Facul dadedeLet r asdaUF UFMG MG:Text osdeLi nguí s t i caComp mpar ada3
O MÉTODO HI STÓRI COOCOM OMPARATI VO J acynt hoLi nsBr andãoeJ úl i oCés arVi t or i no Omét odocomp mpar at i voapl i cadoaoest udodasl í nguascons t i t uiumaár eade conheci ment oquec ont ama mai sdeduzent osanos .Com ef ei t o,ocomp mpar at i s mosi t uasenabasedaf orma maçãodal i nguí s t i camo moder na,aqualt em i ní ci o,nosécul oXI X, com o es t udo das l í nguas i ndoeuropei as , a ent ão chama mada “gr amá mát i ca comp mpar ada”,quevi s avaàrec ons t i t ui çãoda“l í nguamãe”.Nes sedomí mí ni o,em que sel i davacom um conj unt odef at osr el at i vament el i mi t ado,envol vendo,dei ní ci o,a comp mpar açãoent r eogr ego,ol at i m eosânscr i t o,aquel ogos eaj unt am ogót i coeo cel t a,t eor i asemét odospuder am sert es t ados,naesf er adaf onét i ca,daf onol ogi a, damo morf ol ogi ae,em es cal ame menor ,t amb mbém das i nt axe. Apenaspar aci t arum exempl o,Fer di nanddeSauss ur e( 18571913)–cuj o Cur s od eLi nguí s t i c ag e r a l ,publ i cadopost umame ment e,em 1916,apar t i rdasanot ações de aul af ei t asporseusal unos,é cons i der ado a pr i mei r a obr a da l i nguí s t i ca moder na – f or mous e no camp mpo da l i nguí s t i ca comp mpar ada,t endose t or nado Me M mór i as obr eos i s t e mapr i mi t i vodasvogai snasl í nguasi ndoe ur ope i as, conheci dopel a e l i vr oapar eci doem 1879. 1.Ades cobert adoi ndoeur opeu Podeafir marqueof at omai sdet er mi nant epar aaf undaçãodal i nguí s t i ca comp mpar adaf oia“des cober t a”dosânscr i t opel oses t udi os oseuropeus ,oquesedáa par t i rdosécul oXVI ,num pr oces soquesedes dobr al ent ame ment e.Def at o,apenas nosé cul oXVI I Iapar ecer am apr i mei r agr amá mát i cas âns cr i t aesc r i t aporum eur opeu eo pr i mei r o di ci onár i o mal ai os âns cr i t oport uguês( o port uguêser a,ent ão,a l í ngua europei apr edomi mi nant enaÍ ndi a) ,amb mbosda aut ori a do j es uí t a al emã mão J ohannEr ns tHanxl eden( 16811732) .Cont udo,aobr aquef oif undament alpar a di f undi rosâns cr i t onaEur opasóapar eceem 1808,daaut ori adeFr i edr i chSchl egel (1772-1829),Überdi eSpr acheunddi eWei shei tderI nder( So b r eal í nguaeas a b e d o r i ado s hindus ) ,apart i rdaqualganhouf or çaat esedaexi s t ênci adeum gr upol i nguí s t i co indo-europeu. O conheci ment odos ânscr i t of oii mport ant epar aoses t udoscomp mpar at i vos t endoem vi s t a,pr i nci pal ment e,t r êsf at or es:a)nãoset r at avamai sdedesc obr i r 1
qualt er i asi doal í nguapr i mi t i vadahumani dade;b)oscl arospar al el i smosent r e, deum l ado,osânsc r i t oe,deout r o,ogr egoeol at i m nãopoder i am s erexpl i cados pel o cont at o ent r ees s espovosem qual querper í odo conhec i do dahi s t óri a;c) poucoapouco,acons t at açãodass emel hançassobr et udoent r eess ast r êsl í nguas conduzi uàf ormul aç ãodahi pót es edequedever i am el asper t ence raumames ma “f amí l i a”.Compar ação e “par ent es co” l i nguí s t i co pass am a ser ,por t ant o,as pal avr asdeor dem. Ébem ver dadeque,ai ndanaAnt i gui dade,ase mel hançaent r eogregoeo l at i m i nt r i gar a os r omanos ,o que não ser i a par a menos,bas t ando obs er var al gumasdaspal avr aspar acuj acor r es pondênci a chamou at enção o gr amát i co Varr ão( 116a. C. 27d. C. )em seuses t udosde“et i mol ogi a”( cf .Dal r .5, í ngual at i na,f 34e96) : Tabel a1:Compar açãodet er mosgregosel at i nos si gni ficado gr ego agr ós campo hûs porco boûs boi t aûr os touro ói s ovelha
l at i m age r s us bos t aur us oui s
Comogregoser omanoser am povosgeogr aficament evi zi nhos,aexpl i caç ão mai scorr ent epar at ai scorr es pondênci asf oic onsi der arqueol at i m der i vavado gr ego,mai ses pec i ficament edeum des eusdi al et os,oeól i co.Ess aopi ni ão,que t i nhaant ec edent esem aut oresr omanoscomoCat ãooVel ho( 234149a. C. ) ,f oi ass i m expr es sapel ohi s t ori adorgr egoDi oní s i odeHal i car nass o( 607a. C. ) :“Os r omanosf al am umal í nguaquenãoénem t ot al ment ebár bar a,nem compl et ament e a gr ega,masuma cer t a mi s t ura de ambas ,de que a mai orpar t e é eól i ca” A i gui dade sr omanas1,90,1) ( nt .Denovoépr ec i sol embr arquenadasedi zsem i nt enção:oques epr et endi a,nes t ecas o,er anãot ant ot r at ardasl í nguas,mas enobr eceropovor omano,at r i bui ndol heances t r ai sgr egos( cf .Gabba,I ll at i no comedi al et t odelgr eco) . Gr egosel at i nos,nem naAnt i gui dade,nem naI dadeMédi a,avançar am al ém des se ní vels uper fici alde compar aç ão.Soment eno séc ul o XVI ,com as grandesnavegações ,quandoospr i mei r oseuropeusent r ar am em cont at ocom as l í nguasdeout r osc ont i nent es ,ahi s t ór i acomeçar i aat omarout r osrumos .Também nes t ecaso,épr eci soass i nal ar ,oi nt er ess edacat equi zação edaexpl or açãodas col ôni as f undadas na Áf r i ca,na Amér i ca e no ext r emo Or i ent ef or am os pr opul sor esdoi nt er es s epel asl í nguas.Recor des equeédes s aépoca,porexempl o, amát i cadal í nguager aldacos t adoBr asi l aGr ,dopadr eJ osédeAnchi et a.Nes t ecas oe em t ant os out r os t r at avas e de pr oduzi r obr as com final i dades bas t ant e 2
pr agmát i cas .Masf oiaumapar t edasl í nguasdaÍ ndi a,aquel asper t encent esao gr upoi ndoeur opeu,em es peci alaos ânsc r i t o,quecaberi aum papeldeci si vo,por per mi t i rc ompar açõesc adavezmai sdet al hadasc om umapar t edasl í nguasda Europa. J áem 1583,numacar t aqueper maneceui nédi t aat éosécul oXX,oj esuí t a i ngl êsThomasSt ephens( 15491619)davanot í ci adaexi s t ênci adepar al el osent r eo concâni ,ogr egoeol at i m.Doi sanosmai st ar de,em 1585,omer cadorflore nt i no Fi l i ppoSass et t i( 15401588) ,quevi veual gum t empoem Goaeest udous âns cr i t o, chamouaat ençãopar aacor r es pondênci aent r ees t al í nguaeoi t al i ano,como,por exempl o,naspal avrasabai xo: Tabel a2:Comparaçãodet ermosi t al i anoses ânsc ri t os si gni ficado i t al i ano sânscr i t o s e t t e s apt a s e t e nove na va nove di o de vaḥ deus s e r pe s ar paḥ serpente
Em 1768,o j es uí t af r ancês Gas t on Coeurdoux ( 16911779)apr es ent aà Ac adé mi ede sI ns c r i pt i onse tl e sBe l l e sLe t t r e s,em Par i s,es t udoscompar at i voss obreo sâns cr i t o,ogr egoeol at i m,quei ncl uí am mi nuci osoconf r ont odasconj ugações ver bai snast r êsl í nguas ,pr opondoqueass emel hançass ós epodi am deverauma ori gem comum.Ent r et ant o,comoseust r abal hossóf or am publ i cadosem 1808,sua t es enãoencont r oui medi at ar es sonânci a. A “des cober t a”ofici aleoi ní ci odosest udosdel i nguí s t i cai ndoeur opei a t êm suadat aembl emát i ca:acomuni caç ão do di pl omat ai ngl êsWi l l i am J ones ( 17461794)àRealSoci edadeAsi át i cadeCal cut á,em 1786,quandoel eavançaa hi pót es edequesânsc r i t o,grego,l at i m e–el eapenassupõeent ão–t ambém o gót i co,ocel t aeoper sapr ovêm deumames maori gem.Seuobj et onãoéabor dara ques t ãodapr oxi mi dadeent r ees s asl í nguas,mast ãosoment et r at ardaant i gui dade dospovosi ndi anos,exami nando,“em pr i mei r ol ugar ,ass uasl í nguasees cr i t as;em segundol ugar ,asuafil osofiaer el i gi ão;em t er cei r ol ugar ,osr es t osat uai sdesua ant i ga esc ul t ur aear qui t et ur a,osmemor i ai sesc r i t osdesuasci ênci aseart es”, es t endendo a compar aç ão a t odos es s esdomí ni os.As si m,por exempl o,e l e apr oxi maApol odeKṛ hna,afir mandoai ndaque“nãoéposs í vell eroVédánt aou s asvári asr efinadascomposi çõesqueoi l us t r am,s em cr erquePi t ágorasePl at ão der i var am s uassubl i mest eor i asdames maf ont equeossábi osdaÍ ndi a”( J ones , TheThi r dAnni ver sar yDi s cour s e,i nWor ,v .1,p.1934) . ks
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Ot r echoqueset ornouf amosopar aosest udosl i nguí s t i cos,port ant o,não cons t i t uimai squeumaobs er vaçãodepas sagem,em queoobj et i vopr i nci palé ressal t arascaract erí st i caexcepci onai squeel e,J ones,percebi anosânscr i t o: Al í nguasânsc r i t a,se j aqualf orasuaant i gui dade,t em umaes t r ut ur aadmi r ável ; mai sperf ei t aqueogrego,mai sc opi osaqueol at i m emai sel egant ement er efinadaquecada um del es ,ai ndaquemant enhacom ambos,sej anasraí zesdosver bos,sej anasf ormas gramat i cai s,umaafini dademai sf ort edoqueser i aposs í velproduzi r seporaci dent e– dever ast ãof ort equenenhum fil ól ogopoder i aexami nart odasast r êss em cr erquet enham advi ndodeal gumaf ont ecomum,aqualt al veznãoexi s t amai shámui t ot empo;háuma r azãosi mi l ar ,embor anãoabsol ut ament et ãoi mposi t i va,par asuporquet ambém ogót i coe ocel t a,emborames cl adoscom um i di omabast ant edi f er ent e,t enham ames maori gem que osânsc r i t o;eoant i goper sadever i ase radi ci onadoàmes maf amí l i a,sehouvess eocas i ão par a di scut i r al guma ques t ão r el at i va às ant i gui dades da Pér si a.( J ones ,The Thi r d Anni vers aryDi sc ours e,i nWor ,v .1,p.193 4) ks
Ai ndaquecom t odaessaconci são,naver dadeadec l ar açãodeJ onest eveo comomér i t o:a)r ess al t arapr oxi mi dadeent r esânsc r i t o,gr ego,l at i m,ger mâni co, ce l t aeper s a( ou s ej a,r epr es ent ant esdeci ncodosdezgr uposdel í nguasi ndoeur opei ashoj eadmi t i dos ) ;b)nãoi magi narqueumadasl í nguasc onheci dasf oss ea ori gem dasdemai s ,maspost ul arquedever i am el aspr ovi rdeumaf ont ecomum ( al veznãomai sexi s t ent e(whi ;c) s omec ommuns our c e)t c h ,pe r ha ps ,nol o ng e re x i s t s) t y)aof i ss opos t o,at r i bui rasafini dadesouparent esc o(affini at odequet odases sas l í nguasdever i am per t enceraumames maf amí l i a(t .Mai squet udo, hesamef ami l y) obs er ves e,nous odosc ondi ci onai sedosadvérbi os ,quenãoset r at adef or mul ar post ul ados,masdel evant arhi pót es escuj acompr ovaçãodepender i adeout r os es t udos .Comoobs er vaBl i ks t ei n,t endoem vi s t aosant ece dent esac i maexpos t os, na ver dade,assemel hanças ent r e o sânscr i t o e asl í nguaseur opei asj át i nham si do per cebi dasbem ant esdo séc .XI X.Ocorr e,no ent ant o,queahi s t óri adasi dei ase do pensament onãoél i near ;aocont r ári o,el aédesc ont í nuae,nodi zerdoemi nent el i ngui s t a romenoEugeni oCoser i u( . . . ) ,ahi st óri adaci ênci al i nguí st i caé“chei adeocos,at alpont o que,r ei t er adament e,asmes mascoi sasvol t am a ser‘ r edes cobert as’ ”.( Bl i ks t ei n,I ndoeuropeu,l i nguí st i cae. . .raci smo,p.105)
O passo s egui nt eda“r edes cobert a”ser ádado pel ol i vr o deSchl egelj á r ef er i do,masomai si mport ant ef oiapubl i caç ão,em 1816,does t udodoal emão r das Conj ugat i onss ys t e m de r Sansk r i t s pr ac he i n Fr anz Bopp ( 17911867) Übe Ver gl ei chung mi tj enerdergri ec hi sc hen,l at ei ni sc hen,pers i sc hen,und ger mani sc hen Sprache( Sobr eosi s t e madeconj ugaç ãodal í nguas âns cr i t aem co mpar aç ãocom odas .O es t udodeum s i s t ema,nes t ecas oover bal , l í ngua sgr e g a ,l a t i na ,pe r s aeg e r mâ ni c a) r evel ouseum ar gument omai spoder osopar af undament arahi pót es edeuma
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ori gem comum que a s i mpl escompar aç ão l exi cal .Es t ava,port ant o,c r i ado o mét odocompar at i vo,cuj opr es s upost odepar t i daéque ent r e el ement os de l í nguasapar ent adasexi s t em cor r es pondênci assi s t emát i cas( e não apenasal eat óri as)em t er mosdeest r ut ur agr amat i cal ,corr espondênci asest aspass í vei sde ser em es t abel ec i daspormei odumacui dadosacomparaç ão.Com i sso,podemosnãosó expl i ci t aropar ent es coent r el í nguas( i s t oé,di zers eumal í nguaper t enceounãoauma det ermi nadaf amí l i a) ,comot ambém det ermi nar ,pori nf erênci a,car act er í st i casdal í ngua Li nguí s t i c ahi s t ó r i c a ascendent ecomum deum cer t oconj unt odel í nguas .( Far aco, ,p.134).
Nase quênci a,ent r e1833e1852,opr ópr i oBoppes t endeuacompar açãoao l i t uano,esl avo,armêni o,cel t aeal banês,abr angendo,ass i m,t odososgr uposi ndoeuropeusent ãoconhec i dos( ai ndanãot i nham s i dodec i f r adosnem ohi t i t anem o t ocár i o) .Par al el ament e,j áem 1818havi aapar ec i doot r abal hododi namar quês RamusRas k( 18781832) ,em queer am compar adasasl í nguasnór di casc om as demai sl í nguasgermâni cas ,ogr ego,ol at i m,ol i t uano,oes l avoeoar mêni o,oque s óconfir mavaaval i dadedeseconsi der arquet odosel esi nt egr avam umames ma f amí l i a. Vocêmes mopoder áobs er var ,nosexempl osabai xo,oquant oess ahi pót es eé pl ausí vel .Vamosexami narosnomesdepar ent es co,um grupodepal avrasque t endeaserbast ant econser vador .A t abel a3apr esent aquat r ol í nguasant i gasenão mai sf al adas( avést i co,sânscr i t o,gr egocl ássi coel at i m)equat r ol í nguasmodernas ef al adashoj eem di a( i r l andês,al emão,i ngl êseruss o) . Tabel a3:Nomesdepar ent es conasl í nguasi ndoeur opei as Sent i do Avés t i c o Sânsc r i t Gr e go Lat i m I r l a ndês Al e mã o o ma t ár ma t ar mé t e r ma t e r má t hai r Mut t e r ‘ mãe’ pi t ár pi t ar pat é r pat e r at hai r Vat e r ‘ pa i ’ ‘ i r mã o ’ b hr át ar - br at ar - ade l phó f r at e r br át hai r Br ude r ‘ fil ha ’ ‘ i r mã ’ ‘ fil ho’
s duhi t ár - dugə dar - t hugát e fil i a r v s vás ar - xaŋhar - ade l phé s or or s unuh
hunuš
hui ós
fil i us
i ní on s i úr mac
I ngl ê s
Rus s o
mo t he r f at he r br o t he r
ma t i o t i e t s br at
Toc ht e r
daught e do t s i e r ni r i Sc hwe s t e s i s t e r s i e s t r a r Sohn s on s yn
Apr i mei r acons t at aç ãoéquenem t odasaspal avr asnoquadr ot êm ames ma ori gem,al gumasl í nguast endo pr oce di do a s ubst i t ui ção do t er mo que s er i a comum.Cont udo,agr andemai or i aconser vadenomi naç õesmui t opr óxi mas .Par a des cobri rquai svêm deum ét i mocomum,f aç aas si m:
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a) Ant esdet udo,t enhaem vi s t aosf onemasquet êm al gumapr oxi mi dade epr ocur eobser varseháal gumar egul ar i dadenascor r es pondênci as ent r e el es :as ocl usi vas dent ai s‘ t /t h/d/dh’ ;as ocl us i vas vel ar es ‘ k/kh/g/gh’ e a f r i cat i va ‘ h’ ,que pode der i var das suas f ormas aspi r adas;asocl usi vasl abi ai s‘ p/ph/b/bh’easf r i cat i vasquepodem der i vardesuasf or masaspi r adas,ousej a,‘ f /v’ ;final ment e,asf r i cat i vas ‘ s/x’eaaspi r adaquepodederi vardapr i mei r a,‘ h’ . acomec epor‘ mãe’ ,queapr es ent asemel hançasbast ant er egul ar es b) Agor em t odasasl í nguas :vocêc ons t at ar áquet odosost er mossãocompost os de duas sí l abas ( a pr i mei r a –ma/me/mo/mu, segui da de – t ar /t hai r /t er /t her /t i ) ,o que s uger e que t odas devem pr ocederdo mes moét i mo,r econs t i t uí doi ni ci al ment ec omo* ; māt e r c ) Pas s eem segui dapar a‘ pai ’ ,em queames mat er mi naçãos er epet e, ocorr endonapr i mei r así l abaasvar i açõespa/pi /f a/va-( quepodem ser expl i cadascons i der ando o r ef er i do no i t em ‘ a’aci ma) ,a f orma do i r l andêsapr es ent andoas egui nt eevol ução:* pa->pha->ha->a;em concl usão,af ont edet odosost er mos( com exce çãodapal avr aruss a,que t em or i gem di f er ent e)f oir econs t i t uí dat r adi ci onal ment ecomo* . p a t e r d)Em ‘ i r mão’vocêper ceber áqueogr egoapr es ent aumapal avr adeor i gem di f er ent e,podendot odasasdemai ss erexpl i cadasapart i rdoquevocêj á conhec e,oét i mot endosi dopr i mei r ament er ec ons t i t uí docomo* . b h r a t e r e ) Ost er moscor r es pondent esa‘ fil ha’apres ent am ames maf ormaç ãoque t e r osdemai s( com osufixo * ) ,podendoasdi f er ençasserexpl i cadasa par t i r do que voc êj á conhece;o ét i mo comum f oiem pri ncí pi o r econs t i t uí docomo*dhughter,asexc eçõesficandoporc ont adol at i m,do i r l andêse,parci al ment e,dorusso( oant i goesl avoecl esi ást i coapr esent a af ormadušti ) . f ) Com r el aç ãoa‘ i r mã’ ,aexceç ãosedevedenovoaogrego,asdemai s pal avr aspodendoserapr oxi madases uaor i gem t endos i dor ec ons t i t uí da dei ní ci ocomo* nol at i m,amudança‘ s ’>‘ r ’énor malem cer t os s we so r( contextos). g)Fi nal ment e,par a‘ fil ho’asexceçõessec ons t at am nol at i m enoi r l andês, par aosdemai st er most endosi dopr opost oi ni ci al ment eoét i mo*sunu-. Todasess asr econs t i t ui çõesr epr esent am t ent at i vasi ni ci ai squemai st ar de conhecer ão out r as propos t as de r es t abel eci ment o, na medi da em que se di f er enci em asf ormasc omosedes enhaos i s t emaf onol ógi codoi ndoeur opeu.Em es peci al ,ovocal i s moapr es ent avapr obl emasquesóaospoucosf or am es cl ar eci dos . t e rpar Masal gunsel ement oss ei mpõem dei medi at o,comoousode * amar car umapar t edes sesnomesdepar ent es co,oquel evaasuporqueset r at edeum 6
sufixo( cuj apr odut i vi dadepar ec et ers i does t endi da,noger mâni coenor us so, al ém dosquat r o pr i mei r osnomesdat abel a,abr angendo t ambém o r el at i vo a ‘ fil ha ’ ) . Dequal quermodo,ée vi dent equeas emel hançaent r et ant ost er mosc om os mes moss i gni ficadosnãosepoder i adeveramer oacas o–ous ej a,oúni comodode buscarumaexpl i caçãor azoáveléapel arpar aahi pót es edeumaor i gem comum de t odasess asl í nguas. 2.Acons t i t ui çãodomét odohi s t ór i cocompar at i vo Uma et apa i mport ant e par a a const i t ui ção do ar cabouço da chamada oiapubl i caç ão,em 1819,daDe gr amát i c aoul i nguí s t i c ahi s t ó r i c o c o mpa r a t i vaf ut s c he Gr ammat i k( Gr amát i c aal e mã) ,porJ ac obGr i mm ( 17851863)–um dosdoi si r mãos queficar am f amososport er em r ec ol hi doepubl i cadooscont osdef adas ( r Mä c he n) dat r adi çãoal emã.A di f er ençaent r eot r abal hodeGr i mm eodes eusant ece s sor es , BoppeRask,es t ánof at odequeel enãoest avai nt er es sadoapenase m compar ação vi sandoàdemons t r açãodopar ent es coent r el í nguas ,masdesenvol veuum es t udo pr opr i ament e hi s t óri co,abor dando o des envol vi ment o do grupo l i nguí s t i co ger mâni co dur ant e quar t or ze s éc ul os e at ent o a mudanças cr onol ogi cament e dat ávei s. Umadas“des cober t as ”mai si mpor t ant esdeGr i mm f oial eiquepas soua serchamadapors eunome( “l eideGr i mm”) ,s egundoaqualsemos t r ava,com r el açãoàscons oant esocl usi vas,ocar át err egul ardemudançasquesepar avam o r amoger mâni codosdemai sgr uposi ndoeuropeus( f enômenot ambém chamado de “pr i mei r ar ot ação consonant alger mâni ca”) :a)onde,no i ndoeuropeu,se p ,k) encont r avaumaocl usi vasurdaoudes vozeada (,t ,noger mâni coset i nhauma aspi r adaouumaf r i cat i vadel ader i vada (,t ;b)onde,noi ndoeur opeu,havi a f h,h) p h,h) umaas pi r ada (h,t ,o r es ul t ado er aumas onor aou vozeada (b,d,g) ;c ) final ment e,onde,noi ndoeur opeu,exi s t i aumavozeada(b,d,g) ,em ger mâni cos e encont r ar i aumades vozeada (,t .As si m,porexempl o: p ,k) Tabel a4:LeideGr i mm des vozeada>aspi r ada i . e.* t r e i r e s h r e i s l at i mt gótico:t gregot i ngl ê s:t r e i s h r e e
aspi r ada>vozeada i . e.* b h r a t e r h r a t a r - g s âns c . :b ótico:brothar l at i m: i ngl ê s:b f r at e r r o t h e r
vozeada>des vozeada i . e.* dwowa l at i m:duo gótico:t grego:duo i ngl ê s:t wo
Out r acont r i bui çãoi mpor t ant epar aoses t udoshi s t óri cocompar at i vosdeuse na es f er a de um grupo bas t ant e conheci do dasl í nguasi ndoeur opei as :o r omâni co.Ent r e 1836 e 1844,Fr i edr i ch Di ez ( 17941876)publ i cou t r abal hos 7
hi s t ór i cocompar at i vosdasl í nguaspr ocedent esdol at i m,i ncl ui ndoum di ci onár i o et i mol ógi codasmes mas( 1854) ,oquemar caac r i açãodaFi l ol ogi aRomâni ca,uma di s ci pl i naqueconhece u,apar t i rdeent ão,um des envol vi ment oext ensoenot ável . Nes t ecas o,havi aumagr andevant agem:podi asec ont arc om r egi s t r oses cr i t osda l í nguadeori gem –ol at i m –edasdel ader i vadas:port uguês ,gal ego,es panhol , cat al ão,pr ovençal ,f r ancês,r et or r omano,i t al i ano,sar doeromeno.Se,com r el ação aout r osgr upos,ar ec ons t i t ui çãodapr ot ol í nguafica vanocampodashi pót es es , com aFi l ol ogi aRomâni caaval i dadedosmét odosdecompar açãopôdes et es t ada. Val el embr arum doscas os.Pel omét odocompar at i vo,aospoucosf or am es t abel eci dosospr oces sosdemudançaf onét i cadol at i m par aasdi f er ent esl í nguas r omâni cas .Um dosexempl osser i a o grupo i ni ci all at i no ,que,em cer t as pl condições,ger aossegui nt esres ul t ados:ch-em por t uguês ;l panho p l ;l l -em es -em -em i f rancê p s; i t al i ano.Umasé r i edet er mosconfir maess ar egra: Tabel a5:O gr upoi ni ci al‘ pl ’em l at i m eem l í nguasr omâni cas por t uguês espanhol f r ancês i t al i ano c hão l l ano pl ai n pi ano c he i o l l e no pl e i n pi e no
l a t i m pl anup l ē n u-
Acont eceque,com r el açãoaum dosc asos,odover bo‘ chover ’ ,apr evi s ãose apl i cavaper f ei t ament ecom r el açãoaogr upoconsonant ali ni ci al ,masobser vavase um pr obl emanofinaldapal avr a: Tabel a6:Chover por t uguês c hove r
espanhol l l ove r
f r ancês pl e uvoi r
i t al i ano pi ove r e
l a t i m * p l ouē r e
Or a,sea compar ação,consi der adosospr oces sosdemudançaf onét i ca, l evava p al ,adocument açãogar ant i aque,nol at i m cl áss i co,over bo‘ chover ’ ouē r e p uĕ r e er al ,mot i voporqueapal avr af oimar cadacom um as t er i sc o,par ai ndi carque set r at avaapenasdeum t er mor ec ons t i t uí do,masnãoat es t ado.Com ef ei t o,a semi vogal l at i na–u-dever i ager a r–v-nasl í nguasr el aci onadas ,bem comoos r e ver bosl at i nosdat er cei r aconj ugação( t er mi nadosem –ē )r es ul t am r egul ar ment e nast er mi nações//sasmes masl í nguas( cf .l t .mouē .ees p. e r oi r e r enes r e> pt ,f r .mouvoi ,i t .muove ) . move r r r e Todavi a,mai st ar dese“des cobri u”,num epi s ódi of amosodeum r omance es cr i t o no s éc .Iou I Id. C. ,o Sat r ôni o,o t er mo ent ão apenas i ri con de Pet r econs t i t uí do:dur ant eacei adeTr i mal qui ão,um novor i co,vár i asper sonagens cont am hi s t óri aseoaut or ,port r at ar s edeum t ext osat í r i co,r epr oduzmui t os el ement osdal i nguagem comum;numades sashi s t ór i as ,devi daaoper sonagem 8
ce at i m pl ouebat( Gani medes ,num det er mi nadomoment osedec l ar aqueur chovi aa cântaros,Sa .Or a,oi mper f ei t od p el ,sendoaf orma t i r i c o n44) uĕ r e p él ue bat pl oue bat pr ópr i adoquesepass ouachamardel at i m vul gar ,ouse j a,ol at i mf al ado,deonde pl oue bat pr ocedem ef et i vament easl í nguasr omâni cas .O cur i osoéque,embora f oss e at es t ado nos manuscr i t os do Sa t ores corr i gi am o t er mo, t i r i c on,os edi j ul gandoques edeves seaconf us ãodeal gum copi s t amedi eval–e,com ef ei t o, ant er i or ment eàr econs t i t ui çãodapass agem pel osr omani s t asdosécul oXI X,oque sec onheci aer aapenasaf or macor r i gi da,ur ,como,porexempl o,el aé ce at i mpl uebat ci t adaporVol t ai r enoseu Di c t i o nna i r ephi l o s o p hi q ue( Di c i o ná r i ofil o s ó fic o)de1764 dol e ,i dol ât r e ,i dol ât r i e,seç ( ver bet eI ãoI ) .Por t ant o,obser vecomo,apardof at ode quees seepi sódi oconfir maaval i dadedomét odocompar at i vo,most r at ambém comooses t udoshi s t óri cocompar at i vosi nduzi r am aum cui dadomai ornabus cae l ei t ur adef ont escapazesdef or neceri nf or maçõess obr easmudançasl i nguí s t i cas. Com ocor r erdosanos,out r osgruposdel í nguasi ndoeuropei asf or am t ambém obj et odeest udoses pecí ficos–comoases l avas,ascel t as,asi ndoi r ani anas et c.–,oquet er mi nou porf orneceraoses t udoshi s t óri cocompar at i vosumaboa basededadosempí r i cos ,i ndi s pens ávelpar at es t arsuamet odol ogi a.
3.Teor i zaçõess obr eal i nguagem Uma dasconsequênci asmai si mpor t ant esdos es t udoscompar adosdas l í nguasi ndoeur opei asf oit eri nduzi doat eor i zaçõess obr eal í nguaeal i nguagem, f undandoal i nguí s t i camoder na. É dospas s osdes s eper cur s oquevocêencont r ar áum apanhadonot ext o compl ement arquevocêl er áas egui r . *** LEI TURACOMPLEMENTAR Ri t aD’ Avi no 17 I nt r o d uz i o neaumc o r s od is t o r i ac o mpa r a t ade l l el i nguec l a s s i c h e,p.3Hi s t ór i adal i nguí s t i c ahi s t ór i c oc ompa r a t i va
A hi s t óri adal í nguacomoobj et odepes qui saci ent í ficaéumaconqui s t a r el at i vament er ece nt e,t or nadaposs í velpel apr of undat r ansf or maçãodacul t ur a denomi nada «Romant i s mo»,na quala exal t aç ão da fis i onomi a par t i cul ardos povoss et r aduznabuscadost r açosquet ai sfis i onomi asi ndi vi duam:al í ngua,os cost umes ,o di r ei t o.A noção de hi s t óri al i nguí s t i ca per manec e at é ent ão i mpr odut i va no pl ano concr et o da pes qui sa,ai nda que i nt uí da em vár i as 9
r et omadaseem medi dadi ver s ades deaI dadeMédi a,mes mos et eor i zadano quadr odet emát i casfil osóficasmai sampl as . Na Ant i güi dade,gregos e l at i nosobser var am a l í ngua com i nt er es ses fil osóficos ,l ógi cos ,l i t er ár i os, normat i vos , enquant oi gnorar am o pr obl ema hi s t ór i co.Ass i m,aos ant i gos i ndi anos,que fizer am de Vac uma di vi ndade, r econhece ndonel aanomi nabi l i dadedascoi s asi ner ent eàspr ópr i ascoi s aseque, porout r ol ado,dedi car amsecom pr of undaat ençãoàobser vaçãodasual í nguaa t odososní vei s( f onet i smo,mor f ol ogi a,s i nt axe,es t i l o) ,f al t ou compl et ament ea noçãododes envol vi ment ohi s t ór i co,eel esnãot i r ar am par t i do,par aumare flexão compar at i va,doant i goi r ani ano,nem dogr ego,quandoasvi ci s si t udeshi s t ór i cas oscol ocar am em cont at ocom es sespovos.Anal ogament eosgr egos ,mes moque sej aconsi der adosnãoi nj us t ament eosf undadoresdagr amát i ca( ésabi doquea Ar i s t ót el es r emont aai ndi vi duação das cat egori as gramat i cai s, a di vi s ão t r adi ci onaldaspart esdodi sc ur so,at er mi nol ogi a;quees t ói coseper i pat ét i cos cons t i t uí r am aquel e compl exo de dout r i nas gramat i cai s que,as s i mi l adas e sgr ammat i c aant el abor adaspel osl at i nosf ormar am a ar i gaemedi eval ,daqual dependear eflexãogramat i calat éosur gi ment odal i nguí s t i camoder na;queos al exandr i noses t udar am edes cr ever am nass uases pecí ficasqual i dadesdi al et ai sos t ext os l i t er ári os) não t r ouxer am i nt er ess e hi s t ór i co aos f at os l i nguí s t i cos e cons i der ar am bárbaroiasl i nguagensdet ant ospovos( per sas ,f r í gi os,ar mêni os, t r áci os,i l í r i cos)com osquai st i veram cont at o:of at oque,porexempl o,Her ódot o of er eçaanot açõesagudassobr ecar act er í s t i casdoi ôni coododór i codeSi r acusae deCi r ene,s obr ecer t aspar ent el asl i nguí s t i casou s obrer el açõesdevocábul os gre goscom l í nguasbár bar asapenasconfir maqueobser vaçõesdess et i po,senão f al t ar am det odo,nãoencont r ar am,por ém,ot er r enoapt oat r ans f or marades cr i ção def at oses por ádi cosem umaanál i semet ódi cadoseudes envol vi ment o. As si m,port odaaI dadeMédi a,oRenasc i ment o,at éoi ní ci odos éc ul o dezenove,nãoobs t ant ei nt ui çõespenet r ant ese,comof oidi t o,pr eci sasaqui si ções omat r i f ar i um ì l t eór i cas:deDant e,quevên oydi acomunhãol i nguí s t i cados ,oceoi , aosgr amát i cosi t al i anosdo séc ul o XVI( Cl áudi o Tol omei ,Cel so Ci t t adi ni ,que começ am aobser vardeper t oasr el açõesent r easl í nguasr omâni casvul gareseo l at i m;aosexeget asbí bl i cosque,compar andoast r êsredações( hebrai ca,gr egae l at i na)daBí bl i a( ai ndaquecom i nt ent ost eol ógi cos)chegam ànoçãode«gêni oda l í ngua»;at éBacon,Locke,segui dopel osout r osempi r i s t asi ngl eses ,aLei bni ze, i ndependent ement e,aGi ambat t i s t aVi co,cuj avozi s ol adaseopõeaor aci onal i smo, quei mper avanacul t uradoseut empo,com o Decausi ul i o sl i nguael at i naedeGi Mi ne r vadeFr Ces ar eScal i ger o ea ances co Sanzi o:aes t esel er epr eendeu por pr oceder em “comoseospovosqueencont r ar am asl í nguast i ves s em ant esdet er andadoaes col adeAr i s t ót el es ,com cuj ospr i ncí pi osambosr aci oci navam”.Em 10
par t i cul ar ,anovi dader evol uci onár i adeVi co–com or econheci ment oqueosi gno l i nguí s t i conascecomof at oi nt ui t i voef ant ást i co,enãocomoqual i ficaçãor aci onal do r eal– f oiuma afir mação expl í ci t a e cons ci ent e da hi s t ori ci dade do f at o l i nguí s t i co( asl í nguasmudam pori nt er vençãodemoment ospoét i cosnot ec i do dos“f al ar esconvenci onai s ”)et odavi a,quasedoi sséc ul osapósest aconcepção pode se afirmarsobr e o pl ano dos es t udos l i nguí s t i cos,e m que múl t i pl as obser vaçõesei nt ui ções,àsvezesf el i zes,desdeaI dadeMédi a,mases peci al ment e noss éc ul osXVI ,XVI IeXVI I I ,com sensí velpr ogr es s ones seúl t i mo,s ur gi r am do conf r ont oedat ent at i vadeagr upament odosmat er i ai sl i nguí s t i cos,afir mandose , exat ament e,quandoost emposf or am cul t ur al ment emadur ospar aexpr i mi l ose t or nal ospr odut i vos. Concorr eu par ai s so,s em dúvi da,ai mpost açãocul t ur almenci onada,na qual ,com novoi nt er es s es eobs er vou ahi s t óri adecadaum dospovos,ogos t o t i pi cament er omânt i co,quedes sai mpost açãoéum dosel ement os,port udooque éexót i cooupr i mi t i vo,oudequal quermododi s t ant enot empoenoes paço:éa es s egos t oquesedevear es s onânci adeum l i vrocomoodeFr i edr i chSchl egel , ( 1808) .A compar açãocom oant i goi ndi ano Überdi eWei she i tundSprac hederI ndi e r s éomoment oi ni ci adordal i nguí s t i cacomoci ênci a.Schl egelnot aaafini dadedo sâns cr i t ocom ol at i m,ogr ego,oger mâni co,oper sanoss egui nt est er mos:“a afini dader es i denãos ónogr andenúmer oder aí zesqueel e( os âns cr i t o)t em em comum com es sasl í nguas ,mass ees t endet ambém àes t r ut ur amai si nt er naeà gr amát i ca.A concor dânci a,por t ant o,nãoécas ualet alques eposs aexpl i carpor mi s t ur as,éc oncor dânci as ubst anci al ,quee vocaumaor i gem comum”.
Pr i mei r af ase rdas Em 1816,apubl i caçãodot ext odeFr anzBopps obr eaconj ugação(Übe Coni gat i onss yst e m derSansk r i t spr ac he,i n Ve r gl e i c hung mi tj e ne m dergri e c hi s c hen, l at ei ni sc henper si sc henundger mani sc henSprac he)assi nal a,t r adi ci onal ment e,adat ade i ní ci odal i nguí st i cahi st ór i ca,ei ss onãoporum seupart i cul arval ori nt r í nseco,mas por queapar t i rdessaobr as emovem ospr i mei r ospas s osdacompar aç ãocomo ci ênci a,sobr eaqualal i nguí s t i cahi s t ór i cat em oseuf undament omet odol ógi co. Ar ef er ênci a ao val or i nt r í nsec o devese ao f at o de que,r eal ment e,o i nt er es sequemoveaanál i s ecompar at i vadeBoppéai ndaoder emont araum es t adopr i mi t i vo,or i gi nári o,noqualasf or masgr amat i cai ssedei xam anal i sarem el ement osi nexpl i cávei sem s ienão o pr opr i ament ehi s t óri co,de r econs t r ui r , medi ant e a compar aç ão das f or mas document adas , um precedent e es t ado l i nguí s t i cocomum.Mei l l etdi zqueel eai ndaéum homem doséc ul oXVI I I ,que 11
pr et ender emont aràexpl i caçãoor i gi nári adosf at os,dosquai saci ênci a,porel e f undada,t ornou cons ci ent es os s eus suces s or es de que é poss í velapenas compr ee ndero des envol vi ment o hi s t ór i co,demodo queF.Bopp des cobri ua gramát i cacompar adapr ocur andoumaexpl i caçãopar aosel ement osmorf ol ógi cos i ndoeur opeus,comoCol ombodes cobr i uaAmér i capr ocur andoocami nhopar a asÍ ndi as .Par adarum exempl o,Bopp,com baseem um pr i ncí pi oent ãodi f undi do, odacons t i t ui çãodet odaor açãoem t r êsel ement os( s uj ei t o,c ópul a,pr edi cado) , expl i caaori gem dasdes i nênci ascomor es ul t adodeagl ut i nações :dat = «el e[ é] “dant e”»( com acópul asubent endi da p ) ; ot = ot at r i but o,t suj ei t o,e cópul a. e s t p s amát i c acompar at i va( Ve r gl ei ci hendeGr ammat i kdesSansk r i t ,Se nd, Nas uaGr , Gr i e s c h i s c he n,La t e i ni s c he n,Li t a ui s c he n,Al t s l a v i s c he n,Go t i s c he nundDe ut s c he n,1833) r et or nam osmes mospri ncí pi os :ai nt ui çãodasr el açõesdepar ent es coépr of unda: t odas as l í nguas i . e.al icompar acem ( exc et o,nat ur al ment e,as ai nda não desc ober t as) ;masoi nt er ess equaseexcl usi vo,enãoaut ônomo,pel amor f ol ogi a,ou mel hor ,pel a flexão,é um gr ave l i mi t e,por que negl i genci a o es t udo das modal i dadesdodes envol vi ment of onét i co,quecons t i t ui r áomai ss ól i dosuport e ci ent í ficodar ec ons t r uçãodopat r i môni ocomum. At éaqui ,acompar açãoapar ec eum s i mpl esi ns t r ument odecuri osi dade,ou debus cadeexpl i caç õesgl ot ogôni cas ,mas ,cont udo,novosf er ment ost eór i cos amadur ec em;as si m,ai déi ahumbol dt i anadel í nguacomo e né r g e i a,nãoé r g o n,ou sej a,acr i açãocont í nua,mani f es t açãodoespí r i t onasuat ot al i dadeenãopr odut o der eflexão( i déi apr ece di dapel ades cober t adeVi co) ,enquant oasgr amát i casde Edmund Has k( 1811)e de J ac ob Gr i mm ( 1812) ,r es pec t i vament ei sl andes ae ger mâni ca,são aspr i mei r asgr amát i cashi s t ór i casassi m como adeBopp éa pr i mei r acompar at i va.Ades cober t ador ot aci smogermâni co,i nt uí dapel opr i mei r o ef or mul ada pel os egundo, as si nal am o i ní ci o do es t udo si s t emát i co do des envol vi ment odosf enômenosf onét i cos,quedar áosseusmel horesf r ut osna segundamet ade do s éc ul o.Mai sumavez,não éafinal i dadeext r al i nguí s t i ca per segui dapel ospesqui sador es,ness ecasooespí r i t onaci onalnasuapur eza,t al comos er eflet enal í ngua,masomei oempr egadopar aes s efim:acol et apr ec i sade f at os di al et ai s , nos quai ss e di f er enci a o domí ni o ger mâni co, nos seu desenvol vi ment odasat es t açõesmai sant i gas,r epr esent aaver dadei r acont r i bui ção dessasobr asparaaconst i t ui çãodaci ênci al i nguí st i ca.
Omoment onat ur al i s t a Asobr asdeBopp,deHas kedeGr i mm r epresent am apr i mei r af as ena hi s t ór i a des s a ci ênci a,em que se vê de um l ado a afirmaç ão da i nst ânci a 12
compar at i va e de out r oaf or maç ão do i nt er es se pel as modal i dades do des envol vi ment of onét i co,que r epre sent am os el ement os es senci ai s par ao sur gi ment odoest udodi acr ôni codasl í nguas.Todavi a,devesedes t acar ,quandose f al aem l i nguí s t i cahi s t ór i cacomopes qui s as obreaevol uçãodasl í nguas,queuma di f er ençapr of undasepar aal i nguí s t i cados éc .XI Xeados éc ul oXXnomodode compr eenderanat ur ezades s aevol ução. A noçãode«f or maor gâni ca»dospr i mei r ost emposdor omant i s mo–as l í nguasc omoreal i zaçõesdaespi r i t ual i dadei ndi vi dualdospovos–pass a,pr óxi mo aofim dos éc ul o,àquel ade«or gani s monat ur al »,r egul adoporl ei spr ópr i as,como t odoaut r odadodanat ur eza:agramát i caé,cons eqüent ement e,a«dout r i nada vi dadal í ngua»,quesedes envol vese gundol ei sanál ogasàsquer egul am omundo f í si co.O Compendi um derve r gl e i s c hendenGr ammat i kderi ndoge r mani s c henSpr ac he ( 1861) ,deAugustSchl ei cher ,const i t uiaapl i caçãodet ai spr i ncí pi osf undadossobr e aconcepçãohegel i anadahi s t óri acomor eal i zaçãodel i ber dadeconsci ent e,mas es s al i ber dadenãopodeserencont r adanal í ngua,queépori s s oobj et odeuma si st emat i zaçãoanál ogaàdasci ênci asnat ur ai s( ési gni ficat i voqueSchl ei cherf oss e t ambém bot âni co e nat ur al i s t a) .Es sa obr ar epr es ent at ambém a pr i mei r a or gani zaçãodeumadout r i nal i nguí s t i cai ndoeur opéi a,comor econs t r uçãodeum es t adol i nguí s t i conãodocument ado,at r avésdacompar açãodees t adosl i nguí s t i cos hi s t ori cament e at es t ados que apr es ent am corr es pondênci as evi dent es :t ai s cor r es pondênci as,pors er em or es ul t adodeevol uçõesquepodem seper cor r erno seu des envol vi ment o,per mi t em que s er emont e à uma «l í ngua mãe »,que ammba umt he or i e r epre sent aot r oncodoquals er ami ficam osdi ver sosgr upos(St : t eor i ada«árvor egeneal ógi ca») .Dess af aseor i gi nári a,concebi dacomoal gopur oe perf ei t o( not eseapers i st ênci adecert asposi çõesi l umi ni st as,asquai ssobrevi vem t ambém, em âmbi t ot eór i co, nas conc epções de W. Humbol dt ) move o des envol vi ment o di f er enci ado,vi s t o como «dec adênci a»,o qualse ver i fica, exat ament e,se gundodet er mi nadasl ei snat ur ai s .
Ai dadeneogr amát i ca Doconcei t odel í nguacomoor gani s monat ur al ,pas s asel ogi cament eao axi omadaval i dadeabsol ut adasl ei sf onét i cas:éest eoaxi omaque,def endi dopel a or i ent açãoposi t i vi s t adacul t ur a,domi nanoúl t i moquart odoséc ul oXI X.A esc ol a dosneogr amát i cos( Scher er ,Les ki en,Os t hoff,Br ugmann,Del br ück,et c. )f undaa par t i rdel eoent usi as mocom queat uas obreaenormequant i dadedemat er i al of er eci do pel as di ver s as fil ol ogi as , at i ngi ndo a s i s t emat i zação r i goros a do f onet i smoi ndoeur opeuque,pors uavez,r ef or ça,com aqual i dadedosr es ul t ados , 13
a confiançanoss euspr i ncí pi os.Ent r et ant o,di ant edo as pec t o concr et o des s a pr obl emát i capr opr i ament el i nguí s t i ca,adqui r es edefini t i vament e,ai ndaquenão ai ndademot oper f ei t ament econs ci ent e,os ent i dodaper s pect i vahi s t ór i ca,de modoque,j áem 1875,nãoapar ec em mai se m nenhumapubl i caç ão,asi ngênuas t ent at i vas gl ot ogôni cas de t i po boppi ano ( ar edação de f ábul as na l í ngua r ec ons t r uí da) ,nem s epensamai sno i ndoeur opeu como umal í nguaper f ei t a, col ocada na ori gem do des envol vi ment ol i nguí s t i co.Al ém di s so,apar ec ea exi gênci adeseobser vardeper t oosf at os,ousej a,desebasearnãomai snal í ngua escr i t a,massi m naobser vaçãodi r et adal í nguaf al ada( t alj áer aoval ores senci al dagr amát i cal i t uanadeSchl ei cher) .Enfim,af énal eicomport aor econheci ment o daexi s t ênci adeanomal i ase,pormai squeseat r i buaasuacausaaum f at or «anal ógi co»ent endi dot ambém em modoabsol ut ament emec âni co,t odavi aof at o demai ss eadmi t i r ,comoer af r eqüent eem épocaant er i or ,aposs i bi l i dadedeuma mudança «es por ádi ca»,ou s ej a,sem uma causa,pas sa a di r i gi r a at enção exat ament esobr eessasi negávei sexceçõese,por t ant o,af azerqueser evel assel ogo ai ns ufici ênci adeum pr i ncí pi ot ãogenér i coei mpr ec i s o,comoéoda«anal ogi a» dosneogr amát i cos .
Reaçãoaopr i ncí pi ode«val i dadeabsol ut a»dasl ei sf onét i cas Apass agem daconce pçãonat ur al i s t aàquel amai spr opr i ament ehi s t óri cana consi der açãodamudançal i nguí st i caéassi nal ada,pr eci sament e,pel aexi gênci ade expl i caç ãodascaus asdaschamadasanomal i as .Cont r aaval i dadeabs ol ut adal ei f onét i ca,seer guem asvozesdosempenhadospr i nci pal ment enoes t udodef at os l i nguí st i cosr omâni cos( H.Schusc hardt ,G.Asc ol i ,edepoi sJ .Gi l l i éron,of undador dageogr afial i nguí s t i ca,pr ec ur s ordeJ ohannesSchi mi dt )mai sbem document ados equepodi am r evel araquant i dadedet ai sexc eç õese,defini t i vament e,aquel a var i edadedof enômenol í ngua,par aaqualmui t asi novaçõesparec em f ugi raos r í gi doses quemasneogr amát i cos:al eil i nguí s t i canãoé«nat ur al »,namedi daem queoper asegundodet er mi naçõeses paci ai set empor ai s ,enãos em umacar t a part i ci paçãodaconsc i ênci adosf al ant es;oquel evaànegaçãodasua«neces si dade absol ut a».Nas ce m osconce i t osdei nt er f er ênci a,depar ent es cosec undár i o ou cul t ur al ,oudeafini dade,deet i mol ogi apopul ar ,dehomof oni ae,defini t i vament e, aexi gênci adees t udaramudançaf onét i canãoi s ol adament e,manapal avr aque muda;em r el ação,port ant o,nãosoment ecom ai nfluênci adoss onsvi zi nhos,mas t ambém com af unçãos emânt i cadauni dadeem ques ever i fica. Com anovaat ençãoent ãovol t adaaossi gni ficados( Geogr afial i nguí s t i ca, Pal avraseCoi s as,Onomasi ol ogi a) ,aanál i s edosf at osl i nguí s t i coscomeçaase 14
t ornar ef et i vament e hi s t óri ca,no s ent i do em que,adqui r i ndo consci ênci a da compl exi dadedosf enômenosedamul t i pl i ci dadedascausasqueconcorr em às ua det ermi nação,sent eseaexi gênci adecol ocál onasexat asci r cunst ânci asdel ugare det empoem quef oiver i ficado. Par al el ament e,nopl anot eóri co,os ubj et i vi s moneoi deal í s t i comar ca vao advent o do i ndi vi dual ,do s ubj et i vo,do cr i at i vo no âmbi t o da pr obl emát i ca l i nguí s t i ca e, port ant o, no pr obl ema da mudança das l í nguas . Por ém, a ar bi t r ar i edade,a aproxi maç ão e a i ncoer ênci a dos r es ul t ados s ão os mai s f r eqüent esf r ut osdeum mét ododi r i gi doài ndi vi duaçãoda«í ndol e»dospovos com baseem f at osl i nguí s t i cosi s ol ados( quemai st ar dei r ál evaraacusaç ãode at omi smo à l i nguí s t i cahi s t óri ca,i ndevi dament ei dent i ficada com a l i nguí s t i ca i deal í s t i ca,queéapenasumasuaf ase)ou,pi orai nda,vol t adosàdemons t r açãode t e se se xt r a l i nguí s t i c as .
Ai nst ânci aest rut ural i st a Cont r a um mét odo dess et i po, bas eado em uma pos i ção t eór i ca mani f es t adament euni l at er al ,como aquel equenal í nguar es ul t avaem afir mar apenasal i ber dadeeacr i at i vi dadesubj et i va,dei xandodel adocompl et ament eo aspect oobj et i voqueéacondi çãodet alat i vi dade,omovi ment oest r ut ur al i s t ase configur acomoumare açãonat ur al ,mani f es t ando,pel omenosnas uaf asei ni ci al , um ext r emi smose mel hant e,masem di r eç ãoopost a. Umadi al ét i cadess et i posedeve,i ndubi t avel ment e,àsi ngul arr ecepçãodas dout r i nas de Fer di nand de Saussure, mesmo s ef avor eci da por cer t as ci r cunst ânci as,comoaf or mul açãoai ndapr ovi sór i adet ai sdout r i nase,porout r o l ado,a publ i caç ão póst uma em f or ma de um t r at ado or gâni co ( o Coursde l i ngui s t i q uegé né r a l e,publ i cadoem 1916,pr epar adopel osal unosBai l l yeSechehaye) aqualai ndanãot i nham at i ngi do,epel aqualt er i asi doi ndi spensáveloesf or çode sí nt es edequem ot i nhacr i ado. Ent r eosvel hoseosnovost empos,chei odei ni ci at i vasi novadoras ,mas cons ci ent edasconqui s t asj áal cançadaspel al i nguí s t i caecom pl enodomí ni odo mét odo r i gor oso dos neogr amát i cos,F.de Sauss ur er epres ent a a mar ca que di s t i ngue a l i nguí s t i ca do séc ul o XX.A sua obr ar epres ent ou uma enér gi ca chamadaàobj et i vi dadesi ncr ôni cadal í ngua,mases t áf oradedi sc us sãoquenel a seencont r am t ambém aspr emi s sas ,t eór i case met odol ógi cas ,deum mét odo hi st ór i copr odut i voeaut ênt i co. Par a Saus sur e,a si s t emat i ci dadeeo f ormal i s mo car act er i zam a l í ngua, enquant oobj et odecons i der açãoci ent í fica( adet er mi naçãodoobj et oes pecí ficoda 15
ci ênci al i nguí s t i caéoobj et i vocons t ant edasuareflexão,omot i vodef undodasua probl emát i ca) :“. . . ar p t outet ouj our sc emê meé qui l i br ec ompl é xedet e r me sques e c ondi t i onne ntr é c i pr oq ue me nt .Aut r e me ntdi t ,l al anguee s tunef or mee tnon une ”( ,p.169) .Ou s ej a,al í nguaéopat r i môni ocol et i vo def ormas substance Cour s f ôni cas ,«si gni ficant es »,uni vocament ecombi nadascom osrel at i vos«si gni ficados »; es s epat r i môni odes i gnoséor gani zadoem «s i s t ema»,namedi daem quec adaum des s essi gnosdeveasuaexi s t ênci aaof at odeent r arem ce r t asrel açõescom os out r os.A f unci onal i dadedosi s t ema,i s t oé,oqueot ornaum i ns t r ument oapt oa f unci onarem cadaat ode«pal avr a»,écons t i t uí daexat amet nepel asoposi çõese cor r el açõesi nt er cor r ent esent r ecadael ement o,osquai sr es ul t am i ndi vi duados pel assuasrel açõesdi f er enci ai snoconj unt odosel ement oss i mi l ar es ,mai sque al anguei ln1yaquedesdi ffe r ence s”( pel assuascar acter í st i casposi t i vas:“dansl i b. , 166) .Por ém,nãoémenoss aus sur i anaaafir maçãodai nt er dependênci ae,port ant o, dasubs t anci ali ndi vi si bi l i dadeda«pal avra»eda«l í ngua»,es s aconsi der adao pr odut oeoi ns t r ument odaquel a,as s i m comoapr ogr amaçãodeumal i nguí s t i ca dapal avr aaol adodeumadal í ngua. Naver dade,aenér gi cachamadadeSauss ur eàobj et i vi dadedosi s t ema,em r el açãoàsubj et i vi dadedof al ant e–aquem deudes t aqueocar át eri ncompl et oda suaobr adesi s t emat i zaçãot eór i ca,exat ament eem r el açãoà«pal avr a»-r esol veuse,em conexão,com apol êmi caant i i deal i s t a,nadefini t i vadi cot omi asi ncr ôni codi acrôni ca,oper adapel oest r ut ur al i smo. Nasci do,des deomani f es t odaesc ol adePr aga,com apr ec i s aedec l ar ada final i dadedeuma«l i nguí s t i cas i ncr ôni ca»,es s edi r ec i onament osedemons t r ou i medi at ament eempenhadoem darcont adasmudançasnopr ópr i oat oquecr i ava anoçãodeequi l í br i oes t r ut ur al ,pr ont opar aser es t abel eceraut omat i cament ecada vezqueum «f at orext er no»col ocavaem cr i s eahar moni ados i s t ema.Umaposi ção em que,por«si s t ema»seent endi ar aci onal i s t ament e–e,por t ant o,ar bi t r ari ament e seal í nguaéumaf ormadaat i vi dadecognosc i t i vai nt egr alenãosódeum s eu moment o,comor aci onalaabs t r açãodasrel açõesdi f er enci ai si nt er corr ent esent r e asuni dadesdeumadadal í ngua,porel ement o«ext r af unci onal »cadaent i dade que não pode ser enquadrada na or gani zaç ão si mét r i ca des sas r el aç ões , ar bi t r ar i ament ei dent i ficadacom aes t r ut ur adal í nguaepor«f at orext er no»t odo el ement onãoi dent i ficávelcom aexi gênci a,aut omat i cament eat i vanos i s t ema,de di s t i nçãodasuni dades . Col ocadases saspr emi s sas ,o es t r ut ur al i s mo pr ocur ou dart ambém ao pr obl emadai novaçãoumar espos t aest r ut ur al ,ni t i dament edi s t i nt adasof er eci das pel al i nguí s t i cahi s t óri ca:segundo o pr i ncí pi o que a «i manênci a» do mét odo ci ent í ficor equerqueseencont r easr azõesdet odososf enômenosl i nguí s t i cos, i ncl ui ndo,poi s ,amudança,no i nt er i ordo s i s t emal i nguí s t i co.A i ns ufici ênci a 16
t eóri cadopr i ncí pi omet odol ógi cot or nas eevi dent equandos epens aqueos i s t ema f unci onanosat osl i nguí s t i cosi ndi vi duai sdosf al ant es ,demodoqueapal avra, com assuasexi gênci assubj et i vaseassuasr eal i zaçõescr i at i vas,r epr esent ao i mpul s ocont í nuodadi nâmi cadopr ópr i osi s t ema. Émér i t oi negáveldoes t r ut ur al i smot erdefini t i vament echamadoaat enção par aof at oque,par aat i ngi raess ênci adof enômenol i nguí s t i co,éi ndi spensável cons i der arasuni dadesr el at i vast ambém nasmút uasre l açõesquei nt er cor r em ent r eel as;masét ambém ver dadei r oquei dent i ficaraexi gênci ai manent i s t acom a abst r ação do s i s t emadef unçõesdar eal i dadeconcr et aqueaat ua,condena a per derdevi s t aoobj et o dapes qui sa,ou sej a,asl í nguasnassuasfis i onomi as i ndi vi duai s :aexper i ênci ada«gl os se mát i ca»,ouadoes t r ut ur al i smoamer i cano, pel omenosnass uaspar t esmai savançadas,of er ec em umaconfir maçãopr ec i sa des s asafir mações.
Al i nguí st i cahi st óri cahoj e Hoj e,al i nguí s t i cahi s t ór i cat em condi çõesdedarumare s post aadequadaao por quêdamudançal i nguí s t i ca,t ornadac onsci ent edac ompl exi dadedof enômeno, em r el açãocom amul t i pl i ci dadedosf at oreseavar i edadedassuasi nt er ações,e por i s so capaz de ut i l i zar a cont r i bui ção dada por di ver s as ori ent ações, equi l i br andoasi ns t ânci asuni l at er ai sdecadaumadel as.A pr i mei r acondi çãopar a i ss oénãoexas per araoposi çãol í nguapal avr a( emui t omenosadedi acr oni asi ncr oni a) .Quando,apr opósi t odamudançadaest r ut ur asi nt ét i caàquel aanal í t i ca, ocorr i danodes envol vi ment odequaset odasasl í nguasi ndoeur opéi as ,Mei l l et sust ent avaai nt er vençãode«f at or esaf et i vos »deum l adoe«l ógi cos»deout r o, acr es cent ando expl i ci t ament eques ees sesseafir mam épor queai novaç ão é i medi at ament eass umi dapori ndi ví duosquepar t i ci pam dasmes masc ondi ções hi s t óri cas ,o ques i gni fica va uni r ,s obreo pl ano hi s t ór i co concr et o( mes mo s e medi ant eot r âmi t esoci ol ógi coqueem pl enai dadees t r ut ur al i s t ar eapar ece,não poracas o,noconcei t ode«norma»deCoser i u)apr es umi daci s ãoent r el í nguae pal avr a;si gni fica vaqueoal unodeSauss ur et i nhacompr eendi doal i çãodequem, mes mot endocr i adoaspr emi s sasda“l anguee ne l l emê mee tpare l l emê me”–eé i nt er es sant er el evarquehoj et emoscomoce r t oqueaf ormul açãodopr i ncí pi ode i manênci anes s est er mosnãoésausur i ano–afir mava,t odavi a,ai nt er dependênci a ent r el í nguaepal avr a,defini ndoal í nguat ant ocomoum i nst r ument o quant o comoum pr odut odapal avr a( Cour s ,p.37) . El i mi nada t aloposi ção,é nec es s ár i o não cr i ar uma nova ent r ef at or «i nt er no»e«ext er no»demudança,compr eendendoaqual i dadede«f at orext er no» 17
àmanei r apr ot oest r ut ur al i st a,ousej a,comoequi val ent esdel i nguí st i coeext r al i nguí s t i co.Quandoof al ant e,com suasreaç õessubj et i vas,ouosubs t r at o,com as suasr eal i zações,s ãocons i der adoscomoel ement oses t r anhosàl í ngua,ent endi da comos i s t emaabs t r at oder el açõesdi f er enci ai s,éevi dent equepar anóss ef echa qual querposs i bi l i dadedecompr eenderadi nâmi cadopr ópr i os i s t emapor quena r eal i dade os f at ores «i nt er nos»,c omo as exi gênci as di nâmi cas do si s t ema, apr es ent amse ao f al ant et ant o quant o os«ext er nos»,como asi nfluênci asdo subs t r at o,ads t r at oesuper es t r at o.Seumal í nguapodedet er mi nar«r eações»em umaout r a,com aqualmant enhacont at oouqueat enhasupl ant ada,i ss oacont ec e por queo pat r i môni o es pi r i t ual ,queaquel al í nguaexpri me,as sumej unt o aos f al ant esdaout r acomuni dadeum cer t opr es t í gi o,deor dem pol í t i caoucul t ur al .A mudançaqueder i vadi s soédenat ur ezaext er na,por queoempr és t i mo,ou a r eaç ão,nãoseproduzmecani cament enosi s t ema,masdocument am um moment o at i vonocomport ament ol i nguí s t i codaquel acomuni dade.Queof at orendógenode mudança sej a at r i buí do ao f al ant e é ai nda mai sevi dent e:se el er es ponde à exi gênci a,i ner ent e ao si s t ema,de r ef orç are enr i quece rasposs i bi l i dadesde expr es são.Écl ar o,porout r ol ado,quet alr ef or çoouenr i queci ment ot em ori gem e ser eal i zanopl anodoat ol i nguí s t i coe,pr eci sament eporobr adosel ement osext r af unci onai s ,queaat i vi dadedof al ant econt i nuament ei nt r oduznosi s t ema.Ass i m, no l éxi co como na morf ol ogi a,moment os es t i l í s t i cos,as sumi dos e t ornados comunspel acomuni dade,t ornams ef at osdal í ngua;anal ogament e,no pl ano f onét i co,t om et empododi s curs o( quandoj ánãosej am el ement os«f unci onai s »no si s t ema)eaal usi vi dade( a«f onét i cai mpr es si va»deM.Gr ammont )sãoacaus ade «vari ant es»,pr ont asaadqui r i rr el evânci anopl anof onemát i co. Umadast ar ef asmai si mport ant esas sumi dapel a«cr í t i cas emânt i ca»deA. Pagl i ar oé,exat ament e,adei ndagaral í nguacomof unção,quepõeem aç ãoa f unci onal i dadedo s i s t ema,par apr ocurarnosf enômenosl i nguí s t i cos,em que t enham as sumi dof ormamoment ossubj et i vosexc epci onai s ,asc aus aseosmodos daacei t açãodof at oest i l í st i cocomoel ement of unci onal . Ar egul ar i dade da mudança,uma vez que el at enha se afirmado,é pr ec i s ament e a expres são da s ua cor r el aç ão com osel ement osf unci onai sda mesmaor dem em um novoequi l í br i o;masporquees s et enhapodi doseafir mar deveserpr ocuradonacomunhãodosf al ant es ,querdi zer ,nas uacomum hi s t óri a l i nguí s t i c a.
EXERCÍ CI O Esquemat i zeasdi ver saset apasdal i nguí st i cahi st ór i cocomparat i va. 18