, e uma .ri!ada de e6)rcito franco4alem( 3- e6iste 'mais de de% anos+ 9arece ent(o poss*vel, pelo menos no "ue se refere Comunidade urop)ia, "ue a"uilo "ue começou sendo apenas uma aliança comercial aca.e assumindo a responsa.ilidade pela se!urança re!ional+ , se isso ) poss*vel dentro da uropa, '- ra%ões para se esperar "ue outros !rupos internacionais de com)rcio 4 "ue s(o muitos 4 possam um dia fa%er o mesmo+ 9or"ue n(o& VK / su surr!im !imen ento to de tai tais a! a!ru rupa pame ment ntos os pa para ra se!u se!ura ranç nçaa re!i re!ion onal al contri.uiria muito para "ue a atual preocupaç(o com as nações4estados evolu*sse para a aceitaç(o !radual de comunidades menos ri!orosamente definidas+ les poderiam tam.)m preparar o camin'o para um mundo em "ue n(o 'averia e6)rcitos permanentes+ sse cen-rio teria naturalmente de evoluir em est-!ios+ As forças armadas nacionais dariam lu!ar a !rupos re!ionais de se!urança+ stes, em se!uida, poderiam ser pouco a pouco dispersad rsadoos, dei6ando ap apeenas uma força policial administrada !lo.almente+ / principal encar!o dessa força seria prote!er a 3ustiça, a se!urança comum e os direitos 'umanos em todo o mundo+ Seus deveres espec*ficos seriam por)m variados+ Um deles seria a defesa contra a apropriaç(o do poder por meios violentos no "ue di% respeito ao aspecto operacional, admitindo4se "ue 'ouvesse "uestões le!ais a serem resolvidas antes+ Mas ima!ino "ue essa força policial seria convocada preferencialmente por comunidades "ue estivessem so. al!um tipo de 7QB
ameaça 4 de vi%in'os ou de al!uns de seus pr0prios mem.ros, como os pertencentes a facções pol*ticas e6tremamente violentas 4 ou pela pr0pria comu co muni nida dade de inte interna rnaci cion onal al "u "uan ando do 'o 'ouv uves esse se !rand !randee pro. pro.a. a.il ilid idad adee de violência decorrente de conflitos de ori!em reli!iosa ou ideol0!ica, por e6emplo+ stamos lon!e dessa situaç(o ideal, por)m ela n(o ) t(o fantasiosa "uanto parece primeira vista+ 8alve% esta !eraç(o n(o viva para assisti4la+ Mas 3- nos acostumamos a ver as tropas das Nações Unidas tra.al'ando para manter a pa%+ 8am.)m 3- estamos começando a VK7 presenciar um consenso de "ue, so. certas circunst1ncias, pode ser 3ustific-vel utili%-4las de uma forma mais intervencionista+ Como um recurso para promover essa marc'a dos acontecimentos poder*amos considerar a formaç(o da"uilo a "ue c'amo de ^onas de 9a%+ stas seriam uma ou mais partes desmilitari%adas de um ou mais pa*ses para criar o-sis de esta.ilidade, de preferência em -reas de import1ncia estrat)!ica+ Serviriam como far0is de esperança para o resto do mundo+ Confesso "ue a id)ia ) muito am.iciosa, mas tem precedentes+ F- e6iste na Ant-rtida uma %ona desmilitari%ada internacionalmente recon'ecida+ N(o sou o 5nico a su!erir "ue deveria 'aver outras+ / anti!o presidente russo MiY'ail @or.ac'ev prop2s "ue a re!i(o situada na fronteira sino4russa fosse elevada a essa cate!oria+ eu pr0prio levantei a id)ia de "ue se fi%esse o mesmo com o 8i.et+ 8i.et+ 6istem muitas outras re!iões no mundo al)m do 8i.et onde as comunidades vi%in'as se .eneficiariam enormemente do esta.elecimento de uma %ona desmilitari%ada+ Assim como a ndia e a C'ina ] dois pa*ses ainda relativamente po.res 4 poupariam uma parcela consider-vel de sua renda anual se o 8i.et se tornasse uma ^ona de 9a% internacionalmente recon'ecida, '- muitos outros pa*ses em todos os continentes "ue seriam aliviados da tremenda e in5til car!a de despesas com a manutenç(o de tropas em suas fronteiras+ Sempre ac'ei "ue a Aleman'a seria um lu!ar .astante ade"uado para se esta.elecer uma ^ona de 9a%, por estar situada no centro da uropa e levando4se em conta a e6periência das duas !uerras VK mundiais do s)culo [[+
7
m tudo isso, creio "ue a /r!ani%aç(o das Nações Unidas tem um papel crucial a desempen'ar+ desempen'ar+ n(o ) o 5nico or!anismo dedicado a "uestões !lo.ais+ \- tam.)m muito a admirar nas id)ias "ue inspiram a Corte Internacional de \aia, o Hundo Monet-rio Internacional, o Ganco Mundial e outros, como os "ue se dedicam a apoiar a convenç(o de @ene.ra+ @ene.ra+ Mas, no momento e para o futuro ima!inado, ima!inado, a /r!ani%aç(o /r!ani%aç(o das Nações Unidas ) a 5nica instituiç(o !lo.al capa% de ao mesmo tempo formular e influenciar pol*ticas em nome da comunidade internacional+ claro "ue muitos a criticam ale!ando "ue ) ineficiente, e ) verdade "ue muitas muitas ve%es suas resoluções resoluções foram i!noradas, i!noradas, a.andonadas e es"uecidas+ es"uecidas+ Ainda assim, apesar dessas fal'as, sou um dos "ue continuam a ter o maior respeito n(o s0 pelos princ*pios se!undo os "uais foi fundada, como por tudo "ue essa instituiç(o reali%ou desde o seu in*cio em 7BQ+ Gasta nos per!untarmos se ) ou n(o verdade "ue a /NU salvou muitas vidas ao desativar situações potencialmente peri!osas para termos certe%a de "ue ela ) muito mais do "ue a .urocracia desdentada "ue al!umas pessoas a acusam de ser+ Devemos tam.)m levar em consideraç(o o !rande tra.al'o de suas or!ani% ni%ações su.sid sidi-rias, tais como UNIC ICH, o Alto Comi Co miss ssar aria iado do da dass Na Naçõ ções es Un Unid idas as pa para ra os :efu :efu!i !iad ados os RUN\ RUN\C: C:, , a UNSC/ e a /r!ani%aç(o Mundial de Sa5de+ N(o podemos ne!ar o seu valor, ainda "ue al!uns de seus pro!ramas e pol*ticas e os de outras VKK or!ani%ações mundiais similares ten'am fal'ado ou sido mal orientados+ Considero "ue a /r!ani%aç(o das Nações Unidas, se desenvolvida ao m-6i m-6imo mo de seu seu po pote tenc ncia ial, l, de deva va ser ser o ve ve*c *cul uloo mais mais ap apro ropr pria iado do pa para ra promover os dese3os da 'umanidade em !eral+ No momento, esta instituiç(o n(o est- preparada para fa%ê4lo com muita efic-cia+ 9or)m, estamos apenas começando a ver o sur!imento de uma consciência !lo.al R"ue R"ue a revo revolu luç( ç(oo na nass co comu muni nica caçõ ções es torn tornou ou po poss ss*v *vel el+ + , ap apes esar ar de tremendas dificuldades, vimos a sua aç(o em diversas partes do mundo, mesm mesmoo se no mome moment ntoo talv talve% e% e6 e6is ista tam m ap apen enas as uma uma ou du duas as na naçõ ções es serv servin indo do co como mo po pont ntaa de lanç lançaa de dess ssas as inic inicia iati tiva vas+ s+ / fato fato de esta estare rem m .uscando a le!itimidade conferida por uma in3unç(o das Nações Unidas ind ndic icaa uma uma pe perc rcep ept* t*ve vell ne nece cesssida sidade de de se 3us usti tifi fica care rem m atra atrav) v)ss da apro ap rova vaç( ç(oo co cole leti tiva va++ / "u "ue, e, po porr su suaa ve ve%, %, acre acredi ditto ser ser reve revela lado dorr do 77
sentimento crescente de "ue somos uma 5nica e mutuamente dependente comunidade 'umana+ Uma Uma da dass fra" fra"ue ue%a %ass da dass Na Naçõ ções es Un Uniida das, s, na form formaa co como mo estestatualmente constitu*da, ) o fato de as pessoas n(o poderem ser ouvidas indi indivi vidu dual alme ment ntee ali, ali, apesa apesarr de prop propor orci cion onar ar um foro foro pa para ra !o !ove vern rnos os individuais+ A /NU n(o possui "ual"uer mecanismo por meio do "ual a"ueles "ue "ueiram se manifestar contra seu pr0prio !overno possam fala falarr+ 9ara 9ara pior piorar ar as co cois isas as,, o func funciion onam amen ento to do sist sistem emaa de ve veto to atua atualm lmen ente te em vi!o vi!orr ) vu vuln lner er-v -vel el mani manipu pula laç(o ç(o pe pela lass na naçõe çõess mais mais poderosas+ S(o imperfeições muito s)rias+ VKQ Xuanto ao pro.lema de indiv*duos n(o terem direito palavra, talve% ten'amos "ue pensar em al!o mais radical+ Assim como a democracia ) asse!urada por três pilares independentes, o poder 3udici-rio, o e6ecutivo e o le!i le!isl slat ativ ivo, o, tam. tam.)m )m prec precis isam amos os ter ter um or!a or!ani nism smoo !e !enu nuin inam amen ente te independente no plano internacional+ 8alve% a /NU n(o se3a totalmente ade" ad e"ua uada da pa para ra esse esse pa pape pel+ l+ m reun reuniõ iões es inte intern rnac acio iona nais is,, co como mo na Conf Co nfer erên ênci ciaa de C5 C5pu pula la so.r so.ree Meio Meio Am.i Am.ien ente te RC/ RC/ B B no Gras Grasil il,, o.servei "ue os indiv*duos "ue representam seus pa*ses inevitavelmente põem os interesses de Sua naç(o em primeiro lu!ar, apesar de o assunto em "uest(o transcender fronteiras nacionais+ Ao contr-rio, "uando as pessoas comparecem individualmente a reuniões internacionais 4 e estou pensando neste momento em !rupos Como o dos M)dicos Internacionais para a 9revenç(o das @uerras Nucleares, ou o do movimento conntra o com)rcio de armas promovido pelos a!raciados com o 9rêmio No.el da 9a%, do "ual faço parte 4 '- uma preocupaç(o muito maior com a 'umanidade em si+ / esp*rito fica muito mais a.erto e assume dimensões verdadeiramente internacionais+ / "ue me leva a refletir "ue valeria a pena fundar um or!anismo cu3a 9rincipal tarefa seria monitorar as "uestões do mundo de acordo com a perspectiva da )tica, uma or!ani%aç(o "ue poderia ser c'amada de Consel'o Mundial do 9ovo Rem.ora, sem d5vida, talve% se pudesse encontrar um nome mel'or+ Seria formada por um !rupo de pessoas de procedências das mais variadas+ \averia artistas, .an"ueiros, VK am.ientalistas, advo!ados, poetas, acadêmicos, pensadores reli!iosos e 7
escritores, escritores, .em como 'omens 'omens e mul'eres mul'eres comuns com not0ria not0ria reputaç(o reputaç(o de inte!ridade e dedicaç(o a valores )ticos e 'umanos fundamentais+ 9or n(o ser uma or!ani%aç(o investida de poder pol*tico, seus pronunciamentos n(o teriam validade le!al+ Mas, em virtude de sua independência e por n(o estar li!ada a nen'um pa*s ou !rupo de pa*ses e a nen'uma ideolo!ia, essas deli.erações representariam a consciência do mundo+ conse"uentemente teriam autoridade moral+ Sei "ue muita !ente vai criticar esta proposta, como tam.)m o "ue eu disse antes so.re desativaç(o militar, desarmamento e reforma das Nações Unidas, ale!ando "ue nada disso ) realista ou "ue ) simplista demais+ /u "ue n(o ) vi-vel no $mundo real$+ Contudo, em.ora muitas ve%es as pessoas se contentem apenas em criticar e culpar os outros pelo "ue n(o dcerto, devemos ao menos tentar apresentar id)ias construtivas+ construtivas+ Uma coisa ) !arantida !arantida++ @raças ao amor do ser 'umano 'umano pela verdade, verdade, pela 3ustiç 3ustiça, a, pela pa% e pela li.erdade, criar um mundo mel'or e mais compassivo ) uma possi.ilidade le!*tima+ / potencial est- a*+ Se com a a3uda da educaç(o e o uso correto dos meios de comunicaç(o pudermos com.inar al!umas das iniciativas su!eridas a"ui com a implementaç(o de princ*pios )ticos, esta.eleceremos um clima em "ue o desarmamento e a desativaç(o militar ser(o aceitos sem controv)rsias+ teremos criado condições para uma pa% mundial duradoura+ VKP Cap*tulo 7 / 9A9L 9A9L DA :LI@IJ/ :LI@I J/ NA S/CIDAD M/D:NA É um triste fato da \ist0ria a reli!i(o ter sido uma !rande fonte de conflitos+ conflitos+ At) At) 'o3e '- !ente sendo morta, comunidades comunidades sendo destru*das e soci socied edad ades es inte inteir iras as de dese sest sta. a.il ili% i%ad adas as em co cons nse" e"Zê Zênc ncia ia do 0d 0dio io e do fanatismo reli!ioso+ N(o ) toa "ue muitos "uestionam a posiç(o da reli!i(o na sociedade 'umana+ Contudo, se e6aminarmos .em a "uest(o, verificaremos "ue os conflitos em nome da reli!i(o têm duas ori!ens principais+ \- os "ue s(o simplesmente o resultado da diversidade 7K
reli!iosa 4 as diferenças doutrinais, culturais e pr-ticas entre uma e outra reli!i(o+ m se!uida, '- os conflitos "ue sur!em dentro de conte6tos pol*ticos, econ2micos e outros, mas so.retudo no plano institucional+ A 'armonia inter4reli!iosa ) a c'ave para superar os conflitos da primeira cate!oria+ No caso da se!unda, ) preciso encontrar outras soluções+ A secu secula lari ri%aç %aç(o (o e, em espec especia ial, l, a separ separaç aç(o (o da 'iera 'ierar" r"ui uiaa reli! reli!io iosa sa da dass inst instit itui uiçõ ções es do sta stado do po pode dem m a3ud a3udar ar a redu redu%i %irr os pro. pro.le lema mas+ s+ Ne Nest stee cap*tulo, por)m, vamos tratar da 'armonia inter4reli!iosa+ ste ) um aspecto importante da"uilo "ue c'amei de responsa.ilidade universal+ ntretanto, antes de e6aminar o assunto em VK= detal'es, talve% val'a a pena analisar se a reli!i(o ) de fato relevante para o mundo moderno+ Muitas pessoas afirmam "ue n(o )+ 8en'o o.servado "ue a crença reli!iosa n(o ) um pr)4re"uisito nem para a conduta )tica nem para a pr0pria felicidade+ F- disse tam.)m "ue, "uer a pessoa prati"ue ou n( n(oo uma uma reli reli!i !i(o (o,, as "u "ual alid idad ades es espi espiri ritu tuai aiss de amor amor,, co comp mpai ai6( 6(o, o, paciência, toler1ncia, !enerosidade, 'umildade e outras mais s(o indi indisp spen enss-ve veis is++ Ao mesmo mesmo tempo tempo,, "u "uer eroo de dei6 i6ar ar claro claro "u "ue, e, na min' min'aa opini(o, essas "ualidades s(o desenvolvidas de modo muito mais f-cil e eficiente atrav)s da pr-tica reli!iosa+ 8am.)m acredito "ue '- um enorme .enef*cio pessoal "uando se pratica sinceramente uma reli!i(o+ 9essoas "ue desenvolveram uma f) s0lida, .aseada na compreens(o e aprofundada na pr-tica di-ria, em !eral lidam muito mel'or com as adversidades do "ue as "ue n(o têm essa f)+ Assim, estou convencido de "ue a reli!i(o tem um potencial in7enso para a3udar a 'umanidade a ser mel'or+ Xuando .em empre empre!a !ada da,, ) um inst instru rume ment ntoo e6 e6tr trem emame ament ntee efica efica%% pa para ra esta esta.e .ele lece cerr condições "ue favoreçam a felicidade 'umana+ De modo espec*fico, pode representar um papel primordial ao estin7ular nas pessoas a noç(o de responsa.ilidade pelos outros e a necessidade de disciplina )tica+ Nesses termos, portanto, ac'o "ue a reli!i(o ainda ) relevante 'o3e+ Mas pensem nisto tam.)m# '- al!uns anos, o corpo de um 'omem da Idade da 9edra foi res!atado do !elo dos Alpes europeus+ Apesar de ter mais de cinco mil anos, estava perfeitamente perfeitamente conservado+ conservado+ At) suas roupas VK se encontravam "uase intactas+ Lem.ro4me de pensar na )poca "ue, se 7Q
fosse 9oss*vel tra%ê4lo de volta vida por Um dia, desco.rir*amos o "uanto temos em comum Com ele+ Decerto sa.er*amos "ue ele tam.)m se preocupava com sua fam*lia e entes "ueridos, Com sua sa5de, e assim a ssim por diante+ A despeito das diferenças de cultura e de forma de e6press(o, ainda assim ser*amos capa%es de nos identificar com seus sentimentos+ n(o 'averia 'averia ra%(o para supor "ue 4 ele estivesse estivesse menos interessado do "ue n0s em "uerer ser feli% e n(o sofrer+ Se a reli!i(o, com sua ênfase em superar o sofrimento Com a pr-tica da disciplina )tica e o cultivo do amor e da compai6(o, foi Considerada relevante no passado, n(o ve3o por "ue n(o o seria tam.)m 'o3e+ É admiss*vel "ue no passado o valor da reli!i(o ten'a sido mais evidente 9or"ue o sofrimento 'umano estava mais vis*vel, 3"ue n(o e6istiam as comodidades e recursos modernos+ Mas, como o sofrimento ainda e6iste 4 so.retudo o sofrimento mental e emocional 4 e 9or"ue a reli!i(o, al)m de sua verdade salvadora, ale!a ser capa% de a3udar4nos a superar o Sofrimento, certamente ela ainda ) relevante+ Como ent(o conse!uir a 'armonia necess-ria para solucionar /s conflitos reli!iosos& A resposta ) a mesma "ue se d- para as 9essoas "ue "uerem aprender a Controlar suas reações aos pensamentos e emoções ne!ativos e cultivar "ualidades espirituais# desenvolver a capacidade de Compreens(o+ 9rimeiro, temos de identificar os fatores "ue a o.struem+ Depois, encontrar os meios de super-4los+ VKB 8alve% um dos fatores "ue mais o.struem a 'armonia inter4reli!iosa se3a a incapacidade de perce.er o valor das tradições de f) dos outros+ At) .em recentemente a comunicaç(o entre as diferentes culturas, e mesmo entre as diferentes comunidades, era lenta ou ine6istente+ 9or isso, a complacência para com outras tradições de f) n(o era necessariamente muito importante, e6ceto, ) claro, "uando mem.ros de diferentes reli!iões viviam lado a lado+ Mas essa atitude n(o ) mais vi-vel+ No mundo de 'o3e, cada ve% mais comple6o e interdependente, somos o.ri!ados a admitir a e6istência de outras culturas, !rupos )tnicos e decerto outros tipos de f)+ @ost @o stem emos os ou n( n(o, o, a maio maiori riaa de n0 n0ss co conv nviv ivee diar diaria iame ment ntee co com m essa essa diversidade+ Creio "ue a mel'or maneira de c'e!ar compreens(o m5tua ) atrav)s do di-lo!o com mem.ros de outras tradições de f)+ ;e3o diversos camin'os 7
para isso+ S(o muito valiosas as reuniões com estudiosos nas "uais os pontos em comum e, o "ue ) mais importante, as diver!ências entre as diferentes reli!iões se3am e6plorados e e6aminados+ m outro plano, s(o muito 5teis os contatos entre pessoas comuns "ue prati"uem reli!iões diferentes para trocar e6periências e informações+ 8alve% se3a essa a forma mais eficiente de con'ecer as doutrinas dos outros+ No meu caso, os encontros com o falecido 8'omas Merton, um mon!e cat0lico da /rdem Cister Cistercie ciense nse,, foram foram e6traor e6traordin dinaria ariamen mente te inspir inspirado adores+ res+ A3udar A3udaram4m am4mee a desenvolver uma profunda admiraç(o pelos preceitos crist(os+ 8am.)m ac'o "ue os encontros de l*deres reli!iosos para re%arem 3untos por causas VQ comuns s(o muito proveitosos+ A reuni(o em Assis, na It-lia, em 7BP, "uando representantes das maiores reli!iões do mundo se uniram para re%ar pela pa%, foi, creio eu, e6tremamente .en)fica para os fi)is de muitas reli!iões, pois sim.oli%ava a solidariedade e um compromisso com a pa% demonstrado por todos os "ue participaram+ Hinalmente, ac'o "ue as pere!rinações em con3unto de mem.ros de diferentes tradições de f) podem tam.)m ser de !rande utilidade+ Hoi dentro desse esp*rito "ue, em 7BBK, fui a Lourdes e depois a Ferusal)m, um local sa!rado para três das maiores reli!iões do mundo+ ;isitei tam.)m diverso diversoss santusantu-rio rioss 'indu* 'indu*sta stas, s, isl1mi isl1micos cos,, jain e si"ue, tanto na ndia "uanto no e6terior+ Mais recentemente, em se!uida a um semin-rio para discutir e praticar a meditaç(o das tradições crist( e .udista, participei de uma pere!rinaç(o pere!rinaç(o 'ist0rica 'ist0rica com praticantes praticantes das duas reli!iões "ue incluiu incluiu um pro!rama de orações, meditações e di-lo!o so. a -rvore God'i, em God' @aia, na ndia, um dos mais importantes santu-rios do .udismo+ Xuando ocorrem trocas como essas, os se!uidores de uma reli!i(o desc de sco. o.re rem m "u "uee os prec precei eito toss de ou outr tras as cren crença çass ofer oferec ecem em a mesma esma inspiraç(o espiritual e orientaç(o )tica a seus se!uidores+ Hica evidente tam. tam.)m )m "u "ue, e, se3a se3am m "u "uai aiss fore forem m as dife difere renç nças as de do dout utri rina na,, toda todass as principais reli!iões est(o preocupadas em a3udar as pessoas a se tornarem mel'ores seres 'umanos+ 8odas d(o relevo ao amor, compai6(o, paciência, toler1ncia, ao perd(o, 'umildade, e todas s(o capa%es de VQ7 a3udar os indiv*duos a desenvolverem essas "ualidades+ Al)m do mais, o 7P
e6emplo oferecido pelos fundadores de cada uma das !randes reli!iões demonstra claramente a intenç(o de a3udar os semel'antes a encontrar a felicidade atrav)s do desenvolvimento dessas "ualidades+ 8odos viveram suas vidas pessoais pessoais com !rande simplicidad simplicidade, e, tendo como traço distintivo distintivo de seu comp omportamen amentto a disciplina )ti )tica e o amo amor por todos os semel'antes semel'antes++ N(o viveram faustosamen faustosamente te como reis ou imperadores+ imperadores+ 9elo cont co ntr-r r-rio io,, aceit aceitara aram m vo volu lunt ntar ariam iament entee o sofri sofrime ment ntoo sem co cons nsid idera erarr as privações com a finalidade de .eneficiar a 'umanidade inteira+ m seus ensinamentos, todos ressaltaram de modo especial a import1ncia do amor, da compai6(o e da ren5ncia aos dese3os e!o*stas+ cada um deles e6ortou4nos a transformar nossos corações e mentes+ Sem d5vida, "uer ten'amos f) ou n(o, todos merecem a nossa admiraç(o mais profunda+ Al)m do di-lo!o com os se!uidores de outras reli!iões, devemos o.viamente o.viamente introdu%ir introdu%ir em nossa vida di-ria a pr-tica dos ensinamentos ensinamentos de nossa pr0pria reli!i(o+ 8endo e6perimentado os .enef*cios do amor, da compai6(o e da disciplina )tica, recon'eceremos com facilidade o valor dos ensinamentos al'eios+ 9ara isso, contudo, ) indispen-vel estarmos conscientes de "ue a pr-tica reli!iosa implica muito mais do "ue apenas di%er $eu creio$, ou, como no .udismo, $eu me a.ri!o$+ Implica tam.)m muito mais do "ue apenas visitar visitar templos, santu-rios santu-rios ou i!re3as+ i!re3as+ estudar estudar reli!i(o n(o tra% !randes proveitos se o "ue se aprende n(o c'e!a a VQ penetrar no coraç(o e se mant)m somente no plano intelectual+ Contar somente somente com a f) sem compreens(o compreens(o nem pr-tica pr-tica dos ensinamen ensinamentos tos n(o ) suficiente+ Costumo di%er aos ti.etanos "ue tra%er consi!o a mala Ro.3eto parecido com um ros-rio n(o transforma nin!u)m em um praticante reli!ioso+ / esforço "ue fa%emos com sinceridade para nos transformamos espiritualmente ) o "ue nos toma verdadeiros praticantes de uma crença+ Uma das coisas "ue Comprovam o valor da !enu*na pr-tica reli!iosa ) a constataç(o de "ue, al)m da i!nor1ncia, outro fator preponderante "ue contri.ui para a desarmonia reli!iosa ) o relacionamento pouco saud-vel das pessoas com suas crenças+ ma ve% de aplicar os preceitos reli!iosos na vida pessoal, muitos têm a tendência de utili%-4los como apoio para atitudes autocentradas+ A reli!i(o funciona como al!o "ue se possui ou um r0tulo "ue distin!ue a pessoa dos outros+ Isto ) se!uramente uma distorç(o 7=
e um peri!o+ Neste caso, em ve% de usar o n)ctar da reli!i(o para purificar os elementos "ue envenenam nossos corações e mentes, usamos estes e elementos ne!ativos para envenenar o n)ctar da reli!i(o+ Mas ) preciso recon'ecer "ue isso reflete outro pro.lema, impl*cito em todas as reli!iões+ :efiro4me ao fato de cada uma delas ale!ar ser a 5nica reli!i(o $verdadeira$+ Como resolver essa dificuldade& Admite4se "ue, "u e, do po pont ntoo de vist vistaa do prat pratic ican ante te,, se3a se3a impr impres esci cind nd**ve vell ter ter um compromisso espec*fico com sua pr0pria f)+ 8am.)m ) admiss*vel "ue VQK isso este3a li!ado profunda convicç(o de "ue seu camin'o ) o 5nico "ue leva verdade+ Mas ) preciso encontrar meios de conciliar esta convicç(o com a das outras reli!iões+ m termos pr-ticos, os praticantes devem procurar ao menos aceitar a le!itimidade dos ensinamentos de outras reli!iões, mantendo ao mesmo tempo um compromisso irrestrito com a sua pr0pria+ No "ue toca le!itimidade das ale!ações de verdade meta f*sica de uma determinada reli!i(o, isso ) sem d5vida uma "uest(o interna da"uela reli!i(o+ No meu caso, estou convencido de "ue o .udismo me oferece a estrutura mais eficiente para apoiar meus esforços de desenvolvimento espiritual atrav)s do cultivo do amor e da compai6(o+ Ao mesmo tempo, ten'o de admitir "ue en"uanto o .udismo representa o mel'or camin'o para mim 4 ou se3a, condi% com meu car-ter, meu temperamento, min'as inclinações e meus antecedentes culturais 4, assim tam.)m deve ser o cristianismo para os crist(os+ 9ara eles, o cristianismo ) o mel'or camin'o+ N(o posso, portanto, .asear4me em min'a e6periência pessoal para afirmar "ue o .udismo ) mel'or para todos+ As ve%es penso na reli!i(o como um rem)dio para o esp*rito 'umano+ 9ara 3ul!armos realmente a efic-cia de um rem)dio, ) necess-rio verificar se seu uso ) conveniente para uma determinada pessoa em determinadas circunst1ncias+ N(o adianta di%er "ue tal rem)dio ) muito .om por"ue cont)m tais e tais in!redientes+ Se eliminarmos da e"uaç(o o paciente e o efeito do rem)dio na"uela pessoa, este ar!umento n(o tem sentido+ / "ue VQK importa di%er "ue no caso da"uele paciente em especial, com a"uela doença em especial, a"uele rem)dio ) o mais efica%+ Acontece o mesmo 7
com as diferentes tradições reli!iosas# podemos di%er "ue essa ) a mais conveniente para a"uela determinada pessoa+ N(o adianta lançar m(o da filosofia ou da metaf*sica para ar!umentar "ue uma reli!i(o ) mel'or do "ue outra+ / importante ), se!uramente, a sua eficiência para cada pessoa+ Min'a maneira de resolver a aparente contradiç(o entre a certe%a de ser $a 5nica reli!i(o e a 5nica verdade$ "ue cada reli!i(o manifesta e a ine!-vel multiplicidade de crenças ) compreender "ue para um 5nico indiv*duo isoladamente s0 pode 'aver de fato uma verdade e uma reli!i(o+ ntretanto, do ponto de vista da sociedade em !eral, precisamos aceitar o conceito de $muitas verdades, muitas reli!iões$+ Continuando com a nossa analo!ia m)dica, para a"uele paciente determinado o rem)dio ade"uado ) de fato o 5nico rem)dio+ Mas isso n(o si!nifica "ue n(o e6istam outros rem)dios ade"uados a outros pacientes+ m meu modo de pensar, a diversidade "ue e6iste entre as v-rias tradições reli!iosas ) e6tremamente enri"uecedora+ 9or isso, n(o ) dif*cil afirmar "ue, em princ*pio, todas as reli!iões s(o i!uais+ 8odas s(o i!uais "uando salientam salientam "ue o amor e a compai6(o s(o indispens-veis indispens-veis dentro do conte6to da disciplina )tica+ Mas afirmar isto n(o "uer di%er "ue todas s(o esse essenc ncia ialm lmen ente te uma uma co cois isaa s0+ s0+ As co comp mpre reen ensõ sões es co cont ntra radi dit0 t0ri rias as do doss conceitos de criaç(o e ausência de in*cio formuladas pelo .udismo, pelo VQ cristianismo e pelo 'indu*smo, por e6emplo, revelam "ue teremos de nos separar "uando entrarmos no terreno da metaf*sica, apesar das muitas similaridades reais "ue sem d5vida e6istem+ ssas contradições podem n(o ser muito importantes nos est-!ios iniciais da pr-tica reli!iosa, mas, medida "ue avançamos no camin'o de uma tradiç(o reli!iosa, somos o.ri!ados a recon'ecer as diferenças fundamentais "uando c'e!amos a dete de term rmin inad ados os po pont ntos os++ 9or 9or e6 e6em empl plo, o, o co conc ncei eito to de rena renasc scim imen ento to no .udismo e em diversas outras anti!as crenças indianas pode ser incompat*vel com a id)ia crist( de salvaç(o+ Isso n(o precisa ser motivo de des1nimo, por)m+ Dentro do pr0prio .udismo e6istem pontos de vista diametralmente opostos no "ue se refere metaf*sica+ No m*nimo, toda essa diversidade nos mostra "ue temos escol'a diferentes estruturas onde situar a disciplina disciplina )tica e o desenvolvimento de de valores espirituais+ sta ) a ra%(o por "ue n(o defendo uma super4reli!i(o ou uma nova reli!i(o 7B
mundial+ Seriam perdidas as caracter*sticas 5nicas das diferentes tradições de f)+ Al!u Al!uma mass pe pess ssoa oas, s, ) ve verd rdad ade, e, sust susten enta tam m "u "uee o co conc ncei eito to .u .udi dist staa do shunyata, ou va%io, ) .asicamente i!ual a certas a.orda!ens para se compreender o conceito de Deus+ Ainda assim, '- ressalvas a fa%er+ A primeira ) "ue podemos de fato interpretar esse concerto, mas ate "ue ponto ser- poss*vel manter fidelidade aos ensinamentos ori!inais se o fi%e fi%erm rmos os&& 6is 6iste tem m seme semel' l'an anças ças irre irrefu futt-ve veis is en entre tre o co conc ncei eito to .u .udi dist staa maaiana de harmakaya, e !irmanakaya e o da trindade crist( de Deus VQP como 9ai, Hil'o e sp*rito Santo+ Mas da* a afirmar "ue o .udismo e o cristianismo s(o a mesma coisa ) ir um pouco lon!e demais, penso eu Como di% um vel'o ditado ti.etano, $) preciso ter cuidado para n(o p2r a ca.eça de um ia"ue no corpo de um carneiro$ 4 ou vice4versa+ / "ue se e6i!e, em ve% disso, ) o desenvolvimento de uma autêntica noç(o de pluralismo reli!ioso+ Isto ) especialmente verdadeiro se levarmos mesmo a s)rio nosso respeito pelos direitos 'umanos como um princ*pio universal+ Com relaç(o a esse pluralismo reli!ioso, ac'o muito atraente a id)ia de um parlamento mundial de reli!iões+ 9ara começar, a palavra $parlamento$ transmite uma sensaç(o de democracia+ e o plural $reli!iões$ su.lin'a a import1ncia do princ*pio de uma multiplicidade de tradições reli reli!i !ios osas as++ A vis( vis(oo ve verd rdad adei eira rame ment ntee plur plural alis ista ta da reli reli!i !i(o (o "u "uee um parlamento como este proporcionaria seria, a meu ver, de !rande a3uda+ Impe Impedi diri riaa os e6 e6tr trem emos os do fanat fanatis ismo mo reli! reli!io ioso so e, simu simult ltan aneam eamen ente te,, a insistência em sincretismos desnecess-rios+ Li!ada "uest(o da 'armonia inter4reli!iosa, creio "ue devo di%er al!uma coisa so.re convers(o reli!iosa+ ste ) um assunto "ue precisa ser tratado com e6trema seriedade+ seriedade+ É fundamental fundamental ter consciência consciência de "ue o fato de se converter a al!uma reli!i(o por si s0 n(o torna uma pessoa mel'or, ou se3a, mais disciplinada, mais compassiva ou de coraç(o mais a.erto+ É muit muitoo mais mais prov provei eito toso so a pe pess ssoa oa co conce ncent ntrar rar4s 4see em sua sua tran transfo sform rmaç aç(o (o espiritual atrav)s da pr-tica da contenç(o, da virtude e da compai6(o+ VQ= b medida "ue as refle6ões e pr-ticas de outras reli!iões s(o relevantes ou 5teis nossa f), vale a pena aprender com os outros+ m al!uns casos, 7P
pode at) ser interessante adotar al!umas delas+ Xuando isso ) feito com sa.e sa.edo dori ria, a, ) po poss ss*v *vel el mant manter er a firm firme% e%aa do co comp mpro romi miss ssoo co com m no noss ssaa pr0pria f)+ ste ) um .om camin'o por"ue n(o oferece o risco da confus(o, especialmente a respeito das diferentes maneiras de viver "ue costumam acompan'ar diferentes tradições de f)+ 8endo em vista a !rande diversidade de seres 'umanos, ) forçoso "ue, em meio a mil'ares de praticantes de uma determinada reli!i(o, al!uns deles considerem mais satisfat0ria a a.orda!em de outra reli!i(o )tica e ao desenvolvimento espiritual+ 9ara al!uns, os conceitos de renascimento e karma parecer(o mais eficientes para estimular a aspiraç(o de desenvolver o amor amor e a co comp mpai ai6( 6(oo co com m maio maiorr resp respon onsa sa.i .ili lida dade de++ 9ara 9ara ou outr tros os,, o conceito de um criador transcendente e amoroso parecer- ainda mel'or+ Nessas circunst1ncias, ) imprescind*vel "ue essas pessoas se "uestionem repetidamente# $stou atra*do por essa outra reli!i(o pelas ra%ões certas& N(o seriam apenas os aspectos culturais e rituais "ue me sedu%em& /u seriam os ensinamentos fundamentais& Ser- "ue estou ac'ando "ue, se me converter, a nova reli!i(o ser- menos e6i!ente do "ue min'a reli!i(o atual&$ Di!o isso por"ue sempre me c'amou a atenç(o o fato de al!umas pessoas, ao se converterem para uma reli!i(o "ue n(o fa% parte de sua VQ 'erança cultural, adotarem com fre"Zência certos aspectos superficiais da cultura "ual sua nova crença pertence+ Mas sua pr-tica da nova f) n(o vai muito al)m disso+ Xuando a pessoa pessoa decide decide adotar uma nova nova f) depois de um processo processo de lon! lon!aa e madu madura ra refl refle6 e6(o (o,, ) muit muitoo impo import rtan ante te nu nunc ncaa es"u es"uec ecer er a contri.uiç(o positiva de cada tradiç(o reli!iosa i 'umanidade+ 9ois '- o risco de, ao procurar 3ustificar sua decis(o perante os outros, a pessoa criticar sua anti!a f)+ É preciso evitar isso+ / fato de uma reli!i(o n(o ser mais eficiente para um indiv*duo n(o si!nifica "ue ten'a dei6ado de .eneficiar a 'umanidade+ 9elo contr-rio, podemos estar certos de "ue "ual"uer uma das reli!iões serviu de inspiraç(o para mil'ões de pessoas no passado, inspira mil'ões 'o3e em dia e ainda vai inspirar mil'ões a se!uirem um camin'o de amor e compai6(o no futuro+ / ponto "ue se deve ter sempre em mente ) "ue, em princ*pio, o o.3etivo da reli!i(o como um todo ) tomar mais f-cil o e6erc*cio do amor, 7P7
da compai6(o, da paciência, da toler1ncia, da 'umildade, da capacidade de perd(o e de todas as outras "ualidades espirituais+ Se n(o l'es dermos import1ncia, se dei6armos de pratic-4las em nossa vida di-ria, mudar de reli!i(o ou permanecer na nossa 4 ainda "ue se3amos crentes fervorosos 4 n(o valer- de nada+ Seria fa%er o mesmo "ue o doente !rave "ue apenas lê tratados so.re sua doença, mas dei6a de se!uir o tratamento prescrito+ Al)m do mais, se n0s, "ue praticamos uma reli!i(o, n(o somos compassivos e disciplinados, como esperar "ue os outros o se3am& Se "uisermos esta.elecer uma verdadeira 'armonia nascida do respeito e da compreens(o m5tuos, a reli!i(o tem um enorme potencial para falar com auto au tori rida dade de so.r so.ree "u "ues estõ tões es mora morais is de vita vitall impo import rt1n 1nci ciaa co como mo pa pa%% e desarmamento, 3ustiça social e pol*tica, meio am.iente e muitas outras "ue afetam toda a 'umanidade+ n"uanto n(o pusermos em prat7ca nossos pr0prios ensinamentos espirituais, nunca seremos levados a s)rio+ isso si!n si!nif ific ica, a, en entr tree ou outr tras as co cois isas as,, da darr um .o .om m e6 e6em empl ploo de dese senv nvol olve vend ndoo relações 'armoniosas com outras tradições de f)+ V Cap*tulo 7P UM A9L/ 8er c'e!ado s 5ltimas p-!inas deste livro fa% lem.rar a transitoriedade de nossa vida+ Como passa r-pido e como lo!o c'e!amos ao nosso 5ltimo dia+ Dentro de menos de cin"Zenta anos, eu, 8en%in 8en%in @at4 so, o mon!e .udista, serei apenas uma lem.rança+ Na verdade, ) pouco prov-vel "ue "ual"uer uma das pessoas "ue este3am a!ora lendo estas palavras possa estar viva da"ui a cem anos+ / tempo passa ine6 ine6or orav avel elme ment nte+ e+ Xu Xuan ando do co come mete temo moss erro erross n( n(oo po pode demo moss vo volt ltar ar os ponteiros do rel0!io para tentar outra ve%+ A 5nica coisa "ue podemos fa%er ) usar .em o presente+ nt(o, "uando nosso 5ltimo dia c'e!ar, poderemos ol'ar para tr-s e ver "ue vivemos vidas plenas, produtivas e si!nificativas, o "ue nos trar- al!um conforto+ Do contr-rio, a triste%a pode ser muito !rande+ A escol'a entre as duas alternativas ca.e somente a n0s+ 7P
A mel'or maneira de ter certe%a de "ue um dia nos apro6imaremos da morte sem remorsos ) a!indo de maneira respons-vel e manifestando compai6(o pelos outros no presente+ Na verdade, isso ) de nosso pr0prio interesse interesse e n(o apenas por"ue v- nos .eneficiar no futuro+ Como vimos, a compai6(o ) uma das coisas "ue mais d(o sentido s nossas vidas+ É a V7 fonte de toda felicidade e ale!ria duradouras+ É o alicerce de um .om coraç(o, o coraç(o da"uele "ue a!e motivado pela vontade de a3udar os outros+ 9or meio da .ondade, da afeiç(o, da 'onestidade, por meio da verdade e da 3ustiça para com todos os outros ) "ue asse!uramos nossos pr0prios .enef*cios+ sta n(o ) uma "uest(o para ser de.atida com teori%ações complicadas+ É uma "uest(o simples, de .om senso+ N(o 'como ne!ar "ue a consideraç(o pelos outros ) al!o valioso+ N(o '- como ne!a ne !arr "u "uee a no noss ssaa feli felici cida dade de estest- ine6 ine6tr tric icav avel elme ment ntee en entr trel elaç açad adaa felicidade dos outros+ N(o '- como ne!ar "ue, se a sociedade sofre, n0s tam.)m sofremos+ Nem '- como ne!ar "ue "uanto mais animosidade 'em nossos corações, mais infeli%es nos tomamos+ 9or isso, podemos re3eitar tudo o mais# reli!i(o, ideolo!ia, toda a sa.edoria rece.ida+ Mas n(o podemos escapar necessidade de amor e compai6(o+ sta sta,, en ent( t(o, o, ) a min' min'aa reli! reli!i( i(oo verda verdade deir ira, a, min' min'aa f) simp simple les+ s+ Ne Nest stee sentido, n(o ) preciso e6istir templo ou i!re3a, mes"uita ou sina!o!a, n(o '- ne neces cessi sida dade de de filo filoso sofia fia,, do dout utri rina na ou do do!ma !ma co comp mpli lica cados dos++ No Noss ssoo pr0prio coraç(o e nossa pr0pria mente s(o o templo+ A doutrina ) a compai6(o+ Amor pelos outros e respeito por seus direitos e sua di!nidade, se3am eles "uem forem ou o "ue forem# ) s0 o "ue afinal precisamos ter+ Se prat pratic icar armo moss isso isso em no noss ssas as vida vidass di-r di-ria ias, s, n( n(oo impo import rtaa se somo somoss inst instru ru*d *dos os ou i!no i!nora rant ntes es,, se acre acredi dita tamo moss em Gu Guda da ou em De Deus us,, se se!uimos outra reli!i(o ou n(o se!uimos nen'uma+ Desde "ue ten'amos V compai6(o pelos outros e se3amos capa%es de nos conter, motivados pela noç(o de responsa.ilidade, n(o '- d5vida de "ue seremos feli%es+ 9or "ue, ent(o, se ) t(o simples ser feli%, ac'amos "ue ) t(o dif*cil& Lam Lamen enttav avel elm men entte, ap apes esar ar de "u "uas asee tod odos os n0 n0ss no noss co cons nsid ider erar arm mos compassivos, costumamos i!norar essas verdades .aseadas no puro .om senso+ Dei6amos de enfrentar nossos pensamentos e emoções ne!ativos+ 7PK
Ao contr-rio do fa%endeiro "ue acompan'a as estações do ano e n(o 'esita em começar a cultivar a terra "uando c'e!a a 'ora, desperdiçamos tempo demais em atividades sem sentido+ Sentimos profundo pesar com relaç(o a assu assunt ntos os .a .ana nais is co como mo pe perd rder er din' din'ei eiro ro e, ao mesm mesmoo temp tempo, o, somo somoss ne!li!entes com o "ue ) de fato importante sem "ue o menor sentimento de remorso nos pertur.e+ m ve% de nos ale!rarmos com as oportunidades "ue temos de contri.uir para o .em4estar al'eio, s0 pensamos em pra%eres f-ceis+ :ecusamo4nos a pensar nos outros ale!ando "ue estamos muito ocupados+ Corremo emos para ara l- e para c- fa% fa%endo c-lculo ulos e dan anddo tele telefo fone nema mass e ac'a ac'and ndoo "u "uee ) mel' mel'or or assi assim+ m+ Ha%e Ha%emo moss uma uma co cois isaa 3 preocupados com ter de fa%er outra diferente caso al!o n(o saia como esperamos+ em tudo isso utili%amos apenas os n*veis mais superficiais, elementares e menos refinados do esp*rito 'umano+ Al)m do mais, por estarmos desatentos s necessidades dos outros, aca.amos inevitavelmente l'es causando mal+ Ac'amos "ue somos muito inteli!entes, mas como ) "ue usamos nossos talentos& Com demasiada fre"Zência n0s os usamos VK para en!anar nosso pr06imo, aproveitar4nos dele e su.ir sua custa+ "uando as coisas n(o d(o certo, c'eios de 'ipocrisia, n0s o culpamos por nossos pro.lemas+ No entanto, a a"uisiç(o de o.3etos materiais n(o proporciona satisfaç(o duradoura+ N(o importa "uantos ami!os con"uistemos, n(o ser(o eles "ue de fato v(o fa%er a nossa felicidade+ entre!ar4se aos pra%eres dos sentidos ) apenas um convite a v-rias formas de sofrimento+ É como o mel lam.u%ado na l1mina de uma espada+ Nem por isso devemos despre%ar nosso corpo+ 9elo contr-rio, pois n(o podemos fa%er nada por nin!u)m nem por n0s mesmos sem "ue ele este3a .em+ Mas precisamos evitar os e6tremos "ue podem nos pre3udicar+ Xuando nos concentramos no "ue ) mundano, o essencial permanece escondido de n0s+ É claro "ue se pud)ssemos ser verdadeiramente feli%es dessa maneira, este tipo de vida seria inteiramente ra%o-vel+ Mas n(o podemos+ Na mel'or das 'ip0teses, a vida vai transcorrendo sem !randes a.orrecimentos+ Mas os pro.lemas c'e!am, mais cedo ou mais tarde, e nos encontram despreparados+ N(o sa.emos como lidar com eles+ nos desesperamos, e nos lamentamos+ 7PQ
9ortanto, uno min'as duas m(os e apelo a você, leitor, para "ue tome o resto de sua vida t(o si!nificativo "uanto poss*vel+ Haça isso atrav)s da pr-tica espiritual, se puder+ Como espero ter dei6ado claro, n(o '- nada de miste isteri rios osoo niss nisso+ o+ Con onsi sist stee ap apen enas as em a! a!ir ir leva levand ndoo os ou outtros ros em VQ consideraç(o+ se você o fi%er com sinceridade e persistência, pouco a pouco, passo a passo, ser- capa% de reordenar seus '-.itos e atitudes e pensar menos em seu pe"ueno mundo de interesses e mais nos interesses de todas as outras pessoas+ encontrar- pa% e felicidade para si mesmo+ A.andone a inve3a, desape!ue4se do dese3o de so.repu3ar os outros+ m ve% disso, tente fa%er .em a eles+ Com .ondade e !entile%a, com cora!em e confiando "ue ) assim "ue ter- sucesso de fato, rece.a4os com um sorriso+ Se3a se fossem ami!os muito pr06imos+ N(o di!o isso como Dalai Lama ou como al!u)m "ue ten'a poderes ou talentos especiais+ N(o os ten'o+ Halo como um ser 'umano, al!u)m "ue, como você, "uer ser feli% e n(o sofrer+ sofrer+ Mas se você por al!um motivo n(o puder a3udar as outras pessoas, procure ao menos n(o l'es fa%er nen'um mal+ Considere4se um turista+ 9ense no mundo como ) visto do espaço, t(o pe"ueno e insi!nificante, e ainda assim t(o .elo+ \averia realmente al!uma coisa a !an'ar fa%endo mal a al!u)m durante a nossa estada a"ui& N(o seria prefer*vel e mais ra%o ra%o-v -vel el dive divert rtir ir4s 4see e ap apro rove veit itar ar a oc ocas asi( i(oo tran tran"Z "Zil ilam amen ente te co como mo se estivesse visitando um lu!ar diferente& 9ortanto, se em seu passeio pelo mundo você dispuser de um momento, tente a3udar, mesmo "ue de forma modesta, a"ueles "ue s(o oprimidos ou "ue por al!uma ra%(o n(o podem ou n(o "uerem a3udar a si mesmos+ 8ente n(o dar as costas "ueles cu3a aparência ) pertur.adora, aos maltrapil'os e enfermos+ 9rocure nunca V pensar neles como se fossem inferiores+ infer iores+ Se puder, n(o se considere mel'or do "ue nem mesmo o mendi!o mais 'umilde+ ;ocês dois ter(o a mesma aparência depois da morte+ 9ara encerrar, !ostaria de compartil'ar com você uma .reve oraç(o "uee serv "u servee e !ran !rande de insp inspir iraç( aç(oo para para meu meu prop prop0s 0sit itoo de fa%er fa%er .em aos outros+
7P
Xue eu me torne em todos os momentos, a!ora e sempre, um protetor para os desprote!idos, um !uia para os "ue perderam o rumo, um navio para os "ue tem oceanos a cru%ar, uma ponte para os "ue tem rios a atravessarO um santu-rio para os "ue est(o em peri!o, uma l1mpada para os "ue n(o têm lu%, um ref5!io para os "ue n(o têm a.ri!o e um servidor para todos os necessitados+ VP INH/:MAhS S/G: /S 9:[IM/S LANAMN8/S 9ara rece.er infonnações so.re os pr06imos lançamentos da ditora Se6tante, "ueira entrar em contato com nossa Central de Atendimento, dando seu nome, endereço e telefone para DI8/:A S[8AN8 Av+ Nilo 9eçan'a, 7 4 @r+ K7 ] Centro 47 4 :io de Faneiro ] :F 8el+# R7 Q4P=P 4 Ha6# R7 Q4P= DD@# 44PKP Rli!aç(o !ratuita 4mail# atendimentoTese6tante+com+.r 9ara 9ara sa.e sa.err mais ais so so.r .ree no noss ssos os t*tul *tulos os e au auttores ores,, e en envi viar ar seus seus coment-rios so.re este livro, visite o nosso site# EEE+ese6tante+com+.r
7PP