Universidade de Lisboa Faculdade de Letras Departamento de Estudos Clássicos
Fílon de Alexandria Flaco
Tradução, Introdução e Notas Tatiana José Rodrigues Faia Dissertação de Mestrado Orientada pela Prof. Dr. Cristina !branc"es #uerreiro
Mestrado em Estudos Clássicos Edição e $radução de $e%tos Clássicos &'(' 1
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Resumo Esta mono)rafia consiste numa tradução de Flaco de Flaco de F*lon de !le%andria+ a partir do te%to fi%ado por ,. -eiter -eimer+ /erlim+ (0(12+ acompan"ada por uma introdução e notas.
Palavras-cave F*lon de !le%andria+ Flaco+ $radução+ 3uda*smo na !nti4uidade+ 5mp6rio -omano 3
!ummar" $"e present mono)rap"7 consists in a translation of P"ilo of !le%andria8s treatise Flaccus+ based upon t"e te%t establis"ed b7 ,. -eiter -eimer+ /erlin+ (0(12+ accompanied b7 an introduction and notes.
#e"$ords P"ilo of !le%andria+ Flaccus+ $ranslation+ 3udaism in !nti4uit7+ -oman Empire 4
Agradecimentos e %edicat&ria !o Professor Manuel !le%andre 39nior+ coordenador do pro:ecto Fílon de Alexandria nas Origens da Cultura Ocidental + pro:ecto em cu:o ;mbito esta tese se escreveu+ pela sua inestimável orientação em vários momentos do meu estudo da obra de F*lon. < Professora Cristina !branc"es #uerreiro+ min"a orientadora. Pela sua paci=ncia e amabilidade. Por todo o tempo 4ue dedicou a pensar comi)o as diferentes vers>es deste trabal"o. Com ela aprendi uma preciosa forma de reflectir sobre os in9meros factores 4ue influenciam as decis>es de um tradutor. < Professora ,ofia Frade+ 4ue+ de O%ford+ me permitiu o acesso a obras e documentos fundamentais sobre Flaco. < Professora !na !le%andra ,ousa+ 4ue aceitou ler partes deste trabal"o. !os de Clássicas. !os meus. Para 3os6 Pedro+ meu marido+ meu irmão+ min"a casa.
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Introdução (. F*lon de !le%andria &. O conte%to "ist?rico de Flaco &.(. ! comunidade :udaica de !le%andria no per*odo anterior a @A d.C. &.&. Os primeiros anos de soberania romana sobre !le%andria &.@. !lteraç>es nas estruturas econ?micas e sociais @. ! primeira parte de Flaco @.(. Flaco+ )overnador de !le%andria e do E)ipto @.&. !)ripa em !le%andriaB o in*cio da perse)uição @.@. O decreto de Flaco e o apo)eu da perse)uição @.. O decreto promul)ado pela comunidade :udaica e a prisão de Flaco . ! se)unda parte de Flaco 1. Embaixada a Gaio 1.(. Uma se4uela para Flaco 1.&. Uma estátua no $emplo de 3erusal6m 1.@. ! 9ltima audi=ncia concedida embai%ada G. O imperador Cláudio e a resolução do conflito G.(. Edictos promul)ados por Cláudio+ novos tumultos em !le%andria G.&. ! carta de Cláudio aos !le%andrinos e a pacificação da cidade H. Flaco e o corpus filoniano H.(. Os tratados "ist?ricos de F*lon H.&. O t*tulo do con:unto de tratados "ist?ricos H.@. O lu)ar de Flaco no corpus filoniano H.. Os diferentes t*tulos de Flaco H.1. O )6nero literário de Flaco A. Publicação de Flaco A.(. Data de composição e publicação A.&. Destinatários de Flaco 0. O te%to de Flaco 0.(. Manuscritos 0.&. Os e%certos citados por 3oão Damasceno 0.@. 5nd*cios de lacunas em Flaco 0.. Edição cr*tica utiliIada e outras ediç>es ('. Conclusão Fílon de Alexandria2 Flaco 3i4liogra5ia (. Ediç>es cr*ticas+ comentários e traduç>es de F*lon (.(. Ediç>es cr*ticas+ comentários e traduç>es de Flaco (.&. Ediç>es cr*ticas+ comentários e traduç>es de outras obras de F*lon &. Ediç>es cr*ticas e traduç>es de outros autores clássicos e biIantinos @. Outras fontes . Estudos sobre F*lon e Flaco 1. Estudos de carácter )eral Anexos !ne%o (B !l)umas fi)uras "ist?ricas de Flaco (. !)ripa 5 &. Dion*sio @. Flaco 7
)* )/ )0 )+ ) )**
. 5sidoro 1. L;mpon G. Macro H. ,e:ano !ne%o &B Corpus Papyrorum Judaicarum+ n.J(1@ !ne%o @B K NQQRS
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Introdução
)6 Fílon de Alexandria F*lon de !le%andria+ "omem em tudo notável+ irmão de !le%andre+ o alabarca+ e não ine%periente em mat6ria de filosofia. Eis al)umas das palavras de 4ue Flávio 3osefo se socorre 4uando descreve F*lon num dos dois pará)rafos 4ue l"e dedica em Antiguidades Judaicas(. Esta informação 6 tanto mais valiosa+ 4uanto #aio 39lio F*lon+ em tudo o 4ue escreveu e o corpus filoniano 6 bastante abundante2+ nos falou muito pouco acerca de si pr?prio. !s informaç>es 4ue encontramos noutros autores são+ tamb6m elas+ escassas &. F*lon+ de acordo com a Suda+ descendia de uma lin"a)em de sacerdotes e nasceu em !le%andria+ onde residia a maior comunidade de 3udeus fora da Palestina+ e onde terá vivido a maior parte do tempo+ dedicandoTse ao estudo da filosofia @. O 9nico acontecimento da sua vida de 4ue temos not*cia 6 uma via)em feita pelo autor a -oma+ como responsável pela embai%ada 4ue a comunidade :udaica enviou ao imperador #aio Cal*)ula2+ muito provavelmente no Outono de @A + de 4ue a sua obra Embaixada a Gaio Legatio ad Gaium2 nos dá testemun"o. Contudo+ como bem nota ,c"artI 1+ se atentarmos no conte%to "ist?rico em 4ue F*lon viveu e nas informaç>es de 4ue dispomos acerca da sua fam*lia+ podemos aprender um pouco mais sobre eleB como o seu pai era cidadão romano+ desde a inf;ncia+ F*lon )oIou das vanta)ens de uma educação enraiIada na cultura )re)a G. 5sto reflecteTse na sua obraB o autor dominava de forma irrepreens*vel a l*n)ua e os estilos literários )re)os e con"ecia bem os autores e fil?sofos dos Velenos. Wo corpus filoniano mencionaTse autores como !rist?teles+ /o6cio+ Dem?crito+ Di?)enes+ Xs4uilo+ Eur*pides+ Veraclito+ Ves*odo+ Vip?crates+ Vomero+ Yon+ Pan6cio+ P*ndaro+ Platão+ ,?lon+ Zenofonte+ [enão... Wão sabemos se falava o "ebraico. (
…!"#$ % &&& '$() *+ ,-$*. /$01213 4"52-$0)16 *5 *17 '".8-)916 '05":;3 <$ =.> :?"1@1:!.3 1= B,5?)13 … AJ + (A. &10T&G'2. & Como por e%emplo Eus6bio ED 55+ .&2\ ,uda+ s.v. N]^_`. @ Cf. ,uda+ s.v. N]^_`. ,obre a autencidade dos relatos de uma se)unda via)em de F*lon a -oma+ como membro de uma se)unda embai%ada+ e do seu encontro com o ap?stolo Pedro feitos por Eus6bio in E 55 (H.( e (A.A2+ cf. /o% (0@0B %%i+ n. 02. 1 n amesar &'('B 02. G Cf. C. Mond6sert in Vorbur7 et al& (0002. 9
!le%andre era+ :á se disse+ alabarca em !le%andria+ o 4ue 6 um ind*cio do prest*)io da sua fam*lia+ por4ue o alabarca era um dos responsáveis pela comunidade e uma das suas funç>es+ desde o tempo dos Ptolemeus+ seria cobrar impostos. ,abemos tamb6m 4ue era uma fam*lia muito abastada 3osefo H conta 4ue o irmão de F*lon+ em certa ocasião+ emprestou ao rei !)ripa 5 uma soma de duIentas mil dracmas2 e 4ue tin"a li)aç>es casa imperialB !le%andre foi procurador de !nt?nia+ mãe do imperador Cláudio. Um dos seus fil"os+ Marco+ )eria importantes ne)?cios com pa*ses na Iona da !rábia e da Yndia e casou com /erenice+ fil"a de !)ripa 5 A. ! morte prematura de Marco ps fim a este casamento. Wão temos 4ual4uer not*cia de 4ue F*lon ten"a tido mul"er e fil"os+ mas sabemos 4ue !le%andre tin"a outro fil"o+ $ib6rio 39lio !le%andre+ 4ue+ tendo renunciado reli)ião dos seus antepassados 0+ desempen"ou+ entre outros+ os car)os de )overnador da 3udeia em G A+ )overnador do E)ipto durante o principado de Wero+ comandante de $ito durante a )uerra na 3udeia (' e prefeito do Pret?rio em -oma. uanto a F*lon+ ele refereTse a si mesmo como sendo um ancião no primeiro pará)rafo da Embaixada a Gaio. ! via)em a -oma descrita neste tratado terá ocorrido ca& @A@0 d.C. EstimaTse 4ue o autor ten"a nascido ca& &' (' a.C. 5nfereTse esta data a partir do seu diálo)o Sobre os Animais e Animalibus2& Wele+ F*lon sur)e como um adulto :á maduro envolvido numa discussão com o seu sobrin"o+ $ib6rio 39lio !le%andre+ claramente um :ovem. Ora+ em & d.C.+ este sobrin"o tin"a idade para desempen"ar o car)o de subT )overnador da $ebaida+ mas+ em H'+ era ainda vi)oroso o suficiente para e%ercer funç>es como )eneral de $ito no cerco de 3erusal6m. ,e o nosso autor se descreve a si pr?prio como um ancião em ca& @A d.C.+ e se se infere 4ue ele era um "omem maduro na 6poca em 4ue escreve Sobre os Animais+ tornaTse plaus*vel 4ue a data de nascimento de $ib6rio se:a ca& (1 d.C+ e da* &'T(' a.C. ser uma data provável para o nascimento do seu tio. Wão sabemos 4uando morreu F*lon. O facto de o autor se referir a um acontecimento 4ue sucedeu :á durante o principado de Cláudio Legat . &'G2 dáTnos como terminus post uem o ano de ( d.C. Mas Mond6sert (( estima 4ue F*lon ten"a morrido ca& de 1'+ muito provavelmente pelo facto de+ em Sobre os Animais 1A+ o autor H
AJ + (A. (10T(G'. AJ + (0. &HGTH. 0 AJ + &'. (''. (' HJ + 1. 1TG+ G. &@H. (( n Vorbur7 et al& (000B AHA2 A
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descrever uma corrida de cavalos 4ue 6 tamb6m relatada por Pl*nio+ em istIria atural AB (G'T(G(+ onde se diI 4ue esta teve lu)ar durante os :o)os de Cláudio+ em H d.C. Em Sobre as Leis Especiais e Specialibus Legibus2 @. (T@+ F*lon 4uei%aTse de ter sido afastado do estudo da filosofia pelos cuidados da pol*tica. Wão temos not*cia de 4ual4uer envolvimento seu na vida p9blica e%cepção da4uele 4ue 6 atestado em Flaco n Flaccum2 e Embaixada a Gaio. Ora+ estes dois tratados+ pelo seu carácter "istorio)ráfico e apolo)6tico+ ocupam um lu)ar e%cepcional no con:unto do corpus filoniano+ maioritariamente constitu*do por obras de natureIa filos?fica e e%e)6tica. ,e estas obras possuem um carácter tão e%cepcional num corpus tão vasto+ 6 :usto inferir 4ue o seu conte9do estará+ tamb6m ele+ relacionado com acontecimentos e%cepcionais na vida do autor.
6 7 contexto ist&rico de Flaco 6)6 A comunidade 8udaica de Alexandria no 9eríodo anterior a * d6:6 Flaco relata a perse)uição de 4ue os 3udeus de !le%andria foram v*timas+ no ano de @A d.C.(&+ por parte das comunidades )re)a e muito provavelmente2 e)*pcia da cidade. Pela forma pormenoriIada como F*lon narra os acontecimentos+ infereTse 4ue ele viveu de perto pelo menos al)uns dos factos 4ue descreve+ o 4ue torna esta obra+ em con:unto com a sua se4uela+ Embaixada a Gaio+ uma fonte primária para a sua bio)rafia+ mas tamb6m para a "ist?ria dos 3udeus desta 6poca e para o principado de #aio. ! not*cia desta perse)uição 6 um pouco surpreendente+ por4ue+ durante o reinado dos Ptolemeus+ não temos 4ual4uer re)isto de comportamentos "ostis para com a comunidade :udaica+ embora ten"amos atestaç>es do envolvimento de 3udeus em 4uerelas pol*ticasB por e%emplo+ entre (A( e (1 a.C.+ mercenários e colonos 3udeus (&
,abemos 4ue esta 6 a data da perse)uição por4ue F*lon nos diI Flac. 1G2 4ue as oficinas dos 3udeus estavam fec"adas em sinal de luto por Drusila 4uando a multidão as pil"ou. Esta irmã de #aio morreu em (' de 3un"o de @A. $endo em conta o intervalo de tempo necessário para 4ue as not*cias c"e)assem a !le%andria+ o per*odo de luto terá decorrido durante o in*cio de 3ul"o. F*lon diITnos ainda Flac. A(2 4ue foram torturados 3udeus no teatro durante o aniversário de #aio @( de !)osto2 e 4ue os dist9rbios continuaram para lá desta data. Flaco 6 preso durante a Festa dos $abernáculos Flac& ((G2+ 4ue nesse ano terá decorrido em meados de Outubro. Por esta altura+ :á a perse)uição tin"a terminado. 11
tiveram um papel militar2 influente nas disputas dos Ptolemeus tomarem determinado partido implicava 4ue se tornassem inimi)os de outro. Mas+ de um modo )eral+ 6 se)uro afirmar 4ue 4ual4uer animosidade 4ue pudesse e%istir não seria motivada por 4uest>es raciais+ mesmo tendo em conta relatos como o 4ue encontramos em @ Kacabeus+ de resto bastante inveros*mil+ ou o tipo de discurso 4ue 3osefo atribui a M;neton @'' a.C.2+ 4ue+ 4uer se:a aut=ntico ou for:ado posteriormente+ não deve ser entendido como si)nificativo+ pois 6 4uase certo 4ue não teria circulação fora de um c*rculo restrito de sacerdotes e)*pcios. ,? nas primeiras d6cadas do s6c. 5 d. C.+ com os escritos de autores como Lis*maco+ uer6mon e pion+ 6 4ue sentimentos "ostis aos 3udeus ad4uiriram verdadeira e%pressão literária (@. !o atentarmos nas principais fontes 4ue re)istaram esta perse)uição (+ apercebemoTnos de 4ue nen"uma delas nos refere as suas causasB 3osefo limitaTse a diIer+ numa alusão muito breve aos acontecimentos+ 4ue+ no ano de @A+ "ouve tumultos entre os 3udeus e os #re)os de !le%andria. F*lon+ 4ue em Flaco nos dei%ou um relato bastante pormenoriIado dos acontecimentos+ nunca nos descreve as suas causas mais profundas. Este autor falaTnos de um rancor ancestral e+ de certa forma+ inato contra os 3udeus (1+ mas nunca nos e%plica 4uais as ori)ens deste rancor. $amb6m 3osefo (G alude a este tipo de sentimento e+ tamb6m ele+ omite as suas ori)ens. !pesar deste rancor inato+ os 3udeus "abitaram a cidade praticamente desde a sua fundação(H e+ durante o reinado dos Ptolemeus+ per*odo 4ue abran)e apro%imadamente treIentos anos+ "abitaramTna 4uase sempre de um modo pac*fico (A. (@
,obre o florescimento deste tipo de literatura no E)ipto cf. #a)er (0A1B @0T12. O pr?prio F*lon em Flac& e Legat& Flávio 3osefo+ escrevendo mais tarde+ alude a estes acontecimentos apenas num passo AJ (A. &1H2 e fala sobre este per*odo de modo disperso em HJ e CA. ! estas fontes :untaTse o papiro de uma carta 4ue Cláudio enviou para !le%andria Corpus Papyrorum Judaicarum vol. &+ n.J (1@2+ de 4ue adiante falaremos mais pormenoriIadamente. Da obra de $ácito+ principal "istoriador dos principados dos 39lioTClaudianos+ não se conservou na sua totalidade o te%to referente vida de #aio. Wo caso de D*on Cássio e ,uet?nio+ estes acontecimentos parecem estar para lá das suas esferas de interesse. !s fontes 4ue nos poderiam dar uma versão )re)a dos acontecimentos+ os c"amados Acta Alexandrinorum ou Actos dos Krtires PagMos+ cu:a parte 4ue se refere ao per*odo 4ue nos interessa está editada em CPJ + &+ (1'+ (1+ (1G a+ b+ c+ d2+ c"e)aram at6 n?s num estado demasiado fra)mentário+ embora al)uma da informação conservada se:a preciosa para uma mel"or compreensão dos acontecimentos relatados por F*lon. (1 Flac& &0. (G CA (. &@ (H 3osefo diITnos 4ue o pr?prio !le%andre concedeu aos 3udeus o direito de "abitar na cidade+ atribuindoT l"es os mesmos privil6)ios 4ue aos Maced?nios CA &.@12. F*lon afirma Flac&+ G2 4ue os 3udeus "abitavam al)umas col?nias desde a sua fundação+ para a)rado dos seus fundadores+ o 4ue poderia ser o caso da cidade de !le%andria. (A ,ão+ de facto+ escassas 4uais4uer indicaç>es de tumultos entre 3udeus e outras comunidades at6 @A d.C. Em CPJ + &+ ((+ re)istaTse um caso+ datado da primeira metade do s6c. 5 a.C. (
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,ão ind*cios da sua inte)ração o facto de ter sido necessário produIirTse a versão )re)a da /*blia Vebraica "abitualmente denominada Septuaginta2+ bem como o florescimento de toda uma literatura :udaica escrita em l*n)ua )re)a (0. ! somar a estes dados+ actualmente estimaTse 4ue+ no final do s6c. 5 a.C.+ cerca de cem mil 3udeus viveriam na cidade &'. ,e esta comunidade viveu em paI+ grosso modo+ durante os 4uase treIentos anos em 4ue a dinastia fundada por Ptolemeu ,?ter reinou sobre !le%andria e o E)ipto+ 6 le)*timo inferir 4ue as mudanças nas relaç>es entre 3udeus e #re)os terão sido+ no m*nimo+ influenciadas+ pela passa)em da soberania sobre a cidade para mãos romanas. ,abemos 4ue -oma se começou a envolver na pol*tica de !le%andria a partir de &H@ a.C.+ 4uando o senado concedeu a Ptolemeu 55 a amicitia r omana. ,ão vários os e%emplos de intervenç>es de -oma em assuntos de pol*tica interna do E)ipto+ mas interessaTnos apenas o per*odo a
partir de 11 a.C.+ altura em 4ue ocorreram os
primeiros acontecimentos 4ue foram causa de tensão entre as comunidades :udaica e )re)a. Wo ano de 11 a.C.+ #ab*nio+ le)ado de Pompeio+ comandou um e%6rcito num ata4ue contra o E)iptoB a )uarnição :udaica encarre)ada da defesa de Pel9sio+ posição estrat6)ica no Delta do Wilo+ cedeuTl"e passa)em. Pompeio tin"a sido aconsel"ado por Verodes !nt*patro+ av de Verodes+ o #rande+ a tomar esta decisão &(. Em AH+ um es4uadrão militar :udaico proveniente de Veli?polis e um outro+ oriundo de M=nfis+ a:udaram Mitridates a libertar 39lio C6sar+ 4ue se encontrava detido em !le%andria devido a uma revolta da populaçãoB este au%*lio foi prestado apesar da oposição da multidão de !le%andria+ 4ue via a presença de C6sar na cidade como um pressá)io da con4uista romana &&.
66 7s 9rimeiros anos de so4erania romana so4re Alexandria Em @' a.C.+ Octaviano con4uistou o E)ipto+ pondo fim era dos Ptolemeus e convertendo a re)ião em prov*ncia do 5mp6rio -omano. !s alteraç>es foram in9merasB o e%6rcito foi dissolvido e substitu*do por le)i>es romanas+ o palácio dos Ptolemeus passou a ser ocupado por sucessivos )overnadores+ 4ue eram escol"idos entre os (0
! este respeito cf. Collins &'''B &0TG@2. Para uma discussão mais pormenoriIada desta 4uestão cf. Delia (0AA2. &( ,obre estes acontecimentos cf. 3osefo+ AJ (. 0AT00\ /arcla7 (00GB 'T(2. && Cf. 3osefo+ AJ (. (&HT(@&. &'
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membros da ordem e4uestre e cu:a autoridade era emanada de um imperador 4ue se encontrava distante. Em suma+ !le%andria+ 4ue outrora fora a capital cultural e financeira do Mediterr;neo+ convertiaTse a)ora em capital de prov*ncia. /o% (0@0B %v2 comenta 4ue+ se os !le%andrinos desconfiavam de !nt?nio no tempo em 4ue ele era vivo+ depressa se devem ter apercebido da diferença de tom entre este romano e os 4ue se l"e se)uiram. $odavia+ importa notar 4ue Octaviano+ apesar de !le%andria ter apoiado Marco !nt?nio+ poupou a cidade &@ e concedeu aos seus "abitantes uma s6rie de privil6)ios. O territ?rio de !le%andria não estava su:eito a impostos e os terrenos 4ue os !le%andrinos possu*ssem dispersos pelo E)ipto estavam su:eitos ao pa)amento de ta%as menores. Os cidadãos estavam isentos da ".1N).:.+ o imposto cobrado sobre a população. Os sucessivos imperadores mantiveram+ como at6 então+ o acesso cidadania ale%andrina como um privil6)io e%clusivo de determinados sectores da população. ! somar a isto+ e a :ul)ar pelo 4ue nos diI Pl*nio+ o Moço &+ apenas os cidadãos de !le%andria não os E)*pcios2 podiam re4uerer cidadania romana. E%istem in9meros e%emplos de !le%andrinos 4ue se tornaram cidadãos de -oma+ 4ue prosperaram ao seu serviço e 4ue ocuparam lu)ares cimeiros na corte e na administração imperiais. Contudo+ at6 ao tempo de Caracala não temos not*cia de 4uais4uer !le%andrinos 4ue ten"am ocupado o car)o de senador de -oma. $alveI estes dados a:udem a e%plicar por 4ue motivo+ em !le%andria+ s? temos not*cia de uma sublevação contra os -omanos+ lo)o imediatamente a se)uir ocupação+ em &0 a.C. &1. Wo entanto+ al)uns sectores da população eram "ostis nova autoridade. Um dos motivos 4ue pode e%plicar esta "ostilidade poderá ser a corrupção de al)uns dos -omanos 4ue administraram a cidade durante os sucessivos principados. Mas esta animosidade não se traduIia pelo recurso viol=nciaB os !le%andrinos preferiam desautoriIar ou escarnecer dos seus )overnadores. /o% (0@0B%vii2 aponta como e%emplo paradi)mático deste tipo de comportamento o epis?dio 4ue F*lon narra em Flac& (@AT(@0&GB 5sidoro+ um #re)o 4ue ocupava um lu)ar de desta4ue na sua comunidade e era um dos c"efes da facção mais "ostil a -oma+ encoleriIado com o )overnador+ por se ter apercebido 4ue não )oIava de 4ual4uer ascendente sobre ele &@
Cf. D*on Cássio+ 1(. (H. @T. Ep&('. 1TH+ ('. &1 Estrabão+ (H. 1@. &0. &G O relato de ,6neca em ial . (&. (0+ G constitui outro e%emplo e gespasiano foi alvo de insultos semel"antes D*on Cássio+ G1. AT02. &
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se)undo F*lon2+ enc"eu o )inásio com um )rupo de desocupados Flac& @A2 4ue o insultaram em verso. ! comunidade :udaica de !le%andria+ pelo contrário+ ne)ociou prontamente com o invasor+ o 4ue não terá sido bem aceite pelos estratos da comunidade )re)a mais adversos ao dom*nio romano. Como resultado destas ne)ociaç>es+ os privil6)ios 4ue C6sar concedera aos 3udeus foram mantidos por !u)usto+ 4ue os terá mandado )ravar numa coluna de mármore e eri)ir na cidade &H. ! Diáspora+ vivendo em diferentes re)i>es do 5mp6rio -omano e estando su:eita s suas leis+ de um modo )eral+ )oIaria do direito de se reunir eou de possuir locais para reunião i&e&+ sina)o)as2\ de cumprir o costume do sabbat\ de consumir comida de acordo com os seus costumes\ de deliberar sobre os assuntos internos da comunidade e de enviar o imposto anual para o $emplo em 3erusal6m &A+ sendo 4ue esta permissão de 4ue emissários via:assem com tão vastas somas de din"eiro+ por todo o imp6rio+ era privil6)io e%clusivo das comunidades :udaicas. !l6m destas vanta)ens+ sabemos 4ue os 3udeus de !le%andria possu*am um consel"o de anciãos N5)16@.2 pr?prio+ 4ue at6 (( a.C. foi liderado por um etnarca+ e 4ue )eria as 4uest>es relacionadas com a comunidade &0. X poss*vel defender 4ue a e%ist=ncia deste consel"o terá sido uma forma de o primeiro imperador a)radecer os serviços prestados na )uerra contra Cle?patra. Contudo+ 4uando os !le%andrinos+ ou se:a+ os #re)os cidadãos de !le%andria+ pediram a !u)usto 4ue concedesse cidade o direito de ter um senado pr?prio+ este foiT l"es ne)ado@'. Os -omanos muito provavelmente temiam 4ue+ se e%istisse um consel"o )re)o+ os seus membros encora:assem sublevaç>es e actos de viol=ncia na cidade. O facto de os -omanos terem concedido aos 3udeus um senado pr?prio+ mas não aos !le%andrinos+ terá )erado tens>es entre ambas as comunidades. Uma parte dos #re)os e dos E)*pcios entenderia 4ue esta concessão era um sinal de 4ue os 3udeus tin"am desempen"ado um papel no decl*nio da cidade e do resto da re)ião e estavam a)ora a ser recompensados pela autoridade a 4uem tin"am prestado au%*lio. &H
Cf. 3osefo+ AJ (. (AA\ CA &.G'. 3osefo atribui erradamente a promul)ação dos direitos da comunidade :udaica a C6sar. ,obre esta 4uestão cf. van der Vorst &''@B &(2. &A ,abemos 4ue os 3udeus da Diáspora )oIavam destes privil6)ios atrav6s de decretos 4ue foram emitidos em seu favor e 4ue se conservaram. Para mais informação sobre esta 4uestão cf. E. P. ,anders in Fine (000B &2. &0 Para uma discussão mais pormenoriIada desta 4uestão cf. Flac. H+ nota ad locum. @' Os pedidos da parte dos !le%andrinos para 4ue !u)usto l"es concedesse um senado estão atestados em CPJ + &+ (1' &'T(0 a.C.2. D*on Cássio 1(. (H+ &2 diITnos 4ue !u)usto ordenou aos !le%andrinos 4ue se )overnassem sem senadores. X mais provável 4ue !u)usto ten"a proibido a eleição de um novo consel"o do 4ue dissolvido um :á e%istente. 15
6*6 Alteraç;es nas estruturas econ&micas e sociais $odavia+ a comunidade :udaica de !le%andria poderá não ter sido tão beneficiada pela mudança de poderes como primeira vista poderia parecer. ! presença dos -omanos tornou necessário reor)aniIar as estruturas econ?micas e sociais do E)ipto. Este processo veio acentuar as diferenças entre os E)*pcios+ aut?ctones+ e os "abitantes de ori)em )re)a. ! tentativa de estabelecer uma descrição da população+ por natureIa "etero)6nea+ 4ue constitu*a o E)ipto+ era uma tarefa ur)ente+ por4ue estava relacionada com a cobrança de impostos. Em & &@ a.C.+ !u)usto su:eitou a maioria da população do E)ipto ao pa)amento de um imposto+ a ".1N).:.+ de 4ue cidadãos romanos e )re)os estavam isentos ou pa)ariam apenas uma ta%a reduIida. Este imposto+ al6m do pesado encar)o financeiro 4ue comportava+ implicava tamb6m uma certa de)radação para 4uem era ta%ado+ uma veI 4ue acentuava as diferenças entre a4ueles 4ue possu*am o estatuto de cidadãos e os 4ue não o possu*am. Com a introdução deste imposto+ tamb6m a comunidade :udaica terá ficado su:eita a discriminar o seu estatuto c*vico. Ora+ os 3udeus )oIariam de autonomia reli)iosa e social+ mas não de direitos de cidadania completa. EraTl"es permitido manter uma or)aniIação pol*tica pr?pria+ 4ue durante o per*odo de dom*nio romano encontrou a sua e%pressão má%ima na e%ist=ncia do conc*lio de anciãos 4ue acima referimos. Os 3udeus usufruiriam+ ainda+ do direito de :ul)ar as suas causas em tribunais pr?prios+ bem como do de construir sina)o)as e de educar os seus descendentes se)undo as tradiç>es dos seus antepassados. Com a concessão destas prerro)ativas+ a autoridade romana permitiu comunidade :udaica de !le%andria viver de acordo com os seus costumes e tradiç>es ancestrais+ como de resto sucedera na 6poca ptolemaica. Os 3udeus ocupavam+ portanto+ um estatuto interm6dio+ entre os #re)os com cidadania plena e os E)*pcios+ de mais bai%o estatuto. O centro da or)aniIação c*vica :udaica era o ,1"*56Q.+ uma forma de autoT )overno+ de 4ue usufru*am diversas comunidades dispersas pelo 5mp6rio -omano+ e não
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apenas a :udaica @(. ! e%ist=ncia desta or)aniIação permitia aos 3udeus )arantir a manutenção dos direitos 4ue acima descrevemos. uer F*lon 4uer 3osefo se referem em diferentes passos a este ,1"*56Q. como ,1"?*5.@& e desi)nam os seus membros por ,1"R*.? cidadãos2. Wo entanto+ ,1"R*.? 6 tamb6m utiliIado para desi)nar cidadãos de pleno direito2 da ,"?3 + de modo 4ue este uso dos vocábulos por ambos os autores )erou uma ambi)uidade 4uanto ao verdadeiro estatuto pol*tico dos membros da comunidade :udaicaB seriam eles ,1"R*.? apenas em relação ao ,1"*56Q. :udaico ou o termo ,1"R*.? indicava tamb6m 4ue eles pertenciam ao n9mero de membros da ,"?3 h !l)uns 3udeus teriam sem d9vida estatuto de cidadãos+ mas estariam no topo da pir;mide social :udaica. ! fam*lia de F*lon+ por e%emplo+ seria um destes casos. Contudo+ a cidadania+ em sentido tradicional+ implicava participação nos cultos c*vicos de !le%andria e isto estava vedado aos 3udeusB era idolatria @@. Este facto terá contribu*do para )erar mais tensão entre #re)os e 3udeus+ pois os primeiros deveriam encarar a con:u)ação do pleno usufruto do estatuto da cidadania ale%andrina e a manutenção dos costumes reli)iosos :udaicos como uma impossibilidade. Por6m+ o sur)imento da ".1N).:. terá encora:ado al)uns 3udeus a pedirem cidadania ale%andrina. ConservaramTse documentos 4ue atestam esta situação. Um papiro do ano 1 a.C.@ 6 o rascun"o de uma petição de um 3udeu c"amado Veleno+ fil"o de $r*fon+ feita ao )overnador romano do E)ipto. Westa petição+ Veleno+ então com mais de sessenta anos+ 4uei%aTse de 4ue+ apesar de ter recebido uma educação )re)a+ l"e estava a ser ne)ada a cidadania ale%andrinaB 4ueriam cobrarTl"e o imposto 4ue era cobrado aos ".1 + aos nativos+ a ".1N).:.& Weste documento+ 6 ainda di)no de nota o facto de Veleno se ter descrito a si pr?prio como !le%andrino e de o escriba ter riscado este termo e o ter substitu*do pela e%pressão 3udeu de !le%andria. ,c"artI@1 defende 4ue+ muito provavelmente+ a primeira formulação era a 4ue Veleno dese:ava e a se)unda foi a 4ue o escriba l"e imps. Como nota este estudioso+ o papiro 6 um testemun"o+ tanto mais valioso por4ue contempor;neo de F*lon ainda 4ue @(
,obre o ,1"*56Q. :udaico de !le%andria cf. 3osefo+ AJ (+ ((H\ Carta de Aristeias+ @('. ,obre outras comunidades 4ue constitu*am ,1"?*5TQ.*. dispersos pelo 5mp6rio Uide V. ,tuart 3ones (0&GB &HT&A2\ sobre o sistema de )overno do ,1"*56Q. e as alteraç>es 4ue sofreu ao lon)o dos s6culos Uide Fer)us Millar in E. ,c"rer et al. @ (0AGB 0&T02. @& Cf.+ por e%emplo+ Flac&+ 1@. @@ Cf. @ Kac& &+ &AT@&\ /arcla7 (00GBH'2. @ Cf. CPJ + &+ (1(. @1 n amesar &''02. 17
ele fosse muito :ovem nesta data2+ da tentativa empreendida por al)uns membros da comunidade :udaica de ad4uirir o estatuto de cidadania. Um outro documento 4ue nos demonstra 4ue esta era de facto uma causa de tensão entre #re)os e 3udeus 6 um dos papiros 4ue inte)ram o corpus desi)nado por Actos dos Krtires Alexandrinos@G. Weste te%to+ um portaTvoI dos #re)os de !le%andria insiste 4ue os 3udeus deviam pa)ar a ".1N).:.+ pois não tin"am o mesmo carácter dos !le%andrinos e viviam da mesma forma 4ue os E)*pcios. Embora a maior parte dos membros da comunidade :udaica não se envolvesse nestas disputas @H+ estas terão contribu*do para piorar as relaç>es entre viIin"os.
*6 A 9rimeira 9arte de Flaco *6)6 Flaco, governador de Alexandria e do
es durante os cinco primeiros anos no car)o+ tomando+ entre outras+ a medida de dissolver as associaç>es e os clubes de !le%andria+ 4ue o autor identifica ' como focos de a)itação pol*tica e de "ostilidade comunidade :udaica. Contudo+ 4uando o imperador $ib6rio morreu e #aio+ em Março de @H a.C.+ ascendeu a imperador+ Flaco alterou radicalmente a sua conduta. !s suas anteriores alianças pol*ticas davamTl"e motivos para temer o novo imperadorB em &0+ Flaco terá desempen"ado um papel activo na condenação de !)ripina+ mãe de #aio ( e+ entre &0 e ca& @&+ at6 ser enviado para o E)ipto+ terá tomado
@G
Cf. nota (. ! lar)a maioria da comunidade :udaica era composta por art*fices e pe4uenos artesãos+ 4ue não tin"am 4ual4uer pretensão a ad4uirir o estatuto de cidadania e 4ue se ocupariam somente dos seus afaIeres 4uotidianos. Para uma discussão mais pormenoriIada desta 4uestão cf. /arcla7 (00GB 1(2. @A ,obre a data da nomeação de Flaco para o car)o de )overnador cf. -.,. -o)ers (0(2\ /runt (0H12 e van der Vorst &''@B 002. @0 Flac&+ (TA. ' Flac&+ (@1 e se)s. ( Flac&+ 0. @H
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abertamente o partido de #6melo+ neto natural de $ib6rio+ 4ue+ 6poca+ l"e terá parecido um candidato mais provável a tornarTse o novo imperador. ! morte de #6melo e em se)uida a de Macro foram )olpes devastadores para Flaco&+ 4ue dei%ou de ser capaI de lidar com os assuntos de estado com a ener)ia 4ue at6 4uele momento revelara. !percebendoTse da posição vulnerável do )overnador+ al)uns dos a)itadores mais influentes da comunidade )re)a souberam tirar partido da situação@. De acordo com o relato de F*lon+ os membros da comunidade )re)a mais "ostis aos 3udeus eram Dion*sio+ 5sidoro e L;mpon+ responsáveis tamb6m pela oposição )re)a autoridade romana. Mas entre estes estariam+ ainda+ pion e uer6mon+ nunca referidos por F*lon+ mas 4ue fariam parte da embai%ada )re)a enviada a #aio. #a)er (0A1B 02 defende 4ue estes 9ltimos ocupariam um n*vel de import;ncia mais elevado do 4ue os outros tr=s. Este )rupo de "omens terá persuadido Flaco a ser c9mplice dos actos 4ue planeavam praticar contra os 3udeus+ sob o prete%to+ talveI al)o frá)il+ de 4ue a sua coniv=ncia iria a)radar cidade de !le%andria e !le%andria+ sendo uma cidade amada pelo novo imperador+ o podia favorecer aos ol"os deste . $erá sido nesta ocasião 4ue os 3udeus confiaram a Flaco o decreto con)ratulat?rio 4ue a comunidade tin"a promul)ado em "onra de #aio+ 4uando este ascendera a imperador+ com o ob:ectivo de 4ue o )overnador o enviasse para -oma. Flaco não o enviou e terá sido esta a primeira arbitrariedade 4ue cometeu contra a comunidade :udaica. Contudo+ não 6 poss*vel avaliar 4ual o )rau de responsabilidade de Flaco nos acontecimentos descritos por F*lon+ nem determinar 4uão parcial 6 o seu relato. Varjer &''AB (@2 ar)umenta 4ue+ se o )overnador dissolveu clubes e associaç>es )re)os+ 6 poss*vel 4ue medidas semel"antes+ tomadas em relação comunidade :udaica+ ten"am sido entendidas por F*lon como um sinal de "ostilidade para com os 3udeus e não 6 provável 4ue o )overnador+ dispondo de le)i>es 4ue se encontravam estacionadas em Wic?polis+ nada tivesse feito para pr fim a uma perse)uição 4ue se prolon)ou por um per*odo tão e%tenso como o 4ue o relato de F*lon su)ere. O mesmo autor defende a "ip?tese de os -omanos terem intervindo para pr fim aos incidentes e de retaliaç>es de ambas as partes terem )erado mais viol=ncia. Wo &
Flac&D('\ Flac&D (G. Flac&D(AV&0& Cf. Flac.+ &@+ n. (G e (H. @
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entanto+ tudo leva a crer+ como abai%o veremos+ 4ue os 3udeus não possu*am armas para atacar de forma eficaI os seus viIin"os. Em relação ao facto de Flaco ter mantido em seu poder o edicto 4ue a comunidade :udaica l"e confiou a pedido de membros da comunidade )re)a+ o mesmo autor diITnos 4ue estes pactos entre oficiais romanos e elites locais eram uma prática atestada no 5mp6rio -omano e dá e%emplo do cretense Cláudio $imarco+ 4ue se )abava de depender da sua vontade os )overnadores receberem ou não o cumprimento da assembleia de prov*ncia 1. $odavia+ a decisão de Flaco de reter em sua posse o decreto promul)ado pelos 3udeus+ tanto 4uanto nos parece+ não 6 da mesma *ndole do e%emplo citado+ ainda 4ue este se:a paradi)mático em relação influ=ncia 4ue certos elementos das elites locais pudessem ter sobre oficiais romanos.
*6 Agri9a em Alexandria2 o início da 9erseguição Wo gerão de @A+ !)ripa 5 aportou em !le%andria. -e)ressado de -oma+ F*lon afirma 4ue o rei estaria apenas de passa)em+ pois preparavaTse para tomar posse do seu novo reino na Palestina. Embora o autor insista na ideia de 4ue o monarca tudo feI para 4ue a sua curta estada em !le%andria permanecesse inc?)nita+ bem como no facto de ter sido por su)estão do pr?prio #aio 4ue !)ripa tomara a4uela rota+ por4ue era a mais rápida+ contudo+ 6 poss*vel ar)umentar 4ue e%iste uma contradição no relato de F*lon. Em Flac& &AT&0+ o autor demoraTse a e%plicar todas as precauç>es tomadas pelo soberano para 4ue não o vissem a desembarcar em !le%andria. Por6m+ em Flac. @'T@&+ contaTse 4ue os #re)os procuraram e%plorar a inse)urança do )overnador e espicaçar a sua inve:a contra o rei+ diIendoTl"e+ entre outras coisas+ 4ue a passa)em de !)ripa pela cidade implicava 4ue ele+ en4uanto )overnador da prov*ncia+ fosse ultrapassado em consideração e aviltado Flac& @(2. Por6m+ a dado momento+ os interlocutores de Flaco afirmam 4ue o rei atra*a as atenç>es de tantos 4uantos viam o e%6rcito de lanceiros da sua )uarda pessoal a desfilar com as suas armas adornadas de prata e ouro Flac& @'2. ,e 6 poss*vel interpretar estas palavras como um e%a)ero+ proferido com o prop?sito de influenciar o )overnador contra a comunidade :udaica uma veI 4ue F*lon as coloca na boca de 4uem 1
$ácito+ Ann& (1.&'. 20
teria esse ob:ectivo2 6 tamb6m poss*vel entend=Tlas como contradit?rias em relação descrição do desembar4ue discreto de !)ripaB se os #re)os sabiam 4ue os lanceiros da )uarda pessoal de !)ripa possu*am armas adornadas de prata e ouro+ 6 bem provável 4ue o rei tivesse feito notar a sua presença. Outro ar)umento a favor desta "ip?tese 6 o facto de+ em Flac&+ @GT@0+ se narrar 4ue os !le%andrinos levaram o louco da cidade+ Carabás+ para o )inásio e 4ue+ uma veI a*+ o disfarçaram de rei+ parodiando em se)uida um corte:o real. Wo meio da confusão+ o louco 6 invocado pelo t*tulo de Karin+ o termo aramaico para desi)nar o soberano da Palestina. X bem poss*vel 4ue toda esta teatraliIação faça eco da recepção 4ue a comunidade :udaica poderá ter feito a !)ripa. ,e os 3udeus+ de facto+ receberam o rei de forma entusiástica+ ou pelo menos vis*vel+ isto poderá ter inspirado o desa)rado de al)uns #re)os e E)*pciosB a atitude dos 3udeus terá sido entendida como um sinal da lealdade :udaica a um rei estran)eiro+ em detrimento da consideração devida cidade 4ue os acol"era. O facto de a multidão empre)ar o termo aramaico indica não s? 4ue o alvo do insulto era+ indubitavelmente+ !)ripa+ mas si)nificará tamb6m 4ue os #re)os entendiam 4ue kt"e 3es8 first lo7alt7 as to t"e !ramaicTspeajin) ruler of Palestine G. Weste ponto do te%to começam a definirTse os tr=s elementos 4ue serão+ mais tarde+ responsáveis pela perse)uição aos 3udeusB Flaco\ os responsáveis pela oposição autoridade romana 4ue+ ao mesmo tempo+ eram tamb6m "ostis comunidade :udaica H e 4ue+ ocupando lu)ares proeminentes na comunidade )re)a+ persuadiram o )overnador+ con4uistando a sua cumplicidade 5sidoro+ L;mpon+ Dion*sio+ e eventualmente outros+ 4ue F*lon não nomeia\ a multidão+ 4ue se limitou a se)uir estes 9ltimos A. Flaco não foi capaI de punir+ ou não puniu+ os responsáveis pela imitação do corte:o real. Mas este acto+ aparentemente bastante inofensivo+ não era+ de todo+ desprovido de )ravidade. Por um lado+ !)ripa era um rei cliente de -oma+ o 4ue o colocava sobre a protecção directa desta autoridade\ mas+ por outro+ 6 muito provável 0 4ue a multidão estivesse ao corrente do motivo da anterior passa)em do rei por !le%andriaB em fu)a dos seus credores+ !)ripa diri)iraTse cidade para pedir um G
L. V. Feldman (00GB ((12. O uso do termo antiTsemita para este per*odo seria anacr?nico. Muitos autores discutem 4ual o mel"or termo para desi)nar este sentimento 6poca. Wide Daniel (0H02 sobre o anacronismo do termo antiTsemita e #a)er (0A1B (@T&@2 sobre antiTsemitismo vs. antiT:uda*smo. A Esta multidão correspondia a um )rupo espec*fico dos "abitantes da cidade+ e não sua totalidade+ cf. Flac&+ (. 0 Como nota /arcla7 (00GB 1@2. H
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empr6stimo de duIentas mil dracmas a !le%andre+ irmão de F*lon 1'. gan der Vorst &''@2+ por e%emplo+ defende 4ue o rei desembarcou em !le%andria+ em @A+ para pa)ar uma parte ou a totalidade desta d*vida 1(. ,e esta era de facto a situação+ para al)uns sectores da população nãoT:udaica de !le%andria seria bastante tentador escarnecer do monarca. Contudo+ como recorda F*lon+ mesmo 4ue não se tratasse de um insulto di)nidade de um rei+ !)ripa era ainda um ami)o pessoal de #aio e al)u6m 4ue fora distin)uido pelo senado romano com as ins*)nias de pretor 1&. Flaco deveria ter tomado medidas para punir os responsáveis e para restabelecer a ordem. Mas fec"ou os ol"osB tendoTo feito+ deu motivos aos responsáveis por este primeiro insulto para esperar 4ue a impunidade continuasse a vi)orar+ perdendo desta forma a autoridade 1@ 4ue outrora l"e permitira manter o controlo sobre a instável multidão de !le%andria. F*lon diITnos 4ue+ levada pela impunidade 4ue l"e fora concedida 1+ a multidão em f9ria passou deste ata4ue indirecto e relativamente inofensivo a violentos actos de perse)uição contra os 3udeus. /o% (0@0B %liii2 defende 4ue o acto 4ue se se)uiu foi premeditado e 4ue teve a sua )6nese na tentativa de encobrir o insulto a !)ripa. Como e%plica este autor+ 4uando os ;nimos se acalmaram um pouco+ 6 poss*vel 4ue os responsáveis pela comunidade )re)a se ten"am apercebido da )ravidade do acto 4ue fora praticado. !)ripa podia muito bem denunciar ao imperador o 4ue acontecera+ ar)umentando 4ue o insulto 4ue l"e fora feito constitu*a tamb6m um insulto autoridade 4ue o tin"a investido do poder r6)io. Er)uer estátuas de #aio nas sina)o)as poderia parecer uma forma de faIer es4uecer a )ravidade do acto praticado. Por um lado+ esse )esto seria interpretado pelo imperador como um sinal de lealdade da comunidade )re)a\ por outro+ dei%ava os 3udeus com um problema muito mais )rave em mãos do 4ue o facto de !)ripa ter sido 1'
Cf. 3osefo+ AJ (A. (@T&@0. Para uma discussão mais pormenoriIada das poss*veis motivaç>es da passa)em de !)ripa por !le%andria cf. Flac&D &A+ n. (10. 1& Flac&D '. 1@ F*lon afirma 4ue Flaco fora comprado a troco de "onras miseráveis Flac&D '2+ o 4ue corresponderá concessão de al)um tipo de "onras c*vicas. Em CPJ + &+ (1+ encontraTse preservado um papiro P& Oxy& ('A02 4ue narra uma reunião+ aparentemente secreta+ entre o )overnador e entre dois #re)os+ 5sidoro e Dion*sio+ 4ue teve lu)ar no ,erapeu. Este encontro 6 por veIes relacionado com o acordo feito entre Flaco e esta facção para 4ue ele l"es concedesse impunidade em 4ual4uer acto praticado contra os 3udeus. Para uma discussão mais pormenoriIada desta 4uestão cf. ,mallood (0G(B T12. 1 Flac&D '. 1(
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insultado11. !inda 4ue os direitos dos 3udeus l"es permitissem praticar o culto imperial em moldes diferentes dos restantes "abitantes de !le%andria+ uma veI eri)idas estátuas de #aio nas sina)o)as+ seria sempre insultuoso remov=Tlas+ por4ue eram uma representação do imperador 1G. ! somar a isto+ o acto de er)uer estátuas nas sina)o)as implicava a sua profanação1H. Em al)umas sina)o)as foram de facto eri)idas estátuas de #aio+ mas outras acabaram por ser incendiadas ou demolidas pela multidão em f9ria 1A.
*6*6 7 decreto de Flaco e o a9ogeu da 9erseguição Wa se4u=ncia dos factos referidos+ F*lon narra 4ue Flaco emitiu um decreto em 4ue declarava os 3udeus de !le%andria estran)eiros e imi)rantes 10+ o 4ue abolia os seus direitos mais importantes e a sua constituição como ,1"*56Q.G'. X muito provável 4ue os #re)os ten"am pressionado Flaco a clarificar o estatuto c*vico dos 3udeus e 4ue este decreto ten"a sido a sua resposta+ ou mesmo 4ue ele o ten"a promul)ado sob a influ=ncia dos #re)os+ se)uindo uma sua indicação e%pressa. F*lon diITnos 4ue+ aos 3udeus+ não foi concedido se4uer o direito de se defenderem de modo a tentarem revo)ar o decreto e 4ue+ pouco tempo depois+ Flaco concedeu impunidade a 4uais4uer actos de pil"a)em praticados contra a comunidade G(. ! partir deste momento+ a perse)uição atin)iria o seu apo)eu. Como nota /arcla7 (00GB1@2+ não 6 poss*vel ordenar no tempo a se4u=ncia dos acontecimentos+
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/arraclou)" (0A2 defende 4ue 6 provável 4ue a multidão ten"a sido movida mais pelo dese:o irresponsável de insultar os 3udeus tão abertamente 4uanto poss*vel do 4ue pelo receio de uma eventual punição de #aio. Uma "ip?tese não e%clui necessariamente a outra. 1G ! este respeito cf. Flac.+ (+ n. (A@. 1H Como se e%plica em Flac.+ A+ e como #aio observa em Legat&D @1H+ os 3udeus sacrificavam a Deus em intenção dos imperadores. O espaço da sina)o)a era por isso indispensável a esta prática ritual. Por6m+ uma veI profanado+ dei%ava de ser um local de culto. 1A Cf. Legat&D (@&T(@1. 10 &&&2X$163 =.> Y,Z"60.3&&& Cf. Flac.+ 1+ nota ad locum. G' ,mallood (0G(B &'2 defende 4ue+ atacando o ,1"*56Q.+ Flaco terá retirado aos 3udeus o estatuto de =[*1?=1? estran)eiros com direito de resid=ncia2+ rele)andoTos para o de 2X$1?. Com este estatuto os 3udeus tin"am direito a residir apenas num dos 4uarteir>es+ a4uele 4ue fora atribu*do aos seus antepassados e 4ue era desi)nado como 4uarteirão :udaico. /arraclou)" (0AB @&2 discorda e defende 4ue talveI os termos deste decreto não fossem tão severos 4uanto F*lon 4uer faIer crer e 4ue este ata4ue se poderá dever ao facto de os 3udeus serem em n9mero suficiente para viverem apenas num 4uarteirão da cidade. Contudo+ o 4ue F*lon nos diI não 6 4ue os 3udeus foram concentrados num 4uarteirão da cidade+ mas numa parte muito pe4uena de um ... 5\3 ]$;3 Q1R).$ 8).96*[*^$&&&+ Flac.+ 112. ! descrição apresentada em Legat&D (&T(&1 remeteTnos para a noção de 4ue os 3udeus foram de facto confinados num pe4ueno espaço de um 4uarteirão+ onde mal podiam respirar+ e não simplesmente reconduIidos a uma secção da cidade onde tivessem espaço suficiente para "abitar. G( O facto de os bens dos 3udeus terem sido pil"ados leva L. V. Feldman a su)erir 4ue o verdadeiro motivo da perse)uição foi econ?mico. ! este respeito cf. Feldman (00GB ((1T((H2. 23
por4ue os dois relatos 4ue F*lon dedica aos acontecimentos+ Flaco e Embaixada a Gaio+ apresentam inconsist=ncias na sua cronolo)ia. De acordo com a se4u=ncia da narrativa em Flaco+ os 3udeus foram e%pulsos dos locais 4ue "abitavam na cidade e concentrados no pe4ueno espaço de um 4uarteirãoB o Delta+ 4ue era a4uele 4ue os 3udeus tin"am em primeiro lu)ar ocupado. Por6m+ e por4ue eram e%cessivamente numerosos+ acabaram por se espal"ar por praias+ locais imundos e sepulcros Flac&D 1G2. !s suas oficinas e as suas casas foram pil"adas. Os "omens dei%aram de conse)uir subsistir por meio dos seus of*cios "abituais e as suas mul"eres e fil"os começaram a morrer fome G&. Este dado indicaTnos 4ue a perse)uição se terá arrastado por mais tempo do 4ue apenas al)uns dias. Uma parte dos "omens tomou a decisão de sair do espaço onde todos estavam confinados 4ue in9meros estudiosos identificam como sendo o primeiro )ueto de 4ue temos not*cia2+ para tentarem ad4uirir+ ou+ em al)uns casos mendi)ar+ os bens indispensáveis sobreviv=ncia das suas fam*lias. Foram+ por6m+ mortos pela multidão em f9ria e+ a partir deste momento+ a viol=ncia dos ata4ues aumentou de uma forma sem precedente. Muito provavelmente na data de @( de !)osto+ aniversário de #aio+ trinta e oito membros do consel"o de anciãos+ os 4ue data se encontravam em suas casas+ foram presos por ordem de Flaco. /arcla7 (00GB 12 defende 4ue isto sucedeu por4ue muitos 3udeus se terão defendido vi)orosamente+ bem como aos seus bens+ e 4ue o )overnador prendeu os membros do consel"o com base na acusação de 4ue a comunidade estava a causar dist9rbios. Os anciãos foram c"icoteados em pleno teatroB al)uns sucumbiram de imediato devido viol=ncia dos )olpes\ outros padeceram durante muito tempo. ,e este procedimento não era invul)ar en4uanto represália e%ercida contra inocentes+ s=TloTia certamente por4ue por ocasião do aniversário do imperador era costume concederTse uma amnistia+ apenas para este per*odo+ a todos os condenados. O autor salienta o pormenor de 4ue estes anciãos+ responsáveis pela comunidade :udaica+ não foram punidos com o tipo de arma reservado a "omens livres e a cidadãos de !le%andria+ como at6 a* tin"a sido costume+ mas com o mesmo tipo de c"icote utiliIado para punir os E)*pcios de mais bai%o estatuto. Wa !nti)uidade+ a diferença entre os diferentes estratos da população era vis*vel na forma como as penas :udiciais eram e%ecutadas. Collins &'''B ((A2 defende 4ue a G&
Flac&D G&. 24
proemin=ncia dada ao pormenor do tipo de c"icote utiliIado para punir a N5)16@. demonstra 4ue a 4uestão central+ para F*lon+ seria observar se os 3udeus seriam tratados como !le%andrinos ou como E)*pcios do mais bai%o estatuto Flac&D Flac&D A'2+ A'2+ o 4ue+ para este autor+ demonstra 4ue a 4uestão da cidadania estava no centro do conflito. Wo entant entanto+ o+ F*lon F*lon pod poderá erá ter destac destacado ado este este porme pormenor nor para para enu enume merar rar mais mais uma uma das implicaç>es do decreto promul)ado por Flaco. F*lon não nos diI de 4ue eram acusados os membros membros da N5)16@. 4ue foram presos e+ embora a "ip?tese defendida por /arcla7 se:a se:a bast bastan ante te plau plaus* s*ve vel+ l+ o auto autorr tamb tamb6m 6m não não alud aludee a 4ual 4ual4u 4uer er tent tentat ativ ivaa 4ue 4ue a comunidade ten"a feito para se defender dos ata4ues 4ue sofrera. ,aber se os 3udeus se defenderam ou não poderia alterar a nossa leitura dos acontecimentos. X muito provável 4ue al)uns se ten"am defendido+ mas sabemos 4ue não possu*am armas 4uando foram atacados pelos seus viIin"os. Em Flac&D A'+ narraTse 4ue o )overnador ordenou 4ue as casas dos 3udeus fossem revistadas em busca de armas e 4ue nen"uma foi encontrada. O facto de+ em ( d.C.+ depois da morte #aio+ os 3udeus terem+ de facto+ em sua posse armas+ 4ue utiliIaram para se vin)ar dos seus viIin"osG@+ torna muito provável 4ue+ se em @A tamb6m as tivessem+ o mesmo tivesse acontecido. Em se)uida+ F*lon conta 4ue as mul"eres tamb6m não escaparam viol=ncia. Esta primeira alusão s mul"eres da comunidade Flac Flac.+.+ A02 6 sempre citada+ em con: con:un unto to com com Spec&+ Spec&+ @. (G0+ 4uando se trata de discutir a condição da mul"er no 3uda*smo durante a !nti)uidade. O autor diITnos 4ue+ 4uando as "abitaç>es dos 3udeus foram revistadas+ as suas esposas+ cu:as vidas eram passadas em recol"imento dentro de casa não se apro%imando se4uer do limiar da porta2 e as suas fil"as solteiras confinadas aos aposentos aposentos das mul"eres+ evitando por pudor os ol"ares de "omens2 se viram e%postas aos ol"ares dos soldados. !lston (00HB (H&2 nota 4ue a invasão das casas dos 3udeus corresponde violação da4uilo 4ue eles teriam de mais privadoB era uma afirmação da autoridade de estran"os no 9nico espaço 4ue at6 então l"es tin"a estado vedado. ! e%posição das suas mul"eres+ 4uase sempre mantidas lon)e dos ol"ares dos "omens+ corresponderia passa)em para para uma esfera p9blica p9blica da4uilo 4ue "averia de mais privado. privado. F*lon diITnos+ em Spec. Spec. @.+ (G0+ 4ue a presença em espaços p9blicos+ lu)ares de concentração de muita )ente+ era ade4uada apenas a "omens e 4ue as mul"eres deviam G@
$c"erijover CPJ + (+ GA2 conclui 4ue entre @A e ( os 3udeus terão contrabandeado armas e enviado um reforço de "omens para !le%andria. 3osefo AJ (0+ (0+ &HAT&H02 afirma 4ue os 3udeus pe)aram em armas contra os seus viIin"os. 25
manterTse em casa+ em recol"imento+ sobretudo a4uelas 4ue não eram casadas. gan der Vorst &''@B (A'2 discute+ a prop?sito deste passo+ at6 4ue ponto esta vida em reclusão das mul"eres não corresponderia a uma formulação meramente idealiIada da realidade+ ainda 4ue esta visão se:a defendida por F*lon e por outros contempor;neos seus. O referido estudioso ar)umenta 4ue a restrição da liberdade de movimentos imposta s mul"eres não era um traço pr?prio da cultura de !le%andria no tempo de F*lon+ onde elas fre4uentemente desempen"avam um papel activo na vida p9blica. gan der Vorst diITnos ainda 4ue no 3uda*smo+ nesta 6poca+ e%istia uma )rande variedade de opini>es acerca do papel e da posição da mul"er dentro desta comunidade. Por isto mesmo+ a visão de F*lon poderá espel"ar apenas uma entre muitas G. Em Flac.+ Flac.+ 01+ narraTse 4ue tamb6m as mul"eres+ tal como os "omens+ se tornaram v*timas dos acontecimentosB tendo sido+ semel"ança de outros elementos da comuni comunida dade+ de+ e%p e%post ostas as no teatro teatro++ as 4ue aceit aceitara aram m prova provarr carne carne de porco+ porco+ foram foram libertadas+ mas as 4ue se mostraram mais resolutas+ e se recusaram a ser submetidas a esta "umil"ação+ acabaram por ser torturadas. G1 Este 6 o 9ltimo acto de viol=ncia re)istado por F*lon.
*6/6 7 decreto 9romulgado 9romulgado 9ela comunidade 8udaica 8udaica e a 9risão de Flaco Wos pará)rafos 0HT('H+ o autor menciona uma informação importante 4ue sur)e de form formaa al)o al)o tar tardi dia a na estr estrut utur uraa do trat tratad adoo GGB o facto de Flaco não ter+ deliberadamente+ enviado a #aio o decreto 4ue a comunidade :udaica promul)ara em sua "onra+ 4uando este ascendera a imperador. Weste decreto+ redi)ido e aprovado certamente antes dos tumultos na cidade+ os 3udeus de !le%andria con)ratulavam oficialmente #aio pela sua ascensão a imperador e enum enumer erav avam am as "onr "onras as 4ue 4ue a comu comuni nida dade de l"e l"e iria iria pres presta tarr em subs substi titu tuiç ição ão da participação re)ular re)ular no culto imperial+ de 4ue 4ue estava isenta isenta GH. O decreto foi confiado ao )overnador e os 3udeus pediramTl"e 4ue o fiIesse c"e)ar s mãos de #aio. Flaco prometeuTl"es 4ue o faria e 4ue o documento seria acompan"ado de uma carta sua 4ue daria testemun"o da lealdade :udaica ao imperador+ G
,obre o tema da condição da feminina em F*lon Uide ,l7 (00'2. !l)uns autores ar)umentam 4ue F*lon narra o epis?dio da tortura das mul"eres de forma deslocada na estrutura da narrativaB este passo pertenceria+ cronolo)icamente+ aos acontecimentos narrados em A1T01. Para uma discussão mais pormenoriIada desta 4uestão cf. Flac.+ 01+ nota ad locum. GG $ardia em relação cronolo)ia real dos acontecimentos. GH Cf. Flac.+ 0H+ n. &G@. G1
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mas+ na verdade reteveTo em sua posse. Citando ,mallood (0A(B &@H2+ ka 7ear later t"e 3es discovered to t"eir "orror t"at it as still in "is office at !le%andria. Wão se sabe de 4ue forma F*lon estava informado de 4ue o documento permanecera na posse de Flaco. O facto de o )overnador não ter enviado o decreto para -oma dei%ava os 3udeus+ numa situação de incumprimento para com #aio+ por4ue+ embora isentos do culto imperial+ os 3udeus+ como comunidade estran)eira estran)eira residente no 5mp6rio+ tin"am o dever de "omena)ear o novo imperador. $emendo 4ue isto causasse a #aio a impressão de 4ue a comunidade l"e era desleal+ os 3udeus pediram a !)ripa 4ue+ na 4ualidade de ami)o pessoal+ l"e fiIesse c"e)ar uma c?pia do decreto. X bem poss*vel 4ue ten"a sido o pr?prio F*lon+ ou o seu irmão+ a faIer este pedido ao rei GA. !)ripa e%pediu a c?pia+ acompan"ada de uma carta em 4ue e%plicava os motivos do atraso. Em mead meados os de Ou Outub tubro+ ro+ F*lon F*lon con contaT taTnos nos 4ue 4ue os membr membros os da comuni comunidad dadee :udaica não tin"am recuperado ainda o ;nimo para celebrar a Festa dos $abernáculos. $abernáculos. Mas+ :ustamente nessa ocasião+ c"e)ou de -oma um destacamento de soldados 4ue prendeu Flaco. Flaco. F*lon não nos indica+ indica+ por6m+ 4ue acusaç>es sobre sobre ele pendiam. pendiam. ,mallood (0A(2 defende 4ue+ se as not*cias dos tumultos em !le%andria tivessem entretanto c"e)ado a -oma+ 6 provável 4ue Flaco estivesse a ser acusado de má administração da prov*ncia G0. $amb6m 6 poss*vel 4ue as acusaç>es fossem de cariI pol*tico+ relacionadas relacionadas ou com as suas li)aç>es li)aç>es a ami)os de $ib6rio ou com com o seu apoio a #6melo. Outra "ip?tese 6 a de 4ue Flaco tivesse sido detido por não ter enviado o decreto. !inda 4ue se admita 4ue #aio pudesse entender a perse)uição como um assunto da compet=ncia do )overnador+ o 4ue o dispensava de intervir+ ou 4ue fosse+ ele pr?prio+ movido por sentimentos de "ostilidade contra os 3udeus como defende F*lon em Embaixada a Gaio2+ Gaio2+ ainda assim+ Flaco suprimira um documento 4ue l"e era diri)ido. Em -oma+ os acusadores de Flaco foram 5sidoro 5 sidoro e L;mpon Flac&D Flac&D (&12 (&12H'+ 4ue se contavam entre a4ueles 4ue o "aviam insti)ado contra os 3udeus em !le%andria. Estes+ muito provavelmente+ teriam partido para -oma pouco tempo antes da prisão do
GA
,obre esta 4uestão cf. Flac&D ('@+ n. &G0. ,obre acusaç>es de má administração de prov*ncia e seu en4uadramento :ur*dico cf. P. !. /runt (00AB 1@T012. H' ,obre 5sidoro e L;mpon cf. !ne%o (. . e 1. G0
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)overnadorB Millar (0HHB 2 aventa a "ip?tese de terem sido enviados na 4ualidade de embai%adores de !le%andria.
/6 A segunda 9arte de Flaco O relato de como o anti)o )overnador foi :ul)ado+ condenado ao e%*lio e+ finalmente+ morto por ordem de #aio ocupa toda a se)unda parte do tratado. Wele+ F*lon narra com todos os pormenores+ mesmo a4ueles 4ue ele não teria meio de saber H(+ o sofrimento de Flaco+ desde o momento em 4ue 6 condenado at6 aos seus 9ltimos dias de e%*lio na il"a de !ndros. !utores como Colson (0GH2 e Pelletier (0H&2 tendem a ver esta 9ltima parte da obra como uma ab:ecta demonstração de compraIimento da parte de F*lon+ em relação punição do )overnador+ em clara contradição com passos da obra como Flac& (&(+ onde se ne)a 4ue e%ista 4ual4uer sentimento de ale)ria pelo sofrimento infli)ido a um inimi)oB a ale)ria nasceria antes da miseric?rdia e da piedade demonstradas por Deus+ 4ue afastou um inimi)o do seu povo. Wum arti)o intitulado kScaden_reude c"eI P"ilon d8 !le%andrie H&+ galentin WijiproetIj7 prop>e uma leitura diferente. Este autor considera 4ue+ apesar de ser poss*vel ler toda a se)unda parte como uma demonstração de compraIimento pelo sofrimento de Flaco+ no entanto+ a e%pressão deste sentimento serve+ sobretudo+ pressupostos teol?)icosB ver um seu inimi)o+ 4ue tanto dano l"es causara+ cair em des)raça+ num momento em 4ue as suas v*timas tin"am ainda bem presentes os males 4ue "aviam sofrido Flac.+ (&2+ 6 interpretado por F*lon como um sinal evidente de provid=ncia divina e como a mais indubitável prova de 4ue o povo :udeu não "avia sido privado do au%*lio de Deus Flac.+ (0(2. Portanto+ este compraIimento poderá ser entendido não tanto como um fim em si pr?prio+ mas como servindo o prop?sito de fomentar um sentimento de esperança e confiança numa comunidade 4ue nos 9ltimos meses tin"a sido severamente molestada+ em )rande parte devido acção de Flaco. gan der Vorst &''@B &'&2+ defendendo a mesma posição+ afirmaB k$"eir :o7 is not about t"e miser7 of an individual person+ it is about t"e meanin) and implication of
H(
Como+ por e%emplo+ al)uns dos 9ltimos discursos de Flaco Flac&D (1H e se)s.2. g. WijiproetIj7 (00GB 0GT('02.
H&
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t"is+ namel7 t"e merciful intervation of )od. 2 "at "e aims at in t"is treatise is not to demonstrate a triump" of reven)e but of divine :ustice. Esta afirmação será tanto mais válida se tivermos em conta 4ue+ composição de Flaco+ sub:aIem preocupaç>es de *ndole teol?)ica e filos?fica+ para al6m das de *ndole "istorio)ráfica. ,e)undo WijiproetIj7+ a pr?pria estrutura do tratado parece pensada para reflectir estas preocupaç>es+ uma veI 4ue narrativa da perse)uição sofrida pelos 3udeus+ narrada na primeira parte+ corresponde uma se)undaB a4uela 4ue 6 sofrida por Flaco. ,ão muitos os passos em 4ue se estabelece um paralelo entre o sofrimento e%perimentado pelo )overnador e a4ueles de 4ue os 3udeus padeceramB depois de uma via)em e%tremamente penosa+ Flaco 6 acusado em -oma pelos mesmos "omens 4ue em !le%andria o incitaram contra a comunidade :udaica. #aio 6 para ele o mesmo :uiI parcial 4ue ele fora para os 3udeus. $al como estes "aviam sido e%propriados dos seus bens+ tamb6m Flaco o 6. Parte da rota 4ue o leva il"a de !ndros 6 comum 4ue o conduIiu a !le%andria na 6poca em 4ue se tornou )overnador da cidade o espectáculo em 4ue Flaco se converte para as cidades costeiras do Peloponeso+ medida 4ue estas iam sendo informadas da sua sorte+ prefi)ura outroB o do desfile dos membros da N5)16@.+ 4ue+ acorrentados ou amarrados+ foram conduIidos ao teatro de !le%andria. $al como os membros da comunidade :udaica se viram e%postos no teatro+ tamb6m o anti)o )overnador foi e%ibido como e%ilado na assembleia de !ndros pelos soldados 4ue para a* o escoltaram. Os )olpes 4ue recebe ao morrer são e4uivalentes ao n9mero de 3udeus 4ue por sua causa pereceram. O destino de Flaco+ como relatado por F*lon+ pertence mais ao dom*nio da criação literária do 4ue ao da "ist?ria. ! estrutura sobre a 4ual a acção de Flaco 6 narrada diITnos 4ue+ embora o seu autor tivesse descrito factos "ist?ricos+ a sua principal preocupação 6 de ordem teol?)icaB as 9ltimas palavras da obra serão eco da noção de 4ue o fim de Flaco 6 narrado desta forma não por um sentimento de compraIimento pelo sofrimento infli)ido a um inimi)o+ mas como forma de afirmar a noção de 4ue o povo :udeu não "avia sido privado do au%*lio divino.
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06 Embaixada a Gaio 16)6 =ma >se?uela@ 9ara Flaco Embora+ em Flaco+ se narre a morte do )overnador+ F*lon não relata o 4ue aconteceu a se)uir perse)uição. X num seu outro tratado+ Embaixada a Gaio+ 4ue o autor nos dá a relação de al)uns dos acontecimentos ocorridos a se)uir ao ano de @A. O )overnador 4ue sucedeu a Flaco+ gitrásio Polião+ terá conse)uido instituir um ambiente de relativa paI na cidade e a comunidade :udaica recuperou prosperidade suficiente para sacrificar "ecatombes em intenção do sucesso da campan"a de #aio na #erm;niaH@+ o 4ue nos permite inferir 4ue muito provavelmente os 3udeus terão re)ressado a suas casas e iniciado a reconstrução das sina)o)as. Wo entanto+ continuou a serTl"es ne)ado o recon"ecimento oficial do seu estatuto reli)ioso e c*vico. Duas embai%adas+ uma representando a comunidade )re)a e outra a :udaica+ foram enviadas a -oma+ com o ob:ectivo de e%por perante o imperador as reivindicaç>es de ambos os partidos. Os #re)os terão partido com o ob:ectivo de ne)ar 4ual4uer responsabilidade nos dist9rbios de @A e de e%i)ir 4ue o estatuto c*vico da comunidade :udaica permanecesse nos termos para 4ue fora rele)ado pelo edicto de Flaco. !os emissários :udeus+ animavaTos+ muito provavelmente+ o intuito de recuperar para a comunidade o seu anterior estatuto de ,1"*56Q.& Concedida a autoriIação do novo )overnador+ no 5nverno de @AT@0+ ou de @0T 'H+ as duas embai%adas partiram para -oma. ! embai%ada :udaica era liderada por
H@
Legat .+ @1G. F*lon diITnos 4ue os emissários 3udeus fiIeram a sua via)em 95?Q`$13 QX@16+ no meio do 5nverno+ Legat& (0'2. Muito provavelmente tamb6m os #re)os terão via:ado nesta altura. ! data mais provável 6 a de @A0. #aio passou o gerão de @0 na Camp;nia D*on Cássio+ 10.(H2+ mas não esteve em 5tália entre o Outono de @0 e Maio de '. ,e as embai%adas partiram em @0'+ então a primeira data para a reunião com o imperador seria Maio de '. Os dist9rbios causados pela ordem de #aio para 4ue se er)uesse a estátua no $emplo teriam de ter acontecido durante a se)unda metade de '. 5sto entra em conflito com os relatos de F*lon e 3osefo. F*lon refere Legat .+ &02 4ue os 3udeus protestaram contra o pro:ecto de #aio numa data 4ue coincide com a Primavera de '. E a data em 4ue 3osefo nos diI 4ue #aio nomeou Petr?nio )overnador da ,*ria e l"e confiou a missão de construir e er)uer a estátua coincide com o Outono de @0. Por isso+ o mais provável 6 4ue os 3udeus ten"am partido em @A@0. Para uma discussão mais pormenoriIada desta 4uestão e para ar)umentos a favor das diferentes datas cf. ,mallood (0G(B HT1'2 e Varjer &''AB (2. ,e)uimos a4ui a data proposta por Varjer+ 4ue nos parece a mais provável. 74
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F*lon e a )re)a por pion H1. Wão 6 certo 4ue tamb6m o irmão de F*lon+ !le%andre+ se contasse entre os embai%adores HG. C"e)adas a 5tália+ ambas as embai%adas tiveram de a)uardar 4ue o imperador re)ressasse da sua campan"a na #erm;nia. uando finalmente se reuniram com ele+ descobriram 4ue #aio seria muito influenciado por V6licon+ um dos seus libertos+ 4ue F*lon identifica como E)*pcio mas 4ue seria um #re)o de !le%andria e+ como tal+ favorável aos #re)os. Os membros da embai%ada )re)a terão pa)ado um suborno a V6licon Legat .+ (H&2+ para 4ue ele persuadisse #aio a mostrarTse "ostil para com os 3udeus. $amb6m a embai%ada :udaica terá+ recorrendo aos mesmos ar)umentos dos #re)os+ procurado propiciar este liberto+ mas não foi bem sucedida HH. Por esta altura+ os embai%adores 3udeus resolveram redi)ir um decreto em 4ue se apresentava uma relação do 4ue tin"am sofrido e da4uilo 4ue consideravam :usto 4ue l"es coubesse em sorte Legat .+ (HA2. Weste documento+ deveria re4uererTse 4ue fosse restitu*do comunidade o direito de isenção de participar no culto imperial+ bem como o restabelecimento dos direitos c*vicos de 4ue )oIavam antes do decreto de Flaco. $endo em conta a ambi)uidade das palavras de F*lon em Legat&D (HAHA+ ,mallood (0A(B &@2 defende a possibilidade de este decreto conter mais do 4ue um simples re4uerimento de reinstauração do estatuto de 4ue anteriormente )oIavamB poderia incluir tamb6m um pedido+ feito em nome de toda a comunidade+ de 4ue l"es fosse
H1
O n9mero de emissários 4ue nos 6 fornecido por 3osefo AJ (A. &1HTG'2+ tr=s+ estará incorrecto. F*lon Legat .+ @H'2 afirma 4ue a embai%ada :udaica era composta por cinco elementos. Wão 6+ de todo+ provável 4ue os #re)os tivessem enviado emissários em n9mero menor. ,mallood (0A(B &&2 defende 4ue+ apesar de F*lon e 3osefo não referirem a presença de L;mpon 5sidoro 6 referido+ ainda 4ue apenas uma veI+ em Legat .+ @11+ e de uma forma 4ue leva a crer 4ue ele teria um papel proeminente2 entre o n9mero de embai%adores )re)os+ 6+ contudo+ muito plaus*vel 4ue tamb6m ele inte)rasse a embai%ada+ por4ue+ 4uando em ( !le%andria torna a enviar embai%adores a -oma+ ele não se encontrava entre os elementos da dele)ação )re)a+ o 4ue su)ere 4ue não estaria na cidade para ser escol"ido para esta missão e torna plaus*vel 4ue :á tivesse sido enviado. HG 3osefo AJ (0. &HG2 refere 4ue !le%andre tin"a sido preso por #aio+ talveI por ocasião desta embai%ada. ,mallood (0A(B &@+ n. AH2 nota 4ue o sil=ncio de F*lon sobre um acontecimento como este seria al)o surpreendente. gan der Vorst &''@B 2 defende a possibilidade de !le%andre ter sido preso antes do envio da embai%ada a -oma. 5sto poderia e%plicar por 4ue motivo foi F*lon nomeado responsável pela embai%ada+ e não o seu irmão+ 4ue ocupando um car)o como o de alabarca+ seria talveI o "omem mais indicado para a c"efiar. !cresce a este ar)umento o facto de+ tanto 4uanto sabemos+ o nosso autor nunca ter ocupado car)os p9blicos e c"e)ar mesmo a 4uei%arTse Spec&+ @+ (T@2 de ter dei%ado de ter tempo para se ocupar da filosofia+ devido inve:a+ 4ue o lançara a um mar de cuidados civis. Ora+ F*lon diITnos 4ue a inve:a :$13 2 6 o sentimento 4ue está na ori)em da viol=ncia contra a comunidade :udaica cf. Flac&D &0T@'2+ o 4ue nos permite inferir 4ue este passo será uma alusão s implicaç>es 4ue os dist9rbios de @AT ( tiveram na sua vidaB se o seu irmão estivesse preso+ F*lon dificilmente se poderia recusar a ser o c"efe da embai%ada. HH Cf. Legat .+ (HA. HA …N).QQ.*5R1$ N+) /0125$ '$.017$.? . =5:.".?0^ *T,1$ ,5)?X91$ f$ *5 Y,[1Q5$ =.> f$ *695R$ 2?17Q5$ Legat&D (HA2. 31
concedida a cidadania )re)a+ uma veI 4ue era o imperador 4ue decidia 4uem podia inte)rar o con:unto de cidadãos de !le%andria.
066 =ma esttua no Tem9lo de Jerusalém !o c"e)ar a -oma+ #aio concedeu embai%ada de F*lon uma primeira audi=ncia muito breve+ como de resto sucedeu com todas as outras embai%adas 4ue entretanto se acumularam a)uardando o seu re)resso. Por6m+ 4ual4uer aspiração 4ue a comunidade :udaica tivesse de alcançar um estatuto i)ual ou superior 4uele de 4ue anteriormente "avia )oIado foi severamente posta em causa 4uando+ durante o gerão e ainda espera de 4ue o imperador l"es concedesse uma se)unda audi=ncia+ receberam a not*cia de 4ue #aio tencionava eri)ir uma estátua sua no $emplo de 3erusal6m+ convertendoTo assim num altar do culto imperial. Esta resolução colocava ainda em causa a den9ncia 4ue a embai%ada devia apresentar sobre a vandaliIação das sina)o)as de !le%andria. O )rupo de embai%adores por 4ue F*lon era responsável encontravaTse a)ora numa posição e%tremamente precária. Como podiam os seus membros informar o imperador de 4ue o espaço sa)rado das suas sina)o)as tin"a sido violado e pedir isenção do culto imperial+ se o pr?prio imperador pretendia eri)ir uma estátua sua no templo em 3erusal6mh Embora a decisão de #aio possa nascer do dese:o 4ue o imperador alimentava de ser venerado como um deus+ 4ue l"e 6 atribu*do por F*lon H0 e por outras fontes A'+ importa conte%tualiIáTla. Esta resolução terá sido imposta Palestina+ em primeiro lu)ar+ como punição pelos dist9rbios 4ue ocorreram na cidade de 3amnia+ onde al)uns "abitantes+ 4ue não eram de ori)em :udaica+ resolveram er)uer um altar a #aio A(. X poss*vel 4ue al)uns elementos da população tivessem sido movidos pelo mesmo dese:o de provocar os seus viIin"os 3udeus 4ue ori)inou os dist9rbios de @A em !le%andria. Mas+ 6 i)ualmente provável 4ue+ se este altar foi eri)ido no 5nverno de @0T '+ os )entios de 3amnia o tivessem er)uido em intenção de uma boa campan"a de #aio na #erm;nia. Contudo+ os 3udeus+ indi)nados com um )esto 4ue+ para eles+ si)nificava a violação do carácter sa)rado da Palestina+ demoliram o altar Legat .+ &'&2. O imperador foi informado deste incidente numa altura em 4ue :á sabia 4ue os 3udeus de !le%andria se opun"am a 4ue se eri)issem estátuas suas nas sina)o)as. H0
Legat . passim& Cf.+ por e%emplo+ D*on Cássio+ 10. &G+ 1\ ,uet.+ Cal . &&. A( Legat&D &''. A'
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,mallood (0G(B &G2 defende 4ue+ se estes dois acontecimentos+ isolados+ podiam ser vistos como uma li)eira perturbação da paI+ os dois :untos+ tendo ocorrido com cerca de deIoito meses de diferença+ podem muito bem ter sido entendidos por #aio como sinais da deslealdade :udaicaB o imperador poderá ter tomado esta decisão como forma de punir o 4ue entendeu ser um acto de insurreição. Wo entanto+ Petr?nio+ então )overnador da ,*ria+ terá de imediato compreendido 4ue a conse4u=ncia de se eri)ir uma estátua de #aio no $emplo seria a revolta dos 3udeus da prov*ncia A&. Perante este dilema+ o )overnador adoptou a solução mais prudenteB contemporiIar. Ponderando os riscos 4ue isto representava para si pr?prio e para a re)ião por 4ue era responsável+ atrasou o mais 4ue pde o processo de construção da estátua+ at6 4ue o rei !)ripa+ por meio de uma carta+ conse)uiu demover o imperador da sua intenção A@. Pouco tempo depois do seu re)resso a -oma para a ovação de @( de !)osto+ em "onra das suas campan"as na #ália e na #erm;nia+ e muito provavelmente :á depois de ter revo)ado as ordens 4ue tin"a dado para 4ue se er)uesse a estátua no $emplo+ #aio concedeu aos 3udeus a se)unda audi=ncia 4ue l"es "avia prometido. 16*6 A Bltima audiCncia concedida D em4aixada F*lon descreveTnos este se)undo encontro com #aio como uma farsa+ com as embai%adas a se)uirem o imperador de um lado para outro+ en4uanto ele e%aminava as suas propriedades entre Mecenas e L;mia A e discutia as alteraç>es 4ue nelas planeava faIer. Contudo+ como notou ,mallood (0A(B &2+ o imperador de facto terá procurado escutar al)umas das 4uest>es 4ue l"e foram colocadas e Varjer &''AB (H2 defende 4ue as palavras de F*lon em Legat .+ @GHA1 su)erem 4ue o imperador confirmou a isenção dos 3udeus do culto imperial. F*lon contaTnos 4ue+ temendo pela vida+ a embai%ada foi traIida presença do imperador para e%pr o seu caso. #aio interpelouTos+ afirmando 4ue pertenciam ao povo 4ue se recusava a recon"ec=Tlo como um deus+ 4ue+ em veI de l"e diri)irem os seus sacrif*cios+ sacrificavam a uma outra divindade em sua intenção e per)untouTl"es+ em A&
Legat .+ &'0. Legat .+ @@@. A Legat .+ @1(. «!piedandoTse de n?s+ Deus abriuTl"e o coração miseric?rdia. A@
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se)uida+ por4ue se abstin"am eles de comer carne de porco AG. ,atisfeito com a resposta 4ue l"e foi dada+ de 4ue diferentes povos tin"am diferentes costumes+ pediuTl"es então 4ue o elucidassem sobre as suas reivindicaç>es+ mas tornou a distrairTse com assuntos relacionados com a remodelação das suas propriedades. ,e)undo F*lon+ o imperador dispensouTos+ concluindo 4ue eles não eram "omens perversos mas sim infeliIes e tolos por não acreditarem na sua natureIa divina AH+ sem c"e)ar a conceder uma audi=ncia apropriada embai%ada e sem proferir 4ual4uer veredito.
+6 7 im9erador :ludio e a resolução do con5lito +6)6 es no sentido de repor a ordem na cidade. Wa verdade+ um pouco antes de Março+ :á Cláudio começara a lidar com o problema da comunidade :udaica de !le%andria+ muito provavelmente com al)uma influ=ncia de !)ripa 4ue desempen"ou o papel de mediador entre Cláudio e o senado na altura em 4ue este ascendeu ao imp6rio A02 e do irmão deste+ Verodes. O novo imperador terá permitido a ambas as embai%adas 4ue e%pusessem perante si as suas causas e+ ap?s deliberar+ redi)iu um edicto 4ue 6 reproduIido por 3osefo0'. Contudo+ o te%to 4ue este autor cita deve ser lido cum grano salis. 3osefo narra 4ue Cláudio emitiu o edicto a pedido de !)ripa e Verodes e 4ue nele os direitos de 4ue a comunidade :udaica )oIava antes dos incidentes de @A foram recon"ecidos e reinstaurados. Weste documento+ ambas as facç>es eram advertidas para AG
Legat .+ @G(. Legat .+ @GH. AA 3osefo+ AJ (0. &HAT0. A0 D*on Cássio+ G'.A+ &. 0' AJ (0. &HATA1. AH
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4ue não causassem novos dist9rbios. Um outro edicto+ nos mesmos termos+ foi enviado para a ,*ria+ uma veI 4ue tamb6m na cidade de !ntio4uia se tin"am re)istado acontecimentos semel"antes aos de !le%andria 0(. Por meio deste edicto+ os direitos reli)iosos e pol*ticos de 4ue os 3udeus )oIavam+ antes de o decreto de Flaco os revo)ar+ eram restabelecidos+ mas nele não e%iste 4ual4uer refer=ncia concessão de direitos de cidadania )re)a aos 3udeus+ muito provavelmente por4ue apenas um sector da comunidade teria esta aspiração e por4ue+ para a pr?pria embai%ada e para !)ripa+ seria mais ur)ente a restauração do estatuto de ,1"*56Q.& Wo entanto+ 3osefo+ ao reproduIir o edicto de Cláudio+ afirma 4ue nele se promul)avam para os 3udeus direitos i)uais aos dos !le%andrinos 0&. ! carta 4ue Cláudio envia para !le%andria contradiI esta afirmação. Embora o imperador+ al)uns meses depois+ ten"a emitido um novo edicto+ de natureIa semel"ante a este e 4ue se aplicava a todas as comunidades 3udaicas dispersas pelo imp6rio+ edicto esse 4ue tamb6m terá sido enviado para !le%andria 0@+ contudo+ a tensão entre as comunidades persistiu e+ por essa altura+ os 3udeus atacaram os seus viIin"os. Como acima referimos+ depois de o )overnador pr fim viol=ncia+ os #re)os pediram para enviar a -oma uma nova embai%ada+ de modo a denunciarem perante o imperador este novo ata4ue. Os 3udeus tin"am a)ora raI>es para temer 4ue Cláudio l"es retirasse o seu apoio e enviaram+ tamb6m eles+ uma ou duas novas embai%adas 0. Estas embai%adas representariam diferentes sectores da comunidade :udaica+ diferentes at6 da4uele a 4ue a embai%ada de F*lon daria voI. Como aponta /arcla7 (00GB 1H2+ se a "ostilidade )re)a tin"a fal"ado em cumprir in9meros ob:ectivos+ não fal"ara+ contudo+ em dividir os 3udeus. Provavelmente+ o atraso de #aio em proferir uma decisão terá )erado desconfiança em al)uns sectores da comunidade. 5sto+ aliado sua decisão de eri)ir uma estátua no templo em 3erusal6m+ terá sido um sinal do fracasso da embai%a liderada por F*lon e terá dividido a opinião da comunidade em 0(
AJ (0+ &H0. AJ (0+ &A(. 0@ AJ (0+ @('. 0 ,abemos+ pela carta 4ue Cláudio posteriormente envia para !le%andria+ 4ue duas embai%adas :udaicas compareceram perante o imperador. Uma "ip?tese defensável+ mas menos provável em face da irritação de Cláudio perante o facto+ 6 a de 4ue a se)unda embai%a :udaica se ten"a cruIado com a embai%ada de F*lon+ ainda em -oma. Outra possibilidade+ e a mais plaus*vel+ 6 a de 4ue a primeira embai%ada+ enviada a #aio+ entretanto tivesse re)ressado e a comunidade+ demasiado dividida entre si+ tivesse enviado duas embai%adas+ em representação de cada uma das partes então em lit*)io. 0&
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relação eficácia de uma liderança moderada e e%ercida por 3udeus socialmente aculturados. O violento ata4ue contra os seus viIin"os+ bem como a opção pelo envio de uma se)unda embai%ada+ podem ser entendidos como sinais da nova disposição a)ressiva 4ue então deveria )rassar entre al)uns sectores da comunidade. !dmitindo 4ue os 3udeus+ demasiado divididos entre si+ enviaram duas novas embai%adas+ ,mallood (0A(B &A2 defende 4ue uma delas representaria a minoria "eleniIada 4ue teria aspiraç>es cidadania )re)a e 4ue a outra daria e%pressão maioria ortodo%a+ 4ue pretenderia apenas manter o statu uo de 4ue tin"a usufru*do at6 então. uanto nova embai%ada )re)a+ esta impressionava pelo n9mero de elementos 4ue a compun"am+ doIe+ e pela cultura dos seus embai%adores. Os seus nomes encontramTse conservados no papiro 4ue 6 uma c?pia da carta 4ue Cláudio enviou para !le%andria. ! maior parte deles fre4uentava o c*rculo de intelectuais )re)os de !le%andria e vários estavam li)ados ao Museu. ,eis eram cidadãos romanos e dois deles muito provavelmente ascenderam cidadania depois de terem feito parte desta embai%ada01.
+66 A carta de :ludio aos Alexandrinos e a 9aci5icação da cidade Ouvidas as embai%adas+ a resposta de Cláudio foi dada numa carta 0G posteriormente enviada para !le%andria+ de 4ue se conservou uma c?pia 4ue 6 talveI o mais importante documento 4ue possu*mos sobre a "ist?ria da comunidade :udaica no E)ipto0H. Esta carta foi primeiro lida em !le%andria e depois copiada e enviada para o resto do E)ipto. Uma das c?pias foi preservada e descoberta na re)ião do Faium. O te%to preservouTse entre os documentos de um E)*pcio "eleniIado+ de nome Wem6sio. Wem6sio era um colector de impostos na cidade de Filad6lfia e não tin"a 4uais4uer li)aç>es cidade de !le%andria. Wo entanto+ vários dos seus ami)os e concidadãos tin"am ne)?cios nesta cidade e um deles revela fortes sentimentos contra os 3udeus 0A. 01
Para uma descrição mais pormenoriIada dos elementos desta embai%ada cf. Varjer &''AB &HT&02. -eproduIimos a carta em ane%o+ na edição de $c"erijover Fujs CPJ + &+ (1@2. Cf. !ne%o &. 0H CPJ + &+ (1@ P& Lond& (0(&2. Este documento foi publicado pela primeira veI em (0&+ por V. 5. /ell+ em Jehs and Cristians in Egypt . Para uma lista da biblio)rafia sobre o documento subse4uentemente publicada cf. CPJ + &+ (1@. 0A CPJ + &+ (1&. 0G
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Varjer &''AB &12 defende 4ue o facto de Wem6sio ter copiado a carta será um ind*cio de 4ue a "ist?ria das embai%adas )oIava de )rande popularidade e de 4ue a população do resto do E)ipto+ não apenas a de !le%andria+ tin"a um interesse activo em se)uir a disputa entre #re)os e 3udeus. ! c?pia foi feita a t*tulo privado+ no verso de um papiro 4ue :á tin"a sido usado para re)istar impostos. O )re)o foi copiado de forma descuidada e 6 em muitos pontos amb*)uo ou ininteli)*vel. !l)umas omiss>es+ como por e%emplo a do nome dos embai%adores :udeus+ su)erem 4ue a carta poderá ter sido editada para apresentar em desta4ue as partes mais favoráveis aos #re)os. ! data do documento 6 omitida+ mas no edicto em 4ue L. Em*lio -ecto ordena a sua afi%ação+ e 4ue ocupa as primeiras treIe lin"as D está assinalado o dia ( de eos Sebastos+ ou se:a+ ( de Wovembro de (2. !s lin"as iniciais são ocupadas pela enumeração dos doIe elementos 4ue compun"am a se)unda embai%ada )re)a e pelas tradicionais f?rmulas de cortesia diplomática. O imperador refereTse em se)uida s "onras 4ue l"e "aviam sido concedidas pela cidade e aos pedidos 4ue os !le%andrinos l"e tin"am endereçado. Wão sur)e+ contudo+ 4ual4uer alusão a 4uais4uer ofertas de cortesia diplomática 4ue tamb6m os embai%adores :udeus devem ter apresentado. Wa parte central da carta+ Cláudio ocupaTse dos 9ltimos dist9rbios 4ue tin"am ocorrido na cidade. O imperador começa por admoestar ambos os partidos+ declarandoTse indi)nado com a4ueles 4ue "aviam renovado o conflito. Os !le%andrinos são e%ortados a comportaremTse de forma )entil para com os 3udeus+ 4ue "á muito "abitavam na mesma cidade. XTl"es ordenado 4ue respeitem os seus costumes ancestrais e 4ue l"es permitam viver se)undo as suas tradiç>es+ uma veI 4ue este era um direito 4ue remontava ao tempo de !u)usto e fora por este sancionado. O imperador 6 tamb6m claro e firme nas suas disposiç>es 4uanto aos 3udeusB estes não deveriam tentar obter mais do 4ue :á possu*am 00 nem procurar participar nas provas atl6ticas or)aniIadas no )inásio (''. 5sto si)nificará 4ue 4uais4uer aspiraç>es 4ue 00
&&&.> j160X1?3 0k B$*?=)63 =5"5T#? Q^0X$ ,"Z#? f$ ,)1*X)1$ /@91$ ,5)?5)N[5@*.?&&& O sentido desta frase depende+ evidentemente+ do estatuto de 4ue os 3udeus )oIassem antes de a carta ser emitida+ mas 4uase certamente a4uilo 4ue parte da comunidade dese:aria obter era a cidadania. ('' $c"erijover defende 4ue e%istem tr=s motivaç>es poss*veis para Cláudio proibir os 3udeus de participar em concursos presididos por )imnasiarcas e cosmetasB por4ue estes eram reservados apenas a cidadãos\ como forma de impedir os 3udeus de participar na eleição destes ma)istrados\ para impedir os 3udeus de atacar a população 4ue estivesse a assistir aos :o)os. O autor considera esta 9ltima "ip?tese como a menos provável das tr=s+ uma veI 4ue o verbo utiliIado+ Y,?@,.5?$+ 6 demasiado moderado para desi)nar actos de viol=ncia. Considerando 4ue a educação no )inásio era um dos re4uisitos de acesso cidadania+ o mais plaus*vel 6 4ue al)uns dos membros da comunidade :udaica estivessem a tentar forçar a sua admissão 37
parte da comunidade :udaica tivesse em aceder cidadania+ Cláudio as ne)ava peremptoriamenteB os 3udeus deveriam contentarTse em usufruir+ numa cidade 4ue não era a sua Y$ '""1*) ,"5?2+ de uma abund;ncia de todas as coisas boas. Por 9ltimo+ não deveriam traIer ou convidar 3udeus da ,*ria e do resto do E)ipto para a cidade+ sob pena de suscitarem no imperador a suspeita de estarem a alimentar uma pra)a ('( para o mundo inteiro+ o 4ue o forçaria a tomar medidas contra a comunidade. O modo imparcial como+ nas lin"as finais+ Cláudio admoesta ambas as comunidades+ não tomando e%pressamente 4ual4uer partido+ 6 visto pela maioria dos estudiosos como a atitude mais eficaI para pr fim ao ciclo de viol=ncia 4ue vi)orava em !le%andria. ,mallood (0A(B &1'2+ por6m+ observa+ na forma como a carta foi redi)ida+ ind*cios de uma certa irritação de Cláudio para com os 3udeusB a advert=ncia de 4ue não tornassem a enviar duas embai%adas+ como se vivessem em diferentes cidades+ a alusão final suspeita de 4ue elementos desta comunidade pudessem ser responsáveis pela tentativa de levar a cabo actos sediciosos por todo o 5mp6rio e a firmeIa do seu aviso+ 4uer a #re)os 4uer a 3udeus+ poderão reflectir a indi)nação do imperador por entretanto ter tido de lidar com dist9rbios causados por 3udeus em -oma ('&. Wão 6+ contudo+ de descartar a possibilidade de a irritação de Cláudio se diri)ir a ambos os partidos e+ num momento posterior+ a carta ter sido+ como :á referimos+ editada para parecer mais favorável aos #re)os. < parte isto+ ao clarificar e reinstaurar o estatuto c*vico e reli)ioso de 4ue os 3udeus )oIavam antes de @A+ esta carta 6 uma resposta clara da autoridade romana aos problemas colocados pelas relaç>es tumultuosas entre a comunidade :udaica e os seus viIin"os. Competiria a #aio ter tomado medidas imediatas para 4ue o estatuto da comunidade :udaica em !le%andria fosse clarificado e para 4ue se resolvesse o problema da e%plosão de viol=ncia de 4ue Flaco e+ em parte+ a Embaixada a Gaio nos dão not*cia. Ou o imperador pretendia faI=Tlo in loco+ na visita 4ue tin"a planeado a !le%andria+ e da* a sua contemporiIação+ ou foi em parte parcial e em parte ne)li)ente+ como nos su)ere o te%to da Embaixada. nesta instituição. /arcla7 (00G2 su)ere 4ue o facto de em se)uida se afirmar 4ue os 3udeus "abitavam numa cidade 4ue não era a sua confirma esta leitura. ('( O termo empre)ue 6 $@13 + 4ue num conte%to pol*tico pode assumir o sentido de @*[@?3 . ,obre este uso do termo cf. CPJ + &+ p. 1. ('& Cf. D*on Cássio G'. G+G\ ,uet.+ Cl& &1. . 38
De 4ual4uer forma+ de acordo com os dados de 4ue dispomos+ 6 atrav6s dos edictos promul)ados por Cláudio e desta carta 4ue se p>e fim ao ciclo de acontecimentos iniciado em @A. ! restituição aos 3udeus do estatuto de 4ue anteriormente )oIavam corresponderia reparação pelos males 4ue tin"am sofrido e -oma mantin"a a sua pol*tica de protecção comunidade. Contudo+ a cidadania ale%andrina continuaria a ser um privil6)io 4uase e%clusivamente da comunidade )re)a. ! ordem na cidade s? aparentemente+ por6m+ re)ressava ao 4ue fora. E+ talveI nen"um estudioso ten"a compreendido tão bem o verdadeiro impacto dos acontecimentos de @A e das decis>es tomadas por Cláudio em relação ao futuro da comunidade :udaica como 3o"n /arcla7 (00GBG'2+ ao afirmar+ na mesma esteira do 4ue 6 defendido por $c"erijover ('@B 5n t"at little p"rase+ 8in a cit7 not t"eir on8+ as sounded t"e deat" jnell to t"eir lon) and successfull attempts to inte)rate into t"e social and political life of t"e cit7. !lt"ou)" )aranteed reli)ious freedom+ t"e7 ere no denied permission to )ive t"eir c"ildren t"e educational and social advancement t"e7 "ad t"emselves en:o7ed. $o P"ilo and t"ose of "is social class it as a disaster. 5n effect Claudius "ad "alted t"e social and cultural inte)ration of suc" 3es at least as lon) as t"e7 identified t"emselves as 3es. !s far as e jno+ P"ilo8s p"ilosop"ical enterprise+ and all it represented in cultural accomodation it" Vellenism+ as tajen no furt"er in t"e ne%t )eneration. $"e leaders"ip of t"e 3eis" comunit7 passed into t"e "ands of men "ose "oriIons "ere narroer and "ose social ambition as necessaril7 restrict. $"e violent events of GG CE and t"e total ar of ((GT((H CE demonstrate t"e tra)ed7 of t"is fatal c"an)e of conditions in t"e !le%andrian comunit7.
16 Flaco e o corpus 5iloniano 16)6 7s tratados ist&ricos de Fílon Wão e%iste um consenso 4uanto e%tensão ori)inal do con:unto de tratados "ist?ricos de F*lon de 4ue Flaco e Embaixada a Gaio faIem parte. $amb6m não 6 poss*vel saber ao certo 4ue lu)ar ocupariam estas obras na se4u=ncia )eral dos tratados e se estariam de facto inte)radas neste con:unto. Com efeito+ de acordo com a istIria Eclesistica &. 1+(2 de Eus6bio+ 4ue foi publicada ca& de @&1+ F*lon terá relatado em cinco livros o sofrimento dos 3udeus no
('@
CPJ + (. H@TH. 39
tempo de #aio ('. Esta afirmação está de acordo com a4uilo 4ue o in*cio de Flaco e o final da Embaixada parecem su)erirB a e%ist=ncia de outros tratados. Flaco começa com a afirmação de 4ue o novo )overnador deu continuidade pol*tica de ,e:ano na sua "ostilidade para com os 3udeus ('1+ o 4ue su)ere 4ue este livro seria precedido por outro+ onde se relataria a perse)uição por este empreendida. Wo final da Embaixada afirmaTse 4ue+ e%postas as raI>es do ?dio de #aio+ era necessário proceder a uma palin?dia ('G. Da4ui se infere 4ue um outro livro se l"e se)uiria+ ou 4ue estaria pelo menos planeado. 5sto pode ser interpretado como ind*cio de 4ue ambas as obras seriam parte de uma se4u=ncia. X poss*vel reconstituir a ordem do con:unto total dos tratados a partir de refer=ncias semel"antes a estas. Morris (0AHB AG'2 toma como ponto de partida uma nota na CrInica de Eus6bio('H+ em 4ue se afirma 4ue a perse)uição a ,e:ano foi relatada no se)undo dos cinco livros+ e defende 4ue esta informação implica 4ue Flaco fosse o terceiro livro da se4u=ncia uma veI 4ue F*lon nos diI 4ue Flaco sucedeu a ,e:ano2+ a Embaixada a Gaio o 4uarto e a se4uela 4ue o final desta obra anuncia+ o 4uinto. Poderia e%istir um problema em defender esta ordem cronol?)ica+ uma veI 4ue Eus6bio nos diI+ no passo da istIria Eclesistica acima citado+ 4ue F*lon escreveu cinco tratados sobre o sofrimento dos 3udeus no tempo de #aio. Ora+ ,e:ano não sobreviveu a $ib6rio. Contudo+ em E &. 1+H+ o autor corri)eTse+ afirmando 4ue+ em primeiro lu)ar+ F*lon relatou os esforços de ,e:ano para pre:udicar a comunidade :udaica e o ata4ue de Pilato ao $emplo de 3erusal6m. Como defendem Morris idem2 e van der Vorst &''@B G2+ 6 muito provável 4ue+ se Eus6bio tivesse not*cia deste ata4ue de Pilato apenas por meio de alus>es nas restantes obras+ não o referisse. Como tal+ 6 poss*vel considerar 4ue o primeiro tratado da se4u=ncia versasse sobre Pilato. Outra divisão+ proposta por ,c"rer ('A+ 6 a de 4ue o primeiro tratado seria uma introdução aos temas da perse)uição e da provid=ncia+ o se)undo versaria sobre as
('
.> 0( *+ =.*+ [1$ 1*13 j160.1?3 @6Q8[$*. ,X$*5 8?8"1?3 ,.).00#@? E &.1.(2. 5T*5)13 Q5*+ q^?.$;$ "[==13 416""?13 0?.0X95*.? *($ =.*+ *`$ j160.#$ Y,?816"Z$ Flac&D(2. ('G 5=*X1$ 0X =.> *($ ^q`]` Legat&D @H@2. ,obre o si)nificado deste termo cf. ,mallood (0G(B @&2. ('H ,e)undo ,ão 3er?nimoB Seianus Prae_ectus iberiiD ui apud eum plurimum poteratD instantissime coortatur ut gentium Judaeorum deleat& Filo meminit in libro legationis secundo ed. ,c"oene vol. &+ pp. (1'T(1(2. ('A n e istory o_ te Jehs in te ime o_ Jesus Crist + vol. @.(.+ pp. 1&T@. ('1
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perse)uiç>es 4ue ocorreram no tempo de $ib6rio e Pilato+ o terceiro seria Flaco+ o 4uarto a Embaixada a Gaio e o 4uinto seria a palin?dia sobre o fim de #aio. Uma outra possibilidade 6 a de 4ue a Embaixada a Gaio se:a uma compilação do 4uarto e do 4uinto livros+ de forma 4ue apenas a parte final+ ou se:a+ o relato da palin?dia estaria em falta. Morris (0AHB AG&2 defende 4ue isto 6 su)erido pela e%tensão invul)armente lon)a deste tratado e pelo facto de este apresentar al)umas lacunas. H66 7 título do con8unto de tratados ist&ricos O t*tulo da )rande obra 4ue conteria estes tratados oscila. De acordo com a passa)em da CrInica 4ue referimos+ este circularia com o t*tulo de )5@85.. Em E &. 1+ G+ Eus6bio torna a afirmar 4ue foi este o t*tulo dado obra completa. Contudo+ em E &. G+ @+ o autor diITnos 4ue F*lon descreve os sofrimentos dos 3udeus de !le%andria durante o principado de #aio ... Y$ 056*X) @6NN)[QQ.*? v Y,XN).:5 ,5)> ')5*`$&&& + o 4ue parece su)erir 4ue foram escritos dois tratados diferentes. Por6m+ 6 bastante improvável 4ue o autor tivesse escrito dois con:untos de obras separados e 4uase certo 4ue 5)> 4)5*`$ será o t*tulo correcto para o con:unto das cinco obras+ pois Eus6bio torna a referiTlo no seu catálo)o das obras de F*lon ('0+ 4ue 6+ de um modo )eral+ bastante fiável. Wão 6 mencionado 4ual4uer outro tratado relacionado com estes acontecimentos. Morris considera por isso 4ue 6 plaus*vel 4ue 056*X) se:a uma inserção de um copista 4ue não conse)uiu relacionar os t*tulos em &. 1+ G e &. G+ @ e 4ue+ conse4uentemente+ não entendeu 4ue ambos os passos seriam alus>es mesma obra. Um ind*cio 4ue poderá favorecer esta "ip?tese 6 o facto de na versão em sir*aco anti)o não sur)ir 4ual4uer versão e4uivalente de ...Y$ 056*X) @6NN)[QQ.*? v Y,XN).:5 ,5)> ')5*`$&&& O autor diITnos 4ue F*lon teria escol"ido este t*tulo de forma ir?nica+ numa alusão s *mpias acç>es de #aio. 5)> 4)5*`$ 6 o t*tulo citado em &. (A+ A e Morris consideraTo prefer*vel a )5@85.+ pois tem a vanta)em de se poder aplicar ao con:unto de todos os tratados+ e não apenas a uma secção 4ue 6 a desvanta)em de )5@85.2+ e+ se)undo o 4ue se infere a partir do te%to de Eus6bio+ parece ter sido o pr?prio F*lon a escol"=Tlo.
('0
E &. (A+ A. 41
Wo entanto+ Morris discute a leitura ir?nica 4ue Eus6bio faI do t*tulo+ defendendo+ pelo contrário+ 4ue este su)ere a ideia de 4ue a virtude prevalece sobre a impiedade. ! somar a tudo isto+ ')5*Z :á teria conotaç>es teol?)icas e lit9r)icas para os 3udeus numa 6poca anterior da escrita destes tratados+ o 4ue se)undo /o% (0@0B %%%viii2 demonstra 4ue+ para F*lon+ o conceito de "ist?ria está intimamente li)ado noção de 4ue um princ*pio divino re)e o curso dos acontecimentos. 4)5*Z+ utiliIado neste conte%to+ si)nificará a virtude de Deus+ e :á sur)e com este sentido na versão dos Septuaginta e no Wovo $estamento(('.
16*6 7 lugar de Flaco no corpus 5iloniano Flaco poderá ainda ser entendido como uma obra distinta deste con:unto de cinco tratados. 5sto 6 su)erido pela repetição de factos narrados em Flaco e na Embaixada a Gaio+ por4ue Eus6bio ((( e outros autores ((& consideram 4ue estes dois tratados são independentes entre si e por4ue os manuscritos não apresentam Flaco como parte de 5)> 4)5*`$+ ainda 4ue sur:a nos c?dices lado a lado com a Embaixada a Gaio. O manuscrito mais anti)o da Embaixada+ C+ identifica a obra como parte de 5)> 4)5*`$ e+ em todos os manuscritos utiliIados por -eiter (0(12 para a edição cr*tica desta obra+ )5@85. ,);3 [?1$ 6 identificado como parte de 5)> 4)5*`$+ e%ceptuando em !+ 4ue não 6 autoridade+ uma veI 4ue o t*tulo 6 considerado esp9rio. Por este motivo+ Flaco+ bem como o te%to relativo a ,e:ano+ poderão ser obras independentes de 5)> 4)5*`$((@. /aseandoTse nestas "ip?teses+ Co"n (A002 con:ectura 4ue F*lon terá escrito um tratado cu:o in*cio se perdeu e 4ue seria dedicado a ,e:ano. Esta obra precederia Flaco. 5)> 4)5*`$+ por sua veI+ teria por ob:ecto as vicissitudes sofridas pelo povo :udaico durante o principado de #aio e incluiria al)uns e%cursos sobre perse)uiç>es anteriores. Esta teoria+ defendida 4uer por Massebieau (AA02 4uer por Co"n (A002+ tem a vanta)em sobre as restantes de respeitar a distinção 4ue sur)e estabelecida nos manuscritos e nos testemun"os de Eus6bio.
(('
! este respeito+ cf. ,mallood (0G(B '2. CrInicasD & ed. ,c"oene+ p. (1'2B "#$ w@*1)5R Y$ * Y,?N5N).QQX$ "N "[==. ((& Womeadamente F?cio Hiblioteca+ ('12 e 3oão Damasceno em e%certos dos Sacra Parallella2. /o% (0@0B %%%vii2 e ,mallood (0G(B @0T'2 defendem esta 9ltima solução+ na esteira de Co"n (A002 e Massebieau (AA02\ van der Vorst &''@B G2 apresenta como "ip?teses apenas as duas teorias em 4ue Flaco sur)e inte)rado no con:unto de 5)> 4)5*`$. (((
113
42
Outra "ip?tese+ defendida por Pelletier (0H&B &(2+ 6 a de 4ue nem Flaco nem a Embaixada são obras ori)inais de F*lon+ mas sim resultado de compilaç>es de diferentes partes dos cinco tratados referidos por Eus6bio. Estas compilaç>es teriam mais tarde substitu*do os ori)inais nos manuscritos e passado a circular como tratados completos. Contudo+ o facto de ambos os te%tos apresentarem uma unidade temática interna e as evid=ncias de lacunas+ pelo menos no caso de Flaco+ não serem em n9mero assim tão avultado+ parecem tornar esta "ip?tese menos provável.
16/6 7s di5erentes títulos de Flaco Wos manuscritos utiliIados na edição de Co"nT-eiter (0(12+ o t*tulo de Flaco varia. Em V+ L e M o tratado 6 intitulado \3 "[==1$\ em #+ "[==13 z5NQ5$13 \ e+ em !+ {@*1). [$6 |:X"?Q13 =.> *` }# sic2 9)Z@?Q13 *+ =.*+ *;$ "[==1$ ~*1? ,5)> ,)1$1.3 . -eiter (0(1B lvi lvii2+ /o% (0@0B %%%iv2 e van der Vorst &''@B AA2 consideram unanimemente 4ue o t*tulo de !+ por4ue mais elaborado+ 6 inferior aos restantes. Em diferentes passos de Eus6bio+ 3oão Damasceno e F?cio+ os t*tulos tamb6m apresentam variaç>es. Eus6bio (( e F?cio((1 apresentam t*tulos semel"antes aos de V+ L e MB o primeiro c"amaTl"e simplesmente "[==13 e o se)undo "[==13 • "[==#$ certamente por "[==1$2 z5NQ5$13& Por6m+ 3oão Damasceno+ nos Sacra Parallella+ diITnos 4ue o tratado se c"ama €+ .*+ "[==1$ ou €+ );3 "[==1$. gan der Vorst &''@B G2 nota 4ue este t*tulo não tem tradição manuscrita e 4ue a preposição 5\3 + 4ue sur)e em \3 "[==1$+ não poderá ter o mesmo sentido de =.*[ com )enitivo contra2. O mesmo 6 válido para =.*[ e ,)3& Desta forma+ os t*tulos mais plaus*veis são \3 "[==1$ e "[==13 + 4ue si)nificam+ respectivamente+ Sobre Flaco e Flaco. Como a testemun"a mais pr?%ima da composição do tratado+ Eus6bio+ o intitula "[==13 + considerámos+ como van der Vorst((G+ 4ue este era o mais pass*vel de ser o t*tulo ori)inal. Wo entanto+ sobre esta 4uestão não 6 poss*vel ter certeIas e \3 "[==1$+ 4ue 6 a lição do mel"or manuscrito 4ue possu*mos M2+ e estando atestada noutros dois+ seria uma opção i)ualmente válida. ((
CrIn&+ $ib6rio &(. Hib.+ ('1. ((G dem+ p. G. ((1
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1606 7 género literrio de Flaco Flaco+ apesar do tom pr?%imo do )6nero ret?rico 4ue caracteriIa al)umas partes do te%to+ 6+ de um modo )eral+ identificado como pertencendo ao )6nero "istorio)ráfico. 5mporta+ contudo+ ter em conta as palavras de van der Vorst &''@B (&2B kP"ilo8s orj is a mi%ture of "istorio)rap"7+ pastoral t"eolo)7+ apolo)etics and t"eodic7... Pelletier (0GHB (H2 identifica esta mistura de diversos )6neros com a4uilo 4ue será um sub)6nero espec*fico da "istorio)rafia a aretalo)ia. !s ')5*."1N.? terão sur)ido num tempo anterior ao s6c. 5g a.C. e eram enumeraç>es 4uase lit9r)icas das 4ualidades+ façan"as e poderes de determinada divindade. Wo per*odo "elen*stico estarão+ sobretudo+ relacionadas com o culto de deuses importantes 4ue não faIiam parte do panteão )re)o+ como ,erápis e Ysis+ mas sur)irão posteriormente em te%tos de autores cristãos. !s Hacantes de Eur*pides+ em 4ue a morte violenta da4uele 4ue resiste a uma divindade 6 um dos temas dominantes+ e os vest*)ios epi)ráficos relativos aos mila)res de !scl6pio datados do s6c. 5g a.C.2 serão sinais de um primeiro impulso para o sur)imento deste )6nero. gan der Vorst &''@B(@2 afirma 4ue o motivo 4ue encontramos em Eur*pides 6 o de 51Q.95R$+ 4ue está presente :á em Vomero+ mas cu:a primeira atestação associada a uma persona)em "ist?rica se encontra em Ver?doto+ em istIrias @. G2. Weste epis?dio das istIrias+ contaTse 4ue o rei Cambises feriu propositadamente o touro sa)rado pis+ com o prop?sito de "umil"ar o deus+ e 4ue+ mais tarde e como punição divina+ foi fatalmente ferido na mesma parte do corpo em 4ue ferira o animal. Wa narrativa da morte de Flaco+ F*lon socorreTse deste motivo. O )overnador não s? recon"ece em Deus o responsável pelo seu :usto sofrimento Flac&+ (H'2+ em tudo análo)o aos sofrimentos dos 3udeus+ como F*lon vai ao ponto de afirmar 4ue o n9mero de )olpes 4ue l"e foram infli)idos perfaIia o de 3udeus 4ue pereceram devido aos seus actos Flac.+ (A02. uanto ori)em do termo aretalo)ia+ este deriva de ')5*Z& ! partir do s6c. 5g+ num per*odo :á posterior a Ver?doto+ este termo terá ad4uirido o si)nificado de virtude divina e da* o sentido 4ue acima discutimos para o t*tulo 5)> 4)5*`$2 e+ por e%tensão+ terá passado a desi)nar as proeIas das divindades. ,e)undo Pelletier+ a aretalo)ia en)lobaria tr=s temas essenciaisB o infort9nio 4ue corresponderia descrição de uma doença ou de uma perse)uição2\ o tema da 44
intervenção divina+ 4ue reparava o mal sucedido e+ por fim+ o recon"ecimento por parte do Vomem dessa intervenção divina Wo caso espec*fico de uma aretalo)ia 4ue narrasse uma perse)uição+ o recon"ecimento da intervenção divina darTseTia em tr=s fasesB recon"ecendo a :ustiça do casti)o 4ue sobre ele se abatia+ o perse)uidor "umil"avaTse\ se)uiaTse o :9bilo da4ueles 4ue anteriormente "aviam sido perse)uidos+ e+ por 9ltimo+ em al)uns casos+ era estabelecida uma festa anual para assinalar o triunfo sobre o perse)uidor. Um outro te%to representativo deste )6nero será o e Kortibus Persecutorum da autoria de Lact;ncio+ escrito no final do s6c. 5g d.C. Esta obra apresenta bastantes semel"anças com Flaco+ 4ue possivelmente l"e terá servido de modelo. Wela se descreve o terr*vel destino de todos os 4ue+ tendo perse)uido os crentes na f6 cristã+ encontraram s mãos de Deus a punição pelos seus actos.
6 Pu4licação de Flaco 6)6 %ata de com9osição e 9u4licação Wão 6 poss*vel afirmar com certeIas em 4ue data Flaco foi ori)inalmente escrito e publicado. O mais provável 6 4ue+ pouco tempo depois dos acontecimentos de @A+ F*lon ten"a reunido informaç>es sobre o 4ue sucedera+ de modo a mel"or defender a causa :udaica como embai%ador perante #aio. Mais tarde+ baseandoTse nos dados reunidos+ terá escrito este tratado. Wão 6 poss*vel determinar 4uanto tempo depois de @0T' Flaco 6 produIido. F*lon poderá t=Tlo escrito depois do re)resso de -omaB #oodenou)" (0G&B 102+ por e%emplo+ defende 4ue Flaco data de (+ altura em 4ue os 3udeus resolveram vin)arTse dos seus viIin"os. ! "ostilidade 4ue F*lon demonstra em relação a #aio em al)umas passa)ens de Flaco su)ere 4ue o tratado s? terá sido divul)ado ap?s a morte do imperador+ em 3aneiro de (. $odavia+ nada nos )arante 4ue F*lon não tivesse tido cora)em de o publicar antes. !ssim sendo+ 'T( será uma data apro%imada+ menos precisa mas mais fiável+ para a publicação da obra+ uma veI 4ue inclui um intervalo de tempo anterior morte de #aio.
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66 %estinatrios de Flaco DiscuteTse muito acerca do tipo de p9blico a 4ue Flaco estaria destinado. Os ind*cios 4ue F*lon nos dei%ou no pr?prio te%to não nos permitem inferir de forma definitiva 4ue destinatários teria ele em mente e o mais provável 6 4ue este tratado se diri)isse a mais do 4ue um p9blico. Vá passa)ens em 4ue F*lon e%plica aspectos da reli)ião :udaica 4ue não seria necessário e%plicar a um 3udeu+ como por e%emplo a definição do 4ue era a Festa dos $abernáculos ((G2+ ou o facto de se e%plicar 4ue o rei !)ripa era neto de Verodes &12. ! afirmação de 4ue o papiro era ori)inário do E)ipto @H2 e 4ue a cidade de !le%andria estava dividade em cinco 4uarteir>es 112 faIemTnos pensar 4ue o autor não teria em mente um p9blico oriundo de !le%andria e leva al)uns estudiosos a defender 4ue o tratado se destinaria a leitores romanos. Contudo+ o desta4ue dado ao tema da provid=ncia divina+ noção de 4ue Deus vela pelo seu povo+ cu:o ponto culminante 6 o 9ltimo pará)rafo+ 6 um ar)umento a favor da "ip?tese de Flaco ser destinado comunidade :udaicaB seria uma forma de traIer al)um consolo e confiança 4ueles 4ue tin"am sido severamente afectados pela perse)uição. !tendendo a estes ind*cios+ o mais provável 6 4ue Flaco fosse+ afinal+ destinado a um p9blico :udaico e nãoT:udaico. Wão 6 de descartar+ tamb6m+ a possibilidade defendida por #oodenou)" (0G&B 102+ de 4ue 4uer a Embaixada 4uer Flaco ten"am sido escritos como propa)anda pol*tica+ e+ este 9ltimo+ com o ob:ectivo de dissuadir o )overnador 4ue sucedesse a Flaco de pre:udicar de al)uma forma a comunidade :udaica. O carácter abran)ente do te%to parece incluir todas estas "ip?teses+ sem 4ue se:a poss*vel e%cluir ou confirmar al)uma de forma definitiva.
(6 7 texto de Flaco (6)6 Eanuscritos !penas cinco manuscritos cont=m o te%to de FlacoB M+ !+ #+ V e L. O manuscrito M c?dice Laurentianus Z &'2 encontraTse em Florença e data de in*cios do
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s6c. Z555. O manuscrito ! Konacensis graecus 102 está em Muni4ue e foi produIido no mesmo s6culo de M. # gaticanoTPalatinus )raecus &A2 6 do s6c. Z5g e encontraTse no gaticano. V Wenetus graecus '2 encontraTse em geneIa e data do s6c. Z5g. O manuscrito L Parisinus graecus @@2 está em Paris e foi produIido na primeira metade do s6c. Zg5. $odos estes manuscritos foram copiados entre (&'' e (11'+ o 4ue si)nifica 4ue entre o aut?)rafo de F*lon e as c?pias de 4ue actualmente dispomos e%istem onIe ou doIe s6culos de dist;ncia. -eiter+ 4ue fi%ou o te%to da edição de Co"n e endland (0(12+ aponta como manuscritos principais M e #+ atribuindo a ! uma cate)oria interm6dia e considerando V e L como manuscritos de 4ualidade inferior. # não se encontra completo+ possuindo uma lacuna a meio. Por este motivo+ M 6 o mel"or manuscrito 4ue possu*mos. !l)uns c?dices de outras obras de F*lon apresentam pe4uenas citaç>es deste tratado+ mas não c"e)am a ser relevantes para influenciarem a fi%ação do te%to.
(66 7s excertos citados 9or João %amasceno 3oão Damasceno cita onIe e%certos de Flaco nos Sacra Parallella. ! maior parte das citaç>es deste autor são menos fiáveis do 4ue as liç>es apresentadas nos manuscritos. Contudo+ em casos 4ue suscitavam d9vidas+ os passos citados nesta obra serviram para confirmar a lição de um 9nico manuscrito ou de uma minoria de manuscritos. Vá+ contudo+ um passo citado nos Sacra Parallella((H+ e atribu*do a Flaco por 3oão Damasceno+ 4ue não sur)e em nen"um dos manuscritos. Wão 6 poss*vel identificar a 4ue passo da obra poderia este e%certo pertencer e esta dificuldade foi determinante para o termos e%clu*do da nossa tradução ((A. O mais provável 6 4ue 3oão Damasceno o ten"a atribu*do erradamente a Flaco+ mas sobre esta 4uestão não 6 poss*vel ter certeIas.
((H
= /@*? ,.)+ ‚5D 1ƒ*5 ,1$^);$ „$*. ',1"X@.? *;$ 'N.;$ Q?@;$ ,5)> ]$;3 'N.17 Q5*+ ,"5?$#$ =.=`$ ,5,).NQX$16D 1ƒ*5 ,["?$ 'N.;$ „$*.D ',1"X@.? *($ =".@?$D =.> Q( ".85R$ .*($D 5\ Q5*+ ,"5?$#$ 'N.`$ /$ *?$? NX$^*.? ,1$^)5T#$& 4$[N=^ N+) 6N =.> @*.Q ,[$*. ',10?0$.? *;$ ‚5$& Este fra)mento encontraTse no c?dice gat. )r. (&@G. Citamos a4ui a versão dispon*vel online no esaurus Linguae Graecae. ((A Wen"uma das outras traduç>es ao nosso dispor inclui este e%certo. 47
(6*6 Indícios de lacunas em Flaco ! transição abrupta entre os pará)rafos &A e &0 leva al)uns comentadores a defender 4ue neste passo poderá e%istir uma lacuna. Por6m+ a ar)umentação 4ue favorece esta possibilidade não 6 suficientemente convincente ((0. O facto de se afirmar 4ue a viol=ncia da a)ressão perpetrada por Flaco fora demonstrada por outras provas 0? ]*X)#$ HG2+ poderá tamb6m ser ind*cio de 4ue uma parte do te%to se terá perdido. Mas …0? ]*X)#$… 6 uma e%pressão muito amb*)ua+ por4ue não 6 poss*vel determinar o )6nero do )enitivo e pela pr?pria sem;ntica do termo. Mesmo 4ue o seu sentido se:a+ de facto+ a4uele por 4ue o traduIimos+ por outras provas+ tal não si)nifica 4ue F*lon ten"a e%plicitado no te%to o ob:ecto de 0? ]*X)#$. Desta forma+ tamb6m neste caso não 6 poss*vel provar irrefutavelmente 4ue e%ista uma lacuna.
(6/6 es vitais para se compreender o conte%to "ist?rico e literário da obra. ! tradução 6+ tamb6m ela+ feita com base na edição cr*tica de -eiter+ embora este autor em determinados passos prefira liç>es re)istadas no aparato cr*tico ou a leitura proposta por outros editores+ sobretudo Man)e7 (H&2+ o 4ue de ((0
Cf. &A+ n.(G'. 48
resto se verifica tamb6m na obra de /o%. ! )rande desvanta)em deste comentário será talveI o facto de a edição não ser bil*n)ue. Dependemos )randemente desta obra de van der Vorst na elaboração das notas da nossa tradução. ,ocorremoTnos ainda das traduç>es anotadas de Colson e de Pelletier+ cu:a edição cr*tica utiliIada 6+ em ambos os casos+ a de -eiter. ! tradução de Colson foi publicada pela primeira veI em (0(+ 6 precedida de uma introdução muito breve e apresenta notas bastante sucintas mas 9teis no 4ue se refere a aspectos de cr*tica te%tual. X+ contudo+ muito escassa em notas de cariI "ist?rico e cultural. ! edição de Pelletier+ publicada pela primeira veI em (0GH+ 6 profusamente anotada. !s notas deste autor são muito condicionadas pelas de /o%+ embora+ em muitos casos+ o autor acrescente mais informaç>es sobre 4uest>es tratadas de forma mais sucinta por /o%. Wa sua 5ntrodução destacamos a informação relativa ao )6nero do tratado+ 4ue+ como :á referimos+ o autor identifica como uma aretalo)ia+ e como tendo por modelos o livro de Ester e o de Macabeus &. 5mporta referir um estudo a 4ue+ infeliImente não tivemos acesso+ mas cu:a import;ncia :ustifica a sua refer=nciaB a mono)rafia con:unta sobre Embaixada a Gaio e Flaco+ da autoria de Clara raus -e))iani+ publicada em (0GH e intitulada Filone Alessandrino e un‡ Ora ragica della Storia Ebraica. $rataTse da tradução não anotada2 de ambos os tratados+ precedida de uma e%tensa introdução de cento e sessenta pá)inas. Wa parte dedicada a Flaco+ de acordo com o 4ue nos diI van der Vorst &''@B @2+ a autora reflecte sobre a import;ncia dos temas da 0?=Z no sentido de :ustiça punitiva2 e da ,)$1?. provid=ncia divina2 na composição da obra+ 4ue são utiliIados para demonstrar 4ue Deus 6 o responsável pela punição do perse)uidor e 4ue+ ao mesmo tempo+ vela pelos perse)uidos+ o 4ue 6 pr?prio da estrutura de uma aretalo)ia. ,erão ainda relevantes as suas conclus>es acerca do problema da posição ocupada pela Embaixada a Gaio e por Flaco no corpus filoniano+ embora a autora não propon"a novas soluç>es em relação s 4ue acima descrevemos. Este estudioso enfatiIa+ por6m+ a ori)inalidade da interpretação proposta por raus -e))iani para o termo palinIdia+ a 4ue F*lon alude no 9ltimo pará)rafo da Embaixada. ! autora defende 4ue palinIdia 6 sempre resultado de metanoia arrependimento+ conversão2. Desta forma+ o livro ou cap*tulos do livro 4ue se perderam descreveriam o arrependimento de #aio pelos males praticados contra os 3udeus+ o 4ue estabeleceria um paralelo com o arrependimento de Flaco+ descrito nos cap*tulos finais do nosso tratado. 49
).6 :onclusão Wo primeiro ensaio do seu livro Sete oites+ 3or)e Luis /or)es recorda 4ue somos feitos para a mem?ria 2 ou possivelmente para o es4uecimento+ mas 4ue+ deste facto+ "á sempre al)o 4ue resta e esse al)o 6 a "ist?ria ou a poesia. Estas palavras parecemTme tanto mais pertinentes 4uando pensamos no relato 4ue F*lon nos dei%ou em Flaco. Westa obra+ ele fabrica uma ima)em para a mem?ria+ com tudo o 4ue o acto de moldar implica. Essa ima)em poderá ser+ e tem sido+ e%posta+ comparação com outras fontes+ suas contempor;neas ou não+ 4ue nos dei%am pistas sobre os mesmos acontecimentos e 4ue modificam a ima)em 4ue o autor 4uis fi%ar no tempo. Deste acto de comparar os diferentes discursos de 4ue dispomos+ o 4ue se conclui 6 4ue nem sempre o relato de Flaco 6 imparcial e ob:ectivo. F*lon nunca nos enumera as causas mais profundas 4ue levaram aos actos de viol=ncia contra os membros da sua comunidade e ele pr?prio parece contradiIerTse em al)uns pontos da narrativa. Em muitos momentos do te%to cu:a tradução a4ui se apresenta+ o 4ue restou pertence mais ao dom*nio da literatura do 4ue ao da "ist?ria. Contudo+ 6 certo 4ue al)uns dos problemas 4ue Flaco nos coloca seriam da mesma *ndole se o relato 4ue nos tivesse c"e)ado fosse escrito por um #re)o. E+ tanto 4uanto 6 le)*timo emitir sobre esta 4uestão um :u*Io de valor+ 6 compreens*vel 4ue F*lon escol"a dei%arTnos esta ima)em+ e não o n*tido e imparcial relato do 4ue realmente aconteceu. Em primeiro lu)ar+ por4ue o acto de re)istar o 4ue realmente acontece implica sempre 4ue o nosso ol"ar+ e com ele a relação das nossas e%peri=ncias+ das nossas inclinaç>es+ do nosso c?di)o moral e cultural+ se demore sobre os factos+ e isso+ s? por si+ basta para subtrair al)uma parte de imparcialidade ao nosso relato. Em se)undo lu)ar+ por4ue F*lon nos fala de acontecimentos seus contempor;neos+ de situaç>es 4ue ele viveu de perto+ de actos 4ue levaram "umil"ação p9blica e+ em al)uns casos+ morte de pessoas da sua comunidade+ em al)uns casos pessoas com 4uem terá convivido+ 4ue se movimentavam nas mesmas esferas 4ue ele. X muito dif*cil esperar encontrar imparcialidade 4uando 6 esta a mat6ria de 4ue um te%to 6 feito. $odavia+ e talveI :ustamente por4ue escreve sobre acontecimentos 4ue l"e são contempor;neos e para um p9blico 4ue pertence ao seu tempo+ F*lon em muitos 50
momentos narra isso 4ue a posteriori continuamente buscamos+ o 4ue realmente aconteceu+ descriç>es 4ue+ preservadas em certos relatos+ nos podem a:udar a estabelecer com um pouco mais de certeIa os factos. Mas o 4ue podemos saber e isso perpassa em tantos momentos do trabal"o 4ue a4ui se apresenta2 nunca 6 certo+ 6 sempre limitado. E contudo+ falandoTnos de uma "ora da "ist?ria 4ue não nos 6 assim tão al"eia basta pensarmos nos anos+ bem menos lon)*4uos+ de (0@0 a (012+ Flaco+ mesmo não sendo a fiel ima)em do realmente acontecido+ 6+ sem d9vida+ um precioso re)isto do nosso "ábito de sermos feitos para a mem?ria.
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Fílon de Alexandria Flaco
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Flaco !v*lio+ sucessor de ,e:ano (&'+ continuou a pol*tica deste na sua
perse)uição aos 3udeus. Wa verdade+ não tendo podido+ como a4uele+ praticar abertamente a in:ustiça contra todo o nosso povo pois tin"a menos recursos para isso a todos 4uantos alcançava+ esforçavaTse por l"es infli)ir de um s? )olpe males irreparáveis. Embora o seu insidioso ata4ue parecesse ser apenas parcial+ a verdade 6 4ue ele pretendia alar)ar a sua ofensiva a todos em toda a parte+ mais por artiman"a do 4ue por força+ pois 4uando os tiranos por natureIa não possuem poder+ recorrem intri)a para atin)ir os seus fins. 2
Este Flaco contavaTse entre os compan"eiros predilectos do imperador
$ib6rio(&(. !p?s a morte de Vibero (&&+ 4ue fora prefeito do E)ipto+ foi nomeado )overnador de !le%andria e do restante territ?rio (&@+ sendo a princ*pio um "omem 4ue+ tanto 4uanto dei%ava transparecer+ dava in9meros sinais de e%cel=ncia. Era sensato e perseverante+ incisivo a pensar e a e%ecutar os seus planos+ muito "ábil a discursar+ capaI de compreender o 4ue era mantido em sil=ncio mel"or do 4ue o 4ue era dito. Em Legat .+ (10T(G(+ F*lon diITnos 4ue ,e:ano planeava e%terminar todo o povo :udaico e 4ue apenas a sua e%ecução em (A de Outubro de @(2+ sob a acusação de ter planeado o "omic*dio do futuro imperador #aio Cal*)ula2+ o teria impedido de concretiIar este plano. Wão e%istem+ contudo+ 4uais4uer outras refer=ncias noutros autores 4ue sustentem esta afirmação+ nem mesmo em 3osefo+ 4ue dedicou bastante atenção a ,e:ano. $alveI F*lon ten"a de al)uma forma e%a)erado neste passo. Eus6bio refere ist& Eccl& 55+1.H2+ por6m+ 4ue o autor re)istou o facto de ,e:ano pretender erradicar toda a nação :udaica. Wo entanto+ Eus6bio+ ao faIer esta refer=ncia+ não terá em mente o passo de abertura de Flac& mas antes um tratado perdido de F*lon 4ue terá por ob:ecto as perse)uiç>es de ,e:ano e do 4ual Flac& seria uma se4uela. ,mallood (0AHB (&H2 nota 4ue o sil=ncio de Flávio 3osefo em relação aos planos deste contra os 3udeus leva a crer 4ue eles seriam mais insi)nificantes do 4ue a4uilo 4ue pretende F*lon. Para mais informação acerca de ,e:ano+ Uide !ne%o (. H+ ,e:ano. ! e%pressão &&&Y$ *1R3 ]*.)1?3 ,.)+ €?85)&&& si)nifica 4ue Flaco era um amicus Caesaris+ t*tulo dado aos membros do c*rculo informal de cortesãos 4ue rodeavam o imperador e eram os seus principais consel"eiros. Estes amici eram+ re)ra )eral+ membros das ordens e4uestre e senatorial. M. !nt?nio Vibero era um liberto 4ue desempen"ou importantes car)os no E)ipto ao serviço imperial+ nomeadamente nas finanças+ de &G a &A d.C. Foi nomeado viceT2 prefeito do E)ipto em @& mas+ pouco depois+ viria a falecer. O termo {8Z)16 6 resultado da con:ectura amplamente aceite2 de -eiter (0(1Bli2 4ue tem por base a informação dada por D*on Cássio 1A+ (0. G2 de 4ue Vibero sucedeu a gitrásio Polião como prefeito do E)ipto. Ediç>es mais anti)as de Flac& adoptaram como lição q58Z)16 em veI de {8Z)16 por4ue 6 a 4ue consta da maior parte dos manuscritos. O prae_ectus Alexandriae et Aegypti ou simplesmente prae_ectus Aegypti 2 era )overnador de todo o E)ipto+ 4uer de !le%andria propriamente dita+ 4uer da 9).+ o restante territ?rio e)*pcio. $al separação constitucional entre !le%andria e E)ipto dataria provavelmente da 6poca dos Ptolemeus. Esse ma)istrado servia por um per*odo 4ue se prolon)ava+ em princ*pio+ entre um a tr=s anos mas 4ue se podia estender por mais de 4uatro ou cinco anos. 120
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De facto+ em pouco tempo+ familiariIouTse a fundo com as 4uest>es do E)ipto+
4ue são diversas+ comple%as e apreendidas com esforço mesmo por "omens 4ue desde tenra idade faIem delas ocupação e modo de vida. Era sup6rflua a multidão dos seus secretários+ pois nen"uma 4uestão de estado+ nem pe4uena nem )rande+ transcendia os limites da sua e%peri=ncia+ a ponto de não s? os ultrapassar+ mas tamb6m+ )raças ao dom*nio do pormenor+ ter passado de aprendiI a mestre dos 4ue at6 então "aviam sido seus instrutores. 4
#eria empen"adamente tudo o 4ue se relacionava com contabilidade e
administração de rendimentos+ função 4ue+ embora importante e necessária+ não faIia por si prova de 4ue ele tivesse a alma de um l*der. Vavia nele outros sinais 4ue de forma mais evidente atestavam o carácter r6)io da sua pessoaB a sua fi)ura era imponente a solenidade e%terior 6 muito conveniente a um )overnante :ul)ava as causas importantes em con:unto com outros ma)istrados+ "umil"ava os soberbos e impedia 4ue multid>es de )ente prom*scua se reunissem e planeassem al)uma conspiração. Dissolveu tamb6m as associaç>es e os clubes (& 4ue+ com o prete%to de oferecem sacrif*cios+ or)aniIavam constantemente ban4uetes em 4ue "omens embria)ados discutiam a situação pol*tica. !)ia com firmeIa e vi)or contra os 4ue resistiam s suas ordens. 5
Em se)uida+ depois de ter restabelecido a boa ordem na cidade e na re)ião+
passou a ocuparTse(&1 de 4uest>es relativas ao e%6rcito (&G+ or)aniIando+ disciplinando e e%ercitando as forças de infantaria+ cavalaria e tropas li)eiras. $amb6m instruiu os oficiais para 4ue não privassem as tropas do seu soldo+ insti)andoTos dessa forma pil"a)em e rapina e+ de novo+ cada um dos soldados para 4ue se abstivesse de tudo o (&
uase todas as vilas e cidades do 5mp6rio -omano possu*am os seus clubes e associaç>es\ o E)ipto não era e%cepção. O principal ob:ectivo da maioria destas instituiç>es era promover um sentimento de comunidade e sociabilidade entre os seus membros. F*lon+ contudo+ 6 bastante cr*tico em relação a elas e su)ere 4ue a fre4u=ncia de tais clubes levava a um comportamento lascivo. Do (@1 em diante+ o autor identifica estes clubes como principal foco de a)itação contra os 3udeus e enfatiIa 4ue neles era recorrente a prática de e%cessivo consumo de álcool. Para F*lon+ estes espaços eram focos de intri)a e conspiração pol*tica. Uma veI 4ue Flaco adopta esta medida durante o reinado de $ib6rio+ 4ue nutria uma )rande desconfiança em relação a este tipo de associaç>es+ esta resolução poderá ser conse4u=ncia da pol*tica )eral do imperador e não uma medida emanada do )overnador. Weste passo temos um uso pouco comum do verbo Y:50)5T#+ 4ue ori)inalmente si)nificava esperar por uma oportunidade de atacar2 mas 4ue desenvolveu um sentido de velar por e mesmo de a:udar sentido com 4ue sur)e em Kigr&D 1H2. Wo entanto+ em face dos part*cipios 4ue o acompan"am o sentido 6 claro. De acordo com Estrabão (H+ (.(&2+ o E)ipto possu*a uma )uarnição militar de tr=s le)i>es uma delas estacionada nas fronteiras de !le%andria2 e+ ainda+ nove coortes au%iliares. De acordo com $ácito Ann& + 12+ $ib6rio terá reduIido o n9mero do contin)ente militar para duas le)i>es em &@ d.C.2. gan der Vorst &''@B 0G2 estima 4ue o n9mero total de efectivos nunca terá e%cedido os deIoito mil. 125
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4ue era estran"o ao serviço militar e se recordasse 4ue "avia sido nomeado para manter a paI. 6
!l)u6m poderá diIerB Então tu+ tendo decidido denunciar um "omem+ não
proferiste contra ele 4ual4uer acusação+ mas tecesTl"e os maiores elo)ios\ porventura não perdeste o :u*Io e enlou4uecesteh Wão enlou4ueci+ meu ami)o+ nem sou um tolo 4ual4uer+ incapaI de compreender a se4u=ncia l?)ica de uma ar)umentação (&H. 7
Elo)io Flaco não por4ue se:a conveniente louvar um inimi)o+ mas para mais
claramente demonstrar a sua ini4uidade\ o perdão concedeTse a 4uem pratica o mal por i)norar o bem+ mas a4uele 4ue pratica a in:ustiça lucidamente não tem defesa poss*vel+ estando previamente condenado pelo tribunal da sua consci=ncia. 8
Flaco recebeu o poder por um per*odo de seis anos (&A. Durante os cinco
primeiros+ en4uanto foi vivo o imperador $ib6rio+ manteve a paI e e%erceu o comando com tal vi)or e firmeIa 4ue e%cedeu todos os seus antecessores.
9Por6m+
no 9ltimo
ano+ 4uando $ib6rio morreu e #aio foi proclamado imperador+ deslei%ouTse e começou a ne)li)enciar tudo+ ou por4ue a dor por $ib6rio fosse demasiado pesada era evidente 4ue sofria como por al)u6m 4ue l"e fosse muito pr?%imo+ devido sua tristeIa constante e pela abund;ncia das suas lá)rimas+ 4ue corriam como de uma fonte ines)otável ou por4ue se tornou odioso ao sucessor deste+ ao tomar partido pelos "erdeiros naturais de $ib6rio (&0 e não pelos adoptados ou+ ainda+ por se contar entre os 4ue atacaram a mãe de #aio (@'+ na altura em 4ue sur)iram as acusaç>es pelas 4uais ela )[NQ.*13 '=1"16.+ em )re)o+ no ori)inal. -e)ra )eral+ o per*odo dos mandatos dos )overnadores dependia da vontade do imperador. Estes seis anos de Flaco não são e%cepção um dos seus antecessores+ #al6rio+ e%erceu o car)o durante 4uinIe anos+ de (G a @( d.C.2. Por6m+ o per*odo de cinco anos 4ue a4ui se refere não será um n9mero totalmente correcto. Flaco terá iniciado o seu mandato na primeira metade do ano de @& ou mesmo em 3aneiro de @&2 e terá permanecido no car)o at6 meados de Outubro de @A+ apesar de $ib6rio ter morrido em Março de @H. Portanto+ Flaco e%erceu funç>es durante mais de seis anos e meio. O 4ue no 0 se refere como o seu 9ltimo ano durou de Março de @H a Outubro de @A+ o 4ue+ de acordo com a maneira mais "abitual de contar em F*lon+ seria )eralmente entendido como um per*odo de dois anos. Flaco desempen"ou um papel na disputa entre os sucessores de $ib6rio+ 4ue o feI perder o favor de #aio. $ib6rio declarou no seu testamento 4ue pretendia 4ue o neto+ $ib6rio #6melo descendente do seu fil"o Druso+ 4ue morreu em &@ d. C.2+ fosse nomeado seu "erdeiro em con:unto com #aio. De acordo com ,uet?nio ib.+ HG2+ o testamento+ feito dois anos antes da morte de $ib6rio+ institu*a ambos como seus "erdeiros em partes i)uais e como "erdeiros um do outro. $ib6rio #6melo pertencia aos N$Z@?1? "erdeiros naturais2 e #aio+ fil"o de #erm;nico e sobrin"o de $ib6rio+ "avia sido adoptado era um 5*3 2. !mbos tin"am apoiantes+ mas o 9nico partidário de #6melo de 4ue temos not*cia era Flaco. #aio conse)uiu a anulação do testamento de $ib6rio+ ar)umentando 4ue #6melo era apenas uma criança tin"a (A anos e #aio &12 e adoptouTo como fil"o. Mais tarde+ em data anterior a & de Maio de @A+ forçouTo a cometer suic*dio. Os ami)os pessoais do imperador+ entre os 4uais se contava Flaco+ ar)umentavam+ contudo+ 4ue #aio e #6melo deviam partil"ar o poder. gips;nia !)ripina+ mãe de #aio+ acusava $ib6rio de ter ordenado a morte do seu marido e foi e%ilada pelo imperador em &0 d.C. cf. ,uet?nio+ ib&D1@2. ! :ul)ar pelas palavras de F*lon+ Flaco terá tido 127
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foi condenada morte (@(. Em suma+ Flaco tornouTse ne)li)ente por medo de ser condenado. 1 0
Durante al)um tempo ainda tentou faIer face situação+ não abandonando
completamente o cuidado dos assuntos de estado. Mas ao escutar 4ue o neto de $ib6rio+ nomeado "erdeiro do imp6rio em con:unto com #aio (@&+ fora por ordem deste assassinado+ Flaco lançouTse por terra e 4uedouTse bo4uiaberto+ atin)ido por um des)osto indescrit*vel e+ mais )rave ainda (@@+ dei%ado e abandonado pelo seu discernimento. 1 1
En4uanto o :ovem viveu+ Flaco não renunciou a uma centel"a de esperança em
relação sua pr?pria se)urança+ mas+ com a morte dele+ pareciam perecer tamb6m as suas e%pectativas pessoais+ embora l"e restasse ainda uma esperança de socorro a sua amiIade com Macro (@+ 4ue+ a princ*pio+ tin"a )rande influ=ncia sobre #aio. ,e)undo se diIia+ tin"a contribu*do lar)amente para a ascensão deste ao poder e mais ainda para l"e salvar a vida. 1 2
$ib6rio ponderara por diversas veIes afastar #aio por4ue o considerava vicioso
e inepto para o e%erc*cio do poder e+ tamb6m+ por4ue temia pelo neto. -eceava 4ue+ ap?s a sua morte+ este se tornasse um estorvo (@1. Por diversas veIes Macro afastou estas suspeitas e louvou #aio pela sua "onestidade+ pelo seu carácter isento de v*cios+ pela sua afabilidade e+ sobretudo+ pela dedicação 4ue tin"a ao primo+ a tal ponto 4ue estaria al)uma influ=ncia na sua condenação ao e%*lio. De acordo com ,uet?nio ib&+ 1@2 e $ácito Ann& G+ &12+ !)ripina suicidouTse recusandoTse a comer2. Mas e%istiam rumores de 4ue $ib6rio ordenara a sua morte+ o 4ue parece reflectirTse nesta afirmação de F*lon. (@& Cf. 0+ n.(&0. Mais )rave ainda 6 a nossa tradução de ,1"ˆ ,)*5,1$. ,e)uimos a4ui a versão proposta por Colson (0GH+ nota ad locum2+ 4ue su)ere 4ue o si)nificado desta e%pressão seria a muc graUe matter . Como e%plica van der Vorst &''@B ('&2+ embora esta solução pareça um pouco con:ectural+ evita a4uilo 4ue de outra forma seria uma inconsist=ncia na ar)umentação desenvolvida por F*lon. uinto W6vio Cordo ,ut?rio Macro comandou os uigiles uma esp6cie de bri)ada de bombeiros2 de -oma at6 @( d.C.+ altura em 4ue assumiu um papel na destituição de ,e:ano empreendida por $ib6rio+ tendoTl"e sucedido no comando da )uarda pretoriana. Wa luta pelo poder ap?s a morte de $ib6rio+ Macro tomou o partido de #aio e foi bem sucedido na tarefa de asse)urar a sua ascensão. ,uet?nio Cal&+ (&2 afirma 4ue o imperador l"e terá seduIido a esposa+ Xnia W6via+ prometendo desposáTla+ de modo a con4uistar o seu au%*lio para ascender ao imp6rio. Macro desempen"ou funç>es como tutor de #aio e este nomeouTo prefeito do E)ipto no final de @H d.C.+ mas pouco depois+ antes de ele c"e)ar a tomar posse do car)o+ #aio forçouTo+ e ao resto da sua fam*lia+ a cometer suic*dio D*on Cássio+ 10+ ('. G2. Descon"eceTse a forma como Flaco travou amiIade com Macro. Contudo+ parece certo 4ue as suas boas relaç>es com ele l"e inspiravam al)uma se)urança+ perdida morte deste. Para mais informaç>es sobre Macro cf. !ne%o (. G+ Macro. ‰( ,.).$["#Q. NX$^*.? *5"56*Z@.$*13 .*17… estabelece um paralelo com o 4ue se afirma em Legat&D @@B …QZ $X13 ',1"5?:5>3 ,.).,"^*.?&&& !mbas as afirmaç>es aludem ao facto de #6melo+ ap?s a morte de $ib6rio+ correr o risco de ser assassinado+ visto 4ue a sua pouca idade o dei%ava indefeso. O prefi%o ,.).V reflecte+ se)undo Pelletier (0GH+ nota ad locum2+ em 4ual4uer dos casos+ a )ratuidade do crime previsto por #aio. 131
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disposto a cederTl"e+ a ele apenas+ o poder supremo ou+ pelo menos+ o primeiro lu)ar em tudo. 1 3
En)anado por estes ar)umentos+ $ib6rio não se apercebeu de 4ue dei%ava para
trás um implacável inimi)o de si pr?prio+ da sua casa+ do neto+ de Macro+ 4ue desempen"ara o papel de advo)ado+ e de toda a "umanidade (@G. 1 4
uando Macro observou os seus desvios de conduta e o viu dar livre curso a
impulsos desenfreados+ fosse em 4ue altura fosse e de 4ue forma fosse+ procurou admoestáTlo e acalmáTlo+ :ul)ando 4ue a4uele era ainda o mesmo #aio dos tempos de $ib6rio+ :usto e obediente. O infeliI pa)ou com a pena má%ima a e%cessiva boa vontade. Foi e%ecutado com toda a fam*lia+ esposa e fil"os (@H+ como se fosse um fardo in9til e um empecil"o. 1 5
Cada veI 4ue #aio o avistava a apro%imarTse+ diIia a 4uem o acompan"asseB
Evitemos sorrir+ bai%emos os ol"os com tristeIa\ lá vem o pre)ador+ o moralista austero(@A+ 4ue a)ora se arro)a em peda)o)o de um "omem adulto+ de um imperador+ 4uando a ocasião e%i)iu a dispensa e o afastamento dos tutores da sua primeira :uventude. 1 6
Wo momento em 4ue Flaco se apercebeu de 4ue Macro fora forçado ao suic*dio+
perdeu por completo a esperança 4ue l"e restava e dei%ou de ser capaI de Ielar pelos seus deveres da mesma forma+ pois estava debilitado e descontrolado de esp*rito. 1 7
! partir do momento em 4ue o )overnante renuncia ao e%erc*cio do poder+ 6
forçoso 4ue os s9bditos em se)uida se tornem insubmissos+ sobretudo a4ueles 4ue por natureIa se e%altam com nin"arias e acontecimentos triviais. Weste aspecto+ o povo e)*pcio det6m o primeiro lu)ar+ acostumado 4ue está a atear )raves sediç>es a partir da menor centel"a. 1 8
$endo c"e)ado a um dilema sem solução+ Flaco a)itavaTse e+ medida 4ue a sua
raIão se deteriorava+ alterou toda a sua conduta anterior (@0+ a começar pelos seus confidentes mais pr?%imos. Ol"ava com desconfiança e afastava as pessoas 4ue l"e ,uet?nio Cal .+ ((2 afirma 4ue $ib6rio diIia de #aio 4ue este era não s? a sua perdição mas a perdição de todos e 4ue estava a criar uma "idra para o povo romano e um Faetonte para o universo. (@H Outras fontes 4ue atestam a morte de Macro e da sua esposa+ Xnia+ são F*lon Legat&D G(2 e D*on Cássio 10.('+ G2. !penas neste passo de Flaco 6 mencionada a e%ist=ncia de fil"os. ŠX=.@*13 6 um termo de conotação positiva 4ue a4ui assume um sentido ne)ativoB da* a nossa tradução+ de acordo com a proposta de van der Vorst &''@B ('2+ por moralista austero. Wão e%iste+ de resto+ um consenso em relação versão deste termo e a tradução varia consoante as ediç>es. Wa tradução de …*[ ,); Q?=)17 ,[$*.… se)uimos a lição proposta por -eiter (0(1+ ad locum2. Este editor su)ere a con:ectura …,[$*. 02.$*. ,); Q?=)17&&& Esta "ip?tese 6 se)uida por tradutores mais recentes. 136
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4ueriam bem+ bem como os seus mel"ores ami)os+ e reconciliouTse com a4ueles 4ue desde o in*cio "aviam sido seus inimi)os declarados ('+ tomandoTos como consel"eiros em tudo. 1 9
Estes 9ltimos na verdade c"eios de ressentimento fin)iram uma
reconciliação e%istente apenas em palavras\ na realidade+ intimamente+ )uardavamTl"e um rancor ine%orável e+ como num teatro+ estavam apenas a representar uma amiIade sincera. #an"aram total controlo sobre ele. Desta forma+ o )overnador tornouTse s9bdito e os s9bditos tornaramTse d6spotas+ propondo as mais desvanta:osas medidas e faIendoT as aprovar de imediato. 2 0
Com efeito+ efectivavam todas as medidas 4ue aconsel"avam\ puseram Flaco em
cena como uma máscara muda ((+ 4ue tem inscrito por bai%o o t*tulo de autoridade unicamente para manter as apar=ncias. Eram dema)o)os (& como Dion*sio(@+ escribas miseráveis como L;mpon+ c"efes de 4uadril"a como 5sidoro+ metediços+ inventores de perversidades+ perturbadores da ordem p9blica (\ desta forma )overnava Flaco em t*tulo(1. 2 1
$odos estes "omens+ de m9tuo acordo+ planearam o mais terr*vel dos planos
contra os 3udeus e+ encontrandoTse com Flaco em privado+ disseramTl"eB 2 2
PerderamTse as tuas esperanças no :ovem $ib6rio Wero+ perdida está tamb6m
a tua e%pectativa se)uinte+ o teu ami)o Macro+ e nada tens de favorável a esperar do imperador\ 6 necessário encontrarTte o mais poderoso advo)ado+ 4ue faça #aio ficar a teu favor.
('
Destes inimi)os declarados+ os mais importantes seriam 5sidoro e L;mpon cf. n. &A02. Cf. (&AT (1. #:;$ ,)1@#,5R1$ desi)na a máscara reservada aos fi)urantes+ desprovida de orif*cio para a boca. !o empre)ar esta e%pressão+ procuraTse transmitir a ideia de 4ue Flaco se tornara+ ele pr?prio+ uma esp6cie de fi)urante+ desprovido de toda a import;ncia e autoridade. ! e%pressão 4ue a4ui traduIimos por dema)o)os 6 0^Q1=,1?. Wa verdade+ trataTse de um termo mais pe:orativo do 4ue 0^Q.N#N1 . ! principal diferença entre uns e outros+ de acordo com Plutarco Praecepta Gerendae ‹eipublicae+ 12+ 6 4ue os 9ltimos procuravam persuadir por meio da palavra+ en4uanto os primeiros recorriam or)aniIação de festividades e a distribuiç>es )ratuitas de comida e bebida. Colson (0GH+ ad locum2 e van der Vorst &''@+ ad locum2 traduIem a e%pressão por popularityV unters. ?1$T@?1?+ [Q,1$53 e {@0#)1? sur)em no plural para desi)nar um certo tipo de pessoas+ semel"antes a estas. ,obre estas tr=s fi)uras+ cf. !ne%o (. €.).2,1"?3 6 um termo possivelmente cun"ado por F*lon+ pois não se encontra atestado em nen"um outro autor e 6 apenas utiliIado mais uma veI em todo o corpus filoniano+ no (@H+ referindoTse novamente a 5sidoro. !s traduç>es e%istentes para este passo são pouco satisfat?rias. gan der Vorst &''@B (((2 defende 4ue o referente mais natural de *1ƒ$1Q. 6 $1Q. ')9Œ3 + o 4ue torna inevitável a interpretação de Flaco como su:eito de =5=)[*^=5B foi esta a interpretação 4ue a4ui se)uimos. 141
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$al advo)ado 6 a cidade de !le%andria+ 4ue desde o in*cio foi "onrada por toda a
fam*lia imperial(G+ e em especial pelo nosso actual imperador. Ela intercederá por ti+ se em troca receber al)um favor. Wão l"e poderás oferecer mel"or presente do 4ue entre)arTl"e os 3udeus+ abandonandoTos (H. 2 4
Face a isto+ Flaco deveria ter repelido com indi)nação os seus interlocutores+
como revolucionários e inimi)os comuns+ mas subscreveu as palavras 4ue foram ditas. 5nicialmente dissimulava as suas más intenç>esB não concedia uma audição :usta e imparcial(A s partes envolvidas em lit*)io e inclinavaTse mais para um dos lados+ noutras 4uest>es não concedia i)ual liberdade de e%pressão. Por6m+ sempre 4ue era abordado por um dos 3udeus+ viravaTl"e as costas+ e%ibindo apenas para com estes um comportamento pouco afável. Mais tarde viria a demonstrar a sua "ostilidade abertamente. 2 5
! sua loucura+ 4ue se devia mais influ=ncia de outros do 4ue propriamente
sua natureIa+ foi a)ravada por um outro acontecimentoB o imperador #aio concedeu como reino a !)ripa (0+ neto do rei Verodes+ um terço da "erança de seu av+ da 4ual at6 então beneficiara o seu tio paterno+ o tetrarca Filipe (1'. 2 6
Estando !)ripa prestes a embarcar+ #aio aconsel"ouTo a não empreender a
via)em de /rund*sio at6 ,*ria visto 4ue era uma travessia mais lon)a e fati)ante2 e a esperar pelos ventos et6sios (1( para tomar a rota mais curta+ por !le%andria (1&. !firmou Wem toda a fam*lia imperial "onraria !le%andria. O pr?prio !u)usto privara a cidade da sua 816"Z senado2+ aparentemente como punição pela "ostilidade 4ue os seus "abitantes l"e "aviam demonstrado+ e nunca mais a visitou depois de @'. $ib6rio tamb6m nunca o feI. De um modo )eral+ nos primeiros sessenta anos de principado+ as relaç>es entre -oma e !le%andria foram pouco cordiais. O verbo Y=00#Q? e%pressa a ideia de entre)ar pessoas aos seus inimi)os+ en4uanto ,)1^Q? implica a noção de abandonar al)u6m sua sorte. O 9nico motivo plaus*vel para esta ideia de 4ue entre)ar e abandonar os 3udeus permitiria a Flaco recuperar a confiança de #aio residiria no facto de ser do con"ecimento )eral 4ue o imperador nutria sentimentos "ostis aos 3udeus. Cf. Legat&+ (A@. ,obre !)ripa+ Uide !ne%o (. (+ !)ripa. Fil"o de Verodes e Cle?patra. $erá vivido de &G a.C. at6 @ d.C. -espeitandoTse o testamento de seu pai+ Verodes+ e por vontade de !u)usto+ tornouTse tetrarca da parte norte do reino deste. O seu territ?rio estaria provisoriamente a)re)ado prov*ncia romana da ,*ria+ com e%cepção da cobrança de impostos 3osefo+ AJ (A+ ('GT('A2. O modo como )overnou sobre uma vasta população s*ria+ não :udaica+ foi muito celebrado por 3osefo. uando morreu+ em @+ o seu territ?rio foi provisoriamente ane%ado prov*ncia da ,*ria. Em @H passou a ser )overnado por !)ripa. *^@.? B$5Q1?2 eram os ventos saIonais 4ue sopravam de norte na bacia oriental do Mediterr;neo durante o gerão. Começavam em meados de 3ul"o e podiam durar entre vinte e tr=s e sessenta dias. Estrabão (H+ (. H2 diITnos 4ue o bom clima de !le%andria durante o gerão se devia ao facto de estes ventos soprarem sobre a cidade. !ctualmente são desi)nados pelo termo turcoB meltemi. (1& ! rota mais curta não seria por !le%andria+ trataTse de uma imprecisão de #aio ou de F*lon+ mas era de facto a mais rápida+ pois a via)em levaria cerca de duas a 4uatro semanas+ dependendo das condiç>es climáticas e de outras circunst;ncias. Percorrer a outra rota+ entre /rund*sio+ a #r6cia e as il"as )re)as+ era relativamente comum+ mas era uma via)em mais lon)a e penosa+ 4ue durava cerca de dois ou tr=s meses. ,mallood (0A(B &@A2 defende 4ue+ se !)ripa tivesse tomado esta rota+ em veI da 4ue l"e foi 146
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4ue a* as embarcaç>es nave)avam mais rapidamente+ 4ue os pilotos eram os mais e%perimentados e 4ue+ como os atletas 4ue conduIem cavalos de corrida+ asse)uravam um camin"o directo+ sem desvios. !)ripa obedeceu+ em parte por4ue #aio era seu soberano+ em parte por4ue o consel"o l"e pareceu 9til. 2 7
C"e)ado a Dicear4uia(1@+ e vendo no ancoradouro navios ale%andrinos
preparados para Iarpar+ embarcou com o seu s64uito. FeI uma nave)ação prop*cia (1 e desembarcou+ poucos dias depois+ de forma discreta e em se)redo (11+ ordenando aos pilotos(1G visto 4ue 6 ao entardecer 4ue Faros (1H sur)e 4ue recol"essem as velas e permanecessem ao lar)o+ em alto mar (1A+ sem se afastarem+ at6 ser noite profunda e 4ue abordassem o porto de noite+ para desembarcar 4uando todos estivessem a dormir e c"e)ar a casa do seu anfitrião sem nin)u6m o ver. 2 8
Desembarcou com tanta discrição por4ue dese:ava+ se fosse poss*vel+ partir da
cidade inc?)nito. De facto+ não tin"a vindo para visitar !le%andria+ uma veI 4ue :á antes a* "avia estado (10+ na 6poca em 4ue empreendera a nave)ação a -oma para se su)erida por #aio+ seria para evitar um encontro com o seu credor !le%andre+ irmão de F*lon. $rataTse da cidade portuária de Put6olos PuŽŽuoli2+ 4ue se situa na ba*a de Wápoles. Wa !nti)uidade+ a maior parte dos navios ale%andrinos ancorava para transferir as suas car)as para barcos 4ue nave)avam para -oma subindo o rio. ! e%pressão a4ui traduIida por nave)ação prop*cia 6 o termo po6tico 5ƒ,"1?.+ de ori)em "om6rica+ e não ocorre em 4uais4uer outros te%tos em prosa. $odavia+ de acordo com van der Vorst+ F*lon utiliIaTa catorIe veIes ao lon)o da sua obra cf. Ma7er (0HB (&Hw2. Os termos 4ue a4ui traduIimos por kde forma discreta e em se)redo são+ respectivamente '$5,?:[*#3 e ':#)[*#3 + dois apax legomena na obra de F*lon. Optámos por uma tradução redundante+ de modo a manter a redund;ncia do ori)inal. Em (('+ sur)e um vocábulo pr?%imo+ '$5,?:[$*1$+ 4ue 6 a lição de apenas um dos manuscritos+ o !+ mas prefer*vel a '$5,?:[*1$+ atestado nos restantes cf. -eiter (0(1+ Proleg& 55+ p. lv2. (1G O piloto era a autoridade má%ima dentro de um navio. !)ripa dá as suas instruç>es aos pilotos+ para 4ue estes+ por sua veI+ transmitam as ordens tripulação. [)13 6 a torre do farol. LocaliIavaTse no e%tremo oriental da pen*nsula 4ue rodeava o )rande porto de !le%andria e a:udava a orientar os navios 4ue ancoravam. Este+ pos sua veI+ estava dividido em secç>es menores+ tamb6m denominadas portos. De acordo com Estrabão (H+ (.02 4uem nave)ava para o #rande Porto avistava direita a torre de Faros e es4uerda o promont?rio de L?4uias+ onde se situava o palácio real. < medida 4ue se nave)ava em direcção a este porto+ avistavaTse es4uerda palácios interiores+ 4ue estavam li)ados ao de L?4uias. !bai%o destes e%istia um porto artificial+ 4ue não estava vis*vel e era propriedade privada dos reis. (1A Esta repetição 6 uma forma de enfatiIar a noção de 4ue !)ripa dese:ava permanecer inc?)nito. (10 F*lon neste passo procurará e%plicar o comportamento do monarca+ 4ue descreve em termos al)o contradit?riosB por4ue desembarcou se não pretendia visitar a cidade e como poderia permanecer inc?)nito se atra*aw a atenção de todos os 4ue viamw o e%6rcito de lanceiros da sua )uarda pessoalh Podemos especular 4ue talveI o corpo da )uarda de !)ripa não fosse assim tão e%uberante e 4ue se tratasse de um e%a)ero dos consel"eiros de Flaco+ de modo a espicaçar a inve:a do )overnador+ como o pr?prio F*lon su)ere+ mas este ar)umento não parece muito consistente. ,abemos por 3osefo 4ue a visita anterior do rei+ em @G+ teve como ob:ectivo contrair um empr6stimo no valor de duIentas mil dracmas :unto de !le%andre+ o alabarca+ irmão de F*lon. gan der Vorst &''@B (&(2 defende a possibilidade de um dos motivos pelo 4ual o rei desembarcou em !le%andria ter sido para pa)ar parcial ou totalmente a d*vida. Outra possibilidade+ defendida por ,c"artI (00'B HG2+ 6 a de 4ue a passa)em do rei pela cidade se devesse ao facto de ele pretender ne)ociar o casamento da sua fil"a com o fil"o de !le%andre. 153
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encontrar com $ib6rio\ procurava apenas servirTse de um atal"o para re)ressar sua re)ião.(G' 2 9
Mas eles estavam a estourar de inve:a na verdade o E)*pcio 6 inve:oso por
natureIa e consideravam os =%itos al"eios como infort9nios para si pr?prios\ al6m disso+ devido ao seu rancor ancestral e+ de certa forma+ inato contra os 3udeus
(G(
+
irritaramTse por um 3udeu ter sido nomeado rei+ como se cada um deles tivesse sido privado de um reino dos seus antepassados. 3 0
Por outro lado+ a4ueles 4ue rodeavam o pobre Flaco incitaramTno mais uma veI
e provocaramTno de modo a 4ue compartil"asse do mesmo sentimento de inve:a. ! perman=ncia desse "omem a4ui será a tua ru*na diIiam. Foi investido de "onra e prest*)io com maior di)nidade do 4ue tu. !trai a atenção de todos 4uantos v=em o e%6rcito de lanceiros da sua )uarda pessoal a desfilar com as suas armas adornadas de prata e ouro(G&. 3 1
ue necessidade tin"a ele de vir a uma prov*ncia )overnada por outro+ podendo
re)ressar aos seus dom*nios em se)urança+ faIendo uma nave)ação prop*cia (G@h E mesmo 4ue #aio l"o tivesse permitido+ mesmo 4ue a tal o tivesse constran)ido+ ele deveria t=Tlo instado para 4ue o dispensasse de cá vir+ de modo a evitar 4ue o )overnador da prov*ncia fosse ultrapassado em consideração e aviltado.
(G'
X poss*vel considerar 4ue a transição entre &A e &0 6 abrupta+ o 4ue pode indicar uma lacuna no te%to tal como c"e)ou at6 n?s. $odavia a impressão de e%istir a4ui uma fal"a adv6m do facto de F*lon narrar os eventos mais importantes da estadia de !)ripa num per*odo mais avançado do te%to ('@2. Wão 6 poss*vel afirmar com toda a certeIa 4ue se trate de facto de uma lacuna. Este ar)umento de 4ue o rancor de E)*pcios contra 3udeus era inato ressur)e no final do s6culo em 3osefo CA (+ &&@2+ 4ue atribui a este povo a ori)em do sentimento de "ostilidade para com a comunidade :udaica. X curioso notar 4ue neste passo F*lon não imputa a ori)em do rancor ao lado )re)o cu:os )imnasiarcas foram responsáveis pelos actos de viol=ncia contra a comunidade2 mas ao e)*pcio. 5nato 6 tradução da con:ectura de -eiter (0(1+ ad locum2 :T@5?‘ N5N5$^QX$^$. (G& Esta 6 a 9nica alusão 4ue F*lon faI parada do corpo da )uarda de !)ripa. Como previamente observámos+ 6 preciso ter em conta 4ue estas afirmaç>es sur)em proferidas pelos #re)os e+ portanto+ deverão ser encaradas com prud=ncia+ mas F*lon não ne)a 4ue "á uma e%ibição de armas por parte destes )uardas. Poderá ter sido este acontecimento a despoletar os actos de viol=ncia praticados contra a comunidade :udaicah ! visão dos )uardas e o or)ul"o da comunidade :udaica em !)ripa poderiam ter recordado aos membros da comunidade )re)a+ bem como da e)*pcia o facto de 4ue !le%andria 4ue outrora fora capital de um territ?rio e )overnada pelo poder de sucessivos soberanos+ semel"antes 4uele 4ue se e%ibia em parada nas suas ruas2 era a)ora uma prov*ncia de -oma. X poss*vel 4ue #re)os e E)*pcios ten"am visto neste acto uma tentativa da comunidade :udaica de os "umil"ar+ ou pelo menos um sinal de 4ue a sua lealdade se diri)ia+ em primeiro lu)ar+ a um rei estran)eiro. X tamb6m necessário 4uestionar como se coaduna esta parada com o dese:o de !)ripa de permanecer inc?)nito. gan der Vorst &''@B (&@2 defende a "ip?tese de esta afirmação ser uma refer=ncia ao momento do desembar4ue+ durante a noite+ opinião tamb6m defendida por outros estudiosos. ,e assim fosse+ esta descrição :á se coadunaria+ pelo menos minimamente+ com o dese:o atribu*do a !)ripa de permanecer inc?)nito. Em ático+ ,"173 sem preced=ncia de arti)o 6 suficiente para transmitir a ideia de uma nave)ação favorável+ isenta de incidentes. 161
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3 2
Flaco ao escutar estas palavras e%altavaTse ainda mais do 4ue :á estava e+ embora
em p9blico representasse o papel de ami)o e camarada de !)ripa+ por receio de 4uem o enviara+ em privado manifestava claramente a inve:a e o ?dio 4ue sentia e+ pelas costas+ "umil"avaTo+ uma veI 4ue não tin"a cora)em de o faIer abertamente (G. 3 3
<4uela multidão indolente e desocupada da cidade turba 4ue se ocupa da
ta)arelice sem fim e 4ue empre)a o tempo em cal9nias e maledic=ncias permitiu 4ue difamasse o soberano+ ou por ter dado pessoalmente ori)em difamação ou por4ue a incitou e encora:ou de forma deliberada+ por interm6dio da4ueles 4ue costumavam assistiTlo em tais tarefas (G1. 3 4
!proveitando o prete%to+ estes passavam os dias no )inásio (GG escarnecendo do
rei e repetindo )race:os. ,em d9vida 4ue tomavam por mestres os autores de pantomimas(GH e farsas+ e%ibindo desta forma o seu talento para a bai%eIa. Eram lentos a aprender o bem mas e%cepcionalmente perspicaIes e "ábeis a instruirTse em mat6rias contrárias. 3 5
Por4ue não se indi)nou ele+ por4ue não os mandou prender nem os puniu pela
sua difamação insolenteh !inda 4ue não se tratasse de um rei+ !)ripa continuaria a ser um membro da casa de C6sarB não deveria ser tratado com uma certa defer=ncia e respeitoh $ais factos são+ por6m+ prova evidente de 4ue Flaco fora c9mplice destas cal9nias. Ele+ 4ue poderia t=Tlos c"amado raIão ou+ em 9ltima análise+ t=Tlos impedido+ se nada feI para os deter+ era evidente 4ue foi ele pr?prio 4ue permitiu e deu o seu consentimento a tais actos.
(G
X poss*vel 4ue F*lon estivesse ao corrente do comportamento do )overnador em privado por interm6dio do seu irmão !le%andre+ 4ue na 4ualidade de alabarca teria contacto re)ular com Flaco e com os 4ue o rodeavam. (G1 gan der Vorst &''@B (&12 classifica esta afirmação de F*lon como inveros*mil+ pelo facto de Flaco+ ao adoptar semel"ante atitude+ estar a colocar a sua posição ainda mais2 em risco. ,eria sempre )rav*ssimo para o )overnador+ se se tornasse p9blico em -oma 4ue ultra:ara um ami)o do imperador. (GG Was cidades )re)as+ os )inásios não eram apenas locais destinados ao e%erc*cio f*sico+ eram centros intelectuais e+ com o decorrer do tempo+ ad4uiriram o carácter de escolas+ mas nunca perderam a vertente de instalaç>es destinadas prática de desporto. O )inásio de !le%andria localiIavaTse no centro da cidade e tornouTse um local de manutenção da identidade )re)a. Fre4uentemente eram a* tomadas decis>es pol*ticas. Estrabão (H+ ('. G&2 afirma 4ue este era o mais belo edif*cio da cidade+ com p?rticos maiores em comprimento do 4ue um estádio. Em )re)o+ no ori)inal+ …,1?^*.R3 QQ#$ =.> N5"1#$&&& O termo QQ13 4ue traduIimos por pantomimas2 desi)na um )6nero teatral 4ue en)lobava representaç>es de cenas do 4uotidiano+ )eralmente com dança e recurso a diálo)o. Eram fre4uentemente desempen"adas por um s? actor. Wa 6poca "elen*stica eram representaç>es bastante vul)ares+ de tema er?tico e com lin)ua)em e%tremamente e%pl*cita+ muito populares entre as massas. F*lon procura uma identificação entre o comportamento da multidão no )inásio e um divertimento muito vul)ar nos dois sentidos do termo2 4ue e%istia 6poca em !le%andria. 167
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Ora+ se+ em 4ual4uer circunst;ncia+ uma multidão indisciplinada toma um prete%to para praticar o mal+ :á não desisteB passa de uma trans)ressão para outra+ aperfeiçoandoTse sempre com al)uma nova ini4uidade (GA. 3 6
E%istia um certo louco+ de nome Carabás (G0+ cu:a loucura não era a4uela de tipo
violento ou feroI peri)osa (H' portanto para os 4ue dela sofrem e para 4uem os rodeia mas de tipo moderado e mais inofensivo. Passava os dias e as noites nu nos camin"os+ fiIesse frio ou calor+ e era motivo de distracção para crianças e :ovens ociosos. 3 7
ConduIiram este infeliI ao )inásio e colocaramTno num s*tio elevado+ para 4ue
ficasse vista de todos. !lisaram uma fol"a de papiro (H( e colocaramTna na sua cabeça maneira de um diadema. CobriramTl"e o resto do corpo com um tapete (H&+ a servir de cl;mide e+ como ceptro+ al)u6m l"e deu um pe4ueno pedaço do papiro da re)ião (H@+ 4ue encontrara lançado estrada. 3 8
uando ele recebeu as ins*)nias reais e foi mascarado de rei+ como nas farsas
teatrais+ uns rapaIes+ traIendo varas sobre os ombros maneira de lanceiros+ rodearamT no de ambos os lados+ a imitar uma escolta. Outros apro%imaramTse em se)uidaB uns para o saudar+ outros clamando :ustiça e al)uns como 4ue para consultáTlo sobre assuntos de estado. 3 9
Da multidão 4ue o rodeava ecoou em se)uida um )rito absurdo+ começaram a
c"amarTl"e Karin(H 4ue diIem ser o t*tulo dado ao soberano entre os ,*rios2 sabiam+ na )1@5,525)N.Q5$13 6 um vocábulo bastante raro e um apax no corpus fil?nico. DiscuteTse a ori)em deste antrop?nimo. /o% (0@0B A02 defende 4ue o termo será de ori)em aramaica+ derivando da palavra ’araba cesto2+ tratandoTse+ portanto+ de uma alcun"a. $amb6m van der Vorst &''@B (&A2 aponta para esta possibilidade+ embora sublin"e 4ue nen"um dos dicionários e%istentes lista uma palavra deste tipo. Co"n con:ectura 4ue se trate antes de Harab“b”as+ um nome aramaico 4ue sur)e nos Evan)el"os. Outros estudiosos defendem 4ue se trata de uma derivação )re)a+ como 6 o caso de Pelletier (0GHB G02+ 4ue defende 4ue o nome adv6m da palavra )re)a =[).813 + 4ue desi)na o possuidor de um ou mais pe4uenos barcos. $amb6m neste caso o nome seria uma alcun"a. O termo =[).813 desi)na ainda uma esp6cie de besouro ou caran)ue:o+ o 4ue podia+ mais uma veI+ ser uma alcun"a 4ue aludisse ao modo de andar de Carabás. @=^,*13 6 um termo aceite por Co"n e -eiter na sua edição+ mas não faI sentido neste conte%to. 4@=X,.@*13 6 con:ecturado por Colson (0GHB @&&B&@+ n.(2 e o seu sentido de descoberto+ não abri)ado passa facilmente a peri)oso+ o 4ue+ tendo em conta o conte%to+ nos parece mais apropriado. …}T8"1$&&& 5)T$.$*53… 6 uma e%pressão 4ue su)ere 4ue pe)aram numa fol"a de papiro e alisaram as suas e%tremidades curvas+ de modo a utiliIáTlo para cobrir a cabeça. –.Q.@*)#*1$+ 4ue traduIimos por tapete+ seria uma esteira mais ou menos maleável. (H@ O facto de F*lon e%plicar 4ue o papiro era caracter*stico da re)ião pode si)nificar 4ue ele teria em mente um p9blico não e)*pcio. Este termo 6 uma transposição )re)a de um dos t*tulos 4ue era utiliIado em aramaico 4uando al)u6m se diri)ia ao soberano. O uso do termo nesta l*n)ua poderia ser uma forma de vincar+ como su)ere Feldman (00GB((12+ o facto de os #re)os considerarem 4ue a primeira lealdade dos 3udeus era para com o )overnante da Palestina+ falante de aramaico+ tendo )ritado Karin de modo a dei%ar impl*cito este facto. O prefi%o ',1V em ',1=."X#+ de acordo com Pelletier (0GH+ nota ad locum2 indica o uso indevido da desi)nação+ visto 4ue Carabás não era+ evidentemente+ rei. 168 169
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verdade+ 4ue !)ripa era de ori)em s*ria e 4ue reinava sobre uma )rande parte do territ?rio da ,*ria(H1. 4 0
!o escutar+ ou mel"or+ ao ver tais coisas+ Flaco deveria não s? ter detido e
colocado na prisão o louco+ para não dar 4ueles 4ue escarneciam um prete%to para in:uriar 4uem l"es era superior+ mas tamb6m ter punido os 4ue ar4uitectaram a4uela farsa por4ue esses tin"am ousado insultar+ por meio de palavras e acç>es+ directa e indirectamente+ um soberano e um ami)o de C6sar (HG+ distin)uido pelo senado romano com as ins*)nias de pretor (HH. Mas ele não s? não os puniu como nem se4uer ac"ou apropriado impediTlos+ dando assim impunidade e licença a 4uem era malTintencionado e a)ia com malevol=ncia+ fin)indo não ver o 4ue via nem ouvir o 4ue ouvia. 4 1
!percebendoTse disto+ a multidão não o con:unto de cidadãos tran4uilos e
civiliIados mas a4uela multidão acostumada a tudo enc"er de tumulto e confusão+ pelo "ábito de se imiscuir na vida al"eia (HA+ por ape)o a uma vida intolerável de se viver (H0+ por possuir uma natureIa indolente e desocupada+ causadora de dist9rbios acorreu ao teatro(A' de man"ã cedo+ tendo previamente comprado Flaco a troco de "onras miseráveis(A(+ 4ue este+ na sua febre de )l?ria+ vendido (A&+ aceitou+ não s? em detrimento da sua se)urança pessoal mas da se)urança colectiva.
(H1
,*ria muitas veIes desi)na não apenas este territ?rio mas tamb6m o L*bano e a Palestina. O reino de !)ripa situavaTse nas Ionas montan"osas do L*bano. (HG !4ui não se tratará do t*tulo "onor*fico acima referido cf. &2. !)ripa era um ami)o pessoal de #aio. Os ornamenta praetoria @*).*^N?=.> *?Q. 2 foram provavelmente concedidos a !)ripa 4uando ele foi nomeado rei. Esta distinção permitiaTl"e+ entre outros privil6)ios+ enver)ar a toga praetexta+ bordada com uma fai%a p9rpura+ e ser escoltado por seis lictores. Durante o reinado de Cláudio+ !)ripa seria ainda "onrado com as ins*)nias consulares *?Q.> —,.*?=. 2. Em )re)o+ no ori)inal+ :?"1,).NQ1@T$^. Weste passo+ 4ue traduIimos por ape)o a uma vida intolerável de se viver …Œ"1$ '8?*16 816…2+ se)uimos a versão de van der Vorst. ! sua ar)umentação em relação tradução de Pelletier …par rancoeur de son existence inUiUable&&&2 pareceTnos válida+ pois Œ"13 ardor+ Ielo+ ebulição2 não poderá assumir+ como e%plica van der Vorst+ o sentido de rancor e o facto de F*lon desi)nar o seu modo de vida como '8#*13 não implica 4ue eles pr?prios fiIessem esse :u*Io acerca das suas vidas+ mas 4ue F*lon assim o entende. Como instituição c*vica com m9ltiplos fins+ o teatro tin"a uma posição preponderante na vida social de muitas cidades da !nti)uidade e muitas veIes funcionava como um _orum em 4ue membros do )overno intera)iam com a multidão. Em !le%andria+ e%istiria um teatro não muito lon)e do porto 39lio C6sar+ Hell& Ciu& @+ (&2. Este espaço em Flac& desempen"a um papel importante. …"[==1$ ~0^ *?Q`$ '"#$ Y#$^QX$1?… literalmente si)nifica compraram Flaco por um preço miserável. O si)nificado de *?Q. 6 amb*)uo+ pelo 4ue optámos por uma tradução de acordo com a ar)umentação de Pelletier+ tendo em conta 4ue "onras miseráveis 6 uma e%pressão 4ue neste conte%to não desi)nará "onras oficiaisB será antes uma refer=ncia ao facto de Flaco se ter dei%ado persuadir pela adulação da4ueles 4ue eram "ostis aos 3udeus. !s palavras de Flaco no (H&+ serão+ muito possivelmente+ uma refer=ncia a estes acontecimentos. ."Q,).*13 si)nifica+ literalmente+ vendido outra veI+ e 6 um termo 4ue se aplica a um escravo pouco eficiente+ 4ue 6 por isso sucessivamente vendido. ! ideia veiculada será a de 4ue Flaco podia ser facilmente corrompido. 177
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#ritaram então todos a uma s? voI+ e%i)indo 4ue se eri)issem estátuas nas sina)o)as(A@B propun"am uma violação da nossa lei totalmente inusitada+ nunca antes levada a cabo. 4 2
Conscientes disso pois no 4ue toca ini4uidade são e%tremamente ar)utos
utiliIaram astutamente o nome de C6sar como prete%to (A+ nome ao 4ual não 6 l*cito associar se:a o 4ue for de censurável. 4 3
O 4ue feI então o )overnador da re)iãoh Ele sabia 4ue a cidade+ tal como todo o
E)ipto+ tem dois )rupos (A1 de "abitantes+ n?s pr?prios e eles+ e sabia tamb6m 4ue os 3udeus residentes em !le%andria e no resto do territ?rio+ desde o desfiladeiro escarpado 4ue nos separa da L*bia at6 s fronteiras da Eti?pia+ não são em n9mero inferior a um mil"ão(AG. ,abia ainda 4ue se tratava de um ata4ue diri)ido contra todos n?s e 4ue nada de bom poderia advir de perturbar os nossos costumes ancestrais (AH. Mas+ despreIando todas estas raI>es+ ele permitiu 4ue as estátuas fossem eri)idas+ embora pudesse como )overnador ter promul)ado medidas preventivas ou t=Tlas aconsel"ado como ami)o. 4 4
Ora ele+ pelo contrário+ compactuou com cada um dos delitos cometidos.
-ecorrendo sua suprema autoridade+ :ul)ou por bem atiçar a revolta acrescentando !s estátuas eram representaç>es do imperador #aio como se esclarece em Legat&D (@2. Os #re)os pretendiam forçar os 3udeus a tomar parte no culto ao imperador+ comum na !le%andria romana. F*lon v= neste )esto um ata4ue frontal reli)ião e ao modo de vida :udaicos. Eri)ir estátuas nas sina)o)as constitu*a+ evidentemente+ uma )rave violação da lei :udaica contra ima)ens esculpidas Ex& &'B\ t& B(GB(A2. ,obre as implicaç>es deste acto de profanação+ 3utta Leon"ardtT/alIer in Fre7 &''HBH Aw2 e%plica 4ue as sina)o)as não eram insubstitu*veis+ e 4ue isto 6 demonstrado pelo facto de+ em (&(T(&+ F*lon nos diIer 4ue os 3udeus+ :á privados das suas sina)o)as+ não perderam tempo a procurar edif*cios e diri)iramTse a um lu)ar ao ar livre e pr?%imo de á)ua onde re)ra )eral as sina)o)as devem ser edificadas2 para reIar e adorar a Deus. ,obre o carácter sa)rado da ,ina)o)a no tempo de F*lon cf. Fine (00HB &1T@@2. (A ! ast9cia reside na utiliIação do ar)umento de 4ue o imperador dese:ava ser venerado pelos seus s9bditos e+ visto 4ue a tal veneração estava associado o culto de estátuas e representaç>es+ estas deveriam ser colocadas nas sina)o)as+ espaços sa)rados para o povo :udaico. 5sto implicava a anulação da prerro)ativa 4ue isentava os 3udeus da obri)ação de praticar este culto o 4ue sucedia desde o princ*pio do 5mp6rio -omano2. (A1 Os dois )rupos de "abitantes a 4ue F*lon se refere serão possivelmente os 3udeus e os #re)os+ i)norando desta forma o estrato e)*pcio da população. Outra interpretação poss*vel 6 4ue estes dois )rupos se:am os 3udeus e os nãoT3udeus incluindo desta forma os E)*pcios2. (AG Os n9meros relativos demo)rafia 4ue nos são fornecidos por autores da !nti)uidade são sempre pouco fiáveis e 6 bastante dif*cil+ se não de todo imposs*vel+ c"e)ar ao n9mero e%acto dos diferentes )rupos populacionais. Este 6 tamb6m o caso do E)ipto. O n9mero de um mil"ão de 3udeus+ a4ui avançado por F*lon+ 6+ 4uase de certeIa+ e%cessivamente elevado. Estimativas modernas para a população total de !le%andria 6poca apontam para um n9mero entre 4uin"entos mil e dois mil">es de "abitantes. Os 3udeus seriam entre cin4uenta e duIentos mil. Possivelmente constitu*ram um 4uarto da população da cidade se tivermos em conta 4ue ocupavam dois dos cinco 4uarteir>es2+ o 4ue torna plaus*vel 4ue fossem cerca de cem mil. Os costumes ancestrais ,[*)?. /^2+ de acordo com a definição de F*lon em Spec& Leg&D + (0T(1'+ são leis não escritas e decis>es aprovadas por anciãos+ 4ue não tin"am 4ual4uer re)isto e eram transmitidas de pais para fil"os+ desde a mais tenra idade. O direito concedido ao povo :udaico de viver de acordo com as suas leis ancestrais era )arantido pelas autoridades. 183
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permanentemente novas ini4uidades e+ 4uase se poderia diIer+ 4ue na4uilo 4ue estava ao seu alcance+ enc"eu o mundo inteiro de )uerras civis (AA. 4 5
Era evidente 4ue o rumor da destruição das sina)o)as (A0 alastraria de imediato
aos nomos do E)ipto (0' e+ a partir de !le%andria+ correria do E)ipto para Levante+ para os povos orientais\ da fai%a costeira (0( e de Márea (0&+ 4ue faIem fronteira com a L*bia+ em direcção a Poente e aos povos ocidentais. Wão pode uma s? terra ser povoada por tão vasto povo. 4 6
X por este motivo 4ue os 3udeus se repartem pela maior parte das re)i>es mais
pr?speras da Europa e da sia+ por il"as e continentes. Consideram como metr?pole a Cidade ,anta(0@+ onde se encontra o $emplo sa)rado de Deus !lt*ssimo+ mas consideram 4ue a sua pátria 6 o territ?rio 4ue cada um deles recebeu dos pais+ dos av?s+ dos bisav?s e de antepassados ainda mais remotos+ para a* viver+ o s*tio em 4ue nasceram e foram criados. ! al)umas destas re)i>es c"e)aram como colonos e%actamente na altura da sua fundação (0+ para a)rado dos seus fundadores.
Em Legat&+ @G+ 6 o pr?prio imperador 4ue sur)e como responsável pela a)itação+ en4uanto em Flac& a responsabilidade 6 imputada ao )overnador. ,erá poss*vel especular 4ue F*lon teria em mente+ como leitores deste tratado+ um p9blico oriundo da4uela reli)ião embora não e%clusivamente :udaico+ como se pode inferir de passos de carácter e%plicativo+ como ((G2 a 4uem interessaria sobretudo a conduta do )overnador do E)ipto+ por4ue se trataria de uma fi)ura mais pr?%ima. X poss*vel encontrar um relato mais pormenoriIado da viol=ncia contra as sina)o)as em Legat&+ (@&. Wos pará)rafos anteriores+ o autor refere apenas a colocação das estátuas de #aio nos templos :udaicos+ não a destruição destes+ mas+ de acordo com o 4ue 6 descrito em Legat&+ (@&+ "ouve diversos actos de vandalismo. (0' Womo 6 o termo 4ue desi)na os distritos do E)ipto+ 4ue eram cerca de 4uarenta e constitu*am unidades )eo)ráficas e administrativas independentes. O receio de F*lon de 4ue a viol=ncia alastrasse a outras Ionas parece al)o infundado. De acordo com van der Vorst &''@B (@02+ não "á not*cia de 4uais4uer incidentes fora de !le%andria. (0( ,e)undo refere Pelletier (0GHB HG+ n. (2+ esta fai%a costeira estendeTse em frente a Márea+ a leste do nomo l*bio. (0& Esta cidade pertencia ao E)ipto. ,ituavaTse na fronteira com a L*bia. ! Cidade ,anta entendida como metr?pole 6 3erusal6m+ e o $emplo ,a)rado 6 o c"amado ,e)undo $emplo+ reconstru*do por Verodes+ o #rande. O uso de w5),1"?3 por w5)+ ,"?3 6 tipicamente filoniano e 6 poss*vel 4ue ten"a sido ele a cun"ar o termo+ para distin)uir 3erusal6m de outras cidades sa)radas no Mundo !nti)o. ,eriam os casos de Xfeso+ das cidades da 3?nia+ de !le%andria por e%tensão ao referirTse aos privil6)ios dados por reis asiáticos aos 3udeus2 e de !ntio4uia. 3osefo CA &+ @0 e AJ (&+ ((02 defende 4ue os 3udeus possu*am o estatuto de cidadãos de !ntio4uia desde a sua fundação. 188
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Era de recear 4ue+ em se)uida+ )ente por toda a parte tomasse o e%emplo de
!le%andria e ultra:asse os seus concidadãos (01 :udeus+ atentando (0G contra as suas sina)o)as e costumes ancestrais. 4 8
Estes embora por natureIa inclinados paI não iriam ficar para sempre sem
rea)ir+ não s? por4ue para todos os "omens a luta pelas suas tradiç>es ancestrais está acima dos riscos 4ue ameaçam a vida (0H mas+ ainda+ por4ue este 6 o 9nico povo de entre os 4ue "abitam debai%o do sol 4ue+ uma veI privado das suas sina)o)as
(0A
+ fica ao
mesmo tempo privado de mostrar piedade para com os seus benfeitores+ falta 4ue eles considerariam di)na do tormento de sofrerem mil"ares de mortes+ por4ue sem os seus recintos sa)rados não t=m como testemun"ar o seu recon"ecimento. Poderiam então diIer aos seus adversáriosB 4 9
Wão vos dais conta de 4ue não estais a acrescentar "onra aos vossos
soberanos mas a priváTlos delah Wão sabeis 4ue para os 3udeus do mundo inteiro as sina)o)as são evidentemente o centro de onde irradia a sua piedade (00 para com a fam*lia imperialh ,e elas forem destru*das+ 4ue outro lu)ar ou meio nos resta para l"e prestar "omena)emh 5 0
Wa verdade+ se ne)li)enciarmos os costumes pátrios 4ue nos foram confiados+
merecidamente recebemos os piores dos casti)os por não termos demonstrado um recon"ecimento proporcional aos benef*cios 4ue recebemos. Mas se nos recusamos por4ue as nossas leis &''+ 4ue !u)usto com a)rado ratificou+ não o permitem+ não ve:o F*lon empre)ará a4ui o termo ,1"R*.? não tanto no sentido de cidadãos mas de coT"abitantes da cidade e de cidadãos do ,1"*56Q. :udaico. O termo não deverá ser entendido em sentido :ur*dico. ˜5#*5)5?$ 4ue traduIimos por atentar2 si)nifica+ em primeiro lu)ar+ faIer inovaç>es mas 6 fre4uentemente utiliIado de forma eufem*stica para referir atitudes ou actos violentos. F*lon utiliIa muitas veIes este verbo e os seus derivados para se referir a ata4ues reli)ião :udaica. €+ ,[*)?. 6 o uso do ad:ectivo substantivado a si)nificar costumes ancestrais. ! refer=ncia ao respeito por vel"as tradiç>es e costumes ancestrais 6 comum na #r6cia e -oma anti)as. (0H Este era um ar)umento tamb6m familiar a #re)os e -omanos. (0A Estando proibida de participar em 4ual4uer forma de culto imperial+ a comunidade :udaica demonstrava a sua defer=ncia para com o imperador mediante a dedicação de sina)o)as+ decretos "onorários+ emblemas em "onra do poder imperial tais como coroas ou escudos de ouro2+ doaç>es ou oraç>es em favor do imperador. ! sin)ularidade do caso :udaico poderia residir não tanto no facto de eles serem o 9nico povo 4ue dependia das sina)o)as+ ou se:a+ dos seus lu)ares de culto+ para demonstrar piedade para com o imperador sacrificando a Deus em favor dele2+ por4ue tamb6m #re)os e -omanos dependiam dos seus templos+ mas por4ue a colocação de ima)ens nos recintos sa)rados :udaicos implicava a sua dessacraliIação. (00 !s dedicaç>es "onor*ficas de sina)o)as+ 4ue sur)em em inscriç>es encontradas em al)umas cidades e)*pcias+ atestam 4ue os templos :udaicos eram de facto os locais onde se realiIavam actos 4ue demonstravam piedade para com os )overnantes+ pelo menos durante a 6poca dos Ptolemeus cf. Vorbur7+ Wo7 (00&w+ inscriç>esB (@+ &&+ &+ &12. F*lon empre)a o termo $Q?$.+ no sentido de $Q1?. O autor repete+ em Legat&+ (1@+ 4ue o recon"ecimento )eral das leis :udaicas fora concedido por !u)usto. $amb6m 3osefo o afirma em AJ (G+ (G@. 195
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em 4ue ofensa+ pe4uena ou )rande+ estaremos a incorrer. ! menos 4ue se 4ueira acusarT nos de infracção involuntária da lei+ pelo facto de não nos termos precavido contra alteraç>es dos nossos costumes+ as 4uais+ ainda 4ue eventualmente causadas por terceiros+ fre4uentemente acabam por atin)ir os 4ue xnãoy são por elas responsáveis&'(. 5 1
Mas Flaco+ ao calar o 4ue devia ter dito e diIendo o 4ue devia ter calado+
cometeu desta forma uma falta para connosco. ue intenç>es teriam a4ueles a 4uem ele procurava a)radarh Dese:avam porventura "onrar o imperadorh Vaveria escasseI de templos+ numa cidade cu:os maiores e mais importantes espaços se encontram consa)rados aos deuses+ para eri)ir as estátuas 4ue 4uisessem &'&h 5 2
Estamos+ por conse)uinte+ a falar de um ata4ue de )ente movida pelo ?dio+ 4ue
conspira recorrendo intri)a+ de uma forma tal 4ue os opressores não parecem a)ir com ini4uidade e para as v*timas não 6 se)uro resistir. Wa verdade+ ? nobres "omens &'@+ não "á 4ual4uer "onra em abolir leis+ perturbar costumes ancestrais+ ameaçar concidadãos ou ensinar a "abitantes de outras cidades o despreIo pela conc?rdia. 5 3
Lo)o 4ue este ata4ue contra as nossas leis pareceu bem encamin"ado 4uele 4ue
sa4ueara as nossas sina)o)as &' sem l"es dei%ar se4uer o nome &'1+ esse "omem avançou para um novo pro:ectoB destruir a nossa or)aniIação pol*tica &'G. O seu prop?sito+ ao ! lin)ua)em deste per*odo 6 bastante obscura. gan der Vorst &''@B (0B(1'2 considera 4ue seria prefer*vel *1ˆ3 '$.?*163 a *1ˆ3 .\*163 + ou 4ue talveI "a:a uma lacuna nos manuscritos e ten"a ca*do um QZ. Foi esta con:ectura *1ˆ3 Q(‘ .\*163 2 4ue se)uimos. €5"56*`@? 5\3 6 tamb6m de dif*cil tradução e Colson (0GHB@@'+ n. b2 su)ere 4ue o si)nificado )eral seráB _ he are to be blamed it is not because he re_used to brea’ te lah by admitting imagesD but because he aUe not been strict enoug in preUenting de_ection. zraduIimos :6".2.QX$163 por nos termos precavido contra se)uindo /o% (0@0B 0Aw2+ uma veI 4ue este partic*pio não pode+ em correlação com Y=0?.*^@?3 + ter o sentido de )uardar. &'& Estrabão (H.(+ ('2 diITnos 4ue a cidade estava c"eia de santuários. Wobres "omens ™ N5$$.R1?2 será uma e%pressão ir?nicaB F*lon terá em mente não os leitores mas os principais responsáveis pelos actos praticados contra a comunidade :udaica em @A. &' F*lon neste passo responsabiliIa Flaco pelo ata4ue s sina)o)as+ levado a cabo pela multidão. &'1 Wão se sabe muito acerca dos nomes de sina)o)as na !nti)uidade. ! partir de epitáfios :udaicos em -oma ficamos a saber o nome de cerca de deI destes recintos. X poss*vel 4ue a e%pressão sem l"es dei%ar se4uer o nome se refira remoção de placas afi%adas nos edif*cios+ onde estariam )ravadas as desi)naç>es por 4ue eram con"ecidos. ! tradução correcta de ,1"?*5. or)aniIação pol*tica2 6 muito debatida+ uma veI 4ue não sabemos ao certo se os 3udeus tin"am+ ou aspiravam a ter+ direitos de cidadania em !le%andria. Muito provavelmente a maior parte da comunidade não )oIaria deste estatuto e+ depois dos acontecimentos de @A+ os 3udeus deverão ter reivindicado apenas a restauração dos seus direitos en4uanto ,1"*56Q.. 5sto implica 4ue ,1"?*5. não pode si)nificar neste conte%to cidadania+ deverá antes desi)nar os direitos de 4ue a comunidade 4ue formava um ,1"*56Q. usufru*a+ o 4ue seria o caso espec*fico da comunidade :udaica. 1"*56Q.D na 6poca "elen*stica+ era um termo 4ue desi)nava a corporação formada por membros de uma comunidade estabelecida num estado estran)eiro e 4ue+ devido a esta or)aniIação+ )oIava de certos privil6)ios. Os membros do ,1"*56Q. eram por veIes desi)nados por ,1"R*.?+ o 4ue pode )erar ambi)uidade em relação ao estatuto de 4ue efectivamente se usufru*a. ,obre o estatuto c*vico da comunidade :udaica cf. 5ntrodução+ &.@. 201
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cortar os 9nicos v*nculos a 4ue estava ancorada a nossa vida nomeadamente os nossos costumes ancestrais e a nossa participação nos direitos c*vicos &'H2 era 4ue ficássemos e%postos s piores des)raças+ sem nen"uma amarra a 4ue nos pud6ssemos a)arrar para nossa se)urança. 5 4
!l)uns dias mais tarde+ de facto+ promul)ava um edicto no 4ual nos declarava
estran)eiros e imi)rantes &'A+ não nos concedendo 4ual4uer direito a defender a nossa causa+ mas condenandoTnos sem :ul)amento. ue maior declaração de tirania poderia "averh Flaco assumiu+ soIin"o+ todos os pap6isB acusador+ inimi)o+ testemun"a+ :uiI+ carrasco. Em se)uida+ aos dois primeiros crimes acrescentou um terceiro &'0+ permitindo+ como no sa4ue de uma cidade+ a 4uem assim o dese:asse+ espoliar os 3udeus. 5 5
#arantida a impunidade+ 4ue faIem as pessoash ! cidade tem cinco 4uarteir>es+
4ue são desi)nados pelas cinco primeiras letras do alfabeto &('. Dois deles são tamb6m c"amados 4uarteir>es :udaicos+ pois a* "abitam 3udeus em )rande n9mero &(( e não são Participação nos direitos c*vicos Q5*16@. ,1?"?*=`$ 0?=.#$+ literalmente+ ...dos direitos c*vicos2 6 uma e%pressão 4ue não implica 4ue os 3udeus tivessem direitos i)uais aos de outros cidadãos de !le%andria\ será antes uma refer=ncia a certos privil6)ios de 4ue )oIariam dentro da sua pr?pria or)aniIação c*vica. Estran)eiros e imi)rantes não 6 apenas uma f?rmula pleonásticaB o seu uso si)nificava 4ue os 3udeus perderiam todas as possibilidade de+ se4uer+ aspirar cidadania ale%andrina+ o 4ue de resto se tornava um problema perfeitamente secundário+ uma veI 4ue esta f?rmula implicaria 4ue fossem rele)ados para a condição de residentes desprovidos de 4uais4uer privil6)ios. F*lon utiliIa fre4uentemente esta e%pressão para se referir a um estatuto si)nificativamente inferior ao de cidadão. Embora a maior parte dos 3udeus não possu*sse este estatuto+ não nos parece dif*cil de compreender a indi)nação de F*lon+ 4ue se pode dever embora o autor não o mencione2 ao facto de al)uns 3udeus terem formalmente feito um pedido de total cidadania sobre esta 4uestão cf. ,mallood (0A(B&&Aw2 e de o edicto ser a recusa formal desse pedido+ ou+ mais provavelmente+ por4ue a promul)ação deste edicto dei%ava os 3udeus numa situação bastante precária+ por4ue l"es retirava o estatuto de residentes estran)eiros+ do 4ual dependia a manutenção do seu ,1"*56Q.. De acordo com ,mallood (0A(2 eles poderiam a)ora ser e%pulsos da cidadeB da* a afirmação de F*lon de 4ue Flaco não dera aos 3udeus oportunidade de se defenderem e os condenara sem :ul)amento. X poss*vel 4ue os #re)os tivessem de al)uma forma influenciado Flaco para ele promul)ar este documento. Em Legat&+ ((0+ o autor atribui esta medida directamente a #aio. &'0 O primeiro crime foi o facto de Flaco ter permitido 4ue as estátuas fossem eri)idas nas sina)o)as\ o se)undo foi privar os 3udeus do seu estatuto pol*tico com a promul)ação deste edicto\ o terceiro foi a permissão dada a 4uem 4uisesse pil"ar os 3udeus. De acordo com Estrabão (H+ A2+ a cidade estava dividida em duas lon)as e lar)as ruas 4ue se interceptavam+ a rua do Canopo lon)itudinal2 e a rua do ,ema latitudinal2. ,e)undo esta divisão deveriam e%istir 4uatro 4uarteir>es e não os cinco a4ui mencionados. Contudo+ a informação de F*lon deve ser mais fiável+ uma veI 4ue o autor se diri)e aos seus contempor;neos+ 4ue tal como ele deveriam con"ecer bem a )eo)rafia da cidade. ,e)undo PseudoTCal*stenes (+ @&2 a divisão data da 6poca da fundação da cidade. Estrabão+ se)undo 3osefo AJ (+ ((H2+ afirmava 4ue no E)ipto os 3udeus tin"am locais de resid=ncia separados e 4ue uma )rande parte de !le%andria estava ocupada por eles. !inda tendo em conta o testemun"o de 3osefo CA &+ @T@12+ esta parte da cidade fora atribu*da aos 3udeus pelo pr?prio !le%andre o 4ue será falso2 e situavaTse na Iona de fai%a costeira 4ue não possu*a portos+ na área nordeste da cidade. ,e)undo o mesmo autor HJ &+ 012+ o principal 4uarteirão do povo :udaico era o Delta {2+ não sabemos 4ual seria o outro+ mas importa ainda ter em conta a sua dispersão pelos restantes+ a4ui referida por F*lon. 207
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poucos os 4ue vivem dispersos pelos restantes. ue fiIeram entãoh E%pulsaram os 3udeus de 4uatro desses 4uarteir>es e concentraramTnos numa pe4uen*ssima parte de um s?. 5 6
Devido ao seu )rande n9mero+ os 3udeus+ desapossados de todos os seus bens+
inundaram praias+ locais imundos e sepulcros &(& . Os seus inimi)os invadiramTl"es as casas dei%adas vaIias e entre)aramTse pil"a)em. Dividiam despo:os como se estivessem em tempo de )uerra. Por4ue nin)u6m se l"es opun"a+ arrombaram as oficinas dos 3udeus+ fec"adas em sinal de luto por Drusila &(@+ e trou%eram consi)o todos os ob:ectos 4ue encontraram 4ue eram imensos. Levaram tudo para o meio do mercado e ne)ociaram bens al"eios como se l"es pertencessem. 5 7
Um mal mais )rave do 4ue a pil"a)em foi o desempre)o 4ue conse4uentemente
sur)iu&(. Os "omens de ne)?cios &(1 perderam os seus capitais e nin)u6m nem o a)ricultor &(G+ nem o armador+ nem o mercador &(H+ nem o artesão &(A podia ocuparTse do seu of*cio "abitual. ! pobreIa atin)iuTos por dois motivosB em primeiro lu)ar+ devido pil"a)em+ pela 4ual foram+ no espaço de um 9nico dia+ privados dos seus bens e
O 4uarteirão Delta faIia fronteira com a costa mar*tima. $amb6m se afirma 4ue os 3udeus se diri)iram para os locais imundos =1,).3 2 e sepulcros. Os sepulcros eram as necr?poles+ 4ue se localiIavam fora da Iona nordeste da cidade+ a pouca dist;ncia do 4uarteirão :udaico Estrabão+ (H+ ('2. 39lia Drusila (GT@A d. C.2+ fil"a de #erm;nico e !)ripina+ era irmã de #aio. Wos seus vinte e dois anos de vida foi casada duas veIes e terá mantido uma relação incestuosa com o irmão cf. ,uet?nio+ Calig&D &2. uando morreu+ a (' de 3un"o de @A+ #aio declarou luto oficial em todo o imp6rio. Mais tarde ordenou 4ue ela fosse deificada como Panteia+ provavelmente a &@ de ,etembro de @A+ durante o aniversário de !u)usto. ! pil"a)em das casas dos 3udeus teve lu)ar entre estas duas datas. O per*odo de luto por Drusila teria acabado provavelmente no final de 3un"o+ mas de acordo com F*lon os motins s? começaram depois da c"e)ada de !)ripa+ a 4ual dificilmente teria tido lu)ar antes do final do m=s de 3ul"o. gan der Vorst &''@B (G'2+ partindo do princ*pio 4ue não "á neste passo um lapso em relação cronolo)ia+ visto 4ue semel"ante erro seria facilmente identificado pelos contempor;neos de F*lon e poderia colocar em causa a veracidade do seu relato+ defende 4ue 6 muito poss*vel 4ue !)ripa ten"a partido de -oma muito cedo por veIes os ventos da estação começavam no princ*pio de 3un"o+ a :ul)ar por Kos&D (. ((12+ c"e)ando+ desta forma+ a !le%andria antes do fim de 3un"o. X e QX$ podem ser entendidos como e%pressando conse4u=ncia+ QX$ de '),.NZ+ 0X de ',).2. /o% (0@0B(''w2 e da* a nossa tradução por um mal mais )rave do 4ue a pil"a)em foi o desempre)o 4ue conse4uentemente sur)iu. ! e%pressão 4ue a4ui traduIimos por "omens de ne)?cios ,)1@?@*. 2 refereTse provavelmente a ricos investidores ou "omens 4ue emprestavam din"eiro+ como seria o caso do irmão de F*lon+ !le%andre. Os a)ricultores N5#)N1 2 seriam os camponeses 4ue cultivavam terras nas imediaç>es de !le%andria e 4ue vendiam o seu mil"o nos mercados da cidade. Os armadores e os mercadores $.T="^)1? e /Q,1)1?2 são fre4uentemente mencionados em con:unto. < primeira cate)oria pertenciam os donos de navios 4ue transportavam bens a bordo das suas pr?prias embarcaç>es+ en4uanto os /Q,1)1? eram mercadores no sentido mais lato do termo. $endo em conta 4ue !le%andria era uma cidade mar*tima+ os $.T="^)1? seriam a aristocracia entre os mercadores :udeus e os /Q,1)1? pertenceriam classe m6dia. Os artesãos *59$*.?2 provavelmente venderiam os produtos 4ue fabricavam nas suas oficinas. 212
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desapossados de tudo 4uanto possu*am\ em se)undo+ por4ue não podiam viver dos seus "abituais of*cios. 5 8
!pesar de tal situação ser insuportável+ comparada+ no entanto+ com al)uns dos
actos mais tarde praticados+ era tolerável. ! pobreIa 6+ de facto+ penosa &(0+ sobretudo 4uando infli)ida por inimi)os+ mas 6 decerto menos penosa do 4ue 4ual4uer tipo de viol=ncia f*sica+ por m*nima 4ue se:a. 5 9
Foram tais os e%cessos suportados pelos nossos 4ue+ se al)u6m eventualmente os
desi)nasse como in:9ria ou ultra:e+ não estaria a empre)ar os termos ade4uados. FaltarTl"eTiam+ pareceTme+ as palavras e%actas+ perante a ma)nitude desta crueldade sem precedentes\ de tal forma 4ue os actos de vencedores de )uerra+ por natureIa implacáveis para com os vencidos+ em comparação com estes+ pareceriam e%tremamente misericordiosos. 6 0
Os vencedores sa4ueiam ri4ueIas e capturam um )rande n9mero de prisioneiros
de )uerra+ mas arriscaramTse previamente+ caso tivessem sido vencidos+ a perder os seus pr?prios bens. Mais ainda+ de entre os 4ue derrotaram pela lança+ libertam in9meros prisioneiros+ cu:os familiares ou ami)os pa)aram res)ate+ talveI não por4ue a tal os mova a piedade mas devido sua pr?pria )an;ncia. Mas 4ue importa issoh poderTseT ia per)untar Para os afortunados 6 indiferente a forma da sua salvação. 6 1
!cresce ainda 4ue al)uns vencedores+ movidos por um sentimento de
"umanidade+ consideram :usto pa)ar a sepultura dos inimi)os ca*dos em combate. E a4ueles 4ue at6 aos mortos estendem o seu rancor acabam por devolver os cadáveres durante as tr6)uas+ para 4ue não fi4uem privados das tradicionais "onras f9nebres. 6 2
!ssim faIem os inimi)os em tempo de )uerra &&'. ge:amos a)ora o 4ue em tempo
de paI fiIeram os 4ue at6 "á pouco eram nossos ami)os. Depois das pil"a)ens+ das perse)uiç>es e de serem brutalmente e%pulsos da maior parte dos 4uarteir>es da cidade+ como a4ueles 4ue ficam sitiados 4uando inimi)os os cercam+ os 3udeus+ oprimidos pela pobreIa e por uma terr*vel car=ncia de bens essenciais+ viam as suas mul"eres e fil"os pe4uenos morrer diante dos seus ol"os+ v*timas de uma fome for:ada por "omens &&(.
&(0
!o contrário do 4ue sucede no Cristianismo+ a pobreIa no 3uda*smo não 6 idealiIada. O termo 06@Q5$5R3 + 4ue a4ui se traduI por inimi)os+ desi)na+ :á desde Vomero+ inimi)os de )uerra. $rataTse de uma e%pressão pr?pria do vocabulário militar. &&( O facto de F*lon mencionar a e%ist=ncia de fome indica claramente 4ue esta situação durou mais do 4ue apenas al)uns dias. 220
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Wa verdade+ em todos os outros locais+ tudo florescia de abund;ncia e
prosperidade. Durante as c"eias+ o rio inundara copiosamente os campos+ e as plan*cies+ tão ricas em cereal+ produIiram uma vast*ssima col"eita de tri)o )raças sua fertilidade. 6 4
Wão podendo suportar mais privaç>es+ al)uns deles+ contra o 4ue era seu
costume+ diri)iramTse a casa de familiares e ami)os para pedir+ a t*tulo de empr6stimo&&&+ os bens estritamente necessários. Outros+ por nobreIa de carácter+ recusaram a condição de mendi)os+ considerandoTa pr?pria de escravos e indi)na de "omens livres+ e diri)iramTse ao mercado sem outra intenção 4ue não a de comprar v*veres para si e para os seus. Pobres "omens... 6 5
5mediatamente a)arrados por a4ueles 4ue contra eles "aviam atiçado &&@ o poder
da multidão+ foram assassinados traição+ arrastados força por toda a cidade e espeIin"ados. Foram completamente desfeitosB nada restou do corpo 4ue se pudesse sepultar &&. 6 6
Outros+ em n9mero incontável+ foram sub:u)ados e ani4uilados com recurso s
mais diversas formas de viol=ncia+ postas em prática para satisfaIer a crueldade atroI da4ueles 4ue+ enlou4uecidos+ foram reduIidos+ pela ferocidade demonstrada+ condição de animais selva)ens. Onde 4uer 4ue avistassem 3udeus+ apedre:avamTnos ou a)rediamT nos com bast>es+ evitando atin)iTlos de imediato com )olpes em partes vitais para impedir 4ue+ morrendo de forma mais rápida+ tamb6m mais rapidamente se libertassem da consci=ncia dos seus sofrimentos. 6 7
!l)uns tornaramTse mais impetuosos+ devido impunidade e licença com 4ue
podiam praticar estes crimes e+ despreIando armas menos violentas+ recorreram s mais eficaIes de todas ferro e fo)o. Muitos pereceram pela espada &&1 e não poucos foram mortos pelo fo)o. O termo /).$1$ desi)nava um empr6stimo )eralmente feito de forma desinteressada+ mas recuperável em prestaç>es. O verbo 4ue a4ui traduIimos por atiçar+ Y,?*5?9#+ si)nificava ori)inalmente construir uma fortaleIa em fronteira inimi)a para atacar a partir dela+ mas a partir deste sentido evoluiu para o de utiliIar al)o como reduto+ como fortaleIa. !4ui+ de certa forma+ a ideia impl*cita 6 a de 4ue o poder da multidão 6 utiliIado como o reduto a partir do 4ual se prepara o ata4ue. ! e%pressão atiçar o poder da multidão contra pareceuTnos e%pressar a ideia com a fidelidade necessária ao portu)u=s e ao )re)o. && Wo mundo )re)o+ não ser sepultado era+ como afirma Pelletier (0GHB A0+ n. 2+ o supremo infort9nio. Em c*rculos :udaicos+ sepultar os mortos a 4uem ainda não "avia sido concedida sepultura era visto como um mandamento divino. ! import;ncia deste acto possui toda uma tradição em literatura )re)a e latina. Mutilar o corpo de modo a 4ue nada restasse para sepultar seria a pior das ofensas sensibilidade reli)iosa de um 3udeu. &&1 Wão "á propriamente forma de saber 4ual o n9mero e%acto destes muitos referidos por F*lon. Wão seria cientificamente correcto alicerçar uma especulação acerca do n9mero de bai%as na refer=ncia pil"a)em em 0. 222
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Para c9mulo de tudo isto+ os mais impiedosos 4ueimaram em plena cidade
fam*lias inteirasB os maridos com as suas esposas+ as crianças pe4uenas com os seus pais+ não l"es despertando 4ual4uer compai%ão nem a vel"ice+ nem a :uventude+ nem a idade inocente das crianças. uando faltaram troncos para os 4ueimar+ :untaram restos de madeira e matavamTnos mais por asfi%ia &&G do 4ue propriamente pelo fo)o+ inventando uma morte mais lenta e dolorosa para esses infeliIes+ cu:os corpos meioT 4ueimados :aIiam desordenadamente+ num espectáculo penoso e e%tremamente aflitivode se ver &&H. 6 9
E+ se as pessoas a 4uem eles "aviam incumbido de arran:ar len"a &&A tardavam
demasiado+ 4ueimavam os donos das casas sobre as suas pr?prias mob*lias+ fruto de pil"a)em. -eservando para si pr?prios os ob:ectos mais valiosos+ lançavam ao fo)o coisas in9teis+ 4ue serviam de madeira falta desta. 7 0
Foram muitos+ ainda+ a4ueles a 4uem eles amarraram um dos p6s pelo tornoIelo
e a 4uem arrastaram ao mesmo tempo 4ue os desmembravam+ saltando sobre eles+ inventando desta forma a mais atroI das mortes &&0. 7 1
Mas nem a morte das v*timas miti)ava a sua f9ria interminávelB infli)iam aos
corpos os piores ultra:es. !rrastavamTnos por todas as ruelas da cidade+ ou 4uase+ at6 o cadáver perder a pele+ a carne+ os m9sculos+ os nervos+ completamente desfeitos pelas irre)ularidades e aspereIa do solo. $odas as partes 4ue "aviam constitu*do um or)anismo eram desmembradas e dispersavamTse em várias direcç>es+ sem nada restar. 7 2
Os responsáveis por estes actos faIiam o papel de v*timas+ como nas farsas
teatrais+ en4uanto os ami)os e familiares das verdadeiras v*timas+ unicamente por demonstrarem compai%ão pelo sofrimento dos 4ue l"e eram pr?%imos+ foram presos+ c"icoteados+ torturados na roda &@' e depois de todos estes tormentos+ 4ue eram tantos 4uantos os 4ue os seus corpos podiam suportar+ o supl*cio 4ue l"es estava reservado no final era a cruI.
&&G
LiteralmenteB pelo fumo. !s pessoas não morriam 4ueimadas+ eram antes lentamente asfi%iadas por falta de o%i)6nio. Em Legat&+ (@'+ 6 poss*vel encontrar um relato mais e%tenso dos factos a4ui narrados. !s pessoas 4ue eles "aviam incumbido 6 tradução de 1w ,.)."^:X$*53 + resultado da con:ectura de Man)e7 para a versão 4ue sur)e nos manuscritos 1w ,5)?"5?:X$*53 + ou VX$*.3 2. Pela refer=ncia ao atraso Y8)[06$1$2 será le)*timo supor 4ue eram as pr?prias v*timas 4ue seriam encarre)adas de recol"er len"a. E%iste um paralelo com Legat&+ (@(. ! fla)elação muitas veIes precedia a crucificação cf.+ por e%emplo+ 3osefo+ HJ &+ @'A2& 227 228
229 230
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7 3
$al como um ladrão em busca de rapina+ Flaco tudo revolvia e não dei%ou isenta
das piores ins*dias 4ual4uer parte da comunidade :udaica. -esponsável por barbaridades e inventor de crimes inusitados+ divisou então um ata4ue invul)ar e sem precedentes. 7 4
! comunidade :udaica possui um consel"o de anciãos &@(+ 4ue !u)usto+ nosso
salvador e benfeitor+ estabeleceu+ ap?s a morte do )enearca+ para velar pelos interesses :udaicos+ tendo sido dadas instruç>es nesse sentido a Má)io Má%imo &@&+ 4uando este se preparava para assumir o )overno da cidade na fronteira do E)ipto e de toda a re)ião &@@. Flaco mandou prender trinta e oito membros deste consel"o a4ueles 4ue na altura&@ foram encontrados em suas casas e ordenou 4ue fossem imediatamente acorrentados. Or)aniIou então um belo corte:o pelo meio da praça p9blica+ em 4ue feI desfilar estes anciãos acorrentados+ de mãos atadas atrás das costas+ com correias ou com cadeias de ferro+ e conduIiuTos at6 ao teatro+ num espectáculo lamentável e e%tremamente inade4uado+ tendo em conta a ocasião &@1. O consel"o de anciãos N5)16@.2 era um consel"o com um papel central+ 4ue administrava as 4uest>es relacionadas com a )rande comunidade :udaica de !le%andria+ desde o tempo de !u)usto. Por raI>es descon"ecidas+ este imperador deliberou em ((T(& d.C.+ ap?s a morte do )enearca em funç>es2 abolir o car)o de etnarca+ o responsável administrativo a 4ue F*lon neste passo c"ama )enearca aparentemente entre a comunidade :udaica os termos eram sin?nimos para desi)nar o seu primeiro ma)istrado+ cf. Pelletier (0GHB 0@+ n. w2+ e colocou a comunidade sob o controlo do consel"o de anciãos. Este consel"o deveria contar no seu total com setenta e um membros mas não temos forma de saber se este 6 um n9mero fiável ou se 6 baseado no n9mero de membros do Sanedrin a4uilo 4ue corresponderia ao anti)o sistema de tribunais :udaico2 de 3erusal6m. O n9mero de setenta para os membros destes tribunais 6 tamb6m um n9mero 4ue nos sur)e de acordo com a tradição. Vá uma contradição entre F*lon e o edicto de Cláudio na forma como 6 citado por 3osefo AJ (0+ &A@2+ uma veI 4ue este afirma 4ue 4uando o etnarca :udeu morreu+ !u)usto não aboliu este car)o. Esta contradição pode ser resolvida se tivermos em conta a ideia defendida por /o% (0@0B('@2B o car)o de etnarca poderia terTse revestido+ no per*odo ptolemaico tardio+ de caracter*sticas demasiado monár4uicas. uando o etnarca em funç>es na altura da ane%ação do E)ipto por !u)usto morreu+ muito provavelmente o imperador+ procurando corresponder ao dese:o dos 3udeus de !le%andria+ estabeleceu a N5)16@.+ a 4ue o etnarca deveria presidir. ,e nada mais se sabe acerca deste ma)istrado ap?s a morte de !u)usto+ tal poderá ser e%plicável pelo facto de ele ter perdido 4uais4uer poderes 4ue tivesse. Poderá ainda terTse dado o caso de o etnarca não ter sido substitu*do por ser o 9ltimo de uma dinastia+ sem 4ual4uer intervenção de !u)usto. Outra possibilidade+ ainda+ 6 a de 4ue o te%to de 3osefo se:a corrupto. Wos manuscritos sur)e ‰[N$1$ mas o nome correcto será+ 4uase de certeIa+ ‰[N?1$+ por4ue Má)io Má%imo era o prefeito romano do E)ipto 4ue+ se)uindo ordens de !u)usto+ reformulou a or)aniIação interior da comunidade :udaica em (((& d.C. nossa tradução 6 baseada na con:ectura de -ea (0GAB@G1B@GH2B QX""1$*. ,"?$ *Z$‘ ',‡ Š\NT,*16 =.> *($ 9).$ Y,?*)1,5T5?$+ tamb6m se)uida por van der Vorst &''@2. Weste caso+ a lição se)uida por -eiter QX""1$*. ,["?$ š',‡› 4"52.$05.3 =.> *($ 9).$ Y,?*)1,5T5?$2 6 improvável do ponto de vista "ist?rico+ uma veI 4ue+ como nota Millar in ,c"rer (0H@ ([email protected]@w2+ não temos 4ual4uer atestação de casos de )overnadores do E)ipto 4ue ten"am ocupado o car)o duas veIes de forma iterativa at6 ao s6c. 5g d.C. !crescentámos na altura para 4ue mais facilmente se:a percept*vel 4ue foram presos a4ueles trinta e oito anciãos por4ue eram os 4ue foram encontrados em suas casas+ uma veI 4ue no te%to )re)o fica impl*cito 4ue o n9mero seria maior+ se mais tivessem sido encontrados. &@1 ! ocasião a 4ue F*lon a4ui se refere será possivelmente @( de !)osto+ o aniversário de #aio+ a 4ue se alude e%pressamente em A@. Em tal ocasião realiIavaTse no teatro toda a esp6cie de festividades+ entre as 4uais prociss>es. 231
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7 5
Uma veI a*+ foram e%postos perante os seus inimi)os+ 4ue se encontravam
sentados para assistir 4uele ver)on"oso espectáculo. Ordenou em se)uida 4ue os despissem a todos e 4ue fossem açoitados com c"icotes+ um casti)o aviltante+ )eralmente reservado aos piores criminosos. Devido viol=ncia dos )olpes+ al)uns sucumbiram de imediato+ no preciso momento em 4ue eram transportados em macas. Outros padeceram durante tão lon)o per*odo de tempo+ 4ue perderam totalmente a esperança de salvação. 7 6
! )ravidade desta perse)uição foi demonstrada por outras provas &@G+ mas não
será menos claramente ilustrada pelo 4ue estou prestes a contar. $r=s "omens do consel"o de anciãos+ Xvodo+ $r*fon e ndron &@H+ "aviam sido desapossados de todos os seus bens. De um s? )olpe+ tudo o 4ue possu*am em suas casas foi pil"ado. Flaco não i)norava o 4ue l"es tin"a sucedido. Com efeito+ fora informado do facto 4uando+ em ocasião anterior+ mandara c"amar os nossos ma)istrados para aparentemente ne)ociar uma reconciliação entre n?s e o resto da cidade. 7 7
E+ embora sabendo perfeitamente 4ue estes "omens "aviam sido privados dos
seus bens+ ordenou 4ue fossem espancados aos ol"os de 4uem os tin"a assaltado+ para 4ue suportassem um duplo infort9nio a mis6ria e+ ao mesmo tempo+ a viol=ncia f*sica en4uanto os outros e%perimentavam o duplo praIer de usufruir da ri4ueIa al"eia e de )oIarem+ at6 saciedade+ a "umil"ação da4ueles a 4uem "aviam sa4ueado. 7 8
Vá um detal"e sobre o 4ue então aconteceu de 4ue "esito em falar+ pois temo
4ue se:a tido por banalidade e 4ue possa ames4uin"ar a import;ncia dos factos. Por muito insi)nificante 4ue se:a+ 6 sinal de uma ini4uidade 4ue nada tem de insi)nificante. Os c"icotes utiliIados na cidade diferem entre si+ conforme o estatuto social de 4uem 6 punidoB acontece 4ue os E)*pcios são espancados com outros c"icotes e por carrascos diferentes dos !le%andrinos+ c"icoteados com l;minas planas e por carrascos de !le%andria &@A. &@G
! e%pressão 0?‡ ]*5)`$ permite diferentes interpretaç>es e /o% (0@0B ('@2 suspeita de uma lacuna no te%to. ! e%pressão 6 amb*)ua para se poder ter certeIas. gan der Vorst &''@B HG2+ por e%emplo+ defende 4ue o referente de œ*5). são os actos de viol=ncia 4ue F*lon descreveu nos pará)rafos anteriores+ e da* a nossa tradução. &@H Wen"um destes antrop?nimos 6 de ori)em :udaica. gan der Vorst &''@B(H(2 diITnos 4ue ndron 6 provavelmente uma forma abreviada de !ndronico. Wada se sabe acerca destes tr=s 3udeus. Wa !nti)uidade a diferença entre cidadãos e nãoTcidadãos era marcada pela forma como se e%ecutavam as penas :udiciais. ! partir do tempo dos Ptolemeus+ e%istiam duas formas de punir os criminosos+ sendo 4ue a fla)elação estava reservada aos piores malfeitores. Collins &'''B (@(T(@A2 alerta para o facto de este ata4ue N5)16@. retirar publicamente ao ,1"*56Q. :udaico 4uais4uer privil6)ios e estatuto de 4ue ainda )oIasse. Para este autor a proemin=ncia dada por F*lon 4uestão do tipo de arma utiliIada para 238
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7 9
Esta prática era i)ualmente observada em relação ao nosso povo pelos
antecessores de Flaco e pelo pr?prio Flaco+ durante os seus primeiros anos no car)o de )overnador. !t6 na "umil"ação 6 poss*vel+ 6 realmente poss*vel+ encontrar uma 4ual4uer insi)nific;ncia 4ue recorde a di)nidade de cidadão e+ no ultra:e+ al)o 4ue evo4ue o decoro. $al sucede 4uando se e%amina a natureIa dos factos imparcialmente+ sem a interfer=ncia de uma pai%ão &@0 pessoal insidiosa+ suscept*vel de restrin)ir e eliminar 4ual4uer elemento mais indul)ente 4ue se l"e possa adicionar. 8 0
De facto+ como não :ul)ar insuportável 4ue 3udeus de !le%andria &' com estatuto
de simples particulares fossem ver)astados com c"icotes reservados a "omens livres e a cidadãos em todas as ocasi>es em 4ue aparentavam ter praticado actos di)nos de casti)os corporais+ e os seus ma)istrados+ o seu consel"o de anciãos+ cu:o t*tulo implica por si s? idade e "onra+ tivessem sido tratados com menos di)nidade do 4ue os seus inferiores+ como se fossem E)*pcios do mais bai%o estatuto+ culpados dos piores crimesh 8 1
Estou a omitir o facto de 4ue+ mesmo 4ue eles fossem culpados de in9meros
crimes+ Flaco tin"a o dever de adiar as puniç>es+ respeitando a ocasião &(. Wa verdade+ os ma)istrados 4ue )overnam de forma apropriada e 4ue não se limitam a fin)ir prestar "onras aos seus benfeitores+ "onrandoTos realmente+ t=m o costume de não punir nen"um condenado at6 4ue terminem as ilustres &&w celebraç>es em "onra dos aniversários dos ilustres !u)ustos. 8 2
Mas Flaco infrin)iu as leis :ustamente nesta ocasião e puniu 4uem não tin"a
cometido 4ual4uer crime+ embora l"e fosse poss*vel+ se assim o 4uisesse+ casti)áTlos mais tarde. Por6m+ apressouTse e acelerou o processo de modo a a)radar multidão 4ue era "ostil aos 3udeus+ convencido de 4ue desta forma poderia mais facilmente cativáTla para os actos 4ue planeava. fla)elar os 3udeus demonstra 4ue para ele a 4uestão central era observar se estes seriam tratados como !le%andrinos ou como E)*pcios de bai%o estatuto. ! pai%ão pessoal 4ue F*lon terá em mente será o ?dio. ! este op>eTse o elemento mais indul)ente Y,?5?=5@*X).3 \0X.3 2+ 4ue foi i)norado na forma como os 3udeus foram fla)elados+ :ustamente por falta de imparcialidade. &' O uso da e%pressão 3udeus de !le%andria não será uma refer=ncia a 4ual4uer estatuto formal de cidadania. Embora al)uns 3udeus fossem efectivamente cidadãos se)undo o direito )re)o+ como era o caso certamente de F*lon e do seu irmão+ a maior parte dos membros da comunidade não )oIaria deste estatuto. Cf. 5ntrodução+ &.@. &( ! ocasião seria o aniversário de #aio. Cf. H+ n. &@1. !4ui se)uimos a lição proposta por Man)e7 (H&2+ 4ue defende 4ue a repetição de ilustres ….w Y,?:.$5R3 &&& *`$ Y,?:.$`$…2 será uma inserção no caso da primeira ocorr=ncia do termo2 de um copista descuidado. 239
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Efectivamente+ tomei con"ecimento de casos de condenados 4ue+ tendo sido
crucifica crucificados dos em v6speras v6speras destas celebraç celebraç>es+ >es+ foram descidos descidos da cruI &@ e os seus cadáveres foram restitu*dos aos familiares para 4ue l"es fossem concedidas sepultura e as tradicionais "onras f9nebres+ por4ue 6 necessário 4ue mesmo os mortos usufruam de al)uma benesse no aniversário do imperador e 4ue+ ao mesmo tempo+ se:a preservado o carácter sa)rado do festival &. 8 4
Flaco+ contudo+ ordenou não 4ue descessem da cruI os 4ue "aviam morrido mas
4ue se crucificassem os vivos+ a 4uem a ocasião concedia uma breve amnistia+ não em definitivo+ não para sua completa absolvição+ mas como mero adiamento da pena. FeI isto depois de eles terem sido espancados em pleno teatro e torturados pelo fo)o e pela espada &1. 8 5
E este espectáculo tin"a várias partes. !s primeiras e%ibiç>es do pro)rama
prolon)avamTse desde o aman"ecer at6 terceira ou 4uarta "ora e consistiam no se)uinteB 3udeus a serem c"icoteados+ dependurados+ torturados na roda+ espancados e conduIidos pelo meio da or4uestra em direcção morte. !p?s esta bela e%ibição entravam os bailarinos+ os mimos+ os tocadores de flauta e todos os outros divertimentos pr?prios das competiç>es competiç>es teatrais. 8 6
Mas por4u= alon)arTme nesta descriçãoh Flaco :á planeava um se)undo acto de
perse)uição&G+ dese:oso de lançar ao assalto+ contra n?s+ o imenso e%6rcito+ sob prete%to de uma estran"a acusação. $al acusação consistia em afirmar 4ue os 3udeus possu*am em suas casas todo o tipo de armas. $endo convocado um centurião c"amado Casto &H+ no 4ual depositava a maior confiança+ ordenou 4ue levasse consi)o os soldados mais cora:osos 4ue tin"a sob o seu comando e 4ue+ sem 4ual4uer aviso pr6vio+ entrasse nas casas dos 3udeus e as revistasse a fim de averi)uar se "avia provisão de armas.
&@
Wen"uma lei impedia 4ue se sepultassem os condenados morte. Wão sepultar os mortos era uma violação da lei prescrita em t . &(. Para mais informação sobre os tormentos pelo ferro e pelo fo)o+ /o%+ Pelletier e van der Vorst referem um tratado de (10 de !. #allonioB e Sanctorum Kartyrum Crucriatibus. &G O primeiro seria o descrito em 1@T1H+ 4uando os 3udeus são e%pulsos dos 4uatro 4uarteir>es da cidade e as suas casas são assaltadas pela multidão. &H O centurião a4ui c"amado Casto sur)e com este nome em todos os manuscritos e%cepção de um !2+ em 4ue 6 denominado Castor. Contudo+ Casto 6 mencionado numa inscrição e)*pcia do tempo de $ib6rio+ 4ue se refere a estradas 4ue soldados romanos constru*ram sob a supervisão dos seus centuri>es cf. CL+ @+ GG&H2+ o 4ue torna este nome a leitura mais provável.
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8 7
Casto apressouTse a cumprir as ordens 4ue l"e tin"am sido dadas. Os 3udeus+ 4ue
nem suspeitavam deste plano+ a princ*pio ficaram atemoriIados &A+ en4uanto as suas esposas e fil"os pe4uenos se estreitavam contra eles+ ban"ados em lá)rimas+ com medo de serem feitos cativos &0+ sempre espera do desfec"o da pil"a)em &1'. 8 8
uando ouviram um dos investi)adores per)untarB Onde )uardais as armash+
suspiraram de al*vio e mostraram tudo+ at6 os ob:ectos 4ue tin"am )uardado nos recantos. 8 9
Por um lado ale)ravamTse+ por outro lamentavamTse. !le)ravamTse por4ue a
cal9nia se refutaria por si pr?pria+ mas lamentavamTse+ em primeiro lu)ar+ por4ue se acredi acreditav tavaa em taman taman"as "as cal9n cal9nias ias++ inven inventad tadas as con contra tra si pelos pelos seus seus inimi) inimi)os os e+ em se)und se)undoo lu)ar+ lu)ar+ por4ue por4ue as suas suas mul"e mul"eres res++ 4ue viviam viviam em recol" recol"ime imento nto &1(+ não se apro apro%i %ima mand ndoo se4u se4uer er do limi limiar ar da port porta+ a+ e as suas suas fil" fil"as as solt soltei eira ras+ s+ 4ue 4ue esta estava vam m confinadas aos aposentos das mul"eres+ evitando por pudor os ol"ares de "omens+ mesmo mesmo da4u da4ueles eles 4ue eram os seus familiares familiares mais c"e)ados c"e)ados++ não s? se viam+ na4u na4uele ele moment momento+ o+ e%p e%post ostas as a "omen "omenss 4ue não l"es l"es eram eram pr?%im pr?%imos+ os+ mas mas a soldad soldados+ os+ 4ue infundem um terror 4ue l"es 6 pr?prio &1&. 9 0
Depo De pois is dest destaa minu minuci cios osaa inve invest sti) i)aç ação ão++ 4ue 4ue )ran )rande de 4uan 4uantid tidad adee de arma armass
defensiva defensivass foi descobe descobertah rtah Elmos+ Elmos+ couraças+ couraças+ escudos+ escudos+ pun" pun"ais+ ais+ dardos+ dardos+ armaduras armaduras ! invasão das casas :udaicas por parte dos soldados corresponde violação do 4ue "averia de mais privado para um 3udeu. 3 udeu. O padrão das casas :udaicas era muito distinto das casas romanas e mesmo das dos #re)os de !le%andria. < entrada e%istia o pylon portão de entrada2+ depois o auleios esp6cie de entrada para o pátio2+ em se)uida a aule pátio2 e+ para al6m desta+ o talamos a depend=ncia dom6stica2. F*lon+ em LA @. '+ refere 4ue o pylon estava reservado aos "omens e em Spec&+ @+ (G0 diITnos 4ue as mul"eres mul"eres solteiras solteiras estavam confinadas confinadas a uma divisão parte+ o mesaulon+ e 4ue as casadas podiam circular pelo pylon. E%istia uma poderosa divisão ideol?)ica entre a frente e as traseiras da casa !lston (00HB(H(w2+ o 4ue tornaria ainda mais terr*vel a e%posição deste espaço a estran"os+ como+ de resto+ 6 notado pelo pr?prio F*lon. Por4ue o )re)o neste passo não 6 claro+ em veI da lição dos manuscritos manuscritos ... 0?+ *;$ Y, .\9Q."*1?3 .\9Q."*1?3 defende 4ue a con:ectura con:ectura .\9Q."#@ seria prefer*vel a .\9Q."*1? :81$&&&2+ Man)e7 (H&2 defende .\9Q."*1?3& 3& Esta lição lição 6 se)uid se)uidaa por /o% (0@0B(' (0@0B('H2. H2. Wo entant entanto+ o+ Colson Colson (0GHB (0GHB @1' @1'22 ar)ume ar)umenta nta 4ue temos temos uma construção semel"ante em Jos&D (A …*;$ 3 Y,> *5$5`*? :81$…2 e 4ue+ sendo o medo inspirado pelo descon"ecimento do motivo da c"e)ada dos soldados+ o si)nificado do passo 6 bastante claro+ apesar da construção. $endo em conta esta ar)umentação+ optámos por se)uir a lição dos manuscritos. ! tradução de ,)^@?3 4ue a4ui sur)e como pil"a)em2 levanta al)umas dificuldades+ uma veI 4ue a palavra tanto pode si)nificar pil"a)em como destruição. gisto 4ue no AG se diI 4ue Flaco :á preparava uma se)unda pil"a)em sendo a primeira a 4ue se dá na altura em 4ue os 3udeus são e%pulsos dos 4uarteir>es2+ conclu*mos 4ue a tradução mais correcta do termo+ por uma 4uestão de coer=ncia de sentido+ será a 4ue se apresenta. Esta passa)em …NT$.?. =.*[="5?@*.…2 6 sempre citada 4uando se discute a condição das mul"eres no 3uda*smo durante a !nti)uidad !nti)uidade. e. ! este respeito+ respeito+ cf. Spec&+ @+ (G0. ,obre a condição da mul"er em F*lon+ Uide ,l7 (00'2. Em )re)o+ no ori)inalB … @*).*?#*?=;$ 0X13 Y,.$.*5?QX$1?3&&& O verbo Y,.$.*5$1Q.? 6+ de acordo com Pellet Pelletier ier (0GHB (0GHB (G@ (G@T(G T(G2+ 2+ um termo termo do direit direitoo crimin criminal al ale%an ale%andri drino. no. O verbo verbo será será um substi substitut tutoo "elen*stico do ',5?"5R$ clássico. 248
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completas foram traIidas aos montesh Ou+ por outro lado+ armas ofensivasB lanças+ fis)as+ fis)as+ arcos+ arcos+ flec"as flec"as &1@h Wa Wada da diss dissoo foi foi desc descob ober erto to++ nem nem se4u se4uer er da4u da4uel elas as faca facass diariamente utiliIadas pelos coIin"eiros no seu of*cio. 9 1
Por isto se torna de imediato evidente a simplicidade do estilo de vida de pessoas
4ue não admitem nem a e%trava);ncia nem o lu%o+ coisas 4ue pela sua natureIa )eram a saciedade\ a saciedade 4ue+ por sua veI+ ori)ina o e%cesso+ fonte de todos os males &1. 9 2
Wa verdade+ pouco pouco tempo antes+ por toda a re)ião+ as armas dos E)*pcios E)*pcios "aviam
sido recol"idas &11+ por um certo /asso+ a 4uem Flaco confiara essa tarefa. Wessa ocasião era poss*vel ver uma numerosa frota de navios 4ue+ ap?s descer o rio+ ia ancorando nos seus seus port portos os++ repl replet etaa de toda toda a esp6 esp6ci ciee de arma armas. s. Era Era tamb tamb6m 6m poss poss*v *vel el obse observ rvar ar numerosas bestas de car)a carre)adas de lanças entrecruIadas para manter o peso e4uilibrado de ambos os lados. uase todas as carroças do acampamento do e%6rcito estavam c"eias de armaduras completas e avançavam sucessivamente alin"adas+ com disposição re)ular e em boa ordem. Para abarcáTlas a todas bastava ol"ar de relance. ! dist;ncia total entre os portos e os dep?sitos de armas dos palácios+ onde estas tin"am de ser depositadas+ rondaria ao todo+ uns deI estádios. 9 3
Era :usto revistar as casas dos 4ue tin"am preparado tudo isso por4ue+ uma veI
tendo tendo partic participa ipado do em revolt revoltas+ as+ voltav voltavam am fre4ue fre4uente nteme mente nte a ser ser suspei suspeitos tos de nov novas as actividades sediciosas. !s autoridades deveriam at6 ter institu*do um novo festival trienal&1G no E)ipto+ semel"ança dos festivais reli)iosos+ para recol"a de armas+ para prevenir o rearmamento+ ou+ pelo menos+ para 4ue em veI de muitas "ouvesse poucas+ para não terem tempo tempo para as repor &1H.
Weste passo "á uma clara divisão entre armas ofensivas ]=^8".2 e defensivas 'Q6$*Z)?.2. /o% (0@0B l%iTl%ii2 defende a "ip?tese de os 3udeus possu*rem espadas+ :ustamente por4ue F*lon não as refere nesta nesta sua enumeraç enumeração. ão. Wo entant entanto+ o+ van der Vorst Vorst &''@B &''@B (A(2 defend defendee 4ue a presen presença ça do termo termo MitteisTilcjen (0(&B &&T&w2 será um ind*cio de 4ue as Q.9.?)1:1)[$ na lin"a 0 do Pap& Hossier MitteisTilcjen espadas estariam proibidas desde @T@1. X poss*vel 4ue se:a por este motivo 4ue F*lon não as menciona a4ui. ! forma ori)inal deste aforismo pertencerá a ,?lon+ tal como citado por !rist?teles na ConstituižMo dos Atenienses+(&B €=*5? N+) =)13 Ÿ8)?$D *.$ „"813 œ,^*.?. Esta recol"a de armas na 9).+ não em !le%andria2 será a 4ue ocorreu em @T@1 d.C.+ 4uando Flaco proibiu a sua posse e restrin)iu o seu uso apenas apenas a certos )rupos e pessoas. ! ordem encontraTse re)istada re)istada no Pap& Hoissier MitteisTilcjen MitteisTilcjen (0(&B &T(@w2. &1G F*lon su)ere com ironia 4ue se deveria instituir um desarmamento peri?dico+ de acordo com o modelo das festividades reli)iosas+ uma esp6cie de celebração trienal para a recol"a de armas. Colson Colson (0GHB @1&B @1@+ n.(2 su)ere '$.,"Z)#@?$ em veI de '$.9)^@?$ a versão 4ue consta nos manusc manuscrito ritos2. s2. Como nota nota Pellet Pelletier ier++ o termo termo '$.,"Z)#@?$ corresponde mel"or ideia de renovar a 4uantidade de armas. -eiter+ por sua veI+ su)ere '$.$X#@?$+ mas como afirmámos+ a proposta de Colson+ pela raIão referida+ parece uma opção opção mais prudente e foi a solução 4ue a4ui adoptámos. adoptámos. 253
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Mas n?s+ por 4ue raIão foi necessário 4ue sofr=ssemos tais vicissitudesh uando
6 4ue al)uma veI fomos suspeitos de insurreiçãoh uando não fomos n?s considerados pac*ficos para com toda a )enteh !s nossas ocupaç>es+ a 4ue diariamente nos dedicamos+ não são elas irrepreens*veis e não contribuem para a boa ordem e para a estabilidade da cidadeh ,e os 3udeus realmente possu*ssem armas em suas casas+ teriam sido desapossados de mais de 4uatrocentas "abitaç>es &1A+ 4ue abandonaram para se tornarem semTabri)o+ perse)uidos por a4ueles 4ue "aviam pil"ado os seus bensh Por 4ue motivo não se revistaram então as casas destes 9ltimos+ 4ue+ se não possu*am armas pr?prias+ teriam pelo menos em sua posse a4uelas 4ue "aviam pil"ado &10h 9 5
Mas+ como disse+ toda esta situação não passava de um estrata)ema+ resultante
da crueldade de Flaco e da populaça+ de 4ue tamb6m as mul"eres tiveram a oportunidade de usufruir &G'. Com efeito+ foram presas como se fossem cativas de )uerra e arrastaramTnas não s? no mercado mas tamb6m no meio do teatro+ pelo palco+ alvos de uma 4ual4uer falsa acusação intolerável e de uma penosa in:9ria. 9 6
Em se)uida+ 4uando eram recon"ecidas como de outra etnia por4ue prenderam
muitas mul"eres tomandoTas por 3udias sem proceder a uma minuciosa investi)ação da
&1A
Este n9mero referirTseTá apenas 4uantidade de 3udeus 4ue viviam fora dos dois 4uarteir>es :udaicos. Em Legat&+ (G(+ F*lon diITnos 4ue $ib6rio con"ecia a disposição pac*fica dos 3udeus e o facto de os seus costumes conduIirem boa ordem c*vica. /o% (0@0B (('2 recorda+ a prop?sito desta afirmação+ a carta 4ue Cláudio envia aos !le%andrinos+ na 4ual o imperador pro*be os 3udeus de traIerem consi)o outros 3udeus da ,*ria ou do E)ipto por4ue suspeitava 4ue estivessem a fomentar uma pra)a comum para o mundo inteiro+ sendo 4ue o uso do termo pra)a $@13 2+ como e%plica van der Vorst &''@B (A2+ deve ser entendido como e4uivalente a sedição @*[@?3 2. Em relação ao 9ltimo per*odo do pará)rafo+ não 6 certo se F*lon está a admitir 4ue os 3udeus possu*am armas antes das pil"a)ens ou se está apenas a ser ir?nico. Contudo+ sabemos 4ue em ( d.C. os 3udeus as tin"am de facto em sua posse e 4ue se revoltaram contra os #re)os. O imperador Cláudio teve de intervir e enviar instruç>es ao prefeito para pr termo situação o e%certo da ep*stola acima transcrita refereTse a esta situação2. O facto de os 3udeus não terem utiliIado armas em @AT@0 será um ind*cio a favor da "ip?tese de 4ue não as tin"am em seu poder. O mais provável 6 4ue as ten"am reunido entretanto. O verbo 4ue a4ui traduIimos pela e%pressão ter a oportunidade de usufruir 6 ',1".T#+ 4ue si)nifica )oIar+ beneficiar de+ e tem fre4uentemente um uso ir?nico. Este pará)rafo não está relacionado com os eventos descritos em A0. !o referirTse situação das mul"eres :udaicas apenas neste passo+ 4uando ele estaria inserido na se4u=ncia de acontecimentos descrita em 1ATA1+ F*lon criaTnos um problema. Colson (0GHB @11+ n. c2 defende 4ue isto se e%plica pelo facto de o autor pretender e%pressar a noção de 4ue o insulto mod6stia feminina durante a investi)ação não foi a 9nica ameaça com 4ue as mul"eres se depararam. O problema 6 4ue+ no relato de atrocidades anteriormente sofridas pela comunidade :udaica+ F*lon em nen"um momento descreve actos de viol=ncia praticados contra as mul"eres. gan der Vorst &''@B (A12 considera esta ar)umentação de Colson inconsistente e enumera outras "ip?teses 4ue podem e%plicar esta refer=ncia deslocada e tardiaB ou esta ordem um pouco confusa deriva de uma certa ur)=ncia da parte de F*lon na composição do tratado+ ou o autor descurou a sua estrutura. Outra possibilidade+ ainda se)undo van der Vorst+ 6 4ue esta deslocação se deva não tanto a uma 4uestão de ur)=ncia na composição mas antes ao facto de F*lon adoptar uma atitude patriarcalB as sev*cias sofridas pelas mul"eres seriam para ele uma 4uestão secundária e da* a descrição tardia destes acontecimentos. ual4uer uma destas "ip?teses poderá ser válida. 259
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80
verdade libertavamTnas&G(. Mas+ se fossem identificadas como )ente da nossa comunidade+ os espectadores convertiamTse em tiranos desp?ticos+ ordenavam 4ue fosse traIida carne de porco &G& e 4ue l"es fosse dada. !4uelas 4ue+ temendo o casti)o+ a provaram+ foram libertadas sem sofrer mais sev*cias. Por6m+ as 4ue eram de *ndole mais resoluta foram entre)ues a carrascos para serem submetidas a uma fatal tortura+ o 4ue constitui a mais evidente prova de 4ue elas não "aviam praticado 4ual4uer mal. 9 7
Para al6m do 4ue :á foi dito+ Flaco procurava e meditava ainda em formas de nos
pre:udicar não s? pelos seus pr?prios meios mas tamb6m com a intervenção do imperador. Depois de termos decretado por votação todas as "onras 4ue as nossas leis permitiam conceder a #aio &G@+ e de as termos prestado efectivamente+ confiámos o decreto a Flaco e+ uma veI 4ue se l"e ped*ssemos uma embai%ada ele não noTla concederia+ pedimosTl"e 4ue o transmitisse ele pr?prio &G. 9 8
En4uanto lia+ Flaco foi meneando muitas veIes a cabeça+ em sinal de
assentimento a cada resolução do decreto. ,orria+ radiante+ ou pelo menos fin)ia estar satisfeito e disseB -e)oIi:oTme com todos pela vossa piedade e vou enviar o 4ue me pedis ou assumirei eu pr?prio o papel de embai%ador para 4ue #aio tome con"ecimento da vossa )ratidão. 9 9
Darei testemun"o do muito 4ue sei acerca do vosso comportamento ordeiro e
obediente+ sem nada acrescentar+ por4ue+ no vosso caso+ a verdade 6 elo)io mais do 4ue suficiente&G1.
&G(
O relato de F*lon levaTnos a crer 4ue estas mul"eres de outra etnia terão sido presas no seio da comunidade :udaica+ o 4ue poderá indicar a prática de casamentos mistos dentro da comunidade. Poderia+ ainda+ tratarTse de escravas pa)ãs 4ue desempen"assem serviço dom6stico. Esta era uma forma muito comum de identificar 3udeus famosas são as "ist?rias do ancião EleáIar em & Kac& G e a da mãe e dos seus sete fil"os mártires em & Kac& H+ 4ue preferem a morte a comer carne de porco2. O ob:ectivo seria não tanto identificar as pessoas como pertencendo comunidade :udaica+ 4uanto testar a sua lealdade para com a reli)ião :udaica. O facto de os 3udeus se absterem de comer carne de porco seria causa de divertimento e confusão para os pa)ãos. DenotaTo+ por e%emplo+ o facto de o imperador #aio per)untar aos membros da embai%ada liderada por F*lon por 4ue motivo não comem eles carne de porco Legat&+ @G(2. &G@ !s "onras 4ue as leis :udaicas permitiriam conceder a #aio e 4ue eram discriminadas neste decreto seriam a dedicação de sina)o)as eou de ob:ectos de metal com o seu nome inscrito+ 4ue se depositavam nas sina)o)as+ de modo a perpetuar a sua mem?ria. O documento conteria ainda preces em intenção do novo imperador. Cf. Pelletier (0GHB ('A2. &G De acordo com Estrabão &. @+ 12+ era o )overnador romano 4uem tin"a de dar permissão para se poder abandonar o porto de !le%andria. F*lon não esclarece os motivos pelos 4uais duvidava 4ue uma embai%ada l"es fosse concedida. Ou os 3udeus não apresentaram este pedido por4ue :á então suspeitavam de Flaco+ ou então sabiam 4ue contariam com a oposição dos #re)os. &G1 $al )esto da parte de Flaco si)nificaria 4ue+ em veI de se limitar a transmitir o te%to do decreto sem 4ual4uer outro acrescento+ iria incorporar o conte9do deste numa carta ou relat?rio em tom elo)ioso. 262
81
1 0 0
!le)rámoTnos com tais promessas e+ de acordo com as nossas e%pectativas+
sentimoTnos )ratos+ c"eios de esperanças+ como se o decreto :á tivesse sido dado a ler a #aio. E era natural+ uma veI 4ue tudo o 4ue 6 e%pedido pelos )overnadores com carácter ur)ente 6 de imediato submetido apreciação do imperador &GG. 1 0 1
Mas Flaco+ 4ue declarara re)oIi:arTse muito com o 4ue t*n"amos pensado+ com o
4ue tin"a dito e com o 4ue tin"a prometido+ reteve o nosso decreto em sua posse para 4ue nos tornássemos o 9nico povo debai%o do sol a ser considerado inimi)o do imperador. $ais atitudes não eram pr?prias de um "omem 4ue passou lon)as noites sem dormir e 4ue ponderou cuidadosamente o seu plano contra n?sh Ou seria+ pelo contrário+ pr?prio de al)u6m 4ue a)iu movido por um s9bito acesso de loucura+ devido a ter perdido a raIãoh 1 0 2
Mas+ se)undo parece+ Deus+ 4ue vela pelos assuntos "umanos+ reprovou as suas
palavras aduladoras+ "abilidosamente for:adas com o intuito de ludibriar+ bem como os consel"os&GH da4uela mente corrupta+ em 4ue nasciam traiçoeiros estrata)emas &GA. Deus teve piedade de n?s e+ sem tardar+ providenciouTnos a ocasião de não ficarmos iludidos na nossa esperança. 1 0 3
Com efeito+ 4uando o rei !)ripa nos visitou &G0+ e%pusemosTl"e o ata4ue de Flaco
e ele interveio para resolver o assunto. PrometeuTnos 4ue iria entre)ar o decreto e+ assim 4ue o tomou em mãos+ se)undo nos c"e)ou aos ouvidos+ e%pediuTo+ :ustificando at6 o ! e%pressão w 6 de imediato submetido apreciação do imperador w+ 6 resultado da tradução da con:ectura '$6,X)5*1$ /95? *($ ,.) ¡N5Q$? 0?.$‘[N$#@?$. ! tradução deste passo levanta al)uns problemas. Os manuscritos em veI de ¡N5Q$? apresentam ¡QR$ ou —QR$. ! con:ectura ¡N5Q$? 6 da autoria de Man)e7 (H&2 e 6 aceite de um modo )eral pelos diferentes editores e tradutores+ uma veI 4ue nen"uma das liç>es dos manuscritos faI sentido. Para 0?[N$#@?$+ Man)e7 prop>e 0?.$[N$#@?$+ 4ue 6 a versão adoptada por /o%+ e e%plica 4ue o 4ue 6 necessário neste passo 6 um termo 4ue ten"a o si)nificado de ler+ portanto+ 0?.$.N?N$@=# e não 0?.N?N$@=#2. !pesar de 0?.$.N$@?3 não sur)ir atestado em 4ual4uer outro local+ o verbo 0?.$aN?N$@=# 6 comum. Em relação nossa tradução por submeter apreciação+ deve ser tida como per*frase para ler+ mais do 4ue como forma de uma solução de compromisso entre os dois sentidos 4ue a4ui estão em causa. Pelas raI>es e%postas+ optámos+ evidentemente+ pela con:ectura de Man)e7. O termo 4ue traduIimos por consel"os corresponde+ no )re)o+ a 816"56*Z)?1$+ 4ue desi)na palácio ou sala do consel"o Pelletier+ por e%emplo traduI a e%pressão por Conseil 2. ! ima)em de uma sala do consel"o ou de um consel"o interior para o local de deliberação em pensamento não 6 rara em F*lon cf.+ por e%emplo+ ecal&D 0A ou Ebr&D (G12. O verbo =.*.@*).*^N5R$ 4ue si)nifica vencer por um estrata)ema ou por uma manobra de )uerra2 re)ra )eral apresenta uma construção com )enitivo ou acusativo. !penas neste passo e em Legat .+ (&1 F*lon o utiliIa sem complementos nestes casos+ e da* a nossa tradução. Cf. &1 e se)s. Esta visita decorreu em !)osto de @A. ! tradução 4uando o rei !)ripa nos visitou 6 baseada na possibilidade defendida por ,c"artI (00'BH1+ n. @H2 de li)ar Y,?0^[email protected] a ¡QR$. O uso desta e%pressão pode indicar uma reunião do pr?prio F*lon com o rei !)ripa. 5sto não seria de todo imposs*vel+ se tivermos em conta as relaç>es entre o monarca e o irmão do autor. Wão se pode saber se 6 este o si)nificado das palavras de F*lon em definitivo+ por4ue+ embora a tradução 4ue a4ui se apresenta se:a a mais provável+ ainda assim+ a ordem dos termos na frase 6 muito pouco comum. 266
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atrasoB não framos lentos a compreender o nosso dever de demonstrar piedade para com a fam*lia imperial\ pelo contrário+ "av*amos sido Ielosos &H' desde o primeiro instante+ mas t*n"amos sido privados de demonstrar esse Ielo no momento certo devido ins*dia do )overnador. 1 0 4
Foi nestas circunst;ncias 4ue a 3ustiça &H(+ protectora e defensora dos inocentes+
vin)adora de actos e de "omens *mpios+ começou a preparar o combate contra Flaco. Para começar+ ele sofreu uma afronta sem precedentes e um rev6s 4ue nen"um dos )overnadores 4ue o precedeu al)uma veI e%perimentou desde 4ue a casa de !u)usto possui o dom*nio da terra e do mar. 1 0 5
Wa verdade+ al)uns da4ueles 4ue e%erceram funç>es como )overnadores durante
o imp6rio de $ib6rio e de seu pai+ C6sar+ converteram a solicitude inerente ao seu car)o em despotismo e tirania. Espal"aram pelas prov*ncias males irremediáveis por meio de subornos+ pil"a)ens+ condenaç>es+ e%puls>es+ proscriç>es de pessoas inocentes e por e%ecuç>es sem :ul)amento de "omens poderosos. $erminado o seu mandato+ estes )overnadores re)ressavam a -oma e+ uma veI a*+ os imperadores e%i)iam um relat?rio dos seus actos e um e%ame da sua conduta &H&+ sobretudo 4uando as cidades lesadas enviavam uma dele)ação. 1 0 6
Westas ocasi>es os imperadores revelavamTse :u*Ies imparciais e+ ap?s
escutarem em i)uais condiç>es a acusação e a defesa+ por4ue consideravam 4ue não se devia condenar nin)u6m sem :ul)amento pr6vio+ deliberavam sobre a sentença 4ue l"es parecia :usta+ não se dei%ando influenciar nem pela "ostilidade nem pela simpatia+ mas a)indo de acordo com a verdade dos factos.
&H'
Com esta afirmação+ F*lon refereTse ao facto de os 3udeus terem aprovado o seu decreto em "onra de #aio+ bem como a declaração de lealdade+ imediatamente ap?s terem recebido not*cias da sua ascensão ao imp6rio. ! personificação de elementos abstractos neste caso a =^ 3ustiça2 sob a forma de divindades 6 recorrente na literatura )re)a desde os seus prim?rdios. De acordo com a definição de Ves*odo eogonia+ 0'(T@2+ a 3ustiça era fil"a de [eus e $6mis. Weste passo F*lon aplica a f?rmula t6cnica "N1$ =.> 5T$.3 0?0$.?2 para se referir ao relat?rio 4ue os )overnadores tin"am de e%por ao imperador+ ap?s o termo dos seus mandatos. N13 sempre no sin)ular2 refereTse ao relat?rio das finanças e 5T$.? sempre no plural2 corresponde ao e%ame de conduta. !cerca de inscriç>es 4ue atestam o uso t6cnico destes termos cf. /o% (0@0B (((2. /runt (00AB GG2 diITnos 4ue depois de G' d.C. não temos re)istos de :ul)amentos de cavaleiros por crimes relacionados com má administração de prov*ncias+ no senado+ o 4ue si)nifica 4ue seria o pr?prio imperador a :ul)ar estes casos. O mesmo autor observa 4ue "á atestaç>es de 4ue Cláudio+ Wero e gespasiano :ul)aram crimes de repetundae e%torsão2 e outros casos de )overnadores acusados de corrupção nas suas cortes. F*lon poderá ter em mente e%emplos semel"antes+ 4uando a4ui se refere imparcialidade com 4ue !u)usto e $ib6rio deliberavam sobre estas acusaç>es. 271
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Por6m+ no caso de Flaco não foi no fim do mandato mas antes mesmo do seu
termo re)ular 4ue a 3ustiça &H@+ severa com os in*4uos &H+ veio ao seu encontro+ indi)nada com os inconceb*veis e%cessos dos seus actos in:ustos e das suas trans)ress>es lei. 1 0 8
E foi esta a forma como foi detido. Flaco :ul)ava 4ue as suspeitas de #aio contra
si tin"am sido apaIi)uadas+ em parte devido s suas cartas+ transbordantes de lison:a+ em parte pelos seus discursos+ nos 4uais ele o ba:ulava recorrendo a palavras aduladoras+ debitando lon)as tiradas de elo)ios afectados+ e+ tamb6m+ devido forte estima de 4ue )oIava na maior parte da cidade. 1 0 9
,em o saber en)anavaTse a si pr?prio por4ue+ na verdade+ são infundadas as
esperanças de "omens vis+ 4ue esperam pelo 4ue l"es 6 favorável+ mas acabam por sofrer o oposto+ 4ue 6 :ustamente o 4ue merecem2. De 5tália foi enviado um centurião de nome /asso&H1+ escol"ido por #aio+ com uma compan"ia de soldados sob o seu comando. 1 1 0
$endo embarcado num navio dos mais rápidos+ em poucos dias c"e)ou aos
portos de !le%andria+ :unto il"a de Faros+ 4uase ao anoitecer+ e ordenou então ao piloto 4ue permanecesse ao lar)o at6 ao prTdoTsol. Planeava permanecer inc?)nito &HG+ temendo 4ue Flaco+ apercebendoTse da sua c"e)ada+ resolvesse praticar al)um novo acto 4ue tornasse impraticável a sua missão &HH. 1 1 1
C"e)ada a noite+ o navio aportou e /asso desembarcou com os seus soldados+
sem recon"ecer nin)u6m e sem ser recon"ecido. $endo encontrado pelo camin"o um dos soldados das es4uadras &HA de sentinelas+ ordenouTl"e 4ue l"e indicasse a morada do comandante do e%6rcito+ por4ue planeava pTlo ao corrente das suas instruç>es secretas para 4ue+ se viesse a necessitar de reforços+ tivesse o necessário apoio. 1 1 2
uando ficou a saber 4ue o comandante se encontrava num ban4uete em casa de
determinada pessoa e na compan"ia de Flaco+ diri)iuTse imediatamente morada do Este encontro com a 3ustiça antes do final do seu mandato corresponde "umil"ação sem precedentes w =.?$1*[*^$ &&& Ÿ8)?$ w2 4ue se refere em ('. Q,)1X@Q13 6 um ad:ectivo 4ue pertencia ao vocabulário da a)ricultura. O adv6rbio YQ,)1X@Q#3 6 e%tremamente raro e s? neste passo 6 usado por F*lon. Wa restante obra do autor "á apenas mais uma ocorr=ncia do ad:ectivo a re)istar+ em Kos&+ &. &@. Este termo s? virá a sur)ir de forma mais fre4uente em autores do s6c. 55+ 555 e mais tardios. &H Este ep*teto+ se)undo Pelletier (0GHB ((@+ n.2+ faI parte do vocabulário comum da moral. &H1 Wada sabemos acerca deste centurião /asso. O nome 6 vul)ar. Wão se trata do mesmo /asso referido no 0&2 incumbido de recol"er de armas ile)ais. &HG Cf. Flac&D &H. O termo —,^)5@.+ 4ue traduIimos por e%pedição+ desi)nava ori)inalmente o con:unto de remadores de um navio. Mais tarde ad4uiriu o sentido de serviço e+ tamb6m+ de e%pedição+ empresa. &HA Con:unto de 4uatro soldados+ um para cada um dos 4uatro turnos da noite. ! cada um dos 4uatro destacamentos de 4uatro soldados cada2 correspondia um turno. E%istiam várias es4uadras destas na cidade. 273
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anfitrião era Estef;nio &H0+ um dos libertos do imperador $ib6rio+ o "omem 4ue o convidara. MantendoTse afastado durante al)um tempo+ /asso enviou um dos seus soldados disfarçado de servo para faIer o recon"ecimento+ um estrata)ema para 4ue nin)u6m se desse conta do 4ue se estava a passar. $endo entrado na sala do ban4uete+ fin)indoTse escravo de um dos convidados+ o soldado observou tudo minuciosamente e+ no re)resso+ informou /asso. 1 1 3
uando este soube 4ue as sa*das não estavam )uardadas e 4ue o s64uito de
Flaco era reduIido apenas deI ou 4uinIe escravos do seu serviço o acompan"avam dando aos seus o sinal combinado+ irrompeu de forma s9bita pelo ban4uete. !l)uns soldados tin"am tomado posição na sala+ com as espadas cin)idas cintura+ e rodearam Flaco sem 4ue este se apercebesse+ por4ue se encontrava prestes a faIer um brinde a al)u6m e confraterniIava com os presentes. 1 1 4
Wo momento em 4ue /asso avançou para o meio da sala e Flaco o viu+ ficou
bo4uiaberto de espanto. uis levantarTse+ mas apercebeuTse dos )uardas sua volta e compreendeu+ antes mesmo de l"e ser dito+ as intenç>es de #aio em relação a si+ as ordens 4ue "aviam recebido os 4ue c"e)avam e o 4ue o esperava num futuro pr?%imo+ por4ue o esp*rito "umano 6 e%tremamente "ábil a apreender num relance tudo o 4ue se irá desenrolar durante um lon)o espaço de tempo &A' e a entender tudo de uma s? veI. 1 1 5
Cada um dos convivas se levantou+ tremendo de medo e aterroriIado+ temendo
4ue al)uma sentença tivesse sido i)ualmente fi%ada para 4uem tomasse parte no mesmo festim 4ue o acusado. Fu)ir não era se)uro nem se4uer poss*vel+ uma veI 4ue as sa*das estavam )uardadas. Flaco foi levado pelos soldados de acordo com a ordem de /asso e foi esta a 9ltima veI 4ue saiu de um ban4uete. Contra al)u6m 4ue privara dos seus lares as fam*lias de tantos "omens inocentes+ era necessário 4ue a :ustiçasse começasse a actuar no interior de um lar. 1 1 6
Esta "umil"ação sem precedentes+ Flaco sofreuTa na re)ião em 4ue era
)overnador. ,e foi feito prisioneiro maneira de um inimi)o+ foi+ pareceTme+ por causa dos 3udeus+ a 4uem ele ansiava ani4uilar totalmente+ sedento de )l?ria. Prova evidente 6 &H0
/o% (0@0B ((&2 afirma 4ue os numerosos oficiais subalternos do E)ipto eram seleccionados entre os escravos e os libertos imperiais e especula 4ue Estef;nio deveria possuir um elevado estatuto entre esses libertos. Wão possu*mos 4ual4uer outra informação acerca de Estef;nio. Esta afirmação não possui um paralelo e%acto com nen"uma outra em toda a obra de F*lon. Contudo+ recorda va)amente a famosa passa)em de ,anto !)ostin"o sobre a mem?ria Con_&D ('. (&T(G2. 280
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o momento da sua prisãoB era a festa de todo o povo :udaico+ o e4uin?cio de Outono+ em 4ue os 3udeus t=m o costume de viver em tendas &A(. 1 1 7
Por6m+ nen"um dos rituais da celebração fora realiIadoB os nossos ma)istrados
ainda se encontravam na prisão+ ap?s terem sofrido torturas irreparáveis e atrocidades inadmiss*veis\ al6m disso+ os simples particulares+ considerando os infort9nios dos seus ma)istrados comuns a toda a nação+ e com os terr*veis sofrimentos 4ue os "aviam atin)ido individualmente+ sentiamTse profundamente infeliIes. 1 1 8
O sofrimento 6 )eralmente sentido em dobro+ sobretudo em ocasi>es festivas+
por 4uem não as pode celebrar+ por4ue falta a ale)ria de esp*rito 4ue uma celebração re4uer e pela comun"ão de tristeIa em 4ue todos se encontram mer)ul"ados+ sem conse)uir encontrar rem6dio para taman"a calamidade. 1 1 9
EncontrandoTse nesta situação aflitiva+ oprimidos pelo mais pesado fardo+ :á
noite cerrada tin"amTse reunido em suas casas. Entretanto+ al)uns vieram traIer a not*cia da detenção 4ue tin"a ocorrido. Mas eles+ pensando 4ue se tratava de uma armadil"a+ e não da verdade+ afli)iramTse ainda mais+ pois :ul)aram 4ue escarneciam de si e 4ue se tratava de uma emboscada. (&'
DeuTse então o tumulto na cidade. Era um vai e vem de sentinelas nocturnas &A&+
de cavaleiros 4ue se diri)iam apressadamente para o acampamento ou dele partiam a toda a pressa. 5ntri)ados por este acontecimento inusitado+ al)uns dos 3udeus sa*ram de suas casas+ procurando informarTse acerca do 4ue se passara+ pois era evidente 4ue al)o de ins?lito acontecera. 1 2 1
uando ficaram ao corrente da detenção e de 4ue Flaco :á se encontrava de facto
preso na rede&A@+ er)ueram as mãos aos c6us e entoaram um "ino e outros c;nticos a Deus+ 4ue vela pelos assuntos "umanos+ diIendoB Wão nos ale)ramos &A+ ,en"or+ pelos $endo provavelmente em conta os seus leitores 4ue não eram 3udeus+ F*lon e%plica a4ui a forma como estes celebravam o e4uin?cio de Outono com a Festa dos $abernáculos. Esta celebração corresponde festa das col"eitas cf. Ex&&@B(G2. Estrabão (H. (&+ ao enumerar os diferentes oficiais de !le%andria+ menciona tamb6m um $6=*5)?$;3 @*).*^N3 + um comandante nocturno+ e refere 4ue este car)o era um dos 4ue eram asse)urados por ind*)enas os outros eram os de int6rprete+ escrivão e prefeito dos :u*Ies2. F*lon empre)a a4ui o termo $6=*1:T".2 + 4ue em toda a sua obra s? utiliIa mais uma veI+ em Spec&+ (. (1G. &A@ Uso metaf?rico da e%pressão. WijiproetIj7 (00GB 0GT('02 contraria a tend=ncia de al)uns autores+ como por e%emplo Colson (0GHB @'(2+ para ver a4ui um compraIimento de F*lon na des)raça 4ue se abateu sobre Flaco. Wo seu arti)o intitulado k Scaden_reude c"eI P"ilon de !le%andrieh+ este autor defende 4ue o sentimento de Scanden_reude o praIer 4ue deriva das des)raças de outros2 não 6 o 4ue está patente neste passoB ainda 4ue primeira vista toda a se)unda parte possa ser interpretada como uma demonstração de Scanden_reude+ a =nfase 6 antes colocada no facto de 4ue observar a 4ueda do seu inimi)o diante dos seus pr?prios ol"os 6 para os 3udeus um sinal de rápida intervenção divina. O ob:ectivo será o de criar esperança entre o povo :udaico. Deste modo+ a ale)ria sentida não se relaciona com a des)raça de um 281
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sofrimentos infli)idos a um nosso inimi)o+ por4ue aprendemos com as nossas leis sa)radas a compai%ão para com os "omens. Mas 6 :usto darTvos )raças por terdes tido piedade de n?s e demonstrado miseric?rdia+ tendoTnos aliviado de uma opressão constante e permanente. 1 2 2
Passaram toda a noite em "inos e c;nticos. !o aman"ecer atravessaram as portas
da cidade e diri)iramTse para as praias 4ue ficavam nas imediaç>es visto 4ue tin"am sido privados das suas sina)o)as. Em se)uida+ de p6 no local mais puro poss*vel
&A1
+
entoaram a uma s? voIB 1 2 3
| -ei supremo dos mortais e imortais+ diri)imoTnos a4ui+ evocando terra e mar+
ar e c6u+ as partes do universo &AG+ o universo inteiro+ para vos dar )raças. Estes são os 9nicos lu)ares 4ue nos restam+ e%pulsos 4ue fomos de todas as outras moradas edificadas pelos "omens+ banidos da cidade e de todos os locais privados ou p9blicos 4ue as suas mural"as cont=m. ,omos o 9nico povo debai%o do ,ol a verTse reduIido a um estado de semTcidade e de semTabri)o devido ins*dia de um )overnador. 1 2 4
Mas v?s fiIestesTnos compreender 4ue podemos estar confiantes+ tudo o 4ue
ainda nos resta recuperar+ s=TloTá de facto &AH+ por4ue :á começastes a atender s nossas preces. Wa verdade+ derrubastes subitamente o inimi)o comum do nosso povo+ mestre e insti)ador dos infort9nios 4ue sobre n?s se abateram+ a4uele 4ue+ todo inc"ado no seu or)ul"o+ acreditava 4ue tais actos l"e outor)ariam )l?ria. E não o fiIestes 4uando ele se encontrava :á demasiado afastado+ numa altura em 4ue as suas v*timas se aperceberiam da sua punição apenas por ouvir diIer e e%perimentariam uma satisfação diminuta &AA+ mas 4uando ele estava ainda pr?%imo+ 4uase aos ol"os da4ueles 4ue in:ustiçou+ dando+ desta forma+ uma mais clara ima)em da prontidão inesperada da vossa punição.
inimi)o mas com o 4ue isto implica+ ou se:a+ a misericordiosa intervenção de Deus. &A1 Cf. (+ n. (A@. Vá um consenso )eral Colson (0GHB@GAB @G0w+ /o% (0@0B ((@B ((w+ Pelletier (0GHB(&(+ n. w e van der Vorst &''@B &'1w2 em relação ao facto de F*lon a4ui se referir s 4uatro partes re)i>es2 vis*veis do universo+ o 4ue e%pressa um modo de falar corrente 6poca+ não se tratando+ pois+ de uma refer=ncia aos 4uatro elementos da teoria de Emp6docles nesse caso o termo 4ue F*lon utiliIaria+ decerto+ seria @*1?95R. e não QX)^2. O si)nificado deste passo 6 amb*)uo. O termo 4ue traduIimos por tudo o 4ue ainda nos resta recuperar 6 *[ "5?,Q5$.. X dif*cil identificar ao certo 4ual o referente de *[ "5?,Q5$.. Certamente não serão apenas as sina)o)as e as casas 4ue "aviam sido pil"adas &Optámos a4ui por se)uir a tradução proposta por van der Vorst &''@B &'G2+ 4ue considera 4ue esta e%pressão não se refere 4uestão da luta :udaica por direitos de total cidadania+ mas sim restauração dos direitos de 4ue esta comunidade )oIava e 4ue Flaco entretanto abolira cf. 12. O facto de o sentimento e%presso neste passo ser de :9bilo pelo sofrimento de um inimi)o pode parecer contradit?rio em relação ao 4ue se afirma no (&(+ mas este canto fará eco de outros c;nticos de )raças de 5srael cf. Est& 0B((B(1 e Jdt& (GBH2. 286
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1 2 5
!os factos :á mencionados devo ainda acrescentar um terceiro+ 4ue tamb6m me
parece deverTse a provid=ncia divina. Embarcado no princ*pio do 5nverno era necessário 4ue Flaco+ esse "omem 4ue :á saturara de actos *mpios todos os elementos do universo+ e%perimentasse a)ora os terrores do mar2+ foi com dificuldade e depois de sofrer in9meras adversidades 4ue ele c"e)ou a 5tália. Uma veI a*+ foi imediatamente confrontado com o facto de 4ue dois dos seus piores inimi)os+ 5sidoro e L;mpon&A0+ estavam incumbidos das acusaç>es contra ele. 1 2 6
Wão "á muito+ estes "omens "aviam sido seus subordinados e c"amavamTl"e
sen"or+ benfeitor+ salvador e outros t*tulos semel"antes. !)ora+ contudo+ convertiamTse em seus adversários e e%ibiam uma autoridade 4ue não s? não era e4uivalente sua+ mas bastante superior &0'+ não apenas por4ue estavam confiados na :ustiça da sua causa mas+ o 4ue 6 mais importante+ por4ue se aperceberam 4ue a4uele 4ue preside aos assuntos dos "omens &0( era um seu implacável inimi)oB o imperador estava prestes a investirTse da fi)ura de :uiI+ de forma premeditada+ para 4ue não parecesse 4ue ia condenar al)u6m previamente e sem direito a :ul)amento+ mas+ na realidade+ ia mostrarTse um :uiI adverso+ 4ue antes de ouvir acusação ou defesa intimamente :á o condenara e :á l"e fi%ara a mais severa das penas. 1 2 7
Wada 6 tão penoso para os poderosos como veremTse acusados pelos seus
inferiores\ e nada tão penoso para os 4ue e%erceram a autoridade como veremTse acusados pelos seus subordinados+ tal como seria penoso para sen"ores veremTse acusados por escravos nascidos em suas casas ou ad4uiridos com o seu din"eiro. 1 2 8
Contudo+ em min"a opinião+ este era um mal menor+ comparado com outro ainda
mais )rave. Wão se tratava simplesmente de )ente 4ue "avia sido sua subordinada e 4ue a)ora+ subitamente+ de comum acordo+ o atacava com as suas acusaç>es mas de pessoas 4ue+ durante a maior parte do tempo em 4ue ele tin"a e%ercido funç>es como )overnador da prov*ncia+ se destacavam entre todas devido "ostilidade contra ele.
,obre 5sidoro e L;mpon cf. !ne%o (. .+ (. 1. ! e%pressão Y= ,1""17 *17 ,5)?$*13 6 uma das e%press>es favoritas de F*lon para indicar uma superioridade e%cepcional cf.+ por e%emplo+ Kos&D (. 0@ ou Agr&D ((&2. Com base em Agr&D ((&+ Pelletier (0GHB (&@2 su)ere 4ue esta era uma f?rmula oficial para proclamaç>es de vencedores e 4ue deveria+ portanto+ ser familiar aos espectadores de diversos concursos+ mas não indica 4ual4uer outra fonte em 4ue se baseie esta informação. !4ui+ como esclarece a oração se)uinte+ não se trata de uma refer=ncia a Deus+ como no (&( w *;$ /:1)1$ 5;$ '$)#,$#$ ,).NQ[*#$ w2+ mas ao imperador #aio w *;$ ,)T*.$?$ *`$ '$)#,$#$ ,).NQ[*#$ w2. 289 290
291
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L;mpon fora c"amado :ustiça sob a acusação de impiedade &0& para com o impe impera rado dorr $ib6 $ib6ri rio. o. Co Como mo a 4ues 4uestã tãoo se arra arrast stou ou dura durant ntee dois dois anos anos++ ele ele esta estava va desesperado. 1 2 9
Com efeito+ o :uiI+ malTintencionado+ inventava adiamentos e atrasos. !inda 4ue
ele lo)rasse escapar acusação+ este tencionava tornarTl"e a vida mais penosa do 4ue a morte+ ao faIer pender sobre ele+ durante um per*odo de tempo considerável+ o medo de um futuro incerto. 1 3 0
Mais tarde+ 4uando parecia ter vencido o caso+ L;mpon ale)ou 4ue tin"a sido
desres desrespe peita itado do em relaç relação ão aos seus ben benss de facto+ facto+ foraTl foraTl"e "e impost impostoo o car)o car)o de )imnasiarca&0@. Wa verdade+ ele podia ser mes4uin"o e avaro face s despesas e por isso ter ale)ado não possuir ri4ueIa suficiente para suprir os pesados custos inerentes ao car)o. Ou+ então+ não a possu*a realmente e+ antes de ter de o provar+ )abaraTse de ser muito rico mas ao ter de comprováTlo não se revelou de todo um "omem abastado+ tendo ad4uirido tudo o 4ue possu*a com recurso a actos il*citos. 1 3 1
L;mpon assistia os )overnadores sempre 4ue estes deliberavam &0 sobre 4uest>es
:udiciais e faIia re)istos de tudo o 4ue sucedia durante o :ul)amento+ por4ue tin"a por of*cio ser o apresentador dos casos em tribunal &01.
&0&
corresponderia ao crime de maiestas deslealdade2. $udo leva a crer 4ue L;mpon terá vencido 4@585.3 corresponderia a causa em 4ue foi :ul)ado. ,e)undo D*on Cássio 1H. 0+ &2+ serTse acusado deste crime era bastante comum durante a 6poca de $ib6rio. Um )imnasiarca+ )imnasiarca+ na 6poca "elen*stica "elen*stica e romana+ romana+ tin"a por obri)ação supervisiona supervisionarr o treino treino f*sico f*sico e a educação 4ue eram dados no )inásio. O car)o comportava pesadas despesas sobretudo com o aIeite para un)ir o corpo durante os e%erc*cios atl6ticos e com o combust*vel para ban"os 4uentes+ mas tamb6m com o pa)amento dos professores2 e responsabilidade+ o 4ue constitu*a um motivo pelo 4ual os cidadãos mais ricos procuravam escapar ao seu e%erc*cio. ,er )imnasiarca concedia uma certa proemin=ncia local devido ao papel central do )inásio na vida c*vica e os detentores do car)o controlavam os direitos c*vicos dos seus alunos. Devido a este facto os )imnasiarcas em !le%andria eram muitas veIes responsáveis por actos de oposição autoridade romana. Em cidades onde e%istisse mais do 4ue um )inásio+ e%istia mais do 4ue um )imnasiarca. ! )imnasiar4uia foi e%ercida no E)ipto at6 @H' d.C. Pelletier (0GHB (&B (&12 discute a duração e o termo do car)o e+ baseandoTse na carta 4ue Cláudio envia aos !le%andrinos em (+ defende 4ue se podia contar entre as ma)istraturas 4ue no E)ipto eram e%ercidas de forma vital*cia. Weste passo os manuscritos apresentam a lição 0?=[1?$*1 e+ embora esta leitura não se:a de e%cluir+ a proposta de Co"n+ 0?=[1?5$+ 6 )eralmente aceite por4ue no (@@ o mesmo verbo sur)e novamente na forma activaB 0?=[1$*.3 2. 2. Em relação e%pressão faIia re)istos+ o )re)o apresenta o verbo —,5Q$^Q.*5*1+ o 4ue si)nifica 4ue a L;mpon cabia a tarefa de um —,1Q$^Q.*1N)[:13 ou ou 5\@.N#N5T3 2. 2. Um —,1Q$^Q.*1N)[:13 transportava transportava as —,1Q$^Q.*?@Q1 os os re)istos ou minutas2+ 4ue contin"am os relat?rios oficiais dos escrivães. Face a isto a lição 5\@[N#$ 3 /9#$ *[2?$ dificilmente será satisfat?ria+ pelo 4ue optámos por se)uir a con:ectura de /o% Classical †uartely+ (0@12B 5\@[N#NX#3 /9#$ *[2?$. ! con:ectura de /o% 6 baseada no facto de ser o termo t6cnico para desi)nar o oficial 4ue traIia os processos para o tribunal+ escrevia os 5\@.N#N5T3 ser relat?rios e fiscaliIava a sua colocação em ar4uivo+ se)undo se encontra atestado em diferentes papiros e inscriç>es. 293
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Em se)uida+ apa)ava ou omitia deliberadamente certas informaç>es ou inseria afirmaç>es 4ue não tin"am sido feitas. Por veIes faIia alteraç>es nos documentos+ transforma transformandoTo ndoTos+ s+ modifican modificandoTos doTos++ c"e)ando c"e)ando mesmo mesmo a reescrev reescrev=Tlos =Tlos totalmente totalmente &0G. FaIia din"eiro de cada s*laba ou+ mel"or ainda+ de cada traço de letra+ o miserável escriba&0H. 1 3 2
Por mais de uma veI+ todo o povo+ unanimemente+ o proclamou+ de forma
precisa e e%acta+ o assassino do cálamo &0A+ por4ue tin"a causado a morte a in9meras pessoas devido ao 4ue escreveu+ escreveu+ e reduIiu os sobreviventes a uma condição pior do 4ue a morteB estes poderiam ter vencido as suas causas e )oIado de prosperidade mas+ em veI disso+ sofreram a derrota e a mais in:usta pobreIa+ ambas compradas pelos seus inimi)os a esse "omem 4ue traficava e vendia bens al"eios. 1 3 3
Era+ de facto+ imposs*vel 4ue os )overnadores+ administrando um territ?rio de
tão vasta dimensão+ com a constante aflu=ncia de novos casos p9blicos e privados+ se recordassem de tudo. Para mais+ eles não tin"am de deliberar apenas sobre 4uest>es :ur*dicas+ recebiam tamb6m os cálculos dos rendimentos e impostos &00+ cu:a verificação absorvia a maior parte do ano. 1 3 4
5ncumbido da tarefa de )uardar o ar4uivo mais necessário de todos+ o dos
re)istos :udiciais e das mais sa)radas sentenças neles contidas+ L;mpon e%plorava a fal"a de mem?ria dos :u*Ies+ re)istando entre os derrotados 4uem "avia vencido os processos e+ depois de receber o seu amaldiçoado salário ou+ mel"or diIendo+ o seu soldo+ 4uem tin"a sido derrotado entre os vencedores. 1 3 5
$al era este L;mpon+ 4ue a)ora sur)ia no papel de acusador de Flaco+ mas
5sidoro não l"e era inferior em perversidadeB um adulador da multidão+ um dema)o)o 4ue se ocupava a semear a desordem e a confusão+ inimi)o da paI e da estabilidade+ "ábil a or)aniIar tumultos onde não e%istiam e+ uma veI produIidos+ a aplaudiTlos e amplificáTlos. 5sidoro empen"araTse em reunir em torno de si uma multidão prom*scua+ &0G
Os documentos seriam reescritos ap?s a sessão em tribunal e seria nessa altura 4ue L;mpon os alterava+ uma veI 4ue o re)isto feito numa primeira ocasião lo)icamente seria apenas um rascun"o. Pelletier aponta Dem?stenes e Coronna+ &'02 como sendo o provável inventor deste )race:o+ 4ue teria como alvo Xs4uines. ! palavra em si evoca a posição do escriba 4ue tem de estar constantemente debruçado debruçado sobre o te%to te%to em 4ue trabal"a+ trabal"a+ mas em sentido depreciativo depreciativo indica uma deformação deformação 4ue era caracter*stica desta profissão e 4ue sur)ia devido ao facto de o escriba passar muito tempo curvado. .".Q1@:[=*^3 assassino do cálamo2 6 um apax em literatura )re)a. De acordo com o pr?prio F*lon terá sido cun"ada por todo o povo de forma un;nime. Pelletier (0GH+ nota ad locum2 identifica este todo o povo com os #re)os de !le%andria. Por6m+ van der Vorst &''@B &(&2 considera 4ue F*lon e%plica a ori)em deste ep*teto de forma "iperb?licaB não seria todo o povo mas os muitos !le%andrinos 4ue foram en)anados por L;mpon. &00 Da* a multidão de secretários referida no @. 297
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deso desord rdei eira ra e viol violen enta ta++ comp compos osta ta de toda toda a esp6 esp6ci ciee de )ent )ente+ e+ 4ue 4ue se enco encont ntra rava va subdividida em )rupos+ semel"ança de al)umas colectividades. 1 3 6
Wa cidade+ e%istem confrarias com um )rande n9mero de membros @''. Welas não
reina 4ual4uer salutar ideal de comunidade mas apenas o vin"o puro+ a embria)ueI+ os desmandos pr?prios de 4uem está sob o efeito do álcool e a viol=ncia 4ue da* resulta. !s suas reuni>es são c"amadas s*nodos e simp?sios @'( pelos naturais da re)ião. 1 3 7
Em todas as confrarias+ ou pelo menos na sua maioria+ 5sidoro ocupa o primeiro
lu)ar e 6 con"ecido pelos t*tulos de l*der do simp?sio+ presidente do ban4uete+ a)itador da cidade @'&. $endo isto em conta+ 4uando dese:a praticar 4ual4uer acto in*4uo+ basta um sinal seu para 4ue esses )rupos acorram em ma)ote e falem e actuem de acordo com o 4ue l"es foi ordenado. 1 3 8
Em certa ocasião+ 5sidoro encoleriIouTse contra Flaco+ uma veI 4ue+ a princ*pio+
)oIava da reputação de ter influ=ncia :unto do )overnador e mais tarde não foi tratado de acordo com esse estatuto. Contratou então os desocupados 4ue prestavam serviços no )inásio+ a4ueles 4ue t=m por "ábito vociferar e vender os seus )ritos a 4uem os 4ueira comprar+ como no mercado @'@+ e ordenou 4ue se reunissem no )inásio. 1 3 9
uand u andoo enc"er enc"eram am totalm totalment entee o recint recinto+ o+ começa começaram ram a acusa acusarr Flaco Flaco sem o
m*nimo prete%to para isso\ inventaram acusaç>es sem fundamento+ proferindo lon)as tiradas sat*ricas @' e falsidades. ! tal ponto 4ue+ pelo absurdo da situação+ não s? Flaco @''
Cf. + nota ad locum. ,*nodos e simp?sios traduI a e%pressão @6$01? =.> ="R$.?+ 4ue 6 em si intraduI*vel. Colson (0GHB 1@H2 su)ere 4ue ="$^ desi)nava o leito onde era colocada uma ima)em da divindade embora sobre isto não se:a poss*vel ter certeIas2 e dá+ como e%emplo+ o leito de !d?nis+ referido no dílio (1 de $e?crito. Por e%tensão+ o termo desi)naria tamb6m o ban4uete celebrado em sua "onra da* a nossa opção por simp?sio2 e o pr?prio )rupo de convivas. Em papiros e inscriç>es e)*pcias e%istem atestaç>es de associaç>es com estes nomes. e ="?$[)9^3 são são palavras com sentido semel"ante em relação a *.).2,1"?3 cf. cf. &'+ n. q6Q,1@.)913 e (2. ! diferença entre sin)ular e plural feITnos+ neste pará)rafo+ optar por uma tradução diferente da de &' perturbadores da ordem p9blica2+ uma veI 4ue no primeiro caso se tratava de nomear o colectivo e a4ui um indiv*duo. os desocupados 4ue prestavam serviços no )inásio2 não deve ser entendido como €1ˆ3 '"5?:18163 os um sin? sin?ni nimo mo de '"5,*.3 + treina treinador dores es profis profissio sionai nais. s. Como Como e%p e%plic licaa Pellet Pelletier ier (0GHB (0GHB(@' (@'++ n. (2 *1ˆ3 deveriam ser pessoas desocupadas 4ue passavam os seus dias no )inásio+ prestando pe4uenos '"5?:18163 deveriam serviços como a:udar os atletas a un)iremTse com ?leo2 e esperando pela ocasião de 4ual4uer pe4ueno roub} para eventualmente )erar tumultos+ sendo 4ue+ en4uanto esperavam+ incitavam os )inastas nos concursos atl6ticos com os seus )ritos. ,erá+ de resto+ a esta situação 4ue F*lon alude ao empre)ar o verbo :#$.@=5R$ 4ue+ se)undo Colson (0GHB @HA+ n. b2+ si)nifica e%ercitar a voI mais do 4ue+ como se refere em LSJ + trein treinar ar2 2.. !fir !firma marr 4u 4uee este estess vend vendia iam m os seus seus )rit )ritos os como como no merc mercad ado o++ 6+ provavelmente+ uma alusão de F*lon ao facto de estes desocupados receberem al)um din"eiro para apoiar os combatentes com os seus )ritos. ,e)uimos neste passo a tradução de Pelletier (0GH+ nota ad locum2 por4ue+ tal como ele aponta+ 0? '$.,.@*#$ letraB em versos anap6sticos o verso da sátira2 a4ui não desi)na o metro pr?prio da sátira mas o )6nero literário em si. 301
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ficou estupefacto mas tamb6m os outros. Presumiram o 4ue estava correcto 4ue "avia certamente al)u6m a 4uem a4ueles procuravam a)radar+ visto 4ue em nada tin"am sido pre:udicados+ nem o resto da cidade tin"a sofrido 4ual4uer ne)li)=ncia e eles sabiamTno bem. 1 4 0
!p?s deliberação+ decidiram proceder prisão de al)uns deles para averi)uar a
causa deste acesso irreflectido e repentino de desvario e a)itação. Os indiv*duos 4ue foram presos confessaram a verdade sem recurso a tortura e forneceram provas dos factosB o pa)amento acordado+ a soma :á recebida e a 4ue receberiam no final se)undo o 4ue l"es fora prometido\ 4ue "omens "aviam sido escol"idos para dividir o din"eiro como l*deres da revolta\ o lu)ar e a "ora em 4ue "avia ocorrido o suborno. 1 4 1
Como 6 evidente+ todos ficaram indi)nados e a cidade encarou com
descontentamento o facto de a sua reputação ser pre:udicada pela insensateI de al)uns. Flaco resolveu convocar os mais respeitáveis de entre os cidadãos e+ no dia se)uinte+ traIer presença destes os responsáveis pela distribuição do din"eiro+ de modo a refutar 5sidoro e a defender a sua pr?pria pol*tica+ demonstrando 4ue tin"a sido in:ustamente caluniado. uando se aperceberam desta ordem+ não foram s? os ma)istrados @'1 4ue acorreram mas toda a cidade+ e%cepto a fracção 4ue deveria ser condenada por suborno. 1 4 2
!4ueles 4ue prestaram este belo serviço @'G foram forçados a subir para uma
tribuna para 4ue ficassem num plano elevado e fossem vistos e recon"ecidos por todos. !cusaram então 5sidoro de estar na ori)em dos dist9rbios e das cal9nias proferidas contra Flaco+ bem como de ter oferecido din"eiro e vin"o a uma 4uantidade raIoável de )ente com o intuito de o pre:udicar @'H. 1 4 3
De 4ue forma diIiam eles ir*amos n?s ad4uirir taman"a ri4ueIah ,omos
pobres+ mal conse)uimos obter o suficiente para suprir as nossas necessidades diárias. ue mal tão terr*vel sofremos n?s s mãos do )overnador+ 4ue fssemos forçados a )uardarTl"e ressentimentoh Wão+ o responsável e art*fice de tudo isto 6 esse "omem+ sempre inve:oso da prosperidade al"eia e inimi)o da ordem p9blica. Em )re)o+ no ori)inal+ 1w Y$ *X"5?. $ratarTseTia dos ma)istrados municipais de !le%andria. Uso ir?nico de =."3 + semel"ança de H. ?.*$ 4ue traduIimos por com o intuito de o pre:udicar si)nifica literalmente por causa dele. A*$ terá como referente Flaco+ uma veI 4ue 6 por causa de Flaco 4ue 5sidoro distribui din"eiro e vin"o aos revoltosos. Colson (0GHB @A'+ n. (2+ por seu lado+ se)ue o 9nico manuscrito 4ue tem como lição 0?.*`$+ interpretando .*`$ como tendo por referente as pessoas contratadas por 5sidoro. FaIendo sentido a lição dos restantes manuscritos+ não encontrámos motivo para se)uir uma versão menos provável. 305 306 307
92
1 4 4
uando os presentes escutaram estas declaraç>es e recon"eceram o 4ue era dito
como sendo retrato evidente e ind*cio das intenç>es do acusado+ começaram a )ritarB al)uns e%i)iam a sua de)radação @'A+ outros o seu e%*lio+ "avia ainda 4uem reclamasse a sua morte\ estes 9ltimos eram em maior n9mero e os restantes foram aderindo ao seu parecer at6 4ue finalmente todos clamavam+ e%i)indo+ a uma s? voI+ a e%ecução da4uele fla)elo p9blico. Desde 4ue 5sidoro c"e)ara e se imiscu*ra @'0 nos assuntos de estado+ não dei%ara 4ual4uer parte da cidade isenta de mal. 1 4 5
De consci=ncia pesada @('e temendo a prisão+ 5sidoro fu)iu. Flaco não tomou
4uais4uer outras medidas contra ele+ por4ue pensava 4ue+ a)ora 4ue este se afastara voluntariamente+ a vida na cidade voltaria a ser isenta de perturbaç>es e intri)as. 1 4 6
!lon)ueiTme na descrição destes factos não para recordar in:ustiças passadas
mas por admiração pela 3ustiça @((+ 4ue vela pelos assuntos "umanos+ por4ue a4ueles 4ue desde o princ*pio se mostraram "ostis para com Flaco e para 4uem este se tornou mais odioso do 4ue 4ual4uer outra pessoa+ foram a4ueles 4ue+ para c9mulo do seu desespero+ foram nomeados seus acusadores. Por4ue mais terr*vel do 4ue serTse acusado+ 6 s=Tlo por inimi)os declarados. 1 4 7
Ora não s? ele+ um ma)istrado+ foi acusado pelos seus inferiores e por pessoas
4ue tin"am sido desde sempre suas inimi)as+ 4uando pouco antes "avia sido sen"or das vidas de cada um deles+ como foi+ tamb6m+ brutalmente condenado e atin)ido por uma dupla fatalidade. Para al6m da derrota+ tornouTse motivo de troça para os seus inimi)os+ 4ue ficaram e%ultantes. O 4ue+ para "omens de bom senso+ 6 pior do 4ue a morte. 1 4 8
!bateuTse depois sobre ele uma abundante s6rie de des)raçasB foi imediatamente
e%propriado de todos os seus bens+ 4uer do patrim?nio "erdado dos pais+ 4uer da4uele 4ue ad4uirira pelos pr?prios meios. Ora+ Flaco era sobremaneira um amante do lu%o. ! sua fortuna não era+ como para al)uns "omens ricos+ mat6ria inerte. $udo fora cuidadosamente escol"ido visando o re4uinteB taças+ vestes+ leitos+ m?veis e todos os demais ob:ectos 4ue constituem o adorno de um lar+ tudo era de 4ualidade superior. 1 4 9
!l6m disto+ e%istia ainda o con:unto dos seus serviçais dom6sticos+
O verbo '*?Q17$ lit. desonrar2 si)nifica+ neste conte%to+ a e%i)=ncia de perda dos direitos de cidadão. 5mplicava portanto uma degradažMo de estatuto de 5sidoro+ da* termos traduIido por este termo. O verbo 4ue a4ui traduIimos por imiscuirTse+ 0?.=T,*5?$+ si)nificava+ se)undo /o% (0@0B((02+ stoop and creep troug e mais tarde terá desenvolvido o sentido de to stoop “so as” to peep in + 4ue Pelletier (0GHB (@@2 traduI por a ¢et£ un regard par sa _en¤tre. 5miscuirTse acaba por veicular o mesmo sentido. €; @6$5?03 literalmente si)nifica consci=ncia mas+ dependendo do conte%to+ pode assumir o sentido de consci=ncia pesada. ,obre a =^ personificada+ cf. ('+ nota ad locum. 308
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criteriosamente seleccionados entre os mel"ores+ 4uer pela beleIa do corpo+ 4uer por uma vi)orosa compleição f*sica+ bem como pela capacidade de realiIar de forma irrepreens*vel as tarefas 4ue l"es eram confiadas. Cada um desempen"ava as suas funç>es com tal efici=ncia 4ue podiam ser considerados os primeiros entre os 4ue ocupavam o mesmo posto ou em nada inferiores a 4ual4uer outro 4ue desempen"asse a mesma tarefa. 1 5 0
Uma prova evidente deste facto 6 4ue+ en4uanto um )rande n9mero de bens
pertencentes a pessoas condenadas foi vendido em "asta p9blica+ apenas os de Flaco foram reservados para o imperador+ e%cepção de uma pe4uena parte+ para evitar infrin)ir a lei estabelecida para condenados com este estatuto @(&. 1 5 1
Confiscados os seus bens+ Flaco foi condenado ao e%*lio. /aniramTno de todo o
continente ou se:a+ da mel"or e maior parte do mundo bem como de toda a il"a onde vivesse )ente pr?spera @(@. Estava+ na verdade+ prestes a ser e%ilado para a mais sinistra das il"as do E)eu+ #*aros@(+ se L6pido @(1 não tivesse intervindo. #raças a ele+ #*aros foi trocada por !ndros+ uma il"a ad:acente. 1 5 2
$omou+ então+ de novo a rota de -oma a /rund*sio+ 4ue percorrera poucos anos
antes+ 4uando fora nomeado )overnador do E)ipto e da viIin"a L*bia. Weste pará)rafo descreveTse um procedimento comum na 6poca do 5mp6rio -omano. ^Q,).*13 6 um apax 4ue terá o mesmo si)nificado de “*+” 0^Q?,).*. bens confiscados e vendidos em "asta p9blica2. ! lei a 4ue se alude 6 provavelmente a lex Julia e discuteTse se terá sido C6sar a aprováTla em G a.C. ou o pr?prio Octaviano. Embora não "a:a ind*cios de 4ue !u)usto ten"a aprovado uma nova lex maiestatis cf. OC+ p. A1( e OC+ p. 0(@2+ o seu ;mbito era alterado pela e%ist=ncia de um imperador. De 4ual4uer forma+ neste caso+ a lex Julia maiestatis 4ue foi aplicada terá sido a de G a.C. cf. van der Vorst &''@B &&&2+ promul)ada por C6sar e resultante da revisão da lei de ,ula lex Cornelia maiestatis2+ 4ue previa uma pena de auae et ignis interdictio e%*lio2& Mas+ na verdade+ neste caso+ a lei foi apenas parcialmente cumprida. Com a aplicação desta lei+ todos os bens de Flaco teriam de ser vendidos em "asta p9blica mas+ aparentemente devido ao seu elevado valor+ o imperador apoderouTse da maioria+ procedendoTse apenas venda de uma pe4uena parte para manter uma apar=ncia de le)alidade. !l)umas fontes diIemTnos 4ue #aio sentenciou in9meras pessoas a penas de e%*lio ou morte apenas para se apoderar dos seus bens cf. D*on Cássio+ 10. ('+ H+ por e%.2. @(@ O e%*lio era uma punição le)al. O termo e%ilado+ como nota /runt (00AB GH2+ podia desi)nar uma s6rie de diferentes condenaç>es. Um condenado ao e%*lio podia ser simplesmente banido de -oma e de 5tália por meio de relegatio para uma il"a onde l"e era atribu*do um local de resid=ncia. Em caso de deportatio os bens de um condenado seriam confiscados e a condenação implicava a perda de todos os direitos de cidadão. ! relegatio podia ser temporária+ a deportatio era permanente. /runt (00ABGA2 diITnos 4ue a deportatio foi institu*da durante o principado de $ib6rio+ mas 4ue a distinção le)al entre relegatio in insulam e deportatio poderá ter sido estabelecida mais tarde+ no tempo de $ra:ano. Wo caso de Flaco+ pela descrição de F*lon sabemos 4ue a sua pena foi a deportatio+ mas não sabemos por 4ue motivos2. @( #*aros ou #*aro 6 uma pe4uena il"a roc"osa no E)eu. ,ituavaTse fora da costa da tica+ entre Cia e !ndros. Era uma il"a árida e pobre+ "abitada apenas por um pun"ado de pescadores e tornouTse proverbial como local para onde os suspeitos de crimes e os criminosos eram banidos pelos imperadores. @(1 $rataTse de M. Em*lio L6pido+ marido de Drusila+ a irmã de Cal*)ula 4ue morrera no in*cio da4uele ano cf. 1G2+ mandado assassinar pelo imperador por estar associado conspiração de L=ntulo #et9lico. Para mais informação sobre L6pido Uide /arrett (00'B ('G (((2. 312
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Conse4uentemente+ as cidades 4ue o "aviam visto pleno de or)ul"o e e%ibindo a ma)nitude do seu sucesso+ contemplavamTno a)ora coberto de opr?brio. 1 5 3
Embora fosse apontado a dedo e insultado+ sentiaTse oprimido por um
sofrimento ainda mais penoso+ causado por esta mudança repentina @(G. ! sua infelicidade era incessantemente renovada e avivada por um acr6scimo de novos infort9nios 4ue+ como em reca*das fre4uentes de uma mesma doença @(H+ evocavam a recordação de sofrimentos anti)os+ 4ue pareciam+ entretanto+ ter diminu*do. 1 5 4
!p?s atravessar o #olfo 3?nico @(A+ Flaco vo)ou pelo mar 4ue se estende at6
Corinto@(0+ convertendoTse em espectáculo para todas as cidades costeiras do Peloponeso@&'+ medida 4ue estas ficavam ao corrente do seu s9bito rev6s de fortuna. Cada veI 4ue ele desembarcava do navio+ reuniaTse uma multidão. Os malT intencionados para satisfaIer os seus maus instintos\ os outros+ a4ueles 4ue )eralmente encontram motivo de refle%ão nos infort9nios al"eios+ para se compadecerem do seu sofrimento. 1 5 5
Do Le4ueu@&( atravessou o 5stmo at6 ao mar oposto e c"e)ou a C=ncreas @&&+ o
porto de Corinto. Uma veI a*+ foi forçado pelos )uardas+ 4ue não l"e permitiram a m*nima demora+ a embarcar num pe4ueno navio de car)a e a levantar ;ncora. !o começar a soprar com viol=ncia um vento contrário+ sofreu amar)amente e+ arrastado pela força da tempestade+ foi com )rande dificuldade @&@ 4ue c"e)ou ao Pireu.
,e)uimos a4ui a proposta de Colson (0GHB @A+ n. b2+ 4ue observa 4ue ¥$5?01Q.? 6 )eralmente se)uido de um acusativo e não de um )enitivo+ pelo 4ue a interpretação de al)uns tradutores do )enitivo *Œ3 ').3 Q5*.81"Œ3 como complemento do verbo aparentemente não faI muito sentido. Os manuscritos e a edição de Co"nTendland para este passo apresentam a lição …¦ =.[,5) Y$ *.R3 $@1?3 —,1*)1,?[5?$ '$.N=[5? =.> *+3 *`$ ')9.#$ =.=1,).N?`$ —,1Q$Z@5?3…+ mas preferimos se)uir /o% e Pelletier na opção pela lição de Man)e7+ —,1*)1,?.1T@.?3 '$[N5?. Como bem aponta van der Vorst &''@B &&12+ o facto de —,1*)1,?[5?$ sur)ir no (A& como um termo m6dico para desi)nar doenças 4ue ressur)iam recorrentemente 6 um ar)umento a favor desta "ip?tese+ visto 4ue o 4ue se pretenderá a4ui diIer 6 4ue Flaco era constantemente forçado a recordarTse de males anteriores por4ue nunca c"e)ava a recuperar totalmenteB faI mais sentido '$[N5? do 4ue '$.N=[5?. Esta comparação s? se entende se $@1?3 não for uma refer=ncia a doenças em )eral+ ou se:a+ se for 4ualificado por um termo como —,1*)1,?.1T@.?3 + con:ecturado por Man)e7. @(A #olfo 3?nico 6 uma e%pressão 4ue pode ser utiliIada como alternativa a mar !driático e+ por veIes em sentido mais abran)ente+ pode desi)nar a costa mar*tima a oriente da ,ic*lia. Esta e%pressão+ …¡ B9)? 1)$16 [".**.…+ desi)na o estreito 4ue actualmente 6 con"ecido como #olfo de Corinto. @&' ,eriam as cidades na costa norte do Peloponeso+ tais como Dime+ Patras+ X)io+ E)ira Estrabão+ A. 2. @&( Esta cidade era o porto mar*timo de Corinto. @&& C=ncreas 6+ tamb6m+ uma cidade de portos+ a oriente de Corinto+ situada no #olfo ,ar?nico ou #olfo de E)ina2. O verbo =.*.@T)5@.? modifica o adv6rbio Q"?3 + veiculando+ deste modo+ a ideia de 4ue Flaco c"e)ou ao Pireu com )rande dificuldade por4ue o barco foi arrastado e sacudido no mar pela tempestade+ ficando 4uase deriva. -ecorremos per*frase arrastado pela força da tempestade2 para traduIir =.*.@T)5*.?. 316
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$erminada a tempestade+ costeou a tica at6 ao cabo ,9nio @& e prosse)uiu
via)em@&1 ao lon)o de uma s6rie de il"as+ Velena+ Cia+ Citnos @&G e todas as outras 4ue :aIem sucessivamente alin"adas+ em fila+ at6 4ue por fim c"e)ou ao seu destino+ !ndros. 1 5 7
!vistandoTa ao lon)e+ o infeliI c"orava copiosamente as lá)rimas escorriamTl"e
pela face como se brotassem de uma fonte2 e ele batia no peito. LamentandoTse muito amar)amente+ diIiaB | "omens+ ? )uardas 4ue me escoltais+ 4ue bela terra 6 esta !ndros@&H+ uma il"a desafortunada+ 4ue recebo em troca da bemTaventurada 5tália~ 1 5 8
Eu+ Flaco+ nascido+ criado e educado na -oma imperial+ eu+ condisc*pulo e
compan"eiro@&A dos netos de !u)usto+ escol"ido entre os primeiros ami)os @&0 do imperador $ib6rio e 4ue durante seis anos @@' fui encarre)ado do mais vasto dos seus dom*nios+ o E)ipto~ 1 5 9
Mas o 4ue si)nificará taman"a mudançah ! noite+ semel"ança do 4ue sucede
num eclipse+ desceu em pleno dia e apoderouTse da min"a vida. Esta il"a+ o 4ue direi delah ,erá o lu)ar do meu e%*lio ou talveI uma nova pátriah Um porto de abri)o ou um ref9)io amaldiçoadoh $9mulo deverá ser o nome 4ue l"e 6 mais apropriado. gim+ infeliI de mim+ como para desempen"ar a tarefa de transportar o meu pr?prio cadáver para a sua sepultura. Wa verdade+ ou deverei+ devido aos meus sofrimentos+ pr termo a @&
,9nio 6 a Iona mais meridional da tica e nela fica situado o promont?rio com os famosos templos de !tena e Pos*don. /o% (0@0B (&&2 afirma 4ue 6 imposs*vel 4ue Y,5).?17*1 $Z@163 neste conte%to si)nifi4ue atravessou as il"as+ mas o sentido mais ade4uado nave)ar atrav6s de+ passar por2 não se encontra atestado para este verbo. Pelletier (0GHB(G12+ pelo contrário+ defende 4ue o recurso a este termo se :ustifica e%actamente se tivermos em conta a descrição do itinerário …0?+ 0k 5"1,1$$Z@16 QX9)? 1)$16D 0?+ 0k *Œ3 4**?=Œ3 =.> *`$ $Z@#$ B9)?3 $0)16…2. gan der Vorst &''@B &&H2 ar)umenta 4ue se tratará de um uso al)o descuidado do verbo neste conte%to. $endo em conta este 9ltimo ar)umento+ optámos pela tradução prosse)uiu via)em. Velena corresponde actualmente a Majronisi+ Cia tem "o:e o nome de Cea+ Citnos mant6m o nome na actualidade. $odas estas il"as se situam a sudeste do cabo ,9nio. Este uso ir?nico de =."Z$ terá paralelo com o H+ em 4ue se empre)a a e%pressão =."($ ,1Q,Z$ relativamente aos anciãos 3udeus 4ue são e%ibidos a camin"o do teatro de !le%andria. De notar 4ue tamb6m Flaco foi convertido em espectáculo para todas as cidades costeiras do Peloponeso (12 e podemos inferir+ pela enumeração de il"as feita no (1G+ 4ue seria intenção de F*lon+ de acordo com /o% (0@0B %lviii+ n. 12+ prolon)ar ao má%imo o relato da via)em de Flaco+ o 4ue teria como conse4u=ncia a sua e%ibição por in9meros lu)ares+ numa forma de estabelecer um paralelo com a parada dos anciãos :udeus. !nalo)ia semel"ante será+ talveI+ a 4ue se encontra no (A0. !ndros situavaTse a cem 4uil?metros a Oriente de !tenas. @&A Os netos de !u)usto eram os fil"os de 39lia+ fil"a de !u)usto+ e Marco gips;nio !)ripaB C. C6sar &' a.C. d.C.2\ L. C6sar (H a.C. & d.C.2\ !)ripa P?stumo (& a.C. ( d.C.2. $odos eles vieram a falecer antes de !u)usto e%cepção de !)ripa P?stumo 4ue foi assassinado+ descon"ecendoTse s ordens de 4uem+ pouco depois da morte do av2. Esta refer=ncia permiteTnos inferir 4ue Flaco terá nascido em cerca de (1 a.C. @&0 Cf. &+ n. (&( !4ui a e%pressão não 6 utiliIada como t*tulo "onor*fico. @@' De @& a @A d.C. 325
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esta vida miserável+ ou+ se puder sobreviver+ deverei sofrer uma morte lenta+ plenamente consciente. 1 6 0
Deste modo se lamentava Flaco. uando o navio c"e)ou ao porto+ ele
desembarcou+ curvandoTse totalmente em direcção ao solo+ como faIem as pessoas 4ue são oprimidas pelo mais pesado dos fardos+ inclinando a nuca sob o peso dos seus infort9nios. Wão tin"a se4uer ;nimo para levantar a cabeça+ ou não ousava faI=Tlo devido s pessoas 4ue tin"am vindo ao seu encontro e aos 4ue tin"am vindo para assistir ao acontecimento+ 4ue se encontravam alin"ados de ambos os lados da estrada. 1 6 1
! sua escolta conduIiuTo assembleia de !ndros+ e a* o e%ibiram a todos+
tomandoTos por testemun"as da c"e)ada do e%ilado il"a. Cumprida a sua missão+ partiram. (G&
Por6m+ Flaco+ não recon"ecendo nen"um ol"ar familiar+ sentiu a sua dor
renovarTse de forma mais pun)ente+ sob impress>es mais v*vidas+ e+ 4uando considerou a imensa solidão 4ue o rodeava+ no meio da 4ual fora abandonado+ pareceuTl"e então 4ue uma morte violenta na sua pátria seria um mal menor+ ou mesmo uma solução dese:ável+ em comparação com as presentes circunst;ncias. Por veIes+ era acometido de espasmos @@( a tal ponto 4ue em nada se podia distin)uiTlo dos loucos. Corria de um lado para o outro+ muitas veIes saltitava+ batia com as mãos+ )olpeava as co%as e e%clamava fre4uentementeB 1 6 3
Eu sou Flaco+ ainda "á pouco )overnador da )rande cidade+ da m9ltipla cidade
de !le%andria+ prefeito da mais pr?spera das prov*ncias+ o E)ipto\ para mim se viravam os seus mil"ares de "abitantes. Eu+ 4ue comandava forças de infantaria+ cavalaria e marin"a@@&+ consideráveis não s? pelo n9mero dos seus efectivos mas tamb6m pelo seu valor comprovado~ Eu 4ue+ todos os dias+ ao sair+ era acompan"ado por uma inumerável escolta~ 1 6 4
$erá isto sido uma ilusão e não a realidadeh $erei visto essa felicidade
moment;nea em son"os+ en4uanto dormiah 5ma)ens movendoTse no vaIio+ invenç>es da alma+ talveI+ 4ue desen"avam como real o 4ue não e%istiah
O verbo 4ue traduIimos pela e%pressão era acometido de espasmos 6 @:0[5?$. F*lon utiliIa este verbo fre4uentemente e Colson (0GHB @0'2 defende 4ue uma tradução poss*vel para este passo seria so Uiolent has is emotion…+ acrescentando 4ue este verbo 4uase sempre su)ere uma forte perturbação emocional mas não implica 4ual4uer manifestação f*sica e%cepção de Praem&+ ('2. gan der Vorst aponta e bem2 4ue as frases imediatamente se)uintes não corroboram esta asserção de Colson+ da* a nossa tradução. @@& Cf. 1+ n. (&G. 331
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Dei%eiTme levar~ !final tudo isto eram sombras de realidade e não a realidade\ a
imitação de uma percepção clara e não+ em si+ a clara percepção @@@ 4ue desmascara a falsidade. $al como ao acordar não encontramos nada do 4ue nos sur)iu em son"os+ tudo se dissipou em con:unto+ assim+ da mesma forma+ todo o esplendor 4ue con"eci outrora+ dissipouTse no curto espaço de um instante. 1 6 6
$ais eram os pensamentos com 4ue Flaco constantemente se debatia e 4ue+ por
assim diIer+ o venciam por completo @@. Evitava os lu)ares onde se concentrava muita )ente. Devido ao sentimento de ver)on"a 4ue o acompan"ava constantemente+ não ia ao porto nem ao mercado. EscondiaTse antes em casa+ trancado. Wão tin"a cora)em se4uer para atravessar o átrio. 1 6 7
Wo entanto+ por veIes+ de madru)ada+ 4uando os demais ainda se encontravam a
dormir+ sem se mostrar a nin)u6m+ ele diri)iaTse para fora das mural"as da cidade e passava o dia na solidão. ,e estava prestes a encontrarTse com al)u6m+ desviavaTse+ a tal ponto o seu esp*rito estava atormentado e consumido pelas recordaç>es dos seus infort9nios recentes+ pobre infeliI. ,? re)ressava 4uando era :á noite profunda+ dese:ando+ nos seus tormentos desmedidos e intermináveis+ 4ue a noite se fiIesse dia+ tremendo de medo perante a escuridão e as estran"as vis>es 4ue e%perimentava ao adormecer\ mas de man"ã reIava para 4ue se fiIesse noiteB as trevas 4ue o envolviam eram o oposto de toda a claridade@@1. 1 6 8
!l)uns meses mais tarde+ ad4uiriu um pe4ueno pedaço de terra+ onde passava a
maior parte do tempo na solidão+ c"orando e lamentando o seu sin)ular destino @@G. 1 6 9
ContaTse 4ue em certa ocasião+ a meio da noite+ foi tomado de uma inspiração
divina semel"ante s 4ue ocorrem nos ritos dos coribantes @@H e+ saindo de casa @@A+ er)ueu os ol"os ao c6u e+ vendo a ordem 4ue verdadeiramente reina no cosmo @@0+ )ritavaB Em )re)o+ no ori)inal+ Y$.)N5.. O verbo Y=*).9^"5?$ :á tin"a sur)ido em ((A e a4ui repeteTse denotando o mesmo sentimento+ embora neste conte%to ten"amos optado por tradução diferente. Weste passo todos os comentadores se referem a t . &AB GGBGH+ a 4ue a e%pressão w as trevas 4ue o envolviam eram o oposto de toda a claridade w será uma refer=ncia. ! e%pressão w c"orando e lamentando o seu sin)ular destino w 6 a tradução de … *;$ 1\=5R1$ Y,?@*X$#$ =.> =.*.=".#$ 0.Q1$. &.. De acordo com Pelletier (0GHB (1+ n. 2+ 1\=5R1$ possui um valor afectivo+ e%pressando de certa forma uma 4uei%a interior de Flaco+ e não pleonástico+ como se poderia :ul)ar. $amb6m Colson (0GHB @0+ n. a2 considera 4ue não se trata de um uso pleonástico. @@H Os coribantes eram sacerdotes nos cultos de C*bele. Celebravam os seus mist6rios com danças e cantos desordenados+ como 4ue tomados de uma inspiração+ de um del*rio. §,.6"?3 desi)na+ letra+ uma casa r9stica. Em )re)o+ no ori)inalB … *;$ Y$ =@Q =@Q1$ „$*#3 w0`$… @Q13 terá a4ui um sentido de ordem+ o 4ue e%pressa uma noção comum entre os !nti)os+ da* a nossa tradução. ! mesma ima)em 6 utiliIada 333 334
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,oberano de deuses e "omens+ 6 a)ora evidente 4ue não abandonaste a nação
:udaica+ nem eles estavam errados em confiar na tua provid=ncia. !4ueles 4ue ne)am 4ue os 3udeus ten"am em ti um campeão e um defensor @' da sua causa+ afastamTse da opinião sensata. Eu sou prova evidente disso. $odos os actos 4ue na min"a loucura cometi contra os 3udeus+ sofroTos a)ora. 1 7 1
Fec"ei os ol"os pil"a)em dos seus bens+ dando licença a 4uem os espoliava.
Como punição+ fui eu pr?prio despo:ado dos bens 4ue "erdei de meu pai e de min"a mãe+ de tudo o 4ue recebi na forma de favores ou dádivas e de tudo o 4ue ad4uiri por outros meios. 1 7 2
Outrora ultra:ei o povo :udaico+ afirmando 4ue não possu*am direitos c*vicos e
4ue eram estran)eiros @(+ embora fossem "abitantes 4ue possu*am os seus direitos e privil6)ios. Prati4uei esta acção de modo a a)radar aos seus adversários+ uma multidão desordeira e vol9vel+ por cu:a adulação eu+ infeliI+ me dei%ei levar. Fui+ por este motivo+ privado dos meus direitos c*vicos+ e%ilado+ banido do mundo inteiro e enclausurado neste lu)ar. 1 7 3
Dei ordens para 4ue al)uns fossem conduIidos ao teatro e espancados diante dos
seus piores inimi)os @&+ in:ustamente. De forma :usta fui eu+ então+ conduIido+ para sofrer as piores viol=ncias mais na min"a alma miserável do 4ue no corpo+ não a um s? teatro+ não a uma 9nica cidade+ mas e%ibido por toda a 5tália at6 /rund*sio+ por todo o Peloponeso at6 Corinto+ atrav6s da tica e das il"as at6 min"a prisão+ !ndros @@.
em Praem&D ( e Abr&+ (10. ).N#$?@*Z3 =.> —,5)Q[913 6 uma e%pressão 4ue ocorre tamb6m em Abr&D &@& e em outra passa)ens+ como por e%emplo+ Opi_&D (G' e Spec&+ @. H1+ (@&. F*lon+ ao colocar estas palavras na boca de Flaco+ procurará demonstrar a total falsidade das asserç>es do decreto cf. 1+ n. &'A2. Os 3udeus possu*am+ devido ao estatuto de ,1"*56Q. da sua comunidade+ al)uns direitos+ tal como outros )rupos c*vicos de estran)eiros 4ue tivessem o mesmo estatuto & Eram cidadãos+ mas apenas em relação uns aos outros dentro do ,1"*56Q.. O seu estatuto em comparação com o dos #re)os era o de metecos+ estran)eiros com direito a domic*lio+ possuindo um estatuto interm6dio entre os #re)os cidadãos de !le%andria e os E)*pcios+ 4ue+ re)ra )eral+ não )oIavam de 4uais4uer privil6)ios. $in"am ainda direito a resid=ncia e or)aniIação c*vica pr?pria+ mas não faIiam parte da or)aniIação pol*tica )re)a sobre esta mat6ria cf. ,malloodB (0A(B &&0B&@'2. gan der Vorst &''@B &@G2 considera 4ue esta refer=ncia de F*lon ao estatuto c*vico :udaico será deliberadamente va)a+ pelo 4ue não se sabe se a e%pressão 4ue a4ui sur)e . &&Y,?*Q1?3 &&& =.*1=1?3 2 se refere a "abitantes de pleno direito ou apenas a colonos com al)uns privil6)ios. @& Cf. H. Esta descrição 4ue Flaco faI da sua pr?pria via)em não coincide com a descrição feita em (1T(1G. Pelletier (GHB (A+ n. &2 avança com a e%plicação de 4ue será o pr?prio Flaco a e%a)erar nas suas "umil"aç>es+ sendo 4ue F*lon procurará e%plorar a4ui o impacto ret?rico desta lamentação. Estas imprecis>es )eo)ráficas poderão tamb6m ser entendidas como e%a)ero ret?rico. Cf. van der Vorst &''@B &@A2. 340
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Estou intimamente convencido de 4ue este não 6 o fim dos meus infort9nios mas
de 4ue outros me estão ainda reservados at6 4ue se ven"a a perfaIer um n9mero de males e%actamente e4uivalente aos 4ue perpetrei @. Ordenei a morte de al)uns "omens e não vin)uei a4ueles 4ue foram mortos por outros. !l)uns foram apedre:ados+ outros 4ueimados vivos+ al)uns foram arrastados pelo meio do mercado at6 os seus corpos serem totalmente estropiados @1. 1 7 5
Por tudo isto+ sei 4ue as F9rias me a)uardam+ 4ue os )6nios vin)adores se
encontram como 4ue na meta @G+ ávidos de san)ue+ preparados para partirem em min"a perse)uição. E a cada dia+ ou mel"or+ a cada "ora+ eu morro por antecipação+ sofrendo in9meras mortes em veI de perecer uma 9nica. 1 7 6
Flaco encontravaTse continuamente assustado e entrava em p;nico+ os seus
membros e todas as outras partes do corpo tremiam e estremeciam+ a sua alma a)itavaT se de medo+ percorrida de palpitaç>es e espasmos @H. Vavia sido privado da 9nica coisa 4ue pode por natureIa traIer conforto e%ist=ncia "umanaB a esperança em al)o de bom. 1 7 7
Wen"um bom pressá)io l"e sur)ia+ todos eram desfavoráveis. Os ru*dos eram
aIia)os@A+ as vi)*lias penosas+ o sono pleno de terrores+ a sua solidão semel"ante de animais selva)ens @0. Mas será 4ue l"e era mais a)radável ter compan"iah Wão+ o mais penoso de tudo era o tempo passado na cidade. !inda 4ue indi)na+ era+ ao menos+ se)ura a solidão do campoh Wão+ era peri)osa e ine%orável. ual4uer pessoa 4ue se apro%imasse tran4uilamente era observada com desconfiançaB 1 7 8
!4uele conspira contra mim diIia ele + pois apro%imaTse com demasiada
rapideI. Parece 4ue não se apressa por 4ual4uer outro motivo 4ue não perse)uirTme. !4uele 4ue 6 amável preparaTme uma armadil"a. O 4ue fala com fran4ueIa despreIaT me. DãoTme comida e bebida como a uma v*tima para mais tarde sacrificar. !4ui está patente a ideia de 4ue =^ neste conte%to actua com a l?)ica da pena de talião. ! mesma ideia sur)e abai%o+ no (A0. @1 $rataTse de uma refer=ncia aos 3udeus 4ue se diri)iram aos 4uarteir>es dos 4uais "aviam sido e%pulsos e foram mortos por apedre:amento GG2+ pelo fo)o GH2 ou arrastados pelas ruas H'TH(2. ,> 8."8R@?$ refereTse s cordas 4ue numa corrida assinalavam a meta de partida ou a lin"a final. ! ima)em da vida como uma corrida com fim previamente determinado 6 bastante comum entre os !nti)os. @H Esta descrição parece aludir ao fen?meno de "iperventilação+ 4ue F*lon a4ui aponta como sinal de perturbação psicol?)ica. "^0$53 ,.Q"Q:^Q1? ru*dos aIia)os2 será uma alusão interpretação de pressá)ios auditivos+ tais como sons casuais ou espirros+ 4ue eram tidos como sinais divinos e pressa)os. Vaverá a4ui uma refer=ncia a aniel B@'. 344
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!t6 4uando suportarei+ 4ual "omem de ferro+ taman"os infort9niosh ,ei 4ue
fra4ue:o ante a morte @1' devido crueldade de uma divindade 4ue não me permite pr abruptamente um fim a esta vida miserável+ por4ue fi%ou para mim males irremediáveis em abund;ncia+ de modo a dar uma satisfação a 4uem foi por mim assassinado traição. 1 8 0
-emoendo tais pensamentos e a)itandoTse+ Flaco a)uardava ansiosamente o fim
4ue l"e estava destinado\ um sofrimento incessante continuava a atormentarTl"e a alma e a confundirTl"a. Entretanto+ #aio+ por natureIa cruel e insaciável nas suas vin)anças@1(+ não dei%ava em paI+ ao contrário de outros+ a4ueles 4ue :á "avia punido uma veI. ! sua c?lera implacável preparavaTl"es sempre al)um novo infort9nio. Wo caso de Flaco+ ele odiavaTo a tal ponto 4ue era "ostil com os seus "om?nimos+ tão repulsivo l"e era o nome. 1 8 1
Fre4uentemente era tomado de arrependimento por o ter condenado apenas a
uma pena de e%*lio e não morte e+ embora respeitasse L6pido @1&+ 4ue intercedera em favor dele+ culpavaTo pela sua decisão+ de tal modo 4ue este renunciou a defend=Tlo
@1@
+
por medo de ser ele pr?prio alvo de sanç>es. Com efeito+ temia+ como 6 natural+ 4ue+ tendo contribu*do para ali)eirar a sentença de outro+ acabasse ele pr?prio por receber uma mais pesada. 1 8 2
gisto 4ue :á nin)u6m ousava diIer uma palavra no sentido de o tornar mais
compassivo+ #aio deu livre curso sua c?lera+ implacável e desenfreada+ 4ue+ lon)e de se miti)ar com o tempo+ se tornou mais e%acerbada+ como nos corpos as várias reca*das de uma doença recorrente+ 4ue tendem a tornarTse mais )raves do 4ue as primeiras crises@1. 1 8 3
ContaTse 4ue certa veI+ numa noite de ins?nia @11+ #aio começou a pensar nos
seus ma)istrados no e%*lio 4ue em teoria levavam vidas infeliIes mas 4ue na realidade viviam sem sobressaltos+ tendo alcançado uma e%ist=ncia tran4uila e livre.
Este verbo Q.".=5@.?2 denota cobardia perante a morte+ tem )eralmente o si)nificado de enfra4uecer+ amolecer. Flaco censura a si pr?prio a sua falta de cora)em para cometer suic*dio. Vá uma passa)em semel"ante em Zenofonte Apol&+ @@2+ sobre ,?crates. @1( $odos os bi?)rafos e "istoriadores da !nti)uidade 4ue escreveram sobre #aio referem a sua crueldade e%cessiva. @1& Cf. (1(+ n. @(1. Os manuscritos apresentam 3 neste passo+ mas -eiter defende a con:ectura ¨@*5+ 4ue 6 a versão aceite por todos os editores 4ue se l"e se)uem. Colson (0GHB @0A2 traduI ',^N)56@5 por has prostate mas a opção por renunciou a defend=Tlo+ ou e%pressão semel"ante+ pareceTnos ser a mais ade4uada e percept*vel neste conte%to. @1 Cf. (1@+ n. @(H. Cf. ,uet.+ Cal . 1'. 350
353
355
101
1 8 4
C"e)ou mesmo a alterar a desi)nação de e%*lio para f6rias no estran)eiro.
Por4ue o e%*lio dessa )ente diIia ele 6+ na verdade+ uma esp6cie de f6rias no estran)eiroB t=m tudo o 4ue l"es 6 necessário em abund;ncia+ podendo viver sem perturbaç>es e no bemTestar @1G. X absurdo permitirTl"es 4ue levem uma vida de ?cio+ )oIando de paI e usufruindo de uma vida de fil?sofos @1H. 1 8 5
Por fim+ ordenou o assass*nio dos ma)istrados mais distintos e de maior
reputação@1A+ fornecendo uma lista de nomes encabeçada por Flaco. uando os "omens 4ue "aviam sido encarre)ados de o matar c"e)aram a !ndros+ Flaco+ por acaso+ tin"aTse deslocado do campo cidade. gindos do porto+ eles foram ao seu encontro e recon"eceramTse uns aos outros dist;ncia. 1 8 6
Flaco apercebeuTse imediatamente das suas intenç>es por4ue a alma de cada
"omem 6 e%tremamente clarividente+ sobretudo a alma da4ueles 4ue ca*ram em des)raça. DesviandoTse do seu camin"o+ tentou fu)ir por um tril"o acidentado+ es4uecido talveI de 4ue se encontrava numa il"a e não no continente. De 4ue serve+ pois+ a velocidade 4uando se está cercado por marh De duas coisas+ uma sucederia forçosamenteB ou ele avançava demasiado e se precipitava no mar ou c"e)ava ao e%tremo da il"a e a* era apan"ado. 1 8 7
Comparando dois males+ 6 prefer*vel a morte em terra do 4ue no mar+ uma veI
4ue a natureIa atribuiu aos "omens e a todas as criaturas terrestres a terra como o mais apropriado dom*nio+ não s? durante a vida mas tamb6m na morte+ de modo 4ue o elemento 4ue primeiro os recebe nascença+ 6 tamb6m a4uele 4ue os acol"e no termo da vida. 1 8 8
$endoTo perse)uido at6 ficar sem fle)o+ o )rupo acabou por apan"áTlo. !l)uns
começaram de imediato a escavar um buraco+ en4uanto outros o arrastavam força. Entretanto ele resistia+ )ritava+ debatiaTse. Foi por isso ferido em todo o corpo+ por4ue se precipitava sobre os )olpes+ semel"ança dos animais selva)ens. 1 8 9
!)arrandoTse aos assassinos+ colavaTse a eles. Como isso os impedia de desferir
)olpes a direito+ atin)iamTno de forma obl*4ua+ o 4ue para ele se tornou causa de maior sofrimento. Em )re)o+ no ori)inalB &&&@ˆ$ ',).NQ1@T$© =.> 5@*.5 Œ$&&& giver uma vida em ',).NQ1@T$^ e 5@*.5. constitu*a a realiIação de um ideal filos?fico. ! e%pressão … 81$…:?"@1:1$… desi)nará a4ui uma vida de laIer+ 4ue sup>e+ como no Museu durante o reinado dos Lá)idas+ uma pensão asse)urada pelo estado. Pode tamb6m ser uma alusão liberdade oferecida por uma vida rural+ lon)e das pesadas obri)aç>es pol*ticas e c*vicas dos cidadãos de classes elevadas em meios urbanos. Cf. ,uet.+ Cal& &A. 356
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358
102
Com as mãos+ os p6s+ a cabeça+ o tronco+ os flancos decepados e despedaçados+ finalmente caiu por terra+ desmembrado como a v*tima de um sacrif*cio. ! :ustiça 4uis assim infli)ir neste 9nico corpo feridas em n9mero i)ual ao dos 3udeus ile)almente assassinados. 1 9 0
O local ficou completamente inundado de san)ue+ 4ue corria como de uma
fonte+ das in9meras veias+ dilaceradas umas ap?s outras. En4uanto o cadáver era arrastado para a cova 4ue fora aberta+ a maior parte dos membros deslaçaramTseTl"e+ por4ue "aviam sido dilacerados os li)amentos 4ue asse)uram a :unção @10 de todo o corpo. 1 9 1
Estas foram as provaç>es 4ue tamb6m Flaco sofreu+ tornandoTse deste modo a
mais indubitável prova de 4ue o povo :udeu não "avia sido privado do au%*lio de Deus.
Pelletier (0GHB (1T(112 observa 4ue … ¡ =1?$#$. @6$505R*1 ,ª@. *17 @Q.*13… não se trata de uma tautolo)ia. ! e%pressão fará antes eco da morte dos 3udeus v*timas+ em parte+ dos actos de Flaco descritos no H(. 359
103
104
3i4liogra5ia )6
105
)66
Co"n+ L.+ endland+ P.+ Pilonis Alexandrini Operae †uae Supersunt + G vols.+ -eimer+ /erlin+ (A0GT(0(1 reimp. (0G&2. Colson. F. V trad.2+ Pilo« n en Wolumes “and ho Supplementary Wolumes”+ (& vols.+ Varvard Universit7 Press+ Cambrid)e M!\ illiam Veinemann+ London+ (0G(T(0H(. Man)e7+ $"omas+ "#$13 *17 ¬160.16 *+ —)?@=Q5$. ,.$*.B Pilonis udaei Opera †uae ‹epereri Potuerunt Omnia+ & vols.+ illiam Vump"re7+ London+ (H&. Pelletier+ !. trad.2+ Legatio ad Gaium+ Les Oeuvres de P"ilon d• !le%andrie+ vol. ZZZ55+ Xditions du Cerf+ Paris+ (0H&. ,mallood+ E. Mar7+ Pilonis Alexandrini Legatio ad Gaium+ /rill+ Leiden+ (0G(& ‚on)e+ C. D. trad.2+ e ®or’s o_ Pilo« Complete and ¯nabridged + Vendricjson Publis"ers+ U. ,. !.+ &''G A.
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#ruen+ Eric" ,.+ iaspora« Jehs amidst Gree’s and ‹omans+ Varvard Universit7 Press+ Cambrid)e M!2 London+ &''&. Vane)raaff+ . 3.+ loppenbor)+ -ia eds.2+ Female Stereotypes in ‹eligious raditions+ ,tudies in t"e Vistories of -eli)ions GG+ /rill+ Leiden+ (001. Varjer+ !ndre+ Loyalty and issidence in ‹oman Egypt« e Case o_ te Acta Alexandrinorum+ Cambrid)e Universit7 Press+ Cambrid)e We ‚orj+ &''A. Voni)man+ ,7lvia+ e Septuagint and omeric Scolarsip in Alexandria« A Study in te arratiUe o_ te Letter o_ Aristeas+ -outled)e+ London+ &''@. Vorbur7 et al.eds.2+ e Cambridge istory o_ Judaism+ vol. @+ Cambrid)e Universit7 Press+ Cambrid)e+ (000 (. VuIar+ E.#.+ k!le%andria ad Aegyptum in t"e 3ulioTClaudian !)e+ Au_stieg und iedergang der ‹³miscen ®elt + ('.(+ (0AA+ pp. G(0TGGA. VuIar+ E.#.+ kEmperor ors"ip in 3ulioTClaudian E)7pt+ Au_stieg und iedergang der ‹³miscen ®elt + (A.1+ (001+ pp. @'0&T@(@. atI+ ,teven $.+ e Cambridge istory o_ Judaism+ vol. + Cambrid)e Universit7 Press+ Cambrid)e+ &''G (. ojjinos+ W.+ e erodian ynasty+ ,"effield !cademic Press+ ,"effield+ (00A. ovelman+ !rjad7 /.+ Hetheen Alexandria and Jerusalem« e ynamics o_ Jehis and ellenistic Culture\ $"e /rill -eference Librar7 of 3udaism &(+ /rill+ Leiden+ &''1. Merril+ E. $.+ k$"e E%pulsion of t"e 3es from -ome under $iberius+ Classical Pilology+ vol. (+ n.J + $"e Universit7 of C"ica)o Press+ Oct. (0(0+ pp. @G1T@H&. Millar+ Fer)us+ e Emperor in te ‹oman ®orld + Ducjort"+ (0HH. ModrIe:esji+ M6lŠIe 3.+ e Jehs o_ Egypt + 3eis" Publication ,ociet7+ 3erusalem P"iladelp"ia+ (001. Weusner+ 3acob\ !lan 3.+ !ver7 Pecj eds.2+ e Hlac’hell Companion to Judaism+ /lacjell Publis"in) Ltd.+ United in)dom+ &''.
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-a:aj+ $essa+ e Jehis ialogue hit Greece and ‹ome« Studies in Cultural and Social nteraction+ /rill+ Leiden /oston ‰ln+ &''(. -ea+ 3. kFive Pap7rolo)ical Wotes on 5mperial Proso)rap"7+ Croniue dEgypte @ AGw+ (0GA+ pp. @G1T@H. -odri)ues+ Wuno ,im>es+ udaei in Wrbe« Os Judeus em ‹oma de Pompeio aos FlUios+ Fundação Calouste #ulbenjian+ Lisboa+ &''H. -o)ers+ -obert ,amuel+ k$"e Prefects of E)7pt under $iberius+ ransactions and Proceedings o_ te American Pilological Association+ gol. H&+ $"e 3o"ns Vopjins Universit7 Press+ (0( D pp. @G1T@H(. -ut)ers+ Leonard gictor+ k-oman Polic7 toard t"e 3esB E%pulsions from t"e Cit7 of -ome durin) t"e First Centur7 C.E.+ Classical Antiuity+ vol. (@+ n.J(+ Universit7 of California Press+ !pr. (00+ pp. 1GTH. ,andmel+ ,amuel+ Pilo o_ Alexandria« An ntroduction+ O%ford Universit7 Press+ We ‚orj+ (0H0. ,c"‹ffer+ Peter+ Judeopobia« Attitudes tohard te Jehs in te Ancient ®orld + Varvard Universit7 Press+ Cambrid)e Massac"usetts+ London En)land+ (00A &. ,c"‹fer+ Peter+ e istory o_ te Jehs in te GrecoV‹oman ®orld + -outled)e+ London+ &''@@. ,c"rer+ E.+ istory o_ te Jehis People in te Age o_ Jesus Crist + #. germes+ M. #oodman+ F. Milan ed. rev.2+ @ vols.+ $. ƒ $. Clarj+ Edinbur)"+ (0H@T(0AH. ,c"artI+ D.+ Agripa « e Last ·ing o_ Judaea+ Mo"r ,iebecj+ $bi)en+ (00'. ,ea)er+ -obin+ iberius+ /lacjell Publis"in)+ United in)dom+ &''1 &. ,"otter+ David+ iberius Caesar + -outled)e+ London+ &'' &. ,lin)erland+ Di%on+ k,uetonius Claudius &1.+ !cts (A+ and Paulos Vorosius• istoriarum AdUersum Paganos Libri W B Datin) t"e E%pulsions2 of -oman 3es+ e Jehis †uarterly ‹eUieh+ We ,eries+ vol. A@+ n.J(&+ Universit7 of Penns7lvania Press+ 3ul. Oct. (00&+ pp. (&HT(. ,mallood+ E. Mar7+ e Jehs under ‹oman ‹ule« From Pompey to iocletianD A Study in Political ‹elations+ /rill+ Leiden+ (0A(.
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,pafort"+ !nton7\ Vornbloer+ ,imon eds.2+ e Ox_ord Classical ictionary« ird Edition ‹eUised + O%ford Universit7 Press+ We ‚orj+ &''@ @. ,tuart 3ones+ V.+ kClaudius and t"e 3eis" uestion at !le%andria+ e Journal o_ ‹oman Studies+ ,ociet7 for t"e Promotion of -oman ,tudies+ gol. Zg5+ s.l.+ (0&G. $ajács+ ,arolta !.+ k!le%andria in -ome+ arUard Studies in Classical Pilology+ gol. ZCg55+ #reece in -omeB 5nfluence+ 5nte)ration+ -esistence+ Department of Classics+ Varvard Universit7+ s.l.+ (001+ pp. &G@T&HG. iljinson+ ,am+ Caligula+ -outled)e+ London+ &''1.
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Anexos Anexo ) Algumas 5iguras ist&ricas de Flaco
)6 Agri9a I
Marco 39lio !)ripa 5 nasceu em (' a. C. e era neto de Verodes+ o #rande. ! sua inf;ncia foi passada em -oma+ sob o patronato de !nt?nia+ a mais nova das fil"as de Marco !nt?nio+ e de Octávia+ at6 ao ano de &@+ data em 4ue re)ressa 3udeia. Em Antiguidades Judaicas (A. (@@T@12+ Flávio 3osefo dei%aTnos uma esp6cie de bio)rafia do monarca+ da 4ual não consta o epis?dio do seu desembar4ue secreto em !le%andria. !)ripa devia o nome pa)ão de 39lio ao seu bisav Œntipas+ a 4uem 39lio C6sar concedera a cidadania romana+ e o sobrenome de !)ripa amiIade 4ue unia o seu av+ Verodes+ ao )eneral de !u)usto+ Marco gips;nio !)ripa. $odavia+ na 3udeia provavelmente seria con"ecido apenas pelo nome do av+ o 4ue se atestado nos Actos dos ApIstolos (&. (0+ &(2. DebatendoTse constantemente com problemas financeiros+ numa 6poca anterior a @G d.C.+ !)ripa terá tentado an)ariar fundos na Palestina e em 5tália. -e)ressado a -oma em in*cios de @G+ tornouTse ami)o de #aio Cal*)ula2+ 4ue na altura não era ainda visto como poss*vel "erdeiro do imp6rio. Wo decurso de um ban4uete+ o futuro soberano terá feito votos para 4ue #aio sucedesse a $ib6rio+ 4uando na altura o candidato mais provável a tornarTse imperador seria #6melo. $ib6rio+ informado do sucedido+ ordenou 4ue !)ripa fosse preso. 3osefo diITnos 4ue o soberano s? foi libertado seis meses depois+ em Março de @H+ por ordem de #aio. O novo imperador nomeouTo tetrarca dos territ?rios a nordeste do Mar da #alileia+ 4ue anteriormente "aviam sido )overnados por seu tio+ Filipe+ bem como dos dom*nios de Lis;nias. Em @0+ a estes territ?rios foram acrescentados os da #alileia e os 4ue se situavam a oeste do rio 3ordão+ entre o mar da #alileia e o mar Morto+ e 4ue at6 então tin"am pertencido a Verodes Œntipas.
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Em Flaco Flaco 6 a passa)em de !)ripa por !le%andria+ ap?s ter sido nomeado tetrarca+ no gerão de @A+ 4ue precipita os actos de viol=ncia contra a comunidade :udaica e 6 na satiriIação da sua c"e)ada 4ue esta viol=ncia encontrará a sua primeira forma de e%pressão . X tamb6m !)ripa 4uem envia ao novo imperador uma c?pia do decreto de felicitaç>es aprovado em "onra deste e 4ue Flaco tin"a retido em seu poder+ :untamente com uma carta em 4ue e%plica os motivos da e%pedição tardia deste documento. De acordo com o 4ue F*lon nos diI em Embaixada a Gaio (H02+ Gaio (H02+ !)ripa terá ane%ado a estes estes docu document mentos os um terceiro+ terceiro+ e%po e%pondo ndo os abusos abusos de 4ue os 3udeus estavam a ser v*timas por parte do )overnador. Em (+ (+ Cláu Cláudi dio+ o+ por4 por4ue ue !) !)ri ripa pa dese desemp mpen en"o "ouu o pape papell de medi mediad ador or nas nas ne)ociaç>es ne)ociaç>es entre ele e o senado na altura em 4ue ele se tornou imperador @G'+ concedeuT l"e os territ?rios da 3udeia e da ,amariaB esta 6 a e%tensão má%ima 4ue os seus dom*nios viriam a atin)ir. O imperador nomearia ainda o seu irmão+ Verodes+ rei de Cálcis. !)ripa foi tamb6m distin)uido distin)uido com as ins*)nias ins*)nias consulares e obteve de Cláudio Cláudio um edicto a favor das comunidades :udaicas da ,*ria e de !le%andria. 3osefo refere 4ue Cláudi Cláudio+ o+ instad instadoo pelos pelos dois dois irmão irmãos+ s+ pub public licou ou ainda ainda um outro outro edicto edicto++ em favor favor dos dos 3udeus de todo o 5mp6rio. Mais tarde+ o monarca decidiu reconstruir as mural"as a norte de 3erusal6m e convidou reis seus clientes para se reunirem com ele em $iber*ades. Estas decis>es ori)inaram suspeitas por parte de Cláudio+ pois o imperador temia 4ue por essa ocasião se desse uma revolta. ,e 6 !)ripa 5 4ue sur)e atacado por 5sidoro nos Actos dos Krtires Alexandrinos embora Alexandrinos embora se:a mais provável 4ue se trate de !)ripa 552+ podemos inferir 4ue o rei não caiu em descr6dito :unto do imperador+ uma veI 4ue este o defende perante os ata4ues ata4ues do !le%andrino. !le%andrino. Contudo+ ,c"‹ffer &''@B ((@2 ar)umenta 4ue a semel"ança entre os relatos conservados nas fontes 4ue nos dão not*cia da sua morte se)undo o Wovo $estamento+ o rei morre devorado por vermes\ na versão de 3osefo+ com fortes dores abdominais2 poderá ser um ind*cio de 4ue o soberano terá sido envenenado e 4ue os responsáveis poderão ter sido os -omanos+ para 4uem as ambiç>es pol*ticas e a )rande popularidade de !)ripa :unto do seu povo seriam fontes de preocupação. @G'
Cf. D*on Cássio+ G'. A. 120
6 %ionísio O 9nico te%to em 4ue temos a certeIa de 4ue Dion*sio 6 representado 6 Flaco& X Flaco& X poss*vel+ por6m+ identificáTlo com o mesmo Dion*sio 4ue nos Actos dos Krtires Alexandrinos sur)e numa reunião com Flaco e 5sidoro no ,erapeu de !le%andria cf. CPJ + &+ (12. $ratandoTse de um antrop?nimo bastante comum durante a 6poca "elen*stica+ não 6 poss*vel confirmar se este 6 o mesmo Dion*sio dito fil"o de $6on+ emissário de !le%andria na corte imperial2 4ue Cláudio refere na carta 4ue envia para !le%andria em ( e 4ue sur)e como um dos embai%ad embai%adores ores responsáveis responsáveis pela defesa dos interesse interessess )re)os perante o imperador+ embora /o% (0@0B A'2 considere esta "ip?tese provável.
*6 Flaco ,obre Flaco não sabemos muito. !s 9nicas fontes 4ue atestam a sua vida são :ustamente Flaco :ustamente Flaco e e Embaixada Embaixada a Gaio. Gaio . Contudo+ importa ter em conta 4ue ele pr?prio e os seus seus actos actos nos sur)em sur)em sob o ol"ar ol"ar de F*lon+ F*lon+ o 4ue implica implica um certo )rau )rau de sub:ectividade na sua descrição. ,abemos o seu nome completo+ !ulo !v*lio Flaco+ devido ao cabeçal"o de uma ordem dada ao estrate)o Veliodoro+ datada de ca& @@T@ ca& @@T@ e 4ue se encontra conservada na lin"a 1 do Pap& do Pap& Hossier MitteisTilcjen (0(&B&T(@w2. Flaco nasceu em -oma+ apro%imadamente no ano (1 a.C.+ o 4ue si)nifica 4ue teria uma idade pr?%ima da de F*lon. Podemos inferir a sua data de nascimento por4ue em Flac.+ Flac.+ (1A+ se afirma 4ue ele foi condisc*pulo e compan"eiro dos netos de !u)usto. Estes netos seriam os fil"os 4ue nasceram da união de 39lia e Marco gips;nio !)ripa. ,e esta informação estiver correcta+ estiver correcta+ Flaco foi educado com tr=s membros da fam*lia imperial 4ue nasceram na se)unda d6cada do s6c. 5 a. C.+ apro%imadamente no ano (1 a. C.+ uma veI 4ue os netos de !u)usto+ #aio 39lio C6sar+ L9cio 39lio C6sar e !)ripa P?stumo+ nasceram+ respectivamente+ em &' a.C.+ (H a. C. e (& a. C. Para 4ue Flaco pudesse ter sido compan"eiro de escola dos tr=s teria de ter nascido apro%imadamente em (1. ! fre4u=ncia da escola em con:unto com os netos do imperador si)nifica 4ue o )overnador seria oriundo de uma fam*lia de elevado estatuto+ com li)aç>es corte imperial. Esta infer=ncia 6 reforçada pelo facto de em Flac.+ Flac.+ &+ se afirmar 4ue ele se 121
contava entre os compan"eiros predilectos do imperador $ib6rio. #oIava portanto do t*tulo de amicus Caesaris+ Caesaris+ concedido aos membros da corte 4ue rodeavam o imperador e 4ue+ de modo informal+ eram os seus principais consel"eiros. ! sua amiIade com Macro+ comandante da )uarda pretoriana de $ib6rio+ a sua pro%imidade com Em*lio Em*lio L6pido+ marido de Drusila irmã de #aio2+ e o facto de ter sido nomeado )overnador do E)ipto confirmam o elevado estatuto de 4ue Flaco )oIava em -oma. Da sua carre carreira ira at6 @&+ ano em 4ue foi nomeado nomeado por $ib6ri $ib6rioo para para suced suceder er a gitrásio Polião como )overnador do E)ipto+ pouco sabemos+ e%ceptuando a alusão de F*lon ao facto de este ter desempen"ado um papel activo na condenação de !)ripina. $endo em conta 4ue !)ripina foi banida em &0+ esta 6 a 9nica data 4ue possu*mos 4ue pode si)nificar 4ue Flaco desempen"ou desempen"ou actividades pol*ticas nos anos anteriores a @&. Wesse per*odo entre &0 e @&+ certamente depois do processo contra !)ripina+ Flaco terá tomado o partido de #6melo+ neto de $ib6rio+ por4ue este l"e terá parecido um candidato candidato mais provável provável a tornarTse o pr?%imo pr?%imo imperador. Em @H+ 4uando #aio acedeu ao poder+ Flaco+ pelas raI>es acima e%postas+ tin"a motivos para estar ansioso. !o )olpe da morte de $ib6rio se)uiuTse o da morte de #6melo e o do suic*dio de Macro+ 4ue era+ de acordo com F*lon + a esperança 4ue l"e restava. Flac Flacoo ter teráá ent então ão comp compre reen endi dido do 4ue 4ue se se com compr prom omet eter eraa aos aos ol"o ol"oss do novo novo imperador e F*lon aponta a consci=ncia deste facto como estando na )6nese da sua alteração de conduta. !p?s um princ*pio de carreira promissor en4uanto )overnador do E)ipto+ Flaco procurou o apoio dos nacionalistas )re)os de !le%andria+ 4ue entenderiam 4ue uma forma de atacar atacar indirecta indirectament mentee a autoridad autoridadee romana romana seria perse)uir perse)uir os 3udeus+ essa comunidade 4ue tin"a sabido obter do invasor os mesmos privil6)ios de 4ue beneficiara na 6poca ptolemaica. !proveitandoTse !proveitandoTse da posição vulnerável de Flaco+ 4ue na descrição de F*lon sur)e como incapaI de tomar as r6deas da situação e de manipular os #re)os muito pelo contrário2+ estes persuadiram o )overnador a fec"ar os ol"os aos ata4ues comunidade :udaica. Pouco depois+ Flaco terTseTá tornado c9mplice destes actos e+ entretanto+ reteve em suas mãos o edicto 4ue l"e fora confiado pelos 3udeus a felicitar #aio pela sua ascensão a imperador.
122
!)ripa+ de passa)em pelo E)ipto+ 6 informado desta situação e denunciaTa a #aioB o )overnador não s? cometera uma falta para com a comunidade :udaica+ como tamb6m ne)li)enciara os deveres inerentes ao seu car)o. Flaco 6 preso pouco depois+ durante um ban4uete. Em -oma os seus acusadores são os mesmos #re)os com 4uem compactuara nos actos de viol=ncia de @A. ,e)ueTse a "umil"ação do e%*lio+ para a il"a de !ndros+ 4ue no relato de F*lon 6 narrada de forma a estabelecer um paralelo com o processo de e%pulsão e e%propriação de 4ue os 3udeus tin"am sido v*timas. Flaco terá morrido no Outono de @0+ por4ue F*lon nos diI 4ue Marco L6pido estava vivo 4uando #aio ordenou a morte do anti)o )overnador. X poss*vel datar a morte de L6pido a partir de outras fontes por e%.+ ,uet?nio+ Cl . 02.
/6 Isidoro 5sidoro+ em con:unto com L;mpon+ sur)eTnos como uma fi)ura proeminente entre os a)itadores de !le%andria+ "omens 4ue )oIavam de elevado estatuto no seio da comunidade )re)a e 4ue se opun"am autoridade romana. Em Flac& (@GTH+ F*lon diITnos 4ue 5sidoro era uma esp6cie de l*der de diversos clubes e associaç>es de !le%andria+ por ele utiliIados para as suas actividades sediciosas+ muitas delas sem d9vida relacionadas com a oposição ao dom*nio romano. Em (@1T(1+ F*lon representa 5sidoro como um dos "omens mais "ostis comunidade :udaica e+ em Embaixada a Gaio+ ele 6 descrito como uma fi)ura proeminente da embai%ada )re)a. Wo princ*pio da carreira de Flaco+ 4uando este possu*a uma firme autoridade e era capaI de desempen"ar de forma eficaI os deveres inerentes ao seu car)o+ 5sidoro seria um dos seus principais anta)onistas. Em finais do ano de @A d.C.+ 5sidoro estaria em -oma+ uma veI 4ue sur)e como um dos acusadores de Flaco no :ul)amento 4ue o condenou ao e%*lio. ! partir dos Actos dos Krtires Alexandrinos CPJ + (1G+ passim2+ ficamos a saber 4ue ele e%erceu o car)o de )imnasiarca+ tal como L;mpon+ o 4ue corrobora a noção de 4ue+ re)ra )eral+ a este car)o estava associada a proemin=ncia em actividades contra a autoridade romana. !inda na mesma obra+ 5sidoro sur)e em atitude de desafio para com o imperador Cláudio+ 4ue o acusa de ter sido causador da morte de dois ami)os seus e de+ na4uela 123
ocasião+ 4uerer acusar o rei !)ripa. Wa se4u=ncia da discussão entre o imperador e 5sidoro+ 4ue c"e)a a insultar Cláudio+ apelidandoTo de fil"o bastardo da 3udia ,alom6+ 5sidoro e L;mpon são condenados morte. V. ,tuart 3ones considera 4ue este :ul)amento se deu em 1@ d.C.+ durante a visita de !)ripa 55+ e não de !)ripa 5+ a -oma. Contudo+ o facto de ambos sur)irem neste te%to corrobora a noção 4ue nos 6 dei%ada pela leitura de Flaco e Embaixada a GaioB a de 4ue 5sidoro e L;mpon ainda estariam vivos na altura em 4ue estes tratados foram produIidos. O facto de ambos terem sido )imnasiarcas em !le%andria e manifestamente "ostis comunidade :udaica si)nifica 4ue+ sendo o )inásio uma das portas de acesso cidadania )re)a+ eles poderiam vedáTla aos 3udeus. ! prop?sito desta 4uestão+ recordemoTnos 4ue em ( Cláudio+ na carta enviada para a cidade+ pro*be os membros da comunidade :udaica de participar na educação fornecida por esta instituição+ cu:a fre4u=ncia era+ como :á afirmámos+ uma esp6cie de pr6Tre4uisito para aceder cidadania. Em Legat .+ @11+ F*lon torna a mencionar 5sidoro como um dos membros da embai%ada )re)a enviada a #aio. Uma inscrição de final do s6c. 5 d.C.+ descoberta em !le%andria+ presta "onra a um )imnasiarca !le%andrino de nome 5sidoro+ fil"o de 5sidoro+ possivelmente fil"o deste 5sidoro@G(.
06 GHm9on Esta persona)em sur)e em Flaco como responsável+ em con:unto com 5sidoro+ pela acusação de Flaco em -oma. De acordo com F*lon+ L;mpon adulterou documentos 4uando desempen"ou o car)o de secretário do )overnador+ causando a condenação de in9meros inocentes e salvando in9meros criminosos+ mediante pa)amento de um suborno. F*lon diITnos ainda 4ue L;mpon foi :ul)ado pelo crime de maiestas+ acusado de deslealdade para com o imperador $ib6rio2+ e ainda 4ue+ semel"ança de 5sidoro+ e%ercera o car)o de )imnasiarca contra sua vontade+ uma veI 4ue ale)ava não possuir meios suficientes para custear as pesadas despesas inerentes ao car)o.
@G(
Cf. CPJ + &+ (1G+ &. (.&+ @. 124
$amb6m L;mpon sur)e nos Actos dos Krtires Alexandrinos. Estes documentos revelam 4ue 5sidoro tin"a acusado o rei !)ripa perante Cláudio. Wão sabemos ao certo 4uais as acusaç>es+ mas 5sidoro terá levado o soberano a tribunal na 4ualidade de cidadão privado e não de )imnasiarca. Defendendo a sua causa perante o imperador Cláudio+ 4uer 5sidoro 4uer L;mpon+ 4ue entretanto fora c"amado a tribunal+ foram+ como :á dissemos+ condenados morte. Esta e%ecução terá dado in*cio a esta literatura de mart*rios de *ndole pa)ã.
+6 Eacro uinto W6vio Cordo ,ut?rio Macro era oriundo da cidade romana de Alba Fucens. ,abemoTlo devido a uma inscrição descoberta em (01G @G&+ no anfiteatro dessa cidade. De acordo com esta inscrição+ Macro fora prefeito das gi)*lias e seria este o car)o 4ue desempen"ava 4uando cumpriu ordens de $ib6rio no processo 4ue levou deposição de ,e:ano+ a 4uem sucedeu no comando da )uarda pretoriana. X poss*vel 4ue o então novo prefeito do Pret?rio ten"a desempen"ado um papel activo+ em con:unto com #aio+ na destituição do seu predecessor. Macro ocupou um lu)ar predominante na vida pol*tica de -oma en4uanto $ib6rio viveu e+ de acordo com F*lon+ a sua influ=ncia :unto de $ib6rio terá sido fundamental para asse)urar a ascensão de #aio a imperador. Em @A+ foi nomeado )overnador do E)ipto. Por6m+ antes de assumir o car)o+ o novo imperador+ desa)radado com a influ=ncia 4ue este pretenderia e%ercer sobre si+ forçouTo ao suic*dio+ com a sua esposa Xnia. gisto 4ue Flaco 6 preso em Outubro de @A+ a morte de Macro terá tido lu)ar um pouco antes desta data. O seu testamento+ 4ue doava cidade de 4ue era oriundo uma 4uantia para a construção de um anfiteatro+ permaneceu válido+ como o atesta a f?rmula 4ue sur)e na inscriçãoB testamento dedit . O anfiteatro terá sido constru*do+ estimaTse+ cerca do ano '. O facto de as disposiç>es testamentárias de Macro não terem sido anuladas 6 um ind*cio de 4ue os seus bens não foram confiscados. 5sto leva a crer 4ue ele terá cometido suic*dio não s? antes da condenação a uma pena capital+ mas mesmo num momento pr6vio a 4ual4uer tipo de acusação formal. $al facto e%plicaria a aus=ncia de 4ual4uer refer=ncia ao t*tulo
@G&
Cf. Pelletier (0GHB @&2. 125
de )overnador do E)ipto na inscrição+ 4uando os outros dois car)os por si desempen"ados estão indicados.
16 !e8ano ! primeira fi)ura referida em Flaco 6 ,e:ano+ 4ue+ se)undo F*lon+ terá precedido Flaco numa pol*tica de perse)uição aos 3udeus. L9cio Xlio ,e:ano faleceu em @( d. C. e era oriundo de uma fam*lia da ordem e4uestre. !ssistiu o neto de !u)usto+ #. 39lio C6sar+ no Oriente e+ em ( d. C.+ foi nomeado prefeito da )uarda pretoriana+ :untamente com L. ,eio Estrabão+ de 4uem era fil"o. uando o seu pai foi nomeado )overnador do E)ipto+ ,e:ano tornouTse comandante da )uarda pretoriana. ! sua influ=ncia :unto do imperador aumentou e%ponencialmente ap?s a morte do fil"o de $ib6rio+ Druso 39lio C6sar+ em &@. gendo o seu poder aumentar+ ,e:ano começou a perse)uir os seus oponentes+ sobretudo os apoiantes de !)ripina. Por esta altura+ $ib6rio terTl"eTá ne)ado o direito de se casar com a vi9va de Druso+ L*via 39lia. Contudo+ 4uando o imperador se retirou de -oma em &G+ a :á )rande influ=ncia de ,e:ano nos assuntos de estado aumentou. ConcediamTl"e "onras e prestavamTl"e :uramento como a $ib6rio. Em &0+ !)ripina e o seu fil"o mais vel"o+ Wero 39lio C6sar+ foram e%ilados. O se)undo fil"o desta+ Druso 39lio C6sar+ foi aprisionado em @'. Wesse mesmo ano+ ,e:ano foi nomeado cnsul para o ano de @( d. C. O outro cnsul era $ib6rio. ! este car)o se)uiuTse o imp6rio proconsular e ,e:ano começou a aspirar ao poder tribun*cio. $ib6rio+ contudo+ viria a travar a sua ascensão. Em Outubro de @(+ o imperador+ 4ue terá sido avisado pela cun"ada+ !nt?nia+ enviou uma carta ao senado+ acusando ,e:ano de conspirar contra o mais :ovem dos fil"os de #erm;nico+ #aio o futuro imperador Cal*)ula2. ,e:ano foi :ul)ado no senado e condenado morte. ,e)uiuTse a perse)uição de L*via 39lia e de outros apoiantes seus+ reais ou disso falsamente acusados. Mesmo os seus fil"os mais :ovens foram assassinados. ,uspeitavaTse 4ue ,e:ano conspirara contra o imperador+ mas 6 mais provável 4ue a sua intenção fosse ascender )radualmente ao e%erc*cio de um poder dividido+ envolvendo provavelmente+ para este efeito+ $ib6rio 39lio C6sar Wero #6melo2+ o fil"o de L*via 39lia. Wo comando da )uarda pretoriana sucedeuTl"e Macro. 126
127
Anexo Corpus Papyrorum Judaicarum
n6 )0**+*
@G@
$c"erijoverTFujs (0G'B @0T@2 128
129
130
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Anexo * KL MOQ*+/ {Ž}‘ ’“ ”q`` N^–——}‘ ˜}™]^^q}‘ qš›q œ` —“ ` ž}™]_`
1
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2
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3
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5
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Weste ane%o reproduITse o te%to )re)o de Flaco+ tal como fi%ado por -eiter (0(12+ 4ue serviu de base nossa tradução. 364
133
6
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134
1 5
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¢™`µ–’`}q –`‘ }½}q }Ž^™’ }™^Ž}™¢q —“ ` ž}™]_` ¤^Á}`
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135
2 5
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—“‘ • ¯‘ {q—q–›q` —´ `°‘ ̱³’}™‘ ˜^µ`]‘ ¯¶` «©‘ ‘
¤`_¡`+ Ÿq“‘ ’“ ` ¯]_`+ «^}]Ù ›”¢–’`}‘+ Å^]q‘ Û¢}` Ç’šq‘ ¤`q±–_‘ —´ ¤±_–_‘ —–q+ —^Ž¢‘ }©‘ —™`¡q‘ ¬ ´ “ ]^”` ¨` » N–}‘ ¤`±]`q¬“ ’£` É¢] ¢™`–q`+ ¦µ_ £ ´ «` ’œ ’—“` ¤±q¢’š`}™‘ §^Žq` ª›q }° §©` ¾¢š` Ÿq`š¢§q —´ `™—‘ }©‘ ^q’š¢q }¢¢›©`+ Ñ`• ¤}“‘ Ê” ’’š`_` xÓ–`_`y ‘ Û`}`+ ’”`‘ »`}‘+ ¤±]—”q ‘ ` µ`}³›}`. 2 8
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Ÿ`  ³^q ^§¶` ̵^§©`¹ }« “ —“ §š` ¤±©—} ¥‘ ˜^µ`]‘ Ÿq”’”—¶‘ «Â ³}`+ Ç`]— ` Ÿ´ ëÁ’”‘ ^}°` Ÿ¢š^^} ‘ zqšq}`+ ¤^^• »Ã ›”¢³’`}‘ Ÿq³’ ¥‘ }À— ¤±]µ_‘. 2 9
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«™›]‘ ¯]‘ Ì^–’`}` ®`q ——}]‘ —´ â’ q“ œ` ^q“` —´ ³}` q`“ x±Ž¢qy `”’š`”` ‘ ž}™]}™‘ ¤š›§q` Ê¢›^^}` Ÿ´ à `¥¢§] q` ¢q^š ž}™©}` }«› í}`+ ¸ ¯ «³‘ q‘ Ô—¢}‘ ¢q^]` }}`q—œ` ¤±Ï”}. 3 0
—´ ` ª§^q}` N^–——}` –^q` }É ¢™`³`‘ ¤`”š§qÈ}` ¯‘ ` «` Ÿ`–}`‘ —´
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136
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