Pentateuco
KF
Êxodo Introdução Geral 1 1 - Título O livro do Êxodo é o segundo livro da Tôrāh ou Pentateuco. Este livro é, em grande parte, uma compilação que reúne diversas tradições sore a sa!da do Egito e época do deserto. " redação #inal pode pod e ser colocada entre os séculos $% & $ a.'. O t!tulo t!tulo atual atual provém provém da ()), ()), e; xodoς, e signi#ica, literalmente, * saída * saída+. +. irespeito ao povo eleito que deixa a escravidão no Egito so o comando de oisés. O t!tulo grego re#ere/se ao conteúdo do livro, mas se percee que ele não consegue aarc0/lo totalmente. " sa!da do Egito é o tema principal narrado nos primeiros 1 cap!tulos do livro. 2odavia, ao lado deste tema encontra/se a marc3a do povo rumo ao 4inai, a montan3a de 5676, local onde os liertos experimentarão e selarão a "liança. O t!tulo t!tulo 3eraico é tAmv. hL,aeaew>w> ( ),), que tradu-ido signi#ica8 estes são os nomes ou eis os nomes, tomando as primeiras palavras do livro, segundo o antigo costume semita de intitular os *livros+ 9rolos:. Centralidade e importância do Êxodo; a: No quadro histórico do corpus do Pentateuco Os acontecimentos narrados no livro do Êxodo são, asicamente, quatro8 a libertação do Egito, a caminhada pelo deserto, a aliança no Sinai e a ereção da tenda-santuário. tenda-santuário. Estes relatos constituem a ase em torno da qual se relacionam as outras outras partes partes do Pentateuco8 Pentateuco8 a história primitiva e patriarcal, contida no livro do Gênesis , serve de premissa e usti!icação para o Êxodo" a perman#ncia no deserto durante quarenta anos, após a saída do Egito, recebendo as leis e os preceitos divinos, divinos , está contida no Levítico< o incipiente incipiente ingresso ingresso em $anaã como continuação e reali%ação da promessa !eita aos patriarcas estão contidos contidos no livro dos Números – Deuteronômio& : No quadro teológico do 'ntigo (estamento (estamento 9e do =ovo 2estamento: O Êxodo é o momento inicial e constitutivo de %srael como povo da aliança e constituem o o>eto da #é de %srael que con3eceu e experimentou 5676 como liertador e aliado. O único que domina a inteira criação. Por conseguinte, a religião de %srael é #ruto da intervenção de eus, que nasce do evento e da 3ist?ria do @xodo. estes, a aliança gan3a corpo institucional e, por ela, #undamenta/se a ética do povo eleito na es#era cultual e na social. 2-
'#. Aic3ard B. '(%CCOA & Aoland E. DAP65, Esodo in Nuov in Nuovoo )ran )rande de $omm $ommenta entario rio *iblico *iblico,, F/G. '#. "ntonio C"=D(%, *%l Pentateuco+, in "".$$. +essaggio "".$$. +essaggio della Salve%%a, Salve%%a , %%%, E((E % '%, 2orino/ (eumann 1HHI,11/11J. 1 ;
KG
(ivro do Êxodo
Pelo exemplo e testemun3o salv!#ico que o livro do Êxodo contém, ele se torna a estrutura imprescind!vel e a categoria conceitual para se ler e compreender a salvação operada e proposta por 56768 o retorno do eílio de *abilnia. "o lado disso, o mistério pascal de Besus 'risto narrado no =ovo 2estamento é, tamém, compreendido a partir do Êxodo& En#im, sore o modelo da aliança do 4inai se con#igurarão e se expressarão as relações religiosas de comun3ão entre 5676 e os eleitos precedentes8 'dão, No., 'braão, /saac e 0acó< e os eleitos susequentes8 1avi, Salomão, 0osu. e o novo /srael que renasce do p?s ex!lico. 3 - Conteúdo narrativo
" 3ist?ria narrada no livro do Êxodo liga/se L 3ist?ria narrada no livro do M@nesis, mas possui uma lacuna cronol?gica de quatro ou cinco séculos. O livro do M@nesis termina com a morte de Bosé. =esta época, os 3ereus, que desceram para o Egito, são apenas um clã 9c#. Mn I,;K/;J:. O Êxodo, por sua ve-, are/se com a indicação de que Bosé e seus irmãos >0 tin3am morrido e que aquele clã inicial se tornara uma multidão que c3amava a atenção e, por causa disso, tornou/se uma ameaça para os eg!pcios 9c#. Ex 1,J:. O quadro pol!tico no Egito tin3a mudado8 chegou ao poder sobre o Egito um novo rei, que não tina conecido !os" 9c#. Ex 1,G:. Este rei mostra/se mal disposto em relação L multidão dos 3ereus que ocupavam o territ?rio da #ronteira a oeste do delta do =ilo 9Mosen:. esta mudança de pol!tica, que redu- os 3ereus a traal3os #orçados, gan3am movimento os acontecimentos do livro do Êxodo. Os p?los em torno dos quais se desenvolvem os acontecimentos do livro são8 Saída do Egito $aminhada, chegada e aliança no Sinai 'om a sa!da do Egito, os #il3os de Israel aduirem a sua li!erdade e, no 4inai, tornam"se o #ovo da alian$a, iniciando a sua vida de serviço exclusivo a 5676, que os liertou. N uma passagem das mãos do #ara? para as mãos de 5676. 2ibertação, aliança e culto são os temas que tecem o evento ist#rico-"pico de Israel . " marc3a pelo deserto é o tema que entrelaça a saída e a alian$a& $ % Importância teol#&ica do livro do Êxodo Este livro teve uma #orte in#lu@ncia sore o pensamento dos pro#etas, s0ios, autores !licos e pensadores tanto do 3era!smo quanto do cristianismo. O livro inicia com o povo eleito numa terra estrangeira. %sto, de certa #orma, contradi-, enquanto recorda, as promessas #eitas por eus aos Patriarcas. %srael, agora, est0 oprimido por um #ara? cruel, que age como um *deus+ em relação aos israelitas. Ele controla os aspectos da sua vida, mantendo/os escravos no seu pa!s.
Pentateuco
KH
"ssiste/se a luta entre deuses8 5676 e o #ara?. Este sai vencido pela série das de- pragas. 5676, por meio de oisés, condu- o povo ao seu monte santo, o 4inai, que >0 é uma antecipação de 'anaã e da #utura eleição de Berusalém em 4ião. =o 4inai, oisés é con#irmado como l!der do povo. " entrega das leis #ixa no meio do povo a presença de 5676, que os coloca a camin3o de 'anaã. oisés é o servo #iel e eloquente. =a sua eleição antecipa/se o @xodo 9do Egito ao 4inai:, e a eleição do povo 9c#. Ex ;&K:. oisés torna/se o grande instrumento de 5676, o modelo para as descrições !licas que serão #eitas sore Bosué, Beremias 9c#. Br 1,K&1I:, o eutero/%saias e o pr?prio Besus 9c#. t ;,1/1:. oisés, vendo e participando da condição do seu povo 9c#. Ex ;,1/1:, se torna o 3omem pr?ximo de 5676, que se revela pr?ximo e saedor de todo o so#rimento que o seu povo est0 passando 9c#. Ex ,F/1;:. Pela mediação de oisés, 5676 suscita uma relação de #idelidade que se selar0 na "liança. ' - (strutura
" narrativa sacerdotal PQ, no livro do Êxodo, organi-a e une as tradições em torno de duas partes que, a princ!pio, teriam existido de #orma independente8 * li+ertação dos e+reus no (&ito das mãos do ,ara# 9Ex 1,1&1,;1:< a) * via&em ou marca do (&ito ao inai 9Ex 1;,F&KI,G:. +) " marc3a acontece em do-e etapas, cada uma est0 marcada por meio de #?rmulas8 levantaram acampamento de nome do lugar *x+Q e chegaram a nome do lugar *R+Q. O povo inicia a viagem e vai guiado por 5676, enquanto se encontra ainda no Egito, antes da morte do Cara? 9c#. Ex 1;,F< 1,;I< 1K,;:. "s tr@s primeiras etapas no Egito constituem a relação entre as duas metades do livro. %srael não andou como um povo errante pelo deserto, mas #oi divinamente guiado através de etapas em precisas, acompan3ado pela coluna de #ogo e pela nuvem. " sétima etapa 9c#. Ex 1H,1: começar0 a segunda metade desta série. O povo permanece de Ex 1H,; a =m 1I,1I receendo de 5676 aqueles dons que, na antiguidade, constitu!am um #uturo reino8 um ce.e8 oisés< uma lei 8 o ec0logo< um templo8 a tenda/santu0rio, com os seus ministros e seus rituais.
I " /i+ertação do (&ito 9Ex 1,S1,;1: 1,1/;;8 3ecundidade, prosperidade e opressão dos hebreus no Egito. ;,1&F,F8 +ois.s será o condutor4 nascimento, salvação do =ilo, #ormação na corte, assassinato de um eg!pcio, #uga para adian. $ocação e missão, dada pelo eus que encontrou no 4inai, decidido a liertar %srael, seu povo. F,G&1I,;H8 Serie de prodígios operados por oisés e "arão na corte do #ara? ou sore o territ?rio eg!pcio, com o o>etivo de en#raquecer as resist@ncias do rei do
I
(ivro do Êxodo
Egito, para #orçar a partida dos 3ereus. 2odas as tentativas, porém, resultaram inúteis8 o #ara? #icou ostinado. "os 3ereus l3es resta escapar 9 êxodo"%u&a8 Ex 1I,;H< c#. 1K,:. 11,1&1,1J8 ' Páscoa do 5odo8 a morte dos primog@nitos determinou a caçada dos 3ereus do Egito 9êxodo como ca$ada8 Ex 11,G< 1;,1/:< os 3ereus passaram a noite do #lagelo celerando a P0scoa e em prontidão para a partida. 'on>untamente L narrativa, são dadas prescrições que di-em respeito L Páscoa e aos 6%imos anuais a serem celebrados na (erra Prometida, isto ., $anaã. 1,1F&1,;18 Saída do Egito e passagem do +ar dos 0uncos8 sa!dos do Egito, os 3ereus são seguidos e alcançados pelos eg!pcios nas proximidades do ar dos Buncos, onde uma intervenção providencial de 5676 os livra, de#initi/vamente, da sumissão estrangeira. %srael é liertado e entoa o canto da vit?ria. II " * via&em no deserto 91,;;S1G,;F: 1,;;&1F,F8 (ravessia pelo deserto8 a vida di#!cil pelo deserto deu ocasião Ls murmurações do povo liertado. 5676 interveio, reali-ando alguns prod!gios8 as 0guas pot0veis de ara, o man0, as codorni-es e a 0gua que escorre da roc3a. 1F,G/1J8 )uerra e vitória sobre 'male7 . 1G,1/;F8 Encontro de +ois.s com 0etro, seu sogro, graças a esse encontro !oram instituídos os 89 anciãos, #undamentando a #utura instituição do 4inédrio e do Parlamento de %srael.
III " *liança do inai 9Ex 1H,1SKI,G: 1H,1&;K,118 $hegada ao Sinai8 proposta de aliança por parte de 5676 a %srael, em meio L grandiosa teo#ania. " (ei desponta como condição da aliança8 o dec0logo e o c?digo da aliança. Estipulação da aliança por meio do rito do sangue e do anquete sagrado. ;K,1;&1,1G8 +ois.s sobe ao monte8 recee as prescrições que di-em respeito L complexa vida cultual do povo da aliança, e desce, tra-endo nas mãos o c?digo de conduta8 as duas t0uas de pedra, contendo o ec0logo. ;,1&K,8 be%erro de ouro8 enquanto oisés estava no alto do monte, o povo mani#estava a necessidade de ter um deus mais pr?ximo, menos terr!vel, vis!vel e palp0vel. "arão sucumiu aos dese>os do povo por medo e #or>ou um e-erro de ouro, que se tornou o>eto de culto e ocasião de desequil!rio comunit0rio. oisés desceu da montan3a e a sua ira se in#lamou, levando/o a querar as t0uas da lei e a destruir o e-erro de ouro.
Pentateuco
1
oisés, ap?s esse acontecimento, suiu, novamente, L montan3a e receeu uma nova c?pia da lei sore duas novas t0uas. "contece a :enovação da aliança. oisés, então, desce da montan3a. ,1&KI,G8 +ois.s eecuta as prescriç;es recebidas sobre o monte, sobre o culto e particularmente ao lugar no qual o culto deve ser eercitado, o santu0riotenda que ser0 erguido e que o acompan3ar0 durante o per!odo do deserto.