DOCÊNCIA EM CUIDADOR DE IDOSOS SAÚDE
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - Brasil Triagem Organização LTDA ME Bibliotecário responsável: Rodrigo Pereira CRB 1/2167 Portal Educação P842c
Cuidador de idosos / Portal Educação. - Campo Grande: Portal Educação, 2012. 115p. : il. Inclui bibliografia ISBN 978-85-8241-232-9 1. Idoso - Assistência. 2. Idoso - Cuidados. I. Portal Educação. II. Título. CDD 362.61
SUMÁRIO
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O ENVELHECIMENTO ENVELHECIMENTO ........................................................ ...................................................................................................................... .................................................................... ...... 3
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O PAPEL DO CUIDADOR DE IDOSOS .............................................................. ................................................................................................. ................................... 10
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A RELAÇÃO IDOSO – CUIDADOR .......................................................................................... ......................... .............................................................................. ............. 25
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ESTATUTO DO IDOSO ................................................................. .......................................................................................................................... ......................................................... 33
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ALTERAÇÕES ALTERAÇÕES NA COMUNICAÇÃO COMUNICAÇÃO DO IDOSO .......................................................... .................................................................................. ........................ 36
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CUIDADOS NO MANUSEIO DOS MEDICAMENTOS DOS IDOSOS .................................................... 39
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NOÇÕES DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM .............................................................. ...................................................................................... ........................ 47
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CUIDADOS COM A NUTRIÇÃO DO IDOSO....................................................... .......................................................................................... ................................... 75
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PRIMEIROS SOCORROS DA PESSOA IDOSA ............................................................ .................................................................................... ........................ 77
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PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA CARDIORRESPIRATÓRIA ................................................................. .................................................................................................... ................................... 80
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PREVENÇÃO DE QUEDAS............................................................ .................................................................................................................... ........................................................ 82
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A SEXUALIDADE SEXUALIDADE NO IDOSO ....................................................... ................................................................................................................ ......................................................... 86
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ESTÍMULOS NA VELHICE ............................................................. ..................................................................................................................... ........................................................ 89
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ATIVIDADE FÍSICA NO IDOSO................................................................ .............................................................................................................. .............................................. 91
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ALTERAÇÃO ALTERAÇÃO DE MEMÓRIA, DEPRESSÃO E DEMÊNCIA ................................................................ .................................................................... 97
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CUIDANDO CUIDANDO DO CUIDADOR DE IDOSOS........................................................... ............................................................................................. .................................. 102
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VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO .............................................................. ........................................................................................................... ............................................. 104
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MODALIDADES MODALIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO.......................................................... ................................................................................. ....................... 105
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ALGUNS DIREITOS E BENEFÍCIOS DOS IDOSOS................................................................ ............................................................................. ............. 107
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... ................................................................................................................................................. .................................. 109
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1 O ENVELHECIMENTO
Os aspectos relativos ao envelhecimento humano no Brasil, segundo Leite (2005), tomam forma e, em 1961, é fundada a Sociedade Brasileira de Geriatria (SBG) a qual era integrada somente por profissionais médicos. A partir de 1968 há a alusão de sócios não médicos e esta passa a chamar-se de Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). A medicina geriátrica ou a geriatria é o um ramo da medicina que enfoca o estudo, a precaução e a terapêutica das doenças relacionadas ao envelhecimento, esse termo é distinto da gerontologia, que é o estudo do envelhecimento em si. Compreendem-se por médicos geriatras, os profissionais que têm especialização no cuidado com a saúde do idoso, passando geralmente por uma formação generalista (medicina interna, medicina de família, etc.) e na sequência com os cuidados dos idosos. De modo geral, os geriatras passam por um teste de qualificação para a especialização, e só a partir daí recebem o título ou certificado de especialista. Em 1975, é criado o primeiro Instituto de Geriatria e Gerontologia da América Latina – PUCRS. E, em 1980, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) é a pioneira ao instalar o serviço de geriatria. Nesse mesmo período, em São Paulo é formada a SBGG – Seção São Paulo -, também, a instalação dos serviços de geriatria no Hospital de Clínicas e na, então, Escola Paulista de Medicina e na Santa Casa de Misericórdia. Envelhecer = Processo; Velhice = Fase da vida; Velho = Indivíduo. O processo de envelhecimento é muito particular a cada um, com vivências e experiências particulares que não diminuem o encargo de vida e a participação na vida social, pois o indivíduo permanece sempre como membro da sociedade, cumprindo com sua cidadania.
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Cada indivíduo pode apresentar involuções em diferentes níveis e em diversos graus, no sentido de que certas funções e capacidades declinam mais rapidamente que outras. Segundo os médicos Renato Veras e Roberto Lourenço, reconhecidos no campo da Geriatria: De acordo com os mais modernos conceitos gerontológicos, o idoso que mantém sua autodeterminação e prescinde de qualquer ajuda ou supervisão para se realizar no dia a dia deve ser considerado saudável, ainda que portador de uma ou mais doenças crônicas. Decorre daí o conceito de capacidade funcional, a capacidade de manter as habilidades físicas e mentais necessárias para uma vida independente e autônoma. Do ponto de vista da moderna Geriatria, a capacidade funcional se estabelece como o conceito de saúde mais adequado para manejar o cuidado à saúde do idoso. (VERAS E LOURENÇO, 2008, p. 01).
Envelhecer é uma característica particular de cada ser humano, cada um desenvolve alterações referentes ao seu modo de vida, genética e o ambiente no qual a pessoa passa seu tempo. Esse processo compreende as modificações fisiológicas que ocorrem ao longo do tempo no organismo, alterações essas que serão descritas no decorrer. Segundo Jeckel-Neto e Cunha (2002) existem quatro condições para uma definição que considere a amplitude do que possa ser o envelhecimento. A primeira delas estabelece que as modificações morfofuncionais que ocorrem no organismo ao longo do tempo devem diminuir a funcionalidade; a segunda que tais mudanças sejam progressivas; e a terceira considera que o ambiente atua de forma direta no surgimento e velocidade das alterações que ocorrem ao longo do tempo. Assim, a condição é a de que tais modificações sejam próprias, não constituindo o resultado de um componente modificável. Inúmeras investigações e teorias vinculadas ao campo da psicologia, sociologia, funcionalismo, sociologia, interacionalismo simbólicas e biológicas citadas no livro de Leite (2005), têm mostrado aspectos que devem ser considerados como determinantes ou que favorecem para o aumento do número de anos vividos pelos indivíduos de uma dada população. Assim, há evidências que esses fatores colaboram para que os seres humanos tenham uma vida longa. Com os avanços da medicina moderna, as melhorias nas condições gerais de vida da população repercutem no sentido de aumentar gradativamente a média de vida do brasileiro.
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Segundo dados colhidos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a expectativa de vida ao nascer em 1940 era de 45,5 anos de idade, e em 2008 passou para 72,7 anos, ou seja, mais 27,2 anos de vida. Conforme a projeção, o país continuará aumentando anos na vida média de sua população, atingindo em 2050 o patamar de 81,29 anos, basicamente o mesmo nível atual da Islândia (81,80), Hong Kong, China (82,20) e Japão (82,60). Em 2008, segundo IBGE, a média de vida para mulheres era de 76,6 anos e para os homens de 69,0 anos, nota-se uma diferença de 7,6 anos. Em escala mundial, a estimativa de vida ao nascer foi estimada, para 2008 (período 2005-2010), em 67,2 anos e, para 2045-2050, a ONU projeta uma vida média de 75,40 anos. O índice de envelhecimento apontado pelo IBGE, na estrutura etária da população brasileira descreve que em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos existem 24,7 idosos de 65 anos ou mais. Em 2050, o quadro tende a diferenciar-se, sendo que a previsão é que para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172, 7 idosos. Outra investigação realizada pelo IBGE aponta a transformação nas relações entre pessoas que permanecem nas idades ativas e aquelas que atingem as chamadas idades potencialmente inativas. Em 2000, para cada pessoa com 65 anos ou mais de idade, aproximadamente 12 estavam na faixa etária chamada de potencialmente ativa, que varia entre 15 a 64 anos. Já em 2050, para cada pessoa com 65 anos ou mais de idade, pouco menos de três estarão na faixa etária potencialmente ativa.
FONTE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Estudos e Pesquisas Informação Demográfica e Socioeconômica, número 24, projeção da população do Brasil por sexo e idade 1980-2050. Rio de Janeiro: IBGE; 2008.
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Conforme Leite:
O envelhecimento é um fenômeno dinâmico, progressivo e irreversível comum a todos os seres vivos, para o qual persistem ainda pontos obscuros quanto à dinâmica e à natureza desse processo. Salienta-se que não existe um marcador biofisiológico de seu início, portanto a demarcação entre a maturidade e o envelhecimento é, arbitrariamente, fixada, mais por fatores socioeconômicos e legais do que por biológicos. Sabe-se que ocorrem modificações morfofisiológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente, propiciando maior vulnerabilidade e incidência de processos patológicos. (LEITE, 2005, p. 16).
O modelo da sociedade moderna sobre o envelhecimento é de que cada organismo envelhece de modo diferente, segundo cada sistema corporal, podendo ser manobrado, mas nunca paralisado, pode ser de forma natural ou bem-sucedido. A base para um envelhecimento bem-sucedido encontra-se acalcanhada na ideia de que o envelhecimento é um processo complexo e precisa ser versado de modo global. Com o aumento da longevidade dos últimos tempos, as pessoas tornam-se mais vulneráveis a obtenção de doenças crônico-degenerativas, as quais aspiram a causar dependência funcional, assim como econômico-financeira. O envelhecimento também provoca modificações funcionais que por sua vez, comprometem vários órgãos, dentre os quais o cometimento dos arquétipos de postura e equilíbrio, vulnerabilidando-os à queda (SANTOS e JAHN, 2006).
Segundo Mota:
Da interação entre o genoma e os fatores estocásticos resulta a maior ou menor velocidade de envelhecimento do organismo. Se a capacidade de adaptação do organismo for reduzida e/ou se a ação dos fatores estocásticos for exagerada, o resultado poderá ser um desequilíbrio excessivo que aumentará a suscetibilidade para acumular lesões e deficiências celulares, manifestando-se no fenômeno de envelhecimento celular, tecidular e orgânico. A compreensão deste fenômeno passa pelo conhecimento dos mecanismos biológicos específicos subjacentes aos desequilíbrios que causam a perda de funcionalidade progressiva com a idade, com o consequente aumento da suscetibilidade e incidência de doenças, aumentando a probabilidade de morte. O interesse despertado por essa temática levou ao
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desenvolvimento de múltiplas teorias biológicas do envelhecimento, mais centradas na importância dos fatores genéticos ou nos fatores estocásticos, sendo as mais conhecidas descritas neste trabalho. (MOTA, 2004, p. 01).
Hoyl (2000) pontua que, ao alcance que o envelhecemos acontece, há uma redução fisiológica natural e um avanço na prevalência de determinada doença. No entanto, alguns desses fatores que se ajuizavam que fossem oportunos do processo de envelhecimento, hoje se sabem que são patologias corriqueiras, e unicamente as modificações que estão presentes em todas as pessoas que envelhecem. De tal modo, evolucionam com o passar da idade é que importam o envelhecimento propriamente dito. Esse autor pontua as seguintes características do envelhecimento:
Unânime: próprio de todos os seres vivos;
Irreversível: desigualmente das doenças, não pode ser apressado nem revertido;
Heterogêneo e singular: cada natureza tem uma celeridade distinta de
envelhecimento, no entanto a atividade de arrefecimento funcional tem variação de sujeito a sujeito e de órgão a órgão em um mesmo indivíduo;
Insalubre: Induz a um dano de função progressiva. Diferencia-se do processo de
desenvolvimento e crescimento onde o intento é obter o amadurecimento da função;
Inerente: Não é ocasionado em virtude de fatores ambientais variáveis.
Conquanto se note um acréscimo progressivo na expectativa de vida. Alterações fisiológicas: Mesmo o passar do tempo sendo o mesmo para todos os corpos humanos, nem todos sofrem as mesmas alterações. No entanto, alguns desses efeitos costumam ter um caráter unânime, progressivo e, em grande parte dos casos irreversível. As alterações adquiridas com o passar dos anos podem resultar em perda de determinadas funções, para isso, hábitos saudáveis auxiliam no retardo de tais sintomas. Alterações em nível metabólico: Metabolismo basal é a potência mínima necessária para que o organismo possa se mantiver em perfeito funcionamento, com o passar dos anos esse metabolismo vai reduzindo gradativamente, cerca de 10 a 20 % até os 75 anos, em virtude da redução da massa muscular,
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assim ocorre o acúmulo de gordura. Outra alteração comum no metabolismo é também a intolerância a lactose, em razão da diminuição da atividade da lactase. A incidência de diabetes mellitus se amplia e, na maioria dos casos, em virtude do aumento da massa corporal (sobrepeso) que se liga a redução do metabolismo. O agrupamento plasmático de colesterol se altera alternando com a idade e sexo, aspirando à redução progressiva após os 70 anos (PALLAS, 2002). O peso total do fígado diminui e a aptidão para metabolização hepática é inferior, resultando na alteração farmacocinética de várias drogas, razão pela qual os medicamentos administrados para as pessoas idosas devem-se ter maior cautela, e nunca realizar a automedicação. A excreção de sais biliares também é reduzida no indivíduo idoso, o pâncreas endócrino e o exócrino passam por alterações, onde ampla parte do tecido funcional é substituída por tecido fibroso, provocando efeitos na digestão e na produção de insulina (GEIS, 2003). Alterações na estatura e no peso corporal: Depois que o indivíduo passa dos 60 anos, ocorre uma alteração da estrutura corporal, ou seja, uma redução gradativa da altura, onde se reduz aproximadamente 1 cm a cada 10 anos. Essa redução dá-se ao fato de que a curvidade da coluna vertebral (lordose ou cifose) e a achatadura das vértebras. No entanto, o peso corporal que aumenta gradativamente até aproximadamente os 40-50 anos, se firma e, após alcançar os 70 anos começa a reduzir de forma gradativa (PALLÀS, 2002). É fisiológico o aumento da gordura corporal que em um adulto gira em torno de 15% em relação ao peso, já para um idoso a gordura pode chegar a consumir cerca de 25-30% do total do peso, outra diferença é que a distribuição desta gordura também se altera com o passar da idade, ficando mais concentrada na região do abdome, isso ocorre em virtude de mudanças hormonais e do sedentarismo. Redução do total de água no corpo: Segundo Cuparri et al. Kamimura (2002) a massa tecidual do ser humano pode ser repartida em dois grupos: 1) massa gorda, a qual é composta basicamente por gordura corporal; 2) massa magra, isento de gordura e formada por proteínas, água dentro e fora do músculo e substância mineral ósseo. Num adulto jovem, o total da água contida no corpo, pode representar até 70% do total do peso, no entanto, em um indivíduo idoso, essa dimensão fica em torno de 10
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a 15%, especialmente em virtude da diminuição da água, que fica dentro das células, por perda de massa muscular (PERIS e LESMES, 2007).
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2 O PAPEL DO CUIDADOR DE IDOSOS
É possível afirmar que o ato de cuidar envolve questões intrínsecas e extrínsecas do ser humano, ou seja, internas e externas respectivamente, todas resultantes de um processo que é a operacionalização do cuidado, ou, a realização do cuidar propriamente dito. As questões internas ou intrínsecas podem ser assim denominadas por envolverem a parte dos sentimentos no ato de cuidar enquanto as questões externas ou extrínsecas englobam as ações concretas do ato de cuidar, como por exemplo, ao cuidar de uma planta, há um sentimento envolvido que poderia ser descrito como o apego a planta e o significado da planta para a pessoa que cuida, a ação do cuidado como questão externa seria aquela exercida pela manutenção da vida da planta como dar a água, adubar, expô-la ao sol. Assim também e com maior intensidade quando o cuidar é referido à pessoa humana não se está falando apenas de uma ação, mas sim de um relacionamento entre o ser que cuida e o ser que é cuidado. Segundo o Ministério da Saúde (2008 pág. 07) “Cuidar é também perceber a outra pessoa como ela é, e como se mostra, seus gestos e falas, sua dor e limitação.” Diante disso, conclui-se que o cuidar não significa apenas realizar uma ação para ajudar ou auxiliar o outro, mas engloba questões muito maiores por parte de quem está realizando o cuidado e de quem está sendo cuidado. É necessário então que o cuidador tenha percepção do ser humano, não apenas de sua realidade visível, mas de suas necessidades internas, e para se alcançar isto além do conhecimento por parte do cuidador é indispensável o estabelecimento de uma co relação e/ou vínculo com a pessoa cuidada. Forest e Weiss abordam o ato de cuidar tendo como pressuposto a construção de um vínculo entre os participantes do processo, descrevem:
Para cuidar é preciso um comprometimento com o outro, com sua singularidade, ser solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado. (FOREST e WEISS, 2003, p. 05).
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O vínculo a que se referem os autores citados anteriormente é constituído por um conhecimento sobre o outro e uma relação de confiança, sendo que será a partir desta relação que o cuidador poderá verificar questões que não são visíveis, mas sim perceptíveis. O Ministério da Saúde complementa o pensamento de que o cuidado não está restrito ao cuidado físico quando afirma: 11
Esse cuidado deve ir além dos cuidados com o corpo físico, pois além do sofrimento físico decorrente de uma doença ou limitação, há que se levarem em conta as questões emocionais, a história de vida, os sentimentos e emoções da pessoa a ser cuidada. (MS, 2008, p. 07).
O ato de cuidar não está exclusivamente associado a uma patologia, ou seja, o ser humano por dependência, necessidades e interesses pode precisar do cuidado de outrem. O que modifica a ação do cuidar é a complexidade do mesmo. Cuidado, segundo o Ministério da Saúde significa:
[...] atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e responsabilidade. Cuidar é servir, é oferecer ao outro, em forma de serviço, o resultado de seus talentos, preparo e escolhas; é praticar o cuidado. (MS, 2008, p. 07).
Diante dessa definição pode-se perceber que o cuidado é o ato de cuidar, ou seja, o resultado. Dessa forma, quem cuida realiza o cuidado. As denominações utilizadas para definir o cuidado extraído da citação do Ministério da Saúde proporcionam uma visão da amplitude na realização do cuidado. A pessoa que realiza o cuidado deve compreender todas as questões que envolvem as respostas do ser humano que está sendo cuidado, isso implica reações positivas e negativas ao ato de cuidar. As reações negativas, geralmente podem causar no cuidador decepções frente à realização de seu serviço, entretanto é preciso que as mesmas sejam trabalhadas. Conforme o Ministério da Saúde (2008, p. 09) “É importante que o cuidador perceba as reações e os sentimentos que afloram, para que possa cuidar da pessoa da melhor maneira possível”.
Complementando sobre a importância do cuidador em reconhecer as respostas da pessoa que está sendo cuidada, o Ministério da Saúde (2008, p. 09) enfatiza: “É importante que o cuidador reconheça as dificuldades em prestar o cuidado quando a pessoa cuidada não se disponibiliza para o cuidado e trabalhe seus sentimentos de frustração sem culpar- se.” Outra realidade importante diz respeito à inserção do cuidado na realidade da pessoa a ser cuidada, nesse ponto, é essencial que o idoso seja tratado como idoso. Segundo o Ministério da Saúde:
É importante tratar a pessoa a ser cuidada de acordo com sua idade. Os adultos e idosos não gostam quando os tratam como crianças. Mesmo doente ou com limitações, a pessoa a ser cuidada precisa e tem direito de saber o que está acontecendo ao seu redor e de ser incluída nas conversas. [...] é muito importante escutar e valorizar o que a pessoa fala. Cada pessoa tem uma história que lhe é particular e intransferível, e que deve ser respeitada e valorizada. (MS, 2008, p. 09).
Segundo Boff (1999) o cuidado faz parte do ser humano, é uma questão essencial, é por meio do cuidado que o ser humano sobrevive desde o nascimento até a morte. O autor descreve que se a pessoa não receber cuidado, definha e morre, o cuidado constitui-se de uma atitude inserida na natureza humana, sendo próprio do ser humano. Boff (1999) ressalta que o cuidar não é apenas um ato, mas sim uma atitude; o cuidado dessa forma vai além do que um momento de atenção, de zelo e de desvelo, mas é representado por uma atitude de ocupação, preocupação, de responsabilidade e envolvimento afetivo com o outro. Signorette (2002 apud Forest; Weiss 2003) descreve que o mais importante na realização do cuidado humano é a compreensão de como ajudar o outro a se desenvolver, sendo o cuidado considerado como um ato em relação ao outro e a si próprio. A ação do cuidado realiza-se por meio de procedimentos específicos. Concluindo sobre o termo cuidado e compreendendo que muito mais poderia se escrever sobre o mesmo, entende-se que o cuidado é o resultado operativo da realização do cuidar, assim, atrelam-se em significado e realização, expande-se no momento que se percebe a intensidade do comprometimento da realização do cuidado ao ser humano, como resultante de
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ações que envolvem fatores físicos, psicológicos e sociais, tanto do ser humano que cuida como do ser humano que recebe o cuidado. Tanto o cuidar como o cuidado constituem-se por expressões que são desenvolvidas a partir de um cuidador, ou seja, da pessoa que executa o cuidado diretamente ao ser humano que está sendo cuidado. Conforme visto anteriormente nas denominações de cuidar e cuidado, percebe-se a magnitude dessa atividade. Segundo o Ministério da Saúde:
O cuidador é um ser humano de qualidades especiais, expressas pelo forte traço de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. [...] o papel do cuidador ultrapassa o simples acompanhamento das atividades diárias dos indivíduos, sejam eles saudáveis, enfermos e/ou acamados, em situações de risco ou fragilidade, seja nos domicílios e/ou em qualquer tipo de instituição na qual necessite de atenção ou cuidado diário. (MS, 2008, p. 08).
Perante essa conceituação é possível incorporar os conceitos já mencionados anteriormente sobre o cuidar e o cuidado, sendo o cuidador a pessoa responsável pela operacionalização das ações, tendo a responsabilidade de preocupação integral com o ser humano que está sendo assistido e não somente com as tarefas a serem realizadas. É um desenvolvimento de atividades que engloba o cuidado ao corpo físico e mental do indivíduo, sanando suas necessidades conforme a sua condição. Nos casos específicos de crianças, a dependência é uma questão forte, uma vez que a maioria das atividades realizadas junto à criança para a manutenção de sua vida é desenvolvida pelo cuidador, de tal modo não se repassa muitas atividades, além de brincadeiras educativas que elevem o desenvolvimento saudável da criança. Outra questão importante de salientar é que o cuidador não é necessariamente um técnico de enfermagem ou um enfermeiro, desta forma, questões que envolvem técnicas e que estão denominadas como funções de profissões legalizadas não são atividades de cuidadores. Assim, a família ao direcionar o cuidado do ser humano que necessite dessa atenção do cuidado, deve ter em mente as necessidades que deverão ser atendidas e, com isso focalizar
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na escolha ou do cuidador ou de um profissional especializado, como por exemplo, da categoria da enfermagem. Segundo o Ministério da Saúde:
A função do cuidador é acompanhar e auxiliar a pessoa a se cuidar, fazendo pela pessoa somente as atividades que ela não consiga fazer sozinha. Ressaltando sempre que não faz parte da rotina do cuidador técnicas e procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas, particularmente, na área da enfermagem. (MS, 2008, p. 08).
Segundo Born o cuidador é:
Aquele que exerce a função de cuidar de pessoas dependentes numa relação de proximidade física e afetiva – o cuidador pode ser desde um parente, que assume o papel a partir das relações familiares, até um profissional, especialmente treinado para tal fim. (BORN, 2006, p. 03).
A realização do cuidado provém de uma atividade tão específica e nobre que não são todas as pessoas que podem optar por essa função, uma vez que cabe a cada um, entender a complexidade que é envolvida no ato de cuidar, para posteriormente identificar se essas características estão e/ou serão incumbidas em sua personalidade. Em contrapartida disso, quando a pessoa a ser cuidada é um familiar ou amigo, muitas vezes, essa escolha é involuntária, necessitando igualmente de conhecimento para que os resultados alcançados sejam satisfatórios para o ser humano que está recebendo o cuidado. Conforme o Ministério da Saúde:
[...] nem sempre se pode escolher ser cuidador, principalmente quando a pessoa cuidada é um familiar ou amigo. É fundamental termos a compreensão de se tratar de tarefa nobre, porém complexa, permeada por sentimentos diversos e contraditórios. (MS, 2008, p. 08).
Segundo Born (2006) os cuidadores são classificados em duas categorias, são elas:
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Cuidador Remunerado: uma pessoa treinada com conhecimento específico
sobre a função que está exercendo e que recebe uma remuneração mediante a atividade que realiza. Também é denominado como cuidador formal.
Cuidador Não Remunerado: é um amigo, familiar, vizinho, enfim, uma
pessoa que por possuir algum vínculo, realiza os cuidados ao ser humano dentro de um domicílio. Também denominado como cuidador informal. Sobre as funções que o cuidador deve realizar, Born (2006 p. 03) descreve: “as funções do cuidador domiciliar referem-se especialmente a ajuda nos hábitos de vida diária, nos exercícios físicos, no uso da medicação, na higiene pessoal, nos passeios e outros.” O Ministério da Saúde (2008 p. 08) por sua vez, descreve as principais tarefas que fazem parte da rotina do cuidador como:
Atuar como elo entre a pessoa cuidada, a família e a equipe de saúde;
Escutar, estar atento e ser solidário com a pessoa cuidada;
Ajudar nos cuidados de higiene;
Estimular e ajudar na alimentação;
Ajudar na locomoção e atividades físicas;
Estimular atividades de lazer e ocupacionais;
Realizar mudança de posição na cama e na cadeira, e massagem de conforto;
Administrar as medicações, conforme a prescrição e orientação da equipe de
Comunicar à equipe de saúde sobre mudanças no estado de saúde da pessoa
Outras situações que se fizerem necessárias para a melhoria da qualidade de
saúde; cuidada; vida e recuperação da saúde dessa pessoa. Mediante o grande número de pessoas exercendo a atividade de cuidadores, em diferentes modalidades, tornou-se necessário ao Ministério do Trabalho e Emprego, incorporar na Classificação Brasileira de Ocupações também chamada de CBO, a atividade de cuidador como uma ocupação, que pode ser compreendida como as atividades realizadas pelo trabalhador em seu local de trabalho.
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Assim, o código adotado para a modalidade de cuidador pela CBO (2000) foi o de 5162 e possui como título: Cuidadores de crianças, Jovens, Adultos e Idosos. Este código recebe outros títulos mediante sua especificação, ou seja: 5162-05 BABÁ – Baby-Sistter, Pajém (baby-sistter em início de carreira) 5162 -10 CUIDADOR DE IDOSOS 16
5162 – 15 MÃE SOCIAL A descrição sumária dessa ocupação feita pela CBO diz o seguinte:
Cuidam de bebês, crianças, jovens, adultos e idosos, a partir de objetivos estabelecidos por instituições especializadas ou responsáveis diretos, zelando pelo bem-estar, saúde, alimentação, higiene pessoal, educação, cultura, recreação e lazer da pessoa assistida. (CBO, 2000, p. 1).
A CBO ainda descreve sobre a formação e experiência das pessoas que realizam esta atividade como:
Essas ocupações são acessíveis a pessoas com dois anos de experiência em domicílios ou instituições cuidadoras públicas, privadas ou ONGs, em funções supervisionadas de pajem, mãe-substituta ou auxiliar de cuidador, cuidando pessoas das mais variadas idades. O acesso ao emprego também ocorre por meio de cursos e treinamentos de formação profissional básicos, concomitantes ou após a formação mínima que varia da quarta série do ensino fundamental até o ensino médio. Podem ter acesso os trabalhadores que estão sendo reconvertidos da ocupação de atendente de enfermagem. No caso de atendimento a indivíduos com elevado grau de dependência, exige-se formação na área da saúde, devendo o profissional ser classificado na função de técnico/auxiliar de enfermagem [...]. (CBO, 2000, p. 1).
Sobre as condições gerais para o exercício desta atividade a CBO descreve:
O trabalho é exercido em domicílios ou instituições cuidadoras de crianças, jovens, adultos e idosos. As atividades são exercidas com alguma forma de supervisão, na condição de trabalho autônomo ou assalariado. Os horários de trabalho são variados: tempo integral, revezamento de turno ou períodos determinados. No caso
de cuidadores de indivíduos com alteração de comportamento, estão sujeitos a lidar com situações de agressividade. (CBO, 2000, p. 1).
Sobre as funções estabelecidas para o indivíduo que realiza atividades de cuidador, a CBO (2000, p. 02) descreve as seguintes: CUIDAR DA PESSOA 17
- Informar-se sobre CJAI (sigla que significa criança, jovem, adulto ou idoso); - Cuidar da aparência e higiene pessoal; - Observar os horários das atividades diárias de CJAI; - Ajudar o CJAI no banho, alimentação no andar e nas necessidades fisiológicas; - Estar atento as ações do CJAI; - Verificar as informações dadas por CJAI; - Informar-se do dia a dia do CJAI no retorno de sua folga; - Relatar o dia a dia do CJAI aos pais ou responsáveis; - Educar a criança e o adolescente nos deveres de casa e comunitários; - Manter o lazer e a recreação no dia a dia; - Desestimular a agressividade do CJAI; PROMOVER O BEM –ESTAR - Ouvir o CJAI respeitando sua necessidade individual de falar; - Dar apoio psicológico e emocional; - Ajudar a recuperação da autoestima, dos valores e da afetividade; - Promover momentos de afetividade; - Estimular a independência;
- Orientar CJAI na sua necessidade espiritual e religiosa; - Respeitar o idoso na sua necessidade espiritual e religiosa. CUIDAR DA ALIMENTAÇÃO DE CJAI - Participar na elaboração do cardápio; - Verificar a despensa; - Observar a qualidade e a validade dos alimentos; - Fazer as compras conforme a lista e cardápio; - Preparar a alimentação; - Servir a refeição em ambientes e em porções adequadas; - Estimular e controlar a ingestão de líquidos e de alimentos variados; - Reeducar os hábitos alimentares do CJAI. CUIDAR DA SAÚDE - Observar temperatura, urina, fezes e vômitos; - Controlar e observar a qualidade do sono; - Ajudar nas terapias ocupacionais e físicas; - Ter cuidados especiais com deficiências e dependências físicas de CJAI; - Manusear adequadamente CJAI; - Observar alterações físicas; - Observar as alterações de comportamento; - Lidar com comportamentos compulsivos e evitar ferimentos; - Controlar guarda, horário e ingestão de medicamentos, em domicílio; - Acompanhar o CJAI em consultas e atendimentos médico-hospitalares;
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- Relatar a orientação médica aos responsáveis; - Seguir a orientação médica. CUIDAR DO AMBIENTE DOMICILIAR E INSTITUCIONAL - Cuidar dos afazeres domésticos; - Manter o ambiente organizado e limpo; - Promover adequação ambiental; - Prevenir acidentes; - Administrar o dinheiro recebido ( per capita); - Fazer compras para casa e para CJAI; - Cuidar da roupa e objetos pessoais da CJAI; - Preparar o leito de acordo com as necessidades do CJAI. INCENTIVAR A CULTURA E EDUCAÇÃO -Estimular o gosto pela música, dança e esporte; - Selecionar jornais, livros e revistas de acordo com a idade; - Ler histórias e textos para CJAI; - Organizar biblioteca doméstica; - Orientar a criança nos deveres educacionais, morais e cívicos; - Ajudar nas tarefas escolares; - Participar da elaboração do projeto de vida da criança e do adolescente; - Acompanhar e apoiar o projeto profissional do jovem. ACOMPANHAR CJAI EM PASSEIOS, VIAGENS E FÉRIAS - Planejar e fazer passeios;
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- Listar objetos de viagem; - Arrumar a bagagem; - Preparar mala de remédios; - Preparar documentos e lista de telefones úteis; - Preparar alimentação da viagem com antecedência; - Acompanhar CJAI em atividade sociais e culturais. DEMONSTRAR COMPETÊNCIAS PESSOAIS - Manter capacidade e preparo físico, emocional e espiritual; - Cuidar da sua aparência e higiene pessoal; - Demonstrar educação e boas maneiras; - Adaptar-se a diferentes estruturas e padrões familiares e comunitários; - Respeitar a privacidade da CJAI; - Demonstrar sensibilidade e paciência; - Saber ouvir; - Perceber e suprir carências afetivas; - Manter a calma em situações críticas; - Demonstrar discrição; - Observar e tomar resoluções; - Em situações especiais, superar limites físicos e emocionais; - Manter otimismo em situações adversas; - Reconhecer suas limitações e quando e onde procurar ajuda; - Demonstrar criatividade;
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- Lidar com a agressividade; - Lidar com sentimentos negativos negativos e frustrações; - Lidar com perdas e mortes; - Buscar informações e orientações técnicas; - Obedecer às normas e estatutos; - Reciclar-se e atualizar-se por meio de encontros, palestras, cursos e seminários; seminários; - Respeitar a disposição dos objetos de CJAI; - Dominar noções primárias de saúde; - Dominar técnicas de movimentação de CJAI para não se machucar; - Dominar noções de economia e atividade doméstica; - Dominar noções de educação pedagógica; - Educar crianças e jovens; - Transmitir valores a partir do próprio exemplo e pela fala; - Conciliar tempo de trabalho com tempo de folga; - Doar-se; - Demonstrar honestidade; honestidade; - Conduta moral Sobre os recursos de trabalho a serem utilizados para a realização da atividade de cuidador a CBO (2000, p. 03) descreve que é necessário:
- Manual de instrução; instrução; - Aparelho de pressão;
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- Esterelizador; - Inalador-nebulizador; Inalador-nebulizador; - Agenda; - Bolsa térmica; - Primeiros socorros; - Brinquedos pedagógicos; pedagógicos; - Termômetro; - Vaporizador; - Telefone, bip; - Umidificador; - Despertador.
Souto (2009) descreve que as pessoas que exercem atividades de cuidador, prestando serviços diretamente para uma pessoa ou para uma família enquadram-se na categoria dos empregados domésticos, descreve ainda, que consta no artigo 15, inciso II da Lei nº 8.212/91 as seguintes definições: definições:
Empregador Doméstico: pessoa ou família que admite a seu serviço, sem
finalidade lucrativa, empregado doméstico.
Empregado Doméstico: pessoa maior de 16 anos que presta serviços de
natureza contínua (frequente, constante, constante, não eventual) e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial dessas. Souto (2009) salienta que o principal diferencial direcionado direcionado ao emprego doméstico é o caráter não econômico da atividade realizada no âmbito residencial do empregador. O cuidado aos idosos no Brasil constitui predominantemente em uma atividade restrita ao ambiente familiar. Os cuidados domiciliares não podem ter como único intuito baratear custos
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ou diferir responsabilidades, o ambiente familiar deve representar segurança e proteção ao idoso, de forma que sua recuperação ocorra de maneira menos dolorosa e que o envelhecimento seja tranquilo. A parceria entre os profissionais de saúde e os cuidadores deve acarretar na possibilidade de sistematização de tarefas, evitando hospitalizações, asilos e outras formas de segregação que podem ser traumatizantes. Segundo a Legislação Brasileira de Atenção a Pessoa Idosa, Lei nº 8.842 de 4 de janeiro de 1994 – 1994 – dispõe dispõe sobre a política Nacional do idoso, cria o Conselho Nacional do idoso e dá outras providências, contempla a humanização do atendimento do idoso incluindo:
Atendimento preferencial nos órgãos públicos e privados de saúde – – Lei nº
8.842/94 (art. 4º, inciso VIII);
Autorização para acompanhamento familiar ao idoso hospitalizado – Portaria – Portaria nº
280/abril/1999;
Mobilização nacional de intolerância a maus-tratos;
Notificação compulsória de suspeita de maus-tratos;
Campanha de esclarecimento sobre os tipos de maus-tratos a idosos
(negligência e abuso). Segundo Alves (2004), entende-se por:
o uso acidental ou não de qualquer tipo de força física que pode Abuso físico – físico – o
resultar em ferimento corporal, em dor física ou em incapacidade. As punições físicas, sejam elas de qualquer tipo ou razão, são exemplos de abuso físico.
Abuso emocional ou psicológico – influição – influição de consternação, dor ou aflição,
por meios verbais ou não; o rebaixamento, a infantilização e as ameaças de qualquer tipo ou forma, também são considerados abusos emocionais e violência contra o idoso.
– uso irregular ou ilegal, sem o Exploração material ou financeira –
consentimento consentimento do idoso, de algum tipo de fundo, propriedade ou bem que esse possua.
Abandono – – o abandono por parte do cuidador de uma pessoa idosa, ou por
parte de um indivíduo que tenha a sua custódia física ou ainda, que tenha assumido a responsabilidade responsabilidade de lhe fornecer cuidados.
Negligência – – recusa ou impotência em satisfazer qualquer parte das
obrigações ou deveres para com o idoso, os quais lhe forem conferidos.
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Autonegligência – são as condutas da pessoa idosa que coloque em risco a
sua própria saúde e/ou segurança. O significado de autonegligência exclui situações onde uma pessoa idosa mentalmente capaz (englobando as consequências das suas decisões) decide de forma consciente e voluntária de se envolver em atos que ameaçam a sua saúde ou segurança. É extremamente preocupante a ausência de denúncias de muitos destes abusos, pois podem ocorrer, mesmo se a pessoa idosa mantiver vínculo seja ele de parentesco ou dependência ao abusador, não tendo por isso coragem para denunciar as circunstâncias a que é submetida, por sentimentos de culpa, vergonha e medo das represálias.
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3 A RELAÇÃO IDOSO – CUIDADOR
O treinamento de pessoas para o cuidado, principalmente quando o cuidado é voltado às pessoas idosas, é imprescindível, frente à situação de desamparo que se encontram os idosos, no intuito de facilitar o atendimento imediato às suas necessidades básicas. Em relação ao aumento progressivo da população idosa, o resgate do papel dos "cuidadores" é uma questão a ser refletida em função da complexidade cada vez maior na organização das sociedades, faz-se necessário o preparo e o aprendizado específico para exercer o papel de "cuidador". Para cuidar de um idoso, é necessário alguém capaz de desenvolver ações de ajuda, no que esses não são capazes de fazer sozinhos, esta pessoa então assume a responsabilidade de dar apoio e auxílio para satisfazer as necessidades, visando à melhoria da sua condição de vida. A preparação de cuidadores exige a definição de uma base conceitual norteadora dos valores e princípios filosóficos, que podem ser reconhecidos pelos pressupostos citados por Söderberg e Mansur (2004):
O cuidado humano ou "cuidar de si" importa a essência do viver humano;
exercer o autocuidado é uma condição humana. E "cuidar do outro" sempre concebe uma condição temporária e circunstancial, na medida em que o "outro" está incapaz de cuidar-se.
O "cuidador" é a pessoa submergida no processo de "cuidar do outro" –
cuidando de um idoso, o cuidador pode vivenciar uma experiência sucessiva de grande aprendizado, o que resulta na descoberta de potencialidades mútuas. Nessa relação humana em que se revelam potenciais, muitas vezes escondidos, do idoso e de seu cuidador. O idoso se sentirá capaz de se cuidar e reconhecerá suas reais capacidades;
O cuidador é um ser humano de peculiares distintas e particularmente especiais,
expressas por um forte traço de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. Esse deve estar chegado a voluntariedade para as áreas de sua vocação ou inclinação. Seus préstimos
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costumam ter cunho de ajuda e apoio humanos, com relações afetivas e compromissos positivos. Segundo Soderberg e Mansur (2004) o Cuidador Informal (leigo ou familiar), é aquele que realiza cuidados e assistência para outros, sem remuneração ou gratificação. Em geral essa pessoa se trata de um membro da família ou pessoa muito próxima, sendo uma demonstração de amor e carinho. O cuidador informal auxilia o idoso nas atividades básicas do seu cotidiano, como: vestir-se, comer, tomar banho, dentre outros. Mesmo com a profissão do cuidador de idosos, não se percebe redução no cuidado dedicado ao paciente pelo familiar, no entanto esse cuidado é relativo ao número de horas que este familiar tem disponível para realização dessa tarefa. Segundo Soderberg e Mansur (2004), o cuidador formal é a pessoa habilitada para prestar cuidados ao idoso, que apresenta limitações para realizar as atividades e tarefas do dia a da, realizando o elo entre o idoso, a família e serviços de saúde ou da comunidade, geralmente com remuneração. O correto para um cuidador de idosos formal é ter cursado no mínimo segundo grau, ser maior de idade e ter treinamento específico, realizado por uma instituição reconhecida, em observância a conteúdo oficialmente aprovado para atuar junto às pessoas idosas, dispor de condições físicas necessárias para o manejo com o idoso, bem como aptidão psíquica e qualidades éticas e morais. O cuidador deverá ter como principal função e/ou atribuição ajudar nas atividades da vida diária; administrar medicamentos por via oral prescritos pelo médico; auxiliar na deambulação e mobilidade; cuidar da organização do ambiente que preferencialmente seja protetor e seguro; proporcionar conforto físico e psíquico; estimular que o idoso se tenha relacionamento social, de acordo com a realidade, isso pode ser obtido levando o idoso a participar de atividades recreativas e sociais. Realizar a verificação dos sinais vitais, sabendo quando os níveis pressóricos estão alterados ou dentro da normalidade, assim como prestar socorro em situações de urgência (os primeiros socorros). Ainda segundo Soderberg e Mansur (2004), mas agora em relação ao cuidador profissional, este necessita de formação diplomada, conferido por meio de uma instituição de ensino reconhecida em organismos oficiais, e que presta assistência profissional ao idoso,
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família e comunidade. Esse deve ter curso específico para cuidados com idosos, assim como treinamento específico em cuidado do idoso, em instituições oficialmente reconhecidas. Os cuidadores sejam eles, informal, formal ou profissional, devem desenvolver destrezas e qualidades para prestar cuidado, especificadas a seguir, tendo como base, o autor citado acima:
Destrezas técnicas: é o contíguo de conhecimentos teóricos e práticos,
adquiridos por meio da direção de profissionais especializados. Esses conhecimentos irão aparelhar o cuidador para prestar atenção e cuidados ao idoso;
Atributos éticos e morais: são qualidades essenciais para admitir relações de
confiança, dignidade, respeito e ser capaz de assumir responsabilidades com iniciativa. Quando o cuidador não for parente, deve procurar adaptar-se aos hábitos familiares, respeitando a intimidade, a organização e crenças da família, evitando assim, eventuais interferências;
Características emocionais: deve possuir domínio e equilíbrio emocional,
facilidade em se relacionar com outras pessoas, bom-senso para compreender e discernir os momentos difíceis vividos pelo idoso, adequação às mudanças sofridas por ele e por todas as pessoas que o cercam, ser tolerante frente às situações de frustração pessoal.
Características físicas e intelectuais: deve apresentar boa saúde física,
compreendendo força e energia, pois sempre existirão momentos nos quais o cuidador precisará carregar o idoso ou dar apoio para vestir-se e cuidar da higiene pessoal. Ser capaz de avaliar e administrar situações que envolvem ações e tomada de decisões.
Motivação: é a condição fundamental a empatia por idosos, valorizando-os
como grupo social, considerando que o "cuidado" deve ser uma obrigação prioritária, pessoal e social. Segundo Falcone (1999 apud Ribeiro [s.d] p. 88):
A empatia é definida como uma habilidade de comunicação, composta pelos componentes, cognitivo (compreensão dos sentimentos e perspectivas da outra pessoa), afetivo (sentimentos de compaixão e simpatia pela outra pessoa) e comportamental (transmissão do entendimento dos sentimentos e perspectivas da outra pessoa).
Autocuidado, conforme o Ministério da Saúde significa:
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[...] cuidar de si próprio, são as atitudes, os comportamentos que a pessoa tem em seu próprio benefício, com a finalidade de promover a saúde, preservar, assegurar e manter a vida. Nesse sentido, o cuidar do outro representa a essência da cidadania, do desprendimento, da doação e do amor. Já autocuidado ou cuidar de si representa a essência humana. (MS, 2008, p. 7).
Segundo o Ministério da Saúde (2008), o bom cuidador é aquele que sabe distinguir ou identificar o que o idoso é capaz de realizar sozinho, analisando as condições e auxiliando somente quando necessário, para estimular que o idoso se mexa, realizando algumas atividades por si só. Cuidar não é fazer tudo pelo outro, mas ajudar o outro quando ele necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia, mesmo que seja em pequenas tarefas. Isso requer paciência e tempo. O autocuidado não se refere somente àquilo que a pessoa a ser cuidada pode fazer por si, mas também aos cuidados que o cuidador deve ter consigo mesmo, com a finalidade de preservar a sua saúde e melhorar a qualidade de vida.
Postura Profissional A postura Profissional de um cuidador de idosos é de grande relevância para o bom desempenho de sua função, principalmente pelo fato de estar em constante contato com a família que contrata, trabalhando no domicílio desta família. Nesse sentido, o cuidador deve ter clareza sobre a sua função dentro do domicílio e sobre o papel que está desempenhando. Mesmo diante do estreitamento de vínculos que, na maioria das vezes, ocorre pelo fato da convivência diária, o cuidador não pode esquecer que ele é um profissional e que foi contratado para uma determinada função que é o cuidado prestado ao idoso. Sendo assim, não deve intervir em assuntos que não lhe dizem respeito e que não estão relacionados ao desempenho de sua função. Talvez a postura profissional de um cuidador de idosos seja um dos requisitos mais difíceis de serem atendidos pelo profissional e que trazem maiores desentendimentos, entre o empregador e o empregado.
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A Postura Profissional está relacionada com a maneira com que o profissional encara a sua função, o seu trabalho, pode-se dizer em termos práticos que a postura profissional inclui: a educação, o desempenho adequado e com responsabilidade das funções contratadas pelo empregador, pontualidade, cumprimento de normas e rotinas, comprometimento, interesse, comportamento no local de trabalho e apresentação pessoal, moral e ética. Igualmente, ao se pensar na função específica de Cuidador de Idosos, é possível envolver muitas características que determinam uma postura profissional adequada, dentre elas pode-se citar, um trecho de Souto:
[...] devem priorizar pela sua capacidade e preparo físico, emocional e espiritual, cuidar da sua aparência e higiene pessoal, demonstrarem educação e boas maneiras, adaptar-se a diferentes estruturas e padrões familiares e comunitários, respeitar a privacidade de quem está sendo cuidado, demonstrar sensibilidade e paciência, saber ouvir, perceber e suprir carências afetivas, manter a calma em situações críticas e vexatórias, demonstrar criatividade, lidar com a agressividade, lidar com seus sentimentos negativos e frustrações, lidar com perdas e mortes, buscar informações e orientações técnicas, dominar noções primárias de saúde, dominar noções primárias de economia e atividade doméstica, conciliar tempo de trabalho com tempo de folga, demonstrar honestidade e conduta moral. (SOUTO, 2009, p. 2).
O cuidador de idosos ao ser contratado deve ser esclarecido pela contratante sobre as normas e rotinas que deverá seguir, atentando para seus direitos trabalhistas e atividades a desempenhar, conforme sua função, citadas anteriormente. É primordial que uma pessoa destinada a cuidar de idosos tenha boa índole moral, uma vez que, como já visto o cuidar não pode ser separado do educar. Também é necessário que o profissional saiba se comportar diante do restante dos membros da família, sem exposição excessiva e muito menos se intrometendo em assuntos que não estão envolvidos com a função que desempenha. No momento em que está cumprindo sua carga-horária de trabalho, cuidando do idoso, não deve envolver-se, nem desejar resolver os assuntos pessoais do idoso, de tal modo, não convém sair com o idoso de casa para resolver algo pessoal e muito menos levar alguém na casa onde trabalha; não condiz com a postura profissional correta utilizar meios do domicílio para resolver seus problemas pessoais, como por exemplo, usar o telefone do seu local de
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serviço e/ou computadores, nem assistir televisão ou jogar videogame , salvo nos casos em que tais situações envolvam a atividade que esteja desempenhando. Não é aconselhável, fornecer números de telefone do local de trabalho (domicílio) para pessoas ou empresas com intuito de abordar assuntos de sua vida pessoal. É adequado lembrar que quaisquer atividades que não estejam ligadas ao cuidado com o idoso podem deixar o cuidador mais distraído, o que em se tratando de alguns idosos, é aumento de risco e perigo no desenvolvimento do cuidado. Tarefas domésticas devem ser observadas na contratação, quais são as tarefas pelas quais o cuidador ficará responsável, ou seja, lavar e passar a roupa do idoso, fazer seu lanche, limpar seu quarto, enfim. Isso varia conforme a demanda do trabalho a ser ofertado no cuidado, entretanto é importante que a família tenha consciência da especificidade do cuidado, e o empregado dos momentos em que poderá realizar essas atividades, o que geralmente ocorre quando o idoso está dormindo. Cabe recomendar que o desenvolvimento de outras tarefas no momento que o idoso está dormindo deve ser atentamente observado, uma vez que o cuidador não pode estar longe do local onde o idoso dorme, e o ambiente onde o idoso é colocado para dormir deve estar isento de todo e qualquer risco. Outro fato importante, quem dorme é o idoso e não o cuidador. O idoso só pode ser levado a qualquer lugar fora do domicílio com a autorização prévia de algum familiar responsável e principalmente quando o objetivo é voltado para o próprio idoso. Dentro do domicílio onde cuida do idoso o cuidador deve ter livre acesso aos locais e objetos que estão diretamente relacionados com o cuidado prestado ao idoso, não convêm entrar em aposentos e/ou abrir armários que não se relacionam com as suas atividades. É importante frisar que mesmo desenvolvendo uma atividade em domicílio, esse deve ser encarado como seu local de trabalho, e como tal existem regras que devem ser cumpridas para a manutenção de uma postura moral, ética e profissional. As roupas com as quais o cuidador irá trabalhar vão depender do acordo feito na hora da contratação. É aconselhável o uso do uniforme, o uniforme padroniza a vestimenta do profissional, é visível para as demais pessoas que observam (como nos casos de levar o idoso
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ao parque, passear), ao mesmo tempo em que se torna mais cômodo para o profissional e para a contratante. Na maioria das vezes os cuidadores se encontram vestidos na cor branca, o que relaciona a função do cuidar com as profissões da área da saúde. A cor branca proporciona ao olhar uma visão de limpeza, de higiene. A roupa é um item importante para ser tratado entre o empregado e a contratante para evitar situações em que o cuidador chegue à casa da família com roupas não apropriadas para o trabalho. E por roupas não apropriadas entende-se, blusas com decotes excessivos, calçados que não favorecem o desenvolvimento do trabalho, calças muito apertadas, vestidos, bermudas ou saias curtas, e com excesso de acessórios (brincos, colares, pulseiras) que inclusive poderá se tornar um perigoso. Geralmente, o cuidador cumpre uma carga-horária que está relacionada ao trabalho dos demais familiares, dessa forma, deve-se combinar com o contratante o horário de chegada e saída do cuidador da casa. Convém manter um compromisso frente a isso, de ambas as partes, uma vez que o idoso não pode em nenhuma circunstância ser deixado sozinho em casa. Os casos de folgas devem ser convencionados antecipadamente para que possa haver programação do cuidador e da Família. O cuidado de um idoso é um compromisso muito sério, devendo apenas ser afetado por faltas ou descumprimento de horários quando a situação envolve alguma doença por parte do profissional. O cuidador deve saber conversar, tanto com o idoso, como com os membros da família, em tom de voz baixo, sem gritos, sem uso de gírias ou palavrões. Deve manter-se com os cabelos limpos e preferencialmente presos. Não usar muitos acessórios, ou acessórios de grandes tamanhos. Dar preferência por uso de calçados baixos, principalmente tênis. Manter as unhas curtas e limpas, para evitar machucar o idoso, mesmo sem intenção. Manter dentes limpos, enfim estar em perfeita higiene corporal. Utilizar-se de perfumes com fragrância leve e não usá-los exageradamente, utilizar com frequência o desodorante antitranspirante. As refeições são outro ponto a ser considerado e que deve estar presente nos compromissos firmados no momento da contratação. E mesmo que seja estipulado que o cuidador irá realizar suas refeições na casa do contratante, o mesmo deve ter cuidado para não
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abusar dos lanches, ou seja, não condiz com uma boa conduta profissional estar abrindo a geladeira a todo o momento para comer, e muito menos comer as alimentações destinadas ao idoso. Falando em ética profissional é possível compreender que o cuidador de idosos com o passar do tempo cria vínculos com o idoso e mesmo com a própria família onde desenvolve seu trabalho, por um lado essa questão é agradável ao passo que o idoso absorve o afeto do cuidador como se fosse parte da família, por outro lado, quando essa situação de alguma forma é afetada, os vínculos criados poderão ser utilizados de maneira inadequada. É de fundamental importância saber discernir os lugares e as posições que cada um ocupa neste processo de cuidar do idoso e mesmo se achando e sendo colocado como parte de uma família, é importante não esquecer que o cuidador é um funcionário contratado para uma função; assim tudo que ocorre na casa da família, deve lá ficar, ou seja, não convém desenvolver fofocas ou atitudes do gênero; em casos extremos onde o cuidador não concorda com a situação que a família impõe ou vive, o melhor é se retirar do emprego. Em se tratando de religião, o cuidador não tem o direito de direcionar o idoso para uma situação que não esteja de acordo com a educação e/ou religião que a família aponta. A conversa entre os familiares e o idoso é de suma importância e deve ser constante. Dessa forma, é necessário tanto aos familiares interessados como para o cuidador estabelecerem um dia da semana para que se possa sentar e conversar sobre vários aspectos do cuidado com o idoso, sem contar na conversa diária e informal no momento em que ambos se encontram. Para atingir uma boa postura profissional, o cuidador deve ter conhecimento sobre sua função e mostrar-se interessado pela atividade que desempenha, por essa razão torna-se tão importante a qualificação desses profissionais, para que os mesmos observem o trabalho de cuidar do idoso, como de grande importância e com requisitos semelhantes aos demais tipos de trabalho, no que concerne o desenvolvimento das atividades e maior e mais significante que alguns, ao passo de se observar o produto do trabalho, que é o cuidar de um idoso.
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4 ESTATUTO DO IDOSO
Após sete anos de tramitação no Congresso, o Estatuto do Idoso foi aprovado em setembro de 2003 e sancionado pelo presidente da República no mês consequente, estendendo os direitos dos cidadãos com idade superior de 60 anos. Seguem abaixo alguns pontos principais do Estatuto do Idoso: Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei. Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à pessoa física ou jurídica nos termos da lei. Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento. Art. 7o Os Conselhos, Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso, previstos na Lei n o 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do idoso, definidos nesta Lei.
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Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social, nos termos desta Lei e da legislação vigente. Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade. Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil. (Redação dada pela Lei nº 11.737, de 2008). Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social. Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante, devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em tempo integral, segundo o critério médico. Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de autoajuda. Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos contra idoso serão obrigatoriamente comunicados pelos profissionais de saúde a quaisquer dos seguintes órgãos.
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Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente. Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente correspondente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do benefício.
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Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no período compreendido entre entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento. Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes. Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. – Loas.
É necessário ao cuidador de idoso ter noção sistemática do que se trata o estatuto do idoso, dessa forma como complemento do curso instrui-se a leitura na íntegra do Estatuto do Idoso,
que
pode
ser
acessado
. pdf>.
no
site:
5 ALTERAÇÕES NA COMUNICAÇÃO DO IDOSO
Independentemente da idade, o ser humano é um ser social, para tanto, a comunicação e o relacionamento conjunto, são aspectos essenciais na vida do ser humano. Alguns aspectos determinam o modo como ocorre essa interação, tais como: peculiaridades da personalidade, classe social, etnia, valores, etc. Dentre eles, a idade é um dos fatores que mais influenciam na maneira como os interlocutores se dispõem, pois a conduta social é regulada por normas, muitas delas vinculadas aos diversos papéis sociais preenchidos ao longo da vida. O método de comunicação garante a união de mundos, isso é a união de dois interlocutores no alcance em que brotam as motivações e possibilidades de intercâmbio e informações a serem compartilhadas. A interação social pode ter como foco a permuta de informações, de ciência, de experiências, determinando determinando a tomada de posição em afinidade a um determinado aspecto, uma ideia ou indicação que a pessoa transporta ao outro e o simples prazer interativo, tal como a conversa informal em uma atividade de lazer. O envelhecimento provoca mudanças significativas que podem refletir em vantagem e desvantagem para a pessoa idosa, em relação aos requerimentos do mundo, o que vale também para as solicitações comunicativas. As alterações na comunicação com a idade se manifestam de forma heterogênea na população de indivíduos idosos. Alguns indivíduos demonstram maior modificação na fonação, enquanto outros na audição, enquanto outros ainda evidenciam dificuldades na utilização social da linguagem, na fluência, no vocabulário, etc. Por esse motivo, as alterações que ocorrem no processo de comunicação com o envelhecimento não são constantes para todas as pessoas que envelhecem. Permanecem algumas disposições características na comunicação de pessoas idosas que não fica longe da sensibilidade aos atilamentos e variações das pessoas de outras faixas etárias.
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Se uma pessoa lhe perguntasse o que você entende pela expressão “conversa de velhos”, é possível que você fizesse ressalvas do tipo: é uma conversa longa, sem fim, pausada, arrastada, cheia de histórias, lembranças do passado e por a diante. Se por ventura isso jugularia algumas verdades, verdades, por outro, revelaria uma modo preconceituoso preconceituoso e estigmatizador. estigmatizador. Constatação viva de que a linguagem é mais do que simples utensílio de comunicação, é também um componente categórico na formação de preconceitos sociais. 37
A fonação ou a articulação dos fonemas é uma presteza desempenhada por meio do aparelho mastigatório, interligado à deglutição, esse importa um fator importante no desenvolvimento desenvolvimento e na sustentação do equilíbrio morfofuncional. morfofuncional. O som desenvolvido por meio das cordas vocais, pelo sopro pulmonar, segundo Antunes (2006), é manejado no espaço retrofaríngeo, nasal e no espaço funcional bucal, por meio de movimentos específicos, sinérgicos e equilibrados da musculatura pertinente, englobando nessa, a movimentação movimentação mandibular. mandibular. Perante essa afirmação é possível perceber que, tanto a anatomia, como a fisiologia de alguns sistemas humanos são necessários para a concretização e consequente produção do som. Segundo Boch (1979), o exercício ou a educação de moldes de desempenho neuromuscular normais devem estar disseminados na fase da dentadura decídua completa. Desse momento em diante, o aparecimento de qualquer alteração na estrutura da fonação deve ser favoravelmente tratada para que se possam manter estímulos normais do crescimento do sistema. Deve-se observar que, a alteração de fonemas, ou de sons emitidos, deve ser tratada tão logo essa for notada, em idades mais jovens, mesmo que antes da instalação da dentadura decídua completa, pois o quanto antes for tratado melhor será o resultado. A audição é imprescindível para a boa comunicação, pois possibilita a participação social em conversas e na realização do lazer, como por exemplo, assistir TV, assim como é de grande valia para a proteção individual, permitindo direcionar-se no espaço. Algumas situações podem indicar a perda e/ou dificuldade auditiva nas pessoas idosas, é importante para o
cuidador saber relacionar certas atitudes a essa questão, uma vez que a mesma poderá estar presente nessa etapa da vida. Indicadores da perda auditiva:
Aumento do volume da TV, rádio, etc.;
Pede para reproduzir várias vezes o que se fala;
Aparenta distração e isolamento;
Causa acidentes com maior frequência nos afazeres domésticos.
Se o idoso apresentar algum desses sintomas, deve ser encaminhado à assistência médica que irá avaliar a função auditiva e consequentemente usar de artifícios técnicos (como aparelhos de surdez) para possibilitar a continuidade da escuta. Algumas alterações na fala são sintomas frequentes na velhice, perante isso o cuidador pode realizar algumas orientações ao idoso, Conforme (SODERBERG, 2004):
Orientar o idoso a não “pigarrear”; pois isso irrita as pregas vocais;
Beber bastante água dando preferência para água natural (não quentes nem
Incentivar a ingestão de suco de frutas cítricas, pois melhoram os “pigarros”;
Não abusar do chocolate e leite;
Realizar exercícios de “bocejo”;
Instruir que a Maçã ajuda na limpeza da parte interna da boca;
Evitar variações bruscas de temperatura;
Não fumar;
Ter conhecimento que alguns remédios (como alguns utilizados para controle da
frias);
pressão arterial) provocam “pigarro” e tosse seca. Não tomar remédio sem prescrição médica;
Em caso de rouquidão, essa não deve durar mais de 15 dias, caso persista o
idoso deve ser encaminhado ao médico. Para que o idoso possa manter uma voz/fala saudável, o cuidador deve evitar o isolamento, convidando-o ao máximo possível para participar de rodadas de conversa, instigar o idoso a ler em voz alta, explicar artigos de jornais, revistas e noticiários, levar o idoso para participar de eventos sociais, aniversários, cultos e demais atividades sociais e religiosas.
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6 CUIDADOS NO MANUSEIO DOS MEDICAMENTOS DOS IDOSOS
O uso impróprio de medicamentos é motivo de inalterável preocupação, pela enorme ocorrência de efeitos colaterais, especialmente entre idosos. Os medicamentos tomam um papel fundamental na prevenção e cura das doenças. São mais utilizados para obtenção de benefícios como a cura, a prevenção e alívio de sintomas incômodos ou incapacitantes. Entretanto, esses devem ser utilizados mediante consulta médica e prescrição. É de fundamental importância que os benefícios esperados com o uso devem ser maiores do que os riscos decorrentes do seu emprego. Nem todas as alterações fisiológicas ou doenças necessitam de medicamentos, alguns problemas são de permanência limitada e submergem mesmo sem a sua utilização de fármacos. Existem ainda distúrbios e doenças que podem ser controvertidos com outras terapias, tais como dietas peculiares, descanso, massagens, exercícios específicos, etc. A utilização de medicamentos é agente de preocupação devido à elevada ocorrência de efeitos indesejados e intoxicações, que muitas vezes poderiam ser evitados em sua maioria. Algumas propagandas por parte de fabricantes, que sugerem situações de uso indevido e/ou irracional de medicamentos, implicam para o aumento de problemas voltados à dependência e intoxicação, visto que, o uso de qualquer medicamento requer sempre muitos cuidados. Há casos em que os cuidados devem ser intensificados por terem maiores riscos de prejuízos, como é o caso de tratamentos em pessoas idosas, que possui o organismo mais debilitado. Para evitar alguns tipos de problemas deve-se atentar para: Em casa:
Fazer sempre uma lista de todos os remédios que se utiliza mesmo dos que não
têm prescrição. Anotando o nome, quem receitou as quantidades, os horários e até mesmo a cor e a forma de apresentação;
Ler e guardar sempre as bulas;
Cuidar o prazo de validade e jogar fora os remédios com validade vencida;
Seguir os horários e quantidades de acordo com o indicado pelo médico;
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Não utilizar remédios que não sejam prescritos para a própria pessoa, ou seja,
cada prescrição é individual e não é aconselhável seguir prescrições utilizadas por vizinhos ou amigos já que cada organismo responde diferentemente a uma necessidade;
Não interromper o tratamento sem informar ao médico. Nem tomar doses
diferentes do que as prescritas;
Evitar misturar remédios com bebidas que possuam álcool.
Ao consultar o médico:
Perguntar se existem escolhas terapêuticas ao invés de uso de remédios;
Perguntar sobre a ação do remédio, o tempo de administração, como saber se
está tendo o efeito esperado e o que poderá sentir enquanto fizer uso da medicação;
Informar ao médico caso use vitaminas, fitoterápicos, laxantes e remédios sem
prescrição. Eles podem alterar a ação das drogas receitadas pelo médico;
Perguntar a respeito da administração do remédio junto à comida. Alguns podem
ter efeitos diferentes tomados antes ou depois das refeições;
A cada consulta, retomar com o médico os medicamentos que esteja usando;
Comunicar o médico, imediatamente se tiver algum sintoma indesejado depois
de tomar o remédio. Alguns remédios devem ser tomados com atenção redobrada, e apenas com prescrição médica, são eles:
Antidepressivos – possuem efeitos colaterais como constipação, boca seca,
retenção urinária, problemas que por ventura possam estar presentes nos idosos.
Segundo Brunner:
[...] depressão consiste no distúrbio afetivo ou humor comum em idosos em determinado momento de suas vidas por causas diversas. Os sinais incluem sentimento de tristeza, fadiga, diminuição da concentração e da memória, sentimento de culpa ou inutilidade, distúrbio do sono, da grafia, perda ou ganho de peso excessivo, agitação e pensamento suicídio. (BRUNNER, 2002, p. 149).
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Benzodiazepínicos – são tranquilizantes, remédios para dormir. Causam em
sua maioria dependência;
Analgésicos opioides – levam à dependência na maioria das vezes;
Silva et al.:
Está mais do que comprovado que a dor acomete mais pacientes idosos. Acredita-se que 85% dos acidentes em asilos ocorrem com presença de dor, o que contribui para os problemas de depressão, distúrbio do sono, reabilitação retardada, desnutrição e disfunção cognitiva. Assim, mais uma medicação possível se ser utilizada com frequência neste período. (SILVA, 2003, p. 1).
Anti-inflamatórios – podem por sua vez, ocasionar problemas estomacais e
reduzir o efeito de drogas para “baixar a pressão”, os quais são muito utilizadas por idosos;
Hipoglicemiantes de longa ação - diminuem os teores de açúcar no sangue
por longo período de tempo e podem induzir desmaios ou quedas;
Relaxantes musculares - em teoria, deveriam ser utilizados apenas como
coadjuvantes de anestesias, tem a capacidade de intensificar o quadro de fragilidade muscular. Outros medicamentos que frequentemente são utilizados pelos idosos são aqueles que agem no sistema cardiovascular, sistema gastrointestinal e visão. Conforme Brunner:
A doença cardíaca é uma causa importante de morte no idoso. As válvulas cardíacas tornam-se mais espessas e rígidas, e o músculo cardíaco e as artérias perdem sua elasticidade. E diz ainda que essa disfunção cardiovascular pode manifestar-se como: arritmias, insuficiência cardíaca, coronariopatias, arteriosclerose, hipertensão, infarto do miocárdio, doenças vasculares periféricas e acidentes vasculares cerebrais. O crescimento da Hipertensão Arterial Sistêmica com a idade, atingi 50% dos indivíduos com mais de 65 anos, além das alterações cardíacas próprias do envelhecimento. (BRUNNER, 2002, p. 144).
Segundo Brunner (2002 p. 147) sobre o sistema gastrointestinal e as alterações no idoso, afirma “que as principais queixas concentram -se, frequentemente, em sensações de plenitude, pirose e indigestão e como consequência, o uso prolo ngado de laxativos”.
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Segundo Silva et al. (2003 p. 01): “Complicações como a catarata, glaucoma, processos retinianos degenerativos, podem surgir com a senilidade e consequentemente acarretam consumo das drogas relacionadas com tais processos patológicos. ” O cuidador torna-se diretamente responsável pela correta administração dos medicamentos na pessoa idosa e para tal deve ter conhecimento frente à necessidade de alguns cuidados fundamentais, para que o idoso não seja atingido por intercorrências advindas de uma prática de administração de medicamentos equivocada. O primeiro passo é seguir tecnicamente alguns passos para a administração de medicamentos, que são descritos como os 5 Certos para administração de medicamentos, são eles:
Dose Certa (saber exatamente a quantidade do medicamento que o idoso deve
tomar isso requer atenção diante da receita do médico e da dosagem do medicamento. O mesmo medicamento pode se apresentar de diferentes maneiras nas farmácias, ou seja, sua miligramagem pode ser de 5, 10, 15, 20, etc. Por esse motivo o cuidador deve ler atentamente a prescrição do médico e a dosagem (miligramagem) que está indicada para a medicação); Por exemplo:
Prescrição Médica:
Captopril 25 mg VO 1 comprimido a noite.
O Captopril é o nome da medicação, enquanto a dosagem é 25 mg. Mg é Miligramagem que é a unidade utilizada para expressar a concentração do princípio ativo na porção da medicação. A abreviatura VO quer dizer Via Oral. Esta prescrição diz que o idoso deve receber 25 mg de captopril por via oral a noite.
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Apresentação do Medicamento:
ou FONTE: Disponível em: < http://2.bp.blogspot.com/_BtG6TilFR3I/TNdJ7LCUNCI/AAAAAAAAAoU/sAfKojBbM0g/s320/Captopril2050mg2030cpr .jpg>. Acesso em: 17/02/2010.
Nas duas figuras acima é possível identificar a miligramagem de 25 mg na primeira e 50 mg na segunda. Isso quer dizer um medicamento com o mesmo nome pode ser adquirido com miligramagens diferentes. Portanto, diante da prescrição acima utilizada como exemplo, se o cuidador ao orientar o idoso a tomar a medicação não atentar para a miligramagem da caixa do medicamento poderá estar administrando o dobro da dosagem (na segunda caixa) ou a metade dela no caso da apresentação de 12,5 mg. O mais correto na aquisição dos medicamentos é a compra da dose certa, ou seja, a dose que está prescrita para aquela medicação que condiz com o comprimido inteiro. Entretanto, são várias as situações possíveis de não se conseguir adquirir dessa forma e assim a leitura e compreensão da caixa e da bula do medicamento é essencial para realização da orientação ao idoso em cada nova aquisição do medicamento. Um fator importante principalmente quando a pessoa toma mais de um tipo de medicamento é manter a diferença visual exata entre uma medicação e outra, dessa forma é importante anotar nas caixas os nomes dos medicamentos e suas similaridades para que a pessoa que esteja lendo saiba exatamente diferenciar. Por exemplo, escrever na caixa “Para Pressão” ou “Para Diabetes”, assim a pessoa que vai ler no momento de tomar e sabe distinguir ambos e principalmente evita consequentemente o equívoco de tomar a medicação errada. É importante considerarmos que a dosagem é um dos fatores fundamentais para o alcance dos efeitos terapêuticos, mas que também pode levar a complicações, em virtude das alterações que ocorrem no metabolismo das drogas com o envelhecimento, a capacidade
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reduzida do fígado e dos rins para metabolizar e excretar os medicamentos e os níveis diminuídos da eficiência circulatória. (Brunner,2002, p.157).
Via Certa: a via refere-se a via de administração, ou seja a forma pela qual o
medicamento deverá ser administrado pelo idoso. O cuidador deve atentar para a realização de funções, conforme a sua responsabilidade e não realizar ações que fujam do seu conhecimento e que necessitam de formação profissional para a realização, não é função do cuidador de idosos o preparo e administração de medicamentos por vias parenterais que incluem via intramuscular, intravenosa, intradérmica e subcutânea. A via subcutânea quando se trata de administração de medicamentos como a insulina (para idosos diabéticos) e heparina (anticoagulante) são muitas vezes administradas pelos próprios pacientes que aprendem a realizar a administração da medicação, pois são usuários crônicos, ou seja, continuamente precisam fazer uso destes medicamentos. Nesses casos em específico, cabe ao cuidador tomar as informações necessárias para o acompanhamento e a própria orientação correta do idoso frente à administração destes medicamentos. Principalmente nos casos da insulina que a utilização é mais corriqueira e de maior abrangência. Adiante serão descritos alguns cuidados básicos que o paciente deve tomar no tratamento com insulinoterapia.
Paciente Certo: sempre conferir a prescrição médica com o nome do idoso.
Hora certa: a hora certa é essencial uma vez que os medicamentos possuem um
intervalo específico para dar continuidade ao seu efeito. Sempre que possível o cuidador de idosos deve junto com o idoso estipular horários padronizados para “criar um hábito na mente do paciente”. (SILVA et al., 2003, p. 01). Os horários devem ser lembrados a partir de mecanismos como despertador, sol, horários de algum programa de TV, e colocam-se papéis em locais estratégicos para que o idoso lembre-se de tomar a medicação no horário certo. Lembrando que essas estratégias não são úteis somente para pacientes idosos, mas sim para todos que necessitam cumprir horários de medicamentação, já que a correria diária pode desvincular as pessoas de ações necessárias.
Medicamento Certo: ter certeza sobre o medicamento que está sendo
administrado e a prescrição médica. Além dos cinco certos citados para uma administração correta de medicamentos é importante que o cuidador de idosos tenha atenção para os seguintes itens:
Saber para que serve a medicação que está sendo utilizada;
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Coibir ao máximo a automedicação;
Verificar constantemente os prazos de validade dos medicamentos que o idoso
tem em casa;
Obter conhecimento sobre os efeitos colaterais possíveis de ocorrer frente à
administração de determinada medicação;
Saber orientar o idoso diante da aquisição dos medicamentos, principalmente na
possibilidade de adquirir as medicações em locais públicos sem ônus financeiro. Para saber para que serve uma medicação e seus possíveis efeitos colaterais cabe a leitura na íntegra das bulas dos medicamentos que além dessas informações fornecem outras que são valiosas para direcionar as orientações aos idosos, a bula e a prescrição médica são fundamentais. Pode-se afirmar que uma das maiores dificuldades na administração de medicações centra-se no fato do idoso geralmente fazer uso de várias medicações, o que pode ocasionar o erro e/ou como se denomina tecnicamente uma iatrogenia. Todos os esforços do cuidador devem ser direcionados para que o idoso mantenha a administração de medicamentos de maneira correta e livre de riscos. Um estudo realizado em 2003 na cidade de Niterói RJ que abordou a Polifarmacologia em Idosos demonstra como é relevante a preocupação e atenção de todas as pessoas envolvidas no cuidado dos idosos referente à administração de medicamentos, os resultados apresentados abaixo, servem de subsídio para o cuidador de idoso direcionar seu cuidado não esquecendo, entretanto, de visualizar individualmente o idoso em todas as suas particularidades. Segundo Silva et al. (2003) no referido estudo a média do número de medicações utilizadas por idoso foi de 3.75. Sendo que os medicamentos mais utilizados pelos idosos da pesquisa eram do Sistema Cardiocirculatório (49%), seguido pelos medicamentos que agem no Sistema Nervoso – depressivos e ansiolíticos (12%), sistema nervoso/analgésicos, sistema gastrointestinal, sistema endócrino, visão e outros. Algumas questões que o estudo mostrou serão elencadas abaixo:
90% dos idosos entrevistados relatam ter conhecimento sobre a indicação
terapêutica do medicamento, enquanto 10% relatam não saber para o que o medicamento serve;
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100% dos idosos entrevistados relataram ter conhecimento frente à dosagem
dos medicamentos, entretanto, somente 25% relataram a dosagem em miligramagem enquanto o restante dos 75% relatam saber a dosagem pelo número de comprimidos, o que segundo os autores “o que nos leva a pensar em doses excessivas ou subdoses, haja vista, que o mesmo medicamento pode apresentar concentração diferente de acordo com a opção de compra.” (SILVA et al. 2003);
70% dos idosos referiram tomar as medicações nos horários corretos enquanto
30% relataram esquecer-se de seguir os horários.
55% dos idosos descreveram que se automedicam (principalmente com
analgésicos, antiácidos e laxantes).
85% dos idosos entrevistados relataram não conhecerem os efeitos colaterais
dos medicamentos que utilizam e 100% não sabe sobre as reações dos medicamentos e a respeito da incompatibilidade entre os medicamentos.
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7 NOÇÕES DE CUIDADOS DE ENFERMAGEM
Banho de Leito O banho de leito é o banho dado na pessoa acamada, ou seja, que não tem condições de ir até o banheiro para banhar-se, tendo por finalidade proporcionar conforto e bem-estar, retirar sujidades aderidas à pele e cheiros desagradáveis, estimular a circulação, remover células mortas e micro-organismos favorecendo a transpiração. Para uma pessoa idosa, a rotina do banho é essencial, por isso, é importante realizar o banho sempre no mesmo horário e não alterar a maneira de realizar o banho. O cuidador deve deixar que o idoso realize a tarefa de banhar-se, sozinho, caso seja possível, a melhor maneira do cuidador operar, é no modo de incentivador e auxiliar. O cuidador deve procurar organizar todos os materiais antes de iniciar o banho, para não correr o risco de deixar o idoso sozinho e molhado. Técnica para banho de leito: Material necessário - Compressas para banho; - Luvas de procedimento; - Bacia para banho; - Sabonete líquido (ou em barra do paciente); - Toalha de banho e toalha de rosto; - Pijama ou camisola; - Material para arrumação da cama com paciente; - Biombo se necessário (que é a cortina móvel); - Solução de prevenção de escaras (TCM, ácidos graxos, benjoim, creme lanette, etc.);
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- Jarra; - Comadre: - Materiais de higiene pessoal do paciente (como: desodorante, escova ou pente de cabelo, etc.); Procedimento: - Lavar as mãos; - Organizar o material antes de iniciar o banho de leito; - Explicar o procedimento ao idoso (quando necessário solicitar a ajuda de outra pessoa); - Fechar as janelas e portas; - Deixar material para arrumação do leito já preparado (roupas de cama); - Calçar as luvas de procedimento; - Deixar o paciente em decúbito dorsal (deitado de barriga para cima); Antes da realização da higiene corporal realiza-se a higiene oral. Quando ele tiver condições de fazer sozinho o cuidador oferece o material e o auxilia, já nos casos em que o idoso não tem condições, o cuidador deve realizar: - Verificar presença de sonda vesical, em caso do paciente fazer uso, clampear a sonda antes do início do procedimento evitando refluxo. (clampear significa fechar a sonda para que a urina que está no coletor não reflua para a bexiga diante da movimentação do paciente). - Iniciar a higiene na face do idoso com a compressa de banho úmida nos olhos, sem sabonete. Os olhos devem ser lavados do ângulo interno para fora, atentar para usar partes distintas da compressa para cada olho, secar com a toalha de rosto. - Ensaboar a compressa e lavar o rosto, pescoço e orelhas, secar com a toalha de rosto. - Retirar a parte de cima do pijama, ou camisola, manter o lençol protegendo o idoso.
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- Colocar a toalha de banho sob o braço distal (mais distante do cuidador), lavar axila, o braço, o antebraço e a mão, secar e retirar a toalha de banho. - Realizar o mesmo procedimento com o braço proximal (mais próximo do cuidador). - Colocar a toalha de banho embaixo do lençol de cima e proceder à limpeza do tórax até a região pubiana com movimentos circulares, secar com a toalha de banho e manter o idoso coberto com o lençol de cima. - Colocar a toalha de banho sob a perna distal do idoso, lavar as pernas e os pés, secar e retirar a toalha de banho. - Realizar o mesmo procedimento com a perna distal.
Quando for necessário colocar os pés em bacia com água para auxiliar na retirada da sujidade: - Posicionar o idoso em decúbito lateral (de lado), lavar e secar a região dorsal e glútea.
Nesse momento, após secar o idoso é possível realizar a massagem na região dorsal, com a solução para prevenção de escaras: - Trocar a água; - Colocar a comadre sob a região glútea do idoso e com o auxílio da compressa de banho realizar a higiene íntima, tendo o cuidado de primeiro lavar a genitália e após o ânus. - Com a água da jarra, enxaguar e após secar com a toalha.
Nos idosos que têm possibilidade de realizar sua própria higiene íntima é oferecido à compressa, o sabonete e a toalha, e o cuidador apenas auxilia. - Vestir o idoso;
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- Arrumar a cama; - Deixá-lo confortável; - Organizar o material utilizado; - Lavar as mãos. Obs.: a massagem com solução antiescaras deve ser feita em todos os membros do idoso acamado atentando principalmente para as proeminências ósseas, pode ser realizada após lavar e secar o local do corpo. A água da bacia deve ser trocada quantas vezes forem necessárias. Não se esquecer de abrir a sonda vesical, caso o idoso faça uso, fecha-se no início do procedimento e abre-se no final. Se for esquecido provoca acúmulo de urina na bexiga do idoso, consequente mal-estar e globo vesical.
Troca de Lençóis paciente acamado: Após o banho de leito, realize a troca de lençóis, nos casos de pacientes acamados é necessária uma técnica específica para esse fim, já que, em algumas situações não é possível retirar o idoso do leito.
Técnica da Troca de Lençóis em Pacientes Acamados Material necessário: - 1 lençol de baixo (primeiro lençol); - 1 lençol de cima (cobre a pessoa); - 1 lençol móvel (um lençol em tamanho menor que serve para o deslocamento do paciente e fica exatamente embaixo dos quadris);
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- 1 lençol impermeável (lençol de plástico que fica embaixo do lençol móvel e sobre o colchão e não deve ficar em contato direto com a pele do paciente); - 1 fronha; - 1 colcha e/ou cobertor. Procedimento - Lavar as mãos; - Organizar o material antes de iniciar a técnica; - Explicar o procedimento ao idoso; - Fechar as janelas e portas; - Colocar as roupas limpas sobre a cadeira em ordem de uso: fronha, colcha, lençol de cima, lençol móvel, lençol impermeável e lençol de baixo; - Desprender as roupas da cama iniciando-se pela parte oposta de onde vai se trabalhar, soltando à medida que circula ao redor da cama; - Posicionar o idoso em decúbito lateral no lado oposto da técnica; - Juntar as roupas de cama sujas bem próximas ao corpo do idoso; - Colocar o lençol de baixo limpo esticando-o bem, o lençol impermeável e o móvel; - Mudar o decúbito lateral do paciente para a parte limpa; - Retirar os lençóis sujos e desprezá-los; - Esticar bem todos os lençóis; - Posicionar o idoso no meio da cama; - Colocar o lençol de cima e se necessário colcha e/ou cobertor; - Mudar a fronha do travesseiro.
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OBS.: Pacientes com Sonda Vesical de Demora, antes do início do procedimento devem ter a sonda clampeada (para evitar refluxo) e após o término desclampear (não esquecer). Mantenha os lençóis sempre bem esticados para que não fiquem dobras, pois essas dobras podem fazer pressão na pele do idoso e ocasionar úlcera por pressão. A úlcera de pressão ou por pressão, segundo Rogenski (2005), consiste em uma lesão da pele desenvolvida por interrupção da circulação sanguínea em determinada área, isso ocorre quando se deixa um local pressionado por períodos consecutivos, essas também são conhecidas como úlceras de decúbito ou escaras, no entanto somente deve se utilizar a expressão escara quando se tem uma área necrosada (pele escura, morta).
Alguns cuidados para prevenção de úlcera de pressão: Posicionar o idoso em decúbito dorsal e colocar um travesseiro sob a cabeça e o pescoço, posicionar um rolo de lençol abaixo dos joelhos e das pernas para que os calcanhares fiquem livres, pois esse também é um local que as úlceras de pressão são frequentes, colocar suporte na região plantar e sempre manter os membros inferiores alinhados, apoiar os braços sobre os travesseiros com os cotovelos levemente flexionados. Outros meios para prevenção é a utilização de colchão piramidal (é um colchão especial, desenvolvido para melhorar a circulação sanguínea da área em contato), mudança de decúbito (mudanças de posições) a cada 2 horas, o melhor modo para a realização da mesma é posicionando-se do lado para o qual se quer virar o idoso, coloque-o para a beira oposta da cama e em seguida vire-o para o seu lado, com movimentos firmes e suaves, apoie as costas do idoso com travesseiro ou rolo de cobertor, para que este fique na posição em que o colocou não se esqueça de pôr travesseiros sobre a cabeça e o pescoço, posicione também um travesseiro entre as pernas para que os ossos do joelho não comprimam a pele, em decúbito lateral, não se esqueça de dobrar o membro inferior que está por cima, para que seja mais confortável para o idoso; realizar massagens de conforto, mantendo sempre a pele bem hidratada por meio da utilização de óleos e cremes hidratantes, caso o idoso faça uso de fraldas, realize as trocas desses com frequência, para que não fiquem molhadas por muito tempo, mantenha as roupas de
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cama sempre limpas e bem esticadas para que as dobras do lençol ou pedaços de comida não façam pressão na pele do idoso. O banho de chuveiro, com água em abundância e temperatura agradável são requisitos indispensáveis sempre que for possível, pois esse proporciona um bem-estar maior. O banho é também um momento para que se possa observar a pele, unhas e cabelos, atentando para qualquer alteração, tais como: rachaduras, hematomas ou algum outro trauma, úlceras de pressão que possam estar iniciando, micoses e outros aspectos. As unhas devem ser cortadas semanalmente para evitar que o idoso se machuque com arranhaduras. O cuidado com a cavidade oral ou a boca é imprescindível, as próteses (dentaduras) ou dentes naturais devem receber uma higienização rigorosa, após cada refeição, assim também as gengivas. Os cabelos precisam ser lavados regularmente, cuidando para presença de parasitas, ou machucados indesejados, os cortes de cabelo e barba devem ser feitos sempre que necessário.
Higiene do Couro Cabeludo em Idoso Dependente A realização da higiene do couro cabeludo deve ser realizada para promover a limpeza, conforto ao idoso e estimular a circulação. Nos idosos que conseguem deambular o cuidador irá incentivar a realização da lavagem conforme a necessidade apresentada. Nos idosos dependentes e acamados, o cuidador realiza o cuidado. Segundo Veiga & Crossetti (1998) a higiene do couro cabeludo é importante para o bem-estar e conforto do paciente e inclui pentear e escovar o cabelo, já que a escovação estimula a circulação do couro cabeludo e melhora a nutrição do epitélio. Material: - 01 Toalha de rosto; - 01 Toalha de banho; - 02 bolas de algodão pequenas; - 01 saco de lixo de 100 litros;
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- 01 saco de lixo de 50 litros; - 01 jarro com água morna; - 01 cobertor; - Fita crepe; - Xampu; - Pente; - 01 escada de dois degraus; - Secador de cabelo; - Biombo; - Luvas de procedimento; - Cuba rim com saco plástico; - Balde ou bacia. Procedimento: - Lavar as mãos; - Organizar o material antes de realizar o procedimento; - Realizar uma pequena abertura no canto do saco plástico de 100 litros; - Explicar o procedimento; - Dispor o material: dobrar o cobertor em diagonal, fazer um rolo consistente unindo as pontas e fixando com fita crepe, formando uma argola para acomodação da cabeça do idoso; forrar a argola com o saco plástico de 100 litros de modo que se forme um cone com a parte inferior do saco plástico para drenar a água utilizada na lavagem do cabelo; - Posicionar o idoso em decúbito dorsal e diagonal no leito (se possível); - Colocar a toalha de rosto sobre os ombros do idoso contornando o pescoço;
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- Colocar a cabeça do idoso sobre a argola feita do cobertor; - Deixar o travesseiro ao lado do idoso e forrar com o saco plástico de 50 litros e sobre esse a toalha de banho (sentido horizontal); - Colocar o balde na escadinha e a ponta do saco plástico de 100 litros dentro do balde para escoar a água da lavagem; 55
- Calçar as luvas; - Colocar as bolas de algodão nos ouvidos do idoso evitando que entre água; - Irrigar o cabelo do idoso com água e lavar com o xampu repetindo quantas vezes for necessário; - Com a toalha de rosto envolta nos ombros do idoso fazer uma toca e colocar a cabeça do idoso sobre o travesseiro já forrado; - Colocar o plástico de 100 litros dentro do balde, desprezando posteriormente; - Retirar o excesso de água dos cabelos com a toalha de banho; - Retirar as bolas de algodão dos ouvidos do idoso; - Pentear ou orientar ao idoso que penteie o cabelo se tiver condições; - Secar o cabelo do paciente com secador e penteá-lo; - Organizar o material; - Lavar as mãos; - Anotar no Prontuário. Obs.: A Higiene do couro cabeludo é realizada geralmente no mesmo momento do banho de leito do idoso. Entretanto, nem todos os banhos de leito serão acompanhados da higiene do couro cabeludo, isso dependerá da necessidade e do objetivo da higiene do couro cabeludo.
Em alguns casos quando o idoso apresentar Pediculose, a higiene do couro cabeludo poderá ser acompanhada por aplicação de medicação (xampus ou soluções) e nesses idosos poderá haver a necessidade de realizar mais vezes a higiene do couro cabeludo, é importante seguir sempre a orientação médica, diante do uso de tais substâncias.
Técnica para Higiene Oral do Paciente Acamado Técnica para higiene oral: realize a higiene oral utilizando gaze estéril e enxaguante bucal, mantenha sempre a ordem de limpeza: dentes, gengivas, língua, bochecha e palato, para que todas as áreas da boca do idoso sejam bem limpas, tome cuidado com próteses dentárias, caso o idoso faça uso, retire-as antes de realizar a higiene oral, lave bem a prótese na torneira, utilizando escova de dente e creme dental. Se o idoso não quiser realizar a sua higiene e nem deixar o cuidador fazê-lo, deve-se manter uma postura determinada, evitando confrontos e discussões, administrando com firmeza, passo a passo, a execução de toda a tarefa. Em relação ao quarto do idoso, mantenha-o sempre bem limpo e arejado, abra as janelas periodicamente para que entre luz solar, na cama, utilize lençóis limpos, secos, sem pregas e sem rugas, não deixar restos de comida ou farelos, para isso é importante que o idoso possa ser levado a um local específico para realização de suas refeições, como a cozinha. Limpe o colchão sempre que necessário atente para o estado de conservação do colchão, travesseiros e impermeável (lençol de couro ou outro material sintético que impede a passagem de líquido, geralmente é posto na região das nádegas do idoso e sobre ele um lençol de pano), não arrastar as roupas de cama no chão, nem sacudir, não é necessário alisar as roupas de cama, mas ajeitá-las pelas pontas para que essas fiquem bem lisas. Em relação às rotinas intestinais e vesicais do idoso, o cuidador deve cuidar para não causar nenhum tipo de constrangimento ou ficar com raiva do idoso, pois isso não é culpa dele, e pode deixá-lo também muito triste, pouco cooperativo e até muito mais agitado.
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Algumas dicas segundo Soberberg (2004):
Caso o idoso se perde dentro de casa, não encontrando onde fica o banheiro e
não chega a tempo de realizar suas necessidades em local apropriado, o melhor a se fazer é sinalizar bem a porta do banheiro, com palavras ou desenhos grandes e chamativos. No período da noite é aconselhável que se deixe a luz do banheiro acesa, o quarto do idoso deve estar localizado o mais perto do banheiro possível. Em alguns casos, pode-se deixar o papagaio ou comadre junto à cama;
Não reduza a ingestão hídrica, apenas para o idoso urinar menos; pois isto pode
levar a desidratação no idoso e piorar ainda mais seu quadro clínico;
Durante o dia, é importante levar o idoso, em intervalos regulares, ao banheiro;
Busque sempre vestir o idoso com roupas fáceis de retirar ou abrir;
Utilizar fraldas geriátricas descartáveis à noite, pode ser útil, mas deve-se
observar se a fralda não amanhece muito cheia ou vazando, pois talvez seja necessário trocar no meio da noite;
Caso o idoso não consiga ir até ao banheiro, para realizar suas necessidades
por algum tipo de problema, e a incontinência é mais severa, deve-se optar por fralda geriátrica durante todo o dia. Mas nesses casos, deve-se ter total atenção e se possível estabelecer uma rotina de troca de fraldas, para nunca deixá-las molhadas no corpo por muito tempo, evitando assaduras e feridas na pele. A cada troca de fraldas, deve ser realizada uma boa higiene íntima, com o uso de água e sabonete para retirar resíduos de fezes e de urina. Em mulheres, a máhigiene pode causar infecção urinária. Ao fazer a limpeza, sempre limpe a região genital de frente para trás (da vagina em direção ao ânus), isto evita levar fezes para o canal da uretra, contaminando a urina. Lembre-se:
A agitação pode ser sinal de que o idoso quer urinar ou evacuar, caso já faça
uso de fraldas, pode ser necessário trocá-la;
Evite o estresse no idoso, mantenha hábitos alimentares regulares, ingestão
suficiente de fibras, líquidos e exercícios diários são fatores que amparam no controle de eliminações intestinais e urinárias;
A utilização de medicamentos como tranquilizantes, compostos com ferro e
diuréticos pode causar alterações dos hábitos intestinais e urinários;
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A incontinência urinária é a perda involuntária de urina, para Laycock apud Guedes:
[...] vários componentes são necessários para manter a continência. O indivíduo continente deve reconhecer a necessidade de urinar, procurar o local correto para fazê-lo, alcançar o local num período de tempo suficiente e reter a urina até que o local tenha sido seguramente alcançado, sendo, então, capaz de urinar ao chegar ao local adequado. Em idosos, principalmente aqueles que estão incapacitados ou hospitalizados, a incontinência pode resultar mais da incapacidade de chegar ao local desejado do que de qualquer comprometimento urológico verdadeiro. (LAYCOCK APUD GUEDES, 2005, p. 2).
O volume urinário para um adulto varia de 800 a 2000 litros por dia dependendo da ingestão hídrica e da atividade física exercida. Depois dos 60 anos o volume de urina reduz gradativamente, dependendo de cada organismo.
Cuidados na Manutenção da Sonda Vesical de Demora Em alguns casos onde há comprometimento do reflexo da micção (urinar) é necessário mediante a avaliação médica a utilização da denominada sondagem vesical de demora. Os idosos que fazem uso da Sonda Vesical Continuamente têm algum problema associado à micção. O cuidador deve ser conhecedor dos principais cuidados relacionados à manutenção da sonda vesical, uma vez que essa é causadora de inúmeras infecções se manipulada de maneira incorreta. Sondagem vesical de demora é uma sonda folley com várias apresentações de tamanho, que é introduzida no meato urinário até a bexiga, por um profissional enfermeiro, para que a urina saia por meio desse sistema, em caso de retenção urinária, pré e pós-operatório, monitorização do débito urinário, em caso de bexiga neurogênica, coleta de urina para exames, dentre outros, ao final da sonda é conectado uma bolsa coletora a qual deve ser esvaziada sempre que necessário e/ou possível, esta bolsa deve ser mantida sempre abaixo da bexiga do idoso para que a urina não faça o refluxo, ou seja, não suba da bolsa para a bexiga; a higiene perineal (no meato onde a sonda entra) deve ser feita no mínimo três vezes ao dia com iodofor aquoso, evitando infecções. Outros cuidados relacionados à manutenção da sonda vesical de demora são:
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Ter atenção quanto ao intervalo de troca e encaminhar o idoso para realizar a
troca da sonda por profissional capacitado (enfermeiro ou médico).
Visualizar sempre o aspecto de urina que está saindo na bolsa coletora e atentar
para urina com presença de sangue, pus, grumos (como coágulos), etc. Sempre que houver uma diferença da urina convencional para outro tipo de urina é importante que o médico seja comunicado, pois em alguns casos poderá se tratar de uma infecção de trato urinário que requer atenção especial.
Observar a quantidade de urina que está sendo drenada diariamente e sinais de
que possam indicar a obstrução da sonda, como por exemplo, mal-estar geral no idoso, quantidade reduzida de urina na bolsa coletora e bexiga dura à palpação. Nesses casos, o cuidador deve ir a um profissional capacitado para avaliação e posterior conduta.
Não abrir o sistema entre a sonda e a bolsa coletora. O sistema de sondagem
vesical de demora é fechado e estéril, devendo assim ser mantido.
Esvaziar a bolsa coletora conforme técnica descrita abaixo: Técnica para Esvaziar a Bolsa Coletora: Material: - Frasco de vidro ou comadre limpa; - Luvas de procedimento. Procedimento: - Lavar as mãos; - Organizar o material; - Explicar o procedimento; - Fechar o clampe superior; - Colocar o frasco de vidro ou comadre abaixo do clampe inferior; - Abrir clampe inferior e esvaziar a bolsa, tendo o cuidado para não contaminar a
válvula (não encostar a extremidade da bolsa na comadre); - Fechar o clampe inferior; - Abrir o clampe superior;
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- Deixar o idoso confortável; - Organizar o material; - Lavar as mãos; - Observar: volume, coloração e aspecto da diurese. 60
Idosos com Colostomia Colostomia é um procedimento cirúrgico, onde é realizada uma abertura para dentro do cólon, nesse pode ser realizado um desvio fecal temporário ou permanente. Por meio dela, é realizada a drenagem ou evacuação do conteúdo colônico para fora do corpo. A consistência do conteúdo drenado está catalogada com a posição em que é realizada a colostomia (SMELTZER.; BARE, 2004). A pessoa que é submetida a uma colostomia, tem sua imagem corporal ou física, assim como o estilo de vida, alterados. Como a abertura do estoma é na região abdominal, a pessoa ostomizada pode achar que todos estão vendo (FILHO, 2000). O cuidador deve dar auxílio psicológico caso não haja aceitação. Para compreensão do aluno frente à conceituação da colostomia, em termos práticos é uma abertura cirúrgica feita por um médico na barriga da pessoa, como se fosse um ânus artificial, um caminho diferente para que a pessoa possa evacuar, já que por alguma patologia o caminho normal não pode estar sendo utilizado ou não está funcionando. A abertura realizada no abdômen é chamada de estoma. Os pacientes que possuem colostomia são denominados de pessoas colostomizadas e/ou ostomizadas por possuírem um estoma. Neste ânus artificial criado no abdômen da pessoa é necessária a utilização das chamadas bolsas de colostomia. As bolsas de colostomia que irão receber o conteúdo intestinal (fezes e gases) já que nesses casos as pessoas não possuem controle do momento em que vão evacuar. Os principais cuidados domiciliares relacionados à manutenção das colostomias são cuidados relacionados ao estoma e a troca das bolsas, bem como a alimentação do paciente que tem como consequência suas fezes. Algumas alterações, tais como: prolapso do estoma, perfuração, restrição do estoma, impacção fecal e irritação cutânea, podem ocorrer em virtude dos ácidos contidos no intestino e
o constante contato desses ao abdômen. O extravasamento a partir do local anastomótico pode ocorrer quando os segmentos intestinais remanescentes estão fragilizados ou atenuados. O extravasamento ocasionado por uma anastomose intestinal inicia uma distensão e rigidez abdominal, elevação da temperatura e sinais de choque (SMELTZER.; BARE, 2004). Para cuidar de uma pessoa ostomizada, deve-se ter como meta a sua reabilitação, apreendida como um processo lento e fecundo que inclui esforços cooperativos de vários profissionais de equipes interdisciplinares, tendo em vista o desenvolvimento das potencialidades mentais, físicas e sociais do indivíduo ostomizado, promovendo uma vida feliz e saudável, em grau e condição similar às pessoas não ostomizadas (CREMA & SILVA, 1997). Os cuidados relacionados aos estomas e a pele que fica ao seu redor são fundamentais para a prevenção de complicações que podem vir a alterar o seu funcionamento normal. A higiene deve ser realizada pelo menos uma vez ao dia, utilizando gaze, toalha com textura macia, algodão ou outro utensílio que não cause lesão na pele, esses devem estar sempre umedecidos com água morna e sabonete neutro. Depois da limpeza, o local deve ser bem seco. Não devem ser usados nenhuma outra substância como álcool ou benzina, para retirar os resíduos de cola da placa que se fixa ao estoma, porque essas causam na maioria das vezes irritação, machucando a pele. Outro aspecto a ser observado é a cicatrização em volta do estoma, assim como as possíveis alterações como: edema (inchaço), odor e coloração da pele, as quais devem estar sempre com aspecto avermelhado, com presença de muco e sem cheiro desagradável. A higienização da bolsa de colostomia deve ser realizada sempre que a mesma estiver cheia, o clampe deve ser bem fechado para que não ocorra vazamento e a troca de bolsa é realizada mediante a necessidade. Cabe ao cuidador ter entendimento sobre o que é a colostomia, seu objetivo e a funcionalidade normal para que mediante quaisquer anormalidades possa referenciar o idoso aos profissionais capacitados de saúde.
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O Sono do Idoso Em relação ao sono do idoso, o cuidador deve sempre observar se esse está desconfortável na cama, sentindo dor ou mal-estar, sensação de medo ou insegurança, falta de carinho ou até mesmo da companhia de alguém no quarto, pois existem vários fatores que podem interferir no bom andamento do sono, sejam eles físicos ou psicológicos, abaixo há a descrição de alguns fatores, segundo Soderberg (2004):
O idoso pode acordar para urinar várias vezes durante a noite, isso pode fazer
com que ele perca o sono, nesse sentido, procure deixar o pinico ou papagaio perto da cama do idoso, evitando que ele tenha que andar até o banheiro;
A desocupação e o sedentarismo alteram o modelo de sono noturno, a atividade
física, o passeio e a ocupação de tempo com atividades podem reparar o sono perdido;
Evite que o idoso dê cochilos e deite na cama ou no sofá, durante parte do dia;
Evite que o idoso consuma bebidas estimulantes à tarde e à noite;
A tristeza e a depressão são grandes inimigos do sono, o tratamento médico
adequado é essencial;
Caso necessite do auxílio medicamentoso, consulte um médico e só administre
o medicamento com prescrição. Lembre-se: problemas de sono no idoso podem acontecer em alguns períodos, não sendo permanentes, com um pouco de paciência, a insônia do idoso pode acabar.
O Idoso que faz uso da Insulinoterapia A insulina exerce efeitos muitos pronunciados sobre o metabolismo da maior parte dos diferentes tipos de alimentos – carboidratos, gorduras e proteínas. Sem insulina um animal ou um ser humano não consegue crescer, em parte por não poder utilizar mais que parte bem pequena do carboidrato que ingere, mas também por suas células serem incapazes de sintetizar proteínas. Também, na falta da insulina, as células utilizam quantidades grandes de gorduras, o que provoca condições de debilidade extrema, tais como perda de peso, acidose, e até mesmo coma. Todavia, diante de dessas informações porque a insulina e seus efeitos são tão
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importantes? Vamos analisar abaixo como a insulina atua nos alimentos para compreender esta importância. O mais importante efeito da insulina é o de promover o transporte de glicose para o interior de quase todas as células musculares, as células gordurosas e as células hepáticas. O mecanismo de ação da insulina é mostrado na figura abaixo: A glicose combina-se com uma substância carreadora na membrana celular e, em seguida, difunde-se para o interior da membrana onde é liberada no citoplasma. O carreador é utilizado repetidamente para o transporte de quantidades adicionais de glicose. Esse tipo de transporte chama-se difusão facilitada. Isso significa que a combinação da glicose com o carreador torna mais fácil a difusão da glicose por meio da membrana, entretanto esse transporte jamais fará com que a concentração de glicose no interior da célula fique maior que o exterior. O efeito da insulina sobre o transporte de glicose é o de ativar o mecanismo de difusão facilitada. Em período de segundos a minutos, após a combinação da insulina com a membrana celular, a intensidade da difusão da glicose para o interior celular aumenta de 15 a 20 vezes, o que sugere uma ação direta da insulina, seja sobre a própria membrana celular ou sobre o sistema de transporte da glicose. O transporte de glicose para o interior das células hepáticas depende de mecanismo diferente. A membrana celular do fígado é tão permeável que a glicose pode, com toda a facilidade, difundir-se por meio dela, mesmo na ausência da difusão facilitada. Contudo, a glicose pode difundir-se nos dois sentidos, tanto para dentro como para fora das células. Mas em presença de insulina, várias enzimas das células hepáticas são ativadas, o que promove o encarceramento da glicose no interior dessas células. Essas enzimas são as glicoquinase, que faz com que a glicose reaja com o íon fosfato, e o glicogênio sintetase, que faz com que grande número de moléculas de glicose reaja entre si para formar o glicogênio, o polímero da glicose de alto peso molecular. Na falta da insulina esse mecanismo de encarceramento cessa e outra enzima, a fosforilase, fica ativada e despolimeriza o glicogênio de volta à glicose, o que permite sua saída da célula.
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Quando a concentração de glicose fica aumentada acima do normal, o pâncreas secreta quantidades aumentadas de insulina. Essa insulina, por sua vez, promove o transporte rápido de glicose para o interior das células e a torna disponível para as funções celulares. Portanto, um dos efeitos óbvios da insulina é a de provocar a rápida utilização da glicose para energia, pela maioria das células do corpo. Após uma refeição quando existe excesso de glicose e insulina, a glicose é muitas vezes, transportada para o interior das células hepáticas e musculares em quantidades muito maiores que as que podem ser utilizadas para energia. Como resultado, uma grande parte dessa glicose fica armazenada sob a forma de glicogênio: a concentração do glicogênio nas células hepáticas pode, por vezes, atingir até 5 a 6% e, nas células musculares, mais de 1%. Durante os períodos de intervalos durante as refeições, as células musculares reconvertem o glicogênio de volta à glicose, usando-a para energia. Por outro lado, nas células hepáticas, a enzima fosforilase fica ativada e despolimeriza o glicogênio de volta a glicose, liberando essa glicose para o sangue circulante, por onde é levada a todas as regiões do corpo onde for necessária. Desse modo, o fígado é um dos depósitos temporários de glicose de maior importância. Após os depósitos, hepático e muscular de glicose terem sido preenchidos, toda a glicose remanescente que ainda não pode ser usada de forma imediata é armazenada como gordura, nos depósitos de gordura. Cerca de nove décimos dessa gordura são sintetizados no fígado a partir do grande excesso de glicose que é transportada para essas células, sob a influência da insulina. Em seguida, essa gordura é liberada para o sangue, sob a forma de lipoproteínas e transportadas para as células gordurosas (adiposas) no tecido gorduroso. Além disso, outro décimo dessa gordura de depósito é sintetizado nas próprias células gordurosas. A insulina promove o transporte de glicose para essas células de modo idêntico ao das outras células do corpo. Em resumo, o efeito da insulina sobre o metabolismo da glicose é o de aumentar sua utilização para energia ou o de fazer com que a glicose fique armazenada sob a forma de glicogênio ou sob a forma de gordura.
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Em presença de grandes quantidades de insulina, o rápido transporte de insulina para o interior das células em todo o corpo diminui sua concentração sanguínea. De modo inverso, a falta de insulina faz com que a glicose fique retida no sangue, ao invés de penetrar nas células. A falta completa de insulina, usualmente produz um aumento da concentração sanguínea de glicose, desde o valor maior 90 mg para cada 100 ml, até valores da ordem de 350 mg para 100 ml. Por outro lado, um aumento acentuado da insulina pode reduzir a glicose sanguínea até cerca de 25 mg por 100 ml, isto é, um quarto do normal. O efeito da insulina sobre o metabolismo das gorduras é quase que exatamente oposto do que exerce sobre o metabolismo da glicose. Isto é, insulina inibe de modo acentuado, quase em todos os aspectos o metabolismo da glicose, como foi descrito acima. A insulina inibe o metabolismo das gorduras por dois meios: Inicialmente, quando a glicose está presente em excesso no interior das células, essas demonstram preferência para a utilização da glicose em lugar da gordura para o metabolismo, devido à natureza dos sistemas enzimáticos intracelulares. Como resultado, a intensidade da degradação dos ácidos graxos fica muito diminuída. Segundo, antes que a gordura que foi depositada nas células gordurosas possa ser utilizada para energia, essa gordura deve ser liberada das células. O mecanismo dessa liberação é para que uma enzima, presente nas próprias células gordurosas, chamada de lípase hormôniosensível, desdobre os ácidos graxos das gorduras armazenadas que difundem para o sangue. Contudo, a insulina inibe a lípase hormônio-sensível, de modo que, uma vez que a gordura tenha sido depositada nas células gordurosas, ela não será liberada enquanto existir insulina em quantidades suficientes para inibir a lípase hormônio – sensível. Dessa forma, em presença de insulina, a gordura fica relativamente impossível de ser utilizada para o metabolismo, enquanto que a disponibilidade de glicose fica muito aumentada. Na falta de insulina, em termos essenciais, todas as fases do metabolismo das gorduras ficam muito aceleradas. Primeiro, a lípase hormônio sensível, das células gordurosas fica fortemente ativada e grandes quantidades de ácidos graxos são liberadas para o sangue. Terceiro esses ácidos graxos ficam facilmente disponíveis para as células de todo o corpo, e muitos deles são usados, de modo quase que imediato, para energia, em especial,
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pelas células musculares. Terceira grande proporção de ácidos graxos é transportada para o fígado, onde são convertidos em triglicerídeos, fosfolipídios e colesterol. Quarto, o metabolismo muito rápido dos ácidos graxos no fígado provoca a formação de quantidades muito grandes de ácidos acetoacético, que é liberado, logo em seguida para o sangue. Boa parte desse ácido é utilizada pelas células para energia, mas parte permanece no sangue e pode ocasionar acidose generalizada grave, muitas vezes, chegando ao coma acidótico e até a morte, que são os efeitos mais penosos do diabetes. Há um aumento rápido dos ácidos graxos no sangue, quando ocorrer falta abrupta de insulina, como que ocorre por remoção do pâncreas. Deve, também, ser notado o aumento progressivo do ácido acetoacético sanguíneo, resultado de um metabolismo de gorduras excessivo e prolongado, além do acúmulo muito acentuado da glicose sanguínea, devido a não utilização celular de glicídios. A insulina é quase tão potente como o hormônio do crescimento em fazer com que ocorra deposição de proteínas nas células. Isso resulta de seus efeitos, tanto diretos como indiretos, sobre o metabolismo das proteínas. Os efeitos diretos da insulina sobre o metabolismo das proteínas são de três tipos: 1.
A insulina aumenta a intensidade do transporte da maioria dos aminoácidos por
meio da membrana celular, o que aumenta as quantidades disponíveis de aminoácidos para a síntese celular de proteínas. 2.
A insulina aumenta a formação de ARN nas células.
3.
A insulina aumenta a formação de proteínas pelos ribossomos.
Desse modo, a insulina exerce um potente efeito direto sobre a promoção da síntese de proteínas em todas ou na maioria das células. O efeito indireto da insulina sobre o metabolismo das proteínas é resultado de sua promoção de sua utilização da glicose pelas células. Quando a glicose está disponível para o uso energético, ocorre o efeito poupador de proteína, pois os carboidratos são usados preferencialmente à insulina. Por outro lado, na
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ausência da insulina, esse efeito não existe, de modo que são utilizadas grandes quantidades de proteína, como também de gordura, em lugar dos carboidratos, para energia. Dado que a insulina promove a formação de proteínas, bem como torna disponíveis grandes quantidades de energia dos carboidratos, esse hormônio exerce efeito muito potente sobre o crescimento. Na verdade, sua falta, em um animal, produz retardo do crescimento de mesma intensidade, do que ocorre com falta do hormônio do crescimento da hipófise anterior. Quando o teor da glicose sanguínea fica elevado, o pâncreas começa a secretar insulina dentro de poucos minutos. Isso é causado por efeito direto da glicose sobre as células beta das ilhotas pancreáticas, fazendo com que secretem quantidades muito acentuadas de insulina. Essa insulina, por sua vez, faz com que a glicose em excesso seja transportada para o interior das células, onde poderá ser usada para energia, armazenada como glicogênio ou convertida em gordura. Assim, o mecanismo da insulina é um modo de feedback para o controle da concentração da glicose no sangue e nos líquidos extracelulares. Isto é, um teor muito elevado de glicose provoca a secreção de insulina, o que provoca maior utilização da glicose e retorno de suas concentrações aos valores normais. De modo inverso, quando o valor sanguíneo da glicose fica muito baixo, ocorre redução da secreção de insulina e a glicose passa a ser conservada nos líquidos orgânicos, até que sua concentração volte ao normal. O hormônio Glucagon também participa no controle da concentração sanguínea da glicose. A insulinoterapia constitui-se no uso da insulina para o tratamento do paciente diabético, sendo uma das escolhas médicas conforme o diagnóstico, etiologia e controle da doença. As principais indicações e uso clínico são: no Diabetes Tipo 1, no Diabetes Tipo 2 sem controle, Diabetes Gestacional e no Tratamento da Cetoacidose Diabética. Diante dos diversos tipos de insulina que existem no mercado atualmente, será mencionada pela classificação de ação os nomes e propriedades de cada tipo de insulina que pode ser prescrita ao paciente. A prescrição é de responsabilidade do médico.
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Quanto à origem das insulinas elas podem ser classificadas como: Animal, Suínas (obtidas do pâncreas do porco, bovinas obtidas do pâncreas do gado) e Mistas (obtidas do pâncreas do porco e do gado) e Humanas, obtidas por meio da recombinação do DNA. A Insulina pode ser classificada como: Ultrarrápida, Rápida, Intermediária e Lenta, conforme o tempo de início da ação no organismo do paciente. A insulina Ultrarrápida - LISPRO possui o início da ação cinco a quinze minutos após a injeção subcutânea, seu pico de ação se faz em 1 hora após a aplicação e sua duração total é de 3 horas; as vias utilizadas para administração são subcutânea, intramuscular ou endovenosa, sendo as últimas, na maioria das vezes, indicadas nos casos de Cetoacidose Diabética. A Insulina Rápida – REGULAR também conhecida como Insulina Cristalina possui seu início de ação 30 a 60 minutos após a administração, seu pico de ação ocorre em duas ou quatro horas após a injeção e a duração total gira em torno de seis a oito horas. Pode ser a dministrada por via endovenosa, intramuscular ou subcutânea, sendo que seu pico máximo de ação na administração endovenosa ocorre em 30 minutos após a aplicação. Por possuir um PH neutro a Insulina Rápida – REGULAR tem maior estabilidade em temperatura ambiente (cerca de duas a três semanas). Constitui-se em uma das insulinas de escolha no diabetes descompensado em associação com situações como infecções, choques, trauma cirúrgico e cetoacidose (via endovenosa); pode ser prescrita endovenosa por bomba de infusão nas terapêuticas de tratamento intensivo do diabetes mellitus. A Insulina de ação Intermediária – NPH (Neutral Protamine Hagedorn Insulin) possui uma ação mais lenta que as demais citadas anteriormente, pois é conjugada a protamina – que retarda a absorção da insulina pelo tecido subcutâneo. O início de sua ação ocorre uma a duas horas após a aplicação, tendo pico máximo de ação oito a doze horas e duração total de 22 a 28 horas. É usada geralmente em combinação com a insulina lispro ou de ação regular. Não é indicada em situações de emergência e sua via de administração é subcutânea. A Insulina de Ação Lenta possui o início de ação em uma a três horas após a aplicação, seu pico máximo de oito a doze horas e duração de 20 a 24 horas; resulta da combinação de 70% de insulina ultralenta e 30% de insulina semilenta. A insulina de ação prolongada (Glargina, Detemir) possui ação após duas a quatro horas da administração e duração de 18 a 24 horas.
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No tratamento do paciente com insulina alguns fatores podem interferir a absorção da insulina como, por exemplo: local de administração, fluxo sanguíneo alterado por massagens ou banhos quentes, volume e concentração da insulina injetada e presença de anticorpos antiinsulina circulantes.
Conservação da e transporte da insulina O uso da insulina como tratamento no paciente diabético inclui a educação desse e/ou dos familiares sobre o correto armazenamento e aplicação da terapia, já que na maioria das vezes este medicamento é utilizado diariamente pelo paciente em casa. Assim é importante que o cuidador em conjunto com a equipe de saúde realize um acompanhamento sobre a eficiência do tratamento em domicílio, bem como a orientação continuada sobre a administração da insulina pelo paciente. A insulina é um hormônio, e como tal é necessário que seja armazenada e conservada de forma adequada para que não perca suas propriedades farmacológicas. Dessa forma, alguns princípios para a conservação da insulina devem ser seguidos, são eles: - Os frascos de insulina não devem ser congelados e nem mantidos em temperatura inferior a 2 ºC; - Devido à degradação que pode sofrer, não é recomendado que a insulina seja exposta ao sol; - As insulinas devem ser armazenadas na geladeira preferencialmente na gaveta dos legumes ou na prateleira mais próxima a essa, a porta não é indicada por apresentar maior variação de temperatura e mobilidade dos frascos a cada abertura, a temperatura para armazenamento é de 2 a 8 ºC. A insulina armazenada na geladeira também deve ser retirada 10 a 20 minutos antes da aplicação, pois insulina gelada causa irritação local e dor no paciente; - A insulina que estiver em uso pode ser mantida em temperatura ambiente (15 a 30º) após aberta tem duração máxima de até 30 dias, após este período perde a ação. Nesses casos, orientar o paciente que deixe o frasco de insulina no local mais fresco da casa; - Antes de utilizar a insulina é importante conferir o prazo de validade no frasco;
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- Antes de abrir o frasco de insulina colocar um rótulo com a data de abertura para controle de validade; - A insulina não pode ser exposta a temperaturas maiores que 30 ºC e nem exposta à luz solar; - Quando a insulina é guardada em temperaturas erradas, ou quando é sacudida demasiadamente pode apresentar grumos, cristais ou agregados, isto indica que ela está desnaturada e não é mais aconselhável para uso; - A insulina regular tem aspecto límpido e transparente enquanto a NPH possui aspecto leitoso, qualquer alteração nessas características não administrar a insulina; - Nos casos de pacientes que precisam viajar e levar consigo a insulina, é necessário uma bolsa térmica ou de isopor sem gelo, no caso de não haver, o paciente pode levar em bolsa normal, mas sem expor ao calor ou sol, ao chegar ao destino colocar na geladeira. Em caso de viagem de avião não despachar com a bagagem, pois o compartimento de cargas tem temperaturas muito baixas podendo congelar a insulina.
Aplicação da Insulina A aplicação da insulina no paciente pode ser feita por via endovenosa, nos casos de terapia intensiva ou tratamento específico de cetoacidose diabética, intramuscular ou subcutânea, conforme descrito anteriormente sobre os tipos de insulina, entretanto a forma mais utilizada e que o paciente utiliza em casa é a administração da insulina subcutânea. Os instrumentos para administração da insulina subcutânea são: - Seringas de Insulina: que possuem escalas das unidades conforme a concentração. As seringas de insulina podem ter agulha fixa ou agulha removível. As seringas com agulha fixa apresentam-se em 30 UI, 50 UI e 100 UI, sendo que a graduação da escala nas seringas de 30UI e 50 UI é de 1 em 1, enquanto que na de 100 UI é de 2 em duas. As seringas com agulhas removíveis são aquelas que não possuem a seringa fixa ao corpo da agulha, nesse tipo de seringa há retenção de até 5 UI de insulina, denominado espaço
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morto, que não é calculada na dosagem da insulina e nem na administração ao paciente. Igualmente, quando existe uma prescrição de dois tipos de insulina não é conveniente utilizá-las em mistura, uma vez que poderá ocorrer um erro de dosagem ou uma super dosagem de um dos tipos de insulina administrado em conjunto (GROSSI, 2004). Segundo a Associação Americana de Diabetes (1998) quanto menor o comprimento e diâmetro da agulha, menor a dor durante a aplicação. No entanto, as agulhas curtas não são indicadas para pessoas obesas devido à variabilidade da absorção da insulina. Aplicação de Insulina: a técnica de aplicação da insulina deve ser adequada para propiciar uma correta absorção da insulina e consequentemente um tratamento eficiente e eficaz ao paciente. Dessa forma, é importante que o cuidador detenha alguns conhecimentos para auxiliar o paciente quando esse estiver realizando a aplicação em domicílio. A aplicação de insulina, na maioria das vezes, é realizada em tecido subcutâneo, podendo, entretanto ser administrada por outras vias, como descrito anteriormente dependendo da indicação médica. A insulinoterapia realizada pelo paciente em casa necessariamente é em tecido subcutâneo.
TECIDO SUBCUTÂNEO
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2009.
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Inicialmente serão abordados os locais indicados para aplicação de insulina, que Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes são os seguintes: Abdômen (região lateral direita e esquerda, cerca de 4 a 6 centímetros afastados da cicatriz umbilical), Coxas (face anterior e posterior externas: nos pacientes adultas esta região é delimitada em 12 a 15 cm abaixo do grande trocanter, 9 a 12 cm acima do joelho, numa faixa de 7 a 10 cm de largura, sendo que em crianças a mesma região é utilizada tendo o cuidado para a proporcionalidade do corpo), Braços (face posterior) e Nádegas (quadrante posterior externo da região ilíaca).
Locais de Aplicação de Insulina
FONTE: Disponível em: . Acesso em: 29 jun. 2009.
É muito importante que seja realizado o rodízio dos locais a cada aplicação para evitar as complicações decorrentes da administração de insulina em um mesmo local, desse modo, conforme preconiza as orientações da Associação Americana de Diabetes (2007) é necessário esgotar as possibilidades de aplicações subsequentes em uma mesma região distanciando-se aproximadamente em 2 cm de um local para o outro.
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Também é importante salientar que cada local de aplicação da insulina possui um potencial de absorção diferente, o que poderá alterar os resultados da glicemia do paciente, assim, o local considerado como de maior absorção é o abdômen, após os braços, coxas e nádegas. Segundo Brunner & Suddarth (1998) o rodízio sistemático dos locais de injeção dentro da área anatômica é recomendada para evitar alterações localizadas no tecido gorduroso (lipodistrofia). Além disso, para promover consistência na absorção de insulina, os pacientes devem ser estimulados a usar todos os locais disponíveis de injeção dentro de uma área, e não circular aleatoriamente de uma área para outra. Alguns princípios que podem ser usados na aplicação do rodízio são: os pacientes não devem tentar o mesmo local mais que uma vez em duas a três semanas. Além disso, se o paciente estiver planejando se exercitar, a insulina não deve ser injetada no membro que vai ser exercitado, pois ela é absorvida mais rápida podendo resultar em hipoglicemia. Conforme instruções do Ministério da Saúde (2006) devem-se evitar aplicar a insulina subcutânea próximas das articulações, na área da virilha, no umbigo e na linha média do abdômen. Sendo que o rodízio de áreas para aplicação de insulina é importante para não ocorrer complicações como hipertrofia ou atrofia local. Ao orientar o paciente diabético sobre a aplicação de insulina é importante que seja estipulado juntamente com o paciente os rodízios que serão feitos na aplicação da insulina, levando em consideração as atividades cotidianas do paciente, bem como as necessidades de aplicação. O cuidador deve interagir com os profissionais de saúde e com o próprio paciente acerca dos cuidados a serem preconizados diante da insulinoterapia encaminhando questões que não estão ao seu alcance técnico de resolutividade. Neste item foram demonstrados alguns dos cuidados que o cuidador de idosos poderá necessitar ao desenvolver suas atividades junto ao idoso. Cabe salientar, entretanto, que mediante a complexidade das necessidades apresentadas pelo idoso é que irá se estabelecer a capacitação do cuidador, o qual irá realizar as intervenções, podendo necessitar em alguns
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casos, de profissionais de saúde com formação técnica visto que algumas atividades específicas são restritas a essa função não se tornando responsabilidade dos cuidadores.
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8 CUIDADOS COM A NUTRIÇÃO DO IDOSO
Atualmente, as principais causas de morte entre idosos são previsíveis e passíveis de prevenção, por meio de ações relativamente simples e de baixo custo. Diversos estudos têm mostrado que hemorragias cerebrais e infartos são as enfermidades que mais tiram a vida de idosos, fato que é possível reduzir os episódios por meio de um controle efetivo da pressão arterial ou ainda pela introdução de hábitos saudáveis. Os programas de educação para idosos realizados nos postos de saúde podem não apenas evitar as mortes precoces, mas também amenizar o sofrimento com as sequelas de algumas doenças. O idoso deve possuir uma dieta equilibrada em carboidratos, proteínas e gorduras. A aceitação de vitaminas e minerais são essenciais por adequar diversas funções no organismo, atuando como antioxidante e prevenindo o envelhecimento e aparecimento de doenças. É imprescindível também, que a refeição apresente aspectos agradáveis, como cor, sabor, aroma e textura, e que o prazer seja prioridade no momento da refeição, atendendo as preferências do idoso. É pertinente pensar e analisar a necessidade de aprimoramento em produtos e serviços voltados à população idosa, de forma a requerer a prevenção e tratamento dos problemas que ocorrem nessa fase da vida. Em questão nutricional, tem-se a necessidade de priorizar a educação e inovação em tecnologias, produtos, serviços e conhecimentos satisfatórios que adicionem prazer e saúde a essa população, não desconsiderando as características fisiológicas e a necessidade nutricional específica. Todas as refeições realizadas deveriam ser pouco abundantes e mais repetidas para a população em geral, mas em especial para o idoso, para que não sobrecarregue demasiadamente o estômago e mantenha o metabolismo em perfeito funcionamento. Todas as refeições oferecidas à pessoa idosa devem ser preparadas de maneira que facilite a mastigação e permita uma fácil digestão, poupando a utilização de condimentos fortes, gorduras e calor excessivo. Não devemos esquecer que as refeições devem ser agradáveis de aspecto, de paladar e de consistência, com intuito que essa estimule o apetite. As alimentações do idoso devem ser
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arranjadas pobres em gorduras sólidas e de origem animal e rico em proteínas de origem animal, das quais o ideal é que metade seja proveniente de produtos lácteos. Segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS, doenças infecciosas em 1950 representavam 40% das mortes no país, hoje essas apontam menos de 10% das mortes. Em controversa, as doenças cardiovasculares que em 1950 correspondiam a 12% das mortes, hoje representam mais de 40%, as quais se tornaram a primeira razão de óbito no Brasil a partir da década de 60. Em menos de 40 anos, o Brasil passou do perfil de morbimortalidade característico de uma população jovem, para um aumento de enfermidades crônicas, oportunas das faixas etárias mais elevadas, com custos diretos e indiretos mais elevados. Algumas dicas sobre a nutrição dos idosos, conforme o Manual do Idoso da Força Sindical (2010) descrevem:
Os idosos devem alimentar-se de quatro a seis vezes ao dia, incluindo alimentos
de todos os grupos;
O idoso deve tomar no mínimo oito copos de água por dia;
É muito importante conter fibras na dieta do idoso;
Para evitar a prisão de ventre deve-se aumentar a ingestão de fibras, de água e
realizar caminhadas;
As gorduras saturadas devem ser evitadas enquanto as insaturadas são
permitidas como o azeite de oliva, por exemplo;
Açúcar deve ser ingerido com moderação;
As comidas devem ser bem mastigadas;
É importante tomar sol, pois o sol é fonte de vitamina D;
Para se prevenir contra a osteoporose é necessário manter uma dieta rica em
cálcio, e abandonar vícios como o cigarro, o álcool e o café.
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9 PRIMEIROS SOCORROS NA PESSOA IDOSA
Segundo Soderberg (2004, p. 29) as queimaduras mais comuns que ocorrem com o idoso “[...] contatos com fogo, objetos quentes, água fervente ou vapor, contatos com substâncias químicas e irradiação solar [...]”. Como proceder em caso de queimadura:
[...] se as roupas estiverem em chamas, evitar que a pessoa corra; se necessário, colocar a pessoa no chão, cobrindo-a com cobertor, tapete ou casaco, ou fazê-la rolar no chão; secar o local delicadamente com um pano limpo ou chumaços de gaze; cobrir o ferimento com compressas de gaze; manter a região queimada mais elevada do que o resto do corpo, para diminuir o inchaço; dar bastante líquido para a pessoa ingerir se estiver consciente. (SODERBERG, 2004, p. 29).
Caso ocorra alguma queimadura, não se deve: encostar-se à área afetada com as mãos; furar as bolhas; tentar retirar pedaços de roupa que ficaram grudados na pele; caso seja extremamente necessário, recorte em volta da roupa que está sobre a região comprometida; jamais utilize manteiga, pomada, creme dental ou qualquer outro tipo de produto doméstico sobre a área queimada; não cubra a queimadura com algodão, papel, plástico ou faça uso de gelo ou água gelada para resfriar a região. Para Soderberg (2004, p. 30-32) em caso de queimadura com produtos químicos:
[...] retirar as roupas da vítima tendo o cuidado de não queimar as próprias mãos; lavar o local com água corrente por 10 minutos, enxugar delicadamente e cobrir com curativo limpo e seco; procurar ajuda médica imediata. (SODERBERG, 2004, p. 3032).
Em caso de corpo estranho no olho:
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[...] não deixe a vítima esfregar ou apertar os olhos; pingue algumas gotas de soro fisiológico ou de água morna no olho atingido; se isso não resolver, cubra os dois olhos com compressas de gaze, sem apertar; se o objeto estiver cravado no olho, não tente retirá-lo; cubra os dois olhos; se não for possível fechar os olhos, cubra-os com um cone de papel grosso (por exemplo, um copo); procure ajuda médica imediata. (SODERBERG, 2004, p. 33).
Como fazer, caso o idoso engula um corpo estranho:
[...] nunca tente puxar os objetos da garganta ou abrir a boca para examinar o seu interior; deixe a pessoa tossir com força; esse é o recurso mais eficiente quando não há asfixia; se a pessoa não consegue tossir com força, falar ou chorar é sinal de que o objeto está obstruindo as vias respiratórias, o que significa que há asfixia; E se estiver ocorrendo asfixia? Você deve posicionar-se de pé, ao lado e ligeiramente atrás da vítima; a cabeça da pessoa deve estar mais baixa que o peito; em seguida, dê quatro pancadas fortes no meio das costas, rapidamente com a mão fechada; a sua outra mão deve ser colocada sobre o peito do paciente; 31 Manual de Cuidadores do Idoso se o paciente continuar asfixiado, fique de pé, atrás, com seus braços ao redor da cintura da pessoa. Coloque a sua mão fechada com o polegar para dentro, contra o abdome da vítima, ligeiramente acima do umbigo e abaixo do limite das costelas; agarre firmemente seu pulso com a outra mão e exerça um rápido puxão para cima; repita, se necessário, quatro vezes numa sequência rápida; procure auxílio médico. (SODERBERG, 2004, p. 34).
Em caso de envenenamento com medicamentos, plantas, produtos químicos, substâncias corrosivas:
Você pode provocar vômitos: [...] se a vítima estiver consciente; apenas nos casos de ingestão de medicamentos, plantas, comida estragada, álcool e bebidas alcoólicas. Você NÃO deve provocar vômitos: [...] se a vítima estiver inconsciente; se a substância ingerida for corrosiva ou derivada de petróleo como removedor, gasolina, querosene, polidores, ceras, aguarrás, thinner , graxas, amônia, soda cáustica, água sanitária, etc. Observação: a indução ao vômito é feita por meio da ingestão de uma colher de sopa de óleo de cozinha e um copo de água, ou estimulando a garganta com o dedo. (SODERBERG, 2004, p. 34).
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Como reconhecer se o idoso está tendo convulsões:
O cuidador deve observar os seguintes sinais: perda súbita de consciência, salivação excessiva; movimentação brusca e involuntária dos músculos; enrijecimento da mandíbula, travando os dentes; 32 Manual de Cuidadores do Idoso pode apresentar arroxeamento dos lábios e extremidades devido à dificuldade de respiração; pode ocorrer relaxamento dos esfíncteres com perda de urina e fezes. (SODERBERG, 2004, p. 34).
Como proceder em caso de convulsão:
[...] afastar a vítima de lugar que ofereça perigo, como fogo, piscina etc.; retirar objetos pessoais e aqueles que estiverem ao seu redor que possam feri-la, como óculos, gargantilhas, pedras etc.; proteger a cabeça, deixando-a agitar-se à vontade; proteger a língua, colocando uma trouxinha de pano (não forçar se os dentes estiverem travados); retirar próteses quando houver; afrouxar as roupas, se necessário; observar a respiração durante e após a crise convulsiva; procurar socorro médico. Observação: Não se deve jogar água ou oferecer algo para cheirar durante a crise. Você não precisa ter receio com a salivação ("baba") do paciente ela não é contingente. (SODERBERG, 2004, p. 35).
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10 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
Parada
cardiorrespiratória
é
a
falência
e/ou
insuficiência
do
sistema
respiratório/cardiovascular. Com a ausência do oxigênio as células do cérebro morrem em apenas dez minutos. As lesões iniciam após quatro minutos a partir da parada respiratória. Causas da parada cardiorrespiratória:
Estado de choque;
Asfixia;
Intoxicação;
Traumatismo;
Afogamento;
Choque elétrico;
Doenças referentes ao sistema cardiopulmonar.
Manifestações:
Perda da consciência;
Ausência de movimentos respiratórios;
Ausência de pulso;
Arroxeamento da pele, língua, lóbulo da orelha e base das unhas (cianose);
Pupilas dilatadas sem fotorreatividade (midríase).
Para saber se a pessoa está em parada, veja se ele está consciente perguntando se está bem, palpe o pulso em artérias, como por exemplo, a artéria localizada no pescoço, ao lado da traqueia (localize inicialmente a cartilagem tireoide ou popularmente conhecida como pomo de adão, após deslize os dedos lateralmente até conseguir palpar o pulso carotidiano).
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Realize o método VOS (ver, ouvir e sentir), observe se tem movimento na caixa torácica, ouça o que sai das narinas e sinta se tem algum movimento respiratório. Não se esqueça de observar as unhas e lábios se estão na cor arroxeada e se as pupilas estão sem fotorreação. Em caso de parada, deve-se proceder da seguinte forma, segundo Soderberg: 81
Deve-se proceder às manobras iniciais de ressuscitação cardíaca denominadas de Suporte Básico de Vida. Lembre-se que você deve agir rapidamente, pois o cérebro suporta somente até quatro minutos sem oxigenação adequada. Inicialmente, você deve colocar a vítima de costas em local plano e duro (no chão, por exemplo) e iniciar, imediatamente, enquanto providencia a equipe de Resgate, as três etapas do Suporte Básico de Vida: a) Abertura de vias aéreas. É a primeira manobra a ser executada no suporte básico de vida. Ajoelhe-se próximo à cabeça da vítima. Coloque uma mão no queixo e outra na testa da vítima, estendendo a cabeça. Nos pacientes com suspeita de traumatismo da coluna cervical (vítima de afogamento, choque elétrico e acidentes), esta manobra não deverá ser executada pelo risco de lesão da medula espinhal. Nessa situação é realizada apenas a abertura da boca, sem a extensão da cabeça. Durante todo o procedimento da ressuscitação, uma mão deverá ficar situada sempre no queixo para manter as vias aéreas livres. b) Ventilação boca a boca: Use o polegar e o indicador da mão que estava sobre a testa para fechar o nariz da vítima e impedir que o ar escape. Inspire profundamente e coloque sua boca aberta sobre a boca da vítima. Sopre o ar dentro da boca da vítima, sem deixar escapar o ar. Verifique se o peito da vítima está subindo. Observe se o peito desce, mostrando que o ar insuflado está saindo do pulmão. Repita rapidamente a manobra uma vez e observe se o paciente respira espontaneamente e se apresenta batimentos, palpando o pulso carotidiano. Caso não exista respiração espontânea repetir a ventilação boca a boca. c) Massagem cardíaca externa: Caso não seja palpado pulso carotidiano, deverá ser iniciada a massagem cardíaca externa. Você deverá estar situado de joelhos, junto ao tórax do paciente. O local correto da aplicação da massagem cardíaca externa é encontrado palpando-se o encontro das últimas costelas no centro do peito, até encontrar o esterno (osso central do tórax); neste local, são colocados dois dedos transversos e, acima deste ponto, uma das mãos é posicionada sobre o esterno e a outra sobre esta; os dedos não deverão estar em contato com o tórax. O socorrista, com os braços estendidos, deverá produzir uma depressão do esterno. A compressão do esterno é ocasionada pelo peso do movimento do tórax do socorrista. Deverá ser evitada a compressão torácica fora do esterno. (SODERBERG, 2004, p. 30-32).
11 PREVENÇÃO DE QUEDAS
Queda é uma mudança brusca de posição, não intencional, decorrente de uma causa extrínseca ao indivíduo, em geral pela presença de um fator de risco ambiental, como por exemplo, um piso escorregadio, um degrau sem sinalização ou sem corrimão, ou ainda devido a atitudes de risco. A queda pode ser analisada de acordo com a presença ou não de lesões. As quedas com lesões graves são consideradas aquelas que resultam em uma fratura, trauma cranioencefálico ou luxação; já as abrasões, cortes, escoriações e hematomas são classificados como lesões mais leves. Os idosos que são mais propensos a sofrerem quedas prolongadas são os idosos com mais de 80 anos, que possuem dificuldade em atividades de vida diária, que possuem algumas disfunções em membros inferiores, fazem uso de sedativos e residem sozinhos, ou ainda, que ficam por longos períodos do dia ou noite desacompanhados. Hoje, se busca não apenas identificar o perfil dos idosos mais vulneráveis a queda, mas também se procura discernir quais terão maior suscetibilidade a sofrer uma lesão grave, em razão desse evento ou que têm uma maior propensão a sentirem quedas recorrentes o que aumenta a probabilidade de perda de capacidade funcional, seja ela em virtude de um único evento grave ou da perda de confiança e do senso de autoeficácia o que com o passar do tempo provoca uma restrição de atividades e um decaimento na mobilidade, expondo este idoso a um maior risco de tornar-se frágil. O risco a queda soma significativamente com o avançar da idade, o que coloca esta síndrome geriátrica como um dos maiores problemas de saúde pública devido ao expressivo aumento do número de idosos na população e à sua maior longevidade, aumentando a demanda por cuidados de longa duração. Vários fatores e múltiplas causas interatuam como agentes determinantes para as quedas acidentais e recorrentes, conferindo aos profissionais de saúde, o desafio de identificar os possíveis fatores de risco modificáveis e tratar os fatores etiológicos e comorbidades presentes.
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A intervenção mais eficaz baseia-se em identificar precocemente os idosos com maior risco de sofrerem quedas e particularmente, aqueles que além do risco de queda apresentam também, maiores riscos de sofrerem lesões graves decorrentes dessa. Prevenir
quedas
é
considerado
um
procedimento
de
boa
prática
geriátrico/gerontológica, tanto em hospitais como em instituições de longa permanência, essa prática é um dos indicadores de qualidade de serviços para idosos. A prevenção a quedas é considerada também uma política pública indispensável, não somente por afetar de maneira catastrófica a vida dos idosos e de suas famílias, mas também drena montantes significativos de recursos econômico/financeiro no tratamento de suas consequências. As quedas em idosos compõem enorme problema de saúde pública, não apenas pelas consequências adjacentes, como também pelos efeitos cumulativos e repercussões incapacitantes e custosas. As quedas mais comuns entre os idosos ocorrem dentro do seu próprio lar, para preveni-las são necessários alguns cuidados, para isso, Salomão cita algumas dicas:
Na Sala e no Quarto: • Ao acordar, levante aos poucos da cama; • Para não tropeçar, cuidado com objetos deixados no meio do caminho (ex.: cadeiras, móveis, baldes, fio de telefone etc.) e animais domésticos soltos; • Cuidado com tapetes soltos, de preferência, evite-os; • Prefira usar móveis com bordas arredondadas; • Evite colchão e sofás muito macios; • Mantenha as portas dos cômodos sem trancas; • À noite, ao deitar, coloque um copo plástico com água para beber próximo à cama; • Mantenha os locais de circulação be m iluminados. Deixe uma luz acesa, caso seja necessário levantar-se à noite para ir ao banheiro; • Evite excesso de móveis num mesmo cômodo;
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• Use sofás e cadeiras com braços para auxiliar os movimentos de sentar e levantar; • Evite pisos escorregadios (molhados, encerados e outros); • Evite bancos e cadeiras para alcançar algo que esteja no alto. Se for necessário e sentindo-se seguro, use escadas com faixas antiderrapantes. Se precisar, peça auxílio; 84
• Cuidado com a altura da cama e das poltronas. Ao sentar, deve ser possível colocar os pés no chão. No Banheiro: • Cuidado com pisos molhados. Use tapetes de borracha ou faixas antiderrapantes; • Tome banho sentado em uma cadeira, se isso deixá -lo mais seguro; • Coloque barra de apoio próximo ao vaso sani tário e no local de banho (Box). Na Rua: • Ao sair para as compras, use sacolas pequenas; • Adquira o hábito de andar com sapato e/ou sandália de salto baixo com solado de borracha e proteção traseira. Quando necessário, faça uso de apoio (bengala, muleta ou andador); • Suba e desça do ônibus somente quando estiver parado; • Caminhe somente pela calçada e atravesse somente na faixa de pedestre; • Atravesse no sinal luminoso somente após os carros pararem. Olhe nas duas direções, tomando cuidado com os veículos de pequeno porte (bicicletas, motos e outros); • Evite andar nos locais próximos a obras e lugares pouco iluminados; • Procure não ostentar relógios ou joias em via pública; • Evite levar muito dinheiro na bolsa, deixando à mão o suficiente para pequenas despesas.
Na Vida Diária: • Deixe os objetos de uso frequente em locais de fácil alcance para evitar abaixar, levantar muito o braço, ficar na ponta dos pés ou subir em cadeiras; • Ao se vestir, sente-se ou apoie-se num móvel seguro; • Não ande descalço, de meias ou de chinelos. Dê preferência a sapatos fechados, com salto baixo e largo; • Pratique atividade física com orientação médica. Os exercícios inadequados podem causar danos à saúde; • Os problemas auditivos e visuais podem causar quedas, t ropeços e atropelamentos. Consulte regularmente o otorrinolaringologista e o oftalmologista; • Não use remédios sem orientação médica. Eles podem provocar efeitos colaterais como sonolência, tonteira, zumbido, falta de ar e outros. (SALOMÃO, 2010, p. 29-32).
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12 A SEXUALIDADE NO IDOSO
Para entender a sexualidade dos idosos, é necessário levar em consideração que a conduta sexual é determinada por vários princípios, tais como: cultura, religião, educação, e esses valores influenciam profundamente o incremento sexual, gerando como a pessoa vai vivenciá-lo e lidar com ele por toda a vida. As diferenças biológicas e psicológicas entre homens e mulheres são poucas, apesar disso, a sexualidade assume adjacências e se expressa de forma variada, dependendo do fato de se ter nascido homem ou mulher. Segundo Gradim (2007), o jovem de 20 anos de idade, em relação à autoafirmação, tem comportamento sexual intenso e nem sempre vai encontrar uma mulher, na mesma faixa etária, preparada psicologicamente para viver fortes emoções. Aos quarenta anos, muitas mulheres vão se libertando de uma série de amarras, melhoram a autoestima, e a função sexual passa a ser mais ativa. Nessa fase, elas têm múltiplos orgasmos, enquanto os homens da mesma idade já não têm o mesmo ritmo de quando tinham 20 anos (COSTA, 2004). Principais mitos em torno da sexualidade da pessoa idosa, segundo Leite (2005):
Pessoas idosas não têm capacidade funcional que lhe permita a realização do
ato sexual;
Os velhos não têm mais interesse sexual;
Sexo debilita;
Somente os homens velhos têm interesse, as mulheres não;
É indecente velho ter interesse por sexo;
A menopausa interrompe a vida sexual da mulher;
A impotência sexual do homem é sempre em decorrência de problemas físicos.
O interesse pela vida sexual dos idosos se deve a vários fatores, tais como:
Aumento da expectativa de vida;
Melhora da qualidade de vida;
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Para desmistificar ideias e mitos falsos sobre o tema;
Para se ter atitudes positivas em relação à pessoa idosa, em se tratando da
sexualidade;
Para maior valorização da pessoa idosa.
Mas por que falar sobre sexualidade? 87
Para se ter concepção correta do que ocorre nessa fase, sem ser repelido e sem
ter vergonha disso;
Por entender que a velhice é parte do ciclo da vida;
Por entender que a pessoa idosa tem desejos e também necessitam expressar
suas necessidades;
Por entender que a sexualidade não é privilégio apenas das pessoas mais
jovens. O conceito de que as pessoas perdem suas capacidades sexuais à medida que envelhecem não passa de um conceito equivocado. O fato é que a prática sexual, assim como várias outras atividades, se torna menos valorizadas com a idade (ALVES, 2005). Sendo assim, a redução da frequência nas atividades sexuais não significa fim da expressão ou do desejo sexual. Para Monteiro (2002), as questões relativas à sexualidade vinculam-se a fatores hormonais, emocionais e socioculturais, de forma pessoal e singular, da mesma forma que é tecida a história da subjetividade e da vida. Exercendo a função de proporcionar prazer e possibilitar a procriação. Para Vasconcellos (2004), a sexualidade está além da estremeção e do ato sexual e, para muitas pessoas, oferece a oportunidade de expressar estima, afeição, fidelidade e traz consigo a possibilidade de emoção, ternura e romance. Gradim afirma: Sair da prática sexual para a vivência da sexualidade plena exige o cultivo da intimidade, a busca de informações corretas que não se encontram em revistas populares, filmes eróticos e coisas semelhantes. O desejo, a excitação e o orgasmo, de uma forma mais ampla, possuem características psicológicas, visuais e táteis e não necessariamente genitalizadas, facilitando assim, a continuidade do encontro amoroso que pode ser vivenciado durante toda vida do ser humano, independentemente de sua idade. (GRADIM, 2007, p. 212).
O ser humano tem uma necessidade inata em trocar gestos de amor expressados por meio da compreensão, do interesse mútuo, da empatia, do toque, das carícias, de palavras afetuosas e de atenção. Na velhice, essa troca assume uma importância cada vez maior. À medida que o corpo não responde mais ao desejo, as adaptações sexuais se tornam necessárias e ajudam na sexualidade. 88
13 ESTÍMULOS NA VELHICE
Os estímulos à edificação são maiores do que os estímulos à preservação e por essa falta de política pública, entre várias ações institucionais aos pequenos núcleos familiares, a velhice é considerada para muitos um sinônimo de inutilidade. Ou seja, o tempo perpassado, o saber adquirido, as experiências tornam-se apenas memórias. Argan refere que:
[...] a memória é uma noção que legitima como cultura vivida e na qual cada experiência passada é uma virtualidade aberta. Estendendo a dimensão da memória, estende-se proporcionalmente a da imaginação. (ARGAN, 1992, p. 67).
É importante o treinamento e constante aprimoramento da memória, principalmente na terceira idade, onde este sistema tem seu declínio mais acentuado, o treinamento da memória, não a deixando ociosa, pode auxiliar a manter as mesmas habilidades de quando era mais jovem. O treinamento diário pode auxiliar a prevenir e superar debilidades que possam vir a surgir em virtude da idade, indicando modificações e adaptações no funcionamento da memória de idosos. Com o envelhecimento alguns sistemas do nosso organismo, padecem um declínio, como é o caso da memória, a memória operacional (responsável por manipular o conhecimento) e a memória episódica (acontecimentos específicos), todavia a memória semântica (glossário) evolui com a idade, isso por ela ser considerada parte da inteligência cristalizada, que faz referência ao conhecimento de mundo, sendo assim, quanto mais acrescentar informações ao longo do tempo, mais ela sofre transformações. A memória semântica forma-se a partir do uso social da linguagem. No entanto, algumas pesquisas mais recentes confirmam que ativar a memória com treinamentos específicos de raciocínio, pode promover o aprimoramento de habilidades de memória (SODERBERG, 2004).
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A manutenção da saúde mental e a atividade adequada da memória é um grande desafio, pois nem todas as habilidades da inteligência declinam, algumas são preservadas ou podem ligeiramente melhorar. Os programas e técnicas para exercício da memória têm por finalidade fortalecer os registros das informações, aperfeiçoando as funções da memória. As técnicas de aperfeiçoamento para treinamento da memória possibilitam que as informações recebidas na fase da recepção sejam melhores codificadas, permanecendo armazenadas para ser utilizadas quando necessário. Existem estratégias que permitem o aprimoramento da memória, estimulação e codificação. São essas as ferramentas para melhorar habilidades da memória. E também, para nos retornarmos responsáveis por nosso sistema de memória, focar nossa atenção em conteúdos relevantes, escolher e codificar o que precisamos e o que será usado mais tarde. Para isso, a memória deve ser preservada, estando pronta para os momentos de registro. É relevante advertir que esse cuidado não pode ser frígido e mecânico, de forma descontextualizada. A motivação é fator indispensável, pois sem ela a comunicação entre os neurônios não tem vida própria. Não existe mágica, podemos ter condutas para aprimorar o funcionamento da memória em colocação da capacidade plástica humana. Todavia, nossa capacidade de memorização tem limites e esquecer é saudável.
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14 ATIVIDADE FÍSICA DO IDOSO
O exercício físico é necessário para que o idoso possa manter-se ativo e disposto a desempenhar as atividades da vida diária, já que sua prática favorece a prevenção de quedas, reduz a ansiedade e depressão, estimulando a autoestima. A realização de atividades físicas beneficia o idoso, possibilitando-o conhecer melhor sua capacidade funcional, bem como seu corpo. Os exercícios mais recomendados para as pessoas de mais idade são as caminhadas, dança, ioga, natação, hidroginástica, hidroterapia, tênis de mesa, dentre outros (ASSIS e ARAUJO, 2004). Conforme Barros:
Atividade Física (AF) representa qualquer movimento corporal que é produzido pela contração da musculatura esquelética e que aumenta substancialmente o gasto energético. Incluindo atividades da vida diária (banhar-se, vestir-se), atividades realizadas no trabalho (andar, levantar, carregar objetos) e atividades de lazer (exercitar-se, praticar esportes, dançar). (BARROS, 2008, p. 4).
Ramos (2004) pontua que saúde da pessoa idosa é resultado de um conjunto de investimento pessoal durante toda sua vida. Enfatiza, ainda, que prevenir enfermidades como as crônicas degenerativas e as limitações funcionais resultam em fatores de produção a saúde no envelhecimento. Estudo realizado por Duarte (2004, p. 60), remete que “ a construção do caminho para viver bem a velhice depende da leitura que cada um faz pra sua vida, de suas experiências, conquistas, frustrações e convicções ”.
Nesse aspecto, os benefícios da atividade física para a saúde e longevidade são intuitivamente conhecidos. Há melhoramentos bem demonstrados sobre vários parâmetros que fingem a saúde e a longevidade. Diversos autores enfatizaram a importância da ação dos profissionais vinculados à saúde e entidades governamentais no estímulo à prática da atividade física, assim como seu ímpeto sobre a saúde pública.
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Segundo Miranda ([s.d]), em relação aos benefícios da atividade física: - Melhora da sensibilidade a insulina, levando a um melhor controle glicêmico, que pode prevenir o desenvolvimento de diabetes; - Lipoproteínas: aumento da fração HDL, diminuição da LDL, redução significativa dos triglicérides, além da redução da atividade aterogênica dos monócitos; - Composição corporal: com o envelhecimento há um aumento percentual da gordura corporal e diminuição da massa muscular. A atividade física reduz essa modificação. Além disso, ajuda a melhorar a massa óssea quando jovem e prevenir a perda na fase adulta, diminuindo o risco de fraturas; - Várias das alterações cardiovasculares e pulmonares que ocorrem com o envelhecimento normal podem ser minimizadas ou revertidas com a prática regular de AF; - Fatores hemostáticos são influenciados de várias maneiras pela atividade física, com resultado líquido de redução da atividade pró-trombótica; - Aumento na capacidade física, elasticidade e equilíbrio, diminuindo o risco de quedas; - Aumento da vasodilatação dependente do endotélio, por aumento da liberação de óxido nítrico. O exercício aeróbico regular previne a perda da vasodilatação dependente do endotélio que ocorre com o envelhecimento e restaura ao normal em adultos e idosos sedentários saudáveis; - Melhora na imunidade, que pode diminuir a incidência de infecções e possivelmente de certos tipos de câncer; - Melhora da função autonômica, com aumento da sensibilidade dos barorreceptores e da variabilidade da frequência cardíaca; - Efeitos benéficos sobre a pressão arterial sistêmica; - Um dos benefícios mais bem documentados é sobre o risco de doença coronariana e morte, havendo uma relação inversa com a prática de exercício habitual. Isso vem sendo demonstrado tanto para a prática de exercício programado, quanto para as atividades de lazer ou inseridas nas rotinas do dia. Apesar do exercício moderado já apresentar benefício sobre a
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mortalidade, aparentemente há uma relação dose-resposta, com exercícios mais vigorosos demonstrando um efeito ainda maior; - O estudo das enfermeiras sugere que a atividade recreativa confere uma proteção modesta para o câncer de mama; - Atividade física, especialmente se vigorosa facilita a interrupção do tabagismo, além de prevenir o ganho de peso que geralmente se associa; - Muito importante para os idosos são as evidências de prevenção ou retardo do declínio cognitivo.
Nas últimas décadas, observou-se significativa redução na prática de atividades físicas, e paralelamente um aumento na prevalência de obesidade. Estudos mostram que quanto maior a idade, menor a chance de o indivíduo estar engajado em algum tipo de atividade física regular. Todavia, a associação entre atividade física e saúde está bem esclarecida para a maioria da população, a maior parte é inativa completa ou parcialmente. Nas últimas décadas o fenômeno da urbanização na nossa sociedade ficou bem evidente, a qual vem acompanhada naturalmente por um estilo de vida menos ativo. Existem também riscos e barreiras individuais pautados aos exercícios. Dessa maneira, a abordagem para a prática de atividade física e prescrição de exercício deve ser realizada de maneira individual, principalmente entre os idosos. Como exposto no módulo I, o envelhecimento populacional é uma realidade fática em nosso país e em todo o mundo. Com o referido aumento do número de idosos ocorre também um maior número de doenças associadas ao envelhecimento, destacando-se as crônicodegenerativas também mencionadas anteriormente. A dependência pode ser o problema que mais afeta a condição de vida da pessoa idosa, seja para a realização de atividades da vida diária, quanto para as atividades instrumentais, que pode ocasionar ou revelar doenças neurológicas, cardiovasculares, fraturas, lesões articulares, entre outras. A atividade física regular pode contribuir de forma preponderante para evitar as incapacidades associadas ao envelhecimento. O principal objetivo deve ser voltado à promoção
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de saúde, todavia em indivíduos com patologias já instaladas a prática de exercícios deve ser mantida estritamente sob orientação de profissional qualificado para controlar a doença, evitando sua progressão, e/ou reabilitar o paciente. Não existe diferença entre homem e mulher, as atividades físicas entre esses devem ser mantidas regularmente segundo a capacidade de cada indivíduo, o ganho na força muscular nos treinamentos de resistência é similar em ambos os sexos. A qualidade de vida que desejamos para atingir a velhice de maneira saudável de certa forma é, um tanto, subjetiva e abstrata, dessa forma é difícil defini-la. Ela possui significados que diferem entre as pessoas, quem sabe, porque cada indivíduo possui seu próprio conceito do que seja qualidade de vida.
Conforme Paschoal:
Assim, qualidade é um conceito que está submetido a múltiplos pontos de vista e que tem variado de época para época, de país para país, de cultura para cultura, de classe social para classe social e, até mesmo de indivíduo para indivíduo. Mais que isso, varia para um mesmo indivíduo, conforme o decorrer do tempo e como função de estados emocionais e da ocorrência de episódios cotidianos, sócio-históricos e ecológicos [...]. (PASCHOAL, 2002, p. 80).
A prática regular de atividade física resulta em grandes benefícios para a saúde e bemestar, no entanto devem-se considerar alguns riscos, a avaliação clínica por um profissional capacitado é de fundamental importância para que os benefícios sejam maximizados e os possíveis riscos minimizados. Para toda e qualquer atividade física existe sempre alguns riscos potenciais associados, que variam de acordo com cada um, no entanto os benefícios para a saúde são enormes, que superam em todos os aspectos os riscos potenciais. Entre eles, podemos citar: lesões ortopédicas (a idade é um fator preponderante para lesões); Arritmias cardíacas (em especial nos portadores de doenças cardíacas); Infarto agudo do miocárdio (em geral indivíduos não treinados e acometidos por múltiplos fatores de risco em atividade física vigorosa); Morte
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súbita (acometimento muito raro, aproximadamente 1 para 1,5 milhão de lances em exercícios físicos). O coeficiente de atividade física que é considerado adequado para o idoso não deve ser o mesmo que para o adulto saudável. Esforços de intensidade moderada são classificados como muito vigorosos para um idoso sedentário, mesmo considerado hígido em uma avaliação inicial, é recomendado que se poupe esse tipo de exercício, dando prioridade para atividades mais leves, como caminhada, hidroginástica, etc. Uma avaliação médica antes de iniciar uma atividade física é de suma importância para todas as pessoas, principalmente para o idoso, pois é por meio dessa que é mensurado o nível das atividades, resguardando a saúde. Todas as pessoas com mais de 60 anos devem realizar avaliação médica periódica e o profissional médico que acompanha a saúde deste, deve dar a avaliação se está ou não apto para realizar atividade física. Segundo Miranda ([s.d]) algumas orientações para exercícios em idosos: - Realizar exercício somente quando houver bem-estar físico; - Usar roupas e calçados adequados; - Evitar fumo e o uso de sedativos; - Não exercitar-se em jejum. Consumir carboidratos antes do exercício; - Respeitar os limites pessoais, interrompendo se houver dor ou desconforto; - Evitar extremos de temperatura e umidade; - Iniciar a atividade lenta e gradativamente para permitir adaptação; - Hidratação adequada antes, durante e após a atividade física.
Segundo Caldas (1999), o exercício físico deve movimentar todo o corpo. Como exemplo pode-se citar a caminhada, que é o exercício mais completo, trazendo maior benefício à
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saúde e não possui contraindicação. Caminhar melhora o sistema circulatório, oferece condicionamento físico com consequente aumento da capacidade respiratória. Além disso, depois de meia hora de caminhada, o cérebro produz endorfinas, substância que geram uma sensação de prazer.
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15 ALTERAÇÕES DE MEMÓRIA, DEPRESSÃO E DEMÊNCIA
Uma das queixas predominantes entre idosos é a perda da memória. Essa é tão frequente que, presume-se que se trate de um evento normal e inexorável do processo de envelhecimento. No entanto, isso não é verdade. A perda de memória é comum, mas não normal. Melhor ainda, trata-se de um problema, por vezes, passível de tratamento e cura. Acontece que, até algum tempo, a medicina não estava instrumentalizada para compulsar adequadamente essa questão, frente a uma queixa de comprometimento intelectual, não havia nada a se fazer, ou ainda se indicava alguns produtos sem nenhuma sustentação científica, que, evidentemente, não demonstravam resultados, privando o paciente de uma avaliação geriátrica correta e do tratamento efetivo. Não existe nenhum tipo de droga que "melhore a memória". Frequentemente, a perda da memória é devida de algum fator que, se corrigido a tempo, devolve ao indivíduo a função que estava prejudicada. Um dos grandes vilões são os calmantes e remédios para dormir, os hipnóticos. Segundo Sayeg:
Os brasileiros são grandes consumidores de tranquilizantes e é extremamente comum que o uso indiscriminado dessas drogas (tendo em vista que, à medida que envelhecemos, temos maior dificuldade para eliminá-las) intoxique o usuário, levando-o a quadros graves de rebaixamento intelectual, agitação, delírio e confusão mental. A simples retirada do medicamento, muitas vezes, resolve o problema. (SAYEG, 2006, p. 1).
Embasado no Compêndio de Psiquiatria de Kaplan (1997) outro fator para a perda de memória é a depressão, o humor deprimido e a perda de interesse ou do prazer são sintomas básicos da depressão. O idoso pode dizer que se sente triste, sem esperança, “na fossa” ou inútil. O idoso ou qualquer outra pessoa que apresente quadro de depressão, frequentemente descrevem os sintomas de depressão como sendo de dor emocional lancinante.
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As pessoas deprimidas queixam-se ocasionalmente, de serem incapazes de chorar, um sintoma que se resolve espontaneamente com a melhora do quadro. Algumas dessas pessoas, às vezes, parecem não estar conscientes de sua depressão e não se queixam de uma perturbação do humor, apesar de que ostente afastamento da família, amigos e atividades que anteriormente lhe interessavam. Quase todos os pacientes deprimidos referem diminuição da energia, que implica em dificuldades para finalizar as tarefas, comprometimento na escola e no trabalho e motivação diminuída para assumir novos projetos. Demais sintomas compreendem problemas para dormir, apetite diminuído e perda de peso, agonia, mudanças nos hábitos alimentares, anormalidades menstruais e diminuição do interesse e desempenho sexual, abuso do álcool e queixas somáticas. O tratamento de estados depressivos é em sua maioria eficaz e seguro, fazendo com que a memória seja preservada, restabelecendo o sono regularizado, sem a necessidade do uso de medicamentos. Outras causas são mais silenciosas, não apresentam sintomas exuberantes e, por assim serem, são difíceis de serem diagnosticadas. Entre elas podemos citar: a redução do desempenho da glândula tireoide (hipotireoidismo), a utilização de certos medicamentos para pressão alta, gastrite, também se pode associar problemas sensoriais, tais como, a visão e em especial a audição, a ausência de estímulo sociointelectual, carência de certos nutrientes e excesso de álcool, etc. Apreende-se claramente que essa questão está distante de ser um problema insolúvel. O conhecimento é essencial para que, ao primeiro sinal de comprometimento da memória, se faça uma averiguação clínica completa, para que se identifique a causa e realize de imediato o tratamento adequado. No entanto, todos nós estamos aptos a nos esquecer de alguma coisa, isso é normal para todo ser humano. Esquecemos onde pusemos os óculos, a chave do carro, a lapiseira e até mesmo de eventos importantes como a data de aniversários de parentes, de casamento etc.
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Os esquecimentos fazem parte do nosso cotidiano e são naturalmente recebidos quando ocorrem com adultos jovens. Esses deslizes da memória não são valorizados e já estão aliados na maneira de ser das pessoas, não acarretando grandes preocupações. Quando esses episódios ocorrem com pessoas mais velhas, eles são em sua maioria mal interpretados e constantemente “rotulados” como princípio de problema mais sério. Muitos especialistas em envelhecimento já examinaram os problemas com a memória que ocorrem com pessoas idosas, determinando vários conceitos que são atualmente bem populares e comprovados cientificamente. Com o envelhecimento, nosso organismo, como um todo, depara-se com uma redução gradativa de várias funções, havendo uma maior dificuldade de armazenar algumas informações. A essa condição segundo Soderberg (2004), denomina- se “Prejuízo da Memória Associado à Idade – PMAI”, assim definido por não ter relação obrigatória com a doença, mas pelo gra dativo declínio no armazenamento de informações. O PMAI não interfere nas atividades do dia a dia e também não representa doença mental. O PMAI é passível de ser contornado eficientemente por meio de tratamento da memória, com exercícios que estimulem a atenção, com formulação de listas de tarefas, com jogos de memória, com cooptações de fatos, objeto, nome, fotos etc. As dificuldades com a memória estão associadas a inúmeras causas, sendo que as mais comuns são: a fadiga, o isolamento, a tristeza, a depressão, o estresse, o uso excessivo de álcool, de calmantes e hipnóticos, algumas doenças, falha na concentração, problemas de ordem nutricional, dentre outros. Podemos também dizer que a visão, a audição são alterações muito comuns na faixa etária avançada e que colaboram para o aparecimento de problemas voltados a memória. Em muitos casos a dieta balanceada, a interrupção de certos medicamentos, a utilização de óculos, aparelhos auditivos, a retirada de cerume dos ouvidos, dentre outras correções dos fatores desencadeantes, aquilatam substancialmente e até corrigem os transtornos da memória. Para identificarmos que os problemas de memória em pessoas idosas são um sinal de doença, podemos analisar que, ao contrário do PMAI, que não oferece piora gradativa, as
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dificuldades ou problemas sérios com a memória pioram de forma progressiva, chegando a interferir nas atividades do dia a dia. Quando a amnésia deixa de ser habitual e espontaneamente compensável com artifícios, como marcar os recados e fazer listas de compromissos, e passam então a atrapalhar as atividades do cotidiano, precisando de ajuda de terceiros. Pode-se dizer que a partir disso sim, o esquecimento passa a transformar-se em uma preocupação médica. Mesmo com a idade avançada, um comprometimento da memória a esse nível não é natural, fazendo jus a uma avaliação clínica completa para detecção da causa. Por conseguinte, é imprescindível que, ao primeiro sinal de que a memória está demonstrando falhas, se consulte um profissional da saúde, assegurando que perímetro entre o normal e a doença possa ser instituído com segurança. A doença de Alzheimer também gera graves problemas de memória. Os sinais da doença de Alzheimer iniciam lentamente e vão se agravando com o passar do tempo. Isso ocorre porque as alterações nas células nervosas no cérebro acarretam a morte de várias células cerebrais. Isso pode parecer no início um esquecimento leve, mais que com o tempo, as pessoas que possuem a doença de Alzheimer têm dificuldade para pensar com lucidez. Elas apresentam dificuldade para cumprir atividades corriqueiras como fazer compras, dirigir, cozinhar e sustentar uma conversa. À medida que a doença progride, portadores da doença de Alzheimer podem necessitar de alguém para desempenhar todas as suas necessidades (alimentação, banho, etc.). Caso o idoso ao qual você cuida esteja nos estágios iniciais ou médios da doença de Alzheimer, a utilização de medicamentos pode ajudar a retardar os sintomas, por isso procure ajuda especializada. Alguns tipos de medicamentos retardam os sintomas. Em relação à demência multi-infarto, que se assemelha a doença de Alzheimer, ela é uma categoria médica que causa graves problemas de memória. Diferente do Alzheimer, os sinais e sintomas da demência multi-infarto podem surgir de forma súbita. Isso ocorre em virtude da perda de memória ser causada por pequenos derrames ou alterações no suprimento de sangue para o cérebro. Caso o derrame pare, o idoso melhora ou fica na mesma situação por
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um vasto período de tempo. Caso tenha mais derrames, pode se agravar o quadro. Tomar cuidado para prevenir a pressão alta pode reduzir as chances de ter demência multi-infarto. Segundo Sayeg (2006), algumas dicas sobre cuidado com a memória:
Não aceite de forma passiva o declínio observado; Mantenha-se ativo: novos amigos, cursos, leitura, visitas etc.; Leia pelo menos as manchetes de um jornal diariamente; Faça palavras cruzadas dando preferência às de fácil execução; Reserve um período do dia para trabalhar a memória; Reserve um local da casa com boa iluminação e silencioso para o seu treino; Assegure-se que só será interrompido se absolutamente necessário; Mantenha uma dieta saudável, beba muito líquido e ande pelo menos 30
minutos por dia;
Evite tensões desnecessárias; Quando não entender direito o que foi dito, pergunte; Anote tudo que for importante em um caderno ou uma agenda; Participe de jogos que envolvam o raciocínio; Seja uma pessoa flexível, esteja aberto para ouvir. As pessoas que não são
flexíveis acabam sendo excluídas do seu meio social;
Quando lhe fizerem uma pergunta e não puder lembrar-se da resposta
imediatamente, não se sinta constrangido, use recursos para ganhar tempo extra para responder: sorria, ajeite os óculos, repita a pergunta, respire fundo, limpe a garganta, etc.
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16 CUIDANDO DO CUIDADOR DE IDOSOS
Os cuidados e as ações em benefício da pessoa idosa têm sido uma das prioridades deste curso. Mais do que uma atitude benevolente, o zelo à vida do idoso é um ato de amor, respeito e gratidão àqueles que nos propiciaram a base das nossas vidas. São pessoas que nos deram apoio e que, nessa fase da vida, necessitam do nosso auxílio, não só afetivamente, mas nas situações práticas do dia a dia. Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Santos elaborou em 2004 uma cartilha, sendo basicamente composto por normas e dicas eficazes, tais como: O Cuidador é um ser humano com qualidades particulares, expressas pelo forte delineio de amor à humanidade, de solidariedade e de doação. O cuidador de idoso é uma pessoa capacitada para assistenciar o idoso que apresenta limitações para realizar as atividades e tarefas da vida diária, fazendo elo entre o idoso, a família e serviços de saúde ou da comunidade. Conforme Soderberg:
É fundamental que o CUIDADOR reserve alguns momentos do seu dia para se cuidar..., descansar..., relaxar..., realizar alguma atividade física ou de lazer como: caminhada, ginástica, tricô, crochê, pinturas, desenhos, ... VEJA ALGUMAS DICAS E SUGESTÕES: 1. Enquanto estiver assistindo à TV: • movimente os dedos das mãos e dos pés para mantê-los flexíveis; • massageie os pés com as mãos, ou com rolinhos de madeira ou com bolinhas... 2. Ao se levantar pela manhã, alongue os músculos de todas as maneiras possíveis; espreguice todo o corpo... comece bem o dia... 3. Ao sentar-se por longos períodos de tempo, não se esqueça de reservar um tempo para intervalos de "exercícios". Simplesmente movendo o corpo e as juntas a cada 15 minutos...
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4. Pratique exercícios de relaxamento quando estiver perturbado, preocupado.... 5. Compressas quentes (bolsas térmicas, tecidos umedecidos em água quente) auxiliam no relaxamento muscular... 6. Ria várias vezes por dia. A risada é um maravilhoso exercício que envolve diversos sistemas e aparelhos do corpo... 7. A atividade física reduz seu cansaço, sua tensão, seu esgotamento físico e mental... SEMPRE QUE LEMBRAR, MEXA-SE... RELAXE... 8. Sempre que possível, aprenda uma atividade nova, leia um livro novo, aprenda mais sobre algum assunto de seu interesse, participe das atividades de lazer do seu bairro, faça novos amigos e peça ajuda quando precisar... torne a sua vida mais leve e saudável... 9. Alterne os cuidados com outros membros da família (ou outro cuidador) para que você possa ter um período de férias! (SODERBERG, 2004, p. 48).
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17 VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO
Existem várias formas de violência contra a pessoa idosa, dentre elas estão: a violência física, os maus-tratos psicológicos, a violência sexual, a negligência, o abandono e o abuso financeiro. Segundo Salomão (2010), estatísticas demonstram que grande parte dos casos de violência ocorre dentro de casa, ou seja, no núcleo familiar. Os abusos cometidos por parentes vão desde maus-tratos físicos e psicológicos até a apropriação de imóveis e benefícios dos idosos, que temem denunciar, por se sentirem fragilizados. Os idosos também são alvos fáceis de estelionatários, que se aproveitam de vulnerabilidade física e econômica da pessoa idosa, para aplicação de golpes em agências bancárias, lojas, ruas e transportes. Conheça alguns dos golpes mais frequentes:
Conto da Aposentadoria;
Golpe do Recadastramento Bancário;
Golpe do Reajuste Atrasado;
Assaltos em Agências Bancárias.
Principais Órgãos de defesa dos Direitos do Idoso:
Ministério Público: tem como função zelar pelos direitos de todos os cidadãos;
Conselho Estadual do Idoso: É um órgão deliberativo, que tem por função
fiscalizar a Política Estadual para a Pessoa Idosa;
Conselho Municipal do Idoso: Órgão deliberativo, que fiscaliza a Política para
pessoa idosa, similar ao Conselho Estadual do Idoso, porém em cunho municipal;
Fóruns: São instâncias de aspecto formal da sociedade civil organizada que
aglomeram diversas associações e entidades vinculadas a respeito do idoso. Têm como principal designo o estímulo ao debate do segmento e apoiar o aumento da articulação entre os órgãos governamentais e a sociedade civil. Para combater esses abusos, o Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa (CIAPI) oferece um serviço de ouvidoria que recebe denúncias pelo número 0800 282 5625 (ligação gratuita).
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18 MODALIDADES DE ATENDIMENTO AO IDOSO
A Portaria nº 2.874, de 30 de agosto de 2000 (SEAS/MPAS), determina as modalidades de atendimento à pessoa idosa e forma as condições de funcionamento das instituições e dos programas de atenção ao idoso: Centro-Dia: Espaço designado para reabilitação de idosos que residem com seus familiares, mas não dispõem de atendimento no domicílio para a realização das atividades da vida diária. O idoso fica no Centro-Dia por oito horas diárias, período que lhe são prestados serviços de saúde, fisioterapia, apoio psicológico, social e atividades ocupacionais e de lazer. Centro de Convivência: Destinado a idosos e seus familiares, que participam de atividades com duração de, no mínimo, 16 horas semanais. Nessa modalidade, são desenvolvidas ações de atenção ao idoso, de maneira a aumentar à qualidade de vida, motivar a participação, o convívio em sociedade, cidadania e a conexão entre gerações. Casa-Lar: Uma forma de habitação para grupos de idosos, especialmente os que apresentam algum tipo de dependência. Dispõe de mobília adequada e pessoa habilitada para ajudar nas necessidades diárias do idoso. Família Acolhedora: É um programa que proporciona condições para que a pessoa idosa, que é abandonada ou não tem possibilidade de conviver com a família, recebe abrigo, atenção e cuidados de alguma família cadastrada e capacitada para prestar esse atendimento. Atendimento Domiciliar: É o atendimento dado em domicílio da pessoa idosa que possua qualquer tipo de dependência, realizado por cuidadores de idosos, pelo menos, duas vezes durante a semana. Atendimento em Grupos de Convivência: Consiste em atividades diversas (recreativas, laborais, artísticas etc.), realizadas com idosos independentes, em espaços disponibilizados pela comunidade, com uma frequência regular de no mínimo 6 horas semanais.
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Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) : São instituições que prestam cuidado integral ao idoso, nos casos de abandono ou impossibilidade de convívio com a família. Essas podem ser descritas de diversas formas, tais como: amparo, asilo, lar e casa de repouso. Nessas instituições são prestados atendimentos em regime de internato, mediante pagamento ou não, durante um período predeterminado. República: É uma opção de residência para idosos autônomos, organizados em forma de grupos. É cofinanciada com recursos dos residentes, derivados da aposentadoria, do melhoramento de prestação continuada, do tributo mensal vitalícia e de outros benefícios. Atendimento Integral Institucional: É o atendimento integral, ou seja, 24 horas oferecido ao idoso que esteja em situação de abandono ou impossibilitado de conviver com a família. É realizado por instituições acolhedoras, como abrigos, lares e casas de repouso.
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19 ALGUNS DIREITOS E BENEFÍCIOS DOS IDOSOS
1991 - Lei nº 1.817 - Concedem desconto nos ingressos para espetáculos
realizados nas salas do Estado do Rio de Janeiro aos cidadãos maiores de 65 anos;
1993 - Lei nº 2.200 - Cria a Delegacia Especial de Atendimento às Pessoas de
Terceira Idade;
1995 - Lei nº 2.440 - Torna prioritário o embarque e desembarque dos maiores
de 65 anos nos transportes coletivos do estado;
1995 - Lei nº 2.454 - Obriga os cinemas localizados no Estado do Rio de Janeiro
a concederem desconto no ingresso aos cidadãos maiores de 65 anos;
1996 - Lei nº 2.536 - Dispõe sobre o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos
da Pessoa Idosa, e dá outras providências;
1996 - LEI N. 1.192 - Concede desconto à pessoa maior de 65 anos de idade e
dá outras providências;
1997 - Resolução / DPGE nº 80 - Cria o Núcleo Especial de Atendimento à
Pessoa Idosa – NEAPI;
1998 - Lei nº 2.988 - Dá preferência de tramitação aos procedimentos judiciais
em que figure como parte pessoa física com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos;
1998 - LEI Nº 2.963 - Autoriza o poder executivo a firmar convênios com as
prefeituras municipais criando os “Centros de Convivência da Terceira Idade”, e dá outras providências;
2000 - DECRETO Nº 39.813 - Cria o "Pólo Cultural da 3ª Idade do Município de
São Paulo" e dá outras providências;
2001 - LEI Nº 13.231 - Autoriza o Poder Executivo a instituir, nos municípios de
grande porte, o Programa Centro de Convivência do Idoso;
2001 - Lei nº 3.686 - Isenta os aposentados, pensionistas e portadores de
deficiência física, proprietários ou locatários de imóveis, do pagamento da Taxa de Incêndio;
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2003 - LEI Nº 10.741 - Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras
providências;
2004 - LEI Nº 3.502 - Institui a meia-entrada em estabelecimentos de
entretenimento e lazer para idosos a partir de 60 anos de idade.
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