Elaboração de
Laudos
Psicológicos Um guia descomplicado
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Laudos
Psic sicológico icos
Um guia de desco scom m pl plica icado do
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ta Costa Pessoa, R ock son Cos o ado plicad ia de d escom plic g uia u m g u collógicos : um p sico udos psi la ud ração de de la la bora Ela bo sta Costa / R ock son Co tor, 2016. V etor ulo : Ve P a ulo oa. - 1 . ed. - São Pa Pess Pessoa
ulo. aboração I. Tít ulo Elabo icológicos - El psicol udoss ps L a udo 1. La
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585-834-9 ISBN :978-85-7585
ttos Mattos o Ma cardo vo: R icard utiv E xec uti Diiretor Ex CEO - D Caamilo bio C L ivros: Fá bio de Li Gerente de
ra d e O iveira Ollivei rreirra de F errei go Fe odrigo pa: R odri ca pa Diagramação e ca ness N une rcia N u R evisão: Márcia
tda . tora Ps Psico- Pedagógica Ltda © 20 2 016 - Vetor Editor tente exissten o exi eio mei p or qualquer m licação, po p ublica d esta pu ciaal de parci ou par total ou ibidaa a reprodução to proibid É pr
SUMá R IO
Pref ácio
9
A pr esentação
11
e inter seções A im por tância do laudo psicológico
13
O respaldo técnico do laudo A possibilidade do diagnóstico
15 15
1 Laudo
14
2 Aspectos im por tantes relacionados ao laudo Parecer ver su s laudo psicológico
17
18
estr utura do laudo psicológico Modelos de laudos inadequados
3A
21
23
29
4 Tr ês distintos solicitantes: o início do laudo
Per sonagem 1: sra. Beatriz e a queixa de memória Personagem 2: A im pulsividade do jovem R ubem Per sonagem 3: A tr isteza do sr . Fir mino
29
30 31
5 Identificação Identif icação - Caso cl ínico 1
33 34
Identif icação - Caso clínico 2 Identif icação - Caso clínico 3
34 34
6 Descr ição de demanda
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Sobr e a queixa ou demanda Entr evista clínica
38
Anamnese Observação do com por tamento
38 39 39
Ra p port
40
k
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Inf or me do teste a ser utilizado Descrição de demanda Caso clínico 1 Descrição de demanda - Caso clínico 2 Descr ição de demanda Caso clínico 3
-
,
-
7 Procedimento
Procedimento - Caso clínico 1
,
42 42 CO
^
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48
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8 Análise
Análise - Caso clínico 1 Análise - Caso clínico 2 Análise - Caso clínico 3 9 Conclusão
dos casos
Concl usão - Caso clínico 1 Concl usão - Caso clínico 2 Conclusão - Caso clínico 3
52
52 53
55 57 58 59
10 Modelos de laudo Laudo psicológico - Caso clínico 1 La udo psicológico - Caso clínico 2 La udo psicológico - Caso cl ínico 3
61
11 Aspectos éticos, devolutiva e guarda do laudo
71
Considerações
75
R ef erências
77
61
64 67
C om amor a Ber nar do , K l ic yane , J oão M aud , ,
Al e xand ra , Rob son , Ald a e F ra ncisco .. N ome s que com põem meu universo. .
Nem sempre sou igual no que digo e e scr evo M ud o , ma s não mud o muit o. A cor d as fl or es não é a me sma ao sol De que quando uma nuvem pa s sa Ou quand o entra a noite E as flor es são cor da sombr a M a s quem ol ha bem vê que são as me smas fl ores. Por is so quando par eço não concordar comi go , Re parem bem par a mim: Se estava virado para a dir eita , V ol tei-me a gora para a e squer da , Mas sou sem pr e eu , assente sobr e o s me smos pé s O me smo sempre , graças ao céu e à terr a E aos meus olho s e ouvid o s at ento s E à minha clara simplicid ade d e alma.. .
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-
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Fernando Pessoa ( O guar dador d e rebanho s , 1918)
PR EFáCIO
A elabor ação corr eta e adequada de laudos e par eceres psicológicos é tar ef a exclusiva do profissional de Psicologia. A análise e a síntese de um psicodiagnóstico têm como pilar o r aciocínio clinico do prof issional, que o realiza, e o conhecimento r ef er ente às teorias e às técnicas psicológicas utilizadas na avaliação. A publicação deste livr o preenche lacunas das r efer ências científ icas de orientação para estudantes de Psicologia e também par a psicólogos. Seu gr ande mér ito é sim plif icar e unif icar conhecimentos teór icos e téc¬ nicos com a pr ática em Psicologia, na busca da atuação coer ente e eficaz, sendo auxílio par a pr ofessor es da área e ponto de refer ência par a alunos de Psicologia. O estudo do psicólogo mestre R ock son Pessoa or iginou-se de sua ativi dade como professor do curso de Psicologia da Faculdade Metr o politana de Manaus (Fametro) e desenvolveu-se na elaboração de sua disser tação de mestrado par a obtenção do gr au de mestr e em Psicologia pela Uni¬ versidade Federal do Amazonas ( Uf am). Na certeza de que este livro contribui como instrumental técnico e pr ático par a o dia a dia de alunos e pr of issionais da Psicologia, parabenizo o pr of essor R ock son por sua iniciativa e contr ibuição à Psicologia. ¬
P r o fa. M s. N i ura Luc i S ch uch
APR ESE NTAçãO O as pecto mais r elevante deste livr o é sua sim plicidade. De f ato, ambicionou-se, do início ao f im desta obra, elaborar um guia de f ácil com preensão e que, acima de tudo, pudesse ser ú til para a pr ática pr o¬ f issional em Psicologia. Um livr o técnico dedicado aos estudantes, psicó¬ logos recém-f or mados, que ainda a presentam certos temor es e anseios r elacionados à pr ática clínica, pr of essor es de Psicologia e profissionais dos mais diver sos cam pos psicológicos. Esta obr a é dividida em quatr o gr andes blocos. O primeir o r efere-se a uma br eve, por ém per tinente discussão, acerca do laudo psicológico e suas par ticular idades, potencialidades e as pectos estrutur ais relevantes para a pr ática psicológica. O segundo aspecto com preende o ob jetivo pr imor dial deste livro e envolve a elabor ação de cada elemento que com põe um laudo psicológico, esquematizando e conceituando cada item pelo em prego de casos clínicos f ictícios no intuito de “ diagramar ” cada eta pa, que deve ser consider ada par a a r ealização de um relatór io psicológico. A ter ceira questão discutida nesta obr a são os as pectos éticos e pr o¬ cedimentais per tinentes à entrega do laudo para os indivíduos solicitan¬ tes e pr of issionais dos mais diversos cam pos, bem como a guar da desse documento. No quarto e último bloco, debate-se sobre a necessidade de se a juizar uma f or mação adequada, com o pr o pósito de edif icar um pr of issional de Psicologia habilitado e com af inidade e domínio de deter minados tó picos da ciência psicológica. Essa discussão dá-se em todo o livr o, uma vez que não se pode conceber uma pr ática eficaz sem a reflexão adequada sobre a formação profissional, pois é da pr ática da leitura que desenvolvemos o pensamento cr ítico e concretizamos os pr imeiros esboços de uma escrita que culminar á em r elatório psicológico.
1 LAUDO
çõES
E INTER SE
O bom pr of issional de Psicologia é um exímio leitor , pois o cliente ou
paciente nada mais é que uma histór ia ambulante. E muito mais que ler , o exímio leitor domina a inter pretação, o que na pr ática clínica, se r evela pela ca pacidade de enxer gar além da queixa. Infelizmente o hábito de leitur a é uma das com petências menos observadas nos alunos, tanto de Psicologia quanto dos demais cur sos de ensino su perior . O exímio leitor tem facilidade na escr ita pela f amiliar idade com as palavr as e habilidade na elabor ação de ideias. Tal qual o entusiasta que ,
busca com pr eender o mundo, o pr ofissional de Psicologia aventur a se em desvelar os f enômenos comuns ao univer so humano e somente alcança tal ob jetivo pelo domínio das teor ias e técnicas psicológicas. Por esse motivo, muito da dif iculdade em elabor ar o laudo e demais documentos psicológicos está r elacionada ao deficiente com por tamen ¬ to de leitur a e consequentemente inabilidade em a plicar deter minado conhecimento teór ico de deter minada abor dagem psicológica. Logo é necessár io avaliar tal def iciência a f im de su per á-la. O a pr endizado das técnicas do exame psicológico desconexo e pontual não gar ante essencialmente o estabelecimento das a ptidões im prescin díveis, a ex pr essão de habilidades como a conclusão de indicativos e a elabor ação de laudos psicológicos (GUZZO, 2001). O laudo psicológico está r elacionado à f unção diagnóstica das técnicas de exame psicológico, de tal for ma que seus limites e possibilidades são r ef lexo do domínio teór i i ld f is io l d i ,
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Rockson Costa Pessoa
adequado não é nenhuma técnica psicológica, mas sim o próprio prof is sional psicólogo ( CRUZ, 2002) . Não obstante ao percurso acadêmico, vale destacar outro ponto de análise, aquele relacionado ao f ato do laudo psicológico ser alvo de crí ticas ¬
por algumas questões. Alguns fenômenos são frequentemente arrolados quando se busca pro-
blematizar sobre o laudo psicológico em sua total essência. A necessidade de construí -lo, a sua relevância e o impacto de sua entrega são alguns dos muitos pontos que comumente são discutidos no campo psicológico, por isso é importante problematizá-los antes de aprof undar a discussão sobre laudos .
A importância do
laudo psicológico
A elaboração de documentos psicológicos é mais uma das muitas res ponsabilidades dos psicólogos, e o laudo psicológico é um desses documen tos . Entre esses documentos, o laudo é o mais complexo (HENR IQUE; ALCHIER I, 2011; CFR 2005; CFR 2003 ) e pode ser considerado uma demonstração da competência profissional (GUZZO, 2001). É pertinente o resgate da etimologia da palavra laudo, que tem sua origem no verbo latino laud o laudare que significa elogiar, enaltecer, exaltar De laud are dimanam louvar, em português; lod are em italiano; louer em f rancês, e os contornos discordantes loar e laud ar , em espanhol (REZENDE, 2010) O laudo em sua aproximação do termo “louvar” expressa a destreza técnica de um prof issional especializado em aferir ou informar sobre determinado fenômeno. Na Psicologia, ao investigarmos os fenômenos psicológicos nos é garantida a função de elaboração dos laudos e demais documentos psicológicos, uma vez que nos é assegurado pela classif icação brasileira de ocupações tal oficio ( BRASIL, 2002) . A relevância e a eficácia do laudo psicológico estão determinadas não tão somente pela destreza técnica de quem elabora tal documento, mas também por aspectos polí ticos e ideológicos da própria Psicologia O que exphca a pre terição sof rida por algumas correntes, que desconsideram sua legitimidade Entretanto, independentemente da forma de como é concebido, o laudo é um instrumento que legitima a prática ef icaz do profissional de Psicologia. Uma possibilidade de resposta ao questionamento relacionado à ne cessidade de se confeccionar um laudo psicológico é afirmar que eles são ¬
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS - UM GUIA DESCOMPLICADO
por último e não menos importante, laudos são produzidos pelo respeito à pessoa do paciente ou cliente que nos solicita atendimento.
O respaldo técnico do laudo
Outro ponto que deve ser observado é o relacionado ao emprego de instrumentos psicológicos. Em uma de suas possibilidades de análise, o laudo psicológico deve representar o consenso sobre determinado aspecto do sujeito que solicita intervenção, desse modo, tal conformidade se ex¬ pressaria pelo emprego de testes projetivos ou psicométricos (CFR 2003). Segundo a Resolução n. 007/2003, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que institui o Manual de Elaboração de Documentos Escritos produzidos pelo psicólogo, decorrentes de avaliação psicológica, e revoga a Resolução CFP 17/2002, adverte em artigo 3o e par ágrafo único que: Toda e qualquer comunicação por escrito decorrente de avaliação psicológica deverá seguir as diretrizes descritas neste manual . A não observância da presente norma constitui falta ético-disciplinar, passí vel de capitulação nos dispositivos referentes ao exercí cio profissional do Código de Ética Profissional do Psicólogo, sem prejuí zo de outros que possam ser arguidos (CPF, 2003, p . 11).
Ponderar sobre um laudo que não emprega formas de mensuração, usualmente sinaliza um laudo inconsistente. Na máxima de que o “olhômetro” não é par âmetro algum para a pr ática psicológica, o laudo, para ter relevância, deve estar alinhado aos instrumentos psicológicos. Por esse motivo, o uso de instrumentos e a consequentemente apro¬ priação de seus resultados para a confecção de documentos psicológicos representam a maneira mais segura de se caucionar o encaminhamento de um paciente para outros profissionais e de assegurar um resultado adequado aos solicitantes. A possibilidade do diagn óstico
O último ponto é o relacionado à repercussão do laudo elaborado. Sendo uma das cr íticas mais rotineiras a afirmação de que o laudo pode
R ock son Costa Pessoa
No cam po da avaliação psicológica, essa cr ítica é consistente por muitos considerarem que a avaliação em si é uma maneira de r otular pessoas (ALVES, 2009). Infelizmente muitos pr of issionais psicólogos, de maneira inadvertida, concebem o diagnóstico como r ótulo e isso é inaceitável. O ter mo de diagnóstico tem origem na palavr a grega d iag no stik ó s , que significa discer nimento, faculdade de conhecer , de ver através de. Na atualidade é visto como o estudo qualif icado que tem por ob jetivo r eco nhecer deter minado fenômeno com base no con junto de pr ocedimentos teóricos, técnicos e metodológicos (ARAÚJO, 2007). O diagnóstico, dessa f or ma, n ão pode ser encarado como certeza ab¬ soluta ou pr é-fabricada, mas sim como hi pótese estabelecida com base na realidade ob jetiva e/ ou sub jetiva que nos é a pr esentada, uma vez que ela é avaliada à luz de um a por te teór ico (DAVOGLIO, 2011). Há apenas uma possibilidade de se observar o r ótulo. Na elaboração de um diagnóstico inadequado, o que pr e judicar ia o paciente em vez de ajudá-lo (AR AÚJO, 2007). Ao se atr ibuir ao sujeito uma condição inexistente, f icaria car acter izado um r ótulo e aqui a distinção é clara. O diagnóstico é um par âmetro. Uma forma de estabelecer as fr onteiras do f enômeno par a, a par tir disso, permitir um pr ognóstico e até mesmo estr atégias inter ventivas quando admissíveis. Na elabor ação deum laudo, realiza-se, de alguma maneir a, um diagnós¬ tico, pois é de sua natureza suscitar conhecimento es pecializado (CRUZ, 2002). Por mais que nem todo laudo r esulte em diagnóstico, a maior ia dos diagnósticos está relacionada à elabor ação de um laudo psicológico, uma vez que uma de suas finalidades é inf ormá-lo ( CFR 2003). A juizar de modo coerente acer ca do diagnóstico e suas possibilidades é indiscutivelmente uma das maneiras de com pr eender a r elevância do laudo psicológico e sua tessitura na pr ática do prof issional de Psicologia. Em linhas gerais, sem pr e haver á im pacto com a r e percussão de um laudo psicológico, o que se esper a é que ela seja positiva, inde pendente mente da necessidade de inf ormar sobr e um diagnóstico face à apr eciação do sujeito de maneir a holística. Os pr ofissionais psicólogos devem ser pr epar ados de modo adequado em relação à metodologia e à liter atura necessár ias para a elaboração de um laudo psicológico, para que saibam analisar e interpretar os dados obtidos na avaliação e poster ior constr ução do relatório psicológico, de modo que r eflitam as conseq ê ia d lt d od duzi ¬
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2 ASPECTOS IMPORTANTES
RELACIONADOS AO LAUDO
Há alguns anos, os Conselhos Regionais de Psicologia e até mesmo o Conselho Federal, preocupados com o alto índice de den ú ncias contra psicólogos, muitas delas relacionadas à err ónea elaboração de laudos psi ¬ cológicos, têm refor çado que o profissional de Psicologia seja cauteloso na elaboração de quaisquer documentos psicológicos. Entretanto, conforme salientado por Henrique e Alchieri (2011), ainda assim novas denúncias se avolumam nesses órgãos pela inobservância de preceitos técnicos. Em um estudo recente, Noronha colaboradores (2013) constataram que o ensino da avaliação psicológica no Brasil dá mais ênfase ao ensino das técnicas de avaliação e, em contrapartida, menos importância ao ensino da elaboração de documentos psicológicos. Esses dados ajudam a explicar o cenário atual, em que alunosfinalistas do curso de Psicologia e até mesmo profissionais demonstram inabilidade em elaborar laudos psicológicos. O CFP instituiu um Manual de Elaboração de Documentos Escritos , em que o psicólogo, na confecção dos documentos, deve adotar como princí pios norteadores as técnicas da linguagem escrita e os princí pios éticos, técnicos e científicos da profissão (CPF, 2003). Outrossim , esta¬ beleceu uma Resolução que dispõe sobre a obrigatoriedade do registro documental decorrente da prestação de serviços psicológicos (CFR 2009). Por mais que seja oportunizado ao profissional de Psicologia par âme¬ tros para a construção de documentos psicológicos e o cuidado com eles, observa-se o quão deficitário e ineficiente tem sido o ensino da elaboração
Rockson Costa Pessoa
que seu orientador , su per visor , pr of essor havia re jeitado o laudo elabor ado e lhe or ientado a pr oduzir um novo com l a yout dif er ente, e isso é pr eocu pante. Muitas vezes, pelo uso da f igur a de autor idade, im posição de poder e não cum pr imento dos par âmetr os estabelecidos pelo CFR gr ande de psicólogos passa a elabor ar seus pr ó prios documentos e, não satisfeitos, r e pr oduzem equívocos técnicos na su per visão de alunos em estágios diversos. Ao longo de minha breve ex per iência como docente, r ecebi uma sér ie de ditos “ laudos psicológicos”, que em nada se assemelhavam a um do cumento técnico. E pela existência de laudos pseudotécnicos como esses, que a ciência Psicológica perde cada vez mais sua cr edibilidade a ponto de continuamente ser taxada como a pêndice místico da ciência. Não obstante aos preceitos estabelecidos no C ódigo de Ética do Pro¬ f issional Psicólogo (CPF, 2005), or iento meus alunos a sem pre r espeitar os par âmetr os já pr evistos pelo CFP par a a elabor ação de Manuais de Documentos Escr itos ( CFR 2003). Essa miscelânea documental acaba contribuindo par a outr a pr oble¬ mática, que também re presenta r isco par a o psicólogo que é a rotineir a conf usão entr e parecer e laudo psicológico. ¬
Parecer v er su s laudo
psicol ógico
O par ecer e a declaração psicológica não são documentos que r esultam da avaliação psicológica, embor a muitas vezes a par eçam dessa f orma. A pre¬ sentam distinções quando com par ados aos demais documentos psicológicos. O par ecer é um documento f undamentado e r esumido sobre uma questão f ocal do cam po psicológico, cu jo r esultado pode ser indicativo ou conclusivo. Tem por f inalidade a pr esentar r es posta esclar ecedor a, no cam po do conhecimento psicológico, por meio da avaliação especializada. Visa dir imir dúvidas que este jam interf er indo na decisão, sendo, por tanto, uma r es posta a uma consulta, que exige com petência de quem se habilita a r es ponder sobr e deter minado assunto ( CFR 2003). Diametr almente inver so ao par ecer , o laudo psicológico constitui-se como instr umento de car áter científico que descreve circunstâncias, condições psicológicas e seus multideter minados aver iguados no decor rer do pr ocesso de avaliação psicológica. Seu desígnio é r elatar orientações, inter venções e diagnóstico, e consignar pr ognóstico e pr ogr esso do caso, além de nor tear indicar / ta t ê ic HE N
ELABORAÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS - UM GUIADESCOMPLICADO
Em linhas gerais, o parecer considera a opinião de um especialista sobre determinado assunto muito comumente após a análise do laudo psicológico. Por exemplo: um psicólogo especialista em transtornos do desenvolvimento humano pode observar uma criança com traços comuns desse comportamento e, ao perceber que os dados da avaliação psicológica se relacionam a determinado comportamento desadaptado, elabora uma hipótese diagnóstica específica. Outro exemplo é o que geralmente ocorre em equipe multidisciplinar . No atendimento de um paciente idoso que apresenta sutis alterações cognitivas, o médico neurologista pode solicitar uma avaliação de outros profissionais da saúde, inclusive do profissional de Psicologia e, após obter os resultados por meio de laudos técnicos, elaborar um parecer sobre o real do estado do paciente. Além de apresentarem objetivos claramente distintos, outro ponto que deve e pode ser empregado para distinguir laudo e parecer psicológico é o relacionado à estrutura de ambos os documentos. Os elementos que compõe um parecer são: 1) identificação; 2) exposição de motivos ,- 3) análise; 4) conclusão. Cabe ao psicólogo parecerista reali zar a análise do problema apresentado, destacar os aspectos relevantes, opinar a respeito e considerar os quesitos apontados, com fundamento em referencial teórico-científico (CFP 2003). O laudo psicológico é uma pe ça de car áter científico e deve apresen¬ tar narrativa detalhada e didática, com clareza, precisão e harmonia, tomando-se acessível e compreensível ao destinatário. Os termos técnicos devem, portanto, estar acompanhados das explicações e/ou conceituação retiradas dos fundamentos teórico-filosóficos que os sustentam. É fun ¬ damental que o relatório psicológico contenha, no mínimo, cinco itens: 1) identificação; 2 ) descrição da demanda; 3) procedimento; 4) análise; 5) conclusão (CFF 2003). Observados os pontos citados, conclui-se que há par âmetros para a elaboração de um laudo apropriado e são acessíveis. Cabe a você respeitar tais instruções e elaborar laudos em consonância com o modelo proposto. ¬
3 A ESTRUTURA DO LAUDO PSICOLÓ GICO
O laudo ou relatório psicológico consiste em um relatório técnico de natureza descritiva e interpretativa que expõe situações ou condições psicológicas e suas consignações históricas, sociais, políticas e culturais, pesquisadas no processo da avaliação psicológica. Como qualquer outro documento psicológico, o laudo deve ser auxi¬ liado por dados alcançados e avaliados, à luz de um instrumental técnico e embasado em referencial científico e técnico adotado pelo profissional de Psicologia (CFR 2003; CRUZ, 2002). O laudo psicológico, a ser apre¬ sentado de forma escrita, constitui uma conclusão sobre uma avaliação psicológica (GUZZO, 2001). O laudo psicológico é visto como instrumento de saber - poder que, além de possibilitar a investigação acerca da condição subjetiva dos indivíduos, em relação aos dispositivos sociais normalizadores e à população em geral, permite, o que é mais extraordinário, ser um instrumento efetivo sobre o modo de conhecer fenômenos ou processos psicológicos que ocorrem neles (CRUZ, 2002). É ainda um instrumento frequentemente utilizado como forma de comunicação dos resultados obtidos após determinado processo avaliativo, podendo ser útil aos profissionais de Psicologia para as seguintes situações: elaboração de diagnóstico e prognóstico, planeja¬ mento de intervenções e/ou sugestão de projeto terapêutico, tomada de decisão, solicitação de acompanhamento psicológico, evolução do caso e realização de encaminhamentos (HENRIQUE; ALCHIERI, 2011). A finalidade de laud é identificar carater ísticas de indiví
Rockson Costa Pessoa
Como os demais instr umentos psicológicos, o laudo deve a pr esentar r edação bem estr utur ada e def inida, ex pr essar o que ob jetiva comunicar e a pr esentar ordenação que per mita a com pr eensão do leitor . Por isso, deve consider ar a estr utur a pr o posta e respeita par ágr af os, f rases e demais elementos que r egem a escr ita t écnica (CFP 2003). Aqui vale um par êntese: infelizmente muitos acadêmicos não prezam pela boa escrita. Er ro s na escr ita de palavras, na constr ução de fr ases e na concordância verbal r e per cutem em textos pouco clar os, nada agr adáveis e que fr agilizam até mesmo a imagem do pr of issional que os elabor ou. Imagine um paciente que obser va um er ro de gr af ia em um laudo ou em qualquer outr o documento, como você acha que ele se sentir ia? É im portante o zelo na escr ita, pois ele é necessár io. Uma vez que escreve mos par a médicos, psicólogos, f onoaudiólogos, pedagogos, pacientes, etc. A construção do laudo psicológico su põe o em pr ego de expressões pr ó prias do pr of issional psicólogo, mas sem pr ejudicar a ef etividade da comunicação e tam pouco usar a var iedade de significações da lingua gem utilizada pelo senso comum, pois o laudo ser á apreciado por outros pr ofissionais (CFE 2003). Desse modo, não seria inter essante em pr egar ex pressões como: o paciente “ está f raco das ideais, ou o paciente par ece muito amuado ” Conf or me discutido no ca pítulo anter ior , os elementos que com põem o laudo psicológico são identif icação, descr ição da demanda, procedimentos, análise e conclusão. De modo resumido, pode se inf ormar que: - a identif icação r evela os su jeitos envolvidos na avaliação psicológica ( psicólogo e solicitante). - a descrição de demanda denuncia a queixa r elatada pelo paciente e analisada pelo tera peuta. o procedimento r etrata o tr abalho delimitado para avaliar a queixa. a análise retr ata im pressões iniciais a pós a cor reção dos r esultados obtidos na avaliação, e a conclusão re pr esenta a integr ação de dados da descrição da demanda e os r esultados considerados na análise. A seguir , observam-se os elementos que com põem a estr utura de um laudo psicológico. Sobre cada um deles se discutir á mais detalhadamente adiante. ¬
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ELABORAÇ ÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS - UM GUIA DESCOMPLIC ADO
Modelos de laudos inadequados
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LAUDO DO
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DEQUE FORMAA AN Á LISE SE
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DESCRIÇÃO D A
DEMAND A? Figura 1 . Modelos de laudos inadequados.
Rockson Costa Pessoa
LAI DO PSICOLÓGICO I - IDENTIFICAÇÃO: Nome:
Data de Nascimento: i
Idade: 56 amts Estado civil: casada II - PAREC ER : Avalia ção realizada era mar ço de ãBiÉfl . Durante a avaliaçã o psicológica Maria Jdsê apresentou bom contato interpessoal, interagindo de maneira adequada, revelando-se segura, centrada e colaborativa. Demonstrou conteúdo e curso de pensamento coerente com a realidade Apresenta bom estado emocional, bom aspecto f ísico e sem dificuldades de relacionamentos sociais. Reflete seriedade, responsabilidade e comprometimento com suas questões pessoais e profissionais. No momento, não foram observados indícios de distú rbios psicológicos III - PARECER CONCLUSIVO: Através dos resultados obtidos ria avaliação psicológica verifica -se que ÉÉMÉaÉBMiest á apta para exercera função de professora. , 22 de
CRP: Figura 2. Exemplo de laudo psicológico.
mar ço d >
ELABOR AÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓ GICOS - UM GUIA DESCOMPLICADO
R ELATÓR IO PSICOLÓGICO AUTOR R ELATOR CR P: N° MMAf el
I NTER ESSADO MI NISTÉR IO PÚ BLICO IX)
ASSU NTO: Avaliação Psicológica para fins de processo judicial
. Introdu ção
I
O
R elatór io tr ata de solicitação da Exma Pr ocur ador a de Justiça Dra. fca pMasafit do Centro de A poio ao Consumidor e Contribuinte do Ministér io Público do Estado dn íáMBH par a procedimento de Avaliação Psicol ógica, ob jetivando subsidiar ação movida pela Sra. tliiBK Gf &SSB contra a em pr esa Eitf Éttttpa&iBgmzi MmWBBBat- A reclamante, juntamente com seu cônjuge. Vinícius Lima, com prou o pacote Casa Im possí vel” , da r ef erida em presa de viagens. Cabe ressaltar que par a utilização do daquele pacote f a/ -se necessár io um procedimento de lobotomia par cial. A pós pr esente
"
utilização dos serviços contr atados, a Sr a. áÉÚsaatÉm alega que seu es poso começou a apresentar com por tamento estranho, inclusive com crises de histeria. Segundo conta as ,
oscilações de humor , além de sintomas f ísicos, começar am a ocor re r alguns dias a pós a ex per iência virtual. II Descr ição Os dados coletados na primeira entrevista, f or necidos pela descrição dos sintomas ( medo imenso f alta de ar . sensação de desmaio, pal pitação, desar ranjo intestinal , consciência da irr acionalidade do medo, com por tamento evitante de certas situações ou sofrimento demasiado quando enf r enta a situação ) a postur a corpor al observada (gagueira, inquietação, tremor nas mãos) c as consequências negativas ( isolamento social ) indicam que o dist ú r bio de ansiedade vivido pelo ÊSK ÍSHi f eÉ aí, ^ ^ assumiu pr opor ções im peditivas na sua vida. Estudos r ecentes a pr esentados em vá r ias publicações têm indicado ser em os distúr bios de ansiedade os mais Ir eqUentemente encontr ados na po pulação cm geral. Em .
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Rockson Costa Pessoa
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IH Conclusão e, Diante dos dados colhidos na primeira entrevista com considerando que os sintomas relatados levam o referido Sr a vivência de sofrimentos subjetivos e considerando que os mesmos est ão comprometendo sua qualidade de vida pessoal e profissional, apontando para a possibilidade de complicações maiores, inclusive predisposição a um distú rbio depressivo, conclui -se, como terapêutica preventiva dessa evolução para remissão total ou parcial dos sintomas, a necessidade
.
urgente de Acompanhamento Psicológico.
. 23 dcHBÉBdc 1997.
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X CRP N.m Figura 3. Exemplo de relatório psicológico.
Conforme se pode observar , a estrutura de um laudo não é algo complexo, uma vez que os par âmetros são claros. Entretanto, em busca r á pida pela internet, foi possível encontrar modelos de documentos denominados laudos e relatórios psicológicos que emnada se assemelham ao referidodocumento. O primeiro exemplo de laudo (Figura 2), conforme visto, evidencia um documento que, além de apresentar estrutura impr ó pria, é muito simplório. Entretanto, até mesmo laudos bem elaborados podem estar errados, como visto no segundo exemplo ( Figura 3). Os modelos aqui disponibilizados demonstram claramente que, inde¬ pendentemente da qualidade da elaboração das ideias ou achados clínicos, a inobservância dos par âmetros estruturais pode invalidar um laudo ou relatório psicológico. Outro aspecto relevante que deve ser ressaltado nesses dois laudos é a ausência de instrumentos psicológicos Ao elaborarem os documentos os
ELABORAÇÃ O DE LAUDOS PSICOLÓGICOS - UM GUIA DESCOMPLICADO
O segundo modelo de relatório , por exemplo, esclarece que o assunto do laudo psicológico é uma avaliação psicológica, o que causa estranheza, pois não se identifica emprego de instrumentos psicológicos. A avaliação psicológica caracteriza-se como procedim ento que está inserido em todas os campos de atuação do profissional de Psicologia, de modo que, antes de se iniciar qualquer intervenção psicológica, é im prescindí vel que se realize a análise do funcionamento do(s) indiví duo (s) para acolher satisfatoriamente suas demandas ( NUNES et al. , 2012) . O uso de instrumentos psicológicos é uma das primeiras ref erências profissiona is do profissiona l psicólogo (GOMES, 2009 ) Por esse motivo, é imperioso ratif icar a necessidade de assegurar a cientificidade do laudo psicológico a ser realizado para, além de assegurar uma avaliação con sistente e adequada permitir respaldo técnico em casos de contestação do relatório elaborado . ¬
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4 TR êS DISTINTOS SOLICITANTES: O IN ÍCIO
DO LAUDO
Discussões r ealizadas, delinearemos o laudo psicológico que se inicia com o solicitante. Utilizaremos o termo solicitante com o intuito de abr an ger as ter minologias cliente e paciente. Como já dito, o laudo começa com o solicitante que, na maioria das vezes, traz a queixa ou demanda que justif ica esse pr imeiro contato. Pr o pomos aqui tr ês solicitantes distintos e fictícios par a que, com base em suas demandas, possamos construir passo a passo o laudo psicológico. Eles re pr esentam as demandas comuns no campo psicológico. Seja ele no atendimento psicoter á pico, na avaliação psicológica resultante de encaminhame ntos ou no atendimento multidisciplinar . ¬
Personagem
1:
sra
. Beatriz
e
a
queixa de mem ó ria
A sr a. Beatr iz tem 40 anos, é solteir a, não tem filhos, reside com os pais e tem ensino médio com pleto. Tr abalha como auxiliar administrativa em uma em presa na ár ea de logística. Procurou atendimento psicológico por conta de um com pr ometimento relacionado à memória. Inf ormou que sem pre teve muita dif iculdade para assimilar novos conteúdos e r elem br ar situações diver sas, mas que, nos últimos quatro meses a situação se agr avou e o que era uma dificuldade se tornou de fato um problema ¬
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Rockson Costa Pessoa
A respeito de sua história pregressa, disse que seu parto fora normal, sem nenhum tipo de alteração, de modo que cumpriu todas as etapas do desenvolvimento conforme o esperado. Não teve intercorr ência no decorrer da inf ância e adolescência e tampouco no início da vida adulta. Em relação ao histórico familiar , não há relato de quadros neurológicos e tampouco psiquiátricos. É válido informar ainda que, quando questio¬ nada sobre sua dificuldade de memória anterior ao agravo do quadro, disse ser muito ansiosa e que geralmente apresentava baixo rendimento na semana de prova, por mais que dominasse o assunto. Personagem 2: A impulsividade do jovem Rubem
Rubem tem 22 anos, universitário, n ão tem filhos, reside com pais e não trabalha. Procurou atendimento psicológico por conta de estar muito impulsivo e isso o faz ficar agressivo e intolerante; essa impulsividade é vivenciada nos últimos tr ês meses. Segundo o solicitante, esse novo com portamento assusta, pois nunca foi uma pessoa explosiva, mas agora isso tem se tornado um há bito muito indesejado. Informou que sua mudança de comportamento fez sua família ficar preocupada e que até mesmo os amigos de longa data evitam estar com ele. Disse que seu pai, por vezes, conversou sobre os perigos das drogas e que, por mais que assegurasse não fazer uso de entorpecentes, parece não ter cr édito com seu pai, o que segundo ele, o entristece muito. No tocante ao dia a dia, informou que é estudante de Direito e que, quando não está em sala de aula, estuda e frequenta academia. Pelo menos uma vez por dia, exercita-se. Ao ser questionado sobre algum evento que pudesse ter desencadeado sua alteração no comportamento, informou que nada ocorrera. Quando ratificou sobre o não uso de drogas, disse apenas que consumia anabohzantes e que não considerava que eles fossem nocivos, uma vez que muitos conhecidos os utilizam. Disse que faz uso de nandralona (conhecida no Brasil por Deca-durabolin) com posologia de 200 mg por semana há sete semanas, sem nenhuma orientação médica. Com relação à sua história pregressa, não foram observados dados anormais. Gestação muito tranquila e desenvolvimento dentro do espe¬ rado. Da inf ância até a adolescência, nenhuma intercorr ência importante ¬
ELABOR AÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS - UM GUIA DESCOMPLICADO
A a pr eciação do histórico familiar pode explicar a alteração do com¬ portamento, pois o avô mater no a pr esenta diagnóstico de Tr anstor no Af etivo Bi polar ( F31) há 5 anos, e um tio, por par te de pai, tem histór ico de abuso de álcool.
Personagem 3 : A tristeza
do sr.
Firmino
O sr . Fir mino tem 74 anos, é agr icultor a posentado e viúvo há oito anos. Foi encaminhado a seu consultório por um neur opsicólogo, que deu continuidade à avaliação multidisci plinar iniciada por um médico ger iatra. Este primeiro solicitou avaliação neur opsicológica com vistas a investigar possível quadr o demencial. O pr ofissional neur o psicólogo em questão, após avaliação neur o psicológica, não obser vou indícios de demência, no entanto notou padr ões que sinalizam possível quadr o de de pr essão. Por esse motivo, ele realizou a investigação. No pr imeiro contato com o sr . Firmino, ele realizou a escuta do idoso e de seu f ilho para melhor com pr eender a pr oblemática do caso. Pr imeiro ele concr etizou a escuta do f ilho do sr . Firmino, o qual in formou ser f ilho ú nico e ter sido res ponsável por encaminhar o genitor ao atendimento com médico geriatr a, em vir tude de per ceber que seu pai a presentava estar muito triste nos últimos quatr o meses e também desor ientado. Isso o f ez temer que algo err ado estivesse ocorr endo com o pai. Inf or mou ainda que ele tem boa saúde e que sem pre f oi muito ativo e inde pendente. Af ir mou desconhecer o motivo da tristeza do pai, uma *ez que ele é bem assistido, tendo até mesmo uma cuidador a. Por f im , esclareceu que sem pr e teve excelente relação com o pai e que se pr eocu pa nuito com seu bem-estar . A pós a entr evista com o filho do solicitante, f oi r ealizada a escuta do nef er ido idoso e , com base nela, o neuro psicólogo destacou alguns pon6- Sr . Fir mino informou que muito o incomodava estar diante de outr o loutor ” por consider ar estar muito bem, mesmo que seu f ilho acr edite : e este ja doente. ¬
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Rockson Costa Pessoa
grades, já que não era criminoso. Contou que se sentia prisioneiro e que sempre foi independente, mas que seu filho não compreendia isso. Ressaltou também que, desde essa mudança, tem estado muito irritado e impaciente, o que o faz ter dificuldade para iniciar o sono pela noite e até mesmo a perder a fome. É importante salientar que tanto o pai quanto o filho disseram não haver na família histórico de transtornos neurológicos e psiquiátricos. Foi constatado que o idoso não faz uso de medicamentos. Agora que os casos já foram descritos, iniciaremos a elaboração dos referidos laudos passo a passo, para que você possa compreender sua construção. Mãos à obra.
5 IDENTIFICAçãO
Em linhas gerais a identif icação consiste no componente de menor com plexidade do laudo psicológico, mas, por mais que se ja de f ácil elabo¬ ração, pode gerar equívocos que podem invalidar seu relatório. Pode ser entendida como a parte su per ior do primeiro tó pico do laudo psicológico que tem a f inalidade de identif icar o autor / re lator , o inter essado e a raz ão do documento ( CFR 2003). No identificador deve constar im pr eterivelmente nome do psicólogo, número de registro e nome do inter essado pelo laudo ( HENR IQUE ; ALCHIER I, 2011). E aqui cabe uma obser vação im portante, no cam po inter essado, o prof issional de Psicologia inf or mar á o nome do autor do pedido (se a sobcitação foi da Justiça, da empresa, da entidade ou do clien te). Logo, em caso de avaliação de cr ianças, por exem plo, o inter essado ser á seu r es ponsável legal. Em contr a partida, se a escola encaminha uma cr iança par a r eafizar uma avaliação, o requer ente é a escola. Em r elação ao cam po assunto, é válido informar que muitas vezes utihzamos a f rase: aval iação p sicol ó gica r elacionada à problemática ¬
d e sencadead or a d o atend iment o p sicol ó g ico.
Como já r ef erendado pelo CFR esse cam po tem a f unção de identif icar tanto o pr ofissional de Psicologia quanto o solicitante. Se já r essaltamos que impreter ivelmente o psicólogo deve inf ormar o nú mer o de seu regis tr o, é im por tante destacar que da mesma forma os dados do solicitante devem ser notif icados. A maior ia dos laudos, exceto os relacionados ao cam po jur ídico e à tbtenção da Car teira Nacional de Habilitação (C NH) até ap à ¬
Rockson Costa Pessoa
Identif icação - Caso cl í nico 1 A utor: R ock son Costa Pessoa - CR P 20 / 03665 Interessado: Beatriz Ass unção Venâncio Idade: 40 anos R G: 134376764-4 Estado civil: Solteira Escolaridade: Ensino médio com pleto Prof issão: A uxiliar administrativa Ass unto 1: Avaliação psicológica relacionada a q ueixa no com portamento mnemónico. Ass unto 2: Solicitação de investigação psicológica de dif ic uldade de memória. Ass unto 3: R es ultado de avaliação psicológica de alteração da memória.
Identif icação
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Caso
clí nico 2
A utor: R ock son Costa Pessoa - CR P 20 / 03665 Interessado: R u bem Francoso G usmão Idade: 22 anos R G: 8232323-0 E stado civil: Solteiro Escolaridade: Ensino s uperior incom pleto Prof issão: Est udante ento Ass unto 1: Avaliação psicológica relacionada a investigação de com portam im p ulsividade. ulsivo. Ass unto 2: Solicitação de investigação relacionada a com portamento im p lsivo. Ass unto 3: R es ultado de avaliação psicológica de com portamento im p u
Identif icação - Caso cl í nico 3 A utor: R ock son Costa Pessoa - CR P 20 / 03665 Interessado 1: Firmino de Paes Freitas Interessado 2: ( NOME DO PR OFISSIO NAL GER IATR A) Interessado 3: ( NOME DO NE UR OPSICÓLOGO) Idade: 74 anos R G: 21293239-5 Estado Civil: Vi úvo Escolaridade: Ensino f undamental com pleto Oc u pação: A posentado Ass unto: Avaliação psicológica relacionada a alteração de h umor. Ass nto 2 Investigação psicológica relacionada a s us peita de de pressão.
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Observe que, no Caso 3, há várias possibilidades de solicitante e, nesse caso em especial, é necessár io consider ar dois pontos. O primeir o adverte que somente o r es ponsável legal pode solicitar intervenção psico¬ lógica e isso se a plica aos menor es de 18 anos e a pacientes adultos que, por tr anstornos ou condições diver sas, passam a ter um r epr esentante legal. O segundo ponto or ienta que podemos elabor ar o laudo par a dois solicitantes. Dessa f or ma, elabora-se um laudo tanto para o pr ofissional que encaminhou o paciente, quanto par a o paciente em questão ou seu r es ponsável. Válido destacar também que todos os com ponentes do laudo devem ser elaborados de modo ar ticulado. O infor me dos subitens, como idade e escolar idade, deve constar por eles ser em impor tantes para a com preensão da escolha do instr umento a plicado, uma vez que existe público etár io-alvo, da mesma forma que alguns instr umentos a pr esentam nor mas que consider am a escolaridade do indivíduo.
6 DESCRIçãO DE DEMANDA Diametralmente oposta ao item informação, a descrição da demanda é um dos elementos mais complexos do laudo psicológico, junto com o componente conclusão, que também exige habilidade do profissional. É a má elaboração desse elemento que mais gera entraves para a concre¬ tização do informe técnico. A descrição da demanda é o item destinado à exposição das infor ¬ mações alusivas à problemática exibida e das razões para se elaborar o documento. Nessa peça do laudo, deve-se expor a an álise que se faz da demanda de forma a abonar os procedimentos tomados (HENRIQUE ; ALCHIERI, 2011; CFR 2003). Um dos erros mais comuns neste item é consider á-lo como apresen ¬ tação simplista, onde, além de ater -se ao informe da data de realização da avaliação, insere-se dados desconexos relacionados à história do soli¬ citante da avaliação psicológica. A descrição da demanda deve considerar uma série de itens que vai desde o informe da data até a escolha dos instrumentos para a avaliação psicológica. Vejamos a seguir os itens que devem ser respeitados para a construção adequada da descrição de demanda do laudo psicológico. No esquema a seguir , observam-se os elementos que compõem a des¬ crição de demanda e sua interação.
Rock son Costa Pessoa
Sobre a queixa ou demanda
Esse elemento é a base de uma boa avaliação psicológica, uma vez que é por meio dele que o per curso para a realização desse processo ser á
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arquitetado. Em geral, a demanda é com plexa e multifacetada. Mesmo que não se ja sem pr e possível explicitar todos os seus elementos, o avaliador deve estar atento para reconhecer as decorrências, subdivisões e implicações mais significativas da situação específ ica (TAVAR ES, 2012). A ampliação da queixa é uma pr imeir a conce pção do sujeito em seu contexto existencial que o ajuda a elaborar o que estava vivenciando. Essas ela borações permitem ao paciente refletir sobre novas f ormas de lidar com suas dif iculdades (HER ZBER G; CHAMMAS, 2009). Existem quatr o f atores preliminar es, básicos ao processo de avaliação psicológica: a) análise da demand a: contem pla a relação do psicólogo avaliador com o profissional que solicita a avaliação e as inf luências institucionais; b ) avaliação da com preensão : o su jeito apresenta essa demanda - sua postura e atitudes em relação à avaliação psicológica; c) r st ica s d a rel ação entre o p sicólo go avaliador e o su jeito: expõemcaract eí -se no pr imeir o contato e na entrevista inicial, gerando as for mulações iniciais que vão direcionar o processo; d) influência de atr ibuto s pe s soai s d o psicólo go aval iad or ( TAVAR ES, 2012). Para o desvelar da queixa de modo satisfatório, o profissional psicólogo deve fazer uso da (a) entrevista cl í nica e da ( b ) anamne se. Discutir -se-á sobre esses elementos adiante. Entrevista clí nica
Etimologicamente, a entrevista psicológica ref ere-se à “ visão entre ” duas ou mais pessoas e constitui se de troca, conversa, relação, diálogo ou encontro (ALMEIDA, 2004; A NASTASI; UR BINA, 2000). A entrevista clínica não pode ser vista como uma técnica única, pois há diversas, cada uma pertinente ao ob jetivo pro posto na intervenção. Pode ser definida como con junto de técnicas investigativas, de tem po abalizado e conduzida por um entrevistador treinado, que f az uso de modo competente de conhecimentos psicológicos (TAVARES, 2000). É a correspondência entre comportamento ver bal e não verbal, e é ainda utilizada por psicólogos no exercício de suas atividades nos mais diversos campos (ALMEIDA 2004;
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ELABOR AÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS UM GUIA DESCOMPLICADO
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r ealizar tais entr evistas, as car acter ísticas basais e insubstituíveis do pro¬ f issional de saúde ger al e mental (DALGALAR RO NDO, 2008; ALMEIDA, 2004; SULLIVA N, 1983). Para elabor ar a descriçãode demanda, a entrevista clínica é f undamental, pois é com base nela que a queixa que muitas vezes sur ge incorpórea começa a mater ializar -se de modo que os ob jetivos tera pêuticos se jam elaborados. Tavares (2000) salienta que, na entrevista, se dese ja reconhecer o su jeito em prof undidade, pro pendendo a com preender a queixa que levou à entr evista. O resultado de uma entrevista de pende am plamente do conhecimento r da habilidade do prof issional de Psicologia (ALMEIDA, 2004; TAVA R ES, 2000). ¬
Anamnese
A palavra anamnese etimologicamente or igina-se de aná = trazer de :lta, r ecor dar e mne se = memór ia. Significa tr azer à mente todos os acontecimentos r elacionados à doença e ao indivíduo adoecido ( POR TO, 2004). Consiste no relato pessoal do paciente de sua histór ia desenvolviasental, f amiliar , médica anterior (VA NDE NBOS, 2010 ), que é utilizado m o intuito de com pr eender o su jeito à luz de sua singular idade. Consider a-se que a anamne se é alcatif ada de potencialidades para . mracter ização do outro, da pessoa, de suas indigências e as pir ações -m plícitas, anseios e temor es (SOAR ES, 2014) A a pr eciação e o zelo no estabelecimento do contato com o paciente qualiicam uma boa anamne se ,embor a o avanço tecnológico tenha levado muitos - wisider á-la secundária (DICHI; DICHI, 2006). E até mesmo desnecessár ia. Em sua essência, a anamnese é uma entrevista que tem ob jetivo e ' Aidade bem delimitados e que, histor icamente, foi elabor ada com o ': ::o de direcionar o olhar do médico para a doença, desconsider ando a pessoa doente (SOAR ES, 2014). Na Psicologia, diametr almente o posto à > rs pectiva médica, seu em prego valoriza a pessoa em sua singular idade, ’ : ::rmaque seu emprego busca elucidar elementos úteis para a r esolução pueixa que é do su jeito e não consequência isolada de seu or ganismo. ::
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Pe ssoa Costa Pes ckson Cos Rockso
ele se como ele mo do co to em eito lise e o modo su jei em anális o su j como vis to com do1 deve ser visto and oban prob o pr uito item m uito u m item valiação, é um da avalia dia da tatto e/o u no dia ta no onta iro con senta pr imeiro a pre presen no pri lise. pa ra a anális rtantte para portan im po a conta rimeirro cont plo, o primei exem pl nças, por exe crian to de cria imento ndimen a ten zar ate alizar Ao reali mais erage, se mais intera cia. O modo como ela int porttância ema im por e xtrema item de ex to é item braçar ponto de a br ntato ao po ola no contato ra po esponttânea, se extra p mais espon tímida o u mais toquee, uer ti q ue ti po de toqu ualq tico q ual istemático o sist modo mente ou se evita dam vita de mod agerada exagera de an análise. p asssível de t udo udo é pas ntimaa est estão inti nda crição da demand ens da descri altar q ue os itens resssalt Conv Convém res rtamento do su¬ porta ciação do com po precia q ue a a pr uma vez q ue os, um onados ente rel acionad mente relaci ervação bserv otivo, a o bs a. Por ess esse motivo queixa obre a queix iar muito e denu muito sobr nciar nunc o pod pode jeit jeito or i prio ue, a pri o q ue ito u jeit rais do s u je tos gerai pectos zarr as pe sinaliza tamento deve sinali portam do com po ento, ioso, desa an sios desattent logo. Se ans onal psic issio f issi p sicólogo p rof para o pro cido par conhecid u m descon é um or¬ das f or riadas varia presssa de va ito o se ex pre jeit s u je nte can oso. O s u temente do, nerv ne rvo aren rentem sad a p pa cansa uo. indivíd uo er so bre dizer bre o ind prediz pode pre que po um ite m que item rtamento é um porta mas, e o com po ¬
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or t po R a p p to namen amento ion relacio sso o por relac press endido ou ex pr preend or t t pode ser com pre ra ppor O ra pp im pática dad de sim p bilida pati bili ceitação e com pati imento, aceita ntendime xado de ente elaxado ordial, rela cord iste na consiste a, con pica terá pic icoter psico tica ps Na a prátic uos. N is o u mais dois mais ind indivíd uos ntre do a entre m út u ua darr funda profun tar e a pro faciliitar utta a fim ape u terape fim de facil para o ter a para ativa ficativ signiific eta sign indireta meta indir nte ou paciente ora do pacie elh hora mel o e m ess sso gre progr er pro over promov era pê utic a e prom utica xperiência tera a expe Z; ROZ QU EIRO NE EZES, QUEI 013; ME N LI; DELL’AGLIO, 2013 SOLI PELISO e (GAVA, PELI client liente 2010) . S, 20 ENBOS DENBO ND 2013; VA N CR UZ, 2013 boração ce a co cola bor avorece a f avo ort f p po cazz, o ra p p efica ado o de neira efi licad manei a plic de ma Q ua uando a p jetivoss atório os ob jetivo mo do satisf satisf at er de modo nder respond ará a respo corajar ato e o encoraj andida do candid Do INA, 2000). Do STASI; UR BINA NA ASTA icológico icos (A N psico ntos ps trumento instrum stes e ins doss teste do ro. sincero relato since mite o relato p erm qu e per mo do que esmo modo mesmo port é m ui uito ap port ional, o r ap ission f iss prof a pr prática pro uada adeq uad para a ade penssável para Indis ndis pen ional ission rof iss tuação clínica do prof o na atua erado siderad consid lemento con mais q ue um elem cute ercut pe uso re p gico, se u uso psicológic audo psic boração do laud a. Na ela bor logia icologi de Psico sfattório, or sati s atisfa ego f or prego ja, se seu em pr umentto, o u se ja idade do doc umen na since ncerida ciação ecia a pre d e ite itens de a pr enção de ade da d a o bt o bte dade bilid ba bili o a pro ba ito m uit nta-se e m u aum aumenta ade. lidade re alid pr próximos ximos da rea
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ELAB ELABOR OR AÇÃO DE DE LA LAUDOS PSI PSICO COL LÓGIC GICOS
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UM GU G UIA DE DESCOMPLIC LICADO
belecer r r a p por por t t no no mo momento da aval nto da avalia iação e no no aten atendime dimento cl clínico. Por isso, o p o pssicólogo logo d deeve esta acaut star aca utel elad adoo de qu q ue está ab abor dando a sit situa uação de modo a pro pro p pri riaado, res ressalvando a qualid lidade do r a p p p po ort ( N NUN UNE ES et al , 201 0122; TA TAVAR ES, 20 2012). O em em pr ego do r a p p p por or t t ini inicia cia-se na int inter venção psicol sicológica d dee modo con jun junto com: (a) en entr evista sta clínica, que deve esten stendder -se até a cole oleta de dado da da (b) ana doss da anam mne se quando se se rea realiza liza na pr ó pria na pr pria s seessão. Noo toca N tocant ntee ao tem tem po desp despen enddido no ra pp ppo ort é válid lido de d estaca acar duas situ situa ações. A pr pr imeir eir a si situa tuação r ef ef ere-se à pr pr ática tica cl clínica ica de de mo modo ger ger al al, em que que o r a p po port está atrela reladdo efeti fetivvamente à entr entr evis evista ta clínica e ao pre preen ench chim imeento da da an anamnes nese, e pode est esteender der -se até o tér mino ino da d a pr i¬ meir eir a sess sessão. A segu egunda situa situação com pr pr eend eendee seu seu em pre prego go na na avali avaliaação psic psicol ológica, mais ais pr pr ecisa isamente em situ ituações que rece recebe bem mos um pac pacie ient ntee encaminh nhaado pa para uma uma avali spec valiaação esp ecíf ica. Em caso casoss como esse o ra pp ppo or t t não po pode ser su pe su perio rior r a a 10 m miinuto nutoss Como bem bem refe referen renddado ado por por auto autore ress da ár ea de avalia liação psi psiccológic gica (ELY, NU NU NE NES; CAR VALHO, 2014; MAR ¬ QUES, SAR SAR R RIER I ER A; D DE ELL’AGLIO, 2009 2009). S a pli liccação é con Suua a p conside ider ada ada em dive divers rsos os estudos no no cam po po da ava avali liaação e pe per ícia psi psico collógica ( GAVA, PELISOL SOLI; DELL’AGLIO, 2013; NU NE NES et al., 2012; SCHAEFER , R OSSETTO; K R RIST I STE N NS SE N, 2012; OLIVEIR A-CAR DOSO; SA N NT TOS, 2012; TAV TAVAR ES, 20 2 012; BR BR ODSK I, ZA ZA N NO O N; H HU UTZ, 2 20010; SIS SISTO TO, N NO O R O NH NHA A; SA N NT TOS, 20 2005) A fig figur a a segu seguir ir r etr ata ata a inter ter de pe pendência entr e os elem elementos tos: r a p po por t t , entr evist ista clínica e anamn amnese ese. .
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Costa Pessoa Rockson Costa Pessoa
Informe do teste a ser utilizado O último e não menos importante componente da descrição de demanda é o informe do teste a ser empregado empregado, que, o domí que, além de esclarecer o domínio do profissiona profissionall psicólogo em relação à escolha eficaz de instrumentos psi¬ cológicos, ajuda no enlace final desse componente do laudo (PACANARO et al., 2011; NORO 2009; CRUZ, 2002; ANASTASI; URBINA, 2000 ). NORONH NHA A, 2009; O psicólogo habilitado compreende a existência de uma série de fenôme¬ psicológicos. Cada um deles pode, na maioria das vezes, ser mensurado nos psicol por meio meio de testes diversos (KATSURAYAMAet al., 2012; BUENO, 2012; 2012; PIRES, 2012; THADEU, FERREIRA; FAIAD, 2012; OTTATI, NORO NORONH NHA A; SALVIATI, 2003). Desse modo, o informe no final da descrição de demanda expressa o após análise da julgamento clínico acerca de um fenômeno desvelado apó queixa. Vamos aos exemplos. nico Descri ção de demanda - Caso clí nico
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Venâncio, 40 No dia12 dia 12 de fevereiro de 2015, a paciente Beatriz Assunção Ven psico¬ Manaus, procurou atendimento psico anos, solteira e residente na cidade de Manaus, apresentando, nos últimos quatro meses, agravo lógico em virtude de estar apresentando, referido ido atendimento, observou-se no componente mnemónico. Quando do refer que a paciente aparentava estar visivelmente extenuada e muito desatenta. Na realização da entrevista clínica e coleta de itens da anamnese, sen¬ do considerado o estabelecimento de estabelecimento de rapport , alguns dados importantes foram observados. Informou que nos últimos cinco meses estava muito conta de problemas relacionados ao campo de trabalho preocupada por conta po r mais que e que, por mais que não fizesse uso de medicamentos, apresentava sono é o fato de fato de a Outro dado que merece destaque é o íodo. Outro dado reduzido nesse per probanda proband a afirmar que sempre apresentou muito ansiedade, a ponto de ter baixo rendimento nas provas mesmo quando sabia o assunto. No tocante elementos que corrobo¬ à sua história pregressa, não foram observados elementos que de não há histórico familiar de rassem a queixa atual, do mesmo modo que nã indícios clínicos que predissessem a dificuldade de memória. Com base psicológicos: Escala es, optou-se pela escolha dos testes psicol nessas informações, Beck - inventário de Ansiedade ( BAI BAI); Teste Dígitos - WAIS III; Figura Complexa de Rey ( FCR ) - memória visual e imediata; Teste de Atenção Dividida (TEADI ); Teste de Atenção Alternada (TEALT), e Teste de
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS UM GUIA DESCOMPLICADO
Descrição de demanda - Caso clí nico 2 Em 8 de mar ço de 2014, o paciente Rubem Françoso Gusmão, 22 anos, solteiro e residente na cidade de Manaus, procurou atendimento psicoló¬ gico em virtude de estar apresentando, nos últimos tr ês meses, compor ¬ tamento impulsivo. Por conta disso, tinha comportamentos agressivos e irritadiços. Ao longo do atendimento, observou-se que o paciente estava excessivamente ansioso, a ponto de fazer uso de repertórios comportamentais que denunciavam sua ansiedade, tais como: tamborilar os dedos, mexer os braços e balançar as pernas de modo constante. Na realização da entrevista clínica e coleta de itens da anamnese , sendo considerado estabelecimento de rapport ,algunsdados importantes foram observados. Informou que, nas sete últimas semanas, fez uso do anabolizante nandralona com posologia de 200 mg por semana, sem orientação médica. Referente à apreciação de sua história pregressa, não foram observados dados sugestivos para esclarecer sobre comportamento desadaptado. Entretanto, no que compete à análise do histórico familiar , é válido in' ::rmar que o avô materno do referido paciente apresenta diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar (F31) há cinco anos e que um tio, por parte de pai, tem histórico de abuso de álcool. Considerados os dados, optou-se pela escolha dos testes psicológicos: Inventário de Ansiedade Beck BAI), Escala de Avaliação de Impulsividade ( ESAVI-B), Escala Barrett de Impulsividade (BIS-11) e Inventário Fatorial de Personalidade (IFP-II) r Escala de Autenticidade, Agressividade e Inibição ( EdAAI).
Descrição de demanda - Caso clí nico 3 Em 23 de junho de 2014, o paciente Firmino de Paes Freitas, 74 anos, • rivo, aposentado e residente na cidade de Manaus, foi encaminhado por rofissional neuropsicólogo em continuidade de avaliação multidisciplinar , m razão de um sugestivo quadro dedepressão. Por esse motivo, foi reali¬ zada entrevista com o referido idoso e escuta de seu filho, o qual procurou, -- jcialmente, atendimento com médico geriatra. Quanto ao que importa p:ntuar sobre o comportamento do idoso, observou-se que ele demons:rxi incómodo por estar em novo atendimento, uma vez que considerava scar bem de saúde, do mesmo modo que apresentou sutil desatenção. No tocante à realização da entrevista clínica e anamnese , sendo observado o .
upport alguns dados merecem destaque Verbalizou
desde quando
Rockson Costa Pessoa
paciente não faz uso de medicamentos e apresenta embotamento afetivo há cerca de quatro meses, perda de apetite e dificuldade para efetivar o sono noturno. Na análise da hist ória pregressa, não há dados preponde¬ rantes para explicar a alteração dehumor , do mesmo modo que não há, na família, histórico de transtornos psiquiátricos e neurológicos. Com base nessas informações, optou-se pela escolha dos seguintes instrumentos: Miniexame do Estado Mental (MEEM) , Figura Complexa de Rey ( FCR ) - memória visual, imediata e evocação tardia; Inventário de Depressão de Beck Versão II (BDI-II ); Escala Batista de Depressão (EBADEP-A) e Escala de Depressão Geriátrica - versão reduzida ( GDS-15). Nos casos 1 , 2 e 3 , os dados da Entrevista clínica e Anamnese estão intimamente relacionados à queixa e ajudam a explicar o transtorno ou comportamento indesejado. O psicólogo deve ser sensível para extrair os dados da avaliação psicológica. A seguir , observa-se um esquema que demonstra como se organizam os elementos na descrição de demanda. Esse plano permite orquestr á-los de modo harmonioso, o que facilita sua elaboração adequada.
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O Data da avaliação 2. Explicitação dia queixa 3. Observa ção do comportamento
1.
4. Rapport
Entrevista clí nica e Anamnese 6. Informe de instrumentos 5.
Figura 5. Organização dos elementos na descrição da demanda .
O outro dado interessante relacionado à descrição da demanda é que esse componente é útil para identificar aptidões e competências do profis¬ sional todas descriçõ demanda elabora E perceptível
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•q ui ela boradas, foram considerados instr umentos psicométricos e não ro jetivos, o que demonstra conf ormidade à pers pectiva psicom étrica. Os testes psicométricos são os instrumentos psicológicos q ue f azem alcança ^ O de medida matemática para avaliar o su jeito. Os resultados ta bela do
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trabalhados estatisticam ente são com parados com uma res ultado para a pop ulação em geral. Os testes pro jetivos compreendem os instr umentos psicológicos que realizam a análise dos indivíduos pelo em prego da pro jeção, permitindo que o indivíduo manifeste as pectos relacionados à s ua histór ia ou de sua personalidad e, mesmo q ue não perce ba isso. A predileção pelos testes psicométricos ex pressa apenas a ex pertise do rrof issional e sua orientação teórica. Logo, se se u aporte teórico orienta em prego de projetivos, você pode considerá-los tranq uilame nte. is e
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7 PR OCEDIMENTO
É o com ponente do laudo que a presentar á os recursos e instrumentécnicos em pregados na coleta das informações ( númer o de sessões, jesBoas atendidas, etc. ) à luz do ref erencial teórico que os embasa. O
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-xedimento em pr egado deve ser coerente para avaliar a complexidade
está sendo exigido (HENRIQUE ; ALCHIER I, 2011; CFR 2003). * Oqueprocedimento com preende o primeiro momento da testagem
psiceica, pois ref lete o empr ego dos instrumentos de modo din âmico e ~ mn Í 7,ado. Tal elemento assegura o r espeito às nor mas dos instrumentos, : mesmo modo que busca assegur ar a validade da o peracionalização do tr - jcesso avaliativo. Esse item pode ser mais bem compr eendido em uma organização de : ticos, com destaque para: a ) nú mero de encontr os para realização da - iiiaçáo; b) gar antia da validade da avaliação psicológica; c) respeito às tcr mas do instr umento psicológico. O númer o de encontros estabelece que deve ser inf ormado, nesse item, na quantas sessões foi realizada a avaliação psicológica. Sendo seu pr in nzal objetivo gar antir que o sujeito foi submetido à avaliação psicológica, : modo que sua integr idade psíquica tenha sido r esguardada. (Exem plo: : oaciente não foi submetido a uma avaliação extenuante ). A garantia da validade da avaliação psicológica é obser vada quando o : issional de Psicologia inf or ma sobre particularidades do instrumento aplicação. (Exem plo: no teste Figuras Com plexas de Rey, existe um »winrin momento de avaliação e, para a realização dele, o avaliador não : aitra passar tem po áxim d tr ê minuto f licação) «
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metido à avaliação, assim como respeitar a integridade do ambiente e de sua pessoa, de modo que esses fatores não interfiram nos resultados dos testes. Os seguintes itens devem ser observados: noite de sono adequada, o não uso de psicotr ó picos e demais substâncias que possam ser preju ¬ diciais aos resultados; padr ões de estresse, acontecimentos tr ágicos ou impactantes, alimentação, etc. Outra possibilidade de informe no procedimento é o tempo despendido entre um teste e outro e a ordem de aplicação estabelecida entre um e outro. Vamos aos exemplos.
Procedimento - Caso cl í nico 1
Antes do início da avaliação psicológica, que ocorreu em uma única sessão, foi averiguado se a probanda estava apta a submeter -se aos instrumentos psicológicos, a qual foiconsiderada competente para a execuçãodela. Desse modo, iniciou-se a avaliação com aplicação do instrumento BAI, sendo em pregado sete minutos para sua realização. Em seguida, aplicou-se o teste dígitos, sendo despendido um tempode dez minutos (compreendendo ordem direta e inversa do instrumento). Dando prosseguimento, foi aplicado teste Figura Complexa de Rey ( padr ão có pia) e, após ser considerado o tempo limite de tr ês minutos do instrumento, realizou-se o padr ão memória. Para esses dois momentos em FCR , foi utilizado um tempo de nove minutos pela probanda. Em seguida, foram aplicados os testes TEADI e TEALT (sendo respeitados os tempos limites de cinco minutos e dois minutos e 30 segundos, respectivamente ). O último instrumento foio TEACO-FF, sendo despendido um tempo de oito minutos para a realização da tarefa. No procedimento anterior se observa o cuidado do profissional de Psicologia para assegurar a integridade da avaliação ao averiguar a ap ¬ tidão da probanda e, mais do que averiguá-la, é necessário informar sua realização como forma de respaldo técnico e legal. ¬
Procedimento - Caso clí nico 2 A avaliação em questão ocorreu em uma ú nica sessão, sendo obser vada a aptidã do probando para sua realização Após ser constatada ¬
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. pr ego do instr umento BAI, sendo des pendido cinco minutos par a sua - úização. O pr óximo instr umento foi o ESAVI-B, utilizado pelo pr obando r nove minutos. Em seguida foi aplicado o BIS-11, em seis minutos. Na -
-ez juência f oi a plicado o instr umento EdAAI, sendo des pendido pelo protando o tem po de 20 minutos para sua r ealização. O último instrumento
assa avaliação f oi o IFP-II, sendo utilizado pelo probando 12 minutos.
Nesse pr ocedimento, destaca-se a r ealização de outr a atr ibuição do :-zoólogo na concretização da avaliação psicológica: o inf or me do tem po - zzlizado pelo pr obando par a a execução de cada um dos instr umentos. Isse inf or me conf igur ar -se como medida útil, pois, em alguns casos, é r znsider ado elemento de avaliação.
- ocedimento - Caso cl í nico 3 ^
A avaliação psicológica f oi r ealizada em um ú nico atendimento e, antes de ser iniciada, f oi r ealizado r astreio par a avaliar a a ptidão do probando para ef etivar -se a avaliação, o qual constatou que ele estava a pto. A par tir nsso, iniciou-se a avaliação com a plicação do FCR (có pia do desenho ) :. a pós um tem po inf er ior a tr ês minutos, f oi r ealizada a evoca ção ime diata do teste para duas tar ef as do FCR em que o pr obando fez uso de dez minutos. Dando sequência à avalição, foi a plicado o MEEM, sendo iz-s pendido pelo pr obando nove minutos par a r es pondê-lo. Em seguida ::: utilizada a EBADEP-A, sendo em pr egado pelo probando um tem po de 13 minutos. A pós 30 minutos de avaliação, f oi solicitado que o paciente desenhasse mais uma vez o estímulo do FCR (evocação tar dia), em seguida :ez-se a a plicação do BDIII , sendo utilizado um tem po de nove minutos pelo pr obando. O último instr umento a plicado foi o GDS-15, em que f oi des pendido um tem po de dez minutos pelo idoso. O Caso clínico citado ilustra bem o cuidado em inf or mar o per curso já estabelecido no instr umento FCR . Na re pr odu ção de memór ia do es t ímulo, o avaliador salienta que não excedeu o tem po de tr ês minutos, conf or me or ientação das nor mas do teste. ¬
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8 ANáLISE É o componente do documento na qual o profissional de Psicologia realiza uma apresentação descritiva de forma metódica, objetiva e fiel ios dados obtidos e das circunstâncias vividas conexos à demanda em sua complexidade. Como apresentado nos princí pios técnicos: o processo de avaliação psicológica deve ponderar que os elementos desse processo as questões de ordem psicológica) têm consignações políticas, históricas, -ociais e económicas (HENRIQUE; ALCHIERI, 2011; CFP , 2003). Na análise é esperado que o profissional de Psicologia informe o maior n úmero de elementos relacionadas aos resultados obtidos com o emprego dos instrumentos. É válido ressaltar que nesseitem, como bem orienta o CFE o profissio¬ nal psicólogo deve relacionar os resultados obtidos com os informes que compõem a descrição de demanda, em uma forma inicial de explicação da queixa (a final evidencia-se na conclusão do laudo). Na elaboração da análise, o informe dos resultados obtidos não deve : brigatoriamente respeitar a ordem utilizada na aplicação dos instru ¬ mentos, conforme informado nos procedimentos do laudo. O critério para construção da análise deve respeitar informes conclusivos relacionados a dimensões. Por exemplo: sese avaliam dois fenômenos em um paciente, como atenção e memória, e foram utilizados quatro instrumentos em uma ordem específica, como Teste A + Teste B + Teste C + Teste D, não necessariamente haver á resultados respeitando essa ordem de aplicação. Os dados obtidos na aplicação do Teste D podem ser mais significa¬ tivos e intimamente relacionados aos resultados do Teste A, uma vez que o Teste D avalia atenção e memória de trabalho e o Teste A atenção
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As possibilidades de elaboração da análise são diver sas, cabendo ao profissional de Psicologia a precaução na comunicação desses dados, de modo a resguardar a integridade do instrumento psicológico, bem como a pr udência no momento de relacionar os resultados ao com por tamento do indivíduo. Vamos aos exem plos.
Aná lise
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Caso cl í nico 1
A partir da apr eciação dos dados obtidos com a avaliação, é prudente I afirmar que a pr obanda apr esenta gr au moderado de ansiedade e consi- I der ável déficit atencional. Em contra partida, seu desempenho mnemô- I nico, que f oi a queixa desencadeador a da avaliação, f oi satisfatório. No I instr umento BAI, alcançou uma pontuação de 26 pontos, o que lhe atr ibui classif icação moderada de ansiedade. Na avaliação do com ponente aten ção, obser va-se que a paciente a presentou um significativo comprometi mento. Na atenção concentr ada, avaliada pelo instrumento TEACO-FF e na atenção alter nada, analisada pelo instr umento TEALT, a pr obanda obteve res pectivamente, percentil 20 e 10, o que lhe conf eriu classif icação inferior no desem penho dos referidos com ponentes atencionais. Já na atenção dividida, mensurada pelo teste TEADI, obteve percentil 20, o que I lhe confere classificação média inf er ior . No teste dígitos ( or dem direta I e inversa) obteve um per centil 16, que lhe conf ere classificação média I infer ior e endossa o com prometimento atencional, bem como com pro- I metimento na memór ia de trabalho. Entr etanto, a presentou excelente I desem penho na memór ia imediata e visual, obtendo um per centil 80 e I classificação superior . ¬ ¬
Aná lise - Caso cl í nico 2
Os r esultados obtidos na avaliação demonstram consider ável grau de ansiedade, confor me apontado no instrumento BAI, em que o probando obteve 28 pontos, indicando ansiedade moder ada. Na a pr eciação do de¬ sem penho obtido no instr umento ESAVI-B, obser va-se alto desem penho nos fatores: concentração e persistência; aud ácia e temer idade, o que demonstra dif iculdade par a lidar com demandas cotidianas por distração
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iescuidadamente a ponto de desconsiderar as consequências de seus atos. Apresentou baixo desempenho nos fatores: planejamento futuro e con ¬ trole cognitivo, o que sinaliza que o paciente não se preocupa de maneira adequada com os efeitos de seus atos e que age precipitadamente, sem pensar nas consequências. Na an álise dos dados obtidos no instrumento EdAAI, nota-se a consonância, uma vez que apresentou escore extremo alto no fator agressividade. Os dados obtidos com o IFP-II e BIS-11 foram conexos aos resultados obtidos com os instrumentos ESAVI-B e EdAAI. No teste IFP- II, o probando atingiu escores extremos nas subescalas: agressão ( necessidade de lutar e revidar injúria), autonomia (tendência a resistir à coer ção, resistência para cumprir ordens). No instrumento BIS-11, obteve pontuação 83, o que o classifica como indivíduo com alto padr ão de impulsividade. An á lise - Caso clí nico
3
Com base na avaliação geral do desempenho do idoso utilizando os instrumentos aplicados, é prudente afirmar que o probando não apre¬ senta sinais ou indícios de depressão. Tal afirmativa é feita com base na análise dos instrumentos que avaliam sintomas e indícios de depressão. No instrumento BDI, o idoso alcançou escore 13, o que sinaliza depressão mínima, mesma condição detectada no instrumento EBADEp em que o idoso obteve escore 62, indicando sintomatologia leve de depressão. Já o instrumento GDS-15 não detectou indícios de sintomas de depressão, uma vez que a pontuação alcançada foi 4 pontos. Corroborando com os achados desses instrumentos, o desempenho do probando no MEEM foi satisfatório, pois pontuou acima do ponto de corte, demonstrando bom funcionamento cognitivo, da mesma forma que a análise do seu desempe nho no FCR denuncia a ausência de sintomas depressivos, uma vez que o probando obteve os seguintes percentis e classificações: có pia do desenho percentil 80 - classificação superior ), memória imediata ( percentil 50 classificação média) e evocação tardia ( percentil 50 - classificação média), o que demonstra desempenho mnemónico satisfatório para sua idade. ¬
9 CONCLUSãO
DOS CASOS
A concl usão do la udo psicológico é a peça do doc umento q ue ex põe o resultado e/o u considerações a res peito de sua investigação com base nas ref erências q ue a uxiliaram a realização do trabalho. Os resultados obtidos pela avaliação psicológica informam ao solicitante o exame da demanda em sua com plexidade e o processo de avaliação psicológica como um todo. Vale destacar a im portância de pro postas e planos de tra balho q ue a predem a com plexidade das variáveis envolvidas ao longo do procedimento. A pós a narrativa concl usiva, o doc umento é f inalizado, com informe do local, data de emissão, assinat ura do psicólogo e n úmero de registro no CR P ( HE NR IQUE; ALCHIER I, 2011; C FP 2003). Ha bit ualmente, q uando leciono so bre la udo psicológico, disc uto com os alunos so bre a seriedade do domínio das teorias e técnicas psicológicas. A concl usão do la udo req uer ha bilidades q ue estão condicionadas ao exame adeq uado de uma teoria e, mais do q ue isso, familiaridade com ela. Por esse motivo, a perícia na ela boração da conclusão sem pre será ref lexo do perc urso acadêmico satisf atório. N ão se pode es perar q ue um acadêmico que não domine uma teoria o u a porte teórico desenvolva a concl usão de um laudo, valendo destacar q ue s ua elaboração está condicionada ao domínio de uma do utrina científ ica. Desde a a preciação da demanda, passando para a escolha de instrumen¬ tos específ icos, a realização do procedimento de testagem e da avaliação dos res ultados na análise, constatamos q ue foi necessário o em prego de uma teoria. Não o bstante, na conclusão, esse mesmo conhecimento teórico será útil para desvelar o o b jetivo principal do relatório psicológico, q ue é esclarecer a queixa ou demanda desencadeadora da avaliação. i ã d it b d P ic lo i ,
R oc k son Costa Pessoa
o btidos pela análise dos instr umentos, deve encerrar s ua investigação. ogia Sendo q ue esse término nem sem pre re presenta a constatação de patol o u transtorno, por mais q ue m uitos psicólogos não consigam visl um brar essa possi bilidade no la udo.
+ * Figura 6. Concl usã o
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A concl usão do la udo é o término da investigação científ ica e, como s toda investigação científ ica, baseia-se em hipóteses, as q uais, em certo de momentos, conf irmam-se, e em o utros não. E inde pendentemente ada confirmada o u não a hi pótese, uma f unção im portante deve ser realiz . pelo com ponente concl usão: indicar possibilidades ao solicitante te q ue Q uando se encerra um la udo psicológico, deve-se ter em men em o bter esse doc umento será lido por o utra pessoa q ue este ja interessada alcança um dado concl usivo, mesmo q ue dados irretorq uíveis não se jam dos. Por mais q ue em alg umas sit uações os dados não se jam concl usivos, se inde pendentemente disso, há um s u jeito q ue b usca orientação; deveela borar uma concl usão q ue p ermita avaliar possi bilidades. eitar Imagine uma mãe q ue proc ura uma avaliação psicológica por s us p de q ue se u fil ho ten ha Transtorno do Deficit de A tenção e Hi perativida (TDAH ) e q ue, ao término desse procedimento, você concl ua, com base em dados em píricos e rigorosa análise, q ue a criança não a presenta o transtorno. No la udo possivelmente você a pontará os possíveis f atores res ponsáveis pelo com portamento desa justado da criança. Pres ume-se inf antil. ainda, q ue solicitará q ue a criança se ja assistida por um psicólogo O utro dado im portante relacionado ao item conclusão é o em prego de referências bi bliográf icas. Em m uitos la udos psicológicos, é com um o uso , de s u bsídios científ icos como f orma de ex plicar fenômenos. Entretanto a o bra artigo o u ã i f á la is ¬
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f or ma de sustentar uma af irmação e lembrar -se de inf ormar as r ef er ências em um cam po abaixo da conclusão. Existem dois elementos que comumente estão atrelados à conclusão: síntese e encaminhamento. A síntese é muito em pr egada quando se identif ica um tr anstorno e é preciso atr ibuir um código da Classificação Internacional das Doenças (CID-10). Já o encaminhamento, que pode ou não ser inf ormado no laudo, é o cam po que identif ica o nome do profis¬ sional que o solicitante deve buscar a pós o r ecebimento do laudo. Pode ser desde outr o psicólogo par a realização de psicoter a pia até outros pr o f issionais da ár ea da saúde, educação etc. Há ainda um item denominado indicação ou recomendação, que com põe o texto da conclusão, mas pode ser utilizado em cam po distinto, como pauta de tr abalho elabor ado pelo pr of issional de Psicologia. Vamos aos exem plos. ¬
Conclusão - Caso clí nico
1
É muito comum os pacientes inf or mar em que têm com pr ometimento de memór ia quando, na verdade, o deficit está no funcionamento da aten¬ ção, conf or me obser vado no deficiente desem penho de sua atenção. Para consolidação da memór ia, é necessário que o com por tamento atencional este ja a justado, pois, quando a pr esenta com pr ometimento, im pede a con solidação de novas inf or mações, o que gera a falsa im pr essão de memór ia pr e judicada. Uma vez que seu desem penho mnemónico foi satisf atór io. No caso em questão, a ansiedade demonstr a ser f ator pr e ponderante par a esse pr ejuízo no cam po atencional e demonstr a estar atr elada às pr eocu pações vividas em seu tr abalho. A classif icação de ansiedade moderada atr ibu ída pelo instr umento BAI refor ça essa afir mação, uma vez que estudos suger em que a ansiedade inter fi r a na atenção (MASCELLA et al., 2014; COSTA; BOR UCHOVITCH, 2004). Ainda em r elação à ansiedade, é im¬ ¬
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portante salientar que estudos demonstr am que mulher es no climatér io são mais suscetíveis à ansiedade (PER EIR A, SCHMITT; BUCHALLA, 2009 ), do mesmo modo que pesquisas demonstram ser as mulher es as
Rockson Costa Pessoa
Referências COSTA, E. D. ; BORUCHOVITCH , E. Compreendendo relações entre estratégias
de aprendizagem e a ansiedade de alunos do ensino fundamental de Campinas. Psicologia: Reflex ão e Cr í tica v. 17 , n . 1 , p. 15 -24, 2004. FREEMAN, D; FREEMAN, J. Ansiedade. São Paulo: L &PM Editores, 2014. MASCELLA, V . et al. Stress, sintomas de ansiedade e depressão em mulheres com dor de cabeça. Boletim Academia Paulista de Psicologi a , v. 34, n. 87, p. ,
407-428, 2014.
PEREIRA, W. M . E et al. Ansiedade no climatério: prevalência e fatores associados. Revista brasileira de crescimento e desenvolvimento humano , v. 19, n. 1, p . 89-97, 2009.
Conclusão - Caso clí nico 2 Com base naanálise dos conteúdos relacionados à entrevista clínica e das informações obtidas na anamnese e na integração dessas informações aos resultados alcançados na avaliação psicológica, é cr ível afirmar que o comportamento impulsivo e agressivo do probando seja consequência do uso de anabolizante nandrolona. Pesquiseis demonstram que o consumo de anabolizantes está intimamente relacionado a comportamentos agres¬ sivos (BARBOSA et al., 2014; FERREIRA et al., 2014; LIMA RAMALHO, 2013; SOUZA CRISTOFOLINI et al., 2011; RIBEIRO, 2001), e a impul¬ sividade ao abuso dessas substâncias (BARQUILHA, 2011; PEDROSO, 2008). No que compete avaliar a substância nandrolona utilizada pelo probando, alguns estudos também confirmam os achados das pesquisas relacionados ao uso de anabolizantes e à agressividade (STROGULSKI, 2013; KALININE , 2011; ANDRADE, 2009). Diante disso, considera-se emergencial que o paciente seja avaliado por profissional médico para avaliação de sua condição clínica e acompa¬ nhado por profissional psicólogo para intervenção nos comportamentos de impulsividade e agressividade. Indicações: acompanhamento psicológico Encaminhamento: médico endocrinologista
Referências BARBOZA, J. S. et al . Uso de anabolizantes na adolescência: questões biopsicossociais/Use of Anabolic Agents in Adolescence: Biopsychosocial Questions. Revista Ci ências emSaúde , v. 3, n. 4, p. 71-79, 2014. 58
ELABOR AÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS - UM GUIA DESCOMPLICADO
BAR QUILHA, G. Uma análise da incidência de efeitos colaterais em usuár ios de ester oides anabolizantes pr aticantes de musculação da cidade de Bauru. R B PF E X - Revi st a Br a sil eir a de P r e scr ição e Fi siolo g ia do E xercí cio v. 3, n. 14, 2011. FER R EIR A, L. O. et al. Efeitos colater ais associados ao uso de ester oides anabolizantes andr ógenos auto relatados por pr aticantes de musculação do sexo masculino. Revi sta Bra sil eir a d e C iências d a S aúde , v. 18, p. 35-42, 2014. K ALINI NE , E. Ef eitos com por tamentais, neuroqu ímicos e metabólicos do tratamento com decanoato de nandr olona em camundongos, 2011. LIMA R AMALHO, L. A.; BAR ONI, E. A. Uso indiscr iminado de ester oides anabolizantes androgênicos. Arquivo s do M u seu Dinâmico I nt erd isciplinar , v. 7, n. 2, p. 13-16, 2013. LOBO, A. E T. et al. O uso indevido de anabolizantes na cidade de São Paulo: um estudo qualitativo. Jornal Br a sil eir o P siquiat ria , v. 52, n. 1, p. 25-34, 2003. PEDR OSO, J. L. Ester oides Anabolizantes e o Sistema Ner voso. C oncer n , v. 98, p. 1-12, 2008. R IBEIR O, E C. E O uso indevido de substâncias: esteroides anabolizantes e energéticos. Ad ol esc. Lat inoam. v. 2, n. 2, p. 97-101, 2001. SOUZA CR ISTOFOLINI, G. et al. O padr ão de conhecimento dos pr aticantes de musculação sobre ester oides anabolizantes. R BP F EX - Revist a Br a sileira d e P re scr ição e F isiol og ia d o E xer cí cio v. 2, n. 12, 2001. ,
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Conclusão - Caso clí nico 3 Os achados da avaliação psicológica descartam quadro de depressão no probando, uma vez que os resultados são inexpressivos e não sugerem gravidade no quadro de humor Sendo mais prudente considerar leve alte¬ ração que está mais próxima de uma classif icação normotí mica do que de quadro hipotí mico . Entretanto, conf orme relatado pelo idoso, a mudança de residência tem representado um grande dilema para o paciente e ne¬ cessita de acompanhamento . Diversos estudos apontam que a mudança de residência para os idosos é um f ator preditivo para depressão ( SILVA et al. , 2014; GALHAR DO MAR IOSA; TAK A TA 2010; CUPE R TINO et .
Rockson Costa Pessoa
Referências Carvalho, V D. F. C.; Fernandez, M. E. D.; Papaléo Netto, M. Depressão no idoso. In: PAPALÉO NETTO M. (Org.). Gerontologia. São Paulo: Atheneu, p. 160-73, 2002. Cupertino, A. E F. B. et al. Estresse e suporte social na inf ância e adolescência relacionados com sintomas depressivos em idosos. Psicol . Reflex. Crit . , v. 19, n . 3, p. 371-378, 2006. Galhardo, V Â. C.; MARIOSA, M. A. S.; TAKATA, J. E I. Depressão e perfis sociodemogr áfico e clínico de idosos institucionalizados sem déficit cognitivo. Revista M édica de Minas Gerais , v. 20, n. 1, p. 16-21, 2010. Silva, E C. D. S. D. et al. Avaliação da depressão em idosos com hipertensão arterial sistémica. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste-Ver . Rene. , v. 15, n. 1, 2014.
10 MODELOS
Laudo
psicológico -
DE LAUDO
Caso cl í nico 1
Autor : R ock son Costa Pessoa - CR P 20/ 03665 Inter essada: Beatr iz Assunção Venâncio Idade: 40 anos R G: 134376764-4 Estado civil: Solteir a Escolar idade: Ensino médio com pleto Pr of issão: Auxiliar Administrativa Assunto: Avaliação psicológica r elacionada à queixa no com por tamento mnemónico
1. Descrição de demanda No dia 12 de f ever eiro de 2015, a paciente B. A. V , 40 anos, solteir a e r esidente na cidade de Manaus, pr ocurou atendimento psicológico em vir tude de estar a pr esentando, nos últimos quatr o meses, agr avo no com ponente mnemó nico. No r ef er ido atendimento, observou-se que a paciente a par entava estar visivelmente extenuada e muito desatenta. Na r ealização da entr evista clínica e coleta de itens da anamnese, sendo considerado o estabelecimento de ra p por t alguns dados im por tantes f o r am ver if icados. Inf or mou que nos últimos cinco meses tem estado muito pr eocu pada por conta de problemas r elacionados ao cam po de trabalho e que, por mais que não f aça uso de medicamentos, a pr esenta sono r eduzido nesse per íodo. Outr o dado que mer ece destaque é o f ato de a pr obanda af ir mar que sem pre a pr esentou muita ansiedade, a ponto de ter baixo r endimento nas pr ovas m d bi N ,
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Rootsor Zjmm
sem a queixa atual, nem há, no hisiánBB indícios clínicos que predissessem a dificuldade de memc cia. r rase essas informações, optou-se pela escolha dos testes psacoinp:• e LxiLm Beck - inventário de Ansiedade ( BAI), Teste Dígitos - WAIS III 7 r _ n Complexa de Rey ( FCR ) - memória visual e imediata. Testedr Acenção Dividida ( TEADI ) , Teste de Atenção Alternada ( TEALT e Tesce i : -menção Concentrada (TEACO-FF).
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2. Procedimentos
Antes do início da avaliação psícolóocs. i ae ocorreu em uma única _ sub meter -se aos ins ¬ sessão, foi averiguado se a probanda estava trumentos psicológicos, uma vez que fc: considerada competente para realizá-la. Iniciou-se a avaliação com aplicaçã: õ instrumento BAI, sendo empregados sete minutos para sua execuçã: Em seguida, aplicou-se o teste dígitos, em que foi despendido um tempc ie dez minutos (compre¬ endendo ordem direta e inversa do instrument.: . Dando prosseguimen ¬ to, foi empregada a Figura Complexa de Rey padr ão có pia ) e, após ser considerado o tempo limite de tr ês minutos do instrumento, aplicou-se o padr ão memória. Para a realização desses dois momentos em FCR , foi utilizado um tempo de nove minutos pela probanda. Em seguida foram aplicados os testes TEADI e TEALT (sendo respeitados os tempos limi¬ tes de cinco minutos e dois minutos e 30 segundos respectivamente). O último instrumento foi o TEACO-FF, levando 8 minutos para realizar a tarefa. ,
3. Análise
Com base na apreciação dos dados obtidos com a avaliação, é prudente afirmar que a probanda apresenta grau moderado de ansiedade e conside¬ r ável deficit atencional. Em contrapartida, seu desempenho mnemónico, que foi a queixa desencadeadora desse processo, foi satisfatório. No ins¬ trumento BAI, alcançou pontuação de 26 pontos, o que lhe atribui clas¬ sificação moderada de ansiedade. Na avaliação do componente atenção, observa-se que a paciente apresentou significativo comprometimento. Na atenção concentrada, avaliada pelo instrumento TEACO-FF e, na atenção alternada, pelo instrumento TEALT, a probanda obteve respectivamente, percentil 20 e 10, o que lhe conferiu classificação inferior no desempenho dos referidos componentes atencionais. Já na atenção dividida, mensura¬ da pelo teste TEADI obteve percentil 20 o que lhe atribui classificação
ELABORAÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS - UM GUIADESCOMPLICADO
média inf erior . No teste dígitos (or dem direta e inver sa ), obteve per centil 16, que lhe conf er e classif icação média inf er ior , o que endossa o com pro¬ metimento atencional, bem como o com pr ometimento na memória de trabalho. Entr etanto, a presentou excelente desem penho na memór ia imediata e visual, obtendo per centil 80 e classificação su per ior .
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4 Conclusão É muito comum os pacientes inf or marem que têm com pr ometimento de memór ia quando, na verdade, o def icit está no f uncionamento da aten ¬ ção, confor me obser vado no def iciente desem penho de sua atenção. Par a consolidação da mem ór ia, é necessár io que o com por tamento atencional este ja adequado, pois, quando a pr esenta com pr ometimento, im pede a con¬ solidação de novas infor mações, o que ger a a falsa im pr essão de memór ia pre judicada. Uma vez que seu desem penho mnemónico f oi satisf atór io. No caso em questão, a ansiedade demonstra ser f ator pre ponderante par a esse pr e juízo no cam po atencional. A classif icação de ansiedade moder ada atr ibuída pelo instr umento BAI r ef or ça essa af ir mação, uma vez que es¬ tudos suger em que a ansiedade inter fere na atenção (MASCELLA et al., 2014; COSTA; BOR UCHOVITCH, 2004). Ainda em r elação à ansiedade, é im por tante salientar que estudos demonstram que mulher es no climatér io são mais suscetíveis à ansiedade (PER EIR A, SCHMITT; BUCHALLA, 2009), do mesmo modo que pesquisas demonstr am ser as mulher es as maior es vítimas da ansiedade ( FR EEMA N; FR EEMA N, 2014). Por esse motivo, consider a-se necessár io o acom panhamento médico e psi¬ cológico para a r esolução ou atenuação dos com por tamentos desada ptados.
Indicação: acom panhamento psicológico
Encaminhamento: médico ginecologista R ef erências
COSTA, E. D.; BOR UCHOVITCH, E. Com pr eendendo r elações entr e estr atégias de apr endizagem e a ansiedade de alunos do ensino fundamental de Cam pin as. P sicolo g ia: Re f le xão e C rí t ica , v. 17, n. 1, p. 15-24, 2004.
Rockson Cose
PEREIRA, W. M. P. et al . Ansiedade no associados. Revista brasileira de crescim:- n n. 1, p. 89-97, 2009.
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Lancia e fatores - humano , v . 19, i.
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Manaus, 17 de fevereiro de 2015 Rockson Costa Pessoa Psicólogo - CRP 20 / 0376789
Laudo psicológico - Caso clinico 2
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Autor : Rockson Costa Pessoa - CRP 'l C<3£i55 Interessado: Rubem Francoso Gusznão Idade: 22 anos RG: 8232323-0 Estado c u Solteiro Escolaridade: Ensino superior incompàei : Ocupação: Estudante Assunto: Avaliação psicológica relacionais _i investigação de compor ¬ tamento impulsividade 1. Descrição de demanda
No dia 8 mar ço de 2014, o paciente R F. G. 21 inoe.solteiro e residente na cidade de Manaus, procurou atendimento psicológico em virtude de estar apresentando, nos últimos tr ês meses, comportamento impulsivo e que, por conta disso, tem comportamentos agressivos e irritadiços. No atendimento, observou-se que o paciente estava excessivamente ansioso, de tal modo que, no decorrer da sessão, fez uso de repertórios comportamentais que denunciavam sua ansiedade, tais como: tambo¬ rilar dos dedos, mexer braços e balançar as pernas de modo constante. Na realização da entrevista clínica e coleta de itens da anamnese , sen ¬ do considerado estabelecimento de rapport , alguns dados importantes foram verificados. Informou que, nas sete últimas semanas, fez uso do anabolizante nandralona, com posologia de 200 mg por semana sem orientação médica. Referente à apreciação de sua história pregressa, não foram observados dados sugestivos para esclarecer o comportamento desadaptado. Entre¬ tanto, no que compete à análise do histórico familiar , é válido informar que .
ELABORAÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS - UM GUIADESCOMPLICADO
Afetivo Bipolar (F31) há cinco anos e um tio, por par te de pai, histórico de abuso de álcool. Consider ados os dados, o ptou-se pela escolha dos testes psicológicos: Inventár io de Ansiedade Beck (BAI), Escala de Avaliação de Im pulsividade (ESAVI-B), Escala Barr ett de Im pulsividade ( BIS-11) e Inventár io Fatorial de Personalidade ( IFP-II ) e Escala de Autenticidade, Agr essividade e Inibição ( EdAAI). 2. Procedimentos
A avaliação em questão ocor r eu em uma única sessão, sendo obser vada a ptidão do probando par a sua r ealização. A pós se constar com petente par a ser avaliada, a a plicação de instr umento iniciou com o em pr ego do BAI, sendo despendido cinco minutos para sua realização. O pr óximo f oi o ESAVI-B, sendo utilizado pelo pr obando tem po de nove m inutos. Em seguida foi a plicado o BIS-11, onde o tem po gasto foi de seis minutos, e, na sequência, o instr umento EdAAI, sendo des pendido pelo probando o tem po de 20 minutos para sua realização. O último f oi o IFP-II, sendo utibzado pelo pr obando tem po de 12 minutos. 3. Análise
Os resultados obtidos na avaliação demonstram consider ável grau de ansiedade, conf or me a pontado no instr umento BAI, em que o pro¬ bando obteve 28 pontos, indicando ansiedade moderada. Na a pr eciação do desem penho obtido no ESAVI-B, obser va-se alto desem penho nos f ator es: concentr ação e per sistência, audácia e temeridade, o que de monstr a dificuldade par a lidar com demandas cotidianas por distr ação, acar r etando dif iculdade par a cum pr ir tar ef as, do mesmo modo que age descuidadamente, a ponto de desconsiderar as consequências de seus atos. A pr esentou baixo desem penho nos fatores: plane jamento futuro e contr ole cognitivo, o que sinaliza que ele não se pr eocu pa de maneir a adequada com os ef eitos de seus atos e que age de maneir a pr ecipitada sem pensar nas consequências. Na análise dos dados obtidos no instr u¬ mento EdAAI, obser va-se consonância, uma vez que a pr esentou escore extr emo alto no f ator agr essividade. Os dados obtidos com IFP-II e BIS-11 f or am conexos aos r esultados dos instrumentos ESAVI-B e EdAAI. No teste IFP-II, o probando atingiu escor esextr emos nas subescalas: agressão ( necessidade de lutar e r evidar in júria) e autonomia ( tendência a r esistir à coer ção, resistência par a cum prir ordens). No instrumento BIS-11, ¬
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R ock son Cose
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4. Conclusão
é r t : rtrevista clínica e Com base na análise dos conte údos ir li das inf ormações o btidas na anamnese e a m:egrscã dessas informações :I af irmar q ue o aos res ultados o btidos na avaliação pá oc âciocs ; com portamento im p ulsivo e agressivo do :r - _ n : se ja conseq uência _ do uso do ana bolizante nandrolona. Pesq u - - i — rsiram que o uso m portamentos de anabolizantes está intimam ente relaoicaò: I? , « aL 2014; LIMA RAagressivos ( BAR BOSA et al., 2014; FER RE MALHO, 2013; SOUZA CR ISTOFOLI N1er. a *I 11 . R IBEIR O, 2001) e im pulsividade ao a b uso dessas s u bstâncias K AE'QR ILHA.2011; Pedroso, 2008). No q ue com pete avaliar a su bstância r aoi icna utilizada pelo : adiados das pesq uisas . pro bando, alguns estudos tam bém conf irma — - STR OGULSK I, relacionadas ao uso de ana bolizantes e à agress; liai: 2013; K ALI NINE , 2011; A NDR ADE id I am:: ãesso. considera-se emergencial que o paciente se ja avaliado per prof issional médico para avaliação de s ua condição clínica e acom panhar) : par profissional psicólogo . iade e agressividade. para intervenção nos com portamentos de im p ulse! •
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psicológico Encaminhamento: médico endocrinologista
Indicação: acom panhamento
R ef erências BAR BOZA, J. S . et al . Uso de anabolizantes na adolescência: questões a Ci ênc i as em Saúd e , v. 3. n. 4 p. 71-79. 2014. biopsicossociais. R ev i st BAR QUILHA, G Uma análise da incidência de ef eitos colaterais em usuários de esteroides anabolizantes praticantes de musculação da cidade de Bauru. R B PF E X o e F i si olo gi a d o E x er cí ci o v 3, n 14, 2011. R ev ist a B r a silei r a d e Pre sc r i çã .
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L. O. et al. Efeitos Colaterais associados ao uso de Esteroides Anabolizantes Andrógenos Auto R elatados por Praticantes de Musculação do sexo Masculino. R ev ist a B ra si lei r a d e C i ênci as d a Saúd e , v. 18, p 35-42, 2014. K ALININE, E . Ef eitos comportamentais, neuroquí micos e metabólicos do tratamento com decanoato de nandrolona em camundongos. Tese de mestrado Universidade Federa l do R io Grande do Sul, 2011. FER R EIR A,
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LIMA R AMALK O, L. A. ; BAR ONI , E. A. Uso indiscriminado de esteroides anabolizantes androgênicos. Ar quiv o s d o Mu seu D i nâmi co I nter di sc iplinar , v. 7, n. 2 , p 13- 16, 2013 .
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ELABOR AÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS
- UM GUIA DESCOMPLICADO
PEDR OSO, J . L. Esteroides anabolizantes e o sistema ner voso. C oncer n , v. 98, p. 1-12, 2008. R IBEIR O, E C. E O uso indevido de substâncias: ester oides anabolizantes e ener géticos. Ad ol e sc. Lat inoam. v. 2, n. 2, p. 97-101, 2001. ,
SOUZA C. et al. O padr ão de conhecimento dos pr aticantes de musculação sobr e ester oides anabolizantes. R B P F E X Rev ist a Bra sil eir a d e P re scr ição e F isiol og ia d o E xer cí cio , v. 2, n . 12, 2011. -
Manaus, 13 de mar ço de 2014 R ock son Costa Pessoa Psicólogo - CR P 20 / 0376789 Laudo
psicológico -
Caso cl í nico 3
Autor : R ock son Costa Pessoa - CR P 20/ 03665 Interessado: Fir mino de Paes Freitas Idade: 74 anos R G: 21293239-5 Estado civil Viúvo Escolar idade: Ensino f undamental com pleto Ocu pação: A posentado Assunto: Investigação psicológica r elacionada à sus peita de de pr essão :
1. Descrição de demanda Em 23 de junho de 2014, o paciente F. E F., 74 anos, viúvo, a posentado e residente na cidade de Manaus, f oi encaminhado por pr of issional neur o psicólogo em continuidade da avaliação multidisci plinar , em r azão de um sugestivo quadr o de de pr essão. Foi r ealizada entr evista com o r ef er ido idoso e escuta de seu f ilho, o qual pr ocur ou, inicialmente, atendimento com médico ger iatr a. Quanto ao que im porta pontuar sobr e o com por ta¬ mento do idoso, obser vou-se que ele demonstr ou incómodo por estar em novo atendimento, uma vez que consider ava estar bem de saúde, e sutil desatenção. No tocante à r ealização da entrevista clínica e anam ne se ,
sendo obser vado o r a p por t , alguns dados mer ecem destaque. Ver balizou que desde quando passou a residir com seu f ilho há cer ca de um ano, per deu o sentido da vida e que sentia f alta de seu sítio. Conf or me inf or me do f ilho do idoso o pa i t ã f d di
R ock son Costa Pcaaaa
há dados pre ponderantes para ex plicar a afceracii :: - -rror. nem há, na _ f amília, histórico de transtornos psiq uiátricas : r r -:.cocos. Com base _ instr umentos: nessas inf ormações, o pto u-se pela escolha dos -: r Mini Exame do Estado Mental (MEEM Firm — cãcxa de R ey ( FCR ) - memória vis ual, imediata e evocação tar rr . Ir ciar .: de De pressão de Beck Versão II (BDI-II) , Escala Batista i : I * t s=ã EBADEP-A) e Escala de De pressão Geriátrica - versàc recna - I r -1-5 . ~
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2. Procedimentos
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_ atendimento e, antes A avaliação psicológica foi realizada err rc ã: pro bando para de ser iniciada, ho uve rastreio para avara.- a _ : efetivá-la, o q ual constato u que ele estava açc: I rradisso, inicio u-se a avaliação com a plicação do FCR có pia d: a rr : A pós um tem po _ : : s:e. Para d uas . inferior a tr ês min utos, ocorre u a ev das tarefas do FCR , o pro bando fez uso os àea r _ r t.:s Na seq uência, foi a plicado o MEEM, sendo despendido por r.: ; r r _ ::s para respondê-lo. Em seg uida foi utilizada a EBADEP-A. cosa tinte de 1 : min utos. A pós 30 min utos de avaliação, solicito u-se q ue o paoerr : àsearasse mais uma vez _ ir reação do BDIo estím ulo do FCR (evocação tardia e. dep a r - r -tramento a plicado -II, com uso de 9 min utos pelo proband: f oi o GDS-15, em q ue foi des pendido um:e* pi: aí 11 m utos pelo idoso.
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3. Análise
Com base na avaliação geral do desem pem : d: roso utilizando os pro bando não a pre¬ instrumentos a plicados, é pr udente afirmar a com base na senta sinais o u indícios de de pressão. Tal arrrac a _ análise dos instrumentos q ue avaliam smt : rra^ ? rr r :s de depressão. _ No instr umento BDI, o idoso alcanço u escara I : : : - realiza de pressão mínima, mesma condição detectada no irstmr : - : ER ADEP com esco¬ re 62, o q ue indica sintomatologia leve de de pres&k : -Já o instrumento GDS-15 não detectou indícios de sintomas de de pressão. uma vez q ue a pont uação alcançada f oi de 4 pontos. Corrcõorrro : r.:n oe achados desses instr umentos, o desem penho do pro bando r : MEEM ::: satisf atório, pois pont uo u acima do se u ponto de corte, demonstrar ã : tr funcionamento cognitivo, já o FCR , revela a usência de sintomas renressvos. uma vez q ue o paciente o bteve os seg uintes percentis e dassõeações: có pia do desenho ( percentil 80 classif icação su perior ), memora jaerr ata percentil 50 classific ação média) e evocação tardia ( percent - - í lrssificação média). s ua idade ó i ho d <
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS - UM GUIA DESCOMPLICADO
4. Conclusão Os achados da avaliação psicológica descartam quadro de depressão no probando, uma vez que os resultados são inexpressivos e não sugerem gravidade no seu quadro de humor . Sendo mais prudente considerar leve alteração que está mais pr óxima da classificação normotímica do que de quadro hipotímico. Entretanto, conforme relatado pelo idoso, a mudança deresidência tem representado grande dilema para o paciente, por isso ele necessitade acompanhamento. Diversos estudos apontam que a mudança de residência para os idosos é um fator preditivo para depressão. (SILVA et al., 2014; GALHARDO, MARIOSA; TAKATA. 2010; CUPERTINO et al., 2006; CARVALHO, FERNANDEZ; PAPALÉO NETTO, 2002). Desse modo é preponderante orientação familiar e acompanhamento psicoter á pico para o idoso.
Sí ntese: Ausência de F32 Indicação: Acompanhamento psicoter á pico Referências CARVALHO, V D. F. C.; FERNANDEZ, M. E. D. ; PAPALÉO NETTO, M. Depressão no idoso. Papaléo Netto M. (Org.). Gerontologia. São Paulo: Atheneu, p. 160-173, 2002. CUPERTINO, A. E F. B. et al. Estresse e suporte social na inf ância e adolescência relacionados com sintomas depressivos em idosos. Psicol . Reflex. Crit , v. 19, n. 3, p. 371-378, 2006. GALHARDO, V A. C., MARIOSA; M. A. S.; TAKATA J- P I. Depressão e perfis sociodemogr áfico e clínico de idosos institucionalizados sem deficit cognitivo. Revista M édica de Minas Gerais , v. 20, n. 1, p. 16-21, 2010. SILVA, E C. D. S. D. et al. Avaliação da depressão em idosos com hipertensão arterial sistémica. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste- Rev. Rene. , v. 15, n. 1, 2014.
Manaus, 28 de junho de 2014 Rockson Costa Pessoa Psicólogo - CRP 20 / 0376789
Concretizada a construção dos laudos, encerra-se a primeira fase relacionada ao relatório psicológico, materializada em documento que contempla itens como: diagnóstico (quando houver ) , prognóstico e re-
R ockson Costa Pessoa
comendações tera pê uticas adeq uadas ao caso. R essaltando q ue, q uando ele é mal ela borado, pode pre j udicar o paciente, em vez de a uxiliá-lo (AR A ÚJO, 2007). A f ormação em Psicologia deve pro piciar ao psicólogo con hecimento o doc umentos sólido nas áreas em q ue pretende at uar e na ela boraçã de ícios e psicológicos. Portanto, a constr ução do laudo deve s u bsidiar benef minimizar dados, f icando claro q ue avaliação im precisa ca usa danos ao solicitante. Ca be ao prof issional considerar os recursos de determinado gr u po, visando facilitar o desenvolvimento e o bem-estar do paciente q ue convive nesse contexto ( BOR SA et al., 2013; H UTZ, 2009).
11 ASPECTOS éTICOS, DEVOLUTIVA E
GUARDA DO LAUDO
A construção de laudos e demais documentos deve ser centrada no respeito à ética, uma vez que sua ressalva deve ser constante em todo o processo que culminar á no documento psicológico. A discussão relacionada à ética no campo psicológico tem sido gigan¬ tesca e não apenas no Brasil, dado que novas demandas sociais e vultosos progressos na Psicologia têm determinado o surgimento de conjunturas e, consequentemente, avaliação de novas configurações de atuação (HUTZ, 2009). A ética está atrelada ao fazer do profissional psicólogo, não obstante a isso, ambiciona-se que tal pr ática dê conta do sofrimento humano e que constitua sentidos. Para tal, é necessário que o profissional de Psicologia compreenda que sua formação deve ser contínua, pautada pela instru¬ mentalização e habilitada para estabelecer relação com o outro ( NETO; PENNA, 2006; DUTRA, 2004). A Resolução n. 010/05, do Conselho Federal de Psicologia, que aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo, conforme seu artigo Ia e alínea, que determinam com uma das responsabilidades do psicólogo: c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princí pios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional (CFP 2005, p. 8).
Não apenas a elaboração de documentos deve ponderar sobre a ética, mas sim todo fazer do psicólogo de tal modo que ele personifica a ética em si mesmo. Existem outros itens que se alinham à ética no campo psicológico, sendo um deles a entrevista devolutiva, que cumpri papel significativo para o laudo psicológico.
R ockson Costa Pessoa
A entr evista devolutiva é utilizada para comunicar resultados obtidos com a avaliação psicológica aos interessados pelo pr ocesso, por meio de devolutiva ver bal ou pelo subsídio de um documento psicológico (BOR SA et al, 2013; NU NES et al., 2012; NOR O NHA et al., 2010; AR AÚJO, 2007). Com r essalvas quanto aos ditames dis postos pelo Conselho Feder al de Psicologia, que, por sua R esolução de n. 01/ 2002, que R egulamenta a Avaliação Psicológica em Concur so Público e pr ocessos seletivos da mesma natur eza, conforme seu artigo 6o e seus dois par ágr afos, salienta que: A publicação do resultado da avaliação psicológica será f eita por meio de relação nominal, constando os candidatos indicados. § Is - O sigilo sobre os resultados obtidos na avaliação psicológica deverá ser manti ¬ do pelo psicólogo, na f orma prevista pelo código de ética da categoria prof issional. § 2 - Será facultado ao candidato, e somente a este, conhecer o resultado da a valiação por meio de entrevista devolutiva ( CFP 2002, p . 2 ) . “
Atualm ente há r azoável consenso de que os indivíduos têm o dir eito de conhecer os r esultados de suas avaliações, sendo esse dir eito assistido no Código de Ética da Amer ican Psychological Association (APA), que orienta sobr e a gar antia ao indivíduo de ter acesso ir restr ito a seu prontuár io e a todo os r esultados de avaliações psicológicas, inde pend entemen te de sua qualificação (HUTZ, 2009). A devolução da avaliação aos solicitantes pr o picia que os avaliador es r atif iquem os achados do processo avaliativo e levantem novas inf or ma ções pertinentes (BOR SA et al., 2013). Na máxima de que o processo avaliativo se dá em um contínuo. A devolutiva não consiste a penas na comunicação de achados de uma avaliação psicológica ou suger ir encaminhamentos - em geral par a acom panhamento psicológico -, mas também no encer ra mento de um per cur so técnico-científico, que pr o picia ao solicitante o benef ício de conhecer os resultados r elacionados à sua queixa. Devendo se ater em inf or mar a penas o necessár io ao solicitado (LIMA et al., 2012; OLIVEIR A; SA NTOS, 2006). O inf or me da devolutiva consiste em plane jamento, de modo a tor nar mínimo o r isco de f alhas na divulgação dos r esultados, que deve ser f ei¬ ta de f or ma com petente, sem extr apolar ou gener alizar indevidamente (HUTZ, 2009). Ger almente, a entr evista devolutiva decorr ente da investigação psico lógica, que pode ser entendida como pr ocesso es pecializado de coleta de dados por meio de estratégias psicológicas, tais como métodos, técnicas e ¬
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ELABORAÇÃO DE LAUDOS PSICOLÓGICOS - UM GUIA DESCOMPLICADO
instrumentos para realizar informe a respeito defenômenos psicológicos arrolados pela avaliação psicológica ( PELLINE; SÁ LEME, 2011). A devolutiva adequada é aquela que incide na operacionalização de dupla convergência simultânea: por um lado a demanda apreciada em raz ão do informe do solicitante e, por outro, a subjetividade do sujeito, seja por sua angústia, seja pela probabilidade de tomada de consciência e de mudança (AZOULAY, 2012). A devolutiva certamente ter á implicações na trajetória de vida do in ¬ divíduo, portanto deve garantir -lhe o direito de conhecer os resultados de forma completa, mas sem desconsiderar que deve ser realizada de modo a promover o crescimento do indivíduo, e não o contr ário ( BORSA et al., 2013; PELLINE ; SÁ LEME, 2011). A entrevista devolutiva propicia a avaliação do trabalho de compre¬ ensão do paciente até ent ão realizado. Vale ressaltar que os resultados da avaliação devem levar o indivíduo a apropriar -se de seu percurso e conectar -se à sua perspectiva de futuro (BORSA et al., 2013; OLIVEIRA; SANTOS, 2006). A devolutiva marca a evolução de um percurso estabelecido pelo pro¬ fissional de Psicologia e o solicitante, que se inicia pelo receio de falar sobre si mesmo a alguém estranho e que se finaliza com momentos de maior proximidade psíquica, os quais oportunizavam confidências, alívio e reflexão. O final da devolutiva compreende uma série de sentimentos por parte do indivíduo. Esse processo geralmente encerrava-se com lamento, ex¬ pressão inusitada e manifestação afetiva (OLIVEIRA; SANTOS, 2006). Seguramente estamos hoje em condição melhor do que estávamos no final do século XX, por ém ainda são nítidos os problemas e desafios que devem ser enfrentados, em especial quanto à formação de psicólogos. No tocante às devolutivas, que se configuram como direito dos solicitantes e elemento indissociável da avaliação, muitas vezes, elas mais atrapalham do que fortalecem o indivíduo ( BORSA et al., 2013; HUTZ, 2009). Um último aspecto que deve ser considerado como elemento pertinen ¬ te do laudo psicológico é a sua guarda pelo profissional que o elabora. Entretanto , pesquisas apontam problemas relacionados à guarda de documentos psicológicos ( HENRIQUE; ALCHIERI, 2011). Dificuldades relacionadas à guarda dos documentos psicológicos devem ser evitadas, uma vez que sua elaboração é responsabilidade do psicólogo e/ou dainstituição em que foi realizada a avaliação psicológica (PELLINI;
R ockson Costa Pessoa
A R esolução n. 007/ 2003, do Conselho Federal de Psicologia, que ins titui o Manual de Elabor ação de Documentos Escr itos pr oduzidos pelo psicólogo, decorrentes de avaliação psicológica e que revoga a R esolução CFP 17/ 2002, adverte em seu artigo 2a e inciso VI, quanto à guarda dos documentos e condições de pr ega que: ¬
Os documentos escritos decorrentes de avaliação psicológica, bem como
todo o material que os fundamentou, deverão ser guardados pelo prazo
mí nimo de 5 anos, observando-se a responsabilidade por eles tanto do psicólogo quanto da instituição em que ocorreu a avaliação psicológica. Esse prazo poderá ser ampliado nos casos previstos em lei, por deter¬ minação judicial, ou ainda em casos especí ficos em que se ja necessária a manutenção da guarda por maior tempo. Em caso de extinção de ser¬ viço psicológico, o destino dos documentos deverá seguir as orientações definidas no Código de Ética do Psicólogo (CPF, 2003, p. 11).
Diante dos fatos aqui expostos relacionados à ética, devolutiva e guar da do laudo psicológico, é oportuno considerar que, quando houver melhor formação de psicólogos, bem como o desenvolvimento de méto¬ dos e técnicas psicológicas adequadas ao nosso contexto, alcançaremos a pr ática psicológica técnico-científica, ética e humana ( NU NES et al., 2012; NORONHA et al., 2010; POR TO; R EPPOLD, 2010; PRIMI, 2010; HUTZ, 2009).
CONSIDER AçõES
A formação em Psicologia, em suas muitas atr ibuições, deve garantir o domínio de teorias, pr áticas e técnicas psicológicas. Nesse cam po, a escr ita com põe um atributo indispensável para o exer cício científ ico. A elaboração de laudos psicológicos, como observado ao longo deste guia, exige boa formação do prof issional em Psicologia. Sendo hábito de leitura, domínio e afinidade com teor ias psicológicas e pr ática da escr ita os elementos básicos para a atuação coerente. Em síntese, a ética permeia toda a constr ução de um laudo, e sua ela¬ bor ação, desde a entrevista até a entrega do documento, pode im pactar a vida do solicitante. Portanto, que a é tica se ja elemento pr imordial na f or mação dos f uturos psicólogos, não apenas uma disci plina, mas sim um modo de agir .
S im , à s ve ze s nau f r a g a- se pelo caminho , ma s , se t al me vie s se a , d ever ia s e scr ever no s acont ecer que o pont o a que anai s d o por to che g uei f oi e s se , , sem pr e Quer e s d i zer que che g ar se che g a , N ão ser ia s quem é s se não o soube s se s já. ) José Saramago ( O conto d a il ha e scond id a 1997 ,
R EFER ê NCIAS
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