Colecção Formação Modular Automóvel
CONSTRUÇÃO DA INSTALAÇÃO ELÉCTRICA
COMUNIDADE EUROPEIA
Fundo Social Europeu
Referências
Colecção
Título Título do Módulo
Coordenação Técnico-Pedagógi Técnico-Pedagógi ca
Direcção Direcção Editorial
Au tor to r
Maquetagem
Propriedade
1ª Edição
Depósito Legal
Formação Modular Automóvel
Construção da Instalação Eléctrica
CEPRA – Centro de Formação Profissional da Reparação Automóvel Departamento Técnico Pedagógico CEPRA – Direcção
CEPRA – Desenvolvimento Desenvolvimento Curricular
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Construção da Instalação Eléctrica
Índice
ÍNDICE DOCUMENTOS DE ENTRADA OBJECTIVOS GERAIS ................................................................................ E.1 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS...................................................................... E.1 PRÉ-REQUISITOS........................................................................................ E.3
CORPO DO MÓDULO 0 - INTRODUÇÃO..........................................................................................0.1 1 - CABL AGENS ELÉCTRICAS ...................................................................1.1 1.1 - CONSTITUIÇÃO DA INSTALAÇÃO ELÉCTRICA ..............................................1.1 1.2 - CENTRAL DE LIGAÇÕES ..................................................................................1.4 1.3 - ESQUEMAS ELÉCTRICOS................................................................................1.6
2 - CONDUTORES ELÉCTRICOS ................................................................2.1 2.1 - INSTALAÇÃO ELÉCTRICA DO AUTOMÓVEL............................................2.1 2.2 - CABOS COAXIAIS........................................................................................2.5
3 - FUSÍVEIS ...................................................................................................3.1 3.1 - FUNÇÃO DO FUSÍVEL NA INSTALAÇÃO AUTOMÓVEL ..........................3.1 3.2 - SUBSTITUIÇÃO DE FUSÍVEIS ....................................................................3.5 3.3 - CAIXAS DE FUSÍVEIS..................................................................................3.7
4 - TERMINAIS PARA CONDUTORES..........................................................4.1 4.1 - FUNÇÃO DOS TERMINAIS..........................................................................4.1 4.2 - TIPOS DE TERMINAIS.................................................................................4.2 4.3 - PROCEDIMENTO DE MONTAGEM DE TERMINAIS..................................4.6 4.3.1 - CASO 1 - TERMINAL FECHADO.................................................................... 4.6 4.3.2 - CASO 2 - TERMINAIS ABERTOS ................................................................. 4.7
4.4 - FICHAS DE CONTACTO OU ACOPLAMENTO...........................................4.8
5 - RELÉS PARA AUTOMÓVEIS ...................................................................5.1 5.1 - TIPOS DE RELÉS ........................................................................................5.1 5.1.1 - RELÉS MAGNÉTICOS ................................................................................. 5.1 5.1.2 - RELÉS TÉRMICOS ....................................................................................... 5.4
5.2 - NOMENCLATURA - LIGAÇÃO DE RELÉS..................................................5.4 5.3 - APLICAÇÃO AOS AUTOMÓVEIS.................................................................5.5
BIB LIOGRA FIA ............................................................................................ C.1
Construção da Instalação Eléctrica
Índice
DOCUMENTOS DE SAÍDA PÓS -TESTE ................................................................................................. S.1 CORRIGENDA E TABEL A DO PÓS -TESTE................................................S.7
ANEXOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS .............................................................................A.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS EXERCÍCIOS PRÁTICOS ...................A .2
Construção da Instalação Eléctrica
Objectivos Gerais e Específicos do Módulo
OBJ ECTIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS OBJ ECTIVOS GERAIS Depois de ter estudado este módulo, o formando deverá ser capaz de:
Identificar os diversos componentes que compõem o sistema eléctrico do automóvel perante um esquema básico de um veículo, bem como diagnosticar e reparar pequenas avarias eléctricas.
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
Identificar os cabos condutores da cablagem de um veículo perante a presença de um esquema do mesmo veículo.
Identificar a caixa central e a caixa de fusíveis de um automóvel
Identificar as secções dos cabos condutores, constituintes da instalação eléctrica do automóvel.
Distinguir cabos condutores multifilares de cabos coaxiais identificando as circunstâncias em que cada um é utilizado.
Construção da Instalação Eléctrica
E.1
Objectivos Gerais e Específicos do Módulo
Identificar os calibres de fusíveis em amperes, e reconhecer a importância que representa o valor correcto dos mesmos.
Substituir um fusível queimado
Montar terminais em cabos condutores cada um é utilizado.
Identificar os tipos de relés mais comuns no automóvel
E.2
Construção da Instalação Eléctrica
Pré-Requisitos
PRÉ-REQUISITOS Introdução ao Au to mó ve l
Desenho Téc nico
Matemática (cálcul o)
Física, Química e Materiais
Organização Oficinal
COLECÇÃO FORMAÇÃO MODULAR AUTOMÓVEL Construção da Instalação Eléctrica
Sistema Eléctrico e sua Simbologia
Electricidade Básic a
Magnetismo e Electromagnetismo - Motores e Geradores
Tipos de Baterias e sua Manute nção
Tecnologi a dos Semi- Condutores Componentes
rc . n e gra o s, Microcontroladore se Microprocessadore s
Leitura e Interpretação de Esquemas Eléctricos Auto
Características e Funcioname nto dos Motores
Distribuição
Cálculo e Curvas Características do Motor
Sistemas de Ad mis sã o e Escape
Sistemas de Ar re fe c ime n to
Lubrificação de Motores e Transmissão
Al ime nt aç ão Die se l
Sistemas de Al ime nt aç ão p or Carburador
Sistemas de Ignição
Sistemas de Carga e Arranque
Sistemas de Sobrealimentação
Sistemas de Informação
Lâmpadas, Faróis e Farolins
Focage m de Faróis
Sistemas de Aviso Ac ús ti c os e Luminosos
Sistemas de Comunica ção
Sistemas de Segurança Passivos
Sistemas de Conforto e Segurança
Embraiagem e Caixa de Veloc idades
Sistemas de Transmissão
Sistemas de Travagem Hidráulicos
Sistemas de Travagem An ti bl oq ue io
Sistemas de Direcção Mecânic a e As si st id a
Geometria de Direcção
Órgãos da Suspens ão e seu Funcioname nto
Diagnóstico e Rep. de Avarias no Sistema de Suspens ão
Ventil ação Forçada e Ar Condici onado
Sistemas de Segurança A c tiva
Sistemas Electrónicos Diesel
Diagnóstico/Reparação e m Sistemas Mecânic os Convenc ionais
n a es Electrónic as d e Comando, Sensores e Ac tu ad or e s
Sistemas de Injecção Mecânic a
Sistemas de Injecção Geridas Electronicamente
m ss es Poluente s e Dispositivos de Controlo das Emissões
An ál is e d e Ga se s de Esc ape e Opacidade
Diagnóstico/Reparação e m Sistemas com Gestão Electrónica
Diagnósico/Repara ção e m Sistemas Eléctricos Convenc ionais
Rodas e P neus
Manutençã o Programada
Termodinâmica
Gases Carburantes e Combustão
Noções d e Mecânic a Au to mó ve l p ar a GP L
Constituição e Funcionamento do Equipamento Comversor para GPL
Legisl ação Específica sobre GP L
Process os de Traçagem e Punci onamento
Processos de Corte e Desbaste
Processos de Furação, Roscagem e Mandrilagem
Noções B ásicas de Soldadu ra
Metrologia
Rede Eléctric a e Manutençã o de Ferramentas Eléctricas
Rede de Ar Comp. e Manutenç ão de Ferramentas Pneumáti cas
Ferramentas de Montagem e Desmontagem
LEGENDA
Módulo em estudo
Pré-Requisito
Construção da Instalação Eléctrica
E.3
Introdução
0 - INTRODUÇÃO
Desde do momento em que o automóvel deixou de ser um simples objecto mecânico passando, a electricidade a tomar um lugar importante no seu desempenho, que houve a necessidade de criar um meio de transferência de informação (sinais eléctricos) realizado por múltiplos fios condutores reunidos, constituindo a cablagem dos veículos automóveis. Esta cablagem constitui a maior parte da instalação eléctrica do automóvel e é através dela que nos servimos para ligar os faróis, desligar o ventilador do ar condicionado, sinalizar a mudança de direcção, etc.. Com a evolução tecnológica, aumentou consideravelmente o numero de componentes eléctricos ou electrónicos que compõem o automóvel dos nossos dias, aumentando, consequentemente, a complexidade de toda a instalação automóvel. Num futuro não muito distante, a cablagem vai deixando de ocupar a dimensão que neste momento atinge no automóvel, com a utilização da multiplexagem. Neste módulo descrevem-se os vários componentes que constituem a instalação eléctrica de um automóvel moderno, nomeadamente, cabos, isoladores, terminais, fixadores à carroçaria, relés, fusíveis, etc. O bom conhecimento de todos estes componentes e suas aplicações, são de extrema importância para um bom desempenho nas reparações que envolvam desmontagem e montagem da cablagem em veículos.
Construção da Instalação Eléctrica
0.1
Condutores Eléctricos
1 – CABLAGENS ELÉCTRICAS Devido ao incremento do número de dispositivos eléctricos empregues nos automóveis modernos, a instalação eléctrica dos mesmos tem visto aumentada a sua complexidade.
1.1 – CONSTITUIÇÃO DA INSTALAÇÃO ELÉCTRICA
Na figura 1.1 está representado alguns componentes do equipamento eléctrico de um automóvel e a instalação eléctrica que os interliga. Os cabos condutores estão reunidos entre si protegidos por uma fita plástica, formando conjuntos de cabos que tomam o nome de cablagens. Cada um dos condutores distingue-se pela cor o que permite identificá-los na entrada e saída da cablagem correspondente.
Fig. 1.1 - Cablagem de um automóvel
A cablagem do automóvel segue o caminho mais conveniente principalmente debaixo da carroçaria, a qual é fixa com grampos fixadores. A figura 1.2 demonstra o caminho percorrido por uma cablagem ao longo de uma carroçaria.
Construção da Instalação Eléctrica
1.1
Condutores Eléctricos
Fig. 1.2 - Cablagem que percorre uma carroçaria
A cablagem deve passar sempre em locais mais próximos possíveis dos componentes eléctricos que necessitam de ser ligados.
Deve-se tomar em conta o facto da cablagem passar em locais o mais afastados possíveis de peças quentes ou que tendem a aquecer como por exemplo o tubo de escape, pois o aquecimento do escape poderá aquecer a cablagem, provocando o envelhecimento precoce do isolamento dos condutores eléctricos que dela fazem parte.
Com o objectivo de facilitar as reparações eléctricas, que eventualmente possam surgir no automóvel, bem como a localização e ligação dos vários componentes eléctricos e electrónicos a instalação divide-se por partes encontrando-se interligada por meio de fichas de ligação ou conectores apropriados.
Na figura 1.3 apresenta-se a disposição de uma instalação, em que se pode observar os conectores mencionados de interligação entre as distintas cablagens e a ligação destas aos diversos componentes eléctricos e electrónicos.
1.2
Construção da Instalação Eléctrica
Condutores Eléctricos
Fig. 1.3 - Cablagem i nterligada por conectores
As cablagens dividem-se em: a)Cablagem dianteira, que compreende os elementos eléctricos situados na parte dianteira do veículo (habitáculo do motor) que são fixos à carroçaria e vão até ao painel de instrumentos (ponto 4 na figura 1.3). b)Cablagem do motor, interliga os elementos montados no motor térmico do motor do veículo, como o alternador, etc, e o painel de instrumentos e unidade de comando electrónico (ponto 3 na figura 1.3). c)Cablagem traseira, que compreende os aparatos eléctricos do habitáculo e a parte de iluminação e desenbaseador traseiros do veículo (ponto 5 na figura 1.3). d)Cablagem auxiliar, interligam aos equipamentos referidos anteriormente aqueles elementos eléctricos que pela sua situação no veículo requerem uma cablagem especial e independente da cablagem geral, não implicando a desmontagem desta no caso de necessidade ou avaria de componente. São exemplos os circuitos eléctricos das fechaduras electromagnéticas e elevadores eléctricos dos vidros.
Construção da Instalação Eléctrica
1.3
Condutores Eléctricos
1.2 – CENTRAL DE LIGAÇÕES E CAIXA DE FUSÍVEIS
Grande parte dos automóveis modernos dispõem de uma caixa denominada Central de ligações donde divergem as cablagens que compõem os diversos circuitos eléctricos do automóvel. Normalmente, a central de ligações é composta por um circuito impresso como se apresenta na figura 1.4, que serve de suporte aos diferentes relés e aos fusíveis que protegem toda a instalação eléctrica do veículo. Assim toda a totalidade da cablagem que alimenta os componentes eléctricos do veículo passa forçosamente (à excepção do cabo condutor que alimenta o motor de arranque) pela central de ligações.
Fig. 1.4 - Central de ligações e fusíveis
Na figura 1.5, pode ver-se uma caixa de fusíveis e relé de piscas, situada no habitáculo do veículo, na parte inferior do painel de instrumentos.
1.4
Construção da Instalação Eléctrica
Condutores Eléctricos
Fig. 1.5 - Central de ligações e porta-fusíveis
Existem determinados veículos, onde a caixa de fusíveis e a central de relés se encontram no compartimento do motor como se mostra na figura 1.6.
Fig. 1.6 - Central de ligações e porta fusíveis situadas no compartimento do motor
Construção da Instalação Eléctrica
1.5
Condutores Eléctricos
1.3 – ESQUEMAS ELÉCTRICOS
Dada a complexidade das instalações eléctricas dos veículos automóveis actuais, é imprescindível a utilização de esquemas eléctricos no momento de localizar uma avaria.
Representar a instalação eléctrica total do veículo não é impossível mas na necessidade de localizar ou diagnósticar uma avaria no sistema eléctrico seria bastante complicado, começando logo pela dificuldade de leitura e interpretação do esquema eléctrico do veículo.
Para haver maior facilidade na leitura e interpretação dos esquemas, os fabricantes de automóveis concebem os mesmos divididos em por secções, ou seja, se a avaria existe no sistema de iluminação, vamos à procura do esquema seccionado do sistema de iluminação, se o problema existe no sistema de ignição vamos procurar no esquema eléctrico respeitante ao respectivo sistema (ver figuras 1.7,1.8 e 1.9).
Fig. 1.7
1.6
Construção da Instalação Eléctrica
Condutores Eléctricos
Fig. 1.8
Construção da Instalação Eléctrica
1.7
Condutores Eléctricos
Fig. 1.9
1.8
Construção da Instalação Eléctrica
Condutores Eéctricos
2 – CONDUTORES ELÉCTRICOS 2.1 – INSTALAÇÃO ELÉCTRICA DO AUTOMÓVEL A união entre os diferentes elementos do equipamento eléctrico de um automóvel realiza-se por meio de condutores eléctricos, constituídos por fios múltiplos de cobre revestidos de uma camada em PVC (poli-cloreto de vinilo) colorido que se destina a identificar esse condutor no meio dos outros condutores. A resistência eléctrica dos condutores eléctricos deve ser o mais baixo possível, a fim de evitar as quedas de tensão, garantindo que a corrente que chega aos vários receptores é semelhante à corrente gerada à partida.
Os condutores usados nas instalações eléctricas, destinam-se a transportar uma determinada
quantidade
de
corrente
eléctrica.
Fig. 2.1 - Condutores em cobre são o meio de transporte de energia eléctrica no automóvel
Um fio de cobre com uma secção de 1mm2 suporta uma corrente de 11 A, no máximo.
Fig. 2.2 - Um fio de cobre com uma secção de 1 mm2 suporta uma corrente de 11 A
Construção da Instalação Eléctrica
2.1
Condutores Eléctricos
Por outro lado, um fio de cobre com uma secção
de
1,5
mm2
suporta
uma
corrente de 14 A, no máximo.
Fig. 2.3 - Um fio de cobre com uma secção de 1,5 mm2 suporta uma corrente de 14 A
Um fio de cobre com uma secção de 4mm2 suporta uma corrente de 25 A, no máximo. Fig. 2.4 - Um fio de cobre com uma secção de 4 mm2 suporta uma corrente de 25 A
A intensidade de corrente eléctrica expressa em amperes que um fio condutor deve suportar, depende da potência absorvida pelo equipamento eléctrico instalado.
Fig. 2.5 - A corrente aumenta com o número de componentes eléctricos ligados
2.2
Construção da Instalação Eléctrica
Condutores Eéctricos
Para alimentar uma lâmpada de 12 Volt –50 Watts é necessária uma corrente de 4 Amperes
Fig. 2.6 - A lâmpada de um farol necessita de uma corrente de 4 a, logo um fio condutor com 1 mm2 será ideal
Mas, para alimentar o motor de arranque de um veículo normal, são precisos mais de 400 Amperes.
Fig. 2.7 - O motor de arranque é o maior consumidor de corrente eléctrica do automóvel
Agora percebe-se porque é que a secção do cabo que alimenta o motor de arranque deve ser mais grossa do que aquela que alimenta a lâmpada de 12 Volt-50 Watt. Fig. 2.8 - A secção do fio condutor está dependente do componente que se pretende ligar
Construção da Instalação Eléctrica
2.3
Condutores Eléctricos
Se a secção do cabo que liga o motor de arranque for muito pequena, para a quantidade de corrente que passa, o condutor aquecerá , tornando-se incandescente o que poderá causar um incêndio no veículo.
Fig. 2.9 - Se a secção do fio for pequena face à intensidade de corrente que lá passa levará o condutor a aquecer
Para evitar um aquecimento excessivo, os condutores têm várias secções. A secção do condutor é escolhida de acordo com a intensidade da corrente que se prevê venha a passar através dele. Fig. 2.10 - Existem várias secções de fios condutores
Os condutores são classificados pela sua secção, que se expressa em milímetros quadrados. As secções dos condutores empregues em instalações eléctricas do automóvel são apresentados de seguida.
a) Lâmpadas de iluminação de presença............................................... ...1,5mm2 b) Lâmpadas de iluminação de médios.....................................................2,5mm2 c)
Buzina, limpa pára brisas....................................................... ...............2,5mm2
d) Luzes de iluminação do painel de instrumentos....................................1mm2 e) Circuito de carga do alternador/bateria..................................................4mm2 f)
Bobina de chamada do motor de arranque............................................2,5mm2
g) Ligação do motor de arranque................................................. ..............50mm2 As secções normalizadas são: 1-1,5-2,5-4-6-10-16-25-35-50-70-95- 120 expressas em mm2
2.4
Construção da Instalação Eléctrica
Condutores Eéctricos
Tolerâncias Geralmente a queda de tensão provocada pelo fio condutor é ditada pelo fabricante do fio ou cabo condutor, através de um valor percentual, que se denomina de tolerância. A tolerância de um fio condutor vulgar, não deve ser superior a 3%,embora para o caso do cabo de ligação do motor de arranque seja, excepcionalmente de 4%. Existem no mercado cabos eléctricos com tolerâncias inferiores a 3%, sendo o seu custo bastante superior. Este tipo de fios condutores não usa o cobre como condutor, mas sim o ouro ou a prata. Condutores concebidos em ouro ou prata, tem uma aplicação no automóvel restrita aos sistemas de áudio ou outros sistemas de comunicação. Os condutores eléctricos possuir qualidades mecânicas que permita resistirem, a esforços de torção e tracção, e ainda a vibrações a que estão submetidos. Por este motivo os fios condutores são compostos por múltiplos finos fios de cobre, daí a denominação de fios condutores multifilares. O isolamento do fio condutor deve ser o mais perfeito possível, devendo para tal, resistir ao calor, gasolina, óleo do motor, etc. Para tal o isolamento é feito com substâncias plásticas ou derivadas com suficiente resistência à corrosão.
2.2 – CABOS COAXIAIS Os cabos coaxiais são empregues no automóvel sempre que se pretende transportar sinais de muito baixa amplitude. Os cabos que ligam a sonda lambda à unidade de controlo electrónico, bem como o cabo que liga a antena exterior ao auto rádio são cabos coaxiais. Em casos especiais, os cabos que ligam as colunas ao auto rádio ou o amplificador às colunas e ao auto rádio, são todos cabos coaxiais de maneira que o som reproduzido seja o mais “puro” possível.
Estes cabos possuem um fio condutor central revestido de uma substância plástica isolante. Em cima deste isolamento existe uma película em alumínio acompanhada de uma malha em cobre. Posterior a esta malha em cobre existe o isolamento final do cabo em PVC.
Construção da Instalação Eléctrica
2.5
Condutores Eléctricos
O fio central liga ao terminal de sinal e a malha de cobre mais a pelicula são sempre ligadas à massa criando o isolamento eléctrico do cabo. Ondas de rádio ou outras interferências geradas por exemplo pelo sistema de ignição ao encontrarem o cabo de antena do auto rádio são captadas pela malha de cobre envolvente. Desta maneira o sinal de rádio que chega ao auto rádio é somente o sinal da estação de rádio que se pretende ouvir, isenta de quaisquer interferências.
2.11 - Cabos coaxiais
2.6
Construção da Instalação Eléctrica
Fusíveis
3 – FUSÍVEIS 3.1 – FUNÇÃO DO FUSÍVEL NA INSTALAÇÃO AUTOMÓVEL Mesmo
que
toda
a
instalação
do
automóvel esteja bem dimensionada, isto é todos os condutores com secções bem previstas para aquilo que vão ligar, poderá haver uma falha no equipamento eléctrico ou no seu circuito (o cabo pode tocar no chassis do veículo). Então, o cabo receberá mais electricidade do que pode
transportar
eléctrico
queima-se
e
o
isolamento
provocando
um
incêndio no veículo. Para que tal não aconteça, coloca-se um
Fig. 3.1 - Um cabo condutor poderá estar na origem de um incêndio caso não exista um sistema de protecção da instalação eléctrica do veículo
fusível no circuito, a fim de o proteger e evitar que os cabos aqueçam demasiado. Os fusíveis são constituídos por uma lamina ou fio condutor devidamente calibrado, por forma a suportar apenas um valor limite de corrente eléctrica que define o seu calibre. Este fio não pode transportar mais corrente do que o valor do seu calibre. Se uma corrente que percorre o circuito atingir um valor superior ao suportado pelo fio do fusível, o mesmo queimar-se-á e dar-se-á uma interrupção da corrente eléctrica. Os fusíveis são calibrados segundo o consumo de corrente de um circuito e do comprimento dos cabos. As principais funções de um fusível são: - Protecção de circuitos. - Ligação entre circuitos.
Protecção de circuitos : a intensidade de corrente eléctrica que circula num cabo depende do componente que este vai alimentar (lâmpada, motor, etc.). Se essa intensidade de corrente aumentar para valores fora do normal, torna-se perigoso para toda a instalação. O aumento da intensidade de corrente pode ter origem num motor em curto-circuito, que absorve uma elevada intensidade de corrente, uma vez que a sua resistência interna diminuiu. Um cabo eléctrico descarnado (Fig. 3.2), que provoca um curto-circuito na bateria, etc..
Construção da Instalação Eléctrica
3.1
Fusíveis
Fig. 3.2 Curto-circuito provocado por um cabo eléctrico descarnado.
Para proteger os circuitos e evitar o risco de incêndio, torna-se indispensável a aplicação de fusíveis. A fusão de um fusível normalmente é devida a: - fim da vida útil do mesmo. - curto-circuito no circuito onde está inserido. - intervenção incorrecta sobre o circuito, por parte do electricista.
Ligação entre circuitos : no interior da caixa de fusíveis, onde estes são encaixados sobre placas, existem uma série de conexões eléctricas que permitem as ligações entre fusíveis, por vezes a origem das avarias situam-se precisamente nestas ligações.
Como já referimos os fusíveis são calibrados em
função
da
intensidade
máxima
de
corrente que deverá passar em determinada secção de um circuito. Por isso quando se fizer a substituição de fusíveis, é essencial que se respeite o seu valor de calibração para que se continue na presença de uma verdadeira protecção de todo o circuito. Toda a tentativa de reparação de um fusível queimado ou substituição por um com Fig. 3.3 - A reparação indevida do sistema eléctrico calibre superior ao estabelecido pode levar a
pode levar a sérias consequências
que se ocorrer um curto-circuito no circuito protegido por esse fusível, o fusível não actue podendo provocar um incêndio no veículo. Se por outro lado, for colocado um fusível de calibre inferior ao estipulado, este não irá aguentar situações de intensidade de corrente máxima e fundir-se-á. 3.2
Construção da Instalação Eléctrica
Fusíveis Igualmente se um fusível queimado for reparado com um bocado de fio qualquer ou com um bocado de papel de prata (de maços de cigarros) corre-se o risco de incendiar a viatura. Importa também referir, que, não se deve considerar reparada uma avaria eléctrica, apenas trocando o fusível, é sempre necessário determinar a causa que provocou a fusão do mesmo.
A figura 3.4 mostra, os tipos de fusíveis mais comuns usados nos automóveis, na figura 3.5 podemos observar, num desses fusíveis, a marcação do calibre do fusível (amperagem) no topo do mesmo.
Fig. 3.4 Fusíveis
Fig. 3.5 Fusíveis ATO (com especificação da amperagem)
Os fusíveis auto estão codificados com cores para uma mais fácil identificação, a tabela seguinte indica-nos a correspondência entre algumas cores e as respectivas amperagens:
Construção da Instalação Eléctrica
3.3
Fusíveis
AMPERES
COR
AMPERES
COR
5A
Castanho claro
30 A
Verde
10 A
Vermelho
40 A
Laranja
15 A
Azul
60 A
Preto
20 A
Amarelo
80 A
Branco transparente
Compreendemos agora porque é que os fusíveis são usados no sistema eléctrico de todos os veículo. Normalmente, os fusíveis estão situados numa caixa colocada no compartimento do motor, por trás do painel de instrumentos (Fig. 3.6) ou na cabina por baixo do painel de instrumentos (Fig. 3.7).
Fig. 3.6 Fusíveis colocados no compartimento do motor
Fig. 3.7 Fusíveis colocados por baixo do painel de instrumentos
Antes de conduzir um veículo desconhecido para si, procure sempre a caixa ca ixa de fusíveis fu síveis e veja se existem fusíveis sobresselentes. Esta deverá ser uma operação tão usual como verificar os níveis de óleo do motor, água do radiador, óleo de travões, pneu sobresselente, ferramentas, etc..
Seguidamente vamos analisar com maior pormenor alguns tipos de fusíveis, que mais frequentemente são usados nos veículos actuais.
3.4
Construção da Instalação Eléctrica
Fusíveis
Fusível A TO Este fusível (Fig. 3.8) concebido especialmente para a industria automóvel, tornou-se no fusível padrão, mais comunmente usado na protecção de circuitos de veículos automóveis. Facilmente identificável e de fácil substituição, encontra-se disponível para uma grande variedade de aplicações de baixa voltagem (de 1 a 40 Amperes).
Fig. 3.8 Fusível ATO
Fusível MINI Este fusível (Fig. 3.9) não é mais do que uma miniatura do fusível ATO, especialmente concebido para diminuir o espaço ocupado pelos fusíveis e consequentemente pelas caixas de fusíveis, permitindo mais fusíveis no mesmo espaço. Desta forma podemos aumentar o número de circuitos eléctricos protegidos por um fusível.
Fig. 3.9 Fusível MINI
Fusível MAXI Este fusível (Fig. 3.10) está disponível em gamas de amperagem superiores aos fusíveis descritos anteriormente (20 a 80 amperes), destina-se a aplicações como protecção da cablagem, substituindo uma secção da cablagem que tinha funções de fio fusível.
Construção da Instalação Eléctrica
3.5
Fusíveis
Fig. 3.10 Fusível MAXI
Fusível MEGA Este fusível (Fig. 3.11) existe para a protecção de circuitos com intensidades de corrente elevadas (até 250 amperes), é ideal para a protecção da bateria ou do alternador.
Fig. 3.11 Fusível MEGA
3.2 – SUBSTITUIÇÃO DE FUSÍVEIS Há sempre uma tampa na caixa dos fusíveis que tem de ser retirada antes de se substituir o fusível.
Fig. 3.12 - Caixa de fusíveis situada no habitáculo do motor
3.6
Construção da Instalação Eléctrica
Fusíveis
Primeiro limpe a caixa de fusíveis e a tampa, com um pano. Depois retire a tampa. Isto pode fazer-se, rodando um ou dois parafusos no sentido anti-hórario. Como se vê na figura 3.13, a tampa pode ser retirada com uma chave de fendas, dando ¼ de volta a um pequeno parafuso, situado na parte inferior da tampa.
Fig. 3.13 - Abertura da portinhola da caixa de fusíveis
Como se mostra na figura 3.14, pode-se ainda retirar a tampa , fazendo-se uma pequena pressão com os dedos e ao mesmo tempo, puxando com cuidado. Nestes casos, não se deve usar chave de fendas, faca ou outro tipo de ferramenta.
Fig. 3.14 - Abertura da caixa de fusíveis
Depois de retirada a tampa, encontrará dentro da caixa, um esquema que lhe dará indicação da correspondência entre os fusíveis e os circuitos. Também lhe dará indicação do valor do fusível. No manual de instruções do veículo, poderá também encontrar informações acerca da localização da caixa de fusíveis, circuitos protegidos por cada fusível e o calibre dos fusíveis. Quando obtiver toda a informação que necessita, deve proceder à substituição do fusível queimado por um outro do mesmo calibre.
Construção da Instalação Eléctrica
3.7
Fusíveis
No caso de não haver manual de instruções ou esquema do veículo, verifique os fusíveis, um de cada vez, até encontrar aquele que está queimado (Fig. 3.15).
Fig. 3.15 - Inspeccione os fusíveis um por um
Antes de fechar a caixa de fusíveis ligue os vários circuitos protegidos pelo fusível que se havia fundido, para se certificar que estão novamente operacionais. Um fusível que se funde logo após ter sido substituído, indica que há falha no fio de ligação, ou mesmo em algum componente eléctrico que estiver ligado a esse fusível. Não deve substituir novamente o fusível, sem fazer uma inspecção prévia aos circuitos e órgãos protegidos por esse fusível. Caso se trate de um fio descarnado, deverá isola-lo convenientemente com fita isoladora, tal como se apresenta na figura 3.16.
Fig. 3.16 - Isolamento do fio descarnado
Monte a tampa, procedendo de modo inverso ao utilizado para a desmontar. Algumas caixas de fusíveis têm um espaço ocupado com fusíveis sobresselentes. Quando usar um fusível sobresselente, substitua-o logo que possível por outro do mesmo calibre.
3.8
Construção da Instalação Eléctrica
Fusíveis
3.3 – CAIXAS DE FUSÍVEIS As caixas de fusíveis (Fig. 3.17) comportam todos os fusíveis e relés dos circuitos eléctricos do automóvel. Normalmente situadas sob o painel de instrumentos ou no compartimento do motor, estas caixas contém uma placa com um circuito impresso dobrado, identificações na base dos relés, com contornos coloridos e designação dos relés R1, R2, etc., designações das pontes B1, B2, etc. e numeração dos fusíveis F1, F2, etc..
1.
Fig. 3.17 Caixa de fusíveis Caixa de fusíveis para veículos com direcção à esquerda. 2. Caixa de fusíveis para veículos com direcção à direita. 3. Base dos relés com os contornos coloridos 4. Relé 5. Ponte 6. Díodo 7. Aplicação das uniões de ligação 8. Fusíveis 9. Numeração dos fusíveis.
A corrente é fornecida a esta caixa através de 2 ou 3 linhas (Fig. 3.18) vindas directamente da bateria.
Fig. 3.18 Cabos principais de corrente aparafusados à caixa de fusíveis.
Actualmente nas caixas de fusíveis as placas base que se costumam usar são as PowrBloks (Modular Power Distribution System), que se encontram representadas na figura 3.19.
Construção da Instalação Eléctrica
3.9
Fusíveis
Fig. 3.19 Sistema Power-Bloks
Este sistema permite personalizar as placas base das caixas de fusíveis, podemos completar instalações já existentes ou acrescentar fusíveis e relés necessários para pôr a funcionar uma nova função, bem como, é extraordinariamente útil para a reconstrução de instalações eléctricas danificadas. A versatilidade deste sistema gira em torno de dois módulos base: - Os módulos quadrados (Fig. 3.20 e Fig. 3.21). - Os módulos duplos (Fig. 3.22).
Fig. 3.20 Módulo quadrado para 2 fusíveis
Fig. 3.21 Módulo quadrado para 1 relé de 5 bornes
Fig. 3.22 Módulo duplo para 4 fusíveis MAXI
3.10
Construção da Instalação Eléctrica
Fusíveis
Com estes módulos podemos formar várias combinações, fixando-as através de peças de união intermédias, que conferem ao conjunto uma perfeita rigidez. A figura 3.23 mostra essas peças de união, bem como alguns tipos de terminais normalmente usados, para as ligações da placa às calagens.
Fig. 3.23
Tipos de módulos quadrados: - módulos para ligação dos cabos de corrente. - módulos para fixação de 2 fusíveis ATO. - módulos para fixação de 4 fusíveis MINI. - módulos para fixação de relés de 5 bornes. - módulos para fixação de relés de 4 bornes. Tipos de módulos duplos: - módulos para fixação de 4 fusíveis ATO. - módulos para fixação de 4 fusíveis MAXI. - módulos para fixação de 8 fusíveis ATO. - módulos para fixação de 2 relés de 5 bornes. - módulos para fixação de 2 relés de 4 bornes. - módulos para fixação de 3 micro-relés de 5 bornes. Por fim, na figura 3.24 podemos ver um exemplo de construção de uma placa base, mediante a união de vários tipos de módulos.
Fig. 3.24 Exemplo de construção de uma pla ca base.
Construção da Instalação Eléctrica
3.11
Terminais para condutores
4 – TERMINAIS PARA CONDUTORES 4.1 – FUNÇÃO DOS TERMINAIS Terminais para condutores são peças metálicas que se colocam nos extremos dos condutores, a fim de realizar-se uma boa conexão eléctrica com os bornes de um acessório ou aparelho. Os terminais são construídos, geralmente, de cobre, latão ou chumbo. Alguns deles são estanhados, o que serve para protegê-los contra a oxidação , facilitando assim a soldagem. Os terminais são constituídos por um só corpo, no qual se distinguem duas partes: A manga, onde é introduzido o condutor O olhal, por meio do qual se faz a conexão ao borne do aparelho. A figura 4.1 mostra os vários tipos de terminais usados na industria automóvel.
Fig. 4.1 - Terminais
Construção da Instalação Eléctrica
4.1
Terminais para condutores
Fig. 4.2 - Terminais fechado e aberto
O olhal pode ser fechado ou aberto tal como se apresenta na figura 4.2.
4.2 – TIPOS DE TERMINAIS Os terminais podem ser classificados pela forma em que se unem aos extremos dos condutores. Assim existem:
Terminais soldados Terminais à pressão
Os terminais soldados são aqueles que se fixam ao condutor por meio de solda de estanho. Nas instalações eléctricas e nos bobinados utilizam-se, geralmente, terminais soldados. Estes podem ter manga fechada ou aberta. Nas instalações de automóveis existe grande variedade de terminais soldados que variam em sua forma de acordo com o elemento a conectar. Na figura 4.2 mostram-se diferentes tipos de terminais que se fixam aos aparelhos por meio de parafusos ou por encaixe. Dentro dos sistemas por encaixe, existem terminais macho e fêmea que servem para unir condutores, tal como se apresenta na figura 4.3. Existem também terminais do tipo bandeira, igualmente representados na figura 4.3.
4.2
Construção da Instalação Eléctrica
Terminais para condutores
Fig. 4.3 - Terminais de encaixe macho, fêmea e de bandeira
Os terminais à pressão são todos aqueles que se prendem aos condutores por meio de parafusos ou por meio de compressão da manga como se apresenta na figura 4.4. Geralmente a compressão da manga faz-se Fig. 4.4 - Terminais à pressão
com um alicate especial.
Estes terminais podem ser empregues em todos os tipos de instalações com a vantagem de permitir fazer as conexões com mais rapidez. A figura 4.5 mostra a ferramenta
normalmente
usada
para
cravar terminais.
Terminais para baterias
são terminais
Fig. 4.5 -
Alicate para compressão de terminais
especiais para conexão permanente da bateria à instalação do automóvel. São geralmente fabricados em chumbo ou bronze. Os cabos podem ser fixados aos terminais por meio de solda ou por aperto como se apresenta nas figuras 4.6 e 4.7.
Construção da Instalação Eléctrica
4.3
Terminais para condutores
Fig. 4.6 - Terminais para baterias não isolados
Fig. 4.7 - Terminais para baterias isolados
4.4
Construção da Instalação Eléctrica
Terminais para condutores
Terminais do tipo jacaré São terminais que têm a forma de pequenas tenazes, de boca e mantida fechada por uma mola. São soldadas ou fixas à pressão no extremo do condutor eléctrico, permitindo ligar e desligar rapidamente para romper o contacto. São utilizadas em cabos de ligação ( de emergência ) de baterias. No mercado são normalmente denominadas por “garras de jacaré”.
Fig. 4.8 - Terminais tipo jacaré
Na tabela seguinte podemos ver vários tipos de terminais usados nos automóveis e os respectivos nomes:
Tipo AMP, fêmea, para fios 1 a 2,5 mm para lâmpadas de farol
Tipo AMP, macho, para fios 0,5 a 1,5 mm com dente de blocagem
Tipo AMP, para farolins traseiros – para fios 0,5 a 1,5 mm
Tipo AMP, macho, para fios o,5 a 1,5 mm (largura 5 mm)
Tipo AMP, fêmea, para fios 0,5 a 1,5 mm (largura 5 mm)
Terminais fêmea 2,8 mm para fichas à prova de água
Terminal redondo, macho, para fios 0,5 a 1 mm
Tipo AMP, fêmea, para fios 2 a 4 mm com encaixe
Ficha redonda, fêmea, para fios 1a 2,5 mm
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4.5
Terminais para condutores
Terminal com furo de 10,5 mm para fios de 4 a 6 mm
Tipo AMP, macho, para fios 0,5 a 1,5 mm encaixe 2,8 mm
Terminal para cabos de 35 a 50 mm, furo de 11,4 mm
Tipo AMP, fêmea, para fios 0,5 a 1 mm encaixe de 2,8 mm
4.3 – PROCEDIMENTO DE MONTAGEM DE TERMINAIS 4.3.1 – CASO 1 – TERMINAL FECHADO 1º Passo – Prepare a ponta do condutor decapando o
extremo
do
comprimento
condutor, que
num
exceda
aproximadamente de 2 mm, o que vai penetrar no punho do terminal. De
seguida
decapado
com
limpe
o
uma
lixa
extremo fina
e
coloque um pedaço de tubo plástico no condutor (macarrão) com um diâmetro
ligeiramente
inferior
ao
diâmetro externo do punho. Fig. 4.9 - Preparação do fio condutor
2º Passo – Estanhe o extremo do condutor, aquecendo com um ferro de soldar, o extremo
do
fio
devidamente
descarnado. De seguida derreta o estanho sobre o condutor mantendo a ponta do ferro de soldar em contacto com a superfície a estanhar como se apresenta na figura 4.10
Fig. 4.10 - Preparação do fio condutor
4.6
Construção da Instalação Eléctrica
Terminais para condutores 3º Passo – Prepare o terminal limpando o interior do punho com uma lima ou rebolo com diâmetro apropriado.
4º Passo – Estanhe o terminal aquecendo o punho do terminal. Prenda o terminal no torno fixando-o pela parte plana e colocando pedaços de madeira entre esta e as mordaças do torno. Derreta, então estanho na parte interior do punho do terminal, mantendo o ferro de soldar em contacto com a superfície exterior até que o material fundido chegue à metade do mesmo.
5º Passo – Solde o material mantendo o ferro de soldar no punho do terminal e introduzindo a ponta do condutor no estanho fundido, tal como se apresenta na figura 4.11. Afaste o ferro de soldar e mantenha o condutor imóvel até que o estanho se solidifique.
6º Passo – Cubra o punho do terminal com o macarrão.
Fig. 4.11 - Soldar o terminal ao condutor
4.3.2 – CASO 2 – TERMINAL ABERTO
1º Passo – Prepare a ponta do condutor e estanhe.
2º Passo – Estanhe o terminal, aquecendo o terminal com o ferro de soldar e cubra a superfície a estanhar. Estanhe a parte interior do punho do terminal, mantendo a ponta do ferro de soldar em contacto com a parte a estanhar, tal como se apresenta na figura 4.12.
Fig. 4.12 - Coloque o condutor no terminal
Construção da Instalação Eléctrica
4.7
Terminais para condutores 3º Passo – Coloque a ponta do condutor no terminal e dobre os lados com um alicate tal como na figura 4.13. 4º
Passo –
Solde o terminal, aquecendo o punho do terminal com o ferro de soldar,
colocando
superfície
de
condutor
e
solda
contacto o
até
a
entre
o
terminal
fique
totalmente cheia. 5º Passo – Cubra o punho do terminal com
Fig. 4.13 - Coloque o condutor no terminal
macarrão.
4.4 – FICHAS DE CONTACTO OU ACOPLAMENTO. A grande maioria dos automóveis de hoje utiliza fichas de contacto para executar a ligação entre cablagens. Estas fichas agrupam um número limite de terminais sendo mais prático o acoplamento entre cabos.
Fig. 4.14 - Fichas de acoplamento
4.8
Construção da Instalação Eléctrica
Terminais para condutores
Fig. 4.15 - Exemplo de fichas ISO de acoplamento
As fichas de acoplamento mostram-se mais seguras pois possuem um trinco que as permite permanecerem sempre ligadas, não havendo portanto o risco de corte de um determinado circuito com a vibração do próprio veículo. Os auto rádios mais vulgares usam fichas “ISO”, tal como se apresenta na figura 4.15, de modo a facilitar o electricista na montagem do aparelho. Uma vez que estas fichas possuem uma determinada codificação, elas só poderão ser ligadas de uma única maneira, o que reduz significativamente o erro do electricista colocar tensão numa das saídas do amplificador do auto rádio como exemplo.
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4.9
Relés para Automóveis
5 – RELÉS PARA AUTOMÓVEIS 5.1 – TIPOS DE RELÉS Relés são dispositivos que, ao serem excitados por uma corrente de baixa intensidade,
permitem comandar circuitos ou mecanismos de corrente mais elevada ou realizar funções específicas, como por exemplo a intermitência de luzes. Os relés mais comuns no automóvel são:
Magnéticos
Térmicos
5.1.1 – RELÉS MAGNÉTICOS Os relés magnéticos são constituídos por uma caixa que pode ser de plástico ou chapa estampada, formada por uma base e uma tampa protectora que cobre e protege os componentes do relé. Um electroíman composto por um núcleo de ferro que dependendo do modelo do relé, poderá ser fixo ou móvel e de uma bobina de um ou mais enrolamentos de fio esmaltado. Um conjunto de contactos formado pelos contactos fixos e móveis montados sobre uma chapa de ferro, que recebe o nome de armadura. Os contactos podem ser de platina, tungsténio, ou discos de cobre prateado e quando o relé não está excitado, permanecem separados pela acção de uma mola.
Fig. 5.1 - Relé magnético
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5.1
Relés para Automóveis Os relés magnéticos são instalados em circuitos que absorvem grande potência eléctrica, e possibilitam o comando à distância, diminuindo as quedas de tensão do circuito principal.
FUNCIONAMENTO
Ao ligar o interruptor, a corrente eléctrica circula pela bobina, gerando um campo magnético no núcleo, que atraí a armadura com o contacto móvel, e a liga o circuito principal. Quando se interrompe a corrente na bobina, a armadura fica livre, e a mola abre os contactos, interrompendo a passagem da corrente no circuito principal.
De acordo com a função que desempenham nos circuitos eléctricos do veículo, os relés distinguem-se como de buzina, de luzes e de arranque.
Os relés de buzina podem ser de três tipos ou quatro bornes, segundo a conexão da bobina.
Fig. 5.2 - Relé de buzina e respectiva simbologia
Relés de luzes são instalados no circuito de faróis (de máximos ou auxiliares) e tem a
finalidade de evitar as quedas de tensão que se produzem nos contactos do interruptor e no troca - luz, ligando os faróis directamente à bateria do veículo com se apresenta na figura 5.3.
5.2
Construção da Instalação Eléctrica
Relés para Automóveis
Fig. 5.3 - Relé de faróis e respectiva simbologia
Relés de arranque são geralmente de núcleo móvel e possuem um disco de cobre
isolado do êmbolo, que realiza a ligação da bateria com o motor de arranque. Os relés de arranque mais comuns também são aproveitam o deslocamento do núcleo, para fazer o engrenamento do mecanismo de acoplamento.
Fig. 5.4 - Relé de arranque e respectiva simbologia
Os relés que possuem tampas desmontáveis permitem a limpeza dos contactos fixos e móveis. Estes contactos devem ser revistos periódicamente em especial quando por eles circula uma corrente bastante elevada como é o caso do relé de comando do motor de arranque. É importante que, ao desmontar-se os relés, seja mantido o entreferro entre o núcleo e a armadura.
Construção da Instalação Eléctrica
5.3
Relés para Automóveis
5.1.2 – RELÉS TÉRMICOS Os relés térmicos são constituídos por uma caixa, em cujo interior se encontra o conjunto de contactos, a lâmina bimetálica e a resistência.
Fig. 5.5 - Relés térmicos
FUNCIONAMENTO
Quando a corrente circula pela resistência circula pela produz um aumento de temperatura que faz curvar a lâmina bimetálica, fechando os contactos, com isto é ligado o circuito principal. Ao deixar de circular corrente pela resistência, as lâminas bimetálicas arrefecem, recuperando a sua forma original, com o que se interrompe o circuito principal. Estes relés, combinados com um sistema magnético, são usados nos circuitos de indicação de mudanças de direcção. É o elemento pisca-pisca. Geralmente, os relés térmicos não admitem reparações, o que obriga à sua substituição cada vez que apresentam defeitos.
5.2 – NOMENCLATURA – LIGAÇÃO DE RELÉS Na figura seguinte apresentam-se diferentes tipos de nomenclaturas de relés.
5.4
Construção da Instalação Eléctrica
Relés para Automóveis
Fig. 5.6 - Nomenclatura de relés
5.3 – APLICAÇÃO AOS AUTOMÓVEIS A aplicação mais comum de relés em automóveis, são os relés electro - mecânicos cujas características abaixo são expostas. São os que se encontram nos circuitos eléctricos de ignição e injecção electrónicas. Possuem quatro bornes de contacto, dois para o circuito de comando e os outros dois para o circuito de potência.
Construção da Instalação Eléctrica
5.5
Relés para Automóveis Na caixa dos relés podem-se encontrar, com as respectivas entradas do circuito de potência protegidas por fusíveis, os relés do circuito principal (que por exemplo alimenta a unidade electrónica de comando quando esta não tem alimentação permanente e outros actuadores e sensores do sistema de injecção electrónica), da bomba de gasolina, do motor de arranque e de aquecimento do colector de admissão.
Existem relés temporizados que têm por missão prolongar o tempo de fecho do circuito de potência para além do momento em que cessa a excitação da bobina do relé. É o que se passa no comando dos limpa pára-brisas em que o seu movimento, depois do condutor accionar o comando para que parem, cessem o movimento numa posição tal que não impeça a visibilidade do condutor.
Na figura 5.7 está representado um relé deste tipo em que o motor do limpa párabrisas só funciona quando o seu comando (borne 3) é accionado (este tem corrente alimentando a bobina “B” fechado o circuito de potência (os motores
do
limpa
pára-brisas)
alimentando a base do transístor “T”). Quando, por ordem do condutor, cessar a alimentação da base do transístor “T”, o condensador “C” e o díodo “D” prolongarão a corrente na bobina “B” durante alguns instantes.
Fig. 5.7 - Relés comandados electronicamente
5.6
Construção da Instalação Eléctrica
Bibliografia
BIBLIOGRAFIA
DUFFY, James E. – Auto Electricity and Electronics Technology.
DIGGINS, Boyce H. Edward F. Mahoney – Automotive Electricity and Electronics Concepts and Aplications.
CEPRA – Substituição de fusíveis.
CEPRA – Terminais para relés.
CEPRA – Tabela para dimensionamento de cabos e dos bornes segundo as normas DIN 72552.
Construção da Instalação Eléctrica
C.1
Pós -Teste
PÓS -TESTE Em relação a cada um dos exercícios seguintes, são apresentadas 4 (quatro) respostas das quais apenas 1 (uma) está correcta. Para cada exercício indique a resposta que considera correcta, colocando uma cruz (x ) no quadradinho respectivo.
1. Os fusíveis protegem as instalações eléctricas. Um fio de cobre com uma secção de 1mm 2, pode transportar 11 amperes no máximo. Qual o valor do fusível que recomenda para a protecção deste fio ?
a) 5 Amperes b) 8 Amperes
c) 16 Amperes
d) 25 Amperes.
2. Que fusível reco menda para um fio co m secção de 1,5 mm 2? a) 5 Amperes
b) 8 Amperes .
c) 16 Amperes
d) 25 Amperes
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S.1
Pós -Teste
3. Que fusível reco menda para um fio co m secção de 4mm 2?
a) 5 Amperes
b) 8 Amperes
c) 16 Amperes
d) 25 Amperes
4. Que cabo uti lizaria para alimentar o sis tema de ilumin ação de presença?
a) 1,5 mm2
b) 2,5 mm2. .
c) 4 mm2.
d) 50 mm2.
5. Que cabo util izaria para alimentar a bobina de chamada do moto r de arranque?
a) 1,5 mm2
b) 2,5 mm2
c) 4mm2
d) 50mm2
S.2
Construção da Instalação Eléctrica
Pós -Teste
6. Que cabo utilizaria para alimentar o circuito de carga do alternador/bateria ?
a) 1,5 mm2.
b) 2,5 mm2
c) 4 mm2.
d) 50 mm2
7. Que cabo utilizaria para alimentar o circuito de potência do motor de arranque? a) 1,5 mm2
b) 2,5 mm2.
c) 4 mm2
d) 50 mm2.
8. Quando se queima um fusível, o que é deverá fazer? a) Substituir o fusível por um prego
b) Deve-se substituir por outro fusível de calibre superior
c) Deve-se substituir por um fusível do mesmo calibre do queimado
d) Deve-se arranjar papel prateado para reparar o fusível queimado
Construção da Instalação Eléctrica
S.3
Pós -Teste
9. Um fusível que acaba de ser substituído por outro, também se queima. Que deve fazer nest e caso? a) Substituir o fusível por outro igual
b) Substituir o fusível por outro de maior calibre
c) Fazer uma inspecção visual prévia e se houver fios descarnados, isolá-los com fita isoladora d) Substituir a bateria por uma de maior capacidade
10. Para a ligação da antena do auto –rádio qual o cabo que deveria utilizar.? a) 1,5 mm2
b) 50 mm2.
c) 120 mm2.
d) Coaxial
S.4
Construção da Instalação Eléctrica
Pós -Teste
11. Quando é que o cabo coaxial é utilizado? a) Quando os sinais a transferir são de muito de baixa amplitude
b) Sempre que possível
c) Não se utiliza no automóvel
d) Utiliza-se somente que liga a sonda lambda à unidade electrónica de comando.
12. Por que motivo se utilizam fichas de acoplamento nas cablagens auto? a) Para encarecer o preço do veículo
b) Para tornar a instalação automóvel mais prática e segura
c) Não são utilizadas fichas de acoplamento nos automóveis
d) Nenhuma das anteriores
13. De que tipo é o relé da buzina eléctri ca do automóv el ? a) Electroíman
b) Relé magnético
c) Relé térmico .
d) Relé magnético e térmico
Construção da Instalação Eléctrica
S.5
Pós -Teste
14. De que tipo é o relé de faróis? a) Electroíman
b) Relé magnético
c) Relé térmico.
d) Relé magnético e térmico
15. De que tipo é relé dos pisc as nos autom óveis mais antig os ? a) Electroíman
b) Relé magnético
c) Relé térmico.
d) Relé magnético e térmico
S.6
Construção da Instalação Eléctrica
Corrigenda e Tabela de Cotação do Pós-Teste
CORRIGENDA E TABELA DE COTAÇÃO DO PÓS-TESTE N.º DA QUESTÃO
RESPOSTA CORRECTA
COTAÇÃO
1
B
7
2
B
7
3
D
7
4
A
7
5
B
7
6
C
7
7
D
7
8
C
10
9
C
10
10
D
5
11
A
5
12
B
3
13
B
6
14
B
6
15
D
6
Construção da Instalação Eléctrica
S.7
Exercícios Práticos
EXERCÍCIOS PRÁTICOS EXERCÍCIO N.º 1 - DIAGNÓSTICO E REPARAÇÃO EM SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO
- DESENHAR E EXECUTAR ESQUEMAS ELÉCTRICOS RELATIVOS AO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO AUTOMÓVEL, REALIZANDO AS TAREFAS INDICADAS EM SEGUIDA, TENDO EM CONTA OS CUIDADOS DE HIGIENE E SEGURANÇA.
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO
- 1 VEÍCULO AUTOMÓVEL - ESQUEMA ELÉCTRICO DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO - FERRAMENTA - SIMULADOR DO SISTEMA DE ILUMINAÇÃO
TAREFAS A EXECUTAR
1 – ELABORAÇÃO DE ESQUEMA ELÉCTRICO DE PISCAS UTILIZANDO SIMBOLOGIA DIN. 2 – ELABORAÇÃO DE ESQUEMA ELÉCTRICO DO SISTEMA. DE ILUMINAÇÃO 3 – MONTAGEM DO CIRCUITO ELÉCTRICO DE PISCAS EM PAINEL 4 – MONTAGEM DO CIRCUITO DE ILUMINAÇÃO EM PAINEL. 5 – DETECÇÃO E REPARAÇÃO DE AVARIAS NO CIRCUITO DE ILUMINAÇÃO.
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A.1