PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE AVALIAÇÃO – T
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GRUPO I − A Leia, atentamente, o texto a seguir transcrito. Às vezes, em sonho triste, Aos meus desejos existe Longinquamente um país Onde ser feliz consiste Apenas em ser feliz. Vive-se como se nasce Sem o querer nem saber Nessa ilusão de viver O tempo morre e renasce Sem que o sintamos correr. O sentir e o desejar São banidos dessa terra O amor não é amor Nesse país por onde erra Meu longínquo divagar. Nem se sonha nem se vive É uma infância sem fim. Parece que se revive Tão suave é viver assim Nesse impossível jardim. Fernando Pessoa (21/11/1909), Poesia (1902-1917) , Assírio & Alvim.
Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifique, caracterizando o espaço físico retratado no poema, de acordo com a descrição apresentada pelo sujeito poético. 2. Relacione o estado de espírito do “eu” com o desejo do espaço idealizado. 3. Apresente uma possível explicação para os dois últimos versos da primeira estrofe.
A equipa ASA Ana Catarino, Célia Fonseca, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto
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GRUPO I - B Leia o texto seguinte.
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Pedro e Maria, no entanto, numa felicidade de novela, iam descendo a Itália, a pequenas jornadas, de cidade em cidade, nessa via sagrada que vai desde as flores e das messes da planície lombarda até ao mole país de romanza. Nápoles, branca sob o azul. Era lá que tencionavam passar o inverno, nesse ar sempre tépido junto a um mar sempre manso, onde as preguiças de noivado têm uma suavidade mais longa... Mas um dia, em Roma, Maria sentiu o apetite de Paris. Parecia-lhe fatigante o viajar assim, aos balouços das caleças, só para ir ver lazzaroni engolir fios de macarrão. Quanto melhor seria habitar um ninho acolchoado nos Campos Elísios, e gozarem ali um lindo inverno de amor! Paris estava seguro, agora, com o príncipe Luís Napoleão... Além disso, aquela velha Itália clássica enfastiava-a já: tantos mármores eternos, tantas madonas começavam (como ela dizia pendurada languidamente do pescoço de Pedro) a dar tonturas à sua pobre cabeça! Suspirava por uma boa loja de modas, sob as chamas do gás, ao rumor do Boulevard... Depois tinha medo da Itália, onde todo mundo conspirava. Foram para França. Mas por fim aquele Paris ainda agitado, onde parecia restar um vago cheiro de pólvora pelas ruas, onde cada face conservava um calor de batalha, desagradou a Maria. De noite acordava com a «Marselhesa»; achava um ar feroz à polícia; tudo permanecia triste; e as duquesas, pobres anjos, ainda não ousavam vir ao Bois, com medo dos operários, corja insaciável! Enfim demoraram-se lá até à primavera, no ninho que ela sonhara, todo de veludo azul, abrindo sobre os Campos Elísios. Depois principiou a falar-se de novo em revolução, em golpe de estado. A admiração absurda de Maria pelos novos uniformes da Garde-Mobile fazia Pedro nervoso. E quando ela apareceu grávida, ansiou por a tirar daquele Paris batalhador e fascinante, vir abrigá-la na pacata Lisboa adormecida ao sol. Eça de Queirós, Os Maias, 28.a ed., Edições Livros do Brasil, Lisboa, pp. 32-33.
Apresente, de forma bem estruturada, as suas respostas aos itens que s e seguem. 4. Comprove o comportamento volúvel e caprichoso de Maria, fundamentando a sua resposta em citações textuais pertinentes. 5. Demonstre que a felicidade do casal é condicionada pelo meio envolvente, tendo por base o excerto.
A equipa ASA Ana Catarino, Célia Fonseca, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto
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GRUPO II Leia o seguinte texto.
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“Tudo o que eles tocam levanta voo à nossa frente”. Assim o crítico e filósofo Eduardo Lourenço um dia descreveu o impacto que o grupo modernista português vem exercendo sobre a produção artística e literária da contemporaneidade, desde o seu advento, com a publicação da Revista Orpheu. Defini-lo perentoriamente como “autêntica revolução poética, sem paralelo na história literária portuguesa” foi um acerto visionário, de modo que, às vésperas de seu primeiro centenário, estamos ainda a colher os frutos dessa virada, disseminados para muito além da lusofonia. Procurando celebrar a data, o CLEPUL [...], o LEPEM [...] e o IECCPMA [...] irão organizar conjuntamente o Congresso Internacional Luso-Brasileiro 100 Orpheu — que decorrerá em Portugal (março de 2015) e no Brasil (maio de 2015) — 100 anos depois do lançamento da revista literária. Trata-se, afinal, de, com a colaboração e a presença já confirmada de reconhecidos escritores, professores e investigadores [...], refletir sobre a plêiade de escritores e artistas cuja produção foi marcada profundamente por uma experimentação estética e literária: Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, [...] e todos os que aprofundaram a descontinuidade moderna, numa cadeia de acontecimentos que ainda hoje persistem na memória coletiva não só luso-brasileira mas também europeia. Na sequência desse raciocínio, [...] a Comissão Organizadora empreende esforços no sentido de congregar especialistas e críticos renomados de todas as partes do mundo, como também escritores, poetas e artistas que deponham e reflitam sobre o impacto e influência que a geração modernista portuguesa causou e vem causando no campo artístico e, mais especificamente, no estético-literário. [...] Concebendo-se este Congresso Internacional como oportunidade única de intensificar os laços históricos e culturais entre Brasil e Portugal, procurar-se-á [...] refletir amplamente sobre um legado comum cuja permanência o próprio Fernando Pessoa, em 1915, prenunciava: «Na mitologia dos antigos, que o meu espírito radicalmente pagão se não cansa nunca de recordar, numa reminiscência constelada, há a história de um rio, de cujo nome apenas me entrelembro, que, a certa altura do seu curso, se sumia na areia. Aparentemente morto, ele, porém, mais adiante — milhas para além de onde se sumira — surgia outra vez à superfície, e continuava, com aquático escrúpulo, o seu leve caminho para o mar». Será também por aí que o Congresso Internacional Luso-Brasileiro 100 Orpheu permitirá continuar esse "rio" de que Pessoa falava; e tão importante quanto os desígnios substanciais subjacentes à realização do Congresso — a (re)avaliação da Geração de Orpheu, promovendo novas pistas, preenchendo "lugares" de leituras — são os esforços para atingir um "mar", que, no caso, se consubstancia no profundar da relação entre dois países [...] intimamente unidos pela Língua Portuguesa[...]. A organização http://100orpheu.com/apresentacao (texto adaptado)
A equipa ASA Ana Catarino, Célia Fonseca, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto
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PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE AVALIAÇÃO 1. Para responder a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., selecione a única opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1. Para o crítico literário Eduardo Lourenço, (A) os escritores e artistas que idealizaram e publicaram a Revista Orpheu destacaram-se pelo seu caráter imprudente. (B) todos os escritores do início do século XX foram marcantes. (C) o vanguardismo e a rutura com a tradição marcaram a vida e a obra dos intelectuais do Modernismo. (D) é um absurdo considerar os artistas de Orpheu como impactantes na vida artística e literária do século XX. 1.2. Passados mais de cem anos sobre a publicação da revista Orpheu, (A) resta exclusivamente a memória do grupo modernista responsável pela sua divulgação. (B) continua a fazer-se sentir a influência de Pessoa e dos seus contemporâneos ao nível das artes, especialmente da literatura. (C) não subsiste mais do que uma ténue influência dos ideais dos seus criadores na literatura atual. (D) ninguém tem memória nem da revista nem dos seus fundadores. 1.3. O Congresso que marcará o centenário da publicação da revista Orpheu (A) pretende refletir sobre a repercussão que a obra dos seus autores teve na literatura sua contemporânea. (B) visa recordar as obras e os ideais dos seus criadores. (C) deseja promover o reconhecimento do valor do grupo de que fizeram parte Fernando Pessoa e Almada Negreiros, entre outros. (D) propõe-se recordar a obra e os ideais da geração de Orpheu bem como o seu impacto e ascendência na atualidade. 1.4. No segmento “vem exercendo sobre a produção artística e l iterária da contemporaneidade” (ll. 2-3), o complexo verbal permite perspetivar a situação como (A) habitual. (B) progressiva. (C) pontual. (D) terminada. 1.5. A forma verbal utilizada em “decorrerá em Portugal” (ll. 10-11) pertence a um verbo transitivo (A) direto, pois exige complemento direto. (B) indireto, porque requer um complemento oblíquo. (C) indireto, por exigir um complemento indireto. (D) predicativo, dado exigir predicativo do complemento direto.
A equipa ASA Ana Catarino, Célia Fonseca, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto
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1.6. A oração subordinada adverbial gerundiva “Concebendo-se Internacional” (l. 24) introduz no discurso uma ideia de (A) causa. (B) condição. (C) consequência. (D) concessão.
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Congresso
1.7. O elemento sublinhado em “Aparentemente morto, ele, porém, mais adiante…” (ll. 29-30) pertence à classe/subclasse (A) das conjunções adversativas. (B) dos pronomes demonstrativos. (C) dos advérbios conetivos. (D) dos nomes comuns. 2. Responda de forma correta aos itens apresentados. 2.1.Indique o antecedente do elemento sublinhado em “Defini -lo perentoriamente” 2.2.Classifique o termo “LEPEM” (l. 9) quanto ao seu processo de formação. 2.3.Classifique a oração “que, a certa altura do seu curso, se sumia na areia.” (l. 29)
GRUPO III
Na primeira estrofe do poema de Fernando Pessoa apresentado no grupo I, pode ler- se que “Onde ser feliz consiste / Apenas em ser feliz”. Num texto bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras, apresente a sua perspetiva sobre a(s) forma(s) de alcançar a felicidade. Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.
A equipa ASA Ana Catarino, Célia Fonseca, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto
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PROPOSTA DE COTAÇÃO E DE CORREÇÃO COTAÇÃO
Grupo I - A ……………………………………………………………………………………………………….. 60 pontos 1. 2. 3.
……………………………………………….……………….. 20 pontos Conteúdo: (12 pontos) + Forma: (8 pontos) ……………………………………………………............... 20 pontos Conteúdo: (12 pontos) + Forma: (8 pontos) ……………………………………………………………… 20 pontos Conteúdo: (12 pontos) + Forma: (8 pontos)
Grupo I - B ……………………………………………………………………………………………………….. 40 pontos 4. ………………………………………………………........ 20 pontos Conteúdo: (12 pontos) + Forma: (8 pontos) 5. ………………………………………………………........ 20 pontos Conteúdo: (12 pontos) + Forma: (8 pontos) _______________ 100 pontos
Grupo II (5 pontos x 10 itens) ________________ 50 pontos Grupo III Estruturação temática e discursiva …………………………………………………… 30 pontos Correção linguística ………………………………………………………………………….. 20 pontos ___________________ 50 pontos
TOTAL ……………200 pontos
A equipa ASA Ana Catarino, Célia Fonseca, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto
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PORTUGUÊS 12.O ANO – TESTE DE AVALIAÇÃO PROPOSTA DE CORREÇÃO GRUPO I - A 1. O espaço físico retratado no poema é, no fundo, um espaço utópico. É apresentado como um “país” longínquo, onde se vive a plenitude da felicidade, numa permanente ilusão de viver, onde não se morre mas renasce-se, revive-se. É uma terra “impossível”, que só existe nos sonhos do sujeito poético. 2. O poeta sente desilusão e tristeza, provocadas pelo “querer”, “saber”, “sentir” e “desejar”, ansiando por um espaço onde nada disso exista e onde possa ser simplesmente feliz. Esse espaço surge através do sonho, o momento onírico, que tanto se poderia materializar na “infância sem fim” como no “impossível jardim”. No entanto, a distância que separa o eu desses lugares (“Longinquamente um país”; “dessa terra”; “Nesse país”). torna-os inacessíveis, contribuindo para a tristeza e a desilusão que sente. 3. Os dois últimos versos da 1.a estrofe remetem para a felicidade total, que resulta do facto de se viver a vida sem a questionar. Assim, pode-se depreender que a felicidade existe quando não se recorre ao pensamento. GRUPO I – B 4. Maria mostra-se voluntariosa; o seu comportamento inconstante e insatisfeito rege-se por caprichos que Pedro satisfaz. Inicialmente, desagradou-lhe a Itália e desagradou-lhe, depois, Paris, como se vê pelas frases, “Mas um dia, em Roma, Maria sentiu o apetite de Paris” (ll. 5-6); “Foram para França” (l. 14) e “aquele Paris […] desagradou a Maria.” (ll. 15-16) 5. Pedro e Maria percorriam a Itália gozando a felicidade do namoro. Inicialmente o clima, a paz transmitida pela natureza e o romance proporcionavam ao casal momento felizes; contudo, Maria sentia-se entediada e Pedro, procurando manter a felicidade, apressou-se a levar a amada para Paris, onde construíram um agradável “ninho”. No entanto, na capital de França o obstáculo à felicidade manteve-se. Maria não gostava do cheiro a pólvora nem do aspeto de campo de batalha da cidade, e a Pedro desagradava a inclinação que a mulher sentia por militares da Garde-Mobile. GRUPO II 1.1. (C); 1.2. (B); 1.3. (D); 1.4. (B); 1.5. (B); 1.6. (A); 1.7 (C) 2.1. “o grupo modernista português” 2.2. Acrónimo. 2.3. Subordinada adjetiva relativa restritiva GRUPO III Resposta de caráter pessoal, mas cujos critérios de correção devem seguir o estipulado pelo IAVE, especificamente para este grupo.
A equipa ASA Ana Catarino, Célia Fonseca, Isabel Castiajo, Maria José Peixoto
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